Ano 81 - Nº 22.204
Arte com foto de Vincenzo Pinto/AFP
Com esse PIB o Leão sai voando
São Paulo, sexta-feira a domingo, 1 a 3 de setembro de 2006
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h35
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Com a carga tributária a 39,41% do PIB, que subiu só 1,7% no primeiro semestre, o Leão da Receita Federal ganhou asas, como o Leão de Ouro de Veneza (fotos), e já pode voar a patamares nunca antes alcançados. O tributarista Gilberto Luiz do Amaral, do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), calcula que o vôo recordista do Leão esteja sendo abastecido por R$ 25,11 mil por segundo, R$ 1,50 milhão por minuto e R$ 21, 17 bilhões por dia. E lembra: "O pior é que o presidente Lula reconhece que haverá aumento de impostos no próximo ano". Quem deverá pagar a conta são os prestadores de serviços. E/1
Lula fala em ETs. Ricardo Trida/AE
R$ 0,60
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E Collor lullou
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Luludi/LUZ
DCultura
Greve no ABC rebate no PR
Ruben Rubiert-Eron/Divulgação
Divulgação
Outras unidades de produção daVolks ficam sem peças. E 6 Milton Mansilha/LUZ
HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 25º C. Mínima 13º C.
AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 23º C. Mínima 14º C.
Camelôs ocupam a Paulista Eles fogem das câmeras na 25 de Março (foto), protestam e correm para a avenida. C 1
dono dos olhos azuis mais festejados da MPB está na cidade, para transformar o palco do Tom Brasil em cenário de acordes sutis, rimas impensáveis e histórias de amor que firmaram parceria com o coração de cada brasileiro nos últimos 40 anos. O show Carioca é a estréia mais luminosa da semana. Veja também a dança provocadora de Bill T. Jones e os ensaios sobre o nu, assinados por três grandes fotógrafos.
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Gover no Assembléia Eleições Campanha
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 1, 2 e 3 de setembro de 2006
SERRA ALFINETA, ALOIZIO TERGIVERSA E QUÉRCIA DESAFIA
Valéria Gonçalves/AE
PIB É 'VÔO DE GALINHA', DIZ SERRA.
Eymar Mascaro
Fé no 2º Turno
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projeção dos tucanos é que Geraldo Alckmin alcance votação expressiva no Sudeste (SP, Rio, Minas e Espírito Santo, região com 50 milhões de eleitores), para forçar a realização do 2º turno. A esperança maior do PSDB é o eleitorado de São Paulo, estado em que Alckmin vem alcançando até 5 pontos de vantagem sobre Lula. São Paulo possui o maior colégio eleitoral do País, são catalogados no Estado 26 milhões de votos. O cálculo dos tucanos é que se obter boa votação em São Paulo, Alckmin evita que a eleição se decida ainda no 1º turno. A confiança da coordenação de campanha de Geraldo Alckmin no eleitor paulista parte da premissa de que ele deixou o governo de São Paulo com um elevado índice de aprovação, 69%, segundo pesquisa realizada pelo instituto Datafolha.
Tucano diz que a economia ameaça, mas não anda.
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candidato do PSDB ao governo do Estado de São Paulo, José Serra, classificou de "vôo de galinha" o crescimento de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, ante os primeiros três meses do ano, divulgado ontem pelo IBGE. "É o vôo de galinha, porque (a economia) ameaça andar e não anda, por causa dessa política monetária e cambial", criticou. Além de comentar o resultado do PIB, José Serra elogiou o corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), adotado anteontem pelo Copom. "Pode ter conotação eleitoral, mas a medida foi positiva", considerou. Apesar disso, ele criticou duramente a condução da economia pelo governo do presidente e candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na sua avaliação, o governo petista já cometeu muitos er-
ros, e o País está pagando um preço por isso, citando como exemplo a Volkswagen. Sabatina – O tucano participou na tarde de ontem de sabatina realizada pelo jornal "Folha de S. Paulo". No evento, Serra falou de suas propostas para o Estado, mas também criticou o governo Lula. Ao fazer uma comparação entre o governo petista e o de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Serra disse que FHC enfrentou várias crises externas, enquanto que o governo Lula teve a melhor conjuntura externa dos anos 1930 para cá, e mesmo assim não soube aproveitar para fazer o Brasil crescer. "Não tem paralelo (entre os dois governos), pois o governo Lula não tem competência para bancar uma outra política (econômica)", criticou. Ainda na sabatina, ele previu que a indústria automobilística não deverá sobreviver no Brasil com o atual patamar
CAMPANHA
Serra: governo deve se antecipar aos acontecimentos e não ir atrás.
do câmbio. "O governo existe para enfrentar situações desta natureza e se antecipar. E não para ir atrás dos acontecimentos, como está acontecendo agora", lamentou o tucano. Serra disse também que nunca fez caixa 2 em suas campanhas, e assegurou que seu partido, quando está no governo, tem uma ação mais repu-
blicana que a dos adversários, numa referência direta ao PT. "E digo que se for eleito, os prefeitos de outras siglas não precisarão mudar de partido, pois trato todos igual". O tucano disse ainda que, se for mesmo eleito, pretende estudar a transferência da sede do Executivo estadual paulista para o centro da cidade. (AE)
Paulo Liebert/AE
MERCADANTE: PAÍS VAI SE RECUPERAR.
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O petista apresentou três motivos para o fraco desempenho do PIB. Tuca Melges/AE
Quércia: Fiz 43 hospitais e 643 unidades básicas de saúde. E o Serra?
candidato do PT ao governo de São Paulo, senador Aloizio Mercadante, apresentou três justificativas para a fragilidade do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o petista, dois fatores influenciaram o indicador: a atual situação do câmbio e a elevada taxa de juros. Em relação ao câmbio, em especial, Mercadante afirmou que a apreciação da moeda brasileira tem gerado um superávit comercial e reservas cambiais muito altos. "Mas acho que estamos caminhando para uma taxa de câmbio de equilíbrio", ponderou. Sobre a taxa de juros, Mercadante insistiu que o indicador vem sofrendo reduções constantes nos últimos meses e citou como exemplo o corte de 0,5 ponto percentual na Selic, anunciado anteontem à noite pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. "Estamos com a menor taxa de juros dos últimos 31 anos", destacou o petista. Apesar de reconhecer o impacto que esses dois elementos têm tido sobre o PIB brasileiro, Mercadante insistiu que o governo federal tem avançado para chegar a uma situação de equilíbrio nos dois casos. De acordo com ele, o terceiro fator, desta vez sazonal, que impactou o PIB, foi a realização da
Copa do Mundo de futebol. "Nós tivemos uma quebra de ritmo que foi o período da Copa do Mundo", afirmou Mercadante, acrescentando que, principalmente nos dias de jogos da seleção brasileira, o País enfrentou uma redução generalizada no nível de atividade. "Isso, evidentemente, tem um impacto nas estatísticas." Mesmo assim, o candidato disse que acredita ser possível uma recuperação do PIB até o final deste ano. Segundo ele, contribuem para esta tendência fatores como a melhoria do agronegócio, a manutenção do avanço das exportações e as condições positivas da construção civil, entre outros. Desespero – Em visita a cidade de Araraquara, Mercadante afirmou que o PSDB e o PFL mostram "uma situação de desespero", e sugeriu aos adversários que mudem a estratégia de campanha para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com o candidato, se a atual estratégia dos concorrentes continuar, "seguramente a derrota vai ser ainda maior", disse, em referência ao desempenho de Lula nas pesquisas, que apontam para a reeleição já no 1° turno. "Há um ditado que diz que, quando você cai em um buraco, a melhor forma de sair é parar de cavar" tripudiou Mercadante. (AE)
QUÉRCIA DESAFIA SERRA NA SAÚDE
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candidato do PMDB ao governo de São Paulo, Orestes Quércia, lançou ontem, em Jaú, um desafio ao candidato José Serra, do PSDB. "O Serra diz que, quando foi ministro da Saúde, reformou e construiu 300 hospitais. Ele não fez nenhum. Se alguém me trouxer um hospital que o Serra tenha construído em São Paulo, eu dou um
prêmio", provocou. Quércia admitiu, porém, que o ex-governador Geraldo Alckmin fez até mais hospitais do que ele próprio anuncia em sua campanha. "O Alckmin, em dois governos, fez 22 hospitais. Como é que o Serra fez 100 aqui em São Paulo? Ele não fez nada", afirmou. Em sua campanha à Presidência, Alckmin diz que fez 19 hospitais.
Quércia lançou o desafio ao explicar os motivos que o levam a afirmar, em sua campanha, que em quatro anos de governo no Estado (19871990), fez mais do que o PSDB em 12 anos. "Fiz a metade do metrô de São Paulo. Dupliquei 1.200 quilômetros das grandes rodovias, o PSDB não duplicou nenhum. Construí oito mil quilômetros de
estradas vicinais, o PSDB não fez nem um metro. Fiz 43 hospitais e 643 unidades básicas de saúde", exemplificou. Além de acusar o governo do PSDB de ter desviado recursos que ele deixou por lei para a construção de casas populares, Quércia acusou o tucanato de não ter entrado na guerra fiscal. "São Paulo ficou para trás", alfinetou. (AE)
Por isso, Alckmin está concentrando parte essencial da campanha na região, agora colado em José Serra. Alckmin foi aconselhado a evitar que Lula ganhe no 1º turno, custe o que custar. Mas, segundo as últimas pesquisas, o petista se elegeria no 1º turno se a eleição fosse hoje.
NA TRILHA Também Lula está permanecendo mais tempo em São Paulo. O petista pode se dar ao luxo de se ausentar de outras regiões, como o Nordeste. A pesquisa Datafolha revela que Lula voltou a crescer no Nordeste, indo de 65% de intenção de voto para 70%.
Alcântara (PSDB) de estar apoiando seu adversário, Cid Gomes (PSB) ao governo cearense, o presidente do PSDB Tasso Jereissati tenta virar o jogo no estado em favor de Alckmin. Em tempo: em algumas regiões do estado, Lula chega a ter 70% de índice de intenção de voto.
SUDESTE
EMPATE
Além de São Paulo, Alckmin quer reduzir a vantagem que Lula tem em Minas (13 milhões de eleitores). Alckmin vai grudar em Aécio Neves nas visitas que fizer a Minas. Detalhe: embora vença Lula em São Paulo, Alckmin perderia hoje a eleição para o petista no Sudeste.
Lula e Alckmin continuam equilibrados no Sul do País (cerca de 20 milhões de eleitores). Mas, as últimas pesquisas apontam pequeno crescimento do petista em Santa Catarina, apesar do apoio que o tucano recebe do ex-governador Luiz Henrique (PMDB), candidato à reeleição.
DIFICULDADE O tucano continua enfrentando dificuldade para reverter o quadro eleitoral no Rio (11 milhões de votos). Lula ainda lidera as pesquisas no estado. Falta a Alckmin um palanque forte no Rio para tocar a campanha. Por isso, Alckmin corre atrás do apoio de Sérgio Cabral, candidato do PMDB ao governo Fluminense.
NEUTRALIDADE Líder nas pesquisas, Sérgio Cabral não quer ceder seu palanque nem a Lula nem a Alcmin. Prefere manter a neutralidade. Mas, alguns aliados do PMDB estão apoiando Alckmin no Estado, cooptados pelo deputado Moreira Franco.
CRESCIMENTO Alckmin está confiando nos aliados da região para tocar a campanha no Nordeste. Seu desempenho na região é considerado tímido. Hoje, segundo as pesquisas, o candidato tucano não teria mais do que 15% de votos nordestinos.
OBSTÁCULOS O tucano continua enfrentando problemas no Nordeste, porque está sem o apoio decisivo de candidatos aliados aos governos estaduais, casos, por exemplo, do Ceará e de Pernambuco. O Nordeste tem 33 milhões de eleitores (é o 2º maior colégio eleitoral do País).
ATRITO Apesar de ser acusado pelo governador Lúcio
ATAQUE Apoiada por tucanos e pefelistas, a coordenação de comunicação de campanha do PSDB vai continuar a nova linha de ataques a Lula, na televisão. Tucanos e pefelistas gostaram da reação dos últimos programas com o novo estilo e querem continuar sangrando Lula.
QUEDA O presidente do PFL, Jorge Borhausen e o prefeito do Rio, César Maia advogam a tese de que as pancadas podem provocar queda de Lula nas pesquisas. Maia admite inclusive que Lula só cai se sua imagem for desconstruída.
CASOS O PSDB decidiu levar ao ar, por exemplo, o depoimento de Duda Mendonça na CPI dos Bingos, em que o marqueteiro confessa ter recebido dinheiro do caixa 2 do PT. E mais: dinheiro depositado no exterior. Os tucanos pretendem incluir no programa de tevê depoimento de Marcos Valério, principal agente do mensalão.
EFEITO O comando de campanha petista diz ter recebido o resultado de pesquisa indicando que não houve prejuízo para a campanha de Lula a série de denúncias feitas por um locutor, após o aparecimento de Alckmin na tevê. Segundo o PT, o eleitor não entendeu bem a mensagem do locutor avulso.
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Congresso Planalto Eleições CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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PESQUISAS LEVAM A UM ATAQUE COLETIVO A LULA
Orlando Brito / Divulgação
ALCKMIN TEM FOGO PARA O PALHEIRO? Campanha tucana está mais contundente. Mas parlamentares temem que pode faltar munição.
L Tucano nas ruas em Cuiabá (MT): mais agressivo no conteúdo e com foco na ética para tentar sensibilizar os eleitores. Roosewelt Pinheiro / Agência Senado
CANDIDATOS REAGEM. E VÃO AO ATAQUE. Pesquisas levam a uma reação em cadeia: a ordem é concentrar a artilharia no candidato-presidente.
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resultado das últimas pesquisas eleitorais provocou uma reação coletiva dos principais candidatos da oposição nos programas de ontem no horário obrigatório de propaganda eleitoral na televisão. A corrupção no PT e no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tornou-se a linha condutora das campanhas adversárias – de Geraldo Alckmin (PSDB), da senadora Heloísa Helena (PSol), do senador Cristovam Buarque (PDT) e de José Maria Eymael (PSDC). O tom dos discursos seguiu a linha do pronunciamento feito anteontem no Senado pelo candidato a vice na chapa de Cristovam, senador Jefferson Péres (PDT-AM). Depois de anunciar que abandonará a vida pública daqui a quatro anos, desencantado com o mundo político e com a tolerância dos eleitores com a corrupção, Péres criticou a opinião pública por manifestar, nas pesquisas, apoio majoritário a
Lula, mesmo ciente do que se passou no campo da ética no seu governo. Numa rápida aparição no horário de Cristovam, Péres reforçou o apelo à consciência do telespectador: "Ética é ter vergonha na cara", disse ele. "É isso que falta à maioria dos políticos e aos eleitores que votam nesses políticos." A ex-petista Heloísa Helena foi direta na questão. Ela ressaltou, contudo, não acreditar que os brasileiros possam reeleger Lula sabendo das suas relações com o que chamou de "banditismo político". Helena acusou o presidente de liderar uma campanha eleitoral milionária e de querer "corromper o Brasil". Citação nominal – Alckmin também partiu para o ataque, mas com a ressalva, feita por uma apresentadora, de que os brasileiros "têm raiva da corrupção". Pela primeira vez, um "comercial" da sua campanha relacionou os membros do comando do PT e ex-ministros do governo Lula – José Dirceu, José
Exemplo: Jefferson Péres vira fonte inspiração para a oposição.
Genoino, Luiz Gushiken, Sílvio Pereira, Delúbio Soares e Humberto Costa – à figura do presidente da República. Ao final, uma apresentadora sugere que Lula não poderia ignorar a corrupção que foi comprovada à sua volta. Com base na mudança de clima na campanha na televisão registrada ontem, pode-se dizer que a oposição encontrou um foco do discurso com que pretende "desconstruir" a imagem do presidente Lula. A linha de Alckmin parece se resumir na frase "Lula não merece seu voto", dita por uma apresentadora no final do programa e estampada em letras garrafais nos comerciais de 15 segundos inseridos na grade de programação das emissoras. A senadora do PSol adotou a linha "Não se deixe corromper", e a de Cristovam, dada por Jefferson
Péres, procura desafiar o eleitor com um apelo do tipo "não seja corrupto como eles". A probabilidade da vitória de Lula no primeiro turno, por larga maioria de votos, como indicado pelas pesquisas Sensus e Datafolha, forneceu aos marqueteiros o pretexto para redirecionar as campanhas oposicionistas. E, curiosamente, a linha adotada por todos eles – uma altamente provável coincidência, pois todos concorrem entre si – é a de considerar inacreditável a tendência de consagração do presidente petista e de sugerir ao eleitor que se detenha e pense sobre as conseqüências do seu voto. Segundo marqueteiros de Alckmin, a estratégica de confronto direto foi antecipada e deverá aumentar de tom nos próximos programas. (AE)
evantamento junto a parlamentares tucanos e assessores da campanha do candidato Geraldo Alckmin (PSDBPFL) mostra que os fatos que o partido tem para apimentar os discursos e o horário eleitoral no rádio e na TV são as mesmíssimas denúncias feitas nas CPIs dos Correios, dos Bingos e do Mensalão. Em resumo, o PSDB não tem munição para botar "fogo no palheiro" de Lula, como pediu na terça-feira o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Para piorar a situação, os candidatos aos governos estaduais, aliados de Alckmin, já informaram à cúpula da campanha que seus eleitores não aprovam as críticas pesadas a Lula. Dois exemplos dessa situação paralisante: o tucano Arthur Virgílio, candidato ao governo do Amazonas, e o candidato à reeleição pelo governo da Bahia, Paulo Souto (PFL), relataram que costumam ser brindados com a frase-padrão: "Vou votar no senhor, mas não bata no Lula porque vou votar nele para presidente da República". Os políticos profissionais do PSDB e do PFL avaliam que, a esta altura da campanha, apenas uma denúncia inédita e de grande impacto poderia esquentar o horário eleitoral e criar um clima de polarização entre Lula e Alckmin. Como a coleta de novas denúncias não produziu nada de relevante até agora, restam saídas político-jurídicas, como a que pretende abrir legalmente o sigilo bancário do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto. Na cúpula da campanha, ninguém entende por que até agora ainda não apareceu, por exemplo, o vídeo em que Waldomiro Diniz, ex-assessor da Casa Civil da Presidência da República, é flagrado recebendo R$ 100 mil do bicheiro Carlinhos Cachoeira. "Eu espera-
va que tudo isso fosse aparecer no programa de TV, mas até agora não sei porque pouco mostraram", afirmou um desalentado senador José Jorge (PFL-PE). O estranho é que o espanto parte de ninguém menos do que o senador que é vice de Alckmin. Acreditando que não há muito o que fazer, o candidato Arthur Virgílio, que também é líder do PSDB no Senado, esforçou-se na explicação da estratégia adotada pelo candidato tucano, que gastou um mês da campanha sem confrontar com vigor o presidente Lula no horário político: "Algumas pesquisas têm apontado que a estratégia está correta. Ele estaria sendo avaliado como o mais bem preparado". "Não sabia?" – No ar, Alckmin lembrou os escândalos de corrupção do governo Lula. Ao final do programa, uma apresentadora citou tanto os ministros quanto os líderes do PT denunciados ou envolvidos nos casos do mensalão e dos sanguessugas. Ela questionou: "Tantos ministros do Lula denunciados por corrupção, e Lula não sabia de nada?", para depois afirmar que "Lula não merece seu voto". Alckmin defendeu o combate ao desemprego e a redução de impostos. Ele criticou o governo, afirmando que este "gasta errado e gasta mal". "Em vez de gastar com propaganda, tem que gastar com construção de escolas. Em vez de gastar rios de dinheiro com cargos de confiança, tem que gastar com obras de água encanada, esgoto, casas, que além de tudo dão emprego", disse. O tucano mostrou uma cena de comício no qual afirmou que "o Brasil não vai crescer se não acabar com essa praga da corrupção e do desperdício". Ele prometeu aumentar investimentos em educação, além de citar o "programa nacional de desenvolvimento".(AE)
Monalisa Lins / AE
A candidata do PSol à Presidência, Heloísa Helena, brinca com estátua viva durante campanha feita ontem nas ruas de Guarulhos.
PSOL PREPARA NOCAUTE EM HORÁRIO ELEITORAL
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ma Heloísa Helena totalmente no ataque e com o apoio da militância nas ruas. É essa a tática da coordenação de campanha da candidatura da senadora alagoana nesta reta final da disputa eleitoral. Segundo Martiniano Cavalcante, coordenador do PSol que está à frente deste desafio, a idéia é mostrar que as candidaturas dos dois principais adversários — o petista Luiz Inácio Lula da Silva e o tucano Geraldo Alckmin — são iguais na essência e que ela é diferente. Promessa – "A Heloísa tem soco de Mike Tyson. Até agora ela estava apenas alisando o queixo. Os programas eleitorais serão demolidores. Vão mostrar que
Lula e Alckmin são irmãos siameses, os gringos a serviço da corrupção, dos bancos. Vamos chamar o povo para lutar pela transformação e Heloísa Helena vai chegar no 2º turno, nem que cheguemos sangrando", disse Martiniano. Ontem a candidata fez campanha em Guarulhos (SP), ao lado da militância. Segundo o coordenador, neste último mês os militantes do PSol estarão presentes nos principais espaços públicos passando a mensagem de Heloísa e pedindo apoio. Outro momento de força da campanha será o lançamento do programa de governo, no próximo dia 7. Martiniano diz que ela é hoje a candidata com mais propostas e empatia popular. (AOG)
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Finanças Empresas Imóveis Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
CERCA DE 8 MILHÕES DE M² SÃO LOCÁVEIS NA CIDADE
sexta-feira, sábado e domingo, 1, 2 e 3 de setembro de 2006
Até dezembro, 70 mil metros quadrados serão acrescidos ao estoque corporativo da cidade
Andrea Felizolla/Luz
CRESCE LOCAÇÃO DE ESCRITÓRIOS DE ALTO PADRÃO Segundo estudo da Jones Lang LaSalle, a área ocupada no primeiro semestre deste ano é 2,5 vezes maior do que o espaço alugado por empresas nos primeiros seis meses do ano passado. Regiões como a Vila Olímpia, Marginal Pinheiros e Itaim continuam com boas perspectivas de negócios.
O Estabilidade econômica garante crescimento na locação de imóveis comerciais
Imóveis amplos são facilmente encontrados na zona sul da cidade
mercado imobiliário corporativo de alto padrão continua aquecido na cidade de São Paulo. No primeiro semestre deste ano, de acordo com estudo da consultoria Jones Lang LaSalle, esse setor absorveu 106 mil metros quadrados de espaços locáveis, área 2,5 vezes superior à verificada no primeiro semestre do ano passado. Acompanhando a demanda por espaços para locação, o semestre foi pontuado por lançamentos comerciais. Na comparação com o primeiro semestre de 2005, nos seis primeiros meses deste ano houve crescimento de 4% no estoque comercial de alto padrão da cidade. Ainda assim, segundo o estudo, a taxa de vacância caiu 5,5% na mesma comparação. E bons resultados podem ser projetados para o final do ano, segundo Lilian Feng, coordenadora da área de pesquisa da Jones Lang LaSalle. De acordo com ela, até dezembro é esperado acréscimo de mais 70 mil metros quadrados ao estoque corporativo da cidade e, pelo ritmo de absorção do mercado, Lilian acredita que a vacância será mantida nesse patamar. "A economia está de certa forma estável e vivemos um ano eleitoral, o que, por experiência, nos faz acreditar que nada deve mudar nesse cenário até 2007. Isso dá confiança aos investidores", diz Lilian. A estabilidade da economia também é vista como pilar desse crescimento por Luiz Paulo Pompéia, diretor da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônios (Embraesp). Segundo ele, a solidez da economia aumenta o interesse de empresas estrangeiras no País e elas, em geral, se instalam em São Paulo, em imóveis de alto padrão. Já a recuperação da renda do brasileiro aquece o mercado interno, na avaliação do especialista. Pompéia lembra também que, entre 2001 e 2004, foram feitos vários lançamentos de imóveis comerciais ao mesmo tempo, que agora estão sendo todos ocupados. Berrini – Preços competitivos, imóveis amplos e de padrão elevado fizeram da região da Avenida Luís Carlos Berrini, na zona sul da cidade, o principal foco da demanda por espaços em prédios comerciais. Do total de 106 mil metros quadrados absorvidos no semestre pelo mercado, cerca de 20 mil metros quadrados estavam na via. O preço médio
do metro quadrado útil para locação na avenida é de R$ 53. No local, imóveis classificados como "AA" (veja detalhes dessa classificação em reportagem abaixo) têm o metro quadrado de locação valendo R$ 60. Os imóveis classificados como "A" são encontrados por R$ 45 o metro útil. Esses valores são similares aos encontrados na Vila Olímpia, no Itaim e na região da Avenida Paulista. "Outra vantagem da Berrini é a oferta de espaços grandes e de andares contínuos. Achar imóveis em São Paulo com esse perfil é difícil", explica Lilian, da Jones Lang LaSalle. Outra região que apresentou grande índice de ocupação no primeiro semestre foi a da vizinhança da Marginal Pinheiros, também na zona sul. Do total da área absorvida, cerca de 16 mil metros quadrados estavam no local. Apesar da menor disponibilidade de infra-estrutura de transporte, restaurantes e outros serviços, principalmente no extremo sul da Marginal, os preços mais em conta atraem. O metro útil de locação de imóveis classificados como "AA" é, em média, de R$ 36, enquanto os classificados como "A" são encontrados por R$ 27, segundo o levantamento da Jones Lang LaSalle. Locatários – O perfil dos novos locatários comerciais da cidade no primeiro semestre seguiu a seguinte divisão, segundo o estudo: empresas de serviço representaram 31% das novas ocupações; 19% foram indústrias e 14% empresas do segmento financeiro. Segundo Lilian, em geral, companhias que ocupam imóveis classificados como "A" ou "AA" são aquelas que necessitam receber o cliente em suas dependências. Nessa linha, a executiva cita financeiras, bancos de investimentos e empresas de marketing como alguns dos principais locatários. O estoque atual da cidade em prédios de uso comercial de alto padrão é de 2,6 milhões de metros quadrados, o que representa quase 30% do total do imóveis locáveis da cidade. Para chegar a esse número, no primeiro semestre deste ano foram acrescentados 17 mil metros quadrados em novos empreendimentos corporativos. Como comparação, no primeiro semestre de 2005 o estoque comercial havia sido acrescido de 6,3 mil metros quadrados. O estoque total de locações na cidade é de 8 milhões de metros quadrados.
Cerca de 20 mil metros quadrados de imóveis na Berrini foram ocupados no primeiro semestre
O preço médio do metro quadrado útil para locação na Avenida Luiz Carlos Berrini é de R$ 53
Renato Carbonari Ibelli
O que é um imóvel classe A
P Preços na região da Marginal Pinheiros são mais atrativos para as empresas
ara o mercado imobiliário, os escritórios de alto padrão são classificados basicamente como "AA" ou "A". A classificação dupla é dada para imóveis com área mínima de 800 metros quadrados, pé direito mínimo de 2,7 metros, que possuem piso elevado (o que permite a passagem de fiação sob eles), uma vaga de estacionamento para cada 35 metros quadrados e, necessariamente, têm ar condicionado central como principais itens de qualidade. Já os imóveis classificados
com "A", apesar de continuarem sendo de alto padrão, possuem números mais modestos. Em geral, têm área útil de 500 metros quadrados, pé direito mínimo de 2,6 metros, necessitam ter uma vaga na garagem a cada 40 metros quadrados e não costumam ter piso elevado. Há ainda imóveis classificados como "A" triplo. Embora não muito comuns no País, são aqueles com alta tecnologia de informática e comunicação wireless (sem fio), além de isolamento acústico. (RCI)
Prédios comerciais de padrão A e AA são muito utilizados por bancos e instituições financeiras
Lançamentos antigos estão sendo ocupados
Crescimento do setor será mantido
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 1, 2 e 3 de setembro de 2006
PRIMEIRO SEMESTRE BATE UM NOVO RECORDE DE CARGA TRIBUTÁRIA
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1,2
por cento foi a expansão do PIB brasileiro no primeiro semestre sobre igual período de 2005
Newton Santos/Hype - 17/08/2006
Na primeira metade do ano, a soma dos impostos atingiu 39,41% do PIB Marcos Fernandes/LUZ - 20/04/2005
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carga tributária do primeiro semestre de 2006 bateu mais um recorde histórico: 39,41% do Produto Interno Bruto (PIB). Em comparação com o primeiro semestre do ano passado, que registrou carga de 39,16%, houve um aumento de 0,25 ponto percentual, revertendo a tendência de queda registrada no primeiro trimestre deste ano. Os dados foram levantados pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). "Isso indica que teremos aumento de carga em 2006", afirmou Gilberto Luiz do Amaral, presidente do instituto. "O pior é que o presidente Lula (Luiz Inácio Lula da Silva) reconhece que haverá aumento de impostos no próximo ano e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, já avisou que quer prorrogar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) por mais dez anos." O tributarista adiantou também que, em reunião com o secretário-adjunto da Receita Federal, Ricardo Pinheiro, foi feita uma revelação assustadora. "Ele nos disse que, no que depender dele, em 2007 haverá aumento de carga tributária para os prestadores de serviços." No início deste ano, a Receita tentou impor aumento de 40% da carga tributária sobre o
Amaral: mais impostos em 2006
setor por meio da extinta Medida Provisória n° 232. O estudo do IBPT revela ainda que em relação ao semestre anterior houve crescimento real (atualização pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo IPCA) da arrecadação tributária de 5,04% – somados os tributos federais, estaduais e municipais –, o que corresponde a R$ 18,85 bilhões mais. Os tributos arrecadados pela Receita Federal equivalem a crescimento real de 3,02% (R$ 5,62 bilhões); pelas Fazendas estaduais, de 5,1% (R$ 5 bilhões); e pelas secretarias de finanças municipais, de 5,94% (R$ 1,14 bilhão). O restante é compreendido pelas contribuições arrecadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS), que registraram elevação real de 10,02% (R$ 5,47 bilhões) e pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), de 10,01% (R$ 1,62 bilhão). Com base nesses dados o IBPT concluiu que, no primeiro semestre, os tributos federais totalizaram R$ 269,52 bilhões (69% do total), os estaduais alcançaram R$ 102,96 bilhões (26%), e os municipais, R$ 20,3 bilhões (5%). Bolso – Neste ano, o bolso do brasileiro deverá ficar mais vazio por conta da carga tributária brasileira. O IBPT concluiu que cada brasileiro pagou, no primeiro semestre, R$ 175,53 a mais de tributos do que no mesmo período do ano passado. O instituto estima que cada brasileiro deverá pagar um valor total de R$ 4.380,00 de tributos em 2006. Em 2005, este valor foi de R$ 3.987,46. O levantamento revela que em média são arrecadados, em 2006, cerca de R$ 25,11 mil por segundo, R$ 1,5 milhão por minuto, R$ R$ 90,41 milhões por hora e R$ 21,17 bilhões por dia. Segundo Amaral, no próximo sábado, o Impostômetro – taxímetro de impostos da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) elaborado pelo IBPT – deve alcançar o marco de R$ 550 bilhões arrecadados pelas esferas federal, estaduais e municipais. Laura Ignacio
Governo mantém meta de 4%
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s variações de crescimento da economia são normais, e o governo continua trabalhando com a perspectiva de que o País vai crescer 4% neste ano. A avaliação foi feita pelo ministro da Secretaria Geral da Presidência, Luiz Dulci, ao comentar o crescimento de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre. "A meta pode ser cumprida. Há trimestres mais fortes, o que acontece sempre. Continuamos trabalhando com a perspectiva de
expansão de 4%, com a menor inflação da história do País." A opinião é compartilhada pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que reafirmou que mantém a previsão de crescimento entre 4% e 4,5%. De acordo com o ministro, o resultado divulgado ontem pelo IBGE foi fruto de fatores "sazonais". Ele aposta que no terceiro e quarto trimestres o desempenho será melhor. Já o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Tarso Genro, disse que o resultado é
sazonal e será recuperado nos dois próximos trimestres. "Não há sobressalto no governo em relação a essa questão. A queda da taxa de juros em 0,5 ponto percentual e o crescimento do emprego da construção civil em 6,1% no semestre dão credibilidade para o cenário de crescimento com sustentabilidade", afirmou. Genro disse ainda que o País saiu de situação de gravíssima crise econômica e que era necessário, primeiro, recuperar a estabilidade. (Agências)
Brasil caminha para a estagnação
O
Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), em relatório divulgado ontem, disse que o "sobe e desce industrial mostra-se extremamente curto" e ressalta que os dados do Produto Interno Bruto (PIB), de alta de só 0,5% no primeiro semestre sobre os seis primeiros meses do ano confirmam a estagnação industrial. Para o diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da
Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre foi "dentro do esperado, mas frustrante". Em sua opinião, os dados de produção industrial e varejo, divulgados há alguns meses, já indicavam que o PIB não passaria de 1% no período. Não por outro motivo, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e o Centro
das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) revisaram as projeções do PIB global e do PIB industrial. Segundo as duas entidades, o crescimento de 2,2% do PIB no primeiro semestre foi "medíocre e aquém das previsões mais pessimistas". A Fiesp projeta PIB global entre 2,5% e 3%, enquanto a previsão anterior era de 3,5%. O Ciesp rebaixou a projeção do PIB global para 3%, contra 4% anteriormente. (Agências)
Famílias gastam mais: consumo interno ajudou para que o crescimento não fosse ainda menor no período
PIB cresce só 0,5% no segundo trimestre
O
r i t m o d e c re s c imento da economia caiu drasticamente no segundo trimestre do ano, com a elevação marginal de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas do País) em relação ao primeiro trimestre. É menos da metade do crescimento de 1,3% de janeiro a março. O acumulado em quatro trimestres não chega a 2%. "Se o ano acabasse agora, o PIB teria crescido 1,7%", explicou Rebeca Palis, gerente de Contas Trimestrais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao segundo trimestre do ano passado, o saldo também foi fraco: aumento de 1,2%. Rebeca ressaltou que o resultado do segundo trimestre "foi basicamente alavancado pela demanda doméstica". O consumo das famílias aumentou 1,2%, na comparação com o primeiro trimestre. Foi o que garantiu a taxa levemente positiva do desempenho econômico de abril a junho. Em relação ao segundo trimestre de 2005, o consumo familiar cresceu 4%. Foi a 11ª elevação consecutiva nesse tipo de comparação. O saldo das operações de crédito para pessoas físicas, que já havia registrado aumento de 35,2% no primeiro trimestre, voltou a crescer fortemente no segundo em termos nominais: 31,8%. Em contrapartida, os dados confirmaram a queda da produção industrial (0,3% em relação ao primeiro trimestre) e revelou uma sucessão de taxas negativas relevantes nesse tipo de comparação: -2,2% no investimento (Formação Bruta de Capital Fixo - FBCF), -5,1% na exportação de bens e serviços e de -0,1% nas importações. Os resultados positivos foram decimais: 0,8% na agropecuária; 0,6% nos serviços e 0,8% no consumo do governo. Para essa comparação, os técnicos fazem a chamada dessazonalização, ou seja, eliminam estatisticamente características específicas de cada período que possam mascarar o saldo final. A curva de tendência, que traz a taxa anualizada, mostra de forma clara a desaceleração econômica nacional. "Estamos vivendo uma tendência de queda. Em alguma hora a curva vai virar. A gente não sabe é quando", comentou Rebeca, analisando os números que ilustram a taxa acumulada de quatro trimestres contra os quatro anteriores. Longe dos Brics – O fraco desempenho do PIB brasileiro no primeiro semestre afasta ainda mais a performance do Brasil em relação aos demais
4 por cento foi o crescimento do consumo das famílias no primeiro semestre – resultado que ajudou na pequena alta do PIB integrantes do grupo que ficou conhecido como Bric e que também inclui, pela ordem da sigla, Rússia, Índia e China. Comparado a outros países da América Latina, caso o Brasil cresça perto de 3% neste ano, como já se especula no mercado, será o penúltimo de um grupo de 18 nações que tiveram o desempenho estimado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para 2006.
O País, que empresta a primeira letra do nome do Bric, está jogando para baixo a média de crescimento do grupo. Entre 2001 e 2005, os quatro países cresceram 6,1% em média ao ano, taxa que sobe para 7,3% excluindo os resultados brasileiros, conforme levantamento da Austing Rating. Os dados do primeiro semestre do ano e as projeções feitas pelo FMI indicam que isso deverá se repetir neste ano. Laterna – Enquanto o Brasil registrou avanço de 2,2% no PIB no primeiro semestre, a economia chinesa avançou 10,9%. Levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet) mostra estimativas para crescimento do PIB da Índia em 8,4% e da Rússia, 6% no semestre. Nas projeções do FMI para o ano, os demais integrantes do grupo também deverão avançar. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.ECONOMIA/LEGAIS
Orçamento chega ao Congresso sem redução do gasto corrente
O
governo deixou fora do projeto de lei orçamentária para 2007 um dispositivo de redução de 0,1 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) nos gastos correntes, como estava indicado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). "Fizemos um Orçamento equilibrado que acreditamos que atende às necessidades do País. Fizemos um esforço mui-
to grande para segurar as despesas correntes e colocar um volume de recursos para investimentos", disse o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Segundo ele, o governo não conseguiu fazer um cálculo para reduzir os gastos correntes no ano que vem porque ainda há créditos pendentes no Congresso, referentes ao orçamento deste ano. A proposta orçamentária
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entregue ontem ao Congresso prevê que a Previdência tenha déficit de R$ 46,4 bilhões, superior ao de R$ 41 bilhões estimado para este ano. O governo atribui a cifra ao aumento do número de beneficiários do INSS e à elevação do salário mínimo de R$ 350 reais para R$ 375. Os gastos com servidores públicos federais deverão ser de R$ 117,9 bilhões no ano que vem, aumento nominal de
R$ 11,2 bilhões sobre 2006. A proposta indica ainda que o setor público consolidado terá em 2007 déficit nominal de 2,72% do Produto Interno Bruto (PIB), ou R$ 62,5 bilhões. Na composição do superávit primário em 2007, de 4,25% do PIB, o governo federal deverá corresponder a 3,15 pontos percentuais. O 1,1 ponto restante será obtido por estados e municípios. (Reuters)
ATAS
DECLARAÇÕES DE PROPÓSITOS
CONVOCAÇÃO
EDITAL
Prefeitura do Município de São Pedro
COMUNICADOS
PIC 8 MODAS LTDA - EPP, CNPJ 68.121.540/0001-67, IE n.° 113.687.687.113, comunica o extravio das Notas Fiscais modelo 01 do número 451 a 500 em branco. 30-31/08 e 01/09
Aviso de Abertura de Licitação Objeto: Fornecimento de uma máquina retroescavadeira com pá carregadeira. Modalidade: Tomada de Preço nº 023/2006. Processo: nº 1392/2006. Encerramento: dia 20 de setembro de 2006, às 11:00 horas. Abertura: às 14:00 horas do mesmo dia. O edital completo poderá ser retirado no Departamento de Compras e Licitações, à Rua Valentim Amaral, nº 748, Centro, São Pedro/SP. Outras informações pelo telefone 0xx-19-3481-9208. Obs: Não serão enviados edital por via Postal ou fac-símile. São Pedro, 31 de agosto de 2006. Eduardo Speranza Modesto - Prefeito Municipal. Objeto: Materiais Odonto-Médico-Hospitalares. Modalidade: Tomada de Preço nº 022/2006. Processo: nº 1361/2006. Encerramento: dia 20 de setembro de 2006, às 11:00 horas. Abertura: às 15:00 horas do mesmo dia. O edital completo poderá ser retirado no Departamento de Compras e Licitações, à Rua Valentim Amaral, nº 748, Centro, São Pedro/SP. Outras informações pelo telefone 0xx-19-3481-9208. Obs: Não serão enviados editais por via Postal ou fac-símile. São Pedro, 31 de agosto de 2006. Eduardo Speranza Modesto - Prefeito Municipal. Vicente Francisco Gil - Assessor de Licitações - Respondendo pelo departamento de Compras e Licitações.
COMUNICADO
BALANÇO ESCOLA ESP. PARA EDUC. EXCEPCIONAIS “4-E”
CNPJ (MF) 62.063.060/0001-00 BALANÇO PATRIMONIAL ENCERRADO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 Passivo Ativo Ativo Circulante Passivo Circulante Exigível a Curto Prazo Disponível Caixa Geral 15.534,33 Imp., Taxas e Contrib. a Recolher 7.918,33 Bancos Contas Movimento 4.637,22 Sal. e Direitos Trabalhistas a Pagar 30.218,13 Aplicações Financeiras Curto Prazo 3.963,53 Contas a Pagar 3.277,17 41.413,63 Total Disponível 24.135,08 Exigível a Curto Prazo Realizável a Curto Prazo Passivo Circulante 41.413,63 Impostos a Recuperar 5.419,05 Patrimônio Líquido Realizável a Curto Prazo 5.419,05 Resultados Acumulados Ativo Circulante 29.554,13 Resultados Acumulados 260.540,46 Resultados Acumulados 260.540,46 Ativo Permanente Imobilizado Patrimônio Líquido 260.540,46 Imobilizações Administrativas 435.455,48 Imobilizado 435.455,48 Depreciações Imobilizado Técnico Depreciação Acum. Imobilizado (163.055,52) Depreciações Imobil. Técnico (163.055,52) Ativo Permanente 272.399,96 301.954,09 Total do Ativo 301.954,09 Total do Passivo e do Patrim. Líq. Demonstração de Resultado Acumulado em dezembro de 2005 Despesas Financeiras 2.510,85 Receitas Taxas e Contribuições 2.371,75 Receitas Financeiras -283,83 392.121,81 Outras Receitas -390.825,93 Despesas 392.121,81 Receitas -391.109,76 Custo Operacional Déficit Operacional 1.012,05 Receita Líquida -391.109,76 Déficit Líquido do Período 1.012,05 Despesas Contribuição Social Despesas c/ Pessoal 298.888,49 Provisão p/ Imposto de Renda Despesas de Comunicação 1.809,04 1.012,05 Despesas Administrativas 86.541,68 Déficit Líquido do Período Reconhecemos a exatidão do presente Balanço Patrimonial, somando seu Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido R$ 301.954,09. São Paulo, 31 de dezembro de 2005. Sérgio Quintella Martins - Presidente Juraci José Pereira - Contador CPF: 10.683.848-24 1SP179876/0-5
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: PREGÃO PRESENCIAL Nº 36/1205/06/05 OBJETO: AQUISIÇÃO DE MOBILIÁRIO BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO – BID CONTRATO DE EMPRÉSTIMO Nº 1225/OC-BR A Pregoeira da Fundação para o Desenvolvimento da Educação - FDE, designada pela Portaria nº 028/04, de 22/09/2004, torna público para o conhecimento de quem possa interessar que às 09:30 horas do dia 18/09/2006, no Auditório da FDE à Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121-900 – São Paulo/SP, estará reunida para recebimento dos envelopes 1 (Proposta) e 2 (Habilitação) relativos ao Pregão nº 36/1205/06/05, tipo menor preço por item cujo objeto é a aquisição de 416 (quatrocentas e dezesseis) mesas de informática – ME-18 e 441 (quatrocentas e quarenta e uma) cadeiras giratórias – CD-04; Convênio n° 0177/2000- PROMED, que será regido pelas Normas do Banco Interamericano de Desenvolvimento BID, Lei nº 10.520, de 17/07/2002, e demais legislação correlata, aplicando-se subsidiariamente, no que couber, a Lei 8.666, de 21/06/93, com suas alterações, tendo como fonte de recursos o Contrato de Empréstimo nº 1225/OC-BR – MEC/ BID. O certame está aberto aos licitantes originários de países membros do BID, sendo que os interessados poderão examinar ou adquirir o Edital no endereço acima mencionado, a partir de 01/09/2006, de segunda a sexta-feira, no horário das 8:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br.
Quer falar com 26.000 empresários de uma só vez?
FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 31 de agosto de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:
Requerente: RDG Tecnologia e Ativos e Fomento Mercantil Ltda. Requerida: Tendas da Cores Ltda. - ME - Rua dos Caetés, 489 1ª Vara de Falências Requerente: Uniserv União de Serviços Ltda. - Requerida: D Minelli Indústria de Máquinas e Plásticos Ltda. - Rua Anízio Moreira, 31 2ª Vara de Falências
Publicidade Comercial 3244-3344 Publicidade Legal 3244-3643
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Começa hoje a Zona Azul digital
Com as câmeras vai ficar muito difícil trabalhar. A GCM está em todas as esquinas, fazendo apreensões. Carlos Souza, camelô
Camelôs migram para a Paulista Pressionados pelas câmeras da Guarda Civil Metropolitana, camelôs da ladeira Porto Geral começam a migrar para a avenida Paulista, praça da República e rua 15 de Novembro. Representante de ambulantes foi preso por provocar a GCM e pregar a tomada da rua 25 de Março. Milton Mansilha/Luz
Flávia Gianini
A
Rejane Tamoto
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o m e ç a h o j e a c obrança eletrônica por estacionamento em Zona Azul na região da praça da República, no Centro da cidade. A tecnologia acaba com o uso dos formulários de papel e o motorista poderá comprar horas de estacionamento em 19 estabelecimentos comerciais credenciados e em um posto móvel da Rede Ponto Certo, distribuídos na região. Ao comprar as horas, o motorista deverá informar o tempo de parada, além dos números da placa do veículo e do telefone celular. A tarifa por hora continuará sendo a mesma praticada na cidade: R$ 1,80. Os dados serão encaminhados via computador ao sistema da Companhia de E n g e n h a r i a d e Tr á f e g o (CET). A fiscalização será feita por técnicos da CET que, munidos de palmtops, verificarão pelo número de placa se o automóvel possui créditos. Celul ar - O motorista também poderá controlar o tempo de estacionamento na Zona Azul pelo telefone celular. O sistema permite a aquisição de horas extras que podem ser ativadas ou bloqueadas por mensagem de texto transmitida pelo telefone celular. O motorista também poderá transferir o credito eletrônico para outro veículo. A Rede Ponto Certo – empresa que também operacionaliza a venda de créditos do Bilhete Único – desenvolveu a tecnologia de Zona Azul digital. A região da praça da República contará com 365 vagas e será a segunda da cidade a receber o sistema, que está em operação na praça Charles Miller, no Pacaembu, desde o dia 27 março. Na praça existem 605 vagas. De acordo com informações da Rede Ponto Certo, o sistema é mais cômodo para o motorista, que não precisará adquirir e preencher mais talonários e nem retornar ao carro para renová-los. Os créditos de horas só poderão ser comprados em postos credenciados, que também podem prestar serviços de recarga para telefonia e pagamento de contas. Minutos - Para o município, o sistema promete o fim de falsificação e reutilização de talonários e é de custo menor em relação aos parquímetros. A venda de créditos por hora de estacionamento na Zona Azul eletronicamente também facilita uma eventual mudança da cobrança, que poderá, no futuro, ser feita tendo os minutos por base. Isso pode ocorrer caso o projeto de lei (PL) 283/99 que fraciona em minutos a cobrança dos estacionamentos na cidade e não mais em horas cheias - seja sancionado pelo prefeito Gilberto Kassab. O PL, de autoria do vereador João Antonio (PT), foi aprovado em segunda e definitiva votação na Câmara Municipal, no dia 2 de agosto. De acordo com o texto, os proprietários de estacionamentos serão obrigados a cobrar por minuto (e não mais por hora) após um período mínimo de um quarto de hora (15 minutos).
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Na rua 25 de Março, camelôs ilegais fogem da fiscalização da Prefeitura. Próximo endereço: avenida Paulista Milton Mansilha/Luz
Milton Mansilha/Luz
Chico do Beco: ambulante foi detido por provocar a GCM Milton Mansilha/Luz
Carro de som apreendido pela Guarda Civil Metropolitana Andrea Felizolla/Luz - 09/08/2006
Olho vivo: centro de controle das câmeras da GCM
MATRÍCULA Começa hoje e vai até o dia 29 a matrícula antecipada na rede pública.
Ó RBITA
Câmera da GCM recém-instalada na rua 25 de Março
MAIS LUZ Subprefeitura da Casa Verde e Ilume iniciaram mudança de iluminação na região.
QUEBRA DE SIGILO NO ORKUT Google Brasil Internet tornar disponíveis os dados A Ltda. será obrigada a dos usuários que praticam fornecer os dados de perfis de crimes contra os direitos usuários do site de relacionamentos Orkut, que contém informações consideradas indispensáveis à identificação de pessoas que hoje são objeto de investigação. A empresa deve cumprir as ordens judiciais e entregar os dados em até 15 dias. Se não for cumprida, a pena prevista é de multa diária de R$ 50 mil para cada decisão judicial não atendida. Ontem, o juiz federal da 17ª Vara Cível, José Marcos Lunardelli, deferiu o pedido do Ministério Público Federal (MPF) que obriga a Google a
humanos, como pornografia infantil e racismo. O MPF alega que, mesmo quando o braço brasileiro da empresa cumpre as ordens de quebra de sigilo, fornece os dados de maneira incompleta, o que impossibilita a identificação dos criminosos. Por sua vez, a empresa Google alega que todos os dados do Orkut estão hospedados em servidores dos Estados Unidos, gerenciados pela empresa Google Inc., aos quais a Google do Brasil não tem acesso. (AE)
avenida Paulista, a praça da República e uma já superlotada rua 15 de Novembro parecem ser os novos destinos dos camelôs que fogem das câmeras instaladas pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) na ladeira Porto Geral e na 25 de Março. Espantados pela vigilância constante e pela presença de fiscais da Prefeitura, ambulantes ilegais tentam driblar as lentes migrando para outros pontos da cidade. A ambulante Rosângela Diniz disse que há uma semana deixou de vender seus produtos na ladeira e que passou a circular pela 25 de Março. Mas não se sente segura. Por isso, pensa em subir em direção à 15 de Novembro. "Lá tem câmera, mas não tem espaço para a circulação de veículos. Com os pedestres circulando em todas as direções, fica mais difícil a GCM chegar sem aviso e apreender a mercadoria", disse Alguns camelôs já admitem que o cerco está cada vez mais apertado e já pensam em abandonar a atividade. "Com as câmeras vai ficar muito difícil trabalhar. A GCM está em todas as esquinas, fazendo apreensões constantes há mais de 15 dias", disse Carlos Souza, ambulante no Centro de São Paulo há cinco anos. O vendedor trabalhava como montador de móveis das Casas Bahia quando foi demitido. Agora, planeja voltar para formalidade. "Fiz uma entrevista na semana passada e parece que vou ser chamando", comemora Souza. Há cinco anos vendendo artesanato sem autorização na ladeira Porto Geral, Luiza Silva disse que pensa em deixar São Paulo. "Vou para outra cidade. O Brasil é muito grande", disse. Muitos camelôs estudam novas estratégias para continuar nas ruas. "Vou trabalhar na feirinha da madrugada, entre 4h e 9h da manhã, quando a Guarda ainda não está nas ruas e o movimento de sacoleiros é bom", afirmou Ronaldo Fernando Lima. A "feira" (que acontece no bairro do Brás e na 25 de Março), atrai sacoleiros de todo o País e se apresenta como alternativa por boa parte dos camelôs assustados pelas câmeras. "Eles (os sacoleiros) descem dos ônibus alugados quando ainda está escuro e compram em grande quantidade para revender", disse Nilton Silva, avaliando o risco de permanecer nas ruas com o aperto da vigilância. Ele garante que se não ganhar o suficiente para viver, vai bater de porta em porta. "Vou vender minhas bolsas como quando comecei, há quase 20 anos", finalizou. Protesto – Inconformados com a fiscalização da Prefeitura, alguns camelôs ensaiaram ontem um protesto pelas ruas do Centro. Em um carro de som alugado, o ambulante conhecido como Chico do Beco, conclamava os ambulantes a parar de trabalhar. Mas a manifestação, com distribuição de panfletos, durou poucas horas. No meio da tarde, Chico do Beco foi preso e algemado por agentes da Guarda Civil Metropolitana. O delegado-titular da 1ª Distrito Policial, Luiz Carlos Santana, informou que o representante dos ambulantes foi detido por desacato e calúnia. Policiais presentes durante a detenção declararam que Beco usou palavras abusivas, incitando a população contra as tropas e provocando a GCM. Chico do Beco disse que estava apenas tentando sensibilizar os colegas de profissão para a necessidade de se organizarem. "Estávamos convidando os companheiros da região central a comparecer a uma reunião na qual vamos oficializar a criação da Associação Paulistana dos Camelôs", disse Chico do Beco na delegacia.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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LAZER - 3
DANÇA Movimentos poéticos e poderosos sobre a mortalidade. E uma ninfa no fundo d'água. Fotos: Warner Bros/Divulgação
A mulher da água é uma ninfa cuja presença faz curar gagueira
CINEMA
Afoguem os fantasmas! Geraldo Mayrink
S
INQUIETO E PROVOCADOR, COREÓGRAFO MANIFESTA SUA GENIALIDADE EM PASSOS DE DANÇA E REFLETE O RITMO DA VIDA NO PALCO
Di
vu
lga
çã
o
Rita Alves
abe que tem um jacaré que se esconde debaixo da sua cama? Muitos dos medos infantis começam com perguntas assim e geram infinitas histórias como a que se conta em A Dama na Água, na qual a questão é ligeiramente modificada. "Sabia que tem alguém que mora embaixo da nossa piscina?", costuma perguntar o diretor M .Night Shyamalan a suas filhas. É assim que ele vem fazendo seus filmes e não se sabe que terrores provocou em suas meninas com o melhor deles e grande sucesso de público, O Sexto S entido, mas também em Corpo Fechado e A Vila, num total de sete até agora. Shyamalan, americano de origem indiana, ia ser médico, como seu pai, sua mãe e doze outros parentes, mas depois que viu Tubarão e Contatos Imediatos do Terceiro Grau, de Steven Spielberg., matriculou-se num curso de cinema e artes. Sua família, portanto, deve saber o bem e o mal que anda fazendo nas telas. Ele gosta de se intitular um fabulista, um homem que conta histórias, mas precisa de muito pouco enredo para criar filmes de suspense e fantasmas, requintados e muito bem tramados. Não havia quase história, mas um clima de arrepiar, em O Sexto Sentido, como também não há em A Dama na Água, de título enganoso, pois toda a água se reduz justamente a uma modesta piscina. É dela que cuida o trabalhador gago de um condomínio de gente pobre, Cleveland (Paul Giamatti, de Sideways –Entre umas e Outras), ex-médico que decidiu trocar de profissão e de vida. Ele descobre que há uma pessoa se escondendo na piscina e na presença dela livra-se da gagueira. É uma linda moça de nome sugestivo, Story (História, Bryce Dallas Howard), que veio da "Terra Azul", e é uma "narf", personagem de história de ninar parecida com
uma ninfa. Ela é perseguida pelo venenoso "Scrunt", criatura maligna que lembra o cruzamento de um cachorro bravo e uma hiena, e que por vez é atacado pelo ainda pior "Tarturic", que são três e parecidos com macacos, disfarçam-se assumindo a forma de árvores e têm índole tão ruim que mataram os pais na noite em que nasceram. Para piorar, são os guardiões da lei e da ordem no "Mundo Azul". Há ainda uma águia gigante, em fase de extinção, que transporta os "narfs" para cá e os levam de volta ao "Mundo Azul". Entre os terrestres que moram no condomínio há uma jovem coreana espevitada e sua mãe mal humorada, um rapaz que faz musculação num só braço, e um crítico de cinema pedante que acha "improvável" tudo aquilo e é atacado por um "Scrunt". Há ecos de muitas fantasias da tela de O Mágico de Oz a E T, porque Shyamalan, como seu bruxo inspirador Spielberg, acredita mesmo nessas coisas. "O problema conosco quando crescemos é que esquecemos que tudo é possível", diz. "Por isso, as coisas que antes eram possíveis precisam se tornar histórias. E depois ficamos tão céticos quanto a estas histórias infantis que elas temque se tornar histórias infantis. Assim, as coisas que antes eram reais estão agora fantasiadas de histórias para crianças". Não deixa de ser uma idéia a mais no rico baú da pedagogia infantil. Infelizmente, as histórias contadas no filme são muito infantis no mau sentido. Faltaram ao diretor-roteirista inspiração e o toque de encantamento capazes de tornar a criatividade dos petizes em algo mais que a enumeração de bichos esquisitos em contato com gente também esquisita. A propósito, não há nenhuma criança em cena e talvez por isto o famoso sexto sentido desta vez bateu asas e voou das mãos de Shyamalan.
A Dama na Água (Lady in the Water, EUA, 2006, 110 minutos). Dirigido por M. Night Shyamalan. Warner Bros.
FOCO POLÍTICO Divulgação
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Teatro Municipal recebe hoje e amanhã a Bjorn Amelan. Desde 1993, ele é companheiro do dançanova montagem da turnê do norte-america- rino, tanto na vida quanto na criação. Jones também é o resno Bill T. Jones. No espetáculo Another Eve- ponsável pelas aparições do grupo de heavy metal que fica ning: I bow Down o coreógrafo não sobe so- instalado no fundo do palco. É ele que comanda quando os zinho ao palco. Para acompanhar os passos e poses do ar- músicos devem surgir em cena. Para o coreógrafo, a inquietação social, os conflitos retista estão dez bailarinos de sua companhia, a Arnie Zane Dance Company, e mais um ator convidado. Na performan- ligiosos e os desastres naturais são fatos que atingem a ce, o público aprecia a beleza da dança do grupo ao som de todos e colocam a juventude diante de um futuro incercomposições que unem violoncelo, piano e laptop. A trilha, to, repleto de mensagens confusas vindas de todas as criada por Daniel Bernard Roumain, é executada ao vivo pe- partes. "Se formos muito bons ou muito afortunados, pola banda de heavy metal Regain the Heart Condemned, deremos desempenhar todos os papéis", sugere o artista no texto do espetáculo. nascida no bairro nova-iorquino do Bronx. Jones estudou balé clássico e dança moderna na UniverNessa nova turnê, as experiências pessoais do coreógrafo serviram de inspiração para a escolha do tema. Além sidade Estadual de Nova Iorque (SUNY). Antes de formar a companhia atual, coreodisso, Jones utilizou-se Divulgação grafou e interpretou dide muitos eventos históversos espetáculos interricos para poder retratar nacionais. Atualmente, o no palco a capacidade dançarino de 54 anos de de recuperação do espícorpo musculoso e posrito humano frente ao tura perfeita, divide seu desastre. A Arca de Noé, tempo entre a sua própassagens bíblicas e a pria companhia e outras tragédia do Titanic são de balé e dança moderna, alguns dos episódios seonde participa como colecionados. A tragédia reógrafo convidado. provocada pelo furacão O fundador do grupo Katrina nos Estados Unifoi Arnie Zane, morto em dos também não ficou Arnie Zane Dance Company: ousadia e verve política 1991 em decorrência da de fora. Alguns depoiAids. A companhia nasceu há 24 anos, mas durante onze houmentos de vítimas do furacão estão na trilha sonora. Outro episódio histórico que marcou a trajetória do gru- ve intensa colaboração entre Bill T. Jones e Arnie Zane. Em po foi o atentado terrorista de 11 de setembro de 2001. A 1982, o espetáculo Intuitive Momentum trouxe reconheciestréia de Another Evening: I bow Down estava agendada mento internacional ao grupo. Atualmente, a companhia já para 12 de setembro do mesmo ano, em um palco instalado superou a marca de 140 trabalhos, apresentados em 30 paíno World Trade Center. No Brasil, a última apresentação da ses como Austrália, Israel, Japão, México e África do Sul. No companhia ocorreu em 2002. Dessa vez, a nova montagem Brasil, a turnê já passou pelo Rio de Janeiro e Brasília e encerra chega ao País depois de passar por uma bem-sucedida a temporada em ritmo paulistano, no palco do Municipal. temporada nos Estados Unidos, no Skirball Theatre de Nova York. Os palcos da Alemanha e França também já receTeatro Municipal. Praça Ramos de Azevedo, s/nº, beram a mescla de teatro e dança da companhia. Anhangabaú. Tel.: (11) 3222-8698. Sexta (1ª) e A criação do cenário minimalista ficou por conta de sábado (2), às 21h. Ingressos: R$ 10 a R$ 120.
omeça nesta sexta (1º) e vai até o dia 6 (quarta) a mostra O Cinema que Reinventa a Política, organizado por Jean-Michel Frodon, diretor de redação da revista francesa Cahiers du Cinema. Estão programados clássicos do gênero; entre eles, A Comédia do Poder (2005), de Claude Chabrol, às 21h40 desta sexta (1º) e Amantes Constantes (foto), de 2004, dirigido por Philipe Garrel: sessão às 23h30. Reserva Cultural. Avenida Paulista,900. Telefone: 3287-3529. R$ 16. (Quem quiser assistir a todos os filmes pode comprar o passaporte por R$ 48.)
sexta-feira, sábado e domingo, 1, 2 e 3 de setembro de 2006
Empresas Tr i b u t o s Nacional Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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17% DAS COMPRAS SÃO PAGAS COM PRIVATE LABEL
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por cento é a estimativa de crescimento real do setor de supermercados para 2006
VAREJO SUPERMERCADISTA TEVE ALTA DE 4,63% NO MÊS DE JULHO, MAS QUEDA NO 1º SEMESTRE FOI DE 2,83%
SUPERMERCADOS CRESCEM POUCO Milton Mansilha/LUZ
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om um dia a mais no mês e a intensificação das promoções por parte das grandes redes de supermercados, o setor registrou crescimento de 4,63% nas vendas em julho em relação ao mês anterior. Apesar dessa estratégia e do aumento das vendas, puxadas pelo avanço da opção por itens mais baratos por parte da população de classe média, houve queda real de 2,83% no acumulado desde o início do ano. Com isso, a perspectiva é de que o setor termine 2006 com avanço de apenas 1% nas vendas. O f a t u r amento dos sup e r m e rc a d o s em todo o País totalizaram R$ 58 bilhões no primeiro semestre deste ano contra R$ 108 bilhões em todo o ano de 2005. Esses resultados foram divulgados ontem pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). De acordo com o presidente da entidade, João Carlos Oliveira, esse comportamento dos consumidores deve continuar "enquanto o poder aquisitivo da classe média continuar caindo", afirmou. O Índice Nacional de Volume, que avalia o volume total
vendido pelos supermercados em todo o País, apresentou elevação de 4,2% no primeiro semestre deste ano. Oliveira atribui o descompasso entre o volume vendido e os resultados no faturamento a essa queda no poder aquisitivo dos salários. Por isso, ele aposta na intensificação das promoções por parte dos supermercados. Diante desse quadro, e da divulgação do avanço de apenas 0,5% no Produto Interno Bruto ( P I B ) n o s eg u n d o t r imestre do ano em relaç ã o a o p r imeiro, o presidente da Abras acredita que, se os preços dos alimentos continuarem a cair, será difícil uma recuperação expressiva do setor ainda neste ano. Todo esse contexto teve impacto no indicador da entidade do setor supermercadista, o índice AbrasMercado. Ele é composto por uma cesta de 35 produtos de largo consumo como alimentos, itens de higiene, beleza e limpeza doméstica. Em julho ela totalizou R$ 187,78, com retração de 1,12% diante do mês anterior e queda de 5,16% de janeiro a julho. Paula Cunha
Varejo Total deve movimentar R$ 25 bi
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Consumidor de classe média optou por itens mais baratos
Setor quer reduzir prazo de reembolsos de cartões
E
m mais uma estratégia para aumentar as vendas e o giro de capital nas lojas, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) pretende iniciar negociações com as principais bandeiras de cartão de crédito para reduzir os prazos de reembolso das compras com essa modalidade de pagamento. Segundo o presidente da Abras, João Carlos Oliveira, a entidade procurará as bandeiras American Express, Visa e Credicard para negociar o prazo de reembolso das compras com o dinheiro plástico, que hoje é de 30 dias. Em outros
países latino-americanos como Chile, Colômbia e Venezuela, o prazo é de apenas 24 horas. "Acredito que essa diferença tão significativa ocorre porque ainda há uma cultura inflacionária no Brasil, já que as operadoras lucram mais com prazos maiores. Além disso, o brasileiro utiliza menos o cartão de crédito em comparação com outros consumidores latino-americanos", disse. As compras com cartões representam cerca de 19,4% das vendas nos supermercados. Já as aquisições com cartão próprio dessas redes atingem 17% das transações. (PC)
rescer para gerar mais negócios. Essa é a estratégia adotada para a feira realizada anualmente pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a Varejo Total 2006, em São Paulo. Neste ano, o evento pretende movimentar R$ 25 bilhões em negócios com a participação de fornecedores de alimentos e serviços, além de entidades que representam segmentos ligados ao varejo. "As feiras regionais do setor supermercadista são bem representadas em suas regiões e, por isso, quisemos englobar mais setores do varejo e trazer parceiros internacionais", disse o presidente da Abras, João Carlos de Oliveira. Por isso, entidades como Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Associação Brasileira de Franchising (ABF), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Associação Brasileira de Resposta Eficiente ao Consumidor (ECR Brasil) e Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) apresentarão seus produtos e serviços com o objetivo de trocar experiências com supermercadistas. Ele acrescentou que outra meta do evento é atrair parcei-
ros internacionais. A Associação Latino-americana de Supermercados marcará presença com representantes da Argentina e do Uruguai. Além deles, participarão da feira representantes do setor da China e da Alemanha. Congresso – Também haverá o Congresso com palestras que abordarão temas relacionados às transformações no setor provocadas pelas mudanças nos hábitos dos consumidores. Atualmente, a maior parte dos supermercados está investindo em lojas que oferecem o maior número de produtos e serviços diferenciados, com espaços transformados para convivência e lazer. A meta de todas as bandeiras do segmento é fazer com que os clientes fiquem mais tempo dentro dos estabelecimentos e que tenham mais estímulos para elevar o consumo. Oliveira destacou a apresentação da sexta pesquisa sobre perdas no varejo e os dados sobre as mudanças que ocorrerão com a adoção das etiquetas inteligentes que substituirão os atuais códigos de barras. "As redes e associações de negócios, que reúnem mais de 60 supermercados de pequeno porte participarão e apresentarão uma radiografia da situação do setor", concluiu. (PC)
Compor tamento Urbanismo Poluição Visual Transpor tes
VACINAÇÃO Acaba hoje o prazo para vacinação contra paralisia infantil em todo Estado de São Paulo.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Ó RBITA
TRIPOLI CRIA ESCOLTA PESSOAL
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é delicada", afirmou Tripoli, referindo-se à onda de ataques do Primeiro Comando da Capital. "Mas, sobre isso eu não gostaria de falar", disse. Recentemente, escutas telefônicas revelaram a intenção do PCC de atacar autoridades públicas e políticos do PSDB, partido do qual Tripoli se desligou há cerca de dois anos, ao assumir a presidência a Casa. (AE)
Pedro Mendes/Agência O Globo
PCC: POLÍCIA INTENSIFICA BUSCAS
Divisão Anti-Seqüestro A (DAS) decidiu interrogar novamente o manobrista
Vereadores pretendem levar o projeto para segunda votação já com modificações.
PRIMEIRA AUDIÊNCIA ACONTECE NO DIA 5
TREMOR A terra tremeu por volta das 21h de quarta-feira em sete dos 29 municípios de Sergipe.
presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Roberto Tripoli (sem partido), decidiu instituir escolta da Polícia Militar para si mesmo. A escolta será composta de quatro soldados, dois por turno, sob supervisão de um oficial especialmente destacado para a função. A decisão foi publicada ontem no Diário Oficial da Cidade. "A situação da cidade
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Luciano José da Silva. Ele é acusado de furtar de um estacionamento o Vectra utilizado no seqüestro de dois funcionários da TV Globo na véspera do Dia dos Pais. Além dele, Douglas de Moraes, preso numa blitz da Polícia Militar, também poderá ser ouvido mais uma vez. Ele é um dos
receptadores do carro após o crime. Como os dois podem dar mais detalhes de como foi o seqüestro, deverá ser realizada uma acareação. A Polícia continua atrás de mais um suspeito. Sérgio Moura da Silva, o Mufamba, está foragido e é acusado de ter ficado com o carro usado na ação. Na madrugada de ontem a polícia fez várias batidas (foto).
GRANADA
VENTOS
estudante Gilbert Bruno Alves Caldas, O de 18 anos, perdeu três
ancadas de chuva e rajadas de ventos fortes, P de mais de 50 km/hora,
dedos da mão direita após a detonação de uma granada de efeito moral, anteontem à noite em Limeira (SP). O artefato havia sido encontrado dias antes por uma colega do estudante. Não houve outros feridos O acidente ocorreu na sala de aula da Escola Estadual Irmã Maria do Santo Inocêncio, Jardim Ouro Verde, durante o intervalo, depois que o estudante puxou o pino ativador do explosivo. Gilbert foi levado para a Santa Casa da cidade e submetido a uma cirurgia de reconstituição da mão atingida. (AE)
devem ocorrer hoje à tarde do norte do Rio Grande do Sul às regiões norte e nordeste de São Paulo. Os dias abafados, o calor e o aumento da umidade do ar colaboraram para que nuvens carregadas se formassem na atmosfera provocando as tempestades. "São áreas de instabilidade que provocam a chuva e as rajadas de vento. No domingo também chove e a temperatura cai bastante", afirmou a meteorologista do Cptec Mônica Lima. Na capital paulista as máximas no domingo e na segunda não passam de 18 graus . "A chuva e os temporais também se estendem ao Rio, Minas Gerais e Triângulo Mineiro".
Marcadas audiências para discutir Cidade Limpa Projeto que pretende acabar com a publicidade externa será discutido em quatro ocasiões diferentes Leonardo Rodirgues/Hype/07/07/2006
Ivan Ventura
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o Dia Nacional do Outdoor, comemorado ontem, as empresas de mídia exterior ganharam um presente dos vereadores de São P a u l o . O s p a r l a m e n t a re s anunciaram as datas das quatro audiências públicas, ainda este mês, que irão debater debater o polêmico projeto de lei 379/06 – conhecido como Cidade Limpa. De autoria do prefeito Gilberto Kassab, a proposta promete acabar com a poluição visual e prevê ainda a proibição da publicidade exterior no município. Nos dias das audiências, as entidades ligadas direta e indiretamente à m í d i a e x t e r i o r p ro m e t e m grandes manifestações. Todas as reuniões entre os representantes de mídia exterior e os vereadores deverão acontecer às terças-feiras, às 9h, no Plenário da Câmara. A primeira acontece dia 5, durante a reunião das comissões de Finanças e de Trânsito e Transporte. A segunda, dia 12, nas comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e Política Urbana. No dia 19, o encontro será com os vereadores da comissão de Finanças e Trânsito, e a última, no dia 26, novamente na CCJ e Política Urbana. Segunda – A expectativa na Câmara é que o projeto vá a segunda votação na semana da última audiência ou, no máximo, logo após as eleições. E já com um substitutivo sem o artigo 18 da proposta, "que proíbe, no âmbito do município de São Paulo, a colocação de anúncios publicitários nos móveis públicos e privados, edificados ou não". Em nota à imprensa, a bancada do PT da Câmara alega que pressionou as outros vereadores em favor das audiências públicas sobre o PL, aprovado em primeira fase de votação na semana passada. No texto, os petistas afirmam que está "praticamente certo que o projeto sofrerá modificações profundas antes de passar pela votação final, o que ainda não tem data para acontecer". Sobre as manifestações nos dias de audiências, o Sindicato das Empresas de Mídia Exterior (Sepex) recomenda que as pessoas cheguem às 8h na Cãmara. A entidade pede um ato pacífico, com a finalidade de informar os vereadores sobre o impacto do projeto.
Projeto pretende acabar com mídia exterior na cidade. Representantes do setor prometem manifestações.
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DC
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.LAZER
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ADEGA
Baco e Eros Sérgio de Paula Santos
Q
uando da tomada de Constantinopla pelos turcos, em 1453, que encerrou a Idade Média e deu início à Idade Moderna e à Renascença, seus habitantes não puderam defendê-la porque estavam reunidos discutindo o sexo dos anjos. Teria anjo sexo? Talvez. Vinho, tem com certeza. E é masculino. Os vinhos de nomes truculentos como Alvaralhão, Dão, Bombarral, Lafões, etc., não podem deixar de ser machos, mas mesmo os que levam nomes de santas, como Carolina, Elena, Marguerita e o próprio Liebefraumilch também o são. O "Gazela" não sabemos, mas a exceção que confirma a regra é a maravilhosa Manzanilla, feminina, delicada, leve e macia. Discutir o sexo dos anjos e do vinho não é, a nosso ver, uma questão bizantina. Anjo à parte, sexo e vinho são tão bons e combinam-se tão bem. Wein, Weib und Gesang (Vinho, mulher e música) não é, portanto, apenas o nome de uma valsa de Johann Strauss, mas quase um estilo de vida, uma conduta, um modus vivendi. Um de nossos companheiros de copo da Pensão Humaitá, possuidor da melhor adega que conhecemos neste País, costuma dizer que para alguns inicia a degustação "bolinando a garrafa". Seria o vinho afrodisíaco? Para Leornardo Arroyo, afrodisíaco só existe um: mulher. Para Guilherme Figueiredo, gastrônomo culto, é uma questão de fé. Na realidade, os povos, tanto antigos como modernos, têm considerado o álcool afrodisíaco. Perdura até hoje a crença nos poderes estimulantes da primeira bebida alcoólica descoberta pelo homem, o hidromel. Daí
a expressão "lua de mel", sugerindo-o como alimento ideal, bem como o próprio mel, para os recém-casados. Todos os livros antigos tratam de bebidas afrodisíacas: a Bíblia, os papiros médicos egípcios, o Atherva Veda, o mais antigo livro médico indu, o Cântico dos Cânticos, de Salomão, o Kama Sutra de Vatsyayana, o Jardim Perfumado de Shaykh Nefzawi, o Ars Amandi, de Ovídio, o Satyricon, de Petrônio, o Ananga-Ranga, sânscrito, de Kalianamalla, as antiqüíssimas farmacopéias chinesas, trazendo receitas infalíveis. Afrodisíaco mesmo é a disposição, o ambiente, a entourrage e, naturalmente, o objeto desejado. O sexo não está no copo, no prato ou na pílula, está na cabeça. Evidentemente, o vinho aí ocupa destacado lugar, na atmosfera, na apresentação, com a música e a iluminação dos candelabros, quando, segundo um ditado alemão, "à luz de velas as mulheres ficam mais bonitas". Espírito e copo. Pão e vinho, e este é literalmente alimento para o corpo e para a alma. Baco e Eros entendem-se bem, completam-se mesmo, e são certeza os grandes companheiros da felicidade do homem. Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. MembroFundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, S. Paulo, 2003.
Garrafas para uma biblioteca
Exquisito acrescenta novo capítulo ao livro da badalação underground HAPPY HOUR
Fotos: Paulo Pampolin/Hype
Na decoração, curiosa coleção de fotos retratam o Brasil pitoresco
No cardápio, bode assado, tortillas hondurenhas e lomo saltado, além do melhor mojito da cidade
Armando Serra Negra
E
xquisito: popular falso cognato, boteco popular. Coisas da língua: aos ouvidos lusitanos é esquisito que esquisito signifique requintado, excelente, delicado, embora tal seja a primeira designação lexical nos Aurélios da vida... Acostumados ao emprego da sexta definição desse vocábulo (estranho, feio, de mau aspecto), foi principalmente na segunda (não usual, fora do comum, raro) que três jornalistas – profissionalmente esgrimistas da palavra – designaram seu bar. Esforçam-se com sucesso em oferecer aos clientes todos os adjetivos iniciais, descartando com criatividade apenas o óbvio... "Queríamos montar um lugar com as características da Vila Madalena, mas longe de lá, onde seríamos apenas mais um entre a multidão", arrisca Ednilson Fernandes. Acertou na mosca. O lugar escolhido, reduto esquecido da baixa boemia até final dos anos de 1980, começa a ressuscitar. Época em que Longchamp e Riviera abriam seus barris de chope para todas as tribos, o primeiro – de longe o melhor balcão, chope e lasanha – cerrou as portas, pura incompetência administrativa, entre as lágrimas de Cacá Rosset, Iara Jamra, Sérgio Bianchi, entre descolados. O segundo, local, de resistência poético-musical no regime de exceção – Chico Buarque até batizou sanduíche – entregue ao zanzar das baratas no chão roto e encardido, seguiu o mesmo caminho em Abril último, direto para o cemitério da Consolação, ali ao lado. Restaram o infalível beirute do Frevinho, e o melhor churrasco custo-benefício da cidade, o Sujinho, firme e forte desde o tempo da Jovem Guarda. Retomando o fio da meada, o
Exquisito vem acrescentar um novo capítulo ao livro da badalação underground, atraindo o mesmo público plural da saudosa maloca. Maloca querida: balcão revestido em fórmica de padaria de cidade do interior, feito sob encomenda devido à raridade de encontrá-los em bom estado; paredes com fileiras de 200 espelhinhos de barbear vendidos nas feiras livres, deles utilizam-se as mulheres atraentes para retocar o brilhos dos lábios, à espera de beijos eventuais que possam rolar... Curiosa coleção de fotos retratam o Brasil pitoresco, lúdico em sua doce ingenuidade, multiplicidade de costumes, um cardápio nordestino
oferece bode assado, pirão de bode, guisado, buxada mão-de-vaca (seja o que for). Referência à culinária latinoamericana, a do Exquisito é menos esquisito: tortillas hondurenhas (feijão, carne moída, queijo ralado, R$ 19); lomo saltado peruano (fatias de filé mignon flambadas ao tomate, cebola e batata frita, R$ 24); salteña boliviana (empanada com recheio de carne e legumes, R$ 4,50); bolinhos Lampião (de risoto de abóbora com carne seca, R$ 14); lingüicinha Bela Vista (caseira, com fritas e cebola, R$ 10). Tragos: chope na caldereta (R$ 3,40), mojito (eleito o melhor pelo Guia da Folha, R$ 11,50), apenas cervejas importadas e nacionalizadas, a uruguaia Nortenã, gelada na caçamba e ótimo preço (R$ 13,50) é inigualável... Pode apostar! Exquisito - Rua Bela Cintra, 532, tel.: (11) 3151-4530.
Fotos: Tadeu Brunelli/Divulgação
José Guilherme Ferreira
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orde Charles Somerset, ao criar a Biblioteca da África do Sul, na Cidade do Cabo, em 1818, também sonhava: seria uma bênção ver a nova instituição alcançar a juventude daquele "remoto canto do globo". Governador da colônia (então inglesa), Somerset puxou a indústria do vinho local para o projeto e decretou: as taxas cobradas na selagem das garrafas comporiam um fundo para a formação da coleção. (Esses impostos duraram mais de dez anos, até que chegassem subsídios públicos.) Não é à toa, pois, que o atual acervo destaque preciosos documentos e relíquias sobre a viticultura desse
Os camarões gigantes (centro), o salão com o bufê que conta com 50 tipos de saladas, queijos e frios. E as massas preparadas na hora (abaixo)
GASTRONOMIA pedaço da África, inclusive aqueles que retratam o peso da Escravidão no sucesso dos negócios. Há ali o primeiro relato de viagem, de 1595, quando Cornelis Houtman aportou numa baía para trocar com pastores vinho espanhol por carne. Já as primeiras mudas, Muscat d'Alexandrie e Chenin Blanc, foram plantadas em 1655 por Jan Van Riebeeck, chefe da colônia (então holandesa). Quatro anos depois, já tinham vinho das uvas locais. Seu sucessor trouxe para a região o modelo europeu de produção e arquitetura, marcante em Constantia (ilustrações). Em 1999, as bibliotecas de Cape Town e de Pretória (1887) foram integradas como Biblioteca Nacional da África do Sul.
http://www.nlsa.ac.za/vine/cultivating.html http://www.nlsa.ac.za/index.html
Prazer à mesa: carnes e camarões gigantes Lúcia Helena de Camargo
A
s carnes estão até no nome da casa: Grill Hall Prazeres da Carne. E os 1.500 quilos de consumo semanal deixam claro que o principal negócio ali é o rodízio. Mas agora há uma atração paralela: os camarões gigantes do bufê. Servidos com três diferentes preparos – ao catupiry, à paulista e ao molho rosê –, os camarões rosa "zero", conhecidos também como "11/15 rosa" pesam em média 100 gramas cada. O sucesso é medido também no peso: por semana, são consumidos 200 quilos de camarões, que chegam de Itajaí (SC) às terças e sextas. A mesa de frutos do mar, aliás, faz a festa mesmo de quem não chega nem perto de uma picanha. Com salmão defumado, lulas, patas de caranguejo,
bolinho de bacalhau e outros petiscos marinhos, valem a ida ao restaurante. Chegam à mesa camarão frito no alho e casquinha de siri, além de pastéis e guarnições como feijão tropeiro, arroz à carreteiro, risoto de camarão, arroz de funghi, bolinho de mandioca e cebola à milanesa. Destaque para incomparável salada de rúcula, feita com cebola doce e vinagre balsâmico, levada à mesa pelos garçons. No bufê, 50 tipos de saladas, queijos e frios. Carnívoros podem escolher entre 20 cortes de carne vermelha, aves e peixes. Ainda com fome? Há mesa de massas, preparadas na hora, e sushi-bar.
O chef Leôncio Rodrigues Pereira comanda a cozinha da casa, aberta há 14 anos pelo gaúcho Baltazar Di Domenico, de Passo Fundo. A equipe de 93 funcionários – em média um para cada quatro clientes, em lotação máxima – movimenta-se nos 1,6 mil metros quadrados dos salões. A churrascaria anuncia que fará mudanças no espaço, subindo os muros laterais e podando as plantas, para os clientes poderem observar o movimento da avenida 23 de Maio. Fica a sugestão para que a reforma inclua uma separação mais adequada entre a área de fumantes (80 lugares) e não fuman-
tes (300 lugares), atualmente feita por divisórias que não impedem a passagem da fumaça. As festas de fim de ano, eventos e reuniões são feitas em um salão fechado, que comporta até 120 pessoas e conta com telão, microfone, data show e home theater. Se ainda sobrar apetite para a sobremesa – há quem tenha um segundo estômago para doces – o carrinho traz 15 tipos de tortas, bolos, mousses, sorvetes, além do petit gâteau, flambados, pavês, frutas e cremes. E o carro de licores oferece opções para encerrar a refeição com um digestivo. Grill Hall - Prazeres da Carne Rua Pedro de Toledo, 1361, Vila Mariana, telefones: (11) 5572-0018 e 5573-3169.
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Urbanismo Transpor tes Compor tamento Distritais
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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FALTA DE DINHEIRO INSPIROU SUTIÃ DE ORELHA
SÃO PAULO KITSCH SÃO PAULO CULT
Se a orelha do Sr. Spock está em falta na loja, é uma decepção enorme para o público. Ralfo Furtado, dono da loja U.S.S.
Pombo-correio para enviar mensagens, orelhas do Sr. Spock, sutiã para orelhas, pet shop voltado para o público GLBT e pingüim de geladeira customizado. Do mais kitsch ao mais cult, tudo pode ser encontrado em lojas espalhadas pela cidade. Elas estão catalogadas no recém-lançado livro 1075 Endereços Curiosos de São Paulo. Para quem pretende fazer uma surpresa, comprar um presente diferente ou apenas se divertir, vale a pena consultar a obra.
Fotos de Leonardo Rodrigues/Hype
Tatiana Vicentini
S
e você pensar nas coisas mais inusitadas, desde customizar um pingüim de geladeira, comprar uma roupa GLS para seu cãozinho ou mandar uma mensagem para o namorado via pombo-correio, em São Paulo encontrará isso. E muito mais. A cidade que nunca dorme também não pára de inventar moda, oferecer serviços pitorescos e produtos mirabolantes. O sutiã de orelha é um deles. Uma pequena tarraxa de brinco adaptada a uma chapinha circular de acrílico transformou a vida de Augusto Galucci. A família do comerciante, que tinha uma oficina de jóias, perdera tudo após um assalto. O percalço levou Galucci a reformar bijuterias e, observando as necessidades de suas clientes criou o sutiã de orelha. Uma peça aparentemente simples, até decepcionante para quem imagina algo similar à peça íntima feminina, mas muito eficaz para as mulheres que usam brincos grandes ou têm o furo da orelha rasgado. O aparato levanta o brinco e ainda protege a pele do contato direto com o metal. "Os brincos não ficam olhando para baixo", diz o criador do original cacareco. Ele fabrica o sutiã desde 1986 na própria oficina de sua loja no Shopping Eldorado. "Tem gente que vem até aqui só para comprar um par. Vendo umas 120 unidades por semana". O par do sutiã de orelha custa R$ 5. No Pronto Socorro de Bijuterias pode-se encontrar ainda outras curiosidades, como travesseiro para brinco de pressão e o pino anti-alérgico para revestir os brincos. O sutiã de orelha é fabricado nas versões ouro, prata, acrílico e silicone. Sr. Spock – Por falar em orelhas. Os aficcionados em séries de ficção científica têm endereço certo na capital. A U.S.S. oferece milhares de bugigangas inspiradas em seriados como Jornada nas Estrelas, Arquivo X, Perdidos no Espaço e até Jeannie é um Gênio. Mas a estrela da loja é sem dúvida Pingüim moderno a orelha do Sr. Spock, um dos heróis da série Jornada nas Estrelas. Os sócios Elisa Pacce e Ralfo Furtado resolveram importar as orelhas em látex há onze anos e elas tornaram-se um sucesso. "Tem gente que vem de outros estados para comprar nossos produtos. Se a orelha está em falta, é uma decepção enorme", conta Furtado. Para evitar tamanho transtorno, hoje em dia, as peças são fabricadas aqui no Brasil. "Além dos apreciadores das séries, nossos clientes são colecionadores ou pessoas que jogam RPG", diz Furtado. Na U.S.S. a clientela encontra milhares de quinquilharias divertidas e inusitadas. Mas o dono da loja deixa claro que não é brinquedo para criança. Pingüins – E já que o kitsch virou cult , os pingüins de geladeira voltaram para a cozinha dos moderninhos. Uma das responsáveis pela repaginação deste clássico, que teve seu auge da década de 40, é a ceramista Lúcia Eid. Ela criou a customização do pingüim para uma campanha promocional da Brastemp na Casa Cor e a moda pegou. Hoje a Olaria Paulistana, além de suas peças de cerâmica, recebe animadas turmas para festas de aniversário e confraternizações que, para fugir do comum, buscam os pingüins para entreter e interagir com os convidados. "As pes-
David Bialski, proprietário da Bicho da Caneca, que tem atendimento especializado para o público GLS
soas chegam sérias e achando tudo muito ridículo, mas no final já deram até nome p a r a o s p i ngüins. Eles conversam, trocam telefones e acabam t or n a nd o -s e um auto-retrato de seus criadores." Lúcia afirma que, apesar de parecer u m a b r i n c adeira, seu público é formado, em sua maioria, por Orelhas do Sr. Spock: feitas em silicone, estão entre os mais procurados na U.S.S. adultos. "São Andrea Felizolla/Luz pessoas mais alternativas que reinventaram o pingüim de geladeira". Na loja o cliente encontra o pingüim já customizado por R$ 55. A ceramista não vende a peça em branco para fazer em casa. "Temos uma equipe de monitores que vão até a casa dos clientes com todo o material para a caracterização ou recebemos as turmas aqui em nosso espaço". Freqüentemente ela faz pesquisas na rua 25 de Março em busca de novos objetos para a customização dos pingüins e até hoje não encontrou nenhuma cópia de sua criação. Para cães – Não é privilégio apenas dos pin- Um mensagem de pombo-correio por R$ 40,00 güins a customização do visual, os cães e gatos também têm o seu lugar em São Paulo. Ao pri- em São Paulo. As coleções são lançadas uma semeiro olhar, a Bicho da Caneca passa tranqüila- mana antes da Parada do Orgulho Gay, que só mente por mais um dos milhares de pet shops este ano contou com mais de dois milhões de da capital, mas logo na entrada percebe-se que participantes. tudo na loja é mais colorido. Após seis anos moO veterinário explica que as peças são discrerando nos Estados Unidos, o veterinário David tas, mas sempre com alguma alusão ao arco-íris, Bialski percebeu que não havia nenhum comér- a bandeira GLBT. Ele conta que muitas pessoas cio para animais voltado para o público GLBT vêm de fora em busca de seus produtos, mas (gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros). muitos entram no pet shop sem saber que é uma Então surgiu a idéia de criar uma coleção de loja especializada. "Acredito que apenas 50% de roupas e acessórios para o segmento. Bialski meus clientes são gays. Tem gente que não entra consultou a International Lesbian and Gay As- aqui por preconceito. Recebemos muitas ameasociation que lhe deu aval para tocar o negócio ças por vincular os animais ao movimento".
A estudante Lilian de Lima Viana é cliente da Bicho da Caneca e sempre leva sua cocker spaniel, Meg, para tomar banho na loja. "Além do cuidado especial dos profissionais, aqui é tudo muito divertido, sem essa neurose de ser gay ou não. Venho aqui porque gosto do atendimento e acho os produtos muito bons. As roupinhas são lindas e conseguem se destacar dos outros pet shops." Canal – As inovações no mundo animal não param por aí. Já imaginou levar o coelhinho que seu filho ganhou na Páscoa para lixar os dentes incisivos ou acompanhar o tratamento de canal de um sagüi? Pois é, este é mais um serviço encontrado nas ruas de São Paulo. A princípio, a Odontovet atendia apenas cães e gatos, mas com o passar do tempo foram aparecendo coelhos, macacos prego, chinchilas, furões e até um gato mourisco selvagem. A veterinária e cirurgiã dentista Michele Venturini deixa claro que alguns animais não podem ser criados sem autorização do Ibama. "O sagüi e o gato mourisco não são bichos caseiros. Atendemos instituições de proteção aos animais". A veterinária afirma que os donos de animais silvestres são, em sua maioria, mais preocupados que os de gatos e cachorros. "Em alguns casos o val o r d o t r a t a- Andrea Felizolla/Luz mento é maior que o preço de um animal novo". Michele conta que uma vez um sagüi fugiu dentro do cen- Sutiã de orelha em várias versões tro cirúrgico e ninguém conseguia pegá-lo, depois de uns vinte minutos foi preciso usar uma toalha para que ele não mordesse e nem arranhasse os veterinários. "É muito melhor ter um cachorro ou um gato como bicho de estimação. Agora é moda ter silvestres. Os donos dizem que eles interagem, mas não sei não". Apesar de todas as novidades da digital, onde romantismo deu lugar à praticidade, ainda é possível encontrar um criador de pombos-correio. Hoje, José Quintal possui cerca de cem aves no viveiro de sua casa e, além das competições de columbofilia e revoadas para eventos, o comerciante oferece o serviço de mensagens. Pombo-correio – E para quem pensa que é só passar o endereço que a ave chegará à janela de seu amor, o serviço pode ser frustrante. O pombo é levado por um motoboy em uma caixa até o destino da mensagem, lá a pessoa recebe o bilhete, responde e coloca no pé da ave. Aí sim é só soltar o pombo que ele volta, mas retorna para a casa de seu criador e ele repassa a mensagem por fax. Esse pombo-correio moderno pode viajar mais de 700 quilômetros sem parar, a uma média de 95 quilômetros por hora. Quintal conta que já foram feitas muitas pesquisas mas nunca chegaram a uma conclusão sobre a memória dos pombos e sua resistência. Há 25 anos, Quintal se interessou pelo viveiro de um amigo e passou a criar as aves, que são importadas da Europa. Para atender a região da Grande São Paulo, o comerciante cobra R$ 40 pelo serviço de pombo-correio. SERVIÇO Essas e outras curiosidades estão no livro 1075 Endereços Curiosos de São Paulo, do jornalista Marcelo Duarte. A obra, da Editora Panda Books, pode ser comprada nas livrarias por R$ 39,90.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 1, 2 e 3 de setembro de 2006
TELEVISÃO
LAZER - 5
CD
Rá-Tim-Bum por assinatura, homenagem e busca pelo poder
Nó cego Aquiles Rique Reis “Não existe vento favorável para o marinheiro que não sabe aonde ir” Lucius Annaeus Sêneca
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rimeira boa notícia da semana televisiva, principalmente para a garotada: a partir de hoje a TV Rá-TimBum vai estar disponível para os assinantes da Net, em seus pacotes digitais Silver e Gold (São Paulo e Rio de Janeiro). Será o primeiro canal infantil com produção inteiramente nacional da TV por assinatura, cujo alvo principal são crianças de 2 a 10 anos. A TV RáTim-Bum estará no ar 24 horas por dia, exibindo desenhos produzidos pela TV Cultura, TVE e TV Escola. Um dos destaques da programação será a série O Castelo Rá-Tim-Bum, dirigida por Cao Hamburguer, sucesso há mais de uma década na programação da Cultura, assim como o Cocoricó, programa de bonecos manipulados, com muita música e cor, o novo Glub Glub (em cenário tridimensional), o programa no qual dois peixinhos descobrem curiosidades sobre os animais, no fun-
do do mar, X-Tudo, programa de variedades, educativo, o desenho Mila e muito mais. Na linha conhecendo nossos talentos, o SescTV também dará sua contribuição essa semana, ao levar ao ar, hoje e segunda-feira, dia 4, sempre às 22h, um documentário sobre um dos maiores mestres da cena teatral brasileira, o diretor Antunes Filho. O especial mostrará na primeira parte momentos importantes da carreira do diretor, desde seu nascimento, no bairro do Bexiga, em São Paulo, até seus primeiros sucessos no palco, nos idos dos anos 50. Na segunda parte entra em cena a paixão de Antunes pela obra de Bretch, após regressar de uma viagem à Europa, e a ‘revolução’ que ele causou na cena teatral com seus métodos que divergiam totalmente do realismo que dominava as artes cênicas brasileira. Para quem gosta de filmes na linha terror, também vai aqui uma boa no-
tícia: a semana será pródiga deles. De hoje até dia 7, o canal A&E põe no ar a Semana Sobrenatural, cujo cardápio é composto por clássicos do terror. O primeiro a ser exibido, na segunda, às 22h, será Poltergeist – O Fenômeno (1982), filme produzido por Steven Spielberg, sobre a menina (Heather O’Rourke), que tentava alertar aos pais sobre a presença de espíritos malignos em sua casa construída no terreno de um antigo cemitério indígena. Na terça, dia 5, às 23h, fique em companhia de uma das maiores referências do gênero, O Exorcista (1973), direção de William Friedkin. Para quem não se lembra, trata-se da história da menina (Linda Blair) possuída pelo demônio. Na quarta, dia 6, às 22h, entra em cena A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (1999), de Tim Burton, com Johnny Depp no papel principal, e na quinta, dia 7, às 22h, para encerrar o ciclo com chave de ouro, o clássico dos clássicos:
O Iluminado (1980), filme de Stanley Kubrick baseado no livro de Stephen King, no qual Jack Nicholson, trancado em um hotel assombrado no meio do nada, enlouquece e faz as maiores diatribes com a mulher e o filho. Outra atração imperdível, que também vai ao ar na segunda, às 21h, pelo The History Channel é o especial que homenageia os 60 anos de uma das maiores vozes do pop, Freddie Mercury, o líder da banda Queen. Com duas horas de duração, na primeira parte será exibido o documentário Freddie Mercury: A História Não Contada, que narra histórias da vida do cantor, e na segunda parte, em Tributo a Freddie Mercury, mostra os bastidores do superconcerto de rock realizado em 1992 no estádio de Wembley, na Inglaterra – uma homenagem ao legado artístico do líder do Queen, do qual participaram artistas e bandas como Metallica, David Bowie, Annie Lennox e Liza Minelli.
Os 60 anos de Freddie Mercury comemorados em especial e a TV Rá Tim Bum para assinantes da Net
Antunes Filho: documentário na SescTV
TEATRO
Um jovem corrupto e uma dupla separada
Diego Roders/Divulgação
Divulgação
S
e fosse candidato na vida real, Reynaldo Gianecchini talvez ajudasse a estancar a evasão de público das TVs abertas durante o horário eleitoral gratuito. Mas não é bem este o caso. Gianecchini está tentando ser eleito, sim – só que no palco. Ele é o protagonista da comédia Sua Excelência, o Candidato, antigo sucesso escrito pela dupla Jandira Martini-Marcos Caruso, que volta hoje ao cartaz no Teatro Vivo, agora sob direção de Alexandre Reinecke. É a primeira comédia popular na breve carreira teatral do galã, que estreou em Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues, com direção de Zé Celso, e fez depois A Peça Sobre o Bebê, do americano Edward Albee, dirigido por Aderbal Freire-Filho. Orlando, o personagem de Gianecchini, é um jovem candidato a um cargo público cujo despreparo só rivaliza com o tamanho da confusão em que ele se mete ao iniciar um romance com a mulher do seu padrinho político. Em plena campanha, surge uma outra mulher na vida do jovem corrupto, afirmando ser ele o pai de uma criança que ela teve há dez anos. Nesta trama, escrita com o propósito de desnudar os bastidores do jogo político nacional, há lugar ainda para um líder sindical japonês, um mordomo-travesti e um porta-voz que só sabe bajular. A primeira montagem de Sua Excelência, o Candidato, que trouxe Marcos Caruso no papel principal, permaneceu quatro anos em cartaz no Teatro Itália, de 1985 a 1989 – e ganhou vários prêmios de melhor texto, incluindo aí um Molière, o primeiro para uma comédia. A peça foi remontada em 1996, com Fulvio Stefanini no papel que hoje cabe a Gianecchini. (SR) Sua Excelência, o Candidato, estréia hoje no Teatro Vivo, Avenida Doutor Chucri Zaidan, 860, tel.: (11) 5105-1520. Sexta às 21h30, sábado às 21h e domingo às 18h. Ingressos a R$ 60.
Fábula contemporânea
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ator Hélio Cícero volta a fazer dobradinha com o dramaturgo Samir Yazbek. Depois do sucesso como protagonista na peça O Fingido r, baseada na vida de Fernando Pessoa, Cícero retorna agora em O Invisível como um personagem misterioso, um homem que afirma que deixou de ser visto há muito tempo, que foi apagado da lembrança dos amigos, da família e de seu único filho. U m d i a , e nquanto cruza a praça de uma grande cidade, o personagem finalmente tem a sensação de que está sendo visto por
um jovem – e este jovem torna-se a sua única chance de restabelecer contato com todos aqueles que deixaram de vê-lo. Yazbek define a peça como uma fábula contemporânea que se propõe a discutir valores como amor, respeito e amizade, sempre a partir do embate de idéias entre os dois personagens. (SR) Teatro do Sesc Santana, Avenida Luís Dumont Villares, 579, tel.: (11) 6971-8700. Sábado às 21h e domingo às 19h. Ingressos a R$ 15.
D
esde que estreou, há cinco anos, trazendo Irene Ravache e Marcos Caruso como protagonistas, a peça Intimidade Indecente se converteu em um dos maiores sucessos do moderno teatro brasileiro, com um público superior a 300 mil pessoas. No decorrer da temporada, Irene Ravache foi substituída por Vera Holtz, e agora um novo casal, formado por Otávio Augusto e Lucinha Lins, dá vida aos personagens Mariano e Roberta, cuja trajetória na peça é acompanhada ao longo de 40 anos. O texto de Leilah Assumpção começa quando o casal está na faixa dos 50 anos e resolve se separar. Figurinos e truques de
maquiagem são dispensados nesta encenação em que o envelhecimento é notado apenas no trabalho corporal dos atores. Com direção de Regina Galdino, a peça mostra sutilmente a mudança dos sentimentos – o amor que surge às vezes travestido de amizade e companheirismo – e também uma dose calculada de humor em discussões sobre a traição e o fim do desejo sexual. (SR)
Em ano eleitoral, Reinaldo Gianecchini sai à caça de voto no Teatro Vivo. Otávio Augusto e Lucinha Lins formam o novo casal de um antigo sucesso
ura é a vida de uma banda que busca um lugar sob o sol que alumia a cena musical brasileira. Longa costuma ser a estrada a percorrer desde os ensaios iniciais até a gravação do primeiro CD demo. Quantos preconceitos a transpor... E aí a música vira válvula de escape para jovens sem destino aparente, dispostos a bancar seu tipo favorito de super-herói musical e revolucionário. No ano de 2006 nasceu o primeiro disco da banda Zefirina Bomba, formada por Martim (baixo), Guga (bateria) e Ilsom (vocalista e violista): Noisecoregroovecocoenvenenado (Trama). Aliás, Ilsom faz questão de informar aos fãs no encarte do disco que sua viola é uma Delvecchio (como sofre a pobrezinha). Crendo-se naquilo dito no primeiro parágrafo, Guga, Martim e Ilsom caminhavam errabundos pela tranqüilidade das ruas de João Pessoa (os meninos são paraibanos, sim senhor), quando se permitiram inquietar com tamanho marasmo. Para matar o tédio, então, buscaram com seus instrumentos gritar o desconsolo com a mesmice careta que os cerca. Chii, e têm ainda os preconceitos que covardemente lhes são atirados na cara, só para lhes dificultar ainda mais o caminhar rumo ao estrelato, rumo à fama, às conquistas amorosas, à independência... No que depender deste comentarista, os meninos da Bomba da Zefirina, quer dizer, os meninos da Zefirina Bomba já têm contra quem voltar suas iras tão sagradas quanto juvenis. Abro parênteses: convém lembrar que quem escreve estas mal traçadas linhas repudia qualquer forma de prejulgamento. Parênteses fechado. Mas será inevitável correr o risco de elas parecerem coisa de velho mal-humorado que não tem nas idéias frescor suficiente para se deliciar com o som do roquenrrol tocado pela rapaziada. Coisa de gagá retrógrado e intolerante para com a viola que, de tão distorcida, dá um nó cego na música Zefirina, para com a bateria que soa feito um trem carregado de vergalhões chacoalhantes, e para com o baixo que mal se escuta – talvez por ter pouco a dizer, sei lá. A Zefirina Bomba não toca, age; não harmoniza, reage; não ameniza, atiça. Êpa, o comentarista está elogiando o som da banda? Qual! Esses moços, pobres moços, ah, se soubessem o que sabem os grandes nomes do rock n’roll! O que a Zefirina faz é arte. Arte que mãe zelosa costuma interromper (sem preconceito algum, óbvio!): “Pára de fazer arte e vem jantar, pestinha”. Explico melhor: desde sempre, traquinagens infantis são vistas como “arte”. Assim, qual a mãe que não reconheceu no próprio rebento um fazedor de arte, no mau sentido, é claro! A Bomba da Zefirina, ou melhor, a Zefirina Bomba encontrou logo no início de sua estrada a “mãe” provedora, aquela que tudo vê com olhos amorosos e incondicionais. E esta “mãe” integral tem nome: Trama. Abrindo suas portas à moçada desconhecida, a gravadora mostra que tem disposição de garimpar o novo e trazê-lo a público. Porém, ao dar voz a uma brincadeira de jovens meninos que imaginam fazer rock n’roll, torna-se injusta para com outras centenas de Zefirinas Bombas que pululam nas garagens brasileiras. Torna-se injusta a Trama ao priorizar algo que não tem valor musical, nem poético – nem os palavrões cantados pelo trio Bomba chocam, sequer soam como rebeldia. Está certo que gravar com a Zefirina Bomba deve ter custado uma mixaria. Provavelmente, os meninos registraram as 15 faixas que compõem o CD num só dia de gravação... Mas muita calma nessa hora. E nem tudo está perdido: como tem pouco a dizer, a Zefirina passa rápido pelo toca CD... Pouco mais de 27 minutos e estamos conversados. Percebe-se hoje na indústria fonográfica uma salutar transformação na mentalidade de seus executivos. Entretanto, ao colocar no mercado um CD que pouco acrescenta ao rock nacional, muito menos à cena musical contemporânea, a Trama corre o risco de perder-se no caminho da volta.
Teatro Gazeta, Av. Paulista, 900, tel.: (11) 3253-4102. Sexta e sábado às 21h, domingo às 19h. Ingressos a R$ 30.
Aquiles Rique Reis é vocalista do MPB4 e autor de O gogó de Aquiles, editora A Girafa.
POESIA EM FORMA DE CANÇÃO POPULAR
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úsica que se lê como poema. Poema que se ouve como música. No Brasil, a fronteira da arte foi lei que não pegou! Tanto é que, na reinauguração da primeira biblioteca temática da prefeitura, a Alceu Amoroso Lima, agora dedicada à poesia, o programa terminará com um grande show de música popular, Verso Cantado, Verso Encantado, apresentando os talentosos Ito Moreno, Vanessa Bumagny e Alexandre Leão. No repertório, versos de grandes poetas da língua portuguesa – Mário de Andrade, Cecília Meirelles, Fernando Pessoa (na ilustração feita por ele mesmo), entre outros – que foram musicados pelo pessoal da MPB em diversas épocas, mas sem a pretensão de fazer arte erudita. Pelo contrário. A complexa poesia de Haroldo de Campos, por exemplo, virou uma canção muito palatável nas mãos de Caetano Veloso em Circuladô, que será usada na abertura da apresentação pelo
também baiano Ito Moreno. A relação tão íntima e prolongada com os poetas rendeu, por um lado, popularidade à poesia, mas, em contrapartida, um sensível aprimoramento dos nossos compositores populares, sobretudo dos chamados "letristas". Estes, de fato, atingiram uma qualidade dificilmente igualável no mundo todo. E não só para o público do rádio e dos barzinhos de música ao vivo. Para se ter uma idéia, já nos anos 30, literatos respeitados como Guilherme de Almeida e Manuel Bandeira se derramavam em elogios quando ouviam os versos de Chão de Estrelas, de Orestes Barbosa. O também poeta Frederico Barbosa, novo curador da biblioteca, não deixa por menos: "Muito da melhor poesia brasileira foi feito em forma de canção popular", garante.
Frederico lembra que os primeiros poetas da língua portuguesa já eram, de certa forma, letristas, tomando como exemplo o trovador Martim Codax, do século 13, que deixou, além de poemas, notações musicais com a melodia que os acompanhava. "Essa tradição perdura, Vinícius de Moraes e Torquato Neto são casos emblemáticos da dupla atuação como poeta e letrista que existe há tanto tempo", afirma. O repertório do show, aliás, traz os dois em ótimos momentos: Vinícius, com Poema dos Olhos da Amada (musicado por Paulo Soledade), e Torquato, com Geléia Geral (musicado por Gilberto Gil). Três letristas de ofício também foram escolhidos para figurar no programa: o inevitável Chico Buarque, com Flor da Idade (que, inclusive, cita Carlos Drummond de Andrade),
Guilherme de Brito, com A Flor e o Espinho e um surpreendente Roberto Carlos, com Distância. Além destes, Ito Moreno, Vanessa Bumagny e Alexandre Leão mostrarão criações próprias, deixando clara a sua filiação à bonita tradição poética da MPB. Depois de inaugurada, a biblioteca Alceu Amoroso Lima terá, ainda, uma extensa programação de cursos, recitais, mostras de teatro, artes plásticas, vídeo e música popular, sempre relacionados diretamente à poesia. Verso Cantado, Verso Encantado. Elenco: Ito Moreno, Vanessa Bumagny e Alexandre Leão – músico convidado: Betinho Sodré. Direção artística: André Domingues. No auditório da Biblioteca Alceu Amoroso Lima, Av. Henrique Shaumann, 777, Pinheiros, telefones: (11) 3082-5023 e 3899-0015. Neste sábado, dia 2, às 20h. Ingresso: Grátis.
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Tr i b u t o s Finanças Nacional Empresas
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8,5
FISCO QUER DIMINUIR EM 20% NÚMERO DE PROCESSOS
bilhões de reais deixaram de entrar para os cofres públicos por causa de compensações indevidas
INDICADOR DE ATIVIDADE INDUSTRIAL RECUA 1,8% EM JULHO E PREOCUPA EMPRESÁRIOS
INDÚSTRIA PAULISTA PÕE O PÉ NO FREIO Givaldo Barbosa/Ag. O Globo
Luludi/LUZ
O
Indicador do Nível tal de vendas reais, 15,7%. de Atividade Preocupante – Os diretores (INA) apurado pe- do Departamento de Econola Federação das mia da Fiesp, Paulo Francini, e Indústrias do Estado de São da Ciesp, Boris Tabacof, classiPaulo (Fiesp) e Centro das In- ficaram como ruim e preocudústrias do Estado de São Pau- pante o desempenho do INA lo (Ciesp) caiu 1,8% em julho de julho. "Os componentes em relação a junho, sem ajuste hostis ao crescimento indussazonal. O dado faz parte do trial permanecem. A valorizaLevantamento de Conjuntura, ção cambial é como a justiça: divulgado ontem pelas duas tarda mas não falha, e está apainstituições. Na comparação re c e n d o a g o r a " , d e c l a ro u com julho de 2005, o INA cres- Francini. "Julho é o primeiro ceu 1,6%. De janeiro a julho, mês do segundo semestre e dehouve crescimento de 3% em positávamos expectativa favocomparação ao ano passado. rável para o decorrer dos próConsiderando o ajuste sazo- ximos 6 meses. Os fatos reais nal, o INA oscilou -0,3% no pe- da vida mostram que a indúsríodo de julho ante junho. O tria não vai se recuperar dos Levantamento de Conjuntura dois trimestres medíocres que relata ainda que o nível de uti- tivemos neste ano", acrescenlização de catou Tabacof. pacidade insNa visão do talada do toe mp re sá ri o, tal da indúsapenas "meia tria paulista dúzia de segficou em mentos con80,1% em jucentram boas lho sobre junotícias" nas por cento foi o nho, sem relações de nível de utilização ajuste sazocomércio exda capacidade nal, que estaterior: minéva em 82,5%. rios de ferro, instalada da Na mesma petróleo, indústria paulista base compacommodities rativa de julho agrícolas cono ante junho, mo soja, açúmês de julho. sem ajuste sacar e álcool, zonal, o total papel e celude horas pagas ficou estável; as lose e veículos e autopeças – eshoras trabalhadas na produção tes últimos com a ressalva de oscilaram 1,1%; as horas médias possuírem contratos antigos. trabalhadas variaram 0,5%; o "Tínhamos a possibilidade de total de salários nominais retro- melhorar as exportações para cedeu 1,3%; o total de salários a Europa, mas com o desaquereais, tendo como deflator o cimento da economia munIPC-Fipe, diminui 1,5%; o salá- dial, só nos restam dúvidas sorio real médio caiu 2,1%; o total bre o futuro das exportações", de vendas nominais recuou disse Tabacof. 7,9%; e o total de vendas reais, O dirigente do Ciesp insistendo como deflator o IPA Seto- tiu também que o governo rial, diminuiu 11,3%. tem dado sinais de que o proEm comparação COM julho cesso de valorização do câmde 2005, sem ajuste sazonal, as bio é irreversível, embora o variações foram todas positi- setor industrial aguarde por vas: o total de horas pagas su- mudanças. "Não podemos biu 5,7%; as horas trabalhadas brigar com a lei da gravidade. na produção oscilaram 8,1%; Em algum momento, diante as horas médias trabalhadas de tantos estragos que vem variaram 0,5%; o total de salá- fazendo, o câmbio terá de rios nominais, 15,3%; o total de cair", avaliou. Sobre os invessalários reais, tendo como de- timentos, os representantes flator o IPC-Fipe, 13 3%; o salá- da indústria alertaram que o rio real médio, 5,3%; o total de clima é de muita incerteza no vendas nominais, 16,2%; e o to- meio empresarial. (AE)
80,1
Faturamento em alta
O
faturamento do comércio varejista da região metropolitana de São Paulo aumentou em julho, estimulado pela continuidade da oferta de crédito ao consumidor. É o que mostra pesquisa da Federação do Comércio local (Fecomercio-SP) divulgada ontem. De acordo com o levantamento, o faturamento real subiu 3,8% sobre julho do ano passado, acumulando no ano alta de 3,3%. "Esse aumento do consumo continua a ser sustentado basicamente pela oferta de crédito", disse Abram Szajman, presidente da Fecomercio. "Outras variáveis, como confiança do consumidor e recuperação da renda, ainda que lenta, também colaboram para esse cenário", completou o dirigente. Destaques – Na comparação com julho de 2005, as vendas do grupo concessionárias de veículos foram um dos destaques da pesquisa, com alta de 19,4%. O desempenho desse setor em julho apresentou o maior volume de faturamento real do ano. Com isso, a queda acumulada no ano das vendas do segmento recuaram de 3,6% para 0,4%. "O custo menor dos financiamentos ao consumidor e a diversidade de modelos e de preços dos veículos desenharam um quadro de vendas bastante favo-
rável", afirmou Szajman. Em farmácias e perfumarias, o faturamento subiu 11,6%, estimulado pelas vendas de antialérgicos e antigripais, comuns no inverno. A alta de 7,2% registrada por lojas de departamentos foi a maior desde junho de 2004, em razão da popularização dos cartões das lojas e da fragilidade na base de comparação. Os setores de lojas de material de construção e supermercados também tiveram alta em julho sobre igual mês de 2005, de respectivamente 3,3% e 0,9%. O setor de supermercados interrompeu dois meses seguidos de queda e apresentou o terceiro melhor volume de vendas do ano, devido a promoções de grandes redes, já que julho costuma ser um mês parado devido às férias escolares. Por outro lado, quatro setores tiveram queda de vendas: eletrodomésticos e eletroeletrônicos (-19%), autopeças e acessórios (-7,7%), móveis e decorações (-3,5%) e vestuário, tecidos e calçados (-1,1%). A queda do setor de autopeças foi a maior dos últimos 22 meses. "Esse comportamento parece ter como causa principal a grande oferta de produtos importados, principalmente da China, que provocam quedas importantes nos preços médios", disse Szajman. (Reuters)
Adams: custo menor de honorários
As horas trabalhadas na produção oscilaram 1,1%, e os salários nominais retrocederam 1,3% Givaldo Barbosa/ Ag. O Globo
Ações sobre tributos têm trâmite mais ágil na Justiça
A
O secretário-adjunto da Receita, Paulo Ricardo Cardoso, disse que 16 mil empresas serão intimadas em breve
Receita descobre fraude em 55 mil empresas
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Receita Federal identificou irregularidades em 280 mil operações de compensação de crédito, desde maio de 2003 até dezembro de 2005, envolvendo 55 mil emp re s a s . I s s o s i g n i f i c a q u e R$ 8,5 bilhões deixaram de ser recolhidos em impostos para os cofres do governo. O secretário-adjunto da Receita, Paulo Ricardo Cardoso, disse que o fisco já notificou 6 mil empresas e, na próxima semana, intimará outras 16 mil para prestarem esclarecimentos. Até o final do ano, a Receita espera concluir todas as intimações. Cardoso explicou que a Receita Federal optou por notificar primeiro as empresas com as dívidas maiores. Irregularidades – De s d e maio de 2003, as empresas podem pedir a compensação de
créditos por meio eletrônico, e a Receita Federal tem até cinco anos para homologar o pedido. Por esse sistema, as empresas abatem um eventual crédito do valor de algum imposto a ser pago. Caso o governo não consiga identificar em seus sistemas o crédito informado pela empresa, ela é notificada para procurar a Receita e comprovar o benefício. "Caso o contribuinte não comprove o direito ao crédito, ele pode ser inscrito em dívida ativa para recolher o valor do tributo devido", alertou o secretário. Cardoso disse que a maior parte das empresas identificadas é do setor industrial, como o automobilístico (que inclui empresas de autopeças). As maiores dívidas também estão concentradas no Estado de São Paulo, seguido pelo Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Se for comprovada a fraude, a Receita Federal, além de cobrar os impostos devidos, pode multar a empresa em até 150% do valor da dívida. Além disso, pode solicitar ao Ministério Público que mova um processo criminal na Justiça. As empresas têm 30 dias após receberem a notificação para comprovar o crédito. Elas podem, inclusive, se antecipar e pagar os impostos espontaneamente. Nesse caso, segundo Paulo Ricardo Cardoso, a empresa pode se beneficiar do novo programa de parcelamento de débitos tributários federais, o Refis 3, que oferece redução dos juros e multas. O prazo para os contribuintes com situação fiscal irregular interessados em fazer a inscrição no novo programa de parcelamento vai até o dia 15 de setembro. (AE)
STF decide terceirização de cobrança
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Associação Nacional dos Procuradores de Estado (Anape) entrou na última terça-feira com ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a Resolução n° 33 do Senado Federal, que permite aos estados e municípios transferirem para os bancos a responsabilidade de cobrança da dívida ativa. Para o presidente da Anape, Ronald Bicca, a resolução é um escândalo porque trata o contribuinte inscrito em dívida ativa como cliente de banco. "Ao fazer a análise do crédito de uma grande empresa,
as instituições financeiras podem fazer corpo mole em decorrência de alguma aplicação financeira, por exemplo. Há total conflito de interesses", afirma. O procurador lembra ainda que todos os estados têm procuradoria para fazer esse trabalho. "Para nós, sobrarão os créditos ruins e ainda ficaremos com fama de incompetentes", critica. Na ação, a Anape argumenta que a resolução viola "flagrantemente" alguns pontos da Constituição Federal. A entidade cita inclusive que o Supremo julgou inconstitucional uma lei estadual do Rio
Grande do Sul, que permitia à procuradoria do estado gaúcho aceitar situação semelhante e alega que a cobrança da dívida ativa é atribuição intransferível da procuradoria. A entidade argumenta ainda que resoluções do Senado não podem tratar do assunto em debate e que seria necessário um projeto de lei originário do Poder Executivo. A iniciativa do projeto da resolução, em discussão desde 2003, foi da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), com o objetivo de reforçar o caixa das prefeituras. Laura Ignacio
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e a Receita Federal serão beneficiadas, a partir de agora, com dez novas medidas que visam simplificar os processos de acompanhamento das ações jurídicas, de origem tributária. O anúncio foi feito ontem pelo procuradorgeral Luís Inácio Adams. O objetivo, segundo ele, é racionalizar o processamento administrativo. De acordo com Adams, a Procuradoria e a Receita Federal trabalham hoje com cerca de 6 milhões de execuções fiscais – 3,5 milhões de ações ajuizadas e 2,5 milhões de processos em litígio –, e muitos casos são semelhantes, com entendimento pacífico (jurisprudência) no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Nesses casos, não haveria necessidade, portanto, de contestação individualizada. O procurador estima que, só com essa medida, haverá redução de aproximadamente 20% no volume de processos, com alívio de trabalho para a Procuradoria da Fazenda, Receita e para o próprio Poder Judiciário, além de não provocar impacto de ordem financeira. Essa é a ação com maior abrangência entre as medidas anunciadas, mas Adams destacou, também, a possibilidade do fim dos 20% de honorários advocatícios, cobrados do contribuinte executado, quando se tratar de embargos à execução fiscal. Ele adiantou a interpretação de que não incide Imposto de Renda (IR) sobre contribuições para complementação de aposentadoria, feitas a entidades de previdência complementar pelo respectivo beneficiário. A mesma regra se aplica também aos abonos pecuniários de férias e ao pagamento de indenizações sobre horas extras trabalhadas. Essas questões representam quase 80% dos processos em tramitação nos tribunais especiais contra a União. A partir de agora, as entidades de assistência social sem fins lucrativos passam a gozar de imunidade tributária também no Imposto de Importação (II) e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) nas compra externas de equipamentos utilizados na prestação dos serviços específicos. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Fotos: Divulgação
Corpos desmontados Lúcia Helena de Camargo
A Flor, de Carina Borgeti: composta por sete pétalas de pele desnuda. Também da artista: Corpos Parte 1; Asas de Pé Negro e o rocambole humano em Corpos Parte 2.
De Rubem Rubiert, o tatuado Noventa. E, abaixo, obra de Igor Oliveira, que funde corpos e instrumentos musicais.
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orpos nus servem de ins pira ção e modelos desde que a arte existe. Mas sempre descobre-se novas maneiras de retratá-los ou, como no caso da mostra Corpo Re + Velado, inventa-se maneiras de usá-los para criar grafismos e outras representações. Sob a curadoria da arquiteta Lilian Heitor, três jovens fotógrafos – Rubem Robierb, Carina Bogetti e Igor Oliveira – criam imagens compostas por movimentos e poses, curvas e desenhos com cores de pele humana. São 30 fotos expostas, a partir desta sexta, dia 1º, no Cultural Blue Life. Um dos objetivos do evento, segundo a curadora, é "antecipar a discussão a respeito de arte contemporânea que virá com a Bienal" – em outubro. As fotos devem alimentar o eterno fórum sobre as definições que envolvem o fazer artístico. Arte é sempre bela? É ornamento? Ou aquilo que provoca reações? O visitante pode começar a formular sua próprias convicções vendo as composições românticas da argentina Carina Bogetti, que leva às últimas conseqüências o termo "escultural", ao transformar seus modelos - sempre nus - em peças de uma única escultura, para então clicá-los. Usando matéria viva, ela brinca de construir e desconstruir gente, como num jogo de montar. Radicada no Balneário de Camboriú, Estado de Santa Catarina,
Carina está acostumada a trabalhar com vídeos, talvez por isso invente tanto movimento nas fotos que faz. Já o paulista Rubem Robierb procura, na técnica do preto e branco, mostrar ângulos originais de rostos e corpos. Ela vira de ponta-cabeça homens e mulheres, faz o tatuado esticar-se e a moça se dobrar para conseguir uma imagem diferente. "Ele disseca o olhar com movimentos expressivos, usando retórica minimalista", interpreta Lilian. E Igor Oliveira faz colagens, usa lápis de cor digital sobre os corpos, inclui instrumentos musicais onde antes
havia apenas pele, com intenção de fazer "uma descoberta sonora dos movimentos." Formado em cinema, o artista afirma ter especial encanto pela técnica do surrealismo. E imprime isso na sua obra. O título da mostra – Corpo Re + Velado – procura deixar claro que cobrir de véus e revelar podem ser ambas interessantes facetas do processo de quebrar tabus sobre corpos nus. Em comum, os três fotógrafos têm a
vontade de criar algo usando apenas corpos humanos completamente nus. A arte é comparável ao do americano Spencer Tunick, fotógrafo que sai pelo mundo fazendo imagens de grandes aglomerações de gente nua. Ele chama centenas de voluntários, pede que tirem a roupa e designa a posição de cada um. Em seguida, fotografa. Já provocou muita polêmica por onde passou, inclusive no Brasil, onde cobriu o Parque do Ibirapuera com gente desnuda. Nos EUA, chegou a ser preso pela polícia, em 2005, ao fotografar uma modelo que posava nua perto de uma árvore de Natal no Rockfeller Center. Em cartaz até dia 30, a exposição Corpos Re + Velados é exibida ao som da trilha sonora composta pelo músico Sonic Júnior. "Com o poder de inverter o sentido da realidade, os artistas deixam de lado a função documental da fotografia para atingir uma realidade inventada, manipulada e contraditória às imposições sociais", resume a curadora.
Corpo Re + Velado Cultural Blue Life, Avenida Brasil, 298 (esquina com a Rua Veneza), Jardim América, telefone: (11) 3884-9084. Aberta de segunda a sexta, das 10h às 19h, e aos sábados das 9h às 13h. A mostra fica em cartaz até o dia 30. Ingresso: grátis.
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ividir o espaço. Não querer a morte de quem professa outra crença ou possui etnia diferente. Existir junto. Essas são as bases do evento Coexistence, que chega ao Brasil depois de passar por Londres, Paris e Nova York. A parte visual está na mostra ao ar livre na Praça da Paz do Parque do Ibirapuera. São 45 grandes painéis que trazem imagens de impacto. Inaugurada no último dia 27, a mostra de arte gigante é promovida pelo Centro da Cultura Judaica e pela Petrobras. Foi idealizada em 2001, como resposta ao ciclo de violência em algumas regiões de Jerusalém. E passou a levar adiante a proposta de sensibilizar e conscientizar a sociedade para a importância da integração, diálogo e do respeito ao outro. É preciso dialogar para chegar ao entendimento, é o resumo da mensagem deste evento. A idéia nasceu no Museum on the Seam - for Dialogue, Understanding and Coexistence Jerusalém, que fica na chamada "linha da costura", entre a Jerusalém judaica e árabe. Os trabalhos, que medem três metros por cinco, foram criados por artistas de várias partes do mundo. Entre eles, há a obra da brasileira Fátima Miranda inspirada em Sebastião Salgado, vencedora do concurso promovido pelo Centro da Cultura Judaica e pelo museu israelense. Outro destaque é a obra do artista polonês Piotr Mlodozeniec, que traz a palavra COEXIST escrita com símbolos do islamismo, judaísmo e cristianismo. A composição foi usada por Bono Vox durante seus shows da turnê mundial Vertigo. Yoko Ono, que foi mulher de John Lennon, assina um painel e cedeu a canção Imagine, hino da paz composto pelo ex-beatle, para o filme institucional da mostra. Em cartaz até dia 26, integram também a mostra grandes placas com textos e pensamentos de Martin Luther King, Nelson Mandela, Isabel Allende, Albert Camus, Dostoievski, Virginia Woolf, Fernando Pessoa, Freud e Einstein. E entre as atividades paralelas haverá mesas de debates, apresentações de danças e corais e uma versão indoor da mostra, com reproduções dos painéis na galeria do Centro da Cultura Judaica. (LHC) Coexistence - Parque do Ibirapuera, de segunda a domingo, das 5h à meia-noite. Centro da Cultura Judaica, Rua Oscar Freire, 2500, ao lado do metrô Sumaré, tel.: (11) 3065-4333. de segunda a sexta, das 10h às 21h; sábados e feriados das 14h às 19h e domingos das 11h às 19h. Ingressos: grátis. A programação completa pode ser encontrada no site www.coexistencia.org.br
ODE À LIBERDADE
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DVD
Mostra Corpo Re+Velado tira a roupa para discutir conceitos da arte contemporânea. Coexistence quer unir culturas na Praça da Paz do Parque Ibirapuera.
Negro, branco. Quem é exceção e quem é regra?
COEXISTÊNCIA
sexta-feira, sábado e domingo, 1, 2 e 3 de setembro de 2006
CÂMERA NUA
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eparadas pelo Muro de Berlim a partir de 13 de agosto de 1961, República Federal Alemã (RFA) e República Democrática Alemã (RDA) assim viveram até 9 de novembro de 1989, quando o muro de 66,5 km caiu. O seu fim foi c celebrado em um concerto no dia 25 de dezembro de 1989, na Schauspielhaus, uma das mais importantes salas de Berlim. Sob a batuta de Leonard Bernstein (foto), reuniram-se (para interpretar, de Beethoven, a Nona Sinfonia, em Dó Menor, Op. 127 (Coral), os coros de câmara da Rádio Bávara e de Berlim e o coro sinfônico da Filarmônica de Dresden; mais quatro orquestras: do Teatro Kirov de Leningrado. a Sinfônica de Londres; a Filarmônica de Nova York e a Orquestra de Paris, além dos solistas June Anderson (soprano), Sarah Walker (mezzo), Klaus König (tenor) e Jan-Hendrik Rootering (baixo). Esse concerto ressurge agora em DVD, editado pela EuroArts.
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Empresas Nacional Finanças Imóveis
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 A inflação dá uma folga para a queda dos juros. Guido Mantega, ministro da Fazenda
MOODY'S APROVA ESTRUTURA DA DÍVIDA
REPRESENTANTES DA ACSP DISCUTEM EM CONGRESSO DE CARTÕES FORMAS DE EXPANSÃO DESSE SEGMENTO
CRÉDITO DEVE CHEGAR À BAIXA RENDA Milton Mansilha/LUZ
buiu com esse período de desenvolvimento, destacou Solimeo. "O SCPC se tornou cada dia mais importante como instrumento para ajudar na decisão de concessão de crédito", acrescentou o diretor do Instituto de Economia. Na avaliação dele, o sistema ajudou também a conter a inadimplência, reduzindo os custos das operações para o consumidor. De 2002 a 2004, relatou, a renda dos 50% mais pobres cresceu 29,5% (empurrada pelo aumento do salário mínimo, ou por meios de instrumentos de transferência de renda, como o bolsa família), a dos 40% da classe média cresceu 7,8% e a dos 10% mais ricos, 1,2%. "Nesse quadro, a aprovação do cadastro positivo se tornou ainda mais importante como instrumento para proteger as operações e ampliar a oferta de crédito no País", salientou. Roberto Haidar, superintendente de Marketing e Serviços da ACSP, insistiu: "O cadastro positivo não é apenas uma ferramenta para aprimorar a concessão de crédito, mas uma forma de impulsionar o crescimento do País". Para Haidar, o cadastro vai ajudar o acesso dos mais pobres não apenas ao consumo de bens, mas também aos serviços bancários. Sergio Leopoldo Rodrigues
Exportadores querem mais recursos no exterior
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empresariado paulista pressionará o governo para permitir a manutenção, fora do Pais, de 100% dos valores em moeda estrangeira captados por meio das exportações. A indústria recebeu como um avanço a redução para 30% da cobertura cambial, o que ocorreu após a edição da Medida Provisória (MP) 315, no último dia 22. Segundo Roberto Giannetti da Fonseca, diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), as novas regras permitirão a desburocratização do sistema cambial, mas "muita coisa ainda precisa mudar". Em relação à cobertura cambial, Giannetti destacou o parágrafo que estipula uma margem de 30% a 100% de manutenção dos valores. "O Conselho Monetário dá um sinal claro para a adoção do teto. Eles não colocariam essa margem se o objetivo fosse outro. Esperamos que esse patamar seja alcançado no prazo de seis meses", afirmou o diretor. Elogios — A Fiesp elogiou o fim do contrato de câmbio casado, que obrigava o exportador a iniciar as operações com uma taxa do dólar, mas encer-
rá-las com o valor do fechamento do dia. Agora, o banco poderá oferecer cotação média para o dia de negociação. Giannetti também aprovou a extensão do modelo de contrato de câmbio simples para todos os valores negociados, acabando com o teto de US$ 20 mil. "Isso representará uma redução na burocracia." Também foram bem recebidos o fim da multa para os empresários que deixavam de pagar as taxas de importação e a possibilidade de notificação ao Banco Central dos volumes de moeda estrangeiras enviadas ao país pelo chamado "capital contaminado". Em relação ao atual patamar do dólar, Giannetti disse que o empresariado é favorável ao câmbio flutuante, desde que ele não sofra interferência dos juros e do spread bancário. A Fiesp, segundo ele, defende um patamar do dólar na casa de R$ 2,50 a R$ 2,60 — esperado para dentro de seis meses. Davi Franzon
Moody's eleva rating do Brasil
A Solimeo ressaltou necessidade de criação de novos mecanismos
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ministro da Fazenda, Guido Mantega, rechaçou ontem motivação política na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que na última quarta-feira reduziu em 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros (Selic), para 14,25% ao ano. De acordo com o ministro, a queda, que surpreendeu o mercado, pode ser explicada pelo fato de a inflação estar abaixo do centro da meta. "Isso é algo inédito no País. A inflação está dando uma folga para a queda dos juros", disse. Segundo Mantega, há espaço para a manutenção da queda da Selic nas próximas reuniões do Copom. "Qualquer economista pode fazer esses cálculos, pode fazer essa dedução. Não há nenhuma interferência política", afirmou. Depois de se reunir, em café da manhã, com o candidato do PT ao governo de Minas Gerais, Nilmário Miranda, e o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), jornalistas perguntaram a Mantega sobre a possibilidade de o presidente Lula ter solicitado redução maior da Selic. "O presidente não costuma fazer pedidos para o Copom, que tem autonomia de decisão. O BC tem feito isso, dando demonstrações ao longo do tempo de que tem independência. Em algumas ocasiões, o presidente disse até que ficou chateado, que podia ser diferente. Então, não há nenhuma interferência", ressaltou. Mantega observou ainda que tanto o BC quanto o Copom têm uma missão a cumprir, que é perseguir a meta de inflação determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). De acordo com ele, foi
Factoring O que é Factoring?
É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com EDITAL
agência de classificação de risco Moody's elevou ontem o rating do Brasil por conta das "significativas mudanças" na estrutura da dívida do governo. Os ratings das dívidas governamentais em moeda estrangeira e moeda local foram elevados de "Ba3" para "Ba2". O teto da classificação de risco do país também foi alterado, passando para "Ba1" — a classificação anterior era "Ba2". Segundo comunicado da agência, as mudanças na estrutura da dívida levaram a "uma
redução substancial na vulnerabilidade de crédito derivada do impacto financeiro das flutuações da taxa de câmbio e, em grau menor, dos juros domésticos sobre os indicadores da dívida do governo". Mauro Leos, vice-presidente da Moody's, comentou q u e " o f o r t e c o m p ro m e t imento com a meta de superávit primário de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB) foi efetivo para sustentar os indicadores da dívida". "O governo continua a enfrentar desafios fiscais." (Reuters)
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reivindicações básicas ao FMI por parte dos países da região e outros emergentes: a modificação das cotas e votos dos membros, maior flexibilidade na concessão de créditos de emergência aos países em crise e menos ingerência em suas políticas econômicas. Miceli desembarca no Brasil com clara posição crítica ao FMI, como adiantou em seu discurso realizado na semana passada, durante seminário para discutir a "arquitetura financeira mundial". Ela quer que o FMI "oriente suas supervisões da economia mundial para o crescimento sustentável e não ao ajuste" e que ele "volte a cumprir seu papel de fornecedor de crédito. (AE)
Selic: Mantega nega motivação política Ministra discute papel do FMI
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e o crédito contribuiu para o crescimento da economia brasileira nos últimos 50 anos, ajudando a desenvolver o mercado interno e viabilizando a indústria de bens de consumo no País, o desafio agora é outro: buscar formas para fazer o crédito chegar às camadas de baixa renda excluídas pela informalidade. "Como a formalização não vai acontecer de uma hora para outra, será preciso encontrar mecanismos para chegar a eles", disse o economista Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), durante palestra a respeito da evolução do crédito no Brasil, no "C4 2006 - Congresso de Cartões e Crédito ao Consumidor", na noite da última quarta-feira. Solimeo mostrou que apenas há muito pouco tempo a economia começou a ser puxada também pelas vendas externas, pois a principal mola propulsora até então eram as vendas internas. "Daí a importância social do crediário, que garantiu que 90% da população pudesse ter geladeira em casa", afirmou Solimeo. O Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), da ACSP, acompanhou e contri-
"exclusivamente dentro desses critérios" que se estabeleceu o corte de 0,5 ponto percentual na Selic na quarta-feira. O ministro garantiu também que a economia brasileira está "animada" e, segundo ele, a prova disso é a contínua redução da taxa de juros. "Não está desanimada não, embora ela tenha tido uma queda em um determinado mês. A taxa Selic está caindo desde setembro do ano passado. Então, o que está reanimando a economia, entre outras coisas, é a queda dessa taxa", disse, salientando que a redução decidida ontem pelo Copom só vai se refletir na atividade econômica em um período entre cinco e oito meses à frente. (AE)
ministra da Economia da Argentina, Felisa Miceli, encontra-se hoje com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e os demais ministros de Fazenda dos países sócios do Mercosul. A reunião foi um pedido de Miceli, feito por ocasião da Cúpula dos Presidentes do Mercosul, realizada em Córdoba, no final do mês passado. Os ministros vão afinar o discurso que será feito na assembléia de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial (Bird), marcada para 19 e 20 de setembro, em Cingapura. Uma fonte da equipe econômica comentou que durante o encontro serão discutidas três
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Congresso Planalto Pesquisa CPI
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o ser questionado ontem, em entrevista à Rádio Guaíba, de Porto Alegre, sobre o que o poderia ser feito contra a corrupção em um possível segundo mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que seu governo "está fazendo um desmonte nas quadrilhas que existem secularmente nesse País". Lula citou exemplos de operações deflagradas pela Polícia Federal que apuraram crimes existentes há vários anos. Ele leu uma declaração do delegado geral da Polícia Federal, que afirma: "Tenho para mim que existe corrupção no Brasil desde 1500, mas nunca, que eu tenha conhecimento, houve um trabalho tão intenso de combate à corrupção como Se o povo nesses anos quiser, recentes". haverá o Para o presidente, "pecasamento q u e n a s c o re nós rupções" forpoderemos talecem as ter um País grandes. Ele muito mais citou, como exemplos, as feliz. As pessoas que condições tentam furar estão dadas a fila em uma para dar agência do o salto. I N S S o u s ubornar um policial de trânsito para não serem multadas. "Eu sou de uma família pobre. Minha mãe obrigava a gente a levantar o sofá para varrer debaixo dele", acrescentou. "É o que nós estamos fazendo na corrupção, varrendo", explicou. Lula prometeu apurar qualquer denúncia, "seja do meu partido ou de qualquer partido político". Ele também disse que as investigações da PF, Corregedoria Geral da União e Ministério Público são feitas de forma silenciosa, sem fazer "estardalhaço" nem "achincalhar" a vida de ninguém. D if e re n ça – Lula também considera "distintos" os programas de governo de quem é candidato e de quem busca uma reeleição. "Quem está no governo não inventa coisas", destacou. "Ele fala o que está fazendo e propõe o que pode fazer num mandato de quatro anos", comparou, ao se referir ao programa que apresentou na terça-feira, com metas mais genéricas do que numéricas.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 1, 2 e 3 de setembro de 2006
VOX POPULI: LULA AVANÇA E CHEGA AOS 50% Veja a evolução dos candidatos no site www.dcomercio.com.br
LULA: 'DESMONTAMOS QUADRILHAS SECULARES'. Na tentativa de seduzir o eleitor a aceitar um segundo mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva procura demonstrar uma imagem pró-ativa no combate à corrupção. Diz que o governo dele desmonta quadrilhas seculares e investiga até membros de seu próprio partido: "Minha mãe obrigava a gente a levantar o sofá para varrer debaixo dele. É o que nós estamos fazendo na corrupção, varrendo," garante. Em seguida, cheio de confiança, expõe suas intenções: "Tá todo mundo apaixonado e agora é só marcar a data do casamento". Moacyr Lopes Jr. / Folha Imagem
Presidente Lula no Guarujá ontem: na companhia de empresários e do governador Cláudio Lembo (PFL) para inaugurar píer graneleiro.
"Estou tranqüilo com o programa porque ele foi pragmático, ele foi muito prático" sustentou Lula, assegurando que cumpriu o que havia prometido em 2002 e citando diversos projetos de desenvolvimento para o período de 2007 a 2010, como a indústria naval no Rio Grande do Sul, a refinaria de Pernambuco e o biodiesel. "O programa é a fotografia do que é o País hoje e o Brasil que queremos amanhã". Casamento e reeleição – Lula aproveitou para dizer que quando tomou posse ninguém tinha certeza do que seria o futuro do Brasil. Garantiu que "hoje nós temos" porque a economia está equilibrada. Na seqüência, disse que só falta o passo seguinte, dando a enten-
der que essa etapa corresponde a um matrimônio. "Você está namorando há muito tempo, tá todo mundo apaixonado, e agora é só marcar a data do casamento", afirmou, para dizer que a data do casamento é 1º de outubro (dia da eleição). "Se o povo quiser, haverá o casamento e nós poderemos ter um País muito mais feliz. As condições estão dadas para o Brasil dar o seu salto, se tornar um país desenvolvido, sério, que tenha distribuição de renda e muitos investimentos na educação". Apesar das comparações, o presidente não quis considerar o "casamento" assegurado. Ponderou que "há experiências de casamentos que na hora
do altar, não acontecem". E mostrou-se cauteloso ao comentar a negociação antecipada de uma agenda política, proposta pelo ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, para pontos como reforma política e fim da reeleição para 2007. Disse que prefere "primeiro a benção do povo" para começar a fazer acordos. Oposição – Lula defendeu também um trabalho "forte" para fechar as alianças políticas necessárias e voltou a dizer que pretende conversar com todos os partidos para garantir crescimento de 5% ou mais da economia. O presidente também se queixou da oposição, a quem responsabilizou pela obstrução de votações da Lei Geral da Pe-
quena e Média Empresa, no Congresso há mais de um ano, e da parte estadual da Reforma Tributária, paralisada há três anos. "É preciso que a oposição aprenda a distinguir, nos seus gestos, os que podem trazer prejuízo pessoal ao presidente da República e ao Brasil", sugeriu. "Não me preocupo que um cidadão da oposição fale mal de mim, o que me inquieta é saber que um cidadão, por não gostar de mim ou por querer fazer oposição a mim, prejudique o País". Reforma política - O presidente defendeu o fim da reeleição em todos os níveis de governo, a fidelidade partidária e o financiamento público de campanhas. "É preciso proibir
dinheiro de iniciativa privada na campanha política". Para compensar o fim da reeleição, o presidente propôs o aumento do mandato de quatro para cinco anos. "A reeleição não ajuda o Brasil", afirmou, destacando que sua posição é conhecida desde a Constituição de 1988. "Se o cidadão fizer um bom mandato e ficar cinco anos fora, cinco anos depois o povo vai buscá-lo na praça, como fizeram com Getúlio Vargas", acredita Lula. Carga Tributária - O presidente voltou a dizer que o governo não elevou a carga tributária, ao responder sobre o aumento de arrecadação em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). Lula defendeu que a arrecadação pode crescer na comparação com o PIB, acompanhando a expansão da economia, mas argumentou que o governo não aumentou nenhum imposto, exceto o PIS e Cofins para o setor de serviços e para produtos importados, a pedido das empresas nacionais. Lula disse também que o governo promoveu desonerações que representam quase R$ 20 bilhões. Estados - Como falava para ouvintes do Rio Grande do Sul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerou o déficit operacional do Estado como "fantás- O programa tico", citando (de governo que o probledo seu ma é crônico e começou an- segundo tes dos últi- mandato) é m o s g o v e r- a fotografia n o s . " N e- do que é o nhum Estado País hoje e consegue sobreviver ade- o Brasil que qu ada men te queremos s e o g a s t o amanhã. com inativos é maior que com os ativos", avaliou. Lula voltou a fazer referência aos acordos que os Estados assinaram com a União para renegociar a dívida mobiliária (em títulos). Na época, disse ele, os Estados consideraram os acordos "maravilhosos", mas agora "todos acham que não valem mais nada". O presidente destacou que o Ministério da Fazenda irá formar um grupo de trabalho para discutir com o Rio Grande do Sul uma saída para o peso da dívida interna do Estado, que consome 18% da receita estadual. (AE)
JOSÉ JORGE DEFENDE TRÉGUA TEMPORÁRIA
Moacyr Lopes Jr./ Folha Imagem
OLACYR VÊ O TERMINAL PRONTO. E CHORA.
O esforço proposto pelo vice de Alckmin duraria apenas até a reforma política Celso Júnior /AE
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emonizado por boa parte da esquerda e especialmente pelos defensores da reforma agrária abrigados no PT quando ostentava o título de "Rei da Soja" – o empresário Olacyr de Moraes chorou ontem durante encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O fato ocorreu durante a vistoria feita por Lula às obras do Terminal de Granéis do Guarujá (TGG). O TGG é a última etapa de um projeto idealizado por Moraes na década de 80 e que quase o levou à falência. O plano de Moraes previa a construção de uma ferrovia que levaria a soja produzida no Mato Grosso diretamente ao porto de Santos. Em 1988, Moraes iniciou a construção da Ferronorte, a primeira ferrovia privada do País, mas o projeto ficou parado por cinco anos por causa da demora dos governos
I Ombro amigo: Lula consola Olacyr de Moraes, o ex-Rei da Soja.
estadual e federal em concluir uma ponte ligando o Mato Grosso do Sul a São Paulo. A ponte deveria ter sido construída em dois anos mas demorou sete. "Neste período fui contraindo débitos que chegaram a US$ 1 bilhão e para pagar as dívidas tive que abrir mão de minhas propriedades, do meu banco (Itamaraty) e da Ferronorte. Paguei o preço do pioneirismo", disse. Apesar disso, o empresário não saiu de mãos vazias . A Constran, construtora pertencente a Moraes, recebeu R$ 175 milhões para construir os galpões do TGG. O preço total do projeto é de R$ 440 milhões dos quais R$ 175
foram financiados pelo BNDES. O TGG terá capacidade para despachar 6 mil toneladas de soja por hora e devolverá ao Porto de Santos o posto de maior exportador de soja do País. Moraes não quis declarar em quem votará no dia 1º de outubro: "A Constran tem contratos com o governo federal e também com governo estaduais. Uma declaração de voto causaria constrangimento". Embora não guarde mágoas daqueles que o atacavam na época em que era o "Rei da Soja", Moraes disse que o agronegócio é alvo de injustiças. "Isso é fruto de uma ingratidão que o Brasil tem com os produtores rurais", disse. (AOG)
ndependente de quem seja o vitorioso nas eleições, o senador José Jorge (PFLPE), candidato a vice na chapa de Geraldo Alckmin à Presidência, está disposto a participar de um grande pacto nacional em favor da reforma política no ano que vem. Para ele, a oposição que sair das urnas terá o dever de apoiar um movimento por mudanças na legislação. "Uma das questões fundamentais é iniciar o próximo mandato com a reforma política...Mas só há condições de aprovar se o governo eleito liderar a mudança do processo político", disse o candidato. Esta é a primeira vez que um aliado de Alckmin considera essa possibilidade de trégua. A avaliação do pefelista é de que não há como fugir de uma "concertação partidária" para aprovar a reforma. O governo do PT usa o termo para defender um amplo acordo em torno de projetos prioritários a partir de 2007, idéia que Alckmin descarta. Já José Jorge concorda com a concer-
José Jorge antecipa proposta ousada
tação, desde que o pacto seja somente para fazer reparos na legislação política. Pensar em um cessar-fogo logo no início do próximo mandato é considerado audacioso por muitos. A avaliação é de que a ressaca eleitoral contaminará o Congresso, alimentando um ambiente hostil a negociações. "Teremos a TPE, tensão pós-eleitoral, mas eu acho que essa tensão pode ser digerida para este fim", argumentou Jorge. O senador evitou projetar cenários que considerem a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na hipótese de perder, não fará uma oposição menos austera. "Não posso partir desse princípio. O PFL
quer ganhar a eleição. Mas se, por hipótese, perdê-la, não vamos aderir, de maneira alguma", prometeu. A 30 dias da eleição, o vice do tucano reconhece algumas dificuldades, mas promete o "grande momento da virada". "Ninguém está jogando a toalha", assegurou. José Jorge, escolhido para o posto na chapa por ser de Pernambuco – numa sinalização aos eleitores de que Alckmin daria prioridade ao Nordeste – ainda não conseguiu reverter votos em favor do presidenciável. Pesquisas apontam que Lula não só manteve seu confortável favoritismo na região como ampliou a diferença em relação a Alckmin. "Não existe vice puxador de voto. Nordeste é para articular palanques e todos os palanques do Nordeste foram montados", disse. Embora a aliança tenha palanque em todos os Estados da região, a maior parte tem o PFL e o PSDB competindo, exemplos do Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão e Alagoas. (Reuters)
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
Tr i b u t o s Imóveis Empresas Finanças
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VOLKS PODE DAR FÉRIAS COLETIVAS
Carros são proibidos de circular na Rua dos Biquínis e as lojas fecham no horário do almoço
PARALISAÇÃO PREJUDICA ENVIO DE PEÇAS PARA MONTAGEM DE VEÍCULOS NO PARANÁ E NO INTERIOR DE SP
VOLKS: GREVE AFETA OUTRAS FÁBRICAS Albari Rosa/Gazeta do Povo/AE
Wladimir de Souza/Diário de S. Paulo/AG
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Operário da Anchieta: movimento continua.
Funcionários de São José dos Pinhais decidiram parar uma hora por dia, em solidariedade
Cabo Frio: capital mundial do biquíni Fotos: Divulgação
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versão tropical do bairro do Bom Retiro, em São Paulo, conhecido como um dos maiores centros de compras da cidade, fica em Cabo Frio, no Rio de Janeiro. A Rua dos Biquínis concentra aproximadamente cem lojistas que fabricam e vendem principalmente itens de moda praia e para práticas esportivas. O lugar existe desde a década de 1950. Ao longo do tempo foi crescendo, reformado pela Prefeitura da cidade e hoje dá um bom exemplo: na Rua dos Biquínis os carros não entram. Os consumidores caminham pelo calçadão, escolhendo a mercadoria com cuidado. O local pode ser comparado a um shopping a céu aberto, já que tem bancos de madeira espalhados ao longo do calçadão, com jardim. As peças podem ser adquiridas em separado e os preços são atraentes: cada item custa entre R$ 5 e R$ 60. Na baixa temporada, como a atual, as vitrines anunciam as promoções. Quem paga à vista, com dinheiro vivo, tem desconto. Cabo Frio não possui grandes shoppings. A Rua dos Biquínis é o principal centro de compras. Curiosidade: mesmo assim, a maioria das lojas fecha para o almoço. De acordo com o presidente da Associação Comercial da Rua dos Biquínis, Marcelo Chuairi, o comércio movimentou R$ 30 milhões em 2005. A expectativa é de que haja aumento de 20% neste ano. "O Natal é a principal data para o comércio do Brasil. Em Cabo Frio, temos vários natais, porque a cada feriado as vendas crescem", diz Chuairi. Movimento – A Fashion Beach Cabo Frio, que começou na terça-feira passada, tem o objetivo de promover a cidade como a "capital mundial do biquíni". As empresas participantes da segunda edi-
Maiô "engana-mamãe": em alta
Modelo tem influência navy
Grafismos das formas são os destaques das coleções de Cabo Frio
ção do evento são as que estão na Rua dos Biquínis. Mas o movimento não se repete no centro comercial. Muitos lojistas reclamam que as vendas não decolaram. As funcionárias da Acquamare afirmam que o faturamento, em julho, caiu 20% em relação ao mesmo mês de 2005. "Quem compra mais são os consumidores que vêm do exterior e os do Espírito Santo. Mas, atualmente, nem eles. O carioca não aparece", diz a gerente da Acquamare, Regina Célia Soares Silva. Segundo ela, o ano de 1994 foi o melhor dos últimos tempos. "Se compararmos os resultados com 2006, a queda nas vendas foi de 50%. Em janeiro daquele ano,
na alta temporada, tínhamos 13 vendedoras. Em janeiro de 2007 vamos precisar de apenas quatro", afirma a subgerente Jaqueline Maria da Silveira Motta. Ela explica porque algumas lojas estão de portas fechadas. "Em baixa temporada, muitos empresários acham que não vale a pena abrir em tempo integral, só no final de semana ou feriado". "Estou aqui há três anos. A impressão que tenho é de que o movimento cai cada vez mais", desabafa a vendedora da Toccare, Luciene Conceição Alves. A vendedora diz que as vendas em agosto caíram 7% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Mas o pessimismo não é geral. A ven-
dedora da Pitanga Luciene Maria da Silva afirma que as vendas aumentaram 20% em julho em comparação a igual mês do ano passado. "O calor no inverno ajudou", justifica. Termômetro —A l gu ma s empresas fornecedoras dos fabricantes de moda praia estão presentes no Fashion Beach Cabo Frio, como a representante de máquinas de costura industriais Clis Pris, que participa pela primeira vez. "Há especial interesse no setor de moda praia. A expectativa é de que o faturamento da empresa aumente até 15% em 2006, em relação a 2005 com os novos negócios", afirma o proprietário, Christopher Castricini. Neide Martingo
FUNDOS DI NA LIDERANÇA EM AGOSTO
O Ó RBITA SAFRA A produção de cana-de-açúcar na safra 2006/07 será de 471,2 milhões de toneladas.
s fundos DI e de renda fixa lideraram o ranking dos melhores investimentos em agosto e desbancaram o ouro, que vinha ocupando o primeiro lugar nos últimos meses. Os dois investimentos tiveram rentabilidade de 1,20%. O ganho acumulado no ano somou 10,36% e 10,37%, respectivamente. Segundo o consultor, Fábio A TÉ LOGO
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Personalização de produtos ganha espaço
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Montadoras contratam na Argentina
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ANGRA I Após duas décadas de operação, serão substituídos dois geradores a vapor da usina nuclear.
Colombo, a explicação para o desempenho dos fundos é a elevada taxa de juro real que foi de 9,4% ao ano. As aplicações em CDB, para valores acima de R$ 100 mil, ficaram em segundo lugar, com rentabilidade de 1,14%. Na terceira colocação, ficaram as aplicações em CDB, para valores de R$ 5 mil, com ganho de 0,89%. (AE)
Caixa oferece desconto para mutuários
UNCTAD
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dversária conceitual da Organização Mundial do Comércio (OMC), a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad) reafirmou ontem, no relatório de 2006, sua convicção de que as economias em desenvolvimento devam se valer de tarifas de importação mais elevadas como instrumento de proteção à indústria nascente e aos setores inovadores. No relatório, a Unctad aponta várias falhas nas regras da OMC. (AE)
greve na fábrica da Vo l k s w a g e n n o ABC paulista já afeta as unidades do grupo em São José dos Pinhais (PR) e em Taubaté (SP), que recebem componentes da unidade Anchieta, parada desde a última terça-feira. A montadora suspendeu a produção nessas fábricas por dois dias, mas alega "ajuste de produção". A Volks também avisou ontem que poderá dar férias coletivas em ambas as unidades entre os dias 18 e 27, mesmo período programado para férias no ABC. O aviso é preventivo, informou a empresa. Ela admite que, se a greve no ABC se prolongar, não será possível manter o funcionamento normal nas outras duas filiais. Ontem, trabalhadores do ABC decidiram manter a greve até segunda-feira, quando avaliam se mudam a estratégia de protesto contra as 1,8 mil demissões anunciadas na terça-feira. Até lá, eles vão entrar na fábrica, mas não ligarão as máquinas, tática adotada desde o início do movimento. Com a paralisação, a fábrica deixa de produzir 940 veículos por dia. Dispensa remunerada — A Volks informou que as paralisações no Paraná, hoje e amanhã, e em Taubaté, hoje e quarta-feira, já estavam programadas antes do movimento. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Sérgio Butka, informou ter recebido ontem o aviso de dispensa remunerada. A fábrica paranaense tem 3,8 mil funcionários, segundo o sindicato. Cerca de 300 foram demitidos ao longo deste ano. Ainda assim, a unidade foi incluída no plano de reestruturação e estão previstos mais 900 cortes a partir de 2007. O plano inicial da montadora apresentado em maio indicava 1,4 mil
demissões em dois anos. No Paraná são produzidos diariamente 800 veículos Fox (para o mercado interno e exportação), CrossFox e Golf. O Audi A3 está saindo de linha. De acordo com Francisco Duarte de Lima, da Comissão de Fábrica, a Anchieta é responsável pelo envio de peças estampadas como capô e lateral para os modelos Fox e CrossFox. Já a fábrica de Taubaté produz 900 Gol, Parati e Saveiro ao dia e depende de estampados e câmbio do ABC. Taubaté tem menos de 5 mil funcionários. O sindicato dos metalúrgicos local fez acordo para o plano de reestruturação e 160 pessoas saíram em julho, com incentivos extras. Outros 140 sairão até dezembro e 400 ao longo de dois anos. Para essa unidade, a matriz alemã garantiu novos investimentos. Já na fábrica de São Bernardo, onde trabalham 12,4 mil pessoas, 8 mil delas na produção, o programa prevê 3,6 mil demissões. A primeira leva de 1,8 mil cortes foi anunciada nesta semana, mas as dispensas só serão efetivadas no próximo dia 21 de novembro, quando termina o acordo de estabilidade fechado em 2001. A Volks afirma que, sem a reestruturação, os cortes podem atingir 6,1 mil vagas, e a fábrica poderá ser fechada, pois não receberá novos investimentos. A decisão sobre o futuro da fábrica ocorrerá até meados de setembro, na Alemanha. "A fábrica divulga nota em que acena para negociações, mas quando sentamos à mesa repete a mesma ladainha, de que precisa fazer a reestruturação nos moldes em que ela quer", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo. "Isso não vamos aceitar e estamos dispostos a manter uma longa luta", afirmou. (AE)
Varig retoma vôos e quatro aeronaves
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Varig informou ontem ter retomado os vôos diários para Curitiba, Brasília e Fernando de Noronha. De domingo a sextafeira, a empresa terá vôo para Caracas, na Venezuela. Segundo nota da empresa, com isso a Varig passa a operar 10 vôos nacionais e três internacionais. Para a retomada dos vôos, a companhia está acrescentado quatro aviões à sua frota. Atualmente a empresa opera 36 vôos por dia na ponte-aérea Rio-São Paulo, além de freqüências diárias para Porto Alegre, Manaus, Salvador, Fortaleza, Recife, Buenos Aires e Frankfurt. A empresa informa ainda que está aguardando a liberação de concessão por parte da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) "para iniciar um plano mais agressivo de retomada de suas rotas, adquiridas no leilão de 20 de junho". Ainda segundo a nota, a Varig tem planos de adquirir um total de 50 novos aviões. Para reconquistar mercado, a Varig adotou política de descontos nos vôos nos novos destinos. De São Paulo para Brasília, por exemplo, a passagem custará R$ 159 (em cada trecho) e R$ 115 para Curitiba. Para Caracas, até o dia 25 de setembro, os bilhetes custam US$ 690 (ida e volta) para as saídas do Rio ou de São Paulo e US$ 348 (ida e volta), a partir de Manaus. Para Buenos Aires, até o dia 16 de setembro, os vôos custam US$ 238 para quem parte de São Paulo (passagens
de ida e de volta) e US$ 273, a partir do Rio de Janeiro. Divisão de rotas — As empresas aéreas TAM, Gol, BRA, Ocean Air e a cargueira Varig Logística (VarigLog) já podem começar a operar vôos internacionais do Brasil para Itália, França, México Uruguai, Angola e Estados Unidos. A autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) foi publicada no "Diário Oficial da União" de ontem, apesar de a Justiça Empresarial do Rio ter determinado que o órgão regulador "congelasse" essas rotas internacionais para a nova Varig, pois elas pertenciam à companhia antes do leilão. A Anac autorizou a BRA a operar sete vôos semanais para a Itália. Pelo menos cinco deles partirão de cidades do Nordeste. A Gol vai operar sete vôos por semana para o México e outros sete para o Uruguai, enquanto a Ocean Air poderá voar sete vezes por semana para os Estados Unidos, duas vezes para Angola e outras sete para o México. A TAM foi autorizada a operar sete freqüências semanais para a França e outras sete na semana para a Itália. A Anac também autorizou a VarigLog a operar vôos de transporte de cargas, em duas freqüências semanais, para o México. Horários de vôos — A Anac também vai redistribuir horários para pousos e decolagens (slots) no Aeroporto de Congonhas (SP), o mais movimentado do País. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO É questão de mudança do modelo de civilização, hoje fundado no consumismo, esvaziamento da dimensão simbólica, materialismo excessivo. O esvaziamento da dimensão mitológica da vida, que faz com que as culturas não sejam absorvidas mutuamente umas pelas outras, o cientificismo, o economicismo... Para mim, é tudo isso. Do ministro da Cultura, Gilberto Gil, ontem, sobre a violência urbana em São Paulo.
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SETEMBRO
2 -.LOGO
1 Dia do Caixeiro Viajante Dia da Bailarina (imagem: quadro de Edgar Degas)
C INEMA M EDICINA
Bush assassinado
Células predadoras de tumores Cientistas dos EUA anunciaram ter curado dois homens que estavam morrendo de melanoma ao alterar geneticamente os glóbulos brancos do sangue dos pacientes, induzindo as células a atacar os tumores. Este é o primeiro sucesso significativo no uso de terapia genética contra o câncer. Os pacientes parecem livres da doença, passados dois anos da intervenção experimental, mas o procedimento não é uma cura
garantida: quinze outras vítimas de melanoma não foram salvas pela terapia. Por isso, o Instituto Nacional do Câncer (NCI) dos EUA está pesquisando o que pode melhorar a eficácia do procedimento. O trabalho, divulgado na Science, revela uma alternativa importante contra a doença. A técnica passará a ser testada contra tipos de câncer mais comuns que o melanoma, como o de mama e o de cólon.
M ÚSICA Tobias Schwarz/Reuters
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Retauradora apresenta notações de Johann Sebastian Bach (1685-1750) encontradas durante trabalhos de restauração na cidade de Weimar, na Alemanha. Os documentos são transcrições de obras dos compositores Dietrich Buxtehude e Johann Adam Reinken para órgão, feitas por Bach.
Filme concretiza sonho anti-americano com um atentado – fictício – ao presidente
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nos EUA. O documentário mostra Bush chegando a Chicago para um discurso e se confrontando com uma forte demonstração antiguerra. O presidente deixa o evento e é baleado pelo franco-atirador. Enquanto os EUA lamentam a tragédia, suspeita-se que o
culpado seja um homem sírio – mas a verdade pode estar escondida perto de casa. Os EUA estão amedrontados com o filme. "É um filme sério e sensível. Não existe possibilidade de que incentive qualquer pessoa a assassinar Bush", tranqüilizou o diretor.
David Moir/Reuters
H OLLYWOOD
Morre Glenn Ford, o amante de 'Gilda'
A RTE
Retorno de Munch A
O Flowlab vende este kit que transforma um skate comum em um avançado skate adaptado para neve. A desvantagem é que você tem de montar as partes sozinho. Custa US$ 50 no site.
Antes de fechar um acordo de financiamento de um veículo novo ou usado ou um contrato de leasing, vale a pena dar uma passadinha pelo site da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef). No site é possível se informar sobre regras desse tipo de transação, qual o tipo de contrato mais indicado para seu caso e quais as empresas financiadoras que têm o aval da associação, garantindo mais segurança ao motorista, antes de comprar o carro.
product_info.php?products_id=66
pinturas foram recuperadas após ação policial e estão em melhores condições do que se esperava. O Grito, que mostra um espectro gritando ou ouvindo um grito numa ponte, tornouse um ícone moderno da
ansiedade humana. Existem três versões do quadro. O estilo emocional das pinturas de Munch teve grande influência no nascimento do movimento expressionista no século 20. Munch morreu em 1944 aos 80 anos.
AFP
Financiamento de carros com segurança
Acima, reproduções de O Grito e Madonna, recuperados pela polícia norueguesa
A TÉ LOGO
O Teatro Municipal de São Paulo, que completa 95 anos em 12 de setembro, criou uma programação de cinco dias para comemorar a data com espetáculos a preços populares - R$ 10 a R$ 15. Além apresentações do Balé da Cidade, com a coreografia inédita R.G., de Jorge Garcia, e o espetáculo Pertétuum, do israelense Ohad Naharin, a programação inclui apresentação da Orquestra Experimental de Repertório na série Cinema em Concerto. Telefone: 3222-8698.
S AÚDE
Suquinho contra o Alzheimer Beber sucos de frutas ou verduras várias vezes por semana pode proteger contra o mal de Alzheimer, doença degenerativa do sistema nervoso que costuma afetar maiores de 65 anos, revelou um estudo publicado na atual edição da revista The American Journal of Medicine. A pesquisa, feita ao longo de nove anos na Universidade Vanderbilt, mostrou que o risco de desenvolver a doença diminuiu 76% nas pessoas que bebiam sucos mais de três vezes por semana. Entre aqueles que beberam um suco por semana, o risco caiu apenas 16%. É que os polifenóis, substâncias orgânicas naturais presentes nos sucos, no chá e também no vinho teriam efeito neuroprotetor, explicaram os cientistas.
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L OTERIAS
Chega ao Brasil nova cirurgia contra epilepsia, doença que atinge 3,6 milhões de brasileiros Estudante tenta repetir massacre de Columbine, que há 7 anos deixou 13 mortos nos EUA
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www.anef.com.br
Os jornais The Washington Post e International Herald Tribune destacaram ontem a proposta brasileira de criar um fundo para compensar os países em desenvolvimento que reduzirem a destruição de suas florestas. A idéia é, com isso, ajudar a reduzir a emissão de gases, considerada a principal causa do aquecimento global. O projeto brasileiro foi apresentado em Roma e é considerado pelos especialistas como uma iniciativa que mostra que o País é líder na questão ambiental, mas os críticos acusam os países em desenvolvimento de querem dinheiro em troca da preservação de suas florestas.
Teatro Municipal .
s obras-primas O Grito e Madonna de Edvard Munch foram recuperadas dois anos depois que homens mascarados roubaram os quadros do Museu Munch, em Oslo, na Noruega, em 22 de agosto de 2004. As
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Skate convertido para a neve
http://flowlab.com/~flowlabc/osC2/
LEVE MOVIMENTO - Bailarinos da companhia holandesa Nederlands Dans Theater fazem o ensaio geral para uma apresentação no festival internacional de dança que acontece em Edimburgo, na Escócia, durante este fim de semana.
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F AVORITOS
O protocolo do Brasil
95 anos com dança e concerto
Mostra Agnès Varda. As Duas Faces da Felicidade (Le Bonheur, foto), de 1965. Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112. Telefone: 3113-3652. 19h30. R$ 4.
G @DGET DU JOUR
B RAZIL COM Z
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C A R T A Z
CINEMA
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Guerra Mundial, na qual combateu como fuzileiro naval. Seu primeiro grande sucesso foi o filme Gilda (1946), de Charles Vidor. Também trabalhou com outros grandes nomes do cinema, como Fritz Lang, Frank Capra e Vincent Minelli. Em um dos papéis mais curiosos de sua filmografia de mais de cem títulos, Glenn Ford interpretou, em 1978, Jonathan Kent, o pai adotivo do Superman (papel de Christopher Reeve) na primeira parte da série, uma das que obtiveram grande sucesso no cinema. Em 1991 ele fez seu último filme, O veredicto final.
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O ator de origem canadense Glenn Ford, que protagonizou dezenas de filmes na época de ouro de Hollywood, entre eles o inesquecível Gilda, com Rita Hayworth, morreu na quarta-feira, aos 90 anos, em sua casa de Beverly Hills (Califórnia), onde vivia desde que se aposentou da vida artística. Vítima de vários ataques cerebrais nos últimos anos, Glenn Ford nasceu em Quebec, Canadá, em 1º de maio de 1916 como Gwyllyn Samuel Newton Ford. O ator iniciou carreira nas telas de cinema pouco depois do começo da Primeira
Uma viagem de US$ 20 milhões Uma norte-americana de origem iraniana será a primeira mulher a viajar como turista espacial. A empresária Anousheh Ansari está em treinamento no centro espacial russo, perto de Moscou. "Outros viajantes espaciais me disseram para aproveitar ao máximo cada momento da experiência", disse Anoushed. "Mas eu acho que a experiência depende de cada indivíduo". O valor estimado da viagem é de US$ 20 milhões (cerca de R$ 43 milhões). O governo russo não divulga o valor exato do "pacote espacial".
Channel 4/AFP
canal d e T V britânico Channel 4 vai exibir um documentário que mostra o assassinato fictício do presidente dos EUA, George W. Bush. Em Death of a President (A Morte de um Presidente), Bush é assassinado por um fanático franco-atirador em Chicago. O filme, que usa artifícios da TV digital e imagens de arquivos, já foi exibido no Festival de Cinema de Toronto. O anúncio da exibição provocou protestos dos norte-americanos, que dizem que o filme, dirigido por Gabriel Range, pode encorajar atos extremistas
E SPAÇO
Em repressão à imprensa, China condena jornalista a cinco anos de prisão por espionagem
Concurso 1646 da QUINA 30
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Indicadores Econômicos
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por cento foi a queda do Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), no pregão de ontem.
31/8/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 29/08/2006 29/08/2006 29/08/2006 29/08/2006 29/08/2006
P.L. do Fundo 8.381.581,54 1.428.695,22 7.525.104,12 11.103.536,14 1.091.921,39
Valor da Cota Subordinada 1.168,580527 1.074,714131 1.148,160406 1.048,569062 1.060,769481
% rent.-mês 3,2800 1,9313 2,4343 -5,1797 0,7931
% ano 19,6126 7,4714 14,8160 4,8569 6,0769
Valor da Cota Sênior 0 1.075,071556 1.087,336781 0 0
% rent. - mês 1,1552 1,2587 -
% ano 7,5072 8,7337 -
rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)
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COMÉRCIO
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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DOISPONTOS -77
Günter Grass, prêmio Nobel de Literatura, escondeu seu passado nazista enquanto distribuía lições de moral
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ünter Grass foi pacifista quando não deveria ter sido, durante os anos 1980; naquela época, François Mitterrand, sem dúvida alguma se referindo a todos os outros Günter Grass alemães, observou com diplomacia que se os pacifistas estivessem a oeste, os foguetes estariam a leste. E quando chegou a hora da reunificação alemã, ele se opôs a fim de preservar o patrimônio socialista da RDA. Contra, segundo ele, a colonização da Alemanha Oriental pelos capitalistas da Alemanha Ocidental. Alguns dizem que seu passado na SS faria dele um otage de la Stasi, os serviços secretos orientais, que teriam ditado suas escolhas políticas, mas não se pode afirmar isso com certeza. E quando Günter Grass (era 1988) passou uma temporada em Calcutá, a convite do governo local, ele escreveu um livro, pouco lido, absolumente negativo para os indianos, que apareciam na obra como uma raça inferior. Um livro de gosto duvidoso, mas os desenhos de Grass que o ilustram são esplêndidos, demonstração da discordância entre o talento imenso e a moral abandonada. Considerar Günter Grass como uma autoridade moral, espírito livre por excelência, foi um erro evitável, e não teria sido necessário aguardar a revelação da sua vida dupla. Um erro que não poupou nem mesmo a nãoesquerda alemã, que ainda assim nunca santificou Günter Grass, e não porque ele se dizia de esquerda, mas porque ele atentou contra a realidade de seu próprio tempo. Àqueles que
NEIL FERREIRA
Arte Roberto Alvarenga
ntrar para as SS aos 17 anos é compreensível: Günter Grass certamente não tinha escolha. Mas, dissimular o fato durante 60 anos, distribuir lições de moral aos alemães, atacar nazistas ou os suspeitos de aderir ao nazismo, bem como os neonazistas ou os criptonazistas, este é o fato surpreendente. Um tour de force que Günter Grass, ele mesmo, se confessa incapaz de explicar: tanto seu silêncio quanto sua confissão. Sessenta anos de mentiras, que ilustram o quanto se pode ser simultaneamente um grande artista e de uma grande imoralidade. Um tormento para o espírito, talvez, mas que pode, num só movimento, se tornar um mágico das palavras, formas e sons e se manter desnudo de todo senso moral, quanto mais de um bom senso elementar. Basta lembrar, para ficar na Alemanha, que artistas inconstestáveis (como Leni Riefenstahl, Arno Breker, Wilhelm Furtwängler) se acomodaram tranquilamente sob o regime nazista. Numa excursão pela França, é possível recordar - e nunca é demais - que Jean-Paul Sartre, durante toda a Segunda Guerra Mundial, esqueceu de protestar contra o nazismo e o antisemitismo... Günter Grass se inscreve nessa tradição esquizofrênica. A menos que, como Sartre, ele tenha colocado a si mesmo, por ser artista, acima de toda moral. Mas neste caso - um caso especificamente alemão - se o artista é culpado, ele não o é nem mais nem menos do que seu público e os meios de comunicação que o idolatram. Porque Günter Grass, para além de seus romances (três deles espetaculares e três ilegíveis), ao longo de toda sua fenomenal carreira pública nunca deixou de adotar posturas que inspiravam a consternação. Homem "de esquerda", uma esquerda absoluta, ele desposou todas as piores causas de sua geração, sem esquecer nenhuma, e aprovou as revoluções sanguinárias de Cuba e da China. Sempre disposto a atacar esses fascistas norteamericanos, Ronald Reagan e George W. Bush, é claro (sem nenhum risco), mas sem nunca denunciar minimamente o fascismo de Mao Tsétung? Ou aquele dos islâmicos?
INOCENTE INÚTIL. E RIDÍCULO.
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hoje, na Alemanha ou fora da Alemanha, confessam sua miopia, seu erro de julgamento ou que ainda tentam se justificar, lembremos que era possível não mergulhar no fetichismo de Grass. Na Alemanha, ou no resto da Europa, nem todos sucumbiram. Apesar do Prêmio Nobel de Literatura ou em razão desse prêmio de histórico duvidoso. O erro e a concordância não eram indispensáveis, nunca são.
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ünter Grass, um caso alemão? É verdade, as SS são alemãs. Mas, como deixar de pensar que uma geração inteira de intelectuais e artistas europeus, na França principalmente, auto-proclamados de esquerda, a tal ponto que nem mesmo esta palavra fazia mais sentido, nunca deixou de adotar posturas morais para ilustrar causas absolutamente imorais. Como não ver surgir os espectros, naqueles que ontem amaram Stálin e Mao, dos que, em breve, vão chorar por Castro? Aqueles que nada viram de Moscou, Pequim, Havana, Teerã e Sarajevo? Aqueles que, agora, enxergam no islamismo uma redenção para o ocidente? Todos, esta grande armada de espectros, de erros absolutos, graças a Deus, nunca deixaram de se enganar sobre o futuro. A degradação de Günter Grass soa como uma impostura esculpida em consciência moral? Infelizmente não. Porque, para além desse caso singular, não se desconfia o suficiente do grande escritor e da estrela daqueles que abusam de sua educação para propagar opiniões políticas, somente políticas, mas disfarçadas. Não nos perguntamos o suficiente se a postura midiática é ditada pelo conhecimento? Ou pelo narcisismo, a moda, o prazer do escândalo e do interesse financeiro?
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os protegemos do homem político, eleito democraticamente, quanto mais ele avança. Não nos protegemos o suficiente do artista de talento dissimulado, principalmente quando seu talento é grande. Dos mágicos moralistas não desconfiamos nunca o suficiente.
G Considerar Günter Grass
como uma autoridade moral, espírito livre por excelência, foi um erro evitável, e não teria sido necessário aguardar sua revelação. O erro e a concordância nunca são indispensáveis. Ele nunca deixou de adotar posturas morais para ilustrar causas imorais.
Guy Sorman
o suplicy, vulgo Mogadon. O Mogadon é um remédio para insônia. O suplicy quando abre a boca mata qualquer um de sono. Inocente ? Há controvérsias. Inútil ? Essa é uma certeza que eu tenho, mas admito que pode não ser partilhada por muita gente, ele está liderando as intenções de votos para senador por São Paulo, para mais um mandato de oito anos, o terceiro. Ridículo suplicy? Vamos aos fatos.
G Há uma
atenuante em defesa de Suplicy. Mas não há atenuante para quem pensa em doar mais um mandato para um cara desses. Está circulando na internet um vídeo que é uma prova contundente de que o suplicy é um ridículo de marca maior. É um evento do PT, há um palco, uma mesona e uma claque que a gente não vê mas sabe que está lá. Na mesona, petistas estreladíssimos, autores e atores de todos os escândalos do "governo" lulla. Reconhecemos entre outros, marta e mercadante. Em pé, discursando, suplicy. Em resumo, suplicy achou novas qualidades em mercadante, chamando-o de "doutor" porque havia identificado um "problema na testa" dele, suplicy. Um átimo de segundo de silêncio é quebrado por uma sonora e debochada gargalhada dada pela marta, seguida por toda mesa e pela claque, que parece rugir. Tem mais ridículo. Vi na tv Senado o suplicy ocupar a tribuna por quinze minutos para ler uma previsão de um numerológo, afirmando que o Brasil ganharia a Copa do Mundo por conjunção não lembro de quais números. Um senador da República, com dezesseis anos de experiência, ocupando uma das tribunas mais nobres "desse país" para isso, não dá. Outro rídiculo, suplicy levou para Nova Iorque uma
troupe para encontrar, numa igreja, uma moça que já estava morta e enterrada em Brasília, assassinada pelo marido envolvido no escândalo dos "Anões do Orçamento". A pista suplicy recebeu quando "ouviu uma conversa num banheiro". E nós pagamos o passeio deles em dólar.
A
inutilidade de suplicy é provada quando assistimos ao horário político e admitimos que os dois, suplicy e mercadante, falam a verdade. O mercadante vai no pescoço do suplicy quando afirma que trouxe para São Paulo merenda para seis milhões de escolares, dinheiro para não sei quantas milhões de casas populares, salas de aulas para milhões de alunos, bolsa-esmola para um milhão e cem mil votos para o lulla, parece que ele foi sozinho a Brasília e, seguindo os usos e costumes da cumpanherada, encheu a mala de dinheiro e trouxe para cá, mostrando o inútil que o suplicy é. E suplicy confirma a sua inutilidade quando cita, em seus dois mandatos que somam dezesseis anos, o projeto da renda mínima, e só. Senador mínimo é o que ele é. Não dá para esquecer que nesses dezesseis anos suplicy recebeu treze salários por ano, passagens de avião, verbas para telefonemas, auxílio residência, carro, auxílio gasolina, entourage de uns vinte funcionários e assessores muito bem pagos. Veja quanto isso dá por ano, multiplique por dezesseis e você fica sabendo que o Renda Mínima custou o máximo para nossos bolsos.
I
nocente uma pinóia. Um homem de mais de sessenta anos, professor universitário, político profissional, ex-deputado federal, candidato a prefeito, candidato a governador, dois mandatos de senador, morando nas estratosferas do partido, só fazendo isso o tempo todo e não sabe do gushiken, do palocci, dos esquemas que mataram o celso daniel e o toninho do PT, do delúbio, do okamoto, do silvinho Land Rover, do mensalão do comissário josé dirceu, não viu a lama, a corrupção, os dólares na cueca, o valérioduto, quem ele pensa que é em matéria de num vi e num çei, pensa que é o lulla ? Há, porém, uma atenuante. Pode ser alegado em sua defesa que suplicy, está assim por excesso de exposição à marta. Mas não há atenuante para quem pensa em doar mais um mandato para um cara desses. NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR
G Voto nulo é
voto Lulla
FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894
sexta-feira, sábado e domingo, 1, 2 e 3 de setembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
LAZER - 1
Ele transforma o palco do Tom Brasil em um cenário de acordes sutis, rimas impensáveis e histórias de amor
A
Sérgio Roveri
os 62 anos, ele é um homem aparentemente sereno, que abandonou o uisquinho, recusa-se a falar sobre política no momento em que o assunto não sai da roda dos artistas, está em busca de uma vida mais regrada na qual não cabem mais os excessos e, jura, ri diante dos insistentes galanteios femininos. Este conjunto de sintomas faria de qualquer mortal um poço de monotonia, mas batize este homem de Chico Buarque de Hollanda e tudo isso vira poesia. O dono dos olhos azuis mais festejados da MPB está na cidade para a primeira das Divulgação d u a s temporadas do show Cario ca – a segunda, p r o g r amada par a o u t ubro, terá ingressos à venda a partir de hoje –, e pronto para transformar o palco do Tom Brasil em um cenário de Estou tentando acordes sutis, rimas impensáveis e histórias de amor que, saídas de sua ge- me adaptar a esta nova nial cabeça de poeta, firmaram parceria com o coração de cada brasileiro maneira de dos últimos 40 anos. Chico cantou a fazer shows. amizade, o amor, as traições, os crimes, Tenho de o exílio, a saudade, os desvarios polícantar todo ticos e todas as variantes possíveis do sentimento humano com tanta maes- plugado, com tria que hoje ele se encontra naquela fone de rara posição de subverter até as regras ouvido. do jornalismo: Chico é notícia, e de primeira página, mesmo quando ele pa- Acabou-se a era do rece insistir no contrário. Desde seu último show em São descompromisso. Paulo, As Cidades, passaram-se sete Chico anos – Chico está de volta mais magro Buarque e, no seu rosto, as rugas já deram início ao silencioso trabalho de macular as feições de garoto que ele carregou a vida inteira. “Em sete anos, muita coisa muda”, diz ele. A música de Chico mudou porque a vida dele mudou. “Estou tentando me adaptar a esta nova maneira de fazer shows. Tenho de cantar todo plugado, com fone de ouvido. Acabou-se a era do descompromisso. Vinícius cantava com um copo de uísque na mão. Em uma livraria do Rio, há uma foto do Vinícius em que o copo foi apagado por um recurso de computador. E ele ficou lá, com aquela mão boba, como sinal de um outro tempo”. O Brasil de Chico Buarque também mudou nestes sete anos. Lula, o candidato que ele sempre apoiou, chegou à presidência da República. E, se depender do compositor, deverá permanecer lá por mais quatro anos. Mais que isso, Chico não fala. Sobre os companheiros Paulo Betti e Wagner Tiso, que se dizem indiferentes à falta de ética na política brasileira, é econômico. “Eu li o que saiu no jornal, não estava naquele jantar em que eles disseram isso. Eu não fico policiando o que as pessoas dizem, nunca fiz isso e não vou fazer agora”. Em seguida, dá a entender que, em sua voz, a canção talFotos: vez tivesse outro tom. “É preciso saber Luludi/LUZ, em que contexto eles disseram isso. Eu realizadas durante mesmo, se bobear, falo besteira”. entrevista O repertório do show Carioca viaja coletiva em por 32 anos na carreira de Chico BuarSão Paulo que até encontrar Mambembe, a canção que ele compôs em 1972 para o filme Quando o Carnaval Chegar, de Cacá Diegues, no qual fez uma rarís-
Arquivo DC
Um CHICO em cada coração sima participação como ator. As outras canções estão aí para mostrar o ecletismo de um compositor que carimbou sua grife no cinema, no teatro, no balé e numa série de outros projetos especiais para os quais ele é convidado com tal freqüência que só comprova que não é apenas o público que exige Chico Buarque – seus pares também o querem. Nos últimos anos, Chico Buarque deixou que um grande hiato avançasse sobre sua produção musical para se dedicar à literatura – e saiu desta aventura com os romances B enjamim (adaptado para as telas), Estorvo e Budapeste. Os livros nem sempre causaram o mesmo impacto que a chegada de um novo álbum de Chico às lojas. Talvez porque eles nunca tenham trazido uma Geni, uma Bárbara, uma morena de Angola, um guri batedor de carteira, um Pedro pedreiro, uma Lily Braun, uma Carolina que viu o tempo passar da janela, uma Joana francesa, uma japonesa loira de Copacabana. Ou talvez porque seus livros nunca tenham dado um Bye Bye Brasil com tanta graça e dolorida nostalgia. Mas isso nunca impediu o compositor de passar períodos imensos longe de suas próprias canções, dedicado apenas a talhar os personagens de suas tramas literárias. “Quando eu faço literatura eu me desligo da música. Não ouço, não faço, me desligo. Não ouço música nem de outros artistas”. Hoje à noite, quando os microfones do Tom Brasil captarem a voz miúda e de poucos recursos de Chico Buarque – alguém ainda se importa com isso? – estará aberta a temporada de amores plenos, de ouvidos extasiados, de centenas de mulheres sussurrando que sim, que foi para elas, para cada uma delas em particular, que Chico escreveu aquela canção, e de um número ainda maior de homens se perguntando como eles não pensaram naquelas frases antes. Afinal, parece tão simples escrever versos do tipo Na galeria/cada clarão/é como um dia depois outro dia/abrindo o salão/passas em exposição/passas sem ver teu vigia/catando a poesia/que entornas no chão. E é realmente simples. Basta ser Chico Buarque.
Quando eu faço literatura eu me desligo da música. Não ouço, não faço, me desligo. Não ouço música nem de outros artistas. Chico Buarque
Mais Chico Buarque na página 2.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.LAZER
MÚSICA Carioca, já com ingressos esgotados, terá apresentações extras
sexta-feira, sábado e domingo, 1, 2 e 3 de setembro de 2006
CINEMA Fotos: Divulgação
Fotos: Luludi/LUZ Divulgação
Vá brincar nesta divertida casa dos terrores Rita Alves
Chico, à vontade, confessa a pragmática razão que o levou a começar o show por São Paulo: o patrocinador
SHOW
ENCANTO MALANDRO Lúcia Helena de Camargo
S
Sem os agressivos refletores, Chico Grande Hotel, em que o baterista Wilobe o pano de boca, ilustrado por desenho de Heitor Villa- canta sob luzes carinhosas e espertas – son das Neves entra em cena, dividinLobos, feito em 1947 e nunca de nome técnico moving lights – criadas do com Chico o samba, do qual é coantes exibido. Aparece ele, por Maneco Quinderé, enquanto se mo- autor. A malandragem se espalha, o Chico Buarque, vestindo a camisa azul ve sob o móbile que simula ora sol, ora Carioca toca tamborim e juntos dão o (figurino de Marcelo Pires) que se funde lua no céu da capital do Rio. Na política recado: "Entras com ares de atriz / Sacom o cenário de Hélio Eichbauer – uma Morena de Angola, ele olha de esgelha bes que sou da platéia /Deves pensar representação da linha do horizonte do para a platéia enquanto toca calimba. que ando louco / Louco pra mudar de Rio de Janeiro. O Carioca volta a cantar O público feminino não pisca quan- idéia, não?". O jeito de quem fez trano palco sete anos depois do último do inicia Ela é Dançarina. Naquele mo- vessura o acompanha também no fishow, começando a turnê pela capital mento ele é apenas o funcionário de nal de A Bela e a Fera: "Abre teu coração paulista. Motivo pragmático: o patroci- todas. Quem crê em múltiplas encar- / Ou eu arrombo a janela". Paradinha nador. Quem liga para as razões? Impor- nações não tem dúvida de que ele foi para outro olhar oblíquo e sorriso mamulher em mais de uma vida anterior. roto. Aplausos entusiasmados. tante é que o recital já começou. Não à toa esOutra canção gotaram-se tocompartilhada é dos os 41 mil inImagina, na qual a gressos colocatecladista do grudos à venda para po, Bia Paes Leme, as quatro semaencanta com sua nas da temporavoz límpida e terda. Para não deina, deixando a impressão de que o xar mais fãs na mão, acontecem dueto original do CD – com Mônica oito apresentações extras, proSalmaso – é, digamos, um pouquigramadas de 5 a 15 de outubro. nho pior do que o No repertório do show. Quem asdo espetáculo Casistir ao vivo, podeNo palco, toca calimba e chama a equipe para duetos rio ca e nt rara m rá comparar. um total de 29 músicas. Todas as 12 can- Embasam a tese a propriedade com Os arranjos são despojados, como ções do CD Carioca e outras, escolhidas que canta A História de Lily Braun (par- convém ao clima, já que sem a orquespor motivos vários. Um deles, a relação ceria com Edu Lobo), na qual o casa- tra que acompanha no CD. Trabalho com o Rio de Janeiro, como em Morro mento faz o romance ter final infeliz: bom do diretor musical Luiz Cláudio Dois Irmãos, na qual ele compara as "Me amassou as rosas / Me queimou as Ramos, violinista e parceiro de Chico montanhas à própria música: "Penso fotos / Me beijou no altar" e a perfeição desde a década de 1970. Na banda, ouvir a pulsação atravessada /Do que com que incorpora a que perdoa por- também João Rebouças ao piano, Chifoi e o que será noutra existência /É as- que trai (Mil Perdões), ou aquela que se co Batera na percussão, Jorge Helder sim como se a rocha dilatada /Fosse entrega de corpo e alma para um ho- no contrabaixo e Marcelo Bernardes uma concentração de tempos". O cine- mem que não a merece, doando sua na flauta e sopros. ma, outro tema, chega com Na Carreira Palavra de Mulher. "E se uma outra preChico é uma daquelas unanimidades e Ela Faz Cinema. E vêm as canções de tendia um dia te roubar /Dispensa es- que Nelson Rodrigues não poderia chaamor rasgado, absurdo, sem sentido, sa vadia /Eu vou voltar." mar de burra. Continua malandro, mePara fazer o público dançar, vem rece a atenção que recebe. E encanta. destrambelhado.
Em Morena de Angola , ele toca calimba. Com Milton das Neves, canta Grande Hotel ao tamborim. E incorpora toda a maladragem ao interpretar A Bela e a Fera , ameaçando arrombar a janela se a moça não abrir o coração
Arquivo DC
No novo show, repertório mistura as canções recém-lançadas com jóias do passado, como Mambembe , da trilha sonora do histórico filme Quando o Carnaval Chegar , de 1972, mesma época do disco Chico Canta (acima)
T
error e filme de animação. Se a união dessa dupla parece pouco comum, o filme A Casa Monstromostra que a mistura é possível e pode dar muito certo. DJ Walters, o divertido Bocão e Jenny formam o trio de amigos que leva os maiores sustos no longa dirigido por Gil Kenan. A casa do velho Epaminondas é o alvo do olhar constante de DJ. Pelo telescópio montado na janela, o garoto que mora em frente à casa do velho, observa e desconfia que algo de errado acontece por ali. Brinquedos, objetos, triciclos e até mesmo animais de estimação desaparecem quando caem no gramado do quintal do vizinho misterioso. Mas é na véspera do Dia das Bruxas que DJ e Bocão levam a pior. Enquanto o movimento de crianças aumenta na vizinhança em razão da festa, os dois brincam de basquete na rua. É durante a diversão que a bola cai no terreno de Epaminondas e é tragada para dentro da casa. A brincadeira acaba e a paciência do morador também. O briguento e furioso Epaminondas passa mal e é levado por uma ambulância para o hospital. A partir de então, o cenário fica perfeito para os amigos investigarem o que está por trás da casa mal assombrada. O posto de observação, que antes só era ocupado por DJ, passa a ter a presença de Bocão e Jenny. Eles insistem em dizer a todos que há algo de errado com aquela casa, mas como ninguém acredita no trio, a investigação segue em frente, sendo feita somente por eles mesmos.
Quem dá as primeiras coordenadas para a turma é Cabeça, um preparador de pizza considerado por eles um sábio. Segundo suas explicações, a casa possui uma alma humana e a única forma de fazer com que ela pare de engolir coisas é acertando seu coração. Na imaginação das crianças, a sempre ativada fornalha localizada no porão é a mira certeira. Para enfrentar o medo e colocar os planos em prática, a turma também precisa de sorte. O trio mostra empenho, mas os policiais que rondam o bairro, acabam atrapalhando o sucesso da empreitada. Na falta do furioso Epaminondas, a própria casa é dominada pela raiva e começa a correr atrás das três crianças pelo bairro. A perseguição é só o início da confusão que vem pela frente. Dar vida aos personagens e à aterrorizante casa – que aparentava ter olhos e boca quando era surpreendida – só foi possível graças à inovadora tecnologia digital chamada animação por captura de movimento. No processo, os movimentos dos atores são registrados e, em seguida, transferidos para o computador. Steven Spielberg e Robert Zemeckis são os produtores executivos do projeto. A superprodução de U$S 75 milhões já acumula cerca de US$ 90 milhões em ingressos vendidos no mundo. No Brasil, o sucesso não deve ser diferente. A Casa Monstro (Monster House, Estados Unidos, 2006, 91 minutos). Com Steve Buscemi, Maggie Gyllenhaal, Jason Lee e Kathleen Turner. Columbia Pictures.
OUTRAS ESTRÉIAS
DISCO
Voltei a cantar André Domingues
C
hico Buarque demora cada vez mais tempo para fazer seus discos. Assim, não tem porque ouvir com pressa Carioca, seu novo CD. A mesma auto-crítica que faz seus trabalhos demorarem tanto o leva para um campo de significados mais complexos do que os do prolífico início da sua carreira, por exemplo. Não que demore os 8 anos da criação para entender o que ele quer dizer com o disco, mas vale a pena ouvi-lo com calma, diversas vezes, e deixar que cada audição o faça revelar um pouco mais da sua beleza. Já o show Carioca, cuja turnê nacional acaba de estrear em São Paulo, é outra história. Aí, o negócio é correr para conseguir um lugar, afinal, não dá para saber quando vem outro. Os ingressos da primeira fase da temporada estão esgotados há dias. Os próximos começam a ser vendidos nesta sexta, dia 1º. O desfrute do show também deve ser mais simples. Acontece que o repertório programado mistura as canções recém-lançadas com jóias do passado, como a bela Mambembe (da trilha sonora do histórico filme Quando o Carnaval Chegar, de 1972), que ele nunca interpretou ao vivo. Entre as antigas, também não vão faltar alguns daqueles clássicos que, inevitavelmente, comprovam
que cada uma de suas apresenta- letra de Chico nos anos 80. Já a recoções é, no fundo, uma espécie de ri- nhecida habilidade poética de Chico tual de renovação do voto de fideli- Buarque é reafirmada em diversos dade que tem com a platéia. É como momentos, especialmente nos dois se, no palco, Chico Buarque mostras- versos iniciais de Ela Faz Cinema: se que, apesar da distância, ainda é "Quando ela chora/ Não sei se é dos Chico Buarque. E, em retribuição, olhos pra fora". Também os temas das canções reemocionado nas cadeiras, o Brasil pisam veredas consagradas do seu mostrasse que ainda é Brasil. Mas não é preciso que Carolina, Ri- repertório. O gosto por mulheres arrebatadoras, ta ou alguma mo- Bruno Veiga/Divulgação que fazem da virena dos olhos da um teatro dos d’água venha seus desejos e lembrar que Chitransformam o co continua o amante em seu m e s m o. B a s t a público, volta ouvir com atentr iunfalmente ção o disco Carioem cinco númeca para identifiros: Ela Faz Cinecar, aqui e ali, os ma, As Atrizes, velhos traços do Renata Maria e compositor. A Sempre. Mais ou forte influência menos na mesque recebeu de ma linha, amores Tom Jobim, por sem lógica ou liexemplo, fica evimite também se dente no requinfazem presentes, tado serpenteio s e j a m n o p rod a s m e l o d i a s, tanto as assinadas por ele quanto as fundo sentimento de Porque Era Ela, dos parceiros que convidou: Edu Lo- Porque Era Eu ou na paixão circunsbo, Ivan Lins e Jorge Hélder – todos tancial – mas gostosa! – de Le ve jobinianos de carteirinha. Tom, aliás, e Bolero Blues. O Chico Buarque das crônicas soé homenageado em Cario ca co m uma bela versão de Imagina, sua pri- ciais também aparece com vigor, someira composição, que recebeu uma bretudo em Subúrbio, uma afetuosa
visão panorâmica dos morros e bairros afastados do Rio de Janeiro. A mesma identificação com os marginalizados deixa outros frutos em Ode aos Ratos (que fez parte da trilha do musical Cambaio, de 2001) e Dura na Queda. Por fim, dentre as novas canções, vale destacar o foxe Outros Sonhos, em que uma utopia político-social se afirma em tom de faz-de-conta: "...De mão em mão o ladrão/ Relógios distribuía/ E a polícia já não batia". É puro João e Maria! Assim como em Parato dos ( de 1994) Chico usava uma música, De Volta ao Samba, para pedir desculpas ao público por sua longa ausência, na turnê de Carioca pensou em algo semelhante. Dessa vez, escolheu Voltei a Cantar, de Lamartine Babo, para abrir cada noite. É, sem dúvida, uma opção carregada de reverência, pois foi com essa canção que um de seus ídolos, o cantor Mário Reis, voltou aos palcos depois de seu primeiro afastamento da vida artística, em 1939. Carioca - Tom Brasil - Nações Unidas, Rua Bragança Paulista, 1281, Chácara Santo Antônio. Quinta, 21h30; sexta e sábado, 22h; domingo, 19h. Ingressos: de R$ 80 (setor 3) a R$ R$160 (camarote).
O
Sabor da Melancia (Tian Bian yi Duo Yun, França/Taiwan, 2005, 114 minutos). A melancia é a solução encontrada para o verão sem chuvas de Taiwan. Ela serve para matar a sede e refrescar o clima. Outra serventia é descoberta por um ator pornô (Lee Kang-sheng) que usa a fruta como uma espécie de estimulante erótico. A comédia, premiada no Festival de Berlim de 2005, é dirigida por Tsai Ming-liang.
C
afuné (Brasil, 2005, 80 minutos). O diretor carioca Bruno Viana estréia seu primeiro longa mostrando o amor entre dois jovens de classes sociais diferentes: Marquinhos (Lúcio Andrey), morador de uma favela e Débora (Priscila Assum), integrante de uma família de classe média alta. Ambientado no Rio de Janeiro, mostra a rotina de violência e preconceito vivida por muitos jovens.
C
asseta e Planeta - Seus Problemas Acabaram (Brasil, 2006, 80 minutos). As Organizações Tabajara estão no alvo da justiça. A empresa é acusada de venda de produtos preju-
diciais à saúde, mas conta com a defesa do Botelho Pinto (Murilo Benício), um advogado destemido e idealista. No elenco, Luana Piovani, Juliana Paes e Marcos Pasquim. Longa-metragem dirigido por José Lavigne.
M
eu Irmão Quer se Matar ( Wilbur Wants to Kill Himself, Dinamarca, 105 minutos). Dois irmãos de temperamentos diferentes protagonizam o filme dirigido por Lone Scherfig (Italiano para Principiantes). Os dois são donos de uma livraria herdada pelo pai. Wilbur tem o otimismo como marca registrada e Harbour é um suicida em potencial, além de bastante sedutor.
M
inha Super Ex-Namorada (My Super Ex-Girlfriend, EUA, 2006, 95 minutos). Uma Thurman interpreta Jenny Johnson que, quando vê o perigo por perto, se transforma na heroína G-Girl. O dia-a-dia de aventuras toma outro rumo quando ela começa a namorar Matt Saunders. Depois de um breve romance, o relacionamento acaba e a confusão começa. Dirigido por Ivan Reitman.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Internacional
AFP
Não é preciso unanimidade para aprovar sanções ao Irã John Bolton, embaixador dos EUA na ONU
IRÃ DIZ QUE NÃO SE DEIXARÁ INTIMIDAR
Mahmoud Ahmadinejad, que chamou os EUA de "tiranos". Governo do Irã diz que é capaz de suportar qualquer castigo do Conselho da ONU
GAZA
Israel se retira após cinco dias de ataques Incursão das tropas israelenses deixou 20 palestinos mortos e um rastro de destruição
Fotos: AFP
Tropas israelenses saem da Faixa de Gaza deixando para trás luto
Palestino protesta em frente a um banner do movimento Hamas
S
incursão ou uma pessoa morta ao longo dos últimos dias de confronto. As tropas israelenses retiraram-se de Shajaiyeh pouco antes do amanhecer. À medida que as tropas recuavam, os moradores saíam de suas casas para avaliar os danos provocados pelo Exército israelense. Ao forçar passagem pelas estreitas vielas do bairro, tanques e buldôzeres israelenses derrubaram sacadas de diversas casas e cavaram valas no meio das ruas. Perfurações de balas eram vistas nas paredes de diversas casas. Os postes com linhas de distribuição de energia elétrica foram derrubados e os canos dos serviços de saneamento e irrigação, rompidos. Nos campos de cultivo, agricultores encontraram árvores arrancadas pela raiz,
oldados israelenses retiraram-se, ontem, da periferia da Faixa de Gaza depois de uma operação militar de cinco dias que deixou um saldo de pelo menos 20 palestinos mortos, diversas casas destruídas, valas escavadas no meio das ruas e plantações depredadas pelos militares de Israel. O Exército israelense alegou ter promovido a operação militar na região para destruir túneis e explosivos usados por militantes palestinos estabelecidos na periferia da Cidade de Gaza. Nesta quinta-feira, Israel divulgou o que alegou tratarse de imagens de um túnel escavado por militantes entre o bairro de Shajaiyeh e o entroncamento de Karni, principal terminal de carga entre Gaza e Israel. Segundo o Exército, o túnel, de 13 me-
tros de profundidade, e 150 de extensão, seria usado para promover ataques contra soldados israelenses em Karni. Sem saída – Ao mesmo tempo, o Exército israelense despejou sobre a Cidade de Gaza panfletos nos quais avisava que as saídas por terra do território litorâneo continuarão fechadas enquanto militantes promoverem ataques contra Israel. A operação israelense em Shajaiyeh começou no fim da noite do último sábado. Desde então, pelo menos 20 palestinos morreram, sendo 15 supostos militantes e cinco civis, segundo informações de fontes hospitalares. Numa cena macabra, equipes de resgate encontraram hoje a parte inferior do corpo de um homem. Ainda não se sabe, porém, se a pessoa mutilada é uma nova vítima da
viveiros destruídos e estufas depredadas. "Eles nos impediram de sair para buscar água e comida. Eles destruíram todos os nossos meios de vida, arrancaram pela raiz oliveiras mais velhas que eles", denunciou Ziad Sarsak, de 29 anos, que perdeu um primo e uma oliveira na operação. "Olhe ao seu redor", pediu ele ao repórter. "Parece que houve um terremoto ou um estouro de boiada", comparou. "Eu costumava questionar por que os combatentes lutam contra Israel, mas passarei a apoiá-los, pois percebi que eles estão certos e eu estava errado", desabafou. Em condições precárias, funcionários da companhia telefônica e de outros organismos da prefeitura tentavam avaliar os danos e reparar o que era possível. (AE)
Peter Andrews/Reuters
Durante 30 dias o Ocidente esperou por uma resposta do líder iraniano Mahmoud Ahmadinejad sobre a oferta de benefícios feita pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) em troca de o Irã suspender os trabalhos de enriquecimento de urânio. Com a oferta, o Conselho também levou a ameaça de que, uma vez não aceita, o país estaria sujeito a sanções comerciais e econômicas. O prazo dado ao Irã para uma resposta venceu ontem. Mas o país não se curvou.
O
Irã está novamente diante da ameaça de sanções internacionais por causa de seu programa nuclear. Ontem à meia-noite (horário local) expirou o prazo dado pelo Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) para que o país suspendesse seu programa de enriquecimento de urânio, sem que as autoridades iranianas voltassem atrás na sua posição de desafio. Ao mesmo tempo, um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão vinculado à ONU e com sede em Viena, na Áustria, aprofundou, também ontem, as suspeitas de que o Irã tenha planos secretos de fabricar armas atômicas. Inspetores da AIEA confirmaram que o Irã continua produzindo urânio enriquecido em níveis baixos, adequados para uso em reatores nucleares, como o próprio país já havia admitido. Mas o mesmo relatório reafirma que, no ano passado, foram encontrados em instalações nucleares iranianas traços desse minério altamente purificado, que pode ser usado na fabricação de armamento. Pouco depois da divulgação do informe da AIEA, os Estados Unidos anunciaram que estão preparados para pressionar no CS a aprovação de uma resolução impondo sanções contra o Irã. Mas irão esperar os resultados de uma nova rodada de Deploro a negociações entre o governo iraniano e a resposta do União Européia, que está prevista para a Irã às próxima semana. propostas "Tiranos" – Nada indica, porém, que o Irã pretenda ceder à pressão. Ontem, o Philippe presidente iraniano, Mahmoud Blazy1, Ahmadinejad, qualificou os EUA de ministro das "tiranos" e repetiu que o país não se deixará Relações intimidar. Funcionários do governo Exteriores declararam que o país é capaz de suportar da França qualquer castigo imposto pelo Conselho de Segurança da ONU. Apesar de ser o quarto maior produtor mundial de petróleo, sanções comerciais e econômicas seriam prejudiciais ao Irã, uma vez que o país tem uma economia pouco desenvolvida. Mas o governo iraniano parece confiar no apoio da China e Rússia, que têm poder de veto no CS e já deixaram claro ser contra medidas punitivas. O ministro das Relações Exteriores da França, Philippe Douste-Blazy, lamentou a reação do Irã à resolução do CS. "Deploro a resposta insatisfatória do Irã às propostas ambiciosas para negociações", disse o ministro em comunicado. Ele ressaltou que ainda está "convencido de que a via do diálogo deveria ser favorecida". O presidente americano, George W. Bush, advertiu ontem que o Irã pagará o preço por não parar com suas atividades nucleares. Ele disse que Teerã terá de assumir as "conseqüências de sua rebeldia" ao ignorar o prazo imposto pela ONU para deter o enriquecimento de urânio. (Agências)
AFP
NOVO GABINETE xatamente um mês depois E de assumir o poder em Cuba em caráter "provisório",
Raúl Castro promoveu, ontem, sua primeira mudança de gabinete. Nomeou o veterano da Revolução Cubana Ramiro Valdés Menéndez para o Ministério de Informática e Comunicações, um postochave da política e economia da ilha. Mais próximo de Fidel do que Raúl, Valdés Menéndez, de 74 anos, substitui Ignacio González Planas, de 63, que "assumirá outras tarefas", segundo o jornal Granma. Só em 2006, essa foi a quinta mudança no gabinete cubano. Mas nas quatro anteriores dirigentes mais antigos foram substituídos por líderes da chamada "segunda geração", que têm de 45 a 55 anos. (AE)
Ó RBITA
NOVO DISCURSO um renovado esforço para estancar o crescente N declínio de seu prestígio entre os americanos e evitar que seu partido perca a maioria na Câmara e no Senado, nas eleições de novembro próximo, o presidente George W. Bush procurou dar um novo enfoque à guerra no Iraque: depois de insistir que o Iraque tinha ligações com a al-Qaeda, Bush comparou a luta contra o fundamentalismo islâmico às batalhas contra os nazistas, os fascistas e os comunistas. (AE)
PELA SEGURANÇA ara que os soldados P italianos que se juntarão à Força Interina de Paz no Líbano, da Organização das Nações Unidas (ONU), no sul do Líbano, possam
desembarcar com segurança, membros chineses da força de paz procuram por minas explosivas em praia no porto de Tyre. As bombas que não explodiram são uma das preocupações.
SEM TRÉGUA s atentados O continuaram ontem no Iraque. Na zona leste de Bagdá, um mercado foi atacado. Pelo menos 47 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas, apenas
meia hora depois de o primeiro-ministro Nouri alMaliki anunciar que tropas iraquianas estavam preparadas para assumir a segurança em uma segunda província no Iraque. Um carro-bomba também explodiu em uma rua. (AE)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
sexta-feira, sábado e domingo, 1, 2 e 3 de setembro de 2006
LENTE DE
AUMENTO
UM SIGNIFICATIVO E ESTRANHO AFASTAMENTO
JOÃO DE SCANTIMBURGO
PREDOMÍNIO
G Temos aí um
desafio para os candidatos: se fazer conhecer e conseguir que isso seja positivo. O tempo urge. dos eleitores entrevistados. Como todos o conhecem, a informação que falta é que ele é candidato a governador. Já Crivella, também senador e muito conhecido - praticamente 90% dos eleitores - apenas 28,5% citam espontaneamente seu nome como candidato a governador. Denise Frossard, deputada, com base na capital portanto, bem menos conhecida no Estado que os demais - é citada como candidata a governadora por apenas 26,2% dos eleitores. E Eduardo por 7,3%, Wladimir por 6,5%, Lupi por 3,9% e Milton Temer por 2,6%. Com sete programas de TV, são taxas de desconhecimento incrivelmente altas. Se isso pode ser um alento para todos os candidatos em busca de comunicar-se com o eleitor, por outro lado a campanha arrasta-se
inercialmente, o que ajuda quem está na frente. De qualquer forma, no final esta taxa será muito maior e podem surgir surpresas. Um outro dado que confirma que se trata basicamente de atitude do eleitor é quando se cruza os que não sabem o nome de nenhum candidato a governador com a intenção induzida de voto para governador: 32% marcam branco/nulo/não sabe, para uma média de 14% para os que conseguem citar pelo menos um candidato, 56% dizendo que até aqui não assistiram a um só programa eleitoral na TV, 7,5% que assistiram uma vez, 8,1% duas e 28,3% assistiram três vezes ou mais. Entre os 56% que não assistiram a nenhum programa, quando cruzados com intenção induzida de voto, 27% marcam branco/nulo/não sabe. Entre os que viram pelo menos uma vez ou mais os programas eleitorais, 36,3% afirmam que não gostaram de nenhum ou não sabem responder. Isso reduz a assistência com atenção de 44% para 28%! Se esses dados do Estado do Rio são transportáveis para o país todo, temos aí uma equação desafiante para os candidatos: se fazer conhecer e o conseguir que o seja positivamente. O tempo urge, pois faltam menos de 30 dias para o final da campanha.
Céllus
DO SETOR PRIVADO
Limites da liberdade PAULO SAAB
É
difícil entender o que de fato pensa o presidente Lula a respeito de liberdade, de liberdade de imprensa, da democracia. Os discursos do presidente, quando adredemente preparados, certamente por sua assessoria, contêm defesa até veemente dos princípios democráticos, mais amplos, aí contidos os preceitos de liberdade de expressão, de opinião, de crítica. Mesmo quando fala de improviso, o que quase sempre resulta lamentável, no quesito liberdade o presidente Lula escorrega pouco, ao contrário de outros temas. A estranheza decorre das iniciativas que saem de dentro de seu governo, contrariando toda a pregação oratória com medidas que visam justamente cercear a liberdade de imprensa, diminuir a expressão da democracia e criar limites para a liberdade. Primeiro o governo Lula tentou criar um absurdo apelidado de Conselho Federal de Jornalismo, que visava "orientar, disciplinar e fiscalizar" o exercício, a atividade do jornalismo. Por si só a frase entre aspas já é uma excrescência, revelando o caráter cerceador da liberdade de expressão e de opinião. Surgiu também no seio do petismo no poder outra ofensa à liberdade. Uma tal de Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual, com mentalidade autoritária, pretendia controlar o cinema, a televisão, o rá-
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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É
preciso que o presidente defina mais claramente o que defende. O discurso não tem batido com as iniciativas geradas no ventre de sua administração. Não é muito diferente de tudo que acontece na atual gestão. O presidente também se diz contra a corrupção, mas alega desconhecer a sucessão de escândalos que alcança seu governo, envolvendo as pessoais mais próximas, inclusive no âmbito familiar, e provoca a indignação das pessoas que no País têm acesso às informações e das que, na massa que apóia o ocupante do Planalto, conseguem discernir. A contradição tem sido marca da gestão do presidente e o acompanha na campanha em busca de um segundo mandato.
Renasce a indústria ferroviária
TRECHOS DO COMENTÁRIO DE CESAR MAIA, PREFEITO DO RIO HTTP://CESARMAIA.BLOGSPOT.COM
A maioria não assiste ao horário político
dio e outras atividades do segmento. A reação da sociedade brasileira, em ambos os casos, mostrou quão desastrosas eram as iniciativas que foram repudiadas. Alguém, no Planalto ou no PT, tem idéia fixa no sentido de submeter a liberdade à vontade do petismo ou do lulismo. Porque de novo aparece proposta autoritária, totalitária, contida num programa de governo, no caso da reeleição de Lula, com o mesmo objetivo: pôr nas mãos dos iluminados membros do governo petista o controle sobre a produção, circulação e acesso aos conteúdos dos meios de comunicação.
O PT tem idéia fixa: submeter a liberdade à vontade do petismo ou do lulismo.
Robson Fernandjes/AE
A
taxa de aproximação ou afastamento do eleitor nessa eleição é surpreendentemente alta. Este Ex-Blog usa aqui dados do Estado do Rio de Janeiro relativos aos últimos dias. Os eleitores são perguntados e devem responder espontaneamente quem são os candidatos a governador que ele conhece. As respostas, claro, são múltiplas. Sérgio Cabral, senador e político muito conhecido no Estado, por quase 100%, e há muitos anos, é citado por 50,4%
LUIS CESÁRIO AMARO DA SILVEIRA
P
ara dar sustentabilidade ao escoamento da produção agrícola, de minérios e produtos siderúrgicos, em contínuo crescimento há anos, o Brasil precisa de uma infra-estrutura de transporte de carga adequada. A utilização do transporte multimodal, utilizando com igual eficiência as vantagens que cada modo de transporte pode oferecer, é recomendável face às dimensões do nosso País. As nossas exportações de minério utilizam-se de trens com 130, 200 e até 320 vagões, de 100 toneladas de carga útil cada. A avançada tecnologia de movimentação, conjugada com uma adequada logística, permite que este produto, de peso específico e de alto e baixo valor agregado, seja competitivo em qualquer continente. É oportuno lembrar que vendemos para a China, um de nossos maiores mercados de minério de ferro, mesmo competindo com a Austrália, país mais próximo geograficamente. Supomos que exemplos como este, confrontados com o que ocorre nos portos, com intermináveis filas de caminhões, induziram o governo federal, em maio de 2003, a lançar o Plano de Revitalização das Ferrovias. Para efetuar sua implantação, a indústria ferroviária trabalhou em conjunto com operadoras e usuários do sistema. Tivemos juntos várias reuniões com o Ministério dos Transportes, Bndes, Mdic e Antt. Discutimos a melhoria do sistema ferroviário de cargas no Brasil. Foi fundamental a compreensão de que todo país que possui um sistema ferroviário forte e eficiente precisa ter também de uma indústria ferroviária atualizada, para dar o suporte necessário ao desenvolvimento do sistema. Como resultado, foi estabelecido um programa trienal de encomendas pelas operadoras junto à indústria. As operadoras fizeram, ainda, investimentos para a melhoria da operação e o sistema começou a crescer. Podemos afirmar que tal plano trouxe benefícios para os usuários, operadoras, indústria e para o País. A Amsted Maxion, tradicional indústria do setor, fez investimentos
que permitiram a reativação das unidades da Cobrasma, em Osasco e Hortolândia. Novas fábricas surgiram, como Usiminas Mecânica, Randon, Metalmec e Santa Fé Vagões. A indústria responde hoje por mais de 30 mil empregos diretos e indiretos e aumentou a capacidade instalada para 12 mil vagões/ano. Surgiram também empresas de locação de vagões. As locadoras compram este equipamento na indústria nacional com o objetivo de alugá-lo para os grandes clientes das ferrovias ou para elas mesmas. Esta prática, comum em vários países, passou a ser utilizada no Brasil face ao retorno da confiabilidade no sistema ferroviário. Contratos de transporte de grãos e farelo, com 23 anos de prazo, feitos entre exportadores de grãos e operadoras ferroviárias, tamb é m i n d i c a m a re c u p e r a ç ã o d o s i s t e m a ferroviário de cargas.
R
egistramos com satisfação que a indústria ferroviária brasileira mostrou, nesta revitalização das ferrovias, um grande poder de superação. O setor que, antes das concessões, por falta de encomendas, sofreu sérios problemas, inclusive o fechamento de grandes empresas, demonstrou capacidade de reação extraordinária. Atendeu a todas as encomendas das operadoras e ainda exporta seus produtos para diversos países. Valeu muito nessa hora a capacidade técnica da nossa indústria ferroviária que, acionada, respondeu prontamente. Torna-se imperativo, porém, que haja continuidade de aquisição de vagões, em quantidades que permitam manter a capacidade da cadeia produtiva de nosso setor. Por fim, enfatizamos que seguimos sempre nosso objetivo maior de trabalhar estreitamente com as operadoras, visando à melhoria da infra-estrutura de transporte e o desenvolvimento sustentável da economia brasileira. LUIS CESÁRIO AMARO DA SILVEIRA É PRESIDENTE DA ABIFER – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA FERROVIÁRIA
O setor demonstrou extraordinária capacidade de reação
O
que devemos ressaltar na evolução do Século XVIII é a predominância do setor privado contra a influência do Estado e de seu monopólio, com ampla liberdade para tratar os negócios econômicos que não pudessem se valer do Estado como financiador. Seu desenvolvimento foi extraordinário, impondose como forma natural de acumular riqueza e fazer o capitalismo desenvolverse, na linha dos interesses privados dos grandes grupos econômicos e financeiros, aos quais o indivíduo, enquanto pessoa, viria se ligar através das Bolsas de Valores. Esse grande acontecimento deu à economia de mercado o empurrão que necessitava para se tornar uma força produtora de riqueza nas colônias e nas nações recémindependentes, canalizando riquezas enormes para o continente europeu e fortalecendo-se com o produto do comércio desenvolvido com as nações que surgiam, para o grande embate econômico que se projetava. Foi, portanto, o setor privado que se beneficiou, e por sua vez beneficiou a economia de todas as nações.
A
independência das nações americanas, depois da Guerra de Independência dos EUA, veio comprovar que essa era a versão interesseira para a economia dos grupos privados e das nações. Foi com esse signo, o privatismo, que se fez a grandeza das nações, o enriquecimento da Inglaterra, da França, de Portugal, da Espanha, dos reinos e repúblicas italianas, e da Rússia, no extremo leste da Europa.
V
ê-se, pois, que foi o setor privado quem deu vigor à economia manipulada pelo capitalismo nascente, nas mãos dos grupos econômicos privados que souberam aumentar a riqueza de estatísticas nunca previstas antes. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Foi o setor
privado quem deu vigor à economia manipulada pelo capitalismo nascente, nas mãos dos grupos econômicos privados.
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Política
Vanderlei Almeida / AFP
Aquele lá (o ex-presidente Jorge Batlle) não é uruguaio porra nenhuma. É filhote dos americanos. Lula
IMPROPÉRIOS DE LULA VIRAM MANCHETES Os jornais da Argentina e Chile não deixaram por menos os comentários cheios de palavrões que teriam sido proferidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sobre Néstor Kirchner e Jorge Battle, do Uruguai. "O Chile é uma m...", teria dito.
O O livro dos dois jornalistas diz que Lula toma atitudes ásperas e diz palavras ofensivas com freqüência
Collor declara voto (e admiração) pelo nordestino Luiz Inácio
D
epois de gravar o seu primeiro programa, o Guia Eleitoral que vai ao ar amanhã, o mais novo candidato ao Senado por Alagoas – o ex-presidente Fernando Collor de Mello – declarou seu voto para presidente da República: "Vou votar na reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva porque ele é um nordestino!", sentenciou, abertamente. Ao demonstrar que não tem mais nenhum ressentimento em relação ao candidato do PT de São Paulo, Collor justificou a sua opção: "Lula conhece bem as raízes do nosso povo, as nossas carências e tem agido rápido no sentido de resolver os problemas do Nordeste". Collor começou o primeiro dia de campanha
reagrupando os colloridos, manteve contatos com lideranças municipais e, na primeira entrevista que concedeu ao site “Alagoas 24horas”, declarou o voto para o presidente Lula e fez críticas ao candidato tucano à Presidência da República: "O outro candidato, Geraldo Alckmin, está muito distante do Nordeste e faz parte da elite", comentou. Ironizando o exgovernador paulista, Collor afirmou: "Se colocar o Alckmin solto no Nordeste ele vai parecer com um ET". O primeiro suplente do candidato alagoano – que vem a ser o seu primo Euclides Mello – revelou que a campanha do ex-presidente será tocada independentemente das cinco outras candidaturas ao
governo de Alagoas. "Collor fará uma campanha no seu velho estilo: vai para o contato direto com o eleitor", adiantou Euclides. "Vou trabalhar para ajudar Collor sem atrapalhar", brincou, ao anunciar que o expresidente vai conceder uma entrevista coletiva na segunda ou terça-feira, depois que o Tribunal Regional Eleitoral confirmar a homologação da candidatura. Dos três filhos de Fernando Collor, apenas James Mello seguiu a carreira política – se elegeu vereador pelo município de Rio Largo – e acompanha o ex-presidente. "Meu pai está animado e, com a ajuda do povo, com certeza vai se eleger". Collor não revelou detalhes dos seus projetos políticos para o Senado. (AOG)
jornal "Clarín", o Já o jornal "Ámbito Financie- mações contidas no livro. mais importante ro" foi irônico com Lula, e trouA lista extensa de comentáda Argentina, de- xe a manchete: "Lula da Silva, rios citados no livro não caudicou dois terços de festa, teve más lembranças sou significativa surpresa na de uma página só para falar de Kirchner". capital da Argentina. O goverdos impropérios que teriam siO jornal ainda dá uma alfi- no do presidente Néstor Kirdo proferidos pelo presidente netada, ao destacar que os co- chner manteve-se em silêncio Luiz Inácio Lula da Silva em mentários presidenciais foram sobre os impropérios que terelação a presidentes, ex-presi- realizados quando Lula tinha riam sido proferidos por Ludentes e governos dos países no organismo várias doses de la. Extra-oficialmente, fontes da região, após uma ingestão uísque. O jornal Infobae colo- do governo argentino tentagenerosa de uísque na embai- cou o título: "Livro sobre Lula ram manter a cautela: "Não xada brasileira em Tóquio, em relata seus ácidos comentários achamos que sejam verdadeimaio de 2005. ras as declarações citadas no sobre seus colegas". Os episódios são citados no O periódico chileno "El Mer- livro. O presidente Néstor livro "Viagens com o Presiden- cúrio" também publicou maté- Kirchner se dá muito bem te - Dois Repórteres no Encalço ria em que destaca as palavras com o presidente Lula. Há de Lula do Plaboa relação entre os dois pren a l t o a o E x t erior", dos jornasidentes". Tem hora, meus caros, que tenho vontade de listas Eduardo No entanto, o mandar Kirchner para a pqp. É verdade. Eu Scolese (Folha jornalista Cefetenho mesmo. A verdade é que temos de ter de S.Paulo) e rino Reato, auLeonencio Nostor da primeira saco para aturar a Argentina. sa (O Estado de biografia nãoLuiz Inácio Lula da Silva, segundo o livro. S. Paulo). autorizada esSegundo os crita sobre o autores do livro, presidente braLula teria insultado, diante de ofensivas que teriam sido ditas sileiro fora do Brasil, "Lula, a cerca de vinte pessoas, o presi- por Lula contra o Chile: "O esquerda no divã", sustenta: dente Nestor Kirchner e o ex- Chile é uma m... O Chile é uma "Retrata muito bem Lula, uma presidente Jorge Batlle. brincadeira", teria afirmado pessoa que em público é uma "Tem hora, meus caros, que Lula. "Eles fazem acordos com coisa, e entre seus assessores é eu tenho vontade de mandar o os americanos. Eles querem outra. Ele é uma pessoa áspera Kirchner para a pqp", teria afir- mais é que a gente se f... Eles c... com aqueles que o rodeiam... e mado Lula, segundo o livro. "A para nós." está sempre demandando resverdade é que nós temos de ter O El Mercurio ressalta ou- peito. Esse é o Lula real. O ousaco para aturar a Argentina. tras passagens do livro em que tro, do Lulinha paz e amor, é o Temos de ter muito saco", con- Lula ironizaria seus colabora- Lula do marketing". tinuou Lula. Na segunda página do livro, dores. E cita que, apesar do caSobre o ex-presidente Jorge risma do presidente, é comum os autores destacam um diáloBatlle, Lula teria dito: "Aquele Lula tomar atitudes ásperas e go entre Lula e o ex-presidente não é uruguaio... Aquele foi usar palavras ofensivas fre- Fernando Henrique Cardoso, criado nos Estados Unidos. É qüentemente. no dia seguinte à vitória do pefilhote dos americanos". A embaixada do Brasil no tista, em 2002. "Fernando, coO "Clarín" diz que as frases Chile não quis comentar o as- mo faço para dar uma escapaconfirmam as mútuas descon- sunto; a chancelaria brasileira dinha?". Ao que teria responfianças existentes entre Lula e ainda não havia elaborado dido FHC: "É impossível, LuKirchner em 2005. uma resposta formal às afir- la... Impossível". (AE) Wellinton Jr / AE
CPMI IDENTIFICA PREFEITOS LIGADOS AOS SANGUESSUGAS U m levantamento preliminar da CPMI dos Sanguessugas divulgado ontem reuniu indícios da participação de 60 prefeituras no esquema das ambulâncias superfaturadas. Segundo o sub-relator de sistematização da CPMI, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), dos 60 municípios suspeitos, 40 receberam ambulâncias e 21 delas foram compradas com emendas de deputados acusados de envolvimento no esquema. As propinas, segundo o deputado, eram pagas aos prefeitos e variavam de R$ 2 mil a R$ 125 mil, movimentando entre fevereiro de 2002 e julho de 2005, R$ 750 mil. O estado do Mato Grosso foi o que mais apresentou prefeituras supostas de envolvimento no esquema. Foram 11 ao todo. Em seguida está o Rio de Janeiro, com oito, e a Bahia, com sete. Em Rondônia são seis prefeituras, enquanto no Pará, na Paraíba e no Paraná são cinco cada um. Quatro prefeituras em Minas e quatro no Espírito Santo também constam no levantamento. Goiás, Tocantins e Roraima têm uma prefeitura cada suspeita de ter recebido ambulâncias pagas com dinheiro do
COSTA ABRE SIGILO FISCAL, TELEFÔNICO E BANCÁRIO.
I
José Cruz /ABr
Sampaio: propinas às prefeituras variavam de R$ 2 mil a R$ 750 mil.
esquema dos sanguessugas. Mais denúncias – O Ministério Público Federal no Mato Grosso apresentou denúncia contra mais nove ex-deputados federais, 49 assessores parlamentares e um servidor público do Ministério da Saúde por suposto envolvimento com a máfia dos sanguessugas. São agora 19 os ex-parlamentares, 79 os assessores e cinco os funcionários do Ministério acusados de envolvimento com a quadrilha, de um total de 140 pessoas contra as quais já foram apresentadas ações penais na Justiça Federal de primeira instância.
Os nove ex-deputados denunciados pelo MP são Emerson Kapaz, Nair Xavier Lôbo, Cleuber Brandão Carneiro, Eber Silva, Gessivaldo Isaías de Carvalho Silva, José Aleksandro da Silva, Luís Eduardo Almeida de Oliveira, Matusael do Nascimento e Paulo César Marques de Velasco. Emerson Kapaz foi presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco). De acordo com o deputadoCarlos Sampaio, toda a triangulação está embasada no depoimento de um dos chefes da quadrilha, o empresário Luiz Antonio Vedoin. (Agências)
Jobim: primeiro é preciso julgar e condenar os acusados.
ANTES DA CASSAÇÃO
O
ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim, classificou como um mecanismo de cassação antecipada de políticos as decisão de Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), como o do Rio de Janeiro, de negar o registro de candidatos que respondem a processos na Justiça ou estão envolvidos em escândalos de corrupção, como o das Sanguessugas. Numa dura crítica à decisão dos magistrados, Jobim que
presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no pleito de 2002, chegou a comparar o indeferimento de candidaturas às cassações políticas da ditadura. "Se queremos fazer uma comparação, corresponde basicamente à situação daquela certidão negativa do Dops (o Departamento de Ordem Política e Social, órgão repressivo do regime militar) que nos exigiam na década de 60", disse o ex-ministro do STF durante seminário. (AE)
ndiciado por corrupção, fraude em licitação e formação de quadrilha, no inquérito da Operação Vampiros, o exministro da Saúde Humberto Costa afirmou ter colocado à disposição da Justiça e do Ministério Público os seus sigilos bancário, fiscal e telefônico. Ele disse que não teme a investigação, que indicou a existência de uma "República de Pernambuco" no comando das fraudes, e considera que houve precipitação do delegado Marcelo Moseli, encarregado do caso. "Não há como não desconfiar de conotação política desse indiciamento", criticou Humberto Costa. Candidato ao governo de Pernambuco pelo PT, Costa garantiu que foi sua a iniciativa de mandar investigar e desmontar a organização criminosa, conhecida como máfia do sangue, que atuava na Pasta desde 1992. Na tentativa de reverter os danos à sua candidatura, o ex-ministro visitou ontem a 10ª Vara da Justiça Federal, onde corre o inquérito; e o procurador da República Gustavo Pessanha, que analisa o oferecimento de denúncia contra ele e mais 41 acusados de envolvimento no esquema. Pessanha não comentou a visita e informou que até o dia 15 dará seu parecer sobre o oferecimento ou não de denúncia contra os envolvidos na máfia do sangue. (AE)
São Paulo, segunda-feira, 4 de setembro de 2006
DCARRO
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TURBINADOS Divulgação
Passat e Variant agora voam baixo Com o turbo, os dois Volkswagen deixam para trás a imagem de carros lentos que ganharam quando do lançamento com o motor 2.0 aspirado assat e Passat Variant ganharam 50 cavalos mais de força no seus motores FSI com a introdução do turbo com injeção direta de combustível. Com isso, ambos tiveram sua potência aumentada para 200 cv, custando, respectivamente, R$ 151.650 e R$ 156.723. A imagem de veículos lentos causada pelo motor menor agora ficou para trás, com o sedan fazendo de 0 a 100 km/h em 7,8 segundos e máxima de 230 km/h. A Variant Turbo repete o tempo de 0 a 100 km/h e alcança 227 km/h. Os dois modelos estão equipados com câmbio automático Tiptronic de 6 marchas e já estão à venda na rede da marca. Com eles a montadora pretende manter a liderança no segmento "B Premium". Somadas com as versões já lançadas no mercado, a Volkswagen planeja atingir
P
O motor, com 200 cv, leva o Passat a velocidades acima dos 200 km/h
este ano o volume recorde de 1.200 unidades de ambos. Nova geração - Esta é a sexta geração da família Passat. Nela, o sedan ficou 62 mm mais comprido e 74 mm mais largo. Enquanto isso a Variant aumentou 92 mm no comprimento e em largura, como o sedan. Ambos ficaram maiores, estão 19 mm mais altos.
Na carroceria o Passat também recebeu modificações com 57% a mais de rigidez torcional que a versão anterior. Isto permite a ele comportamento dinâmico mais aprimorado, aliviando o trabalho das suspensões (MacPherson na frente e Four Link na traseira, ambas com braços de alumínio). Os modelos receberam cinco estrelas (maior pontuação possível) do instituto Euro NCAP, que efetua avaliações de segurança passiva na Europa.
Entre os equipamentos eletrônicos que facilitam a vida de quem dirige o Passat, de série freio ABS, controle de tração ASR, programa eletrônico de estabilidade ESP e 6 air bags, além de freio eletrônico de estacionamento, sistema de alarme antifurto e imobilizador eletrônico. A direção Servotronic tem assistência elétrica e regime de funcionamento progressivo, que "endurece" conforme o aumento da velocidade do carro.
DCARRO
LANÇAMENTO/AUDI
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São Paulo, segunda-feira, 4 de setembro de 2006
São Paulo, segunda-feira, 4 de setembro de 2006
DCARRO
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Sonho, sucesso e fim do A3
P Da versão tupiniquim sobrou muito pouco. Na verdade, o nome. A segunda geração do A3 surgiu na Europa em 2003. Reformulado o carro chega aqui com design moderno, novas motorizações, sistemas de enrijecimento da carroceria, direção eletromecânica e transmissão sequencial S tronic com dupla embreagem.
Agora é a vez do A3 alemão A Audi parou de fabricar o A3 no Brasil na última sexta-feira. Agora só o ótimo importado! Pablo de Sousa
ANDERSON CAVALCANTE
Com visual mais moderno que o A3 nacional, o novo Audi deve vender mais de mil modelos em 2007. Os mais procurados, segundo a fábrica, serão os com motor 2.0 Turbo, com transmissão mecânica e automática.
O
Audi A3 ficou mais caro, aliás, muito mais. Agora, quem quiser adquirir um modelo zero-quilômetro terá de desembolsar a partir de R$ 99.850 pelas novas versões importadas da Alemanha e não mais os R$ 67 mil referentes ao A3 brasileiro, que deixou de ser produzido na semana passada. O importado é bem diferente do nacional, tanto em motorização como em equipamentos e design. Ele foi totalmente reformulado em 2003, por ocasião do lançamento da sua segunda geração na Europa. O que mais chama a atenção, visualmente, são dois detalhes: a enorme grade dianteira e a traseira do modelo, que ficou mais alta. No geral, o carro se apresenta mais encorpado e com linhas mais arredondadas que o anterior. Internamente, além do já conhecido padrão de acabamento da marca, percebe-se um carro carregado de esportividade na forma de dirigir, destacando-se a baixa altura dos bancos, que fazem com que o motorista sinta-se quase um piloto de corridas. Contribuindo ainda mais com esta impressão, o painel foi inspirado no utilizado no Audi TT. Porta-malas do Sportback O A3 importado chega em 4 com capacidade para versões, todas muito bem equi370 litros ou 1.100 l. com padas. O modelo de entrada possui banco traseiro rebatido motor 1.6 litro e 3 portas. As de-
mais, batizadas como Sportback, são as que possuem 5 portas e têm motor 1.6 litro, 2.0 FSI com câmbio manual e 2.0 FSI com câmbio S tronic. Desempenho - Algumas novas tecnologias utilizadas pela Audi no A3 importado são responsáveis pelo ótimo desempenho percebido após um breve rodar com o carro (veja teste com seu concorrente BMW Série 1 na página 8). O enrijecimento atingido na carroceria, feito com diferentes espessuras de aço em uma mesma parte do carro, faz com que todo o trabalho de torção causado por buracos, valetas e lombadas (coisas que não faltam em nossa cidade!)
seja transferido diretamente para o sistema de suspensão, o que amplia o conforto. Outra novidade que traz ótima impressão é a transmissão sequencial S tronic. O sistema, desenvolvido nas pistas de corrida com o Audi R8, tem duas embreagens, fazendo que a troca de marchas aconteça de forma muito rápida, engatando, simultaneamente, duas marchas. Isto não faz com que a mudança seja imperceptível, mas garante uma alteração ágil e sem solavancos. O A3 equipado com o S tronic é, ainda, 2 décimos de segundo mais rápido que o com câmbio mecânico. A direção eletromecânica utilizada no carro
facilita a vida dos proprietários do modelo importado. Utilizando sensores de ângulo, giro e torque, a caixa de direção do A3 reconhece os movimentos feitos no volante, facilitando o retorno das rodas à posição de origem após contornar uma curva, com o auxílio de um motor elétrico. Na versão 2.0 litros, este sistema trabalha de forma integrada com outro programa (ESP), fazendo com que, em casos como uma manobra malfeita após uma derrapagem, o volante ofereça resistência ao movimento. Vale ainda dizer que, muitas vezes, ao buscar "maciez" na direção, alguns veículos perdem a precisão do comando, o que não é o caso do A3 que, mesmo permitindo manobras "macias", garante que o motorista sinta o carro "na mão". Expectativa - A marca alemã não informou suas projeções para os próximos meses, mas segundo o presidente da Audi Brasil, Daniel Buteler, a expectativa para 2007 é a de vender entre 1.000 e 1.200 carros no mercado nacional. O mix de vendas esperado é de 5% para o 1.6 com 3 portas (R$ 99.850), 40% na versão 1.6 Sportback (R$ 110.900) e 55% para a motorização 2.0 Turbo, divididos entre as versões
roduzido no Brasil a partir de 1999 e vendido desde 1996 como versão importada, o hatch A3 foi considerado por muito tempo o veículo mais moderno do País e sonho de consumo de muita gente. Montado na fábrica de São José dos Pinhais na mesma plataforma do Golf, teve uma história de sucesso que agora chega ao fim. Quem quiser um A3 terá que comprar o modelo importado e bem mais caro. Logo no primeiro ano de vida, a Audi vendeu 1.564 unidades e a montadora decidiu expandir a linha com a introdução de novas opções de motor, entre eles o 1.6 de 102 cv, o 1.8 turbo de 180 cv e o S3, a versão apimentada que oferecia 210 cv. O resultado foi imediato. No ano seguinte, em 2000, as vendas do A3 deram um salto, chegando a 8.598 unidades. Em 2001 a Audi fez pequenas alterações nos faróis e no interior, além disso, o carro ganhou o ESP (controle de tração) como item de série, e câmbio de seis marchas. O volume de vendas continuou subindo, chegando a 11.521 unidades. Em 2002 a Audi vendeu 9.122 unidades. A segunda geração chegou em 2003 na Europa, totalmente reformulado. Mas a Audi decidiu que a nova geração não seria feita no Brasil. As vendas então começaram a cair vertiginosamente. De 7.173 unidades em 2003, o volume baixou para 5.796 em 2004 e 3.946 no ano passado. Nesse ano, de janeiro a julho, foram apenas 1.357 unidades. Autoinforme
mecânica (R$ 138.621) e automática (R$ 145.467). Audi Q7 - A montadora aproveitou para lançar seu primeiro sport utility no mercado nacional, considerado um top de linha dos fora de estrada. O SUV com motor 4.2 litros que gera 350 cv oferece 3 fileiras de bancos, abrigando 7 ocupantes. Como destaques tecnológicos, oferece opcionais como sensores de assistência em mudança de faixas, que avisa sobre aproximação de veículos a partir de 50 metros da parte traseira do mesmo. Equipamento de alerta de colisão, com alcance de 180 metros, prevenindo o risco em aproximação de veículos na parte dianteira e sistema de auxílio para estacionamento que, praticamente, ensina o usuário a fazer balizas. Seu preço: a partir de R$ 379.950.
Novo Q7: primeiro utilitário esportivo da Audi no mercado brasileiro chega com motor 4.2 litros V8 a gasolina, gerando 350 cavalos de potência
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TESTE/BMW SÉRIE 1 Divulgação
Na Europa, o menor dos BMW concorre até com o Astra e Golf. Mas aqui está num patamar de preço muito maior e os adversários são Mercedes e Audi.
Parece carro de corrida Ele custa R$ 199 mil e foge do alcance, no Brasil, de quem quer um carro do segmento do Astra ANTÔNIO FRAGA
U
m segmento disputadíssimo na Europa e que pode parecer até engraçado para o consumidor brasileiro pelos modelos que abrange. Harmonicamente e em pé de igualdade, Audi A3, Mercedes-Benz Classe A, BMW Série 1, Volkswagen Golf e Chevrolet Astra, entre outros. Os dois últimos até fazem sentido para os brasileiros, mas os demais estão fora dos planos da maioria que quer, no Brasil, um produto desta faixa. O modelo testado pelo DCarro, o BMW 130i, mesmo sendo um top de linha é um bom exemplo disso. Custa a "bagatela" de R$ 199 mil, quase quatro Astras. Por dentro, é espaçoso para quem vai à frente, pois atrás é apertado principalmente para os passageiros com maior estatura. Logo
de cara, pelo design interno, dá para ver que é um típico BMW. O painel de instrumentos é completo e o volante muito bom, tanto no tamanho como na "pega", já que por tradição a marca tem tendência a ter carros mais esportivos do que sua principal concorrente, a Mercedes-Benz. Os bancos em couro são envolventes e seguram muito bem o corpo do motorista nas curvas. Já os materiais utilizados para a confecção do painel, num plástico duro e feio, deixam a desejar e não se enquadram nos padrões de acabamento da marca. Faltam também porta-objetos, apenas uns pequenos nas portas dianteiras. Acelerando - Logo ao se apertar o botão start/stop e acionar o motor, os defeitos encontrados tornam-se insignificantes. Pelo
menos para quem está ao volante. O ronco é fantástico, um puro BMW. O motor de seis cilindros em linha, 3.0 e 265 cv é soberbo. O câmbio manual de seis marchas "fala" perfeitamente com o motor. A provocação continua logo ao engatar a primeira marcha e sair acelerando. Parece que estamos a bordo de um carro de corrida. Logo chegam as primeiras curvas e marchas pra baixo, freios e a certeza de que poderíamos estar bem mais rápidos. A estabilidade é excelente, assim como os freios a disco nas quatro rodas, auxiliados pela tradicional "sopinha de letrinhas" - ABS, EDB etc. Mais uma falha é a falta de série do diferencial autoblocante, que faz a roda traseira do lado de dentro da curva patinar. Mas até isso provoca o motorista a, num jogo de volante e aceleração, diminuir essa "patinada" e continuar no imenso prazer de dirigir afoi-
tamente. Melhor ainda é desligar o controle de eletrônicos de estabilidade. Mas precisa ter consciência das suas limitações, e da estrada em que está circulando, senão, transforma-se num revólver na mão de um macaco. E continuamos a acelerar, esquecendo que o material do painel não é lá essas coisas, falta lugares para colocar os "trecos" e, sabe do que mais, dane-se quem vai atrás. Parece até que o material utilizado no painel está ficando mais bonitinho... O 130i vai de 0 a 100 km/h em 6,4 segundos e atinge a velocidade de 250 km/h, limitada eletronicamente. Êta limitezinho danado e infeliz. Se não fosse isso, o foguetinho iria longe. Mas para estragar a brincadeira, afinal esta é uma avaliação, o modelo pode ser utilizado de maneira suave e comedida. Mas chega, vamos voltar a acelerar.
O motor leva o pequeno BMW até os 250 km/h, limitados eletronicamente, e de zero a 100 em apenas 6,4 segundos
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CARBURADOR
Virando peça de museu Há nove anos nenhum carro sai mais de linha com o equipamento. Agora é só injeção eletrônica. carburador está virando peça de museu. Desde 1997 todos os carros brasileiros são fabricados com o sistema de injeção eletrônica. Assim, até mesmo os carburadores produzidos para atender o mercado de reposição têm dias contados. Somente veículos com mais de nove anos de idade usam a peça. A injeção eletrônica foi uma das maiores evoluções da indústria automobilística da última década. São muitas as vantagens que ela oferece em relação aos antigos motores carburados, entre elas a diminuição da emissão de poluentes, a economia de combustível e a melhoria do desempenho do carro. O sistema surgiu no final dos anos 80, visando atender as normas estipuladas pelo Proconve (Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores), implantado no Brasil em 1986. O primeiro carro brasileiro a contar com a tecnologia foi o Gol GTI 2.0, lançado em 1988.
O
Mistura ar/combustível - A função desse sistema é a mesma que a do carburador, ou seja, fazer a mistura de ar e combustível. Só que nos equipamentos modernos isso é feito de maneira eletrônica muito mais precisa. Um computador determina quando e por quanto tempo as válvulas de injeção (injetores) devem ser abertas. Um sistema de sensores colhe alguns dados importantes para o ideal funcionamento do
carro: quanto o motorista pisou no pedal do acelerador, qual a rotação do motor, a pressão no coletor de admissão e as temperaturas do ar e do líquido de arrefecimento. Depois, essas informações são transformadas em sinal elétrico que chegam ao computador. O combustível que entra junta-se ao ar que o motor está admitindo, aí é feita a mistura ar-combustível. Há três tipos de injeção. A monoponto (EFI), que é em ponto central, a multiponto (MPFI), que tem o número de
pontos equivalente ao de cilindros, e ainda a seqüencial (SFI), cujas válvulas abrem-se de acordo com a ordem de ignição do motor. Assim, toda injeção SFI é multiponto. Outro ponto positivo - Outra vantagem da injeção eletrônica é que ela não precisa de manutenção preventiva. A única coisa que o motorista precisa fazer é mandar limpar as válvulas (bicos) de injeção, caso o funcionamento do motor torne-se irregular e apresente falha.
CORSA
Produção supera 2 milhões A
GM comemorou na semana passada a marca de 2 milhões de unidades produzidas do Chevrolet Corsa no Brasil. Desse total 1.600.000 unidades foram produzidas na fábrica de São José dos Campos e o restante em São Caetano do Divulgação
SS, a versão esportiva do Corsa
Sul. Com 12 anos de produção ininterrupta no País, o Corsa é considerado, pela montadora, um ‘case’ de sucesso no mercado brasileiro. "Ele já estabeleceu sucessivos recordes de produção e está entre os primeiros postos do ranking de vendas de automóveis no País", destaca Ray Young, presidente da General Motors do Brasil e Mercosul. O Corsa foi lançado no Brasil em fevereiro de 1994 na versão "hatchback" de duas portas. Ele era, na época, o único da sua categoria a contar com a injeção eletrônica de combustível, o sistema EFI (Eletronic Fuel Injection), que já equipava carros de categorias como o Kadett e o Monza.
O modelo evoluiu como uma completa ‘família de veículos’ com a chegada, nos anos seguintes, das versões sedan, "hatchback" de quatro portas, "station-wagon" e picape. Em março de 2002 a GM lançou a segunda geração do Corsa no Brasil, até hoje presente no mercado.
Aditivada - A injeção eletrônica pode ter sua eficiência prolongada se o carro for abastecido com gasolina aditivada, que assegura a limpeza dos componentes por cerca de 150 mil quilômetros. Ela tem o efeito de manter limpo todo o sistema de alimentação, composto por bomba de combustível, cabeçote, válvulas de admissão e escapamento e câmara de combustão. Ela também deve ser usada em veículos flex. Agência AutoInforme
Pablo de Sousa
Nº 136 São Paulo, 4 de setembro de 2006
DCARR
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Divulgação/Kia
Ele é pequeno e deve se tornar o carro mais divertido do mercado, com suas cores alegres por dentro e por fora. Página 4. Divulgação/VW
Na página 5, o turbo chegou para envenenar os motores do Volkswagen Passat e da Variant, que agora têm 200 cv.
AUDI A3
Divulgação
AGORA SÓ FALA ALEMÃO E ESTE TAMBÉM! BMW SÉRIE 1
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São Paulo, segunda-feira, 4 de setembro de 2006 SUZUKI GSX-R750
Das pistas para pilotar nas ruas
DCARRO POR AÍ
SUGESTÃO DE NEGÓCIO: TROCA DE ÓLEO
T
otal Lubrificantes, que representa a marca Elf, há 10 anos no Brasil, está oferecendo a comerciantes já estabelecidos, no ramo ligado ao ramo automobilístico, como oficinas, estacionamentos, pontos de troca de óleo e outros, a oportunidade de instalar o Rapid Oil Change, um sistema de troca rápida do óleo do motor dos veículos. A idéia é que, além da troca rápida
de óleo, o estabelecimento possa oferecer aos motoristas também outros tipos de serviços, dentro das características do seu negócio. O comerciante responde pelo fornecimento do local e dos equipamentos, comprometendo-se a consumir uma determinada quantidade de óleo da marca, ficando por conta da petrolífera Elf a comunicação visual da loja.
A
o ser lançada, a primeira GSXR750 criou nova categoria de motos: réplicas das motocicletas de corrida. E vem sendo assim, por mais de 20 anos: a Suzuki situou-a como a ligação direta entre pistas de corrida e as ruas. O preço sugerido pela fábrica é de R$ 60.270. E a sua comercialização deverá ser iniciada na segunda quinzena deste mês. A modelo 2007 vem com motor de 750cc completamente novo, mais compacto, mais leve e com maiores potência e amplitude de rotação. Ela chega menor, com novas dimensões de diâmetro e curso, 70mm x 48,7mm (contra 72mm x
46mm) com a distância entre eles também reduzida, de 80mm para 76mm. Com isso, o motor ficou mais estreito, permitindo melhorar a aerodinâmica da máquina. Como novidade, a GSX-R750 2007 traz o Sistema de Exaustão Avançado Suzuki (SAES). Produzido em aço inox, ajuda a baixar o centro de gravidade, centralizar a massa, também melhorando a aerodinâmica da moto. Além disso tem catalisador e sensor de oxigênio, reduzindo a emissão de poluentes na natureza. A Suzuki caprichou nos detalhes e, assim, até o escapamento foi projetado para aumentar o torque e, com a maior parte do escapamento colocado embaixo da motocicleta, o centro de gravidade fica mais próximo ao solo, melhorando a performance nas curvas.
Menor - A GSX-R750 é 15mm mais curta e 25mm menor em sua altura total, comparada ao modelo anterior. O assento ficou 15mm mais baixo e as pedaleiras podem ser ajustadas em três diferentes posições. O tanque de combustível, para 16,5 litros, é mais curto e o assento movido à frente, melhorando o conforto para o piloto. A moto oferece, segundo o fabricante, "o melhor equilíbrio possível do desempenho de um motor potente, com boa dirigibilidade, tanto em uso na estrada quanto na cidade". O novo modelo da moto Suzuki pode ser encontrado na rede de revendas da marca nas cores: preta, azul, preta/vermelha e preta/amarela. A garantia é de um ano, sem limite de quilometragem, algo que, com certeza, os motoboys adorariam ter nas suas 125cc.
Ela perdeu em tamanho mas ganhou em estabilidade, conforto e dirigibilidade. É a nova Suzuki.
Divulgação/Suzuki
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O desafio das independentes ferecer aos motoristas manutenção veicular de qualidade, rápida e a custos adequados, em qualquer ponto do País, é o desafio que o setor de reposição automotiva independente se coloca. Respondendo por 88% da manutenção da frota de 27,3 milhões de veículos, a reposição independente está presente em 5.560 municípios no Brasil. Trabalhando com 200 mil itens em estoque para atender 400 modelos de todos os tipos - ônibus, caminhões, automóveis ou motos - o setor movimenta R$ 46,4 bilhões (2,4% do PIB) anualmente e oferece mais de 800 mil empregos diretos. Para que funcione com eficiência, essa rede tem apoio numa longa cadeia empresarial, que inclui produção das autopeças, distribuição, vendas no varejo e, por fim, a oficina independente. Dos R$ 46,4 bilhões que movimenta, R$ 7,1 bilhões são faturados pelas 660 fabricantes de peças e componentes. A reposição independente representa 13% do faturamento total das fábricas de autopeças e podese calcular que a produção delas voltada para essa área ocupa cerca de 33 mil dos seus 196 mil funcionários. Cerca de 500 distribuidores (485 centros de entrega) fazem as autopeças chegar aos mais de 5 mil municípios brasileiros.
O
índice COMPARATIVO - 3 As opções no segmento de utilitários esportivos.
COREANO - 4 A Kia apresenta o pequeno Picanto.
CAPA - 6 e 7 A Audi mostra o A3 importado que substituirá o nacional.
TESTE - 8 Veja como anda o BMW Série 1.
PESADO - 11 Iveco apresenta o Cavallino, com 43 toneladas de PBTC.
aGenDa 5 de setembro
Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) divulga dados do balanço do setor em agosto. A partir das 14h30, no Hotel Sofitel, rua Sena Madureira, 1355.
20 e 21 de setembro
A Peugeot apresenta um novo modelo, que define como "robusto, versátil e de design marcante". O lançamento será feito em Porto de Galinhas, em Pernambuco.
Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br
Empregam 37 mil funcionários, faturam R$ 9 bilhões com agilidade logística que lhes permite entregar uma peça, em qualquer destino, em apenas um dia. A capilaridade da rede é assegurada por 35 mil lojas de varejo, com 175 mil funcionários, que faturam R$ 11,4 bilhões e garantem o fornecimento de peças nas proximidades das oficinas independentes. Estas, por sua vez, são 120 mil, empregam mais de 600 mil pessoas, faturam os R$ 18,9 bilhões restantes e garantem assistência aos motoristas de todo o País. Toda essa cadeia trabalha a favor do melhor atendimento possível ao consumidor final. Recentemente, a pedido do GMA, a ABNT expediu a NBR 15296 que define o que é uma peça de reposição nas suas diversas variedades. Vamos, agora, construir um sistema de identificação que possibilite ao consumidor usar a norma em seu benefício. Outras novidades estão a caminho. Antonio Carlos Bento de Souza, diretor-geral da Sabó, conselheiro para a Área do Mercado de Reposição do Sindipeças e coordenador do Grupo de Manutenção Automotiva, que reúne o Sindipeças, a Andap, o Sincopeças-SP e o Sindirepa-SP.
Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro
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PESADO
Cavallino, para 43 toneladas O novo caminhão Iveco começa a ser vendido no final deste mês, com preço a partir de R$ 199 mil Divulgação
ALZIRA RODRIGUES
Iveco ingressa numa das mais concorridas faixas do mercado brasileiro de caminhões pesados, com o lançamento do EuroCargo 450E32T Cavallino, para 43 toneladas de Peso Bruto Total Combinado (PBTC). Destinado a aplicações diversas, como o transporte de móveis, combustíveis e eletrodomésticos, o novo modelo terá duas versões: cabine simples, com preço sugerido de R$ 199.130, e leito, no valor de R$ 205.444. "São preços de referência, pois as negociações variam em função das necessidades dos frotistas", comenta Marcelo Bracco, diretor comercial da Iveco Mercosul. O segmento de caminhões na faixa de 43 toneladas responde hoje por 25% do total de pesados vendidos no País. O modelo terá lançamento nacional, com eventos específicos em cada uma das 52 concessionárias da marca, no dia 26 de setembro. Com o pesado Cavallino, a Iveco introduz no Brasil o motor Iveco Cursor 8, que pertence à mesma família do Cursor 13, que equipa o pesado Iveco Stralis.
A
Finame - O novo modelo, produzido em Sete Lagoas, Minas Gerais, foi desenvolvido especificamente para os mercados brasileiro e dos demais países da América do Sul. Chega ao Brasil com linha de financiamento Finame. A expectativa da empresa é comercializar 200 unidades este ano e outras 500 em 2007. A capacidade da fábrica mineira, que vai atender também a demanda do mercado externo, situa-se na faixa de 800 a 1.000 unidades/ano. A Iveco apresentou 14 novos modelos nos últimos 13 meses e promete mais novidades para o próximo ano. Com 5,2% de participação no mercado de caminhões em 2005, a empresa mantém a meta de conquistar 10% de participação até 2010".
Operações - O novo pesado da Iveco vem atender a uma ampla faixa de utilização, abrangendo desde o transporte de cargas volumosas e de baixa densidade, característica de produtos industrializados, até de cargas de médio peso específico como produtos frigorificados, líquidos a granel, alimentos e outros produtos. Com suas especificações, é ideal para o transporte de curtas e médias distâncias. "O único Iveco EuroCargo no mundo a receber o motor Cursor 8, o Cavallino é um projeto desenvolvido para o mercado sul-americano mas que, por suas
características, já vem despertando o interesse de outros mercados da empresa no mundo, como a Austrália e África", informa Bracco. Detalhes técnicos - Equipado com injeção eletrônica e turbo-intercooler, seu motor tem 7.8 litros, com 6 cilindros em linha, 4 válvulas por cilindro e eixocomando de válvulas no cabeçote, o que garante maior eficiência na combustão, rapidez nas respostas e melhores acelerações e retomadas. Sua potência é de 320 cv a 2.400 rpm. Quando acoplado a um semi-reboque de três eixos, o Cavallino dispõe de 7,7 cavalos para cada tonelada movimentada, uma relação cv/tonelada das mais altas do setor, o que se traduz em boa capacidade de arranque e maior facilidade de manutenção.
O modelo tem opção de cabine leito, um prático painel de instrumentos e coluna de direção regulável na inclinação. Seu câmbio é de 16 marchas sincronizadas à frente e duas à ré. Suas vendas começam no próximo dia 26.
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UTILITÁRIOS ESPORTIVOS
Comparando os asiáticos André Penner - 11/07/2005
Conheça detalhes dos modelos Toyota RAV 4, Kia Sorento e Hyundai Tucson. Eles têm tamanho, conforto e equipamentos semelhantes. E todos custam em torno de R$ 135 mil.
O RAV 4, ao lado, tem motor 2.4 litros e custa R$ 134,7 mil. O Kia Sorento, abaixo, é o mais potente dos utilitários esportivos asiáticos e custa R$ 137,9 mil. Seu motor gera 197 cv de potência máxima. Divulgação
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segmento dos utilitários esportivos talvez seja o mais diversificado do mundo do automóvel. Há opções com acabamentos simples ou sofisticados. As versões podem ser grandes, médias ou pequenas, produzidas aqui ou importadas. Há uma gama enorme em relação ao tipo de motorização, potência, tração e câmbio. E é possível comprar modelos a partir de R$ 47 mil, como é o caso de um Ford EcoSport 1.6, até R$ 460 mil, preço de um BMW X5 4.8. Comparamos três utilitários de origem asiática: o Toyota RAV 4, importado do Japão, e o Kia Sorento e o Hyundai Tucson, ambos produzidos na Coréia do Sul. As versões comparadas são semelhantes e com preços equivalentes. Todas têm câmbio automático e tração 4x4. A Toyota importa apenas uma versão com motor 2.4 litros, que custa R$ 134.700. O Kia Sorento EX tem motor mais potente, um 3.5 litros V6, e pode ser encontrado na faixa de R$ 134.900. O Tucson tem motor 2.7 litros e é o único que tem pacotes de opcionais, razão de sua tabela de preços envolver valores que vão de R$
114.900 até R$ 135.000. O Sorento é o mais potente dos três. Seu motor gera 197 cavalos de potência máxima, enquanto o Tucson oferece 180 cavalos e o RAV 4 chega a 170 cavalos. Todos vêm de série com air bag para motorista e passageiro, alarme, ar-condicionado, direção hidráulica, faróis com regulagem de altura, faróis de neblina, rodas de liga leve, trio elétrico e volante com regulagem de altura. O nível de conforto é excelente nos três veículos, mas o Sorento leva vantagem no banco de couro com ajuste elétrico de série, além de também disponibilizar controle do áudio no volante. Mas em relação à segurança, ponto positivo para os seus dois concorrentes, ambos com controle de tração. O utilitário da Hyundai é o único
INTERNACIONAL
Classe R ganha prêmio O Mercedes-Benz Classe R conquistou o "Red Dot - o melhor dos melhores”, um dos mais prestigiados prêmios de design, reconhecido internacionalmente e oferecido pelo tradicional Centro de Design North Rhineland-Westphalia, da Alemanha. "Ao decidir pela produção em série do Classe R, fomos a primeira marca a criar uma associação visual entre os conceitos de espaço, dinamismo, emoção e performance", explicou Peter Pfeiffer, responsável por Design no Centro de Tecnologia Mercedes-Benz. Com o Classe R, a marca alemã apresentou um novo conceito de automóvel, que denominou de Sports Tourer, que reúne os pontos fortes de veículos de vários segmentos: o estilo de um sedan; a força de um utilitário esportivo; o conforto de uma minivan e o desempenho de
um carro esportivo. Nesta última edição, o prêmio do Centro de Design North Rhineland-Westphalia recebeu um recorde de 2.068 inscrições, envolvendo um total de 41 países. No global, foram premiados 285 produtos em 12 diferentes categorias. Somente 36 veículos, entre os quais se destaca o Classe R, receberam o mais cobiçado prêmio, o "Red Dot - o melhor dos melhores”. O Classe R é equipado com motor V8 de 306 cavalos. Traz de série transmissão automática de sete marchas 7G-Tronic com Direct Select; sistema de tração permanente nas quatro rodas e suspensão pneumática Airmatic. A Mercedes sempre se destacou pelo estilo marcante de seus produtos. Assim como o Classe R, também o CLS inova ao combinar as características de um cupê de quatro portas com a praticidade de um sedan.
equipado com computador de bordo. Já o piloto automático e o teto solar podem ser encontrados nos três utilitários coreanos, sendo de série no RAV 4 e Sorento e opcional no caso do Hyundai Tucson. Revenda - Segundo a Molicar, apenas o coreano Sorento é vendido hoje no Brasil com desconto. O modelo pode ser encontrado por R$ 131 mil, valor 3,4% abaixo do estabelecido pela montadora em sua tabela. Os outros dois são comercializados pelo preço oficial. Os três também se equiparam em relação à desvalorização. Estudo da Agência AutoInforme com base na cotação da
Molicar mostra uma depreciação de cerca de 12% após o primeiro ano de uso. Quem comprou o Tucson zero-quilômetro em agosto de 2005 por R$ 115 mil, agora o revende por R$ 100 mil. Já o RAV 4 adquirido por R$ 135 mil vale atualmente R$ 119 mil. A depreciação do Sorento é ligeiramente menor, 11,5% (R$ 132 mil e R$ 117,5 mil, respectivamente).
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COREANO
Divulgação
Um pequeno apimentado A Kia lança o Picanto, a quarta novidade que apresenta no País em apenas três meses ANDERSON CAVALCANTE
A
rapaziada já pode desejar um carro completo sem ter que sonhar "grande". Essa é a nova aposta da Kia Motors do Brasil, que lança o pequeno Picanto, o menor compacto à venda no mercado nacional (3,49 metros de comprimento contra 3,62 do Ford Ka). É um modelo com várias opções de acabamento, cores "vibrantes" e uma grande quantidade de equipamentos de série. O nome Picanto deriva do francês "piquant", que significa picante ou apimentado, em junção com a palavra "canto", expressando canção. Mas picante mesmo acaba sendo o preço para um carro com motor 1.1 de 64 cv de potência: R$ 34,9 mil com câmbio manual e R$ 39,9 mil na versão automática. Mas o valor faz jus à grande quantidade de equipamentos oferecidos de série, entre eles ar-condicionado, direção hidráulica, rádio com CD/MP3 Player da marca Clarion, spoiler traseiro, rodas de liga leve de 14 polegadas, vidros, travas e espelhos externos
Os detalhes externos dão ao modelo uma aparência européia. O motor é 1.1 litro, de 64 cv. No interior, destaque para as ousadas combinações de cores.
elétricos. Na versão automática, vem com air bag, alarme e sistema de controle das portas por acionamento remoto. Apesar de coreano, o "carrinho" tem cara de europeu. Mas esteticamente, o que realmente chama a atenção são as cores. Fora os básicos (preto, branco e prata), os outros tons são bem ousados para o mercado brasileiro. Além disso, o revestimento dos bancos e a forração das portas possuem detalhes em duas cores. Nos carros que externamente são branco, preto e laranja, o tecido preto vem com detalhes em laranja. Já nos de cor azul e prata, os detalhes são em azul. Nos carros vermelho, verde e amarelo, o acabamento vem com tonalidade cinza. Desempenho - Dizer que é moleza dirigir um carro com essa motorização com certeza é exagero, mas apesar dos meros 64 cv, o "pequeno picante" se comporta bem. E isso é fácil explicar. Mesmo tendo potência menor que a de outros carros 1.0 (o Mille Fire, por exemplo, tem 65 cv), o motor Kia alcança o torque máximo de 9,9 kgfm a 2.800 rpm,
enquanto o da Fiat chega 9,1 kgfm utilizando gasolina (2.500 rpm). Como seu uso é mais urbano, este torque acaba sendo mais importante que a potência. Além disso, deve-se levar em conta que o pouco peso do Picanto (890 kg com
câmbio manual e 910 kg com automático) facilita bastante a vida do motor. Durante a apresentação do veículo, a Kia atrapalhou-se um pouco para informar o seu consumo, mas garantiu que durante a homologação do produto foi verificado uma média de 13,5 km/l no carro com câmbio automático. A garantia de fábrica do Picanto é de 5 anos sem limite de quilometragem. A expectativa de vendas do Kia Picanto é de 800 unidades este ano e 2,4 mil em 2007. É um número expressivo, considerando que em 2005 a marca comercializou, no total, 3.120 veículos. Em outubro, no Salão do Automóvel em São Paulo, a empresa apresenta a minivan Carens. A data do início de suas vendas depende do término do processo de homologação local.
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Comércio Exterior Nacional Finanças Tr i b u t o s
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VISA TESTA GIFT CARDS NO PAÍS
por cento foi o aumento das negociações de empréstimo de ações da Telemar em 17 de agosto
ADMINISTRADORAS DE CARTÕES DE CRÉDITO E DÉBITO ESPERAM CRESCIMENTO DO CHAMADO GIFT CARD
NOVO PRESENTE: CARTÕES PRÉ-PAGOS Divulgação/Visa
A
inda embrionário no mercado brasileiro, o gift card (cartão presente) é uma das apostas das administradoras de cartões de crédito e débito para o crescimento do mercado nos próximos dois anos. Uma das primeiras bandeiras a testar o modelo no País, a Visa calcula que o sistema de cartões pré-pagos, em que se enquadram os gift cards, movimente R$ 15 bilhões no período de fevereiro de 2005 a dezembro deste ano. O vice-presidente de Produtos da Visa do Brasil, Eduardo Chedid, diz que essa alternativa de pagamento ainda é desconhecida por grande parte dos consumidores brasileiros. Ele conta que nos Estados Unidos, onde esse mercado já está totalmente consolidado, o gift card gera um volume financeiro de US$ 60 bilhões por ano. O produto cresce cerca de 50% ao ano naquele país. O gift card funciona como cartão de débito pré-pago. O comprador pode carregá-lo com um valor definido e presentear alguém com o cartão. Com o plástico em mãos, o presenteado poderá gastar o crédito em uma loja específica, em uma rede ou nos estabelecimentos credenciados por uma bandeira de cartões. O uso do crédito não tem validade estabelecida, a não ser nos casos de campanhas especiais. A Visa realizou, em 2004, uma pesquisa sobre o grau de
conhecimento dessa opção de pagamento. Dos entrevistados, 84% disseram que não conheciam o produto. Já 69% afirmaram que usariam o gift card e 56% disseram que ele facilitaria a escolha de um presente. Pesquisa semelhante feita nos EUA mostrou que 92% dos entrevistados conheciam o cartão pré-pago. Preconceito — S eg un do Chedid, grande parte do preconceito que ainda existe em relação ao produto no País está relacionado à entrega. O consumidor parece não gostar da idéia de que o presenteado vai receber um plástico com a inscrição "vale-presente". Para superar essa barreira, a Visa trabalha no desenvolvimento de modelos com os varejistas. O primeiro teste da Visa no Brasil com o produto foi a parceria com o Banco ABN Amro Real, no segundo semestre de 2005. O sistema foi implantado na rede Cinemark. O modelo, cujo valor era de R$ 55, dava direito a seis ingressos nos cinemas da rede. No caso da rede Iguatemi de shoppings, o primeiro gift card foi desenvolvido para a unidade de Campinas, no interior de São Paulo. Lançando em parceria com o Bradesco, o cartão oferece saldos de R$ 30 a R$ 5 mil. Hoje, o gift do Iguatemi já é aceito na unidade de São Paulo e nos demais lojistas credenciados na rede Visa — um total de 800 mil estabelecimentos. Davi Franzon
Cetip lança CDBs com seguro
A
Câmara de Custódia e Liquidação de Títulos (Cetip) vai lançar hoje contratos de Certificados de Depósitos Bancários (CDB) totalmente garantidos contra quebra de bancos. O produto, segundo o superintendente-geral da Cetip, Antonio Carlos Teixeira, atenderá a
demanda dos bancos, especialmente os de pequeno porte, que sofrem restrições de crédito em momentos de aperto na liquidez. Se o banco quebrar, o credor terá acesso imediato às garantias que lastreiam o papel na Cetip, o que dá mais segurança ao investidor. (AE)
CVM Vazamento no caso Telemar derruba diretor
P Chedid, da bandeira Visa: mercado consolidado nos Estados Unidos.
Desvalorização do real será natural, diz diretor do BC
A
desvalorização do real ocorrerá de forma "perfeitamente natural", por causa da perda de competitividade das exportações que, por sua vez, vai reduzir o fluxo de divisas. A avaliação é do diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Paulo Vieira da Cunha. Em palestra na última sextafeira no Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), ele disse que a queda do dólar foi um resultado "absolutamente natural" do "surto" de superávits comerciais e "fluxo muito grande de divisas" no mercado de câmbio. Ajuste — Para o diretor do BC, a questão do ajuste fiscal é o ponto crucial na avaliação atual das agências de risco sobre a economia brasileira. Segundo ele, em cenário de avanços em "fatores determinan-
tes" para as recentes melhoras de "rating" do País, "o Brasil fica a dever muito na questão de outras reformas estruturais e, particularmente, no ajuste fiscal de longo prazo, principalmente no que diz respeito à qualidade desse ajuste fiscal". Para ele, os avaliadores de risco não estão mais preocupados com a relação dívida/Produto Interno Bruto (PIB), mas "com uma questão fiscal complicada, particularmente em termos da composição dos gastos públicos e seus impactos para frente". O diretor do BC não quis responder a perguntas sobre o PIB, argumentando que, no período entre a reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) e a divulgação da ata, nesta semana, "não faz comentário sobre a situação macroeconômica conjuntural". (AE)
ela primeira vez em 30 anos, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) terá de investigar uma suspeita de vazamento de informações envolvendo um de seus próprios membros. O episódio começou com uma troca de mensagens entre o diretor Sérgio Weguelin e um investidor estrangeiro sobre a reestruturação acionária da Telemar, a terceira ação com maior liquidez na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O diretor foi afastado temporariamente e o caso deixou a autarquia, responsável pelo combate ao uso de informação privilegiada no mercado, em uma situação delicada. Na última sexta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, esquivou-se de comentar o fato, alegando ainda não ter tido tempo para "se debruçar sobre a questão". A CVM é uma autarquia vinculada à Fazenda. A troca de mensagens veio à tona durante uma investigação da CVM sobre o crescimento atípico — de cerca de 200% — nas negociações de empréstimo de ações ordinárias da Telemar no dia 17 de agosto, data em que a companhia de telefonia anunciou mudanças em sua reestruturação acionária e véspera da divulgação de um parecer de orientação da CVM que afeta diretamente a operação. No dia 25 de agosto, os diretores da autarquia Maria Helena Santana e Pedro Marcilio começaram a investigar as
transações. No dia 29, os cinco membros do colegiado – o que inclui o presidente da CVM, Marcelo Trindade, Weguelin e Wladimir Castelo Branco – se reuniram na sede da autarquia, no Rio de Janeiro, para tratar do caso. Menos de uma hora após o término da reunião, o diretor afastado informou o presidente da autarquia a respeito dos e-mails. Desconforto — A situação provocou tanto desconforto que Trindade tomou a iniciativa de abrir as informações do caso em carta pública. Na nota, ele afirma que até agora não há "qualquer indício concreto de que o investidor estrangeiro destinatário da mensagem de e-mail tenha se aproveitado (da informação)". Segundo fontes de mercado, a corretora Hedging-Griffo foi responsável por mais da metade dos negócios com aluguel de ações ordinárias da Telemar no dia 17 de agosto. A área da corretora responsável por operações de aluguel seria de responsabilidade do sócio e diretor, Luis Stuhlberger. Na troca de mensagens com o investidor estrangeiro, Weguelin era cobrado sobre uma postura mais dura da autarquia na operação da Telemar e respondia que a CVM estudava a divulgação de um parecer de orientação, fato que se confirmou no dia seguinte. A reestruturação societária da empresa está sendo fortemente contestada pelos acionistas minoritários. (AE)
EDITAL
ATAS
JAFET S/A CNPJ n° 61.500.450/0001-38 - NIRE nº 35.300.017.927 Ata da Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária realizada em 28 de abril de 2006 Aos 28 de abril de 2006, às 10:00 horas, os senhores acionistas da Jafet S/A, representando mais de 2/3 (dois terços) do Capital Social, conforme se verifica pelo respectivo livro de Presença, reuniramse em Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária, realizada na sede da empresa sita à Av. Dr. Francisco Mesquita, nº 400 armazém 03, Jardim Ibitirama, nesta Capital, em obediência ao Edital de convocação regulamentar publicado nas Edições dos dias 18, 19 e 20/04/2006 do Diário Oficial do Estado de São Paulo e do Diário do Comércio respectivamente. Por unanimidade dos presentes, foi aclamado para assumir a presidência da mesa o Sr. Flávio Frederico Jafet, o qual convidou a mim Ricardo Jafet Sobrinho, para secretariar os trabalhos. Após constatar a regularidade da instalação da Assembléia, o Sr. Presidente tomou a palavra e determinou a mim, secretário, que procedesse à leitura da Convocação, o que assim fiz, tendo sido dispensada a sua transcrição em Ata. Dando, assim, início aos trabalhos pelo item “a)” da Ordem do Dia, o Sr. Presidente esclareceu que cabia aos presentes deliberar sobre as Contas da Diretoria e seu Relatório, relativos ao exercício de 2004; assim, foram lidos e postos em votação o Relatório da Diretoria, Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado, Demonstração de Origem e Aplicação de Recursos, Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido e Notas Explicativas, relativos ao exercício findo em 31/12/2004, publicados no Diário Oficial do Estado de São Paulo na edição do dia 07/09/2005 e no Diário do Comércio na edições dos dias 07 e 08/09/2005, e as Contas da Diretoria e seu Relatório relativos ao exercício de 2005, assim foram lidos e postos em votação o Relatório da Diretoria, Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado, Demonstração de Origem e Aplicação de Recursos, Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido e Notas Explicativas, relativos ao exercício findo em 31/12/2005, publicados no Diário Oficial do Estado de São Paulo na edição de 21 de abril de 2006 e no Diário do Comércio, na edição de 24 de abril de 2006, e postos à disposição dos Srs acionistas, tendo tais peças sido aprovadas por unanimidade de votos, abstendo-se de votar os legalmente impedidos. Passando ao item “b)” da Ordem do Dia, que se refere à eleição da Diretoria para o biênio de 2006/2008, tópico este para o qual o Sr. Presidente concedeu a palavra a quem dos presentes quisesse usá-la. Pediu-a a acionista Sandra Jafet, a qual propôs aos presentes a reeleição da atual Diretoria para o citado biênio de 2006/2008, sugestão que, posta em votação pelo Sr. Presidente, foi aprovada por unanimidade dos presentes, ficando, assim, inalterada a Diretoria da Sociedade, constituída conforme segue: Flávio Frederico Jafet, Diretor-Presidente e Carlos Hamói, Diretor-Superintendente. Declaram os Diretores assim reeleitos não estarem incursos em qualquer dos crimes previstos em lei que os impeça de exercer atividades mercantis. Ato contínuo, passando ao item “c)” da Ordem do Dia, o Sr. Presidente solicitou aos presentes que submetessem a exame e debate eventuais outros assuntos de interesse da sociedade, para o que foi liberada a palavra a quem quisesse dela fazer uso. Não tendo havido, qualquer pronunciamento, o Sr. Presidente declarou encerrados os trabalhos, dos quais foi lavrada a presente Ata, assinada pelo Presidente e Secretário. São Paulo 28 de Abril de 2006. (aa) Flávio Frederico Jafet, Presidente; Ricardo Jafet Sobrinho, Secretário; e Acionistas presente conforme livro de assinaturas: Violeta Basilio Jafet, Lygia Jafet, Espólio de Ivette Jacob Jafet, Espólio de Basílio Jafet Netto, Roberto Eugênio Markevicius de Menezes, Beatriz Jafet Chohfi, Denise Jafet Haddad, Irene Matilde Jafet Panelli, Espólio de Carlos Jafet, Virgínia Jafet, Marilyn Jafet, Carlos Jafet Júnior, Nelson Jafet, Basílio Chedid Jafet e Sandra Jafet. A presente é cópia fiel da Ata lavrada no livro próprio. São Paulo, 28 de abril de 2006. Flávio Frederico Jafet (Presidente); Ricardo Jafet Sobrinho (Secretário). JUCESP - Certifico o registro sob o nº 226.617/06-3, em 22/08/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 1º de setembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:
Requerente: Castelo Branco Comunicações e Eventos Ltda. - Requerido: SP Farma Ltda. - Rua Guilherme Asbahr Neto, 510 - 02ª Vara de Falências Requerente: Expin Comercial de Condimentos Ltda. - Requerido: Silvio César da Silva Alimentos - Rua Conde Luis Zunta, 181 - 01ª Vara de Falências Requerente: Videolar S/A - Requerido: American MM Comercial Ltda.EPP - Rua do Seminário, 161 - Fundos - 02ª Vara de Falências
Requerente: Fácil Serviços Comerciais Ltda. - Requerido: Bafema S/A Indústria e Comércio - Rua Neuchatel, 337 - 01ª Vara de Falências Requerente: Uniserv União de Serviços Ltda. - Requerido: Produtos Elétricos Pandora Ltda. - Rua Cerro Corá, 2.417 - 01ª Vara de Falências Requerente: Lainiére de Picardie Golaplast Brasil Têxtil Ltda. - Requerido: Brasil Modas e Confecções Ltda. - Av. Ragueb Chohfi, 1.970 01ª Vara de Falências
CONVOCAÇÃO
Coopersollo Cooperativa de Trabalho em Limpeza Urbana e Esgotos Edital de Convocação de Assembléia Geral Extraordinária Coopersollo Cooperativa de Trabalho em Limpeza Urbana e Esgotos, CNPJ nº 05.548.949/ 0001-44, pelo presente Edital convoca todos os cooperados, em pleno gozo de seus direitos estatutários, para reunião de Assembléia Geral Extraordinária a ser realizada no dia 23 de setembro de 2006, na sede social da Coopersollo situada na rua Francisco Augusto Lopes nº 117, CEP 02557-120, Bairro do Limão, São Paulo/SP, com primeira convocação às 13:00 horas, estando presentes 2/3 dos cooperados, em segunda convocação às 14:00 horas, com 50% + 1 dos cooperados ou em terceira e última convocação às 15:00 horas, com mínimo de 10 cooperados para tratar dos seguintes assuntos que deverão constar da “Ordem do Dia”: 1) reforma do estatuto; 2) fusão, incorporação ou desmembramento; 3) mudança do objeto da sociedade; 4) dissolução voluntária da sociedade e nomeação de liquidante; 5) contas do liquidante; 6) dos órgãos de administração; 7) alteração do capital social. São Paulo, 01 de setembro de 2006. Antônio Luiz Figueiredo - Diretor Presidente. (4, 5, e 6/09/2006)
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COMUNICADOS
Transportadora Expresso S&S Ltda inscrita no CNPJ-03.011.383/0001-91 I.E 206.105.748.110, comunica o extravio da NF- 314.010, Procter e Gamble Hig.e Cosméticos Ltda inscrita no CNPJ- 67.712.562/0017-04 (4, 5, e 6/09/2006) Transportadora Expresso S&S Ltda, inscrita no CNPJ-03.011.383/0001-91 I.E206.108.748.110, comunica o extravio da NF 57.077 Procter e Gamble Indl.e Coml.Ltda inscrita no CNPJ- 01.358.874/0001-88 (4, 5, e 6/09/2006)
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS
A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Reforma de Prédio(s) Escolar(es) construído em Estrutura Pré-Fabricada Metálica (Sistema Nakamura): TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO – PRAZO PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2006/06/02 - EE Profª Jandyra Coutinho - Rua Nove, 5 - Gardenia Azul - Suzano/SP – 45; EE Prof. Clovis de Lucca - Rua dos Vianas, 1915 - Jardim Farina - São Bernardo do Campo/SP – 30; EE Benedito de Souza Lima - Rua Guararema, 138 - Taiaçupeba - Mogi das Cruzes/SP – 30. R$ 27.822,00 – R$ 2.782,00 – 09:30 – 22/09/2006. 05/2016/06/02 - EE Cond. Vargem Grande II - Rua Ipê Roxo (62 e Rua 44), 120 - Parelheiros - São Paulo/SP – 90 - R$ 60.899,00 – R$ 6.089,00 – 10:30 – 22/09/2006. 05/2018/06/02 - EE Wilmar Soares da Silva - Rua Guarujá, 500 - Vale do Sol - Jandira/SP; EE José Benicio ds Santos - Rua Jatobá, 209 - Vila Veloso - Carapicuiba/SP; EE Fernão Dias Paes Leme - Rua dos Coqueirais, 450 - Jardim Petrópolis - Cotia/SP. 30 - R$ 25.461,00 – R$ 2.546,00 – 14:00 – 22/09/2006. 05/2019/06/02 - EE Dep. Luiz Sérgio Claudino dos Santos - Benedito Egidio Barbosa, 255 - Brasilândia - São Paulo/SP – 60; EE Prof. Flavio Xavier Arantes - Rua Miguel F. Maldonado, 57 - Jardim Santa Rita - Guarulhos/SP – 30; EE Ítalo Betarello - Rua Andresa, 120 - Jardim São João - Jaraguá - São Paulo/SP – 30; EE Prof. Joaquim Garcia Salvador - Rua Catulo da Paixão Cearense, 242 - Jardim América - Guarulhos/SP – 30. R$ 36.767,00 – R$ 3.676,00 – 15:00– 22/09/2006. 05/2021/06/02 - EE Jardim São Bernardo – Rua Canção da Terra, 112 - Jardim São Bernardo - Capela do Socorro - São Paulo/SP – 90; EE José Chaluppe - Largo São Francisco, 02 - São Francisco - Itapevi/SP – 30. R$ 51.184,00 – R$ 5.118,00 – 16:00– 22/09/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 05/09/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 20/09/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
segunda-feira, 4 de setembro de 2006
Empresas Finanças Nacional Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3
LEÃO DEVE ABOCANHAR R$ 608 BI EM SETEMBRO
Os magistrados esquecem que a Serasa foi criada para concentrar as informações bancárias. Amilcar Altemani, advogado
ATÉ O MÊS DE JULHO, SERVIÇO DA ACSP REGISTROU 9,2 MILHÕES DE CHEQUES ADULTERADOS
AUMENTAM AS FRAUDES COM CHEQUES
E
m "Prenda-me se for capaz", o ator Leonardo Di Caprio incorporou o mais famoso vigarista americano, Frank Abagnale Jr., que, nos anos 60, desfrutando de métodos inovadores, se tornou o maior falsificador de cheques do mundo. Longe das telas, as fraudes com essa modalidade de pagamento são uma realidade no mercado brasileiro. Dados fornecidos pelo sistema de proteção ao crédito UseCheque, administrado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), apontam que o número de documentos sustados por roubo ou extravio – principais formas de adulteração ou fraudes – vem crescendo nos últimos anos. Em 2001, eram 10,4 milhões. Esse volume saltou para 10,9 milhões, em 2002; para 11,77 milhões, em 2003; para 11,95, em 2004; e para 13,78, em 2005. Até o mês de julho deste ano, já foram registrados 9,2 milhões de cheques irregulares. Segundo o diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP, Marcel Solimeo, o volume mensal de cheques em circulação alcança 160 milhões. Poder de barganha – A maior vítima desse tipo de fraude é o varejo, que vê no cheque uma opção para facilitar o acesso ao crédito, principalmente das classes com menor poder de compra. "O cheque é o poder de barganha que o comércio tem para possibilitar o parcela-
160 milhões é o número de cheques que circulam mensalmente no Brasil mento de compras e o acesso ao crédito", diz Solimeo. De acordo com o economista, apesar de o comércio dispor de equipamentos de segurança e sistemas de proteção, como o UseCheque e Serasa, grandes filtros no combate à fraude, algumas falsificações são muito perfeitas e difíceis de serem detectadas. "Ainda mais agora, com a tecnologia das máquinas de xerox e de impressão, o trabalho fica muito bem feito", completa Solimeo. Para o diretor financeiro da Camisaria Colombo, Paulo Jabur, além das novidades tecnológicas utilizadas pelos fraudadores, outro problema enfrentado pelo comerciante é o descaso de algumas instituições financeiras em abastecer o banco de dados dos sistemas de segurança UseCheque e Serasa. Segundo Jabur, os cheques devolvidos pelas alíneas 25 e 35, por exemplo, não constam no sistema para checagem. A alí-
nea 25 trata do cancelamento de talonário pelo banco sacado, seja por extravio na própria instituição ou durante a postagem para o cliente. Já a devolução pela alínea 35 ocorre quando o cheque é fraudado, seja por clonagem ou completa falsificação das folhas do talonário. "Se os bancos comunicassem ao sistema imediatamente o extravio de um talonário ou fornecessem informações completas como, por exemplo, se o CPF é realmente daquela conta-corrente e agência bancária, certamente esse tipo de fraude seria reduzido", afirma. Treinamento –Apesar de o cheque não ser a modalidade de pagamento mais utilizada pela rede de supermercados D'avó, o diretor de operações, Márcio Mota, dá treinamento para que os operadores de caixa identifiquem o documento e RGs falsos. Outro cuidado da rede é exigir cadastro prévio dos clientes que queiram pagar com cheque. "Mas não adianta todo esse esforço se os bancos não passam ao sistema todas as informações de que dispõem", diz Mota. Para o diretor executivo do cartão Carrefour, Celso Amâncio, os bancos precisam ficar atentos para detectar e comunicar esse tipo de fraude. "Existem quadrilhas especializadas em roubar malotes de talonários e fabricar documentos em cima das informações que obtiveram nas folhas do cheque", diz.
Andrea Felizolla/LUZ
Luiz Prado/LUZ
O proprietário da rede D'avó, Márcio D'avó, treina funcionários
Jabur: bancos falham
Márcia Rodrigues
Dicas para evitar prejuízos
Extravio e clonagem: recorrentes
A
maioria das ações que tramitam na Justiça envolvendo fraudes com cheques pede indenização por danos morais e materiais. Muitas contestam devoluções pelas alíneas 25: cancelamento de talonário por extravio na própria instituição ou durante a postagem para o cliente, e 35: quando o cheque é fraudado, seja por clonagem ou falsificação das folhas. As recentes decisões do Judiciário, pelo menos por enquanto, são mais favoráveis ao correntista do que aos bancos. Tanto que a Súmula nº 28 do Supremo Tribunal Federal (STF) determina que "o estabe-
lecimento bancário é responsável pelo pagamento de cheque falso, ressalvadas as hipóteses de culpa exclusiva ou concorrente do correntista". Processos – O escritório Altemani Advogados tem mais de 12 processos sobre o assunto em tramitação na Justiça. Todas de redes de loja, pedindo ressarcimento aos bancos pela devolução de cheques pela alínea 25. O escritório já obteve uma sentença favorável e, segundo o advogado Amilcar Altemani, são grandes as chances de a decisão ser mantida, mesmo que a ação seja encaminhada para o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
ao longo do ano. Impostômetro tributária O Leão está mais faminto que nunca. No ano em R$ 550 bi do passado, esse montante de
N
a primeira hora de ontem, o Impostômetro mostrava que a União, estados e municípios haviam obtido dos contribuintes mais de R$ 550 bilhões em arrecadação
arrecadação só havia sido acumulado no final de setembro, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Pelos cálculos do instituto, setembro deste ano fechará
O escritório tem ainda oito ações ajuizadas por grupos de lojistas que reclamam da devolução de cheques pela alínea 35. Até agora, duas sentenças foram julgadas improcedentes. Segundo o advogado, os juízes negaram o pedido sob o argumento de que não existe lei que obrigue os bancos a prestarem informações completas à Serasa, e que não há responsabilidade objetiva nesse caso. "Esses magistrados esquecem que a Serasa foi criada para concentrar as informações bancárias e evitar fraudes, e que a resposta 'sem restrição' da consulta induz o lojista ao erro." (MR)
P
com R$ 608,6 bilhões de arrecadação. O painel eletrônico que monitora em tempo real a arrecadação tributária de todas as esferas de governo está instalado na fachada da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no centro da capital, e também pode ser visualizado pelo site www.impostometro.com.br.
A ferramenta foi lançada no ano passado e faz parte de uma das campanhas desencadeadas pela Associação Comercial para mostrar à população o quanto ela paga de impostos e que, portanto, deve exigir uma contrapartida do governo em serviços públicos de qualidade.
ara evitar prejuízos, comércio deve se cercar de cuidados ao receber um cheque. A primeira dica dos especialistas é fazer uma análise visual do documento. É importante verificar a existência de rasuras, se o valor em números corresponde ao que está por extenso e se a folha está limpa, sem aspecto amarelado, o que pode ser um sinal de conta-corrente inativa ou encerrada. Também é importante observar se o código do banco, o número da agência, do cheque e da conta (na parte superior da folha) conferem com os números impressos no campo CMC7 – li-
Renato Carbonari Ibelli
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nha numerada que fica na parte inferior do documento. Os falsificadores, cada vez mais ousados, alteram só os dados dos quadros que ficam no campo de cima do cheque. Identidade – Outra dica dos especialistas é exigir a apresentação do documento de identidade, de preferência original, e do cartão do banco. Raramente o cheque e o cartão são roubados juntos. Mas não adianta pedir o documento e não observar a foto e a assinatura do cheque. "Soubemos de um caso em que o fraudador, com mais de 30 anos, colocou sua foto no RG da vítima e o caixa não per-
cebeu que o correntista tinha 18 anos", afirmou a gerente de negócios da Unidade de Pessoa Física da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Roseli Maria Garcia. Outra boa dica é utilizar serviços de proteção. A ACSP criou o UseCheque, que permite ao lojista verificar se o correntista já emitiu cheques sem fundos ou se o cheque foi sustado, roubado ou extraviado. A entidade também tem n o s i t e ( w w w. a c s p . c o m . b r ) uma cartilha (Cartilha Cheque), disponível para download, com os principais cuidados a serem tomados ao receber um cheque. (MR)
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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 4 de setembro de 2006
Na RW CDs e DVDs, nem as vendas do Dia dos Pais ajudaram a recuperar perdas.
CONSUMIDOR COLOCOU O PÉ NO FREIO
NO MÊS PASSADO, AS CONSULTAS AO SCPC SUBIRAM SÓ 2,9% SOBRE AGOSTO DE 2005. E AO USECHEQUE, 5,7%.
CONSUMO EM COMPASSO DE ESPERA Fotos: Newton Santos/Hype
A
s vendas no varejo Segundo, pela melhora da renficaram abaixo do da, queda nos juros e dilatação esperado em agos- dos prazos do crediário. to, o que mostra Para Solimeo, a não concreque a economia continua mor- tização das expectativas sinalina, com dificuldade para al- za que o consumidor está endicançar a expectativa do gover- vidado e pondo o pé no freio no, que projeta um crescimen- nos gastos, com receio das into do Produto Interno Bruto certezas futuras. "E preferindo (PIB) em torno dos 4% para es- quitar seus débitos a ir às comte ano. Mas o movimento do pras", disse. Ele acrescentou varejo poderá melhorar até o que a inadimplência avançou Natal se os juros continuarem um pouco em agosto, "mas ainda não preocaindo. O desempecupa muito". S e o s re g i snho dos bens duráveis, cot ro s re c e b imo eletrododos (os que mésticos e lientraram panha branca, ra o cadaspor cento foi o tro) subiram cresceu apecrescimento do nas 2,9% em 8,4% em agosto, em agosto, em rerecebimento dos lação ao mesc om p ar a çã o registros de a igual períomo mês de 2005, segundo do em 2005, inadimplentes no mês o s c a n c e l aas consultas de agosto em relação ao Serviço dos também ao ano passado. cresceram, Central de P ro t e ç ã o a o embora meC r é d i t o nos: 4%. Futuro – Solimeo acredita (SCPC), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que que a redução, pelo Comitê de mede as vendas a prazo. O Política Monetária (Copom), Usecheque (vendas à vista) te- da taxa básica de juros (Selic) de ve um desempenho melhor na 0,5 ponto percentual ocorrida mesma comparação: 5,7%. na semana passada poderá reO economista Marcel Soli- sultar em queda nos juros ao meo, diretor do Instituto de consumidor e ajudar a alongar Economia Gastão Vidigal, da prazos, empurrando um pouco ACSP, disse que havia expecta- mais as vendas no varejo até o tiva de que as vendas melho- final do ano. Mas sob uma conrassem em agosto, especial- dição: que essa redução não pamente as de maior valor. Pri- re por aí. "Vai ajudar se contimeiro, devido ao fraco desem- nuar caindo até dezembro." Sergio Leopoldo Rodrigues penho das vendas em julho.
8,4
Chaine Chene, da Hime-Ya: agora é esperar o final do ano
Gerson Galindo: retomada
Andrea Akemi: inverno fraco
É hora de recuperar as perdas
D
eu empate na Lib e r d a d e . O s c omerciantes do bairro oriental da capital paulista ficaram divididos quanto ao desempenho de seus estabelecimentos em agosto. Dos 11 lojistas consultados, cinco registraram aumento nas vendas e seis faturaram menos no mês passado em relação a julho. Para a proprietária da papelaria Espíndola, Meire Sá, agosto foi melhor que julho porque, com a retomada das aulas, os consumidores voltaram à loja. "Nossas vendas cresceram 10%, mas isso ainda não é suficiente para recuperar a queda de julho." Mais otimista é o desempenho da Casa Teixeira. Especializada em produtos óticos, a lo-
ja registrou elevação de 10% a 15% nas vendas. O proprietário do estabelecimento, Gerson Garber Galindo, explicou que julho foi muito fraco em razão das férias. "As vendas a prazo representam 80% dos negócios da loja e, agora, esperamos que esse movimento continue até dezembro." As férias não abalaram a loja de artigos fotográficos Labortec. O gerente Carlos Martim Paschoal disse que as vendas em agosto registraram alta de 10% a 15% sobre o mês anterior. "Os clientes voltaram e a maior parte das vendas tem sido efetuada à vista ou no cartão de crédito", explicou. Na Kkashi Presentes, que vende de jóias a camisetas da seleção brasileira e itens de medicina naturalista, o movimento também foi um pouco melhor em agosto. No ramo de edredons, a Tsuruya No Futon também registrou aquecimento de 20% nos negócios em agosto. "Em julho não vendemos bem porque não houve inverno", explicou o gerente Ricardo Bastos.
Rosemari Oliveira: promoções
No segmento de vestuário, a ponta de estoque da Green, da Avenida Liberdade, registrou retração de 20% na comercialização de sua linha infantil. O Dia dos Pais não ajudou a melhorar o desempenho da RW CDs e DVDs, localizada na Praça da Liberdade, em frente à estação do Metrô. "Em agosto, as vendas caíram 20% frente a julho. No ano passado, o movimento foi bem melhor", explicou o funcionário Sidney Brito Farias.
A loja de presentes Hime-Ya foi mais uma que teve desempenho negativo de 20%. Especializada em eletrodomésticos e presentes femininos, ela normalmente vende pouco nesse mês. Entretanto, a proprietária, Chaine Chene, está entusiasmada com as perspectivas para o final de ano. Na The Best Bijouterias, o recuo foi de 20% a 25%. A avaliação é da proprietária Rosemari Saes de Oliveira. "Faremos promoções para o Dia das Crianças", disse. Uma das poucas casas do ramo de calçados no bairro, a Victor Calçados, apresentou desempenho negativo. Para o proprietário, Antônio Carlos Martins, a pequena reação registrada no Dia dos Pais não foi suficiente para recuperar as perdas de até 20%. A Futon Shop, especializada em ededrons da Rua dos Estudantes, também apresentou recuo nas vendas. A proprietária Andrea Akemi reclamou: "Não houve inverno e o movimento foi fraco". Paula Cunha
Pressão em Brasília para aprovação da Lei Geral
O
Brasil precisa de menos impostos. A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas pede aprovação. Esses serão o textos que ficarão estampados em faixas espalhadas por Brasília, de hoje até 6 de setembro. Nesse período, representantes da Frente Empresarial que luta pela aprovação da nova legislação estarão na capital do País para promover mobilizações junto a deputados federais e garantir a votação da matéria. Os presidentes do Sebrae, Paulo Okamoto, da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e o vice-presidente da República, José Alencar, haviam acertado que a votação ocorreria na primeira semana deste mês. Outras frases são "O Brasil precisa de menos burocracia", "A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas pede aprovação" e "A Lei é geral. A mobilização do Congresso também precisa ser. Lei Geral já". Segundo o consultor de Políticas Públicas do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), André Spínola, as faixas serão fixadas em pontos de passagem, como no aeroporto, no caminho para o Congresso Nacional e na entrada da Câmara dos Deputados. "Também haverá um estande da Frente, dentro do Congresso, para distribuir aos parlamentares um material com explicações sobre a importância da aprovação da Lei Geral", explica. Enquanto as faixas tomam conta de partes de Brasília, líderes empresariais farão pressão corpo-a-corpo para sensi-
Milton Mansilha/LUZ
Marangon: contadores no Simples Eugênio Novaes
Spínola: estande no Congresso
bilizar deputados. Entre eles, estarão os presidentes de entidades como Confederação Nacional do Comércio (CNC), Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Confederação Nacional das Entidades de Micro e Pequenas Empresas do Comércio e Serviços (Conempec) e Federação Na-
cional das Empresas de Serviços Contábeis (Fenacon). Unificação — O principal ponto da Lei Geral é a unificação da base de cálculo dos impostos e contribuições federais, estaduais e municipais para as micros e pequenas empresas. A lei também fixa regras para facilitar a abertura de empresas menores. Além disso, a Lei Geral permite que novos serviços optem pelo sistema simplificado de tributação, Simples – entre eles, os escritórios de contabilidade. O setor já tentou por duas vezes obter o direito de optar pelo Simples, mas não conseguiu. "Poder optar pelo sistema seria um importante favorecimento, porque nosso setor tem um grande volume de mão-de-obra. Com isso, cerca de 60% do nosso custo vai para pagamento de encargos sociais para a Previdência", afirma Antônio Marangon, presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (SesconSP). Aproximadamente 90% dos escritórios de contabilidade são de pequeno porte. Para Marco Antônio de Sene, proprietário do Escritório de Contabilidade Lemos (ECL), se o texto for aprovado como está, sua carga tributária diminuiria bastante. "Hoje, pago para a Previdência Social em torno de 38% sobre a folha de pagamento, o que seria reduzido para 11%. Quanto aos outros impostos federais, atualmente pago 9,5% do faturamento. Com a nova lei, passaria a pagar de 3% a 5%", calcula Sene. Laura Ignacio
segunda-feira, 4 de setembro de 2006
Urbanismo Ambiente Compor tamento Distritais
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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EXPLORAR LENDAS PODE SER NEGÓCIO LUCRATIVO
Abordamos curiosidades fúnebres na história de São Paulo, como cortejos, velórios e o culto aos mortos. Carlos Roberto Silvério, dono da agência Graffit
FANTA$MA$ São Paulo tem de tudo, até mesmo assombrações. Pensando nos roteiros turísticos fantasmagóricos que atraem centenas de pessoas em outros países, como Inglaterra e Estados Unidos, um empresário do setor de turismo da cidade resolveu criar o 'Circuito do outro mundo: São Paulo além dos túmulos', e ganhar dinheiro com histórias que, no mínimo, metem medo. No roteiro, cemitérios, prédios atingidos pelo fogo e o Theatro Municipal. A Câmara, cheia de histórias de fantasmas, ficou de fora. Pelo menos por enquanto. Fotos de Leonardo Rodrigues/Hype
Fernando Vieira
A
existência de fantasmas em repartições públicas nem sempre está relacionada a maracutaias. Pelos corredores e elevadores da Câmara Municipal, por exemplo, ao lado de funcionários e vereadores, circulam também fantasmas – no sentido literal da palavra. A garantia é do chefe dos ascensoristas, Aristides Saturnino de Paula, de 53 anos. No palco do Theatro Municipal, em dias sem programação cultural, o silêncio da noite já foi rompido diversas vezes pelo som de um piano misterioso, contam funcionários, reproduzindo relatos de um antigo zelador que lá dormiu por cerca de 60 anos. "Em todas as visitas me perguntam sobre os fantasmas", disse a coordenadora de visitas monitoradas do teatro, Vera Sales. Histórias como essas, de fenômenos sem explicação e assombrações, fascinam grande parte das pessoas e ganham contornos de realidade na base do boca-a-boca. Se, num primeiro momento, causam medo, podem se tornar uma boa oportunidade de negócios. Circuito – Por isso, seguindo o caminho trilhado por cidades como Londres, na Inglaterra, onde o circuito do terror é amplamente conhecido, e Salem, nos Estados Unidos, famosa pelas histórias de feitiçaria – que renderam até o filme As Bruxas de Salem –, São Paulo começa a despertar para o potencial pouco explorado de suas inúmeras lendas urbanas. Batizado de Circuito do outro mundo: São Paulo além dos túmulos, o tour criado pela agência Graffit propõe um olhar sobre o sobrenatural paulistano. O objetivo é contar as histórias de fantasmas e as lendas urbanas, mostrando, de forma divertida, lugares tidos como assombrados, ressaltando a arte tumular e antigas edificações em São Paulo. "Para montar o projeto, realizamos várias pesquisas em bibliotecas e acervos. Além disso, fizemos entrevistas com moradores dos arredores dos pontos marcados por histórias de assombração", explicou Carlos Roberto Silvério, dono da agência e criador do circuito. No percurso, os cemitérios do Redentor, dos Protestantes, Araçá e da Consolação, um dos mais tradicionais, onde personalidades de destaque da his-
No saguão do Theatro Municipal (acima) e em seu subsolo (à direita) as histórias de fantasmas são antigas. Mais à direita, o Castelinho da rua Apa, palco de um crime violento. Nas fotos abaixo, Silvério, que aposta no sucesso do roteiro do outro mundo, e Aristides, que fala com os fantasmas da Câmara.
tória política, literária e social estão sepultadas. "São abordadas curiosidades fúnebres na evolução histórica de São Paulo, como cortejos, velórios e o culto aos mortos em diversos períodos", disse Silvério. Fo rc a – Na Liberdade, há uma parada no antigo largo da Forca, hoje praça da liberdade, onde fica a Igreja Santa Cruz dos Enforcados, que tem como principal história a morte por enforcamento, após duas tentativas, do soldado Francisco José das Chagas, o Chaguinha. Ele foi enterrado no mesmo local, nas proximidades da Capela dos Aflitos. O tour segue para o Centro, passando pelo edifício Joelma, local de um trágico incêndio em 1974, vale do Anhangabaú – ex-cemitério indígena -, Theatro Municipal e Palácio da Justiça – por onde circulam os espíritos injustiçados. O roteiro segue para a Faculdade de Direito do Largo São Francisco, onde, segundo a lenda, há uma alma penada que ainda não abandonou a escola, e para o Castelinho da rua Apa, em Santa Cecília, cuja marca é um crime violento e misterioso.
Câmara – Embora não faça parte do circuito assombrado, na opinião do chefe dos ascensoristas, Aristides Saturnino de Paula, a Câmara Municipal está mais do que credenciada. Funcionário de carreira há 32 anos, ele afirma que é capaz de ver e conversar com os espíritos que ali vivem. "Já trabalhei em 132 noites de velório. Não perco a conta", garantiu. O primeiro contato de Aristides com os fantasmas foi em 1979 no salão nobre, no oitavo
andar. Ele trabalhava no turno da noite. "Vi uma mulher loira, vestida de branco, atravessar a janela e se movimentar como se flutuasse. Ela seguiu para o banheiro e passou pela porta fechada. Era a loira do banheiro". Aristides saiu correndo e, no térreo, avisou o sargento dos bombeiros de plantão. "Ele acreditou em mim. Disse que um bombeiro já tinha visto a mesma mulher no bebedouro". De lá para cá, foram inúmeras as vezes em que o funcioná-
rio viu assombrações. A mais horripilante aconteceu no quinto andar. Três pessoas entraram no seu elevador e uma delas desapareceu subitamente. "Um das pessoas desmaiou e meu cabelo arrepiou. No térreo, elas saíram correndo do elevador, um homem disse que jamais voltaria". Aristides mudou para o turno da manhã por causa dos fantasmas, que o perseguiam. "Tomava cada beliscão...". Hoje, só dá entrevistas quando autorizado previamente pelos fantasmas. "Não posso fazer gestos. Já fui avisado", disse, quando era fotografado. Existem outros fenômenos ainda mais impressionantes na Câmara Municipal, segundo ele. "Isso eu nunca contei... Certa vez vi um 'etezinho' na escada do sexto andar. Tinha mais de meio metro, um olho só e uma cor pálida, que não era de gente". Mas essa é uma outra história... SERVIÇO O roteiro "Circuito do outro mundo: São Paulo além dos túmulos" foi criado pela Agência Graffit e pode ser contratado pelo telefone 55499569. Acontece sempre aos domingos, das 14h às 18h. O preço é de R$ 30 por pessoa.
Exorcizando a exclusão
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eixando de lado mitos e lendas, se há algo de assombroso no castelinho da rua Apa é a situação de degradação que toma conta do imóvel, abandonado por décadas. De propriedade da União, a construção na região central é uma relíquia em ruína, tombada pelo patrimônio histórico. Há cerca de 10 anos, em um prédio vizinho, no mesmo terreno do castelinho, funciona o Clube das Mães do Brasil, uma instituição sem fins lucrativos, que atende mais de 90 crianças. "Se há algum fantasma a ser combatido aqui é o do descaso e o da exclusão", disse a diretora Maria Eulina Hilsenbeck. Segundo ela, a imagem atrelada a assombrações se dá em grande parte por causa da situação de abandono do castelinho, o que ainda prejudica o trabalho social já que as crianças ficam com medo de permanecer no local ao ouvir histórias assombradas. (FV)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
segunda-feira, 4 de setembro de 2006
RESENHA
INTERNACIONAL HORA CRÍTICA NO ORIENTE MÉDIO domínio do emprego da energia atômica para fins pacíficos e que, por outro lado, países ocidentais entendem que seja uma capacidade de produzir armas nucleares. Nos dias correntes, o Conselho se vê diante de inúmeros desafios, como o genocídio que acontece no Sudão, o cessar-fogo no Líbano e o caso do Irã. O desacordo em torno do acordo pode dividir o mundo em dois pólos de poder, numa afirmação de declínio do poder americano. Pode contribuir para instabilizar ainda mais o Oriente Médio e encorajar maior audácia das organizações insurgentes com maiores complicações para a segurança de boa
Mark Garten/REUTERS
O Conselho de Segurança é um bicho que depende de dentaduras para morder
comportamento do Conselho não ignora que um grande número de suas decisões e determinações são desrespeitadas. O Conselho é um bicho que depende de dentaduras para morder. Todas as resoluções representam, por definição, acordo e decisão dos cinco membros com poder de veto. Está mais do que demonstrado que sem consentâneo acordo detalhado do que fazer, caso sejam ignoradas, transformam-se em palavra morta. Era previsível, pelas palavras e atos da liderança iraniana, que o ultimato seria desprezado. Deixou-se para depois traçar um programa de sanções, com as quais China e Rússia vinham manifestando discordância. É o que se discutirá na Alemanha. Sem apoio chinês e russo, o que sair da reunião da Alemanha, mesmo que seja um programa com os quais se comprometam os demais países, terá mínimos efeitos no reforço ao objetivo de impedir o Irã de continuar trabalhando na direção do
parte do mundo. Pode precipitar corrida armamentista no Oriente Médio de países temerosos do futuro poder atômico iraniano, poder que desejarão adquirir. Iniciando a separação entre o Ocidente, e a China e Rússia. Podem precipitar revoltas em muitos dos países regionais, cujos governos apoiam-se no Ocidente e nos quais existem organizações que se empenham em afastar seus países da influência ocidental e aproximá-los da entrega a sistemas teocráticos. E muito, muito mais, pois são infinitas as possíveis conseqüências de mudanças radicais no balanço internacional do poder. O caso do Irã tem, no contexto e circunstâncias, uma importância extraordinária. É um teste da influência do Conselho na solução de questão que os próprios membros dominantes reconheçam como vital e cuja decisão pode virar pizza.
JOÃO DE SCANTIMBURGO
EMPRÉSTIMO Céllus
O
Conselho de Segurança reúne-se amanhã na Alemanha, que não tem poder de veto mas tem enorme peso nas relações internacionais. E isso confirma que está descartado o uso de força contra o Irã, não o de sanções. O ultimato vence quinta, mas ninguém mais imagina que o Irã irá respeitá-lo. O que se discutirá será bem mais do que a questão do Irã. Estará implicitamente na mesa a autoridade do supostamente mais poderoso órgão internacional dedicado a preservar a paz mundial. E a própria atual hierarquia dos poderes. Quem acompanha o
CONDICIONADO
A aritmética abaixo do Equador ROBERTO FENDT
R
oberto Campos gostava de dizer que a racionalidade nem sempre funciona abaixo do Equador. O governo Lula está nos dando dois exemplos de que a aritmética também não funciona. O primeiro se refere ao projeto de lei orçamentária para 2007. O substitutivo à lei de diretrizes orçamentárias encaminhada ao Congresso pelo Executivo em março, e que dá os parâmetros para a elaboração do orçamento de 2007, incluiu entre outras disposições um redutor de 0,1% do PIB nas despesas globais do governo a cada ano. Ocorre que, no interregno, o governo reajustou o funcionalismo e aumentou o salário mínimo muito acima da inflação dos meses encerrados em maio. O aumento do mínimo afetou principalmente os gastos da Previdência Social. Juntos, o aumento do funcionalismo e das despesas previdenciárias causaram um aumento permanente de despesas em torno de 13 bilhões de reais, em 2007 e nos anos seguintes. Enquanto isso, como determina a Constituição, o Executivo enviou ao Congresso Nacional em 31 de agosto o projeto de lei orçamentária para 2007. A proposta de orçamento já havia incorporado o redutor de 0,1% do PIB determinado pelo substitutivo ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias, em tramitação; o problema agora é como acomodar um aumento de 13 bilhões nas despesas, que está na contramão do que determina a lei de diretrizes orçamentárias — isto é, reduzir, e não aumentar, as despesas. Segundo estimativas, o total das despesas correntes do governo federal em 2006 deverá chegar a 366,6 bilhões de reais, correspondendo a 17,45% do PIB. Para 2007, portanto, as despesas não poderiam ultrapassar 364,3 bilhões de reais (17,35% do PIB, depois da aplicação do redutor). Isso significa que seria necessário economizar 2,3 bilhões de reais no orçamento de 2007, em lugar de adicionar 13 bilhões. Como o governo pode fazer a mágica de aumentar a despesa e reduzi-la ao mesmo tempo? Dois mais dois são cinco, nessa conta. Só com o faz-
de-conta, excluindo algumas categorias de despesas para efeito de aplicação do redutor. O segundo exemplo, na verdade, é mera continuação do primeiro. O programa de governo do PT para um eventual segundo mandato do presidente Lula é um festival de boas intenções, misturado com os absurdos de sempre. No lado das boas intenções está a disposição de zerar o déficit nominal até o 2012. O instrumento desse desejo é a disposição de manter o superávit primário do governo em 4,5% do PIB. Ao mesmo tempo, é intenção do governo manter também o redutor das despesas globais durante um hipotético segundo mandato. Quanto às reformas, ficam para as calendas. O ministro do Planejamento já disse que o governo não tem condições de fazer agora um ajuste fiscal, propondo um prazo de 10 a 15 anos para que esse ajuste se realize. Indicador disso é a disposição de manter por mais 10 a 15 anos a chamada Desvinculação de Receitas da União, fórmula que permite ao governo federal não partilhar receitas com os estados e municípios. Por fim, o ministro disse também que o governo não tem qualquer posição quanto à reforma da Previdência, razão pela qual ela não consta do programa de governo proposto pelo PT.
O
ra, se a aritmética não funciona no orçamento de 2007, muito menos funcionará nos próximos quatro anos, e sobram então apenas dois caminhos. O primeiro é o de continuar aumentando a carga tributária. O problema com essa opção é que a sociedade já dá sinais que não está disposta a continuar bancando essa farra de gastos. O segundo caminho é o da expansão monetária para cobrir o buraco e fechar as contas. O inconveniente dessa opção é a volta da inflação, ainda que lenta de início. Moral da história: tudo indica que a aritmética não funciona abaixo do Equador também no longo prazo. Pior, tudo indica que dois mais dois, nos próximos quatro anos, poderá estar mais para seis do que para cinco.
D ois mais dois poderá estar mais para seis do que para cinco
Todo suspeito quer ser eleito
DE NAHUM SIROTSKY, CORRESPONDENTE EM ISRAEL.
O desacordo pode dividir o mundo em dois pólos
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stá aí, decidida pelo poder federal, a luta entre uma empresa de elevada credibilidade e um governo que pretende ser o campeão das colocações no mercado de trabalho, condicionando uma solução a outra, que não são paralelas, mas se implicam na administração mesma da empresa. A Volkswagen já dominou o mercado com o Fusca, hoje está entre as grandes montadoras mas não domina o mercado, pois chegaram outras grandes empresas, com novos automóveis, que vieram lhe fazer frente, e hoje ela sofre a concorrência de tecnologia avançada.
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ARTHUR CHAGAS DINIZ ais um criminoso em liberdade condicional foi preso no Rio, por seqüestrar um casal, com ameaça de morte. Há cinco dias, uma empresária foi assassinada por um dos beneficiários de condicional, assassino confesso. Menores ou moleques, no meio da rua, pressionam e atacam pessoas, preferencialmente senhoras e idosos. Os policiais preferem não ver. Segundo os mesmos, pegar um menor infrator é “uma podre”, dizem eles. Se o menor reage e tem algum arranhão, prévio ou não à captura, o policial passa a ser uma vítima das inúmeras e prósperas ONGs que trabalham sob a égide dos direitos humanos. ONGs têm sido não apenas prestigiadas em solenidades e discursos, mas, especialmente, com recursos públicos. Voltando à questão inicial, a concessão da condicionalidade em um país onde sequer se mantém os encarcerados isolados da sociedade, das drogas e dos telefones celulares, seria risível, não fosse trágica. Mas não é só a legislação penal que precisa mudar. Gente como Pimenta Neves, matador confesso de sua jovem ex-namorada, pode ser eleito. Ainda que condenado, mora confortavelmente em casa e aguarda recursos para novo julgamento. Waldomiro Di-
eio n'O Globo que o governo condicionou a concessão de um empréstimo pelo BNDES à Volkswagen, para não serem demitidos 1.800 funcionários. Acentuou o jornal carioca que o governo assumiu a figura do chantagista, pois uma coisa é a decisão administrativa de demitir e outra a decisão pela fábrica de São Bernardo do Campo de assumir um compromisso elevado, que tende a reduzir custos para enfrentar a terrível situação do mercado automobilístico, em franca mudança para outras marcas que não as da Volkswagen. Quem não conhece o que é a indústria automobilística precisa saber de sua complexidade, que não admite amadorismo, nem soluções cordiais na administração. Portanto, um condicionamento do governo para liberar o empréstimo à grande montadora não tem razão de ser. Acentuou O Globo que se trata de chantagem. É lamentável que cheguemos a essa situação
niz, qualificado subchefe de gabinete de Zé Dirceu, se quisesse, também poderia se candidatar a cargo eletivo, como o estão fazendo Humberto Costa, José Cirilo, Professor Luizinho, João Paulo “Milanesi” Cunha e os outros acusados por Caixa 2, que vão concorrer.
O
relatório do Procurador-Geral da República acusa Zé Dirceu e outros quarenta ladrões de saque em cofres do Estado, com o agravante da formação de quadrilha. À exceção do chefe da quadrilha, todos podem se candidatar a tudo. Tenha paciência, a lei eleitoral precisa mudar! Segundo um antigo militante petista, socialista por convicção, desapontado com o partidão e com as pesquisas de opinião, o pessoal aceita tudo. Esperteza no uso de recursos públicos não é razão para se deixar de votar. Políticos eleitos, se a lei eleitoral fosse mais adequada, deveriam estar acima de qualquer suspeita. Aqui, em princípio, todo suspeito quer ser eleito. É a melhor forma de escapar da lei. Por quanto tempo ainda? ARTHUR CHAGAS DINIZ É PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL
A eleição é a melhor forma de escapar da lei. É preciso mudar a lei eleitoral!
udo isso ocorre exatamente com um governo que não está preparado para sua função, embora demonstrando, neste caso, sua preocupação social com os funcionários a serem demitidos e ficarem na zona sombria do desemprego, com as agravantes que isso carregam consigo. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Quem não
conhece o que é a indústria automobilística precisa saber que ela não admite amadorismo, nem soluções cordiais.
segunda-feira, 4 de setembro de 2006
Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 A Rua dos Biquínis, em Cabo Frio, é referência no Rio de Janeiro.
SETOR DE COSMÉTICOS MOVIMENTA R$ 15,4 BILHÕES
BEAUTY FAIR 2006, QUE TERMINA AMANHÃ NO EXPO CENTER NORTE, DEVE RECEBER 60 MIL PESSOAS
INDÚSTRIA DE COSMÉTICOS PAQUERA HOMENS Q saber o que eles querem sentir quando se barbeiam ou penteiam o cabelo", diz o gerente de marketing do produto, Marcelo Mancini. Nos cremes, há extrato de chá verde, que ajuda a relaxar os poros e na cicatrização pós-barba. "É um mercado que tem muito a ser explorado, depende da criatividade da indústria e de como ela vai abordar esse público."
De olhos nos mais vaidosos
E l a s – M a s a s m u l h e re s também não ficam de fora. Segundo dados do setor, elas ainda são responsáveis por 90% do consumo de cosméticos. A Impala já lançou as cores dos esmaltes para a próxima temporada primaveraverão. "São os tons marrons e vermelhos rosados que vão
ditar a moda", prevê o gerente de produtos da marca, Victor Munhoz. A novidade fica por conta dos batons e dos cremes esfoliantes e hidratantes para os pés. "Percebemos que as mulheres começam a ter mais cuidado com essa parte do corpo", diz Munhoz. Kit – Uma das novidades da feira é o kit de hidratação e esfoliação completo para os pés femininos, criado pela Laborene. "Crescia a procura por esse tipo de produto, mas ele ainda não existia no mercado", explica a representante da marca, Vera Wildmann. "Tinha de comprar separado, agora ele está reunido em um só pacote e custa R$ 125 para profissionais da beleza." De acordo com Vera, a feira é responsável por cerca de 30% das vendas para o segundo semestre. Expansão –Os organizadores do evento estimam que devem comparecer à Beauty Fair cerca de 60 mil pessoas, entre lojistas e consumidores. Em apenas um ano, a feira cresceu 150% em sua área de exposição. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Brasil é o 3º maior mercado de beleza do mundo. No país, o setor de cosméticos movimenta R$ 15,4 bilhões ao ano, com crescimento anual 10%, acima da economia nacional. Sonaira San Pedro
MERCOSUL Brasil e Argentina mais próximos
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integração entre os países do Mercosul ganhou um impulso importante na última quartafeira, com a publicação, no Diário Oficial, do Acordo de Residência Argentina-Brasil. No país vizinho, o acordo já estava em vigor desde abril deste ano. O documento, entre outras coisas, garante oportunidades iguais de trabalho, residência e abertura de empresas para argentinos e brasileiros. Além de beneficiar diretamente a legalização de milhares de trabalhadores clandes-
tinos, o acordo terá um impacto decisivo na integração econômica das micro e pequenas empresas, que poderão se associar livremente e promover o intercâmbio de funcionários através da fronteira. Para o presidente da Câmara de Comércio ArgentinoBrasileira (CCAB) de São Paulo, Alberto Alzueta, o novo acordo vai alavancar de forma decisiva o processo de integração. Ele recorda que a corrente de comércio entre os dois países passou de US$ 1 bilhão, em 1991, para mais de US$ 20 bilhões este ano. E a
REUNIÃO DE PESO Estados Unidos, União Européia e Japão, três pesos pesados da Organização Mundial do Comércio (OMC), vão se reunir no próximo domingo, um a um, com os membros do G-20.
filial brasileira do Google entrou com recurso contra a decisão judicial que estabeleceu prazo de 15 dias para a entrega de dados de usuários do site de A TÉ LOGO
relacionamentos Orkut. Em nota, a Google Brasil rebate a alegação do juiz José Marcos Lunardelli, de que a empresa não teria obedecido decisões anteriores da Justiça. (Reuters)
Batons e cremes são algumas das novidades da feira
Munhoz, da Impala: marrom e vermelho na moda
Biquínis "made in Brazil"
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pesar da desvalorização do dólar frente ao real, fabricantes brasileiros de itens de moda praia continuam apostando nas exportações. É o que afirmam os expositores da segunda edição do Fashion Beach Cabo Frio que possuem lojas na Rua dos Biquínis. A famosa rua nasceu na década de cinqüenta, cresceu, foi revitalizada e hoje é uma referência no Rio de Janeiro, com mais de cem lojistas que fabricam e vendem moda praia. A PH existe há doze anos. A proprietária da empresa, Ana Maria Gomes, afirma que os produtos são vendidos na Europa por distribuidores na Itália e Portugal e que, do total do faturamento, 20% vêm das exportações. Para a empresária, a maior dificuldade é acertar a modelagem. "Os corpos das mulheres têm particularidades. Estamos trabalhando para fazer a adaptação", diz, ao afirmar que o câmbio não a preocupa no momento. Ana Maria diz que a participação da empresa na Fashion Beach foi importante para a divulgação dos produtos. "Os visitantes conhecem os itens e depois fazem contato pela internet. Esse tipo de negócio é cada vez mais comum. Estamos começando a fidelizar os clientes estrangeiros", afirma.
Sensualidade – "A moda praia brasileira é alegre e sensual. Os compradores externos querem peças que traduzam o espírito do País, pois os biquínis sérios já existem na Europa e Estados Unidos. É preciso oferecer diferenciação", diz a proprietária da Enseada, também de Cabo Frio, Ielra Viter Helen. De acordo com Ielra, a empresa terá um aumento de 15% nas exportações. "A Enseada vendeu mais lá fora, mas com preços menores para não perder clientes", informa. A Enseada começou a exportar em 2000, com uma diferenciada estratégia de marketing: quando Ielra recebia uma consulta pela internet, mandava alguns produtos gratuitamente. "Cheguei a Divulgação
Peças nacionais ganham mercado
enviar oitenta biquínis para diferentes lugares da Europa. Deu certo. Os pedidos começaram a se multiplicar", lembra. Hoje, as exportações respondem por 30% do faturamento total da empresa, que vende principalmente para a Grécia, Portugal, Itália e Espanha. Pequenos – As pequenas empresas também marcaram presença na Fashion Beach Cabo Frio, como a Fishart, que vende para vários estados brasileiros bijuterias e acessórios feitos com escama de peixe. De acordo com a proprietária, Cléa Barbosa da Silva, as vendas também alcançam empresas de Portugal, Espanha e Austrália. "Do total produzido, 30% vão para o exterior", diz Cléa. A artesã Lúcia Oliveira participou do evento a convite do Sebrae do Rio de Janeiro. Ela produz faixas, bolsas e trabalhos feitos para customizar qualquer item e diz que seu faturamento vai crescer 60% este ano em comparação com 2005. Os bordados da artesã já estão presentes em vários países da Europa. "Os problemas que terei que enfrentar em razão do câmbio não me assustam. A linha e a agulha usadas no artesanato possibilitam uma revolução", diz a ex-assistente social. Neide Martingo
GATES NA ARGENTINA Bill Gates, o homem da Microsoft, investirá na província de Santa Cruz, terra natal do presidente da Argentina, Néstor Kirchner, por intermédio da Cascade Investment Group.
Ó RBITA
GOOGLE VAI À JUSTIÇA
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partir de 2007, Brasil e a Argentina devem ter comércio bilateral em pesos e reais, conforme anunciou na última sexta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que participou da reunião dos ministros das finanças do Mercosul, no Palácio Itamaraty, no Rio. Com a novidade, empresas e bancos não precisarão mais trocar dólares para as operações de exportação e importação entre os dois países. "É o p r i m e i ro p a s s o p a r a u m a moeda comum", afirmou Mantega. (AE)
Espaço da Feira de Cosméticos que acontece no Expo Center Norte é 150% maior do que o da última edição
SOJA: MENOS CUSTOS NO PARANÁ
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soja pode voltar a ser um bom negócio para os produtores do Paraná. Um estudo feito pela Cocamar Cooperativa Agroindustrial, que engloba 60 municípios do noroeste
do estado, mostra que os custos variáveis de produção do grão caíram 26% na safra de 2006/2007 e voltaram para níveis históricos por conta do recuo do dólar. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Se 2006 foi o ano das bondades, 2007 será o das crueldades pela necessidade de cortar de gastos
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Depois de três anos amargando prejuízos, agricultura de grãos começa a respirar
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De olho nas gôndolas dos rivais, Lucilia Diniz descola marca Goodlight do Pão de Açúcar
Factoring
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ue a vaidade masculina está em alta não é novidade, que o diga o jogador David Beckham ou qualquer outro homem que passe boa parte do dia em frente ao espelho. Cada vez mais, eles se aproveitam de cremes, loções, hidratantes, esmalte e até maquiagem para garantir a boa aparência. De olho nessa tendência, o mercado de cosméticos lança linhas de beleza voltadas para agradar o ego dos mais vaidosos. É o que mostra o Beauty Fair 2006, feira de cosméticos que acontece até amanhã no Expo Center Norte. Marcas como a Mundial e Given, que sempre se preocuparam com as vontades femininas, agora se interessam também pelo desejo dos homens. Batom masculino transparente e com fragrância, pó compacto fosco para tirar o brilho do rosto e tônicos para a pele são alguns dos lançamentos da Given. "Eles se assustam quando ouvem falar em batom, mas depois que experimentam acabam com esse preconceito", diz a representante da marca, Silmara Vitta. A Mundial, famosa pelos alicates de manicure, acaba de colocar no mercado a linha Kyos, que reúne produtos que acompanham do barbear ao gel para cabelo e sabonete para pele masculina. "Precisamos
Fotos: Paulo Pampolin/Hype
O que é Factoring?
É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 4 de setembro de 2006
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Política ALCKMIN: 'LULA PAROU O BRASIL' É sempre a mesma história Frase exibida no site do PT, corrompido por hackers neste fim-de-semana.
Paulo Liebert / AE
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Heloísa Helena tem soco de Mike Tyson. Martiniano Cavalcante, coordenador nacional da campanha do PSol
Esse resultado do PIB é vôo de galinha. José Serra PSDB
ouco a pouco, o candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, está colocando de lado sua postura mais comedida para seguir a orientação de aliados, principalmente do PFL, de assumir uma atitude de confronto mais direto. Ontem, Alckmin endureceu seu discurso quando lançou duras críticas ao presidente Lula e quando comentou diversos pontos da administração petista. O candidato, que esteve em Campinas, no interior de São Paulo, para um ato de campanha, afirmou que o "governo federal é autoritário e insiste em fazer em promessas que não será capaz de cumprir em um eventual segundo mandado". "Estamos vivendo um retrocesso", afirmou Alckmin, alegando que questões como o mensalão e as tentativas do governo de controlar os meios de comunicação são alguns dos exemplos do autoritarismo que se instalaram na administração federal. Citando ainda o uso da máquina pública com objetivos eleitorais, Alckmin disse duvidar da capacidade de o governo atual realizar, nos próximos anos, o que não foi feito no primeiro mandato. "Eu não acredito que quem não fez as reformas e não reduziu gastos em quatro anosde governo, vá fazer alguma coisa", disse. Alckmin também responsabilizou o governo federal pela crise enfrentada pela fabricante de automóveis Volkswagen. Segundo ele a apreciação do real em relação ao dólar impediu a empresa de viabilizar uma plataforma de exportação
Lula, de novo com empresários. De mão beijada: tucano cumprimenta garçonete durante campanha no interior paulista, ontem.
para o modelo Fox. "Com esse pressa", disse. "O País não pocâmbio, não há solução. Não de ficar parado". há eficiência privada que conPara Alckmin, "todo brasisiga superar a falta de eficiên- leiro está preocupado porque cia do governo governo do no", finalizou. PT de Lula, os Nova postuinvestimentos ra – A adoção caíram 49%. de uma conduS e m i n v e s t ita mais ofensimento não tem Com esse câmbio, não va no discurso emprego." Sehá solução. Não há de Alckmin se gundo ele, eneficiência privada que repetiu ontem quanto o munconsiga superar a durante corpodo cresceu forfalta de eficiência do a-corpo numa te nos últimos feira livre de quatro anos, no governo. Sorocaba, tamBrasil o cresciGeraldo Alckmin, bém no interior mento do Proontem, em comício. duto Interno de São Paulo. Ele disse que o Bruto (PIB) foi governo do de apenas 0,5% presidente Lula "parou o Bra- no último trimestre. sil". "O Lula diz que o Brasil O candidato tucano disse não tem pressa. Talvez não te- que País corre o risco de ennha para ele, que está aí, pas- frentar problemas de infra-esseando de Aerolula (o avião trutura por falta de investipresidencial). Mas o povo tem mentos. "Não tem uma obra de
geração de energia em andamento, por exemplo, mas o governo aumentou os impostos e sinaliza com mais aumentos no ano que vem", ressaltou Alckmin disse que está confiante no segundo turno, pois acredita que é um "dever" do eleitor combater a corrupção. "O Lula foge do contraditório, ele quer fazer monólogo, mas no segundo turno não tem como fugir do debate", acusou. Lembrou que todas as pesquisas apontam o crescimento do presidente, mas disse que isso mudará. "Segundo turno é um plebiscito e o eleitor diz quem ele não quer. Por isso, o desespero do PT", afirmou. Sobre o envolvimento do senador tucano Antero Paes de Barros (MT) com a máfia das sanguessugas, que teria apresentado emendas para compra de ambulâncias, disse que cabe ao senador explicar. (AE)
HELOÍSA SAI EM ROMARIA Juliana Leitão / Folha Imagem
Vou votar na reeleição do presidente Lula porque ele é um nordestino. Collor de Mello PRTB
Ou se implanta um novo modelo de governabilidade, ou se continua a implementar o conhecido balcão de negócios sujos. Heloísa Helena
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Se a população soubesse como se faz o orçamento mandaria soltar o Marcola (líder do PCC) Cristovam Buarque
Lula da Silva está surfando para a vitória numa onda de bem-estar misturada com apatia. The Economist
candidata do PSol à presidência da República, senadora Heloísa Helena, recebeu ontem, em São Joaquim do Monte, no agreste pernambucano, uma força extra para a sua candidatura: da Igreja. De braços dados com o carismático pároco da cidade, padre Pedro Antonio Filho, Heloísa Helena fez campanha
em meio à "Romaria de Frei Damião", um evento que atrai cerca de 70 mil fiéis de Pernambuco e Estados vizinhos. Heloísa Helena deu autógrafos, beijou, abraçou e recebeu palavras de apoio durante o percurso de quase dois quilômetros da casa paroquial até o santuário, no alto, onde se destaca uma estátua de 3,5 metros de Frei Damião - missionário
que morreu em 1997 e é considerado santo pelos sertanejos. A candidata afirmou que, se for eleita, ocupará mais de 80% dos cargos de confiança do governo federal com servidores de carreira, quebrando uma prática de loteamento de cargos com partidos políticos. Ela acredita ser possível governar sem distribuição de cargos com os partidos. "É tra-
balhoso, mas é possível", disse. Para isso, apontou duas alternativas: "Ou se implanta um novo modelo de governabilidade, partilhando responsabilidades com a sociedade, além das forças políticas, ou se continua a implementar o conhecido balcão de negócios sujos que fomenta, não por geração espontânea, mensaleiros e sanguessugas". (AE)
BUARQUE: 'SE O POVO SOUBESSE...'
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candidato à Presidência da Repúb l i c a p e l o P D T, Cristovam Buarque, criticou a ele e aos outros congressistas ontem, em Curitiba, pela forma como conduzem o processo de votação do orçamento. "Se a população soubesse como a gente faz o orçamento, mandaria soltar o Marcola", afirmou, referindo-se ao líder da facção criminosa PCC. "E não porque a gente rouba dinheiro, mas porque define a prioridade
para quem já tem", explicou. Segundo ele, há duas formas de corrupção: a corrupção de comportamento do político e a corrupção de ética na política. "A maioria dos congressistas é gente honesta do ponto de vista do comportamento, mas na hora de elaborar o orçamento a gente acaba caindo na corrupção das prioridades: aumenta o salário dos que já têm, não dá recursos para quem não tem, investe no presente, mas não investe no futuro", criticou. "A gen-
te está roubando o futuro do Brasil quando faz o orçamento e lamentavelmente o povo não vê esse roubo". De acordo com o candidato, é necessário ver primeiro a educação. "Com o que sobrar vemos o que fazer", salientou. "Hoje começa por aquilo que será necessário para o Congresso e para a Justiça depois vê o resto", disse ele. Cristovam acentuou que seu programa de governo estabelece a criação da Lei de Responsabilidade Educacional, pela
qual os governantes terão metas a cumprir na área de Educação e podem ser responsabilizados caso não o façam. O candidato acredita esta é uma forma de garantir continuidade para os projetos. Em Curitiba, Buarque encontrou-se com jornalistas pela manhã, participou de um almoço com professores, candidatos e familiares e fez uma caminhada pela cidade. Para os jornalistas, o candidato apresentou parte do programa de governo. (AE)
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presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa esta noite, mais uma vez, de jantar com empresários na casa do ministro Luiz Furlan (Desenvolvimento). Há duas semanas, Lula já havia se reunido com outros empresários, de quem ouviu a necessidade de mais investimentos, além de queixas sobre a pesada carga tributária e o câmbio no País. No ar – Pela manhã, Lula se encontra com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e às 14h participa em Anápolis (GO) de cerimônia entrega de novas aeronaves Mirage 2000 à Força Aérea Brasileira (FAB). A cerimônia será na Base Aérea de Anápolis (GO). A FAB irá incorporar as duas primeiras aeronaves Mirage 2000-C, de um total de 12 que o Brasil comprou da França. A solenidadeserá realizada aberta ao público e contará com a presença do ministro da Defesa, Waldir Pires, e do comandante da Aeronáutica, Luís Carlos Bueno. Segundo informações da Agência Brasil, os aviões vão substituir os F-103 Mirage III, que foram usados desde os anos 70 e desativados no ano passado. A Aeronáutica informou que o investimento foi de cerca de 80 milhões de euros (R$ 219 milhões) e inclui a manutenção e treinamento de pilotos e mecânicos. Fora do ar – O site do PT São Paulo ficou fora do ar parte da manhã deste domingo, depois de ser invadido por hackers, que deixaram mensagens de ofensas ao partido e ao presidente Lula. Militantes do PT viram as mensagens na internet e informaram ao diretório estadual do partido. Os invasores retiraram do ar o conteúdo original e deixaram mensagens dizendo que o PT foi 'desfigurado'. Também havia críticas à atuação do presidente Lula em relação às irregularidades no governo, provocando a CPI dos Correios e do Mensalão. (Agências)
Cardápio do jantar desta noite: debate em torno da necessidade de investimentos, carga tributária e taxa de câmbio para aliviar e estimular empresas exportadoras. Custódio Coimbra / AOG
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8 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO
segunda-feira, 4 de setembro de 2006
MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC
Pela restauração intelectual do Brasil Ilustração Céllus
s artigos que aqui publiquei em 13 e 27 de fevereiro (http://www.olavodecar valho.org/semana/060213dc.htm e h t t p : / / w w w . o l a v o d e c a r v al ho. o rg / se m an a / 06 0 22 7 dc. h tm ) rendem até hoje cartas e perguntas que não posso responder uma a uma. Elas refletem não só o anseio inatendido de conhecimento por parte de tantos estudantes brasileiros, mas uma necessidade mais profunda e geral. Um país não pode sobreviver por muito tempo sem alguma vida intelectual na qual ele se enxergue e se reconheça como unidade histórica, cultural e espiritual. Isso falta totalmente no Brasil de hoje. As discussões públicas entre pessoas supostamente letradas perdem-se em fatos isolados, em tagarelice ideológica sem nenhum proveito ou na exteriorização fortuita de impressões grupais totalmente alienadas. Já não apreendem nem a nação como conjunto, nem muito menos a sua situação no mundo, na civilização, na História. O Brasil tornou-se invisível a si mesmo, e na treva geral crescem monstros. Talvez o mais feio deles seja justamente a esperança cretina de livrar-se de todos os outros a curto prazo, mediante ações práticas na esfera política, saltando sobre a necessidade prévia da restauração intelectual. Nenhum ser humano ou país está mais louco do que aquele que acredita poder resolver todos os seus problemas primeiro, para tornar-se inteligente depois. A inteligência não é o adorno do vitorioso, é o caminho da vitória. Não é a cereja do bolo, é a fórmula do bolo. Quando chegarão os brasileiros a compreender uma coisa tão óbvia? Quando chegarão a compreender que nem tudo pode ser resolvido com formulinhas prontas, com pragmatismos rotineiros, com improvisos imediatistas ou mesmo com técnicas da moda, por avançadas que sejam, se não há por trás delas uma inteligência bem formada, poderosa, capaz de transcendê-las infinitamente e por isso, só por isso, capaz de manejá-las com acerto? A sólida estupidez do petismo triunfante é a culminação de pelo menos cem anos de desprezo ao conhecimento. A aposta obsessivamente repetida no poder mágico da ignorância esperta levou finalmente ao resultado inevitável: a bancarrota cultural, moral e política. Não há nada, nada mais urgente, neste país, do que criar uma geração de estudantes à altura das responsabilidades da inteligência. Ao dizer isso, estou consciente de pedir urgência para uma tarefa que, por sua natureza, é de longuíssimo prazo. A vida intelectual não se improvisa: ela resulta da confluência feliz de inumeráveis trajetos existenciais pessoais numa nova linguagem comum laboriosamente construída com materiais absorvidos, a duras penas, de tradições milenares. Quando a urgência imperiosa vem amarrada à demora invencível, o espírito humano é testado até o máximo da sua resistência. Nada mais difícil do que aliar a intensidade do esforço contínuo à longa espera de resultados incertos. Contra o desespero em tais circunstâncias, o único remédio está na fórmula de Goethe: "É urgente ter paciência." Aos leitores deste jornal, empresários na maioria, digo sem rodeios: a responsabilidade de vocês nisso é enorme. As universidades tornaram-se instrumentos do crime organizado, empenhados em tapar bocas, paralisar consciências, destruir talentos, perverter vocações, secar todas as fontes de uma restauração possível e, é claro, gastar dinheiro público. Custam caro e só servem para o mal. É preciso inventar o quanto antes novas formas de estruturação social da vida intelectual e torná-las economicamente viáveis. Só o empresariado pode tomar essa iniciativa. Só ele tem capacidade de organização e de aglutinação de recursos para isso. O sistema dos think tanks talvez funcione,
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se assimilado com a devida seriedade e adaptado eficazmente às condições brasileiras. Os modelos da Heritage Foundation, da Atlas Foundation, do Hudson Institute estão aí para ser estudados. Nos EUA eles tornaram-se centros irradiantes de energia positiva capaz de contrabalançar, e com freqüência vencer, o ativismo imbecilizante dos comissários-do-povo universitários. Enquanto isso, posso sugerir, aos candidatos a membros de uma hipotética intelectualidade brasileira do futuro, algumas normas gerais que talvez os ajudem, na escuridão ambiente, a encontrar o caminho. A formação da inteligência se dá em dois planos simultâneos: o propriamente intelectual, ou cognitivo, e o espiritual, ou inspiracional. O que você sabe depende de quem você quer ser; o modelo do que você pode ser depende do que você sabe. A ligação entre os dois planos é ignorada pelo ensino atual porque ele nem mesmo entende que existe uma dimensão espiritual, embora às vezes fale dela, até demais, confundindo-a com o simples culto religioso, com a moral ou com a psicologia. No plano intelectual, o estudante deve esforçar-se para obter a mais alta qualificação possível, adotando como modelos da sua auto-educação as práticas melhores registradas historicamente: as da Academia platônica, do Liceu aristotélico, da universidade européia no século XIII (com seus ecos residuais na filosofia cristã moderna, por exemplo La Vie Intellectuelle de A. D. Sertillanges e Conseils sur la Vie Intellectuelle de Jean Guitton), da intelectualidade superior alemã no século XIX e austríaca no começo do século XX (tal como descrita, por exemplo, nos depoimentos de Eric Voegelin, Otto Maria Carpeaux e Marjorie Perloff ) e, last not least, da tradição americana de liberal education (v., além do clássico How to Read a Book de Mortimer J. Adler, The Trivium, de Sister Miriam Joseph, Another Sort of Learning, de James V. Schall, e The House of Intel lect, de Jacques Barzun). O objetivo primeiro da educação superior é negativo e dissolvente: consiste em "desaculturar", no sentido antropológico do termo: desfazer os laços que prendem o estudante à sua cultura de origem, às noções consagradas do "nosso tempo", à ilusão corrente da superioridade do atual, e fazer dele um habitante de todos os tempos, de todas as culturas e civilizações. Não se pode chegar a nada sem um período de confusão e relativismo devido à ampliação ilimitada dos ho-
rizontes. Não basta saber o que pensaram Abrahão e Moisés, Confúcio e Lao-Tse, Péricles e Sócrates, ou os monges da Era Patrística: é preciso um esforço para perceber o que eles perceberam, imaginar o que eles imaginaram, sentir o que eles sentiram. Não se preocupe em arbitrar, julgar e concluir. Em todas as idéias que resistiram ao tempo o bastante para chegar até nós há um fundo de verdade. Apegue-se a esse fundo e faça sua coleção de verdades, não se impressionando muito com as contradições aparentes ou reais. Aprenda a desejar e amar a verdade como quer que ela se apresente. Acostume-se a conviver com as contradições, já que você não terá tempo, nesta vida, para resol-
A aposta obsessivamente repetida no poder mágico da ignorância levou ao resultado inevitável: a bancarrota cultural, moral e política.
ver senão um número insignificante delas. A educação universitária brasileira é toda ela anti-educação, já que visa somente a inculcar no aluno a mentalidade dominante da classe acadêmica atual (quando não o slogan partidário da semana), julgando o passado à luz do presente e nunca o presente à luz do passado. Isso é prender o estudante num provincianismo temporal -- ou cronocentrismo, como costumo chamá-lo -- ainda mais lesivo do que qualquer etnocentrismo geográfico, racial, religioso ou político. "Todas as épocas são iguais perante Deus", ensinava Leopold von Ranke. A inteligência humana tende poderosamente à universalidade, mas só se aproxima dela vencendo as barreiras culturais do espaço e do tempo, uma por uma. Resista ao triunfalismo presunçoso da atualidade. Quando ler o que algum pensador de hoje acha de Platão, pergunte o que Platão acharia dele. Em noventa e nove por cento dos casos você verá que o suposto progresso do conhecimento veio amplamente neutralizado por um concomitante progresso da ignorância. Jean Fourastié, em Les Conditions de l’Esprit Scientifique, observava que, ao lado da história do saber, seria preciso escrever a história do esquecimento. Comece já. Não digo isso genericamente. É de uma norma muito prática que estou falando. Quando ler os clássicos, use tudo, absolutamente tudo
o que vier a aprender com eles como instrumento analítico para a compreensão do presente, incluída nisso a sua própria vida pessoal. Fora o conteúdo filosófico e sapiencial mais geral, há tesouros de sociologia, de psicologia e de ciência política em Confúcio, em Shânkara, em Platão, em Aristóteles, em Dante, em Sto. Tomás, em Shakespeare. Uma longa convivência com esses sábios lhe dará uma idéia do que seja a verdadeira autoridade intelectual, da qual seus professores na universidade são caricaturas grotescas. Não se deixe iludir por erros de detalhe que a ciência moderna se gaba de ter "superado". Quase sempre a superação é ilusória e só serve para, logo adiante, ser superada por sua vez. Você lê nos manuais, por exemplo, que Galileu "superou" a física de Aristóteles. Durante quatro séculos essa bobagem foi repetida como verdade terminal. Só por volta de 1950 os es-
A sólida estupidez do petismo triunfante é a culminação de pelo menos cem anos de desprezo ao conhecimento.
tudiosos perceberam que a física de Aristóteles não era uma física, mas uma metodologia científica geral, bem mais sutil do que Galileu poderia jamais ter percebido, e muito bem adequada às necessidades da ciência mais recente. Os famosos erros assinalados por Galileu existiam, mas eram detalhes secundários que não afetavam de maneira alguma o conjunto da proposta. Qualquer que seja a questão em estudo, busque atender a três condições: (1) a abrangência máxima da informação básica, (2) o conhecimento do status quaestionis (já explico) e (3) a variedade das perspectivas. A abrangência da informação obtém-se trocando a absorção casual pela pesquisa sistemática das fontes. Uma lista bibliográfica o mais completa possível é o melhor começo em qualquer investigação. Se você souber somente os títulos e datas dos livros publicados sobre determinado assunto, já terá uma visão inicial bem apropriada do problema antes mesmo de ler o primeiro deles. Não se perca, porém, na multidão de trabalhos acadêmicos atuais, a maioria deles produzida só por exigência administrativa ou carreirismo. Comece com as
obras mais antigas, e isso facilitará a seleção das mais recentes. O status quaestionis, "estado da questão" é a evolução dos debates sobre um determinado ponto desde a origem da discussão até hoje. O conhecimento do status quaestionis distingue o erudito profissional do palpiteiro amador. (Todos os professores universitários que conheço no Brasil, com exceções que não chegam a meia dúzia, são palpiteiros amadores. Esqueça-os. Aprenda três ou quatro línguas e só use o português para ler material universitário de Portugal, que é muito bom em todas as áreas. Se não puder sair do Brasil fisicamente, saia intelectualmente. O que há de valioso na nossa cultura passada assimila-se em dois anos no máximo, com exceção da obra de Mário Ferreira dos Santos, que leva uma vida inteira, mas que você pode carregar debaixo do braço na sua fuga para fora do país ou para dentro de si mesmo.) A variedade das perspectivas consiste na habilidade de pensar um problema exatamente como o pensaram os diversos autores que trataram dele. Isso exige algo mais que leitura inteligente. Exige a capacidade de você se identificar imaginativamente com a visão de cada um enquanto a está estudando, sem se preocupar em julgá-la ou contestá-la, mas sabendo que mais cedo ou mais tarde ela será julgada e contestada automaticamente quando você passar à leitura de outros autores. Deixe que a discussão, na sua mente, vá se montando sozinha, aos poucos, com os vários materiais contraditórios que você colhe das leituras. No momento em que a acumulação de material chegar a abranger o campo inteiro do status quaestionis, você terá uma experiência intelectual maravilhosa: quando os vários ângulos pelos quais você enxerga um problema não refletem apenas a sua imaginação, mas tudo aquilo que de melhor e mais inteligente se escreveu a respeito ao longo dos tempos, as conclusões a que você chega já não são meras opiniões pessoais – elas já são conhecimento em sentido pleno. Isso não quer dizer que você descobriu "a verdade", é claro, mas significa que se aproximou dela tanto quanto possível à parte mais dedicada e mais séria da humanidade. Seu horizonte já não será o da subjetividade individual, será o do conhecimento humano. Você talvez ainda seja um anão. Mas já estará sentado sobre os ombros de gigantes. Para avançar no plano espiritual, o estudante deve estar aberto à realidade do transcendente e do in-
finito, tendo ante essa dimensão a atitude gnoseologicamente apropriada e psicologicamente obrigatória de admiração contemplativa, temor reverencial e confiança existencial. Para muitas pessoas hoje em dia, sobretudo os ditos "intelectuais", essa percepção é inacessível e até inconcebível. Não por coincidência, são as pessoas que mais opinam a respeito, umas teorizando a sua própria incapacidade sob a forma de tagarelice materialista, cientificista, agnóstica etc., outras tratando de disfarçá-la por meio de conversas estereotipadas sobre religião, estados místicos, esoterismo, alquimia etc. Essas duas modalidades de tergiversação podem requerer muito estudo, e vidas inteiras se gastam no seu cultivo. O estudante deve aprender a reconhecer ambas à distância e fugir delas mais que depressa. Caso pertença a alguma confissão religiosa, o estudante deve tomar seus ensinamentos como mistérios simbólicos cujo conteúdo não é fácil de discernir e cujo influxo vivificante pode secar pela adesão prematura a interpretações dogmáticas e receituários morais prontos. A religião não é uma doutrina para ser "acreditada" ou uma tábua de mandamentos morais exteriores como um código civil. Ela é um conjunto de acontecimentos de ordem histórico-espiritual cuja notícia nos chega pelas escrituras sagradas e pela tradição. Esses acontecimentos podem, em parte, ser confirmados historicamente, mas não podem ser historicamente compreendidos, pois prosseguem até hoje e seu sentido só se elucida nesse prosseguimento, na medida em que você toma ciência de que eles o envolvem pessoalmente. Você pode participar deles através dos ritos, da prece, da fé e sobretudo dos milagres. A fé não significa adesão a uma doutrina, mas confiança numa Pessoa em cuja humanidade transparece, de maneira ao mesmo tempo auto-evidente e misteriosa, a presença do transcendente e do infinito. Milagres acontecem o tempo todo, mas a maioria das pessoas é estúpida, distraída ou fechada demais para percebê-los (leiam James Rutz, Megashift). Mesmo a experiência reiterada das preces atendidas, carregada do inevitável desconforto cognitivo da desproporção entre a causa aparente e o efeito real, pode ser neutralizada ex post facto por meio de racionalizações de um puerilismo atroz, que muitos chamam de "ciência". Mas talvez pior do que a falta de experiência, ou do que a experiência neutralizada, é a substituição da experiência objetiva do milagre por um sucedâneo psíquico – uma emoção, um subjetivo não-sei-quê – a que alguns dão o nome pomposo de "meu encontro com Jesus", "minha fé" ou coisa assim, sem entender que com isso sobrepõem os seus estados de alma à realidade suprema do próprio Deus. Deus se manifesta nos fatos do mundo, da natureza, da história, e no curso objetivo da vida de cada um, não fazendo afagos na alma de quem quer que seja. Por incrível que pareça, são esses afagos o máximo que alguns esperam encontrar na religião, enquanto outros, ateus ou até sacerdotes, acreditam piamente que ela consiste nisso na melhor das hipóteses e tiram daí conseqüências que lhes parecem muito científicas, como fez o clássico da cretinice antropológica americana, Edward Sapir, ao definir a religião como busca da "paz de espírito", que se também pode alcançar com um comprimido de Valium. O estudante tem de aprender a fugir dessas vulgaridades, mesmo ao preço de colocar entre parênteses toda a questão "religiosa" até melhor entendimento. Num próximo artigo, se nada acontecer nesse ínterim que exija mudança de assunto, exporei algumas condições da ordem moral e política para o desenvolvimento da vida intelectual.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 4 de setembro de 2006
A Loja do Chá importa da Alemanha atualmente cerca de 9 toneladas de ervas por ano
REDE TEM 240 TIPOS DE CHÁ
Fotos: Milton Mansilha/LUZ
Novo espaço para degustação de chás, além de quitutes que levam ervas na composição, ajudaram a aumentar as vendas em 30% na unidade da rede A Loja do Chá, que fica no Shopping Iguatemi. Para Carla Saueressig (à dir.), vários clientes estão trocando o famoso "cafezinho" pelo "chazinho", após as refeições.
CHÁ GANHA ADEPTOS E DESTAQUE NAS LOJAS Rede A Loja do Chá cria novos espaços para incentivar o consumo, e a Leão investe em novos sabores borados com a bebida são servidos na A Loja do Chá – Tee Gschwendner, no Shopping Iguatemi, em São Paulo. A loja, que até outubro do ano passado tinha as atividades restritas à venda de 240 tipos de chás para fazer em casa, agora tem espaço para os clientes degustarem a bebida, além de quitutes, a maioria feita à base do próprio chá. A proprietária, Carla Saueressig, afirma que, com a mudança,
houve um aumento de 30% no faturamento mensal. A loja, uma franquia alemã, existe há oito anos e é a mais movimentada entre as oito existentes no País. São importadas anualmente nove toneladas de chás da Alemanha, onde uma loja vende sozinha 30 toneladas. Trazer a franquia para o Brasil parecia uma loucura para alguns, mas Carla, que sempre gostou e entendeu da bebida, insistiu no desafio. Ela observa
que as pessoas estão mudando o conceito de que o chá é algo que só é tomado quando se está doente. "Muitos já estão trocando o cafezinho pelo chazinho após as refeições aqui no shopping", afirma. Carla diz que os mais vendidos são os misturados com frutas e flores. Quem chega na loja dizendo que nunca tomou começa por esses. "A pessoa chega, fala do que gosta e não gosta, e a gente vai harmonizando os sabores", explica. Lá, o cliente escolhe para tomar no local ou levar para casa em embalagens a partir de 50 gramas, que rendem cinco litros. Os preços nesse peso variam de R$ 14 (chá preto de região africana) a R$ 126 (darjeeling "tipo premium"). "Podem achar esse último caro, mas se compararmos com um bom vinho, está muito barato", diz.
Bolos, trufas, doces, sopas e coquetéis: tudo com chá
Para o verão, a loja já está planejando novos drinques gelados e pastas para sanduíches. Eles vão se unir à manteiga com chá verde e óleo de bergamota e ao cream cheese com chá defumado já servidos no local. Neste inverno, uma das sensações são as sopas. Tem de shitake com chá earl grey e de mandioquinha com cenoura, frango defumado, laranja e chá lapsang souchong. A mudança do local da loja
também favoreceu a atração de garotos. "Eles, que torciam o nariz para o chá, começam a ver a bebida com outros olhos", diz Carla. Ou melhor, eles vêem a bebida como aliada na hora de paquerar as meninas que vão ao cinema. As mesas da loja de Carla são estratégicas para ver as garotas passarem. Eles, então, sentam e, como têm de consumir algo, pedem chá das diversas opções. Adriana David
Pesquisa vai provar benefícios
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esquisa científica com erva-mate servirá de base para alavancar vendas de chá da Leão Júnior, detentora da marca Matte Leão e de 81,3% do mercado de chá mate seco no Brasil. Três universidades – Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSCAR) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – estão estudando para a empresa as propriedades da erva. Segundo o diretor-executivo da Leão Júnior, Renato Barcellos, a existência de antioxidantes na erva-mate já foi confirmada, assim como ocorre no chá verde. Esse último está ganhando mercado justamente por suas propriedades benéficas. As pesquisas também devem mostrar se a erva-mate contribui para a redução do colesterol e prevenção de câncer. Com o resultado dos estudos, a Leão Júnior pretende divulgar na mídia essas propriedades para depois estimular as vendas desse tipo de chá. Mas isso deve ocorrer apenas no próximo ano. Essa estratégia deve mexer mais com o mercado de chás
Vai bem até com peixe
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empresário Manfred Petes, cliente da A Loja do Chá desde a inauguração, gosta tanto da bebida que até planta capim-santo para o próprio consumo na floreira do
Tânio Freitas/Divulgação
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emperaturas baixas combinam com chá. Em um inverno atípico como o de 2006, vão bem misturas com flores, frutas, temperos. A bebida está sendo incluída como ingrediente em receitas culinárias pelos brasileiros. Coquetéis com vinho, cachaça, trufas, doces, sopas, tudo com chá!!! Est r a n h o ? " N ã o " , re s p o n d e quem experimenta. Até geléia, manteiga e cream cheese ela-
secos, que desde o ano passado está crescendo, após alguns anos de estabilidade. O brasileiro consumiu 5.192 toneladas do produto em 2005, segundo informações do Instituto ACNielsen. A Leão Júnior, que detém 64,5% do mercado de chá seco, estima um crescimento entre 30% e 40% nas vendas para 2006. Em 2005, a empresa conseguiu aumentar as vendas desses produtos em cerca de 10% entre janeiro e maio deste ano em relação ao mesmo período de 2005.
O aumento seria em função de um trabalho mais forte na área de marketing, iniciado por Barcellos no ano passado. Em 2006 estão sendo investidos R$ 7 milhões em marketing, 35% a mais que em 2005, quando houve um aumento de 15% ante 2004. O enfoque da área tem sido nos canais de distribuição e nos pontos-de-venda e ampliação da oferta de sabores, somando 37. Só neste ano foram quatro lançamentos: chá-verde com limão, cháverde com maçã-verde, chá preto com canela, chá mate com chocolate e caramelo. A preocupação com a saúde também tem contribuído para a expansão. O próprio Barcellos se diz adepto da bebida após entrar na empresa. Antes, ele trabalhava na Coca-Cola. "Tomo chá diariamente." Exportação – Com perspectiva da valorização do dólar frente ao real, a Leão Júnior pretende aumentar as vendas da linha seca para Estados Unidos, Japão, Uruguai, Chile e Alemanha. A expectativa é de que as exportações passem dos atuais 3% para 5% do faturamento em 2007. (AD)
apartamento. "Vai bem com peixe e frutas também", afirma. Ele sempre gostou da bebida e religiosamente toma chá no café da manhã e, às vezes, após as refeições, para facilitar a digestão. Para Petes, a falta de cultura de tomar chá no Brasil também tem a ver com a falta de opção de
locais para comprar e degustar. Outra razão para a falta de consumo, segundo ele, seria o vício da população pelo açúcar. "Nas campanhas de chás industrializados, a indústria frisa o apelo de saúde, mas oferece um produto cheio de açúcar ou adoçante", critica. (AD)
Renato Barcellos: marketing
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ELEIÇÕES CONGRESSO SANGUESSUGAS SENADO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
A pressão começou toda de novo. Ricardo Izar, presidente da Comissão de Ética.
RELATORES SERÃO SORTEADOS HOJE
LIMPEZA X CRIATIVIDADE No Rio de Janeiro, onde prevalece o pacto da campanha limpa, candidatos têm de usar a imaginação para chegar bem aos eleitores.
Eymar Mascaro
Urge avançar
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elos cálculos dos marqueteiros, só haverá 2º turno na eleição presidencial se Geraldo Alckmin (PSDB) alcançar o mínimo de 32% de índice de intenção de voto e se a candidata Heloísa Helena (PSol) se estabilizar na casa dos 10%. Segundo as últimas pesquisas, Alckmin obteve no Instituto Sensus 20% e, no Datafolha, 27%. Seu comando de campanha do garante que pelas pesquisas diárias que recebe do Ibope, ele estaria crescendo e se aproximando de 30%. Com base nos cálculos dos marqueteiros, é preciso que Lula não tenha mais do que 45% da preferência eleitoral. Na Sensus, o petista tem 51% e, no Datafolha, 50%.
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a praia de Copacabana, Andréia Aquino, 26 anos, segura o cartaz de um candidato a senador, sem poder sentar, oito horas por dia. No calçadão, Felipe Tavares, 19 anos, anda de bicicleta com o cartaz de um postulante a deputado estadual. Com a nova lei eleitoral e o pacto entre os partidos, que conseguiram inibir a poluição visual típica deste período proibindo cartazes em vias públicas, viadutos e postes, os candidatos tiveram que mudar suas estratégias para chamar a atenção do eleitorado. Uma das alternativas encontradas foi o uso da mão-deobra de pessoas como Andréia e Felipe, já que placas móveis são permitidas. José Inácio da Silva, 45 anos, que também trabalha em Copacabana segurando a faixa de um candidato a deputado estadual, acha que a mudança esfriou a disputa. "Antes a eleição parecia até um carnaval para a gente que trabalha. Agora perdeu a alegria. Eles querem preservar a limpeza da cidade, mas com isso acabaram com a garra da campanha", resmungava. Para o advogado especialista em direito eleitoral e político Alberto Rollo, com a proibição também dos showmícios e da distribuição de brindes, como bonés, canetas e lixas de unhas, muitos candidatos, em especial os que disputam cargos legislativos, estão enfrentando dificuldades para reinventar suas campanhas. "Eles tentam substituir o banner no poste por esse pessoal ou pelos bonecos, mas daí a mão-de-obra tem que ser paga", comenta Rollo. "Não é simplesmente um banner que você pendura no poste e fica lá algum tempo". Rollo usa o clima no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo para afirmar também que as campanhas não pegaram. A principal reclamação de eleitores este ano são os carros de som que circulam nos fins de semana: eles proliferaram este ano, assim como bicicletas que rebocam cartazes. "Geralmente você ia lá (TRE) e via candidato dando paulada em candidato, partido reclamando de partido. Hoje não, o Ministério Público até tem tempo de fazer o papel dos partidos que não estão reclamando como antes", disse. Bonecos e cinema – A Internet aparece como nova arma estratégica e, além dos carros de som, os candidatos começam a abusar dos adesivos, telemarketing e material enviado pelo correio. A campanha para presidente de Geraldo Alckmin (PSDB), por exemplo, está usando 60 kombis em cidades do Norte, Nordeste e CentroOeste do País, regiões onde o candidato tucano mais perde para o presidente Lula. As kombis funcionam como carros de som e, à noite, projetam filmes de propaganda dos candidatos do PSDB-PFL. Já Heloísa Helena (PSol) encontrou nos bonecos gigantes, como os de Olinda, uma forma de chamar a atenção dos eleitores. Um tem a cara da senadora e o outro as madeixas de Babá, candidato a deputado federal pela legenda. (Reuters)
segunda-feira, 4 de setembro de 2006
NA ROTA Na nova pesquisa que surge na praça divulgada pela TV Bandeirantes e revista Carta Capital, da Vox Populi, Geraldo Alckmin aparece com 25% de índice de intenção de voto. Lula manteve a mesma média de outras pesquisas, 50%.
naquele estado, o tucano tem o apoio do exgovernador Luiz Henrique (PMDB), candidato à reeleição. O tucanato detectou, por exemplo, alguns apoios de prefeitos do PSDB e PFL ao candidato do PT.
DIFERENÇA Os tucanos não levaram muito a sério o resultado da pesquisa Sensus, em que Alckmin aparece com quase 20%. A diferença para o Datafolha e para o Vox Populi é muito grande, significa aproximadamente 9 milhões de votos.
José Cruz / ABr
Antonio Cruz / ABr
DIA-A-DIA
Izar: "Não vão poder dizer nada contra a escolha"
Vedoin: depois da acusação, pedido de desculpas.
RELATORES: O SORTEIO É HOJE.
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processo de cassação dos 67 deputados denunciados pela CPMI dos Sanguessugas por suspeita de envolvimento com a máfia das ambulâncias começa a avançar hoje, com o sorteio dos relatores de cada caso no Conselho de Ética. O presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), disse que alguns relatores deverão ser responsáveis por mais de uma investigação contra os colegas. O conselho tem 30 integrantes, entre titulares e suplentes, mas o presidente do conselho e o corregedor da Câmara, integrante permanente, não podem ser relatores. Izar explicou que optou pelo sorteio para fugir das pressões do denunciados. "A pressão
começou toda de novo. Com o sorteio, não vão poder dizer que escolhi um relator bonzinho para um e mais severo para outro", afirmou. O relator não pode ser do mesmo Estado nem do mesmo partido do investigado. Esta semana, haverá um esforço concentrado dos funcionários do conselho para notificar os deputados, que passam a ter o prazo de cinco sessões ordinárias para apresentar suas defesas e indicar as testemunhas. Os deputados investigados foram citados pelos empresários Darci e Luiz Antônio Vedoin, donos da empresa Planam, como integrantes de um esquema de superfaturamento na compra de ambulâncias. Segundo os Vedoin, os
parlamentares recebiam propina para apresentar emendas que permitissem a venda das ambulâncias para prefeituras em licitações fraudadas. Segundo Izar, o Tribunal de Contas da União (TCU) fará uma auditoria em todas as emendas orçamentárias dos relatores dos processos de cassação. "Não quero que fiquem dúvidas sobre a isenção dos deputados para relatar os processos. Minhas emendas já foram todas analisadas pelo TCU e vou recomendar aos relatores que também enviem as suas emendas para análise", disse o deputado. Izar chegou a ser incluído na lista, mas Vedoin voltou atrás e pediu desculpas. Izar negou qualquer envolvimento. (AE)
MAIS NOVE DEPOIMENTOS
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Conselho de Ética do Senado Federal marcou para essa semana os depoimentos de nove pessoas para esclarecer denúncias contra os senadores Ney Suassuna (PMDB-PB), Magno Malta (PL-ES) e Serys Slhessarenko (PT-MT), acusados de quebra de decoro parlamentar por envolvimento na compra superfaturada de ambulâncias com recursos de emendas parlamentares ao orçamento. O senador João Alberto (PMDB-MA), presidente do conselho, marcou para amanhã os depoimentos dos empresários Darci e Luiz Antonio Vedoin, e de Ronildo Medeiros, sócios da empresa Planam, acusada de comandar o esquema da venda de ambulâncias superfaturadas. Para esta próxima quartafeira foram marcados os depoimentos do presidente da CPMI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), do deputado Lino Rossi (PP-MT), acusado de ser um dos intermediários na ven-
da das ambulâncias no Congresso Nacional, e de Marcelo Cardos Carvalho, ex-assessor do senador Suassuna, para a instrução dos processos contra os três senadores. Também devem depor na quarta-feira, Maria da Penha
Jefferson Péres é o relator do processo contra Ney Suassuna, Demóstenes Torres ficou com Magno Malta e Paulo Octávio relata o processo contra Serys. Lino, ex-assessora do Ministério da Saúde; Paulo Roberto Ribeiro, genro da senadora Serys, acusado de ter recebido R$ 35 mil em nome dela; e Ivo Spínola, genro de Darci Vedoin, apontado como um dos integrantes da quadrilha.
Antes dos depoimentos, o conselho fará reunião administrativa para que os relatores dos processos apresentem os planos de trabalho em relação às investigações. O senador João Alberto já anunciou que gostaria que os trabalhos de investigação fossem concluídos até 24 de setembro, para que os processos fossem levados à deliberação do plenário antes das eleições de 1º de outubro. O senador Jefferson Perez (PDT-AM) é o relator do processo contra o senador Ney Suassuna. O senador Demóstenes Torres (PFL-GO) é o responsável pelo processo contra o senador Magno Malta. Já o senador Paulo Octávio (PFLDF) relata o processo contra a senadora Serys. Os três senadores investigados pelo Conselho de Ética e que respondem a processo de cassação tiveram seus nomes incluídos no relatório parcial da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas. (Agência Brasil)
Os tucanos continuam recebendo as pesquisas diárias de todas as regiões do País. Por isso, admitem que pode ter havido falha na pesquisa Sensus (ou diferença na escolha da amostragem). O eleitor, segundo o comando de campanha, está recebendo bem o novo estilo de mensagem de Alckmin na televisão.
GANGORRA Nos outros dois estados do Sul, Rio Grande (com 7,5 milhões de votos) e Paraná (7 milhões) prevalece o equilíbrio entre Lula e Alckmin. Mas, nenhum dos dois conseguiu ainda o apoio dos governadores Germano Rigotto e Roberto Requião, que preferem a neutralidade.
FIXAÇÃO
AUSÊNCIA
Para garantir o mínimo de 32% de votos, Alckmin decidiu reforçar a campanha em São Paulo, região que concentra 26 milhões de eleitores. Alckmin acha que pode crescer nas próximas pesquisas se conquistar mais alguns pontos entre eleitores paulistas.
Para se fixar mais em São Paulo e Minas, Alckmin pode ter de sacrificar algumas viagens a outras regiões, como o Nordeste (33 milhões de eleitores). Portanto, a campanha na região ficaria a cargo de aliados de Alckmin, como Tasso Jereissati no Ceará e Antonio Carlos Magalhães na Bahia.
ACEITAÇÃO Segundo o Datafolha, Alckmin deixou o governo de São Paulo com 69% de aprovação. Portanto, o tucano quer pescar em rio que tem peixe. Detalhe: a campanha tucana será robustecida no interior do estado que detém 2/3 do total do eleitorado (17 milhões de votos).
INSISTÊNCIA Além de São Paulo, outro estado em que Alckmin admite que pode crescer é Minas (13 milhões de votos). O candidato confia na força eleitoral do governador Aécio Neves, cuja campanha de reeleição tem o apoio de mais de 70% do eleitorado.
MAIS DIFÍCIL Os tucanos não dizem, mas admitem que será mais difícil para Alckmin recuperar votos perdidos no Rio (11 milhões de eleitores). A campanha tucana no estado foi prejudicada por atritos locais: o PFL do prefeito César Maia não aceitou a adesão do PMDB de Garotinho.
SULINO O PSDB quer saber por que Lula cresceu em Santa Catarina (4,3 milhões de votos). Sobretudo porque
CRESCIMENTO As últimas pesquisas (como o Datafolha) apuraram que o índice de intenção de voto em Lula, no Nordeste, cresceu de 65% para 70%. Esse crescimento ocorre principalmente na Bahia (9 milhões de eleitores), no Ceará (5,3 milhões) e em Pernambuco (5,8 milhões).
IMPACTO Os petistas estão preocupados com os efeitos negativos para a campanha de Lula provocados pelas demissões na Volks e pelo anúncio de que estaria em alta o índice de desemprego no País. Além dessas duas vertentes, o PT está pessimista com o crescimento pífio do PIB (0,5%) no 2º trimestre.
NO AR Os três fatores negativos devem fazer parte da agenda de Alckmin para usá-los na campanha de televisão. O tucano já vinha acusando Lula pela estagnação na economia, ao mesmo tempo em que o candidato defende uma linha de desenvolvimento para o País.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 4 de setembro de 2006
Logo Logo
Eu tenho razões para me deprimir com as consequências do 11 de setembro, especialmente por ser veterano do Vietnã.
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Oliver Stone, durante a divulgação de seu filme, As Torres Gêmeas, em Veneza.
Dia da Amazônia
SETEMBRO
2 -.LOGO
I NVESTIMENTO I NCLUSÃO
MEC destinará R$ 4,5 mi a projetos As instituições federais de ensino superior, universidades e centros de educação tecnológica devem apresentar, até o próximo dia 25 , à Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação programas e projetos com ênfase na inclusão social. Os projetos aprovados receberão recursos do Programa de Apoio à Extensão Universitária (Proext), que distribuirá R$ 4,5 milhões até 2007. De 2003 a 2005, o Proext apoiou 180 propostas e distribuiu R$ 16,5 milhões.
Para orientar as instituições, a secretaria escolheu 12 temas para a construção de propostas, como a erradicação do trabalho infantil, combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, entre outros. Cada instituição concorre com até dois programas e dois projetos. Os recursos liberados por programa e por projeto são de R$ 80 mil de R$ 30 mil. O Proext 2006 terá vigência até 2007, mas a execução será de, no máximo, oito meses, a partir da liberação dos recursos. (AE)
J APÃO Kiyoshi Ota/Reuters
Governo fecha os cofres Dinheiro para ciência e tecnologia vai pagar dívida interna até 2010
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oa parte da principal fonte de recursos para gerar patentes, produtos e processos de qualidade no Brasil, baseados em pesquisa e desenvolvimento, está trancada nos cofres públicos e só será liberada no último ano do governo Lula , se reeleito. "A expectativa é zerar o contingenciamento em 2010", diz o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende. Até agora, a área deixou de receber R$ 3,2 bilhões acumulados, de R$ 6,1 bilhões arrecadados. O governo quer reduzir os recursos retidos, de forma gradual. Em 2007 serão contingenciados 30% dos recursos, 9 pontos percentuais a menos do que em 2006, que deve fechar com arrecadação de R$ 1,8 bilhão. Desde 2003, pelo menos um terço desses recursos, dos fun-
dos setoriais, que fomentam a ciência e tecnologia, é retido para gerar superávit primário. Para cientistas, a ação é ilegal. Uma lei complementar à de Responsabilidade Fiscal indica que recursos de fundos sejam usados apenas para o fim que justificou seu recolhimento. "Estes recursos não podem formar a reserva de contingência. Uma lei ordinária permite o seu uso para pagamento da dívida interna. Mas a lei complementar tem prioridade sobre a ordinária", diz o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o físico Ennio Candotti. O Brasil é o 27º país que mais depositou patentes internacionais em 2005. Está atrás de China e Coréia do Sul. Os Fundos Setoriais de Ciência e Tecnologia seriam usados
para modificar este quadro e colocar o Brasil como fonte de produtos com valor agregado. Os recursos vêm de contribuições de empresas que exploram recursos naturais da União ou que atuam em setores específicos. Aplicados na pesquisa destas mesmas áreas, são considerados hoje bons instrumentos para o desenvolvimento desses segmentos. Isso se todo o dinheiro arrecadado fosse liquidado. Entre 2003 e 2006, foram aplicados, 46% do total. Rezende reconhece que não foi possível atingir a meta de investimento total em 2006. A soma da aplicação feita por governos federal e estaduais mais empresas, o montante fica em 1,3% do PIB, algo em torno de R$ 20 bilhões. A intenção era atingir 2%.
Ronaldo Bernardi/Agência RBS
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E SPAÇO
Para Nasa, Plutão é prioridade
VENDAVAL Porto Alegre foi atingido no último sábado por rajadas de ventos de até 100 km/h . Foram registrados destelhamento de casas, quedas de árvores e falta de energia. Um barco de passeio sem tripulantes, mesmo ancorado, foi engolido por onda no Guaíba.
www.nasa.gov
A STRONOMIA E M
C A R T A Z
Urano das revoluções CONCERTO Coral Bach de Mainz e Orquestra Filarmônica Estatal da Renânia, sob a regência de Ralf Otto. No programa, O Messias, de Händel (foto). Teatro Cultura Artística. Rua Nestor Pestana, 196. Telefone: 3258-3616. 21h R$ 110 a R$ 220. Estudantes até 30 anos: R$ 10, meia hora antes do concerto.
G @DGET DU JOUR
F AVORITOS
O site Guia do Bebê traz uma série de informações que ajudam os pais a lidar com cada fase do desenvolvimento da criança. Um dos serviços mais procurados é Carteira de Vacinação, que avisa os pais, com alguns dias de antecedência, por e-mail, sobre a data para a aplicação de uma determinada vacina. Além disso, o site também informa sobre cada uma das vacinas que o bebê deve tomar, em qual idade, e quais as doenças que elas evitam. Para criar a carteira basta se cadastrar.
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desde a Antigüidade. Provavelmente tomado por estrela desde então, assim classificou-o John Flamstead ao observá-lo em 1960. Contudo, William Herschell identificou-o como planeta em 1781, auferindo a descoberta. Batizou-o Georgium Sidus em homenagem ao rei britânico Jorge III, mas em 1850 os as-
Armando Serra Negra
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Conselho Nacional de Saúde elege pela primeira vez presidente no próximo dia 15 Artes dos japoneses para festejar centenário da Imigração em 2008
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A camiseta T-Qualizer funciona com quatro baterias AAA e tem um sensor que capta a música do ambiente e transforma em gráficos coloridos. Custa cerca de US$ 40 no site.
Arte: O. Sequetin
trônomos o elevaram ao panteão dos deuses greco-romanos, segundo a tradição. Como os demais planetas gasosos – Júpiter, Saturno e Netuno – Urano possui anéis, além de 27 luas, muitas batizadas c o m p e r s o n agens da literatura shaekesperiana: Julieta (Romeu e Julieta), Ofélia (Hamlet), Bianca (A Megera Domada). Grande parte delas foi detectada pela Voyager 2 em 1986, a única sonda espacial a visitar o planeta até o momento. Cassini – projeto da NASA em conjunto com a Agência Espacial Européia (ESA) – já chegou à órbita do vizinho Saturno, mas lá há de permanecer até 2008, e então seguir viagem... Aspectos astrológicos: regente do signo de Aquário, favorece mudanças, revoluções e anti-convencionalismo.
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Bebês sempre saudáveis
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rano, o sétimo planeta do Sistema Solar – com diâmetro quatro vezes maior do que a Terra e 20 vezes mais distante em relação ao Sol – tem o hábito de girar em torno de seu eixo com uma inclinaç ã o d e 9 0 ° . Ta l uma bola de futebol rolando no gramado, é algo tão estranho para os astrônomos, que se torna ainda mais misterioso ao manter uma temperatura média uniforme (-210°C) tanto nos pólos como no equador a longo do ano. Tal cosmologia suscita grande polêmica nos meios acadêmicos, longe de uma conclusão quanto à localização de seu pólo norte. O nome remete à Urânia (do lat. "aquela que é celestial"), uma das nove Musas, responsável pela inspiração do estudo estelar. Visível a olho nu, o planeta gasoso e azulado (83% hidrogênio, 15% hélio e 2% metano) é conhecido
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Camiseta com equalizador
O Festival de Toronto, que começa na quinta, já tem seu sucesso de escândalo garantido. Estréia no evento o longa Morte de Um Presidente, produzido pela TV inglesa More4, na qual estreará em 9 de outubro. A ficção simula o assassinato de George Bush por um atirador de elite, durante manifestação contra a Guerra do Iraque. O filme do diretor Gabriel Range vem provocando reações fortes. A Casa Branca diz que o filme é indigno, a MediaWatch define-o como irresponsável. O diretor do canal, Peter Dale, admite que muitos poderão ficar aborrecidos, mas a intenção foi boa. (AE) B RAZIL COM Z
Excesso de oxigênio faz mal
C HINA
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Plutão será a primeira lançada, mas talvez não a primeira a chegar. Isso porque a missão Dawn (Aurora), prevista para ser lançada em 2007, deverá chegar a Ceres (asteróide que poderá ser promovido a planeta-anão) também em 2015, mas cinco meses antes de a New Horizons encontrar Plutão. A espaçonave New Horizons cruzará as órbitas de todos os planetas da Terra a Netuno e deverá ainda explorar Caronte, que era apenas uma lua e agora também poderá ser promovida a planeta-anão.
Morte de Bush estréia no Canadá
A agência de notícias United Press International divulgou no fim de semana uma pesquisa realizada no Brasil que mostra que mulheres que são submetidas a tratamentos com oxigênio por um longo período podem desenvolver obstrução pulmonar e têm mais chances de morte provocada pela doença do que os homens. A pesquisa, realizada no Hospital do Servidor Público de São Paulo investigou 435 casos de pacientes dependentes de oxigênio e mostrou que 54% das mulheres correm risco de morrer depois do início do tratamento. A pesquisa foi publicada no American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine.
Menina se prepara para uma apresentação de kabuki, o teatro tradicional japonês. O kabuki, originário do século 17, tem perdido a popularidade no país e as autoridades, numa tentativa de resgatar a tradição, criaram um festival que durará até 18 de setembro.
Mesmo após o rebaixamento do status de Plutão, a Nasa, agência espacial norte-americana, confirmou que está preparando uma missão exploratória para o astro. A missão New Horizons (Novos Horizontes) foi lançada em janeiro e como Plutão está muito distante da Terra, só deve pousar em 2015. Para justificar o custo e os esforços, já que a nave já está no espaço, a Nasa já criou um argumento de marketing e tem anunciado a New Horizons como "a primeira missão a um planeta anão". Ainda assim, or argumento é contestável, já que a missão a
C NEMA
Espaço de cultura brasileira em Londres completa 25 anos com nova sede
Terapia sem humilhação A China poderá proibir o uso de punições verbais e psicológicas dentro dos centros estatais de reabilitação para dependentes de drogas, numa tentativa de adotar um tratamento mais humanitário em sua política de saúde pública. Segundo a agência oficial de notícias Xinhua, a proibição está contida num projeto de lei em análise. As punições verbais são humilhantes. O número de usuários de drogas subiu 35% de 2000 para 2005 na China, atingindo 1,16 milhão, de acordo com estatísticas oficiais. Após a Revolução Comunista de 1949, a prática adotada pelo governo chinês era a de executar os dependentes ou confiná-los. Mas nas últimas décadas, o tráfico de drogas floresceu mesmo com estas punições. E UA
Salvem a escada Cidadãos norte-americanos estão se mobilizando em torno de uma nova causa: a preservação de uma escada que restou após a destruição das torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York. A petição, que está na internet, é para pedir que Autoridade Portuária de Nova York mantenha a escada no local original. "Em todos os lugares do mundo, as pessoas encontraram soluções criativas para incorporar ruínas em novas estruturas", argumentam os organizadores da petição, que convoca os interessados a participarem por e-mail. www.nationaltrust.org/wtc/
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 4 de setembro de 2006
Indicadores Econômicos
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reais é quanto vale cada dólar comercial para venda, de acordo com a cotação da última sexta-feira.
1/9/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 30/08/2006 30/08/2006 30/08/2006 30/08/2006 30/08/2006
P.L. do Fundo 8.429.987,49 1.430.502,73 7.526.966,52 11.074.834,12 1.093.434,53
Valor da Cota Subordinada 1.175.329402 1.076,460348 1.148,374232 1.045,858570 1.062,239452
% rent.-mês 3,8765 2,0969 2,4534 -5,4249 0,9328
% ano 20,3034 7,6460 14,8374 4,5859 6,2239
Valor da Cota Sênior 0 1.075,659305 1.087,984197 0 0
% rent. - mês 1,2105 1,3190 -
% ano 7,5659 8,7984 -
rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)
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COMÉRCIO
segunda-feira, 4 de setembro de 2006
Congresso Planalto Eleições CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 Não sou anarquista. Pago imposto pra diabo, como todo brasileiro, e o que recebo de volta? Carlos Rodrigues
VOTO NULO ANULA A ELEIÇÃO?
PREGANDO NO DESERTO Campanha pelo voto nulo: uma forma de protesto contra a corrupção e a impunidade na política que já invadiu a internet e agora ganha as ruas. Luludi/LUZ
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escontentes com a classe política brasileira por conta dos sucessivos escândalos de corrupção e da absolvição de 'mensaleiros', centenas de comunidades no orkut e sites na internet estão defendendo o voto nulo nas eleições de outubro. Qual é o objetivo dos internautas? Protestar contra os corruptos e até anular a eleição. O movimento, no entanto, pode ser comparado a uma pregação no deserto. Isso porque segundo a Constituição Federal (no artigo 77 § 2º) "será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco ou nulos". O mesmo vale para as demais eleições majoritárias (governadores, senadores e prefeitos). Até hoje, nenhuma eleição no País foi anulada porque o eleitor anulou o voto. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) mantém cautela sobre o tema. O procurador eleitoral Mário Luiz Bonsaglia vai direto ao ponto. Segundo ele, o voto nulo poderá desequilibrar somente a eleição proporcional (deputado federal e deputado estadual). No seu entendimento, ao anular ou votar em branco o eleitor favorecerá candidatos apoiados por máquinas partidárias fortes. "O voto de protesto desqualifica a eleição", declara. Por isso o procurador avisa que não vai tolerar abusos. Cartazes ou placas pregando o voto nulo, por exemplo, serão enquadrados como propaganda eleitoral sujeita à punição. AMB – Preocupada com o problema, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) lançou a campanha "Não anule seu protesto. Não anule seu voto." Qual a razão da preocupação? Pesquisa nacional recente do Datafolha mostrou que 18% dos entrevistados votariam nulo para deputado Leonardo Rodrigues/Hype federal e 16% para deputado estadual. Os percentuais são preocupantes, se comparados aos de 2002. Na última eleição para deputado federal e deputado estadual em São Paulo – 3,52% e 3,38% anularam o voto, respectivamente. Pouca influência – Especialistas admitem a influência da internet na eleição, mas não apostam numa rebelião para dar uma lição aos políticos. A justificativa deles é que o número de computadores conectados no País é pequeno. Relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) no final do ano passado apontou que o Brasil tinha 22 milhões de usuários de internet até o final de 2004. A professora Vera Chaia, do O voto de protesto Departamento de Ciência desqualifica Política da PUC, explica que o a eleição. brasileiro, de modo geral, Mário Luiz rejeita os políticos e os partidos. Todavia, ele Bonsaglia comparece às urnas em massa. procurador eleitoral Para ela, os escândalos políticos vão aumentar o número de votos nulos e brancos, mas não ao ponto de Ernesto Rodrigues/AE uma ruptura no sistema político-eleitoral. No seu entendimento, o repúdio dos internautas à classe política é restrito ainda a uma pequena parcela: os formadores de opinião. "São eles (formadores) que acompanham a política e os sites dos partidos. É bom Dinho Ouro lembrar: a grande maioria dos Preto, vocalista usuários da internet não do "Capital acompanha a política nem os Inicial" é um sites dos partidos". dos artistas José Joaquim dos Santos, juiz assessor da presidência do que defendem TRE paulista, afirma que a o voto nulo. campanha na internet é uma forma de pressionar a classe política. "A campanha tem um lado positivo porque reflete a descrença da população. A mídia, desde o ano passado, vem mostrando escândalos sucessivos no Congresso, como o mensalão e os sanguessugas. Mas há outras formas de se construir algo mais eficiente sem anular o voto: mexer com os segmentos políticos para que se faça a reforma política". Protesto mantido – É de modo "quixotesco" (termo em homenagem ao cavaleiro sonhador criado por Miguel de Cervantes, "Dom Quixote de la Mancha") que o aeronauta Carlos Rodrigues, 30 anos, toca a sua campanha em favor do voto nulo. Ele criou até um site, com o apoio da família e amigos. A campanha tem ainda camisetas, adesivos e o apoiador famoso: Dinho Ouro Preto, vocalista da banda de rock "Capital Inicial". O site recebe duas mil consultas por dia. Rodrigues diz que o mensalão e a absolvição dos deputados denunciados foram a "gota d´água" para defender o boicote. Até então, ele estava apoiando o governo Lula. "Não sou anarquista. Pago imposto pra diabo, como todo brasileiro, e o que recebo de volta? Nada", justifica. O aeronauta esclarece que não está jogando o seu voto fora, mas rejeita qualquer possibilidade de escolha, pois "os partidos e o Congresso ignoram as denúncias de corrupção". Para ele, sem fazer a reforma política e derrubar a obrigatoriedade do voto, o País não sairá da crise. Sergio Kapustan
Carlos Rodrigues, defensor do voto nulo e criador do site "Anule seu voto": camisetas e adesivos da campanha chegam às ruas. Leonardo Rodrigues/Hype
PARA PÉRES, ANULAR BENEFICIA OS PIORES.
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José Joaquim dos Santos (TRE-SP): classe política está sob pressão. José Luís da Conceição/AE
Vera Chaia ( PUC): brasileiros rejeitam políticos, mas comparecem às urnas.
VOTAR EM BRANCO É VOTAR NULO
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esde 1997, os votos brancos são excluídos dos cálculos. Não são acrescentados a nenhum candidato. Isso vale para a eleição majoritária (presidente, governador, prefeito e senador) e a proporcional (deputado e vereador). Na prática, tanto o voto nulo como o voto em branco tem o mesmo peso. Pouca gente sabe, mas quem pretende anular seu
voto não precisa ter o trabalho de digitar um número que não conste no banco de dados do TSE. Basta apertar a tecla do voto em branco, presente em todas as urnas eletrônicas. O Tribunal optou por usar máquinas eletrônicas há mais de dez anos. Foi nas eleições municipais de 1996, quando um terço do eleitorado brasileiro estreou o sistema. Em 1998, as urnas já foram utilizadas por dois terços e, a partir de 2000, 100% dos cidadãos deram adeus às cédulas de papel.
senador Jefferson Péres (PDT-AM) declarou semana passada que vai pendurar as chuteiras em 2010. Um dos motivos é o inconformismo com a liderança de Lula (PT) nas pesquisas, apesar das denúncias de irregularidades no governo. Ainda assim, o pedetista não quer nem ouvir falar de voto nulo. O senador avalia que o protesto tem duas falhas: nivela por baixo a classe política e pode eleger candidatos pouco éticos. "Voto nulo só ajuda os piores. Será que o senador Pedro Simon (PMDB-RS) tem o mesmo valor de um mensaleiro?", indaga Péres, sobre o perigo de se elegerem candidatos nada confiáveis. Antes do advento da urna eletrônica, o eleitor anulava o voto na cédula escrevendo frases ou até nomes de animais, como o Macaco Tião. O chimpanzé teve sua candidatura lançada pelos humoristas do Casseta & Planeta, em 1988, obtendo 9,5% dos votos. Os votos foram depois anulados.
José Cruz/ABr - 16/11/2005
Voto nulo só ajuda os piores. Será que o senador Pedro Simon (PMDB-RS) tem o mesmo valor de um mensaleiro? Jefferson Péres senador (PDT-AM)
atéria desse conceituado jornal, publicada no caderno especial Mooca 450 anos, traz informação atribuída ao entrevistado Raphael Luongo Carda-
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OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 4 de setembro de 2006
mone, que se intitula Raluca, com o seguinte teor: "(...) ficou viúvo e hoje ainda cuida da mãe de 96 anos (a quem chama de minha nova namorada) com a aposen-
tadoria que recebe". A f a m í l i a C a rd a m o n e (Rachel, a mãe, e os filhos Domingos, Ruth, Salvador, Marinilza e Mário) esclarece que a informação fornecida
pelo senhor Raluca, acima descrita, não é verdadeira. O pai do senhor Raluca, Ângelo Cardamone, falecido em 1971, deixou bens suficientes para manter
DOISPONTOS -77
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a esposa Rachel, não havendo necessidade de auxílio financeiro de quem quer que seja, inclusive dos filhos, noras, genros ou netos. FAMÍLIA CARDAMONE
Site na internet www.blog. dcomercio.com.br
Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
ANTONIO DELFIM NETTO
INSEGURANÇA JURÍDICA E ESTABILIDADE INSTITUCIONAL
Monalisa/AE
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Por uma escola sem partido á dois anos, um pequeno grupo de pais e estudantes preocupados com a contaminação ideológica de nossas salas de aula decidiu fazer algo para combater essa grave ameaça ao ensino. Criaram, para isso, uma organização informal que, a exemplo de tantas iniciativas nos dias de hoje, se materializou numa página da internet: o www.escolasempartido.org. O EscolaSemPartido.org, que tem por modelo bem sucedidas experiências realizadas nos EUA – especialmente o w ww.s tud en ts fo ra cad em ic freedom.org e o www.noindoctrination.org –, se baseia na premissa de que, numa sociedade livre e pluralista (como diz ser a nossa), as instituições de ensino deveriam funcionar como centros de produção e irradiação do conhecimento, firmemente comprometidos com a busca da verdade, abertos às mais diversas perspectivas de investigação e capazes, por isso, de refletir, com a máxima fidelidade possível, os infinitos aspectos e matizes da realidade. Infelizmente, contudo, isto não vem ocorrendo em grande parte das instituições de ensino no Brasil, da pré-escola à universidade. Imbuídos da crença de que um outro mundo é possível, mas cientes, ao mesmo tempo, de que todas as tentativas históricas de implantar o paraíso na Terra, vitoriosas a princípio, acabaram fracassando de uma forma ou de outra em virtude do "mau comportamento" de seres humanos "egoístas", "individualistas", "ignorantes", "atrasados" e terrivelmente apegados a instituições, valores e "preconceitos" burgueses – família, religião, patriotismo, propriedade privada, hierarquia, lealdade, etc.–, alguns ideólogos perceberam que o advento desse outro mundo só seria realmente possível se precedido de uma profunda transformação na mentalidade das pessoas. E concluíram, por fim, que essa transformação haveria de ser realizada sobretudo por meio da educação. Para a consecução desses objetivos, naturalmente, o educador do passado – para quem a educação era apenas uma forma de transmitir um conhecimento objetivo sobre a realidade – deveria ser substituído por um novo tipo de profissional. De acordo com essa concepção, o professor deve atuar em sala de aula como o "intelectual dirigente e orgânico" de Antonio Gramsci. É fundamental que o professor se conscientize de sua condição de "trabalhador do ensino". A partir desse momento, os professores "se organizam, se sindicalizam, provocam lutas massivas e fornecem um número elevado de militantes aos partidos de esquerda". Gerações de educadores foram e continuam a ser educadas segundo cânones dessa pedagogia.
G Numa sociedade livre e pluralista (como diz ser a nossa), as instituições de ensino deveriam funcionar como centros de produção e irradiação do conhecimento, comprometidos com a busca da verdade e capazes de refletir os infinitos aspectos e matizes da realidade. Infelizmente, isso não vem ocorrendo em grande parte das instituições de ensino no Brasil, da pré-escola à universidade.
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G Ao contrário do que sempre acontece, o governo não só não atrapalha, como incentiva, acoberta e patrocina a doutrinação.
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m sua oposição democrática a esses cânones – assegurada pelo art. 206, incisos I e II, da Constituição Federal –, o EscolaSemPartido.org recebe e divulga depoimentos de estudantes que se sintam vítimas de doutrinação em sala de aula, garantindo ao professor ou instituição nomeada o exercício do direito de resposta. Além disso, o site – que é o único no gênero em língua portuguesa – pretende ser um centro de referência sobre o assunto, reunindo artigos, resenhas críticas de livros didáticos, atos normativos, debates, relatos e todo material relacionado ao problema da instrumentalização do conhecimento para fins político-ideológicos. A iniciativa, no entanto, como não podia deixar de ser, desagradou muita gente. Grosso modo, nossos críticos se dividem em três grupos: os que se recusam a admitir a existência da doutrinação ideológi-
G A questão está
em saber se professores, em sala de aula, devem dar livre curso às suas ideologias, crenças, simpatia e antipatia, ou devem fazer um esforço permanente para conter essas tendências e se aproximar, tanto quanto possível, da perfeita (e talvez inatingível) objetividade científica.
Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br
ca nas escolas; os que sabem que ela existe, talvez não concordem com a sua prática, mas por preguiça, acomodação ou solidariedade com a corrente política que a promove de forma organizada e sistemática se abstêm de condená-la; e, finalmente, os que a reconhecem e defendem sem pudor. A questão está em saber se professores, em sala de aula, devem dar livre curso às suas ideologias, crenças, simpatias e antipatias, na tentativa de moldar a cabeça de seus jovens e inexperientes alunos à sua própria imagem e semelhança; ou devem fazer um esforço permanente para conter essas tendências e se aproximar, tanto quanto possível, da perfeita (e talvez inatingível) objetividade científica. Além disso, impõe-se a pergunta: se a contaminação ideológica é, como dizem, uma realidade incontornável, não estariam as instituições de ensino moralmente obrigadas a promover o equilíbrio ideológico dos seus respectivos corpos docentes, dando aos estudantes a oportunidade de confrontar dialeticamente as diversas perspectivas de seus professores e extrair desse confronto uma visão mais rica e abrangente da realidade? A nosso ver, as duas coisas são necessárias e moralmente obrigatórias. Cabe ao educador renovar diariamente o seu compromisso com a objetividade científica e é dever das escolas promover o equilíbrio de perspectivas político-ideológicas dos seus quadros de professores (é óbvio que no interesse dos alunos e não no dos integrantes dessa ou daquela corrente de pensamento), como forma de neutralizar os inevitáveis resíduos de contaminação ideológica.
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ada disso, porém, está acontecendo. Refém da concepção pedagógica acima descrita, a maior parte das instituições de ensino – públicas e privadas, laicas e confessionais – sequer admite, por fraqueza ou cumplicidade, a existência ou a gravidade do problema. Quando confrontadas com denúncias concretas, negam os fatos ou tentam minimizá-los, tratando-os como episódios isolados. Os alunos descontentes se calam. O medo de abrir a boca tomou conta da escola. A educação no Brasil, como todos sabem, vai muito mal, mas os grupos que investem na doutrinação político-ideológica em sala de aula não têm do que reclamar. Seu portfolio contém investimentos de maturação lenta – crianças do ensino fundamental – e aplicações de curto-prazo – adolescentes na faixa dos 16 anos. Estudantes vampirizados no processo são automaticamente incorporados ao exército de voluntários, assegurando a expansão do negócio. Ao contrário do que sempre acontece, o governo não só não atrapalha, como incentiva, acoberta e patrocina a doutrinação. E os resultados estão aí, exuberantemente demonstrados pela morbosa uniformidade ideológica do cenário político e cultural brasileiro. Um êxito absoluto. Outubro se aproxima e esses grupos já se preparam para o vale-tudo das eleições. Se nada for feito, nossas salas de aula serão novamente seqüestradas por professores dirigentes e orgânicos, empenhados na transformação da sociedade e, mais diretamente, na conquista de votos para os candidatos e partidos de sua predileção. É inútil esperar do governo alguma providência. Cabe à sociedade e, de modo especial, aos próprios estudantes, impedir que isto ocorra. MIGUEL NAGIB MIGUEL_NAGIB@YAHOO.COM.BR
alvez o ato mais grave e de mais longa conseqüência no campo institucional nos anos recentes foi a eliminação dos direitos dos minoritários nas Sociedades Anônimas, feita às pressas e impensadamente para acelerar as privatizações. Os acionistas minoritários foram amputados dos seus direitos "para estimular a venda das empresas públicas" nacionais, até para empresas públicas estrangeiras! A privatização era absolutamente necessária porque o governo tinha perdido toda a capacidade de investimento e, em alguns casos, a administração pública tornara-se extremamente ineficiente e corrompida. A privatização, portanto, não foi uma medida de ordem econômica, mas de higiene pública. Não há objeção à privatização. Mas por que destruir as relações de direito dos acionistas minoritários em todo o setor produtivo privado nacional?
mesmo se pode dizer da enorme insegurança jurídica do setor financeiro (que começou antes deste governo) que não tem como executar as garantias dos seus empréstimos com relativa rapidez. É isso que explica boa parte da enorme redução da relação Dívida do setor privado/Produto Nacional Bruto, que caiu de 60% para 30% nos últimos anos, espaço ocupado pelo endividamento estatal. É isso que explica, também, em parte, os gigantescos spreads dos empréstimos na maioria dos setores. A contraprova são os menores spreads onde a garantia é quase instantaneamente executável.
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uso excessivo e a volatilidade das MPs negam toda a "filosofia" inicial que deu sucesso ao governo: a transparência e a estabilidade da regra jurídica. Mas há outras complicações que aumentam ainda mais a insegurança jurídica fundamental para o funcionamento do mercado. Infelizmente, o governo Lula aumentou ainda mais o uso de Medidas Provisórias, o que certamente não contribuiu para melhorar a situação. Como é possível o funcionamento de um sistema capitalista, isto é, de uma economia de mercado, sem que as empresas tenham acesso ao crédito do setor bancário ou à possibilidade de usar o mercado de capitais? E como é possível tê-los sem segurança jurídica? ANTONIO DELFIM NETTO É
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preciso lembrar que nas estatais muitos deles foram "investidores forçados", que contribuíram para a capitalização das empresas pagando um adicional sobre o preço dos serviços que recebiam. Mesmo neste caso, a capitalização pelo aumento de tarifas tem um fundamento eticamente duvidoso, mas que pelo menos deixava como resíduo um direito (ações ou debêntures) eventualmente recuperável. Condenável eticamente foi a capitalização de empresas privadas (que compraram a empresa pública e o seu monopólio) através do aumento das tarifas e com crédito público. A situação até hoje é incerta, porque o governo não se conforma com a sua regulação através de agências independentes.
DEPUTADO FEDERAL (PMDB), PROFESSOR EMÉRITO DA
FEA/USP E EX-MINISTRO DA FAZENDA, DA AGRICULTURA E DO PLANEJAMENTO. dep.delfimnetto@camara.gov.br
G Como é
possível o funcionamento de um sistema capitalista, isto é, de uma economia de mercado, sem que as empresas tenham acesso ao crédito do setor bancário ou à possibilidade de usar o mercado de capitais?
FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894
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Empresas Finanças Comércio Exterior Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 4 de setembro de 2006
A empresa Embaquim participou da inauguração do CD da Apex em Munique
EXPORTAÇÕES CRESCERAM 8,83% EM SETE MESES
Leonardo Rodrigues/Hype
Produtos da Embalim chamaram a atenção em eventos no exterior
N gócios
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oportunidades
SP Chamber realiza missão ao Uruguai e Chile
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Canteiro: participar de eventos da Apex na Alemanha deve proporcionar maiores vendas para outros países da Europa e Ásia
Brasil faz campanha para conquistar o mercado alemão
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Brasil quer intensificar sua relação comercial com a Alemanha. Tanto que a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) iniciou uma forte campanha para tornar os negócios com esse país mais favoráveis para o mercado brasileiro. Atualmente, há um déficit na balança comercial nacional a favor do parceiro. As exportações brasileiras para a Alemanha, durante os primeiros sete meses deste ano, foram de US$ 3,13 bilhões, o que representa um aumento de 8,83% em relação ao mesmo período de 2005. As importações chegaram a US$ 3,55 bilhões, uma alta de 5,56%. Apesar da melhora no desempenho da balança comercial, o País ainda acumula um déficit de US$ 529,42 milhões nos sete primeiros meses do ano. "O Brasil ainda precisa de muita tecnologia da Alemanha, por isso importamos mais do que exportamos. Mas estamos promovendo ações para fomentar as vendas de setores
nos quais somos competitivos para revertermos esses números", afirmou o diretor de eventos internacionais da ApexBrasil, Juarez Leal. As ações da agência incluíram a criação de um Centro de Distribuição (CD) de produtos brasileiros, que foi inaugurado em maio, em Frankfurt. É o segundo CD estabelecido na Europa. "Os centros dão ao Brasil mais poder para competir diretamente com os produtos chineses, americanos e africanos, por possibilitar uma entrega imediata ao cliente, que não vai precisar esperar por dias de uma viagem de navio ou avião para receber sua mercadoria", comentou Leal. Até o momento, empresas de 13 setores já se cadastraram na Apex e utilizam a estrutura do centro. O único segmento que não pode operar no CD é o de alimentos perecíveis, já que não há estrutura para armazenar esse tipo de produto. A Apex também pretende levar, até o final deste ano, 800 empresas nacionais para expor e vender seus produtos
na Europa e Ásia. De janeiro até junho, 319 companhias participaram de 18 eventos na Alemanha, que renderam mais de US$ 230 milhões em negócios imediatos e futuros. A meta é chegar a US$ 420 milhões ainda em 2006. Exportação – A Embaquim, empresa de embalagens plástica, é uma das está ingressando nas exportações para a Alemanha ao longo deste ano. Para viabilizar seu projeto, participou da inauguração do CD de Frankfurt e das rodadas de negócios promovidas pela Apex. Esses eventos deram origem a negociações comerciais com três empresas que se interessaram pelos seus produtos. "Entrar no mercado alemão propicia uma abertura comercial para outros países da Europa, Ásia e do Oriente Médio", comentou Ronaldo Canteiro, diretor da empresa. Atualmente, as exportações da empresa – que representam menos de 5% de sua produção – estão concentradas na Argentina, Chile, Estados Unidos e Japão. Com a inserção no
mercado alemão, o empresário espera que as exportações saltem para 30% do total produzido até o final de 2008. Outra empresa, do setor de calçados, a Beira Rio, também se mostrou otimista com o mercado alemão. Segundo o gerente de vendas, Fabiano Pizzato, as exportações de calçados para o país cresceram 15% em média nos últimos quatro anos, e devem ser fortalecidas com a abertura do CD. "O mercado alemão é formador de opinião", comentou. Balança comercial – De acordo com a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, os principais produtos exportados para a Alemanha são minério de ferro (16%), automóveis e auto-peças (14%), máquinas, motores e equipamentos (12%), e café (10%). Já o Brasil importa da Alemanha máquinas, motores e equipamentos (30%), produtos eletrônicos (12%), automóveis e auto-peças (15%), equipamentos científicos (4%) e alumínio (2%). Márcia Rodrigues
São Paulo Chamber of Commerce da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) está organizando missão empresarial para o Uruguai e o Chile no mês de outubro. A delegação será liderada pelo governador do Estado de São Paulo, Cláudio Lembo, e terá a participação da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo. A saída será no dia 8 de outubro, com retorno no dia 12. A economia uruguaia está centrada no setor de serviços, que responde por 70% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. A indústria responde por 16% e a agricultura, por 14%. O PIB do Uruguai, medido pela Paridade do Poder de Compra, é da ordem de US$ 33 bilhões e a renda per capita é de US$ 9,6 mil. A corrente de comércio entre Brasil e Uruguai no primeiro semestre deste ano atingiu US$ 841 milhões, com superávit a favor do Brasil da ordem de US$ 235 milhões. Os principais produtos que o Brasil exporta para lá são telefones celulares, preparações para elaboração de bebidas, partes e acessórios para tratores e veículos automotores, naftas para petroquímica, veículos para carga e automóveis. Nossas importações do Uruguai são, principalmente, de malte, garrafões, garrafas, frascos e se-
Cosméticos brasileiros em alta
Eventos da Apex dão bons resultados T
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ventos da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) na Alemanha estão proporcionando bons resultados para empresas nacionais. Fabricantes de moda praia, por exemplo, que parti-
ciparam de uma das maiores feiras mundiais de artigos esportivos – a ISPO Summer, realizada em julho em Munique – recebem suas primeiras cartas de crédito, fruto de negócios fechados durante o evento. A participação brasileira na
Angelo Martins Neto Diretor
Escritório imobiliário situado na Vila Madalena Compra - Venda - Locação e Administração Zona Oeste, Jardins e Itaim. Desde 1991
Rua Harmonia, 1.257 - Vila Madalena São Paulo-SP - 05435-001 Fone: (11) 3813-4311
feira é parte de um projeto maior de exposição da marca Brasil no exterior, coordenado pela Apex. No caso da ISPO Summer, em parceria com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) e a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK). Resultados – Para a Biquini Brasil, de São Paulo, a feira gerou encomendas iniciais de 4 mil peças, a serem despachadas para as Ilhas Canárias, Bulgária e Rússia. São mercados novos para a empresa, que em outubro completa 17 anos, quatro deles dedicados à exportação. O casal Silvio e Denise Altman, à frente do negócio, já negocia novos contratos, a partir de contatos feitos durante a IPSO Summer. A mesma situação se verifica na carioca Mali, de Ana Guacira Moretti. Com 70% do faturamento ancorado no comércio exterior, ela ampliou sua carteira de clientes internacionais durante a feira de Munique. Egito, Irlanda e Alemanha são alguns dos novos compradores. Fundada em 1998, a Mali exporta há sete anos, sempre por força de ini-
ciativas próprias. "É a primeira vez que temos incentivo do governo", comentou Ana. Profissionalismo – Os empresários destacam a estrutura da Apex nos eventos como um ponto forte a favor da concretização dos negócios. Denise Altman avalia que a concentração das empresas brasileiras em ponto único contribuiu para chamar a atenção dos visitantes, transmitir confiança ao comprador e fortalecer os expositores. "Ajuda a eliminar o medo da concorrência. Na hora de exportar, somos todos Brasil", complementou Silvio. A feira de Munique está entre os 30 eventos promovidos pela Apex ao longo do ano, para promover o Brasil na Europa. Ela faz parte da campanha We Do It Different (Nós fazemos diferente), concentrada na Alemanha para aproveitar a exposição proporcionada pela Copa do Mundo. Outros eventos serão realizados ainda neste ano. O próximo será do setor de calçados, entre os dias 10 e 12 deste mês, em Dusseldorf. Outras informações em www.wedoitdifferent.com.br. Fátima Lourenço
melhantes, arroz semibranqueado e borrachas vulcanizadas com negro de fumo. O Chile também tem nos serviços o seu principal setor de atividade (63%). A indústria responde por 23,4% do PIB e a agricultura, por 13,6%, para um PIB medido pela Pari dade do Poder de Compra de US$ 187 bilhões e renda per capita de US$ 11,3 mil. É uma economia estável e próspera, com perfil de países como Finlândia, Irlanda e Nova Zelândia, de dimensões reduzidas mas altamente competitivos. No primeiro semestre deste ano, o Brasil exportou para o Chile US$ 2,102 bilhões, em produtos como óleo bruto de petróleo, automóveis e veículos para passageiros, terminais de telefonia celular, carnes bovinas, chassis e carrocerias. De outro lado, importou US$ 1,470 bilhão. A SP Chamber oferece aos interessados um pacote de viagem, com parte aérea, hospedagem e transfers. A fim de que os resultados entre os empresários sejam os melhores, é fundamental que a inscrição seja breve, para que as contrapartes em Montevidéu e Santiago tenham tempo hábil em identificar as empresas locais. Inscrições e outras informações com Rebeca, no tel.: (11) 3244-3127 ou e-mail: r si lva@acsp.com.br ou com Glória, no tel. (11) 3244-3182 ou e-mail: gkang@acsp.com.br.
ermina amanhã, no Expo Center Norte, em São Paulo, a 2ª edição da Beauty Fair Latin America Cosmetics and Beauty Trade Show. A feira de cosméticos e produtos de beleza ocupa área de 30 mil m² e reúne 200 empresas. São esperados 60 mil visitantes (veja mais na pág. E 5).
O País tem hoje mais de 1,3 mil indústrias do setor de cosméticos, que faturam cerca de US$ 8 bilhões anuais. As exportações do segmento chegam a 130 países e posicionam o Brasil como o sexto mais importante mercado no mundo. Mais informações no site: www.beautyfair.com.br.
PAÍSES QUE DESEJAM EXPORTAR PARA O BRASIL ÍNDIA 161 - Condutores de alumínio e cobre revestidos de material isolante; autopeças: engrenagens, eixos e partes articuladas; confecções femininas 162 - Mármores, granitos, arenitos; artesanato em mármore e arenito POLÔNIA 163 - Lâmpadas de aquecimento
para criação de suínos 164 - Bebidas energéticas 165 - Móveis de madeira ISRAEL 166 - Pó/mistura para preparação de café gelado 167 - Cosméticos 168 - Lasers para uso estético e médico 169 - Lingerie de diversas marcas, inclusive a linha "Lady de Paris"
PAÍSES QUE DESEJAM IMPORTAR DO BRASIL TAIWAN 170 - Carnes e miudezas, frescas e refrigeradas de aves SH 0207 e da posição 0105 TURQUIA 171 - Artefatos de ourivesaria e suas
partes, de metais preciosos ou de metais folheados ou chapeado URUGUAI 172 - Xampus EGITO 173 - Aparelhos de TV
Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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segunda-feira, 4 de setembro de 2006
Acreditamos que o grupo Al-Qaeda no Iraque passa por séria crise de liderança. Mouwafak al-Rubaie, conselheiro de segurança nacional do Iraque
Internacional
PRESO OUTRO HOMEM DO AL-QAEDA Handout/Reuters
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s forças do Iraque e da coalizão capturaram o segundo homem mais importante na hierarquia do grupo Al-Qaeda no Iraque, Hamed Jumaa Farid al-Saeedi, conhecido por Abu Humam ou Abu Rana, anunciou o conselheiro de segurança nacional do Iraque, Mouwafak al-Rubaie. Ele foi capturado no norte de Bagdá dias atrás, com assessores e seguidores. Ele é o segundo homem mais importante do grupo, depois do líder, Abu Ayyub al-Masri, no comando desde a morte de Abu Musab al-Zarqawi. "Acreditamos que o grupo Al-Qaeda no Iraque passa por séria crise de liderança", disse al-Rubaie. O líder capturado era "responsável" pelo homem que comandou a explosão em fevereiro de mesquita xiita em Sa-
Fidel se recupera com rapidez, avisa Chávez na TV da Venezuela
Marwan Naamani/AFP
Jumaa Farid alSaeed (foto) foi capturado no norte de Bagdá dias atrás
marra. O atentado provocou forte tensão e fúria entre muçulmanos xiitas e sunitas, a qual até hoje causa a morte de centenas de iraquianos. "Al-Saeedi dava andamento à política do Al-Qaeda no Iraque e às recomendações de alZarqawi para incitar a violência separatista no país, numa tentativa de iniciar uma guerra civil entre xiitas e sunitas, mas seu desejo não se materializou", disse al-Rubaie. Após ter sido preso, Al-Saeedi deu informações sobre o paradeiro de outros 11 líderes do grupo, alguns mortos e outros capturados, e de nove militantes de escalão mais baixo. Al-Saeedi teria dito que o AlQaeda no Iraque coopera com seguidores de Saddam Hussein, trocando informações e oferecendo apoio logístico. (AE/AP)
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Soldados italianos desembarcando ontem no Líbano para integrar as forças de paz da ONU
Soldados italianos no Líbano
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oldados italianos chegaram ontem ao sul do Líbano para integrar as forças de paz que monitoram o cessar-fogo no sul do país. Depois de semanas de atraso, as forças de paz das Nações Unidas, chamada Unifil, começam a tomar corpo, embora possa levar meses para que chegue a somar os 15 mil soldados previstos na resolução de cessar-fogo, assinada em 14 de agosto. Com a chegada dos italianos, as forças de paz na região somam 3 250 soldados, incluindo os 2 mil que já estavam lá. Pelos termos da resolução, 15 mil soldados liba-
neses também têm de se integrar ao grupo, para reforçar o controle sobre o Hezbollah. A Rússia disse ontem que pretende enviar engenheiros para ajudar na reconstrução do Líbano. A Indonésia anunciou o envio de mil homens até o fim do mês à região, depois de recebido aval de Israel, que se opunha à participação do país com o qual não tem relações diplomáticas. A presença de homens da Indonésia, país de maioria muçulmana, agrada os EUA, a Europa, e até mesmo Israel, evitando que as forças de paz fossem só de soldados cris-
tãos. O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, por sua vez busca aprovação no Parlamento para cumprir sua promessa de enviar tropas. . Antes da chegada das forças de paz, Israel aparentemente tentou destruir esconderijos de armas na região. O general francês, Alain Pellegrini, comandante da Unifil, confirmou que o exército de Israel tem destruído esconderijos do Hezbollah em territórios que ainda ocupa no sul. "O cessar-fogo está mantido, mas é frágil, qualquer incidente pode tomar vulto", disse Pellegrini. (AE/AP)
Moshe Milner/AFP
idel Castro (foto) está em condições de escrever notas e dar ordens, se recupera de uma cirurgia e está ansioso em voltar a trabalhar, disse ontem o presidente venezuelano, Hugo Chávez. O líder cubano transmitiu o poder a seu irmão Raul em 31 de julho, para se recuperar de uma cirurgia no intestino, depois de quase 50 anos de governo. "Ele já está escrevendo, (antes) não podia nem escrever, ele se recupera", disse Chávez em seu programa semanal de T V. E l e m o s t ro u uma nota escrita a mão que Castro lhe deu durante a visita surpresa feita por ele a Cuba na semana passada. E outra que escreveu a seus médicos, falando sobre "o quanto eu desejo poder voltar". A situação exata sobre o problema de saúde de Castro é segredo de estado, resultando em especulação sobre sua condição e o futuro do governo cubano. Ele não é visto em público desde a transferência de poder. Imagens gravadas durante a visita de Hugo Chávez mostram Castro falando com entusiasmo, indicando a recuperação. (Reuters)
Morteza Nikoubazi/Reuters
BUSCA DA PAZ CESSAR-FOGO D
urante a cerimônia de abertura do ano escolar em Israel, o primeiro-ministro Ehud Olmert (foto) declarou ter feito" várias e infrutíferas propostas de paz" ao primeiroministro do Líbano, Fuad Siniora. De qualquer modo, o governo do Líbano respondeu, num comunicado, que nunca houve tais convites e, se eles chegarem, serão rejeitados. "Quão natural seria se o primeiro-ministro libanês respondesse aos vários pedidos que lhe enviei, para sentarmos juntos, estreitar as mãos e terminar de uma vez por todas com as hostilidades e o ódio que parte desse país sente por nós", disse Olmert. Em comunicado o Líbano diz só fará a paz com base na iniciativa da Liga Árabe, de 2002. (AE-AP) TRAIÇÃO A Geórgia acusou militares russos de envolvimento em ato rebelde de dissidentes da Ossétia do Sul, que atacaram helicóptero que conduzia o ministro da Defesa russo.
O
secretário-geral da ONU, Koffi Annan, disse que o Irã - que ajudou a criar o Hezbollah - apóia a resolução de cessar-fogo, depois de reunir-se ontem com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad (foto). Annan declarou que a Síria prometeu patrulhar sua fronteira com o Líbano para bloquear o envio de armas de seu país ao Hezbollah. O ministro de Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, descartou negociações de paz entre Israel e Síria por enquanto. Disse que abrir negociações de paz entre Israel e Síria agora seria interromper os esforços para estabilizar o Líbano depois de 34 dias de combates entre Israel e o Hezbollah. (AE/AP)
Ó RBITA
CRESCIMENTO A economia venezuelana vai crescer cerca de 10 % este ano, o que confirmaria uma expansão sustentável do país, disse ontem o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
OTAN DIZ QUE MATOU MAIS DE 200 TALEBANS ais de 200 milicianos do no sul do país desde sábado, M Taleban e 4 soldados quando tropas afegãs e da canadenses da Força Organização do Tratado do Internacional de Assistência à Segurança no Afeganistão (Isaf) morreram em combates
Atlântico Norte (Otan) iniciaram na região uma grande ação batizada de
Operação Medusa. Essa pode ser uma das mais mortíferas ações de combate desde que as forças dos EUA derrubaram o regime do Taleban, há cinco anos. (AE)
Ano 81 - Nº 22.205
São Paulo, segunda-feira 4 de setembro de 2006
Jornal do empreendedor
R$ 0,60
Edição concluída às 23h45
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
9,2 milhões de cheques-fraude
Epitácio Pessoa/AE
Dylan Martinez/Reuters
Até julho, os cheques fraudados somaram 9.200.000, quase o total do ano inteiro de 2001. Cuidado: siga as dicas (foto) contra o golpe do cheque em E/3
Deu samba em Londres Kaká (dir.) fecha o 3 a 0 contra a Argentina. Amanhã, a Seleção de Dunga joga embalada contra o País de Gales. No Brasileirão, Luiz Alberto (acima) marca nos 5 a 1 do vice Santos contra o Palmeiras. DC Esporte
Pablo de Sousa
Luta pelos meninos de rua
Reinaldo Canato/Hype
O campeão Éder Jofre foi visitar a "academia" de seu amigo Garrido sob o viaduto do Café. Aqui , meninos de rua nocauteiam as drogas. C/1
Agora, Audi 3 só importado. O alemão chega em 4 versões e custa quase R$ 100 mil. O brasileiro saiu de linha.
HOJE Parcialmente nublado Máxima 20º C. Mínima 11º C.
AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 20º C. Mínima 10º C.
Luludi/LUZ
O voto nulo só ajuda os piores Quem quer protestar anulando o voto deve se conscientizar de que, na verdade, acabará elegendo o mensaleiro ou sanguessuga. Pág. 5
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 4 de setembro de 2006
Não saio totalmente satisfeito. O Santos ganhou por cinco, mas poderia ter sido de oito ou nove.” Fábio Costa
almanaque Celso Unzelte
O PRIMEIRO CAMPEÃO PAULISTA DO INTERIOR
Esporte
1 Não tenho como fazer qualquer análise do resultado, mas claro que foi uma derrota humilhante." Edmundo
MASSACRE NA VILA
Maurício de Souza/AE
Arquivo Celso Unzelte
Ontem, 3 de setembro, fez 20 anos que a Internacional de Limeira tornou-se o primeiro clube do interior a ser campeão paulista, conquistando o título de 1986. Acima, o centroavante Kita comemora seu gol, que abriu a vitória por 2 a 1 sobre o Palmeiras, no Morumbi, naquela noite de quarta-feira, para desespero do zagueiro palmeirense Amarildo. Tato, aproveitando um recuo malfeito do lateral-esquerdo Denys para o goleiro Martorelli, ampliou a vantagem da Inter. Amarildo chegou a descontar para o Palmeiras, que não conseguiu reagir. O primeiro jogo havia terminado 0 a 0.
PALMEIRAS: 10 ANOS LONGE DO TÍTULO Com aquela derrota, o Palmeiras completou dez anos longe de um título que havia conseguido pela última vez em 1976, com uma vitória por 1 a 0 sobre o XV de Piracicaba, no Parque Antarctica, gol de cabeça de Jorge Mendonça. Ficaria mais seis, completando 16 anos de jejum, o maior de sua história. O suplício palmeirense terminaria apenas em 1993, quando, após o acordo de cogestão com a Parmalat, multinacional italiana do ramo de laticínios, a equipe derrotou o Corinthians por 4 a 0 na decisão e finalmente conseguiu se sagrar campeã novamente.
OS HERÓIS DAQUELA INTERNACIONAL Treinada pelo veterano José Macia, o Pepe, ex-ponta-esquerda do Santos no tempo de Pelé, a Inter de Limeira foi a melhor equipe daquele Paulistão. Tinha Silas (ex-Santos) no gol. A defesa era formada por João Luís, Juarez (ambos jogaram depois no próprio Palmeiras), Bolívar (pai do atual zagueiro Bolívar, campeão da Libertadores pelo Inter-RS) e Pecos; Gilberto Costa (ex-Santos), Manguinha (ex-Guarani) e João Batista (ex-Portuguesa); Tato (outro que depois foi para o Palmeiras), Kita (ex-Inter-RS) e Lê (campeão paulista também no ano seguinte, pelo São Paulo).
“O título foi apenas a confirmação de que fomos mesmo os melhores durante todo este campeonato.” (Pepe, primeiro técnico campeão paulista por um time do interior, com a Internacional de Limeira, em 1986, logo depois da vitória por 2 a 1 sobre o Palmeiras em pleno Estádio do Morumbi.) Com o resultado do clássico de ontem na Vila Belmiro, diminui um pouco a vantagem do Palmeiras sobre o Santos na história dos confrontos tanto em vitórias quanto em número de gols. Em 280 jogos, são agora 120 vitórias palmeirenses, 89 santistas e 71 empates. O Palmeiras marcou 495 gols e o Santos, 415. Já no clássico do Rio de Janeiro, entre Fluminense e Vasco, aconteceu o 89º empate. Em 326 jogos, o Fluminense ganhou 109 e o Vasco 128. Foram marcados 491 gols vascaínos contra 454 gols tricolores. Completou 96 anos na sexta-feira o Sport Club Corinthians Paulista, fundado por cinco operários no bairro paulistano do Bom Retiro em 1º de setembro de 1910. Seu nome homenageia o Corinthians inglês, que excursionou pelo Brasi naquele ano.
O zagueiro Luiz Alberto comemora um de seus dois gols nos 5 a 1 sobre o Palmeiras: o Santos segue perseguindo o São Paulo, o Alviverde perde uma invencibilidade de 11 jogos
N
a goleada de ontem por 5 a 1 sobre o Palmeiras, o Santos estreou André Luiz como volante. Tem acertada a contratação do meia Zé Roberto. E segue firme na perseguição ao líder São Paulo. Ou seja: melhor que a atual situação santista, só mesmo suas perspectivas futuras. Sem tomar conhecimento da invencibilidade do adversário, que não perdia havia 11 partidas, os comandados de Vanderlei Luxemburgo atropelaram. O primeiro gol saiu aos 13 minutos, com o zagueiro Luiz Alberto, aproveitando rebote de uma defesa parcial do goleiro Diego Cavalieri após cabeçada de Rodrigo Tiuí. Nove minutos depois, o Palmeiras empatou a partida, com Juninho, mas nem deu
tempo de comemorar: mais dois minutos e Luiz Alberto, novamente, completou cruzamento da esquerda e desempatou o jogo. No segundo tempo, Wellington Paulista, aos 14, ampliou para 3 a 1. Aos 22, outra vez Wellington cabeceou forte: 4 a 1. O quinto, que fechou a goleada, foi de Jonas, aos 24. “Falta muito para atingirmos o nosso ideal”, disse nos vestiários o técnico Vanderlei Luxemburgo, tentando conter a euforia. “Estamos despertando desconfiança desde o começo do Brasileiro e não é com uma vitória que isso deve mudar. Eu, particularmente, não fico triste demais nas derrotas e nem eufórico com um resultado como o de hoje, que não é comum num clássico. O Palmeiras jogou bem. Ganha-
mos porque fomos melhores e merecemos vencer.” O goleiro Fábio Costa, que recebeu o terceiro cartão amarelo e será desfalque contra o Fortaleza, domingo, no Ceará, apontou Luxemburgo como o responsável pela conquista do título paulista e pelo grande momento que o time atravessa no Brasileiro: “Não vejo nenhum time jogando mais do que o nosso. Pode haver algum, formado há quatro ou cinco anos, mais entrosado, mas jogando melhor não”. Os gols que fez, abrindo o caminho para o banho de bola que o Santos deu no Palmeiras, foram também a perfeita volta por cima do zagueiro Luiz Alberto, que amargou o banco de reservas contra o Goiás e o Atlético-PR. “Não foi resposta a ninguém”, disse o zagueiro,
que chegou a sete gols na temporada e está a apenas três do artilheiro Reinaldo. “Sou bastante rodado para ficar com cara feia só porque o técnico me tira do time. Saí por uma opção tática e procurei treinar em dobro para voltar melhor.” Do lado do Palmeiras, a derrota humilhante era explicada pelas falhas na defesa. Juninho, antes do intervalo, já denunciava a fraca atuação dos zagueiros do seu time, quando a partida ainda estava 2 a 1 e havia dois times tentando a vitória. “Tenho certeza que a nossa defesa vai se redimir no segundo tempo. Tenho certeza”, apostou Juninho, para perder todas as suas fichas. Foi no segundo tempo que a zaga sucumbiu diante da velocidade e do bom toque de bola dos atletas rivais.
No returno quem dá bola é o Grêmio
A
festa pela goleada sobre o Palmeiras não esconde a preocupação santista com o Grêmio, que venceu o Paraná por 2 a 1 no Olímpico. Em terceiro lugar no campeonato, com os mesmos 38 pontos que o Santos, o time gaúcho está em plena ascensão, tendo vencido sete dos seus últimos jogos. Grêmio e Botafogo são os únicos times com 100% de aproveitamento no returno. O Santos perdeu um dos três jogos.
Alívio no Recife J
ogar fora de seu Estado era um problema para o líder São Paulo, que até agora só tinha duas vitórias como visitante neste Brasileiro: contra o Corinthians, em São José do Rio Preto, e a Ponte Preta, em Campinas. Para acabar com essa incômoda escrita, nada como enfrentar o lanterna, o Santa Cruz. A vitória por 3 a 1, no Recife, manteve a equipe com quatro pontos de vantagem sobre os vice-líderes Santos e Grêmio. A abertura do placar saiu com o 65º gol de Rogério Ceni na carreira, graças a uma "ajudinha do goleiro Guto. "A falta foi mal batida. Dei sorte porque a barreira abriu e a bola ainda quicou na frente do goleiro. Foi pura sorte", admitiu o goleiro e capitão do São Paulo, que pode desfalcar a equipe no jogo de quinta-feira, contra o Boca Juniors, pela Recopa SulAmericana, e no clássico do próximo domingo, contra o Corinthians. Ele saiu de campo com dores na virilha, depois de um choque com o atacante rival Nenê, e será avaliado hoje pelos médicos. O São Paulo, no entanto, não teve tanta facilidade como o placar pode dar a entender. O
Marcos Michael/AE
Internacional pode chegar mais perto
A
folga de quatro pontos em relação ao vice-líder Santos pode aumentar para sete se o São Paulo vencer o Atlético Paranaense em Curitiba no dia 30 - no jogo adiado da 17ª rodada do primeiro turno. Por outro lado, a folga pode diminuir para dois pontos se o São Paulo perder em Curitiba e o Internacional, no mesmo dia, bater em casa o Paraná no outro jogo adiado da 17ª rodada. O Inter ultrapassaria, então, Santos e Grêmio e colaria no líder. Rogério fez seu 65º gol na carreira e abriu caminho para a primeira vitória do líder São Paulo fora do Estado
Santa Cruz chegou ao empate no início do segundo tempo, com um gol de Jorge Henrique, e ameaçou mais duas vezes numa delas, o próprio Jorge Henrique acertou uma cabeçada na trave. O desespero para fugir da má situação fez com que o Santa Cruz se lançasse todo ao ata-
que para buscar a virada - descuido que se mostrou fatal diante do líder e vice-campeão da Libertadores. Aos 33 minutos, Lenílson cruzou e Thiago, livre do lado esquerdo, marcou o segundo gol são-paulino. Minutos depois, em outro contra-ataque, o mesmo Thiago fez o terceiro. "Hoje estive
num dia feliz, as oportunidades apareceram e eu marquei", disse o atacante, que não marcava havia seis jogos. Já o técnico Muricy Ramalho saiu reclamando da Recopa Sul-Americana. "Não temos um grande plantel. É um matamata que não vai entrar para a história", disse o técnico, que
pretende conversar com a diretoria para saber se pode poupar jogadores contra o Boca, quinta, em Buenos Aires. Já o Santa Cruz terá de contratar seu quarto técnico no Brasileiro. Maurício Simões, que sucedeu Valdir Espinosa, que substituíra Givanildo Oliveira, se demitiu após o jogo.
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 4 de setembro de 2006
1
7ª
posição – essa é a colocação que o Brasil ocupa no ranking dos países mais empreendedores
Não basta ter uma idéia na cabeça e o dinheiro do Fundo de Garantia na mão para montar um negócio. Ser um empresário bem sucedido requer cuidados preliminares. Para conhecer os caminhos do sucesso, o Diário do Comércio preparou uma série de reportagens – que serão publicadas de hoje até a próxima segunda-feira – sobre empreendedorismo.
NÃO BASTA VONTADE PARA EMPREENDER
O
Brasil ocupa a sétima posição entre os países mais empreendedores do mundo. A classificação leva em conta que 11,3% dos brasileiros entre 18 e 64 anos estavam, em 2005, envolvidos com algum tipo de negócio com até três anos e meio de existência. Apesar desse desempenho posicionar o País entre aqueles que mais criam novos empreendimentos no mundo, a performance não deve ser vista isoladamente. De acordo com os resultados de 2005 da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada pela inglesa London Business School e a norte-americana Babson College, a motivação do brasileiro para criar um negócio ainda está muito ligada à sua necessidade de sobrevivência. Tanto que o País ocupa a quarta posição no ranking de empreendedorismo por necessidade. Já quando a motivação é a oportunidade, ou seja, que advém da percepção de que o empreendimento tem potencial de sucesso, a classificação do Brasil cai para o 15º lugar. "O Brasil deveria investir mais em programas de aprimoramento, para melhorar a qualidade do empreendedor por oportunidade", diz a coordenadora técnica do GEM no País, Simara Greco, do Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), responsável local pela pesquisa. O estudo coordenado por ela aponta que mais de 80% dos brasileiros consideram que abrir um negócio é uma opção desejável de carreira. Mesmo assim, a despeito do sonho recorrente de ser seu próprio patrão – e do empreendedorismo característico do brasileiro – a mortalidade entre as novas empresas locais ainda é muito alta.
56 por cento dos novos negócios abertos no Estado de São Paulo morrem antes de completar cinco anos Mortalidade – L ev an tamento do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae/SP) aponta que 56% dos novos negócios abertos no estado – cujo total chega a ser superior a 12 mil unidades mensais – morrem antes de completar cinco anos, exemplifica o consultor da entidade, Guilherme Campos. E 29% deles não vivem para comemorar o primeiro aniversário. "Hoje, a principal causa da mortalidade é o comportamento empreendedor pouco desenvolvido. O empresário precisa se preparar para abrir um negócio", afirma Campos. Empreendimentos bem sucedidos do mundo todo têm no comando pessoas com pelo menos dez características comuns, conforme levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU). São virtudes que sinalizam caminhos básicos para quem pensa em ser
seu próprio patrão, comenta o consultor do Sebrae. O levantamento aponta, por exemplo, que pessoas com comportamento empreendedor buscam oportunidades e têm iniciativa. "Quem pensa em montar um negócio tem que se perguntar se conhece aquele ramo de atividade. E se não conhece, precisa correr atrás das informações", explica Campos. Empresários e associações do ramo, além da internet, são alguns dos caminhos para se conhecer o mercado e auferir se a idéia para o negócio é uma oportunidade efetiva e se o produto oferece algum diferencial. O empreendedor bem sucedido também é alguém disposto a correr riscos calculados. "Se alguém vai abrir um negócio, tem que se perguntar se está disposto a correr riscos; se está preparado para isso e para ter controle das informações, para reduzir os riscos e controlar os resultados das decisões", aconselha o consultor. Perseverança – Para ser seu próprio patrão é preciso estar ciente da necessidade de correr atrás do sucesso e estar disposto a suportar uma grande mudança de vida. Nem todas as pessoas apresentam características típicas de um empreendedor, ressalva Campos. Na opinião dele, no entanto, o comportamento empreendedor pode ser desenvolvido a partir de muita informação, treinamentos e leitura. Muitos empresários de sucesso já viveram a experiência de abrir um negócio e quebrar em pouco tempo. O principal, segundo o consultor do Sebrae-SP, é ter determinação. Veja, na edição de amanhã, a importância da elaboração de um plano de negócios, instrumentos fundamental para que o empreendedor não perca o foco. Fátima Lourenço Mario Miranda/LUZ
Iniciar um negócio ou optar por franquia?
A
derir a uma marca já estabelecida pode ser uma opção para quem planeja montar negócio próprio. Ao analisar essa possibilidade, no entanto, o empreendedor deve levar em conta que trabalhar em rede, optando por uma franquia, por exemplo, significa estar aberto a adotar padrões. Mas, apesar da padronização, o futuro empresário precisa ter claro que não se deve imaginar que a simples adoção de uma marca já consolidada é sinônimo de sucesso. "A pessoa deve escolher o negócio de acordo com sua aptidão", diz o diretor-executivo da Associação Brasileira de Franchising, Ricardo Camargo. A esse cuidado ele acrescenta outros, comuns a todo tipo de negócio, como escolha do ponto comercial e pesquisa de mercado sobre a aceitação do produto que será vendido. Caixa – Para quem não tem uma reserva monetária suficiente para iniciar um negócio, e por isso planeja buscar empréstimos junto a bancos ou outras instituições financeiras, Camargo recomenda que o montante não ultrapasse 50% do investimento necessário,
variável conforme o tipo de negócio e marca escolhidos. "Com as altas taxas de juros cobradas pelas instituições, o e m p re e n d e d o r p o d e r á s e complicar", diz Camargo. Ele explica que o retorno médio para o investimento no setor de franquias oscila de um ano e meio a dois anos. Cuidados – Entre as providências recomendadas está a de se pesquisar o negócio junto aos franqueados da rede escolhida. "Pela lei, o franqueador é obrigado a fornecer os endereços das lojas e eventuais pendências judiciais com os franqueados. E eles são abertos a dar informação", afirma Camargo. Por isso, o fator risco das franquias é menor, segundo ele, com taxa de mortalidade em torno de 3%. De acordo com pesquisa da ABF, os segmentos do franchising que apresentaram maior crescimento de faturamento em 2005 foram acessórios pessoais e calçados (46%), vestuário (32%), e informática e eletrônica (25%). A entidade (www.abf.com.br) oferece cursos e informações sobre a dinâmica do setor. Uma seção de orientação com hora marcada custa R$ 50. (FL)
Ricardo Camargo, da ABF: escolher o negócio considerando a própria aptidão é um dos passos para o empreendedor ser bem sucedido
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 4 de setembro de 2006
1 Quero colocar vale-tudo, caratê, judô e aulas de dança para mulheres. O espaço é grande. Nilson Garrido, criador da academia sob o viaduto
SOCO EM GELADEIRA VELHA AJUDA A FORMAR CAMPEÕES A
Zona Azul digital ficará em testes por seis meses
Ex-pugilista improvisa academia sob o viaduto, se propõe a tirar crianças da rua e sonha em forjar vencedores. Com apoio de Éder Jofre. Fotos de Reinaldo Canato/Hype
Vanessa Rosal
O
s viadutos têm papel fundamental no ordenamento das cidades. Em São Paulo, 137 deles ligam ruas, avenidas, bairros. Mas essa não é sua única função. Muitas vezes, eles servem de moradia para sem-teto ou esconderijo para assaltantes que atacam motoristas distraídos em semáforos. Viadutos têm outras vocações. Nobres. Desde janeiro, um projeto social no mínimo inusitado pretende reforçar essa realidade. Instalada sob o viaduto do Café, no Centro, uma academia de boxe atende meninos e meninas de rua que sonham, um dia, alcançar o status esportivo de um Éder Jofre ou de um Acelino Popó de Freitas. Na Cora Sol Nascente, a regra é simples: força de vontade e dedicação para quem não tinha nenhuma esperança na vida. O criador da idéia é o ex-pugilista Nilson Garrido, de 50 anos. Responsável por gerenciar a “academia”, que hoje atende 356 alunos, ele ensina a arte do boxe e musculação há dois anos. Antes de ocupar os baixos viaduto, o projeto funcionava no Vale do Anhangabaú. "Mudamos para cá porque a Prefeitura nos cedeu o local. Nosso objetivo principal é tirar das ruas crianças que passavam o dia cheirando cola. Elas precisavam se distrair com outras coisas e o esporte foi a melhor solução”. Além de pequenos futuros campeões, o projeto de Garrido também atende ex-presidiários e pessoas carentes de todas as regiões de São Paulo. Improvisação – Além da nobreza da iniciativa, o que mais chama a atenção na academia sob o viaduto do Café é a mais absoluta falta de equipamentos adequados para o treinamento de um aspirante a boxeador. Muito embora a Cora Sol Nascente tenha recebido doações de sofisticadas academias, como aparelhos de ginástica e luvas de boxe, a improvisação é a tônica principal. Exemplo: à quisa de saco de areia, uma velha geladeira pendurada num suporte recebe diretos, jabs e cruzados – que o professor faz questão de ensinar corretamente, tanto no que se refere à técnica como à força a ser aplicada. “O movimento tem que ser perfeito”, diz Garrido. Uma imensa mola de cami-
Jaílton de Jesus Silva, de 19 anos (foto maior), treina todos os dias na academia improvisada sob o viaduto do Café. Trabalha o dia todo em uma empresa de reciclagem, treina até as 23h e sonha em se tornar profissional. Acima, o ex-pugilista Nilson Garrido, criador da Cora Sol Nascente. À esquerda, o bicampeão mundial Éder Jofre, que deu apoio à academia.
nhão faz com que os aspirantes fortaleçam a musculatura dos braços. Pneus e latas velhas completam os aparelhos utilizados pelo ex-pugilista. Apoio – Segundo Ulisses Pereira, técnico do campeão mundial Acelino Popó de Freitas, novos boxeadores surgem com potencial para se tornarem campeões e ídolos nacionais. O que lhes falta, quase sempre, é oportunidade de lu-
tar em condições dignas, em locais adequados, com a visibilidade que lhes possibilite mostrar seu talento. “A iniciativa do Nilson Garrido é maravilhosa. Mas se algum atleta quiser se tornar profissional, terá que treinar em local mais adequado”, diz. Ele garante ainda que treinar em equipamentos improvisados não faz mal à saúde. “O importante é essas crianças saírem
Éder Jofre mata a saudade do ringue
D
as 8h às 17h, o baiano Jaílton de Jesus Silva trabalha numa empresa de reciclagem. Às 17h30 chega à academia sob o viaduto do Café, onde treina musculação e boxe até as 23h. "O que me dá força na vida é o boxe", garante. Com o apoio de Nilson Garrido, o rapaz, de 19 anos, sonha em ser campeão. O empenho do atleta é reconhecido pelo professor. "Jaílton é um dos meus melhores atletas. Está pronto para se tornar profissional", diz, com orgulho, o ex-pugilista. Em cima do modesto ringue, o menino mostra talento e agilidade. Em janeiro de 2007, Jaílton participará do evento Forja dos Campeões. O objetivo é conquistar até o terceiro lugar para receber o título de profissional. "Vivo pensando nisso. Eu não penso em drogas nem em namoro. Só quero o boxe". Para Éder Jofre, o maior pugilista que o Brasil já teve, a de-
Ex-pugilista aprovou o projeto
dicação é fundamental para quem pensa em ser campeão. Mas tudo que é demais, não faz bem. "Quando eu ainda era amador, treinava três vezes por semana. Cinco horas por dia, como o Jaílton, é demais. Ele pode cansar do esporte". A convite do Diário do Com é rc i o , Éder Jofre visitou o
projeto de Garrido, na sextafeira. Aos 70 anos, ele ainda esbanja saúde. "Meu amigo Garrido está de parabéns. Sozinho, sem ajuda, montou essa academia", disse, enquanto vestia as luvas para subir ao ringue e "matar a saudade". Éder acumula simpatia e 81 lutas: 77 vitórias (52 nocautes), dois empates técnicos e duas derrotas. Em 1982, ingressou na política como vereador em São Paulo. "Não consegui emplacar nenhum projeto como esse na minha gestão. Na política, a burocracia atrapalha. O governo deveria ajudar o trabalho de Garrido", disse. Com apenas 1,65 m, Éder Jofre não dava chance aos adversários. E provou isso com socos rápidos e precisos na geladeira usada como saco de areia na academia. Para apoiar o projeto de Garrido é só ligar para o telefone 8484-2830 ou visitar o local, na rua Santo Antônio, sob o viaduto do Café. (VR)
das ruas. É uma pena que uma cidade como São Paulo não incentive um esporte em evidência como o boxe”, afirma Pereira, que mantém uma academia em Belém do Pará e também sustenta um projeto social para 100 crianças de rua. Sob o viaduto, Garrido sonha com salas de computação e ampliações. "Quero colocar valetudo, caratê, judô e dança para mulheres. O espaço é grande." Na porta da academia, a autorização de funcionamento do secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo.
Para fazer parte da academia, é preciso apresentar o RG, o CPF e informar o endereço. Garrido pede ajuda, mas enfatiza que não quer dinheiro. “Estamos muito bem assim. Só aceitamos é doações de livros, equipamentos de musculação, roupas e alimentos”. Na entrada da academia, o ex-pugilista mantém uma mini biblioteca para incentivar a leitura. Atrás da estante, fica a casa do ex-pugilista: um quartinho, onde dorme e cozinha. “Sou um homem muito feliz por poder ajudar essas pessoas”, finaliza.
Kelly Ferreira
fase de teste da Zona Azul digital, que foi implantada sexta-feira na região do largo do Arouche, no Centro, vai durar seis meses. Com a implantação do novo sistema, o motorista terá disponível 365 vagas e poderá estacionar sem a preocupação de preencher ou renovar o cartão. Na praça Charles Miller, no Pacaembu, onde o sistema digital funciona desde março, haverá uma nova fase de testes que também irá durar seis meses. O sistema é simples. Para estacionar nas ruas com a Zona Azul digital, o motorista deve procurar um dos 20 pontos de venda credenciados e informar o tempo de parada e a placa do veículo. Os dados vão, automaticamente, para a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). O valor da hora continua o mesmo: R$ 1,80. "Agora teremos 20 postos. A idéia é, no futuro, disponibilizar o serviço em mais de dois mil postos de recarga do Bilhete Único. Isso irá facilitar para os motoristas", disse o diretor da Rede Ponto Certo, Celso Campello Neto. A empresa é responsável pelo sistema. O motorista pode comprar, no mínimo, uma hora. Mas poderá armazenar hora no celular para uso posterior. Só é necessário informar o número do telefone no ato da compra. Quando retirar o carro, deverá bloquear o uso de horas por meio de uma mensagem no telefone, com o número do comprovante da compra. O mesmo deverá ser feito para desbloqueio. Não é necessário deixar comprovante no veículo. A fiscalização será feita por agentes da CET munidos de um palmtop. Ao digitar a placa do veículo, o agente saberá se o motorista está ou não estacionado regularmente . "Os testes serão fundamentais para ampliar o sistema ", disse o prefeito Gilberto Kassab. A Zona Azul digital será usada na seguinte área: ruas Rego Freitas e Bento Freitas; entre as ruas Jaguaribe e Major Sertório; na rua do Arouche, entre a rua Vitória e a praça da República; na avenida Doutor Vieira de Carvalho, entre o largo do Arouche e praça da República; na rua Jaguaribe, entre as ruas Rego Freitas e Bento Freitas; nas ruas Santa Isabel e General Jardim, entre as ruas Bento Freitas e Amaral Gurgel; na rua Marquês de Itu, entre a praça da República e a rua Amaral Gurgel; na rua Vitória, entre a avenida Doutor Vieira de Carvalho e rua do Arouche; e toda a extensão do largo do Arouche.
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Passe Livre Série B Camp. Brasileiro Série C
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 4 de setembro de 2006
FIM DE SUFOCO? F
oi sofrido, com um gol de pênalti discutível e uma bola tirada em cima da linha aos 47 minutos do segundo tempo pelo zagueiro Betão. Mesmo assim, o Corinthians conseguiu, enfim, deixar a zona de rebaixamento, graças à vitória por 1 a 0 sobre a Ponte Preta, ontem, no Pacaembu. Mais que isso: o resultado garantiu a 15ª colocação na tabela, à frente também do São Caetano, além dos quatro últimos colocados (Flamengo, Ponte Preta, Fortaleza e Santa Cruz). “Até que enfim saímos desse sufoco”, comemorava Marcelo Mattos, o autor do gol da vitória, marcado aos 20 minutos do segundo tempo. “Nós estamos aqui no Corinthians para sermos felizes. Ganhamos um jogo dificílimo e começamos a dar a volta por cima.” O capitão Betão era outro que tinha motivos particulares para comemorar: “Deixamos essa posição incômoda. Tirei uma bola em cima da linha que poderia valer o empate para a Ponte. Foi como se fosse um gol”. E o goleiro Marcelo, que
Estou satisfeito com o espírito do time. Já era hora de sair do rebaixamento.” Leão
CORINTHIANS DEIXA ZONA DE REBAIXAMENTO
paSse livre
Paulo Libert/AE
Roberto Benevides
E agora, Dunga?
P
Gol de pênalti cobrado por Marcelo Mattos garante vitória sobre a Ponte e saída da zona de rebaixamento
ao final da partida jogou sua camisa (que homenageava o 96º aniversário do clube) para a torcida, até arriscou prometer: “Agora vamos começar a dar alegria a essa torcida”. Hoje, às 14 horas, o lateral-
esquerdo César e o volante Magrão, dois dos três novos reforços, serão apresentados no Parque São Jorge. Logo depois, às 15h30, ambos já estarão treinando com o restante do time. Amoroso deverá chegar ao
Brasil apenas amanhã, mas Leão deverá contar com todos eles no clássico contra o São Paulo, no próximo domingo. Quando será possível saber se o Corinthians saiu mesmo do sufoco, de uma vez por todas.
arece que os argentinos estão se acostumando a apanhar de muito do Brasil. Desta vez, em pouco amigável amistoso, jogado em Londres, a Argentina perdeu por 3 a 0 para a Seleção que Dunga mal começou a montar. O Brasil começou a construir a vitória antes dos três minutos de jogo. Robinho recebeu uma bola na intermediária, pela meia direita, e, de costas para o gol de Abbondanzieri, deu uma meia-volta em Clemente Rodríguez, virou-se para o goleiro e abriu a clareira por onde enfiou docemente a bola para Elano fazer 1 a 0. O resto do primeiro tempo foi de muito combate, alguma cara feia e pouco futebol. O Brasil fez sua parte, mas a Argentina não se achou. Teve uma única chance de gol, numa cabeçada de Tevez que Gomes defendeu. A Seleção criou mais duas ou três, sempre com a participação de Robinho. O segundo tempo, em compensação, começou inteiramente argentino. Alfio Basile, engravatado durante todo o primeiro tempo, tirou a gravata, Clemente Rodríguez e Mascherano e botou em campo Samuel e Somoza. Assim, congestionou o meio-de-campo e passou a mandar no jogo. Aos 14 minutos, Dunga trocou Daniel Carvalho por Kaká, que ele havia posto de castigo no banco. Na metade do segundo tempo, foi recompensado. Kaká e Fred tabelaram, a bola ficou limpa para o meia e ele rolou para Elano fazer 2 a 0. O jogo continuou equilibrado, mas o placar já era definitivamente brasileiro. E como nossos hermanos estão virando fregueses, Kaká fechou a conta a um minuto da saideira. Um golaço: ele saiu com a bola quase da área do Brasil, foi driblando os argentinos pelo caminho até chegar à área e tocar no canto direito de Abbondanzieri. Amanhã, novamente em Londres, o Brasil enfrentará o País de Gales e Dunga terá de resolver se devolve Kaká ao banco e o que fará com Ronaldinho Gaúcho. A bola está com o chefe, mas estes 3 a 0 na Argentina mostraram o quanto ela se dá bem com Kaká, Robinho e Elano.
PRÓXIMA ATRAÇÃO
QUEM SERÁ?
Demorou, mas finalmente o São Paulo ganhou um jogo fora do território paulista neste Brasileirão. Os 3 a 1 sobre o Santa Cruz, no Recife, foram a terceira vitória tricolor como visitante. Antes, sempre por 3 a 1, o São Paulo tinha batido a Ponte Preta em Campinas e o Corinthians em Rio Preto. No próximo domingo, como anfitrião, o time de Muricy Ramalho enfrentará novamente o Corinthians, que ontem conseguiu, enfim, sair da zona de rebaixamento ao vencer a Ponte por 1 a 0 no Pacaembu.
Está à venda o West Ham United, clube inglês que contratou Tevez e Mascherano depois que eles sumiram do Parque São Jorge. Comunicado do conselho de administração confirma "conversações iniciais sobre uma possível proposta” e “reitera que não há qualquer ligação contratual entre a contratação dos jogadores e as conversações”. Releia, por favor: “não há qualquer ligação contratual”. Agora, adivinhe: quem estará interessado em comprar o clube de Londres, cidade de onde não sai o corintiano Kia Joorabchian?
*Com Agência Estado e Reuters
SÉRIE C
Dois paulistas entre os 16 SÉRIE B
Santo André já ronda o acesso
A
vitória de sábado sobre o Paulista, por 2 a 0, no ABC, não só elevou o Santo André à condição de melhor equipe paulista na Série B como deixou a equipe próxima da zona de acesso à Série A. Com 30 pontos ganhos e saldo de gols superior aos de CRB e Avaí (4, contra 2 e -1) , o Santo André ocupa, agora, a quinta posição, atrás apenas de Coritiba (primeiro colocado, com 38 pontos), Náutico (segundo, com 35), Sport (terceiro, com 33) e Atlético-MG (quarto, com 32). Neste ano, os quatro primeiros colocados sobem para a primeira divisão do Campeonato Brasileiro de 2007. Os demais jogos da rodada, mais uma vez, não foram bons para as equipes do Estado de São Paulo. Na terça-feira, o Guarani não foi além de um empate com o CRB por 1 a 1 em Maceió. Continua, portanto, mais perto do rebaixamento que do acesso, em 14º lugar, com 24 pontos. Na sexta-feira, o Marília, o melhor time entre os paulistas até então, perdeu para o Atlé-
J.F. Diorio/AE
20ª rodada CRB 1 x 1 Guarani Vila Nova 0 x 1 Gama Atlético-MG 2 x 0 Marília Coritiba 3 x 2 Remo Brasiliense 1 x 0 Náutico Sport 2 x 0 Avaí Ituano 0 x 1 América-RN Paysandu 1 x 2 Ceará Santo André 2 x 0 Paulista São Raimundo 0 x 2 Portuguesa
Vitória por 2 a 0 sobre o Paulista eleva time do ABC à quinta posição
tico-MG por 2 a 0, no Mineirão. Com o resultado, os paulistas caíram para o oitavo lugar, enquanto os mineiros, em quarto, voltaram a ocupar uma posição na zona de acesso depois de várias rodadas. No sábado, além da vitória do Santo André sobre o Paulista, no único jogo da rodada que colocou frente a frente duas equipes do Estado, o Ituano continuou sua sina de não ganhar jogando em casa. Dessa vez, perdeu por 1 a 0 para o América-RN — equipe, aliás, que até então não ha-
via conseguido vencer um único jogo atuando fora dos seus domínios. Também no sábado, a Portuguesa foi a Manaus e perdeu por 2 a 0 para o São Raimundo. Foi a primeira derrota do técnico Candinho, que desde que assumiu o cargo, no lugar de Barbieri, acumulava dois empates e uma vitória. Com o resultado, os amazonenses tiraram a 17ª posição da própria Lusa. No entanto, ambas as equipes ainda ocupam a zona de rebaixamento para a Série C, ao lado de Ceará e Remo.
Classificação
P
V
S
GP
1 Coritiba
38
11
11
37
2 Náutico
35
10
6
34
3 Sport
33
9
13
32
4 Atlético-MG
32
8
13
35
5 Santo André
30
8
4
25
6 CRB
30
8
2
33
7 Avaí
30
8
-1
18
8 Marília
29
7
7
29
9 América-RN
28
9
-2
29
10 Brasiliense
28
8
8
29
11Paulista
28
7
2
25
12 Gama
27
8
-6
26
13 Paysandu
26
7
0
30
14 Guarani*
24
6
-5
26
15 Vila Nova
22
6
-5
24
16 Ituano
22
5
-2
26
17 São Raimundo
22
5
-7
20
18 Portuguesa
19
4
-10
21
19 Ceará
185
3
-9
20
20 Remo
15
4
-19
21
*Perdeu 3 pontos no STJD.
G
rêmio Barueri e Noroeste serão os representantes do futebol paulista na terceira fase da Série C, em que 16 clubes, divididos em quatro grupos de quatro, disputarão oito vagas na fase final, aquela em que serão definidos os quatro times que sobem para a Série B. Ontem, pela última rodada da segunda fase, o Grêmio Barueri terminou em primeiro lugar no Grupo 22 ao vencer o Ituiutaba-MG fora de casa, e de virada, por 2 a 1. Júlio César fez o gol do Ituiutaba, mas Luciano Gigante e Fábio Luís viraram o jogo para o Grêmio Barueri. Já o Noroeste, para se classificar, precisava vencer o Joinville fora de casa, para não depender do resultado do jogo entre Cabofriense e Criciúma, em Cabo Frio. E venceu, por 1 a 0, gol de Dinei, marcado aos 34 minutos do segundo tempo. Com o resultado, o Noroeste terminou em primeiro lugar no Grupo 23. O terceiro time paulista na Série C era o Rio Branco de Americana, que já entrou para a disputa dessa rodada desclassificado. Perdeu para o classificado Brasil, em Pelotas, por 1 a 0. Nos outros grupos, destaque para a classificação dos
tradicionais Bahia, Vitória e América-MG. Também se classificaram: Ananindeua e Tuna Luso (PA), River (PI), Rio Negro (AM), Treze (PB), Ferroviário (CE), Ipatinga (MG), Anapolina (GO), Criciúma (SC), J. Malucelli (PR) e Brasil (RS). RESULTADOS: Grupo 17 - Operário-MT 2 x 2 Ananindeua-PA; Tuna Luso -PA 2 x 1 Maranhã-MA. Grupo 18 - Fast Club-AM 4 x 0 Mixto-MT; River-PI 0 x 0 Rio Negro-AM. Grupo 19 - Icasa-CE 1 x 0 Coruripe-AL; Bahia-BA 2 x 1 Treze-PB. Grupo 20 Vitória-BA 2 x 0 Porto-PE; Ferroviário-CE 2 x 1 Confiança-SE. Grupo 21 - Jataiense-GO 1 x 4 IpatingaMG; América-MG 1 x 0 Atlético-GO. Grupo 22 - Ituiutaba-MG 1 x 2 Barueri-SP; Americano-RJ 2 x 3 Anapolina-GO. Grupo 23 - Cabofriense-RJ 1 x 3 Criciúma-SC; Joinville-SC 0 x 1 Noroeste-SP. Grupo 24 - Brasil-RS 1 x 0 Rio Branco-SP; J. Malucelli-PR 1 x 1 Ulbra-RS. OS NOVOS GRUPOS DA TERCEIRA FASE: Grupo 25 - AnanindeuaPA, Bahia-BA, Rio Negro-AM e Ferroviário-CE. Grupo 26 - River-PI, Vitória-BA, Tuna Luso-PA e Treze-PB. Grupo 27 - Noroeste-SP, IpatingaMG, Anapolina-GO e Brasil-RS. Grupo 28 - Barueri-SP, J. MalucelliPR, América-MG e Criciúma-SC.
2
Transpor te Urbanismo Distritais Compor tamento
Luiz Prado/Luz
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 4 de setembro de 2006
40 PESSOAS TRABALHAM NA RECUPERAÇÃO
Em São Miguel, comércio está otimista com reforma de capela Restauração da igreja do século 16 está orçada em R$ 3 milhões. Obra inclui ainda a construção de um museu.
Hoje I Centro – A distrital promove
premiação dos vencedores do Concurso de Redação de 7 de Setembro, coordenada pelo coronel Paulo Tenório da Rocha Marques, da reserva da PM, Frances de Azevedo, diretora da Associação Paulista de Imprensa, e por Luciana Edimara de Lima, diretora do MEC. Às 9h. I Cívica- Reunião da Comissão Cívica e Cultural da ACSP coordenada pelo vicepresidente Francisco Giannoccaro. Às 15h, rua Boa Vista, 51, 11º, salas Tadashi Sakurai 1, 2, 3, 4. I Prefeitura - O vice-presidente da ACSP Roberto Mateus Ordine participa da reunião do Grupo de Ação Executiva (Prefeitura). Às 15h, no Sescon, avenida Tiradentes, 960.
Amanhã As Imagens de santos e o interior da capela deverão estar restaurados até o início do próximo ano
A
Capela São Miguel Arcanjo, igreja mais antiga de São Paulo, está em obras. Localizada em São Miguel Paulista, na zona leste, a capela passa por um processo de restauração para ficar igual – inclusive com os mesmos materiais – ao que era quando foi construída, no século 17. Além da recuperação do patrimônio, há duas outras propostas paralelas: a criação de um espaço cultural, uma espécie de museu, com exposição de objetos encontrados nas escavações, e a reforma da praça Padre Aleixo Monteiro Mafra. A conclusão da obra, orçada em R$ 3 milhões, está prevista para o início de 2007. A capela, construída em 1622, foi tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional em 1938. A reforma está sendo possíveis graças à iniciativa da Associação Cultural José de Anchieta, que obteve benefícios do Ministério da Cultura por meio da Lei Rouanet. Serão recuperados o o piso, as imagens religiosas e a infra-estrutura. Cerca de 40 pessoas trabalham no local desde fevereiro, entre arquitetos, pedreiros, historiadores e engenheiros. O Grupo Votorantim, a Petrobrás e o Banco Itaú apóiam e patrocinam o projeto.
A igreja significará para São Miguel o que o artesanato representa para Embu das Artes. José Parziale Rodrigues, superintendente da Distrital São Miguel
Otimismo – Para o superintendente da Distrital São Miguel da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), José Parziale Rodrigues, a restauração incentivará o comércio e o turismo. "A igreja, quando restaurada, significará para São Miguel Paulista o que o artesanato representa para Embu das Artes. Estamos muito otimistas, principalmente o comércio local", disse. O entusiasmo é compartilhado por Pedro Piassi Filho, dono há mais de 50 anos de um restaurante próximo à capela. "O turismo religioso em São Miguel ainda é pouco explorado. Quando a reforma estiver concluída, esperamos um aumento no número de freqüentadores do restaurante", afirma. A igreja estava em estado precário. Segundo o padre Geraldo, havia o perigo de a capela desabar devido aos cupins. O telhado estava danificado pelas infiltrações, o piso estava comprometido e havia problemas elétricos e hidráulicos. "Desde que cheguei à igreja, em 1999, sempre ouvi reclamações, mas a capela nunca perdeu seus fiéis. Com o restauro, esperamos um aumento de visitantes", disse o padre, que planeja realizar, junto com a distrital, um encontro para explicar o projeto à população.
Projetos – Segundo o arquiteto responsável pelas obras, Alessandro Pompei, já estão sendo restaurados a cobertura, a parede de taipa, os altares, as janelas e os balaústres. Após essa etapa, será a vez do piso e das pinturas interna e externa. "Além das atividades religiosas, a idéia é de que o espaço tenha um pequeno museu para visitação", afirmou. No decorrer da obra, os operários encontraram objetos antigos, que remontam ao século 16. "Começamos a pesquisa arqueológica há duas semanas. Já encontramos fragmentos de louças inglesas e vidros de remédio do século 19. Há também fragmentos de cerâmica indígenas do século 16, encontrados nos pisos mais profundos", disse Lúcia Juliani, arqueóloga do projeto. A empresa gestora das obras é a Formarte e a construtora é a Concrejato. Para o subprefeito de São Miguel, Décio José Ventura, a restauração da capela valorizará e ajudará a divulgar o bairro. “Um dos problemas do Brasil é a perda de sua memória cultural. A Capela São Miguel Arcanjo, por ser o símbolo do bairro, vai trazer muitos benefícios não apenas para a região, mas para toda a cidade”, concluiu.
GIr Agendas da Associação e das distritais Mateus Ordine participa da reunião-almoço do Fórum da Cidadania contra a Violência. Às 12h30, na Fiesp, avenida Paulista, 1313. I Centro - A distrital realiza reunião ordinária da diretoria executiva e do conselho diretor. Às 18h. I São Miguel – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de profissionais de buffet e eventos do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 19h I São Miguel – A distrital realiza reunião ordinária. Às 19h.
Quarta
I Vila Maria - A distrital
I Lançamento - O
promove Café com negócios. Às 8h30. Confirmar presença nos fones 6954-6303/69675686 ou 6955-7646 com Alessandra ou Alessandro, ou pelo email: dvilamaria@acsp.com.br I Centro – A distrital realiza reunião do Movimento Degrau, coordenada por Paula Braga Viscaino. Às 9h30. I Cidadania - O vicepresidente da ACSP Roberto
superintendente da Distrital Ipiranga, Antonio Jorge Manssur, participa do ato de lançamento do Compromisso Todos Pela Educação. Às 11h30, no Museu do Ipiranga, Parque da Independência, s/ nº. I Penha – A distrital promove reunião para formação da Associação de ex-alunos e amigos do Grêmio Estudantil Seis de Setembro, em prol da
restauração do Colégio Estadual Nossa Senhora da Penha. Às 19h. I São Miguel – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de lojas de móveis e colchões do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 20h.
Quinta I Penha – A distrital promove
quermesse no Pátio da Basílica de Nossa Senhora da Penha. Rua Santo Afonso, 199. Às 19h.
Sexta I Penha – A distrital promove
missa em homenagem a Nossa Senhora da Penha, seguida de procissão, desfile de banda, queima de fogos e quermesse no Pátio da Basílica de Nossa Senhora da Penha. rua Santo Afonso, 199. Às 19h.
Sábado I Penha – Quermesse no
Pátio da Basílica de Nossa Senhora da Penha. Rua Santo Afonso, 199. Às 19h.
Domingo I Penha – A distrital promove
a 76ª Volta da Penha, a segunda competição de pedestrianismo mais antiga do Brasil. Rua Capitão João Carneiro, 354, Clube Esportivo da Penha. Às 9h. I Penha – A distrital promove quermesse no Pátio da Basílica de Nossa Senhora da Penha. Rua Santo Afonso, 199. Às 19h.
André Alves
Mais calor em Santo Amaro Divulgação
A
Só BEBIDAS Promoções de Inverno
DC
Gilvando, Norma, Rosa Simei Bruno e Maria Marta
Campanha do Agasalho 2006 realizada pelo Conselho da Mulher Empreendedora (CME) da Distrital Santo Amaro conseguiu arrecadar 5 mil peças de roupa, 60 cobertores, 50 bolsas, 100 pares de sapatos, 20 brinquedos e 40 cintos. As peças foram doadas para as seguintes entidades de assistência: Ação Social Largo Treze, Centro de Apoio à Criança Carente com Câncer (Cândida Bermejo Camargo), Creche da Paróquia Nossa Senhora do Bom Conselho e Associação Operac. Assistência Casa do Zequinha. A campanha foi coordenada por Rosa Simei Bruno.
Importadas
SÓ bebidaS Nacionais
“MANIA DE VENDER BARATO”
Vinho Espanhol Riscal R$ 39,90
Vinho Chileno Casa Mayor R$ 19,90
Porca de Murça R$ 17,90
Vinho Italiano Chianti R$ 29,90
Lambrusco R$ 11,50
Vinho Francês Côtes du Rhône R$ 29,90
Vinho do Porto Senador R$ 27,90
Vinho Francês Cave de Ladac R$ 15,90
Vinho Italiano Gabia D´Oro R$ 13,50
Vinho Chileno Gato Negro R$ 17,90
Vinho Português Cartuxa R$ 64,90
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segunda-feira, 4 de setembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Eurocopa Sul-Americana Tênis Basquete
“T
"O resultado da primeira partida tem pouco efeito. Mesmo a partida contra a França não vai ser decisiva." Buffon
ANDRE AGASSI SE DESPEDE DO ESPORTE
OBRIGADO! hank you!” Foi assim, com um "obrigado", que Andre Agassi se despediu da torcida norte-americana após a derrota de ontem para o alemão Benjamin Becker, por 3 a 1 (7/5, 6/7(4/7), 6/4 e 7/5). Encerrase uma das mais brilhantes e vitoriosas trajetórias da história do tênis. Como esperado, foi um adeus de muita emoção. Diante de mais de 23 mil pessoas, Agassi repetiu duas vezes, às lágrimas, seu tradicional gesto de mandar beijos para os quatro cantos da quadra. Com o microfone na mão, confessou seu amor e sua gratidão para com a torcida, em 21 anos de participações no último Grand Slam da temporada. A despedida de Agassi chega, é verdade, no momento certo. Aos 36 anos, seu corpo já não resiste mais. Neste último jogo, era visível sua expressão de dor e a enorme dificuldade de movimentação. Mesmo assim, ainda ganhou um set. "Não sei ainda se vou precisar de nova sessão de cortisona depois desta partida", avaliou
3
Agassi. "Acredito que para uma vida normal, para brincar com as crianças, estar com minha família não vou ter problemas. Ainda não sei se terei de passar por cirurgia", disse. Agassi admitiu que sua vida passou por sua cabeça em apenas alguns instantes. O tenista estava envolvido pela emoção e disse que, embora viesse se preparando para este momento, não conseguiu controlar as emoções. "Tem milhares de coisas passando em minha mente", disse o tenista, que pretende agora se dedicar mais a sua fundação, à escola que construiu para crianças, na caridade que faz e no ensino que financia para tênis e basquete. Revelou-se também disposto a reatar contato com o pai, Mike, com quem teve problemas de relacionamento. "Agradeço ao meu pai, por ter me ensinado a jogar tênis." Não há mesmo dúvidas de que valeu a insistência do pai em mantê-lo horas e horas numa quadra. Agassi ganhou oito títulos de Grand Slam - é um dos cinco a ter vencido todos os torneios dessa série, que inclui ainda o Aberto da Austrália,
Don Emmert/AFP
Roland Garros e Wimbledon. E seu primeiro título veio no Brasil, em 1987, no Aberto de Itaparica, na Bahia. De lá para cá, foram 60 títulos de simples entre eles o ouro olímpico de Atlanta-96 - e um de duplas, e mais de US$ 31 milhões arrecadados em prêmios. "Realizei muitos sonhos, foi um sonho jogar esse esporte. Consegui dignidade e respeito de todos. Obrigado", disse aos torcedores, que o aplaudiram por mais de 10 minutos, em pé. Porque tinham muito mais a agradecer. A eles, resta agora torcer por Andy Roddick, que bateu o espanhol Fernando Verdasco por 3 a 2 (6/7 (5/7), 6/3, 6/4, 6/7 (4/7) e 6/2), em mais de três horas de jogo, e terá a chance de vingar os fãs de Agassi: nas oitavas, pega o vilão Benjamin Becker. Eliminado na terceira rodada do US Open pelo alemão Benjamin Becker, Andre Agassi se despediu do tênis às lágrimas, e agradeceu à torcida norteamericana pelo apoio recebido na carreira
C
om sobras, a Espanha venceu a Grécia por 70 a 47, ontem, em Saitama, no Japão, e conquistou pela primeira vez o título do Mundial de Basquete masculino. Mesmo sem contar com seu maior ídolo, Pau Gasol, que sofreu uma lesão no tornozelo esquerdo na vitória heróica contra a Argentina, nas semifinais mesmo machucado, mancando, converteu dois lances livres fundamentais para a vitória -, o time espanhol não deu chances para os gregos e fez a festa. Gasol, de quebra, foi eleito o melhor jogador do Mundial. Os gregos haviam chegado como favoritos à decisão, credenciados pela épica vitória diante dos Estados Unidos nas semifinais - aos norte-americanos restou o bronze. Mas a Grécia não soube se impor na ausência do grande astro adversário. "O fato de eu não estar em quadra deu mais motivação a meus companheiros. Até que fiquei bem no banco, por ver todo mundo jogando muito bem", disse Gasol.
SUL-AMERICANA Brasileiros estréiam na competição
O
s times brasileiros entram em campo nesta semana pela Copa Sul-Americana, torneio que divide treinadores e dirigentes: se estes gostam do dinheiro que o segundo principal torneio sul-americano de clubes traz para os cofres, aqueles preferem poupar jogadores de olho numa boa campanha no Brasileiro. Na quarta-feira, serão dois jogos, ambos às 22h. No Rio, o Vasco recebe o Corinthians, cujo técnico Emerson Leão promete escalar com força total. Já o Santos de Vanderlei Luxemburgo, que não vê com bons olhos a competição e pode poupar titulares, enfrenta o Cruzeiro, na Vila Belmiro. Na quinta, às 19h, Botafogo e Fluminense fazem o primeiro duelo entre cariocas, enquanto às 19h30 jogam Paraná e Atlético Paranaense, em Curitiba. Recopa -Boca Juniors, campeão da Sul-Americana em 2005, e São Paulo, vencedor da Libertadores no mesmo ano, entram em campo na quinta, às 22h, no primeiro jogo da Recopa Sul-Americana. O time paulista já venceu a competição em 1993 e 1994, enquanto o Boca venceu a edição do ano passado. O duelo marca a despedida do técnico Alfio Basile, que deixa o clube para ficar somente na seleção argentina.
Kazuhiro Nogi/AFP
A Espanha no topo do mundo
Gasol, o melhor do Mundial, não jogou a decisão, mas ergueu a taça pelo 1º título espanhol
A hora da revanche Mario Laporta/AFP
F
rança e Itália revivem nesta quarta-feira, no Stade de France, a final da Copa do Mundo, em jogo pelo Grupo B das eliminatórias da Eurocopa. As duas equipes estrearam neste sábado, com resultados bem distintos: enquanto a vicecampeã França bateu a Geórgia por 3 a 0, em Tbilisi, com gols de Malouda, Saha e Asatiani (contra), a tetracampeã Itália não passou de um empate contra a Lituânia, em Nápoles: 1 a 1. Chegou a estar perdendo, gol de Danilevicius, e empatou com Inzaghi. O capitão Cannavaro negou que a Itália ainda esteja de ressaca. "Não fomos brilhantes,
mas acho que jogamos uma boa partida", disse. Não é o que pensa a mídia: a Gazzetta dello Sport cravou ontem: "A Itália volta à Terra''. Nesta quarta se verá quem está com a razão.
Cannavaro, o capitão do tetra, sofre contra a Lituânia: 1 a 1 em casa antes de duelo contra a França, quartafeira, que revive a final da Copa
GRUPO C
GRUPO D
GRUPO E
GRUPO F
GRUPO G
Sábado Inglaterra 5 x 0 Andorra Estônia 0 x 1 Israel Quarta-feira Rússia x Croácia Israel x Andorra Macedônia x Inglaterra
Sábado Irlanda do Norte 0 x 3 Islândia Letônia 0 x 1 Suécia Espanha 4 x 0 Liechtenstein Quarta-feira Islândia x Dinamarca Suécia x Liechtenstein Irlanda do Norte x Espanha
Sábado Bielo-Rússia 2 x 2 Albânia Romênia 2 x 2 Bulgária Luxemburgo 0 x 1 Holanda Quarta-feira Albânia x Romênia Bulgária x Eslovênia Holanda x Bielo-Rússia
Sábado Malta 2 x 5 Bósnia Hungria 1 x 4 Noruega Moldávia 0 x 1 Grécia Quarta-feira Noruega x Moldávia Turquia x Malta Bósnia x Hungria Classificação
P
V
SG
Sábado República Checa 2 x 1 País de Gales Eslováquia 6 x 1 Chipre Alemanha 1 x 0 Irlanda Quarta-feira Eslováquia x República Checa San Marino x Alemanha
GP
GRUPO B
Sábado Polônia 1 x 3 Finlândia Sérvia 1 x 0 Azerbaijão Quarta-feira Azerbaijão x Cazaquistão Finlândia x Portugal Polônia x Sérvia Armênia x Bélgica
Sábado Escócia 6 x 0 Ilhas Faroe Geórgia 0 x 3 França Itália 1 x 1 Lituânia Quarta-feira França x Itália Lituânia x Escócia Ucrânia x Geórgia
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
1 Finlândia
3
1
2
3
1 Escócia
3
1
6
6
2 Sérvia
3
1
1
1
2 França
3
1
3
3
3 Bélgica
1
0
0
0
3 Geórgia
3
1
3
6
4 Itália
1
1
0
0
0
1
0
0
5 Azerbaijão
Cazaquistão
0
0
-1
0
Lituânia
1
0
0
1
6 Polônia
0
0
-2
1
6 Ilhas Faroe
0
0
-12
0
Armênia
Ucrânia
Portugal
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
1 Eslováquia
3
1
5
6
1 Inglaterra
3
1
5
5
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
3
1
4
4
1 Holanda
3
1
1
1
2 Albânia
1
0
0
2
3
1
1
1
1 Espanha
3
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1
1
2 Islândia
3
1
3
3
4 Estônia
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0
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3 Suécia
3
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Bielo-Rússia
1
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0
2
0
5 Andorra
0
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-5
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4 Letônia
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Bulgária
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0
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Croácia
5 Irlanda do Norte
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Romênia
1
0
0
2
Rússia
6 Liechtenstein
0
0
-4
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6 Luxemburgo
0
0
-1
0
1 Bósina
3
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2 República Checa
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2 Noruega
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3 Alemanha
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1
3 Grécia
3
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1
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4 País de Gales
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0
-1
1
4 Moldávia
0
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5 Irlanda
0
0
-1
5 Malta
0
0
-3
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6 Chipre
6 Hungria
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San Marino
Turquia
GRUPO A
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0
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Dinamarca
Eslovênia
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Sub-20 Feminino Vôlei Seleção Basquete
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 4 de setembro de 2006
"Todos precisam se juntar para a formação de um time vencedor." Dunga
BRASIL TEM DUAS VITÓRIAS A MAIS QUE A ARGENTINA
segunda etapa, quando perdeu uma ótima oportunidade de empatar com o lateral Zabaleta. Em seguida, Dunga colocou Kaká no lugar de Daniel Carvalho e o Brasil retomou o controle da partida. Aos 22 minutos, o meia do Milan tocou para Fred, recebeu de volta de calcanhar e tocou para Elano, livre, marcar o segundo gol. Nos minutos finais, com a vitória já definida, Kaká arrancou da defesa, correu meio campo com Messi à sua cola e matou Abbodanzieri com um toque de classe. "É um dos dias mais felizes da minha vida", contou Elano, a maior atração entre os jornalistas estrangeiros, que após a partida perguntavam por que ele não foi à Copa do Mundo. "Fazer um contra a Argentina pela seleção já seria demais. Imaginem como estou me sentindo ao fazer dois", admitiu. Brasil: Gomes; Cicinho (Maicon), Juan, Lúcio e Gilberto; Gilberto Silva, Edmílson (Dudu Cearense), Elano (Júlio Baptista) e Daniel Carvalho (Kaká); Fred (Vágner Love) e Robinho (Rafael Sóbis). Técnico: Dunga. Argentina: Abbondanzieri; Zabaleta, Coloccini, Milito e Clemente Rodríguez (Samuel); Lucho González, Mascherano (Somoza), Bilos (Insúa) e Riquelme; Tevez (Agüero) e Messi. Técnico: Alfio Basile. Gols: Elano 2/1, Elano 22/2 e Kaká 43/2. Cartões amarelos: Gilberto Silva, Riquelme, Elano, Robinho, Agüero e Milito. Local: Emirates Stadium, em Londres (ING).
Dylan Martinez/Reuters
A
Seleção Brasileira convenceu em seu primeiro grande desafio nas mãos do técnico Dunga. Não somente venceu a Argentina por 3 a 0, em Londres, como foi superior durante boa parte da partida, teve as melhores chances de gol e quase não teve o gol de Gomes ameaçado. Mas o técnico Dunga alertava, pés no chão, logo depois da partida: "Foi uma vitória sobre o nosso maior rival, mas precisamos saber que nada foi conquistado. Temos ainda muita coisa para ser feita." O resultado aumentou a vantagem do Brasil sobre a Argentina no duelo histórico: 35 vitórias contra 33, segundo dados oficiais da CBF - são ainda 22 empates. E reduziu a desvantagem no saldo de gols: agora são 142 brasileiros, contra 146 argentinos. Sem Ronaldinho Gaúcho, contundido, mas com Kaká à disposição, Dunga preferiu manter a equipe titular que havia iniciado o amistoso contra a Noruega, em agosto, no empate por 1 a 1. O início foi arrasador: com 2 minutos, Robinho puxou um contra-ataque, fez bela jogada e tocou para Elano, que dominou e bateu Abbondanzieri. A Argentina respondeu com boas jogadas de Messi e uma cabeçada de Tevez, que Gomes rebateu. O Brasil também perdeu chances, com Robinho e Cicinho. A Argentina só foi melhor nos primeiros 15 minutos da
Damir Sagolj/Reuters
DO COMEÇO AO FIM
Amanhã, o País de Gales
D
unga deve mexer na equipe titular para o jogo de amanhã contra País de Gales, também em Londres, às 15h30 (de Brasília). "Tivemos três dias para treinar e jogar duas vezes. Precisamos ter cuidado com os jogadores", disse o técnico, que desta vez deve contar com Ronaldinho Gaúcho, que sofre de dores lombares. Além do craque do Barcelona, ganham chances Kaká, que só jogou meia hora on-
tem, também tem chances, e não vê a hora de voltar a ser titular. "Sempre encontrei meu espaço, no São Paulo, no Milan e na Seleção", disse. Outros jogadores que ontem entraram no segundo tempo também podem sair jogando, como Maicon, Dudu Cearense, Júlio Baptista, Vágner Love e Rafael Sóbis. O zagueiro Juan, que jogou até o fim, apesar de sentir dores na coxa esquerda, pode dar lugar a Luisão.
Com dois gols de Elano, o primeiro aos 2 minutos de jogo, e um de Kaká, aos 43 do segundo tempo, o Brasil venceu a Argentina por 3 a 0, ontem, em Londres, e aumentou sua vantagem histórica contra o arqui-rival. Foi também a primeira vitória da Seleção sob o comando do técnico Dunga
Meninas de bronze I
Anton Denisov/Reuters
N
uma emocionante e controvertida disputa de pênaltis, o Brasil venceu os Estados Unidos por 6 a 5, após empate por 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação, e conquistou o terceiro lugar no Mundial Sub-20 feminino, disputado na Rússia. O Brasil já havia perdido uma penalidade com a meia Francielle, aos 30 minutos do
Brasil venceu os EUA por 6 a 5 nos pênaltis e ficou com o terceiro lugar no Mundial Sub-20 feminino, na Rússia. O título ficou com a Coréia do Norte, que goleou a China por 5 a 0 na inédita final asiática
Favoritas ao hexa
nvicta, com nove vitórias em nove jogos, a seleção brasileira é favorita na fase final do Grand Prix de vôlei feminino, que começa quartafeira, em Reggio Calabria, na Itália. Também se classificaram Itália, Rússia, China, Cuba e Japão, derrotado ontem pelo Brasil: 3 a 0 (25/21, 25/21 e 25/18). A tabela sai hoje. O técnico José Roberto Guimarães gostou da atuação na primeira fase - "Fizemos excelentes jogos em um ritmo legal" - e diz que vê a hora de pegar a Rússia: "Será bom para testar nossa equipe, temos de ver como vamos nos adaptar".
"Nos sentimos como se fôssemos as campeãs. Faremos festa hoje à noite", disse a camisa 1, escolhida pela Fifa como a melhor jogadora em campo. Na decisão, a Coréia do Norte, que eliminou o Brasil nas semifinais com uma vitória por 1 a 0, sagrou-se campeã ao golear a China por 5 a 0 na primeira decisão de um torneio da Fifa entre duas equipes da Ásia.
Foi uma tarefa fácil para as norte-coreanas, que já venciam por 3 a 0 no intervalo. Liqüidou a fatura com três gols de Kim Song Hui, vice-artilheira do torneio, e dois de Jo Yun Min. À China, restou o consolo de contar com a artilheira e melhor jogadora da competição, Ma Siaoxu, que estava contundida e entrou no sacrifício na etapa final.
CLASSIFICAÇÃO: 1. Brasil, 18; 2. Rússia e China, 17; 4. Itália, 16; 5. Cuba, 15; 6. Japão, 14; 7. EUA, 13; 8. Rep. Dominicana e Coréia, 11; 10. Azerbaijão, Tailândia e Polônia, 10.
Basquete no 1 a 1
N segundo tempo. No desempate, a juíza sueca Jenny Palmqvist se complicou nas contas e chegou a decretar por engano a vitória brasileira. Depois de ser cercada pelas norte-americanas, enquanto o Brasil já festejava, a árbitra voltou atrás. Maurine converteu o sexto gol brasileiro, e a goleira Bárbara, que já havia feito uma defesa, pegou a cobrança de Poach.
RESULTADOS: Okayama (JAP) Brasil 3 x 0 Itália; Rep. Dominicana 2 x 3 Japão; Brasil 3 x 0 Rep. Dominicana; Itália 3 x 0 Japão; Rep. Dominicana 0 x 3 Itália; Brasil 3 x 0 Japão. Ningbo (CHN) - Cuba 3 x 2 Polônia; China 3 x 1 Azerbaijão; Cuba 3 x 0 Azerbaijão; China 3 x 0 Polônia; Polônia 3 x 2 Azerbaijão; China 3 x 0 Cuba. Bangcoc (TAI) - Rússia 3 x 2 Coréia; Tailândia 0 x 3 EUA; Coréia 1 x 3 EUA; Rússia 3 x 0 Tailândia; EUA 1 x 3 Rússia; Tailândia 0 x 3 Coréia.
em parecia a mesma equipe que havia vencido a China por 92 a 60 no sábado. A seleção de basquete feminino jogou mal ontem e foi derrotada pelas chinesas por 88 a 76, ontem, em Barueri, no segundo amistoso da fase final de preparação para o Mundial, que começa na semana que vem. "Não jogamos bem. Nossa defesa foi mal, deixou a China tomar conta do jogo. Fomos buscar o resultado, conseguimos diminuir a diferença, mas não nos firmamos na partida", disse o técnico Antonio Carlos Barbosa, que jura não se im-
portar, no entanto, com o resultado. "Ainda estamos na fase de preparação e é bom encontrarmos as dificuldades agora para acertar a equipe para o Mundial", disse. A cestinha da partida de ontem foi a chinesa Li Jie Miao, com 26 pontos. Pelo Brasil, se destacaram a ala Iziane, com 19 pontos, e a pivô Érika, com 17 pontos e nove rebotes. A preparação do Brasil, que não contou com Janeth, que sofreu problemas estomacais, continua amanhã, no amistoso contra Taiwan. A estréia no Mundial será no dia 12, contra a Argentina, no Ibirapuera.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
terça-feira, 5 de setembro de 2006
LENTE DE
AUMENTO
INFLAÇÃO DE 0,40% EM SETEMBRO
G O IGP-M deve
registrar variação de 0,40% em setembro. Embora seja esperado o recuo da variação dos preços industriais, o IPA agrícola deve apresentar forte alta, relacionada à pressão dos preços de derivados e ao fim da queda de preços dos cereais e grãos. A aceleração tanto dos preços industriais (0,39% ante 0,17%) quanto dos preços agrícolas (0,71% ante 0,34%) explicam o pior desempenho dos preços no atacado. A variação maior do IPA agrícola está relacionada principalmente à expressiva alta de preços dos animais e derivados (3,17%, ante 0,29%), com destaque para a elevação de bovinos, decorrente do período de entressafra do subgrupo, que registrou variação de 8,26% ante 1,20%, exercendo sozinho a influência sobre o IPA de 0,27 ponto porcentual
ante 0,04 em julho. Além disso, destaca-se a pressão dos preços de legumes e frutas, subgrupo mais sensível às oscilações do clima (e que registrou 8,97%, ante 0,03% em julho, influência de 0,19 ponto porcentual, ante 0,0 ponto porcentual na mesma comparação). A pressão dos preços agrícolas só não foi maior por conta da considerável reversão de preços dos cereais e grãos (-4,54%, ante 3,90%). Tal desempenho, por sua vez, resulta principalmente do enfraquecimento da alta de preços do arroz (5,15% ante 16,75%), da entrada do período de safrinha do milho (-7,78% ante 1,98%) e da safra do feijão (-15,59% ante -7,46%). Dentre os produtos industrializados, dois componentes merecem destaque. O primeiro deles são os metais não-ferrosos, os quais apresentaram alta de 1,07% após registrar queda de 4,26% em julho. Todavia, o principal componente para esta elevação do IPA industrial são os produtos derivados do petróleo, tendo a cotação dos combustíveis e lubrificantes registrado elevação de 1,01% ante queda de 0,56% em julho e as matérias plásticas apresentado um aumento de 2,26% após uma pequena alta de 0,18% do mês anterior. Com a influência das matérias plásticas e dos metais não ferrosos, o núcleo do IPA industrial que exclui produtos alimentares e combustíveis, passou para 0,31% (ante 0,22% de julho), o que, entretanto, ainda representa um patamar confortável. Para setembro, o IGP-M deve registrar variação de 0,40%. Embora seja esperado o recuo da variação dos preços industriais, o IPA agrícola deve apresentar alta mais forte relacionada principalmente à permanência de pressão importante dos animais e derivados e ao fim da queda de preços dos cereais e grãos. COMENTÁRIO DE GIAN BARBOSA, DA TENDÊNCIAS CONSULTORIA WWW.TENDENCIAS.COM.BR
D epois do IPA industrial, sobe o agrícola.
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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JOÃO DE SCANTIMBURGO
MUITOS Céllus
O
resultado do IGP-M de agosto registrou inflação de 0,37%, mais elevada que a apresentada pelo indicador em julho (0,18%) e pelo último IGP (0,27% no IGPDI de julho). A aceleração do índice ficou, assim, próxima à esperada pela nossa projeção (0,35%) e acima da mediana das expectativas de mercado (0,30%). A alta do IPA (0,47% ante 0,21% do IGP-M de julho) e o fim da deflação do IPC (0,13% ante -0,05% na mesma comparação) determinaram a inflação maior registrada pelo índice.
Milagres educacionais BENEDICTO FERRI DE BARROS
O
desenvolvimento de um país depende, antes de mais nada, do seu capital humano. E este não tem nada que ver com fatores genéticos. Em matéria de genética, só em 4% nossa herança, configurada pelo genoma, difere da do chimpanzé. A grande diferença entre os indivíduos e povos se acha na herança cultural, que representa a experiência acumulada por todas as gerações humanas no decorrer dos milênios de sua história. E essa herança se transmite por um processo social chamado de educação, que é exercido por toda a sociedade e, especificamente em matéria de transmissão de conhecimentos e práticas, pelas escolas dos diferentes graus. É o processo de educação em geral, que faz dos indivíduos da espécie zoológica Homo Sapiens-sapiens um ser humano. E esse indivíduo, assim como seus semelhantes, que formam um povo, serão tanto mais produtivos e aptos a se desenvolverem quanto melhor forem educados. A nossa é uma era de portentos, sob todos os aspectos e em todos os setores. Não só na área científico-tecnológica, como em tudo o mais que diz respeito ao homem, a sua cultura, seu modo de ser e de viver. Contudo, parece que não se deu ainda a atenção e importância merecidas aos maiores milagres de nosso tempo, que são a mudança de toda a situação e qualidade de vida de nações as mais diversas do ponto de vista histórico, político e cultural. E ainda menos para o
C
fato de que essas mudanças se alicerçaram e foram precedidas por radicais mudanças em seu sistema educacional, mais especificamente no que se refere a tudo relativo a suas escolas e aos seus processos e métodos de ensino. Coréia, Espanha e Irlanda ocupam o pódio de campeãs nas mudanças educacionais que em menos de duas gerações produziram o milagre de mudar a vida de seus povos.
S
alvo no restrito círculo dos educadores, esses milagres educacionais não tiveram em nosso país a divulgação e adoção merecidas, nem por parte da mídia nem por parte dos políticos, os principais responsáveis pelo desenvolvimento do povo e da nação. É uma falha lamentável. Pois, voltando ao nosso tema inicial, o nível de desenvolvimento de um povo depende, antes de mais nada da qualidade de seu capital humano. E como Espanha, Irlanda e Coréia demonstraram, esse depende, seminalmente, mais dos métodos e qualidade de seu ensino do que das estruturas celestiais de suas escolas. Um evento de escala nacional que divulgasse os métodos e resultados colhidos pela Espanha, pela Coréia e pela Irlanda fariam mais pelo desenvolvimento do país e seu povo, do que todas as tricas e futricas ideológicas, retrógradas e provincianas em que se perde a política nacional.
oréia, Espanha e Irlanda souberam produzir milagres educacionais. E nós?
O Brasil e o SGP MILTON LOURENÇO
D
epois de ter contribuído decisivamente para o fracasso das negociações com vistas à formação da Área de Livre de Comércio das Américas (Alca), o governo, agora, dá sinais de preocupação com a possibilidade de os EUA cumprirem a ameaça de excluir o Brasil do Sistema Geral de Preferências (SGP), mecanismo unilateral por meio do qual o governo norte-americano dá isenção tarifária a milhares de produtos importados de países em desenvolvimento. A exemplo do que já fez em relação a países como Coréia do Sul, Taiwan, Cingapura e outros asiáticos, o governo dos EUA - principalmente por pressão dos seus congressistas, que defendem os interesses de variados setores de sua economia - entende que o Brasil já alcançou um estágio de competitividade em que prescinde de certos favorecimentos tarifários. Não é, porém, o que entende a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que até já abriu um escritório em Washington especialmente para negociar a manutenção do SGP, que vence no fim do ano e que, dificilmente, será renovado. Estudo divulgado pela Fiesp deixou claro que, se o SGP não for renovado, o mercado dominado hoje por exportações brasileiras, fatalmente, será apropriado por nações emergentes como a China ou pela União Européia, cujos produtos ficariam mais competitivos em relação aos nossos. Segundo o estudo, em 2005 o Brasil, aproveitando-se do mecanismo, exportou US$ 3,6 bilhões para os EUA, o que representou cerca de 15,8% das vendas brasileiras para o mercado norte-americano (US$ 22,7 bilhões). Perder essa fatia pode representar, segundo estimativas da Fiesp, o fechamento de, no mínimo, 20 mil postos de trabalho em 2007. É claro que isso não vai representar nenhum golpe de misericórdia no comércio exterior brasileiro, mas que vai afetar alguns setores, não há dúvida. Afinal, produtos que hoje passam pelas alfândegas dos EUA com isenção passarão a ser taxados em até 27%. Em compensação, outros países que também se valem do SGP, como Argentina, Venezuela, África do Sul, Tailândia, Índia e Rússia, vão passar pelas mesmas dificuldades. Seja como for, de nada adianta agora as autoridades brasileiras ficarem se queixando de
uma hipotética política protecionista da maior economia do planeta, valendo-se do antiquado vezo esquerdizante de alguns de seus integrantes que insistem em ver nos EUA a causa de todos os males do mundo. Se colocarmos os números no papel, vamos concluir que a União Européia é muito mais protecionista. E não se vê por aqui queixas em relação à política comercial da União Européia. A decisão de suspender o SGP seria um ato de soberania do governo dos EUA, a que, portanto, nenhuma outra nação poderia se opor. Além disso, os EUA não teriam dificuldades para argumentar que há países em situação econômica muito mais crítica que o Brasil e que, portanto, teriam maiores razões para merecer o benefício. Diante disso, não haveria muito que fazer, já que o Brasil, ao perdoar dívidas de países mais pobres, ao adiantar-se para quitar empréstimos com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao deixar claro o seu desinteresse pela Alca, emitiu sinais de que a sua economia estava suficientemente robustecida para andar com as próprias pernas. Se muitas dessas medidas, que internamente foram capitalizadas pela propaganda oficial, constituíam mais bravatas do que decisões sensatas, azar nosso porque lá fora foram vistas como ações de um país rico.
É
claro que nem tudo está perdido porque, nos EUA, há ainda setores empresariais, como a Coalition for GSP, que defendem a renovação do sistema de isenção tarifária por três a cinco anos para todos os países em desenvolvimento. Ou ainda a Brazil GSP Coalition, que quer uma renovação inicial de um ano com ênfase na manutenção do País no regime. De antemão, porém, já se sabe que essa é uma tarefa difícil porque muitos congressistas entendem que o fim do SGP será a melhor forma de pressionar o governo brasileiro a fazer mais concessões na negociação global de livre-comércio. Quer dizer: as concessões que deixou de fazer, ao trabalhar contra a Alca, talvez o governo tenha de aceitá-las agora. E não se sabe se o País vai ganhar tanto quanto ganharia se a Alca tivesse sido viabilizada. MILTON LOURENÇO É DIRETOR-PRESIDENTE DA FIORDE LOGÍSTICA INTERNACIONAL FIORDE@FIORDE.COM.BR
F ora do SGP, o país poderá fechar 20 mil postos de trabalho em 2007
SORRISOS
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eservo uma parte de meu tempo, nas segundas-feiras, para a leitura das revistas Veja e Veja São Paulo. Desta vez vi que houve um trabalho das editorias das duas revistas para manter o bom sentimento dos leitores em torno das reportagens. O número de Veja descreve o fim da privacidade, que deve ser atribuído ao computador e seus subsidiários, mas que ainda não ganhou totalmente na sua influência, pois a privacidade ainda existe e está mesmo definida pelo Aurélio, que ligou sua origem ao conceito anglo-saxão. O que está na capa da Veja são figuras de perfeita união com o bom espírito positivo, que faz muito bem à todos que o usam. As duas revistas estão num ambiente positivo que obedece a cor verde.
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os últimos tempos, o Brasil tem passado por uma crise sincopada sobre roubalheiras, fraudes, superfaturamentos de ambulâncias, ataques de facção, e tudo o que se diga desses grandes malefícios, que tornam a Nação mais doente do que ela já é. A Veja tem dado cobertura ampla aos escândalos políticos e às roubalheiras que envolvem numerosos deputados e senadores. Vai-lhe bem, agora, mudar a editoria do lado sombrio da alma brasileira para o lado alegre, em que o sorriso é escolhido como arma para a virada da Nação a um outro estado de espírito.
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e todas as páginas de Veja e Veja São Paulo, o sorriso é manejado com habilidade para melhorar o temperamento do nosso povo, na linha de um homem cordial, que com o chopp, com o Big Mac, com a happy hour, obtém a confiança dos publicitários na sua inspiração e o que mais concorrem para fazer o nosso povo um ente feliz, embora na iminência de desabar num abismo de insatisfações. Falo, como jornalista veterano, que as duas revistas se saíram muito bem nesta semana. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Nas páginas
de Veja o sorriso é manejado com habilidade, na linha de um homem cordial, embora na iminência de desabar num abismo de insatisfações.
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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 5 de setembro de 2006
Manifestantes protestam em frente ao Congresso contra a importação de pneus usados.
VOLKS APRESENTA HOJE NOVA PROPOSTA
SINDICATO E DIREÇÃO DA EMPRESA CHEGAM A ACORDO E REINICIAM NEGOCIAÇÃO PARA REESTRUTURAÇÃO
VOLKS SEM GREVE NEM DEMISSÕES
Maurício Lima/AFP
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Trabalhadores decidem voltar a trabalhar, e direção vai apresentar novo projeto de reestruturação
Cai número de cheques sem fundos e inadimplência
O
s números de cheques sem fundos e de inclusões no cadastro de inadimplentes diminuíram, respectivamente, 4% e 8,1% em agosto, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados do Usecheque, divulgados pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A maior queda foi no número de inclusões de correntistas pessoas físicas, que ficou menor 8,9%. Já a redução na emissão de cheques por pessoas físicas foi de 5,3%. Entre pessoas jurídicas, a diminuição no cadastro de inadimplentes foi de aproximadamente 1,1%, sendo que o número de cheques sem fundos aumentou cerca de 6,3%, segundo informações da entidade. CUB O Custo Unitário Básico de construção em SP teve variação de 0,05% em agosto.
O economista Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, disse que, embora o número de emitentes e de cheques sem fundos tenha caído no mês passado, houve um crescimento da reincidência, ou seja, o aumento na média de cheques sem fundos emitidos por cada pessoa. "No caso das pessoas físicas, esse número passou de 5,4 cheques por emitente no ano passado para 5,6 em agosto de 2006. No de pessoas jurídicas, o aumento foi de 6 em 2005 para 6,5 cheques no mês passado", explicou. Prazo muito longo – Segundo o economista, a reincidência é facilitada pelo prazo muito longo entre a primeira devolução, a segunda apresentação e a inclusão no cadastro, que
Ó RBITA
pode chegar a mais de duas semanas, o que resulta em bastante tempo para aqueles que têm intenção de se utilizar desse expediente para continuar a emitir cheques sem fundos. "Outro fator que contribui é o uso do pré-datado, uma vez que são vários cheques relativos a uma mesma operação." Reunião – Marcel Solimeo adiantou que a Associação Comercial de São Paulo deverá promover uma reunião com seus associados para discutir os problemas relativos ao uso do cheque. Dentre os temas que serão abordados estão a falta de fundos, fraudes, sustação indevida e outros. Em seguida, a entidade levará sugestões ao Banco Central para o aprimoramento desse meio de pagamento. (FV) PROTESTO Indústria têxtil fará hoje protesto contra a carga tributária, câmbio e informalidade.
GOVERNO RECOMPRA TÍTULOS
O
governo federal anunciou ontem a ampliação em US$ 4,8 bilhões do programa de recompra de títulos da dívida externa brasileira. A partir de agora, os títulos com vencimento entre 2010 e 2012 que estão nas mãos dos investidores internacionais também poderão ser recomprados antecipadamente. Com essa ampliação, o A TÉ LOGO
volume de papéis elegíveis no programa subiu para US$ 24,8 bilhões. O programa, iniciado em janeiro, previa um total de US$ 20 bilhões de títulos que poderiam ser recomprados – papéis com vencimentos até 2010 e bradies (títulos originários da reestruturação da dívida externa). A extensão do programa visa aumentar a flexibilidade para a recompra. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
L
Mercosul e Índia revisam preferências tarifárias
L
Banco Central é réu em ação no STF
L
IFC faz captação em reais para financiar projetos
CARREFOUR
O
Banco Central (BC) autorizou o Carrefour a abrir um banco e operar com carteiras de investimento, crédito e de financiamento. O banco, com sede em São Paulo, terá capital inicial de R$ 19,5 milhões. A rede também inaugurou ontem um hipermercado em São Bernardo do Campo. (AE)
UNIBANCO
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nibanco assumiu o fundo de pensão do Banorte, terminando com uma disputa entre a Fundação Banorte e a massa falida da instituição. O fundo conta com 579 beneficiários, com média de idade de 65 anos. (AE)
A
empresa Google Brasil Internet Ltda. espera barrar na Justiça Federal a determinação que a obriga fornecer, até o próximo dia 15, ao Ministério Público Federal, dados sobre a identidade de usuários de seu site de relacionamentos Orkut . Na última sexta-feira, a subsidiária da norteamericana Google INC impetrou ação contra a liminar concedida um dia antes pelo juiz da 17 ª Vara da Justiça Federal, José Marcos Lunardelli, que determinou a quebra do sigilo. O MPF quer ter acesso ao cadastro que permite localizar a origem de mensagens criminosas. (AE)
rabalhadores da Volkswagen de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, voltaram ontem à tarde ao trabalho, depois que a montadora suspendeu as 1,8 mil cartas de demissão enviadas na terçafeira da semana passada, ação que motivou o início da greve. A decisão foi aprovada em assembléia, após a direção da empresa ter convocado os representantes dos funcionários para novas negociações sobre o acordo de reestruturação pretendido pela companhia. Hoje, está prevista uma nova reunião para discutir a proposta que a empresa apresentará. Após a assembléia, o gerente-executivo de Relações Trabalhistas da Volks, Nilton Junior, afirmou, em nota, que a montadora não abriu mão de cortar 3,6 mil postos na fábrica do ABC, onde trabalham 12,4 mil pessoas. Apenas reabrirá a discussão sobre as condições do plano de reestruturação, previsto para até 2008. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José
Lopez Feijóo, adiantou que a categoria não aceitará a mesma proposta apresentada anteriormente. "Se for uma farsa, uma simulação de negociação, temo pelo futuro, pois temos disposição de manter a luta, conforme já demonstramos." A retomada das negociações ocorre no momento em que a greve dos funcionários da Volks, que paralisou completamente a produção diária de 940 veículos na fábrica Anchieta, começava a afetar também as empresas de autopeças. A Arteb, fabricante de faróis e lanternas em São Bernardo, anunciou férias coletivas para metade dos 1,2 mil funcionários entre os dias 18 e 27, mesmo período em que a Volks programou a dispensa de 3,2 mil funcionários de São Bernardo e de boa parte do pessoal das unidade de Taubaté (SP) e São José dos Pinhais (PR). A Bosch, fabricante de freios e outros componentes, suspendeu a jornada extra na fábrica de Campinas (SP) por causa da redução de pedidos da Volks. Desempenho – A montado-
ra anunciou ontem que estima um incremento das vendas globais mais fraco em 2007 em comparação a este ano. Enquanto espera-se que 2006 seja o melhor ano em crescimento de vendas na história da companhia, 2007 deve ser o quarto ou quinto melhor ano, afirmou o diretor Financeiro da Volks, Hans-Dieter Postch, em teleconferência com analistas em Londres. As vendas, no entanto, não devem deixar de evoluir, salientou o executivo-chefe Bernd Pischetsrieder. A montadora ainda não especificou uma taxa para o crescimento neste ano. Mas, nos primeiros seis meses de 2006, as vendas aumentaram 12,7%, para 2,866 milhões de veículos. Pischetsrieder acrescentou que a empresa quer se consolidar no setor de caminhões, especialmente nas áreas em que já é ativa, como a de veículos pesados na América do Sul e caminhões leves na Europa. Ele reafirmou que a companhia não tem a intenção de vender sua participação na Scania. (AE)
Sem acordo, bancários protestam
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ancários do Itaú, Bradesco e Unibanco atrasaram na manhã de ontem a abertura de 25 agências na Avenida Paulista, na capital paulista. De acordo com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a intenção do grupo era abrir as agências somente após o meiodia, como forma de protesto, depois do cancelamento da rodada de negociação salarial da categoria, que tem data-base no dia 1º de setembro. Os trabalhadores reivindicam aumento real de salários, de 7,05%, além de participação maior nos lucros e resultados – de 5% do lucro líquido linear, mais um salário bruto de aproximadamente R$ 1,5 mil. Cancelamento – Os bancários dizem que os representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), braço sindical da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), comprometeram-se, em reunião realizada na terça-feira da semana passada, a apresentar uma proposta ainda nesta semana, mas que, na sexta-feira (dia 1º), a reunião foi desmarcada por contato telefônico. A assessoria de imprensa da Febraban limitou-se a informar que o superintendente de
Almeida Rocha/Folha Imagem
Protestos de bancários atrasaram abertura de agências
Relações do Trabalho da entidade, Magnus Ribas Apostólico, não tem agendada para esta semana a apresentação da proposta citada pelos trabalhadores do setor. Além das 25 agências que abriram mais tarde na Paulista, participaram do dia de protesto em São Paulo os funcionários do banco Safra e do Banco do Brasil. Segundo o sindicato, ao todo, a atividade abrangeu cerca de 3,5 mil trabalhadores na avenida. Às 9h30 de ontem foi realizada assembléia em frente ao banco Safra, ocasião em que foram debatidos os próximos passos da campanha nacional
de salário dos bancários. Impasse – O sindicato informou que novos protestos para reivindicar aumento de participação nos lucros e elevação do salário bruto devem acontecer nos próximos dias. "Os banqueiros estão levando a campanha ao impasse. Nossa data-base é 1º de setembro e, até agora, não temos sequer uma proposta", afirmou, em comunicado à imprensa, o presidente do sindicato, Luiz Cláudio Marcolino. "Estamos debatendo com os trabalhadores em todo o Brasil e, se a Fenaban não negociar, os bancários podem parar em breve", alertou o sindicalista. (AE)
Varig antiga recorre ao BNDES
A
Varig antiga deverá recorrer ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para montar sua frota com aeronaves da Embraer, a exemplo do que está fazendo a nova Varig. Quem admite a possibilidade é o gestor judicial da empresa, Miguel Dau, que iniciou negociações com arrendadores de aviões e não descartou a européia Airbus. De concreto, a companhia tem à disposição três jatos da americana Boeing, sendo um para rotas nacionais e dois para vôos fretados. "Se eu for optar pela Embraer, o caminho vai ter de passar pelo BNDES. O problema aí vai ser a minha capacidade de garantia. Teremos de ter criatividade para encontrar uma solução que supere esse empecilho", disse Dau. Sua atenção, porém, está voltada para pagar salários atrasados, de R$ 106 milhões. O executivo relata dificuldades em levantar recursos, o que tem contribuído para em-
Fábio Motta/AE
Miguel Dau: nova frota
perrar o acordo coletivo com os trabalhadores, peça fundamental para pagar direitos trabalhistas. Sem esse pacto, e sem a homologação da nova Varig, Dau admite que a Varig antiga pode falir. "Se nenhum desses dois atos n ã o f o re m c o n c re t i z a d o s (acordo coletivo e homologação), a venda da Varig não se concretiza e os novos controladores pulam fora. Por conseqüência, a empresa (Varig antiga) vai ter que partir para um
processo de falência, porque ela não tem mais capacidade de se sustentar pelas próprias pernas", afirmou Dau. Hoje, a companhia começa a liberar as guias para pagamento antecipado de FGTS a 4.544 funcionários, que poderão entrar com pedido de saque na Caixa Econômica Federal. Dau estima que pelo menos R$ 50 milhões deverão ser sacados. Outra verba que poderá sair ainda esta semana são cerca de R$ 14 milhões de uma dívida da VarigLog com a Varig, que já foi reconhecida. Se dependesse apenas da vontade de Dau, a operação da Varig antiga teria início no dia 23 de outubro. "Nesse dia são comemorados 100 anos da aviação. Se essa empresa pudesse inaugurar sua primeira linha nessa data, começaria com o pé direito, mas sei que é quase impossível", afirmou o executivo. Segundo ele, é certo que o vôo inaugural será feito até o primeiro trimestre de 2007, com chances de ser antecipado para dezembro. (AE)
terça-feira, 5 de setembro de 2006
Nacional Empresas Finanças Agronegócio
DIÁRIO DO COMÉRCIO
CMN TEM REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA
5
3,2
por cento é a estimativa dos analistas de mercado para o crescimento do PIB neste ano, mostra a Focus.
MEDIDAS DE INCENTIVO À CONSTRUÇÃO CIVIL, PORÉM, FICAM PARA DEPOIS, SEGUNDO O MINISTRO MANTEGA
SAI HOJE PACOTE PARA REDUZIR SPREAD Givaldo Barbosa/Agência O Globo
centrando suas operações no banco em que recebe o pagamento. A idéia é facilitar a transferência do salário para outra instituição financeira que ofereça, por exemplo, juros e tarifas mais baixos. Segundo explicou uma fonte do Ministério da Fazenda, a medida prevê que os clientes dêem um comando único para que recursos que ingressarem nessas contas sejam automaticamente remetidos para a instituição indicada. A medida, porém, não entrará em vigor de imediato. Haverá um período de transição para que as instituições se adaptem. Refinanciamento — Já a portabilidade do crédito atua diretamente no juro cobrado pelo banco, porque permite "transferir" a dívida para uma instituição que cobre juros mais baixos. Essa transferência é, na verdade, uma operação de refinanciamento. A pessoa que deve em um banco pode contratar um segundo empréstimo em outra instituição, a custo mais baixo, e com ele quitar a divida antiga. Hoje, essa operação já é possível, mas sobre o novo empréstimo incidem impostos
como a Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF) e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O pacote eliminará a tributação no refinanciamento. Mas os bancos poderão cobrar taxa para realizar a operação. A fonte explicou, também, que a CPMF continua incidindo sobre os valores resgatados da conta para pagamento das prestações do empréstimo. A portabilidade, porém, não vai valer nem para empréstimos consignados nem para financiamentos habitacionais. A idéia continua em estudo, mas ficará para um segundo momento. Na semana passada, Mantega já havia jogado a toalha em relação à portabilidade do estoque de crédito consignado, mas afirmou que para novos fluxos a medida seria adotada no pacote. O cadastro positivo exigirá investimento de R$ 40 milhões. Com esse dinheiro, a capacidade da Central de Risco de Crédito do Banco Central, que contém o histórico das operações dos clientes do mercado de crédito, será aumentada para receber operações inferiores a R$ 5 mil. (AE)
Impostos sustentam a economia
U
ma política de desenvolvimento econômico sustentado pela expansão da carga tributária e não por investimentos. Essa é a avaliação do economista Raul Velloso a respeito do modelo adotado pelo governo brasileiro nos últimos anos. De acordo com ele, a voracidade na arrecadação tem como finalidade principal custear a estrutura física do Estado brasileiro, principalmente a Previdência Social, o funcionalismo público, o Legislativo, o Judiciário e o Ministério Público. O economista participou ontem de um seminário sobre desenvolvimento econômico promovido pela Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi). Pelas contas de Velloso, 67% dos gastos federais vão para pessoal; 41%, para o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS); e 26% para o funcionalismo. "Tirando a verba carimbada, na qual não se pode mexer, essa conta é paga com corte de investimentos e aumento de carga tributária. Isso é um modelo de desenvolvimento?", questionou o economista. Para ele, o INSS é um dos casos mais graves na estrutura federal. Ele destacou a proporção de contribuintes em relação a beneficiados. Até 1950, a cada oito brasileiros que paga-
O fôlego uma hora acaba. Chegará o dia em que uma nova mordida do leão será impossível. O cenário não é nada promissor. Raul Velloso, economista especializado em contas públicas. vam o instituto de previdência um recebia sua aposentadoria. Atualmente, essa proporção é de 1,8 para cada beneficiado. No caso do funcionalismo, a proporção entre ativos e inativos já é equilibrada: 1 milhão para cada lado. "Pagamos essa conta por meio do aumento da carga tributária. Mas até quando vai isso? O fôlego uma hora acaba. Chegará o dia em que uma nova mordida do leão será impossível. Não importa qual será o governo, mas o que ele fará. O cenário não é nada promissor", avaliou. Mínimo — Velloso defendeu a desvinculação do salário mínimo ao beneficio da Previdência Social. Ele ressaltou a influência política no valor. "Todo político quer repasse acima da inflação todos os anos. Atrelar a Previdência a esse patamar mínimo é um erro. Isso só ocorre no Brasil."
Velloso refutou a idéia de uma economia com sólidos fundamentos. Ele ressaltou o fato de o governo depender do superávit primário para defender o modelo econômico. "Esse superávit é mantido por meio de corte nos investimentos e aumento na arrecadação de impostos. No caso dos transportes, o investimento será de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), cerca de R$ 4 bilhões. O valor é irrisório, levando-se em conta o atual estado das rodovias federais", disse. Uma mudança para esse quadro, segundo o economista, só ocorrerá com um corte drástico de gastos no primeiro ano do próximo governo. O economista previu crescimento entre 3% e 3,5% do PIB neste ano. Expansão de 4% é impossível, na sua avaliação, já que os investimentos do governo federal na estrutura do País são inexistentes. O diretor do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Columbia, Albert Fishlow, que também participou do evento, disse que redução dos gastos públicos é uma das opções para a economia crescer sem a necessidade de aumento de impostos. Ele disse que somente uma taxa de investimento de 25% do PIB levaria o País a crescer mais de 4% ao ano. Davi Franzon
Espanhola Caixanova chega a SP
S
ão Paulo foi a cidade escolhida pela caixa econômica espanhola Caixanova, instituição privada que faz parte, junto com o Banco Gallego, do Grupo Caixanova, para a instalação de seu escritório de representação no Brasil, inaugurado ontem. No País, a Caixanova, uma das maiores caixas econômicas da Espanha, atuará no mercado de crédito corporativo, oferecendo financiamento para projetos de infra-estrutura a empresas pequenas, médias ou grandes. Além das brasileiras, a Caixanova pretende atender companhias espanholas e portuguesas interessadas em investir no País e as brasileiras que quiserem expandir atividades para o exterior. Segundo o presidente da Caixanova, Julio Fernández
Gayoso, o Brasil é peça-chave para ampliar a participação nas Américas, uma prioridade nas operações do grupo fora da Espanha. O executivo, porém, não fala em números quando o assunto é volume de recursos disponível. Hoje, 60% das operações de crédito da Caixanova, que somaram 12,08 bilhões de euros nos 12 meses encerrados em junho passado, se concentram em sua carteira corporativa. Do volume de negócios da Caixanova, que somou US$ 33,5 bilhões no ano passado, 13% vieram do exterior. "Queremos ampliar essa participação do mercado externo para 20% nos próximos três anos", diz. Com o novo escritório, localizado em um dos prédios às margens do Rio Pinheiros, a Caixanova faz sua estréia física
no mercado brasileiro. Antes, sua presença no País se deu por meio de aquisições de participações acionárias em empresas de setores específicos. A Caixanova é acionista da gaúcha Wobben, do segmento de energia; da Gomes da Costa, da área de conservas alimentícias; e da Tavez Santista Têxtil. A participação nessas companhias gira, em média, em torno de 4%. Com 2 milhões de clientes e 632 agências, das quais 466 espalhadas por Espanha, Portugal, Alemanha e Suíça, o grupo Caixanova prevê a abertura, neste ano, de uma filial em Buenos Aires, na Argentina. A Caixanova é a primeira caixa econômica espanhola autorizada pelo Banco Central do Brasil a operar no País. Roseli Lopes
Mantega afirmou que medidas para a construção civil ainda precisam ser aprovadas pelo presidente Lula
CVM: ordem é investigar vazamento
O
ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que a posição do Ministério é investigar e apurar responsabilidades no caso envolvendo o suposto vazamento, de dentro da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), de informações ligadas à reestruturação da operadora Telemar. "Os primeiros passos já foram muito positivos. O próprio diretor anunciou o caso", afirmou o ministro, referindo-se ao diretor Sérgio Weguelin, que pediu afastamento do cargo. Para o ministro, o caso não é preocupante. "Ao contrário, foi um exemplo de como deve funcionar o serviço público. Erros podem ser cometidos. O importante é que sejam apurados e coibidos", disse. Desagravo – Na avaliação do secretário-executivo da Fa-
zenda, Bernard Appy, a atuação da CVM foi exemplar. Em seminário comemorativo dos 30 anos da autarquia, ele não descartou a recondução do diretor ao cargo. O evento, de certa forma, se transformou em uma sessão de desagravo. Weguelin foi afastado temporariamente depois de revelar ter trocado mensagens pela internet com um investidor estrangeiro sobre o processo de reestruturação da Telemar. A troca de mensagens ocorreu um dia antes de a CVM divulgar parecer de orientação que mudou o rumo da operação com os papéis da operadora. "A conduta da CVM nesse episódio foi exemplar, de absoluta transparência. Abriu inquérito para investigar o motivo de um comportamento atípico do mercado", disse Appy, lembrando que a corretora
Hedging-Griffo já confirmou que foi responsável por boa parte das operações no dia que antecedeu a divulgação do parecer. "Isso não exclui a necessidade de todo o processo de investigação ser feito e levado a cabo", afirmou Appy. Ele também disse que Weguelin atuou "de forma exemplar" ao tornar pública a troca de mensagens. Além disso, pediu seu afastamento para não interferir nas investigações do caso. "Claramente existe a possibilidade de Weguelin retornar à autarquia. Eu não o conheço bem, mas, pelo pouco que conheço, me pareceu uma pessoa absolutamente correta e que jamais teria qualquer atitude que desrespeitasse as regras da CVM", disse. A autaquia tem a responsabilidade de fiscalizar as operações do mercado de capitais. (AE)
Cai projeção do mercado para o PIB
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mercado financeiro reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano de 3,5% para 3,2%. A queda captada em pesquisa semanal do Banco Central (BC) veio após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ter divulgado na semana passada que o PIB do segundo trimestre apresentou expansão de apenas 0,5%. Para o economista-chefe da GAP Asset Management, Alexandre Maia, as estimativas de aumento do PIB neste ano tenderão a oscilar entre um piso de 3% e um teto de 3,3%. "A oscilação das projeções, daqui para a frente, dependerá muito das novas informações sobre o nível de atividade da economia que forem divulgadas", disse o economista. Para 2007, as apostas do mercado financeiro para o ritmo de expansão da economia continuaram centradas em 3,5%. A hipótese de o PIB experimentar no próximo ano uma expansão de 4%, na opinião de Maia, é inexistente. Inflação – Com atividade econômica em baixa e câmbio comportado, a projeção para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano caiu pela terceira semana consecutiva e passou de 3,68% para 3,63%. O economista-chefe da GAP disse que não afasta a hipótese de a taxa básica de juros, a Selic, terminar o ano abaixo dos 14% ao ano. "Acho que o mercado vai esperar a divulgação da ata do Copom na próxima sexta-feira para ajustar suas estimativas para a Selic", afirmou Maia. (AE)
Factoring
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governo anuncia hoje um pacote para reduzir o custo dos empréstimos financeiros, o chamado spread bancário. Ele será composto basicamente de três medidas: a criação da "conta-salário", que permitirá às pessoas transferir seu salário de um banco para outro sem custos; a portabilidade das dívidas, que é a permissão para transferir empréstimos em andamento para outra instituição financeira que cobre juros mais baixos; e o chamado cadastro positivo. Uma parte do pacote para baratear os financiamentos à casa própria ficou para depois. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, elas estão prontas mas precisam ainda ser apresentadas ao presidente Lula. De acordo com fontes, a idéia é que o próprio Lula anuncie o pacote, faturando politicamente as medidas. A "conta-salário" não ataca diretamente o custo dos empréstimos, mas é uma forma de aumentar a competição entre os bancos e, dessa forma, forçálos a oferecer mais vantagens a seus clientes. Hoje, a maior parte dos clientes acaba con-
O que é Factoring?
É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com
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Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 5 de setembro de 2006
É melhor fazer um mau acordo do que manter uma boa briga. Jairo Saddi, coordenador do Ibmec Direito
LEI KANDIR: FUNDO PARA RESSARCIR EXPORTADOR
AUMENTO DAS IMPORTAÇÕES IMPULSIONOU A ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA ESTADUAL, QUE JÁ CRESCEU 8,3% NO ANO
SP ARRECADA R$ 3,7 BI EM AGOSTO
O
governo do Estado de São Paulo arrecadou R$ 3,763 bilhões em agosto, o que representa, em termos reais, um crescimento de 3,8% em comparação com o mês anterior e de 7% em relação ao mesmo mês de 2005. No acumulado do ano, a receita tributária apresentou aumento de 8,3% em relação a igual período do ano passado. Do total arrecadado em agosto, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) contribuiu com R$ 3,375 bilhões. Na comparação com julho, a arrecadação do imposto aumentou 2,2%. Em relação ao mês de agosto de 2005, a expansão foi de 5,4%. O recolhimento vinculado às importações foi o grande responsável pelo incremento do ICMS, representando 20% do total arrecadado no período. "A desvalorização do real frente ao dólar continua impulsionando a importação. Como a arrecadação proveniente dos importados entra
nos cofres públicos no ato do desembaraço, deu para sentir o aumento nos meses de julho e agosto", explica o assessor de política tributária da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz), Pedro Paulo Cardoso de Mello. Varejo –Além do aumento das importações, o comércio também tem contribuído para o bom resultado da receita tributária estadual. Até o final de julho, o valor pago pelo setor em impostos apresentou crescimento de 9,6%. Na indústria, a expansão foi menor, de apenas 5,6%, o que deixou a
arrecadação do setor atrás, até, do conjunto de atividades com preços administrados – combustíveis, energia e telecomunicações –, cujo crescimento ficou em 7,2%. IPVA – Já a arrecadação do Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor (IPVA) alcançou R$ 92,2 milhões em agosto, o que representa aumento real de 5%, na comparação com julho, e de 19,3%, em relação ao mesmo período de 2005. No acumulado do ano, a variação foi de 17,3%. De acordo com a nota técnica da Sefaz, a elevação da receita nos comparativos com o ano anterior pode ser explicada, principalmente, pelo aumento de preços dos veículos novos e usados e pela elevação da frota. O s d e m a i s t r i b u t o s , i ncluindo o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD) e as taxas e s t a d u a i s re p re s e n t a r a m R$ 295 milhões do total arrecadado no período. Márcia Rodrigues
Divulgação
Marcos Fernandes/LUZ
Moura, da Sefaz: atrito com contribuinte é comum
Solimeo, da ACSP: fiscais têm direito de se defender
LEÃO ARMADO PL permite porte para fiscais
Frente se mobiliza por Lei Geral O Gilberto Nascimento/ABr
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Frente Empresarial pela aprovação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas iniciou ontem as mobilizações para que a nova legislação seja votada ainda nesta semana. Mesmo com 20 medidas provisórias trancando a pauta no Congresso Nacional, o relator da matéria, deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PA), acredita que é possível concluir a votação nesse prazo. "O texto foi negociado com todas as lideranças, do governo e oposição. Só falta um acordo para que as medidas provisórias que precisam ser votadas antes liberem a pauta." Ontem, o acordo seria definido em plenária marcada para as 18 horas. Antes da reunião, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, disse que esperava que o governo retirasse os pedidos de urgência dos projetos de lei que deveriam ser votados após as MPs. Também afirmou que recebeu manifestações positivas
Hauly: é possível cumprir prazo
dos líderes com quem já havia conversado sobre a proposta de votar as MPs simbolicamente. Segundo André Spinola, do Sebrae, as faixas com frases pedindo a votação da Lei Geral já estão espalhadas por Brasília e o estande da Frente Empresarial pela aprovação da Lei Geral já havia distribuído, até ontem à tarde, mais de 2 mil folhetos explicativos sobre a importância da matéria.
Um dos empresários que chegou ontem à noite para participar das mobilizações é o vice-presidente da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis (Fenacon), Valdir Pietrobon. "Por atender as micros e pequenas empresas, os escritórios de contabilidade são o melhor termômetro para saber como andam as empresas do setor. A Lei Geral vem tentar salvar as pequenas empresas brasileiras do caos de altos impostos e burocracia do País", afirmou. Para o presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Alencar Burti, que também faz parte da Frente, é fundamental que a legislação seja aprovada nesta semana. "Será a única forma de diminuir o número de empresas informais no País, que já chega a 11 milhões. Há um esforço conjugado para a sua aprovação e isso não pode mais ser adiado", afirmou. (LI)
Fundo para compensar o ICMS
O
governo iniciou ontem uma ofensiva para tentar resolver um dos problemas mais graves para as empresas exportadoras: a dificuldade de receber dos Estados os créditos tributários originados pela isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre as exportações determinada pela Lei Kandir. Em reunião com representantes de entidades empresariais, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, apresentou uma proposta de criar um fundo para compensar diretamente os exportadores pelo ICMS pago nas operações. A proposta, que vem sendo chamada de Fundo Especial de Ressarcimento das Exportações, não é respaldada, porém, pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que representa os estados, nem pelos empresários. O fundo seria criado por uma emenda constitucional e formado com os R$ 3,9 bilhões previstos no Orçamento de 2007 para as compensações da Lei Kandir, adicionados de recursos obtidos de uma parcela do ICMS cobrado nas importações. (AE)
s tempos de violência e ameaças não perdoam os agentes do fisco. Na primeira quinzena de agosto, um fiscal de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, participava de uma ação de fiscalização de adulteração de combustíveis, quando ouviu a ameaça: "Pare de mexer com postos. Meu nome é Carlinhos do PCC" . No dia seguinte, a vítima foi a mulher dele: "Já tenho um caixão preparado para você e sua família. Pare de mexer com postos". Com base em casos como este, tramita no Congresso Nacional o projeto de lei n° 6.404/05, que tem como objetivo liberar o porte de arma para fiscais das fazendas estaduais, previdenciários, do trabalho e oficiais de justiça. O projeto, de autoria do deputado Nélson Pellegrino (PTBA), já foi aprovado pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, da Câmara dos Deputados. A Lei n° 10.826/2003, que dispõe sobre o registro, porte e comercialização de armas de fogo, permite que técnicos e auditores-fiscais da Receita Federal usem revólveres. Segundo Pellegrino, fiscais estão sempre sob ameaça. "Por isso, elabora-
mos o projeto e queremos vê-lo aprovado. Não haverá risco para o cidadão porque o agente só vai usar a arma depois de fazer os cursos e exames previstos em lei", defende. Para o presidente da Federação Nacional do Fisco Estadual (Fenafisco), Rogério Macanhão, a categoria vem trabalhando para que o projeto seja aprovado porque a carreira do fiscal é de alto risco. "Há um mês, um fiscal de Roraima foi depositar a arrecadação de impostos no banco, foi assaltado e roubaram todo o dinheiro. Se tivesse uma arma, a situação poderia ter sido evitada", acredita. De acordo com o delegado da Diretoria de Administração Tributária (Deat), da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz), Antônio Carlos de Moura Campos, no caso do fiscal de São José do Rio Preto, foi colhida amostra do produto, foi enviada para o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e o resultado foi de adulteração. "O procedimento foi correto. O problema é que, mesmo tratando bem o contribuinte e seguindo os procedimentos devidos, cria-se atrito porque o profissional do ramo de combustíveis pode ter a inscrição estadual cassada e será impedido atuar no mercado por cinco
anos", explica Moura. O delegado também conta que, durante a Operação Ventania, desencadeada para reprimir o comércio irregular de produtos de informática na Santa Ifigênia (centro de São Paulo), um delegado recebeu dois telefonemas anônimos dizendo que iriam explodir uma bomba no local. "Além disso, no ano passado, uma equipe estava executando uma busca e apreensão e veio um helicóptero com vôos rasantes, tirando fotografias de quem estava lá embaixo", lembra. Aprovação – A Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Previdência Social (Anfip) é favorável ao projeto. Segundo Ovídio Palmeira Filho, presidente da entidade, a atividade do fiscal previdenciário muitas vezes contraria os interesses econômicos dos empresários. "Já soubemos de diversas agressões contra auditores no serviço", diz Palmeira. A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) também vê com bons olhos a proposta. "Fomos favoráveis ao comércio de armas quando a matéria foi discutida em referendo e acreditamos que os fiscais têm o direito de se defender", afirma Marcel Solimeo, diretor da ACSP. Laura Ignacio
Saindo do banco dos réus
O
s bancos parecem estar dispostos a mudar de posição – hoje 5º lugar – no ranking dos maiores clientes do Poder Judiciário. Um levantamento feito pelo centro de estudos Ibmec Direito mostra que grande parte das 350 mil ações – cerca de 40% do total em curso na Justiça –, que questionam algum erro cometido pelas instituições financeiras terminam em acordo. "Há uma cultura se disseminando tanto nos bancos como em outros setores de que é melhor fazer um mau acordo do que manter uma boa briga. Afinal, o impacto mercadológico do conflito é muito negativo", diz o coordenador do Ibmec Direito, Jairo Saddi. De acordo com o levantamento do centro de estudos Ibmec Direito, do total das ações ajuizadas para questionar a cobrança indevida – matéria que representa 48% dos processos –, 56% acabam em acordo entre as partes. O estudo também mostra que 95% dessas ações pedem reparação do débito equivocado e indenização por danos morais e materiais. Fraudes – As fraudes nas contas de clientes, como a re-
tirada de dinheiro de forma indevida, aparecem como a segunda maior causa para o ajuizamento de ação judicial contra os bancos, com 15% do total de processos. De acordo com o Ibmec, 53% delas são encerradas com negociação. Na seqüência aparecem as ações revisionais, com 11% dos processos, questionando a cobrança de juros exorbitantes ou cancelamento de cláusulas contratuais que tratam da correção de valores pendentes. Nesses processos, em 80% dos casos, o autor pede indenização por dano moral decorrente da "cobrança indevida". Dessas, 52% são finalizadas antes do julgamento.
Plano Collor – Os planos econômicos também são alvos de processos envolvendo os bancos, representando 7% do total que vai parar na Justiça. As ações cobram a diferença entre a correção realizada e a que deveria ser aplicada nas contas de poupança existentes quando os planos – Collor I, Collor II, Bresser e Verão – entraram em vigor. A metade é resolvida com acordo. O estudo ainda aponta que 9% das ações questionam duplicatas frias, originárias de protesto ou negativação indevidos. Já os problemas com cartão clonado ou fraudes eletrônicas somam 6% do volume de processos. (MR)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 5 de setembro de 2006
Indicadores Econômicos
7
4,3
por cento é a taxa acumulada pelo Custo Unitário Básico (CUB) da construção civil nos 12 meses encerrados em agosto, segundo o Sinduscon.
4/9/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 31/08/2006 31/08/2006 31/08/2006 31/08/2006 31/08/2006
P.L. do Fundo 8.467.319,66 1.431.660,98 7.542.443,50 11.046.164,20 1.218.157,00
Valor da Cota Subordinada 1.176,351671 1.077,474026 1.146,545130 1.043,151109 1.061,969840
% rent.-mês 3,9668 2,1931 2,2902 -5,6697 0,9072
% ano 20,4080 7,7474 14,6545 4,3151 6,1970
Valor da Cota Sênior 0 1.076,246580 1.088,631141 0 0
% rent. - mês 1,2658 1,3793 -
% ano 7,6247 8,8631 -
rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
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Nacional Empresas Agronegócio Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 5 de setembro de 2006
HOLAMBRA DETÉM 40% DA PRODUÇÃO DO PAÍS
Custo das mudas de gérberas caiu de R$ 4 para R$ 2,50, com investimento em pesquisa.
Marcos Peron/Virtual Photo
PESQUISA CRIA CORES NOVAS PARA FLORES Rosas e cravos verdes e gérberas em diversas tonalidades são algumas das novidades que estão sendo apresentadas na Expoflora em Holambra.
A
professora de Taubaté Luzia Meirelles de Almeida suspirou emocionada ao entrar no pavilhão de exposição de flores da Expoflora 2006, que vai até o dia 24 de setembro em Holambra, no interior de São Paulo. Espantou-se com as cores, as formas, a poesia e a paz que as flores e plantas transmitem. O que a professora não sabe é que o que a encanta aqui no Brasil é apenas a ponta de um processo tecnológico de última geração patrocinado por milhões de euros em grandes conglomerados de pesquisa da Europa, principalmente na Holanda. Hoje, de acordo com o coordenador-geral da Expoflora, Paulo Fernandes, as pesquisas estão voltadas basicamente para o desenvolvimento de novas cores para flores. Também há estudos para intensificar as cores e aromas. A própria exposição de Holambra traz como novidades rosas e cravos verdes, além de uma série de novas cores para gérberas. "O mercado de flores no mundo é muito intenso. Por isso, os investimentos na criação de novas plantas e flores. Apesar de o mercado brasileiro ainda ser tímido em comparação ao europeu, também investimos no desenvolvimento de novos produtos", observou o coordenador do evento. Gérberas – No Brasil, o desenvolvimento de novas plantas e cores para flores ainda está no início. Mas, de acordo com o maior produtor de gérberas de Holambra, Guilherme Hendrikx, a cada passo que o País dá na própria geração de novas plantas o produto fica mais barato. "Quando tinha que importar mudas de gérberas da Holanda, pagava R$ 4 cada uma. Hoje, temos algum desenvolvimento aqui e consigo pagar R$ 2,50 por elas. Além disso, as plantas desenvolvidas no Brasil já estão aclimatadas", disse o produtor. Originalmente, as gérberas existem em todas as cores, do branco ao intenso vermelho,
com mais de 20 tonalidades diferentes. O desafio é criar novas cores das pétalas e do miolo, combinando tons diferentes das duas áreas da planta. Quando tem de importar uma cor diferente, Hendrikx diz que faz a encomenda de apenas 200 mudas. Com esse volume, ele consegue realizar os testes de adaptação e faz avaliações de mercado. "A aceitação das novidades é muito grande no povo brasileiro. O problema é o preço no ponto final de venda", observou o produtor. A produção atual de gérberas é de 35 mil mudas por ano. Com isso, ele coloca no mercado, por semana, 2 mil caixas de quatro dúzias. Cada dúzia sai, em média, a R$ 3,50. Para o consumidor final, esse preço pode subir até cinco vezes. O processo de testes de adaptação e mercado de uma nova planta no sítio de Hendrikx dura dois anos. Holambra detém 40% do mercado nacional de flores de corte e em vasos. Também é responsável por 80% das exportações para a Europa e Estados Unidos. É a principal desenvolvedora e importadora de novos produtos. Essa vitrine, hoje com centenas de espécies à disposição dos consumidores, é o resultado de um trabalho intenso, já que há 25 anos o mercado brasileiro contava com apenas três opções: rosas, crisântemos e palmas. Novas cores não são atrativos somente para os consumidores. São novos instrumentos de criação para paisagistas e decoradores. Isso está demonstrado na Exploflora, na área de exposição de flores. O espaço, de 720 metros quadrados, foi dividido em 23 ambientes pelos decoradores Jan Willen van der Boon e Jéssica Drost. "O trabalho na exposição de Holambra é mostrar para as pessoas o que pode ser feito na combinação e distribuição espacial das novas flores desenvolvidas nos laboratórios", disse Boon. Mário Tonocchi
Tamancos holandeses são pendurados em uma árvore todos os anos
Roupas típicas fazem parte da tradição da festa das flores
Arranjo com rosas verdes
Matizes diferentes de gérberas chamam a atenção para a espécie
As novas cores são o ponto forte
Novidades na mostra de paisagismo Marcos Peron/Virtual Photo
A
lém das novidades em flores, cores, plantas e arranjos, a mostra deste ano em Holambra também investe na integração entre os ambientes residenciais e a floricultura. A segunda mostra de paisagismo cresceu 40% em tamanho em relação ao ano passado. São 19 espaços distribuídos em 4,5 mil metros quadrados, com interferência e, principalmente, sugestões aos visitantes para garagens, adega, espaço gourmet, oficina para hobbies, fitness e até um ambiente especialmente desenvolvido para a prática de Tai Chi Chuan. Garagem – No espaço destinado a guardar os veículos, a decoradora Mônica Leal lançou mão de um novo conceito que une a destinação original a novas atividades, como lazer, esporte e trabalho. Nesse espaço, ela desenvolveu atividades relacionadas com o Grupo Rosa e Amor, uma instituição voltada para a conscientização
Proposta de ambiente para jardim com piscina na Expoflora
das mulheres quanto à prevenção do câncer de mama. O projeto inclui materiais recicláveis, como o piso de pneus da Braston que reveste a passarela para pedestres e a vaga para os veículos. Hobby – Já o ambiente criado por Rosana Negreiros e Francisco Almeida insere uma oficina de jardinagem e de artesanato em um jardim. A pro-
posta é oferecer uma saída do estresse do mundo moderno inspirando o talento e a criatividade. Para isso, segundo Rosana, a opção foi o contraste entre revestimentos em tons neutros, o colorido das plantas e a riqueza de detalhes do artesanato. Engenheira agrônoma com especialização em gestão ambiental, Rosana disse que optou por matérias de baixo
Mario Miranda/LUZ
Dívidas de produtores rurais com o setor privado superam R$ 6 bilhões
A
dívida dos produtore s ru r a i s , a p e n a s com empresas fornecedoras do setor privado, supera os R$ 6 bilhões, o maior volume já registrado. E é a região Centro-Oeste que puxa o ranking da inadimplência rural no País. Cerca de 56% do valor total dessa dívida são acumulados entre o Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, estados que enfrentam graves problemas de infra-estrutura de logística e com pragas, como a ferrugem que atinge a soja, principal cultivo
da região. Em algumas localidades, como Primavera do Leste, no Mato Grosso, o custo da produção acrescido da dívida que os produtores locais contraíram com o setor privado inviabiliza o plantio. Hoje, o produtor de soja de Primavera do Leste está plantando para colher um prejuízo de R$ 347 por hectare em 2007. Os dados são parte de um levantamento feito pela consultoria Agroconsult a pedido da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). No estudo não entram os dé-
bitos com as instituições financeiras, apenas a inadimplência com os principais segmentos fornecedores de insumos e serviços para a cadeia produtiva (fertilizantes, agrot ó x i c o s , s e m e n t e s e t r ading/indústrias). Com os bancos, a estimativa é de que as parcelas prorrogadas da dívida de custeio somem R$ 6,7 bilhões. O diretor da Agroconsult, André Pessoa, considera esta a fase mais crítica para o setor rural desde 1995, quando planos de securitização foram lançados para tentar renegociar as dívidas agrícolas. "Naquela época, as dívidas eram concentradas nos bancos. Agora, há risco de estrangulamento dos fornecedores de insumos", disse. Entre as safras de 2004 e 2006, a dívida acumulada com o segmento de defensivos
André Pessoa: risco agora é de a crise chegar nos fornecedores
agrícolas supera R$ 3,6 bilhões. O débito já equivale a um terço do faturamento anual do segmento, que é próximo de R$ 9 bilhões. A inadimplência nesse nível sinaliza redução da capacidade de financiamento do segmento
para as safras futuras. Com a indústria de fertilizantes, que costuma oferecer R$ 3 bilhões ao ano em financiamentos de longo prazo (os passíveis de inadimplência), a dívida é de R$ 1 bilhão. As indústrias desse segmento prevêem redu-
impacto para o meio ambiente e que divulga a idéia do uso dos recursos naturais de forma consciente para obter uma melhor qualidade de vida. No espaço, os móveis são feitos com madeira de demolição e, no revestimento das paredes, foram usadas tintas à base de terra e com pigmentos naturais não-tóxicos. No paisagismo, foram usados fórmio, hibisco, bambus, cactos, suculentas e floríferas. Águas – Por sua vez, o ambiente Canto das Águas, do paisagista Emerson Steinberg e da arquiteta Carol Ribeiro, é um local de contemplação, tranqüilidade e paz. A proposta é mostrar que é possível fazer as pessoas pararem, sentarem, admirarem e escutarem a água correndo entre as pedras e plantas, mesmo em pequenos espaços. Os materiais naturais e rústicos ajudam a dar vida e natureza ao ambiente, assim como as plantas e flores, nativas da mata tropical. (MT) ção de 4,8% no consumo de adubo em relação à safra passada. A estimativa do segmento é fechar o ano distribuindo 19,2 milhões de toneladas, frente às 20,1 milhões de toneladas de 2005. No caso da cadeia logística, o débito que os produtores têm com o segmento chega a R$ 1,1 bilhão. Com as empresas fornecedoras de sementes, a dívida bate os R$ 3,7 milhões. O produtor de soja é o maior devedor do setor privado, com mais de R$ 4,2 bilhões em débitos, 70% do valor total. Os principais produtores da soja estão no Centro-Oeste, hoje uma região com custos que inviabilizam a produção, e no Sul do País, que enfrentou forte seca. Os produtores de algodão (R$ 755 milhões) e milho (R$ 523 milhões) aparecem em seguida como maiores devedores. Renato Carbonari Ibelli
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 5 de setembro de 2006
Informática
A GANGUE DAS
MÁQUINAS Os cybercrimonosos entram em uma empresa pelos lugares mais inusitados Por Rachel Melamet
A INOCENTE INTERFACE DO CYBER CRIME
A
tecnologia avançada está transformando periféricos aparentemente inofensivos, como impressoras e vending machines, em armas sofisticas usadas por criminosos virtuais para saber tudo que se passa nas empresas.
Na próxima página, veja os conselhos de especialistas para proteger a sua empresa
q u e t ê m em comum uma impressora, uma máquina de vender salgadinhos e refrigerantes, um smartphone, um elevador de última geração e um osciloscópio monitorando um doente numa UTI hospitalar? Todos eles têm um sistema operacional, estão conectados a uma intranet ou à internet e podem ser usados por cybercriminosos para invadir a rede de uma empresa, contaminá-la com vírus e outras pragas virtuais, tirar um site do ar, roubar dados, senhas e chantagear executivos e empreendedores. É assustador. E, infelizmente, verdadeiro. Em 2006, o volume de dinheiro arrecadado com o crime virtual em todo o mundo deve superar o obtido com o tráfico de drogas, segundo levantamento realizado pelas agências de segurança do governo dos Estados Unidos. Os dados foram passados a 200 executivos da área de Tecnologia e Segurança da Informação que participaram no final de agosto, no Rio de Janeiro, do Security Day promovido pela norte-americana Internet Security Systems (ISS), pioneira no setor de software de segurança e uma d a s m a i o re s e m p re s a s d o mundo em soluções de proteção da informação. Estiveram no Brasil para o evento, que também ocorreu em Brasília, o vice-presidente de Desenvolvimento Corporativo e Estratégia da ISS, Tim McCormick, e Stephen Jenks, gerente da X-Force, uma forçatarefa de "hackers do bem" mantida pela ISS para estar sempre "à frente das ameaças", que é o lema da companhia. Salgadinho perigoso - Numa exposição bem-humorada, Jenks deixou CIOs e especialistas de queixo caído ao contar que todos os sistemas informatizados de um moderno edifício podem ser invadidos por crackers, equipados apenas com um laptop ou smartphone (quem suspeitaria desses equipamentos em um prédio de escritórios?), a partir de um elevador "inteligente", que disponha de um sistema operacional para efetuar serviços vistos como de "cunho social" — atender a comando de voz para auxiliar na locomoção de deficientes visuais, por exemplo. Aquela inocente máquina que vende salgadinhos, refrige-
rantes ou livros de bolso e está sempre abastecida, para alegria dos consumidores, também possui um sistema que permite que ela se comunique automaticamente, geralmente via web sem fio, com a empresa responsável pelo seu reabastecimento, para enviar avisos sobre itens que estão acabando em seu estoque. "Será que os responsáveis pela segurança da informação nessa empresa se lembraram que essa máquina instalada em um bairro distante ou no metrô está em comunicação direta com a companhia? Se eles esqueceram, já era", observa o comandante da X-Force. Má impressão - Outro perigo para empresas de qualquer porte são as impressoras. Por motivo de economia, é cada vez mais frequente que uma impressora esteja conectada à rede interna para permitir o uso partilhado por diversos desktops ou departamentos. As modernas máquinas de imprimir têm monitores e teclados que permitem buscar documentos em qualquer arquivo virtual da companhia. "Por que um funcionário mal-intencionado, por exemplo, iria tentar copiar um documento sigiloso por meio de um computador, se pode fazer isso direto na impressora usando apenas uma senha roubada? Desse modo, centenas de outros usuários poderiam também ser suspeitos", comenta Stephen Jenks. Vermes no hospital - Até onde nem se imagina, os invasores estão à espreita. Jenks lembrou o caso de um hospital que teve seu sistema invadido por um verme virtual. Descobriuse mais tarde que esse verme entrou na rede por meio de um osciloscópio (máquina que monitora batimentos cardíacos e outras funções vitais do paciente). Basta ao cracker um laptop, um smartphone ou um handheld com Bluetooth e um monte de más intenções, que podem ir desde ler a ficha médica dos pacientes a modificar valores de contas. "Esses são apenas alguns exemplos de falhas de segurança que tiram o sono dos cerca de cem engenheiros da XForce espalhados pelo mundo", disse o executivo. Terceira geração - Segundo Jenks, o mundo enfrenta agora a terceira geração dos ataques virtuais. "Primeiro vieram as invasões pelo puro prazer dos crackers em invadir e quebrar as proteções dos sistemas. Depois vieram as pragas propriamente ditas, como vírus, worms, cavalos de tróia e também os simples aborrecimentos, como spams. " Agora, segundo o especialista, "temos tudo isso junto mas acrescido de malícia para roubar dados e cometer crimes severos, por meio de scams (sites falsos) fishing (roubo de identidade), programas espiões. Não há mais um padrão definido. E sem padrão a detecção e a proteção ficaram muito mais difíceis". De olho na VoIP - O crescen-
te mercado de telefonia via web, baseado em Voz sobre Protocolo de Internet (VoIP), é uma das principais preocupações da X-Force da ISS. Há mais de um ano, a empresa têm dois engenheiros que se dedicam exclusivamente a tentar invadir redes por onde trafegam pacotes de voz e dados, em busca de vulnerabilidades na transmissão das conversas, mesmo que disponham de criptografia. "Já detectamos casos de 'sequestro' de identidades de executivos via VoIP. Os crackers conseguem invadir a rede IP, desviar o número do telefone virtual e, quando alguém liga para o dono do número, o criminoso se faz passar pela pessoa e pode até fechar negócios e enviar documentos supostamente certificados, tudo sem sair da frente do computador e de forma totalmente anônima", relatou Stephen Jenks.
1 Toda entidade, comercial ou não, ligada à internet está sob ameaça. O último atacado foi o PT do candidato Luiz Inácio, cujo site foi invadido por hackers no fim de semana.
O ladrão entra na sua loja pelo computador
Site do PT anti-PT, obra de crackers. Um comício anti-Lula foi feito no site do PT, invadido pela 3ª vez por crackers. Página 3
O ladrão de dados, senhas, segredos e contas bancárias entra em lojas e indústrias por portas inusitadas, como a impressora em rede, alguns elevadores, a telefonia virtual e até máquina de vender refrigerantes. Informática
Orkut ajuda a polícia Em Logo
James Yang/Corbis
Ano 81 - Nº 22.206
São Paulo, terça-feira 5 de setembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h45
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
Arrecadação estadual cresce 8,3% Com aumento de exportações, mais impostos foram recolhidos. Só em agosto, R$ 3,7 bilhões entraram para os cofres da Receita de São Paulo. E 6 Maurício Lima/AFP
Graeme/Parkes/AFP
Marcos Peron/Virtual Photo
Sem greve nem demissão
A nova paleta das flores Rosas e cravos verdes, gérberas de várias tonalidades... Holambra cria cores de laboratório. E 8
Sindicato e direção fazem acordo e recomeçam negociações para reestruturar a Volks. E 4
Milton Mansilha/LUZ
Celso Junior/AE
Idéias a todo vapor
Conselho de Ética da Câmara, presidido por Ricardo Izar (foto), sorteou relatores dos processos de cassação. Página 8 HOJE Parcialmente nublado Máxima 19º C. Mínima 08º C.
AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 20º C. Mínima 07º C.
Domador de crocodilos morre atacado por uma arraia O zoólogo Steve Irwin, 44 anos, apresentador de TV australiano famoso por enfrentar ferozes crocodilos, morreu ontem com o aguilhão de uma arraia cravado no coração. C 4
DC
Sanguessugas: investigação final
Célia Jaber de Oliveira e sua alisadora de roupas (foto). Aposta no planejamento. E 1
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6748-5627 (Itaquera) 6749-5533 (Artur Alvim)
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 5 de setembro de 2006
Suzane foi transferida de presídio por usar internet
S
uzane von Richthofen, de 22 anos, foi punida com a transferência para a Penitenciária Feminina de Ribeirão Preto, de regime comum, porque estava "envolvida" e era beneficiada com regalias e privilégios concedidos pela diretora de segurança e disciplina do Centro de Ressocialização de Rio Claro – a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) não divulgou o nome da diretora. Suzane usava o computador da unidade para se comunicar pela internet com amigos e obter notícias sobre o mundo exterior. A SAP divulgou, na tarde de ontem, uma nota de esclarecimento sobre a transferência da jovem, condenada por planejar e participar das mortes de seus pais, Manfred e Marísia von Richthofen, em outubro de 2002. Ela teve a ajuda dos irmãos Daniel (seu namorado à época) e Christian Cravinhos. Suzane foi transferida, na noite de sábado, do Centro de Ressocialização de Rio Claro para a Penitenciária Feminina de Ribeirão Preto. Nota – De acordo com a nota divulgada pela SAP, a transferência da jovem "foi motivada pelo envolvimento da diretora de Segurança do Centro de Ressocialização de Rio Claro com a presidiária". Segundo a nota, a diretora permitia que Suzane usasse o computador, privilégio não concedido às outras presas, o que teria irritado as outras detentas e motivado a transferência, por motivos de segurança. A secretaria, por meio do documento, negou que Suzane tivesse se machucado no trabalho que realizava no presídio e afirmou não haver qualquer reclamação da presa. Logo que voltou para a cadeia, em 22 de julho, Suzane começou a trabalhar fabricando prendedores de roupa. Depois, ela passou a ajudar no setor administrativo e a fazer caixinhas de papelão. Ainda segundo a nota oficial, a SAP "determinou o afastamento da diretora de Segurança e Disciplina, bem como instauração de procedimento administrativo disciplinar, para apurar o grau de envolvimento e a responsabilidade da funcionária no caso". Condenação – Suzane foi condenada a 39 anos e 6 meses de prisão, mesma sentença dada a Daniel Cravinhos. Ambos foram acusados pelo promotor Roberto Tardelli, em julho último, durante o julgamento do caso, de serem os responsáveis pelo planejamento do assassinato. O irmão de Daniel, Christian, participou do crime e foi condenado a 38 anos e 6 meses de prisão. Os irmãos Cravinhos cumprem pena no interior. casal Richthofen foi assassinado com barras de ferro enquanto dormia. Os três deixaram o irmão de Suzane, Andreas, em uma lan house antes de praticar o crime. Ele tinha 15 anos na época. A Penitenciária Feminina de Ribeirão Preto, onde Suzane está agora, fica no Parque Ribeirão Preto. O prédio era uma cadeia masculina mas, após a sua degradação e a construção de um Centro de Detenção Provisória (CDP) e de uma penitenciária, foi reformado e transformado em Penitenciária Feminina. (AE)
1 A expectativa é de que documentário atraia novos turistas, atingindo um público de mais de 16 milhões de pessoas na América Latina.
São Paulo mostra sua face cordial Programa no "The History Channel" mostra uma cidade hospitaleira e com muita opção de lazer. Idéia é atrair turistas. Vanessa Rosal
Paulo Pampolin/Hype - 15/07/2004
A
capital financeira e cultural do Brasil está cada vez mais internacional. São Paulo da garoa, dos museus, dos espetáculos, da gastronomia e da miscigenação está sendo desvendada por países da América Latina e Caribe desde o último domingo. Pela primeira vez, uma campanha publicitária conta os segredos e a história da cidade para estrangeiros que para cá viajam a trabalho. Desenvolvido pela São Paulo Turismo (SP Turis) – empresa de eventos e turismo da cidade – o projeto ganhou espaço nobre na programação do The History Channel, canal por assinatura voltado a documentários históricos. Com uma hora de duração, o programa mostra as principais ruas, igrejas e pontos turísticos da capital paulista. "São Paulo é turismo Cidade do trabalho também tem lazer: parque do Ibirapuera é um dos pontos de destaque mostrados no documentário do "The History Channel" urbano. Nossa praia é a cultura", Paulo Pampolin/Hype - 17/01/2006 afirma o podem ter início de manhã e Simpatia – Entre as presidente atrações consideradas os terminar de madrugada, da SP Turis, encontram-se Um dia pelo principais pontos turísticos Caio Luiz de pela população estão o Centro, Um dia ao ar livre e Um Carvalho. Parque do Ibirapuera, o dia pelas Belas Artes. De acordo Museu do Ipiranga, a avenida Com previsão de 15% de com os Paulista, o Museu de Arte de crescimento para o setor organizaturístico na capital paulista São Paulo (Masp) e o Teatro dores, a em 2006, a São Paulo Turismo Municipal. A variedade e expectativa é estima que o projeto completo qualidade em opções de que a gastronômicas possa injetar até divulgação R$ 200 milhões também são de São Paulo reconhecidas por ano na por uma economia da como peculiares perspectiva em relação a cidade, de bom gosto podendo gerar outros destinos São Paulo é atraia novos no Brasil. quase 65 mil turismo urbano. turistas, Pesquisa postos de Nossa praia é a atingindo trabalho. Os sobre gentileza e cultura. um público bons modos dados são Armando Fávaro/AE - 02/04/2002 de mais de 16 baseados em realizada pela Caio Luiz de O vale do milhões de revista Reader’s estudos da Anhangabaú Carvalho, pessoas nos O rg a n i z a ç ã o Digest e (acima) e a presidente da países da publicada no Mundial do avenida SP Turis América Turismo (OMT). jornal londrino Paulista, com o Latina. Em The Times, um Cada US$ 7 mil Museu de Arte 2005, São do turismo cria e dos principais de São Paulo: Paulo da Inglaterra, aponta São mantém um posto de trabalho dois pontos recebeu cerca por ano. Paulo como a cidade mais com potencial de nove cortês da América Latina. No Além de ser uma cidade para segurar milhões de ranking mundial, a capital voltada para o Trabalho, "São os turistas visitantes. Paulo é também o maior paulista aparece na quinta na cidade. Para este colocação, com 68% dos centro de entretenimento do ano, com a País". Dessa forma, o votos, atrás de Nova York, ajuda do Zurique, Toronto e Berlim. A executivo estrangeiro pode projeto, a ser convidado a ficar mais simpatia da cidade também previsão é que a cidade receba programa já foram tempo para conhecer todos os contribui para que o turista investimento para a 11% a mais de turistas. programas, inclusive de negócios prorrogue a sua confirmadas para o veiculação do documentário Estímulo – Um dos visita e se torne um turista voltando mais vezes no exterior foi de R$ 160 mil. próximo dia 15 e para os principais objetivos da com a família. de lazer. dias 15 de outubro, 5 de "Com certeza teremos um campanha publicitária, criada novembro e 10 de retorno muito maior", afirma pela agência MPM dezembro, sempre às nove Longobardi. Propaganda, é estimular o horas da noite. Previsão – De acordo com a turista de negócios a O documentário possui SP Turis, a veiculação dos prorrogar sua estadia para quatro blocos. Nos comerciais sobre a capital Wadih Helú - Waldir Helú aproveitar toda a gama de intervalos, um comercial de paulista no canal The History entretenimento que a trinta segundos, também Channel faz parte do projeto metrópole oferece. Por ano, a sobre a cidade de São Paulo, São Paulo – Fique Mais um Dia, cidade realiza 90 mil eventos, é veiculado. Segundo o desenvolvido pela empresa Escritórios: o que totaliza um a cada diretor de marketing e com o intuito de aumentar o Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 seis minutos. vendas da São Paulo turismo de lazer. Se o turista Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 O trabalho sobre São Paulo Turismo, Milton ficar mais tempo na cidade, Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407 exibe depoimentos de ilustres Longobardi, o turista de aumentará seu gasto médio, moradores da cidade como negócios em São Paulo melhorando as taxas de Tom Zé, Arrigo Barnabé, gasta por dia US$ 200. ocupação hoteleira aos finais Arnaldo Antunes e José "Se multiplicarmos esse de semana. Miguel Wisnik e destaca o valor por mais um dia que a Além da divulgação Centro Velho da cidade: a internacional pela TV a cabo, pessoa fique se divertindo Catedral da Sé, o Teatro na cidade, conseguiremos a SP Turis criou um guia de Municipal e o Pátio do um acréscimo roteiros com a duração de um Colégio. Reprises do considerável", diz. O dia. Entre as atividades, que
ADVOGADOS
Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária
Paulo Pampolin/Hype - 09/12/2004
Avenida Paulista, centro financeiro da capital do estado, integra circuito voltado para o turista de negócios
2
Segurança Proteção Va r e j o Pagamentos
DIÁRIO DO COMÉRCIO
ETIQUETAS ELETRÔNICAS AINDA ESBARRAM NO PREÇO
A GANGUE DAS
MÁQUINAS
Rachel Melamet
Tim McCormick e Stephen Jenks, da ISS: indenização nunca precisou ser paga.
terça-feira, 5 de setembro de 2006
om 12 mil clientes em todo o mundo, sendo 600 no Brasil, entre os quais 19 dos 20 maiores bancos e cinco dos maiores grupos de telecomunicações, a Internet Security Systems confia tanto no seu taco que oferece uma compensação em dinheiro – US$ 50 mil – a seus usuários que forem afetados por alguma falha ou praga virtual já conhecida. "Desde que iniciamos as operações, em abril de 1994, nunca pagamos essa indenizaç ã o " , o r g ulha-se o vicepresidente de D e s e nv o l v im e n t o C o rporativo e Estratégia da ISS, Tim McCormick. O sucesso da terceirização dos sistemas de segurança de TI por meio dos modelos oferecidos pela ISS devese, segundo McCormick, à economia nos gastos com tecnologia e mão-de-obra especializada e à tranquilidade que o monitoramento à distância permite, especialmente para pequenas e médias empresas. "Em termos de segurança de redes, é muito comum que o dono da empresa saiba, no má-
RFID
PROTEÇÃO Terceirização traz economia e tranqüilidade ximo, o que é antivírus e firewall", diz o executivo. "É comum também que as empresas não tenham instalado todos os produtos de segurança adquiridos nos últimos anos, seja por não possuir equipe ou por-
que esta náo tenha capacitação para gerenciar a solução". As soluções de softwares e equipamentos da ISS, além do monitoramento 24 horas, 7 dias por semana, podem gerar economia superior a 50% nos
Rachel Melamet
m pequenos estabelecimentos comerciais dos Estados Unidos, o uso de etiquetas com microtransmissores de rádio (RFIDs) mostra casos isolados de sucesso, especialmente em redes de médio porte, como postos de gasolina e lojas de conveniência. Outros tipos de estabelecimento ainda mostram uma baixa taxa de adoção da tecnologia, na maior parte dos casos devido ao preço de implementação dos sistemas. No estado da Carolina do Norte, a rede de postos de combustível Wawa adotou um sistema de cartões de pagamento com RFIDs. Basta o consumidor aproximar o cartão da bomba de gasolina para efetuar a transação. Não é necessário contato direto, assinatura ou mesmo digitar números. Os cartões foram criados pelo Chase Bank U.S.A. para os
gastos com segurança da informação, além de evitar investimentos em recursos e tecnologia adicional e reduzir perdas porque o sistema ficou for a do ar. "Existem coisas que não podem ficar fora do ar, como servidores e e-mail, porque os prejuízos são enormes", observa McCormick. Sempre no ar – Para quem tem comércio e serviços que dependem do bom funcionamento de um site na internet, a estabilidade e a rapidez são o principal objetivo da segurança operacional. A Gol Linhas Aéreas, que faz 50 vôos diários para 50 destinos, tem operações (escritórios, lojas, aeroportos) em todo o Brasil e América do Sul, vende 81% das passagens via web. Não pode ficar fora do ar virtual nem um minuto pois perde receita na hora. "Com a solução Site Protector, em caso de problemas num PC essa solução nos permite atualizar todo o sistema da Gol em outro computador em apenas 30 segundos. E todos os dados financeiros dos clientes são criptografados duas vezes ao efetuarem as transações", conta Alexandre Sieira, da Cipher, parceira da ISS no projeto de segurança da Gol. (RM)
Mais informações: www.iss.net
Divulgação
Adoção lenta no varejo dos EUA
Os RFIDs ainda estão dando seus primeiros passos, apesar das promessas futuristas Por Sergio Kulpas
Google entra com recurso na Justiça
SERVIÇO Security Day: uma sessão de revelações sobre os perigos virtuais.
postos Wawa. A porta-voz do posto chama o cartão com RFID de tecnologia "blink" (piscar de olhos), porque é muito mais rápido que os outros métodos de pagamento. Segundo a porta-voz, os cartões sem contato reduzem em até 40% o tempo de transação. A tecnologia usada nesses cartões é a mesma empregada em pedágios nas rodovias norte-americanas, que permite aos motoristas passarem sem paradas. Fora desses exemplos de suc e s s o , a v e rd a d e é q u e o s RFIDs ainda estão dando seus primeiros passos no setor de varejo dos Estados Unidos, apesar das promessas futuristas feitas por seus fabricantes e defensores. Projeta-se um futuro onde os carrinhos de compras serão capazes de escanear os produtos que forem tirados das prateleiras, informando o consumidor a respeito de promoções de itens mais comprados. As geladeiras soariam um alarme quando expirasse a data de validade de produtos como leite, iogurte, etc. No setor de vestuário, uma tela mostrará peças que combinem com aquela que o consumidor acabou de tirar do cabide. A tecnologia já existe, assim como os planos para a sua implementação, mas essas promessas ainda não se materializaram. A maioria dos varejistas voltou atrás em planos de implementação de RFIDs, preferindo esperar mais pelo desenvolvimento da tecnologia. Segundo David Hogan, executivo de informação da National Retail Federation, os estabelecimentos comerciais estão esperando um maior amadurecimento dos sistemas e uma conseqüente queda nos preços. Hogan disse que a tecnologia deve crescer de modo muito comedido, e deve levar
anos para o comércio norteamericano adotá-la em massa. É o caso oposto de gigantes como o Wal-Mart Stores Inc, que lidera a tendência dos RFIDs. Há dois anos, o WalMart passou a exigir que alguns de seus maiores fornecedores colocassem etiquetas com microtransmissores nas caixas de produtos, para que pudessem ser lidas eletronicamente nos armazéns. Os grandes varejistas podem apreciar melhor o valor da tecnologia para contabilizar grandes volumes de mercadorias, registrando dados de modo mais eficiente, reduzindo o tempo gasto nas tarefas de contagem e estocagem e reduzindo o erro humano envolvido nesses processos. Para uma pequena rede de lojas como a Food Lion LLC, localizada no estado norteamericano da Carolina do Norte, o quadro é muito diferente. Segundo Jeff Lowrance, porta-voz da rede, a tecnologia ainda é muito nova. A mentalidade da rede, que reflete a opinião de muitas cadeias de porte similar, é esperar para ver a tecnologia se tornar mais eficiente e se ela é realmente capaz de reduzir os custos das operações comerciais. Grupos industriais dos EUA, Europa e Ásia estão promovendo ativamente a adoção de um "código eletrônico de produtos" (Electronic Product Code, ou EPC) universalizado, que substituiria o código de barras tradicional (UPC, Universal Product Code). O EPC daria uma "identidade" completa a cada produto, com dados sobre sua origem, destino, composição, data de validade, etc. De acordo com Jeff Oddo, porta-voz da organização
Para quem tem site na internet, estabilidade e rapidez são os principais objetivos da segurança
EPCglobal US, a economia possível com o EPC é imensa. As caixas de produtos não precisarão mais ser abertas para contagem de itens, facilitando sua distribuição e estocagem, com menos tempo entre um ponto e outro. As etiquetas eletrônicas que permitem a criação do EPC estão se tornando mais baratas:
Muitos comerciantes norteamericanos estão adiando a implantação das etiquetas inteligentes com RFID e aguardam aprimoramentos
custavam até 20 centavos de dólar quando o Wal-Mart começou seu programa de RFIDs há dois anos, e agora estão na casa dos 10 centavos. O investimento necessário com as etiquetas e o equipamento para ler os dados é o principal motivo para a demora na adoção da tecnologia. Pequenos estabelecimentos, de modo geral, não podem arcar com o acréscimo de 20 centavos em cada item exposto. Outro motivo mencionado é o temor dos consumidores de que a tecnologia seja usada para invadir dados privados, ou ser usada de modo malicioso para capturar informações sem o consentimento do cliente. sergiokulpas@gmail.com
filial brasileira da gigante de buscas na Internet Google entrou na última sextafeira com recurso contra a decisão judicial que estabeleceu prazo de 15 dias para a entrega de dados de usuários do site de relacionamentos Orkut. Em nota, a Google Brasil rebate a alegação do juiz federal José Marcos Lunardelli de que a empresa não teria obedecido decisões anteriores da Justiça que determinavam a entrega dos dados de usuários do Orkut. Além do prazo, o magistrado estabeleceu multa diária de R$ 50 mil reais para cada decisão descumprida pela empresa. Dos quase 27 milhões de usuários do Orkut, 65% se declaram brasileiros. (Reuters)
TCU suspende licitação de banda larga sem fio O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a suspensão da licitação de freqüências para exploração do serviço de banda larga sem fio (WiMAX). A decisão do ministro Ubiratan Aguiar, do TCU, foi lida no início da tarde de ontem pelo presidente da Comissão de Licitação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Dirceu Baraviera, durante a sessão de apresentação de propostas pelas empresas interessadas em participar do leilão. O ministro Ubiratan Aguiar suspendeu a licitação até que o Tribunal julgue o mérito da questão e deu 15 dias para que a Anatel se manifeste. O TCU considerou que o estudo de viabilidade econômica que orientou a licitação apresentou inconsistências como a utilização do câmbio desatualizado, que levou em conta a cotação do dólar e do euro de 2004. O leilão está marcado para o dia 18. (AE)
RS produzirá primeiro chip para TV digital primeiro chip para televisão digital totalmente fabricado no Brasil será desenvolvido pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS) e pelo Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada do Rio Grande do Sul (Ceitec) para a RF Telecomunicações, empresa de Taboão da Serra (SP), especializada em equipamentos de radiodifusão. O projeto já estava sendo gestado e foi oficializado na quinta-feira, em Porto Alegre. O circuito integrado equipará moduladores de transmissão de imagens digitais de TV a partir do segundo semestre de 2007. O diretor-pres i d e n t e d o C e i t e c , S é rg i o Dias, acredita que a demanda das emissoras de televisão do Brasil será de 10 mil unidades do produto. (AE)
US$ 500 mi para fábrica de semicondutores presidente da WS Consult e ex-presidente da Volkswagen do Brasil, Wolfgang Sauer, disse no final da semana passada que está "praticamente pronto" o projeto de implantação de uma fábrica de semicondutores (chips) no Brasil. Representante de um grupo disposto a investir US$ 500 milhões nessa fábrica, que seria a primeira do tipo no País, ele disse que a expectativa é de que a construção da unidade comece ainda neste ano. "E depois, em cerca de dois anos, começaremos a produzir." A produção de semicondutores é indispensável para o sistema digital de TV do País. Apesar de não revelar os investidores, Sauer adiantou que parte do capital é estrangeiro e o controle da planta em Lagoa Santa (MG) será brasileiro. (AE)
terça-feira, 5 de setembro de 2006
a semana passada, em São Paulo, empresas e especialistas debateram sobre o futuro dos meios de pagamentos eletrônicos durante a C4Congresso de Cartões e Crédito ao Consumidor, evento realizado anualmente pela Partner Conhecimento, empresa de consultoria, eventos e publicações dirigida a este segmento. Em uma palestra sobre o mercado internacional de meios eletrônicos de pagamentos, David Roberston, publisher da Nilson Report, disse que o mercado mundial de cartões de crédito movimentou em 2005 US$ 4,3 trilhões. Já no Brasil, segundo informações do sócio-diretor da Partner Conhecimento, Álvaro Musa, as operações com cartão de crédito devem atingir R$ 178 bilhões, mais de cinco vezes superior ao alcançado em 1995 (R$ 35 bilhões). Em 2010, esse valor deve chegar a algo en torno de R$ 200 bilhões. Tecnologias - No congresso, duas tecnologias emergentes dominaram as discussões: o pagamento via celular e o Contactless. Este último é o pagamento por proximidade, semelhante ao usado hoje no metrô e em ônibus. As duas tecnologias foram exibidas pela Visa em seu estande no evento. Segundo Percival Jatobá, diretor de Produtos da empresa, a Visa tem 18 projetos em andamento envolvendo essas soluções. Para ele, os cartões contactless devem chegar mais rapidamente ao mercado, voltados para pagamentos de pequenos valores. A Visa simulou ambientes para demonstrar as novas tecnologias, como cinema, banca de jornal e padaria. No contactless, o usuário não precisa retirar comprovante de venda, assiná-lo e muito menos digitar senha, tornando o processo 25% mais rápido do que o pagamento com dinheiro. O pagamento sem contato é baseado em radiofreqüência, que agiliza as transações dos portadores de cartão. Para utilizar, basta o usuário colocar seu cartão próximo à leitora na hora do pagamento, ao invés de passar ou inserir o cartão. Chips em vários aparelhos Outra tecnologia demonstrada foi a NFC (Near Field Communication), desenvolvida para transações contactless em vending machine. Neste caso, o portador seleciona o que quer, aproxima o cartão da máquina e o produto é liberado. O diferencial é que o chip do cartão pode vir acoplado a telefones celulares, PDAs e chaveiros, por exemplo. Em relação a pagamentos via celular, a empresa demonstrou O Delivery Visa Vale, uma solução já em operação, envolvendo os cartões Visa Vale em estabelecimentos com serviço de entrega. A venda é simples: o consumidor informa ao estabelecimento o número do seu celular e aguarda uma mensagem de texto (SMS) com as informações de sua compra e dá o aceite. O estabelecimento acompanha o andamento da transação no site da Visanet. Com isso, a operação acontece de forma segura e rápida. Para tanto, o portador precisa se cadastrar no endereço www.visavale.com.br/inst/Mobile.jsp, habilitando o seu celular. Já o comerciante acessa o site da Visanet (www.visanet.com.br) utilizando o código do estabelecimento, login e senha. Após a realização do processo de login, seleciona a opção Vendas com cartões Visa Vale e digita os dados da transação. O consumidor receberá um torpedo SMS em seu celular solicitando a confirmação dos dados da transação e a digitação de seu código de acesso para aprovar a compra. Para finalizar a operação, o estabelecimento, por meio do site da Visanet, recebe a resposta da solicitação de autorização e, vendo-o aprovado e sem problemas, realiza a entrega do pedido.
Proteção Va r e j o Pagamentos Te l e f o n i a
DIÁRIO DO COMÉRCIO
AINDA NÃO É A MORTE DO CARTÃO. MAS ESTÁ PRÓXIMA.
NOVAS TECNOLOGIAS DE PAGAMENTO
O mercado brasileiro de meios eletrônicos de pagamentos movimentou R$ 178 bilhões em 2005
BLU-RAY: para experimentar, vá ao shopping.
autenticação de senhas, pois o usuário de cartões muitas vezes fica "perdido em um mar de senhas", podendo em momentos importantes vir a esquecê-las. A biometria digital resolve este problema", afirma Maria Pinheiro, gerente de ebusiness da empresa.
á se sabe que os formatos Blu-Ray e HD-DVD devem ocupar, em breve, o espaço das tradicionais mídias CD e DVD nos notebooks, desktops e nas salas de home theater com discos, gravadores e reprodutores de arquivos em alta definição. Essas tecnologias de armazenamento óptico são apoiadas por vários fabricantes e indústrias de entretenimento, com a liderança da Toshiba, desenvolvedora do HD-DVD, e da Sony, que criou o BluRay. No exterior começam a pipocar os lançamentos de gravadores e players dos formatos que podem armazenar entre 30 GB e 50 GB de dados. No Brasil, o contato dos consumidores com a novidade poderá ser feito na loja Samsung Experience, do Shopping Morumbi, em São Paulo, onde começa a ser demonstrado, a partir de hoje, o modelo BD-P1000, player de discos Blu-Ray da marca. O modelo Samsung está à venda nos Estados Unidos por cerca de US$ 1.000 e não tem previsão para o Brasil, mas isso não deve demorar muito. O Blu-Ray usa um laser azul para leitura minuciosa das linhas de gravação em alta definição. O equipamento também permite acessar o menu do disco sem a necessidade de se interromper a reprodução do filme como acontece com os DVDs tradicionais. Oito títulos de filmes da Sony Pictures já estão disponíveis nesse formato. Hoje, às 20h, a Samsung em parceria com a revista Home Theater, promove uma palestra na loja sobre como funciona a nova tecnologia e como ela deve revolucionar a indústria da mídia, especialmente a cinematográfica. Na semana passada, uma nova fabricante, desta vez a LG, lançou seu drive de gravação de Blu-Ray para PCs na Coréia, que deve chegar ao mercado europeu em setembro, ao preço de US$ 945. A LG vai produzir ainda computadores compatíveis com o drive. A coreana também apóia o formato rival do Blu-Ray, o HD-DVD, e já esta desenvolvendo outro drive para esse tipo de mídia. A Toshiba já dispõe de um notebook (o Qosmio) com drive HD-DVD e lançou um player e um gravador para o formato, recentemente. A concorrente de Taiwan, Benq, também anunciou seu gravador para o padrão rival Blu-Ray, ao preço de US$ 1.000. A própria Sony, responsável pelo desenvolvimento do disco de laser azul está recebendo, agora, pelo site www.sonystyle.com, os pedidos de seu primeiro player Blu-Ray, com entregas previstas para outubro ao consumidor. Mas a marca japonesa já dispõe de um notebook Vaio com drive para esse tipo de mídia, de filmes e de um gravador. Nessa queda de braço é difícil prever quem vencerá, pois a disputa envolve gigantes e deve esquentar com a proximidade do Natal e com os apoios da indústria de entretenimento para um ou outro formato (ou para ambos).
Carlos Ossamu
Bárbara Oliveira
Cartão que paga a conta por meio de radiofreqüência, celulares que fazem pagamentos: os destaques da C4 Congresso de Cartões e Crédito ao Consumidor.
credito
Identificação segura - A TIVIT, empresa do Grupo Votorantim, mostrou o Bio ID, uma solução de identificação biométrica que foi lançada recentemente."O cartão de crédito, neste momento, não deverá ser substituído ou abandonado, porém a tecnologia biométrica complementa e dá maior segurança para as instituições financeiras. É eficiente na medida em que auxilia no combate as fraudes de cartão não só no segmento financeiro, como também em outras áreas", comenta Gemma Rebollo, diretora de e-Business da TIVIT. Os cartões de fidelidade, como TAM, Drogão e Pão de Açúcar, em breve deverão incorporar esse sistema. "Daqui a alguns anos, o cartão plástico poderá ser substituído, seja para débito, crédito,
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Um chip em um cartão ou em um telefone celular: nem é preciso encostar em nada para comprar o ingresso para o cinema.
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Transpor te Urbanismo Distritais Compor tamento
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 5 de setembro de 2006
Comunidade quer discutir os principais problemas do bairro e alterar o atual Plano Estratégico Regional (PRE).
FÓRUM TERÁ MAIS ESPAÇO PARA ATENDER
Divulgação
Um plano regional para a Lapa
Setor de ótica discute Empreender
R
epresentantes da região do bairro da Lapa, na zona oeste da cidade, estiveram reunidos, dia 31, com o secretário de Planejamento municipal, Francisco Luna, para discutir a revisão do Plano Regional Estratégico (PRE) da Subprefeitura da Lapa, que a administração pública anda não contemplou. " Não podemos perder a
A
Distrital Centro, por meio do Programa Empreender, promoveu o encontro dos empresários do setor de ótica. O superintendente Marcelo Flora Stockler, que é empresário do segmento, fez a abertura do encontro, abordando dificuldades enfrentadas na área. O consultor do Empreender, Elias Nunes Monteiro Martins, apresentou aos empresários a proposta de criação de um núcleo de óticas. Segundo ele, os
oportunidade de rever e corrigir os problemas do atual PRE. Queremos contribuir para adequar a legislação com a realidade local", explicou o superintendente da Distrital Lapa, Douglas Formaglio. Acordo – Prefeitura, Governo do Estado e Poder Judiciário assinaram um acordo, no dia 28, para a construção de uma sede unificada do Fórum da Lapa.
A negociação foi intermediada pela OAB 96ª Subseção Lapa. "A ACSP não podia deixar de estar presente nessa ocasião. Na década de 70 toda a diretoria se envolveu para levantar recursos para a conclusão do atual fórum. Hoje, estamos novamente empenhados em construir novas instalações para atender a demanda local", disse Formaglio.
Divulgação
Santo Amaro bem como o desenvolvimento faz entrega empresarial dos de troféus participantes, tornando-os
Empresários do setor de ótica compareceram ao encontro na distrital
empresários entenderam a importância de se formar o Núcleo Setorial de óticas, que promoverá o associativismo,
mais competitivos.
O
Centro das Tradições Nordestinas de Santo Amaro (Cetrasa) realizou a 12ª edição do troféu Botina Amarela, anualmente oferecido a personalidades, famílias e instituições que participaram do desenvolvimento e da história do bairro. A cerimônia contou com a presença de cerca de 300 pessoas, entre autoridades civis, militares, representantes de entidades de classe da região e convidados. Foram homenageados o promotor de Justiça Augusto Eduardo de Souza Rossini; o vereador Antonio Goulart; o médico Jayme Costa Nascimento; José Oliveira de Almei-
Prêmio foi entregue a personalidades que se destacaram no bairro
da Diniz Neto; a conselheira da Distrital Santo Amaro, Maria Marta Bedendo da Silva; e o advogado e conselheiro nato da Distrital Santo Amaro, Teruo Yatabe. Foram homenageadas também as famílias
Aron Jacobovisck, Jayme Marques, Karl Czernik e Salomão Karlik. Na categoria entidades foram agraciados com o prêmio o jornal A Gazeta de Santo Amaro e a Associação Cristã de Moços (ACM).
Gestão de Negócios em Pirituba Divulgação
A
Neto Galizi, José Roberto Maio Pompeu e Luiz Domiciano na distrital
Distrital Pirituba realizou, dia 23, a 21ª reunião ordinária, coordenada pelo superintendente José Roberto Maio Pompeu. Na ocasião, a empresa PA Produtores Associados apresentou a palestra A importância da Propriedade Industrial na Gestão de Negócios, com Neto Galizi e Luiz Orozimbo Domiciano, agentes da propriedade industrial, com experiência de 33 anos. O evento contou com a presença de diretores e conselheiros da distrital, empresários, entidades e membros da comunidade, que puderam esclarecer dúvidas sobre o registro de Marcas e Patentes.
Associação Comercial de São Paulo Distrital Jabaquara Av. Santa Catarina, 641 – CEP 04635-001 Fone: 5031-9835 – Fax: 5031-3613 Fernando Calderon Alemany Diretor Superintendente
Distrital Penha Av. Gabriela Mistral, 199 – CEP 03701-010 Fone: 6641-3681 – Fax: 6641-4111 Marco Antonio Jorge Diretor Superintendente
Distrital Santana Rua Jovita, 309 – CEP 02036-001 Fone: 6973-3708 – Fax: 6979-4504 João de Favari Diretor Superintendente
Distrital Sudeste Rua Afonso Celso, 76 – CEP 04119-000 Fone/fax: 5572-0280 Giacinto Cosimo Cataldo Diretor Superintendente
Distrital Centro Rua Galvão Bueno, 83 – CEP 01506-000 Fone/fax: 3207-9366 - Fone: 3208-5753 Marcelo Flora Stockler Diretor Superintendente
Distrital Lapa Rua Martim Tenório, 76/1º andar CEP 05074-060 – Fone: 3837-0544 – Fax: 3873-0174 Douglas Formaglio Diretor Superintendente
Distrital Pinheiros Rua Simão Álvares, 517 – CEP 05417-030 Fone: 3031-1890 – Fax: 3032-9572 Ricardo Aparecido Granja dos Santos Diretor Superintendente
Distrital Santo Amaro Av. Mário Lopes Leão, 406 – CEP 04754-010 Fone/fax: 5521-6700 Aloysio Luz Cataldo Diretor Superintendente
Distrital Tatuapé Praça Silvio Romero, 29 – CEP 03303-000 Fone/Fax: 6941-6397/6192-2979/6942-8997 Antonio Sampaio Teixeira Diretor Superintendente interino
Distrital Ipiranga Rua Benjamin Jafet, 95 – CEP 04203-040 Fone: 6163-3746 – Fax: 274-4625 Antonio Jorge Manssur Diretor Superintendente
Distrital Mooca Rua Madre de Deus, 222 – CEP 03119-000 Fone/fax: 6694-2730 Antonio Viotto Netto Diretor Superintendente
Distrital Pirituba Av. Raimundo Pereira de Magalhães, 3.678 CEP 05145-200 – Fone/fax: 3831-8454 José Roberto Maio Pompeu Diretor Superintendente
Distrital São Miguel Av. Marechal Tito, 1042 – CEP 08010-090 CEP 08010-080 – Fone: 6297-0063 – Fax: 6297-6795 José Parziale Rodrigues Diretor Superintendente
Distrital Vila Maria Rua do Imperador, 1.660 – CEP 02074-002 Fone: 6954-6303 – Fax: 6955-7646 José Correia Diretor Superintendente
Só BEBIDAS Promoções de Inverno
DC
Distrital Butantã Rua Alvarenga, 415 – CEP 05509-070 Fone/fax: 3032-6101 José Sérgio Pereira Toledo Cruz Diretor Superintendente
Importadas
SÓ bebidaS Nacionais
“MANIA DE VENDER BARATO”
Vinho Espanhol Riscal R$ 39,90
Vinho Chileno Casa Mayor R$ 19,90
Porca de Murça R$ 17,90
Vinho Italiano Chianti R$ 29,90
Lambrusco R$ 11,50
Vinho Francês Côtes du Rhône R$ 29,90
Vinho do Porto Senador R$ 27,90
Vinho Francês Cave de Ladac R$ 15,90
Vinho Italiano Gabia D´Oro R$ 13,50
Vinho Chileno Gato Negro R$ 17,90
Vinho Português Cartuxa R$ 64,90
Vinho Português Redondo R$ 29,90
Vinho Português Grand Jo R$ 25,50
Vinho Chileno Carta Vieja Carmenére/Cabernet
R$ 14,90
* preços para unidade na caixa.
ACEITAMOS CARTÕES DE CRÉDITO
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terça-feira, 5 de setembro de 2006
Urbanismo Transpor te Clima Compor tamento
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 As madrugadas devem voltar a ser bem frias. Josélia Pegorin, meteorologista
NO SUL, TEMPERATURAS SERÃO NEGATIVAS
Daniela Xu/Agência RBS
REI MOMO Inscrições para Rei Momo e rainha do Carnaval 2007 do Rio vão até o próximo dia 22.
Ó RBITA
RODÍZIO A CET iniciou a distribuição de 50 mil folhetos para explicar melhor o rodízio de veículos.
ARSENAL TINHA 591 ARMAS
arsenal (foto abaixo) descoberto por agentes O da Secretaria Nacional Anti-
Droga (Senad) do Paraguai, domingo, num depósito subterrâneo com aparência de reservatório de água, tinha um total de 591 armas, e não mais de 3 mil peças, como davam conta as informações iniciais. A apreensão foi em uma mansão no bairro
General Díaz, em Pedro Juan Caballero. No total, são 222 revólveres, 195 pistolas de calibre 9 mm, 174 escopetas semi automáticas rifles calibre 12, além de 8.665 balas. Apenas uma pessoa, Virlene Concha Oviedo, foi encontrada na residência e presa. Essa foi a segunda apreensão de armas na mesma região. (AE)
Carlos Benitez/Reuters
Apesar do frio no fim de semana, a população de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, não esperava a neve, que acabou virando diversão
APREENSÃO DE PANFLETOS DO PCC
No feriado, nem previsão de frio assusta turistas
Em São Paulo, o frio permanece, mas 360 mil carros devem seguir rumo ao litoral no Dia da Independência s polícias Civil e Militar de Campinas, Marcos Casseb, a Campinas apreenderam, polícia investiga a procedência A nos últimos 30 dias, mais de 40 e os responsáveis pela pesar da previsão mil panfletos do Primeiro Comando da Capital (PCC) protestando contra o poder judiciário e o governo do Estado de São Paulo. O manifesto PCC: grito dos oprimidos e encarcerados está sendo distribuído em grandes condomínios populares da periferia da cidade. De acordo com o delegado seccional de
distribuição. A maior parte do material foi apreendida em 5 de julho em uma casa alugada na Vila Marieta. Valdeci Francisco Maia, de 43 anos, o Note Booke foi preso. As apreensões que estão sendo feitas agora, de acordo com o delegado, são de pequenas quantidades. (AE)
SEM LIMINAR
ARCEBISPO
Tribunal de Justiça de arcebispo emérito de São Paulo negou liminar Aparecida, dom Aloísio O O aos fundadores da Igreja Lorsheider, de 81 anos, Renascer em Cristo – Estevam Hernandes Filho e sua mulher, Sônia Haddad Moraes Hernandes. O casal foi denunciado pelo Ministério Público por lavagem de dinheiro, estelionato e falsidade ideológica. O casal e outros réus haviam pedido ao TJ paulista, a rejeição da denúncia. O mérito ainda será apreciado por uma turma julgadora. Além da denúncia, a Promotoria pediu à Justiça a decretação da prisão preventiva, mas esse pedido foi rejeitado pela Justiça. Com isso, fica mantida a decisão judicial de bloqueio de cerca de R$ 46 milhões e de outros bens dos acusados. (AE)
deixou o hospital Monte Klinikum, em Fortaleza, depois de 23 dias de internação. Ele recebeu alta médica domingo à tarde e já está acomodado no palácio episcopal, no Seminário da Prainha, na praia de Iracema. Dom Aloísio foi a Fortaleza para uma temporada de férias Sentiu-se mal horas depois de desembarcar e ficou internado por três semanas, apresentado um quadro de infecção respiratória que atingiu os pulmões e, depois, o coração. O religioso tem várias pontes de safena e é diabético, por isso teve que ir para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e passar por duas sessões de hemodiálise.
DESPEDIDA
JACARÉ
migos e familiares m jacaré-de-papoA U despediram-se ontem amarelo, de 1,20 metro de dos cinco jovens mortos num comprimento e com nove acidente de trânsito na Lagoa, na zona sul do Rio, na madrugada de domingo, ainda sob o choque provocado pela tragédia. Manoela Billy Rocha, de 16 anos, Ana Clara Rocha Padilha e Joana Chamis, ambas de 17, foram veladas no Memorial do Carmo, no Caju, onde seriam cremadas. Felipe Travassos de Azevedo Vilela, de 22, e Ivan Rocha Guida, de 18, foram sepultados no Cemitério São João Batista, em Botafogo. Rostos adolescentes expressavam com lágrimas a tristeza e a surpresa, apesar das estatísticas que apontam jovens da faixa etária deles como a principal vítima dos acidentes de trânsito na noite do Rio. Do total de 1.134 mortes registradas no Estado do Rio este ano, 230 são de jovens entre 13 a 29 anos.
quilos, apareceu na noite de domingo na Vila Militar, na zona oeste do Rio, assustando os moradores. O animal tentou invadir uma casa para atacar um cachorro vira-lata, mas não conseguiu passar pelo portão, que tem tela de proteção feita de arame. O latido do cão chamou a atenção d Sueli dos Santos Gomes, de 61 anos, proprietária da residência. Ao ver o réptil, ela acionou os bombeiros e, com medo, não saiu do imóvel. O jacaré foi capturado, levado para o quartel de Guadalupe e, ontem à tarde, transferido para o zoológico de Niterói. "Ele ficou de plantão, encostado no muro Fiquei muito nervosa. Minhas pernas tremiam", contou Sueli, que vende doces e cachorro-quente e fatura cerca de R$ 200 por mês.
A
para esta semana ser de tempo frio, 360 mil veículos devem deixar a cidade de São Paulo rumo ao litoral paulista no feriado da Independência. A previsão é da Ecovias, concessionária que administra o sistema Anchieta-Imigrantes. A operação descida será implantada amanhã, a partir das 16h. Os veículos poderão usar as duas pistas da Anchieta e a pista sul da Imigrantes. No domingo, a operação subida começará as 10h e será feita pela pista norte da Imigrantes. Já a Autoban, que administra as rodovias Anhangüera e Bandeirantes, prevê a saída de 600 mil carros da capital entre amanhã e domingo. Ontem, a temperatura já diminuiu. Foi uma queda de cerca de 10 graus em São Paulo e em outras regiões chegou a atingir 11,6 graus. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a mudança no tempo aconteceu por causa da chegada de uma massa de ar polar que deve manter as temperaturas baixas até o feriado de 7 de Setembro. Hoje e amanhã as temperaturas devem continuar baixas, com a mínima de 8 graus na capital. A previsão para os próximos dias é de que o frio volte a predominar e seja constante. "As madrugadas devem voltar a ser bem frias", disse a meteorologista do Climatempo Josélia Pegorin. Na quinta-feira, a massa de ar polar começa a deixar São Paulo em direção ao oceano. As temperaturas sobem. A máxima na quinta-feira deve ser de 21 graus. Ventos – Além da queda de temperatura, algumas cidades tiveram fortes rajadas de vento ontem, devido à passagem de um ciclone extratropical no litoral do Rio Grande do Sul desde sábado. Em Porto Alegre, onde as rajadas chegaram a até 90 quilômetros por hora, muitas árvores e placas foram derrubadas. Na região de Ribeirão Preto, em São Paulo, o vento chegou a 76 quilômetros por hora e provocou a queda de árvores e de energia. A ventania em Ribeirão não foi causada pelo ciclone e sim por
Guto Kuerten/Agência RBS
A cidade de São Joaquim, em Santa Catarina, amanheceu gelada e com telhados e árvores cobertos de gelo
nuvens pesadas que passaram pela região no fim de semana. O MetSul Meteorologia registrou ocorrência de neve em ao menos 27 cidades do Rio Grande do Sul e uma de Santa Catarina. Ontem, parte do Rio Grande amanheceu com temperatura abaixo de 0 grau. Em Porto Alegre, a temperatura no aeroporto Salgado Filho chegou a 5 graus. Em Bom Jesus o
termômetro registrou 1,5 graus negativo. Em Caxias do Sul, nevou. De acordo com o Inmet, o tempo para hoje e amanhã deverá ser ainda mais gelado, podendo registrar até 5 graus negativos em Porto Alegre. Segundo o Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Ciram), a neve também chegou ao Morro
das Antenas, em Urupema. De acordo com o Ciram, desde 2000 não acontecia uma onda de frio intenso como esta do início de setembro. A previsão é que as temperaturas caiam ainda mais ao longo da semana no sul do País. As temperaturas em algumas cidades do sul devem cair para três graus negativos e devem ocorrer geadas até quinta-feira.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
Va r e j o Pagamentos We b Fotografia
terça-feira, 5 de setembro de 2006
"Estamos fazendo o trabalho de Jesus que, aparentemente, a Igreja não faz" Louise Hagget
NAVEGAÇÃO OFERECE DE PADRES A DICIONÁRIOS
MAIS UM O site de redes sociais MySpace anunciou que entrará no mercado de música digital
@ Ó RBITA
OBJETIVO Pretende vender músicas de 3 milhões de bandas sem gravadoras
Por João Magalhães Divulgação
COCÔ FAMOSO artista plástico Daniel Edwards esculpiu uma reprodução do primeiro cocô de Suri, filha de Tom Cruise e Katie Holmes. A obra de arte está em exposição na Galeria Capla Kesting, no Brooklin, Nova York. Depois irá à leilão no eBay. O dinheiro apurado com a venda do cocô famoso será doado a uma ong que ajuda crianças carentes, informa David Kestin, diretor da galeria. Link: http://www.caplakesting.com/
PODCAST DA IBM Shortcuts, podcast de 4 minutos semanais, criado pela IBM, pretende tirar as dúvidas mais freqüentes sobre temas relacionados à internet, como segurança de rede, blogs, mensageiros instantâneos e gerenciamento de e-mails. O lançamento não é por acaso: estudo da Forrester, diz que os podcasts deverão ser adotados por 12 milhões de lares em 2010. Link: http://whale01.haw.ibm.com/ShortCuts/
nome é "Páginas Amarelas de Deus". Sucesso absoluto nos Estados Unidos. Trata-se do aluguel de sacerdotes no site
KOMBI Autoblog exibe em primeira mão imagens da próxima Kombi da Volks, que promete ser um luxo só: ela terá um teto que sobe e cobertura de painéis solares. Criado em parceria com o designer Alexandre Verdier, o novo modelo traz ainda uma cozinha completa para montar ao lado das portas e uma gaveta para cadeiras na parte de trás. Link: http://www.autoblog.com/ 2006/08/29/the-vw-westfaliareborn/
VINHOS ientistas da NEC System Technologies e da Mie University, no Japão, projetaram um robô que é capaz de provar queijos e vinhos e identificá-los, segundo tipo e marca. A máquina inteligente tem olhos, cabeça que gira a 360 graus e boca que se ilumina, na medida em que fala. Ao degustar, por exemplo, um vinho, o robô faz um comentário, recomendando qual o prato adequado para acompanhar a bebida. Segundo Hideo Shimazu, diretor da NEC, a novidade deve ser comercializada em breve por cerca de mil dólares. Links: http://www.necst.co.jp/ english/ press/20050609/ index.htm
BANKING riado pelo programador de softwares Ajar Ahmed, da Computer Sweden, um novo navegador, batizado de Browzar, apaga registros de sites visitados. Leve (somente 264 Kb) e fácil de usar é ótima alternativa para quem acessa constantemente as páginas de internet banking. Por enquanto, Browzar é compatível apenas com o Windows, mas Ahmed pretende lançar em breve versões para Macintosh e Linux.
ALUGUEL DE PADRES NA INTERNET Rentapriest, para celebrações religiosas que vão desde casamentos a confissões. Todos os padres disponíveis, cerca de 2.500, desligaram-se
da igreja católica por várias razões. A maioria por celibato. "Estamos fazendo o trabalho de Jesus, o qual,
aparentemente, a Igreja não o faz", diz Louise Haggett, responsável pelo site. Link: http://www.rentapriest.com
POR QUE ESSE NOME? A Wikipedia traz uma interessante lista de A a Z sobre a origem dos nomes de famosas empresas de tecnologia como Google, Adobe, Apple, Sony e por aí afora. Eis alguns deles: Adobe – Vem do nome do rio Adobe Creek, que corria por trás da casa de John Warnock, fundador da companhia. Apache – Nada a ver com a destemida tribo de índios norte-americanos. O nome do servidor web gratuito vem de "Patch", código que corrige bugs de softwares. Cisco - Corruptela de San Francisco, cidade norteamericana onde a empresa foi fundada. Google - O nome inicial do Google era "googol", expressão usada pelo matemático Milton Sirotta para representar o número 1 seguido de 100 zeros (ou 10 elevado a 100). Só que quando Larry Page e Sergey Brin receberam o primeiro dinheiro de investidores para o projeto do sistema de buscas, o cheque veio em nome de Google. E ficou assim. Hotmail - Os criadores do
correio eletrônico online da Microsoft queriam um nome que terminasse em mail e colocaram "Hot" no início porque a expressão continha o termo "HTML", linguagem básica com que são construídos os sites da Web. Sony - Vem do Latim 'Sonus', que significa som. E ainda de Sony, que é como são chamadas as mentes brilhantes nos Estados Unidos. Sun - Acrônimo de Stanford University Network. Yahoo! - Palavra criada pelo escritor Jonathan Swift e utilizada em seu livro "As Viagens de Gulliver". Representa uma pessoa cuja aparência está mais para um alienígena do que para um humano. Os criadores do portal achavam que o termo os descrevia com perfeição. Link: http://en.wikipedia.org/ wiki/List_ of_company_ name_ etymologies
terça-feira, 5 de setembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
.INFORMÁTICA - 5
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Congresso Planalto Corr upção CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Acordo entre líderes vai colocar assunto em votação.
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Celso Jr. / AE
Sorteados os relatores dos deputados Sanguessugas
Tudo em cima: Izar (em 1° plano) e Jungmann recebem os processos.
res quanto à abrangência do voto aberto deverá limitar o fim do voto secreto apenas para os processos de cassação. O texto da proposta prevê o fim do voto secreto em qualquer deliberação no Legislativo, o que inclui a eleição para os presidentes da Câmara e do Senado, vetos do presidente a projetos de lei aprovados no Congresso e, no Senado, a aprovação de embaixadores e diretores do Banco Central. O líder da minoria, deputado José Carlos Aleluia (PFLBA), não aceitou abrir o voto para todos os casos. "Quem está querendo votar aberto a eleição para a Mesa quer que o presidente da República nomeie por decreto o presidente da Câmara, e isso não posso aceitar", afirmou, referindo-se à pressão que o governo exerceria sobre os parlamentares para eleger o candidato do Palácio do Planalto. (AE)
Número de impugnações é oito vezes maior que em 2002
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Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou ontem um balanço sobre o número de registros de candidaturas rejeitados em todo o País – e os resultados deixaram os juízes impressionados. Dos 20.732 pedidos feitos, 1.671 (ou 8% do total) foram sumariamente recusados. Feita uma comparação, o Tribunal verificou que esse número é nada menos que oito vezes maior do que as 207 inscrições rejeitadas na eleição de 2002. Mais: é 167 vezes maior do que ocorreu no pleito de 1998 – na ocasião foram recusados
Lula Marques / Folha Imagem
apenas 10 registros. Conforme o levantamento divulgado ontem pelo Tribunal Eleitoral, os Estados campeões em candidaturas rejeitadas são, pela ordem, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maranhão, Pará e, empatados, Acre e Pernambuco. Para que se tenha uma idéia do volume, o TRE de São Paulo recusou 376 registros e o do Rio, 209. A expectativa na Justiça Eleitoral é que conseguirão registros os deputados investigados pela CPI e excluídos do pleito. Há um princípio na legislação brasileira prevendo que são inelegíveis apenas os condenados pela Justiça. No caso dos sanguessugas, ainda não há decisão judicial – somente investigações. (AE)
Excluídos podem disputar?
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Rebelo: votação deve acontecer ainda pela manhã
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deverá decidir hoje à noite se os candidatos excluídos da eleição deste ano têm ou não o direito de concorrer. A decisão deverá encerrar os debates que vêm sendo travados no meio jurídico e eleitoral, tendo em vista os processos em curso. Estão previstos os
VEDOIN DEPÕE NO CONSELHO diar o esquema dos sanguessugas no Ministério da Saúde. Além destes, serão ouvidos o ex-assessor de Suassuna, Marcelo Carvalho, e o genro da senadora Serys, Paulo Roberto Ribeiro, acusado por Luiz Antonio Vedoin de receber R$ 35 mil em troca de emendas apresentadas por ela para compra de ambulâncias superfaturadas pelas prefeituras. Segundo informações da Agência Senado, foi confirmado ontem também o depoimento da assessora do Ministério da Saúde, Marilane Cavalcanti de Albuquerque. Ela será ouvida amanhã, quando serão tomados os depoimentos de outras seis pessoas. Detalhes do esquema – Em depoimento ontem à Polícia Federal em Cuiabá, Vedoin afirmou que vai confirmar acusações contra 19 parlamentares (os nomes não foram citados) hoje no Conselho de Ética do Senado. Ele disse ao delegado Cristian Lages, que coorde-
SUSPEITA m audiência pública na CPI do Tráfico de Armas, E o superintendente regional da Ó RBITA
MPs REJEITADAS Câmara dos Deputados A rejeitou em votações simbólicas as duas primeiras medidas provisórias sobre reforma sindical que estavam trancando a pauta. A rejeição foi comemorada por líderes sindicais que ocuparam as galerias do plenário.
Polícia Federal de São Paulo, Geraldo José de Araújo, disse que "alguma coisa está errada" no combate ao PCC, mas não soube apontar a falha. Segundo ele, é preciso buscar uma explicação para o fato de 90% dos líderes da facção criminosa estarem presos e o PCC continuar em ação com operações cada vez mais ousadas. "O crime organizado não age com a violência do PCC", afirmou.
na a força-tarefa montada para investigar o esquema, que vai detalhar as acusações contra os envolvidos com apresentação de novos documentos. O advogado de Vedoim, Otto Medeiros, disse que o sócio da Planam vai "detalhar" no Senado o funcionamento do esquema de distribuição de propina aos deputados e senadores. O empresário vai prestar novos depoimentos na Polícia Federal em 115 inquéritos, dos quais 84 contra parlamentares e 31 contra prefeitos. A PF vai cruzar as informações com os depoimentos prestados por Luiz Vedoin, seu pai, Darci Vedoin, e o empresário Ronildo Medeiros, para encaminhar os inquéritos para a Justiça Federal. Homem de confiança – O ex-assessor Marcelo Carvalho, confirmou ontem ao corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), que o senador Ney Suassuna sabia de tudo o que ele fazia no gabinete. (AE)
julgamentos de recursos dos deputados Reinaldo Gripp (PL-RJ) e Paulo Baltazar (PSBRJ), investigados pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, que pediram registro de suas candidaturas à reeleição, mas receberam resposta negativa do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro. (AE)
Agora começa a investigação final dos 67 acusados.
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presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Ricardo Izar (PTBSP), sorteou os relatores dos 67 processos de cassação de mandatos de deputados citados na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, que podem ter participação no esquema de fraudes em emendas para a compra superfaturada de ambulâncias com recursos do orçamento federal. Dos 30 integrantes do conselho (15 titulares e 15 suplentes), apenas o presidente da CPMI e o corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI) não podem relatar processos. Com isso, os 28 restantes concorreram, sendo que três deles ficaram responsáveis por relatar quatro processos. Notificação – O conselho já está notificando os parlamentares investigados desde a semana passada. Izar disse que até a próxima segunda-feira deverá concluir as notificações. Aqueles que não receberem até essa data serão notificados por edital no diário da Câmara. Após ser notificado, o parlamentar tem cinco sessões da Câmara para apresentar sua defesa por escrito e indicar até cinco testemunhas para serem ouvidas pelo Conselho. "Pretendo ouvir as primeiras testemunhas nos dias 3 e 4 de outubro. Espero terminar todos os processos no conselho até dezembro", afirmou, de-
pois de sortear os nomes dos relatores que analisarão os casos dos deputados acusados. Até ontem apenas 22 haviam sido comunicados. A partir daí, será contado o prazo das cinco sessões para que os processados apresentem a defesa por escrito. Como o Congresso está em recesso branco por causa do período pré-eleitoral, o prazo para apresentar a defesa só terminará, na prática, depois das eleições. "Assim que entregarem a defesa prévia, começo a ouvir as testemunhas", disse Izar. "A idéia é criar oito subcomissões que poderão ouvir três a quatro testemunhas por dia", explicou. Segundo ele, o plenário do órgão deverá ouvir novamente o depoimento dos empresários Luiz Antônio Trevisan Vedoin e Darci Vedoin, donos da Planam, principal empresa do esquema. Para evitar pressões, Izar optou por escolher os relatores por sorteio. Pelo regimento, nem o presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara nem o corregedor da Casa, Ciro Nogueira (PPPI), podem ser relatores. As relatorias foram distribuídas entre os 28 integrantes (titulares e suplentes) do colegiado. Um grupo de 13 deputados ficou encarregado, cada um deles, de analisar três casos de envolvidos. Outros 13 deputados relatarão dois casos cada e dois deputados ficaram com apenas um caso, cada um. (AE)
OS ACUSADOS PROTESTAM
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os 67 parlamentares processados no Conselho de Ética, cinco terão os casos analisados por dois integrantes da CPMI, que fazem parte do órgão. O deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), que preside a comissão parlamentar, foi designado relator dos deputados Cleuber Carneiro (PTB-MG), Ildeu Araújo (PPSP) e Wanderval Santos (PLSP). Já o vice-presidente da comissão de inquérito, Raul Jungmann (PPS-PE), cuidará dos casos dos deputados Reginaldo Germano (PP-BA) e Jorge Pinheiro (PL-DF). Hoje, os integrantes do conselho reúnem-se para definir um cronograma de tramitação dos pedidos de cassação dos envolvidos. "Acho que já vai dar para começar a votação no Conselho de Ética de pareceres em outubro. Além disso, à medida que os
Xando P/A Tarde/ Ag. O Globo
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om o depoimento dos chefes da máfia dos sanguessugas e donos da Planam, Darci Vedoin e Luiz Antonio Vedoin, o conselho de ética do Senado começa hoje a ouvir as testemunhas escolhidas pelos relatores dos processos contra os três senadores acusados pela CPI de envolvimento com o esquema: Ney Suassuna (PMDB-PB), Serys Slhessarenko (PT-MT) e Magno Malta (PL-ES). O presidente do conselho, senador João Alberto (PMDBMA), quer que os depoimentos sejam abertos. Mas o advogado dos Vedoin avisou que seus clientes vão falar apenas em sessão fechada. Também estão marcados para esta semana os depoimentos do presidente da CPMI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ); do deputado Lino Rossi (PTMT), da ex-assessora do Ministério da Saúde, Maria da Penha Lino. Ela é acusada de interme-
Ele (Tasso Jereissati) não tem moral para pedir o meu afastamento. Paulo Feijó, sem partido.
VOTO PODE SER ABERTO A PARTIR DE HOJE
Câmara pode acabar hoje com o voto secreto m meio à pressão nos bastidores de parlamentares envolvidos com a máfia dos sanguessugas, a Câmara vai tentar acabar hoje com o voto secreto nas votações de processos de cassação de deputados e de senadores, depois de um acordo fechado entre os líderes dos partidos na Casa. O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PT), afirmou, na sessão de ontem, que a idéia é votar hoje ainda pela manhã a proposta de emenda constitucional (PEC) que acaba com o voto secreto nos processos de cassação de mandatos parlamentares Para votar a proposta de emenda constitucional do voto aberto hoje, os deputados trabalhavam ontem à noite para tentar limpar a pauta trancada por 20 medidas provisórias. Divergências entre os líde-
terça-feira, 5 de setembro de 2006
relatórios forem ficando prontos, pretendo fazer mais de uma votação de parecer por dia", afirmou o presidente do Conselho de Ética na Câmara, deputado Ricardo Izar (PTB-SP). Protestos – Ontem mesmo, no entanto, os parlamentares acusados formalmente de tomarem parte no esquema de compra faturada de ambulâncias começaram a protestar contra a forma com que vêm sendo tratados pela CPMI, alegando falta de tempo para ampla defesa. O deputado Paulo Feijó (sem-partido, RJ), que deixou o PSDB depois que seu nome foi citado no relatório preliminar da comissão, questionou ontem, na tribuna da Câmara, a autoridade moral do presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), em pedir seu afastamento do partido. A queixa de Feijó se prendia a um ressentimento maior. Segundo ele, Tasso não
agiu da mesma forma com o senador Eduardo Azeredo (MG), quando seu nome foi envolvido no valerioduto; e com o senador Antero Paes de Barros (MT), citado no escândalo dos sanguessugas. "Ele não tem moral para pedir meu afastamento", declarou. "Por que não pediu o afastamento do Eduardo Azeredo e do Antero Paes? Eles quiseram me pegar para Cristo, mas eu me antecipei". Paulo Feijó disse que há muita hipocrisia no meio político porque todo mundo se elege graças a recursos do chamado caixa-dois. Sobre as denúncias de que teria recebido propina da Planam para apresentar emendas para compra de ambulâncias, o deputado disse que em 2002 a empresa o ajudou na campanha, mas não sabia que ela não era idônea. " Jamais imaginei que seria uma empresa criminosa", defendeu-se. (Agências)
PERNA QUEBRADA
XEQUE - MATE
ítima da euforia dos arcelo Crivella, próprios partidários, a candidato ao governo V M candidata petista ao governo do Rio pelo PRB entrou com
BAHIA EM FESTA– Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) fez ontem 79 anos. Ao lado de dona Canô, no Pelourinho, o senador pediu votos para Alckmin e chorou pelo filho morto, Luís Eduardo.
do Pará, Ana Júlia Carepa, caiu da carroceria de um caminhão durante um comício e fraturou a perna esquerda. Ao chegar ao município de Canaã dos Carajás foi abordada por muita gente que queria desde autógrafos até tirar fotos ao seu lado. Por um momento Ana Júlia se desequilibrou. Militantes do PT tentaram segurá-la, mas acabaram derrubando a candidata.
recurso no TSE para garantir a participação de Lula em seu programa eleitoral. Isso porque o Tribunal Regional do Rio atendeu a um pedido do candidato Sérgio Cabral (PMDB). O peemedebista alegou que a participação de Lula com Crivella representa infidelidade partidária, já que o partido do presidente, o PT, tem candidato próprio ao governo fluminense: Vladimir Palmeira.
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Pagamentos We b Fotografia Pequenos
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 5 de setembro de 2006
O visor óptico é amplo o suficiente para bons enquadramentos
FOTOS EM CORES MAIS NATURAIS E MAIS VIVAS.
FOTOGRAFIA
Como as antigas câmeras reflex A Canon digital reflex EOS 30D ainda usa o sistema de espelhos internos. Em vez de filme, há um sensor. Ana Maria Guariglia
Ana Maria Guariglia
EOS 30D da Canon é uma das digitais que lembra o tempo das velhas câmeras tradicionais 35 mm do tipo reflex, sistema que fotografa com espelhos internos que se abrem e fecham para tirar fotos. Ela incorpora o sensor CMOS com capacidade de resolução de 8,7 Megabytes (3.504 X 2.336 pixels), acoplado ao processador de imagens DIGIC II. Segundo os engenheiros da companhia japonesa, o sensor CMOS, no tamanho de 22,5 X 15 mm, captura imagens com melhor nitidez em relação às faixas tonais e o processador, projetado especificamente para as câmeras reflex, aprimora os aspectos gerais das imagens. Tecnicamente, o conj u n t o C M O S / D IGIC torna as cores mais naturais e mais vivas, muito importante frente à incidência de luz em qualquer situação fo togr áfic a. O DIGIC trabalha com um sistema de algoritmos que responde aos sinais de cor e funciona em todas as exposições da câmera, diminuindo até o consumo de energia. O usuário também pode utilizar regulagens da sensibilidade ISO, que permitem entrar mais ou menos luminosidade, va-
riável entre 100 e 1.600. O disparo contínuo pode ser usado em alta e baixa velocidade, desde que seja indicado pelo fotógrafo. Em alta, são 5 quadros por seg, em baixa, 3 quadros por seg. As exposições são manuais, com prioridades de aberturas e velocidades, e você pode gravar simultaneamente arquivos RAW (arquivo do "negativo" digital) e JPEG, modos de arquivamento ideais para foto jornalistas e repórteres sociais. O menu apresenta indicações rápidas e é um dos mais simples entre as digitais reflex já testadas pelo Diário do Comércio. Só um toque e todas informações chegam ao monitor, bastando depois escolher as opções ou alterá-las em parâmetros personalizados. O monitor de cristal líquido tem 2,5 pol e é utilizado para os ajustes e para rever as fotos, não sendo usado para fotografar. Por ser reflex, as fotos são tiradas olhando pelo visor óptico, amplo o suficiente para os enquadramentos. Chama a atenção o Picture Style, recurso que parece insignificante. Na verdade, simula as carac teríst icas de diferentes de filmes, com o s e e s t ivesse trabalhando com
Nestas fotos de São Paulo, em ação o sensor CMOS da Canon 30D (22,5 X 15 mm), que captura imagens mais nítidas em relação às faixas tonais.
os do tipo 35 mm, e funcionou bem nos testes. A exposição varia de 30 seg a 1/8.000 de seg, aceita objetivas EF e EF-S da Canon e pesa 700 gr. Não tem memória interna por ser reflex, usa cartões CF (CompactFlash I e II), e não grava videoclipes. Em seu kit, estão os softwares Canon EOS Solution Disk, manipulador que otimiza as imagens, e o Digital Photo Professional, que possui ferramentas para os arquivos RAW e de cores sRGB, Adobe RGB e White Gamut RGB.
Resultados Para conhecer a digital, ajustamos os padrões de cor para imagens noturnas afim de conseguir os tons necessários em função do impacto visual, além de buscar a acuidade necessária para esse modo de registro. Em alg u m a s i m agens usamos tripé, em outras não, só para ver o c o m p o r t amento da câmera, e as respostas foram muito boas. Observe o registro da Catedral da praça da Sé, em SP, sem tripé. Intencionalmente, as torres ficaram um pouco fora de foco, o que deu um tom artístico à cena. As imagens noturnas foram feitas entre 18 e 22 horas, com exposições variando de 3 a 6 segundos. Contribuíram os re-
cursos do foco manual e automático de área ampla, que analisa nove pontos da imagem, e a fotometria (leitura de luz), média ponderada da medição no centro da imagem. Vale lembrar que a marca Canon produz exclusivamente câmeras e objetivas, inclusive para cinema, há mais de meio século, não confeccionando outros produtos eletrônicos. A digital custa em torno de R$ 5 mil.
SERVIÇO Para saber mais: www.canon.com Onde comprar: www.pentashop.com.br
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.LOGO Airbus/Reuters
terça-feira, 5 de setembro de 2006
Logo Logo
O Airbus A380, maior avião civil do mundo, fez ontem seu 1º vôo de teste
SETEMBRO
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5 Recolhimento de ICMS Morte de Madre Teresa de Calcutá (1910-1997)
I NTERNET M EDICINA
Orkut contra o crime
A cura para o coração Uma pílula ainda em elaboração para problemas cardíacos, que combina três drogas, poderá salvar milhões de vidas, disseram especialistas no Congresso Mundial de Cardiologia. A chamada "polipílula" conterá aspirina, estatinas e inibidores de ACE e será usada para evitar ataques do coração, derrames e outros problemas cardiovasculares. O médico Sidney Smith, presidente da comissão consultiva científica da Federação Mundial de Cardiologia, explica que essas terapias reduzem a mortalidade em mais de 50%".
Cerca de 17,5 milhões de pessoas morrem de doença cardíaca todo ano. A federação diz que a polipílula poderá estar pronta em dois anos. A polipílula deverá ser usada em pacientes com histórico conhecido de problemas cardíacos, e é mais fácil de tomar. Alguns especialistas, porém, dizem que a abordagem de usar uma única pílula como uma terapia de "tamanho único" é enganosa e pode levar a complicações maiores, já que cada componente da polipílula tem seus próprios efeitos colaterais.
R ELIGIÃO Yuri Kadobnov/AFP
Na berlinda por causa de suas comunidades, site ajuda polícia a prender suspeito
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site de relacionamentos Orkut ajudou a Polícia Militar a prender três acusados de praticarem assaltos a residências no bairro da Mooca, na zona leste de São Paulo. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado, uma das vítimas – um estudante de 17 anos – ajudou a polícia a prender os acusados de roubarem sua casa na sexta-feira. O estudante teria encontrado fotos dos acusados no Orkut e alertou a polícia, que realizou a prisão no domingo. O caso está registrado no 18º Distrito Policial. No dia do assalto, o estudante
recebeu uma ligação de um amigo dizendo que iria visitálo. Ao abrir a porta de casa para o colega, o estudante e sua família foram rendidos por três pessoas que acompanhavam o amigo, que segundo a polícia, teria sido rendido pelo grupo. Os assaltantes entraram na casa, sem usar nenhum tipo de disfarce ou máscara, colocaram toda a família – e o amigo do adolescente – na cozinha e, durante três horas, retiraram da casa aparelhos eletrônicos, objetos e dinheiro. Ao entrar no Orkut, o estudante encontrou uma foto do seu amigo – supostamente rendido pelos assaltantes – ao lado de um dos criminosos e de-
nunciou o amigo à polícia. Interrogado, o rapaz confessou que havia planejado o assalto. Ju st iç a – Considerado um dos principais espaços para a prática de crimes na internet, o Orkut é alvo de uma batalha entre a Google – que administra o site – e o Ministério Público Federal, que exige que a empresa forneça dados sobre a identidade de usuários envolvidos em comunidades preconceituosas e criminosas. Na sexta-feira, a Google Brasil impetrou ação contra a liminar concedida pelo juiz da 17 ª Vara da Justiça Federal, que obriga a empresa a quebras o sigilo dos usuários.
F UTEBOL
Testes e irritação de Dunga O técnico da seleção brasileira, Dunga, fez questão de anunciar à imprensa, após o treino de ontem, a escalação para o jogo de hoje contra o País de Gales: 10 reservas. Dunga, que garantiu Ronaldinho Gaúcho na partida, ficou irritado quando um jornalista inglês comparou a seleção brasileira à inglesa: ambas técnicos novos e fracassadas na Copa, e disparou: "A diferença é que o Brasil tem 5 títulos mundiais, foi o último campeão da Copa América e da Copa das Confederações. Se o Brasil não tiver força máxima desde o início, a seleção de Gales não deve ficar atrás". B RAZIL COM Z
Liu Jin/AFP
Um país de seniores
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A população brasileira está envelhecendo mais rápido no Brasil do que nos países industrializados. E o mesmo vale para a China e a Índia, mostrou um estudo da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A análise foi destaque da mídia francesa ontem. O site especializado Seniorscopie publicou que o número de pessoas acima de 65 anos no Brasil passará de 5,4% da população em 2000 para 19,2% em 2050.
Ortodoxos russos fizeram ontem um protesto, em Moscou, contra o show de Madonna. Eles pediram que a apresentação fosse censurada por conter a encenação de uma crucificação, da própria Madonna.
G EOLOGIA
O Grande Cânion submarino
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leito oceânico está escapando e agravando o aquecimento global. Também interessa aos cientistas saber se a liberação de gases submarinos poderia desestabilizar partes do leito oceânico, deflagrando tsunamis. É possível ainda que o metano seja extraído como fonte de energia, embora ainda não haja tecnologia para removê-lo do fundo do mar. Os mapas foram liberados pelo US Geological Survey, e pesquisadores que não estiveram ligados ao esforço ofereceram elogios ao resultado.
S AÚDE
Calorias incontáveis L
Embora esteja a apenas 160 km da costa de Nova York e New Jersey, o Cânion Hudson é quase desconhecido, oculto sob vários metros de água do mar. Criado há séculos pelo curso do Rio Hudson, o desfiladeiro submarino rivaliza com o Grande Cânion em escala. Agora, pela primeira vez cientistas têm um retrato vívido da misteriosa região. Um estudo de quatro anos, valendo-se de ferramentas de alta tecnologia, produziu mapas que serão usados para estudar diversos fenômenos, incluindo se o gás metano congelado debaixo do
TEMIDO E AMADO - Na China, jovens observam três estátuas de Mao Tse-Tung, o líder comunista responsável pela sangrenta revolução cultural de 1966-76. Mao, cuja política restringia duramente a liberdade cidadãos, é ainda forte influência para os chineses. C IÊNCIA
www.usgs.gov
Cores que cantam
C A R T A Z
VISUAIS Obras assinadas assinadas por Jacques Douchez (foto), Aldemir Martins, Aldo Bonadei, Alfredo Volpi e Di Cavalcanti. Espaço Cultural BM&F. Praça Antônio Prado, 48. Telefone: 3119-2404. Das 10h às 18h. Grátis.
Biblioteca multimídia
O Snore Stopper é uma solução gentil para o problema do ronco. O sensor no relógio de pulso detecta a vibração do ronco e emite um pequeno choque elétrico, que faz o roncador mudar de posição e parar de roncar. É melhor que uma cotovelada. Custa entre US$ 50 e US$ 90 no Froogle.
O Projeto Biblioteca Digital Multimídia mantém num site específico uma série de imagens, trechos de livros, gravuras, vídeos e partituras reunidos a partir do acervo de bibliotecas públicas em todo o Brasil. O site traz ainda videoconferências geradas pelos Centros de Capacitação e vídeos educativos e culturais cedidos pelo Ministério da Cultura, Ministério da Educação e outros centros culturais de todo o País. Todos reunidos num único site.
http://froogle.google.com/froogle?
http://200.244.52.177/embratel/
q=%22snore+stopper%22&btnG=
main/mediaview/homepage?
Search+Froogle
context=embratel
da New London Orchestra. Quando 100 imagens foram mostradas a mais de 200 pessoas e se pediu a elas que escolhessem as animações mais adequadas à música, elas sempre selecionavam as imagens criadas pelos sinestetas. "É quase como se todo o mundo fosse capaz de apreciar essas imagens sinestésicas, mesmo que não tenha sinestesia", disse Ward. As pessoas nascem com sinestesia, uma condição herdada. Ward e outros cientistas acreditam que, ao estudar o fenômeno, poderão
aprender mais sobre a interligação entre os sentidos e os pensamentos dentro do cérebro humano. "Kandinsky queria tornar a arte visual mais como a música: mais abstrata", disse Ward. "E esperava que suas pinturas pudessem ser ouvidas por seu público". (Reuters)
A maioria das espécies de dinossauro ainda espera para ser descoberta, de acordo com os cientistas Peter Dodson e Steve Wang, que estimam que 71% dos gêneros – conjuntos de espécies – ainda não foram desenterrados. A estimativa está publicada na edição de ontem de Proceedings of the National Academy of Sciences e é baseada na taxa de descobertas – de 10 a 20 anualmente – e na recente ampliação do número de fósseis encontrados na China, Mongólia e América do Sul. Cerca de 1.850 gêneros serão descobertos pela humanidade, segundo o artigo, que afirma ainda que pelo menos metade dos gêneros de dinossauro que já existiram pode não ter deixado qualquer vestígio. L OTERIAS Concurso 154 da LOTOFÁCIL
A TÉ LOGO
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Cerca de 25% da população sofre ou sofrerá algum distúrbio psiquiátrico, diz especialista Exploração irregular de rios e mares já ameaça 80% dos recursos pesqueiros do País
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Um relógio contra o ronco
Dinos, os desconhecidos
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F AVORITOS
A RQUEOLOGIA
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G @DGET DU JOUR
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rtistas como Wassily Kandinsky (18661944) atraem as pessoas não apenas pelo sentido da visão, mas também porque seu trabalho pode ser ouvido, disse um neurocientista britânico ontem. Os sinestetas são pessoas em que um sentido desencadeia outro. Seus sentidos são interligados, de modo que, ao ver um quadro como Co m po si çã o VIII, 1923 [foto maior], do pintor russo, o trabalho também desencadeia sons. "O que Kandinsky queria fazer era apelar para a audição também", disse o neurocientista Jamie Ward, do University College London (UCL). Não se sabe se o próprio Kandinsky era sinesteta, mas Ward disse que o artista tinha consciência do fenômeno sensorial. Os sinestetas compõem de 1% a 2% da população, mas Ward acredita que todas as pessoas façam um vínculo inconsciente entre música e arte visual. Para testar a teoria, ele pediu a sinestetas, em uma série de experimentos, que desenhassem e descrevessem sua visão de músicas
A maioria das pessoas, independentemente da forma física, subestima o conteúdo calórico de suas refeições de fast-food. As pessoas fazem estimativas mais corretas quando tentam determinar o conteúdo calórico de refeições menores, mostra um estudo publicado hoje no periódico Annals of Internal Medicine. Segundo o autor do estudo, Pierre Chandon, "não se trata de falta de conhecimento, ou de distorção motivacional provocada pelo fato de que as pessoas querem mentir (sobre o quanto comem). É uma distorção da percepção, internalizada e que não conseguimos controlar".
Homens que se tornam pais depois dos 40 têm maior probabilidade de ter filhos autistas
Por uma falha no site da Caixa Econômica Federal (CEF), os números sorteados ontem não foram divulgados. Consulte: www.caixa.gov.br
terça-feira, 5 de setembro de 2006
We b Fotografia Pequenos Games
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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MERCADO DE TI DEVE CRESCER 12% ENTRE PEQUENAS
Os negócios da IBM com empresas de até 500 funcionários cresceram mais de 50% em 2005
TI DE GRIFE PARA PEQUENOS E MÉDIOS
Areia na medida do seu caminhãozinho Por Cyro Fiuza imagem de grandes indústrias de Tecnologia da Informação (TI) é naturalmente associada a clientes corporativos, cujos projetos envolvem investimentos de dezenas de milhares de reais. No entanto, as metas de expansão da base de clientes desses fornecedores implica ampliar seus nichos de mercado, com a inclusão de pequenas e médias empresas (PMEs) em suas carteiras. "A SAP projeta chegar a 7 mil clientes no Brasil até 2010. A grande maioria será de PMEs, até porque hoje já cobrimos quase 80% do mercado Divulgação
Sandra Vaz: vendas por meio de parceiros da Oracle aumentaram de 17% para 60% nos últimos cinco anos
corporativo", afirma Hélio Azevedo, diretor de mercado de pequenas empresas da gigante alemã. "As vendas por meio de parceiros da Oracle aumentaram de 17% para 60% nos últimos cinco anos. Além do granho de capilaridade, lançamos produtos específicos para PMEs", conta Sandra
mpresa de consultoria com foco nos om um universo superior a meio milhão de empresas de pequeno e médio porte na América Latina, considerando-se aí companhias de 10 a 499 funcionários, a IDC reviu nos últimos dias suas previsões e agora calcula que o segmento de SMB vai investir mais de US$ 11 bilhões em TI em 2006. "É um aporte considerável do total de gastos de TI na região, o que representa uma boa oportunidade para os provedores expandirem sua presença em um mercado tão promissor", afirma Emerson Gibin, analista senior da IDC para a América Latina. Para 2010 a IDC espera que o orçamento de TI chegue a US$ 19,7 bilhões.
Vaz, vice-presidente de alianças de canais para América Latina da Oracle, principal concorrente mundial da SAP no mercado de ERP (ver ERP integra operações, em DCInformática de 14/08/2006). Segundo Luiz Bovi, diretor para mercado de PMEs da IBM Brasil, a companhia teve um crescimento de 29% em 2005, mas os negócios com empresas de até 500 funcionários registraram um índice acima de 50%. "As pequenas empresas querem profissionalizar sua área de TI para ganhar eficiência e reduzir custos da operação. Mas é complicado para os administradores ter que tratar de infra-estrutura (como hardware, software básico e banco de dados), e s p e c i f i c ações técnicas e soluções financeiras. Por isso, não atuamos isoladam ente. Temos parcerias com fornecedores de software, integradores e bancos, para oferta de um pacote completo", descreve. Na avaliação da IDC Brasil, o mercado brasileiro de TI entre as PMEs deve aumentar 12% neste ano (na segmentação, PMEs são firmas com até 500 funcionários). Fábio Costa, presidente da IDC, estima que existem cerca de 420 mil PMEs no país e apenas 6 mil organizações com mais de 500 empregados. Emerson Gibin, analis-
ta sênior da consultoria, destaca que mais da metade das empresas desse segmento costuma comprar de forma dispersa, embora essa característica venha se modificando drasticamente ano a ano. "A falta de cultura de gestão de investimentos e de um orçamento bem definido acaba fazendo, em muitos casos, com que o custo final fique maior e dificulta resultados satisfatórios", diagnostica. "O mercado de PMEs, de forma natural, está mais atrasado em relação às empresas de grande porte que precisam de soluções muito mais complexas e, por isso, essas corporações normalmente têm um orçamento maior para investir em consultoria, serviços integrados e soluções de TI", compara. Parcerias – Produtos com preços compatíveis à capacidade do cliente são apenas parte da estratégia para chegar às PMEs. Particularmente na área de sistemas de gestão, os projetos corporativos têm prazos de meses, muito trabalho em parametrização e um investimento em serviços (consultoria e intergração) que chega a uma proporção de 7 x 1 (R$ 7 em serviços para cada R$ 1 em licença de software). "As corporações normalmente pedem funcionalidades à la carte. Nas PMEs temos que mudar essa cultura. Quanto menor a empresa, melhor ela se adapta às funções padronizadas. Até porque seria um erro querer funções sofisticadas, sem antes obter o retorno dos investimentos no básico", diz Azevedo, da SAP. Em uma im-
plementação do SAP BusinessOne (o produto para PMEs) para 10 usuários, por exemplo, o custo é de R$ 40 mil em licenças (incluindo ERP e CRM) e R$ 80 mil de implementação. O prazo médio dos projetos fica entre 45 e 90 dias. No sentido de oferecer uma solução completa, a Oracle acaba de anunciar uma parceria com a IBM, para oferta do JD Edwards Rapid Start. A um custo de R$ 12,5 mil por usuário, financiado em até 36 meses, o pacote inclui hardware, software e serviços. "O grande atrativo para os clientes é o desembolso mensal mais baixo. Assim, os próprios ganhos com a melhoria da gestão já vão financiando as parcelas", diz Sandra Vaz. "Por isso, um dos focos é também ter uma implementação rápida. Um dos caminhos foi buscar parceiros que conheçam o negócio do cliente", acrescenta. Mesmo com a simplicação dos sistemas, a maioria das PMEs precisa ajustar sua infraestrutura às novas ferramentas de gestão. "Estamos ajudando muito nas vendas de IBM, HP, Microsoft, equipamentos de rede e segurança", menciona Hélio Azevedo. "Os sistemas de gestão são grandes motivadores para atualização da infra-estrutura", reconhece Bovi, da IBM. Exemplo – A Metalúrgica Friuli – uma indústria de 50 funcionários que fornece componentes estratégicos para a Embraer e primeira no Brasil a adotar o BusinessOne – teve que investir na instalação de servidores Microsoft Small Business Server; Exchange e SQL
Server para viabilizar a mudança. "Precisávamos de uma solução profissional, que atenda à legislação e acompanhe o desenvolvimento do cliente", justifica Eloísio Henrique Silva, gerente industrial da Friuli. No portfólio da IBM, foram criadas linhas de servidores, dispositivos de armazenamento, banco de dados e outros itens, configurados para PMEs. "Quando se vê Express no nome do produto, significa que simplicamos a aquisição, a instalação e o uso", resume. Conincidentemente, outra gigante da indústria, a Cisco Systems, também usa o Express em suas linhas de roteadores e outros equipamentos de rede para PMEs, mercado no qual também procurar eliminar o senso comum entre os empresários de que a marca estaria fora de seu alcance. Marcelo Leite, gerente de markting da Dell, observa que a eficácia das compras por PMEs, em relação a custo/qualidade, corre mais riscos por problemas de especificação do que por capacidade de investimento. "No mercado corporativo há equipes deTI definindo as necessidades. Para as PMEs, desenhar a melhor solução é fundamental", compara. Ele avalia que as necessidades de estabilidade, segurança e performance não são muito diferentes quando se trata de desktops para uso empresarial. "A chave do melhor custo/benefício é entregar a configuração na medida para cada usuário, sem deficiências ou recursos desnecessários", resume.
Grandes fornecedores do mercado corporativo criam estratégias para atingir segmentos mais amplos, com produtos, preços e condições adequadas aos novos clientes. Simplificar os projetos e acelerar as implementações estão entre as principais adaptações.
Divulgação
Azevedo: a SAP pretende alcançar cerca de sete mil clientes no Brasil até 2010. A grande maioria será do grupo de pequenas e médias empresas
Mercado PME: crescimento à vista. O estudo da IDC – Empresa de consultoria com foco nos segmentos de tecnologia da informação e telecomunicações - mostra que mais da metade das 1.900 empresas entrevistadas vão aumentar o orçamento de TI em 2006, o que também é um resultado otimista se comparado aos dados anteriores do mesmo estudo, feito em setembro de 2005. O Brasil aparece bem cotado nessa análise, que prevê gastos de US$ 5 bilhões este ano com TI para pequenas e médias empresas, segundo informação de Emerson Gibin. Em recuperação da crise econômica que a afetou nos últimos anos, a Argentina também apresenta um promissor potencial de crescimento no SMB. "Será um ex-
celente ano para o segmento na região do Mercosul", avalia o analista sênior da IDC. O mercado de pequenas e médias empresas na América Latina está comprando mais soluções integradas e menos produtos ou serviços separados a cada ano. "O mercado de SMB, de forma natural, está mais atrasado em relação às empresas de grande porte que precisam de soluções muito mais complexas. Essas grandes companhias normalmente têm um orçamento maior para investir em consultoria, serviços integrados e soluções de TI", diz o analista. Mais da metade dos investimentos de TI de SMB na América Latina continua ocorrendo em produtos e serviços comprados separadamente.
No entanto, houve uma diminuição importante em relação à mesma pesquisa realizada em 2005. O que se tem visto é TI sendo comprada com a ajuda de uma consultoria e também uma proporção considerável de SMBs comprando soluções de processos de negócios, consistindo em hardware e/ou software, integrado a serviços de TI ou de consultoria de negócios. "A compra de produtos e serviços separados também é uma questão de cultura, mas que tende a cair nos próximos anos", afirma Emerson Gibin. Segurança em primeiro lugar – O questionamento sobre as prioridades de investimentos para 2006 mostrou que as soluções de segurança estão em primeiro lugar, se-
guidas das sistemas de gestão conhecidos como ERP (entreprise resource planning). Comparando às empresas de grande porte na América Latina, o mercado de SMB está atrasado na implementação da maioria das soluções avançadas como CRM, BI, Supply Chain ou Business Continuity. "Como em 2005, as soluções de segurança aparecem em primeiro lugar. Ferramentas como antivírus, antispam e firewall tendem a dominar 85% das compras das empresas na área de segurança. Soluções de CRM, BI e Supply Chain, que antes eram muito caras, passam a ser mais acessíveis para as pequenas e médias, sobretudo pelo interesse das grandes corporações de TI em criar de-
partamentos específicos e esquentar as vendas nesse sentido. Para essas corporações, os canais continuam sendo o grande elo de ligação entre as empresas e os clientes", finaliza Emerson Gibin. Entretanto, pode-se ver uma rápida evolução e a IDC espera que o crescimento para o SMB seja maior que o das grandes empresas, o que significa que os fornecedores devem estar preparados para prover soluções específicas e customizadas para o mercado de SMB. Este já é um fato para a maioria dos fornecedores que já compreenderam que o mercado ainda pouco explorado das pequenas e médias empresas pode ser uma excelente oportunidade durante os próximos anos. (CF)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 5 de setembro de 2006
DOISPONTOS -77
Dom Menas, o caridoso
P
sociedade. Hoje, penso que o Congresso, na pior das hipóteses, é tão ruim quanto à maioria que o elege. Se não for ligeiramente melhor... Dou um desconto aos analfabetos, aos que nem tem dinheiro para comprar jornais, aos que lêem e não entendem o que lêem, aos que ouvem e nunca percebem o que lhes está sendo dito, aos que vêem e não enxergam nada. Mas há um bocado de gente que tem dinheiro e fez uma opção preferencial pela ignorância. Que vota, "conscientemente", em Dom Menas, no Enéas, no "cacareco" da vez. Trata-se de uma gente boçal, que faz a apologia da idiotia. É uma gente feliz. Só os irrecuperáveis são alegres: eles ignoram a sua própria ignorância. Ao contrário. Julgam-se sabichões. Esta gente ignara
está possuída pela idéia de reeleger Dom Menas no primeiro turno. Que o faça, com a falta de inteligência e de bom senso que a acompanha desde sempre. No fundo, é uma gente coerente, que vive de favores, a exemplo de "seu" presidente.
tenham sonhado com isto. Ouço de pessoas dentadas e que se orgulham de "não" votar em nenhum candidato a deputado o seguinte: "Todo mundo é ladrão. Deixem o homem lá!". Todo mundo é igual?
s pobrezinhos vêem no "bolsaesmola" a redenção de suas vidas mesquinhas. Nem sonham mais com um trabalho digno. Talvez muitos nunca
O
Uma ova que é. Eu, por exemplo, não sou. unca dependi para criar meus filhos de favores de compadres. Não recebo aposentadoria imoral, pelo tiro que não levei. Nunca fiz apologia da ignorância – ao contrário, me envergonho da minha, que é imensa. Jamais pedi que meus comparsas pagassem minhas contas ou despesas de meus filhos – pela simples razão de que não tenho comparsas, mas tenho vergonha na cara. Jamais serei rei. Nunca serei Dom Menas. Não sou esmoler.
N
OLAVO DE CARVALHO VALEI-ME, ALBORGHETTI!
N
o momento em que escrevo, domingo à tarde, ainda não sei se amanhã o pedido de impeachment presidencial apresentado pela empresária paulista Ana Prudente será lido da tribuna da Câmara, como exige a lei, ou será encoberto por densas camadas de silêncio e desconversa, como já se tornou de praxe. É o empreendimento mais sério e corajoso que já se tentou para acabar com a orgia petista (macheza, no Brasil de hoje, só de saias), mas não creio que chegue a tocar a sensibilidade moral dos parlamentares, que não têm moral nenhuma e são sensíveis como uma casca de tartaruga empalhada.
ORLANDO SILVEIRA ORLANDOSILVEIRA@UOIL.COM.BR
Site na internet www.blog. dcomercio.com.br
Paulo Pampolin/Digna Imagem
Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
Alô, alô globalização! E
conomistas norte-americanos têm reunido G Sem sair do país, dados e estatísticas para dimensionar o im- as empresas pacto real do international outsourcing, ou prestam serviços seja, da terceirização internacional, para avaliar, a todo o mundo além dos dados empíricos, a relação real entre a e o Brasil se criação de empregos fora do país e a destruição de empregos nos Estados Unidos. O caso mais evi- adaptou a esse dente se refere à Índia e ao seu setor de tecnologia. padrão. Não é um fenômeno isolado, pois a terceirização G A globalização cresce também no Leste Europeu. Essa terceirização, no geral identificada nos se- do setor de tores de tecnologia, informação e comunicação, serviços ocorre alcança uma grande variedade de serviços, como sem alarde, sem embalagem, montagem, logística, entre outros. requerer marcos Analisados à distância, o que vemos é a globali- regulatórios e em zação do setor de serviços que ocorre sem alarde, uma velocidade sem requerer marcos regulatórios e em uma ve- maior que a locidade maior que a capacidade dos governos de capacidade dos regulamentá-las. governos de O Brasil não está fora dessa tendência. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio regulamentá-las. Exterior divulgou, recentemente, números revelando que a média de crescimento de exportação de G A empresa deve serviços foi de 10,8% em 2005, o triplo da média in- falar inglês e o ternacional. Passamos a ocupar o 7º lugar em cres- fuso horário exige cimento de exportação de serviços, o 31º em volume rapidez, para que de exportações (US$ 15 bilhões) e o 24º em volume o prometido para de importações, com mais de US$ 22 bilhões. aquele dia não Há, basicamente, dois tipos de inserção num chegue depois do mercado globalizado. No modelo presencial, a expediente empresa deve se instalar no local onde está a de- do cliente. manda, e aí cabe um sem número de conexões e formas de trabalho com a matriz. No outro modelo, que podemos chamar de exportador, a empresa não precisa estar onde está a demanda. Os dois se aplicam também à área de serviços. Há poucos anos, discutíamos sobre a inserção do setor de serMande seu comentário viços na Alca e as barreiras indicavam que os gopara doispontos@ dcomercio.com.br vernos protegeriam seus mercados contra a en-
trada dos estrangeiros. Discutia-se a imposição de equivalência curricular para os serviços profissionais e a necessidade de um sócio natural do país-hóspede fazer parte de uma empresa prestadora de serviços. Também se cogitava a limitação percentual do capital social que poderia ficar em mãos estrangeiras, além de barreiras operacional, financeira e tributária.
A
discussão mostrou como fomos pouco criativos, como nossa capacidade de prever o futuro é limitada. Uma boa parte do setor de serviços não saiu de seus países para se globalizar, mas foi acessado internacionalmente em sua base local. Sem sair do seu país, as empresas prestam serviços a todo o mundo e o Brasil se adaptou a esse padrão. O interessante nesse modelo, no qual o Brasil tem tido um desempenho acima da média, é que na maioria dos casos, ele quebra o paradigma clássico da globalização pelo qual se imaginava a massificação dos bens e produtos. A forma do atendimento, a velocidade das informações, o padrão de qualidade, o formato de apresentação e a forma de faturamento são adequadas ao cliente internacional. A empresa deve falar inglês e o fuso horário, principalmente da Europa, exige rapidez para que o prometido para aquele dia ou o seguinte não chegue depois do expediente do seu cliente. Este nível de globalização seria impossível sem o estágio de desenvolvimento tecnológico em que vivemos. O fascinante da globalização dos serviços é que ela pode ser ampliada para uma prestação de serviços de maneira ainda mais complexa, atendendo a cadeias de clientes ainda mais dispersos. Porém, nunca será massificada. CARLOS A DARIANI É DIRETOR ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO DO MESQUITA
BARROS ADVOGADOS
A
única linguagem na qual ainda cabe falar deste país e do povo que o habita é a do repórter policial Luiz Carlos Alborghetti, um tipo admirável mas, infelizmente para mim, inimitável (confira em www.youtube.com/results? search_query= Alborghetti&search=Search). Sei dizer palavrões, como ele, mas odeio gritar. Prefiro rosnar impropérios direto no ouvido dos destinatários, poupando de constrangimentos os circunstantes inocentes. Juro que, se encontrar por aqui algum ministro de Estado, deputado, senador, comandante militar, alto magistrado da Justiça ou o próprio sr. presidente, de preferência em alguma ocasião Reprodução
rovavelmente, não há nada mais estúpido que afirmar que a voz do povo é a voz de Deus. Há gente que gosta deste tipo de lambança. E usa a ignorância popular para justificar a sua. O que a maioria das pessoas pensa não me interessa. A maioria das pessoas não pensa nada que preste. Que esteja com Dom Menas só confirma o que se sabe: é preciso ter muito saco para discutir política com quem se orgulha de não ler jornal, de não ouvir noticiário, de não acompanhar o jornalismo dito político. Trata-se de uma gente medonha, que se orgulha do seu não saber, de sua ignorância profunda e irreversível. Durante anos e anos, relutei em aceitar a idéia corriqueira de que o Congresso é, por assim dizer, a "cara" da
onde foi parar a superfície. Ouvem falar do dia claro e acham que é propaganda imperialista. Ficam com medo da escuridão que eles próprios geraram e, para fugir dela, fecham os olhos. O Pythecanthropus erectus já havia descoberto que isso não funciona, mas esse conhecimento, no Brasil de hoje, tornouse um segredo esotérico só acessível a meia dúzia de iniciados.
Sei dizer palavrões, como Alborghetti, mas prefiro rosnar impropérios direto no ouvido.
Caso venha a ser lido, provavelmente será abafado na mídia. Já nada espero, da quase totalidade das nossas lideranças políticas, militares, jornalísticas ou empresariais (não falo das intelectuais porque não existem) senão atitudes cada vez mais covardes e cínicas, numa progressão geométrica de abjeções jamais vista em parte alguma ao longo de toda a História da semvergonhice universal. O povo não apenas consente em tudo, mas quase infalivelmente dará sua aprovação ostensiva ao estado de coisas, reelegendo essa criatura mentalmente disforme e fisicamente desprezível cujo traseiro ocupa a vaga que um dia foi de Juscelino Kubitscheck e Humberto Castelo Branco.
solene, na presença de autoridades americanas, puxarei o desgraçado a um canto e lhe lançarei em voz baixa, discreta, serena, educadíssima, insultos e maldições apocalípticas que nem mesmo existem na língua portuguesa e que inventarei especialmente para essa doce ocasião. Direi coisas tão horríveis que o próprio Alborghetti, se as ouvisse, coraria como donzela pudica. Só não me sinto envergonhado de haver nascido no Brasil porque não tive a menor parcela de responsabilidade nesse infausto acontecimento. Meus antepassados portugueses e alemães, uns burros, achavam que estavam indo para a América. OLAVO DE CARVALHO É JORNALISTA
O
s brasileiros desceram tanto que já não têm a medida de quanto se tornaram mesquinhos, torpes, miseráveis. Têm até o desplante de achar que são normais, que o restante da humanidade é igual a eles. A sujeira em que se meteram é tão funda, que já não sabem
G Os brasileiros
desceram tanto que já não têm a medida de quanto se tornaram mesquinhos, torpes, miseráveis.
FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894
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terça-feira, 5 de setembro de 2006
Internacional
A visita foi boa, adequada e positiva Gholam Hossein Elham, porta-voz do governo do Irã, sobre Kofi Annan
IMAGENS MOSTRAM O ACIDENTE COM O ZOÓLOGO E APRESENTADOR DE TEVÊ STEVEN IRWIN, DE 44 ANOS Fotos:AFP
Steven Irwin ganhou fama ao se apresentar, em uma postura destemida, como o caçador de crocodilos. Mas também gerou polêmica ao ignorar o perigo e se aproximar sempre muito de animais tido como perigosos
ARRAIA MATA CAÇADOR DE CROCODILOS
I
magens do acidente que resultou na morte do zoólogo Steve Irwin, de 44 anos, apresentador do programa Caçador de Crocodilos, exibido no canal pago de televisão Animal Planet, teriam sido entregues à polícia do estado de Queensland. Steve Irwin morreu ontem ao ser ferido por uma arraia enquanto mergulhava no litoral nordeste da Austrália. Ele filmava o animal a 2 mil quilômetros de Port Douglas, na Grande Barreira de Corais, para a produção de um dos episódios da série do documentário Ocean's Deadliest. Segundo a versão online do jornal Australian News, as imagens que estariam em poder da polícia mostram o momento em que Irwin teve seu peito atingido pelo aguilhão da arraia, que provocou uma perfuração no coração. O aguilhão é um grande espinho serrilhado composto por um material duro, semelhante ao osso. O veneno da arraia provoca muita dor, mas não é mortal. O aguilhão, no entanto, causa lesões profundas, como uma baioneta. Após o ataque, Irwin foi puxado da água por um cinegrafista de sua equipe de trabalho. A tripulação entrou em contato com os serviços de emergência de Cairns, a cidade mais próxima do recife. Médicos tentaram ressuscitá-lo a bordo de um helicóptero em Low Isle. Mas ele não resistiu. O produtor e diretor John Staiton, amigo de longa data de Irwin e seu companheiro de trabalho, afirmou que o zoólogo não provocou a arraia. Ele estaria apenas nadando próximo a ela quando foi atacado. Segundo Staiton, que estava a bordo do barco de Irwin, o Croc One, no momento do incidente, as chances são de que Irwin tenha morrido quase que
instantaneamente após o ataque. Segundo Peter West, dono do barco que acompanhava o zoólogo, não havia sangue na água. Uma autópsia será feita. Polêmica – Steven Irwin gerou muitas polêmicas por se arriscar demais nos quase 50 documentários em que estrelou. Ele chegou a alimentar um gigantesco crocodilo com seu bebê recém-nascido nos braços. "Ele assumiu muitos riscos e a televisão o encorajou a fazer isso", disse o conservacionista britânico Ray Mears. "É uma vergonha que a audiência de tevê precise disso para ser seduzida pela vida selvagem." Steve Irwin era famoso por defender entusiasticamente a vida selvagem e por chegar perto demais de animais perigosos em seu programa Caçador de Crocodilos, que começou a ser exibido na Austrália em 1992 e mais tarde foi contratado pelo Discovery Channel, dando ao apresentador fama internacional. Pelo menos 35 espécies de arraias nadam nas águas tropicais na Grande Barreira de Corais, onde Irwin morreu. Os grandes peixes batóides, de forma triangular e corpo achatado, nadam com extrema elegância, buscando alimentos no leito oceânico ou se cobrindo de areia para se camuflar. Mas, quando assustados ou pisados, seu ferrão venenoso dentado de até 25 centímetros é uma "arma" usada na sua defesa. Jornais australianos especularam que Irwin nadava sobre a raia tendo à sua frente o cinegrafista, fazendo com que o peixe se sentisse acuado e, por isso, teria atacado o zoólogo. A morte de Irwin pode ter sido causada por dois tipos de arraia. A mais provável é que tenha sido a da espécie da família Elasmo Branquius (peixes cartilaginosos), também conhecida
como manta gigante. O biólogo André Camilli Dias explicou que ela é uma das maiores do mundo. Pode medir mais de 8 metros de envergadura e pesar 1,4 tonelada. No Brasil –A arraia é encontrada em todos o oceanos, até no litoral brasileiro, em um trecho localizado entre as cidades de Santos e do Guarujá. Dias acha que Irwin pode ter sido atingido pela arraia após um susto do animal. "É provável que tenha sido uma forma de defesa da arraia", comentou. "A sespécie também pode ter balançado a cauda e machucado o apresentador, mas foi fatalidade porque são raríssimos os casos de morte por ferroada de arraia. "Por mais que as arraias tenham ferrões venenosos, Dias calcula que a morte tenha sido causada pela ferroada, que provoca cortes de mais de 20 centímetros. Outra espécie que pode ter matado Irwin é a arraia prego, animal bem menor do que a manta. Simon Pierce, da Faculdade de Ciências Biológicas da Universidade de Queensland, disse que não existem dados precisos sobre o número de mortes provocadas por arraias, mas estima que houve umas 30 nos últimos anos. Especialistas concordavam ontem que a morte de Irwin foi resultado de uma extrema falta de sorte, já que as arraias dificilmente atacam. Outros especialistas classificaram o acidente de grotesco. A esposa de Steven Irwin, Terri, se encontrava, na hora do acidente, fazendo caminhada na Cradle Montain (Montanha do Berço), no Parque Nacional de Saint Clair. Retornou a Queensland na noite passada com os dois filhos do casal: Bindi, de 8 anos, e Bob, de 2. (Agências)
Reuters
Carro-bomba no Afeganistão deixa ao menos 5 mortos
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Soldados fazem inspeção no local onde um carro-bomba explodiu matando membros da tropa britânica Reuters
Um mediador para negociar a libertação de soldados Kofi Annan: missão impossível
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secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, informou ontem que apontará um mediador para estabelecer um contato indireto entre Israel e o Hezbollah, com o objetivo
de obter a libertação de dois soldados israelenses capturados pelo grupo xiita libanês. O anúncio levantou pela primeira vez claramente a possibilidade de uma troca de prisioneiros
para resolver a questão que levou Israel a invadir o Líbano e a bombardear pesadamente o país. Oficialmente, porém, Israel exige a libertação incondicional dos dois militares e rejeita qualquer negociação, mesmo que indireta com o Hezbollah. A informação sobre a mediação assinalava que ele estava atendendo a pedidos de Israel e do próprio Hezbollah. Mas isso foi contestado por Israel. (AE)
m ataque suicida com carro-bomba no centro de Cabul provocou a morte de pelo menos cinco pessoas, ontem, sendo pelo menos quatro afegãos e um soldado britânico, informaram autoridades locais e oficiais da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Em episódios de violência ocorridos também nesta segunda-feira no Afeganistão, 16 supostos rebeldes e cinco policiais afegãos perderam a vida. No sul do país, caças americanos bombardearam por engano soldados da aliança atlântica. O episódio de "fogo amigo" resultou na morte de um militar canadense e deixou mais cinco soldados em condições críticas de saúde. No ataque com carrobomba em Cabul, o militante suicida detonou os explosivos no momento em que seu veículo passou por um comboio militar britânico. Um soldado morreu e outro ficou gravemente ferido, informou o Ministério da Defesa da Grã-Bretanha. Além do militante suicida e do soldado, quatro civis afegãos também morreram no ataque, ocorrido na rodovia
Além do carro-bomba, outros episódios de violência: no sul do país, caças americanos bombardearam por engano soldados da aliança atlântica
entre Cabul e Jalalabad. Pelo menos dois soldados da Otan e sete civis afegãos ficaram feridos no ataque, informaram autoridades locais e oficiais da aliança atlântica. Fogo amigo – Já o episódio de "fogo amigo" ocorreu no âmbito de uma operação na qual a Otan alega ter matado 200 supostos rebeldes. Segundo um comunicado militar, soldados requisitaram apoio aéreo em Panjwayi, na província de Kandahar, "quando lamentavelmente dois aviões abriram fogo contra forças amigas". O major Scott Lundy, portavoz da Otan, disse que o incidente será investigado. Inicialmente a Otan não
identificou a qual força aérea aliada pertenciam os aviões. Mais tarde, o sargento Chris Miller disse que as aeronaves responsáveis pelo bombardeio pertenciam aos Estados Unidos. Enquanto isso, a Otan anunciou que a Operação Medusa, iniciada no sábado em Kandahar, resultou na morte de mais de 200 rebeldes supostamente vinculados à milícia fundamentalista islâmica Taleban. Ainda de acordo com os números da aliança atlântica, mais 80 supostos talebans foram detidos e 180 escaparam. Ao mesmo tempo, o Ministério da Defesa do Afeganistão informou que 89 rebeldes, e não 200, morreram entre o sábado e o domingo em Kandahar. Por sua vez, o mulá Dadullah, comandante militar do Taleban no sul e no sudeste do Afeganistão, qualificou a alegação da Otan como propaganda e assegurou que a informação está errada. "Eles estão dizendo que mataram 200 talebans, mas não mataram nem ao menos dez", disse Dadullah à agência noticiosa Associated Press em conversa por telefone via satélite. (AE)
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Fotografia Pequenas Games Entretenimento
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terça-feira, 5 de setembro de 2006
JOGO DE TIRO TEM CENÁRIO SOMBRIO E INCERTO
O jogo F.E.A.R. foi premiado com o Oscar dos games, o Game Critics Awards de 2005
QUE MEDO! F.E.A.R. (medo) leva o jogador a um centro de comando de um programa secreto do governo Divulgação
Por Fábio Pelegrini ara alegria dos gamers amantes do mundo de terror de F.E.A.R., desenvolvido pela Monolith e considerado um dos mais assustadores e melhores games da categoria, a Vivendi Games anuncia que está colocando para download gratuito o pacote multijogador completo do game, o F.E.A.R. Combat, que permite que o usuário jogue em rede ou via internet mesmo sem ter a versão original. Para ter o programa é preciso se registrar no site www.joinfear.com, pois é necessário obter chave do produto, e clicar na área de download para baixá-lo. É bom ter em mente que será um trabalho demorado e a sua conexão deve ser boa para se a riscar a fazer o download, já que o tamanho do arquivo de instalação é gigante: cerca de 1,77 Gb. Uma alternativa interessante é utilizar o sistema de troca de arquivos BitTorrent, também oferecido pelo site.
A história do mundo de F.E.A.R. leva o jogador a um centro de comando de um programa secreto do governo, com clones de soldados, é dominado pelo canibal Paxton Fettel. Esse cidadão, além de louco e dominador, tem poderes paranormais que controlam psicologicamente os soldados clones do local e liderar uma revolta na unidade. Desta forma, a única força capaz de acabar com o cenário de horror do título é o esquadrão de elite First Encounter Assault Recon ( F.E.A.R.). Ao ser transportado a uma unidade secreta do governo, sua missão é aniquilar soldados clones controlados por Paxton Fettel, mas essa não é uma tarefa fácil. Graças a mecanismos de inteligência artificial, os inimigos têm reações muito rápidas e estratégias para combater as ações do jogador. Premiado com o Oscar dos games no "Game Critics Awards: Best of E3 2005", F.E.A.R. faz jus ao nome (medo, em inglês), já que se trata de um game de tiro em primeira pes-
O jogador enfrenta um canibal que lidera clones de soldados
soa em um cenário sombrio e incerto. Para complicar ainda mais a situação, existe uma inexplicável conexão entre o canibal Fettel e o fantasma de uma menina, que aparece sempre nos momentos mais inadequados. Com sua risada fora de hora, a garota-fantasma provoca sustos, que podem prejudicar a concentração do jogador – emo-
ção à flor da pele. F.E.A.R. Combat possui todas as atualizações, 19 novos mapas e 10 modos inéditos de jogo. O game traz armamento pesado e variado, já que além de muito sangue frio o jogador precisará ter poder bélico para responder fogo contra soldados controlados por seus adversários. Seu arsenal ganhou
mais 12 armas e o jogo é praticamente imune a trapaças, pois o pacote contém um software PunkBuster. Além de um arsenal de última geração, o jogo oferece recursos e acessórios que ajudam o usuário a se manter vivo e melhoram suas condições de combate. Um exemplo é o efeito slow motion (o bullet time do Matrix) que fez sucesso no Max Payne está presente no game. Com ele o jogador ganha a habilidade de atirar em muitos inimigos e se desviar de balas em combate, mas não fique tão feliz: seu uso é limitado. As arenas multijogadores do jogo são amplas e conta com as mais diversas possibilidades de modos de partida, além disso todos podem jogar contra todos, ou seja, usuários da versão gratuita podem combater entre si e também com proprietários do game original. Aqueles que têm o jogo original também podem usar algumas dessas novidades (exclusivamente em modo multiplayer), porque o pacote funciona como um adicional.
F.E.A.R. Combat Requisitos mínimos do sistema: Windows XP, x64 ou 2000, com o service pack mais recente instalado. DirectX 9.0c (Edição de agosto) ou superior. Processador Pentium® 4, 1.7 GHz, ou equivalente, 512 MB de memória RAM, 5.0 GB de espaço livre no disco para instalação. Espaço livre adicional no disco rígido para um arquivo de swap e arquivos de jogos gravados, 5.0 GB de espaço livre no disco para instalação (espaço livre adicional no disco rígido para um arquivo de swap e arquivos de jogos gravados), conexão com a internet (banda larga), placa de vídeo de 64 MB GeForce 4 Ti ou Radeon 9000 e placa de som, ambas compatíveis com DirectX 9.0 e suporte para EAX 2.0. SERVIÇO Gratuito - disponível para download no site www.joinfear.com Categoria: Ação Idioma: Inglês Faixa etária: 18 anos Lançamento: Vivendi Games
Quer montar um home theater? Fácil. Com uma TV de plasma você irá querer um sistema de som melhor. Veja aqui as opções que se encontram á venda no mercado
ão é raro me perguntarem qual o melhor sistema de home theater para ter em casa. TV de 29, 38 ou 40 polegadas já não é mais sinônimo de divertimento garantido quando o assunto é assistir um filme ou show no DVD. O segredo para a qualidade de qualquer home theater está na escolha dos aparelhos que irão compor todo o sistema, já que eles trabalham de forma integrada. Veja a seguir a configuração básica para que seja montado um HT que irá proporcionar uma boa qualidade de som e imagem. Antes, porém, aqui vai uma explicação a respeito dos tipos de som possíveis de serem reproduzidos e que acompanham a maioria dos DVDs. Estéreo PCM – É o som em dois canais, ou seja, direito e esquerdo. Ele é analógico. Dolby Pro-Logic Surround – Esse sistema de som necessita de cinco caixas acústicas para que possa ser reproduzido: direita, central, esquerda e duas atrás, posicionadas uma
de cada lado. O som é mais envolvente que o estéreo, mas ainda assim é analógico. Dolby Digital 5.1– É o sistema de som mais utilizado em DVDs. São necessárias cinco caixas acústicas, posicionadas da mesma maneira que o anterior, mais um subwoofer, que emite somente sons graves. Nesse sistema de som o envolvimento é total, pois cada caixa funciona como um canal independente. Se um barulho em um filme ocorrer do lado esquerdo da tela, a caixa esquerda emitirá esse som; da mesma forma, se a cena for de um tiro disparado do lado direito da tela, na direção diagonal, à esquerda de quem está assistindo, o telespectador terá a sensação de que a bala acertou alguma coisa que está atrás dele. DTS – Basicamente é o mesmo que o anterior. Pode ser considerado o padrão de som concorrente do Dolby Digital. Existe ainda outro padrão de som, como o THX. Ele pode ser considerado um acessório tanto do Dolby Digital como do DTS,
mas apenas alguns filmes em DVD têm esse recurso. Qualquer receiver o reproduz, desde que uma das duas opções digitais esteja selecionada. Componentes– Os aparelhos que devem compor um sistema de home theater variam bastante, mas as opções básicas são as seguintes: Aparelho de TV – Qualquer um não serve. Deve ser de pelo menos 29 polegadas e de preferência ter tela plana. Além disso, a quantidade de entradas disponíveis é crucial. Ele deve ter pelo menos uma entrada estéreo, uma entrada de vídeo RCA, uma de S-vídeo (supervídeo) e uma para vídeo componente. Essa entrada de vídeo é a que possibilita melhor imagem, já que as cores são enviadas ao televisor separadamente e são recompostas no aparelho. São três conexões, uma para cada cor, que irão compor as cores finais. Nos cabos de vídeo comuns as cores entram misturadas e, por isso, distorcidas. É preciso ver para sentir a diferença. Pense tam-
bém em uma TV de Plasma, de 42 ou 50 polegadas. Caso haja espaço suficiente e queira sofisticar, estude a possibilidade de instalar um projetor. Aparelho de DVD – É muito importante prestar atenção aos formatos que podem ser reproduzidos por ele, além das saídas de áudio e vídeo disponíveis. Elas devem seguir os padrões das descritas no item anterior, além de cinco saídas para caixas acústicas, mais uma independente para o subwoofer e uma óptica para som digital. Essa saída alimenta um cabo de fibra óptica, que transporta um som muito mais cristalino do que os cabos convencionais. Ele não custa caro e pode ser encontrado facilmente no mercado. O aparelho deve ainda ter um processador AC3, capaz de reproduzir Dolby Digital e DTS. Aparelho de videocassete – Aqui não tem segredo. Escolha um estéreo, de 7 cabeças. Se quiser sofisticar, pagando mais caro, compre um S-VHS, ou Super VHS. O custo-benefí-
cio não compensa. Receiver – Este é o principal componente de qualquer sistema home theater. É ele quem vai comandar as conexões de som e imagem. Contém tanto entradas como saída de componentes, além de ser um receptor AM/FM. Os mais sofisticados incorporam entre seis e oito saídas e entradas de áudio e vídeo (incluindo óptica e S-vídeo), suficientes para que sejam conectados DVD, VHS, T V, L D ( l a s e r disc), gravador cassete, pick-up – para tocar os velhos discos bolachões – e câmera digital, tanto de foto como filmadora. São capazes de simular vários ambientes, de um clube de jazz até um estádio de futebol, o que torna o envolvimento bastante realista. Possuem ainda saídas para 10 caixas, todas independentes, mais o subwoofer. O preço de um receiver como este varia de
US$ 1.000 a US$2.500 e essa variação depende da marca e recursos de cada modelo. Vale lembrar que nesse preço não estão incluídas as caixas acústicas, subwoofer e cabos. Solução compacta Os mais em conta são os chamados "Home Theater in a box", ou tudo em um. Eles vêm com DVD, subwoofer e receiver integrados, além das caixas acústicas. Têm boa qualidade de som, mas nada comparável a um receiver independente. São de fácil instalação e as caixas são de tamanho reduzido, para ambientes menores. São bem limitados para saídas e entradas de componentes, mas não deixam de ser boa opção. Se você quiser um home theater, leve em conta o espaço disponível, para não errar: se ele for pequeno (de 4X4 metros) ou médio, prefira os compactos. Guido Orlando Júnior
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terça-feira, 5 de setembro de 2006
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Política LULA ENTREGA MIRAGES (E NOVAS PROMESSAS) À FAB Projeto do FX, engavetado no segundo dia do governo Lula, pode ser retomado em caso de reeleição. Sergio Lima / Folha Imagem
SITE DO PT É INVADIDO DE NOVO
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site do diretório nacional e paulista do Partido dos Trabalhadores foi invadido novamente ontem. Com os dizeres "Desculpe Lula, a intenção não foi ofender, mas isso é pra você ver como a gente se sente!", os vândalos virtuais colocaram chifrinhos vermelhos na foto do candidato à reeleição e uma indicação de voto ao candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin. Em nota, o diretório estadual do PT de São Paulo repudia a invasão de seu site por crackers. "Trata-se de mais uma das manifestações antidemocráticas na rede que ultrapassam criminosamente os limites da liberdade de expressão e disseminam calúnias em espaços que sempre foram abertos a críticas e discussões." Segundo o texto, o "terrorismo via internet, que tem o PT como um dos seus alvos preferidos, já contou nestas eleições com campanhas difamatórias via e-mail e invasões aos sites do PT nacional e da Agência Informes, além da tentativa de invasão de que foi vítima o site do diretório estadual do PT do Paraná", diz a nota. De acordo com a assessoria do partido, os crackers colocaram propagandas do
PSDB além de acrescentarem críticas ao PT e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Não vote em corruptos, vote 45 (número do candidato Geraldo Alckmin, do PSDB) ", dizia o cabeçalho da página do diretório nacional do PT ontem. Os invasores deixaram ainda um e-mail de contato com os eleitores. Histórico– O site do PT foi invadido pela primeira vez no último dia 23 de agosto e ficou cerca de 23 horas fora do ar. No último sábado também invadido por duas vezes. O texto exibido no sábado continha a seguinte frase: "Companheiros, eu não sabia de nada!" E no alto da página trazia as inscrições: "Partido dos Trabalhadores (PT) você foi desfigurado", logo no cabeçalho. Abaixo, em um texto intitulado "É sempre a mesma história", os vândalos criticavam o "mensalão, sanguessugas e o escândalo da corrupção". Craker ou hacker? O termo cracker é utilizado para indivíduos que invadem, picham ou tiram do ar sites e sistemas, geralmente com objetivos maliciosos e até criminosos. Os hackers – que são confundidos com os crackers – são especialistas em informática, mas não usam necessariamente seus conhecimentos de forma criminosa. (Agências)
Heloísa: nulo é melhor que voto em corrupto.
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o participar ontem da cerimônia de incorporação à Força Aérea Brasileira (FAB) das duas primeiras unidades do Mirage 2000 – de um total de 12 comprados da França – o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou com a possibilidade de retomar o projeto FX, para a compra de outros aviões, novos, como deseja a Aeronáutica. "Com os Mirages eliminamos uma lacuna em nosso dispositivo de defesa aeroespacial. Mas o planejamento estratégico de nossa defesa inclui a chegada futura do FX, imprescindível elemento de avanço tecnológico", afirmou Lula na Base Aérea de Anápolis, depois de posar para fotos no cockpit dos aviões, como se estivesse pilotando as aeronaves. Promessa retomada– Em setembro de 2002, durante encontros no Clube da Aeronáutica entre militares da reserva e os então candidatos, Lula foi o mais aplaudido pois falou exatamente o que os militares queriam ouvir. Defendeu, então, a modernização da frota da aeronáutica. Só que o projeto FX,
que previa a compra de 12 caças novos ao preço de US$ 700 milhões, foi abandonado pelo presidente no dia dois de janeiro de 2003, como um dos seus primeiros atos de governo, sob a alegação de que os recursos que seriam gastos com a compra dessas aeronaves seriam deslocados para o projeto Fome Zero, considerado mais urgente naquele momento. Fome de Mirage– Com a promessa, militares da FAB esperam que já no ano que vem o projeto FX seja retomado. Por isso mesmo, oficiais da cúpula da Aeronáutica não se cansam de dizer que estes 12 Mirage 2000 usados "respondem a uma necessidade imediata, apropriada para as instâncias presentes e são de caráter transitório" até a chegada dos esperados e prometidos aviões FX. Os dois aviões apresentados fazem parte de um total de 12, que serão incorporados à FAB até 2008. Eles custaram 80 milhões de euros, cerca de R$ 300 milhões, em um pacote que inclui peças de reposição e treinamento de pilotos e mecânicos na França. Os aviões serão mostrados à população no
desfile de 7 de setembro, em Brasília. Em outubro serão entregues mais dois aviões. Em 2007, mais quatro e em 2008 os quatro restantes. Os Mirage 2000, fabricados no final da década de 80, foram adquiridos para substituir os antigos Mirages – que deixaram de voar em dezembro do ano passado– e terão vida útil até 2025. Atualmente, as forças armadas de sete países usam essas aeronaves. Lula, que estava acompanhado dos ministros da Defesa, Waldir Pires, e das Relações Exteriores, Celso Amorim, além do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, e do Senhor Jean de Gliniasty, embaixador da República Francesa no Brasil, ouviu explicações técnicas sobre as aeronaves. Astronauta isolado– O primeiro astronauta brasileiro, tenente-coronel Marcos Pontes, que já recebeu todas as honras do presidente Lula quando estava no espaço, também foi à cerimônia, mas ficou longe do presidente no palanque. Lula também não citou seu nome no discurso, apesar de ter agrade-
cido a presença até de prefeitos e políticos da região. Na frente da imprensa, os dois não se cumprimentaram. Pontes foi alvo de uma polêmica e de críticas por ter pedido passagem para a reserva assim que retornou ao Brasil, depois da sua missão espacial. Antes de deixar a Base Aérea, no entanto, Lula foi cumprimentar e tirar fotos com populares. Reequipamento – No seu discurso, Lula falou também da importância de manter as Forças Armadas equipadas. "O reequipamento das Forças Armadas, essencial para a defesa, como suporte da atuação política e diplomática no exterior e estreitamente interligado à dinâmica econômica e social do País tem merecido minha atenção e meu esforço, na qualidade de comandante supremo", disse Lula. "Quero lhes afirmar, pilotos, mecânicos, homens e mulheres que dedicam a vida a serviço do Brasil, que estamos juntos nesta grande empreitada que é tornar a nossa Força Aérea cada vez mais avançada e eficaz", disse o presidente em tom de campanha. (AE)
Paulo Liebert / AE
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utora do bordão "não vote nulo, vote nela", a candidata do PSol à Presidência, Heloísa Helena, afirmou ontem que votar nulo é mais respeitável que ajudar a eleger um de seus adversários. "Eu tenho obrigação de respeitar o voto nulo, embora saiba que ele auxilia a quem tem o poder econômico e a máquina pública. Agora, que ele é mais respeitável do que o voto de quem sabe da corrupção e quer reeleger a corrupção, com certeza é", disse a candidata a jornalistas, após sabatina do jornal "Folha de S.Paulo". Terceira colocada nas pesquisas, com cerca de 10% das intenções de voto, a senadora alagoana repetiu as críticas ao tucano Geraldo Alckmin e ao petista Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo as pesquisas, poderia se reeleger já no 1º turno. Para ela, "os dois são lados da mesma moeda". Apesar de fazer um discurso com base na esperança, Heloísa mostrou-se descrente na possibilidade de ver realizado o sonho de uma sociedade mais justa. "Acho que não vou ver uma sociedade socialista, é muito difícil", afirmou. A senadora voltou a dizer que pretende "abrir investigações sobre os governos Lula e Fernando Henri que " para apurar irregularidades nas contas de ambos os governos". Chomsky – A candidata ganhou ontem o apoio do lingüista e ativista norte-americano Noam Chomsky, profes-
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva assume cockpit do novo Mirage 2000, entregue à Força Aérea Brasileira (FAB): só para tirar fotografias.
ALCKMIN ATACA PETISTA E RELEMBRA O BRASIL DE JK André Dusek / AE
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Heloísa ganha camiseta nova
sor do Massachussetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos. Ele assinou um manifesto internacional de apoio à candidatura dela. Manifesto– O texto, apoiado por outros 358 militantes, acusa o governo Lula de desapontar milhares de pessoas. Também afirma que Heloísa "levanta bandeiras históricas" do movimento operário brasileiro, dos camponeses, dos pobres e dos oprimidos". "Muitos de nós assinamos, dois anos atrás, um protesto contra a exclusão de Heloísa Helena e de outros parlamentares do PT", lembra o lingüista. "Hoje, Heloísa Helena se tornou a candidata presidencial do novo Partido Socialismo e Liberdade (PSol), fundado por vários dissidentes burocraticamente excluídos do PT e de uma Frente de Esquerda." " Ela e seus camaradas permaneceram fiéis ao programa antiimperialista e socialista original do PT", diz o texto. (Reuters)
candidato da coligação PSDB-PFL a presidente, Geraldo Alckmin, disse que sua vitória será importante para retomar o crescimento da economia e resgatar "os valores" do povo brasileiro. "É aquilo que a gente ensina para os filhos e netos: não roube, não minta, seja honesto, diga a verdade", afirmou o tucano, para quem o atual governo "não tem compromisso com a verdade", sugerindo, também, casos de roubo. Ao desembarcar na cidade de Jataí (GO), Alckmin comentou declarações do ex-governador tucano Marconi Perillo, que lembrara o alerta feito ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a existência do mensalão. "É evidente que ninguém acredita nessa históriade que o Lula não sabia de nada", disse o presidenciável. "Veja o caso dos ministros que saíram grandes amigos (de Lula) e depois ele diz que foram demitidos", destacou. Em seguida, citou o "caso do Okamoto, que fala uma coisa e depois outra", referindo-se ao ex-presidente do Sebrae. Paulo Okamoto negou que o presidente tivesse conhecimento da dívida de R$ 29 mil
Tucano faz comício em praça que JK esteve há 55 anos. E num dia 4.
do candidato Lula para com o PT. Disse à CPMI dos Correios que quitou o débito sem o conhecimento de Lula. Em recente entrevista à TV Globo, no entanto, o próprio Lula revelou que teria repassado a Okamoto a decisão de pagar ou não a referida quantia, com o argumento de que não reconhecia a dívida para com o PT. Recepção – Na chegada à cidade, Alckmin foi recepcionado pelo governador Alcides Rodrigues (PP), que disputa a reeleição com o apoio de Perillo. Depois de oito anos à frente do governo de Goiás, Perillo desfruta da preferência de 80% do eleitorado para o Senado.
Apesar do racha do PFL local, dividido entre Alcides e a candidatura do senador pefelista Demóstenes Torres, Alckmin não foi abandonado pelo partido aliado em sua passagem por Jataí. O deputado Vilmar Rocha (PFL-GO) engrossou a comitiva de recepção que saiu em carreata do aeroporto ao centro da cidade, em um percurso de 11 quilômetros ao longo dos quais Alckmin foi saudado por populares. A recepção calorosa da cidade natal do senador Maguito Vilela (PMDB), que apóia a reeleição de Lula, não ocorreu por acaso. Insatisfeitos com o atual governo, os produtores
rurais têm presença forte na região e aderiram, espontaneamente, à candidatura Alckmim. São eles que bancam financeiramente a campanha do tucano na cidade – dos adesivos, cartazes e bandeiras aos comitês eleitorais. A economia da região é voltada para o agronegócio e Jataí destaca-se como primeiro produtor nacional de milho. JK– A carreata terminou na praça Dimar Menezes, a mesma em que, Juscelino Kubitschek anunciou o projeto de criação de Brasília para ser a capital do País, há 55 anos. Foi lá que Alckmin participou de um comício que mobilizou cerca de 1.100 pessoas, segundo a Polícia Militar. Diante de uma platéia formada basicamente por produtores rurais, Alckmin lembrou que ali também estivera JK, num dia 4. E arrancou aplausos quando assegurou que é possível reviver os grandes sonhos de JK. "Os tratores vão voltar a roncar", anunciou, ao prometer trabalho para o Brasil crescer. "Queremos acabar com esta pasmaceira porque país forte é país que cresce", afirmou, destacando que o Brasil do presidente Lula é só o "lanterninha" do crescimento. (AE)
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Planalto Congresso Eleição estadual Sanguessugas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 5 de setembro de 2006
QUÉRCIA QUER REAJUSTE PARA SERVIDOR
O CANDIDATO DO PSDB CONTINUA IMBATÍVEL EM SÃO PAULO Valéria Gonçalves / AE
Pau no Lula
IBOPE: SERRA MANTÉM A LIDERANÇA
G
eraldo Alckmin vai continuar sangrando Lula na sua campanha pela televisão. O tucano acha que já começou a colher dividendos eleitorais desde que mudou o estilo, quando passou a denunciar o envolvimento do presidente com atos de corrupção praticados pelo PT e que comprometeram setores do governo federal. Alckmin está sendo incentivado principalmente pelo senador Tasso Jereissati, presidente do PSDB. Jereissati quer que o candidato diga aos eleitores, por exemplo, quem foram Delúbio Soares, Sílvio Pereira, Waldomiro Diniz e os ex-ministros José Dirceu e Antonio Palocci.
VAI FUNDO!
O tucano continua com 46% de preferência dos eleitores paulistas, contra 18% de Mercadante.
O
s três principais candidatos ao governo de São Paulo ficaram estáveis na pesquisa Ibope divulgada ontem à noite no SPTV, da Rede Globo. Eles mantiveram os mesmos índices de intenção de voto registrados na pesquisa anterior, realizada uma semana antes. O candidato do PSDB, José Serra, seria eleito no primeiro turno se as eleições fossem hoje: alcançou 46% da preferência do eleitorado. Aloizio Mercadante, do PT, manteve os 18%. O mesmo aconteceu em relação ao candidato Orestes Quércia, do PMDB, que continuou com 8% dos votos. O candidato do PDT, Carlos Apolinário, aparece na pesquisa com 2%. Plínio de Arruda Sampaio (Psol) e Cunha Lima (PSDC) receberam 1% dos votos, cada. Votos brancos e nulos chegaram a 9%, e os indecisos somaram 15%. A pesquisa foi encomendada pela Rede Globo e pelo jornal "O Estado de São Paulo". Em simulação de segundo turno, o tucano também venceria seus principais adversário. De acordo com o Ibope, se houvesse uma disputa entre Serra e Mercadante, o tucano seria eleito com 58% dos votos, contra 25% do petista. No caso de uma disputa com Quércia, Serra chegaria ao Pa-
lácio dos Bandeirantes com 61% dos votos, contra 19% do peemedebista. A pesquisa ouviu 1806 eleitores em 88 cidades do Estado de São Paulo. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Eleições presidenciais – O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, subiu 6 pontos percentuais e aparece tecnicamente empatado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na preferência do eleitorado do Rio Grande do Sul, segundo outra pesquisa do Ibope, que foi divulgada ontem pela TV Gaúcha. O levantamento registra uma tendência diferente da verificada até então no restante do País, onde a vantagem de Lula garantiria uma vitória no primeiro turno. Entre os gaúchos, Lula manteve a liderança, mas passou de 34% para 36%, variando dentro da margem de erro da pesquisa, de 3 pontos percentuais. Já Alckmin saiu de 29% para 35%. A senadora Heloísa Helena (PSOL), terceira colocada, caiu de 16% para 12%. Em um eventual segundo turno entre Alckmin e Lula, o tucano venceria as eleições com 47% das intenções de voto, contra 42% de Lula, num empate técnico praticamente no limite da margem de erro dos candidatos. (Agências)
Eymar Mascaro
Serra, com Afif: "Alckmin está crescendo e vamos para o 2º turno".
COALIZÃO É PETISTA 'ARMA' DO PT, CRITICA DIZ TUCANO. 'SALTO ALTO'
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candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, classificou ontem "de arma eleitoral" a proposta de coalizão que vem sendo defendida pelo PT, com o objetivo de permitir a governabilidade em um eventual segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Toda essa conversa é para botar cortina de fumaça no processo eleitoral", considerou. A cortina de fumaça seria para impedir que se veja "o empenho do partido pela eleição de Geraldo Alckmin (da coligação PSDB-PFL)". Ele disse que a proposta de concertação pode dar a idéia de que Lula vai vencer. "Mas essa idéia só vai estar no dia da eleição", observou. "Alckmin está crescendo e vamos para o 2º turno". Serra fez campanha em Perus, acompanhado do vice de sua chapa, Alberto Goldman, e do candidato ao senado, Guilherme Afif Domingos (PFL).
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candidato do PT ao governo paulista, senador Aloizio Mercadante, manteve o tom confiante em relação à sua capacidade de chegar ao segundo turno da eleição no Estado. Mercadante, que almoçou com representantes da Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo (AESP), criticou o comportamento do rival José Serra (PSDB) em relação aos demais candidatos da disputa. "Eu acho que sapato alto e arrogância não ganham a eleição", disse o senador. A declaração foi uma resposta ao fato de Serra ter afirmado, no último fim de semana, que não tem "um rival" na corrida estadual, mas que existem vários candidatos que, para ele, teriam "mais ou menos o mesmo status". Mercadante disse que continuará trabalhando "com humildade" e voltou a cobrar Serra para que ele compareça aos debates eleitorais. (AE) Sérgio Castro / AE
Em Cajamar: críticas a Suplicy
QUÉRCIA SAI ATRÁS DOS VOTOS DOS SERVIDORES
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s servidores do Estado receberão reajuste caso o candidato do PMDB ao governo de São Paulo, Orestes Quércia, seja eleito. Foi a promessa que o candidato fez ontem. "É uma questão de justiça. Houve inflação nestes anos todos, e pelo menos a reposição da inflação os funcionários deveriam ter recebido", disse, após fazer breve caminhada pelas ruas de Jordanésia, subdistrito de Cajamar. O dinheiro viria, segundo o candidato, do aumento de arrecadação e da renegociação da dívida do Estado com a União. Para defender a candidata do PMDB ao Senado, Alda Marco Antonio, Quércia atacou o candidato do PT, Eduardo Suplicy: "Ele é marqueteiro. Quando vai dormir na prisão ou junto com os sem-terras é marketing. Vamos tirá-lo e colocar uma senadora de verdade no lugar". (Agências)
Tasso Jereissati pede a Alckmin que não se esqueça também de abordar o relatório do Procurador-Geral da República, Antonio Fernando de Souza, autor da denúncia de existência de uma quadrilha de 40 ladrões que agia no PT, comprometendo o governo.
DIVIDENDOS Coincidência ou não, Alckmin cresceu três pontos na pesquisa Ibope do fim de semana, depois que passou a sangrar Lula. O tucano subiu de 22% de índice de intenção de voto para 25%, enquanto Lula caiu de 49% para 48%. Mesmo assim, Lula venceria no 1º turno se a eleição fosse hoje.
ONDE FOI Segundo o Ibope, Alckmin cresceu sobretudo nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste. No Sul, com quase 20 milhões de eleitores, Alckmin cresceu de 25% para 35%, enquanto Lula ficou no patamar de 34%. Portanto, o candidato tucano está um ponto na frente de Lula no Sul.
APOIO O crescimento do tucano no Sul se deu mesmo sem o apoio dos governadores peemedebistas Germano Rigotto (RS) e Roberto Requião (PR), que ainda se mantém neutros. Alckmin, porém, conta com o apoio do exgovernador Luiz Henrique (também do PMDB), candidato à reeleição ao governo de Santa Catarina.
JOGO ABERTO Há informação, contudo, de que Roberto Requião pode anunciar seu apoio a Lula, após a decisão de colaborar com a candidatura de Gleisi Hoffmann ao Senado, pelo PT. No próximo fim de semana, Lula estará fazendo campanha no Paraná e quer Requião ao seu lado.
NEGATIVA O senador Álvaro Dias (PSDB) nega a afirmação de que não estaria fazendo a campanha de Geraldo Alckmin no Paraná. Dias lembra que nenhum outro tucano tem se empenhado tanto pela candidatura de Alckmin, como ele. Detalhe: Álvaro Dias é um dos principais críticos de Lula no Senado.
CRESCIMENTO Nas regiões Norte e Centro-Oeste, que concentram cerca de 20 milhões de votos, Alckmin cresceu seis pontos: foi de 23% para 29%, enquanto Lula despencou de 50% para
42%, segundo o Ibope. O tucanato quer reforçar a campanha de Alckmin nas duas regiões.
FAVORÁVEL O Ibope constatou que, em relação à pesquisa anterior, Alckmin cresceu no Sudeste (50 milhões de eleitores). Seu crescimento na região foi de três pontos (de 25% para 28%), ao passo que Lula desceu de 43% para 41%. O Sudeste é o maior colégio eleitoral do País.
COMO SE DEU O crescimento de Alckmin no Sudeste ocorreu principalmente em São Paulo e Minas Gerais. No Rio, o tucano ainda patina. O PSDB programou a presença de Alckmin mais vezes em cidades de Minas e São Paulo. O tucano precisa alcançar no mínimo 32% dos votos se quiser levar a eleição para o 2º turno.
MAIS VOTOS Em relação a São Paulo, com 26 milhões de eleitores, Alckmin admite que, se estiver 15 pontos na frente de Lula, pode obrigar a realização do 2º turno. O tucano recebe pesquisas diárias e está convencido de que já estaria mais de 10 pontos na frente do principal adversário.
VANTAGEM Governador de Minas e candidato à reeleição pelo PSDB com mais de 70% das intenções de voto, Aécio Neves está prometendo surpresa para a próxima semana. O tucano prevê um grande crescimento de Alckmin no estado. Mas, por enquanto, Lula ainda vence Alckmin em Minas.
DIFICULDADE Detalhe: Alckmin não consegue se aproximar de Lulas nas pesquisas no Rio. O tucano continua em 3º lugar no estado (Heloísa Helena, do PSol, é a 2ª colocada). O tucano continua sendo prejudicado no Rio pelo jogo de vaidades que envolve os aliados locais.
NA FRENTE Todas as pesquisas, incluindo o Ibope, continuam apontando ampla vantagem de Lula no Nordeste, uma região que soma 33 milhões de eleitores. O petista ainda tem mais de 60% de intenção de voto, enquanto a média de Alckmin continua sendo de 15% na região.
terça-feira, 5 de setembro de 2006
Congresso Planalto Ar ticulação Senado
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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DISSIDENTES PODEM AUMENTAR TRAMA PARTIDÁRIA
Roosewelt Pinheiro/Agência Senado
PÉRES E SIMON VÊEM 'FUTURO NEGRO' COM PT Os dois senadores não escondem sua decepção com o jeito petista de governar e defendem uma orquestração partidária em prol das reformas. José Cruz/ Agência Senado
D Simon: "Tudo leva a crer que ele vai ter um futuro perigoso. Chegamos ao vale-tudo!"
LULA E AÉCIO PODEM COSTURAR NOVO PARTIDO Observadores da política acreditam que petista e tucano estão gestando outra legenda nacional.
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nalistas políticos que acompanham as negociações informais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para garantir a governabilidade em um provável segundo mandato acreditam que ele tem margem de manobra para não ficar nas mãos do PMDB no Congresso. O quadro político-eleitoral aponta para a possibilidade de uma aliança mais ampla entre setores do PT, PMDB e PSDB que garanta a aprovação de projetos e até a formação de um novo partido, avaliam os analistas. "Lula é esperto. Aprendeu muito nos últimos quatro anos. Não quer ficar refém do PMDB", afirmou o professor de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), David Fleischer. Segundo ele, as negociações informais que o presidente vem mantendo com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), podem levar a uma reestruturação partidária, reunindo sociaisdemocratas do PT, PSDB e PMDB. Essa reestruturação, na opinião dele, poderia vir já em 2007 ou em 2008, depois de o Congresso ter votado temas importantes para o País e de Lula ter identificado aqueles com quem pode contar. Na base desse realinhamento de forças, disse Fleischer, está o descontentamento de Lula com o PT e o desejo de Aécio de disputar a Presidência em 2010 – disposição fomentada pela popularidade de sua candidatura à reeleição, que conta com cerca de 70% das intenções de voto no segundo maior colégio eleitoral do Brasil. "Dificilmente Aécio teria maioria no PSDB para sair candidato em 2010", diz Fleischer, referindo-se à força do paulista José Serra dentro do partido. Serra já disputou a Presidência com Lula em 2002 e lidera a disputa para o governo de São Paulo. O cientista político Fábio Wanderley Reis, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), concorda que o quadro político-eleitoral que está se desenhando pode estimular uma reformulação partidária e ressalta que uma das questões é justamente o nome tucano para 2010. "Não se sabe o que vai sobrar do PT. As relações de Lula com PT estão, no mínimo, problemáticas. No lado do PSDB, as coisas também não
estão nada simples. Com a derrota de Alckmin, começa uma disputa surda entre Serra e Aécio para 2010, e é difícil imaginar que Serra entregue a rapadura", comentou. Nova – Na opinião dos analistas, Lula pode capitalizar o ressentimento de tucanos e petistas e criar uma nova legenda, reunindo também peemedebistas próximos a ele. Isso, segundo eles, daria a Lula o apoio de que precisa e, a Aécio, uma legenda forte para 2010, uma vez que PT e PMDB não têm candidato natural ao Planalto. Reis observa que o "lulismo" é uma realidade inegável e pode render votos a quem tiver o apoio do presidente. O PSDB sabe disso, tanto que o e x - p re s i d e n t e F e r n a n d o Henrique Cardoso vem ressaltando a importância da união de Minas e São Paulo para o futuro do partido, comentou o professor. Reis ponderou que, apesar da força do "lulismo", a recomposição partidária não é uma operação simples e envolve riscos eleitorais que Aécio certamente analisaria. Porteira fechada – Se, por um lado, Lula articula informalmente um bloco mais amplo de apoios no Congresso e uma futura recomposição partidária, por outro, tem cortejado o PMDB com cargos e a promessa de uma ampla participação no governo. As pesquisas de opinião
mostram que o PMDB terá um forte peso político em 2006. Além de eleger um grande número de governadores, o partido deve obter a maior bancada na Câmara Federal e disputa com o PFL a maioria no Senado. As alas ligadas aos senadores José Sarney (AP), Renan Calheiros (AL) e Ney Suassuna (PB) e ao deputado Jader Barbalho (PA) já celebram a possibilidade de assumir vários ministérios pelo chamado sistema "porteira fechada", que assegura ao partido todos os cargos de comando nas pastas e órgãos federais. Mas o PMDB é um partido fragmentado e, segundo os analistas, o poder sobre setores importantes da administração federal não garantiria a união do partido nem os votos para dar maioria ao governo no Congresso. Melindrada – Na opinião de Reis, a oposição, ressentida por ter perdido a chance de derrotar Lula em meio a tantas denúncias de corrupção, estará bem mais barulhenta e vigilante e dificultará articulações que envolvam troca de voto por cargos e outros favores. "Será um mandato turbulento", prevê Reis. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) diz que, se Lula optar por um "petit comité com gente dessa natureza" -referindo-se a Sarney, Calheiros, Suassuana e Barbalho--, repetirá os erros que resultaram nas denúncias de corrupção. "Eu não participo de nenhuma negociação como essa", disse Simon. Lula conta com a simpatia de peemedebistas oriundos do antigo MDB que podem compor uma base programática, como o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim, o governador paranaense e candidato à reeleição, Roberto Requião e o ex-governador pernambucano Jarbas Vasconcelos, candidato ao Senado. Jarbas, comprometido com a campanha de Alckmin, mantém bom relacionamento com Lula, mas considera "precipitado e ufanista tratar de equipes para um novo mandato quando ainda não se concluiu o primeiro". Contudo, "qualquer que seja o presidente eleito, o Brasil continua com uma urgente agenda de reformas, como a reforma política e a reforma tributária. Essa pauta institucional precisa ser apoiada por todos. É o que defendo", afirmou. (Reuters)
ois dos principais decanos do Congresso, respeitados por suas posições críticas, declaram-se no maior desencanto político de suas vidas públicas. Os senadores Jefferson Péres (PDT-AM) e Pedro Simon (PMDB-RS), certos da reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não descartam um futuro "negro" para o petista caso sua vitória se confirme. "É mais provável um cenário negro, e o cenário negro é marchar para o confronto com o Congresso e partir para uma atitude 'chavista' de tentar usar os movimentos populares para manipular a sociedade, como apelar para plebiscitos e tentar acuar a imprensa", avaliou Péres, candidato a vice na chapa de Cristovam Buarque (PDT) à Presidência. Simon segue o mesmo raciocínio e antevê um cenário "perigoso" para o ex-operário que ele ajudou a eleger presidente. Para o senador gaúcho, Lula vai sofrer pressões por todos os lados, sobretudo da oposição. "Hoje ele tem o apoio das bases populares. Agora, se um debate sério for aberto e ele não mudar, vai sofrer uma roda viva. E, se o apoio do Congresso for este que nós vemos agora, vai ser um problema", apostou Pedro Simon. "Tudo leva a crer que ele vai ter um futuro perigoso. Vão abrir CPIs, vão cobrar coisas que aconteceram no passado. Pouco tempo após começar a trabalhar, será um governo velho", acrescentou o peemedebista. Ambos não escondem a decepção com Lula, mas também responsabilizam os eleitores brasileiros pelo que consideram que será uma escolha errada nestas eleições. Pesquisas de intenção de voto o colocam em um patamar de aprovação considerado surpreendente para um governo alvo de tantas denúncias. A um mês da disputa, o petista lidera as sondagens eleitorais com ampla vantagem sobre seu principal adversário, Geraldo Alckmin. "O momento é estarrecedor. Se filmarem Lula com máscara, invadindo um banco para roubá-lo, vão dizer que ele queria roubar para dar aos pobres", disse Simon. Os dois colegas do Senado reclamam que depois de tantas dificuldades no Congresso, CPIs, cassações e ameaças de impeachment, Lula ainda não
"Péres: ele pode tentar manipular a sociedade e acuar a imprensa."
É mais provável um cenário negro. E o cenário negro é marchar para o confronto com o Congresso e partir para uma atitude 'chavista'. Jefferson Péres
O momento é estarrecedor. Se filmarem Lula com máscara, invadindo um banco para roubálo, vão dizer que ele queria roubar para dar aos pobres. Pedro Simon
teria aprendido a lição. "Lula e seus auxiliares continuam negociando no PMDB com José Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá e Jader Barbalho. E isso leva a crer que Lula terá um futuro problemático, com uma base igualmente fisiológica", disse Simon. "Chegamos ao vale-tudo." Carranca e Cruzado – Com 74 anos, 11 deles como senador, Jefferson Péres conta com o respeito de seus pares. Famoso pelo semblante carrancudo nos corredores do Congresso, ele é um político de atitudes austeras e discurso cáustico. Semana passada, ele chamou atenção ao anunciar sua despedida da vida pública a partir de 2010, quando seu mandato chegará ao fim. "Para este Congresso, não quero voltar mais. O Senado piora a cada legislatura. O Congresso absolve mensaleiros e o povo aprova", desabafou, num dos discursos mais pungentes que proferiu. Simon lidera brigas duras com a ala governista de seu partido e reclama o resgate do PMDB autêntico, que lutou pela redemocratização do país. Franciscano, com voto de pobreza, é um homem aguerrido. Aos 76 anos, ele promete travar uma cruzada audaciosa: evitar que Renan Calheiros, hoje presidente do Senado e muito influente na legenda, se-
ja reeleito para o cargo na próxima legislatura. "Vou trabalhar para mudar isso, e acho que podemos mudar", disse. Banda – "Se Lula marchasse para a concertação partidária, com uma agenda mínima negociada com as forças políticas, eu daria apoio, mas sem me aproximar do governo. Eu estaria pronto para participar disso, mas sem adesismo", ponderou Péres. A iniciativa, dizem os parlamentares, amputaria a forma viciada de se relacionar com a base governista. O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, iniciou conversações com lideranças políticas em busca de uma agenda mínima do Congresso para o próximo ano, tentando o que ele chama de "concertação política entre o Executivo e o Legislativo. "Algo assim poderia me fazer desistir de abandonar a política em 2010", admitiu Peres. Ainda assim, "o homem que nunca sorri", como é conhecido, afirma que prefere "ir para casa" a fazer parte da atual estrutura de poder. "Jefferson é o que temos de melhor na política brasileira, é a grande referência que nós temos. É nele que eu tenho uma imensa expectativa. Estou com ele, não abro, e não deixo ele ir pra casa", prometeu Pedro Simon. (Reuters)
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
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A alisadora automática de roupa, filhote de uma incubadora, vai custar R$ 3,5 mil.
PLANO DE NEGÓCIO É INDISPENSÁVEL PARA MENSURAR SE UMA BOA IDÉIA SE TRADUZ EM OPORTUNIDADE
PLANEJAMENTO É VITAL PARA O SUCESSO Fotos: Marcelo Soares/Hype
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e a montagem de um negócio próprio faz parte de seus planos para 2007, já é hora de começar a pesquisar o assunto. De acordo com o gerente de consultoria do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/SP), Antonio Carlos de Matos, a estruturação de um empreendimento, da idéia até a operação, consome cerca de seis meses. Só a constituição da empresa pode levar dois meses. E colocar as idéias no papel é a melhor forma de analisar a viabilidade. A elaboração de um plano de negócio vai ao encontro dessa necessidade. E fornece ao empreendedor mecanismos para mensurar a implantação do projeto. "Se o empresário vai procurar um investidor, por exemplo, o plano é fundamental", explica o coordenador técnico do Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec), José Carlos de Lucena. Ele conhece bem as dificuldades dos iniciantes, perfil dos que procuram o apoio das mais de 300 incubadoras existentes no Brasil. Como o próprio nome sugere, essas instituições funcionam como um espaço para o nascimento e crescimento da empresa, com apoio de consultoria e instalações físicas, a custos subsidiados. Lucena comenta que mesmo no Cietec, onde o nível de escolaridade dos empreendedores geralmente é alto, pelo próprio perfil da incubadora, há casos de pessoas que desistem do empreendimento, a partir da análise fornecida pelo plano de negócio, com detalhamento das etapas do empreendimento, metas e estudo de viabilidade. Planejamento – O documento deve trazer, em síntese, informações sobre o que se pretende fazer, com quais recursos (fin a n c e i ro s , h u m a n o s e d e apoio), em qual mercado, para qual público-alvo e em quanto tempo. "Ele tem que ser o mais completo e o mais sucinto possível", diz o consultor do Cietec. Recomenda-se que detalhamentos figurem em anexos. Além disso, deve trazer um sumário executivo, que descreva o projeto em no máximo
Sala da Inovatec, uma das empresas em fase de incubação no Cietec
duas páginas. Não é à toa. O Cietec, por exemplo, promove encontros de aproximação entre empresas incubadas – 102 atualmente – e investidores. Nessas ocasiões, é necessário apresentar o empreendimento em 12 minutos. "Só quem tem um plano de negócio consegue fazer isso", diz Lucena. Até o empresário já estabelecido deveria contar com esse planejamento. "O projeto não deve ser engavetado. Ele precisa ser revisto periodicamente", aconselha o consultor do Cietec. Elaboração – Para iniciantes, esse planejamento deve fornecer uma visão da empre-
sa pelo menos para os próximos três anos. No Cietec, candidatos aprovados na primeira fase de seleção recebem um curso para elaborar o documento, a partir do qual é feita a seleção final. O curso é dado pelo Sebrae/SP, um dos parceiros da incubadora, com adaptações às empresas de base tecnológica. Como o Cietec só aceita projetos com proposta de inovação (de produtos ou de processos), o plano de negócio dos candidatos requer análise de universos desconhecidos, envolvendo mercado, clientes, fornecedores. "Até o marketing é diferente." Veja na edição de amanhã, reportagem sobre o plano de marketing e vendas. Fátima Lourenço
SERVIÇO Sites de pesquisa, como o Google (www.google.com), indicam muita literatura sobre o assunto, com endereços úteis à pesquisa. O do Sebrae/SP é um deles (www.sebrae.com.br).
José Carlos Lucena: plano de negócio é fundamental
Cola Pesilox, da Adespec: outra incubada no Cietec
Brasil melhora, mas está longe de ser competitivo
J Idéias que saem do papel P ara Celia Jaber de Oliveira, a fase de incubação no Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec), em área do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), na Universidade de São Paulo (USP), foi muito importante para agilizar o planejamento da sua Coll Projetos de Engenharia e Tecnologia Ltda. "Eles me ajudaram a ter uma visão antecipada do negócio, a estabelecer metas. Paralelamente, foi possível estruturar a empresa, pensando no local para aonde ela iria depois." Afinal, ninguém fica eternamente em uma incubadora. E, mesmo para permanecer lá, é preciso constituir empresa. Arquiteta por formação, pós-graduada em engenharia de desenvolvimento de produtos, Celia tomou para si a tarefa de elaborar seu plano de negócios, com ajuda da consultoria do Cietec, onde permaneceu incubada por três anos, até o último dia 20 de agosto. Invenção – A motivação foi seu invento, uma alisadora de roupas automática, desenhada para o consumidor doméstico: basta pendurar as peças ali dentro que, sob efeito do vapor, elas saem "passadas". Celia buscou no Cietec o apoio
Milton Mansilha/LUZ
Celia e sua invenção: todo vapor
para fazer da invenção, batizada de Agillisa, um produto comercial viável. "Foi como fazer uma outra faculdade", diz. O produto já estava desenvolvido. Com a ajuda do irmão, técnico em mecânica, a empreendedora bolou a máquina, inspirada nos efeitos do vapor do chuveiro sobre as roupas amassadas. Para a automação do processo, pediu ajuda ao então professor de engenharia mecânica – e hoje seu sócio – Juarez Tenório Junior. Burocracia – Hoje, ela vive a fase de transição da incubadora para vôo solo. É um processo iniciado em março e que ainda demanda providências. "Por mais que se estabeleça
metas e prazos, tudo também depende da burocaracia." Como Celia elegeu Guarulhos como praça de lançamento do produto, agora está às voltas com mudanças no contrato social do empreendimento, também adaptado para enquadrar a empresa como fabricante e comercializadora. Detalhes – Estruturar a indústria também requer planejamento específico. "Cada etapa do processo de produção tem de ser organizada", explica Celia. Significa pensar cada item, desde o fornecedor, chegada do insumo na fábrica, decisão sobre onde ele será armazenado, quem controla a qualidade e o estoque, além de toda a logística de produção e distribuição. "Se faltar um parafuso, a produção pára." Ao longo de todo o processo, Celia já se respaldou com duas pesquisas de mercado para avaliar a aceitação do produto pelo consumidor. "A pesquisa de agora ratificou a de 1997, com 89% de aceitação." Ela afirma que, sem o plano de negócio e o planejamento que implementou, não teria, hoje, um produto com tanta qualidade. Prevista para chegar ao mercado no final deste ano, a máquina custará R$ 3,5 mil para o consumidor. (FL)
uros mais altos do mundo, spread bancário também, carga tributária beirando os 40% do Produto Interno Bruto (PIB), elevados gastos dos governos e crédito escasso colocam o Brasil em 38º lugar entre 43 países quando o assunto é competitividade. O Índice Fiesp de Competitividade das Nações (IC-Fiesp), divulgado ontem pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), leva em consideração dados referentes a 2004, e aponta que o Brasil subiu uma posição em relação ao índice do ano anterior. Os países mais competitivos são Estados Unidos (1º), Suécia (2º) e Noruega (3º). Atrás do Brasil, apenas Filipinas, Colômbia, Turquia, Índia e Indonésia. "Melhoramos em spread, produtividade agrícola e da indústria, investimento e em exportação de commodities", explicou o diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Fiesp e responsável pela pesquisa, José Ricardo Roriz Coelho. "Mas pioramos em juros para depósito, produtividade em serviços, carga tributária, exportação de manufaturas e no emprego", completou. Segundo Coelho, embora os juros e o spread bancário tenham caído, os valores ainda ficam muito acima da média dos outros países estudados. Os últimos dados mostram que os juros brasileiros para empréstimo de curto prazo
chegaram a 54,7% ao ano, enquanto a média dos países analisados não passa dos 6,3%. "Juros altos como única forma de combater a inflação, que é o que o governo brasileiro faz, impedem o desenvolvimento do crédito e interferem no crescimento do setor privado", explicou Coelho. "Os 12 anos de combate à inflação baseado em altas taxas de juros criaram um ambiente desfavorável aos investimentos, o que atrapalha a formação bruta de capital fixo, os gastos com inovação e os gastos sociais que levariam a aumentos de produtividade." Ele apontou ainda a carga tributária e as contas públicas co-
mo inibidores da competitividade. Como exemplo citou que em 2005 os impostos atingiram 37,4% do PIB, o dobro do que o fisco representa em países com renda per capita similar à do Brasil. O consumo do governo alcançou os 18,8% do PIB, 4,5 pontos percentuais a mais que a média dos outros emergentes. "E quando analisamos investimentos em saúde e educação, eles são menores que a média dos 43 países analisados." Dança das cadeiras – Países como França (19º) e Itália (25º) perderam posição no ranking em relação ao ano passado. Isso ocorreu porque seus indicadores não acompanharam o crescimento médio das outras nações. Já Irlanda (11º) e Malásia (22º) ganharam pontos na lista dos mais competitivos. "Eles se basearam em uma agenda clássica para crescer, e apostaram na melhoria no ambiente de negócios e no ganho de produção", disse. Caminhos – Na opinião do pesquisador, para o Brasil crescer na lista de competitividade, a saída seria implementar políticas voltadas à construção de um ambiente macroeconômico favorável à produção. "Como fez Israel, Polônia e Hungria, em que a diminuição dos gastos públicos ajudou a reduzir a taxa de juros e a carga fiscal. Outras nações, como a China, Índia e Espanha, aumentaram os níveis de investimento fixo, ampliando a oferta de crédito ao setor privado." Sonnaira San Pedro
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Empresas Tr i b u t o s Nacional Finanças
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ministro das Comunicações, Hélio Costa, comemorou ontem a decis ã o d o m i n i s t ro U b i r a t a n Aguiar, do Tribunal de Contas da União (TCU), que suspendeu a licitação de freqüências para exploração de serviços de banda larga sem fio (WiMax). "Acho que foi a melhor decisão. Até porque nós vamos ter tempo de corrigir vícios de origem do edital e torná-lo melhor, mais eficiente", disse Costa ao chegar ao Ministério. A idéia do ministro é aproveitar essa suspensão para modificar alguns pontos da licitação e permitir a utiliza-
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terça-feira, 5 de setembro de 2006
Vamos ter tempo de corrigir vícios de origem do edital e torná-lo melhor. Hélio Costa, ministro das Comunicações
TCU NEGA MOTIVAÇÃO POLÍTICA
BANDA LARGA: CAI LICITAÇÃO O ministro das Comunicações, Hélio Costa, comemorou a suspensão do processo licitatório ção de freqüências em projetos de inclusão digital do governo. Apesar de ser um dos maiores defensores do adiamento da licitação, Costa negou que tenha feito algum pedido nesse sentido ao TCU. O ministro admitiu, no entanto, que já sabia que o Tribunal poderia adotar a medida cautelar, tornada pública somente na manhã de ontem, durante sessão de entrega de proposta pelas empresas interes-
sadas em participar do leilão. "Eu fiquei sabendo na sextafeira que as coisas estavam caminhando nesse sentido. Então, fiquei mais tranqüilo porque entendi que poderia haver uma solução para o problema sem precisarmos fazer uma portaria, intervir", afirmou. No início de agosto, Costa encaminhou formalmente à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) pedido para adiar a licitação, o que foi
negado pelo Conselho Diretor da agência. Desde então, o ministro cogita a hipótese de reverter a decisão da Anatel por meio de portaria do ministério. "A portaria estava pronta, assinada. Mas não houve necessidade, e essa (decisão do TCU) é a melhor solução", disse. Ele acha que os 15 dias dados pelo TCU para que a Anatel preste esclarecimentos sobre o edital são tempo suficiente para as correções.
Costa disse que vai sugerir hoje ao presidente Lula uma proposta de política pública de comunicação, que inclua uma forma de aproveitar a tecnologia WiMax nos programas de inclusão digital do governo. O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Ubiratan Aguiar negou que tivesse havido motivação política em sua decisão de conceder a medida cautelar que suspendeu a licitação de freqüências de
banda larga sem fio. "Nossa orientação é puramente técnica", disse o ministro do TCU. Preços – Segundo ele, a secretaria técnica do TCU alertou para o fato de que o levantamento de preços para as faixas de freqüências havia sido feito há um ano e meio e, portanto, estava defasado. O leilão causou atritos entre o ministro das Comunicações, Hélio Costa, e a agência. O ministro defende a participação das empresas de telefonia fixa no leilão, sem restrição. Pelo edital, as operadoras só poderiam apresentar ofertas para regiões fora de suas áreas de concessão. (Agências)
ATAS
SENIOR SOLUTION S/A NIRE 35300190-785 - CNPJ/MF nº 04.065.791/0001-99 ATA DE REUNIÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Data e Hora: 23/08/2006, às 12:00 hs. Local: na sede da cia., localizada na R. Haddock Lobo, 347, 13º. Andar, em SP/SP. Quorum: presentes os seguintes membros do Cons. de Adm. da Soc. Alberto Costa Sousa Camões, Alberto Gaidys Junior, Antônio Luciano de Camargo Filho, Jorge Pablo Zapata Rivera e José Rubens Spada Jr. Mesa: Alberto Costa Sousa Camões – Pres.; Antônio Luciano de Camargo Filho – Sec. Apreciação e Deliberações: a) Renúncia de Diretor. Os Srs. Conselheiros consignaram o recebimento nesta data do Termo de Renúncia do Sr. Fernando Henrique de Aldemundo Pereira, que deixará o cargo de Dir. Financ. da Cia. em 31/08/2006. O respectivo termo será arquivado na Jucesp e a publicação da presente ata terá os efeitos da publicação prevista no art. 151 da Lei nº 6.404/76. O pedido de renúncia do Sr. Fernando Henrique de Aldemundo Pereira, ao cargo de Dir. Finan., foi aceito e homologado por todos os Conselheiros; b) Eleição de Dir. Finan. Foi eleito pelos Srs. Conselheiros, por unanimidade, o Sr. Antônio Luciano de Camargo Filho, que passará a ocupar o cargo de Dir. Finan. a partir de 31/08/2006. Desse modo, o Sr. Antônio Luciano de Camargo Filho exercerá, cumulativa e temporariamente, o cargo de Dir. de Tec. e Dir. Finan., permanecendo no cargo de Dir. Finan. até que seja nomeado novo diretor para este cargo. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, o Sr. Presidente deu por encerrada a reunião, da qual se lavrou a presente ata que, lida e achada conforme, foi pelos presentes assinada. SP, 23 /08/06. Alberto Costa Sousa Camões - Presidente. Antônio Luciano de Camargo Filho - Secretário. Alberto Gaidys Junior. Jorge Pablo Zapata Rivera. José Rubens Spada Jr. Jucesp nº 35300190-785 em 23/08/06. Cristiane da Silva F. Corrêa. Secretária Geral.
COMUNICADOS
EDITAIS
Transportadora Expresso S&S Ltda, inscrita no CNPJ-03.011.383/0001-91 I.E206.108.748.110, comunica o extravio da NF 57.077 Procter e Gamble Indl.e Coml.Ltda inscrita no CNPJ- 01.358.874/0001-88 (4, 5, e 6/09/2006) Transportadora Expresso S&S Ltda inscrita no CNPJ-03.011.383/0001-91 I.E 206.105.748.110, comunica o extravio da NF- 314.010, Procter e Gamble Hig.e Cosméticos Ltda inscrita no CNPJ- 67.712.562/0017-04 (4, 5, e 6/09/2006)
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS - EDITAL DE LEILÃO Nº 05/2006 - PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 17.516/ 2005 - Faço público de ordem do Senhor Prefeito Municipal de São Carlos, que se acha aberta licitação na modalidade Leilão do tipo Maior Oferta, tendo como objeto a alienação de bens MÓVEIS SEMINOVOS que integram o prédio do novo Paço Municipal de São Carlos-SP, conforme descrição e quantidades constantes no Anexo I do edital. O Edital na íntegra poderá ser adquirido na Sala de Licitações da Prefeitura Municipal de São Carlos, situada na Rua Major José Inácio, nº 1.973, Centro, São Carlos, Fone: (16) 3307-4272, a partir do dia 05/09/06, no horário das 9:00h às 12:00h e das 14:00h às 16:00h. Os Envelopes de proposta serão recebidos na Sala de Licitações até as 10:00 horas do dia 20/09/2006, após o que terá início a sessão pública. São Carlos, 04/09/2006. Paulo José de Almeida - Presidente da Comissão Permanente de Licitações.
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: PREGÃO PRESENCIAL Nº 48/0056/06/05
OBJETO: FORNECIMENTO DE ESTAÇÕES DE TRABALHO, IMPRESSORAS E ESTABILIZADORES BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO – BID CONTRATO DE EMPRÉSTIMO Nº 1225/OC-BR A Pregoeira da Fundação para o Desenvolvimento da Educação - FDE, designada pela Portaria nº 028/04, de 22/09/2004, torna público para o conhecimento de quem possa interessar que às 14:00 horas do dia 19/09/2006, no Auditório da FDE à Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121-900 – São Paulo/SP, estará reunida para recebimento dos envelopes 1 (Proposta) e 2 (Habilitação) relativos ao Pregão nº 48/0056/06/05, tipo menor preço global cujo objeto é a aquisição de Estações de Trabalho Diskless e com Disco, Switch, Estabilizador, Serviços de Cabeamento e de Rede Elétrica – Convênio n° 177/2000 - PROMED; Convênio n° 0177/2000- PROMED, que será regido pelas Normas do Banco Interamericano de Desenvolvimento BID, Lei nº 10.520, de 17/07/2002, e demais legislação correlata, aplicando-se subsidiariamente, no que couber, a Lei 8.666, de 21/06/93, com suas alterações, tendo como fonte de recursos o Contrato de Empréstimo nº 1225/ OC-BR – MEC/BID. O certame está aberto aos licitantes originários de países membros do BID, sendo que os interessados poderão examinar ou adquirir o Edital no endereço acima mencionado, a partir de 05/09/2006, de segunda a sexta-feira, no horário das 8:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br.
CONVOCAÇÃO
Coopersollo Cooperativa de Trabalho em Limpeza Urbana e Esgotos Edital de Convocação de Assembléia Geral Extraordinária Coopersollo Cooperativa de Trabalho em Limpeza Urbana e Esgotos, CNPJ nº 05.548.949/ 0001-44, pelo presente Edital convoca todos os cooperados, em pleno gozo de seus direitos estatutários, para reunião de Assembléia Geral Extraordinária a ser realizada no dia 23 de setembro de 2006, na sede social da Coopersollo situada na rua Francisco Augusto Lopes nº 117, CEP 02557-120, Bairro do Limão, São Paulo/SP, com primeira convocação às 13:00 horas, estando presentes 2/3 dos cooperados, em segunda convocação às 14:00 horas, com 50% + 1 dos cooperados ou em terceira e última convocação às 15:00 horas, com mínimo de 10 cooperados para tratar dos seguintes assuntos que deverão constar da “Ordem do Dia”: 1) reforma do estatuto; 2) fusão, incorporação ou desmembramento; 3) mudança do objeto da sociedade; 4) dissolução voluntária da sociedade e nomeação de liquidante; 5) contas do liquidante; 6) dos órgãos de administração; 7) alteração do capital social. São Paulo, 01 de setembro de 2006. Antônio Luiz Figueiredo - Diretor Presidente. (4, 5 e 6/09/2006) FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 4 de setembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:
Requerente: Masfi Factoring Fomento Comercial Ltda. - Requerido: A Bonavite Júnior Cartuchos-EPP - Rua Coelho Lisboa, 476 - 02ª Vara de Falências Requerente: Polimold Industrial S.A. - Requerido: Maria das Graças Avelar-EPP - Rua
Calaguala, 201 - 02ª Vara de Falências Requerente: Maqmóveis Indústria de Móveis Escolares Ltda. Requerido: Instituto Superior de Educ. e Pesq. Horizontes S.A. - Rua Raul dos Santos Machado, 25 - 01ª Vara de Falências
FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR PREGÃO Nº 036/2006-FAMESP/HEB PROCESSO Nº 243/2006-FAMESP/HEB REGISTRO DE PREÇO Nº 023/2006-FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 05 de setembro de 2006 a 19 de setembro de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignoli s/n, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/HospitalEstadual Bauru, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL - PREGÃO Nº 036/2006-FAMESP/HEB - PROCESSO Nº 243/ 2006-FAMESP/HEB, que tem como objetivo a Aquisição de medicamentos (Ácidos graxos essenciais, creme hidratante com vitaminas, papaína pura em pó, Subgalato de Bismuto), para registro de preço por um período de 12 meses. As Amostras deverão ser entregues até o dia 19 de setembro de 2006 às 17:00 horas. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 02 de outubro de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 – Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 05 de setembro de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice Presidente - FAMESP.
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terça-feira, 5 de setembro de 2006
Tr i b u t o s Finanças Nacional Agronegócio
DIÁRIO DO COMÉRCIO
PROJETO PARA SANTOS É OBRA CARA
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milhões de dólares foi o superávit da balança comercial brasileira no primeiro dia de setembro
GOVERNADOR CLÁUDIO LEMBO FALA EM PERIMETRAL E MINISTRO PAULO PASSOS, EM OBRAS DE AMPLIAÇÃO
PORTO TERÁ PROJETO DE R$ 1,5 BI Alex Almeida/Folha Imagem
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oas notícias para quem vem lutando há décadas pela modernização do Porto de Santos, chamado de "Porto do Brasil" por suas dimensões: o governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), disse ontem à noitinha, no seminário Santos Export 2006 – Fórum Nacional para a Expansão do Porto de Santos, que vai lutar junto ao governo federal para promover a construção da perimetral do porto, como forma de ampliar a mobilidade de cargas e pessoas na baixada. Antes, pela manhã, no mesmo seminário, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), foi a vez do ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos. Ele confirmou o início de um estudo de viabilidade econômica e técnica de um projeto, orçado em R$ 1,5 bilhão, que envolve o governo japonês e empresas brasileiras para ampliar em até 50% a capacidade operacional de cargas no porto santista. Lembo lembrou que já havia conversado com o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) sobre o tema, durante
a recente visita de ambos ao terminal do Guarujá. "O presidente Lula mostrou muito interesse no assunto", disse o governador. Ele anunciou que após o lançamento das obras do trecho sul do Rodoanel, previsto para esta semana, vai a Brasília junto com a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) e empresários tratar da perimetral do Porto. "Mas é uma obra cara que deverá entrar nas PPPs (Parcerias Público Privadas)", antecipou. Essa obra é fundamental, explicou Lembo, para dar maior mobilidade à movimentação de cargas e pessoas em toda a Baixada Santista, que deverá crescer muito com a conclusão de mais um trecho do Rodoanel. O movimento de cargas no Porto de Santos cresceu cerca de 20% nos últimos três anos e deverá fechar 2006 com 80 milhões de toneladas, contra 72 milhões em 2005. O porto pode movimentar até 120 milhões de toneladas ao ano, mas a idéia é dobrar essa capacidade. "O Porto de Santos é fundamental para o desenvolvimento do País", resumiu o ministro.
Emergentes pedem volta da Rodada Doha
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Porto de Santos registrou de janeiro a julho aumentos expressivos nos embarques de álcool, grãos e café José Luiz da Conceição/AE
Sergio Leopoldo Rodrigues
Crescem embarques de álcool e grãos
Ministro Furlan faz visita a usina de álcool junto com o secretário britânico Alistair Darling
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umentos expressivos 5,315 milhões este ano. nos embarques de álSubiram também as imporcool, café e grãos fo- tações, destaque para o trigo, ram relatados pela Compa- com alta de 6,16%. Na primeira nhia Docas do Estado de São metade do ano as compras do Paulo (Codesp), em comunica- grão totalizaram 843.323 tonedo com dados de janeiro a ju- ladas, ante 794.399 toneladas lho deste ano. As exportações na mesma época de 2005. De janeiro a julho de 2006 o de álcool pelo Porto de Santos c r e s c e r a m 4 6 , 0 8 % , p a r a porto de Santos registrou au942.032 toneladas, em compa- mento de aproximadamente ração a 644.877 toneladas em- 1% no total acumulado de carbarcadas no gas movimenmesmo períotadas em comdo de 2005. paração ao primeiro semesNa comparação de julho tre de 2005. Apex – A de 2006 com julho do ano Agência de por cento foi quanto Promoção das passado, a vasubiram os riação é ainda E x po r t a çõ e s (Apex) fará mais expresembarques de álcool s i v a , d e um convênio pelo Porto de Santos para criar um 227,85%, indo de 105.432 paprograma senos primeiros sete ra 345.658 totorial integrameses deste ano. do de promoneladas. As vendas ção da tecnologia do álcool externas de café em grão n o e x t e r i o r, pelo porto também subiram disse Juan Quirós, presidente no primeiro semestre, regis- da Agência, que integra o Mitrando avanço de 31,19 % so- nistério do Desenvolvimento, bre os primeiros seis meses de Indústria e Comércio Exterior. O programa será desenvol2005, com vendas evoluindo de 393.129 toneladas para vido em conjunto com o Arranjo Produtivo Local (APL) de Pi515.738 toneladas. As exportações de soja em racicaba, formado pelas emgrão registraram 9,81% de au- presas de base do setor canamento de janeiro a julho, pas- vieiro da região. Segundo sando de 4,841 milhões de to- informações de Quirós, será fineladas no ano passado, para nalizado em 30 dias. (Agências)
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Brasileiros farão usina na África
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á projetos inovadores em andamento que não pressionarão a capacidade do Porto de Santos. O Grupo Cosan, maior conglomerado sucroalcooleiro do País, e a Dedini, principal indústria de base do setor, negociam com o governo britânico a construção de uma unidade de açúcar e álcool na África do Sul. É parte de um projetopiloto de cooperação produtiva entre Brasil e Grã-Bretanha, em que os britânicos se interessam pelos créditos de carbono gerados pela usina e os brasileiros, pela formação de um mercado para o álcool. A África do Sul foi escolhi-
da por ter bom relacionamento com o Reino Unido e possuir terras disponíveis. Os pontos do projeto devem ser detalhados hoje, em Brasília, pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Luiz Fernando Furlan, e pelo secretário britânico para Comércio e Indústria, Alistair Darling, em visita ao Brasil. Ambos estiveram ontem em Piracicaba, onde estão as instalações das empresas brasileiras participantes do projeto e o Centro de Tecnologia Canavieira da Coopersucar. Pelo acordo, a Cosan forneceria a tecnologia e a Dedini, os equipamentos industriais. O
ministro Luiz Fernando Furlan disse que a "decisão política" que deu início ao projeto foi tomada entre o primeiro-ministro britânico Tony Blair e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante visita do presidente brasileiro ao Reino Unido no início do ano. "Estamos interessados no potencial do Brasil, que vem crescendo no mercado de biocombustíveis e na redução das emissões de carbono", disse o secretário britânico. "Há algumas semanas fiz uma proposta para redução de emissões, não só para carros, mas também para o setor industrial no Reino Unido", afirmou. (AE)
Balança começa bem o mês
O
fluxo de comércio exterior começou bem o mês de setembro. Boletim divulgado ontem na internet pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, revela que o único dia útil do mês até agora, sexta-feira da semana passada, registrou superávit (saldo positivo) de US$ 395 mi-
lhões. Resultado de exportações no valor de US$ 746 milhões contra importações de US$ 351 milhões. O saldo da balança comercial (exportações menos importações) no ano acumula US$ 30,02 bilhões, com alta de 4,11% sobre o mesmo período do ano passado, quando o saldo foi de US$ 28,83 bilhões. As
vendas brasileiras para o exterior somam US$ 88,91 bilhões e as compras externas chegam a US$ 58,88 bilhões. Embora as importações tenham crescido mais que as exportações em ritmo de 21,9% contra 15,2% no ano, o saldo comercial continua forte e deve se aproximar do resultado de 2005: US$ 44,76 bilhões. (AE)
rasil, Índia, China e outros países emergentes pedirão que as negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) sejam "retomadas imediatamente". A mensagem fará parte da declaração que o G-20 pretende aprovar na reunião deste fim de semana no Rio de Janeiro. O encontro é o primeiro de três reuniões que ocorrem em setembro e que terão como função redirecionar o rumo político das negociações, suspensas em julho. A interrupção ocorreu depois que os negociadores não conseguiram chegar a um consenso sobre cortes de tarifas de importação para produtos agrícolas e subsídios. Brasil, Europa e Índia acusaram os Estados Unidos de não estarem dispostos a reduzir subsídios. Já os EUA cobraram maior disposição dos europeus. Outras duas reuniões neste mês serão fundamentais para a retomada das negociações: o encontro anual do Banco Mundial (Bird) e Fundo Monetário Internacional (FMI) e a reunião dos ministros do Comércio do Grupo de Cairns. (AE)
Convênio para tornar a aduana mais ágil
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Receita Federal e o Instituto Aliança Procomex firmaram um convênio para tornar mais ágil e eficiente o desembaraço aduaneiro no País. O acordo foi assinado na quarta-feira passada, mas divulgado somente ontem. O Instituto Aliança Procomex é uma entidade da iniciativa privada mantida por empresas ligadas ao comércio exterior. Pelo acordo, o fisco e o Instituto vão fazer uma análise conjunta dos problemas que afetam o fluxo de cargas e a logística nos terminais aéreo, marítimo e terrestre. O objetivo, de acordo com a Receita Federal, é remover os obstáculos desnecessários nessas operações e diminuir os custos. Estratégia – Estão previstas ações conjuntas para diminuir prazos e custos dos processos de importação e de exportação. Com essa estratégia, se espera aumento da competitividade das empresas brasileiras no mercado mundial. Em comunicado, a Receita informou que a meta é acelerar os processos de despachos aduaneiros sem perder a segurança na fiscalização. (AE)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
quarta-feira e quinta-feira, 6 e 7 de setembro de 2006
RESENHA
NACIONAL
O BRASIL IMPERIALISTA
G O Brasil ficou caro. E instável. Ficou barato investir fora, diretamente ou através de paraísos fiscais. brasileiros investem no exterior US$ 95 bilhões, mais ou menos – a metade do investimento norteamericano aqui registrado. Isso é bom? É ruim? O capital busca sempre a melhor remuneração, considerada dentro dela a variável risco. O Brasil ficou caro. E, mais do que caro, instável. Ficou barato investir fora, diretamente ou através de paraísos fiscais. Ficamos (Brasil) cada vez mais caros e mais fracos institucionalmente. É ruim que o investidor brasileiro construa fábricas no exterior? Não, mas seria melhor se ele se sentisse estimulado a investir no Brasil e exportar seus produtos. Ocorre que o excesso de impostos, a taxa interna de juros, a legislação trabalhista, a
JOÃO DE SCANTIMBURGO
instabilidade institucional e a supervalorizada taxa de câmbio fazem o capital migrar e, com isso, não se criam novos empregos na indústria. O chamado “setor terciário” que, teoricamente, deveria absorver a mão-de-obra dispensada pela indústria, cada vez mais produtiva, precisa de um período de adaptação que, para boa parte dos trabalhadores, é quase impossível realizar. Os políticos brasileiros, qualquer que seja o seu matiz ideológico, precisam levar em conta que o capital é apátrida e que ele sempre vai buscar a melhor remuneração e o menor risco institucional. A corrupção, às vezes, ajuda a realizar alguns negócios, mas, quando é sistêmica, eleva os custos de transação e é, portanto, indesejável. A burocracia brasileira é uma das quatro ou cinco piores do mundo em termos de velocidade. Reduzir impostos sem cortar custos correntes é absolutamente impossível, já que, virtualmente, o governo não investe em capital fixo (estradas, hidrovias, portos, usinas, etc.) e dificulta a entrada de investidores privados. Existem, até hoje, pessoas no governo que acreditam que a privatização da telefonia e a concessão à exploração de estradas de rodagem foram crimes de lesa-pátria. É neste país de contrastes que o Brasil imperialista (investidor externo) busca sua inserção na economia internacional.
Ciências inúteis CLÁUDIO WEBER ABRAMO
D
igamos que o eventual leitor às vezes viaje de avião. Digamos que, lá com os seus botões, alimente alguma inquietude quanto à segurança do que está fazendo. Como é possível àquela engenhoca enorme e pesadona alçar vôo e, depois de um par de horas, nos depositar ao solo em algum outro lugar? Se o viajante é apenas moderamente paranóico (este que escreve tinha um amigo que não viajava de avião de jeito nenhum; morreu há alguns anos – não de desastre de trem ou de automóvel, mas do coração, durante o sono), afastará pensamentos catastróficos, se ajeitará como pode na lata de sardinhas em que se transformaram os aviões, consumirá ou rejeitará aqueles lanchinhos horrendos que nos são servidos e, conforme o estado de espírito, ouvirá entre aborrecido e divertido uma catadupa de mensagens imbecis lidas pelas aeromoças e aeromoços. (Aliás, de onde inventaram aquela frase perfeitamente idiota que diz “sabemos que a escolha da companhia é decisão do cliente”? Seria decisão de quem, cara-pálida? E aquela outra, “por questões de segurança etc.”. Por que questões no plural? E por que repetir mensagens em inglês, sendo que o idioma do bardo é usualmente torturado além de qualquer possibilidade de reconhecimento? E por que lembrar aos passageiros para que não esqueçam seus pertences pessoais, “inclusive telefone celular”? Por falar nisso, se telefones celulares ligados realmente constituíssem ameaça à segurança de vôos, seríamos proibidos de portá-los. Nem na bagagem poderiam viajar. Diga-se que determinados telefones com GPS continuam a emitir sinais mesmo quando aparentemente desligados.) Enfim, viajamos de avião porque confiamos em que voam. Confiamos porque, mesmo inconscientemente, temos uma certa noção de que por trás daquilo tudo há engenharia e, por trás desta, há física. Aviões voam porque gerações de físicos construíram uma explicação do mundo capaz de gerar tecnologias diversas, a saber, coisas e processos que funcionam. Sem entrar em considerações a respeito da filosofia do conhecimento,
COMENTÁRIO DE ARTHUR CHAGAS DINIZ PUBLICADO NO SITE DO INSTITUTO LIBERAL WWW.INSTITUTOLIBERAL.ORG.BR
O s brasileiros investem no exterior US$ 95 bi
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O DESTINO
Céllus
confiamos em que funcionam porque funcionam na esmagadora maioria das vezes. Ou seja, embora aviões às vezes se esborrachem no chão matando centenas de passageiros, isso acontece só de vez em quando. No fundo, mesmo que inconscientemente, confiamos nos aviões porque a física é uma ciência de verdade. Determinadas disciplinas acadêmicas também têm apostas antes do nome a palavra “ciência”. É o caso, em particular, da “ciência política”. Mas será, mesmo, que essa atividade é uma ciência, ou seja, explica alguma coisa, dá origem a tecnologias? Tudo indica que não. Caso a ciência política servisse de verdade para alguma coisa, os cientistas políticos seriam capazes, por exemplo, de explicar plausivelmente a esbórnia política brasileira.
A
o longo dos últimos dez anos (para usar um número qualquer), os costumes políticos sofreram uma deteriorização nítida. A história da compra de votos para a emenda da reeleição, que permitiu a FHC concorrer para um segundo mandato, não foi café pequeno. De lá para cá, parcelas crescentes do Congresso Nacional mostraram-se inaptas para exercer sua função constitucional. Deputados e senadores em risco de entrarem na lista de alguma CPI andam pelos corredores do Congresso ameaçando que não cairão sozinhos, a saber, contarão o que sabem. Devem saber um montão. Os jornais publicam, os sujeitinhos não desmentem, quem ouviu continua a vida como se nada tivesse acontecido e todos vão levando a vida. Como é que essas coisas (e tantas outras) se explicam? Qual é a teoria política que dá conta do fato de um corpo legislativo que putativamente representa interesses na sociedade age de modo sistemático de forma intolerável e ainda por cima se apresenta ao eleitor com um discursinho picareta que não engana a ninguém? Qual mecanismo sócio-político entra em jogo? E, mais importante, se há um mecanismo explicável, deve haver também um contra-mecanismo. A tecnologia da ciência política não fornece nem um nem outro. Assistem a tudo perplexos, como qualquer mortal.
A ciência política não tem respostas para o que anda ocorrendo no Congresso. Aizar Raldes/AFP PHOTO
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á alguns anos, era comum entre a esquerda brasileira nomear os norteamericanos como “imperialistas”. Interessante é que quando caracterizavam o “imperialismo”, os comuno-socialistas se referiam, com grande ênfase, à produção no Brasil de investidores norte-americanos. Colgate, Gessy Lever, Palmolive, Johnson & Johnson, entre muitas outras, eram a maior evidência do imperialismo ianque. O capital estrangeiro – desde que norte-americano – era o principal agente do imperialismo. O mundo mudou e hoje empresas e empresários
Abaixo a hipocrisia GILBERTO NATALINI
A
promessa de liberação de R$ 100 milhões do Fundo Nacional Penitenciário para a Secretaria Estadual da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo, em julho deste ano, não passou de mais um jogo de cena orquestrado pelo governo federal - já habituado a deslizes éticos. Ao invés de solidariedade com o povo de São Paulo, o que presenciamos foi pura manobra política, já que este “novo” dinheiro à disposição do governo paulista é oriundo dos cortes de verbas federais para a saúde pública da capital paulista. Senão, vejamos: em 2005, primeiro ano da gestão de José Serra na Prefeitura, houve um decréscimo em 15% no repasse federal para o Sistema Único de Saúde (SUS) da capital. Enquanto a gestão passada, em 2004, comandada por uma aliada do presidente Lula, recebeu R$ 840 milhões para o setor, Serra pôde contar com apenas R$ 708 milhões no ano seguinte. Uma injustificável redução de R$ 132 milhões, que agora foram prometidos ao Estado sob o manto da equivocada benevolência federal. As disparidades não se esgotam nisso. Na principal conta de receita do programa de transferência de recursos do SUS, a chamada “Gestão Plena Municipal/FUMDES”, a redução foi ainda maior, na casa dos R$ 163,9 milhões. Por outro lado, visando dar uma mão para maquiar as contas da ex-prefeita, Lula antecipou os recursos de 2005, com a transferência de R$ 70 milhões no último dia de 2004. Mesmo com essa ajuda imoral, Marta Suplicy deixou a Prefeitura com um déficit de R$ 2 bilhões, resultando na formação de uma prosaica fila de credores nas
portas do Palácio Anhangabaú. Como se observa, nestes quatro anos de governo Lula colocou a Nação a serviço dos interesses de seu partido. Aos amigos, tudo. Aos opositores, o rigor da lei e da burocracia. Apesar deste quadro de quase nenhum apoio federal, José Serra, com sua já conhecida competência e responsabilidade, acelerou a construção do Hospital Tiradentes, na zona Leste, e iniciou as obras do Hospital do M´Boi Mirim, na zona Sul, garantindo aproximadamente 600 leitos à cidade – para se ter uma idéia, em toda a gestão Marta nenhum novo leito hospitalar foi concretizado. Para amenizar os efeitos da redução dos recursos federais, Serra aumentou a aplicação de recursos municipais em Saúde em 101,6% em relação ao primeiro ano da gestão anterior. Em 2001, foram investidos R$ 922 milhões. Em 2005, Serra destinou R$ 1,86 bilhão. É nítida a atenção especial que a atual administração tem dedicado à Saúde. Pesquisa recente do Ibope mostra a satisfação dos moradores da Metrópole com os serviços. A nota atribuída pelo atendimento geral foi de 8,7.
S
e, por um lado, o governo federal preza por proeminentes espetáculos vazios de mudanças na vida dos brasileiros e, guiado pela hipocrisia, prefere pisotear a ética e o compromisso com a democracia, por outro o cidadão de São Paulo sabe que não está sozinho. A conjuntura recente da saúde pública paulistana comprova que ainda há dirigentes políticos que batalham pela dignidade de cada cidadão. GILBERTO NATALINI É VEREADOR (PSDB)
E m vez de solidariedade, o governo federal prefere a manobra política
DO JORNAL
L
eio na conceituada revista The Economist o interessante artigo "Quem matou o jornal?" (Who killed the newspaper?). O artigo é muito bem feito e, evidentemente, muito bem escrito, com uma pitada de humor bem no estilo britânico. O jornal poderá ser substituído no que o computador puder oferecer aos leitores de jornal, que são milhões em todo o mundo, com hábitos firmados na leitura de seus interesses. Imagino que será difícil notar a falta do jornal diário com notícias, comentários, editoriais, colaborações e propagandas, ocupando tempo considerável do leitor. Não me entra na cabeça que o jornal poderá acabar e ser substituído pelo on line. Os jornais têm passado por uma evolução conseqüente e bem diretiva, dessas que recomendam aos editores sua adaptação aos hábitos de leitura dos usuários de jornal.
V
emos aqui – para citar exemplos – que grandes jornais constituem hábitos. Os editores paulistas sabem com que podem contar e essa força lhes dá estabilidade, ocorrendo o mesmo na França, na Inglaterra, nos EUA, na Argentina e em todos os países onde se beneficia de uma vinculação editorleitor, que faz a garantia da publicidade que procura as suas páginas. Por isso vejo no jornal um produto da técnica humana admiravelmente bem imaginado e bem executado, que atravessa anos e vai se adaptando aos poucos, sutilmente, aos hábitos do leitor, que por isso mesmo se lembra de publicações que leu no passado e que se faz presente em sua memória.
J
ornal é uma parte vital de cada leitor e de uma sociedade aberta aos ventos da crítica, que é a garantia de circulação e de tiragem elevadas. Sinto muito em não partilhar do pessimismo estampado no título bem feito da The Economist. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Não me
entra na cabeça que o jornal poderá acabar e ser substituído pelo on line. Os jornais passam por uma evolução conseqüente e bem diretiva.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira e quinta-feira, 6 e 7 de setembro de 2006
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Política PROJETO DE
Antonio Gauderio / Folha Imagem
ALCKMIN FORTALECE AGÊNCIAS As propostas do partido para o setor de infraestrutura prevêem agências reguladoras reforçadas.
O Em busca de uma cadeira: tucano aproveitou encontro com empresários para falar sobre energia, estradas, saneamento básico e logística.
'EU NÃO PRECISO DE MULETAS'
O
candidato da coligação PSDB-PFL à Presidência da República, Geraldo Alckmin, afirmou ontem, durante sabatina realizada pelo jornal "Folha de S.Paulo", que, ao contrário do candidato do PT – numa referência ao adversário Luiz Inácio Lula da Silva –, não precisa de "muletas" para disputar as eleições. "Ninguém aparece na minha campanha porque quem aparece é o povo. Não sou o candidato do PT, que precisa de muleta. Eu assumo minha liderança", frisou, na tentativa de explicar que não foi abandonado pelos seus correligionários neste pleito.
Nas críticas ao governo do presidente Lula, Geraldo Alckmin disse que a administração petista carrega o "DNA da corrupção". "O escândalo do mensalão foi para submeter o Legislativo ao Executivo", emendou. "A corrupção está toda no Executivo, que detém os recursos financeiros. O deputado é apenas a correia de transmissão, já que o dinheiro não é da Câmara, mas está nas mãos do Executivo." Questionado pelo público que assistiu à sabatina, Alckmin disse que sua mulher, Dona Lu, não deveria ter aceito os vestidos que ganhou do estilista Rogério Figueiredo, fato que gerou muita polêmica na imprensa. "Vivendo e aprendendo", rebateu o candidato, negando, contudo, que ela tivesse 400 modelos do estilista. Alckmin garantiu que as peças já foram doadas
para entidades filantrópicas. Ao falar da crise de segurança pública no Estado, com o aumento dos ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC), Alckmin não fez nenhuma relação da facção criminosa com algum partido político, mas ressaltou: "É óbvio que tem vinculação com o processo eleitoral." Indagado sobre a razão de não ter dado apoio na ocasião ao seu sucessor no Palácio dos Bandeirantes, Claudio Lembo (PFL), Alckmin justificou, dizendo que teve o cuidado de não interferir, sob risco de desmoralizar a nova gestão. O tucano iniciou a sabatina citando sua crença na realização do segundo turno das eleições presidenciais. "É uma segurança para o eleitor levar o pleito para o segundo turno. Vamos para o segundo turno e temos grandes chan-
ces de ganhar as eleições." O candidato defendeu o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e disse que não é possível comparar a sua administração com a de Lula. E voltou a criticar o governo petista: "Além da roubalheira, é inadmissível o governo Lula ter perdido as oportunidades que surgiram para o Brasil crescer." Entre as propostas que apresentou durante a sabatina, Alckmin disse que irá reduzir o déficit público a partir do corte de gastos. Porém, mais uma vez, não entrou em detalhes sobre as áreas em que pretende efetuar os cortes, caso seja eleito. A respeito da CPMF, o tucano reconheceu que talvez não seja possível para o governo abrir mão desta contribuição. "Mas o ideal seria uma alíquota menor", disse. (AE)
PATAXÓ DIZ ...E O DAS QUE CONVITE CRIANÇAS FOI DO PT... TAMBÉM.
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Presidente admite que o setor carece de mais verbas
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timular maior participação de energias alternativas na matriz brasileira com o uso da biomassa, álcool, biodiesel, além de apoiar a execução de projetos polêmicos, caso das hidrelétricas previstas para serem construídas nos rios Xingu e Madeira, no Norte do País. O PSDB também se comprometeu em elevar a produção de petróleo no País de 1,88 milhão de barris/dia para 2,37 milhões, até 2011. Em transportes, a previsão é de se investir R$ 37 bilhões entre 2007 e 2010. Os investimentos seriam distribuídos, segundo o programa, em recuperação de 22 mil quilômetros de rodovias (R$ 4,4 bilhões), manutenção e preservação da infra-estrutura existente (R$ 2,2 bilhões), conclusão de projetos considerados estratégicos e já iniciados, além de novas emp re e n d i m e n t o s ( R $ 3 0 b ilhões). Outros R$ 400 milhões seriam aplicados em obras de engenharia. Na área de saneamento básico, Alckmin se comprometeu a aprovar na Câmara dos Deputados o novo marco regulatório do setor, que já foi aprovado pelo Senado. O programa do PSDB também apresenta propostas e metas para os transportes urbanos. (AE)
Jorge Araújo / Folha Imagem
LULA: FALTOU INVESTIR EM TECNOLOGIA. presidente-candidato Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu ontem que o governo federal não investiu o que deveria em ciência e tecnologia. Em discurso durante reunião do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, no Palácio do Planalto, ele destacou, no entanto, que o gasto total de R$ 10 bilhões neste ano no setor supera o volume investido em anos anteriores. "Sabemos que na política não se faz o que se quer, mas o que se pode." Diante das críticas de cientistas divulgadas na imprensa e em seminários, o presidente se comprometeu a garantir mais verbas para a área. "É preciso colocar mais dinheiro em ciência e tecnologia, fazer mais universidades e escolas técnicas e melhorar o ensino fundamental", admitiu. No balanço que fez de ações no setor entre 2003 e 2005, Lula destacou, porém, avanços no setor. Só neste ano, segundo ele, serão formados 10.600 doutores no País. O número de bolsas concedidas nessas áreas chegará a dez mil. "Estamos longe de fazermos tudo o que o Brasil necessita, mas já demos passos muito importantes em ciência e tecnologia."
candidato da coligação PSDB-PFL à Presidência da República, Geraldo Alckmin, assumiu o compromisso de fortalecer as agências reguladoras, caso seja vença as eleições, em encontro com empresários de Associação das Indústrias de Base (Abdib), ontem, em São Paulo. "Vou reforçar todas as agências reguladoras, principalmente na área de energia, com a Agência Nacional de Petróleo (ANP) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)", disse o candidato. Alckmin apresentou o programa de governo do PSDBPFL para o setor de infra-estrutura. As metas são de acrescentar 16 mil megawatts (MW) de capacidade instalada entre 2007 e 2010, além de expandir a produção de gás natural de 15,8 milhões de metros cúbicos por dia para 70 milhões de metros cúbicos/dia até 2011. Alckmin garantiu também a construção da usina nuclear de Angra 3. "Todos os estudos indicam a gravidade do problema de oferta de energia e esses mesmos estudos apontam a necessidade de contarmos com Angra 3", declarou. Além de investir em energia nuclear, Alckmin prometeu es-
Mais promessas – Durante um jantar com vários empresários na noite de segunda-feira, o presidente disse que quer promover as reformas tributária, trabalhista e política logo no início de 2007, caso seja reeleito. O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Carlos de Oliveira, que participou do encontro, contou que a elevada carga tributária foi unanimidade entre os empresários. Lula e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmaram que o governo terá de fazer uma redução mais forte dos gastos públicos para poder abrir mão de arrecadação. "Se o presidente vai fazer mesmo, não sei. Mas o discurso estava bom", afirmou Oliveira. Na estratégia de aproximação com o setor privado em plena campanha eleitoral, este foi o terceiro jantar do presidente com empresários e o segundo promovido pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, em sua casa de Brasília. Participaram, desta vez, 22 empresários dos setores financeiro, de alimentos e bebidas, têxteis e confecções, calçados, brinquedos e comércio varejista. (AE)
Marcos D'Paula / AE - 02/09/2006
Programa de índio: Lula ouve reivindicações da comunidade indígena em Caruaru (PE), onde esteve ontem em campanha. Na foto menor, o índio pataxó Salvino dos Santos Braz, que disse que viajou para o Rio de Janeiro às custas do PT.
DATAFOLHA: LULA SOBE MAIS.
N
ova pesquisa Datafolha sobre as eleições presidenciais, divulgada ontem à noite, indica que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria reeleito no primeiro turno. Lula apresentou 51% de intenções de voto, contra 27% do tucano Geraldo Alckmin. Os números ficaram praticamente estáveis em relação à pesquisa anterior, realizada na semana passada. Lula aparecia com 50% das intenções de voto, contra os mesmos 27% de Alckmin. Com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, a pesquisa desta semana
mostrou a Candidata do PSOL, Heloísa Helena com 9%, um ponto percentual abaixo em relação à pesquisa da semana anterior. Cristovam Buarque (PDT) e Ana Maria Rangel (PRP) atingiram 1% das intenções. Os demais candidatos não chegaram a 1% das citações dos eleitores entrevistados. Em um hipotético segundo turno, Lula seria reeleito com 55% das intenções de voto, contra 37% de Alckmin, aponta o Datafolha. Os candidatos mantiveram os índices da apuração anterior. A pesquisa foi realizada entre 4 e 5 de setembro, e ouviu 7.712 eleitores em 349 municípios brasileiros. (AE)
índio pataxó Salvino dos Santos Braz, de 45 anos, repetiu ontem a versão do comitê da candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que foi convidado e viajou para o Rio de Janeiro com recursos pagos pela campanha nacional do PT. No Rio, Salvino participou no último sábado de evento na Cidade de Deus, onde jovens beneficiários de programas sociais do governo integraram o palanque de Lula. Um dos coordenadores da Central Única de Favelas (Cufa), Celso Atahayde, havia apontado o secretário nacional de Juventude, Beto Cury – ligado à Secretaria – Geral da Presidência -, como o responsável pela presença dos beneficiários no ato político. O pataxó garantiu, no entanto, que não foi ao evento com o objetivo de pedir votos para a reeleição do presidente e disse que não sabia que subiria no palanque. Assegurou ainda que não sabe em quem vai votar. "Não decidi ainda". Segundo ele, sua intenção era defender a diversidade cultural e a educação no País. "Vou muito a eventos, faço palestras em escolas, comunidades, e sempre para falar de educação", explicou Salvino. (AE)
O
secretário nacional de Juventude, Beto Cury, suspeito de levar jovens beneficiários de programas do governo federal para o ato de campanha pró-Lula em Cidade de Deus (RJ), no último sábado, disse que não incentivou ninguém a pedir votos. "Quem foi (no evento), foi de forma espontânea", afirmou. Ontem ele insistiu que o comitê de campanha é quem deveria falar em relação ao caso. "Tudo que tinha de ser explicado já foi", disse. "Quem fala sobre isso é a campanha." Um dos coordenadores do evento em defesa da candidatura de Lula, Celso Athayde, da Central Única das Favelas (Cufa), disse que os jovens beneficiários de programas sociais foram levados por Beto Cury. Na segunda-feira, a própria Cufa o desmentiu em nota. Ontem Cury tentou desqualificar a afirmação de Athayde. "Ele deve ter se confundido", disse. O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, saiu em defesa do Planalto. "Da parte do governo, não há nenhuma implementação ilegal de qualquer ação política eleitoral", disse o ministro. Para ele, qualquer esclarecimento sobre o asunto deve ser dado somente pelo comitê de campanha de Lula. (AE)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira e quinta-feira, 6 e 7 de setembro de 2006
DOISPONTOS -77
que nunca mais irão trabalhar não morrerem de fome. E trabalha para perenizar uma situação em que se confunde a ação do poder público em criar condições de estudo, emprego, moradia, transportes, com vales-esmola que a título de serem ação social apenas consolidam e eternizam os estados de pobreza.
Aluguel e estímulos Paulo Pampolin/Digna Imagem
s relações comerciais, em qualquer ramo econômico, são pautadas pelas necessidades do consumidor e, evidentemente, pela disponibilidade de produtos ou serviços que atendam a esse mercado. Entretanto, para que haja o salutar e desejado equilíbrio entre a demanda e a oferta, é imperioso haver estímulos que motivem o consumidor, de um lado, e o vendedor, de outro. Do contrário ambos saem prejudicados, perdemse grandes oportunidades e, conseqüentemente, a própria economia se retrai ou cresce aquém do esperado. Se há gente querendo comprar e gente querendo produzir para vender, mas os negócios não se
A
concretizam, algo está errado. Não raramente o obstáculo está justamente na falta de incentivos. Pois bem. O mercado imobiliário vive, hoje, um paradoxo que muito tem a ver com o preâmbulo acima, especialmente quando o assunto é a locação de imóveis. As estatísticas apontam para a existência de um déficit habitacional urbano de aproximadamente 7 milhões de moradias, enquanto cerca de 5 milhões de residências estariam desocupadas e fechadas, sem qualquer destinação. Não me parece razoável que 5 milhões de proprietários de imóveis nas grandes metrópoles estejam dispostos a deixar seus imóveis vazios, arcando com despesas
mensais como IPTU, condomínio, energia elétrica e outros encargos, além da deterioração do patrimônio, em vez de disponibilizar tais unidades para locação. De novo ventila-se, aqui e acolá, a surrada tese dos subsídios à locação como forma de incentivo a uma moradia mais digna. Trata-se de uma avaliação equivocada, simplista e típica de uma visão assistencialista que já se mostrou ineficiente em outras áreas e que há muito deveria ter sido substituída por uma política de desenvolvimento sustentável do mercado imobiliário. Afinal, ensinar a pescar é muito mais proveitoso do que simplesmente dar o peixe. Sob a ótica da política habitacional, é
Há gente querendo alugar e gente querendo produzir para alugar, mas os negócios não se concretizam. Algo está errado.
evidente que a produção imobiliária é setor necessário para abastecimento do mercado de novos produtos que atendam a demanda. Os financiamentos sempre serão necessários, e já é tempo de contarmos com juros cada vez mais baixos para tais investimentos. Seria muito mais simples reduzir a carga tributária que
criar subsídios para pagamento de aluguéis. Do mesmo modo, seria muito mais simples contarmos com uma legislação mais favorável à desocupação rápida do imóvel nas ações de despejo por falta de pagamento em vez de “fundos” de locação mirabolantes, que mais confundem do que esclarecem. O setor de locação permanece aquecido, há muita gente disposta a alugar e, não restam dúvidas, os proprietários estão ávidos para ofertar suas unidades. Basta um empurrão, ou seja, estímulos efetivos para limar o paradoxo da “falta” e da “sobra” de imóveis no mercado imobiliário nacional.
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Reprodução de TV
G Deputado,
senador, ministro ou presidente devem ser obrigatoriamente insuspeitos. Havendo suspeição, já é suficiente para a inelegibilidade.
emos que defendêla. É nossa Carta de Princípios. É verdade que nasceu viciada, corporativa, desengonçada. Chamada de Constituição Cidadã, por Ulisses Guimarães, ela é, na verdade, uma conjugação de valores e interesses acomodados. Como se diz, é o que nós temos e precisamos fazer com que ela seja cumprida e respeitada. Quando assume o cargo, o presidente da República jura defendê-la, preservá-la, em tom até dramático. Infelizmente, não é o caso do atual presidente da República, que não se atém aos seus princípios e rasga a Constituição continuadamente. Fossemos de verdade um país onde as instituições estivessem a serviço da população e não dos detentores do poder, e de há muito, pelos vilipêndios cometidos, que fazem de Collor um aprendiz de pivete, o atual presidente da República já teria sido cassado. Pior do que isso é a possibilidade de ser reeleito e seguir aprofundando um item constitucional que viola a cada dia, segundo o qual todos são iguais perante a lei.
O
Salvo-conduto T
T
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO É
G Melancolia profunda quando vejo mensaleiros, vampiros, sanguessugas, et caterva, com possibilidade de serem eleitos ou reeleitos, um salvoconduto para a roubalheira nacional.
para os relevantes temas que afligem o cotidiano do cidadão, apenas resvalam na formulação de teses, um tangenciamento muito sutil sobre alguns pontos, que mais esconde do que de fato revela. Uns fazem afirmações ao sabor do imaginário popular, que crê que o Exército nas ruas fará cócegas nos bandidos - o que, na verdade, somente mostra o despreparo do candidato que desconhece a função, a formação e a composição da Forças Armadas. Outros, a tudo respondem com a construção de um novo pacto federativo, sem, no entanto explicitar qual e como seria. Assim, todos repis a m e m v e l h o s c h avões, inconseqüentes e inconsistentes. Ninguém ocupou seu espaço na mídia para fazer um programa de governo ponto a ponto, item a item. Melancólico!
M
elancolia profunda quando vejo mensaleiros, vampiros, sanguessugas, et caterva, incluso o candidatopresidente, com boas possibilidades de serem eleitos ou reeleitos, o que se afigura como um salvo-conduto para a roubalheira nacional. Não se trata de prova, muito menos de condenação judicial, todos somos inocentes até prova em contrário, mas um homem público, deputado, senador, ministro, governador, prefeito ou presidente, devem ser obrigatoriamente insuspeitoa. Havendo suspeição já é o suficiente para a sua inelegibilidade. Uma nação prospera sob a égide da lei e da ordem, quando governada por gente acima de qualquer suspeita e não com uma horda de canalhas, sob todas as s u s p e i t a s , p ro v a s e contraprovas. Temo que a eventual eleição desta horda poderá
significar um enorme salto rumo a desqualificação da nação brasileira, validando a desonestidade como fundamento da nação. Quem sabe, ao propor uma nova Constituinte, o candidato-presidente não faça inserir como cláusula pétrea na nova Constituição a roubalheira, assim os nossos artistas não precisarão justificar que "fazer política é pôr a mão na merda", e, por decorrência, como o formulador da frase faz política há muitos anos, tanto que estava entre os convivas, deve estar coberto do produto... Ou ainda como outro, que citou: " Desde que por motivos nobres, os fins justificam os meios." E claro, é ele quem define o que é um motivo nobre! Na verdade, um bando de sanguessugas que se usam dinheiro público a pretexto de levar cultura ao povo, enunciada em suas bravatas filosóficas: a desonesti-
dade e a usurpação do dinheiro público.
P
olítica é tarefa nobre, pertence a pessoas de elevado espírito, que buscam na satisfação do todo a sua própria satisfação. Não é pôr "a mão na merda", tarefa destinada àqueles que vivem na merda intelectual e espiritual e que, portanto, não podem ser espelhos, representar a nada, nem a ninguém, muito menos serem formuladores de leis, ideais e políticas públicas. A atenção ou o voto dado a essa gentalha, significará a derrocada ética e moral daquilo que um dia imaginouse uma Nação, e constituir-se-a no mais absoluto salvo-conduto para que todos possam roubar à vontade e, quem sabe, ainda ser promovido à "intelectualidade brasileira". MARCO AURÉLIO SPROVIERI É PRESIDENTE DO
SINCOELETRICO E CONSELHEIRO DA ACSP
A
o passar por cima RASGANDO A (enaltecendo dos CONSTITUIÇÃO cumpanhainda) eros pegos com a
DIRETOR DA LELLO LOCAÇÃO E
Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
enho definidas minhas opções de voto para as eleições de outubro. Chapa pronta, mas, curiosamente, não me sinto animado com tal fato, menos pelos meus candidatos a deputados e senador, com os quais tenho relações pessoais e sei de seus princípios, mais com os candidatos majoritários. O debate tem sido o mais pobre possível, apenas generalidades. Nem falo do candidato-presidente, - uma excrescência herdada de FHC, que eliminou a desincompatibilização do cargo para reeleição -, até porque o candidat o - p re s i d e n t e n a d a tem, como nunca nada teve, a dizer; sempre foi um ventríloquo, que deveria, se decência tivesse, pedir desculpas pelo imbróglio ao término de seu mandato e sair de fininho. O desalento é com o fato dos candidatos não definirem uma proposta concreta, objetiva,
PAULO SAAB
governo Lula está criando, acima da Constituição, a figura dos que são mais iguais. A teoria sindical de que os amigos (e familiares) tudo podem, acima da lei - aliás, surpreendemente abraçada por "artistas" que vivem dos favores do Estado, que se confunde nessa gestão com o governo - criando a categoria superior dos desiguais, é patente na gestão atual do governo federal. Lula está aprofundando a distância entre os brasileiros de menor poder aquisitivo (ou nenhum) e os que geram com trabalho seu sustento e sua riqueza. Tira dos pobres a capacidade de prosperar, ao torná-los escravos das bolsas com dinheiro público, de valor mínimo, suficiente para as famílias
mão na botija, assaltando os cofres públicos, ao aceitar que vale tudo na política para se manter no poder, ao não punir vendidos nem impedir negociatas de filhos, por exemplo, ao não explicar como pagam suas dívidas com dinheiro sem origem, estimula a cultura da ausência de valores éticos, morais, criando novo fosso divisório na sociedade, entre os que resistem a se entregar a locupletação, e os que querem de todo modo aderir ao assalto ao butim oficial. Nem vou mencionar cotas para pobre, cotas para negros, daqui a pouco cotas para europeus, latinoamericanos, cotas para nascidos no nordeste, no sul, cotas para os loiros e amarelos, cotas para as pessoas com menos de 1,50 de altura e cotas para os inocentes úteis que criam essas estapafurdices. Seria demais para quem tem ainda um mínimo neurônio ativo, quando se vê nas pesquisas que o político que está atrasando o Brasil em mais cinqüenta anos, lidera as pesquisas.
A
inda há tempo de o Brasil acordar. O pobre libertarse das amarras que o estão segurando para sempre na situação de penúria. Será preciso muito tempo, após a era Lula, para o Brasil voltar a ser, se conseguir, um país sem ódio de classes e sem separações étnicas. O que vem aí pela frente nesse sentido é alarmante, pela forma lula-petista de enxergar o Brasil pequeno. PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR
G Lula está
aprofundando a distância entre os brasileiros de menor poder aquisitivo (ou nenhum) e os que geram com trabalho seu sustento e sua riqueza.
FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894
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Eleições Assembléia Interior Gover no
DIÁRIO DO COMÉRCIO
MOVIMENTO DEGRAU EM DEBATE
Patrícia Santana/AE
Sebastião Moreira/AE
PARA QUÉRCIA, POLICIAL PODE FAZER 'BICO'.
GUERRA FISCAL ATINGE SP, DIZ MERCADANTE.
O
m discurso na tribuna do Senado, ontem, o candidato ao governo paulista Aloizio Mercadante (PT), manifestou preocupação com a queda da participação de São Paulo no Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Para ele, essa queda é resultado da guerra fiscal entre estados e não de uma reforma tributária verdadeira, o que considera fundamental para a criação de mecanismos de expansão, como é o Fundo de Desenvolvimento Regional. Mercadante disse que a utilização apenas de mecanismos fiscais, sem o amparo da própria legislação, é prejudicial à economia do País, uma vez que São Paulo "é considerado a locomotiva do Brasil". Mercadande defendeu a educação. Ele lembrou que a União criou cinco novas faculdades e uma universidade federal em São Paulo, mas lamentou que o Estado tenha ficado em oitavo lugar no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) (Agência Senado)
candidato a governador de São Paulo Orestes Quércia (PMDB), da Coligação PMDB-PP, afirmou ontem não ver dificuldades em policiais fazerem bicos no horário de folga e que o trabalho extra se faz "necessário". "Acho que o bico é correto, é necessário, senão eles (policiais) ficam numa situação lamentável. As pessoas precisam do bico para sobreviver", disse, após dar uma palestra no Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil, na Liberdade, centro da capital paulista. Quércia acrescentou que o ideal é que os policiais tenham os salários reajustados e, caso seja eleito, pretende dar aumento para todos os funcionários públicos do Estado. Segundo a assessoria da Secretaria da Casa Civil do Estado, o governo de São Paulo concedeu, em 2005, reajustes salariais que variaram entre 5% e 55% para diferentes categorias. (AE)
E À esquerda, Quércia e a candidata a deputada federal Fernanda Somaggio. Acima, José Serra recebe reivindicações.
SERRA RECEBE MANIFESTO
O
candidato ao governo pelo PSDB, José Serra, esteve ontem visitando os municípios de Assis, Cândido Mota e Paraguaçu Paulista. O ponto alto da visita de Serra foi em Cândido Mota quando recebeu uma pauta de reivindicações dos agricultores do Vale do Paranapanema. O manifesto, assinado pelo presidente do Sindicato Rural de Palmital, Basílio Amatti, e pelo presidente da Coopermota, Oscar de Góis Knuppel Neto, congrega desejos dos agricultores da região, que julgam
de fundamental importância para incremento da agricultura estadual. Os principais itens reivindicados são a ampliação do teto para a subvenção de seguro rural de R$ 215 mil para R$ 300 mil; continuidade no programa de investimentos em infraestrutura e pessoal dos órgãos da Secretaria da Agricultura. Eles pediram também a manutenção das Câmaras Setoriais, a redução de pedágios e renovação de convênio com o Banco Mundial para o Programa de Microbacias. (AE)
APRENDIZAGEM EM DESTAQUE Divulgação
O
ito candidatos a deputado estadual tiveram a oportunidade de apresentar suas propostas sobre a aprendizagem profissional como ferramenta de inclusão social em um debate promovido em 4 de setembro pela regional de Campinas do Movimento Degrau. Participaram da reunião, na sede da APOT (Associação Promocional Oração e Trabalho), os candidatos a deputado estadual Luis Yabiku (PDT), Paulo Búfalo (PSol), Jackson Barbosa (PMDB), Izalene Tiene (PT), João Batista de Carvalho Filho (PHS), Fernando Quércia (PTB), Jonas Donizete (PSB) e Luiz Lauro (PP). Foram convidados todos os candidatos a deputado estadual com base eleitoral na cidade. Eles puderam apresentar propostas sobre os programas
quarta-feira e quinta-feira, 6 e 7 de setembro de 2006
Os candidatos puderam apresentar suas propostas para adolescentes
de aprendizagem e as políticas públicas de inclusão social voltadas aos adolescentes. Luis Yabiku destacou ações desenvolvidas por ele, como a lei que cria o selo de empresa amiga do aprendiz e a Comissão de Estudos sobre a Lei de
Aprendizagem, realizada pela Câmara Municipal em 2005. "Nossa missão como deputado estadual será atuar como catalisador entre o Governo estadual, prefeituras, Ministério do Trabalho, ONGs, entidades empresariais e conselhos mu-
nicipais da criança e do adolescente para consolidar os programas de aprendizagem em nosso Estado", afirmou. Paulo Búfalo criticou a ampliação da idade limite para a contratação de aprendizes de 18 anos incompletos para 24 anos incompletos. "Precisamos também pressionar o Governo para que instale mais varas da Infância e da Juventude", disse o candidato. Para Jackson Barbosa, é fundamental que haja menos burocracia na aplicação de leis como a da aprendizagem. "Só assim conseguiremos que a educação universal e a inclusão se tornem uma realidade para todos", afirmou Barbosa. A ex-prefeita de Campinas, Izalene Tiene, ressaltou o fato de que a Lei de Aprendizagem só se tornou uma realidade por pressão da sociedade civil. "Acredito que se cumprirmos o Estatuto da Criança e do Adolescente e repensarmos o sistema de atendimento ao jovem infrator, daremos passos importantes", disse Izalene. Para João Batista de Carvalho Filho, é fundamental que os jovens de famílias com menor poder aquisitivo possam ingressar em um mercado cada vez mais competitivo em condições de disputar um posto de trabalho. Fernando Quércia sugeriu a possibilidade da criação de uma lei de incentivos fiscais estadual para as empresas que se destacarem na contratação de aprendizes. "Acho que a Assembléia Legislativa pode dar muita visibilidade a programas como a Lei de Aprendizagem", destacou Quércia. Segundo Jonas Donizete, uma das formas mais eficazes de defender os programas de aprendizagem seria a criação de uma frente parlamentar em defesa da Lei Federal 10.097. "Não existe mágica, precisamos apostar em bons programas que já existem, como é o caso da Lei de Aprendizagem", afirmou Donizete. Para Luiz Lauro, é fundamental que, além dos adolescentes, os programas de aprendizagem também busquem oferecer apoio às famílias. "Vivemos um momento de consolidação dos programas de aprendizagem no Estado e consideramos importante conhecer o pensamento daqueles que irão nos representar na Assembléia Legislativa", destacou Paulo Martelli, coordenador estadual do Movimento Degrau. (AE)
Eymar Mascaro
Salvação
J
osé Serra e Aécio Neves, ambos do PSDB, são peças-chave na campanha de Geraldo Alckmin à Presidência. Alckmin precisa vencer nos dois estados se quiser levar a eleição para o 2º turno e necessita da ajuda direta dos dois candidatos estaduais. Para chegar ao 2º turno, Alckmin precisa alcançar, no mínimo, 32% da preferência do eleitor e ainda contar com a estabilidade de Heloísa Helena (PSol) na casa dos 10%. O tucano espera ter 15 pontos a mais do que Lula em São Paulo. Pelas últimas pesquisas, Alckmin está crescendo também em Minas, Estado em que ainda perde a eleição para Lula, segundo as pesquisas.
ÍNDICE
COMPENSAÇÃO
Feitos os cálculos pelos marqueteiros, o tucanato conclui que Geraldo Alckmin precisa ter 15% a mais de votos do que Lula em São Paulo para forçar o 2º turno. O tucano diz que vem recebendo pesquisas diárias e que seu crescimento no Estado é cristalino.
Em outro Estado do Sul, o Paraná (7 milhões de votos), Alckmin corre o risco de ver o governador Roberto Requião (PMDB, candidato à reeleição) apoiando Lula. Requião já apóia a candidata do PT ao Senado, Gleisi Hoffmann, mas Lula visitará o Paraná no fim de semana e pode se encontrar com Requião.
COLÉGIO Com exceção de Juscelino Kubitschek, nenhum outro candidato ganhou a eleição de presidente perdendo em São Paulo. O Estado possui um colégio de 26 milhões de eleitores e 15% representam quase 4 milhões de votos. Tratase de um diferencial que pesa na balança.
SALTO O candidato tucano está vencendo Lula no Sul do País com 35% das intenções de voto contra 34% do petista, segundo o último Ibope. Em relação à pesquisa anterior, o tucano cresceu 10 pontos na região. Foi o maior índice de crescimento do candidato no último mês.
FIXAÇÃO
IMAGEM
Por isso, a coordenação de campanha do PSDB quer que Alckmin concentre a campanha em alguns estados, como São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul. Assim, é possível compensar a força de Lula na região Nordeste, onde a diferença entre os dois candidatos é de 50 pontos.
O PT tentou, mas não conseguiu impedir na justiça eleitoral que candidatos tucanos a governos estaduais continuem usando a imagem de Lula na campanha de televisão. Caso, por exemplo, do governador do Ceará, Lúcio Alcântara, candidato à reeleição.
SOMATÓRIO
SOPA NO MEL
O PSDB deseja que os prefeitos do interior de São Paulo se engajem também na campanha de Alckmin. Mas há informações de que cerca de 450 prefeitos (de um total de 645 municípios) apóiam Serra para governador, mas nem todos fecham com o candidato a presidente.
Candidatos aliados de Alckmin aproveitam a popularidade de Lula no Nordeste para fazerem campanha acoplados à imagem do presidente. Além do Ceará, outro exemplo é o de Pernambuco: o candidato a governador Mendonça Filho (PFL) já apareceu na televisão ao lado de Lula.
IMPORTÂNCIA
SURPRESA Aécio Neves está prometendo crescimento de Alckmin em Minas (13 milhões de eleitores) já nas próximas pesquisas. Candidato à reeleição ao governo mineiro, Aécio tem mais de 70% de índice de intenção de voto. Além dele, o tucano conta também com o apoio no Estado do ex-presidente Itamar Franco.
CRESCIMENTO Alckmin espera crescer igualmente no Rio Grande do Sul, Estado com 7,5 milhões de eleitores. Aos poucos o tucano está conseguindo colar sua campanha na do governador Germano Rigotto (PMDB) , candidato à reeleição. Rigotto continua liderando as pesquisas de intenção de voto na região.
O Nordeste é o 2º maior colégio eleitoral do País, com 33 milhões de votos. Segundo as pesquisas, Lula ultrapassou os 65% das intenções de voto na região, enquanto Alckmin tem a média de 15%. Detalhe: o Bolsa-Família, carro-chefe da campanha de Lula, atende a milhares de famílias nordestinas.
ENVOLVIMENTO Aliados da candidatura de Geraldo Alckmin estão irritados com o senador tucano Antero Paes de Barros, que teria negociado pessoalmente no ministério da Saúde, durante o governo do ex-presidente FHC, a emenda das ambulâncias. O senador promete se explicar no Conselho de Ética do Senado.
PREJUÍZO Além de prejudicar a campanha de Alckmin no campo da ética, também a campanha de Antero Paes de Barros ao governo do Mato Grosso sai arranhada. O Conselho de Ética do PSDB começou a examinar o envolvimento de seus pares com o esquema sanguessuga. Já se fala em expulsão.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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"Serei outra pessoa, mais madura, mais crescida. Foi uma experiência ótima" Márcia Silva de Araújo
Danilo Verpa / Hype
Aprender a voar Deficiências mentais leves não devem impedir ninguém de trabalhar. A Associação Brasileira de Supermercados encarrega-se disso.
quarta-feira e quinta-feira, 6 e 7 de setembro de 2006
William Glass Lopes, 22 anos, venceu a timidez: fez novos amigos e até criou uma página no Orkut. Na foto embaixo, as professoras do Espaço GS1: Maria Lúcia Trench, Rosângela Maria Pedrosa Vasconcelos e Ana Maria Dias da Silva.
C
apacitar jovens com deficiências mentais leves para o trabalho no varejo. Este é o objetivo da parceria entre a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e a GS1, empresa fornecedora de etiquetas para o varejo. Na semana passada, eles mostraram seus propósitos cumpridos com a formatura da 9ª turma do Curso de Capacitação de Pessoas com Necessidades Especiais em Práticas Administrativas e de Varejo. Na cerimônia, o entusiasmo dos formandos e de suas famílias era bem evidente. Todos os oito jovens estavam felizes com os progressos alcançados e com as possibilidades futuras de trabalhar em supermercados e em outros estabelecimentos varejistas. Alguns dos formandos foram escolhidos para um estágio remunerado de seis meses na GS1. Márcia Silva de Araújo é uma delas. Aos 18 anos, ela traça seus planos de progresso profissional e pessoal. "Espero que este estágio dê certo. Preciso trabalhar", explicou. Para ela, o mais importante foi
aprender a ser amiga de todos. "Serei outra pessoa, mais madura, mais crescida. Foi uma experiência ótima", disse. Integração – Para William Glass Lopes, de 22 anos, o curso o ajudou bastante a vencer a
timidez. Fez novos amigos e até criou uma página no Orkut para manter contato com eles. "O curso foi bom. Quero trabalhar, mas ainda não sei se vou fazer outro curso", contou. Conseguir um trabalho também é a meta de Pedro Monte Alegre Anelha, que deseja utilizar os conhecimentos adquiridos no curso. "O que aprendi aqui vai me ajudar a conseguir um trabalho", disse. O pai, Luiz Eduardo Anelha, estava entusiasmado com os resultados obtidos pelo filho. "Ele está mais responsável e mais interessado em tudo. Passou a acessar a internet e começou a atender o telefone em casa. Agora, pediu um celular. Quer ser mais independente". Para Carolina Batista da Silva, de 24 anos, o curso será uma oportunidade para en-
c o n t r a r t r abalho. "Agora, já sei mexer com o fax e atender telefone. Estou fazendo um curso de co mp ut aç ão e isso vai ajudar. Estou gostando muito", disse ela, entusiasmada. Emoção renovada – Para a coordenadora do curso, Raphaela Viggiane Coutinho, cada formatura é uma nova emoção, para os alunos e para os professores. Segundo ela, o programa é um sucesso e chegou à sua nona edição porque é resultado de um esforço conjunto das empresas, famílias, professores e alunos. Ele é composto de aulas teóricas e práticas, com carga horária total de 240 horas. Integrante da Associação Nova Projeto, entidade escolhida pela Abras e pela GS1 para coordenar o conteúdo e treinar os professores que ministram o curso, Raphaela enfatiza que a sintonia entre todos os envolvidos colaborou para o sucesso da iniciativa.
Desde o início do projeto, em setembro de 2003, 59 pessoas já se formaram e, deste total 43 já estão trabalhando com carteira assinada em supermercados da capital paulista como Rossi, Dias, Pastorinho e Ricoi. São pessoas com idade acima de 18 anos e que se locomovem independentemente para chegar ao curso através de qualquer meio de transporte. Este resultado entusiasma a professora Rosângela Maria Pedroso de Vasconcelos, que há 20 anos dá aulas para alunos com necessidades especiais. "Quando vejo mais uma turma se formando tenho uma sensação excelente de vitória. Freqüento um supermercado que já admitiu dois de meus alunos e todas as vezes que os vejo tenho a sensação de missão cumprida", contou. O mesmo sente Ana Maria Dias da Silva Gazda, que sempre trabalhou com alunos especiais. "Cada grupo me surpreende, pois eles têm muito a nos ensinar. Eles precisam sentir que nós confiamos neles e na sua capacidade. Admiro o seu esforço", concluiu. Paula Cunha
Você sabe o que é ONG? E fundação? Fundações administram bens. No encontro delas, aqui em São Paulo, o foco foi deixar claro o seu modo de atuação
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eforçar a importância da atuação das fundações no âmbito do Terceiro Setor em todo o País. Este foi o principal objetivo do Segundo Encontro Paulista de Fundações, realizado em São Paulo no último sábado. O evento discutiu as características que diferenciam as fundações das Organizações Não Governamentais (ONGs) e as semelhanças de seus métodos de atuação, já que muitas vezes elas substituem o Estado em algumas atribuições. Na abertura, a presidente da Associação Paulista de Fundações (APF), Dora Sylvia Cunha Bueno, afirmou que o encontro visava estimular os legisladores para que os ideais das fundações sejam concretizados. Bens e governança - O ministro Carlos Velloso, na conferência "Fundações – sua Relevância e Representação Social", lembrou que o surgimento das pessoas jurídicas é a confirmação de que a sociedade evoluiu e que quando há a reunião de pessoas em torno de pessoas há uma sociedade, mas se elas se reúnem em torno de um patrimônio, então há uma fundação. Esta tem a função de administrar bens. Segundo Velloso, há fundações de fins sociais, morais, religiosos e econômicos. Entre as suas principais características estão a finalidade permanente fixada em escritura pública que não pode ser modificada, determinação de sua origem também por escritura pública, a existência de bens livres que os instituidores doam à fundação, a criação de conselhos curadores e administrativos, além da fiscalização pelo Ministério Público. No painel, intitulado "Governança Corporativa Aplicada às Fundações", foram discutidas a sustentabilidade da atividade-fim das fundações, a importância da atividademeio e a remuneração de dirigentes. Para Nelson Savioli, da Fundação Roberto Marinho, as fundações devem ter um objetivo de longo prazo. Todos os recursos embarcados de uma
fundação tornam-se dinheiro Gustavo Saad Diniz ressaltou público e devem ser adminis- que existe realmente uma tentrados com transparência. Por dência de convergência entre isso, são necessários os órgãos os três setores, mas há a necessidade de estabelecer clarafiscalizadores. Para Edson Vaz Musa, presi- mente diferenças jurídicas, dente do Conselho da Caloi e econômicas e sociais. Em sua da Natura, tanto as fundações avaliação, as fundações soquanto as ONGs têm de apli- frem com a falta de implemencar princípios de gestão e de tação das bases jurídicas que governança utilizados pelo se- possam estruturá-las institutor privado: "As associações e cionalmente e as incertezas as ONGs pecaram por escolher provocadas pela subjetividaincorretamente seus princi- de da regulamentação. Para Diniz, não há divulgapais dirigentes. Devem ser remunerados e dedicar-se inte- ção correta das atividades das fundações no Brasil, o que digralmente à sua causa". Patrimônio – No segundo ficulta a captação de recursos, painel "A Proteção do Patri- ao contrário do que acontece mônio das Fundações", foram nos Estados Unidos. Lá, são discutidos temas como os re- destinados a elas US$ 270 micursos públicos e suas influên- lhões anualmente. E 8,2% do cias no patrimônio das funda- mercado do trabalho do país ções, a benemerência e o seu estão nas ONGs e fundações. "Aqui, temos um país com patrimônio e a responsabilidade dos gestores quanto ao risco demandas sociais gravíssimas e a interdependência dos setopatrimonial das fundações. O professor titular de Biolo- res é fundamental para atengia da Universidade de São dê-las", conclui. Conclusão – No final do enPaulo (USP), Flávio Fava de Moraes, relatou sua experiên- contro foi divulgada a 2ª Carta cia como presidente da Funda- de São Paulo, cujos principais ção da Faculdade de Medicina pontos ressaltam a importânda USP. Segundo ele, o primei- cia das fundações para a opiro patrimônio da instituição é nião pública, os meios de coo humano e o segundo é a saú- municação e os poderes públide financeira , necessária para cos. Além disso, a adoção de o desenvolvimento de suas ati- boas práticas de governança é vidades. Por não acreditar que considerada requisito para o há, atualmente, uma tendência cumprimento das finalidades à privatização das fundações definidas pelos seus instituiele enfatiza a necessidade de dores e isso fortalece a transpacontroles externos precisos, rência na gestão. (PC) como do Mi- Newton Santos / Hype nistério Público. C o n v e rgências – No terceiro painel, "A Divergência Setorial e a Convergência Soc i a l d a s Fundações", foram discutidas as relações das fundações com o primeiro, segundo e o terceiro setores. O advogado e professor Dora Sylvia Cunha Bueno: para concretizar ideais.
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Congresso Planalto Câmara CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 Precisamos de transparência ampla, geral e irrestrita do voto. Alexandre Cardoso (PSB-RJ)
O TRABALHO PARLAMENTAR ÀS CLARAS
PT ROMPE ACORDO COM OPOSIÇÃO E PEDE VOTO ABERTO IRRESTRITO, DE OLHO NOS DIVIDENDOS POLÍTICOS. Dida Sampaio/ AE
SERÁ O FIM DO VOTO SECRETO?
DARCI VEDOIN ACUSA MALTA E PASSA MAL
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em pre sár io Da rci Vedoin, dono da empresa Planam e considerado o pri nci pal che fe da chamada máfia das ambulâncias, teve que ser atendido às pressas pelos médicos do Senado. Ao final de seu depoimento ao Conselho de Ética da Casa – onde afirmou ter se encontrado pessoalmente com o senador Magno Malta (PL-ES), na época que ele era deputado – a pressão de Vedoin subiu e ele foi rapidamente socorrido. (AE)
Deputados aprovam emenda constitucional que prevê total transparência nas votações da Câmara.
A
Câmara aprovou ontem, em primeiro turno, a emenda constitucional que acaba com o voto secreto nos processos de cassação e em todas as votações no Congresso. Diretamente atingidos quando a mudança for efetivada, parte dos deputados processados pelo Conselho de Ética da Câmara por suposto envolvimento no esquema dos sanguessugas faltou à sessão. Dos 67 deputados sob risco de serem cassados, 28 se ausentaram da sessão e três se abstiveram. Um deles está licenciado e não compareceu à Casa. A proposta foi aprovada com 383 votos favoráveis e 4 abstenções. Não houve voto contrário, mas o rompimento de um acordo fechado na véspera entre os líderes dos partidos e o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), gerou protestos do PFL. Pelo entendimento, seria mantido o voto secreto nas eleições para os presidentes da Câmara e do
Senado e aos demais cargos da cúpula do Congresso. O PT rompeu o acordo e foi seguido por outras legendas. "Precisamos de transparência ampla, geral e irrestrita", defendeu o líder do PSB, Alexandre Cardoso (RJ). "Apesar dos argumentos para manter o voto secreto nas eleições da Mesa, a situação no Brasil é tal, que teremos de ter toda a transparência com o voto aberto", afirmou o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ). Para romper o acordo, o PT apostou que nenhuma sigla teria coragem de votar contra a proposta por causa da pressão pública. Trâmite – A emenda deverá enfrentar resistências quando chegar ao Senado, onde alguns parlamentares disseram ser contra o voto aberto para todas as decisões. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), por exemplo, quer manter o voto fechado para a eleição de membros da Mesa Diretora e na sabatina de autoridades indicadas pelo presidente da República. Já o
Votação tumultuada: Paulo Santiago (PT-PE) expõe cartaz. Perpétua Almeida (PC do B-AC) se enrola na bandeira.
senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) quer o voto aberto só nos casos de processos de cassação. Se essas mudanças forem aprovadas no Senado, o texto terá de ser avaliado novamente pela Câmara, o que jogará para depois a aprovação da emenda. Com isso, ganhariam os parlamentares sanguessugas que vierem a sofrer processo de cassação, pois seriam julgados em votação fechada. O voto secreto é considerado o principal fator de absolvição nos julgamentos de perda de mandato. No caso do "mensalão", dos 11 pedidos de cassação aprovados pelo Conselho de Ética, onde o voto é aberto, o plenário da Câmara aprovou três e rejeitou oito. (AE)
CPMI: AÇÕES CONCRETAS SÓ DEPOIS DAS ELEIÇÕES.
E
m meio a protestos de parlamentares da oposição, o presidente da CPMI dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), encerrou, na tarde de ontem, a reunião da comissão sem conseguir votar nenhum dos mais de 130 requerimentos apresentados ao colegiado. Houve falta de quórum, pois dos 36 titulares da comissão, só oito estavam presentes. São necessários no mínimo 19 parlamentares para votar os pedidos de quebra de sigilos.
Para o deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), subrelator responsável pela investigação do Executivo, sem a aprovação dos requerimentos a investigação vai ficar paralisada até as eleições de outubro. A CPMI tem pelo menos 59 pedidos de quebra pendentes para serem votados. Deixaram de ser votados também 50 requerimentos de convocações de pessoas para prestarem depoimento. Enquanto Biscaia encerrava a sessão, chegaram os
deputados Júlio Delgado (PSB-MG) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). "Estou levando essa CPMI de uma forma que ninguém acreditava", reagiu Biscaia, aos protestos dos deputados que insinuavam que ele estaria boicotando a reunião. "Está na cara que só querem decidir alguma coisa depois da eleição. O Lula livrou a cara dele e agora quer livrar a do PT. Este ministério não é da saúde, mas da doença", protestou Armando Faria de Sá (PTB-SP). (AOG)
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
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por cento do custo do crédito atualmente no Brasil corresponde ao spread bancário
PACOTE DE MEDIDAS PARA INCENTIVAR CONCORRÊNCIA, NO ENTANTO, NÃO DEVE TER RESULTADOS RÁPIDOS
GOVERNO TENTA BARATEAR O CRÉDITO Jamil Bittar/Reuters
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Mantega (à esq.), ao lado de Meirelles (à dir.): esforço para aumentar a concorrência entre os bancos.
Conta-salário Portabilidade obrigatória de crédito
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partir de janeiro de 2007, será obrigatória a conta-salário. Com essa medida, o trabalhador terá à disposição uma conta específica na instituição em que a empresa empregadora deposita o salário, podendo resgatar ou transferir os recursos para qualquer instituição financeira de sua escolha, sem incidência de qualquer ônus. As instituições financeiras terão até 31 de dezembro de 2006 para se adaptar à nova sistemática. O Conselho Monetário Nacional regulamentará essa medida, no caso dos convênios e contratos firmados pelas instituições financeiras até a data de ontem para prestação de serviços e pagamento de salários e aposentadorias. (AE)
A
portabilidade de crédito é a transferência, por solicitação do próprio devedor, da operação de empréstimo que detém junto a uma instituição financeira para outra. Para isso, o Conselho Monetário Nacional (CMN) determinou que a instituição financeira para a qual o crédito está migrando quite diretamente o montante na instituição de origem. Isso elimina a necessidade de participação direta do cliente para a concretização da operação. Com isso, acredita o governo, serão reduzidas etapas burocráticas que inibiam a concretização desse tipo de operação. Além disso, a tarifa referente ao pré-pagamento da operação de empréstimo deverá constar no contrato inicial de crédito. (AE)
Cadastro positivo
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governo vai encaminhar nos próximos dias ao Congresso Nacional medida provisória regulamentando a atividade dos bancos de dados de informações comerciais e histórico de pagamentos, o chamado "cadastro positivo". A MP tem três objetivos principais, de acordo com informações do Ministério da Fazenda: estabelecer um marco na regulamentação dessa atividade, conferindo segurança jurídica; permitir que as empresas que prestam serviço de bancos de dados de proteção ao crédito possam coletar informações positivas dos respectivos consumidores; e permitir que empresas que prestam serviços de bancos de dados procedam à análise das informações coletadas. (AE)
Enfim, sai o cadastro positivo
A
aprovação do cadastro positivo é um avanço para o mercado de crédito brasileiro. Essa é a opinião do diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o economista Marcel Solimeo. A criação de um "histórico de pagamentos" do consumidor foi aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) no final da tarde de ontem. A medida faz parte de um pacote de ações cujo objetivo é pressionar os bancos a reduzirem o spread. Solimeo definiu o pacote como necessário, mas lembrou que somente ele não trará o resultado esperado pelo governo federal. "É compro-
Patrícia Cruz/LUZ – 20/9/2005
Solimeo: só o pacote não basta
vado o aumento do crédito nos países que adotam o cadastro positivo. Mas a redução dos juros só virá realmente quando o governo deixar de gastar exageradamente. Ainda pagamos por um Estado inchado. Os juros são um dos resulta-
dos dessa política", afirmou. Solimeo lembrou que a criação do histórico de pagamentos do consumidor é uma luta antiga da ACSP e das demais entidades ligadas ao setor de crédito. "Participamos ativamente da elaboração do Projeto de Lei que o próprio executivo encaminhou ao congresso", lembrou o economista. Outros — Ele destacou como positiva também a possibilidade de transferência dos valores pelos correntistas, principalmente para os que assumir a m e m p ré s t i m o e m u m a instituição, mas receberam proposta melhor de uma segunda. Para Solimeo, a concorrência beneficiará o cliente. Davi Franzon
esidratado pela pressão dos bancos, o conjunto de medidas para tentar baixar o custo do crédito ao consumidor brasileiro foi finalmente anunciado ontem pelo governo federal. Não deve ter, no entanto, resultados práticos em curto prazo. Recebido de forma reticente pelo mercado, o pacote permite que os clientes possam transferir para outras instituições financeiras o salário, as dívidas e o cadastro de crédito. O pacote também cria o cadastro positivo, que – pressupõe o Ministério da Fazenda – será o cartão de visitas para a conquista de financiamentos a custos mais baixos por parte dos consumidores. As medidas, anunciadas ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, só vão surtir o efeito desejado – uma efetiva redução dos custos dos empréstimos – se os bancos públicos e privados se engajarem no projeto do governo. A primeira resposta ao pacote de crédito veio de um banco público. A Caixa Econômica Federal anunciou, no início da noite, a redução dos juros das linhas comerciais, beneficiando, em um primeiro momento, as empresas, e dos financiamentos para pessoas físicas (leia mais na pág. E/2). O pacote de Mantega ficou um pouco menor do que ele pretendia. As medidas mais importantes para a classe média – a portabilidade do crédito consignado e do financiamento imobiliário, com a redução dos juros para as linhas específicas para a compra da casa própria – não têm consenso por enquanto e serão anunciadas "em um segundo momento", possivelmente na próxima semana. "As medidas têm o objetivo de reduzir o custo das operações financeiras no País, os spreads (que compõem a taxa de juros para o consumidor)
bancários, por meio do aumento da concorrência entre as instituições financeiras", disse Mantega, ao anunciar as medidas, discutidas e aprovadas em reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN). "Elas são importantes para elevar o volume de crédito no Brasil, aumentar o investimento e a capacidade de crescimento da economia", disse o ministro, entusiasmado. Pressões — Mantega negou que o governo tenha cedido à pressão dos bancos e reduzido a amplitude das medidas. As duas principais reivindicações das instituições financeiras – redução do depósito
As medidas devem elevar o volume de crédito no Brasil e aumentar a capacidade de crescimento da economia. Guido Mantega compulsório e da carga tributária – vão ficar, segundo o ministro, para outro momento. Ele acredita ser possível que, mesmo sem essas medidas, o spread, que corresponde hoje a aproximadamente 34% do custo do crédito, seja menor. A portabilidade dos salários (livre transferência para outro banco) será adotada a partir de 1º de janeiro de 2007. Os bancos serão obrigados a abrir contassalário, por onde os trabalhadores receberão seus vencimentos. Por essa conta, eles poderão transferir, sem custo, o dinheiro para uma conta no banco que escolherem. "É uma medida revolucionária, que vai acabar com o monopólio dos bancos e dar flexibilidade ao assalariado. O
trabalhador vai passar a ser dono do seu nariz", afirmou Mantega. O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, disse que a transferência do salário será automática. "Esse comando será dado uma só vez pelo cliente", disse Meirelles que, ao lado de Mantega, faz parte do CMN. No período de setembro a dezembro, a criação da contasalário é facultativa. Os bancos que já tiverem condições de operar dessa forma poderão fazê-lo. Os que não o fizerem terão de adaptar os sistemas operacionais até o fim do ano para promoverem a migração em janeiro. O CMN, no entanto, não equacionou o problema que será criado para empresas, órgãos públicos e bancos que mantêm contratos para o pagamento de seus funcionários. O BC vai editar uma norma específica para tratar desses casos, embora Meirelles tenha dito que a obrigatoriedade de abertura da conta-salário valerá para todos em algum momento, que será definido. A outra medida – portabilidade do crédito, que permitirá aos clientes mudarem suas dívidas para o banco que oferecer juros menores – será adotada por meio de medida provisória, com a isenção de Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A transferência da dívida exigirá a quitação antecipada do débito, com a aplicação de tarifa reduzida progressivamente. Meirelles explicou que a tarifa, bem como a taxa de juros dos empréstimos, deve estar explicitada nos contratos a partir de agora. A portabilidade vale também para os contratos antigos, de forma desburocratizada. Segundo Mantega, o cadastro positivo vai reunir informações de crédito e todo o histórico de pagamentos dos clientes. (AE)
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Internacional
CALDERÓN É ANUNCIADO PRESIDENTE DO MÉXICO
Bin Laden tem deixado suas intenções tão claras quanto Lenin e Hitler George W. Bush, presidente dos EUA
AFP
Recontagem dos votos garantiu vitória, mas Calderón deve enfrentar resistência dos partidários de Obrador AFP
A
Justiça Eleitoral mexicana proclamou ontem o governista Felipe Calderón, do Partido Ação Nacional, presidente eleito do México. O anúncio pôs fim a uma disputa legal iniciada logo após o fechamento das urnas da eleição de 2 de julho. O candidato centro-esquerdista Andrés Manuel López Obrador, do Partido da Revolução Democrática (PRD), denuncia fraude. Seus partidários bloqueiam há mais de um mês as principais vias do centro da Cidade do México exigindo a recontagem total do votos. O resultado da eleição ratificado pela Justiça Eleitoral indicou uma vantagem de Calderón sobre López Obrador de 233.831 votos (apenas 0,56% do total dos 41,6 milhões de eleitores). Como conseqüência o presidente eleito receberá, em 1º de dezembro, um país dividido e à beira da desobediência civil. Embora suas ações sejam reprovadas por mais de 70% dos mexicanos – o que inclui uma parte dos 35% de eleitores que votaram em López Obrador – , partidários do PRD advertem que manterão o protesto pelo menos até o dia 16, data nacional, quando realizarão uma "convenção" para escolher "um presidente legítimo", e rejeitam propostas de diálogo.
Fidel Castro: "momento crítico ficou para trás, agora me recupero"
López Obrador, que exigiu a recontagem dos votos, denuncia agora que houve fraude na nova contagem
Sem saída – Numa demonstração da tensão que predomina no país, os juízes do tribunal tiveram de passar a noite da última segunda-feira para a terça no edifício da corte, para evitar que os manifestantes centroesquerdistas que cercam o prédio os impedissem de entrar. Impasses regionais, como uma violenta greve de professores que se estende por três meses
em Oaxaca, no sul do país, e que já deixou pelo menos três mortos, complicam ainda mais o quadro político. Em terceiro lugar ficou Roberto Madrazoo candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI), partido que governou o México por mais de sete décadas, até o ano 2000. A missão de observadores da União Européia deu ontem
seu aval à decisão da Justiça Eleitoral, atestando que o processo eleitoral foi justo. Mas os partidários do PRD queixamse não só de irregularidades na apuração, mas das interferências na campanha eleitoral em favor de Calderón. Os EUA parabenizaram Felipe Calderón pela vitória, dizendo-se satisfeitos em trabalhar com ele durante seu mandato. (AE)
Ó RBITA
EXPURGO epois de D desafiar o Ocidente com a recusa em suspender os trabalhos de enriquecimento de urânio, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, provocou mais uma polêmica, agora dentro de seu próprio país: ontem, aconselhou estudantes universitários a expurgar os professores seculares e com idéias liberais, em mais um sinal de que está determinado a reforçar o fundamentalismo islâmico naquele país. (AE)
AJUDA TURCA Turquia se tornou o A terceiro país de maioria muçulmana a se comprometer com o envio de tropas para reforçar as forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no sul do Líbano. A proposta do governo turco foi aprovada pelo parlamento ontem por 340 votos a 192, apesar da oposição da opinião pública. Entre as nações de maioria muçulmana, Indonésia e Catar já haviam anunciado o envio de tropas. Ainda assim, a Turquia é o primeiro desses países a possuir relações diplomáticas com Israel. A decisão coincide com a chegada a Ancara do secretário-geral da ONU, Kofi Annan. (AE)
Fidel Castro: liberado para visitas Em carta divulgada ontem pelo jornal oficial Granma, líder cubano diz que pode receber autoridades
A
partir da próxima segunda-feira, chefes de estado que estarão em Havana para a Reunião de Cúpula dos Países Não-Alinhados poderão, se assim quiserem, se encontrar com o líder cubano Fidel Castro, no hospital onde ele ainda se recupera da cirurgia à qual foi submetida. Esse foi um dos destaques constantes na carta do presidente de Cuba divulgada ontem pelo jornal oficial Granma Na carta, Fidel afirma ter superado o período "mais crítico" de seu tratamento. "Pode-se afirmar que o momento mais crítico ficou para trás. Agora me recupero num ritmo satisfatório", disse. O Granma publicou também fotos inéditas do líder de 80 anos. Em todas elas, Fidel aparece sentado, trajando roupas esportivas enquanto lê ou escreve. Em uma das fotos, Fidel aparece conferindo as provas de um novo livro de entrevistas, intitulado Cem Horas com Fidel,
escrito pelo jornalista Ignacio Ramonet com base em uma série de entrevistas dadas pelo presidente de Cuba. Foi a terceira mensagem de Fidel Castro à população desde 31 de julho, quando ele anunciou que se afastaria do poder temporariamente para se submeter a uma cirurgia para estancar uma hemorragia intestinal. Peso – Na carta, Fidel revela que perdeu mais de 18 quilos desde a cirurgia. Ele diz ainda que aproveitou o tempo de repouso para revisar as respostas que deu ao jornalista para seu livro. Na sexta-feira, a tevê cubana exibiu imagens de Fidel mais saudável do que nas aparições anteriores, durante uma visita do presidente venezuelano, Hugo Chávez. No dia seguinte, o Granma publicou trechos de um diálogo gravado entre os dois, num artigo intitulado "Precisamos de ti para continuarmos empurrando o Sol". (AE)
Steve Irwin: polícia descarta suspeitas
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epois de assistir ao vídeo que contém imagens da morte do zoólogo e apresentador Steven Irwin, ocorrida na segundafeira pela manhã, a polícia do estado australiano de Queensland, afirmou, ontem, que não existem suspeitas sobre as circunstâncias envolvendo o incidente. Irwin foi mortalmente ferido por uma arraia enquanto filmava um documentário sobre o animal no litoral nordeste da Austrália, na Grande Barreira de Corais. Policiais disseram que Irwin não provocou nem intimidou o animal, que teria se sentido acuado tendo o Caçador de Crocodilos (como Irwin ficou conhecido) acima dele e o cinegrafista à sua frente. A arraia é normalmente uma espécie tranqüila que usa seu aguilhão serrado apenas para defesa. A morte de pessoas pelo peixe é muito rara. A existência de um vídeo com as imagens dos últimos momentos do zoólogo foi divulgada na `própria segunda-
feira na edição online do jornal Australien News. Mas seu conteúdo, ou seja, como Irwin foi atacado e como morreu, foi divulgadoa apenas ontem. "Terrível" – John Stainton, empresário de Irwin que estava entre a equipe de televisão na barreira de corais, disse que o ataque fatal foi gravado em videoteipe, e contou que assistir às imagens de seu amigo morrendo foi "terrível". "Elas mostram que Steve veio por cima da arraia, ela levantou a cauda e o espetou no peito. Ele arrancou o aguilhão e no minuto seguinte está morto", relatou Stainton a repórteres em Cairns, para onde o corpo de Irwin foi levado, e onde será submetido a autópsia. Um espírito de comoção tomou conta da Austrália devido à morte do querido naturalista. Não foram divulgados planos de funeral, mas o premier de Queensland, Pete Beattie, disse que, se houver permissão da família, será oferecido a Stevem Irwin um funeral com honras estaduais. (AE)
Ano 81 - Nº 22.207
São Paulo, quarta-feira e quinta-feira, 6 e 7 de setembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h45
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
Em breve, poderemos: Givaldo Barbosa/Agência O Globo
Transferir salário e dívidas de um banco a outro, sem custos No pacote, ainda, a criação do cadastro positivo e redução de juros e custos dos bancos. E 1
Mantega e Meirelles querem maior competição entre bancos
Roberto Stuckert Filho/Ag. O Globo
Aderir ao novo Supersimples Projeto, que inclui alguns prestadores de serviço, vai ao Senado. E 4
Pagar menos impostos O relator do projeto, deputado Luiz Carlos Hauly (com os dois braços erguidos), comemora a aprovação
A redução depende da faixa de faturamento da empresa. E 4
Sérgio Lima/Folha Imagem
E ver como votam os políticos HOJE Oarcialmente nublado Máxima 20º C. Mínima 5º C.
AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 8º C.
Deputados comemoraram (foto) aprovação, por 383 votos e 4 abstenções, de emenda que prevê voto aberto irrestrito na Congresso. A medida atinge em cheio os parlamentares suspeitos de corrupção e ameaçados de perder o mandato. "Apesar dos argumentos para manter o voto secreto nas eleições da Mesa, a situação no Brasil é tal, que teremos de ter toda transparência com o voto aberto", disse Fernando Gabeira. Já o senador Antonio Carlos Magalhães quer o voto aberto só nos casos de cassação. A emenda vai agora para o Senado. Pág. 5
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Nacional Empresas Finanças Tr i b u t o s
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DEPÓSITO COMPULSÓRIO É DE 53%
linhas de crédito da Caixa Econômica Federal tiveram redução de juros
PARA ESPECIALISTAS DO SETOR, É PRECISO REDUZIR O DEPÓSITO COMPULSÓRIO E A CARGA TRIBUTÁRIA
EXPECTATIVA É DE REDUÇÃO DE JUROS Mantega comemora um ano de queda consecutiva da Selic
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m cena inédita, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, deu os parabéns ontem ao presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, pelo aniversário de um ano da queda consecutiva das taxas de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Crítico contumaz dos momentos em que o BC elevou as taxas de juros, Mantega exibia um largo sorriso quando chamou "o doutor Meirelles" e anunciou no auditório do Ministério da Fazenda que, em setembro do ano passado, o BC iniciou o processo de redução da taxa Selic, os juros básicos da economia. "As taxas de juros básicas estão sendo reduzidas. Podemos comemorar um ano que o Copom reduz as taxas de juros consecutivamente. Podemos dar os parabéns aqui ao doutor
Meirelles", disse exultante Mantega. Encabulado e meio sem jeito, Meirelles demonstrou surpresa com o comentário e respondeu: "Isso não é mérito meu, é mérito do País." Esse não foi o único momento de descontração na entrevista, que foi assistida, também, por assessores de bancos privados e oficiais que buscavam, em primeira mão, as medidas do governo para reduzir o spread bancário. Os dois trocaram sorrisos quando Mantega se esquivou de uma pergunta sobre por quê o BC não consegue fazer com que os bancos reduzam o spread na mesma proporção de queda da Selic. "Essa pergunta é para o Meirelles", disse o ministro. Meirelles deu logo o recado: "Não se trata de tabelar ou fixar preços no sistema financeiro. O que o Banco Central pode fazer – e
está fazendo – é estimular a concorrência. Compete ao BC fiscalizar se as regras estabelecidas estão sendo seguidas. O resultado será produto da maior competição", disse. Meirelles e Mantega demonstravam um clima de descontração até mesmo nas questões que polemizaram a discussão em torno da redução do spread, como o desejo dos bancos – e a resistência dos dois – em relação à redução do chamado empréstimo compulsório, o dinheiro que as instituições financeiras devem recolher ao BC. "Ninguém gosta de impostos. Mas é necessário pagá-los para o que o Estado ofereça os serviços públicos", comentou Meirelles. De bate-pronto, Mantega disparou: "Ele só esqueceu que nós aqui na Fazenda gostamos de imposto." (AE)
Nota zero para planos de saúde
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ma avaliação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deu nota zero para 1.108 operadoras de planos de saúde por não terem apresentado os dados solicitados, ou terem enviado dados inconsistentes. Ontem, a agência divulgou o resultado da segunda fase de seu Programa de Qualificação, que avaliou um total de 2.048 operadoras. As reprovadas receberão multas que vão de R$ 5 mil até R$ 50 mil. As operadoras aprovadas foram divididas em quatro grupos. O primeiro com nota até 0,25; o segundo, até 0,5; o terceiro até 0,75; e o quarto, até 1. Apesar do alto número de reprovação, as 1.108 operadoras com nota zero representam
cerca de 20% do mercado, ou 8 milhões de um total de 42 milhões de usuários de planos de saúde, explicou o diretor de Gestão da ANS, Gilson Caleman. "O programa, de fato, consegue avaliar grande parte do mercado e cumprir seus objetivos, como o de induzir mudanças de modelo de gestão e de atenção à saúde", disse. O Programa de Qualificação foi lançado em dezembro de 2004. A primeira fase usou a base de dados de 2003 e seus resultados foram divulgados em duas etapas: maio e dezembro de 2005. Na ocasião, 23 indicadores foram avaliados. Desta vez, o número de indicadores cresceu para 41, divididos em "dimensões": atenção à saúde, econômico-financeiro, estru-
tura e operação e satisfação do usuário. A mais importante, com peso de 50% na avaliação, é atenção à saúde, por sua vez dividida em quatro grandes linhas de cuidado: maternoneonatal, cardiovascular, neoplasias e saúde bucal. As demais correspondem a 30%, 10% e 10% do peso da avaliação, respectivamente. Entre os objetivos da qualificação está a introdução de mudanças no setor. "Além de avaliar a qualidade dos serviços, o programa leva a uma discussão de modelo de gestão e de atenção à saúde. Queremos sair do modelo centrado no procedimento médico e nos voltarmos mais para a necessidade do beneficiado", afirmou Caleman. (AE)
O
pacote anunciado ontem pelo minist ro d a F a z e n d a , Guido Mantega, é um passo importante para reduzir o custo dos empréstimos bancários no Brasil. Mas na avaliação de especialistas, sozinhas, as medidas não serão capazes de derrubar substancialmente a taxa de juros ao consumidor. Na lista de prioridades que fariam diferença no bolso da população está a redução do depósito compulsório e da carga tributária. "As regras vão na direção correta, mas continuaremos com os maiores juros do planeta", afirmou o economista Roberto Troster. Segundo ele, hoje há mais depósito do sistema financeiro no Banco Central (BC) do que em crédito rural e habitacional juntos. Ele é crítico ferrenho do elevado compulsório no Brasil, de 53% (45% sobre depósitos à vista e 8%, a prazo). O vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, também acredita que o recuo do custo do dinheiro no Brasil passa por essas duas medidas. Para ele, no curto prazo, o pacote anunciado não deve ter impacto no mercado. "O processo de implementação do cadastro positivo, por exemplo, é demorado. Além disso, será preciso avaliar se o custo para encerrar e contratar novo crédito vai compensar a troca", explicou. Para o presidente da Austin
CEF reduz juro comercial
P
oucas horas depois do anúncio das medidas de redução do spread, a Caixa Econômica Federal (CEF) diminuiu o juro do crédito comercial. Para pessoa
ATAS
Luiz Prado/LUZ
Erico Ferreira: taxas atraentes
Rating, Erivelto Rodrigues, a redução do custo do crédito no Brasil dependerá da contribuição de todos para ter um efeito satisfatório. Por parte das instituições financeiras, disse ele, é preciso reduzir a margem de lucros. Já o cidadão terá de criar a cultura de pesquisar as
Consumidor aprova
O
portal do Diário do Comércio fez uma enquete e perguntou aos internautas: "Você acredita que o cadastro positivo vai trazer benefícios ao comércio?". Entre os dias 1º e ontem, 2.985 pessoas responderam e 60,47% aprovam esse tipo de ferramenta para ajudar a baratear e facilitar a concessão de crédito. Outros 27,91% são contra e 11,63% não souberam responder. (DC)
física, a redução atingiu 10 linhas de crédito. Nas operações de antecipação do 13º salário, com prazo de 180 dias, a taxa foi reduzida de 3,38% para 2,95% ao mês. Nos financiamentos para compra de bens de consumo duráveis, a taxa mínima de juros foi reduzida
melhores taxas do mercado e, se necessário, trocar de banco. Poucos especialistas acreditam que o pacote seja capaz de promover maior competitividade no setor bancário. Para o economista Alberto Borges Matias, do Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração (Inepad) da USP, é preciso entender que o devedor que muda de banco para pegar empréstimo é o mesmo que, hoje, já o toma em diferentes instituições e, provavelmente, é inadimplente. "Os bancos não competirão por ele. A oferta por crédito em países desenvolvidos supera 100%. No Brasil, a demanda é superior a 100% e a oferta está em 32%." O presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Erico Ferreira, tem opinião contrária. "Com o cadastro positivo, todas as instituições terão acesso ao histórico dos clientes e poderão oferecer taxas mais atraentes para o bom pagador. Isso aumentará a concorrência." Mesma opinião tem o presidente da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), João Rabello. Mas ele afirmou que o pacote não terá impacto imediato no mercado e a conta-salário só será obrigatória a partir de janeiro de 2007. Febraban – Em nota divulgada ontem, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) afirmou que as medidas anunciadas contribuirão para estimular ainda mais a acirrada concorrência entre as instituições. (AE)
de 3,40% para 3,32%. Nas operações com pessoas jurídicas, a CEF anunciou que a taxa de juros do desconto de cheques e duplicatas foi reduzida em até 0,17% ao mês. A taxa do empréstimo para capital de giro parcelado teve recuo de 0,23% ao mês. (AE)
COMUNICADOS
Transportadora Expresso S&S Ltda, inscrita no CNPJ-03.011.383/0001-91 I.E206.108.748.110, comunica o extravio da NF 57.077 Procter e Gamble Indl.e Coml.Ltda inscrita no CNPJ- 01.358.874/0001-88 (4, 5, e 6/09/2006) Transportadora Expresso S&S Ltda inscrita no CNPJ-03.011.383/0001-91 I.E 206.105.748.110, comunica o extravio da NF- 314.010, Procter e Gamble Hig.e Cosméticos Ltda inscrita no CNPJ- 67.712.562/0017-04 (4, 5, e 6/09/2006)
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS
CONVOCAÇÕES CONVOCAÇÃO Jacira Costa Silva, Presidente do Sindicato dos Servidores do Ministério Público do Estado de São Paulo - Sindminp, no uso das atribuições que lhe são conferidas conforme § 2º Art. 24 Seção I do Estatuto Sindical, convoca toda a categoria para participar da Assembléia Geral Extraordinária a realizar-se no dia 22/09/2006 às 18h00 em 1ª convocação e, às 18h30 min. em 2ª e última convocação, na Sede do Sindminp, sito na Av. Brigadeiro Luis Antonio, nº 54, 1º andar, salas B/C, para discussão e deliberação dos seguintes temas. I - Alteração do § 3º art. 5º, do Estatuto Sindical; 2 - Recomposição de Cargos da Diretoria Executiva e Conselho Fiscal. São Paulo, 05 de agosto de 2006 - Jacira Costa Silva - Presidente.
COOPERATIVA HABITACIONAL HAB-COOP
CONVOCAÇÃO
Coopersollo Cooperativa de Trabalho em Limpeza Urbana e Esgotos Edital de Convocação de Assembléia Geral Extraordinária Coopersollo Cooperativa de Trabalho em Limpeza Urbana e Esgotos, CNPJ nº 05.548.949/ 0001-44, pelo presente Edital convoca todos os cooperados, em pleno gozo de seus direitos estatutários, para reunião de Assembléia Geral Extraordinária a ser realizada no dia 23 de setembro de 2006, na sede social da Coopersollo situada na rua Francisco Augusto Lopes nº 117, CEP 02557-120, Bairro do Limão, São Paulo/SP, com primeira convocação às 13:00 horas, estando presentes 2/3 dos cooperados, em segunda convocação às 14:00 horas, com 50% + 1 dos cooperados ou em terceira e última convocação às 15:00 horas, com mínimo de 10 cooperados para tratar dos seguintes assuntos que deverão constar da “Ordem do Dia”: 1) reforma do estatuto; 2) fusão, incorporação ou desmembramento; 3) mudança do objeto da sociedade; 4) dissolução voluntária da sociedade e nomeação de liquidante; 5) contas do liquidante; 6) dos órgãos de administração; 7) alteração do capital social. São Paulo, 01 de setembro de 2006. Antônio Luiz Figueiredo - Diretor Presidente. (4, 5 e 6/09/2006)
EDITAL DE CONVOCAÇÃO O Conselho Administrativo da Cooperativa Habitacional Hab-Coop, de acordo com os atributos que lhes foram conferidos pelo artigo 51 do Estatuto Social, aprovado em 03 de agosto de 2003, convoca V. Sa. a participar da Assembléia Extraordinária - Seccional, a ser realizada no próximo dia 30 de setembro de 2006, às 09:00 hs. em primeira convocação com no mínimo 2/3 (dois terços) dos cooperados presentes, às 09:30 hs, em segunda convocação com a metade mais um dos cooperados presentes, e às 10:00 hs. em terceira e última convocação com no mínimo 10 (dez) cooperados presentes, no salão de eventos do Hotel San Raphael, localizado no Largo do Arouche, nº 180 - Centro - São Paulo - SP, a fim de deliberar sobre os seguintes: Entrega de Unidades Habitacionais nas modalidades - sorteio, programada e antecipação. São Paulo, 06 de setembro de 2006. Conselho Administrativo (Agnaldo Calixto, Valdês Chanquini, Everaldo Vitorazzi, Kleber Jordão, José Miranda).
A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de construção de cobertura de quadra em estrutura mista: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1941/06/02 - EE José Alfredo de Almeida – Rua Thomé de Souza, 05 – Monte Castelo – Marília/SP – 90 - R$ 16.720,00 – R$ 1.672,00 – 09:30 – 26/09/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 08/09/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 25/09/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 5 de setembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Disparcon Distr. Peças para Ar Condicionado Ltda. - Requerido: Confortherm Instal. Manut. de Ar Condicionado Ltda. - Av. General Waldomiro de Lima, 889 - 01ª Vara de Falências Requerente: Galpão Comércio de Tintas Ltda. - Requerido: Edycar Comércio Import. e Export. de Veículos Ltda. - Av. Santo Amaro, 1.039 - 02ª Vara de Falências
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Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira e quinta-feira, 6 e 7 de setembro de 2006
1 Esses terrenos estão em bairros valorizados onde circulam 2,5 milhões de pessoas/dia. Reynaldo Dinamarco, gerente de comercialização de novos negócios do Metrô
Fotos de Newton Santos/Hype
Metrô: mais dinheiro, sem aumentar a tarifa Companhia do Metropolitano pretende locar ou vender terrenos e espaços aéreos – sobre estações e terminais de ônibus – para a construção de imóveis residenciais e comerciais. A abertura de editais de licitação deve acontecer no próximo mês para a construção de empreendimentos em áreas de 16 estações. Rejane Tamoto
A
Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) estuda uma série de medidas para aumentar a arrecadação de recursos sem o aumento da tarifa e, assim, investir em projetos de modernização e extensão das linhas. Uma das estratégias para engordar o orçamento em R$ 600 mil/mês é a abertura de editais de licitação, a partir do próximo mês, para a construção de empreendimentos comerciais e residenciais em terrenos de 16 estações. "Além de ser uma forma de arrecadação para o Metrô, estes terrenos têm apelo comercial por estarem em bairros valorizados, onde circulam perto de 2,5 milhões de pessoas/dia", disse o gerente de comercialização de novos negócios do Metrô, Reynaldo Dinamarco. A valorização dos imóveis no entorno das estações motivou o Metrô a iniciar um estudo de monitoramento imobiliário nos bairros da Linha 4-Amarela (da Luz à Vila Sônia), ainda em construção. A partir deste estudo e de negociações com a Prefeitura, o Metrô quer de volta o excedente do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) que os donos dos imóveis passam a pagar com a valorização. Concorrência - Uma das primeiras áreas que entra em concorrência, nos próximos 30 dias, é a da estação Marechal Deodoro, cujo terreno de 7.300 m² será locado a empreendimentos comerciais. Em seguida, entra em licitação um espaço de 3.700 m², sendo 9.300 m² de área a ser construída, da estação Vila Madalena. Esta será a única, de 16 estações, que será totalmente vendida à iniciativa privada para a construção de um empreendimento residencial. O prédio, que deverá ter cerca
de oito andares, será erguido sobre a estação e o terminal de ônibus em até três anos. O custo do espaço aéreo do terreno está estimado em R$ 3,5 milhões. Assim como na Vila Madalena, outras estações terão seus espaços aéreos (áreas sobre estações e terminais de ônibus) locados para a iniciativa privada. Em 30 dias, cerca de 8.200 m² do espaço sobre o terminal da Vila Mariana serão licitados para locação. O objetivo é que abrigue empreendimentos comerciais. Em 2007, mais espaços aéreos do Metrô entrarão em concorrência para locação, como o acesso da estação São Bento para a rua Boa Vista (340 m²), o Terminal Jabaquara (2.800 m²), o acesso sobre a estação da Luz (840 m²), Parada Inglesa (3.300 m²) e Conceição (480 m²). O Metrô estuda também, para o próximo ano, a licitação para venda ou concessão do espaço aéreo em Santana (8.900 m²). As concessões de áreas pelo Metrô terão duração de 25 anos. "Ainda estamos estudando os prazos de concessões e valores dos terrenos que serão licitados em 2007", disse Dinamarco. Além de espaços aéreos, serão licitados terrenos nas estações Penha (área de 9 mil m²), Vila Carrão I e II (9 e 20 mil m²), Acesso Paranabi (2.900 m² de área próxima à estação Tucuruvi), Guilhermina-Esperança (15.300 m²), Padre Adelino (8 mil m²) e Brás (9.400 m²). Residenciais - A idéia de erguer edifícios para moradia anexos a estações de metrô tem inspiração em projetos existentes em Londres, segundo Dinamarco. Mas o projeto moderno ainda divide opiniões na Vila Madalena. Para a jornaleira da Banca Massicano, Katia Aciole, de 23 anos, o empreendimento que será erguido a poucos metros da banca - vai melhorar o comércio da região.
Vista da estação Vila Madalena: espaço de 3.700 m², sendo 9.300 m² de área a ser construída. Única área que será totalmente vendida.
Cortez disse que valorização de imóveis ainda não foi quantificada
"Quanto a isso não há dúvida, o que realmente me deixa preocupada são os reflexos que isso pode trazer ao trânsito, que já é intenso", disse. Segundo Kátia, o tema é discutido nas manhãs, quando os moradores se encontram na banca. "Como esta região está valorizada, provavelmente pessoas de alto poder aquisitivo comprarão apartamentos neste prédio. Com isso, devem chegar mais automóveis ", disse. Para Antonio Crespilio Filho, de 65 anos, morador do bairro há 58, o problema é que já existe um conjunto de dois prédios inacabados próximo à estação. "Por que construir mais um?", indagou. Segundo ele, o empreendimento reforça o projeto de verticalizar o bairro, que está sendo proposto pelo mercado imobiliário. "Estou sendo sondado mas só vendo meus dois imóveis se pagarem um preço muito bom", afirmou, sem revelar quais valores pretende conseguir com os imóveis. IPTU - A valorização de imóveis no entorno de estações está
incentivando o Metrô a iniciar estudos sobre a viabilidade de participar de parte do incremento da arrecadação tributária imobiliária feita pelo município. "Estamos trabalhando com a Secretaria Municipal de Planejamento para desenvolver instrumentos que possam contribuir para a expansão da rede de transporte metroferroviária", afirmou Luiz Antonio Cortez Ferreira, chefe do Departamento de Projeto Funcional de Transporte do Metrô. Segundo Cortez, existe uma valorização de imóveis próximos a estações da rede, que é vista, mas que ainda não foi quantificada. "Fizemos o acompanhamento no mercado imobiliário da região da futura estação Alto do Ipiranga e verificamos um aumento nos valores dos imóveis, que chega a 40%,
estimulado pelo mero início de obras", disse. Para quantificar com base técnica esta valorização, o Metrô deve entrar com um processo de licitação para contratar uma empresa que fará a perícia e monitoramento imobiliário dos bairros que compõem a Linha 4Amarela, cuja primeira fase está prevista para o final de 2008. A empresa deverá acompanhar o valor de imóveis, aluguéis, taxas de vacância, o processo de verticalização e desenvolvimento urbano dos bairros. A Companhia disse que custeará o estudo com recursos do Banco Mundial, mas não definiu valores e nem prazos para o lançamento do edital. Outra possibilidade em estudo pelo Metrô em parceria com a entidade norte-americana Urban Land Institute é a utilização da modalidade TIF - tax increment financing . Ou seja, o município antecipa os recursos junto ao mercado financeiro mediante o financiamento do incremento de arrecadação de impostos imobiliários, como o IPTU e ITBI. "É uma maneira de antecipar os recursos para fazer obras. O financiamento será pago com o incremento dos impostos. Nos Estados Unidos isso é feito com a iniciativa privada e, no Brasil, estamos começando a entender esse novo instrumento, que vai exigir regulamentação e legislação", disse Cortez.
Tatuzão começa a ser montado
O
tatuzão ou shield, equipamento de 1.800 toneladas capaz de escavar 14 metros de túnel de metrô por dia, começará a ser montado neste mês. O equipamento, atualmente no canteiro de obras do Consórcio Via Amarela, próximo ao Parque Villa Lobos, na zona oeste, passará por um processo de prémontagem para formar 13 peças grandes que serão levadas para a montagem definitiva, no poço de obras da futura estação Faria Lima, no largo da Batata, assim que a laje de fundo da estação estiver concluída. Na montagem final, a cabeça de corte, com 9,50 metros de diâmetro, e os motores, que pesam 105 toneladas, serão acoplados à cauda, ao backup e à esteira rolante, partes que compõem a máquina. As últimas seis carretas com as partes maiores do equipamento chegaram à meia-noite do dia 31. O comboio de 23 carretas trouxe as peças de 900 toneladas desde o Porto de Santos, após viagem iniciada na Alemanha em julho. (Agências)
ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú
Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407
quarta-feira e quinta-feira, 6 e 7 de setembro de 2006
Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 Manifestantes pediram redução de impostos e juros para ter seus empregos de volta
TÊXTEIS QUEREM IMPORTAÇÕES LEGAIS
PRODUÇÃO INDUSTRIAL PERMANECEU ESTAGNADA EM JULHO E TÊXTEIS PROTESTAM NA RUA
SETOR TÊXTIL SAI PARA A BRIGA Caio Guatelli/Folha Imagem
Márcio Fernandes/AE
P Manifestantes se reuniram ontem na capital paulista e em outros 20 locais em todo o País para protestar contra dificuldades do setor têxtil. Também interditaram a Rodovia Anhangüera.
Crescimento começa a fraquejar
A
indústria iniciou o segundo semestre com crescimento discreto, mostrando desaceleração grande em alguns setores, como o de celulares, e indicando ritmo lento para a atividade econômica a partir de julho. Houve aumento de 0,6% na produção no mês em relação a junho e de 3,2% na comparação a igual período de 2005, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "A trajetória é de crescimento suave", avalia Silvio Sales, chefe da coordenação de indústria do instituto. O mês ficou marcado pela influência negativa do câmbio sobre a produção de bens duráveis, bom desempenho de bens de capital e "espalhamento
maior" do crescimento entre os setores analisados. No acumulado do ano, a produção subiu 2,7% em relação a 2005. Apesar do cenário de expansão, os dados foram recebidos com desânimo por entidades ligadas ao setor. Para André Rebelo, gerente do Departamento de Pesquisas Econômicas da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), os crescimentos não demonstram possibilidade de retomada da atividade neste ano. Os principais impactos negativos foram dos setores de celulares (-12,4%) e mobiliário (-7,9%), além da brusca desaceleração no grupo de linha marrom (TV, vídeo, som), que passou de um alta de 27,9% no acumulado no primeiro semestre
para apenas 0,7% em julho. Para Sales, do IBGE, parte da demanda por bens duráveis pode ter sido atendida pelas importações no setor, que cresceram 114,2% sobre igual período de 2005. O câmbio teve influência também na queda de vestuário (-5,2%), calçados e couro (-6,3%) e madeira (-8,8%). Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o setor produtivo "andou de lado" em julho e teve expansão "moderada". Estatísticas da entidade mostram que o pessoal empregado cresceu 0,40% no mês, enquanto as horas trabalhadas tiveram alta de 1,2% em relação ao mês anterior. Em julho, a capacidade instalada das indústrias foi ocupada em 81,6%, contra 82% em junho. (AE)
ela primeira vez, empresários e trabalhadores da indústria têxtil e de confecção dividiram o palanque para protestar contra a política econômica. A manifestação, realizada ontem em São Paulo e em mais 20 cidades do País, foi contra fatores macroeconômicos que vêm roubando competitividade das empresas do setor, que se dizem obrigadas a demitir para compensar a perda que sofrem nas vendas. Entre as dificuldades, a indústria e os trabalhadores criticaram a pesada carga tributária, o real supervalorizado e a concorrência desleal das importações chinesas, além do fato de o País ainda possuir os juros mais altos do mundo. "Somos competitivos até a porteira das fábricas e não queremos esmola, apenas equilíbrio na competição com outros países", disse o diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel, durante ato no vão livre do Masp, com cerca de mil pessoas. De acordo com ele, o setor já demitiu 260 mil pessoas nos últimos quatro anos e tem sofrido com o aumento das importações e a queda das exportações. Vocação – O vice-presidente da República, José Alencar, ouviu queixas de empresários na Federação das Indústria do Rio Grande do Sul (Fiergs) e disse que o setor é "vocacionado para o sofrimento". Prometeu con-
Menos 260 mil postos de trabalho
versar com o presidente Lula e ministros da área econômica sobre as reivindicações. De janeiro a agosto, as importações cresceram 38,8% ante igual período de 2005 e atingiram US$ 1,381 bilhão. Por outro lado, as exportações somaram US$ 1,309 bilhão, uma queda de 1,1%. Até agosto, o saldo comercial estava negativo em US$ 72,4 milhões, ante um superávit de US$ 255,4 milhões em igual período de 2005. "Mantido esse ritmo, vamos fechar 2006 com déficit de US$ 200 milhões a US$ 300 milhões", observou Pimentel, da Abit. Se isso se confirmar, será a primeira vez em seis anos que a balança comercial do setor ficará deficitária. Por baixo do pano – Os produtos chineses que entram legalmente no País são vendidos a preços 40% menores que os similares nacionais. "O proble-
ma é que boa parte entra por baixo do pano, sem pagar impostos", disse Pedro Fortes, presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário. A Brasil Modas, confecção paulista de ternos, é um bom exemplo da crise no segmento. Sem ter como enfrentar os ternos chineses, que chegam a ser vendidos no País por R$ 40, a empresa já demitiu 300 funcionários e há dois meses não consegue pagar o salário dos 100 que continuam trabalhando. O presidente da Abit, Josué Gomes da Silva, filho do vicepresidente da República, José Alencar, não compareceu ao protesto, que tinha como principal alvo a política econômica do governo. Já o presidente licenciado da Força Sindical e candidato a deputado federal pelo PDT de São Paulo, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, foi um dos participantes mais eloqüentes. Paulinho chegou a propor o bloqueio dos desembarques de produtos têxteis chineses no Porto de Santos. Enquanto o protesto em São Paulo reunia centenas de manifestantes na Avenida Paulista pela manhã, em Americana (SP), cerca de 3 mil empresários e trabalhadores de quatro cidades do pólo têxtil interromperam por meia hora a Rodovia Anhangüera nos dois sentidos. Maior produtor de tecidos de fibras artificiais e sintéticas da América Latina, o pólo de Americana é responsável por 85% da produção brasileira. (AE)
Compor tamento Ambiente Clima Distritais
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira e quinta-feira, 6 e 7 de setembro de 2006
Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, registrou a mais baixa temperatura desde o inverno de 2002, com 4,7 graus.
HÁ POSSIBILIDADE DE GEADA NAS MADRUGADAS
Frio continua hoje no Estado. Sol reaparece no feriadão.
AR SECO Alerta: baixos índices de umidade tornarão o ar muito seco, hoje e amanhã.
Capital amanheceu ontem com 8 graus. Em Campos do Jordão a mínima foi de zero e a neve chegou ao sul.
A
Ó RBITA
RUMO A CATANDUVAS
Guto Kuerten/Agência RBS
massa de ar frio que chegou ao País logo depois da frente fria do último domingo é uma das mais intensas do inverno, segundo o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec/Inpe). No Rio de Janeiro, as mínimas chegaram a 10,9 graus. A cidade de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, registrou a mais baixa temperatura desde o inverno de 2002, com 4,7 graus. O frio deve permanecer forte até amanhã. Em alguns pontos do Estado de São Paulo, como na Serra da Mantiqueira, há possibilidade de geada nas próximas madrugadas. A capital amanheceu ontem com 8 graus. Em Campos do Jordão a mínima chegou a zero. Para hoje, as máximas deverão ser de 18 graus capital paulista e 27 graus no Estado. No litoral paulista o tempo fica instável até sexta-feira. De acordo com a meteorologista Mônica Lima, do Cptec/Inpe, o frio é comum para a estação, que só termina no dia 22, e deve permanecer até a próxima semana. "A partir de sexta-feira haverá sol durante o dia e madrugadas bem frias. A massa de ar frio vai perdendo força aos poucos, até segunda-feira", disse Mônica. No Sul – Voltou a nevar no Rio Grande do Sul na madrugada de ontem. Em Bom Jesus, nos Campos de Cima da Serra, a temperatura chegou a 4,2 graus negativos e a nevada foi forte, segundo o 8º Distrito de Meteorologia. A MetSul Meteorologia registrou temperatura ainda menor, de 4,9 graus negativos na estação que mantém no pico do Monte Negro, em São José dos Ausentes, e confirmou a ocorrência de neve nas primeiras horas do dia em diversos municípios da região, que faz divisa com Santa Catarina. A neve esteve restrita à madrugada e a alguns pontos dos Campos de Cima da Serra, mas as geadas ocorreram em todo o estado. Foram fortes em Iraí, Cruz Alta, Passo Fundo, Cambará do Sul e Campo Bom. E foram moderadas em Uruguaiana, na fronteira com a Argentina, e Bagé, na fronteira com o Uruguai A previsão do 8º Distrito de Meteorologia indicava mais uma madrugada gelada para hoje , com temperaturas de até três graus negativos, e geadas no centro, oeste e norte do Rio Grande do Sul. O dia hoje será ensolarado e a temperatura tende a subir até 20 graus durante a tarde. Ressaca – A ressaca provocada segunda-feira por um ciclone extratropical deixou pontos de alagamento e causou prejuízos na orla de Santos, no litoral paulista. A força das ondas destruiu parcialmente ao menos 20 metros de mureta na avenida Samuel Leão de Moura, na Ponta da Praia. Alguns postes -- ainda não contabilizados pela Defesa Civil – também sofreram danos. O ciclone extratropical também provocou estragos no litoral fluminense. O Serviço de Meteorologia da Marinha alertou que a previsão é de ondas de até 4 metros no oceano, até as 12h de amanhã. Ontem, o mar invadiu o calçadão, a ciclovia e as pistas em vários pontos da orla do Rio de Janeiro e destruiu parte do deque do Mirante do Leblon, na zona sul. (Agências)
PINGÜIM Um pingüim foi encontrado ontem na praia de Ipanema, na zona sul do Rio.
Teresa Maia/AE
uma operação batizada Brasileira (foto acima) – entre de Casanova 3 pela Polícia eles, Sidnei Romualdo, N Federal, 25 presos de unidades paraibano apontado como
Tadeu Vilani/Agência RBS
prisionais de Pernambuco foram transferidos ontem para o Presídio Federal de Catanduvas (PR). O objetivo é "desarticular organizações criminosas e pacificar o sistema prisional", segundo o presidente do sistema penitenciário, Wilson Damázio. Selecionados pela alta periculosidade e pelo potencial de influência nos presídios, os presos embarcaram às 10h em um Hércules C-130 da Força Aérea
líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) em Pernambuco. Os presos transferidos são de Pernambuco (11), São Paulo (8), Paraíba (2), Bahia, Minas Gerais e Rondônia A operação de transferência envolveu 180 homens das polícias Federal, Militar, civil e agentes de segurança penitenciários, além de 32 viaturas. Os presos viajaram escoltados por policiais federais. (AE)
PCC 1
PCC 2
polícia de Matão (SP) Polícia Federal A A desconfia que o apreendeu US$ 91 mil município esteja servindo de que pertenceriam ao PCC,
Marcos D'Paulo/AE
Em São Joaquim (foto maior), na serra catarinense, a neve chegou a se acumular durante a madrugada. Diversão garantida para turistas e moradores. Na foto do meio, o branco tomou conta da paisagem na cidade de Mato Castelhano, no Rio Grande do Sul, onde várias localidades registraram temperaturas negativas na madrugada de ontem. Na foto acima, ondas invadem a orla carioca, no bairro do Leblon. Ressaca causou estragos no Rio e também em São Paulo. Ciclone extratropical pode provocar ondas de até 4 metros, pelo menos até as 12h de amanhã.
cidade dormitório para expresidiários e até integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Agentes penitenciários do presídio de Araraquara já perceberam que alguns presos, ao ganharem a liberdade, estão se mudando para Matão, mesmo não tendo familiares na cidade. A presença da facção já vem sendo percebida pelos policiais da cidade. (AE)
facção criminosa que controla o sistema carcerário paulista. O dinheiro estava escondido na laje de uma casa em Ribeirão Pires, na Grande São Paulo. Os agentes chegaram ao local graças ao depoimento de um dos integrantes da facção, preso no Piauí, durante a Operação Toupeira, que teve início na última sexta-feira. A operação objetiva desarticular o crime organizado em vários estados. (Agências)
PCC 3
PCC 4
delegado Ildo Gasparetto, chefe da O Delegacia Regional de
polícia paraguaia entregou à Polícia A Federal os traficantes
Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, acredita que a quadrilha que iria roubar o Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) e a Caixa Econômica Federal, a partir de um túnel, se organizou dentro das penitenciárias de São Paulo. "É conhecimento feito na cadeia", disse ontem, ao avaliar a formação do grupo. "Quase todos eles são ex-presidiários", afirmou. (AE)
brasileiros José Clyver Vilanova Cavalcante, o "Bito Cavalcante", e Jonathan Gimenez Grace, presos em Pedro Juan Caballero na noite de sexta-feira. A prisão dos dois permitiu a descoberta de um arsenal com mais de 500 armas que seriam enviadas às facções criminosas Comando Vermelho, do Rio, e PCC, de São Paulo. O arsenal foi avaliado em US$ 1,2 milhão e pertencia ao brasileiro Alberto Dornelles Rodrigues. (AE)
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira e quinta-feira, 6 e 7 de setembro de 2006
O relator da Lei Geral das Micro e Pequenas, Luiz Carlos Hauly, estima uma renúncia fiscal de R$ 5,3 bilhões
LEÃO LIBERA 1,48 MILHÃO DE DECLARAÇÕES DO IR
EMPRESÁRIOS COMEMORAM APROVAÇÃO DA LEI GERAL DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA CÂMARA
DESENCANTADA A LEI DOS PEQUENOS
Márcia Gouthier/ASN
A
Lei que beneficia micros e pequenas empresas foi aprovada por 308 parlamentares depois de dois anos
Cai o faturamento do setor
O
faturamento das micros e pequenas empresas paulistas diminuiu 2,5% nos sete primeiros meses deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. A maior queda, de 3,2%, foi registrada no segmento de serviços. A indústria acumulou baixa de 0,3% e o comércio, de 2,9%. Esses são os principais resultados da pesquisa divulgada ontem pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo (Sebrae-SP). Para a entidade, a queda de faturamento pode ser um sinal de estagnação do setor. Atuam no Estado de São Paulo, segundo estimativas do Sebrae, cerca de 1,3 milhão de micro e pequenas empresas formais,
que empregam de 5 milhões a 6 milhões de pessoas. Em relação ao mês de junho, a pesquisa apurou um aumento real de 5,6% em julho, o que representa um acréscimo de R$ 1 bilhão em receita. Mas o Sebrae diz que esse resultado não indica mudança de rota. " Em junho, as microempresas, principalmente as do comércio, sofreram com os dias perdidos por causa da Copa do Mundo. O empresário percebe que não aumenta a receita e, sim, os dias trabalhados", afirmou o economista do SebraeSP, Pedro João Gonçalves. Como efeito da queda de faturamento, o levantamento constatou uma diminuição, também, do otimismo dos empresários com a evolução dos negócios nos próximos meses.
De acordo com a pesquisa, o percentual dos que acreditam que o mercado interno vai reagir caiu de 36%, em sondagem realizada em janeiro, para 23%. Para 54% dos entrevistados pelo Sebrae, o faturamento vai se manter nos próximos meses, enquanto 27% falam em ampliação da receita. No começo do ano, esses resultados foram de 46% e 34%, respectivamente. O gasto total com a folha de salários das micros e pequenas empresas em julho cresceu, em média, 3,4% na comparação com o mesmo mês de 2005. Por regiões, o maior gasto foi puxado pelas empresas do interior do estado, que pagaram 9,7% a mais para seus empregados, na comparação dos últimos 12 meses. (Agências)
IR: Receita libera consulta à restituição
Câmara dos Depu- turas serão obrigados a aderir de entidades de classe comemotados aprovou on- ao sistema simplificado, o que raram a aprovação da lei. "Os tem, finalmente, hoje depende de convênio e es- parlamentares deram um prepor 308 votos favo- tá restrito a apenas 130 municí- sente extraordinário às micros e ráveis e apenas seis contrários, pios no País. Para esse segmen- pequenas empresas", disse o a Lei Geral das Micro e Peque- to, já incluído no Simples, a re- presidente do Sebrae, Paulo nas Empresas. Apelidado de dução da carga federal será mí- Okamotto. O presidente da FeSupersimples por incluir os im- nima entre as microempresas. comercio-SP, Abram Szajman, postos estaduais e municipais Estabelecimentos comer- avaliou que o sistema de cotas ao sistema e incorporar algu- ciais que faturam até R$ 60 mil para as micros e pequenas emmas empresas do ramo de ser- anuais, por exemplo, terão a presas nas licitações públicas, viços, o projeto foi concebido cesta de tributados federais re- por exemplo, garantirá o recopelos tucanos e passou dois duzida de 3% para 2,66%. Para nhecimento da cidadania desanos tramitando na Câmara em faturamentos de R$ 120 mil, a ses empresários." Até hoje eles intermináveis negociações. redução é de 5% para os mes- tinham apenas deveres, enAgora a lei vai para aprovação mos 2,66%. Já na última faixa quanto direitos e privilégios no Senado. eram reservados Entre o texto Márcia Gouthier/ASN aos grandes", disque começou a ser se Szajman. discutido em 2004 Frente – Segune o aprovado ondo o gerente de Potem, há enormes líticas Públicas do diferenças. No Sebrae Nacional, quesito renúncia Bruno Quick, o clifiscal, por exemma era de festa enplo, o relator do tre os integrantes projeto, deputada Frente Empredo Luiz Carlos sarial pela Lei GeHauly (PSDBral da Micro e PePR), avalia que a quena Empresa, perda de receita que ontem estivetenha caído de ram em Brasília. R$ 16 bilhões para "Festejamos a R$ 5,3 bilhões. aprovação como o Na prática, serec on he ci me nt o gundo técnicos da da importância do área econômica, é segmento para a relativamente pe- O presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, comemora a aprovação economia brasileiqueno o número ra", disse Quick. de empresas que terão vanta- do Supersimples, entre R$ 2,28 Para o vice-presidente da Fedegem em entrar no Supersim- milhões e R$ 2,4 milhões, a re- ração Nacional das Empresas de ples. Isso porque, entre outras dução é de 9,1% para 7,67%. Serviços Contábeis (Fenacon), coisas, a abertura ao setor de serNa tabela dos prestadores de Valdir Pietrobon, "a legislação viços foi limitada a 29 novos serviços, essa mesma cesta de vai salvar muitas micros e pesegmentos, como empresas de tributos federais será reduzida quenas empresas da falência". vigilância e limpeza, de jornalis- dos 8,93% cobrados atualmenMesmo confiante que a mamo, imobiliárias e escritórios de te de quem adere ao regime do téria será aprovada no Senado, contabilidade. Ou seja, apesar lucro presumido para 4% na o presidente interino da Assodos discursos políticos entu- primeira faixa de receita do Su- ciação Comercial de São Paulo siasmados que marcaram a vo- persimples, até R$ 120 mil (ACSP), Alencar Burti, disse tação da lei, a estimativa oficial é anuais. À medida que a receita que a luta da Frente ainda não de que não mais do que 200 mil cresce, entretanto, a tributação acabou. "Os empresários denovas empresas venham a ade- se aproxima do que as empre- verão se organizar para garanrir ao Supersimples. sas já pagam hoje, que é um má- tir que sejam atendidas as neNo setor comercial e indus- ximo de 13, 5% sobre seu fatu- cessidades das micro e pequetrial, a novidade é que agora os ramento, excluindo INSS e ISS. nas empresas na prática". Laura Ignacio/Agências governos estaduais e as prefeiFesta – Empresários e líderes
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a próxima sexta-feira, os contribuintes poderão consultar o quarto lote de restituições do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) 2006, anobase 2005. Segundo a Receita Federal, estão sendo liberadas 1,48 milhão de declarações, sendo 1,3 milhão com imposto a restit u i r, n o v a l o r t o t a l d e R$ 1,289 bilhão. Outras 51,8 mil pessoas tiveram imposto a pagar, no valor de R$ 63,285 milhões. O restante dos contribuintes não tem imposto a pagar ou a receber. O dinheiro estará disponível no banco dia 15 de setembro. Virá corrigido em 5,89%, referente à Selic. A consulta ao lote pode ser feita pela internet (www.receita.fazenda.gov.br) ou pelo telefone 0300-789-0300. Para obter as informações, o contribuinte precisa informar o número do CPF. Aqueles que quiserem consultar o extrato detalhado devem fornecer o número do recibo de entrega da declaração. (AE)
Os parlamentares deram um presente extraordinário às micro e pequenas empresas. Paulo Okamotto, presidente do Sebrae Nacional
Maringá tem lei nos mesmos moldes
A
ntes da aprovação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, empresários de Maringá, município do Estado do Paraná, já haviam sido presenteados com uma legislação que incentiva a formalização de negócios e reduz a carga tributária. O prefeito Silvio Barros sancionou, no último dia 4, uma norma – seguindo os moldes da Lei Geral – com uma série de benefícios para diminuir a mortalidade das empresas e trazer as informais para a legalidade. Carga menor – O principal ponto da lei é o desconto de 50% no pagamento do Imposto sobre Serviços (ISS) para as novas empresas durante o
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Os empresários deverão se organizar para garantir que sejam atendidas as necessidades das micros e pequenas empresas. Alencar Burti, da ACSP
primeiro ano de funcionamento. Atualmente a alíquota do tributo é de 3%. "Por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal, esse desconto começará a valer somente a partir do próximo ano. As demais isenções entram em vigor já na próxima segundafeira", informa o secretário d a I n d ú s t r i a , C o m é rc i o e Turismo (Seict) de Maringá, Ercílio Santinoni. A lei também prevê maior agilidade no processo de abertura e liberação de alvarás sem pagamento de taxa e registro; alvará provisório em até 48 horas e anistia das multas recebidas por falta de alvarás. Benefícios – As empresas
que faturarem até R$ 60 mil por ano também terão direito a abater 1% do ISS por empregado. Acima de cinco funcionários registrados, o desconto aumenta para 2%, podendo chegar a 20%. As microempresas sociais – profissionais que trabalham como autônomos sem estabelecimento permanente – serão beneficiadas com a redução de 50% do valor das taxas de licença de localização, de funcionamento, publicidade, ocupação de solo nas vias e logradouros públicos. A legislação também estabelece uma redução de 80% no valor das multas formais. Márcia Rodrigues
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Compor tamento Urbanismo Câmara Transpor te
DIÁRIO DO COMÉRCIO
SERÃO REALIZADAS MAIS TRÊS AUDIÊNCIAS
Um apitaço contra lei da publicidade Protesto na primeira audiência do Cidade Limpa
C
erca de 300 manifestantes ligados ao setor de mídia exterior se concentraram ontem em frente à Câmara Municipal de São Paulo para protestar, com um apitaço, contra o projeto de lei da propaganda em vias públicas que tramita na Casa. O grupo ocupou uma faixa de rolamento do viaduto Jacareí, no Centro, junto a um carro de som. A nova lei, chamada Cidade Limpa, foi idealizada pelo prefeito Gilberto Kassab (PFL) e pretende acabar com a poluição visual na cidade, mas, no fim, proíbe qualquer tipo de anúncio publicitário externo. Os manifestantes alegam que a nova legislação causará demissões no setor. A Câmara Municipal realizou ontem a primeira audiência para debater o projeto. A discussão foi na comissão de Finanças e Trânsito e Transporte. No dia 24 de agosto, a proposta teve a primeira vitória na Câmara, sendo aprovada por 38 votos favoráveis e 5 contra. RODÍZIO A CET suspendeu o rodízio de veículos na próxima sextafeira, dia 8, por causa do feriado.
Os representantes das empresas de publicidade externa são contra a aprovação do projeto, que tem amplo caráter proibitivo. A idéia é vetar todo tipo de anúncio externo, como outdoors, anúncios luminosos, propagandas em fachadas de prédios, telões eletrônicos, panfletos e até a propaganda que é colocada nos táxis. As próximas audiências públicas acontecerão nos dias 12, nas comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e Política Urbana; dia 19, com o vereadores da comissão de Finanças e Trânsito; e no dia 26, novamente na CCJ e Política Urbana. A expectativa na Câmara é que o projeto vá a segunda votação na semana da última audiência ou, no máximo, logo após as eleições. E já com um substitutivo sem o artigo 18 da proposta, "que proíbe, no âmbito do município de São Paulo, a colocação de anúncios publicitários nos móveis públicos e privados, edificados ou não". (Da Redação)
Ó RBITA
TRÂNSITO A CET registrou 132 km de tráfego às 18h30 de ontem. A média do horário é de 114 km.
URNA INDÍGENA EM SOROCABA cerâmica, do tipo igaçaba. A m operário encontrou área foi preservada. Agora, segunda-feira, em U Sorocaba, uma urna funerária arqueólogos devem realizar prospecções no local, que pode ter sido um cemitério indígena. A urna ainda continha ossos humanos que ficaram intactos na parte inferior do vaso. Ela acredita que o achado pode ser de índios tupiniquins. (AE)
Factoring
DC
indígena com restos de uma ossada que pode ter mil anos. Ele fazia serviços de terraplenagem no bairro do Éden quando a roda traseira do trator afundou. O peso do veículo causou a quebra da tampa e do corpo da urna, de
O que é Factoring?
É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com
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3 Projeto de lei do prefeito Kassab acaba com a publicidade externa nas ruas da cidade.
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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 Ministério da Agricultura e a Agência Nacional do Petróleo tentam evitar fraudes com álcool
MERCOSUL ESTUDA PRODUÇÃO COMUM
DEPOIS DO PRIMEIRO SEMESTRE DE DEFLAÇÃO, VARIAÇÃO ACUMULA ALTA DE 0,43% EM OITO MESES
SP TEM A MENOR INFLAÇÃO DESDE 1939
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Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) fechou o período de oito meses encerrado em agosto registrando uma taxa de inflação de 0,43%. Essa é, de acordo com o coordenador do IPC-Fipe, Paulo Picchetti, a menor variação acumulada no período desde 1939, quando foi iniciada a medição do desempenho dos preços na cidade de São Paulo. Em agosto, a inflação medida pelo IPC foi de 0,12%, a mesma variação apurada na terceira prévia do mês e menor do que a inflação de 0,21% registrada em julho. Pichetti ressal-
Divulgação/Reuters
Ó RBITA EMBRAER Empresa recebeu encomenda firme de 50 jatos Phenom 100 da americana Magnum Jet.
FMI Para o diretorgerente, Rodrigo de Rato, economia mundial vai crescer 5% neste ano.
Bancos em capítulos
VEÍCULOS
O
número de licenciamentos de veículos nacionais e importados no mês de agosto cresceu 7,7% em relação a julho, totalizando 178.508 unidades, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A produção subiu 9%. (AE) A TÉ LOGO
tou, no entanto, que houve uma reversão para cima na trajetória da inflação a partir do mês passado. Isso fica claro quando se avalia a inflação acumulada nos últimos 12 meses que, até julho, era de 1,77%, e, em agosto, chegou a 2,1%. "A onda de deflação do primeiro semestre (-0,05%) passou e temos agora movimentos positivos, embora ainda baixos", disse o economista. Outra marca importante do IPC é que em 2006, pelo quarto ano consecutivo, o índice fechará abaixo da inflação registrada no ano anterior. Neste ano, especificamente, o IPC ficará abaixo da metade da taxa de 4,5% registrada em 2005, ca-
Revista Playboy chega às bancas com as ex-comissárias da Varig
ANAC E VARIG: QUEDA DE BRAÇO
A
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) deflagrou queda de braço com os juízes de recuperação judicial da Varig e entrou com representação no
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra a juíza da 8ª Vara Empresarial do Rio, Márcia Cunha, que anulou a redistribuição de rotas da Varig. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Mercosul estuda integrar produção e criar selo "Made in Mercosul"
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Phelps desiste de comprar Inco e abre caminho para Vale do Rio Doce
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Senado aprova isenção de Imposto de Renda para pessoas acima de 75 anos
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ara entender melhor o mecanismo de funcionamento das instituições financeiras e bancos, o presidente da Engenheiros Financeiros e Consultores (EFC), o economista Carlos Coradi se debruçou durante dez anos sobre o tema. O resultado é um ebook de 220 páginas que foi lançado em agosto. O preço é salgado: R$ 7 mil. Mas o autor afirma que os leitores aprenderão sobre as origens, as curiosidades e saberão escolher melhor o banco onde vão aplicar os recursos. Um dos fatos que estimulou Coradi a escrever foi a perda de dinheiro que enfrentou em razão de investimentos errados.
O projeto começou com o pedido da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), mas a idéia seguiu adiante. "Eu iniciei a pesquisa com o mercado financeiro em 1971. Voltei no tempo e cheguei a D. João VI." Concentração e planos – Segundo Coradi, a concentração de bancos é uma tendência: "Eu provo no e-book que a concentração vai continuar crescente no Brasil. O País já teve 500 bancos, hoje são 130 e cada vez diminui mais. O sistema é controlado por seis bancos basicamente", afirma. Os planos econômicos também ganharam atenção especial na obra, e o autor relembra cada um. Neide Martingo
so a expectativa de Picchetti se confirme e feche em 2%. A projeção de inflação de 2% para 2006 considera, de acordo com o coordenador da Fipe, a ausência de pressões generalizadas de preços ao longo dos próximos quatro meses em decorrência do baixo grau de crescimento da economia brasileira. Além disso, afirmou Picchetti, o patamar de câmbio tem contribuído para o aumento das importações e a conseqüente baixa dos preços no mercado interno. "Também temos que considerar que 2006 foi um ano muito bom pelo lado da oferta de produtos agropecuários", apontou Picchetti. (AE)
Maior evento de varejo tem edição em Nova York
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ova York será palco da 96ª Convenção e Feira da National Retail Federation (NRF), considerado o maior evento de varejo do mundo. A Feira será realizada de 14 a 17 de janeiro de 2007. Filiados à Associação Comercial de São Paulo (ACSP) interessados em participar terão condições especiais. Confirmações até o dia 28. Reservas pelos e-mails: ester@princesstravel.com.br ou sayuri@princesstravel.com.br ou (11) 3388-5275 . (DC)
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quarta-feira e quinta-feira, 6 e 7 de setembro de 2006
O básico já é commodity. Olhar o novo é que é o diferencial. Nizan Guanaes, publicitário
MARKETING É ESSENCIAL PARA VENCER
ESTABELECER A POLÍTICA DE MARKETING É ESSENCIAL PARA UM PLANO DE NEGÓCIOS DE SUCESSO
MARKETING: ARMA PARA ELEVAR VENDAS Andréa Felizolla/LUZ
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ara quem já está envolvido na concepção de um novo empreendimento, a definição da política de marketing e vendas não pode ser esquecida. O empresário precisa ter claro que a política de marketing e vendas é parte obrigatória do plano de negócios e requer integração das duas atividades. "Na economia voltada à competitividade, a estratégia básica do marketing é a venda. Não dá para pensar em marketing sem pensar em vendas", explica Claudio Tomanini, diretor da New Marketing e professor de MBA em Marketing e Gestão Empresarial da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ele afirma que o mais comum é se confundir marketing com propaganda ou merchandising, mas que o tema requer a busca de solução para um mix de questões associadas ao produto, preço, ponto-de-venda e promoção – os 4P's do marketing, definidos pelo especialista Jerome McCarthy. A eles, Tomanini acrescenta os 4C´s, de outro especialista, Robert Lauterbom: cliente, conveniência, comunicação e custo. "Segundo Lauterbom, mais importante do que ter um produto ou serviço para ofertar é ter um cliente para satisfazer", explica o professor. Passo-a-passo – "Só depois de estudar os concorrentes e definir os caminhos para o negócio, o empresário vai elaborar as estratégias para alcançar seus objetivos e aí usar as ferra-
mentas do marketing", sugere o especialista. Não adianta, exemplifica, anunciar um lançamento imobiliário na televisão, se o cliente encontra no ponto-de-venda um vendedor despreparado para atendê-lo. "Ele não tem apenas a tarefa de vender volumes do produto, mas de ser o intérprete das políticas de marketing de sua empresa no ponto-de-venda." Planejamento – O descompasso entre ações da empresa pode aparecer até em pequenas coisas. Que o diga André Dias, diretor geral da Açometal, distribuidora de insumos siderúrgicos. O empresário faz parte da segunda geração de um negócio em crescimento, com quase três décadas de mercado. Ele lembra que antes de ter um plano de marketing e vendas, "em cada canto o logotipo da empresa aparecia de forma diferente. Mudamos toda a nossa cara: logotipo, slogan e comunicação visual". Há quatro anos à frente da direção geral da Açometal, parte de um grupo de médio porte, com mais duas unidades do mesmo ramo, Dias esta-
Divulgação
va pressionado pelo aumento da demanda e da concorrência e queria conhecer melhor a clientela. "Queria saber se a expansão seria o crescimento natural ou se poderia alavancar." Para descobrir, contratou uma consultoria externa e elaborou um planejamento estratégico para aumentar as vendas. A ação lhe permitiu estabelecer processos para esse crescimento, como medir as ações de prospecção da área de vendas e planejar as ações futuras. As premiações por desempenho – carro, moto, viagens –, antes baseadas em "achômetro", agora seguem critérios. Além do volume de vendas, conta o número de clientes novos e em carteira, devoluções e rentabilidade. Além do ganho de credibilidade no mercado, Dias festeja, como resultado, maior confiança dos colaboradores internos, para os quais promoveu muitos treinamentos. "Hoje o funcionário de vendas é pró-ativo", diz. Na retaguarda, a empresa intensificou os serviços para a clientela com oferta das placas de aço e metal pré-cortadas de acordo com a necessidade do comprador, que, além do serviço de entrega otimizado com novos veículos, pode se beneficiar da área de estoque da Açometal. Leia na edição de sexta-feira, reportagem sobre a importância da gestão do negócio, voltado especialmente para quem já se consolidou, mas agora precisa crescer.
Tomanini (acima): não dá para pensar marketing sem vendas. Ao lado, Dias, da Açometal: planejamento para vender mais
Fátima Lourenço
Agregar valor à marca ajuda
A
valiar a necessidade de agregar ou não valor ao projeto, solidificação da marca e atenção a todas as inovações e idéias que circulam pelo mercado, sejam ou não do seu negócio. Essas ações são a base de uma boa estratégia de marketing para venda, segundo o publicitário Nizan Guanaes, sócio da Agência Africa. Durante palestra para empresários do setor imobiliário, realizada na capital paulista na manhã de ontem, Guanaes destacou os modelos de marketing da Gol Linhas Áreas, cuja estratégia é oferecer pas-
sagens com custo mais baixo do que a concorrência por meio de um serviço de bordo também mais simples. "A Gol popularizou o avião." No caso da solidificação de uma marca, o publicitário destaca o valor agregado ao nome. O consumidor, segundo ele, compra todo o lastro da imagem desse produto, seja ecológico, social ou inovador. "A Natura é o caso clássico. Você adquire um pouco da Amazônia ao adquirir algo deles. Isso é uma boa estratégia de marketing para venda", disse. Guanaes lembrou que olhar um mercado diferente daquele
onde se atua é uma opção para encontrar boas ações de marketing. Mas essa "sacada", como classificou o publicitário, só ocorre para aqueles que estão com a mente aberta para as inovações e idéias que surgem em todos os cantos do mundo. "O básico já é commodity. Olhar o novo é que é o diferencial", avaliou o publicitário. Guanaes destacou que uma estratégia de marketing é uma das bases de sucesso de um processo de venda, seja de uma idéia ou de um produto. Com ele será apresentado o "start" para uma grande campanha. Davi Franzon
Quem não pesquisa paga mais
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uem não tem o hábito de pesquisar preços antes de ir ao supermercado pode deixar de economizar até 30% em cada produto, de acordo com a Pro Teste – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor. Pesquisa realizada pela entidade avaliou 84 mil preços em 671 estabelecimentos de São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e Salvador. O resultado do estudo, que apontou Salvador como a capital com os melhores preços, mostra a importância do hábito de pesquisar nos supermercados. No Rio, dá para economizar em torno de R$ 1.164 por ano. A capital paulista também apresentou custo baixo para a cesta 1 (composta por produtos de marcas definidas). De acordo com o estudo, a economia pode chegar a até R$ 720 ao ano para os paulistanos que pesquisam preços. É o caso da fisioterapeuta Priscila Junde, que visita dois ou três supermercados antes de comprar. "Sempre comparo os preços e, muitas vezes, a diferença é grande, principalmente nos
Newton Santos/Hype
Priscila: várias pesquisas antes
itens de primeira necessidade", afirma. Já a dona de casa Neide Cuchiaro diz achar importante acompanhar as promoções. "Estou sempre prestando atenção em anúncios de ofertas", conta Neide. Lojinhas — "Em São Paulo, há muitas lojas pequenas e populares, que sempre têm produtos mais baratos. Esses estabelecimentos são muito comuns na Europa, e fazem muito sucesso, já que o europeu tem uma cultura de economia bem desenvolvida", diz a coordenadora de estudos de mercado da Pro Teste, Cristiane
Souza. Na avaliação dela, esse comportamento leva à conscientização e incentiva o desenvolvimento da economia por meio da concorrência. O funcionário público Fábio Menezes conta que, apesar dos preços não serem tão acessíveis, ele vai ao mercado perto de casa para fazer suas compras. "Não tenho tempo de pesquisar e é mais prático." Mas se pode ficar caro pegar o carro e ir a outra região, a pesquisa aponta que dá para economizar até 11% apenas atravessando a rua. Na região sul de São Paulo, por exemplo, os preços da cesta de produtos sem marca do Wal-Mart da Avenida Jabaquara são mais baratos do que os do Hirota, na mesma avenida. De acordo com a Pro Teste, a cesta 1 mais barata é a do Futurama da Rua dos Pinheiros, região oeste, que serviu de referência para comparação com os demais ao longo do estudo. Já para os produtos da cesta 2 (sem marcas definidas) o Extra da Avenida Nossa Senhora do Ó mostrou as melhores opções de preços ao consumidor. Mônica Oliveira
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Falei da irmã dele [Zidane] e não foi algo amável. Mas dezenas de jogadores já confirmaram que coisas muito piores são ouvidas em campo. Digamos que ele foi mais francês e eu mais italiano. Ele irônico e eu, brusco.
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Do zagueiro italiano Marco Materazzi, ao dizer ontem que ainda espera um pedido de desculpas do meia francês Zinedine Zidane pela cabeçada na final da Copa do Mundo.
SETEMBRO Dia do Hino Nacional Oficialização do Hino Nacional Brasileiro, de Joaquim Osório Duque Estrada (1922)
C IÊNCIA C A R T A Z
ELBA
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Elba Ramalho (foto) interpreta standards de Ismael Silva, Paulinho da Viola e Luiz Melodia e Billie Holiday. Bourbon Street Music Club. Rua dos Chanés, 127. Telefone: 5095-6100. 22h. R$ 75 a R$ 120. R EINO UNIDO
Beleza que o vento não levou
Telepatia por telefone Cientista garante que coincidências são um autêntico fenômeno telepático
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uitas pessoas já experimentaram o fenômeno de receberem uma chamada telefônica de alguém pouco depois de pensarem nessa pessoa. Agora um cientista afirma que tem a prova do que chama de telepatia telefônica. Rupert Sheldrake, cuja pesquisa foi bancada pelo respeitado Trinity College, em Cambridge, afirmou nesta terçafeira que conduziu experimentos que provam que tal fenômeno existe de fato para chamadas telefônicas e até emails. Cada pessoa nos experimentos teve de dar aos pesquisado-
res nomes e números de telefones de quatro parentes ou amigos. Essas pessoas receberam chamadas aleatórias que pediram para ligarem para os pesquisados, que tinham que identificar a pessoa do outro lado do telefone antes de atenderem a ligação. "A taxa de acerto foi de 45%, bem acima dos 25% que poderia se esperar", disse ele durante a reunião anual da Associação Britânica para o Avanço da Ciência. O pesquisador afirmou que encontrou o mesmo resultado em pessoas que eram pedidas para identificarem o nome de uma em quatro pessoas que lhes enviou um email antes
que a mensagem chegasse ao destino final. Entretanto, sua amostra foi pequena em ambos os testes -apenas 63 pessoas participaram do experimento com telefone e 50 na versão com email- e somente quatro dos pesquisados foram filmados no estudo com o telefone e cinco no levantamento com email, o que criou certo ceticismo. Determinado, Sheldrake, que acredita na interconexão de todas as mentes dentro de um grupo social, disse que está ampliando os estudos para ver se o fenômeno também acontece com mensagens de texto enviadas por celulares. (Reuters)
Alessia Pierdomenico/Reuters
A atriz Vivien Leigh (19131967), protagonista do clássico ... E o Vento Levou, foi escolhida como a britânica mais bonita de todos os tempos. Vivien Leigh é seguida na lista pelas atrizes Elizabeth Taylor e Catherine Zeta-Jones e pela Princesa Diana, segundo a pesquisa realizada pela Bottlegreen Drinks, uma marca de bebidas. O homem mais bonito nascido na Grã-Bretanha é o ator Cary Grant (1904-1986). R ELIGIÃO
Montreal meio a meio
Papa João Paulo II, na mira dos espiões
O filme O Maior Amor do Mundo, do cineasta Cacá Diegues, dividiu o prêmio da 30ª edição do Festival de Cinema do Mundo (FFM) de Montreal com Nagai Sanpo, do japonês Eiji Okuda. Diegues conta a história de um cientista vítima de uma grave doença que volta ao bairro pobre de sua infância; Okuda, a odisséia de um idoso e uma menina. O filme japonês também faturou o prêmio da crítica internacional e o prêmio ecumênico. Considerado morto no ano passado, o Festival de Montreal está aparentemente recuperado.
O falecido papa João Paulo II era espionado pelo regime comunista polonês dentro do Vaticano, declarou ontem o cardeal primaz da Polônia Josef Glemp. "Moscou tinha interesse em saber o que se passava em Roma com um papa polonês", explicou. As suspeitas espionagem no pontificado de João Paulo II foram confirmadas depois de sua morte, com revelações na Polônia sobre o padre Konrad Hejmo, que tinha contatos freqüentes com os amigos poloneses de João Paulo e transmitia informações a Moscou.
Blair: "eu quero minha mãe" Peter Collett, um psicólogo que analisa a linguagem corporal dos políticos do Reino Unido, da Universidade de Oxford, analisou a postura e os gestos do primeiro-ministro britânico Tony Blair, durante entrevistas coletivas sobre a participação britânica na invasão do Iraque e concluiu: colocado contra a parede, Blair age como um menino desamparado. Levar a mão ao estômago em situações estressantes, hábito do premiê, é entendido pelo psicólogo como a mensagem: "Eu quero a minha mãe!" Já diante do presidente norte-americano George W. Bush, Blair revela uma postura submissa, mantendo as mãos nos bolsos ou permitindo ser empurrado para o lado, revelou Collett. B RAZIL COM Z
Comércio justo e ético
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C INEMA
P SICOLOGIA
BRASIIIIIIIIILLLLLLL - Não chegou a ser um show de bola, mas a seleção brasileira derrotou o País de Gales por 2 x 0 ontem em Londres, com gols dos estreantes Marcelo que na foto comemora o lance com Ronaldinho Gaúcho - e Vágner Love. A RQUITETURA
Lar doce lata
O diário espanhol El País destacou em sua edição de ontem a estréia da grife brasileira Daspu na feira de prêt-à-porter de Paris, numa seção que recebeu o título SO Ethic. O espaço é reservado à chamada "moda étnica" e ao "comércio justo". A Daspu colocou à venda ali 20 peças de sua coleção da temporada primavera-verão. A grife, considerada "insólita" pelo jornal, teve de substituir, no mundo da moda de Paris, suas modelos. As prostitutas que desfilaram para a grife em eventos de moda no Brasil não foram para Paris, onde as roupas são apresentadas por modelos profissionais. Um fato que o jornal espanhol lamentou.
R ECORDE
Arben Celi/Reuters
Da Vinci, o maior do mundo O artista albanês Saimir Strati, de 40 anos, usou mais de 500 mil agulhas industriais para criar um retrato tridimensional do pintor renascentista italiano Leonardo da Vinci em uma superfície medindo oito metros quadrados. A "proeza" lhe rendeu um registro no livro Guiness dos Recordes como o criador do maior retrato do mundo. Ele trabalhou 14 horas por dia durante 24 dias para produzir o retrato.
Refis 3 com orientação
O novo Walkman MP3 da Sony parece um tubo de ensaio, e vem com uma série de funções interessantes para atletas: contador de calorias, pedômetro e odômetro. Um sensor detecta o ritmo do corredor e muda de música dentro de uma seleção. Deve ser lançado em setembro na Europa, ainda sem preço definido.
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O Sebrae colocou à disposição em todos os seus sites regionais, para download, o Guia Prático com orientações sobre o novo parcelamento de débitos tributários federais das empresas, o Refis 3. O Guia explica o que pode ser parcelado e quem pode ser beneficiado, além de trazer um passo-a-passo para aderir ao Refis. O Sebrae também imprimiu e está distribuindo, por meio das unidades estaduais, 50 mil exemplares desse documento para empresários de micro e pequenas empresas.
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www.sebraesp.com.br
www.sony-europe.com/view/ View.action?section=en_EU_Press&
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combinação de múltiplos contêineres pode ser uma solução inteligente e barata para moradia. Tanto que uma empresa norte-americana já fez as adaptações necessárias com kits préfabricados de contêineres de 40 pés que se transformam em
casas de 90 a 270 metros quadrados. As casas-contêineres, que podem crescer junto com a família, são adaptadas a todos os ambientes e é possível, até, ter uma piscina no mesmo material. www.noticiasarquitectura.info/ especiales/chk-lot-ek.htm
L OTERIAS Concurso 485 da DUPLA SENA Primeiro sorteio 07
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Segundo sorteio
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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo: 09
Ritmo de desmatamento na Amazônia cai 11%; em um ano, floresta perdeu 10 mil km Brasil tem 46 milhões de pessoas sem acesso a saneamento, segundo relatório da OMS
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Walkman esportivo em forma de tubo
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Kits de casas pré-fabricadas feitas com material de contêineres: tamanho e configuração variados
Mapa do IBGE aponta que existem no País 157 espécies de aves ameaçadas de extinção
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Concurso 1648 da QUINA 35
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Indicadores Econômicos
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por cento é a valorização acumulada pelo Ibovespa, principal referência do mercado brasileiro de ações, neste mês de setembro.
5/9/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 01/09/2006 01/09/2006 01/09/2006 01/09/2006 01/09/2006
P.L. do Fundo 8.475.562,48 1.432.919,79 7.548.388,61 11.017.255,15 1.219.941,36
Valor da Cota Subordinada 1.177,496834 1.078,610137 1.147,492703 1.040,421066 1.063,525418
% rent.-mês 0,0973 0,1054 0,0826 -0,2617 0,1465
% ano 20,5253 7,8610 14,7493 4,0421 6,3525
Valor da Cota Sênior 0 1.076,816115 1.089,258523 0 0
% rent. - mês 0,0529 0,0576 -
% ano 7,6816 8,9259 -
rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)
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COMÉRCIO
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Nacional Empresas Estilo Tr i b u t o s
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Não há limites para a criatividade na arte do origami. Folhas de papel ganham formas em minutos.
O ORIGAMI EXISTE HÁ MIL ANOS
Fotos: Paulo Pampolin/Hype
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s dedos finos e elegantes de Mari Kanegae seguram um quadrado de papel, colorido de um lado, branco do outro. Pacientemente, a professora espera enquanto os alunos seguem suas intruções – dobrar a folha ao meio, depois é a vez das quatro pontas e por aí vai. A aula de origami, a arte japonesa de dobrar o papel, é realizada na Aliança Cultural Brasil-Japão, no bairro da Liberdade. Os alunos? Brasileiros. Ariovaldo Matos está lá por hobby. Natália Noronha, porque gosta. Outra aluna, Ana Paula Alves de Moraes, de tanto admirar a cultura japonesa, virou budista. Isso se deve ao fascínio proporcionado pela transformação de um simples pedaço de papel nas mais variadas figuras. Animais, flores, objetos utilitários, figuras geométricas e decorativas. "O origami não é uma arte somente japonesa. Há artistas no mundo inteiro", diz Mari, que passou um ano no Japão estudando com o mestre Toyoaki Kawai. Foi na terra do sol nascente que ela teve o primeiro contato com o origami. Os pais de Mari vieram sozinhos para o Brasil e quando a filha tinha quatro anos a levaram ao Japão para conhecer os avós. Para transpor a barreira da língua, a avó materna da menina fez do origami um meio de comunicação. A arte voltou a servir como linguagem quando, ainda na faculdade, Mari foi fazer es-
Primeiro contato de Mari Kanegae com a arte foi com a avó no Japão
Anieli Cires procurava algo para se distrair e encontrou no origami um hobby e uma fonte de renda. Hoje, produz móbiles e pingentes que são vendidos por valores que variam entre R$ 15 e R$ 35.
tágio no Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) de Santo Amaro e ensinou o origami a crianças carentes da região. Fascinadas com o resultado, elas voltaram para casa, contaram às mães, que se interessaram e pediram à Mari que lhes ensinasse a arte também. "Origami é paciência e perseverança. Tudo que serve para o origami serve para o nosso dia-a-dia", diz Mari. "Por isso, pode ser aplicado em centros de saúde e hospitais." Tsuru Uma ex-aluna do curso, Magnólia Luz, técnica em Enfermagem do Hospital São Paulo, teve o primeiro contato com o origami numa feira de saúde. Em um dos estandes, uma mulher ensinava a fazer o tsuru, o pássaro da paz japonês. "Eu me encantei. Passei o resto da feira lá." Magnólia adotou o tsuru como estratégia para alegrar as pessoas: quando se deparava com alguém triste, escrevia uma mensagem ou copiava um poema em um pedaço de papel, dobrava-o e entregava o origami à pessoa. Com o interesse pela arte crescendo, Magnólia começou a ir à Liberdade atrás de literatura sobre o tema e foi parar na Associação Cultural, onde teve aula com Mari Kanegae. Determinada a mudar uma das características da enfermaria de cirurgia vascular – a tristeza e a baixa auto-estima dos pacientes – Magnólia criou o projeto "Encantando com as mãos". A chefia do hospital
Cisne feito de origami é uma das peças desenvolvidas em hospitais
A fina arte de dobrar papéis Uma folha e perseverança revelam formas inusitadas
gostou da iniciativa e deu carta-branca à funcionária. A diretoria de enfermagem, além de apoiar, pediu que o projeto fosse expandido às outras enfermarias. Hoje, ele faz parte do Gtec, o grupo de terapias complementares, e também da humanização do hospital. A repercussão foi enorme. Agentes multiplicadores foram treinados. Pacientes, alguns deles amputados, voltaram a sorrir. "Houve um envolvimento grande por parte de médicos, enfermeiros, que notaram a melhora nos pacientes. Eu passei a montar exposições pelo hospital e os doentes faziam origamis para presentear a família", conta. A tristeza deixou de ser característica da enfermaria. "O importante da dobra é pegar um simples pedaço de papel e dar vida a ele. É isso que o paciente precisa, de vida." Quando eles têm alta, levam embora os origamis ou presenteiam a equipe com as dobraduras. As peças que ficam no hospital estão expostas pela enfermaria. Magnólia percebeu que o projeto não deveria ficar apenas no hospital e criou o KamiEncanta – ação psicológica ligada a comunidades carentes sem acesso à saúde mental. Hoje, a técnica em enfermagem é membro do Origami Rio, um grupo de estudos e pesquisas que funciona no consulado japonês no Rio de Janeiro. "Com esse projeto, visito várias entidades, como a
do Morro da Mangueira, e uso os fundamentos do origami." "Toda atividade artística ajuda o paciente a relaxar e se concentrar em algo que não seja a doença", diz a professora Mari, que dá aulas particulares em seu ateliê, o Kamiarte, a alunos com câncer e problemas de memória. Hobby e trabalho Anieli Cires, mãe de um menino com paralisia cerebral, o Lucas, procurava algum hobby que lhe servisse de terapia e fosse fonte de prazer quando topou com o origami. Com "mão boa" para artesanato, Anieli não teve dificuldade na hora de aprender a arte pela internet. O que começou como forma de distração, virou uma fonte de renda extra na família. "Não podia ficar com um monte de origami guardado na gaveta", diz a jovem. Os pingentes (que podem ser colocados em janelas ou na porta da geladeira) e os móbiles que Anieli monta com origami são vendidos por preços que variam de R$ 15 a R$ 35 cada. "Não dá para viver de origami, mas consigo tirar uma graninha." Anieli vende cerca de 30 peças por mês. Kety Shapazian SERVIÇO Aliança Cultural BrasilJapão: (11) 3209-6630. Kamiarte: (11) 5584-8291 Anieli Cires: www.fotolog.com/aniorigami
Desafios intelectuais para crianças e adultos
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Mari Kanegae dá aulas de origami para crianças com câncer
palavra origami significa arte de dobrar o papel: "ori" vem do verbo "oru", que quer dizer dobrar e "gami" vem da palavra "kami", que é papel. Quando ditas juntas, a letra "k" é substituída pelo "g". A arte milenar japonesa nasceu há quase mil anos na Corte Imperial, onde era conhecida como entretenimento divertido e interessante. Com o passar do tempo, o origami foi transmitido ao povo, que o adotou com entusiasmo e transformou a atividade em arte. No Japão, nos dias de
hoje, o origami é muito divulgado entre crianças, jovens e idosos, seguindo as tradições de séculos. As regras do origami são simples: as folhas de papel têm de ser quadradas e sem corte. Mas há exceções desse esquema. Elas trazem desafio à criação de modelos. O origami desenvolve um papel muito importante no desenvolvimento intelectual da criança, pois exige concentração, estimula a imaginação e desenvolve a destreza manual. (KS)
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Planalto Congresso Eleição Estadual Sanguessugas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Vamos vencer as eleições no segundo turno" Orestes Quércia
PALOCCI DEFENDE REFORMAS
J.F.Diorio / AE
QUÉRCIA FALA EM USO DA MÁQUINA
Eymar Mascaro
Matemática
Para ele, Lula e Serra se beneficiam dos poderes.
O
candidato do PMDB ao governo do Estado de São Paulo, Orestes Quércia, criticou ontem o tucano José Serra e o petista Luiz Inácio Lula da Silva pelo uso da máquina administrativa em suas campanhas para o governo estadual e presidência, respectivamente. "É o roto falando do rasgado", disse Quércia, se referindo às acusações de uso da máquina pública de Mercadante contra Serra, e de Geraldo Alckmin contra Lula. Segundo Quércia, tanto os tucanos em São Paulo quanto os petistas na campanha presidencial estão se beneficiando da máquina pública. "Eles pre-
cisavam ser punidos pela Justiça Eleitoral", reclamou, em entrevista concedida em Jales, no Interior de São Paulo, onde fez campanha no feriado. Mas, segundo o candidato peemedebista, seu nome vem crescendo nas pesquisas de intenção de voto, e nem o alegado abuso vai evitar que a eleição ao governo de São Paulo seja decidida somente em turno único. "Nós estamos crescendo e vamos continuar crescendo, para vencermos as eleições no segundo turno", discursou o ex-governador. Após participar de caminhada e carreata no centro de Jales, que fica a 560 quilômetros a noroeste da Capital do
O "Eles precisavam ser punidos pela Justiça Eleitoral", diz o candidato.
Estado, em evento que teve a presença de aproximadamente 300 correligionários e cabos eleitorais, Quércia repetiu suas principais promessas de campanha, como as reativações do Cefam e da Secretaria Estadual do Menor. Seriam medidas que, segundo ele, resultariam na redução da crimi-
nalidade em todo o estado. Na quarta-feira, Quércia esteve em Marília, onde recebeu o título de cidadania, concedido pela Câmara Municipal. Em discurso, o candidato voltou a atacar Serra, afirmando que ele não fala sobre segurança para não lembrar do problema em São Paulo. (AE)
ELEITOR PODE PEGAR O TÍTULO ATÉ NO DIA DA ELEIÇÃO
O
s Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) estarão de plantão neste feriado e nos próximos fins de semana para entregar os milhares de títulos que ainda não foram retirados pelos eleitores. O prazo para a entrega de títulos de eleitores que se inscreveram neste ano ou pediram transferência de domicílio terminava no dia 1° de setembro, mas, tendo em vista o volume de títulos emitidos, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu estender o prazo até 1º de outubro, dia da votação. Mas quem precisa tirar a segunda via do documento tem que ficar atento: o prazo acaba dia 21 deste mês. Também estão sendo entregues certificados de quitação eleitoral.
Depoimento – O procurador da República, Adrian Ziemba, ouvirá na segundafeira, dia 11, em Palmas, o empresário José Wilson Siqueira Campos Júnior, filho do candidato ao governo do Tocantins, Siqueira Campos (PSDB). Ontem, Campos Júnior entregou documentos ao Ministério Público Federal com os quais acusa o pai de ter mentido à justiça, na declaração de bens apresentada ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-TO) para registro da candidatura. O novo depoimento de Campos Júnior no MPF terá também a participação da Polícia Federal. Os documentos seriam provas de que os bens de Siqueira Campos são superiores aos R$ 431 mil declarados. Segundo o empresário, o patrimônio do pai chegaria a R$ 80 milhões. Siqueira Campos já foi governador do Tocantins por três mandatos e, pela primeira vez, enfrenta uma eleição sem ampla vantagem sobre o principal concorrente. A disputa é com um ex-aliado, o atual governador Marcelo Miranda (PMDB), para quem Siqueira Campos pediu voto em 2002. Nota liberada – O juiz Thales Silvestre Júnior do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Amazonas decidiu que o candidato ao senado Gilberto Mestrinho (PMDB) vai poder voltar a exibir propaganda eleitoral onde é mostrada uma nota de jornal dizendo que seu concorrente, Alfredo Nascimento (PL), não completaria seu mandato no Senado porque teria vaga num segundo ministério de Lula. A propaganda declara que Nascimento fará "o que fez quando esteve na prefeitura de Manaus, largando o mandato para assumir o ministério dos Transportes". (AE)
s tucanos estão encucados e querem saber se um eventual crescimento de Geraldo Alckmin nas pesquisas se daria em função de uma possível queda de Lula ou se o candidato estaria recuperando pontos perdidos de Heloísa Helena (PSol). O tucanato confia no futuro e não deseja trocar seis por meia dúzia. Interessa ao PSDB que Alckmin cresça, mas acompanhado da queda de Lula para forçar a realização do 2º turno. Pouco adiantaria para os tucanos, por exemplo, que Alckmin crescesse alguns pontos nas pesquisas com Lula sustentando o mesmo índice de intenção de voto. Também não interessa ao tucanato assistir a uma queda de Heloísa Helena. Os tucanos sabem que não podem deixar que o índice do petista seja maior do que a soma dos índices dos demais candidatos. Se isso acontecer, Lula "mata" a eleição ainda no 1º turno.
LOCALIZADO Tirando-se a média das pesquisas, os tucanos chegam a uma conclusão: Alckmin tem chance de crescer em alguns estados, sobretudo no Sul (Paraná, Rio Grande e Santa Catarina), em Minas e no Mato Grosso do Sul, segundo informações de coordenadores estaduais da campanha.
FAVORECIMENTO Alckmin estaria sendo favorecido no Rio Grande do Sul (7,5 milhões de eleitores) com a luta pelo governo do Estado travada entre o governador Germano Rigotto (PMDB) e Olívio Dutra (PT). Rigotto não pode flertar com Lula para não ajudar indiretamente a campanha de Dutra.
CASQUINHA Mesmo assim, Rigotto não quer apoiar diretamente Alckmin. Prefere a neutralidade. Ocorre que peemedebistas e tucanos já foram flagrados fazendo a campanha de Alckmin juntos. Em tempo: os três estados do Sul somam quase 20 milhões de votos.
PERIGO Alckmin pode ter o dissabor de presenciar o apoio de Roberto Requião (PMDB), no Paraná, a Lula. O Paraná tem um colégio de 7 milhões de eleitores e Requião já abriu o apoio à candidata do PT ao Senado Gleisi Hoffmann. Deve fazer o mesmo em relação ao presidente.
ADESÃO Roberto Requião já fez juras de amor ao petista, assim que seu adversário na luta pelo governo do Paraná, Osmar Dias (PDT), decidiu visitar Lula no Palácio do Planalto e colher imagens para posterior uso na tevê. Detalhe: Osmar é irmão do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), contumaz crítico de Lula.
PALOCCI DIVULGA DOCUMENTO E FALA EM REFORMAS
A FAVOR Outro Estado em que os tucanos estão esperando crescimento de seu candidato, segundo informações locais, é o Mato Grosso do Sul, que tem um colégio eleitoral de 1,6 milhão de votos. A agenda do PSDB prevê novas visitas de Alckmin ao Estado para aproveitar o que os tucanos chamam de 'vento a favor'.
CRESCIMENTO Também Minas (com 13 milhões de eleitores) está na mira dos tucanos. Alckmin pode crescer no Estado com o empenho do governador Aécio Neves, que é candidato à reeleição com mais de 70% de preferência eleitoral. Aécio está prometendo surpresa agradável para Alckmin nas próximas pesquisas feitas em Minas.
AINDA RUIM O Rio, com 11 milhões de eleitores, continua sendo um obstáculo na campanha de Alckmin. É o pior Estado do Sudeste para o tucano. Alckmin não dispõe de um palanque forte para deslanchar a campanha entre os fluminenses. Os aliados de Alckmin ainda não se entendem no Rio.
FANTASMA Outra região problemática para o tucano continua sendo o Nordeste, que é um verdadeiro maná de votos, com 33 milhões de eleitores. Lula mantém ampla vantagem sobre Alckmin entre os nordestinos. Em Pernambuco, por exemplo, o petista tem mais de 70% de índice de intenção de voto.
NA MESMA Na nova pesquisa Datafolha, Alckmin se estabilizou na casa dos 27% de preferência eleitoral. Para forçar o 2º turno, o tucano precisa atingir, no mínimo, 32% e ainda contar com uma votação de Heloísa Helena em torno dos 10%.
BARRADO
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ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci divulgou a "Carta ao Povo de São Paulo", defendendo a continuidade do esforço para a implementação das reformas necessárias para que a economia brasileira alcance o desenvolvimento sustentável. Palocci é candidato a deputado federal pelo PT. (AE)
no palanque ao lado de Lula. Os tucanos preferem acreditar que a informação não passa de boato espalhado pelo PT.
DECISÃO No fim de semana está prevista a campanha de Lula no Paraná. Comentase que no comício marcado para a cidade de Colombo, Requião subiria
Apesar de surpreendidos pela pesquisa Datafolha, os tucanos devem manter a linha crítica a Lula. O PT recorreu à Justiça Eleitoral e conseguiu tirar do ar uma das peças de propaganda , a que associava a imagem do presidente a petistas que se envolveram com atos de corrupção.
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Congresso Planalto Eleições CPI
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FAMA: CAMINHO PARA ENTRAR NA POLÍTICA.
ESTES CANDIDATOS VIVEM DE SHOW Graças à popularidade própria ou associada a nomes conhecidos, alguns candidatos já chamam a atenção do público e prometem muito mais depois de eleitos.
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ia 1º de janeiro de 2007. O recém eleito deputado federal Bruce Willis promete combater duramente o crime organizado, nem que seja sozinho e munido apenas de muita valentia. No mesmo dia, as “drag queens” Salete Campari e Léo Áquilla iniciam as articulações em defesa de seus projetos na Assembléia Legislativa de São Paulo. E tem ainda o deputado estadual Cido Sério, levando a seriedade que o povo tanto espera dos políticos brasileiros. O eleitor mais atento pode pensar que os nomes citados são piadas de ano eleitoral. Mas não. São alguns dos candidatos aos cargos de deputado estadual e federal em 1º de outubro, que têm nomes conhecidos do público (seja por popularidade própria ou por associação Quero com algum devolver famoso). o carinho Bruce Wildo público. lis e Salete Vou Campari irão se juntar conciliar a celebridao mandato des que tamcom a bém estão na agenda disputa, casos do aprede shows. Frank s e n t a d o r e estilista CloAguiar, d o v i l H e rcantor de n a n d e z e o forró. c a n t o r d e forró Frank Aguiar. Não é ficção– Entre os nomes de urnas curiosos, destaque para Bruce Willis. Evidentemente que não é o ator norteamericano da trilogia "Duro de Matar", mas apenas o pseudônimo de um candidato do antigo PGT, partido recentemente incorporado ao Partido Liberal (PL). Em campanha pelas ruas da cidade de São Paulo em seu Palio decorado, Bruce entrou no espírito da personagem: o cabelo à moda do truculento policial John Mc Clane e a estrela de xerife exibida no peito. No discurso ele usa e abusa de palavras como “seriedade e luta contra a corrupção”. Seriedade, aliás, é a palavra de ordem de Aparecido Sério da Silva. Natural de Bento de O Polegar Abreu e com é bastante a vida políticonhecido. ca toda em Temos fãAraraquara, cidades do clubes até interior de hoje com São Paulo, mais de Cido Sério é dez mil bancário e integrantes. agora candiAlan, dato da coliex-integrante g a ç ã o P T e da banda PC do B. Na capital, o rePolegar. duto eleitoral deverá ser a favela de Heliópolis, na Zona Sul, onde ele possui diversas faixas e cartazes propagando sua "seriedade" nas estreitas ruas do bairro. Fora do armário – Existem ainda os candidatos que acabaram de sair do armário para entrar na política. Com Marta Suplicy fora da disputa esse ano (defensora da união civil homossexual), o grupo GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros) terá desta vez candidatos legitimamente homossexuais. A Parada Gay desse ano, por exemplo, serviu de showmício informal para dois representantes: as drag queens Léo Áquilla e Salete Campari, que disputarão vagas para deputado estadual por São Paulo. Em comum, a luta pela própria causa.
Luludi / LUZ
PROJETO SOCIAL: ABRIR AS CASAS CLÔ.
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Clodovil Hernandez garante que Brasília nunca mais será a mesma. Ele diz que será o recordista na Câmara Federal, com 3 milhões de votos. Fotos: Leonardo Wen / Folha Imagem
Divulgação
Léo Áquilla de cara limpa (como homem) adota o slogan " Sem máscara e sem medo".
trada) em Brasília. Frank Aguiar, pleiteando uma vaga a deputado federal (PTB), garante que, se eleito, não abandonará os palcos: "Quero devolver o carinho do público. Vou conciliar o mandato com a agenda de shows". A política, aliás, já faz parte da vida do forroFrank usa marca registrada (uivo) para atrair eleitor zeiro: o pai, Xico Aguiar, Tudo rosa – O primeiro, o foi candidato a vereador, e a irapresentador de TV Léo Áqui- mã, Marilene Aguiar, é deputala, ganhou notoriedade com da estadual no Piauí (PC do B). suas entrevistas sobre sexo na Sucesso nos anos 80, Alan do Rede TV. Na política, a drag, Polegar – ex-integrante da que sairá candidato pelo Parti- banda "Polegar" e hoje médico do Social Cristão (PSC), já pos- oftalmologista – é candidato a sui dois slogans de campanha. deputado federal pelo PP. CoPara o mundo GLBT “Se joga mo trabalha na rede pública de pintosa, põe rosa” e a foto de saúde, diz não se conformar drag. Para o mundo hétero em ver tanta gente sem trata"Sem máscara e sem medo", mento por falta de investimencom a foto de cara limpa. to público e quer dar um show, Na Parada Gay, Léo Áquilla aproveitou para distribuir abraços e revelou que sairia candidato a deputado. Engana-se, porém, quem pensa que ele se apresentará com suas coloridas roupas de drag queen: Léo usará terno, sem abdicar de uma gravata cor de rosa. Já Salete Campari (PDT) é uma daquelas figuras pouco conhecidas do público em geral, mas um fenômeno entre os homossexuais. Hostess de uma boate gay no Centro da cidade, o transformista possui até um carro de som conhecido entre os freqüentadores da Parada Gay. Resta saber se o candidato deixará suas roupas de lado e passará a usar um terno, assim como Léo Áquilla. Celebridades – Entre as celebridades, destaque para o 'cãozinho dos teclados', que promete uivar alto (sua marca regis-
nas urnas. "O Polegar é bastante conhecido. Temos fã-clubes até hoje com mais de dez mil integrantes", afirma. Clô– Sem modéstia, o candidato a deputado federal p e l o P a r t i d o Tr a b a l h i s t a Cristão (PTC), Clodovil Hernandez, diz que será o recordista nas urnas: "Terei três
milhões de votos”. A confiança é fruto de uma pesquisa que o apontou como a quarta pessoa mais conhecida do Brasil. Se as previsões dele se confirmarem, terá o d o b ro d e E n é a s C a r n e i ro (Prona), o atual campeão de votos na Câmara Federal. Ivan Ventura
idéia de entrar na política nasceu na cama. “Explico: tive um sonho no qual eu e o atual prefeito de Ubatuba, Eduardo de Souza César (PL), discutíamos. Foi então que ele sugeriu que me candidatasse a deputado federal, caso quisesse ser ouvido por ele. É isso”, justifica Clodovil Hernandez, sobre sua candidatura pelo PTC. O estilista e apresentador de TV, com pretensões de se tornar político, explicou Brasília ainda o nunca motivo de seu slogan de mais campanha: será a “Brasília mesma. nunca mais Clodovil será a Hernandez mesma”. “Digo isso porque não aceitaria mensalão. Tenho 70 anos, sendo 49 anos de vida pública e não mancharia a minha carreira por isso”, afirma. Sobre suas propostas a serem apresentadas na Câmara Federal, Clodovil promete lutar em Brasília pela aprovação do projeto "Casas Clô" que seriam instaladas nas periferias de todo o Brasil "para ensinar as mulheres a serem damas". “Serão locais destinados a adolescentes das periferias, onde elas teriam aulas, além de aprender a pintar e bordar. Serão damas”, diz Clodovil. Caso não vença, uma vez que disputa o cargo por um pequeno partido, o estilista promete criar uma Casa Clô com dinheiro do próprio bolso.
Moacyr Lopes Jr. /Folha Imagem
A drag queen Salete Campari, famosa entre o público GLBT, faz campanha no Largo do Arouche.
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Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Fabricantes aderem à etiqueta de origem para inibir furtos em supermercados e lojas
APARELHOS DE BARBEAR, CANETAS E PROTETOR SOLAR LIDERAM A LISTA DOS MAIS DESEJADOS... PELOS LADRÕES
VAREJO SE ARMA CONTRA FURTOS Artur de Leos/LUZ
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parelhos de barbear, canetas, protetores solares, DVDs, cremes hidratantes e cigarros estão na lista dos produtos mais furtados em supermercados. São itens de maior valor, tamanho reduzido e facilidade de revenda nos mercados paralelos, os mais visados pelos ladrões. É o que mostra pesquisa do Núcleo de Etiquetagem na Origem (Neo), que visa a reforçar a importância de o produto já sair etiquetado da fábrica, justamente para diminuir as chances de furto. O Neo é formado pelas principais redes varejistas do País, entre elas Pão de Açúcar, WalMart e Lojas Americanas. "Além de ser a forma mais eficiente de proteção dos produtos na cadeia de abastecimento, o processo de etiquetagem na origem também contribui para o aumento nas vendas, pois acaba com a necessidade de confinamento dos produtos nas lojas. Os clientes manuseiam a mercadoria, e isso aumenta o impulso da compra", explica o presidente do Neo, Paulo Polesi. "Se os fabricantes atentarem para a importância de marcar o produto na fábrica, os riscos de furtos em alguns segmentos podem cair a zero." Quando os produtos são etiquetados na origem, eles estão protegidos con-
tra roubo, desde os centros de distribuição até as prateleiras. Nesse tipo de marcação, os rótulos de proteção são colocados nas mercadorias durante o processo de produção, embalagem ou distribuição, impedindo que sejam vistos ou retirados por consumidores ou funcionários mal-intencionados. "Os DVDs players, por exemplo, guardam essa marca dentro do aparelho e o cliente nem vê que existe a etiqueta", diz Polesi. "Ela só é desmagnetizada no caixa do supermercado." De acordo com ele, além da prevenção de perdas em furtos, essa prática pode reduzir em 20% os custos operacionais. Campanha – A rede WalMart promove uma campanha global por esse tipo de marcação nos produtos. A adoção da prática de comercializar seus principais produtos já protegidos pelos fabricantes, reduziu as perdas em 40% e aumentou as vendas de algumas categorias em 25%, que agora podem ficar mais expostas por conta da marcação segura. "Temos nos reunido com os fabricantes dos produtos mais visados em furtos para que eles comecem a fabricá-los já com as etiquetas", afirma Polesi. Até agora, 26 marcas comercializadas pela rede trabalham com etiquetagem na origem, número que deve subir para 70 até o final do ano. "Temos 20
desses projetos em andamento e, até o final de 2007, devem ser 150 empresas envolvidas nessa causa", prevê Polesi. Marcas como Gillette, Phillips, Mundial, Tramontina, Speedo e Fuji já investem nessa tecnologia. Os fabricantes garantem que a etiquetagem não se reflete no preço final dos produtos. Pelo contrário, reduz os custos operacionais e o risco de furto, o que influencia positivamente os valores para o consumidor. "Absorvemos todos os custos, que vão desde os investimentos para o desenvolvimento do sistema até sua implantação no produto", diz o gerente de demanda da Nivea, Luiz Eduardo Faria. A marca implanta essas etiquetas em toda a linha Nivea Sun desde 2005, que abriga os produtos campeões de roubo da grife. "A necessidade de se ter um solução confiável para impedir os roubos surgiu do varejo e nossa base antifurto reduziu em 40% os desvios nas prateleiras", garante Faria. O executivo acredita que, gradativamente, todos os fabricantes se adaptem a essa forma de proteção, que também preserva o consumidor de pagar pelo roubo dos outros. "Se os furtos diminuem, o prejuízo dos supermercados cai junto, e os preços dos produtos ficam mais acessíveis."
Paulo Polesi, presidente do Neo: etiqueta de origem inibe os furtos desde os centros de distribuição Divulgação/Wal-Mart
Etiqueta é colocada na fábrica
Sonnaira San Pedro
Começa a caça aos temporários Andrea Felizolla/LUZ - 23/06/2006
Cesar Diniz/Digna Imagem - 03/06/2004
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ão há consenso sobre como serão as aberturas de vagas temporárias para as vendas de final de ano. Entidades do varejo não estão muito otimistas. A estimativa é de que o volume de vagas, cuja oferta deve começar em outubro, seja igual ao do ano passado – cerca de 86 mil – ou tenha um aumento mínimo, que pode variar de 4% a 6%. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem), cerca de 32% das contratações devem ficar concentradas no Estado de São Paulo (veja quadro). Na seqüência, vêm Rio de Janeiro, com 15% e Rio Grande do Sul, com 11%. Tanto o Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas) como a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) afirmam que o setor não tem boas vendas desde a saída do Brasil da Copa do Mundo. A falta de inverno e os ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) também influenciaram negativamente. Segundo o diretor de relações com os associados da Alshop, Luis Augusto Ildefonso, a demanda por novas vagas
Empresa precisa ter cuidados ao contratar
A
ocorrerá porque algumas redes de lojas costumam abrir novas unidades no segundo semestre. "Os lojistas e consumidores estão cautelosos em investir em novas contratações ou compras, principalmente por causa das eleições. Há um certo receio de assumir novas dívidas por causa da incerteza de como caminhará a economia no início do ano." A previsão da associação é de que haja um acréscimo de 4% no volume de contratações.
Patah: menos vagas no varejo
Adriana: respeito à legislação
O diretor financeiro da Camisaria Colombo, Paulo Jabur, por exemplo, comprova a afirmação de Ildefonso. A maior parte das novas contratações da rede vai ocorrer por causa da abertura de lojas. As contratações da Colombo devem atingir o equivalente a 10% do quadro atual de funcionários, que chega a 900 profissionais. Na rua – A previsão do Sindilojas, que representa os varejistas de rua, é de que cerca de 17 mil postos sejam criados em todo o Estado de São Paulo. Só a capital deve absorver 9 mil delas. Dessas vagas, de acordo com o diretor de relações insti-
tucionais do sindicato, Marcos Galindo, 30% deverão ser mantidas no pós-festas. O presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo (Secsp), Ricardo Patah, também não acredita no aumento de contratações temporárias de 2006. Ao contrário, para ele a previsão é de queda. "Este ano vem sendo muito difícil para o comércio, que enfrentou vários contratempos. Nossa previsão é de que apenas 10 mil vagas sejam abertas neste ano, bem abaixo das 25 mil vagas criadas no ano passado", afirma. Márcia Rodrigues
contratação de temporários exige cuidados. O primeiro é que essa mão-deobra só pode ser utilizada em dois casos, segundo a Lei nº 6.019/1974: "para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente", como licençamaternidade ou férias, ou quando é comprovado "o acréscimo extraordinário de serviço", como ocorre no período de final de ano. O profissional também não pode ser selecionado diretamente pela empresa que necessita do temporário. É preciso que uma agência de empregos, obrigatoriamen-
te inscrita no Ministério do Trabalho, assuma a responsabilidade pela contratação. "Muitas empresas erram ao contratar um funcionário como temporário para o período de experiência, só para fugir de encargos trabalhistas. Elas podem ser autuadas se não forem identificadas as duas necessidades básicas para a aquisição desse profissional", diz a advogada Adriana Calvo. O período inicial de contratação é de três meses, renováveis por mais três. Depois disso, caso a empresa deseje manter o funcionário, deve contratá-lo seguindo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). (MR)
OS MAIS ROUBADOS NOS SUPERMERCADOS Ano 81 - Nº 22.208
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Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h35
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
OS CANDIDATOS-SHOW DE SÃO PAULO Celebridades como Clodovil Hernandez, Frank Aguiar e a drag queen Salete Campari tentam conquistar o eleitor. Pág. 5 Moacyr Lopes
Al-Jazeera/AFP
em Jr./Folha Imag
osa Campari: fam T LB G o no grup Leonardo Wen
/Folha Imagem
Preferid o s: DVDs, barbead ore canetas, s, bronze cremes e adores, c Em brev igarros. e surpresa , uma os ladrõ para es. E 1
Frank: uivo pa ra atrair eleitor Luludi/LUZ
lia não Clô: "Brasí sma" será a me
TERROR NA TV E NOS CINEMAS Jason Cohn/Reuters
Mister Terror para os americanos, Osama Bin Laden apareceu em todas as TVs ontem, a quatro dias do 5º aniversário dos atentados que derrubaram as torres do WTC de Nova York. Ele estava acompanhado de alguns "mártires" da Al Qaeda já mortos, mas o vídeo era inédito. Em outro vídeo, o braço armado de Bin Laden no Iraque propõe a morte de um americano por dia. Os EUA já entraram no clima de terror. Página 4 Jamil Bittar/Reuters
O vôo 93, previsto para derrubar a Casa Branca, enquanto outros aviões trombavam contra as torres de NY e o Pentágono, em Washington, acabou na Pensilvânia (ao lado), e chegou aos cinemas de SP. Após alguns passageiros usarem seus celulares (abaixo), o que aconteceu?
Andrew Thomas/Ag. Fotosite
Divulgação
DCultura Divulgação Pinacoteca
HOJE Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 11º C.
AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 28º C. Mínima 13º C.
SHOW DA PF A PF desfilou tanto poderio em Brasília que Lula chamou o ministro Bastos e lhe disse: agora pode "parar de pedir dinheiro porque a PF está muito bem equipada". O 7 de Setembro, pág. 3
O QUE VESTIR NO VERÃO
Será o verão dos vestidos e das bermudas com paletó. As dicas de Sabina Deweik, E 4
Olhe para o alto ao entrar na Pinacoteca: então, a arte suspensa de Alexander Calder se revelará. A mostra, um encanto, não é só feita de móbiles. Há pinturas, desenhos, estudos. Mais no DCultura: livros, bar, restaurante, shows...
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LAZER - 3
Fotos: Reprodução
CINEMA Aventura, perigo no ar, amor Fotos: Divulgação
Poção mágica deixa o furioso garoto do tamanho de uma formiga As diversas fases de Chico retratam um artista múltiplo: político, polemista, poeta...
CHICO
CRONISTA E PENSADOR André Domingues
Doença fatal em novo filme de Cacá Diegues e relação conflituosa em drama chinês
Insetos e cobras na telona Rita Alves
L
ucas, Um Intruso no Formiguei ro (The Ant Bully, EUA, 2006, 88 minutos). As encrencas na vida do garoto Lucas Nickle começam a aparecer logo depois da mudança de sua família para uma outra cidade. Em novo território, o menino não consegue fazer amizade com ninguém. E para piorar a situação, um vizinho valentão não perde a oportunidade de humilhá-lo. Em casa, o clima também não é dos melhores: ele ganha pouca atenção dos pais e vive brigando com a irmã. Nem da avó o menino consegue carinho. Sem ter com quem desabafar, Lucas extravasa a raiva pisoteando e destruindo formigueiros no jardim. O que ele não imagina é que as formigas enfurecidas decidem armar vingança. O plano é reduzir Lucas ao tamanho delas usando uma poção mágica. O castigo dá certo e dentro do formigueiro o garoto embarca em uma aventura repleta de perigo. A animação dirigida por John A. Davis traz como dubladores Julia Roberts, Nicolas Cage e Meryl Streep.
M
lores do Amanhã (Xiang ri Kui, Hong Kong/China/Holanda, 2005, 129 minutos). Ambientado na China de 1976, o longa dirigido por Zhang Yang conta a história do pintor Gengnian que depois de viver anos em campo de trabalho, volta para casa e enfrenta a rejeição do filho Xiagyang, de 9 anos. O tempo passa e Xiagyang torna-se um importante pintor, porém o relacionamento com o pai não melhora.
F
E
spelho Mágico (Portugal, 2005, 137 minutos). O português Manoel de Oliveira está na direção do longa adaptado do romance A Alma dos Ricos, da também portuguesa Agustina B essa-Luís. Depois de passar um tempo na p r i s ã o, Luciano começa a a trabalhar como motorista particular
da ricaça Alfreda, que durante uma conversa com o empregado confessa o desejo de ter uma aparição de Nossa Senhora.
O
Maior Amor do Mundo (Brasil, 2006, 106 minutos). José Wilker interpreta o protagonista do 16º longa-metragem do diretor Cacá Diegues. O ator vive um famoso astrofísico brasileiro, professor em uma universidade americana que volta para o Brasil para ser homenageado. Como sabe que tem uma doença fatal, ele resolve descobrir a identidade verdadeira dos pais. No elenco Tais Araújo, Sérgio Malheiros e Léa Garcia.
S
erpentes a Bordo (Snakes on a Plane, EUA, 2006, 105 minutos). O assassinato brutal de um promotor de Los Angeles só tem uma testemunha: Sean Jones (Nathan Phillips). Ao embarcar em um novo vôo, o assassino monta um plano para eliminá-lo: colocar dezenas de cobras no avião. Dirigido por David R. Ellis, traz o astro Samuel L. Jackson no elenco.
ESTANTE
Reviste-se!
Variedade de títulos agrada o leitor tanto com publicações nacionais quanto internacionais
úsica, história, medicina, literatura, ciência. A lista de temas é variada e não deixa a desejar. Na busca por informações especializadas, o leitor de revistas está bem servido. Não é mais raro encontrar títulos tradicionais produzidos fora do País em versão nacional. É o caso da revista francesa de música clássica Diapason. Dados sobre Giuseppe Verdi, Antonio Vivaldi, Giacomo Puccini, Mozart e outros gênios da música erudita têm espaço garantido na edição brasileira que também traz a cobertura de toda temporada 2006 de concertos no País, entrevistas com importantes protagonistas da música clássica nacional e internacional e ainda resenhas de livros, CDs e DVDs. Quem ilustra a capa de julho-agosto é o compositor Villa-Lobos; a de setembro-novembro é Beethoven. Já a versão francesa traz o alemão Richard Wagner como tema principal. Outra publicação que passou a ser editada no Brasil é a Scientific Ameri-
can, especializada em divulgação de ciência, tecnologia e aplicação. Em seu conteúdo, o leitor encontra uma expressiva quantidade de material estrangeiro, traduzido da edição americana, além da produção nacional, feita por jornalistas e colaboradores. Se o interesse for medicinal, a Seminários Brasileiros em Medicina (SBM) é uma das opções. Editada pela Artes Médica, a publicação trimestral é somente vendida por assinatura. Direcionada aos médicos, contém assuntos multidisciplinares com o objetivo de atualizar o profissional. Quem gosta de literatura encontra na revista EntreLivros reportagens, enBBC: fonte erudita
trevistas, críticas, artigos sobre ficção e não-ficção. Há ainda colunas dos escritores Umberto Eco e Milton Hatoum. Para saber mais sobre as raízes do Brasil o caminho certo é a leitura da Revista de História da Biblioteca Nacional que contém artigos, entrevistas e sugestão de livros e exposições. Ainda há outro título relacionado à música que além das informações, presenteia o leitor todo mês com um CD (a Diapason faz o mesmo). É a BBC Musicque destaca sempre um compositor a cada edição mostrando, além das grandes obras, uma linha do tempo que relaciona os anos vividos pelo músico e os episódios históricos ocorridos na mesma época. Há também comentários, entrevistas, informações sobre ópera, música de câmara e instrumental, DVD, jazz, livros e uma relação com os concertos e óperas do mês. O leitor ainda encontra belas ilustrações como a publicada no mês de agosto do compositor Rimsky-Kosakov, feita por Risko. (RA)
A
strônomos dizem que o globo azul estrelado da bandeira nacional está errado, pois não corresponde ao céu do Rio de Janeiro às 8h14 do dia 15 de novembro de 1889 (data e local da Proclamação da República). Fãs do País inteiro garantem que os olhos azuis de Chico Buarque são, na realidade, verdes. Dois símbolos do Brasil, duas discussões que dão muito pano para manga! Só há uma diferença incontornável: Chico jamais quis balançar ao vento numa parada de 7 de setembro ou numa vitória da seleção. Pelo contrário. A rejeição a solenidades e a aclamações públicas sempre foi uma das suas características mais marcantes, o que fez dele um ambíguo herói da nossa gente – nem por isso, menos amado e aguardado em suas cada vez mais bissextas aparições. Chico Buarque rebelou-se contra a celebridade ainda no início de carreira, quando, em 1967, escreveu a canção e a peça Roda Viva, que criticavam a transformação de um artista em produto para as massas. O tema lhe era especialmente importante, afinal, ele mesmo estava experimentando o turbilhão da fama, desde a vitoriosa defesa de sua caprichadíssima A Bandano festival da TV Record do ano anterior. Os jornais, as rádios e as televisões propagavam a imagem de um menino bem nascido, bem criado, culto, alegre, simpático, boêmio e premiado com um par de olhos azuis (ops, verdes!). Enfim, forjavam nele uma sufocante imagem de namorado, filho ou genro ideal. Para piorar, o mesmo festival que o elevou a astro da MPB o apresentou em contraposição ao engajado Geraldo Vandré, que defendeu sua politizada Disparada e dividiu com ele o primeiro prêmio. Justo Chico, formado num ambiente intelectualizado (seu pai era, provavelmente, o historiador mais importante do Brasil) e autor da música da revolucionária peça Morte e Vida Severina,
agora passava como conformista! A resposta veio forte em Roda Viva e nas canções que a sucederam. Aquele mundo ordenado de A Banda,A Rita, Sonho de um Carnaval ePedro Pedreiro, ficou para trás, como um paraíso perdido. O Chico Buarque do final dos anos de 1960 já assumia uma personalidade artística mais agressiva, contestadora e, até mesmo, trágica, como mostra a emblemática Agora Falando Sério, de 1969: "Agora, falando sério/ Eu queria não cantar/ A cantiga bonita que se acredita/ Que o mal espanta/ Dou um chute no lirismo/ Um pega no cachorro/ E um tiro no sabiá/ Dou um fora no violino/ Faço a mala e corro/ Pra não ver a banda passar". Suas letras passaram a retratar sentimentos mais e mais complexos, contrários, torturados, numa recusa de tudo o que fosse plano e facilmente manipulável pelos meios de comunicação. Em Construção, por exemplo, ele come-
ça apresentando convencionalmente um operário comum para, aos poucos, subverter a imagem simplista de sua vida, trocando as palavras finais dos versos, como de "E flutuou no ar como se fosse um pássaro" para "E flutuou no ar como se fosse um príncipe". Ao mesmo tempo, Chico começou a buscar formas musicais mais ricas, seja trabalhando com parceiros sofisticados, como o maestro Tom Jobim, com quem debutou em Retrato em Branco e Preto, de 1968, seja misturando gêneros, como o baião e o rock de Baioque, interpretada por Maria Bethânia em 1972, na trilha sonora do filme Quando o Carnaval Chegar. O que mais chamou a atenção nesse novo período foi, contudo, a corajosa postura assumida por ele contra o go-
verno militar, sobretudo após a decretação do AI-5, no fim de 1968. Chico botou suas canções no front da resistência democrática e lançou torpedos como Apesar de Você e Cálice, contra a situação política vigente. E, quando nenhuma canção assinada por ele conseguia furar o bloqueio da censura, no início da década de 1970, inventou um sambista chamado Julinho de Adelaide. Foi esse autor fictício que, na inteligente Acorda Amor, respondeu à angustiante chegada de uma viatura policial: "Chame o ladrão! Chame o ladrão!". Mas, mesmo com mudanças tão profundas na sua obra, Chico Buarque continuou sendo idolatrado como antes, o que pode explicar seu gradual distanciamento dos holofotes e a intensidade de sua reflexão sobre o próprio papel do artista. Desse movimento, resultaram, ao menos, dois discos absolutamente geniais: O Grande Circo Místico (de 1983) e Paratodos (de 1994), mas também o quase isolamento da vida social e cultural brasileira em que ele até hoje vive. Sintomaticamente, por essa época, Chico resolveu enveredar pela literatura, campo em que a relação com a indústria cultural é bem menos desgastante – seu primeiro romance, Estorvo, é de 1991. No final dos anos 90, com o lançamento do álbum As Cidades, começou a surgir um Chico Buarque mais leve, semelhante ao de Carioca. Esse Chico dos nossos dias já dá mostras de aceitar o papel de ídolo e líder, inclusive pela dezena de DVDs musicais e discursivos que lançou de 2003 para cá, em que surge como uma espécie de cronista e pensador da vida brasileira. Contudo, mesmo assim, resta bastante do travo amargo daquela postura esquiva ante as luzes e as pessoas comuns que, em última instância, sustentam seu trabalho. É que ambigüidade na sua postura ainda persiste, assim como na cor dos seus olhos. Estes, continuam sendo os verdes mais azuis que já se viu.
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Nacional Imóveis Empresas Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Dry Wash diversificou as atividades com uma indústria para desenvolver produtos afins
AJUDA EXTERNA PARA A EMPRESA CRESCER
Fotos: Artur De Leos
Buscar talentos para ajudar a gerir os negócios é uma tática de gestão
Para quem se deu bem na implantação de um novo negócio, a satisfação com os resultados não deve se traduzir na impressão de que a missão está cumprida. Agora começa a gestão para crescer Lito Rodrigues, da Dry Wash: ajuda para gestão depois de uma crise de estresse, resultado de 18 horas diárias de trabalho e centralização
GESTÃO PARA QUEM JÁ SE ESTRUTUROU
É
muito comum, passada a fase inicial de um e m p re e n d i m e n t o , após vencer os primeiros obstáculos para se manter no negócio, o empresário acreditar que não precisa de mais nada, observa Carlos Pessoa, diretor de operações do Instituto Empreender Endeavor, instituição internacional voltada à promoção do empreendedorismo empresarial. "Crescer é tão difícil quanto iniciar um negócio", alerta o executivo. E nem sempre o empreendedor consegue, sozinho, fazer a empresa se expandir. Simplesmente porque não é comum ter perfil de gestor, preparado para promover o crescimento sustentável da empresa. É onde entra a Endeavor, com os conhecimentos acumulados no trato com pequenas e médias empresas em países emergentes. A instituição não tem fins lucrativos. O dinheiro que recebe – vindo de 2% de participação que passa a ter nas empresas que ajuda a crescer – é revertido para suas ações de desenvolvimento do empreendedorismo. O objetivo é promover a geração de emprego e renda. No Brasil, a instituição atua com 33 empresas. Um dos cortes para a seleção é o faturamento anual, variável entre R$ 1 milhão e R$ 15 milhões.
Centralização – Em muitos casos, o empresário que alcançou um patamar confortável de faturamento, "fica feliz com o sucesso e cego para crescer", comenta o executivo. Também ocorre de a pessoa com perfil empreendedor ser muito centralizadora e tornar-se um gargalo para a expansão. Não basta, no entanto, simplesmente querer crescer. É preciso descobrir como fazer isso sem aumentar a base de custos. "E aí o empresário vai ter que se voltar para a gestão." Ele precisa contar, entre outros requisitos, com processos con-
tábeis confiáveis; profissionais entendidos em fluxo de caixa; além de departamento de recursos humanos capacitado para detectar e atrair talentos. De maneira geral, quando começa a crescer, o empreendedor está mais preocupado com a entrega do produto. Muitas vezes, chega a diversificar a atividade, com desvio do foco principal, sem ter equipe preparada para a nova demanda. Parada estratégica – Para o proprietário da Dry Wash, Lito Rodrigues, o que mais pesou para dar continuidade ao crescimento da empresa foi sua fal-
A Dry Wash enxugou suas franquias de 200 para 80 oficinas e vai receber aporte de investidores
ta de habilidade para contratar talentos. No ano 2000, com 170 operações derivadas do negócio, além de 200 contratos de franquia, ele acumulava 18 horas diárias de trabalho. "Tive um crise de estresse e precisei me retirar por 30 dias." O sucesso da empresa tinha como pano de fundo um negócio inovador, concebido para permitir a lavagem de carros sem uso de água. Ele já havia
montado uma indústria para fabricar o produto e, desde 1998, ampliara a atuação por meio do franchising. "A lição que tirei de tudo isso é que não existem super-heróis", afirma. As providências incluíram buscar ajuda para profissionalizar a estrutura de franchising e do negócio como um todo. A rede franqueada foi enxugada de 200 para as atuais 80 operações; a indústria foi estrutura-
da para crescer com linha de produtos afins para serem vendidos; a empresa se estruturou para contar com aporte de investidores; e o crescimento direcionado para operação de excelência em responsabilidade social e gestão de resultados. Leia na edição de segundafeira a última reportagem da série, com dicas de áreas propícias para novos negócios. Fátima Lourenço
ATAS
COMUNICADO
EDITAL
EDITAIS
PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ/SP
Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 065/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de emulsão asfáltica RM 1C. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 19/09/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 13:00 horas do dia 22/09/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 14:00 horas às 15:00 horas do dia 22/09/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais. PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ/SP
Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 066/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de telhas romana e paulistinha e tela radiê. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 20/09/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 13:00 horas do dia 25/09/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 14:00 horas às 15:00 horas do dia 25/09/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais.
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 6 de setembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:
Requerente: Tecelagem Guelfi Ltda. - Requerido: Confecções Letter Ltda.-EPP - Rua Paraíba, 281- 01ª Vara de Falências
Quer falar com 26.000 empresários de uma só vez?
Publicidade Comercial - 3244-3344 Publicidade Legal - 3244-3643
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Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
1 Toda forma de educação determina limites e isso está em falta hoje em dia. Valéria Amaral, mãe
QUE GRACINHAS! Fotos de Andrea Felizolla/Luz
Cursos de etiqueta e boas maneiras para crianças e adolescentes ensinam como se comportar à mesa, a respeitar os mais velhos e a tratar todos com educação. Ensinamentos que antigamente eram passados pelos pais, hoje são terceirizados. Tatiana Vicentini
damente a boquinha com o guardanapo e tomar um gole de suco, o pequeno Fernando, les obedecem horá- para desespero de Maria Grurios e filas, não falam pi, não resistiu a espreguiçarde boca cheia, pedem se a mesa. "O que é isso Fernanpor favor e com licen- do? Só falta colocar a mãoziça, dizem obrigado e ainda res- nha na barriga e falar que está peitam os mais velhos. Filhos cheio". Mas com um sorriso perfeitos, este é o sonho de maroto o menino respondeu: qualquer pai. Escolas e cursos "Estava olhando o sol". Terceirização – Para a coorde São Paulo se propõem a preparar crianças para o convívio denadora do curso de Pedagoem sociedade com apenas al- gia das Faculdades Integradas gumas aulas. Apesar de acredi- Rio Branco, Maria Genny Catar que as famílias estão tercei- turegli, a família está terceiririzando a educação básica dos zando a responsabilidade pela pequenos, pedagogos e profes- educação básica dos filhos. sores são categóricos em afir- Mas não esconde que seria famar que, nos dias de hoje, buloso se todas as escolas desquando se confunde liberdade sem os cursos de boas maneie espontaneidade com falta de ras, inclusive os colégios púeducação, as aulas de etiqueta blicos. "As crianças estão sem não são frescura. Para eles, uma limites. Não acredito que elas criança que não aprendeu boas percam a espontaneidade nem maneiras será um adulto inse- que se sintam tolhidas em sua Julia, Letícia, Manuela e Fernando durante o curso de etiqueta: aula para aprender a usar o dinheiro e também o guardanapo guro por não saber se compor- i n d i v i d u a l idade. Hoje, as tar em diferentes ambientes A psicóloga, pedagoga e di- pessoas conretora da Escola de Educação f u n d e m a l iInfantil Ponto Omega, Maria berdade com a Grupi, acredita que já não se falta de educaeduca crianças como antiga- ção e exigem mente. Pensando nisso, criou direitos sem um curso de etiqueta para cumprir seus crianças a partir dos quatro deveres". Outro curso anos. "Hoje em dia, por causa da rotina de trabalho, muitos que promete pais delegam a tarefa de edu- e n s i n a r à s car para a escola. Em casa são crianças e adotolerantes para compensar a lescentes até culpa que sentem por serem mesmo hábitos de higiene ausentes", diz Maria. Príncipes –Segundo a dire- pessoal é o da tora, a conseqüência dessa fal- antropóloga e ta de tempo pode ser notada fa- psicóloga Licilmente em crianças sem limi- gia Marques. tes, sem noção de regras de boa No intensivo Fernando aprende a comer direito. Criança, esquece as regras e se espreguiça à mesa. conduta e despreparadas para de seis horas, o o convívio social. "Não quere- jovem aprende desde o tipo mos formar pequenos prínci- adequado de perfume e mapes nem tornar a criança um quiagem para cada ocasião até modelo de adulto. Eles apren- como se comportar em igrejas, As crianças estão sem Não queremos formar dem por imitação. Não vale velórios e enterros. limites. Não acredito pequenos príncipes Segundo Ligia, na maioria aprender na escola se não têm que elas percam a nem tornar a criança das vezes são os pais que proo modelo em casa". espontaneidade com um modelo de adulto. O curso da Escola Ponto curam ajuda por perceberem a Omega foca suas atenções na dificuldade dos filhos em se as aulas. Maria Grupi, pedagoga e prática. Ele é dividido em qua- adaptar a diferentes ambiendiretora da Escola de Maria Genny Caturegli, tro módulos, em casa, na esco- tes. "Apenas um ou outro aluEducação Infantil Ponto coordenadora de curso de la, no clube e no restaurante. no aparece aqui com má vontaOmega Pedagogia Para que todas as regras sejam de. Uma vez um deles veio toMaria Grupi orienta a pequena Manuela, de 7 anos, com os talheres naturalmente aplicadas, a pro- do vestido de preto em sinal de posta inclui aulas conjuntas luto pela decisão dos pais, mas SERVIÇO depois adorou. Percebeu que Hoje em dia, quando não sei ças. Eles destoam das demais e entre pais e filhos. À mesa – Alunos da escola, muitas coisas a mãe já havia qual talher usar, logo olho para nem por isso são menos natu- Curso de Etiqueta Infantil - Como conviver bem no grupo social: Julia Selivon, de 5 anos, Ma- ensinado em casa e outras re- a Jéssica". Lídia afirma que sa- rais e livres para fazerem o que Escola de Educação Ponto Omega (3813-8861 e 3813-9120) nuela Oliveira, de 7, Fernando gras simples faziam muita di- ber se comportar é o primeiro gostam. Toda forma de educa- Etiqueta para Crianças e Adolescentes - Ligia Marques Consultoria Augusto Santos, de 6, e Letícia ferença na hora de lidar com as passo para a menina passar da ção determina limites e isso esem Etiqueta e Marketing Pessoal (5044-9131) Martins, de 5, aprendem como meninas". infância para a adolescência. tá em falta hoje em dia", disse. Natural – A estudante Jéssi- "Ela come espontaneamente lidar com dinheiro, se portar à mesa e usar o guardanapo. "Às ca Sayeg, de 14 anos, achou a de forma educada e não passa vezes esqueço, mas já sei ver idéia de freqüentar um curso aperto em lugar nenhum". quando uma pessoa faz algo de etiqueta fantástica. "Meus Meninos – Adolescentes amigos, no início, achavam não são fáceis, mas imagine o errado", diz Letícia. Mas como criança nunca minha forma de agir muito di- que é controlar os modos de deixa de ser criança, após en- ferente, agora já se tornou na- três meninos loucos para jogar cerrar o almoço, limpar educa- tural. Claro que eu procuro bola dentro de casa, fugir do n ã o f o rç a r a banho e usar tênis e bermudas Divulgação b a r r a e m e até em casamentos. Por causa a d a p t a r a o s disso, Valéria Amaral colocou lugares". Jés- seus dois filhos mais velhos sica conta que, para aprender boas maneiras. como sua mãe "Cansei de bancar a chata. Eles não fez o cur- são ótimos, mas reclamavam so, vive per- que eu sempre corrigia e chaguntando co- mava a atenção. E muitas vem o d e v e s e zes faziam o contrário só para portar em de- provocar", conta. terminada siMarcos Fábio e Fernão Hentuação, como rique, hoje com 18 e 17 anos, se vestir e se cursaram as aulas de etiqueta maquiar. de Ligia Marques há cerca de M ã e c o - seis anos e, segundo a mãe, r u j a , L í d i a adoraram. "Meus filhos vão S a y e g , f a l a jantar na casa de amigos e as com orgulho mães ficam surpresas com a que a filha é a educação". Francisco, o mais mais educada novo, não fez o curso pois de sua turma. aprendeu observando os ir"Ela é muito mãos. "Sempre trabalhei fora e elogiada pelos fiz dupla jornada. Nunca deso u t ro s p a i s . cuidei da educação das crianLigia ensina até como se comportar em velórios
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.LAZER
sexta-feira, sábado e domingo, 8, 9 e 10 de setembro de 2006
GASTRONOMIA Talento na cozinha e empreendedorismo
Uma taça contra o terror
Divulgação
Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype
Júlio Bernardo; a mousse de chocolate; azeite com manjericão e o prato verde e amarelo.
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Sinhá sucesso
esta Semana da Pátria, uma questão vem à baila: ainda existem patriotas no Brasil? Sem contar quem se tinge de verde e amarelo para os jogos da seleção de futebol, podemos dizer que existe um patriotismo empreendedor, cujo exemplo na área da gastronomia é Julio Bernardo, proprietário e chef do restaurante Sinhá, inaugurado há seis meses em Pinheiros. A fórmula é produzir absolutamente tudo o que serve – dos molhos para
Lúcia Helena de Camargo salada às sobremesas. A margem de de lucro é reduzida a índices ínfimos e cartões de crédito não são aceitos, para poder cobrar apenas R$ 10,50 de segunda a sexta e R$ 14,50 nos finais de semana, oferecendo comida de ótima qualidade. "Aproveito os ingredientes da época, para servir boa comida a um preço bacana", diz Bernardo. Enquanto de segunda a sexta a freqüência é de pessoal dos escritórios da região, nos finais de semana aparecem os mo-
radores dos arredores. Mas se o cliente for fiel, ganha bônus. Quem come ali em dias de semana ganha um cupom de R$ 4 de desconto para ser usado em sábados, domingos e feriados. O bufê traz todo dia pelo menos dez tipos de saladas, com destaque para a alface americana com carpaccio, verdes orgânicos, e a deliciosa guacamole (pasta de abacate, especiarias, tomate picado, cebola picadinha, coentro, pimenta do reino, azeite
e suco de limão), além de outra dezena de pratos quentes. O arroz e o feijão fresquinhos, além da inacreditavelmente crocante chips de abobrinha, aparecem sempre. Em dias variados, vêm estrogonofe de carne, nhoque tricolor, chili com carne, macarronada com molho de tomate, pescada, frango na mostarda, além de grelhados variados de carne vermelha e lingüiças. Para complementar essa vocação patriótica, o chef preparou para o 7 de setembro – e mantém no ao longo do fim de semana – pratos com bastante verde e amarelo: arroz com manga, frango com creme de espinafre e a salada de guacamole. O charme adicional: a comida sai da cozinha "al dente" e acaba de ser preparada em um fogão à lenha que fica no centro do restaurante, onde os clientes montam seus pratos. A peça transforma o ambiente na própria casa de fazenda, além de deixar mais saborosos os alimentos. Para beber, sucos naturais feitos com fruta e não com polpa. Experimente o de tangerina. E também cervejas e caipirinhas de frutas. Na sobremesa, imperdíveis são o pudim de leite condensado e a mousse de chocolate amargo. Instalada em uma movimentada esquina da zona oeste – Antonio Bicudo com rua Pinheiros –, a casa é uma ilha de tranqüilidade em meio à agitação da cidade. O pé direito alto e as paredes de tilojos à vista anunciam o despojamento. Pendurados, quadros bucólicos retratando plantas, frutas e flores; e panelas de cobre para dar o tom quente ao lugar. Paulistano da Lapa, Julio Bernardo já foi disc-jóquei, barista e sócio de um bistrô no Itaim. Agora, cansou da noite e só abre a casa para o almoço. De segunda a sexta, das 11h30 às 15h30; aos sábados e domingos, começa ao meio dia e fica até 17h. Nem precisava, mas ainda servem o ótimo café da fazenda Pessegueiro e o serviço é impecável e rápido. "Estou apostando na qualidade", diz Bernardo. Todas as fichas no Sinhá! Restaurante Sinhá - Rua Antônio Bicudo, 25, Pinheiros. Telefones: (11) 3081 4627 e 3083 6849.
José Guilherme Ferreira
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colunista Howard G. Goldberg, do New York Times, não cancelou o encontro com o presidente da Champagne Philipponnat, marcado para 12 de setembro de 2001 – programa de degustação de dez vintages Clos des Goisses, considerado um "tesouro francês". Manter a agenda foi uma decisão difícil, já que toda Nova York estava atônita um dia após os ataques terroristas às torres gêmeas do World Trade Center. Mas estar à mesa, principalmente acompanhado de uma taça de vinho, é uma celebração da civilização contra a barbárie, no caso o terrorismo. Na própria vida de Howard, o vinho sempre foi objeto ligado a "questionamento, pensamento, renovação". A homenagem do articulista, mantendo o encontro, foi um elogio memorialístico ao restaurante que ocupava o cimo das torres até os fatídicos 8 minutos e 48 segundos de 11 de setembro, quando dois aviões as destruíram. Windows on the World, então sob a batuta do chef Michael Lomonaco, foi um restaurante que trabalhou para "desmistificar o vinho", com profissionais preparados,
disputados sommeliers e uma adega de 50 mil preciosidades, escreveu Goldberg. O Windows vendia cerca de 10 mil garrafas por mês, com uma carta de vinhos de 1.400 rótulos. Palco de degustações memoráveis, o restaurante teve como diretor de vinhos o professor Kevin Zraly, autor do best-seller Windows on the World Complete Wine Course. Mais de 14 mil alunos foram formados por ele na escola que funcionava nas alturas. Os caminhos de fruição construídos por essa gente nenhum terror consegue minar.
http://www.wowws.com/ http://www.champagnephilipponnat.com/goissesF.html
A
Enófilos no Chile
Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho (Sbav-SP) promove, entre os dias 7 e 15 de outubro, uma viagem enoturística ao Chile e seus vinhedos. A programação inclui, nos sete dias de passeio, todos os jantares, degustações e visitas à vinícolas de várias regiões do Chile, além de translados e hospedagem em hotéis quatro e cinco estrelas. O roteiro passa pelas vinícolas Santa Rita, Errázuris, Seña (Chadwick), Santa Carolina, Casa Marin, Matetic, Morandé, Casas Del Bosque, Casas Patronales e Via Sul. Reservas e mais informações so-
bre a viagem enoturística para o Chile podem ser obtidas na Sbav, com Márcia, através do telefone (11) 38147905; ou na Maadri Turismo, com Mari, pelo telefone (11) 3842-1232. Fundada em São Paulo, em 1980, a Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho reúne apreciadores da bebida para degustações, trocas de conhecimentos e difusão do mundo do vinho. A Sbav-SP fica na rua Gabriel Monteiro da Silva, 2586. Para associar-se à SBAV-SP, é preciso se inscrever através do site www.sbav.net ou pelo telefone (11) 3814.7905. (LHC)
Fotos: Newton Santos/Hype
Cidão foi analfabeto e motorista de caminhão. Virou dono de bar. E a animada roda de chorinho.
HAPPY HOUR
Embalados do Cidão Armando Serra Negra
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ichael Jackson? John Travolta? Nureyev? Nada... nos velhos tempos de gafieira – Garitão, Som de Cristal, Sandália de Prata – acompanhando mulatas do Sagentelli, vários prêmios conquistados, o pé-de-valsa é o Cidão! Mineiro da roça, analfabeto, amarrou burrico em Sampa, idos de 1967. Servente de pedreiro, Mobral na adolescência (foi até a 8ª série), 20 anos de carreira na Sears, entrou faxineiro e saiu motorista de caminhão. Aposentadoria por tempo de serviço, o que fazer com o dinheiro? "Era serviço de dia e baile de noite", recorda ancião, sem jamais haver pago a conta e a entrada: "O pessoal me chamava para dançar", sorriso largo. Sangue boêmio na veia, não demorou a decidir-se. Comprou Café na Vila Madalena, inovou com música ao vivo, "o negócio virou". Último reduto de chorinho no pedaço, popular como o ritmo é seu bar, nada além de um pé-sujo, com clientela internacional: nas duas passagens por São Paulo a atriz alemã Hanna Schygulla, musa de Fasbinder (O Matrimônio de Maria Braum, 1978), ali sacudiu as cadeiras. Parede de azulejo forrado de fotos das baladas, o teto acústico abriga conjuntos de primeira linha que se apresentam todas as noites – a partir das 22h – de segunda (Jane do Bandolin) a segunda. Bico de Lacre (o clarinetista Alexandre tocou sob a batuta de Roberto Minczuk), Waltinho (acompanhou Zé Kéti, Paulinho da Viola), o sete cordas João Macacão (Elizete Cardoso, Silvio Caldas), concorrida roda de samba aos domingos, são as programa-
ções oferecidas (couvert artístico, R$ 5) no pitoresco cardápio: doses de cachaça Isaura (R$ 6), Rainha (R$ 8), Caballa (R$ 10); cervejas Itaipava, Bohemia, Serramalte (R$ 4,80 / 600 ml); caipirinha (R$ 8), caipiroska (R$ 10). Saco vazio não pára de pé: sandubas variados, porções de amendoim (R$ 4), feijão c/ costelinha (R$ 12) e de pão (R$ 0,35). Quer acender o cigarro da moça? Caixa de fósforos (R$ 0,30). O serviço fica por sua conta e da esposa, com frilas do Zé, que às vezes sai correndo para comprar mais cerveja no supermercado. "De repente, aparece um monte de gente e não damos conta do recado", diz. Nessas ocasiões, os clientes amigos (médicos, economistas, engenheiros, advogados, socialites) metem a mão na massa para ajudar. "Aqui é tudo espontâneo e informal", avisa. Pode acontecer de se trombar com músicos renomados – Beth Carvalho, Yamandu Costa, Amilton de Holanda – que passam na madrugada e dão uma canja: caldinho de feijão, ervilha ou mandioquinha (R$ 4). Aliás, o termo tem origem nos anos de 1960, quando um grupo de notívagos se reuniu, formando o Clube dos Amigos do Jazz (Camja). "Alugamos um espaço com palco, barzinho e garçons", lembra o publicitário
Marcelo Sousa Pinto, craque no violão. Alta boemia, ao deixarem o João Sebastião Bar (Diário do Comércio de 6 de fevereiro de 2004) continuavam a noitada no clube, munidos com acervo de livros, discos e instrumentos musicais (piano, violão, sax, guitarra), para os sócios eventuais que aparecessem pudessem praticar o hobby na companhia dos profissionais, sem ficar na mão. "Pagávamos apenas uma taxa de manutenção, todos tocavam de graça, era pura curtição". Na calada da noite, parecido com o Bar do Cidão: "Às vezes a casa fecha, mas o pessoal fica fazendo música na muretinha do outro lado da rua". Como dizia o filósofo, boas idéias nunca perecem... Bar do Cidão - Rua Deputado Lacerda Franco, 293, Vila Madalena, tel.: (11) 3813-3111.
Beth Carvalho assina: prestígio
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
Finanças Imóveis Nacional Tr i b u t o s
3 Criadores de abelha sem ferrão esperam produzir quatro toneladas de mel este ano.
AINDA DÁ TEMPO DE ADERIR AO REFIS 3
PRAZO TERMINA NO DIA 15. CERCA DE 32 MIL CONTRIBUINTES PAULISTAS JÁ ESTÃO INSCRITOS.
ÚLTIMOS DIAS PARA ADESÃO AO REFIS Fotos: Artur De Leos/LUZ
C
Paulo Jackson: mais adesões na última semana
POUPANÇA Cadernetas de poupança tiveram perda líquida de R$ 280,348 milhões em agosto.
Alice Vitória: palestras para os contribuintes
Ó RBITA
ARGENTINA Brasil volta a ser o destino primordial das exportações argentinas do setor automotivo.
Marcos Peron/Virtual Photo - 23/03/2006
MAIS VEÍCULOS NAS RODOVIAS
O
site do Diário do Comércio (www.dcomercio.com.br) traz hoje a íntegra do documento com as normas da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, conhecida como Supersimples, aprovada na na última terça-feira pela Câmara dos Deputados. A lei complementar estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e dos Municípios. Agora, a lei segue para aprovação do Senado. (DC)
residentes de empresas brasileiras discutirão competitividade, inserção do País no cenário global e alternativas para um melhor ambiente de negócios no CEO Fórum 2006 de Porto Alegre, no dia 12. O encontro, da Câmara Americana de Comércio, será o primeiro na capital gaúcha. O ministro Guido Mantega e o governador Germano Rigotto estão confirmados. (AE) A TÉ LOGO
Laura Ignacio
Artur De Leos/LUZ
estável entre julho e agosto. O economista Roberto Padovani, da Tendências, explica que "depois do resultado negativo de junho e do crescimento da atividade econômica em
julho, os dados de agosto sustentam a interpretação de que a queda do segundo trimestre não se confirma como uma tendência e que há uma recuperação gradual em curso". (DC)
REAL FORTE NÃO TRAZ MÁQUINA
P
esquisa feita pela Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) desmistifica os benefícios do dólar em baixa para a importação de máquinas e seus reflexos positivos sobre a produção. "O real valorizado não estimula as importações na indústria de máquinas, mas incentiva a compra do produto final pronto, sobretudo dos países asiáticos", explica o presidente da entidade, Newton de Mello. A tese do presidente da Abimaq foi também defendida pelo economistachefe da Mauá
Investimentos, Caio Megale, para quem o ganho de renda das famílias e a entrada de dinheiro via crédito foram desviados para a importação. Para o presidente da Abimaq, os efeitos da valorização do real podem ainda não ser visíveis nas exportações de máquinas, porque a entidade trabalha com a média dos segmentos. Mas há quedas em subsetores como os de equipamentos navais e offshore (-96,5%), de irrigação (-44,5%) e máquinas-ferramenta (31,6%) no acumulado de janeiro a julho. (AE)
PETRÓLEO
FED
COMPETITIVIDADE
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ao metrô Luz. Neste mesmo prédio, durante a próxima semana, todos os dias, às 15 horas, serão oferecidas à população palestras gratuitas de esclarecimento sobre o Refis 3. Aumento – Segundo o gerente societário da Confirp Consultoria Contábil, Flávio de Oliveira, desde a semana passada têm crescido o número de procuras para adesão ao Refis 3. "Até agora, 40% dos nossos clientes que têm passivos tributários decidiram aderir. A maioria opta pelo pagamento à vista ou em 120 vezes." Para Oliveira, há um grande número que escolhe pelo parcelamento em 120 meses para poder incluir débitos mais recentes no parcelamento. Na Terco Grant Thorton, a porcentagem de adesões também chegou a 40% dos clientes com débitos de tributos federais. Segundo o sócio da área de tributos, Wanderlei Ferreira, os outros 60% não vão aderir porque seus débitos já estão em algum outro parcelamento. "As condições do Refis 3 são mais severas. Afinal, o atraso de duas prestações consecutivas ou alternadas exclui o contribuinte do parcelamento."
A
reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), na próxima segunda-feira em Viena, na Áustria, já tem uma direção: deverá decidir pela manutenção do nível atual de produção para atender plenamente os países consumidores, que não estão satisfeitos apenas com o preço da commodity que hoje está ao redor dos US$ 67 o barril. (AE)
P
ode levar anos até que o núcleo da inflação nos Estados Unidos recue às zonas de conforto usadas pelo Federal Reserve (Fed), o banco central norteamericano, afirmou a presidente do Fed de São Francisco, Janet Yellen. "Uma postura levemente restritiva seria apropriada", disse ela, classificando a atual taxa de juros nos EUA de "modestamente restritiva". (Reuters)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Banco Mundial aponta Brasil como um dos piores lugares para os negócios
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Uruguai e Brasil discutem ampliação do comércio bilateral
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Fundo de financiamento do Mercosul irá beneficiar Paraguai e Uruguai
s empresas paulistas continuarão a enfrentar obstáculos para obter a Certidão Negativa de Débitos (CND) tributários. Na última terça-feira, representantes da Superintendência da Receita Federal, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, juízes federais, advogados e contadores se reuniram na sede da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para achar uma fórmula de agilizar a liberação do documento. Sobraram mais críticas do que respostas. "Ao menos, as questões levantadas vão demandar a análise para buscar soluções", disse o presidente da Comissão Especial de Assuntos Tributários da OABSP, Luiz A. Caldeira Miretti. Segundo sondagem feita junto a 117 empresas pela Pricewaterhouse Coopers, apresentada no encontro, para 87% a CND é essencial para o desenvolvimento de suas atividades, enquanto para 92% a falta da certidão leva à perda ou retardamento de negócios. Além disso, 59,3% das empresas entrevistadas mantêm entre 5 e 10 empregados para cuidar da obtenção das CNDs. No debate de terça-feira, o mau atendimento e número insuficiente de servidores foi uma das principais críticas à Receita Federal e PGFN. Sobre isso, o superintendente-adjunto da Receita em São Paulo, Paulo Jackson, disse que 1.100 novos funcionários concursados estão sendo treinados para atender contribuintes nas delegacias e postos fiscais. "Em outubro, também teremos dois novos locais para atendimento", disse Jackson. A chefe da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional no estado, Alice Vitória Fazendeiro Leite, afirmou que a procuradoria também está investindo em capacitação para pessoal do atendimento, em sua maioria terceirizado. "Buscamos padronizar nossos procedimentos por meio da elaboração de manuais de atendimento", afirmou. Outra reclamação antiga é o fato dos empresários terem que recorrer à Justiça para conseguir a liberação da certidão, o que pressiona o Poder Judiciário e eleva os custos da em-
Erik Frederico: agilização
presa com advogados. Sobre o tema, Jackson comentou que o número de mandados de segurança vem caindo ultimamente. "Já cheguei a ver no atendimento da Receita 67 mandados em um único dia. Hoje a média é de oito", disse. A falta de comunicação entre os sistemas de informatização da Receita Federal, PGFN e Poder Judiciário também são motivo de críticas do contribuinte. O presidente da Associação dos Juízes Federais do Estado de São Paulo (Ajufesp), Erik Frederico Gramstrup, lembrou que o trâmite dos processos deve se acelerar com a informatização da Justiça Federal, já iniciada nas três primeiras varas de execuções fiscais. Para o vice-presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP), José Maria Chapina Alcazar, a situação é mais grave do que a demonstrada na pesquisa. Ele lembrou dos erros de digitação dos bancos ao repassar a informação de pagamento de tribu-
tos à Receita e PGFN e da falta de prazo para resposta dos envelopamentos (documento enviado pelos contribuintes ao Fisco para contestar débitos). No final do debate entre as autoridades, Miretti, da OABSP, entregou um documento com os principais dispositivos do Código Tributário Nacional (CTN) que podem ser utilizados pela Justiça na triagem das ações para obtenção de CNDs (artigos 151,156 e 206). Mas a discussão continua. No próximo dia 12 de setembro, entidades representativas de segmentos como a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o Sindicato dos Contabilistas de São Paulo (Sindcont-SP), a Câmara Americana de Comércio (Amcham) e o Sescon-SP farão propostas para facilitar a obtenção de CNDs, como ampliar o prazo de validade das certidões de 180 para 360 dias. (LI)
Factoring
DC
LEI GERAL NO DC
de 80% da multa e 30% dos juros, e correção das parcelas pela Selic (a taxa básica de juro). Quem preferir acertar os débitos em até 130 vezes poderá incluir no programa as dívidas vencidas até 28 de fevereiro de 2003, mas com redução de apenas 50% da multa. Em compensação, as parcelas poderão ser atualizadas pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Outra opção é o parcelamento em até 120 vezes. Nesse caso, só podem entrar débitos vencidos de 1º de março de 2003 a 31 de dezembro de 2005, sem redução de multa ou juros e parcelas corrigidas pela Selic. Acesso – Para aderir, basta acessar os sites www.receita.faze nd a.g ov. br ou w ww. pg fn. fazenda.gov.br. Desde segundafeira, contabilistas estavam com problemas para fazer a adesão pelo site da PGFN. Segundo a chefe da procuradoria em São Paulo, Alice Vitória Fazendeiro Leite, o problema é casual, por excesso de acessos, mas está funcionando. "De qualquer maneira, quem tiver dificuldade pode ir ao prédio da PGFN para fazer a adesão na sessão de atendimento", avisou. O prédio fica na Avenida Prestes Maia, 733, próximo
CNDs ainda demoram A
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movimento de veículos nas rodovias concedidas teve uma expansão de 0,5% em agosto em comparação com o mês anterior, já considerando os efeitos sazonais. Os dados são do Índice ABCR de atividade, produzido pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) e pela Tendências Consultoria Integrada. O fluxo de veículos leves permaneceu praticamente estável em relação ao mês de julho, com variação positiva de 0,1%. O fluxo de veículos pesados ficou
erca de 32 mil contribuintes paulistas já aderiram ao chamado Refis 3, programa de parcelamento de débitos tributários junto à Receita Federal, Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Aqueles que ainda não decidiram se vão aderir ou não devem correr: o prazo termina no próximo dia 15. "Acredito que teremos grande procura para adesão na última semana porque as alternativas de parcelamento são várias, ao contrário dos programas de parcelamento anteriores", acredita Paulo Jackson, superintendente-adjunto da Receita Federal no Estado de São Paulo. Até sexta-feira passada, a Superintendência da Receita no Estado registrou pouco mais de 30 mil adesões. E até a última segunda-feira, a PGFN paulista registrou 1.719 adesões aos parcelamentos à vista, em seis vezes ou em 120 prestações. Vencimentos – Os contribuintes que optarem em quitar o débito à vista ou em seis prestações poderão incluir no Refis dívidas vencidas até 28 de fevereiro de 2003, com redução
O que é Factoring?
É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com
Tr â n s i t o Compor tamento Segurança Ambiente
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 8, 9 e 10 de setembro de 2006
Desfiles da Polícia Militar por toda a cidade Apesar da presença ostensiva de policiais, governador negou que houvesse ameaça de ataques do PCC
Fotos: Patrícia Santos/AE
Prevenção: PM revista motoqueiro no largo Santa Cecília. Policiais realizaram várias blitze, principalmente na região central.
A
s comemorações do 7 de Setembro foram marcadas por inúmeras blitze. Comandos da Polícia Militar estavam espalhados em diversos pontos da capital, principalmente no região central, numa cena rara de ser vista em feriados e datas comemorativas. O fato surpreendeu muitas pessoas que aproveitavam o dia para passear. O efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM) também estava aparentemente reforçado no patrulhamento das ruas. A assessoria de imprensa da Polícia Militar negou, contudo, que houvesse uma ação centralizada e coordenada para prevenir uma nova onda de ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC), conforme boatos que se espalharam na véspera do feriado. Informou que as blitze faziam parte de uma operação de rotina, realizadas individualmente pelos comandos policiais. De acordo com a GCM, o efetivo nas ruas também estava dentro dos padrões normais para a data. Al ert a – O governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), também negou ontem, ao participar do desfile militar no Sambódromo, na zona norte, que o nível de alerta do Estado tenha sido elevado contra possíveis ações do PCC ou de qualquer outra facção do crime organizado por conta do feriado. Lembo disse que estava tranqüilo. "Acho que nós vamos ter um período
Até a marginalidade sabe que algumas datas devem ser preservadas. Cláudio Lembo, governador de SP
BATALHÕES FORAM PROTEGIDOS COM CONES
bom. Até a marginalidade sabe que algumas datas devem ser preservadas", afirmou. Este ano, o desfile contou com número maior de oficiais e de equipamentos das Forças Armadas. De acordo com Lembo, o incremento foi uma demonstração de força e de entendimento entre governos estadual e federal no combate à criminalidade. Cerca de 30 mil pessoas assistiram ao evento, que durou duas horas e terminou por volta do meio-dia. Lembo negou veementemente que a PM estivesse fazendo operações especiais e que os serviços de inteligência tivessem alertado para a possibilidade de atentados. "Estamos trabalhando com normalidade. Com cuidado, mas com muita normalidade." Apesar das afirmações do governador, desde a madrugada, alguns batalhões da PM ficaram em alerta, com cones interrompendo a faixa da rua à frente das bases – do mesmo modo que se posicionaram nos dias em que a cidade esteve sob ataques do PCC. E, durante o dia, ocorreram as blitze. Segundo Lembo, isso deveria ser feito sempre para mostrar que a polícia de São Paulo é atuante. Presos – Ontem, a Divisão de Investigações Gerais da Polícia Civil prendeu Marcos Roberto Soares Coelho, procurado pela Justiça acusado de pertencer ao PCC. Ele é fugitivo da Penitenciária de Iperó e foi reconhecido e detido na rodoviá-
ria de Campinas. No Rio de Janeiro, um homem foi preso na madrugada de ontem, na RJ-126, na região dos Lagos. Segundo policiais da Polícia Rodoviária, o Astra do paulista George Ferreira da Silva foi abordado após atitude suspeita. Durante a revista, foram encontrados uma pistola calibre 40 da Secretaria de Segurança pública de São Paulo e mais de 30 cartões de bancos, um CPF e vales-refeições. Segundo os policiais, ele disse que o carro foi comprado pelo pai, há seis meses, e não sabia que havia uma arma escondida no painel. A Polícia investiga a possibilidade de George pertencer ao PCC. Ele está em liberdade condicional após cumprir pena por roubo. Advogada – Em Araraquara, a advogada Ariane dos Anjos, investigada por suposta associação ao PCC, disse que deixou um relatório com 1.059 páginas com os deputados da
CPI do Tráfico de Armas, em Brasília. Ela depôs na quartafeira, durante três horas, principalmente sobre seu envolvimento com o líder da quadrilha, Marcos Camacho, o Marcola. O material será analisado pelo relator da CPI, deputado Paulo Pimenta (PT/RS). "Deixei um histórico com dia, horário e toda a prestação de contas de cinco clientes meus citados pela imprensa como membros de facção", disse. Além de Marcola, constam da lista Robson Ferreira, o Marcolinha; Luiz Henrique Fernandes, o LH; Valdeci Alves dos Santos, o Colorido; e Abel Pacheco, o Vida Loca. Na próxima semana, Ariane promete encaminhar aos deputados toda a contabilidade, a partir de 2003, com o nome e os valores pagos por cada um de seus clientes. A intenção é desvincular a denúncia de que receberia pagamento da facção. (Agências)
Ó RBITA
FURTO NA MÁRIO DE ANDRADE Secretaria de Cultura de o livro Souvenirs do Rio de São Paulo divulgou Jeneiro, com 12 gravuras do A ontem uma lista parcial com artista Johann Jacob as obras raras furtadas do acervo da biblioteca Mário de Andrade, no Centro de São Paulo. De acordo com as informações, foram levadas gravuras do artista francês Jean Baptiste Debret e do alemão Johan Moritz Rugendas, além de um livro datado de 1501. A descoberta do sumiço dos livros aconteceu na semana passada, quando o diretor da biblioteca, Luis Francisco Carvalho Filho, iria mostrar o acervo à curadora de uma exposição no Centro Cultural Banco do Brasil, interessada no empréstimo de algumas dessas publicações. Entre as obras furtadas está
Steinmann, de 1839. O livro contém imagens do bairro de Santa Teresa e da praia Vermelha, entre outras. Três gravuras de Karl Hermann Konrad Burmeister, retratando cenas de Minas Gerais, também foram furtadas. Também furtaram litografias das obras Voyage pittoresque et historique au Brésil, de Debret, e Malerisches Reise in Brasilien, de Rugendas. Segundo informações, três pessoas têm acesso às chaves da sala onde ficam guardadas as obras raras. Uma delas já foi ouvida pela polícia. Os outros devem depor nos próximos dias. (Agências)
ACIDENTE
DESCOBERTA
rês operários morreram e primeiro mapa genético outros dois ficaram do câncer mostra que T O gravemente feridos no quase 200 genes mutantes – a desabamento de trechos de uma laje do Hipermercado Carrefour que está sendo construído na avenida Brasil, em Anápolis, distante 50 quilômetros de Goiânia. Segundo o tenente-coronel Divino Aparecido de Mello, do Corpo de Bombeiros, que atuou nos trabalhos de resgate, o desabamento, de causas desconhecidas, aconteceu ontem, às 11h. O operário Deociomar Alves Teixeira morreu no local. Aneilton Aparecido foi socorrido, mas não resistiu . Outra vítima, não identificada, morreu. Dois permanecem internados. (AE)
maioria até então desconhecida – ajuda tumores de mama e de cólon a surgir, crescer e se espalhar no corpo. A descoberta, descrita ontem na revista americana Science, pode abrir espaço para novos tratamentos, melhores diagnósticos e mais conhecimento sobre a doença. Para Kenneth Kinzler, da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos, um dos autores do estudo, o mapa mostra que o câncer é mais complexo do que se pensava. "Existem muitos genes mutantes", diz Tobias Sjoblom, líder da pesquisa. (AE)
VESTIBULAR
DASLU
Fuvest começa a receber empresário Antonio domingo, dia 10, as Carlos Piva de A O inscrições para o vestibular Albuquerque, diretor 2007. As fichas podem ser entregues até o dia 17. Para se inscrever, o candidato deve pagar a taxa (exceto os que estiverem na lista de contemplados com a isenção) até o dia 13 e comparecer nos postos indicados no manual. Os locais para o exame da primeira fase será divulgado em 17 de novembro. As provas serão realizadas no dia 26 de novembro. No dia 15 de dezembro saem os locais da segunda fase, que ocorre entre 7 e 11 de janeiro de 2007. A lista de aprovados sai em 7 de fevereiro. No vestibular 2007, o número de questões passou de 100 para 90. (AE)
financeiro da Daslu, uma das butiques mais luxuosas do Brasil, foi libertado ontem por decisão do Superior Tribunal de Justiça. Ele estava preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarulhos, na Grande São Paulo, desde o dia 16 de agosto, por envolvimento em fraudes de importação. Este é o segundo processo por falsidade ideológica e irregularidade em importações sofrida por Eliana Tranchesi, proprietária da Daslu, e seu irmão, Carlos Piva. O primeiro corre na Justiça Federal de Guarulhos. A denúncia foi feita em dezembro de 2005. (Agências)
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 8, 9 e 10 de setembro de 2006
LAZER - 5
TELEVISÃO Documentários revivem tragédia do WTC. E São Paulo dos imigrantes. Andrea Booher/FEMA/News Photo
Divulgação
The History Channel e GNT debatem , sob ângulos diversos, a ação terrorista de 11 de setembro. E a TV Cultura dedica documentário a imigrantes espanhóis que ajudaram a construir São Paulo
Regina Ricca
S
egunda-feira, 11 de setembro, cinco anos dos explosivos atentados terroristas que mudaram o curso da História. A TV com certeza não deixaria a data passar em branco. Portanto, quem tiver interesse pelo assunto poderá se abastecer de novas informações com dois documentários inéditos que serão exibidos sobre o tema nesta segunda. O The History Channel, por exemplo, programou dois: às 21h, põe no ar Al Qaeda – A História Secreta do 11 de Setembro. Além de exibir imagens exclusivas dos campos de treinamento dos soldados de Osama
Bin Laden, a produção sai em busca das origens desse movimento fundamentalista islâmico – que assumiu a autoria dos ataques ao World Trade Center, ao Pentágono, em Arlington, e ao Vôo 93, que caiu na Pensilvânia antes de atingir o alvo, o Capitólio, em Washigton – e discute se, de fato, o governo Bush sabia das ameaças e poderia ter impedido os ataques. Há fontes ouvidas pela produção que garantem que sim. Confira. O 11 de setembro volta novamente à cena no canal The History Channel, que exibe a versão inédita de 9/11, documentário dos irmãos fran-
ceses Jules e Gedeon Naudet que tornou-se o relato oficial da tragédia do WTC. Com narração do ator Robert De Niro, a nova versão – com uma hora a mais – traz como novidade cenas que não entraram na primeira edição do documentário (também exibido pelo GNT em 2002). Jules e Gedeon Naudet faziam na manhã de 11 de setembro de 2001 um documentário sobre a rotina dos bombeiros no quartel de Duane Street, localizado a apenas sete quarteirões do World Trade Center. Quando começaram as explosões, a partir das 8h30 da manhã, o curso da
vida daqueles bombeiros e do filme dos irmãos franceses mudou totalmente de rumo. Jules, por exemplo, estava fazendo tomadas externas e, ao ouvir o barulho estrondoso, manteve a câmara ligada e captou a imagem do primeiro avião chocando-se contra o WTC. Gedeon, por sua vez, passou a filmar o desespero das pessoas no local. Jules também foi ao encontro de equipes de resgate dentro do saguão de uma das torres e muitas imagens que ele fez na época chegaram a ser proibidas de irem ao ar nas TVs americanas, de tão chocantes. Mas ambos conseguiram
captar momentos dramáticos, como os depoimentos dos bombeiros responsáveis pela ação, a cena do capelão Michael Judge rezando, as imagens aterradoras de pessoas pulando dos prédios e a da nuvem negra que se formou em meio ao desmoronamento da primeira torre. Na terça, às 22h, o cidadão paulistano terá motivos de sobra para acompanhar outro documentário – esse felizmente nada triste e dramático. Trata-se da primeira produção brasileira do Eurochannel, o Europa Paulistana, que vai mostrar o relacionamento dos imigrantes europeus com a cidade de
São Paulo. Realizado pela produtora Grifa Mixer (que fez também os documentários No Caminho da Expedição Langsdorff e o filme Doutores da Alegria), o programa vai atrás de quatro personagens – imigrantes espanhóis, portugueses, italianos e alemães – que vivem o cotidiano paulistano e se adaptam aos prazeres e às dificuldades da cidade. Eles falam sobre a beleza que descobriram nesta cidade, sobre a importância da família, de suas vidas profissionais e como são afetados pela violência nas ruas. No final, o documentário promete uma surpresa aos telespectadores.
Milton Mansilha/LUZ
CD
Bety abre o coração e a alma
B
Hugo Passolo, dos Parlapatões: mais espaço.
TEATRO
Roosevelt, 118 a 174 Sérgio Roveri
A
ntigo ponto de prostituição e tráfico de drogas, a Praça Roosevelt, na região central da cidade, vem se transformando, nos últimos anos, em um dos corredores culturais mais efervescentes da cidade (veja no destaque). Em apenas um quarteirão, que se estende do número 118 ao 274, há dois sebos que exibem em suas vitrines livros e DVDs raríssimos, quatro teatros com programação regular e dois bares que acabam de cair no gosto dos moderninhos de São Paulo – um deles gaba-se até hoje de ter sido o primeiro palco da cantora Elis Regina em São Paulo. E é bem no meio deste quarteirão, no número 158, que o grupo Parlapatões inaugura, na próxima segunda-feira, seu primeiro espaço próprio em 15 anos de existência. Com dois ambientes – um hall de entrada onde três colunas de estilo grego garantem um delicioso ambiente retrô e, ao fundo, um teatro de 98 lugares – o Espaço dos Parlapatões nasce com a proposta de ser um território dedicado ao riso. O novo teatro será inaugurado com uma performan-
ce dos Parlapatões, a música do Coro Collegium Musicum e leituras de textos feitas pelo diretor José Celso Martinez Correa e pelos atores Bárbara Paz, Jairo Mattos, Marco Ricca, Marcelo Drummond e Rosi Campos. No dia 12, terça-feira, entra em cartaz o espetáculo inédito Proibido para Menores, no qual os Parlapatões relembram – e exorcizam – os velhos tempos em que animavam festas infantis. Nas duas primeiras semanas de funcionamento do espaço, todos os espetáculos terão ingressos ao preço único de R$ 10. Foram oito meses de reformas e um investimento de R$ 317 mil, bancado pela Petrobras, para que os Parlapatões finalmente tivessem uma sede própria para abrigar suas experiências artísticas que normalmente misturam circo e comédia. O novo espaço, no entanto, já está aberto para sediar trabalhos de outras companhias. No dia 13 de outubro, por exemplo, a diretora Johana Albuquerque estréia ali sua adaptação teatral para o filme A Estrada , de Fellini. “Quando decidimos abrir o nosso próprio teatro, começa-
mos a procurar imóveis no Centro e na Vila Madalena”, diz o parlapatão Hugo Possolo. “Optamos por este imóvel aqui, na Praça Roosevelt, por ser uma região que vem sendo recuperada por meio da cultura, graças principalmente ao trabalho do grupo Satyros”. O imóvel foi alugado para os Parlapatões por cinco anos, com a possibilidade de compra após este período. Além do palco principal, o Espaço Parlapatões terá um outro, menor, instalado no hall de entrada, ao lado do bar. Este palco será usado para esquetes de humor, leituras dramáticas e cafés culturais. Em formato de cabaré, o hall comporta dez mesas e 40 cadeiras, e terá sua fórmula testada já na sexta-feira, à meia-noite, com a reestréia do espetáculo Um Chopes, Dois Pastel e Uma Porção de Bobagem, de Mário Viana. Espaço Parlapatões, Praça Roosevelt, 158, Centro, tel.: (11) 3258-4449. Inauguração na segunda, dia 11, com performances e leituras de textos dos Parlapatões. Temporada de espetáculos a partir de terça, dia 12.
Uma calçada só de cultura Teatros, sebos, livrarias e bares moderninhos em cada passo da Praça Roosevelt Livraria Sebo Santa Cecília Livros raros de medicina e direito. Gôndolas com dezenas de títulos a R$ 5 cada um. Na praça Roosevelt, 274, tel.: (11) 3667-9525. Muky Fashion Brechó Roupas, móveis, livros e filmes raros. Destaque para uma série de concertos de Edith Piaf em DVD. Praça Roosevelt, 274, tel.: (11) 3255-2527. Espaço dos Satyros Um Teatro que deu início ao processo
de revitalização da praça. Destaque para os espetáculos O Assalto e A Vida na Praça Roosevelt. Praça Roosevelt, 214, tel.: (11) 3258-6345. Teatro Studio 184 Peças, palestras e exposições fotográficas. O teatro está recrutando os moradores para a montagem de um auto de Natal. Praça Roosevelt, 184, tel.: (11) 3259-6940. Teatro do Ator Destaque para as peças Nosso Lar, de Chico Xavier, e A Vida é uma Comédia, com Vida Vlatt, a exempregada de Clodovil na televisão. Praça Roosevelt, 172, tel.: (11) 3257-2264.
Espaço dos Satyros 2 Destaque para a peça A Fedra, de Beatriz Carolina Gonçalves, em cartaz nas noites de quinta-feira. Praça Roosevelt, 124, tel.: (11) 3258-6345. Papo, Pinga e Petisco Objetos antigos, sebos com vinis e livros raros e um passado nobre: Elis Regina cantou ali. Praça Roosevelt, 118, tel.: (11) 3257-4106. Repertório Bar O caçula do pedaço oferece espaço para vernissage, exposições e lançamentos de livros. Praça Roosevelt, 108, tel.: (11) 3159-0841.
ety terá visitas amanhã à noite. Anfitriã misteriosa, Bety irá abrir seu cômodo modesto para 55 estranhos, de quem tentará se aproximar até se tornar íntima. A ponto de mostrar suas músicas prediletas e contar seus segredos, seus medos e inquietações. E é bom que o público esteja preparado, pois os segredos e inquietações de Bety são muitos e dos mais diversos tipos. Bety é um travesti criado pela atriz gaúcha Evelyn Ligocki (foto) para o espetáculo Borboletas de Sol de Asas Magoadas, sucesso nos últimos festivais de teatro ao redor do país que finalmente chega a São Paulo, para uma temporada de apenas um mês no Sesc Avenida Paulista. O cenário do espetáculo – o quarto do travesti – é o portal de acesso para que o público mergulhe num universo de música alta, relatos de experiências sexuais marcadas pelo preconceito, desprezo, solidão, silicone e salto alto. É um mundo que não foi criado aleatoriamente pela imaginação de Evelyn, também autora do texto: ela passou vários meses entrevistando travestis nas ruas de Porto Alegre, num contato tão direto e constante que foi possível transportar todo aquele universo para as dimensões de um único cômodo. Bety carregaria, assim, as contradições não de apenas uma, mas de dezenas de pessoas que nasceram em corpo de homem, mas com personalidade e desejos femininos. O texto do espetáculo nasceu a partir do material que Evelyn coletou nas ruas da capital gaúcha e também das improvisações feitas em companhia de Celina Alcântara, co-diretora do espetáculo. A trilha sonora de Borboletas é composta dos hits que os travestis normalmente utilizam em seus shows de boate. (SR) Borboletas de Sol de Asas Magoadas, estréia amanhã no Sesc Avenida Paulista, Espaço Décimo Andar, Avenida Paulista, 119, tel.: (11) 31793700. Sexta e sábado às 23h, domingo às 19h. Ingressos a R$ 15. Divulgação
Infinitas sonoridades Aquiles Rique Reis “À bênção o que salga o couro do tambor À bênção o que funde o ferro do agogô (...)” Celso Viáfora
F
oi em 1974. Divergências incontornáveis puseram fim ao fenômeno Secos & Molhados. O pesadelo recorrente de Ney Matogrosso parecia que estava por se materializar: “A boca enorme me engolindo”, que ele tanto temia, dessa vez não falharia. O ex-artesão seria tragado para sempre. E Ney livrou-se das camuflagens para viver aventuras ainda mais insurgentes, transbordadas de sons. Há que ser corajoso para seguir os caminhos e destinos que são reservados a nós, homens e mulheres. Há que ser forte para enfrentar as dores do incerto e o pânico pelo desconhecido. Há que ser destemido para não sucumbir à insegurança que chega com os primeiros sinais de cada aurora. A poucos é concedida essa dádiva. Só aos melhores dentre nós é dada a honra de passar por essa vida vendo-se íntegro. Ney Matogrosso (foto) é um desses seres humanos escolhidos a dedo para viver essa magia, e o faz plenamente. E o grande intérprete continuou sua busca por inquietas sonoridades. Como já fizera, ao se aliar musicalmente ao Uakti, ao Aquarela Carioca, a Rafael Rabelo, Ney vislumbrou na percussão de Pedro Luis e A Parede (Plap) uma outra festa que, não podendo parar, segue. Farra da música que busca sempre mais um acorde para fazer de conta que é como a noite: sem fim. Devassada noite; alongada música; agoniada vida que vai longe ao som de couros e baquetas. Harmoniosa é a união de quem ama o que faz, porque faz bem aquilo que lhe apraz. São alegremente desabusados os meninos do Plap com seu som batido pleno de carioquice. Junto a C. A. Ferrari, Celso Alvim e Sidon Silva e suas percussões, mais o contrabaixo de Mário Moura, Pedro Luis compõe e toca violão. Jovens moços que fazem soar seus ruídos musicais como se pudessem tirá-los de qualquer “algo oco por dentro”; como se criassem “música do sopro do vento”, como diz o poeta Celso Viáfora em sua À Benção. Tudo isto para chegar, enfim, a Vagabundo ao
Vivo (mais uma parceria das gravadoras Universal e MP,B), o CD/DVD fruto do registro de um show realizado no Olympia, em São Paulo, em 15 de julho de 2005. Vagabundo é acima de tudo a escolha muito bem-feita de músicas fortes, belas, percussivas, teatrais. A cara de Ney Matogrosso e do Plap. Para mais impregnarem nelas seu DNA, Ney, Pedro, Sidon, Celsinho e Ferrari se juntaram ao guitarrista Ricardo Silveira (Ney não abre mão de tê-lo a seu lado em shows e discos), Pedro Jóia (violões e alaúde) e Glauco Cerejo (sopros). Os arranjos de Ney e do Plap se fartam de deixar para a cozinha. E ela não nega fogo, corresponde sempre. E o couro come. E a galera delira, enfeitiçada pela pulsação que vem do palco. E a moçada não regateia aplauso nem canto aos que a contagiam, contaminados que são pelo que fazem. Algumas músicas se sobressaem. Fazê o quê (galope movido a tambores, de Pedro Luis): “(...) Pra que apareça/ Agarrada no seu verso/ Idéia prum Universo/ Mais tranqüilo e mais humano”; Noite Severina (baião sacudido, de Lula Queiroga e de Pedro Luis): “A i n s p i r a ç ã o vem de onde?/ Vem da tristeza, alegria/ Do canto da cotovia (...)” e Transpiração (Alzira Espíndola e Itamar Assumpção) – esta com um belo diálogo à espanhola das cordas –, são três delas. Há ainda o mega-sucesso dos Secos & Molhados: Sangue Latino (Paulinho Mendonça e João Ricardo), Balada do Louco (dos Mutantes Rita Lee e Arnaldo Baptista), além da lendária Fé Cega, Faca Amolada (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos). Todas escolhidas para permitir que Ney Matogrosso e o Plap, animados e luxuosos vagabundos, se divirtam à grande ao som de suas vozes e tambores; e animem a platéia que a eles só falta pedir suas bênçãos, como que inspirada, ainda, pelos versos de Celso Viáfora: “À Bênção quem primeiro conseguiu resumir o sentimento/ na frase musical que pôs no ar (...) Ô... benção quem suou/ Suou pro meu som soar”. Aquiles Rique Reis é vocalista do MPB4 e autor de O Gogó de Aquiles, editora A Girafa.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
sexta-feira, sábado e domingo, 8, 9 e 10 de setembro de 2006
RESENHA
NACIONAL
A PIRATARIA E O ESTADO JOÃO DE SCANTIMBURGO
envolvido em crimes e processos criminais. Em outras palavras, boa parte de quem deveria combater o crime é dele aliado. Se não reduzirmos os impostos e se as polícias continuarem a ser, em boa parte, coniventes, a propaganda pode fazer muito pouco. Quando Giuliani, prefeito de Nova York, implantou o Tolerância Zero, ele começou pelos crimes pequenos, entendendo, corretamente, que o criminoso vai crescendo
Realizações lulistas PAULO SAAB
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ircula na Internet um relatório das "realizações" do governo Lula, que reproduzo em parte abaixo, como forma de lembrar ao leitor o que tem acontecido no País sem que a massa da população saiba e mesmo sem que haja maior cobrança por parte dos meios de comunicação. "Realizações" do governo Lula: 1) A menor taxa de crescimento (2,3%) da América do Sul. A segunda menor da América (só ganha do Haiti). Taxa de crescimento menor que todos os países emergentes e metade da média mundial; 2) Taxa de crescimento 47% menor que nos primeiros anos do governo FHC e igual a média dos oito anos do governo FHC (levando-se em comparação que FHC enfrentou cinco crises internacionais, México, Ásia, Rússia, 11 de setembro e Argentina); 3) Lucro dos bancos em três anos de governo Lula - R$ 44,12 bilhões - é maior do que todo o lucro dos bancos em oito anos do governo FHC - R$ 35,9 bilhões!; 4) A dívida interna superou o valor de 1 trilhão de reais; 5) A maior taxa de juros real do planeta, por isso a festa dos bancos; 6) A carga tributária cresceu em mais três pontos percentuais do PIB, sufocando as empresas; 7) A explosão dos gastos públicos; 8) A safra agrícola em toneladas de grãos reduziu-se entre 2004 e 2005; 9) Os gastos suntuosos do Palácio do Planalto dispararam, dobrando em relação ao período FHC. Os cartões corporativos da Presidência fazem a festa do presidente e de sua entouragè; 10) A febre aftosa voltou com força total ao Brasil;
G Se não
reduzirmos os impostos e se as polícias continuarem a ser coniventes, a propaganda anti-pirataria pode fazer muito pouco. na escala na medida em que tem sucesso. Ou seja, não é punido por pequenos crimes. Os pequenos criminosos se transformam, via bem sucedidas carreiras, nos grandes vilões. Advertir os cidadãos é bom, mas em nada resultará se o Estado não fizer a sua parte. COMENTÁRIO DE ARTHUR CHAGAS DINIZ
Daniel Kfouri/Folha Imagem
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11) A taxa de câmbio está mais valorizada do que na época de Gustavo Franco, gerando importações de luxo e perdas para o setor agropecuário; 12) O lucro das empresas estatais, tão comemorado, está indo para financiar o superávit primário; 13) O investimento em estradas caiu ao nível mínimo levando à chamada Operação Tapa-Buracos, a maior enganação e o maior programa de contratação de empresas sem licitação desde Collor; 14) A renda per capita cresceu meros 0,8% em 2005; 15) Os empregos criados estão longe do que foi prometido na campanha de 2002; 16) Os gastos em publicidade em dois meses de 2006 cresceram mais de 60%; 17) Os investimentos em infra-estrutura foram praticamente zerados; 18) A criminalidade cresceu assustadoramente; 19) Está usando o programa Bolsa-Família (Bolsa-Escola do governo FHC) unicamente como campanha política.
O
presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, cardealarcebispo D. Geraldo Majella Agnelo, afirmou que o Bolsa-Família é um programa assistencialista: "Quem está com fome deve receber seu alimento, mas não ficar assim, sendo estimulado a não fazer nada, ganhando R$ 60, R$ 80 por mês. Dê trabalho para todos"! Há muito mais. Inclusive, uma extensa relação de todos os episódios negativos da gestão Lula. Quem quiser a íntegra, basta enviar-me e-mail, que retransmitirei. Pelo bem do Brasil!
C ircula na Internet um relatório das "realizações" do governo Lula
PUBLICADO NO SITE
C onsumidores vão perder seus produtos piratas
ISRAEL E O LÍBANO
Céllus
O
consumidor de produtos pirateados é, sem dúvida, um elo essencial à realização do crime. O presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria informa que estes consumidores serão alvos de uma campanha caracterizando sua responsabilidade. Vão correr o risco de perder as mercadorias adquiridas dos ambulantes. Os fabricantes brasileiros que têm suas vendas reduzidas querem mais ação nas fronteiras, diminuindo o interminável fluxo de entrada de contrabandeados. Entram no Brasil desde brinquedos até remédios em quantidades crescentes. No Rio e em São Paulo esse comércio ilegal cresce a taxas assustadoras. Creio que o Conselho de Combate à Pirataria, junto com a campanha, deveria atentar para dois pontos: 1-O que estimula fortemente a pirataria são as elevadíssimas taxas e impostos que recaem sobre os produtos e as empresas regulares e 2-A taxa de corrupção da polícia, que precisa ser reduzida a níveis mais toleráveis. No Rio, por exemplo - e não há por que suspeitar que seja melhor em outras unidades da Federação -, cerca de um terço da Polícia Militar e da Polícia Federal está
Recusar o peixe-esmola CLÁUDIO SLAVIERO
C
onversando com minha filha de onze anos, perguntei a ela em quem escolheria para presidente da República se pudesse votar. Ela respondeu, de pronto, dizendo que anularia seu voto. Desconsertado, pois é lamentável sentir uma criança desacreditada com a política, assim como tantos jovens, perguntei a mim mesmo: por quê? Qual o futuro que eles antevêem para o nosso país? Entendi que a opção de minha filha pelo voto nulo, longe de ser uma atitude de desinteresse, é uma forma de repúdio ao horror político, que talvez intuitivamente ela esteja sentindo. Aliás, não só ela. Delineia-se claramente uma tendência do eleitorado por uma forma de protesto ou descrédito na classe político - o voto nulo. Concordo com instituições respeitáveis, como a OAB e a CNBB, que se manifestam contra esta opção por entenderem que é uma forma de retrocesso, uma vez que desvaloriza a grande conquista democrática de escolher nossos representantes em todos os escalões. Entretanto, não podemos negar que os poderes Legislativo e Executivo estão corroendo nossos valores democráticos e criminosamente roubando de nossos jovens a capacidade de sonhar e de acreditar em política decente. Enquanto isto, usando de forma indigente (ou demagogicamente inteligente, dependendo do público a que se destina) as mais variadas metáforas, o presidente Lula desrespeita a Nação, ao procurar nos convencer de que o que disse durante toda a sua vida política significa exatamente o contrário do que pensa e como ele age. Transformou o programa de assistência social numa máquina eleitoral. Virou o pai dos programas assistencialistas. Não podemos mais aceitar o populismo assistencial em que se transformou o governo Lula e seus congêneres em inúmeros Estados, que malandramente não dão às pessoas a opção entre "o peixe e a vara de pescar".
"A vara de pescar" se materializaria com um crescimento econômico expressivo, promotor de emprego-renda, e daria a todos a chance de pescar seu próprio desenvolvimento e de deixar de receber "o peixe-esmola". Mas, os políticos populistas preferem exatamente o contrário. Afinal, o retorno eleitoral da estratégia da esmola é evidente. Não por acaso, o presidente Lula, que optou por estacionar o país em índices de crescimento paralelos ao do Haiti, vive vários personagens protetores, tal qual verdadeiro ator. Em determinados momentos é o pai bondoso, que promete proteção ao filho indefeso; em outros, é o Robin Hood, apropriando-se dos frutos do trabalho de alguns para dar as bolsas assistencialistas, cobrando pela intermediação do negócio. Em outros ainda faz de conta que não percebe o desrespeito de invasões a propriedades privadas etc., angariando apoio entre os "desprotegidos".
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ssim como nos áureos tempos do coronelismo, dos compradores de votos, utilizam-se das presas fáceis, que estão distantes da informação de que poderiam "pescar" e que renovam os mandatos de seus padrinhos, elegendo e reelegendo políticos que esmeram-se em praticar o assistencialismo. Se não aproveitarmos este poder de estimular o debate público, seremos culpados de não tentar esclarecer a sociedade brasileira, que corre perigo. E amanhã, quando o horror político, econômico e social comparecer ao encontro marcado pelo nosso imobilismo, nossos filhos podem perguntar: vocês dormiram enquanto deveriam estar de guarda? Pior, não dormiram, reconheceram o perigo e não disseram nada, não fizeram nada, não propuseram nada, o que responderemos? CLÁUDIO SLAVIERO EMPRESÁRIO E EX-PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO PARANÁ
N ão podemos mais aceitar o populismo assistencial do governo Lula
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paixão do Líbano não terá fim, por ser ele a única nação cristã do Oriente Médio. Fui ao Líbano pouco tempo antes da Guerra dos Seis Dias e pude notar que o país tem um ar de sedução a todos os que o visitam. Tudo era agradável, excelentes hotéis, noite convidativa muito bem programada, serviços postos à disposição dos forasteiros, noventa bancos e serviço de câmbio 24 horas à disposição dos turistas. Pude visitar no Líbano casas admiráveis pela riqueza dos objetos de arte, onde fui levado para que visse a riquíssima coleção de tapetes orientais que cobria paredes e chão. Fui conhecer uma casa que no passado serviu para encontros amorosos e que, com a mudança política, foi fechada como todas as demais de Beirute. Fui ver os cedros, uma das impressões mais bonitas da capital libanesa, e visitei também ruínas da passagem dos romanos e as edificações que ali deixaram.
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udo isso foi esquecido durante a guerra que está ainda em suspenso, mas não terminada. Sei que os membros da colônia libanesa de São Paulo sofrem muito ao receberem notícias do que se passa no Líbano. É necessário que haja paciência entre os muçulmanos do Líbano, cristãos do Líbano e os homens de boa vontade, que se unirão para obter a paz no país, e que ele volte a ser a casa da paz, onde todos se encontrem e se dêem as mãos, concorrendo para a tranqüilidade naquele ponto do mundo, onde a civilização e a cultura tiveram assento privilegiado durante séculos. A paixão do Líbano só terminará por a decisão de Israel e dos libaneses. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G É necessário
que haja paciência entre muçulmanos, cristãos e os homens de boa vontade do Líbano, que se unirão para obterem a paz no país.
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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s
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Vestido de Maxima Perelmuter, dentro das tendências das novas coleções do verão 2007.
COLEÇÕES JÁ INVADEM VITRINES
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MODA VERAO Márcio Madeira/Fotosite
Do branco às estampas étnicas
Os vestidos reinarão soberanos no verão do ano que vem, que também traz muito volume acima da cintura, bermudas masculinas com paletó, moda praia comportada e sandálias plataformas muito, muito altas nos pés, tanto perto quanto longe da areia Por baixo dos panos O verão promete rechear as ruas com muito volume da cintura para cima. A silhueta é ampla, tem babados, muitas pregas e assume a linha A. Para equilibrar, a regra é usar na parte de baixo tudo muito justo: são leggings que saem da academia para enfrentar o dia-a-dia das ruas, calças jeans no melhor estilo slim e bermudas de todos os tipos. As blusas, que mais parecem vestidos ultracurtos, são uma espécie de evolução da bata, que por muitas temporadas rechearam as coleções dos estilistas.
Muitos vestido esvoaçantes, como o modelo de Carlos Tufvesson Marcelo Soubhia/Fotosite
Biquíni Poko Pano reflete tendências da moda praia, com calcinhas comportadas
Pernas para que te quero As pernas neste verão serão protagonistas da moda. As saias e vestidos longos do verão passado encurtaram e viraram mini. As calças foram substituídas por bermudas ou shorts, dando espaço para a grande novidade – macaquinhos e salopetes. Esses vêm ao encontro de uma das grandes tendências de aparência dos novos adultos, que gostam de se vestir e se comportar como a garotada de 20 anos – são os chamados kidults. Peça essencial do guardaroupa da próxima estação, o vestido reinou absoluto no São Paulo Fashion Week. Desfilou estampado, liso, longo, curto, com volume, esvoaçante. Para acertar no look, invista num vestido curto e amplo, que pode ser usado com cinturões e leggings por baixo. O vestido trapézio também é uma das peças marcantes. Verão náutico O azul-marinho, esquecido por muitas temporadas, volta à cena, trazendo junto o estilo náutico. As clássicas estampas listradas em marinho e branco ou vermelho e branco ganham um toque esportivo chic. As cordas, os botões e as referências de um cruzeiro de luxo são a cara da temporada. A mulher do verão 2007 passeia em lanças pelas ilhas de Capri e faz turismo com finesse. O ex-pretinho do verão agora é o branco. Não será apenas no réveillon que o look todo branco dominará. A volta da cor, em looks monocromáticos, veio para acentuar o desejo de simplicidade. A riqueza
Andrew Thomas/Fotosite
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s coleções de verão começam a ser exibidas no frio, mas desta vez o contraste está exagerado... A cara da moda do verão 2007 mostra comprimentos curtos, volumes leves e babados para encapotadas consumidoras do lado de fora das butiques e magazines, sofrendo baixas históricas de temperaturas em setembro. O São Paulo Fashion Week, realizado no mês de julho, antecipou a moda dos trópicos e os melhores looks da próxima estação quente. Confira as novas tendências:
está na estrutura e na construção dos tecidos, nas nervuras, rendas e bordados. O novo homem Protagonistas antes absolutas, as coleções femininas perderam espaço para as masculinas. A moda começa a se ajustar à revolução do sexo forte, que teve início antes mesmo dos metrossexuais. Marcas como Maxime Peremulter, Alexandre Herchcovitch, Ellus, Lino Villaventura e Cavalera definiram a silhueta desse "novo homem", que continua preferindo roupa que não cola ao corpo. O maximalismo é a palavra de ordem e valem os volumes, as parkas, as camisas tipo batas até o chão, as estampas com cara de usadas e as proporções mais relaxadas, largadonas. Mas, curiosamente, as cores estão presentes na roupa masculina, que abandonou o tom básico. Valem referências étnicas, africanas, rastafáris, folk, além de trabalhos artesanais. A peça-chave para eles será a bermuda (largona ou ajustada, com bolsos, cintura baixa, ou comportada, com cinto) usada com o tradicional paletó. Vale também o estilo "nerd" moderno, com cabelos com gel, óculos e ternos revisitados pelo uso de bermudas e camisas de manga curta usadas com gravatinha fina. Profusão de estampas A África, tema do São Paulo Fashion Week, inspirou coleções e não faltaram referências ao outro lado do oceano com estampas de oncinha, leopardo, zebra e inspirações tribais misturadas às cores terrosas
Cia. Marítima: acessórios e detalhes em alta na estação quente Andrew Thomas/Fotosite
Márcio Madeira/Fotosite
Cores contrastantes da Forum
Triton: pernas de fora
das savanas. Alexandre Herchcovitch, por exemplo, contou por meio de estampas a história de tribos perdidas, misturada com referências punk. Mas a estação mais quente do ano pede outros motivos, como grafismos, desenhos, listrados, florais, além de imagens do cotidiano como, por exemplo, casinhas e bonecas na coleção de Isabela Capeto. Os quadriculados e xadrezes também estão com tudo, como na Ellus, viajando por padro-
nagens indianas, grafismos africanos, chitas brasileiras e mantas mexicanas. Moda praia comportada Se no dia-a-dia a onda é usar tudo curto, na moda praia o verão será comportadíssimo. As calcinhas estão mais largas, a cintura dos biquínis subiu, e lenços, cintos, bandanas e acessórios envolvem o corpo. Nos pés, plataformas altíssimas, desconfortáveis, é verdade, mas um must deste verão. Sabina Deweik
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Ambiente Compor tamento Tr â n s i t o Urbanismo
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DETRANS TÊM TRÊS MESES PARA ADAPTAÇÃO
O tema já foi analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2003
Placas terão de informar sobre 'pardais' Motoristas serão avisados, por meio de placas, sobre a presença de barreiras eletrônicas nas vias. A medida, que já foi debatida na Justiça, ainda causa polêmica. Fernando Donasci/Folha Imagem/10/11/2005
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Conselho Nacion a l d e Tr â n s i t o (Contran) vai publicar hoje, no Diário Oficial da União, portaria que determina a colocação de placas avisando aos motoristas sobre a existência, nas vias, de barreiras eletrônicas, conhecidas como pardais. Os Detrans terão três meses para providenciar as placas. Em cidades como Brasília já existe a prática de alertar os motoristas sobre a presença dos pardais e sobre a velocidade máxima permitida nas ruas e avenidas. Ao serem avisados, boa dos motoristas pisa no freio quando vê a informação para evitar aplicação de multa. A medida é polêmica. Há quem considere que ela contribui para a redução da velocidade e, conseqüentemente, diminui as chances de acidentes no trânsito. No entanto, há quem acredite que ela apenas reduz a velocidade dos veículos nos trechos onde existe a fiscalização dos pardais. No Supremo – O tema já foi analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2003, o plenário do STF derrubou uma lei do Distrito Federal que obrigava a colocação de placas de sinalização nas vias públicas, avisando sobre a existência dos pardais. A decisão foi tomada porque os ministros concluíram que o Distrito Federal não poderia legislar sobre o trânsito. Segundo eles, essa é uma tarefa que pertence à União. Na situação atual, a norma
Lombada eletrônica: motorista diminui velocidade quando vê o aviso
é federal. Mas intervenções feitas por ministros no julgamento de 2003 podem sinalizar eventuais obstáculos à colocação obrigatória das placas informando sobre a existência dos pardais. Naquele julgamento, o então presidente do STF, ministro Marco Aurélio Mello, disse que o aviso sobre barreiras eletrônicas feria o princípio da razoabilidade. Segundo ele, esse alerta possibilita a diminuição da velocidade pelo motorista ao se aproximar da barreira. Mas ele pode voltar à velocidade acima do limite permitido logo após passar pelo obstáculo. "Trata-se de hipocrisia", criticou na ocasião o ministro Marco Aurélio Mello.
Gradação – Recentemente, o governo federal já criado uma polêmica ao estabelecer gradação para a cobrança de multas de trânsito. No final de julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma lei modificando o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), criando uma gradação, com três níveis, para a cobrança de multas de motoristas que cometem infrações em rodovias e cidades. Com a nova norma, as penas passaram a ser aplicadas de acordo com três níveis para o excesso de velocidade dos veículos: ultrapassar em até 20% o limite (falta média), em mais de 20% e até 50% (falta grave) e mais de 50% (falta gravíssima). (AE)
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CALDER Fotos: Milton Mansilha/LUZ
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Maquete para Brasília, um dos destaques segundo a curadora Roberta Saraiva
Reprodução
Milton Mansilha/LUZ
Alexander Calder clicado pela cineasta Agnès Varda
CONCERTO De diversas formas e tamanhos, as esculturas flutuantes do criador do móbile são um encanto para os olhos. Pinturas também completam a mostra, como a composição meia-lua de 1946.
VAMOS FLUTUAR...
té o dia 15 de outubro, o olhar do visitante da Pinacoteca do Estado terá uma direção peculiar. É olhando para o alto que o público poderá contemplar a arte suspensa do norte-americano Alexander Calder. O artista plástico, conhecido como o criador do móbile, é tema da mostra Calder no Brasil, com curadoria da historiadora Roberta Saraiva, autora do livro de Divulgação mesmo nome que acompanha a exposição, publicado pela editora Cosac Naify. Além dos móbiles, fazem parte da exposição esculturas, stabiles (móbiles fixos), pinturas, desenhos e estudos. São cerca de 50 obras que resgatam a longa e frutífera trajetória das relações entre Calder e o Brasil do pós-guerra. A curadora conta que desde o início sua intenção foi tratar de um assunto pouco estudado no País. "Calder teve uma passagem importante e uma relação profunda com a arquitetura brasileira. Quando me dei conta do valor disso, decidi fazer o livro que depois resultou na exposição". O trabalho de investigação de Roberta começou há três anos. Além de fazer pesquisas junto a amigos e parentes, arquivos e fundações da capital, como o Museu de Arte de São Paulo (MASP), e do Rio de Janeiro, a historiadora foi mais além. Em uma viagem a Nova York, descobriu um universo de informações na Fundação Calder e no Museu de Arte Moderna (MoMA), o que terminou estimulando a vontade de explorar ainda mais o assunto. A primeira visita de Calder ao País
Rita Alves aconteceu em 1948. Na ocasião, dois brasileiros já faziam parte da sua turma de amigos: o arquiteto Henrique Mindlin e o crítico Mario Pedrosa. Acompanhado pela esposa, o artista chegou ao Brasil para sua primeira exposição no Ministério da Educação no Rio de Janeiro, organizada por Mindlin e amplamente divulgada por Pedrosa. Depois da passagem pelo Rio de Janeiro, a exposição seguiu no
mesmo ano para o MASP. Foi lá que Calder ficou encantado com a cenografia feita pela italiana naturalizada brasileira, Lina Bo Bardi. O fundo colorido usado nas paredes da mostra foram altamente elogiados pelo artista que, agora, em razão desse encanto, ganha mais uma vez um ambiente coberto de azul na mostra em cartaz na cidade. Calder tinha o hábito de usar cores primárias em seu trabalho. Essa também foi uma das razões que
contribuiram para compor melhor o ambiente. A bem sucedida passagem inicial pelo Brasil rendeu bons frutos. Em 1953, na Bienal do IV Centenário, a obra de Calder foi escolhida como a peça central da representação dos Estados Unidos, ocupando uma sala especial com um conjunto de 45 obras. A repercussão de seu trabalho fez com que ele fosse tema de outras diversas mostras no Brasil. Em uma delas, em 1959, no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, o inventor dos móbiles aproveitou a viagem para visitar Brasília, de onde voltou com uma encomenda de Oscar Niemeyer: uma escultura para a Praça dos Três Poderes. Poucos meses depois, no Carnaval de 1960, Calder volta ao Brasil com uma maquete da escultura. O projeto foi apresentado e aprovado por Niemyer e Juscelino Kubitschek. Mas a peça projetada para ter 15 metros de altura jamais foi executada. Obras que fizeram parte da mostra exibida no MAM no final da década de 1950 podem ser encontradas na Pinacoteca. Lá também há um gigante foto de Calder colocada próxima dos amigos brasileiros, registrados em fotografias em preto e branco. A tal imagem de Calder foi tirada durante um passeio de lancha feito na companhia de duas amigas, uma delas a poetisa Elisabeth Bishop. Da Baia de Guanabara o trio seguia em direção a casa do arquiteto Sérgio Bernardes. Além das obras, o visitante também tem a oportunidade de conhecer mais sobre Alexander Calder por meio de vídeos. Há uma
sala onde são exibidos curtos filmes sobre a vida e obra do artista. No mais longo deles, de aproximadamente 45 minutos de duração, é possível descobrir que o bem humorado artista celebrava a vida e a diversão. Um pequeno circo, por exemplo, era o cenário perfeito escolhido por Calder para apresentar objetos animados em miniatura, com tudo que o espetáculo pede: trapezistas, bailarinas, levantador de pesos e atirador de facas. O filme também revela que na juventude, o artista passava o tempo no metrô fazendo esboços de seus companheiros de viagem. Já em festas, arame e alicate eram seus companheiros constantes. Com eles, copiava a forma do rosto das pessoas. O vídeo ainda traz depoimentos de personalidades do meio artístico e do neto do escultor que hoje dirige a Fundação Calder em Nova York. Divulgação
Outros três filmes fazem parte da mostra. Um deles, do ano de 1944, foi exibido na exposição feita no MASP em 1948. Outro, de 1950, pôde ser assistido durante a Bienal do 4 Centenário. O vídeo foi projetado na parede externa do evento. Já em um outro filme, feito em 1963, é possível verificar Calder criando e usando instrumentos de samba. O criador dos móbiles, morto em 1976, conseguiu aos 50 anos realizar um grande sonho: fazer esculturas gigantes que ganharam espaço tanto no campo quanto na cidade. Atualmente Suíça, Barcelona e Paris são alguns dos lugares onde a poesia em forma de escultura de Calder dão graça a paisagem. Pinacoteca do Estado - Praça da Luz, 2. Tel.: (11) 3229-9844. Terça a domingo, das 10h às 18h. Ingresso: R$ 4. Grátis aos sábados.
Uma visão jovem da tradicional Missa em Dó de Mozart
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Missa em Dó, de Mozart (foto), é um exemplo de como o compositor austríaco tinha, entre muitos outros atributos, o senso do espetáculo. Essa obra célebre, carregada de dramaticidade e fervor, é, também, um grandioso espetáculo sonoro, a ser ouvido tanto em igrejas quanto em salas de concerto. Captar as nuances com que Mozart a escreveu é um desafio e tanto, dizem os seus mais importantes intérpretes contemporâneos, entre eles, o maestro inglês John Eliot Gardner. Sem intimidarse com a genialidade mozarteana, a Orquestra Jovem do Estado de São Paulo, apelidada de "Estadualzinha", enfrenta, com garra e competência, a Missa em Dó de Mozart, sob a batuta do chileno Victor Hugo Toro, atual assistente de John Neschling, diretor artístico da Sinfônica do Estado de São Paulo, a Osesp. Teatro São Pedro Rua Barra Funda, 171. Telefone: (11) 36670499. Domingo (10). Às 10h. Grátis.
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Política O SHOW
Ninguém no governo está de "salto alto" (por causa da vantagem nas pesquisas eleitorais) Dilma Rousseff
FOI DA PF Ao contrário dos desfiles passados, a parada deste 7 de setembro serviu como demonstração do poder de fogo da Polícia Federal e seus fartos equipamentos.
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Não acredito em reeleição. O que não se fez em quatro anos, não se faz mais." Geraldo Alckmin (PSDBSP)
É mais provável um cenário negro, de confronto com o Congresso". Senador Jefferson Péres (PDTAM).
Sérgio Lima / Folha Imagem
Com todo o respeito que tenho pelo PT, o presidente Lula é um gângster". Senadora Heloísa Helena (PSol-SE)
Força para mostrar: policiais federais apresentam armamentos e treino para enfrentar o inimigo.
m meio a críticas à corrupção no governo e aos problemas de segurança pública no País, o governo federal usou o desfile do Dia da Pátria, em Brasília, para mostrar o poder de fogo da Polícia Federal. No palanque, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus 22 ministros aplaudiram entusiasticamente a passagem dos homens e veículos da PF. Ao contrário do que ocorreu em anos anteriores, a PF levou para o desfile um grande aparato, com batalhões de policiais, cachorros treinados para o combate ao narcotráfico, motos, jipes, ônibus e até lanchas especiais para operações especiais. Nesse momento, Lula puxou o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para perto de si no palanque das autoridades. O presidente chegou a brincar com o ministro, dizendo que Bastos podia "parar de pedir dinheiro porque a PF estava muito bem equipada". Fora do palanque, assessores do Ministério da Justiça confirmaram que a intenção era mostrar que o governo Lula está investindo na Polícia Federal. Para caracterizar um avanço, foi produzido um contraste com veículos antigos usados pela corporação mostrados no desfile: um Opala e um antigo camburão guardados como relíquias. "Sem sombra de dúvida esse reequipamento, essa quantidade de veículos, é muito importante", disse a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao final do desfile. "Para nós é muito importante que a Polícia Federal seja reequipada. Até porque a Polícia Federal tem desempenhado um papel mui-
to importante no combate à corrupção, ao crime organizado, ao tráfico de drogas e à apreensão de armas. É uma nova Polícia Federal que aparece nas ruas", acrescentou. Jornalistas perguntaram a Dilma se o governo estava empenhado em mostrar que combate com maior rigor a corrupção e o crime organizado. "Não precisamos provar isso", respondeu ela. "A gente sabe que a Polícia Federal hoje tem outra qualidade. Isso explica porque há essa quantidade de operações da PF." Aplausos – Ao deixar o desfile em comemoração ao dia da Independência, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, comentou os aplausos recebidos hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "A sociedade brasileira tem um senso de justiça. Ela sabe separar os exageros dos fatos. O povo tem sua sabedoria própria", avaliou. A ministra-chefe da casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou , logo depois do desfile, que ninguém no governo está de "salto alto" por causa da vantagem nas pesquisas eleitorais, nem acha que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já ganhou a eleição. "A gente sabe que a eleição é decidida no dia da eleição, essa é a nossa posição, bastante prudente e respeitosa com o eleitor", afirmou. Em seguida, no entanto, deixou escapar que a decisão será em primeiro turno. "A eleição, quanto mais respeitosa for, melhor para a democracia, porque a eleição acaba dia 1.º de outubro, e isso é melhor também para o País e para a República". (AE)
José Patrício / AE
José Cruz/ABr
Exclusões entre os excluídos Realizado em várias regiões do País, o Grito dos Excluídos reuniu um público bem inferior ao esperado, neste ano.
Foi a festa da burrice e da submissão". José Carlos Aleluia (PFLBA), sobre o voto aberto.
Democracia nunca chega de repente. Ela dá sinais. Ditadura também." Senador Cristovam Buarque (PDTDF)
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m Aparecida, no Santuário Nacional, maior centro de peregrinação do país, a 12ª edição do Grito dos Excluídos reuniu pouco mais de 5 mil pessoas. A expectativa era de 10 mil manifestantes, como ocorreu em anos anteriores. Grupos católicos e movimentos sociais, como integrantes do MST (Movimento Sem Terra) engrossavam o manifesto com faixas e cartazes que falavam da indignação com a corrupção no País e a falta de oportunidade para a populaDesaparecidos em Aparecida: eram esperados 10 mil manifestantes, mas só a metade foi ao Santuário Nacional. ção mais carente. Críticas à política econômica e ao atual sistema democrático também fizeram parte do ato. Neste ano, os mani- ESTRATÉGIA ABAFA do Congresso, e depois do MINISTRO ADMITE festantes estavam preocupados em divulgar a necessidade do palanque presidencial. voto consciente. Além do Grito, ontem foi dia da 19º romaria dos VAIAS A LULA Muitos tentaram ensaiar, de OTIMISMO COM Trabalhadores, que levou protestos por mais empregos e contra DURANTE DESFILE maneira muito tímida, o grito SEGUNDO MANDATO a exploração infantil. da campanha – "Lula de novo, Representantes de 12 países, que integram outro movimento com a força do povo". (AE) s organizadores do ministro da Defesa, no Caribe e América Latina, vieram ao Brasil com a intenção de desfile do Dia da Pátria Waldir Pires admitiu unir as entidades nacionais para lutar pelos mesmos ideais. Em tomaram todas as precauções ASTRONAUTA E ontem a sua expectativa em Aparecida, o evento foi encerrado com uma missa no Santuário para evitar o constrangimento relação ao segundo mandato. SANTOS DUMONT Nacional, celebrada por dom Raymundo Damasceno Assis. do ano passado – quando, no "Há um sentimento de que BRILHAM NA FESTA continuará este processo", Só 700 – Não foi muito diferente em outras cidades. Em Porto auge do escândalo do Alegre, por exemplo, o movimento reuniu cerca de 700 pessoas. mensalão, o presidente Luiz comentou. Ele disse que o Em faixas e cartazes, os participantes pediam emprego, moradia, Inácio Lula da Silva foi vaiado assunto predominou no ois personagens se distribuição de renda, reforma agrária, respeito e inclusão de ao chegar para a festa. Desta palanque de autoridades. destacaram no desfile: o suas reivindicações no debate político nacional. vez, a área próxima ao O governo não admite, mas militar escolhido para fazer o Os discursos reclamaram um novo modelo econômico, volta- palanque das autoridades foi a certeza da vitória do papel do Santos Dumont, na do para os excluídos, mas não citaram o governo federal. completamente isolada. presidente Lula já no primeiro passagem pelo desfile da Organizada pelas pastorais da Igreja Católica e organizações O procedimento produziu é tanta que ele já confirmou réplica do 14 BIS, o majordo movimento social, a manifestação começou no largo "Glênio resultados parciais, pois as presença na abertura dos aviador Francisco Garonce, e Peres" e percorreu, na seqüência, as avenidas Borges de Medei- vaias ao presidente só trabalhos da assembléia geral o primeiro astronauta ros e Loureiro da Silva, no centro da cidade, depois que o desfile puderam ser ouvidas no da ONU, marcada para os brasileiro, tenente-coronel da militar de 7 de Setembro havia acabado. (AE) trecho inicial do desfile, perto reserva Marcos Pontes. dias 18 e 19 de setembro. (AE)
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Indicadores Econômicos
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por cento foi a valorização, no fechamento da última quarta-feira, do dólar no segmento comercial.
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 04/09/2006 04/09/2006 04/09/2006 04/09/2006 04/09/2006
P.L. do Fundo 8.479.260,33 1.434.288,38 7.544.081,40 12.296.284,60 1.221.047,25
Valor da Cota Subordinada 1.178,010570 1.079,869711 1.146,600355 1.029,563753 1.064,489515
% rent.-mês 0,1410 0,2223 0,0048 -1,3025 0,2373
% ano 20,5778 7,9870 14,6600 2,9564 6,4490
Valor da Cota Sênior 0 1.077,386641 1.089,887113 0 0
% rent. - mês 0,1059 0,1154 -
% ano 7,7387 8,9887 -
rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)
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Congresso Planalto Seção Destaque CPI
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Não é uma disputa partidária: enfrentamos uma organização criminosa Heloísa Helena
SENADORA ENDURECE DE VEZ O DISCURSO
Alaor Filho / AE
HELOÍSA SEM LIMITES Candidata do PSol extravasa no discurso e diz que o presidente Lula é um gângster que chefia o crime.
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o conclamar a militância carioca da Frente de Esquerda (PSol, PSTU, PCB, PCR) para poder chegar aos segundo turno, a candidata à presidência Heloísa Helena, classificou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um "gângster que chefia uma organização criminosa, capaz de roubar, matar, caluniar e liquidar qualquer um que passe pela sua frente ameaçando seu projeto de poder". Depois de fazer as acusações no palanque, as repetiu com mais calma aos jornalistas, em tom de desafio. "Acho muito ruim quando se fala por trás. Não retiro nada do que disse, mas quero ter a oportunidade de falar perto dele, no debate, para desmascará-lo", instigou. Pela manhã, ela esteve com militantes no Aterro do Flamengo e depois caminharam na praia de Copacabana, ambos na zona sul. Lembrou que a campanha exige um trabalho duro. "Não estamos em uma disputa partidária: enfrentamos uma organização criminosa, porque, com todo o respeito que tenho por algumas pessoas do PT, que são dignas, infelizmente o presidente Lula é um gângster". Segundo a candidata, "a verdade precisa ser dita porque
ela é revolucionária e nós, como cristãos, sabemos que não se pode usar meias palavras para enganar o povo". Divergências - Heloísa Helena não quis comentar as divergências na Frente de Esquerda para elaboração do seu programa de governo, conforme o Estado revelou anteontem. Mas admitiu as divergências entre os partidos. "Se não houvessem diferenças, estaríamos todos em um mesmo partido. Quem quiser a uniformidade do pensamento, o totalitarismo, a truculência e intolerância do pensamento único, jamais contará comigo, nem como militante, nem como presidente da República." Eduardo Almeida, um dos principais dirigentes do PSTU, confirma o conflito entre o que defende o seu partido e a forma como foi apresentado o programa de governo. "Há expressões gravíssimas deste modelo econômico neoliberal, como a abertura das fronteiras às multinacionais, a privatização das empresas estatais como a Vale do Rio Doce, o pagamento das dívidas externa e interna apoiado em um superávit fiscal primário brutal. São elementos que precisam ser mudados para se romper com o modelo neoliberal", criticou. (AE)
Amor e ódio: depois de desferir golpes pesados contra o presidente Lula, senadora beija militante psolista que usa a sua máscara, no Rio.
PT REAGE E DIZ QUE VAI À JUSTIÇA
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presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), informou que "serão tomadas as providências jurídicas cabíveis" em relação à candidata do PSol à Presidência, senadora Heloísa Helena (AL). Durante discurso de campanha no Rio, ontem, ela chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "gângs-
ter que chefia uma organização criminosa, capaz de roubar, matar, caluniar e liquidar qualquer um que passe pela sua frente ameaçando o seu projeto de poder". A afirmação provocou uma reação dura de Berzoini. "Ninguém pode se esconder atrás da imunidade parlamentar para caluniar e ofender a honra das pessoas,
especialmente do presidente da República. Se a imunidade parlamentar é um direito constitucional, a honra também é." O comitê de campanha de Lula divulgou nota repudiando o discurso de Heloísa. "As declarações da candidata são uma atitude destemperada que demonstra o seu desequilíbrio, especialmente
após a queda nas pesquisas. O departamento jurídico da campanha vai tomar as medidas cabíveis." "Essa verborragia não me surpreende, é típico da Heloísa Helena", diz Berzoini. "Ela foi expulsa do PT exatamente pela falta de respeito, por caluniar e difamar companheiros. Ela é irresponsável." (AE)
ALCKMIN CONFIA NO 2º TURNO
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candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, se disse ontem confiante de que haverá segundo turno. Depois de caminhar pelas ruas da favela Rio das Pedras, na zona oeste do Rio de Janeiro, Alckmin afirmou estar sentindo "a boa receptividade das ruas". Para o tucano, um segundo turno seria a oportunidade de obrigar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, a participar de debates. "O meu adversário está
com salto número 15 e eu estou com as sandálias da humildade", disse Alckmin. O candidato do PSDB decidiu lançar suas propostas para a Educação e defendeu a universalização da jornada mínima de cinco horas diárias de aula e o investimento em bolsas para estudantes do ensino médio. Diferença cai – No Paraná, Alckmin diminuiu em seis pontos porcentuais a diferença que o separava do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que
lidera a pesquisa "Gazeta do Povo-RPC/Ibope". No levantamento, feito entre os dias 3 e 5 de setembro com 1.008 pessoas em 56 municípios, Alckmin subiu de 30% para 35% das intenções de voto. Lula, por sua vez, caiu de 41% para 40%. A candidata do Psol, Heloísa Helena, ficou com 9% das intenções de voto. Num eventual segundo turno entre Lula e Alckmin, haveria um empate técnico: 45% para o petista e 44% para o tucano, diz o Ibope. (AE)
BUARQUE: LULA PRESSIONA TVs
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x-ministro da Educação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e candidato à Presidência pelo PDT, o senador Cristovam Buarque (DF) acusou o presidente, candidato à reeleição pelo PT, de pressionar emissoras de televisão para cancelar debates entre os candidatos ao Palácio do Planalto. O parlamentar disse ainda que, caso Lula seja reeleito, a democracia brasileira estará sob risco. "Nós vivemos um risco de perder a democracia. Temos que despertar para isso. Democracia nunca chega de repente. Ela dá sinais. Ditadura também. Nunca chega de repente. Ela dá sinais", disse. "Tem candidato que já se considera eleito, desprezando e desrespeitando o eleitor, dizendo 'vocês já votaram em mim, eu já sou dono de vocês'", alfinetou. Cristovam passou a quinta-feira no Rio de Ja-
neiro. Em uma caminhada pela orla de Copacabana, ele fez uma parada em frente ao prédio em que o ex-governador do Rio, Leonel Brizola morava, para lhe prestar uma homenagem. O candidato fez um pequeno discurso, destacando a preocupação de Brizola com a educação. "Se na bandeira do Brasil, ao invés de Ordem e Progresso, estivesse escrito Educação e Progresso, todo brasileiro seria capaz de reconhecer a bandeira não só pelas cores", disse Cristovam. Segundo a organização do evento, a passeata atraiu cerca de mil pessoas. Arrecadação – Cristovam Buarque informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que arrecadou R$ 950 mil, dos quais R$ 914,5 mil foram gastos. Segundo a declaração enviada ao Tribunal, mais da metade da despesa foi relativa a programas de rádio e televisão. (AE)
NO AR, AINDA MAIS ATAQUES.
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o programa eleitoral para presidente, ontem, na TV, enquanto os candidatos Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) desfiaram um rosário de obras realizadas, de outras tantas em curso e projetos de novas construções para justificar seus pedidos de voto, Heloísa Helena (PSOL) aproveitou o seu tempo no horário gratuito para atacar os dois. O petista argumentou que um dos principais motivos que o moveu a se candidatar à reeleição foi o de evitar a interrupção das inúmeras obras e programas de cunho social que iniciou.
Lula ressaltou os seus programas de transferência de renda, o programa "Luz para Todos", que teria beneficiado mais de 700 mil famílias com energia elétrica e renda e o envolvimento de mais de 100 mil trabalhadores no programa. Também citou o pagamento antecipado da dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Geraldo Alckmin também preferiu se ater às obras feitas pelo seu governo em São Paulo. Na área econômica, criticou a alta carga tributária, que impede o crescimento sustentado da economia, com conseqüên-
cias danosas sobre o emprego. Alckmin prometeu reduzir os impostos para elevar o volume de investimentos no País. "Comigo é menos impostos e mais investimentos. Conversa não enche barriga e não gera emprego", disse. Com bem menos tempo de TV, a candidata Heloísa Helena aproveitou o horário para atacar seus principais oponentes. Usou uma imagem de Lula e Alckmin sorridentes em um carro aberto numa festa da Volkswagen e ironizou: "Lula e Alckmin sorriem na festa da mesma Volks que hoje demite seus empregados". (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Há canções demais nesse mundo. Eu próprio já fiz uma quantidade ridícula delas. Quase sempre com muita ambição e pouco cuidado. Tento não fazer mais tantas.
Arquivo DC
sexta-feira, sábado e domingo, 8, 9 e 10 de setembro de 2006
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Caetano Veloso, no texto de apresentação de seu novo disco, 'Cê'.
SETEMBRO
2 -.LOGO
8 Dia Internacional da Alfabetização (ao lado, quadro Duas Meninas Lendo, de Pablo Picasso)
M EDICINA M EIO AMBIENTE
O mapa do mal
Nova ameaça global: gases do gelo Pesquisas divulgadas ontem pela revista científica Nature levantam a preocupação de que o aquecimento global crie um círculo vicioso perpétuo, ativando a bomba-relógio presa no permafrost, nome dado ao solo enrijecido e congelado das altas latitudes. Conforme a Terra se aquece, gases do efeito estufa até então presos no solo chegam à atmosfera em quantidades muito maiores do que o previsto. O metano aprisionado em um tipo especial de permafrost está sendo liberado a uma taxa cinco vezes maior que a medida inicialmente, de acordo com o artigo. Os
cientistas estão preocupados com um círculo vicioso que não era parte das previsões, já pessimistas, sobre o clima do planeta: o aquecimento já em andamento derrete o permafrost, solo que está congelado há milhares de anos. O permafrost degelado libera metano e gás carbônico. Esses gases atingem a atmosfera e aprisionam calor na Terra, pelo efeito estufa. O calor aprisionado derrete mais permafrost, e assim por diante. O efeito foi anotado principalmente na Sibéria, mas pode ser muito amplo e, o que é mais grave, afeta o clima de todo o planeta.
Wikimania se alastra
Cientistas concluem o mais completo estudo sobre o câncer
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primeiro mapa genético do câncer mostra que quase 200 genes mutantes – a maioria até então desconhecida – ajuda tumores de mama e de cólon (uma região do intestino) a surgir, crescer e se espalhar no corpo. A descoberta, descrita ontem na revista norte-americana S c i e nce, pode abrir espaço para novos tratamentos, melhores diagnósticos e mais conhecimento sobre a doença. Para Kenneth Kinzler, da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos, um dos autores do estudo, o mapa mostra que o câncer é mais complexo do que se pensava. "Existem muitos genes mutantes. Muita coisa parece sair errada", afirma. "Esperávamos achar
I RAQUE
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Faleh Kheiber/Reuters
I NTERNET
Peregrinos xiitas rezam diante do túmulo do imã Abbas, na cidade sagrada de Kerbala, a 100 quilômetros de Bagdá. Milhares de fiéis foram à cidade para as celebrações do aniversário do imã, que tem o status de santo para os xiitas, neste fim de semana.
alguns genes, não 200", explica Tobias Sjoblom, líder da pesquisa. A equipe analisou 11 amostras de tumores de mama e cólon, retiradas de pacientes. Os dois tipos matam juntos 1,1 milhão de pessoas no mundo por ano. Foram identificados 189 genes, uma média de 11 por tumor, que claramente mudaram no câncer. "Não se sabia que a grande maioria desses genes mudava em tumores. Eles parecem afetar também diversas funções celulares, como transcrição, adesão e invasão." Atlas do câncer – O estudo pode guiar um projeto dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, lançado em dezembro, de mapear todos os genes envolvidos no
desenvolvimento da doença. "Antecipamos que, à medida que o atlas do genoma do câncer caminhar, conseguiremos identificar a maioria das mudanças genéticas que causam as formas mais importantes e comuns dos principais cânceres", disse o líder do atlas, Francis Collins. A intenção é ampliar a aplicação do conhecimento genético na criação de drogas mais eficientes. "Quase qualquer gene pode ser considerado um alvo terapêutico", diz Kinzler. "Estamos convencidos de que esse tipo de estudo fornecerá um dos melhores mapas para vencer o câncer. Quem deixa escapar a oportunidade de ler o plano do inimigo?" O estudo também pode ajudar na personalização do tratamento. www.sciencemag.org
Procura-se aprendiz de gênio tornando-se um dos físicos mais conhecidos de sua geração. O candidato escolhido receberá US$ 44 mil ao ano e acompanhará Hawking em suas viagens ao exterior além de auxiliá-lo a planejar palestras. Um dos objetivos do posto é ajudar o cientista em áreas nas quais ele tem dificuldades, por conta de suas limitações físicas. Hawking, de 64 anos, usa cadeira de rodas e se comunica por meio de um computador, porque sofre de um problema neurológico chamado esclerose amiotrófica lateral, ou doença de Lou Gehrig.
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CARTÃO POSTAL - O popular destino turístico de Bromo, uma região com densa população na ilha indonésia de Java, está em alerta. Os vulcões Semeru (o mais alto na foto) e Bromo começaram a liberar fumaça e os cientistas locais temem uma erupção.
A Segatoys está lançando este fantástico planetário doméstico. Ele projeta 10.000 estrelas e planetas dentro de casa. O fabricante diz que não é um brinquedo, mas um verdadeiro planetário em miniatura. Custa US$ 229 no site Toys Brando. prod_detail.php?prod_id=
A Secretaria Municipal de Transportes (SMT) criou o site São Paulo em Movimento, com um banco de dados sobre o sistema de trânsito e transporte público na cidade. As informações vão desde o número de veículos circulam pela capital paulista, o tamanho da frota do transporte público e o número de passageiros por veículo até dados sobre a remuneração dos prestadores de serviço. O site traz ainda números sobre a rede de trilhos do Metrô e da CPTM.
00109&PHPSESSID=38eed38ee
www.prefeitura.sp.gov.br/
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spmovimento
http://toys.brando.com.hk/
Reproduções
José Luís da Conceição/AE
Trilhos e caminhos de São Paulo
Inquérito adiado
A TÉ LOGO
A Bud TV, uma rede de televisão online, é a nova aposta da empresa AnheuserBusch, que produz a cerveja Budweiser. O público alvo são jovens do sexo masculino com idades entre 21 a 35 anos. O projeto ainda não está no ar, mas o domínio próprio, já foi criado: bud.tv. A programação terá os anunciantes como provedores de conteúdo, uma prática comercial conhecida como "branded entertainment" (algo como diversão de marca). Entre os patrocinadores-anunciantes estão American Honda Motor, Best Buy, Cadbury Schweppes, General Motors, Krups, Nestlé, Pepsi-Cola, mas nenhuma marca de cerveja, é claro. V ENEZUELA
Reeleição indefinida
Obras de Ernesto Neto expostas no exterior: apelo aos sentidos conquista público internacional e coloca o artista em mostras simultâneas em Paris, Zurique e Nova York
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, deflagrou nova polêmica ao anunciar sua disposição de criar no país a "reeleição indefinida". Chávez, que está em segundo mandato, quer se manter na presidência até 2013 e, por isso, anunciou que apresentará em 2010 um referendo para estabelecer a reeleição sem limite de vezes no país. Qualificado pela oposição como uma medida "messiânica" e "tirânica", o referendo vai perguntar aos venezuelanos duas coisas: se ratificam Chávez no poder e se querem que ele seja reeleito uma terceira vez. Se a maioria disser "sim" ele vai iniciar o processo de reforma da Constituição.
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L OTERIAS
Roubados na Guatemala US$ 8 milhões destinados ao banco central americano, o Fed Fumaça de queimadas e incêndios florestais causa fechamento do aeroporto de Rondônia
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Um planetário em casa
M
uitos artistas tentam fundir arte e vida, mas segundo a edição atual da revista britânica The Economist desta semana, foi o brasileiro Ernesto Neto que conseguiu dar um passo adiante e criar algo novo. "Todo meu trabalho é uma referência à nossa conexão com o mundo, aos relacionamentos e à união. A pele é onde terminamos e onde o outro começa. É o lugar do encontro. Quero que as pessoas vejam minha escultura com os poros, tanto quanto por seus olhos, e que a sintam com todos os sentidos", declarou o artista à The Economist. A lycra é o material predominante das esculturas de Ernesto Neto, que está chamando a atenção da Europa. Depois de expor na Bienal de Veneza, ele terá seus trabalhos exibidos no Panthéon, em Paris, além de participar de mostras em Zurique e Nova York. "Com sua arte dos sentidos, Ernesto Neto cria imagens de sonho tropical nas estruturas mais racionalistas da Europa", diz a revista.
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F AVORITOS
Arte sensação
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G @DGET DU JOUR
J EAN CHARLES
Cerveja com webTV
C A R T A Z
Elza Soares (foto) estréia o espetáculo Beba-me. No repertório, clássicos como "Se Acaso Você Chegasse" e "Estatuto da Gafieira". Sesc Vila Mariana. Rua Pelotas, 141. Telefone: 5080-3000. 21h. R$ 30.
www.wikitravel.org
M ÍDIA
B RAZIL COM Z E M
www.wikihow.com www.shopwiki.com
O encarregado pelo inquérito sobre a morte do brasileiro Jean Charles de Menezes, assassinado a tiros por policiais britânicos ao ser confundido com um terrorista, há pouco mais de um ano, disse que as audiências sobre o caso não ocorrerão até que uma ação judicial movida contra a polícia metropolitana de Londres seja julgada. O responsável pelo inquérito, John Sampson, atendeu ao pedido da promotoria de adiar o procedimento, mas desde que a ação seja enviada a julgamento, em primeira instância, dentro de um mês.
Tarko Sudiarno/AFP
F ÍSICA
Estudante universitário para ajudar cientista mundialmente famoso. Exige-se capacidade de lidar com a imprensa, disponibilidade para viagens internacionais e conhecimentos de computação. Este é o resumo do anúncio que o astrofísico e escritor Stephen Hawking colocou na internet. Ele está à procura de um estudante que trabalhe com ele por dois anos. Hawking, professor da Universidade de Cambridge, realizou trabalhos teóricos importantes sobre buracos negros e a origem do universo,
Depois da Wikipedia, a enciclopédia gratuita online, a "wikimania" não pára mais de crescer. O fenômeno tem proliferado em sites como o Wikihow, por exemplo, que traz dicas dos internautas sobre como solucionar todo tipo de problemas. Há ainda o Shop Wiki, um guia de compras, e o Wiki Travel, sobre viagens. O termo "wiki" significa "rápido" e "correr" em havaiano. A filosofia "wiki" prega que os internautas devem colaborar gratuitamente com o conteúdo do site, adicionando dados confiáveis.
Relatório de agência da ONU mostra que 50% dos migrantes internacionais são mulheres
O sorteio da Quina de ontem foi transferido para o dia 9, em função do feriado.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
Tr i b u t o s Empresas Imóveis Finanças
sexta-feira, sábado e domingo, 8, 9 e 10 de setembro de 2006
Empreendimentos com unidades de dois e quatro dormitórios predominam no bairro do Tatuapé
BAIRRO ABRIGAVA INDÚSTRIAS
Fotos: Newton Santos/Hype
Apesar de já ter registrado vigoroso crescimento nas últimas décadas, o Tatuapé continua sendo uma das regiões mais procuradas pelas construtoras para novos empreendimentos residenciais na cidade. De acordo com informações da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp), no primeiro semestre, o bairro ficou atrás apenas do Morumbi na lista das regiões que mais tiveram lançamentos.
TATUAPÉ
Bairro é destaque em lançamentos de alto padrão na cidade Antigo reduto de galpões industriais, o Tatuapé começou a chamar a atenção dos investidores do mercado imobiliário na década de 1980. De lá para cá, o segmento residencial se desenvolve constantemente, em especial por causa da boa infra-estrutura de comércio, serviços e transportes na região.
Q
uando busca imó"Ainda há muitos terrenos veis novos de alto vazios naquela região e o merpadrão, por hábito, cado imobiliário gosta de o paulistano volta a construir onde não há nada atenção para o lado sul da ci- porque é mais barato", observa dade — muitas vezes em dire- Fábio Rossi, diretor da Itaplan ção ao tradicional bairro do Imóveis, empresa que recenteMorumbi. São poucos os que mente lançou oito empreendipercebem que, a apenas 8 qui- mentos de três e quatro dormilômetros ao leste do centro da tórios no bairro e pretende lancidade, uma verdadeira revo- çar outros quatro condomílução vem ocorrendo. Nos úl- nios até o final deste ano. História — O perfil residentimos anos, o Tatuapé tem se firmado entre as regiões que cial nem sempre foi a caractemais crescem com qualidade rística do Tatuapé. Até a década de 1980, a região era predona capital paulista. Os números da Empresa minantemente ocupada por Brasileira de Estudos de Patri- indústrias. Mas o padrão dos mônio (Embraesp) corrobo- prédios de então, com pé-diram o que já se pode ver nas reito baixo e dimensões pequeruas do bairro. Até o primeiro semestre deste ano, 414 apartamentos, com predominância de empreendimentos de dois e quatro dormitórios, foram colocados à venda em sete lançamentos no Tatuapé. Com esse número de unidades habitacionais lançadas, o bairro ficou atrás apenas do Morumbi, que teve 1,1 mil unidades ofertadas no semestre. No ano de 2004, o Tatuapé chegou a ter o lançamento de 1,9 mil unidades, ficando no topo do ranking, à frente até do Morumbi, com 1,12 mil lançamentos. Em meio a seus cerca de 8 quilômetros quadrados, duas Obras: visão comum no bairro microrregiões do Tatuapé se destacam como as meninas nas, ficou pouco adequado pados olhos do mercado imobi- ra os fins industriais. liário atualmente: o Jardim Além dessa incompatibiliAnália Franco, para o lado da dade, a região começou a se Vila Formosa, e as vizinhanças valorizar, e os terrenos passado Parque Piqueri, nas proxi- ram a ficar valiosos demais midades da Marginal Tietê. para se manter neles galpões Esses são locais de recentes industriais. Gradualmente, lançamentos de alto padrão, as empresas saíram da região, com quatro dormitórios, com ao mesmo tempo em que os o preço do metro quadrado grandes terrenos recém-desopara venda entre R$ 3 mil e R$ cupados passaram a dar espa3,8 mil, valor que fica dentro ço a empreendimentos resida média da cidade para imó- denciais. Essa explosão de veis similares. Além dessas imóveis para moradia tem siduas localidades, o mercado do acompanhada de perto peimobiliário aponta mais re- lo surgimento de faculdades, centemente para o lado da es- shoppings, bares e restaurantação Tatuapé do metrô, prin- tes, que hoje tomam os arredocipalmente entre a Marginal res da Praça Silvio Romero e, Tietê e a Avenida Celso Garcia, em especial, conhecidas ruas onde vem sendo construído o como a Coelho Lisboa, a EuShopping Metrô Tatuapé 2. clides Pacheco e a Itapura.
Área do Jardim Anália Franco concentra os lançamentos de padrão mais elevado no bairro do Tatuapé
Cidade — O Tatuapé funciona como uma cidade dentro de São Paulo — daí a principal vantagem do bairro frente a outras regiões valorizadas da capital. Há várias universidades nos arredores, como Paulista (Unip), São Marcos e Cruzeiro do Sul (Unicsul). Em relação ao comércio, a região também é bem servida. Por la há quatro shoppings, que atendem as necessidades dos cerca de 100 mil habitantes do bairro. O Anália Franco é freqüentado normalmente pela classe alta local. Ainda há o Shopping Metrô Tatuapé, mais popular e freqüentado por 70 mil pessoas diariamente, o Silvio Romero e o Shopping Plaza Chic, de dimensões mais modestas. Está em fase de construção o Shopping Metrô Tatuapé 2, que deve receber ao menos 50 mil pessoas por dia depois de pronto. Nos centros de compras do Tatuapé estão estabelecimentos como Zara, Saraiva MegaStore, Tok&Stok, academia Companhia Athletica, Cori, Zoomp e Forum. Para chegar aos pólos comerciais ou a qualquer outro lugar da cidade, o morador do bairro tem duas estações de metrô à disposição, a Carrão e a Tatuapé. Diferentemente do que ocorre em bairros valorizados, como o Morumbi, por exemplo, o acesso ao Tatuapé por meio de automóvel é relativamente tranqüilo. Grandes avenidas, como a Professor Luís Inácio de Anhaia Melo, a Radial Leste, a Salim Farah Maluf e a Marginal Tietê, permitem opções de ir e vir. Quem vai para o Tatuapé também busca qualidade de vida, e o Parque Piqueri, com acesso pela Rua Tuiuti, é opção para esse público. No parque, há bosques e alamedas, boas áreas para a prática de cooper e caminhada – todas repletas de eucaliptos, além de árvores nativas como palmeiras, sibipirunas e paineiras. Há, ainda diversos tipos de aves, entre elas a garça branca grande e o martim pescador. Renato Carbonari Ibelli
De acordo com especialistas do mercado imobiliário, boa oferta de comércio, serviços e transportes favorece os lançamentos no Tatuapé. Os moradores do bairro têm boas opções de deslocamento, seja pelo transporte coletivo ou por carro. Cercam a região grandes avenidas como a professor Luís Inácio de Anhaia Melo, uma das principais vias de ligação com a região sudeste da cidade. Há, ainda, duas estações do metrô.
Preço do metro quadrado lançado no bairro varia entre R$ 3 mil e R$ 3,8 mil, de acordo com a Embraesp
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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DOISPONTOS -77
Porque a economia não consegue escapar deste torniquete
NEIL FERREIRA
A INCRÍVEL ATUALIDADE DA PIADINHA MAIS VELHA DO MUNDO
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semana que passou foi farta em cimento de mais de 4%, com o argumento de que o resulnovidades: o lançamento da cartilha supostamente contentado do segundo trimestre do o programa de governo do presidente para o deveu-se a causas conjuntusegundo mandato, o anúncio do PIB do segundo rais já superadas, como a matrimestre do ano e o envio do projeto de lei do Or- nutenção nas plataformas da çamento Geral da União para 2007. Para o gover- Petrobrás, a Copa, a greve no, todas acabaram tendo repercussões bastante da Receita Federal. Nenegativas na opinião pública. nhuma referência para juA chamada "cartilha" é um documento irres- ro real estratosférico, carponsável e de qualidade técnica duvidosa, eis ga tributária escorchanque responsabiliza o governo anterior por todas te e câmbio valorizado. Ora, esses eventos podem até ter tido algum as mazelas do país e apenas elenca intenções, sem dizer como executá-las, muito menos como fi- impacto negativo na atividade econômica do penanciá-las. Aponta na contramão do clamor ge- ríodo, mas nada que justifique o tamanho da queneralizado por uma redução das despesas cor- da. Ademais, todos eles já estão superados e comrentes do governo, que permita uma redução de pensados em julho e agosto e não há sinais visícarga tributária e/ou um aumento dos investi- veis de uma atividade brilhante. Ao contrário. mentos públicos. E, talvez pior, inconsistente Para materializar a projeção oficial de 4%, o crescom o próprio discurso do governo, que incluiu cimento no resto do ano teria que ser tão acelerano seu projeto de lei de diretrizes orçamentárias do (indústria crescendo quase 10%), que a mesma (LDO) metas de redução de despesó pode ser vista como mais um sas de 0,1% do PIB a cada ano nos factóide eleitoral, uma brincadeira p r ó x i m o s d e z a n o s . de mau gosto para não ser levada a O próprio presidente, em seu últisério. Muito mais sérios são os problemo discurso ao Conselho de Desenvolvimento Econômico Social, deimas carregados pela proposta orçamentária do governo federal paxou bem claro (corretamente) que o País necessita de uma carga tributára 2007, encaminhada ao Congresso Nacional, como manda a Consria mais leve; mas, como fazê-lo, se a proposta para o futuro é elevar os tituição, no último dia do mês de agosto. Novamente, agora de forgastos públicos a partir de uma situação já deficitária? A cartilha do ma explícita, no ano que vem a proposta do governo é de um aupresidente é tão ruim que poderia ser descartada como não-séria, mento expressivo de gastos da mais um panfleto eleitoral. InfelizUnião. Como se não bastasse, o projeto de lei embute um déficit ormente, não dá para proceder assim. Como se verá adiante, a sinalização çamentário (nominal) de R$ 77,9 bilhões, evidenciado pelo aumenda proposta orçamentaria para G Crescimento 2007 confirmou as inconsistências. to líquido de endividamento, cifra correspondente a nada menos que Já o anúncio do péssimo desemde 0,5% indica penho do PIB do segundo trimestre 3,4% do PIB utilizado no projeto uma atividade (R$ 2,300 trilhões) . pegou todos, principalmente o goeconômica verno, de surpresa. Um crescimenMas não pára por aí. O projeto inpraticamente corre em dois graves erros técnicos. to baixo já era esperado, mas os núparada. meros vieram abaixo dos pisos de Em primeiro lugar, é inconsistente previsões. O crescimento de 0,5%, com a proposta de redução de 0,1% G A projeção do dessazonalizado, sobre o primeiro do PIB nos gastos a cada ano, meta PIB foi revisada trimestre, indica que a atividade incluída pelo próprio governo no para abaixo de projeto de lei da LDO e, agora, econômica brasileira está pratica3%: estamos mente parada na margem. Como abandonada. Em segundo lugar, o trabalhando com projeto de lei agride as boas prátiprevisto, os dois fatores responsá2,9%, ou menos. veis pela desaceleração foram os incas de elaboração de orçamentos, que recomendam máxima cautela vestimentos e as exportações líquidas. A variação de 1,2% sobre o na projeção das Receitas, uma vez G Dos quatro que é com base nessa projeção que é mesmo trimestre do ano anterior, anos com Lula, aponta para uma perspectiva de definido o montante de Despesas. três serão de Enquanto a primeira é uma estimacrescimento medíocre em 2006, na crescimento pífio. esteira do também magro resultado tiva, um desejo que pode não se de 2005. No conjunto dos quatro anos de governo materializar, a segunda é indicação para executar, Lula, serão três de crescimento pífio. E o que é empenhar e gastar, que só pode ser revertida com pior, não há nada no horizonte do segundo se- muito custo e artificialismos. Por essa razão, é prámestre para reverter esse quadro. Nossa projeção tica corrente em qualquer lugar do mundo estifoi revisada para abaixo de 3%: estamos traba- mar-se de forma conservadora as receitas. E o que lhando com 2,9%, cifra que ao que tudo indica po- temos aqui: uma estimativa otimista, com base em derá sofrer ainda novo rebaixamento. uma projeção do PIB crescendo a alentados 4,75% A reação do governo divergiu da grande maio- e uma inflação de 4,5%, superando todas as preria, para não dizer a totalidade, dos analistas: en- visões de especialistas. Utilizando parâmetros quanto todos já revisam para baixo sua previsões mais realistas, de 3% de crescimento real do PIB e para o desempenho da economia brasileira no uma taxa de inflação de 3,5%, conclui-se por uma corrente ano, o governo "quebra"na projeção oficial das receitas de cerca de anunciou a manutenção da R$ 15,6 bilhões, o que elevaria o déficit orçamenprojeção oficial de um cres- tário para R$ 93,5 bilhões, nada menos que 4,2% do PIB. Uma verdadeira irresponsabilidade. Vê-se, assim, que o projeto de lei orçamentária apresentado é insustentável; oficialmente encaminhado, o único caminho para consertá-lo seria uma ampla modificação pelo Congresso Nacional. Alguém aposta ?
Arte de Roberto Alvarenga
Michal Gartenkraut
A
piadinha é velha porque é anterior à Criação do Mundo. Estava o Senhor dando os retoques finais à Sua obra, quando aproximou-se o Anjo Gabriel e pôs-se a observar. O Senhor encheu todo o espaço de um certo país com riquezas incontáveis. Embelezou sete mil quilômetros de costas com praias magnifícas e florestas que pareciam cabeleiras bem penteadas. Colocou uma reserva biológica única na pantanosa região centro-oeste. Estava transformando quase toda a parte norte na maior floresta com a maior biodiversidade do mundo, quando notou a expressão
G O senador
acertou na mosca propriamente dita e nas moscas varejeiras também. O povinho é povinho mesmo, sem tirar nem pôr. preocupada no rosto do Anjo Gabriel. "Gaby", disse o Senhor, " não estás gostando ?" Gabriel preocupou-se, como sempre, quando ouviu o Senhor tratá-lo com tanta intimidade. Quando era chamado de "Gaby" sabia que vinha coisa. Na outra vez, Ele tinha dito "Gaby vai lá e manda o Miguel jogar a bomba, dando assim início à I Guerra Universal, contra as forças de Lúcifer, que queria dar um golpe de Estado. Mas respondeu à indagação: "Senhor, não Vos preocupais ao beneficiar esse país com tantas belezas e riquezas, será que os outros não ficarão ressentidos ?" A coisa esperada veio. O Senhor, o Anjo não sabe até hoje se irônico ou mordaz, disse com a voz mansa de sempre, mas não necessariamente carregada de bondade: "Espera só um pouco, Gaby, para ver o povinho que eu vou pôr lá". Milhões de anos se
passaram. Um dia destes, há menos de dez dias, a piadinha mostrou-se cheia de incrível atualidade. Jefferson Peres, talvez o mais respeitado senador desse mesmíssimo país, agora conhecido como Brasil, fez um indignado e desanimado discurso, anunciando o fim da sua vida pública quando terminasse o seu atual mandato.
E
m resumo, ele dava dois motivos. Um, é que o mais corrupto de todos os governos da História "desse país" estava praticamente reeleito, levando junto a dançarina da pizza, toda a sua quadrilha de mensaleiros, sanguessugas, vampiros, dólares na cueca, milhões "não contabilizados". Outro, é que os políticos que não valem nada estariam sendo votados por milhões e milhões de eleitores que, por cumplicidade ou desconhecimento, também não valem nada. Ele não usou precisamente estas palavras, é uma pessoa políticamente correta, eu não sou. Estou traduzinho o que ele quis dizer, e disse, praticamente confirmando as palavras do Senhor ao Anjo Gabriel. Povinho. E logo em seguida, ainda dentro desta semana, portanto quase agora, dois respeitadíssimos institutos de pesquisas apresentaram seus mais recentes números, dando confirmação ao Anjo Gabriel das palavras do Senhor, com a prova de que a piadinha anterior à criação do mundo é atualíssima e o discurso do senador acerta na mosca própriamente dita e nas moscas varejeiras também. O povinho é povinho mesmo, sem tirar nem pôr.
O
Anjo viu os números dos dois institutos e apesar de toda a corrupção, de todos os escândalos, de todas as mentiras, de todas as promessas enganosas, de todos os quadrilheiros, o Chefe deles ganha a eleição no primeiro turno. Gabriel anteviu o futuro e percebeu que o segundo mandato serviria para reescrever a história do mundo, assim como o primeiro tinha servido para reescrever a história "desse país". Viu aquele terráqueo afirmar que em primeiro de janeiro de 2003 criou o Çeu e a Terra. Ao notar a expressão preocupada do Anjo, o Senhor perguntou: "O que há Gaby, não estás gostando? " Vem coisa aí, pensou o Anjo com as penas das suas asas. Ele sabe como se manifesta a ira do Senhor. Mas não fala, de medo se ser acusado de pertencer à zelite. NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR
G Voto nulo é
voto Lulla
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
LAZER - 1
11 DE SETEMBRO, 5 ANOS
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odo mundo lembra onde estava e o que fazia na manhã de 11 de setembro de 2001. O ataque terrorista ao World Trade Center de Nova York, nos Estados Unidos, mudou para sempre a história da humanidade. Os efeitos do episódio afetaram do sistema de emissão de passaportes ao renascimento de uma literatura maniqueísta em que os maus são fanáticos religiosos islâmicos. Morreram mais de 3 mil pessoas no WTC, e todos a bordo do vôo 93, cuja história foi transformada no filme, em cartaz no Brasil. No final do mês chega aos cinemas do País As Torres Gêmeas, longa de Oliver Stone baseado na saga real de dois sobreviventes do dia fatídico, o sargento John McLoughlin (Nicholas Cage) e Will Jimeno (Michael Pena). Na TV, vários programas sobre o assunto. Na segunda (11), o History Channel exibe, às 21h, o documentário Al Qaeda – A História Secreta do 11 de setembro, que mostra imagens dos campos de treinamento da organização comandada por Osama Bin Laden. Depois do período de cinco anos de luto, chegou a hora de reviver e talvez começar a entender os caminhos que levaram à tragédia. Desleixo, prepotência ou insanidade? (LHC) Vôo 93: pânico aéreo e heroísmo solidário
VÔO DO PAVOR Geraldo Mayrink
A
ssim como não houve filmes sobre a guerra do Vietnã, enquanto ela durou, são raríssimas na tela as abordagens ao atentado às torres nova-iorquinas em 11 setembro de 2001. Compreende-se. É claro que o polêmico e espalhafatoso Michael Moore fez o seu documentário, com o objetivo principal de mostrar a incompetência das autoridades americanas, como tudo que leve o bafo da administração Bush. E agora o inglês Paul Greengrass, também documentarista e premiado ao retratar um outro episódio histórico em Bloody Sunday (o sangrento confronto entre ingleses e irlandeses em 31 de janeiro de 1972), dá sua versão em Vôo 93, escolhendo o lado mais desconhecido, mais difícil e menos espetacular da tragédia – o que se passou dentro do único dos quatro aviões atacantes que não atingiu nenhum alvo, matando do mesmo jeito todos os seus ocupantes, ao se espatifar no solo muito longe de Nova York. Com aspecto de documentário, o filme no entanto é ficção quase pura, dada a impossibilidade de relatar de verdade o que aconteceu, por falta de provas documentais ou testemunhas. Por isso, Vôo 93 pertence a duas linhas mais que clássicas de Hollywood: o pânico aéreo e o heroísmo solidário, com uma pitada estranha, a da antipropaganda aeronáutica, pois o avião é da United Airlines mesmo, assim como um outro, da transportadora FedEx, com todas as letras, afundou no mar em Náufrago. Não se sabe o que estas empresas pensam disto, mas o fato é que na linha do pânico aéreo, ao qual o filme dedica boa parte de seus minutos iniciais, tudo segue na obscuridade do linguajar dos controladores do tráfego nos céus, numa tradição que se confunde até com a ficção científica. Basta lembrar ao acaso algumas falas registradas nesta tradição: – Houston, temos um problema. – Seja o que for, não é daqui. – Jenny, Jenny! Afaste-se do...
– Ascensão 18h45m2s. – Vrooom... este barulho não pode ser normal – Não posso mais manter a nave no ar. Vistam o aparador de queda. – É bifásico ou trifásico? – Alfa Omega vai desaparecer da tela. Temos que agir rápido. – Desça para S-222 0este, rota NN. Depressa antes que... E por aí afora. Então a conversa ininteligível dos primeiros personagens de Vôo 93 misericordiosamente cessa para que o filme possa entrar na linha do heroísmo solidário, bem mais fácil de entender. É quando os passageiros assustados, depois de pronunciarem suas últimas palavras pelos seus celulares, se rebelam contra os sequestradores, que gritam muito, mas também parecem assustados. Este pavor compartilhado por dominadores e dominados dá um dos toques de originalidade ao filme, e um outro é a total ausência de discursos religiosos, políticos ou raciais, sem nenhum julgamento moral dos personagens, embora fique muito claro (e nem poderia ser diferente) que um dos lados em confronto é indiscutivelmente branco e anglo-saxão e o outro sem dúvida pertence ao Islã, embora não use turbante. O diretor Greengrass parece ter feito o possível para vender seu documentário fictício, conseguindo até criar tensão e um certo suspense, apesar de ter contra ele o desfecho mais do que previsível, anunciado no letreiro final de que "não houve sobreviventes". É muito pouco diante das proporções da tragédia, mas paciência. Não há roteirista ou diretor que dê jeito no mistério. E talvez por isto o episódio que vitimou as infelizes torres nova-iorquinas esteja mesmo condenado a se apagar para sempre das telas de cinema. Que os que lá estiveram descansem em paz. Vôo 93 (United 93, EUA, França/Inglaterra, 2006, 91 minutos). Dirigido por Paul Greengrass. UIP.
Arte sobre fotos: Roberto Alvarenga
O DONO DOS OLHOS VERDES (OU AZUIS?) MAIS FESTEJADOS DA MPB É MESMO UM CLÁSSICO. VEJA POR QUÊ. PÁGINA 3
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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CONEXÃO Lillian Ross: 60 anos de jornalismo literário. Obras com gênese em diários. E DVD Capote.
Marcos Tristão/O Globo
As notícias que se tornaram literatura Não existe isso que chamam de novo jornalismo. Há o bom ou o mau jornalismo. Lillian Ross
Romance da realidade Lúcia Helena de Camargo
L
illian Ross rejeita o título de pioneira em jornalismo literário que lhe é conferido, embora tenha, segundo muitos, inaugurado essa maneira de escrever, que consiste em relatar fatos reais usando técnicas de romance. Aos 79 anos, é uma senhora distinta e simpática. Fala devagar, escolhendo cada palavra com cuidado, o que resulta em um discurso preciso. Ela diz exatamente o que lhe vai na mente. Pequena e delicada, é direta. "Não existe isso que chamam de novo jornalismo", diz, contradizendo teóricos. "Há o bom ou o mau jornalismo." Há seis décadas trabalhando na revista The New Yorker escreve perfis e notas para a seção The Talk of Town. Publicou, entre outras obras, Filme (Picture, 308 páginas, R$ 49,50), livro de 1952 agora relançado no País pela Companhia das Letras, no qual relata os meandros da indústria cinematográfica, contando os bastidores das filmagens, em 1951, por John Huston, do longametragem A Glória de um Covarde (The Red Badge of Courage). A fagulha inicial da idéia de contar a história no formato literário está na carta que a então jovem repórter americana mandou a seu editor, na qual diz que começara a enxergar as situações e seus diálogos como personagens. "Não sabia se isso já havia sido feito, mas queria escrever a história na forma de romance", lembra. Documento do nascimento de um gênero, essa carta está hoje nos arquivos da Biblioteca Pública de Nova York. Na 4ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), em agosto, Lillian Ross participou da conferência Profissão Repórter: A Arte da Reportagem, juntamente com Philip Gourevitch, editor da The Paris Review. Circulava na cidade sempre acompanhada do filho Eric, que tem quase dois metros de altura e faz a mãe parecer ainda mais pequenina. O clichê sobre o conteúdo privilegiado dos menores frascos, aqui se aplica totalmente, porque Miss Ross – como prefere ser chamada – tem muito a oferecer. Entre as tantas explicações que lhe eram pedidas sobre seu método, deu uma dica aos
jovens escritores: "Só escrevo sobre quem eu realmente gosto." Autora de onze livros, prega que nenhum assunto pode ser intocável. Levando seu lema às últimas conseqüências, escancarou a própria vida no livro Here but not Here (não traduzido no Brasil, Random House, 1998, 300 páginas, R$ 77,65), no qual detalha memórias sobre sua relação de 40 anos com o editor-chefe da New Yorker, Willian Shawn, que era casado. Fotos: Arquivo DC
Ernest Hemingway: "personalidade fascinante"
Aos 79 anos, prepara uma nova obra, One of a Kind, na qual traça perfis de 11 atrizes e atores, como Clint Eastwood, Anthony Hopkins, Frances McDormand e Jessica Lange, pessoas que ela admira. Em entrevista concedida ao Diário do Comércio, a escritora diz que a honestidade é a característica mais importante ao se contar uma história. "Em livros, jornais ou revistas, as melhores narrativas são as autênticas, escritas de forma clara e límpida." O momento de parar de apurar e começar a escrever – crucial para quem deseja fazer um relato consistente – é uma questão de "ter em mente tudo o que se quer saber e também o limite, com começo, meio e fim", ensina. "Funciona bem usar fatos e diálogos para indicar a ação." Como Filme é o único livro de Lillian Ross traduzido para o português, perguntamos qual outro seria uma opção para leitura dos brasileiros. Ela aposta em Portrait of
Eastwood, McDormand, Lange, Hopkins e o cineasta John Huston
Hemingway (Modern Library, 128 páginas, R$ 46,65), uma biografia do escritor. "Ele tinha uma personalidade fascinante – era muito divertido." Para Lillian Ross, o bom humor é a maior de todas as qualidades humanas. "O mundo seria um lugar muito monótono se não pudéssemos rir." Ela afirma não ver a si mesma como exemplo a ser seguido, embora critique a maneira como foi levado avante o famoso relato A Sangue Frio, de Truman Capote. "Ele se envolveu demais com os homens que deveriam ser apenas parte da história a ser contada." Lillian acredita que o grande pecado de Capote foi "a busca desesperada em obter fama e fortuna." Sobre outros escritores que praticam o chamado "novo jornalismo", ela também solta algumas farpas. Gay Talese tenderia a exagerar ao relatar o que seus personagens estão sentindo e pensando. E Tom Wolfe também teria deixado "fama e dinheiro" desviarem-no do objetivo de escrever com o coração. Quando pedimos para que mencione um bom profissional de imprensa da atualidade, aponta um colega da New Yorker: o jovem editorialista Hendrik Hertzberg. "Ele escreve, com originalidade e talento, a maioria dos artigos com a opinião da revista a respeito de como as coisas vão no mundo." Miss Ross crê que para ser um bom escritor ou jornalista, as características essenciais são curiosidade, humor, paixão, originalidade e coragem. "Mas apenas 10% pode ser ensinado a uma pessoa. O restante ela precisa aprender por si própria."
Um Lugar ao Sol e outros clássicos que nasceram de tragédias Renato Pompeu
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árias obras literárias foram inspiradas em notícias de jornal e é impossível fazer um levantamento completo. Aqui lidaremos com algumas das mais conhecidas. Um homicídio noticiado em 1906 levou o escritor americano Theodore Dreiser a publicar em 1925 o romance Uma Tragédia Americana, filmado com o nome de Um Lugar ao Sol (foto). Trata-se da história de um boy de hotel que tem uma namorada balconista de loja, mas pelo qual se apaixona por uma moça rica. Quando está programando o casamento com a moça rica, o rapaz fica sabendo que a balconista está grávida. Então, num passeio a dois de barco por um lago, a moça é morta pelo jovem, que se defende dizendo que a morte foi acidental, mas que é condenado, embora conte com o apoio da moça rica. A partir dessa trama, que realmente aconteceu e foi noticiada nos jornais da época, Dreiser levou anos para criar um romance épico que narra os contrastes da sociedade americana da época, com seus ricos e pobres, seu fundamentalismo religioso e sua obsessão pelo sexo, as aspirações dos pobres por terem acesso a artigos de luxo. Tudo isso tratado de uma maneira artística altamente elaborada, o que tornou o livro um clássico da literatura ocidental. O poeta brasileiro Manuel Bandeira se inspirou numa notícia de um jornal carioca para elaborar o seguinte poema: João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número. Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu Cantou Dançou Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
John Dos Passos, Manuel Bandeira, José Louzeiro, Theodore Dreiser
O escritor americano John Dos Passos deu um passo além: entremeou literalmente dezenas de notícias lidas em jornais ao longo de dezenas de anos, em meio ao texto ficcional realista combinado com fluxos de consciência subjetiva, em sua Trilogia USA, publicada a partir de 1930, e que constou dos volumes Paralelo 42, 1919 e Dinheiro Graúdo. Dos Passos, de ascendência portuguesa, que publicou também uma história de Portugal e um livro-reportagem sobre o Brasil, em sua trilogia faz uma crítica sarcástica da sociedade americana do primeiro terço do século 20 – isso em geral e, em particular, narra a participação dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial. Ele mostra, com a profusão das notícias, as contradições entre o sonho americano alimentado pelo vertiginoso progresso industrial daqueles trinta anos e a vida cotidiana das pessoas comuns, repleta de frustrações e até de miséria. Como Dreiser, Dos Passos na época era esquerdista; na segunda metade do século 20, no entanto, evo-
nos. E transmite esse incômodo ao leitor, que também se sente ao mesmo tempo admirado e incomodado com a maldosa beleza do romance. O brasileiro José Louzeiro foi um dos lançadores no País do romancereportagem, sendo o seu livro mais famoso Pixote – A Infância dos Mortos, que foi transformado em filme pelo diretor Hector Babenco. Louzeiro se inspirou num episódio ocorrido em Camanducaia, Minas, em que perto de cem garotos tidos como infratores foram espancados e jogados num precipício. Outra obra importante de Louzeiro é Araceli, Meu Amor, a partir do estupro e morte por um grupo de jovens ricos de uma menina no Espírito Santo, crime que ficou impune. Não é de admirar que haja mais livros americanos inspirados em notícias de jornal do que europeus. A imprensa européia manteve suas origens político-partidárias, praticando um jornalismo de opinião, enquanto a imprensa americana já no século 19, para atender um mercado interno maior e uma população menos politi-
luiu para o conservadorismo, como crítico agudo das mazelas dos antigos regimes comunistas. Mas o livro mais famoso inspirado em notícia de jornal é, sem dúvida, o "romance de não-ficção" A Sangue Frio, do também americano Truman Capote, publicado em 1966, após seis anos de pesquisa sobre um crime numa pequena cidade do Kansas, em que dois rapazes massacraram toda uma família. Capote ficou fascinado com a mentalidade dos dois jovens, que entrevistou dezenas de vezes, falavam friamente dos detalhes de todas as suas ações e jamais demonstraram qualquer arrependimento ou remorso. Na verdade, Capote se sentiu incomodado com uma espécie de admiração que sentiu pelos dois assassi-
zada, evoluiu dos jornais político-partidários para a imprensa factual, alimentada por despachos das agências de notícias. Como se sabe, o que é político-partidário raramente origina obras de grande arte. Mesmo assim, o escritor alemão Thomas Mann, por exemplo, para descrever fisicamente seus personagens, se baseou muitas vezes em fotos e ilustrações publicadas em jornais e revistas. Renato Pompeu é jornalista e escritor, autor do ensaio biográfico Canhoteiro, o Homem que Driblou a Glória (Ediouro), e do romance-ensaio O Mundo Como Obra de Arte Criada pelo Brasil, a ser lançado pela Editora Casa Amarela.
O HOMEM QUE PERDEU SUA ALMA
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hilip Seymour Hoffman foi premiado com o Oscar de Melhor Ator por sua participação no filme Capote (Estados Unidos/Canadá, 2005, 98 minutos). Os modos efeminados e a afetadíssima voz que se vê no longa-metragem dirigido por Bennett Miller soam artificiais a quem não conheceu o escritor. O lançamento do DVD (foto à esquerda) chega para provar que a atuação é mesmo fiel e a Academia de Hollywood fez justiça. Truman Capote (1928-1984, na foto à direita) era um homossexual sem papas na língua, festeiro e muito conhecido no meio artístico.
O filme não chega a ser propriamente uma cinebiografia, já que se concentra nos seis anos da vida do escritor nos quais construiu sua mais famosa obra, A Sangue Frio, o relato do assassinato de uma família da pequena cidade de Holcomb, no Estado do Kansas, cometido por dois homens que acabaram condenados à morte. A princípio determinado a escrever um artigo para a revista New Yorker sobre o bárbaro crime, o escritor mudou de rumo ao conhecer Perry Smith (Clifton Collins Jr), um dos assassinos, estabelecendo com ele
uma relação próxima, de natureza jamais totalmente esclarecida. A partir daí, a reportagem transformou-se no livro, que seria aclamado como exemplo do estilo "novo jornalismo", no qual usa-se técnicas de ficção para relatar fatos reais. Para escrever a obra, diz-se que Truman perdeu a alma, o que é sugerido no filme, pelo definhar do escritor no final. Imagens do Capote real, além do making of do qual participam diretor, protagonista e o roteirista Dan Futterman, ajudam a entender esse personagem da história do século 20. (LHC)
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Internacional
AFP
Líbano: livre no ar, preso no mar
O Líbano é o oposto da intervenção no Iraque José Luis Zapatero, primeiro-ministro da Espanha
Blair diz que sai, mas não fala quando
Israel suspende bloqueio aéreo imposto ao Líbano há 60 dias. Mas mantém o bloqueio marítimo.
Pressionado pelo seu partido, primeiro-ministro concorda em deixar o cargo, mas não fixa data
D
O
epois de quase dois meses, o governo de Israel anunciou, ontem, que seu bloqueio aéreo e marítimo imposto ao Líbano foi oficialmente encerrado. Mas, numa mudança de última hora, o bloqueio naval foi mantido. Na última quarta-feira, o governo israelense havia anunciado que todo o bloqueio seria suspenso, e a medida chegou a ser anunciada ontem pela manhã por um porta-voz da chancelaria. Mais tarde, esclareceu-se que o bloqueio aos portos libaneses continuará até que uma força da Organização das Nações Unidas (ONU) chegue para impedir o contrabando de armas para o Hezbollah. Numa demonstração da normalização do tráfego aéreo, um vôo comercial da Middle East Airlines, companhia aérea nacional do Líbano, sobrevoou Beirute três vezes às 18h04 (12h04 em Brasília), quatro minutos após o final do bloqueio. O vôo, vindo de Paris, fez um pouso no Aeroporto de Beirute. O governo israelense foi criticado por militares e pelas famílias dos dois soldados capturados, cujo seqüestro pelo Hezbollah deu início à guerra de 34 dias entre Israel e o grupo libanês. Os críticos disseram que o fim do bloqueio abrirá espaço para a reorganização do Hezbollah, além de eliminar uma das vantagens que Israel tinha para negociar a libertação dos militares. À espera da ONU – Autoridades israelenses informam que as Nações Unidas ainda trabalham em questões de logística para assumir o patrulhamento do litoral libanês, e que se espera que o problema estará resolvido em 48 horas. Israel estará pronto para transferir a responsabilidade dos portos libaneses assim que a força internacional comandada pela ONU estiver pronta. Ontem, o parlamento espanhol aprovou por esmagadora maioria o envio de 1.100 soldados ao Líbano para fazer parte da força de paz da ONU, missão classificada pelo governo como de risco, mas vital para obter paz duradoura no O r i e n t e M édio. O primeiro contingente de soldados, cerca da metade que Madri enviará ao Líbano, partirá da Espanha hoje em quatro navios na base naval de Rota, na província de Cádiz, com 566 soldados. Votos – Do s 308 deputados presentes na sessão de ontem da Câmara, de um total de 350, 306 votaram a favor, nenhum contra e 2 se abstiveram. A aprovação do envio dos soldados faz da Espanha o terceiro maior país, atrás apenas da França e da Itália, a contribuir com o aumento das Força Interina da ONU no Líbano, criada 34 dias depois da guerra entre Israel e o grupo libanês Hezbollah. (AE)
No vídeo divulgado ontem Osama Bin Laden, na foto de frente, aparece com alguns dos supostos autores intelectuais dos atentados aos EUA
BIN LADEN NA TEVÊ Às vésperas de mais um aniversário do fatídico ataque de 11 de setembro aos Estados Unidos, Osama Bin Laden aparece em um filme divulgado pela rede de tevê árabe
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quatro dias do quinto aniversário dos ataques de 11 de Setembro aos Estados Unidos, a rede de tevê árabe Al-Jazeera exibiu o que seriam imagens inéditas de Osama Bin Laden reunido com alguns dos autores intelectuais dos atentados. As imagens mostram Bin Laden sentado com seu ex-auxiliar Mohammed Atef e Ramzi Binalshibh, outro suposto autor intelectual dos ataques. A rede de tevê não informou, no entanto, como conseguiu o vídeo. Atef, também conhecido como Abu Hafs al-Masri, foi morto num bombardeio americano no Afeganistão, em 2001. Binalshibh foi capturado em 2002 e o presidente dos EUA, George W. Bush, já afirmou que pretende submetê-lo a julgamento militar. Bin Laden está desaparecido desde que o presidente dos EUA, George W. Bush, decidiu invadir o Afeganistão como
parte do que chamou de uma campanha contra o terror. Ontem, o senado norte-americano aprovou, por unanimidade, a proposta de um acréscimo de US$ 200 milhões ao orçamento da Defesa previsto para este ano. O dinheiro extra será usado na AFP criação de uma unidade de inteligência voltada à captura de Bin Laden. Medo – Uma pesquisa realizada pela rede de tevê americana CBS confirmou que perto de 70% das pessoas que vivem em Nova York afirmaram estar "muito preocupadas" com novos ataques terroristas. Ainda segundo a pesquisa, 36% dos nova-iorquinos disseram que, mesmo após quase cinco anos dos ataques, pensam todos os dias nas cenas da tragédia, e mais da metade dos
entrevistados foi categórica ao afirmar que não querem trabalhar no alto dos novos edifícios do World Trade Center, que serão construídos no lugar dos antigos prédios A preocupação dos novaiorquinos é tanta que 58% dos en trev ist ad os acham que o governo Bush está trabalhando o suficiente para proteger a cidade de novos atentados. Outros 57% disseram que acham muito provável que Nova York volte a ser alvo dos extremistas. Ontem, o presidente Bush reconheceu que a falta de cooperação entre as agências federais de segurança dos EUA ajudou Bin Laden a atacar o país em 2001. Vídeo – Também ontem, a mesma tevê Al-Jazeera levou
ao ar uma fita de áudio na qual o novo líder da Al-Qaeda, Abu Hamza al-Muhajir, convoca todos os muçulmanos a se unirem aos rebeldes no Iraque, contra a força norte-americana e de seus aliados. "Coloquem suas mãos em nossas mãos... nosso inimigo se uniu, agora é o momento para nos unirmos", disse o locutor. Muhajir, conhecido por usar o nome Abu Ayyub al-Masri, tornou-se o líder do grupo após a morte de Abu Musab alZarqawi (seu antecessor) durante um ataque aéreo norteamericano em junho. Muhajir prometeu vingar a morte de Zarqawi. O sul do Iraque é dominado por xiitas que tomaram o poder após a guerra de 2003, liderada pelos EUA. Tentando entender parte dos atentados, o diretor inglês Paul Greengrass lançou o filme Vôo 93, o vôo cujo avião caiu sem atingir o alvo, graças ao heroísmo dos passageiros (ver no DCultura). (Agências)
primeiro-ministro britânico, Tony Blair, anunciou, ontem, que deixará o cargo em menos de um ano, mas recusou-se a fixar uma data exata. Blair vinha sofrendo forte pressão do seu partido, o Trabalhista, para dizer quando deixará o cargo que ocupa há quase dez anos. O estopim do anúncio de ontem foi uma briga pelo poder entre Blair e o ministro das Finanças britânico, Gordon Brown. A disputa culminou com acusações de chantagem da parte de Blair e uma feroz discussão entre os dois, anteontem à noite. O vago prazo talvez não seja o suficiente para Brown, que exigiu que Blair saísse perto do Natal e que fosse formado um gabinete conjunto eficaz até um novo líder ser escolhido pelo partido. A declaração de Blair confirmou efetivamente o que membros do gabinete, entre eles o ministro do Meio Ambiente, David Miliband, insinuam sobre as intenções dele nos últimos dias. A mudança ocorre no momento em que o primeiro-ministro luta para se agarrar ao cargo e impedir a desintegração dos trabalhistas. Pressão – Apesar do embate pelo poder, na noite de quartafeira, o próprio Brown se viu pressionado a repudiar o movimento de alguns membros do Parlamento para obrigar Blair a deixar o cargo agora. Assim como Blair, a ação de Brown também foi descrita por partidários com a palavra "chantagem", que ele estaria orquestrando um golpe. De Downing Street (a residência oficial do primeiro-ministro) veio a informação de que a renúncia na quarta de Tom Watson, assessor do ministro da Defesa, e de seis assessores parlamentares, aconteceu com a aprovação de Brown. Os sete abandonaram o governo, exigindo que Blair saísse imediatamente. (AE)
Sharif Karim/Reuters
Luke MacGregor/Reuters
Há quase dez anos no cargo de primeiroministro, Tony Blair enfrenta uma briga pelo poder com o ministro das Finanças britânico, Gordon Brown, e com parlamentares que pedem sua saída já. Vôo comercial da Middle East Airlines, companhia aérea nacional do Líbano, sobrevoou Beirute três vezes, ontem, quatro minutos após o final do bloqueio
Felipe Calderón enfrenta forte oposição D
errotado na recontagem de votos e recusando-se a aceitar a perda nas urnas e os apelos por um diálogo nacional, Andrés Manuel López Obrador, o candidato da oposição à presidência do México, está determinado a impe-
dir que não apenas o governo de Felipe Calderón, eleito novo presidente, mas também as instituições funcionem normalmente. Na sua última proeza, os militantes da frente de oposição Pelo Bem de Todos ocuparam a frente do Tri-
bunal Eleitoral, lançando ovos e insultos contra os políticos e funcionários do governo que se aventuraram a entrar pela porta principal para assistir à diplomação do presidente Felipe Calderón, na quarta-feira.
Para o próprio Calderón poder chegar ao local foi preciso organizar um esquema especial: Calderón desceu de helicóptero num prédio vizinho, seguiu numa caminhonete e teve de entrar no Tribunal pela garagem. (AE)
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Planalto Eleições Congresso Sanguessugas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 11 de setembro de 2006
É uma luta inglória. Roseana Garcia, viúva de Toninho do PT.
RECESSO ADIA VOTAÇÕES NO CONGRESSO
PT INSISTE: QUER SABER Maná de votos QUEM MATOU TONINHO. A
Eymar Mascaro
Familiares e simpatizantes do partido em Campinas pedem investigações mais profundas sobre o crime.
C
erca de 1 0 0 m e mbros e simpatizantes do Partido dos Trabalhadores (PT) de Campinas, no interior de São Paulo, protestaram ontem contra o que consideram falta de solução sobre a morte do prefeito Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT. Toninho foi assassinado com um tiro na noite de 10 de setembro de 2001. Para a polícia e o Ministério Público Estadual, o crime foi
cometido pela quadrilha do seqüestrador Anderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, porque Toninho teria atrapalhado a fuga do bando. A família e o PT de Campinas contestam a versão oficial. A mulher de Toninho, a psicóloga Roseana Moraes Garcia, disse que já perdeu as esperanças de ver alguma alteração no processo. "É uma luta inglória", lamentou. Como já fez em outros momentos, Roseana acusou o PT nacional, o ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos e o pró-
prio presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "traição", por não incentivarem o avanço das investigações sobre o caso. Para os manifestantes, a morte foi premeditada e cometida a mando de pessoas que tiveram interesses financeiros e políticos contrariados na época pelo prefeito. O senador petista Eduardo Suplicy, que entrou no caso quando a família pediu ajuda da CPI dos Bingos, participou do protesto. Ele nem eximiu e nem acusou o PT pela falta de afinco nas investigações. "Eu
sou do PT e estou aqui para me solidarizar com a família e os companheiros petistas. Esse caso precisa de um esforço adicional", afirmou o senador. Ele prometeu intervir junto ao ministro da Justiça para tentar reacender o caso. Crime – Da quadrilha, apenas Andinho está vivo e preso. Em outubro de 2001, quatro homens do grupo foram mortos em um suposto confronto com policiais em Caraguatatuba, litoral norte de São Paulo, entre eles o suposto autor do disparo contra Toninho. (AE)
Severino Silva / AE
s cúpulas do PSDB e PFL já acertaram com Geraldo Alckmin: os eventos em São Paulo, Rio e Minas serão privilegiados pelo candidato. Eles entendem que Alckmin precisa crescer nos três estados para forçar a realização do 2º turno. Os três representam 40% do total do eleitorado, ou seja, 50 milhões de 126 milhões de votos em todo o País. Os aliados esperavam um crescimento de Alckmin nos últimos dias, em função do novo estilo de campanha, mais crítico ao governo Lula. Mas, segundo revelou a pesquisa Datafolha, Lula cresceu de 50% para 51%, enquanto Alckmin manteve os mesmos 27%.
AVANÇO O lado bom da pesquisa Datafolha foi a revelação de que Alckmin se recuperou parcialmente no Rio (11 milhões de votos). O tucano reconquistou a 2ª colocação que havia perdido para a senadora Heloísa Helena (Psol). Alckmin tem agora 19% das intenções de voto, contra 18% de Heloísa e 48% de Lula.
SINTONIA
Corpo a corpo: "Tenho que andar com minhas próprias pernas", diz.
NÃO PODE. MAS VLADIMIR PANFLETA.
O
candidato do PT ao governo do Rio, Vladimir Palmeira, panfletou na manhã de ontem na Feira de São Cristóvão, descumprindo determinação da juíza Adriana Lopes Mutinho, do Tribunal Regional Eleitoral, para que não fosse permitida veiculação de propaganda eleitoral no local. Os cabos-eleitorais do candidato enrolaram as bandeiras
para circular dentro da feira, mas distribuíram folhetos e o livreto "Vladimir Palmeira – um Rio para todos", de autoria do cordelista Chico Salles. Salles conta a história de Vladimir Palmeira em versos de cordel, apresentando-o como candidato que "Prioriza a educação/ trará também a certeza/ que teremos com clareza/ o combate à corrupção". Em seguida, o cordel lembra que é "Apoiado pelo Lula/ de novo com a força do povo/ Vladimir vai governar/ feito a casca do ovo/ na proteção da essência/ no mundo a maior ciência/ é viver com o velho e o novo". O livreto também alfineta a governadora Rosinha Garotinho: diz que ela e o marido têm "trazido desgosto". Vladimir Palmeira explica o fraco desempenho de sua campanha, apesar de as pesquisas de intenção de voto indicarem forte votação no presidente Lula, dizendo que o eleitor não transfere voto. "Tenho que andar com as minhas pernas, ganhar pelos meus próprios méritos", admite. Vladimir diz que tentará uma virada na campanha porque metade dos eleitores ainda não tem candidato. (AOG) Dida Sampaio / AE
Trabalhos recomeçam em 20 dias
VOTAÇÕES NO CONGRESSO, SÓ APÓS AS ELEIÇÕES
O
Congresso Nacional e o Senado só retomam suas atividades após as eleições, em 1º de outubro. As próximas votações, portanto, ficam para o próximo mês. Entre elas, estão a lei geral das micro e pequenas empresas e o Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica) que, por enquanto, continuam parados. Este é o recesso branco, período em que os congressistas se dedicam exclusivamente às campanhas eleitorais.
Além do crescimento no Estado, a coordenação de campanha de Alckmin decidiu unificar esforços no Rio: assim, os candidatos a governador Eduardo Paes (PSDB) e Denize Frossard (PPS) concordaram em subir juntos no mesmo palanque do candidato tucano.
governo do Estado, Roberto Requião e Lula estão numa boa.
SALTO Alckmin tenta avançar em outro estado da região, o Rio Grande do Sul. O tucano está colando sua campanha na de reeleição do governador Germano Rigotto (PMDB). O RS conta com um colégio de 7,5 milhões de eleitores, e Rigotto lidera todas as pesquisas.
ESPERANÇA Além do Paraná e Rio Grande do Sul, os tucanos esperam pelo crescimento de seu candidato em Santa Catarina. Alckmin tem o apoio do exgovernador Luiz Henrique (PMDB), candidato à reeleição. Santa Catarina tem 4,3 milhões de eleitores.
DIANTEIRA
2º PLANO
Alckmin está na frente de Lula em São Paulo (26 milhões de eleitores). A meta do tucano é ter uma vantagem de 15 pontos percentuais sobre o petista. Atualmente, a vantagem é de 6 pontos – 43% contra 37%. Alckmin acha possível chegar a essa margem pois, segundo pesquisas, ele deixou o governo do Estado com 69% de aprovação.
Como Alckmin vai privilegiar o Sudeste, os tucanos vão confiar nos aliados para tocarem a campanha no Nordeste (33 milhões de votos) e regiões NorteCentro/Oeste (20 milhões de eleitores). Alckmin quer salvar o 2º turno e, por isso, vai se fixar mais em São Paulo, Rio e Minas.
OLHO VIVO O PSDB detectou na pesquisa Datafolha que Lula está em processo de crescimento em municípios da Grande São Paulo. Por isso, a agenda dos tucanos deve privilegiar a região, sobretudo municípios do ABCD e Baixada Santista.
COLÉGIO Os tucanos estão de olho também nos 13 milhões de votos que formam o colégio eleitoral em Minas. O governador Aécio Neves, candidato à reeleição com mais de 70% de intenção de voto, tenta impulsionar a campanha de Alckmin no Estado. O candidato espera crescer na região nas próximas pesquisas.
PERDA Apesar de sofrer duras críticas do tucano nos últimos 15 dias, Lula voltou a crescer no Sul do País: o petista tinha um ponto na frente do tucano, mas a diferença aumentou para seis pontos. No Sul, com 20 milhões de eleitores, Lula tem 39% e Alckmin, 33% de preferência do eleitor.
PESO É provável que o crescimento de Lula no Sul, constatado pelo Datafolha, tenha ocorrido em função da ajuda que vem recebendo de peemedebistas do Paraná (7 milhões de votos). Candidato à reeleição ao
AGRADO Alckmin fez um agrado a Aécio Neves ao dizer que, se eleito, ajudaria a derrubar a reeleição. Com seu comentário, Alckmin espera que Aécio se empenhe mais por sua candidatura em Minas.
COMPROMISSO Na esperança de arrancar alguns pontinhos para Alckmin no seu estado, Tasso Jereissati prometeu se empenhar em tempo integral na campanha do seu candidato no Ceará. Apesar do governador Lúcio Alcântara (PSDB), que poderia ajudar o candidato do seu próprio partido, continuar fazendo juras de amor ao presidente Lula.
TITITI Governistas do PMDB ainda tentam convencer o candidato a governador de São Paulo, Orestes Quércia, a comparecer ao encontro de Lula com lideranças peemedebistas na próxima semana, em São Paulo. Mas Quércia diz que não vai comparecer ao fuça-fuça com o petista porque não apóia nenhum dos presidenciáveis.
segunda-feira, 11 de setembro de 2006
Congresso Planalto Seção Destaque CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 A demagogia é uma praga difícil de ser eliminada da política. No programa de Lula
LULA REAGE E CAMPANHA NA TV ESQUENTA
Rodolfo Buhrer / AE
P
ela primeira vez na campanha deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, abandonou o estilo "Lulinha Paz e Amor" e atacou o tucano Geraldo Alckmin, segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto. No horário eleitoral exibido na noite de sábado, o candidato petista classificou como "demagógica" a atitude do tucano, que, em programa exibido no mesmo dia, expôs imagens de Alckmin conversando com motoristas que enfrentam a rodovia BR-316, que liga o Maranhão ao Pará. Os coordenadores da campanha tucana teriam fretado avião e helicóptero para que Alckmin alcançasse uma equipe da Rede Globo que fazia uma reportagem sobre a situação da estrada para o Jornal Nacional. Na noite de sábado, um apresentador da campanha tucana abriu o programa com críticas pesadas a Lula e apresentou imagens de rodovias em mau estado de conservação em Minas Gerais Paraná e outras unidades da federação. "E o que fez o governo Lula nestes quatro anos? Às vésperas das eleições, anunciou uma operação tapa-buracos, tudo às pressas, sem planejamento", disse o locutor. Alckmin prometeu recuperar a malha rodoviária do País. A resposta de Lula foi dada durante o horário eleitoral. Segundo a campanha, a reforma da
Era uma vez Lulinha paz e amor Campanha de Lula decide endurecer os ataques a Alckmin
BR-316 já foi licitada e outros 9 mil quilômetros de rodovias foram ou estão sendo reconstruídas pelo governo federal. Além de prestar esclarecimentos, os coordenadores da campanha de Lula partiram para o ataque e lembraram que o setor foi abandonado durante os oito anos da administração de Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 2002. Esta foi a primeira vez que Lula rebateu uma acusação feita por adversários durante a disputa pela Presidência da República. Na seqüência, a apresentadora do programa de Lula lembrou que, em seu governo, Alckmin privatizou as rodovias paulistas que, atualmente, cobram altos pedágios. "Esta atitude do candidato é a prova de que a demagogia é uma praga difícil de ser eliminada da política brasileira", disse a apresentadora. "Política se faz com seriedade, não com demagogia", concluiu. Antes do ataque a Alckmin, que só foi apresentado nos minutos finais do programa, a propaganda petista repetiu a relação de obras que o presidente Lula coordenou em seu mandato, com ênfase para a infra-estrutura. Tapa-buraco – A "Operação Tapa-Buraco", que começou no início do ano, foi considerada ineficaz por especialistas, já que os trabalhos coincidiam com o período de chuvas; e chamada de eleitoreira pela oposição. O governo diz ter gasto R$ 400 milhões na operação. (AE)
AGORA É 'LULINHA FERA E ÓDIO' P
ara o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati, ao classificar de "demagogias" as críticas à situação da BR- 316 feitas pelo candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou ser o "Lula fera e ódio". De acordo com Tasso, a reação comprova o medo do presidente de enfrentar o tucano em um eventual segundo turno. "Ele está apavorado. As pesquisas estão mostrando um crescimento consistente e constante do Geraldo Alckmin. Se continuarmos com esse crescimento, nós vamos com certeza, já nos próximos dez dias, passar dos 30% das intenções de voto", avaliou. Em resposta ao desafio do
Ed Ferreira / AE
Confiança, ainda: Alckmin diz que vai vencer em cima da hora.
programa "Caravana do Jornal Nacional", da TV Globo – um ônibus que viaja pelo Brasil com equipe liderada pelo jornalista Pedro Bial –, Alckmin deu uma de repórter do seu
próprio programa eleitoral exibido no sábado à noite. O PT tentou neutralizar o tucano, ainda antes da exibição do programa, ao dizer que foi "demagógica" a citação da estrada.
FRANCENILDO É A 'BOLA DA VEZ'
O
candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, lembrou ontem, em discurso, o caseiro Francenildo dos Santos Costa e disse que iria colocar "um tapete vermelho" para o rapaz, responsável pelas denúncias que ajudaram a derrubar o então ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci. No comício em Brasília, acompanhado do ex-governador e candidato ao senado pelo PMDB do DF, Joaquim Roriz, e pela candidata tucana ao governo, Maria de Lourdes Abadia, Alckmin subiu o tom e fez ataques diretos ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. "Eu quero ser presidente para acabar com o cuecão, com o mensalão, com os sanguessugas, os vampiros", atacou. "O meu governo não vai ser violento com o Francenildo. Vamos pôr um tapete vermelho. É o brasileiro honesto, de bem. Mas vamos fazer todos os corruptos correrem daqui". Em entrevista, depois do comício no qual falou para aproximadamente 3 mil pessoas arregimentadas por Joaquim Roriz e Maria Abadia, o candidato tucano voltou a questionar a "violência" com que o governo Lula tratou Francenildo durante o episódio e afirmou que têm uma preocupação com a democracia por conta do governo Lula. "É uma grande preocupação", reforçou. "O regime que
Tucano elogia atitude do caseiro que levou à queda do ministro Antônio Palocci e diz que expulsará os corruptos. tem corrupção é autoritário porque tem que esconder o corrupto", afirmou. Francenildo denunciou que Palocci freqüentava a casa, apelidada de República de Ribeirão, onde lobistas se reuniam, faziam festas e partilhavam dinheiro, em Brasília, quando Palocci era ministro. Ele disse também ter visto Palocci muitas vezes na casa – fato negado por ele. Para desacreditar o caseiro, o ex-ministro comandou uma operação de quebra ilegal do sigilo bancário e divulgou que Francenildo tinha R$ 25 mil na sua conta – o que sugeriria que o caseiro estivesse recebendo dinheiro da oposição para incriminar o ministro. O dinheiro, no entanto, foi dado por seu pai biológico para o acerto em um processo de paternidade, mas o grupo de Palocci passou a idéia de que o caseiro havia sido pago para fazer a denúncia. Alckmin voltou a dizer que a campanha começou depois do dia 7 de setembro e pôs em dúvida o resultado das últimas pesquisas eleitorais. Em seu discurso, disse para os presentes não se importarem com as pesquisas. "Em São Paulo, o governador das pesquisas era (Paulo) Maluf, mas quem teve 12 milhões de votos foi Geraldo Alckmin", afirmou. Estradas– O candidato tucano demonstrou satisfação com a resposta antecipada feita pe-
"O Lulinha paz e amor é produto do Duda Mendonça. Nunca existiu. Toda vez que ele se sente de alguma maneira criticado ele vira um Lula fera e ódio. Toda vez que ele se sente por cima também – é bom lembrar o caso do caseiro Francenildo –, ele não titubeia em tripudiar e pisar em cima", disse o senador tucano. Essas declarações foram dadas logo após participar de um comício com Alckmin, no sábado à noite, que reuniu oito mil pessoas em Quixeramobim, a 210 quilômetros de Fortaleza, no sertão do Ceará. "Ele (Lula) não quer o segundo turno porque tem debate. No debate, ele é obrigado a se expor sem produção. Aparecer na televisão todo produzido, editado e pré-gravado é
pela primeira vez dirigiu críticas a ele no horário eleitoral, Alckmin respondeu: "O Lula tem que ficar bravo com o fato, e não com as críticas. Por que não arrumou as estradas? Por que não trabalhou direito?", perguntou o candidato. No palanque, Alckmin criticou o baixou crescimento do País, prometeu aumentar o Bolsa-Família, recriar a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e instalar indústrias na Região. Nenhum dos eventos de campanha de Alckmin no Ceará teve a participação do governador Lúcio Alcântara, do PSDB. Apesar de tucano, Lúcio Alcântara tem preferido, devido às desavenças com Tasso, se mostrar mais próximo ao presidente Lula. (AE)
HELOÍSA CRITICA PESQUISAS
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lo PT ao seu programa sobre a estrada no Maranhão, veiculado na noite de sábado. Antes mesmo de o programa ir ao ar, o PT fez, no horário eleitoral, uma defesa do programa Tapa-buracos do governo federal, e acusou Alckmin de ser "anti-ético" e "demagogo". "A verdade dói", disse o tucano. "O PT e Lula não podem falar de ética. Não conhecem essa palavra. Estão é com medo de perder votos. Não gostam da verdade, gostam da ficção". Alckmin afirmou ter gostado de ver o PT reagir. Disse que agora a campanha começa, que o governo mostrou interesse em debater. "Até agora era um monólogo". O ex-governador de São Paulo chegou a Brasília no final da manhã de ontem e foi recebido por Roriz e Abadia no aeroporto. De lá, saiu em uma carreata que reuniu cerca de mil veículos, desde o aeroporto até o estacionamento do estádio Mané Garrincha, onde aconteceu o comício. Mas, apesar da reconhecida capacidade de Roriz atrair gente, a carreata do domingo chamou pouca atenção em Brasília. Em um domingo de sol forte, numa cidade onde já há pouca tradição de pessoas andando na rua, poucos viram Alckmin passar ou pararam para responder aos acenos do candidato que passava. Apesar disso, o tucano classificou o evento de "impressionante". (AE)
uma coisa. Ir ao debate e ter que responder perguntas é muito difícil para ele, porque tem coisas que não dá para ele responder", comentou Tasso. Virar o jogo – Geraldo Alckmin acredita que dá para virar o jogo faltando apenas três semanas para o dia da votação. Acredita, inclusive, que vai nesta reta final diminuir a diferença no Nordeste, onde Lula conta com mais de 70% das intenções de voto, enquanto o tucano não chega a 15%. Alckmin fez comparações com os Estados Unidos, onde, segundo ele, o eleitor só começa a se definir 15 dias antes. O tucano reforçou as críticas ao estado de conservação da BR-336, que liga os estados do Pará, Maranhão e Piauí. Quanto à reação do presidente, que
candidata do PSol à Presidência da República, Heloísa Helena, criticou ontem a divulgação das pesquisas eleitorais nas quais aparece em terceiro lugar na corrida à sucessão presidencial desde o início da campanha. Heloísa não desqualificou os números nem os institutos, porém sugere que as aferições não refletem a realidade. "Não tenho dinheiro para contratar nenhuma pesquisa eleitoral. Ou as pesquisas são mentirosas ou meu eleitorado é muito apaixonado porque eu hoje me sinto muito melhor do que estava há tempos atrás", disse em Cuiabá (MT) onde participou de carreata e caminhada
260 metros com 3 wc e copa cozinha no 2º andar. Escritura registrada direto c/ proprietário. R. Barão de Itapetininga, 151 Centro - São Paulo-SP Tel.: (11) 3120-3688 - c/ José Augusto
num parque da cidade. A senadora defendeu a diversificação da produção na Amazônia como alternativa econômica para geração de emprego e renda. "Nenhuma região brasileira pode ser condenada ao fatalismo de uma única atividade econômica, seja na agropecuária na indústria e no comércio", afirmou Heloísa. A exemplo da Petrobras, a candidata propõe a criação de uma empresa pública para explorar a biodiversidade na Amazônia. "Com o encerramento do ciclo do petróleo é importante que possamos criar para a região amazônica uma instituição tão poderosa como a Petrobras foi para o ciclo do petróleo, para a
o ciclo da biodiversidade, da água doce e de outros componentes para a geração de energia", disse ela. Heloísa voltou a criticar a falta de investimentos na agricultura e na pecuária. Segundo ela, esses dois setores carecem de mais subsídios, créditos e investimentos em pesquisa e tecnologia. "No nosso governo nós não vamos roubar. Um País que tem R$ 870 bilhões só de dotação inicial não pode dizer que não tem dinheiro; pode tudo", destacou ela. A candidata defendeu ainda um aumento substancial nos investimentos em infraestrutura turística para atrair mais visitantes nacionais e estrangeiros. (AE)
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 11 de setembro de 2006
1 Pela concorrência dos camelôs, vedemos com estreita margem de lucro. Ari Vieira, comerciante
INDEPENDÊNCIA! OU COMPRAS! Milton Mansilha/LUZ
A um mês do Dia das Crianças, e com a proximidade do final do ano, consumidores lotaram a região da Rua 25 de Março em busca de presentes
O
feriado prolongado da Independência do Brasil transformou a Rua 25 de Março, no Centro da cidade de São Paulo, em um verdadeiro "mar de gente". Os consumidores aproveitaram o descanso para pesquisar preços e conferir as principais novidades da maior via de comércio da América Latina. Afinal, o feriado foi o último antes do Dia das Crianças e um dos poucos até o Natal deste ano. Na sexta-feira, a Ladeira Porto Geral, vista de cima, mostrava a enorme multidão, que disputava os raros espaços vagos, desviando dos camelôs instalados nas calçadas e dos poucos carros que se arriscaram a trafegar por ali. "Isso aqui virou uma tremenda confusão, não dá nem para andar", reclamou a aposentada Maria de Jesus. Mesmo assim, ela seguiu em frente. "O preço baixo compensa qualquer sacrifício." A mais popular rua de comércio da capital paulista teve um movimento estimado de 800 mil pessoas na sexta-feira, um recorde para o período. O fluxo de um dia normal é de cerca de 400 mil pessoas, segundo a União dos Lojistas da 25 de Março (Univinco). No sábado não foi diferente. As ruas no entorno da 25 de Março também ficaram congestionadas desde a manhã. A lentidão chegou até a Avenida 23 de Maio, uma das principais vias de acesso ao local. E a temperatura, que já estava naturalmente alta – os termômetros marcavam 30 graus ao meiodia –, parecia ainda maior em meio à massa humana que tomava as ruas. Brinquedos – Muitos consumidores que foram às compras na sexta e no sábado buscavam brinquedos. Faltando um mês para o Dia das Crianças, o comércio já está colhendo os bons frutos da data comemorativa. Segundo pesquisa divulgada pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), em 2006, as vendas deverão aumentar 15% em relação ao mesmo período do ano passado. A loja Armarinhos Fernando, tradicional na região e conhecida por "vender de tudo", estava lotada. Com mais de 120 mil diferentes itens, o estabelecimento chega a receber até 3 mil clientes por dia. Segundo o gerente Márcio Eduardo Gravic, na sexta-feira esse número quase dobrou. "O fenômeno é típico da capital paulista. Quando o feriado emenda, as pessoas aproveitam para fazer compras." O setor mais movimentado na loja foi o infantil. Pais carregavam no colo filhos e sobrinhos em um passeio que exigia atenção redobrada. "Tem que tomar cuidado para não perder a criança sapeca no meio de tanta gente", disse a professora Jéssica Amaral, mãe de Camila, de cinco anos. A menina estava deslumbrada no meio de tantas opções de presentes. As irmãs Jéssica Besson e Ana Paula também aproveitaram o feriado prolongado para comprar presentes para a criançada. "Pesquisamos para o Dia das Crianças e já compramos alguns mimos adiantados. O preço dos brinquedos está muito bom", disse Jéssica. Atacado – Além dos consumidores finais, também havia
Cerca de 800 mil pessoas circulavam na Rua 25 de Março na última sexta-feira, dividindo espaço com carros e camelôs, o que causou congestionamentos em toda a região
muita gente na 25 de Março aproveitando para abastecer seu comércio, como Leandro Pereira da Silva, que está preparando seu bazar para o Dia das Crianças. Na sexta-feira, ele foi às compras, enfrentou filas de mais de uma hora nos caixas, mas ficou satisfeito. "A 25 de Março tem sempre esse ritmo acelerado e é o melhor lugar para o atacadista. Encontrei todos os brinquedos que eu precisava para a minha loja, com um preço excelente. Compensa encarar toda essa loucura." Na loja Comercial Gomes, o movimento também foi maior do que o normal. Segundo a vendedora Sônia Maria, os
consumidores estão comprando brinquedos já há um mês. "É o setor que mais vende, mesmo fora de datas comemorativas." Com 12 anos de loja, Sônia nunca viu a 25 de Março tão movimentada no mês de setembro. "É um recorde histórico." Daniele Fortunato foi uma das pessoas que aproveitaram o feriado para comprar roupas e acessórios, mas ela entrou na Comercial Gomes só para pesquisar preços de brinquedos. Grávida de nove meses, e mãe de Felipe, comprou um boneco para acalmar o filho. "Ele sempre vai às compras comigo. E eu sempre dou um presente para ele. Dessa vez, foi um di-
nossauro." Bem-humorada, não se importou com o sufoco de enfrentar a multidão. "Minha filhinha Laura ainda nem nasceu e já está vivendo uma grande aventura", brincou. A dona-de-casa Cristiane Silva Santos também saiu com as crianças para passear na 25 de Março. "Adoro essa região. É um templo de consumo." Com filhos e sobrinhos, fez a festa na loja atrás de novidades. "Outubro está aí e não pode passar em branco", disse, referindo-se ao Dia das Crianças. Bijuterias – Mas não foi só o setor infantil que reinou na rua comercial mais famosa da cidade. As lojas de bijuterias fo-
Comerciantes divididos no Brás Newton Santos/Hype
A
pesar das calçadas lotadas de consumidores, houve equilíbrio na avaliação dos comerciantes da Rua Oriente, tradicional rua de comércio de roupas no bairro do Brás, a respeito das vendas durante o feriadão. Metade dos estabelecimentos reclamou da queda no faturamento. Os lojistas restantes afirmaram que os consumidores estavam voltando a comprar neste começo de mês. Na Jo-Gi-Lú, especializada em moda infanto-juvenil e enxovais, o gerente José Galvão disse que não sentiu melhora nas vendas. "Hoje (a última sexta-feira), o movimento está um pouco melhor por causa da proximidade do feriado." Na ABR Jeans Wear, que comercializa conjuntos jeans para adultos, o Dia dos Pais foi ruim e o restante de agosto também. "Em setembro, as vendas começaram a reagir, mas ainda não é o que se espera", disse o dono, Toni Saab. Na Japinha, de vestuário infanto-juvenil, os consumidores ainda não deram o ar da graça, segundo o gerente Bruno Queiroz. A esperança, agora, está no Dia das Crianças. O mesmo foi observado na Bayard, de moda feminina. A encarregada de vendas, Tereza Santana, disse que os dias de frio foram escassos em junho e julho e acabaram chegando na hora errada, quando a loja já estava expondo a coleção de primavera em suas vitrines. "Se o tempo se estabilizar, venderemos bem. E estamos esperando a liberação do 13º salário", afirmou Tereza.
Lojistas esperam Dia das Crianças
Boas notícias — Mas nem tudo é desânimo na Rua Oriente. Alguns lojistas já estão sentindo a volta dos consumidores. Esse é o caso da Picolino Comércio de Conjuntos. O proprietário, Jihad Habr, disse que o começo de setembro foi positivo. Ele não tinha do que se queixar na última sexta-feira. "Temos vendido mais conjuntos de enxovais. A expectativa é de crescimento de 15% a 20% até o Dia das Crianças." Na loja Esquina da Criança, que comercializa roupas para crianças e adolescentes, a gerente Juliana Félix também observou uma pequena melhora nas vendas. Ela disse que espera que em outubro também tenha desempenho positivo. A DK Center foi outra loja que sentiu discreta melhora no começo de setembro. Para o gerente Ricardo Nogueira, o frio chegou atrasado e atrapalhou um pouco as vendas, mas a expectativa é de que os consumidores voltarão nas próximas semanas. "Setembro ainda é um mês ruim, mas a perspectiva para o Dia das Crianças é boa, porque as vendas sobem no início de outubro." Na Swizar, as vendas reagiram e cresceram 5% entre julho e agosto. A vendedora Elizângela Matoso disse que a loja lançará mão das promoções se
o avanço não se repetir em setembro. A loja é especializada em moda feminina. Apesar de começar a entrevista dizendo que agosto foi um período complicado, o gerente Ari Vieira confirmou que o mês foi de 10% a 15% melhor que julho nas vendas da Mindelle, loja especializada em artigos infantis. O desempenho poderia ter sido melhor, na sua opinião, se não existissem os camelôs, que acabam dividindo a preferência dos consumidores na região. "Por isso, estou vendendo com a menor margem de lucro possível e, dessa forma, não faço promoções", afirmou Vieira. Carregada de mochilas, a consumidora Cristina Rizzo fez uma minuciosa pesquisa e acabou adquirindo roupas para a família no atacado da Rua Oriente. "No varejo, os preços não compensavam e resolvi comprar quantidades maiores no atacado. Adquiri peças para o ano inteiro", disse. Ela observou que o movimento era intenso nas lojas onde entrou para perguntar preços. Da cidade de Clementino, no interior paulista, ela considerou as compras que fez vantajosas. De Santo André para a Rua Oriente, a consumidora Elaine Derci da Silva também considerou os preços do comércio do Brás acessíveis. "Mas, para encontrar boas ofertas, tive que fazer bastante pesquisa. Encontrei roupas até 40% mais baratas", disse. Para ela, os preços no Brás estão melhores que em sua cidade. A intenção é voltar nos próximos meses. Paula Cunha
ram muito procuradas pelas mulheres, que estavam em maior número no sábado. "Nunca vim em outros dias da semana, mas hoje (sábado) está infernal", disse a consumidora Luciana Nogueira, enquanto escolhia brincos na Márcia Bijoux. "Vou casar na semana que vem, e aproveitei para comprar os acessórios para a festa. Mas não sou de ferro, e não resisti às bijuterias." A gerente do estabelecimento, Luciana Ribeiro Cavalheiro, estava impressionada. Na sexta-feira, as vendas aumentaram 40%, e a média de pessoas circulando no sábado subiu 100%. "Mais de mil pessoas
entraram na loja nesses dois dias, foi muito bom, não dava nem para andar." Fechamento – No início de outubro, a Prefeitura deverá fechar a Rua 25 de Março para o tráfego de veículos, que atrapalha a circulação dos pedestres e favorece vendedores ambulantes. Somado à instalação de três câmeras de vigilância, essas são as medidas preparadas pelo governo para melhorar a circulação e a segurança dos cerca de 400 mil pedestres que passam diariamente pela região, sem contar os feriados, que geralmente atraem o dobro de consumidores. Vanessa Rosal
segunda-feira, 11 de setembro de 2006
Transpor te Urbanismo Distrital Tr â n s i t o
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 Aqui se vive muito bem. Antonio Sampaio Teixeira, diretor-superintendente interino da Distrital Tatuapé
O COMÉRCIO ESTÁ EM ASCENÇÃO NO BAIRRO
TATUAPÉ COMEMORA 338 ANOS GIr Agendas da Associação e das distritais
Localizado na zona leste, o bairro cresce e se moderniza a cada dia com a construção de condomínios de apartamentos de alto padrão Andrea Felizolla/Luz
O
bairro do Tatuapé comemorou, na última terça, dia 5, 338 anos de vida. Considerado o bairro mais verticalizado e com uma das melhores qualidades de vida da zona leste de São Paulo, o distrito da subprefeitura da Mooca, que atrai mais investimentos, se moderniza cada dia mais, com condomínios de apartamentos de luxo. Apesar dos problemas crônicos de congestionamentos, principalmente na Radial Leste, o Tatuapé tem motivos para comemorar. É o bairro da zona leste com a maior concentração de instituições financeiras, quatro shoppings, duas estações de metrô, universidades, e inúmeras opções de restaurantes, hipermercados e casas noturnas. Otimismo - Para o diretorsuperintendente interino da Distrital Tatuapé da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Antonio Sampaio Teixeira, o bairro reserva aos seus moradores um futuro promissor. “Aqui se vive muito bem. Como em toda a região metropolitana, existe violência. No entanto, se compararmos com outras localidades, ela é pequena. Além disso, o comércio no Tatuapé está em franca ascensão, tanto o de rua como o de shoppings”, afirmou. Sampaio destaca a construção do Shopping Metrô Tatuapé 2 e a futura vinda do hospital São Luís como conquistas para a
Hoje I Penha – A distrital promove o
O trânsito local é um dos principais problemas enfrentado pelos moradores do bairro, principalmente na avenida Radial Leste. Na foto acima, a ampliação do shopping Metrô Tatuapé, que ganhará um novo complexo.
região. “A parte baixa do Tatuapé, da Radial Leste até a Marginal Tietê, está se valorizando muito e o bairro possui excelentes vias de acesso”. Segundo o subprefeito da Mooca, Eduardo Odloak, um dos principais problemas a ser resolvido no bairro, além do comércio informal, principalmente na rua Tuiuti, é a questão dos bares e casas noturnas, já que muitos desses estabelecimentos ferem a lei do silêncio e da vigilância sanitária. “Fechamos cerca de 60 estabelecimentos comerciais em um ano. Após as adequações necessárias, muitos já reabriram”, contou. Outras bandeiras defendidas pela subprefeitura são a revitalização da praça Silvio Romero e uma proposta para o
Plano Diretor controlar a verticalização do bairro, o que, de acordo com Odloak, aumenta os congestionamentos nas principais vias da região. Comemorações – Para celebrar a data, o Conselho Comunitário de São Paulo, com o patrocínio do shopping Metrô Tatuapé, da Sepa Saúde e da Sepa Fazenda Hotel, promoveu um evento que reuniu cerca de duas mil pessoas. A festa teve gincanas, apresentação de uma escola de samba, queima de fogos e duas mil bexigas. Pesqu isa - Uma pesquisa realizada pela Universidade São Marcos mostrou que 40% dos moradores estão no bairro há mais de 15 anos e 69% não gostariam de se mudar. Os pontos mais fortes do Tatuapé,
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dor de Segurança Publica Municipal da GCM; Roberto Salvador Scaringella, presidente da CET; Wlamir Lopes da Costa, gerente de operações da CET; José Júlio Rebelo, supervisor de Departamento Centro da CET; Roberto Tripoli, presidente da Câmara Municipal; Marco Antônio Ramos de Almeida, presidente da Associação Viva o Centro, entre outros. Divulgação
Entrega do Personagem da 25 de Março
a partir desse ano que se estabeleceu a data de aniversário do bairro. Em 1796, além da Freguesia da Sé, o município é desmembrado em outras duas partes: a Freguesia de Nossa Senhora da Penha e a Freguesia de Nossa Senhora do Ó. O Tatuapé passa, então, a pertencer à Freguesia da Penha. Até 1930 o bairro era apenas um amontoado de casas. Em 1934, passa a se chamar Distrito da Paz e, daí em diante, foi lentamente tomando sua forma atual. Hoje em dia, de acordo com dados da Prefeitura, o Tatuapé conta com uma população de cerca de 75 mil habitantes e abrange uma área de 8,2 quilômetros quadrados. André Alves
HOMENAGENS NA PENHA
DISTRITAL CENTRO RECEBE PRÊMIO superintendente da Distrital Centro, Marcelo Flora Stockler, o presidente licenciado da ACSP, Guilherme Afif Domingos, e o vice-presidente da Casa e vice-coordenador Institucional das Distritais, Roberto Mateus Ordine, foram homenageados com o prêmio Personagem da 25 de Março, em evento realizado no Mercado Municipal. O prêmio foi concedido pela Univinco (União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências). Também foram homenageados Andrea Matarazzo, secretário das Subprefeituras e subprefeito da Sé; Daniel Antônio Salati Marcondes, coordenador de Assistência Social e Desenvolvimento da Subprefeitura da Sé; tenente coronel Sidney Câmara Alves, comandante do 11ºBPM/M da PM; coronel Alberto Silveira Rodrigues, coordena-
apontados por 856 dos 1090 entrevistados, são o comércio e os shoppings. Histórico – Tatuapé, segundo o vocabulário tupi-guarani, significa "caminho do tatu". Em 1560, Brás Cubas - fundador de Santos - acompanhado de Luiz Martins e de grande criadagem, resolveu subir ao planalto em busca de ouro em sua sesmaria. Após passarem pela Serra do Mar, deram com um riacho, o Ribeirão Tatuapé. As terras, ao longo dos tempos, passaram às mãos de diversos proprietários. O documento que estabelece a data de aniversário do bairro, em 5 de setembro de 1668, foi lavrado pelo Cartório da Tesouraria da Fazenda de São Paulo, Livro 11 de Sesmarias Antigas. É
N
o mês passado, a Distrital Penha fez uma homenagem ao Dia do Maçom, comemorado em 20 de Agosto. No encontro foi instituído o Dia da Homenagem ao Maçom da Comunidade Penhense. A abertura do evento foi feita pelo superintendente da distrital, Marco Antonio Jorge, que lembrou a história de 112 anos da Associação Comercial de São Paulo. Cada venerável homenageou um integrante de sua loja. Loja Caridade e Amor, venerável mestre Rodolpho Marques Filho a Gavriil Nicolau Ipiadis; Formosa União, venerável mestre Aristeu Laércio Galvão a Antonio Claudino Rodrigues; Maçônica Fraternidade Acadêmica São Paulo, venerável mestre João Batista Augusto a Sérgio Naime Mantovani; Maçônica Harve Clodovil, venerável mestre Devanir
Veneziano Ferreira a Hélio Coelho; Maçônica Giuseppe Garibaldi, venerável mestre Nelson Calegari a Marco Antonio Jorge; Maçônica Luz do Futuro, venerável mestre Dante Belchior Antunes a José Roberto Portante (representado pelo delegado do Grão Mestrado); Maçônica Marechal Teodoro da Fonseca, venerável mestre Marcos Guberovich (representado por Oswaldo de Queiroz) a Idineu Onha; Maçônica Penha de França, venerável mestre Armando Aldrighi Junior a Carlos Alberto Gonzaga; Maçônica Pitágoras, venerável mestre Harley Hussein Makki a José Geraldo Moreno; Maçônica Phoenix do Leste -venerável mestre Ariston C. O Mendrot a Gilberto Pido; Maçônica Vinte de Agosto - venerável mestre Clarimundo de Oliveira Aguiar a Sebastião Soares.
curso "Formação de preço no comércio – SEBRAE". Avenida Gabriela Mistral, 199, das 13h30 às 17h30. I Plenária - Reunião plenária da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), com discurso sobre o tema: "Cotas Raciais ou Cotas Sociais?". Às 17h, na sede da entidade, rua Boa Vista, 51/9º andar, plenária. I São Miguel – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de profissionais de salões de beleza do "Projeto Empreender", coordenada por Valdeir Gimenez. Às 19h. I Penha – A distrital realiza reunião com o tema "Como a lei da publicidade externa interfere no seu negócio", coordenada por Myryam Athie. Av. Gabriela Mistral, 199, 19h.
Amanhã I Pirituba - A distrital realiza
reunião ordinária. Às 9h. I Penha – A distrital promove o curso "Formação de preço no comércio – SEBRAE". Av. Gabriela Mistral, 199. Das 13h30 às 17h30. I Penha – A distrital, a CET – Companhia de Engenharia e Tráfego, o SPTRANS , a EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes, a Associação Viva a Penha e os moradores do bairro participam de reunião sobre os assuntos referentes aos problemas de trânsito do bairro. Às 19 horas. I São Miguel – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de profissionais de bufês e eventos do "Projeto Empreender", coordenada por Valdeir Gimenez. Às 19h. I Jabaquara – A distrital comemora seu 10º aniversário e inaugura a "Galeria de fotos" dos ex-Diretores Superintendentes. Às 20h.
Quarta-feira I Mooca - A distrital promove
"Café com negócios". Às 8h. I Tatuapé - A distrital promove "Café com negócios". Às 8h30. Auditório do Shopping Aricanduva, 5555. I Lapa – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de profissionais de Recursos Humanos do "Projeto Empreender", coordenada pelo consultor André Gil Sanchez Jr. Às 9h30.
Associação Comercial de São Paulo Distrital Butantã Rua Alvarenga, 415 – CEP 05509-070 Fone/fax: 3032-6101 José Sérgio Pereira Toledo Cruz Diretor Superintendente
Distrital Jabaquara Av. Santa Catarina, 641 – CEP 04635-001 Fone: 5031-9835 – Fax: 5031-3613 Fernando Calderon Alemany Diretor Superintendente
Distrital Penha Av. Gabriela Mistral, 199 – CEP 03701-010 Fone: 6641-3681 – Fax: 6641-4111 Marco Antonio Jorge Diretor Superintendente
Distrital Santana Rua Jovita, 309 – CEP 02036-001 Fone: 6973-3708 – Fax: 6979-4504 João de Favari Diretor Superintendente
Distrital Sudeste Rua Afonso Celso, 76 – CEP 04119-000 Fone/fax: 5572-0280 Giacinto Cosimo Cataldo Diretor Superintendente
Distrital Centro Rua Galvão Bueno, 83 – CEP 01506-000 Fone/fax: 3207-9366 - Fone: 3208-5753 Marcelo Flora Stockler Diretor Superintendente
Distrital Lapa Rua Martim Tenório, 76/1º andar CEP 05074-060 – Fone: 3837-0544 – Fax: 3873-0174 Douglas Formaglio Diretor Superintendente
Distrital Pinheiros Rua Simão Álvares, 517 – CEP 05417-030 Fone: 3031-1890 – Fax: 3032-9572 Ricardo Aparecido Granja dos Santos Diretor Superintendente
Distrital Santo Amaro Av. Mário Lopes Leão, 406 – CEP 04754-010 Fone/fax: 5521-6700 Aloysio Luz Cataldo Diretor Superintendente
Distrital Tatuapé Praça Silvio Romero, 29 – CEP 03303-000 Fone/Fax: 6941-6397/6192-2979/6942-8997 Antonio Sampaio Teixeira Diretor Superintendente interino
Distrital Ipiranga Rua Benjamin Jafet, 95 – CEP 04203-040 Fone: 6163-3746 – Fax: 274-4625 Antonio Jorge Manssur Diretor Superintendente
Distrital Mooca Rua Madre de Deus, 222 – CEP 03119-000 Fone/fax: 6694-2730 Antonio Viotto Netto Diretor Superintendente
Distrital Pirituba Av. Raimundo Pereira de Magalhães, 3.678 CEP 05145-200 – Fone/fax: 3831-8454 José Roberto Maio Pompeu Diretor Superintendente
Distrital São Miguel Av. Marechal Tito, 1042 – CEP 08010-090 CEP 08010-080 – Fone: 6297-0063 – Fax: 6297-6795 José Parziale Rodrigues Diretor Superintendente
Distrital Vila Maria Rua do Imperador, 1.660 – CEP 02074-002 Fone: 6954-6303 – Fax: 6955-7646 José Correia Diretor Superintendente
DIÁRIO DO COMÉRCIO
8 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO
sentença de Hugo von Hofmannsthal já citada nesta coluna – “Nada está na realidade política de um país se não estiver primeiro na sua literatura” – é t ã o ve r d a d e i r a e profunda, que pode ser aplicada à análise das situações políticas desde vários ângulos diferentes, sempre rendendo algum conhecimento. Vejam, por exemplo, o que aconteceu na Rússia entre a metade do século XIX e a queda da URSS. Por volta de 1860-70 a cultura russa, até então raquítica em comparação com as da Europa ocidental, começava a tomar impulso para lançar-se a grandes realizações. A inspiração que a movia era sobretudo a confiança mística no destino da nação como portadora de uma importante mensagem espiritual a um Velho Mundo debilitado pelo materialismo cientificista. Preservada da corrosão revolucionária por um regime político fortemente teocrático em que as crenças oficiais da côrte e a religiosidade popular se confirmavam e se reforçavam mutuamente, a Rússia contrastava de maneira dramática com as nações ocidentais onde a elite e as massas viviam num divórcio ideológico permanente e que por isso só se modernizavam à custa de reprimir e marginalizar os sentimentos religiosos da população. O regime tzarista, não obstante o peso da sua burocracia emperrada, havia conseguido encontrar o caminho para reformas que não iam contra os ensinamentos da igreja ortodoxa, mas, bem ao contrário, nasciam deles. O futuro da Rússia parecia emergir diretamente do messianismo cristão das duas figuras máximas da intelectualidade russa, o romancista F. M. Dostoiévski e o filósofo Vladimir Soloviev. Em comparação com a grande cultura nacional do período, a contribuição do movimento comunista russo consistiu sumariamente em rebaixar tudo ao nível de um automatismo dialético miserável, quando não da pura literatura de propaganda. A redução da cultura superior a instrumento de formação da militância neutralizou os efeitos benéficos das reformas universitárias empreendidas pelo governo e transformou grande parte da juventude letrada russa naquela multidão de tagarelas alucinados que povoam os romances de Dostoiévski, especialmente Crime e Castigo e Os Demônios. Experimentem ler qualquer página de Vladimir Soloviev ou do próprio Dostoiévski, depois comparem com as platitudes revolucionárias de George Plekhanov – tido na ocasião como o mais capacitado intelectual comunista russo – ou com as filosofices grotescas de V. I. Lênin em Materialismo e Empiriocriticismo, e saberão do que estou falando. Os comunistas começaram por destruir a inteligência superior de uma grande nação antes de criar o regime político mais estúpido e animalesco de que se tivera notícia na História. Quem, na época, quisesse prever o futuro da economia russa sob os comunistas poderia fazê-lo facilmente por meio da simples avaliação da literatura que eles produziam. Mesmo o mais talentoso ficcionista nas hostes revolucionárias, Maxim Gorki, estava formidavelmente abaixo da geração anterior. Hoje em dia já não se pode lê-lo senão como documento histórico. Nem é preciso dizer que o mesmo se aplica à literatura produzida sob os governos de Lênin, Stálin,
MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC
DA FANTASIA DEPRIMENTE À REALIDADE TEMÍVEL
Coleção de pôsteres do site www.flickr.com
A
segunda-feira, 11 de setembro de 2006
Pôster da editora do Comissariado do Povo, Ministério da Agricultura da União Soviética.
... a promoção de sambistas e strip-teasers ao estatuto de intelectuais resultou nesse descalabro da promoção do sr. Gil (foto) a ministro da Cultura Tasso Marcelo/Agência Estado
Kruschev e tutti quanti. Até os do apartheid. Nada está na realimelhores romances do período – dade política de um país que não os de Sholokhov – se tornaram esteja primeiro na sua literatura. ilegíveis por excesso de babaquiO exemplo russo é só um entre ce revolucionária. Nem falo dos muitos. O utopismo abstrato da filósofos e ensaístas, uma multi- Revolução Francesa, que num dão subsidiada que o tempo de choque de realidade acabou leencarregou de jogar na lata de li- vando a resultados tão paradoxo. O pensamento russo só so- xais quanto o terror, a ditadura breviveu no exterior, integrado napoleônica e a restauração mona cultura européia ou america- nárquica, foi antecedido de pelo na, com Berdiaev, Chestov, Soro- menos meio século de linguakin. A imaginação literária só veio gem abstratista, forçada, artifia se recuperar a partir anos 50, cial e artificiosa, que sufocava a mas no subterrâneo, longe da experiência direta sob toneladas cultura oficial, com Soljenítsin, de construções idealísticas sem Bukovski, Zinoviev. E não é preci- pé nem cabeça. O processo foi so dizer que a inspiração para isso descrito e analisado com muita veio principalmente do antigo acuidade por Hyppolite Taine em messianismo de Dostoiévski e Les Origines de la France ConSoloviev. temporaine (6 vols, 1888-1894), O que sucedeu na cultura lite- uma das obras históricas mais rária e filosófica reproduziu-se, notáveis de todos os tempos. Na com exatidão milimétrica, na Alemanha e na Áustria, a longa economia. Aqueles que se acos- degradação da linguagem públitumaram a imaginar o tzarismo ca, contra a qual em vão reagiram sob o aspecto estereotipado da Karl Kraus e Stefan George, é hoje “repressão”, do “atraso” e da “de- reconhecida como um dos fatocadência” ignoram solenemente res que tornaram possível a asos fatos principais do período: a censão do irracionalismo nazista. progressiva abertura da burocra- De modo geral, a explosão de cac i a p a r a e l ecofonias na limentos vindos teratura mode fora da cadernista anunA esquerda m a d a a r i s t ociou e prepabrasileira é um crática (inclusirou o caminho bando de patifes ve judeus) e a para a invasão ambiciosos, amorais, industr ializados totalitarisção acelerada. mos: já não há mentirosos (...) e Nos cinqüenta como negar isabsolutamente anos que anteso depois desincapazes de responder cederam a rese tour de forpor seus atos volução comuce historiogránista, a econofico que é Rites mia russa foi a of Spring. The que mais cresceu na Europa, dei- Great War and the Birth of the xando longe a Inglaterra e a Ale- Modern Age, de Modris Eksteins manha que então pareciam ser ( B o s to n , H o u g h to n M i f f l i n , as encarnações mesmas do pro- 1989). Não, Hofmannsthal não gresso e das luzes, e só encon- deu um palpite a esmo: se nada trando rival do outro lado do está na política que não esteja oceano, nos Estados Unidos da antes na literatura, é pela simples América. Se o regime tzarista não razão de que a imaginação vem tivesse sido destruído pela I antes da ação. Se há uma “lei hisGuerra Mundial e pela subse- tórica” que funcione, é essa. Diqüente ascensão dos comunis- go-o entre aspas porque não é tas, o simples crescimento vege- uma lei histórica, é um dado estativo da economia teria acaba- trutural da ação humana que nedo por dar aos russos, por volta nhuma mutação histórica pode de 1940, um padrão de vida com- alterar. parável ao dos americanos. Em Se o leitor compreendeu isso, contraste com isso, na União So- com muita facilidade perceberá a viética dos anos 80 o cidadão mé- loucura suicida que foi confiar os dio consumia menos carne do destinos do Brasil a uma corrente que um súdito pobre do tzar um político-ideológica que, dos anos século antes e tinha menos aces- 70 até hoje, se empenhou sisteso a automóveis, assistência mé- maticamente em destruir a cultudica e serviços públicos em geral ra superior do país e de modo esdo que os negros sul-africanos vi- pecial a sua literatura, mediante a vendo sob o regime humilhante submissão de tudo às exigências
estratégicas e táticas da “revolução cultural” de Antonio Gramsci. O entorpecente gramsciano penetrou no cérebro nacional a partir da publicação das obras do ideólogo italiano pelo editor comunista Ênio Silveira logo depois do golpe de 1964. Na confusão geral que se apossou das esquerdas ante o fracasso de suas esperanças de cubanização rápida e indolor da sociedade brasileira, uma ala mergulhou na leitura das idiotices de Régis Débray e Che Guevara, torrando suas energias na “revolução impossível” das guerrilhas. Outra, mais esperta, recuou e apostou na estratégia de longo prazo que propunha ir conquistando o universo inteiro das artes, do ensino, da cultura, do jornalismo – discretamente, como quem não quer nada – antes de arriscar a sorte na luta direta contra o inimigo político. O governo militar, obsediado pelo empenho de reprimir as guerrilhas, não ligou a mínima para esses emprendimentos pacíficos, aparentemente inofensivos. Fez vista grossa e até os apoiou como derivativo e alternativa aceitável à oposição violenta. A idéia gramsciana foi tão bem sucedida que, já em plena ditadura militar, a esquerda mandava nas redações, marginalizando os direitistas mais salientes -- Gustavo Corção, Lenildo Tabosa Pessoa -- até excluí-los totalmente das colunas de jornais. O esquerdismo controlava tão eficazmente o sistema de ensino, que a própria disciplina de Educação Moral e Cívica, timidamente instituída por um governo que se abstinha de estender ao campo cultural a autoridade de que desfrutava na área policial-militar, acabou fornecendo uma tribuna para a disseminação das concepções “politicamente corretas” que vieram a forjar a mentalidade das gerações seguintes. No teatro, no cinema e na TV, a autoridade da esquerda pode ser medida pelo poder inconteste de veto ideológico exercido, na seleção das novelas da Globo -- o mais vasto aparato de formação do imaginário popular -- pelo casal de militantes comunistas Dias Gomes e Janete Clair. Idêntica filtragem aconteceu no movimento editorial. Aos poucos, todos os autores não aprovados pelo Partido Comunista desapareceram das livrarias, das bibliotecas escolares, dos programas universitários, e isto ainda na vigência de um re-
gime cuja fama de anticomunista intolerante era apregoada aos quatro ventos pelos próprios comunistas que se beneficiavam de sua sonsa tolerância e omissão ideológica. Em toda a esfera cultural, artística, escolar e jornalística, a única diferença que se viu, com o fim da ditadura, foi a passagem da hegemonia tácita da esquerda ao domínio explícito e, agora sim, intolerante. A confortável hospitalidade com que, no tempo dos militares, esquerdistas notórios eram aceitos nos mais altos postos do jornalismo, do ensino e do show business contrasta de tal modo com a exclusão radical dos direitistas hoje em dia, que a aplicação do termo “ditadura” à primeira dessas épocas e “democracia” à segunda acaba soando singularmente irônica. Na época havia, é claro, o jornalismo “nanico”, soi disant alternativo à grande mídia. Mas esta última estava quase que inteiramente nas mãos de esquerdistas como Cláudio Abramo, Luiz Alberto Bahia, Alberto Dines, Luiz Garcia e outros tantos, de modo que a diferença com os nanicos era antes de estilo que de conteúdo. Hoje, os jornalistas “de direita” estão todos na mídia nanica. Os poucos que ainda aparecem nas páginas dos grandes jornais são apenas colaboradores contratados. Nem entram nas redações. O total domínio da cultura por uma corrente política, qualquer que seja, constitui já um mal em si. Mas o que aconteceu no Brasil foi muito mais grave: 1 Aquele domínio implicava, desde logo, o rebaixamento proposital do nível de exigência, em vista da ampliação semântica do termo “intelectual”, que no contexto gramsciano abrange a totalidade dos indivíduos, com qualquer nível de instrução ou QI, que possam atuar na propaganda ideológica. Daí derivou a promoção de sambistas, roqueiros, publicitários e strip-teasers ao estatuto de “intelectuais”, que resultou em última análise nesse descalabro da promoção do sr. Gilberto Gil ao cargo de ministro “da cultura”. 2 O próprio termo “cultura” perdeu toda acepção qualitativa e pedagógica, reduzindo-se ao seu uso antropológico como denominação neutra e geral das “formas de expressão” populares. Nesse sentido, o samba-deroda do Recôncavo Baiano deve
ser incluído, segundo aquele ministro, entre os grandes tesouros culturais da humanidade, junto com a filosofia de Aristóteles, a Catedral de Chartres e a mecânica quântica. Todo es igual, nada es mejor. 3 De maneira mais genérica, toda diferenciação do melhor e do pior, do mais alto e do mais baixo acabou sendo condenada como discriminatória e até racista. Milhares de livros e teses universitárias foram produzidos para consagrar como fundamento da cultura brasileira a proibição de distinguir (que não obstante continuou sendo usada contra “a direita”). 4 Para legitimar o estado de total confusão mental daí decorrente, introduziram-se os princípios do relativismo e do desconstrucionismo, que, a pretexto de promover um pensamento supralógico, destroem nos estudantes até mesmo a capacidade de raciocínio lógico elementar, substituída por uma verborréia presunçosa que lhes dá uma ilusão de superioridade justamente no momento em que mergulham no mais fundo da estupidez. 5 Uma vez amortecida a capacidade de distinção, foi fácil disseminar por toda a sociedade os contravalores que deram forma ao Estatuto da Criança e a outros instrumentos legais que protegem os criminosos contra a sociedade, criando propositadamente o estado de violência, terror e anomia em que hoje vivemos, e do qual a própria esquerda se aproveita como atmosfera propícia para o comércio de novas propostas salvadoras. Uma corrente política capaz de rebaixar a esse ponto a inteligência e a capacidade de discernimento de um povo não hesitará em destruir o país inteiro para conquistar mais poder e realizar os planos concebidos em encontros semi-secretos com movimentos revolucionários e organizações criminosas do exterior. A esquerda brasileira -- toda ela -- é um bando de patifes ambiciosos, amorais, maquiavélicos, mentirosos e absolutamente incapazes de responder por seus atos ante o tribunal de uma consciência que não têm. Está na hora de o país retirar de uma vez o voto de confiança que deu a essa gente num momento de fraqueza fabricado por ela própria.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 11 de setembro de 2006
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Vamos alfabetizar nossas crianças, antes que se tornem presidentes da República. Frase anônima que circula pela internet.
16 anos da Lei de Defesa dos Direitos do Consumidor 5 anos do ataque terrorista ao WTC Leia mais em Internacional
SETEMBRO
2 -.LOGO
C IÊNCIA M EIO AMBIENTE
Cérebro protegido
De volta à era dos dinossauros espécies poderá desaparecer. "Nós podemos já estar no limite de uma nova onda de extinções em massa", afirmou Thomas em uma reunião anual da Associação Britânica para o Avanço da Ciência no fim de semana. Cientistas prevêem que as temperaturas médias globais irão subir entre 3 e 6 graus centígrados até 2100, devido principalmente ao excesso de dióxido de carbono sendo liberado no ar a partir da queima de combustíveis fósseis utilizados para transporte e energia. "Em termos geológicos, 100 anos é efetivamente instantâneo", observou Thomas.
S ÃO PAULO Hélvio Romero/AE
Cientistas descobrem um sistema de auto-defesa humano contra o Alzheimer
O
cérebro humano possui um sistema de auto-defesa contra o mal de Alzheimer, uma doença degenerativa que afeta funções cerebrais como a memória. O estudo com esta descoberta foi publicado neste fim de semana no jornal científico N eu ron e foi elaborado por uma equipe internacional formada por pesquisadores das universidades da Califórnia, Nova York e Chicago, nos EUA, e de Sungnam, na Coréia do Sul. Os pesquisadores descobriram que o cérebro possui uma enzima que afasta fibras formadas por uma uma proteína que está ligada ao declínio das funções do cérebro e provoca a morte das células cerebrais. Agora, eles acreditam que a descoberta pode ajudar a desenvolver tratamentos não apenas contra o Alzheimer mas também contra outras doenças degenerativas do cé-
rebro. A expectativa é de que equipes de cientistas comecem imediatamente a trabalhar em pesquisas sobre novas drogras capazes de estimular este mecanismo de defesa natral do organismo. A principal marca deixada pelo Alzheimer, e outras doenças semelhantes, no cérebro são conjuntos de fibra que atacam as células neuronais. Estas fibras, formadas principalmente por uma proteína chamada "tau", estão associadas à morte das células, e é esta degeneração que provoca o mal de Alzheimer. A equipe que trabalhou na pesquisa descobriu que a enzima chamada puromycin-aminopeptidase sensível (PSA, na sigla em inglês) desprende a proteína "tau" do tecido cerebral humano. Em pesquisas complementares com ratos e moscas de frutas (drosófilas), eles confirmaram também que uma alta presença de PSA no cérebro pre-
vine a morte cerebral enquanto os baixos níveis da enzima aceleram o processo de neurodegeneração. O que os cientistas procuram, agora, é um medicamento capaz de aumentar os níveis de PSA no cérebro. O resultado da pesquisa foi considerado surpreendente pela comunidade científica, que aponta o estudo como um importante avanço na compreensão das doenças neurodegenerativas. Mas o vice-diretor do Institute for the Future of Mind (Instituto para o Futuro da Mente), da Universidade de Oxford, Martin Westwell, declarou ontem à BBC que existe um problema com a pesquisa: "Ainda não existe consenso sobre se a proteína 'tau' é a causa do mal de Alzheimer", alertou. "Mas, se for este o caso, o estudo e os modelos que ele apresenta serão fundamentais para o desenvolvimento de futuros tratamentos contra a doença". www.neuron.org
Sabah Arar/AFP
L
Mostra Coexistence, na Praça da Paz, no parque Ibirapuera: são 45 painéis com imagens impactantes.
E SPAÇO
Tacada de marketing
E M
norte-americana (Nasa) liberou a brincadeira de vários milhões de dólares, concluindo que não há nenhuma ameaça para a ISS ou a tripulação da estação espacial, já que a bola de golfe pesa apenas 3 gramas e cairá de volta na Terra após três dias de "viagem" pelo espaço. A empresa Element 21 Golf afirma que quer divulgar seus produtos e comemorar os 35 anos da tacada de golfe dada pelo astronauta Alan Shepard na Lua, durante a missão Apollo 14.
C A R T A Z
BACH Orquestra Antunes Câmara interpreta Concerto para Dois Violinos, de Bach (foto). Mosteiro de São Bento. Largo de São Bento, s/nº. Telefone: 33288799. 12h. Grátis.
Saúde pública na internet
O site I Want of of Those traz esse brinquedo incrível: duas velhinhas que se movem com muita energia, apoiadas em seus andadores. As velhinhas medem 8 x 6 x 4cm e o kit custa US$ 14,38.
Íntegra de dissertações e teses sobre saúde pública, divulgação de indicadores da área e notícias sobre o assunto são alguns dos serviços disponíveis no novo portal de saúde pública. Em alguns trabalhos, o usuário terá acesso a arquivos de áudio com entrevistas com os autores, nos quais serão apresentados mais detalhes do estudo. O portal aceita trabalhos de instituições brasileiras e internacionais, desde que o autor seja brasileiro e a pesquisa, ligada ao tema.
www.iwantoneofthose.com
http://thesis.cict.fiocruz.br
A história em instantes Mladen Antonov/AFP
U
ma imagem que transcende sua função de imagem e se transforma, imediatamente, em informação e história. Este foi o critério da Bibliothèque Nationale de France para criar um site na internet exclusivo para exposições virtuais dedicada às fotos produzidas pela Agence France Presse (AFP), a agência de notícias francesa, entre os anos 1944 e 2004. São 60 anos de história contados por meio de imagens de guerras, esportes, personalidades, fatos marcantes de cada década e um álbum completo dedicado especialmente à política francesa. "Na velocidade da produção de informações da mídia, é impossível ter tranquilidade para observar as imagens e a história que contam com serenidade. O objetivo da exposição é criar esta oportunidade", diz o texto de apresentação da mostra.
B RAZIL COM Z
A esquerda amestrada A revista online Global Politician, de Nova York, publicou um artigo no fim de semana com uma análise sobre as eleições brasileiras. O texto afirma que o resultado das urnas em 2006 confirmará como a globalização amestrou a esquerda brasileira, em especial o Partido dos Trabalhadores. "O Brasil elegeu um presidente progressista que falhou em combater a injustiça econômica. Em vez disso, Lula, um ex-líder sindicalista filho da pobreza, foi tímido em suas políticas econômicas. Para não perder mercados, o Brasil aceitou manter seu papel tradicional de exportador de recursos e matéria-prima que outros países usaram para produtos de valor agrado e inovação tecnológica", analisa o artigo.
http://expositions.bnf.fr/afp/index.htm
A TÉ LOGO
Concorde terá substituto japonês A agência espacial japonesa espera ter, dentro de seis anos, um protótipo de jato supersônico que seja mais silencioso e consuma menos combustível que o antigo Concorde. O Japão vem tentando melhorar sua posição na indústria aeroespacial com o desenvolvimento na próxima geração de jatos de passageiros, que será capaz de ir de Tóquio a Los Angeles em três horas. A agência espera lançar o protótipo do novo jato – no qual está investindo US$ 171,1 milhões – até o fim do ano fiscal 2012, que termina em março de 2013. O modelo deve entrar em serviço comercial até 2020. T URISMO
Menino se apóia sobre um fuzil atendendo o apelo de autoridades islâmicas do Iraque pela guerra santa Hani al-Obeidi/AFP
Patrick Hertzog/AFP
Acima, refugiado albanês passa um bilhete pela fronteira com a Macedônia. Ao lado, lance da final da Copa de 1998.
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Espanha celebra 25 anos da chegada do quadro Guernica, obra prima de Pablo Picasso Astronautas inspecionam revestimento da nave Atlantis, que chega à Estação Espacial hoje
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Vovozinhas corredoras
F OTOGRAFIA
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F AVORITOS
PATRIMÔNIO - Uma das mais de 8 mil obras de artistas iraquianos do Centro de Artes de Bagdá. O acervo do museu é composto por peças recuperadas depois de serem vendidas, escondidas ou contrabandeadas durante o regime do ex-ditador Saddam Hussein.
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G @DGET DU JOUR
Em um show de acrobacias aéreas, ontem, em Malta, dois aviões se chocaram. Um dos pilotos morreu. O outro, na foto, conseguiu ejetar o assento antes de o avião explodir.
A VIAÇÃO
L
Já está tudo programado: o cosmonauta russo Mikhail Tyurin dará uma tacada numa bola de golfe a partir da Estação Espacial Internacional (ISS), num golpe publicitário que coincidirá com o feriado norte-americano de Ação de Graças deste ano. A idéia é mostrar sua perícia no esporte para promover uma marca canadense de tacos de golfe, durante uma caminhada espacial que está marcada para o próximo dia 23 de novembro. A equipe de segurança da agência espacial
L
O aquecimento global no próximo século pode significar um retorno às temperaturas vistas na era dos dinossauros, e que levaram metade das espécies à extinção. "Não apenas os índices de dióxido de carbono estarão em seu maior nível em 24 milhões de anos, mas a média das temperaturas globais serão maiores do que há 10 milhões de anos", explicou o pesquisador Chris Thomas da Universidade de York. Entre 10% e 99% das espécies enfrentarão condições atmosféricas registradas apenas antes de sua evolução e, como um resultado disso, entre 100% e 50% dessas
A CIDENTE Matthew Mirabelli/Reuters
Durante visita à Alemanha, papa Bento 16 pede que as pessoas tenham mais fé em Deus
Novas maravilhas a partir de 2007 Ainda falta quase um ano para a definição da nova lista das Sete Maravilhas do Mundo, mas o anúncio já está sendo preparado. Eleitas pelo público por telefone ou pela internet, as maravilhas serão anunciadas em Lisboa no verão europeu de 2007, mais de 2 mil anos depois de os gregos terem estabelecido o ranking atual. Até agora, 20 milhões de pessoas já votaram, segundo a New 7 Wonders Foundation, que organiza a lista, mas não divulgou nenhuma informação sobre quem está na frente. Entre os concorrentes estão o Cristo Redentor, a Torre Eiffel (França) e Machu Picchu (Peru). www.new7wonders.com
A Fiat inicia a venda do Idea Adventure no próximo dia 20. O novo modelo da marca italiana, que tem preço na faixa de R$ 52,9 mil, vai concorrer com o EcoSport e o CrossFox. Página 3. O preço dos carros zeroquilômetro continuam se mantendo estáveis no varejo brasileiro. A alta, no acumulado do ano, é de apenas 0,42%. Na página 8.
Arte sobre fotos Abê/Pablo Sousa
Nº 137 São Paulo, 11 de setembro de 2006
DCARR
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Divulgação
MINIATURAS
BRINQUEDO DE GENTE GRANDE No Capão Redondo, a fábrica de Cláudio Prado que sonha em tirar as crianças das ruas PÁGINAS 6 E 7
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
DOISPONTOS -77
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Márcio Fernandes/AE
segunda-feira, 11 de setembro de 2006
ANTONIO DELFIM NETTO
SONHO DE ESTADISTA
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O governo cresceu Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
economia brasileira continua, como se sabe, crescendo a passos de cágado. As razões que nos levam a ter um desempenho tão pífio na área econômica – e também no campo social – são do conhecimento de todos: carga tributária elevada, juros altos, excesso de burocracia, baixos investimentos públicos e privados (por conta da falta de regras claras) e a corrupção, que também afugenta o capital privado nãoespeculativo. Acrescente-se a isto tudo a total incompetência do atual governo para traçar um projeto de desenvolvimento (que seja digno do nome) para o país. As conseqüências do baixo crescimen-
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to econômico são igualmente conhecidas por todos: desemprego expressivo, salários em queda, informalidade, e m p o b re c i m e n t o "vigoroso" das classes médias. É evidente que a situação poderia ser muito mais confortável, se o governo federal tivesse maior competência e responsabilidade. Infelizmente, não tem. A carga tributária continua crescendo, conforme demonstram números recém-divulgados pela imprensa. Os juros não baixam na velocidade desejável. E por que isso? Porque o governo de Lula da Silva gasta muito – e mal! Nota técnica de economistas do PSDB, por exemplo, revela que, durante a gestão Lula da Sil-
G A carga
tributária continua crescendo, conforme demonstram números recémdivulgados. Os juros não baixam na velocidade desejável. E por que isso? Porque o governo de Lula da Silva gasta muito e mal! G Em 2002, o governo contratou 15.588 servidores. Em 2005, o desgoverno Lula da Silva contratou 28.661, o dobro praticamente.
va, aumentou o número de cargos de confiança (mais 1,2 mil), cresceu a quantidade de funcionários efetivos e terceirizados. Isso sem falar que, às vésperas das eleições, o governo resolveu conceder aos f u n c i o n á r i o s a umentos salariais expressivos, mas cujo impacto nas despesas apenas serão sentidos integralmente no próximo ano. Alguns números dão uma idéia do que está em curso. Em 2002, último ano da gestão FHC, a União contava com 461 mil servidores civis. No ano passado, penúltimo da gestão Lula da Silva, e r a 11 % m a i o r. A idéia do governo petista, caso o atual presidente se reeleja, é ampliar ainda mais
a despesa com pessoal, com a contratação de 46,6 mil novos servidores. Destes, 28,7 mil estarão à disposição do Executivo. Não é tudo. Quando na oposição, Lula da Silva e os corneteiros petistas criticavam, com a aspereza que lhes é peculiar, o governo FHC por contratar servidores temporários. E o que fez a atual administração? Justamente o contrário do que pregava. Em 2002, o governo contratou 15.588 servidores. Em 2005, o desgoverno Lula da Silva contratou 28.661, o dobro praticamente. Dá para levar esta gente a sério? MILTON FLÁVIO (PSDB) FOI VICE-LÍDER DO GOVERNO NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA EPMILTONFLAVIO@ YAHOO.COM.BR
O país encolheu o Palácio do Trabalho, no Planalto Central, Luiz Inácio discursou perante e para os membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Entre as muitas assertivas eufóricas, declarou que durante o seu governo ocorreu o maior ciclo de crescimento nacional: ao lado da expansão da produção e das exportações, declarou que esse ciclo p e r m i t i u q u e m ilhões de brasileiros deixassem a linha da pobreza e outros milhões ascendessem para outras classes. Ora, o brasileiro é sempre brasileiro, qualquer que seja a quantia de dinheiro que tenha no bolso: é tão brasileiro aquele que necessita do din h e i ro d a d o p e l o Programa Bolsa-Família, como o que dele não necessita. Receber a bolsa não implica a mudança da "classe" social. A ótica presidencial sobre
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a realidade nacional é um pouco distorcida, pois. E isso fica bem patente quando, no mesmo discurso, admite e reconhece que os bancos lucraram muito. Aliás, neste aspecto, as notícias recém publicadas não revelam outra coisa senão essa. Não obstante, enfatizou o presidente que esses lucros teriam sido inferiores aos lucros das 180 maiores empresas, as quais teriam atingido um patamar de lucros da ordem de 366%. A indagação que se faz é a seguinte: qual o benefício que esses lucros trouxeram para aqueles que superaram a lin h a d e p o b re z a e também para aqueles que abaixo dela permaneceram? A informação e o entusiasmo presidencial significa que a microeconomia individual e a economia doméstica não vão tão bem assim, porque, afinal, o
G Lula
demonstra muita euforia, pelos lucros das grandes empresas e do sistema financeiro, de cuja distribuição participam apenas um número pequeniníssimo de brasileiros. G É uma audácia a afirmação presidencial de que os trabalhadores, hoje, têm empregos mais estáveis e salários melhores. G Receber
bolsa-família não implica mudança da classe social. A ótica presidencial sobre a realidade nacional é um pouco distorcida.
m o n t a n t e d o s i ngressos (salário, quando o têm) destes quando muito se equiparou ao montante das saídas (despesas). Aliás deliberadamente omitiu os números da ascensão social possível. Não obstante, como pôde, como teve a coragem de aludir a um inusitado crescimento nacional em três meses se, em São Paulo, veio de ser noticiado que a Volkswagen, a primeira fábrica de automóveis inaugurada pelo seu parâmetro e ídolo Juscelino Kubitschek, está em vias de fechar suas portas colocando milhares de profissionais na rua da amargura e do desespero? Diante desta perspectiva, catastrófica para a região da Grande São Paulo, é uma audácia a afirmação presidencial de que os trabalhadores, hoje, no seu governo, têm "empregos mais estáveis e salários me-
lhores"... E m v e rd a d e , s e ocorreu um fenômeno inusitado neste país, esse fenômeno foi a incrementação dos lucros das grandes empresas e do sistema financeiro, pelo que o senhor Luiz Inácio demonstra muita euforia, lucros esses de cuja distribuição participam apenas um número pequeniníssimo de brasileiros. Evidentemente, dentre estes não estão incluídos os que no mesmo período puderam enriquecer porque, pelo menos, convivem com os titulares do poder e, por isso, tem condições de compartilhar os segredos dos bastidores que vão permitir a ascensão social da classe inferior para a superior, da pobre para a rica, segundo os parâmetros presidenciais, inclusive queimando etapas intermediárias. PEDRO VERGUEIRO PEDROVER@ MATRIX.COM.BR
partir do século XV, nas pequenas repúblicas italianas e, posteriormente, na medida da consolidação e fortalecimento dos estados-nação, os problemas das finanças públicas tornaram-se mais complexos. Com o abandono das concepções atadas à moral religiosa e já com o distanciamento crescente do sectarismo e do poder de Roma, desenvolveu-se no século XVIII o movimento iluminista, que substituiu a crença dogmática pela confiança ilimitada na razão. Nem revelação, nem tradição, apenas a razão! A mesma substituição ocorreu na economia. Ela descobriu "leis naturais" e a "mão invisível". Decretou a morte da herança medieval no mercado de trabalho, do controle da usura no mercado monetário e do mercantilismo no mercado externo. No final do século XIX, a confiança no conhecimento econômico foi crescendo e, lentamente, foi perdendo o seu caráter de "Economia Política", para adquirir o caráter de "Teoria Econômica". No século XVIII, ela perdeu seus vínculos com a moral. No século XX, com a política. E agora, tenta tornar-se um ramo bastardo da matemática... O interessante é que uma das hipóteses escondidas nessa transição é ainda um enorme viés político que crê num "déspota benevolente" que formula a política econômica e que, agora, está sob duro escrutínio. Isso acontece apesar da teorização partir do individualismo metodológico. É o caso, por exemplo, de todo o problema das finanças públicas que agora nos envolve.
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nação tem necessidade de um montante fixo de recursos que pode ser obtido por múltiplos tributos. Quem os define? O "déspota benevolente"! Como calibrar esses tributos, de forma a produzir a menor perda possível de bem-estar da coletividade, também definido pelo "déspota benevolente"? Esse é um dos invisíveis e misteriosos agentes contrabandeados nas dobras "científicas" da "Teoria Econômica".
a Economia Política, o problema é diferente. Ela explicita e duvida da honestidade de propósito do "déspota benevolente" escondido na "Teoria Econômica"! A Economia Política procura decisões "racionais" dentro da moralidade, das limitações impostas pelas instituições existentes e dentro do contexto político construído pelo sufrágio universal. O quadro institucional e o mecanismo de decisão política são relevantes.
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problema da reforma tributária, por exemplo, desmascara claramente os interesses dos "déspotas benevolentes" na sua luta por maiores recursos. Numa Federação como a brasileira, a situação é ainda mais difícil porque todos os "déspotas benevolentes" de nível inferior (prefeitos e governadores) disputam ferozmente o acesso ao nível superior de "benevolência" (a Presidência)... Talvez haja uma saída. Um "déspota benevolente" quando reeleito poderá, num ataque de lucidez, transformar-se num "estadista" e colocar todo o peso político da maioria que o reelegeu para aprovar, nos primeiros 100 dias do seu governo, uma reforma tributária adequada, mesmo que isso não seja do interesse dos "déspotas menores"... ANTONIO DELFIM NETTO É DEPUTADO FEDERAL (PMDB), PROFESSOR EMÉRITO DA
FEA/USP E EX-MINISTRO DA FAZENDA, DA AGRICULTURA E DO PLANEJAMENTO. dep.delfimnetto@camara.gov.br
G A Nação
tem necessidade de um montante fixo de recursos que pode ser obtido por múltiplos tributos. Quem os define? O déspota benevolente! Talvez haja uma saída. Num ataque de lucidez ele coloca seu peso político para aprovar uma reforma tributária.
FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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segunda-feira, 11 de setembro de 2006
Internacional
AFP
Osama Bin Laden, que desapareceu desde os atentados de 11 de Setembro nos Estados Unidos, em 2001
11 9 ONDE ESTÁ OSAMA?
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inco anos depois dos maiores atentados terroristas sofridos pelos Estados Unidos, os norte-americanos ainda repetem a mesma pergunta: “Onde está Osama Bin Laden?"As autoridades norteamericanas parecem não saber, ao certo. Se sabem, continuam incapazes de capturá-lo, apesar de disporem de alta tecnologia e de um sofisticado e potente armamento. "Não vou dizer onde ele está. Nós sabemos, mas é um lugar de difícil acesso", disse o procuradorgeral de Justiça, Alberto Gonzales, em entrevista, na segunda-feira passada. O próprio presidente George W. Bush procura desconversar quando alguém lhe faz a pergunta. Ele, e em especial os encarregados pela caçada ao terrorista, costumam dizer que a tarefa deixou de ser prioridade e que a preocupação é promover ações preventivas para evitar novos atentados. O problema, de fato, é que, após cinco anos e centenas de milhões de dólares investidos na procura de Bin Laden, o aparato antiterrorista norteamericano ainda não conse-
Ontem, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, (acima, ao centro) abriu os atos oficiais que marcam o quinto aniversário dos atentados de 11 de Setembro depositando flores no Marco Zero, local onde ficavam as torres do World Trade Center. Apesar de a vida dos nova-iorquinos parecer ter voltado ao normal, uma pergunta ainda paira no ar? Por que Osama Bin Laden ainda não foi encontrado?
gue funcionar de forma coordenada. Ainda há forte competição entre as 16 agências de inteligência responsáveis pelo caso, civis e militares. Problemas – Desde o ano passado existe um diretor de Inteligência Nacional: John D. Negroponte, a quem cabe coordenar o trabalho das agências. Mas além de disputas de bastidores, têm surgido problemas técnicos. O mais absurdo deles aconteceu no FBI (polícia federal norte-americana), que investiu US$ 170 milhões em 2003 na criação de um sistema digital seguro, o "Virtual Case File" (arquivo virtual de casos), para substituir seus velhos arquivos de papel e, um ano depois, quando foi ativado, percebeu que ele não funcionava. As complicações foram tão grandes que o governo simplesmente se desfez do sistema. Agora, os agentes aguardam a chegada de outro, denominado "Sentinel", ainda em fase de desenvolvimento. Ele custará US$ 425 milhões, mas só estará operando totalmente em 2009. Até lá os 30 mil funcionários do FBI, entre eles cerca de 12 mil agentes especiais, continuarão
usando o tradicional e obsoleto sistema disponível. "Sem contar que ainda não instalaram toda a nova rede de comunicação via computadores e, por isso, alguns de nossos postos não conseguem se comunicar diretamente com outros", disse um antigo agente. Outro detalhe perturbador em relação ao FBI é a alta rotatividade na chefia de antiterrorismo: em cinco anos o posto foi ocupado por seis pessoas. Má vontade – Outro ponto é que há uma clara má vontade do Pentágono, em especial, em trocar informações com a CIA (a agência central de inteligência) e o Departamento de Estado. O Departamento de Defesa prefere conduzir operações por conta própria, segundo aquelas duas agências civis. "Sem contar que ainda não instalaram toda a nova rede de comunicação via computadores e, assim, alguns postos não conseguem se comunicar diretamente com outros", disse um veterano agente. Outro detalhe perturbador em relação ao FBI é a alta rotatividade na chefia de antiterrorismo: nos últimos cinco anos o posto foi ocupado por seis pessoas. (AG)
Brasil ficou mais longe para EUA
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o balanço de cinco anos do 11 de Setembro, a maioria dos funcionários que trabalham na área de relações exteriores brasileira, admite que, salvo os embates sobre os destinos da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e as desconfianças de Washington sobre a região de Foz do Iguaçu como área que abrigaria terroristas, Brasil e Estados Unidos seguiram agendas próprias, com raras conexões. A diplomacia brasileira ficou mais liberta das interferências norte-americanas, mas a relação bilateral entre os dois países não se aprofundou.
O interesse dos EUA na manutenção da relação cordial com o governo Lula aumentou consideravelmente o fluxo de autoridades americanas em visitas protocolares ao Brasil. Entre setembro de 2004 e o final de 2005, Lula recebeu os secretários de Estado, Colin Powell, e sua sucessora, Condoleezza Rice, bem como o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld. Mas por trás de parte dessas visitas havia um problema: a desconfiança do governo norte-americano. Assim, foi igualmente intensa a caravana para tratar sobre a Tríplice Fronteira Brasil-Argentina-Paraguai.
Os EUA estavam cientes de que a comunidade muçulmana na região de Foz do Iguaçu era infinitamente menor do que a de outras regiões do mundo, que o fluxo migratório era mais limitado e que a transferência de recursos ao exterior (no Brasil pelo menos) passa por controles mais efetivos. A suspeita de existência de uma célula terrorista na região foi logo afastada. Mas persistiram as dúvidas sobre a transferência de dinheiro para grupos terroristas internacionais e a certeza de que a área concentra atividades ilícitas, do contrabando de drogas e armas à pirataria. (AE)
AFP
População nova-iorquina convive hoje entre as cicatrizes dos atentados e o medo a cada sinal de ameaça
Em Nova York, a vida voltou (quase) ao normal
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om seus 8,1 milhões de habitantes, a cidade de Nova York ainda exibe as cicatrizes da grande tragédia dos atentados de 11 de Setembro. Seja no vazio do "Ground Zero", o espaço destruído no centro da praça, no policiamento ostensivo nas ruas, no reforço da segurança em estações de metrô e locais turísticos, no medo estampado no rosto de cada um a qualquer sinal de ameaça. Apesar de tudo, a cidade soube dar a volta por cima. "Nova York está de volta", disse o editor de negócios e chefe do escritório da revista Economist em Nova York, o inglês Mathew Bishop. "O mercado financeiro está forte, o setor imobiliário, em alta, empregos estão sendo criados e os hotéis, cheios. Mas, intimamente, o medo ainda existe", admite Bishop. Entre os nova-iorquinos se encontram, na mesma proporção, os que mudaram de hábitos e os que resistiram. Mas o trauma é evidente em quase todos os relatos. "Para quem estava aqui em 11 de setembro,
tudo é possível", diz Clarissa Patrianova, diretora de arte da Brooklyn Brothers, que não mudou sua rotina, mas se assusta quando o metrô pára ou algum imprevisto ocorre. Água – Ana Lúcia Nunes, que trabalha no mercado financeiro, nunca bebe água da torneira, só anda a pé ou de táxi e se recusa a morar em prédios altos. "Prefiro evitar certas coisas", defende-se. Leonardo Zraick, outro brasileiro em Nova York, lembra que as pessoas continuam andando de metrô e trabalhando em prédios altos, "mas quando há certos acontecimentos, como o apagão, em 2003, pensam logo em terrorismo". O policiamento nas ruas é mais visível do que nunca, com segurança armada em pontes e outros pontos estratégicos. "Sabemos que é alta a possibilidade de estarmos na lista de terroristas, mas somos nova-iorquinos e vivemos com isso", diz Christopher Keith, ex-CIO da Bolsa de Valores de Nova York. "E temos orgulho de ser a capital do mundo", completa. (AE)
Ó RBITA
SUSPENSÃO Irã deve suspender por O até dois meses os trabalhos de enriquecimento de urânio visando colaborar para o prosseguimento das negociações em torno de seu programa nuclear, disseram, ontem, diplomatas iranianos. A informação foi divulgada pelos diplomatas, após reunião em Viena com o chefe de política externa da União Européia, Javier Solana. (AE)
APELO primeiro-ministro Tony Blair, pediu ontem que a O comunidade internacional retome contatos com os palestinos se Hamas aceitar a formação de um governo de coalizão, renunciando à violência e reconhecendo Israel. É a primeira declaração de um líder ocidental a favor de um governo palestino com membros do Hamas. (AE)
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DCARRO
São Paulo, segunda-feira,11 de setembro de 2006
Regulamentação dos pneus usados pneu é um importante item de segurança do veículo. No momento da troca, modelos usados reformados vêm sendo adquiridos pelos consumidores no lugar de produtos novos. Entretanto, um rigoroso controle de qualidade é essencial para que o usuário não compre pneus sem condições adequadas de rodagem, que poderão ser responsáveis por graves acidentes. A AEA apóia o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) na implantação de um programa para regulamentar a comercialização de pneus reformados, que exigirá a certificação de qualidade concedida pelo órgão responsável. Existem três processos de reforma pelos quais os pneus usados podem passar. A recapagem troca apenas a banda de rodagem, que é a parte que fica em contato diretamente com o chão. A recauchutagem troca a banda de rodagem e parte da lateral do pneu, chamada de ombro. Estes dois procedimentos preservam as inscrições originais do fabricante. Já a remoldagem implica na remoção de todo o revestimento de borracha, impedindo a identificação do fabricante na lateral do pneu. "Todas as três operações devem ser realizadas de acordo com normas de
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índice LANÇAMENTO - 3 No embalo do off-road, Fiat apresenta Idea Adventure.
SERVIÇOS - 5 Dica: você precisa de água pura, o radiador do seu carro não!
CAPA - 6 E 7 Miniaturas em madeira pra deixar você de "boca aberta".
MERCADO - 9 As "novas" marcas crescem mais de 20% em agosto.
ANTIGOS - 11 A história de um carro pode transformá-lo em uma "jóia-rara".
aGenDa 19 de setembro
O presidente da Nissan Mercosul, Thomas Besson, anuncia os planos da companhia para os próximos três anos. O evento acontece na Estação São Paulo, em Pinheiros (SP), a partir das 10h30.
12, 13 e 14 de setembro
Volkswagen do Brasil lança o novo Polo, nas versões hatch e sedan. O carro será mostrado durante evento na cidade de Águas de São Pedro, no interior paulista.
Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br
qualidade para garantir a segurança ao consumidor. A remoldagem é a mais crítica delas, pois é bastante complexa e deve ser feita apenas por empresas que possuam competência técnica tanto na questão dos equipamentos quanto em mão-de-obra. O Inmetro publicou recentemente uma resolução colocando em consulta pública a regulamentação aplicável para a certificação de pneus reformados. Foi estabelecida a data de 1º de janeiro de 2007 para a entrada em vigor do programa de certificação. Após esta data, apenas poderão ser vendidos pneus reformados de veículos de passeio e caminhonetes que ostentem gravado no produto o selo do Inmetro e que registrem junto ao instituto uma declaração de conformidade às resoluções técnicas estabelecidas. O Ipem (Instituto de Pesos e Medidas) será o órgão responsável pela fiscalização em cada um dos Estados. A regulamentação para pneus de veículos pesados ainda está em debate e será implementada posteriormente. Discussões técnicas estão em curso para garantir que o controle do programa seja efetivo. Luiz Antonio Bragatto, diretor da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva)
Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 11 de setembro de 2006
Tínhamos que ter feito o gol, tínhamos que ter vencido este jogo.” Rogério Ceni
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Esporte
Acho que o São Paulo deu sorte, pois poderíamos ter vencido o jogo.” Leão
Marcelo Ferrelli/AE
Nelson Antoine/Futura Press
almanaque Celso Unzelte
O MAIOR ENTRE TODOS OS TABUS Arquivo Celso Unzelte
Com o empate de ontem diante do Corinthians por 0 a 0, o São Paulo igualou a maior série invicta da história do clássico entre os dois clubes, que datava de 1980. Acima, o são-paulino Serginho Chulapa aparece recebendo a bola de Zé Sérgio de costas para a área corintiana. Mesmo cercado por Mauro (número 3) e Zé Maria (2), ele conseguiu girar o corpo e marcar o gol da vitória tricolor por 1 a 0, em jogo válido pelo primeiro turno do Paulista daquele ano. Caía ali um tabu de 12 jogos sem vitórias do São Paulo .
OS 12 JOGOS DO TABU CORINTIANO O Corinthians ficou sem perder para o São Paulo durante exatos quatro anos, um mês e 20 dias, entre 23 de maio de 1976 (São Paulo 2 a 1, em um amistoso disputado na cidade paulista de Guaíra) e 13 de julho de 1980 (São Paulo 1 a 0, pelo Campeonato Paulista daquele ano, o jogo da foto acima). Naquele período, aconteceram doze partidas, onze delas pelo Campeonato Paulista e apenas uma pelo Campeonato Brasileiro, o de 1977. Foram oito vitórias corintianas e quatro empates, com 17 gols alvinegros e sete tricolores.
OS 12 JOGOS DO TABU SÃO-PAULINO O período de jogos sem derrota do São Paulo é menor (três anos, cinco meses e 18 dias), entre 22 de março de 2003 (Corinthians 3 a 2, segundo jogo da final do Paulista daquele ano) e a partida de ontem. Mas já soma, também, doze partidas, incluindo aquela anulada para efeito do Brasileiro de 2005, por conta do escândalo dos resultados manipulados pela arbitragem de Edílson Pereira de Carvalho. São três pelo Paulista e nove pelo Brasileiro, com oito vitórias e quatro empates, 22 gols são-paulinos e oito corintianos.
“Tabu? Mas que tabu?” (Título da capa da revista Placar de 18 de julho de 1980, no alto da foto em que Serginho, Teodoro e Heriberto comemoram o gol da vitória do São Paulo sobre o Corinthians por 1 a 0, pelo Paulista daquele ano. A primeira após mais de quatro anos de resultados negativos no clássico.)
Com o empate por 1 a 1 entre Fortaleza e Santos, ontem, no Estádio Presidente Vargas, na capital do Ceará, manteve-se um outro tabu: nos doze jogos disputados entre os dois clubes na história do Campeonato Brasileiro, os paulistas jamais perderam. Aconteceram seis vitórias do Santos e seis empates.
O clássico de ontem entre Botafogo e Flamengo foi o 313º entre os rivais, que duelam desde 1913. Vitória número 114 do Flamengo, contra 101 do Botafogo e 98 empates, com 456 gols do Botafogo e 491 do Fla.
Morreu na segunda passada, 4 de setembro, em Milão, o ex-lateral-esquerdo da Seleção Italiana e ex-presidente da Inter Giacinto Facchetti. Ele tinha 64 anos e sofria de câncer. Vice-campeão mundial em 1970, Facchetti jogou 94 vezes pela Itália.
Com as expulsões de César e Eduardo, São Paulo joga com 11 contra 9 desde a metade do primeiro tempo, mas não consegue derrotar o rival
0 A 0 PARA O CORINTHIANS
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o final do clássico de ontem entre São P a u l o e C o r i nthians, no Morumbi, jogadores do Tricolor saíam de campo cabisbaixos, enquanto os alvinegros, eufóricos, abraçavam-se ajoelhados ainda no gramado. Magrão — um dos três corintianos estreantes da tarde, ao lado do lateral-esquerdo César e do atacante Amoroso — desabou no chão. Marcelo Mattos e Marinho se abraçaram como se fosse a conquista de um título. Rafael Moura ergueu os braços para as arquibancadas. No entanto, a partida havia terminado empatada em 0 a 0, mantendo um tabu de doze jogos sem vitórias corintianas que entrará em seu quarto ano (leia o Almanaque ao lado). Além disso, apesar do resultado, o São Paulo manteve-se em primeiro lugar no Brasileiro, enquanto o Corinthians continuava em uma modesta 15ª colocação. Apesar de tudo isso, havia motivos de sobra para a euforia corintiana. Principalmente quando se pensa que o São Paulo jogou com onze jogadores contra nove desde os 20 minutos do primeiro tempo, quando o lateral-direito corintiano Eduardo foi expulso (antes dele, César já havia recebi-
do o vermelho logo aos 5 minutos de bola rolando). E o Corinthians, apesar da inferioridade numérica, poderia ter até vencido, se Rafael Moura aproveitasse pelo menos uma das duas grandes oportunidades que teve, uma em cada tempo, em que ficou cara a cara com o goleiro Rogério Ceni. “Com nove jogadores, a partida ficou complicada, mas todos mostraram muita superação”, resumiu o zagueiro corintiano Betão ao final da partida. De fato, ao serem expulsos infantilmente, César e Eduardo estragaram a estratégia inicial do Corinthians de Leão. César nem havia participado do jogo quando deu um pontapé em Souza e foi colocado para fora pelo árbitro Heber Roberto Lopes. Vinte minutos depois, Eduardo agrediu Thiago por trás, e também levou o cartão vermelho. A partir dali, surpreendentemente, o time de Emerson Leão não se desesperou. Continuou marcando bem e jogando ainda melhor, até o apito final. Consciente, a equipe alvinegra se fechou na defesa e, nos contra-ataques, acabou criando as melhores chances de gol da partida. “Foi um jogo com tudo aquilo que a Fiel espera do nosso time: raça, vibração e coração”,
orgulhava-se o técnico Leão. “Isso começou no campo e foi para as arquibancadas. Foi de dentro para fora. Existem vitórias que são enganosas, mas este resultado, mesmo sendo um empate, não foi enganoso.” Magrão também saiu satisfeito de seu primeiro encontro com a Fiel torcida. “É incrível como essa torcida faz diferença. A torcida do Corinthians engoliu a do São Paulo”, disse o estreante, todo entusiasmado. “Só não foi melhor porque não conseguimos quebrar o tabu, mas valeu mesmo assim.” Até o volante Marcelo Mattos, mais acostumado com a atuação da torcida corintiana, ficou impressionado: “Eles nos apoiaram o jogo todo e foram nosso ‘10º jogador’. Eles nos deram muita força”. Já o São Paulo mostrou lentidão e insistiu nos lançamentos para a área. Parecia até que era o Tricolor que não tinha laterais, pois em 90 minutos não houve uma única jogada de ultrapassagem. O time voltou mais ofensivo para o segundo tempo, com Danilo no lugar do zagueiro Edcarlos. Mas foi incapaz de ameaçar o goleiro Marcelo, à exceção de um chute de Danilo na trave. “Faltou muita coisa pra gente, o time todo jogou mal”, resumiu o goleiro Rogério Ceni.
Paulo Liebert/AE
Muricy, preocupado com Boca e Inter: "Temos de jogar muito mais"
Problemas para o Tricolor
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epois de esperar em vão que o São Paulo, com 11 jogadores contra nove durante mais de uma hora, batesse o Corinthians, Muricy Ramalho comentou o empate com absoluta sinceridade: "Nosso time foi incompetente. Lutou, lutou, lutou, mas, se jogasse mais dois dias assim, não faria o gol." A preocupação do técnico é o futuro imediato, pois o São Paulo tem dois difíceis jogos nesta semana, ambos no Morumbi: contra o Boca
Juniors, quinta-feira, na decisão da Recopa Sul-Americana, e contra o Internacional, no domingo, valendo a liderança do Campeonato Brasileiro. "Temos de jogar muito mais do que jogamos", prega Muricy, preocupado com a falta de um líder dentro de campo. "Nós tínhamos o Lugano, que xingava todo mundo, inclusive ele mesmo. Agora, nosso time ficou muito tímido, muito quieto. O Rogério cobra, mas é goleiro, fica lá atrás."
Peixe fora d'água Dida Sampaio/AE
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ogando na Vila Belmiro neste Brasileiro o Santos mostra-se praticamente imbatível (ganhou sete em nove jogos, empatando apenas um, com o Botafogo, e perdendo outro, para o Vasco). Mas quando sai de casa enfrenta sérias dificuldades. Das únicas três partidas que venceu fora de seu estádio, duas foram na capital, contra São Paulo e Palmeiras, e uma em Santo André, contra o Fortaleza, no primeiro turno. Vitória fora do Estado de São Paulo, até agora, nenhuma: foram cinco derrotas e cinco empates. Ontem, essa sina de “peixe fora d´água” se repetiu. Contra o Fortaleza, na capital cearense, o time de Vanderlei Luxemburgo foi inoperante no ataque e não conseguiu ir além de um empate por 1 a 1. Com o resultado, a diferença de quatro pontos em relação ao líder São Paulo manteve-se. Porém o Santos, até então segundo colocado, teve que assistir à ultrapassagem do Internacional, que agora está um ponto à sua frente e é o novo vice-líder. Os jogadores santistas já entraram em campo com uma motivação extra, sabendo que o São Paulo havia desperdiçado dois importantes pontos na
Apesar do malabarismo de Luiz Alberto, o Santos segue sem vencer fora de São Paulo: 1 a 1 com o Fortaleza
briga pelo título ao empatar com o Corinthians. Mas levaram um sufoco do time da casa no segundo tempo, e a derrota não seria injusta. Nos primeiros 15 minutos, o Fortaleza não conseguia completar nem três passes seguidos. O Santos, ao contrário, tocava com tranqüilidade. Três, quatro, cinco... vários passes, mas nada de arriscar ao gol.
O Fortaleza, então, resolveu ir para a frente. Mas mostrou que o arremate não é o seu forte e perdeu boas chances de abrir o placar, com Jorge Mutt. Se na frente o time cearense pecava, na defesa a situação não era diferente. O santista Dênis aproveitou o espaço deixado, avançou e mandou de fora da área: 1 a 0, aos 38 minutos. “A gente treina bastante e tive a felicida-
de de marcar”, comemorou. Aos 13 do segundo tempo, o atacante Rinaldo, que entrou no lugar de Bruno Barros, recebeu na área e passou por dois marcadores para empatar. Foi o suficiente para o jogo ganhar emoção e o Santos passar sufoco. E assim como havia acontecido no empate com o Santa Cruz, os santistas foram embora do Nordeste lamentando a
perda de mais dois importantes pontos. “Não conseguimos encostar no São Paulo, mas somamos mais um ponto que nos deixa entre os primeiros colocados”, procurava minimizar o prejuízo o goleiro Felipe, que substituiu o titular Fábio Costa, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Ele foi um dos destaques da partida, com grandes defesas que evitaram a vitória de virada do Fortaleza. “Jogar fora de casa é sempre complicado, principalmente com a pressão que a torcida do Fortaleza fez. Ela ficou muito perto da gente”, afirmou o goleiro santista. Mais de 10 mil torcedores lotaram o Estádio Presidente Vargas. O técnico Vanderlei Luxemburgo chegou a elogiar o desempenho do time, “que buscou superar a pressão da torcida, além do problema do campo ser muito apertado”. Reconheceu, porém, que o Santos realmente não vem obtendo um bom aproveitamento fora de casa. “Mas na Vila Belmiro estamos conseguindo vitórias importantes. Isso acaba trazendo um equilíbrio dentro da competição, que outras equipes não têm e nós temos de sobra".
São Paulo, segunda-feira,11 de setembro de 2006
DCARRO
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LANÇAMENTO
O off-road agora é "light" Divulgação
Maciez e equilíbrio caracterizam o Idea Adventure, que estará à venda na rede Fiat a partir do dia 20 ANTÔNIO FRAGA
A
nossa indústria automobilística está cada vez mais criativa. Reconhecida por vencer crises econômicas, abusivas cargas tributárias e a falta de recursos do povo para aquisição de seus produtos, agora também é líder mundial em criar segmentos de mercado e dar "upgrade" em veículos quando cruzam nossas fronteiras vindos do exterior. Lá fora concorre com determinado modelo. Mas chega aqui e sobe logo dois ou três "degraus", porque se criam segmentos como, por exemplo, pequenos Premium, médios Premium, grandes Premium e, agora, o off-road "ligth", onde a Fiat Automóveis encaixa os seus Adventures. Mas ela tem este direito. Afinal, inventou o segmento e é a única com
O estepe tem o lugar que merece no "off-road": do lado de fora, na tampa traseira
veículos especialmente desenvolvidos para esse fim. É o caso do novo Fiat Idea Adventure. Além do aspecto agressivo e bonito, do acabamento e dos conteúdos, impressiona a maciez e equilíbrio em pisos de terra e irregulares. No asfalto, em curvas mais velozes, pelo centro de gravidade maior que o do Idea normal, e pelo pneu de perfil muito alto, passa a sensação que não fará a curva. Mas faz, sem maiores problemas.
Desenho do bagageiro: beleza e praticidade
Utilidade - Na cidade, os pneus não atrapalham em nada, muito pelo contrário, até são úteis para superar a calamidade de nossas vias que, na verdade, são buracos rodeados por camadas de
Adventure: metade das vendas
C
erto dia, no século passado, durante uma coletiva no Salão de Detroit, nos Estados Unidos, alguém perguntou ao presidente mundial da GM, Richard Wagoner: "quando vai acabar esta onda de sport utility"? A questão referia-se ao fato de, a cada dia daquele último período dos anos 90, surgir um novo modelo de utilitário esportivo das diversas marcas do mercado. "Quando todos tiverem o seu". Foi a resposta de Wagoner. Outros utilitários esportivos vieram. Alguns ficaram e outros desapareceram ou estão a caminho disso. Depois vieram as minivans, os multiusos, com as fábricas, umas antes outras depois, entrando na onda. Em 1999, a Fiat brasileira lançou o primeiro modelo da família Adventure, um "off-road" que, na verdade, pouco ou nada tem de fora de estrada,
mas que carrega "o espírito de aventura". A moda pegou de tal forma, que hoje essa família responde, em média, por quase 50% das vendas entre os modelos Fiat que têm essas versões: Palio Weekend (50%), Doblò (60%) e Strada (30%). Completo - Para ter o novo Idea Adventure, o consumidor vai pagar R$ 52.900, contra R$ 56.880 do Ford EcoSport e R$ 53.000 do Volkswagen CrossFox, sendo que nos dois concorrentes o motor é 1.6 e no modelo Fiat, 1.8. Lélio Ramos, diretor comercial da montadora italiana, diz que o novo modelo estará na rede de concessionárias da marca a partir de 20 de setembro. A campanha de vendas ganhou a assinatura "A vida na cidade é uma aventura". Quem sabe, uma sutil referência aos perigos que cercam os motoristas nos centros urbanos.
asfalto. O desempenho tanto na terra e no asfalto não decepciona. Chega à máxima, de 170 km/h com gasolina e 171 km/h com álcool. De 0 a 100 km/h o Idea Adventure acelera em 12,3 segundos com gasolina e 12,2 segundos com álcool, segundo a fábrica. Os freios param o carro em espaços curtos e sem grandes sustos. A posição de dirigir é boa e todos os comandos estão ao alcance das mãos. O volante, com revestimento em couro, tem empunhadura e tamanho bons. O painel, de fácil visualização, é completo. Mas fica uma curiosidade sem resposta imediata: além de visualmente agregarem valor, serem bonitos e interessantes, para que servem a bússola e os inclinômetros (ops, não é palavrão) transversal e longitudinal? Não é off-road ligth? Quando o motorista vai ser tão agressivo a ponto de precisar utilizar esses relógios auxiliares sem ter uma tração 4x4? Mas o detalhe faz, pelo menos psi-
Bússola e inclinômetro: ninguém se perde. Nem tomba.
cologicamente, uma diferença muito agradável. Em síntese, o conjunto é bom e bem equilibrado. O Fiat Idea é uma boa opção dentro do universo Adventure, segmento mais do que criado, com méritos, pela marca italiana.
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Passe Livre Série B Camp. Brasileiro Série C
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 11 de setembro de 2006
PALMEIRAS GANHA EM CASA E JOGARÁ 4 FORA
BOA VIAGEM
paSse livre
Robson Fernandjes/AE
O
Cruzeiro, no Mineirão, no próximo final de semana. O Santa Cruz, no Recife. O São Paulo, em Presidente Prudente. E o Grêmio, em Porto Alegre. Estes serão os quatro próximos jogos do Palmeiras no Campeonato Brasileiro, todos fora de São Paulo. Parque Antarctica, agora, só em outubro, quando o time recebe o Flamengo, no dia 8. No sábado, o Palmeiras despediu-se temporariamente de seu estádio jogando com um uniforme prateado, em homenagem ao 92º aniversário do clube. E conquistou uma bela vitória, de virada, sobre o São Caetano, por 3 a 1. Logo aos 2 minutos, no primeiro lance de ataque da partida, o São Caetano saiu na frente. Após a cobrança de um escanteio, Marcelinho pegou a sobra na entrada da área e arriscou o chute, que acertou o ângulo do goleiro Diego Cavalieri. “Sofremos um gol muito cedo, numa desatenção da defesa”, admitiu mais tarde o ala Paulo Baier. “Quando nos organizamos, nossa aplicação fez a diferença.” E fez mesmo. cinco minutos depois, Daniel, de cabeça, empatou. Paulo Baier, aos 18, também de cabeça, virou o jogo. E Edmundo, aos 31, ampliou. Tudo isso no primeiro tempo. No segundo, o duelo ficou fácil, e se o Palmeiras tivesse sido mais objetivo — principalmente com Juninho e Marcinho, que substituiu Enílton, machucado — poderia ter conseguido uma goleada. A vitória deixa o Palmeiras na 12ª posição, com 30 pontos ganhos em 23 jogos. O São Caetano passa a ocupar a zona de rebaixamento: é agora o 17º colocado, com 26 pontos. Se em campo as coisas andarem bem, fora dele há indícios de um estremecimento pessoal entre Juninho e Edmundo. “No segundo tempo tínhamos de jogar muito melhor”, reclamou o meia. “O time tem de se acertar, tem muitos jogadores experientes e não pode dar a bola de graça pros caras.” Edmundo, um dos melhores jogadores em campo, chegou a
Vínhamos de uma situação complicada, mas a gente sabia que podia apagar a goleada para o Santos.” Diego Cavalieri, goleiro do Palmeiras
Roberto Benevides
Estréia histórica Em seu último jogo no Parque Antarctica neste mês, Palmeiras de Edmundo faz 3 a 1 no São Caetano. As próximas quatro partidas serão fora de São Paulo
reclamar do próprio Juninho quando este errou um passe. “Só não fiz o segundo gol porque a inveja não permite”, disse, referindo-se ao companheiro. Para o volante Wendel, o time mostrou seu poder de rea-
ção ao conseguir virar o jogo. “Estamos bem preparados fisicamente e soubemos jogar com tranqüilidade”, ressaltou. “Temos jogadores que decidem a partida, como Edmundo, Juninho e Marcinho.”
Para o próximo jogo, contra o Cruzeiro, Tite poderá contar com o goleiro Sérgio, recuperado de uma cirurgia no dedo anular da mão direita. Mas não terá o zagueiro Daniel, que levou o terceiro cartão amarelo.
F
ez bonito na estréia a Sociedade Esportiva Corinthians do craque Amoroso. Não é qualquer time que, reduzido a nove jogadores ainda no primeiro tempo, pode segurar um 0 a 0 com o São Paulo no Morumbi e até criar chances de vencê-lo. Pois o Corinthians, lanterninha há tão pouco tempo, conseguiu a façanha histórica e, assim, emergiu de vez no Campeonato Brasileiro. Para levar o Corinthians de volta às primeiras posições, o que já não parece tão impossível a esta altura do Campeonato Brasileiro, Emerson Leão vai insistir com o bom time que escalou para começar o clássico: Marcelo; Eduardo Ratinho, Betão, Marinho e César; Marcelo Mattos, Magrão, Roger e Carlos Alberto; Amoroso e Rafael Moura. Quando ainda era Sport Club Corinthians Paulista, o time tinha Tevez e Mascherano, que fugiram para a Inglaterra via Argentina e foram substituídos pelo trio Amoroso, Magrão e César, mais do que suficiente para ajudar Leão no esforço de recuperação dentro deste campeonato de qualidade técnica razoável e crescente equilíbrio na linha de frente da tabela. O herói da temporada corintiana é o técnico - e não apenas porque deixou o Palmeiras, não faz muito tempo, atolado na zona de rebaixamento. Foi lá, na última posição, que Leão encontrou o Corinthians há sete rodadas. Quatro vitórias, uma derrota e dois empates depois, está em 15º lugar, com 27 pontos, tantos quanto a rebaixada Ponte, mas distante nove pontos da lanterna e apenas oito do quinto colocado, o Vasco. Daqui em diante, para o bem do Corinthians, a responsabilidade deve passar para o time, reforçado animicamente por este 0 a 0 que a torcida e os estreantes Amoroso, Magrão e César nunca vão esquecer. O atacante e o volante colaboraram para o feito no Morumbi. O lateral poderia ter posto tudo a perder com sua expulsão logo aos 4 minutos de jogo, mas acabou involuntariamente ajudando a revelar uma força que o Corinthians ainda não tinha mostrado neste Brasileirão. É nesta força que agora aposta Emerson Leão.
GOLEIROS
MULHERÕES
Tão logo acabou São Paulo 0 x 0 Corinthians, o goleiro Rogério correu até o árbitro Heber Roberto Lopes, que cumpriu rigorosamente suas obrigaões em campo ao expulsar César e Eduardo por entradas violentas em Souxa e Thiago. Que diabo Rogério ainda poderia querer cobrar do árbitro? - Fui parabenizá-lo pela atuação no primeiro tempo, mas reclamar da falta de critérios em alguns lances no segundo. Não é só Emerson Leão, exgoleiro, que gosta de apitar os jogos.
As meninas do Brasil, aliás… melhor dizendo, os mulherões do Brasil, algumas com mais de 1,90m e a menorzinha com 1,69m, ganharam de ponta a ponta o Grand Prix de Vôlei que se decidiu ontem em Reggio Calabria, na Itália, com a vitória por 3 a 1 sobre as russas. É mais um hexa para o país do vôlei, que recentemente festejou o sexto título da Liga Mundial. As garotas fizeram ainda mais bonito do que os rapazes, pois chegaram invictas ao pódio, com 13 vitórias e, somados todos os jogos, o folgado placar de 39 sets a 6.
*Com Agência Estado e Reuters
SÉRIE B
SÉRIE C
Igualdade entre os opostos Junior Lago/Futura Press
U
m gol de cabeça do baixinho Rodrigo Batatinha, de apenas 1,62 metro, marcado sábado, no Canindé, aos 48 minutos do segundo tempo, impediu que a Portuguesa deixasse a zona de rebaixamento da Série B. Já para o Coritiba o resultado (empate por 2 a 2) caiu do céu: graças a ele, a equipe manteve a diferença de um ponto em relação ao Náutico e continua na liderança da competição. A Portuguesa, que no meio de semana havia derrotado o CRB de Alagoas, em casa, por 1 a 0, saiu na frente do Coritiba com um gol de Alex Alves, aos 8 minutos, mas ainda no primeiro tempo sofreu o empate, com um gol de Henrique, no último minuto. Na segunda etapa, Souza fez 2 a 1 para Lusa logo a um minuto, mas a equipe uma vez mais não teve forças para segurar o resultado que a afastaria das últimas quatro posições. Amanhã, a Portuguesa vai a Natal, enfrentar o América-RN. As duas rodadas realizadas na semana passada não ajudaram muito as equipes paulistas, que estão longe das quatro primeiras posições, aquelas que garantem o acesso à Série A do ano que vem. O time do Estado mais bem colocado continua sendo o Marília, que
21ª rodada Náutico 3 x 0 Atlético-MG Ceará 2 x 1 Brasiliense Marília 2 x 0 Santo André América-RN 0 x 1 Paysandu Paulista 2 x 2 Ituano Guarani 1 x 0 Coritiba Remo 4 x 1 Vila Nova Avaí 0 x 1 São Raimundo Portuguesa 1 x 0 CRB Gama 0 x 1 Sport 22ª rodada Guarani 3 x 1 São Raimundo Sport 0 x 0 Santo André Portuguesa 2 x 2 Coritiba CRB 0 x 1 Atlético-MG Ituano 1 x 1 Vila Nova Paulista 4 x 3 Gama Brasiliense 2 x 4 América-RN Avaí 2 x 0 Marília Paysandu 1 x 0 Náutico Ceará 1 x 1 Remo
Empate por 2 a 2 mantém o Coritiba em primeiro e a Portuguesa na zona de rebaixamento para a Série C
agora está apenas em sétimo, atrás, além dos quatro primeiros, também de Avaí (5º) e Paysandu (6º). O MAC vem de uma vitória em casa contra o Santo André, de uma derrota fora para o Avaí (2 a 0), ontem. Amanhã recebe o Ituano. Oitavo colocado, o Paulista, jogando em casa, também ontem, conseguiu uma vitória heróica sobre o Gama, por 4 a 3, em um jogo que chegou a estar vencendo por 3 a 0 até os 35 minutos do segundo tempo. Amanhã a equipe de Jundiaí
joga contra o Atlético-MG, no Mineirão. Na sexta-feira, o Santo André conseguiu um excelente resultado fora de casa, ao empatar com o Sport, no Recife, por 0 a 0. Décimo colocado, o time do ABC recebe amanhã o Ceará. Outro paulista que jogou na sexta-feira foi o Guarani, que venceu o São Raimundo no Estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, por 3 a 1. Com 30 pontos, o Guarani é 12º, e amanhã vai ao Estádio dos Aflitos, no Recife, para jo-
gar contra o Náutico, vice-líder da Série B. No sábado, o Ituano manteve a incômoda condição de não ganhar nenhum dos jogos que disputou em casa, ao empatar em 1 a 1 com o Vila Nova, de Goiás, no Estádio Novelli Junior, em Itu. Entre as equipes de outros Estados, o AtléticoMG conseguiu sua primeira vitória fora de casa (1 a 0 no CRB, em Maceió). O Paysandu derrotou o Náutico (1 a 0) e no jogo dos lanternas Ceará e Remo ficaram no 1 a 1.
Classificação
P
V
S
GP
1 Coritiba
39
11
10
39
2 Náutico
38
11
8
37
3 Sport
37
10
14
33
4 Atlético-MG
35
9
11
36
5 Avaí
33
9
0
20
6 Paysandu
32
9
2
32
7 Marília
32
8
7
31
8 Paulista
32
8
3
31
9 América-RN
31
10
-1
33
10 Santo André
31
8
2
25
11CRB
30
8
0
33
12 Guarani*
30
8
-2
30
13 Brasiliense
28
8
5
32
14 Gama
27
8
-8
29
15 São Raimundo
25
6
-8
22
16 Ituano
24
5
-2
29
17 Vila Nova
23
6
-8
26
18 Portuguesa
23
5
-9
24
19 Ceará
22
4
-8
23
20 Remo
19
5
-16
26
*Perdeu 3 pontos no STJD.
Barueri perde e Noroeste só empata
U
m empate e uma derrota. Este foi o saldo dos dois representantes paulistas na estréia na terceira fase da Série C, ontem, jogando fora de casa. O Noroeste tem motivos para comemorar o ponto somando no empate por 1 a 1 com a Anapolina, em Anápolis (GO). O time da casa teve a chance de sair na frente, quando Sandro Goiano cobrou pênalti e a bola explodiu no travessão. Depois, Bruno abriu o placar para o Noroeste, aos 16 minutos, mas a Anapolina empatou com Ailson, aos 39. Pelo Grupo 28, o Grêmio Barueri sofreu dois gols no segundo tempo, de Dejair, de cabeça, aos cinco, e Rodrigo Silva, nos acréscimos, e acabou derrotado pelo Criciúma por 2 a 0. RESULTADOS: Grupo 25 - Ferroviário-CE 1 x 1 Ananindeua-PA; Rio Negro-AM 1 x 2 Bahia-BA. Grupo 26 - Tuna Luso-PA 3 x 2 Vitória-BA; Treze-PB 2 x 1 River-PI. Grupo 27 Brasil 1 x 0 Ipatinga; Anapolina-GO 1 x 1 Noroeste-SP. Grupo 28 - Criciúma-SC 2 x 0 Grêmio Barueri-SP; América-MG 1 x 1 J. Malucelli-PR.
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DCARRO
São Paulo, segunda-feira,11 de setembro de 2006
30 ANOS Divulgação
Fiat, líder na maturidade A marca italiana comemora seus 30 anos de Brasil assumindo a liderança do mercado e lançando mais um modelo da família Adventure, o Idea CHICOLELIS
ivemos um momento muito bom. Neste mês alcançamos a liderança no mercado brasileiro. Vamos investir R$ 1 bilhão até o final do ano e, entre 2007 e 2008, mais R$ 1,5 bilhão. Nada melhor que uma situação como essa para registrar os 30 anos da Fiat no Brasil. A comemoração é de C. Belini, superintendente da Fiat Brasil (na montadora italiana não se usa a denominação presidente) afirmando que é "muito bom estar na liderança de uma empresa como a Fiat neste momento especial". Aos bons resultados da montadora no Brasil somam-se os números obtidos pela empresa em todo o mundo: em 2004 a Fiat ganhou 50 milhões de euros em seus negócios. No ano passado este valor foi multiplicado por 20: os lucros foram a 1 bilhão de euros. Sobre o futuro Belini diz que a montadora vai se manter na busca do que o consumidor pede, lembrando que o segmento "Adventure" foi uma dessas ações da montadora italiana. "Buscamos nichos - diz o superin-
V
tendente -, que nos permitam levar nossa marca a números maiores". Um deles é o "Adventure", que fará as vendas do Idea crescerem em cerca de 50% (veja matéria do lançamento do Idea Adventure, em Minas Gerais, na página 3). Para os próximos 30 anos Belini espera que a Fiat mantenha sua solidez e ritmo de crescimento -"sempre observando - conclui ele - com cuidado o relacionamento com todos os que nos cercam, do nosso cliente ao nosso fornecedor, passando especialmente pelo nosso trabalhador. Assim, os bons resultados virão. Entre eles, a liderança".
História - Foi durante o governo de Rondon Pacheco, em 1971, que a Fiat começou a viajar para o Brasil. Dois anos depois o governador recebia o todo-poderoso da Fiat, Giovanni Agnelli, para assinatura do contrato que daria a Minas Gerais aquilo que era um sonho de qualquer administração: Belini: nada melhor que uma situação como essa uma fábrica de automóveis. Ela começou a ser erguida em 1974 e, apenas dois anos depois, em 1976, já produzia o primeiro "italiano/brasiliano", o Fiat 147, com suas linhas retas, contrariando o estilo arredondado predominante da época. Era o menor carro brasileiro. Três anos depois a Furgonete, para cargas, junto com o 147 GL. Outras versões do modelo se seguiram, até a chegada do primeiro carro a álcool do mercado, em 1979. A perua Panorama veio em 1980 e a versão sedan, com o nome de Oggi, três anos depois.
O primeiro Fiat foi o 147, em 1976, apenas dois anos depois do início da construção da fábrica, em Betim, Minas Gerais. Em seguida o GL, mais ajeitado e o CL, com motor 1.300. O Uno é o mais antigo em produção.
Uno, o mais antigo Hoje com 22 anos, o automóvel mais velho e mais barato do País, o Uno surgiu em 1984. Ele até já mudou de nome: é apenas Mille, já que é oferecido apenas na versão de motor 1.0. Sua versão perua, a Elba, veio em 1985. Um ano antes, o Sedan Prêmio. Tivemos também o Tipo, importado de Casino, na Itália, e, em 1994, o primeiro turbo nacional, o Uno Turbo. O Palio chegou em 1996, Marea em 1998, a picape Strada, de cabine estendida, em 1999, o Doblò em 2001 e o comercial Ducato em 2002. O Idea veio no ano passado e neste ano a marca apresentou o primeiro tetrafuel do mercado, o Siena, cujo motor funciona com álcool, gasolina pura, gasolina com álcool (a brasileira), bem como com gás natural veicular. A perua Elba e o sedan Oggi fizeram parte desta história que faz 30 anos neste 2006. Eles não conheceram a liderança de hoje.
segunda-feira, 11 de setembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Futebol europeu Sul-Americana Basquete IRL
S
Não estamos aqui no Mundial para brincar, queremos o título." Antonio Carlos Barbosa
VAI COMEÇAR O MUNDIAL FEMININO
Gaspar Nóbrega/CBB
VALE O BI
ão Paulo verá, a partir de amanhã, a luta do Brasil pelo bicampeonato mundial de basquete feminino. A equipe inicia sua campanha contra a Argentina - enfrenta ainda Coréia do Sul e Espanha na primeira fase -, e aposta no incentivo da torcida para repetir a façanha de 1994, na Austrália, quando o time ainda era liderado por Hortência e Paula. Janeth, a atual estrela do time e coadjuvante naquela conquista, é quem faz a convocação: "Nós temos de jogar com seis contra cinco. A torcida tem de lotar o Ibirapuera e fazer a diferença a nosso favor. O time é bom e vai saber responder ao apoio dos torcedores", garante a jogadora, veterana de quatro Olimpíadas – estreou em Barcelona/92 – e quatro Mundiais. Janeth, de 37 anos, diz que chegará com força total à competição. "Estou com o espírito e a força física de quem tem 23. Vai ser um Mundial muito bom", diz. A armadora Helen reconhece que o horário dos jogos, 15h15, não é o ideal para ter o ginásio do Ibirapuera lotado, mas também faz o apelo. "Ter a torcida a favor é muito importante em um campeonato equilibrado como esse Mundial", diz ela, que vê na terceira realização do torneio no Brasil
3
- as outras foram em 1971 e 1983 - uma esperança para o combalido basquete brasileiro, dividido por brigas internas e resultados irregulares. "Agora, com muito público e com um bom resultado, tudo pode melhorar", afirma. Ontem, o técnico Antonio Carlos Barbosa definiu o grupo de 12 jogadores, com o corte da pivô Mamá e da ala Palmira e a convocação da ala Karen, irmã de Sílvia, que já estava na equipe. "A Palmira fez um bom trabalho, é uma jogadora jovem e deve se recuperar bem", disse Barbosa. No último amistoso de preparação, o Brasil venceu a Espanha por 84 a 66 e conquistou a Copa Eletrobrás, com uma grande atuação da pivô Alessandra, cestinha do jogo com 28 pontos. "Ainda precisamos acertar alguns detalhes defensivos, mas o importante é o que o grupo está evoluindo conforme o previsto rumo ao Mundial", comentou Barbosa. "O ti-
Helinho perde por 2 pontos
me está ganhando confiança e jogando melhor a cada partida. Cada atleta está desempenhando bem o seu papel em quadra", disse Alessandra. A Espanha está no grupo das seis equipes que podem lutar pelo título na opinião de Janeth, que também aponta Rússia, Austrália, Estados Unidos e República Checa, além, é claro, do Brasil. As norte-americanas buscam o tri e defendem uma invencibilidade em Mundiais e Olimpíadas iniciada em 1994, quando perderam para o Brasil nas semifinais. A equipe, no entanto, não terá a ala Lisa Leslie, melhor jogadora da WNBA, que pediu dispensa. Com uma seleção mais madura, o Brasil não pensa em outro resultado que não seja estar no pódio. "Não podemos pensar pequeno. Se pensarmos assim, já ficamos para trás. Penso lá na frente, em uma medalha", diz Helen. "Não vou falar que é o ouro porque é muito difícil, mas se a gente chegar às semifinais, vamos ‘nos matar’ para ganhar", conclui. A ala Iziane, única brasileira a jogar na última temporada da WNBA, diz que não teme a responsabilidade de ser titular, apesar da pouca experiência. "Estou preparada, e a acho que a nossa seleção pode fazer um bom Mundial", promete.
H
Janeth é a esperança do Brasil no Mundial, que começa amanhã
CLASSIFICAÇÃO: 1. Hornish Jr. (EUA), 475; 2. Wheldon (ING), 475; 3. Castroneves (BRA), 473; 4. Dixon (NZL), 460; 5. Meira (BRA), 411; 6. Kanaan (BRA), 384.
Estréia marcante M
SUL-AMERICANA
Paulistas na frente
Alessandro Garofalo/Reuters
aior estrela do Milan, Kaká tinha pedido à torcida uma certa paciência com Ricardo Oliveira até que ele se integre totalmente à nova equipe e à vida em Milão, mas, logo na rodada de abertura do Campeonato Italiano, o atacante brasileiro mostrou serviço. Aos 17 minutos do segundo tempo, entrou no gramado do San Siro para marcar de cabeça, aos 25, o gol que garantiu a vitória sobre a Lazio por 2 a 1. O desempenho de Ricardo Oliveira elogios do técnico Carlo Ancelotti: "Ele tem todas as características de um grande atacante. É pouco conhecido na Itália, mas é muito bom". Ancelotti, entretanto, disse que o brasileiro não será titular contra o AEK Atenas, pela Liga dos Campeões, na quarta-feira. "Ele ainda não está em plena forma." Kaká também teve influência direta na vitória, como autor do passe para o gol de Inzaghi, o primeiro do Milan. A
C
orinthians e Santos ficaram perto de garantir vaga na fase internacional da Copa Sul-Americana ao vencerem Vasco e Cruzeiro por 1 a 0, respectivamente. Os dois voltam a campo na quarta em busca de um empate - o Corinthians joga no Canindé, e o Santos, em Belo Horizonte. O brasileiro mais tranqüi-
lo, no entanto, é o AtléticoPR, que bateu o Paraná por 3 a 1 e joga em casa podendo até perder por 2 a 0. Já Fluminense e Botafogo se reencontram no Maracanã, e depois do empate por 1 a 1, o Flu, que joga "em casa", pois tem o mando da partida, se classifica com um empate sem gols - já o Bota precisa de 2 a 2 ou mais.
Fernando Soutello/AE
Ricardo Oliveira: gol garante vitória do Milan na estréia e merece elogios do técnico Carlo Ancelotti
vitória em casa deixou o Milan, punido com oito pontos negativos por ter se beneficiado do esquema de manipulação de
ITÁLIA
resultados na temporada anterior, com -5 pontos no Campeonato Italiano. A Internazionale, maior fa-
ESPANHA
Roma 2 x 0 Livorno Fiorentina 2 x 3 Internazionale Milan 2 x 1 Lazio Atalanta 3 x 1 Ascoli Cagliari 0 x 1 Catania Chievo 1 x 2 Siena Messina 1 x 0 Udinese Palermo 4 x 3 Reggina Sampdoria 1 x 2 Empoli Torino 1 x 1 Parma
elio Castroneves ficou a apenas dois pontos de seu primeiro título na IRL. Ele chegou em quarto lugar na última etapa, disputada ontem, em Chicago, e acabou com 473 pontos, contra 475 do tricampeão Sam Hornish Jr. e do inglês Dan Wheldon, que tentava o bi e venceu a prova. Hornish foi o terceiro e conquistou o título porque tinha quatro vitórias na temporada, contra duas do adversário. Helinho começou a prova em vantagem, com 411 pontos contra 410 de Hornish, mas acabou jogando fora sua chance de conquistar o título inédito por causa de uma penalidade por excesso de velocidade nos boxes. Acabou vendo mais um triunfo de seu companheiro de Penske. "Parabéns para a equipe, parabéns para o Sam. Tentei de tudo, mas não deu. Agora, tenho que levantar a cabeça, porque em 2007 tem mais campeonato", resignou-se o brasileiro, que teve mais dois compatriotas entre os seis primeiros da temporada: Vítor Meira, sexto colocado na prova de ontem, e Tony Kanaan, o sétimo.
Barcelona 3 x 0 Osasuna Atletico Madrid 0 x 1 Valencia Getafe 1 x 0 Racing Santander Gimnastic 1 x 2 Celta Levante 1 x 4 Real Madrid Mallorca 0 x 0 La Coruña Betis 3 x 0 Athletic Bilbao Real Sociedad 1 x 3 Sevilla Villarreal 0 x 1 Huelva Zaragoza 3 x 0 Espanyol
vorita ao título, venceu seu jogo de estréia - 3 a 2 sobre a Fiorentina, em Florença - e tem três pontos ganhos.
ALEMANHA*
FRANÇA
Schalke 2 x 0 Werder Bremen Bayern 0 x 0 Nurnberg Bochum 0 x 1 Energie Cottbus Hannover 0 x 3 Alemannia Aachen Borussia Mönchen. 1 x 0 Arminia Stuttgart 1 x 3 Borussia Dortmund Bayer Leverkusen 1 x 1 Wolfsburg Hamburgo 1 x 1 Hertha Mainz 1 x 1 Eintracht Frankfurt
Bordeaux 3 x 2 Nice Auxerre 2 x 1 Monaco Le Mans 1 x 1 Lorient Lens 3 x 0 Valenciennes Lyon 2 x 0 Troyes Nantes 1 x 1 Lille Rennes 2 x 1 Sochaux Sedan 2 x 2 Saint-Etienne Toulouse 2 x 2 Nancy PSG 1 x 3 Olympique
Gustavo Nery marcou gol que deixou o Corinthians em vantagem
INGLATERRA
PORTUGAL
Everton 3 x 0 Liverpool Arsenal 1 x 1 Middlesbrough Bolton 1 x 0 Watford Chelsea 2 x 1 Charlton Newcastle 1 x 2 Fulham Portsmouth 1 x 0 Wigan Sheffield 0 x 0 Blackburn Manchester United 1 x 0 Tottenham West Ham 1 x 1 Aston Villa hoje: Reading x Manchester City
Aves 0 x 1 Braga Nacional 0 x 1 Sporting Boavista 3 x 0 Benfica Paços Ferreira 2 x 1 Marítimo Belenenses 2 x 0 Vitória de Setúbal Acadêmica 1 x 2 Naval Amadora 0 x 3 Porto hoje: União Leiria x Beira Mar
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
1 Atalanta
3
1
2
3
1 Sevilla
6
2
6
7
1 Nuremberg
7
2
4
4
1 Olympique
13
4
9
10
1 ManchesterUnited
12
4
9
11
1 Porto
6
2
4
5
2 Roma
3
1
2
2
2 Barcelona
6
2
4
6
2 Bayern
7
2
3
4
2 Lyon
13
4
8
12
2 Portsmouth
10
3
8
8
2 Naval
6
2
3
4
3 Palermo
3
1
1
4
3 Getafe
6
2
3
3
7
2
3
4
3 Lille
10
3
7
10
Everton
10
3
6
8
3 Sporting
6
2
2
4
2
2
3
4 Nancy
10
3
3
7
4 Chelsea
9
3
5
8
4 Braga
6
2
2
3
5 Saint-Etienne
10
3
2
9
5 Aston Villa
8
2
3
6
5 Paços Ferreira
3
1
0
3
9
3
0
7
6 Bolton
7
2
1
4
6 Boavista
3
1
2
5 2
Schalke 04
4 Internazionale
3
1
1
3
4 Valencia
6
2
2
3
3
1
1
2
5 Real Madrid
4
1
3
4
4 Borussia Mönchengladbach
6
5 Empoli Siena
3
1
1
2
6 La Coruña
4
1
1
3
5 Werder Bremen
6
2
1
6
6 Bordeaux
7 Catania
3
1
1
1
7 Huelva
4
1
1
2
6 Hertha
5
1
4
5
7 Lorient
8
2
2
8
7 Fulham
7
2
-2
5
7 Belenenses
3
1
2
Messina
3
1
1
1
8 Zaragoza
3
1
2
5
7 Mainz
5
1
1
4
8 Sochaux
8
2
1
8
8 West Ham
5
1
1
6
8 Marítimo
3
1
0
2
9 Parma
1
0
0
1
9 Betis
3
1
2
4
8 Bayer Leverkusen
4
1
2
5
9 Le Mans
8
2
0
7
9 Liverpool
4
1
-2
3
9 Aves
1
0
-1
2
Torino
1
0
0
1
10 Celta
3
1
0
4
9 BorussiaDortmund
4
1
0
4
10 Toulouse
8
2
0
6
10 Manchester City
4
1
-2
1
Acadêmica
1
0
-1
2
11 Chievo
0
0
-1
1
11 Gimnastic
3
1
0
2
10 Energie Cottbus
4
1
-1
3
11 Lens
7
2
-1
7
11 Middlesbrough
4
1
-4
5
11 Beira-Mar
1
0
0
2
0
0
-1
1
12 Atlético Madrid
3
1
0
1
11 Hamburgo
3
1
0
4
12 Valenciennes
5
1
-2
6
12 Reading
3
1
-1
4
12 Vitória Setúbal
1
0
-2
1
1
12 Eintracht Frankfurt
3
1
0
2
13 Auxerre
5
1
-3
4
13 Wigan
3
1
-1
2
13 União Leiria
0
0
-1
1
Sampdoria 13 Cagliari
0
0
-1
0
13 Mallorca
2
0
0
14 Udinese
0
0
-1
0
14 Villarreal
1
0
-1
0
13 Wolfsburg
3
1
0
1
14 Monaco
4
1
-2
5
14 Newcastle
3
1
-2
3
14 Nacional
0
0
-2
0
15 Ascoli
0
0
-2
1
15 Real Sociedad
1
0
-2
2
3
1
-1
3
15 PSG
4
1
-3
6
15 Tottenham
3
1
-3
2
15 Benfica
0
0
-3
0
16 Livorno
0
0
-2
0
16 Athletic Bilbao
1
0
-3
1
14 Alemannia Aachen
16 Rennes
4
1
-4
5
16 Charlton
3
1
-4
4
16 Amadora
0
0
-5
0
17 Milan*
-5
1
1
2
17 RacingSantander
0
0
-2
0
15 Stuttgart
3
1
-4
4
17 Sedan
3
0
-3
5
17 Arsenal
2
0
-1
2
18 Lazio**
-11
0
-1
1
18 Espanyol
0
0
-4
0
19 Reggina***
-15
0
-1
3
19 Osasuna
0
0
-5
0
20 Fiorentina****
-19
0
-1
2
20 Levante
0
0
-7
1
* começou com -8 pontos; ** -11 pontos; *** -15 pontos; ****-19 pontos
16 Arminia Bielefeld
1
0
-2
3
17 Bochum
0
0
-3
2
18 Hannover
0
0
-9
2
*Rodada e classificação da semana anterior
18 Nantes
3
0
-4
5
18 Sheffield
2
0
-3
1
19 Troyes
2
0
-4
4
19 Blackburn
2
0
-5
1
20 Nice
1
0
-6
4
20 Watford
1
0
-3
3
São Paulo, segunda-feira,11 de setembro de 2006
DCARRO
5
RADIADOR
Quer que complete a água? Não basta "completar" o nível do radiador. O ideal é colocar aditivo para que o sistema de arrefecimento funcione bem, evitando corrosão de algumas peças.
E
stá chamando bastante atenção, na TV, uma propaganda de um veículo de comunicação mostrando um filho dizendo ao pai que este precisa trocar de carro pois o atual está com água no carburador. O pai fica surpreso e, no final, o filho "prova" estar certo ao informar que o automóvel está na piscina do vizinho. Bom seria se o único problema envolvendo "água e carro" fosse deste tipo. A STP/Petroplus, fabricante de produtos automotivos, dá uma dica importante sobre o sistema de arrefecimento do seu carro. No geral, lembra a empresa, basta alguém parar num posto para o frentista perguntar: "quer que olhe a água". Se o nível do radiador está baixo, o funcionário completa com água, recebe uma gorjeta e libera o veículo. O que
parece inofensivo e até cuidadoso, pode gerar problemas. Sem a mistura de aditivo, na proporção certa, a água evapora rapidamente, podendo até enferrujar equipamentos do veículo, como a válvula termostática e a bomba d’água. Para o supervisor de Vendas da STP/Petroplus, Maurílio Berbel, esta prática pode
até causar prejuízo ao proprietário. "Em caso de falha do sistema de arrefecimento e superaquecimento do motor, os gastos podem chegar a R$ 10 mil com retífica". O especialista recomenda a reposição com um produto específico, como o All Season Plus da Petroplus, que contém a proporção certa entre aditivo e
água e a limpeza de todo o sistema, sempre que necessário, e não apenas do reservatório. "É mais barato fazer a manutenção preventiva que a corretiva", garante Maurílio. Já no caso do "paizão" da propaganda, o problema não seria resolvido nem mesmo se a piscina, em vez de cloro, estivesse com 50% de aditivo.
4
Fórmula 1 Schumacher Vôlei Tênis
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 11 de setembro de 2006
"O Michael é fantástico, e me sinto honrado em poder correr ao seu lado. Ele é um exemplo para todos nós" Felipe Massa
BRASIL É CAMPEÃO INVICTO DO GRAND PRIX
Nikola Solic/Reuters
NOVAMENTE
Nasce uma lenda
HEXA Fotos: FIVB
A
seleção brasileira de vôlei feminino repetiu ontem a doce rotina iniciada logo após a Olimpíada de Atenas: subir ao lugar mais alto do pódio. O hexacampeonato do Grand Prix, título que já havia sido conquistado em 1994, 1996, 1998, 2004 e 2005, foi a décima conquista consecutiva desde a literal tragédia grega, quando a equipe desperdiçou oito match points contra a Rússia, nas semifinais, e acabou apenas com a quarta posição. Contra a mesma Rússia, o Brasil sobrou em quadra. Já havia vencido na quarta-feira, na abertura da fase final, por 3 a 0. Ontem, cedeu um set, mas fechou a partida em 3 a 1 (25/20, 25/20, 23/25 e 25/17), e provou, na quadra de Reggio Calabria, na Itália, que tem tudo para conquistar, em novembro, no Japão, o primeiro título mundial de sua história. Isso porque a equipe foi a dona do Grand Prix. Terminou invicta, com 13 vitórias e apenas seis sets perdidos em todo o torneio. Bateu uma vez a Itália, atual campeã mundial,
N
No dia em que anunciou a aposentadoria, Schumacher venceu o GP da Itália e ficou a dois pontos de Alonso Giampietro Sposito/Reuters
Brasil bateu a Rússia por 3 a 1, na Itália, conquistou o Grand Prix pela sexta vez e mostrou que é favorito para a conquista do inédito título mundial uma vez a China, campeã olímpica, duas vezes a eterna rival Cuba e a Rússia, e três vezes o ascendente Japão. “Me sinto feliz, com a sensação de dever cumprido. Esse ti-
me joga ponto a ponto, luta pela bola o tempo todo e isso dá um brilho a mais para essa conquista”, elogiou Zé Roberto, que pôs em segundo plano os prêmios individuais para Fabiana (melhor atacante), Arlene (líbero) e Sheilla (melhor jogadora do campeonato). "Não existe um destaque individual. Todo mundo colaborou, e elas têm consciência disso." O hexa teve sabor especial para a levantadora Fofão, presente em cinco das seis conquistas no Grand Prix, o que a torna a maior ganhadora da história do torneio. “Tiro forças da minha paixão por jogar, do meu prazer em fazer o que gosto. É tanta motivação que até pareço mais jovem”, brincou Fofão, de 36 anos.
Federer, é claro o caminho de se tornar o maior tenista de todos os tempos, Roger Federer voltou a fazer história ao conquistar o título do US Open, com vitória na final sobre o norte-americano Andy Roddick por 3 a 1 (6/2, 4/6, 7/5 e 6/1). Agora, ele é o primeiro a ser ao mesmo tempo tricampeão do último Grand Slam do ano e também de Wimbledon.
Federer contou na torcida com o apoio outra fera do esporte, o golfista Tiger Woods. "Tentei encontrá-lo por tantas vezes e não foi possível. E fiquei muito feliz que agora aceitou o convite para ver esta final. Foi uma pressão muito grande", disse O domínio de Federer ficou claro desde o início da partida, quando chegou abrir vanta-
Mike Segar/Reuters
Suíço bateu Roddick por 3 a 1 e conquistou o tricampeonato do US Open
gem de 5 a 0 sobre Roddick. Apesar da reação do norteamericano, que chegou a vencer o segundo set, prevaleceu no final a grande categoria do líder do ranking, que somou sua nona conquista de Grand Slam e ampliou sua vantagem sobre o rival: agora são 11 vitórias contra Roddick - inclusive nas finais de Wimbledon de 2004 e 2005 - e uma derrota. "Ainda não cheguei ao topo da montanha. Mas fiquei perto", conformou-se o norteamericano, que agora é treinado pelo ex-campeão Jimmy Connors e voltou a apresentar seu melhor jogo. Para Federer, campeão também no Aberto da Austrália, o ano só não foi perfeito porque continua a lhe faltar um Grand Slam: Roland Garros. Desta vez, chegou mais longe que nunca, mas caiu na final diante de Rafael Nadal, o "rei do saibro". "Tive um ano fantástico, sem dúvida", disse.
M
ichael Schumacher confirmou o que a Fórmula 1 já esperava: vai se aposentar no fim da temporada, seja qual for o resultado. Depois de 16 temporadas, 90 vitórias (e ainda faltam três corridas), ele dará aos brasileiros a honra de cruzar a bandeira quadriculada pela última vez em Interlagos, no dia 22 de outubro, na prova que encerra a temporada. E ontem, ao vencer o GP da Itália e contar com o abandono de Fernando Alonso, ficou mais próximo de conquistar o octacampeonato. No ano que vem, a Ferrari terá como pilotos Kimi Raikkonen, pole position ontem e segundo colocado na corrida, e o brasileiro Felipe Massa, que chegou em nono e foi apontado por Schumacher como seu possível herdeiro. "É a hora de novas caras para a categoria e tenho certeza de que Felipe Massa trará grandes vitórias para a equipe", avisou o alemão, em comunicado emitido pela equipe após a prova. Ele deixa as pistas, mas não a Ferrari: ganhará um cargo de dirigente a partir do ano que vem, segundo o mesmo comunicado: "De início, adiantamos que Schumacher continuará a contribuir conosco, pois ele fará parte dessa nova estrutura. A família da Ferrari está muito contente por isso." O alemão que mudou a história da Fórmula 1 e pulverizou todos os seus recordes começou na categoria em 1991, com uma Jordan, no GP da Bélgica. Na prova seguinte, na Itália, já estava na Benetton, ao lado de Nelson Piquet, no lugar de outro brasileiro, Roberto Moreno. Pela equipe, hoje sucedida pela Renault, conquistou o bicampeonato da F-1 em 1994 e 1995. No ano seguinte, transferiu-se pela Ferrari, pela qual conquistou todos os títulos entre 2000 e 2004.
Na corrida de ontem, Schumacher tomou a ponta de seu sucessor na Ferrari nos boxes, graças ao desempenho impecável na pista e ao bom trabalho da equipe. O pódio foi completado pela grande revelação da temporada, o polonês Robert Kubica, que em seu terceiro GP pela BMW Sauber alcançou a terceira posição. Giancarlo Fisichella chegou em quarto e livrou a Renault do desastre completo no fim de semana, que começou com uma punição a Alonso, obrigado a largar em décimo, e marcado pela quebra do motor do espanhol. O chefe da equipe, Flavio Briatore, comparou a F-1 atual ao escândalo no futebol italiano. "Eles decidiram dar o Mundial para Schumacher e assim será", disparou. Já Alonso minimizou os problemas com o carro e a aproximação de Schumacher. "Ouso afirmar que somos fa-
voritos nas últimas etapas." MUNDIAL DE PILOTOS: 1. Alonso (ESP/Renault), 108; 2. M. Schumacher (ALE/Ferrari), 106; 3. Massa (BRA/Ferrari), 62; 4. Fisichella (ITA/Renault) e Raikkonen (FIN/McLaren), 57; 6. Button (ING/Honda), 40; 7. Montoya (COL/McLaren), 26; 8. Barrichello (BRA/Honda), 25; 9. Heidfeld (ALE/BMW Sauber), 20; 10. R. Schumacher (ALE/Toyota), 18; 11. Coulthard (ESC/Red Bull) e De la Rosa (ESP/McLaren), 14; 13. Trulli (ITA/Toyota), 12; 14. Villeneuve (CAN/BMW Sauber), 7; 15. Kubica (POL/BMW Sauber) e Webber (AUS/Williams), 6; 16. Rosberg (ALE/Williams), 4; 17. Klien (AUT/ Red Bull), 2; 18. Liuzzi (ITA/Toro Rosso), 1. CONSTRUTORES: 1. Ferrari, 168; 2. Renault, 165; 3. McLaren, 97; 4. Honda, 65; 5. BMW Sauber, 33; 6. Toyota, 30; 7. Red Bull, 16; 8. Williams, 10; 9. Toro Rosso, 1.
Ray Stubblebine/Reuters
A bela é fera
M
aria Sharapova se dedicou ontem a exibir sua beleza por Nova York, sem largar o troféu do US Open conquistado na noite de sábado, seu segundo título de Grand Slam na carreira. Ela venceu a belga Justine Henin-Hardenne por 2 a 0 (6/4 e 6/4) e mostrou que, aos 19 anos, pode se sustentar na elite do tênis não apenas pela beleza, mas pela qualidade de seu jogo. "Esta é a cidade que mais amo no mundo e jogar aqui é um privilégio", disse sobre Nova York - mas calou sobre o namoro com Andy Roddick. "Não acho que as pessoas se interessa pelos amigos que tenho." Campeã de Wimbledon em 2004, aos 17 anos, ela disse que, daquela vez, se surpreendeu com a conquista, o que não ocorreu agora. "Desta vez venci por ter me preparado muito para isso." Entre seus feitos no US Open estão vencer Henin-Hardenne após quatro derrotas seguidas, e eliminar Amelie Mauresmo, a número 1 do mundo, a quem nunca tinha vencido. "Não existe limite para o Sharapova mostrou no US Open que também joga muito que se pode ganhar", disse.
DCARRO
MINIATURAS
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A arte de Claudio não se resume às miniaturas. Abaixo, desenho feito em uma parede de sua casa.
São Paulo, segunda-feira,11 de setembro de 2006
São Paulo, segunda-feira,11 de setembro de 2006
Coisa séria
Se o esporte é capaz de tirar crianças das ruas, Claudio acredita que seus "carros" também são
Pablo de Sousa
Extremamente detalhista, Claudio absorve as imagens para depois transformá-las em belas peças feitas em madeira. Entre elas, modelos modernos ou antigos e de todas as marcas.
ANDERSON CAVALCANTE
apão Redondo, o bairro, na Zona Sul de São Paulo, considerado uma das regiões mais violentas da capital. Mas engana-se quem imagina que o local é berço apenas de marginais e de bandas de rap, como os Racionais MCs. Nesta região mora o artista Claudio Prado, que aos 49 anos de idade parece uma criança entre suas obras, sonhos e brincadeiras. Fazendo réplicas de carros esculpidas em madeira nas horas vagas (quando não está trabalhando como restaurador em obras de cimento, mármore ou granito), descobriu em sua arte uma segunda fonte de renda, além de divertir-se e manter-se alheio ao clima de tensão, causado pela violência, em que vivem não só os moradores do Capão Redondo, mas de toda a cidade.
C
Memória - Detalhista e perfeccionista, suas peças dão a impressão de terem sido feitas por um
aficionado em marcas automotivas, mas ao ser questionado sobre qual o modelo de algumas peças, nem sempre sabe responder. "Alguns modelos eu faço depois de ver o original na televisão, outros eu vejo a foto em alguma revista e guardo na memória. Tem um que eu vi desenhado em uma lata de tiner e decidi copiar, outro, fiz após assistir um filme do Al Capone. Mas sobre carros eu só tenho a paixão, não sou um profundo conhecedor". Em média, Claudio leva 25 dias para fazer dois carros. Quando faz o carro aleatoriamente cobra cerca de R$ 140 cada peça. "Só quando a pessoa encomenda uma réplica de algum modelo específico é que aumento um pouco o preço, mas em média cobro R$ 200". Outro item que pode fazer variar o preço das peças é o material utilizado. Normalmente, Claudio não utiliza nenhum tipo especial de madeira para fazer seus trabalhos, aproveitando sobras de marcenarias "Madeiras nobres são bem mais fáceis de trabalhar, mas infelizmente o custo é maior", explica o artista. Paixão - Entre os trabalhos de Claudio, a marca de carro que mais se vê é a Mercedes-Benz. "Sou apaixonado por esta marca porque esta estrela brilha há anos e sei que nunca vai se apagar. Copiei um modelo de 1939 que é a minha peça favorita.
Uma vez sonhei que estava dando um ‘rolê’ dentro dele e as pessoas olhavam sem acreditar no que viam. E é quase sempre assim, todos os carros que faço acabam fazendo parte da minha vida, nem que seja em meus sonhos". Outra paixão (e sonho!) de Claudio é a Corvette. "Mas infelizmente nunca entrei ou vi fotos de uma para reproduzir. Sei que ainda irá surgir a oportunidade e farei uma das minhas melhores réplicas". Mas alguns sonhos de Claudio, apesar de envolverem seus ‘carrinhos’, estão muito mais próximos da realidade. "O que eu mais queria na vida é que a Prefeitura, ou alguma empresa, cedesse um salão onde eu pudesse colocar vários garotos de rua para aprenderem este ofício. Além de espalhar esta arte, sei que iria afastá-los das ruas e da criminalidade".
Para conferir de perto estas verdadeiras "obras-de-arte", feitas por Claudio, ou encomendar alguma réplica de carros, caminhões ou motocicletas, o contato pode ser feito pelo celular de São Paulo: (11) 7653-3588.
DCARRO
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DCARRO
São Paulo, segunda-feira,11 de setembro de 2006
MERCADO/AUTOINFORME
PROTÓTIPO
Preço do "zero" segue estável
CTM 2000: "Tem que ter braço!" A
Divulgação
A alta em agosto foi de apenas 0,04%. No acumulado do ano, os carros ficaram 0,42% mais caros, um índice que indica total estabilidade. preço do carro zero-quilômetro ficou apenas 0,04% mais caro em agosto, conforme apurou pesquisa da Agência AutoInforme que, com base na cotação da Molicar, avalia mensalmente os preços praticados no mercado brasileiro. No acumulado de janeiro a agosto o preço do automóvel novo acumula pequena alta de 0,42%. As montadoras estão mantendo os preços praticamente estáveis nas tabelas oficiais, o que influencia no chamado "Preço de Verdade", isto é, aquele realmente praticado no varejo. Essa situação é inédita e muito favorável ao consumidor, que pode planejar melhor a compra por conta da estabilidade. A BMW foi a marca que teve a maior alta em agosto. Seus carros ficaram 2,1% mais caros na média. A Renault veio em segundo lugar com alta de 1,9%. A Honda teve alta de 1,6% e a Toyota 0,58%. Na seqüência, os maiores índices de aumento ficaram por conta das montadoras Peugeot (0,45%), Nissan (0,37%) e Ford (0,21%).
O
A BMW, que entre outros modelos oferece o X3, aumentou preços em 2,1%
A maior parte das montadoras permaneceu com os preços praticamente inalterados e algumas marcas até registraram variação negativa no mês passado, como é o caso da Volkswagen (0,59), Jeep (-0,63), Citroën (-0,84) e Subaru (-1,51). Manutenção - O custo para o motorista andar e manter o carro ficou maior em agosto. O IMC (Índice de Manutenção do Carro) teve a terceira alta mensal seguida e fechou o mês em 0,20%, conforme apurou a Agência AutoInforme, responsável pela elaboração do índice. De janeiro a agosto a Inflação do Carro foi de 3,51%.
O vilão do mês foi o pneu, que ficou 3,91% mais caro. O segundo item que mais subiu na cesta de produtos do IMC foi o filtro de ar, com alta de 3,2%. A correia dentada ficou 3,1% mais cara e ajudou a impulsionar o índice. Nos primeiros meses do ano os combustíveis determinaram a alta na inflação do carro. Depois de abril, com os preços da gasolina e do álcool estabilizados, o custo de manutenção dos veículos ficou mais acomodado (veja o gráfico). Até março, com o álcool na entressafra, o IMC chegou a 3,04%. No mês de agosto, o preço do derivado da cana teve alta de 0,24%, e a gasolina sofreu queda de 0,08%.
PRODUTO
GM lança linha 2007 da Zafira Divulgação
A
Zafira, único monovolume nacional com sete lugares, ganhou duas novas cores na linha 2007, a bege Hazel e a cinza Bluet, ambas metálicas, que se unem às já conhecidas preto Liszt e branco Mahler, prata Polaris e azul Posidon (perolizada). Entre outras novidades, o modelo passa a incorporar um novo ar-condicionado digital, com visual mais moderno. Um elevado nível de funcionalidade e versatilidade, combinado com um espaço interior único no mercado, são as características determinantes, na avaliação da General Motors, para o design singular da Zafira. Seu exclusivo sistema Flex7, permite 28 posições diferentes de bancos, com capacidade de carga de até 1.700 litros, o melhor da categoria, sem a necessidade de remoção de assentos. O longo entreeixos de 2.703 mm oferece
Entre as novidades da linha 2007, um novo ar-condicionado digital, com visual mais moderno
excelente estabilidade e um interior espaçoso. Os racks instalados no teto compõem com as linhas fluidas do modelo. A aerodinâmica da Zafira auxilia no baixo
nível de consumo de combustível, aumentando o conforto ao rodar. Extensas análises produziram um coeficiente de penetração aerodinâmica de apenas 0,33.
cearense Nordeste Sport Motor iniciou as vendas do protótipo CTM 2000 em almoço para pilotos e interessados. Após a confirmação de sete unidades comercializadas, a expectativa é de que este número chegue a 20, ainda este ano. O CTM 2000 foi apresentado ao público em abril e com a exposição na mídia especializada, a procura tem sido constante, o que fez com que a Nordeste promovesse um encontro especial, no qual o carro pudesse ser apreciado e testado por possíveis compradores. O evento aconteceu no autódromo do Eusébio, em Fortaleza, onde foi realizado o test-drive. Pilotos de várias idades e segmentos foram ao almoço, que também reuniu antigos competidores interessados em voltar a correr com o CTM 2000. "O carro é impressionante! Potente e arisco! É preciso ter braço para segurá-lo. Eu corria de kart e estou parado há 4 anos, mas me sinto motivado a voltar às pistas com o CTM 2000. Ele tem potencial para sair do Ceará e conquistar o Brasil", afirmou o ex-piloto de kart, André Pontes. Para agendar um test-drive, basta acessar o site www.ctm2000.com.br, além disso, a página oferece informações sobre o projeto e objetivos da categoria. Para os vinte primeiros compradores, a empresa preparou um valor especial de R$ 40 mil. Depois, o carro voltará ao custo padrão de R$ 50 mil.
São Paulo, segunda-feira,11 de setembro de 2006
DCARRO
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MERCADO/AUTOINFORME
Vendas das "novas" disparam Honda, Toyota, Peugeot e Mitsubishi cresceram mais de 20% em agosto, bem acima da média do mercado venda de carros e comerciais leves segue em alta. Em agosto a indústria automobilística bateu novo recorde do ano, com 170.294 unidades, o que representou crescimento de 7,6% sobre o mês anterior. O maior número de dias úteis (23 em agosto ante 22 em julho) explica o crescimento, visto que se for considerada a média diária verifica-se queda de 1,8% (7.404 unidades e 7.536, respectivamente). Em relação ao mesmo mês do ano passado, o volume de vendas cresceu 18,8%. Naquela oportunidade foram vendidas 143.379 unidades. O balanço do acumulado dos primeiros oito meses do ano é muito positivo para o setor. De janeiro a agosto foram comercializados 1.146.224 veículos, total 11,6% superior ao registrado no mesmo período de 2005 e bem acima da meta traçada pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), que está projetando, para o ano, um crescimento de 8,5% do mercado total. Em agosto, particularmente, o grande destaque foi para o expressivo crescimento das novas montadoras, aquelas que se instalaram no Brasil a partir dos anos 90. A Toyota, quinta colocada no ranking de agosto, vendeu 28,2% a mais que em julho, totalizando 7.455 unidades (4,4% do bolo do mercado). No mês anterior a marca japonesa tinha 3,7%. A Honda, quinta colocada no acumulado do ano e sexta em agosto, teve um aumento de vendas de 21,7% no mês passado, com 6.908 unidades, conquistando 4,1% de participação. A francesa Peugeot cresceu 21,4%, somando 5.851 unidades, ante 4.820 em julho, ampliando sua fatia do
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mercado de 3% para 3,4%. Outra montadora que se destacou foi a Mitsubishi, com o expressivo aumento de vendas de 33% (2.486 unidades), o que lhe garantiu uma participação de 1,5%. No acumulado do ano, a Honda vendeu 43.076 unidades e ficou com 3,8% do total das vendas internas. A Toyota, sexta colocada no balanço das vendas anuais, tem 42.462 unidades e 3,7% do bolo. Fiat segue na frente - Entre as maiores montadoras nenhuma novidade no ranking. A Fiat disparou na liderança e deixou para trás General Motors e Volkswagen. Em agosto a marca italiana vendeu 45.128 unidades e fechou o mês com 26,5% de participação. A Volks ficou em segundo, com 37.299 unidades e 21,9% do bolo. A GM segue em terceiro, com 35.524 carros e comerciais leves comercializados no mês e uma fatia de 20,9% no bolo total. A Ford vendeu 19.151 carros e ficou com 11,2% do mercado. No acumulado do ano a Fiat também mantém boa distância das principais concorrentes. De cada quatro carros vendidos em 2006 no Brasil, um é Fiat. Produção - Assim como as vendas internas, também a produção de veículos continua crescendo. Em agosto a indústria fabricou 242.840 unidades e bateu novo recorde histórico, fechando com alta de 9% em relação ao mês anterior, que totalizou 222.810. No acumulado do ano, já saíram das montadoras 1.765.713 unidades, 5,3% a mais do que no mesmo período de 2005. A receita com exportações também está
em alta. Atingiu US$ 1,068 bilhão em agosto, enquanto julho foi de US$ 1,058 bilhão. O crescimento, portanto, foi de 0,9%. No acumulado de 2006, o faturamento com vendas externas cresceu 5,5%, num total de US$ 7,721 bilhões até agosto. Mesmo com o bom faturamento, as exportações em unidades estão em queda. O resultado de agosto, 70.130 veículos exportados, é 9,8% menor do que o de julho, que fechou com 77.710. No acumulado, com 569.416 unidades, a baixa é
de 5,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Esses números não incluem máquinas agrícolas. Nas vendas internas, a participação do carro 1.0 foi de 56,7% em agosto, apresentando pequena queda em comparação com julho (58,8%). Já os veículos flex pararam de crescer no bolo do mercado. No mês passado, eles representaram 76,9% do total de unidades comercializadas. Em julho, os bicombustíveis eram responsáveis por 76,6% dos negócios.
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DCARRO
São Paulo, segunda-feira,11 de setembro de 2006
DUAS RODAS
DCARRO POR AÍ
SETOR QUER REDUÇÃO DE IMPOSTOS Divulgação
O modelo 2007 tem preço sugerido a partir de R$ 6.867, válido para a versão com partida a pedal
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s principais executivos da indústria automobilística brasileira são unânimes em afirmar que é preciso reduzir a carga tributária dos nossos veículos para alavancar o setor e garantir competitividade frente aos países da Ásia e Leste Europeu. O tema foi abordado no Simpósio SAE Brasil Tendências na Indústria Automobilística, realizado na segunda-feira passada, em São Paulo.
Ray Young, presidente da GM do Brasil, foi um dos que criticaram os custos trabalhistas e tributários brasileiros. “No Brasil, 31% do valor do veículo é relativo a impostos. Nos EUA, esse número é de 6% e, na Europa, 15%”. Mário Milani, presidente da Sogefi, concordou com Young e completou: “O Custo Brasil chega a algo intransponível e a burocracia revolta qualquer um que produz no País”.
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Nova linha 2007 da NOVA CAMPANHA TUBARÃO PARA Yamaha XTZ 125 PÓS-VENDAS FORD OUVIR MELHOR
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á está à venda na rede Yamaha a linha 2007 da XTZ 125, modelo on/offroad que apresenta novos gráficos, pintura e acabamento bicolor exclusivo nas tampas laterais, além de chassi e alças traseiras na cor preta. A XTZ 125K (partida a pedal) tem preço público sugerido de R$ 6.867, enquanto a XTZ 125E (partida elétrica) custa R$ 7.661. Entre seus diferenciais estão as rodas de 21 polegadas na dianteira e 18 polegadas na traseira, o peso de 103 kg e 104 kg, respectivamente, e freio dianteiro a disco em ambas as versões. O motor é um quatro tempos monocilíndrico, OHC (Over Head Camshaft), leve e compacto, arrefecido a ar e de 124 cc. O carburador Mikuni VM 20SS é dotado de um sistema que pos-
sibilita acelerações mais suaves após desacelerações mais bruscas. O conjunto “respira” através de um filtro de ar úmido alojado em uma caixa, projetada de forma a impedir a aspiração de poeira principalmente em trilhas, além de proporcionar um aproveitamento melhor da potência. O Sistema de Indução de Ar assegura menores índices de emissões de poluentes na atmosfera. A suspensão dianteira é do tipo telescópica com mola e óleo, enquanto a traseira tem braço oscilante em aço de alta resistência e exclusivo sistema Active Monocross, que consiste em um amortecedor a mola e óleo e pressurizado a gás, que dispensa o link característico dos modelos mono amortecidos na traseira. Ambas têm 180 mm de curso.
PINTURA ARTÍSTICA
Coroas personalizadas A Riffel Moto Peças acaba de lançar sua nova linha de coroas personalizadas, com pintura artística na face externa. São 13 diferentes modelos de peças especialmente desenvolvidos para as motos CG Today 125cc, CG Titan 125cc e 150cc, C100 Biz e YBR 125. A idéia de fazer coroas com pintura artística surgiu quando a empresa catarinense - uma das maiores de engrenagens para motos do País - percebeu a ausência de acessórios no mercado para personalizar os veículos duas rodas de baixa cilindrada. O design ficou sob a responsabilidade do engenheiro Guilherme Grillo Oliveira e o resultado do trabalho são peças temáticas coloridas que deixam as motos diferentes, com o estilo do dono. “Percebemos a oportunidade no mercado e criamos os produtos, optando pela pintura artística”, destaca o gerente comercial da Riffel Moto
Peças, Charles Koschnik. Os novos modelos já estão disponíveis em lojas de atacado e varejo de todo o Brasil. As cores e quantidades são limitadas, mas, de acordo com o executivo, a expectativa é que coroas coloridas se tornem uma linha da fabricante. “E conforme percebermos a demanda do mercado por esses produtos, lançaremos design mais variados”, explica. Para escolher as novas cores, o quesito foi a similaridade com as das motos e também a adaptabilidade da tinta com a superfície dos produtos Riffel. Há coroas cor-de-rosa, para atender o público feminino, e também as verdes-e-amarelas, para atender os que gostam das cores nacionais. As peças coloridas chegam a custar 30% a mais que as comuns, mas têm a vantagem de deixar a moto com estilo único.
om o apelo “Ninguém cuida de um Ford como a Ford”, a montadora iniciou na semana passada sua nova campanha de Pós-Venda, criada pela agência JWT. O programa segue o tema lançado em abril, “Viva o Novo” que aparece em todas as campanhas, sejam de produto, de varejo ou mesmo de serviço. "Ninguém cuida de um Ford como a Ford” pretende não apenas vender a questão técnica, mas também mexer com o emocional do consumidor da marca.
PNEUS EM PROMOÇÃO
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Continental, fabricante de pneus lançou a campanha promocional "Mão na Roda", destinada aos proprietários dos veículos mais vendidos no mercado, como Gol, Parati, Ford K, Clio, Corsa, Astra, Peugeot 206 e Honda Fit, entre outros, para comprarem os produtos da marca com descontos, montagem e balanceamento gratuitos nas lojas participantes. A lista no site www.conti.com.br e no CAC, ligação gratuita, 0800-170061.
ma antena em formato de barbatana de tubarão, que garante boa recepção para o equipamento de som do carro é a novidade que a Stetsom está lançando no mercado, como parte da estratégia da empresa para ampliar a sua linha de produtos comercializados para carros nacionais ou importados. A nova antena já vem i n s t a l ada de fábrica em diversos modelos europeus da Audi, BMW e Mercedes. As "barbatanas" são ideais para os adeptos do tuning, dando ao carro um visual arrojado e moderno. Ela pode ser instalada em quase todos os modelos de antena traseira. Sua tecnologia, segundo o fabricante, elimina ruídos externos (do espaço), como na região da Av. Paulista, e internos (da ignição do sistema eletrônico do veículo). Seu preço varia entre R$ 70 e R$ 80, dependendo da loja. Feita em material que não sofre com alterações climáticas, mesmo exposta ao sol, chuva e vento.
NOVO PROCESSO PARA PNEUS COMERCIAIS
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Goodyear do Brasil inaugurou, em sua unidade de Americana, em SP, novo processo de produção de pneus radiais para caminhões e ônibus. É o Impact - Integrated Manufacturing Precision Assembled Cellular Technology (Processo Integrado de Tecnologia de Montagem Celular Precisa). Além disso, apresentou pneu especialmente desenvolvido para as estradas da América
do Sul, que aproveita a nova tecnologia Impact e adota a nova medida a 315/80 R22.5 RHS. Com capacidade de carga de 20 lonas e duplo índice carga/velocidade, segundo a fabricante, garante uma maior vida útil. A tecnologia Impact, existente nos EUA, é mais precisa do que o processo usado anteriormente, diminuindo em 30% o tempo de produção de cada pneu.
São Paulo, segunda-feira,11 de setembro de 2006
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CARROS ANTIGOS
Um mercado sem preço Divulgação
Valor sentimental, raridade e conservação podem fazer de automóveis verdadeiras jóias nas mãos de colecionadores Marco Aurélio Zanni
O preço de modelos como o Impala, Mustang e Puma varia muito de acordo com a conservação do veículo. Os colecionadores, em geral, evitam ao máximo vender suas preciosidades
á para imaginar um mercado que não tem valores definidos para seus produtos? Essa é a situação com a qual se depara quem pensa em comprar um carro antigo. Muitas vezes, um modelo com preço estipulado em cerca de R$ 10 mil pode chegar a custar o dobro. É que o sentimento do proprietário em relação a esses automóveis geralmente acaba falando mais alto. Para ser considerado antigo, o carro precisa ter sido fabricado há mais de 30 anos e seus itens têm de ser originais. Para receber a placa preta do Detran, identificando-o como um clássico de coleção, o veículo passa por uma avaliação feita por clubes particulares. "Se alguém quiser ter seu Fusca reconhecido como antigo, tem de levá-lo a um grupo organizado de colecionadores do carro", explica Romeu Siciliano, proprietário da loja e oficina RS Automóveis Antigos. Já a definição do preço é mais subjetiva. Vale mais um modelo que está com pintura e estofamento originais, por exemplo. E algumas vezes não adianta gastar muito com restauração. "Acontece de a pessoa colocar R$ 40 mil em um carro, e o valor se manter em R$ 20 mil", conta Romeu. Segundo o empresário, a maioria dos proprietários de antigos só vende um item de sua coleção quando precisa muito de dinheiro, razão de não haver uma tabela de referência de preços. Mesmo desconsiderando o valor sentimental, os preços variam muito. Ícones dos anos 70, como o Landau, podem custar de R$ 15 mil a R$ 30 mil se estiverem em excelente estado de conservação. Já a Variant e a Kombi, da mesma década, chegam a valer até R$ 15 mil. São modelos, no entanto, difíceis de se encontrar. "Não podem ser comparados a um clássico dos anos 40". Quanto mais velho for o carro, mais aumenta a diferença de preço entre um modelo conservado e um mais "batido". Um Impala conversível, assim como um Ford sedan, ambos da década de 60, podem custar de R$ 50 mil a R$ 100 mil. Alguns fregueses procuram modelos até mesmo pela placa, por eles terem pertencido a seu pai ou avô. Neste caso, muitos não medem esforços para sa-
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Ícones dos anos 70, como o Landau, podem custar até R$ 30 mil
tisfazer a vontade de ter aquele automóvel de estimação de volta às mãos da família. Fechando um negócio - Eduardo Toledo, diretor-administrativo de uma empresa de cobrança, comprou na semana passada um Landau 1983. Por ter apenas 23 anos, o carro ainda não é considerado antigo, mas já tem história suficiente para ser um item de coleção. Ele foi fabricado a pedido do então presidente do Brasil, João Baptista Figueiredo, com diversos itens personalizados. O Brasão da República está estampado ao lado do vidro lateral traseiro, e os bancos dianteiros são divididos em dois, e não inteiriços, como no original. Na negociação, Eduardo colocou seu Puma GTS 1980 e deu mais R$ 15 mil. Valeu a pena? "Claro, fiquei encantado com a sua história". Eduardo considera-se um apaixonado por antigos, mas não um colecionador. "Tenho apenas meia dúzia deles na garagem, entre os quais um Fusca 1976, que foi do meu pai, um Jeep Willys 1951, uma picape do exército (1953) e um Puma (1974). Todos estão com placas pretas". Ele tem também uma Belina 1980 ainda não reconhecida como carro antigo. "Mas já está quase lá, faltam só quatro anos." Cultura e mercado - Na garagem da RS, no bairro do Sacomã, normalmente ficam expostos 80 carros. Somados aos que estão no showroom, na Av. dos Bandeirantes, a coleção ultrapassa 100. Uma vez por mês, Romeu também abre as portas do Museu do Automóvel de São Paulo, no Ipiranga. "O papel do museu é cultivar o público que vai comprar carros antigos daqui a 20 anos", diz Mônica Siciliano, filha de Romeu e
diretora do museu. Com sete anos de existência, a casa já tem mostrado alguns frutos. "Muitas crianças vão até lá e ficam impressionadas, pois acham que esses carros só existem em filmes." Serviço - RS Automóveis Antigos (Av. dos Bandeirantes, 5051 -Planalto Paulista tel. 11/ 5533-0877); Loja e Oficina (Av. Almirante Delamare, 85, Sacomã - tel. 11/14-7357); Museu do Automóvel de São Paulo (Rua 1822, nº 1.472, Ipiranga - tel 11/6168-1900). Marco Aurélio Zanni, da Agência AutoInforme
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Nacional Finanças Negócios Comércio Exterior
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 11 de setembro de 2006
A 24x7 Cultural está em fase final de formatação para se tornar uma nova bandeira de franchising.
CAMINHOS PARA UMA EMPRESA DE SUCESSO
EMPREENDEDORES ENXERGAM OPORTUNIDADES DESPERCEBIDAS OU APROVEITAM AS JÁ EXISTENTES
AS MELHORES ÁREAS PARA EMPREENDER Fotos: Marcelo Soares/Hype
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a dinâmica de crescimento de uma cidade, de um novo bairro ou do adensamento urbano de alguma região sempre surge a instalação de negócios afins. São lojas de materiais de construção, padarias, restaurantes, varejo de roupas e acessórios, prestadores de serviço em geral, ou segmentos da indústria. Sempre há um empreendedor atento às oportunidades que surgem para abrir um negócio, expandir o que já existe, ou diversificar a atuação. Alguns encontram espaço aonde parecia não existir mais lugar. Como Fábio Bueno Netto, que concebeu um máquina automática para venda de livros. O negócio, batizado de 24x7 Cultural, existe desde 2003 e, neste momento, está em fase final de formatação para se tornar uma nova bandeira do franchising brasileiro. O investimento inicial gira em torno de R$ 25 mil e o faturamento bruto previsto é da ordem de R$ 3 mil mensais. "É ideal para complementar a renda – ou para interessados em operar várias máquinas", diz Bueno Netto. O consultor do Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae-SP), José Carmo Vieira de Oliveira, afirma que o franchising reserva boas perspectivas de negócios para os próximos anos. Tanto para quem busca marca já estabelecida, quanto para aqueles que pensam em formatar o empreendimento, como Bueno Netto. O franqueador deve acumular pelo menos dois anos de experiência com o negócio antes de vender franquias, sugere o consultor. Oportunidade – O sistema de franchising cresce mais que o restante da economia e tem potencial em praticamente todas as áreas, comenta o especialista Marcelo Cherto. Os investimentos são variáveis, no mínimo beirando os R$ 10 mil. Mas pode saltar à casa dos R$ 8 milhões, valor aproximado para um Hotel Ibis, do Grupo Accor, decidido a expandir a marca do Brasil através de franquias. Hotelaria, aliás, é uma das
Divulgação - 11/05/2006
Fábio Bueno Netto (esq.) concebeu a máquina automática para venda de livros. Ao lado, o especialista em franchising, Marcelo Cherto: investimentos iniciais variam de R$ 10 mil a R$ 8 milhões
áreas com potencial para crescimento, embora na cidade de São Paulo o espaço para empreendimentos do ramo já não seja tão grande. Como acontece também com perfumaria, ramo destacado por vários especialistas. "Para algumas marcas, os espaços estão bem ocupados, mas existem formatos diferenciados e cidades que comportam novas lojas", diz Cherto. Franquias do ramo custam entre R$ 90 mil e R$ 150 mil, fora o ponto. Cherto ainda destaca fast-food e negócios ligados a higiene, beleza e turismo como opções. Seletivo – São Paulo, com seu perfil cosmopolita, é um mercado mais seletivo, lembra o professor de empreendedorismo do curso de pós-graduação da Fundação Getúlio Vargas, Francisco Guglielme. "É o mercado mais saturado, mas é o que acumula mais renda." Nichos de negócio no ramo
de alimentação, como restaurante por quilo ou com oferta de comida light; cafés; banca de jornal diferenciada; e livrarias especializadas são alternativas que merecem a atenção do empreendedor. O ensino à distância, com cursos de especialização, é outra das boas oportunidades apontadas pelos consultores. Cursos tradicionais de inglês e informática estariam em baixa. Já o serviço de suporte em tecnologia da informação para consumidores domésticos reserva potencial alto, segundo o especialista em empreendedorismo do Ibemec, Álvaro Armond. Ele acredita que novas possibilidades também podem ser vislumbradas na cadeira produtiva que envolve o álcool e, para um futuro próximo, a comercialização dos créditos de carbono. Em baixa – Na mão inversa, as lojas de departamento estão em baixa, com tendência a desaparecer, aponta pesquisa da Federação do Comércio do Es-
tado de São Paulo (Fecomercio). "Elas não são muito o perfil do consumidor brasileiro", afirma Fernanda Della Rosa, diretora de assessoria econômica da entidade. Lojas de móveis e decoração também estão em queda, aponta a pesquisa.
Em alimentação, a recomendação é buscar segmentos diferenciados. Os tradicionais representam quase 70% do faturamento do setor. Mas vale lembrar que os diet, orgânicos e funcionais têm crescimentos anuais superiores a 10%.
Montar uma micro indústria de alimentos demanda de R$ 20 mil a R$ 30 mil, calcula o coordenador de Economia e Estatística da Associação Brasileira da Indústria de Alimentação (ABIA), Denis Ribeiro. Fátima Lourenço
COMUNICADOS
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A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Reforma de Prédio(s) Escolar(es): TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO – PRAZO - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2063/06/02 - EE Profª Neuza Maria Nazzatto de Carvalho - Rua do Ouro, 1174 - Vila Pantano - Santa Bárbara do Oeste/SP – 120 - R$ 15.931,00 – R$ 1.593,00 – 10:30 – 30/09/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 12/09/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 29/09/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
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TOMADAS DE PREÇOS
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A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Obras: TOMADA DE PREÇOS N.º - OBJETO - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – ÁREA - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1951/06/02 - Construção de ambientes complementares, de sala de aula com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador e Reforma de prédio escolar - EE Profª Leda Fernandes Lopes – Rua Vitorio Favali, 160 - Vila Maria da Maggi - Suzano/SP – 210 - 658,20 - R$ 118.193,00 – R$ 11.819,00 – 09:30 – 30/09/2006. 05/2065/06/02 - Construção de prédio(s) escolar(es) - Terreno Diretoria de Ensino - Região de Pindamonhangaba – Rua Frederico Machado, s/nº - Centro - Pindamonhangaba/SP – 120 - 391,23 - R$ 52.435,00 – R$ 5.243,00 – 14:00 – 30/09/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 12/09/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 29/09/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Reforma de prédio(s) escolar(es) construído em estrutura pré-fabricada metálica (Sistema Nakamura): TOMADA DE PREÇOS N.º - OBJETO - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO – PRAZO - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2015/06/02 - EE Lot. Gaivotas II – Av. São Paulo, s/nº - Grajaú - Capela do Socorro - São Paulo/SP – 90 - R$ 59.594,00 – R$ 5.959,00 – 09:30 – 29/09/2006. 05/2068/06/02 - EE Prof. Pedro Moreira Matos - Rua Rafael Zimbardi, 38 - Jardim Lapena - São Miguel Paulista - São Paulo/ SP – 45; EE Ana Siqueira da Silva - Rua Mauro Araújo Ribeiro, 678 - Cid. D’Abril - Jaraguá - São Paulo/SP – 60; EE Prof. José do Amaral Mello - Rua Alpheu Luiz Gasparini, 84 - Vila Nova Galvão - Tucuruvi - São Paulo/SP – 30; EE Prof. Sebastião Faria Zimbres - Rua Quinta do Paco, 45 - Vila Bela Vista - Guaianazes - São Paulo/SP – 30. R$ 39.684,00 – R$ 3.968,00 – 10:30 – 29/09/2006. 05/2070/06/02 - EE Profª Julia Bernardes Rodrigues - Av. São Cristovão, 843 - São Judas Tadeu - São José dos Campos/SP; EE Profª Ruth Coutinho Sobreiro - Av. José Alves de Paiva, 530 - Jardim Santa Inês II - São José dos Campos/SP. 45 - R$ 31.733,00 – R$ 3.173,00 – 14:00 – 29/09/2006. 05/2071/06/02 - EE Prof. Alpheu Dominiguetti - Rua Feliciano Alves Faria, 273 - Vila Abranches - Ribeirão Preto/SP; EE Profª Glete de Alcântara - Rua Wladimir Pinto Ferraz, 156 - Parque Ribeirão Preto - Ribeirão Preto/SP. 45 - R$ 15.775,00 – R$ 1.577,00 – 15:00 – 29/09/2006. 05/2072/06/02 - EE Leonardo Soares Rodrigues - Av. Embuia, 234 - Jardim Floresta - Vargem Grande Paulista/SP; EE Prof. Ezequiel Machado Nascimento - Rua Angelo Elias, 830 - Santa Rosália - Sorocaba/SP; EE Mario Guilherme Notari - Rua Ida Caldini, s/nº - Luciana Maria - Sorocaba/SP; EE Brg. Tobias – Rua Azevedo Figueiredo, 214 - Brg. Tobias – Sorocaba/SP. 30 - R$ 25.536,00 – R$ 2.553,00 – 16:00 – 29/09/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 12/09/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 28/09/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
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A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de ambientes complementares, de sala de aula com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador e Reforma de prédio escolar: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – ÁREA - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1933/06/02 - EE Dep. Maurício Goulart – Rua Itacarambi, 8 - Vila Dinamarca - Guarulhos/SP – 210 - 675,65 - R$ 102.386,00 – R$ 10.238,00 – 15:00 – 28/09/2006. 05/1934/06/02 - EE Helena Zerrener – Estrada da Adutora, km-22 - 5ª Divisão - Suzano/SP – 210 - 574,41 - R$ 126.516,00 – R$ 12.651,00 – 16:00 – 28/09/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 12/09/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 27/09/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS
A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Reforma de Prédio(s) Escolar(es): TOMADA DE PREÇOS N.º - OBJETO - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2069/06/02 - EE Ana Maria de Carvalho Pereira – Rua Oscar Schiavon, 378 - Jardim Emília - Arujá/SP – 180; EE Amadeu Rodrigues Norte - Rua Plínio Salgado Santângelo, 120 – Vila Pedroso – Arujá/SP – 120 - R$ 45.259,00 – R$ 4.525,00 – 09:30 – 28/09/2006. 05/2067/06/02 - EE Prof. João Gonçalves Barbosa – Praça da Bandeira, 195 - Centro - Caçapava/SP – 180 - R$ 44.159,00 – R$ 4.415,00 – 10:30 – 28/09/2006. 05/2066/06/02 - EE Gonçalves Dias – Rua Nilo Luiz Mazzei, s/nº - Vila Izolina Mazzei - Vila Guilherme - São Paulo/SP – 210 R$ 69.413,00 – R$ 6.941,00 – 14:00 – 28/09/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 12/09/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 27/09/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
CONVOCAÇÃO
segunda-feira, 11 de setembro de 2006
Empresas Finanças Nacional Comércio Exterior
DIÁRIO DO COMÉRCIO
BC DEVE MANTERCORTES DE JUROS
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mil pessoas devem visitar a feira Varejo Total, de acordo com estimativa dos organizadores.
Divulgação/Abras
COMEÇA HOJE FEIRA DO VAREJO
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Associação Brasileira de Supermercados (Abras) realiza, de hoje até o dia 14, o Varejo Total - I Congresso e Feira de Negócios do Varejo, um novo formato para a Expo Abras que até 2004 era no Rio de Janeiro. Além de supermercadistas, a entidade pretende atingir outros varejistas no evento, que acontece no Centro de Exposições Imigrantes, na capital paulista. Segundo o presidente da Abras, João Carlos de Oliveira, a alteração é baseada em estudos sobre as mudanças do perfil do consumidor nos últimos anos. A idéia é ter na feira todos os segmentos do varejo em um mesmo espaço, integrando a cadeia de distribuição e os prestadores de serviços. A intenção é deixar de ter uma feira convencional para supermercadistas e criar um evento com abrangência internacional. Oliveira informou que esta edição já contará com a participação de supermercadistas da América Latina que fazem parte da Associação Latina de Supermercados (Alas), de países como México, Porto Rico, Uruguai e Venezuela. Argentina e China trarão novidades como vinhos, derivados de trigo e utilidades domésticas.
Negócios — A expectativa da Abras é de que o número de visitantes aumente de 25 mil, em 2005, para 38 mil este ano, sendo 50% supermercadistas, e que sejam fechados R$ 25 bilhões em negócios. "O espaço da feira é menor, de 22 mil m², mas a intenção é de que a cada ano ele seja maior", disse. Além de conhecer as novidades da indústria e de serviços, os visitantes poderão participar de 35 palestras do I Congresso Nacional de Varejo e da 40ª Convenção Nacional de Supermercados. Entre os temas estão o sucesso de formatos alternativos, a marca como uma vantagem competitiva e determinações legais. Serão divulgados no evento, ainda, a 6ª Pesquisa Anual de Perdas no Varejo, o 12º Estudo Anual de Marcas Próprias e o 6º Ranking Abras de Redes e Associações de Negócios. Em 2005, as perdas representaram 1,78% do faturamento do setor, que somou R$ 108,6 bilhões. No ano anterior, foram 2%. A maior queda foi entre os perecíveis, de 4,81%, em 2004, para 3,55% em 2005. Veja no site do Diário do Com é r c i o ( w w w . d c o m e rc i o .c o m . b r ) a programação completa da Varejo Total. Adriana David
Expectativa dos organizadores da feira é de que sejam fechados R$ 25 bilhões em negócios com a presença de não-supermercadistas no evento
Marcas próprias ganham guia no próximo ano
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Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) optou por cortar a taxa básica de juro em 0,5 ponto percentual na reunião de agosto por considerar que isso resultaria em "maior adequação" das condições monetárias ao cenário para inflação, segundo a ata do encontro, divulgada na sexta-feira. Na avaliação de especialistas do mercado financeiro, o Copom deu sinais de que continuará reduzindo a Selic. (AG)
GÁS BOLIVIANO
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Argentina está disposta a investir no setor de hidrocarbonetos da Bolívia caso isso seja necessário para obter gás natural do país andino, disse na última sextafeira o ministro argentino de Planejamento, Julio de Vido. O ministro assegurou também que "neste mês" assinará um acordo para ampliar a provisão de gás boliviano a seu país e citou como exemplo a cooperação entre a empresa estatal argentina Enarsa e a companhia petrolífera venezuelana PDVSA. (AE) A TÉ LOGO
Clique www.dcomercio
com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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China precisa de reformas, diz estudo
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Enterrada a Alca, EUA isolaram o Mercosul
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Bolívia negocia com Washington
Lamy, da OMC, com Amorim
mundo em desenvolvimento, deverá ser convocada na sede da OMC, em Genebra. As decisões foram anunciadas pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, e formalmente aceitas pelo ministro do Comércio da Índia, Kamal Nath. "Queremos chegar a uma posição realmente comum, que não prejudique os países exportadores agrícolas e considere preocupações dos menos desenvolvidos", disse Amorim. "Essas diferenças dentro do G-20 sempre foram usadas contra nós. Precisamos evitar que isso ocorra novamente." (AE)
CLÁSSICA
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COPOM
Sergio Moraes/Reuters
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EMPREENDIMENTOS
IMOBILIÁRIOS
VENDA, COMPRA, LOCAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEIS Rua Itapeti, 328 - Tatuapé e-mail: classicatatuape@uol.com.br
Fone: 11
6672-6100
Factoring
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Ó RBITA
Marcas próprias responderão por cerca de 7% do faturamento do setor em 2006
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mpresas interessadas em desenvolver produtos de marcas próprias terão, a partir de fevereiro de 2007, o 1º Guia Anual de Marcas Próprias, que será lançado oficialmente amanhã, durante a feira Varejo Total. Segundo expectativa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), as vendas dos produtos de marcas próprias devem representar 7% do faturamento dos supermer-
G-20 TENTA SUPERAR ATRITOS s 23 membros do G-20 decidiram, no último final de semana, encarar as suas divergências e aproveitar o período de suspensão da Rodada Doha para chegar a um consenso sobre os detalhes ainda sem acordo da proposta de abertura de mercados agrícolas. O desafio deve envolver também os cinco outros grupos de países em desenvolvimento presentes ao encontro em um hotel de Copacabana. O objetivo será acabar com a principal vulnerabilidade do G-20: a possibilidade de o desentendimento entre seus dois líderes, Brasil e Índia, sobre o tratamento a produtos sensíveis e salvaguardas agrícolas, terminar em implosão do grupo. A iniciativa será conduzida nos próximos dois meses, em nível técnico. Entre fim de outubro e início de novembro, uma nova reunião ministerial do G-20, com a participação de outros cinco grupos do
Divulgação
O que é Factoring?
É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com
cados em 2006, que deve ser de R$ 8,1 bilhões. No ano passado, a receita com esses produtos foi de cerca de R$ 7 bilhões, de acordo com a coordenadora geral de Indústria do Comitê Abras de Marcas Próprias
(Compro), Neide Montesano. O guia servirá para consulta das principais empresas fornecedoras e entidades de todo o Brasil, classificadas por segmentos de atuação. Além das indústrias, a publicação trará
relação de prestadores de serviços como agências de design, embalagens, matériasprimas, logística, análises laboratoriais e marketing. A coordenadora ainda não tem o número de empresas que estarão no guia, que terá 72 páginas em tamanho de revista. A publicação será distribuída aos associados da Abras, universitários e interessados. O 12º Estudo Anual de Marcas Próprias da ACNielsen será divulgado amanhã. O levantamento traz informações dos mercados nacional e internacional obtidas com 500 empresas e análise do comportamento do consumidor. (AD)
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ais do que nunca, a moda está em evidência no Brasil. O sucesso no exterior de nomes brasileiros como Carlos Miele, Alexandre Herchcovitch e Gisele Bündchen serve de estímulo para muitos jovens profissionais, seduzidos pela possibilidade de enriquecer e ter prestígio no mundo fashion. Nesse contexto, está o São Paulo Fashion Week, evento que completou dez anos em 2006, ajudando a impulsionar sonhos e a organizar a indústria têxtil nacional. "O calendário, sobretudo, democratiza o acesso à informação de moda. E informação é poder de decisão. Além disso, contribui para a solidificação de uma cultura de moda no Brasil", afirma Carol Garcia, coordenadora da pós-graduação em Jornalismo de Moda e Estilo de Vida e do MBA em Moda da Universidade Anhembi Morumbi. Enquanto no ano de 1995, segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), foram produzidas 7 milhões de peças, em 2004 o número foi de 10,3 milhões. Ao longo desses anos, o que era feito de forma empírica nesse mercado passou a ter um quê de profissionalização. Prova disso é a explosão de cursos
Finanças Tr i b u t o s Empresas Nacional
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CURSOS LIVRES DE MODA SÃO OPÇÃO
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cursos de graduação em Moda funcionavam no País em 2004, segundo o Ministério da Educação.
FUTUROS DITADORES DA
MODA
Gradualmente, o segmento de moda no Brasil está se profissionalizando, com um número crescente de estilistas, modelistas e gerentes de produtos formados em cursos específicos. Faculdades de Moda ganham espaço, somando-se à experiência prática. J.F. Diório/AE – 18/7/06
superiores na área, espalhados por todo o País. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação, considerando-se o mesmo período, a quantidade de programas de graduação em Moda saltou de seis para 52. Na avaliação da coordenadora do curso de Negócios da Moda da Anhembi Morumbi, Carla Marcondes, há carência, no entanto, de especialização para os professores. "Por se tratar de uma área de profissionalização nova, muitos docentes concluíram suas graduações em outros campos do saber, trabalham com moda e precisam ter conhecimentos atualizados e compatíveis com suas atuais funções", analisa. Outro aspecto que vale ser apresentado com as mesmas referências é a multiplicação de alunos concluintes dessas atividades: de 132 para 772. "O mercado hoje é profissional, muito competitivo. A profissionalização é uma realidade da qual não se pode fugir. O diploma é necessário; não há mais espaço para o autodidata", afirma Raquel Valente, coordenadora do curso de Desenho de Moda da Faculdade Santa Marcelina, uma das mais procuradas do País.
Alguns jovens estilistas dizem que, no exterior, os estudantes de moda se interessam mais por todo o processo de produção das peças, o que não ocorre no Brasil.
Santa Marcelina foi pioneira
F
oi na Faculdade Santa Marcelina que nasceu o primeiro curso superior a tratar de moda no Brasil, em 1987. Mas, antes disso, na década de 1960, existia a disciplina Desenho de Moda na grade curricular de Artes Plásticas. "Naquela época, já havia espaço no mercado e pessoas interessadas em aprender. É o que ocorre hoje na área de gastronomia e aconteceu com Turismo. O mercado é ágil, vai se transformando e vão surgindo novas profissões", diz Raquel Valente, do curso de Desenho de Moda da Santa Marcelina. Para saber se tamanho pioneirismo garante boa formação, basta olhar os novos talentos, com reconhecidas propostas nas passarelas do SPFW — como Gisele Nasser. "Apesar de trabalharmos em torno da criação, a moda não é intuitiva. Ela é pensada, analisada e, cada vez mais, a profissionalização contribui para o sucesso garantido", diz Gisele. Na prática – Mesmo assim, há quem dispense a teoria acadêmica e prefira aprender com pessoas próximas. "Comecei a costurar aos 12 anos, com a ajuda da minha irmã, no Ceará, e em São Paulo aprendi a ser modelista com uma colega. Não pretendo estudar. O que se aprende na prática já é uma maravilha", diz Maria de Souza, costureira da Guelt. É certo que o frisson do segmento está associado aos estilistas, mas não se pode esque-
cer do número de pessoas nos bastidores e em oficinas de costura, igualmente importantes para as empresas. "O mercado precisa de bons modelistas, gerentes de produção e de compras, assim como de outras especializações com menos glamour, mas, muitas vezes, com salários melhores do que os dos estilistas", observa Gisele. Fabia Bercsek, sua colega de profissão, pensa da mesma forma. "Lá fora, os estudantes se interessam mais pelo processo. Aqui, muita gente só se imagina na passarela, aparecendo na mídia. Ainda somos muito superficiais, temos que estudar e arriscar mais." Sob medida — Hoje, já há diversas opções de cursos para os diferentes perfis de profissionais. Os cursos livres, com duração média de um mês, são perfeitos para os interessados nos conhecimentos básicos de determinadas áreas — alfaiataria feminina, gerenciamento de confecção, figurino cênico e produção, por exemplo. "Esse tipo de curso tem como alunos profissionais em busca de atualização, assim como aqueles que desejam ter uma idéia do que poderia ser uma graduação. Há, ainda, pessoas de outras áreas que querem migrar para moda", afirma Marta Magri, coordenadora de Moda do Senac-São Paulo, que oferece atualmente 41 opções de cursos livres. Já os sequenciais são muito procurados por quem trabalha
no segmento e valoriza a especialização, ou mesmo por gente que até já saiu da faculdade, nem sempre ligada ao campo fashion, mas que pretende obter formação diferenciada. Carreira – Há espaço ainda para os cursos de terceiro grau, marcados por uma crescente preocupação em mostrar a realidade da carreira para os alunos, algo evidente com a entrada de Alexandre Herchcovitch como diretor-artístico do bacharelado em Design de Moda no Senac-SP. "Atuo diretamente com a coordenação e os professores, para observarmos as mudanças do mercado e atualizarmos as matérias. Além disso, acompanho o trabalho de conclusão de curso dos alunos do oitavo semestre", conta. Na mesma instituição, há mais um chamariz: o primeiro mestrado na área de Moda da América Latina, uma especialização stricto sensu. Outra pós-graduação inovadora é o MBA Gestão do Luxo, da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), que atrai jornalistas, donos de galerias de arte e empresários de várias áreas. Mas, afinal, o que falta? "Precisamos pensar de forma globalizada para não ficarmos reféns do mercado interno", afirma Silvio Passarelli, diretor da faculdade de Artes Plásticas da Faap, responsável, inclusive, pelo núcleo de Moda. Sabina Deweik, com reportagem de Érika Masckiewic e Juliana Chucre
EXCLUSIVO NA INTERNET Reprodução
Veja no site do Diário do Comércio (www.dcomercio.com.br) indicações dos principais títulos de livros para formar uma biblioteca completa sobre moda.
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Indicadores Econômicos
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reais foi a cotação de fechamento do ouro na última sexta-feira, de acordo com a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F).
8/9/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 05/09/2006 05/09/2006 05/09/2006 05/09/2006 05/09/2006
P.L. do Fundo 8.602.055,04 1.435.822,38 7.550.170,53 12.269.426,02 1.222.058,15
Valor da Cota Subordinada 1.179,788120 1.081,315889 1.147,573478 1.027,314893 1.065,370801
% rent.-mês 0,2921 0,3566 0,0897 -1,5181 0,3203
% ano 20,7598 8,1316 14,7573 2,7315 6,5371
Valor da Cota Sênior 0 1.077,957505 1.090,516033 0 0
% rent. - mês 0,1590 0,1731 -
% ano 7,7958 9,0516 -
rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)
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COMÉRCIO
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Nacional Finanças Comércio Exterior Empresas
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ETERNOS GARGALOS DE LOGÍSTICA
milhões de reais irão para a manutenção e aprofundamento do canal do porto.
Manoel F.F. Souza/Codesp - 2005
Um contêiner de problemas no Porto de Santos Apesar de algumas mudanças que sofreu nos últimos anos, o maior porto do País ainda enfrenta inúmeros obstáculos para sua modernização, como excesso de burocracia e de corporativismo dos funcionários, que emperram os avanços
A
pesar de muitos avanços, várias iniciativas positivas já adotadas e muitas promessas, a modernização do Porto de Santos continua emperrada em alguns problemas. Muitos deles são históricos, como o corporativismo local, a burocracia e a falta – atraso – de investimentos em infra-estrutura. Na semana passada, durante o seminário Santos Export 2006, em São Paulo, uma coisa ficou bem clara: informatizar e mudar procedimentos para facilitar a vida do exportador e importador é mais fácil do que mudar a "cultura" de gestão enraizada ao longo de várias décadas no porto, apesar de muito já ter sido privatizado ou terceirizado. O coordenador-geral de Administração Aduaneira da Receita Federal, Ronaldo Medina, reconheceu isso ao anunciar medidas facilitadoras para reduzir, pela metade, a liberação de produtos no Porto de Santos. "Estamos finalizando os ajustes no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) para reduzir prazos e aumentar o giro portuário", dis-
se. Medina anunciou, ainda, que essa iniciativa permitirá, em um prazo de dois anos, derrubar de 15 horas para 7 horas e meia o tempo gasto para liberar uma carga, com a informatização dos procedimentos, uso de raio X na conferência de cargas e integração com outros órgãos públicos, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Agricultura. Bem recebida – É claro que essa ação da Receita foi bem vista por exportadores, importadores, profissionais e especialistas em comércio exterior. Mas eles não acreditam que isso baste. "Porque é preciso mudar também a mentalidade para conseguir que os procedimentos sejam agilizados na prática", ponderou Regina Terezin, diretora do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo (Sindasp). Empresários do setor concordaram que é preciso um engajamento maior do próprio servidor público nesse processo, muitas vezes imobilizado pelo corporativismo que resiste na execução dos processos. "Além disso, é preciso uniformizar as normas e
procedimentos para que os fiscais portuários possam agilizar as liberações (de carga)", insistiu um importador, que preferiu não se identificar. Calvário – O presidente da Carbocloro, Arthur César Whitaker, mostrou o seu "calvário" para aprovar um projeto de R$ 20 milhões, iniciado em 1998. O objetivo do trabalho é transportar o sal grosso importado que chega ao Porto de Santos por barcaças, pelo Rio Cubatão, até a cidade de Cubatão, onde está a fábrica. Isso, explicou Whitaker, retiraria 60 mil caminhões por ano das ruas, resultando em enorme ganho ambiental (menos poluição), logístico e em segurança. Até o momento, já foram investidos US$ 1 milhão em estudos ambientais, mas a aprovação ainda não saiu. A falta de uma ampla articulação entre as várias modalidades de transporte de carga (navio, caminhão, trem, avião) também acaba afetando a velocidade do fluxo de cargas e aumenta o custo do frete. O Brasil, apesar da sua extensa costa, transporta apenas 25 milhões de toneladas ao ano por rios. "Na Europa, são 500
Vista área do Porto de Santos, que precisa de investimentos para eliminar problemas de movimentação Andréa Felizolla/LUZ - 21/07/2006
milhões de toneladas por ano", comparou Whitaker. Mas, o maior empecilho para o Brasil entrar na era da hidrovia é de ordem ambiental. "As empresas não conseguem instalar terminais de carga e descarga nas margens dos rios", disse. No caso da cabotagem, há vários problemas, segundo Fabrizio Pierdomenico, diretor Comercial e de Desenvolvimento da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), como a segregação física da carga no porto. Ou seja, para ser conferida pelo fiscal, as cargas para exportação e a de cabotagem precisam ser instaladas em lugares distintos no porto, ocupando muito espaço. "Isso poderá acabar com o aumento da capacidade dos terminais", disse Medina, da RF, com processos informatizados (código de barras etc) para conferência de cargas, já em implantação em Santos.
Medina, da Receita Federal: finalizando os ajustes no Siscomex
Finalmente, o Porto de Santos enfrenta muitas restrições físicas de movimentação de carga e calado (profundidade por onde circulam os navios). Para sanar esses gargalos, investimentos privados estão sendo feitos de forma integrada em novos pátios de estacionamento, em ferrovias e terminais. O governo federal já iniciou estudo para aumentar em 50% a capacidade de movimentação do porto.
Mais investimento – O governador de São Paulo, Cláudio Lembro (PFL), está engajado na ampliação da infra-estrutura viária de Santos. A Codesp planeja para 2007 aumentar em 60% os investimentos na dragagem do porto. Serão R$ 84 milhões em manutenção e aprofundamento do canal por onde passam e atracam os navios, cada vez maiores e mais pesados. Sergio Leopoldo Rodrigues
N gócios
&
oportunidades
Dragagem de aprofundamento em Santos é tema de discussão na ACSP
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ragagem no Porto de Santos será o tema da próxima reunião do Comitê de Usuários dos Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo (Comus), que acontece na sede central da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), na próxima quintafeira, à 17 horas. O engenheiro Arnaldo Barreto, diretor de Engenharia e Infra-Estrutura da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), será o palestrante e antecipou alguns itens que serão discutidos: dragagem de manutenção e seus reflexos no calado e na
capacidade das embarcações, dragagem de aprofundamento e as questões relacionadas ao meio-ambiente. Há informações de que armadores já começaram a desviar seus navios para outros portos, em razão da falta de profundidade do canal de navegação do complexo portuário santista, que se ressente de assoreamento de pelo menos 30 centímetros. Tal situação impede a recepção de grandes navios e compromete a competitividade do escoamento. O Conselho de Autoridade Portuária (CAP) de Santos enviou, no final de agosto, cor-
respondência à Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), solicitando o aumento do limite mensal permitido para a dragagem em pelo menos 200 mil metros cúbicos. O órgão pretende obter autorização para a retirada de, pelo menos, 500 mil metros cúbicos a cada mês, para se atingir a profundidade dos berços e do canal completo, de 12 a 14 metros. A reunião é aberta aos interessados que deverão providenciar a confirmação com a ACSP, com Teresa, pelo telefone (11) 3244-3500 ou e-mail: tneuma@acsp.com.br.
BID ensina como negociar com a Itália O seminário "Programa italiano, construindo uma conexão com a América Latina", será promovido pela São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo, no próximo dia 20, com a presença dos representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) Antonello Bove e Francesco Panocchi. Bove é diretor da Corporação Interamericana para Investimentos e Panocchia, responsável pelo Projeto BIDCII, da Promo-Firenze. Eles falarão da construção de uma "ponte" entre as pe-
quenas e médias empresas da Toscana e Emilia Romagna com as latino-americanas, em particular, as de São Paulo. Será criado um banco de dados de empresas das duas regiões italianas que desejam conectar-se com empresas brasileiras e, em sentido inverso, de empresas paulistas que desejam a aproximação. Uma linha de financiamento será oferecida pela CCI/BID. Clientes e fornecedoresSerão três as linhas de financiamento: investimentos diretos, para projetos no setor privado, como joint-ventures; fi-
nanciamento a clientes de empresas importadoras de tecnologia de produtos italianos; ou financiamento de médio e longo prazos a empresas paulistas fornecedoras de matéria prima, bens de capital e produtos finais. Inscrições – O evento será realizado na sede central da ACSP, à Rua Boa Vista, 51 – 9º andar, a partir das 9 horas do dia 20 de setembro, com tradução simultânea. As inscrições são francas aos interessados. Informações pelo telefone (11) 3244-3500 ou e-mail: tneuma@acsp.com.br.
Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397
Pablo de Sousa/DC
Ano 81 - Nº 22.209
São Paulo, segunda-feira, 11 de setembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor Edição concluída às 23h35
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
O artista que vai pôr meninos de rua em carrinhos É o objetivo de Claudio Prado (foto): se o esporte tira as crianças das ruas, "por que não os meus carros"? E ele tem todos os motivos para tentar. Mora em Capão Redondo, uma das regiões mais violentas de SP. Veja o artista e sua obra. Giampiero Sposito/Reuters
No Brasil: adeus de Schumacher e início de Massa na Ferrari Em Interlagos, em 22/10, Schumacher, vitorioso ontem no GP da Itália (foto), vai se aposentar, talvez como octacampeão. Será um começo para Massa.
Invicta, a seleção feminina conquistou ontem o hexa no Grand Prix de vôlei.
Keith Bedford/Reuters
HEXA
Divulgação/FIVB
11/9
A peregrinação dos americanos, liderada já ontem pelo presidente Bush (foto), será centrada na área em que se erguiam as torres do WTC, onde houve mais vítimas. C 4
Rubens Chiri/AE
Nenhum eleito domará o Leão Pedimos a três especialistas um diagnóstico dos programas econômicos dos presidenciáveis. Decepção! Embora todos concordem que é preciso reduzir a carga tributária, nenhum programa deve vingar. Pág. 3 HOJE Parcialmente nublado Máxima 28º C. Mínima 15º C.
AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 31º C. Mínima 16º C.
VITÓRIA NO EMPATE Não houve gols no clássico entre Corinthians e São Paulo. Mas o Timão, com dois expulsos, festejou o empate como se fosse uma vitória. DC Esporte
Feriadão de compras na 25 de março E/1
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 11 de setembro de 2006
1 O movimento foi grande durante todo o dia, com mais volume de tráfego à tarde e principalmente no início da noite.
Marcos Fernandes/AE
Oslaim Brito/Folha Imagem
Fluxo de veículos na rodovia dos Imigrantes, por volta das 18h de ontem. A volta do litoral para a capital paulista após o 7 de Setembro.
Final de tarde com trânsito intenso na rodovia dos Bandeirantes
Assim acabou a Independência Fim do feriado prolongado teve lentidão nas estradas, na chegada à capital e também acidentes. Em um deles, morreram seis pessoas da mesma família. Fernando Amorim/Agência O Globo
O
feriado prolongado da Independência terminou ontem como quase todos os outros: trânsito intenso nas estradas, chegada lenta à capital e acidentes. Por volta das 20h de ontem, as concessionárias das rodovias já alertavam o motorista para que adiasse o retorno por mais algumas horas, pois o tráfego estava lento. O movimento foi grande durante todo o dia, com mais volume registrado à tarde e principalmente no início da noite. No interior do estado, um acidente causou a morte de seis pessoas da mesma família. Por volta das 20h30, o retorno para São Paulo pela rodovia dos Imigrantes, que liga a capital ao litoral, continuava bastante lento, segundo informações da Ecovias, empresa que administra a rodovia. Segundo a empresa, das 18h30 às 19h30, 8.573 veículos haviam utilizado as estradas do sistema Anchieta-Imigrantes para subida da serra.
Dos 287 mil veículos que foram para a Baixada Santista no feriado, 236 mil já haviam retornaram. A maior lentidão estava entre os quilômetros 43 e 39, no entroncamento das duas pistas da Imigrantes. A Anchieta também tinha tráfego intenso entre os quilômetros 29 e 32, mas sem pontos de congestionamento. Interior – Segundo as concessionárias, o motorista que voltava do interior encontrava pontos de lentidão na Castello Branco, no trecho entre os quilômetros 35 e 25, por causa do excesso de veículos. Também havia problemas do quilômetro 60 ao 58 da rodovia dos Bandeirantes e do 45 ao 42 da Raposo Tavares O motorista também reduzia a velocidade na volta à cidade de São Paulo no trecho de serra da Régis Bittencourt e na região de Mairiporã da Fernão Dias, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal. Pela Dutra, o motorista com destino a São Paulo encontrava 7 quilômetros de congestionamento
na pista expressa, altura de Arujá. Em Taubaté também havia lentidão. No sentido do Rio, o motorista encontrava um quilômetro de tráfego lento em Lavrinhas. Acidente – Seis pessoas de uma mesma família – duas crianças de 6 e 4 anos – morreram ontem de manhã em um acidente na rodovia Euclides da Cunha, em Santa Salete, região de São José do Rio Preto, no interior. O acidente, às 6h50, foi causado por uma caminhonete Ford Ranger. O motorista do veículo, Cleber Antonio Balsanelli, que ia no sentido Capital, invadiu a pista contrária e bateu de frente contra o Voyage de Balduíno Batista Barbosa, de 58 anos. Os ocupantes do Voyage, de Aparecida do Taboado (MS), morreram. Eles viajavam a passeio para São José do Rio Preto. Até às 18h50, Balsanelli continuava internado em estado grave. Ele foi multado há uma semana por excesso de velocidade no mesmo trecho do acidente. (Agências)
TRÁFICO
OAB
erca de 60 policiais rodoviários federais vão C receber treinamento para
presidente da OAB, Roberto Busato, reagiu O ontem à proposta do
combater o tráfico de pessoas no País. Eles participam de um seminário sobre o tema, que será realizado entre terça e quinta-feira em Brasília. No evento, promovido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pelo Departamento da Polícia Rodoviária Federal, os policiais vão receber instruções sobre como proceder legalmente para identificar e reprimir os casos de tráfico de pessoas. Um plano de ação para intensificar as ações de combate ao crime no país deverá ser criado. (ABr)
governador de São Paulo, Cláudio Lembo, de grampear as conversas entre presos e seus advogados. "O governador vem demonstrando que é um saudosista do regime militar, período em que serviu com muita dedicação e zelo aos então chefes militares", afirmou Busato. Lembo lançou a proposta no final de semana ao apoiar a sugestão do relator da CPI do Tráfico de Armas, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), de instituir revista prévia de advogados em visitas aos seus clientes presos. (AE)
Ó RBITA
FUGA ois presos fugiram da D cadeia pública de Porto Ferreira. Os dois homens quebraram a tranca da porta da cela e escalaram o muro utilizando uma "corda" feita com lençóis entrelaçados. Com defeito, o sistema de vigilância da cadeia, localizada dentro do distrito policial da cidade, foi desativado na semana passada. (AE)
prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, O inaugurou ontem o novo Terminal São Miguel, na zona leste da cidade. A Prefeitura também criou duas novas linhas: uma que vai até o Terminal Dom Pedro II, no Centro, e outra que liga o bairro até São Mateus, também na zona leste. A entrega do terminal foi possível porque a Prefeitura implantou acessos que ligam o Terminal à avenida Marechal Tito. O terminal estava inativo porque não havia como chegar até ele.
Mário Ãngelo/AE
NOVO TERMINAL NA ZONA LESTE
Uma picape S-10 explodiu ontem durante abastecimento com gás natural no posto Texaco da avenida Mario Leal Filho, em Salvador, na Bahia.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
Ambiente Transpor tes Segurança Compor tamento
segunda-feira, 11 de setembro de 2006
Até o fim do ano, 11 unidades, a maioria delas no interior e no litoral, estarão concluídas. Serão quase 600 vagas a mais.
NO TATUAPÉ, FEBEM DARÁ LUGAR A PARQUE
Monalisa Lins/AE
PCC
PCC 2
polícia militar prendeu A sábado, por volta das 8h30, quatro suspeitos de
m ônibus fretado foi U incendiado, na madrugada de ontem, em São
envolvimento nos ataques a agências bancárias em junho e em agosto, em São Paulo. Os suspeitos, entre eles um adolescente, foram detidos na Vila Alpina, zona leste, após denúncia. Com o grupo foram apreendidos seis invólucros de maconha e 54 de cocaína, 95 pedras de crack, várias peças de carros, celulares, R$ 70,00 e dois estatutos de organizações criminosas, além de um carro marca Corolla e uma moto Honda Biz. Na casa onde os suspeitos estavam funcionava um ponto de venda de drogas e armas ilegais. A ocorrência foi registrada no 31º DP. (AE)
Caetano do Sul. O veículo, da Breda Serviços, ficou totalmente destruído. Os criminosos teriam usado uma bomba caseira. Um dia antes, uma agência do Itaú na Penha, foi atacada com um coquetel molotov. A polícia investiga se os ataques foram isolados ou têm ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). O ônibus foi queimado no bairro Boa Vista, onde mora o motorista. Ele já tinha entrado em casa e iria sair antes do amanhecer com o veículo. Minutos antes de o fogo começar, vizinhos viram dois homens numa moto perto do ônibus. (AG)
Ó RBITA
AGENTE PAULISTA BALEADO NO RIO policial federal de São nas costas, reagiu e foi Paulo Leandro Marra baleado no braço. A bala O Alves, de 32 anos, foi baleado ainda atingiu de raspão o ontem numa tentativa de assalto na zona norte do Rio. Alves dirigia seu Citröen Picasso, na Rua José Bonifácio, no Méier, quando foi abordado por dois homens que saíram de um Siena. O agente estava com a mulher e um dos bandidos apontou um pistola para o casal. Alves, que tinha uma arma
tronco do policial. Mesmo ferido, ele chegou a trocar tiros com os bandidos e atingir um deles. Os dois fugiram. Alves foi ao Rio para o fim de semana na casa da família da mulher, no Méier. O casal havia acabado de se despedir dos parentes para voltar a São Paulo quando foi abordado. (Agências)
Lembo no Tatuapé: um parque será construído na área do complexo
Tentativa de fuga na Febem antes da visita de Lembo Ás 10h, internos da Febem do Tatuapé tentaram escapar. Ás 11h30, o governador chegou à unidade. lhos está embargado. No caso de Santo André, o Estado conseguiu alvará que permite a demolição de um imóvel que dará lugar a duas unidades com 40 vagas de internação. Novas vagas – Berenice Gianella afirmou que até o fim deste ano, 11 unidades de internação descentralizadas, a maioria delas no interior e no litoral do Estado, estarão concluídas. Serão quase 600 vagas a mais para adolescentes infratores. Atualmente, segundo ela, o Estado tem 6.057 adolescentes internos e 14 mil cumprindo medidas socioeducativas nas modalidades Liberdade Assistida e Prestação de Serviços à Comunidade. A área do Complexo do Tatuapé já viveu dezenas de rebeliões e fugas. Abrigou 1,6 mil adolescentes e hoje tem 841 menores. Até o fim deste mês mais duas unidades serão fechadas. Logo após serão iniciadas as obras do parque. As outras unidades funcionam até o fim do ano. Quando estiver concluído, o Parque Estadual do Belém terá 255 mil metros quadrados. No local, além de área verde e quadras, funcionará a escola de formação dos funcionários da Febem. Lembo disse ainda que assim que as 11 unidades em construção forem inauguradas deve apresentar projeto para mudar o nome Febem para Fundação Casa (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente). As unidades recém-inauguradas já receberam este nome. (Agências)
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DC
I
nternos de uma das dez unidades Febem do Tatuapé que ainda estão em funcionamento tentaram fugir ontem, por volta das 10h, cerca de uma hora e meia antes da visita do governador Cláudio Lembo. Nenhum dos 58 adolescentes conseguiu escapar. Dois funcionários foram feitos reféns, mas foram liberados antes da chegada do governador. O complexo ainda abriga 841 internos. Lembo chegou ao Tatuapé por volta de 11h30 e anunciou como será feita a desativação da unidade de reeducação de menores, que dará lugar ao Parque do Belém, onde haverá uma área de lazer e escolas profissionalizantes. Das 18 unidades da Febem Tatuapé, oito já deixaram de funcionar. O governador aproveitou a ocasião para criticar prefeitos que dificultam a instalação de unidades em suas cidades. Lembo afirmou que o fato é "gravíssimo" e chamou os prefeitos de "insensíveis" à causa dos adolescentes infratores. Em alguns casos o governo de São Paulo tem recorrido à Justiça para derrubar embargos administrativos. O governador afirmou que entre as prefeituras "mais problemáticas" estão as de Osasco, Guarulhos e Santo André, administradas pelo PT. A presidente da Febem, Berenice Gianella, disse que na unidade de Osasco as obras recomeçaram tendo como base uma liminar no Tribunal de Justiça. Já o prédio em Guaru-
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São Paulo, segunda-feira,11 de setembro de 2006
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
segunda-feira, 11 de setembro de 2006
RESENHA
NACIONAL
QUATRO SEMANAS PARA O PRIMEIRO TURNO
G A simples
pancadaria não é garantia de sucesso. Para virar o jogo, Alckmin terá que empolgar e mostrar que vale a pena fazer a mudança. eleitorado, é a desorganização da campanha de Geraldo Alckmin. Aparentemente, Alckmin não consegue motivar o eleitorado a pagar o custo da mudança de presidente. Ainda que o candidato do PSDB-PFL tenha todo o potencial para ser um bom candidato, a campanha não ajuda, o discurso não empolga e os aliados o estão traindo. Somente após enorme tiroteio de aliados contra a sua propaganda eleitoral, Alckmin resolveu ser mais agressivo. Mesmo com todo o favoritismo, a vantagem de Lula de 12 pontos contra todos os candidatos pode ser pulverizada nas próximas semanas. Para tanto, Alckmin teria que ter um desempenho acima das expectativas e contar com erros de Lula. Ou algum fato novo aparecer na cena política. Assim, o
Céllus
favoritismo de Lula só seria ameaçado por fatos novos extraordinários. A campanha entra em setembro do jeito que estava no início de agosto. Lula é favorito, tem chances de vencer definitivamente em primeiro turno, mas o jogo não acabou. Alckmin ainda pode virar o resultado. A relativa cautela que os candidatos à Presidência tiveram em agosto não deve se repetir em setembro, quando deverão ocorrer ataques mais diretos ao presidente Lula e ao seu governo. FHC chegou a recomendar na semana passada “botar fogo no palheiro”. Aliás, em seus últimos programas de agosto, Geraldo Alckmin caminhou nessa direção, resgatando o episódio do mensalão. Além do aspecto ético, os candidatos deverão passar a explorar mais os aspectos negativos do governo, como aumento do desemprego e crescimento do PIB abaixo das expectativas. Porém, dada a ampla vantagem de Lula e o fato de que a munição disponível contra ele já ser de conhecimento da maior parte do eleitorado, a simples pancadaria não é garantia de sucesso, mesmo que possa render algum ganho em termos de preferência eleitoral. Para virar o jogo, Alckmin terá que empolgar e mostrar que vale a pena fazer a mudança.
O que ganhamos com a nova política externa? ROBERTO FENDT
O
COMENTÁRIO DE MURILLO DE ARAGÃO, DA ARKO ADVICE WWW.ARKOADVICE.COM.BR Sergio Moraes/REUTERS
A
pesar da discreta subida de Alckmin no final de agosto, a reta final do primeiro turno abre-se com amplas chances para Lula. Basta o presidente não esquentar a campanha nem cometer erros que poderá vencer no primeiro turno. Provavelmente, por uma margem apertada. Talvez, em situação semelhante a verificada em 1998, quando FHC confirmou a vitória definitiva no primeiro turno com 53,1% dos votos válidos. O que joga a favor de Lula, além do ambiente econômico positivo para as camadas mais populares do
JOÃO DE SCANTIMBURGO A TENTAÇÃO TERCEIRO-
leitor pode ficar tranqüilo: não vou bater em ferro frio, adicionando mais comentários ao que já foi dito sobre os impropérios com que o senhor presidente brindou alguns de seus colegas latino-americanos. Também não comentarei as observações sobre o que sua excelência julga ser a peculiar natureza escatológica do Chile, país associado do Mercosul. Voltar aqui a esse tema desagradável serviria apenas para tratar do acidental, deixando de lado o essencial: a crescente e profunda perda de substância da nossa política externa e da liderança do Brasil no continente. Veja-se, por exemplo, o caso do Uruguai. Em visita na semana passada ao país, o ex-ministro da economia da República Argentina, Roberto Lavagna, afirmou que o Uruguai foi o país "menos beneficiado" pelo Mercosul. Para ele, a Argentina deveria apoiar o país vizinho na negociação de um tratado de livre comércio com os Estados Unidos. "Creio que a Argentina tem a oportunidade de desempenhar um papel próativo para desarmar qualquer bloqueio que possa vir do lado brasileiro", afirmou Lavagna ao jornal argentino El Pais. Do lado uruguaio, permanentemente se reitera o interesse na permanência no Mercosul e no seu aprofundamento, embora muitos consideram melhor para o país buscar novas formas de inserção na economia mundial. Essas percepções somente emergiram pela perda do Itamaraty, para a assessoria do senhor presidente, da liderança da condução da política externa brasileira no continente. Pouco importa se as autoridades uruguaias pretendam ou não firmar um tratado de livre comércio com os EUA. A atuação pífia dessa assessoria levou uma corrente expressiva da opinião pública uruguaia a se sentir prejudicada pelo Mercosul e a buscar alternativas que lhe pareçam mais vantajosas. Claro que as pressões internas sobre o governo do presidente Tabaré Vázquez para que firme um acordo de livre comércio com os EUA não podem se materializar dentro do marco do
E
Mercosul. Esse caminho, evidentemente, não está aberto: somente o bloco tem essa capacidade de negociar, não seus países membros, individualmente. Mas os ruídos provocados azedam nossas relações desnecessariamente. Com o Paraguai a situação não está muito melhor. Recentemente, a ministra das relações exteriores do Paraguai, Leila Rachid, afirmou o país beneficiou-se pouco ou nada com a integração nos 15 anos de existência do Mercosul. Além disso, teria também afirmado no 30º encontro de cúpula dos presidentes do Mercosul que "vários setores sociais qualificam o Mercosul como um maquinário aperfeiçoado para impor barreiras novas e mais sofisticadas ao comércio paraguaio". Mais ao norte, a entrada da Venezuela só poderá trazer mais problemas ao Mercosul. Dentre as iniciativas do gauleiter Hugo Chávez está a expropriação dos ativos da Petrobras na Bolívia e a tentativa de mudança no preço do gás fornecido ao Brasil. O mesmo gauleiter interferiu nos assuntos internos do Peru, procurando influenciar a recente eleição presidencial — como já havia feito, de resto, na eleição mexicana. Se foi bem sucedido ou não, pouco importa. Continua interferindo. Agora, tornou-se cabo eleitoral do presidente Lula. No intervalo entre uma visita e outra ao tirano Fidel Castro, percorre o mundo em busca da formação de um novo Eixo do Mal, cujo arco de maldades iria do Irã à Patagônia, passando pela América Central e países andinos.
A
esses fatos se deve acrescentar uma idiota querela com os EUA — nosso principal parceiro comercial — em torno da Alca. A querela torna-se ainda mais estapafúrdia na medida em que os americanos já perceberam que é mais fácil nos "comer pela borda", firmando acordos de livre comércio com nossos parceiros na América do Sul. É desse tipo de acordo que se fala no Uruguai e no Paraguai. Estamos sendo isolados de quem interessa e nos aproximando de quem nos é nocivo. É nisso que deu a nova política externa brasileira?
stamos isolados de quem interessa e nos aproximando do que é nocivo
Dá para crescer com energia cara?
O discurso de Alckmin não empolga
CARLOS ALBERTO DOS REIS
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Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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A
s estimativas do governo brasileiro de alcançar este ano um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 4% em relação a 2004 parecem cada vez mais distantes. Variáveis como a queda prevista de quase 2% no PIB agrícola robustece os argumentos de estimativas mais conservadoras, que acenam com, no máximo, um crescimento global do PIB de 3,5% este ano. Seja qual for o número, é muito pouco diante de outras economias. O Brasil está atrasado porque mantém uma série de gargalos que impedem uma performance mais substancial. São fatores tão diversos e extensos que não caberiam neste artigo. Como exemplo, porém, vale a pena mencionar o gargalo de energia elétrica. Todos se lembram do apagão de 2001. Hoje, há muitas vozes mais otimistas garantindo que o perigo de ocorrer outro erro estratégico daquela monta está praticamente afastado. Mas o fato é que, se quisermos acertar os passos com países como a China e a Índia, não vamos escapar de encontrar uma solução para o problema que é acumular os investimentos necessários para que tenhamos energia necessária para fazer frente a um eventual salto da economia brasileira. Outro aspecto deste gargalo, que poderíamos
chamar de fator energético, refere-se a disponibilizar aos agentes do mercado - agronegócio, indústrias, serviços etc. - tarifas de energia compatíveis com os índices de produtividade que são uma exigência para o desenvolvimento econômico contemporâneo. E é aqui que as surpresas começam. Segundo estudo realizado pela Agência Internacional de Energia (AIE), o preço pago pela energia elétrica no Brasil é o décimo maior do mundo. Trata-se de um custo comparável ao que pagam consumidores de países como Reino Unido e Espanha.
U
m dos fatores que encarece o custo da energia no Brasil é exatamente a alta carga tributária que incide sobre o insumo. Pelo menos 20% da tarifa é imposto embutido. Pior é o “cálculo por dentro”: o ICMS é cobrado neste custo e cobrado novamente no valor que chega ao consumidor. Imposto em cima de imposto. Só com reestruturação da carga tributária conseguiremos ser competitivos e tentar concorrer, minimamente, com a exuberância econômica que estão exibindo países como a China e a Índia. CARLOS ALBERTO DOS REIS É PRESIDENTE DO SINDICATO DOS ELETRICITÁRIOS DE SÃO PAULO
P elo menos 20% da tarifa é imposto embutido. Fora o ICMS duplicado.
MUNDISTA
S
empre que circulo pela informação diplomática esbarro com a sedução, que não compreendo, da diplomacia brasileira pelo terceiro-mundismo, que a compromete. Foram os governos pré-militares que nos introduziram nesta horta maligna. A diplomacia brasileira tem um fundador e um organizador, o Barão do Rio Branco, que continua vivo com o seu apetite, sua competência histórica e sua criação diplomática. Nem por ter vivido até o primeiro decênio do século passado o Barão poderia ser considerado démodé. Ao contrário, é atualíssimo e basta irmos aos papéis históricos para saber que ele era um historiador vivíssimo, que sabia moldar a diplomacia aos interesses de uma nação que se projetava e que continua a se projetar com o mesmo ímpeto do passado, sem necessidade de ceder a modas como a do terceiro-mundismo, que acolhe todos os pernetas da América Latina para jogarem no nosso time.
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria ficar longe do Itamaraty, para evitar fortalecer o terceiromundismo, que pode ficar com Hugo Chávez, Fidel Castro e outros menores dentre os líderes políticos do continente, que não nos fará falta alguma. Temos nosso destino assegurado desde que não nos esqueçamos do Barão. Vamos ter de usar muita diplomacia nos organismos internacionais, onde a ideologia de esquerda fez invasão desapropriada e que está demorando para ser enxotada de áreas que não podem contê-la.
A
diplomacia é uma ciência realista e não se submete a tendências ideológicas como a do terceiromundismo, que empolga diplomatas do Brasil e de outros países. Temos nosso patrimônio diplomático criado e conservado com amor, paciência e sabedoria. Ponha-se fora, portanto, a tentação terceiro-mundista. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Rio Branco não cedeu a modas como a do terceiromundismo, que acolhe todos os pernetas da América Latina para jogarem no nosso time.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 11 de setembro de 2006
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Política
Andre Dusek / AE
Se não houver corte de despesas, não há como executar o plano de governo. Yves Gandra Martins
Sergio Moraes / Reuters
Proposta: ganha mais, paga mais
Heloísa fala em imposto proporcional
Tucano acena com pregões
E
ALCKMIN PROMETE: A CARGA CAI.
zir a carga tributária", diz. "Veja o que aconteceu nos últimos anos: a arrecadação federal não parou de crescer, mas os gastos orçamentários cresceram ainda mais rapidamente. Esses gastos crescentes, no entanto, não foram para as áreas prioritárias – investimentos em saúde, educação, estradas, portos, saneamento –, mas para bancar o custo do Estado, a burocracia". O tucano anuncia um combate implacável à corrupção. "A Fundação Getúlio Vargas (FGV) estima que a corrupção custa ao País R$ 10 bilhões por ano. É praticamente a metade do que o orçamento deste ano destina para investimentos. Mas não é só a corrupção que atrapalha. É preciso fechar a torneira do desperdício de dinheiro público. O governo Lula gasta muito e gasta mal. Vamos criar mecanismos para avaliar o desempenho dos programas federais. No mundo moderno, a eficiência é o novo nome da ética", prega. O c a n d i d a t o a c re s c e n t a que vai remeter ao Congresso projeto de reforma tributária assim que assumir. Segundo Alckmin, o projeto que está Congresso precisar ser atualizado.
Candidatos não exibem disposição suficiente para domar a sanha tributária do governo, dizem especialistas. Por Sergio Kapustan Milton Mansilha / LUZ
Patrícia Cruz / LUZ
Patrícia Cruz / LUZ
A
d v e rsá ri os e políticos de formação ideológica distintas, os três candidatos a Presidência da República – Geraldo Alckmin (PSDB), Heloísa Helena (PSol) e Cristovam Buarque (PDT) – convergem sobre a necessidade do País reduzir a carga tributária, que já se aproxima de 40% do Produto Interno Bruto (PIB), para o País não patinar em seu crescimento. A divergência está na receita do programa. Ex-governadores, Alckmin e Cristovam pretendem diminuir gastos públicos e fazer a reforma tributária. Já existe um projeto de reforma tributária na Câmara e esperase que seja votado este ano. Heloísa Helena não fala em cortes de gastos. Ela quer reduzir a taxa de juros e cobrar mais impostos de agentes financeiros e dos detentores de grandes propriedades. A redução da carga tributária voltou ao debate depois da divulgação do pífio resultado do PIB do segundo trimestre:
Solimeo, Cintra e Gandra Martins: sem cortes, nenhum programa vinga.
crescimento de apenas 0,5% em relação ao primeiro. Nos últimos 11 anos, a carga tributária alcançou quase dez pontos percentuais sobre o PIB. Diante do número, o mercado financeiro reduziu a projeção de crescimento do PIB para este ano de 3,5% para 3,2%. Até então, a estimativa era de um crescimento de 4%. Líder nas pesquisas de intenção de voto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divulgou seu plano de governo sem mencionar redução nos gastos públicos. A proposta destaca que o governo manterá o superávit primário, hoje em 4,25% do PIB. Buraco tributário – Marcel
Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), vai direto ao ponto: sem reduzir gastos públicos não há como diminuir a carga tributária no mandato. "Um programa sem previsão de gastos públicos, mesmo que gradativa e lenta, não vai tirar o País do buraco". Para Solimeo, o excesso de tributos retira dinheiro do consumo e dos investimentos. "Sem investimentos, a economia não cresce. O País precisa gastar menos e melhorar a produtividade – produzir mais com os mesmos recursos". O jurista Yves Gandra Martins diz que não é surpresa Al-
ckmin e Cristovam admitirem o corte de gastos para aliviar a carga de impostos. "Ambos foram governadores e sabem que, se não houver corte de despesas, não há como executar o plano de governo". Para o jurista, a proposta de Heloísa Helena não garante a justiça tributária. No seu entendimento, como o governo pega dinheiro no mercado para financiar as despesas, isso será repassado ao mercado. Em relação a Lula, ele acrescenta que poderá haver aumento da carga tributária. "O PT sempre foi favorável ao fortalecimento do Estado e da máquina burocrática. Do ponto de vista da carga tributária, isso é muito ruim". O professor Marcos Cintra, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), afirma que é preciso enfrentar as despesas de governo para se ter um crescimento compatível com o de países como China e Índia. "Além disso, é preciso investir em infra-estrutura, ciência e tecnologia".
Para aprovar a reforma tributária, existem parceiros em todas a sociedade. Há apoio de empresários, da classe média e dos pobres. Heloísa Helena
de lucros e sobre remessas ao exterior e a CPMF, entre outras medidas. "Pobres e assalariados, por exemplo, pagam proporcionalmente muito mais impostos do que ricos e donos de propriedades. Ao mesmo tempo, a utilização dos recursos não garante políticas universais e não atende a quem mais precisa". A candidata acrescenta que com a retomada do crescimento da economia será possível diminuir progressivamente a carga tributária, sem afetar a capacidade de investimentos do setor público. Sobre a reforma tributária que está no Congresso, a candidata responde: ao tomar posse, vai pessoalmente até lá defender a sua proposta. "Para aprovar a reforma tributária, existem parceiros em todas as áreas da sociedade. Há ainda o apoio dos empresários, da classe média e dos pobres".
Buarque: ajustes exigem critério
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Marcos Fernandes / LUZ
A FGV estima que a corrupção custa ao País R$10 bilhões por ano. É praticamente a metade do orçamento deste ano para investimentos. Geraldo Alckmin
Arte sobre foto Abê
E
m sua proposta, Geraldo Alckmin (PSDB) destaca quatro pontos básicos de redução da carga tributária: melhorar a política fiscal, economizar recursos públicos, acabar com o desperdício e combater a corrupção com rigor. O tucano lembra sua experiência de governador de São Paulo. Os tucanos governaram o Estado de 1995 até março deste ano. Iniciada por Mário Covas e continuada por Alckmin, a gestão fez um controle vigoroso das despesas. Demitiu servidores, cortou gastos e implementou um programa de privatizações. Alckmin afirma que vai reduzir custos assim. Um exemplo citado é o pregrão eletrônico. "Em quatro anos de governo, conseguimos economizar R$ 4 bilhões com o sistema de compras eletrônicas. É uma medida simples: a adoção da tecnologia da informação para o controle dos gastos públicos. Em alguns casos, conseguimos uma economia de 25%. Se fôssemos comprar cem ambulâncias, pagávamos apenas 75, devido à concorrência. O que é a operação sanguessuga? É o sobrepreço na compra de ambulâncias", compara. Alckmin promete fazer um amplo controle das despesas. "Essa é a única forma de redu-
m linhas gerais, Heloísa Helena (PSol) defende a progressividade, a revisão de isenções fiscais e a queda da taxa de juros para reduzir a carga tributária e elevar o crescimento da economia. A candidata acrescenta que o governo terá um papel fundamental na retomada do crescimento. "Para o Brasil voltar a crescer, o papel do Estado é fundamental como indutor do desenvolvimento e, particularmente, como protagonista de investimentos pesados na infra-estrutura e na área social", alinhava. Em relação à carga tributária, o seu compromisso é mudar a forma de arrecadação, cobrando mais de quem ganha mais. "Em nosso governo, pequenas e médias empresas, pobres e assalariados irão pagar menos impostos, enquanto os bancos, os ricos e os detentores de grandes propriedades irão pagar mais", avisa. "O nome disso é justiça tributária". Heloísa Helena quer aumentar o impostos sobre patrimônio (ITR e impostos sobre transferência e herança); reduzir impostos indiretos; e acabar com a isenção de imposto de renda sobre a distribuição
x-governador do Distrito Federal e exministro da Educação do governo Lula, o candidato Cristovam Buarque (PDT) diz que, eleito, fará ajustes no setor público de forma criteriosa e sem pressa. O pedetista adianta que não fechará hospitais ou escolas em nome do déficit público. "Não se pode reduzir essa carga (tributária) desarticulando os serviços
públicos. Isso deve ser feito de tal maneira que os serviços se mantenham". O candidato enfatiza a necessidade de o próximo presidente enfrentar a questão. "O simples aceno de uma decisão que impeça o aumento do aumento do déficit já acena para uma possibilidade de queda de juros", defende. Cristovam declara que as medidas vão atingir
interesses de setores do funcionalismo público, mas não há outra saída. "Sei do apego corporativo de cada grupo aos direitos e privilégios que têm", pondera. "Mas não tem outra forma", diz." Ou gente se convence de que está na hora de desarmar a bomba da carga tributária crescente ou nós vamos ter uma explosão, em algum momento, das contas públicas". Cristovam Buarque defende a tributação progressiva e seletiva.
Ambiente Transpor te Segurança Compor tamento
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 12 de setembro de 2006
Marcola ficará mais oito meses em isolamento O preso, que está em Regime Disciplinar Diferenciado, é apontado como um dos principais líderes do PCC Jorge Santos/Oeste Notícias/AE - 07/11/2005
P
or determinação do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, em decisão tomada na quarta-feira da semana passada, o preso Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, considerado um dos principais líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), vai permanecer por 360 dias preso em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) na Penitenciária de Presidente Bernardes, no interior de São Paulo. Como ele já cumpriu 120 dias em internação provisória, ficará no regime de isolamento por mais 240 dias, ou seja, oito meses. Como a prorrogação da internação cautelar de Marcola, que expirou no domingo, o Ministério Público Estadual (MPE) pediu sua manutenção no RDD pelo período de um sexto de sua pena, o que totalizaria aproximadamente 3 anos e meio, alegando que ele lidera
No total, Marcola permanecerá 360 dias preso em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD).
BANDIDO ESTÁ EM PRESIDENTE BERNARDES
Marcola terá direito a receber visitas de advogados e de parentes
a facção criminosa que age em presídios de São Paulo. O MPE argumentou também que o criminoso teria se envolvido em uma tentativa de resgate de presos na Penitenciária de Presidente Bernardes, no interior paulista, em janeiro deste ano. A juíza auxiliar do Departamento de Execuções Criminais (Decrim) do Tribunal de Justi-
ça de São Paulo, Ariane de Fátima Alves Dias, aceitou a internação por 360 dias por entender que este prazo "é suficiente para os objetivos do regime diferenciado". Na sentença, Ariane ressaltou que Marcola tem garantido o direito a visitas de parentes e de advogados, o que preserva direitos constitucionais.
Exército – A 11ª Brigada de Infantaria Leve do Exército brasileiro, em Campinas (SP), vai construir uma cidade cenográfica em uma área de 9 mil m² do 28º Batalhão de Infantaria Leve (BIL). A representação do cenário urbano será utilizada para treinar forças especiais voltadas para ações em conflitos sociais e de suporte para a repressão ao crime organizado. Na área do BIL, que integra a rede de soldados especiais, com 628 homens, serão reproduzidas, com contêineres e construções em alvenaria, edificações urbanas comuns como escola, banco, ruas e praças e até mesmo uma favela. O Exército vai investir inicialmente R$ 130 mil para ao implantação do que denomina Centro de Instrução de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) para treinar simultaneamente até 120 homens. (AE)
São Paulo tem a tarde mais quente do inverno
D
epois dos termômetros marcarem 6,2 graus na madrugada da quarta-feira da semana passada, a tarde de ontem voltou a registrar temperaturas elevadas na cidade, c o m m a rc a s a c i m a d o s 3 0 graus. A temperatura máxima verificada no Mirante de Santana, zona norte, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), chegou aos 31,9 graus, a mais alta deste inverno, superando os 31 graus de 16 de agosto. Foi o dia mais quente desde 6 de março, que registrou 32,9 graus na capital. No interior do Estado, a máxima foi de 34,4 graus em Votuporanga. A forte massa de ar quente veio acompanhada de baixa umidade do ar. Na capital, a umidade relativa do ar chegou a 29% às 15h. No interior, os índices também foram baixos, com registro de 29% em Presidente Prudente e Franca e 24% em Catanduva. Previsão – A onda de calor e a baixa umidade permanecem até sexta-feira. Nos próximos dias as temperaturas máximas na capital devem oscilar entre 30 e 33 graus. No Interior podem superar os 35 graus. Uma frente fria deve trazer chuvas e e queda na temperatura entre o final de sexta e o sábado. (AE)
GIr Agendas da Associação e das distritais
Amanhã I Penha – A distrital promove
o curso Formação de preço no comércio – Sebrae. Avenida Gabriela Mistral, 199. Das 13h30 às 17h30. I Feira - O vice presidente da ACSP Rogério Amato participa da abertura da Feira Tecnológica da Obra Social Dom Bosco. Às 13h30, no Centro de Formação e Cultura Dom Bosco, rua do Contorno, s/ nº, Itaquera. I CME – Reunião do Conselho da Mulher Empreendedora (CME) da ACSP. Às 13h45, rua Boa Vista, 51/9º andar, plenária. I Santo Amaro - A distrital realiza reunião ordinária. Às 16h. I Santo Amaro - A distrital tem reunião do Natal Iluminado coordenada por Donizetti Felício da Silva. Às 16h. I Mooca – A distrital faz reunião do Natal Iluminado coordenada por Aristides Legat. Às 18h. I Mooca- A distrital promove a palestra Cadê os vendedores?, coordenada por Sebastião Nelson Freitas. Confirmar presença: 6694-2730/66937329 ou pelo e.mail dmooca@acsp.com.br. Às 19h. I São Miguel – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de profissionais de lojas de móveis e colchões do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 19h. I Lapa - A distrital promove a palestra Pirataria, coordenada por Edson Luiz Vismona, presidente do Instituto Brasileiro de Defesa da Compatibilidade – Instituto Legal. Às 19h30. I Vila Maria- A distrital realiza reunião ordinária. Às 19h30. I Sudeste - A distrital realiza reunião ordinária. Às 19h30.
Quinta
ACSP. Às 10h, rua Boa Vista, 51/11º andar, salas Tadashi Sakurai 1 e 2. I Penha – A distrital promove o curso Formação de preço no comércio – Sebrae. Avenida Gabriela Mistral, 199. Das 13h30 às 17h30. I Convênio - O presidente em exercício da ACSP, Alencar Burti, participa da assinatura do convênio cultural entre a Academia Paulista de Letras (APL) e a Associação Comercial de São Paulo. Às 17h, no anfiteatro da APL, Largo do Arouche, 312/324. I Lapa– A distrital realiza reunião do núcleo setorial de escolas infantis do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor André Gil Sanchez Jr. Às 19h. I São Miguel – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de automecânicas do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 20h. I Ipiranga – A distrital promove a abertura oficial dos festejos dos 422 anos do bairro e o concurso Miss Ipiranga. Às 20h, no auditório do Centro Universitário São Camilo. avenida Nazaré, 1501.
Sexta I FJE – Reunião do Fórum de
Jovens Empreendedores da ACSP coordenada pelo coordenador do FJE, Júlio César Bueno. Às 9h, rua Boa Vista, 51/11º, Tadashi ,Sakurai 1 e 2. I Penha – A distrital promove o curso Formação de preço no comércio – Sebrae. Avenida Gabriela Mistral, 199. Das 13h30 às 17h30. I Ipiranga – A distrital, em parceria com o Clube Atlético Ypiranga, promove a Setember Fest, evento integrante dos festejos de aniversário do bairro. Às 20h. Rua do Manifesto, 475.
Sábado I Ipiranga – A distrital
participa da cerimônia de troca da bandeira, doação das Lojas Maçônicas Grande Oriente de São Paulo. Às 8h.
Domingo
I São Miguel – A distrital
I Ipiranga – A distrital
realiza reunião do núcleo setorial de escolas particulares do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 9h. I Encap - O conselheiro da ACSP José Cândido Senna, participa da solenidade de abertura do 5º Encap (Encontro Nacional dos Representantes Empresariais nos CAPs). Às 9h, na CNI, edifício Roberto Simonsen, SBN, qd. 1, bl. B, Brasília. I Chamber – Reunião do Conselho de Relações Internacionais da São Paulo Chamber of Commerce da ACSP, coordenada pelo vicepresidente Alfredo Cotait Neto. Às 10h, rua Boa Vista, nº 51/12º andar, no Enre. I CPU – Reunião da Comissão de Política Urbana (CPU) da
participa do desfile cívico. Às 9h. Rua Silva Bueno, 1.900. I Pinheiros – A Distrital Pinheiros promove o encontro do júri para avaliação das obras do 19º Salão de Artes. Às 9h. I Penha – A distrital promove o 6º Desfile de Carros Antigos pelas ruas do bairro e exposição no Parque do Tiquatira, canteiro central da Avenida Carvalho Pinto com a rua São Florêncio. Das 9h às 13h. I Penha – A distrital promove a apresentação do Concerto da Primavera com a banda sinfônica da PM. Às 11h. Clube Esportivo da Penha, rua Capitão João Carneiro, 354. I Penha – A distrital participa de culto ecumênico. Às 18h. Igreja Metodista, rua Capitão Avelino Carneiro, 341.
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terça-feira, 12 de setembro de 2006
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 Ana Cecília Mello/Divulgação
É marcante na seleção de fotos da exposição o elemento da arquitetura. André Douek, fotógrafo e professor do workshop
TRABALHO RESULTOU EM IMAGENS INUSITADAS
Fotos de Fábio Mattos/Divulgação
Paisagem: foto tirada na rua Coronel Batista da Luz mostra carregador em frente a uma cidade imaginária pintada num muro. A idéia do projeto não era retratar os problemas do Centro, mas suas peculiaridades.
UM CLIC. E A CIDADE SE REVELA. Quinze fotos, que retratam cenas singulares da região central da capital, estarão expostas até o dia 29. Um retrato do Centro feito por alunos de um workshop.
I
Alessandra Ferreira/Divulgação
Rejane Tamoto magine os segundos que uma pessoa leva para pular sobre uma poça d’água congelados em uma foto, na praça Júlio Prestes, na região central da cidade. A cena não é mera coincidência se comparada a uma foto feita atrás da Gare Saint-Lazare, em Paris, pelo francês Henri Cartier-Bresson (1908-2004), um dos mais famosos fotojornalistas do século 20. A imagem da Júlio Prestes é apenas uma das 15 fotografias do Centro, clicadas por participantes de um workshop da Associação Viva o Centro, em junho. Desde ontem, as fotos que retratam singularidades da metrópole saem do anonimato e ficam expostas no Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). Na abertura da mostra foi realizada uma mesa-redonda com o tema Fotografia, Arquitetura e Paisagem. Um percurso pelo Centro de São Paulo. O objetivo, segundo o vice-presidente do IAB, Lúcio Gomes Machado, é discutir as diferentes leituras que a fotografia possibilita do Centro. "Queremos debater sobre o que as pessoas identificam como significativo na cidade, se são os personagens, as paisagens, os edifícios. Quanto mais as
pessoas praticarem esta leitura mais valorizarão o Centro", disse Machado. Cenas - Segundo André Douek, fotógrafo e professor do workshop, os participantes registraram livremente as cenas da cidade. A influência de Cartier-Bresson pode ser vista nas linhas geométricas utilizadas na composição das imagens. "É marcante na seleção de fotografias da exposição o elemento da arquitetura, seja nos ângulos em linhas retas, circulares e texturas em contraste com os personagens do cotidiano", afirmou Douek. Segundo ele, a idéia não foi fotografar os problemas da região central da capital e, sim, o que cada um tivesse vontade. O processo resultou em imagens bonitas e inusitadas. "Existe muita gente que, por medo, desconhece o Centro. O interessante é que a beleza contida nas fotografias desperte o interesse destas pessoas, para que conheçam e preservem este importante espaço da cidade", disse.
Vanessa Ribeiro/Divulgação
À esquerda, cena em orelhão instalado na rua Direita. Acima, imagem feita em uma das portas da Catedral da Sé.
SERVIÇO Exposição fotográfica "Um percurso pelo Centro de São Paulo": Até dia 29, no Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), rua Bento Freitas, 306, V. Buarque. Tel: (11) 3259-6866.
Praça Júlio Prestes: imagem feita na região da Luz guarda semelhança com foto de Cartier-Bresson tirada na Gare Saint-Lazare, em Paris
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Vír us Produto Inter net Sites
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 12 de setembro de 2006
O YAHOO! CRESCE COM BRASILEIROS NO COMANDO
A Velox agora oferece suporte de design virtual, pela web ou pelo telefone.
PORTAL BANDA LARGA RENOVADO EMPACOTADA
O Yahoo!, repaginado, ganha novos conteúdos e amplia Um pacote de segurança, participação. Os internautas brasileiros formam a segunda sites e correio para clientes comunidade no recém-criado serviço de Respostas do portal. corporativos da Telemar. Marcelo Soares/Hype
Por Bárbara Oliveira
boim está no portal brasileiro desde 1999, e sua missão a paruem acessa o Yahoo! tir de agora é dar mais consisregularmente já no- tência à empresa na América tou. Desde agosto há Latina (especialmente no Braalgo de novo no por- sil), agregando novas parcetal, visitado por 6,5 milhões de rias para enriquecer mais os brasileiros e mais de 480 mi- conteúdos e serviços locais. O gerente-geral de Markelhões de internautas no mundo. Além de mais interativo e ting para a América Latina, ágil, graças à integração aos Agenor de Castro, ressalta que padrões da Web 2.0, o Yahoo tais nomeações para ocupar ganhou novos conteúdos e postos de comando provam o parceiros, facilidade na nave- prestígio da unidade brasileira. No Brasil, o Yahoo! está engação e mais personalização. Há novidades também na tre os cinco primeiros portais direção, com executivos brasi- mais visitados em julho. O deleiros em papéis de destaque safio é chegar entre os três prina empresa. No mês passado, o meiros. Castro lembra que a carioca Bruno Fiorentini, que audiência do Yahoo! por aqui é significativa. presidia o "Em julho, tiYahoo! Amévemos cerca rica Latina d e 3 , 8 m idesde 2004 e a lhões de filial brasileiusuários atira desde 1999, v o s d o foi nomeado milhões Yahoo! Mail e chefe de opede brasileiros são mais de 400 rações (COO) mil do Mesda Yahoo!, na freqüentadores senger (proAustrália. habituais do site. grama de Tr a t a - s e d a mensagens j oi n t- v en t ure i n s t a n t âentre o portal e o conglomerado de mídia Se- neas)." Há que considerar que ven Network, que engloba ca- julho foi mês de férias. Castro não pode falar de núnais de tevê e de revistas, o que demonstra o propósito do meros de faturamento ou cresYahoo em ser empresa não só cimento da unidade brasileira, de busca e serviços online, mas mas lembra que o mercado natambém de mídia, com filmes, cional é muito importante para o grupo. Essa importância se vídeos e músicas. Com a transferência de Fio- deve ao fato de o Brasil liderar rentini para a Austrália, a dire- o número de internautas na ção na América do Sul, que in- América Latina (32 milhões) e clui operações no Brasil, Ar- também de termos umas das gentina e Chile, ficará com ou- maiores médias em tempo de t ro c a r i o c a , o e c o n o m i s t a uso, 17 horas mensais em juGuilherme Ribenboim, que nho (20 horas em abril), supeatuava como gerente-geral no rando países como EUA, FranPaís e comandava nos últimos ça e Japão, segundo o Ibodois anos a divisão Yahoo Sear- pe/NetRatings. Respostas - Um fator intech Marketing, responsável pelos links patrocinados, um dos ressante e que demonstra a remaiores sucessos em receita ceptividade dos brasileiros às publicitária do portal. Riben- n o v i d a d e s é o s e r v i ç o d e
6,5
Agenor de Castro: prestígio da unidade brasileira.
Yahoo! Respostas, lançado em julho em português, e cuja audiência chegou a 1,5 milhão de pessoas em agosto, superando tradicionais mercados líderes como México, Inglaterra, França e Alemanha. O serviço, pelo qual uma pessoa responde à pergunta de outra, permite ao assinante trocar informações sobre qualquer tema, forma uma rede de conhecimento. Os temas são agrupados em várias categorias no portal. "O Brasil ocupa hoje a segunda posição mundial no serviço Yahoo! Respostas, atrás só dos americanos. Isso demonstra que a busca social entrou na agenda do internauta brasileiro", observa Castro. Conteúdos - O Yahoo! realiza parcerias para fornecimento de vários tipos de conteúdos: notícias com agências, músicas (iMúsica), empregos (grupo Catho), turismo e comércio eletrônico (Submarino). Lá fora, a aquisição dos portais Flickr (compartilhamento de fotos) e Del.ici.ous (indexador de favoritos) e as associações recentes com empresas de mídia Telemundo (maior empresa de comunicação para hispânicos nos EUA) e Seven Network, da Austrália, dão o tom do novo Yahoo!:
WINDOWS? O sistema operacional mais popular não é Windows. É o japonês Itron.
uma integração da ferramenta de busca com conteúdo multimídia e serviços diversos, visando ampliar a audiência e a publicidade. Em breve, o portal vai lançar seu próprio canal de músicas nos Estados Unidos, com acesso também aos brasileiros, e localizar (para o português) o Yahoo! Vídeos. Para o fim de setembro está previsto o lançamento do novo webmail do Yahoo!, nos moldes da Web 2.0, mais fácil e rápido e com a cara e recursos do Outlook. O novo layout do portal está integrado à Web 2.0 e à tecnologia Ajax, de criação de aplicativos interativos. O anunciante também sai ganhando, diz Castro, porque o "internauta muda de conteúdo no portal mas não sai da página, e o anúncio permanece". Mundialmente o Yahoo! tem mais de 480 milhões de usuários em 24 países e faturamento de US$ 5,2 bilhões (2005). Em julho, o portal estava com 28,8% das buscas na internet global, atrás do Google, mas à frente do MSN (12%). A sede é na Califórnia, mas tem escritórios na Europa, Canadá, Ásia, Pacífico e América Latina. No Brasil, o portal está disponível desde junho de 1999. Veja mais: www.yahoo.com.br
@ Ó RBITA
m pacote voltado às pequenas e médias empresas que já têm ou pretendem assinar o plano de banda larga Velox, da Telemar, foi lançado na semana passada para os clientes da operadora das regiões Norte, Nordeste e Sudeste. São três soluções de segurança, hospedagem de sites e um gerenciador de e-mails nos mesmos moldes do Outlook, e segundo o diretor de Marketing para o Mercado Corporativo da Telemar, Abel Camargo, visam a agregar valor ao serviço de banda larga. "Estamos oferecendo três ferramentas em um serviço já existente, ou seja, seguindo uma tendência de convergir aplicações para que o cliente tenha uma tecnologia completa a sua disposição e possa pagar tudo numa conta só no final do mês", lembra Camargo. "Além disso, oferecemos produtos que fazem sentido para uma empresa e que ela vai precisar no seu dia-a-dia." Um dos serviços é o Velox Seguro, que inclui um antivírus, anti-spyware e um firewall, integrados no pacote Total Protection for Small Business, da McAfee. Ele tem valor mensal inicial de R$ 9,90 por máquina, e se adapta a empresas com até 100 computadores. "Nenhuma empresa hoje com banda larga, seja uma loja de shopping ou uma farmácia, pode prescindir de proteção na navegação e na sua caixa postal", diz Camargo. Se ela tiver dois computadores pagará menos de R$ 20, se tiver 100 máquinas pagará R$ 990. O Velox Site é voltado às empresas que precisam criar uma página na Web, ter um domínio (como vendas@lojadojoao.com.br), e manter o controle de seu conteúdo no ar coisas fundamentais hoje em
dia para garantir uma exposição na internet e promover negócios. A Telemar fez uma parceria com a Neomarket, detentora da tecnologia de criação de páginas, colocando à disposição dos assinantes vários modelos e layouts de sites, além de uma ferramenta de auto-gestão de conteúdo. "São soluções simples que o próprio usuário pode criar, mas se ele precisar do suporte de um designer virtual terá via chat ou pelo telefone", diz o diretor de Marketing da Telemar. O Velox Site é o serviço mais caro, com três opções de planos: um básico por R$ 25,90, um avançado por R$ 37,90 e o profissional por R$ 69,90. Além desses valores a empresa paga uma taxa de adesão variável de R$ 44,90 a R$ 119,90, dependendo do serviço contratado. Office grátis – Quem já é assinante do plano empresarial Velox terá gratuitamente o Office, um gerenciador de e-mail com a cara do Outlook, protegido de spams e vírus e espaço de até 1GB por conta. O Velox Office também garante ao cliente um disco virtual de 20 MB para backups de arquivos, anexos e mensagens. A adesão exige apenas um cadastramento no portal do Velox. Para obter mais informações ou adquirir as soluções é precis o e n t r a r e m w w w . v elox.com.br, escolher a opção Velox Empresas e o Estado onde se encontra, e finalmente, clicar na aba Serviços. (BO)
ITRON? O Itron está em 3 bilhões de processadores em celulares, câmeras e MP3.
Por João Magalhães
VERÃO
TOQUE
e você ainda não conhece o site Can You Imagine, não perca tempo. Veja o fino da alta tecnologia, como o ar condicionado de mesa, que funciona com água gelada. Nada mais fácil e prático. Link: http://www.cyi.net
uer avisar alguém sobre seu mau hálito ou um amigo sobre os encontros furtivos da namorada dele, mas não sabe como? O site Dê um Toque faz isso para você! Basta fornecer o e-mail de seu alvo, que ele receberá uma mensagem anônima alertando-o sobre o problema. Para facilitar a tarefa, o site mostra exemplos de toques nas categorias Comportamento, Falta de higiene, Mau trato pessoal, Maus hábitos, Escola, Trabalho e Relacionamento. Há ainda uma lista de toques já despachados. Como esse: "Você se acha esperto, mas dando tanto calote assim vai acabar ficando sem amigos". Link: http://www.deumtoque. com.br/
WIKIMANIA rimeiro foram os blogs. Agora é o wiki – tecnologia usada na construção de sites em que os redatores e editores de conteúdo são os próprios internautas – que está virando mania na Web. Melhor exemplo do gênero é a Wikipedia, enciclopédia livre, com mais de um milhão de artigos em inglês e cerca de 180 mil em português. Segue o caminho de sucesso da Wikipedia, o WikiHow, com dicas para solucionar qualquer problema – desde como ensinar um cachorro a levantar a pata a aulas de tango. Segundo a consultoria Nielsen-Net Ratings, o
WikiHow atingiu em julho 1,1 milhão de visitas. Ele está chegando também às intranets. O grupo Gartner prevê que daqui a três anos, metade de todas as grandes companhias dos EUA utilizará a tecnologia para agilizar a colaboração de seus funcionários. O conceito de wiki, rápido no idioma havaiano, data de 1994, quando Ward Cunningham criou um software, batizado de WikiWikiWeb, que permitia aos programadores compartilhar informações. Links: http://www.wikihow. com/ Main-Page. Em português: http://pt.wikipedia.org/wiki
VÍRUS? arece brincadeira, mas o criador do site Addict 3D mostra que o Norton antivírus está detectando seu próprio executável como vírus. O diagnóstico prova que é difícil confiar nos softwares que protegem nossos PCs de pragas digitais. Link: http://www.addict3d.org
AMAZON UnBox, serviço de download de vídeos da Amazon.com, já está oferecendo filmes e séries de TV de 6 grandes estúdios de Hollywood, como a 20th Century Fox e a Warner Bros. Um longa metragem poderá ser descarregado por preços de US$ 7,99 a US$ 14,.99. Cada episódio de seriados para a TV custará US$ 1,99. Os filmes serão alugados por US$ 3,99.
terça-feira, 12 de setembro de 2006
Inter net Sites Te l e f o n i a Software
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
OS APARELHOS MAIS SOFISTICADOS ESTÃO CHEGANDO
Um intercomunicador ou um telefone com funções de computador? Você escolhe.
É telefone e é É telefone e é um walkie- um computador de bolso talkie
Um walkie-talkie bonito, sofisticado e cheio de recursos
clientes da Telus Mobilit y, d o C a n a d á , c o m quem foi fechada uma recente parceria. Arruda lembra que o modelo i870, que embute um chip Motorola para contemplar tanto a comunicação por rádio como pela telefonia digital, é apropriado para usuários que querem um pouco mais do que um aparelho de viva-voz. "Para conversas longas ou reservadas o profissional não fala pelo rádio, ele prefere um celular comum e para ele lançamos este bem sofisticado, com os recursos encon-
trados num modelo high end, aliando ferramenta de negócios com central de entretenimento e design ", diz Arruda. Além da câmera com zoom digital de 4x e foco de luz, do MP3 player e do formato folder com tela de 176 x 220 pixels, o i870, que custa R$ 1.199, traz conectividade Bluetooth e suporta jogos, aplicativos corporativos e adaptador para cartões de memória no padrão Secure Digital (SD). Ele já vem, no entanto, com um cartão Transflash removível de 256 MB. A Motorola dispõe de nove modelos push-to-talk, mas são equipamentos mais básicos, alguns emborrachados e resistentes a quedas para operários ou funcionários trabalhando em campo. Bárbara Oliveira
ção
m aparelho que funciona também como rádio (com função push-to-talk) não precisa ser básico nem feio. Ele também pode ser sofisticado e pleno de recursos multimídia para agradar a executivos e profissionais que querem mais de um walkie-talkie, aliando produtividade com estilo. O novo modelo que a Motorola e a Nextel estão lançando no mercado corporativo atende a esse público, pois o i870 é um aparelho com a cara de celular high-end, com câmera de 1.3 megapixel e tocador de MP3, inclusive com botões externos para controle das músicas, além de aceitar cartões para expansão de memória. Tudo isso aliado às vantagens de um telefone que permite a comunicação por rádio (walkie-talkie) para outros assinantes individuais ou em grupo do serviço da Nextel, em cidades que a operadora tenha cobertura dentro e fora do Brasil e sem custos de interurbanos, com um simples toque de botão. Outra vantagem desse novo aparelho, segundo o diretor da rede iDEN da Motorola, Marco Arruda, é o fato de ele conectar usuários pelo rádio em ambientes onde a rede de telefonia é limitada ou não chega, como porões de fábrica, túneis, metrô, canteiro de obras ou em centros de convenções e navios de cruzeiros. Enfim, lugares em que as pessoas precisam sempre ficar conectadas. O alcance desse serviço Direct Talk vai até 12 km e é necessário baixar o serviço para o aparelho a partir do site d a N e x t e l ( w w w . n e xtel.com.br). Marco Arruda explica que a rede iDEN é uma tecnologia proprietária da Motorola, responsável pelas plataformas, equipamentos de transmissão e aparelhos para comunicação aliando a telefonia digital com chamadas de rádio. Ela foi desenvolvida em 1996 nos Estados Unidos e opera na faixa de freqüência de 800 MHz. As antenas da iDEN dividem o espaço com outras operadoras de telefonia celular como a GSM e CDMA nas torres e estações radiobase espalhadas. Mais de 25 países utilizam a iDEN no mundo. Além dos Estados Unidos (com a Sprin t/Nextel) e Brasil, ela também opera ção ulga n a A m é r i c a Div Latina, Canadá, Oriente Médio e Norte da África. "Portanto, o assinante do serviço pode falar com seus interlocutores que estiverem em outros países sem custo de ligação internacional", destaca Arruda. O serviço de Conexão Direta Internacional permite essa facilidade para seus assinantes, já que eles falam com outros usuários da Argentina, México, Peru, Estados Unidos dentro da rede Nextel e com os
A HP lança seu primeiro smartphone para o mercado brasileiro
Divulga
A Motorola lançou o i870, um push-to-talk com MP3 e câmera
O PDA fone da HP no País tem de ser responsável por 50% das vendas de handhelds
le pesa apenas 170 gramas e tem menos de 2 centímetros de espessura – é mais fino e tem a mesma largura de um maço de cigarros -, cabe no bolso perfeitamente. O hw6940 é o primeiro PDA fone da HP Brasil no País e já chega com tarefa ambiciosa – tornarse responsável por mais de 50% das vendas de handhelds da empresa e aumentar em 300% o volume de vendas desse segmento até 2007. Qualificações para desempenhar bem a missão não faltam ao pequeno e eficiente aparelho. Equipado com o software Windows Mobile 5.0, processador Intel PXA270 de 416 MHz e 64Mb de memória SD-RAM para executar aplicações, o hw6940 tem soluções completas de comunicação como Quad Band GSM/GPRS/EDGE, Wi-Fi e GPS, além de conexão bluetooth 1.2 e porta infra-vermelha. O novo smartphone tem teclado alfanumérico e microfone integrados, receiver, alto-falante e conector de 2,5 mm para fone de ouvido estéreo, que permite ouvir MP3 com alta qualidade. Um dos modelos vem com câmera fotográfica HP Photosmart de 1.3 megapixels. Segundo Frederico Davila, gerente de Produto iPAQ da HP Brasil, há uma grande receptividade dos clientes, "pois eles querem não apenas ter acesso aos dados de sua empresa remotamente, como também acessar seus e-mails, a Internet e se comunicar, por meio de telefonia, com suas equipes, por exemplo". "A HP é líder mundial em dispositivos Windows Mobile para o mercado corporativo com grande experiência na oferta de soluções completas para seus clientes", diz Celso Winik, gerente-geral da divisão de Mobilidade da Microsoft Brasil. "O lançamento do hw6940 com Windows Mobile 5.0 abre infinitas oportunidades de negócios no Brasil, seja pela integração com a telefonia celular, seja pelos recursos do GPS integrado e principalmente pela excelente experiência proporcionada pelo Direct Push e-mail". O novo PDA fone da HP Brasil segue a mesma norma adotada para todos os portáteis da empresa, que são fabricados sem substâncias nocivas ao homem e ao meio ambiente. A política ambiental da HP segue as normas estipuladas pela diretiva RoHS (Restriction of Hazardous Substances), legislação da União Européia que determina que os equipamentos elétricos e eletrônicos vendidos na região devam ser livres desses componentes. As substâncias prejudiciais vetadas são chumbo, cromo hexalente, mercúrio, cádmio bifenil polibrominado e o éter de bifenil polibrominado. O hw6940 chega ao mercado nacional com preço cotado a partir de R$ 2.499. Rachel Melamet
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Sites Te l e f o n i a Software Básico
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 12 de setembro de 2006
APLICATIVOS SÃO FERRAMENTAS PARA OS EMPRESÁRIOS
o pequeno e médio consumidor corporativo agora escolhe mais pelo valor e menos pelo custo Ana Claudia Plihal
TREINAMENTO
Divulgação
Desenvolvedores podem criar rapidamente demonstrações de software e simulações com o Adobe Captivate
Adobe Systems Incorporated lançou mundialmente na semana passada a versão 2.0 do software Adobe Captivate. Com base na tecnologia Macromedia Flash, o programa gera conteúdo interativo em Flash, animado – que pode ser visualizado por mais de 600 milhões de internautas na web –, sem exigir que os usuários tenham conhecimento de programação ou habilidades multimídia. Para as empresas, o programa representa a possibilidade de economizar em várias etapas de treinamento: evita que seja preciso gastar com a contratatação de um especialista para criar os programas de treinamento e também permite que estes sejam feitos via web, à distância, evitando gastos de tempo e dinheiro com locomoção, viagem e hospedagem dos funcionários que pre-
cisam ser treinados. Desenvolvedores podem criar rapidamente demonstrações de software e simulações completas com descrições em texto, movimentos editáveis do mouse e interações pontuadas com feedback ao usuário. Um novo wizard (assistente) para simulações no Adobe Captivate 2 ajuda a adicionar conteúdo em slides temporários e configurar ramificações. Tudo isso é feito com um simples clique do mouse. Segundo Naresh Gupta, vice-presidente sênior de Editoração Clássica e Impressão da Adobe, "com o Captivate 2, qualquer pessoa pode desenvolver materiais de treinamento interativos ou baseados em simulações, poupando o tempo, o investimento e os custos do treinamento presencial de usuários". Arquivos leves - O Adobe Captivate 2 permite desen-
volver diferentes tipos de conteúdo, desde demonstrações básicas de software até simulações baseadas em cenários, e adotar o material em diferentes sistemas e plataformas. O usuário pode aproveitar o poder da tecnologia Flash para criar conteúdo de alta qualidade mantendo tamanhos reduzidos de arquivos, gerando múltiplos form a t o s c o m o S W F, E X E o u MP3 para podcasts. Usuários Flash podem aproveitar a velocidade do Adobe Captivate 2 exportando arquivos de projeto diretamente para a ferramenta de desenvolvimento Flash para edição e scripts avançados. O conteúdo do Adobe Captivate 2 pode ser adotado e integrado em outras soluções de e-learning como Macromedia Breeze, Macromedia Authorware, Questionmark Perception e sistemas de aprendizado LMS ( Learning
Management Systems) compatíveis com SCORM/AICC. Inicialmente chamado de RoboDemo, o Captivate foi originalmente desenvolvido originalmente desenvolvido pela empresa eHelp, que foi comprada pela Macromedia há três anos. Rebatizado como Captivate, o software volta a mudar de nome após a aquisição da Macromedia pela Adobe, que acrescentou seu nome à versão 2.0 do produto. Rachel Melamet
Novo software da Adobe facilita a criação de programas de treinamento para as empresas
SERVIÇO Preço e disponibilidade O Adobe Captivate 2 deve chegar ao mercado ainda em 2006, com preço estimado de US$800. Usuários registrados podem atualizar para o Adobe Captivate 2 por um preço estimado de US$520. Mais informações: www.adobe.com/go/captivate ou ligue grátis para 0800161009.
Quando o valor supera o custo Entender a tecnologia como diferencial competitivo ajuda pequenas e médias empresas a avaliar os benefícios do software comercial para seu negócio Ana Claudia Plihal
C
ada vez mais organizações brasileiras de pequeno e médio porte percebem na tecnologia um diferencial competitivo e concluem que o investimento em uma plataforma baseada em softwares comerciais de qualidade pode fazer muito bem para a saúde do negócio. A tecnologia bem aplicada ajuda a entender o cliente para atendêlo com diferenciação. Ao automatizar atividades, a companhia economiza tempo, dinheiro e se destaca perante o concorrente. Estudos da consultoria IDC e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o Brasil possui 31 mil médias empresas que
onstantemente recebo e-mails ou sou consultado sobre como fazer para abrir determinados arquivos, tanto no ambiente de trabalho como em casa. O curioso é que são programas gratuitos, que estão disponíveis para download na internet e podem ser utilizados livremente, sem problemas. Resolvi fazer uma lista com os programas básicos que qualquer pessoa tem que ter instalado na máquina para não passar pelo incômodo de receber um documento e não ter como acessá-lo. No final de semana passado uma amiga comentou que havia recebido um arquivo na sextafeira e não conseguia abri-lo, pois aparecia a mensagem que não havia o programa apropriado para que ele fosse aberto. E ela não tinha idéia do que fazer. Para minha surpresa, era um arquivo PDF e ela necessitava do Acrobat Reader, um programa da fabricante de software Adobe, que disponibiliza uma versão básica e gratuita em seu site. Quando se compra um computador, normalmente nele vem instalado somente com o básico para funcionar, ou seja, o Windows e nada mais. Para
credito
totalizam uma base instalada de mais de 2,6 milhões de computadores e quase 110 mil servidores. Porém muitas organizações pequenas e médias ainda enxergam os programas proprietários como mais um custo que perturba sua estrutura de negócio. Com um fluxo de caixa limitado e uma cascata de impostos despejada sobre elas mês a mês, parte delas acaba buscando alternativas não comerciais para suprir suas necessidades. No entanto, isso está mudando. O chamado mid market sofreu uma grande transformação nos últimos cinco anos. Hoje, as empresas que fazem parte desse mercado têm, em média, 12 anos. Com a maturidade de quem superou crises, elas se orgulham de
pagar impostos e registrar funcionários. Em termos de tecnologia, procuram estabilidade, segurança, suporte competente, facilidade de integração e implementação e padrões de mercado assistidos por um ecossistema eficiente – características do modelo de software comercial. Com o passar dos anos, essas empresas passaram a perceber que pode sair muito caro ficar com o sistema fora do ar, ou manter ambientes complexos e pouco flexíveis, que exigem treinamento de pessoal e contratação de terceiros para executar tarefas complicadas. Além disso, muitas dessas soluções nem sempre interagem de forma transparente com os sistemas padrões de mercado, utilizados por fornecedores e clientes, o
Ana Claudia Plihal é gerente comercial corporativa da Microsoft Brasil para pequenas e médias empresas.
que também pode trazer mais dor de cabeça. Sem falar no processo contínuo de melhoria da segurança das informações, que será sempre uma prioridade para administradores de TI. A falta de compatibilidade
é uma questão crítica que pode derrubar a produtividade e afetar o relacionamento com clientes. Um exemplo é o que aconteceu recentemente com uma distribuidora paulista de tubos e aços. A empresa utilizava uma suíte não comercial de aplicativos de escritório, porque achava que não valia a pena investir nesse tipo de produto. Essa opção minou a colaboração entre as equipes da empresa e prejudicou a comunicação com os clientes, pois muitas pessoas não conseguiam abrir e-mails e outros documentos enviados pela companhia. Os problemas levaram a empresa a adotar uma solução comercial, que tinha maior penetração no mercado e era entendida por fornecedores e clientes. Resultado: melhora no de-
sempenho, nas relações comerciais, na utilização e na administração do ambiente. Experiências assim mostram uma tendência: o pequeno e médio consumidor corporativo passa a basear suas escolhas tecnológicas mais no valor e menos no custo da plataforma. Por outro lado, é preciso que os fornecedores facilitem o acesso desse mercado aos produtos tecnológicos, seja com taxas de juros menores ou programas especiais de licenciamento que favoreçam a aquisição. Isso estimula o consumo e desenvolve a indústria nacional de software, que é criativa e tem qualidade, mas precisa crescer para não perder seu espaço no panorama global da tecnologia da informação.
Programas que não podem faltar Existem alguns aplicativos que não podem deixar de ser instalados no seu computador Guido Orlando Júnior que o usuário possa editar um texto, fazer uma planilha ou uma apresentação de slides será necessário que esses programas sejam instalados. E essa é uma das reclamações que mais escuto, por incrível que pareça: as pessoas acham que um computador novo já vem com todos esse programas instalados, sem nenhum custo. Mas essa é outra conversa. Os programas que irei listar aqui devem fazer parte de qualquer computador. E não se preocupe em estar cometendo algum ato de pirataria, pois nenhum deles exige direitos autorais e nem são ilegais. Eles fazem parte de uma série de aplicativos gratuitos e você pode instalá-los sem medo. C o m p a c t ad or / de s co mp a ct ador de arquivos Para que arquivos grandes possam ser transmitidos via email, salvar espaço em disco ou mesmo colocados em um disquete – quando ultrapassam a capacidade dessa mídia –, existe um programa que é bastante popular mas nem todo mundo conhece: o Winzip. Ele faz a compactação de arquivos, diminuindo consideravelmente seu tamanho. Ele funciona de maneira excelente
em arquivos texto e planilhas eletrônicas. Para se ter uma idéia de sua capacidade de compactação, um arquivo texto de 15Mb fica com aproximadamente 1Mb depois de "zipado" – esse é o jargão utilizado para programas compactados com esse programa. Ele pode ser baixado fácil e gratuitamente na página oficial do software em http://www.win zip.com . A instalação é fácil e qualquer um é capaz fazê-la. Acrobat Reader Esse é da empresa Adobe, que produz vários programas importantes do mercado. Um dos mais conhecidos deles é o Photoshop, de editoração eletrônica e bastante utilizado no mercado editorial. O Acrobar Reader é um programa que abre documentos PDF, que se tornou padrão de mercado. Ele é utilizado para dar um aspecto mais profissional a textos, planilhas e documentos em geral. Ele permite que uma publicação possa ter o mesmo layout da impressa, por exemplo, com um tamanho muito menor. Um folheto
com 20 páginas, dependendo da quantidade de fotos e imagens, pode chegar a ter o tamanho de 100Mb. Ao ser transformado em Acrobat, fica em torno de 1,5Mb e pode ser distribuído eletronicamente. A versão gratuita permite apenas a leitura dos arquivos PDF e não é possível fazer qualquer tipo de edição, anotação ou modificação no documento. Mas é importante tê-lo instalado no micro. Pode ser encontrado em h t t p : / / w w w . a d ob e . c o m / p r o d u c t s / a c r obat/readstep2.html . O download é gratuito e a instalação bem simples. Real Player Apesar do Windows já vir c o m o Wi n d o w s Media Player instalado, muitos sites utilizam o Real Player como "tocador" de músicas e vídeo. Já ouvi muitos relatos de usuários que não conseguiram ver conteúdo em determinado sites porque ele exigia a instalação desse programa e não fizeram por medo e desconhecimento. Não tem problema nenhum. Esse
programa pode ser baixado quando solicitado – desde que seja de uma fonte segura – e instalado sem problema. Ele também pode ser conseguido no site oficial, em http://www.real.com/player. Macromedia Flash Muitos sites são escritos em flash, um padrão de programação que pode ser considerado c o n c o r re n t e d o HTML. Até melhor. Ele permite produzir páginas muito mais complexas e atraentes, com movimento, mas o usuário tem de ter esse programa instalado na máquina para que possa ver conteúdo desse tipo de site. As versões mais recentes do Windows já trazem esse programa embutido na instalação, mas q u e m t e m o Wi ndows 98 instalado na máquina às vezes se depara com esse problema. Normalmente, as páginas com esse tipo de programação possuem um link para que o usuário possa baixar o programa. Ele é bem pequeno, a instalação automática e o usuário não precisa ficar preocupado quando for solicitado
para fazer sua instalação. Antivírus Preocupação de 10 entre 10 usuários de computador, um programa antivírus é indispensável em qualquer micro. Pode parecer estranho, mas maioria dos usuários fica perdida quando o assunto é instalar um programa desse tipo. Não aconselho a instalação de um pirata, não só pelo fato de que é ilegal, mas também porque é perigoso do ponto de vista de segurança. Um excelente antivírus gratuito é o AVG, que protege de maneira satisfatória o computador. Se o usuário não quer gastar perto de 100 reais para ter seu micro protegido, essa é uma excelente opção. Pode ser baixado em http:// w w w . a v g b r asil.com.br/ . Atualizações do Windows Uma outra dúvida que também escuto f re q u e n t e m e n t e é quanto às atualizações do Windows. Não há que ter dúvidas: elas são necessárias e sempre que solicitado, devem ser feitas. Isso mantém o microcomputador seguro e o sistema estável.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
INFORMÁTICA - 5
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Classificados: 35 participantes. s jogadores Counter Strike 1.6 A5.Scorpions Fernando Telles Carballo João Miguel Gava Filho Renato Minoru Bovi Rodrigo Carvalho de Souza Victor Ulises Prestes Cardarello Made in Brazil Bruno Ono Carlos Henrique Segal Lincoln Lau Rafael Pavanelli Renato Nakano GameCrashers Bruno Fukuda Leandro Chagas Nitta Rodrigo Zinga Batista Thiago Monteiro Wellington Caruso semXorah André Salem Clemente Leonardo Tegazzini Henrique Oliveira Leonardo Silveira Willian Lau Warcraft Thiago Miranda da costa Thiago Vieira Sato Thomas Kenez Warhammer Edivaldo Lopes Josias Acauan Ricardo Monte Fifa 2006 Diego Barbassa Felipe Augusto Jeferson Ricardo StarCraft Marcelo Lourenço Márcio Planas Jailton Lopes Need for Speed Most Wanted Rafael Sinatra Bosco Francisco Peres Rodrigues de Souza Marcel Jientara Ferreira da Silva
Software Básico Games Va r e j o
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Surpresa: alguns dos favoritos foram superados na etapa de São Paulo.
35 CLASSIFICADOS PARA A FINAL BRASILEIRA
World Cyber Games: agora, a final. Divulgação
Por Fábio Pelegrini World Cyber Games 2006 - "Beyond the Game", um dos maiores festivais do segmento de todo o mundo, considerada a olimpíada de jogos eletrônicos, chegou a São Paulo para classificar gamers da região Sudeste. A competição, patrocinada pela Samsung, contou com a participação de 215 jogadores da região, que buscavam uma vaga para a final nacional. Em 2005, o Brasil conquistou o terceiro lugar no ranking mundial de medalhas. E três brasileiros ganharam prêmios de US$ 10 mil a 20 mil. O evento que ocorreu nos dias 1, 2 e 3 de setembro, na LanCombat e na Monkey Paulista não foi bom para os favoritos e trouxe surpresas. Bruno Carriço,que chegou a ir para Cingapura disputar a final mundial, não conseguiu se classificar desta vez. Segundo o jogador, não houve tempo suficiente para treinar para a competição, já que iniciou o curso de medicina e se dedica mais aos estudos. A equipe de Counter Strike "G3X", patrocinada pela Intel, também favorita, ficou longe de ser classificada, mas não desistiu: os atletas virtuais disputam em Ribeirão Preto na tentativa de conseguir uma vaga. Após três dias de jogos, a fase regional classificou 35 jogadores, três deles representantes de cada modalidade individual e quatro times de Counter Strike. Agora, os jogadores precisam se preparar para a
Agora, a final brasileira, no fim deste mês. Os grandes campeões brasileiros competirão em Monza, Itália, na final mundial, em outubro, contra players de alta qualidade de mais de 70 países.
próxima etapa: a final brasileira está programada para ocorrer entre 22 e 24 de setembro. Os grandes campeões brasileiros competirão em Monza, Itália, na final mundial, em outubro, contra players de mais de 70 países. Até o momento, já são mais de 130 gamers que conquistaram uma vaga para a final brasileira do WCG 2006, durante as eliminatórias da região Norte, Nordeste, CentroOeste, Sudeste e Sul. Para promover o treinamento dos players, algumas lan houses da capital iniciam a partir de 30 de agosto o WCG Game Center. Trata-se de uma programação focada no campeonato, e que vai até a véspera da final nacional, com promoções e brindes para os gamers que desejam aperfeiçoar suas técnicas de jogo com o objetivo de treinar para a fase brasileira da olimpíada. Além dessa iniciativa, algumas lans também oferecerão aos competidores o WCG Day,
um dia específico para os players intensificarem seu treinamento com outros competidores do mesmo nível de profissionalismo. Mais detalhes estão disponíveis no site o f i c i a l h t t p : / / w w w. s a msung.com.br/wcg. Regras - Os interessados em participar ainda podem se inscrever no site. Um dos pré-requisitos da organização para a inscrição é a doação de um quilo de alimento não perecível, além do pagamento de R$ 25. O que for arrecadado será destinado para uma instituição da região. A entidade beneficiada será a Assistência Social Irmã Maria Dolores, ONG que atende famílias e crianças carentes da região. "Além de possibilitar interação entre os jogadores, intercâmbio cultural e diversão, a competição preza pela consciência social. Queremos colaborar com cada região que nos receba para a etapa eliminatória", comenta Rodrigo Moretz,
gerente de marketing de relacionamento da Samsung. As eliminatórias já ocorreram em Manaus (de 23 a 25 de junho), Pernambuco (14 a 16 de julho), Distrito Federal (21 a 23 de julho), Minas Gerais (28 a 30 de julho), Rio de Janeiro (11 a 13 de agosto), Paraná (18 a 20 de agosto) e Rio Grande do Sul (25 a 27 de agosto). A última etapa acontece no interior de São Paulo, em Ribeirão Preto (de 8 a 10 de setembro) na LAN house Unilan, telefone: (16) 3931-3215. No vi dad e - Como grande novidade para este ano, os organizadores da World Cyber Games 2006 - "Beyond the Game", divulgaram de última hora que será realizado no Brasil o torneio oficial de Xbox 360 e o Age of Empires III, com direito ao PAN americano. A disputa será na final brasileira e os melhores jogadores da categoria se classificarão para a liga americana que acontecerá na feira de games EGS, em outubro, no México. A final no Brasil será realizada no Porão das Artes da Fundação Bienal, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Além da final mundial de Monza, na Itália, a organização internacional do WCG 2006, a ICM (International Cy-
ber Market), realiza, pela primeira vez, PANs regionais na Ásia, Europa e América. A liga americana será realizada durante a feira de games Electronic Game Show (EGS), de 27 a 29 de outubro, no México. A expectativa é reunir 82 jogadores do Brasil, Canadá, Colômbia, Equador, México, Panamá, Peru, Estados Unidos e Venezuela. "Com o crescimento dos esportes eletrônicos, estes eventos também fortalecem a marca World Cyber Games perante os "olheiros" da indústria de TI de cada região", comenta Rodrigo Moretz, gerente de Marketing de Relacionamento da Samsung. As novidades no PAN americano são as vagas para o melhor jogador de Age of Empires III, game de estratégia em tempo real da Microsoft, e para os jogos de Xbox 360, Dead or Alive 4 e Project Gotham Racing 3. Serão selecionados também representantes brasileiros dos games para PC: Half-Life: Counter Strike 1.6, Warhammer 40.000: Dawn of War, StarCraft: Brood War, WarCraft III: The Frozen Throne, FIFA Soccer 2006 e Need for Speed: Most Wanted. Os interessados em participar do torneio de Xbox e Age of Empires poderão realizar a inscrição no dia do evento nacional. Os campeões brasileiros ganharão passagem e hospedagem para a Cidade do México. A premiação total do PAN atinge US$ 15 mil. Mais informações podem ser obtidas no website www.america.worldcybergames.com.
terça-feira, 12 de setembro de 2006
Básico Games Desenvolvimento Fotografia
SOLUÇÕES PARA FINANÇAS, GOVERNO E COMÉRCIO.
Um laboratório de soluções O Brasil é o sexto país no mundo a ter uma unidade HiPODS, um centro de excelência em desenvolvimento de softwares e serviços
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Por Carlos Ossamu Brasil entrou definitivamente no circuito mundial de pesquisa e desenvolvimento de soluções da IBM. Na semana passada, foi inaugurado em São Paulo o primeiro laboratório de alta performance de software e serviços da companhia na América Latina. Batizada de HiPODS (High Performance On Demand Solutions Lab), a unidade brasileira vem se somar a cinco outras no mundo – Estados Unidos, Reino Unido, Japão, China e Índia. O Brasil foi escolhido por ser a principal economia da região. Steve Mills, vice-presidente sênior de Software da IBM, explica que o primeiro laboratório HiPODS surgiu nos EUA no fim da década de 90. O objetivo foi criar um centro de excelência em soluções de ponta para clientes de grande porte, com infra-estruturas complexas e de alto poder de processamento. No Brasil, estarão se beneficiando empresas do mercado financeiro, governo, distribuição/logística e comércio, este último principalmente por conta da
nota fiscal eletrônica, que aumentará a demanda de processamento nas empresas. "Estamos trazendo as mais profundas capacidades de software e consultoria da IBM para a nossa base de clientes em rápido crescimento no Brasil e para as economias aceleradas da América Latina", diz Mills, explicando que o laboratório oferece às empresas acesso a servidores e armazenamento de dados e coloca à disposição dos clientes toda a experiência dos maiores especialistas da IBM no mundo. Esses profissionais poderão rapidamente construir soluções customizadas, atendendo necessidades específicas. Tudo online – Willy Chiu, vice-presidente do HiPODS, explica que esses laboratórios são conectados por meio de uma Grade Global de Inovação, composta diretamente por 200 profissionais especializados, mais de 23 mil desenvolvedores de softwaes espalhados em 60 localidades e mais de mil servidores. Essa grade permite à IBM criar uma equipe para trabalhar em um projeto em minutos, alocar servidores e armazenamento de dados para um projeto em menos de uma hora, prover componentes de software de forma dinâmica, conectar equipes globais através de blogs e wikis e, principalmente reutilizar ativos desenvolvidos para um cliente em centenas de outros
clientes em qualquer parte do mundo. Essa Grade Global de Inovação cria um caminho mais rápido para a inovação dos clientes, permitindo que eles foquem na implementação de novas tecnologias, ao invés de se preocuparem com os desafios de infra-estrutura dos grandes projetos de TI. "Os clientes podem trazer seus aplicativos ao laboratório HiPODS para validar o seu desempenho, escalabilidade e as necessidades de soluções antes de sua entrada em produção no ambiente empresarial. Os especialistas do laboratório também podem aprimorar os softwares do cliente, otimizando seu desempenho e desenvolvendo soluções customizadas", comenta. Chiu observa que as colaborações dos laboratórios são estendidas para validar as novas tecnologias em uso no mundo real, dando aos clientes acesso a inovações testadas e aprovadas. "Por exemplo: o HiPODS desenvolveu um seviço baseado em Web para avaliar o desempenho de cargas de trabalho com base em Arquitetura Orientada a Serviço (SOA), para cenários comuns como bancos, reservas de viagens e sistemas deseguro. Este serviço está disponível para consulta no Catálogo de Negócios SOA da IBM, que traz uma lista online com centenas de ativos SOA reutilizáveis da IBM e de parceiros de negócio. A capa-
cidade de transformar processos baseados em pessoas em componentes de software mais flexíveis e reutilizáveis faz com que a SOA se torne essencial", afirma. Equipe mundial – Na prática, o laboratório funciona assim: o cliente no Brasil, por exemplo um banco, vai lançar um novo produto, que demandará um grande volume de processamento, envolvendo diversos sistemas e bases de dados. Não se sabe se a infra-estrutura vai mesmo suportar o aumento da demanda, ou como será o desempenho da nova aplicação dentro da atual estrutura. Será preciso realizar testes e até uma prova de conceito. Referência – É nesse momento que entra o HiPODS. Primeiramente, técnicos aqui no Brasil buscam nos bancos de dados da IBM alguma solução semelhante, que possa servir de referência e com componentes reutilizáveis, desenvolvidos pela IBM ou por parceiros. Também são localizados no mundo todo os especialistas da IBM para esse tipo de caso, que podem estar nos EUA, na Europa ou na Ásia, não importa, pois um grupo de trabalho pode ser formado por profissionais de diversas nacionalidades, que trabalharão online. Para as simulações, são alocados servidores em diversas partes do mundo para o trabalho. Dessa forma, o cliente tem respostas rápidas para os seus problemas.
Agora no Brasil um centro de excelência em soluções de ponta para grandes clientes
Divulgação
Steve Mills, vice-presidente da IBM: "Estamos trazendo as mais profundas capacidades de software e consultoria da IBM para a nossa base de clientes em rápido crescimento no Brasil".
Personalização é a arma dos pequenos Divulgação
Por Sergio Kulpas a modernização dos supermercados, algumas tendências indicam uma reação das pequenas redes contra o domínio dos mega-varejistas, como o Wal-Mart e similares. Nos Estados Unidos, essas redes menores estão apostando na crescente personalização de suas lojas e uma oferta maior de serviços que tornam a experiência de compra mais agradável e completa. As inovações incluem clínicas de estética, quiosques de
pizza e cerveja, áreas especiais para crianças e cafés com internet. Tracy Pawelski, diretora de relações públicas da rede Giant Food Stores nos EUA, disse que a tendência dos supermercados de bairro é oferecer uma experiência "onestop" para o consumidor, onde todas as necessidades são atendidas no mesmo local. Já Dennis V. Curtin, diretor de RP da rede Weis Markets, observa que aumentar a oferta de serviços não é novidade para os pequenos supermercados. Já nos anos 60, os supermercados começaram a incluir suas próprias padarias e delicatessen, e nos anos 70 as farmácias internas foram a tendência. Devido à crescente concorrência das redes gigantes e o encolhimento das margens de lucro, os pequenos supermercados têm investido em duas vertentes: tecnologia e personalização do atendim e n t o . C o m o crescimento do WalMart e similares, os pe-
quenos buscam diversificar seus serviços para atender melhor o cliente. A partir dos anos 1990, essa concorrência se tornou ainda mais acirrada, e os varejistas concluíram que tinham que oferecer algo além de preços baixos. A associação norte-americana de pequenos supermercados registrou uma escalada nas inovações nos últimos 15 anos. Muitos supermercados agora têm agências e quiosques bancários, floriculturas, farmácias completas e até postos de combustível. Outra inovação encontra-se nas áreas especiais para crianças, com pessoal treinado para cuidar dos pequenos entre 3 e 9 anos, enquanto seus pais ou responsáveis fazem compras. Tracy Pawelski, da Giant, diz que essas áreas são extremamente populares -- justamente o tipo de personalização que faz sentido em um supermercado menor. A Giant igualmente está fazendo sucesso com os cafés Wi-Fi, onde os clientes podem usar seus computadores conectados a uma rede de inter-
net sem fio. É um serviço muito bem recebido, já que permite que as pessoas muito ocupadas possam checar seu e-mail durante as compras. Já a rede Weis abriu recentemente uma clínica médica em um de seus supermercados, onde os clientes podem obter serviços básicos de saúde, como check-ups ou vacinas contra alergias. O sucesso foi tão grande que a rede planeja abrir clínicas similares em outras lojas da rede. Uma outra rede de pequenos supermercados, a Redner's, fez uma parceria com o Correio dos EUA para incluir balcões de atendimento postal em três lojas, onde os clientes podem comprar selos e despachar encomendas. Essas tendências ainda são vanguarda mesmo nos Estados Unidos, mas os analistas esperam que elas se intensifiquem muitos nos próximos anos, diante da concorrência alta e dos lucros estreitos. Desenvolver uma sensibilidade maior em relação aos clientes é uma arma com chances de sucesso: descobrir e atender uma
necessidade especial, e criar um espaço para isso. A tecnologia pode desempenhar um papel essencial nesse processo, assim como entrevistar os consumidores. Os supermercados de menor porte podem usar o conhecimento obtido para oferecer o que as grandes redes não podem: a não-massificação, com atendimento mais personalizado -- o que pode ser uma vantagem crucial num mercado tão acirrado. sergiokulpas@gmail.com
Os supermercados de menor porte podem usar a não-massificação como vantagem nesse mercado tão acirrado
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Não é difícil: com alguns cuidados, você consegue fotos mais bonitas e que, de fato, chamam a atenção.
Games Desenvolvimento Fotografia Câmera
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 12 de setembro de 2006
COM BOM ENQUADRAMENTO, O TEMA SALTA DA FOTO.
Nesta câmera, há 14 modos automáticos de exposição para retratos, esportes, fotos noturnas...
ENQUADRAMENTO Fotos Ana Maria Guariglia
Ana Maria Guariglia
ara conhecer a Z650, fizemos um exercício fotográfico com a técnica de enquadramento das imagens. Não é nenhum bicho de sete cabeças. O enquadramento das cenas tem por objetivo envolver o motivo, dar profundidade e perspectiva à composição, de forma que chame atenção e fique mais bonita. Se você está diante de uma paisagem distante, ela ficará mais atraente se colocar algo no primeiro plano como pessoas, galhos de árvores, flores, animais etc. Você estará simplesmente criando um contraste entre os objetos próximos e distantes. Com base nessa idéia, objetos ou estruturas no primeiro plano evidenciam a dimensão dos que estão ao fundo. Qualquer motivo pode dar essa sensação. Em uma das fotos que tiramos, uma janela descortina uma casa e meninas conversando perto de uma pedra. A sensação da distância é transmitida pelas proporções dos objetos e pela iluminação. A relação do plano é importante para o enquadramento. Algumas vezes, o interesse de uma cena ocupa todo o espaço compreendido entre o primeiro e o segundo e terceiro pla-
Uma câmera simples. Mas não simplista.
A janela expressa o que faz um bom enquadramento: uma moldura.
nos. Observe a foto da copa de árvores que rodeia literalmente a imagem da torre com a antena de TV. Não importa o que deseja fotografar. Leve sempre em conta o aproveitamento total da área cênica, dispondo os elementos para criar efeitos convenientes na composição. Lembre também que a fotografia é algo momentâneo que passa rapidamente. O fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson (1906-2003) chamava essa leitura rápida da imagem de momento oportuno que exige do fotógrafo atenção e uma boa pitada de criatividade. Usando a opção paisagem automática, aproveitamos pa-
ra criar molduras naturais. Na imagem dos galhos e folhas de árvores, esses elementos funcionaram como moldura do sol. Comportam-se como obstáculos, mas impedem que o olhar "divague", fazendo-o voltar-se para o sol que é o objeto principal. As respostas da Z650 foram muito boas, sobretudo no modo manual, em que certas digitais compactas costumam falhar. Em relação ao exercício de enquadramento, não deixe que suas fotos fiquem chapadas, sem vida e sem contrastes. Para melhorar a técnica, há muitas dicas em compêndios de fotografia. Na internet, cons u l t e h t t p : / / f a l a n d o f otos.blogspot.com
implicidade é o substantivo mais adequado para definir o comportamento da EasyShare Z650, a nova digital da Kodak. Com design "arredondado" e empunhadura ergonômica, ela se firma na mão, deixando os dedos realizarem as operações facilmente. Vem com objetiva Scheneider Kreuznach, conhecida como uma das melhores do mercado fotográfico, de 38/380 mm (indicação no formato das compactas tradicionais) e zoom de dez vezes, que significa grande alcance. A resolução é de 6,1 MP (2.816 X 2.112 pixels), e sensor é o CCD para captura das imagens. Essa resolução está sendo considerada padrão para câmeras desse porte, possibilitando ampliações de 30 X 40 cm, pequenos pôsteres de bom efeito visual. O monitor de cristal líquido é de 2 polegadas e a memória interna de 32 MB, mas é bom usar cartões SD (SecureDigital Card) e MMC (MultiMedia Card), para ficar sossegado na hora dos cliques. Com um cartão de 512 MB, é possível armazenar cerca de 400 imagens! Quem é marinheiro de primeira viagem, não vai ficar sem saber o que fazer com a Z650. É só ligar e escolher um dos 14 modos automáticos de exposição para retratos, esportes, fotografar adultos e crianças, fotos noturnas etc. Tem velocidade variada de 1/8 seg a 1/1.700 seg, com sensibilidade ISO entre 80 e 800, mas não se preocupe, ela também é automática. A abertura da objetiva é
variável de f/2.8 a f/8 e se você entende um pouco mais de fotografia, pode combinar aberturas, velocidades e sensibilidade ISO no modo manual. Consultamos Fernando Bautista, diretor da divisão de foto da Kodak, para saber o motivo dos sinais gráficos que vêm antes de números, representando o modelo das câmeras. Explicou que "Z" é a série de digitais para fotógrafos não profissionais e que procuram controles mais avançados, porém de fácil manuseio. "A linha "C" tem comandos simplificados, a "V" traz recursos mais refinados, como a V570, que faz panorâmicas, e a "P" é ideal para profissionais, podendo ser a segunda câmera do estúdio". A Kodak criou o sistema EasyShare para melhorar a experiência com a fotografia digital, oferecendo câmeras e papéis especiais para impressoras caseiras. Ainda é possível enviar fotos pela internet e organizá-las. O software EasyShare foi aperfeiçoado e está na versão 6.0. Possui várias funções para ajudar o consumidor a encontrar, criar e compartilhar as imagens. Essa versão inclui a tecnologia Kodak PerfectTouch para impressões em casa, com arquivador automático. A Z650 tem preço sugerido de R$ 1.999 e para saber mais www.kodakonline.com.br. (AMG)
Ana Maria Guariglia
Moldura pode ser bem usada como as árvores que destacam a antena ou as pedras que salientam a casa. Mas não é obrigatória, como na foto da flor, que apenas domina tudo — isto é, está bem enquadrada. Easy Share Z650: objetiva Scheneider Kreuznach, uma das melhores do mercado fotográfico.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 12 de setembro de 2006
Informática
Hackers, cheguei. Co-fundador da Kaspersky Lab, o guru russo da segurança da informação Eugene Kaspersky visita o Brasil pela primeira vez, lança novos produtos e se prepara para a guerra contra os criativos e perigosos hackers brazucas.
Divulgação
Eugene Kaspersky: "Vamos Instalar 'honeypots' (armadilhas) para capturar phishing e vírus criados no Brasil".
Por Rachel Melamet m 1989, o jovem Eugene Kaspersky, então com 24 anos e funcionário de um instituto de pesquisas científicas, realizava um trabalho para o Ministério da Defesa da União Soviética quando teve seu computador invadido pelo vírus Cascade. Na época, havia cerca de dez antivírus disponíveis. Usou um desses para desinfetar o micro, e ficou fascinado com a forma de atuação da praga. Copiou-a em disquete antes de destruí-la e passou a analisar o código. Foi assim que Kaspesrky, hoje com 41 anos, formado em Engenharia e graduado pelo Instituto de Criptografia, Telecomunicações e Ciências da Computação de Moscou, decidiu escrever seu próprio programa para combater o Cascade. Alguns dias depois, um amigo teve o PC infectado por outro vírus, e lá foi ele coletar mais uma praga. "Isso tornouse meu passatempo. Algumas pessoas colecionam borboletas ou selos. Eu colecionava vírus", relata o especialista. Em sua primeira visita ao País, na semana passada, o diretor-geral de Pesquisa e Desenvolvimento da companhia russa lançou novos produtos, agora em português, e afir-
mou: "A América Latina, e especificamente o Brasil, são regiões em que a Kaspersky Lab colocará o seu foco de atuação nos próximos anos". Atualmente, a região representa apenas 1% do faturamento mundial da Kasperky – US$ 47,5 milhões em 2005. Mas a empresa registrou aumento de 102% na América Latina no primeiro semestre de 2006, em relação a igual período de 2005. Casal viral - Com o colapso da União Soviética, a má situação econômica levou Eugene Kaspersky a procurar emprego em uma empresa particular. De 1991 a 1997, trabalhou na Kami Information Technologies Center, onde desenvolveu o AVP (Anti Virus Project) com um grupo de colaboradores. Entre eles estava uma linda e ruiva engenheira eletrônica, Natalya, também fascinada por códigos virais.
Conheça os novos produtos, agora em português.
Divulgação
Software da Kaspersky no Brasil: além da assinatura de vírus, um elemento pró-ativo detecta ameaças por meio da análise do comportamento de programas maliciosos.
O novo antivírus monitora todas as áreas críticas do sistema operacional
specializada em desenvolvimento de soluções para o gerenciamento de conteúdo seguro - que incluem proteção contra vírus, cavalos de Tróia, worms, spyware, ataques de hackers e spam - a Kaspersky Lab está lançando no Brasil novas versões em português de seus softwares de antivírus e de segurança de internet. Os quatro principais programas foram compactados em dois pacotes domésticos O Kaspersky Anti-Virus 6.0 p ro te ge P C s contra todos os p rog r am a s malicios o s , c o m b inando m é t odos trad i c i onais baseados em assinat uras ( d e t e cção de vírus com base em s u a s d e s c r ições) e p r o t eção próativa. O elemento próativo detecta ameaças por meio da análise do comportamento de programas maliciosos, minimizando os ataques. O produto é especialmente eficiente contra programas de spyware, pois oferece a opção
de reverter todas as alterações ao sistema de arquivos e ao registro executadas por um processo malicioso. Quando um código malicioso é excluído, todas as referências a ele também são excluídas do sistema operacional. O software monitora todas as áreas críticas do sistema operacional quanto à presença de possíveis ameaças e pode excluir códigos ocultos, como rootkits, além de assegurar que os dados transferidos para o computador estejam seguros por meio da verificação, em tempo real, de todos os e-mails enviados e recebidos, bem como arquivos baixados da internet e registros de páginas web. Firewall pessoal - Já o Kaspersky Internet Security 6.0 fornece proteção integrada para PCs contra todos os tipos de ameaças online, incluindo vírus e todos os outros programas maliciosos, como spyware e cavalos de Tróia, fraudes em redes e spam. Uma novidade desta versão é o firewall pessoal, que controla os dados trocados entre o computador do usuário e a internet. O firewall também permite que usuários móveis definam modos de operação diferentes para qualquer tipo de rede: internet, intranets e redes seguras. A solução também inclui o modo "stealth" (invisível) e a configuração do acesso à internet para programas instalados. Preço e disponibilidade - O Kaspersky Anti-Virus 6.0 e o Kaspersky Internet Security 6.0 estão disponíveis para compra no parceiro da Kasp e r s k y L a b , E s y Wo r l d (www.esy.com.br). O preço sugerido é de R$ 89 (Anti-Virus 6.0) e de R$ 149 para Internet Security 6.0. (RM)
Eugene e Natalya se apaixonaram, casaram-se e foram cofundadores do Kaspersky Lab em 1997. A empresa começou modesta, com 19 funcionários. Mas a habilidade do casal em descobrir vacinas para as pragas virtuais fez a diferença: em menos de dez anos, o Kaspersky Lab tornou-se referência em seu ramo, líder de mercado na Rússia, segunda colocada na Alemanha (atrás da Symantec) e terceira na França. Hoje, o Kaspersky Lab tem 900 funcionários, filiais em vários países e um sistema de distribuição mundial que inclui um escritório nos Estados Unidos. A empresa russa tem uma das maiores coleções mundiais de definições de vírus mais de 200 mil. "Recebemos todos os dias cerca de mil amostras de vírus, por filtros automáticos e de uma rede de experts que nos
encaminham novas pragas. Dessas mil amostras, cerca de 200 (20%) se transformam em novas assinaturas que vão para o banco de dados. Atualizamos nosso antivírus em média a cada 20 minutos", revela ele. Criminalização - Expert em virologia computacional, autor de centenas de artigos sobre o tema, Eugene é considerado um dos principais gurus mundiais em segurança da informação, e percorre o Planeta dando palestras em conferências e seminários especializados. Se o casamento não deu certo na vida pessoal, a parceria na vida profissional continua:Natalya é a atual CEO mundial da Kaspersky e destaque na indústria russa de TI. De acordo com o expert russo, a maior ameaça atual à segurança no espaço cibernético é o que ele chama de "criminalização" da internet. "O tempo dos hackers engraçadinhos, que invadiam para se autoafirmar, acabou. Hoje, os piratas virtuais formam máfias, que desenvolvem códigos maliciosos com o objetivo estrito de obter dinheiro, seja desviando-o por mecanismos de invasão do sistema bancário, seja pelo roubo de informações para chantagear executivos", afirma Kaspersky.
"Os cybercriminosos mudaram de estratégia. Não precisam mais disseminar grandes epidemias e infectar um milhão de computadores pelo mundo, porque seu objetivo é mais concreto: basta infiltrar um cavalo-de-tróia no computador certo de uma empresa ou mesmo de um usuário individual para obter as informações financeiras desejadas", observa o guru. Brazucas perigosos - De acordo com Kaspersky, os hackers brasileiros são tão ou mais perigosos que os russos, devido à sua critividade, e a empresa se prepara para combatê-los com um volume de investimentos não revelado. "Vamos Instalar 'honeypots' (armadilhas) para capturar phishing e vírus criados no Brasil, para que possamos criar um ranking de ameaças que atingem o país", revelou Olga Korenbaum, diretora de território da Kaspersky para a América Latina. As pragas brazucas serão classificadas na sede da Kaspersky, em Moscou, pelo mesmo centro responsável pelo suporte telefônico em português que a empresa pretende ativar até o final de setembro, para atender aos consumidores brasileiros.
terça-feira, 12 de setembro de 2006
Empresas Finanças Nacional Agronegócio
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 Campanha nacional De Olho no Imposto resulta em projeto em vias de ser aprovado no Congresso
PREÇOS NOS SUPERMERCADOS CAÍRAM 4%
PROJETO QUE PEDE DISCRIMINAÇÃO DOS TRIBUTOS NAS NOTAS ESTÁ PRONTO PARA SER VOTADO NO SENADO
DE OLHO NO IMPOSTO NA RETA FINAL Joedson Alves/AE
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No Dia Nacional de Combate à Pirataria, há pouco mais de dois anos, governo destruiu 500 mil cópias de CDs piratas
Locadoras perdem mercado
O
s estúdios de cinema perdem anualmente US$ 6,1 bilhões com a pirataria, dos quais U$ 1 bilhão só na América Latina. Os efeitos nocivos da produção de cópias de filmes – VHS e DVD – piratas também podem ser medidos na ponta da cadeia produtiva audiovisual. As locadoras sentem na pele a concorrência com camelôs, sites de leilão que comercializam cópias "genéricas e até com o download de filmes na internet. Segundo o Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos Contra a Propriedade Intelectual (CNCP), videolocadoras demitiram cerca de 70 mil funcionários nos últimos nove anos por conta dessa prática. Esses e outros dados foram apresentados ontem pela Motion Picture Association (MPA) – associação que representa os seis maiores estúdios norteamericanos de produção e distribuição de conteúdo audiovisual – e outras entidades liga-
das à produção audiovisual, durante reunião realizada pelo CNCP, na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo. Segundo o presidente do Sindicato das Videolocadoras do Estado de São Paulo (Sindemvídeo), Antonio Marcos Zanon, as videolocadoras vêm perdendo muito espaço no mercado para os vídeos piratas. Tanto que o faturamento do setor tem caído de 30% a 50%, o que significa corte de pessoal. É o caso do empresário Fabiano Olivares, que mantinha 14 funcionários – sete em cada uma das locadoras – mas precisou demitir dez. "Para uma empresa com faturamento mensal de até R$ 12 mil, que tem gastos com aluguel, folha de pagamento, compra de novos vídeos, entre outros, fica inviável manter o mesmo quadro de empregados quando há queda no faturamento", disse Olivares. De acordo com o secretárioexecutivo do Ministério da Justiça e presidente do CNCP, Luiz Paulo Barreto, o combate à pira-
taria necessita de um conjunto de ações, além da repressão policial. Também é necessário investir na conscientização e educação da população. "Cada cidadão precisa saber o impacto negativo que a simples compra de um CD pirata pode trazer à sociedade. E isso é um trabalho que estamos intensificando principalmente com a população entre 16 e 24 anos, que é a maior consumidora de produtos piratas", comentou. Segundo o levantamento da MPA, 41% das perdas mundiais em pirataria – US$ 2,4 bilhões – são oriundas do consumo desse público. Pesquisa – O estudo feito pela MPA envolveu 22 países, que representam 94% do mercado consumidor mundial e 80% das perdas com a pirataria. No caso do Brasil, os prejuízos da indústria audiovisual giram em torno de US$ 198 milhões. Desse total, 55% vêm da venda de DVDs nas ruas e 30%, de sites de leilão. Márcia Rodrigues
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setor de supermercados espera se recuperar até o fim de 2006 e reverter os resultados negativos que vem obtendo mês a mês desde o início do ano. Se tiver sorte, o segmento deve ter faturamento 1% superior ao de 2005, em termos reais, e entre 4,5% e 5%, em valores nominais. "Não será fácil", disse o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Carlos de Oliveira. A receita do setor em 2005 foi de R$ 108 bilhões e, para 2006, a expectativa é de R$ 115 bilhões, segundo Oliveira. Até julho, o faturamento foi 2,83% menor. "Pode haver um crescimento, principalmente em dezembro, que representa 15% do faturamento", disse ontem o empresário no Varejo Total – Congresso e Feira de Negócios do Varejo, na capital paulista. Segundo Oliveira, o resultado de agosto, ainda não fechado, deve ser negativo. Para o dirigente da entidade, o desempenho pouco expressivo do setor é explicado pela redução do poder de compra do brasileiro. Embora haja um aumento no número de lojas, o consumidor está comprando menos e os produtos estão mais baratos. A TÉ LOGO
Andrea Felizolla/LUZ
Supermercados crescerão 1%
Oliveira: preços mais baixos
Oliveira afirmou que os preços caíram, em média, 4% de janeiro a junho deste ano. Na próxima quinta-feira, a Abras divulgará detalhes da 6º Pesquisa Abras Anual de Perdas no Varejo. Ontem, Oliveira adiantou que o setor perdeu em 2005 mais de R$ 2 bilhões com furtos, erros administrativos, fornecedores e quebra operacional. As perdas representam 2,04% do faturamento do segmento no ano passado. Em 2004, o percentual de perdas em relação à receita, levando em consideração o menor número de lojas, foi de 1,74%. O faturamento daquele ano al-
cançou R$ 98 bilhões. C on v ên i os – A associação de supermercados também assinou ontem dois protocolos. O primeiro tem como objetivo reduzir o uso de agrotóxicos nos alimentos e foi assinado com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Justiça. Serão realizadas parcerias para a promoção do controle da qualidade dos produtos mediante a rastreabilidade. O segundo protocolo de intenções, firmado entre a Abras, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e o setor de suínos, visa a incrementar as vendas dessa carne e seus derivados no mercado interno. As entidades estão promovendo campanhas de conscientização sobre as propriedades nutricionais e qualidade do produto por meio de projeto-piloto em dez lojas da rede Pão de Açúcar, em São Paulo. De acordo com o presidente da Abras, as dez unidades já registraram, em média, um aumento de 2% nas vendas de carne suína. Gradualmente, outras redes de lojas deverão participar do projeto. Adriana David
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Mudança no controle da TIM exigiria análise da Anatel
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Volks oferece mais um pacote e promete produzir novos veículos
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Governo federal adia pela segunda vez leilão da ferrovia Norte-Sul
m 2007, os cidadãos votar o projeto de lei. "Muito ras da população pela transpabrasileiros deverão provavelmente apenas após as rência tributária. No final de estar de olho no im- eleições haverá quórum míni- maio, 35 caixas com as listas de posto. O projeto de mo necessário para a votação", adesões foram entregues por lei que estabelece a obrigato- acredita Toledo. Mas, para o cerca de 200 empresários ao riedade de as notas fiscais dis- advogado, é quase certo que o presidente do Senado, Renan criminarem o valor dos tribu- PL será aprovado. "Isso por- Calheiros (PMDB-AL), que tos incidentes no consumo de que o parecer do senador rela- subscreveu o projeto. mercadorias e serviços está tor, Leomar Quintanilha (PCSomente no Estado de São pronto para ser votado na Co- doB-TO), é muito favorável. Paulo, desde 17 de janeiro, a camissão de Meio Ambiente, Ele praticamente não fez ne- ravana do movimento percorDefesa do Consumidor, Fis- nhuma alteração no texto reu 500 cidades e avançou para calização e Controle (CMA), apresentado pelo movimento os estados do Paraná, Mato do Senado Federal. Se apro- De Olho no Imposto", afirma o Grosso do Sul, Maranhão, Bavado pela comissão, o projeto tributarista Toledo. hia e Rio de Janeiro. O advogado afirma que apevai direto para apreciação na Adesões – A campanha ainCâmara dos De- João Paulo Lacerda/Ag. Pixel da invadiu a inputados. ternet. Por meio Segundo o addo site www.deovogado tributal h o n o i m p o sto.org.br foram rerista Gastão Alv e s d e To l e d o , gistradas mais de 12 mil adesões. consultor da Associação ComerOutra ferramencial de São Paulo ta online que ( A C S P ) , s e n etambém incentinhum senador da vou a conscientiCMA pedir vistas zação tributária do projeto ou refoi a criação da querer que a macomunidade De téria passe pela Olho no Imposto no site de relacioC o m i s s ã o d e O senador Renan Calheiros recebe camiseta da campanha Constituição, Jusnamentos Orkut, tiça e Cidadania (CCJ), o texto é nas foi acrescentado um artigo que superou o marco de 600 considerado aprovado pelo Se- do Código de Defesa do Con- adesões virtuais. Além da ACSP, participanado. "Depois, o projeto deverá sumidor (CDC) que lista as pepassar, obrigatoriamente, pela nalidades em caso de descum- ram do De Olho no Imposto o Câmara. Se os deputados fize- primento da legislação. Se o Centro das Indústrias do Estarem alteração, o texto volta ao projeto de lei for aprovado ain- do de São Paulo (Ciesp), a OrSenado para apreciação apenas da em 2006 pelo Congresso dem dos Advogados do Brasil das mudanças feitas pela Câ- Nacional, deverá entrar em vi- (OAB), o Sindicato das Empremara", explica Toledo. "Depois gor no próximo ano. sas de Serviços Contábeis no disso, só restará a sanção presiMovimento – O movimento Estado de São Paulo (Sescon) e dencial", completa. De Olho no Imposto, liderado a Associação Médica BrasileiEleições – A única dúvida é pela ACSP, conseguiu colher ra (AMB), entre outros. Laura Ignacio quando a CMA se reunirá para mais de 1,5 milhão de assinatuINFORME PUBLICITÁRIO
As ações sociais estão em alta Por acreditar que o desenvolvimento do Brasil está relacionado ao bem-estar da comunidade, a Bolsa de Valores de São Paulo – BOVESPA realiza uma série de iniciativas que buscam colaborar para que o país tenha uma sociedade justa e mais fraterna. O comprometimento da BOVESPA com o crescimento sustentado e o investimento social tem se concretizado graças à parceria com suas Corretoras Membros, que caminham junto com a Bolsa, validando as ações de cidadania praticadas pela instituição. Por ser a primeira bolsa de valores do mundo a aderir ao Pacto Global, movimento ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), a BOVESPA é referência para outras instituições, que identificam nesse pioneirismo um
caminho a ser seguido. BOLSA SOCIAL Entre os projetos de responsabilidade social organizados pela BOVESPA, a Bolsa de Valores Sociais (BVS) merece destaque por ser uma iniciativa inédita no mundo, que conta com o apoio oficial da Unesco. Sua missão é promover o encontro entre organizações sociais que necessitam de recursos e investidores dispostos a apoiar seus projetos. A BVS reproduz o ambiente de uma bolsa de valores: o interessado "compra ações sociais" dessas organizações, que assim obtêm recursos e conseguem aplicar esse investimento em ações de cidadania que transformam a vida de crianças e adolescentes. Para investir, acesse o site
w w w . b o v e s p a s ocial.org.br. PARAISÓPOLIS A BOVESPA desenvolve ainda outros projetos sociais. Um deles é o Espaço Esportivo e Cultural Bovespa, que beneficia crianças da comunidade carente de Paraisópolis. Além da Quadra Poliesportiva Alcides Procopio, que oferece às crianças da região cursos quadrimestrais de tênis, futebol, basquete e handebol, os moradores têm acesso à Biblioteca Norberto Bobbio. São mais de três mil títulos que convidam à reflexão e à crítica. Parte do acervo foi doada pelo presidente da BOVESPA, Raymundo Magliano Filho, e o restante, pela colaboração de funcionários, conselheiros e Corretoras de Valores.
ENTIDADES ASSISTENCIAIS
ASSOCIAÇÃO VIVA O CENTRO
MOVIMENTO PARTICIPAÇÃO
I A BOVESPA contribui para 49 entidades assistenciais, auxiliando no atendimento a crianças carentes, idosos e deficientes físicos. As atividades das instituições assistidas são acompanhadas de perto para evitar o desvio e o desperdício de recursos.
I Além da contribuição financeira, a BOVESPA atua de forma direta em prol da revitalização do Centro de São Paulo e atrai diariamente um público diversificado à sua sede, principalmente para participar das atividades educacionais e culturais programadas.
I O ParticipAÇÃO – Movimento de Cidadania dos Funcionários da BOVESPA, CBLC, Bovespa Serviços e SOMA – tem a missão de engajar os colaboradores dessas instituições na arrecadação de donativos e no exercício do trabalho voluntário.
Acompanhe quinzenalmente, nesta seção, mais informações sobre a importância do mercado de ações para a economia do país
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Nacional Agronegócio Finanças Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
COMMODITIES EM QUEDA AFETAM BOLSA
terça-feira, 12 de setembro de 2006
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por cento foi a valorização das ações ordinárias da TIM Participações, a maior alta do Índice Bovespa.
ESTUDO DO FUNDO MONETÁRIO DIZ QUE O PAÍS ESTÁ EM POSIÇÃO PRIVILEGIADA ENTRE OS EMERGENTES
FMI: BRASIL ESTÁ MENOS VULNERÁVEL
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Fundo Monetário Internacional (FMI), em seu Relatório da Estabilidade Financeira Global (Global Financial Stability Report), avaliou que o Brasil integra atualmente o grupo de países emergentes considerados menos vulneráveis a uma eventual nova onda de aperto de liquidez e de aversão ao risco nos mercados internacionais. O estudo observou que a forte volatilidade que atingiu os mercados em maio passado afetou praticamente todos os emergentes, com os investidores e fundos de hedge (proteção) reduzindo sua exposição aos ativos de maior risco. Mas, na segunda fase dessa correção, em junho, os "os investidores começaram a discriminar entre os mercados
Marcelo Carnaval/Agência O Globo – 5/11/04
emergentes", sinalizando uma tendência mais sustentável, embora gradual, de redução ao risco de investimento. Segundo o Fundo, países considerados mais vulneráveis a choques externos, ou com políticas macroeconômicas avaliadas como mais frágeis, foram mais punidos nessa última fase. No mercado cambial, por exemplo, as moedas da Hungria, África do Sul e Turquia se desvalorizaram ainda mais. Em contrapartida, o real brasileiro se valorizou. Dependência — O estudo afirmou que os países onde os mercados continuaram se enfraquecendo e "que provavelmente seriam mais vulneráveis a maior aversão ao risco" apresentam duas características básicas: grandes necessidades de financiamento exter-
no combinadas com uma dependência excessiva de fluxos de capitais — casos de Hungria, África do Sul e, principalmente, Turquia; e problemas de credibilidade de suas políticas econômicas. Na Turquia, por exemplo, o Banco Central foi obrigado a elevar em mais de 4% a taxa de juros para tentar afastar o temor inflacionário e evitar fuga de capitais. Na Hungria, um pacote de consolidação fiscal anunciado pelo governo foi recebido com boa dose de ceticismo. "Em outros mercados emergentes, no entanto, a estrutura da política econômica, foi vista como mais sólida", disse o Fundo. "Por exemplo, o Brasil e a Indonésia foram capazes de continuar reduzindo os juros em um contexto de condições estabilizadoras." (AE)
ABN Amro: novo título de capitalização
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leque de produtos de capitalização do grupo ABN Amro foi ampliado. O Banco Real acaba de lançar mais um título, o RealCap Mega Sonhos, com prêmios mensais que podem chegar a até R$ 2 milhões, dependendo do valor da mensalidade escolhida. O novo produto chega ao mercado com três opções de contribuição. A primeira, no valor de R$ 15, dá direito a concorrer, todos os dias, a R$ 15 mil e, todo mês, a R$ 500 mil. Quem optar pela mensalidade no valor de R$ 30 concorre, todos os dias, a R$ 30 mil e, mensalmente, a R$ 1 milhão. A última opção é uma mensalidade de R$ 60, que permite ao participante concorrer, diariamente, a R$ 60 mil e, mensalmente, a R$ 2 milhões. O RealCap Mega Sonhos tem prazo de
duração de 30 meses. Se após um ano e meio o participante não tiver sido sorteado, resgata até 80% do valor pago corrigido pela Taxa Referencial (TR). "O perfil do brasileiro é de um consumidor que gosta de prêmios", diz a superintendente de produtos de capitalização do grupo, Patrícia Feltrin. Antes do RealCap Mega Sonhos, o banco lançou, em 2005, o RealCap Sonhos, plano com duas modalidades de pagamento, único e mensal, com valores de vão de R$ 50 a R$ 2 mil (no pagamento único), e de R$ 15 a R$ 200 (no mensal). Em 2004, ao lançar o RealCap 25, título que sorteava por dia um carro no valor de R$ 25 mil entre seus participantes, o banco conseguiu vender 2 milhões. Com o RealCap Mega Sonhos, a meta do grupo é co-
mercializar, apenas até dezembro, 450 mil títulos, com valor médio de R$ 30, ou 900 mil unidades com valor médio de R$ 15, informa a superintendente. "Os bancos têm acreditado no produto", afirma Patrícia. E não é para menos. Em julho, a receita com a venda de títulos de capitalização totalizou R$ 582 milhões. Três meses antes, em abril, a receita somara R$ 492 milhões, segundo a Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg). O novo produto do ABN Amro também está disponível no Sudameris (SudamerisCap Mega Sonhos). A aquisição pode ser feita nas agências dos bancos Real e Sudameris e por intermédio da internet nos sites das duas instituições. Roseli Lopes
Otimismo do consumidor em alta
A
confiança do consumidor brasileiro aumentou em julho, de acordo com o Índice Nacional de Confiança ACSP/Ipsos, elaborado pela Ipsos Public Affairs para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Passou de 126 pontos, em ju-
lho, para 129, em agosto, nível próximo ao registrado em janeiro, que foi o maior da série, com 130 pontos. O índice é baseado em mil entrevistas realizadas em 70 cidades de nove regiões metropolitanas. Regiões – De acordo com a pesquisa, a região Norte/Cen-
tro-Oeste é a que apresentou maior otimismo. Na outra ponta, a região Sul é a que registrou o nível mais baixo, embora tenha apresentado melhora, passando de 109 pontos, em julho, para 118 em agosto. Já a região Sudeste registrou queda, de 128 pontos em julho, para 125 em agosto. Analisando os componentes do INC ACSP/Ipsos, verificase que, embora a maioria não considere sua situação financeira pessoal boa, há otimismo com relação ao futuro e ao emprego. As intenções de compra ficaram estáveis, na média, para os próximos 30 dias, mas com ligeiro crescimento para roupas, geladeiras, telefones celulares e computadores. Para fogões, máquinas de lavar roupas, televisão, aparelho de som e DVDs, houve retração. No quesito planejamento o rç a m e n t á r i o , a p e s q u i s a mostrou queda da intenção de colocar dinheiro na poupança e aumento na intenção de fazer nova prestação e pagar dívidas vencidas. (DC)
Na avaliação do FMI, eventual continuidade da alta do petróleo pode exigir maior aperto monetário
Economia mundial deve continuar crescendo, diz Fundo
A
economia mundial deverá continuar reg i s t r a n d o " c r e s c imento sólido e inflação contida", segundo o Relatório da Estabilidade Financeira Global, do Fundo Monetário Internacional (FMI). "A normalização da política monetária nas principais economias deve se alinhar ao que já está antecipado pelos mercados", disse o organismo, antecipando o tom que deverá marcar seu principal estudo, Perspectiva Econômica Mundial, que será divulgado amanhã, no início do encontro anual, em Cingapura. O relatório, no entanto, alertou que o aumento da volatilidade nos mercados financeiros nos últimos meses reflete a maior incerteza que vem dominando os investidores, causada principalmente pela alta das taxas dos juros nos Estados Unidos, União Européia e Japão, e seu impacto sobre o ritmo de atividade. "O fato de os investidores estarem demonstrando dúvidas com as perspectivas econômicas não surpreende. Afinal, a combinação, nos últimos anos, de crescimento global forte com inflação relativamente baixa não tem precedente claro", disse o FMI. Entre os principais riscos, o Fundo destacou uma possível intensificação das pressões inflacionárias, que pode ser cau-
riam cair rapidamente num ambiente mais volátil." Europa — O crescimento econômico global deve continuar robusto, e os bancos centrais não podem ser complacentes com as pressões inflacionárias, afirmou ontem o chairman do grupo dos 10 principais bancos centrais, Jean-Claude Trichet. O executivo, que também preside o Banco Central Europeu (BCE), afirmou que, embora os mercados financeiros tenham rapidamente absorvido as turbulências do início do ano, uma possível reprecificação dos riscos continua a pairar sobre a perspectiva econômica mundial. "Se eu tivesse de resumir o principal sentimento, diria: crescimento robusto em um universo de incertezas que estão aumentando", afirmou, após encontro do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês). Trichet acrescentou, ainda, que os riscos às perspectivas econômicas mundiais incluem hoje os preços do barril do petróleo e o protecionismo, assim como as oscilações dos mercados financeiros. Ele falou da possibilidade de a expansão da economia diminuir levemente em 2007 em relação a este ano, quando se espera algo em torno de 5% de expansão, "o que permanece firme", completou. (Agências)
Bolsa paulista recua mais 2,15%
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uxada pelas ações da Petrobras e da Companhia Vale do Rio Doce, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou ontem em queda, pelo quarto dia consecutivo. O Ibovespa, principal índice do mercado acionário nacional, encerrou os negócios com perda de 2,15%, em 35.772 pontos. O volume financeiro
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foi ajuizado no dia 11 de setembro de 2006, na Comarca da Capital, o seguinte pedido de falência:
Requerente: Andreotti e Filhos Ltda - EPP - Requerido: Ângulo Comércio de Alimentos Ltda. - Rua Maracai, 76 - 01ª Vara de Falências
EDITAL
sada por novas altas dos preços do petróleo. "Isso poderia provocar um aperto monetário acima do previsto." Os riscos incluem também uma desaceleração econômica mais pronunciada nos Estados Unidos, talvez acompanhada por um rápido enfraquecimento do mercado imobiliário, o que desaceleraria o crescimento global. O Fundo observou que "a inesperada resistência do crescimento global nos últimos anos" foi acompanhada por um declínio nos prêmios de risco e na volatilidade dos mercados. "Nessas circunstâncias, é razoável questionar se os mercados financeiros poderiam reagir a acontecimentos menos favoráveis de uma maneira que amplifique riscos." Confiança — Segundo o estudo, a manutenção da confiança dos investidores na economia dos Estados Unidos sinaliza um ajuste organizado no enorme déficit em conta corrente americano. Entretanto, acrescentou o FMI, o fortalecimento de outros mercados financeiros, principalmente na Ásia, poderá diminuir a atratividade dos Estados Unidos. O FMI salientou que alguns países emergentes com amplos déficits em conta corrente dependem de fluxos de capitais dos investidores internacionais. "Esses fluxos pode-
somou R$ 2,186 bilhões. O dólar, por sua vez, subiu 0,79%, negociado a R$ 2,176 no fechamento, depois de mais um dia de compras do Banco Central (BC) no mercado à vista. O risco-País subiu 1,81%, para 225 pontos-base. Segundo Fabio Cardoso, gestor de renda variável da Máxima Asset, o mercado de ações foi fortemente afetado pela queda dos papéis da Petrobras e da Companhia Vale do Rio Doce, que, juntas, têm peso de cerca de 25% na carteira teórica do Ibovespa. As ações caíram em função da redução dos preços do petróleo e de outras commodities no mercado internacional, diante da expectativa de um consumo mais fraco da China e dos Estados Unidos. Os papéis preferenciais da Vale tiveram a segunda maior queda do Ibovespa (de 4,23%) e fecharam a R$ 39,01. Já as ações preferenciais da Petrobras caíram 3,98%, para cotação de R$ 39,56. Pelos mesmos motivos, outras ações de setores ligados a commodities des-
pencaram, entrando na lista das maiores quedas do Ibovespa, como Gerdau PN (-3,58%, para R$ 30,15) e Companhia Siderúrgica Nacional ON (baixa de 3,35%, para R$ 61,50). TIM em alta — Entre os destaques positivos, estiveram as ações da TIM Participações. As ordinárias subiram 6,06%, o ganho mais expressivo entre os papéis que fazem parte do Ibovespa. As ações PN, por sua vez, tiveram alta de 5,4% no fechamento. A Telecom Itália anunciou ontem que vai separar suas operações de redes e telefonia celular. Também em função dos preços das commodities, as bolsas européias fecharam em queda. O índice FTSE da bolsa de Londres caiu 0,48%. O CAC, de Paris, teve retração de 0,3%. Em Nova York, o Dow Jones subiu 0,04% e o Nasdaq, 0,34%. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), contratos de Depósitos Interfinanceiros (DI) para janeiro de 2008 projetavam taxa de 13,75% ao ano, com alta de 0,04 ponto. (AG)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
terça-feira, 12 de setembro de 2006
LENTE DE
AUMENTO
INFLAÇÃO SOB CONTROLE a forte queda registrada pelos preços dos bens duráveis (-0,39%). No caso dos bens nãocomercializáveis, a taxa está em um patamar mais elevado, em função da alta de 0,36% dos preços dos serviços por conta da influência do reajuste do salário mínimo. Projetamos que, em setembro, o IPCA apresente alta próxima a 0,2%. A inflação deve subir em relação ao resultado de agosto (0,05%) com o fim das pressões temporárias de baixa exercidas pelos reajustes negativos das tarifas de telefone fixo (-0,54%) e energia elétrica (-0,16%). Além disso, o índice captará o reajuste da tarifa de água em São Paulo (6,7%). Com isso, a taxa de variação dos preços administrados deve voltar a subir. A inflação dos preços livres deve permanecer baixa, dada a relativa estabilidade da taxa de câmbio e a ausência de pressão de demanda. Espera-se alguma pressão de alta apenas dos preços dos alimentos, de acordo com a sazonalidade do período. Para o ano, a projeção foi revisada de 4,0% para 3,2% em função das alterações nos cenários de câmbio e atividade e dos resultados da inflação corrente abaixo do esperado nos últimos meses. COMENTÁRIO DE MARCELA PRADA, DA TENDÊNCIAS CONSULTORIA WWW.TENDENCIAS.COM.BR
G O cenário da
inflação permanece bem favorável. Projetamos para o IPCA de setembro alta de 0,2% e revisamos de 4,0% para 3,2% a projeção anual.
O preço dos alimentos não subiu o esperado
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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JOÃO DE SCANTIMBURGO CINCO ANOS Céllus
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IPCA de agosto registrou alta de 0,05%, resultado abaixo da nossa projeção (0,23%) e das expectativas do mercado (entre 0,15% e 0,24%). Nesta apuração, que mostra queda da inflação em comparação ao IPCA de julho (0,19%), a média dos núcleos passou de 0,21% para 0,12%. Ou seja, tanto a inflação cheia quanto os núcleos recuaram nesse mês e alcançaram um baixo patamar, o que é reflexo de um quadro bastante favorável da inflação ao consumidor. Para setembro, projetamos 0,2% de alta e para o ano revisamos a projeção de 4,0% para 3,2%. A discrepância em relação à nossa projeção (0,23%) decorreu do fato de o grupo alimentação não ter apresentado a recuperação de preços esperada e da queda mais forte que a estimada dos preços dos bens duráveis e de combustíveis. A taxa de variação do grupo alimentação, que estava em 0,09% em julho, subiu para 0,18% no IPCA-15 de agosto, mas voltou a cair neste resultado (0,07%). Apesar da recuperação de preços das carnes (1,52%), os preços de outros itens, como os produtos in natura e cereais, estão em queda. O grupo Transportes também apresentou taxa de variação abaixo do esperado (-0,32%). O recuo nos preços de veículo próprio (-0,60%), em conjunto com a nova redução de preços dos combustíveis (-0,37%), teve impacto de -0,08 ponto porcentual no IPCA de agosto. A desagregação do IPCA mostrou desaceleração dos preços livres (de 0,13% para 0,09%) e dos preços administrados (de 0,33% para -0,03%). Na abertura dos preços livres, houve redução da taxa de variação dos grupos de bens comercializáveis (de 0,0% para -0,04%) e nãocomercializáveis (0,25% para 0,21%). No caso dos bens comercializáveis, a apreciação cambial continua a exercer pressão de baixa nos preços de um modo geral. Destaca-se, nesse mês,
O processo de desmonte brasileiro BENEDICTO FERRI DE BARROS
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a fase de mudanças históricas, políticas e culturais magmáticas e globais que vivemos, na qual o próprio planeta parece agitado por turbulências meteorológicas generalizadas, as mais afetadas são nações jovens como a nossa, cuja estrutura sócio-cultural está longe de haver se consolidado. Num aparente paradoxo, nações mais antigas se adaptam com maior desenvoltura às situações cambiantes, aproveitando as fantásticas oportunidades que se apresentam. Mudanças significam abandono de velhas formas e adoção de novas. Evidenciamos enorme dificuldade para operar esse processo, tanto para nos livrarmos de arcaísmos, como para adotarmos novas soluções. A cada dia parece que nos embaralhamos mais na operação de desmonte. Mudanças sócio-culturais são naturalmente comandadas pela política. E a partir da eleição de Lula passamos a ser regidos por uma ideologia arcaica, que mundialmente fora sepultada sob os escombros do Muro de Berlim. Uma gangue de extremistas, guerrilheiros, os próceres do PT, assumiu os principais postos da "executiva nacional". Postos secundários do Estado e do governo foram aparelhados com indivíduos sem nenhuma habilitação. O Congresso foi cooptado pelo mensalão. A corrupção recobriu o País como um mar de lama. O mandato do presidente se caracterizou pela omissão completa. Entregando o funcionamento do governo ao PT, ele nada fez, nem de nada sabia. Trocou o desempenho de suas obrigações presidenciais pelo palanque, onde exerce suas habilitações megalomaníacas de líder messiânico e carismático, com vistas a continuar no poder como vencedor da futura eleição. Diz o ditado popular que "a podridão do camarão começa pela cabeça." A cabeça presidencial é estimulada por "espíritos", segundo denúncia formulada inicialmente por um correspondente
estrangeiro. Posteriormente, um de seus ministros declarou que há mais de 40 dias ele não ingeria bebida alcoólica. Mas sabe-se como são essas coisas. Notícia mais recente, informa que, novamente iluminada "por uma ingestão generosa de uísque na embaixada brasileira em Tóquio, em maio de 2005" (Diário do Comércio, 1/set.2006) dessa cabeça surgiram os impropérios de baixo calão pronunciados contra governantes e países vizinhos. Provavelmente é dessa fonte de inspiração que brota a maioria das abobrinhas e gafes que o presidente despeja sobre a Nação. Mas nada parece atingi-lo. Tudo de grave, que antes do desmonte teria acabado com qualquer presidente, com ele parece desaparecer no ralo pelo processo de desmonte em que a nação está mergulhada. O Tribunal Superior Eleitoral aplicou-lhe uma multa que supera seu patrimônio. Alguém ouviu mais falar disso? Uma empresária paulista apresentou um pedido de impeachment contra Lula, que deveria ser lido na tribuna da Câmara. (Diário do Comércio, 5/set/2006). (Providência que os políticos da oposição não tiveram a hombridade de tomar quando Lula declarou em Paris ter usado Caixa 2 na sua eleição.) O pedido foi lido? Alguém ouviu falar disso? Pode haver coisas mais graves do que essas? Mas também elas parecem ter sido removidas para a lixeira onde se processa o desmonte geral do país.
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arece que todos os políticos brasileiros aderiram ao estilo-Lula, de que ninguém sabe nada, ninguém viu, ninguém é responsável por coisa nenhuma. O desmonte generalizado pode ser identificado na própria mídia. Um dos mais notórios exemplos é o do horário eleitoral, que todo mundo desliga, ninguém sabe, nem quer saber, nem viu, nem ouviu, nem quer ver. Pudera!
O s políticos aderiram ao estilo-Lula: ninguém é responsável por coisa nenhuma
A "reforma" tributária de Lula MARCOS CINTRA
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carga tributária brasileira é de país rico, a legislação é cada vez mais confusa, os desembolsos acessórios exigidos dos contribuintes implicam em custos elevados e a incidência penaliza severamente os assalariados da classe média e as empresas formais. É surpreendente que mesmo com essa estrutura cara, anárquica e injusta o candidato-presidente Lula não cogita em levar adiante a reforma tributária, tanto que em seu plano de governo não há qualquer menção à ela. Durante entrevista à rádio CBN e no discurso para os integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o candidato do PT afirmou que não incluiu a reforma tributária em sua campanha porque a sua parte já fora feita em 2003. O que restava dependia dos Estados, que não tinham interesse em votar a unificação da legislação do ICMS para depois ser criado um IVA nacional. O que Lula classifica de reforma tributária de seu governo foram ações para resolver o problema imediato de caixa, não atendeu às necessidades dos contribuintes brasileiros. Não se combateu efetivamente a sonegação, a estrutura não foi simplificada, a burocracia ainda impera e a incidência tributária continua péssima. Em suma, o PT aumentou a carga tributária e ampliou a anarquia fiscal. O que já era ruim ficou ainda pior. Quando joga a responsabilidade da reforma tributária para os governadores, Lula se refere a uma proposta que definitivamente não atende às necessidades da economia brasileira. Unificar a legislação do ICMS e cobrá-lo no destino não vai acabar com o manicômio fiscal envolvendo esse
tributo, que é um dos mais sonegados no país. A reforma proposta desse imposto irá tornar o sistema mais complexo e burocratizado. Ademais, mudar o ICMS para depois criar o IVA é um retrocesso que ocorre justamente num momento em que a Europa, criadora do modelo de impostos sobre valor agregado, não sabe o que fazer com ele. O montante de fraudes com esse imposto é estimado em 60 bilhões de euros naquele continente.
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expectativa em termos de uma verdadeira reforma tributária no país é a pior possível. O candidato Lula, que lidera as pesquisas de opinião, não assume esse compromisso e joga a responsabilidade dela para os Estados defendendo uma proposta ruim. A centralização tributária e sua unificação são medidas necessárias. O equívoco é que essas diretrizes têm como base o valor agregado e carrega o vício do sistema declaratório. A simplificação, o combate à sonegação, a incidência tributária mais justa e o equacionamento dos conflitos federativos somente serão efetivados com um sistema automático de partilha e com a arrecadação incidindo sobre uma base ampla como as movimentações financeiras. Se Lula acredita no que diz sobre a reforma tributária, e se realmente for reeleito, o País voltará a falar sobre o tema daqui a quatro anos. Até lá a economia brasileira seguirá capengando com seus índices medíocres de crescimento. MARCOS CINTRA CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE É VICE-PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS MCINTRA@MARCOSCINTRA.ORG
O PT aumentou a carga tributária e ampliou a anarquia fiscal
DO ATENTADO
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u não poderia deixar passar em branco a data fatídica em que o serviço secreto dos EUA não notou absolutamente nada de organizado no lado da Al Qaeda. Compulsando os dados fornecidos pela imprensa americana sobre o atentado que derrubou as duas torres do World Trade Center, verifica-se que tudo foi planejado sem que o governo americano notasse dispositivos que só os terroristas poderiam fazer funcionar, como o suicídio em plena mocidade dos pilotos dos aviões que se chocaram com as torres. Tudo foi muito bem articulado por Bin Laden no Afeganistão. Os EUA falharam na sua inteligência bélica, que deveria estar preparada para impedir vôos como os realizados pelos pilotossuicidas, sem nenhum amor à vida e que estão preparados por uma campanha cerebral nefasta para ver na nação americana um inimigo satânico incapaz do bem, o que não é verdade. Morreram na ofensiva contra as torres gêmeas inúmeras pessoas inocentes, que foram às torres pela manhã ou que estavam nos aviões que se chocaram nelas.
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s terroristas haviam criado nos EUA um monstro temeroso, que precisava ser morto, e eles se encarregaram da ação destruidora, sem levar em conta os mortos que seriam colhidos pela operação terrorista. Não creio que os EUA tenham aprendido a lição, pois eles não crêem, segundo a confissão religiosa dominante na sociedade americana, que o homem se transforme em besta feroz, capaz do morticínio à grande, como o que abalou as colunas do templo do capitalismo americano, simbolizado pelas duas torres do poderoso comércio dos EUA. São estas as reflexões que faço sobre o atentado de 11 de setembro de 2001. Estarão os americanos lembrados? JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Não creio que
os EUA tenham aprendido a lição de 11 de setembro, pois eles não crêem que o homem se transforme em besta feroz.
8 -.POLÍTICA
Congresso Planalto Campanha CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, terça-feira,12 12de desetembro setembrode de2006 2006
O RECADO DOS ELEITORES AOS CANDIDATOS
Celso Jr / AE
ALCKMIN VAI TORCER AGORA PELO PSOL O candidato tucano à Presidência aposta no crescimento de Heloísa Helena nas pesquisas, o que ajudaria a levar as eleições para o segundo turno.
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Com a ajuda do PFL da Bahia e de ACM, 350 prefeitos da região Nordeste se mobilizaram pela campanha do tucano na reta final. Ed Ferreira / AE
LULA É PUNIDO. GUSHIKEN É CULPADO.
O Lula irritado durante ato de apoio de lideranças do PMDB de Goiás
O PT CONTRA HELOÍSA
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ministro Carlos Alberto Menezes Direito, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), decidiu ontem impedir a coligação da candidata a presidente Heloísa Helena (PSol) de reapresentar a propaganda eleitoral que relaciona demissões na montadora Volkswagen ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Heloísa já protocolou recurso para que a decisão seja revista pelo Plenário do TSE. Segundo os advogados de defesa de Lula, foram exibidas imagens externas, em preto e branco, de uma linha de mon-
tagem e, também, de um comício em praça pública. Ainda foram apresentadas frases com os dizeres: "O Brasil precisa de um novo governo", "Demissão de 1800 operários da Volkswagen e ameaça da fábrica ser fechada", "ao invés de comentar a corrupção, crie empregos para o povo, cuide de nossas crianças, proteja nossos jovens, defenda nossos idosos”. A lei eleitoral proíbe que nas propagandas eleitorais, na modalidade de inserção, sejam utilizadas cenas externas ou recursos de computação gráfica. (AOG)
presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi punido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com a perda de 2 minutos e 29 segundos em um dos seus programas da propaganda eleitoral gratuita. A decisão foi tomada porque o ministro Marcelo Ribeiro entendeu que houve invasão do horário eleitoral do candidato petista ao governo do Paraná, Flávio Arns. A coligação que representa o presidente, já protocolou recurso no TSE e a manutenção da punição vai ser decidida pelo Plenário do Tribunal. A ação foi apresentada ao TSE pela coligação PSDB-PFL, que reclamava que o presidente Lula teria aparecido no horário reservado ao candidato a governador para exaltar realizações como o programa Bolsa - Família e o programa de agricultura familiar, o Pronaf. Na decisão, o ministro Ribeiro afirmou que “a intenção da propaganda foi promover a candidatura do presidenciável Lula, no tempo destinado ao candidato a governador, o que acaba por " desequilibrar o pleito eleitoral".
Car tilha– A menos de um mês do primeiro turno das eleições, o governo evitou polemizar sobre a distribuição de cartilhas produzidas pela Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral da Presidência e jogou a culpa no ex-ministro da pasta e atual chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos, Luiz Gushiken. Ontem, o chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Tarso Genro, disse que "eventuais irregularidades" não se repetiram "desde que a subsecretaria passou a ser subordinada à SecretariaGeral, do ministro Luiz Dulci, em julho de 2005. " O discurso de Tarso é contrário ao de integrantes do governo e do PT, que no final de semana afirmavam não haver problema ou ilegalidade no fato de a secretaria, em 2005, ter repassado ao partido a tarefa de distribuir material de propaganda do governo. O Tribunal de Contas da União investiga irregularidades na contração de 2 milhões de revistas e encartes com conteúdo favorável a Lula. (AE)
Valter Campanato/ ABr
c a n d i d a t o d o rantir o segundo turno contra o PSDB à Presidên- presidente Lula. cia, Geraldo AlckEntusiasmado com o audimin, ainda aposta tório lotado e sentado ao lado na força da adversária do PSol, do governador da Bahia, Paulo Heloísa Helena, para levar a Souto (PFL), que disputa a redisputa eleitoral ao segundo eleição, Alckmin discursou turno. Após um comício em elevando o tom das críticas ao Minas Gerais, Alckmin disse adversário petista, incentivaque a senadora deve conquis- do pelo senador Antonio Cartar votos que cheguem numa los Magalhães (PFL-BA). fatia de dois dígitos. Ao final do discurso, porém, Pelo menos duas novas pes- ACM considerou que Alckmin quisas de intenção de votos se- poderia ter subido "um pourão divulgadas quinho mais" o esta semana. Ao tom dos ataques longo da campaa Lula. "Mas ele nha, Heloísa Hefoi bem", avalena cresceu, liou o senador, mas depois perque se disse sadeu terreno. Petisfeito com o reO primeiro lo último Datasultado do enturno é quem folha, a candidacontro. "Na reta o eleitor quer. ta do PSol está final da campaO segundo, em trajetória denha os prefeitos é quem ele clinante há três são agentes funrodadas, tendo damentais na não quer. passado de 12% caça aos votos, Geraldo Alckmin e sp e ci a lm e nt e no início de agosto para 9% nas áreas onde no começo do Lula está mais mês de setembro. forte", observou o coordena"O primeiro turno é quem o dor - geral da campanha, senaeleitor quer. O segundo, é dor Sérgio Guerra (PFL-PE). quem ele não quer", disse o A despeito da ausência do lícandidato do PSDB, apostan- der do PSDB na Câmara, Judo no seu índice menor de re- tahy Júnior (BA), inimigo do jeição que o de Lula. Segundo o senador Antonio Carlos MaDatafolha, a rejeição ao presi- galhães, pelo menos cinco predente chega a 28% dos entre- feitos do PSDB que votam no vistados, enquanto a de Alck- líder tucano participaram do encontro organizado pelo PFL. min ficou em 23%. Ainda ontem Alckmin se "Sou anti-carlista, mas decidi reuniu em Salvador com 280 participar e votarei na reeleiprefeitos baianos e mais 70 pre- ção de Paulo Souto porque é feitos de outros Estados do ele quem está ajudando o AlNordeste, mobilizados para ckmin aqui na Bahia", resumiu impulsionar sua candidatura o prefeito de Barreiras, Saulo na reta final da campanha e ga- Pedrosa (PSDB). (Agências)
Ó RBITA
COALIZÃO chefe da Secretaria de O Relações Institucionais da Presidência da República,
Paulo Alvadia/ O Dia
COMUNIDADE ATENTA– Cansados de serem procurados durante as campanhas políticas e esquecidos após as eleições, moradores da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, já deixaram claro aos candidatos: não procurem votos ali, que não vai adiantar nada. Vale o que está escrito.
CARTA DE FHC GERA EMBARAÇO governador de Minas Gerais Aécio Neves O (PSDB) demonstrou
Criado por um artista plástico cujo nome não foi divulgado, um chaveiro com um boneco vodu do presidente Lula, espetado por alfinetes, já está à venda nas ruas do Rio de Janeiro.
desconforto com a carta aberta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na qual ataca o governo Lula e também faz uma autocrítica em relação ao PSDB – afirmando que o partido tapou o sol com a peneira no caso do senador tucano Eduardo Azeredo (MG), acusado de envolvimento com o "valerioduto" na
campanha de reeleição ao governo de Minas, em 1998. A princípio, Aécio disse que preferiria não comentar o texto, que classificou como "ações que mais desagregam que agregam". Mas foi enfático ao dizer que é preciso fazer campanha política "olhando para a frente" e que, no momento, está empenhado no "projeto que interessa ao PSDB", se referindo à campanha de Geraldo Alckmin. "Acho até uma certa injustiça com Geraldo, que tem lembrado sempre, com
muita firmeza, muitos aspectos positivos do governo do presidente Fernando Henrique. Estamos discutindo um governo a partir de 2007 e não governos passados", completou Aécio, sem deixar de elogiar o expresidente, chamando-o de "um dos grandes brasileiros do seu tempo". Alckmin concordou com Aécio. "A lógica da carta foi um chamamento. Ele (FHC) fez uma crítica ao governo atual, dizendo que é um descalabro ético. Eu estou plenamente de acordo".
Tarso Genro, afirmou em artigo publicado no site Jornal de Debates (www.jornaldedebates. com.br) que a proposta de um governo de coalizão não quer dizer mandato de união nacional e nem significa diluir as fronteiras entre oposição e situação. "Significa governo de amplo espectro partidário, com responsabilidades definidas e clareza programática, para vencer uma etapa determinada do processo social e político, no nosso caso concreto, de formação da Nação e consolidação de instituições democráticas modernas, adequadas ao mundo globalizado", destacou. Genro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT) abriram a discussão sobre a agenda política no site.
terça-feira, 12 de setembro de 2006
Finanças Empresas Nacional Agronegócio
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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BRASIL E BOLÍVIA DISCUTEM PREÇO DO GÁS
bilhões de reais eram os investimentos previstos pela Petrobras para a Bolívia antes da estatização
MINISTRO DIZ QUE META PARA O ANO, DE US$ 42 BILHÕES, SERÁ SUPERADA EM ATÉ US$ 3 BILHÕES
FURLAN PREVÊ SUPERÁVIT MAIOR Clayton de Souza/AE
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CHINA Gigante oriental tem saldo recorde de novo
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Brasil quer Doha de volta à pauta
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ma nova reunião destinada a retomar as negociações da Rodada de Doha para liberalização do comércio mundial poderá ser realizada no mês que vem, disse ontem o ministro da Agricultura, Luiz Carlos Guedes Pinto. "Nós estamos nos propondo, junto com outros países, como Estados Unidos, União Européia e Japão, a retomar as negociações, provavelmente no mês de outubro ou novembro", disse Guedes, que participou da reunião ampliada do G-20 durante o fim de semana no Rio de Janeiro. Algodão – Após participar da abertura de um evento internacional sobre algodão, o ministro cobrou dos Estados Unidos o cumprimento das decisões da Organização Mundial do Comércio (OMC) no caso vencido pelo Brasil envolvendo subsídios ao produto. Segundo ele, o setor de algodão é um exemplo da necessidade de reformas nas regras do comércio internacional, porque elevadas tarifas em países consumidores deixam de fora do mercado países produtores na África que precisam se inserir no setor para acelerarem seu desenvolvimento. "Freqüentemente vemos tarifas (sobre importação) de 50% a 70%. O algodão é fundamental para países em desenvolvimento e é importante eliminar essas tarifas." Ao final da reunião do G-20, representantes dos países reafirmaram a intenção de retomada das negociações, mas nenhuma data para futuros encontros foi informada. (Reuters)
Furlan, no Varejo Total: conselho de desenvolvimento do comércio ajudaria a criar políticas para o setor Wuilton Júnior/AE
O ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau (segundo à esq.), durante a Rio Oil & Gás.
Petrobras pode retomar investimentos na Bolívia
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e p o i s d e q u a t ro meses desde que a n u n c i o u a s u spensão de investimentos na Bolívia, a Petrobras pode retomar seus negócios naquele país. A possibilidade foi sinalizada ontem pelo ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, como uma moeda de troca para garantir que os preços do gás natural importado não tenham reajustes extra-contratuais. "Não estou dizendo que haverá uma retomada de investimentos na Bolívia. Estamos, sim, avaliando formas de ajudar o país. Não queremos que as negociações se restrinjam às discussões sobre o preço do gás. Acreditamos que existem outros termos para se negociar", afirmou Rondeau, em entrevista concedida ao lado do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, no primeiro dia da Rio Oil & Gás, maior feira da América Latina do setor de petróleo, realizada a cada dois anos no Rio de Janeiro. Silêncio – Presente na entrevista, Gabrielli se esquivou de fazer qualquer comentário sobre o assunto. Indagado sobre a questão, ele se limitou a dizer que não trataria das negocia-
ções da Bolívia pela imprensa. Segundo o ministro, na sextafeira haverá uma reunião entre os governos brasileiro e boliviano, em La Paz, com participação da Petrobras e da YPBF. "Será uma retomada das negociações", afirmou. Segundo ele, os outros temas de discussão que serão levados à reunião incluem, por exemplo, a utilização de biodiesel no combustível usado na Bolívia e a reavaliação de projetos antigos, abandonados após a estatização das reservas de gás, em 1º de maio deste ano. Projetos – À época da nacionalização, a Petrobras tinha algo em torno de US$ 2 bilhões previstos para serem aplicados no País. Entre os principais projetos estava a ampliação do gasoduto Brasil-Bolívia, a construção de um pólo petroquímico em parceria com a Braskem, na divisa com o Brasil, e ainda investimentos para ampliar a produção local. "Houve o decreto de estatização, que está sendo regulamentado. Desde que fique clara a regra para quem atua no país e que nos sintamos seguros, não há por que não investir. Mas vamos esperar que ha-
comércio de todo o País. Questionado sobre se ainda acredita em um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da ordem de 4%, o ministro afirmou que os números do terceiro trimestre vão surpreender. "Eu sempre acredito até os 90 minutos do tempo de jogo. Acho que o terceiro trimestre vai mostrar essa retomada do crescimento e, a partir daí, nós poderemos ter um prognóstico mais preciso do PIB de 2006", disse. O ministro participou ontem da abertura do evento Varejo Total 2006, promovido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) na capital paulista (ver mais na pág. E/3). Balança – Confirmando o prognóstico do ministro, de crescimento mais acentuado das importações, a balança comercial registrou superávit de US$ 426 milhões na segunda semana de setembro. As exportações somaram US$ 2,264 bilhões (média diária de US$ 566 milhões) e as importações atingiram US$ 1,838 bilhão. A média diária das compras, de US$ 459,5 milhões, foi recorde histórico, segundo o Ministério do Desenvolvimento. No mês, o superávit acumulado da balança comercial passou para US$ 821 milhões e no ano, para US$ 30,449 bilhões. O saldo da semana passada foi 50,11% inferior ao segunda semana de setembro de 2005, que teve superávit de US$ 854 milhões. As duas semanas tiveram apenas quatro dias úteis, por causa do feriado da Independência. De acordo com o ministério, a média diária das importações neste mês já é 45,6% superior à de setembro do ano passado, enquanto a média das exportações registra crescimento bem menor, de 18,9%. (AE)
ja essa regulamentação para decidir qualquer coisa", disse, considerando ainda que a crise boliviana contribuiu para que o Brasil iniciasse a busca pela independência no fornecimento de gás natural. Rondeau ressaltou a "habilidade" da Petrobras em lidar com a situação, revertendo os investimentos previstos anteriormente para antecipar a exploração e produção em outros campos de gás no Brasil, e ainda "ao criar a alternativa de importação de GNL". Segundo ele, o Ministério de Minas e Energia já solicitou à Petrobras "esforços" para antecipar a entrada em produção de pelo menos uma das duas plantas de regaseificação previstas para serem instaladas no país a partir de fevereiro de 2009. "A Petrobras está vendo a possibilidade de colocar para operar pelo menos a planta de 14 milhões de metros cúbicos para funcionar a partir de outubro de 2008, na Baía de Guanabara", comentou. A outra unidade, de 6 milhões de metros cúbicos, será instalada em Pecém (CE). A licitação para as duas unidades deverá ser aberta oficialmente a partir de outubro. (AE)
IPC-S capta inflação de 0,48%
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inflação em São Paulo medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) até 7 de setembro foi de 0,48%. Trata-se da maior elevação de preços apurada pelo indicador desde o final de janeiro deste ano. De acordo com o economista André Braz, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o IPC-S da primeira prévia de setembro só não superou o índice até 31 de janeiro passado, de 0,51%. Ele atribuiu a aceleração do in-
dicador às elevações mais intensas dos preços de alimentação (de 1,04% para 1,4%) e habitação (de 0,01% para 0,29%). "Os preços de alimentação foram pressionados por fatores sazonais", afirmou, citando como exemplo a alta mais intensa de preços de carnes bovinas (de 2,73% para 4,64%). Já a elevação mais expressiva do grupo habitação foi influenciada pelo aumento na taxa de água e esgoto residencial (de 0,22% para 1,72%).
Para Braz, a inflação em São Paulo vai continuar subindo, porque o reajuste na taxa de água e esgoto, realizado no início do mês, ainda não foi completamente captado pelo indicador. Habitação é o grupo de maior peso no IPC-S. No caso do Rio de Janeiro, a elevação de 0,36% apurada no IPC-S da cidade até 7 de setembro foi o maior resultado desde o IPC-S de até 7 de maio deste ano (0,42%), de acordo com o economista. (AE)
Factoring
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superávit comercial chinês atingiu recorde de US$ 18,8 bilhões em agosto, superando as expectativas do mercado. Os dados foram divulgados ontem, um pouco antes da reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Cingapura, que, entre outros temas, discutirá as maneiras para correção dos desequilíbrios globais, incluindo a permissão para que o iuan, a moeda chinesa, flutue mais livremente. O superávit, que cresceu em relação à cifra de US$ 14,6 bilhões de julho, superou as expectativas de economistas, que esperavam em média um resultado de US$ 15 bilhões. "Para mim, o superávit recorde é alarmante, porque eu esperava que ficasse entre US$ 10 bilhões e US$ 12 bilhões", disse Xiao Minjie, economista do Daiwa Institute of Research. As exportações chinesas no mês passado cresceram no ritmo mais forte em um ano, em 32,8%, para US$ 90,77 bilhões. As importações tiveram alta de 24,6%, para US$ 71,97 bilhões, segundo dados do governo. (Reuters)
ministro do Desenv o l v i m e n t o , I ndústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, afirmou ontem que a meta de superávit comercial para o ano, de US$ 42 bilhões, será superada e poderá chegar a US$ 44 bilhões ou até a US$ 45 bilhões. Os meses de julho e agosto, segundo ele, surpreenderam; e os primeiros dias de setembro também têm mostrado bons resultados. "Nossa perspectiva é de que o superávit vá se aproximando do apurado no ano passado, apesar do crescimento das importações", disse. "Estamos analisando esse assunto, entendendo que continua ocorrendo uma grande vitalidade das exportações em alguns setores, mas, ao mesmo tempo, as importações vão superar US$ 90 bilhões. Possivelmente, vamos nos aproximar de US$ 45 bilhões (de saldo)." O ministro também adiantou que vai propor ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a criação de um Conselho Nacional de Desenvolvimento do Comércio, nos mesmos moldes do grupo criado para a discussão da indústria. Ele disse esperar que, mesmo que o projeto de lei demore para ser aprovado no Congresso, o setor já comece a se reunir antes mesmo da regulamentação. Diálogo – "O objetivo é ter um canal adequado de diálogo entre o governo federal e o comércio, para viabilizar medidas que possam facilitar e estimular a produção, o emprego e as vendas, como temos feito com a indústria", comentou. Segundo ele, participariam do conselho ministros da área econômica e lideranças do setor de
O que é Factoring?
É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 12 de setembro de 2006
Política
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ão está fácil encontrar todos os deputados que respondem a processo de cassação por suspeita de envolvimento com a máfia dos sanguessugas. Ontem uma equipe do Conselho saiu para a terceira tentativa de notificar os 18 parlamentares que restam. Caso eles recusem novamente a notificação, serão convocados por edital, a ser publicado na edição de amanhã no Diário da Câmara. O Conselho de Ética da Câmara já notificou 49 dos 67 deputados e começou a notificálos no dia 29 de agosto. A demora na notificação beneficia os parlamentares e atrasa o andamento do processo por quebra de decoro parlamentar. E a possibilidade de notificação por edital foi aprovada no dia 15 pela Mesa Diretora da Câmara devido à quantidade de nomes citados pela CPMI dos Sanguesugas. Trâmite – Segundo o Regimento da Câmara, cada deputado tem o prazo de cinco sessões plenárias para apresentar defesa preliminar ao Conselho. Os que já foram notificados até a semana passada têm agora o prazo de duas sessões, já que a Câmara realizou três sessões plenárias no esforço concentrado. Os que ainda não foram notificados têm o prazo inicial de cinco sessões. A próxima reunião do Conselho de Ética foi marcada para o dia 3 de outubro, para os relatores decidirem os critérios de análise de cada processo. No total, a CPMI dos Sanguessugas recomendou a investigação contra 69 deputados e três senadores que estariam envolvidos no esquema. Dois deputados renunciaram ao mandato na tentativa de escapar dos processos de cassação: Coriolano Sales (PFL-BA) e Marcelino Fraga (PMDB-ES). O esquema do superfaturamento de ambulâncias movimentou em torno de R$ 192 milhões em cinco anos. Cerca de R$ 12,8 milhões teriam sido destinados aos parlamentares ou prefeitos. (AOG)
CAÇA FANTASMAS M
al chegou ao trabalho, ontem, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) se deparou com uma árdua missão: descobrir o paradeiro de 2.080 servidores que, a rigor, trabalham na Casa, em algum lugar – pelo menos recebem salários que variam de R$ 1.500 a R$ 8.200. Isso dá um custo para Câmara de R$ 9 milhões por mês. Mas saber onde eles estão e o que fazem não é tão simples assim, descobriu Rebelo. Conforme a burocracia interna, será necessária a aprovação de um ato na reunião de hoje da Mesa da Câmara para obrigar os líderes partidários a informarem onde estão os tais servidores, que têm cargos de
trabalhar em gabinetes de parlamentares nem em outros locais fora das dependências da Câmara. Os cargos de confiança devem ser ocupados na administração da Câmara, nas lideranças partidárias e nas comissões. Os servidores especiais devem prestar serviços a órgãos coletivos e não nos gabinetes individuais de deputados, pois esses já possuem verba de gabinete para contratação de pessoal. O projeto de Rebelo também reduz o número de cargos de natureza especial. A Reunião da Mesa estava marcada inicialmente para a semana passada, mas acabou sendo adiada para hoje. Será a deixa para a entrada em cena dos ghostbusters. (AE)
Adriano Machado / Arquivo
Arte sobre foto / Abê
O
MP é contra a candidatura de suspeitos ro que rejeitaram os pedidos de registro de suas candidaturas. O TRE concluiu que a vida pregressa dos candidatos não é ilibada, o que violaria a probidade administrativa e a moralidade. Há um princípio no direito segundo o qual ninguém deve ser considerado inelegível antes de uma condenação criminal definitiva. Nos pareceres enviados ao TSE, Gurgel disse que, ainda que nos inquéritos os políticos não tenham sido condenados, "há de prevalecer o princípio da moralidade administrativa". "Aquele que postula mandato público deve presumivelmente encontrar-se nas condições impostas pela Lei Maior para o exercício de tão importante função. In casu, o registro de participação do candidato no esquema de corrupção que
está sendo apurado pela 'CPMI dos Sanguessugas' compromete a sua reputação, inabilitando-o ao exercício do cargo de deputado federal". Ele disse que o princípio da presunção de inocência (segundo o qual ninguém é considerado culpado até uma decisão definitiva da Justiça) foi destinado primordialmente ao processo penal. "Entretanto, no que tange ao acesso a cargos públicos, deve ser dada primazia ao princípio da moralidade, tendo em vista a predominância do interesse público", afirmou. O TSE já começou a analisar essa tese ao julgar o recurso do deputado Eurico Miranda (PP-RJ) contra a rejeição do registro de sua candidatura pelo TRE do Rio, por responder a inúmeros processos. (AE)
NEY SUASSUNA DEPÕE HOJE O Conselho de Ética do Senado ouve hoje o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), suspeito de participação no esquema de compra superfaturada de ambulâncias com emendas ao Orçamento. O relator do processo no caso, senador Jefferson Peres (PDT-AM),
natureza especial (CNE). Há cerca de duas semanas, depois da denúncia de que há servidores de confiança da Câmara que não estariam trabalhando na Casa, Rebelo havia anunciado que divulgaria a lista dos locais de trabalho dos funcionários que têm CNE. Ao mesmo tempo, Aldo Rebelo convocou para ontem a reunião da Mesa em que apresentou um projeto de alteração dos critérios para ocupação dos cargos de natureza especial, que não precisam de concurso público. Entre as propostas de mudança, o projeto de Rebelo estabelece que parentes de deputados não podem ser funcionários de confiança e que esses não podem
AS REGRAS VÃO MUDAR
SANGUESSUGAS S
O controle (dos servidores especiais) é ineficaz e ineficiente. Aldo Rebelo presidente da Câmara.
A Câmara dos Deputados já caçou vampiros, sanguessugas e agora...
EDITAL CONVOCARÁ OS FUGITIVOS
e depender do Ministério Público Eleitoral, os parlamentares acusados de envolvimento com o esquema sanguessuga ficarão de fora da eleição deste ano. Em pareceres enviados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o vice-procurador-geral eleitoral em exercício, Roberto Gurgel, disse que os deputados federais Paulo Baltazar (PSB-RJ) e Reinaldo Gripp (PL-RJ), suspeitos de envolvimento no esquema, têm perfil incompatível com o exercício de mandatos eletivos. A posição do MP fornece mais instrumentos jurídicos para impedir a candidatura de políticos suspeitos. Nesta semana, o TSE poderá julgar recursos dos dois parlamentares para tentar derrubar decisões do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janei-
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informou que o parlamentar será o último a prestar depoimento antes da conclusão do parecer. Suassuna é um dos três senadores acusados de envolvimento no caso. Além dele, estão sendo investigados Serys Slhessarenko (PT-MT) e
Magno Malta (PL-ES). Na última semana, o conselho começou a ouvir as seguintes testemunhas: Darci e Luiz Antonio Vedoin (ambos da Planam), Ronildo Medeiros, a ex-assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino e Paulo Roberto Ribeiro, genro da senadora Serys. (ABr)
presidente da Câmara, Aldo Rebelo, espera aprovar já nesta terça-feira um ato administrativo que vai impor regras mais rígidas para a ocupação dos carg o s d e n a t u re z a e s p e c i a l (CNEs). Os novos critérios foram definidos pelo próprio Aldo e pelo diretor-geral da Casa, Sérgio Sampaio. Entre outras coisas, segundo o presidente, deverá ser vedada a contratação de funcionários para exercerem funções fora de Brasília, em gabinetes parlamentares e em órgãos externos. Também será proibida a contratação de CNEs parentes de 1º e 2º graus de parlamentares. De acordo com a proposta de Aldo, os ocupantes de CNEs só poderão ser lotados em órgãos da própria Câmara, como por exemplo as comissões, as lideranças partidárias, a Corregedoria-Geral e a Procuradoria Parlamentar. Ele sugeriu ainda mais rigor no controle dos pontos de freqüência - que teriam de ser assinados pelos próprios ocupantes dos cargos. Respaldo legal – Aldo destacou, porém, que as contratações feitas até hoje não foram ilegais. "O Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou o exercício dessas funções fora de Brasília e permitiu também que as informações sobre as assinaturas de pontos fossem fornecidas pelos órgãos responsáveis pela indicação dos funcionários".
Severino: apoio de Bernadete?
Demissões – As novas regras, segundo Aldo, poderão resultar em demissões de funcionários. Mas não é possível citar um número exato, conforme ele explicou, porque os órgãos responsáveis ainda não entregaram a relação completa das pessoas enquadradas nas situações a serem proibidas. Para Aldo Rebelo, a reestruturação dos cargos de natureza especial, que são preenchidos sem concurso público, é essencial para a localização. "O controle é ineficaz e ineficiente", admitiu. Reportagem publicada pelo jornal "Correio Braziliense" revelou que a funcionária Bernadete Vidal Firmino dos Santos estaria trabalhando na campanha do ex-presidente da Casa, Severino Cavalcanti (PP-PE), que renunciou ao mandato em 2005 para fugir do processo de cassação. O CNE destinado a Bernadete é ligado à presidência da Câmara.
O que muda – A proposta de Rebelo deverá ser discutida na durante o período de esforço concentrado marcado para os dias 4, 5 e 6 de setembro. O projeto visa, principalmente, acabar com a possibilidade de os funcionários serem cedidos a gabinetes. Como, pela proposta dele, os CNEs serão lotados exclusivamente nos órgãos da Casa, como comissões e gabinetes de lideranças, as transferências ficam, assim, barradas pelo novo regimento. Ponto assinado – Além disso, os ocupantes de CNEs serão proibidos de trabalhar fora da Casa e o ponto terá de ser assinado por eles mesmos. Hoje, o chefe do setor pode assinar o ponto para o funcionário ocupante de cargo de natureza especial. A proposta de Aldo acaba também com a possibilidade de contratação de parentes de deputados nos CNEs. Quem sai – O presidente da Câmara afirmou que, até a votação do projeto de resolução, os funcionários que estiverem fora do padrão do Tribunal de Contas da União (TCU) serão demitidos. O tribunal permitiu que ocupantes de CNEs trabalhem fora da Câmara, nos Estados dos deputados. Reestruração – A mudança na ocupação dos cargos faz parte de uma reestruturação administrativa da Casa que está sendo implantada há algum tempo. Já houve limitação de pagamento de horas extras e o cancelamento de verba de publicidade, diz Aldo. (Agências)
Paulo Dimas / AOG
Para o MP, o deputado Paulo Baltazar (PSDB) é um dos candidatos cujo perfil é incompatível com o exercício de mandatos eletivos.
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Planalto Congresso Eleição estadual Sanguessugas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 12 de setembro de 2006
Se vencermos, não vai ter privatização da Nossa Caixa. Aloizio Mercadante
SERRA DEFENDE 'ALTO NÍVEL' E PETISTA ATACA
Eduardo Nicolau / AE
SERRA: NÃO À BAIXARIA
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candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, espera que a campanha de seus adversários não descambe para a baixaria e agressão nesta reta final do primeiro turno da disputa estadual. Na avaliação do tucano, líder nas pesquisas, quem apostar nisso para conquistar votos vai se prejudicar. "Espero que não baixem ainda mais o nível, porque (a campanha) já está bastante agressiva por parte dos meus adversários, e isso não ajuda o eleitorado e nem a eles." Para o ex-prefeito, a sua campanha tem sido de alto nível. "Quem vê meus programas na TV sabe que mantemos o nível alto. Não se pode dizer o mesmo dos outros", disse.
Serra fez campanha ontem em um conjunto habitacional na zona sul de São Paulo construído durante sua passagem pela Prefeitura. O candidato visitou dois apartamentos e jogou futebol com alguns garotos. Antes, brincou: "Só jogo se for contra um corintiano", disse Serra, que é torcedor fanático do Palmeiras. Ele aproveitou a visita para prometer, se eleito, destinar mais recursos para a urbanização de favelas em todo o Estado, principalmente nos grandes centros. "Vamos concentrar os investimentos da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) na transformação de favelas em bairros. É mais barato do que mudar todo o pessoal de lugar", defendeu. (AE)
Eymar Mascaro
Reta final
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efendendo a tese de que eleição se ganha nos últimos 15 dias de campanha, o governador Aécio Neves (PSDB) pode lançar mão de uma frente de prefeitos para impulsionar a candidatura de Geraldo Alckmin em Minas. Pelo último Datafolha, Lula está vencendo a eleição no Estado com 54% de intenção de voto, contra 26% de Alckmin. Minas é o 2º maior colégio eleitoral do País, com 13 milhões de votos, perdendo apenas para São Paulo, com 26 milhões. O curioso é que enquanto Alckmin perde a eleição para Lula no Estado, Aécio arranca 75% de preferência do eleitor, como candidato à reeleição.
IMPORTÂNCIA Minas é um dos três principais estados do Sudeste em que Alckmin vai intensificar sua campanha para forçar a realização do 2º turno. Os outros dois são São Paulo e Rio (11 milhões de votos). Os tucanos admitem ter chegado a hora de Alckmin reagir em Minas. Bola na área: palmeirense, o tucano desafiou os garotos corintianos.
Tiago Queiroz / AE
NOSSA CAIXA NÃO SERÁ PRIVATIZADA, DIZ PETISTA
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senador Aloizio Mercadante, candidato do PT ao governo paulista, assumiu ontem o compromisso de manter a Nossa Caixa como um banco estatal, voltado ao fomento e a financiamentos de interesse público. O petista, que caminhou pelo centro de São Paulo, disse que o governo estadual age na direção de privatizar o banco e prometeu barrar esse processo, caso seja eleito. "Se nós vencermos a eleição, não vai ter privatização da Nossa Caixa", disse o senador. Na avaliação do petista, a Nossa Caixa passa atualmente por uma "privatização envergonhada", que se reflete no plano do governo de vender cerca de R$ 810 milhões em ações do banco e na privatização de subsidiárias. A caminhada do senador foi encerrada em frente à agência matriz da Nossa Caixa, onde militantes petistas foram convocados a dar "um abraço simbólico" na instituição.
ARRANCADA
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Niels Andreas / AE
Aécio Neves promete recuperar Alckmin no Estado. Diz, inclusive, que essa recuperação deve ser revelada nas próximas pesquisas. Em tempo: o candidato tucano não é impulsionado em Minas somente pelo governador, pois Alckmin tem também o apoio do expresidente Itamar Franco.
Confiança: "Vamos para o segundo turno e venceremos", diz Quércia.
Geraldo Alckmin se sentiu satisfeito ao receber a notícia de que recuperou a 2ª colocação nas pesquisas no Rio, lugar que havia perdido para Heloísa Helena. O tucanato conseguiu apaziguar os aliados no Estado e já pode unir no mesmo palanque os dois candidatos ao governo estadual: Eduardo Paes (PSDB) e Denize Frossard (PPS).
Corpo a corpo: Mercadante defende o banco estadual e o senador Eduardo Suplicy beija uma eleitora.
Mais tarde, em entrevista ao jornal SPTV, da Rede Globo, Mercadante fez mais uma promessa, dessa vez envolvendo a eficiência da máquina estadual como um todo. "Vamos ter uma máquina enxuta e eficiente." Durante a entrevista, Mercadante atacou o adversário José Serra e o expresidente Fernando Henrique Cardoso. As críticas foram direcionadas à carga tributária do País, ao Rodoanel e à segurança em São Paulo. (Agências)
QUÉRCIA VOLTA A FALAR EM HABITAÇÃO candidato do PMDB ao governo de São Paulo, Orestes Quércia, afirmou ontem que o seu plano de governo prevê a construção de 400 mil casas populares em 4 anos de mandato, caso seja eleito. "Nós vamos aplicar R$ 1,5 bilhão por ano na habitação", disse Quércia. Na semana passada, o candidato afirmou que construiria 600 mil casas no período, mas fez um ajuste no programa de governo para definir a meta para habitação. O peemedebista também comentou a carta do ex-presidente Fernando Henrique, divulgada no site do PSDB. "O Fernando Henrique reconheceu que o PSDB entrou no mensalão com o Eduardo Azeredo (na época presidente do partido)", disse o peemedebista que pretende levar o assunto ao seu programa de TV. Quércia diz que continua otimista e acredita num crescimento nas pesquisas, nestes 20 dias que antecedem a eleição. "Acredito que vamos chegar ao segundo turno e conseguiremos vencer a eleição."
2º TURNO Na última pesquisa Datafolha, Alckmin ficou com 27% de intenção de voto. Para forçar o 2º turno, o tucano precisa ter, no mínimo, 32% de votos e ainda torcer para Lula perder alguns pontos e ajudar Heloísa Helena (Psol) a ter pelo menos 10% da votação.
O peemedebista esteve em Osasco, na Grande São Paulo, para se reunir com o candidato a deputado federal Francisco Rossi, também do PMDB. Os dois visitaram o prefeito Emídio Pereira de Souza (PT). Foi uma breve conversa. Depois ambos fizeram caminhada rápida no calçadão de uma rua comercial. À noite, Quércia, segundo sua agenda, iria participar de um evento do deputado federal Michel Temer (PMDB), que é candidato à reeleição. Horário gratuito – O candidato do PSDB ao governo, José Serra, ganhou ontem o direito de resposta de um minuto durante o programa do PMDB na televisão. O direito foi concedido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo porque na semana passada a propaganda de Quércia na TV afirmou que o governo do PSDB teria desviado R$ 6 bilhões dos cofres públicos para "despesas desconhecidas". Para o juiz Roberto Bellocchi, o PMDB fez uma acusação sem provas de improbidade administrativa. (Agências)
VAI INDO
AVANÇO A meta dos tucanos para levar a eleição para o 2º turno é que Alckmin tenha 15 pontos a mais do que Lula em São Paulo. Por enquanto, a diferença em favor do tucano é de seis pontos. Alckmin confia num empurrão dado por José Serra, que tem mais de 40% de intenção de voto para governador.
SACRIFÍCIO Os tucanos estão enfrentando um problema: para que Alckmin se fixe mais nos estados do Sudeste e também no Sul (20 milhões de votos), precisa diminuir as visitas ao Nordeste (33 milhões de eleitores). Por isso, o candidato do PSDB confia sua campanha na região aos aliados.
ENTUSIASMO Colado na campanha do governador Germano Rigotto (PMDB), candidato à reeleição, Alckmin espera crescer também no Rio Grande do Sul (7,5 milhões de votos). No Paraná (7 milhões) as
coisas se complicam para o tucano porque o governador Roberto Requião (PMDB), também candidato à reeleição, flerta com Lula.
VAI BEM Com o 3º estado do bloco Sul, Santa Catarina (4,3 milhões de eleitores), os tucanos estão despreocupados porque a campanha de Alckmin é impulsionada na região pelo ex-governador Luiz Henrique (PMDB), que também é candidato à reeleição.
DESCONFIANÇA Os tucanos estão de olho numa jogada de Lula: o petista sugeriu a líderes do PMDB que elaborem um projeto de Poder para 2010. Lula só faltou sugerir que os peemedebistas levem para o partido o governador Aécio Neves, hoje no PSDB, para ser o candidato a presidente daqui a quatro anos.
LIDERANÇA O tucanato acha que Lula está passando mel na boca de Aécio. Como está com 54% de intenção de votos no Estado, não é interessante para Lula que Aécio arregace as mangas e se dedique em tempo integral à campanha de Alckmin.
MAQUIAVÉLICOS Os petistas acham que, se continuar filiado ao PSDB, Aécio Neves será engolido, no momento certo, por José Serra. Os petistas vão além, ao lembrar que o PSDB está sob domínio dos paulistas. Para Lula, é politicamente correto que Aécio desembarque no PMDB.
RECADO Os tucanos admitem que, na carta aberta aos eleitores do PSDB, o expresidente Fernando Henrique Cardoso deixou nas entrelinhas sua intenção de presidir o partido a partir das eleições de 2006. O cargo, no entanto, pode ser destinado a Geraldo Alckmin em caso de derrota para Lula.
FORFAIT Lula continua disposto a não participar do debate na TV Globo, marcado para o dia 28. O presidente não compareceu a outros debates e não aceitou convites para entrevistas em jornais, rádio e tevê. A Globo ainda está disposta a exibir a cadeira vazia do candidato faltoso.
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Empresas Tr i b u t o s Nacional Finanças
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terça-feira, 12 de setembro de 2006
RUBAIYAT JÁ TEM UMA UNIDADE EM BUENOS AIRES
Divulgação
Cozinha do Baby Beef Rubaiyat na Espanha está alinhada com a alta gastronomia européia
Fotos: Paulo Pampolin/Hype
Grupo investiu US$ 4 milhões no restaurante madrilenho
A cidade de Madri é a sede do primeiro empreendimento do grupo em solo europeu, o Baby Beef Rubaiyat. Ainda neste mês, será a vez da marisqueira. Até 2010, a rede vai ter unidades em Barcelona, Lisboa e Londres.
Restaurante Rubaiyat chega à Europa pela Espanha
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oi com aspirações aventureiras que o espanhol Belarmino Fernandez Iglesias desembarcou no Brasil aos 20 anos, em 1951. Sozinho, guardava um único dólar no bolso. Trabalhando como ajudante de pedreiro, mal tinha dinheiro para comprar um bom prato de comida. Só que, cinco décadas depois, a família Iglesias se sobressai com três disputa-
Belarmino Iglesias Filho, que comanda agora os negócios fundados pelo pai, fez questão de enviar profissionais do Brasil para Madri
dos restaurantes paulistanos, os Rubaiyat, além de uma churrascaria em Buenos Aires, a Cabaña Las Lilas. E, recentemente, o espanhol voltou para sua terra, na companhia do filho, a fim de inaugurar o ponto gastronômico que promete ser um dos mais quentes da cidade de Madri, o restaurante Baby Beef Rubaiyat. Porta de entrada – A Espanha é só a porta de entrada pa-
ra o restante da Europa. "O investimento, de US$ 4 milhões, é mais que suficiente para que o restaurante possa se alinhar com a altíssima proficiência gastronômica européia", afirma Belarmino Iglesias Filho, que agora toma a frente dos negócios iniciados pelo pai. A preocupação com a qualidade e a manutenção do estilo Rubaiyat de preparar e servir fez com que o empresário le-
vasse do Brasil alguns de seus melhores funcionários. "Mas, como há muitas vagas para garçons na Europa, uns aceitaram propostas de outros restaurantes madrilenhos." Na leva seguinte de profissionais que Iglesias Filho mandou para a Espanha, só foram funcionários com mais de cinco anos de casa. Agora, são 20 brasileiros trabalhando no Rubaiyat europeu e 50 funcionários locais. A idéia é que sejam 40 brasileiros e 100 madrilenhos. "Por enquanto, só funciona a churrascaria, mas vamos inaugurar a marisqueira ainda neste mês", diz. A expectativa é de que, até 2010, Barcelona, Lisboa e Londres também abriguem filiais do Rubaiyat. O começo – Foi como garçom que Belarmino Fernandez Iglesias vislumbrou a possibi-
lidade, ainda que remota, de ter seu próprio restaurante. Ele trabalhava em uma pequena lanchonete no Paissandu. Todo final de mês, quando recebia seu salário, ia ao restaurante Cabana, então a melhor churrascaria da cidade, dos mesmos donos do atual Massimo. Uma conta alta para um pequeno salário de garçom, que gostava mesmo de comer bem. "Ele também trabalhou lá antes de ir para a churrascaria Guaciara", conta o filho. Fernandes Iglesias deixou a Guaciara para ser sócio-gerente de sua primeira churrascaria em 1957, no centro da cidade. No começo, tinha apenas 10% de participação. Mas, cinco anos depois, já era o dono do negócio todo. Em 1968, antes de abrir o Rubaiyat, Iglesias comprou uma fazenda em
Dourados e começou a investir no aprimoramento de gado para ter o suprimento de sua própria carne. "Combinamos o baixo teor de gordura do Nelore com a qualidade do Aberdeen", revela Iglesias Filho. O poeta persa – No restaurante aberto na Espanha, uma página do cardápio conta toda essa história do imigrante que veio ao Brasil tentar a vida e agora voltou a Madri para tomar conta do novo restaurante. "Os espanhóis só não entenderam muito bem porque o nome da churrascaria não remete aos ares brasileiros." Isso o cardápio espanhol também explica. É que, quando abriu o primeiro restaurante, o sócio de Iglesias era um libanês que adorava o poeta persa Omar Khayan, autor de "Rubaiyat". "Não que esse fosse o nome mais apropriado para uma churrascaria, mas como o libanês era o dono do dinheiro, assim ficou", brinca. Sonnaira San Pedro
Paulo Pampolin/Hype
A Figueira Rubaiyat, que fica na Rua Haddock Lobo, no Jardim Paulista, é um dos ícones da rede
Negócios e fé na Expo Cristã
O
Expo Center Norte se transforma a partir de hoje em um grande centro de compras, eventos e espaço de relacionamentos voltado para as igrejas cristãs do Brasil. A 5ª edição da Expo Cristã – considerada a maior feira do setor na América Latina – vai até o próximo domingo e espera receber um público estimado de 120 mil fiéis. A indústria de produtos e serviços para cristãos movimenta por ano mais de R$ 1 bilhão no País. Os números que envolvem o segmento falam por si: mais de 200 mil pontos de pregação, 10 mil novas igrejas abertas anualmente, 300 mil pastores e líderes e 500 escolas de ensino teológico. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no último censo (em 2000), estimou em 40 milhões o número de pessoas ligadas a denominações pentecostais. Ou seja,
20% dos brasileiros seriam evangélicos. Com crescimento estimado em quase 8% ao ano, o instituto diz que, em 2050, os evangélicos serão 120 milhões (50% da população). Cerca de 300 expositores, de papelarias a marcas de roupas e empresas que fabricam brindes de fim de ano, estarão no Expo Center Norte. Além das gravadoras de música gospel e editoras de livros para o setor, outras empresas chamam a atenção pelo inusitado. A Coco Show, empresa de venda de água e derivados do coco, e a Cabos Golden, que faz cabos de áudio e vídeo e cujos funcionários são todos evangélicos, confirmaram presença. A Sony DADC, empresa que vai participar pela primeira vez da Expo Cristã, apresentará algumas novidades em produtos, como o Vinyl CD, Colour CD e Dual Disc, além de tecnologias como os sistemas
de proteção anticópias para CD e DVD. Segundo a responsável pelo marketing da empresa, Mari Rodrigues, a participação da Sony DADC Brasil na feira vai fortalecer a imagem da empresa como nova opção na fabricação e distribuição de CDs e DVDs no segmento evangélico do País. Estilo gospel – Em 2005, o mercado gospel foi responsável por mais de R$ 40 milhões do total de R$ 615,2 milhões movimentados pelo setor fonográfico, com a venda de mais de 52 milhões de CDs e DVDs no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD). "O segmento evangélico, para o nosso negócio, é muito importante, não só pelo volume de vendas, mas também pelo profissionalismo dos artistas. Até a pirataria é menor", afirma Mari. Kety Shapazian
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Mario Anzuoni/Reuters
Angie e eu consideraremos a união quando todo o resto do país que quiser se casar legalmente possa. Do ator Brad Pitt, anunciando o adiamento de seu casamento com a atriz Angelina Jolie. Ambos dizem que pretendem esperar até o dia em que qualquer pessoa possa se casar legalmente nos EUA, inclusive os homossexuais.
terça-feira, 12 de setembro de 2006
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SETEMBRO
2 -.LOGO
12 Dia do Teatro Municipal, instituído em comemoração à inauguração do teatro, em 1911
B RAZIL COM Z E M
F UTEBOL
Viagem pela pobreza
Ronaldinho, a maior atração Uma pesquisa realizada pela Universidade de Navarra, na Espanha, e divulgada ontem mostra que o brasileiro Ronaldinho Gaúcho, o camisa 10 do time espanhol Barcelona, é o jogador de futebol que mais atrai a mídia. Ronaldinho atingiu uma pontuação de 17,5 pontos, contra 15,2 obtidos por Ronaldo e 14,2 por Rooney. Segundo o estudo, Ronaldinho Gaúcho obteve tanto destaque na pesquisa porque está sempre presente em comerciais e outros produtos publicitários. Os pesquisadores de Navarra acreditam que quanto mais explorada for a imagem do jogador, mais retorno e atenção
da mídia ele terá. A pesquisa, que se restringe ao futebol espanhol, mostra ainda que, entre os clubes, o Real Madrid foi o que atingiu o maior valor, com 84,2 pontos. O Barcelona aparece em segundo, com 72,5 pontos. "Neste momento, o Real tem mais notoriedade (notícias geradas) no mercado de língua inglesa ("efeito Beckham") e língua francesa ("efeito Zidane"), enquanto o Barça domina nas zonas de língua espanhola, que é a área mais importante para os dois times (mais de 50 mil notícias por ano para cada equipe), assim como nas zonas alemã e italiana", explicam os pesquisadores.
C ELEBRIDADES
Divórcio de US$ 75 milhões O ex-Beatle Paul McCartney ofereceu a sua ex-mulher, Heather Mills, US$ 74,6 milhões, pedindo em troca que ela não divulgue as causas do fracasso do casamento, divulgou ontem o jornal News of The World. O cantor e a exmodelo (juntos na foto) se reuniram há três dias na casa de campo do ex-Beatle em East Sussex, sul da Inglaterra. "Eles estão discutindo um acordo que
durará 20 anos, mas haverá condições rigorosas. Heather não deve revelar nada sobre sua vida privada, nem em livros nem em programas de televisão", comentou um amigo do casal. McCartney e Heather, que se conheceram em 2000 e se casaram dois anos depois, anunciaram em maio sua separação e atribuíram o fracasso da relação à intromissão da imprensa.
C A R T A Z
Repórter do jornal Los Angeles Times paga por um 'tour' pelas favelas do Rio
G
regory Rodriguez, repórter do jornal norte-americano Los Angeles Times, pagou por um passeio turístico rumo à pobreza e a violência das favelas cariocas, como ele mesmo define em sua reportagem, publicada ontem, com o relato da experiência, considerada "imoral" por uma intelectual brasileira de quem ele não revela o nome. "Pagar para ver gente pobre! Ao menos, espero que você não faça isso num jipe de safári", teria dito a brasileira ao jornalista que, até então, só conhecia as favelas de filmes como Cidade de Deus, de Fernando Meirelles. Das críticas, a menor, outros de seus amigos brasileiros não hesitaram de chamá-lo de idiota. Ele não sabia que um passeio
pelas favelas era uma opção turística no Rio até receber uma comunicação do hotel. Decidiu arriscar e diz que aprendeu muito sobre a vida. Constatou que o País não é apenas uma das sociedades mais desiguais do mundo, mas também uma das mais miscigenadas, por isso espaço de um racismo velado, e também uma das mais violentas. Esta última informação, na verdade, ele já havia recebido no aeroporto de Miami, mas não quis acreditar: "Deixe o dinheiro sempre no sapato, seja esperto", avisou uma peruana na sala de embarque. Sem nomear os lugares por onde passou, o jornalista faz um retrato assustador do Rio de Janeiro. Diz que, da varanda de seu quarto de hotel com
várias estrelas em Ipanema, onde se sentava todos os dias para ver o pôr-do-sol, via também os barracos com telhas metálicas das favelas a poucos blocos de distância. Nada de novo nesta imagem, para os brasileiros, mas para ele, chega a ser cruel que a riqueza e a pobreza convivam com tamanha proximidade e naturalidade. Cheia de lugares comuns sobre a falta de escola e o excesso de armas nas ruas, a reportagem, entretanto, chama a atenção para um fato interessante. Diz o jornalista que só consegue compreender a idéia de pagar por um passeio turístico pelas favelas como forma de fingir que suas experiências de viagem são mais genuínas e ajudam a combater a pobreza nos países desenvolvidos.
Shaun Curry/AFP
Exposição Abstrações Simbólicas, com obrass em aço de Roberto Lerner. Hall da Assembléia Legislativa. Avenida Pedro Álvares Cabaral, 201. Ibirapuera. Das 10h às 18h. Grátis.
E S C U L T U R A
Site do artista: www.rober tolerner.com
V INHOS Trindade (imagem menor) e Toque, peças de Roberto Lerner
Argentinos na cola dos chilenos Argentino, que contou com especialistas de todo o mundo. A vantagem da Argentina sobre o Chile – segundo os produtores – seria a inexistência de tarifas dentro do Mercosul. As adegas argentinas estão realizando uma agressiva campanha para conquista do paladar dos brasileiros. Para isso, destinam 25% dos US$ 3,4 milhões dos fundos da associação Wines of Argentina, encarregado de divulgar no exterior a imagem do vinho argentino (a Wines of Argentina reúne 72 adegas responsáveis por 95% das exportações de vinhos finos).
L
Pela primeira vez em décadas, os vinhos argentinos conseguirão neste ano deslocar os vinhos chilenos do mercado brasileiro. A estimativa é que a presença chilena, que equivale atualmente a 12,9% das vendas dos vinhos consumidos no Brasil, será inevitavelmente ultrapassada pela crescente "invasão" de vinhos Made in Argentina, que já estão nos calcanhares dos chilenos, ostentando uma fatia de 12,7% do mercado brasileiro. Os vinhos Made in Brazil detêm 67% do consumo nacional. O anúncio foi realizado durante o Fórum Vinícola
MEMÓRIA - Camisas usadas por jogadores de futebol em partidas históricas serão a leilão na Christie´s de Londres amanhã. À direita, a camisa usada por Rivelino na final da Copa do Mundo de 1970. A peça deve ser vendida por algo entre US$ 46 mil e US$ 56 mil.
M EIO AMBIENTE
A vez de Gordon AFP
C AMBOJA
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Suy Se/AFP
Jovem cambojana reza para a tartaruga mágica sobre sua cabeça durante o ritual do Phnom Prasidh Krom. Os cambojanos acreditam que a tartaruga de sete cores tem poderes mágicos e cura doenças. No interior do Camboja, a população segue uma versão que mistura o budismo com a crença nos animais.
Saúde dentro da lei
Para os saudosistas da primeira era dos videogames, esses chaveiros trazem reproduções dos controles dos jogos Atari – que funcionam de verdade, quando conectados à TV. São vários jogos disponíveis por US$ 15. product.php?productid=
O site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) traz uma série de informações sobre normas técnicas relativas a medicamentos. Orientações sobre genéricos, produtos sanitários, rótulos de embalagens, doenças e vacinas para quem vai viajar, queimaduras, campanhas, notícias sobre medicamentos e alimentos que representam riscos à saúde, procedimentos em caso de intoxicação são algumas das informações que podem ser encontradas no espaço exclusivo para o cidadão do site.
2436&cat=309#
www.anvisa.gov.br
http://fredflare.com/customer/
Imagens de satélite do furacão Florence, se afastando de Bermudas
dos Oceanos Atlântico e Pacífico, fortalecimento atribuído ao aumento na temperatura da superfície dos mares. Agora, estudo que será publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences vai além e afirma que a elevação pode ser atribuída a atividades humanas como a poluição gerada por carros e fábricas. "A conclusão importante é que a elevação (de temperatura) observada nesses berçários de furacões não pode ser explicada exclusivamente por processos naturais",
disse ele. "A melhor explicação para essas mudanças tem de incluir uma grande influência humana". Os pesquisadores analisaram 80 diferentes simulações da resposta da temperatura do mar a diversos fatores, e em seguida comparar a m o s re s u l t a d o s . E s t e estudo constrói uma conexão entre a base teórica do aquecimento global e as mudanças já observadas nos berçários de furacões, disse Robert Corell, que moderou uma apresentação pública dos resultados.
L OTERIAS Concurso 155 da LOTOFÁCIL
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Chaveiro com miniaturas da Atari
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F AVORITOS
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sétima tempestade tropical da temporada de furacões de 2006 se formou ontem no Atlântico, com ventos máximos sustentados superiores a 70 km/h, informou o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC). "Gordon" se formou a nordeste das Antilhas menores e se desloca rumo ao noroeste. O NHC também informou que o furacão "Florence" – o segundo da temporada – continua se afastando de Bermudas e deve começar a perder força. Um estudo divulgado ontem provou que a maior parte da elevação da temperatura dos mares que alimenta os furacões mais intensos é resultado do aquecimento global. Segundo diz Tom Wigley, do Centro Nacional para Pesquisa Atmosférica, um dos autores da pesquisa, a descoberta "fecha o elo" entre a mudança climática e tempestades catastróficas como o furacão Katrina. Uma série de trabalhos, divulgados nos últimos 12 meses, mostraram um aumento da intensidade dos furacões
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Banqueiros internacionais já estão na expectativa de um segundo mandato de Lula Governo iraniano pode suspender programa enriquecimento de urânio temporariamente Japão lança terceiro satélite-espião em meio a preocupações com Coréia do Norte
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Sociedade Debate Política Pública Ação
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 Nossa missão é buscar as melhores soluções para os problemas do Brasil. Alencar Burti
PLENÁRIA DISCUTIU ADOÇÃO DE COTAS
Marcelo Alves/Futura Press.
Luludi/LUZ
Reinaldo Azevedo, Frei David Raimundo dos Santos, Roberto Ordine e Alencar Burti em plenária na ACSP.
Cotas raciais ou sociais? A pergunta persiste. A questão da adoção ou não das cotas raciais no ensino brasileiro divide opiniões. Para uns, ela corrigirá distorções sociais. Para outros, institucionalizará o racismo.
TODOS IGUAIS – Entidades ligadas aos movimentos sindicais e sociais uniram-se, ontem, para coletar assinaturas e fortalecer os apelos em prol da aprovação do Estatuto da Igualdade Racial.
COM PRAZO DE VALIDADE
A
adoção de cotas para integrar minorias à sociedade brasileira é uma solução para acabar, ou pelo menos diminuir, com as desigualdades sociais do País? Na plenária promovida pela Associação Comercial de São Paulo a necessidade de ações afirmativas como a adoção deste mecanismo foi amplamente defendida. Para o frei David Raimundo dos Santos, diretor de políticas públicas da organização não governamental Afrobrás, "a adoção de cotas é uma política voltada para o ontem". Ele explica que ela tem como missão corrigir os erros do passado. Mas para evitar os mesmos enganos no futuro é vital investir nos ensinos fundamental e médio. Com isso, as cotas são uma ferramenta corretiva com dia e hora marcados para o seu encerramento", explica. Para confirmar esta opinião, ele reforça a necessidade de se criar políticas públicas de in-
E
A adoção de cotas é uma política voltada para o ontem. Para corrigir os erros do passado David dos Santos clusão com um exemplo de integração profissional de afrodescendentes em São Paulo. Segundo Santos, em 2003 o movimento negro pediu que o Banco Itaú prestasse contas sobre o total de afro-descendentes contratados pela instituição. Esta divulgou que havia contratado, naquele ano, apenas 155 em todo o País. "Este movimento de pressão obrigou o banco a revisar suas práticas internas e, no começo de 2006, ele encaminhou a nós um
relatório apontando que, no ano anterior, 2.560 afro-brasileiros haviam sido contratados. Os números mostram que este tipo de ação dá excelentes resultados e que tornar-se uma empresa que não exclui é fantástico", explicou. Paralelamente a estas iniciativas, o diretor da entidade faz questão de ressaltar que um movimento pelo acesso à educação é o caminho que deve ser seguido por todos os segmentos que lutam pela integração social. Ele lembra que o primeiro sistema de cotas para estudantes afro-brasileiros foi adotado pela UERJ, em 2003, e que hoje ela foi implantada por praticamente todas as universidades. "Deve-se investir maciçamente na educação fundamental e média e, também, na geração de empregos para todos. O grande desafio, agora, é ampliar a discussão nos setores bancário, comercial e industrial", afirmou Santos. Paula Cunha
POR UM TRATAMENTO IGUAL le foi do contra mesmo, gerou polêmica, aplausos e até vaias, na plenária da Associação Comercial de São Paulo (ACSP): "As cotas não vão resolver nada, porque o Brasil não é um País racista", disparou o jornalista da revista Veja, Reinaldo Azevedo, para justificar sua posição avessa às cotas para afro-descendentes nas universidades e serviços públicos. "Não acredito em raça", acrescentou. "A solução para o Brasil e qualquer outro país é a economia de mercado com menos ingerência do Estado", definiu. Reinaldo defendeu um tratamento igualitário para ricos e pobres, indios, gays, brancos ou negros. E para tirar todos da pobreza, sugeriu : investir numa boa educação nos ensinos fundamental e médio. Ele também criticou o governo federal por jogar dinheiro no ensino superior, empurrando os mais pobres para as pio-
Todos os preconceitos devem ser corrigidos com educação formal e social. Reinaldo Azevedo res universidades. "Não acredito que políticas afirmativas ou de cotas irão trazer algo de positivo para nós", disparou. E justificou em seguida: "O Brasil é um País marcado pela miscigenação, o mais miscigenado das Américas". Azevedo prosseguiu provocando os debatedores: "Nossa característica foi a integração, não temos problemas em conviver com os outros". Ele lembrou que, nos Estados Unidos,
a discriminação chegou a ser norma legal, que persistiu até o final dos anos 50, "o que implica que não temos uma cultura constitucional racista". Todos os preconceitos, segundo o jornalista, devem ter outro tratamento, que não as cotas. "Devem ser corrigidos com educação formal e social", afirmou. Ele elogiou a utilização do "convencimento" do movimento negro junto ao setor privado para ampliar o número de afro-brasileiros em seus quadros: "Com isso a sociedade vai mudando". O que não pode, insistiu o jornalista, é o Estado definir qual a raça do cidadão "e dar mais ou menos benefícios em função disso". Ele defendeu o uso da "meritocracia" (cada um segundo sua capacidade) para negros, pardos e brancos. Argumentou que, sem isso e com a imposição de cotas por lei federal, "não se construirá uma democracia". (SLR)
S
im, as cotas para negros, ou afro-descendentes, índios e minorias podem acabar com o racismo no Brasil, ser um instrumento de inclusão social e resgatar uma dívida histórica com os excluídos. Não, elas vão despertar e gerar mais racismo no Brasil, onde a solução para a inclusão está nos ensinos fundamental e médio com qualidade para todos. Sim e não: cotas podem funcionar por um tempo, mas sem o Estado decidindo sobre qual é a cor do cidadão. Esse debate agitou ontem a reunião plenária da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que levantou a questão: "Cotas raciais ou sociais ?". Com o apoio do Instituto Millenium, o encontro fez aflorar divergências e muita polêmica. Para o presidente em exercício da entidade, Alencar Burti, é preciso aprofundar mais a discussão sobre o tema como meio para encontrar instrumentos capazes de reduzir as diferenças sociais e raciais no Brasil. O frei David Raimundo dos Santos, da organização não governamental Afrobrás, usou números e pesquisas para mostrar que o afro-descendente sofre maior incidência de desemprego e ganha menos, ainda que tenha o mesmo grau de
O regime de cotas pode gerar racismo e o Estatuto dará ao Estado o poder de decidir a cor das pessoas Reinaldo Azevedo instrução de um branco. Ele usou dados do Instituto de Pesquisas Aplicadas (Ipea) para ressaltar "um fato escandaloso": que as desigualdades sociais entre negros e brancos não se alteraram desde 1929. Mas o jornalista da revista Veja, Reinaldo Azevedo, reagiu pondo os números em cheque, negando que o Brasil seja um País racista e que os afrodescendentes sejam maioria. "Somos 52% de brancos, 41,4% de mestiços e 6% de negros", disse. Ele criticou o regime de cotas, "que irá gerar racismo", e o Estatuto Racial (cujo projeto de lei ainda tramita no Congresso Nacional) que dá ao Estado o poder de decidir qual é a cor do cidadão. O frei David dos Santos respondeu ao jornalista que políticas públicas de inclusão racial são fundamentais para
corrigir erros passados e evitar mais erros no futuro. Para ele, além das cotas é preciso investir no ensino fundamental e médio, aliás, um ponto de concordância com Azevedo. Sérgio Costa, sociólogo e professor da Universidade de Flensburg (Alemanha), concordou em parte com o frei Raimundo sobre o uso de cotas no ensino público. Ele reconheceu que os afrodescendentes têm menos oportunidades que os brancos mas, depois de uma exposição histórica sobre o tema, alertou para os riscos que o uso prolongado desse instrumento podem causar. O sociólogo também criticou o Estatuto Racial por dar ao Estado o poder para "regular a identificação das pessoas", que deve ser uma atribuição exclusiva do cidadão. Finalmente, o economista Cláudio Shikida, da Fundação João Pinheiro, de Belo Horizonte (MG), salientou que políticas públicas de inclusão têm sua validade, mas são polêmicas e custosas. Segundo ele, investimentos na educação têm bem maior eficácia para resolver desigualdades sociais e raciais. O debate foi mediado por Amaury de Souza, da CMC Consultores Associados. Sergio Leopoldo Rodrigues
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Indicadores Econômicos
7
1,4
por cento é a queda que o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo, acumula do início do ano até o pregão de ontem.
11/9/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 06/09/2006 06/09/2006 06/09/2006 06/09/2006 06/09/2006
P.L. do Fundo 8.694.227,41 1.436.851,72 7.552.844,48 12.246.091,96 1.223.986,74
Valor da Cota Subordinada 1.182,829102 1.082,192272 1.147,933779 1.025,361140 1.067,052115
% rent.-mês 0,5506 0,4379 0,1211 -1,7054 0,4786
% ano 21,0711 8,2192 14,7934 2,5361 6,7052
Valor da Cota Sênior 0 1.078,528280 1.091,144945 0 0
% rent. - mês 0,2120 0,2309 -
% ano 7,8528 9,1145 -
rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 12 de setembro de 2006
DOISPONTOS -77
A
Dom Menas e a turma que pinta e borda om Menas e sua gente me engulham. Diariamente. Não são os únicos. Eles são o que são – e vão longe, salvo suplicado engano – porque parte do povo brasileiro é o que sempre foi: um equívoco moral, para dizer o mínimo. E essa gente tende mesmo a reeleger Sua Alteza no primeiro turno e a entupir o Congresso Nacional de tranqueiras. Que ela reclame depois, faz parte do jogo cínico. A ignorância, como se sabe, é o bem mais fartamente distribuído, aqui e alhures. Não sei se Enéas Carneiro se reelege. Não faço a
D
menor idéia de que ele, em sendo reeleito, conseguirá (ou não) levar consigo, de novo, outra meia dúzia de sanguessugas – um pessoal que não consegue obter sequer mil votos, mas que tem uma sede e fome de anteontem. De tal proeza ele foi o artífice em 2002. Parte dos eleitores reclama muito da falta de pão, mas gosta mesmo é de circo mambembe. Especula-se que a tranqueira da vez será aquele costureiro famoso pelas encrencas que ele arruma por onde
passa. Diz ele, no horário gratuito, que Brasília jamais será a mesma, caso seja eleito. Sua ameaça é consistente, sem dúvida.
Do Congresso, pelo andar saltitante da carruagem, pouco se espera. O pior está por vir. Até aquele ministro "língua-presa" e mais enrolado com a Justiça que caracol tem chances, segundo o Ibope, de ser um
dos campeões de voto. Tudo bem que a legislação eleitoral é um lixo. A fedentina, porém, independentemente das leis, seria menor se parte expressiva dos eleitores não se orgulhasse tanto de sua leviandade. Preconceito contra o costureiro? Nem pensar, Maria do Carmo! O que as pessoas fazem sob seus lençóis nunca fez – nem faz – parte de minhas preocupações. Mas não será porque elas bordam mais do que pintam que devo leválas a sério, pois não?
PAULO SAAB UM POSSÍVEL SEGUNDO TURNO
O
crescimento da candidatura de Geraldo Alckmin em 5 % na última rodada de pesquisas apresentada pela Rede Globo, mesmo com a manutenção dos índices de Lula, revelou uma possibilidade de segundo turno caso, nas três semanas que faltam até a eleição, o tucano mantenha o ritmo de crescimento. De alguma forma isto deu alento aos que defendem a candidatura de Geraldo Alckmin, principalmente porque no meio da classe média raramente se encontram
ORLANDO SILVEIRA ORLANDOSILVEIRA@UOL.COM.BR
Site na internet www.blog. dcomercio.com.br
Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
O estilingue e a vidraça
verdade será apresentada apenas após a contagem dos votos. Já houve casos de erros das previsões eleitorais. Esta é uma das circunstâncias que os eleitores mais esclarecidos e desapontados esperam ver acontecer com um governo eivado de corrupção como que o PT realizou . A candidatura da senadora Heloísa Helena, que parecia capaz de chegar acima de 12 por cento dos votos, tem sido mais fraca do que o anteriormente esperado. O estilo agressivo da alagoana, somado à sua incapacidade de responder o que lhe é perguntado, para repetir em troca slogans, chavões e ofensas num palavreado de gritos de guerra, parece não ter encontrado eco entre os pacíficos eleitores brasileiros, o que dificultou até aqui a previsão de um segundo turno nas eleições presidenciais. Os demais candidatos apenas têm marcado presença, inclusive, Cristóvão Buarque, com umas mensagens destinadas à educação, de quem se esperava mais.
Dida Sampáio/AE
Epitácio Pessoa/AE
Dia 1 de outubro, o dia da virada
arte da população brasileira está apática G Lula se disse nas eleições deste ano. Se, de um lado, a traído, mas não maioria comprada pelos ditos "benefícios disse por quem. do governo" parece decidir pelo pior, do outro la- FHC não se disse do, resta para a classe média engolir a situação e traído, mas foi, pagar pelos estragos. O PT, durante seus mais de pelo próprio Lula. vinte anos, conseguiu estruturar suas bases e convencer até o ex-presidente Fernando Henrique G Talvez possa Cardoso de que teria melhores rumos para o País, renascer o a ponto de FHC receber Lula no Planalto de braFernando Henrique ços abertos "“Lula, venha conhecer a casa onde que o Brasil você um dia vai morar”, e até pensar em unir forças com o adversário para, num futuro, marcha- esperava, até para rem juntos, "rumo a um choque social, apesar das tentar tirar o país farpas que existiam entre nós". da pasmaceira em A coisa toda passa pelo fato que o sr. Fernando que ele mesmo Henrique não esperava chegar ao poder com tan- o colocou, ta facilidade e ainda pelas vias da direita e esquer- ao entregar de da. Não tinha uma proposta tão bem elaborada, bandeja o poder mas soube no primeiro mandato amenizar os es- ao PT. tragos feitos pelos militares, Sarney, Itamar e Collor, e dar novas esperança ao povo com a criação do real. Mas se acomodou e deixou que a oposi- G Se dependermos ção, através de manifestações, boicotes dos pro- da maioria jetos, greves e invasões, fizesse o que quisesse brasileira, sem intervenção. FHC deixou que até invadissem continuaremos sua privacidade e nada fez para coibir os abusos e no buraco. a agressividade de seus opositores. Além do real, criou bases para que Lula, sem planos, se apoiasse nos seus programas; criou o Bolsa-Escola, que Lula chama de Bolsa-Família e que está servindo de plataforma para este se reeleger! A falta de um terceiro partido, ético e estruturado, para assumir a liderança do País, a falta dos tais homens honestos e íntegros para dar opção ao eleitor, dá ao PSDB, ao PT e aos remanescentes do antigo PT, a idéia de que podem mandar no País e manobrar as massas. Mas o atraso das massas, conhecido pelos dois partidos, pode voltar contra eles mesmos, apesar de acharem que conseguem comandar este atraso em seu benefício. Mande seu comentário Temos então que o PT no poder acabou se corpara doispontos@ rompendo pelo oportunismo. Além de garantir dcomercio.com.br
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os cofres públicos como garantia de seu poder, muitos do partido buscaram, também, garantir seus cofres particulares. Situação cômoda, pois: dando migalhas aos pombos, conseguem encher milhares de fardos particulares com o montante que sobra. Para a massas controladas, só a emoção e as migalhas bastam. Assim Lula, está conseguindo manter-se na majestade, usando luvas de pelica quando fala, para não desfilar sua real cultura.
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que Fernando Henrique não esperava era que Lula continuasse a usá-lo como vidraça. Usando palavras do próprio FHC, "na campanha é natural um certo oportunismo, e uma coisa é campanha e outra é governo. No governo, não basta paz e amor". O certo é que, se dependemos da maioria brasileira, continuaremos no buraco. Não há quem faça algo rápido, não há quem faça milagres. Com uma carga fiscal de mais de 37%, com tantas cabeças pensantes buscando formas de arrecadar mais e mais, sem ninguém para se preocupar com o desenvolvimento estrutural do país, fica cada vez mais difícil. Precisaria um consenso entre as classes, a mídia e, principalmente, a Justiça, para que houvesse mudanças a curto ou médio prazo. Lula se disse traído, mas não disse por quem. FHC não se disse traído, mas foi, pelo próprio Lula. Mesmo havendo uma relação de amizade entre os dois - pelo menos foi o que pareceu no dia da posse de Lula, quando este despachou FHC e a dona Ruth com as famosas lágrimas de crocodilo e declarou a ele sua "amizade". Hoje, FHC percebeu que a amizade do Lula por ele era a mesma que tem Chaves com o Lula. Ao declarar que não é igual ao Lula, FHC, levanta do túmulo. Talvez possa renascer o Fernando Henrique que o Brasil esperava até para tentar tirar o país da pasmaceira que ele mesmo o colocou, ao entregar de bandeja o poder ao PT. JOÃO PATRÍCIO JBPATRIC@UNISYS.COM.BR
votos favoráveis a Lula, como ocorreu na eleição de 2002. Decepcionada, desiludida, a classe média tende a votar em Geraldo e resgatar o erro cometido no pleito anterior, inclusive, porque a gestão Lula aprofundou as diferenças sociais, criando antagonismos de classes no País, deixando a classe média abandonada, recolhendo dela tributos "como nunca na história desse país", para distribuir a bolsa-esmola demagógica que manteria os pobres para sempre na condição de marginalizados e dependentes do Trono do Planalto para sobreviver.
A esperança dos tucanos de chegarem ao segundo turno reforça a crença de que, acontecendo, a nova etapa será desgastante para Lula, porque ficará apenas na defesa de todas as impropriedades cometidas nesta gestão, com um candidato de oposição atuando numa linha mais ofensiva de revelação dos desmandos cometidos por Lula. A alegação de ignorância do que se passa na corte de Dom Lula Primeiro e Único, num segundo turno, tende a expor publicamente, na melhor das hipóteses, sua falta de controle sobre o que ocorre sob seu nariz.
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xiste por parte dos tucanos uma esperança de que os votos da classe média não estejam sendo revelados nas pesquisas e no dia 1° de outubro haverá uma votação expressiva em favor do candidato tucano, para levar o pleito ao segundo turno. Existe, até nesta classe média, quem suspeite da veracidade dos números revelados pelas sondagens de opinião pública, entendendo que são ouvidos apenas os grotões onde a bolsaesmola de Lula angaria votos.
ecebi de leitor o desafio de perguntar em volta, nos meus círculos familiares e sociais, profissionais, quem votaria em Lula. A questão é interessante. Faça você, leitor, esse exercício. A descoberta pode ser interessante e animadora para quem sabe que uma segunda gestão de Lula será mais um retrocesso de cinqüenta anos para o Brasil. Como ocorre no momento. Sempre houve e provavelmente haverá corrupção. Mas o grau alcançado nesta gestão presidencial, além da desfaçatez com que o tema foi tratado, "nunca houve antes nesse país". PAULO SAAB PSAAB@UOL.COM.BR
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Empresas Finanças Agronegócio Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira,12 de setembro de 2006
PRODUTORES AGRÍCOLAS DEIXAM SUAS HORTAS
Estufas empregam novas técnicas em Embu Guaçu, para produzir alfaces e hortaliças hidropônicas
Milton Mansilha LUZ
Crescimento asfixia agricultores da cidade Produção de hortaliças dentro das divisas metropolitanas diminui e pequenos empresários têm dificuldades de se adaptar
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s p e q u e n o s p ro- matadas e incorporadas às faprietários rurais zendas. A partir daí, diz o pesd a G r a n d e S ã o quisador, essa área começou a Paulo são respon- diminuir e foi cedendo espaço sáveis por considerável parte para a aglomeração urbana e da oferta de hortaliças que obras de infra-estrutura, como abastecem a Ceagesp, e, por represas e estradas. "Resta uticonsequência, pela saladinha lizar melhor o que restou, ou verde de boa parte dos consu- seja, cultivar produtos de midores paulistanos. Entre- maior valor agregado e autanto, a cada ano, mais e mais mentar a produtividade com produtores da região vêm uso de tecnologia", diz Pino. Resistência – O problema é abrindo mão da atividade, ou por estarem sendo esmaga- que não é tão simples fazer as dos pela cidade que cresce so- famílias tradicionais de produbre suas propriedades, ou pe- tores agregarem novidades e l o m e d o d a v i o l ê n c i a q u e tecnologias à produção. Um transborda para os extremos exemplo é a hidroponia, que, da capital, ou ainda pela mar- apesar de não ser nenhum gem de lucro cada vez mais grande salto tecnológico, receestreita do negócio. Esse ce- beu pouca adesão dos produtonário, segundo os especialis- res da Grande São Paulo. É uma tas do setor, "sinaliza o fim da técnica de cultivo em que o solo produção rural na região da é substituído por uma solução Grande São Paulo", como aquosa contendo apenas os elea v a l i a o c h e f e d a C a s a d a mentos minerais indispensáAgricultura de Itapecerica da veis aos vegetais. A técnica permite produtividade dez vezes Serra, Takenobu Miazato. Embora não exista o risco maior que o plantio em solo, iminente de desabastecimento mas nem todos a aceitam. Na cidade de Embu Guaçu, – já que outras localidades do estado têm condição de suprir por exemplo, apenas oito, eno déficit deixado pelos produ- tre os 60 produtores rurais, tores da Granadotaram a mudança, sede São Paulo –, gundo Eduaro que está em d o Ta d a s h i jogo hoje é o Miyayaciki, fim da tradiagricultor no ção de famílias município e de produtores propriedades rurais, presidente da dedicados à apenas, restaram Associação atividade pelo menos desde dos Produtodentro da cidade de res Rurais da a década de São Paulo em 2006, 1950. R e g i ã o S ud o e s t e Em alguns segundo a secretaria (Apris). "Os municípios, a estadual da produtores produção ruAgricultura. das vizinhanr a l p r a t i c aças da cidade mente foi exde São Paulo, tinta, caso de Taboão da Serra. Em outros, a em geral, vêm de famílias japoredução no número de pro- nesas tradicionalistas. E hoje priedades rurais está em ritmo não tem como o agricultor ser acelerado. Dados do Projeto competitivo sem se aprimorar. Lupa, um levantamento da Se- Lavrador que pega a enxada e cretaria de Agricultura e Abas- vai para o campo não tem fututecimento do Estado de São ro. Hoje ele tem de se tornar um Paulo, mostram que, nos últi- empresário", diz Miyayaciki. mos dez anos, o número de O presidente da Apris foi um propriedades de Itapecerica dos primeiros produtores de da Serra caiu de 70 para 56, e, Embu que partiu para a hidroconsequentemente, a área ponia, em 2002. Hoje ele tem 10 plantada daquela região, que mil metros quadrados de área era de 758 hectares, passou ho- de cultivo hidropônico. Custos – O valor inicial para je para 632 hectares. Extinção – Na cidade de São adaptar a propriedade à técniPaulo, os números são ainda ca é outro freio para os, em gemais expressivos. No primeiro ral, pequenos produtores da levantamento, em 1996, o Lu- Grande São Paulo. O custo mépa havia apontado a existência dio de instalação de uma estude 313 propriedades rurais. O fa para hidroponia em uma censo feito recentemente, em área de mil metros quadrados fevereiro de 2006, mostrou que é de R$ 60 mil. "O pequeno prorestam 283 propriedades. Ou dutor se assusta com a buroseja, 30 não resistiram ao avan- cracia na hora de buscar finanço urbano. Em Parelheiros, re- ciamento, e acaba desistindo gião no extremo sul da cidade, de investir", diz Miyayaciki. Sem adaptações, esses peque já se destacou pela forte produção, não resta pratica- quenos proprietários vêem seus lucros ficarem cada vez mente nenhuma horta. A redução da área plantada menores. O custo da produção na Grande São Paulo é vista co- de um pé de alface, uma das mo conseqüência inevitável culturas predominantes na redo crescimento das cidades, gião, fica em torno de R$ 0,20. segundo Francisco Alberto Pi- Somem-se a esse valor os gasno, engenheiro agrônomo e tos com embalagem e frete e a pesquisador do Instituto de conta sobe para R$ 0,35 em méEconomia Agrícola (IEA). Se- dia. Para o consumidor final, o gundo ele, a área agrícola do preço médio do pé de alface é estado cresceu até meados da de R$ 0,50, ou seja, o lucro do década de 1970, quando ainda produtor gira em torno de havia terras para serem des- R$ 0,25 por pé de alface. Isso na
283
Famílias japonesas estão abandonando as tradições que criaram o cinturão verde em torno da cidade de São Paulo. O produtor rural Eduardo Miyayaciki, de Embu Guaçu, diz que a hidroponia pode ser uma solução para os que querem prosseguir
produção hidropônica. No cultivo em solo a margem de lucro cai ainda mais. "Há mais de 15 anos o preço para o consumidor é este, mas nesse período o óleo diesel valorizou 150% e os insumos 100%. A margem de lucro hoje é muit o re d u z i d a " , a rg u m e n t a Miyayaciki. Claro que a falta investimento em tecnologia não é problema apenas para os produtores da Grande São Paulo, mas nes-
sa região há vários outros complicadores. Nas periferias da capital, os roubos de carga e propriedades, e até seqüestros, são freqüentes, de acordo com o chefe da Casa da Agricultura de Itapecerica da Serra, Takenobu Miazato. Condomínios – Além de tudo, há o avanço sobre as propriedades, que não é só de favelas. Algo típico em Embu Guaçu nos últimos anos tem sido a compra dos terrenos por grupos
imobiliários, que optam pela qualidade de vida dos arredores da capital paulista para construir condomínios fechados. As ofertas costumam ser tentadoras para o produtor que vê ano a ano seus lucros caírem. Outro problema é a informalidade do setor. A maior parte do trabalho nessas pequenas propriedades é informal, segundo Miazato. O fato da mão-de-obra ser familiar em muitos casos ajuda a explicar esse dado. "Os pro-
dutores estão muito isolados dos programas que existem para auxiliá-los, e aí a culpa é dos próprios agricultores e também do pouco empenho das entidades e governos", diz Miazato. Diante das dificuldades, os produtores têm preferido enviar os filhos para estudar no Japão, o que vem ocorrendo desde meados da década de 1990. A tradição rural das cidades se perde pouco a pouco. Renato Carbonari Ibelli
Produtores de quarta geração MIlton Mansilha/LUZ
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spalhados por quase todos os 39 municípios da Grande São Paulo, os produtores rurais da região são hoje, em sua maioria, a terceira ou quarta geração de imigrantes japoneses. Com algumas exceções em Caieiras e Cajamar, as propriedades rurais da Grande São Paulo são pequenas, com tamanho médio de 37 hectares, segundo dados do Projeto Lupa, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado. A título de comparação, o tamanho médio das propriedades espalhadas pelo estado é de 72 hectares. A produção da região é concentrada basicamente em hortaliças e flores ornamentais. Há ainda algumas propriedades que cultivam frutas. Até a pecuária
Conab anuncia aumento de 5,3% na colheita deste ano
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Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou colheita de 119,9 milhões de toneladas de grãos e algodão para a atual safra. Praticamente todas as lavouras do País
Produtores de hortaliças muitas vezes têm dificuldades de adotar novas técnicas. Também não se beneficiam dos financiamentos oficiais.
está presente dentro dos limites metropolitanos. No entanto, são os vegetais recomendados pelos nutricionistas, alface, brócolis, couve, chicória e repolho,
entre outros, as culturas de destaque em quase todos os municípios da região. A predominância da cultura de folhas é explicada pelo clima e solo favoráveis dos
municípios das proximidades da cidade de São Paulo, pertencentes ao chamado "cinturão verde". Basicamente toda a produção da região é destinada à Ceagesp. (RCI)
foram colhidas – 95% do total de 47,3 milhões de hectares, restando apenas algumas áreas cultivadas com feijão no Nordeste, afirmou o presidente da estatal, Jacinto Ferreira. Na comparação com o ano-safra anterior (julho a junho), a produção agrícola cresceu 5,3%. No ano passado, quando a colheita
foi de 113,9 milhões de toneladas, o desenvolvimento das lavouras foi muito prejudicado pelo clima seco, principalmente na região Sul do Brasil. O presidente da Conab explicou que a produtividade foi o principal fator do crescimento da safra, especialmente nas
culturas de milho, arroz e algodão. Na média de todos as mercadorias agrícolas, a produtividade das lavouras aumentou 9,3%, para 2.538 quilos por hectare. As lavouras da safra 2006/07 começam a ser cultivadas em meados de setembro e, para Ferreira, a redução dos custos de produção pode chegar a 20%. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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terça-feira, 12 de setembro de 2006
Os fins não podem justificar os meios Angela Merkel, chancelar alemã, sobre a invasão do Iraque
Internacional
Don Emmert/AFP
Shah Marai/AFP
EMOÇÃO EM CABUL – Soldados enviados ao Afeganistão também pararam ontem para relembrar aqueles que se foram em 2001 Spencer Platt/AFP
NA MEMÓRIA – Pelo quinto ano consecutivo americanos deixaram seus empregos, suas casas, para prestar homenagens aos mortos nos
VÍTIMAS – Familiares das vítimas choram durante cerimônia do 11 de
atentados às tôrreas gêmeas do World Trade Center, em Nova York. Mais uma vez, aguardaram pacientemente a leitura do nome dos 3 mil mortos.
Setembro. Maioria não quer novo edifício no local das antigas torres.
11/09
Brendan McDermid/Reuters
LÁGRIMAS, AMEAÇAS E CRÍTICAS
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rede terrorista AlQaeda, de Osama bin Laden, responsável pelos ataques de 11 de Setembro de 2001 aos Estados Unidos, aproveitou o quinto aniversário dos atentados para pedir a muçulmanos espalhados por diversos países que invistam contra os interesses ocidentais em várias partes do mundo. Em um vídeo gravado em árabe, com legendas em inglês, o número 2 da Al-Qaeda, o egípcio Ayman al-Zawahiri, anunciou "novas ações" de ataques em um discurso que durou uma hora e 16 minutos, no qual faz ameaças a Israel e aos estados do Golfo Pérsico que poderiam afetar a economia do Ocidente. "A melhor forma de ajudar nossos irmãos muçulmanos no mundo é atacar os judeus e os cruzados, assim como os que cooperam com eles", disse o líder, pedindo atentados contra os interesses econômicos do Ocidente, "para que parem de roubar o petróleo dos muçulmanos". Zawahiri afirma que Osama bin Laden, o líder máximo da Al-Qaeda, o autorizou a transmitir uma advertência aos países ocidentais: "Não se preocupem por suas tropas no Afeganistão e no Iraque, porque elas já estão perdidas. Mas sim por sua presença no Golfo (Pérsico), primeiro, e em segundo lugar, por Israel." O vídeo foi divulgado inicialmente por um site islâmico que costuma difundir mensagens da Al-Qaeda. Depois, trechos da mensagem foram divulgados pela rede de tevê do Catar Al-Jazira e pela norte-americana CNN. Surpresa – Sobre os ataques de 11 de Setembro e a chamada guerra contra o terror empreendida pelos Estados Unidos Zawahiri diz aos ocidentais que "seus líderes estão ocultando a verdadeira magnitude do desastre. Nos próximos dias, com
a permissão e o conselho de Alá, se conhecerão novos eventos". Em relação aos conflitos recentes entre Israel, de um lado, e os grupos Hamas e Hezbollah, de outro, Zawahiri critica o Ocidente por enviar armas a Israel. Também convoca a nação muçulmana a ajudar "com todos os meios disponíveis os seus irmãos muçulmanos palestinos e do Líbano". As críticas aos EUA, entretanto, não ficaram limitadas ao Al-Qaeda. Ontem, cerca de 200 manifestantes foram às ruas em Caracas, na Venezuela, protestar contra o que consideram o "terrorismo imperialista" desatado pelos EUA após os ataques de 11 de Setembro. Portando bandeiras libaneReuters
Vídeo mostra Ayman al-Zawahri ameaçando Ocidente
sas, sírias e palestinas, alguns dos manifestantes se identificaram como descendentes de árabes. Os participantes da caminhada levaram vários cartazes, entre os quais lia-se "pela paz no Oriente Médio" e "contra a agressão sionista", em alusão aos recentes ataques israelenses no sul do Líbano e em território palestino. Culpado – Uma pesquisa divulgada ontem indica que, para 45% dos americanos, o governo de George W. Bush tem culpa nos atentados. Segundo a sondagem, da Opinion Research Corporation, divulgada pela CNN, o governo Bush teria "muita culpa" ou "bastante culpa" nos ataques. Em Londres, o jovem líder do partido Conservador britânico, David
RESPOSTAS – Após cinco anos tentando entender o porquê dos ataques, uma pesquisa divulgada ontem mostra que americanos consideram o presidente Bush culpado pelo terror que atingiu o País. Críticas a Bush de várias partes do mundo se mesclaram aos minutos de silêncio de ontem. Cameron, criticou a "guerra contra o terrorismo" impulsionada nos últimos cinco anos por Bush. Em um discurso proferido por motivo do quinto aniversário dos ataques, Cameron caracterizou como "simplista e não realista" a doutrina dos neoconservadores do governo dos EUA de incluir o Iraque e a Coréia do Norte no chamado "eixo do mal". Para ele, essa política "representa uma visão que só vê luz e escuridão no mundo". Na França, o jornal Le Monde, que em 2001 mostrou sua solidariedade aos EUA publicando a frase "somos todos americanos" logo após os atentados, trouxe, ontem, estampada em suas páginas uma mensagem bem diferente: um editorial intitulado "Os Erros de Bush". O jornal reflete o estado de espírito francês, com o choque e a simpatia coletivos pós-11 de Setembro, dando lugar a uma visão mais complexa dos EUA nos anos seguintes, marcada pela guerra no Iraque. No editorial de ontem, o Le Monde considerou a guerra no Afeganistão um sucesso "relativo" e a guerra no Iraque, "um grande erro" baseado em falsas premissas. "Desde 2001 os EUA não foram atacados em seu território, mas o mundo mudou para pior..." "Em cinco anos, os EUA empurraram o mundo em direção ao choque de civilizações que a Al-Qaeda queria", diz o editorial. (AE)
SADDAM IRRITADO m tom desafiador, o presidente iraquiano deposto Saddam Hussein disse que as testemunhas curdas que foram depor contra ele, no julgamento retomado ontem, tentam semear uma divisão étnica no Iraque com acusações de que ele teria ordenado ataques com armas químicas e operações de detenção em massa contra aldeias no crepúsculo da Guerra IrãIraque (1980-1988). "Todas as testemunhas vieram à corte e disseram ter sido reprimidas porque eram curdas", gritou Saddam depois de um dos testemunhos. "Elas estão tentando criar divisões no povo do Iraque, criar divisões entre curdos e árabes e eu gostaria que o povo do Iraque soubesse disso", disse. (AE)
"FORA BLAIR"
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Erik de Castro/Reuters
Peter Macdiarmid/Reuters
Ó RBITA
CONSPIRAÇÃO? ma acalorada troca de erca de duas mil pessoas U C acusações tornou ainda fizeram ontem em mais grave a tensão entre o Beirute uma barulhenta governo de Evo Morales e alguns departamentos (Estados) bolivianos. De um lado, o presidente acusa os governadores de seis das nove regiões de conspirar contra ele ao terem colocado em prática um plano para derrotá-lo. Por outro, os líderes dos Estados afirmam que Morales não respeita a Constituição do país. Evo Morales disse que os governadores de Santa Cruz, Beni, Pando Tarija, La Paz e Cochabamba se reuniram para tirá-lo do poder. "Eles acreditam que eu ainda possa ficar muitos anos no governo, por isso querem me tirar daqui antes que eu me consolide como presidente", afirmou o presidente. Em resposta, o governador de Cochabamba, Manfred Reyes Villa, acusou Morales de mentir, já que em nenhum momento durante as reuniões se falou em planos para derrubar o presidente. (AE)
manifestação de protesto contra a visita do primeiroministro Tony Blair, a primeira de um líder britânico ao Líbano. O objetivo de Blair, que ficou apenas seis horas no país, era demonstrar apoio ao governo do primeiro-ministro Fuad Siniora e à reconstrução libanesa. O governo adotou medidas excepcionais de segurança para a proteção de Blair, posicionando soldados e tanques perto da sede do governo, onde ele foi recebido. "Vá embora, seu assassino", diziam os cartazes de manifestantes, na maioria simpatizantes do grupo islâmico Hezbollah. Mas o governo Blair é malvisto no Líbano por ter se aliado aos EUA na oposição de um rápido cessar-fogo durante a recente guerra no país. Com essa estratégia, americanos e britânicos pretendiam dar tempo a Israel para derrubar o grupo Hezbollah. (AE)
No Senado, pronto para votação
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Alex Ribeiro
Ano 81 - Nº 22.210
São Paulo, terça-feira, 12 de setembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h50
w w w. d co m e rc i o. co m . b r Paulo Alvadia/Agência O Dia/AE
Caio Guatelli/Folha Imagem
Mais um alfinete no Lula-Vodu: as cartilhas Denúncias de que 2 milhões de revistas sobre realizações do governo foram distribuídas pelo PT devem ser investigadas pelo TCU. Tasso Jereissati, presidente do PSDB, reagiu: "Se a irregularidade for comprovada é caso de impeachment de Lula" (acima, recriado por um artista plástico). Pág. 8 Gary Hershorn/REUTERS
Um tiro mata o coronel 111, disputado por duas namoradas A advogada Carla (foto) e o coronel Ubiratan passaram o sábado juntos. Foi ela quem atendeu a ligação de outra namorada, delegada da PF do Pará. As duas discutiram. Pode ter morrido por ciúmes o coronel que temia morrer pelo Carandiru. C 1
Russo colecionava vírus. Ficou rico.
11/9 Luludi/Luz
Brilha a cidade ameaçada Divulgação
DC
Americanos passam o dia recordando. E a Al-Qaeda faz novas ameaças. C 4
Informática
HOJE Sol Máxima 32º C. Mínima 16º C.
AMANHÃ TParcialmente nublado Máxima 32º C. Mínima 16º C.
A polêmica das cotas
www.finanfactor.com
Na ACSP, jornalista Reinaldo Azevedo (à esq.) critica o sistema "racista" de cotas e defende a "meritocracia". Para frei David, elas corrigem erros do passado. Pág. 5
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Pabx (11)
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
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bilhões de reais deverão ser os recursos da caderneta de poupança destinados à habitação
Alex Ribeiro/DC - 01/02/2006
CONSTRUTORAS E COMÉRCIO JÁ APLAUDEM PACOTE DA HABITAÇÃO Antes mesmo do anúncio oficial de incentivos, segmentos ligados ao setor de construção e habitação lançam produtos para camadas de renda mais baixa
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onstrutoras, fabricantes e revendedores de materiais de construção já comemoram o pacote do governo para a habitação e lançam imóveis sob medida para as camadas de renda mais baixa antes mesmo de terem detalhes sobre as novas regras do setor. "Estamos no melhor dos mundos", resume o presidente do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Romeu Chap Chap. Ele acredita que, com fim da Taxa Referencial (TR) nos financiamentos, a criação de linhas de crédito consignado e a possibilidade de as construtoras terem acesso a recursos federais e orçamentários, como o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para financiar as obras a um custo menor, a habitação para a baixa renda será incentivada. De olho nessa oportunidade, quatro empresas do setor, a Esser Empreendimentos, General Realty, AWH e a Sociedade Técnica de Construções, por exemplo, acabam de lançar em São Paulo um prédio com apartamentos de um e dois dormitórios que custam R$ 87 mil e R$ 149,7 mil, respectivamente. Segundo os empreendedores, esse era um segmento de mercado que estava esquecido
pelas incorporadoras e construtoras, mas que agora ganha impulso com as novas regras para os financiamentos imobiliários. "Antes mesmo do lançamento do empreendimento, já vendemos 80 apartamentos", diz o diretor da Esser, Maurício Ribeiro. Conjunção – Chap Chap destaca que essa conjugação de fatores favoráveis para o setor da construção civil começou a ser desenhada há dois anos, quando uma espécie de marco regulatório passou a valer com a lei federal 10.931/04. Sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a lei criou mecanismos que dão maior segurança aos bancos e compradores de imóveis. Segundo Chap Chap, o pacote que será anunciado só amplia as possibilidades de algo que já vinha sendo preparado. "Desde 2003 o terreno já vinha sendo pavimentado", diz o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusconSP), João Claudio Robusti. Na opinião dele, a possibilidade de financiamentos com prestação fixa, sem a TR, deverá impulsionar as vendas porque o comprador vai se sentir mais seguro na hora de assumir a dívida, caso venha a perder o emprego.
As medidas deverão fazer com que os recursos da caderneta de poupança destinados à habitação somem R$ 9 bilhões neste ano, quase 90% a mais que em 2005, segundo cálculos de Robusti. Comércio – Além das construtoras, a indústria e o comércio de materiais de construção estão satisfeitos com as medidas de incentivo. O presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Claudio Conz, acredita que mais dez novos produtos serão adicionados à lista de 40 que tiveram as alíquotas de Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) reduzida ou zerada. Nessa relação, constariam chuveiro, piso e vidro, entre outros. Com a nova lista, será a terceira vez neste ano que o governo desonera de IPI os materiais de construção. Assim, as revendas deverão fechar o ano com crescimento de 8%. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Melvyn Fox, diz que as vendas de itens que tiveram o IPI reduzido ou zerado cresceram 10% no primeiro semestre deste ano ante o mesmo período de 2005, enquanto a receita da indústria como um todo aumentou só 3% no período. (AE)
TR: a taxa que " vai tarde"
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ntes mesmo do anúncio do pacote de incentivo à habitação, aguardado para hoje, o presidente da Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci-SP), José Augusto Viana Neto, já comemora o fim da Taxa Referencial de juros (TR), usada na correção monetária no sistema de crédito imobiliário. "O prego no caixão desse mecanismo de transferência de renda será colocado com o anúncio do fim da TR, a Taxa Referencial de juros", diz Viana Neto, aguardando para os próximos dias o anúncio junto com medidas de incentivo à produção, venda e aquisição da casa própria. Ele lembra que a TR foi criada no Plano Collor II para ser o principal índice nacional e apagar a memória inflacionária do passado. Como taxa básica de juros, seria o referencial dos juros praticados no mês vigente. É calculada a partir do rendimento mensal médio dos CDBs e RDBs e usada para a correção da caderneta de poupança e das prestações dos empréstimos do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). "De taxa de juros, virou indexador de contratos", afirma. "O fim da TR é excelente no-
tícia para quem precisa de financiamento bancário para comprar imóvel. Significa que as prestações serão fixas e o custo do empréstimo será menor." Segundo Viana Neto, se efetivadas outras medidas em discussão no Planalto, como o crédito consignado para desconto da prestação na folha de pagamento, o custo deverá baixar ainda mais. "Com risco menor na contratação, sob maior pressão de competição e protegidos pela estabilidade inflacionária, em percentual que praticamente iguala o Brasil às economias desenvolvidas, os bancos deverão descer os juros para algo entre 8% e 9% ao ano. Nesses níveis, a redução no custo de um empréstimo de 15 anos pode chegar a quase 30%", diz. Ou seja, mais pessoas terão acesso à casa própria, especialmente as camadas de rendimento mais baixo, justamente onde se concentra o déficit habitacional brasileiro.
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"Estávamos trabalhando só com imóveis para as camadas de renda média e alta porque não tínhamos recursos mais baratos", diz presidente do Secovi-SP, Romeu Chap Chap. Tamanho do bolso – Para o presidente do Creci-SP, a garantia de que a prestação sempre "caberá" no salário do trabalhador deverá contribuir para reverter, ainda que moderadamente, o quadro de estagnação que marcou o primeiro semestre deste ano no mercado de imóveis usados de São Paulo. Segundo ele, entre dezembro de 2004 e julho deste ano, as vendas tiveram queda de 5,59%. No mesmo período do ano passado, haviam aumentado 15,49%. Nos últimos 12 meses (agosto de 2005 a julho de 2006), a alta foi de apenas 1,87%. (DC/Agências)
Construtores acreditam que, com incentivos, será possível lançar imóveis para população de baixa renda Fernando Anthony/Digna Imagem - 27/04/2006
Divulgação Creci-SP - 20/07/2005
Novos empreendimentos deverão surgir por vários bairros da cidade
Viana Neto, do Creci-SP: impulso
Mercado estima inflação abaixo dos 4,5% em 2007
A
queda da inflação em agosto levou o mercado financeiro a reduzir a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2007 de 4,5% para 4,4%, conforme pesquisa semanal realizada pelo Banco Central (BC) entre instituições financeiras, divulgada ontem. Foi a primeira vez, depois de 55 semanas consecutivas, que a previsão passou a ficar abaixo da meta oficial de 4,5%. Para 2006, a projeção do mercado caiu pela quarta semana consecutiva, recuando de 3,63% para 3,32%. O movimento, na opinião de analistas, abre espaço para que o BC promova reduções mais significativas das taxas de juros. A economista Marcela Prada, da Consultoria Tendências, afirma, por exemplo, que a previsão de uma inflação mais baixa em 2007 tornará possível ao Comitê de Política Monetária (Copom) cortar a taxa básica, a Selic, em 0,5 ponto percentual em outubro. Nas últimas reuniões, o Copom vem indicando que seu foco principal, nesse momento, é a inflação de 2007, já que, para 2006, todas as indicações são de que o IPCA ficará tranqüilamente abaixo da
meta. "Com um cenário tão favorável, há espaço para um novo corte de 0,5 ponto percentual nos juros", disse. Se isso ocorrer, a Selic passaria dos atuais 14,25% para 13,75% ao ano. "Depois disso, poderemos ter uma queda adicional de 0,25 ponto percentual em novembro, com a
3,2
por cento é a estimativa do mercado para o crescimento do PIB do País este ano, e de 3,5% em 2007 Selic chegando ao final do ano em 13,5%", afirmou Marcela. A maioria das instituições, que na semana passada esperava que a Selic chegaria ao final do ano em 14%, reduziu a previsão para 13,75% ao ano. Nesse cenário, o Copom cortaria os juros em 0,25 ponto percentual nas reuniões de outubro e novembro.
De acordo com Marcela, há possibilidade de novas revisões para baixo na previsão de inflação. "Nós já estamos trabalhando com uma previsão de 4,1% para 2007. Mas há no mercado quem espere um IPCA de 4% no próximo ano", afirmou. De acordo com a pesquisa, a projeção das cinco instituições financeiras que mais acertam suas previsões já se encontra 4,3%. Em relação a 2006, também há expectativa de nova queda. "Para nós, as projeções podem cair um pouco mais e ficar em 3,2%", disse a economista da Tendências. O percentual poderá chegar aos 2,9%, segundo Marcela, se não houver reajuste dos preços da gasolina antes do final do ano. Na visão de alguns analistas de mercado, a Petrobras teria hoje espaço até para promover uma redução dos preços da gasolina. Produto Interno Bruto – As perspectivas para o crescimento econômico para este e o próximo ano, entretanto, continuaram moderadas. O aumento do Produto Interno Bruto (PIB), pelas projeções de mercado contidas na pesquisa do Banco Central, seria de 3,2% neste ano e de 3,5% em 2007. (AE)
terça-feira, 12 de setembro de 2006
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
1 A gente conhece. Não foi coisa de bandido. Antônio Chiari, coronel, amigo de Ubiratan
POLÍCIA INVESTIGA A NAMORADA DE CORONEL O Evelson de Freitas/AE - 16/022006
Polícia não crê em atentado. Suspeita é de que o coronel Ubiratan tenha sido vítima de crime passional.
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epois de 24 horas de investigações, as provas reunidas pela polícia de São Paulo fazem os investigadores terem quase uma certeza: a morte do coronel da reserva da PM e deputado estadual Ubiratan Guimarães (PTB), de 63 anos, foi um crime passional. Essa suspeita levou os homens do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) a investigar, por exemplo, a advogada Carla Prinzivalli Cepollina, de 39 anos, namorada de Ubiratan. Mas o que levou os policiais a essa suspeita? O coronel O homem que foi processado por causa do Ubiratan (dir.) massacre de 111 presos no Pavilhão 9 da Casa de Detenção do Carandiru (ver texto nesta pá- foi assassinado gina) morava sozinho em seu apartamento no com um tiro. Sua namorada 7º andar do prédio José Ferraz de Camargo, na (abaixo) depôs rua José Maria Lisboa. Ele foi deixado em casa ontem. no sábado pelo motorista. Carla chegou ao Sepultado na prédio às 19 h e permaneceu ali até as 20h30. zona norte, Ontem ela disse à polícia que, ao sair do aparcoronel tamento, seu namorado estava vivo. Carla decomandou ve ser ouvida novamente hoje. invasão do A polícia não fez exame residuográfico em Carandiru. suas mãos, porque ele seria inconclusivo depois de 48 horas, mas pediu à advogada para Evelson de Freitas/AE entregar as roupas que usava no José Luis da Conceição/AE sábado para exames. O DHPP b u s c a v e s t í g i o s d e c o b re o u chumbo que ficam nas vestes de quem usa uma arma de fogo. Depois de Carla, ninguém mais viu o coronel com vida. Corpo – Às 22h de domingo, seu chefe de gabinete, Eduardo Anastasi, achou o corpo. Ubiratan estava na sala do apartamento, enrolado numa toalha como se houvesse saído do banho. Tinha um único tiro no abdome. O projétil entrou embaixo do mamilo direito e saiu nas costas. Mônica Zarattini/AE - 02/10/1992 Aparentemente, o coronel estava sentado no sofá e tentou levantar-se quando foi baleado. A bala varou o corpo da vítima provocando hemorragia, e parou numa almofada. Nada foi roubado do apartamento. Em uma prateleira do bar, na sala, havia dois revólveres calibre 38 à vista de quem quer que ali entrasse. A carteira estava em cima do balcão e continha R$ 180. Ao seu lado, um copo usado com restos de batida de maracujá Na cozinha, havia outro copo com a bebida. No quarto, a cama estava com os lençóis desarrumados. Cerca de 20 impressões digitais foram reco"A Polícia Científica fez a análise do local e te- "Só preciso deste segurança aqui", dizia enlhidas pela perícia, além de seis das sete armas remos mais clareza depois, mas certamente foi quanto dava dois ou três tapinhas em seu revólque o coronel Ubiratan mantinha em casa – um crime de natureza pessoal." Ubiratan mor- ver 38 inseparável, que ele portava até mesmo cinco revólveres calibre 38, uma pistola 7,65 reu inocente. O Ministério Público Estadual es- nas sessões da Assembléia Legislativa. mm, uma espingarda calibre 12. Um dos re- perava a publicação da decisão que o absolveu Enterro – Aproximadamente 800 pessoas vólveres desapareceu. do massacre do Carandiru para recorrer ao Su- participaram da cerimônia fúnebre do coroJane Belucci, chefe dos peritos do DHPP, con- perior Tribunal de Justiça (STJ). Como não há nel Ubiratan Guimarães, entre familiares, tou que o corpo estava rígido de tal forma que o mais réu, não haverá recurso. amigos do deputado e alguns militares. O corcrime devia ter ocorrido, no mínimo, 20 horas Sem reação – O impetuoso coronel Ubiratan po do coronel foi velado no Regimento de Caantes. Assim, Ubiratan foi assassinado na noite morreu sem esboçar reação. A conclusão é dos valaria 9 de Julho, no bairro da Luz, Centro de do sábado – os jornais de domingo estavam na peritos do DHPP que examinaram o corpo e o São Paulo, e o enterro aconteceu, por volta das soleira da porta de seu apartamento. apartamento. Perto do local onde Ubiratan foi 17h, no Cemitério do Horto, localizado na zoAltos e baixos – Amigos do coronel contam encontrado havia uma na norte da cidade. (Agências) que a relação entre ele e Carla tinha altos e baiTV e uma mesa com enxos. Eles teriam brigado. Ubiratan começara, feites. Estava tudo em orentão, a namorar uma delegada da Polícia Fedem, sinal de que ele não deral do Pará. No sábado, ele e Carla teriam Não descartamos se debateu. Não havia passado o dia juntos numa hípica. Mas, à tar- nenhuma nada fora do lugar nem de, a delegada telefonou para o coronel. Como marcas de luta. hipótese, embora ele estava tirando uma soneca, Carla atendeu O tiro, provavelmente o telefone, o que motivara uma discussão en- a de execução de um revólver calibre tre as duas. Ela e o coronel também teriam tido seja a menos 38, atingiu o coronel de uma discussão. O DHPP vai pedir à Justiça a plausível. cima para baixo e foi disquebra do sigilo telefônico de Ubiratan e de parado de uma distância Armando de Carla para saber quem ligou para o coronel e superior a 40 centímeOliveira Costa tros. O revólver 38 que com quem ela conversou no sábado. Filho, delegado sumiu do apartamento e Horas depois do encontro do corpo, amigos lotaram o prédio. Buscavam informações. "Cherchez pode ter sido a arma do la femme (procure a mulher, em francês)", disse o crime. Tudo indica que o exame necroscópico advogado e deputado federal (PTB) Vicente Cas- apontará uma hemorragia interna como causa cione, que defendeu o coronel no processo da De- da morte. O exame também apontará se o corotenção. Cascione disse ter certeza de que o crime nel havia ingerido bebidas alcoólicas no sábafoi praticado por alguém próximo. do, o que pode explicar o fato de não ter reagido. "Ele não se deixaria surpreender", disse o co- No momento do disparo, o coronel poderia esronel da reserva Niomar Cyrne Bezerra. "A gen- tar de pé, sentando ou levantando do sofá. No te conhece. Não foi coisa de bandido", afirmou orifício de entrada do tiro, havia pouco sangue outro amigo, o coronel Antônio Chiari. Oficial- devido à camada de gordura e pelo fato de o comente, o DHPP é cuidadoso. "Não descartamos ronel estar de barriga para cima. Nas costas, hanenhuma hipótese, embora a de execução seja a via uma poça de sangue. menos plausível", disse o delegado Armando Ameaças –O coronel Ubiratan Guimarães rede Oliveira Costa Filho. Apesar das ameaças cebia ameaças de morte havia pelo menos 14 que recebia e do fato de o Primeiro Comando da anos. Eram invariavelmente, ligações anôniCapital considerar Ubiratan um troféu, a polícia mas feitas à sua casa ou em seu gabinete de depraticamente descartou que sua morte seja uma putado. Mesmo assim, o coronel nunca andou ação da facção. O governador Cláudio Lembo com seguranças. Guimarães dizia não se impor(PFL) disse que essa hipótese "é zero". tar com ameaças, porque era um policial "ágil".
UMA TRAJETÓRIA POLÊMICA ATÉ A ASSEMBLÉIA coronel da reserva da Polícia Militar e deputado estadual Ubiratan Guimarães, morto neste fim de semana com um tiro em seu apartamento nos Jardins, tornou-se conhecido no mundo todo por ter comandado o massacre do Carandiru, em São Paulo, ocorrido em 2 de outubro de 1992, véspera das eleições municipais, que terminou com a morte de 111 presos da Casa de Detenção. O que não deveria passar de um simples tumulto, após uma briga entre dois presos no Pavilhão 9, resultou em uma intervenção policial. Na época, a chacina teve grande repercussão internacional devido à quantidade de mortos, à violência e à forma como a polícia atuou para conter os presos. Agentes penitenciários levaram os feridos para a enfermaria no pavilhão 4 e trancaram a grade de acesso ao segundo andar. Pouco depois o cadeado foi rompido pelos detentos e o tumulto se generalizou. Em uma tentativa de conter a rebelião, a PM, armada e com cães, sob o comando do coronel Guimarães, invadiu a penitenciária. A Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar), sem preparação adequada para lidar com esse tipo de ação, ocupou os dois primeiros andares do pavilhão. Todos os detentos que estavam no primeiro andar e 60% dos que estavam no segundo andar foram mortos. A morte de Guimarães não é o primeiro crime ligado ao massacre no Carandiru. O diretor do presídio na época do caso, José Ismael Pedrosa, foi assassinado em outubro de 2005, em Taubaté, no interior de São Paulo. A ação foi atribuída ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Condenação e Absolvição – Guimarães jamais foi preso pelo episódio, mas em 2001, chegou a ser condenado a 632 anos de prisão, em primeira instância, pela morte dos detentos. Ele cumpriu a pena em liberdade e em 15 de fevereiro deste ano, o julgamento foi anulado pelo Tribunal de Justiça e o ex-coronel, absolvido. A absolvição foi motivo de protestos de entidades de defesa dos direitos humanos e de famílias dos mortos. Desde que comandou a operação, Guimarães sempre recebeu ameaças de morte. Carreira Política – Em 1994, dois anos depois da chacina do Carandiru, Guimarães candidatou-se a deputado pelo PSD. Teve 26.156 votos, mas foi para a suplência aguardar por uma combinação de eventuais desistências e renúncias, o que acabou acontecendo. Guimarães, que tinha como lema "lugar de bandido é na cadeia ou no cemitério" e usava o número 111 em sua campanha, estava em seu segundo mandato, agora no PTB, como deputado estadual. Foi eleito com 56 mil votos, e sua volta à Assembléia já era dada como certa, principalmente depois dos ataques atribuídos ao PCC. Coronel da reserva da PM, onde permaneceu por 32 anos, exerceu, entre outros, o comando do Policiamento Metropolitano, do Policiamento de Choque e do Regimento de Cavalaria 9 de Julho. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.ECONOMIA/LEGAIS
terça-feira, 12 de setembro de 2006
ATAS Mitsui Brasileira Importação e Exportação S.A.
JMT Propriedade Imobiliária S.A.
CNPJ nº 61.139.697/0001-70 - NIRE. 35.300.172.108 Ata da Assembléia Geral Extraordinária 1- Data e Horário: 14 de agosto de 2006, às 10 horas - Local: Sede Social à Av. Paulista, 1842 - 23º andar - Cetenco Plaza Torre Norte, em São Paulo, SP. 2- Convocação e Quórum: Presentes acionistas representando a totalidade do capital social conforme assinaturas constantes do Livro de presença de Acionistas, dispensada, dessa forma, a publicação de editais de convocação nos termos da faculdade outorgada pelo § 4º, do artigo 124, da Lei 6404/76. 3- Mesa Diretora: Presidente Takao Omae; Secretário Atsuo Fujishita. 4- Ordem do dia: a) Aprovação do pedido de exoneração de Diretor; b) Eleição para preenchimento de cargo de Diretor; c) Outros assuntos de interesse social. 5- Deliberações: Foram aprovados por unanimidade com a abstenção dos legalmente impedidos: 5.1- Quanto ao item “a” da ordem do dia, foi aprovada por deliberação unânime a homologação do pedido de exoneração do Diretor de Departamento, o Sr. Yasushi Nakano que regressou ao Japão. 5.2- Quanto ao item “b” da ordem do dia, procedida a eleição para o preenchimento de cargo, apurou-se ter sido eleito para ocupar o cargo de Diretor de Departamento, o Sr. Akihisa Kaneko, japonês, casado, do comércio, portador da Carteira de Identidade de Estrangeiro RNE nº V465076-0 e do CPF/MF nº 232.340.478-47, domiciliado na cidade de São Paulo - SP, na Av. Paulista, 1842 - 23º andar, Edifício Cetenco Plaza - Torre Norte, Bela Vista, CEP 01310-923. O Diretor de Departamento, Sr. Akihisa Kaneko eleito nesta sessão, cujo mandato terá a duração igual ao dos demais membros da Diretoria eleita em 31.03.2005, declarou sob as penas da lei não estar incurso em quaisquer impedimentos previstos no artigo 38, III, da Lei nº 4.726/65 e no artigo 147 da Lei 6.404/76. A posse no respectivo cargo, neste ato reconhecida, será formalizada com a assinatura do respectivo termo de investidura no livro próprio. 5.3- Quanto ao item “c” da ordem do dia, nada foi apresentado para discussão e deliberação. Cumprida assim, a ordem do dia e nada mais havendo a ser tratado, o Sr. Presidente declarou suspensa a sessão pelo tempo necessário à lavratura da presente que lida e aprovada vai assinada por todos os presentes. São Paulo, 14 de agosto de 2006. aa) Mitsui & Co., LTD., pp. Takao Omae; Takao Omae; Atsuo Fujishita; Shuichi Matsumoto; Hidehiro Takahashi, pp. Atsuo Fujishita; Nobuhisa Tomoda; Hitoshi Ueda; Hajime Tonoki, pp. Atsuo Fujishita, Shunsuke Murai, pp. Atsuo Fujishita; Masanao Matsuo; Mitsunobu Takagi, pp. Atsuo Fujishita; Yota Orii, pp. Atsuo Fujishita; Kenta Hori, pp. Atsuo Fujishita; Tamotsu Ishihara, pp. Atsuo Fujishita; Yoshinobu Watanabe; Takuya Saito, pp. Atsuo Fujishita; Tokuji Morimoto, pp. Atsuo Fujishita; Kengo Yagi. Mesa: Takao Omae, Presidente e Atsuo Fujishita, Secretário. Esta é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio. São Paulo, 14 de agosto de 2006. Atsuo Fujishita - Secretário. Visto da Advogada: Mônica Missaka OAB/ SP - 131.912. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o número 229.065/06-5 em 25/08/06. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.
CNPJ no 07.735.781/0001-01 - NIRE 35.300.327.225 Extrato da Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 7.6.2006 Data, Hora e Local: Aos 7 dias do mês de junho de 2006, às 17h, na sede social, Cidade de Deus, Prédio Novíssimo, 4o andar, parte, Vila Yara, Osasco, SP. Presenças: Totalidade do Capital Social. Constituição da Mesa: Presidente: José Luiz Acar Pedro; Secretário: Norberto Pinto Barbedo. Convocação: Dispensada (§ 4o do Artigo 124 da Lei no 6.404/76). Deliberação: aprovada a proposta da Diretoria para aumentar o Capital Social no valor de R$20.000,00, elevando-o de R$7.384.951,00 para R$7.404.951,00, mediante a emissão de 7.440 novas ações ordinárias, nominativas, sem valor nominal, ao preço de R$2,688172043 por ação, com integralização à vista, no ato da subscrição. Os representantes da União Participações Ltda., única acionista da Sociedade, assinaram o respectivo Boletim de Subscrição e integralizaram, no ato, o valor total subscrito. Em seguida, o senhor Presidente comunicou aos presentes o seguinte: a) ter sido totalmente subscrito e integralizado o aumento de capital no valor de R$20.000,00, consistente de 7.440 novas ações ordinárias, nominativas, sem valor nominal, mediante pagamento em dinheiro pela referida acionista; b) que as ações subscritas e integralizadas no referido aumento terão direito a dividendos e/ou juros sobre o capital próprio que vierem a ser declarados, fazendo jus também, de forma integral, a eventuais vantagens atribuídas às demais ações, a partir desta data. Em conseqüência, o “caput” do Artigo 6o do Estatuto Social passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 6o) O capital social da sociedade, totalmente subscrito e integralizado, é de R$7.404.951,00 (sete milhões, quatrocentos e quatro mil, novecentos e cinqüenta e um reais), representado por 7.360.943 (sete milhões, trezentas e sessenta mil, novecentas e quarenta e três) ações ordinárias, nominativas, sem valor nominal.”. Declaração: Declaramos para os devidos fins que a Ata da referida Assembléia encontra-se lavrada no livro próprio e arquivada conforme segue: “Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania – Junta Comercial do Estado de São Paulo – Certifico o registro sob número 174.818/06-3, em 5.7.2006. a) Cristiane da Silva F. Corrêa – Secretária Geral.”. JMT Propriedade Imobiliária S.A. aa) Milton Almicar Silva Vargas, José Luiz Acar Pedro.
COMUNICADO
EDITAL
CONVOCAÇÃO
EDITAL
RETIFICAÇÃO DE OFERTA PÚBLICA
ANÚNCIO DE RETIFICAÇÃO DE OFERTA PÚBLICA DE COTAS
INFORMATIVO
Classificação de risco das cotas seniores: Austin Rating A-
INFORMATIVO AUSTIN RATING 14/agosto/2006 Austin rebaixa para A- o Rating da 1ª Série de Cotas Seniores do FIDC Empresarial LP
O Comitê de Classificação de Risco da Austin Rating, em reunião realizada no dia 14 de agosto de 2006, rebaixou de A+ para A- o rating da primeira série das Cotas Seniores do Fundo de Investimento em Direitos Creditórios Empresarial LP. O rebaixamento reflete os impactos negativos no perfil de risco do fundo, associados à incorporação de uma nova modalidade de direitos creditórios, neste caso, operações de crédito de qualquer tipo ou Cédulas de Crédito Bancário - CCBs (com e sem coobrigação de instituição financeira) cedidos por qualquer instituição financeira, nos limites estipulados no fundo. A participação de CCBs (e demais operações de crédito) estará limitada a 35,0% do PL do Fundo de forma agregada, e a 10,0% por devedor (20,0% em caso de haver coobrigação de instituição financeira). Cabe lembrar que o regulamento do fundo prevê que o limite de concentração em direitos creditórios por sacado e cedente estão limitados a 10,0% e 20,0% do PL do fundo, respectivamente. No entanto, o regulamento do FIDC prevê que durante os primeiros 270 dias estes limites não serão aplicáveis aos cedentes, permitindo ao Fundo uma concentração de 40,0% do mesmo cedente. A participação de CCBs nesta proporção configura uma significativa heterogeneidade nos tipos e características dos direitos creditórios que (potencialmente) comporão o PL do Fundo (tipo de operação, prazo, remuneração, para mencionar alguns), inviabilizando a definição de padrões comportamentais da sua carteira (ex.: qualidade da carteira) ex-ante. Acreditamos que tão logo a carteira comece a se consolidar, o perfil de risco de crédito do fundo poderá ser melhor definido (ex.: participação dos diferentes direitos creditórios na carteira, inadimplência, rentabilidade, etc.), o que contribuirá para limitar a volatilidade na classificação. Lembramos que o rebaixamento também considerou as freqüentes mudanças na estrutura e características do FIDC. Embora entendamos que estas mudanças no FIDC estejam incorporando fatores operacionais anteriormente desconsiderados (na definição das características do fundo), as freqüentes mudanças na sua estrutura agregam volatilidade na classificação de risco do fundo. Cabe lembrar que a participação de Cotas Subordinadas também foi modificada. Estas deixaram de representar 75,0% do PL do fundo, passando a 50,0%. Ressaltamos que este nível de subordinação ainda é significativo. No entanto, as novas mudanças nos tipos de direitos creditórios elegíveis (ex.: CCBs) impedem uma melhor calibragem da suficiência desta subordinação, dada a impossibilidade de conhecer ex-ante o perfil de risco de crédito destes títulos. Outra mudança significativa está associada ao benchmark de remuneração das Cotas Seniores, o qual passou de 105% do CDI para 110,0% do CDI. Acreditamos que a rentabilidade dos direitos creditórios ainda é consideravelmente elevada, o que viabiliza a realização do objetivo de remuneração das Cotas Seniores. Até esta data o fundo não integralizou Cotas Seniores, sendo seu PL composto exclusivamente por cotas Subordinadas. AUSTIN RATING CLASSIFICADORA DE RISCO RUA LEOPOLDO COUTO DE MAGALHÃES JR., 110 - 7º ANDAR - CJ. 73 ITAIM - SÃO PAULO - SP – BRASIL TELEFONE: (11) 3377-0707 / FAX: (11) 3377-0739 www.austin.com.br
A PETRA – PERSONAL TRADER CORRETORA DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS LTDA. comunica a modificação da oferta pública da 1ª (primeira) série de cotas da classe sênior do FUNDO DE INVESTIMENTO EM DIREITOS CREDITÓRIOS MULTISETORIAL EMPRESARIAL LP, cuja oferta, classificação de risco e características do fundo passam a ser as seguintes: Cada cota terá o valor inicial de R$ 1.000,00 (um mil reais), em duas classes, sendo até 2.500 (duas mil e quinhentas) cotas seniores da 1ª (primeira) série para subscrição pública, totalizando R$ 2.500.000,00. As cotas subordinadas serão colocadas privadamente e corresponderão a, no mínimo, 50% do PL. VALOR TOTAL DE COTAS SENIORES OFERTADAS
R$ 2.500.000,00 CARACTERÍSTICAS DO FUNDO E DA DISTRIBUIÇÃO DE COTAS
1. DENOMINAÇÃO DO FUNDO: O FUNDO é denominado FUNDO DE INVESTIMENTO EM DIREITOS CREDITÓRIOS MULTISETORIAL EMPRESARIAL LP, doravante chamado “Fundo”. A documentação relativa ao registro do FUNDO e desta distribuição foi protocolada na CVM na data de 17 de novembro de 2005. O FUNDO foi registrado sob o número 99-0 e a distribuição pública sob o número CVM/SRE/RFD/ 2005/044. 2. ADMINISTRADORA DO FUNDO: PETRA - Personal Trader CTVM Ltda. - com endereço na Rua Carneiro Lobo, 468, 10º andar, Água Verde, Curitiba – Paraná. 3. INSTITUIÇÃO RESPONSÁVEL PELA DISTRIBUIÇÃO DAS COTAS: PETRA – Personal Trader CTVM Ltda. 4. INSTITUIÇÃO RESPONSÁVEL PELA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE ESCRITURAÇÃO DE COTAS: PETRA – Personal Trader CTVM Ltda. 5. OBJETO: O FUNDO tem por objeto a captação de recursos para aquisição de direitos creditórios nos termos de sua política de investimentos. 6. FORMA DE CONSTITUIÇÃO: O FUNDO é constituído sob a forma de condomínio fechado, de modo que suas cotas somente serão resgatadas ao término do prazo de duração ou em virtude de sua liquidação. É admitida a amortização das cotas do FUNDO, conforme disposto no “Regulamento” do FUNDO ou por decisão da assembléia geral de cotistas. 7. PRAZO DE DURAÇÃO: O FUNDO tem prazo de duração de 120 meses, contados a partir da subscrição inicial de cotas do FUNDO, podendo ser liquidado ou prorrogado por deliberação da assembléia geral de cotistas. A 1ª série de cotas seniores tem prazo de duração de 28 meses, contado a partir da data de início de atividades do FUNDO, ocorrida em 20/12/2005. 8. COTAS DO FUNDO: As cotas do FUNDO poderão ser “seniores” ou “subordinadas” sendo que as cotas seniores poderão ser divididas em séries, com prazos e valores de remuneração, amortização e resgate distintos. Todas as classes de cotas terão iguais taxas, despesas e prazos, bem como direitos de voto, observado o disposto no Regulamento. As cotas seniores são aquelas que não se subordinam às demais ou entre si para efeito de amortização, resgate e distribuição dos resultados da carteira do FUNDO. O critério para distribuição dos resultados e a amortização para as cotas seniores da 1ª (primeira) série estão previstos no Regulamento. As cotas subordinadas são aquelas que se subordinam às cotas seniores para efeito de amortização, resgate e distribuição dos resultados da carteira do FUNDO. Somente ocorrerá a amortização e/ou resgate das cotas subordinadas, após a amortização e/ou resgate das cotas seniores, ressalvada a hipótese de amortização para restabelecimento do nível de subordinação prevista no Regulamento do FUNDO. A distribuição dos resultados e a possibilidade de amortização para as cotas subordinadas estão previstas no Regulamento. As cotas subordinadas não são objeto de distribuição pública, devendo ser subscritas e integralizadas na proporção mínima de 50% do total de cotas efetivamente colocadas. 9. CONDIÇÕES DE SUBSCRIÇÃO, INTEGRALIZAÇÃO, NEGOCIAÇÃO E RESGATE DAS COTAS DO FUNDO: As cotas representativas do patrimônio inicial do FUNDO serão subscritas e integralizadas a partir da data de subscrição inicial determinada pela instituição Administradora. Na subscrição de cotas representativas do patrimônio inicial do FUNDO que ocorrer em dia diferente da data de subscrição inicial, será utilizado o valor da cota da mesma classe ou série em vigor no próprio dia da efetiva disponibilidade dos recursos confiados pelo investidor à instituição Administradora, em sua sede ou dependências. Caso não haja colocação de todas as cotas até o prazo de 13/11/2006, o saldo remanescente de cotas será cancelado. As cotas serão escriturais e mantidas em conta de depósito em nome de seus respectivos titulares. A qualidade de condômino caracteriza-se pela abertura de conta de depósitos em nome do cotista. Por ocasião do ingresso do condômino no FUNDO, é indispensável sua adesão aos termos do Regulamento. Para o cálculo do número de cotas a que tem direito o investidor, não serão deduzidas do valor entregue à Administradora quaisquer taxas ou despesas. O valor mínimo de aplicação no FUNDO será de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais). Somente poderão adquirir as cotas do FUNDO os investidores qualificados conforme definidos pela Instrução 409, de 18 de agosto de 2004, da CVM, e
alterações posteriores. A aplicação, amortização e resgate de cotas do FUNDO podem ser efetuados por meio de depósito em conta corrente do FUNDO, TED ou transferência de contas mantidas na mesma Instituição Financeira em que o FUNDO mantiver conta corrente. Será admitida a subscrição por um mesmo investidor de todas as cotas emitidas. Se os resgates forem efetivados em feriado municipal ou estadual na praça da sede da Administradora, os valores correspondentes serão pagos ao(s) cotista(s) no primeiro dia útil seguinte, não havendo direito por partes do(s) cotista(s), a qualquer acréscimo. É possível o resgate antecipado das cotas seniores na hipótese de liquidação antecipada do FUNDO. 10. VALORIZAÇÃO DAS COTAS: As cotas do FUNDO, independentemente da classe ou série, serão valorizadas todo dia útil, conforme descrito no Regulamento. As cotas seniores possuem benchmark de rentabilidade de 110 % (cento e dez por cento) dos Depósitos Interfinanceiros de um dia – “Over Extra Grupo”, expressa na forma de percentual ao ano, base de 252 (duzentos e cinqüenta e dois) dias, calculada e divulgada pela Câmara de Custódia e Liquidação - CETIP. 11. AMORTIZAÇÃO DAS COTAS: A partir do 23º (vigésimo terceiro) mês contado a partir de 20/12/2005, o valor das Cotas Seniores da 1ª (primeira) série será amortizado em 6 pagamentos mensais sucessivos feitos no dia 15 (quinze) de cada mês ou no primeiro dia útil subseqüente, caso a data de pagamento da amortização caia em dia não útil na praça em que a Administradora está sediada, com base no cronograma abaixo: 23º mês 24º mês 25º mês 26º mês 27º mês 28º mês 15/11/2007 15/12/2007 15/01/2008 15/02/2008 15/03/2008 15/04/2008 1/6 1/5 1/4 1/3 1/2 1 A amortização deverá respeitar a relação entre cotas seniores e patrimônio líquido do FUNDO definida no Anexo I do Regulamento. O presente item não constitui promessa de rendimentos, estabelecendo meramente uma previsão de amortização se os resultados da carteira do FUNDO assim permitirem. 12. POLÍTICA DE INVESTIMENTO: O FUNDO irá adquirir direitos creditórios decorrentes dos segmentos comercial, industrial, de prestação de serviços especialmente de micros, pequenas e médias empresas, e do segmento financeiro, devendo manter, após 90 dias do início das atividades, no mínimo 50% de seu patrimônio líquido em direitos creditórios. O FUNDO é voltado à aplicação preponderante em direitos creditórios, oriundos de vendas mercantis de bens já entregues e/ou serviços já prestados, representados por duplicatas ou liquidados por meio de cheques, ou de operações de crédito, representadas ou não por CCBs. O FUNDO só poderá adquirir direitos creditórios cuja análise e seleção tenha sido realizada por empresa de fomento mercantil que possua o Selo de Qualidade atribuído pela ANFAC, conforme o disposto no Regulamento. As aplicações no FUNDO não contam com a garantia da Administradora nem do Fundo Garantidor de Crédito - FGC. Ao investidor é recomendada a leitura cuidadosa do Prospecto e do Regulamento do FUNDO. 13. CLASSIFICAÇÃO DE RISCO: As cotas seniores da 1ª (primeira) série obtiveram classificação preliminar de risco A- da Austin Rating. 14. MERCADO SECUNDÁRIO: As cotas do FUNDO colocadas junto ao público estão registradas para negociação secundária na SomaFix - Mercado de Balcão Organizado de Renda Fixa da Bolsa de Valores de São Paulo-BOVESPA. 15. DATA DO INÍCIO DA DISTRIBUIÇÃO APÓS ESTA RETIFICAÇÃO: 12/09/2006, data da publicação deste anúncio. 16. DATA DO FIM DESTA DISTRIBUIÇÃO: 13/11/2006. 17. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES: Os interessados em ter maiores informações sobre o FUNDO e a distribuição de suas cotas, ou em obter cópia do Prospecto e do Regulamento, devem se dirigir a um dos endereços da Administradora ou à Comissão de Valores Mobiliários – CVM. A CVM não garante a veracidade das informações prestadas e, tampouco, faz julgamento sobre a qualidade do FUNDO, de sua Administradora, ou das cotas a serem distribuídas.
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Nacional Empresas Estilo Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 13 de setembro de 2006
Livro O Charme dos Banheiros apresenta os ambientes mais elegantes do Brasil.
CAFÉ GIRONDINO TEM VITRINE NO TOALETE
Milton Mansilha/LUZ
Milton Mansilha/LUZ
Fernando Saad, proprietário do Yabany: "A diversão tem de estar presente no ambiente"
BANHEIROS
DE LUXO Ambientes que
Lavabo comunitário do restaurante Yabany estimula o bate-papo e a paquera Milton Mansilha/LUZ
cativam a clientela
O
s banheiros de restaurantes e danceterias sempre tiveram múltiplas finalidades: as mulheres podem ir juntas ao local para retocar a maquiagem e conversar à vontade; os homens priorizam a atividade mais óbvia; e os casais mais ousados protagonizam clandestinamente tórridos momentos de amor. Há pouco tempo foi descoberta mais uma vantagem – já que todo mundo gosta de visitar os banheiros, por que não usá-los como atrativo comercial? Ambientes modernos e diferenciados chamam a atenção dos freqüentadores, que querem mais do que boa comida e atendimento de qualidade. E fazem com que os usuários voltem. O Café Girondino, no Centro de São Paulo, explorou bem a tendência. Quando a cliente entra no banheiro feminino, não consegue ver a charmosa vitrine atrás da porta. Quando vai lavar as mãos, se depara com o que pode ser o próximo par de sapatos ou bolsa. Bem iluminada, a vitrine com os produtos da Calçados Bongusto decora o lugar, que tem também mármore e peças douradas – inclusive o imenso espelho em cima da pia. "As freqüentadoras fazem perguntas todos os dias sobre os produtos, principalmente o preço. Os itens expostos sempre são da coleção
mais recente. É um sucesso", destaca a gerente do Café Girondino, Solange Neirinho. A gerente da Bongusto, Giselda Alves Feitosa, afirma que a vitrine da loja incrementa os negócios da grife. "Durante a semana, são as pessoas que trabalham no Centro que aparecem. No sábado, os visitantes de outros bairros vêm Divulgação
Brunete Fraccaroli: bom humor
fazer compras na região e acabam se encantando com as refeições e com os produtos." A presidente da Ação Local Largo São Bento, Deonília de Ribeiro Borges, é consumidora do Girondino, e por tabela, da Bongusto. "É um dos banheiros mais bem cuidados que eu conheço. A decoração e a limpeza são um diferencial", elogia Deonília. O banheiro do restaurante
Yabany, no Itaim, mudou o comportamento dos freqüentadores. Atrás dos banheiros masculino e feminino está o lavabo comunitário, que estimula o bate-papo e a paquera. O lugar mistura a madeira e bolinhas de gude. "As pessoas começam a brincar com as bolinhas e muitas as levam para casa. A cada dez dias tenho de repor o estoque. Mas vale a pena. O gasto com a manutenção é irrisório e até eu já paquerei no lugar. As mãos de rapazes e moças se encontram entre uma brincadeira e outra, e muitos namoros começaram assim", explica o proprietário do Yabany, Fernando Saad. "A diversão tem de estar presente no ambiente", reforça. A arquiteta e design Brunete Fraccaroli foi a responsável pelo projeto no Yabany. Segundo ela, o toque de humor é realmente imprescindível. "Fazer o projeto de um banheiro é um desafio. O do Yabany tem um efeito lúdico. Lavar as mãos se tornou uma brincadeira em razão das bolinhas de gude", explica Brunete. Ela dá dicas para o empresário que quer usar o banheiro como um cartão de visitas: "Há dois caminhos: o do humor e o nobre, chique." Diferencial O especialista em banheiros Rui de Siqueira Abreu, da Arquividro Boutique de Banheiros, afirma que, além da decoração, os locais têm de ser funcionais. "Os banheiros são a grande preocupação dos proprietários de pontos comerciais. Eles têm priorizado o espaço para o deficiente físico. E não são apenas os locais mais requintados que oferecem banheiros charmosos. Até os restaurantes que ficam na estrada, por exemplo, pode oferecer um design diferenciado para o cliente. Já visitei um que decorou o ambiente com vidros e fez uma espécie de ilha de lavabos no meio do banheiro", afirma Abreu. Ele diz que um diferencial são alguns itens deixados para os clientes. Como o fio dental no banheiro de uma churrascaria. "Alguns locais disponibilizam meias finas, remédios, cremes. O freqüentador não esquece isso."
Deonília Ribeiro Borges é freqüentadora do Café Girondino. Banheiro expõe produtos da loja Bongusto. Divulgação
Attilio Leone
Detalhe das torneiras do restaurante Yabany
Ousadia nas paredes do Chakras
Attilio Leone
Attilio Leone
Desenho nas paredes é o destaque do Ecco
Cancã e candomblé na Mercearia do Francês
O livro O Charme dos Banheiros mostra alguns dos toaletes mais diferentes do Brasil e do exterior. O material para a edição foi registrado entre setembro e dezembro do ano passado pelo fotógrafo Attílio Leone, que visitou 104 banheiros em seis estados brasileiros – Bahia, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, além de Buenos Aires, na Argentina e de Santiago, no Chile. "Os banheiros brasileiros estão entre os mais belos do mundo. Por isso, decidimos mostrá-los
em forma de livro. Há três anos nasceu a primeira edição, com nome Banheiros. Foi um sucesso. E decidimos que uma nova edição seria interessante, tanto para a equipe de produção como para os clientes que são apresentados na publicação", afirma Leone. Segundo o fotógrafo, um banheiro bonito, elegante, limpo e harmonioso demonstra a qualidade do estabelecimento comercial. "Se o banheiro é sujo, imagine como será a cozinha, ou mesmo a qualidade da higiene dos funcionários. Um
banheiro limpo é sempre um sinal de transparência." Neide Martingo SERVIÇO O Charme dos Banheiros Attílio Leone - Edição especial não disponível para venda. Editora Melhoramentos: (11) 3874-0546 Restaurante Yabany (11) 3078-7773; Café Girondino (11) 3229-4574; Arquividro – Boutique de Banheiros - (11) 5081-7000 Brunete Fraccaroli (11) 3885-8309
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Esmagaremos suas cabeças Saddam Hussein, dirigindo-se a testemunhas curdas
Internacional
AFP
Ocidente busca saída para Irã
Hassan AmmarAFP
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ma bomba detonada ontem próximo a um parque de Diyarbakir, a maior cidade da turbulenta região sudeste da Turquia, habitada majoritariamente pela etnia curda, matou sete pessoas, a maioria crianças. A explosão, aparentemente detonada por um celular, estilhaçou vidraças de casas e escritórios vizinhos, segundo a polícia. Cerca de 17 pessoas ficaram feridas, algumas gravemente. A emissora de tevê NTV informou que havia cinco crianças entre os mortos, mas a informação não pôde ser confirmada até então. Ninguém assumiu a responsabilidade pelo atentado. Várias bombas explodiram nas últimas semanas em cidades turcas, algumas delas turísticas. Ao todo, 12 pessoas morreram e cerca de 100 ficaram feridas. A polícia de Diyarbakir iniciou uma operação de busca e apreensão, montando barreiras nas estraFalcões da das que saem Libertação da cidade. do Curdistão Inferno – são contra as Os Falcões da políticas do Libertação do Curdistão, governo grupo sepaturco na ratista que região re i v i n d i c o u os atentados do final de agosto, havia ameaçado transformar a Turquia num "inferno". O grupo provocou atentados em uma movimentada área comercial da litorânea Antalya, matando três pessoas e ferindo dezenas. Em seguida, quatro bombas explodiram no balneário mediterrâneo de Marmaris e em Istambul, ferindo 27 pessoas. Os Falcões da Libertação do Curdistão e militantes de um grupo maior, o também proscrito Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), são contra as políticas do governo turco na região. A explosão de ontem ocorreu um dia após o principal partido turco, o da Sociedade Democrática (DTP), conclamar publicamente o PKK a um cessar-fogo. O PKK iniciou sua luta armada em 1984 para obter a independência do Curdistão turco. Mais de 30 mil pessoas já morreram no conflito separatista. Os guerrilheiros do PKK atacam principalmente soldados nas montanhas do sudeste da Turquia, usando para isso suas bases no norte do Iraque. (Reuters)
A Extremistas tentaram usar um carro-bomba (à esq.) para explodir o edifício. Explosivo falhou, mas ao menos 11 pessoas ficaram feridas. Acima, os sinais do ataque à Embaixada. Louai Beshara/AFP
EUA são atacados. Na Síria.
U
m dia depois do quinto aniversário dos atentados de 11 de Setembro em Nova York, extremistas islâmicos atacaram, ontem, a Embaixada dos Estados Unidos em Damasco, capital síria. Quatro homens gritando slogans usados por radicais islâmicos quase conseguiram explodir o edifício utilizando um carrobomba. Mas o explosivo falhou. As forças sírias de segurança encarregadas de proteger a área reagiram matando três terroristas e impedindo que o ataque tivesse maiores proporções. Um quarto terrorista foi
preso. Um guarda sírio morreu e 11 pessoas ficaram feridas, entre elas um diplomata chinês. Os homens estavam armados com fuzis automáticos e granadas propelidas por foguetes e pretendiam entrar na embaixada. Nenhum grupo assumiu a autoria da ação, mas o embaixador sírio nos EUA, Imad Mustafá, disse que se suspeita da organização radical islâmica Soldados do Levante, um braço da rede terrorista AlQaeda na Síria. As relações entre os EUA e a Síria esfriaram durante o governo de George W. Bush por causa do Iraque. O
presidente norte-americano acusa a Síria de apoiar os insurgentes. Outro motivo das relações tensas entre os dois países deve-se à ingerência síria no Líbano. Os EUA acusam a Síria de apoiar, com o envio de armas, o grupo libanês Hezbollah contra Israel. Em fevereiro de 2005, os EUA também acusaram a Síria de estar envolvida no assassinato do ex-primeiroministro libanês Rafic Hariri, o que fez os EUA retirarem de Damasco seu embaixador. Por isso, no prédio da embaixada estavam apenas o encarregado de negócios, Michael Corbin, diplomatas e funcionários.
"Acho que os sírios reagiram de maneira a garantir a segurança de nosso pessoal. E nós estamos muito agradecidos", disse a secretária de Estado, Condoleezza Rice. O assessor da Casa Branca, Tony Snow, acrescentou que essa ação ilustra "a importância de a Síria se tornar um aliado na guerra ao terror". Mas um comunicado da Embaixada da Síria em Washington jogou água fria nos EUA. O texto condena o atentado e acusa os EUA de promoverem o terrorismo no Oriente Médio, por suas ações no Líbano e Iraque e seu apoio a Israel. (Agências)
Iraque: país está entre os mais violentos
U
m relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) distribuído ontem em Genebra denunciou a transformação do Iraque em um dos países mais violentos do mundo, com cerca de cem civis mortos e mais de 400 pessoas feridas diariamente. O documento, elaborado pela Missão de Assistência da ONU para o Iraque (Unami) e enviado ao Conselho de Segurança (CS), assinala que o número de civis que morrem todos os dias no país
aumentou consideravelmente nos últimos meses. Além disso, perto de 14 mil civis ficam feridos a cada mês e, desde o ataque em Samarra, em 22 de fevereiro, cerca de 200 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas. Ataques – O relatório de 15 páginas mostra que a maior parte do país vem sendo vítima de ataques por parte de insurgentes, milicianos e terroristas, assim como de violações flagrantes dos direitos humanos. O documento reitera que,
apesar dos esforços do governo do Iraque para melhorar a segurança e a presença de forças multinacionais para treinar os agentes de segurança iraquianos, a situação do país não será resolvida por meio de soluções militares. A Unami defende que grande parte das vítimas desses ataques e violações são mulheres, crianças e minorias, e sustenta que a intensificação das atividades das milícias é tanto causa quanto conseqüência do
agravamento da insegurança e da multiplicação das violações dos direitos humanos fundamentais. "Enquanto os iraquianos não se convencerem de que o novo governo e suas forças de segurança atuam de forma imparcial e responsável, há o risco de cairmos em um círculo vicioso, no qual a intensificação das atividades das milícias gera uma insegurança crescente", afirma o relatório. Para a missão da ONU, é necessário romper esse círculo. (AE)
s grandes potências que fazem parte do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas tiveram dificuldades, ontem, na Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA), onde se reuniram, para encontrar uma posição comum sobre o programa nuclear iraniano, após uma proposta de Teerã de suspender temporariamente suas atividades de enriquecimento de urânio. A informação foi dada por diplomatas. Os seis países envolvidos nas negociações "não conseguiram chegar a um acordo sobre uma declaração comum", na véspera do exame do caso pelo Conselho dos governadores da AIEA. Os americanos preconizaram uma linha "dura demais", disse um diplomata ocidental à AFP. China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia e Alemanha propuseram um acordo de cooperação ao Irã em troca da suspensão do enriquecimento de urânio. Mas o líder iraniano Mahmoud Ahmadinejadi recusou, violando resolução do Conselho de Segurança da ONU. Sanções – Washington quer a aprovação rápida de sanções contra a República Islâmica pelo Conselho de Segurança, mas tem enfrentado a resistênReuters
Ahmadinejad (à dir.): resistência
cia de alguns países que compõem o Conselho, como a Rússia e a China, duas aliadas do Irã que têm direito de veto no Conselho e que querem conceder um prazo suplementar a Teerã no lugar das sanções. De acordo com diversas fontes diplomáticas, as divergências entre os seis foram aguçadas pela proposta formulada no fim de semana passado pelo chefe dos negociadores iranianos Ali Larijani ao representante da União Européia Javier Solana de "suspender o enriquecimento por dois meses". Solana e Larijani devem se encontrar novamente nos próximos dias. Segundo o diplomata europeu, a Rússia e a China querem esperar o resultado dessa reunião. "É exatamente o que busca o Irã com suas manobras: dividir a comunidade internacional", declarou. (AE)
Só BEBIDAS Promoções de Inverno
DC
Bomba na Turquia mata 7 pessoas
quarta-feira, 13 de setembro de 2006
Importadas
SÓ bebidaS Nacionais
“MANIA DE VENDER BARATO”
Vinho Espanhol Riscal R$ 39,90
Vinho Chileno Casa Mayor R$ 19,90
Porca de Murça R$ 17,90
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AQUI SE PERDEM 4 ANOS DA VIDA Sábados incluídos, perdem-se mais: 6 anos Quem leva hora e meia para ir trabalhar e voltar para casa, perderá 4 dos 35 anos até a aposentadoria. Cálculo generoso: só no metrô, 140 mil passageiros gastam mais de 4 h/dia em transporte. As contas para o DC foram feitas pelo engenheiro Adriano Murgel Branco, ex-secretário de Transportes de SP. Ele orça em US$ 15 bi a 1ª solução para recuperar os anos perdidos no trânsito. Páginas C1 e C2 Milton Mansilha/LUZ
Alan Marques/Folha Imagem
Ano 81 - Nº 22.211
São Paulo, quarta-feira, 13 de setembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h55
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
Quadrilha de ladrões virtuais cai na rede da Justiça PF de Goiás prende 58 hackers (foto) que roubaram R$ 32 milhões de contas bancárias. E persegue mais 76 suspeitos. E 4
Lula através do espelho durante recepção ao premiê da Índia
Lula dois em um lança pacote da habitação
Diomício Gomes/O Popular/Agência O Globo
Sanguessugas. Fantasmas. Saúvas. Visite o zôo político, na página 3. AMANHÃ Parcialmente Nublado Máxima 31º C. Mínima 14º C.
Polícia só investiga namoradas do coronel A advogada Carla (foto) passou o dia depondo. A PF Renata, em Belém. C 3
Reprodução/AE
HOJE Parcialmente nublado Máxima 31º C. Mínima 15º C.
A menos de um mês das eleições, o presidente Lula anuncia, ao lado do candidato Lula (que ontem não fez campanha, segundo sua assessoria) e do ministro da Economia, Guido Mantega, programa de incentivo à habitação. Entre as medidas para "alavancar" o setor estão o financiamento imobiliário com taxas pré-fixadas e o crédito consignado para a compra da casa própria. O pacote prevê ainda redução do IPI de produtos da cesta básica da construção. E 1
quarta-feira, 13 de setembro de 2006
Fotos de Milton Mansilha/Luz
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
1 A solução passa necessariamente por deixar o carro em casa e utilizar o transporte público. Cândido Malta Campos Filho, arquiteto e urbanista
A Companhia do Metropolitano de São Paulo estima que pelo menos 140 mil moradores da região Metropolitana de São Paulo passam mais de quatro horas por dia se deslocando de casa para o trabalho e vice-versa
Ir de casa para o trabalho deveria ser algo corriqueiro, prazeroso. Numa cidade como São Paulo, trata-se de um tormento. O caos no Flávia Gianini trânsito e um sistema de transporte coletivo paulistano amarga em média uma hora e meia no trânsito todos os dias. Parece muito? Então tente calcular o ineficiente fazem com tempo perdido ao longo dos 35 anos necessários para a aposentadoria. O resultado é que um cidadão, ao alarmante: 4 anos. Se forem considerados sábados, domingos e feriados trabalhados, esse número chega a 6 anos. A estimativa foi feita espelongo de sua vida cialmente para o Diário do Comércio pelo engenheiro Adriano Murgel Branco, ex-secretário profissional, perca de de Habitação e de Transportes de São Paulo e consultor em políticas públicas. quatro a seis anos num Os números podem ser ainda mais assustadores se analisados em detalhes. A Companhia do Metropolitano de São Paulo estima que pelo meônibus, trem, metrô ou nos 140 mil moradores da Região Metropolitana passam mais de quatro horas por dia se deslocanautomóvel. Em média, do de casa para o trabalho e vice-versa. Em média, o usuário do metrô gasta 45 minutos por viagem. Mas cerca de 5% desses passageiros passam mais perde-se uma hora e de quatro horas no trânsito, considerando todos Conceição de Jesus leva 1h45 de casa, no Morro Doce (zona oeste), até o trabalho, no Hospital das Clínicas os meios de transporte utilizados. Longa viagem – É o caso da balconista Concei- do aporte necessário para ampliar o atendimento viário. "O cálculo considera todo o prejuízo finan- meia nessas viagens. ção de Jesus, que sai do bairro Morro Doce, região do metrô. Segundo cálculos de Malta, seriam ne- ceiro, ambiental e de infra-estrutura causado pelo oeste da capital, para trabalhar no Hospital das cessários US$ 15 bilhões para construir 150 quilô- caos do trânsito", disse o coordenador do projeto Algumas, contudo, Clínicas, na zona sul. Conceição caminha por 15 metros de metrô, principalmente as linhas subter- Sistema de Informação da Mobilidade Urbana da minutos até chegar ao ponto. Espera pelo primei- râneas. "Só o modelo subterrâneo é capaz de aten- ANTP, Adolfo Mendonça. Ele reforça que os núpodem levar de duas a ro ônibus, no qual viaja por quase uma hora. Des- der a demanda da capital. No total, são necessá- meros só representam os congestionamentos e ce no segundo ponto e espera outro ônibus e viaja rios 150 quilômetros de linhas, contra os 60,5 não o gasto em geral com transporte urbano. por mais meia hora. Uma hora e quarenta cinco quilômetros disponíveis hoje", disse o arquiteto. Mais sobre transporte na página seguinte quatro horas.
ATÉ SE APOSENTAR, PAULISTANO PASSA 4 ANOS NO TRANSPORTE O
minutos depois que saiu de casa, Conceição desce no bairro onde Evandro Monteiro/Digna Imagem trabalha e caminha por mais três quarteirões. Toda a jornada é repetida de segunda a sábado. S o f re n d o n a pele a deficiência do transporte coletivo, sonha em comprar um carro. "Se pudesse, iria de carro todos os dias", disse. Mas mesmo Branco: a população se estressa usando automóvel particular, o paulistano perde muito tempo no trânsito. Em média, os deslocamentos de automóveis duram cerca de duas horas diariamente. Metade do tempo gasto com os ônibus, mas mais do que o dobro do tempo gasto no metrô. "A solução para o problema dos congestionamentos em São Paulo passa necessariamente por deixar o carro em casa e utilizar o transporte público", resumiu o arquiteto e urbanista Cândido Malta Campos Filho. O especialista garante que o investimento na ampliação de ruas e avenidas consumiria o dobro
Mas expectativas para uma rápida expansão do metrô não são lá muito animadoras. Para atingir essa expansão em duas décadas, sete quilômetros de novas linhas teriam de ser abertos anualmente. Ocorre que a taxa atual é inferior a um quilômetro/ano. "Para atender a uma demanda urgente no ritmo atual vamos gastar mais de 50 anos. Até lá o transporte da cidade já entrou em colapso", afirmou Cândido Malta. Mais metrô –A sobrecarga do metrô é sentida com mais intensidade nos horários de pico e nas estações da região central. Para ir ao cursinho pré-vestibular, Wellington Koshiro leva mais de 20 minutos para conseguir embarcar na estação Anhagabaú. "Logo depois das 18h é quase impossível embarcar. Para conseguir entrar, deixo que passem mais de quatro trens", disse. As dificuldades deverão ser amenizadas pelas obras de ampliação das linhas 2, 4 e 5. A previsão é que essas ligações estejam em plena operação até 2012, somando mais 30 quilômetros à rede em operação atualmente. Ainda sim, esse número está longe de resolver os problemas dos congestionamentos. Atendendo 2,7 milhões de pessoas por dia, o metrô é apontado como a solução para o trânsito caótico da cidade. Mas para isso o número de usuários deveria ser pelo menos três vezes maior, desafogando ruas e avenidas dos carros. Estudo realizado pela Associação Nacional Transporte Público (ANTP) mostra que os paulistanos têm prejuízo de R$ 600 milhões por ano com o tempo gasto no trânsito, consumo de combustível, poluição ambiental e uso extra do sistema
quarta-feira, 13 de setembro de 2006
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
1 Fica a gosto da instituição financeira se usará ou não a TR nos financiamentos. Guido Mantega, ministro
PACOTE DA HABITAÇÃO Alan Marques/Folha Imagem
EXPECTATIVA É DE ALAVANCAR O SETOR IMOBILIÁRIO
Entre as oito medidas, uso facultativo da TR e redução do IPI para novos produtos carga e artigos semelhantes para usos sanitários ou higiênicos de plástico, e revestimentos de pavimentos, de plásticos, mesmo auto-adesivos, em rolos ou em forma de ladrilhos ou mosaicos. O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Júlio Sérgio Gomes de Almeida, disse que os "tanquinhos" de lavar roupa também terão o IPI reduzido. A perda de receita com a redução das alíquotas do IPI foi estimada em R$ 37 milhões.
O governo também apoiará a inclusão do setor de construção civil na relação daqueles que poderão optar pelo regime especial de tributação para micros e pequenas empresas. Solenidade – As medidas foram anunciadas no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e dos ministros da Fazenda, Guido Mantega; das Cidades, Márcio Fortes; e da Casa Civil, Dilma Rousseff, além de representantes do setor de construção civil. O presidente Lula assinou a Medida Provisória que torna
facultativo o uso da TR na correção das prestações dos financiamentos habitacionais e estabelece um limite máximo para os juros nos empréstimos com taxa fixa. "Não estamos extinguindo a TR", ressaltou Mantega. "Fica a gosto da instituição financeira se usará ou não a TR nos seus financiamentos", explicou o ministro. Para ele, no entanto, a competição no setor levará ao não uso no médio e longo prazos. Opções – Gomes de Almeida explicou que, a partir de hoje, os bancos já poderão optar por três tipos de financiamentos habitacionais, dentro do Sistema Brasileiro de Poupança e E mp rés t im o (SBPE). Eles poderão continuar concedendo financiamentos com TR mais juros de até 12% ao ano; oferecer empréstimos sem cobrar a TR e com juros de até 12% ao ano; ou oferecer e m pré s ti m o com taxa de 12% ao ano mais uma "TR travada" ou seja, o percentual da TR anualizado fixo. A fórmula do cálculo dessa "TR travada" ainda será definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O mutuário terá de avaliar com cuidado se o crédito habitacional consignado é vantajoso para seu caso. Isso porque, em caso de demissão durante o prazo do contrato, que poderá durar 30 anos, a indenização do trabalhador será utilizada para abater a dívida do empréstimo. Ao perder o emprego, terá também que renegociar seu financiamento, em condições menos vantajosas. (AE)
Empresários elogiam medidas
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presidente da Associação Brasileira de Materiais da Construção (Abramat), Melvyn David Fox, disse que as medidas lançadas para incentivar o setor da construção civil são "um passo muito grande" para o desenvolvimento econômico e social do País. Ele reconheceu que o problema da habitação no Brasil "é grave", mas que o empenho do governo para solucionar essa questão tem dado certo. "Estamos sentindo que o caminho, com essas medidas, é para reduzir a defasagem em termos de habitação." O presidente da Câmara Brasileira da Indústria e da Construção (CBCI), Adalberto Valadão, disse que o setor recebeu com muita satisfação o "pacote de medidas", que vai facilitar a compra de materiais de cons-
trução pela população. "O setor da construção tem capacidade de gerar empregos e movimentar a economia sem dependência do comércio externo, já que tudo é produzido aqui." "Essas medidas que serão adotadas ajudam tanto no sentido da desoneração do imposto quanto da facilitação burocrática", completou Valadão. Poupança – Já o diretor de Crédito Imobiliário e Poupança da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Natalino Gazonato, destacou a criação do financiamento imobiliário prefixado com recursos da poupança como uma das principais medidas do pacote habitacional. Para Gazonato, a possibilidade de os bancos usarem os recursos da poupança nos empréstimos com prestações fixas barateará o custo do cré-
dito ao tomador final. Até agora, os bancos só podiam utilizar os recursos da poupança para o financiamento imobiliário tradicional, que cobrava juros de 12% mais correção da Taxa Referencial (TR), hoje em cerca de 2%. As instituições financeiras até já ofereciam taxas prefixadas, mas com recursos próprios, que são mais caros. (Agências)
O ministro Mantega e o presidente Lula durante assinatura da MP do pacote de incentivo à construção civil
São Paulo garante resultados positivos na produção
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produção industrial de São Paulo cresceu acima da média nacional em julho e garantiu os resultados positivos apurados no País pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estado, que responde por 40% da produção brasileira, apresentou expansão de 1,5% em julho ante junho e de 5% na comparação com igual mês do ano passado. "Os impactos mais negativos para o resultado nacional provavelmente estão fora do Estado de São Paulo", afirmou a gerente da pesquisa, Isabella Nunes. Na semana passada, o instituto divulgou os dados nacionais da indústria em julho, que revelaram aumento na produção de 0,6% sobre o mês anterior e de 3,2% em relação a igual mês de 2005. Ontem, o IBGE mostrou que nove dos 14 locais pesquisados tiveram crescimento em julho an-
te junho. Na divulgação do mês anterior, dez dos locais estavam em queda, na comparação com maio. Expansão suave — Isabella disse que os dados por regiões confirmam a tendência de crescimento suave da indústria, já diagnosticada pelos resultados nacionais. De acordo com a gerente, os dados de média móvel trimestral – principais indicadores de tendência – também mostram crescimento em nove das 14 regiões pesquisadas no trimestre encerrado em julho, em relação ao período de três meses terminado em junho, o que confirma a trajetória de crescimento suave. Na média nacional, a expansão foi de 0,2%. Ela observou que as regiões que apresentaram destaque de crescimento na produção em julho têm predominância da influência das exportações de commodities (metalurgia,
minério de ferro, açúcar, suco de laranja), da indústria extrativa ou de veículos automotores. No caso de São Paulo, os principais destaques positivos no desempenho em julho foram automóveis, caminhões, açúcar, suco de laranja e computadores. O crescimento na região sobre o mês anterior ocorreu após uma queda de 2,1% apurada entre maio e junho. No acumulado de janeiro a julho, a indústria paulista cresceu 3,6% ante igual período do ano passado, também acima da média nacional (2,7%). Iedi – Técnicos do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) avaliaram em documento que os resultados da indústria paulista foram vigorosos e, ao contrário do que ocorreu na maior parte das regiões, mais impulsionados pelo mercado externo do que pela demanda doméstica. (AE)
Indústria paulista elimina postos
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nível de emprego na indústria paulista, apurado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), caiu 0,26% em agosto em relação a julho, o que representou um corte de 5 mil postos de trabalho. Foi o pior mês desde dezembro de 2005, quando a variação havia sido negativa em 1,62%. Foi também o primeiro mês no ano em que o indicador de emprego registrou queda, seguido de dois meses praticamente estáveis. Por esse motivo, a Fiesp re-
visou de 2% para 1% a previsão de alta do nível de emprego industrial paulista neste ano. De acordo com o diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas da entidade, Paulo Francini, a revisão reflete a "frouxidão do INA (Indicador do nível de atividade Fiesp-Ciesp)", que tem se mostrado fraco desde maio. Em junho, a criação de postos subiu 0,02% e, em julho, 0,07%, variações que, segundo Francini, significam crescimento nulo. O real valorizado, responsável pelo aumen-
to das importações, sobretudo em setores como têxteis e calçados, além da desaceleração das exportações nesses mesmos setores, é apontado com o principal fator tanto para a queda no INA (-0,3%) em julho ante junho, quanto no emprego de agosto. Ano – No ano, a indústria paulista criou 72 mil vagas até agosto, o que representa um crescimento de 3,46%. No período de 12 meses encerrado em agosto, o emprego industrial paulista cresceu 1,27%, ou 26 mil postos. (AE)
OPORTUNIDADES
Fone: (11) 5575-9977 Apto. Aclimação: 2 dorms. (1 suíte), 64m2 de área útil, 2 vagas
Pequena entrada e saldo em 84 meses
PINHEIRO
Conj. Coml.: 2 30 a 400m Vila Mariana
Creci: 13461-J
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19 dias das eleições, o governo anunciou ontem um conjunto de medidas com o intuito de alavancar o setor imobiliário, abrindo espaço para novas modalidades de crédito e permitindo que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financie a construção de moradias para funcionários de empresas que tomem recursos do banco. O pacote permite que os bancos concedam financiamentos habitacionais com taxa pré-fixada, sem a correção do valor da prestação pela Taxa Referencial (TR). Os trabalhadores também poderão obter empréstimo consignado para comprar a casa própria, com desconto d a p re s t a ç ã o em folha. Com oito medidas, o pacote prevê um aporte adicional de R$ 1 bilhão neste ano e R$ 3,5 bilhões em 2007, por parte da Caixa Econômica Federal, para financiamentos, em condições vantajosas, às c o n s t ru t o r a s habitacionais. O BNDES foi autorizado a financiar a construção de moradias para empregados de empresas que tomarem recursos no banco, ao custo de Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) mais 1% ao ano. O banco de fomento abrirá ainda uma linha de crédito de R$ 100 milhões para projetos de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação no setor de construção civil. Redução do IPI – Faz parte do pacote a redução de 10% para 5% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente nos chuveiros elétricos, bidês, sanitários, caixas de des-
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Nacional Empresas Comércio Exterior Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 13 de setembro de 2006
A União Européia elevou de 15% para 75% a tarifa para importação de frango salgado.
COMÉRCIO ENTRE BRASIL E ÍNDIA É DE US$ 2,5 BI
PRIMEIRO-MINISTRO DA ÍNDIA TAMBÉM ANUNCIA INVESTIMENTOS PARA ELEVAR OS NEGÓCIOS BILATERAIS
BRASIL E ÍNDIA PEDEM REFORMA NO FMI André Dusek/AE
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presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, defenderam, em discursos e comunicado conjunto, a reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI) e ampliação das cadeiras no conselho de segurança na Organização das Nações Unidas (ONU), além de ressaltarem a importância do combate ao terrorismo (leia mais sobre reforma do FMI na pág. E/5). Também destacaram o incremento nas relações dos dois países, que têm se intensificado e aprofundado, e que "atingiram o nível de uma parceria estratégica". Ambos defenderam a ampliação do comércio bilateral, destacando que houve um crescimento de cinco vezes nessa corrente, desde 2002, chegando a US$ 2,5 bilhões. Lula ressaltou que "o potencial é ainda muito maior" e deve ser expandido com a assinatura de novos acordos de preferências comerciais e ampliação do número de produtos incluídos nas negociações. O primeiro-ministro da Índia endossou as palavras de Lula, acrescentando que espera mais expansão das rel a ç õ e s c o m e rc i a i s . S i n g h anunciou investimentos de US$ 400 milhões na prospecção de petróleo no Brasil. De acordo com o comunicado conjunto, os dois mandatários decidiram "iniciar diálogo estratégico bilateral sobre temas regionais e globais de interesse mútuo, como segurança energética e a situação da segurança internacional, inclusive a ameaça do terrorismo". Comprometeram-se ainda a estabelecer vínculos empresariais no setor bancário e de serviços, além de estimular os setores públicos e privados a aumentar e diversificar os fluxos
bilaterais de bens e serviços. No comunicado, Lula e Manmohan Singh reafirmaram "sua convicção de que o terrorismo constitui uma das maiores ameaças à paz e à segurança e enfatizaram a necessidade de ações coordenadas pela comunidade internacional, com objetivo de erradicar o terrorismo". Falaram ainda da "prioridade que os dois governos atribuem à reforma das Nações Unidas, para tornar a ONU mais efetiva e conforme à realidade contemporânea". Depois de reafirmarem seus compromissos no combate à fome e à pobreza, à promoção dos valores democráticos e o fomento ao desenvolvimento econômico, os dois líderes políticos defenderam a reforma do FMI, "para refletir a realidade atual da economia global, o que inclui uma reforma do sistema de cotas para que haja maior espaço para os países em desenvolvimento, de modo a assegurar participação mais efetiva nos processos de decisão do FMI". Oito acordos bilaterais foram assinados entre Brasil e Índia, durante cerimônia no Palácio da Alvorada, após a reunião de trabalho entre o presidente Lula e o primeiro-ministro indiano. Os acordos vão desde as áreas de transporte aéreo, construção de moradias, infra-estrutura e transportes, área científica e tecnológica, com fortalecimento nas pesquisas em ciências humanas e sociais, além de cooperação em exploração de petróleo e proteção fitossanitária. Os dois presidentes concordaram em designar adidos de defesa em suas respectivas capitais. R et ri bu iç ão – A visita do p r i m e i r o - m i n i s t r o M a nmohan Singh ao Brasil é uma retribuição à viagem que o presidente Lula fez à Índia, em janeiro de 2004. (AE)
Tarifas de frango na UE podem criar disputa na OMC
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Manmohan Singh: investimentos de US$ 400 milhões em petróleo
País luta para ficar no SGP
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Itamaraty espera apoio de multinacionais norte-americanas instaladas no País para convencer os Estados Unidos a manterem os produtos do Brasil no Sistema Geral de Preferências (SGP), programa que isenta impostos de importação de cerca de 3,4 mil produtos brasileiros. De acordo com o secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Mário Mugnaini, a embaixada em Washington tem sido a interlocutora com o Capitólio na questão do SGP. Segundo ele, as empresas norte-americanas com subsidiárias no Brasil "são aliadas" do governo brasileiro. "Elas
exportam para os EUA e também se beneficiam do SGP", disse. Ele estima que de 50% a 60% do montante das exportações para os EUA beneficiadas pelo SGP são vendas de subsidiárias de companhias norte-americanas. O Brasil exportou US$ 23 bilhões para os EUA em 2005, segundo Mugnaini. Desse total, US$ 3,6 bilhões foram beneficiados pelo SGP. Se a última cifra não contasse com redução tributária, haveria sobretarifa da ordem de US$ 140 milhões, de acordo com o secretárioexecutivo da Camex. O atual regime de preferências dos EUA é válido até 31 de dezembro. (Reuters)
Brasil poderá abrir um novo painel na Organização Mundial de Comércio (OMC) contra a União Européia (UE) se a proposta de compensação pela elevação da tarifação do frango salgado, a ser apresentada hoje em Genebra, não for considerada suficiente e não atender às pretensões brasileiras. O Brasil já ganhou o direito de compensações no órgão multilateral depois que a UE elevou de 15% para 75% a tarifa para frango salgado, o que prejudicou o mercado brasileiro. A disputa agora poderá ocorrer sobre a forma de calcular a compensação. Os europeus defendem que seja pela média exportada nos últimos dez anos, o que não é suficiente para o Brasil, já que a exportação de frango salgado para o velho continente só cresceu nos anos 2000. A UE tinha tarifas de importação diferenciadas para o frango congelado e o salgado, de 75% e cerca de 15%, respectivamente. Como a tributação para o produto salgado era in-
ferior, isso motivou a indústria brasileira a investir e a concentrar mais sua atuação nessa linha. Mas o bloco europeu decidiu igualar as tarifas. Então, o Brasil entrou com pedido de abertura de painel na OMC exigindo compensações, e a entidade decidiu em favor do País. Contudo, diante da decisão, a UE resolveu acionar o artigo 28 do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (GATT) da OMC, que permite a ampliação do regime de cotas sob alegação de uma eventual distorção comercial. As novas tarifas, se realmente impostas pelos países que compõem a UE, poderão gerar perdas de US$ 400 milhões por ano até 2010, segundo projeção divulgada pela Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef). O número considera receitas que o País deixaria de obter. A carne de frango é um dos principais produtos da pauta de exportação do agronegócio brasileiro. Em 2005, o País vendeu 2,84 milhões de toneladas ou US$ 3,5 bilhões. (AE)
EUA têm déficit recorde
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levados preços de importação de petróleo e uma forte demanda por produtos estrangeiros contribuíram para que os Estados Unidos registrassem, no último mês de julho, déficit comercial recorde, de US$ 68 bilhões. A informação consta de relatório do governo norteamericano divulgado ontem. O déficit aumentou 5% na comparação com junho, na maior elevação mensal em quase um ano. Analistas de
mercado esperavam saldo negativo de US$ 65,5 bilhões. O déficit comercial referente ao petróleo atingiu o segundo maior nível já registrado, por causa das tensões relacionadas ao programa nuclear do Irã. Já a queda nas exportações depois de quatro meses de alta deve-se, principalmente, ao menor embarque de aeronaves comerciais, afirmou Tim Mazanec, estrategista sênior de câmbio do Investors Bank and Trust. (Reuters)
ATAS PLATAFORMA ELETRÔNICA S.A. NIRE 35.300.188.667 - C.N.P.J. 04.859.768/0001-76 Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 23/08/2006 Data e Hora: 23/08/2006, às 12:00 horas. Local: na sede da companhia, localizada na Rua Augusta, nº. 1642, 3º. andar, conjunto A – fundos, Consolação – CEP 01304-001, São Paulo/SP. Quorum: presença de acionistas representando 100% (cem por cento) do capital social com direito a voto, conforme consta do “Livro de Presença”. Mesa: Bernardo Francisco Pereira Gomes – Presidente; Carlos Alberto Sangiorgio – Secretário. Convocação: em face do comparecimento de todos os acionistas, a assembléia foi considerada regular (§ 4º do art. 124 da Lei nº 6.404/76), dispensadas as demais formalidades previstas no art. 124 da Lei nº 6.404/76. Ordem do dia: a) informar sobre o pedido de renúncia do Diretor Financeiro da Companhia, Sr. Fernando Henrique de Aldemundo Pereira; e b) eleição de novo Diretor Financeiro. Apreciação e Deliberações: a) inicialmente, os acionistas consignaram o recebimento, nesta data, pela Companhia, de Termo de Renúncia do Sr. Fernando Henrique de Aldemundo Pereira, que deixará o cargo de Diretor Financeiro da Companhia em 31/08/2006, devendo o respectivo Termo ser arquivado na Junta Comercial do Estado de São Paulo e tendo a publicação da presente ata os efeitos da publicação prevista no artigo 151 da Lei nº 6.404/76; b) finalmente, foi eleito por unanimidade para assumir o cargo de Diretor Financeiro a partir de 31/08/2006, em substituição ao Sr. Fernando Henrique de Aldemundo Pereira, o Sr. Bernardo Francisco Pereira Gomes, que exercerá, cumulativa e temporariamente, o cargo de Diretor Presidente e Diretor Financeiro, permanecendo no cargo de Diretor Financeiro até que novo diretor seja eleito para este cargo pela Assembléia Geral. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, foi encerrada a Assembléia, da qual se lavrou a presente Ata que, lida e achada conforme, foi por todos os presentes assinada. São Paulo, 23 de agosto de 2006. (a) – Presidente: Bernardo Francisco Pereira Gomes – Secretário: Carlos Sangiorgio – Acionistas: Senior Solution S.A. e Carlos Sangiorgio. São Paulo, 23/08/2006. Bernardo Francisco Pereira Gomes - Presidente; Carlos Sangiorgio - Secretário; Senior Solution S.A; Carlos Sangiorgio
COMUNICADO
CONVOCAÇÕES
EDITAIS
ASSOCIAÇÃO LAR TERNURA - CNPJ/MF nº 44.807.261/0001-93 PARA CONSOLIDAÇÃO DO QUADRO SOCIETÁRIO EDITAL DE CONVOCAÇÃO ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA Ficam convocados todos os sócios, de qualquer categoria, da ASSOCIAÇÃO LAR TERNURA, para a Assembléia Geral Extraordinária, que será realizada no dia 09 (nove) de outubro de 2006, às 19:00 horas em primeira convocação, com a presença da maioria absoluta dos sócios ou às 20:00 horas em segunda convocação com a presença de qualquer número de sócios, em sua sede na cidade de São Paulo, Capital, à rua Inácio Cervantes, 630 – Parque Ipê – KM 19 da Rodovia Raposo Tavares quando será apreciada a seguinte pauta: 1.) Consolidação do quadro societário nos seguintes termos: fica desde já expressamente consignado, para conhecimento público e geral, que o não comparecimento do sócio, seja de qualquer categoria, implicará em sua automática exclusão do quadro societário; 2.) Outros assuntos de interesse. Esse Edital de Convocação é publicado em Jornal da cidade de São Paulo, para melhor publicidade do ato, e para que não se alegue desconhecimento. São Paulo, 11 de setembro de 2006. Aloísio Alves de Oliveira - Presidente
COOPERATIVA DE PROFISSIONAIS DE MANUSEIO E CONDUÇÃO DE CARGAS, LIMPEZA E CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO EM GERAL
FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR PREGÃO Nº 036/2006-FAMESP/HEB PROCESSO Nº 243/2006-FAMESP/HEB REGISTRO DE PREÇO Nº 023/2006-FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 05 de setembro de 2006 a 19 de setembro de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignoli s/n, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/HospitalEstadual Bauru, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL - PREGÃO Nº 036/2006-FAMESP/HEB - PROCESSO Nº 243/ 2006-FAMESP/HEB, que tem como objetivo a Aquisição de medicamentos (Ácidos graxos essenciais, creme hidratante com vitaminas, papaína pura em pó, Subgalato de Bismuto). Para registro de preço por um período de 12 meses. As Amostras deverão ser entregues até o dia 19 de setembro de 2006 às 17:00 horas. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 02 de outubro de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 – Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 05 de setembro de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice-Presidente - FAMESP
Publicidade Legal - 3244-3643
CNPJ nº 07.152.310/0001-70 EDITAL DE CONVOCAÇÃO - ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA A COOPERATIVA DE PROFISSIONAIS DE MANUSEIO E CONDUÇÃO DE CARGAS, LIMPEZA E CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO EM GERAL, por seu Diretor Presidente, de acordo com a competência contida no Estatuto Social, CONVOCA os 45 (quarenta e cinco) cooperados, para se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária, que será realizada no próximo dia 24 de setembro de 2006, à Av. Brigadeiro Faria Lima, nº 1616, conj. 802 - Bairro, São Paulo - SP, às 09h00 (nove) horas em primeira convocação, com a presença de 2/3 (dois terços) dos cooperados, às 09h30 (nove e meia) horas em segunda convocação, com a presença de metade mais um dos cooperados, ou às 10h00 (dez) horas, em terceira e última convocação, com a presença mínima de 10 (dez) cooperados, para deliberar sobre a seguinte: ORDEM DO DIA: 1) Discutir e deliberar sobre a reforma estatutária; 2) Eleição de diretoria e conselho fiscal. São Paulo, 13 de setembro de 2006. Sr. Ailton Guimarães Mayer - Diretor Presidente.
FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 12 de setembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:
Reqte: Bandeira Franco Comunicação e Propaganda Ltda - Reqdo: Camisaria Colombo Ltda Pça. Fernandes Pacheco, 34 - Reqdo: ADM Comércio de Roupas Ltda - Av. Marechal Floriano Peixoto, 44 - Salas 28, 29 e 30 - 1ª Vara de Falências Reqte: Refriso - Refrigerantes Sorocaba Ltda - Reqdo: Percaz Distribuidora de Bebidas Ltda Rua Calandra, 500 - 1ª Vara de Falências Reqte: Garden’s Radio Comunicação Ltda - EPP - Reqdo: Metta Sistema de Segurança Eletrônica Ltda - R. Professor Teófilo de Carvalho, 328 - 1ª Vara de Falências
quarta-feira, 13 de setembro de 2006
Finanças Tr i b u t o s Nacional Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 A primeira prévia do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) de setembro subiu 0,21%
CAI A VENDA ILEGAL DE COMPUTADORES
VAREJO APOSTA NA OFERTA DE GARANTIA ADICIONAL, QUE JÁ GANHOU STATUS DE SEGURO PARA MERCADORIAS
PRODUTOS JÁ TÊM DUPLA GARANTIA Fotos: Marcos Peron/Virtual Photo
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A rede Magazine Luiza, através da LuizaSeg oferece vários produtos, como o seguro garantia estendida
Mais 5% no custo do gás boliviano
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diretor da área de gás e energia da Petrobras, Ildo Sauer, estimou que o próximo ajuste trimestral do preço do gás natural importado da Bolívia, em 1º de outubro, será de 5%, depois de ter subido 10% em 1º de julho. "O ajuste obedece uma cesta de óleo e, quando o óleo cai, o preço do gás também cai", disse Sauer na 13ª Rio Oil & Gás. O aumento incidirá apenas no preço do gás, ou sobre 70% do valor total, já que parte do transporte tem custo fixo no contrato. Atualmente, a Petrobras paga em torno de US$ 4 por milhão de unidade térmica britânica (BTU), preço que vem sendo questionado pelo governo
boliviano, que pleiteia um aumento ainda não anunciado. A Petrobras admite apenas o ajuste trimestral, previsto em contrato, e que obedece a uma cesta de óleos no mercado internacional. O diretor da estatal informou que a empresa pretende estender esse tipo de contrato também para as distribuidoras de gás brasileiras, para que o preço pago à Petrobras reflita melhor o mercado e, com isso, haja equilíbrio entre a oferta e a demanda. "Quero ver se temos todos os contratos (no novo modelo) assinados no ano que vem", informou Ildo Sauer. A Petrobras vende o gás que importa da Bolívia para as distribuidoras estaduais, que,
IPC-FIPE Índice de Preços ao Consumidor subiu 0,16% na primeira quadrissemana do mês em São Paulo.
Ó RBITA
VARIG
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Varig fechou agosto com participação de 2,2 % no mercado doméstico de aviação. A companhia, que já chegou a liderar o mercado brasileiro, manteve-se atrás da novata BRA, que ficou com 4,19% de presença no período, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). (Reuters) A TÉ LOGO
agora, terão de escolher entre três modalidades: um contrato fixo, semelhante ao existente com a Bolívia, onde parte varia de acordo com uma cesta de óleo e outra é mantida; outro ininterruptível, que entrega o produto quando tem, sem obrigatoriedade; e um novo contrato, chamado de preferencial, que o cliente informa quando quer o gás e só paga quando recebe. "Esta é uma estrutura conceitual, tudo isso está sendo objeto de negociação com as distribuidoras." O diretor informou ainda que pretende lançar o edital definitivo da licitação para compra dos dois navios com plantas acopladas de GNL entre setembro e outubro. (Reuters)
ICV O índice que mede o custo de vida do paulistano foi de 0,32% no mês de agosto.
GOL: PASSAGEM AÉREA POR R$ 1
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Gol retomou a promoção para vôos domésticos com bilhetes a R$ 1, em que a compra das passagens precisa ser de ida e volta e o trecho com tarifa a R$ 1 é combinado com outras tarifas. A oferta vale para viagens feitas entre 12 de setembro e 31 de outubro. A compra dos bilhetes pode ser feita até 2
de outubro. Não serão oferecidas tarifas promocionais de ida e volta. Para obter o desconto, o passageiro tem de ficar duas noites no destino. Caso seja necessário alterar a data, se a mudança for feita até 24 horas antes da viagem, o passageiro não paga taxa. Após esse período, a cobrança é de R$ 30. (AG)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Receita Federal começa a fiscalizar indústria de bebidas para inibir sonegação
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Bovespa registra superávit de capital estrangeiro em setembro
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Em meio à crise e reestruturação, Volkswagen brasileira lança o novo Polo
ngana-se quem pensa que conversa de vendedor termina quando o cliente põe a mão no bolso. Se os produtos escolhidos forem eletroeletrônicos e móveis, em especial, o processo de convencimento recomeça, com a oferta de mais segurança para o consumidor, por meio da garantia estendida para o produto adquirido. Além da garantia do fabricante, o cliente pode optar também pelo produto vendido pelo comércio. Mas o que se chamava garantia estendida acabou virando um seguro. O cliente pode comprar uma garantia que começa a valer logo após o término da oferecida pelo fabricante. Ele paga pelo serviço quando compra o item na loja. A garantia estendida foi elevada à categoria de seguro por determinação da Superintendência de Seguros Privados (Susep). O comércio teve até o dia 30 de junho deste ano para se adaptar. Algumas redes pediram extensão do prazo, de um ano. As que não estão nesse caso podem ser multadas. "A multa começa em R$ 13 mil. O seguro protege o consumidor. Infelizmente, nem todo o comércio é idôneo. Alguns clientes poderiam precisar do serviço já pago e, caso o produto apresentasse algum problema, não encontrariam atendimento. Agora, com a caracteri-
Cliente opta ou não pela garantia
zação do seguro, fica muito mais difícil acontecer isso", afirma o chefe da divisão de Capitalização e Seguros de Bens da Susep, Alberto Ribeiro. "A determinação da Susep, que indica que o serviço de garantia estendida seja comercializado apenas por seguradoras autorizadas, leva para o mercado mais fiscalização." Parceria – A rede Magazine Luiza, além de se adequar, firmou uma parceria com a seguradora Cardif do Brasil. O resultado é a LuizaSeg, responsável por vários produtos – entre eles, o seguro que tomou o lugar da garantia estendida. "O Magazine Luiza oferece a garantia estendida desde 1999. A parceria com a Cardif do Brasil ocorreu em dezembro de 2005, e a criação do seguro,
em fevereiro de 2006", diz o gerente de Serviços da rede, Antônio José de Araújo. O seguro é adquirido quando o cliente compra o produto e pode ser parcelado em até cinco vezes sem a cobrança de juros, ou em 24 parcelas com juros. O valor do seguro varia entre 9% e 12% do valor do bem, de acordo com Araújo. Em seis meses de operação, a empresa registrou aumento de 28% nas vendas do seguro para eletroeletrônicos e de 31% para móveis, em relação a igual período de 2005. Para o diretor-geral da LuizaSeg, Luis Felipe Cozac, o seguro é uma forma de tornar o cliente fiel. "Quando o produto apresenta problemas, é desagradável para o próprio Magazine Luiza. A primeira coisa que o consumidor pensa é procurar o lugar onde comprou. O seguro significa qualidade, já que o cliente terá atendimento sem sair de casa, com profissionais de confiança." A aposentada Francisca Barbosa ganha R$ 350 por mês. Ela nem se lembra há quantos anos é cliente do Magazine Luiza. Francisca afirma que já comprou uma televisão e um forno de microondas na loja e nas duas oportunidades adquiriu o seguro, que ainda era chamado de garantia estendida. "Vale a pena pagar um pouquinho mais e ter tranqüilidade." Neide Martingo
Crescem as vendas de PCs legais
C
erca de um ano após o governo federal instituir uma série de medidas de incentivos na popularização de computadores no País e de aumentar as ações de repressão ao contrabando, o setor de informática registrou uma alta de 43% no número de unidades vendidas, redução no nível de ilegalidade e aumento de arrecadação de impostos, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Segundo levantamento feito pela consultoria IT Data a pedido da Abinee, foram comercializados no primeiro semestre 3,6 milhões de PCs no Brasil ante os 2,5 milhões vendidos no mesmo período de 2005. O governo federal implementou no ano passado isenção de impostos na comercialização de desktops até o valor de R$ 2,5 mil e de notebooks de R$ 3 mil, além de lançar um programa chamado de Computador para Todos, que trouxe incentivos na venda de PCs de mesa de até R$ 1,2 mil, equipados com software livre. Ilegais – A pesquisa encomendada pela Abinee aponta que a participação dos computadores que apresentam algum tipo de ilegalidade – co-
mo sonegação de impostos, por exemplo – caiu de 73% em 2004 para 47,7% no primeiro semestre deste ano no total das vendas de PCs no Brasil. Uma das principais conclusões do levantamento é de que as empresas que vendem computadores no chamado "mercado cinza" acabaram optando por distribuir máquinas de maior valor, pois os fabrican-
7,8
milhões de computadores de mesa deverão ser vendidos até o final deste ano, de acordo com estimativa do IT Data. tes legalizados conseguiram reduzir a diferença de preço para 15%, incentivando o consumidor final a optar por equipamentos que, apesar de um pouco mais caros, trazem benefícios como a garantia. Por isso, a Abinee está pro-
pondo ao governo, elevar a faixa de isenção de PIS/Cofins para PCs de mesa que custem até R$ 3 mil e para notebooks com preço de até R$ 4 mil. A IT Data estima que o Brasil encerrará 2006 com vendas de 7,8 milhões de PCs, aumento de 38% sobre o ano passado. O levantamento mostra que o governo obteve um aumento de 33%, para R$ 547 milhões, na arrecadação de impostos relacionados apenas à comercialização dos PCs. No primeiro semestre de 2005, segundo o estudo, o valor arrecadado foi de R$ 432,2 milhões. PC popular – O programa de popularização de PCs equipados com software livre tinha como meta alcançar a venda de 1 milhão de computadores nos primeiros 12 meses de operação, muito acima das 265 mil máquinas que já foram vendidas até o final de junho deste ano, segundo a ID Data. Apesar disso, a indústria e o governo não consideram que houve um fracasso de vendas de computadores de mesa porque o programa gerou um crescimento nas vendas de computadores com preços maiores, já que barateou o acesso a crédito pelo varejo e incentivou a competição no setor. (Reuters)
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Ambiente Compor tamento Transpor tes Urbanismo
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 13 de setembro de 2006
O valor desperdiçado é mais do que o necessário para resolver o problema do transporte em São Paulo. Adriano Murgel Branco
SOLUÇÃO É DEIXAR O CARRO EM CASA
Trânsito caótico consome R$ 25 bilhões por ano
Fotos: Reprodução
A solução seria deixar o carro particular em casa, desde que houvesse um transporte coletivo confiável
O
engenheiro e ex-secretário de Transportes, Adriano Murgel Branco, garante que o prejuízo da cidade com o trânsito caótico é imenso. Segundo ele, são desperdiçados cerca de R$ 25 bilhões/ano se forem considerados também os gastos com aumentos no custo do transporte coletivo, a perda de tempo e perda de produtividade do trabalhador. "Esse valor é mais do que o necessário para resolver os problemas do transporte em São Paulo", disse Branco. Os 18 milhões de habitantes da Grande São Paulo desperdiçam 198,473 milhões de horas por ano em carros e 117,9 milhões de horas em ônibus. Os congestionamentos colocam a velocidade média dos ônibus e automóveis muito abaixo do limite estabelecido pela legislação. Em média, os carros rodam a 17 km/h e os ônibus a 12 km/h. O resultado do desgaste do cidadão pode ser traduzido em números. Segundo Adriano Branco, os congestionamentos geram uma perda de 20% na produtividade do trabalhador brasileiro. Em comparação com os Estados Unidos, a produtividade nacional é 27% menor. "A população se estressa", disse. A pé – Na outra ponta dessa situação está o cidadão que abandona o transporte coletivo para andar a pé. Em 1997, 10,813 milhões de deslocamentos eram feitos a pé diariamente em São Paulo. Nove anos depois depois, esse número supera os 14,2 milhões. O que poderia ser comemorado pelos médicos, por uma questão de saúde, é criticado pelos especialistas. "Uma coisa é andar um ou dois quilômetros. A outra é caminhar seis. A pessoa acorda mais cedo, gasta muito tempo e já chega cansada ao trabalho, reduzindo consideravelmente sua produtividade ao longo do tempo", afirmou Cândido Malta. O próprio Adriano Branco
Fotos de Milton Mansilha/Luz
Régis mora a 5 minutos a pé do trabalho, mas é obrigado a usar o carro
Alexandre Augusto acorda um hora mais às sextas-feiras
Wellington leva mais de 20 minutos para embarcar no Anhagabaú
optou por caminhar. "Deixo o carro em casa e vou trabalhar a pé. Mas o meu escritório fica próximo da minha residência", explicou. Muitos paulistanos, porém, relutam em seguir o exemplo. Régis Santa Isabel trabalha no largo São Francisco, no Centro, e mora na rua
Bittencourt Rodrigues, a poucas quadras de distância. Mesmo assim, vai para o serviço de carro. "Gasto cinco minutos andando. De carro perco, em média, 45 minutos por causa dos engarrafamentos em torno da praça da Sé", disse. Mas o funcionário público
explica que não pode abandonar o carro, pois o utiliza no trabalho. "Se pudesse, deixava o carro em casa. Numa sexta-feira, cheguei a gastar 2h15 minutos da garagem do prédio onde eu moro até o trabalho". O último dia útil da semana é motivo de alegria, mas parece gerar muita dor de cabeça com os congestionamentos. Às sextas-feiras, Alexandre Augusto Costa acorda uma hora mais cedo em São Mateus, zona leste. E chegaria em casa cerca de 1h30 mais tarde caso não tivesse mudado seu meio de transporte. "Acordo às 6h para pegar no serviço às 9h. Na volta, caminho mais para pegar o trem e gastar o mesmo tempo que gasto nos outros dias, de ônibus", explicou. Migração – O movimento de migração dos usuários de transporte coletivo para os carros é observado desde 1967, mas aparece com maior intensidade na última década. Segundo os especialistas, é preocupante a situação do transporte individual. Devido à péssima situação do transporte coletivo e às facilidades para aquisição de veículo próprio, o número de carros por habitante cresceu assustadoramente. Em 2002, pela primeira vez os carros transportaram mais pessoas do que os ônibus e o metrô. A proporção do número de carros por habitante cresceu de 1/40 na década de 40, para quase 1/2 nos anos 90. Hoje, a frota é estimada em mais de 4,3 milhões de veículos automotores. Mas nesse período, a malha viária não acompanhou esse crescimento. A desproporção entre o número de veículos e a malha viária, destinada a escoar uma frota veicular crescente, faz com que a cidade enfrente aumento progressivo de congestionamentos. E tudo seria bem pior se a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) não tivesse registrado, nos dois últimos anos, um aumento de 15%/ano no volume de passageiros. O metrô, também nos dois últimos anos, teve aumento de 4% e 6%, respectivamente, no volume total de pessoas transportadas. Esses dois sistemas transportam diariamente 3,6 milhões de passageiros, o que significa mais de 40% do volume de transporte público da Região Metropolitana. Paralelamente, foi verificada uma queda do número de passageiros nos ônibus metropolitanos, intermunicipais e municipais. Solução – Na visão dos especialistas, a solução para os congestionamentos é simples: deixar o carro em casa. Mas todos concordam que para isso o transporte coletivo deve ser eficiente. A médio prazo, duas soluções foram apresentadas. Ambas polêmicas. Cândido Malta defende a cobrança de pedágio no chamado Centro Expandido, como acontece em Londres, Estolcomo e Cingapura. "Se o usuário do carro particular pagasse US$ 1 por dia, teríamos US$ 700 milhões por ano para investir em obras estruturais", argumentou o urbanista. Branco crê que a verba para os investimentos deveria sair do bolso dos beneficiados. Segundo o engenheiro, a Constituição prevê a Contribuição por Melhorias. Uma taxa seria cobrada proporcionalmente dos donos dos imóveis valorizados por obras estruturantes. "Uma obra de metrô gera 30% de valorização nos imóveis do entorno. Esse dinheiro seria destinado a novas obras de construção e ampliação", disse. (FG)
Pelourinho, na Bahia: maquete reproduz o colorido dos casarões
Do Rio a Paris em um minuto. É o mundo das maquetes. O museu Little World, inaugurado ontem, traz os principais pontos turísticos do mundo em miniatura. Kelly Ferreira
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ara conhecer detalhes da arquitetura do Arc o d o Tr i u n f o , n a Champs Élysées, em Paris, ou do Taj Mahal, na Índia, não é preciso mais sair de São Paulo. O museu Little World, inaugurado ontem em Cotia, na Grande São Paulo, tem como atração miniaturas dos principais pontos turísticos do mundo. São 26 peças ricamente detalhadas, feitas em madeira, plástico, acrílico e tinta. As maquetes chegam a ter até seis metros de altura e são acompanhadas de textos que contam a história dos monumentos. Também é possível visitar o Cristo Redentor, o Palácio do Itamaraty, a Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida (Brasília), os Arcos da Lapa, o Elevador Lacerda, o Pelourinho, o Museu do Ipiranga, o MASP, a Torre do Banespa, o Palácio de Cristal (Curitiba), o 14 BIS, a Torre Eiffel, a Estátua da Liberdade, a Torre de Pisa, o Edifício Taipei, a Ópera Australiana, o Edifício Unique e até as Sete Maravilhas do Mundo (Farol de Alexandria, Templo de Ártemis, Jardins Suspensos da Babilônia, Colosso de Rodes, A Estátua de Zeus, As Pirâmides do Egito e Mausoléu de Halicarnasso). Coleção – Outras maquetes devem ser acrescentadas à coleção. Entre elas estarão o Coliseu (Roma), o Portão de Brandenburg (Berlim) e o Big Ben (Londres). O Little World tem uma área de oito mil metros quadrados, um núcleo educacional para o ensino da confecção de maquetes, praça de alimentação e estacionamento. De acordo com Fábio Fogassa, um dos 107 maquetistas do projeto, seu pai, Adhemir Fogassa, teve a idéia do museu há 15 anos. Ele é escultor e também maquetista. "Tínhamos o sonho de passar a emoção dos pontos turísticos do mundo por meio de maquetes. Foi um trabalho minucioso e cheio de detalhes. A pesquisa para fazer a maquete das sete maravilhas do mundo, por exemplo,
Estátua da Liberdade em Cotia
Eiffel, de Paris para São Paulo
levou quase um ano. Cada peça demora de 30 a 60 dias para ser concluída", afirmou. As 26 peças foram executadas em quatro anos. A Torre de Pisa, por exemplo, teve seu tamanho reduzido 30 vezes. O edifício mais alto do mundo, em Taiwan, em 150 vezes. "Considero o Museu do Ipiranga e o Arco do Triunfo como as mais difíceis, por causa dos detalhes", disse Fábio. SERVIÇO Little World - Quilômetro 28 da Rodovia Raposo Tavares, sentido Cotia. Durante a semana fica aberto para escolas. Ingresso (com transporte e lanche) custa R$ 40 por pessoa. Aos fins de semana fica aberto ao público. Ingresso a R$ 25. Estudantes pagam meia. Das 10h às 17h.
Masp: peça inclui avenida Paulista, automóveis e pedestres
quarta-feira, 13 de setembro de 2006
Ambiente Compor tamento Polícia Transpor tes
PRESOS 134 presos da Penitenciária de Araraquara foram levados para quatro unidades.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 A polícia vai pedir a quebra do sigilo telefônico de Ubiratan, encontrado morto no domingo.
CORONEL FOI MORTO COM UM REVÓLVER 38
IBAMA Ibama apreendeu 200 animais silvestres em um criadouro em Macaparana (PE).
Ó RBITA Mario Angelo/Futura Press
Namorada de coronel depõe por mais de 9 horas Ela começou a falar às 11h e até as 20h não havia sido liberada. Foram apontadas contradições no depoimento.
A
TIROTEIO E MORTE NA 25 DE MARÇO
na região da rua 25 de Março (foto), no Centro. O crime foi em um apartamento na esquina das ruas Carlos de Souza Nazareth e Augusto Severo. Três criminosos tentavam roubar o dinheiro de um comerciante chinês que mora no edifício. Dois suspeitos foram detidos. Houve um início de tumulto e as lojas que baixaram as
portas. Dois apartamentos foram arrombados, mas nada foi roubado. O soldado Olavo Messias Santos, de 40 anos, levou um tiro no tórax e morreu antes de chegar à Santa Casa. Ele trabalhava no 43º Batalhão (Vila Gustavo), estava de folga e fazia bico de segurança há 15 anos na região. O PM Marco Antonio Oliveira, de 34 anos, da Rocam, levou um tiro no maxilar e está internado. (AE)
CANETA
CRACOLÂNDIA
Polícia Civil investiga a responsabilidade na morte do menino Bredy Taylor de Azevedo Recoba, de três anos, em Uruguaiana (RS), vítima do disparo de uma caneta-revólver na noite de sexta-feira. O pai da criança, dono do bar, recebeu a arma como garantia pela venda de bebida. O tiro parece ter sido acidental, durante manuseio inadvertido do artefato pela própria criança. Ao que parece, o garoto pegou a arma como brinquedo, no bar. Naquele momento, o pai estava em outro cômodo e a mãe assistia TV . (AE)
ito pessoas foram encaminhadas à delegacia sob suspeita de tráfico ou porte de drogas, corrupção de menores e pirataria e 13 estabelecimentos foram multados por falta de alvará durante uma operação contra a criminalidade e comércio ilegal na região da Cracolândia, na Luz, no Centro, realizada ontem das 8h30 até as 11h30. Das 113 pessoas abordadas, 36 tinham antecedentes criminais. Os treze estabelecimentos foram multados pela segunda vez. Na próxima serão fechados. (AE)
INDENIZAÇÃO
SÓ PARA MOTOS
governador Cláudio Lembo encaminhou à Assembléia três projetos de lei que autorizam a indenização de familiares de policiais civis e militares e agentes de segurança penitenciária mortos fora do serviço, entre maio e julho, que não tinham cobertura de seguro de vida. Os projetos determinam o pagamento de R$ 100 mil a familiares de policiais civis assassinados em maio; o mesmo valor no caso de PMs mortos em maio e julho; e R$ 50 mil a familiares de agentes do mesmo período. (AE)
ela primeira vez, os motociclistas de São Paulo vão ganhar uma pista exclusiva. A Secretaria Municipal de Transportes e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apresentaram ontem o projeto piloto "faixa exclusiva de motos" nas avenidas Sumaré e Paulo VI, na zona oeste. A iniciativa, que tem como objetivo diminuir o número de acidentes com motociclistas que circulam entre as faixas de trânsito, começará a ser utilizada na próxima segunda-feira. (AE)
m PM foi morto e outro baleado, ontem à tarde, U durante tentativa de assalto
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namorada do coronel Ubiratan Guimarães, Carla Cepollina, chegou ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) no final da manhã de ontem, perto das 11h, e seguia prestando depoimento até as 20h. Os delegados já haviam constatado contradições em suas declarações. A mãe de Carla, a também advogada Liliana Prinzivalli, disse à polícia, nas duas horas em que prestou depoimento ontem, que ela esteve no local do crime e saiu às 16h. Em casa, pouco depois, disse que deu um "depoimento livre", que falou o que quis e a polícia pouco perguntou. Liliana disse que considera a possibilidade de o autor do assassinato ser algum funcionário demitido pelo coronel, mas não descarta a hipótese de crime passional, praticado por alguma mulher com quem Ubiratan tivesse se envolvido. Ela reitera que a filha é inocente, garante que não é ciumenta e que não houve discussão no sábado entre Carla e a delegada da Polícia Federal do Pará, Renata Santos Madi. Antes dos depoimentos, mãe e filha entregaram documentos à polícia. Entre eles, segundo Liliana, a nota fiscal de dois pares de sapato comprados por Carla para Ubiratan na sexta-feira e também a nota fiscal das fechaduras novas do apartamento dele – ela comprou e ele iria reembolsá-la. O objetivo era provar que o namoro ia bem. Contradição – O chefe de gabinete de Ubiratan na Assembléia Legislativa, Eduardo Anastazi, contradisse ontem várias afirmações de Carla e de sua mãe. Segundo ele, ela não era próxima dos filhos do coronel, não estava coordenando a campanha à reeleição, não interferia no gabinete e não circulava sempre com Ubiratan. Perguntado como via uma possível participação de Carla no crime, respondeu: "Preferia não acreditar, mas tudo leva a crer que sim." Calibre 38 - O tiro que matou o coronel partiu de um revólver calibre 38. A constatação, feita por peritos que examinaram o corpo de Ubiratan, reforça a suspeita de que o assassino usou uma das armas da vítima para matá-la. Das sete armas que o coronel mantinha em seu apartamento, uma delas – um revólver calibre 38 –
Arquivo Pessoal/Reprodução/AE
Ubiratan e Carla: ela foi a última pessoa a ver o coronel vivo no sábado Jone Roriz/AE
Eduardo Anastazi aponta contradições no depoimento da advogada
desapareceu depois do crime. Mas, para se certificar disso, os investigadores do DHPP terão primeiro de localizar o revólver do coronel. Só assim será possível realizar o confronto balístico entre o projétil retirado do cadáver e a arma. Sigilo – A polícia vai pedir a quebra do sigilo telefônico do coronel. Ubiratan recebeu o telefonema de uma mulher, por volta das 18h. Por causa da ligação, houve uma discussão entre o coronel e Carla, que estava no apartamento naquele momento. Ubiratan foi encon-
trado morto por volta das 22h domingo em seu apartamento, na rua José Maria Lisboa, nos Jardins. O coronel Ubiratan recebeu cinco telefonemas entre a noite de sábado e a noite de domingo, quando seu corpo foi encontrado por assessores. Foram verificados três recados da secretária eletrônica. Pará – O superintendente em exercício da Polícia Federal do Pará, Anilton Roberto Turíbio, determinou ontem que seja feita uma perícia no celular da delegada da PF, Renata Santos Madi, que seria a nova na-
morada do coronel Ubiratan, para quem ligou de Belém no sábado momentos antes de ele ser assassinado. A delegada confirma o telefonema, mas nega o relacionamento amoroso com o coronel e uma suposta discussão com Carla. Renata e Ubiratan, de acordo com a delegada, seriam amigos e praticantes de tiro. Ela também disse que a advogada teria atendido outras ligações feitas para o celular do coronel. Numa delas, segundo afirma, as duas teriam conversado normalmente e sem ofensas. Renata passou a tarde de ontem ocupada numa operação policial que aprendeu cocaína em Belém. Pela manhã, durante conversa com Anilton Turíbio, ela entregou o celular, que ontem e mesmo começou a ser periciado. Todas as ligações feitas para o celular ou telefone convencional do coronel, feitas a partir de Belém pela delegada serão levantadas. Renata, que é paulista e foi admitida nos quadros da PF recentemente após aprovação em concurso público, se prontificou a fornecer todos os extratos das chamadas feitas para o coronel. O superintendente disse que a PF está colaborando com a investigação para o esclarecimento do caso. Carandiru – O coronel Ubiratan Guimarães foi quem comandou a nunca operação que resultou no massacre do Carandiru. Ele nunca foi preso. Em 2001, Ubiratan chegou a ser condenado a 632 anos de prisão pelas mortes de 102 dos 111 presos e por cinco tentativas de homicídio, num julgamento em primeira instância. Réu primário, ele recorreu da sentença em liberdade. Em fevereiro deste ano, os desembargadores do Tribunal de Justiça (TJ) inocentaram Ubiratan, o que gerou protestos de entidades de direitos humanos e repercutiu negativamente no exterior. Dias depois, o mesmo Órgão Especial do TJ modificou o resumo do acórdão que absolveu o coronel. A mudança estabeleceu que os desembargadores não "declararam absolvido o réu", mas apenas "reconheceram" que ele tinha sido absolvido pelo Tribunal de Júri. A Detenção foi desativada em 2002. Três pavilhões foram implodidos, inclusive o 9, onde ocorreram as mortes dos detentos. (Agências)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
quarta-feira, 13 de setembro de 2006
LENTE DE
AUMENTO
VOTO, NÃO-VOTO
E
JOÃO DE SCANTIMBURGO
tem suas votações razoavelmente distribuídas pelos diversos cortes e cruzamentos pode-se imaginar que o não-voto nada influenciaria os números das pesquisas. Mas se há uma distribuição irregular, certamente o número final não corresponderá às pesquisas, mesmo na véspera da eleição. Então, deve-se avaliar quem se beneficia ou se prejudica por isso. A hipótese deste Ex-Blog comprovada para o Rio é que o candidato com concentração nos segmentos de renda menor é o mais prejudicado. Por isso, estimamos que Lula terá a permanecer assim a distribuição - pelo menos quatro pontos a menos na diferença que tem hoje sobre seus adversários somados. No dia 2 de outubro se poderá ter comprovada esta análise.
A CARTA DE FHC Céllus
sse Ex-Blog tem chamado de não-voto a soma da abstenção, com brancos e nulos calculados, estes, a partir dos votos emitidos, portanto já sem a abstenção. As pesquisas são feitas em cima do universo total de votantes. Portanto, se todos os eleitores inscritos pudessem votar, a pesquisa teria essa base. Mas na prática muitos não votam por terem falecido e o cancelamento não ter sido feito ainda, outros porque estão presos, outros foragidos, outros viajando, outros por doença, outros por idade e optarem por não votar, etc... Este Ex-Blog estima que a soma desses casos todos não chega a 5% do total de eleitores. A soma da abstenção com brancos e nulos (sobre o líquido de votantes), foi em 1989 de 18,4%, em 1994 de 33,2%, em 1998 de 40,2% e em 2002 de 28,1%. Se subtrairmos aqueles 5%, teríamos, arredondando, 13%, 28%, 35% e 23%. Para 1989 ocorreu um recadastramento geral o que reduziu a abstenção, e havia um grande ânimo para votar no presidente depois de 29 anos. Certamente não é o caso de hoje. Não seria exagero dizer que este ano, no mínimo, teremos 25% de não-voto. Ou seja, tudo que os institutos colocam abaixo de 25% de não-voto, provavelmente não ocorrerá no dia da eleição. Sempre que os candidatos
Gato por lebre ROBERTO FENDT
L
embro-me, ainda garoto, de ouvir as histórias dos adultos sobre o matuto que vinha do interior trazendo um "paco" de dinheiro para doar à Santa Casa do Rio de Janeiro. Desconhecendo a localização do hospital, pedia a um transeunte que ficasse com o dinheiro e o entregasse à benfazeja instituição, pedindo apenas em troca dinheiro para pernoitar na cidade, comer e comprar a passagem de volta. Havia sempre um espertalhão carioca que, vendo as cédulas que encimavam as pilhas de papel sem valor, "compravam" o paco... Estão nos vendendo novamente um paco. Nem bem havíamos digerido o anterior e já vem novamente o governo com outro "pacote". O pacote anterior pretendia melhorar a vida dos exportadores, permitindo que uma parte da receita em dólares da exportação pudesse ficar no exterior, onde seria aplicada até que se tornasse necessária para efetuar os pagamentos da empresa. A idéia é excelente e sempre foi defendida por quem é do ramo, já que a legislação brasileira obriga a venda compulsória ao sistema bancário — e deste para o Banco Central — das divisas obtidas pelo exportador. O que ninguém percebeu é que é muito mais rentável para o exportador celebrar com seu banco um contrato de venda prévia da divisa com o seu banco, obtendo reais através de um adiantamento sobre o contrato de câmbio, e aplicando aqui os reais, onde as taxas de juros são muitíssimo mais altas que no resto do mundo. Com pompa e circunstância o governo anunciou na semana passada mais um pacote — desta vez para reduzir as taxas de juros dos tomadores de empréstimos na rede bancária. A idéia, anunciada como a descoberta da pólvora, consiste na criação do cadastro positivo dos tomadores de empréstimos. Bons pagadores, sem antecedentes de inadimplência, entrariam para um cadastro residente no Banco Central a ser disponibilizado à rede bancária. De posse desse cadastro, os bancos cobrariam menos dos bons pagadores, já que um dos grandes componentes da taxa de juros — o risco da inadimplência
TRECHOS DO COMENTÁRIO DE CESAR MAIA, PREFEITO DO RIO HTTP://CESARMAIA.BLOGSPOT.COM
G Estimamos
que Lula terá pelo menos quatro pontos a menos na diferença que tem hoje sobre seus adversários somados.
— estaria minimizado. Como disse anteriormente, a idéia é ótima e dá bons resultados em todos os países em que é aplicada. O único problema com esse novo pacote é que ele já existe. É como inaugurar obra feita na gestão anterior. A diferença entre o que já existe e o que foi anunciado é somente o valor do limite dos créditos concedidos aos tomadores dos empréstimos para efeito de inserção das informações na Central de Risco de Crédito do Banco Central. Até agora, o cadastro contemplava empréstimos de valor acima de cinco mil reais; agora incluirá também os créditos de valor superior a mil reais. Ocorre que o sistema até então em vigor já incluía 90% do valor dos créditos concedidos; o novo sistema, anunciado com as fanfarras pré-eleitorais de praxe, passará a incluir somente os 10% remanescentes. Much ado about nothing, muito barulho por nada, diria mestre Shakespeare.
Q
uer isso dizer que o cadastro é ruim? Longe disso. Tanto é bom que já existia. A Central de Risco de Crédito do BC começou a ser implantada em 1977 e foi reformulada em maio de 2000. Contém informações positivas e negativas sobre os tomadores de crédito do sistema financeiro brasileiro. A experiência internacional mostra também que ele funciona em outros quadrantes, simplesmente porque reduz um componente de risco importante na concessão de empréstimos. E é correto sediar o cadastro no Banco Central: nenhum banco estaria disposto voluntariamente a dar à concorrência informações sobre os bons pagadores. Todos estão dispostos a divulgar os nomes dos maus pagadores e a leválos à Justiça. Os nomes dos bons pagadores vale ouro e assim são preservados. Em razão desses fatos, estamos sendo agora vítimas de uma nova forma de ocultamento: a apresentação de algo que já existe, com uma "meia sola" que lhe confere uma aparência de novo. Em suma, estão nos vendendo gato por lebre. E, pior, muita gente continua comprando.
Juca Varella/AE
E stão nos vendendo novamente um paco, o cadastro positivo.
S
erão apurados cerca de 25% de não-votos
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
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Já vai tarde JOSÉ AUGUSTO VIANA NETO
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inte anos depois do choque do Plano Cruzado, em 1986, acabará, enfim, a correção monetária no sistema de crédito imobiliário. O prego no caixão desse mecanismo de transferência de renda será colocado com o anúncio do fim da TR, a Taxa Referencial de juros. A TR foi criada no Plano Collor II para ser o principal índice nacional e apagar a memória inflacionária do passado. Como taxa básica de juros, seria o referencial dos juros praticados no mês vigente. É calculada a partir do rendimento mensal médio dos CDBs e RDBs e usada para a correção das aplicações da caderneta de poupança e das prestações dos empréstimos do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Taxa de juros, virou indexador de contratos. O fim da TR é excelente notícia para quem precisa de financiamento bancário para comprar imóvel. Significa que as prestações serão fixas e o custo do empréstimo será menor. Hoje, na média dos financiamentos pelo SFH, paga-se 12% de juros ao ano mais 3% da TR. Somente a exclusão da TR vai representar uma economia entre 9% e 12% em financiamentos de 10 e 15 anos, dependendo do plano de amortização adotado (sistema Sacre ou Tabela Price). Se efetivadas outras medidas em discussão, como o crédito consignado para desconto da prestação na folha de pagamento, o custo deverá baixar ainda mais. Prestação fixa e mais barata será como maná do Céu para famílias que anseiam ter
seu imóvel próprio, novo ou usado. A garantia de que a prestação sempre "caberá" no salário deverá contribuir para reverter, ainda que moderadamente, o quadro de estagnação que marcou o primeiro semestre deste ano no mercado de imóveis usados de São Paulo. Só a supressão da TR, evidentemente, não nos levará do inferno ao céu sem passagem pelo purgatório. Há o desemprego (1,3 milhão de pessoas sem ocupação na região metropolitana de São Paulo), há o emprego de baixa remuneração, há o passo de tartaruga da economia, que cresceu apenas 2,2% neste primeiro semestre, e há também, disseminado amplamente entre as famílias, o grave "defeito" da falta de poupança. Sem ela, não há como bancar os 30% de entrada que usualmente se pede como entrada nos financiamentos.
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as, como há nos bancos dinheiro que nunca houve antes, estimando-se que a soma chegue a R$ 8 bilhões este ano, é este o momento de se acrescentar ao pacote de medidas a serem anunciadas a definitiva chave na porta de acesso à casa própria - financiamento integral do valor do imóvel, 100% de seu preço. Nada impossível de ser feito, até porque alguns bancos, timidamente, já o fazem, transformando em apelo de marketing o que é uma função social. JOSÉ AUGUSTO VIANA NETO É PRESIDENTE DO CRECI-SP
O fim da TR é excelente notícia para quem precisa de financiamento
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ão poderia ser diferente a carta de Fernando Henrique Cardoso sobre atualidade política. O governador Cláudio Lembo a considerou velha, quer dizer, que poderia ser escrita em outra época passada, não nesta, dos emails, dos telefones fáceis de serem localizados e outras formas modernas de comunicação. Deixemos de lado as avaliações, os palpites, as opiniões, ainda que procedentes do alto. O ex-presidente FHC cumpriu o seu dever, denunciando o pensamento que impregna a campanha política. Poderia ter dito muito mais do que disse, mas para um ex-presidente foi bastante o que constou em sua missiva. Ainda se escreve em cartas, como fez o apóstolo São Paulo para o cristianismo e Voltaire para as idéias inglesas. Afinal, nas cartas é possível dizer tudo o que pensa, sem faltar com a educação – é o caso de FHC –, para bem conduzir o processo sucessório. O ex-presidente FHC tem autoridade suficiente para fazer o que fez no momento oportuno, que é exatamente nos últimos dias da campanha presidencial.
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ex-presidente não fugiu ao lugar comum na carta, o que, como universitário, seria fácil fazer. Preferiu quase uma conversa íntima com amigos, que já foram e sê-lo-ão no futuro. A carta veio colocar uma nota de dignidade na campanha, em que se trocam doestos dispensáveis, numa corrida dessa importância. O fez com habilidade e respeito e poderá voltar ainda antes do final do período pré-eleitoral, basta os candidatos tirarem as lições aproveitáveis do texto, escrito com essa intenção. O ex-presidente FHC tem suficiente autoridade para lembrar deveres aos concorrentes, como é o caso. Deixemos que exerça sua função moderadora num país, como o nosso, que se recente da falta desse personagem, o Poder Moderador, nas instituições políticas. A carta de FHC merece toda a consideração. É o que penso dela. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G FHC tem suficiente autoridade para lembrar deveres aos concorrentes. Deixemos que exerça a função moderadora.
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Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 13 de setembro de 2006
Operação Replicante envolveu 300 agentes da Polícia Federal
SEIS MIL CONTRIBUINTES NA JUSTIÇA PEDEM CND
ENTIDADES DE CLASSE SE UNEM PARA COBRAR DO FISCO AGILIDADE NA LIBERAÇÃO DA CERTIDÃO DE DÉBITOS
CRUZADA CONTRA A BUROCRACIA FISCAL Paulo Pampolin/Hype
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oi lançado ontem, na Câmara Americana d e C o m é rc i o ( A mcham), um movimento empresarial que reúne mais de 40 entidades de classe contra a burocracia para obter as Certidões Negativas de Débitos (CNDs) tributários. "Nosso objetivo é sensibilizar as autoridades, já que as empresas brasileiras sofrem para conseguir o documento", afirmou o advogado Roberto Pasqualin, presidente da Força Tarefa de Tributação da Amcham, ao estimar que tramitam atualmente na Justiça Federal cerca de 6 mil ações para agilizar a obtenção do documento. Na próxima semana, integrantes do movimento entregarão a representantes da Receita Federal, Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e Justiça Federal um documento com pelo menos cinco propostas. Uma delas é ampliar de 180 para 365 dias o prazo de validade das certidões. Outra é instituir a prorrogação automática do prazo em caso de greve da Receita. O movimento também vai propor que seja estabelecido prazo para que pendências não impeçam as empresas de conseguir a CND. "É comum que apareçam pendências novas durante o processo de obtenção da certidão. Conheço uma empresa que, por conta disso, levou mais de dois anos resolvendo esses problemas", disse Pasqualin. As entidades solicitarão ainda que seja imposto efeito sus-
Existem órgãos administrativos e empresas privadas exigindo o documento sem base legal. Roberto Pasqualin, presidente da Força Tarefa de Tributação da Amcham pensivo para o prazo da certidão enquanto são analisados os envelopamentos (pedidos de verificação de débito tributário). "Por fim, vamos pedir que fique expresso no Código Tributário Nacional (CTN) o rol de situações que exigem CND. Isso porque há órgãos administrativos e empresas privadas exigindo o documento sem base legal", disse Pasqualin. Pendências – A CND é um
Domício Gomes/O Popular/Ag. O Globo
documento exigido das empresas que querem participar de licitações ou obter empréstimos. "Há casos de empresas que foram eliminadas de uma concorrência por falta de certidão", explicou Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que também apóia o movimento. Ao classificar o documento como dispensável, Solimeo lembra que a Receita já tem vários instrumentos para fiscalizar os contribuintes, como os controles eletrônicos. Segundo Dante Montagnana, presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Sindhosp), a obtenção de CNDs é uma questão séria para o setor justamente por causa das licitações. "Os estabelecimentos que querem prestar serviços ao poder público precisam do documento para atender pelo Sistema Único de Saúde", disse Montagnana. Para Flávio de Oliveira, consultor da Confirp, os problemas mais comuns enfrentados pelos contribuintes na hora de conseguir a CND são dados cadastrais incorretos, débito recolhido e não registrado, parcelamentos com prestação registrada como se estivesse em atraso ou inscrição na dívida ativa por erro do sistema do fisco. "Muitas vezes o contribuinte se vê obrigado a entrar com mandado de segurança na Justiça porque a análise de débito demora de 20 a 30 dias." Laura Ignacio
Cerca de 300 agentes da Polícia Federal prenderam ontem hackers que criavam programas para invadir contas
OPERAÇÃO REPLICANTE Presa quadrilha que roubou R$ 32 milhões de correntistas
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ma operação da Polícia Federal em Goiás, batizada de Replicante, prendeu ontem uma quadrilha formada por hackers que criavam softwares para roubar senhas e invadir dados pessoais e contas bancárias de clientes de diversos bancos por meio da internet. Com as senhas, a criação de cartões magnéticos e uma rede de "laranjas", a quadrilha desviou dinheiro de correntistas e roubou, em média, R$ 6 mil por semana nos últimos oito meses. Mas, segundo a PF, um grupo de clientes perdeu o equivalente a R$ 32 milhões. No total, os 300 agentes da PF haviam prendido até as 17 horas de ontem 58 pessoas nos Estados de Goiás (Goiânia e Aparecida de Goiânia), Tocantins, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e no Distrito Federal. As prisões foram determinadas pelo juiz da 11ª Vara da Justiça Federal em Goiás. "Não houve violação do sistema bancário", garantiu o superintendente da PF, Manuel Trajano Rodrigues Dualibe, ao explicar que os hackers não fraudavam o banco, mas os clientes, uma vez que os progra-
madores criaram softwares para roubar correntistas. Durante a operação, a polícia apreendeu 15 computadores e diversos equipamentos de informática durante buscas, apreensões e prisões em residências e empresas de informática. Surpresa –A PF também
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mil reais por semana, nos últimos oito meses, é quanto a quadrilha desviava das contas-correntes. apreendeu 15 carros, um jet-ski e dinheiro que estava em poder da quadrilha cujos integrantes, em Goiás, têm a média de 20 anos de idade. A surpresa da operação ficou por conta da prisão de um policial civil, Anderson Luiz Gonçalves Santana, e dois militares: o cabo PM Gilberto Veiga de Mello e o soldado PM Allan Kardec Franco.
Segundo a PF, os policiais descobriram parte das atividades ilícitas mas, em vez de dar voz de prisão aos hackers, passaram a extorqui-los. "Ele (Anderson Luiz) era da Polinter, com mais de 12 anos de serviço, e agora vai ficar à disposição da Polícia", afirmou o delegado Cleovitan Néris Costa, corregedor da Polícia Civil. Segundo o delegado Rodrigo de Lucca Jardim, a Operação Replicante foi iniciada há um ano. Na prática, porém, trata-se de uma seqüência de outras operações realizadas pela Polícia Federal a partir do ano de 2000. Entre elas estão a Cash Net (2001), Cavalo de Tróia I e II (2003 e 2004), Pégasus I e II (2005). Desta vez, afirmou o delegado, os programadores eram o foco das prisões. Eram eles que difundiam programas empregados no roubo de senhas e de outros dados confidenciais das contas bancárias, a partir da criação de falsos sites na internet. "Geralmente eles faziam um clone dos sítios oficiais", afirmou o delegado Rodrigo de Lucca Jardim. (AE)
Exército no combate ao contrabando
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o combate ao contrabando na fronteira do Brasil com o Paraguai, a Receita Federal tem, desde a última segunda-feira, o apoio de 120 homens do 34 º Batalhão de Infantaria Motorizada (BIMtz) de Foz do Iguaçu. Armados, os soldados estão espalhados por estradas rurais e dão apoio para que os fiscais façam as vistorias nos veículos com total segurança. Até a tarde de ontem, 13 carros foram interceptados com mercadorias que, segundo os fiscais, se destinavam a fins comerciais, o que é proibido pela lei. Eles foram levados ao pátio da Receita, com exceção de um, que tem um fundo falso e estava lotado de produtos de informática, que foi para a Polícia Federal. Os motoristas poderão re-
correr da apreensão. "A operação terá como objetivo o combate contra os delitos transfronteiriços e ambientais na faixa de fronteira e aprofundar o bom relacionamento com os órgãos de Estado das áreas de segurança pública e de fiscalização", disse o comandante do 34º BIMtz, coronel Carlos Maurício Malinverni de Souza. Esta é a segunda vez neste ano que o Exército coopera com os fiscais da Receita na região de Foz do Iguaçu. A primeira, em julho, teve a iniciativa do próprio Exército, que pretendia, segundo o Departamento de Relações Públicas do batalhão, o "adestramento da tropa". Em razão dos bons resultados conseguidos com essa cooperação, a Receita Federal convidou-os novamente para o trabalho em con-
junto. Em princípio, vai até o dia 23, mas a Receita não descarta a possibilidade de estendê-lo por mais tempo. Desde 2003, a Receita Federal intensificou a repressão ao contrabando. Primeiro, no combate aos comboios, que chegavam a reunir dezenas de ônibus e dificultavam a fiscalização. Agora, a tendência é fiscalizar mais os automóveis. Como os motoristas procuram ludibriar os fiscais desviando por estradas secundárias, é importante a presença dos soldados do Exército para fazer os bloqueios. Ontem, a Receita Federal iniciou pela manhã, também, uma operação centrada nas motocicletas que cruzam a Ponte da Amizade que une Foz do Iguaçu a Ciudad del Este, no Paraguai. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Temos uma legislação considerada modelo para deficientes. Mas a prática não acompanha a teoria. Flávia Cintra, do Instituto Paradigma
PPP
People, Planet, Profit (Pessoas, Planeta, Lucros): o Triodos Bank, da Holanda, que chega ao Brasil, está focado no microcrédito e no crédito socialmente responsável, mas sem deixar de ser uma instituição financeira.
BAZAR PARA O GRAAC
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ais uma oportunidade para colaborar com o trabalho do Grupo de Apoio à Criança e ao Adolescente com Câncer, o Graacc. A entidade está organizando um bazar beneficente em parceria com o Bob Store, no qual roupas e acessórios serão vendidos com descontos de até 80%. O bazar acontecerá neste final de semana (dias 16 e 17) na rua Cristiano Viana, 84, Pinheiros, na Ponta de
quarta-feira, 13 de setembro de 2006
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ão é exatamente fácil equilibrar rentabilidade e investimentos, em sua maioria de longo prazo, em projetos sociais e ações de Organizações Não Governamentais (ONGs). Mas é essa a linha de atuação do Triodos Bank, instituição holandesa criada no início dos anos 1980, que atua na Europa e inicia operações na América Latina. Peter Blom, chairman do banco, esteve no Brasil durante um encontro do setor de cartões de crédito, realizado no mês passado. Blom explicou que o banco procura um parceiro no mercado financeiro brasileiro, já que a instituição, pelo menos neste momento, não pretende montar uma nova estrutura fora da Europa. O executivo espera fechar uma parceria no nosso país para oferecer as linhas de microcrédito e crédito socialmente responsável, os dois principais produtos que fazem parte da carteira do Triodos Bank. Blom explica que uma atuação direta no Brasil não seria
possível, já que as demandas dos países onde atuam e os das ONGs brasileiras são totalmente distintos. Dessa forma, ele espera um parceiro que já conheça essas demandas e os m e i o s d e c o m o o f e re c e r e adaptar as linhas de financiamento da instituição. O executivo acrescenta que o banco trabalha com o conceito de "PPP" (do inglês People, Planet, Profit, ou pessoas, planeta e lucros; ). Essa definição, explica Peter, direciona os financiamentos do Triodos para projetos sustentáveis, com um impacto efetivo no seu meio de atuação, mas sem deixar de lado a rentabilidade almejada por toda instituição financeira. "Nossas linhas focam o social, mas o investidor quer o seu retorno, o que é normal e necessário. O acionista, na realidade, é quem acredita em projetos sociais, afinal é o dinheiro dele que proporciona os investimentos", disse Blom. Resultados – Seguindo os números apresentados pelo e x e c u t i v o , a b a l a n ç a s ocial/rentabilidade do Triodos
demonstra um resultado positivo. Até dezembro de 2005, a instituição possuía uma carteira de tinha 100 mil clientes, correspondendo a um total de US$ 2,7 bilhões sob sua administração. No seu último balanço, o lucro apresentado é de US$ 6,3 milhões, uma elevação de 46% na comparação com 2004, segundo o executivo. Desde sua fundação, a instituição é de capital aberto. Tem nove mil investidores. Hoje, o Triodos financia projetos ligados à agricultura orgânica, modelos para energia renovável – Peter Blom espera conhecer mais sobre o biocombustível nas próximas visitas ao Brasil –, para sistemas de saúde, educação, tecnologia ambiental, projetos religiosos, arte e moradia permanente para pessoas com deficiência de aprendizagem, moradores de rua, crianças e idosos. Blom explica que todos os pedidos são avaliados da mesma forma que um pedido de financiamento para compra de máquinas, tecnologia ou capital de giro, a diferença fica no
Crédito para projetos sustentáveis. Só que com rentabilidade. Foto Rita Monte/Divulgação
impacto futuro desse financiamento. "Para conseguir um financiamento, a ONG precisa comprovar o impacto da sua ação; não simplesmente defender uma idéia. Essa é uma dificuldade das organizações sociais na América do Sul", disse o executivo. O Triodos Bank também oferece contas correntes e fundos de investimento em empresas socialmente responsáveis.
Peter Blom, chairman do Triodos Bank: "Na realidade, quem acredita nos projetos sociais é o acionista do banco. Mas ele quer retorno."
Davi Franzon
Declaração dos direitos do deficiente
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riar uma declaração de direitos do deficiente em todo o mundo e que, afinal, se transforme em legislação em todos os países. Este foi o objetivo da Oitava Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que aconteceu no mês passado, em Nova York, nos Estados Unidos. Agora, vem a parte dif í c i l : o d o c umento precisa ser ratificado por todos os governos. P ar t ic ip ar a m d a e l aboração do texto 800 pessoas da sociedade civil de todo o mundo e mais 300 representantes de cada
país. A delegação brasileira contou com oito participantes. Para a advogada Flávia Cintra, representante do Instituto Paradigma, o texto final desta reunião é uma conquista. Direitos - "Trata-se da declaração dos direitos humanos para as pessoas com deficiência. Prevê direitos nas áreas de saúde, educação e profissional. Foi criado um consenso entre os 192 países participantes e sua importância é ainda maior porque o documento é uma matriz genérica para a criação de políticas públicas para esta parcela da população", disse Flávia Cintra. Ela lembra que a população brasileira com alguma deficiência, física ou mental, soma 25 milhões de pessoas atualmente, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Temos uma legislação que é considerada modelo
CRIANÇAS Especialistas discutem violência contra crianças e adolescentes nesta quinta-feira.
Estoque do Bob Store. Horários: 9h às 18h (sábado) e 10h às 17h (domingo).
CEPECA EM NOVO ESPAÇO
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Centro de Estudos e Pesquisa da Criança e do Adolescente (Cepeca) inaugura hoje o seu novo espaço, batizado Galpão de Idéias. Nele, a entidade pretende ampliar as atividades de inclusão social para crianças e adolescentes em situação de risco. Entre elas, destaca-se o Projeto Clicar, composto de cursos e oficinas de
para os deficientes. O problema é que a prática não acompanha a teoria. Por isso, é importante que o governo brasileiro ratifique a declaração o mais rapidamente possível", acrescentou. O documento aprovou itens importantes como a obrigação de o Estado garantir direitos como o de acesso a direitos básicos – educação, assistência médica e deslocamento, entre outros –, e também assegurar o uso de novas tecnologias para incluir o maior número possível de pessoas com qualquer tipo de deficiência. A partir dessas garantias, o Estado deve elaborar políticas públicas em parceria com as entidades de apoio aos deficientes que assegurem sua inserção tanto nas escolas quanto no mercado de trabalho. Entraves – No Brasil, avalia Flávia, o problema é marcada-
mente cultural, pois ainda existe muito preconceito contra as pessoas deficientes. Ela opina que, apesar disso, já está se criando uma consciência de que todos têm direito de participar da vida social. E diz que iniciativas como a da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) – que dá formação técnica para que deficientes possam trabalhar – devem se multiplicar para que se prove que todos os deficientes são capazes de participar ativamente da sociedade. Em razão desta realidade, é importante que todos os países ratifiquem o documento em curto prazo, para que possa ser divulgado em todo o mundo. Segundo Flávia Cintra, foi marcada reunião em Brasília com representantes do governo federal para que se divulgue oficialmente a ratificação do documento. Paula Cunha
VIOLÊNCIA É o VII Encontro Anual da Rede Nossas Crianças: www.fundabrinq. org.br/encontro
Ó RBITA fotografia, animação, teatro e outras atividades lúdicas. A entidade já atendeu mais de três mil crianças desde que foi criada em 1995. Haverá uma exposição de fotografias aberta ao público. O endereço é rua Scipião, 138, na Lapa. Mais informações sobre a entidade podem ser obtidas pelo telefone (11) 3873-9044.
PARA ALUNOS DA REDE PÚBLICA
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Cursinho 20 de Novembro abriu as inscrições para o intensivão, de dois meses de duração. Voltado para
alunos das escolas públicas, oferece aulas exclusivamente nos finais de semanas e a preços acessíveis. As aulas estão programadas para começar no dia 7 de outubro e acontecem aos sábados, das 11h30 às 17h30, e domingos, das 9h às 13h30. As inscrições devem ser feitas pessoalmente, das 11h às 15h, no campus da Fatec, prédio Santiago, sala 28s. O endereço da Fatec é este: avenida Tiradentes, 715. É necessário apresentar documento de identidade e comprovante de residência. Mais
A Oitava Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência quer criar uma declaração que se transforme em lei em todos os países.
informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 6651-881/5663-2283 ou por e-mail: vintenovembro@ig.com.br.
DANÇA DA INCLUSÃO
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tilizar a dança como um instrumento de inclusão é o objetivo da Associação Desportiva para Deficientes (ADD), que acaba de lançar mais um projeto, o Dança de Rua Inclusiva. Voltado para deficientes e seus familiares, ele pretende melhorar o movimento e a expressão corporal, ampliar a capacidade respiratória e o
condicionamento físico e auxiliar no desenvolvimento da coordenação motora. Segundo os organizadores do curso, outra meta é desinibir as pessoas e fazer com que elas se relacionem melhor com os outros. As vagas estão abertas para as turmas de segundas, quartas ou sextas, das 16h às 17h. Podem participar pessoas com qualquer tipo de deficiência ou os seus familiares, sem restrições de idade. Mais informações podem ser obtidas através do telefone (11) 5052-9944.
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quarta-feira, 13 de setembro de 2006
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Política
Foi uma tática desnecessária. Ricardo Izar, sobre a expectativa dos sanguessugas de atrasar os processos.
Roberto Jayme/ AE
SANGUESSUGAS
SUASSUNA FAZ DE TUDO PARA DESVIAR SUSPEITA Investigado pelo suposto envolvimento com a máfia dos sanguessugas, Ney Suassuna (PB), vai ao Conselho de Ética e diz que presidente da CPMI mente.
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urante depoimento ao Conselho de Ética do Senado, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) – acusado de envolvimento com a máfia das ambulâncias – disse que o presidente da CPMI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), mentiu ao reproduzir uma declaração sua sobre o envolvimento de parlamentares com a cobrança de propinas a partir da apresentação de emendas ao Orçamento da União. A conversa entre Biscaia e Suassuna teria ocorrido na sala da CPMI, no início das investigações. Segundo Biscaia, o senador paraibano teria dito: "O senhor não sabia que 90% dos parlamentares tiram uma beirada das emendas?". Biscaia teria respondido : "Senador, eu desconhecia que 90% dos parlamentares cometem crimes". O senador Jefferson Péres (PDT-AM), relator do processo de Suassuna, questionou por que Biscaia teria agido dessa forma e Suassuna respondeu: "Por vaidade, pura vaidade, ele tem os holofotes a seu favor", afirmou o senador, chegando a dizer que deve acionar o Conselho de Ética da Câmara contra o deputado Biscaia. Assinatura – Durante o depoimento nesta terça-feira, Suassuna negou ainda ter participado do esquema de frau-
des para a compra superfaturada de ambulâncias por meio de emendas parlamentares ao Orçamento ou mesmo conhecer os acusados de envolvimento com a máfia. O senador disse ainda que uma assinatura sua foi falsificada num documento que destina verba para compra de ambulância e negou que vá renunciar ao cargo. Suassuna levou um laudo para comprovar que a assinatura era falsa. Ney Suassuna é acusado de receber R$ 240 mil para apresentação de emendas ao Orçamento. O dinheiro teria sido depositado na conta de Marcelo Carvalho, ex-assessor de Suassuna. O senador, que foi líder do PMDB, optou por comparecer sem a assessoria de advogado e pediu que o depoimento fosse aberto. "Nenhum dos personagens me conhece. Não sabia da existência dessas pessoas, nunca falei pessoalmente ou por telefone com essas pessoas, embora jornais importantes digam que eu falei. Se o senhor verificar, vai ver que nenhum deles me conhece. Nunca falaram comigo, não sei sobre a sua existência" - disse ele ao relator Jefferson Péres (PDT-AM). O senador Ney Suassuna se referia aos principais acusados de participação no esquema, como a ex-assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha
Lino e os empresários Darci e Luiz Antônio Vedoin, donos da Planam, empresa acusada de comandar a máfia. Suassuna também disse que conheceu Marcelo Carvalho ao assumir o Ministério da Integração Nacional, onde o exfuncionário trabalhava como assessor parlamentar. Suassuna esteve à frente do Ministério no período de 14 de janeiro de 2001 a 5 de abril de 2002. As se ss or – Ele explicou ao relator de seu processo, senador o trabalho de seu ex-assessor, e alegou que Carvalho falsificou sua assinatura. Já o exassessor disse que o senador sabia das negociações que promovia e nega ter falsificado qualquer assinatura em pedidos de liberação de emendas do Orçamento. Os três filhos do senador – Rodrigo, Diego e Fabrício – e sua ex-esposa Tânia acompanham o depoimento. No início, Suassuna disse que sua campanha à reeleição no Senado está difícil porque "todo dia tem uma manchete no jornal" tentando desestabilizá-lo. Suassuna é um dos três senadores investigados porque tiveram os nomes incluídos no relatório parcial da CPMI por haver indícios ou provas de terem participado do esquema. Os outros dois são Serys Slhessarenko (PT-MT) e Magno Malta (PL-ES). (AOG)
NOTIFICAÇÕES: ESTÁ DIFÍCIL LOCALIZAR OS ENVOLVIDOS.
notificações a 22 dias da abertura dos processos não vão atrasar os trabalhos. Depois da notificação há o prazo de cinco sessões no plenário para apresentação de defesa. Como o Congresso está em recesso branco, esse prazo deverá ser iniciado em 2 de outubro. "Foi uma tática desnecessária", afirmou Izar, referindo-se à suposta expectativa dos acusados de atrasar os processos. No encontro que terá com Rebelo, Izar vai pedir também reforço na assessoria jurídica do Conselho para dar conta dos 67 processos. Izar afirmou também que pedirá que a liderança do PFL indique um novo representante para o conselho, já que o deputado Robson Tuma
(PFL-SP) se considerou impedido para relatar os processos por ter participado de uma comissão de sindicância da corregedoria. Segundo Izar, todos os membros do conselho precisam relatar processos para não sobrecarregar os colegas. Ele reafirmou que espera votar os processos dos primeiros acusados na segunda quinzena de novembro e disse que os relatores já receberam os documentos do Ministério Público e da Polícia Federal, e que a criação de nove subrelatorias também irá para acelerar os processos. As notificações dos deputados deverão ser publicadas na edição de hoje do Diário Oficial da União, do Diário da Câmara e em um jornal de circulação nacional. (AE)
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presidente do Conselho de Ética da Câmara, Ricardo Izar (PTBSP) entregou ontem ao presidente da Casa, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) os editais de notificação de 14 deputados, acusados de suposto envolvimento com a máfia das ambulâncias. Pela manhã, assessores de dois parlamentares foram ao conselho receber a notificação em nome dos deputados Carlos Nader (PL-RJ) e Almeida de Jesus (PL-CE), mas até agora apenas 53 dos 67 deputados relacionados pela CPMI. Izar afirmou que as
SAÚVAS PF JÁ INDICIOU 46 PESSOAS
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m mês depois das primeiras prisões da Operação Saúva, foi enviado ontem ao Ministério Público Federal o inquérito da Polícia Federal com o indiciamento de 46 pessoas. Além das 32 pessoas que foram presas e indiciadas no dia 11 de agosto, outras 14 foram indiciadas e presas durante agosto, depois de denunciadas em depoimentos dos primeiros detidos. Até ontem havia 17 presos na sede da PF e na Cadeia Vidal Pessoa, em Manaus. A operação prendeu, em seis
Estados, empresários, funcionários públicos e militares reformados e da ativa acusados de participar de uma quadrilha que fraudava licitações públicas de gêneros alimentícios no Amazonas, em transações feitas nos últimos cinco anos. O balanço da operação foi divulgado em nota oficial pela PF). Segundo o relatório, as outras 14 pessoas presas ao longo de agosto foram três militares, uma servidora pública da Secretaria Municipal de Educação, outra da Secretaria Municipal de Assistência Social, três
servidores da Secretaria Estadual de Educação, dois empresários paulistas e dois de seus funcionários, além de Natanael Pereira Cordeiro e Lucimar Gomes da Silva, pais do suposto "saúva-mentor" da operação, Cristiano da Silva Cordeiro, preso em agosto. Foram apreendidos 42 veículos de várias marcas e modelos, jóias, armas de fogo, cheques, dinheiro nacional e estrangeiro. O total do dinheiro e cheques apreendidos ultrapassa R$ 1 milhão, ainda segundo o relatório. (AE)
Ney Suassuna (PB-PMDB) diz que Biscaia mentiu e que seu (ex) assessor falsificou sua assinatura.
CARRO À PROCURA DE UM DONO
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s depoimentos de José Luiz Cardoso, suposto proprietário do carro que o deputado federal Lino Rossi (PP-MT) teria emprestado ao senador Magno Malta (PL-ES), e de Hazenclever Lopes Cançado, chefe do gabinete de Malta, só serviu para aumentar as dúvidas do Conselho de Ética do Senado sobre a origem do veículo. O relator do processo contra Magno Malta, Demostenes Torres (PFL-GO), disse que há muitas dúvidas a serem esclarecidas. "A única certeza que temos do carro é que ele saiu da fábrica", ironizou o relator. José Luiz disse que adquiriu o carro de uma "factoring" e depois o devolveu à empresa. O veículo, porém, teria ficado em seu nome até abril deste ano. Já o chefe de gabinete de Magno Malta manteve a versão de que o senador não conhecia Darci Vedoin e de que o carro fora emprestado a Malta por Lino Rossi. Diante das dúvidas, Demostenes pediu uma acareação entre Darci Vedoin e o chefe de gabinete de Malta na próxima quarta-feira. Demostenes disse estranhar
a evolução patrimonial do chefe de gabinete e questionou Hazenclever sobre uma universidade à distância, criada há cerca de dois anos, da qual ele seria proprietário. A empresa está no nome da esposa de Hazenclever e de duas de suas filhas, uma delas com 17 anos. O relator também quis saber sobre uma concessão de TV em nome de Hazenclever. O chefe de gabinete disse que vendeu a concessão por cerca de R$ 200 mil, mas não disse quando. O Conselho de Ética ainda ti-
nha previsto para ontem outra acareação, dessa vez entre Paulo Roberto, genro da senador Serys Slhessarenko (PTMT), Darci Vedoin, Luiz Antônio Vedoin e Ivo Spíndola, genro de Darci. O senador Paulo Octávio (PFL-DF), relator do processo contra Serys, chegou a ligar informando que iria se atrasar, mas isso não interrompeu os trabalhos. O problema é que Darci Vedoin avisou que não estaria presente devido a problemas de saúde. Por isso, a acareação pode até ter novos desdobramentos. (AE)
Roberto Jayme / AE
Esconde-esconde: explicações de Hazenclever não satisfizeram.
FANTASMAS CÂMARA CORTA 1.018 CARGOS
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presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), anunciou ontem o corte de 1.018 dos 2.365 cargos de natureza especial (CNEs) da Casa, ocupados por funcionários não concursados, em funções de confiança. Segundo ato da Mesa Diretora da Câmara, as exonerações serão feitas a partir do dia 3 de outubro. Muitos destes cargos são ocupados por funcionários-fantasmas, parentes ou apadrinhados de parlamentares. A estimativa da Diretoria Geral da Casa é de uma economia anual de R$ 47 milhões, dos R$ 117 milhões gastos hoje. Entre os critérios para a demissão está o que proíbe a ocupação de um CNE por cônjuge, companheiro ou parente (em primeiro e segundo graus) de deputados, senadores, membros do Tribunal de Contas da União (TCU) e servidores da Câmara que ocupam cargos de direção e chefia. O fim do nepotismo, no entanto, está res-
trito aos CNEs. Os deputados podem empregar parentes d e n t ro d a v e r b a d e R $ 5 0 mil/mês para as contrações do seu gabinete. Além dos parentes que ocupam os cargos de confiança, serão demitidos os que trabalham fora de Brasília, nos gabinetes parlamentares nos estados ou estão cedidos a outros órgãos. Houve também redução no número de CNEs destinados aos diferentes orgãos da Câmara. Até o dia 3 de outubro, os deputados que ocupam presidências de comissões permanentes, cargos na Mesa Diretora e líderes partidários terão que enviar à Presidência a lista dos que serão mantidos no cargo. Os que continuarem terão que assinar diariamente a presença no trabalho, a partir de 13 de outubro. Confiança– Atualmente, a freqüência dos funcionários de CNEs era atestada por outro servidor. A remuneração dos CNEs varia entre R$ 1,5
Antonio Cruz/ABr
Aldo Rebelo: 1.163 cargos de natureza especial serão mantidos.
mil e R$ 8,2 mil e são cargos criados para assessorar o trabalho em comissões, na Mesa Diretora e nas lideranças dos partidos. Há, no entanto, muita distorção na ocupação dos cargos, como a possibilidade de fracionar o valor do CNE e empregar até quatro pessoas, com salários menores. Aldo disse que o fracionamento do CNE também está vedado. Mesmo com o corte, a Câmara continuará empregando, sem concurso público, 1.202 pessoas. Aldo justificou a manutenção dos cargos. "São funções de confiança para os partidos políticos que requerem identidade, especialização e a liberdade de indicação das lideranças partidárias". Segundo Aldo, o corte de 1.163 cargos foi decidido, por unanimidade pelos integrantes da Mesa, porque os critérios para seu preenchimento não estavam adequados. O ato da Mesa Diretora garantirá as novas regras de ocupação dos CNEs e as demissões dos excedentes. Aldo, no entanto, submeterá ao plenário da Câmara um projeto de resolução com o mesmo teor, para dar mais legitimidade. Se aprovado, só o plenário poderá aprovar a recriação dos cargos extintos. "Tomamos essa decisão em defesa da própria instituição em respeito ao povo", disse Aldo. O ato da mesa prevê a divulgação, na internet, dos dados funcionais dos ocupantes dos CNEs que permaneceram nos cargos. (AOG)
quarta-feira, 13 de setembro de 2006
Estilo Empresas Finanças Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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FUNDO MONETÁRIO FAZ ASSEMBLÉIA GERAL
bilhões de reais foi o total captado pelas ofertas públicas de ações de incorporadoras na bolsa
EM ASSEMBLÉIA ANUAL, FUNDO VAI DISCUTIR FORMAS DE ADAPTAÇÃO À REALIDADE DO SÉCULO 21
FMI PROCURA SEU NOVO PAPEL Celso Júnior/AE – 3/9/04
CEPAL
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Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) concluiu ontem que a região, incluindo o Brasil, não aproveitou o cenário favorável da economia mundial entre 2003 e 2006, "o melhor nos últimos 30 anos", para consolidar sua inserção no mercado internacional. A América Latina falhou na sua própria integração comercial, na percepção de que o motor da economia global foi deslocado para a China e a Índia e mesmo na elevação de seus volumes de exportação. No caso do Brasil, a Cepal estima que o crescimento da quantidade embarcada ao exterior em 2007 será de 8% – percentual menor que os verificados em 2006 e 2005, de cerca de 9%. Nos próximos anos, alerta a Cepal, a região poderá ser prejudicada por quatro riscos: a desaceleração da economia mundial, puxada pelos Estados Unidos, a nova escalada dos preços do petróleo, o fracasso da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) e até mesmo a expansão da gripe aviária. Integração — No documento Panorama da Inserção da América Latina e Caribe 20052006, divulgado ontem, a Cepal aconselha a região a aproveitar as oportunidades perdidas nos últimos anos e da demanda mundial ainda aquecida no final de 2006 e ao longo de 2007. Em especial, sugere a integração de suas cadeias de produção com as da China e da Índia. "É imprescindível que os países da América Latina e do Caribe aproveitem a crescente importância da Ásia, em especial da Índia e da China, no cenário econômico mundial", adverte o documento. "Até agora, os intercâmbios da América do Sul com a China e a Índia centraram-se na exportação de produtos baseados em recursos naturais, enquanto as importações da região se orientaram para os produtos manufaturados, inclusive os de alta tecnologia." Neste ano, as exportações de bens e serviços da América Latina deverão aumentar 19,8%, em relação ao ano anterior. Embora relevante, a Cepal destaca que a metade desse crescimento deve ser atribuído ao aumento dos preços internacionais do petróleo e de produtos minerais, situação que favoreceu o Chile, a Bolívia, o Peru e a Venezuela. As importações devem expandir 16,7% em 2006, com peso sobretudo do volume desembarcado. Do ponto de vista da Cepal, os países da América Latina devem rever os acordos comerciais firmados com seus vizinhos, de forma que alcancem em médio prazo uma liberalização efetiva dos fluxos comerciais e favoreçam a todos os seus parceiros. O documento adverte que a ausência desses benefícios até o momento, bem como indefinição da Rodada Doha, justifica a aproximação das economias menores aos Estados Unidos. Isso foi o que ocorreu no Mercosul, que deu aval ao Paraguai e ao Uruguai para que negociem com os EUA, mesmo ciente de que esses acertos sejam contrários à consolidação da união aduaneira. (AE)
O diretor-gerente do FMI, Rodrigo de Rato, reforçou advertência a respeito dos mercados emergentes
Rato alerta para cenário econômico menos favorável
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diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo de Rato, alertou ontem os países emergentes para se prepararem para um cenário econômico mundial menos favorável. "As autoridades nos mercados emergentes precisam se ajustar ao ambiente mais difícil, preparando-se com cuidado para responder de imediato a qualquer tensão que surgir", disse, na conferência anual da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), na Áustria. A advertência aos emergentes deve ser enfatizada na Reunião de Primavera do Fundo e do Banco Mundial, que começa amanhã em Cingapura. Segundo Rato, um dos principais desafios para a China e outros emergentes asiáticos s e r á c o m o g e re n c i a r u m a maior flexibilidade nas taxas de câmbio, que permita que suas moedas se valorizem. "Isso ajudaria a obtenção de um
padrão mais equilibrado de demanda no mundo." Ele disse que a Rússia e outros países exportadores de petróleo também poderiam se beneficiar de regimes cambiais mais livres, que limitariam o risco de aquecimento excessivo de suas economias. "Os países emergentes, em particular aqueles com elevada dívida pública, vão precisar tirar vantagem de oportunidades para reduzir ainda mais suas vulnerabilidades e, ao mesmo tempo, responderem com rapidez a acontecimentos adversos." Crescimento — O diretorgerente reafirmou que a economia mundial deve manter um comportamento positivo em 2007, com a manutenção do crescimento e controle inflacionário. "Mas, como já disse, há mais nuvens no horizonte do que há um ano", afirmou. Segundo ele, um dos principais riscos para a economia mundial é o desaquecimento do mercado imobiliário nos
Estados Unidos, que está ocorrendo num ritmo mais acelerado do que o previsto. "Com isso, existe risco de desaceleração abrupta nos Estados Unidos, que poderia descarrilar a expansão global." "Além disso, interrupções inesperadas ou súbitas no abastecimento de petróleo, caso ocorram, poderiam ter efeitos mais adversos do que os registrados agora, especialmente se elas afetarem a confiança dos consumidores e das empresas", afirmou. Segundo o diretor-gerente do Fundo, o impacto dos preços mais elevados do petróleo até agora foi moderado principalmente porque eles foram acompanhados de uma forte demanda por outras commodities, bens e serviços. "Os países em desenvolvimento também foram beneficiados por uma elevação de outros fluxos de capitais e por remessas de trabalhadores no exterior", destacou o diretor. (AE)
Ações de incorporadoras têm alta
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s ações de empresas incorporadoras de imóveis, que passaram por um boom de ofertas públicas no último ano, ganharam impulso extra ontem na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), depois que o governo anunciou um conjunto de medidas para estimular o setor imobiliário (leia detalhes do pacote na página 1 deste caderno). Todos os papéis do setor tiveram valorização, com destaque para Rossi Residencial ON (2,62%), Company ON (4,20%), Gafisa ON (0,73%) e Cyrela ON (0,60%). O Ibovespa, principal referência do mercado acionário nacional, subiu 1,05% ontem. O governo abriu espaço para novas modalidades de crédito e autorizou o Banco Na-
cional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a financiar a construção de moradias para funcionários de empresas que tomem recursos da instituição. O pacote inclui também a criação de crédito consignado para financiamento de imóveis residenciais. Além disso, a Caixa Econômica Federal terá uma linha de crédito para empresas de construção, com orçamento de R$ 1 bilhão neste ano e pelo menos R$ 3,5 bilhões em 2007. "Para as ações, a informação mais importante é a liberação de recursos para as incorporadoras", comentou a analista da corretora SLW Kelly Trentin. Desde setembro do ano passado, cinco empresas do setor de construção fizeram ofertas públicas de ações na bolsa pau-
lista: Rossi, Company, Gafisa, Abyara e Cyrela. Ao todo, as companhias levantaram cerca de R$ 4 bilhões, com significativa participação de investidores estrangeiros. Nas ofertas de construção, os aplicadores de fora ficaram com 76% das ações, contra média de 63% nas operações feitas na Bovespa nos últimos dois anos. Com exceção da Company, as ações do setor subiram mais que o Ibovespa no período de um ano, de acordo com a consultoria Economática. Os papéis que mais se destacaram foram os da Rossi Residencial, com alta de 395% nos últimos 12 meses, e os da Cyrela, que subiram 153%. No período, o Ibovespa avançou 22%. Essas têm sido as duas empresas mais procuradas. (Reuters)
Advogados terão cartão exclusivo
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Santander Banespa está lançando um cartão de crédito especial para advogados, desenvolvido em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OABSP). O público-alvo é formado pelos cerca de 200 mil associados da entidade. Para atrair os profissionais, o banco permite a troca dos pontos acumulados com as compras feitas no cartão em descontos na anuidade da OAB, de R$ 630. De acordo com o superintendente de Cartões do Santander, Cas-
sius Schyamura, os pontos podem ser trocados por descontos em livros jurídicos ou milhas aéreas. Schyamura afirma que a segmentação de um modelo de cartão de crédito é uma alternativa para se agregar valor a um produto, ampliando seu alcance no mercado. "Lançamos o produto depois de fazer uma pesquisa com os associados da OAB. Eles nos indicaram o que oferecer no programa de vantagens e nós implantamos o modelo", conta o executivo do banco. O executivo avalia essa seg-
mentação como um segundo passo do mercado de cartões no Brasil, que só ocorrerá de forma mais efetiva em um prazo de três a quatro anos. Schyamura afirma que ainda é necessária uma maturação do meio de pagamento, o que já ocorreu nos Estados Unidos, por exemplo. "Hoje, trabalhamos com um modelo para funcionários da Fazenda Pública de São Paulo e alunos da Universidade de São Paulo (USP). As vantagens são diferentes, mas o conceito é o mesmo", observa. Davi Franzon
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Factoring
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Bom cenário externo não favorece Brasil
o n h e c i d o c o m o com a nova fórmula, por serem pronto-socorro de economias não só grandes, economias em cri- mas também muito abertas, se, o Fundo Mone- pelo critério da conta corrente tário Internacional (FMI) cui- do balanço de pagamentos. da agora de justificar a própria Cotas básicas — A reforma sobrevivência. Seu diretor-ge- proposta inclui também uma rente, o espanhol Rodrigo de redistribuição das cotas básiRato, propõe nova estratégia cas, isto é, independentes da de médio prazo: será preciso contribuição para o capital do redefinir o papel do Fundo, pa- Fundo. O objetivo é dar um ra ajustá-lo às condições do sé- pouco mais de peso político às culo 21, melhorar a governan- economias pobres. ça e reforçar sua legitimidade Com as consultas multilateperante os 184 países sócios. rais, o FMI pretende criar, seEssa estratégia será o grande gundo Rato, um instrumento tema da assembléia anual, que para análise e construção de ocorrerá oficialmente nos dias consenso sobre políticas que 19 e 20 deste mês, e pelo menos possam afetar a estabilidade um de seus itens — novo crité- global ou regional. A primeira rio para distribuição de cotas e experiência, já iniciada, envolde votos — já tem a oposição de veu, até agora, conversações Brasil, Índia (leia texto na pág. bilaterais de representantes do E/2) e Argentina. FMI com os governos da ChiA estratégia inclui consultas na, da zona do euro, do Japão, multilaterais sobre assuntos de da Arábia Saudita e dos EUA. importância global ou regional, O objetivo é encontrar formas novos esquemas de monitora- de reduzir os desequilíbrios mento de mercados, novas for- dos balanços de pagamentos. mas de apoio O exemplo às economias mais visível desses deseemergentes e maior atenção quilíbrios é o contraste enaos países pob re s , p r i n c itre o superávit chinês e o défipais interessapor cento dos votos dos nas metas cit americano no Fundo Monetário do milênio esem conta cortabelecidas perente, já muito Internacional (FMI) la Organizapróximo de estão nas mãos dos ção das Na7% do Produções Unidas to Interno BruEstados Unidos. (ONU). to (PIB). Nos País é o único que Das cotas próximos metem poder de veto. ses, segundo depende não somente o poRato, o FMI vai promover der de voto de cada sócio, mas também o mesas-redondas com a particimontante para empréstimos pação dos principais envolvinas várias modalidades de aju- dos. Se a iniciativa der certo, o da prestadas pelo FMI. Fundo ganhará novo status coH á d u a s s e m a n a s , e m mo foro internacional de análiWashington, a diretoria execu- se e formulação de políticas. tiva aprovou duas propostas Até agora, tem valido o jogo importantes: um aumento de de pressões no velho estilo. É o cotas para China, Coréia, Mé- que tem ocorrido quando o xico e Turquia, a curto prazo, e Grupo dos Sete, das econouma nova fórmula para divi- mias mais industrializadas, são do capital e do poder de vo- pressiona Pequim para valorito. As duas novidades só en- zar a moeda chinesa. trarão em vigor se forem aproO governo brasileiro deverá vadas, em Cingapura, pela ins- aproveitar a assembléia tamtância política — a assembléia bém para insistir na criação de de governadores, que são mi- uma linha de financiamento nistros dos países membros. preventivo, de fácil acesso, paNa diretoria executiva, co- ra países com bons antecedenmandada por Rato, represen- tes e políticas consideradas tantes do Brasil, da Argentina e saudáveis. O Brasil insiste na da Índia votaram contra o paco- proposta há dois anos. (AE) te, mas perderam. Para o Brasil, o problema não está no aumento das cotas. O principal está na segunda fase da mudança proposta: a nova fórmula dará grande peso não só ao tamanho da economia, mas também ao grau de abertura, medido pela movimentação da conta corrente do balanço de pagamentos. Pelo novo critério, os EUA continuarão como sócio principal. A maior economia do mundo tem 17% dos votos. Poderá manter essa participação, ou aumentá-la um pouco, segundo seu interesse. Pelas normas do FMI, são necessários 85% dos votos para aprovação de medidas de maior alcance. Com os 17%, os Estados Unidos são o único país com poder individual de veto. Sua posição, portanto, será mantida. Alemanha e Japão serão outros prováveis ganhadores
O que é Factoring?
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
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quarta-feira, 13 de setembro de 2006
SETEMBRO
2 -.LOGO
13 Há 100 anos, o 14 Bis de Santos Dumont fez seu primeiro vôo, percorrendo entre 7 a 13 metros (as versões diferem), no Campo de Bagatelle, em Paris
C ULTURA C OLÔMBIA
Abstinência contra o crime As mulheres de cerca de cem bandoleiros da cidade colombiana de Pereira estão em greve de sexo. Elas se declararam dispostas a não manter relações sexuais com seus maridos durante uma semana a fim de forçar os criminosos a não praticarem delitos, e, assim, diminuir os índices de criminalidade na região. "Esta é nossa maneira de dizer a nossos maridos que não queremos ficar viúvas e que nossos filhos não merecem crescer sem um pai ao lado", declarou à rádio local uma das grevistas, Ruth Macías, de 18 anos e mãe de duas crianças. A prefeitura incentivou a medida citando estudos segundo os quais alguns crimes estão diretamente relacionados ao desejo dos homens de impressionarem as mulheres.
A
pós um detalhado trabalho de pesquisa e criação, os artistas norte-americanos Sid Jacobson e Ernie Colón transformaram o 11 de setembro em um primoroso álbum de HQ: 9/11 Report. A abordagem realista, mas sem sensacionalismo fez com que a revista online Slate transformasse o tratamento gráfico cuidadoso do impresso em um especial que recebeu elogios por inovar na apresentação dos fatos já conhecidos sem ferir a história: uma espécie de documentário em quadrinhos, com mais popularidade e abrangência, que pode ser conferido online.
B RAZIL COM Z
Os números do Fome Zero O norte-americano The Christian Science Monitor publicou ontem uma extensa reportagem sobre o programa Fome Zero. Segundo a publicação, o programa que hoje atinge 11,1 milhões de famílias expandiu as ações sociais no País, onde um quarto da população. Desde que o presidente Lula assumiu o poder, diz a reportagem, os gastos sociais do Brasil mais do que triplicaram, passando de R$ 6 bilhões para R$ 17 bilhões. O programa se tornou reconhecido, diz o CSM, e conseguiu até doações do astro do U2, Bono, mas o País ainda enfrenta um problema grave: não consegue combater com a mesma eficiência o desemprego.
Na internet: www.slate.com/id/2147309/
Imagens do relatório 9/11: trabalho gráfico dá tom de quadrinho aos ícones da tragédia Maurício Lima/AFP
M ÚSICA
The Beatles pelo correio Os Beatles aparecerão em uma nova série de selos do Royal Mail, os correios britânicos, anunciou ontem a companhia. Os seis selos, que serão colocados à venda em janeiro, reproduzirão as imagens que aparecem nas capas de alguns dos discos mais famosos do grupo de Liverpool. Entre as capas escolhidas estão as dos discos Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, Abbey Road, Revolver, Let it Be e With the Beatles. "A série E M
especial dos Beatles será, com certeza, muito bem recebida por admiradores de todo o mundo", disse um porta-voz dos correios britânicos. A idéia, entretanto, não é nova. Os EUA já produziram um selo da obra Yellow Submarine, da banda, e até países como o Japão já reproduziram capas dos discos dos Beatles em selos. Fotos dos integrantes do grupo também já estampam diversos selos pelo mundo.
T ECNOLOGIA
iPod em versão mini e iTV
C A R T A Z
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CINEMA
GRITO DA VITÓRIA - Janeth comemora quando, a 5 segundos do fim da partida, a companheira da seleção brasileira de basquete Helen faz uma cesta de 2 pontos com uma bola de rebote. Graças ao lance, o Brasil derrotou ontem a Argentina no Campeonato Mundial de Basquete Feminino por 71 a 69 e hoje enfrenta a Coréia. C IÊNCIA
O Brasil no Big Bang Os Apaixonados (1994), de Catherine Corsini, com Pascal Cervo e Nathalie Richard (foto), no ciclo O Cinema Francês Pós-Nouvelle Vague. Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112. Telefone: 3113-3652. www.cultura-e.com.br. 19h. R$ 4.
Gelo em forma de jóias
Cidadania em números
O site Perpetual Kid tem essa forma de gelo para fazer "diamantes" e "rubis" de água mineral. Uma idéia divertida para festas. Cerca de US$ 8 cada forminha.
A partir de agora, os cidadãos brasileiros podem buscar informações sobre seus municípios online. No Portal de Transparência Pública Municipal, lançado ontem, há informações sobre receitas, investimentos, despesas, transferências de recursos, convênios entre a União, estados e prefeituras, licitações e contratos, despesas com pessoal e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 1,3 mil municípios brasileiros. Boa opção para quem quer saber para onde vai o dinheiro público.
www.perpetualkid.com/index.asp? PageAction=VIEWPROD&ProdID=1587
Justin Sullivan/AFP
L OTERIAS Concurso 487 da DUPLA-SENA Primeiro Sorteio 12
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Segundo Sorteio
A TÉ LOGO
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo: 13
Na Bahia, pais de alunos denunciam um professor por fazer apologia ao crime no Orkut Pesquisa mostra que agricultura mecanizada contribui para o desmatamento no Brasil
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www.abm.org.br
profundidade. Dentro dele serão lançados prótons (partículas do átomo com carga positiva) em direções opostas e a velocidades próximas de 300 mil km/s, a velocidade da luz. A cada segundo haverá 800 milhões de colisões que produzirão energia e novas partículas. A máquina produzirá vários Big Bangs menos intensos. A temperatura dentro do túnel será de - 271°C, apenas 2°C a mais que o chamado zero absoluto. O LHC ajudará a aumentar o conhecimento sobre o universo.
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F AVORITOS
ropeu de Pesquisa Nuclear (Cern). Da América Latina, participam só o Brasil e a Argentina. Até novembro de 2007, quando a máquina for ligada, o projeto terá consumido a fortuna de R$ 17,5 bilhões. As instituições brasileiras envolvidas são a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. O túnel circular do LHC tem 27 km de extensão e está enterrado a cem metros de
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G @DGET DU JOUR
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o fim do ano que vem, na fronteira entre a França e a Suíça, terá início o maior experimento científico de todos os tempos. Dentro de um túnel blindado construído sob a terra, pesquisadores farão reconstituições do Big Bang, a gigantesca explosão ocorrida há 14 bilhões de anos que deu origem ao universo. O Brasil estará lá. O projeto do Grande Colisionador de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) reunirá 15 mil cientistas de 37 países, sob orientação do Centro Eu-
A Apple lançou ontem seu serviço de filmes online e apresentou um equipamento que facilitará para os consumidores assistir vídeos na televisão. Chamado iTV, o aparelho compacto vai permitir aos consumidores assistir os filmes comprados online – e outros conteúdos digitais arquivados em um computador. A empresa também lançou seu novo iPod (foto), menor e com maior capacidade e variedade de cores. O preço do novo iPod ainda não está definido.
Meteorologista diz que é cedo para prever o impacto do fenômeno 'El Niño' na Amazônia
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Concurso 1650 da QUINA 01
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Planalto Congresso Eleição Estadual Sanguessugas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Não vou ajudar a esquentar isso (a carta aberta de FHC). José Serra
QUÉRCIA DESRESPEITA LEI ELEITORAL
Eduardo Nicolau / AE
Monalisa Lins / AE
Eymar Mascaro
Os mutirões
P Em Paraisópolis, o tucano falou em financiar material de construção.
Em Arujá, candidato ficou preocupadco em não pedir votos.
SERRA: CDHU PODE FAZER EMPRÉSTIMOS
QUÉRCIA FAZ CAMPANHA EM PREFEITURA
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candidato do PSDB ao governo paulista, José Serra, propôs ontem que o governo do Estado crie uma linha de financiamento para compra de material de construção pela população carente. Os recursos para os empréstimos viriam da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) . A promessa foi feita durante visita à segunda maior favela de São Paulo, a Paraisópolis, na zona sul, que passa por obras de urbanização iniciadas na gestão de Serra na Prefeitura. "Minha idéia é colocar a CDHU em parceria com os municípios para fazer a urbanização e financiar material de construção." Serra reiterou que pretende ampliar o leque de investimentos da empresa. Além de fazer casas, quer que a CDHU ajude os municípios com as obras de urbanização. "A CDHU vai ajudar a fazer escadarias e pavimentação." O candidato caminhou por uma hora na favela, sempre ro-
deado por crianças. Ao som do jingle da campanha de 2004, visitou o canteiro de obra de um conjunto habitacional do governo do Estado, deu muitos autógrafos e também ouviu queixas - a maioria de falta de emprego. O aposentado João Fernandes reclamou da falta de professores em uma escola inaugurada pelo ex-prefeito. Serra telefonou ao secretário municipal da Educação, Alexandre Schneider, e colocou o morador na linha. "Ele prometeu providências", contou o aposentado. Sobre a repercussão da carta pública do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Serra evitou falar. Negou que haja crise no PSDB e disse que não iria esquentar polêmica para a oposição. "Não acho que seja um assunto pra ficar discutindo agora. É natural que a imprensa e a oposição esquentem a polêmica, mas não vou ajudar a esquentar isso." No fim de semana, Serra disse que concordava "no atacado" com a carta de Fernando Henrique. "Mostra os aspectos essenciais do governo Lula, as diferenças com o PSDB, inclusive entre Lula e Alckmin", afirmou o tucano. (AE)
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candidato a governador de São Paulo, Orestes Quércia (PMDB), da Coligação PMDB-PP, encontrou-se ontem com o prefeito de Arujá, na região metropolitana da capital paulista, Genésio Severino da Silva (PMDB). Apesar de afirmar que não pediria votos, o que é proibido pela Lei Eleitoral, Quércia fez discurso dentro do gabinete do prefeito e apresentou propostas, em plena campanha. "Eu não vou pedir voto, não se pode pedir voto na prefeitura", afirmou o candidato, que ouviu de Silva: "Nós pedimos votos por você." Depois da fala da candidata ao Senado, Alda Marco Antônio (PMDB), que pediu o apoio de todos para eleger Quércia, o ex-governador dirigiu-se aos cerca de 20 eleitores que estavam no gabinete do prefeito de Arujá. "Estou feliz de estar aqui em Arujá em campanha", disse Quércia, que relembrou os tempos em que foi governador, falou de projetos para gerar empregos aos jovens e cri-
ticou o governo de São Paulo. Para incentivar Alda, Quércia disse que o senador Eduardo Suplicy (PT), candidato à reeleição - que desponta nas pesquisas como líder isolado -, seria "marqueteiro" por visitar penitenciárias. O candidato comprometeuse, caso seja eleito, a tratar com atenção a questão do lixo urbano. "Vamos fazer usinas de compostagem de lixo, sabemos que aqui a região é de mananciais e vamos ter de fazer projetos", afirmou, sob aplausos dos presentes. Lei – Segundo a Procuradoria Regional Eleitoral (PRE), a Lei Eleitoral proíbe que candidatos façam uso de imóveis públicos para campanha. O artigo 74 da Lei 9.504/97 determina que as punições para quem desrespeitá-la podem variar entre pena de seis meses de detenção ou multa. Mesmo assim, não é a primeira vez que Quércia ignora esta lei. Quando esteve em Marília, no interior do Estado, o candidato transformou a visita ao prefeito em festa eleitoral. O saguão da prefeitura ficou repleto de faixas e cabos eleitorais. Outras faixas foram espalhadas em frente ao prédio da Câmara. (Agências)
J.F.Diorio / AE
MERCADANTE BUSCA O VOTO DAS MULHERES
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poucos dias do primeiro e, ao que tudo indica, decisivo embate da eleição em São Paulo, o candidato do PT ao governo paulista, Aloizio Mercadante, partiu em busca do eleitorado feminino. O petista, que participou de uma passeata pelo centro de São Paulo conduzida principalmente por mulheres que integram a militância
petista, prometeu assegurar a esse público um espaço relevante em seu governo caso seja eleito em outubro. "Pode preparar a saia, que vai ter muita mulher na posse e no nosso governo", disse o senador em discurso após a caminhada. Mercadante se disse disposto a ajudar a reverter a cultura "muito machista" que marca o País. (AE)
Dia lilás: petista prometeu espaço para as mulheres em seu governo.
ORÇAMENTO VIRA FERRAMENTA Andrea Felizolla / LUZ
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ntender o orçamento público é uma arma importante para fiscalizar os gastos públicos, acabar com promessas eleitoreiras, fazer com que a gestão pública funcione e atenda às necessidades da população que paga impostos. "Sem isso o orçamento será sempre um cheque em branco nas mãos do Executivo", explica a vereadora Andrea Gouvêa Vieira, do PSDB do Rio de Janeiro, que tem uma proposta de transparência fiscal. Seu projeto de "orçamento de resultados", que já está sendo aplicado na Câmara Municipal da cidade do Rio de Janeiro, foi apresentado ontem na Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Ele implica, inclusive, numa enorme mudança cultural e política, já que vai exigir dos gestores públicos o cumprimento e avaliação de todas as metas. Ou seja, o orçamento passará a ser um instrumento para resolver problemas práticos do cidadão. O diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, Marcel Solimeo, disse que o projeto é promissor e precisa da conscientização da sociedade e da classe política para avançar. "A ACSP estará empenhada em ajudar a divulgar essa idéia para influenciar
Se o cidadão não sabe para que serve o orçamento, não saberá usá-lo a seu serviço. Andrea Gouvêa Vieira (PSDB-RJ), vereadora.
nessa mudança", disse. O secretário Municipal de Planejamento, Francisco Luna, acrescentou que o "orçamento de resultados" interessa a todos, mas precisa de tempo para ser implantado em sua plenitude. A vereadora Andrea Vieira destacou que seu projeto faz o cidadão se "apropriar do orçamento público", não para determinar o que ele deve fazer, mas para garantir o atendimento de suas necessidades. "Hoje o orçamento é uma caixa preta", salientou.
Por isso, o projeto pretende facilitar ao público acompanhar sua execução. Além disso, vai permitir avaliar os resultados obtidos com a aplicação do dinheiro público. Vieira reconhece que sua implantação, feita por meio de anexos ao orçamento do Rio, implica na mudança de mentalidade do cidadão e da administração pública. "Se o cidadão não sabe para que serve o orçamento, não saberá usá-lo a seu serviço", explicou. O "orçamento de resulta-
dos" não deve ser confundido com o "orçamento participativo", criticado pela vereadora carioca. Ela explica que o "participativo" pensa apenas nos meios. Por exemplo: uma comunidade quer a canalização de um córrego por causa deproblemas como lixo, ratos, doenças, etc. "A canalização, neste caso, é o meio, e não o fim. O resultado é solucionar o problema gerado pelo córrego", observou. Ou seja, a prioridade da canalização não é uma decisão técnica. "A decisão de uma ação para resolver um problema deve ser da administração pública", enfatizou. Para Vieira, o orçamento de resultados pode ser comparado com a execução de um produto. "O usuário não discute na fábrica como o carro será feito, mas deixa claro como quer o produto a ser entregue", esclareceu. Em outras palavras, se o cidadão precisa de um bom atendimento médico, não interessa se ele vai ser executado num posto de saúde, num hospital, ou por um médico domiciliar. Em resumo, o orçamentopassa a ser uma peça que identifica necessidades e problemas da sociedade, define as soluções por prioridades e avalia seus resultados.
SDB e PFL apostam todas as fichas na força dos prefeitos para alavancar a candidatura de Geraldo Alckmin em alguns colégios eleitorais, como Minas e sobretudo no Nordeste. Lideranças tucanas e pefelistas providenciam mutirões de prefeitos para o ataque na reta final da campanha. Na Bahia, por exemplo, houve reunião de 230 prefeitos do Estado e outras regiões do Nordeste. Segundo as pesquisas, Alckmin perde feio a eleição no Nordeste para Lula. O petista tem mais de 65% de intenção de voto entre nordestinos e Alckmin a média de 15%. Em Minas, Lula tem 54% segundo Datafolha e Alckmin, 26%.
RECURSO Tucanos e pefelistas decidiram recorrer aos prefeitos na Bahia porque está difícil Alckmin crescer nas pesquisas feitas no Estado, apesar do apoio que recebe de um dos principais caciques políticos do Nordeste, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL).
embora contando com o apoio de Aécio. O petista tem 75% das intenções de voto na região.
2º TURNO Tasso Jereissati comenta com tucanos e pefelistas que Alckmin está crescendo nas pesquisas. Segundo Tasso, o candidato deve ultrapassar os 30% e provocar a realização do 2º turno. Os tucanos estão recebendo pesquisas diariamente.
CONDICIONAL
DUREZA Além de ter de impulsionar a candidatura de Alckmin no Estado, ACM está às voltas com outra dificuldade: tocar a campanha de seu companheiro ao Senado, Rodolpho Tourinho que, segundo o Ibope, está com 16% de intenção de voto, contra 29% de João Duval (PDT). E 24% de Antonio Imbassahy (PSDB).
Para forçar o 2º turno, Alckmin precisa alcançar, no mínimo, 32% de votos, e ainda torcer para Heloísa Helena (Psol) obter 10% da votação e Lula perder alguns pontos. Lula não pode ter mais do que 45% dos votos. Hoje, ele tem entre 48% e 50%.
SUDESTE Além de Minas, Alckmin espera também a ajuda de prefeitos do interior de São Paulo (26 milhões de eleitores). O tucano necessita crescer entre os paulistas. Hoje Alckmin tem seis pontos a mais do que Lula, mas precisa de uma diferença acima de 12 pontos.
EXEMPLO
FORÇA
Outro exemplo que os partidos citam é o Ceará, com 5,3 milhões de eleitores. O presidente do PSDB, Tasso Jereissati, é cearense. Apesar disso, há regiões no Estado em que Lula alcança 70% da preferência eleitoral.
IMAGEM
Apenas o interior de São Paulo concentra aproximadamente 17 milhões de votos. Portanto, os prefeitos são considerados peças importantes na campanha do tucano. PSDB e PFL são os partidos que possuem a melhor estrutura no interior paulista.
O favoritismo de Lula no Ceará já levou o governador tucano Lúcio Alcântara, candidato à reeleição, a desvincular sua imagem da de Alckmin e aparecer na televisão ao lado de Lula. A justiça eleitoral, porém, proibiu Alcântara de continuar exercendo a pirataria.
Alckmin sustenta a 2ª colocação nas pesquisas no Rio (11 milhões de eleitores). O tucano havia perdido a viceliderança no Estado para Heloísa Helena. Mas já houve a recuperação. Os tucanos conseguiram apaziguar os aliados fluminenses.
LIDERANÇAS
COMPARAÇÃO
Os prefeitos podem socorrer Alckmin também em Pernambuco, estado do Nordeste em que Lula obtém seu maior índice de intenção de voto, cerca de 70%. Apesar de Alckmin ser apoiado pelo candidato a governador Mendonça filho (PFL) e pelo senador Sérgio Guerra (PSDB), coordenador da campanha tucana.
Para tirar a vantagem que Alckmin mantém sobre ele entre gaúchos, Lula está se comparando cada vez mais a Getúlio Vargas. Toda vez que vai ao Rio Grande do Sul (7,5 milhões de votos), o petista não perde a oportunidade de fazer a comparação.
ALTEROSAS Também o governador Aécio Neves decidiu recorrer aos prefeitos para impulsionar a campanha de Alckmin no Estado. Alckmin perde a eleição em Minas para Lula,
RECUPERAÇÃO
DÚVIDAS Existe entre tucanos uma versão oficial, que é a de desacreditar as pesquisas. Alguns falam em erros de amostragem. Mas as pesquisas estão revelando que Alckmin está com a média de 27% de intenção de voto e Lula com 48%, enquanto Heloísa Helena fica com 10%.
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Tr i b u t o s Nacional Empresas Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 13 de setembro de 2006
O ambiente interior da nova Casa Natura, em Campinas, oferece clima de relaxamento e paz.
VAREJO MOSTRA AVANÇO DAS MARCAS
PRODUTOS COM MARCAS DOS SUPERMERCADOS AVANÇAM MENOS DO QUE OS DOS FABRICANTES
MARCAS PRÓPRIAS CRESCEM MENOS
A
s marcas próprias avançam, mas não tanto quanto as tradicionais. Os produtos de 186 categorias que levam a bandeira dos supermercados brasileiros movimentaram R$ 1,4 bilhão entre agosto de 2005 e julho de 2006. Isso significa que as vendas dessas mercadorias cresceram 5,2% em valores e de 10% em volume. A participação no faturamento total do setor de supermercados, porém, caiu de 5,1% para 4,9% no período. Os dados fazem parte do 12 º Estudo Anual de Marcas Próprias feito pela consultoria ACNielsen e divulgado ontem na Varejo Total – Congresso e Feira de Negócios do Varejo, realizada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A pesquisa, que foi feita em 8,7 mil lares no Brasil e em supermercados com mais de cinco check-outs, revela também que houve uma queda na participação do volume vendido de marcas próprias. Ele passou de 6,4% para 6% do total negociado no período. Já as outras marcas registraram aumento de 17% no volume e de 10% no faturamento. "As pessoas estão consumindo mais as marcas líderes por terem mais estabilidade econômica", disse a gerente de contas da ACNielsen, Letícia Silva. Isso se justifica, de acordo com ela, pela melhora progressiva na renda, pelo aumento do emprego formal, inflação baixa e redução de ju-
Milton Mansilha/LUZ
ros, entre outros fatores. "Com um cenário econômico favorável, as marcas de preço mais elevado acabam ganhando participação sobre as de médio preço", afirmou Letícia. Liderança – Segundo o estudo da ACNielsen, as dez primeiras categorias de marcas próprias que mais faturam representam 43% dos R$ 1,4 bilhão. Entre elas, leite longa vida (R$ 131,6 milhões), papel higiênico (R$ 75,6 milhões) e óleo e azeite (R$ 65,80 milhões). Entre as dez categorias, o feijão e bolacha são os produtos com as menores participações, de 1,7% e 4,2%, respectivamente. A pesquisa ainda detectou quem são os concorrentes desses produtos. Das 186 categorias, 47% das marcas próprias competem com mercadorias de preço médio (iogurte, creme dental), 33% com itens de preços baixos (desinfetante, shampoo) e 20% com produtos de valores mas alto (sabão, refrigerante). A mercadoria que teve maior volume de compra foi o desinfetante, seguido do leite longa vida. Público – As marcas próprias também são mais adquiridos pela classe alta (46%) e por lares que tenham entre quatro e cinco pessoas (50%). Cerca de 12 milhões de domicílios brasileiros, de um total de 36 milhões, compraram produtos que levam o nome dos supermercados no primeiro semestre de 2006, de acordo com os dados da ACNielsen. A pesquisa mostra que, desses
lares, 43% estão na Grande São Paulo, 9% na região Sul e 8% no Nordeste do País. O tíquete médio da classe alta na aquisição de produtos de marca própria é de R$ 5,28, o da classe média, R$ 5,19 e a baixa, R$ 3,66. Elevar os baixos valores dessas compras, de acordo com Letícia, é um dos grandes desafios para esse segmento, principalmente nas regiões Sul e Nordeste. Na análise dela, isso deve ser feito pelo aumento na credibilidade dos consumidores nesses produtos. Biscoitos – Uma categoria que ainda tem baixa penetração entre os consumidores é a de biscoitos. Segundo a pesquisa, só 12% dos lares que consomem o produto, compram o de marca própria. "O desafio do segmento é fazer o consumidor enxergar que a mercadoria de marca própria não é só uma alternativa de preço, mas que tem qualidade, como já acontece nos mercados europeus e dos Estados Unidos", disse Letícia. O mercado internacional, onde há grande concentração das cadeias varejistas, está muito mais maduro que o brasileiro. A marca própria na Suíça representa 49% das vendas; na Bélgica, 42,5%; e no Reino Unido, 41,8%. Na América Latina, o segmento é maior na Argentina (9,8%), seguida pelo Chile (6,2%), Colômbia (5,5%), México (5,3%). Nesses países, há indícios de que os produtos apresentam maior qualidade. Adriana David
Letícia Silva, gerente de contas da ACNielsen, mostra que o momento é mais favorável às marcas líderes
Do microondas à mesa, em segundos
A
feira Varejo Total – Congresso e Feira de Negócios do Varejo, que será realizada até quintafeira, no Centro de Exposições Imigrantes, na capital, é uma vitrine para lançamentos de produtos e inovações na maneira de degustar mercadorias tradicionais. As indústrias alimentícias Perdigão e Sadia, por exemplo, estão apostando na rapidez do forno microondas para conquistar o consumidor. Após o sucesso do salgado Hot Pocket, que recebeu o prêmio de produto mais inovador do Brasil no Salão Internacional da Alimentação de Paris (Sial, em 2005), a Sadia lança os sanduíches com hambúrgueres, o Hot Pocket X-Burger e o Hot Pocket X-Frango, que vão direto do freezer para o microondas e ficam prontos em um minuto e 30 segundos. A empresa investiu R$ 16 milhões no desenvolvimento e
Andrea Felizolla/ LUZ
Pizza instantânea da Perdigão
no marketing dos três produtos, sendo R$ 8 milhões apenas para o Hot Pocket. Pizza – A Perdigão também criou um produto que tem a rapidez como característica. É a Quickpizza, que fica pronta em menos de dois minutos. A pizza vai do freezer ao microondas em embalagem espe-
cialmente desenvolvida para garantir que o produto não perca a crocância. Os azeites aromáticos Borges, de origem espanhola e com certificação kosher, devem incrementar o consumo desse produto entre os brasileiros. Uma maneira de mostrar que eles podem ser usados não apenas na salada é a mistura com doces, sorvetes, salada de frutas e bolos. A degustação em pontos-de-venda será o caminho para divulgar essa novidade. Os sabores dos azeites que compõem a linha que leva o nome do chef italiano Ferran Adriá vão desde alho frito a canela, passando por pimenta, baunilha, manjericão, molho shoyo e gengibre. As grandes redes, como Pão de Açúcar, Carrefour e WalMart, já vendem os azeites aromáticos, mas a distribuidora Don Fidencio quer ampliar esse mercado, segundo o gerente de vendas José Piva. (AD)
Casa da Natura muda conceitos
C
om arquitetura moderna, clara e simples, ambientes despojados e modelos masculinos e femininos, a Natura, empresa de cosméticos de São Paulo, apresentou, ontem, em Campinas, a primeira Casa Natura brasileira. É um espaço que vai oferecer produtos e serviços para as consultoras que revendem as linhas de cosméticos na região, clientes e público em geral. Com o local, a empresa quer se aproximar da comunidade, realizando palestras e cursos como jardinagem, massagem, economia doméstica e até linguagem de sinais. A experiência de Campinas deve ser levada para outras cidades brasileiras, de acordo com o vice-presidente de operações para a América Latina, Maurício Bellora. Ainda não há definição de quantas casas serão inauguradas. No Brasil, a empresa chega a aproximadamente 4,5 mil municípios. Experiência – Segundo Bellora, Campinas foi escolhida para a primeira experiência por ter um público exigente e pela proximidade com a cidade de Cajamar, na região de Jundiaí, onde fica a fábrica da Natura. O vice-presidente não informa a participação da região nas vendas nacionais de produtos de beleza. "O que estamos imprimindo na casa é o conceito da empresa, o ‘bem estar bem’. Queremos oferecer novas experiências sensoriais para o público em geral", disse. Os espaços ficarão abertos à comunidade para eventos solicitados. A Casa tem ainda um servi-
Marcos Peron/ LUZ
Bellora, da Natura: "Queremos oferecer experiências sensoriais"
ço de massagem relaxante realizado por uma terapeuta deficiente visual. Pessoas com problemas de visão têm mais sensibilidade nas mãos. Impulso – Fundada em São Paulo há 37 anos, com uma pequena loja e uma fábrica, a Natura tomou impulso em 1974 quando introduziu no mercado a venda direta por consultoras. Na década de 1980 o faturamento cresceu 30 vezes com a venda de porta em porta. As colaboradoras da região de Campinas poderão desenvolver várias atividades na Casa Natura. Serão oferecidos cursos de técnicas de vendas, inclusão digital e reuniões de lançamentos e experimentação de produtos. As vendedoras também poderão fazer seus pedidos pela internet, já que o lugar possui espaço de conexão livre com a rede aberto ao público. O ambiente também tem em exposição os cerca de 600 produtos da linha de cosméticos da empresa. O projeto tem aproveita-
mento da águas da chuva para descargas sanitárias e lavagem das áreas externas. O café é preparado por integrantes de entidades sociais da região onde está instalada, no Cambuí, bairro de classe média alta da cidade de Campinas. De acordo com o vice-presidente, a Natura não divulga números regionais de sua atuação por estratégia de mercado. Também não informa os investimentos para abrir o espaço em Campinas. A empresa informou somente que, no ano passado, a receita bruta do grupo foi de R$ 3,24 bilhões, crescimento de 27,7% em relação a 2004. Quatro mil pessoas trabalham para a empresa que tem, espalhadas de Norte a Sul do Brasil, 525 mil consultoras. Outras 42 mil vendedoras atuam no Chile, Argentina, Peru e México. Na Bolívia, a marca fez uma parceria com distribuidor terceirizado. Há Casas Natura também fora do País. Mário Tonocchi
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 13 de setembro de 2006
Indicadores Econômicos
7
7,7
por cento foi o aumento no volume de cheques sustados por roubo ou extravio em agosto na comparação com igual período do ano passado.
12/9/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 08/09/2006 08/09/2006 08/09/2006 08/09/2006 08/09/2006
P.L. do Fundo 8.703.124,96 1.437.417,53 7.724.662,56 13.299.279,01 1.225.543,15
Valor da Cota Subordinada 1.184,039593 1.082,544896 1.147,243148 1.113,544136 1.068,408969
% rent.-mês 0,6535 0,4706 0,0609 6,7481 0,6063
% ano 21,1950 8,2545 14,7243 11,3544 6,8409
Valor da Cota Sênior 0 1.079,099775 1.091,774621 0 0
% rent. - mês 0,2651 0,2888 -
% ano 7,9100 9,1775 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
quarta-feira, 13 de setembro de 2006
Planalto Gover no Pesquisa Crimes
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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NOVA RODADA NÃO ALTERA CENÁRIO ELEITORAL
Valéria Gonçalves/AE
DATAFOLHA: LULA GANHA NO 1º TURNO.
ALCKMIN NO GOVERNO DO PT 'VALE TUDO', DIZ TUCANO.
O
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato da Coligação "A Força do Povo" (PT-PRB-PCdo B) à reeleição, confirmou, mais uma vez: venceria as eleições já no 1º turno, segundo pesquisa do Instituto Datafolha divulgada na noite de ontem pelo "Jornal Nacional", da Rede Globo de Televisão. Firme entre o eleitorado, Lula obteve 50% das intenções de voto (ante os 51% dos votos apontados no levantamento anterior, divulgado no último dia 5), o que representa 56% dos votos válidos . O principal adversário de Lula, o candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB), da Coligação "Por um Brasil Decente" (PSDB-PFL), ficou com 28%, o que representa alta de apenas 1 ponto percentual com relação à sondagem anterior. Em terceiro lugar permanece a candidata Heloísa Helena (PSol), da Coligação Frente de Esquerda (PSolPSTU-PCB), com 9%. Na seqüência, vêm os candidatos Cristovam Buarque (PDT) e Ana Maria Rangel (PRP), ambos com 1%. José Maria Eymael (PSDC), Rui Costa Pimenta (PCO) e Luciano Bivar (PSL) não pontuaram. Eleitores indecisos representam 6% do total. Pretendem votar em branco ou anular o voto 4% dos brasileiros. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, o que significa que o quadro em nada se modificou desde o último levantamento. Com relação à avaliação do governo Lula, passou de 48% para 46% os que avaliam a administração como boa ou ótima. A avaliação regular foi apontada por 35%, ante 33% da pesquisa anterior, e os que citaram o governo como ruim ou péssimo ficou em 18%. 2º turno – O instituto também simulou um 2º turno entre o presidente e o ex-governador de São Paulo. O petista venceria com 55% dos vots, contra 38% do tucano. Na última pesquisa, o placar era 55% para Lula e 37% para Alckmin. O levantamento foi registrado na quinta-feira (07), feriado do Dia da Independência, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e contratado pela empresa "Folha da Manhã" e pela Rede Globo. Foram entrevistados 3.817 eleitores entre ontem (11) e hoje em 217 cidades de todo o País. (AE)
ristovam Buarque (PDT) disse, ontem, no Rio, já se sentir vitorioso por ter influenciado para que o debate sobre a educação ganhasse mais espaço na campanha deste ano. (AE)
O
pré-programa de governo à Presidência, senadora Heloísa Helena, tornou-se motivo de conflito na coligação. O programa não é definitivo porque o PSTU resiste a apoiá-las.
357% A MAIS
Demonstrando confiança numa vitória em primeiro turno, Lula ironizou os últimos ataques dos tucanos. "Quanto mais a gente sobe nas pesquisas, mais eles ficam nervosos", disse, numa conversa com um grupo de aliados, ontem, no Planalto. No bate-papo, ele recomendou que os aliados tenham cuidado em rebater críticas e acusações de adversários na reta final do processo eleitoral. "Temos de ter paciência e tolerância; democracia é assim mesmo",
LULA CONFIANTE, PT PREPARA MEGACOMÍCIOS.
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva candidato à reeleição, decidiu encerrar a campanha com grandes comícios em Belo Horizonte, Recife e Rio.
disse. "A gente tem de ter muita paciência para esperar o resultado da eleição." Lula avaliou que está "bem" na publicidade eleitoral gratuita na televisão. Antes de realizar os três grandes comícios, o presidente quer intensificar a campanha em São Paulo, no Nordeste e no interior de Minas Gerais. Outra idéia é fazer uma manifestação com a presença de dezenas de prefeitos em Brasília nos últimos dias de campanha. (AE)
PREFEITO E TRÊS ASSESSORES ASSASSINADOS EM ALAGOAS
Tribunal Superior O Eleitoral (TSE) informou, ontem, que houve crescimento de 357,27% na arrecadação total dos candidatos em agosto em comparação com julho. No primeiro mês da campanha a receita dos candidatos alcançou R$ 152,72 milhões e em agosto, R$ 698,38 milhões. O TSE informou que foram contabilizadas 70% das prestações de contas parciais e que os números divulgados devem mudar. De acordo com o site do TSE, a participação de recursos arrecadados pelos comitês também aumentou em relação ao total de receita dos candidatos. (AE)
Lupa: presidente Lula direciona seu foco para um horizonte que não prevê a realização de 2° turno.
HELOÍSA
PARA CANDIDATO, PROGRAMA DO SUA CAMPANHA PSOL NÃO TEM CUMPRIU PAPEL. 100% DE APOIO
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José Cruz/ABr
prefeito do município de O Roteiro (AL), Edvaldo dos Santos Ribeiro (PMDB), e Ó RBITA NO AR Enquanto o presidente Lula usou o horário eleitoral, ontem, para dizer que não quer deixar um trabalho "pela metade", o tucano Geraldo Alckmin criticou o fato de o Brasil ser o "lanterninha do crescimento" econômico na América Latina. "Comigo vai ser diferente", prometeu.
outros três assessores foram assassinados a tiros, anteontem, numa emboscada, quando retornavam de uma caminhada política, no Litoral Sul do Estado. A chacina aconteceu próxima à praia do Gunga, em São Miguel, a 41 quilômetros de Maceió. Segundo Kennedy Tenório Domingos, 27 anos, assessor do prefeito e único sobrevivente da chacina, três homens fortemente armados saíram de um canavial já atirando em direção à Ranger que transportava o grupo. Tenório foi alvejado por um disparo de espingarda de
Gilberto Farias/AE
CRISTOVAM
Mãos ao alto: Alckmin diz que seu primeiro ato será pôr fim à robalheira em Brasília, espantando picaretas.
calibre 12 na altura do ombro e parte do rosto. Na Unidade de Emergência, Kennedy contou à polícia que os pistoleiros deflagraram os primeiros tiros no prefeito, que vinha ao volante, e depois atiraram contra os demais ocupantes da picape, identificados como Vaqueiro, Sibite e Bené, que não resistiram aos disparos. Kennedy disse que fingiu-se
de morto, e os cinco corpos (incluindo o dele) foram jogados no canavial. Fuga - Após a chacina, os assassinos fugiram na Ranger do prefeito, que atolou num dos trechos da estrada que dá acesso a cidade de Roteiro, que fica a 32 quilômetros da capital. Após a fuga dos assassinos, Kennedy entrou no canavial e conseguiu chegar até a fazenda Tauá, onde recebeu socorro e foi levado à Unidade de Emergência Armando Lages, onde prestou depoimento e ficou internado. Equipes policiais iniciaram buscas na região. Ribeiro era vice, mas assumiu a prefeitura em fevereiro de 2003. (AE)
candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, afirmou ontem, em palestra na Força Sindical que, se for eleito neste pleito, a primeira coisa que pretende fazer é espantar a roubalheira de Brasília. "É preciso por a turma da picaretagem de lá (Brasília) para correr" reiterou. Na avaliação do tucano, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu maior adversário nesta campanha, está cometendo um abuso permanente. "No governo federal vale tudo, e este péssimo exemplo já deveria ter sido abolido", emendou, citando como exemplo as recentes denúncias publicadas na imprensa sobre a utilização irregular de recursos da Petrobras e da Secretaria de Comunicação, vinculada ao Palácio do Planalto. "A Petrobras está sendo usada e abusada, e ela é do povo brasileiro." No encontro com os trabalhadores da Força Sindical, Alckmin falou que a eventual reeleição de Lula levará o País a quatro anos perdidos, sem crescimento. "No dia seguinte (da eventual posse de Lula), eles já estarão discutindo 2010. Serão mais quatro anos perdidos." Segundo ele, o Brasil tem pressa para crescer e é preciso fazer ajustes, sobretudo no campo econômico-financeiro. "O Brasil precisa de uma política monetária eficiente, de câmbio competitivo e juros baixos para voltar a crescer." Ele insistiu que é preciso investir em infra-estrutura para que o País não fique estagnado. "Se não agir rápido, daqui a quatro anos não teremos mais energia para suprir as necessidades do País", previu. Ele desconversou quando questionado sobre o tom mais agressivo que vem imprimindo à sua campanha. "Vamos manter a estratégia de mostrar não só as mazelas, mas também as propostas para o futuro. As críticas não são prioritárias, precisamos potencializar as vocações econômicas." (AE)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
DOISPONTOS -77
Gabe Palmer/CORBIS
quarta-feira, 13 de setembro de 2006
OLAVO DE CARVALHO CONCLUSÕES INCONTORNÁVEIS
N
CADA UM
NA SUA O sistema se generalizou para entidades privadas. Por exemplo, consultórios médicos. V. tem um caso de urgência, liga, e lá vem um enlatado eletrônico antes que V. possa dizer "é urgente". A defesa contra o abuso do spam da informação (mensagens não solicitadas) se generalizou a tal ponto que se V. quer fazer uma compra por telefone, além de seu nome e endereço, tem que dar seu telefone, seu RG e seu CIC e esperar que o fornecedor confira de volta suas informações. Numa palavra, ao contrário do que dizia Chacrinha, humorista televiso, antes do tsunami da comunicação internética, se V. se comunica, se estrumbica. Defesa? O "cada um fica na sua". De gente que eram, as pessoas se tornam entes virtuais, digitais,
EM PAUTA
C
om as facilidades de comunicação e a enxurrada de informações que assaltam os indivíduos em qualquer hora e lugar, nunca, como hoje, se tornou mais difícil se comunicar com quem quer que seja, parentes, amigos, ou mesmo serviços públicos de comunicação. Quem tem um celular só o utiliza para enviar mensagens: chamadas vão para o caixa postal eletrônica, que o destinatário abre ou não. Se V. ligar para uma empresa de Escreva para comunicação, a doispontos@ dcomercio.com.br Telefônica, por exemplo, logo entra um enlatado informático, desfechando um enxurrilho de disque isto ou aquilo, e, em seguida, uma zapirunga musical esperando que V. decifre a mensagem e supere sua perplexidade e ignorância sobre o que discar.
os "grandes erros". Pois bem: em respeito à dignidade de todos os eleitores paulistas, o candidato Aloizio Mercadante deverá aclarar essas suas afirmações, especificando qual foi a "grande contribuição" e quais foram os
.
Em sua mais recente manifestação, Aloizio Mercadante disse que o seu partido deu uma "grande contribuição" para o País e que cometeu "graves erros". Decididamente, devemos entender que a "grande contribuição" para o País não foram
G Ao contrário
do que dizia Chacrinha, quem se comunica, se estrumbica. Defesa? O "cada um fica na sua". De gente que eram, as pessoas se tornam entes virtuais. G Com as
facilidades de comunicação e a enxurrada de informações que assaltam os indivíduos, nunca se tornou mais difícil se comunicar.
Benedicto Ferri de Barros "graves erros" do PT. Ao ensejo, deverá esclarecer por que utilizou a expressão "grande contribuição" no singular, enquanto que a expressão "grandes erros" foi dita no plural. PEDRO VERGUEIRO PEDROVER
@MATRIX.COM.BR
ectoplásmicos. A despeito da pletora demográfica, ou por isso mesmo, o que Ortega y Gasset chamava de el hombre de carne y hueso é uma espécie em extinção. O homem que hoje trafega pelas metrópoles congestionadas é um mutante da espécie, clonado em série pela tecnologia. Lembrase o leitor da ficção de Aldous Huxle em Admirável mundo novo? O admirável tornou-se o espantoso. De espécie eminentemente gregária, a humana se fragmenta e atomiza numa poeira de entes solitários, cada um na sua, circunstancialmente agregados em clans herméticos, de interesses secundários e transitórios. O restante do tempo transcorre no vazio e solidão de cada um na sua.
O
O País tornou-se palco de uma tragédia shakespeareana. FHC, em sua catarse, diz que há algo de podre no reino de "sua majestade". Heloísa Helena diz que Lula é um gângster capaz de matar. Só falta agora o fantasma do Celso Daniel surgir e acusar seus verdadeiros
assassinos. Nesse estado de ser ou não-ser, ou de faz-de-conta, onde a mentira e a esmola valem mais que a honra, a competência e o trabalho, espero que no último ato o Juízo Final das eleições envenene os malfeitores e restaure a moralidade.
.
que sucede com os indivíduos se repete com os povos e nações. A intercomunicação global e on line leva os entes da comunidade planetária a reagir contra a ecumenização do mundo, fechando-se cada um na sua, na couraça de seus próprios interesses, de suas tradições as mais provincianas, herméticas e arcaicas. Regride-se ao embate hobbesiano zoológico da luta de todos contra todos e ao mandamento darwiniano da sobrevivência do mais forte. Trata-se, evidentemente, de um período de transição turbulento no qual as mudanças magmáticas abalam as estruturas individuais e sociais do relacionamento humano que, ao fim e a cabo deverão (sabe-se lá quando) prevalecer. Amém.
GILBERTO DIB GILBERTO@DIB.COM.BR
a reta final da disputa pela Presidência da República, que observo de longe, algumas conclusões sobre os acontecimentos dos últimos meses me parecem incontornáveis: 1. O presente governo federal é o mais corrupto de toda a nossa História e provavelmente o mais corrupto do mundo atual. Como assinalou o expresidente Fernando Henrique Cardoso, uma coisa é comprar consciências com dinheiro privado, como o faziam os corruptores de antigamente; outra coisa é montar um imenso mercado de consciências com dinheiro roubado aos contribuintes. Nem pela sua natureza, nem pela sua amplitude, o mensalão é comparável a nada do que veio antes: é um upgrade da vigarice, uma obra de engenharia criminal construída com incalculável malícia e perversidade por mentes frias de sociopatas. 2. Um sistema desses não se improvisa, e tudo indica que sua construção data do início da década de 90, muito antes da eleição do sr. Luís Inácio à Presidência da República. É incalculável o número de líderes petistas que sabiam de tudo, dos quais só uns poucos consentiram em falar, com as ressalvas, ademais, de que só falaram depois de ver o barco fazendo água e de que o fizeram de modo a tirar proveito retroativo da revelação da sua própria imundície (veja em www.olavodecarvalho. org/semana/060907jb.html). O PT é um partido amoral, criminoso, conspirador e farsante desde o berço, uma organização cuja mera existência põe em risco a sobrevivência do país que tenha a ingenuidade de tolerá-lo. 3. Antes de colocar em pleno funcionamento o esquema, esse partido teve o cuidado de destruir ou neutralizar a maioria dos seus denunciantes possíveis, denunciando-os antecipadamente um a um e parasitando, até esgotá-las, todas as aspirações populares de moralização da política brasileira. Ao mesmo tempo, mediante a tática de “ocupação de espaços”, foi dominando ao longo dos anos áreas cada vez maiores do sistema repressivo, judicial e policial, para precaver-se contra eventuais escrúpulos de algum
magistrado ou funcionário conservador ou apolítico. O mensalão só entrou em ação, por fim, uma vez montado todo um sistema de anteparos e garantias, obra de grande estratégia criminosa cuja construção, inédita na história do mundo por suas proporções e complexidade, se prolongou por mais de uma década. As eleições de 2002, resultado de longo e meticuloso trabalho de exclusão das oposições antagônicas e inclusão das não-antagônicas, foi uma farsa em toda a linha, um campeonato de esquerdismo que só poderia culminar na vitória daquele que, no consenso de seus próprios competidores, personificava mais adequadamente as tradições e glórias da esquerda nacional. Sob a proteção desse unipartidarismo informal, o PT estava seguro de poder roubar o quanto quisesse, sem que isso lhe trouxesse senão incomodidades passageiras. 4. É absolutamente impossível que um mecanismo tão vasto e preciso de destruição total da moralidade política tenha sido montado sem ajuda internacional.
E
ste último é o ponto mais obscuro da trama, e seu esclarecimento talvez ainda tenha de esperar por muitas décadas. Mas, dos outros três, não existe um só líder “de direita” que não tivesse algum conhecimento, abstendo-se de denunciar o crime por medo ou por interesse. O número de culpados pela omissão é tão grande quanto o próprio delito que ela ocultou. O surgimento e crescimento do câncer petista foi, enfim, um golpe mais forte e um perigo mais vasto do que este país de insensatos e covardes estava preparado para suportar. O veneno que o PT inoculou nas veias do organismo nacional foi mais poderoso do que a soma das poucas energias positivas restantes no País. O mal venceu. De longe, carrego em mim o orgulho triste de ter sido um dos raros, raríssimos, que não o ajudaram nisso nem por atos nem por omissões. OLAVO DE CARVALHO É JORNALISTA
G O mal
venceu. De longe, carrego em mim o orgulho triste de ter sido um dos raros, raríssimos, que não o ajudaram nisso nem por atos nem por omissões.
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ESPECIAL SERVIÇOS
Tudo limpo! Setor de serviços de manutenção e limpeza está superaquecido. Graças às empresas que apostam na terceirização.
Chamem a segurança, o doutor da informática, o designer...
Scott Roberts/Corbis
A segurança privada ganha cada vez mais espaço, enquanto a segurança dos candidatos ainda está no papel. Veja também como andam outros serviços essenciais para sua empresa.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.ESPECIAL
MÃOS AO ALTO
De Lincoln até os clandestinos
Todos em busca de mais segurança A segurança privada ganha cada vez mais espaço no País. Com medo da violência, empresas e cidadãos buscam equipamentos e serviços de proteção.
O
investimento em segurança privada é crescente no Brasil, seja nos vários segmentos de atividade – comercial, bancário, de serviços e administração pública, seja entre a população, notadamente nas classes média e alta do País. Segundo especialistas, o temor de assaltos e seqüestros leva as classes média e alta a gastarem cerca de R$ 55 bilhões ao ano com guardas particulares, armas e equipamentos, que variam conforme o poder aquisitivo, incluindo desde janelas especiais, serviços de circuito fechado de TV, até carros blindados. De acordo com o sociólogo
André Zanetic, que defendeu uma pesquisa de mestrado sobre o tema, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, o grande salto no número dessas empresas ocorreu nas décadas de 1980 e 1990. Em entrevista recente à Agência USP, o sociólogo citou uma pesquisa da Fundação Instituto de Administração (FIA), da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP que revela que todas as classes sociais aderiram aos recursos de segurança. A maior parte dos investimentos ( 48%) são gastos em janelas e grades altas, 13% em vigias e 9% em esquemas de fiscalização. Em sua pesquisa, Zanetic observou que 81% da segurança privada é voltada
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para bancos, órgãos públicos, indústrias e comércio, e não, diferentemente do que se pensa, nos condomínios ou na proteção individual. Segundo ele, isso acontece porque a polícia não teria como fazer a segurança pessoal de todos esses estabelecimentos. No estudo foram analisados dados de pesquisas e levantamentos da Polícia Federal, da Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílio do IBGE, da FIA e da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Um outro aspecto curioso do mercado nacional, detectado por empresas que prestam serviços de vigilância ou fornecem equipamentos, é que a demanda está a cada dia mais diferenciada: além das residências, condomínios, shopping centers e bancos, que já são tradicionais consumidores deste tipo de serviço, também escolas, hospitais e até igrejas estão recorrendo à segurança privada. Um grande negócio – Nos Estados Unidos há um milhão de policiais contra aproximadamente três milhões de empregados na segurança privada; na Inglaterra há duas vezes mais agentes de segurança privada do que policiais. No Brasil, alguns especialistas calculam que, neste ano, há cerca de 1.500 empresas legalmente registradas, com meio milhão de vigilantes legais. Só no Estado de São Paulo existem 320 empresas e 160 mil vigilantes. Os analistas ressaltam, porém, que o crescimento da vigilância privada não representa necessariamente o fracasso das forças de segurança pública. Trata-se de um mercado que movimenta bilhões de reais por ano, e de forte concorrência entre as empresas do segmento, o que o torna um negócio como qualquer outro. Assim, são desenvolvidos novos produtos e ações de marketing, que despertam a e até aumentam os temores e as necessidades do consumidor. É o caso das blindagem de veículos e residências, escoltas, cursos de treinamento anti-sequestro e outros. Vale lembrar, por outro lado, que o setor oferece centenas de milhares de emprego e movimenta outros ramos de negócio, como a indústria de equipamentos de segurança, seguros e convênios médicos.
Em 1820 um grupo de homens foi organizado nos Estados Unidos por Allan Pinkerton para proteger o então presidente Abraham Lincoln. Nascia nesse momento a primeira empresa de segurança privada do mundo, a Pinkerton's. Esse tipo de serviço teve início no Brasil na década de 60, época em que aumentaram os assaltos a instituições financeiras. As principais atividades eram proteger patrimônios, pessoas e realizar transporte de valores. Surgem então os trabalhadores em segurança privada para estabelecimentos comerciais, industriais e em residências, conhecidos genericamente como vigilantes (também chamados vigias, guardiões, rondantes e outros). Mas só em junho de 1983 a categoria ganhou qualificação profissional, quando a Lei 7.102 regulamentou a segurança privada. Pela lei, a segurança privada deve ser restrita a espaços privados, com raras exceções – como no caso de escolta de valores e cargas. A fiscalização compete à Polícia Federal nos estados, mas por problemas de escassez de recursos, a fiscalização não é exercida com o devido rigor, o que leva ao grande número de "empresas" clandestinas, estimadas em cerca de três mil, que empregam vigilantes despreparados ou policiais irregularmente contratados. Por isso, é recomendável fazer uma visita à empresa escolhida e à academia de formação dos seguranças, pedindo informações sobre os métodos de treinamento. Antes da contratação, devese pedir um plano de segurança à empresa, do qual conste o número adequado de vigilantes a ser utilizado, o sistema de alarme adequado e/ou outros dispositivos de segurança usados. Sempre exigir o Alvará de Funcionamento e o Certificado de Segurança devidamente renovados (sem esses documentos, a empresa não pode funcionar). As empresas clandestinas costumam informar ao tomador de serviços, por ocasião da proposta, que as exigências da lei só são aplicadas ao vigilante que trabalha armado. A legislação, porém, é bem clara: toda empresa que exercer a prestação de serviços de Vigilância/Segurança, armada ou desarmada, deverá possuir a Autorização de Funcionamento expedida pelo Departamento de Polícia Federal e que é renovada anualmente. Para se certificar da legalidade da prestação de serviços selecionada, ligue para o SESVESP (o sindicato das empresas do setor em São Paulo). O telefone é (011) 3858-7360.
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O preço variável da tranqüilidade Empresas oferecem várias opções eletrônicas e pessoal especializado. E custo pode ser diluído.
O
Grupo Pro Security, há 20 anos atuando no mercado de segurança privada, utiliza técnicas atualizadas na implementação de sistemas de segurança eletrônicos ou com pessoal especializado. No Centro de Formação e Treinamento (CFT) da empresa, todos os funcionários passam por treinamentos rigorosos, nos quais, em até 20 módulosaula, aprendem todas as rotinas para manter residências, condomínios ou empresas seguros. Além do treinamento inicial, são realizados programas de atualização semestrais para todos os funcionários. Alexandre Paranhos, diretor comercial da Pro Security, diz que atualmente os equipamentos mais utilizados pelo setor comercial são os sistemas de alarmes – estejam os estabelecimentos abertos ou fechados. Trata-se de sensores infravermelho, que são acionados automaticamente. "Os sistemas de alarmes
também têm a função extra de controlar o monitoramento da abertura da loja. Isso serve para a prevenção a assaltos, e acaba evitando também prejuízos internos, uma vez que o funcionário, por esse sistema, precisa cumprir o horário, ou provocará o acionamento da segurança", afirma. Custos – A instalação de sistemas de alarme, segundo Paranhos, tem um custo menor do que a contratação de vigilantes. Para o estabelecimento comercial manter um segurança em ação das 8h às 18h, gastará R$ 2.700,00 por mês. Já o preço de um sistema de alarme, instalado em uma loja de pequeno porte, deve ficar entre R$ 1.500,00 e R$ 2.500,00, com um custo mensal atual de R$ 140,00. Uma outra possibilidade, que já está sendo utilizada, são as ações associadas entre comerciantes vizinhos. O diretor da Pro Security cita o caso da rua Bela Cintra, em São Paulo, na qual um grupo de lojistas se cotizou para contratar uma empresa de segurança, que faz a ronda no
Ricardo Padue/AFG
local. Sugere que o rateio seja feito por três lojas, pelo menos. Desse modo, o custo fica mais viável. Uma tendência atual do mercado é o uso de sistemas de alarmes e de câmaras digitais. O custo para implantar o sistema para uma loja, com quatro câmaras monitoradas pela internet é de R$ 4 mil. Variedade de opções – A Pro Security oferece ainda vigilância motorizada, com viaturas equipadas, que realizam ronda em perímetro determinado, oferecendo maior segurança aos condomínios e empresas, principalmente no período da noite. A empresa também instala câmeras , sensores e sistemas de alarme. Com relação a equipamentos, a Pro Security disponibiliza os mais modernos aparatos em termos de alarmes, câmeras e sensores. O Grupo já instalou mais de 5 mil dispositivos em condomínios, casas e empresas. O diferencial da Pro Security, afirma Paranhos, é pensar em soluções de maneira mais eficaz, customizada para cada estrutura e situação. O Grupo http://www.prosecurity.com.br) possui mais de 1.400 funcionários prestando serviços como vigilantes, porteiros ou profissionais de limpeza em mais 280 condomínios e edifícios em São Paulo. Para treinar esse contingente e atender a demanda de clientes, especialistas em segurança coordenam a implementação de sistemas de proteção, ministram treinamento constante aos funcionários e elaboram rotinas para a perfeita execução dos procedimentos.
Paranhos: os sistemas de alarmes, com sensores infravermelhos, são os mais utilizados
EM ORDEM Primeiro, o diagnóstico NSA Brasil - National Security Academy é uma empresa que presta consultoria na área de Segurança Pública e Privada. Especializada em consultoria para segurança interna, sua atuação está distribuída por vários ramos – segurança patrimonial, comercial, industrial e residencial. No ramo comercial, atende empresas, fábricas, condomínios, lojas, shopping centers, restaurantes etc. De acordo com Hugo Tisaka, diretor da empresa, o primeiro da empresa, ao ser contactada, é fazer um levantamento para saber o que o cliente precisa. Uma vez definidas as necessidades, faz-se o diagnóstico, identificando os problemas a serem atacados. Finalmente, após a análise dos riscos envolvidos, é elaborado um projeto de segurança, que envolve três pilares – infraestrutura, equipamentos e procedimento. "Estes pontos necessitam ser trabalhados integradamente, de maneira a
A
minimizar as deficiências existentes e aumentar a segurança geral. A infraestrutura, os equipamentos e os procedimentos são fatores complementares e precisam estar corretamente ligados". Além de desenvolver projetos de segurança, a empresa assessora a aquisição de equipamentos (veículos blindados e câmeras de circuito fechado, entre outros), a contratação de serviços de segurança e também o gerenciamento de crises como seqüestro e tentativas de extorsão O diagnóstico correto é fundamental, segundo Tisaka. No projeto de segurança, o consultor identifica qual o melhor equipamento a ser instalado. A empresa auxilia na implementação do sistema e treina os usuários. "O objetivo é oferecer uma consultoria que chegue ao ponto ideal para a segurança do local, sem falta ou excesso". Cuidados – No caso do comércio, Hugo Tisaka
aconselha o lojista a sempre procurar orientação adequada para as suas necessidades. "É muito comum o empresário confiar em empresas que vendem o equipamento e oferecem, de graça, um diagnóstico. Muitas vezes pode haver conflito de interesse e, por isso, não haver uma avaliação correta do problema", alerta. O diretor da NSA Brasil observa que nem sempre instalar um equipamento, que pode custar R$ 20 mil ou R$ 30 mil, resolve o problema. "O ideal não é não gastar mais, e sim, melhor. É nesse momento que entra a consultoria, que tem profissionais preparados para avaliar o tipo de risco ao qual está exposto." No caso de lojas, Tisaka destaca que o sistema de segurança não pode inibir o cliente. "Nesse caso, a segurança deve ser feita de modo discreto, mas eficiente." (Conheça a empresa pelo site http://www.nsabr.com.br).
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.ESPECIAL
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O MAIS OSTENSIVO POSSÍVEL Marcelo Soares/Hype/Arquivo 15/05/2006
Prevenir é o melhor negócio Atitudes simples, mas ostensivas, são fatores que ajudam a inibir as ações de bandidos
O
Grupo WAP, formado pelas empresas WAP Consultoria, Planejamento e Terceirização, tem forte atuação no segmento de segurança e vigilância patrimonial, pessoal e de escoltas. Além disso, também faz prestação de serviços gerais terceirizados, como controle de acesso e portaria, limpeza, recepcionistas e outros. A empresa está presente, hoje, em quase todo o estado de São Paulo. Os serviços especializados no segmento de segurança e vigilância privada, inclusive eletrônica, é fornecido para empresas comerciais, condomínios e clubes, entre outros. A WAP desenvolve ainda, junto a seus clientes, uma proposta de requalificação contínua de seus profissionais.
Wilson de Abreu Possebon, diretor e consultor de segurança da WAP e também coronel da Polícia Militar do Estado de São Paulo, diz que é importante conscientizar seus clientes sobre a prevenção adequada, utilizando os meios mais ostensivos possíveis. A intenção é proporcionar tanto aos clientes dos tomadores de serviços quanto a eles próprios, uma melhor e maior sensação de segurança. "Isso é transmitido através de uma postura profissional. Atitudes simples, mas ostensivas, fazem com que as pessoas se sintam seguras". Tripé –O diretor da Wap vê como positivo o avanço tecnológico, com o aproveitamento de equipamentos eletrônicos para a detecção de fatos delituosos. "A segurança eletrônica, hoje, é imprescindível, porém não substitui o homem",
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A segurança ostensiva, com o uso de cães, proporciona maior sensação de segurança. Na foto, animal do Canil Salles na Transportadora Bomi.
adverte A perfeita operacionalidade, segundo ele, está no tripé: profissional, equipamentos e comunicação. Possebon ressalta ainda que que a legalidade das empresas e dos profissionais por ela contratados é primordial para a segurança de quem contrata. Lembra ainda que a função maior da segurança privada é prevenir os atos delituosos. Se não puder evitá-los, cabe-lhe buscar, informar e acionar rapidamente o poder público, a quem cabe a ação primordial do poder de polícia. "O comerciante não deve pensar que sua segurança privada é polícia", explica o diretor da Wap. "Não cabe a ela investigar, prender ou perseguir bandidos, mas sim zelar pelo patrimônio particular, procurando evitar que algo de mal aconteça". De acordo com o dirigente, é necessário uma renovação constante da capacitação profissional do pessoal envolvido com a prestação do serviço, não apenas a realizada por empresas de formação de vigilantes. Também é preciso um trei-
namento continuado e verdadeiramente profissional. "Para isso, além das exigências legais, a WAP busca o que denominamos de treinamento à distância, para requalificar seus profissionais, constantemente, através do fornecimento de instrução através de apostilas, e-mails, e mesmo presencial, por meio de seus supervisores e inspetores de serviço." Freqüentemente, os supervisores encaminham-se aos locais de serviços, onde orientam, instruem e treinam os profissionais. "Quando se trata de lojas, o treinamento é específico, com técnicas apuradas que devem ser repassa-
das constantemente. Abaixo, algumas recomend a ç õ e s d a Wa p ( h t t p : / /www.wap.hpgpluscom.br/) aos lojistas:
- Contratar policiais, civis, militares ou federais, para essas funções, pois o treinamen-
2. Devem - Exigir dos prestadores de serviço, treinamento constante dos profissionais e orientações a outros funcionários, mesmo que não sejam ligados diretamente à segurança, pois segurança é uma somatória de atitudes que envolvem todas as pessoas do local.
Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editora Vilma Pavani
Chefe de reportagem Arthur Rosa
Diagramação Hedilberto Monserrat Junior
Reportagem Adriana Braz, Fátima Lourenço e Sergio Kapustan
Ilustração Abê e Roberto Alvarenga
1. Não devem - Contratar profissionais para essas funções sem a devida qualificação profissional ou que estejam na ilegalidade. Algumas pessoas, não conhecendo a importância da matéria, contratam qualquer um para essas funções , o que acarreta em maus procedimentos profissionais.
Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho
to deles é diferenciado, sem contar que esse ato é ilegal. - Contratar empresas clandestinas e ilegais para essas funções. Ao requisitá-las, a pessoa está sendo solidária e possui também responsabilidade civil e penal sobre os atos cometidos.
Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo
www.dcomercio.com.br
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Planalto Congresso Eleição Estadual Sanguessugas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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"Se eu tivesse vencido as eleições de 2002, o Brasil teria crescido
Eymar Mascaro
e gerado empregos", disse ontem o candidato do PSDB ao
Engajamento
governo, José Serra. Ele afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontrou um "céu de brigadeiro" na economia e,
O
s tucanos esperam pela participação de pelo menos 400 prefeitos do interior de São Paulo (de um total de 645) engrossando a campanha de Geraldo Alckmin na reta final. O tucano precisa crescer no Estado (que concentra 26 milhões de eleitores) para forçar a realização do 2º turno. Alckmin quer ter 15 pontos percentuais a mais do que Lula nas pesquisas em São Paulo, que representam cerca de 3 milhões de votos. Alckmin precisa ultrapassar os 30% de intenção de voto (está com 28%) e ainda contar com a queda do petista (tem 50%) e uma votação de Heloísa Helena (Psol) em torno de 10%.
ainda assim, o País "andou para trás". Tiago Queiroz / AE
SERRA: FALTA FIRMEZA A LULA
MANÁ
O
candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, garantiu ontem que, se tivesse sido eleito presidente em 2002, teria feito o País crescer e gerar empregos, e a economia alcançaria melhores resultados do que os apresentados no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Não teria sido essa política. Garanto que o Brasil teria crescido", afirmou Serra, ao repudiar a idéia de que a política econômica atual é uma continuidade da adotada no governo Fernando Henrique Cardoso, que ele integrou. Acusando o governo Lula de "falta de firmeza, de conhecimento mínimo da economia e de disposição para enfrentar interesses", o tucano acrescentou que o Brasil "tinha tudo para ter crescido rapidamente e gerado empregos" quando o PT assumiu o comando. "Nunca se teve um cenário econômico tão favorável nas últimas décadas. O governo Fernando Henrique enfrentou seis crises internacionais. O governo do PT pegou o melhor céu de brigadeiro da economia mundial. Mesmo assim, o Brasil anda mais para trás do que em qualquer outro período desde a época do João Goulart." Corte de gastos – Serra fez uma lista do que considera erros da atual gestão e do que, portanto, teria feito diferente. "Eu não teria nunca seguido essa política de câmbio e juros, não teria feito intervenções nas agências reguladoras e teria feito um gasto público muito mais eficiente e seletivo, cortando os custos." O tucano ressaltou sua experiência: "Na Prefeitura, só de custos cortamos R$ 450 milhões", disse. Serra fez campanha no interior paulista.(AE)
Eu teria feito um gasto público mais eficiente e cortado custos." José Serra (PSDB)
PMDB QUER TIRAR PSDB DA DISPUTA
O interior de São Paulo é um mar de votos: 17 milhões, aproximadamente. Portanto, o Interior paulista congrega 2/3 do eleitorado no Estado. Alckmin é protegido pela boa estrutura do PSDB, que está constituído em quase todos os municípios. Serra: campanha no Interior, passando pelas cidades de Rio Claro, Santa Bárbara D’Oeste e Hortolândia. Vivi Zanata / AE
PMDB QUER CASSAR TUCANO
O
Quércia: caminhada em São Caetano e desmentido ao apoio para o PT.
PMDB de São Paulo entrou com uma ação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), acusando a Prefeitura da capital de abuso de poder econômico e político em benefício do ex-prefeito José Serra. O PMDB questiona a semelhança da propaganda institucional da Prefeitura com a propaganda de Serra. O PMDB pede a cassação da candidatura do tucano. Encontro – Quércia e o candidato do PT, Aloizio Mercadante, se encontraram ontem sem querer durante campanha de rua em São Caetano, na região do Grande ABC, em São Paulo. Logo depois, já longe do adversário, Mercadante disse que o Quércia teria lhe garantido apoio num eventual segundo turno, mas o ex-governador o desmentiu: "Quero estar bem com o PT, porque vou precisar do PT no segundo turno", disse. (AE)
Eduardo Knapp / Folha Imagem
Mercadante e Quércia se esbarraram em plena campanha na rua. "Temos que dar um salto de qualidade", afirmou o petista.
METAS PARA CRESCER
O
candidato do PT ao governo paulista, senador Aloizio Mercadante juntou-se hoje ao ministro de Desenvolvimento e Indústria, Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, e apoiou a fixação de metas de crescimento para um eventual segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O senador petista afirmou
que experiências internacionais mostram as metas como uma referência importante na política econômica. Ele propôs que sejam elaboradas estudos técnicos para definir estas novas metas, e concordou que o Brasil tem condições de acelerar o seu crescimento nos próximos anos, Mercadante passou o dia visitando cidades do ABC.
COMO ESTÁ Alckmin está na frente de Lula no Estado de São Paulo: a diferença em favor do tucano é de, no mínimo, 6 pontos. A análise do comando de campanha do PSDB é que, se os prefeitos trabalharem, a diferença pró-Alckmin cresce nos próximos dias.
ALVO São Paulo é um dos três principais estados em que o comando de campanha prevê o crescimento de Alckmin no Sudeste. Os tucanos tomam por base o índice que Alckmin alcançou ao deixar o governo: 69% de aprovação, segundo pesquisas.
POSITIVO A maior concentração da campanha de Alckmin no Sudeste e Sul começa a dar resultado. No Sul, segundo o Datafolha, Lula caiu 4 pontos (de 39% para 35%), ao passo que Alckmin oscilou de 33% para 34%. No Sudeste, Lula recuou de 44% para 42% e Alckmin se manteve estável com 33%.
governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), que ainda não teria se engajado na campanha de Alckmin.
CANDIDATURA Jarbas Vasconcelos é candidato ao Senado e apóia Alckmin. Mas o exgovernador não quer entrar em choque com Lula, porque o petista tem 70% de intenção de voto no Estado. Pernambuco é o estado do Nordeste em que Lula alcança o maior apoio.
DERROTA Análise de pesquisas indica ser duvidosa a reeleição do governador do Ceará (5, 3 milhões de votos), o tucano Lúcio Alcântara. As pesquisas apontam favoritismo de Cid Gomes (PSB). Por isso, Lúcio Alcântara tenta se encostar em Lula, favorito no Estado.
VANTAGEM ACM quer que os prefeitos do PFL se entreguem em tempo integral na campanha de Alckmin na Bahia (9 milhões de eleitores). Há regiões no Estado em que Lula alcança 70% da preferência do eleitor.
PREOCUPAÇÃO ACM e Tasso Jereissati estão preocupados com a evolução das pesquisas no Nordeste. O Datafolha, por exemplo, aponta que Lula está com 70% de intenção de voto na região, contra 15% do tucano.
VERDADE Análise feita pelos tucanos indica que, para crescer nas pesquisas, Alckmin precisa diminuir a diferença que o separa de Lula em Minas. O Estado tem 13 milhões de eleitores, mas as pesquisas apontam que o petista tem mais de 50% de intenção de voto.
CONFIANÇA Em Minas, Alckmin ainda não atingiu os 30% da preferência eleitoral. Este índice chama a atenção porque o governador Aécio Neves (PSDB), como candidato à reeleição, atrai mais de 70% dos votos. Alckmin espera pela transferência de votos do governador.
CRESCIMENTO Outra fonte de preocupação para os tucanos são as regiões Norte-Centro/Oeste. Nelas, Lula cresceu 3 pontos na pesquisa Datafolha. O petista está com 53% contra 30% de Alckmin. Detalhe: o tucano manteve o mesmo índice da pesquisa anterior.
DIFERENÇA
BLINDAGEM
A diferença que separa Alckmin de Lula no Rio ainda é significativa. O petista tem 48% de intenção de voto e o tucano está próximo dos 20%. O Rio é o 3º maior colégio eleitoral, com 11 milhões de votos.
O deputado Jáder Barbalho (PMDB-PA) já mandou o seu recado a Lula: ele vai precisar muito do PMDB no Congresso. Na avaliação de Jáder Barbalho, "a oposição virá raivosa com a derrota eleitoral e tentará fazer do segundo mandato um terceiro turno, ameaçando o governo como a antiga UDN fez com o ex-presidente Getúlio Vargas".
RECLAMAÇÃO O senador baiano Antonio Carlos Magalhães (PFL) está reclamando do comportamento do ex-
quinta-feira, 14 de setembro de 2006
Congresso Planalto Reforma Agrária CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 Se a verba não for empregada, voltará para os cofres da União. José Rainha, líder do MST
SEM TERRA E AGRICULTORES PROTESTAM
Renoir Sampaio / AE
MST OCUPA SETE ESCRITÓRIOS DO IPESP NO PONTAL Invasão é um protesto contra "descaso" com a reforma agrária, diz José Rainha. do e, se a verba não for empregada, voltará para os cofres da União". O grupo ligado a Rainha mobilizou cerca de 1.200 acampados e assentados para ocupar os escritórios nas cidades de Presidente Prudente, Presidente Venceslau, Presidente Bernardes, Teodoro Sampaio, Mirante do Paranapanema, Euclides da Cunha Paulista e Rosana. Os sem-terra ocuparam apenas a entrada dos prédios para que os funcionários, segundo Rainha, não fossem impedidos de trabalhar. "Eles estão do nosso lado." Os sem-terra vão pedir uma audiência com o governador Cláudio Lembo para protestar contra a falta de ação
do Itesp, diz Rainha. Segundo Rainha, há duas mil famílias de vários movimentos acampadas no Pontal. "Existem 27 mil hectares de terras já avaliadas e os fazendeiros querem vender, mas o Itesp não conseguiu negociar um metro". O protesto coincidiu com a visita da ministra do Meio Ambiente, Maria Silva, à região do Pontal. A ministra e o presidente do Incra, Rolf Harckbart, participaram de um encontro sobre biodiversidade e reforma agrária no Assentamento Che Guevara, em Mirante do Paranapanema. O evento foi organizado pela ala do MST rival de Rainha. (AE)
DESOCUPAÇÃO – Integrantes do MST deixaram pacificamente a Fazenda da Saúde, em Jóia, no Rio Grande do Sul, após a leitura da ordem de reintegração de posse pela oficial de justiça. Joel Silva / Folha Imagem
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ntegrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) ocuparam ontem sete escritórios regionais do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) no Pontal do Paranapanema, extremo oeste do Estado. De acordo com o líder José Rainha Júnior, que coordenou as ações, o objetivo era protestar contra o "descaso" do órgão com o projeto de reforma agrária da região. Segundo Rainha, o governo federal repassou, através do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), R$ 28 milhões para a aquisição de terras para assentamentos. "O ano está terminan-
PROTESTO FECHA RODOVIA
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gricultores da região oeste do Paraná bloquearam durante a tarde de ontem a BR-369, em Corbélia, nas proximidades de Cascavel, a cerca de 500 quilômetros de Curitiba, em protesto contra as invasões de terra e o não cumprimento das reintegrações de posse por parte do governo do
Estado. Entre 14h e 18h, a rodovia era liberada ao tráfego de veículos por alguns instantes a cada meia hora. "Temos 68 áreas de invasão no Paraná, todas com ordens de reintegração de posse, mas não cumpridas", reclamou o presidente da Sociedade Rural do Oeste do Paraná, Alessandro Meneghel. "E são
todas terras boas, todas estão produzindo." Além disso, ele reclamou que os produtores da região vivem sofrendo ameaças de novas. "Vivemos em um país de incertezas", lamentou. Alguns produtores aproveitaram para reclamar também da política agrícola do governo federal.(AE)
DESAPROPRIAÇÃO– Em Ribeirão Preto (SP), outro grupo de sem-terra faz passeata, para comemorar a desapropriação da Fazenda da Barra, na zona rural, para o Incra.
Entidades comemoram aprovação da Lei Geral das MPE´s / 0DUWLQH]
Sexta-feira é o último dia para aderir ao novo Refis
João Aleixo Pereira (diretor do SESCON-SP), Sergio Approbato Machado Jr (vice-presidente adm. do SESCON-SP), deputado federal Gerson Gabrielli (PFL-BA – presidente da Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa), Antonio Marangon (presidente do SESCON-SP) e Valdir Pietrobon (vice-presidente da Fenacon), durante evento pela aprovação da Lei Geral realizada em Brasília, no ano passado.
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s entidades que se movimentaram e fizeram pressão junto ao Congresso Nacional pela aprovação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas comemoraram, na última terçafeira (5), a aprovação do projeto na Câmara dos Deputados e a leitura do texto no Plenário do Senado, no dia seguinte, após apresentarem requerimento para votação urgente da matéria. O presidente do SESCON-SP, Antonio Marangon, um dos participantes do movimento, declarou que esta é uma vitória das micro e pequenas empresas: “Estranhamente as que mais empregam no País (cerca de 60% dos empregos formais) e que ao invés de serem estimuladas, são as mais penalizadas em toda a cadeia produtiva. Primeiro, por não terem uma legislação específica que regulamente suas atividades; segundo, por não receberem tratamento tributário diferenciado, que lhes permita pagar seus impostos de forma mais justa. Esperamos que a nova lei corrija essas distorções”, sentenciou. Estima-se que, uma vez aprovada, a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas poderá trazer ao mercado formal cerca de 10 milhões de empreendimentos, que hoje estão na informalidade, regularizando a situação de aproximadamente 13 milhões de trabalhadores que atualmente atuam no segmento sem carteira assinada. A regulamentação das micro e pequenas
empresas brasileiras, que hoje respondem por 23% do PIB (Produto Interno Bruto), deverá beneficiar diretamente 23 milhões de trabalhadores e indiretamente cerca de 69 milhões de pessoas, que transitam na órbita dessas empresas, levando em consideração as famílias com três integrantes. De acordo com o relator do projeto, deputado Luiz Carlos Hauly, com a nova lei, “o Brasil terá uma das mais modernas leis voltadas ao incentivo das micro e pequenas empresas e à geração de emprego e renda”. “Ficamos cada vez mais confiantes e fortalecidos. Esse resultado mostra que o SESCON-SP, juntamente com as entidades que representam a sociedade, está no caminho certo em apoiar e lutar pelos direitos das empresas, dos cidadãos brasileiros e conseqüentemente pelo desenvolvimento do País”, ressaltou Antonio Marangon. Urgência – O Plenário do Senado aprovou, na última quarta-feira (6), pedido de urgência, assinado por todos os líderes de partidos, para votação do projeto da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. O projeto tramita na Casa como PLP (Projeto de Lei da Câmara) n° 100/06. O presidente do Senado, Renan Calheiros, garantiu às lideranças, após a votação, que o projeto é uma das prioridades do Senado e que deverá ser posto em votação imediatamente após às eleições.
As empresas com dívidas na Receita Federal têm somente até amanhã (15) para aderir ao parcelamento especial, instituído pela Medida Provisória 303. Os pedidos podem ser feitos até as 18 horas (horário de Brasília) através do site da Receita (www.receita.fazenda.gov.br) e da Procuradoria Geral da Fa ze n d a Na c i o n a l ( P G F N ) (www.pgfn.fazenda.gov.br). No INSS a adesão só pode ser feita pessoalmente. De acordo com as regras da MP, débitos vencidos até 28 de fevereiro de 2003 podem ser pagos a vista ou parcelados em seis meses, com redução de 30% no valor dos juros e 80% no valor das multas. Para as empresas que desejarem parcelar em 130 meses a redução da multa será de 50%. Não há desconto nos juros. Já os débitos vencidos entre 1º de março de 2003 e 31 de dezem-
bro de 2005 podem ser divididos em 120 meses, sem redução de juros ou multa. A empresa que atrasar duas parcelas, consecutivas ou não, será excluída automaticamente do programa. A parcela mínima não pode ser inferior a R$ 200 para as empresas do Simples, e R$ 2.000 para as demais. A Receita lembra que a MP permite que a empresa excluída do Refis e do Paes opte pelo parcelamento especial. O SESCON-SP pleiteia junto aos órgãos envolvidos, a prorrogação do prazo para a adesão. De acordo com ofício encaminhado pela Entidade ao superintendente da Receita Federal em São Paulo, Edmundo Spolzino, “desde a última quarta-feira, 06 de setembro, o Sindicato está recebendo inúmeras reclamações de associados sobre dificuldades e impossibilidade de acessar os servidores da Receita Federal e PGFN.”
Obrigatória a contratação de aprendizes Durante palestra realizada no SESCON-SP, no último dia 4, a auditora Fiscal do Trabalho/ MTE, Marília de Oliveira Silva, informou que de acordo com a lei 10.097/00, todos os estabelecimentos estão obrigados a contratar e matricular nos Cursos de Aprendizagem, jovens com idade entre 14 e 18 anos, na condição de aprendizes. Segundo a instrutora do curso, o Decreto 5.598/05, ampliou a medida para jovens até 24 anos. O evento teve como objetivo orientar os empresários contábeis quanto ao cumprimento da Lei que estabelece cotas de 5% a 15% o número de
aprendizes a serem contratados por uma empresa, levando em consideração seu quadro de colaboradores, cujas funções demandem formação profissional. A jornada de trabalho do aprendiz varia entre 6 e 8 horas, para quem não concluiu o ensino fundamental ou está estudando. Segundo Marília de Oliveira Silva, o salário do aprendiz é baseado no salário mínimo, mas contado apenas pelas horas trabalhadas, isto é, menos de R$ 350. As empresas que não cumprem a cota estabelecida estão sujeitas a multa.
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Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
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400
mil pessoas passam pela Rua 25 de Março todos os dias e gastam, em média, R$ 43,7 milhões.
Patrícia Cruz/LUZ - 15/11/2005
UMA CIDADE MILIONÁRIA CHAMADA 25 DE MARÇO
Estudo inédito da TNS InterScience e Giacometti Propaganda traça o perfil do consumidor da famosa rua da capital paulista. O resultado aponta que 58% são da classe A e B, e que a maioria se preocupa com a falta de segurança do local
Público, que chega a 1 milhão de pessoas por dia na época de Natal, é "igual ao freqüentador de shopping"
Milton Mansilha/LUZ - 09/09/2006
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multidão de consumidores que comparece todos o dias à Rua 25 de Março é invejada por todo o comércio de São Paulo. Mas para entrar na disputa pela conquista do cliente é preciso, antes, conhecê-lo. Um estudo feito pelo Instituto de Pesquisas TNS InterScience e pela Giacometti Propaganda, que aponta o perfil do freqüentador da região, revela surpresas. Ao contrário do que muita gente pensa, 58% dos consumidores da Rua 25 de Março são das classes A e B; 60% têm até 34 anos, com renda familiar de R$ 2,3 mil; e 63% têm o ensino médio completo ou superior incompleto. A pesquisa ouviu 600 pessoas entre 16 e 22 de agosto e indica também que 71% dos compradores trabalham em tempo integral. Passam pela rua todos os dias entre 400 mil e 500 mil pessoas – número que chega a 1 milhão na época de Natal. Dos representantes das classes A e B, 44% utilizam o carro para ir ao local; das classes C e D, 50% vão de ônibus. Mas o que mais surpreende mesmo são os resultados "provocados" pelos consumidores. O tíquete médio de cada comprador é de R$ 123. Esse montante referese apenas aos gastos com produtos para uso próprio, feitos por 79% dos consumidores. Não estão contabilizadas as compras realizadas por revendedores, 10% do total. Os trabalhadores da Rua 25 de Março correspondem a 11% dos que estão no local todos os dias. "Exatos 54% dos freqüen-
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efinir o que é luxo não é fácil. Para alguns, ter tempo para as coisas e poder desfrutar de espaços abertos é um luxo. Para outros, luxo é uma bolsa Birkin, da Hermès, ou um período de férias na ilha Frégate (Seychelles), pagando US$ 2,8 mil a diária do hotel. Para responder por que certos produtos alimentam egos e reforçam a auto-estima, a Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) trouxe ao Brasil dois professores do Instituto Francês de Moda (IFM), Hélène Kassimatis e Jean-Michel Bertrand. Por três dias, a partir de amanhã, alunos do curso de MBA de Gestão do Luxo da Faculdade de Artes Plásticas da Faap vão discutir esse mercado, que movimenta de U$ 150 bilhões a U$ 1 trilhão por ano em todo o mundo. "É natural que quem tem dinheiro queira ofuscar quem não tem", afirma Hélène. E ostentação não é exclusividade de brasileiro. Ela existe em países como Índia, China e Rússia, onde o mercado do luxo atingiu patamares inimagináveis antes do fim da Guerra Fria. Os três países, mais o Brasil, constituem a nova fronteira
Aglomeração é a maior desvantagem, segundo a pesquisa
1,311 bilhão de reais é o montante movimentado todos os meses no comércio varejista da Rua 25 de Março
tadores aparecem pelo menos uma vez por mês", afirma o presidente da TNS InterScience, Paulo Secches. Segundo ele, os gastos diários na famosa rua chegam a R$ 43,7 milhões. O total mensal atinge R$ 1,311 bilhão, sem contar o montante conseguido pelo setor de alimentação, que é de aproximadamente de R$ 42 milhões por mês. "O gasto médio declarado mostra que o faturamento da Rua 25 de Março
supera facilmente os R$ 10 bilhões ao ano", diz Secches. De tudo um pouco – No local tem de tudo. Mas, entre os itens preferidos, estão as bijuterias, brinquedos e jogos eletrônicos. "A Rua 25 de Março é igual novela de televisão. Ninguém assume que assiste, mas todos sabem os detalhes da trama. Muita gente não admite que é freqüentador da região. Mas, deixando o preconceito de lado, conclui-se que o consumidor da 25 de Março é o mesmo dos shoppings." As vantagens destacadas pelos consumidores são o preço mais baixo e a variedade dos produtos, além da boa qualidade. Entre as desvantagens, aparecem em primeiro lugar a aglomeração, com 56%; a falta de segurança e os assaltos, 11%; e os camelôs, 5%. "Os clientes não reclamam da qualidade e sim das condições do local. O estudo será levado ao poder público. A Rua 25 de Março tem espaço para crescer, mas tem que ser melhorada", diz o
diretor da Giacometti Propaganda, Marcelo Magalhães. Vale ouro – Ter uma loja no local requer muito investimento. Enquanto o valor do metro quadrado de um empreendimento na Avenida Paulista é de R$ 9 mil, e na Rua Oscar Freire, conhecida pelo luxo, é de R$ 7 mil, na 25 de Março alcança os R$ 10 mil. "Além de tudo, a rua está em
sintonia com a tendência mundial de sair dos 'caixotes' dos shoppings. O espaço é aberto e integrado à comunidade. Bem perto, no Mercado Municipal, os consumidores encontram frutas; na Rua Florêncio de Abreu, ferramentas. A região é logisticamente um caos, mas ao mesmo tempo é organizada por setores", salienta Secches. Univinco – "Vivemos mo-
Para entender o que é luxo Faap traz ao País especialistas franceses para discutir mercado de alto padrão, que cresce constantemente Andréa Felizolla/LUZ
do luxo no mundo. Estimativas indicam que esse mercado no País – que passa por imóveis de alto padrão, aviões, água mineral com grife, carros fabricados em edição de menos de mil unidades e canetas incrustadas com diamantes – movimenta anualmente cerca de U$ 2,3 bilhões. O públicoalvo, mas não único, seriam os brasileiros com renda familiar de pelo menos R$ 35 mil por mês. Expansão – Mas, enquanto na Rússia o aumento de consumo de produtos de luxo é de 70%, e na Índia fica em 50% ao ano, no Brasil o mercado cresceu entre 30% e 35% no ano passado. Mesmo assim, não é pouco. Para ficar em apenas um exemplo, o Brasil é hoje o sexto consumidor mundial de canetas da marca Montblanc. "O mercado do luxo, além de crescer muito rápido, pode se expandir infinitamente", diz Hélène. Assim como existe o novorico, há o "novo luxo". Bertrand e Hélène, do IFM, explicam que o termo se
Jean-Michel Bertrand (à dir.) e Hélène Kassimatis: o luxo em pauta
aplica a quem usa, por exemplo, sandálias havaianas – "muito em moda na Europa" – com jeans carésimos e relógio revestido de diamantes. O IFM, inclusive, foi criado pelo Ministério da Indústria em parceria com a indústria do luxo na França. Por trás do instituto estão nomes como Chanel, Printemps e o todo-poderoso grupo LVMH, que reúne aproximadamente 50 marcas luxuosas, como Moet & Chandon, Louis Vuitton, Fendi e Christian Dior. "Ironicamente, o mercado do luxo passa por um impasse. Por um lado, acionistas da LVMH pressionam (o presidente) Bernard Arnault atrás de crescimento. Mas como crescer e manter a exclusividade, marca registrada da grife?", pergunta Bertrand. Cópia – Um modelo de escola muito parecido ao do Instituto Francês de Moda está para nascer na cidade de São Paulo, onde o mercado de luxo vai muito bem, com crescimento constante.
mentos difíceis em relação à segurança. A pesquisa confirma o que falamos há muito tempo", diz o presidente da União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências (Univinco), Miguel Giorgi. Segundo ele, é necessário mostrar ao poder público municipal que a região é visitada também por pessoas com alto poder aquisitivo. Neide Martingo
Uma parceria firmada entre a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), o Senac, o Museu de Artes de São Paulo (Masp) e a Faap vai criar o Instituto Brasileiro de Arte e Moda. De acordo com o professor Amnon Armoni, a sede será na Galeria Prestes Maia, no Centro da cidade. Duas turmas já estão até formadas, com 37 alunos ao todo. Kety Shapazian
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De praias a passeios ecológicos
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ma das vantagens da Praia do Forte é reunir várias atrações num só lugar. Além das praias, onde se pode praticar mergulho livre nas piscinas naturais, relaxar tomando água-de-coco ou simplesmente desfrutar da maravilhosa paisagem, há outras opções para quem gosta de história e de ecoturismo. Vale a pena conhecer as ruínas do Castelo Garcia D'Ávila, uma das primeiras construções portuguesas do Brasil. Apesar da origem lusitana, o destaque é a Casa da Torre, uma construção de características medievais que começou a ser erguida em 1549 pelo jovem almoxarife Garcia D'Ávila. Atualmente, as ruínas estão em processo de restauração e o local foi transformado em um parque. Os visitantes fazem uma visita guiada percorrendo as ruínas e um pequeno museu. Do alto da torre, tem-se uma vista espetacular de toda a Praia do Forte, que fica a 3 km de lá. Outra atração para quem curte a natureza é a Reserva Sapiranga. Lá, os visitantes fazem caminhadas pela Mata Atlântica, observam várias espécies de bromélias e orquídeas e também pequenos animais como macaquinhos, pássaros e borboletas. O parque também exibe uma exposição de arte nativa e um mini-zoo, que recupera animais debilitados. Quadriciclo – Para quem é adepto de esportes de aventura, pode-se contratar uma das agências que oferecem vários passeios como o de quadriciclo, que passa pelo Castelo Garcia D'Ávila, pela Reserva de Sapiranga e termina com um refrescante banho em uma lagoa. Há também a possibilidade de fazer cavalgadas percorrendo trilhas, dunas e povoados e ainda há a opção de conhecer a região de bicicleta. Muito procurado por turistas estrangeiros é o passeio de observação de pássaros. Este
TURISMO - 3
São muitas as opções de programas na região. Entre as principais atrações estão os 12 km de areias, a piscina natural chamada de Papa-Gente, tour de observação de pássaros e o histórico Castelo Garcia D’Ávila Fotos: Divulgação
O roteiro que passa por alguns dos principais pontos turísticos da região pode ser feito em quadriciclo (acima, à esq.). No caminho, natureza na Reserva Sapiranga e história na visita ao Castelo Garcia D'Ávila (acima à dir.), uma das primeiras construções medievais do País. Para emoções mais fortes, os corajosos podem se aventurar num vôo de parasail (à esq.) e ter uma vista panorâmica do litoral. Quem quiser apenas relaxar, a pedida é a enorme piscina natural de Papa-Gente (à dir.), na Praia do Lord
programa é feito de barco e percorre a Lagoa de Timeantube passando por algumas ilhotas, onde é possível observar várias espécies de pássaros e de árvores típicas como as palmeiras, os coqueiros e os dendezeiros. Nesta lagoa, se
pratica também a canoagem. Praias – Um passeio que garante fortes emoções é o de parasail, no qual uma lancha em alta velocidade reboca o páraquedas que chega a alcançar mais de 60 metros de altura. Outra sugestão menos radical
Canoagem e observação de pássaros na Lagoa de Timeantube
para ver a Praia do Forte de cima é um vôo panorâmico. O trajeto passa pelo Projeto Tamar, pelas piscinas naturais do Papa-Gente, volta para a vila dos pescadores e sobrevoa o Eco-Resort. O desfecho é um belo sobrevôo pela Reser-
Cavalgada pelas praias e dunas é outro programa local
RAIO X COMO CHEGAR De São Paulo, a Gol (tel.11/2125-3200, www.voegol.com.br) têm vôos ida-e-volta para Salvador a partir de R$ 398. Na TAM (tel.11/4002-5700, www.tam.com.br), a partir de R$ 399 – preços válidos para setembro e não incluem a taxa de embarque. A Praia do Forte fica a 53 km do aeroporto de Salvador. Siga pela Estrada do Coco, BA-099, e logo após o término dela pegue o entroncamento para a Linha Verde. Daí até o povoado, percorre-se 1,5 km. ONDE DORMIR Iberostar Resort: Rodovia BA 099, km 56, Praia do Forte, tel. (71) 36764200, www.iberostar.com. O resort possui 632 acomodações, 5 restaurantes, 4 bares, piscinas, quadra de tênis, academia de ginástica, campo de golfe, lounge club do charuto, lojas, salas de massagem e atividades de lazer para adultos e crianças. Diárias a partir de R$ 375 por pessoa em apartamento duplo, em sistema all inclusive (café da manhã, almoço, jantar e bebidas). Praia do Forte Eco-Resort: Av. Do Farol, s/n°, Centro, tel. (71) 3676-4000. Bem localizado, o Eco-Resort foi recém-adquirido pelo português Grupo Espírito Santo. Oferece conforto, spa, várias opções de lazer, uma imensa área verde, piscinas e restaurantes e decoração rústica-chique . Diárias a partir de R$ 782 para o casal, com meia pensão. Pousada Farol das Tartarugas: Condomínio Aldeia dos Pescadores, tel. (71) 3676-1515, www.faroldastartarugas.com.br. Apartamentos com ar-condicionado, TV e frigobar. Fica próxima da praia, onde se pode observar o mar da sacada do quarto. Charmosa, conta com um belo deque em torno da piscina. Diárias para casal a partir de R$ 250 com café da manhã. Pousada Sobrado da Vila: Avenida ACM, s/n°, tel. (71) 3676-1088, www.sobradodavila.com.br Apartamentos com ar-condicionado, TV e frigobar. É pequena e bem decorada. Funciona também um restaurante e uma loja de artesanato no local. Fica no centro da vila, a cinco minutos da praia. Diárias para casal a partir de R$ 165 com café da manhã. Pousada Ogum Marinho: Av. ACM, s/n°, tel. (71) 3676-1165, www.ogumarinho.com.br. Apartamentos com ar-condicionado ou ventilador, TV e frigobar. Bem localizada, fica bem próxima da praia do lado da igreja. Os quartos são pequenos, mas confortáveis. Funciona em um casarão de um andar, onde também há um restaurante anexo. Diárias para casal a partir de R$ 140, com café da manhã. Pousada Refúgio da Vila: Loteamento, quadra 39, tel. (71) 3676-0114, www.refugiodavila.com.br. Apartamentos com ar-condicionado, TV e frigobar . Conta com piscina com hidroginástica, sala de ginástica, restaurante e fraldário. Decorada com capricho, com muita madeira,
é uma das mais bonitas da vila. Diárias para casal a partir de R$ 180 (durante a semana) e R$ 220 (fim de semana) com café da manhã. Hotel Porto Zarpa: R. da Aurora, s/n°, tel. (71) 3676-1056, www.portozarpa.com.br. Apartamentos com ar-condicionado TV e frigobar. O estabelecimento fica na entrada da vila. Os quartos têm sacada de frente para piscina e ficam numa casa de dois andares. Diárias para casal a partir de R$ 220 com café da manhã. ONDE COMER O Europeu: Av. ACM, s/n°, tel. (71) 3676-0232. Pratos da cozinha internacional. Las Margaritas: Av. ACM, s/n°, tel. (71) 3676-0292. Ambiente moderno e descontraído, pratos típicos mexicanos e música ao vivo aos fins de semana. Mundo Blu: Av. ACM, s/n°, tel. (71) 36761219. Sua especialidade são as massas com frutos do mar. Sabor da Vila: Av. ACM, s/n°, Centro, tel. (71) 3676-1777. Comida caseira e típica baiana, destacando as deliciosas moquecas. Taberna Paradiso: Av. ACM, s/n°, Centro, tel. (71) 3676-1587. Um dos melhores restaurantes italianos da vila, seu ponto forte são os risotos. Tango Café: Al. Do Sol, s/n°, tel. (71) 36761637. Ideal para uma refeição rápida ou um lanche, tem um cardápio variado de tortas, salgados e cafés. Terra Brasil: Av. ACM, s/n°, Centro , tel. (71) 3676-0305. Ambiente aconchegante, cozinha baiana e internacional com destaque para os grelhados de frutos do mar. FAÇA AS MALAS Na internet: www.praiadoforte.org.br e www.bahia.com.br. Projeto Tamar: mais informações no www.projetotamar.org.br. Pacotes: pela CVC, o pacote sai por R$ 2.808 por pessoa e inclui passagens aéreas a partir de São Paulo, traslado e sete dias de hospedagem em apartamento duplo no Praia do Forte Eco-Resort com meia pensão. Tel. (11) 2191-8410, www.cvc.com.br. Na Intravel, sete dias de hospedagem em apartamento duplo no Porto Zarpa Hotel com café da manhã, passagem aérea saindo de São Paulo e traslado a R$ 1.228 por pessoa. Tel. (11) 3120-4141, www.intravel.com.br. Com a TAM Viagens, o pacote com cinco dias de hospedagem (quarto duplo) no Hotel Vila dos Corais sai por R$ 1.256 por pessoa, incluindo café da manhã, passagens aéreas a partir de São Paulo e traslado. Tel. (11) 30687939, www.tamviagens.com.br. E pela ViaBr Turismo, o pacote sai por R$ 2.200 por pessoa e inclui passagens aéreas a partir de São Paulo, traslado e sete dias de hospedagem em apartamento duplo no resort Iberostar com tudo incluído. Tel. (11) 2124-9898, www.viabrturismo.com.br.
va Sapiranga, onde se avista a foz do Rio Pojuca e o Castelo Garcia D'Avila. Nos 12 km da Praia do Forte, a exuberante paisagem é emoldurada por coqueiros, dunas e mar com arrecifes que formam piscinas naturais na maré baixa formando um cenário de cartão-postal. A Praia do Porto é uma das mais freqüentadas, por ser mais próxima e pela boa infra-estrutura: quiosques urbanizados oferecem os mais variados petiscos e bebidas. Praias – A Praia do Resort é um dos trechos mais agradáveis do litoral. É uma pequena enseada com água transparente e pequenas piscinas naturais. A próxima parada é a Praia do Lord, uma das mais movimentadas. É lá que fica uma das maiores atrações do lugar: uma imensa piscina natural chamada de Papa-Gente. Cercada por enormes recifes de corais, única formação de corais em atol em área costeira, com cerca de 36 milhas de extensão e profundidade máxima de três metros, é possível fazer mergulho livre e observar os peixinhos. Se tiver tempo, vale a pena conhecer as atrações vizinhas. A apenas 5 km, fica a Praia de Itacimirim, que conta com um mar azul e um vasto coqueiral. A próxima parada é Imbassaí, um vilarejo simples onde a praia fica entre o rio e o mar. Mais 20 km em direção norte, está situado o luxuoso complexo de resorts Costa do Sauípe, no qual o visitante pode passar o dia pagando uma taxa de entrada. (P.A.)
Com ou sem dendê?
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os poucos a Praia do Forte vem despontando como centro gastronômico na Bahia. A cada verão, novos restaurantes e bares são abertos e não falta variedade, seja para quem aprecia a típica culinária local, como suas condimentadas moquecas, seja para amantes da gastronomia internacional. Enquanto de dia a vila parece adormecida, com poucas pessoas circulando, à noite, o cenário se transforma. De todos os cantos, vão surgindo os turistas que fazem da Avenida ACM (antiga Alameda do Sol) uma passarela repleta de gente bonita. As boas opções para comer estão por todos os lados, junto das dezenas de lojinhas, cafés e bares. Comida e shows – Fãs da cozinha internacional encontram um cardápio variado no O Europeu. Em um ambiente despojado, com mesas na calçada voltadas para a Praça da Alegria, o principal ponto de shows, o restaurante oferece pratos de várias nacionalidades, como ingleses, espanhóis, mexicanos e indianos. Um dos endereços mais tradicionais da vila é o Taverna Paradiso, um restaurante italiano que, além de massas, oferece deliciosos risotos. Outra opção é o Mundo Blu, cujo prato principal e o spaghetti com frutos do mar acompanhado de um bom vinho. Para degustar os temperos fortes da Bahia, como a moqueca e outros pratos à base de peixe e frutos do mar, há ótimos restaurantes. Um dos melhores e mais charmosos é o Sobrado Vila. Funciona dentro de uma pousada, é decorado com elementos rústicos. Sabores locais – Merece destaque também o Terra Brasil. Tem um ambiente aconchegante, com uma varanda cheia de palmeiras, mesas ao ar livre e oferece pratos deliciosos da cozinha baiana e internacional, além de grelhados e frutos do mar. Por fim, o Sabor da Vila também oferece comida caseira e típica de boa qualidade servidas em um ambiente descontraído com um grande aquário e varanda cercada por plantas. Se quiser um sabor mais caliente, vá conhecer o mais novo empreendimento local, o restaurante temático Las Margaritas, que abriu há cerca de seis meses. Com uma decoração moderna e lúdica, tem no cardápio burritos, tacos, quesadillas e outros pratos típicos mexicanos. (P.A.)
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Empresas Nacional Comércio Exterior Tr i b u t o s
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CHINA PRODUZ SEIS MILHÕES DE VEÍCULOS
bilhões de dólares é a corrente comercial entre Índia, Brasil e África do Sul
NA REUNIÃO DE CÚPULA DOS EMERGENTES QUE INTEGRAM O IBAS, APENAS DISCUSSÃO DE PONTOS COMUNS
IBAS TERMINA SEM RESULTADO PRÁTICO Alan Marques/Folha Imagem
Ú
ltimo evento da diplomacia entre países emergentes do governo Luiz Inácio Lula da Silva antes das eleições de outubro, a Reunião de Cúpula do Fórum Ibas (Índia, Brasil, África do Sul) terminou ontem com uma agenda de cooperação mais retórica que prática. O resultado expresso no comunicado final do encontro, com 64 tópicos, trouxe posições comuns sobre temas difíceis, como a defesa da energia nuclear para fins pacíficos, a condenação aos atos terroristas e a insistência pela reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Mas resultou em pouca substância para o fortalecimento, em curto prazo, do comércio e dos investimentos de lado a lado e mesmo para aliviar a larga diferença entre as taxas de crescimento das três economias. O comércio trilateral alcançou US$ 7 bilhões neste ano e traz como meta US$ 10 bilhões em 2010. Mas as economias mostram graus de vigor muito distintos. Se o crescimento no Brasil ficou em 2,3% em 2005, a atividade da Índia expandiu-se 7,6%, e a da África do Sul, 4,6%. Alheio a esse cenário, o presidente Lula mostrou-se à vontade para alardear a "irradiação regional e a projeção social" das três democracias nas suas respectivas regiões e a relevância do papel que "cabe ao Sul" nos "principais debates e decisões internacionais". Eufórico, o presidente destacou "a dimensão da grandeza" desse primeiro encontro do Ibas, sua potencialidade econômica e seu reflexo no fortalecimento da relação Sul-Sul. O presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, e o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, fizeram eco às declarações de Lula. "Aqueles que não têm visão global podem achar que os três países são concorrentes entre si. Mas acabam vendo que há oportunidades para todos. Com essa cooperação, podemos superar as ameaças", afirmou. "A
idéia do Ibas é sem precedente", animou-se Singh. Substância – O encontro prévio dos chefes de Estado com empresários dos três países e a própria declaração final do Fórum Ibas deram a dimensão real da reunião de cúpula capitaneada pelo presidente Lula. Sem a possibilidade de lançar uma negociação de um acordo de livre comércio entre a Índia, o Mercosul e a União Aduaneira da África Austral (Sacu) neste momento, os três líderes preferiram manter os acertos limitados de redução de tarifas no comércio e criar um grupo de trabalho para analisar um possível tratado de liberalização. Na área comercial, apenas foram assinados acordos de cooperação na área de transporte marítimo, de facilitação das trocas de bens e de energia renovável. Um tanto escondido no documento final, no capítulo sobre o uso pacífico da energia nuclear, está a possibilidade de cooperação entre os três países nessa área. Além disso, foram firmados apenas acordos de cooperação nas áreas agrícola, de saúde, de ciência e tecnologia, de sociedade de informação e de desenvolvimento social. Oportunidades – O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Eduardo Moreira Ferreira, destacou que o Ibas abrirá oportunidades futuras para os setores do agronegócio, da energia, da tecnologia da informação, farmacêutico, de biotecnologia e de pesquisa e desenvolvimento. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Rogélio Goldfarb, mostrou-se especialmente interessado nas perspectivas que os mercados indiano e sul-africano abrem para o aumento da escala de produção para as montadoras, as indústrias de autopeças e as usinas de etanol brasileiras. Mas cobrou maior "velocidade" na construção da aliança trilateral. (AE)
Produtores de frango negam recurso à OMC
O Lula com o presidente da África do Sul (à esq.) e o primeiro-ministro da Índia, durante abertura da cúpula do Ibas
Prática de importação da China será questionada na OMC
P
ela primeira vez, os países ricos se aliam para levar a China aos tribunais da Organização Mundial do Comércio (OMC) por suas práticas de importação. Diplomatas confirmaram que a disputa pode ser aberta entre hoje e sextafeira e envolveria uma queixa conjunta de europeus, americanos e canadenses por causa das leis estabelecidas na China no setor automotivo. O governo brasileiro, que costuma participar de várias disputas como terceira parte, decidiu não entrar no contencioso contra Pequim. O centro do problema é a tarifa cobrada pela China na importação de autopeças. Quando a China entrou na OMC, em 2001, assumiu o compromisso de reduzir suas tarifas. Mas Pequim manteve uma taxa de 25% sobre as autopeças. A tarifa é retirada apenas de empresas que aceitem que pelo menos 40% das peças de seus carros sejam produzidos por companhias chinesas. O setor privado europeu e americano tem resistido a essa exigência.
Não por acaso, as importações chinesas de autopeças são relativamente pequenas, e os países ricos não conseguem preencher nem um terço de um mercado de quase US$ 20 bilhões. Americanos e europeus entraram com um pedido de consultas com os chineses em março, mas não resultou em uma solução pacífica para a questão. Se confirmado o pedido de abertura de uma disputa, o tema deverá ser tratado pela OMC no próximo dia 28, em Genebra. Preocupação – No Brasil, apesar de o governo ficar fora da disputa, a estratégia chinesa no setor automotivo também tem sido motivo de preocupação para o setor privado. Analistas da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apontam que a China está incrementando de forma rápida sua produção nacional e que, em poucos anos, poderá começar a exportar veículos a preços baixos. Hoje, o país produz 6 milhões de unidades por ano, o que ainda é pouco para sua população de mais de 1,3 bi-
lhão de pessoas. Mas o que assusta o setor é que, em quatro anos, a produção aumentou em mais de 600%. Para diplomatas do setor comercial, a possível entrada dos chineses no mercado seria uma "revolução" na produção e consumo de carros no mundo. Câmbio – Em seu primeiro pronunciamento sobre o desempenho da economia internacional desde que assumiu o Tesouro americano, o secretário dos Estados Unidos, Henry Paulson, pediu que o governo chinês adote medidas para flexibilizar a taxa de câmbio de sua divisa e torne a economia chinesa mais centrada no mercado. Em discurso antes da viagem que fará ao país, Paulson disse que a China "enfrenta desafios críticos e imediatos" e, junto com os EUA, será um país-chave na economia mundial. O secretário também deixou claro que se opõe a iniciativas do Congresso americano de impor sanções aos chineses por causa do crescente desequilíbrio na balança comercial entre os dois países, mais favorável a Pequim. (AE)
s representantes dos produtores de frango negam que podem levar a União Européia (UE) aos tribunais da Organização Mundial do Comércio (OMC) por causa das barreiras às exportações. Na última terça-feira, em Brasília, o secretárioexecutivo da Câmara de Comércio Exterior, Mario Mugnaini, afirmou que o Brasil poderia voltar à entidade contra a UE em uma disputa legal. Ontem, em Genebra, na Suíça, a Associação Brasileira de Exportadores de Frango (Abef) teve mais uma reunião com os europeus para negociar a fixação de cotas para o País e negou que esteja pensando em nova disputa. "Não faz sentido uma disputa quando estamos no meio de negociações", afirmou o presidente da Abef, Ricardo Gonçalves. Segundo ele, os europeus estão "caminhando na direção" de oferecer as cotas pedidas pelo Brasil. "Os europeus indicaram certas aproximações em seus números e queremos negociar", disse Gonçalves. Para ele, porém, muita conversa ainda será necessária para um acordo. Em outubro, brasileiros e europeus devem retornar a Genebra para manter o diálogo. A queixa do Brasil se refere às mudanças de classificação do frango feita pelos europeus. A modificação acabou elevando as tarifas para os produtos nacionais no mercado da UE. Produtos como frango salgado, peru e frango cozido tiveram suas tarifas elevadas de 15,4%, 8,5% e 10,9%, respectivamente, para mais de 70%. "O que queremos agora é uma cota que compense a alteração de tarifas", explicou uma fonte. Se Brasil for à OMC, não será para uma nova disputa, e sim para pedir autorização para impor retaliações. (AE)
CONVOCAÇÕES
COMUNICADOS
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA:
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS
Associação Pró-Colaboração Internacional de Agricultores do Brasil “Brasil Kokusai Noyukai” Assembléia Geral Extraordinária De acordo com o artigo 13 do Estatuto Social, ficam convidados todos os associados, para se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária a se realizar no dia 30/09/2006, em sua sede social, na Rua Teodoro Sampaio, 2550 - 2º andar - conj. 21, Pinheiros/SP, às 13 horas, em 1ª convocação, com a presença de 2/3 dos sócios, em 2ª convocação, uma hora após, com qualquer número de sócios, a fim de deliberar sobre: 1) Reforma de Estatutos - Transformação em Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, de acordo com a Lei nº 9.790 de 23/03/1999, regulamentada pela Lei nº 3.100 de 30/06/ 1999. São Paulo, 14/09/2006. Sr. Carlos Setsuo Otsubo, Presidente EDITAL FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR
PREGÃO Nº 037/2006-FAMESP/HEB PROCESSO Nº 252/2006-FAMESP/HEB REGISTRO DE PREÇO Nº 024/2006-FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 13 de setembro de 2006 a 25 de setembro de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignoli s/n, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680 – ramal 111-FAX (0xx14)3882-1885 – ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/HospitalEstadual Bauru, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL - PREGÃO Nº 037/2006 - FAMESP/HEB - PROCESSO Nº 252/ 2006-FAMESP/HEB, que tem como objetivo a aquisição de equipo de irrigação, equipo de transferência, equipo microgotas com Bureta e descartável etc, para o Hospital Estadual Bauru, conforme anexo II, para registro de preço por um período de 12 meses. As Amostras deverão ser entregues até o dia 25 de setembro de 2006 às 15:00 horas. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 10 de outubro de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 – Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 13 de setembro de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice Presidente - FAMESP.
A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Reforma de Prédio(s) Escolar(es) Construído em Estrutura Pré-Fabricada Metálica (Sistema Nakamura): TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO – PRAZO - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2114/06/02 - EE Sylvio Gueratto – Rua das Violetas, 171 - Jardim Primavera - Mauá/SP - 30; EE Prof. Cid Boucault - Rua Profª Lucinda Bastos, 1250 - Nova Jundiapeba - Mogi das Cruzes/SP – 45; EE/EMEI Omar Donato Bassani - Rua Ernesto Zabeu, 253 - Tatetos - São Bernardo do Campo/SP – 30. R$ 17.368,00 – R$ 1.736,00 – 15:00 – 03/10/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 15/09/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 02/10/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
TOMADAS DE PREÇOS
A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Obras: TOMADA DE PREÇOS N.º - OBJETO – PRÉDIO - LOCALIZAÇÃO – PRAZO - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2106/06/02 - Construção de ambientes complementares, de sala de aula com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador e Reforma de prédio escolar - EE Prof. Miguel Reale - Rua Açucena, 385 - Jardim Sapopemba - Diadema/SP – 210 - 271,26 - R$ 77.638,00 – R$ 7.763,00 – 09:30 – 03/10/2006. 05/2108/06/02 - Construção de ambientes complementares, de sala de aula e Reforma de prédio escolar - EE Nossa Senhora Aparecida - Rua Álvaro Fragoso, 734 - Vila Carioca - São Paulo/SP – 210 - 425,42 - R$ 109.425,00 – R$ 10.942,00 – 10:30 – 03/10/2006. 05/2110/06/02 - Construção de ambientes complementares, de sala de aula com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador e Reforma de prédio escolar - EE José Augusto Moreira - Rua Aricas, 249 - Lago Azul - Franco da Rocha/SP – 210 - 817,75 - R$ 136.898,00 – R$ 13.689,00 – 14:00 – 03/10/2006. 05/2115/06/02 - Construção de ambientes complementares, de sala de aula com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador e Reforma de prédio escolar - EE Profª Benedita de Campos Marcolongo - Rua Benedito Pinto Cunha, 300 - Jardim Vitória - Suzano/SP – 210 - 813,60 - R$ 131.055,00 – R$ 13.105,00 – 16:00 – 03/10/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 15/09/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 02/10/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foi ajuizado no dia 13 de setembro de 2006, na Comarca da Capital, o seguinte pedido de falência: Requerente: Moinho Pacífico Indústria e Comércio Ltda. - Requerido: Pães Itipão Ltda. - Rua da Mooca, 4587/4609 - 02ª Vara de Falências
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.TURISMO
quinta-feira, 14 de setembro de 2006
MERCADO
Novidades e curiosidades na hotelaria
Novos empreendimentos, pacotes temáticos dos mais variados tipos, chás da tarde diferenciados, diárias que incluem programas culturais... Confira abaixo os últimos destaques no setor
Fotos: Divulgação
GRUPO PESTANA ASSUME AS POUSADAS DE SAUÍPE
PACOTES TEMÁTICOS DO BLUE TREE
R
O
grupo hoteleiro português Pestana assumirá, a partir do mês que vem, a administração do conjunto de pousadas do complexo turístico Costa do Sauípe, na Bahia. Ao todo, as Pousadas de Sauípe somam 167 quartos e são o décimo empreendimento do grupo na América Latina. A 70 quilômetros dali, em Salvador, outros dois hotéis são administrados pelo Pestana: o Pestana Bahia e o Convento do Carmo, ambos em Salvador. Mais informações pelos sites www.pestana.com e www.pousadas.pt.
OS NOVOS CHARMOSOS
M
ais quatro refúgios acabam de ganhar o prestígio de entrar para o seleto grupo da Associação dos Hotéis dos Roteiros de Charme. São eles: o Hotel Solar do Império (24/2103-3000, www.solardoimperio.com.br) e a Pousada Les Roches (24/2291-9091, www.pousadalesroches.com.br) – ambos no Rio de Janeiro. Localizado no centro histórico de Petrópolis, o Solar fica num palacete de 1875, enquanto o Les Roches esbanja sofisticação na famosa região de Itaipava. O Ronco do Bugio -Pouso e Gastronomia (11/8259-7788, www.roncodobugio.com.br) é o representante de São Paulo (foto acima) e o Hotel Santa Esmeralda (67/3255-2683, www.hotelsantaesmeralda.com.br), o de Mato Grosso do Sul. O primeiro está em Piedade e possui apenas nove chalés e o segundo fica em Bonito às margens do Rio Formoso. Mais informações também no site www.roteirosdecharme.com.br.
omance nos mínimos detalhes: é assim que se pode resumir o pacote Romance no hotéis da rede Blue Tree – especial para os apaixonados. Por R$ 229, dá direito a decoração em vermelho, champanhe, chocolates, damascos, recadinhos, ursinho de pelúcia, porta-retrato e, claro, café da manhã no quarto. No mês passado, a rede lançou outros três pacotes temáticos: Aniversário, Conquista e Oriental. O primeiro custa R$ 350 (com jantar) e R$ 246 (sem jantar) por casal e inclui decoração com bexigas, espumante, bolo e docinhos para uma festa privée. O pacote voltado para os hóspedes orientais inclui decoração especial, chinelos, barca de sushi, saquê ou caipirinha de saquê e kit de sais de banho (por R$ 396 por casal). O último deles, como indica o nome, é para aqueles que querem conquistar a pessoa amada e, inclui, como principal diferencial um serviço de limusine para levar a pessoa presenteada até o hotel. Jantar a luz de velas ao som de violino, buquê de flores, champanhe e enxoval diferenciado são outros mimos deste programa, por R$ 1.480. E rede tem ainda mais novidades: a partir de novembro começa a funcionar o primeiro Blue Tree Towers em Goiás, o Blue Tree Towers Rio Verde, voltado para o segmento business. Mais informações e reservas pelos tels. (11) 3841.7444 (para o Estado de São Paulo) e 0800/150500, site www.bluetree.com.br.
MAIS CULTURA NO MERCURE
N
o mês passado a Accor Hotels lançou um programa de incentivo cultural, por meio de patrocínios, a produções teatrais, cinemas e exposições: o projeto Mercure Mais Cultura. O projeto será implementado em 68 empreendimentos da rede de flats e hotéis em todo o Brasil. A estréia do programa se deu com o musical Fantasma da Ópera, em São Paulo. No Rio, cada diária vendida resultará
na doação de R$ 1 para o Retiro dos Artistas. E para reforçar ainda mais a preocupação com a cultura a rede oferece também a Diária Cultural, na qual basta apresentar um ingresso de cinema, teatro ou museu usado no dia da estada para ganhar uma noite no fim de semana com preço especial: R$ 99 por casal, com café da manhã. Mais informações e reservas pelo site www.accor.com.br
HOLIDAY INN: HOSPEDAGEM E DIVERSÃO
CHÁ LITERÁRIO, NO SOFITEL
O
T
hotel Holiday Inn Parque Anhembi criou um programa diferente para um fim de semana em família. Válido até 31 de dezembro, o programa inclui hospedagem de sexta a domingo, drink de boasvindas, dois ingressos para o Hopi Hari, jantar para duas pessoas no sábado, café da manhã, brunch no domingo, estacionamento gratuito, além de traslado até o Shopping Center Norte, de onde há transporte exclusivo ida-e-volta para o parque de diversão. Tudo por R$ 380 por casal. Mais informações e reservas pelo tel. (11) 2107-8844, site www.hipa.com.br.
odo fim de mês, o Sofitel São Paulo, na Avenida Sena Madureira, resolveu encher suas tardes com charme francês. Em parceria com a Aliança Francesa e uma empresa argentina especializada em chás gourmet, a Inti Zen, o hotel oferece música clássica no piano, palestras relacionadas à França e uma seleção de delícias da pâtisserie e boulangerie Le Fournil – de croissants e quiches a queijos especiais. E mais as guloseimas francesas em miniaturas do chefe Ronaldo Rodrigues, como madeleine, brownie de chocolate e mil folhas. Quatro horas, por R$ 85 por pessoa. Informações e reservas pelo tel. (11) 5087-0800, site www.accor.com.br.
SUÍTE DOS SONHOS
N
o último andar do chiquérrimo Hôtel de Crillon, no coração de Paris, a suíte Louis XV acaba de ser incluída na lista das 101 melhores suítes do mundo, segundo a revista americana Elite Traveler. E não é para menos. Possui hall de entrada, quartos com 40m² – com closet, banheiro e living de 60 m² –, além de terraço com 60 m² com vista para a Place de la Concorde. Conta ainda com banheiros revestidos de mármore Carrara, dois lavabos, dois televisores de plasma gigantes... Dizem que a sensação é ficar hospedado no Palace de Versailles. Ficou tentado? Então, comece a economizar, pois as diárias custam a partir de 7.200 euros. Informações e reservas no Brasil pela The Leading Hotels of teh World, tel. (11) 3286-0755 ou 0800/141819, site www.crillon.com.
PARA AS MAMÃES MODERNINHAS
N
a badalada Londres, o Hotel The Berkeley resolveu incrementar os chás de bebês das futuras mamães européias. Descolado e recheado de quitutes temáticos – biscoitinhos em formatos de mamadeiras e chupetas, pirulitos na forma de ursinhos... – o programa já virou moda e é brindado com
champanhe rosé. O evento acontece numa das elegantes suítes do hotel, que comportam até 15 pessoas. Sempre aos sábados e domingos, o chá de bebê custa a partir de 95 libras por pessoa. Mais informações e reservas pelo site www.the-berkeley.co.uk.
Bonito e Recife à procura de eventos
A
cada evento realizado no Brasil, existe uma movimentação em diversos setores produtivos do destino injetando divisas na economia local, postos de trabalho mais qualificados e movimentando a estrutura de serviços. Em parceria com os respectivos Conventions Bureaux, os órgãos oficiais de turismo e associações de classe em todo o País, a Embratur desenvolve ações de apoio à captação e à promoção de eventos internacionais. Não é à toa que o País entrou para a lista Top 10 da International Congress and Convention Association, considerada a entidade mais importante do segmento de turismo de eventos, que gerencia o maior e mais respeitado banco de dados de eventos do mundo. O País conseguiu a oitava colocação, por número de participantes, em 2005, e 11ª por número de eventos realizados. Com isso, o Brasil ganha mais credibilidade para receber cada vez mais encontros internacionais. Assim, tanto grandes metrópoles quanto as cidades mais inóspitas, começam a se movimentar com foco em eventos. Um bom exemplo é a cidade de Bonito, no Mato Grosso do Sul, já consagrada pelo ecoturismo agora quer entrar no mercado também como destino de eventos. Afinal, há uma demanda por novos locais, pois diversos congressos retornam ao mesmo lugar por falta de opções. “Fizemos uma pesquisa e o resultado foi que os destinos de eventos estão se repetindo. As opções estão esgotadas”, diz o diretor de Marketing no CC de Bonito, Rodrigo Coinete. “Bonito tem o tripé básico para um destino de eventos: rede hoteleira, aeroporto e centro de convenções, além das belezas naturais”. O Centro de Convenções de Bonito fica a apenas 1,5 km do centro da cidade. Fruto de investimento da iniciativa privada, foi projetado para a realização de todos os tipos de eventos, seja corporativo, de incentivo ou os técnico-científicos. Inaugurado em julho, o centro já tem 10 eventos agendados até o fim do ano, sendo que o maior deles é um congresso marcado para este mês, com 1.500 participantes – sua capacidade total. Estrutura – As áreas foram divididas em seis blocos distintos. Detalhe: todos interligados por passarelas cobertas, prédios conectados com fibra ótica, cabeamento estruturado, internet banda larga wireless, projetores multimídia de última geração e até soluções de voz VoIP, além da central telefônica digital. As poltronas são fixas e estofadas, as salas de media desk ficam ao lado do palco para a maior comodidade do palestrante e salas de apoio que garantem o controle operacional aos organizadores. Todas as áreas são climatizadas e o sistema de sonorização permite chamadas e som ambiente em todo o complexo. Três auditórios com dois espaços multifuncionais para atender a diversas combinações como feiras,
exposições, coquetéis, shows, etc. Tudo planejado para ficar do tamanho e necessidade do evento. Os auditórios Terena e Kadweu e as salas multiuso têm sistema de paredes divisórias retráteis que possibilitam a divisão dos espaços em dois ambientes. O auditório Guaicurus tem uma área de 1.034 m² onde ficam os 872 assentos. Pelos 442 m² do Terena e no Kadweu, ficam distribuídos os 244 assentos. As salas multiuso ocupam uma área de 92 m² com capacidade para 80 assentos. O Espaço Guató tem 900 m² e os assentos podem ser variáveis, assim como o Espaço Pantanal, que tem 382 m². RECIFE Considerado o terceiro maior centro de convenções do País, o Centro de Convenções de Pernambuco passa por uma revitalização da infra-estrutura, depois de completar 30 anos. A grande novidade, e necessidade depois de muita luta, é que o Cecon, como é conhecido o espaço, terá climatização do pavilhão de feiras. Além disso, a reforma da infra-estrutura inclui serviços de recuperação, revisão nas instalações elétricas e hidráulicas dos teatros e da área administrativa, limpeza da área externa, da rua de serviço, da fachada do pavilhão, recuperação do jardim de entrada da sede da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) e a remodelação dos jardins internos para dar um colorido especial ao ambiente. “Tem muitas idéias como sistema de wireless, vigilância eletrônica, que são projetos que vão para licitação”, conta o diretor de infra-estrutura da Empetur, Paulo Figueiredo. Investimentos – O investimento nas melhorias chegou a um total de R$ 4,8 milhões, recursos que serão utilizados na reestruturação e reforma e nos ajustes das instalações do prédio à climatização do pavilhão de feiras, serviço no qual o Governo do Estado investiu R$ 14,3 milhões. Para 2007, já há um bom índice de ocupação e tem eventos programados até 2010. Até dezembro a expectativa é receber cerca de 350 mil visitantes nos eventos. “Há um grande esforço conjunto da iniciativa governamental com o empresariado para desenvolver o turismo de negócios em Pernambuco”, arremata Figueiredo. O próximo passo é adotar uma política de captação estrangeira. Este ano é considerado o ano dos congressos médicos com congressos brasileiros de neurologia, pediatria, endocrinologia e cardiologia, entre outros. O que para os pernambucanos é uma honra, já que o último congresso desse tema foi realizado há 23 anos. Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.
quinta-feira, 14 de setembro de 2006
Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 A estética mudou. As pessoas se preocupam também com o bem-estar. Roberta Dias, da Feira Internacional de Cosmética
SOBE A CONFIANÇA DO CONSUMIDOR
FEIRA MOSTRARÁ SUCESSO DO SETOR COSMÉTICO Índices do segmento de beleza ficam acima de toda a economia brasileira
O
Brasil ocupa o quarto lugar no mercado mundial da beleza. O setor é o segundo maior empregador do País, atrás apenas da construção civil. E cresceu 13,3% no primeiro semestre de 2006. O bom desempenho justifica o lançamento da 16ª Feira Internacional de Beleza Cosmética, que acontece entre 23 e 26 de setembro no Pavilhão de Exposição do Anhembi. Quatrocentos expositores nacionais e internacionais e 2 mil lançamentos marcarão o evento, que mantém parceria com a maior feira mundial do setor, a Cosmoprof e traz um volume alto de compradores internacionais. Em 2005, vieram visitantes de 45 países, principalmente da America Latina e Europa. "A estética mudou", disse a organizadora do evento, Roberta Dias. "As pessoas não se preocupam somente com a beleza, mas também com bemestar, saúde, equilíbrio e nutrição". Nesta edição, além de marcas de cosméticos, a feira também agrega os benefícios da alimentação equilibrada, terapias de bem-estar, prática de exercícios físicos e tempora-
das em spas. "É um mercado que só tende a crescer", disse a química cosmética do Senac, Sílvia Helena Mussolini de Oliveira. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), existem 1.415 empresas em operação no mercado de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos no Brasil. É o Estado de São Paulo que concentra o maior número delas, com 656 empresas cosméticas. Suplementos – De acordo com dados da Euromonitor, as vendas de suplementos nutricionais movimentaram, em 2005, US$ 1 bilhão. E os brasileiros foram responsáveis por um terço desse consumo mundial. Sílvia Helena Mussolini de Oliveira, do Senac, afirmou: "Nossos estudos mostram que temos 30 milhões de potenciais clientes para usufruir de clínicas de estética, spas, tratamentos de beleza e saúde, e o que temos a fazer é explorar todo esse potencial". "As indústrias brasileiras registraram um crescimento médio real de 10,7% nos últimos cinco anos, aumentando o faturamento de R$ 7,5 bilhões em 2000 para R$ 15,4 bi-
lhões em 2005", afirmou o presidente da Alcantara Machado Feira de Negócios, José Rafael Guagliardi. "A utilização de tecnologia de ponta e o conseqüente aumento da produtividade favoreceram os preços praticados pelo setor e também contribuíram para essa ascensão." A expectativa dos organizadores é que a 16ª Feira Internacional de Beleza e Cosmética supere os US$ 7 milhões em negócios realizados no ano passado. Durante o evento, devem acontecer cerca de 50 palestras sobre estética e saúde, ministradas por profissionais renomados do setor. Rodadas de negócios, campeonato de cabelo e maquiagem e o Congresso de Estética aumentam ainda mais o movimento da próxima feira de beleza. Sonnaira San Pedro
SERVIÇO 16ª Feira Internacional de Beleza Cosmética De 23 a 26 de setembro, no Pavilhão de Exposições do Anhembi. Das 10h às 20h. cosmoprofcosmetica.com.br/
Unidos, pequenos faturam 17 bi
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melhor forma de um supermercado ter bons negócios é unirse a redes e associações. É isso que mostra a 6ª Pesquisa Anual das Redes e Associações de Negócios no Brasil, divulgada ontem pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Desde o ano 2000, quando começou o estudo, a quantidade de unidades associadas cresceu 8,8%. "Quando um supermercado pequeno entra para uma asso-
ciação, ele melhora o seu poder de barganha com os fornecedores, tem acesso a um maior número de fabricantes e conquista melhor relacionamento com o cliente", disse o presidente do Comitê Abras de Redes e Associações de Negócios (Cran), Paulo Valmir. "Assim, ele também consegue investir em equipamentos e melhorias na loja e o resultado aparece no aumento da produtividade e no volume dos lucros." Os 3,5 mil supermercados
que estão reunidos em redes de negócios faturaram, em 2005, R$ 14,2 bilhões, cifra que equivale a 13% das vendas totais do segmento. Valmir calcula que, juntos, esses pontos de vendas devem fechar 2006 com faturamento próximo dos R$ 17 bilhões. "Os empresários têm percebido a importância de se unir", disse. Acrescentou que "o lucro deve crescer conforme se desenvolvem essas formas de associação". (SSP)
Consumidor está mais confiante
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resceu o otimismo da população da cidade de São Paulo com a situação econômica em setembro, de acordo com a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). Neste mês, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), que é coletado junto a 2 mil entrevistados e varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total), atingiu
131,6 pontos, o que representou alta de 20,2% ante setembro de 2005 e de 2,3% sobre agosto de 2006, quando havia atingido o menor nível em nove meses. O resultado positivo de setembro é, no entanto, ainda inferior ao de julho, quando o ICC somou 134,6 pontos e menor que o melhor resultado mensal de 2006, de 138,7 pontos, verificado em maio.
Na avaliação da Fecomercio-SP, o ICC de setembro refletiu a política de transferência de renda e o adiantamento da liberação da primeira parcela do 13º salário para aposentados e pensionistas. De acordo com a entidade, esses fatores também ajudaram a "amenizar" o impacto negativo que os atos de violência praticados desde maio, tiveram no índice. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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quinta-feira, 14 de setembro de 2006
Internacional
Nunca senti tanto medo Michel Boyer, estudante que estava na escola atacada por atirador em Montreal, no Canadá
Bagdá conta 104 mortos em 24 horas Equipes de policiais encontram 65 corpos de xiitas e sunitas com sinais de tortura. Ontem, explosões de carros-bomba mataram 39 pessoas na capital iraquiana.
E
m apenas 24 horas a polícia iraquiana disse, ontem, ter encontrado em Bagdá e arredores os corpos de 65 homens executados a tiros e com sinais de torturas, resultado da ação de esquadrões da morte árabes xiitas e árabes sunitas, que mantêm o Iraque à beira da guerra civil. Autoridades disseram que 45 mortos foram achados em áreas predominantemente sunitas da capital e os demais, nos bairros xiitas de Bagdá e de outras cidades próximas. Ontem, foi um dos dias mais violentos dos últimos meses no Iraque. Pelo menos 39 pessoas morreram em explosões de carros-bomba, atentados com granadas de morteiro, tiroteios e bombas deixadas em estradas. Esse tipo de ataque geralmente é desfechado por insurgentes sunitas que combatem o governo iraquiano e as forças de ocupação, lideradas pelos Estados Unidos. A matança sectária levou o deputado Adnan al-Dulaimi, líder da Frente do Acordo Iraquiano, principal grupo sunita no Parlamento, a exigir que o governo, de maioria xiita, tome medidas para desmantelar as milícias. "A presença delas está deteriorando a situação e trazendo mais problemas políticos. Fazemos um chamado às autoridades religiosas para que levantem suas vozes e exijam o desarmamento" apelou Dulaimi, lembrando o primeiro-ministro Nuri al-Maliki que ele
Reuters
Carro-bomba mata dois policiais
prometeu desmantelar os grupos armados. Alvo – A comunidade sunita, minoritária no Iraque (corresponde a 20% da população), é o principal alvo dos esquadrões da morte ligados às milícias de partidos xiitas que fazem parte do governo. Os xiitas perfazem 60% da população iraquiana e eram marginalizados do poder durante o governo de Saddam Hussein, que privilegiou os sunitas. O número elevado de mortes de ontem evidencia o fracasso de uma operação conjunta das forças de segurança iraquianas e das tropas americanas, envolvendo 12 mil homens, para dar tranqüilidade à capital. Mesmo assim, o Ministério do Interior do Iraque procurou minimizar o fato, alegando que está nos níveis da normalidade. "Já tivemos dias piores. Algumas vezes enviamos 65 ou até cem corpos para o necrotério num só dia", disse um funcionário, sem especificar se esse número também incluía as vítimas de ataques dos insurgentes. Assessores do Departamento de Defesa dos Estados Unidos (Pentágono) haviam dito no início do mês que essa am-
AFP
pla operação de varredura em Bagdá havia reduzido as mortes relacionadas à guerra em até 40% no mês de agosto. No entanto, o comando militar americano admitiu ontem que essa estatística abrangia apenas as execuções pelos esquadrões da morte. O governo iraquiano ainda não divulgou um balanço total de agosto. A violência sectária fez surgir milhares de refugiados no país e está tornando Bagdá uma cidade fortemente dividida pela religião. Moradores xiitas minoritários em bairros sunitas, e vice-versa, mudamse para áreas de Bagdá onde seu grupo é majoritário, como a única forma de proteger-se. Enquanto isso, legisladores tentam estabelecer uma resolução demandando um cronograma para a retirada das tropas americanas do Iraque. Também ontem, o líder do maior grupo sunita iraquiano, Adnan al-Dulaimi, exigiu que o governo, liderado pelos xiitas, aja para desarmar as milícias. Segundo eles, os grupos armados xiitas estão por trás das matanças de muçulmanos sunitas no Iraque. "Esperamos que o governo cumpra o que prometeu e acabe com as milícias, considerando-as organizações terroristas", afirmou. Na terça-feira, a Organização das Nações Unidas (ONU) publicou um relatório que apontava o Iraque como um dos países, atualmente, mais violentos do mundo. Falava em uma estatística de 100 mortos por dia. (AE)
Ontem, foi um dos dias mais violentos dos últimos meses no Iraque. Pelo menos 39 pessoas morreram.
Pânico no Canadá: homem invade escola e fere 20 pessoas Shaun Best/Reuters
U
m homem invadiu ontem uma escola de Montreal, no Canadá, e começou a fazer disparos contra os alunos, ferindo 20 pessoas. O atirador morreu aparentemente baleado pela polícia. Ainda não se sabe o motivo do atentado. "Foram minutos de horror. Nunca senti tanto medo", disse o estudante Michel Boyer. O ataque ao Dawson College, que oferece cursos técnicos e pré-universitários, fica próximo ao centro da cidade. ali, estudam cerca de 10 mil estudantes com idade variando de 16 a 19 anos, começou às 12h45 (horário local), quando um homem vestindo um colete negro, igual ao usado pela polícia, invadiu a cantina da escola, armado com rifle e passou a atirar contra os estudantes. "Pude vê-lo. Ele tinha quase dois metros de altura, tinha o rosto coberto. Disparou muitas vezes. Corri então para a sala de aula. Parecia coisa de filme", disse Boyer. Ele contou que o atirador usava uma farda preta e portava o que parecia ser um rifle. "Eu ouvi pelo menos 20 tiros", disse. Pânico – Em poucos segundos, o pânico tomou conta da escola, com professores e alunos tentando se refugiar ou correr para a rua. As redes de tevê mostraram alunos fugindo apavorados do campus e uma poça de sangue nos degraus de acesso ao prédio. Nas ruas vizinhas à escola, a correria e o barulho dos tiros fez com que o comércio e a estação do metrô, que dá acesso ao Dawson College, fechassem. Mais de dez viaturas da polícia cercaram o prédio e passaram a caçar o atirador. Uma
Seis dos 20 feridos estão em estado crítico e dois, em estado grave Christinne Mushi/Reuters
Estudantes fogem dos tiros
primeira versão afirmava que o atirador se suicidou ao ver os policiais e que três outras pessoas tinham sido mortas. "Oficialmente, o que temos a dizer é que o agressor foi morto por nossos homens", teria dito Yvan Delorme, diretor da polícia de Montreal. A área ao redor da escola foi isolada durante todo o dia de ontem. Vários carros de polícia chegaram rapidamente à escola. Os feridos foram levados para o Hospital Geral de Montreal. Seeta Ramdass, uma das diretoras do hospital, disse
que seis dos 20 feridos estavam em estado crítico e dois, em estado grave. Até o início da noite de ontem, a identidade do assassino ainda não havia sido divulgada. Sabia-se apenas, pelo relato de uma testemunha que falou à rede de televisão CBC, que ele era branco, aparentava ter por volta de 19 anos de idade, usava piercings, cabelo cortado ao estilo moicano e uma bota militar. Também até a noite de ontem não foi confirmado se o homem havia sido morto pelos policiais ou se suicidou-se. Ontem, a polícia canadense chegou a falar em dois ou até três suspeitos. O ataque de ontem não foi o primeiro incidente desse tipo no Canadá. Em 1989, um homem chamado Marc Lepine, de 25 anos, desempregado, assassinou 14 mulheres na Escola Politécnica de Montreal para se vingar das "feministas" . Em seguida suicidou-se com um tiro na cabeça. À época, o assassino deixou uma carta dizendo que as feministas arruinaram sua vida, citando 19 mulheres famosas da Província do Québec que ele gostaria de matar. (Agências)
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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s
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quinta-feira, 14 de setembro de 2006
O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, quer manter a proporção de 20% na mistura de álcool anidro à gasolina.
ALCAÇUZ CONSEGUE VENDER ATÉ 40% MAIS
VENDER ROUPAS EM DOMICÍLIO É ESTRATÉGIA PARA CONQUISTAR E GARANTIR CLIENTES FIÉIS À MARCA
A MODA AGORA É DELIVERY DE ROUPAS J Fotos: Newton Santos/Hype
Minou Minou: vendas em alta
mais para a cliente", diz a gerente Lu Porfírio. A grávida escolhe no site da Maria Barriga as roupas que mais gosta. A partir da escolha, a loja monta combinações. Como roupa de gestante é uma necessidade, a conversão em vendas é alta, segundo a gerente. Comodidade – As clientes da marca de roupa feminina Alcaçuz dispõem do serviço "Butique em Casa" há três anos. Segundo a supervisora da marca, Glória Ribeiro, quem escolhe a comodidade são mulheres que trabalham, não têm tempo para ir à loja ou não querem perder tempo no trânsito. "O serviço é para elas se sentirem mais especiais ainda", diz Glória. Uma vendedora e a gerente da loja levam cerca de 30 peças – além das roupas, vão sapatos, bolsas e bijuteria – em cada visita, que dura, no mínimo, duas horas.
Leonardo Rodrigues/Hype
Como a apresentação das peças é "indispensável", as roupas são passadas e vão penduradas numa arara móvel, que é colocada num carro da empresa. "A cliente não precisa ter dor de cabeça com nada." Segundo a supervisora, além de todos os deliveries resultarem em venda, a marca vende a mais 40% por causa do serviço. "A facilidade faz com que a cliente compre com mais calma", diz Glória. 'At home' – A marca de roupa jovem Iódice resolveu estender a todos o que já fazia com os clientes "famosos" e criou há três meses o "Iódice at home". Segundo o proprietário da marca, Valdemar Iódice, alguns clientes, além de não terem tempo de ir à loja, querem experimentar as roupas em casa, com mais privacidade. E até quem precisa presentear alguém faz uso do serviço, como a atriz Flávia Alessandra, que estava no cabeleireiro e não podia sair. Além do presente, Flávia acabou comprando algo para ela. Iódice diz que o cliente, normalmente, gasta mais quando compra sem sair de casa. Quando o serviço é requisitado por homens atrás de camisa, por exemplo, a loja leva até 12 peças para o cliente. "Tem gente que fica com tudo. Moda é muito momento", explica. O serviço está disponível para as linhas jeans, casual e habilée e também para a coleção masculina da grife.
A consultora de moda Kenia de Vitro, da Iódice, ajuda os clientes da grife a escolher as peças em casa
Na Minou Minou, o serviço ajuda a divulgar a loja recéminaugurada. Um motorista leva as roupas até onde a cliente preferir. Os consumidores também podem optar pela assessoria de uma vendedora.
Kety Shapazian
VOLKS 1 Trabalhadores da fábrica de São Bernardo decidem hoje se aceitam plano de demissão.
INSS PEDE FIM DA GREVE DE PERITOS NA JUSTIÇA
O
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) (foto) pediu ontem à Justiça Federal que determine o fim da greve de 48 horas dos médicos peritos da Previdência e a fixação de multa no valor de R$ 100 por perícia não realizada. O INSS argumenta que a paralisação é ilegal e abusiva, pois o direito de greve do servidor público não está regulamentado. Além disso, sustenta que a paralisação não poderia ser total, pois "o serviço da Previdência Social é um
Ó RBITA
serviço público essencial à população brasileira e que deve atender às necessidades primárias e vitais da comunidade". Segundo o INSS, são realizadas por dia, em média, 2 mil perícias.
TIM
O
presidente da Telecom Itália, Marco Tronchetti Provera, disse ao primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, que a companhia poderia fortalecer sua posição financeira por meio da venda de sua fatia na Telecom Brasil (a operadora móvel TIM), avaliada entre 7 bilhões e 9 bilhões de euros. O governo pediu que o controle da Telecom Itália fique em mãos italianas e Tronchetti Provera garantiu a Prodi que o controle italiano da Telecom Itália é condição irrevogável. (AE) A TÉ LOGO
VOLKS 2 Montadora decreta o fim das exportações do modelo Fox para a Europa.
Diego Padgurschi/Folha Imagem
á pensou em comprar roupas sem ter de sair de casa, escritório ou hotel? Não precisar enfrentar shopping lotado, trânsito congestionado, gastar dinheiro para estacionar ou perder tempo procurando o vendedor de zona azul. Não se trata de compras online, mas de lojas que se dispõem a levar o produto até a casa do cliente. Cada vez mais empresas aderem ao serviço. E os clientes agradecem. A recém-inaugurada Minou Minou, loja de roupas infantis (até 12 anos) nos Jardins, já abriu suas portas oferecendo o serviço. As mães que trabalham fora são as que mais recorrem à novidade. Segundo uma das sócias da Minou Minou, Gabriela Rabello, um motorista leva as roupas até o local onde a cliente está, deixa-as lá e volta depois para buscálas. Se a cliente desejar, uma vendedora acompanha as roupas e assessora na hora da escolha. A compra pode ser paga com cheque ou cartão de crédito. Apesar de a loja ainda não ter nem um mês de idade, Gabriela diz que "sem dúvida" o serviço resulta em venda. Carinho – Outra loja que aderiu à venda em domicílio é a Maria Barriga, que vende roupas para gestantes. O serviço é utilizado pelas grávidas que têm de ficar de repouso em casa. "Se a gestante está de repouso é porque a gravidez é de risco, o que mexe com a mulher, deixa a auto-estima dela lá embaixo. É um carinho a
A paralisação, organizada pela Associação Nacional dos Peritos Médicos (ANMP), é um protesto dos 4,7 mil profissionais contra a violência que enfrentam nos consultórios. (AE)
INADIMPLÊNCIA EM ALTA
A
companhia de análise de crédito Serasa informou ontem que a inadimplência dos consumidores cresceu 5,6% no País em agosto em relação ao mesmo mês do ano passado. Na
comparação com julho de 2006, porém, o movimento foi de queda, de 5,1%. Nos primeiros oito meses do ano, o levantamento constatou aumento de 14,2% sobre o mesmo período de 2005. (AE)
TCU SUSPENDE LEILÃO DE FERROVIA
O
plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou a medida cautelar proposta pelo ministro-relator, Augusto Nardes, suspendendo o leilão de subconcessão da Ferrovia Norte-Sul. Ele
estava previsto para 4 de outubro. O TCU dá um prazo de 15 dias para que os responsáveis pelo leilão prestem esclarecimentos. O ministro Nardes diz que há falhas nos estudos de viabilidade do leilão. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Vale do Rio Doce capta US$ 18 milhões no mercado para compra da Inco
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Anac tenta garantir na Justiça redistribuição de rotas da Varig
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Geradoras de televisão receberão até o fim do ano os canais de TV digital
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Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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RECORRER À ESFERA ADMINISTRATIVA É UMA BOA OPÇÃO
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mil contribuintes se inscreveram no programa de parcelamento de débitos tributários
RECEITA DIZ QUE NÃO HAVERÁ ALTERAÇÃO DO PRAZO PARA INGRESSAR NO PARCELAMENTO DE DÉBITOS
REFIS: PRAZO TERMINA NA SEXTA
A
Contribuinte x Leão: IR e CSLL em questão
N
a esfera administrativa federal, a queda de braço entre contribuinte e fisco está empatada. Nos últimos três anos, metade das decisões do Primeiro Conselho de Contribuintes foi desfavorável ao Leão. "Isso indica que a esfera administrativa é uma boa opção em comparação com o Poder Judiciário", disse o advogado tributarista Gilberto de Castro Moreira Júnior, do escritório Albino Advogados Associados, que participou, ontem, do Fórum de Debates Tributários. O Primeiro Conselho julga recursos administrativos que discutem a cobrança de Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Além de metade dos resultados serem favoráveis ao contribuinte, Moreira ressaltou que o processo administrativo é mais rápido e barato. Enquanto na Justiça uma ação pode demorar até dez anos para ser decidida no Sup re m o Tr i b u n a l F e d e r a l (STF), no Conselho de Contribuintes o processo é concluído em até cinco anos. "Ao contrário do que ocorre na Justiça, não há cobrança de custas do processo. E, quanto mais rápido ele for, menos se
Newton Santos/Hype
Moreira: boa alternativa
paga em honorários advocatícios", disse o advogado. Alterações – Sobre as mudanças recentes nas regras de apreciação dos processos administrativos, o presidente do Primeiro Conselho, Manoel Antônio Gadelha Dias, informou que pelo menos duas ainda não foram colocadas em prática. Uma delas diz respeito à MP do Bem, que passou a permitir que o ministro da Fazenda crie turmas especiais no Conselho para julgar casos
que precisam de maior celeridade nos julgamentos. "Mas ainda não foi expedida portaria regulamentando a mudança", afirmou Dias. Da mesma forma, também não houve resultado prático d o p a re c e r e x p e d i d o e m 2004 pelo procurador-geral da Fazenda Nacional, Manuel do Rego Brandão Filho, dando poderes à Procuradoria para recorrer ao Poder Judiciário contra decisão definitiva do Conselho de Contribuintes quando o valor da causa, por exemplo, superar R$ 50 milhões. "A Procuradoria deveria concentrar esforços para cobrar débitos tributários constituídos", completou Dias, ao apresentar um balanço das decisões no Primeiro Conselho. De 2003 a 2005, o número de recursos julgados só subiu. Passaram de 3.787, em 2003, para 5.392, no ano passado. Dados da Receita Federal mostram que os valores discutidos no Conselho de Contribuintes, em 2005, totalizaram R$ 162 bilhões. (LI)
Receita Federal descartou ontem a possibilidade de prorrogar o prazo para adesão ao Refis 3, que vence na próxima sexta-feira, contrariando pedido da Associação Comercial de Minas Gerais (ACMinas). Na última terça-feira, a entidade enviou ao relator do projeto de conversão da MP do Refis 3 em lei, deputado José Pimentel, um ofício pedindo prazo maior para as empresas aderirem ao novo programa de parcelamento de débitos tributários. "O prazo curto inviabiliza a adesão das empresas", diz Olival Gonzaga Resende, presidente do conselho de micros e pequenas empresas da ACMinas. Até ontem, 101 mil contribuintes haviam oficializado a adesão. No ofício, a entidade solicita também que a parcela mínima de R$ 200 para quem está no Simples seja aplicada para todas as micros e pequenas empresas, a troca da Selic pela TJLP na correção das mensalidades para parcelamento de débitos constituídos de fevereiro de 2003 a dezembro de 2005, e que a exclusão do Refis ocorra apenas nos casos de inadimplência por três meses consecutivos ou seis alternados, e não em dois meses, como ocorre atualmente. Processos – Ontem, Cardoso esclareceu que, para aderir ao Refis 3, as empresas devem desistir dos processos judiciais e administrativos referentes
Lindomar Cruz/ABr
As empresas podem desistir das ações que acham que vão perder na Justiça e entrar no parcelamento. Paulo Ricardo Cardoso, secretário-adjunto da Receita Federal
aos débitos que desejam parcelar. "Elas podem desistir das ações na Justiça que acham que vão perder e entrar no parcelamento. E manter aquelas que acham que vão ganhar", explicou o secretário. De acordo com ele, foi criado "um terrorismo no mercado" sobre a necessidade de desistência de todos os processos para entrar no Refis 3. Caso percam as ações na Justiça,
as empresas terão de pagar os impostos sem os benefícios fiscais concedidos pela Medida Provisória 303, de 29 de junho, que criou o novo programa. Em caso de desistência de ações com depósitos judiciais, esclareceu, os recursos depositados irão integralmente para a Receita, sem as reduções previstas na MP. Segundo o advogado Arthur Salibe, do Pinheiro Neto Advogados, a Portaria Conjunta da Receita e Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) n° 2/2006 deixa claro que o contribuinte não precisa desistir de todos os processos tributários. O secretário da Receita explicou que os contribuintes podem migrar dos programas anteriores (Refis ou Paes) para o novo parcelamento. Na opinião de Salibe, entretanto, só quem optar pelo parcelamento em 130 vezes é obrigado a migrar os débitos de demais parcelamentos para o Refis 3. "Isto consta no artigo 4° da Medida Provisória n° 303, que instituiu o Paes", explicou o advogado. Os contribuintes que optarem por quitar o débito à vista ou em seis prestações poderão incluir no Refis dívidas vencidas até 28 de fevereiro de 2003, com redução de 80% da multa e 30% dos juros. Quem preferir acertar os débitos em até 130 vezes poderá incluir no programa as dívidas vencidas até 28 de fevereiro de 2003, mas com redução de apenas 50% da multa. Laura Ignacio/AE
DIÁRIO DO COMÉRCIO
James Yang/Corbis
quinta-feira, 14 de setembro de 2006
QUESTÃO DE IMAGEM
Colocando a empresa na vitrine
A
publicidade no Brasil é usada para estimular o consumidor desde meados do século XVIII. De lá para cá, a propaganda passou por importantes mudanças, mas sem perder o sentido de divulgar uma marca, produto ou serviço. Ferramentas de marketing são necessárias, no caso dos lojistas, para destacar seu estabelecimento no competitivo mercado. O caminho mais eficiente para o retorno esperado é a consultoria de marketing, diz Hector Hungria, diretor de Marketing da A3 Comunicação Propaganda e Marketing (http://www.atrescom.com). Segundo ele, a assessoria permite identificar corretamente quais as necessidades da indústria ou comércio. A consultoria indica as alternativas mais
eficientes, isso porque nem sempre o que o cliente pede é a melhor opção". Depois de avaliar essa necessidade é que se pode analisar uma ação de marketing eficaz. "A intenção é oferecer um serviço que traga vantagens eficientes para o cliente, com uma linha de comunicação homogênea que fortaleça a marca ou o produto e dê retorno, com boa relação custo/benefício", pondera. Uma ação de marketing precisa estar alinhada com toda a comunicação visual da empresa ou loja. Por exemplo, o folder deve estar ligado ao site, ao filme institucional, à comunicação interna etc. "Vender soluções de marketing, não o produto em si, aumenta a relação de confiança com o cliente. Essa é uma tendência do mercado em geral", afirma. Pacote completo – No mercado desde 1989, a Factu
Publicidade & Propaganda oferece uma linha completa de soluções em comunicação, que incluem anúncios, filmes para TV e cinema, spot para rádio, folhetos, catálogos, mala-direta, além de fazer a criação visual do site para o interessado. "A importância da comunicação em geral é sempre promover a marca, produto ou serviço", reforça Marcelo Jimenez, gerente comercial da Factu (http://www.factu.com.br). Segundo Jimenez, o
anúncio ou folheto serve para divulgar e mostrar, para quem compra , o que exatamente está adquirindo e em que base está comprando. "Além da venda, é um instrumento de fortificação da marca. Já a mala direta cria um canal de comunicação e de divulgação com o cliente já existente. Quanto ao folder, sua função é apresentar a empresa ao mercado, relatando, por exemplo, há quanto tempo ela existe, o que produz ou vende.
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MELHORA PERFIL DA DÍVIDA PÚBLICA
ponto percentual pode ser a queda dos juros dos empréstimos imobiliários da Caixa Econômica.
ESTUDO DO FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL APONTA CRESCIMENTO DE 3,6 NO PIB BRASILEIRO EM 2006
PAÍS TERÁ DESEMPENHO FRACO, DIZ FMI AFP Photo
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Fundo Monetário Internacional (FMI), em seu estudo semestral "Perspectiva Econômica Mundial" (World Economic Outlook) prevê que a economia brasileira crescerá 3,6% neste ano, abaixo da estimativa oficial do governo, que ainda é de 4%. A expansão do PIB do País, segundo o estudo, será bem inferior ao crescimento médio dos países emergentes, de 7,3%, e mundial, estimado em 5,1%. Segundo o Fundo, em 2007 o crescimento do Brasil será de 4%. A inflação neste ano deverá ser de 3,8%, subindo para 4,5% em 2007. O relatório prevê que o superávit em conta corrente do País em 2006 será de 0,6% do PIB, declinando para 0,4% no próximo ano. Menos amigável – Em seu capítulo dedicado à América Latina, o estudo aponta que a América Latina reduziu suas vulnerabilidades externas e fiscais e mostrou maior resistência durante a volatilidade que atingiu os mercados financeiros em maio passado. "Entretanto, recentes pressões nos mercados deram um aviso conveniente de que o contexto global deverá com o tempo se tornar menos amigável para os mercados emergentes, com ta-
xas de juros em alta, preços de commodities menos vigorosos e apetite reduzido por ativos de risco", disse o FMI. O Fundo observa que o Chile "mostrou o que pode ser conquistado", pois deverá atingir um superávit primário de 6% do PIB neste ano, reduzindo sua dívida pública e direcionando a receita com as exportações de cobre para um fundo de estabilização offshore. O estudo afirma que o Brasil e a Colômbia têm sido particularmente ativos na redução de suas dívidas externas. Ele ressalta que o governo brasileiro eliminou a porção de sua dívida pública exposta ao dólar. O Fundo alerta que as recentes turbulências nos mercados ressaltaram a importância, para os países latinoamericanos, "de se permitir uma flexibilidade cambial". O FMI afirma que o desafio de longo "prazo para a América Latina continua sendo destravar o potencial de crescimento" da região. Entre as reformas prioritárias, o Fundo menciona a redução da rigidez orçamentária para melhorar a qualidade dos gastos públicos, medidas de maior abertura econômica, mudanças nas leis trabalhistas e melhora do ambiente para negócios. (AE)
Queda dos juros não acompanha Selic
O
s juros bancários voltaram a apresentar queda em setembro, mas ainda estão muito longe de refletir as sucessivas reduções feitas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na Selic, a taxa básica de juros, atualmente em 14,25% ao ano. Pesquisa divulgada ontem pelo Procon de São Paulo mostrou que, desde setembro de 2005, os juros do cheque especial e dos empréstimos pessoais permaneceram praticamente iguais, com reduções de 0,17 e 0,16 ponto percentual, respectivamente. No período, o Copom reduziu a Selic em 5,50 pontos percentuais. "Os juros médios dos bancos voltaram praticamente ao patamar de fevereiro de 2005, mas estão longe dos níveis aceitáveis", afirmou a técnica de defesa do consumidor do Procon paulista, Cristina Rafael Martinussi, lembrando que, naquela época, as taxas médias mensais cobradas pelos bancos eram de 5,25% para os financiamentos pessoais e de 8,12% no cheque especial. No levantamento do Procon, que envolveu dez instituições financeiras, a taxa média do
cheque especial chegou a 8,17% ao mês (o equivalente a 156,44% ao ano), queda de 0,01 ponto percentual em relação à pesquisa de agosto. Já a média dos juros cobrados nos empréstimos pessoais foi de 5,29% ao mês (85,65% ao ano), declínio de 0,07 ponto percentual. A orientação do Procon é a de que o consumidor só faça empréstimos bancários ou utilize o cheque especial em casos de extrema urgência e depois de muita pesquisa. E, se possível, opte pelo financiamento com desconto em folha (consignado), que tem menor custo. Diferenças – As diferenças de taxas entre os bancos nos empréstimos chegaram a 1,7 ponto percentual em setembro. A maior taxa mensal, de 5,95%, foi a do Itaú e a menor, de 4,25%, da Nossa Caixa. No cheque especial, a maior taxa também foi a do Itaú (8,5% ao mês), e a menor, da Caixa Econômica Federal (7,2% ao mês). "O consumidor não deve se iludir com as propagandas. Ele precisa ficar atento às taxas de juros, que continuam muito altas no crédito pessoal. No cheque especial, nem pensar", disse Cristina. (AG)
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Dívida pública chega a R$ 1,039 tri
A
Ativistas protestaram contra o FMI em frente à sede do Banco Mundial em Jacarta, na Indonésia
Consignado: até 30% da rescisão para pagar débito
O
uso de verbas rescisórias para abater dívida em crédito consignado imobiliário será limitado a no máximo 30% do valor da rescisão, em caso de demissão do trabalhador. Segundo o secretárioadjunto de Política Econômica, Otávio Damaso, a regra é a mesma para o crédito consignado em geral. A criação do crédito com desconto em folha para a compra da casa própria faz parte do pacote anunciado pelo governo na terça-feira. São consideradas verbas rescisórias: aviso prévio, férias e décimo terceiro salário. O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a multa de 40% cobrada sobre ele não são consideradas verbas rescisórias e, portanto, não podem ser usadas para pagamento da dívida, esclareceu Damaso. Na divulgação do pacote, ele havia informado incorretamente que toda a verba rescisória, inclusive FGTS, em caso de demissão, seria utilizada para abater a dívida do crédito consignado para habitação. Ele explicou que os termos da operação, incluindo quanto da verba rescisória será retida e os termos da renegociação, em caso de demissão do mutuário, devem estar no contrato de financiamento.
20
por cento é hoje o limite de comprometimento de renda com prestações da casa própria com que os bancos trabalham O secretário de Política Econômica, Júlio Sérgio Gomes de Almeida, explicou que o limite de 30% de comprometimento da renda do mutuário com as prestações do crédito consignado vale apenas para a fase inicial do empréstimo. Se ao longo do tempo a prestação subir e passar desse limite, o desconto continuará sendo feito. Mas Almeida disse que a probabilidade de isso ocorrer é pequena, porque, na prática, os bancos trabalham com comprometimento de 20%. Risco — Almeida minimizou o risco que os bancos podem assumir ao usar recursos captados em cadernetas de poupança, cujos rendimentos são corrigidos pela Taxa Referencial (TR), e conceder finan-
ciamentos com taxas fixas ou com a TR "travada" (definida previamente). "Há uma série de mecanismos, como operações no mercado futuro, que os bancos podem usar para eliminar esse risco", disse. O governo, afirmou, aposta que as medidas de incentivo ao setor habitacional ajudarão a elevar o volume de financiamento para o segmento. Ele observou que, nos anos 1970, quando a relação crédito/PIB do setor imobiliário estava na casa dos 7%, o ritmo de crescimento do País foi muito maior do que nas décadas seguintes, quando essa relação declinou. "Aplicar na construção civil sempre foi sinônimo de castigo para o sistema financeiro porque era obrigatório. A habitação nunca foi muito bem vista, mas agora isso mudou." Ele explicou que o setor de construção civil já está em processo de aquecimento por causa do aumento da concorrência no sistema bancário e também pela trajetória de queda na taxa de juros. Para o secretário, os bancos vêem o crédito habitacional como estratégia para cativar os clientes nesse ambiente mais competitivo. De acordo com Almeida, o governo ainda prepara medidas adicionais de incentivo ao setor imobiliário. (AE)
dívida pública interna em títulos federais subiu 2,47% em agosto e alcançou a marca de R$ 1,039 trilhão. Em julho, o endividamento estava em R$ 1,014 trilhão. A dívida cresceu porque o Tesouro Nacional vendeu R$ 12,2 bilhões em títulos acima do total de papéis que venceram no mês passado. Além disso, R$ 12,9 bilhões foram acrescentados à dívida com a correção dos papéis que são atrelados à taxa básica (Selic). De acordo com o coordenador de Operações da Dívida Pública, Manuel Augusto Silva, apesar do aumento, o perfil da dívida melhorou em agosto, com a elevação da participação de papéis com rendimento prefixado, considerados melhores para a administração do endividamento. Ele disse que a estratégia de financiamento da dívida foi facilitada pela melhora na conjuntura externa e dos indicadores da economia brasileira. Silva reconheceu, no entanto, que o pagamento de juros da dívida continua elevado, apesar da longa seqüência de cortes na taxa Selic, que remunera praticamente metade do estoque. Sem arriscar um prognóstico, ele afirmou que, "em algum momento" no futuro, essa despesa deve cair. Mas, por enquanto, a prioridade do Tesouro está na melhora da estrutura (perfil) da dívida, priorizando papéis com juros fixos (prefixados) e de prazo mais longos. "Esperamos que a nossa estratégia de prefixação da dívida retire um pouco o impacto dos juros sobre o estoque no futuro." O gasto com juro se mantém alto exatamente porque, quando a Selic começou a cair, no final do ano passado, o governo intensificou o processo de aumento da participação de títulos prefixados e redução da dívida atrelada à própria taxa. Assim, hoje, o Tesouro paga juros mais altos do que a Selic em uma grande parcela de sua dívida, o que atrasa o processo de redução nessa despesa. (AE)
Caixa ainda Bancos podem perder dinheiro estuda novos com financiamento a taxas prefixadas produtos
A
oferta de financiamento imobiliário com taxas prefixadas e recursos da poupança vai aumentar o risco dos bancos. Isso
porque haverá um descasamento entre a remuneração das aplicações da poupança com Taxa Referencial (TR) mais 6% de juros e o recebimento das parcelas fixas dos empréstimos concedidos. Por ora, os bancos vão sair ganhando, pois a tendência é de queda dos juros e a taxa prefixada ainda está elevada, em torno de 14% ao ano — percentual de remuneração dos bancos até o final do contrato. Mas se houver um estresse na economia e os juros subirem, quem estiver com muitas operações prefixadas pode perder dinheiro, afirmou o diretor setorial de crédito imobiliário da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Natalino Gazonato. "As instituições estão confiando na estabilidade da economia. Mas ficarão com o risco de algum desajuste econômico", destacou. Segundo ele, hoje não há no mercado mecanismo de proteção para um período tão longo, como 15 e 20 anos. "A vantagem será obtida por taxas prefixadas que compensem todo o período", afirmou o presiden-
te da consultoria Austin Rating, Erivelto Rodrigues. Diversificar — G a zo n at o ressaltou, no entanto, que os bancos não vão destinar toda sua carteira de crédito imobiliário para produtos prefixados. "Alguns, mais arrojados, vão destinar uma parcela maior e outros, um fatia menor. Ninguém vai colocar todos os ovos na mesma cesta." Além disso, nem todos os clientes vão querer taxas prefixadas. "Esse é um produto mais voltado para pessoas conservadoras, que não suportam grandes oscilações nas parcelas a pagar", afirmou. Gazonato garantiu que o investidor da poupança não terá problema com o descasamento entre receitas e obrigações no caso de mudança econômica. Para ele, os consumidores mais beneficiados com o pacote anunciado pelo governo serão os de classe média, para compras de imóveis em torno de R$ 100 mil. "Será mais difícil atingir o público de baixa renda." Apesar disso, ele acredita que o volume de crédito imobiliário aumentará. (AE)
A
Caixa Econômica Federal ainda não estabeleceu novas regras para suas linhas de financiamento habitacional, que devem ser alteradas por causa do pacote habitacional do governo, anunciado na última terçafeira. Os técnicos do banco estudam o novo cálculo dos empréstimos, agora sem a Taxa Referencial (TR) na correção. A única alteração confirmada foi a elevação do volume de financiamento para as construtoras. O superintendente Regional de Negócios da Caixa, Augusto Bandeira Vargas, informou que o banco deve passar a financiar até 80% do custo total da obra. O limite anterior era de 30%. No caso do crédito imobiliário consignado (com desconto das prestações no holerite), a Caixa informou que deve incorporá-lo à sua carteira o mais rápido possível. Pelos cálculos do banco, essa modalidade pode permitir redução de 0,5 ponto percentual na taxa de juros cobrada nos empréstimos. Davi Franzon
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James Yang/Corbis
12 -.ESPECIAL
MARKETING TAMBÉM PARA PEQUENOS
É
Divulgação/McCann Ericson
comum as empresas de pequeno porte não darem à comunicação sua real importância. Em muitos casos, a justificativa é a alegada falta de recursos para se investir em marketing. Em um ambiente de negócios tão competitivo e globalizado, como o de hoje, dificilmente um empreendimento sobreviverá sem contar com uma política que apoie a apresentação do produto ou serviço que se quer vender. Tanto que o plano de marketing e vendas é um dos capítulos obrigatórios no plano de negócio de uma empresa. Engana-se o pequeno empresário que considera a
comunicação um recurso só acessível às grandes corporações. O marketing de um empreendimento é um projeto amplo, que demanda cuidar de detalhes, como oferecer ambiente agradável ao cliente; funcionários devidamente treinados para o atendimento e em sintonia com o perfil do público-alvo do negócio; padronização da logotipia da empresa, entre outros requisitos. Confira as considerações de alguns especialistas no assunto, como o CEO da McCann Ericson Brasil, Júlio Castellanos, sobre a importância do investimento com comunicação, inclusive na pequena empresa.
CEO da McCann Ericson Brasil, Júlio Castellanos: pequena empresa precisa de marketing para se diferenciar
Aposta na marca
E
xistem várias razões para que as empresas de pequeno porte invistam em comunicação, comenta o CEO da McCann Ericson Brasil, Júlio Castellanos. Em primeiro lugar, independente do porte da empresa, o grande caminho para o sucesso é conseguir se diferenciar da concorrência e ser a primeira referência na cabeça do consumidor, dentro da sua área de atuação. "Para estabelecer esse
destaque, o papel da marca é fundamental. E só se constrói uma marca com comunicação", completa o CEO da McCann. Castellanos comenta que para cada categoria de produto há um "mix de disciplinas de comunicação". Um refrigerante, por exemplo, por ser produto de consumo de massa, demanda disciplinas de alta visibilidade. Um produto ou serviço para público específico e pequeno, não precisa de disciplinas tão
massivas. Castellanos comenta que, ao contrário do que muitos empresários acreditam, a McCann não atende exclusivamente grandes players. Entre os 40 clientes locais da agência, mais de 25 são empresas de porte médio, tendendo para pequeno. "A necessidade de comunicação para o pequeno empresário é até maior que para um grande. Alguém novo, é menos conhecido por definição". FL
Divulgação/TBWA Divulgação/DM9 DBB
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vice-presidente de atendimento da TBWA\BR, Andrea Lang, reforça que a comunicação é muito importante para se construir um negócio, construir uma marca e promover as vendas de um produto. É preciso uma política de comunicação para que a empresa possa crescer, acrescenta Andrea. O pequeno empresário deve levar em conta que isso envolve muitas ferramentas. "Obviamente, não se vai dar um tiro de canhão - tipo veicular um filme sobre a empresa na televisão - para atingir um pequeno alvo", comenta a executiva da TBWA. Há, no entanto, ferramentas que podem ser utilizadas a um custo mais acessível ao pequeno empresário. "Acredito que tudo o que é mais dirigido, no caso da pequena empresa, seja mais eficaz para atingir o target
Fim da crença: só grandes podem investir, diz Vera Ferraz, da DM9 DBB
Andrea Lang, da TBWA: a comunicação é importante para construir um negócio.
desse empresário. A internet é uma dessas ferramentas, exemplifica Andrea. É um meio bastante dirigido e ainda com custobenefício baixo, afirma. O uso do marketing direto é outra das possibilidades apontadas por ela. "Pode-se comprar um mailing que tenha a ver com o público da empresa e convidar essas pessoas para visitar a loja", sugere Andrea. Pensar que só as grandes corporações podem planejar essas ações é um engano. Segundo a executiva, o mercado brasileiro já oferece, hoje, muitas opções de porte de agências de publicidade. "O empresário de pequeno porte já pode contar com uma delas, ou recorrer a uma agência de promoção ou de marketing direto. FL
Soluções criativas
"F
alar em pequenos comerciantes e investimento em marca, em propaganda, pode parecer paradoxal", diz Vera Ferraz, diretora de planejamento da DM9 DBB. Como pode o pequeno empresário, além de garantir a sobrevivência financeira da empresa, pensar em investir em comunicação? A solução para a equação, segundo Vera, é acabar com a crença de que só grandes empresas conseguem construir uma marca. Pequenos empresários, sugere, não precisam fazer grandes investimentos, com uso da mídia tradicional. "A saída é muita criatividade e atenção para as oportunidades de negócio". O aprimoramento das ações no ponto-de-venda, para aprimorar a experiência de compra do consumidor, está entre as alternativas de comunicação para o pequeno empresário, sugeridas pela executiva da DM9. O marketing sensorial, exemplifica, pode trazer ótimos resultados. Manter o ponto-de-venda sem muita
poluição visual é outra das providências que não demandam grandes investimentos. Se o negócio está inserido no ramo de alimentação, promover degustação é outra das saídas. Vera menciona, a propósito, a experiência de sucesso do camelô que vende doces, no Rio de Janeiro. "Com intuição e criatividade, ele estabeleceu conceitos de marketing na relação diária com seus clientes" - como telefonar no dia do aniversário (marketing de relacionamento), receber pedidos pelo celular e providenciar a entrega (serviço de delivery), e oferecer uma limpeza dentária junto com a venda de doces (promoções). Outra saída é envolver o consumidor nas ações da empresas. As lan houses são um bom exemplo, entre os pequenos empresários, desse tipo de atitude, com promoção de campeonato, envolvendo seu público - os jovens. "O pequeno empresário não precisa ser líder na mídia. Mas tem que ter atitude de líder".
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Indicadores Econômicos
7
2,4
bilhões de reais foi o volume financeiro registrado ontem na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), giro superior à média deste ano.
13/9/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 11/09/2006 11/09/2006 11/09/2006 11/09/2006 11/09/2006
P.L. do Fundo 8.706.925,61 1.436.306,02 7.753.779,64 13.312..967,47 1.227.266,78
Valor da Cota Subordinada 1.184,556663 1.081,003632 1.152,212288 1.114,690266 1.069,911602
% rent.-mês 0,6975 0,3276 0,4943 6,8580 0,7478
% ano 21,2479 8,1004 15,2212 11,4690 6,9912
Valor da Cota Sênior 0 1.079,671136 1.092,404249 0 0
% rent. - mês 0,3182 0,3466 -
% ano 7,9671 9,2404 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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ESPECIAL - 5
Andrea Felizolla/Luz
Central de Monitoramento da Guarda Civil: olho vivo na segurança do Centro de São Paulo
I
nvestimentos em inteligência policial e na integração das polícias do Estado com as polícias Federal e Rodoviária Federa para combater o crime organizado. Essas são algumas das ações na área de segurança que o candidato a governador José Serra (PSDB) pretende tirar do papel em seu governo. Com a responsabilidade de dar continuidade à gestão tucana, iniciada em 1995, Serra quer dar mais eficiência à ação policial. Ele quer reorganizar, por exemplo, o efetivo de tropa, de acordo com o número de pessoas e o índice de criminalidade de cada região. Outra ação é a construção de novos presídios (o Estado conta hoje com 74 penitenciárias e três unidades de segurança máxima) e de Centros de Detenção P ro v i s ó r i a s ( C D P s ) . O s CDPs serão construídos no interior e litoral do Estados e públicas e carceragens de distritos policiais. O Estado tem hoje 32 CDPs em funcionamento. Para combater o crime organizado, Serra defende a união de forças, principalmente com a Polícia Federal, para combater o tráfico de armas e drogas. O candidato acrescenta que manterá a política de combate à corrupção nas polícias e o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). O combate à corrupção - denominada de Via Rápida - resultou na expulsão de 4.028 policiais militares e a demissão de 1.612 policiais civis, entre 1995 e 2005. Criado em 2001 pelo governo do PSDB, para isolar líderes do crime organizado, originou uma lei federal.
Mercadante defende parcerias
P
Eduardo Nicolau/AE
ara combater o crime organizado, o candidato a governador Aloizio Mercante (PT) se propõe a fazer uma parceria com o governo federal, especialmente com a Polícia Federal e Ministério da Justiça. O foco da gestão integrada é a troca de informações criminais para planejar ações que se antecipem às crises. Isso implica na reformulação e modernização dos padrões de investigação, além qualificar melhor o policial. Mercadante quer institui, junto à assessoria especial do governador ou à Secretaria de Governo, um sistema de monitoramento e avaliação da situação na área, obrigando as secretarias a trabalhar com metas, transparência e integração de dados. Outra ação de combate à violência é identificar áreas de prioritárias de atuação. Exemplos: seqüestros- relâmpagos e combate ao tráfico de drogas e armas. O candidato propõe o tratamento diferenciado aos presos conforme dos delitos. Ele defende a aplicação de penas alternativas e a criação de um sistema de controle de atividades desenvolvidas que dificulte a organização do crime.
Pulso firme. A receita de Quércia.
P
ulso firme. Essa é a receita do candidato a governador Orestes Quércia (PMDB) para combater o crime organizado. O peemedebista vai extingüir a Secretaria de Assuntos Penitenciários (SAP) e criar um esquadrão especial para acabar com as rebeliões. Com a extinção da SAP, a Secretaria de Segurança vai cuidar dos presos.
Quércia quer trabalhar em conjunto com o governo federal para combater o narcotráfico. Como medida de prevenção, o candidato vai criar a Secretaria da Criança e do Adolescente. A idéia é separar o menor carente do infrator.
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Apolinário quer separar presos
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mplantar um efetivo para separar os presos por grau de periculosidade e incentivar o trabalho nos presídios. Essas são as propostas do candidato a governador Carlos Apolinário (PDT) para reduzir a violência nas ruas e no sistema
Tânia Rego/Luz/Arquivo
Milton Mansilha/Luz
Polícia inteligente, quer Serra
João Vieira/A Tribuna/AE
SEGURANÇA "COMPLEMENTAR" prisional. O pedetista se propõe a trabalhar em parceria com o Poder Judiciário e o Ministério Público (MP).
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SOCORRO! O computador pifou Pequenos estabelecimentos também contam com ajuda especializada para resolver emergências
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anter os equipamentos de informática é fun damen tal para o bom gerenciamento de uma loja. O mercado brasileiro ganhou nos últimos anos uma série de empresas que fazem manutenção de computadores. É o caso da Plug Manutenção, uma das líderes no mercado, com mais de 10 anos de atuação no segmento de manutenção de equipamentos de informática. Segundo Denise Ferreira, gerente de Negócios da Plug Manutenção, a empresa presta atendimento para todos os equipamentos de informática: microcomputadores, impressoras, notebooks, monitores.
estabilizadores, aparelhos de fax e no breaks de pequeno porte. Além disso, a empresa faz o up grade (atualização) em micros que necessitarem de uma otimização física. Os atendimentos podem ser realizados pelos chamados técnicos avulsos ou por contrato de manutenção mensal, e feitos tanto em laboratório próprio quanto no estabelecimento do cliente, que também tem à sua disposição o serviço de Suporte Telefônico e Suporte OnLine. Prevenção – Os contratos de manutenção, segundo Denise Ferreira, despertam um grande interesse nas empresas, pelo fato da segurança de contar com solução rápida e eficaz quando se trata de equipa-
mentos de informática com defeito. Nos chamados avulsos, existe uma procura balanceada entre os diversos equipamentos para os quais a Plug dá manutenção “Por se tratar de uma prestação de serviços em equipamentos com defeito, consideramos todos os serviços prestados de grande importância. Porém, ressaltamos que a manutenção preventiva e corretiva é fundamental para prolongar o tempo de vida útil dos equipamentos”, afirma Denise Ferreira. A gerente da Plug recomenda ainda a todos os usuários de informática que utilizam essa ferramenta para um fim corporativo que tomem alguns cui-
dados específicos, evitando assim transtornos indesejados. São eles: Navegação de internet segura – Evitar visitas a páginas de conteúdo hacker ou conteúdo impróprio, excluir e-mails com arquivos anexos suspeitos e instalar um filtro de internet (Firewall), diminuindo riscos de invasão. Antivírus – Instalar antivírus em todos os equipamentos utilizados na empresa, e atualizar constantemente a vacina desse antivírus. Anti-spyware – Instalar anti-spyware em todos os equipamentos da empresa, além de fazer a rotina de verificação periódica de trojans e vírus. Telefone da Plug : (11) 2137-1320
Consultoria gratuita e preços baixos
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computador parou de funcionar. A impressora não imprime. Que sistema operacional é o mais adequado: Windows, Mac OS ou Linux? Em geral, o pequeno comerciante não sabe a quem recorrer quando esse tipo de problema surge em seu cotidiano. Boa parte das empresas prestadoras de serviços de informática atende a uma clientela de grande porte, que utiliza sistemas sofisticados para gerenciar os negócios, e seus preços são muito altos para os estabelecimentos menores. É a esse tipo de público que Norberto Hipólito da Silva,
da NHS –Sistemas e Serviços– atende há quase 15 anos, funcionando como consultor e prestador de serviços. Ele é especialista em sistema operacional, implantação de redes e conexão com internet, nas plataformas para PC, MaCinstosh e Linux. Faz também manutenção de hardware e software, impressoras, monitores e acessórios em geral. " Para se informatizar, o pequeno empresário precisa definir suas necessidades. Nesse caso, faço primeiro uma consultoria. A visita é gratuita e busca dimensionar a necessidade de equipamentos e soluções. Só
então faço um orçamento prévio", conta. O procedimento é semelhante quando a solicitação é para verificar algum defeito. Norberto sabe que seu público deseja uma solução de informática com custo relativamente baixo, e procura aproveitar ao máximo os recursos existentes. "Se o cliente tem dois PCs e só um está conectado à Internet, ponho os dois para "conversar", maximizando os benefícios, exemplifica. Segundo ele, o brasileiro gosta de tecnologia, mas não sabe usá-la e muitas vezes gasta mais do que o necessário com equipamentos
e ferramentas que nem sempre são as mais adequadas às suas atividades. O técnico ressalta que 80% dos problemas devem-se à falta de atenção dos usuários. Vírus é a ocorrência mais comum em quem usa o Windows. A cobrança dos serviços prestados (sempre com orçamento prévio) varia. Se se trata de um usuário ocasional, o convencional é o pagamento por hora trabalhada. Mas também há quem prefira um contrato anual de manutenção de um determinado número horas. Telefones da NHS: 5062.5706 ou 7144.5454.
ESPECIAL - 7
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TÁ LIMPO!
Terceirização da limpeza em alta A principal vantagem desse tipo de serviço para o pequeno empresário é que ele pode dedicar-se à sua atividade principal, sem preocupação com funcionários
O
setor de serviços de manutenção e limpeza está em pleno crescimento no País, e conta atualmente com 13 mil empresas, divididas entre prestadoras de serviço (11 mil), fornecedoras de produtos químicos, distribuidores e importadores de produtos, equipamentos e acessórios ou máquinas para o segmento. São 3.190 prestadoras de serviços instaladas só no Estado de São Paulo, de acordo com o presidente da Abralimp – Associação Brasileira do Mercado Institucional de Limpeza, João Gustavo Haenel Filho. O mercado paulista representa 29% do total nacional. Em 2005, o setor movimentou US$ 4 bilhões, sendo US$ 1,3 bilhão referente apenas ao mercado paulista. Na maioria, são empresas de pequeno ou médio portes. Segundo Haenel, 75% delas têm menos de 20 funcionários. Ele ressalta o grande potencial de crescimento da atividade, uma vez que, embora presente no cenário nacional desde a década de 50, o setor teve desenvolvimento mais acelerado a partir da década de 80. Para este ano, a Abralimp espera um crescimento de 4% a 5% do faturamento em relação a 2005. "Na média, o segmento de produtos químicos, máquinas e acessórios tem crescido entre 2% e 3% ao ano, acompanhando o PIB". Principais clientes – Uma recente pesquisa encomendada pela Federação Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços de Limpeza e Conservação (Febrac) à consultoria especializada Top Marketing Consultores aponta que atualmente cerca de 40% a 50% do mercado de limpeza institucional no setor privado está terceirizado, especialmente nas grandes empresas e indústrias, bancos, condomínios comerciais, grandes escritórios, supermercados e shopping centers. O presidente da Abralimp ressalta que nos últimos anos cresceram muito os serviços direcionados para instituições de ensino, hotéis e hospitais. "Entendemos que esse tipo de serviço começa a ser interessante também para o comércio varejista de médio e pequeno portes, uma vez que esses estabelecimentos, em geral, necessitam da atenção total do proprietário, e a terceirização permite que eles se voltem para sua atividade principal e não acessória, auxiliando também no controle de despesas". Haenel lembra que, utilizando esse sistema, tampouco o comerciante precisa se preocupar com férias de funcionários, demissão ou gravidez, bem como outros problemas relacionados com pessoal efetivo. Para os pequenos varejistas, o presidente da Abralimp sugere o sistema part time, em que é possível contratar empresas por períodos pequenos de tempo e dias alternados. Treinamento – João Gustavo Haenel destaca ser muito comum que empresas de pequeno porte, ou de determinados segmentos, como o hospitalar ou de ensino, prefiram ter seu corpo próprio de funcionários. "Para esses casos, a Abra-
Corbis
Curiosidades na lixeira
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ocê sabia que cada pessoa produz, diariamente, em média, 1,2kg de lixo? No Brasil inteiro são produzidas, por dia, cerca de 100 mil toneladas, mas menos de 5% do lixo urbano é reciclado. Enquanto isso, nos Estados Unidos e em países da Europa esse índice atinge 40%. Reciclagem - De tudo que é jogado diariamente no lixo, pelo menos 35% poderiam ser reciclados ou reutilizados, e outros 35% poderiam ser transformados em adubo orgânico. Papel - Para se fazer uma tonelada de papel são derrubados 20 eucaliptos, que demoram aproximadamente sete anos para crescer. Pilha - Uma única pilha atirada no solo contamina-o por 50 anos. Rei da resistência - Para se decompor, o papel leva em média 3 meses. Uma ponta de cigarro demora de 1 a 2 anos. Uma lata leva 5 anos e um saco plástico, 30 a 40 anos. Muito mais tempo leva uma simples latinha de cerveja, 200 anos, ou uma fralda descartável, 600 anos. O rei da resistência é o vidro, que precisa de mais de 4 mil anos para entrar em decomposição. Marcelo Min/AFG
João Gustavo Haenel Filho, presidente da Abralimp: setor deve crescer entre 4% e 5% este ano
limp também funciona como auxiliar, pois além de desenvolvermos o mercado, pretendemos também educar para a necessidade da assepsia e conservação feitas de maneira correta e de modo a não agredir o meio ambiente". Para isso, a entidade conta com uma escola, a Uniabralimp, que funciona nas dependências da Abralimp, no bairro de Pinheiros, e que atende tanto as empresas associadas como não-associadas. "O empresário pode enviar um ou mais funcionários para freqüentar os módulos que lhe interessem, de forma compatível com suas necessidades. São módulos de 8 horas cada um,
que abrangem desde técnicas de limpeza até higienização hospitalar". Com esses cursos mensais, e que podem também ser ministrados in company, para empresas maiores, há uma melhoria na qualidade de higienização e economia de custo, proporcionada pelo uso adequado dos produtos e sua mistura em doses corretas. Outro produto educativo da Abralimp é o Manual de Processos de Limpeza, um CD em mídia eletrônica que traz uma série de informações sobre como utilizar produtos e equipamentos e os procedimentos passo a passo para a limpeza, criando uma "normatização" do processo. Por exemplo, na
hora de limpar um banheiro, as cores dos baldes são fundamentais. Enquanto o azul deve ser utilizado para conter a solução, ficando sempre isento de qualquer tipo de contaminação, o vermelho destina-se à água de enxaguar. Ensina a limpar de carpetes a um centro cirúrgico. Também aponta os tipos de vassoura a serem usadas, ou a utilização de pás de lixo ergonômicas para a retirada de detritos. O manual, ao custo de R$ 60,00, pode ser adquirido na Abralimp. Endereço: Abralimp e Uniabralimp: Rua Henrique Monteiro, 234, Pinheiros Telefone: 3816.4877 Site: www.abralimp.org.br
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8 -.ESPECIAL
NÚMEROS DA LIMPEZA Cerca de 60% do mercado de limpeza é voltado hoje para o setor público, onde há o maior nível de terceirização: de 80 a 90%, segundo dados da Higipress.
LOGÍSTICA DA LIMPEZA Qualidade e idoneidade são essenciais na hora de escolher a distribuidora Entrega eficaz é uma das preocupações da Ideal, que comercializa mais de 1.200 itens no segmento de limpeza, desde papel toalha e produtos químicos até equipamentos, como lavadoras e aspiradores.
Q
uem não pretende terceirizar o serviço de limpeza, mas quer comprar produtos e equipamentos profissionais de boa procedência, pode recorrer a uma distribuidora. É importante escolher uma empresa idônea, que trabalhe com artigos de qualidade. Em geral, as distribuidoras trabalham com uma quantidade considerável de produtos, como a Ideal Sistemas de Higiene , que comercializa mais de 1.200 itens, desde sistemas sanitários (dispensers para sabonete, papel toalha, papel higiênico, protetor sanitário, sabonete anti-sépticos, álcool
quinta-feira, 14 de setembro de 2006
gel e desengraxantes para indústrias) até a linha de tratamento de piso, bem como produtos químicos (multiuso, detergentes, desinfetantes) e equipamentos (lavadoras, aspiradores, enceradeiras). A ideal atende tanto o mercado institucional (shoppings, indústrias alimentícias, hospitais, clínicas, universidades, órgãos públicos) como escritórios de modo geral, sejam de pequeno ou grande porte. "Trabalhamos com grandes marcas, como a 3M, Tomki-Rubbermaid, Zanatta, Dixie, Wap e marca própria na linha de papéis sanitários. Isso tudo dentro de uma política de qualidade e missão definidas", afirma Maurício
Fiathoski, gerente de marketing da empresa . A política de qualidade consiste num sistema de logística e de infra-estrutura para garantir a qualidade do produto e sua entrega de forma eficaz. Como parte de sua missão, a Ideal fornece produtos com consultoria
técnica, passando conhecimentos ao cliente sobre os produtos, sistemas e equipamentos que comercializa. Antes de realizar a venda, um consultor da Ideal visita o local para orientar o cliente sobre o melhor produto e equipamento para o seu
estabelecimento, sem custo adicional. "Treinamos o cliente para utilizar melhor os produtos, com maior resultado em termos de custo/benefício e maior agilidade na limpeza, além de evitar doenças do trabalho como a LER (Lesão por Esforço Repetitivo)", diz Fiathoski. Responsabilidade – A preocupação com o meio ambiente é uma característica da empresa. Em julho, por exemplo, a Ideal esteve presente na feira de Tecnologia de São José dos Campos, onde disponibilizou banners no pavilhão e distribuiu gratuitamente aos expositores kits contendo sacos de lixo nas cores da coleta seletiva de lixo ( azul para papéis, vermelho para plásticos, verde para vidros, amarelo para metais e preto para lixo em geral). Aproximadamente meia tonelada de sacos de lixo foi recolhida. Os expositores foram orientados a fazer a separação do lixo no estande, que foram embalados nas respectivas cores de cada lixo.
Depois, foram coletados pela prefeitura de São José dos Campos. O lixo reciclável foi doado a Associação Futura de São José dos Campos (associação dos catadores de lixo da cidade). Com essa ação, a Ideal objetivava conscientizar as empresas e indústrias participantes do evento a terem respeito pelo meio ambiente e, ao mesmo tempo, fazer uma ação social. O projeto foi idealizado pela Ideal e o Departamento de Desenvolvimento Social da Prefeitura de São José dos Campos. "Foi uma idéia simples para uma ação ambiental que deu certo", diz Maurício Fiathoski. "Esse tipo de iniciativa é um um diferencial. Hoje, muitas empresas buscam em seus fornecedores ideais convergentes. Não é só uma relação comercial: elas estão preocupadas em encontrar fornecedores que estejam envolvidos com o mesmo tipo de trabalho", diz Fiathoski. Conheça mais sobre a Ideal no site da empresa: www.collective.com.br/ideal
Marcelo Min/AFG
Carrinho de mop, um dos produtos comercializados pela empresa e de grande aceitação
Um dos itens da linha de artigos de higiene: o dispenser para papel-toalha
Show-room com rodo: a Ideal fornece cerca de 1.200 itens para vários segmentos de mercado
Mauricio Fiathoski, da Ideal Sistemas de Higiene: treinamento e informação sobre os produtos aos clientes
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 14 de setembro de 2006 Marcelo Min/AFG
Ernesto Brezzi, diretor da Top Clean, empresa que há 14 anos trabalha com limpeza e conservação, jardinagem, portaria e serviços de apoio
PACOTES CERTIFICADOS As empresas multisserviços Mão-de-obra, produtos adequados, equipamentos e supervisão. Tudo para quem quer comodidade.
H
á 15 anos presente no mercado brasileiro, a Maxi Service, empresa paulistana com 1.200 funcionários, atende 150 clientes da iniciativa privada. A empresa oferece serviços básicos ligados à limpeza e à conservação, além de controle de acesso, como porteiros, recepcionistas e telefonistas. Pedro Salla Ramos Filho, diretor da Maxi Service e da Abralimp, entidade que representa o setor, afirma que o nível de qualidade do serviço é determinado pelo cliente, mas o ideal é que a decisão seja compartilhada com a empresa que está prestando o serviço. A procura maior, segundo Salla, é por higienização de banheiros e combate a bactérias. O tratamento de piso também tem boa procura, até porque, quanto mais impermeável, mais fácil será sua conservação. "A manipulação dos produtos é profissional, dentro de um processo bastante técnico" (veja mais sobre a empresa em www.maxiservice.com.br). Compartilhamento – Em grandes espaços, como no caso dos shopping centers, a limpeza pesada é realizada durante a noite. De dia, é feita apenas a manutenção. Mas para estabelecimentos de pequeno porte, Salla sugere que os comerciantes compartilhem a contratação do serviço. "Se este for contratado por várias lojas, os custos serão reduzidos". A empresa oferece um
pacote completo aos clientes, que inclui mão-de-obra qualificada, produtos adequados, equipamentos, acessórios e supervisão. De acordo com o empresário, a maioria das empresas do setor possui certificação ISO 9000, o que significa que obedecem a normas de uso de produtos, legislação trabalhista etc. Vantagens – "Para o lojista, o mais complexo em ter funcionários próprios é a questão trabalhista. A terceirização traz a legalidade e a profissionalização. O treinamento específico contribui para reduzir sensivelmente os riscos de danificar um piso", exemplifica. Outra vantagem apontada por Salla com relação à contratação do serviço de limpeza acontece no caso de ocorrência de enchentes ou na realização de obras no estabelecimento. "A prestadora pode deslocar rapidamente um contingente maior de pessoas para o serviço extra. Sem a preocupação com a questão da limpeza, o lojista está livre para atender bem aos seus clientes e focar os esforços no seu negócio", acrescenta. Na avaliação de Salla, o segmento de limpeza no Brasil está evoluindo em ritmo acelerado, mas ainda existe um longo caminho para percorrer na área química e de equipamentos. Na parte dos acessórios, o processo está bem avançado. Já no
segmento de máquinas de grande porte, sua fabricação começa a ser nacionalizada. Custos – Os custos de contratação de uma prestadora de serviços de limpeza variam, porque dependem do tipo de pedido feito. Segundo Salla, o correto é trabalhar por metro quadrado e avaliar qual a produtividade média por funcionário/dia, que varia de 150 até 1.300 metros quadrados – envolvendo ainda o tipo de piso, o nível de obstrução imobiliário, população flutuante, região geográfica e clima. "Isso tudo influencia na produtividade do funcionário. Quando se trata de limpeza, fala-se em processo, ou seja, quantos serão necessários para fazer o trabalho." Multisserviços – Salla lembra ainda que a maioria das prestadoras oferece multisserviços, como eletricidade, hidráulica, manutenção de áreas verdes, envolvendo conservação de minas d’água, mata ciliar, com fiscalização do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos naturais Renováveis (Ibama). Isso porque o tomador exigiu esse serviço e o mercado foi se adaptando às novas necessidades. "Para o lojista, é importante, antes de contratar os serviços de qualquer empresa, verificar se ela está adequada às normas e à legislação vigente, porque o tomador do serviço também tem responsabilidade legal.
Além disso, é interessante saber se ela usa produtos ecologicamente corretos e se tem uma política clara e efetiva de responsabilidade social", pondera. Top Clean – Um exemplo de empresa multisserviços é a Top Clean, que há 14 anos trabalha no segmento de Limpeza e Conservação, Jardinagem, Portaria e Serviços de Apoio (recepcionista, copeira, telefonista). Ernesto Brezzi, diretor da empresa, conta que a atuação desta se dá nos segmentos de Varejo, Industrial e Ensino. "Entretanto, o segmento de limpeza e conservação compõe 80% de nossa atividade, sendo o restante serviços de apoio e pós-obra." A prestadora também oferece serviços de jardinagem, possuindo profissionais qualificados para essa atividade, como engenheiro-agrônomo e paisagista. "Existe uma demanda para esse tipo de serviço, que funciona como um complemento do processo de limpeza", informa Brezzi. Com relação à política de preços, há uma grande variação porque, segundo ele, existem vários fatores que definem a composição do custo, entre os quais a área total a ser limpa, a freqüência de atividades, os investimento em equipamentos e outros. Para conhecer melhor os produtos da empresa, visite http://www.topcleannet com.br/
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Nacional Empresas Empreendedores Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 14 de setembro de 2006
Wanderley Nunes tem hoje quatro salões, e o próximo será aberto em Brasília.
O W IGUATEMI TEM 2 MIL METROS QUADRADOS
O cabeleireiro "queridinho" das celebridades
Fotos; Paulo Pampolin/Hype
Wanderley Nunes tem a tarefa de tornar ainda mais bonitas as beldades do cenário fashion, além de celebridades nacionais e internacionais. Mas o talento para os negócios determinou o sucesso do cabeleireiro mais disputado do País.
É LETREIRO
O
nome de Wanderley Nunes, na verdade, é grafado com a letra V. "Meu nome é com V, mas achei que com W ficaria mais chique, daria um ar mais sofisticado", diz o empreendedor.
SEGREDO
P
ara Wanderley Nunes, acreditar no potencial das pessoas faz parte do segredo do sucesso. Ter ambição também ajuda. "Eu só quero gente que deseje crescer ao meu lado. Um assistente meu que não queira ser cabeleireiro não me interessa", diz. Controlar a vaidade é fundamental. "A vaidade deixa as pessoas maldosas. E num lugar onde há excesso de vaidade acontecem coisas ruins." Nunes ainda dá outra lição: "jamais se sinta auto-suficiente porque você não cresce".
A
difícil não se impres- o corte." Do salão do amigo s i o n a r c o m o W pernambucano, Nunes foi paIguatemi, no nono ra Santos. "Foi lá que percebi andar do shopping que tinha jeito para a coisa." center mais badalaVoltou para São Paulo com do do País. Ocupan- quase 18 anos para trabalhar em do quase 2 mil me- um salão no Shopping Ibirapuetros quadrados, o sa- ra. Atendia tanta gente que, em lão de beleza tem pé- três meses, conseguiu comprar direito duplo, proje- seu primeiro carro, um Chevetto arquitetônico as- te branco. Mas perdeu o empresinado por Arthur de Mattos go porque esqueceu de usar um Casa e uma vista que não tem cinto, exigência do patrão. preço. Por trás de todo o luxo Concurso do ambiente com piso de maFoi para o Rio de Janeiro cordeira, lavatório com chaises- tar cabelo com um cabeleireiro longues (lava-se o cabelo dei- chamado Souza. Um dia, entada!), teto sustentado por gi- cheram seu armário de coisas gantescas vigas metálicas que roubadas. A lembrança, até formam a letra W, está Wan- hoje, emociona Nunes. "Fui derley Nunes, um paranaen- acusado de ladrão!" Voltou pase que começou a trabalhar ra São Paulo para trabalhar no com sete anos porque queria Snob's, onde conheceu a futura "comprar doce e figurinha, mulher, Cida, mãe de seus dois mas não tinha dinheiro". filhos. Depois, arrumou emO pai sempre foi barbeiro. prego no Ringo, salão que ainCom oito irmãos em casa, não da funciona no Iguatemi. "Fui sobrava espaço para Nunes, para o Rio participar de um que, com quatro anos, dormia concurso com o Lazinho (dono no sofá de espera da barbearia. de outro salão, o Lazinho's) e, Aos sete, propôs a uma tia uma quando voltei, me mandaram parceria: ela faria coxinhas, ele embora como um cachorro. as venderia. A tia pagava ao Vinte e dois anos atrás, eu saí sobrinho 10% do valor de cada escurraçado daqui. Mas voltei salgado vendipara um espaço do. "A gente code 2 mil metros locava as coxiquadrados." nhas em uma Passou um cesta de palha tempo no Lazicom guardananho's antes de po branco. Tudo a b r i r s e u p r imuito limpinho, meiro salão, em um cheiro gostofrente ao Shopso, uma pimenping Eldorado. tinha", lembrou O fiador foi o Nunes enquanp ró p r i o L a z ito cuidava do canho. "Ninguém belo de Claudia mais aceitou." da Rocha Cruz. Nunes conta A advogada até hoje com disse ao marido Letra W sustenta o teto uma de suas que queria corfuncionárias tar as madeixas com alguém mais antigas, Marta Lima, com famoso. E quem mais famoso ele desde aquela época. "A que o cabeleireiro da übermo- gente saía do salão à meia-noidel Gisele Bündchen e da pri- te", diz. "Meia-noite era cedo", meira-dama, Marisa Letícia ela ri. "A Marta varria o salão, Lula da Silva? Por R$ 300 (só o cuidava do caixa, fazia tudo", corte), mais R$ 15 do xampu, lembra o cabeleireiro. Claudia saiu do Studio W com Depois de três anos, Nunes um novo visual. comprou à vista o imóvel que Engraxate havia alugado. "Resolvi, enCom dez anos, a família de tão, ser cabeleireiro de gente Nunes veio morar na Vila Gus- famosa." A lógica foi simples. tavo, na cidade de São Paulo. "Eles (os famosos) estão todo "A casa era praticamente um dia na TV usando o meu corte barraco." O menino decidiu fa- de cabelo. Quer cartão de visita zer carreto na feira, além de melhor que esse?" Não demovender as pipas que ele mesmo rou muito e o Iguatemi oferemontava. Aos 12, começou a ceu um espaço no térreo, batiengraxar sapatos no salão que zado de Studio W. o pai, hoje com 91 anos, tinha Quando a Daslu ainda penem Moema, na zona sul da ca- sava em se mudar para o gipital paulista. Nos fins de se- gantesco terreno ao lado, na mana, ia à casa dos clientes pa- Marginal Pinheiros, Nunes foi ra também lavar carros. chamado para transferir para Com 15, foi trabalhar na em- lá o seu salão-matriz. O Iguatepresa que ele considera a me- mi, no entanto, para não perlhor ("sem contar as minhas"): a dê-lo, ofereceu o nono andar, Associação Comercial de São que ele divide apenas com a Paulo – Distrital Sudeste. Até administração do shopping. hoje, lembra o nome do chefe, o Já cortou o cabelo de todos os diretor-superintendente Wil- seus ídolos, diz. O único que fison Abujamra. De lá, saiu para cou de fora dessa lista foi o canfazer um curso de cabeleireiro. tor Bono, da banda U2, que, no Depois de cortar os cabelos entanto, cortou o cabelo de Nudas mães de amigos e perceber nes. Hoje, o cabeleireiro tem saque não estava ganhando mui- lão também nos shoppings to dinheiro com isso, Nunes Anália Franco e Pátio Higienóaceitou a sugestão do pai e foi polis e em Campinas. O próxitrabalhar no salão de um ami- mo passo é abrir um espaço em go, o Batista. Após um mês, Ba- Brasília. A rotina de trabalho é a tista foi visitar a família em mesma de quando atendia no Pernambuco e deixou o salão salão do pernambucano Batispara Nunes cuidar. "Quando ta: cerca de 40 clientes por dia ele voltou de viagem, a maio- passam por suas mãos. ria dos clientes queria 'acertar' Kety Shapazian
PEDRA inveja é o maior obstáculo, na opinião de Wanderley Nunes, que não esquece o quanto sofreu com o sentimento negativo em certos salões. Lembra de alguns com rancor, dando nome aos bois. "Aquela turma de invejosos", diz de antigos colegas de trabalho. A inveja, porém, serviu para mostrar que estava na hora de montar o próprio negócio. "Não podia continuar a trabalhar num lugar em que todo mundo queria ser como eu."
EMPREENDEDORES Wanderley Nunes mantém até hoje a rotina do início da carreira e atende 40 pessoas por dia Divulgação
O cabeleireiro com a modelo Cássia Ávila
Bono, do U2: corte de cabelo inesquecível
A advogada Cláudia da Rocha Cruz fez questão de mimos e de cortar o cabelo com alguém famoso: escolheu Wanderley Nunes.
CABECEIRA
Para quem quer negociar nos EUA V erdades incômodas. Essa é uma das definições para os artigos de Paul Krugman, colunista do The New York Times, sobre a administração de George W. Bush. Os textos publicados no diário norteamericano foram reunidos em A Desintegração Americana – EUA perdem o rumo no século XXI, best seller nos Estados Unidos e lançado no Brasil pela Editora Record. Krugman é um dos críticos mais mordazes dos rumos da política e da economia dos EUA. Em seus artigos, o colunista questiona como foi que uma
nação tão rica e próspera começou a declinar neste início de século. Ele relata como o governo Bush foi transformado em sinônimo de colapso de responsabilidade fiscal, escândalos corporativos e pessimismo. E faz o leitor perguntar: afinal, o que deu errado? Leitura importante para quem se interessa pela economia dos EUA e negocia com empresas daquele país. Para o colunista, "com alguma sorte, o leitor achará um desses artigos incômodos. Se uma coluna não chega a incomodar um grande número de pessoas,
seu autor desperdiçou espaço", reforça Krugman, que já escreveu mais de 20 livros e 200 ensaios sobre economia.
Dora Carvalho
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Ricardo Padue/AFG
QUÍMICA EM AÇÃO Hora dos produtos concentrados Fabricantes de produtos químicos: tecnologia, mas com responsabilidade social
O
desempenho do mercado de produtos químicos para o segmento de limpeza e conservação estabilizou-se nos últimos quatro anos. Uma das razões é que no prazo de dez anos, diz Mauro de Oliveira, diretor comercial da Signa Industrial, surgiram pelo menos 20 novos fabricantes de produtos, o que dividiu o mercado. O diretor da Signa destaca que o mercado de produtos químicos voltados ao segmento de limpeza ainda é novo no Brasil. A empresa atende ao mercado institucional, como as prestadoras de serviços, as redes de supermercado (para o tratamento de pisos, por exemplo), shopping centers, hospitais, universidades, indústrias
e clubes. Em escala mais reduzida, constam alguns órgãos públicos. Produtos econômicos – O foco principal da Signa é o tratamento de pisos. A empresa fabrica todos os produtos necessários para limpeza de pisos, além de perfumadores de ambientes e detergentes. De acordo com Mauro de Oliveira, o que vem ganhando espaço no mercado, nos últimos anos, é o segmento de produtos altamente concentrados, que suportam grandes diluições de água, o que reduz significativamente o custo final. "Para o cliente, esses produtos têm custo/benefício fantástico", constata. O crescimento anual desse mercado está entre 5% e 6%, desempenho que ele considera
baixo. Isso porque, avalia Oliveira, "a economia brasileira não está aquecida e a indústria sofre nesse momento". A Signa trabalhava no início deste ano com crescimento de 22%, mas até agora está longe dessa estimativa, por volta de 6% e 7%. "Temos uma estrutura pronta, com desenvolvimento de novos produtos, para suportar crescimento superior a 22%. Mas a economia ainda não melhorou, a carga tributária é pesada, há muitos impostos. Isso tudo atrapalha", argumenta. Oliveira, contudo, é otimista em relação ao mercado. "E com um pouco de apoio do governo, seria um pouco mais fácil", comenta. "Quando há volume maior de vendas, o uso de produtos químicos acaba puxando, também a linha de acessórios e equipamentos." A Signa está há 19 anos no mercado e tem certificação ISO 9000. A empresa acredita na responsabilidade social. Por isso, participa de projetos da Abrinq , contribuindo com o Instituto São Francisco Xavier, que presta assistência ao men o r. Ve j a o s i t e d a S i g n a : www.signa.com.br
Mauro de Oliveira, diretor da Signa Industrial: forte concorrência mantém o mercado estabilizado
No burburinho das feiras de negócios, banheiro vira um oásis A Jani-King aproveitou nicho ainda inexplorado para lançar um novo serviço Divulgação
D
entro do sistema de franchising são poucas as redes que atuam no setor de limpeza. Uma delas é a Jani- King, empresa especializada em limpeza comercial e serviços de conservação. A rede norteamericana, fundada na década de 60, chegou ao Brasil em. 1991. Tem 80 franqueados no País, que atendem 1200 clientes em 13 Estados, e atua nos segmentos de condomínios, escolas e escritórios, serviços de dedetização e outros. Oferece serviços de limpeza e conservação de ambientes, pós-obra, fachadas, limpeza pós-sinistro, polimento de mármore e granito e impermeabilização de pisos, além de serviços de apoio como copa, recepção e portaria. Na última Higiexpo, em agosto, a rede lançou uma solução para o setor de eventos. O Projeto Vitrine nasceu a partir de um problema nas feiras de negócios: a limpeza dos banheiros. “Como a cir-
Além do serviço de higienização, flores tornam ambiente agradável
culação de público é grande nesses eventos, é uma dura tarefa manter os sanitários higienizados. Desenvolvemos um pacote que garante serviços de qualidade e atendimento em tempo real”, diz o diretor da rede, Tomas Crhak. Além da limpeza, alguns detalhes – como flores, perfume no ambiente e profissionais bem treinados – valorizam o
evento e fazem diferença para os visitantes. Ele está confiante no novo nicho de mercado, porque o Brasil é o 14 º no ranking de países que realizam eventos internacionais, e o único da América Latina que está entre os 20 maiores receptores desse tipo de atividade. “Como o número de feiras internacionais e nacionais, congressos e
encontros têm crescido vertiginosamente por todo o Brasil, nosso potencial de negócios também é promissor”. Residências e escolas – Segundo o diretor da Jani King, o mercado de serviços de limpeza como um todo aumenta a cada ano. Ele acredita que um novo nicho , no qual a empresa está investindo, e que deve ser consolidado, é a a t u a ç ã o e m re s i d ê n c i a s , atualmente um mercado ainda virgem. Outro setor que é foco de atenção da rede são as escolas. Pesquisas recentes da rede mostram que de 2004 para 2005 houve um acréscimo de mais de 200 mil estudantes matriculados em escolas particulares de todo o país. São colégios de ensino básico, infantil, médio, superior e específicos, como escolas de idiomas, que ainda não terceirizam os serviços de limpeza e devem optar pelo sistema para otimizar suas operações. Ele ressalta que a limpeza nas escolas é mais do que uma questão estética, é uma questão de bem-estar e exige atenção e utilização de produtos específicos. Conheça o perfil da empresa em www.janiking.com.br.
Ano 81 - Nº 22.212
São Paulo, quinta-feira, 14 de setembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h55
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
Governo reza pela im própria cartilha E o Tribunal de Contas dá prazo de 15 dias para o governo se defender Sérgio Lima/Folha Imagem
Polícia na marcação de Palocci Célio Messsias/AE
É a mesma cartilha, com superfaturamento, serviços não executados, confusão entre governo e PT, R$ 12 milhões de prejuízos, e até os mesmos personagens, o ex-ministro Gushiken e as agências de Duda Mendonça e de um amigo de Lula, Paulo de Tarso Santos. O TCU decidiu por unanimidade abrir uma investigação especial. Pág.3
Candidato a deputado federal, o sorridente ex-ministro (foto) pede votos e não rebate acusações que levarão a Polícia Civil a pedir que ele seja indiciado por lavagem de dinheiro e peculato, entre outros crimes. Pág. 8
O ministro e relator Ubiratan Aguiar, em pé, e o ministro Vilaça (dir.): o TCU quer esclarecer o mistério da impressão e distribuição de 5 milhões de cartilhas (ao alto) sobre o governo
Divulgação
Luiz Prado/LUZ
Paz num santuário baiano Praia do Forte (foto), bela e fiel ao espírito dos pescadores.
Boa Viagem
Bem perto de assassino do coronel Delegados dizem que já há provas contundentes para esclarecer a morte do coronel Ubiratan. C 2
ESPECIAL: CADERNO DE SERVIÇOS
Luz em busca do charme perdido Revitalização do bairro (na foto, o Parque da Luz) prevê a recuperação de drogados. C 1 Mohammed Jalil/EFE
SEGURANÇA LIMPEZA INFORMÁTICA MARKETING Mercado está aquecido por causa da crescente opção das empresas pela terceirização
Iraque sangra: 104 mortos em 24 h Explosões em Bagdá matam 39. Outros 65 corpos com sinais de tortura são encontrados. C 4 DC
HOJE Parcialmente nublado Máxima 34º C. Mínima 15º C.
AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 34º C. Mínima 16º C.
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Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 14 de setembro de 2006
1 O problema das drogas na Luz só será resolvido depois que essas pessoas se tratarem. Só a polícia não resolve. Andrea Matarazzo, secretário das Subprefeituras
Luz quer apagar estigma da Cracolândia Prefeitura anuncia nova estratégia para recuperar o bairro: dependentes de drogas serão abordados e convencidos a aceitar tratamento. Objetivo é recuperá-los. Leonardo Rodrigues/Hype
Rejane Tamoto
Em busca do charme perdido
U
m ano depois de a Prefeitura declarar a Cracolândia área de utilidade pública e anunciar um plano para sua revitalização, o bairro da Luz, no Centro da cidade, ainda luta para dissociar sua imagem do consumo de drogas e da criminalidade. Na manhã de ontem, começou a ser traçada uma nova estratégia para livrar o bairro desse estigma. O objetivo é convencer usuários de drogas a se tratarem contra dependência química na Unidade Básica de Saúde de Santa Cecília. O trabalho de abordagem será feito durante o dia por cinco agentes comunitários de saúde treinados pela Secretaria de Saúde. O custo do projeto ainda não foi calculado e a data de início do trabalho será definida até amanhã. "O diferencial é que não vamos apenas medicar as pessoas e, depois, devolvê-las às ruas. Queremos abordar o indivíduo, detectar se ele tem problemas de saúde mental e de dependência química. Vamos aproveitar esse momento de fragilidade para envolvê-lo a ponto de fazer com que se recupere e volte à sociedade", disse a secretária de Saúde do Município, Maria Cristina Cury. Participam desse esforço a Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras, Subprefeitura da Sé, Secretaria de Saúde, Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social e 3ª Delegacia de Polícia da Capital. Tratamento – As equipes envolvidas no projeto de saúde na região da Luz ficarão em um prédio da Prefeitura que será reformado na rua Mauá, que também abrigará uma base do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O trabalho de convencimento será feito por agentes comunitários de saúde (todos são ex-moradores de rua), junto com as equipes da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social. "A abordagem será firme e os agentes conquistarão os usuários de drogas falando a mesma linguagem deles. Os viciados que aceitarem, serão encaminhados ao tratamento", afirmou a secretária. Outra forma de levar os dependentes de drogas ao tratamento médico, segundo a secretária, será por meio dos policiais da 3ª Delegacia. Eles deixarão de simplesmente deter e soltar os usuários e passarão a encaminhá-los a unidades de saúde, onde passarão por exames e aconselhamento. Em casos graves, se a pessoa estiver em coma alcoólico, por exemplo, será levada ao Pronto Socorro da Barra Funda, onde também passará por abordagem, após o atendimento de emergência. Drogas – De acordo com dados da Subprefeitura da Sé, existem 100 adultos viciados em drogas na Cracolândia. "O problema das drogas na Luz só será resolvido depois que essas pessoas se tratarem. Só a polícia não resolve", disse o secretário Municipal de Coordenação das Subprefeituras e Subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo. Segundo ele, em 2005 existiam cerca de 170 crianças consumindo drogas nas ruas da Luz. "Hoje, são cerca de 16, após o trabalho desenvolvido pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social", disse. Segundo Matarazzo, o mesmo trabalho de convencimento e abordagem feito com as crianças será posto em prática com os adultos viciados. "Hoje, a polícia retira do usuário o principal, que é a droga, mas depois ele volta a consumir nas ruas. E isso atrai o tráfico de drogas a céu aberto, já que desmontamos o tráfico fixo", afirmou o secretário. A queda no número de usuários de drogas, registrada pela subprefeitura, no entanto, não foi percebida pelo comércio da Luz. Segundo o proprietário de uma loja de produtos para informática, Roberto Dias, que está há 27 anos na região, o uso de drogas nas imediações de seu estabelecimento, que fica na rua do Triunfo, ainda é freqüente. "Hoje (anteontem) a polícia fez uma megaoperação na região e, por isso, diminuiu o número de nóias (viciados). Mas isso não dura muito tempo, logo eles voltam", disse Roberto. Comércio – Além de conviver com os usuários de drogas, os comerciantes lamentam que outros pontos do plano de revitalização da Luz ainda estejam no papel. Um deles é a concessão de incentivos fiscais a empresários do setor de tecnologia que se instalarem na região. O lojista Nazareno Meschine, de 51 anos, se mudou para a rua dos Gusmões há cerca de um ano e meio, movido pela expectativa da revitalização. "Eu e outros lojistas investimos nas fachadas e esperamos uma contrapartida em impostos. Até agora não tive nenhum desconto", disse. Segundo o secretário Andrea Matarazzo, o Coluz – conselho que decidirá quantas empresas receberão isenção fiscal – foi criado no mês passado e na próxima semana deverá ocorrer a reunião de posse de todos os membros. "O Coluz avaliará se os projetos são viáveis, positivos e se são compatíveis com os objetivos da revitalização", afirmou o secretário. Desapropriações – Na quadra seguinte à loja de Nazareno, na rua dos Gusmões, há uma seqüência de fachadas degradadas e portas fechadas. "Está horrível. São comércios que fecharam ou viraram depósitos", reclamou o comerciante.
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Anexo do edifício Ramos de Azevedo, na região da Luz: em vez de documentos históricos, muitas pulgas Fotos de Luiz Prado/Luz
Blitz: policiais também deverão encaminhar dependentes de drogas a unidades de saúde do município
Nazareno Meschine: à espera de uma contrapartida
Roberto Dias: "Nóias" ainda continuam na região
No Parque da Luz, aquário subterrâneo continua fechado. Aos poucos, processo de restauração da área avança.
O trecho em questão faz parte da quadra 69 (ruas General Couto Magalhães, Mauá, dos Protestantes e dos Gusmões), onde a Prefeitura quer desapropriar imóveis para a construção das sedes da Subprefeitura da Sé, da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e da Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município de São P a u l o ( P r odam ). " P r e c i s amos retirar os imóveis deteriorados e abandonados para abrir espaço a empreen dim ent os residenciais e c o m e rc i a i s . Mas a rotina legal é comp l e x a e l o nga", afirmou Matarazzo. O principal entrave é que o processo de notificação dos proprietários dos imóveis que s e r ã o d e s apropriados
está na Justiça, já que os mesmos discordaram dos valores oferecidos pela administração. A previsão de Matarazzo é de que até o final da gestão do prefeito Gilberto Kassab, a Luz esteja completamente diferente. "A Luz estará revitalizada quando tiver um comércio estabelecido e estável como o que existe nas ruas Santa Ifigênia e José Paulino", afirmou.
ntre as regiões da Luz e do Bom Retiro outro processo de revitalização começará a ser visto, a partir do próximo mês. Trata-se da restauração de imóveis tombados pelo patrimônio histórico e artístico que, no século passado, foram símbolos do charme no Centro da cidade. Um dos projetos em fase final de restauro é o da galilé (alpendre) da Capela da Luz, no Museu de Arte Sacra. Em novembro deverão estar recuperados as arcadas em pedra, o portão metálico, o piso em tijoleira, o forro em porta de madeira e as paredes em taipa com pinturas decorativas. As obras, orçadas em R$ 146 mil, são de responsabilidade do município. Luz – Após a restauração do coreto 2 e do Ponto Chic (antiga casa de chá), será feita a recuperação do coretinho 1 e da Casa do Administrador, todos no Jardim da Luz. A partir de outubro, e até o final do ano, o coretinho 1 terá a cobertura trocada por chapas de cobre ornamentadas. "Embora o coreto 1 seja pequeno, tem importância histórica porque foi o primeiro construído no jardim", disse o diretor de Projetos e Intervenções Urbanas da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), Raul do Valle. A licitação para as obras está em fase adiantada e serão investidos cerca de R$ 50 mil no projeto, com recursos que a Emurb obteve por meio do prêmio urbanístico UrbAl (Urbanização da América Latina), pela Comissão das Comunidades Européias. Outro imóvel a ser restaurado no Jardim da Luz é a Casa do Administrador, com pintura desgastada, sem maçanetas e fechaduras na maioria das portas. Segundo Valle, a restauração total consumirá R$ 580 mil, que serão bancados pelo Ministério da Cultura (Minc), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Prefeitura. Após a restauração, os imóveis, hoje fechados, terão destinos culturais. Mais um ponto turístico do Jardim da Luz que também está fechado é o aquário subterrâneo, de onde é possível ver carpas ornamentais e o fundo de dois lagos. Os motivos é que um dos vidros está quebrado e também pelo mau uso por parte dos freqüentadores. Isso porque o Jardim da Luz também é um discreto ponto de prostituição, em plena luz do dia. Quem caminha por lá acompanhado, como o chef de cozinha Geraldo Alves de Souza, 44 anos, não se incomoda. "Venho sempre com a minha esposa e não tive problemas. É melhor me exercitar aqui do que nas ruas poluídas do Centro". Prédios – Além do Jardim da Luz, dois prédios históricos devem ser conservados. A partir de outubro, começa a restauração das quatro fachadas do Edifício Ramos de Azevedo. O prédio que hoje abriga os documentos do Arquivo Histórico tem parte de sua fachada descaracterizada, com remendos e sem algumas placas de concreto. Ao lado, em uma edificação chamada de anexo, a situação é mais dramática. Sem portas, janelas e com tijolos à vista, o imóvel está largado às pulgas, literalmente. O local abrigará parte do acervo do Arquivo Histórico. As obras devem terminar em seis meses e estão orçadas em R$ 1,45 milhão. Outro prédio que também começa a ser restaurado é o Edifício Paula Souza, onde hoje funciona a Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec), que terá a fachada refeita, a um custo de R$ 242,581 mil. As obras de ambos os prédios serão custeados pelo Minc e Bid. (RT)
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Compor tamento Ambiente Polícia Urbanismo
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 14 de setembro de 2006
Calça que namorada usava no dia do crime foi lavada antes de ser entregue para a Polícia.
CORONEL FOI MORTO COM A PRÓPRIA ARMA
Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem,
Clayton de Souza/AE
A advogada Carla Cepollina, quando deixava o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, às 21h06
Vicente Cascione, deputado e advogado da família do coronel: "Estamos perto de chegar ao assassino",
Polícia diz que está perto de assassino Delegado garante que existem provas contundentes para esclarecer o assassinato do coronel Ubiratan. Namorada negou ontem, de novo, participação no crime. Clayton de Souza/AE
Proteção à Pessoa (DHPP), no Centro da capital. Ela falou até por volta das 19h. Até as 21h , nenhum delegado havia dado detalhes do depoimento. Elevador – Ontem à noite, o Jornal Nacional, da TV Globo, exibiu imagens de Carla chegando a seu apartamento às 21h06 de sábado. Imagem refletida no elevador mostra a advogada no subsolo com uma bolsa e duas sacolas. Ela revira a bolsa, volta para o carro, aparece com um pacote e o coloca na bolsa. Na hora registrada, segundo a Polícia, o coronel já estava morto. Sigilo – O juiz Richard Chequini, do 1º Tribunal do Júri, ainda analisa pedido de quebra de sigilo de cerca de 15 telefones fixos e celulares pertencentes a pessoas que se relacionavam com coronel. Serão verificadas as ligações feitas por Carla, pela delegada federal Renata Azevedo dos Santos Madi, pela a advogada Liliana Prinzivalli, mãe de Carla, os telefones fixos e celulares da própria vítima, de um de seus filhos e do chefe de gabinete Eduardo Anastazi. Exoneração - O Diário Oficial do Estado de São Paulo publicou ontem a exoneração de Carla do gabinete do parlamentar na Assembléia. Segundo Eduardo Anastazi, a advogada foi empossada em 23 de agosto último, mas nunca trabalhou. Por esse motivo, Anastazi garantiu que ela não recebeu nenhum pagamento. Funcionários do gabinete, segundo a mesma reportagem do Jornal Nacional, disseram que o deputado reclamava muito de seu relacionamento com Carla, dizendo que ela era possessiva demais. Ele teria reclamado, inclusive, do comportamento no dia do crime. Roupas - A calça verde escu-
Um dos filhos de Ubiratan Guimarães, não identificado, chega ao DHPP para prestar depoimento Bruno Miranda/Folha Imagem
"Aqui se faz, aqui se paga": pixação em frente à casa do coronel
ra que Carla usava na noite do assassinato do coronel foi lavada antes de ser entregue à Polícia, o que não foi feito espontaneamente. O delegado Armando de Oliveira da Costa Filho, chefe da Divisão de Homicídios, afirmou que os investigadores tiveram de buscar as peças na casa da ad-
vogada. As roupas foram apreendidas porque Carla não se submeteu ao exame residuográfico, que permitiria confirmar se uma pessoa disparou uma arma de fogo. Apesar de a calça ter sido lavada, peritos do Instituto de Criminalística garantem que isso não deverá atrapalhar o
exame metalográfico (que busca vestígios de chumbo, lítio, enxofre e antimônio, entre outras substâncias), que não seriam removidas com uma simples lavagem. Bala – O advogado e deputado federal Vicente Cascione informou que Fabrício, um dos filhos do coronel Ubiratan, revelou em depoimento no DHPP que o revólver desaparecido de seu pai tinha munição especial. Ele teria levado à polícia um projétil disparado por essa arma. Segundo o advogado, ele é igual ao que matou o coronel. "Estamos perto de chegar ao assassino", disse Cascione. Fabrício e seus irmãos, Rodrigo e Diogo, chegaram por volta das 15h ao DHPP. De acordo com Cascione, a polícia já tem provas para apontar o autor do assassinato do coronel Ubiratan. Delegada – A delegada da Polícia Federal no Pará, Renata Santos Madi, voltou a negar
ontem qualquer envolvimento amoroso com o coronel. Ela disse que conhecia Ubiratan há seis anos porque os dois frequentavam um clube de tiro. Ela disse que conhecida pessoalmente a namorada dele. "Minha relação com o coronel era de amizade e com a namorada dele nunca tive nenhum desentendimento", afirmou Renata Madi, no Pará. Vicente Cascione, que também é advogado da família do coronel, disse, no entanto, que Ubiratan "mantinha um relacionamento" com a delegada Renata Madi. "A informação que eu tenho é de que eles chegaram a ter um relacionamento amoroso até sábado. Não sei em que nível", disse Cascione. Natural de Bauru, a delegada está trabalhando na Polícia Federal de Belém, no Pará. "Oi menina, onde está você? Um beijo"; "Te amo"; "Estou com saudades", são alguns dos dizeres dos últimos torpedos trocados entre Ubiratan a Renata. Antecedem a essa, outras mensagens que revelam o interesse e a preocupação do coronel com a destinatária. E, pelos registros do celular, a recíproca era verdadeira. Pouco antes do crime, Renata enviou para o deputado uma última mensagem: "Tô chegando. Já ligo". Carla, que estava no apartamento de Ubiratan, teria visto a troca de mensagens. Segundo Cascione, Renata teria ligado para o apartamento do coronel no sábado à noite. O telefone foi atendido por Carla. A delegada do Pará não falou com Ubiratan, mas teria ouvido um som ligado em alto volume no apartamento. Segundo Cascione, Renata não esteve em São Paulo na noite do crime e não compareceu ao enterro de Ubiratan. (Agências)
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DC
O
delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Marco Antonio Desgualdo, afirmou ontem que há provas contundentes para se chegar ao assassino do coronel e deputado estadual Ubiratan Guimarães, encontrado morto com um tiro no abdômen na noite de domingo, em seu apartamento. Segundo Desgualdo, há provas concretas, entre elas o projétil do crime e uma toalha manchada de sangue encontrada no banheiro. O projétil da arma é de um revólver calibre 38. A polícia ainda não encontrou justamente um revólver desse calibre que sumiu do apartamento de Ubiratan. Esse fato reforça o entendimento de que ele foi baleado com uma de suas próprias armas. Ontem, a advogada Carla Prinzivalli Cepollina, de 39 anos, em seu terceiro depoimento, voltou a negar envolvimento no assassinato de seu namorado Ubiratan Guimarães. Namorada da vítima, ela criticou a falta de segurança na portaria do prédio onde o coronel morava, na rua José Maria Lisboa, nos Jardins. "Acho que a gente devia já ter aprendido a essa altura a ter um pouco mais de decência. Naquele prédio, entregadores entram sem apresentar documento. Não há controle de segurança na portaria. Eu acho que fica fácil afirmar que eu tenha sido a última a entrar. Certamente eu não fui a última porque a última pessoa foi a que atirou nele", declarou Carla, em entrevista à Rádio Record, ontem pela manhã. Carla chegou por volta das 13h para ser ouvida pelo terceiro dia consecutivo no Departamento de Homicídios e
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OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
quinta-feira, 14 de setembro de 2006
RESENHA
NACIONAL ELE MERECE! declarou ter pago a dívida de Lulla com o partidão, dívida que o presidente negava e nega existir. Okamotto ficou com a pecha de mentiroso, mas se nega a dizer como pagou a dívida. Aliás, se não merece o título de Segurador-Geral da República poderia ser brindado pelos petistas com o título de Doador Universal, uma vez que pagou despesas da filha de Lulla, candidata a cargo eletivo. Frise-se que as doações são de tamanho equivalente ao salário oficial do japonês. Outro personagem que vai ficar marcado nesse período agudo de corrupção no Brasil é Duda Mendonça. Envolvido com os esquemas de corrupção de Marcos Valério, antes que lhe fosse perguntado, declarou, para espanto da CPMI dos Correios, ter recebido, em conta não declarada em Nova York, cerca de R$ 10 milhões. Aí ele perdeu a possibilidade da láurea, mas garantiu a gorda conta publicitária da Petrobras. Eu, se fosse petista, votaria no Delúbio para o cargo. Como dizia Chacrinha: Ele merece!, Ele merece! ARTHUR CHAGAS DINIZ É PRESIDENTE DO INSTITUTO
LIBERAL
G Delúbio
merece o título de SeguradorGeral da República, mas Okamotto poderia ser brindado com o título de Doador Universal
JOÃO DE SCANTIMBURGO UM PENSADOR NA PRESIDÊNCIA Céllus
D
iz a colunista Mônica Bergamo, em sua coluna na Folha esta semana, que o apelido de Delúbio Soares, dado por seus amigos, é Segurador-Geral da República. Acho que a homenagem é merecida porque, embora continue a ser recebido discretamente por Lulla em palácio, diante de todo o País ele é sinônimo de corrupção. E, obviamente, Delúbio não é um homem preparado para comandar a quadrilha que se instalou no poder. O título de SeguradorGeral da República só lhe pode ter sido brindado por ter sido o primeiro a ser pego com a mão na botija e, apesar de pressionado, não se justificou com a plausível desculpa de ter obedecido ordens. Não fez, ao contrário de Sílvio Land Rover Pereira, nenhuma ameaça ostensiva de entregar o esquema petista de ser (e roubar). Também não ameaçou escrever nenhum livro de memórias, como fez Zé Dirceu, o que o desqualificou como candidato ao cargo, como desqualificado também ficou Sílvio Pereira. No caso de Silvinho Land Rover, pode-se considerar que a continuada contratação pela Petrobras da GDK, empresa de engenharia cujo diretor assumiu a paternidade da doação do jipe, já é pagamento suficiente. Parece-me, no entanto, que Paulo Okamotto merece ser considerado pelos petistas como um forte candidato à láurea que ostenta o “nosso” Delúbio Soares. Ele, em operação controversa,
Cotas raciais nas escolas BENEDICTO FERRI DE BARROS
D
o início da colonização aos nossos dias, a convivência humana brasileira tem se caracterizado pela indiferença a diferenças raciais. Esse aspecto da formação do nosso povo resultou numa integração e assimilação racial expressa pela composição demográfica atual: somos 52% de brancos, 41,4% de mestiços e 6% de negros. Foi Gilberto Freire quem em sua obra magistral viu o cerne da democracia nacional fundado nessa universal miscegenação, processo singular no relacionamento ocorrido entre os europeus e outros povos, etnias e raças. Ele foi odiado e patrulhado pelas esquerdas marxistas brasileiras, eminentemente pelo PT, que interpreta a vida social não como um regime de convivência pacífica visando a paz, cooperação e harmonia ecumênicas, mas como uma luta universal de classes. Como se a ordem humana devesse continuar a ser regida não pelos valores humanistas que distinguem nossa espécie entre as demais, mas submetida às leis zoológicas darwinianas e à ordem hobbesiana da luta pela vida e a sobrevivência dos mais fortes. Razão pela qual o poder total é o viés natural de sua política. Sob esse enfoque, as desigualdades e diferenças que conferem individualidade às pessoas humanas devem ser aplainadas pelo sistema escolar. E o instrumento para isso será o de estabelecimento de cotas raciais. Estabelecer "a raça" como critério de reserva de vagas é não só optar por uma discriminação inexistente na convivência humana brasileira. É optar por um dos mais odiosos e
sangrentos critérios da direita nazista, equivalente em perversidade às discriminações étnicas do marxismo stalinista, que produziu formas análogas de genocídio. Dada a composição "racial" brasileira seria, também, privilegiar anti-democraticamente uma minoria contra a maioria da população. E do ponto de vista da educação e formação dos indivíduos seria destituir o sistema escolar de uma de suas mais importantes funções sociais: a de formação, por seleção, de indivíduos melhores. É promover deliberadamente a discriminação e o conflito social. Tudo isso com base em um critério que não tem o menor fundamento racional nem a menor viabilidade operacional para ser aplicado eqüitativamente.
Q
ue exames e provas se farão de candidatos a serem privilegiados por auto-discriminação racial? Como poderão esses candidatos à igualdade reivindicar uma desigualdade racial que os inferioriza mas privilegia perante os demais? Não é que os petistas ignorem que na sua mais remota origem a moderna concepção ocidental de democracia se origina dos ideais republicanos proclamados pela Revolução Francesa sob o lema Liberte, Fraternité, Égalité. É que eles são a sobrevivência arcaica de um socialismo que, com a infusão do marxismo, degenerou para os totalitarismos de esquerda e de direita que tingiram séculos recentes da história humana com as mais odiosas manchas do genocídio fratricida.
A cota racial privilegia anti-democraticamente uma minoria
Commodities em queda. É o fim? ROBERTO PASCHOALI
A O kamotto é páreo para o "nosso" Delúbio
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Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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revista The Economist desta semana publicou o The Economist commodity price index. A análise deste indicador nos revela que, em valores denominados em dólares, até meados de agosto, houve uma queda de 5% nos preços das principais commodities no mercado mundial em relação ao seu pico em maio deste ano. Contudo, mesmo com esta queda, os preços ainda permanecem 17% maiores quando comparados ao início deste ano. Será que este é o sinal do começo do apocalipse que muitos economistas e especialistas vem apregoando em relação a uma queda nos números da balança comercial do Brasil? Felizmente, em nossa opinião, a resposta é não. O indicador só está nos alertando que o ciclo das grandes altas de preços das principais commodities (o petróleo é uma exceção) parece que chegou ao fim, mas nada indica que eles sofrerão quedas expressivas daqui por diante. E quais são as razões? Primeiro, porque embora a economia mundial no próximo ano não terá o mesmo desempenho em termos de crescimento econômico que teve até agora. A mesma revista nos traz uma lista contendo projeções do PIB de todos os países emergentes para 2007 e o que vemos é um crescimento menor generalizado em relação às projeções para este ano, mas nada que possa trazer sobressaltos para a economia mundial. Segundo, porque a economia chinesa continuará crescendo a 9% em 2007 contra uma projeção para este ano de 10.1%, e terceiro, porque o mesmo se pode dizer dos países desenvolvidos. Os índices de preços ao consumidor também estarão bastante comportados de acordo com as projeções para o próximo ano, até mesmo nos Estados Unidos, onde a inflação, que em julho deste ano beirou o patamar de 4.1%, espera-se
que caia para 2.1 % em dezembro de 2007. O Brasil continuará se beneficiando desta normalidade econômica mundial, mesmo porque os números que o país vem apresentando ao mercado são inteiramente tranqüilizadores: os índices inflacionários mostram uma inflação abaixo da meta para este ano e o real não pára de se valorizar frente à moeda americana. Isso nos permite concluir que ainda existem espaços para o Banco Central continuar o processo de redução gradual da taxa de juros interna. No front externo, a balança comercial continua satisfatoriamente superavitária; os dados em transações correntes, até agora, se mantêm em níveis totalmente conformados com as expectativas do governo e do mercado e, finalmente, o volume das reservas internacionais do Brasil (US$ 70 bilhões) é o maior desde 1998. Muitos economistas já estão fazendo contas e chegando a conclusão de que é muito caro para o Brasil manter esses níveis altos de reservas internacionais. O fato é que, como bem disse e economista Igor Barenboim, não tê-las poderia ser ainda caro.
N
unca se pode saber quando virá a nova crise cambial, temos que estar preparados para combatê-la. Se a sociedade entende que é necessário manter um exército, marinha e uma força aérea para defender o território e o povo brasileiro, deveria entender também que não existem justificativas razoáveis para deixar de arcar com um certo custo para defender nossa moeda de ataques de um inimigo verdadeiramente perigoso: os especuladores. ROBERTO PASCHOALI É SÓCIO-DIRETOR DA EVOLVE GESTÃO
N unca se sabe quando virá nova crise cambial. Temos que estar preparados.
F
inalmente temos um presidente-pensador. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que a democracia não gera tudo que é bom, gera também o mal; as palavras são diferentes, mas é o que ele quis dizer. Tem-se dito e repetido várias vezes que a democracia não é o melhor regime, mas é o melhor que existe. Deixemos para outros, com mais espaço e até espaço em livro, desenvolverem uma definição mais ampla do que seja a democracia nas suas várias acepções.
P
rimeiro, devo dizer que por democracia entendo uma concepção de vida em que se reconhece nas vítimas, em geral, o direito de se defender, e só após ampla defesa explícita seja possível condená-la. Nos países totalitários tem valor somente a palavra oficial. Na Alemanha nazista, na Itália fascista e em outros países valia a palavra do chefe ou dos que a repetiam. Já na democracia vale a palavra do povo reunido em partidos políticos, em clubes cívicos, em escolas, faculdades, institutos e outros. Pode se discordar de quem defende direitos, mas não encerrar a discussão sem que decidido seja o assunto debatido ou a concordância com o discutidor sobre divergências que não se acertam.
A
"democracia" de que falou o presidentepensador é essa; as divergências são toleradas e ganha respeito da opinião pública a que mais se destacou no debate. Evidentemente, o presidente-pensador não tinha como desenvolver o pensamento, por não conhecer as várias definições que se pode fazer da questão democrática, sobretudo no Brasil, onde ela é excessivamente maculada. A democracia é muito difícil, mas uma vez assentada, como na Inglaterra, é a que mais convém aos doqueiros de Londres e aos freqüentadores dos clubs, onde se bebe uísque lentamente para perfazer horas. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G O presidentepensador não conhece as várias definições que se pode fazer da questão democrática
quinta-feira, 14 de setembro de 2006
Compor tamento Ambiente Urbanismo Distritais
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 O projeto prevê uma concessão por 30 anos, renováveis por mais 30. Modelo é semelhante ao da região das Clínicas.
IDÉIA É COMBATER ESTACIONAMENTOS ILEGAIS
Emurb avalia impacto de garagens subterrâneas O
Pesquisa aponta aprovação de AMAs
Davi Franzon
Paulo Pampolin/Hype/17/01/2006
A
Empresa Municipal de Urbanização (Emurb) prepara um estudo de impacto das áreas préselecionadas para o projeto de construção de garagens subterrâneas no Centro de São Paulo. O levantamento levará em conta o impacto sobre o tráfego e a demanda de vagas em cada região. O estudo deve ser entregue ao secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, em dois ou três meses. No primeiro edital para execução do projeto, eram previstas garagens na avenida São João, rua Conselho Crispiniano (altura do número 378), nas praças Dom José Gaspar, Fernando Costa, João Mendes e na avenida Liberdade. No total, serão disponibilizadas cerca de três mil novas vagas. Agora, o próximo edital poderá agregar também a região do Pátio do Colégio,
Existe a possibilidade de o Pátio do Colégio ser incluído no projeto de garagens subterrâneas
uma das mais movimentadas da região central devido à proximidade com a rua Boa Vista e região da 25 de Março. Essas vias concentram comércio e
serviços financeiros. Por ser uma área tombada pelo patrimônio histórico da cidade, um estudo mais detalhado de viabilidade e impacto vem sendo elaborado pela Emurb.
Ilegais – A inclusão do Pátio ajudaria a Secretaria das Subprefeituras a combater os estacionamentos ilegais da região. Hoje, o próprio secretário Andrea Matarazzo defende as garagens subterrâneas como um ponto final nos ilegais, já que os usuários passariam para o novo modelo devido às facilidades e segurança. Matarazzo defende o fechamento da maioria dos estacionamentos da região do Centro, alegando que todos estão irregulares. O secretário alega que os donos dos estabelecimentos utilizam a burocracia da Justiça para trocar a razão social de seus estacionamentos sempre que a Prefeitura o notifica da interdição, o que só ocorre após duas multas e uma advertência fiscal. Com a implantação das garagens, a Prefeitura acredita numa ordenação das vagas oferecidas aos usuários sem a ação de ilegais no negócio. O projeto prevê uma concessão por 30 anos, renováveis por mais 30; o modelo é semelhante ao utilizado na região do Hospital das Clínicas. A Estapar, empresa que atua no local, informa que o investimento em uma garagem subterrânea fica na casa dos R$ 25 milhões. O grupo indica não ter interesse na nova licitação, alegando que o modelo de concessão oferecido não é vantajoso para a empresa.
venções, enfermeiro, auxiliares de enfermagem e auxiliares administrativos. Elas possuem também ambulância e estão localizadas sempre próximas a um pronto-socorro, justamente para providenciar um atendimento mais rápido, se necessário. Remédios – A melhoria do fornecimento de remédios também foi apontada como boa na pesquisa. Quando a atual gestão assumiu, em janeiro de 2005, o estoque de medicamentos de prioridade máxima, que contemplava 213 remédios, estava desfalcado. Na primeira semana de janeiro do ano passado, 26 tipos de medicamentos tinham estoque zerado e outros 80 atenderiam por um mês. Para acabar com as deficiências, a atual administração mudou a logística de distribuição dos remédios, ao contratar os Correios para fazer o transporte do estoque central às unidades de Saúde. Para evitar a falta de medicamentos, foi realizado levantamento nas unidades de saúde para identificar a quantidade média de remédios fornecida mensalmente. A partir desses dados, os postos passaram a receber um kit com a quantidade de medicamentos necessária. As unidades de saúde também ganharam um número de telefone 0800 por meio do qual podem fazer o pedido diretamente ao almoxarifado no caso de alta demanda de algum remédio. A reposição é efetuada em 48 horas. (Da Redação)
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DC
Estudo, que deve ficar pronto em até três meses, vai avaliar o impacto sobre o tráfego e a demanda de vagas
s usuários do sistema municipal de Saúde se mostraram satisfeitos com os serviços prestados pelas unidades de Assistência Médica Ambulatorial (AMA) e também com o fornecimento de medicamentos gratuitos. Isso é o que aponta a última pesquisa Ibope, contratada justamente para monitorar o grau de satisfação da população em relação a esses serviços. Pela pesquisa, feita em julho, o atendimento nas AMAs tem aprovação de 94% dos usuários. Já 92% deles aprovam a distribuição de remédios. O levantamento é realizado a cada três meses. As AMAs foram idealizadas pelo então prefeito José Serra. Hoje já são 29 unidades e o objetivo é que, até o fim da atual administração, em 2008, somem 50 unidades. A idéia é que elas funcionem como meio termo entre os atendimentos prestados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), fundamentalmente dedicadas à clínica geral e à pediatria, e os prontos-socorros, que atendem casos de emergência. Normalmente, os usuários que precisam de atendimento um pouco mais complexo acabavam recorrendo aos prontos-socorros, que ficam lotados com casos de pequena complexidade. A criação das AMAs visou suprir essas necessidades e prestar serviços médicos que dispensem a ida aos hospitais. Nas unidades existem pediatras, clínicos, cirurgião para pequenas inter-
O que é Factoring?
É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com
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Congresso Planalto Investigação CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 14 de setembro de 2006
PALOCCI PEDE VOTOS. E A POLÍCIA, O SEU INDICIAMENTO.
Deixou de existir a falsificação quando ela assinou a pedido dele. Romeu Tuma
PALOCCI: POLÍCIA CIVIL NO ENCALÇO. O candidato a deputado federal pode ter votação expressiva, mesmo sendo acusado de crimes que vão da formação de quadrilha à prevaricação.
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ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci pediu "muitos votos" aos eleitores de São Joaquim da Barra (SP), durante encontro de campanha a deputado federal na noite de anteontem com militantes do PT. O ministro enalteceu ainda o segmento de cana-de-açúcar e prometeu representar os interesses dos produtores da cultura no Congresso Nacional, junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso seja eleito. No entanto, o candidato a deputado federal não rebateu as acusações que vão levar a Polícia CiPara amigos e vil a pedir militantes, que ele seja de nunc iaPalocci pode do por susvirar um peita de "ministro sem sua partipasta" num 2º cipação em crimes pemandato. los quais foi indiciado: formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, peculato, quebra de sigilo bancário, quebra de sigilo funcional e prevaricação. Ele já foi denunciado pela Polícia Federal. Palocci encerrou em São Joaquim da Barra o dia de campanha na região da Alta Mogiana Paulista, que incluiu visitas a Miguelópolis e Ituverava. O
Celio Messias/AE
ex-ministro chegou sorridente e aparentando tranqüilidade ao local do encontro, onde cerca de 350 militantes e simpatizantes o esperavam. Palocci exaltou o trabalho da prefeita da cidade, Maria Helena Borges Vanucchi (PT). Elogiou ainda o marido da prefeita, o ex-prefeito da cidade José Ivo Vanucchi (PT), que foi assessor de Palocci na Prefeitura de Ribeirão Preto e é um dos coordenadores de sua campanha na região. Ivo também assessorou o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Peso pesado – Ministros da ala "desenvolvimentista" e dirigentes do PT começam a se preocupar com o tamanho da influência de Palocci sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar das negativas oficiais, Palocci continua conversando com Lula. Embora indiciado pela violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, o "Nildo", o ex-ministro da Fazenda deve ser um dos mais bem votados candidatos do PT a deputado. Com essa credencial, tende a puxar o coro contrário ao aumento dos gastos públicos, sob a alegação de que todo o esforço fiscal pode ir por água abaixo se o governo seguir esse caminho. Iminência parda– O retorno de Palocci à cena política causa receio a muitos dos colegas
ELE SABIA DE TUDO, DIZ EX-SERVIDOR.
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Palocci: influência sobre Lula desagrada alto escalão do governo.
dele. Em conversas reservadas, petistas avaliam que, mesmo acusado pela Polícia Federal (PF) e envolvido numa avalanche de denúncias, ele será uma espécie de "ministro sem pasta" num eventual novo mandato do presidente. Os companheiros de partido notam que Palocci começa a "fazer a cabeça" de Lu-
la. Sua plataforma colide em muitos pontos com as idéias do ministro da Fazenda, Guido Mantega e os chefes da Casa Civil, Dilma Rousseff, e da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Tarso Genro. Ele também aplaude o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles. (AE)
utro ex-servidor do gabinete do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) confirmou o que ele procurou negar ontem, durante depoimento ao Conselho de Ética do Senado: o parlamentar tinha conhecimento de tudo, inclusive de uma falsificação de sua assinatura. Em depoimento à Corregedoria do Senado, a ex-chefe de gabinete de Suassuna, Mônica Teixeira Mucuri, acusada por Suassuna de falsificar sua assinatura em ofícios que pediam liberação de recursos para a compra de ambulâncias pela Planam, disse que subscreveu os documentos com o conhecimento do senador e que essa era prática comum no gabinete. "Ela mostrou muita amargura pelo senador ter dito que ela falsificou sua assinatura", contou Romeu Tuma (PFLSP), corregedor do Senado. Conforme Tuma, ela argumentou que Suassuna não precisava tê-la colocado sob suspeita perante a família e a imprensa porque, se ela assinava, era com o conhecimento dele. Ontem, perante o Conselho de Ética, Suassuna apresentou um laudo grafotécnico para
comprovar que a assinatura nos ofícios não era sua. Ele disse que Mônica assinou os papéis a mando de Marcelo Carvalho, seu ex- assessor, acusado de receber R$ 225 mil em propina do esquema das sanguessugas. "A Mônica afirmou que o Marcelo lhe transmitia uma ordem do senador", relatou Tuma. "Assim, deixou de existir a falsificação quando ela diz que assinou a pedido dele", frisou o corregedor do Senado . Suassuna havia afirmado no Conselho que Mônica assinara os ofícios alegando que, se não providenciasse rapidamente os papéis, o senador perderia as emendas que fizera para a compra das ambulâncias. O relator Jefferson Peres (PDT-AM), que cuida do processo de quebra de decoro parlamentar de Suassuna, chegou a questioná-lo por que , ao saber que sua assinatura fora falsificada, ele não demitiu a funcionária e abriu uma sindicância para investigar o fato. Suassuna limitou-se a dizer que acreditava que a funcionária não agira por má-fé. O parecer sobre ele será apresentado na próxima quarta-feira. (AOG)
ROLIM SERÁ ACIONADO PELO SENADO O
Senado vai entrar com uma ação no Conselho Nacional do Ministério Público contra o procurador Luciano Rolim. Também o diretor-geral da Casa, Agaciel Maia, encaminhará à Justiça uma ação por danos civis e reparação moral e com uma interpelação contra o procurador, a respeito de suas declarações à imprensa sobre a Operação Mão-de-Obra. Rolim acusou Agaciel e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de dificultarem a busca e apreensão de documentos e computadores na investigação de contratos de vigilância, limpeza e informática. O procurador disse que Renan teria sido informado sobre a operação com antecedência de 24 horas, pelo delegado encarregado de conduzi-la, Bergson Toledo. A informação sobre os procedimentos da Casa foi dada pela assessoria de Agaciel e pelo advogado do Senado, Roberto Cascais, que acusou Rolim de agir indevidamente. "No meu entender a manifestação do procurador foi leviana e irresponsável", atacou. Outro lado – Agaciel rebateu a acusação do procurador, de que teria atrapalhado a coleta de dados. "O que fizemos foi disponibilizar até mesmo documentos, pasta e computadores que não estavam no mandato", informou. Segundo ele, os contratos de interesse da operação estão fora de seu limite de competência e sob a responsabilidade da primeira-secretaria. O diretor disse ser praxe o fato dele acompanhar policiais ou representantes de outros poderes nas dependências da Casa. Não sendo, portanto, um procedimento de inibição, como declarou o procurador. Ele negou ainda outras acusações de Rolim, como a da troca de dados de computadores e a ocultação de documentos. Nota – O advogado assina a nota de esclarecimento sobre o episódio. Em 15 itens são con-
Ailton de Freitas / AE
Palavra do corregedor: "Se a autoridade informou que o Agaciel era investigado, complica", diz Tuma. Geraldo Magela /Agência Senado
Ailton de Freitas / AOG
Palavra de Cascais: "A manifestação foi leviana".
Palavra de Agaciel: ação por danos e reparação.
frontadas todas as acusações de Rolim. A nota afirma, por exemplo, que "todas as salas, armários e cofres dos locais indicados no mandato foram abertos e vasculhados à vontade pelos policiais, o mesmo acontecendo com os computadores instalados naqueles locais". Diz ainda ter "expressa determinação do presidente da Casa para viabilizar, de imediato, o acesso da Polícia Federal aos documentos solicitados, de forma inequívoca, com as investigações". O caso – Agaciel Maia estaria entre os investigados porque sua sala era alvo de uma das buscas. Cascais disse que Agaciel não está sendo investigado no inquérito que apura
fraude em licitação para a contratação de funcionários terceirizados no Senado, na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e em outros três ministérios. Segundo Cascais, os contratos que estavam sendo investigados eram de responsabilidade do primeiro-secretário da Mesa, e não do diretor-geral, que cuidava das contratações de até R$ 80 mil, feitas por intermédio de carta-convite. Cascais ofereceu ainda à PF as fitas dos circuitos internos de segurança do Senado para que possa ser apurado se Agaciel ou alguém esteve nos gabinetes investigados para retirar documentos ou alguma prova que pudesse servir às investi-
gações. Além do gabinete de Agaciel, segundo Cascais, a polícia fez apreensões apenas na secretaria de compras. Caiscais disse que o juiz federal que autorizou a medida normalmente não tem condições de ter a real dimensão do que está sendo investigado, em casos muito longos, e que por isso tem dificuldade de avaliar os pedidos no Ministério Público. "Por isso, dificilmente, um juiz nega um pedido de busca e apreensão do Ministério Público", declarou. Ele defendeu Calheiros: "a determinação dele foi de prestar assistência à PF. Ele não sabia o que estava sendo investigado e não tinha idéia do que se tratava". (Agências)
TUMA SAI EM DEFESA DE CALHEIROS
PF DIZ QUE É UMA 'INDEVIDA ACUSAÇÃO'
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Polícia Federal comentou com rigor o suposto vazamento de informações da Operação Mão-de-Obra ao Senado. Em nota, a PF diz repudiar o que classifica de “indevida acusação” e afirma que determinou abertura de apuração interna sobre o episódio. O Ministério Público acusou na terça-feira a PF de vazar informações sobre a investigação sigilosa, segundo reportagem do "Jornal Nacional", da TV Globo. A PF teria atrapalhado a operação que investiga fraudes na contratação de pessoal terceirizado para trabalhar no Senado e em outros cinco órgãos federais. No fim de julho, a pedido do MPF, a Justiça autorizou a busca e apreensão de provas no Senado, mas os investigadores só encontraram computadores e cofres vazios. A nota diz que a PF comunicou a operação ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por respeitar a independência do Legislativo. O procedimento foi considerado necessário para afastar qualquer risco de “enfrentamento ou resistência por parte da Polícia Legislativa, além de preservar o bom relacionamento entre as instituições”. A PF afirma que "a comunicação ocorreu poucas horas antes da operação, para autoridade que não era investigada e que também tinha o dever do sigilo. Para a preservação da investigação, não houve informações sobre alvos, termos da investigação ou salas onde ocorreriam buscas. O MP não solicitou complementação das diligências. A nota destaca ainda que denúncias do MP contra a PF fogem ao relacionamento "respeitoso e harmônico" entre as duas instituições”. (AOG)
corregedor do Senad o , R o m e u Tu m a (PFL-SP), defendeu ontem a ação do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), que informou ao diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, sobre a ação que vinha sendo desenvolvida pela Polícia Federal para investigar e levantar provas do envolvimento de pessoas no caso. O Ministério Público Federal suspeita que algumas informações teriam sido simplemente apagadas das memórias dos computadores apreendidos na chamada Operação Mão-de-obra. Tuma disse não ter tomado conhecimento de que a Polícia Federal tenha informado a Renan de que Agaciel estivesse entre os investigados. "Não sei se a autoridade informou que o Agaciel era investigado. Se informou, complica. Mas ele foi ouvido como testemunha", explicou o senador, ex-diretor-geral da PF. Segundo Tuma, o caso está sendo investigado pela Polícia Federal e, se for encontrada alguma irregularidade, as providências serão tomadas. A investigação que motivou a diligência no Senado foi aberta para apurar supostas irregularidades na contratação de servidores terceirizados no Senado, na Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e em três ministérios. Para Tuma, os contratos de prestação de serviços assinados entre as empresas e os órgãos estatais poderão esclarecer se houve superfaturamento ou algum tipo de fraude nas licitações. Tuma acha que a Polícia Federal agiu corretamente ao informar o presidente do Congresso sobre uma diligência que seria feita dentro das instalações do Legislativo. (AOG)
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quinta-feira, 14 de setembro de 2006
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Política
Estão me dando muitos votos e muitas blusinhas brancas, beijinhos, flores e orações, graças a Deus. Heloísa Helena
O caso das cartilhas milionárias ( R$ 11,6 mi) pagas pelos cofres públicos em 2004 – exaltando o governo – e entregues ao PT, para serem distribuídas em diversos estados, será investigado a fundo pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Givaldo Barbosa /Ag. O Globo
TCU QUER INVESTIGAR CARTILHAS Ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) aprovam a criação de uma auditoria especial para investigar os 5 milhões de revistas e encartes com propaganda institucional do governo Lula
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s ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) aprovaram ontem por unanimidade o relatório que aponta suspeitas de superfaturamento e desvio de recursos públicos para fins eleitorais na confecção de cinco milhões de revistas e encartes com propaganda institucional do governo Lula. Pago com recursos da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência, o material impresso foi distribuído, ano passado, por diretórios municipais do PT em todo o País, segundo relatou o próprio órgão na defesa preliminar entregue ao TCU. E por isso a iniciativa do governo será investigada, agora. A auditoria realizada pelo tribunal aponta como um dos responsáveis pelas supostas irregularidades o ex-ministro Luiz Gushiken, que comandou a Secom até julho de 2005, quando a pasta perdeu status de ministério em meio a denúncias de manipulação de verbas de publicidade do governo. O TCU deu a Gushiken prazo de 15 dias para apresentação de sua defesa prévia ou devolver aos cofres públicos o prejuízo calculado pelos auditores: R$ 11, 6 milhões. Com a aprovação do relatório, de autoria do ministro Ubiratan Aguiar, o tribunal fará agora uma tomada de contas especial nos contratos da Secom com as duas agências de publicidade contratadas para
elaborar as cartilhas: a Duda Mendonça e Associados e a Matisse Comunicação de Marketing. As duas empresas, que já fizeram campanhas eleitorais de Lula, também são apontadas como responsáveis pelas supostas irregularidades. A auditoria, aberta em julho do ano passado, já revelara indícios de pagamentos por serviços não prestados e superfaturamento dos custos das cartilhas. Com a descoberta de que o material foi distribuído, o TCU abriu outra frente de investigação. “Restou demonstrada a participação do PT na implementação dos contratos em comento, provocando, com essa conduta, confusão entre ação governamental e ação partidária, com claros objetivos promocionais do citado partido”, diz o relatório. Gushiken – O chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos do governo, ex-ministro Luiz Gushiken, insistiu na tese de que a decisão do TCU é apenas preliminar. "Estranho que somente agora, às vésperas das eleições, venha a se apontar suposto conteúdo não institucional, quando à época – quase dois anos atrás – todos os deputados, senadores, governadores, prefeitos e outras autoridades receberam o referido material. Naquela ocasião, nenhum questionamento foi levantado, pois, de fato, o material tem cunho estritamente institucional e não partidário", afirmou Gushiken, em nota.
"Certamente, alguns setores políticos prefeririam que o governo federal não prestasse contas e nem divulgasse suas realizações", provocou ele. O ex-ministro afirmou ainda que o acórdão do TCU "estabelece que a etapa seguinte do processo permitirá a apresentação de defesa e das provas de que não existiu qualquer ilegalidade, nem prejuízo aos cofres públicos, na produção e distribuição do material". Gráficas– Diretores das gráficas Pancrom e Kriativa (Litokromia) confirmaram ontem a produção de pelo menos 900 mil exemplares em publicações para o governo petista e a entrega para a Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral da Presidência da República e "parte para o PT". O diretor comercial da Kriativa, Roberto Casali, disse ter rodado "600 mil revistas do governo federal" e ter seguido a orientação das agências de publicidade da administração federal, Duda Mendonça e Matisse. "Essa celeuma se entregou aqui ou ali, para nós, não interessa. Às vezes, mandavam entregar no PT e na Secom", afirmou. O diretor-presidente da Pancrom, Homero Villela, disse ter imprimido 300 mil exemplares de uma cartilha para o governo Lula a pedido da Matisse. "Foi entregue no Brasil inteiro. Comprovamos a entrega com notas fiscais e canhotos", afirmou. (Agências)
Ana Carolina Fernandes / Folha Imagem
Ayrton Vignola / Folha Imagem
Depoimento de servidor foi espontâneo?
Perto do povo: Alckmin visita a favela da Rocinha, no Rio, ao lado de candidatos e de líder comunitário.
ALCKMIN NÃO CRÊ QUE LULA TENHA 45% DOS VOTOS
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o programa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva exibido na noite de terça-feira (12), foi apresentada uma seqüência em que eleitores davam depoimentos apontando razões para votar pela reeleição. Um deles, identificado como Aristóteles dos Santos, "do Setor Comercial Sul de Brasília", defendeu o trabalho do governo na área de transportes: "Olha as estradas. As estradas tinham acabado. As estradas começam a existir de novo", disse ele. Só que Aristóteles ocupa um alto cargo do serviço público: é ouvidor-geral da Agência Nacional de Telecomunicações, com salário de R$ 6.690,24. E é ligado à ala sindical do governo. Ontem o servidor disse que foi abordado por uma equipe do programa do PT na rua: "Eu estava na feira dos importados quando um cidadão me perguntou em quem eu votava e eu falei do Lula. Ele perguntou se eu poderia declarar e eu disse que sim. Ele perguntou as razões e eu disse que era porque as coisas estavam melhorando. Citei como exemplo as estradas. Era sábado. Não tinha nenhuma identificação ou relação com o trabalho". (AE)
Ministro Marcos Villaça, do TCU, durante plenária: investigação das cartilhas aprovada por unanimidade.
Candidato tucano reitera confiança de disputar o 2º turno
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Único modelito? Não, Heloísa diz que tem milhares.
Heloísa veste nova camisa Presentes são considerados termômetros de apoio
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stacionada nas últimas pesquisas com 9% de intenção de votos, a candidata à Presidência pelo PSol, senadora Heloísa Helena, disse que tem a certeza de que irá disputar o 2º turno com Lula. "Se eu acredito até em Deus, que não pode ser localizado geograficamente e nem tocado, como é que eu não posso acreditar na luta do povo brasileiro? Não tenho dúvida de que vou estar no 2º turno", afirmou, em campanha em Grajaú, no extremo sul da capital. Heloísa usou como exemplo de termômetro eleitoral "as milhares de blusinhas brancas" que estaria ganhando de seus eleitores
como parâmetro de sua popularidade e que colocariam em xeque as pesquisas. "As mulheres e homens de paz que não perderam a vergonha na cara e o amor no coração, estão me dando muitos votos, e muitas blusinhas brancas, beijinhos, flores e orações, graças a Deus", disse durante evento na sede da Fundação Abrinq – onde ganhou outra blusa. A senadora insistiu em duvidar das pesquisas. "Ou as pesquisas são mentirosas, ou os meus eleitores são muito apaixonados e dão a impressão de que o número de votos que eu vou ter é muito maior", minimizou a candidata. (Agências)
m visita à favela da Rocinha, no Rio, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, procurou mostrar otimismo com o rumo de sua campanha dizendo que vê agora maior envolvimento de seus aliados, um dia depois da pesquisa Datafolha mostrar novamente estabilidade na disputa. "Não acredito que meu adversário (Lula) tenha mais de 45% na urna", acrescentou, para repetir: "Então estamos caminhando para um 2º turno, "afirmou o tucano. Sem crise– Alckmin evitou ampliar o debate sobre rivalidades internas entre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de Minas Gerais Aécio Neves. "Os dois estão contribuindo (para a campanha). O Aécio é candidato, então é claro que ele está em campanha. Anteontem estive com ele em Minas... O presidente Fernando Henrique não é candidato, mas claro que é referência", afirmou.
"A gente percebe no PSDB e na coligação um esforço maior pela campanha", afirmou. "Estamos vivendo um momento muito bom e na rua você percebe a boa receptividade das pessoas." Pesquisa– Ao comentar o resultado da pesquisa divulgada na véspera, que apontou a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no 1º turno com 50% dos votos, enquanto ele aparece com 28%, Alckmin disse que o importante é observar a "tendência de alta". "Passamos de para 22, 25, 27 e 28, isso é o mais importante", disse, misturando dados de pesquisas de institutos diferentes. O candidato chegou à Rocinha, que convive com o tráfico de drogas, pouco depois das 11h. Durante a visita, que durou cerca de uma hora debaixo de um calor escaldante, Alckmin percorreu várias ruas estreitas e becos da favela. Ao descer da van, cruzou com jovens que falavam em rádios transmissores.
Na maior parte do tempo, Alckmin foi acompanhado pelo candidato do PSDB ao governo do Rio, Eduardo Paes, pela vereadora Andréa Gouveia Vieira (PSDB) e pelo presidente da associação de moradores local, William de Oliveira, que já foi preso por suspeita de associação ao tráfico e responde ao processo em liberdade. Acordo– O líder comunitário, que alega inocência, disse que não é necessário fazer acordo com traficantes para visitar a Rocinha e que não houve acordo para viabilizar a visita de Alckmin. Antes de voltar para São Paulo, o presidenciável inaugurou um comitê em Copacabana, também na zona sul, e fez rápido corpo-acorpo no comércio do bairro. Alckmin entrou em um salão de cabeleireiro, numa peixaria, em vários botequins e subiu num ônibus para cumprimentar o motorista. O prefeito do Rio, César Maia (PFL), não participou da visita à favela. (Agências)
DIÁRIO DO COMÉRCIO É possível, sim, acabar com o analfabetismo em um mandato presidencial... O analfabetismo é um gargalo importantíssimo que limita o exercício da cidadania de grande parcela de brasileiros. De Sérgio Haddad, coordenador da Ação Educativa, uma das instituições da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
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SETEMBRO
2 -.LOGO
14 Morte da atriz norte-americana e Princesa de Mônaco Grace Kelly(1929-1982)
C ULTURA M EIO AMBIENTE
Arte furtada
Biodiversidade contra a fome A deterioração do meio ambiente, especialmente a perda de biodiversidade, pode tornar mais difícil alcançar os objetivos do Milênio da ONU, que buscam, entre outros, a redução da fome e da pobreza extremas, advertiu ontem a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). Segundo a FAO, uma redução significativa na atual taxa de perda da diversidade biológica em nível
mundial, regional e nacional poderia contribuir para a redução da pobreza, além de beneficiar todas as formas de vida na Terra. A diversidade biológica não consiste apenas em plantas, animais, microorganismos e seus ecossistemas, mas abrange também pessoas e suas necessidades de segurança alimentícia, remédios, água e ar puros, habitação e um meio ambiente limpo e saudável.
D ESIGN Charles Platiau/Reuters
Patrimônio artístico nacional está desfalcado em pelo menos mil obras
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il obras de arte de interesse do patrimônio histórico e cultural brasileiro estão desaparecidas, de acordo com levantamento feito pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Segundo a estimativa do instituto, apresentada ontem no Seminário do Patrimônio Cultural do Estado do Rio de Janeiro, há, no Brasil, 500 mil bens que precisam ser inventariados para poderem ser protegidos. Atualmente, nem as polícias Federal e Civil nem o Iphan possuem um inventário do que está desaparecido, o que dificulta as buscas e a recuperação. Os roubos de obras de arte no País têm aumentado nos últimos quatro anos. O primeiro
grande roubo aconteceu em 2003, quando 150 mapas e 500 documentos sumiram do Museu Histórico Diplomático do Itamaraty, no centro do Rio. No ano seguinte, 24 obras raras desapareceram da biblioteca do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista e, em 2005, foi a vez da Biblioteca Nacional perder fotografias. Segundo o presidente da Biblioteca Nacional, Moniz Sodré, das mil fotografias levadas, apenas 28 foram recuperadas. No último feriado de Corpus Christi sumiram 4.000 peças do Arquivo Geral da Cidade, mas foi no Carnaval que ocorreu o primeiro caso com violência. Quatro homens armados renderam os vigias e visitantes do Museu da Chácara do Céu e le-
varam quadros de Picasso, Monet, Matisse e Salvador Dali. Na semana passada, foi revelado um roubo na segunda maior biblioteca do País, a Mário de Andrade, no centro de São Paulo: um Livro de Horas de 1501, 58 gravuras de Rugendas, 42 de Debret, 12 de Steinmann e 3 de Burmeister. A partir desses roubos, a Polícia Federal e o Iphan se uniram para traçar um plano de segurança para os museus e outras instituições que guardam obras de arte e históricas. Nove museus foram visitados pela PF e o documento com as recomendações ainda não está pronto. Por prevenção, a Biblioteca Nacional já inaugura, na semana que vem, seu sistema de segurança, que custou R$ 1,5 milhão.
Enrique de la Osa/Reuters
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S AÚDE
Antiinflamatórios de risco
MÃO CHEIA - Outdoor cubano mostra Hitler, Bush e os exilados cubanos Luis Posada Carriles e Orlando Bosch, que acusam Fidel Castro de terrorismo, sob o título: quadra de assassinos, num jogo de duplo sentido com a expressão "quadra de ases", do pôquer. A RQUEOLOGIA
O último neandertal
C A R T A Z
CAETANO N
Show inédito de Caetano (foto) e Moreno Veloso. Sesc Pinheiros. Rua Paes Leme, 195. Telefone: 3095-9400. 21h. R$ 20 a R$ 40. G @DGET DU JOUR
F AVORITOS
Space Invaders de mesa
Com o passaporte na mão
A TÉ LOGO
Samba introspectivo
Funerária quer investir no futebol Uma empresa funerária de Carrare, cidade toscana famosa pela qualidade de seus mármores, se ofereceu para patrocinar o time local, o Carrarese, da quarta divisão do "calcio" italiano. "Enrico Porta, que junto com seus filho Manuel, dirige a funerária "San Ceccardo" diz que a família "depois de ter patrocinado outros esportes como ciclismo, motociclismo e boxe, agora quer investir no Carrarese".
Minas viram armas de rebeldes
dos primeiros vestígios do homem moderno, diz Finlayson. Ele acredita que neandertais e modernos podem ter coexistido na vizinhança da caverna, mas a paisagem é ampla e variada, então não está claro se os dois grupos chegaram a No alto, crânio de um neandertal, na se encontrar. Espe- escala da evolução, acima, à esquerda cialistas dizem que Gibraltar é um lugar provável extremidade de um beco sem dos últimos vestígios do saída que se estende a partir neandertal, porque se trata da da Europa Central.
A utilização de minas pelos exércitos regulares foi zero no ano passado pelos 151 países que assinaram em 1997 a convenção que proíbe o uso dessas armas. Mas os antigos campos de batalha ainda se encontram cobertos por minas, que são cada vez mais utilizadas por grupos rebeldes, segundo relatório apresentado ontem em Genebra. Em 2005, foram usadas por rebeldes em dez países: Birmânia, Burundi, Colômbia, Guiné-Bissau, Índia, Iraque, Nepal, Paquistão, Rússia/Chechênia e Somália. Na Colômbia, as minas causaram o maior número de vítimas: 1.110 pessoas. L OTERIAS Concurso 654 da LOTOMANIA 04
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Pesquisa da Unifesp mostra que 15% dos motoristas assumem a direção alcoolizados O número de queimadas na Amazônia Legal cai 45,8% este ano, é o mais baixo desde 2001
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www.dpf.gov.br
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G UERRAS
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A loja online Perpetual Kid tem essa versão de mesa para o clássico game dos anos 70 Space Invader. É uma miniatura da máquina dos fliperamas, com sons e cores originais. Funciona com duas pilhas AA e custa US$ 25.
eandertais sobreviveram milhares de anos além do que os cientistas imaginavam até agora, com pequenos bandos encontrando refúgio em grandes cavernas do sul da Espanha. A constatação é de um trabalho recente segundo o qual alguns homens de Neandertal usaram uma caverna em Gibraltar pelo menos 2.000 anos depois da última data em que a presença da espécie é bem documentada em outras partes da Europa e da Ásia, dizem pesquisadores. "Talvez esses fossem os últimos", disse Clive Finlayson, do Museu Gibraltar, que informou a descoberta à revista Nature. Neandertais eram caçadores atarracados e fortes, que surgiram na Europa e Ásia ocidental há 200.000 anos. Eles desapareceram entre 35.000 e 40.000 anos atrás. Os últimos dias do neandertal são uma fonte de fascínio: eles teriam entrado em extinção pela competição com os humanos modernos. Entretanto, não parece ter havido encontros entre neandertais e humanos modernos na caverna Gorham, em Gibraltar. Mais de 5.000 anos separam os últimos vestígios do neandertal
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www.perpetualkid.com/index.asp?
O site do Departamento da Polícia Federal (DPF) traz uma série de serviços e informações para quem quer tirar o passaporte por conta própria, sem a intervenção e os custos de um despachante. Além de uma relação completa dos documentos que devem ser apresentados no posto da PF, há também as guias para preenchimento e impressão. O site traz ainda informações e documentos para emissão de porte de armas e tráfego internacional.
A proteína príon anormal que causa o mal da vaca louca se degrada por exposição prolongada ao solo, segundo um estudo da Universidade Claude Bernard, de Lyon, que pode por um fim à busca de explicações do porquê o gado ainda padece desta doença. Os especialistas acreditam que as proteínas príon causadoras da EEB, conhecidas por serem resistentes, hibernam no solo. Segundo esta teoria, elas poderiam ser depositadas no solo por fezes ou, mais provavelmente, através da placenta e, então, infectar os animais no pasto.
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diclofenaco – que protege contra a formação de coágulos sanguíneos e evita problemas circulatórios – existem hoje no mercado mais três princípios ativos da chamada primeira geração de antiinflamatórios, os nãoesteroidais: nimesulida (princípio do Ninulid), naproxeno (Naprosin) e piroxican (Feldene). Eles agem principalmente numa substância que participa do processo de inflamação chamada COX-1. A COX-1 está presente em todo o organismo. Entre os remédios antigos, o naproxeno não influenciou o sistema cardiovascular.
Vaca louca: o fim do mistério
O jornal norte-americano The New York Times trouxe ontem uma pequena crítica sobre os mais recentes CDs da cantora e compositora brasileira Marisa Monte: Infinito Particular e Universo ao Meu Redor acabam de ganhar suas edições norteamericanas pela gravadora week by the Metro Blue/Blue Note. Segundo a crítica do jornal, Marisa apresenta em Universo ao Meu Redor sua herança do samba, mas numa versão mais estudada e introspectiva do ritmo que marca a identidade musical brasileira.
Será reaberto amanhã, em Paris, o Museu de Artes Decorativas. Depois de dez anos de reformas ao custo de US$ 44 milhões, o museu que existe desde 1905 numa ala do Louvre, possui em seu acervo cerca de 150.000 objetos de design de interiores.
Novos estudos científicos sobre os efeitos colaterais de antiinflamatórios indicam que remédios amplamente prescritos atualmente aumentam o risco de enfartes e derrames. Um deles refere-se particularmente ao diclofenaco, no mercado desde 1988 e vendido sob os nomes comerciais Voltaren e Cataflam. Ele costuma ser comercializado facilmente sem receita no Brasil. Segundo pesquisadores da Universidade de Newcastle, na Austrália o composto aumenta o risco de acidentes cardiovasculares em até 40%, desde o primeiro mês de tratamento. Além do
C IÊNCIA
Violência e falta de políticas específicas são maiores empecilhos ao turismo no Rio
Concurso 798 da MEGA-SENA 03
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OPINIÃO
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quinta-feira, 14 de setembro de 2006
DOISPONTOS -77
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CLÁUDIO WEBER ABRAMO
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projeto de Lei Com plementar 123/2004 que unifica a cobrança de tributos para pequenas e micro empresas, criando o “regime único nacional de arrecadação diferenciada, simplificada e favorecida”, refere-se “aos impostos e às contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”, foi aprovado pela Câmara dos Deputados, estando sob exame do Senado. É um grande avanço do ponto de vista tributário. No entanto, a parte trabalhista, que tanto onera as emp r e s a s d e pequeno porte, não foi apreciada. Mas precisa ser. Esse tema vem sendo discutido há alguns anos pelas pequenas e micro empresas, através de suas entidades representativas.
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m outubro de 2003, o Sistema Sebrae, em comemoração à Semana da Micro e Pequena Empresas, realizou vários seminários em todo o país, com mais de 6 mil participantes, e dessa discussão criou uma proposta concreta para uma Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, proposta essa que visa, com a criação e aprovação de uma lei, fomentar o desenvolvimento dessas empres a s e , c o n s e q ü e n t emente, reduzir a informalidade e gerar empregos. Com essa iniciativa, a frente empresarial busca a edição de uma lei complementar para regulamentar a situação legal das pequenas e microempresas em todas as esferas do Poder Púbico – federal, estadual distrital e municipal, englobando normas que vão desde a simplificação na abertura e encerramento das atividades, regulamentação dos tributos nas três esferas governamentais até benefícios na área trabalhista. Muitas instituições e órgãos de defesa das pequenas e microempresas buscam apoio à aprovação do texto legal, cujo texto integral e explicações detalhadas podem ser obtidas no site www.leigeral.com.br Além do aspecto tributário, aprovado pela Câmara e pendente de análise e aprovação do Senado, há uma inovação na iniciativa, que é a de contemplar algumas regras - tímidas, é verdade, mas que indicam uma mudança de
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LEI GERAL Vem aí o emprego de segunda linha? visão sobre a proteção do trabalhador e a necessidade de geração de empregos.
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uitas e muitas vezes já foi dito que a legislação trabalhista é excessivamente protecionista, principalmente no tocante aos encargos, criando uma situação paradoxal: custo muito alto da mão-deobra, contraposto a salários relativamente baixos. É sabido que o custo da mão-de-obra impede que o empregador pague mais ao empregado, já que o que deve ser analisado em uma contratação é seu custo final. Mas, não é só no Brasil que o custo da mãode-obra é praticamente o mesmo, seja para uma grande, pequena média ou microempresa, e qualquer tentativa de minimizá-los para essas empresas deve ser considerada, já que são elas responsáveis por 60% dos empregos no Brasil. Além dos custos tributário e social, temos custos indiretos, com a obrigatoriedade de laudos ambientais, programas de prevenção de riscos e programas médicos, que por vezes não são elaborados por falta de recursos, desprotegendo o empregado e o próprio
G Com a Lei Geral da Pequena e Microempresa, quanto de geração de empregos teríamos com a redução do custo da mão-de-obra? G Apesar do avanço na área tributária, impõe-se a discussão das alterações trabalhistas, tema talvez mais espinhoso. G Deveriam ser revistos o percentual de FGTS e os encargos sobre as férias. G Pode-se pensar
que estaria sendo criado um emprego de "segunda linha”. Mas a alternativa é emprego nenhum ou a total informalidade.
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empregador, que está sujeito a multas e mesmo ações trabalhista se indenizatórias - por acidentes ou doenças profissionais.
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uanto de geração de empregos teríamos com a redução do custo desse empregado? Especificamente o projeto de lei complementar estabelece as seguintes mudanças: • O Poder Público dará assessoria para cumprimento dos programas de segurança e medicina do trabalho. • Estímulo à formação de consórcios para acesso a serviços especializados em segurança e medicina do Trabalho. • Dispensa das seguintes obrigações: – Apresentação da RAIS – Afixação de quadro de horários – Anotação de férias de empregados em livro especial – Matrícula de empregados em cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem – Livro de inspeção do trabalho • O salário maternidade de trabalhadoras da ME e EPP ficará a cargo do INSS. • Redução do depósito recursal em ações trabalhistas em 75% para a ME, e de 50% para a EPP.
t e x t o l egal não e s t ab e l ece a forma como a assessoria na área de segurança ocorreria, por exemplo, o que prova vel men te será objeto de n o r m a r e g u l amentadora específica. Também quanto à substituição do empregado afastado por qualquer causa, que hoje só pode ser substituído por um trabalhador temporário, também poderia ser revisto permitindo-se, por exemplo, que nesses casos, comprovado o afastamento, as pequenas e micro empresas pudessem contratar os substituto diretamente na forma da contratação por prazo determinado, com isso reduz-se o custo, pois deixam as empresas de pagar taxas de administração. No entanto, outros pontos poderiam ser contemplados com a redução efetiva do custo dessa mão-deobra, como redução no percentual da alíquota do FGTS, redução de incidências de encargos sobre as férias, por exemplo. Pode-se pensar que estaria criando “emprego de segunda linha”. Mas não se o foco for de emprego nenhum ou de total informalidade a um emprego com uma garantia mínima que será cumprida. Também a obrigatoriedade de aplicação de convenções coletivas de trabalho deveria ser revista, exigindo-se uma negociação separada para pequenas e microempresas, já que o custo de certas garantias convencionais inviabiliza a formalização e seu cumprimento por essas empresas.
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nfim, muito há ainda para se discutir, e talvez a divulgação do projeto de Lei Geral gere uma discussão salutar, com geração de emprego para uma grande massa de trabalhadores desempregados ou na informalidade. Apesar do avanço na área tributária - que, espera-se, seja mantido pelo Senado e rapidamente regulamentado para poder ter eficácia , impõe-se a discussão de alterações trabalhistas, tema talvez mais espinhoso do que a área tributária. MARIA LUCIA CIAMPA BENHAME PUGLISI É ADVOGADA WWW.BENHAMETRESRIOS. COM.BR
CLAROESCURO
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eventual leitor que se dá ao trabalho de percorrer semanalmente estas maltraçadas há de saber que um dos temas recorrentes aqui é o acesso a informação. A insistência no tema explica-se pelo fato de que não há condições de se exercer o controle do Estado sem que haja disponibilidade de informação sobre ele. É trivial: sem informação, como criticar? O Judiciário brasileiro, por exemplo, é opaco porque não coleta informação sobre si próprio, não se dá a conhecer. Portanto, tornase impossível examiná-lo com detalhe. Sabemos que processos demoram eras para transcorrer. Mas quanto tempo, em média, vara por vara, ninguém sabe. Quais juízes acumulam mais trâmites em suas gavetas, quais ministros dos tribunais superiores pedem vistas de processos e sentam-se neles até as calendas, nada disso se sabe. Igualzinho ao Judiciário, e talvez ainda pior, é o Ministério Público. Qual é, por exemplo, a taxa de insucesso de processos de algum tipo (digamos, por improbidade administrativa) movidos pelo MP? A taxa de insucesso é fundamental para saber a eficiência do organismo. Não basta meramente anunciar que se abriu processo contra x prefeitos, se uma alta proporção dessas ações cai por terra por inépcia, falta de indícios, erros formais etc. ao primeiro recurso. O Ministério Público tem sido uma força importante no Brasil após a Constituição de 1988, trabalhando muito na preservação de direitos e no combate à corrupção. Mas parece que o MP se deitou nesses louros. Ao suprimir informação sobre o seu desempenho, não dá a cara a bater e com isso origina desconfianças a respeito de sua real eficiência. A situação em estados e municípios é quase uniformemente catastrófica. O habitante de um estado, o morador de uma cidade, recebem pouquíssima informação sobre afinal o que estão fazendo com o seu dinheiro. Muito do Estado brasileiro é assim.
as há ilhas, tanto no Executivo federal quanto em alguns poucos Executivos estaduais e municipais, quanto no – sim, isso mesmo – Legislativo federal. A Câmara dos Deputados disponibiliza uma imensidão de dados sobre a atuação parlamentar dos próceres. Viagens, presenças em plenário e nas comissões, gastos de gabinete, intervenções, estão nas páginas de cada deputado no sítio de internet da Câmara. É claro que essa informação não inclui a transcrição de conversas menos edificantes, políticas ou cuja natureza é preferível deixar de lado neste exato momento. Ainda assim, não são muitos os países do mundo em que a atividade legislativa é tão exibida. Recentemente, a Câmara disponibizou um serviço que se franqueia acesso direto a todos os seus bancos de dados, bastando para isso cadastrar-se. As consultas ficam muito mais rápidas e fáceis, particularmente para quem recolhe informação a granel para tratá-las em casa (entre os quais estão pesquisadores, ONGs, empresas e lobistas).
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al disposição em exibir-se estabelece um contraste enorme com o que acontece no Senado. Na Câmara Alta pouquíssimo se informa sobre senadores. Embora haja bastante dados sobre a atividade legislativa coletiva dos senadores, é como se cada um deles não existisse administrativamente. Nenhuma das informações que a Câmara disponibiliza sobre deputados tem paralelo no Senado. Há dias, o sítio Congresso em foco dirigiu requerimento à Mesa da Câmara solicitando informações sobre o custo de cada deputado, somando tudo, de salários a verbas de gabinete, viagens etc. A resposta veio logo: em média, cada um dos 513 deputados custa R$ 99.467 por mês. A mesma pergunta foi feita à Mesa do Senado. Resposta? Nem pensar. É por causa desse contraste de atitudes que, no início desta semana, a Transparência Brasil instou a Mesa do Senado a fazer naquela casa pelo menos o mesmo que a Câmara faz. Vamos ver no que dá. CLÁUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR EXECUTIVO DA
TRANSPARÊNCIA BRASIL WWW.TRANSPARENCIA.ORG.BR
G Quanto
custa cada deputado? R$ 99.467 por mês. E cada senador? Nem pensar.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
PRAIA DO FORTE
quinta-feira, 14 de setembro de 2006
DESTAQUES DO SETOR HOTELEIRO
TURISMO - 1 Divulgação
Fique por dentro das novidades sobre hotéis no Brasil e lá fora. De pacotes diferenciados aos novos membros da exclusiva Associação dos Hotéis dos Roteiros de Charme , como o Solar do Império (ao lado). Pág. 4
Fotos: Divulgação
Santuário baiano
Q uer dois motivos
para embarcar já rumo a este belo destino do litoral norte da Bahia? Um festival gastronômico que reunirá 18 chefs, entre os dias 21 e 24 deste mês, e a visita das baleias jubarte que, até novembro, ficam por lá para acasalar e amamentar seus filhotes. Atrativos adicionais para conhecer este lugar de beleza natural e excelente infraestrutura, que caiu nas graças dos viajantes e nunca mais saiu de moda. Págs. 2 e 3
Veja mais imagens desta edição na nossa galeria de fotos virtual no site www.dcomercio.com.br/ galeria/boa viagem_index.htm
À beira de um mar de águas claras e cálidas, a antiga vila de pescadores foi urbanizada e ganhou status de destino de charme na costa baiana. Além do luxo dos resorts locais, como o Iberostar (acima), o lugar ficou famoso pelos projetos de proteção ambiental. O mais importante deles, o Projeto Tamar, cuida das tartarugas marinhas que desovam na região (no pé). E há ainda mil e uma atividades na natureza: canoagem na Lagoa Timeantube, passeios de quadriciclos em meio à mata e a incrível observação de baleias
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.TURISMO
quinta-feira, 14 de setembro de 2006
Fotos: Divulgação
José Luís da Conceição/AE
As águas mornas da Praia do Forte atraem as baleias jubarte para acasalar e amamentar até novembro
A bela vila de pescadores reúne belos cenários e ótima infra-estrutura, com resorts e bons restaurantes
Baleias e gastronomia agitam este canto da Bahia Por Patricia Andrade
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m clima de descontração e de charme faz da Praia do Forte, no litoral norte da Bahia, um destino único que consegue aliar beleza natural a uma excelente infra-estrutura e atrações para quem aprecia a natureza, sem abrir mão do conforto. Localizada a apenas 60 quilômetros de Salvador, a antiga vila de pescadores tornou-se, no fim da década de 90, um dos locais mais badalados do Estado. Turistas brasileiros e também muitos estrangeiros descobriram os encantos deste pequeno paraíso. Motivos não faltam: praias de água calma e morna, refrescantes piscinas naturais, agitada vida noturna, ecoturismo e história são as principais atrações. Até pouco tempo atrás, a vila da Praia do Forte tinha uma aparência bem mais simples. A paisagem era composta por lojinhas de artesanato, pequenas pousadas, botecos e a avenida principal era de terra. Mas a partir do ano de 2000, sofreu uma verdadeira transformação: recebeu calçamento de paralelepípedos, foi urbanizada e o tráfego de automóveis foi proibido. Ganhou ares sofisticados com a abertura de charmosas pousadas, luxuosos hotéis, bares, bons restaurantes e lojas que vendem desde roupas e artesanato a todo o tipo de arte e até jóias. O mais recente empreendimento foi um novo resort do grupo espanhol Iberostar. Com isso, a vila ganhou ainda mais elegância e comodidade. Baleias à vista – Com um clima ensolarado e quente a maior parte do ano, entre julho e novembro, a Praia do Forte ganha uma atrativo extra: aqui é o local onde as baleias jubarte escolheram para acasalar e amamentar seus filhotes. Para apreciar estas
Com ares sofisticados, a Praia do Forte, a 60 km de Salvador, agrada do viajante adepto do ecoturismo ao turista que gosta de boa vida. Vale ir agora para avistar as jubarte e saborear delícias baianas no Festival Gastronômico Glauce Cavalcanti/Agência O Globo
No centrinho, lojas de todo tipo: de artesanato à objetos de arte e jóias
espécies, as agências de turismo locais promovem passeios de lancha, catamarãs e de escunas, que vão de 6 a 10 milhas da costa. Antes de embarcar, os turistas têm uma aula de educação ambiental e normas de observação. O passeio dura de 6 a 8 ho-
ras. Toda vez que as baleias aparecem é um corre-corre para tirar fotos e filmar. Elas dão um verdadeiro show: saltam, nadam, esguicham água e emitem sons. Por causa disso, as jubarte são chamadas de "baleias cantoras" ou "baleias acrobatas". Os
O Instituto também promove projetos de educação ambiental com as comunidades locais e com os pescadores, tudo em prol da conservação da espécie, que está ameaçada de extinção. Festival culinário – Sinônimo de graça e organização, a pequena vila mostrou que tem mais uma vocação além do turismo: a de pólo gastronômico. Para destacar os talentos locais e de outros Estados, este ano vai ocorrer a primeira edição do Festival Gastronômico da Praia do Forte, de 21 a 24 de setembro. O evento contará com a participação de 18 chefs de diversas partes do Brasil e terá aulas temáticas de gastronomia, enologia e etiqueta à mesa, e, é claro, os turistas poderão provar os deliciosos pratos criados por eles. Na lista dos mais conhecidos estão Viko Tangoda, um dos Iberostar mais solicitados banqueteiros Resort: o de São Paulo, e o bretão Marc Le mais novo Dantec, eleito por três anos conempreendimento secutivos o melhor chef de Salhoteleiro de vador, pela revista Veja. luxo da região Atrações – Com o tema Sabor Bahia, serão confeccionados pratos exclusivos criados para 12 restaurantes da vila. Os participantes são Terra Brasil, Mundo Blu, Taverna Paradiso, Quitutes Brasil, Sabor de Ogum, Sobrado da Vila, Vila do Corais, Refúgio da Vila, Tango Café, O Europeu e Las Margaritas. Além dos banquetes, outras atrações: farão parte do evento, como a exibição de uma casa de farinha legítima e uma cozinha com fogão a lenha na praça. Diariamente, irão ocorrer shows musicais e uma exposição com Igreja de São Francisco de Assis, um dos pontos históricos deste destino trabalhos de fotógrafos da região na rua principal. No encergigantescos animais parecem criado, há 17 anos, o Instituto ramento, haverá um banquete não se incomodar com a presen- Baleia Jubarte, que promove para comunidade com pratos tíça dos visitantes, ao contrário, pesquisas e protege a espécie. picos, elaborados pelas quituexibem-se graciosamente, com Elas percorrem cerca de 5 mil teiras da vila e a apresentação do km vindas da Antártida, sendo musical “As Comédias”, sobre a maior naturalidade. Por causa da presença cons- o sul da Bahia e a Praia do Forte as cozinheiras baianas com letante destes mamíferos aquáti- os locais preferidos para repro- tras resgatadas desde os tempos das senzalas. cos neste trecho do litoral, foi dução e a amamentação.
Museu a céu aberto Presidente em exercício Chefe de reportagem Alencar Burti Arthur Rosa Presidente licenciado Editor de Fotografia Guilherme Afif Domingos Masao Goto Diretor de Redação Editor de Arte Moisés Rabinovici José Coelho Editor-Chefe Diagramação José Guilherme Rodrigues Ferreira Djinani S. de Lima Editora Ilustração Antonella Salem Jair Soares antonellasalem@uol.com.br Gerente Comercial Sub-editora Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Lygia Rebello Impressão Diário de S. Paulo lygiarebello@uol.com.br www.dcomercio.com.br
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las se tornaram o principal símbolo da Praia do Forte. As tartarugas estão por toda a parte: nos cartazes, nas camisetas, no artesanato local e, é claro, ao vivo, no Projeto Tamar, onde ficam bem protegidas. Aqui é a sede e também foi uma das primeiras unidades do País, inaugurada há 23 anos. O objetivo é estudar e proteger a espécie, que já esteve ameaçada de extinção. Em todos estes anos, a base evoluiu muito, ganhou excelente infra-estrutura e tornou-se um dos principais pontos turísticos da vila. Instalado à beira da praia, ao lado da pequena Igreja de São Francisco de Assis, o local é um verdadeiro museu ecológico ao ar livre. Há diversos tanques e aquários que abrigam as tartarugas de vários tipos e tamanhos e outras espécies da fauna marinha. Tudo é muito organizado com painéis explicativos bilíngües, fotografias e ainda há guias-mirins que esclarecem
as principais dúvidas dos visitantes. Na saída, os turistas passam por dentro de uma loja – como as daqueles parques de Orlando, na Flórida, onde há de tudo, brinquedos, camisetas, adesivos, cartões-postais e todo tipo de lembrancinha, cujo personagem principal é a tartaruga, é claro. O Projeto Tamar funciona o ano inteiro, mas quem quiser ver de perto os filhotes, o melhor período para ir é entre 15 de dezembro e 15 de fevereiro, quando ocorre o programa "Tartarugas By Night", em que os bichos são soltos na praia e os turistas podem observá-los, acompanhados pelos monitores. Divulgação
Projeto Tamar: tartarugas e vida marinha
Desova – A Bahia é o Estado que abriga o maior número de desova de várias espécies de tartarugas e por isso houve a necessidade de criar uma base. Hoje, há o monitoramento de 30 km de praias do litoral norte: Barra de Jacuípe, Guarajuba, Itacimirim e Praia do Forte. A luta dos ambientalistas começou em 1981, com o trabalho de educação ambiental com a comunidade de pescadores, depois, eles investiram em treinamento e capacitação de pessoal e, finalmente, conseguiram fazer com que diminuísse o número de tartarugas mortas. Este esforço de ação sócioambiental da ONG é reconhecida e serve de modelo para outros países. O Tamar protege cerca de 1.100 quilômetros de praias do litoral brasileiro, com 22 bases de pesquisa nos Estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco (Fernando de Noronha), Rio Grande do Norte (Atol das Rocas), Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Atualmente, a sede da Praia do Forte é uma das mais bem-estruturadas do País e chega a receber 500 mil visitantes por ano. (P.A.)
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Congresso Planalto Campanha CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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PT E PSDB PERDEM PRECIOSOS MINUTOS
Alan Marques/ Folha Imagem
LULA E ALCKMIN INVADEM HORÁRIO. E PERDEM ESPAÇO. Dia de presidente: Lula recebe empresários do Rio Grande do Sul no Palácio do Planalto.
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pune os candidatos à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin por ocuparem parte do horário eleitoral gratuito no rádio e na TV de outros candidatos, para a autopromoção. Presidente ocupou minutos de um candidato ao governo da Bahia. Alckmin ocupou tempo de TV de um deputado federal do Pará.
Fábio Motta/ AE
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Dia de candidato: Alckmin, Itamar e Aécio em encontro com prefeitos mineiros para reforçar campanha.
Heloísa paz e amor: 'não é hora de impeachment'.
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m dia depois de ter exigido investigações sobre o rápido enriquecimento de Fábio Lula da Silva, filho do presidente Lula, durante o debate com outros presidenciáveis na "TV Gazeta", a senadora Heloísa Helena, candidata do PSol à Presidência da República, revelou que não acha ser esta a hora de pedir impeachment. "Não tem sentido discutir impeachment neste momento da campanha, a poucos dias do pleito", disse. A discussão sobre o impeachment vem permeando debates da oposição por conta do escândalo na distribuição de cartilhas pagas pelos cofres públicos – contendo publicidade institucional – e entregues aos diretórios do PT, para serem distribuídas. Segundo Heloísa, isso só seria possível se houvesse mobilização da população. "Infelizmente, não existe nada de novo. A utilização da máquina pública vem sendo realizada, ou de forma
Rodrigo Paiva /Folha Imagem
Heloísa Helena em São Vicente
sofisticada, cínica e dissimulada, ou de forma desvairada, que muitas vezes acaba sendo parte de investigação do TCU". Depois de fazer campanha em São José do Rio Preto, no interior paulista, ela voltou atacar o presidente Lula. "Esse mundo só existe na casa dele (Lula) porque o filho dele ficou dono de R$ 18 milhões da Telemar de repente", acusou a candidata. Sem medo, com amor – Em seguida, Heloísa Helena foi foi para São Vicente, onde fez uma caminhada e disse que os eleitores não precisam ter medo de dar o seu voto a ela. "Só precisa ter medo da Heloísa Helena político corrupto, mensaleiros, delinqüentes, aquela gentalha
que gosta de transportar dólares nas peças íntimas do vestuário masculino, aqueles que jogam bilhões de dólares no exterior e que estão entre os banqueiros e especuladores. Fora disso, quem quiser trabalhar no Brasil, dos mais simples aos mais sofisticados, que querem ajudar na dinamização da economia local, na geração de emprego e renda e ajudar melhorar o Brasil, com certeza, não precisam ter medo de mim ", afirmou. Mais tarde, em Santos, a senadora voltou a negar que haja qualquer racha na coligação pela Frente de Esquerda (PSol-PSTU-PCB). A suspensão do lançamento do plano de governo da sua candidatura, que estava previsto para ocorrer no dia 7 de setembro, seria o primeiro sinal dos desentendimentos internos. Segundo ela, o calote nos pagamentos da dívida externa, bandeira do PSTU, não entraria no documento, o que teria provocado a ira desse partido aliado. (Agências)
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato da Coligação A Força do Povo (PT-PRB-PC do B) à reeleição, e o candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB), da Coligação Por um Brasil Decente (PSDB-PFL), tiveram ontem a publicidade eleitoral gratuita na televisão reduzida por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os ministros do TSE determinaram a perda de 5 minutos em inserções e 3 minutos e 43 segundos de Lula em publicidade eleitoral gratuita em bloco por invasões ao horário eleitoral de candidatos a outros cargos na Bahia. Alckmin perdeu dez segundos na propaganda eleitoral por ocupar o tempo de TV de um candidato a deputado federal no Pará. Lula já foi condenado à perda de parte de seu horário, em bloco ou em inserções, por ter participado de propagandas de candidatos petistas de outros Estados, como São Paulo e Minas Gerais. Segundo o TSE, ele pode aparecer desde que seja para pedir votos ao candidato a quem aquele horário é destinado. Nos casos de condenação, o tribunal tem entendido que Lula pediu votos para si ou usou a propaganda alheia para autopromoção.
PROMESSAS DE APOIO A EMPRESAS
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s candidatos Lula e Alckmin abordaram o mesmo tema, embora com visões diferentes, durante o horário político eleitoral de ontem no rádio: o apoio a empresas. O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, deu destaque para as pequenas e micro empresas e falou das reduções de impostos que promoveu à frente do Estado de São Paulo, estimulando a produção e o emprego. "Também diminuí os impostos para 620 mil micro e pequenas empresas, que
No programa de ontem, o presidente ressaltou na publicidade eleitoral a redução da pobreza e a ascensão social, e Alckmin prometeu melhorias na saúde e obras de saneamento. Ele agradou ao candidato a governador de São Paulo José Serra, e o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), candidato à reeleição. P ro me s sa s – O tucano se comprometeu a retomar os mutirões da saúde que Serra criou quando foi ministro durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e usou cenas de Aécio pedindo votos ao presidenciável em um comício. Alckmin abordou na publicidade a questão da corrupção e prometeu "acabar com a roubalheira". Ele afirmou que o presidente precisa "ter pulso para comandar sua equipe, e uma equipe confiável", para depois, no fim do programa eleitoral gratuito, um apresentador citar atuais e ex-assessores de Lula envolvidos com escândalos de corrupção. Alckmin– "Você acha mesmo que Lula tem pulso para montar e comandar uma equipe? Pense nisso, e mude de presidente", disse o apresentador. Alckmin criticou a situação da saúde no País e atacou o presidente Lula, que, segundo ele, disse que o serviço no setor
no Brasil "é quase perfeito". "Só pode ser piada, ou provocação com a população. Se já tá quase perfeito, quer dizer que com ele não tem como a saúde melhorar", afirmou. "Eu não entendo como é que o atual governo tem dinheiro para tanta publicidade, para avião de luxo, para tanto desperdício, e não tem dinheiro para melhorar a saúde?" Lula – O candidato tucano anunciou que, se eleito, fará melhorias no setor, como a ampliação dos mutirões de saúde e de saneamento, do programa Dose Certa e das fábricas de remédios, além da realização de parcerias com prefeitos, sem diferenciação de partidos, e nas condições dos hospitais. O presidente, logo no início do programa eleitoral, afirmou que "não precisa agredir os adversários". Lula ressaltou "o novo ciclo de desenvolvimento" vivido pelo País, mostrado por meio da redução da pobreza e da ascensão social. Ele destacou o crescimento do emprego, o aumento dos salários, o crédito mais acessível e a aprovação do Supersimples que estimulará as micro e pequenas empresas, diminuirá os impostos e gerará mais empregos. Lula mostrou depoimentos de eleitores dizendo que "quatro anos para mudar é muito pouco". (AE)
são as que geram mais emprego e distribuição de renda no País. Esta é a maior diferença entre o atual presidente e eu", disse Alckmin. O programa do candidato tucano também destacou a promessa de facilitar o crédito para empreendedores, falando do Banco do Povo, que funciona em São Paulo e que fornece crédito facilitado para quem vai iniciar seu próprio negócio. Já o programa de Lula, candidato à reeleição pelo PT, prosseguiu com a idéia adotada no rádio de que os quatro anos do primeiro mandato não foram suficientes para que o presidente introduzisse as mudanças que julga
necessárias. "Quatro anos é muito pouco", foi uma das idéias veiculadas em depoimentos durante seu programa. Para Lula, é preciso melhorar a economia e a vida das empresas. "Apesar das dificuldades, temos conseguido avançar em várias áreas e o Brasil vive um ciclo de desenvolvimento que tem levado à ascensão de milhares de brasileiros". Ele citou ainda como um sinal deste desenvolvimento o dado que as empresas são responsáveis hoje por 43% dos empréstimos dos bancos públicos brasileiros, sinal de que as companhias encontram apoio financeiro para investir no crescimento de suas operações. (AE)
Ferdinando Ramos /AE
GOVERNO DO POVO
IBOPE - SP: TUDO INDICA UM SÓ TURNO.
candidato do PT ao O governo paulista, senador Aloizio Mercadante,
ouca coisa mudou no P quadro de sucessão ao governo paulista. O
propôs uma série de medidas para estimular a participação da população em seu governo caso seja eleito. A estratégia inclui a regionalização do orçamento e da administração do poder público estadual, o fortalecimento de conselhos gestores municipais e estaduais, a implantação de agências regionais de desenvolvimento, além da criação de fundos regionais para o financiamento de projetos. Em complemento a este plano, pretende transformar o Banco Nossa Caixa em uma estrutura voltada à concessão de financiamentos regionais.
candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, venceria as eleições já no 1º turno, de acordo com pesquisa Ibope divulgada ontem à noite no "SPTV", da "Rede Globo". De acordo com o levantamento, Serra obteve 47% das intenções de voto, ante 46% da última pesquisa Ibope estadual, divulgada em 4 de setembro. Já Aloizio Mercadante (PT) subiu 5 pontos percentuais, passando de 18% para 23%. Orestes Quércia (PMDB) ficou com 9%, ante 8% da pesquisa anterior. Carlos Apolinário (PDT) ficou com 2%, e Plínio de Arruda
Ó RBITA BUROCRACIA O Tribunal de Contas da União (TCU) só deverá concluir no ano que vem o julgamento do caso das revistas e encartes promocionais do governo Lula produzidos por encomenda da extinta Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom).
Sampaio (PSol) e Cunha Lima (PSDC) aparecem com 1% cada. Brancos e nulos somaram 7%, e indecisos totalizaram 9%. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Em um eventual 2º turno, Serra venceria Mercadante por 57% a 28%, ante 58% a 25% da pesquisa anterior. O tucano também venceria Quércia por 61% a 20%, ante 61% a 19% da última pesquisa. O levantamento, registrado em 8 de setembro no Tribunal Regional Eleitoral sob o número 310368/2006, foi contratado pela "Rede Globo". O Ibope entrevistou 1.806 pessoas entre os dias 10 e 14 de setembro.
CARTA DE FHC Serra saiu em defesa do J osé ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso e mandou um sutil recado a quem tem criticado a atitude do tucano de divulgar uma carta pública em que faz críticas ao governo Lula e ao próprio PSDB. "Acho que a gente deve ler as coisas que ele diz com bastante atenção e refletir", disse ele. Serra citou uma extensa lista de elogios ao ex-presidente. Disse que é uma grande autoridade do País, um homem com visão nacional, muito bem preparado e que fez um governo com "extrema tolerância democrática". E emendou: " Eu leio sempre com interesse tudo que ele diz e escreve."
POR ACASO m campanha ontem na cidade de São José do Rio E Preto, os candidatos Guilherme Afif Domingos (que concorre ao Senado pela coligação PSDB-PFL- PPSPTB ) e a senadora alagoana Heloísa Helena (que concorre à Presidência pela Frente de Esquerda PSol- PCB-PSTU), acabaram se encontrando no aeroporto da cidade. Os dois se abraçaram e foram cercados por populares.
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
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por cento é a projeção do Banco Central para a alta do PIB neste ano, previsão que pode ser revisada.
Stephen Jaffe/FMI/Reuters
FMI MOSTRA PREOCUPAÇÃO COM GASTO PÚBLICO NO PAÍS Na avaliação do Fundo Monetário Internacional, gastos do governo brasileiro devem ser mais dirigidos a projetos das áreas social e de infra-estrutura. O vice-diretor do Departamento de Pesquisa do Fundo, Charles Collyns, afirmou que o recente crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tem sido decepcionante e que será necessária paciência para que se acelere.
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Fundo Monetário Internacional (FMI) manifestou preocupação com o aumento dos gastos públicos do Brasil e disse que eles precisam ser mais dirigidos às áreas social e de infra-estrutura. Embora tenha elogiado os avanços econômicos do País nos últimos anos, o vice-diretor do Departamento de Pesquisa do Fundo, Charles Collyns, afirmou que o recente crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tem sido decepcionante e que será necessária "paciência" até que a expansão seja acelerada. No estudo "Perspectiva Econômica Mundial" divulgado ontem, o FMI alertou que países da América Latina — sem especificá-los — estão aumentando os gastos públicos e que precisam se preparar para um ambiente menos favorável nos mercados externos. Durante a apresentação à imprensa do estudo em Cingapura, onde é realizada a assembléia anual do organismo, foi perguntado aos economistas do Fundo se eles incluíam o Brasil na avaliação. Collyns ressaltou que o País precisa implementar uma "extensa" agenda de reformas e que FMI tem enfatizado várias delas. "O gasto público é um dos pontos, porque é verdade que ele tem crescido rapidamente no Brasil ao longo dos últimos dois anos", disse. Arrecadação — Ele salientou que a arrecadação de impostos também aumentou de maneira rápida, "abrindo algum espaço" para os gastos.
Consideramos importante que o gasto público seja mais focalizado. É importante encontrar maneiras de concentrá-lo em programas sociais. Charles Collyns, vicediretor do FMI "Mas consideramos importante que o gasto público seja mais focalizado, por existir um sistema muito extenso de restrições na maneira como os recursos são alocados. É importante tentar encontrar algumas maneiras para concentrá-los mais em programas sociais específicos para as pessoas mais pobres", disse. "O governo Lula tem conseguido sucesso nessa área, mas há mais a ser feito, como um avanço nas Parcerias Público-Privadas." Collyns salientou que "o Brasil tem feito muito nos últimos anos em termos macroeconômicos para crescer de maneira sustentada, seja em termos de implementação de uma estrutura de responsabilidade fiscal como no estabelecimento de uma formatação bastante crível para o controle da inflação". Segundo ele, "os frutos dessas conquistas já estão sendo vistos em termos da resistência que o Brasil exibiu ao enfrentar algumas condições adversas" que afetaram os mercados internacionais em
maio e junho deste ano. "Mas concordo que a resposta em termos de crescimento tem sido de alguma maneira desapontadora e que alguma paciência será necessária", disse. Collyns observou que o Banco Central "está bem posicionado, reduzindo progressivamente a taxa de juros ao longo do último ano". Segundo ele, "com as expectativas inflacionárias caminhando para a parte mais baixa da banda da meta para o custo de vida, existe espaço para novas reduções dos juros, o que pode favorecer o crescimento do País". Reformas — O economista do Fundo ressaltou que o País precisa também adotar reformas no sistema financeiro, observando que os spreads sobre juros no Brasil são muito elevados. "Em parte, isso é um resíduo da instabilidade macroeconômica do passado e será reduzido no futuro, mas ainda há uma série de fatores, como os elevados depósitos compulsórios não remunerados e o crédito direto extensivo", disse. "Algum progresso tem sido feito na área de sistema de informações sobre crédito e na Lei de Falências, mas uma maior consolidação dessas reformas ainda é necessária." Segundo Collyns, no futuro, "uma perseverança contínua nas reformas do setor financeiro" será muito benéfica ao País. "E a combinação de um ambiente macroeconômico estável e um setor financeiro mais eficiente com taxas de juro menores devem gerar um crescimento maior para o Brasil", afirmou o vice-diretor. (AE)
Brasil tenta limitar poder dos ricos
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Brasil tentará evitar que as economias mais fortes ganhem mais poder em conseqüência da redistribuição de cotas e de votos no Fundo Monetário Internacional (FMI). A mudança poderá produzir esse efeito paradoxal, aumentando a influência dos Estados Unidos, da Alemanha e do Japão, dependendo da fórmula que for sacramentada. Impedir esse resultado será politicamente complicado porque a maioria dos pobres tenderá a seguir o voto dos mais poderosos. O perigo, do ponto de vista brasileiro, é que o novo critério beneficie os países muito pobres, alguns emergentes, como China e México, e enfraqueça politicamente o Brasil e outros países de renda média. "Somos favoráveis ao aumento de participação de alguns emergentes, mas contrários a que isso se dê às expensas de outros emergentes", disse ontem o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, resumindo a posição dos técnicos brasileiros envolvidos no debate. A preocupação com o desequilíbrio foi indicada, na última terça-feira, no comunicado conjunto dos chefes de governo do Brasil, da Índia e da África do Sul, depois de uma reu-
Somos favoráveis ao aumento de participação de alguns emergentes no Fundo Monetário, mas contrários a que isso se dê às expensas de outros países emergentes. Henrique Meirelles, presidente do Banco Central do Brasil
nião em Brasília. A referência aparece no parágrafo 32: "A reforma deve efetivamente reduzir o grave desequilíbrio entre a ampla maioria de poder de voto detida pelas economias avançadas e a participação insatisfatória dos países em desenvolvimento." Oposição — É praticamente certa a aprovação política, em nível ministerial, da proposta de redistribuição discutida no começo do mês pela diretoria executiva do Fundo. A resolução apresentada pelo diretorgerente, Rodrigo de Rato, foi
aceita pela maioria dos diretores, com oposição de Brasil, Argentina, Índia e Egito. Mas ainda há espaço para briga na segunda fase da mudança, embora o êxito seja improvável. Na primeira etapa, China, Coréia, México e Turquia vão ganhar mais cotas e votos, pelo critério atual. Na segunda, toda a distribuição será revista com base em nova fórmula. Será preciso atacar três pontos para evitar que Brasil e outros países de renda média sejam os perdedores. Em primeiro lugar, será necessário cuidar dos detalhes da própria fórmula para garantir uma efetiva redistribuição. Reforçar a legitimidade do Fundo é uma das justificativas para a nova divisão de cotas e votos. Além disso, é preciso definir se as maiores economias, beneficiárias potenciais da nova fórmula, estão dispostas a renunciar a uma concentração maior de poder. A fórmula definitiva de divisão do poder no FMI ainda será aprovada, mas já se sabe de antemão que os novos critérios deverão dar grande peso não só ao tamanho de cada economia, mas também à sua abertura, medida pelo volume de transações correntes do balanço de pagamentos. (AE)
Rodrigo de Rato, diretor-gerente do FMI, chega a reunião da assembléia do organismo, em Cingapura Marcos Fernandes/LUZ – 2/6/06
Meirelles: Brasil está no caminho certo, com um patamar de crescimento que é o dobro daquele registrado nas últimas décadas.
Presidente do BC evita polêmica
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presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, evitou comentar a polêmica proposta de criação de metas de crescimento econômico apresentada nesta semana pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. Mas deixou claro que uma estratégia de expansão mais ambiciosa do Produto Interno Bruto (PIB) passa pela adoção de reformas estruturais. Meirelles está em Cingapura, onde participa da assembléia anual do Fundo Monetário Internacional (FMI). "O Brasil está no caminho certo, com um patamar de crescimento que é o dobro daquele que registrou nas últimas décadas", disse o presidente do BC. Ele destacou que, com o controle inflacionário e a melhora no balanço de pagamentos, a vulnerabilidade do País foi reduzida. "Temos hoje condições de discutir os caminhos que podem nos levar a taxas de crescimento mais eleva-
Economia da AL deve crescer 4,75%
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economia latinoamericana deve crescer 4,75% neste ano, acima dos 4,3% anteriormente previstos, graças à forte demanda interna e ao preço elevado das matériasprimas de exportação, disse ontem o Fundo Monetário Internacional (FMI) em seu relatório semestral sobre a economia global. Mas a região, que tem a segunda maior reserva mundial de gás e petróleo do mundo, não conseguiu, em sua maior parte, aumentar produção ou investimentos, apesar de o preço do petróleo bruto ter dobrado nos últimos dois anos, afirmou o Fundo . O FMI criticou abertamente no relatório a Venezuela e o México pelas baixas taxas de investimento no setor energético e por só agora começarem a incentivar a transparência nas empresas. (Reuters)
das", disse. "Esse é um debate legítimo, que agora vai se estabelecer no Brasil." Meirelles afirmou que um maior crescimento do País depende de "reformas política e previdenciária e todas as questões envolvendo resolução de concessões e a possibilidade de fazer maior investimento em infra-estrutura". Segundo ele, o "País tem um vasto cardápio" de medidas e discussões nos próximos anos. O presidente do BC acrescentou que existe a expectativa do chamado "choque de gestão" a partir de 2007. "Temos que aguardar para ver, mas a expectativa é positiva", disse ele. Revisão – Meirelles afirmou também que o BC está revisando sua previsão de crescimento do PIB neste ano, que ainda é de 4%, bem acima das estimativas do mercado e do próprio FMI, que é de 3,6%. "Vamos, até o final do mês, divulgar o relatório de inflação do Banco Central e ele terá nossa previsão atualizada", declarou.
O presidente do BC evitou comentar a avaliação feita ontem pelo FMI de que os gastos públicos no Brasil estão crescendo rapidamente (leia reportagem nesta página). Mas, quando os jornalistas perguntaram se estaria preocupado com o cumprimento da meta de superávit primário de 4,25% do PIB para este ano e 2007, respondeu: "O banqueiro central é preocupado o tempo todo, com todos os aspectos da economia, como o preço do petróleo, commodities, etc". Ele ressaltou que o papel do BC é "de guardião da moeda" e, portanto, tem de olhar o debate sob essa ótica. "Do ponto de vista de combate à inflação, o importante é que a meta de superávit primário seja atingida, não apenas neste ano, mas também no próximo ano", disse. "A nossa hipótese de trabalho é que o Brasil vai cumprir a meta de superávit neste ano e em 2007, esse é o compromisso que temos ouvido das autoridades responsáveis." (AE)
Ano 81 - Nº 22.213
São Paulo, sexta-feira a domingo, 15 a 17 de setembro de 2006
Edição concluída às 23h55
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Jornal do empreendedor
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
Bolívia ataca. Lula negocia trégua eleitoral Mario AV/Folha Imagem
Depois de ser surpreendido mais uma vez com uma decisão de Evo Morales, agora de expropriar refinarias da Petrobras na Bolívia, o governo brasileiro conseguiu "congelar" a medida até 9 de outubro, após as eleições presidenciais. O governo boliviano justifica: a Petrobras já teve "ganhos extraordinários". Para o candidato Alckmin, o impasse é "fruto da fraqueza de Lula". Págs. 3 e 4 e E 2
Inferno na torre Fogo e explosão em andaime num prédio do Morumbi matam um operário e ferem três. C 1 Juan Esteves/Divulgação
Paulo Pampolin/Hype
Gastos do governo preocupam FMI Dirigente da entidade diz que dinheiro deve ir para áreas sociais. E 1
De Olho no Imposto: votação marcada Será apreciado em comissão no Senado em 3 de outubro. C 5 HOJE Parcialmente nublado Máxima 35º C. Mínima 15º C.
AMANHÃ
Fábio Motta/AE
Sol com pancadas de chuva Máxima 24º C. Mínima 16º C.
Claudia Raia revive Sweet Charity, musical da Broadway. Ela põe pimenta e samba em uma personagem originalmente doce, criada pelo coreógrafo Bob Fosse. Samba sofisticado chega com Paulinho da Viola, de volta a São Paulo, cidade fotografada e exposta por Juan Esteves de forma surpreendente. Leia ainda: guia de shows; cinema e filosofia; Antônio e Cleópatra no palco; gastronomia, happy hour, roda do vinho...
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Nacional Tr i b u t o s Finanças Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
JURO AO CONSUMIDOR TEM LIGEIRA QUEDA
sexta-feira, sábado e domingo, 15, 16 e 17 de setembro de 2006
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por cento foi o recuo do Ibovespa ontem, o principal indicador da bolsa paulista.
Paulo Pampolim/Digna Imagem - 14/01/2005
BANCOS REDUZEM JUROS A EMPRESAS E CONSUMIDORES Mesmo assim, queda de agosto não acompanha os cortes efetuados na Selic
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anto os juros cobrados do consumidor como das empresas caíram em agosto em relação a julho, refletindo o corte da taxa básica, a Selic, e o recuo da inadimplência no varejo. No mês passado, a taxa média mensal de juros ao consumidor foi de 7,48%, resultado 0,04 ponto percentual inferior ao registrado em julho, mostra a pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). "A queda dos juros ao consumidor foi proporcional ao corte na Selic", afirmou o vicepresidente da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira. Ele observou que a redução de 0,5 pon-
to percentual ao ano, que foi o corte da Selic na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, corresponde a uma queda de 0,04 ponto percentual na taxa mensal. Oliveira ponderou, no entanto, que nem toda a redução da Selic iniciada em setembro de 2005 foi repassada para o consumidor. De setembro até hoje, o Copom cortou em 5,5 pontos percentuais os juros básicos. Enquanto isso, os juros ao consumidor caíram 3,47 pontos para empresas, 2,88 pontos percentuais. Reflexo – O executivo disse que os bancos decidiram repassar o corte dos juros básicos para o consumidor por causa
da forte pressão do governo para a redução dos spreads e também porque a inadimplência já não preocupa tanto as instituições. De acordo com a Anefac, das seis linhas de crédito ao consumidor pesquisadas, houve redução nas taxas em cinco delas. O maior corte ocorreu no cheque especial, de 0,06 ponto percentual, seguido pelo Crédito Direto ao Consumidor dos bancos (0,05 ponto percentual). A única linha de crédito que manteve as taxas de juros de julho para agosto foi o cartão de crédito. Na opinião do vice-presidente da Anefac, isso ocorreu porque existe pouca concorrência entre os bancos nesse segmento. (AE)
Juros cobrados dos consumidores caíram 0,04 ponto percentual em agosto, para 7,48% ao mês
Real vende carteira de crédito
Petrobras puxa queda na Bovespa O
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Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) interrompeu dois pregões consecutivos de alta e fechou ontem em queda, abatida especialmente pelas ações da Petrobras, que registraram as maiores baixas do Ibovespa (principal índice do mercado brasileiro). O indicador recuou 1,08%, para 36.153 pontos. O volume financeiro limitou-se a R$ 1,69 bilhão, depois de registrar dois dias de giro em torno de R$ 2,5 bilhões. As ações preferenciais da Petrobras caíram 2,89%, enquanto as ordinárias perderam 4,91%. Investidores acompanharam o impasse entre Bolívia e Brasil sobre as operações da estatal no país vizinho (leia reportagens sobre a estatal nas páginas 3 e 4 do primeiro caderno). Segundo analistas, no entanto, o que pesou mais foi o declínio do preço do petróleo no mercado internacional. "Em termos de volume e de valor, a operação da Bolívia tem pouco peso na Petrobras. Por isso mesmo, tenho a impressão de que a influência é
mais política. Acredito que as ações caíram por causa do preço do petróleo no exterior, do exercício de opções sobre ações, que acontece na próxima segunda-feira", disse o operador da corretora Finabank Ademir Carvalho. "Ontem (quarta-feira), as ações da Petrobras subiram bastante, o que acabou dando margem para a venda", acrescentou o operador da Finabank, referindo-se ao ganho de 2,8% da ação preferencial da estatal brasileira. Enquanto isso em Nova York, o valor do petróleo recuou pela oitava vez em nove pregões seguidos, e atingiu US$ 63,22 por barril, o menor nível registrado desde o dia 22 de março passado. Negociações – Ontem, o governo brasileiro adiou a retomada das negociações com a Bolívia sobre os ativos da Petrobras no país andino, reagindo à regulamentação do decreto de 1º de maio de nacionalização de ativos de gás e petróleo. A viagem de uma comitiva brasileira de alto esca-
CONVOCAÇÕES
Elo Participações e Investimentos S.A. CNPJ no 07.838.611/0001-52 Assembléia Geral Extraordinária Edital de Convocação Convidamos os senhores acionistas desta Sociedade a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária a ser realizada no próximo dia 25 de setembro de 2006, às 17h, na sede social, Cidade de Deus, Prédio Novíssimo, 4o andar, Vila Yara, Osasco, SP, a fim de examinar proposta do Conselho de Administração para incorporar as ações dos acionistas da Elo Participações S.A., convertendo-a em subsidiária integral desta Sociedade, de conformidade com o disposto nos Artigos 252 e 264 da Lei no 6.404/76, mediante: a) ratificação da indicação da empresa avaliadora dos Patrimônios Líquidos das Sociedades; b) exame e aprovação do Instrumento de Protocolo e Justificação de Incorporação de Ações de Acionistas e seus anexos. Cidade de Deus, Osasco, SP, 14 de setembro de 2006. Lázaro de Mello Brandão - Presidente do Conselho de Administração. 15, 19 e 20.9.06
lão do governo federal a La Paz foi postergada de hoje para o dia 9 de outubro. Segundo o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrela, a regulamentação da lei de nacionalização não afeta as operações de exploração e produção da estatal, apenas o refino. Valorização – Na ponta oposta, as ações ordinárias da Telemar tiveram a maior alta do Ibovespa pelo segundo dia seguido. Os papéis da empresa de telefonia subiram 4,91% com a aposta de que a reestruturação da companhia será aprovada pelos acionistas. A proximidade do exercício de opções sobre as ações da empresas potencializou o movimento na Bovespa. Dólar – O mercado de câmbio chegou a ensaiar mais um dia com as cotações em queda, mas inverteu a mão e encerrou a quinta-feira com o dólar em alta discreta, de 0,23%, cotado a R$ 2,163 para venda. Na máxima do dia, a moeda bateu os R$ 2,167. Na mínima, chegou a R$ 2,154. (Reuters)
Banco Real anunciou ontem a venda de uma carteira de créditos vencidos por R$ 1,6 bilhão para a empresa americana Credigy. A transação, feita na última quarta-feira por meio de leilão, inclui dívidas do cheque especial, cartão de crédito, empréstimos, financiamentos e renegociações de cerca de 760 mil clientes da instituição sem pagamento por um período de pelo menos 360 dias. O banco já havia feito, no início do ano, uma venda de R$ 40 milhões referentes a cartões de crédito private label (de marca
própria) e, em agosto, de créditos corporativos no valor de R$ 900 milhões. Segundo o superintendente de Recuperação de Crédito do Real, Otávio Lourenção, o dinheiro obtido no leilão vai reforçar a oferta de crédito do banco no País. Inadimplência – Além disso, agora a instituição vai focar suas atenções nos casos de inadimplência de menor tempo. Ele afirmou que a liquidação será feita na semana que vem, mas não vai influenciar em nada o balanço do banco. O leilão, que contou com a participação de cinco institui-
ções não reveladas pelo banco, foi estruturado pela consultoria KPMG durante quatro meses. Segundo o diretor da empresa, Salvatore Milanese, transações como essa devem crescer no País. Com o avanço do crédito, a inadimplência também tende a ter um peso significativo nas carteiras dos bancos. Ele afirma que, nas 46 maiores instituições bancárias do Brasil, os créditos vencidos há mais de 91 dias, até dezembro de 2005, somavam R$ 23 bilhões. O que demonstra o potencial desse tipo de transação, disse. (AE)
Telecom Itália pode vender unidade de telefonia fixa
citam um documento enviado à Telecom Itália no último dia 5, dois dias antes de uma reunião entre o presidente da companhia, Marco Tronchetti Provera, e o executivo-chefe da News Corp., Rupert Murdoch, promovida para discutir um acordo de conteúdo entre as duas empresas. O documento foi preparado por Angelo Rovati, que os jornais definem como "um
consultor do primeiroministro Romano Prodi", e sugere que a unidade de telefonia fixa seja separada do grupo principal e vendida ao governo, que então revenderia parte dela por meio de uma oferta pública inicial de ações. A intenção de criar duas unidades separadas, uma para operações de telefonia fixa e outra para móvel, foi anunciada oficialmente pela empresa no dia 11. (Agências)
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m consultor do governo italiano sugeriu à Telecom Itália separar a unidade de linha fixa e vendê-la à agência de financiamento estatal Cassa Depositi e Prestiti antes de listá-la em bolsa, informaram os jornais italianos ontem. Os diários
ATAS
DECLARAÇÃO À PRAÇA DECLARAÇÃO À PRAÇA Guzzi e Simioni Comércio Importação e Exportação Ltda. – EPP - CNPJ- 05.876.948/0001-29 localizada à Rua Cristiano Viana,67 Casa 15 - Cerqueira César - São Paulo / SP declara para os devidos fins o extravio das Notas Fiscais 001 a 100. (15/18/19/09/2006).
COMUNICADO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: Adiamento - Tomadas de Preços Comunicamos o adiamento da data de entrega dos envelopes 1 (Documentação) e 2 (Proposta Comercial) das Tomadas de Preços n.º 05/1951/06/02; 05/2063/06/02 e 05/2065/06/02, respectivamente para as 09:30, 10:30 e 14:00 horas do dia 02-10-2006, quando dar-se-á a abertura do envelope 1. Os invólucros contendo os Documentos de Habilitação e a Proposta Comercial deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121-900 - São Paulo - SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou através do site www.fde.sp.gov.br. Ficam mantidas as demais condições do aviso inicial.
SINDICATO DAS INDÚSTRIAS GRÁFICAS NO ESTADO DE SÃO PAULO - SINDIGRAF Assembléia Geral Extraordinária - Edital de Convocação Ficam convocados os Industriais Gráficos, Associados e não Associados do SINDIGRAF-SP, para a A.G.E. a ser realizada em sua sede social, situada na Rua do Paraíso, nº 533 – térreo, São Paulo - SP, no próximo dia 26.SET.2006, às 14:30 hs., em primeira convocação, a fim de deliberar sobre as seguintes matérias da ORDEM DO DIA: a) Outorga de poderes ao SINDIGRAF-SP para empreender as negociações necessárias, com poderes especiais para fixar reajustamento salarial, celebrar Convenção Coletiva de Trabalho, instaurar Dissídio Coletivo ou firmar Acordo Judicial referente ao período 2006/2008; b) Definição da Contribuição Assistencial do período 2006/2007; c) Proposta de composição da Comissão de Relações Trabalhistas do SINDIGRAF-SP. Caso não haja número legal para a sua instalação no horário acima previsto, a A.G.E. será instalada em segunda convocação, uma hora após, ou seja, às 15:30 hs., no mesmo dia e local mencionados, atendendo assim às disposições dos artigos 612 e 859 da CLT, para a instauração de instância ou celebração de acordo. São Paulo, 15 de setembro de 2006. Mário César Martins de Camargo – Presidente.
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 15, 16 e 17 de setembro de 2006
Mario AV/Folha Imagem
1 Nunca tivemos funcionário fantasma no gabinete. Nem adiantaria, a 15 dias da eleição. Eduardo Anastasi, chefe de gabinete de Guimarães
Mãe acusa coronel de usar salário da filha Coronel Ubiratan usaria o dinheiro em sua campanha eleitoral. Chefe de gabinete refuta acusação. Paulo Pinto/AE
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Fogo começou, provavelmente, quando operário acendeu cigarro
TERROR NA TORRE
U
m operário morreu e outros três ficaram feridos, uma deles em estado grave, após uma explosão em um andaime em um prédio na a região do Morumbi, na zona sul, por volta das 11h de ontem. Os quatro faziam serviço de impermeabilização na lateral de um edifício da rua Marechal Hastinfilo de Moura, na altura do número 200, no Portal do Morumbi, na Vila Sônia, quando houve uma explosão no andaime onde estavam. O pedreiro José Roberto da Conceição Santos, de 36 anos, morreu no local. Aderlandio Brito Cordeiro, de 19, está internado em estado grave no Hospital da Vila Penteado, com queimaduras de segundo e terceiro graus nos membros COLA Detran prendeu oito donos de autoescolas por fornecerem cola de exames.
inferiores e superiores. Ele teve 47% do corpo queimado e foi levado para o hospital por uma equipe do Grupamento Aéreo da Polícia Militar. Gildete Cunha Fagundes, de 25, sofreu queimaduras de segundo e terceiro graus nas pernas e na face e permanece no Hospital das Clínicas. Já Sebastião Fabiano Nunes, de 48, também sofreu queimaduras nos braços e nas pernas e também foi socorrido pelo Grupamento Aéreo da PM. Segundo a polícia, o andaime estava parado próximo ao 20º andar, numa altura de cerca de 70 metros, quando um dos funcionários teria acendido um cigarro próximo a uma lata de solvente. Inicialmente, não há indícios de falha de segurança nos equipamentos. (AE)
Ó RBITA
SIFÕES Foi preso Cleber Lisboa de Lira. Ele roubava sifões dos banheiros da Câmara.
Diego Padgurschi/Folha Imagem
CALOR E FALTA DE UMIDADE temperatura chegou A ontem a 32,7 graus na cidade de São Paulo, com a umidade relativa do ar caindo a até 22%. Para enfrentar o verão fora de hora, garotos passaram a tarde mergulhando na represa Billings (foto), apesar das algas. No Rio, a temperatura chegou aos 38 graus. No interior de São Paulo, 36,6 graus. Com o
tempo seco, a umidade relativa do ar preocupa – em 16 estados do Brasil e também no Distrito Federal– podendo ficar em 20% hoje e amanhã. Os estados em alerta são: Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Piauí, Rio de Janeiro, Pará, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Maranhão e Bahia.
MULHER CLONA AUDI DUAS VEZES Com base nas infrações, ma mulher de 31 anos foi que apontavam os locais onde presa ontem acusada de U veículo circulava, policiais clonar um Audi prata. A investigação começou depois que a dona de um Audi registrou boletim de ocorrência no Detran devido a multas que não cometeu. Mesmo após a troca dos caracteres das placas, ela continuou recebendo multas.
prenderam a suspeita. A mulher, que já esteve presa foi flagrada com o carro clonado na marginal Tietê. Com a ajuda de um despachante, a suspeita soube da mudança das placas e alterou também as placas do dublê. (Agências)
advogada Liliana Prinzivalli admitiu ontem que sua filha Carla Cepollina, ex-namorada do deputado estadual e coronel Ubiratan Guimarães, assassinado em sua casa, aceitou ser funcionária fantasma no gabinete de Guimarães para que seu salário fosse usado na campanha do coronel à reeleição. "Ela não me contou isso na época porque sabia que eu iria reprovar", afirmou Liliana. "Ele disse que iria dispensar uma funcionária chamada Ana Paula, que mora nos Estados Unidos, e contratá-la." Perguntada se sabia que isso é crime, respondeu que não. A posse de Carla aconteceu em 23 de agosto. "Em momento nenhum ela veio trabalhar", confirmou o chefe de gabinete de Guimarães, Eduardo Anastasi. "Nunca tivemos funcionário fantasma no gabinete. Nem adiantaria, a 15 dias da eleição." Segundo ele, Ana Paula mora no Brasil e ia trabalhar, o que poderia ser comprovado pelo livro de ponto. O advogado do coronel, Vicente Cascione, disse à polícia que teme que Carla fuja do País por ter cidadania italiana. "Recebi essa informação e achei prudente repassá-la." Armando de Oliveira Costa Filho, delegado do caso, disse que vai analisar a possibilidade de pedir a Carla o passaporte. "O Cascione está acostumado a defender bandido. Não tem condição moral de saber se ela vai sair", atacou Liliana. Para a advogada, a delegada da Polícia Federal do Pará, Renata Madi, deve ser vista como suspeita do assassinato. "Se houve crime passional, foi dela. A polícia tem que chamá-la para depor", atacou Liliana, afirmando que Renata e Guimarães tinham um relacionamento amoroso. A delegada federal nega, mas anteontem Cascione declarou que eles namoravam. Investigação – Em entrevista coletiva, ontem à noite, Liliana declarou também que Anastasi e outras pessoas próximas ao coronel devem ser investigadas. Também contou ter visto na TV uma reportagem segundo a qual Ubiratan teria um amigo no prédio – fazendo alusão a um possível relacionamento homossexual. "Acho que deveriam ser investigadas mesmo, desde que todas tivessem passado a tarde com o coronel, atendessem ao
Radar móvel volta hoje às ruas da cidade
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etirados das moitas e cantos escuros desde junho, os radares móveis da Prefeitura de São Paulo estarão novamente espalhados pelas ruas da capital a partir de hoje. Os equipamentos, escondidos em pontos estratégicos não revelados, voltarão a flagrar os veículos circulando em excesso de velocidade. Ontem a Secretaria Municipal dos Transportes afirmava que as multas já começariam a ser emitidas a partir de hoje. Mais tarde, surgiu uma nova versão, a de que seriam feitos testes apenas. Por conta da incerteza, a melhor opção para o motorista é ficar atento desde já, mantendo os limites de velocidade. No total, serão instalados 40 equipamentos, alternadamente em mais de 300 pontos da cidade. (AE)
Liliana Prinzivalli, mãe de Carla Cepollina, ontem à tarde, durante entrevista coletiva: acusações rebatidas Eliaria Andrade/Agência Globo
telefone dele, mandassem mensagem de celular, tivessem saído da casa dele minutos depois dele ser assassinado", ironizou Cascione. Ameaça – Carla não compareceu à entrevista porque teria recebido uma ameaça de morte por telefone, segundo informação de sua mãe. A ameaça teria sido feita às 16h30 por meio de um recado gravado na secretária eletrônica do telefone fixo da casa onde ambas moram, no Campo Belo. "Carla Cepollina, você matou, você vai morrer. Vai demorar um pouquinho mais. Mas você vai acertar as contas. Você mexeu com quem não devia. Vai demorar um pouquinho, mas você vai conseguir chegar onde ele está, a sete palmos da terra", diz a gravação. Objetos – O Instituto de Criminalística da Polícia TécnicoCientífica recebeu ontem às 11h, cinco dias após o crime, os objetos relacionados às investigações do crime. Nas roupas da namorada Carla Cepollina a perícia vai procurar vestígios de sangue e tiro – traços de chumbo, lítio e enxofre. Os peritos também vão investigar se há veneno, sonífero ou medicamentos nos copos apreendidos no apartamento da vítima. Os delegados que conduzem o inquérito pediram para os peritos responderem se o chumbo encontrado no chão do apartamento saiu de alguma das armas apreendidas. A suspeita é que o tiro partiu de um
O coronel Ubiratan Guimarães: assassinado com um tiro em sua casa
quinto revólver 38 que desapareceu do apartamento. Richthofen – Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos e seis meses de prisão pela morte dos pais, Manfred e Marísia, em outubro de 2002, teve mais um pedido de ha-
beas-corpus negado ontem pela 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo. Seus defensores pediam a anulação do julgamento ou que ela fosse considerada inocente devido a falha na redação de quesitos que a condenaram. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.LAZER
ADEGA
Álcool e História
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GASTRONOMIA Um Brasil original nos pratos do Tarsila Fotos: Paulo Pampolin/Hype
Sérgio de Paula Santos
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em aumentado muito o número de publicações sobre cozinha e bebidas. Dos primeiros, de cozinha, a grande maioria, é de receitas, repetidas ou novas, enquanto os de bebidas, fermentadas ou destiladas, não tem apresentado grandes novidades, mesmo em um ramo em constante evolução. Como que para ventilar esse setor, apareceu uma obra notável, sobre bebidas alcoólicas e drogas, em seu aspec to histórico, social e antropológico. O Álcool e drogas na história do Brasil é organizado pelos historiadores Renato Pinto Venâncio e Henrique Carneiro, que reuniram cerca de 15 cientistas sociais dos mais atuantes no País. De início, Henrique Carneiro aborda a mudança de significado da palavra "droga", do medievo ao atual. O termo passa de "especiaria", empregada na nutrição e em medicina, dicionarizado como tal, ao atual, de substância tóxica, ilícita e condenada. O tema é bem esclarecido e documentado. Segue-se uma deliciosa descrição da "etiqueta" da alimentação canibal, por Ronald Raminelli, da Universidade Federal Fluminense. É a mais completa descrição do ritual e do consumo do cavim indígena, que chega a ser comparado por Claude d’Abbeville, em 1614, ao vinho branco francês... Segundo a "etiqueta" indígena, primeiro se bebe e depois se come... Segue-se um estudo de Luis Mott sobre o consumo do vinho e da aguardente na Baia ao tempo da Inquisição, onde cerca de 450 processos são levantados. A produção da aguardente de cana (e de outras origens) suas origens, história e consumo na América Portuguesa são estudados em profundidade por Leila Mezan Algranti, da Universidade Estadual de Campinas. Carlos Magno Guimarães estuda o consumo da aguardente nas Minas coloniais junto aos quilombos e sua relação com o tráfico de escravos. Com relação à política, Virgínia Valadares (Universidade Católica de Minas Gerais) estuda o relacionamento entre os poderes metropolitano e colonial relativamente ao comércio e ao consumo da aguardente das Minas Gerais no século 18. Ainda do século 18 e 19 o trabalho de Betânia Gonçalves Figueiredo (Universidade Federal de Minas Gerais) sobre as drogas (na acepção antiga do termo) nas boticas e farmácias mineiras de então. É indiretamente um estudo da medicina rural brasileira do final do século 18 e início do seguinte. Curiosíssimos os ingredientes utilizados, do óleo de ouro aos excrementos hu-
manos ou de animais. Medicamentos para qualquer doença para "natureba" nenhum botar defeito. Seguem-se matérias sobre raízes medicinais: as mágicas origens da farmacopéia brasileira (Ricardo Ferreira Ribeiro - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), sobre Aguardente e Sedicão em Ouro Preto, 1831-1833 (Andrea L. Gonçalves e Renato P. Venâncio Universidade Federal de Ouro Preto). Também de Ouro Preto, A falsificação de vinho na cidade de Ouro Preto no século 19, de Myrian Lopes e Eduardo S. Lima, da mesma universidade. Sobre o tão falado Santo Daime dissertam Beatriz Caiuby Labate e Gustavo Pacheco, especialistas no tema, das Universidades de Campinas e Federal do Rio de Janeiro. A matéria que mais nos chamou a
Ambiente, decoração e cardápio lembram os quadros da artista; o chef Marcelo Pinheiro e uma de suas criações, Perdiz com molho de amora
Modernismo para garfo e faca Lúcia Helena de Camargo atenção foi a Tiquira, do Maranhão o destilado da mandioca, de Tarcísio R. Botelho (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais) muito boa, que esgota o assunto do ponto de vista histórico e da produção. A beberagem, bem pouco conhecida fora do Maranhão, é uma espécie de prima pobre da cachaça. Ao contrário do que muitos afirmam não é uma bebida de origem indígena. Como destilado que é não poderia ser índia. Afinal o processo da destilação chegou ao País com os europeus. Os índios apenas fermentavam suas bebidas. Finalizavam o livro a "medicalização das drogas" (Maurício Fiore) e um oportuno esboço histórico do narcotráfico, por Thiago Rodrigues, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Concluindo, um livro dos mais importantes publicados entre nós nos últimos tempos
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inspiração para o nome do restaurante e a decoração veio da pintora brasileira Tarsila do Amaral (1886-1973). O ambiente é colorido como os quadros da artista e a comida mistura ingredientes locais e técnicas estrangeiras – sobretudo francesas –, resultando em pratos que traduzem a proposta do movimento do qual participaram, nos anos de 1920, Mário e Oswald de Andrade. Podemos, portanto, chamar o Tarsila de um restaurante modernista. Quem comanda a cozinha é o chef Marcelo Pinheiro, que cria receitas como Perdiz ao molho de amora, acom-
bém para casais, pois o ambiente tranqüilo e a iluminação sem excessos convidam ao namoro. Toda noite funciona ainda o sushi bar. Das mãos do chef japonês Yassuo Assai, vindo de Nagoya, saem sushis e sashimis frescos. O bufê inclui a mesa de sobremesa. Os lights podem parar nos pedaços de manga, abacaxi, mamão e outras frutas. Mas vale provar outra criação de Pinheiro: o saboroso flan de mandioca com queijo. Tarsila - Hotel InterContinental São Paulo, Alameda Santos, 1.123, telefone (11) 3179-2555.
HAPPY HOUR Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype
Mobiliária primorosa que conta a história da cidade, iluminação com lamparinas elétricas e jazz ao vivo fazem o charme do Charles Edward
Desejo puro
José Guilherme R. Ferreira itivinicultores uruguaios estão empenhados em domar a Tannat, pródiga em taninos, uva responsável por mais de 50% dos vinhos de qualidade produzidos no Uruguai. As sementes dessa cepa francesa, hoje redescoberta na sua terra de origem, Madiran (Sudoeste da França), e é predominante em solo uruguaio, têm o dobro de taninos comumente contados numa variedade tinta. Por isso, o equilíbrio dos vinhos de Tannat tem de ser encontrado no laço. Na história dos habitantes da Banda Oriental há sempre espaço para o gaúcho, tipo que a partir do século 18 passou a ocupar suas pradarias (na reprodução, Descanso, óleo de Juan Manuel Blanes). O "hombre-jinete" entendia de domar cavalos, derrubar e carnear uma rês como ninguém. Agora o uruguaio trata de amansar a Tannat, que chegou ao país em 1870, na bagagem do imigrante basco Don Pascual Harriague. Não basta, contudo, conseguir o balanço dos taninos
No menu fixo, aparecem saltimboca na segunda; paella às terças, feijoada nas quartas e sábados, costela de ripa às quintas e o bacalhau às sextas. O bufê conta ainda com 20 opções de frios e saladas, além de estação de massas, finalizadas na hora. Instalada no lobby do Hotel InterContinental São Paulo, a casa é freqüentada, no almoço, principalmente por executivos e outros engravatados dos arredores, que preferem a rapidez do bufê (R$ 52, de segunda a sexta, do meio dia às 15h). Os hóspedes aparecem no brunch de domingo (R$ 72, do meio-dia às 16h) e para o jantar à la carte, boa pedida tam-
Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, S. Paulo, 2003.
Domadores de Tannat
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panhada de fettuccine de pupunha e purê de batata doce (R$ 36) e Foie gras com purê de marron ao molho de aipo e Calvados (R$ 32). "Gosto de usar um produto local para transformar o prato em algo pouco comum", diz. Assim nasceu também seu bacalhau à moda Tarsila, inventado para ser servido no bufê às sextas, dia de pouco movimento. O peixe é preparado em lascas, com molho de salsa, azeite e tomate, guarnecido de brócolis e pétalas de alho. O sucesso foi tanto que no momento em que entrou no cardápio, há oito meses, eram consumidos cinco quilos de bacalhau por semana. Hoje são 25 quilos, toda sexta-feira.
apelando à enogastronomia, que aponta de cara a carne vermelha assada na brasa (o atento crítico Jorge Lucki recomenda a combinação Tannat/Feijoada, lembrando que, em Madiran, o vinho "escolta" o clássico Cassoulet). Na França e no Uruguai há os corajosos 100% Tannat. Mas o envelhecimento em barrica, prolongado em garrafa, não tem aplacado a fúria dos taninos; a extração dos mesmos durante a vinificação é difícil... Os incansáveis produtores têm investido na pesquisa à procura de uma parceira ideal para a uva. No blending dos franceses, a presença da Carbernet Sauvignon. No Uruguai, à Tannat tem se acrescentado Merlot e Folle Noire.
http://www.loscerrosdesanjuan.com.uy/cerros.htm http://www.rau.edu.uy/uruguay/culktura/gaucho.htm
Armando Serra Negra
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onsiderando o Miller, Goddard & Cia talvez o bar mais bonito da cidade (Diário do Comércio de 12 de agosto de 2005), seu irmão mais novo – o já tradicional Charles Edward – é desejo puro. Em ambos, a mobiliária primorosa, os belíssimos e raros móveis contam a história de São Paulo. Finamente restaurados, logo na entrada sente-se pulsar o nobre DNA, através de elegante b ay window a observar casais bebericando nas mesinhas do estreito corredor, acesso ao ambiente principal. Impacto fulminante: no fim do pequeno túnel – quase uma caverna – logo à esquerda não se imagina o amplo e imponente salão, cinco metros de pé direito (concebível apenas em fazendas e casarões imperiais), centrado por um grande lustre art déco de suaves lamparinas elétricas, iluminação em algum cinema de Santos, nos idos de 1928. De frente, uma vitrine de farmácia do início do século (1906), surpreende pela altura (3,5 m), beleza e antiguidade, protegendo as garrafas do Clube do Uísque (Red Label, R$ 149; Black, R$ 212; Chivas, R$ 212). Outra igual, de es-
quina, é costa quente para o frenesi não quiseram mais continuar viados exímios barmen e coqueteleiros gem. Daí que criaram um estilo novo de boteco e encheram os bolsos do balcão. Hora de pagar a conta? Não con- com os embalos da noite, numa épofunda a comanda com bilhetes da li- ca de inesquecíveis Fantasy e Baker nha Santos – Jundiaí expedidos na Street, criativamente acompanhadécada de 1930 no guichê da Esta- das pelo grande saxofonista Paulição da Luz. Afinal, só ou acompanha- nho Astronauta. Em pé sobre uma cadeira – como do, é hora de partir... Bocadillos antes de tomar o trem: tábua múltipla num cesto da gávea – vigiava a pista de frios (R$ 33 para três pessoas), através de seus acordes, mãos ágeis, chicken Charles (R$ 14), bolinhos de levando a música às alturas, agitancarne (R$ 14). "As outras peças do ce- do ainda mais as ondas no embalo da galera. nário arrematamos Não há dúvida que no leilão do Vitória, todo esse astral vitoriaq u a n d o o p u b f eno veio junto com as chou", conta Agenor peças arrematadas por Dias da Silva, sócioDias da Silva. Boêmio e anfitrião. Em termos notívago, sósia de Mide décor, é um dado ck Jager, um dos ponimportante: o Vitória tos altos da noitada é foi o bar mais marcanquando o ex-corretor te do final dos anos mobiliário sobe ao pal1970, como nunca se co e solta um Satisfacviu igual. Fundado tion digno do mestre por Clive e Charles, roqueiro. E os bares se dois aventureiros incompletam: um mais gleses viajando ao reComes e bebes: voltado para namoro e dor do mundo, ao lanbolinhos de bate papo com jazz ao çar a âncora da escucarne e cerveja vivo, o outro, grandes na em nossas praias,
bandas de rock bombando (média de couvert artístico masculino R$ 33 e feminino R$ 23), a quantidade e qualidade da paquera de primeira rola solta! Charles Edward também apóia as artes, com enfoque na literatura. Cede espaço para lançamentos, contando com certa cortesia do uísque Bucchanan’s, a primeira dose (R$ 16,10) grátis para os convidados. "Filtramos os lançamentos de acordo com a temática dos livros; devem acompanhar a proposta da casa", sugere Dias O autor Lu Tybi d a S i l va . D e s s a oferta alentadora, pôde beneficiar-se o economista Luis Figueiredo Tibyriça (Lu Tybi), com Sonhos Calientes (Editora Alley, R$ 22), um romance bem ao gosto da casa: Cuba Libre e dose de Havana Club (R$ 9,50); chope Brahma (R$ 3,80), Stella Artois (R$ 5,90). E fim de papo! Charles Edward - Avenida Presidente Juscelino Kubitscheck, 1426, Itaim Bibi, telefone: (11) 3078-5022.
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Imóveis Tr i b u t o s Nacional Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 A Boeing vai substituir seu modelo mais vendido, o 737.
ALTA NO EMPREGO ESTÁ CONCENTRADA
PARA IBGE SETOR TEM ESTABILIDADE COM VIÉS POSITIVO. RENDA CAIU 0,2% ENTRE JUNHO E JULHO.
EMPREGO NA INDÚSTRIA CRESCE 0,3% SUCO A exportação brasileira de suco de laranja teve queda de 8,65% na safra 2006/2007.
Ó RBITA
RENDA NO CAMPO Por causa de subsídios, renda de produtores nos EUA supera a das metrópoles.
MICROSOFT A Microsoft apresentou ontem o Zune, que vai concorrer com o iPod, da Apple.
Rivaldo Gomes/Folha Imagem
GREVE POR TEMPO INDETERMINADO
CHINA
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China quer triplicar a produção de etanol até 2010 para reduzir a dependência de petróleo importado e elevar a renda dos chineses. A produção anual de etanol chegará aos 3 milhões de toneladas até 2010, em comparação a 1 milhão de toneladas de 2005. O etanol representará 5% do consumo de combustível no país. (Reuters)
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PETROBRAS COM UM PÉ NO JAPÃO
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restante pertence ao conglomerado japonês Sumitomo. A Petrobras quer comprar a participação da TonenGeneral. A Nansey Sekiyu é um player pequeno, com uma única refinaria, a de Okinawa. (AE) A TÉ LOGO
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Sky pode ir à Justiça contra os planos da Telefônica de oferecer televisão por assinatura via satélite. "Eles estão tentando dar uma volta na lei", afirmou ontem o presidente da Sky, Luiz Eduardo Baptista. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Cresce volume de debêntures no mercado
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Juiz autoriza Anac a distribuir rotas da Varig
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Petrobras entrou em negociações para comprar a refinaria Nansei Sekiyu KK, em Okinawa, no Japão, segundo a edição de ontem do jornal Nihon Keizai. Se concluída, a transação marcará a primeira compra direta, por parte de uma grande petrolífera internacional, em solo japonês. A TonenGeneral Sekiyu KK, unidade da gigante norte-americana Exxon Mobil, tem 87,5% de participação na refinaria e o
SKY
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Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP) decidiu transformar o movimento de paralisação que deveria durar 48 horas, em greve por tempo indeterminado. A decisão dos profissionais do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que exigem mais segurança no trabalho, foi tomada em reação ao assassinato de Cristina Souza Felipe da Silva, de 56 anos, na quarta-feira, em Governador Valadares (MG). Ela era chefe do serviço de perícia médica da cidade e havia feito denúncias contra a falta de segurança no trabalho. O movimento tem o apoio de 78% dos delegados regionais. Ontem, 42% das agências do País não abriram (foto) e 10% tiveram atendimento parcial. A entidade se comprometeu a manter 30% do atendimento exigido por lei. (AE)
Denúncia adia contrato de US$ 300 milhões
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epois de nove meses em queda, o e m p re g o i n d u strial voltou a apresentar crescimento em relação a igual mês do ano anterior em julho. O aumento de 0,3% nessa base de comparação foi o mesmo apurado em relação a junho. Para Isabella Nunes, da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o quadro do mercado de trabalho da indústria é de "estabilidade com viés positivo". Segundo ela, o emprego vem acompanhando o ritmo da produção, com "suave crescimento". Os dados divulgados ontem mostraram que os pequenos aumentos em julho não evitaram a persistência de queda nos indicadores acumulados no ano e em 12 meses, ambos com queda de 0,4%. "Há resultados positivos, mas com ritmo moderado", observou Isabella, para quem o emprego só crescerá com mais força quando a produção reagir com vigor em "setores com mais empregabilidade". Ela exemplificou que os setores que têm puxado a produção industrial brasileira, como os vinculados às commodities (minério de ferro, alimentos e bebidas), não são os que mais empregam, enquanto outros segmentos de grande uso de mão-de-obra no País, como calçados, vestuário e máquinas e equipamentos continuam apresentando fraco desempenho na atividade.
Na avaliação dela, o crescimento do emprego em percentuais inferiores ao da produção — que cresceu 0,6% em julho em relação a junho —, é justificado pelos ganhos de produtividade na indústria. Iedi — Em documento, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) destacou que o crescimento do emprego está ocorrendo de forma muito concentrada e apenas sete de 18 ramos pesquisados mostraram expansão ante julho de 2005. Além disso, o Iedi afirmou que os dados do emprego industrial refletem a economia "fraca" no início do segundo semestre e que "os setores mais afetados pela valorização cambial (têxtil e vestuário, calçados e couros, madeira e móveis) ainda estão em fase de redução de seus efetivos". Assim como ocorreu no caso da produção, a indústria paulista puxou os resultados do emprego industrial em julho. No estado, que responde por 40% da produção e do emprego do setor no País, houve crescimento da ocupação de 1,4% em julho ante igual mês de 2005. Para regiões, não há dados nessa pesquisa ante mês anterior. O crescimento da ocupação em São Paulo foi puxado pelo setor de alimentos e bebidas (10,5%), impulsionado especialmente pelo segmento sucroalcooleiro. O IBGE apurou queda de 0,2% na renda na indústria entre junho e julho. (AE)
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Compor tamento Urbanismo Distritais Ambiente
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 15, 16 e 17 de setembro de 2006
Se os resultados não são satisfatórios é necessário fazer uma reforma no comportamento e nas atitudes. Elias Nunes Martins, consultor
EMPRESÁRIOS PLANEJAM NATAL ILUMINADO
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Planos e ações para a área de energia no Centro Empreendedores puderam conhecer as ações da AES Eletropaulo para a região central. Distrital promoveu também encontro de empresários do setor de óticas.
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Distrital Centro da A s s o c i a ç ã o C omercial de São Paulo (ACSP), em parceria com a AES Eletropaulo e o Grupo 1 de Jornais, promoveu a palestra Isso é da sua Conta, com a finalidade de informar a comunidade sobre os planos sobre e as ações que a empresa desenvolve na região central da cidade. A palestra foi ministrada pelo diretor-geral da AES Eletropaulo, Charles Lenzi, e pelo diretor da Unidade Centro da AES Eletropaulo, Arnaldo Silva Neto. O superintendente da Distrital Centro, Marcelo Flora Stockler, fez a abertura do evento e destacou a importância da parceria com a AES Eletropaulo para esclarecer as dúvidas da população que vive e trabalha no Centro da capital. A gerente da Unidade de Novos Associados da ACSP, Marina Bavaresco, aproveitou a
oportunidade para destacar o trabalho executado pelas equipes de vendas. Óticas – O segundo encontro do Núcleo Setorial de Óticas do programa Empreender da distrital teve como ponto alto a motivação para que os empreendedores repensassem seus conceitos sobre concorrência. Deixando de lado o olhar de rival para trabalhar como parceiros. Segundo o consultor do Empreender Elias Nunes Monteiro Martins o grande desafio do programa é mostrar aos empreendedores até onde eles podem chegar. Pois, afirmou, se os resultados não são satisfatórios é necessário mudar o foco da ação, fazer uma reforma no comportamento e nas atitudes. "O planejamento de nosso trabalho dará subsídios para buscar, por meio de um plano de ações, os resultados esperados pelos empreendedores do
Ao lado e abaixo, palestra Isso é da sua Conta. Na foto menor (abaixo, à direita), participantes da homenagem de 7 de Setembro
setor de ótica". Civismo – A Distrital Centro realizou evento em comemoração ao 7 de setembro, contando com o apoio da coorde-
nação do Movimento Degrau da unidade. Na ocasião, o coronel da reserva da PM Paulo Tenório da Rocha Marques fez uma palestra sobre a data e in-
centivou os jovens a se inspirarem na história para construir o futuro. Frances de Azevedo, diretora da Associação Paulista de Imprensa (API), declamou um poema sobre a Independência. Natal – A diretoria executiva e o conselho diretor da distrital realizou a 23ª reunião ordinária. Na oportunidade fo-
ram discutidas propostas para a campanha Natal Iluminado. Stockler afirmou que o Centro precisa estar muito bem decorado. Na ocasião, foram empossados como novos conselheiros Alessandro Medina Saade (diretor da Unicsul Campus Liberdade) e José Roberto Xavier (diretor da Jo Terraplanagem).
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Therezinha Favari, coordenadora do CME, faz doação
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om a colaboração da comunidade da zona norte da capital, o Conselho da Mulher Empreendedora (CME) da Distrital Santana arrecadou roupas, cobertores e calçados para a Campanha do Agasalho deste ano. Foram beneficiadas as enti-
dades: Grupo de Apoio Amar é Viver (Gaaver), Associação das Voluntárias do Hospital Mandaqui, Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo e Fraternidade Irmã Clara. As peças foram entregues por Therezinha Favari, coordenadora do CME.
Butantã faz Feira da Saúde
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Distrital Butantã e o Rotary Club Butantã, com apoio da Subprefeitura Butantã, realizam amanhã, das 8h às 18h, a 4ª Feira da Saúde e Cidadania, no Carrefour Raposo Tavares (km 17). Em 100 tendas, serão
prestados serviços de saúde (pressão arterial, audiometria, dermatologia, glicemia, orientação sobre doenças sexualmente transmissíveis etc). Também haverá cortes de cabelo, manicure, pedicure.
Associação cultural do HC entrega comenda e medalha
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Distrital Butantã, em parceria com o Sebrae, realizou a palestra Planejamento Estratégico, com o consultor Jorge Luis da Rocha. O auditório ficou lotado. O palestrante deu dicas de como uma empresa consegue sobreviver e manter-se num mercado cada vez mais competitivo. Falou que é preciso aprender a corrigir os desvios que prejudicam o crescimento dos negócios. O superintendente da distrital, José Sérgio, elogiou a iniciativa e homenageou o analista do Sebrae Ricardo Alves Pereira, pela colaboração na realização dos cursos. Divulgação
Aprendendo a ser competitivo
Centenas de pessoas desfilaram na avenida Elisio Cordeiro de Siqueira
Desfile cívico em Pirituba
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om o objetivo de levar à região eventos que ajudem a resgatar a cidadania e a brasilidade, a Distrital Pirituba – em parceria com a Subprefeitura Pirituba/Jaraguá, coordenadoria de Educação de Pirituba e comissão organizadora – promoveu o desfile cívico militar em comemoração à Semana da Pátria. O evento aconteceu pelo quinto ano consecutivo. Aproximadamente 30 escolas passaram pela avenida Elisio Cordeiro de
Siqueira, desfilando com bandas e fanfarras. Também participaram entidades da região e integrantes do Exército, polícias Militar e Rodoviária Militar e Guarda Civil Metropolitana. Cerca de duas mil pessoas participaram do desfile e puderam presenciar centenas de balões com as cores do Brasil. O superintendente da Distrital Pirituba, José Roberto Maio Pompeu, disse que a realização do desfile é uma demonstração de civismo e amor à Pátria.
Distrital Pinheiros e a Associação Beneficente e Cultural da Comunidade do Hospital das Clínicas (HC), por meio da Câmara Brasileira de Cultura, homenageou profissionais do hospital. Recebeu a comenda grã-colar cultural da Ordem do Mérito Social e Cultural, Victor Hugo Costa Travassos da Rosa, farmacêutico bioquímico, diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O superintendente licenciado da Distrital Pinheiros, Ricardo Granja, foi agraciado com a medalha de honra ao mérito. O evento teve a presença de mais de 250 pessoas, inclusive professores e reitores. ERRATA No Diário do Comércio de 5 de setembro, publicamos a nota Botina Amarela, na pag. 2 do Caderno de Cidades. Ao contrário do informado, o evento aconteceu no Centro das Tradicões de Santo Amaro (Cetrasa).
Só BEBIDAS Promoções de Inverno
DC
Agasalhos em Santana
Palestra ensina sobre planejamento estratégico
Importadas
SÓ bebidaS Nacionais
“MANIA DE VENDER BARATO”
Vinho Espanhol Riscal R$ 39,90
Vinho Chileno Casa Mayor R$ 19,90
Porca de Murça R$ 17,90
Vinho Italiano Chianti R$ 29,90
Lambrusco R$ 11,50
Vinho Francês Côtes du Rhône R$ 29,90
Vinho do Porto Senador R$ 27,90
Vinho Francês Cave de Ladac R$ 15,90
Vinho Italiano Gabia D´Oro R$ 13,50
Vinho Chileno Gato Negro R$ 17,90
Vinho Português Cartuxa R$ 64,90
Vinho Português Redondo R$ 29,90
Vinho Português Grand Jo R$ 25,50
Vinho Chileno Carta Vieja Carmenére/Cabernet
R$ 14,90
* preços para unidade na caixa.
ACEITAMOS CARTÕES DE CRÉDITO
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Fotos: Arquivo DC
TELEVISÃO Peripécias de Nero na Roma antiga e a arte de Bolonha
Viagem à Itália Regina Ricca
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esde criancinhas aprendemos que Nero (foto no alto) foi aquele imperador enlouquecido que pôs fogo em Roma, mais não lembramos. Como o tempo de escola às vezes fica distante, nada como dar uma atualizada no conhecimento – e para isso a TV, muitas vezes, cumpre bem a
função. Nesta segunda (18) e terça-feiras (19), às 21h, a história do imperador de Roma (de 54 a.C. a 68 a.C.) ganha destaque na minissérie Nero (2004), em cartaz na tela do History Channel. Superprodução estrelada pelo ator Hans Matheson e dirigida por Paul Marcus, a minissérie refaz a trajetória do imperador romano da ascensão à
queda – trajetória, vale dizer, que poderia ter inspirado um drama shakesperiano, vide as doses espetaculares de traições, amores frustrados e busca do poder político a qualquer preço. Nero comandou a primeira perseguição aos cristãos (a quem culpou pelo famoso incêndio de Roma, por considerá-los uma raça inferior). Sua ascensão política deu-se principalmente por causa de Agripina (Laura Morante), que convenceu o marido, o então imperador Cláudio, a adotálo. Com a morte de Cláudio em 54 a C. – provavelmente a mando de Agripina –, Nero é proclamado imperador e vive um romance intenso com sua mãe adotiva. A minissérie também fala sobre a paixão de Nero pelo teatro, pelas corridas de bigas e pelas orgias, numa das quais conheceu e se apaixonou pela prostituta Popéia (Elisa Tovati). Já que estamos ‘viajando’ pela Europa, vale a pena conferir a série Cidades que o Eurochannel exibe na terça, às 20h30. O foco desta vez é a cidade italiana de Bolonha, sede de uma das mais antigas universidades européias, que ganhou destaque desde a Idade Média por causa de seus cursos de Direito. Ca-
pital da província homônima localizada na região de Emilia-Romagna, entre os rios Reno e Savena, Bolonha tem uma invejável tradição cultural e abriga em sua Pinacoteca Nacional obras de mestres da arte como Ticiano, Tintoretto, Veronese e Rafael. O programa viaja pelas tradições, lugares históricos da cidade – como as catedrais de São Petrônio, um dos maiores templos da cristandade, a de São Francisco e a de São Domingos e as bibliotecas Comunale dell'Archiginnasio – e mostra as origens de sua fundação que, acreditam os historiadores, tenha sido obra dos etruscos por volta de 510 a.C.
Suingue no sangue Aquiles Rique Reis O pintor renascentista Rafael: obras na Pinacoteca Nacional
Divulgação
Acervo Agência O Globo
Biblioteca de Bolonha, marca da tradição em letras da cidade. No Eurochannel na terça (17), às 20h30.
PERSONALIDADE
Dalva numa casa de vidro André Domingues
N
um cenário cultural cada vez mais ocupado por filhos de artistas famosos, sempre iluminados pelos faróis de seus parentescos ilustres, o forte livro Meus Dois Heróis, do cantor Pery Ribeiro, surpreende: é, acima de tudo, a expressão de uma incômoda sombra que costuma os acompanhar. Pery pode falar com autoridade, sendo filho de dois grandes astros da MPB, a cantora Dalva de Oliveira (foto no alto) e o compositor Herivelto Martins. Mais do que qualquer outro, ele experimentou as delícias e os amargores da "celebridadepor-herança". Desde a infância, a vida de Pery Ribeiro foi pública, seja pelas participações em shows, discos e filmes em que seus pais trabalhavam, seja pela enorme polêmica gerada no divórcio de Dalva e Herivelto em 1949, quando tinha apenas 11 anos de idade. O jornalista Ruy Castro acertou na mosca ao dizer, no prefácio do livro, que a sua vida entre quatro paredes se deu com paredes de vidro – e com o Brasil inteiro olhando do lado de fora! Tal experiência foi fundamental na formação da sua personalidade, tanto que, à beira de completar 70 anos de idade, Pery ainda acha natural a exposição detalhada da intimidade de sua família. Isso se observa no fato de expor muito de si e dos que lhe cercam até mesmo no que pouco se relaciona diretamente com a sua vivência junto aos seus pais, como a vida particular de Lurdes (amante e segunda esposa de Herivelto) ou a dificuldade que ele tem de se
de mais uma madrugada de música e relacionar com seus filhos. Outra característica marcante de alegria, se espalhavam pelo chão e Meus Dois Heróis é a forma mais psico- pelos sofás da casa. Entre eles, estalógica do que histórica da interessante vam gente como Grande Otelo, Ornarrativa. O pai é superestimado co- lando Silva, Cyro Monteiro, Monsuemo "o maior cronista que o Rio de Ja- to e Nelson Gonçalves. Também são neiro já teve" e como "o maior compo- valiosas as suas recordações dos cositor da época", enquanto a mãe é ele- légios internos para os quais foi mandado, junto com Bivada a "a artista mais ilustre e autêntica do ly, após a separação de seus pais. Num, momento mais fértil da os dois dormiam sonossa música popular". zinhos, tendo que Os dois foram imporacordar cedo e arrutantíssimos, é claro, mar logo suas camas há um evidente mas, antes que as exagero aí. outras crianças cheJá no plano familiar, gassem. No outro, passa o contrário: emHerivelto os demais alunos os bora qualificado de hoMartins, rejeitavam por senesto e inteligente, Heo pai rem ricos e filhos de rivelto aparece como violento, arrogante e meio cafajeste; pais famosos e... desquitados! PreciDalva, por sua vez, ainda que tenha sua saram ser donos de muitas bolas de sensibilidade e sua afetuosidade exal- futebol para serem aceitos. Em amtadas, deixa um indisfarçável travo de bas escolas, assim como em todo lupuerilidade e submissão. Entre tantos e gar onde iam, Pery e Bily eram alvo tão rápidos saltos do sobre-humano ao freqüente da curiosidade mórbida sub-humano (e vice-versa), a verdade acerca dos detalhes da separação de histórica às vezes escorrega. Mas o re- Dalva e Herivelto, que, aliás, era astrato psicológico da sua infância e ju- sunto rotineiro das páginas de jornal ventude é tão fiel e interessante, que e, sobretudo, das músicas que o excompensa quaisquer deslizes (inclusi- casal lançava para se fustigar mutuave os da edição, que, por descuido, che- mente. Isso o acompanha até hoje. Na obsessão por compreender a ga a deixar repetir um parágrafo inteiro glória e os defeitos de seus pais, Pery em capítulos diferentes). São impagáveis suas descrições Ribeiro dá, também, uma noção real da sua rotina matinal nos tempos em das possíveis conseqüências de ser fique a família morava na Urca. Volta e lho de artistas tão famosos. Seu corajomeia, ele e seu irmão Bily, para pegar so relato abre portas para que se como ônibus da escola, precisavam pular preenda, inclusive, a dificuldade para um monte de bêbados que, depois formação de um caminho artístico pró-
prio. Percebe-se, por exemplo, que seus ideais musicais podem ter relação estreita com o rigor com que seus pais cuidavam do sucesso das suas carreiras, assim como sua opção por um estilo de interpretação pouco arriscado pode estar fundada na manutenção do patamar de aceitação recebido como herança já nos primeiros anos de vida. São leituras plausíveis. E não só para o seu caso. Esses tantos meninos de sobrenomes conhecidos que andam (ou, em certos casos, tropeçam) por aí seguramente se deparam com problemas semelhantes o tempo todo. Uma cena de Meus Dois Heróis: Não foram poucas as vezes em que, ao voltar do colégio, ficava sabendo que minha mãe estava no pronto-socorro – meu pai batera nela. Ou então, procurava meu pai e diziam que ele estava no hospital – minha mãe arrebentara a cabeça dele com um cinzeiro. (...) As brigas se tornaram cada vez mais agressivas. Um dia, no auge de um ataque de raiva, ele agarrou minha mãe pelos cabelos, deu socos e pontapés. No meio desse acesso, aconteceu o inevitável: minha mãe rolou pela escada e perdeu o nenê, num aborto forçado. Foi tanta dor, tanta mágoa, que durante muito tempo minha mãe guardou o feto num vidro com álcool. Ficava exposto no banheiro. E a quem perguntasse sobre aquilo, ou sugerisse jogar fora, dizia: "Isso tem de ficar aí, pois serve para o Herivelto ver e não esquecer o que aconteceu".
Orlando Silva e Cyro Monteiro: madrugadas de música e alegria. E a obra de Pery: celebridadepor-herança.
NO CINEMA
CONCERTO
A
Orquestra Experimental de Repertório, sob a batuta de Jamil Maluf (esq.) dedica um concerto às trilhas cinematográficas compostas pelo russo Dimitri Shostakovich (foto maior), que viveu entre 1906 e 1975. Além da interpretação dos temas, serão exibidas cenas dos filmes O Encouraçado Potemkin (à dir.), de Sergei Eisenstein, Hamlet e Rei Lear, ambos de Grigori Kozintsev. Além de 15 sinfonias, 11 suítes orquestrais (quase todas resultantes de partituras para cinema), concertos para piano, violino e violoncelo, música de câmara, canções e óperas, Shostakovitch enveredeu pelo jazz (registrado em dois belos discos pela Orquestra do Concergebouw de Amsterdã, regida
CD
por Riccardo Chailly e editados pela London e Decca (capas). No CD The Dance Album, a mesma orquestra, ainda com Chailly, gravou, em primeira edição mundial, as grandes obras para cinema do compositor russo (capa junto à foto do maestro Jamil Maluf). Assista no Teatro Municipal de São Paulo. Praça Ramos de Azevedo, s/nº. Telefone: (11) 3222-8698. Domingo (17), às 11h. Ingressos: de R$ 5 a R$ 10. Ouça momentos das melhores criações jazzísticas de Shostakovich no www.dcomercio.com.br.
M
ax de Castro lançou Balanço das Horas, um CD cujas 11 músicas são de sua autoria. São seus todos os arranjos, bem como é dele a concepção artística do trabalho. Acompanhado em todas as faixas pelos mesmos quatro músicos – Samuel Fraga (bateria), Robinho (baixo), Guto Bocão Vai x Vai (percussão) e Will (trombone, fluguel horn e cavaquinho) –, Max chega a nós com um disco coeso, bem amarrado em suas primeiras, segundas e várias (boas) intenções. Cheio delas, o cantor, guitarrista, tecladista e compositor se esmera em fazer com que o ouvinte se torne cúmplice do que escuta. O fato de ter ao lado um time reduzido de músicos facilita esse intuito. Consciente das intenções do protagonista, o quarteto que o acompanha percebeu com sabedoria aquilo que Max de Castro sonhou tocar e cantar em seu novo disco. Assimilada a essência, o toque veio por música. Soam íntegros os cinco. Juntos refletem o que Max desenhou em sua cabeça e transpôs para a pauta. Balanço das Horas tem a unidade que proporciona bons instantes musicais àquele que o escuta. Como compositor, Max continua em franca e acelerada evolução. Suas saídas melódicas são tão fartas quanto inspiradas são suas harmonizações, ricas em modernidades a surpreender mesmices pré-estab elecidas pelo senso musical comum. Letrista ainda irregular, Max alterna momentos de boa inspiração poética com outros que não fazem jus à sua prodigalidade criativa. Entretanto, os bons momentos marcam a ferro sua passagem pelo CD. Inspirados são os versos para a balada Candura: “A vida é dura, mas ela só faz melhorar/ Nesse meu navegar/ Tudo é impreciso, incerto (...) A vida é dura, mas ela só faz melhorar/ Quase não tenho saudade nenhuma”. Igualmente belos são os versos de Rindo se diz coisas sérias (Pós-valsa para Novelli*)”: “Se eu não morri/ Supostamente eu estou mais forte/ Não vou mentir/ Possivelmente nunca fui tão feliz”. Capaz de revelar suas inquietações cotidianas através de dúvidas, o letrista mostra aqui o quanto a sensibilidade lhe vai à flor da alma musical. Com voz peculiar, um bom cantor se mostra em composições que vão do samba, passando por ritmos nordestinos, ao rock’n’roll. Suas músicas são carregadas de intenções percussivas, o que lhes dá um delicioso sabor rítmico tão cheio de carioquices quanto de africanidades. Max de Castro tem suingue no sangue. Marca deixada nele e em seu irmão Simoninha pelo pai Wilson Simonal – esteja este grande intérprete onde estiver, ele deve estar orgulhoso de seus meninos, fecundos descendentes de sua veia musical –, a malemolência do cantar se faz presente em todas as faixas de seu Balanço das Horas. Balanço que não se conta apenas em horas, mas também nos arranjos apoiados pelas guitarras e teclados tocados por Max. Destaque deve ser dado à mixagem: excelente! Faz tempo não ouço um equilíbrio tão bem elaborado entre voz e instrumentos diversos. Destes, aliás, em alguns momentos, vêm distorções muito bem equalizadas, o que só aumenta o prazer da audição. Tudo em Balanço das Horas é parcimonioso, tendência salutar verificada em trabalhos vários de moços da mesma geração de Max, caso de Jair Oliveira, dentre outros. Eles perceberam que a contenção sonora aumentalhes o poder de persuasão, e que o menos pode ser muito mais, desde que, evidentemente, esse “menos” seja prenhe de talento musical. Max de Castro brilha ao balanço de um tempo que pára para ele passar a passos largos rumo ao futuro no presente. Mas é difícil imaginar o porquê de a Trama, tão zelosa com todas as etapas da criação artística, cometer o deslize, banal e evitável, de colocar no encarte as letras das músicas fora da ordem em que são apresentadas no CD. * O pernambucano Djair “Novelli” de Barros e Silva, a quem Max homenageia com a linda Rindo se diz coisas sérias, é um veterano e fantástico contrabaixista que se destacou em nossa cena instrumental há alguns anos. Aliás, por onde andará Novelli? Aquiles Rique Reis é vocalista do MPB4 e autor de O Gogó de Aquiles, editora A Girafa.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
sexta-feira, sábado e domingo, 15, 16 e 17 de setembro de 2006
LENTE DE
AUMENTO
IDENTIFICAÇÃO E REPRESENTAÇÃO
E
governo. Mas isso não é suficiente para quebrar a lógica da identificação. A eleição pode chegar ao segundo turno. A última pesquisa Datafolha mostra o crescimento de Alckmin em vários cortes e cruzamentos de todos os tipos, menos no Nordeste. Do ponto de vista da estabilidade política, especialmente regional, o segundo turno poderia trazer alguma acomodação nesta ruptura regional do voto. Todos os candidatos vitoriosos, em todas as eleições presidenciais, desde 1950, tiveram sua vitória lastreada em pelo menos duas grandes regiões (JK em Minas e Nordeste) e tiveram seu voto muito mais equilibrado, regionalmente. Dessa maneira, cabe aos políticos-seniores e aos politólogos avaliarem este quadro novo para o Brasil e suas consequências. E cabe à oposição desconstituir, mesmo que parcialmente, a identificação do Nordeste com Lula no imaginário do eleitor nordestino. TRECHOS DO COMENTÁRIO DE CESAR MAIA, PREFEITO DO RIO HTTP://CESARMAIA.BLOGSPOT.COM
G Lula ocupou
o imaginário nordestino. Esse tipo de voto é de difícil desestruturação. A única forma de quebrar o voto de identificação é desconstituir o candidato.
A lckmin avançou, mas o Nordeste é de Lula.
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JOÃO DE SCANTIMBURGO
OS OLHOS DE DEUS Céllus
ste Ex-Blog tem insistido que a divisão básica do eleitorado brasileiro não é de caráter social (pobres e ricos), mas de caráter regional, nordeste-norte de um lado e as demais regiões do outro. Usando a base de pesquisa do Datafolha, metade dos pobres pesquisados está no Nordeste. Ou seja, o corte social no sul ou sudeste é muito menos pronunciado. Lula ocupou o imaginário nordestino como não há exemplo desde que se vota de fato no Brasil, ou seja, a partir da República de 46. Esse tipo de voto é de difícil desestruturação. Façamos a diferença. O voto de representação (quemfará-o-que-por-quem) permite se oferecer em campanha alternativas que atraiam o eleitor que eventualmente esteja intencionado a votar em outro. Por exemplo: Alckmin, demonstrando que seu governo em SP cuidou muito dos pobres, na saúde, na habitação, nos programas assistenciais. Mas o voto de identificação não é transferível, por razões programáticas. É um voto carregado de valores, que no imaginário do eleitor significa dizer que prescinde de razões para apoiá-lo. Lembrem-se da famosa expressão dos eleitores populares chilenos às vésperas da eleição parlamentar de março de 1973, que decidiria a sorte de Allende (e que o fez a seu favor): "Esto es un gobiermo de mierda, pero es nuestro gobierno"... A única forma de quebrar o voto de identificação é desconstituir a nível pessoal o candidato, no caso Lula. Mas esse tipo de comunicação o TSE não permite e dá direito de resposta. O que se pode fazer é insinuar que Lula deixou correr a corrupção em seu
Lula, o mais rico PAULO SAAB
E
ntre os candidatos a Presidência da República citados nas pesquisas (Lula, Alckmin, Cristovam e Heloísa Helena), o mais rico é nosso ex-operário Luis Inácio Lula da Silva. Conforme as declarações de renda de todos eles, o brasileiro que busca encarnar a parte mais pobre da população é o que maior patrimônio amealhou no decorrer de sua vida. Lula, como o próprio leitor poderá constatar pela indicação que darei abaixo, declarou um patrimônio de R$ 839.033,52. Após, vem o senador Cristovam Buarque, com patrimônio de R$ 769.248,70, seguido por Geraldo Alckmin, com R$ 691.699,00 e pela senadora Heloísa Helena, com patrimônio pessoal de R$ 121.136.14. A declaração do rico candidato petista assinala como seus bens em 2006: -Apartamento 102, Ed.Kentucky, São Bernardo do Campo - R$ 38.334,67. -Apartamento 122 prédio Green Hill, São Bernardo do Campo - R$ 189.142,50 -Apartamento 92,Ed.Kentucky, São Bernardo do Campo - R$ 38.334,67 -Aplicação financeira no Banco do Brasil R$ 86.794,73 -Caderneta de Poupança CEF - R$ 54.762,02 -Caderneta de Poupança no Banco Bradesco R$ 1.398,36 -Caderneta de Poupança no Banco Bradesco R$ 1.124,36 -FIX Especial Plus Banco do Brasil R$ 156.146,83 -FIF Plus DI Banco Bradesco - R$ 111.055,40 -Fundo de Ações Petrobrás - R$ 1.866,39
-Fundo de Ações Vale do Rio Doce - R$ 497,97 -Fundo de Ações Banco do Brasil - R$ 1.108,87 -Fundo de Investimento no Banco Bradesco - R$ 63.304,16 -Partic. Cooperativa Habit. Apart em construç. Guarujá - R$ 47.695,38 -S10 Cabine Dupla Diesel 98/99 - R$ 42.000,00 -Terreno Sub-Distrito Riacho Grande, SBC R$ 5.466,90 Total R$ 839.033,52 A relação de bens de todos os candidatos a todos os cargos em disputa nestas eleições está divulgada com autorização da Justiça Eleitoral, conforme assinala o site da UOL, onde pode ser encontrada. No site www.uol.com.br clique em "eleições" e depois em "políticos do Brasil". Lá você, leitor e eleitor, encontrará, um a um, cada postulante ao voto dos brasileiros, com suas respectivas relações patrimoniais.
F
oi assim, de forma simples, que descobri o quanto nosso atual presidente e candidato à reeleição, de simples retirante, se tornou o mais rico entre os que pleiteam sentar-se no trono do Planalto. Passear por ali, ou navegar, como se diz na linguagem do meio, é uma salutar viagem informativa para o exercício ainda mais nobre da cidadania. Agora eu já sei, na minha chapa completa para o pleito de 1 de outubro, o que possui cada um dos candidatos em que votarei. Só para seguir conferindo o quanto e como essa relação vai ou não mudar com o "apoio" da função pública.
N osso presidente é o mais rico entre os que pleiteam o trono do Planalto
PIS e Cofins "por dentro" RODRIGO CORRÊA MATHIAS DUARTE
O
PIS e a Cofins são contribuições sociais pagas por pessoas jurídicas ou equiparadas, incidentes sobre a receita ou faturamento e importação, envolvendo empresas industriais, comerciais, importadoras ou prestadoras de serviços. A base de cálculo, ou seja, o valor sobre o qual se calcula um percentual e determina-se o valor do PIS e da Cofins a pagar, é composto pelo valor do produto ou serviço. Conforme o caso é adicionado a essa base de cálculo o valor do ICMS, do ISS, das próprias contribuições e outras receitas distintas do objeto social da empresa. Portanto, as contribuições sociais em questão incidem sobre tributos, que são as receitas da União, dos Estados e dos Municípios. A incidência também ocorre sobre outras receitas, que não são receitas oriundas do faturamento, mas sim valores que ingressaram na empresa para recompor o capital ou ônus suportado na atividade. O PIS e a Cofins possuem como regulamentação principal a Lei Complementar 70/91 e as Leis Ordinárias 9.718/98, 10.637/02, 10.833/03 e 10.865/04. Contudo, parte da mencionada legislação é inconstitucional, uma vez que em inúmeras situações faz incidir a contribuição social sobre valores indevidos. Assim, revela-se possível a discussão judicial sobre a exigência inconstitucional do PIS e da Cofins incidentes sobre valores indevidos incluídos na base de cálculo do faturamento ou da importação, visando à devolução dos valores exigidos indevidamente nos últimos 5 anos, bem como o afastamento imediato da exigência atual e futura. Considerando a legislação aplicável a cada tipo de incidência de PIS/Cofins, é possível o questionamento judicial específico para cada empresa, seja ela industrial, comercial, importadora e prestadora de serviço, sob o regime de apuração do Imposto de Renda pelo lucro real ou presumido.
Quanto ao posicionamento dos tribunais, vale ressaltar que, recentemente, em 24/08/2006, em julgamento no STF sobre a indevida inclusão do ICMS na base de cálculo da Cofins, foram proferidos 6 votos favoráveis aos contribuintes nos autos do Recurso Extraordinário nº 240785. Como o total é de 11 votos, a questão está praticamente definida por maioria. Mas, atualmente, aguarda-se a continuação do julgamento, uma vez que os autos estão com vistas ao ministro Gilmar Mendes. Ademais, vale ressaltar que da mesma forma aplica-se o entendimento acima quanto à exclusão do ISS da base de cálculo, que também é calculado "por dentro", pois compõe o valor do serviço e é utilizado como base de cálculo para o PIS/Cofins. Quanto ao PIS/Cofins pagos na importação, é inconstitucional a inclusão do ICMS e das próprias contribuições em sua base de cálculo, uma vez que, analisando o posicionamento do STF no julgamento acima, é possível considerar que o mesmo entendimento aplica-se ao PIS/Cofins-Importação.
J
á com relação à inclusão indevida de outras receitas na base de cálculo do PIS e da Cofins, disciplinado pelo §1º, do art. 3º, da Lei nº 9.718/98, em julgamento realizado em 9 de novembro de 2005, o Pleno do Supremo Tribunal Federal, no Recurso Extraordinário nº 346084, decidiu a questão declarando a inconstitucionalidade da norma. Em um país com uma carga tributária tão elevada como o Brasil, o questionamento judicial visando afastar exigências tributárias indevidas pode ser considerado uma ótima opção para as empresas, uma vez que pode representar em redução imediata da carga tributária atual e permitir a recuperação dos valores exigidos indevidamente nos últimos anos. RODRIGO CORRÊA MATHIAS DUARTE, DA ADVOCACIA INNOCENTI E ASSOCIADOS
A inclusão do ICMS no cálculo da Cofins está praticamente condenada
A
anedota correu o Brasil, foi repetida do Oiapoque ao Chuí. Agripino Griecco, veio do Rio e foi se hospedar na casa de um grande amigo, que apresentou a Griecco os volumes de sua preciosa biblioteca, a baixela de prata, os quadros de autores famosos, enfim, sua soberba residência. Disse então a Griecco: - Você deve concordar comigo: Deus olhou por mim! Respondeu Griecco, imediatamente: - Meu caro amigo, acho que Deus fechou os olhos. Os dois riram muito e foram jantar, para continuar a conversa depois de um bom vinho. Transporto a anedota para o campo político brasileiro. Li que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi rezar depois que soube que sua liberdade não foi tolhida pelas comissões parlamentares de inquérito, de sorte que o presidente pôde disputar a reeleição. Lula agradeceu a Deus por ter olhado por ele, como bem acentuou, e um amigo por telefone, áspero nas suas opiniões, retrucou dizendo ter Deus fechado os olhos.
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emos ouvido ultimamente que a responsabilidade de Deus está aumentando. O Papa Bento XVI lamentou que Deus não tivesse castigado os algozes dos campos de morte mantidos na Polônia pelo nazismo de Adolph Hitler. Não penso assim, evidentemente; Deus está sempre ativo, punindo-nos pelos nossos erros, pelos nossos pecados e pelos nossos excessos de liberdade, como no caso de Griecco e seu amigo, como no caso do Papa Bento XVI e como no caso de outros milhares.
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eus não pôde impedir as falhas da liberdade de atuarem contra o principado do homem. Foi assim com a barbárie nazista, foi assim, evidentemente, com o amigo de Griecco, que não fez nada de mal, e de outros muitos que se queixam de Deus sem ter motivo. Pois, lembremonos: quem se acolhe à sombra do Altíssimo, na proteção de Deus, no Céu descansará. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Lula
agradeceu a Deus por ter olhado por ele. Um amigo retrucou, dizendo ter Deus fechado os olhos.
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Empresas Tr i b u t o s Nacional Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 15, 16 e 17 de setembro de 2006
Cachaça Boa Prosa foi desenvolvida em embalagem especial para frigobar de hotel.
GERDAU COMPRA OPERAÇÃO NO PAÍS BASCO
FEIRA HOTELEIRA MOSTRA COMO CUIDAR DA SAÚDE DOS HÓSPEDES
Divulgação
As novidades incluem tambem linha de produtos ecologicamente corretos
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ntre os lançamentos nomia e o 1° Equip Spa & Well- milhão e 200 mil pontos de alidos 1,1 mil exposito- ness, exclusivo para o segmen- mentação fora do lar empreres da 44ª edição da to de spas, mercado em cresci- gam um exército de cerca de 6 Equipotel, a maior mento constante que será obje- milhões de pessoas. feira de hospedagem e gastro- to das palestras. De acordo com Marcelo Vinomia da América Latina, que No simpósio estão sendo de- tal Brazil, a cada R$ 100 gastos neste ano apresenta potencial batidos grandes temas, com o em alimentação pelos brasileide negócios de R$ 9 bilhões, o objetivo de promover a inte- ros, R$ 25 são gastos em comidestaque fica por conta dos gração dos setores de hospe- da fora do lar, e a tendência é produtos "ecologicamente dagem e alimentação. Já a que esse valor dobre em cinco corretos" que reaproveitam re- grande novidade deste ano, o anos. "Os estabelecimentos cursos naturais como a água Show de Gastronomia, é uma precisam se equipar e moderda chuva, móveis e objetos de plataforma de lançamento pa- nizar para atender a essa dedecoração ra o primeiro manda, pois a concorrência é feitos com salão de A&B grande", observa o diretor. madeira de ( A l i me n t o s Gastronomia – Se depender r e f l o r e s t a& Bebidas), dos empresários e profissiomento. Há que ocorrerá nais que estão visitando o também miem 2007. Show de Gastronomia, os mos para U m a d a s clientes dos estabelecimentos hóspedes mais antigas vão ficar muito bem servidos. alérgicos, coCozinhando ao vivo e ensifeiras do m o t r a v e sPaís, ao lado nando dicas e truques, chefs seiros, per- Forno assa 12 vezes mais rápido da Fenit e da consagrados – como Adriano sianas e tataUD, a Equi- K a n a s h i r o ( K i n u , G r a n d mes antiácaros potel espera este ano 48 mil vi- Hyatt, SP), Ana Bueno (BanaA máquina de café do papa sitantes, segundo o diretor na da Terra, Paraty, RJ), LuciaBento XVI, com cabo de ma- Marcelo Vital Brazil, que há 30 no Boseggia (Osteria D. Bosegdrepérola e enfeitada por uma anos cuida da organização. gia, SP) e Vicente Teixeira (Eságuia de prata; cachaça em emVital é um entusiasta da capa- talagem do Sabor, Tiradentes, balagem especial para frigo- cidade do setor de gerar negó- MG), além de Fernando Caldebar; móveis ecologicamente cios, que este ano podem chegar ron, da Federação Cubana de corretos, feitos de fibra de ba- a R$ 9 bilhões apenas na rede já Chefs – encantam com suas renaneira e madeira de reflores- instalada – entre manutenção, ceitas, divulgadas ao vivo. tamento, luminárias e ventila- reformas, reposição de produTurismo interno – De acordores idem, montados com se- tos, modernido com o Fómentes, pedras brasileiras, ce- zação e inforrum de Operâmica e madeira; brinquedos matização . radores Hotepara crianças com necessidaleiros do Bra"O setor de des especiais: um turbo forno hotelaria, sosil (FOHB) em que cozinha 12 vezes mais rá- zinho, responb a l a n ç o d ipido e permite tirar uma lasa- de por 6% do vulgado sonha do freezer e levá-la à mesa Produto Interbre o primeiro de refeições em apenas três mi- no Bruto (PIB), trimestre de nutos, tatames, persianas e tra- e o de bares e 2006, os 452 vesseiros antiácaros. restau rantes, Água: economia no aquecimento hotéis das 23 Essas são apenas algumas por 3,4% ", diz. redes brasileidas novidades da Equipotel, Entretanto, segundo o executi- ras que compõem a entidade que podem ser vistas gratuita- vo, os 52 setores ligados à hote- movimentaram R$ 452 mimente por profissionais e estu- laria e alimentação fora do lar – lhões (em média R$ 1 milhão dantes até hoje à noite, no Pa- da cozinha industrial às teleco- por cada unidade). v i l h ã o d e E x p o s i ç õ e s d o municações, passando pelo seSegundo Abel Alves de CasAnhembi. O evento foi aberto tor têxtil, arquitetura e constru- tro Junior, diretor executivo da por Katia Castro, filha de Mag- ção, decoração, transportes, entidade, a taxa de ocupação dala Castro, criadora da feira alimentos e serviços em geral – foi 5,3% superior à de 2005, nos anos 60. Agora à frente da representam nada menos que chegando a 5,8%. A previsão é organização, ela anunciou as 25% do PIB. de que o faturamento de 2006 maiores inovações desta ediComendo fora – O setor ho- supere os R$ 2,2 bilhões regisção: o Simpósio Nacional de teleiro hoje gera 600 mil em- trados no ano passado. Rachel Melamet Hotelaria, o Show de Gastro- pregos diretos no País. Já o 1
Gerdau muda operação nos EUA
A
Gerdau decidiu fechar as operações da aciaria da unidade industrial de fio-máquina em Perth Amboy, em Nova Jersey, nos Estados Unidos, a partir do próximo mês. A companhia manterá em atividade a área
de laminação, produzindo 500 mil toneladas anuais de fiomáquina. A desativação terá um custo de US$ 27 milhões. Apesar dessas mudanças, a empresa caminha para a consolidação no mercado internacional. Fecha a unidade em
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 14 de setembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:
Requerente: Eximport Exportação Importação Representação Ltda. - Requerido: Oniron Modas Ltda. - Rua Almirante Barroso, 314 Sala 01 - 02ª Vara de Falências Requerente: Satélite Assessoria Empresarial Ltda. - Requerido: Celza Comercial Ltda. - Rua José Paulino, 266 - 02ª Vara de Falências Requerente: Alternativa Cosméticos Ltda. Requerido: Tarcisio Rebussi – EPP Rua Caraputinga, 814 - 01ª Vara de Falências Requerente: SP Banco de Fomento Mercantil e Consultoria Ltda. - Requerido: Tieko Máquinas e Equipamentos Ltda. Rua Coronel Licinio Camargo, 301 Bl F - 02ª Vara de Falências Requerente: Distribuidora de Aços e Metais Tubometal Ltda. - Requerido: Juscelino Matos de Oliveira Transportes-ME - Rua Mário Regallo Pereira, 48-A Quadra Q L /08 - 01ª Vara de Falências Requerente: JGM Fomento Mercantil Ltda. - Requerido: Sedal Indústria de Má-
quinas e Fieiras Ltda. - Rua Tamuata, 291/295 - 01ª Vara de Falências Requerente: Eletrônicos Prince Ind. Com. Import. e Export. de Prods. em Geral Ltda. - Requerido: Uniamericas Importação e Exportação Ltda. - Rua Cristiano Viana, 561 – Bl.B Lj 02 - 02ª Vara de Falências Requerente: Plexpel Comércio e Indústria de Papel Ltda. - Requerido: Sociedade Bíblica Ebenezer Ltda. - Av. Celso Garcia, 524/528 - 02ª Vara de Falências Requerente: Vicunha Têxtil S/A - Requerido: Confecções Dowo Ltda. - Rua Rodrigues dos Santos, 618 - 02ª Vara de Falências Requerente: Vicunha Têxtil S/A - Requerido: Bravolli Indústria e Comércio de Roupas Ltda. - Rua Saião Lobato, 9698 - 01ª Vara de Falências Requerente: Vicunha Têxtil S/A - Requerido: Confecções Picky Ltda. - Rua Xingutanea, 254 - 01ª Vara de Falências
Nova Jersey mas compra uma no País Basco, na Espanha. A companhia brasileira anunciou acordo preliminar com a Sociedade CIE Automotiva para compra de todo o capital social da GSB Acero, na província de Guipuzcoa, que fabrica 200 mil toneladas de aços especiais anualmente. A compra está de acordo com a estratégia da empresa de crescer globalmente em produtos de valor agregado para a indústria automobilística. Grupo – O grupo Gerdau ocupa atualmente a posição de maior produtor de aços longos no continente americano, com usinas siderúrgicas distribuídas no Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos e Uruguai. A empresa tem, ainda, 40% de participação societária na empresa Sidenor, da Espanha. Hoje, alcança uma capacidade instalada total de 19 milhões de toneladas de aço por ano. O grupo Gerdau começou há 105 anos, com a Fábrica de Pregos Pontas de Paris, em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. (Agências)
Desenvolvida especialmente para clientes alérgicos, uma linha saudável de produtos antiácaros Robson Fernandes/AE
Assembléia da Volks, que reuniu cerca de 10 mil dos 12 mil funcionários, votou pelo "sim" ao acordo
Funcionários da Volks aprovam plano de demissão
E
m uma assembléia dividida, trabalhadores da Volkswagen aprovaram ontem o acordo que prevê 3,6 mil demissões na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Cerca de 1,8 mil cortes serão feitos este ano e os demais até 2008, por meio de programa que oferece indenização extra para quem aderir. Se não houver adesões, a empresa indicará as saídas. A assembléia começou sob vaias de funcionários descontentes com o pacote oferecido. Na votação, que reuniu cerca de 10 mil de um total de 12,4 mil empregados, pelo menos 30% rejeitaram a proposta. Com o aval dos empregados para promover a reestruturação da empresa, a Volkswagen garante a produção de dois novos veículos, provavelmente uma picape e um sedã pequeno. Anteriormente, a direção da montadora ameaçou fechar a fábrica se o plano não fosse aprovado, atitude que levou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a suspender empréstimo de R$ 497 milhões que seria liberado para a empresa.
"Ao aprovar o acordo, os empregados da Anchieta sinalizaram que querem assegurar o futuro da fábrica", informou, e m n o t a , o p re s i d e n t e d a Volkswagen do Brasil, HansChristian Maergner. A fábrica "entra em fase em que a retomada de sua rentabilidade por meio de operações mais competitivas se torna realidade". Sindicato – O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo, disse que o ideal seria que não houvesse demissões, "mas foi o acordo possível." Ressaltou que as negociações resultaram em avanço em relação ao que a Volks propôs no início de maio. A empresa queria indicar os 3,6 mil demitidos e oferecia de incentivo 40% do salário mensal por ano trabalhado. O plano também previa cortes de benefícios trabalhistas, mas alguns dos itens foram revistos, como a redução do salário em 35% para novas contratações, segundo afirmou Feijóo. Com o acordo, há uma escala decrescente de benefícios. Os primeiros 1,5 mil funcionários que aderirem ao plano de demissão até 21 de novembro re-
ceberão 1,4 salário extra por cada ano de trabalho . "É uma discriminação não pagar o mesmo salário para todos", criticou o operário da estamparia Genivaldo Teixeira, que votou contra a proposta. Ele trabalha há 17 anos na Volks. "O pacote é bom, mas não pretendo me inscrever", disse o montador Antonio Oliveira, de 46 anos, funcionário há 13 e que votou pelo sim. A matriz da Volkswagen deve confirmar hoje, na Alemanha, novos investimentos para a fábrica Anchieta. Feijóo calcula que, para adequar a fábrica aos novos modelos, serão necessários investimentos de R$ 1 bilhão, mas a empresa não confirma esses números. Especulação – Especula-se que os novos produtos são uma picape de médio porte e a versão sedã da nova família Gol, ou então do seu substituto. Modelos dessa linha também serão produzidos em Taubaté (SP), a primeira fábrica a aprovar o acordo de reestruturação. Em São José dos Pinhais (PR), as negociações para o corte de 900 pessoas de um total 3,6 mil começam em breve. (AE)
GE vende parte do conglomerado
A
General Electric anunciou ontem que concordou em vender seu negócio de materiais avançados por cerca de US$ 3,8 bilhões em um movimento para impulsionar o crescimento da sua divisão industrial. A empresa de private equity Apollo Management L.P. pagará em dinheiro e títulos pela unidade, que inclui materiais de silicone e quartzo usados em produtos de consumo e em indústrias. A unidade industrial é a segunda maior da GE e res-
ponde por mais de um quinto das vendas totais do grupo, com negócios que vão de sistemas de automação de alta tecnologia a utensílios de cozinha e lâmpadas. A GE informou que a venda inclui as participações de seus parceiros nas joint ventures na GE Toshiba Silicones e na GE Bayer Silicones, que comprou e vendeu para a Apollo. Como parte da transação, o grupo alemão químico e farmacêutico Bayer afirmou que vendeu sua participação de 49,9% para a GE
por 475 milhões de euros. GE e Bayer formaram a joint venture em 1998. Já a Toshiba informou que vendeu sua fatia da parceria, feita em 1971, por 57 bilhões de ienes. O negócio de materiais avançados faz produtos baseados em silicone, cuja utilização vai de inserções em sapatos e condicionadores de cabelo até usos industriais e aparelhos biomédicos. Os materiais de quartzo e cerâmica são usados em fibras óticas, iluminação e fabricação de vidro. (Reuters)
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Urbanismo Ambiente Compor tamento Transpor tes
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ANIMAL PODE VIVER ATÉ 12 ANOS EM CATIVEIRO
Se faltar comida, o tubarão vai caçar. Ou seja, ele poderá atacar os outros peixes do aquário. Leandro Troiano, dono da Amazon Zôo
Marcos Fernandes/Luz
Leandro Troiano (esquerda), proprietário da Amazon Zôo, explicou que o animal pode chegar a 1,10 metro e 2,5 quilos
Quem tem peixinhos coloridos, cachorros ou gatos em casa como animais de estimação já pode se sentir ultrapassado, pelo menos na opinião de alguns criadores mais ousados. Iguanas e cobras também já eram. A onda agora é criar tubarões. Para isso, no entanto, é preciso espaço, um aquário bem grande e também um investimento mais do que razoável: algo entre R$ 80 e R$ 100 mil. O grande segredo para a criação de tubarões, no entanto, não é assim tão difícil: é só não esquecer de alimentá-los.
TEM UM TUBARÃO NO AQUÁRIO Kelly Ferreira
O
s bichos de estimação não são mais como antigamente. Primeiro eram os cachorros, gatos e hamsters. Depois vieram iguanas, aranhas e cobras. Agora, no lugar de lindos peixinhos coloridos, é a vez de criar tubarão em aquário. A idéia, apesar de parecer aterrorizante para alguns, agrada muito a outros. Entre os admiradores da idéia estão empresários, amantes do mar e donos de estabelecimentos que querem chamar a atenção da clientela. O proprietário do restaurante Aice-Zushi, em Salvador, Chico Peltier, por exemplo, a partir do mês que vem terá a companhia de dois tubarões black tip shark, fêmeas, em seu estabelecimento. "Sempre trabalhei com pescados e tenho um restaurante japonês. Depois da reforma, para aumentar o espaço, pensei em trazer algo que atraísse mais clientes. Um diferencial. Será bem interessante ter um aquário de três metros de comprimento com tubarões aqui dentro", disse Peltier. Em casa – Ter um tubarão em casa, no entanto, requer um alto investimento e muito
Um aquário para tubarão deve ter cinco mil litros de água
cuidado. Um projeto que inclui um aquário com capacidade para 5 mil litros de água, pedras marinhas (essenciais para manter o pequeno predador em cativeiro), treinamento e o filhote de tubarão fica entre R$ 80 a R$ 100 mil. Além disso, limpar o aquário e colocar comida para o tubarão requer um cuidado muito especial. A alimentação, feita com carne de peixe, deve ser dada uma vez a cada dois dias. "A carne deve ser colocada no aquário com o auxílio de uma mão mecânica. Em tanques grandes, onde é preciso entrar para alimentar os bichos, o cuidado deve ser redobrado para evitar acidentes desagradáveis'", avisa Troiano. Espécies – Os tubarões criados em aquários podem ser de várias espécies, entre elas o cabeça-de-martelo e o
black tip shark. Cada um deles, além de terem comportamentos diferentes, crescem de acordo com as características de sua espécie e com o volume de água dentro dos tanques. As fêmeas de black tip shark que Peltier terá como bichos de estimação, por exemplo, atingem aproximadamente 1,10 metro e 2,5 quilos. "O segredo para evitar acidentes é não deixar faltar alimentação. Se faltar, ele vai sair para caçar. Ou seja, ele pode, nesse caso, atacar outros peixes do aquário", explicou o engenheiro Leandro Troiano, proprietário da Amazon Zôo, que importa tubarões dos Estados Unidos e da Indonésia. O black tip é um predador dos recifes. O tubarão criado adequadamente em um aquário pode viver cerca de 12 anos, 20% a mais do que viveria no mar.
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FOTOGRAFIA Retratos da alma dos monumentos e avenidas. E São Paulo abraça a diva. Acervo Jornal do Brasil
As luzes do bairro da Liberdade (acima); e o Edifício Itália
ELZA
Fotos: Juan Esteves/Divulgação
E
Lúcia Helena de Camargo
S
ão Paulo exaure seus habitantes pelo excesso de trânsito e caos, mas também inspira e encanta. As fotos de Juan Esteves que compõem a mostra Paulicéia Imaginada traduzem essa soma de desespero e deslumbramento. Sobre retratos de pontos tradicionais da cidade, o fotógrafo sobrepõe linhas e formas, mistura grafismos e embaralha o olhar para criar imagens interessantes, que lembram ora o futurismo de Metrópolis, de Fritz Lang, ora as sinuosidades de Gaudí. São 32 fotografias, expostas no Espaço Cultural Vivo. Estão retratadas a Pinacoteca do Estado como uma Ve-
neza paulistana; a Avenida Paulista, o Edifício Copan, a Praça Júlio Mesquita, a Praça da República, galerias da Avenida São João, o casario apinhado da Lapa, além de várias composições que lançam mão de colagens para mostrar a velocidade e o nervosismo de carros, carros e mais carros, nas ruas e em túneis. O Prefácio Interessantíssimo (Paulicéia Desvairada), de Mário de Andrade, abre a exposição. "São Paulo, em sua mutação permanente, não permite o registro linear. Assim como toda arte, não é sua vocação. O caos iluminado torna-se parte da paisagem, para ser devorado por uma nova visão, distante da for-
malidade e do rigor da composição", declarou Esteves sobre a exposição, aberta no dia 31 de agosto, em cartaz até 26 de novembro. O fotógrafo, brasileiro de 48 anos, começou a carreira no jornal A Tribuna de Santos e tem um currículo respeitável. Trabalhou como fotojornalista e editor de fotografia na Folha de S. Paulo entre 1986 e 1994 e tem fotos publicadas no Japão (Tokyo Journal, Tokyo Cl ass if ied ), Estados Unidos (Time e Newsweek), em diversos periódicos da Espanha, Portugal, Alemanha, Dinamarca , Inglaterra, Itália e na maioria das publicações brasileiras, como Veja, Isto É, Bravo! eMarie Claire, entre ou-
tras. Já participou de 18 exibições individuais e 62 coletivas. Publicou os livros 55 Portraits, 2000 e São Paulo en Mouvement, além de ter trabalhos que integram mais de 70 livros no Brasil e exterior. Lança este ano Presença, com retratos de artistas plásticos brasileiros. Desde 1994 é colaborador independente de revistas e livros no Brasil e no exterior. Paulicéia Imaginada Espaço Cultural Vivo, Avenida Dr. Chucri Zaidan, 860, térreo, Morumbi, tel.: (11) 3188-4147. De segunda a sexta, das 9h às 20h. Ingresso: grátis.
A Marginal e seu espelho (alto). Abaixo, um outdoor estilizado à la Andy Warhol. E o trânsito paulistano mil vezes multiplicado pelas lentes de Juan Esteves
Um Copan diferente. E o neón do hotel.
Dadá Cardoso
la tem 69 anos de idade e 57 de carreira. Na mostra Elza nos Braços de Sampa, em cartaz até 1° de outubro na galeria nobre da Caixa Cultural, a cantora Elza Soares aparece nas fotos em preto e branco que exibem toda sua exuberância de sambista, cuja vida teve muitos altos e baixos. Filha de uma lavadeira e de um operário, casou aos 12 anos e foi mãe aos 13. Aos 21 anos, ficaria viúva. No grande painel da abertura, leva uma lata d’água na cabeça, retratada por Dadá Cardoso, para ilustrar seu primeiro emprego, que foi também de lavadeira, numa fábrica de sabão. Mas cantava desde criança, já com a voz rouca e o ritmo sincopado dos sambistas de morro. Gravou seu primeiro disco em 1960, pela Odeon, cantando Se acaso você chegasse, de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins. O sucesso foi imediato e o compacto virou LP. Em 1962, como artista representante do Brasil na Copa do Mundo, em Santiago, no Chile, cantou ao lado de Louis Armstrong. Nessa época conheceu o jogador de futebol Garrincha, com quem depois se casaria. Elza gravou canções de Jorge Ben Jor, Toquinho e Vinícius de Morais, Zé Kéti, Wilson Simonal e Ronaldo Bôscoli, Zé Rodrix, entre muitas outras. Nos anos de 1970 recebeu o diploma de A diva no Embaixatriz do Samba, do conselho de show Em música popular do Museu da Imagem e do Dia de Som, do Rio de Janeiro. A partir de 1986, com Graça a morte de Garrinchinha, seu filho com (alto); Garrincha (1933-1983), passou nove anos na clicada Europa e nos Estados Unidos. De volta ao com a lata Brasil, gravou em 1997 o CD Trajetória, só de na cabeça sambas, com músicas de Zeca Pagodinho, e alegre, Guinga e Aldir Blanc, Chico Buarque e outros. em casa No ano 2000 gravou a coletânea com todo o seu repertório. Em 2002, lançou o CD Do Cóxix Até o Pescoço e em 2004 e 2005 excursionou pelo Brasil e pelo exterior com seu novo show. Em quatro décadas, lançou um total de 28 discos. Ricardo Cravo Albin, que conviveu com o casal Elza e Garrincha em Roma, a equipara, no texto de apresentação, a Billie Holiday e Edith Piaf. A artista conquistou seu espaço, saindo dos morros para o sucesso, com a voz característica, segundo Albin "cheia de ritmos e floreios". Com 22 fotos, a exposição Elza nos Braços de Sampa permanece em cartaz até 1° de outubro. Elza se mostra faceira de braços abertos; com olhar terno junto do filho, em imagens de 1977; radiante com Louis Armstrong e extravagante, ao lado de Caetano Veloso, em 1986. As fotografias, reproduções de originais guardados pela cantora, dos acervos dos jornais O Globo e Jornal do Brasil e da Funarte, foram organizadas pela curadora Anna Vacchiano, mestra em Ciência da Arte. (LHC) Elza nos Braços de Sampa Caixa Cultural, Edifício Sé, Praça da Sé, 111, tel.: (11) 3107-0498. De terça a domingo, das 9h às 21h. Ingresso: grátis. Acervo Jornal O Globo
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Política BOLÍVIA SE APROPRIA DE REFINARIAS Não vou admitir ser expulso da Bolívia. José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras.
Resolução do governo boliviano sobre a nacionalização de petróleo e gás provoca reação do governo brasileiro e da Petrobras. Decisão foi adiada até 9 de outubro.
O
s governos de Brasil e Bolívia voltaram a entrar em conflito por causa da nacionalização do gás e do petróleo no país vizinho. O governo da Bolívia divulgou na terça-feira uma resolução que dá à estatal Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos (YPFB) toda a propriedade e controle sobre os hidrocarbonetos comercializados no mercado interno. A resolução, que regulamenta a nacionalização do gás e do petróleo na Bolívia, praticamente inviabiliza as operações da Petrobras no país, já que o controle das refinarias passaria totalmente para as mãos da YPFB, e com a ameaça de não receber um centavo pela operação. O governo boliviano afirma que a Petrobras já obteve "ganhos extraordinários" com suas operações, e que já teria obtido lucros acima do estabelecido pela lei. A estatal brasileira, que é a maior investidora do setor na Bolívia, expressou "desconformidade" com a resolução. Em comunicado, a Petrobras negou ter obtido os benefícios e afirmou que, na verdade, as atividades de refino geraram prejuízos que foram compensados com os altos preços dos produtos exportados. Reação – O atrito provocou a reação do governo brasileiro, e aconteceu dias antes de uma visita do ministro de Minas e Energia do Brasil, Silas Rondeau. Estava marcada para hoje uma reunião com o governo boliviano que seria considerada decisiva para as negociações sobre a aplicação da nacionalização dos hidrocarbonetos e o preço do gás natural que o Brasil compra. O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, participaria da reunião. Porém, o encontro foi adiado em cima da hora para o dia 9 de outubro, numa espécie de trégua até uma solução. Ameaça – Se o governo brasileiro não chegar a um acordo com a Bolívia sobre a decisão de expropriar as refinarias da Petrobras, a empresa pode deixar o refino naquele País, ameaçou o ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau. Ele disse que o governo aposta que a situação não chegue a esse ponto. "Mas depende da posição da Bolívia. A Petrobras já deu todos os sinais de que quer um acordo, mas existe um limite a partir do qual a empresa prefere ficar de fora do negócio de refino", avisou o ministro. Rondeau endureceu o discurso. Disse que o "seqüestro de receita" da Petrobras na Bolívia "é inaceitável". "A medida muda a forma da operação dos negócios das refinarias da Petrobras na Bolívia. Significa que, a partir de agora, a receita será administrada diretamente pela YPFB", disse o ministro. "Neste momento, seria perder o controle sobre a receita da empresa: a Petrobras passaria à figura de uma prestadora de
ALCKMIN: SITUAÇÃO É FRUTO DA FRAQUEZA DO GOVERNO LULA. Tucano acusa presidente de ser dúbio e submisso.
O
candidato da coliga- solver como tem que ser resolção PSDB/PFL à Pre- vido, de forma civilizada", dissidência da Repúbli- se o presidente, na época. ca, Geraldo Alckmin, condePara Alckmin, Lula não tem nou a postura do presidente defendido os interesses do Luiz Inácio Lula da Silva em Brasil no caso. "Ele apoiou Morelação à questão do gás boli- rales (Evo Morales, presidente viano – desde que foi anuncia- da Bolívia) na sua campanha da a nacionalização, no pri- para presidente da República. meiro semestre deste ano, e O presidente do Brasil tem que agora, com a decisão da Bolívia defender o interesse dos braside apropriação dos negócios leiros. Ele coloca à frente do inda Petrobras no país. teresse nacional as questões "Lá atrás, eu já teria deixado partidárias ideológicas, o que é clara minha posição de total um atraso", afirmou Alckmin. defesa do inteFraqueza – resse nacional. Segundo o tucaMas a posição do no, a apropriaLula foi dúbia ção do compleinicialmente, xo de estabelecio m i s s a e s u b- E ele (presidente Lula) mentos indusmissa", criticou falou que tinha que triais da estatal Alckmin. brasileira pela tratar a questão O governo boBolívia só cheliviano decidiu (da apropriação da gou a este ponto ontem dar à em- Petrobras pelo por causa da presa de petró- governo boliviano) "fraqueza" da leo e gás local, a de forma carinhosa. gestão Lula nesYPFB, o direito te episódio. "O Geraldo Alckmin governo Lula já proprietário pelas commodities deveria ter reno país. A decicorrido à Corte são compreende a apropriação Internacional, pois esta não é dos fluxos de caixa da Petro- uma questão eleitoral", emenbras na Bolívia. "E ele (Lula) fa- dou Alckmin. Ele disse tamlou que tinha que tratar a ques- bém que, após as eleições, o tão de forma carinhosa", ironi- consumidor terá de pagar uma zou Alckmin, em referência a outra conta, que será o aumenpronunciamento do presiden- to no preço do gás. Caso seja eleito, o presidente no início dos conflitos entre Petrobras e Bolívia. ciável tucano disse que não Memória– Em maio, no pro- pretende cortar relações com grama de rádio "Café com o Evo Morales ou com Hugo Presidente", Lula disse que a Chávez, presidente da Venequestão da Bolívia tinha que zuela. "Isso não resolve esse ser resolvida de forma civiliza- problema enfrentado pela Peda e carinhosa. "Eu conheço a trobras. Pretendo resolver o realidade da Bolívia, eu conhe- problema de forma diplomátiço a realidade do meu Brasil, e ca e recorrendo judicialmente, nós vamos, de forma muito ca- exigindo o cumprimento do rinhosa, sentar em uma mesa acordo. Eu vou defender o inde negociação e qualquer pro- teresse do Brasil", explicou Alblema que tivermos vamos re- ckmin. (Agências)
Martin Alipaz / AOG
Michel Filho / AOG - 01/05/2006
O Ministro dos Hidrocarbonetos da Bolívia, Andrés Soliz (acima), diz que a Petrobras teve 'ganhos extraordinários'. Estatal brasileira diz que, ao contrário, perdeu muito.
serviço." Na avaliação do ministro, "atitudes como esta estremecem a relação do Brasil com a Bolívia". "Estamos preocupados, atentos, apostando que temos que encontrar uma solução que atenda aos interesses da Petrobras, de seus acionistas e que não signifique uma violência sobre os negócios de refino da Petrobras naque país." Lula – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi surpreendido pelas medidas, disse Silas Rondeau. Segundo o ministro, o presidente defendeu uma "reação firme" contra o país vizinho. "O presidente Lula reagiu assim porque tudo caminhava para o entendimento, e de repente o assunto nos surpreendeu", acrescentou. O próprio presidente anunciou, numa entrevista à TV Bandeirantes, que o governo boliviano havia congelado a decisão até o dia 9 de outubro. "A posição firme que nós temos defendido é que temos contratos que devem ser cumpridos. O presidente Lula tem sido claro no apoio a essa posição", afirmou Rondeau. "O que aconteceu é muito grave", afirmou a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef. Segundo ela, a decisão da Bolívia não está dentro dos acertos feitos anteriormente. "Queremos saber qual é a posição oficial do governo boliviano", afirmou ela.
COMO A BOLÍVIA NACIONALIZOU OS HIDROCARBONETOS
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o dia 1º de maio deste ano, o presidente da Bolívia, Evo Morales, decretou a nacionalização do setor de gás e petróleo do país. O decreto de nacionalização estabelece que a Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos (YPFB), estatal boliviana que atua no setor, terá a propriedade e o controle total sobre todos os hidrocarbonetos comercializados no mercado interno. Ou seja, o governo boliviano vai definir o volume a ser comercializado nos mercados interno e externo, além dos preços de gasolina, diesel e petróleo bruto. A maioria dos combustíveis derivados de petróleo é produzida nas duas refinarias da Petrobras na Bolívia. Além disso, o governo decidiu reduzir as margens de lucro nas refinarias e aumentou o imposto sobre a exploração de gás de 50% para 82%. E todas as receitas produzidas pela Petrobras
no país terão que ser entregues à YPFB, e a estatal boliviana passa a controlar todas as empresas estrangeiras do setor. A nova decisão de passar o controle das refinarias da Petrobras para as mãos do governo boliviano não prevê pagamento ao Brasil. O governo de Evo Morales diz que a empresa brasileira obteve "benefícios extraordinários" nas operações de refino no país e que esses valores seriam considerados pelo governo boliviano ao assumir o controle. A Bolívia exige ainda o pagamento de impostos sobre lucros retroativamente. Apesar de representar apenas um por cento do faturamento da Petrobras, os investimentos na Bolívia são estratégicos para o Brasil devido ao fornecimento de gás natural, que abastece metade da demanda da indústria e dos lares brasileiros, ou cerca de 26 milhões de metros cúbicos diários.
DILMA: 'O ASSUNTO É GRAVE'
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O que aconteceu é muito grave", avaliou ontem a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef. Ela informou que o presidente Lula solicitou ao ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, e ao assessor de Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, que entrassem em contato com o governo boliviano. Segundo ela, o governo considera que a decisão da Bolívia não está dentro dos acertos feitos anteriormente. Dilma explicou que a questão anterior foi de nacionalização do petróleo e derivados, e agora está envolvendo bens da Petro-
bras. "Há uma determinação do presidente Lula para que Rondeau e Marco Aurélio falem com o governo boliviano para saber qual é a posição deles. Achamos que o decreto não está adequado com as tratativas que vinham sendo feitas. Não posso dizer que houve uma quebra de confiança, mas o decreto não está adequado", disse a ministra. Segundo ela, o governo brasileiro precisa saber se a decisão foi uma posição do governo boliviano ou do Ministério de Hidrocarbonetos. "Queremos é saber qual a posição do governo boliviano", afirmou.
PETROBRAS PODE PEDIR ARBITRAGEM
A
Petrobras deve entrar com "recurso revogatório" questionando resolução da Bolívia, que assume o controle do fluxo de caixa das refinarias da estatal brasileira no país vizinho. A informação foi dada ontem pelo presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli. Segundo ele, a Petrobras pode ainda recorrer à arbitragem internacional. "A Petrobras vai sair da Bolívia de forma legal, como entrou na Bolívia de forma legal. Não vou admitir ser expulso da Bolívia", disse o presidente da estatal. A Petrobras, afirmou, fará uso de todos os recursos legais disponíveis para revogar a resolução do governo boliviano. Para Gabrielli, a medida mostra que o país vizinho "não sabe o que quer no setor de hidrocarbonetos". O executivo afirmou diversas vezes que a medida do governo boliviano inviabiliza a operação da Petrobras no segmento de refinaria na Bolívia, onde a empresa investiu 105 milhões de dólares. "Isso transformaria a Petrobras em empresa de manutenção da refi-
naria e isso não vamos ser", afirmou a jornalistas. Além disso, explicou Gabrielli, a medida cria um risco tributário grande porque a responsabilidade de pagar os impostos continua com a Petrobras, mas é a YPFB quem vai pagar. "E se não pagar, será igual a um inquilino que não paga o IPTU e a dívida sobra para o senhorio" Ele também colocou em dúvida a real disposição do governo boliviano de negociar com a empresa. Arbitragem – O ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, afirmou ontem que, em último caso, a disputa entre a Petrobras e o governo da Bolívia pode ser decidida por arbitragem internacional. Nesse caso, o foro seria Washington. "Em última instância, o caso iria para a arbitragem do Banco Mundial", disse Silas Rondeau. Ele lembrou que todos os negócios da Petrobras na Bolívia estão subordinados à filial da estatal brasileira na Holanda, e os governos holandês e boliviano mantêm um acordo de proteção de investimentos em pleno vigor. (Reuters)
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Nacional Finanças Tr i b u t o s Empresas
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5 Contribuintes interessados no Refis 3 fazem fila na Receita Federal, em São Paulo.
163 MIL DEVEDORES JÁ ENTRARAM NO REFIS 3
PROJETO DE LEI QUE PEDE DISCRIMINAÇÃO DOS TRIBUTOS PODE SER VOTADO NO PRÓXIMO DIA 3 EM COMISSÃO
DE OLHO NO IMPOSTO VAI SAIR DO PAPEL Sergio Amaral/Ag. Pixel - 31/05/06
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Projeto de Lei 174/2006, que trata de informar ao consumidor o valor ou percentual em impostos embutidos no preço de produtos e serviços deve ser um dos primeiros itens a ser votado na primeira sessão da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, Fiscalização e Controle (CMA), do Senado Federal, no dia 3 de outubro. O projeto foi encaminhado ao presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB), por representantes de 400 entidades civis no fim de maio deste ano, entre eles o empresário Guilherme Afif Domingos, presidente licenciado da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), candidato a senador pela coalizão PSDB-PFL e líder do movimento De Olho no Imposto. Junto com a proposta, o presidente do Senado recebeu um abaixo-assinado com mais de 1,5 milhão de adesões à campanha. Na ocasião, Calheiros se comprometeu a agilizar a tra-
mitação do projeto na Casa. Na última sessão da Comissão, no início de setembro, o projeto era o quinto item a ser discutido mas, por falta de quórum na reunião, não houve avanço. A expectativa de Ren a n C a l h e i ro s é q u e o P L 174/06 seja aprovado na CMA em caráter terminativo, o que significa que seguirá diretamente para a Câmara, caso nenhum senador peça vistas do projeto e a matéria passe pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). De olho – O projeto de lei tem como base o movimento De Olho no Imposto, que fez parte da campanha de educação tributária desencadeada a partir de 2003 pela ACSP, sob a presidência de Guilherme Afif Domingos, com o mote "Pago, logo exijo". Na opinião de Afif, está mais do que na hora de a população se conscientizar de seu direito de cobrar a contrapartida em serviços públicos do que é arrecadado em impostos. De acordo com pesquisa da Ip-
sos/Opinion, 74% dos brasileiros não sabem que existem impostos embutidos nos preços de tudo que se compra. Como parte da campanha pela transparência tributária, além do movimento De Olho no Imposto, a ACSP realizou vários feirões do Imposto para mostrar à população o percentual de tributos incidente em produtos e serviços. A ACSP também desenvolveu ferramentas que revelam aos cidadãos a voracidade do fisco, como a Calculadora do Imposto (w w w.c a l c u l a d o radoimposto.com.br), o Impostôm e t r o ( w w w . i m p o s t o m etro.com.br) e o Feirão do Impost o ( w w w . f e i r a o d o i m p o sto.com.br). Segundo o Impostômetro, placar eletrônico que mostra a arrecadação tributária das esferas municipal, estadual e federal, desde o primeiro minuto de 2006 até ontem à noite, entraram para os cofres públicos R$ 574 bilhões em impostos. Adriana David
Seguro judicial garante caixa
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m novo "cheque caução" vem sendo utilizado por empresas que vão à Justiça para questionar débitos fiscais e trabalhistas como forma de assegurar o pagamento em juízo do valor em discussão. Trata-se do seguro garantia judicial, que substitui o pagamento de depósitos judiciais e a penhora de bens. Essas exigências são comuns quando uma empresa, por exemplo, ingressa com uma ação para questionar a cobrança ou a base de cálculo de um determinado tributo. Atualmente, o depósito em juízo é o mais pedido pelo Judiciário quando uma companhia entra com uma ação, seguido do arrolamento de bens. "Muitas vezes as empresas não dispõem de um bem penhorável ou de dinheiro em caixa para oferecer como garantia. O que dificulta o ajuizamento desse tipo de ação", explica o gerente comercial da J.Malucelli Seguradora, Adriano Lanfranchi de Almeida. O valor da apólice desses seguros varia de 1% a 2% do montante questionado na ação. O pagamento é feito anualmente, como ocorre com o seguro de automóvel e, normalmente, dura o tempo de tramitação da ação. O seguro garantia judicial começou a ser utilizado em 2003, quando foi regulamentado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). An-
tes disso, apenas outras modalidades dessa ferramenta eram utilizadas no mercado. Apesar de nova, a modalidade já vem atingindo bons números no setor segurador. De janeiro a julho deste ano, essas apólices renderam para as seguradoras R$ 3,08 milhões, de acordo com a Susep. Em 2005, as coberturas responderam por R$ 9,26 milhões. Só as apólices comercializadas pela J.Malucelli Seguradora neste ano já totalizaram mais de R$ 500 milhões em importância segurada, ou seja, valor total das ações asseguradas pela companhia. Para o diretor da UFB Ga-
rantias & Seguros, José Eduardo Medrado, apesar de enfrentar uma certa resistência no mercado, o seguro garantia judicial deve começar a ganhar força no mercado em breve. O tributarista Jorge Henrique Amaral Zaninetti, do escritório Tozzini, Freire, Teixeira e Silva Advogados, diz que essa garantia é interessante para as empresas, que poderão manter o seu fluxo de caixa estável durante a tramitação de uma ação judicial que necessite de uma garantia de pagamento. "O pagamento do depósito judicial deve ser mantido até a ação ser julgada." Márcia Rodrigues
Contratos sem advogados
A
s companhias de seguro não podem mais colocar em seus contratos cláusulas oferecendo serviços advocatícios. A seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OABSP) obteve parecer favorável da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para que essa prática, que estava começando a se disseminar no mercado, seja interrompida. O Tribunal de Ética e Disciplina (TED) da OAB-SP argumentou que a previsão de prestação de assistência
jurídica em contrato de seguro traduz, além da eventual prestação de serviços por sociedade estranha à advocacia, oferta indevida de serviço. De acordo com o documento, essa prática também acarreta conflitos de interesses da própria companhia seguradora. De acordo com o relator do TED, Luiz Francisco Torquato Avólio, o Estatuto da Advocacia é claro ao afirmar que "é vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade". (MR)
Termina hoje prazo do Refis 3
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Receita Federal havia recebido até as 16h30 de ontem 163 mil pedidos de adesão ao novo parcelamento de débitos tributários, conhecido como Refis 3. O prazo termina hoje, às 20h. Os pedidos, segundo a Receita Federal, devem ser feitos pela internet. O programa permite o parcelamento de débitos com a Receita, Previdência Social e Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). O secretário-adjunto da Re-
ceita, Paulo Ricardo Cardoso, esclareceu que as empresas não precisam desistir de todas as ações na Justiça contra a Receita Federal, mas terão de abrir mão daquelas cujos débitos queiram parcelar. Os contribuintes com débitos vencidos até 28 de fevereiro de 2003 podem optar pelo pagamento à vista ou parcelar em seis meses, com redução de 30% no valor dos juros e 80% no valor das multas. Para as empresas que decidirem pelo
plano de 130 meses a redução da multa será de 50%. Os débitos vencidos entre 1º de março de 2003 e 31 de dezembro de 2005 podem ser divididos em 120 meses, sem redução de juros ou multa. Os benefícios foram concedidos pela MP 303, que tramita no Senado. O Sindicato das Empresas Contábeis de São Paulo e a Associação Comercial de Minas Gerais pediram, mas não conseguiram, a prorrogação do prazo de adesão. (Agências)
Guilherme Afif Domingos, em Brasília, leva caixas com mais de 1,5 milhão de assinaturas do De Olho no Imposto
Procuradoria aprova medida da Sefaz
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Procuradoria Geral da República (PGR) emitiu parecer favorável ao Comunicado da Coordenadoria de Administração Tributária (CAT) n° 36/2004, da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP), que proíbe o aproveitamento de créditos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) obtidos por meio de benefícios fiscais. O parecer refere-se à Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ajuizada pelo Distrito Federal contra o comunicado.
O procurador-chefe fiscal do estado, Clayton Eduardo Prado, explica que há problemas quando outros estados concedem benefício fiscal sem aprovação do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Se uma empresa com sede em outro estado vende mercadoria com benefício fiscal para contribuinte paulista, ele não pode se creditar da alíquota cheia de ICMS sob o risco de ser autuado. "Em alguns casos, empresas do setor atacadista abrem firma fantasma em outro estado só para pagar menos
imposto", afirma Prado. Para ele, o Supremo Tribunal Federal (STF) também será favorável à medida do fisco paulista. Isso porque, em 2005, o Estado do Amazonas havia entrado com Adin contra o CAT n° 36/2004 e o ministro Gilmar Mendes considerou que o comunicado não é um ato normativo passível de ser questionado por Adin. Foi com base nessa decisão, entre outras, que a PGR considerou improcedente a discussão da constitucionalidade do comunicado. Laura Ignacio
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Congresso Planalto Corr upção CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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ENTIDADES CONTRA CORRUPTOS PEDEM APOIO DA CÂMARA
Espero seus votos para ser eleito. Antonio Palocci
MOVIMENTO QUER BARRAR PROJETO Entidades que lutam contra a corrupção na vida pública brasileira querem que a Câmara dos Deputados vete projeto que dificulta ações nos tribunais eleitorais.
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Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral pediu apoio ontem ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Sigmaringa Seixas (PT-DF), contra o projeto que dificulta as ações nos tribunais eleitorais contra a corrupção nas eleições. Pela proposta, o Ministério Público (MP) terá apenas cinco dias para formular e apresentar denúncia nos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), reduzindo o prazo que hoje vai desde o registro da candidatura até a diplomação do eleito. "Tem de ter provas, perícias. Com cinco dias, nem o FBI (Federal Bureau of Investigation-Agência Federal de Investigação dos Estados Unidos) consegue
fazer. É impossível", afirmou o presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), José Carlos Cosenzo. De acordo com o movimento, que reúne 28 entidades, o tempo previsto na proposição tornará inviáveis as investigações e aumentará o número de ações extintas por falta do cumprimento de prazos. O texto, cujo relator é o deputado João Almeida (PSDB-BA), está pronto para ser votado na CCJ. Seixas afirmou que fará uma audiência pública para discutir a idéia e só depois a porá na pauta de votação. Ele adiantou que é contra o projeto. Conforme o movimento, há em tramitação no Congresso 13 propostas que ameaçam a legislação sobre o assunto. (AE)
José Cruz/Agência Senado
Ayrton Vignola/Folha Imagem
PALOCCI IGNORA ACUSAÇÕES
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ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, candidato a deputado pelo PT de São Paulo, continua a campanha na região de Ribeirão Preto, no interior do Estado, reunindo-se em empresas, associações e sindicatos. Mas nada fala sobre as sete acusações de crimes que pesam contra ele como as investigadas em dois inquéritos: um em Brasília (da quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, o "Nildo") e outro em Ribeirão (do lixo, que apura superfaturamento). Palocci destaca as conquistas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pede votos aos petistas, mas não responde a jornalistas. Ele reuniu-se ontem com aproximadamente 40 funcionários do Hospital das Clínicas e da Universidade de São Paulo (USP), na sede social da Associação dos Servidores do HC (ASHC). O candidato fez um discurso de 15 minutos, justificando inclusive o afastamento da cidade quando foi ministro. "Espero seus votos para ser eleito", disse, ladeado por as-
Candidato a deputado federal, Palocci faz campanha em sua cidade e sequer comenta denúncias.
sessores, militantes e pela mãe, Toninha Palocci. Após o pronunciamento, respondeu a algumas perguntas, voltadas para questões locais e nacionais. "A campanha está melhor do que eu pensava", disse Toninha Palocci, acreditando na eleição do filho. O adolescente Matheus Fogaça Machado, de 14 anos, fez uma pergunta sobre ensino público. O jovem disse q u e , s e p u d e s s e v o t a r, o
apoiaria para deputado, mas não Lula a presidente – optaria pelo candidato Cristovam Buarque (PDT). Sobre as acusações contra Palocci, o adolescente afirmou acreditar que isso atrapalha a carreira dele mas não todas as denúncias. "Foi muito escandalizado, mas não é tudo aquilo que se mostrou", afirmou. O presidente da ASCH, Aimar Finotti, afirmou crer na eleição de Antonio Palocci, vota nele, mas não se envolveu na cam-
panha. Finotti tem uma opinião formada sobre as suspeitas contra o PT. "Acredito que houve 'mensalão', sim, e que isso sempre houve e é uma tática do Congresso", disse. O ex-presidente do PT no município, Jayme Gimenez, afirmou acreditar que as acusações contra o ex-ministro podem pesar na classe média, mas não nas camadas mais humildes. Por isso, aposta na eleição do ex-ministro de Lula. (AE)
Membros do Movimento Anticorrupção na CCJ, em Brasília.
PARA BASTOS, AÇÃO DA PF FOI REGULAR.
Rodrigo Lobo/JC Imagem/AE
O ministro da Justiça acha que os poderes devem se entender longe da mídia.
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ministro da Justiça, M á rc i o T h o m a z Bastos, declarou ontem que não detectou nenhuma irregularidade no modo de agir da Polícia Federal (PF) na Operação Mão-de-Obra, que desarticulou uma quadrilha acusada de fraudar licitações em órgãos públicos, como o Senado. Segundo os procuradores Luciano Rolim e José Alfredo de Paula Silva, a PF teria deixado vazar informações para o presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDBAL), na noite anterior à realização de uma ação de busca e apreensão de documentos, o que teria causado prejuízo às investigações. Segundo Bastos, o vazamento de informações não ocorreu. "Estamos todos do mesmo lado – Ministério Público e Polí-
cia Federal, combatendo o crime. O nosso inimigo é o crime, não uma instituição nem a outra", afirmou o ministro. Ele disse que a PF realizou quase 300 operações com "absoluto êxito" em parceria com o Ministério Público usando os mesmos métodos. "Com inteligência, sem disparar um tiro, a PF desbaratou quadrilhas em todo o Brasil, inclusive esta (fraudadora de licitações)." Em uma referência à divulgação de que os procuradores têm dado à interpretação de que, no Senado, a operação da PF teria sido irregular, o ministro da Justiça declarou: "Não dá para discutir pela TV e pela mídia, (o assunto) tem que ser discutido de maneira fraterna entre as entidades de combate ao crime organizado." Bastos disse que não recebeu "nenhum ofício, solicitação, ou
Antonio Cruz/ABr
Bastos: a desarticulação da quadrilha fraudadora foi bem-sucedida.
reclamação" de uma autoridade competente para questioná-lo. "No meu caso, é o procurador-geral da República que tem competência para dirigirse a mim", disse Bastos. O ministro fez as declarações logo após participar, no Ministério da Justiça, da solenidade de lançamento da Rede Nacional de Especialização em Segurança Pública, um programa destinado a treinar policiais civis e militares nos Estados. Mão-de-obra – Anteontem, o advogado-geral do Senado, Alberto Cascais, declarou que entrará com uma representação no Conselho Nacional do Ministério Público contra o procurador da República Luciano Rolim, por suspeita de vazamento de informações de uma operação da Polícia Federal que cumpriu mandados de busca e apreensão no Senado. Cascais defendeu a Polícia Federal e o diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, que estaria entre os investigados porque sua sala era alvo de uma das buscas. Ele ressaltou que Agaciel não está sendo investigado no inquérito que apura fraude em licitação para a contratação de funcionários terceirizados no Senado, na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e em outros três ministérios. Também informou que tende a entrar com uma ação civil por danos morais em nome de Agaciel. O advogado do Senado pretende interpelar judicialmente o procurador para que ele explique porque citou Agaciel. Ele defendeu ainda Renan Calheiros, presidente do Senado: "Sua determinação foi de prestar toda assistência à PF. Ele não sabia o que estava sendo investigado e não tinha idéia do que se tratava". (AE)
Sem-Terra fecharam estradas, ontem, durante Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária.
MST PARALISA SETE ESTADOS
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ete rodovias federais foram interditadas ontem por trabalhadores rurais ligados ao MST, na Zona da Mata, na região agreste e no sertão. As manifestações mobilizaram duas mil famílias, provocaram engarrafamentos nas principais estradas de Pernambuco e
duraram mais de uma hora. Segundo a Coordenação Regional do MST, elas tiveram por objetivo protestar contra a "inoperância do Incra", a "demora na desapropriação de terras" e ainda assinalar o que chamam de "criminalização do movimento". Eles exigiram que
seja revogado o decreto de prisão preventiva do coordenador-regional do MST, Jaime Amorim, para o qual foi impetrado pedido de habeas corpus. As ações também atingiram os estados da Bahia, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso, Alagoas e Santa Catarina. (AOG)
CÂMARA NOTIFICA DEPUTADOS ACUSADOS PELA IMPRENSA Beto Barata/ AE/ 7/10/2002
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Diário da Câmara publicou ontem a notificação de seis deputados acusados de suposto envolvimento com a máfia das sanguessugas. A publicação foi necessária porque os deputados não assinaram as notificações nas três tentativas feitas pelo Conselho de Ética da Casa. Com a publicação, começa a contagem do prazo de cinco sessões para que os deputados apresentem suas defesas. Os editais também foram publicados em um jornal de circulação nacional. Por sorteio, foi escolhido o Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro. O Conselho de Ética desistiu de publicar os editais no Diário Oficial da União, porque a burocracia atrasaria a notificação. Foram notificados os deputados Edna Macedo (PTB-SP), Elaine Costa (PPB-RJ), Irapuan Teixeira (PP-SP), João Batista (PP-SP), Marcos Abramo (PP-SP) e Ricardo Rique (PL-PB). (AE)
O deputado Irapuan Teixeira é um dos notificados.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.LOGO Depois do dia 30 vocês não precisarão mais enviar forças da ONU. Enviem pás, mortalhas e lápides.
Stan Honda/AFP
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Do ator norte-americano George Clooney, ao pedir que o Conselho de Segurança dê atenção ao conflito no Sudão. Darfur vive o primeiro genocídio do século 21.
SETEMBRO Recolhimento de ICMS
A RQUEOLOGIA E UA
Mistério de 3 mil anos
Lennon, o Superman Um filme novo sobre a campanha pacifista de John Lennon e as tentativas do governo dos EUA de silenciá-lo mostra o exBeatle como um Superman que combate o mal, mas não o santifica, diz a viúva do músico, Yoko Ono. The U.S. vs John Lennon (EUA contra John Lennon) que será lançado em Nova York e Los Angeles hoje, é um documentário composto de imagens de noticiários antigos de TV e vídeos caseiros raramente vistos. O filme documenta a espionagem do FBI sobre Lennon e a batalha do músico contra as autoridades de imigração que tentaram deportá-lo nos anos 1970, para sufocar seu ativismo contra a Guerra do Vietnã. O crítico
da revista Variety Phil Gallo disse que o filme faz a crônica convincente de "um artista que se manteve fiel a seus princípios por meio do ativismo", mas apontou falhas. "Ao conseguir que Yoko Ono cooperasse e abrisse seus arquivos, a trama segue a biografia aprovada por Ono que mostra Lennon como um santo", comentou Gallo. O filme traz entrevistas inéditas com George McGovern, o candidato presidencial democrata que perdeu para Richard Nixon em 1972, com o jornalista Carl Bernstein, que ajudou a divulgar o caso Watergate responsável pela queda de Nixon, com o ex-assessor de Nixon G. Gordon Libby e com ex-agentes do FBI.
T RABALHO Rafiqur Rahman/Reuters
Cientistas descobrem escrita mais antiga das Américas. Só falta decifrá-la
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mais do que um rabisco à toa, mas o significado ainda é incerto. No entanto, há uma coisa de que os cientistas têm certeza: o inseto, a espiga de milho, o peixe e outros símbolos traçados numa antiga laje de pedra é a mais antiga forma de escrita no Hemisfério Ocidental. Baseando-se em outros materiais, os pesquisadores atribuíram à laje 2.900 anos. O arranjo e os padrões dos símbolos sugerem que a antiga civilização olmeca já usava a linguagem escrita 300 anos antes do que se supunha anteriormente. "Estamos lidando com a primeira evidência clara de es-
crita no Novo Mundo", disse Stephen Houston antropólogo da Universidade Brown. O trabalho de Houston, em parceria com colegas mexicanos e americanos, aparece na edição desta semana da revista Science. O texto cobre a face do bloco, que tem praticamente a mesma área de uma folha formato ofício. No entanto, tem 13 centímetros de espessura e pesa 12 kg. A face escrita é lisa e levemente côncava, e pode ter sido raspada e reutilizada como suporte para escrita diversas vezes. Moradores do Estado mexicano de Veracruz descobriram o bloco em 1999, enquanto extraíram pedras de uma ve-
lha ruína olmeca, para usar como pavimentação de estrada. "O material é de séculos antes de qualquer coisa que tínhamos. As pessoas debatiam se os olmecas tinham ou não um sistema de escrita. Isso esclarece tudo", disse o especialista em escrita mesoamericana David Stuart, que não participou do estudo da pedra mas resenhou o artigo sobre o assunto para a Science. O bloco contém 28 diferentes símbolos, alguns dos quais aparecem repetidos. O sistema de escrita não se assemelha a formas posteriores, e pode representar um sistema abandonado, de acordo com o estudo. (AE)
Win McNamee/AFP
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Em Bangladesh, mulheres carregam cestos cheios de areia às margens do rio Buriganga, em Dhaka. A retirada manual da areia que se acumula no fundo do rio é o sustento dessas trabalhadoras e suas famílias.
L ITERATURA
Um elefante se tornou a principal atração do zoológico Everland, da Coréia de Sul. Koshick, de 15 anos, aparentemente fala coreano. Ele começou a imitar seu tratador, Kim Jong-Kap, há dois anos. Desconfiado do que ouvia, Kim decidiu gravar o elefante. Um técnico em áudio, que ouviu a gravação, afirma que os elefantes falam em uma freqüência muito baixa, que nós, humanos, não conseguimos escutar. Ele diz que Koshick criou um jeito de se fazer ouvir pelas pessoas usando a tromba como se fosse um trompete, mas em vez de notas musicais, o som que sai da tromba é semelhante à voz humana. Entre as palavras que Koshick fala estão "deitar", "bom", "ainda não" e "pé". Os cientistas agora querem saber se ele entende o que diz.
do escritor, pelos quais Saramago disse sentir "um carinho especial", afirmando que ela contém livros que começou a recolher quando tinha 18 anos e "com dinheiro emprestado". O autor de O Evangelho Segundo Jesus Cristo, Memorial do Convento e Ensaio sobre a cegueira, entre outros, diz que "não é uma grande biblioteca". "Não tive o privilégio de herdar, como é o caso de outros escritores. Por isso, estou profundamente agradecido [pelo projeto da universidade]", disse.
Sexy, e sem nenhum cansaço L
GIVE ME FIVE - Claudia Mitchell e Jesse Sullivan se cumprimentam ao demonstrar as funcionalidades das próteses dos primeiros braços biônicos, desenvolvidos pelo Instituto de Reabilitação de Chicago, nos Estados Unidos. D ESIGN
Ideogramas olímpicos F
C A R T A Z
CINEMA
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Aprendizado por imitação
B RAZIL COM Z
Saramago leitor, pela internet A biblioteca particular do escritor português José Saramago que fica em Lanzarote, an Espanha, com mais de 20 mil exemplares, além de manuscritos pessoais, vai poder ser consultada na internet. O acervo particular do escritor português foi negociado em um convênio assinado ontem com a Universidade de Granada. Primeiro, a biblioteca de Saramago será colocada no site da universidade e depois ganhará um endereço próprio na internet. A meta é que estejam na rede 1.800 exemplares
C ORÉIA Kim Kyung-Hoon/Reuters
A Odisséia Musical de Gilberto Mendes (foto), de Carlos Mendes. Documentário dedicado a um dos mais importantes compositores da música erudita de vanguarda do Brasil. Cine Bombril 2. Avenida Paulista, 2073. Telefone: 3285-3696. 17h20. R$ 16.
Programa de estágios
Muita confusão em festas para saber de quem é aquela latinha de cerveja, ou long neck? O "Beer Bands Drink Markers" veio colocar ordem nessa zona. São pulseiras elásticas com várias cores, assim cada um vai saber onde anda sua bebida. US$ 6,49 no site. www.perpetualkid.com/index.asp?
O Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) mantém um site que oferece serviços para estudantes em busca de uma colocação e também para empresas em busca de um futuro profissional. Além disso, o site também mantém um cadastro de instituições de ensino e dicas sobre mercado de trabalho, comportamento e postura profissional, relação de cursos de aperfeiçoamento, notícias atualizadas diariamente e um guia de carreiras. O cadastramento é gratuito.
PageAction=VIEWPROD&ProdID=971
www.nube.com.br
32/column212033263.shtml
À esquerda, pictograma e ideograma do Atletismo e, à direita, da Esgrima. Acima, o logotipo oficial.
A TÉ LOGO
A STRONOMIA
Descoberto planeta 'estufado' O maior planeta já encontrado ao redor de outra estrela que não o Sol é tão estufado que boiaria na água, dizem astrônomos americanos: ele tem um raio 38% maior que o de Júpiter, mas apenas metade da massa. O mundo recémdescoberto, batizado HAT-P1, é o maior e o menos denso dos mais de 200 planetas que já forma descobertos fora do Sistema Solar, a 450 anos-luz da Terra. Astrônomos especulam que o novo planeta pode pertencer a uma nova categoria de corpos celestes, menos densos do que a teoria permitiria prever. O HAT-P-1 é um planeta estranho, já que orbita sua estrela a apenas 5% da distância que separa a Terra do Sol: ele leva menos de 5 dias para completar uma órbita, contra 365 dias da Terra.
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
L OTERIAS
A Microsoft apresenta o Zune e entra na disputa do mercado de música e vídeo com o iPod Planeta Xena é rebaixado a planeta-anão e ganha o nome de Eris, a deusa da discórdia
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Para organizar a bebedeira
http://en.beijing2008.com/63/
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F AVORITOS
centros de competição, evitando a confusão ou privilégio a algum idioma. Aparecem também em anúncios, publicidade, todas as comunicações oficiais das Olimpíadas, vinhetas de programas de TV e até objetos comerciais como lembranças, camisetas etc. Os criadores dos pictogramas de Pequim 2008 disseram ter tentado aliar a tradição da China antiga com as linhas simples da moderna publicidade.
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G @DGET DU JOUR
oram lançados ontem oficialmente os pictogramas que representam todos os esportes das Olimpíadas de 2008, que acontecem em Pequim, na China. Os ícones foram inspirados da escrita chinesa, os ideogramas. Considerados elementos básicos das Olimpíadas, os pictogramas são utilizados para a sinalização de áreas exclusivas de cada esporte nos estádios e
A revista especializada em música New Musical Express (NME) da Inglaterra traz na edição desta semana uma página sobre a banda Cansei de Ser Sexy (CSS). Os brasileiros que se apresentaram em 2 de setembro em Nottingham, na Inglaterra, aparecem na coluna "Os Melhores Shows". Entrevistadas pela NME, as pessoas que estavam na platéia descreveram o CSS como "a banda mais atraente já vista em séculos". O primeiro disco do Cansei de Ser Sexy, lançado em outubro de 2005, vendeu cerca de 10 mil cópias no Brasil.
Internado no Rio de Janeiro desde sábado, Dorival Caymmi apresenta quadro estável
Concurso 1651 da QUINA 05
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Eleições Congresso Nacionalização Planalto
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Em nota, a estatal diz que a decisão do governo boliviano coloca em risco os investimentos feitos no país.
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A decisão inviabiliza os negócios de refino da companhia. Petrobras.
DECISÃO FICA 'CONGELADA' POR ENQUANTO
PETROBRAS REAGE E SE DIZ 'INCONFORMADA'
Petrobras manifestou "inconformidade" diante de decisão do governo boliviano que dá à empresa de petróleo e gás local, a YPFB, o direito proprietário pela comercialização de hidrocarbonetos naquele país. Em nota, a companhia brasileira afirma que a decisão compreende a apropriação dos fluxos de caixa das refinarias da Petrobras na Bolívia pela YPFB, o que colocaria "em risco a manutenção dos financiamentos já contratados pela empresa e, em conseqüência, a manutenção normal de suas atividades. Neste sentido, a Petrobras está avaliando possíveis medidas a adotar em virtude desta determinação unilateral do Ministério dos Hidrocarbonetos". Em sua nota, a Petrobras diz ainda que, diante desta decisão do governo boliviano, "manifesta seu desacordo com a medida, desde o ponto de vista legal, operacional e financeiro, já que a decisão inviabiliza totalmente os negócios de refino da companhia". A empresa esclarece que as margens de refino são definidas pela Superintendência de Hidrocarbonetos. Em maio de 2005, este órgão regulador estabeleceu a margem que atualmente está em vigência, e esse valor, segundo a Petrobras, é insuficiente para cobrir os custos da empresa. Por isso, a Petrobras solicitou sua revisão em diversas oportunidades. A estatal brasileira diz também que, desde a decisão do governo boliviano de nacionalizar o petróleo e o gás, os resultados negativos obtidos para manter abastecido o mercado
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Givaldo Barbosa / AOG
MISSÃO IRIA DISCUTIR O PREÇO DO GÁS
O
ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, cancelou sua viagem a Bolívia por conta da decisão boliviana. Rondeau chefiaria uma missão brasileira que embarcaria para La Paz para discutir o preço do gás. "Não se trata de uma reação política", disse o ministro. Rondeau disse que conversou ontem por telefone com o ministro boliviano de Hidrocarbonetos, Andrés interno têm sido compensados pela conjuntura favorável dos preços internacionais dos produtos exportados (gasolina e petróleo reconstituído), ainda que isto signifique assumir o risco da volatilidade desses preços no mercado internacional. Por isso, a resolução tomada compromete a manutenção das atividades de refino ao impedir o acesso da empresa a estes mercados. "Mediante a utilização de modernas tecnologias de operação e gestão – apesar do caráter deficitário do suprimento do mercado interno – a Petrobras foi capaz de obter ganhos médios de US$ 14 milhões para um investimento inicial de US$ 105 milhões, desde que ficou responsável pela operação das refinarias, mantendo um fluxo constante de aportes ao Estado boliviano. Esses valo-
Soliz, e propôs uma nova reunião no dia 9 de outubro, a fim de dar tempo para que as autoridades brasileiras analisem a resolução. O ministro classificou a decisão boliviana como uma medida unilateral, apesar de afirmar que o Brasil respeita a posição do país vizinho. Ele disse que a reunião que seria realizada hoje representaria uma retomada das conversas com La Paz, que estavam paralisadas pelo menos desde junho. O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Nelson Hubner, admitiu que a decisão da Bolívia "pode chegar à arbitragem internacional". res desvirtuam o critério de que a companhia tenha tido 'benefícios extraordinários'", continua a Petrobras. Apesar do ocorrido, a empresa reitera na nota o seu compromisso com o desenvolvimento do país e manifesta sua "profunda preocupação com os efeitos negativos que esta decisão unilateral terá para a indústria nacional e regional". A companhia sustenta que atua e atuará sempre com transparência, respeitando as leis vigentes na Bolívia. O Brasil compra cerca de 26 milhões de metros cúbicos diários de gás da Bolívia. Isso representa 50% do que é consumido no País e quase 20% do PIB do país vizinho. As refinarias da Petrobrás naquele país, por sua vez, atendem 90% do mercado interno boliviano. O ministro dos Hidrocarbo-
Decisão
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ientistas políticos admitem que haverá 2º turno na eleição presidencial se Geraldo Alckmin conseguir tirar pontos de Lula. Não basta o candidato tucano atrair votos dos indecisos. É preciso baixar o índice de intenção de voto no petista. Lula tem 50% da preferência eleitoral, segundo o Datafolha, contra 28% de Alckmin. O petista, portanto, consolidou sua posição num patamar que, por enquanto, pode garantir sua vitória ainda no 1º turno. Alckmin, contudo, ainda dispõe de 15 dias de campanha no rádio e televisão para reverter o quadro sucessório. Aécio Neves, governador de Minas, continua defendendo a tese de que a eleição se decide nos últimos 15 dias de campanha. Esperar para conferir.
Rondeau: reação não é política.
POBREZA
Hubner também admitiu que as conversas com os bolivianos tem também aspecto político. Ele citou, por exemplo, as reuniões que já ocorreram entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Evo Morales para discutir o preço do gás. (AE)
Alckmin necessita tirar votos de Lula entre os pobres. É nas classes "D" e "E" que Lula consolida sua campanha. Provavelmente, devido ao Bolsa-Família, que é o principal programa social do governo petista.
netos da Bolívia, Andrés Soliz, disse que a Petrobras já teria obtido lucros superiores a US$ 300 milhões com suas operações no país, e que estes rendimentos estariam, inclusive, acima do que foi estabelecido por lei para as refinarias. Segundo o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, as duas refinarias são avaliadas em US$ 105 milhões. O lucro nos últimos seis anos, disse ele, foi de US$ 85 milhões. O executivo fez questão, no entanto, de ressaltar que o conflito se refere ao refino, e não compromete as demais negociações que a empresa vem travando desde a nacionalização do setor. Na quarta-feira, a Petrobras participou da quinta rodada de reuniões sobre o preço do gás natural vendido ao Brasil e mais um encontro está previsto para o dia 29.
Geraldo Falcão / Divulgação Petrobras
'CONGELAMENTO' FOI CONFIRMADO À NOITE
O
assessor para lembrou que essa tinha Assuntos sido a proposta do Brasil, Internacionais da aceita pelos delegados Presidência da República, bolivianos durante Marco Aurélio Garcia, conversações há algumas anunciou, em entrevista semanas. E disse que a coletiva, que o governo da decisão foi um processo autônomo do governo Bolívia suspendeu temporariamente a decisão boliviano. "Eu simplesmente ponderei que tirava da Petrobras o controle de caixa das que as medidas adotadas não correspondiam ao refinarias e obrigava a empresa brasileira a clima que havíamos gerado em Brasília entregar sua produção naquele país à estatal durante a visita de Garcia Linera". YPFB. A informação As novas foi reiterada no negociações, início da noite acrescentou pelo próprio o assessor , presidente Luiz serão A decisão foi um Inácio Lula da retomadas processo autônomo Silva, durante conforme do governo boliviano. entrevista estava naTV. previsto Eu simplesmente A suspensão ponderei que as inicialmente. foi definida, "Foi medidas adotadas segundo desagradável não correspondiam ao para o Brasil Garcia, depois de gestões com clima que havíamos que a decisão (de o vicegerado em Brasília presidente anteontem) durante a visita de tenha sido boliviano Garcia Linera. tomada na Álvaro Garcia Marco Aurélio Garcia, véspera da Linera, que à assessor da Presidência. chegada a tarde teria La Paz de falado "em delegação nome do brasileira de alto nível, presidente Evo Morales". chefiada pelo ministro das Em telefonema ao Palácio Minas e Energia, Silas do Planalto, Linera Rondeou, pelo presidente comunicou "a revogação da Petrobras e por ou congelamento diplomatas que iam iniciar indefinido" da decisão, o processo de negociação "transferindo aqueles de questões que ficaram pontos que constavam da pendentes com a resolução do Ministério instituição da lei de de Hidrocarbonetos para hidrocarbonetos da a mesa de negociação". Bolívia", comentou. Marco Aurélio Garcia
Eymar Mascaro
CONCENTRAÇÃO O Bolsa-Família atende a 11 milhões de famílias miseráveis, aproximadamente, representando cerca de 35 milhões de pessoas. A maioria das famílias que vive de programas sociais do governo vive no Nordeste.
NA FRENTE No Nordeste, com 33 milhões de eleitores, se concentra o maior índice de intenção de voto no petista: 70%, segundo o Datafolha, contra 15% de Alckmin. Uma diferença que pode representar 15 milhões de votos.
NÚCLEOS Lula venceria as eleições, hoje, nos três principais colégios eleitorais do Nordeste: Bahia (9 milhões de eleitores), Pernambuco (5,7 milhões) e Ceará (5,3 milhões), apesar de Alckmin contar com o apoio dos principais caciques eleitorais nos três estados.
SANGRIA
A refinaria Guillermo Elder Bell, da Petrobras, na Bolívia.
BRASIL X BOLÍVIA: BRIGAS E RECONCILIAÇÕES
A
s relações entre Brasil e Bolívia desde a decisão do país vizinho de nacionalizar o petróleo e o gás vem sendo marcadas por sucessivas brigas, declarações e reconciliações. Quando o presidente da Bolívia, Evo Morales, decretou a nacionalização, em 1º de maio, foi ordenada a ocupação das refinarias da Petrobras no país por tropas militares. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotou a diplomacia e disse que a decisão do governo boliviano deveria ser respeitada. A Petrobras, no entanto, reagiu e anunciou o cancelamento de novos investimentos na Bolívia. Uma semana depois, o governo boliviano nomeou novos diretores para as refinarias da Petrobras no país. Mesmo assim, o presidente Lula não perdeu a paciência e disse que a questão deveria ser tratada sem retaliações. A Petrobras não gostou e não aceitou a nomeação dos executivos. Evo Morales voltou a provo-
car o Brasil, dizendo que a Petrobras não seria indenizada pela expropriação das refinarias. Ele ainda sugeriu que a estatal brasileira estaria operando de forma "ilegal" na Bolívia. Pela primeira vez, Lula endureceu o discurso e ameaçou suspender a importação do gás da Bolívia. Evo Morales amenizou o tom. Os dois países criaram, então, comissões para negociar o tema e definir de que forma a Petrobras vai atuar na Bolívia. A paz não durou muito tempo. Brasil e Bolívia voltaram a se desentender por causa do Gasoduto do Sul, que liga a Venezuela à Argentina. A Bolívia queria a Petrobras fora do projeto. O Brasil reagiu e Evo Morales, de novo, recuou. Em agosto, os dois países retomaram as negociações, com direito a visita do vice-presidente da Bolívia, Álvaro Garcia Linera, ao Brasil. De uma hora para outra, o governo boliviano mudou de idéia e surpreendeu com a resolução sobre as refinarias.
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) quer que Alckmin continue batendo forte em Lula nos programas de televisão. Enquanto isso, o senador passa a confiar nos prefeitos do PFL o revigoramento da campanha de Alckmin na Bahia.
ENGAJAMENTO Tucanos e pefelistas nordestinos continuam decepcionados com o comportamento do exgovernador Jarbas Vasconcelos (PMDB), que ainda não teria se engajado na campanha tucana em Pernambuco. Candidato ao Senado, Jarbas não quer se atritar com Lula.
VANTAGEM Aparecer na tevê ao lado de Lula, embora seja do PSDB, não adiantou nada ao governador do Ceará, Lúcio Alcântara. Nova pesquisa indica que Alcântara não se reelejeria se a eleição fosse hoje. Perderia para Cid Gomes (PSB).
TRANSFERÊNCIA O governador de Minas, Aécio Neves
(PSDB), vai gravar programa para Alckmin exibir na televisão. Alckmin espera herdar votos do governador, que tem mais de 70% de intenção de voto como candidato à reeleição.
IMPORTÂNCIA Minas, com 13 milhões de eleitores, é um dos estados em que Alckmin espera crescer para forçar a realização do 2º turno. Por enquanto, Lula tem mais de 50% de preferência do eleitor mineiro, contra 26% de Alckmin.
TENDÊNCIA Os tucanos querem manter a tendência de crescimento de Alckmin no Sul (20 milhões de votos), como constatou o Datafolha. Nos últimos dias, Lula perdeu quatro pontos percentuais no Sul. Também no Sudeste (50 milhões de votos) Lula oscilou de 44% para 42%.
AFASTAMENTO Tasso Jereissatti, presidente do PSDB, insiste na tese de que pode haver brecha para o pedido de impeachment de Lula, em caso de reeleição, se ficar comprovado que houve superfaturamento pela Secom no episódio de distribuição de cartilhas de propaganda do governo pelo PT.
RECUSA A TV Globo espera receber uma resposta do PT sobre a participação (ou não) de Lula no debate dos presidenciáveis do dia 28. Detalhe: o candidato petista tem-se recusado a ir a debates e a conceder entrevistas às emissoras. A Globo vai exibir a cadeira vazia do faltoso.
DIVIDENDOS A carta aberta de FHC aos eleitores do PSDB continua repercutindo no partido e fora dele. Diz-se claramente que sua divulgação provocou uma ruptura entre tucanos, ficando Aécio Neves e Alckmin de um lado e FHC e José Serra de outro. Tudo por causa da candidatura presidencial em 2010.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
Nacional Tr i b u t o s Empresas Finanças
sexta-feira, sábado e domingo, 15, 16 e 17 de setembro de 2006
Até o final de 2006, o Grupo Pão de Açúcar deve lançar 350 produtos com a marca Taeq.
SUPERMERCADOS FATURARAM R$ 106,4 BI
SETOR SUPERMERCADISTA REGISTROU PREJUÍZOS EQUIVALENTES A 2,05% DO FATURAMENTO EM 2005
SUPERMERCADOS: PERDAS DE R$ 2,2 BI Patrícia Cruz/LUZ
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Associação Brasileira de Supermercados (Abras) divulgou ontem a 6ª Pesquisa Anual de Perdas nos Supermercados, referente a 2005. Elas atingiram 2,05% do faturamento do setor, o que representa R$ 2,2 bilhões do total de R$ 106,4 bilhões obtidos no período. Esse índice é considerado altíssimo em comparação com o desempenho de países como Colômbia (1,78%), Reino Unido (1,59%), França (1,4%) e Suíça (0,89%). Ficou acima também do índice registrado em 2004, de 1,78%. Na avaliação do gestor da Abras, Aguinaldo Marques, a conjuntura sócio-econômica do País é uma das causas desse índice tão alto. "Paralelamente ao cenário econômico, o índice cresceu porque os supermercados passaram a apontar com mais precisão seus níveis de perdas", explicou. Marques disse que, quando há uma expectativa de venda que não se concretiza, certamente haverá perdas se o produto for perecível. Ele lembra que o setor vem registrando queda nas vendas em razão da redução do poder aquisitivo dos salários, o que contribui para que esses itens fiquem mais tempo expostos nas gôndolas e que tenham seu prazo de validade expirado. Essa é a chamada quebra operacional, que registrou o maior índice de prejuízos em 2005, de 43% do total, ou R$ 1,2 bilhão em danos no ano passado em relação ao faturamento total do setor. Nesse mesmo contexto, Marques citou as técnicas de
armazenamento utilizadas dentro dos supermercados, por exemplo. Além disso, há perdas por consumo dentro das lojas. "Muitas vezes são inutilizados cachos de uvas, encontrados parcialmente comidos", disse. Outros números – Di ante desse quadro, a Abras concluiu que os furtos não são as maiores fontes de prejuízos nos supermercados. Por isso, quando se observam os índices de adoção de tecnologias para reduzir essas perdas, verificase que, embora sejam altos, sua utilização não contribuiu para diminuir essa situação. No item de adoção de equipamentos (veja tabela), eles são considerados compatíveis. "Entretanto, as redes precisam apostar e investir muito mais na capacitação e no treinamento contínuo de seus funcionários, pois atualmente os resultados obtidos com sua aplicação não são satisfatór i o s " , a n a l i s o u M a rq u e s . Atualmente, 75% das redes investem em treinamento de seus funcionários visando à prevenção contra perdas em geral e 79,2% em processos mais criteriosos de recrutamento e seleção de pessoal. Medidas de controle de recebimento de mercadorias, mudança de preços e produtos anulados ou cancelados do estoque têm sido as soluções encontradas pelos varejistas para diminuir os prejuízos do setor. Esses procedimentos têm sido os mais adotados pelas lojas das redes em todo o País, segundo dados da Abras.
Entressafra força a alta do IGP-10
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Quando expectativas de vendas não se concretizam, há grande chance de perda de produtos perecíveis
Divulgação
Primeira etapa de lançamento dos produtos da marca Taeq, do Grupo Pão de Açúcar, terá 200 itens, como refeições prontas
Paula Cunha
SECRETARIA DE GESTÃO ABERTURA DE LICITAÇÃO PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS nº 039/2006 CGBS - Proc. 2006 0.077.992-7, objetivando o fornecimento de ACHOCOLATADO EM PÓ - PARA OS PROGRAMAS DE ALIMENTAÇÃO. Abertura dia 06/10/2006 às 09h30. O Edital e seus anexos poderão ser adquiridos pelos interessados no horário das 09h30 às 15h30, até o último dia útil que anteceder a abertura, mediante o recolhimento da importância de R$ 0,55 (cinqüenta e cinco centavos) por folha, por meio da DAMSP que será fornecida no DGSS-21 na Rua Líbero Badaró nº 425, 3º andar - Centro, ou através da internet pelos sites: http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br e www.comprasnet.gov.br PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS nº 078/2006 CGBS - Proc. 2005 0.096.818-0, objetivando o fornecimento de BARRAS DE CEREAIS - PARA OS PROGRAMAS DE ALIMENTAÇÃO. Abertura dia 02/10/2006 às 14h. O Edital e seus anexos poderão ser adquiridos pelos interessados no horário das 09h30 às 15h30, até o último dia útil que anteceder a abertura, mediante o recolhimento da importância de R$ 0,55 (cinqüenta e cinco centavos) por folha, por meio da DAMSP que será fornecida no DGSS-21 na Rua Líbero Badaró nº 425, 3º andar - Centro, ou através da internet pelos sites: http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br e www.comprasnet.gov.br PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS nº 075/2006 CGBS - Proc. 2006 0.158.889-0, objetivando o fornecimento de BEBIDA LÁCTEA UHT - PARA OS PROGRAMAS DE ALIMENTAÇÃO. Abertura dia 03/10/2006 às 14h. O Edital e seus anexos poderão ser adquiridos pelos interessados no horário das 09h30 às 15h30, até o último dia útil que anteceder a abertura, mediante o recolhimento da importância de R$ 0,55 (cinqüenta e cinco centavos) por folha, por meio da DAMSP que será fornecida no DGSS-21 na Rua Líbero Badaró nº 425, 3º andar - Centro, ou através da internet pelos sites: http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br e www.comprasnet.gov.br PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS nº 076/2006 CGBS - Proc. 2005 0.329.144-3, objetivando o fornecimento de BISCOITOS DOCES - PARA OS PROGRAMAS DE ALIMENTAÇÃO. Abertura dia 03/10/2006 às 09h30. O Edital e seus anexos poderão ser adquiridos pelos interessados no horário das 09h30 às 15h30, até o último dia útil que anteceder a abertura, mediante o recolhimento da importância de R$ 0,55 (cinqüenta e cinco centavos) por folha, por meio da DAMSP que será fornecida no DGSS-21 na Rua Líbero Badaró nº 425, 3º andar - Centro, ou através da internet pelos sites: http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br e www.comprasnet.gov.br PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS nº 053/2006 CGBS - Proc. 2006 0.133.974-0, objetivando o fornecimento de DOCE DE GOIABA E DE BANANA - PARA OS PROGRAMAS DE ALIMENTAÇÃO. Abertura dia 05/10/2006 às 09h30. O Edital e seus anexos poderão ser adquiridos pelos interessados no horário das 09h30 às 15h30, até o último dia útil que anteceder a abertura, mediante o recolhimento da importância de R$ 0,55 (cinqüenta e cinco centavos) por folha, por meio da DAMSP que será fornecida no DGSS-21 na Rua Líbero Badaró nº 425, 3º andar - Centro, ou através da internet pelos sites: http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br e www.comprasnet.gov.br PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS nº 079/2006 CGBS - Proc. 2005 0.177.979-1 objetivando o fornecimento de DOCE DE LEITE EM PASTA - PARA OS PROGRAMAS DE ALIMENTAÇÃO. Abertura dia 05/10/2006 às 14h. O Edital e seus anexos poderão ser adquiridos pelos interessados no horário das 09h30 às 15h30, até o último dia útil que anteceder a abertura, mediante o recolhimento da importância de R$ 0,55 (cinqüenta e cinco centavos) por folha, por meio da DAMSP que será fornecida no DGSS-21 na Rua Líbero Badaró nº 425, 3º andar - Centro, ou através da internet pelos sites: http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br e www.comprasnet.gov.br PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS nº 056/2006 CGBS - Proc. 2006 0.056.902-7, objetivando o fornecimento de FRANGO CONGELADO EM PEDAÇOS - PARA OS PROGRAMAS DE ALIMENTAÇÃO. Abertura dia 04/10/2006 às 09h30. O Edital e seus anexos poderão ser adquiridos pelos interessados no horário das 09h30 às 15h30, até o último dia útil que anteceder a abertura, mediante o recolhimento da importância de R$ 0,55 (cinqüenta e cinco centavos) por folha, por meio da DAMSP que será fornecida no DGSS-21 na Rua Líbero Badaró nº 425, 3º andar - Centro, ou através da internet pelos sites: http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br e www.comprasnet.gov.br PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS nº 040/2006 CGBS - Proc. 2006 0.056.892-6, objetivando o fornecimento de NECTAR DE FRUTAS - PARA OS PROGRAMAS DE ALIMENTAÇÃO. Abertura dia 06/10/2006 às 14h. O Edital e seus anexos poderão ser adquiridos pelos interessados no horário das 09h30 às 15h30, até o último dia útil que anteceder a abertura, mediante o recolhimento da importância de R$ 0,55 (cinqüenta e cinco centavos) por folha, por meio da DAMSP que será fornecida no DGSS-21 na Rua Líbero Badaró nº 425, 3º andar - Centro, ou através da internet pelos sites: http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br e www.comprasnet.gov.br PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS nº 066/2006 CGBS - Proc. 2006 0.138.975-8, objetivando o fornecimento de SALSICHA, CARNE BOVINA COZIDA EM CUBOS e CARNE DE FRANGO COZIDA EM CUBOS CONGELADAS - PARA OS PROGRAMAS DE ALIMENTAÇÃO. Abertura dia 04/10/2006 às 14h. O Edital e seus anexos poderão ser adquiridos pelos interessados no horário das 09h30 às 15h30, até o último dia útil que anteceder a abertura, mediante o recolhimento da importância de R$ 0,55 (cinqüenta e cinco centavos) por folha, por meio da DAMSP que será fornecida no DGSS-21 na Rua Líbero Badaró nº 425, 3º andar Centro, ou através da internet pelos sites: http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br e www.comprasnet.gov.br PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS nº 082/2006 CGBS - Proc. 2006 0.223.960-3, objetivando o fornecimento de FEIJÃO COZIDO EMBALADO A VÁCUO - PARA OS PROGRAMAS DE ALIMENTAÇÃO. Abertura dia 09/10/2006 às 09h30. O Edital e seus anexos poderão ser adquiridos pelos interessados no horário das 9h30 às 15h30, até o último dia útil que anteceder a abertura, mediante o recolhimento da importância de R$ 0,55 (cinqüenta e cinco centavos) por folha, por meio da DAMSP que será fornecida no DGSS-21 na Rua Líbero Badaró nº 425, 3º andar - Centro, ou através da internet pelos sites: http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br e www.comprasnet.gov.br
Pão de Açúcar aposta em vida saudável
O
Grupo Pão de Açúcar está lançando a linha de produtos Taeq, que engloba itens para alimentação, prática de esporte, decoração do lar e beleza. O investimento inicial da empresa, para pesquisas, desenvolvimento de produto e marketing, é de R$ 20 milhões. O presidente do conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar, Abílio Diniz, afirmou que a nova marca "combina com o DNA da família, que pratica esporte e prioriza a vida saudável". "O objetivo é oferecer produtos sem açúcar, sal, ou gordura, e ao mesmo tempo saborosos", disse a diretora executiva de marketing do Grupo Pão de Açúcar, Cláudia Pagnano. A linha Taeq será vendida em todas as bandeiras do grupo – Pão de Açúcar, Extra, Compre Bem e Sendas. Mas serão abertas até o final deste ano três lojas especiais da marca Taeq dentro dos supermercados Pão de Açúcar de Alphaville, Morumbi e Real Parque. A expectativa é de que em 2007 sejam inaugurados mais dez pontos-de-venda. "Mas os produtos da linha
Casino registra lucro abaixo do esperado
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rede varejista francesa Casino, sócia do grupo Pão de Açúcar, divulgou lucro menor do que o esperado no primeiro semestre em razão
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milhões de reais é o investimento inicial do Grupo Pão de Açúcar na nova marca. Taeq estão à venda nas prateleiras de toda a rede, mesmo nas unidades que têm lojas da marca", afirmou Cláudia. Marcas próprias – De acordo com a diretora executiva de marketing do grupo, a venda de marcas próprias corresponde atualmente a cerca de 10% do total do faturamento da rede. A expectativa é dobrar esse número até 2010. O objetivo é que a linha Taeq seja responsável por 50% do total de vendas de itens de marca própria em pelo menos quatro anos. Cláudia ressaltou que a linha de produtos Taeq não substitui os itens da marca GoodLight, cuja venda era de exclusividade do Grupo e agora será comercializada em oudas vendas fracas e da forte concorrência na França. A empresa, no entanto, confirmou suas metas financeiras para o acumulado do ano e anunciou a venda de suas lojas em Taiwan. A saída do Casino de Taiwan faz parte do esforço
tras redes de supermercados. "Alguns produtos da Goodlight até concorrem com os da Taeq. Mas a nova marca tem uma concepção diferente, própria e mais abrangente." O nome Taeq sugere bemestar e é sinônimo de "vida em equilíbrio". O termo é a união da palavra oriental "Tao", que significa equilibrio, e "Eki", de energia vital. De roupas a esportes – Nesta primeira etapa de lançamento da linha, serão colocados à venda 200 produtos. Até o final de 2006, a idéia é de que sejam 350, entre roupas e acessórios esportivos, torradas, geléias, gelatinas, barras de cereal, massas, louças e produtos de beleza. "Em 2007, poderemos dobrar esse número", detalhou a diretora da marca Taeq, Rose Silveira. Segundo ela, os preços dos itens que compõem a linha vão custar entre 5% e 10% menos em relação aos produtos similares disponíveis no mercado. O faturamento alcançado com os produtos Taeq pode ficar entre R$ 150 milhões e R$ 250 milhões no ano que vem. Neide Martingo
em levantar pelo menos 2 bilhões de euros (US$ 2,54 bilhões) com a venda de ativos até o fim do ano que vem, para reduzir dívidas e aumentar a rentabilidade em meio à forte competição na França, que responde por 70% das vendas do grupo. (Reuters)
om os preços dos produtos agrícolas subindo no atacado (de 0,18% para 1,44%), o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) de setembro subiu 0,36%, acima da taxa registrada em agosto (0,27%). A explicação é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. O economista considerou que, a exemplo do que ocorreu com a primeira prévia do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) de setembro, houve uma combinação de influências sazonais elevando os preços no setor agrícola, no período abrangido pelo IGP-10 deste mês (que vai de 11 de agosto a 10 de setembro). "Isso tem muito a ver com os períodos de entressafra dos produtos", observou o economista, lembrando que, na época de entressafra, diminui a oferta de produtos no mercado interno, o que provoca elevação de preços. Entre os produtos que tiveram alta de preços em razão da entressafra, está a aceleração de preços dos bovinos no atacado (de 3,91% para 10,18%). Esse cenário levou à alta mais forte de preços em carne bovina frigorificada traseira (de 4,02% para 9,91%) e carne bovina frigorificada dianteira (de 4,61% para 8,73%) de agosto para setembro. Além disso, influenciou o aumento de preço de produtos relacionados, como aves abatidas frigorificadas (de -6,05% para 8,78%). Outro produto que também teve aceleração de preços, de agosto para setembro, sob influência do período de entressafra, foi a laranja (de 1,07% para 21,69%). De acordo com o economista, esse cenário levou à elevação mais intensa dos preços das matérias-primas brutas (de 0,19% para 1,76%) no atacado, de agosto para setembro. (AE)
Inadimplência está em queda na capital
A
inadimplência do consumidor na cidade de São Paulo atingiu em setembro o menor patamar desde o registado em dezembro de 2004, de acordo com pesquisa divulgada ontem pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). A parcela dos inadimplentes caiu de 37% para 35% dos consumidores, contra o recorde de 32% em dezembro de 2004. Já o endividamento ficou estável. Setembro repetiu o índice de 55% registrado antes em agosto. Mas o resultado ficou abaixo de agosto de 2005 (66%). O presidente da Fecomercio, Abram Szajman, considerou "algo natural" a melhora generalizada dos indicadores, depois de um ciclo ascendente do endividamento desde o final do ano passado. Mas ele advertiu que a situação pode mudar com a chegada das festas de final de ano e com a perspectiva de fraca recuperação da renda do consumidor. "A proximidade do fim do ano costuma favorecer as contratações de novos empréstimos. Como o crescimento da renda não acompanha o aumento da concessão de crédito, eleva-se o risco futuro de inadimplência", disse ele. (AG)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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sexta-feira, sábado e domingo, 15, 16 e 17 de setembro de 2006
Internacional
Se os EUA invadirem Cuba, terão de invadir a Venezuela também Hugo Chávez, presidente venezuelano
Claudia Daut/Reuters
COMPANHEIROS O REUNIDOS EM CUBA. CONTRA OS EUA. Presidentes da Bolívia, Venezuela e do Irã se juntam em evento em Havana Jorge Silva/Reuters
Por meio de uma faixa em frente a uma escola cubanos desejam vida longa ao presidente Fidel Castro
Mais um dia violento no Iraque
E
x p l o s õ e s d e c a r ro s bomba e ataques de atiradores a bordo de veículos em movimento provocaram a morte de pelo menos 28 pessoas no Iraque ontem, inclusive quatro soldados americanos, informaram autoridades locais. Ao mesmo tempo, a polícia iraquiana disse que mais 20 cadáveres com sinais de tortura e execução sumária foram encontrados em Bagdá e seus arredores. Não se sabe, porém, quando essas pessoas foram assassinadas. O comando militar americano informou que o primeiro soldado morto ontem não resistiu a ferimentos sofridos em um ataque rebelde. O outro perdeu a vida na explosão de uma bomba perto de seu veículo, ao sul de Bagdá.
Americanos – Mais dois soldados americanos morreram e 25 ficaram feridos na explosão de um carro-bomba ocorrida na capital iraquiana, segundo o comando militar dos Estados Unidos em Bagdá. No mesmo comunicado, o comando militar afirmou que outro soldado americano morreu em um episódio de violência no país. As mortes registradas ontem elevam para 2.676 o número de soldados americanos mortos desde março de 2003, quando forças estrangeiras lideradas pelos EUA invadiram o Iraque em busca de armas de destruição em massa, que nunca vieram a ser encontradas. Os ataques de ontem ocorrem apenas um dia depois de uma jornada especialmente violenta até mesmo para os pa-
drões de Bagdá. Ontem, carros-bomba, morteiros e outros ataques provocaram a morte de 39 pessoas e feriram dezenas. Além disso, a polícia local encontrou, na quarta-feira, 65 corpos com sinais de tortura e execução a tiros. O general americano William Caldwell atribuiu a escalada a um possível recrudescimento da violência sectária no Iraque. A violência na região persiste apesar de uma operação militar promovida por soldados americanos e iraquianos para reprimir as ações de esquadrões da morte xiitas e sunitas. No pior ataque do dia, a explosão de um carro-bomba perto de uma agência do governo de emissão de passaportes no centro de Bagdá deixou nove portos e 17 feridos. (AE)
presidente venezuelano, Hugo Chávez, prometeu ontem em Havana apoiar o Irã em "qualquer situação" que se produza em caso de invasão norte-americana à república islâmica. Chávez e o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, participaram, em Cuba, de uma reunião do Grupo dos 15, uma organização econômica de países em desenvolvimento realizada paralelamente à XIV Cúpula do Movimento de Países Não-Alinhados. "Há planos para invadir o Irã. Se isso chegar a acontecer, vocês sabem que estamos com vocês, em qualquer situação", disse Chávez dirigindo-se a Mahmoud Ahmadinejad. "Estaremos com o Irã, como estaremos com Cuba. Eu o disse a Fidel: se os Estados Unidos chegarem a invadir Cuba, aqui correrá sangue venezuelano. Terão de invadir a Venezuela também", comentou o presidente venezuelano, um dos críticos mais ferozes dos EUA. Em relação às acusações dos EUA de que o Irã estaria enriquecendo urânio para ter a bomba atômica e à ameaça de que se este país não suspendesse as operações sofreria sanções, Chávez mandou um recado ao governo Bush: "que o imperialismo saiba que, se vier contra um, terá de vir contra todos", disse ele durante a reunião do G15. Destaque – Chávez, à frente do quinto maior país exportador de petróleo, promete se converter em uma das estrelas da reunião do Movimento de Países Não-Alinhados em Havana, que terá encontros hoje e amanhã com líderes de 116 países do Terceiro Mundo. Cuba, que assume a presidência temporária do movimento, pretende transformar o grupo, criado há quase 45 anos no mundo bipolar da Guerra Fria, em uma frente contra a hegemonia dos EUA. Horas depois de chegar a Havana, Chávez defendeu a mudança da sede das Nações Unidas de Nova York para Brasília ou Damasco. "A sede da ONU não pode estar na cidade de um império que aplica medidas irresponsáveis", disse ele, após acusar os EUA de negarem vistos para uma delegação venezuelana às reuniões preparatórias da AssembléiaGeral da ONU, que será realizada na próxima semana. "Proponho Síria, Brasília ou qualquer país do sul", completou, referindo-se aos locais que poderiam abrigar a sede da Nações Unidas. Assim como Chávez, também chegaram ontem a Cuba o líder do Irã Mahmoud Ahmadinejad e o presidente da Bolívia, Evo Morales, que criou um embaraço com o Brasil anteontem por conta das refinarias da Petrobras na Bolívia (leia mais nas pags. 3 e 4). Atenuar – Em meio à predominância do discurso anti-Estados Unidos e anti-Israel, líderes moderados como o paquistanês Pervez Musharraf, o sul-africano Thabo Mbeki e o indiano Manmohan Singh continuam agindo para atenuar as críticas feitas a Washington, no documento final. "Cuba e Venezuela tentam assumir a liderança do movimento e convertê-lo em uma
Evo Morales, presidente da Bolívia, discursa no evento em Havana Omar Garcia/AFP
O líder iraniano Mahmoud Ahmadinejad chega ao aeroporto de Cuba Claudia Daut/Reuters
Hugo Chávez (de frente), cumprimenta vice-presidente cubano
força explicitamente antiamericana", disse Dan Erikson, pesquisador do Diálogo Interamericano, um think-tank de Washington. "No entanto, a realidade geopolítica dos países-membros é tão complicada que essa meta não deverá ser alcançada", diz Erikson. De acordo com analistas americanos, a intensidade das
relações com os EUA dividiu os países latino-americanos. Os presidentes da Colômbia, do Chile e Peru, por exemplo, com fortes laços comerciais e políticos com os EUA, não foram a reunião em Havana. Já Mahmoud Ahmadinejad pretende aproveitar e estender sua visita até a Venezuela de Hugo Chávez. (Agências)
Reuters
"ANJO DA MORTE"
Ó RBITA
VOCÊ, DITADOR?
ONU APRESENTARÁ QUEIXA CONTRA ISRAEL
oi divulgado ontem o nome do agressor que F atirou em alunos de uma
ma declaração inusitada Organização das Nações Israel de "flagrantes do juiz que preside o Unidas (ONU) informou violações" do cessar-fogo U A imposto pelo Conselho de julgamento de Saddam ontem que apresentará uma
escola no Canadá. O nome do agressor é Kimveer Gill, de 25 anos, da cidade de Laval, próxima a Montreal. Kimveer publicou mais de 50 fotografias em blogs na internet segurando um rifle e usando um casaco preto e botas de combate. E se autointitulou "Anjo da Morte".
Hussein pegou o mundo de surpresa: "você não foi um ditador", disse Abdullah alAmiri, para espanto de muitos dos presentes. Por conta disso, os curdos, que foram massacrados por Saddan, "pedem a cabeça" de Abdullah. Fora do julgamento, apenas. (DC)
queixa contra o Exército de Israel pelo fato de quatro aviões de combate israelenses terem invadido o espaço aéreo libanês na última quarta-feira, numa violação da trégua iniciada há exatamente um mês. O grupo guerrilheiro próiraniano Hezbollah acusou
Segurança (CS) da ONU e assegurou que seus milicianos continuam nas cidades e aldeias próximas da fronteira com Israel. Além dos quatro vôos mencionados pela ONU, aviões israelenses voltaram a violar o espaço aéreo libanês, segundo fontes do serviço de segurança. (AE)
OPINIÃO
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DOISPONTOS -77
Visite o site do seminário Democracia Liberal: http://www.dcomercio.com.br/ especiais/ democracialiberal/
A moderna democracia não nasceu com o Contrato Social. Duzentos anos antes, na Inglaterra, o Ocidente cortou a corrente que impedia o "progresso social" ao criar o mandamento sagrado do liberalismo: o Estado e a função política devem servir à sociedade e não servir-se dela.
NEIL FERREIRA EU SOU ZELITE
O
eficaz, adotado para impor esse mandamento supremo foi o de que os contribuintes decidiriam quanto estavam dispostos a colocar à disposição do rei para que desempenhasse as funções esperadas de seu governo. Daí e não do igualitarismo utópico rousseauniano decorreram as bases função damentais dos direitos reais do homem e compreensível a repercussão que O contrato social do genebrino a vôo do cidadão, explicitados e aditados à de pás- constituição americana de 1787 por seu Rousseau teve na França racionalista de Descartes e em toda a Europa. O s a r o Bill of Rights. Ambos, constituição e carta nos in- de direitos, derivados diretamente das libelo democrático, romântico, sentid u z a tradições políticas inglesas, vieram a dar mental e irracional – mas humanista r e f l e- consistência constitucional à democracia acertava, sem denunciar seu alvo, a reax õ e s d e liberal. Esses princípios básicos do penlidade ignominiosa de um país onde parte não pequena de sua população e s p e c t r o samento e da prática política inglesa conmais amplo. tinuam, contudo, não só na prática vulmiserável se alimentava de capim, segar, como em tratados e magistérios unigundo nos informa o grande historiador inglês Lord Acton. O impacto do lios mais versitários a ser rotulados como princívro foi imenso. Intelectualmente chede dois pios democráticos, diversos e sob muitos gou a levar Kant a alterar a inflexível ros é c u- aspectos antagônicos à sua legítima oritina cronológica de seus hábitos, o que los decorri- gem no pensamento liberal inglês. O que a História Ocidental evidencia a só voltou a se repetir com a queda da dos desde o Bastilha. Seus efeitos foram porém muii n í c i o d a uma reflexão mais geral sobre a estrutura to mais amplos do que a mudança de É p o c a C o n- dos Estados e a natureza dos governos é hábitos de um filósofo. É compreensítemporânea, o que a Inglaterra, com a adoção da monarvel que os historiadores hajam eleito o pensamento e quia hereditárias, de governo parlamenacontecimento como marco inicial de as práticas políti- tar de gabinete, andou à frente dos países nova época na História do Ocidente. cas ocidentais fo- continentais no desenvolvimento de um Rousseau se tornou o ícone ideológico ram creditadas à de- modelo de Estado e de governo mais funda Revolução Francesa, que terminou mocracia originária da cional e mais estável. Esse modelo não só com Robespierre, o Terror, o imperialisRevolução Francesa e de lhe permitiu sobreviver a Napoleão e a mo napoleônico que, por sua vez, desaseus desdobramentos e Hitler, como eliminou um dos mais cabuguou na hegemonia inglesa de todo o seqüelas. Essa versão inte- losos problemas do funcionamento dos século XIX. Na França, a revolução lectual envolve uma omissão governos, a questão da harmonização resultou, com o desmantelamenhistórica que produz um erro entre o poder Legislativo e o Executivo, já semântico. Meio século antes que o chefe de governo é o chefe do parto de sua multi-centenária monarquia, na instabilidade insocorrera na Inglaterra, sob o rei- tido que vence as eleições para o Parlanado de Carlos I, a revolução pu- mento. De passo, isto resolve outra questitucional do poder político e de seu Estado, não superada ritana que, a despeito de ter outras tão essencial, que é a duração dos mandaorigens e motivações, antecipa pari dos governamentais. Eles durarão enaté os dias de hoje pelas numerosas restaurações e mupassu todas as etapas da Revolução q u a n t o g o z a re m d a a p ro v a ç ã o d a Francesa, como se estabelecesse os maioria, dispensando-se novas eleições e danças de Constituicão, cujo número só rivaliza com o paradigmas de seu enredo e desenvol- garantindo-se a continuidade de govervimento, inclusive em detalhes episó- nos enquanto considerados bons. das Constituições brasileiras. Isso, entretanto, é o de dicos graúdos e miúdos, como a decaão é por outra razão que muitos menos, quando se lança pitação de seu soberano e o igualitapaíses europeus têm restaurado um olhar mais amplo sorismo socialista dos levellers. Contusuas monarquias e se pautado bre as conseqüências addo embora seu desfecho com a ditadura de Cromwell mostrasse pelo modelo político-governamental do vindas para todo o mundo ocidental na evolução grande analogia com o desfecho Estado inglês. Na sua essência, da sua napoleônico francês, seus resulta- origem aos nossos dias, a política inglesa do pensamento e de suas instituições políticas. dos foram invertidos. Cerca de 40 se pauta pela tradição de idéias do libeO republicanismo deanos depois, com a Revolução Gloriosa, ralismo, em contraposição ao ideologismocrático se esgalhou se restabelecia a monarquia constitucio- mo democrático rousseauniano de oripara o socialismo, nal inglesa que, evoluindo para o parla- gem mais recente. Isto não tem impedido seu ramo mais romentarismo e dividindo a função política o que se poderia chamar de "progresso busto foi o comuentre a representação soberana do Estado social" de sua população em comparação nismo marxista, e a atividade executiva do governo, cria- com os demais países europeus. E tem que degenerou ria um regime político constitucional, garantido sua posição na Europa e no no despotismo que sobrevivendo a Napoleão e a Hitler mundo, quer do ponto de vista econômico e político, como cultural. Pela simples stalinista, na elite perdura até aos nossos dias. E é que desde a Carta dos Barões, de razão de que povo e nação alguma – ainpodre da Nomenklatura, na Que1125, se estabelecera o princípio de que o da menos as democráticas - podem disda do Muro de Estado e a função política deviam servir a pensar a colaboração de suas elites, o que Berlim. Esta sociedade e não servir-se dela. E o princí- parece ser um espantalho ao ideologisre memo rapio pragmático extremamente simples e mo democrático populista.
É
N
N
presidente Lulla e sua gang afirmam que a zelite não quer que ele seja reeleito porque é ex-nordestino, ex-migrante, exmetalúrgico, ex-homem do povo, ex-pobre e que governa para os pobres. (Para os pobres banqueiros, digo eu, que em menas de quatro anos de Lulla tiveram o dobro do lucro que tiveram em oito anos de FHC). Sem nenhum pudor de classe e como elemento confesso da zelite, eu não quero que ele seja reeleito. Não pelos motivos que
G Penso,
leio, entendo, lembro. Logo, sou perigoso. Logo, sou zelite. elle e seus asseclas ficam falando, mas apenas porque chefia o governo mais corrupto da história recente "desse país". Não estou aqui falando em nome da zelite. Ninguém me autorizou a isso. Falo em meu nome pessoal. Mas quem me indigitou integrante da zelite ? Foi elle mesmo, foi o Lulla. Eu não sou sindicalista, o que nesse "governo" já me coloca como suspeitíssimo de ser inimigo do povo. Eu sei ler, não sou analfabeto e entendo o que leio, não sou analfabeto funcional, o que nesse "governo" me coloca como inimigo do Estado. Eu trabalho, pago uma fortuna de impostos, dou empregos formais com carteira assinada e direitos da CLT, o que nesse "governo" me coloca como parte da minoria a ser extinta.
D
iferente da maioria do povo brasileiro, tenho memória, lembro-me de tudo. Não esqueci os escândalos dos Correios, nem do Roberto Jefferson, Marcos Valério, José Capitão do Time Dirceu, Nosso Delúbio, Silvinho Land Rover, Marcelo Sereno, Genoino, João Paulo Cunha, a dançarina da pizza, a quadrilha dos 40
acusados pelo ProcuradorGeral da República, o irmão do Genoino e seu assessor com a cueca cheia de dólares, os milhões dos fundos de pensões, Gushiken, Okamotto Trem Pagador, os mensaleiros, o esquecido caseiro Nildo, Meu Irmão Palocci com oito indiciamentos na Polícia Federal, quatro por corrupção, e candidatura a deputado federal, PT/SP, registrada com dois CPFs diferentes, fotografados pela imprensa, o Lullinha e seus milhões da Telemar, pode escrever aí uma lista telefônica de cumpanhêros que as lembranças não se esgotam. Mais grave, sei ler nas entrelinhas dos noticiários. Três vezes o Geraldo subiu nas pesquisas, três vezes, por coincidência, o PCC atacou. Três vezes depois dos ataques, por outra coincidência, o Geraldo caiu nas pesquisas. Ter memória e saber somar dois mais dois, PT mais PCC noves fora PTCC, coloca você na zelite, candidatíssimo ao paredón. Mas a condenação final, fatal, irrecorrível, é exarada quando o zelitista toma consciência de que os impostos escorchantes servem para o bolsa-esmola, que está comprando 25 milhões de votos para a reeleição du ômi. Isto é, a zelite é forçada a pagar a compra dos votos para a reeleição de um cara cujo maior serviço que poderia prestar a "esse país" seria voltar voando para casa dele no ABC -- no AeroLulla, que nos custou quase 180 milhões de reais. É aí que o zelitista é chamado de golpista.
N
unca "nesse país" foi tão perigoso pensar, ler, entender e lembrar. No tempo dos milicos por esse mesmo motivo você era chamado de subversivo. Agora, é zelite. Quem nos chama de zelite são os cumpanhêros no pudê, os "trabalhadores" no pudê. O cumpanhêro Lulla, a bordo do luxo do AeroLulla, cortando "esse país" do nordeste ao norte e do norte ao nordeste. O "Capitão do Time" viajando em jatinho particular fretado ninguém sabe por quem, bebendo Romanée Conti e fumando charuto cubano. Nosso Delúbio prevendo que "tudo isso vai virar piada" e virou mesmo. E os incontáveis mensaleiros e sanguessugas com eleição garantida. Penso, leio, entendo, lembro. Logo, sou perigoso. Logo, sou zelite. NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR
G Voto nulo é
voto Lulla G A Inglaterra, com a adoção da monarquia hereditária, do governo parlamentar de gabinete, andou à frente dos países continentais no desenvolvimento de um modelo de Estado e de governo mais funcional e mais estável. G Simples e eficaz, o princípio pragmático encontrado para colocar o Estado a serviço da sociedade foi dar aos contribuintes o poder de decidir quanto estavam dispostos a colocar à disposição do rei para que desempenhasse as funções esperadas de seu governo.
FALE CONOSCO Benedicto Ferri de Barros
E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894
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Indicadores Econômicos
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2,35
reais foi a cotação para venda do dólar no mercado paralelo ontem. Para compra, a moeda americana encerrou os negócios valendo R$ 2,25.
14/9/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 12/09/2006 12/09/2006 12/09/2006 12/09/2006 12/09/2006
P.L. do Fundo 8.748.790,25 1.437.743,10 7.773.818,82 13.309.674,25 1.235.126,19
Valor da Cota Subordinada 1.186,851057 1.082,340124 1.155,595893 1.114,414526 1.076,763310
% rent.-mês 0,8925 0,4516 0,7894 6,8316 1,3930
% ano 21,4827 8,2340 15,5596 11,4415 7,6763
Valor da Cota Sênior 0 1.080,242496 1.093,033793 0 0
% rent. - mês 0,3713 0,4044 -
% ano 8,0242 9,3034 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
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LAZER - 1
SAMBA E CARIDADE
Fotos: Fábio Motta/AE
TEATRO
Fotos: Paulo Pampolin/Hype
DANÇANDO E CANTANDO Raia-pimenta. Paulinho, de leve. MÚSICA
SAMBA SEM PRESSA
Sérgio Roveri
André Domingues
E
la é uma Charity que tem azeite no quadril, samba no pé e uma quedinha pela percussão. É assim, brasileiríssima, que a atriz e bailarina Claudia Raia, 39 anos, desenhou a doce prostituta Charity Hope Valentine, a protagonista do musical Sweet Charity, megaprodução da CIE Brasil que estréia amanhã no Citibank Hall, em Moema. Inspirado no filme Noites de Cabíria, de Federico Fellini, Sweet Charity estreou na Broadway em 1966 pelas mãos de Bob Fosse, teve uma remontagem 20 anos depois e uma terceira versão, no ano passado, com a atriz Christina Applegate. A história da prostituta ingênua e de coração mole, que insiste em acreditar no amor e nos homens, mesmo depois de ter sido enjeitada pelos dois – um dos namorados chega a empurrá-la para dentro de um lago – , também chegou às telas em 1969, com Shirley MacLaine sendo dirigida pelo próprio Fosse. "Todas estas versões mostraram Charity como uma garota frágil. Eu tenho 1,80 metro de altura e nenhum sinal de fragilidade", diz Claudia Raia. "A minha Charity é mais clownesca, apimentada e um pouco mais sexualizada também". Como o musical não está em cartaz na Broadway neste momento, os responsáveis pela versão brasileira, a dupla Charles Möeller e Claudio Botelho, puderam alterar algumas características da personagem e ainda suprimir do texto original as referências aos bairros nova-iorquinos do Bronx e Brooklyn, onde a história se passa. Uma interferência fora de questão no caso, por exemplo, de O Fantasma da Ópera e A Bela e a Fera, em que cada sola de sapato tinha de receber o aval dos americanos. "É uma produção inteiramente brasileira, não veio ninguém de fora dizer o que devíamos fazer", diz a atriz. Com um elenco de 27 atores-dançarinos e uma orquestra de 13 músicos, Sweet Charity teve sua produção orçada em R$ 2,5 milhões. Com Sweet Charity, Claudia Raia volta aos musicais seis anos após ter feito O Beijo da Mulher Aranha, primeira produção da CIE Brasil, em que atuou ao lado de Miguel Falabella e Tuca Andrada. "Charity é, na minha opinião, o mais equilibrado de todos os musicais. Não conheço outro em que o texto e as canções estejam tão balanceados. As músicas entram em cena para dar continuidade à história, é uma dramaturgia muito bem construída". Convidado pela produção para recriar as coreografias originais de Bob Fosse, o coreógrafo Alonso Barros, radicado na Áustria há 14 anos, acredita que foi com Sweet Charity que Fosse encontrou seu caminho como criador. "A marca dele nasceu ali, por isso decidimos manter seu estilo", diz. "Eu utilizo samba e percussão na trilha sonora para sublinhar os momentos em que a personagem mostra-se apaixonada. E também porque tudo tinha de ter um sabor brasileiro". Sweet Charity, estréia amanhã, sábado (16), no Citibank Hall, Avenida dos Jamaris, 213, Moema, telefone: (11) 6846-6040. Quinta e sexta às 21h, sábado às 17h e 21h, domingo às 18h. Ingressos de R$ 60 a R$ 120.
O Claudia: 1,80 metro de altura, na pele da prostituta ingênua e de coração mole, que insiste em acreditar no amor e nos homens
Paulinho não está mais desempenhando uma missão nos palcos, mas apenas se divertindo
Os especialistas
Dez anos depois
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weet Charity é o 14° musical na carreira da dupla Cláudio Botelho e Charles Möeller, os mesmos de Ópera do Malandro e Suburbano Coração, que traziam canções de Chico Buarque, e Cristal Bacharach, baseado no repertório do maestro americano Burt Bacharach. Em Charit y, Möeller assina a direção geral, e Botelho responde pela tradução das canções e supervisão musical. Nas mãos dele, um dos grandes sucessos do espetáculo, a canção Big Spender, virou Vem Com Tudo. "O sucesso dos musicais no Brasil fez com que surgisse por aqui uma geração de especialistas. Ao contrário do que ocorria há dez anos, hoje os atores e os técnicos estão muito mais preparados", diz Botelho. "Os espetáculos estão maiores a cada dia e não é mais possível errar". (SR)
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esde meados dos anos 80, Paulinho da Viola não tem se preocupado muito em lançar discos. Para se ter uma idéia, o seu último álbum de repertório inédito, o genial Bebadosamba foi gravado há exatos dez anos. Paulinho estreou em gravações em grande estilo, no disco do musical Rosa de Ouro, de 1965, estrelado por Clementina de Jesus e Aracy Côrtes, no qual fazia parte do conjunto de apoio, junto com Élton Medeiros, Jair do Cavaquinho, Nelson Sargento e Anescar do Salgueiro. Igualmente marcante foi o seu primeiro registro individual, no LP Samba na Madrugada, de 1966, dividido com Élton, seu principal parceiro. Dali em diante, por cerca de 20 anos, lançou discos quase todos os anos, colecionando ótimos momentos, como os "gêmeos" Memórias – Cantando e Memórias – Chorando, de 1976, que serviram para reforçar a efervescência por que passava samba na época e, de quebra, trazer à tona uma nova onda de choro na MPB. (AD)
Charity resgata os conceitos morais que se perderam, como a honestidade e o bom caráter. São conceitos fora de moda neste mundo que está indo por um caminho sem volta Claudia Raia
Não é um processo fácil. Paulinho da Viola, sobre sua prática de reescrever cada canção, mudar um acorde, trocar uma levada, voltar atrás, mexer de novo, até que tudo esteja no lugar certo.
Dança em 2 palcos
A tia ao tamborim
O
V
grandioso cenário de Sweet Charity reduziu a capacidade de público do Citibank Hall de 1,5 mil para 1.170 lugares. Isto porque, de cada lado do palco principal, foi construído um palco menor e elevado. O da direita é utilizado na movimentação do elenco, enquanto que o da esquerda abriga os 13 músicos da orquestra. O piso do palco principal vai receber um revestimento de borracha para dar mais segurança aos dançarinos. (SR)
documentário Meu Tempo É Hoje, de 2003, mudou a compreensão geral sobre a obra de Paulinho da Viola. Sua obsessão pelo samba tradicional, pelos autores quase anônimos ou quase esquecidos perdeu aquela aura de "resgate cultural". Agora, seu significado é outro, o do puro gosto pessoal. Isso significa que Paulinho não está desempenhando uma missão nos palcos, mas apenas se divertindo. Isso é possível perceber durante sua nova temporada paulistana, que estreou ontem, no novíssimo Teatro Fecap. O local parece feito sob encomenda para Paulinho. Criado pela Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado a partir do seu antigo auditório, o Teatro Fecap, nasce com a proposta de se tornar um centro de referência e memória da música brasileira, duas coisas que o sambista representa muito bem. O tempo, assunto principal do documentário, tem realmente um sentido curioso para Paulinho da Viola. Além de ser um artista que vive intensamente o universo do samba de outrora, ele prepara a sua própria obra sem pressa, completamente alheio às demandas febris do mercado de entretenimento. Seutempoélargo,semafobação.Semlançarumdisco de inéditas há uma década, por exemplo, ele quer gravar um novo, mas nem se aventurar a botar um prazo. Vai, antes, escrever e reescrever cada canção, mudar um acorde, trocar uma levada, voltar atrás, mexer de novo, até que tudo esteja no lugar certo. Não é um processo tranqüilo, como ele mesmo faz questão de lembrar, mas é o seu jeito de compor. Alguns dos sambas desse próximo trabalho já estão prontos e serão apresentados nos shows: Bela Manhã eEla Sabe por Onde Eu Vou, só seus, Sempre se Pode Sonhar, parceria com Eduardo Gudin, e Talismã, parceria com Arnaldo Antunes e Marisa Monte. Marisa, aliás, se tornou uma das principais incentivadoras da nova safra de composições de Paulinho. Foi durante a gravação do CD de sambas Infinito ao Meu Redor, quando conviveram bastante. A canção de Paulinho registrada por ela nesse disco, Para Mais Ninguém já faz parte dos seus planos e está sendo apresentada pela primeira vez em sua voz nessa temporada paulistana. Mas, mesmo trazendo novidades, é o Paulinho da Viola do passado que dá o tom do show, com Dança da Solidão, Nada de Novo, Coração Leviano, Tudo se Transformou, Cantando e Recom eç ar (parceria com Elton Medeiros), entre outras. A memória também se exercita com sambas de antigos mestres, como Lupicínio Rodrigues, no clássico Nervos de Aço, e a dupla Claudionor Cruz e Pedro Caetano, em Nova Ilusão. Um quase esquecido (injustamente!) Sidney Miller, que não chega a ser antigo, mas tampouco é contemporâneo, também entrou no repertório, com Nós, os Foliões. Haverá, ainda, um bloco todo dedicado ao choro, em que Paulinho recordará a sua bonita produção no gênero. Como se vê, o repertório do show também segue o tempo largo do sambista, indistinto entre o presente e o passado. A temporada, em consonância, se estenderá por quase um mês. Dará tempo para ouvi-lo da melhor forma: sem afobação. Paulinho da Viola - Teatro Fecap, Av. Liberdade, 532. Tel.: 0800-551902. Até 8 de outubro. Quinta a sábado, 21h; domingo, 19h. Ingresso: R$ 80.
ale a pena assistir e guardar o bonito documentário Meu Tempo É Hoje (de 2003, já disponível em DVD), que descreve a relação muito peculiar que Paulinho da Viola mantém com a música. Nele, o sambista passeia entre suas memórias e o presente, mostrando uma sensibilidade que desconhece barreiras cronológicas. É como se tudo fosse contemporâneo, e a lendária Tia Ciata pudesse sentar com ele para discutir uma levada de tamborim. (AD)
SHOW
Badi Cartola
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antando Cartola (O Mundo É um Moinho) a cantora, compositora e violinista Badi Assad promove seu novo CD, Wonderland, o oitavo da carreira, acompanhada por violoncelo e percussão. No teatro do Sesc Santana. Avenida Luís Dumont Villares, 579, Jardim São Paulo, telefone (11) 6971-8700. Hoje, sexta (15), 21h. Ingresso: R$ 15.
Coisinha da Beth
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sambista Beth Carvalho chega ao palco acompanhada do grupo Turma do Pagode. Aos 60 anos, a carioca canta sucessos como Coisinha do Pai, Andança, As Rosas Não Falam, Folhas Secas, Vou Festejar. Na próxima temporada, lança o CD Beth Carvalho Canta o Samba da Bahia. Carioca Club, na rua Cardeal Arcoverde, 2899, em Pinheiros, telefone (11) 3813-8598. Hoje, sexta (15), 2h30. Ingressos: R$ 15, se comprado antecipado, e R$ 20, na bilheteria, minutos antes do show.
Tom, Noel e blue note
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show é conjunto: Cello Samba Trio e Sylla, Reijseger & Gueye Trio. O Cello Samba Trio, integrado por Jaques Morelenbaum (ao lado) (cello), Lula Galvão (guitarra) e Carlos Balla (percussão), toca as boas de Noel Rosa (acima, à direita) e Tom Jobim (à esquerda), além de composições de Carlinhos Brown. Já Sylla, Reijseger & Gueye Trio é o trio formado pelo holandês Ernst Reijseger e pelos senegaleses Serigne Gueye e Mola Sylla, que fazem jazz com jeitão de world music. No Teatro do Sesc Pompéia, Rua Clélia, 93, Pompéia, telefone (11) 38717700. Sábado (16), 21h; domingo (17), 18h. R$ 25.
Zé, pé com pé
Z
é Geraldo chega com o show Um Pé no Mato, Um Pé no Rock, que mistura música interiorana (Tão Bonita) e rock (Tô Zerado). Ele é acompanhado pelas cantoras Nô Stopa e Tuca Fernandes, e uma banda de seis músicos. Encontrado também em CD e DVD. No Palco da Orquestra Mágica, Av. Fernando do Espírito Santo Alves Matos, 1000, Itaquera, telefone (11) 6523-9200. Domingo (17), 15h. R$ 6.
Vozeirão
TEM PARA TODOS: VOZ, CELLO, GUITARRA E PERCUSSÃO. RAÍZES E MUITO BALANÇO
94 anos, encanta com J amelão, sua potente voz, acompanhado de violão, baixo, bateria e percussão. Interpreta Folha Morta, de Ary Barroso, Matriz ou Filial, de Lúcio Cardim, além de sambasenredos de sua escola, a Estação Primeira de Mangueira. Bar Brahma, Avenida São João, 677, centro, telefone (11) 3333-0855. Quarta, 22h30. Ingresso: R$ 30.
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Nacional Finanças Imóveis Empresas
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PACOTE HABITACIONAL JÁ PROVOCA RESULTADOS
Para quem não se contenta com a planta do imóvel, dá para conferir os lançamentos em maquetes.
Valter Campanato/ABr - 11/08/2006
HABITAÇÃO TERÁ NOVAS MEDIDAS, DIZ SECRETÁRIO Julio Sergio Gomes de Almeida disse que ainda "há muita coisa na agulha"
O
secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Julio Sergio Gomes de Almeida, disse ontem que o governo tem "muita coisa na agulha", referindo-se ao estudo de mais medidas para estimular o setor imobiliário. Novas medidas devem ser anunciadas até o fim do ano, incluindo a lei de parcelamento do solo, o financiamento de loteamentos e a portabilidade de crédito imobiliário, que permitirá ao consumidor migrar de um tipo de financiamento imobiliário para outro. Ele participou ontem da abertura da 3ª Convenção Secovi 2006, realizada em São Paulo. A portabilidade, segundo o secretário, permite que o consumidor, a exemplo do que ocorre nos Estados Unidos, beneficie-se da queda de juros, mesmo tendo um contrato antigo. De qualquer forma, ressaltou, o governo não tem prazos nem compromisso para adotar as medidas, "mas é nosso objetivo estudar essas iniciativas". Para Gomes de Almeida, o pacote habitacional divulgado nesta semana é "modesto" frente à envergadura que o setor tem para o crescimento econômico. O secretário destacou que a desoneração do setor de material de construção vai continuar. Apontou, no entanto, que há dificuldades para a adoção de medidas como a portabilidade. Nesse caso específico, o entrave maior é o custo cartorial para a migração de um tipo de financiamento para outro, além das taxas de juros bancárias para pré-pagamento, que são muito altas. Gomes de Almeida destacou ainda que a lei de parcelamento do solo, que tramita no Congresso, depende muito mais da atuação dos parlamentares do que do governo,
mas o Executivo, segundo ele, está empenhado em trabalhar junto ao Congresso para a aprovação da lei. Fôlego – O secretário afirmou que o governo acredita que o setor imobiliário será o carro-chefe do crescimento econômico, talvez não neste ano, "mas, seguramente, a partir do ano que vem". Ele informou que o setor deve contribuir, já em 2007, com 2 pontos percentuais para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). "Vamos supor que sejam os 4% (de crescimento previsto pelo governo). Seriam 5% ou 6% se o setor da construção civil estivesse mais aquecido." Ele lembrou que o setor imobiliário já foi bastante dinâmico e teve fundamental importância na formação do PIB. "Mas tem atravessado uma crise já há algum tempo. Temos esperança de que, já no ano que vem, retome seu dinamismo." Na avaliação de Gomes de Almeida, o Brasil terá um "boom" habitacional no ano que vem e isso vai contribuir para jogar o PIB para um patamar mais elevado. Segundo ele, o setor tem grande capacidade multiplicadora, que movimenta o segmento de material de construção, gera empregos rapidamente, estimula o comércio e o setor financeiro. Ele também rebateu críticas de que as medidas divulgadas nesta semana são "um pacote eleitoral" e que as ações estão aquém do necessário. Segundo ele, as iniciativas não têm qualquer compromisso com prazos e nem cunho eleitoral. "O que temos, na verdade, é um trabalho forte nas áreas de spread e de crédito habitacional." Segundo o secretário, apesar das críticas, as ações das empresas de construção valorizaram-se na última quarta-feira, um dia após o anúncio, entre 4% e 5% na Bolsa de Valores de
São Paulo (Bovespa). Isso demonstra, para ele, que "o mercado não pensa da mesma forma que os críticos". Futuro – Almeida reiterou que o objetivo do governo tanto com o pacote da habitação quanto com as medidas de spread já anunciadas é de médio e longo prazos. "Nossa meta é abrir uma avenida por onde se possa trafegar em direção a conseguirmos ter taxa pré-fixada na área imobiliária daqui a um, dois ou cinco anos", disse o secretário, destacando que esse é um "grande sonho" do governo, bem como taxas pré-fixadas para a dívida pública. Ele afirmou que nenhuma das medidas foi adotada sem que antes os agentes financeiros e os consultores do setor habitacional tivessem sido consultados. Para o secretário, o setor de construção já responde de forma espontânea às várias medidas de estímulo anunciadas pelo governo. Isso ocorre porque os próprios bancos têm descoberto o crédito imobiliário como algo positivo. "Antes, era uma imposição aos bancos, e era visto como uma obrigação. Agora não, o crédito imobiliário é um negócio", afirmou, lembrando que agora as instituições descobriram que é possível interagir com o cliente, fidelizando e oferecendo outros serviços pelo prazo de dez a 15 anos em que dura o crédito imobiliário. Consignado – Sobre o crédito consignado ao setor, Gomes de Almeida afirmou que o funcionalismo público, por conta da estabilidade no emprego, poderá ser um público-teste para a nova modalidade, assim como os aposentados foram para o crédito consignado geral. "A idéia é que, depois, essa experiência se dissemine também para outras categorias de trabalhadores." (Agências)
Crédito consignado exige cautela
O
mutuário que comprar um imóvel e optar pelo crédito habitacional consignado, com desconto das parcelas em folha de pagamento, deve avaliar com cuidado alguns detalhes do contrato e se esse tipo de crédito é realmente vantajoso ou não. Com o crédito consignado, a intenção do governo é reduzir o risco das operações e, com isso, os juros cobrados dos clientes. No entanto, as taxas
só deverão cair à medida que aumentar a concorrência entre os bancos. Para o presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Décio Tenerello, os funcionários públicos serão mais beneficiados que os da iniciativa privada com a medida. "O consignado ainda apresenta alguns problemas. Quando ele é feito para funcionários públicos, quase
não tem risco, pois há maior estabilidade. Para empregados de empresas privadas, o risco de inadimplência não é eliminado e, por isso, a redução das taxas tende a demorar mais", avalia. No entanto, mesmo para os servidores públicos, o crédito consignado pode ser perigoso, já que os reajustes salariais dificilmente acompanharão os juros, mesmo que eles caiam para 12% ao ano. No caso de um trabalhador da iniciativa privada perder o emprego, 30% de sua rescisão (incluindo férias e aviso prévio) será debitada para abater ou quitar a dívida da casa própria. Caso ele troque de emprego durante o financiamento, por exemplo, o valor das prestações será recalculado, de acordo com o novo salário. (MO)
Gomes de Almeida: setor imobiliário será o carro-chefe do crescimento econômico no próximo ano
Pacote anima construtoras
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e olho nas oportunidades do mercado, as empresas Ess e r E m p r e e n d imentos, General Realty, AWH e Sociedade Técnica de Construções já estão apostando no segmento de imóveis com um e dois dormitórios, antes muito esquecido pelas incorporadoras e construtoras, mas que agora ganham novo impulso com as atuais regras de financiamento imobiliário. A Esser Empreendimentos lançou o edifício The Square, localizado na Granja Julieta, zona sul de São Paulo, com 236 unidades, distribuídas entre apartamentos com 36, 45, 58 e 72 metros quadrados, com preços que variam entre R$ 87 mil e R$ 150 mil. "Antes mesmo do lançamento já vendemos 80 unidades", diz o diretor da Esser , Maurício Ribeiro, comemorando os resultados. Segundo ele, o novo empreendimento destina-se tanto a pessoas que procuram imóvel para morar como para investidores que buscam um imóvel de porte menor na região, rica em escritórios e grandes empresas nacionais e multinacio-
nais. "As tendências do mercado apontam para a obtenção de boas taxas de retorno para investidores, a partir de agora, com esse tipo de empreendimento", afirma Ribeiro. Novo fôlego – O pacote de incentivo ao financiamento imobiliário deve gerar uma explosão de lançamentos no mercado para todas as faixas de renda, na opinião do conselheiro da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), Wildemir Demartini. Segundo ele, o grande destaque é a permissão para que as instituições financeiras ofereçam crédito imobiliário com taxa de juros pré-fixada, tornando facultativa a utilização da Taxa Referencial (TR). "Há um bom tempo o financiamento bancário tem oferecido planos de pagamento mais dilatados. O financiamento habitacional cresceu 60% em 2005 em relação ao ano anterior. Agora, com as novas facilidades, as instituições financeiras oferecerão taxas ainda mais atrativas, provocando maior concorrência, trazendo vantagens aos consumidores", afirma o especialista.
Segundo ele, grandes bancos como Unibanco, Bradesco, Itaú, HSBC e Santander-Banespa já se manifestam sobre isso abertamente. "Depois do crédito consignado, é a de vez do financiamento imobiliário. Espero que outras instituições, públicas e privadas, também lancem logo novas linhas de crédito para quem quer comprar a casa própria." Construção civil – A iniciativa também agradou a indústria e o comércio de materiais de construção civil. Cerca de dez novos produtos serão adicionados à cesta de materiais que tiveram as alíquotas do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) reduzidas de 10% para 5%. Para o presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Cláudio Conz, a desoneração tributária dos itens de material de construção é fundamental para reduzir o déficit habitacional, concentrado na população de baixa renda. "É barateando o custo do material de construção que se facilita o acesso à casa própria", afirma. Maristela Orlowski
Imóvel e cliente no mesmo salão Milton Mansilha/LUZ
O
bom momento da construção civil motivou o lançamento do 1º Salão Imobiliário de São Paulo, que teve início ontem e continua até 17 de setembro no Pavilhão de Exposições do Anhembi. O evento reúne 100 expositores e 15 mil ofertas de imóveis, entre elas lançamentos residenciais e comerciais em todo o País, mostrados em maquetes e folders. Algumas construtoras oferecem traslados para os clientes que queiram visitar os empreendimentos que ficam em São Paulo, a maioria deles. "O momento propício pelo qual passa o segmento vai colaborar muito para o sucesso do salão", disse o diretor do evento, Juan Pablo de Vera. A Plano & Plano Construção e Participações fez de seu estande um verdadeiro apartamento. "Queremos cadastrar clientes interessados em adquirir imóveis novos no padrão dos nossos", afirmou o gerente de incorporação da empresa, Jean Piçarra. "Assim, estudaremos onde construir novos empreendimentos." Ele aposta em imóveis de dois e três dormitórios, com
O Salão Imobiliário reúne 100 expositores e mais de 15 mil ofertas
metragem menor que a convencional. De acordo com dados do Sindicato Paulista da Habitação (Secovi-SP), foram justamente os imóveis com dois e três dormitórios que responderam por 68% do total de unidades vendidas no primeiro semestre deste ano. Na feira, também podem ser negociados imóveis em Salvador, Angra dos Reis e até em Miami. Incentivos – Os bancos também participam do evento promovendo suas linhas de financiamento imobiliário, mas ainda sem reflexos do pacote da habitação anunciado no dia 12 pelo governo. "Ainda é mui-
to recente e estamos estudando a melhor maneira, se tiramos a TR (Taxa Referencial) ou não", disse o gerente de mercado da Caixa Econômica Federal, Luiz Carlos Previlato. Já o banco Santander-Banespa oferece financiamento com tarifas pré-fixadas desde abril. "Mesmo assim, nos próximos 30 dias vamos estudar nossos planos para adequá-los da melhor maneira às novas regras e à nova concorrência com o mercado", afirmou o superintendente de crédito imobiliário do Santander-Banespa, José Manoel Alvarez Lopes. Sonnaira San Pedro
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LEITURA Existe algo a mais no cinema do que supõe a nossa vã filosofia literária Fotos: Arquivo DC
Ladrões de Bicicleta (1948): relação com Aristóteles?
Tubarão (1975): como enfrentar a natureza; E Cidadão Kane (abaixo)
O Nascimento de uma Nação (1915)
O Bebê de Rosemary (1968): concepções de Santo Tomás de Aquino
A EXTENSÃO DA PALAVRA Renato Pompeu
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ois livros brasileiros aca- manos e a natureza, é desenvolvida bam de ser lançados so- por meio de "conceitos-imagens", dibre o cinema, em am- ferentes dos conceitos verbais usados bos os casos tratado de pela filosofia escrita. Ele mesmo, porém, reconhece que maneira pouco usual: O Cinema Pensa – Uma Introdução à Filosofia Através a sua descoberta é um achado "em dos Filmes(399 páginas, R$ 56), do pro- bruto" que precisa ser lapidado. Afinal, fessor argentino radicado na Universi- o filme depende de diálogos para ser dade de Brasília, Julio Cabrera, editado bem compreendido; mesmo o cinema pela Rocco, e Literatura no Cinema(176 mudo necessitava de letreiros. Mas é páginas, R$ 25), do ensaísta João Batis- muito interessante a descrição de Cata de Brito, publicado pela Unimarco. brera, de que Ladrões de Bicicleta está Cabrera propõe que o cinema pode relacionado com Aristóteles, enquanser considerado uma atividade filosó- to O Bebê de Rosemary está relacionafica tão legítima quanto a dos grandes do com Santo Tomás de Aquino, para filósofos que trabalham com textos e citar apenas dois exemplos dos muiBrito discute, diante desse evento cru- tos que são analisados no livro. Já Brito descreve os problemas que cial que é adaptar um livro para se fazer um filme, as relações entre a "ver- surgiram na adaptação para o cinema balidade" da literatura com a "iconici- de obras tão diferentes como Hamlet, dade" do cinema. O mais interessante, de Shakespeare; Vidas Secas, de Gracipara o leitor não acadêmico são as dis- liano Ramos, e Anna Karenina, de Tolscussões de filmes concretos. toi. O livro é de mais difícil aproveitaCabrera foi pioneiro, em todo o mento, pois Brito usa termos técnicos mundo, em e teóricos que não constam defender do dicionário, que o cinecomo diegétima usa "conco, que signicei tos- imagens" para fica, aproxim a d a me nte, fazer filosofia. Sua per"nar rativo". Brito apresengunta mais crucial é desta os problemas que surtacada na Sócrates e Aristóteles: contracapa: gem quando escrita e filosofia se adapta um "Existe alconseguem g u m a l i g alivro para o cise entender? nema: a redução interna e ç ã o d e e l enecessár ia entre a escrita e a problematização fi- mentos que estão no livro, mas não no losófica do mundo? Por que as ima- filme; a adição de itens que não estão gens não introduziriam problematiza- no livro; o deslocamento, cronológico ções filosóficas, tão contundentes, ou ou espacial, de aspectos que constam mais ainda, do que as veiculadas pela dos dois; a transformação, a simplifiescrita?" Aqui temos de lembrar que o cação e a ampliação. De novo, o mais verdadeiro fundador da filosofia tal co- interessante para o leitor não acadêmo a conhecemos hoje, Sócrates, nun- mico surge quando Brito discute esses ca escreveu nada e até mesmo muitos aspectos filme por filme. Em suma, existe algo a mais no cipesquisadores defendem a tese de que ele era analfabeto; Sócrates apenas fa- nema do que supõe a nossa vã filosolava, de modo que podemos simples- fia literária. Os dois livros aperfeiçoam mente responder "não" à primeira per- nossa capacidade de desfrutar do cigunta, sobre a essencialidade da escri- nema – e embora Brito argumente ta para a problematização filosófica. que, apesar de sentirmos prazer ao ver A segunda pergunta é mais compli- um filme sobre Hamlet, não saímos cada. Usando exemplos de filmes de melhores no fim da sessão, é bom lem"catástrofes", como Tubarão, Cabrera brar que Aristóteles dizia que, ao verdescreve toda uma discussão filosófi- mos uma grande tragédia, ao final ca fílmica, entre diferentes persona- passamos pela catarse, ou seja, uma gens, sobre como enfrentar a nature- emoção de purificação, de purgação za: dominá-la, como pregam alguns dos maus sentimentos. personagens, ou obedecer às suas leis, para tirar o melhor proveito delas, Renato Pompeu como pregam outros. Observa o livro é jornalista e escritor, que, em geral, nos filmes, é o segundo autor do ensaio biográfico tipo de personagem que resolve o Canhoteiro, o Homem problema, enque Driblou a quanto o priGlória meiro é ani(Ediouro), e quilado pela do romancenatureza. Caensaio O brera defenMundo Como de que essa Obra de Arte p ro bl em at iCriada pelo zação filosófiBrasil, a ser ca, sobre as lançado pela relações entre Editora Casa os seres huAmarela.
A GRANDE ARTE W.C. Fields (alto) odiava mulheres, crianças e cachorros. Os Brutos Também Amam, de1953 (acima), e King-Kong, de 1933 (à esq.)
Fay Wray, a 1ª musa de Kong
Geraldo Mayrink
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crepúsculo dos críticos de cinema começou quando todo mundo passou a ser crítico de cinema, com a chegada dos primeiros VHS de rolo. Eles ajudaram a aposentar a sombria figura do crítico profissional que de fato vira, em tela grande, todos os filmes possíveis, anotandoos cena por cena e escrevendo sobre eles, seu patrimônio pessoal. Roger Ebert, crítico e professor de cinema em Chicago, foi uma das vítimas desta mudança na qual a sabedoria era para poucos e os filmes para todos. Reagiu com brilho e ainda transformou outra novidade técnica, o DVD, em instrumento de trabalho democrático. Formado em letras, sabe escrever, ao contrário de tantos críticos antigos e contemporâneos, sempre acusados de experts mas obscuros. Assim já publicou uma dezena de livros (um deles, A Magia do Cinema, já saiu no Brasil, pela mesma Ediouro), uma espécie de extensão de suas salas de aula, onde tem a paciência de destrinchar filmes, quadro por quadro, para chegar a conclusões às vezes surpreendentes. Desmente a lenda de que todo crítico é um cri-crítico, nascido para falar mal de tudo. Pelo contrário: este é um livro de alguém que realmente gosta de cinema, mesmo em algumas de suas expressões mais ordinárias e desprezadas, dos desenhos animados, o agente 007 , o "homem sem nome" dos faroestes-espaguete com Clint Eastwood e até ao Tubarão de Steven Spielberg . Eles convivem ombro a ombro com os grandes do panteão oficial da espiritualidade artística, como Federi-
co Fellini, Robert Bresson e Ingmar com sua revolta e com a inveja que Bergman – todos europeus. Ebert é sente dos que têm fé". Há mais, muito um crítico de cultura universal, ao con- mais, e cada vez melhor. "Nos bons trário de tantos especialistas america- dias, considero Cidadão Kane o filme nos provincianos que detestam filmes mais influente da era do som, porém estrangeiros porque não conseguem nos maus acho que é King-Kong (o primeiro, de 1933). Este modesto filme de ler as legendas. É também um rato de cinemateca, monstro (e não o enigma psicológico como nem na França, o templo dos crí- de Kane) abriu o caminho para a atual ticos e pátria do maior de todos, André era de efeitos especiais, a ficção-cienBazin (1918-1958), se encontra mais. tifica e choques ininterruptos. É o pai Dá a impressão de que viu mesmo tu- de Jurassic Park, da série Alien e de inúdo e gostou. O DVD ajudou Ebert a re- meras outras histórias". Sobre o gordo "mestre do suspenviver suas memóse" e suas tramas rias embaçadas no povoadas de hoescurinho do cinemens errados: "O ma e por isso suas permanente terror descrições são tão da vida de Alfred detalhistas, fazenHitchcock era ser do o leitor viajar acusado de um cricom ele até a sala de me que não comeprojeção, sem sair tera". Um pária code casa. Como os film o W. C . Fi e l d s mes analisados (1880-1946), "o asaparecem apenas tro mais improváem ordem alfabétivel do primeiro séca, e não numa esculo do cinema", cala de qualidade Fellini, Bresson, que passou a vida classificatória, é claBergman e adulta bêbado e ro que tudo o que Hitchcock odiava mulheres, aparece é a favor. E crianças e cachorros, o estilo de Ebert, aliado a enorme variedade de seu gos- é lembrado num diálogo de O Guarda to, é notável. "Nem todos os homens (1940), quando uma menina ameaça jogostariam de ser James Bond, mas os gar-lhe uma pedra na cabeça. A mãe a meninos sim", escreve ele sobre 007 repreende: "Respeite seu pai, querida.. Contra Godfinger.Gritos e Sussurros(de Que tipo de pedra"? O humor de Ebert Ingmar Bergman, 1972) nos envolve não impede que reflita seriamente soem um túmulo de medo, dor e ódio, e bre o que diz. Se não, seria impossível para reagir a estes sentimentos pode- que um faroeste mais que clássico, Sharosos o filme apela para o amor abne- ne(Os Brutos Também Amam) fosse visto gado. Acho que assim Bergman lida assim: "A história inteira é um simples
pano de fundo contra o qual o herói pode exibir sua repressão pessoal e seus remorsos. Se introduzirmos Freud neste filme, teremos toda sorte de possibilidades". Ebert dá também atenção à parte técnica dos filmes e por isto Aurora, de 1927, merece estas linhas: "A liberdade de movimentação da câmera é vista como um dom natural, mas Aurora venceu tempo e gravidade. Com este filme, a câmera afinal aprendeu a voar". Ele não respeita fronteiras entre produções mudas e faladas (o exemplo mais antigo, o clássico racista Nascimento de uma Nação, é de 1915), coloridas ou em preto e branco, dramatizadas por atores ou desenhadas para crianças. " O Túmulo dos Vagalumes, de Isao Takahata, nos obriga a repensar a animação. É um poderoso filme dramático que por acaso é de animação, comparado por um crítico a A Lista de Schindler". Vale tudo na visão panorâmica do professor , e é assim mesmo que o cinema se apresenta." As vezes penso que, de todos os gêneros, o filme de terror foi o que mais perdeu com o cinema falado. A situação de terror perfeita é a que dispensa palavras", escreve. Os críticos de cinema improvisados, que aterrorizam seus leitores com palavras mal escritas, talvez não tenham pensado nisto. Esta aula no melhor dos sentidos pode lhes ser de grande utilidade, além de muito prazerosa de ler. Grandes Filmes, de Roger Ebert; Ediouro; 540 páginas; R$ 59,90.
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TEATRO Shakespeare em campo de batalha. E uma Rê Bordosa quase comportada em atmosfera kitsch. Guga Melgar/Divulgação
Imagem Filmes/Divulgação
Dando tiros para todos os lados, o sinistro Goodcat (Bruce Willis) é eleito por Chefe para executar plano
CINEMA
Jogo de cena intrincado Geraldo Mayrink
Sérgio Roveri
O
Caco Ciocler no papel de Marco Antonio. A atriz Maria Padilha, produtora e idealizadora do projeto, segue como Cleópatra. Além de assinar a direção, Paulo José também responde pela adaptação do espetáculo, em parceria com o poeta Geraldo Carneiro, tradutor do texto. O número de personagens foi reduzido de 40, no original, para 25, interpretados por dez atores. Um coro se encarrega de descrever as inúmeras transições de cena, que tem passagens ambientadas na corte do Egito, em Roma, em Alexandria e nos acampamentos militares. A utilização deste coro, segundo o diretor, ajuda a acentuar o caráter épico do espetáculo. Shakespeare estava com 52 anos quando escreveu Antonio e Cleópatra, em 1607, nove anos antes de sua morte. O amor trágico dos dois protago-
Lucilia Guimarães/Divulgação
palco do teatro do Sesc Vila Mariana convertese, a partir de hoje, sexta (15), em um estilizado campo de batalha. De um lado, estão os romanos, representados por bandeiras vermelhas; na trincheira oposta, os soldados egípcios, identificados pelo azul dos seus símbolos. No epicentro desta batalha, uma história de amor entre dois personagens maduros, o líder militar romano Marco Antonio e a lendária Cleópatra, rainha do Egito. Apontada como uma das obras em que Shakespeare melhor soube equilibrar o tom político e o conflito amoroso, a tragédia Antonio e Cleópatra chega à cidade em versão dirigida por Paulo José, que permaneceu seis meses em cartaz no Rio de Janeiro. Para a temporada paulista, houve uma mudança no elenco: o ator Adriano Garib entra no lugar de
nistas serviu de condutor para que o dramaturgo inglês descrevesse o panorama político de uma época em que o Império Romano controlava o mundo ocidental. Marco Antonio dividia o comando do império com Otávio, filho de Júlio César, e Lépidus. Otávio, contrário à idéia de ver Marco Antonio vivendo no Egito, ao lado de Cleópatra, obriga-o a voltar para Roma e casar-se com sua irmã Otávia. Marco Antonio consente, mas, logo em seguida, retorna para Cleópatra. O imperador Otávio decide então enviar seus soldados para o Egito e destituir o cunhado. O fim de Cleópatra nesta história é de domínio público. Antonio e Cleópatra, estréia hoje, sexta (15), no Sesc Vila Mariana, Rua Pelotas, 141, tel.: (11) 5080-3000. Sexta e sábado às 21h, domingo às 18h. Ingressos a R$ 30.
O
Xeque-Mate (Lucky Number Slevin, EUA, 2006, 109 minutos). Dirigido por Paul McGuigan. Com Josh Hartnett, Bruce Willis, Lucy Liu, Morgan Freeman e Ben Kingsley. Imagem Filmes.
OUTRAS ESTRÉIAS Rita Formiga: conversas intermináveis ao telefone em comédia de Domingos Oliveira
Romance, fraternidade e ressaca
diretor, ator e dramaturgo carioca Domingos Oliveira está se tornando um dos nomes mais assíduos nos palcos de São Paulo. No início do ano, ele dirigiu o veterano Sérgio Brito no monólogo Jung e Eu, texto de sua autoria apresentado no Sesc Belenzinho. Há poucas semanas, outro de seus textos, o monólogo Carreiras, fez boa temporada no Sesc Paulista com a atriz Priscilla Rozembaum. Agora ele está de volta com Rita Formiga, comédia escrita há quase 40 anos em parceria com a atriz Maria Gladys e que entra hoje em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil. No elenco, os atores Guta Stresser, do seriado A Grande Família, e Cláudio Tizo. Rita Formiga poderia ser descrita como uma precursora mais comportada da personagem Rê Bordosa, do cartunista Angeli: ela é uma típica representante da boemia carioca dos anos de 1960, que sempre encontrou espaço para um pouco de romantismo e fraternidade no meio de suas crises de ressaca. A personagem foi criada a partir de fatos reais. Na década de 1960, Maria Gladys, atriz que fez carreira no cinema novo, morava ao lado de Domingos Oliveira. Sem telefone em casa, ela fez do apartamento do escritor o seu orelhão comunitário. Aparecia sem avisar, praticamente todos os
Smilovic, parecem ter se divertido muito para contar essa história movediça que vinha sendo escrita e reescrita há nove anos. MgGuigan, como tantos outros britânicos, veio de comerciais para TV e é dele, no cinema, um intrigante policial com toques pedófilos, passado na Idade Média, Um Crime de Paixão. Seu gosto por cenas bizarras é notável e a melhor delas em Xeque-Mate é a que mostra o Chefe e o Rabino, que não se falavam há vinte anos, amarrados numa cadeira, um de costas para o outro, discutindo a vida e seus negócios criminosos. Que ninguém tente entender tudo o que se passa, pois se trata de certa forma de um daqueles "filmes-cabeça" que desafiam a lógica do público e é feito mais pelo prazer de fazer do que de ter um significado. Um quebra-cabeças, um xeque-mate, um jogo de cena intrincado sob medida para quem gosta de ser enganado. Muita gente gosta, a partir do elenco renomadíssimo, com dois ganhadores de Oscars, numa proeza rara para cineastas em começo de carreira. Homens certos, enfim, para coisas muito erradas.
Califórnia Filmes/Divulgação
AMOR E GUERRA
H
Image.net/Divulgação
A lendária Cleópatra e o líder militar Marco Antonio: romance trágico durante domínio do Império Romano
omens errados fizeram a merecida glória de Alfred Hitchcock. E se, além disso, esses personagens forem terrivelmente azarados, é de se esperar um filme fora do comum. Xeque-Mate está longe disso, mas ingredientes não lhe faltam. Um certo Slevin (Josh Hartnett) mora num prédio condenado, um assaltante leva sua carteira de identidade e ele flagra a namorada na cama com outro. Compreensivelmente desgostoso, vai espairecer por uns tempos no apartamento de seu amigo Nick e gangsters o confundem com o dono da casa que, por sua vez, também é perseguido por gangsters rivais que lhe cobram dívidas. Os bandidos são chefiados por dois reis do crime, ex-sócios e agora inimigos mortais, chamados Chefe (Morgan Freeman) e Rabino (Ben Kingsley). Eles fazem propostas indecentes a Slevin (ou seria a Nick?) quando entra em cena o sinistro Goodcat (Bruce Willis), dando tiros para todos os lados, não se sabe qual deles, e quando tem folga das ameaças de morte o atônito Slevin ensaia um namoro com sua espevitada vizinha, Lindsey (Lucy Liu). O sangue jorra e cabeças rolam, quando enfim se perecebe que não se trata de chanchada, mas de comédia negra, e as coisas terminam tão obscuras e confusas como começaram. O diretor, o escocês Paul McGuigan, e o roteirista Jason
dias, para conversas intermináveis ao telefone – atrapalhando, ainda que sem querer, o trabalho do dono da casa. Até que os dois resolveram transformar esta situação em teatro. A peça ficou engavetada por quase quatro décadas, até que Oliveira conheceu pessoalmente a atriz Guta Stresser, a quem ofereceu o texto. O cenário do espetáculo reproduz o an-
tigo apartamento de Oliveira, em que a atmosfera kitsch é coroada por pôsteres de Rita Hayworth, Gilberto Gil e Caetano Veloso. (SR) Rita Formiga, estréia hoje, sexta (15), no CCBB, Rua Álvares Penteado, 112, tel.: (11) 31133651. Sexta às 19h30, sábado às 18h e 19h30 e domingo às 18h. Ingressos a R$ 15.
Sustos, um sofá amigo e sonhos Rita Alves
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bismo do Medo (The Descent, Inglaterra, 2005, 99 minutos). Uma turma de seis amigas decide partir em busca de aventura. O destino da diversão arriscada é uma caverna a três quilômetros abaixo da terra. Lá, a sorte passa longe das meninas que acabam ficando presas na caverna, bloqueadas por uma rocha. Logo descobrem que não estão sozinhas. Criaturas monstruosas e cegas habitam o lugar. Direção e roteiro assinados por Neil Marshall.
D
ois É Bom, Três É Demais (You, Me and Dupree, EUA, 2006, 108 minutos). Dirigido por Anthony e Joe Russo a comédia mostra a rotina do casal Carl (Matt Dillon) e Molly Peterson (Kate Hudson) tomar outro rumo com a chegada de Randy Dupree (Owen Wilson), melhor amigo de Carl. Depois de ser demitido, o rapaz não tem para onde ir e é acolhido pelo amigo. O sofá da casa é o lugar reservado para ele passar os dias. O tempo passa e a vida a três vira uma sucessão de trapalhadas.
E
l Favor(El Favor, Argentina, 2004, 90 minutos). Mora e Roberta são namoradas e sonham em aumentar a família com um bebê. Felipe, irmão de Mora, é o escolhido para engravidar Roberta, que para concretizar seu plano marca um jantar afrodisíaco com o rapaz. O problema é a chegada da noiva de Felipe que acaba transformando tudo em confusão. A comédia argentina é dirigida por Pablo Sofovich. No elenco Bernarda Pagés, Javier Lombardo, Luis Margani.
segunda-feira, 18 de setembro de 2006
Congresso Planalto Palanque eleições
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 PMDB e PT entenderam que chegou a hora de parar de brigar. Presidente-candidato Lula
EM CAMPANHA, LULA SOLTA OS BICHOS
Ed Ferreira/AE
NOVO MINISTRO BOLIVIANO É MAIS TÉCNICO QUE POLÍTICO
NACIONALIZAÇÃO ADIADA
O
novo negociador dos contratos de gás e ministro dos Hid roca rbone tos da Bolívia, Carlos Villegas, afirmou que as companhias de petróleo terão até o "início de outubro" para renegociar as bases contratuais para continuar a operar no país. A informação é da agência de notícias do governo boliviano. O prazo definido pelo ministro não é superior a três semanas, apesar da complexidade do tema e dos longos períodos de interrupção do processo negocial. Pelo decreto de nacionalização de 1º de maio, que definiu 180 dias para migração a novos contratos, o prazo limite será 27 de outubro. Ele prometeu cumprir o cronograma definido pelo antecessor, o polêmico Andrés Soliz Rada. "Haverá continuidade no processo de nacionalização, mas primeiro devemos estabelecer acordos sobre os novos contratos. Para isso, se respeitará o cronograma das rodadas de negociação com as petroleiras até o dia 9 de outubro", afirmou. O tempo do governo boliviano não parece ser o mesmo do governo brasileiro ou da Petrobras. Quando suspendeu a visita a La Paz, prevista para a última sexta-feira, o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, que chefiaria a missão, prorrogou o encontro para o dia 9 de outubro. A reunião cancelada serviria para retomar as negociações, até então paralisadas. No dia em que o governo brasileiro pretende retomar a negociação, a Bolívia pretende encerrá-la. Neste intervalo, a Petrobras apresentará alegações para tentar junto ao governo a suspensão definitiva da resolução ministérial 207/2006, assinada por Rada e que na prática confisca as duas refinarias da Petrobrás no país e praticamente expulsa a companhia. Em cena – O novo homem forte do setor que produz hidrocarbonetos da Bolívia assume efetivamente o comando das negociações com as petroleiras que operam no país. A
David Mercado/Reuters
O presidente-candidato bateu nos tucanos e afagou as mulheres.
LULA SOBE TOM E ATACA ADVERSÁRIOS
N
negociação marcada para ocorrer nos próximos dias deverá ser a do novo modelo de contrato das produtoras de gás e petróleo. A Bolívia quer alterar o regime das empresas privatizadas e das companhias que ganharam concessões para explorar blocos, como a Petrobras. A companhia brasileira tem participação de 35% nos dois principais campos de gás do país, San Alberto e San Antonio. O que muda – As companhias já receberam o modelo. A principal alteração conhecida é a mudança de um regime de risco compartilhado para pres-
Haverá continuidade no processo de nacionalização, mas primeiro devemos estabelecer acordos sobre os novos contratos. Carlos Villegas tação de serviço. A idéia boliviana é a transformação das empresas em executoras de um serviço para a Yacimientos
Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB). O governo local assumirá a comercialização da produção e terá em mãos o poder de definir margens de operação. É rigorosamente a mesma coisa que tenta fazer com as refinarias. A primeira reunião do novo ministro, empossado na sexta-feira, será com a petrolífera Andina S.A. Entre quarta e quinta-feiras, se reunirá com a Total. Segundo a agenda de reuniões para negociação informada pelo ministério, a rodada com a Petrobras Bolívia ocorreria entre os dias 26 e 27. As datas não estão confirmadas. (AE)
BOLÍVIA RECUA SOBRE REFINARIAS Divulgação/Petrobras
O
governo boliviano considera a atividade de refino da Petrobras um dos menores negócios da companhia brasileira no país. No último dia 12, uma resolução assinada pelo então ministro de Hidrocarbonetos, Andrés Soliz Rada, confiscou as receitas das duas refinarias que a Petrobras possui na nação andina. A reação do governo brasileiro à decisão fez o gabinete do Estado boliviano recuar. A medida foi congelada, provocou a saída de Rada, mas a resolução 207/2006 ainda não foi revogada como queria o Brasil. "A operação de refino é
San Alberto: uma das bases de refino da Petrobras na Bolívia.
um dos menores negócios da Petrobrás na Bolívia, no qual diz ter investido cerca de US$ 1,5 bilhão", escreveu a Agência Boliviana de
DEFASAGEM Há déficit de democracia na ordem mundial, disse o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em discurso durante a cúpula do Movimento dos NãoAlinhados. Como exemplo, citou o Conselho de Segurança da ONU e defendeu sua reforma. (AE)
Informação (ABI). De acordo com a agência, a exportação de gás natural prevista neste ano para os mercados argentino e
Ó RBITA
brasileiro já será superior ao volume de investimentos reivindicados pela Petrobras. O investimento de US$ 1,5 bilhão informado não foi feito unicamente pela companhia. Inclui aportes da Petrobras e de parceiros no mercado boliviano. Caminho suave – O ambicioso plano de nacionalização da indústria de energia da Bolívia, lançado pelo presidente Evo Morales, sofreu uma série de retrocessos, mas a nomeação de um economista moderado para agir como ponta de lança do processo pode suavizar o caminho. Carlos Villegas é visto como menos radical e um melhor negociador. (AE)
LULA LÁ O presidente Lula abrirá, amanhã, a AssembléiaGeral da ONU, em Nova York, disposto a impactar. Dirá que a miséria imposta pelos donos do poder econômico às nações mais pobres criam terreno fértil para o fundamentalismo e a violência. (AE)
PLANALTO REAGE E NEGA QUE LULA TENHA SUGERIDO FECHAR O CONGRESSO Palácio do Planalto O reagiu às notícias que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria dito, em jantar com empresários na última quinta-feira, que tem vontade de fechar o Congresso para
aprovar mais rapidamente as reformas econômicas. "É falso que o presidente tenha, em qualquer momento, feito afirmação que pudesse ser entendida como uma ameaça ou hipótese de restrição ao
livre, pleno e soberano funcionamento do Congresso Nacional", diz nota assinada pelo porta-voz da Presidência, André Singer. O texto afirma que, em seu mandato, Lula "demonstrou
absoluto respeito pela liberdade e soberania do Congresso". "Só o contexto eleitoral explica a divulgação de pseudo notícias como as que apareceram hoje", conclui a nota. (AE)
um esforço para soma dos adversários, o sufigarantir a reelei- ciente para garantir a reeleição ção no primeiro na primeira rodada. turno, o presidenDi vi de nd os – Lula está te-candidato Luiz Inácio Lula aproveitando os últimos comída Silva (PT) esquentou a reta cios para valorizar o apoio da final da campanha eleitoral população de menor renda à com ataques aos seus princi- reeleição, quase duas vezes pais opositores: os candidatos maior que o apoio dos mais ricos, segundo as pesquisas. do PSDB e PFL. Zoologia – "Os tucanos são "O povo tá esperto, tá sabipredadores, comem os ovos e os do, e não é a plumagem e o bifilhotes nos ninhos dos outros", co dos tucanos que vão ensidisse Lula ontem em Belém. "O nar o povo a não gostar de saque eles fizeram pelo povo? Eles biá, curió e pintassilgo", disse se contentaram em governar Lula, ressaltando que não tepara 35 milhões de brasileiros ve esse apoio em eleições anapenas", fustigou, comparando teriores. "Quando o governo do Niels Andreas/AE 26/06/2006. PSDB, que aparecem na T V t a g a r etem o tucano como símbolando, batendo bico, o polo, aos hábitos das aves desta vo diz: 'Peraí! Mentir uma espécie que ele disse observar vez, tá certo, duas vezes na Granja do Torto. (...) mas menNa véspera, t i r u m a t e rceira vez nós em Salvador, Lula havia não vamos acreditar chamado de "hamster" (pe- O 'Leão da Bahia' virou 'hamster' mais"', prosna fala de Lula. seguiu Lula. queno roedor) o chefe local "Se querem do PFL, senador Antonio Car- conquistar o povo, que digam los Magalhães, conhecido co- a verdade." Cafuné – Lula tem dirigido mo "Leão da Bahia". Lula, segundo um auxiliar, está usando mensagens específicas para as a campanha eleitoral para con- mulheres, que, segundo as solidar, nos palanques, o apoio pesquisas, manifestam intenque espera receber do PMDB ção de voto na reeleição cerca no Congresso num eventual se- de cinco pontos percentuais gundo mandato. abaixo dos homens. Ele arrancou aplausos da "PMDB e PT entenderam que chegou a hora de parar de bri- platéia feminina em Belém ao gar entre nós e saber quem é o lembrar que sancionou a lei adversário principal que preci- que prevê até três anos de prisamos derrotar", disse Lula em são para homens que agridem Belém. "Não adianta PC do B e a mulher ou companheira. "A PT ficarem de um lado e PFL, mão do homem foi feita para o PSDB e outras forças de direita trabalho, para carregar os fificarem unidos vendo a gente lhos e para fazer cafuné e caribrigar. Nossos adversários são nho na mulher", discursou. Lula viaja, hoje, para Nova outros e precisamos derrotálos", acrescentou. York, onde participa da AsNúmeros – As pesquisas di- sembléia Geral da ONU, e retovulgadas esta semana indicam mará os comícios na próxima que Lula teria de nove a onze quinta-feira, em São Vicente, pontos de vantagem sobre a litoral paulista. (Reuters)
São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 2006
DCARRO
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SALÃO DO AUTOMÓVEL
As novidades de Paris A Renault mostra o carro-conceito Nepta e a Porsche o Targa 4S. A feira deve atrair 1,5 milhão de pessoas. Divulgação
m dos mais antigos e tradicionais salões de automóvel do mundo, o de Paris, vai mostrar uma série de novidades das mais variadas marcas entre os próximos dias 30 de setembro e 15 de outubro. A mostra, realizada de dois em dois anos, atrai perto de 1,5 milhão de visitantes, com cerca de 500 expositores numa área de 180 mil metros quadrados. A Renault aproveita o evento para mostrar o carro-conceito Nepta, um conversível de quatro lugares com linhas fluidas e um perfil de puro-sangue. As formas arredondadas da frente são sublinhadas pelas inovadoras luzes indicadoras no formato de bumerangue, posicionadas no alto das unidades ópticas. Movimentadas por motores, as portas se abrem no estilo “asa de gaivota”. Com interior espaçoso, tem volante de direção e pedais ajustados por um mecanismo eletrônico para atender às dimensões do condutor. A forração de couro vermelho cria uma impressão de continuidade entre o interior do veículo e o compartimento do motor, que é um 3.5 litros V6, a gasolina, montado longitudinalmente. Com 420 cavalos de potência, o Nepta leva apenas 4,9 segundos para ir de 0 a 100 km/h.
U
Atrações da Porsche - Entre outros carros-conceito, tem o Volkswagen Iroc, o Peugeot 908RC e o Lancia Delta. Há também vários lançamentos de carros que estão para chegar ao mercado, como a nova Citroën C4 Picasso, o novo BMW
Nepta (ao lado e acima), o esportivo futurista da Renault. Abaixo, o Porsche Targa 4S, com tração permanente nas quatro rodas e motor de 355 cv.
X5 e o Audi S3. A Porsche apresenta vários produtos no Salão do Automóvel de Paris. A principal novidade é o modelo 911 Targa nas versões 4S e 4. Tem também o 911 GT3 RS e o Cayman. Além disso, também estarão em exposição o Boxster e o Boxster S equipados com motores mais potentes. “O amplo escopo de produtos mostra que estamos sempre trabalhando no desenvolvimento de nossos carros esporte e continuamente pesquisando melhoramentos”, comenta Wolfgang Dürheimer, vice-presidente executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Porsche. Com as versões 4S (355 cv) e 4 (325 cv), a linha Targa, pela primeira vez, passa a ser oferecida exclusivamente com tração
permanente nas quatro rodas. Como acontecia na geração anterior (996), o Targa tem um grande teto de vidro e janela traseira basculante. Estes carros chegarão ao mercado europeu em novembro. Já as vendas do 911 GT3 RS serão iniciadas no próximo mês. Esta variação do GT3 é particularmente ajustada para uso em pistas de corrida. O motor tem 3.6 litros e produz 415 cavalos a 7.600 rpm. No caso da linha Boxster 2007, o motor de 2.7 litros da versão normal passa a desenvolver 245 cavalos (5 cv a mais que nos modelos 2005 e 2006). O torque aumentou para 27,8 kgfm a partir de 4.600 rpm e o consumo de combustível
NO BRASIL
No Anhembi, de 19 a 29 de outubro N o Brasil, o tradicional Salão Internacional do Automóvel, que acontece em todos os anos pares no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, estará aberto ao público no período de 19 a 29 de outubro. A Alcântara Machado Feiras e Exposições, organizadora do evento, espera um público acima de 500 mil pessoas. A mostra terá a participação de todas as montadoras instaladas no País, assim como de importadores e fabricantes de acessórios. As empresas aproveitam para mostrar novidades que estão chegando ao mercado e também carros-conceito, que indicam o futuro do setor automotivo. Em sua 24ª edição, o Salão do Automóvel começou no Brasil em 1960. Este ano, seu horário de funcionamento será das 13h às 22h entre os dias 19 e 28 e das 11h às 19h, com entrada até as 17h, no domingo de
encerramento. Adultos e maiores de 12 anos pagam R$ 25; enquanto para crianças de 5 a 12 anos incompletos o ingresso é de R$ 15. Menores de 5 anos e maiores de 65 anos têm entrada livre. Modelos que estão sendo apresentados neste segundo semestre, como o Citroën C4 e o novo Polo, (veja matérias nas páginas 4, 5 e 8) estarão presentes na feira. A General Motors, por sua vez, deve mostrar o Prisma, um sedan derivado do Celta que estará apresentando à imprensa no início de outubro. Também não vão faltar modelos que estarão sendo importados para venda no mercado brasileiro em 2007. É o caso do Volkswagen Eos, conversível lançado pela marca alemã em maio que é produzido em Portugal e vem fazendo grande sucesso na Europa. Resultado do carro-conceito Concept
C, o grande atrativo do Eos é poder se transformar de cupê para conversível em apenas 20 segundos, em um processo completamente automático. Segundo a Volkswagen, suas vendas no Brasil deverão ser iniciadas em meados do próximo ano.
diminuiu ligeiramente. O motor do Boxster S teve a cilindrada aumentada de 3.2 para 3.4 litros e ganhou 15 cv, passando a desenvolver 295 cv a 6.250 rpm. O torque é de 34,6 rpm.
Grampo até na Justiça! O presidente, o vice e um ministro do TSE estavam sob escuta ilegal. Pág. 4 Ano 81 - Nº 22.214
São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h55
w w w. d co m e rc i o. co m . b r Reprodução
FRAUDESSUGA O vídeo da fraude dos sanguessugas contra Serra está na Internet
Tucanos querem cassar candidato Lula O PSDB argumenta que Lula, Bastos e Berzoini interferem no processo eleitoral. E vai hoje ao TSE. Página 4 Eitan Abramovich/AFP
Próximo confronto, sólo después de las elecciones en Brasil Ao fim da trégua eleitoral, o Brasil terá até 9/10 para negociar com o compañero Evo Morales (foto). Pág. 5 Miraflores Palace/Reuters
A jihad para cá de Teerã Agora, Chavez e seu amigo atômico (esq.) são "irmãos". C 4
Lição bem feita O São Paulo de Júnior (foto) passa pelo Inter e lidera folgado o Brasileiro. DC Esporte
Almeida Rocha/Folha Imagem
Pablo de Sousa
Paulo Whitaker/Reuters
HOJE Nublado Máxima 21º C. Mínima 13º C.
AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 23º C. Mínima 11º C.
Mais que carro, uma paixão. O editor do DCarro saiu com o C4 (foto). E só trouxe elogios.
Basquete em dia decisivo Janete, hoje contra o Canadá.
segunda-feira, 18 de setembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Real Madrid Futebol europeu Copa Davis Sul-Americana
3 O mais importante é ter vencido um jogo num campo bem complicado para nós." Ronaldinho Gaúcho
BRASIL TENTA VOLTAR AO GRUPO MUNDIAL
SUL-AMERICANA Sofrimento e redenção nos pênaltis
À ESPERA DE RONALDO! F Q Philippe Desmazes/AFP
abio Capello começa a se render ao brasileiro Ronaldo. Depois que o Real Madrid perdeu mais uma vez para o Lyon, agora na largada da Liga dos Campeões, o técnico anunciou que conta com a volta do Fenômeno para dar força ofensiva ao time. Era o que o artilheiro queria ouvir na semana em que finalmente retornou aos treinos com bola. E vai ficando claro que o desejo do craque brasileiro coincide com as necessidades do Real, que bateu a Real Sociedad por 2 a 0 neste domingo, mas permanece em quarto lugar no Campeonato Espanhol, com 7 pontos, atrás de Sevilla, Barcelona e Valencia, que venceram suas três partidas e se separam na classificação apenas pelo saldo de gols. Ontem, Renato marcou o gol decisivo da vitória do líder Sevilla sobre o Betis por 3 a 2. Rafael Sóbis fez os dois do Betis. Ronaldinho Gaúcho fez, de pênalti, o último gol do Barcelona nos 3 a 0 sobre o Racing Santander. Não houve gol brasileiro nos 2 a 0 sobre o Getafe. Na vitória do Real, em Madri, os gols saíram apenas na segunda etapa. Reyes marcou o primeiro e, já nos acréscimos, David
Fabio Capello já sonha com o retorno de Ronaldo para dar ao Real a força ofensiva que o time ainda não mostrou nesta temporada, mas o brasileiro quer mesmo é voltar para a Seleção
Beckham fechou o placar. Foi outro jogo para Capello pensar carinhosamente em Ronaldo, que ganhou destaque na imprensa espanhola pela entrevista concedida à TV Globo em se disse disposto a aceitar a
ITÁLIA
reserva para voltar à Seleção Brasileira: " Ninguém tem lugar garantido na Seleção. Todos os grandes jogadores já ficaram no banco e isso não diminui ninguém." Ronaldo fez questão de pas-
ESPANHA
Reggina 2 x 1 Cagliari Internazionale 1 x 1 Sampdoria Ascoli 1 x 1 Messina Catania 0 x 0 Atalanta Empoli 1 x 1 Chievo Lazio 1 x 2 Palermo Livorno 1 x 0 Fiorentina Siena 1 x 3 Roma Udinese 2 x 0 Torino Parma 0 x 2 Milan
sar a bola para Dunga: "Meu futuro no time depende sempre do técnico. Se eu merecer, ele vai me chamar e eu irei com todo orgulho." O atacante também comentou o fracasso do Brasil na Copa: "Criou-se um
ALEMANHA
clima exagerado de otimismo e favoritismo que entrou na gente. Foi um fracasso sim e nós tivemos culpa, assumo a minha. Mas não foi nada mais que isso. Ninguém fez corpo mole e não faltou entrega".
FRANÇA
La Coruña 2 x 0 Villarreal Sevilla 3 x 2 Betis Athletic Bilbao 1 x 4 Atletico Madrid Espanyol 2 x 1 Celta Osasuna 2 x 0 Gimnastic Racing Santander 0 x 3 Barcelona Recreativo Huelva 0 x 1 Levante Valencia 2 x 0 Getafe Zaragoza 2 x 0 Mallorca Real Madrid 2 x 0 Real Sociedad
Wolfsburg 1 x 2 Hannover A. Aachen 4 x 2 Borussia Mönchen. Arminia Bielefeld 2 x 1 Bayern Borussia Dortmund 1 x 0 Hamburgo Energie Cottbus 2 x 0 Mainz Nurnberg 1 x 1 Bochum Werder Bremen 2 x 3 Stuttgart Eint. Frankfurt 3 x 1 Bayer Leverkusen Hertha 2 x 0 Schalke
Sedan 1 x 2 Le Mans Lille 1 x 3 Toulouse Lorient 1 x 3 Lyon Troyes 2 x 0 Nice Valenciennes 1 x 0 Nantes Monaco 1 x 2 PSG Nancy 0 x 0 Rennes Saint-Etienne 2 x 3 Auxerre Sochaux 0 x 3 Lens Olympique 2 x 1 Bordeaux
uatro times brasileiros se classificaram na semana passada para enfrentar argentinos nas oitavas-de-final da Copa Sul-Americana. O Corinthians ratificou sua vaga com tranqüilidade diante do Vasco, 3 a 1 - já havia vencido o jogo de ida por 1 a 0 -, e pega agora Lanus ou Vélez. O AtléticoPR, que já tinha feito 3 a 1 no Paraná, marcou 1 a 0 e enfrenta o River Plate. Já Santos e Fluminense precisaram das cobranças de pênalti para avançar. O Santos fez 4 a 3 no Cruzeiro graças ao goleiro Felipe, que pegou a cobrança de Gabriel, e terá pela frente o San Lorenzo. E o Fluminense ganhou do Botafogo por 4 a 2 com erros dos reservas Thiago e William este último ganhou fama internacional com sua cobrança, tão ruim que permitiu ao goleiro Diego voltar do pulo na direção errada e agarrar a bola. O próximo adversário do Flu será o Gimnasia La Plata.
INGLATERRA
PORTUGAL
Charlton 0 x 1 Portsmouth Bolton 0 x 0 Middlesbrough Everton 2 x 2 Wigan Sheffield 1 x 2 Reading Watford 0 x 0 Aston Villa Chelsea 1 x 0 Liverpool Blackburn 4 x 2 Manchester City Tottenham 0 x 0 Fulham West Ham 0 x 2 Newcastle Manchester United 0 x 1 Arsenal
Sporting 0 x 1 Paços Ferreira Acadêmica 1 x 1 Belenenses Beira Mar 2 x 0 Amadora Marítimo 0 x 0 Aves Benfica 1 x 0 Nacional Naval 0 x 2 Porto hoje: Braga x União Leiria Classificação
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1 Porto
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1 Portsmouth
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2 Braga
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2 Palermo
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2 Nuremberg
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2 ManchesterUnited
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4 Naval
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4 Internazionale
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4 Real Madrid
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4 BorussiaDortmund
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4 Toulouse
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4 Everton
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5 Empoli
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5 Aston Villa
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6 Beira-Mar
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6 Messina
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6 Zaragoza
6
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6 Schalke 04
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6 Lille
10
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6 Reading
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7 Belenenses
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7 Catania
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7 Atlético Madrid
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7 Eintracht Frankfurt
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7 Lens
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7 Bolton
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8 Marítimo
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8 Udinese
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8 Getafe
6
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8 Alemannia Aachen
6
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8 Saint-Etienne
10
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8 Fulham
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9 Boavista
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9 Siena
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9 Rec. Huelva
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10 Benfica
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10 Livorno
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10 Betis
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10 Borussia Mönchen.
6
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10 Lorient
8
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11 Acadêmica
2
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11 Chievo
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11 Stuttgart
6
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11 Valenciennes
8
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7
11 West Ham
5
1
-1
6
12 Aves
2
0
-1
2 3
1
0
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2
12 Gimnastic
3
1
-2
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12 Mainz
5
1
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12 Sochaux
8
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12 Blackburn
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13 União Leiria
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13 Espanyol
3
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13 Bayer Leverkusen
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13 Auxerre
8
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13 Middlesbrough
5
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14 Vitória Setúbal
1
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14 Parma
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1
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3
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2
14 Arminia Bielefeld
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5
14 PSG
7
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4
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15 Nacional
0
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16 Amadora
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Sampdoria
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1
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1
15 Levante
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15 Hamburgo
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5
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17 Milan
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18 Lazio
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19 Reggina
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19 Athletic Bilbao
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20 RacingSantander
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Punições: Milan, -8 pontos; Lazio, -11; Reggina, -15; Fiorentina, -19
Guga, a dúvida do Brasil Fotos: Rodrigo Clemente/AE
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ustavo Kuerten participou ontem de seu primeiro treinamento com a equipe brasileira da Copa Davis em Belo Horizonte, local do confronto com a Suécia, a partir da próxima sextafeira, pelo play-off da Copa Davis, e garantiu que só estará mesmo em condições de disputar a partida de duplas, descartando qualquer possibilidade de jogar um dos jogos de simples. Assim, o técnico Fernando Meligeni manteve indefinida a escalação da equipe brasileira que tenta voltar ao Grupo Mundial do torneio depois de três anos. "Fininho" tem quatro vagas e seis atletas: Guga, Marcos Daniel, Ricardo Mello, Flávio Saretta, André Sá e Thiago Alves. E só anuncia o time na quinta-feira, dia do sorteio dos jogos. "Não é uma questão de fazer mistério", justificou. "Tenho de avaliar as condições de todos os convocados, ver qual é a melhor estratégia e, então, tomar a decisão."
Ex-número 1 treina, enquanto Meligeni dá instruções a Daniel: esperança de jogar o confronto que vale retorno à elite da Davis
Para Guga, só a convocação para a Davis já foi uma injeção de ânimo na sua luta para voltar a jogar, dias depois de demitir o técnico argentino Herman Gumy, com quem dispu-
tou três jogos em 16 meses. Mas com a decisão de só jogar as duplas, ele deixa Meligeni em situação complicada, pois . É que sua parceria mais provável seria com André Sá, o que
deixaria o time brasileiro sem opções para os jogos de simples no domingo. Isso sem contar que Thiago, que seria reserva, deve assumir hoje o posto de número 1 do Brasil depois
de alcançar as semifinais do challenger de Belém. A Suécia, que eliminou o Brasil nas oitavas-de-final em 2003, ano da última participação nacional da elite, já treinou
em Belo Horizonte e não tem dúvidas na escalação: Andreas Vinciguerra e Robin Soderling jogam as simples, enquanto Jonas Bjorkman e Simon Aspelin disputam o jogo de duplas.
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Vôlei de Praia Atletismo Basquete Judô
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 18 de setembro de 2006
Todo mundo fica feliz por Janeth mostrar um pouco mais de seu basquete." Êga, pivô do Brasil
BRASIL JOGA HOJE DESTINO NO MUNDIAL
A PRIMEIRA DECISÃO Gaspar Nóbrega/CBB
V
encer o Canadá é obrigação do Brasil no jogo de hoje, às 15h15, no Ibirapuera, que marca a despedida da equipe na segunda fase do Mundial Feminino de Basquete. A derrota só provocará a eliminação precoce se a Argentina surpreender e vencer a favorita Austrália, mas decretará uma quase sentença de morte: terá de enfrentar a favoritíssima seleção dos Estados Unidos nas quartas-de-final. O Brasil fez cinco amistosos com o Canadá na fase de preparação e venceu todos. Mas a pivô Ega acredita que isso não pode servir de parâmetro. "É diferente de amistoso. Temos de respeitar o outro time e fazer nosso jogo", observou a pivô Êga. "Não podemos amolecer", alertou a pivô Alessandra, lembrando que o Brasil perdeu do Canadá na Olimpíada de Sydney, em 2000. Apesar da derrota para a Austrália ontem, por 82 a 73, as jogadoras saíram satisfeitas da quadra, principalmente pela boa atuação de Janeth, que vinha fazendo um péssimo
Mundial e finalmente brilhou foi a cestinha do Brasil, com 22 pontos. Só ficou atrás da rival Peny Taylor, que marcou 27 pontos. Foi até desclassificada, com cinco faltas. "Não desaprendi de um dia para o outro. O Brasil está subindo gradati-
vamente na competição, e eu junto com o time." "Sempre acreditamos na Janeth, na sua capacidade de pontuar. Ela não tem de provar nada para ninguém", explicou a armadora Helen. "Tem hora em que a bola não cai."
Janeth é a esperança do Brasil no Mundial, que começa amanhã
FIVB
Saltos de prata Fotos: Arquivo/AE
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Juliana e Larissa venceram em Portugal e coroaram a conquista do bi no Circuito Mundial de vôlei de praia
Campeãs com folga J
uliana e Larissa conquistaram ontem seu sexto título neste ano no Circuito Mundial, com a vitória por 2 a 0 sobre Talita e Renata, parciais de 38/36 e 21/18, na decisão da etapa de Porto Santo, em Portugal. Foi o fecho com chave de ouro para a semana que já havia começado com a conquista antecipada do bicampeonato mundial, na quinta-feira. Faltam ainda três etapas para o fim da competição - a próxima delas em Vitória, na semana que vem. "O bi foi demais, mas o trabalho de verdade começa no ano
que vem, com a disputa pela vaga olímpica", explicou Larissa, lembrando que a dupla disputará mais três etapas do Circuito Brasileiro, no qual venceram seis das nove competições já realizadas - foram vice nas outras três. "É uma longa temporada, e estamos satisfeitas com nossos resultados até agora", disse Larissa. "Além das Olimpíadas, estamos em busca da classificação para o Pan do Rio", completou Juliana. A dupla lidera com bastante vantagem a corrida pela única vaga brasileira na competição do ano que vem -
Judô fica sem medalhas
M
esmo com três medalhistas olímpicos, Flávio Canto, Tiago Camilo e Leandro Grilheiro, o Brasil passou em branco no Mundial por Equipes de Judô, disputado neste fim de semana, em Paris. A equipe acabou com o sétimo lugar, depois de perder para a Rússia, na primeira rodada, vencer a Holanda e perder do Japão na repescagem, que valia um bronze. O título ficou para a Geórgia, que derrotou a Rússia na final por 4 a 3. Na disputa pelos dois terceiros lugares, a França venceu a Ucrânia por 5 a 1 e o Japão
empatou com a Coréia do Sul por 2 a 2 - os coreanos ficaram com a medalha por pontos. "Não foi o que esperávamos, e por isso deixamos Paris tristes. Mas mostramos uma equipe com muita vontade e força para lutar", avaliou Camilo, que venceu as duas lutas que disputou. "De nada valeu se o time perdeu. Estamos todos juntos nessa", lamentou. No feminino, o Brasil não foi representado, e a anfitriã França ganhou seu primeiro título, ao derrotar Cuba na final, 4 a 0. As medalhas de bronze ficaram com Japão e China.
serão computados os resultados das duplas desde o início deste ano até o meio de 2007. Na decisão, Juliana e Larissa aproveitaram para confirmar a superioridade sobre a dupla rival, com a segunda vitória da semana sobre Renata e Talita e a 13ª em 14 confrontos no Circuito Mundial. Outra marca alcançada pelas bicampeãs do Circuito Mundial é o número de títulos na temporada, seis. E com um desempenho bem melhor: foram 69 jogos neste ano, e apenas seis derrotas. Em 2005, foram 82 vitórias e 14 derrotas.
abiana Murer e Jadel Gregório garantiram ao Brasil duas medalhas de prata na 10ª edição da Copa do Mundo de Atletismo, disputada no fim de semana no Estádio Olímpico de Atenas. Ontem, Jadel obteve a marca de 17,41 m no salto triplo, e foi superado apenas pelo norte-americano Walter Davis, atual campeão mundial, que saltou 17,54 m. O romeno Marian Oprea, outro rival contumaz de Jadel, ganhou o bronze, com 17,05 m. No sábado, Fabiana havia conquistado a primeira prata brasileira no salto com vara. Ela alcançou 4,55 m e só ficou atrás da favorita russa Yelena Isinbayeva, campeã e recordista mundial, que saltou 4,60 m. A Copa do Mundo é um torneio disputado a cada quatro anos por equipes: seleções dos principais países competem contra times continentais. Os brasileiros disputaram o torneio pela equipe das Américas, que terminou em quinto entre os homens (vitória da seleção da Europa) e em terceiro entre os homens (a campeã foi a equipe da Rússia). Outros quatro brasileiros competiram nas finais da Copa do Mundo. Nos 3.000 metros com obstáculos, Fernando Alex Fernandes ficou em oitavo, enquanto Marilson dos Santos foi o quinto nos 5.000 metros - as duas provas foram vencidas por Saif Saaeed Shaheen, corredor
Senna volta a vencer
B
runo Senna venceu ontem a 18ª etapa do Campeonato Inglês de Fórmula 3, disputada sob chuva incessante no circuito italiano de Mugello, e conseguiu encerrar um período de quase três meses sem subir ao lugar mais alto do pódio. Com cinco triunfos no ano, o sobrinho do tricampeão da Fórmula 1 está em terceiro na temporada, com 186 pontos. O líder é o inglês Mike Conway, com 269 pontos, seguido por outro inglês, Oliver Jarvis, com 191. Na chuva, característica marcante de Ayrton Senna,
Bruno conseguiu redimir um fim de semana que parecia perdido - na corrida de sábado, ficou em décimo. "Meu carro estava péssimo no seco. De tão lento, parecia que faltava uma roda", ironizou o piloto. Para ser campeão da F-3 como o tio fez em 1983, Bruno precisa vencer as quarto corridas que faltam e fazer a melhor volta em todas elas, além de torcer para que Conway, seu companheiro de equipe (cujo proprietário é o futuro piloto da Ferrari Kimi Raikkonen) só marque um ponto. "É pouco, não?", brincou.
Jadel Gregório, no salto triplo, e Fabiana Murer, no salto com vara, ficaram em segundo lugar na Copa do Mundo, na Grécia
queniano de nascimento que compete pelo Catar. Nos 5.000 metros feminino, Lucélia Peres ficou com a nona colocação, quase dois minutos atrás da vencedora, a etíope Meseret Defar. Keila Costa foi a sétima colocada no salto em distância, prova que teve como vencedora a saltadora russa Lyudmila Kolchanova.
Longe de Atenas, em São Paulo, na 14ª Maratona de Revezamento Pão de Açúcar, o destaque foi o fundista Hudson de Souza, que correu a prova por duas equipes - uma delas a equipe vencedora, a BM&F/Pão de Açúcar - e percorreu quase 11 mil metros, mais que o dobro da prova que é sua especialidade, os 5 mil metros.
MotoGP: tudo embolado
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arco Melandri venceu o GP da Austrália e embolou a classificação da MotoGP: está em terceiro lugar, apenas 32 pontos atrás do líder, o norte-americano Nicky Hayden, que chegou em quinto lugar. Entre eles, o pentacampeão Valentino Rossi, terceiro colocado na prova. Dani Pedrosa, que chegou apenas em 15º lugar, está ao lado de Melandri na classificação. Debaixo de muita chuva, Melandri se tornou o primeiro italiano a vencer na Austrália nas três categorias de motovelocidade: 125 cc, 250 cc e Mo-
toGP. "Amo essa pista. No começo estava muito difícil, mas depois encontrei meu ritmo e fui suave até o fim", contou. CLASSIFICAÇÃO: 1. Hayden (EUA), 225; 2. Rossi (ITA), 204; 3. Pedrosa (ESP) e Melandri (ITA), 193; 5. Capirossi (ITA), 180; 6. Stoner (AUS), 119; 7. Roberts Jr. (EUA) 103; 8. Hopkins (EUA), 97; 9. Edwards (EUA), 96; 10. Vermeulen (AUS), 86; 11. Nakano (JAP), 83; 12. Gibernau (ESP), 82; 13. Tamada (JAP), 75; 14. Elias (ESP), 71; 15. Checa (ESP), 58; 16. De Puniet (FRA), 31; 17. Hoffman (ALE), 25; 18. Ellison (ING), 20; 19. Cardoso (ESP), 8.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 18 de setembro de 2006
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Esporte
A resposta está aí para essa gente que só fala m... e pensa que entende de futebol.” Júnior, do São Paulo
Essa queda não nos preocupa. Vamos pensar jogo a jogo, a cada vitória.” Tite, técnico do Palmeiras
Nelson Antoine/Futura Press
almanaque Celso Unzelte
Fotos Fernando Pilatos/AE
SÃO PAULO X INTER, 29 ANOS DEPOIS Arquivo Celso Unzelte
No primeiro confronto com o Inter de Abel após a decisão da Libertadores, São Paulo faz 2 a 0 e abre vantagem de 4 pontos em relação ao segundo colocado, que agora é o Grêmio
O primeiro grande duelo entre São Paulo e Inter, que ontem voltaram a se enfrentar em um jogo decisivo pelo Brasileiro, aconteceu no BeiraRio, em 11 de dezembro de 1977. O Inter era o então bicampeão brasileiro e o São Paulo ficaria com o título daquele ano. Em pleno Beira-Rio, o Tricolor goleou por 4 a 1, dois gols de Serginho, um de Teodoro e outro de Zé Sérgio (Escurinho descontou para o Inter). Acima, o técnico Rubens Minelli, que havia conquistado o bi pelo Colorado mas, no dia daquela goleada, treinava o Tricolor.
O GRANDE INTER DOS ANOS 1970 Manga, Cláudio, Figueroa, Marinho Perez e Vacaria; Paulo César Carpegiani (Caçapava), Falcão e Batista; Valdomiro, Flávio (Dario) e Lula. Com estes jogadores, o Inter formou uma de suas maiores equipes em todos os tempos e foi bicampeão brasileiro em 1975/76. Em 1977, quando tentava o tri, a base do time era praticamente a mesma. No entanto, caiu ainda na segunda fase. Foi o penúltimo colocado do Grupo G, atrás dos classificados Corinthians, São Paulo e América-RJ e à frente apenas do modesto Brasília.
A VEZ DE MURICY F
oi uma grande vitória do São Paulo, mas, principalmente, de seu técnico, Muricy Ramalho. Durante toda a semana, ele vinha sendo contestado. Primeiro, porque o Tricolor não foi capaz de sair de um 0 a 0 com o Corinthians, mesmo jogando com dois homens a mais desde os 20 minutos do primeiro tempo. Depois, porque no meio da semana perdeu a Recopa da Libertadores para os argentinos do Boca, ao ficar em um empate por 2 a 2 em casa. Mas ontem, também no Morumbi, tudo foi diferente. Pressionado, Muricy mudou o esquema, do 3-5-2 para o 4-4-2. Colocou Edcarlos no banco, escalou Alex Dias no ataque e manteve Danilo e Lenilson no meio-campo. Dessa vez, era o São Paulo quem joga-
va em inferioridade numérica — o zagueiro Alex Silva foi expulso no início do segundo tempo. Mesmo assim, conseguiu um importantíssimo 2 a 0 sobre o Internacional, o mesmo time que havia derrotado o São Paulo na final da Libertadores e o perseguia pela liderança do Brasileiro, a uma distância de apenas três pontos. Com o resultado de ontem, o Tricolor não só abriu essa diferença em relação ao Colorado para seis pontos como está, agora, a quatro do novo vice-líder, o Grêmio. “Depois que empatamos com o Corinthians e o Boca, jogaram uma bomba aqui dentro. Falaram que a gente ia cair, despencar”, desabafou o lateral-esquerdo Júnior, autor do segundo gol da vitória, marcado aos 25 minutos do segundo
tempo (o primeiro, de Lenilson, de cabeça, foi aos 8 do primeiro). “Sempre soube que o grupo era forte e nós mostramos isso em campo, ganhando com um jogador a menos.” Ilsinho, que voltou ao time, fazia coro: “Nós ficamos com dez jogadores desde o começo do segundo tempo. Corremos, nos desdobramos com dez, não demos chance para o Internacional. E fomos além: conseguimos marcar o segundo gol. Foi uma vitória que o torcedor do São Paulo tem de valorizar. Nosso time está muito vivo”. O técnico Muricy Ramalho também não conseguiu segurar a emoção após a vitória. Antes de descer para os vestiários, encarou uma das facções de torcedores, mostrou o distintivo do São Paulo e o beijou. “Eu tinha de apoiar essa torci-
da que sempre me apoiou. Eu precisava mostrar que estava grato”, justificou o treinador. Um dos heróis do jogo, mais uma vez, foi o goleiro Rogério Ceni. Ele jogou os últimos seis minutos com uma distensão na virilha direita, que deve deixá-lo de fora por um período entre quinze dias e um mês. Ele se recusou a deixar o campo porque o time já havia feito as três substituições e um jogador de linha teria de entrar em seu lugar. Ao final da partida, caiu no gramado misturando comemoração e dor. “Eu não poderia sair e deixar o meu time com dois a menos e sem um goleiro. Deu para agüentar”, disse Rogério. Para o jogo de quarta-feira, contra o São Caetano, no ABC, além de Rogério (que será substituído por Bosco), o São Paulo não terá Alex
Silva e Edcarlos, suspensos. Já os colorados lamentaram a má atuação do time em São Paulo. “A diferença do São Paulo para o Inter foi que o time paulista fez os gols e nós, não”, simplificou o goleiro Clemer. “Tivemos chances, mas não concluímos com perfeição. Não podemos nos desesperar ou mesmo desanimar. Ficou um pouco mais difícil porque agora estamos a seis pontos do líder, mas vamos brigar até o fim”, completou. Iarley era o que mais lamentava a derrota: “Não chutamos nada no gol. Time que não chuta não marca. O Inter não se encontrou no Morumbi”. Já o técnico Abel Braga, que gesticulou muito na beira do gramado, achou o Inter sem vibração. “Fomos apáticos. A derrota, então, foi normal.”
Ainda mais distante Gustavo de Tilio/Futura Press
O SÃO PAULO CAMPEÃO BRASILEIRO DE 1977 Waldir Peres, Getúlio, Tecão, Bezerra e Antenor; Chicão, Teodoro (Peres) e Darío Pereyra; Viana, Mirandinha (Neca) e Zé Sérgio. O São Paulo campeão brasileiro pela primeira vez, em 1977, não era um grande time, principalmente se comparado com as equipes montadas pelo clube nos anos seguintes. Mas ganhou moral principalmente depois daqueles 4 a 1 no Inter, no Beira-Rio. Na decisão, segurou o 0 a 0 com o Atlético no Mineirão e, nos pênaltis, ganhou por 3 a 2, conquistando o Brasileiro de 1977, já em março de 1978. “Nós vamos chegar lá. Peguem duro, que a gente vai conseguir o melhor. Nós sabemos o que somos e o que queremos.” (Rubens Minelli, primeiro técnico três vezes campeão brasileiro e até hoje o único tri nacional em anos seguidos, para seus jogadores, no Inter de 1975/76 e no São Paulo de 1977.) Há quatro anos, em 18 de setembro de 2002, morria o ex-zagueiro Mauro Ramos de Oliveira. Mauro foi ídolo do São Paulo, onde jogou de 1948 a 1960, e do Santos, que também defendeu na década de 1960. Mauro foi também o capitão da Seleção Brasileira bicampeã mundial na Copa do Chile, em 1962.
N
a estréia de Zé Roberto, o Santos voltou a mostrar e n o r m e d i f i c u ldade para atuar como visitante, perdeu em Campinas para a Ponte Preta por 1 a 0 e caiu para a quarta colocação do Campeonato Brasileiro, com 39 pontos, sete a menos do que o líder São Paulo. A mais importante contratação santista da temporada bem que tentou fazer a diferença logo no início do jogo. Com apenas 40 segundos, Zé Roberto invadiu a área da Ponte, bateu de direita e obrigou Jean a fazer grande defesa. Mas o embalo do time da Vila Belmiro não passou disso. Apostando nos contra-ataques, a Ponte teve as melhores chances de gol no primeiro tempo. Vanderlei Luxemburgo voltou para a segunda etapa com Jonas na vaga de Wellington Paulista e André no lugar do volante Heleno. Zé Roberto passou a fazer o papel de volante. As mudan-
ças tiveram efeito somente por alguns minutos, pois a Ponte soube se segurar na defesa e continuou levava perigo ao gol de Fábio Costa nos contra-ataques. Aos 26 minutos, Tuto desarmou o zagueiro Domingos e partiu para a área, onde foi derrubado por André Luiz. Tuto bateu o pênalti, fez 1 a 0, estragou a estréia de Zé Roberto e colocou o Santos mais longe do sonho do título. Semblante fechado, um tanto irritado, comentou a sexta derrota santista fora de casa: "Tomamos um gol numa falha individual, que não é comum acontecer, mas não jogamos bem, não conseguimos imprimir velocidade na saída de bola. Ainda tentei mudar isso no segundo tempo, com a entrada de Jonas e André, mas nem assim a bola não chegou com qualidade lá na frente." Luxemburgo voltou também a criticar a arbitragem: "Temos sido prejudicados e hoje houve um pênalti não
Tuto comemora o gol, de pênalti, que deu a vitória à Ponte Preta
ção dos santistas, o vestiário da Ponte Preta era pura alegria após o 1 a 0 que tirou o time da zona de rebaixamento. O técnico Marco Aurélio elogiou o empenho de seus jogadores e comemorou o fato do time ter conseguido manter seu objetivo de vencer em ca-
sa, "mesmo diante de um adversário muito forte", e prometeu: "Com esta garra e determinação, nós vamos escapar do rebaixamento." O objetivo da Ponte, agora, é segurar o vice-líder Grêmio, no Estádio Olímpico, na quarta-feira, às 16 horas.
O perigo está de volta Rodrigo Clemente/AE
F
Há 13 anos, em 19 de setembro de 1993, Romário marcava os dois gols da vitória do Brasil sobre o Uruguai por 2 a 0, no Maracanã, pelas Eliminatórias, e classificava o time para a campanha do tetra, nos EUA. Há 64 anos, em 20 de setembro de 1942, o ex-Palestra Itália entrou em campo pela primeira vez com o nome de Sociedade Esportiva Palmeiras. Venceu o São Paulo por 3 a 1 e garantiu o título de campeão paulista daquele ano.
marcado no primeiro tempo, que poderia ter mudado o rumo do jogo, já que eles teriam de sair mais e dariam espaços para gente." Domingos reconheceu sua falha no lance que originou o gol da Ponte Preta e assumiu a culpa pela derrota: "Não vi o adversário chegar quando estava protegendo a bola. O professor sempre fala para tomar cuidado, mas infelizmente falhei e na defesa a gente não pode falhar." Zé Roberto, é claro, lamentou estrear com uma derrota, mas ressaltou: "Não deixou de ser uma emoção especial voltar ao Brasil depois de dez anos. Ainda não estou 100% fisicamente, mas espero rapidamente colocar em prática meu futebol, usando principalmente a minha experiência". O Santos vai tentar a recuperação diante do Fluminense, quarta-feira, às 22 horas, na Vila Belmiro, onde venceu nove, empatou um e perdeu um jogo neste campeonato. Em contraste com a decep-
O cruzeirense Geovanni comemora o gol da vitória sobre o Palmeiras
oram onze jogos de invencibidade após a Copa do Mundo. Depois, o Palmeiras de Tite foi goleado pelo Santos (5 a 1) e recuperou-se derrotando o São Caetano (3 a 1). Com a derrota de ontem, para o Cruzeiro, por 1 a 0, no Mineirão, voltou a velha ameaça de rebaixamento. Afinal, a equipe parou nos 30 pontos ganhos, mesmo número de Atlético-PR, Corinthians, Flamengo (que já a superam pelos critérios de desempate), Ponte Preta (com saldo de gols inferior) e Botafogo (com uma vitória a menos).
Especificamente na partida de ontem, a derrota foi um castigo para os palmeirenses. O gol do Cruzeiro, de pênalti, saiu aos 28 minutos do primeiro tempo. Porém antes e depois disso o Palmeiras foi melhor. Não só chutou três bolas nas traves cruzeirenses como perdeu uma série de grandes oportunidades, principalmente com o atacante Marcinho, no primeiro tempo. “O primeiro tempo foi equilibrado e o Cruzeiro teve oportunidade de definir”, disse o técnico Tite. “No segundo tempo, o Palmeiras tomou conta
do jogo, criou oportunidades e aí teve (obstáculos) no Fábio e no poste, na falta de precisão um pouco maior e um fato que vem se repetindo em relação ao Palmeiras: a arbitragem, sempre que acontecem lances duvidosos, ela é sempre contra.” Segundo o treinador, o lance que decidiu a sorte da partida não aconteceu. “Acho que não foi merecido este resultado”, reclamou Roger. Paulo Baier culpou os erros de finalização: “Tivemos chances e não fomos competentes para fazer o gol. Poderíamos ter saído com a vitória”.
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Passe Livre Série B Camp. Brasileiro Série C
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 18 de setembro de 2006
Num jogo chato como esse, em que o adversário não dá espaço, 1 a 0 já é goleada.” Roger, do Corinthians
CORINTHIANS VENCE PARANÁ E JÁ É 12º
DE NOVO MAGRÃO paSse livre F Futebol é negócio Nelson Antoine/Futura Press
oi um jogo difícil, em que o Paraná, agora 7º colocado no Brasileiro, chegou a chutar uma bola na trave quando o placar ainda apontava 0 a 0. Mas, no final, deu Corinthians, 1 a 0, para a alegria dos 17 051 presentes no Pacaembu. E se a noite de sábado teve um herói ele se chama Magrão, mesmo apelido de Sócrates, maior ídolo corintiano de 1978 a 1984. O ex-volante palmeirense já havia feito seu primeiro gol com a camisa corintiana no meio da semana, contra o Vasco, nos 3 a 1 pela Copa SulAmericana. No sábado, ele marcou novamente. Aos 4 minutos do segundo tempo, aproveitou a sobra em uma jogada confusa na área adversária, em que Amoroso passou pela bola antes de Magrão marcar. “O gol tem o dedo do Leão, porque ele tem pedido para ir à frente”, fez questão de
Roberto Benevides
V Na vitória por 1 a 0 sobre o Paraná, ex-palmeirense marca seu segundo gol pelo Corinthians e já se candidata a ídolo da torcida
lembrar o jogador. “Vontade não vai faltar para mim nunca, mas fazer gol não é comum, não vai acontecer sempre.” C o m o M a g r ã o , o C o r i nthians não apresentou grande técnica e habilidade, mas ga-
nhou no coração. O primeiro tempo foi equilibrado. No segundo, depois do gol, o Paraná pressionou em busca do empate, sem sucesso. O resultado levou o Corinthians a 30 pontos e o afastou da zona de rebaixa-
mento. Em 12º lugar, a equipe já sonha com uma vaga na Libertadores de 2007. Mas Leão contém a euforia: “Estamos vivendo um momento bom, mas não quero a pressão de Libertadores agora”.
em aí a Timemania, inventada pelo governo e aprovada pelo Congresso para anistiar as dívidas dos clubes de futebol com o poder público. A conta vai para o torcedor. Quem apostar na Timemania, versão visual da Megasena com os escudos dos clubes no lugar das dezenas, ajudará a pagar a dívida. É absurdo, mas aposta quem quiser. Ao que tudo indica, porém, a torcida não terá escolha na hora de dividir a conta da Copa do Mundo de 2014. Um dos mais cobiçados negócios dos próximos tempos ganhou sinal verde do presidente Lula no discurso em que sancionou a Timemania no meio da semana passada: a construção de estádios para a Copa. São necessários 12 novos estádios, segundo Lula, disposto a financiar a construção com dinheiro do BNDES. O Brasil realmente precisa de estádios se quiser salvar uma fatia do mercado cada vez mais globalizado do futebol. Além disso, não há a mínima chance de uma Copa do Mundo nos atuais estádios brasileiros. Parece, então, que a construção de novos estádios será um bom negócio. Se fosse um negócio de retorno garantido, empresários privados teriam levantado a bola antes do governo e já estariam cuidando de projetos e recursos. Nenhum empresário entrou em campo até agora. A receita de um estádio no Brasil limita-se à bilheteria ou ao aluguel e a umas poucas placas de publicidade. Não dá para cobrir as despesas. Por enquanto, é um jogo em que não deveria entrar dinheiro público, ainda que na forma de financiamento. O risco é alto. O futebol poderia ser um foco de dinamismo em nossa economia, mas não é e, pior ainda, acostumou-se a não pagar as contas. Antes de pensar na construção de estádios, é preciso saber que uso terão nos anos seguintes à Copa. Nosso futebol já não lota nem os estádios atuais. A idéia de trazer a Copa para o Brasil só tem sentido dentro de um projeto mais amplo de reinvenção do futebol brasileiro como negócio. Do contrário, não valerá os bilhões de dólares que o BNDES, sob ordem presidencial, se disporá a emprestar.
UFA!
TIME CASEIRO
Muricy Ramalho deve estar aliviado com os 2 a 0 sobre o Inter, mas tinha razão de reclamar dos muitos que dele andaram reclamando depois que o São Paulo perdeu a Libertadores e um pouco de fôlego no Campeonato Brasileiro. Criticar um técnico porque ele comandou o time em três competições que lhe valeram o triplo vice é algo que só acontece no Brasil. Muricy não perdeu o Paulistão, a Libertadores e a Recopa Sul-Americana. Ao contrário, levou o time a disputar os três títulos, perdidos em campo pelos jogadores.
Vanderlei Luxemburgo tem pedido mais carinho no tratamento dispensado ao Santos neste Brasileirão com o argumento de que a equipe está na linha de frente, oscilando entre o quarto e o segundo lugar, mas é tratada como intrusa no bloco que tem São Paulo, Inter e, agora, Grêmio. Tem algumarazão o técnico santista, mas a verdade é que o Santos ainda está devendo um bom futebol e faz uma campanha muito boa na Vila Belmiro, mas desastrosa fora de casa, como comprova a derrota para a Ponte Preta por 1 a 0. Em casa, o Santos venceu nove de 11 jogos; fora, venceu dois de 13.
*Com Agência Estado e Reuters
SÉRIE B
SÉRIE C
A vez do Paulista Sérgio Assis/AE
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epois de Guarani, Santo André e Marília, chegou a vez do Paulista ocupar a condição de melhor time do Estado de São Paulo na Série B, ainda que distante da zona de acesso para a Série A do Brasileiro do ano que vem. Jogando em Jundiaí no sábado, o Paulista goleou o lanterna Ceará por 4 a 0, com três gols d e Ví t o r S a n t a n a e u m d e Glaydson, e, com este resultado, alcançou a sexta posição. O Marília, que era o melhor entre os paulistas até a semana passada, foi a Natal, onde perdeu para o América-RN, por 1 a 0, na noite do sábado. Acabou, assim, sendo ultrapassado também pelo Santo André, que, na sexta-feira, havia empatado em casa com o Paysandu por 1 a 1, gols de Zé Augusto, para os paraenses, e Vânder, para os paulistas. O Guarani perdeu de virada para o Avaí, em Florianópolis, por 2 a 1 (Alex Afonso, para o Guarani, Edílson e Sandro Silva, para o Avaí). Agora, a equipe de Campinas amarga uma perigosa 14ª colocação, bem mais próxima da zona de rebaixamento que da de acesso para a Série A. O Ituano, que até agora não conseguiu ganhar jogando em casa, perdeu outra, agora fora:
2 a 0 para o Brasiliense. Assim, o time de Itu é 17º, e já passa a figurar na zona de rebaixamento para a Série C. Pior que o Ituano, entre os paulistas, só mesmo a Portuguesa. Jogando no sábado no Parque Antarctica (o Contru interditou o Canindé), a Lusa, que já vinha de uma derrota para o América por 2 a 0, em Natal, no meio da semana, não conseguiu ir além de um empate por 0 a 0 com o Gama. Agora, a Portuguesa é a penúltima colocada, à frente, apenas, do Ceará, que tem um ponto menos, e continua cada vez mais candidata ao rebaixamento para a Série C. Paulistas à parte, a rodada manteve o Náutico na liderança, apesar da derrota por 1 a 0 para o Vila Nova, em Goiânia, na sexta-feira. Isso porque o Coritiba, único time que poderia ultrapassá-lo nesta rodada, também perdeu, no sábado: 2 a 0 para o Sport, na Ilha do Retiro. Com o resultado, o RubroNegro do Recife passa a ocupar a segunda colocação, formando dobradinha pernambucana na ponta da Série B. Quarto colocado e, portanto, ainda dentro da zona de acesso à Série A do ano que vem, o Atlético-MG foi a Belém enfrentar o Remo, até então o lanterna da competição.
23ª rodada Náutico 4 x 1 Guarani Marília 0 x 1 Ituano América-RN 2 x 0 Portuguesa Coritiba 0 x 2 Brasiliense Santo André 1 x 1 Ceará Remo 2 x 0 Sport Vila Nova 2 x 0 Avaí Atlético-MG 2 x 0 Paulista Gama 3 x 2 CRB São Raimundo 1 x 1 Paysandu 24ª rodada Santo André 1 x 1 Paysandu Vila Nova 1 x 0 Náutico Remo 2 x 1 Atlético-MG Sport 2 x 0 Coritiba Brasiliense 2 x 0 Ituano Portuguesa 0 x 0 Gama Avaí 2 x 1 Guarani Paulista 4 x 0 Ceará São Raimundo 2 x 0 CRB América-RN 1 x 0 Marília
Time de Glaydson, que fez um dos 4 a 0 no Ceará, é o melhor do Estado
Sofreu um gol de Landu, empatou com Roni, de pênalti, mas acabou derrotado por 2 a 1, gol de Zé Soares. Se não influenciou muito na colocação do Atlético, o resultado foi redentor para o Remo: graças a essa vitória, a equipe não só
conseguiu deixar a última colocação como subiu para 18º, à frente da Portuguesa e do Ceará. Na partida que completou a rodada, também no sábado, o São Raimundo fez 2 a 0 no CRB. Os amazonenses estão em 16º e os alagoanos, em 13º.
Barueri segue melhor que o Noroeste
A
o final dos jogos de ida da terceira fase da Série C, os dois clubes paulistas que ainda participam da competição ocupam posições antagônicas. No Grupo 28, o Grêmio Barueri chegou a seis pontos ganhos, o mesmo número do líder Criciúma, ao derrotar o J. Malucelli, fora de casa, por 2 a 1, ontem, no Paraná. No Grupo 27, o Noroeste perdeu em casa, para o Ipatinga-MG, também por 2 a 1, e agora é o último colocado, com um único ponto. O Bahia, que venceu o Ananindeua, por 1 a 0, em Salvador, é o único time com 100% de aproveitamento nesta fase e já está praticamente classificado para a fase final, em que oito equipes jogaram em turno e returno. Os quatro primeiros sobem para a Série B em 2007.
Classificação
P
V
S
1 Náutico
41
12
10
41
2 Sport
40
11
14
35
3 Coritiba
39
11
6
39
4 Atlético-MG
38
10
12
39
5 América-RN
37
12
2
36
6 Avaí
36
10
-1
22
7 Paulista
35
9
5
35
8 Brasiliense
34
10
9
36
9 Paysandu
34
9
2
34
10 Santo André
33
8
2
27
11Marília
32
8
5
31
12 Gama
31
9
-7
32
13 CRB
30
8
-3
35
14 Guarani*
30
8
-6
32
15 Vila Nova
29
8
-5
29
16 São Raimundo
29
7
-6
25
Tuna Luso-PA 3 x 0 Treze-PB; Vitória-
GP
RESULTADOS: Grupo 25 - Rio Negro-AM 0 x 2 Ferroviário-CE; BahiaBA 1 x 0 Ananindeua-PA. Grupo 26 -
17 Ituano
27
6
-3
30
BA 3 x 2 River-PI. Grupo 27 - Noroes-
18 Remo
25
7
-13
30
te-SP 1 x 2 Ipatinga-MG; Anapolina-
19 Portuguesa
24
5
-11
24
GO 1 x 1 Brasil-RS. Grupo 28 - J. Ma-
20 Ceará
23
4
-12
24
lucelli-PR 1 x 2 Grêmio Barueri-SP;
*Perdeu 3 pontos no STJD.
América-MG 3 x 2 Criciúma-SC.
8
DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 2006
LANÇAMENTO Divulgação
Novo Polo, novo preço. Menor! No lançamento da atualizada família Polo, a versão mais vendida mudou de preço. Creia, diminuiu! ANDERSON CAVALCANTE/ANTONIO FRAGA
Volkswagen venderá em sua rede autorizada, ainda este mês, o novo Polo. Segundo a empresa, o carro produzido há pouco mais de quatro anos no Brasil será a grande estrela do estande da marca no próximo Salão Internacional do Automóvel, em São Paulo, de 19 a 29 de outubro, no Anhembi. As mudanças não foram radicais no carro, mas vale lembrar que o modelo antigo já era um veículo com tecnologia, conforto e requinte. O presidente da Volkswagen do Brasil, Hans-Christian Maergner, explica esta "atualização" como uma necessidade natural de mudança e manutenção e de mantê-lo competitivo. "Esses novos modelos reiteram a busca do state of the art na construção de carros compactos e, novamente, alinham o Brasil ao que está sendo produzido na Europa", destaca o executivo. Outro motivo para não arriscar em grandes mudanças são as pesquisas semestrais realizadas junto ao consumidor, que apontam um índice de satisfação do cliente de 96%, indicando que o Polo é um carro que atende suas expectativas.
A
Família – Inicialmente em três versões,
Ainda que seja um bom carro, tenha um bom motor, confortável e sucesso na Europa, o Polo no Brasil ainda não emplacou. Mas desta vez a VW aposta que vai atingir o gosto do nosso consumidor.
R$ 54.264, contra os R$ 53.135. O esportiva GTI, com 150 cv, exibido pela primeira vez no Salão Internacional de Tóquio, deverá também ser apresentado por aqui no Salão de São Paulo. a de entrada da família é a Hatch 1.6 Total Flex, mesmo com a adição de sensor de estacionamento: vai custar os mesmos R$ 39.990 de antes. O modelo sedan completa as duas outras versões, diferenciadas pela motorização. No Polo Sedan 1.6 Total Flex, o mais vendido o preço caiu de R$ 43.174 para R$ 41.990. O top de linha, Sedan 2.0, a gasolina, custará
Injustiçado - Sem motivo justificável, o VW Polo nunca foi do agrado do brasileiro - ainda que a marca aqui tenha, até agora, feito pouco esforço para reverter isso - diferente do europeu, que aprova o modelo . Como o anterior, o novo Polo é dos melhores do segmento para se dirigir: silencioso, confortável, estável e com bom desempenho. O design segue a tendência adotada pela marca alemã para toda a sua linha, com a grade em forma de "V". Na traseira as lanternas têm círculos cromados nas principais funções. De uma maneira geral, tirando as alterações estéticas, o Polo não recebeu modificações significantes. A posição de dirigir é muito agradável, isso graças às diversas opções de regulagem do volante e do banco, que proporcionam achar a posição ideal. Praticamente todos os comandos estão à mão. Andando o carro continua macio e silencioso. O câmbio de cinco marchas tem engates precisos e macios, mas poderia ser um pouco mais "ligeiro" nas trocas. E, principalmente no 2.0 Sedan, falta a opção do câmbio automático. A estabilidade e os freios são eficientes e não decepcionam, transmitindo confiança ao motorista. "Na mão" - Durante o teste, mesmo em velocidades elevadas, o Polo não saiu de traseira e sempre esteve na "mão". No limite tem tendência a sair de frente, mas nada que uma leve aliviada no acelerador não conserte. Ou seja, é um carro muito
confiável. Segundo números do fabricante, o Polo com motor 1.6 litro de 8 válvulas e flexível, abastecido apenas com álcool, tem 103 cv de potência e acelera de 0 a 100 km/h em 11,2 segundos. A máxima, 189 km/h. Na cidade roda 8 quilômetros com 1 litro de álcool e, na estrada, faz 11,3 km/l – média de 9,5 km/l. Com gasolina, o mesmo Polo Hatch 1.6 desenvolve potência de 101 cv a 5.750 rpm, velocidade máxima de 187 km/h e 0 a 100 km/h em 11,4 segundos. Com 1 litro de gasolina, o modelo roda na cidade 11,9 km e, na estrada, 17,4 km, perfazendo média de 14,4 km/l. Já o Polo Sedan equipado com motor 1.6 litro flexível acelera de 0 a 100 km/h (álcool) em 11,2 segundos e atinge 175 km/h de velocidade final. Ele faz 7,7 km/l na cidade e 11,1 km/l na estrada (média de 9,2 km/l). Abastecido só com gasolina, leva 11,4 segundos para acelerar a 100 km/h e alcança 173 km/h. Na cidade, o consumo é de 11,5 km/l e, na estrada, 17 km/l (média de 14 km/l). Já o top de linha, o Polo Sedan 2.0 litros, ainda não foi "agraciado" com motor flexível (que anda com álcool ou gasolina ou a mistura de ambos), já que ele é importado da Alemanha. Esse alemão oferece 116 cavalos de potência máxima a 5.200 rpm. Ainda segundo números da Volkswagen do Brasil, o modelo desenvolve uma velocidade máxima de 201 km/h e acelera de 0 a 100 km/h em 10,3 segundos. O consumo na cidade é 10,8 km/l e, na estrada, 15,8 km/l (média de 13,1 km/l).
Dois motores: hatch 1.6 e sedan 2.0
segunda-feira, 18 de setembro de 2006
Tr i b u t o s Empresas Nacional Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5
FABRICANTE CONFIA NA DEMANDA DE VINHOS
Cama, Mesa e Banho , no Sebrae, expôs produtos brasileiros para varejistas das grandes redes
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o açã
Paulo Pampolin/ Hype
Leonardo Rodrigues/ Hype
Fernando Autran, da Champanheria: espumantes nas festas
Eduardo Paes de Andrade, gerente da Expand: aposta no público jovem para ampliar mercado de vinho
UM VERÃO COM SABOR DE ESPUMANTE
U
ma taça de espumante bebida na praia em pleno verão brasileiro. A cena, que poderia ser considerada improvável há alguns anos, é a aposta de fabricantes do produto para o incremento do mercado nacional. Ações de degustação da bebida nos litorais paulista, do Rio de Janeiro e de Salvador, em janeiro de 2007, são passos da brasileira Salton rumo à expansão do consumo da bebida no País. Depois de um teste feito em São Paulo no verão passado, a empresa garantiu a investida. "Com o tempo, é até possível pegarmos parte do mercado de cerveja. Para isso, precisamos de maior divulgação e agressividade", afirma o diretor-presidente da vinícola, Ângelo Salton Neto. A principal concorrente da marca, a multinacional Chandon, segue a mesma estra-
Divulgação
tégia. A empresa deverá aplicar 15% de toda a sua verba de marketing de 2007 para ações de verão nos mesmos locais, além da cidade de Florianópolis. Bebida servida gelada, o espumante, sinônimo de sofisticação e glamour, já tem apelo para encarar também desafios como as noitadas em casas de espetáculos e danceterias. "Champanhe" e balada são uma combinação que se revela possível e indica um novo caminho a ser seguido para o alcance do objetivo de tornar a bebida mais acessível a diversos públicos, tanto de renda quanto de idades variadas. Chandon – Para isso, as fabricantes apostam fortemente na versão mini do espumante, normalmente em garrafinha de 187 mililitros, com canudo. O produto responde atualmente por 15% das vendas da multinacional Chan-
Ângelo Salton: atrás das cervejas
don, com produção em Garibaldi (RS). Criado em 1998, só c o m e ç o u a re c e b e r m a i o r atenção em 2001 pela empresa. "O crescimento aconteceu pela desmistificação do espumante", afirma o diretor de vendas da Chandon, Gontijo
Jordan Pinto, ressaltando a opção dada para o "consumo prático" do produto. A Expand, importadora e também produtora de vinhos, é outra que acredita que agora é o tempo certo para esse tipo de item. Há quatro anos, a empresa investiu na venda de uma versão francesa. "Não houve aceitação e tivemos perdas", diz o gerente de produtos da Expand, Eduardo Paes de Andrade. O início da popularização do espumante e o crescimento do mercado de vinhos no Brasil são fatores considerados pela empresa para o lançamento da versão mini de seu próprio espumante. Georges Aubert – O lançamento de produtos é uma das estratégias para criar o hábito de consumo em novos públicos, segundo a Georges Aubert. "Nos últimos dez anos, temos trabalhado para aumen-
Artesanato rumo às grandes redes
P
equenos artesãos do Estado de São Paulo começam a encontrar o caminho das pedras para chegar a grandes redes varejistas, como a Tok&Stok, Etna e as bandeiras do Grupo Pão de Açúcar. É o caso do pequeno empresário Fábio Martins, que lançou a marca Aromas & Cia. Para perfumar o quarto, cozinha e banheiro, o empreendedor criou uma linha que tem desde sachês para armários e água perfumada para lençóis a antiodores de geladeiras. "Quero fazer contato com os comerciantes para que eles conheçam meu trabalho", disse o empresário, que participou da Mostra Paulista de Cama, Mesa e Banho, no Centro Empre-
endedor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP). "Nosso principal objetivo é firmar parceria com lojistas do ramo de cama, mesa e banho para que eles possam vender os produtos da marca como agregados desses enxovais", afirmou Martins. "Apostamos nos cheirinhos brasileiros, como as essências de maracujá, gengibre e castanha", completou. A marca da empresária Ana Paula Rosa, a Bem Brasileiro, é especializada em jogos americanos com temas especiais. "Temos peças prontas, mas também fazemos sob encomenda, para combinar com a louça, a toalha de mesa e os guardanapos do cliente", dis-
se a arquiteta e artesã. Os preços das unidades podem variar de R$ 6,80 a R$ 12 para lojistas. Nos mesmos estilos, Ana Paula ainda cria aventais customizados. Renda – Raro é encontrar alguém que saiba tecer a renda renascença, criada em Veneza no século XVI. E é exatamente isso o que faz a artesã Creuza Batista Silva. "Há toalhas que levam quatro meses para ficarem prontas", contou. Custam R$ 1,5 mil para os lojistas. Mas há trabalhos mais simples, como os caminhos de mesa, ao preço médio de R$ 80. Unir lojistas e artesãos autônomos em oportunidades de negócios foi o principal objetivo do evento, que aconteceu
no último final de semana. "Queremos chamar a atenção dos lojistas e atacadistas para a relação custo-benefício das peças artesanais do segmento de cama, mesa e banho", disse a gerente da Unidade de Acesso a Mercados do Sebrae em São Paulo, Lílian Fusco. Grandes redes de varejo, como Pão de Açúcar, Etna e Tok&Stok passaram por lá para negociar os produtos direto com os artesãos. Serviço – Os lojistas que se interessarem pelas peças dos artesãos conveniados com o Sebrae-SP, sobre esse ou outros eventos, podem contatar a entidade pelos telefones (11) 2109-5718 ou (11) 2109-5704. Sonnaira San Pedro
tar o consumo, e conseguimos", diz a diretora-executiva da marca, Deyse Tanuri. Em 1999, a empresa lançou a versão mini do espumante. O tradicional consumidor da bebida, porém, com idade superior a 30 anos, preferiu manterse fiel ao formato original do produto. O erro estava no alvo e não na forma. Em agosto deste ano, duas garrafinhas de tipos diferentes do espumante tiveram embalagens redesenhadas para o público jovem, entre 18 e 25 anos. Em menos de 30 dias, a empresa já agendava reuniões na área de marketing para redefinir estratégias, tal o sucesso obtido. "Atingimos o público certo. Não estamos conseguindo atender a todos os pedidos", diz Deyse. A vinícola esperava um aumento de 20% nas vendas. Está tendo de enfrentar uma demanda 140% maior e investin-
do US$ 100 mil em máquinas. Pão de Açúcar – O grupo de supermercados Pão de Açúcar trabalha com um item argentino, mas, segundo o gerente de compras de alcoólicos, Rodrigo Adura, as vendas ainda não são signi-ficativas. De acordo com ele, 10% das vendas são referentes a espumantes, incrementadas graças ao produto nacional. "São competitivos pela qualidade e pelo preço", afirma. A empresa comercializa espumantes nacionais, argentinos, espanhóis, franceses e italianos. O público c o n s u m i d o r, n a maioria, é aquele que já costuma comprar vinhos de qualidade com preço superior a R$ 10, revela Adura. Lorena Vieira
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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 18 de setembro de 2006
SAMSUNG LANÇOU TV DE PLASMA DE 80 POLEGADAS
INDÚSTRIA APRESSA LANÇAMENTOS
Gradiente e Philco lançaram rádio-relógio com entrada para o Ipod da Apple.
Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype
Fabricantes apresentaram na 10º edição da Hi-Fi Show equipamentos de áudio e vídeo que devem chegar logo ao mercado. Destaque foi a casa digital.
I
magine comandar sua casa com o toque de alguns botões. Da sala, você programa a hidromassagem na intensidade e temperatura ideal e a banheira estará esperando por você em poucos minutos. Ou então, feche as cortinas, apague as luzes e escolha um filme sem levantar do sofá. E, esparramado na poltrona, você pode dar os comandos para que o microondas prepare aquela pipoquinha de última hora. Eis o conceito da casa digital, desenvolvida no Brasil pela Audiovision e com os comandos em português. "O controle remoto chefia qualquer aparelho mecânico da casa por radiofreqüência", explicou o diretor comercial da marca, João Manoel de Carvalho. "Custará entre R$ 10 mil a R$ 50 mil, de acordo com a sofisticação". Essa é uma das novidades que devem chegar ao mercado brasileiro nos próximos meses e das que mais chamaram atenção no 10º Hi-Fi Show, que terminou ontem no Centro de Convenções do Anhembi e reuniu novidades nas áreas de áudio, vídeo, multimídia e automação. Uma TV de 80 polegadas, a
maior comercializada no mundo, foi a vedete entre os aparelhos televisores expostos na feira. Quem traz a novidade para o mercado é a marca Samsung, ao preço de R$ 299 mil. "Apesar de o valor ser acessível a poucos, já negociamos alguns aparelhos no último mês", disse o responsável pelo marketing, Evandro Vieira. E a marca também trabalha no lançamento do sucessor do DVD player, o Blu-Ray, aparelho que mais parece um videocassete e deve chegar por aqui até o final de 2007. A grande vantagem é que ele oferece resolução de imagem três vezes maior que a de um DVD player convencional. "Já é vendido no mercado americano ao preço equivalente a R$ 2,3 mil", afirmou Vieira. "Tentaremos baratear o produto quando ele chegar por aqui, pois esse valor corresponde a cinco aparelhos de DVD". Quem também investe pesado na imagem é a Semp Toshiba. A marca espera o Natal para lançar por aqui um DVD player com memória de 15 GB. "Isso significa que ele pode armazenar até quatro filmes, imagens e som", explicou o
Os televisores de plasma estão cada vez maiores e os preços estão caindo a uma taxa de 11% ao ano
João Manoel de Carvalho, da Audiovision: super controle remoto
promotor de vendas, Luís Alfredo dos Santos. O aparelho tem entrada para cabo USB, que permite receber os arquivos baixados da internet. "Nos Estados Unidos, onde o equipamento já é comercializado, custa US$ 450. Estamos estudando a concorrência para determinar qual será o preço no Brasil", disse Santos.
O que ainda não tem preço definido é a TV de LCD que a Semp Toshiba acaba de lançar no mercado japonês e que logo pode estar na sala dos brasileiros. O aparelho tem 43 polegadas e o dobro de resolução da imagem dos televisores de LCD que existem no mercado. Segundo dados do setor, o mercado de vídeo cresceu 20% nos últimos dois anos. As novas marcas que chegam ao Brasil apostam num crescimento de 50% até 2008, num cenário onde os preços continuam caindo 11% ao ano.
A Samsung aposta nas telas de plasma e no aparelho BluRay, cuja tecnologia pode substituir os atuais DVD players, segundo Evandro Vieira
Hi-Fi Show reuniu novidades em áudio, vídeo e automação
Avanço moderado – A Philco e a Gradiente, marcas unidas desde outubro do ano passado, vão com mais calma quando o assunto é a transição para as TVs modernas, mesmo lançando linhas de plasma no mercado. "Não é todo mundo que pode ter em casa uma televisão dessas, por isso fazemos campanhas para vendermos os aparelhos convencionais, mais antigos", afirmou o diretor da Philco e da Gradiente, Fernando Fischer. "Fecharemos 2006 com aproximadamente 10,5 milhões de televi-
sores tradicionais vendidos, número que deve cair para oito milhões no ano que vem". A grande novidade da marca são os rádio-relógios com entrada para Ipods, os tocadores de MP3 da Apple. "Foi com essa marca que nos associamos para lançar um aparelho que toca as músicas dos Ipods, e ainda carrega a bateria deles, coisa que só os computadores faziam até então", explicou Fischer. "É a união das tecnologias em produtos multifuncionais, a grande tendência do mercado." Sonnaira San Pedro
FUNDO DE PENSÃO Brasil Telecom tem futuro incerto
O
futuro da Brasil Telecom (BRT) e, por conseqüência, da Tim Participações, é incerto no Brasil. A Previ, o fundo de pensão dos empregados do Banco do Brasil, informou que deve vender sua participação na BRT. O presidente da Previ, Sergio Rosa, disse que o fundo procurou a Telecom Itália – detentora de papéis da Brasil Telecom – para oferecer suas ações, mas acabou sendo pego de surpresa com o interesse dos italianos em vender sua fatia da empresa Rosa, que participava do seminário de fundos de pensão da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), que aconteceu durante o último final de semana, informou que a decisão de vender os papéis para a Telecom Itália era avaliada como "usual", já que a empresa atua no setor de telefonia. "A mudança de presidente da Telecom Itália paralisou todas as negociações. Agora aguardamos o resultado da reestruturação deles." Na Itália, a situação da empresa se complicou com a renúncia do chairman do grupo, Marco Tronchetti Provera. A renúncia forçou o primeiro-ministro italiano Romano Prodi a ceder diante das pressões da oposição para a instauração de um questionamento parlamentar que investigará as razões da crise da Telecom Itália. Compradores – Já em rela-
Eugene Hoshiko/Reuters
Na Itália, Prodi cede à pressão
ção a uma possível compra da Tim Participações pela Brasil Telecom, Rosa classificou a operação como: "Em tese pode acontecer". Para ele, como se trata de uma empresa de Telefonia, a Brasil Telecom acompanha todo o mercado, não a Previ. Caso uma proposta seja apresentada, o conselho do fundo fará uma avaliação do processo. Dentro do mercado financeiro, a informação é de uma possível compra da Tim Participações pela Brasil Telecom, que depois pulverizaria suas ações junto com as da empresa de telefonia celular na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A Petros, o fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, informou que não tem interesse em comprar a Tim Participações. O presidente da companhia, Wagner Pinheiro, classificou os papéis das empresas de telefonia como de baixa rentabilidade. "O foco da Petros, em médio prazo, é tirar de sua carteira todas as participa-
ções em empresas de telefonia", informou Pinheiro. Reajuste – O percentual de contribuição dos funcionários da Petrobras para o Petros será reajustado nos próximos meses. A decisão, segundo Pinheiro, que comentou o tema durante o Seminário Fundos de Pensão e o Impacto nos Cenários Econômicos, Previdenciário e Social, é uma alternativa para reduzir o déficit da empresa. Ele disse ainda que o total arrecadado é de R$ 720 milhões e o percentual de benefícios pagos é de R$ 1,5 bilhão. "A conta precisa ser equacionada", disse. Hoje, o funcionário da ativa da Petrobrás contribui, em média, com 12,9% do salário para o fundo de pensão. Para acertar a balança entre receita e pagamentos, o fundo ofereceu a vinculação dos reajustes dos inativos à inflação e não mais aos aumentos concedidos aos funcionários da ativa. Perto de 53% dos funcionários foram favoráveis, mas foi insuficiente para alterar o indexador de reajuste, além de possíveis reduções de benefícios. A diretoria da Petros tomará a iniciativa de implementar as mudanças sem consultar os funcionários da Petrobras, o que é permitido por meio de uma lei complementar de número 6.435, que instituiu os fundos previdenciários fechados. A empresa ainda não definiu o valor dos reajustes. Davi Franzon
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Paulo Pampolin/Hype - 23/06/2005
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 18 de setembro de 2006
Paulo Pampolin/Hype
1 O trânsito de São não tem como suportar as faixas exclusivas. Salomão Rabinovich, diretor do Cepat e presidente da Avitran Milton Mansilha/Luz - 08/08/2006
Roberto Scaringela: objetivo é conscientizar a população sobre a prevenção de acidentes
Salomão Rabinovich: solução para acidentes passa por radical mudança cultural
Evandro Monteiro/Digna Imagem
Paulo Pampolin/Hype
Antônio Simas de Mattos: viável como teste, mas cético quanto a resultados práticos
Adriano Murgel Branco: é bastante possível que as questões de segurança melhorem
Flávia Gianini
mas faixas. O que tem de mudar é a cultura da pressa a qualquer custo, que faz mais vítimas entre os motoqueiros. "O trânsito de São não tem como suportar as faixas exclusivas. Melhorias no trânsito demandam sensibilidade e não soluções aparentemente fáceis", afirmou. A Companhia de Engenharia e Tráfego (CET) estima que morre um motociclista por dia em São Paulo. Para o Cepat, esse número é três vezes maior. Motociclistas estão no topo da lista de acidentes entre condutores de veículos automotores. Dados do Cepat, apontam que além das três ocorrências fatais, outras duas ficam ficam permanentemente inválidas. Correndo contra o tempo pelas ruas de São Paulo, quase todos os motoboys por profissão já perderam colegas e têm histórias sem finais felizes. Mas sempre voltam para as motos. "Meu melhor amigo morreu em um acidente há três anos, disse o motoboy Rodrigo Giovaninni. "Os jovens são tolhidos na sua idade mais produtiva. E mesmo quando não deixam o motofrete por acidente, saem por questões de saúde", afirmou Rabinovich. Em oito anos, em média, o uso da moto como profissão causa lesões graves da coluna. Mas os próprios motoqueiros reconhecem sua parcela de culpa na raiz dos acidentes. "A cidade não tem mais espaço e, mesmo assim, ninguém cede. Todos acham que estão certos. Ninguém, nem mesmo os motoboys, tem educação", resumiu o motoboy Giovaninni. Um recente teste feito pelo Cepat pode indicar que o número de acidentes em São Paulo é bem mais alto do que os divulgados pelas autoridades. Especialistas e profissionais da Avitran e do Cepat analisaram o trânsito em 40 quilômetros de vias do Centro expandido e marginais. No espaço de tempo que durou o teste, foram registrados, em média, 140 "quase acidentes" ou acidentes fatais em potencial. Sumaré – Escolhida pela CET como piloto para a faixa exclusiva, a avenida Sumaré não tem grande freqüência de motocicletas (cerca de 300 por hora) e está longe de ser a mais problemática de São Paulo. Contudo, segundo a CET, a idéia é estender a implantação a faixa exclusiva para motos em outras avenidas. "A Sumaré e a João IV foram escolhidas por sua geografia, já que não demandaram grandes obras", explicou Scaringella. Mas especialistas e motoqueiros discordam da escolha. "Se a avenida não apresenta necessidade da faixa, como o teste será válido?", questionou Rabinovich. Vilãs – As avenidas Rebouças, 23 de Maio e as marginais são apontadas como as vilãs dos acidentes de trânsito envolvendo motoqueiros. "Como teste pode até ser viável, mas não veremos resultados práticos. É só olhar a Faixa Cidadã da Rebouças", afirmou o proprietário da empresa de motofrete West Line, Antônio Simas de Mattos. Implantada a há alguns meses, a faixa da Rebouças é opcional. E bastam apenas alguns minutos para perceber que ela não é usada pelos motoqueiros nem respeitadas pelos motoristas. "Tem que experimentar para ver, mas é bastante possível que as questões de segurança melhorem", afirmou o engenheiro e ex-secretário de Transporte de São Paulo, Adriano Murgel Branco. Ele reforça a tese de que o uso de motocicletas é positivo para a cidade, já que elas poluem menos e ocupam menos espaço.
les são 300 mil a cortar e a costurar o já maluco trânsito da capital. De um a três deles morrem por dia nas ruas e avenidas da cidade. Têm entre 18 e 35 anos e, na grande maioria das vezes, morrem trabalhando. Mais: o número de mortes cresce à preocupante razão de 20% ao ano. Os acidentes envolvendo motoqueiros na cidade de São Paulo acenderam a luz vermelha nos gabinetes das autoridades de trânsito do município e, para tentar reverter essa situação que já beira a calamidade, a partir de hoje começa a funcionar, ainda que em caráter experimental, a faixa exclusiva para motociclista nas avenidas Sumaré e João VI, na zona oeste. Será uma tarefa difícil. Apesar de louvável e necessária, a medida ainda é vista com reservas por motoqueiros e por especialistas em tráfego e em segurança de trânsito. Não que a desaprovem. Apenas acham que uma solução efetiva para os acidentes passa, antes de mais nada, por uma profunda mudança de cultura. Seja como for, essa também é a opinião do presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o engenheiro Roberto Scaringella, que falou com o Diário do Comércio. Segundo ele, "em relação aos motoristas de carros, os usuários de motocicletas têm dez vezes mais chances de sofrer um acidente de trânsito". Por isso, segundo o engenheiro, a função da faixa exclusiva para motocicletas é, primeiramente, pedagógica. "Seu objetivo é conscientizar a população sobre a prevenção de acidentes, com campanhas de segurança e sinalização educativa. Faremos um trabalho de orientação dos motoristas e dos motociclistas, com a colocação de placas, cartazes e a distribuição de panfletos. A fiscalização será feita por agentes de trânsito" (os marronzinhos). Como o nome diz, a faixa será exclusiva para motociclistas. Por isso, o motorista que invadi-la corre o risco de ser multado. Se apanhado em infração, terá de pagar multa de R$ 127, mais cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação. Mas tal rigor não chega a sensibilizar os motoqueiros. Na verdade, eles estão céticos. Não acreditam que a multa vá inibir os motoristas. "Se a multa por excesso de velocidade é mais que R$ 500 e não resolve o problema, não serão R$ 127 que vão resolver", afirmou o motoboy André Canela. Para chegar à faixa exclusiva, a CET realizou estudo e os resultados mostraram uma situação que é do conhecimento de todos, motoristas e motoqueiros. Carros mudam de faixa de trânsito sem sinalizar e as motos costuram entre as faixas. A mistura desses dois ingredientes é explosiva e, claro, leva a graves acidentes. Motoboy há 10 anos, há seis anos Canela sofreu um acidente no qual fraturou a clavícula, o braço, a perna e seis costelas. Ficou impossibilitado de trabalhar por sete meses, mas voltou para as ruas. "Procuro outro serviço. O risco de trabalhar com moto é alto e o dinheiro, hoje, só da para manutenção e prestação da moto", disse. Comportamento – Para o diretor do Centro de Psicologia Aplicada ao Trânsito (Cepat) e presidente da Associação das Vítimas de Trânsito (Avitran), Salomão Rabinovich, todos os tipos de veículos deveriam compartilhar as mes-
Paulo Pampolin/Hype
Paulo Pampolin/Hype
Repare bem nas três fotografias acima. Elas revelam situações absurdas no trânsito da avenida Rebouças. Na foto maior, no alto, A Faixa Cidadã para motociclistas está invadida por automóveis. Na mesma foto, a placa que pede para que os motociclistas não circulem entre as faixas é completamente desmoralizada. As duas fotos menores, acima, falam por si: motoqueiros e automóveis na faixa que deveria ser apenas dos ônibus.
FAIXA EXCLUSIVA PARA MOTOS SERÁ TESTADA HOJE NA AVENIDA SUMARÉ Número crescente de acidentes envolvendo motociclistas acendeu uma luz vermelha nos gabinetes dos responsáveis pelo trânsito na cidade. Criação de faixa exclusiva para motos na avenida Sumaré é vista com reservas por especialistas e por motoqueiros. Para o presidente da CET, Roberto Scaringela, ela representa um bom ponto de partida. Hoje é dia de teste.
Na página seguinte, mais sobre a faixa para motos
Pablo de Sousa
Nº 138 São Paulo, 18 de setembro de 2006
DCARR
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Divulgação
Paris, o Salão, começa dia 30 e vai até 15 de outubro, com o Renault Nepta. Em São Paulo: de 19 a 29 de outubro. Página 7. Divulgação
Já nas ruas, a nova cara do Polo, o bom Volkswagen que o público não reconhece como tal. Na página 8.
ELE CHEGOU... Carro da Citroën chega para mexer com mercado PÁGINAS 4 E 5
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 18 de setembro de 2006
Indicadores Econômicos
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8,16
por cento é a taxa média cobrada pelos bancos no cheque especial este mês, de acordo com pesquisa de juros bancários do Procon-SP.
15/9/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 13/09/2006 13/09/2006 13/09/2006 13/09/2006 13/09/2006
P.L. do Fundo 8.759.121,59 1.438.810,28 7.786.227,39 13.324.973,44 1.260.860,42
Valor da Cota Subordinada 1.188,252595 1.083,259200 1.157,646809 1.115,695522 1.077,403400
% rent.-mês 1,0117 0,5369 0,9683 6,9544 1,4533
% ano 21,6262 8,3259 15,7647 11,5696 7,7403
Valor da Cota Sênior 0 1.080,813338 1.093,662912 0 0
% rent. - mês 0,4243 0,4622 -
% ano 8,0813 9,3663 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
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Urbanismo Compor tamento Tr â n s i t o Ambiente
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 18 de setembro de 2006
Acho a idéia muito boa, mas tenho minhas dúvidas de que motoristas e motoboys irão cumpri-la. Márcio Alves, comerciante
FAIXAS PARA CARROS FORAM REDUZIDAS
Fotos: Milton Mansilha/Luz
Campanha contra acidentes no metrô
O
Maioria dos motoristas aprova a idéia de corredor Muitos motoristas apoiam a iniciativa, mas não acreditam que os motoqueiros irão respeitar a faixa exclusiva Tatiana Vicentini
M
Importadas
SÓ bebidaS Nacionais
O engenheiro Euclides (acima) acha que os motoqueiros já abusam muito e que não irão respeitar a faixa. A professora Maria Helena (direita) acredita que tudo é uma questão de respeito.
nunca me envolvi em nenhum tipo de acidente com motoboy, abro para não sofrer represália. Mas acho que tudo é uma questão de respeito." A professora afirma que fica tensa no trânsito, mas não com o tráfego pesado e com os motoboys costurando entre os carros. Com o retrovisor quebrado, os comerciantes Paulo Machado e Devanir Souza esperam que o corredor para motos ajude a melhorar o trânsito. "Eu trabalho na rua, faço muitas entregas e sempre tomo chutes na porta ou me assusto com algum motoqueiro batendo com o capace-
te no capô do meu carro. Esta semana passei por uma rua muito estreita e o motoqueiro quase levou meu espelho embora. Pior que ainda reclamou e chutou o carro", contou Machado. Devanir acredita que a faixa não resolverá o problema, mas tirará um pouco de motos da meio dos carros. "Além de ser perigoso, complica o trânsito, pois todos querem passar em um espaço pequeno", disse. O comerciante Márcio Alves afirmou que a grande quantidade de motos atrapalha o tráfego nas ruas. "Acho a idéia muito boa, mas tenho
minhas dúvidas de que motoristas e motoboys irão cumpri-la. A Prefeitura precisa fazer este tipo de corredor na cidade toda, com mais urgência nas principais avenidas. "Sei que eles estão trabalhando e que precisam disso para viver, pelo menos é isso que falam toda vez que batem em seu carro, mas nós também estamos trabalhando e precisamos do veículo. Então se ficar cada um na sua faixa, acabam os problemas". As faixas que sobraram para os carros na Sumaré foram consideradas muito estreitas pelos motoristas.
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PRÊMIO PARA O DC – Na noite da última quinta-feira, a Associação Brasileira de Telesserviços (ABT) conferiu o Prêmio ABT de Jornalismo à jornalista Rejane Tamoto (foto) e ao Diário do Comércio pela reportagem Vamos estar acabando com o gerundismo. O texto vencedor, publicado na edição de 25 de abril do DC, abordou o trabalho das empresas do setor de atendimento contra o gerundismo, vício de linguagem que surgiu com a tradução literal dos manuais americanos de telemarketing. Este é o segundo prêmio de jornalismo que o DC conquista em menos de um ano. Em dezembro de 2005, o jornal ganhou o Prêmio Esso de Fotografia, com foto de Evandro Monteiro para a reportagem Guerra no Centro.
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DC
esmo com a redução no número de faixas na avenida Sumaré, de quatro para três, e a possibilidade de o trânsito ficar ainda mais confuso, a maior parte dos motoristas que circula pela via gostou da idéia da faixa exclusiva para motos. Mas eles não acreditam que os motociclistas respeitarão o corredor especial e, muito menos, o limite de velocidade. A novidade vai entrar em vigor hoje. O engenheiro aposentado, Euclides Palamin acha que é muita 'moleza' para os motoboys. "Eles já abusam muito. Não acredito que irão respeitar a faixa". Para Palamin o trânsito da cidade que, hoje, já é caótico ficará ainda pior. "Já tem faixa de ônibus, agora faixa de moto, daqui a pouco vão inventar faixa de bicicleta e teremos de andar com o carro na cabeça", disse. Já a professora Maria Helena Guimarães acha a iniciativa válida. "Temos de tentar para ver se dá certo. Mas não sei se dará". Apesar de torcer para a faixa de motos funcionar, Maria Helena é cautelosa. "Eu
Newton Santos/Hype
Com a faixa exclusiva na avenida Sumaré, o trânsito deve piorar. Mas o motorista vê uma vantagem: as motos não andarão entre os carros.
Metrô dá início hoje à serão abordadas e receberão os C a m p a n h a d e P re- folhetos na quarta-feira. venção de Acidentes Pref erênci a – "Dentro de de 2006, com o objetivo de re- nossas possibilidades, vamos duzir o número de acidentes procurar atingir todos os tipos nas estações, principalmente de usuários, mas o público preaqueles que ocorrem nas esca- ferencial da campanha é comdas, fixas ou rolantes. São jus- posto de mulheres idosas e pest a m e n t e n e s s a s á re a s q u e soas com bagagem ou acompaacontecem 60% das ocorrên- nhadas de crianças pequenas", disse Wilmar Fracias registradas no sistema metrotini, chefe do Departamento Técviário. Em 2005, foram computanico da Operação do Metrô. Segundos 400 acidentes nas escadas fixas Campanha vai do ele, uma ação e 866 nas escadas priorizar pessoas com s i m p l e s , c o m o rolantes. usar o corrimão, bagagem e com pode evitar boa A campanha crianças pequenas começará com parte das ocorum trabalho de Wilmar Fratini, chefe do rências. Departamento Técnico co nsci ent izaç ão Além dos fodos usuários das da Operação do Metrô lhetos com orientações sobre a utiestações Portuguesa-Tietê, Sanlização segura ta Cruz, Luz, Brigadeiro e Con- dos equipamentos das estasolação. Dez estagiários irão ções e dos trens, serão emitidas distribuir hoje folhetos intitu- m e n s a g e n s s o n o r a s e lados Saiba como e Use bem. A fixados cartazes nas 54 estaentrega acontecerá das 8h às ções do sistema. 16h30. No último dia 6, o Metrô baAmanhã, serão atendidos os teu um novo recorde de usuápassageiros que utilizam as es- rios nas suas quatro linhas, tações Jabaquara, Tatuapé, atingindo o total de 2.101.562 Brás e República. As pessoas entradas na rede metroviária, que circulam pelas estações ou seja, o número de pessoas Trianon-MASP, Sé, Corin- que passaram pelas catracas thians-Itaquera e Artur Alvim das estações em um único dia.
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DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 2006
Híbridos, uma boa solução m dos temas mais discutidos hoje é o nível de emissões de poluentes dos veículos, já que afeta diretamente a saúde da população, gerando não só prejuízos ao meio ambiente como problema social. O Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores) é um exemplo de projeto bem-sucedido, mas outras soluções precisam entrar em vigor para que não haja problemas mais sérios em longo prazo. Como os carros, ônibus e caminhões são responsáveis por grande parte dos altos níveis de emissão de gases nocivos, os veículos híbridos são apontados como uma solução viável para este problema. Sua principal inovação é a capacidade de converter energia em eletricidade. Esta é estocada em uma bateria até que o motor elétrico entre em funcionamento, tracionando o veículo e economizando, assim, a energia requerida pelo motor de combustão interna. Isso permite maior eficiência e economia. Ao contrário dos veículos elétricos, os híbridos não precisam ser conectados a fontes externas de eletricidade, pois utilizam somente energia proveniente da combustão interna e dos freios regenerativos. A combinação de duas fontes de energia é mais eficiente que o
motor de combustão interna ou o motor elétrico por si só. A utilização da tecnologia híbrida atende duas exigências básicas: a tendência do setor de desenvolver tecnologias que respeitem requisitos de ordem ambiental e a preocupação de órgãos governamentais mundiais para reduzir a emissão de poluentes por veículos, principalmente após a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, em fevereiro deste ano. A utilização de combustíveis alternativos tem trazido à tona questões importantes referentes à sua contribuição para a poluição atmosférica e à geração e consumo de energia. Além disso, são uma alternativa ao uso de substâncias fósseis. Quantificar a parcela de contribuição da gasolina, do álcool e do diesel para a poluição atmosférica é essencial na análise da disponibilidade energética de cada um e suas relações com a emissão dos veículos. Serão considerados todos os poluentes regulamentados e qual o rendimento energético de cada um deles, adequando o motor ao combustível de forma a obter a melhor eficiência de energia e a menor emissão.
Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br
Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto
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índice SERVIÇO - 3 Para evitar problemas, tome alguns cuidados no uso do ar-condicionado.
CAPA - 4 e 5 Citroën inicia a venda no Brasil da versão hatch do C4.
MERCADO - 6 Cuide bem do seu carro. Faça manutenção preventiva.
PARIS - 7 Veja as novidades de um dos maiores salões de automóvel do mundo.
LANÇAMENTO - 8 VW apresenta o novo Polo. Preço foi reduzido na versão mais vendida.
aGenDa 18 a 22 de setembro
A Blaupunkt oferece a terceira edição do curso para lojistas e instaladores de som no Centro de Treinamento Robert Bosch, em Campinas, interior paulista.
23 e 24 de outubro
Autodata promove seminário sobre as perspectivas do setor automobilístico e da macroeconomia brasileira para 2007, no Hotel WTC, em São Paulo.
Alfredo Castelli, diretor de Meio Ambiente da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva).
Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro
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Nacional Finanças Comércio Exterior Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 18 de setembro de 2006
Cerca de 70% do que é exportado pelo Brasil é destinado para os EUA, Europa e outros países desenvolvidos.
BRASIL DEVE IR ALÉM DOS EMERGENTES
Antonio Scorza/AFP - 10/05/2005
N gócios
&
oportunidades
Brasileiros descobrem a Venezuela
A
s Câmaras Venezuelano-Brasileira de Comércio e Indústria de São Paulo e de Caracas, em coordenação com o sistema de Câmaras Brasil-Venezuela e com o Conselho Empresarial Brasil-Venezuela, dando continuidade a seu programa de missões empresariais, está formando a delegação brasileira para participar do Congresso Anual da Federação das Indústrias da Venezuela (Fedeindustria) que se realizará em Caracas, entre os dias 9 a 11 de outubro. O encontro empresarial, que tem o apoio do governo da Venezuela, será composto de um foro que analisará a
economia do Mercosul a partir do ingresso da Venezuela, além de mesas temáticas setoriais e da Feira Venezuela Produtiva, que terá a participação de conferencistas e especialistas dos países componentes do Mercosul. Programação e adesão – No site ww w.ve nezu elap rodu ctiva.com.ve é possível ter acesso ao programa completo do evento. Informações complementares bem como as adesões para compor a missão empresarial podem ser feitas pelos telefones (11) 3253-2148 e 3284-3658, inclusive sobre hotelaria e transporte aéreo, com condições especialmente negociadas para esse evento.
Exporta, São Paulo chega a Itapira
A
O ministro do Uruguai, Reinaldo Gargano (esq.) e o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, durante encontro Mercosul-Países Árabes
EM BUSCA DE UM RUMO
do de São Paulo, por meio da Secretaria Estadual da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e a São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo. O evento será no Hotel Fazenda Esperança, Rodovia SP352, km 181,5, Bairro Eleutério. Mais informações pelo telefone: (19) 3913-9444 ou email aciitapira@aciweb.com.br.
ACORDOS SUL-SUL PODEM ATRASAR AVANÇO BRASILEIRO
Empresas checas em feira radical
Nações como Chile e México, que priorizaram grandes parceiros, podem deixar o Brasil na rabeira comercial
cidade de Itapira, no interior paulista, vai ser a sede, no próximo dia 28, do evento Exportar para Crescer – Novos Caminhos para o Mercado Externo. O encontro faz parte do projeto Exporta, São Paulo e vai reunir comerciais exportadoras e empresas que desejam exportar. O objetivo é oferecer oportunidades de intercâmbio entre esses diferentes elos da cadeia. O projeto é resultado da parceria entre o governo do Esta-
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oram cinco dias de muita movimentação no estande da Czech Trade, na Adventure Sports Fair. Os visitantes puderam conferir os últimos lançamentos de fabricantes da República Checa de produtos para esportes de aventura, expostos pela pri-
meira vez no Brasil. Nove empresas checas expuseram seus produtos, que atraíram a atenção de cerca de 300 empresários, fornecedores, representantes, importadores e profissionais interessados em comercializar os produtos checos no País.
Agliberto Lima/AE - 220/05/2006
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mbora o Brasil tenha batido repetidos recordes de exportações no atual governo, empresários e acadêmicos garantem que isso não ocorreu pelos acordos bilaterais fechados com o bloco Andino, Índia ou África do Sul. Os críticos dizem também que a política de comércio atual está equivocada e que a pior política adotada pela diplomacia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi a aproximação Sul-Sul, que uniu o Brasil a outros emergentes, e trouxe à tona a antiga rixa Norte-Sul, de que os países mais desenvolvidos querem apenas sugar as riquezas dos mais pobres. "Lula voltou ao discurso desenvolvimentista de que é preciso se unir aos mais pobres para combater os mais ricos. Conclusão: quem nos oferece redução de tarifas são aqueles países que não têm representatividade na nossa balança comercial", disse o diretor do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento (Cindes), Pedro da Motta Veiga. A mesma opinião tem o exembaixador do Brasil nos Estados Unidos, Rubens Barbosa, que, junto com Motta Veiga, participou recentemente do Seminário Políticas Comerciais Comparadas, promovido pelo Instituto de Estudos do Comércios e Negociações Internacionais (Ícone) e Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). "Seria melhor o Brasil exportar 1% mais para os EUA do que ter um aumento muito maior para a África, por exemplo, que não compra quase nada daqui", afirmou. Cerca de 70% do que é exportado pelo Brasil é destinado para Estados Unidos, Europa e outros países desenvolvidos. De janeiro a julho deste ano, o Brasil vendeu US$ 13,5 bilhões aos EUA (18,14% do total exportado), US$ 16,3 bilhões para países da União Européia (21,89%) e apenas US$ 3,8 bilhões para África (5,23%). Para Marco Marconini, consultor da Federação das Indús-
Amorim e o chanceler boliviano David Choquehuanca: Sul-Sul
trias do Estado de São Paulo (Fiesp), o problema é que a estrutura de negociação brasileira foi politizada e as decisões saíram do âmbito comercial e passaram para as esferas de interesse político. "Os empresários querem acordos com países que compram do Brasil, embora saibamos a importância de ampliar o mercado recebedor de produtos nacionais." Comparativos – O quadro se agrava quando se percebe que nações como Chile e México têm se empenhado em fechar negociações com países importantes e que o Brasil está ficando na rabeira dessa tendência. O Chile, por exemplo, tem 14 tratados de livre comércio assinados com EUA, Europa e países do Transpacífico, como China, Coréia e Nova Zelândia. Desde 1996, a nação deixou de pensar na estratégia Sul-Sul e voltou-se para os países mais lucrativos. "E não paramos de negociar. Estamos prestes a fechar acordos com o Japão e a Malásia", explicou o diretor de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda do Chile, Raul Saez. O resultado é que as exportações já representam 36% do Produto Interno Bruto (PIB) chileno e, em 1996, não passavam de 20%. O México adotou modelo igual ao chileno, diminuiu as barreiras à importação em 1988 e criou um bloco comer-
cial com os Estados Unidos e Canadá, o Nafta. Mas o país não ficou parado e fechou outros 12 tratados de livre comércio com 42 países. "Ainda não conseguimos chegar ao nível chileno de abertura total com redução grande de tarifas para importação, mas estamos nesse caminho", afirma o ex-embaixador do México na União Européia, Jaime Zabludovsky. De qualquer forma, o crescimento para o México também foi grande. De 25,2% do PIB em 1982, o comércio exterior mexicano passou a representar 63,9% do PIB em 2005. E para quem pensa que o México apenas se apóia nas vendas para os EUA, Zabludovsky dá o recado: "Só 20% das nossas exportações são para os parceiros do Nafta. O que fizemos foi justamente nos apoiar neles, e diversificar os destinos e os produtos." "Todos esses países abriramse unilateralmente para o comércio internacional nos anos 1990. O Chile e o México deram os passos seguintes fechando acordos com outras nações e se apoiando em parceiros importantes. O Brasil e alguns países da América Latina fecharamse em um bloco perverso e não fizeram novas concessões", disse o professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), Marcelo de Paiva Abreu.
Reciprocidade – Para o exembaixador Zabludovsky, a exigência de reciprocidade na abertura de mercado é um monstro criado por empresários que não querem concorrer com os importados. "É preciso pensar na abertura como uma reforma, não como concessões. É claro que se devem usar os mecanismos de salvaguarda quando for preciso, mas as perdas virão, porque nunca teremos os mesmos termos de negociação dos EUA." A Argentina segue o modelo brasileiro e vive o mesmo conflito de pouca evolução no comércio internacional. Embora esteja fechando acordos bilaterais com outras nações, continua dando ênfase aos produtos agrícolas sem valor agregado. "Além disso, temos uma política ambígua em relação ao Mercosul e ao relacionamento com o Brasil. Em determinados momentos somos parceiros, em outros, só faltamos nos digladiar comercialmente. Isso prejudica a evolução. Precisamos de uma política comercial concreta", afirmou o professor da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais da Argentina, Roberto Bouzas. O México, por sua vez, não pára. De acordo com o ex-embaixador Zabludovsky, em 15 anos o Nafta não terá serventia porque o maior parceiro dos EUA será a China e não mais o México e o Canadá. "Temos que tentar trazer investimentos estrangeiros agora e ganhar fôlego; não dá para pensar que as preferências existirão sempre", disse. O professor e coordenador da Cátedra Mercosul do Instituto de Estudos Políticos de Paris, Alfredo Valladão, disse ainda que a Rodada de Doha não deu certo porque ficou centrada em questões que jamais mudarão. "Enquanto existirem os agricultores franceses, ingleses e norte-americanos, que só trabalham com subsídios, não haverá concessão desses países", afirmou. Fernanda Pressinott
DIÁRIO DO COMÉRCIO
8 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO
segunda-feira, 18 de setembro de 2006
MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC
Justiça social e injustiça pessoal nos EUA, a quantidade de injustiça real é inversamente proporcional ao desejo de erradicála. Mutatis mutandis, a nossa esquerda dos anos 60 berrava contra o autoritarismo brando e chinfrim dos nossos militares mas babava de admiração pela mais sangrenta ditadura latino-americana. Toda idéia de justiça pressupõe não apenas uma distinção de mérito e demérito, mas também as diferenças escalares dentro de um e do outro. Homenagens, cargos, premiações escolares, hierarquias burocráticas, civis e militares refletem a escala do mérito, o Código Penal e os vários mecanismos de exclusão social a dos deméritos. É inútil falar em "meritocracia", pois todas as hierarquias sociais são meritocráticas, divergindo apenas no critério de aferição dos méritos. Mesmo essa divergência é mínima. Nenhuma sociedade é tão fortemente apegada a prestígios de família que negue toda possibilidade de merecimento individual autônomo, nem é tão desapegada deles que não reconheça diferença entre ser filho de um herói nacional ou de um assassino estuprador. Suponham uma rígida sociedade de castas e uma democracia igualitária. Qual das duas é mais justa? A sociedade de castas alega que é justa porque busca refletir na sua estrutura a ordem hierárquica dos valores, premiando em primeiro lugar os homens espirituais e santos, depois os valentes e combativos, depois os esforçados e industriosos e por fim os
is um bom tópico de meditação ante o bombardeio de discursos eleitorais: esses sujeitos que vivem falando de "construir uma sociedade mais justa" praticam apenas a modalidade mais imperdoável de burrice, que é confundir palavras com coisas. Os termos que designam qualidades morais só se aplicam realisticamente a indivíduos humanos, não a estruturas sociais. Um homem pode ser mais justo que outro; uma sociedade, não, pelo simples fato de que a sociedade abrange tanto os autores quanto as vítimas de injustiças, e chamá-la de injusta ou justa seria colocá-los no mesmo saco. Uma sociedade pode fomentar a prática da justiça ou da injustiça, mas isso não tem nada a ver com ela ser justa ou injusta em si mesma. A criminalidade é notoriamente menor em ditaduras truculentas como a China ou o Irã. Tão logo suprimida a injustiça do regime vem o esculacho geral em que os cidadãos se regozijam e se desrecalcam na democratização da injustiça. Qual é a sociedade mais justa: aquela que suprime a criminalidade mantendo igualmente aterrorizados os bandidos e os cidadãos honestos, ou aquela que protege os cidadãos honestos ao ponto de ajudá-los
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Os termos que designam qualidades morais só se aplicam realisticamente a indivíduos humanos, não a estruturas sociais.
a se tornar bandidos sem que precisem temer punições? O extremismo desses dois exemplos pode convidar o automatismo mental a buscar um hipotético meio-termo entre a repressão total e a libertinagem, mas é óbvio que não há justiça nenhuma no mero equilíbrio estatístico de dois erros. Aliás a revolta contra as injustiças é sempre maior nas sociedades que não são o bastante injustas para reprimi-la. Tal como o demonstra a paz social chinesa ou iraniana em contraste com as explosões de ódio anti-Bush
o último número de American Scholar (outono de 2006), Bryan Boyd, professor de inglês na Universidade de Auckland, Nova Zelândia, desce o pau nos seus colegas de teoria literária por continuarem apegados aos dogmas do desconstrucionismo, que se reduzem a pó de traque quando confrontados com as descobertas mais recentes da ciência biológica. Esses dogmas são dois, o "antifundamentismo" e a "diferença". O primeiro afirma que nenhum conhecimento humano tem fundamento universal. O segundo diz que todas as afirmativas aparentemente universais são apenas produtos locais nascidos de interesses malignos e do desejo de poder. Enfim, não há realidade objetiva. Tudo é "cultura", isto é, invenção mais ou menos arbitrária de signos para camuflar alguma bela sacanagem da classe dominante. Boyd lembra que a possibilidade mesma da cultura – nesse ou em qualquer outro sentido da palavra – nasce de certas características biológicas humanas que, por sua vez, não são invenções culturais mas dados da natureza. Para piorar, a biologia vem descobrindo aspectos "culturais" – símbolos, regras, atos ritualizados – na conduta de inúmeras espécies animais, dos hipopótamos aos passarinhos. A "cultura" não é uma negação da natureza: é uma extensão dela. Enquanto os mandarins dos "estudos culturais" perseverarem na sua ignorância científica radical (mais que demonstrada no clássico episódio Alan Sokal), sua empáfia de onissapientes continuará sen-
meramente obedientes e cordatos. Quem chamaria isso de injustiça? O igualitarismo democrático baseia-se na idéia igualmente justa de que ninguém pode prever de antemão os méritos de ninguém, sendo portanto
melhor assegurar a igualdade de oportunidades para todos em vez de encaixilhá-los por nascimento em lugares estanques da hierarquia. A sociedade de castas falha porque não é garantido que os filhos de santos se-
jam santos, de modo que aos poucos a hierarquia social se torna apenas um símbolo remoto em vez de expressão direta da hierarquia de valores. De símbolo remoto pode mesmo passar a caricatura invertida. A democracia, por sua vez, na medida em que nivela os indivíduos nivela também suas opiniões e, portanto, os valores que elas expressam. O resultado é o achatamento de todos os valores, que favorece a ascensão dos maus, egoistas e prepotentes pela simples razão de que já não há critérios para considerá-los piores do que os mansos e generosos. Daí a observação de Georges Bernanos: a democracia não é o oposto da ditadura – é a causa da ditadura. Pela mesma razão, todo aquele que promete eliminar as exclusões sociais começa por excluir os que não acreditam nele, e aquele que promete uma hierarquia aristocrática perfeita começa por invertê-la quando, ao reivindicar o poder necessário para construí-la, se coloca a si próprio no topo da escala e se torna a medida dela em vez de ser medido por ela. Na alma do indivíduo bem formado é sempre possível conciliar o senso da hierarquia de valores com o sentimento da igualdade profunda entre os membros da espécie humana. O próprio amor aos valores mais elevados infundirá nele necessariamente um pouco de humildade igualitária, da qual Jesus deu exemplo constante. O indivíduo tem sempre a flexibilida-
de psíquica para buscar o equilíbrio dinâmico entre valores opostos. Mas nenhuma sociedade pode ser ao mesmo tempo uma sociedade de castas e uma democracia igualitária, nem muito menos ter a elasticidade necessária para passar de uma coisa à outra conforme as exigências morais de cada situação. Os valores morais existem somente na alma do indivíduo concreto. As diferentes estruturas sociais podem apenas macaqueá-los de longe, sempre sacrificando uns em proveito de outros, isto é, institucio-
(...) todo aquele que promete eliminar as exclusões sociais começa por excluir os que não acreditam nele
nalizando uma quota inevitável de erro e de injustiça. Os seres humanos podem ser justos ou injustos – as sociedades só podem sê-lo de maneira simbólica e convencional, eminentemente precária e relativa. Essas distinções são elementares, e nenhum indivíduo incapaz de percebê-las intuitivamente à primeira vista está qualificado para julgar a sociedade ou muito menos propor sua substituição por outra "mais justa". Infelizmente, essa incapacidade é precisamente a qualificação requerida hoje em dia de todos os doutrinários de partido, parlamentares, líderes de movimentos sociais etc., porque cada um deles só consegue subir na vida na medida em que personifique a "sociedade mais justa" em nome da qual legitima suas propostas. Ou seja: são sempre os homens injustos que se incumbem de promover a "justiça social", julgando e condenando aquilo que nem mesmo compreendem. Se em vez de buscar uma "sociedade mais justa" começássemos por derrubar de seus pedestais os homens injustos, um a um, a sociedade em si não se tornaria mais justa, mas haveria mais justiça na sociedade injusta – e isto é o máximo a que seres humanos razoáveis e justos podem aspirar.
Mais um capítulo da luta dos monstros do objeto de chacota entre o pessoal da biologia, da física, etc., os quais realmente sabem alguma coisa. Até aí, tudo bem. O argumento é irrespondível. Só que, uma vez humilhado o desconstrucionismo, Boyd coloca no lugar dele o seu próprio dogma. O "antifundamentismo" e a "diferença" não estão errados em si mesmos, diz ele. Seu único problema é que opõem natureza e cultura, quando as verdadeiras razões em favor deles estão na natureza tal como compreendida pelos evolucionistas. "Quase um século antes de Derrida, a teoria darwiniana da evolução por seleção natural já havia tornado o antifundamentismo uma conseqüência inevitável." Cla-
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m detalhe especialmente deprimente nesse panorama é a filiação política mal disfarçada dos desconstrutores e darwinizantes. Os primeiros estão em geral na extrema-esquerda, torcendo pelos terroristas, pedindo a cabeça de George W. Bush, a extinção de Israel e, de modo geral, o fim do Ocidente. O partido darwinista está mais próximo dos "liberal-revolucionários", que se d i ze m a d e p t o s d o Ocidente, mas de um Ocidente amputado de suas raízes judaico-cristãs, e favoráveis à liberdade de mercado, que eles vêem, no entanto, não como expressão dos valores religiosos e
Jonathan Ernst/REUTERS
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ro: se tudo o que acontece na cultura vem da natureza, e se esta é conduzida por mutações randômicas consolidadas pela seleção natural e pela repetição, é incontornável a conclusão de que nada que o ser humano pense tem qualquer fundamento universal – é apenas um produto local e passageiro da evolução natural. Tudo neste mundo é pois incerto e vacilante – exceto, é claro, o fator que o tornou incerto e vacilante: pode-se duvidar de tudo, exceto da evolução darwiniana. Tal como no desconstrucionismo, a suposta razão da falta de fundamentos absolutos torna-se o novo fundamento absoluto. A simetria oposta, a igualdade dos contrários, torna-se aí mais do que
visível. Para o desconstrucionismo, a total inexistência de fundamentos objetivos instaura imediatamente o reinado do fundamento metodológico único, que é ele próprio. Daí a intolerância dogmática com que os gurus desconstrucionistas recusam dialogar com seus críticos – quando chegam a reconhecer que há algum. O desconstrucionismo é tão autoritário e prepotente que se autodenomina "a Teoria", com ênfase no artigo e na inicial maiúscula, quer dizer, a única teoria que existe ou tem o direito de existir. Boyd cita a propósito o crítico Christopher Ricks: "O império da Teoria é zelosamente inquisitorial com relação a todos os outros impérios exceto o dele próprio."
Falsos amigos morais que a criaram, mas como o meio mais fácil de promover, sem perdas econômicas traumáticas, o avanço da agenda cultural do movimento revolucionário: abortismo, casamento gay, cotas raciais, o diabo. Não é preciso dizer que desde suas origens o movimento revolucionário sempre agiu com esses dois braços, usando um ou o outro conforme as conveniências do momento. Na presente situação brasileira, a tentação que pode deitar a perder as parcas energias do nascente movimento
conservador é a de submeter-se ao partido liberal-revolucionário e, sob o pretexto de "concessões inevitáveis", ajudar a fomentar a agenda cultural esquerdista em troca de um pouquinho de liberdade econômica, exorcizando Belzebu em nome de Satanás. Neste momento, os liberal-revolucionários mal perceberam a emergência do movimento conservador e já trataram de se organizar, juntando recursos milionários, para parasitá-lo, desviá-lo de seus fins e usá-lo em benefício próprio. Quando vocês ouvirem alguém pregando liberdade de mercado separada dos valores judaico-cristãos e associada a propostas "politicamen-
Se a ausência de fundamento objetivo gera o império da Teoria, Boyd derruba esse império restaurando um fundamento objetivo incapaz de ser neutralizado por ele, mas com base nesse fundamento ergue um novo império: o do evolucionismo. Só que, se o desconstrucionismo não podia ser discutido porque era a única teoria possível, o evolucionismo também não pode ser discutido, mas por uma razão ainda mais forte: ele não quer ser mera "teoria" – exige ser aceito como "um fato". Qualquer objeção possível fica assim descartada a priori, já que todas as discussões têm de começar com o reconhecimento unânime do fato, ou melhor, "do" Fato – com ênfase verdadeira-
te corretas" na esfera cultural e moral, justificadas a título de concessões espertalhonas ou sob qualquer outro pretexto, saibam que não estão na presença de um conservador, mas de um agente infiltrado ou de um idiota útil a serviço daquilo que ele diz combater. O futuro do movimento conservador no Brasil depende de que esses seus falsos amigos sejam identificados e desmascarados, como o foram nos EUA por uma militância conservadora que ganhou muita força ao expeli-los. Por enquanto estas explicações podem parecer um tanto genéricas, mas num dos próximos artigos darei nomes a bois e vacas, se é que no fundo vocês já não adivinharam a identidade do rebanho inteiro.
mente derridática no artigo e na inicial maiúscula. Não é de espantar que o clero evolucionista seja ainda mais intolerante do que o desconstrucionista, não apenas desprezando os adversários como inexistentes mas demitindo-os de seus cargos, ameçando interná-los em hospícios, negando suas credenciais acadêmicas por mais respeitáveis que sejam e tentando impor a poibição legal de colocar em dúvida "o Fato". O ardil retórico com que duas idéias, tão falíveis como quaisquer outras, usam o pretexto da falibilidade geral como artifício para impor-se como infalíveis, é o mesmo em ambos os casos. Se o descontrucionismo se arvorou em dono da cultura negando a existência da natureza, o movimento que hoje se conhece como "darwinização da cultura" (v. uma discussão favorável em Robert Aunger, ed., Darwinizing Culture, Oxford University Press, 2000) vai um pouco mais longe: restaura a natureza para proclamar-se a um tempo senhor absoluto dela e da cultura. Dois de seus apóstolos mais fanáticos, Richard Dawkins e Daniel C. Dennett, proclamam que o evolucionismo deve mesmo suprimir as religiões e tomar o lugar delas como orientador moral e espiritual da humanidade. Tudo isso, é claro, em nome da modéstia científica. Um dia a humanidade vai rir dessas coisas, como hoje ri do positivismo comtiano, da filosofia marxista da História ou do cientificismo racista de Ernst Haeckel e Thomas Huxley. Mas até lá ainda haverá muito o que chorar ante a devastação que a luta dos monstros vai produzindo na inteligência humana.
São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 2006
DCARRO
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SERVIÇO
Cuidados com o ar-condicionado Especialista recomenda que se desligue o equipamento um pouco antes de se concluir o trajeto um clima como o brasileiro, que vem alternando momentos de frio intenso com calor excessivo, é sempre bom não esquecer dos cuidados necessários para manter as boas condições do sistema de ar-condicionado do veículo. O engenheiro Eduardo Oliveira dos Santos, que trabalha na Visteon e é especialista no assunto, dá algumas dicas para o bom funcionamento deste aparelho que vem ganhando cada vez mais espaço no mercado automotivo. "É importante, por exemplo, que o proprietário do carro desligue o ar-condicionado um pouco antes de concluir o seu trajeto, para que o sistema de ventilação tenha a chance de remover a água condensada no evaporador, o que ajuda a evitar a proliferação de bactérias e o aparecimento de odores desagradáveis", lembra o engenheiro.
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Além disso, o usuário não deve esquecer em períodos mais frios, quando o equipamento é menos usado, de acioná-lo pelo menos uma vez por semana. Um item que merece atenção especial é o filtro de ar, já que é o componente responsável pela higiene do ar-condicionado. É fundamental substituí-lo no período recomendado pelo fabricante, geralmente após um ano de utilização dependendo das condições de uso. Ambiente mais saudável - Com relação à saúde, o engenheiro desmistifica a idéia de que o sistema de refrigeração traga algum risco ao condutor e aos passageiros do veículo. "O condicionamento adequado do ar torna o ambiente mais saudável". Oliveira dos Santos desenvolveu o projeto Dimensionamento e Avaliação do
Ciclo de Refrigeração de Sistema de Climatização Automotivo para a conclusão do curso de Mestrado Profissional em Engenharia Automotiva pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP). Seu objetivo é melhorar o desenvolvimento de novos produtos nesta área. Afinal, lembra o engenheiro, são muitas as variáveis do sistema de climatização em automóveis. "É preciso considerar, entre outros itens, a velocidade do veículo, a umidade do ar, as temperaturas
interna e externa, além da variação do número e da posição dos ocupantes no interior do veículo. Na avaliação do engenheiro, é grande o potencial de crescimento do uso do arcondicionado no Brasil e em outros países da América do Sul. É que apesar do seu custo, atualmente na faixa de R$ 3 mil a R$ 3,5 mil, o equipamento é cada vez mais considerado um item de segurança, que traz conforto e mais tranqüilidade aos ocupantes do carro.
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
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bilhões de reais deve ser, aproximadamente, o volume de antecipações do 13º salário neste ano.
Paulo Pampolin/Hype – 10/6/06
ANTECIPAÇÃO DO 13º SALÁRIO PODE AMEAÇAR VENDAS DO NATAL Segundo economistas, neste ano a fatia dos recursos recebida antes do prazo normal — novembro e dezembro — deve ser maior do que no ano passado. Isso significa que os consumidores terão menos dinheiro para comprar no Natal.
Corredor movimentado em shopping center paulistano: vendas no fim deste ano devem crescer menos. Paulo Pampolin/Digna Imagem — 22/9/05
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e depender do tamanho do 13º salário, o comércio pode ficar frustrado com as vendas de Natal neste ano. É que o montante esperado para entrar na economia entre os meses de novembro e dezembro pode ser menor do que o registrado nos anos anteriores. Isso porque parte do benefício já foi sacada pelos trabalhadores. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), dos R$ 46 bilhões provenientes do 13º pagos no ano passado, 30% já haviam sido injetados na economia antes de novembro, por meio de antecipações da primeira parcela, concedidas por muitas empresas quando os funcionários tiram férias ou previstas em acordos coletivos. Neste ano, o montante de saques antecipados deve ser maior por conta do acordo firmado entre sindicalistas e governo, que resultou no pagamento em setembro de metade do benefício a aposentados e funcionários públicos federais. Soma-se a esse bolo o adiantamento do 13º salário feito pelos bancos, que têm atrelado, desde janeiro, o benefício a uma espécie de empréstimo consignado. "Se esse volume representou cerca de R$ 15 bilhões em 2005, neste ano poderá facilmente passar dos R$ 20 bilhões, por causa das medidas anunciadas pelo governo e dos empréstimos nos bancos", afirma o economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) Emílio Alfieri. Em sua avaliação, a liberação desse dinheiro fora de época deve ser encarada com cautela, à medida que pode interferir diretamente no consumo. "Poderemos assistir a um aumento atípico das vendas em setembro, que não deve ser entendido pelo comércio como uma tendência para os próximos meses, e sim como o efeito de mais dinheiro nas mãos dos trabalhadores antes do tempo", explica o economista. No último dia primeiro, a Previdência Social iniciou o pagamento de metade do 13º
Lojas aproveitam para desovar estoques
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Para Heron do Carmo, aumento de prazos para pagamento de compras ajudaria a aumentar o consumo
salário a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Vendas — Por conta disso, o economista diz que não será difícil termos um mês de setembro com aumento das vendas na casa dos 4%. Em contrapartida, dezembro poderá ficar prejudicado, com um avanço de no máximo 2%. Para efeito de comparação, em dezembro de 2005 o crescimento
Poderemos assistir a um aumento atípico das vendas no mês de setembro, que não deve ser entendido como uma tendência. Emílio Alfieri, economista da ACSP médio das vendas foi de 5,35%. "É como se estivéssemos antecipando parte das compras do Natal para setembro e outubro. O resultado, claro, não poderá ser outro senão o de queda na previsão do faturamento para dezembro", diz Alfieri. Nesse cenário, somente a queda das taxas de juros, segundo analistas, pode salvar o
Natal. "Poderemos ter um volume menor de recursos provenientes do 13º em dezembro. Mas, em compensação, o trabalhador provavelmente pagará uma prestação até 50% menor do que pagaria pelo mesmo produto no ano passado, por causa da queda dos juros", afirma o vice-presidente do Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças (Ibef-SP), Keyler Carvalho Rocha. A mesma opinião tem o economista da Associação Comercial. "Uma redução mais acentuada nos próximos meses das taxas de juros tem condições de reverter esse quadro pessimista", destaca. Ele afirma que uma sinalização de que isso poderá de fato se confirmar foi dada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que elevou nesta semana a expectativa de crescimento para a economia brasileira. "E esse crescimento maior só ocorrerá se houver redução dos juros básicos da economia", diz. Na avaliação do presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-SP), Heron do Carmo, para que, no mês de dezembro, o comércio não sofra queda nas vendas, será preciso mais do que apenas taxas de juros mais competitivas. "É preciso que haja condições melhores de crédito, com
prazos mais elásticos, por exemplo", avalia. Dívidas — Como se não bastasse o fato de os recursos do 13º salário já chegarem às migalhas no final do ano, muita gente deve aproveitar o benefício para quitar dívidas, em vez de usar o dinheiro para consumo. O índice de inadimplência líquida (calculada pela ACSP pelo número de registros, menos o volume de carnês cancelados, dividido pelas consultas de três meses atrás) atingiu 6%, na média, entre os meses de janeiro a agosto. Apesar de o índice ser muito parecido com o de igual período do ano passado, de 5,9%, ele aponta para uma tendência de alta. "Em 2004, esse indicador estava em 5,2%", diz Alfieri. "O aumento desse índice significa que existem mais pessoas que podem aproveitar o 13º salário para pagar dívidas", conclui. De acordo com os analistas, para quem está endividado, a melhor opção de uso para o dinheiro extra é destinar a primeira parcela para a quitação de dívidas e somente a segunda para consumo. "Agora, quem já tiver queimado a primeira parcela, poderá ter de comprometer a segunda com o pagamento de dívidas", avalia Alfieri. Adriana Gavaça
Bancos antecipam empréstimo para PJ
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e o comércio está apreensivo sobre como o consumidor vai gastar o dinheiro do 13º salário, a preocupação em muitas empresas é como conseguir esse recurso adicional para honrar a folha de pagamento de seus funcionários. De olho nesse filão, os bancos começam a lançar as tradicionais linhas de financiamento de 13º para pessoa jurídica. O Banco do Brasil foi o primeiro a colocar o produto nas prateleiras. Depois de iniciar por 11 anos as contratações entre setembro e outubro, o banco decidiu adiantar a linha para agosto. Com isso, a instituição espera que a procura pelo
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por cento é a expectativa de crescimento do Banco do Brasil para empréstimos a pessoa jurídica para pagamento do 13º produto aumente em até 20% em comparação com o ano passado, quando o volume emprestado foi de R$ 425 mi-
lhões, em um total de 22 mil empresas atendidas. O produto é destinado a todo o setor empresarial. Por meio da linha, é possível contratar até 100% do valor da folha de pagamento, mais os encargos sociais incidentes. O BB Giro Décimo Terceiro Salário pode ser contratado até 31 de janeiro de 2007 e pago em até 12 parcelas mensais. A exigência para ter acesso ao produto é de que a empresa processe a folha de pagamento no banco. A taxa de juros é de Taxa Referencial (TR) mais 1,8% ao mês. Capital de giro – No HSBC e na Nossa Caixa, os clientes pessoa jurídica podem contratar linhas de capital de giro
convencionais para financiar o benefício, com prazo médio de quitação de 12 meses. No HSBC, a taxa de juros é definida de acordo com o relacionamento entre o cliente e o banco. Já na Nossa Caixa, a empresa pode contratar a linha capital de giro com carência, que foi criada não só para servir de opção para financiar o benefício de final de ano, como também para cobrir eventuais buracos no caixa da empresa no decorrer do ano. No banco estatal, o empréstimo pode ser pago em até 12 vezes e a taxa de juros é de 3,95% ao mês. O banco dá ainda uma carência de 90 dias para a empresa começar a pagar o empréstimo. (AG)
pesar de ainda faltar ma. Depois da superexposição pouco mais de três do produto durante o período meses para o Natal, da Copa do Mundo, o preço muitas lojas já deram início à médio caiu praticamente pela tradicional queima de esto- metade. Mas não são só os preques de produtos de alto valor ços mais atrativos que o consuagregado. Além de servir co- midor encontrará agora nas lomo boa opção para desovar os jas. Os prazos também comeprodutos que acabaram enca- çam a se estender no varejo. O Carrefour, por exemplo, lhando no período pós-Copa do Mundo, depois de a seleção anunciou recentemente o parbrasileira ter sido eliminada celamento em até 12 vezes de da competição, as promoções todos os eletroeletrônicos. Redes como Casas acabam casando c o m o r e c e b i- Leonardo Rodrigues/Digna Imagem B a h i a e M a r am e n t o d a p r ibraz já começaram a vender meira parcela do 13º salário. com a primeira parcela apenas "Muitas lojas estão aproveipara o final do ano, coincidentando para queimar os estemente quando será pago o 13º. toques da Copa antes do Natal, "Essa é uma estratégia que procurando atrair aquele será cada vez mais comum. O consumidor que vai receber c o m é rc i o e s t á agora o 13º, ca- Alfieri: 13º comprometido a p re n d e n d o a não trabalhar sos, por exemplo, dos aposentados, pensio- com grandes estoques, a exemnistas e funcionários públi- plo do que ocorre nos Estados cos federais. É uma forma Unidos e Europa. O Natal, no entanto, deve também de já garantir que o trabalhador que receberá o continuar liderando as vendinheiro só no final do ano das, muito mais pelo impulso comprometa parte do benefí- das pessoas em consumir cio com compras", afirma o nessa época do ano", afirma o economista da Associação vice-presidente do Instituto C o m e r c i a l d e S ã o P a u l o Brasileiro dos Executivos de Finanças (Ibef), Keyler (ACSP) Emílio Alfieri. Modelos de televisores de 29 Carvalho Rocha. (AG) polegadas, que chegavam a custar até R$ 1 mil no final do ano passado, são vendidos agora por até R$ 499. Isso também ocorre com as TVs de plas-
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Compor tamento Urbanismo Distritais Ambiente
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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PROFISSIONAL DEVE TER CONHECIMENTO TÉCNICO
O cliente nem sempre tem razão. Muitas vezes o vendedor tem de se impor, mas sem perder a classe. Sebastião Freitas
Newton Santos/Hype
Mooca promove palestra para preparar vendedor Especialista faz um diagnóstico dos vendedores e afirma que a maioria não escolheu a profissão, foi levada a ela. Quem trabalha com vendas tem de possuir conhecimentos técnicos, saber negociar e ser um solucionador de problemas.
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uantas pessoas atualmente se orgulham em falar que são vendedores? E aqueles que são, será que possuem características necessárias para um bom desempenho? Estes e outros temas, como os requisitos básicos que um profissional de vendas deve ter, foram discutidos na palestra Cadê os Vendedores?, apresentada pelo especialista em treinamento Sebastião Freitas e promovida pela Distrital Mooca da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Há muitos anos, vender era uma função eminentemente masculina. Atualmente, cada vez mais mulheres atuam nos segmentos de comércio, indústria e serviços. "Estamos vivendo uma época de mudança de paradigma em relação aos vendedores. Antigamente, o bom vendedor tinha de falar bastante. Hoje em dia, sua principal missão não é apenas a vender, mas principalmente servir. A venda é a conseqüência. Estão faltando bons vendedores no mercado porque eles só querem saber de vender", disse Freitas. Requisitos – De acordo com o especialista, o profissional do setor deve possuir conhecimentos técnicos sobre vendas, produtos, o mercado em que atua, saber negociar e ser um solucionador de problemas. "É preciso ser perseverante e ousado, mas nunca brigar com o cliente. O vendedor precisa ter planejamento, ser paciente, se expressar bem, mostrar segurança, ter grande poder de convencimento e co-
Viotto Netto, superintendente
nhecer o perfil da clientela onde trabalha", explicou. Existem alguns mitos sobre vendas que são prontamente descartados por Freitas: como a idéia de que um bom vendedor já nasce feito, de que deve falar muito e vender de tudo e de que o cliente tem sempre razão. "O cliente nem sempre tem razão. Muitas vezes o vendedor tem de se impor, mas sem perder a classe. E nem todo mundo pode ser um profissional de vendas. Este deve possuir um perfil que tenha disposição para o trabalho, perspectivas, energia, conhecimentos e habilidades". No entanto, o especialista acredita que todo mundo é, de certa forma, um vendedor, mesmo que não tenha qualificações para a atividade. "Tudo que existe no mundo alguém fabricou e vendeu. No final das contas, tudo é venda. Nós estamos nesse mundo cada vez mais para sermos vendedores".
Pesquisa – Uma pesquisa realizada em 2004 pela ADVB, em parceria com a Toledo & Associados, com 300 profissionais de vendas atuantes em empresas da capital paulista, mostrou um pouco da realidade do setor: o profissional de vendas possui, em sua maioria, curso superior completo, renda média de R$ 2.460,00 e não planejou o ingresso na carreira. Ele está na profissão há cerca de dez anos e é o dono do seu próprio negócio. Só 25% dos entrevistados planejaram se tornar vendedores, enquanto 75% começaram na carreira por acaso e mais da metade têm como forma de remuneração o salário fixo mais as comissões. Para o superintendente da Distrital Mooca, Antonio Viotto Netto, atualmente o bom vendedor segue a tendência de outras profissões, que é ter uma visão mais abrangente do segmento em que atua, e não apenas de seus próprios interesses. "Temos promovido palestras e eventos voltados não apenas para os empresários, mas também para seus funcionários. Parcerias entre empregadores e empregados só colaboram para o desenvolvimento de uma empresa", afirmou Viotto. "É preciso sensibilizar e conscientizar os empresários sobre a real importância do profissional de vendas para os resultados de lucratividade de uma empresa. Infelizmente muita gerência no Brasil é punitiva, castradora e não valoriza o vendedor", concluiu Sebastião Freitas. André Alves
Freitas, durante palestra: "hoje em dia o vendedor não tem de apenas vender, mas principalmente servir"
Três mil empresários na zona leste T rês mil empresários devem participar do 10º Encontro de Empresários da Zona Leste, que já reuniu cerca de 16 mil pessoas em todas as edições. O evento, que acontece terça-feira, no Clube Juventus, tem o objetivo de auxiliar os empreendedores a tornarem suas empresas cada vez mais eficientes e profissionais, com alto desempenho, agilidade e visão de futuro. O evento também tem discute questões de interesse nacional, como a redução da carga tributária, defesa da lei geral das micro e pequenas empresas, educação, segurança e desenvolvimento da região. Para este ano, o tema é
Hoje I Penha – A distrital promove
o curso do Sebrae Aprender a empreender. Das 13h30 às 17h30. I Cívica- Reunião da Comissão Cívica e Cultural da ACSP coordenada pelo vicepresidente Francisco Giannoccaro. Às 15h, rua Boa Vista, 51, 11º andar, salas Tadashi Sakurai 1,2,3 e 4. I São Miguel – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de salão de beleza do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 18h.
Terça I Lapa – A distrital promove
Café com Negócios. Às 8h30. I Saúde - O cardiologista e médico do trabalho da ACSP, Antonio Célio Moreno, participa de lançamento do Instituto de Estudos em Saúde Suplementar (IESS). Às 11h30, Hotel Hyatt, avenida das Nações Unidas, 13301. I Penha – A distrital promove o curso do Sebrae Aprender a empreender. Das 13h30 às 17h30.
Lucratividade Sustentada: A Chave do Sucesso. Entre os palestrantes estão Antônio Delfim Netto, professor catedrático em Economia Brasileira na Faculdade de Economia e Administração da USP, e Rodrigo Cardoso, graduado em engenharia pela Escola Politécnica – USP, pósgraduando em psicologia, treinado pela Robbins Research nos Estados Unidos e na Austrália. "O profissional desta década é aquele que entende de números e de gente, administração e pessoas, lucratividade e relacionamento. Estamos vivendo em uma época em que os profissionais precisam
GIr Agendas da Associação e das distritais I Exterior - O vice-presidente
da ACSP Renato Abucham, coordena reunião da Comissão de Comércio Exterior. Às 17 h, rua Boa Vista, 51/11º andar. I Comus - Reunião do Comitê de Usuários dos Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo (Comus), coordenada pelo conselheiro José Cândido Senna. Tema: Dragagem no Porto de Santos. Às 17h, rua Boa Vista, 51/9º andar, plenária. I Encontro – O vice presidente da ACSP Valmir Madázio participa do 10º encontro de empresários da Zona Leste. Às 17h, no Clube Atlético Juventus, rua Juventus, 690. I São Miguel – A distrital faz reunião do setor de profissionais de buffets e eventos do Empreender, coordenada por Valdeir Gimenez. Às 19h.
ser multi-especialistas. Não existe espaço para aqueles dispostos a fazer só a sua parte ou apenas o que são pagos para fazer", afirma Rodrigo Cardoso. Desde sua primeira versão, em agosto de 1997, o Encontro de Empresários da Zona Leste apresenta mudanças e um nítido crescimento. Este ano, o contará com um portal eletrônico (www.encontrode empresarios.com.br), inscrições e emissão de crachá on-line . As inscrições são gratuitas. A programação também está disponível no site. O encontro começa às 17h e o Clube Atlético Juventus fica na rua Juventus, 690, no Parque da Mooca. I Pirituba – A distrital realiza
reunião ordinária com a palestra Qualidade de Vida x Coração, com o médico Paulo Frange. Às 19h. I Pinheiros – A distrital realiza reunião ordinária. Às 19h. I Ipiranga – A distrital promove Concurso de Poesia. Às 20h, no auditório da Unidade Santa Paulina da Universidade São Marcos. Rua Padre Marchetti, 235.
Quarta I Ipiranga – A distrital
promove Doação de Sangue no SESI Ipiranga. Das 8h às 12h. Rua Bom Pastor, 654. I Santana – A distrital faz Café com Negócios. Às 8h30. I Chamber – Reunião do Conselho de Relações Internacionais da São Paulo Chamber of Commerce da ACSP coordenada pelo vicepresidente Alfredo Cotait Neto. Às 9h, rua Boa Vista, n.º 51/9º andar, plenária. I Lapa – A distrital faz reunião do núcleo setorial de Recursos Humanos do Empreender, coordenada por André Gil Sanchez Junior. Às 9h30.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
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RESENHA
NACIONAL BOLÍVIA ESTATIZA A PETROBRAS América Latina. Com a leniência de Lulla com relação a aliados ideológicos como Morales, a Petrobras, que, além do governo, tem elevada percentagem de capital em mãos de investidores privados, se vê obrigada a fazer um jogo político que só interessa a quem tem por única obrigação “eleger o novo Papa”.
BOLIVIANA
V Céllus
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Deu no que deu
COMENTÁRIO DE ARTHUR CHAGAS DINIZ NO SITE DO INSTITUTO LIBERAL WWW.INSTITUTOLIBERAL.ORG.BR
ROBERTO FENDT
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Morales invadiu com tropas as refinarias, sem qualquer aviso e quis (e quer) impor preço de maneira discricionária, Lulla passou a mão na cabeça de Morales porque se julga personagem importante na eleição do cocalero. Michel Filho/Agência O Globo
uando menino, era comum maridos que obedeciam rigorosamente às ordens de suas mulheres se explicarem dizendo que só decidiam as coisas grandes. Por exemplo, quem seria o próximo Papa. O miúdo – onde morar, onde e como educar os filhos e outras decisões desse jaez - eles delegavam a suas mulheres. No momento em que Evo Morales assume, através de resolução ministerial, a propriedade dos derivados do petróleo e transforma a Petrobras em prestadora de serviços, especialmente as refinarias, cabe uma reflexão. Meses atrás, quando Morales invadiu com tropas as refinarias, sem qualquer aviso e, apesar dos contratos assinados para o fornecimento do gás natural, quis (e quer) impor preço de maneira discricionária, Lulla passou a mão na cabeça de Morales porque ele, tal como os maridos “mandões”, se julga personagem importante na eleição do cocalero que, tal como ele, continua acreditando que o inimigo é o grande irmão do Norte. Tal como o “mandão”, se julga avalista de Morales e de Chávez, que assumiu o papel de protagonista da
JOÃO DE SCANTIMBURGO A PROVOCAÇÃO
ó não viu quem não quis: o governo boliviano adquiriu o controle das refinarias da Petrobras na Bolívia, "pagando" com o que alega e julga ser o saldo de ganhos excessivos da Petrobras no país — e ainda sobrou dinheiro. Pelas contas do governo boliviano a Petrobras teve ilegalmente um lucro "excessivo" de 320 milhões de dólares e as refinarias, na melhor das avaliações, valem 250 milhões. Sofremos um confisco. Deveríamos condenar liminarmente o governo boliviano? Sou de opinião que não. Quando o governo brasileiro decidiu apoiar o senhor Evo Morales contra seus adversários na eleição presidencial boliviana, sabia muito bem que o programa de governo do candidato previa a estatização das empresas estrangeiras de energia operando no país. Ninguém levou a sério? Se assim foi, o erro foi grave. Não há nenhuma razão para supor que em outros países valha o que disse a candidata Heloísa Helena a respeito de seu programa de governo: programa de governo é para a eleição, governar é outra coisa. Deu no que deu porque, ao contrário do presidente Ronald Reagan, que nos saudou em São Paulo como "é muito bom estar na Bolívia...", de fato não estamos nem nunca estivemos. Em segundo lugar, quando as coisas caminhavam para onde chegaram, nosso governo deu repetidas declarações em favor da autodeterminação do povo da Bolívia. Essas declarações foram bastante específicas. Mencionou-se explicitamente que é um direito do governo boliviano cuidar da forma que julga mais adequada da exploração de seus recursos naturais. Que contratos com empresas estrangeiras tem um valor relativo quando o interesse nacional está em jogo. E por aí vai. Deu no que deu. Em terceiro lugar, seria pitoresco não fosse trágico, que a "inteligência" diplomática brasileira não alertasse o governo do que estava para acontecer. Se isso tivesse ocorrido se evitaria o "mico" de estarmos preparando uma visita de Estado, chefiada pelo ministro brasileiro das Minas e Energia. Que estava se preparando paS
ra ir à Bolívia justamente discutir a situação das refinarias da Petrobras, invadidas e ocupadas pelo exército boliviano. Uma outra hipótese é a seguinte: de fato, sabia-se o que estava ocorrendo. Mas decidiu-se ocultar da opinião pública a intenção do governo boliviano de ficar com as refinarias, alegando os tais lucros "excessivos" e não dar maiores explicações. É patético. Não podia dar outra. Deu no que deu. Afirmei no início que não deveríamos condenar liminarmente o governo boliviano, caro leitor, porque tudo aconteceu porque eles devem estar convictos que poderiam e podem fazer o que bem entendem. Não reagiremos. Temos uma eleição. O presidente Morales se julga com as costas quentes, apoiado pelo gauleiter Hugo Chávez. Com ou sem razão, imaginam que o governo brasileiro está "com o rabo preso".
A
gora, a decisão em si é trágica. Talvez não para a Petrobras, que no início desse imbróglio afirmou que o investimento que tem na Bolívia é peanuts — café pequeno, diríamos na minha terra. Não concordo, até porque a maioria das ações com direito a voto da empresa pertence aos cidadãos. E a empresa tem acionistas privados brasileiros, que esperam que o nosso governo defenda primeiro os nossos interesses, depois os dos vizinhos. A decisão é ainda mais trágica para o povo da Bolívia. Se a Petrobras de fato desrespeitou as leis bolivianas era o caso de levar a Petrobras a uma corte de justiça na Bolívia. Tendo feito o que fez, o país não verá a cor do dinheiro dos investidores por um bom tempo. Se o senhor Morales acha que gás debaixo do solo, não tendo a Bolívia os necessários recursos para explorá-lo, é riqueza está redondamente enganado. Já passamos por isso, justamente pelo monopólio da exploração de petróleo no Brasil dado à Petrobras. Enfim, uma conjugação de causas que, só mesmo nosso governo não conseguiu ver, não poderia ter dado em outra coisa senão no que deu.
e o senhor Morales acha que gás debaixo do solo é riqueza, está enganado.
Empurrão na ladeira
A Petrobras foi obrigada a entrar num jogo político
ANTONIO MARANGON
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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e refletirmos sobre a relação entre a carga tributária e o PIB, veremos que os impostos estão exercendo um poder nefasto sobre o desenvolvimento do Brasil, impedindo seu crescimento e provocando sérios problemas estruturais na economia atual, com reflexos perigosos para o futuro. A carga tributária brasileira vem evoluindo a passos largos nos últimos anos: no período de 1970 a 2005, os impostos pularam de 25,3% para 37,4% do PIB, fazendo do Brasil o país com a maior carga tributária do Planeta, acima de países como a Índia, México, China, Argentina e Chile. Contrariamente à projeção da carga tributária, o Brasil é o que apresentou o menor crescimento do PIB (3,4%) no primeiro trimestre de 2006, ficando novamente atrás da China, (10,3%), da Índia (9,3%), da Argentina (8,6%) e do México (5,5%). Dessa forma, o País fica com a economia engessada, perdendo volumosos investimentos externos e desestimulando os investimentos internos, inclusive forçando grandes conglomerados nacionais a se voltarem para outros mercados, onde os impostos são mais suportáveis. Em estudo recente, elaborado pela MB Associados, que ouviu 231 empresas, ficou evidente que houve uma alarmante queda de investi-
mentos no País, da ordem de R$ 83,5 bilhões entre 2000 e 2002 para R$ 42,7 bilhões de 2003 a 2005 e, a principal causa, foi a alta carga tributária. Ou seja, os tributos estão massacrando a economia e empurrando o País ladeira abaixo. Como crescer, gerar riquezas e distribuir renda e dignidade para a população em um ambiente desses?
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omo temos insistindo em diversas ocasiões, o Brasil precisa estimular o investimento, diminuir os gastos públicos e soltar as rédeas do setor produtivo, diminuindo os impostos, para que o País possa crescer, gerar empregos, e dar aos cidadãos condições de cuidar de suas próprias vidas, saindo do cabresto das esmolas palacianas, que lhes possibilitam um prato de comida na mesa, em detrimento de sua dignidade e de seu poder de decidir o que fazer de seu destino e do futuro. Ora, ou o Brasil revê sua estrutura tributária, ou dificilmente alçaremos os vôos desejados para o crescimento e desenvolvimento sustentado da Nação. ANTONIO MARANGON É PRESIDENTE DO SESCON-SP
O s impostos massacram a economia e estão empurrando o País ladeira abaixo
em da Bolívia, mais uma vez, uma provocação preparada, evidentemente, para criar problemas com o nosso país. O presidente Evo Morales foi eleito com base num programa de valentia, que o Brasil não pode aceitar. Não se justifica a reação boliviana contra a companhia brasileira, já que a Petrobras também serve o país vizinho com eficiência e apurada técnica. Não compreendemos o fato de a Bolívia martelar a histórica boa relação com o Brasil de maneira insólita, a menos que obedeça um plano de favorecimento de Lula na sua campanha eleitoral. Nesse caso, seria manifesta intromissão dos negócios políticos brasileiros. Se considerarmos a nova ordem política vivida pela Bolívia após a vitória de Evo Morales, saberemos que o vizinho país vai continuar a nos tratar mal e recuar, numa ação como a do gato e do rato dos desenhos animados.
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Brasil tem dado provas de amizade a Bolívia há anos e essas provas foram consideradas boas durante um longo período. Com Evo Morales, porém, surpreendentemente as relações derivaram para o confronto, desafio este que não nos interessa. A diplomacia brasileira tudo fará para amenizar o ambiente e evitar situações incômodas e belicosas que poderão resultar num desentendimento total no centro do continente, com reações adversas de outros países, que serão chamados para intervir numa pugna continental.
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s provocações bolivianas terminam aqui, com o bom senso brasileiro levando o governo do vizinho país a recuar nos seus propósitos. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Não compreendemos o fato de a Bolívia martelar a histórica boa relação com o Brasil de maneira insólita, a menos que obedeça um plano de favorecimento de Lula na sua campanha eleitoral.
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CHEGOU!
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Atenção nesta ousadia traseira. Desafiante aqui, e também no exterior.
São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 2006
São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 2006
Hatch, duas portas: é o atrevido Citroën C4
que busca este tipo de comprador". O Audi A3 começou a ser vendido no Brasil em 1996 como modelo importado e a partir de 1999 passou a ser produzido aqui, chegando a vender 11.852 unidades durante o ano de 2001. No ano seguinte chegou na Europa a nova geração do A3 e a montadora alemã decidiu que ela não viria para o Brasil. Foi o quanto bastou, as vendas começaram a cair e neste ano, o último de sua fabricação aqui, vendeu pouco mais de mil unidades até agosto último. "A escolha recaiu sobre o C4 - explica Habib - por ser um carro diferente de todos os outros".
Em tempos de sedans e mais sedans, a Citroën mostra seu atrevimento, colocando o C4, hatch, duas portas, no mercado CHICOLELIS/ANTONIO FRAGA
m 1º de fevereiro, quando ainda circulava às quartas-feiras, o DCarro apresentou o Citroën C4 VTR em sua capa dizendo "C4: quando este carro chegar..." Pois é, ele chegou com a coragem e o atrevimento
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Pablo deSousa
de enfrentar um mercado francamente "apaixonado" pelos modelos sedans, quatro portas, enquanto ele se apresenta, inicialmente, na sua versão hatch e, mais, com apenas duas portas. E, segundo afirma, com ousadia, Sérgio Habib, presidente da Citroën Brasil, vai ser um sucesso de mercado. Em seu dicionário da língua portuguesa, Antonio Houaiss define bem o novo Citroën C4 VTR, com duas portas hatch. Atrevido: "1) que ou aquele que se atreve; ousado, audacioso; 2) que ou aquele que não demonstra medo ou submissão; corajoso, destemido..." Quase todos os modelos brasileiros têm versões sedans hoje em dia, até mesmo os pequenos. De fora mesmo, ainda que com quatro portas, só o Fiat Mille, pois o Chevrolet Celta vai ganhar o irmão sedan com quatro portas no final deste mês, com o nome de Prisma. E no que a marca francesa está apostando no sucesso do VTR, modelo que ela espera vender 400 unidades/mês? Público do A3 - Sérgio Habib é bem claro na resposta: "No consumidor do Audi A3 nacional, que deixou de ser fabricado aqui". O carro agora vem da Alemanha custando mais de R$ 90 mil na sua versão mais simples, com motor 1.6, e acima de R$ 140 mil na top, com motor 2.0. Já o C4 vindo da França, com motor 2.0, completo, vai custar cerca de R$ 20 mil a menos, R$ 69,8 mil. Uma segunda versão, com bancos em couro, farol bixenol direcional, que acompanha a direção do carro nas curvas, rodas de liga leve e pintura metálica, virá em seguida, custando R$ 75,8 mil.
hoje com 75 revendas, para pelo menos 125 até 2010. E já anuncia, por R$ 200 mil, o Citroën C6, que será apresentado no Salão do Automóvel (19 a 29 de outubro, no Anhembi), com uma estimativa de 50 unidades/mês. Em março de 2007, informa ele, virá o C4 Picasso - que nada tem a ver com o XSara Picasso - por R$ 90 mil. Uma emoção andando - No Brasil, o C4 repete uma rotina comum pelas ruas e estradas européias: chamar a atenção e despertar emoções interessantes: uns acham os designs externo e interno futuristas demais e escandalosos, outros, simplesmente a maioria, se apaixonam. Como já é uma tradição nos carros franceses ficar indiferente é impossível. Os faróis podem ter controle direcional, virando para o lado em que a curva está sendo feita, o que garante maior visibilidade. Na traseira, este aerofólio é opcional, o que o deixa mais "agressivo".
A aposta não é um blefe. Durante sua trajetória no Brasil o Audi A3 vendeu 60 mil unidades. Com a sua saída e o preço alto da versão importada, a Citroën viu a oportunidade de buscar este consumidor da marca alemã. "O comprador do Audi buscava status, por preços competitivos. Por isso ele não trocaria seu carro por um dos outros modelos existentes no mesmo tamanho, como os hatchs Chevrolet Astra, Ford Focus, Peugeot 307 ou Fiat Stilo. Nós entramos com o C4 VTR, um carro a preço altamente competitivo, completo e com um grande apelo visual, exatamente o
A mesma ousadia no desenho lateral e na frente. Para atender as nossas vias, ficou 10 mm mais alto que a versão européia. Motor e acabamento, os mesmos: de primeira.
DCARRO
Display translúcido
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ão importa se o dia está claro, nublado, se a noite chegou e as luzes do carro ainda não foram acesas. O display translúcido do C4 está sempre legível, no centro do carro, mostrando a velocidade, autonomia e o nível da gasolina, bem como outras informações, como nível de óleo e indicador de manutenção.No display à frente do motorista, o conta-giros, indicadores do pisca de direção, entre outros. Este painel acompanha o volante regulável em sua altura, o que garante visibilidade sempre.
Só o volante mexe
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Aposta na marca - Se os planos de espera da Citroën, que anuncia a chegada do carro há pelo menos dois anos, derem certo, o C4 poderá se tornar um grande sucesso de vendas e, com isso, trazer os irmãos hatch de cinco portas e o sedan, de quatro portas que seria fabricado na Argentina. Sérgio Habib tem outra aposta, a de que a sua marca vai continuar crescendo acima do mercado. "Se vendas globais no primeiro semestre cresceram 11%, a Citroën cresceu 38,9%. Ela também foi a marca que mais aumentou suas vendas em 2005, com 28,9%. E, tenho certeza - afirma ele -, que seremos a empresa de maior crescimento, também no próximo ano, 2007". Ele lembra que o brasileiro tem como primeiro impulso de compra de um carro o seu design. Por esta razão acredita no sucesso do C4 VTR, que mostra um desenho muito agressivo, diferente de tudo o que se vê pelas ruas atualmente.
O Citroën C4 VTR mantém essa emoção acelerada também ao rodar. Ao volante o motorista tem boa visibilidade para qualquer lado, o que facilita juntamente com as diversas regulagens dos bancos e do volante uma excelente posição de dirigir. Os bancos, por exemplo, estão entre os melhores da indústria automobilística mundial. São muito confortáveis e deixam o motorista "encaixado", proporcionando mais conforto e segurança, principalmente em curvas mais velozes. O Citroën C4 tem boa aceleração e responde Crescimento e novos modelos - O executivo fala também dos planos de crescimento da rede Citroën, rápido principalmente em baixas rotações. Para atender ao consumidor brasileiro, a Citroën do Brasil reduziu a relação de marchas em até 15% em relação ao modelo europeu, deixando-o mais "esperto" e com
Este logo C4 significa que você está atrás de um carro com motor 2.0 16V, com 143 cv de potência, bom de curva e bom de freio. A Citroën quer conquistar o mercado aberto com a saída do A3 brasileiro.
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epois de acomodado no C4 VTR, o motorista sai para o primeiro contato com o modelo rodando. E aí surge a surpresa: o centro do volante, com os controles, é fixo, circula só o aro do volante. Parece que está quebrado. A reação da maioria das pessoas é engraçada páram o carro logo na saída e ficam conferindo se está tudo certo. E está! Problema é se o motorista quiser mexer num comando qualquer, numa curva. Mas isto não se faz. Toda a concentração deve estar na curva, não é mesmo?
respostas mais ágeis, mas perde na velocidade final. A única versão a ser comercializada no Brasil, tem motor 2.0 litros com 16 válvulas, com 143 cv de potência máxima a 6.000 rpm e um torque de 20,4 kgfm a 4.000 rpm. O câmbio, com engates macios e precisos "colabora" tanto com uma tocada esportiva como no pára e anda das grandes cidades. A suspensão é muito boa, característica há décadas da marca francesa. Em qualquer situação em pisos lisos, o carro está na "mão" transmitindo conforto, segurança e tranqüilidade. Aqui, a altura foi elevada em 10 mm. Segundo a Citroën, faz de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos e a máxima é de 207 km/h.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
Nacional Finanças Va r e j o Tr i b u t o s
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CONSUMIDOR INDECISO: COMPRA OU NÃO?
FOLGA PARA
por cento foi o índice de inadimplência registrado de janeiro a agosto deste ano
Newton Santos/Hype - 28/06/2006
GASTAR PESQUISA APONTA QUE AS COMPRAS ESTÃO ESTAGNADAS SÓ NAS REDES
Estudo da TNS InterScience mostra que apenas 10% da renda mensal do consumidor está comprometida com pagamento de prestações. Idéia de super endividamento se deve ao fato de o cliente ter migrado suas compras das grandes empresas para o varejo de bairro, que não faz parte de entidades de classe e por isso seu faturamento não entra no levantamento de vendas do setor
A
o contrário do que muitos comerciantes pensam, a capacidade de compra do consumidor não está totalmente comprometida – longe disso. De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas TNS InterScience, apenas 10% da renda mensal destina-se ao pagamento de prestações. "O varejo imagina que as vendas não acontecem porque o consumidor está excessivamente endividado, e este seria o limitador do crescimento em 2006. Não é nada disso", diz o presidente da empresa, Paulo Secches. Ele explica que as "redes maiores, mais estruturadas, estão perdendo espaço para o pequeno varejo, que está dando uma surra nos grandes". Segundo Secches, os pequenos negócios não pertencem a associações e entidades de classes, e as compras não aparecem em gráficos e projeções. "Por isso acredita-se que as compras não acontecem." O resultado da pesquisa demonstra a realidade de pes-
10%
soas de todas as classes sociais: os que pertencem à classe média têm 8% da renda comprometida; já a população de baixa renda, 15%. "No começo do ano passado, 28% das pessoas estavam pagando pelo menos uma prestação; o índice, neste ano, caiu para 19%." Mas as taxas de juros, essas sim, de acordo com a pesquisa da TNS InterScience, são limi-
tadores do consumo. Secches afirma que 70% das pessoas não fizeram financiamentos nos últimos 24 meses com medo de não conseguir pagar. "Mesmo assim, esse comportamento é uma exceção, não uma regra", garante o executivo. Nem tanto assim – Já o coordenador do Instituto Provar, o Programa de Administração do Varejo da Universidade de
Por conta dos altos juros, consumidor está inseguro em relação a novas compras e parcelamentos
São Paulo, professor Cláudio Felizoni, não concorda com os dados do levantamento. Ele afirma que o consumidor gasta, em média, 25% do salário com alimentação, 20% com habitação, 10% com vestuário, 15% com transporte, 10% com saúde e outros 10% com educação. O que "sobra", 10%, é destinado às prestações. "Mas esse índice é extrapolado. As pessoas não conseguem se limitar a esse montante. É preciso fazer reparos no fogão, ou gastar com a manutenção do carro, por exemplo", diz. Felizoni cita um estudo da seguradora Cardif que demonstra que metade da população brasileira tem dificuldades para quitar prestações no prazo. "É o dobro do volume em outros países." Outro levantamento destacado pelo professor é o do próprio Provar, feito em parceria com o Canal Varejo: no início deste ano, 64% dos consumidores paulistas tinham uma ou mais linhas de crédito em andamento. "Por isso, acredito que o consumo esteja parado pela falta de renda. Este ano será um pouco melhor em razão das eleições, que proporcionam geração de empregos, mas é conjuntural." Inadimplência – O economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Asso-
EDITAIS FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR PREGÃO Nº 038/2006-FAMESP/HEB PROCESSO Nº 259/2006-FAMESP/HEB REGISTRO DE PREÇO Nº 025/2006-FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 18 de setembro de 2006 a 28 de setembro de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignoli s/n, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111-FAX(0xx14)3882-1885– ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/HospitalEstadual Bauru, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL - PREGÃO Nº 038/2006-FAMESP/HEB - PROCESSO Nº 259/2006-FAMESP/HEB, que tem como objetivo a contratação de empresa para o fornecimento de Agulha múltipla 21G, Agulha múltipla 22G, tubo para coleta de sangue (plástico ou vidro), aos pacientes do Hospital Estadual Bauru, conforme anexo II, para registro de preço por um período de 12 meses. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 29 de setembro de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 – Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 16 de setembro de 2006. Prof. Dr. Pasqual Barretti - Diretor Vice Presidente - FAMESP.
de 5,9%; e em 1998, de 11,8%. "Houve queda na inadimplência nesse período e há espaço para gastos, mas é preciso cuidado. Em 1998, muitas lojas fecharam porque não conseguiram honrar compromissos em razão da inadimplência de seus consumidores." Neide Martingo
Cartilhas ensinam consumidor a planejar
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e acordo com um levantamento do Instituto Provar, 63% dos consumidores paulistas dizem que não têm dificuldade para conseguir crédito, o que pode representar um caminho para a inadimplência. Para ajudar o consumidor a equilibrar o orçamento, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) elaborou duas cartilhas: "Limpe seu Nome" e "Como Administrar o Orçamento". De acordo com a gerente de promoção e treinamento da ACSP, Isabel Guimarães, os consumidores deixam de
fazer o mais fácil, o planejamento financeiro. Segundo ela, a população tem o costume de comprar se a prestação mensal "couber" no orçamento. "A inflação permanece estável, por isso fica mais fácil as pessoas aplicarem o dinheiro por uns três meses e comprar à vista. A palavra-chave é controle", garante. (NM) SERVIÇO As cartilhas são distribuídas gratuitamente na Rua Boa Vista, 62, no Centro de São Paulo, ou podem ser encontradas no site www.apoioaoconsumidor.com.br.
DECLARAÇÃO À PRAÇA Prefeitura do Município de São Pedro
Aviso de Abertura de Licitação Objeto: Concessão Remunerada para Lanchonete e Box na Rodoviária. Modalidade: Concorrência Pública 002/2006. Processo: nº 1413/2006. Encerramento: dia 08 de novembro de 2006, às 11:00 horas. Abertura: às 15:00 horas do mesmo dia. O edital completo deverá ser retirado no Departamento de Compras e Licitações, à Rua Valentim Amaral, nº 748, Centro, São Pedro/SP. Outras informações pelo telefone 0xx19-3481-9208. Obs: Não serão enviados editais por via Postal ou fac-símile. São Pedro, 15 de setembro de 2006. Eduardo Speranza Modesto - Prefeito Municipal.
Prefeitura do Município de São Pedro
Aviso de Abertura de Licitação Objeto: Concessão Remunerada para Exploração de Divertimentos Públicos - Trenzinho e Pedalinho. Modalidade: Concorrência Pública 001/2006. Processo: nº 1324/2006. Encerramento: dia 08 de novembro de 2006, às 11:00 horas. Abertura: às 14:00 horas do mesmo dia. O edital completo deverá ser retirado no Departamento de Compras e Licitações, à Rua Valentim Amaral, nº 748, Centro, São Pedro/SP. Outras informações pelo telefone 0xx19-3481-9208. Obs: Não serão enviados editais por via Postal ou fac-símile. São Pedro, 15 de setembro de 2006. Eduardo Speranza Modesto - Prefeito Municipal.
PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ/SP
Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 068/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição e instalação de filtros. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 26/09/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 09:00 horas do dia 29/09/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 10:00 horas às 10:30 horas do dia 29/09/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais.
PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ/SP
Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 067/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de pó com pedrisco, pedrisco limpo, areia média lavada e brita I. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 26/09/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 13:00 horas do dia 29/09/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 14:00 horas às 15:00 horas do dia 29/09/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais.
CONVOCAÇÃO
ciação Comercial de São Paulo (ACSP), Emílio Alfieri, concorda, em parte, com o levantamento da TNS InterScience. Ele diz que, de janeiro a agosto deste ano, o índice de inadimplência registrado pelo Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) foi de 6%. Em 2005, o número registrado foi
DECLARAÇÃO À PRAÇA Guzzi e Simioni Comércio Importação e Exportação Ltda. – EPP - CNPJ- 05.876.948/0001-29 localizada à Rua Cristiano Viana,67 Casa 15 - Cerqueira César - São Paulo / SP declara para os devidos fins o extravio das Notas Fiscais 001 a 100. (15/18/19/09/2006)
FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 15 de setembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:
Reqte.: Interest Factoring Ltda - Reqdo.: Navarati Comércio e Confecções Ltda - Av. Guilherme Cotching, 54 - 1ª Vara de Falências Reqte.: Secafe Cortes e Artefatos de Arame Ltda - Reqdo.: ZNorte Comercial e Distribuição Ltda - Rua Soldado Benedito Patrício, 225 2ª Vara de Falências Reqte.: Friz Refrigeração Ltda - Reqdo: Bruno de Sousa Castro Equip. EPP - Rua Taubaté, 366 - 1ª Vara de Falências Reqte.: Sika S/A - Reqdo.: Betta Peças e Adesivos Ltda - Pça. José Piragibe, 340 - 2ª Vara de Falências Reqte.: Calçados Ramarim Ltda - Reqdo.: Calçados DKS 3 Ltda - R. Domingos Leme, 40 - apto. 71 - 1ª Vara de Falências Reqte.: Calçados Ramarim Ltda - Reqdo.: Calçados DKS - 3 Ltda - Av. Nove de Abril, 2.262 - 1ª Vara de Falências Reqte.: Calçados Azaléia S/A - Reqdo.: Calçados DKS - 3 Ltda - Av. Nove de Abril, 2.262 - 1ª Vara de Falências Reqte.: Joaneta Calçados Ltda - Reqdo.: Calçados DKS - Ltda - End: N/C - 1ª Vara de Falências Reqte.: Nife Baterias Industriais Ltda - Reqdo.: Setal Engenharia Construções e Perfurações S/A - Av. das Nações Unidas, 18.605 - 6º andar - 1ª Vara de Falências Reqte.: Repsol YPF Brasil S/A - Reqdo.: Robson Barros Tieppo - EPP Rua Tapajós, 162 - 2ª Vara de Falências
DIÁRIO DO COMÉRCIO Os tucanos são bonitos, têm o bico grande e uma plumagem maravilhosa. Mas isso é só uma casca. São predadores, apesar daquela beleza.
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Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
SETEMBRO
2 -.LOGO
18 Dia dos Símbolos Nacionais: Bandeira, Hino, Selo e Armas
C ULTURA E M
C A R T A Z
Reivindicando espaços VISUAIS Artistas populares pressionaram o governo para ter voz em encontros
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o último dia do 1º Encontro Sul-Americano de Culturas Populares e do 2º Seminário Nacional de Políticas Públicas para as Culturas Populares, artistas de todo o País pressionaram para que o governo cedesse espaço, nos encontros, para que apresentassem reivindicações. Por diversas vezes, mestres das artes populares se queixaram da falta de chance de se ma-
nifestar e cobrar políticas públicas para fortalecer o setor. “Queríamos uma plenária que de fato exigisse a nossa participação. Até então, estávamos em segundo plano no encontro. Se não fosse essa plenária, quase não teríamos oportunidades para falar”, disse Nazaré Moraes, do Jabuti-Bumbá Marupiara do Acre. Com a pressão, o governo cedeu e marcou uma plenária, não prevista, ontem, com a presença
de secretários do Ministério da Cultura. Nesse espaço, representantes da arte popular apresentaram reivindicações. Nazaré Moraes pediu mais espaço para os artistas nos futuros seminários nacionais. Nelson Rocha, de Alagoas, disse que quer o governo mais envolvido com as questões do setor e a mestra Maria José, do Amapá, a criação de museu de hip hop e maiores investimentos em projetos de arte popular. (ABr)
Caetano Barreira/Reuters
Trabalhos inéditos do artista baiano José Bento. Galeria Bergamin. Rua Rio Preto, 63, Cerqueira César. Telefone: 3062-2333. 11h às 19h. Grátis. M EDICINA
Esquecimento perigoso Reclamar de falta de memória pode ser muito mais perigoso do que se imagina, na terceira idade. Segundo um estudo feito nos EUA com 120 pessoas com mais de 60 anos, a perda de memória pode estar ligada à perda cerebral. O estudo, feito na Escola Médica Dartmouth e publicado na revista Neurology, da Academia Norte-Americana de Neurologia. Na comparação com indivíduos saudáveis, os pesquisadores identificaram que aqueles que reclamavam
mais de problemas de memória tiveram uma redução de 3% na densidade da massa cinzenta em uma área importante para o funcionamento da memória. A informação, segundo os cientistas, pode ajudar no diagnóstico precoce de Alzheimer. Os resultados da pesquisa reforçam a importância de avaliar e monitorar atentamente idosos que reclamam de lapsos significativos de memória.
Ginga brasileira, com som de 'J'
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Kate Moss, ícone da magreza excessiva, chegando para desfilar na Topshop, patrocinador da Semana da Moda de Londres. Os organizadores do evento rejeitaram a proibição do governo inglês de propagandear a ditadura da magreza. Na Espanha, cinco modelos foram barradas na semana que começa amanhã.
LULA VOADOR - Engenhocas voadoras foram a atração de ontem no Parque do Carmo, em São Paulo. Os aviões artesanais divertiram os freqüentadores. A da foto, produzida pela equipe Red Bull Flug, era uma reprodução do presidente da República. D ESIGN
Rússia em cartaz
Chávez, perto do Conselho
Risco para o coração
Biblioteca científica, agora online
O site Perpetual Kid tem esses sensacionais adesivos que podem ser colados em grampeadores, telefones, xícaras etc. Cada cartela tem dezenas de olhos, bocas e narizes que podem ajudar a dar uma cara feliz ao massacre diário. Custa US$ 3,99. www.perpetualkid.com/index.asp?
O Laboratório de Tecnologia Educacional (LTE) do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) colocou na internet um conjunto de informações científicas que podem servir para pesquisas de qualquer interessado. Estão disponíveis artigos, imagens, links, apostilas, softwares e teses. Além de consultar o material é possível enviar comentários, dar notas ao conteúdo do portal e entrar em contato com os autores. As informações estão disponíveis em inglês e português.
PageAction=VIEWPROD&ProdID=1849
www.ib.unicamp.br/lte/
www.flickr.com/photos/bpx/ sets/72057594117941491/
A TÉ LOGO
A presidente do Chile Michelle Bachelet estaria mesmo decidida a apoiar a candidatura da Venezuela para um assento não-permanente no Conselho de Segurança da ONU, segundo o diário chileno La Tercera. Bachelet teria definido que votará na Venezuela por considerar difícil "não apoiar uma candidatura sul-americana". Com isso, Hugo Chávez estaria mais próximo do desejado posto no organismo internacional. Além do Chile, a Venezuela já tem o apoio do Brasil e da Argentina. A votação para definir os novos membros rotativos do Conselho de Segurança deve ser tomada em outubro, após uma votação. G ÊNERO
Lésbicas querem direitos em lei
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Terremoto assusta argentinos, mas não causa vítimas nem danos Surto de gripe aviária em humanos poderia custar ao mundo até US$ 2 trilhões, diz Bird
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Dê vida aos objetos do escritório
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Política e cultura: temas centrais de coleção online
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F AVORITOS
m internauta maluco que se identifica apenas como "bpx" conseguiu reunir e catalogar quase 1.500 pôsteres produzidos na União Soviética e, depois do fim do sistema socialista, na Rússia, entre 1917 e 1991. A compilação não traz apenas os pôsteres de propaganda política mas, também, itens produzidos para divulgar eventos culturais. Destaque para a seção dedicada a Josef Stálin.
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G @DGET DU JOUR
O semanário local Salt Lake City Weekly, dos EUA, publicou uma reportagem sobre uma banda local que, embora formada por músicos da cidade, faz mesmo é música brasileira. Ou quase. A banda Jinga Boa – com J mesmo – se inspira no samba brasileiro, mas criou um som com uma percussão mais leve. O grupo também adaptou vários pagodes brasileiros para os ouvidos norte americanos e acaba de lançar seu primeiro CD nos EUA. Pela crítica do semanário, o resultado é mesmo bom. Nenhum assassinato contra o ritmo brasileiro, só mesmo contra a língua falada aqui. O NU
C IÊNCIA
homens das doenças cardíacas", disse uma das autores do estudo, Eileen Crimmins, professora de gerontologia da USC, em comunicado da instituição. "Registros que indicam que homens são mais suscetíveis a maiores níveis de risco, como pressão ou colesterol altos, não são mais verdadeiros para a população dos Estados Unidos com mais de 60 anos de idade." Segundo o estudo, as taxas de pressão alta na última década diminuíram na população masculina analisada e aumentaram na população feminina.
A empresa brasileira Nanox – em parceria com o Centro Multidisciplinar de Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) – desenvolveu um secador de cabelos com revestimento interno de nanopartículas de dióxido de titânio (TiO2). O material faz com que o ar que sai do aparelho seja mais puro, sem microorganismos como bactérias e fungos. A empresa deve lançar, agora, outros produtos com nanopartículas de dióxido de titânio, como chapinhas de alisamento, escovas e modeladores de cabelo. B RAZIL COM Z
www.neurology.org
A afirmação de que os homens sofrem mais de problemas cardíacos do que as mulheres é, definitivamente, falsa. A constatação veio de um estudo feito nos EUA que aponta: na prática, a partir dos 60 anos, os riscos para doenças cardíacas são os mesmos para homens e mulheres. O estudo – Realizado por pesquisadores das universidades da Califórnia (UCLA) e do Sul da Califórnia (USC) – também mostra que, para pessoas com mais de 70 anos, os riscos se mostraram maiores entre as mulheres. "As mulheres não estão mais protegidas do que os
Nanopartículas de beleza
www.nanox.com.br
M ODA Kevin Coombs/Reuters
T ECNOLOGIA
Mulheres ainda são menos de 14% dos candidatos a cargos eletivos no próximo pleito
Lésbicas do Distrito Federal discutem direitos negados aos homossexuais, entre eles o de ter a garantia da metade dos bens, em caso de separação, e a guarda do filho do cônjuge. Integrantes do grupo Liga Brasileira de Lésbicas do DF analisaram os 37 itens reivindicados e irão trabalhar para elaborar um projeto de lei prevendo esses direitos. Para Deyse Hansa, integrante do grupo, o objetivo do encontro foi dar mais visibilidade às lésbicas, de todo o País. A união civil é outro direito importante negado aos homossexuais.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 18 de setembro de 2006
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Política Eles prometem combater a violência
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Ameaçados diariamente nas ruas, os eleitores sabem que a violência urbana é, com certeza, um dos mais urgentes problemas para o próximo ocupante do Palácio dos Bandeirantes resolver. E quem tiver o melhor programa pode abocanhar o maior número de votos no Estado. Veja aqui o que os candidatos têm a oferecer a uma população amedrontada e quase sem defesa.
A questão é: o? m o C Sergio Kapustan
combate ao crime res dos direitos humanos. organizado é prioEm números, a situação do ridade de quatro sistema prisional no Estado candidatos ao go- mostra que de 1995 até agora a verno de São Paulo – José Serra população carcerária cresceu (PSDB), Aloizio Mercadante quatro vezes. A construção de (PT), Orestes Quércia (PMDB) unidades prisionais, no períoe Carlos Apolinário (PDT) – na do 1996-2006, também cresárea de segurança pública. ceu: de 42 para 144. Mas o que é que realmente eles A questão, hoje, são as rebepropõem para mudar o que se liões. De 1998 até agora, ocorvê hoje nas ruas? reram 176, duas de grande proDe modo geral, Serra e Mer- porção – 2001 e 2006 –, as chacadante, que polarizam a dis- madas megarrebeliões. puta até o momento segundo Na última, em maio, ocorreas pesquisas, defendem a inte- ram os primeiros ataques do gração das polícias e a melho- Primeiro Comando da Capital ria dos sistemas de informação (PCC) aos prédios públicos e para combater as facções cri- bancos, que causaram as morminosas que atuam nas peni- te de policiais civis e militares, tenciárias. Quércia e Apoliná- e a afronta do crime organizario, que estão distantes da du- do ao Estado virou novo tema pla tucano-petista nos levanta- de campanha. mentos, enfatizam o princípio O tema, aliás, foi antecipado da autoridade ou o pulso firme por aliados de Serra e Mercanpara controlar os presídios (ve- te. Os petistas defenderam a ja abaixo, nesta página, um resu- demissão do secretário da Semo de cada proposta). gurança Pública, Saulo de CasGente que tratro Abreu Filho, ta do assunto no por entender dia-a-dia diz que que a política tuo problema da secana havia fragurança é mais Sinto falta de um cassado. Saulo de inteligência detalhamento. De de Castro foi do que falta de onde virão os recursos mantido no carautoridade. Há go e entrou em para tirar os um entendimenrota de colisão to coletivo de que programas com o secretário o governo esta- (apregoados pelos de Assuntos Ped u a l m o s t r o u candidatos) do papel? n i t e n c i á r i o s , serviço nos últiNagashi FuruDenis Mizne, mos anos ao rekawa, consideda ONG Sou da Paz. r a d o u m " r oduzir os índices de criminalidamântico" pelo de. No entanto, pecou ao não governador Cláudio Lembo. combater com eficiência o cri- Furukawa deixou o cargo. me organizado. No embate com o PT, os tuSegundo dados da Secreta- canos responderam que a onria de Segurança Pública (SSP), da de violência se deu em raos crimes violentos (homicí- zão do isolamento de líderes dios dolosos, latrocínios, rou- da facção criminosa, entre eles, bos), na comparação do segun- Wilians Camacho, o Marcola, e do trimestre de 2005 com o se- a falta de recursos federais pagundo trimestre de 2006, caiu ra melhorar as condições de se5,42% no Estado, 7,6% na Capi- guranças dos presídios. As tal e 8,54% na Grande São Pau- ações foram comandadas do lo, retroagindo a 1998. interior dos presídios por teleOutras medidas, como o fe- fone celular. chamento de bares e o InfoFalta de estratégia – Para crim, programa que mapeia os Denis Mizne, diretor-executicrimes cometidos no mesmo vo da ONG Sou da Paz, as promomento que são registrados postas dos candidatos devederam mais eficiência ao com- riam ser mais detalhistas. Na bate à criminalidade. sua avaliação, ficar apenas na "Jogar os holofotes sobre o proposta "é apenas indicar um antecessor pode ter algum tipo caminho, que pode transparede benefício político. Mas o cer um discurso vazio". eleitor de hoje é mais informa"Sinto falta de um detalhado sobre o problema (crime or- mento", queixa-se. "De onde ganizado) e sabe que a solução virão os recursos para tirar os não é nada fácil", afirma Nil- programas do papel?", quesson Vieira Oliveira , coordena- tiona o dirigente. dor do instituto Fernand BrauDenis Mizne acrescenta que del, que realiza pesquisas so- a discussão é complexa, de dibre políticas públicas, ao co- fícil solução, por isso merecementar as propostas. ria mais empenho de todos os Novo tema – Até a eleição de candidatos. "É preciso, por 2002, o tema segurança públi- exemplo, que cada um expoca se restringia-se ao combate nha a sua estratégia de prevenaos bandidos. A Ronda Osten- ção às rebeliões. A gente não sivaTobias Aguiar (ROTA), pode passar a vida inteira corcomparada ao Esquadrão da rendo atrás do prejuízo, como Morte, era tema obrigatório de aconteceu agora, apesar de a campanha, para o desespero e gente ter alertado o governo inconformismo dos defenso- do Estado", reclama.
Pablo de Sousa / LUZ
Andrea Felizolla / LUZ
Denis: "A gente não pode viver atrás do prejuízo"
Nilson: preocupação não é com discurso, mas com os resultados.
Jogar os holofotes sobre o antecessor pode ter algum benefício político. Mas o eleitor de hoje é mais informado sobre o problema e sabe que a solução não é fácil. Nilson Vieira Oliveira
QUÉRCIA
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x-governador de São Paulo, Orestes Quércia (PMDB) quer dar um tratamento de choque na segurança e, ao mesmo tempo, prevenir a criminalidade ao investir no atendimento à criança e ao adolescente. Assim que assumir, a primeira coisa que o peemedebista promete fazer é retomar o controle dos presídios. Para tanto, vai extinguir a Secretaria de Assuntos Penitenciários (SAE), que será subordinada à Secretaria de Segurança Pública (SSP), e criar um esquadrão treinado para acabar com as rebeliões. Quércia promete fazer um controle rigoroso para impedir a entrada de armas, drogas e celulares nos presídios, com o uso de aparelhos de raio-X. O candidato diz que, em seu governo, o preso vai trabalhar, e o trabalho do policial também será valorizado. Na prevenção, seria recriada a Secretaria da Criança e do Adolescente. Sua administração separaria o menor carente do infrator, cuidando dos primeiros e ressocializando os outros. O candidato promete também trabalhar politicamente para mudar a legislação, a fim de punir com mais rigor os infratores menores de idade, que hoje são protegidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
MERCADANTE
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odernizar a polícia de São Paulo, fazer parceria com o governo federal para combater o crime organizado e valorizar o trabalho do policial. É dessa forma que o petista Aloizio Mercadante pretente melhorar a segurança pública no Estado de São Paulo. Aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Mercadante defende a formação de forçatarefa com a Polícia Federal e o Ministério da Justiça para combater o crime organizado. Mercadante sugere a troca de informações entre as polícias para debelar crises antes que elas aconteçam. O candidato diz que vai instituir um sistema de monitoramento diretamente ligado ao gabinete de governo, e que as secretarias subordinadas serão obrigadas a trabalhar com metas, integração de dados e transparência. Para humanizar o sistema prisional, o petista propõe o tratamento diferenciado aos presos conforme a gravidade dos delitos, incluindo a adoção de penas alternativas para as penas mais leves. Mercadante pretende ainda estimular a participação da população no dia-a-dia da polícia e valorizar o trabalho dos policiais. Outra meta do candidato é investir em políticas públicas de prevenção diferenciadas, voltadas para públicos específicos, reconhecendo que existem diferenças entre gerações (jovens, idosos), origem social e raça.
SERRA
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ficiência é a palavra que define o conjunto de propostas de José Serra para derrotar o crime organizado em São Paulo. O candidato quer investir em inteligência, equipamento, treinamento e contratação de pessoal. A integração das polícias do Estado com as polícias Federal e Rodoviária Federal, além das guardas municipais, visa a otimização dos recursos humanos e financeiros empregados no combate ao crime organizado. A construção de novos presídios é uma das frentes de ação, tanto para acabar definitivamente com a superlotação da carceragem das delegacias, como para abrigar os presos de maior periculosidade. Para isso, o governo de São Paulo irá cobrar o repasse de verbas dos fundos Penitenciário e de Segurança a que o Estado tem direito e que estão bloqueados pelo governo federal. Se forem necessários, os presídios de segurança máxima seguirão o modelo de Presidente Bernardes, com celas individuais, bloqueadores de celular e placas de aço no piso Nessas unidades, destinadas a criminosos perigosos e chefes de quadrilha, não é permitido o uso de rádio e televisão, não há visitas íntimas e o banho de sol é individual.
APOLINÁRIO
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mplantar um sistema efetivo para separar os presos por grau de periculosidade, trabalhar em parceria com o Ministério Público e Poder Judiciário, aumentar o número de prisões agrícolas – há duas em funcionamento hoje –, fazer o preso trabalhar e nomear um especialista para a Secretaria de Segurança Pública. Essas são as propostas do candidato Carlos Apolinário, do PDT, para mudar o quadro da segurança em São Paulo. Desde o início da campanha, Apolinário vem destacando a importância de os presos trabalharem e a separação de acordo com as penas. Segundo dados da Secretaria de Assuntos Penitenciários (SAP), até julho 31.312 presos estavam trabalhando, o que representa 36% dos condenados (só eles têm direito a trabalhar e estudar). Quanto ao estudo, 9.939 deles estão nas salas de aula, o que significa 11,4%. Os presos podem ser contratados para trabalhar para o próprio presídio (manutenção, alimentação, faxina), para a Fundação de Amparo ao Preso (Funap, nas oficinas ou como monitores de educação) ou para empresas privadas, tanto os que estão no regime fechado quanto os do semi-aberto. A lei prevê um salário mínimo de pagamento aos presos, além do benefício de remissão (perdão) da pena para cada três dias trabalhados.
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DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 2006
MANUTENÇÃO
Não deixe para depois A maioria só lembra que venceu o prazo da correia dentada quando o carro pára e tem de ser robocado
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perdeu o final de semana porque a maldita correia dentada quebrou, o carro precisou ser rebocado e no lugar onde a pessoa estava não havia socorro. Com maior ou menor intensidade, um grande número de pessoas já passou pela "tragédia" da correia dentada. Bom senso - Fazer a manutenção preventiva do carro é, no mínimo, bom senso, para não dizer uma necessidade. O amortecedor, tão importante para a nossa
segurança, só é trocado quando o mecânico dá o alerta. E mesmo assim muitas vezes a gente deixa para mais tarde, porque naquele dia tem que pegar o filho na escola e não está com tempo. Não deve haver pesquisa sobre o assunto, mas tudo indica que é apenas uma minoria que leva a ferro e fogo os prazos dados pelos fabricantes para que as peças sejam trocadas por novas. Muitas vezes não podemos nos dar ao luxo de deixar o carro o dia inteiro no mecânico para fazer as trocas necessárias das peças, mesmo porque elas não "vencem" no mesmo dia. Umas demoram menos tempo para serem trocadas, outras mais, mas é sempre muito tempo. Tempo esse que pode atrapalhar uma reunião, um fechamento de negócio e até aquela cervejinha necessária com os amigos. A manutenção que fique pra depois. Vários prazos - Levante a mão quem marca na caderneta que precisa trocar a correia dentada com 40 mil quilômetros. Atire a primeira pedra quem nunca dei-
xou passar dos 30 mil uma troca de amortecedor. Troca de óleo até que é mais fácil. Mais fácil e mais rápido. É só parar para abastecer e o frentista pergunta se vai olhar o óleo. Se você disser que sim ele até te dá uma dica e, depois de um cafezinho, o seu carro já está de óleo novo. Mas a gente sempre deixa passar um ou dois mil quilômetros do prazo. Agora, essa é pra encerrar: quem troca a correia dentada ou o amortecedor, mesmo sabendo que está no prazo, se está decidido a vender o carro? É claro que quem comprar que troque, porque ninguém tem a bondade de gastar dinheiro num carro que será vendido em poucos dias. Aí o novo dono do carro vai andar, e a última coisa que passará pela cabeça dele é que tem que trocar a correia dentada. Ser displicente com a manutenção preventiva é algo nato do homem ou da cultura de um povo? José Carlos Pontes, da Agência AutoInforme
MOTOS
Em agosto, alta de 55% A
tos no acumulado de janeiro a agosto, 4,6% a menos do que as 125.921 unidades exportadas nos primeiros oito meses de 2005. queda de produção registrada em julho, conseqüência do período de férias coletivas das empresas fabricantes, o setor de duas rodas retoma o crescimento em agosto. A produção de motos este ano totaliza 947.480 unidades, volume 17,7% maior que o de idêntico período do ano passado, quando foram fabricadas 805.228. “O setor vem crescendo por conta da potencialidade do mercado brasileiro. A motocicleta está se tornando um meio de transporte prático, econômico e acessível a todas as classes da população, em função da grande diversidade de modelos oferecidos pelos fabricantes", avalia Paulo Shuiti Takeuchi, presidente da Abraciclo. Neste ano, de acordo com a perspectiva da entidade, as fabricantes de motos do Pólo Industrial de Manaus deverão produzir CG 125 Fan, uma 1,36 milhão de das mais vendidas unidades.
s vendas de motos para o mercado interno cresceram 55% em agosto com relação ao mês anterior, totalizando 124.194 unidades. Julho teve desempenho fraco por causa das férias coletivas concedidas pela maioria dos fabricantes, que provocou redução da oferta local. Mas também no acumulado dos oito primeiros meses de 2006 o setor registra desempenho positivo. Foram comercializadas 832.514 motocicletas, volume 23,6% superior ao registrado no mesmo período do ano passado (673.780). A Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Bicicletas, Ciclomotores e Similares) tem perspectiva de 15% de crescimento para as vendas internas este ano. As exportações, no entanto, estão em queda. Foram exportadas 120.146 mo-
Divulgação
ocê já trocou a correia dentada de seu carro hoje? Mas ontem você trocou? Bem, vamos lá: e o amortecedor, já foi trocado quantas vezes? Deixemos de lado os custos e vamos direto ao assunto. Quem tem tempo de ficar levando o carro para a manutenção preventiva? Você conhece alguém, que alguma vez na vida, levou o carro na oficina e pediu para o mecânico trocar a correia dentada? Mas já ouviu muitas histórias de gente que
segunda-feira, 18 de setembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças
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CONTRIBUINTES RECLAMAM DA PENHORA ONLINE
12,3
bilhões de reais foi o valor do prejuízo das administradoras no ano passado
ADMINISTRADORAS DE CARTÃO DE CRÉDITO INVESTEM CERCA DE R$ 1,2 BI POR ANO PARA EVITAR CLONAGEM
CARTÃO: FRAUDE LEVA 10% DA RECEITA A 6,9
Danilo Verpa/Hype
Ciete Silvério
Altamani: comércio arca com prejuízo em caso extremo
Scalco, da Abecs: chip é arma para evitar fraude
Quem paga é a administradora
Q
uando o consumidor leva a questão de operações fraudulentas em cartões de crédito para os tribunais, o prejuízo causado, na maioria das vezes, é arcado quase que integralmente pelas administradoras de cartões de crédito. "Salvo um ou outro caso no qual fica evidente a negligência do consumidor ou do comércio, o Judiciário vem determinando sempre que as administradoras façam o ressarcimento", comenta Amilcar Altemani, do escritório Altemani Advogados. Segundo o advogado, apenas quando fica comprovado que o consumidor deixou o
cartão com outra pessoa, foi responsável pela clonagem ou pela utilização indevida, a operadora se livra do ressarcimento causado pela fraude. No caso do comerciante, o estabelecimento só é considerado culpado quando faz uma transação sem consultar o sistema. Normalmente, isso ocorre quando a operação é feita manualmente e não de forma eletrônica. "Para o Judiciário, a responsabilidade objetiva pelo risco do negócio é da administradora de cartões e não do consumidor", reforça Altemani. Danos – Em uma das decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a Real Adminis-
tradora de Cartões de Crédito foi condenada a pagar uma indenização no valor de 50 salários mínimos por danos morais para Ana Paula Dantas Carrasco, que teve seu cartão de crédito clonado. A administradora debitou os valores da conta da cliente, que teve cheques devolvidos por esse motivo. O juiz relator, Ari Pargendler, argumentou que "a apelada sofreu o constrangimento de ver devolvidos cheques em razão de insuficiência de fundos por ter sido debitada indevidamente aquela quantia. De maneira que o dano moral se mostra evidente e, assim, precisa ser ressarcido". (MR)
Justiça aposta na penhora online Divulgação
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Justiça paulista deve intensificar o uso da penhora online de contas correntes de contribuintes em ações de execução fiscal. Em agosto, a Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo enviou aos juízes do tribunal um provimento determinando que eles peçam a penhora pelo Bacen Jud, sistema eletrônico desenvolvido em 2002 pelo Banco Central (BC) para atender solicitações do Poder Judiciário referentes a bloqueio de contas de pessoas físicas ou jurídicas com débito na Justiça. O problema é que os contribuintes executados vêm enfrentando os mesmos problemas que ocorreram quando foi criada a penhora online para débitos de ordem trabalhista. Numa execução fiscal, o devedor é intimado a pagar o débito ou oferecer bens em garantia. Caso isso não ocorra, o juiz pede a penhora online, que é o bloqueio eletrônico do valor devido na conta. Bloqueio – Segundo a advogada Ellen Carolina da Silva, do escritório Luchesi Advogados, as dificuldades ocorrem porque os juízes pedem o bloqueio das contas do contribuinte em todos os bancos. "Se o juiz determina o bloqueio de R$ 10 mil e o contribuinte tem três contas, o valor é bloqueado em cada uma, somando R$ 30 mil", explica Ellen. Para ela, a solução é o contribuinte entrar com recurso pedindo desbloqueio das contas excedentes. "Isso porque a penhora online de todas as contas de uma empresa pode inviabilizar seu funcionamento." Segundo Oromar José Novato, chefe do departamento de Gestão da Informação do BC, para resolver o problema, chamado de bloqueio em cascata, o Bacen Jud oferece ao
A advogada Ellen Carolina da Silva diz que bloqueio apresenta falhas
contribuinte a oportunidade de cadastrar uma conta para que o bloqueio incida apenas sobre ela. "Mas a empresa tem de manter saldo suficiente. Caso contrário, as demais também serão bloqueadas." O BC aperfeiçoou o sistema e lançou o Bacen Jud 2.0, já em funcionamento. "Com o sistema, o bloqueio é feito em 48 horas, mas o desbloqueio das contas excedentes também", diz. O BC atende a 12 mil pedidos de bloqueio por dia — cerca de 60% da Justiça paulista. Insuficiente — Para o advogado Marcelo Puppo, do escritório Albino Advogados Associados, as soluções do Bacen Jud são insuficientes. "Se o juiz pede o bloqueio no dia 12, por exemplo, pode haver problema no pagamento de PIS/Cofins, no dia 15. O bloqueio pode impedir que o contribuinte pague tributos em dia." Ele diz que o contribuinte tem de fazer
pedido formal ao juiz para o desbloqueio e pode ter de esperar a apreciação por semanas. E isso acaba afetando o fluxo de caixa das empresas. Outro problema é que é muito comum que a Procuradoria não aceite bens que poderia acatar. "O contribuinte não pode, por exemplo, oferecer um computador de 1990. Mas a penhora online é uma medida excepcional, que só deve ser tomada se o contribuinte não tiver nenhum outro bem com valor de mercado a oferecer no pagamento", explica Puppo. Segundo o advogado, muitas vezes, se a Procuradoria não aceita um bem, o juiz automaticamente determina a penhora online. "Mas se a Procuradoria rejeita o bem, o contribuinte tem de ter direito de apresentar outros", diz. "Nesse caso, resta ao contribuinte recorrer novamente", conclui. Laura Ignacio
s administradoras de cartões de crédito sofreram no ano passado um prejuízo de R$ 12,3 bilhões com fraudes eletrônicas. O montante representa 10% do faturamento das empresas do setor. Só neste ano, já foram computadas operações irregulares da ordem de R$ 6,9 bilhões. E, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), a melhor saída para coibir esse tipo de ação continua sendo o investimento em tecnologia, que atinge a marca de R$ 1,2 bilhão ao ano. Mas, da mesma forma que a tecnologia contribui para o aumento da segurança, é a principal arma dos fraudadores para a clonagem de cartões. Não existe uma regra básica para a ação dos golpistas. Em geral, eles podem pegar as informações do usuário do cartão a partir de caixas eletrônicos, da internet e até através de atendimento telefônico. "As fraudes estão ficando cada vez mais sofisticadas. A clonagem, por exemplo, é feita na tarja magnética e não na parte externa do cartão. Esse detalhe torna a identificação imperceptível", afirma o presidente da Abecs, Jair Scalco. Chips – Segundo Scalco, as administradoras vêm apostando todas as suas fichas nos cartões com chips. Tanto que a maior parte dos investimentos está voltada para a implantação dessa tecnologia tanto nos
bilhões de reais é quanto as administradoras de cartões de crédito perderam já neste ano devido à ação de fraudadores, que agem de diversas formas.
cartões de crédito como nos de débito. Segundo estimativas da Abecs, existem atualmente no mercado mais de 10 milhões de cartões com esse dispositivo. "Com a implantação dessa tecnologia, esperamos que as fraudes comecem a ser reduzidas já a partir deste ano", afirma Scalco. Reclamações – Os roubos e furtos de cartões em geral – que entram no rol das falsificações – estão entre as maiores reclamações dos consumidores que procuram a Fundação Procon de São Paulo para prestar queixa contra as instituições financeiras. A maioria dos consumidores procura o órgão como forma de ter de volta o valor das transações feitas de forma indevida no cartão. Segundo a técnica de defesa do consumidor do Procon-SP
Renata Reis, o consumidor que for surpreendido com a clonagem ou roubo de cartão de crédito deve comunicar imediatamente o fato à administradora. Essa medida tem como objetivo apressar o bloqueio de qualquer transação e, assim, evitar a ação dos fraudadores. Recusa – Caso seja detectada alguma compra irregular, da mesma forma, o consumidor deve avisar a administradora do cartão e pedir o ressarcimento do valor. Se a empresa se recusar a pagar, é necessário notificar o Procon sobre a ocorrência para iniciar um processo administrativo. Para a técnica da instituição, registrar a reclamação no Procon é o melhor caminho para o consumidor contestar os débitos de origem fraudulenta antes de ter de tomar medidas judiciais para rever o prejuízo. Registrada a queixa, a empresa é notificada e convocada a dar uma resposta sobre a ocorrência. Se a solicitação não for atendida, o processo segue para o Poder Judiciário. "Mesmo que o caso não seja resolvido na instância administrativa, quando o consumidor ingressar com uma ação no Judiciário estará munido de material suficiente para obter uma decisão favorável. Além dos documentos que comprovem a transação irregular, o processo elaborado pelo Procon também servirá como base de prova para a análise do juiz", afirma Renata. Márcia Rodrigues
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 18 de setembro de 2006
DOISPONTOS -77
E
Flores do mal Reprodução
quelas flores vermelhas de Marisa Letícia bem no meio do jardim, em forma de estrela do PT, na grama do palácio público – mantido com o dinheiro suado dos brasileiros, inclusive da turma do "BolsaFamília" – é o símbolo acabado da estupidez nacional. Os que estão no poder central se sentem livres para colocar na privada pessoal o que é público. O valor das flores é simbólico, claro. Dinheiro de pinga. Mas a boa política não prescinde de símbolos. As oposições erraram. Não deram a devida atenção ao que
A
estava em curso. Diz o ditado que Deus está nos detalhes. O que o povo não diz é que o diabo também se manifesta neles – nos detalhes. As flores de Marisa Letícia são as flores do mal. Elas são a cara suja do PT. Santo Cristo! O que leva uma gente dessas a cometer tantos desatinos, afrontas que não se pode suportar sem um mínimo de indignação? A esta altura, boa parte dos eventuais eleitores deve estar se perguntando o que leva o autor destas linhas a relembrar um episódio "pequeno", "tão distante", "notícia velha". A resposta é
simples. As flores do mal de Marisa Letícia são apenas o símbolo acabado de um tempo que haverá de findar. Não dá mais para suportar esta indecência que leva uns e outros a confundir o que é nosso com o que nem deles é. Agora mesmo surge uma nova denúncia: a de que o governo federal teria imprimido – a um custo de R$ 11 milhões – 2 milhões de cartilhas para enaltecer o que o governo Lula da Silva fez e o que não fez. Sim, porque estamos diante de um falastrão incorrigível. O problema é que
Depois de plantar flores, o governo agora planta cartilha-fantasma
ninguém sabe onde estão as tais das cartilhas, se é que elas, de fato, existem. Há fortes suspeitas de que jamais tenham sido impressas. Se for mesmo assim, é preciso saber quem enfiou a grana no bolso. Se elas foram mesmo impressas, o que levou os amigos do rei a usar dinheiro público para favorecer seu partido, o PT, que as teria distribuído? Essa gente nunca teve vergonha na cara. Mas planta flores. E, pelo visto, distribui cartilhas inexistentes. Com o nosso dinheiro. MILTON FLÁVIO, EX-VICE-LÍDER DO GOVERNO NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DE SÃO PAULO EPMILTONFLAVIO@YAHOO.COM.BR
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Três anos e oito meses S
obrevivemos a três anos e oito meses de discursos e anúncios de projetos do governo Lula. E agora, durante a entrevista que deu aos jornalistas da Rede Bandeirantes, na última quintafeira, como candidato Lula, tentou explicar o inexplicável ao falar sobre as ações do presidente Lula. Referindo-se ao desemprego dos jovens, falou em política forte e sobre seu projeto Aprendiz, mas não deu detalhes que justificasse o fato de nada ter sido feito em diversos setores do seu governo. Lula diz que a saúde vai bem, que a educação está resolvida e que a segurança, agora, depende apenas do governo paulista enviar quarenta presos para a sua penitenciária federal. Lula não toca no fato de ter sido o governo que mais cobrou impostos nos últimos anos. O tal projeto Aprendiz lembra o já esquecido pela população Primeiro Emprego", que gerou muito gasto e nenhum resultado. Até aqui seu governo, como o da dona Marta em São Paulo, ficou só nos projetos e nos anúncios de programas não concretizados. O que segurou nos três anos e meio, quer soltar agora, só para mostrar serviço e ter oba-oba na propaganda. Seu governo foi todo o tempo tomado por promessas, anúncios de verbas não liberadas, perdão de créditos que o Brasil tinha com países controlados por ditadores, referendo sobre venda de armas, cpis, MP232, Palocci, e outros. Como Lula havia dito antes ter sido traído, para justificar as corrupções no seu governo, nessa entrevista voltou a esconder o nome aos bois, preferindo fazer comparações com o Parreira ao justificar seus erros. Lula disse que se o Parreira, que convocou os jogadores da seleção brasileira, não era culpado por ter perdido a Copa, ele também não poderia ser culpado pelo procedimento de seus amigos durante sua gestão. A diferença entre um e outro foram os bilhões desviados e o atraso que tudo isso causou ao desenvolvimento de uma nação inteira. Sem contar o desgaste e exemplo moral que ficou. Lula não consegue ver a diferença. Lula não vê culpa nos seus amigos, tanto que continuam amigos e a re s p o s t a d a p e rgunta "quem traiu quem" continua vazia, apesar de Lula dizer que a culpa é do sistema... Lula diz que fez muito. Mais acertos
G Lula está no governo há exatamente 3 anos e 8 meses. Faz questão de dizer seu tempo de governo em meses, para que o eleitorado não note que faz uma eternidade que está lá e nada fez para melhorar. G Seu governo todo foi tomado por promessas, anúncios de verbas não liberadas, perdão de créditos para países controlados por ditadores.
do que erros. No ponto de vista dele é o supra-sumo de todos os presidentes desde a Proclamação da República. É muita pretensão. Não considera que seu governo foi privilegiado por uma economia mundial em ascensão. Não se lembra de quanto foi desviado de verba pelo Valerioduto. Quando fala das ações na área de segurança, esquece que as fronteiras do país continuam dando passagem aos grandes contrabandos, enquanto a PF corre atrás de sacoleiros e devedores do Fisco, agora com a ajuda de alguns soldados do Exército colocados na ponte Brasil-Paraguai.
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sempre candidato, que nos últimos meses resolveu posar de presidente, mais uma vez subiu nas costas do ex-presidente FHC para justificar os erros de seu governo. Para quem acha que Fernando Henrique deu moleza, Lula afirma que nunca criticou tanto o FHC. Esqueceu que ele e o PT inteiro fizeram verdadeiras cruzadas contra FHC, e sempre votaram contra projetos importantes para o povo só para atrapalhar os trabalhos do governo anterior. Não tenho aqui a intenção de defender o sr. Fernando Henrique, até acho que ele precisa e deve ao povo brasileiro respostas às acusações feitas pelo Lula. Apenas constato que Lula se fez usando o nome FHC. Sem ele, não teria como justificar seus atos. FHC está para Lula, assim como o Clodovil estava para o programa Pânico na TV. A forma como se expressa ao falar de FHC, e nega que o traiu, é de dar pena. Lula consegue desfiar ódio e atrás das colocações demagógicas que faz consegue falar diretamente para a parte da população que gosta deste tipo de manifestação. Assim, também faz a sua aluna, senadora Heloísa Helena, quando tece seus comentários raivosos. Lula está no governo há exatamente três anos e 8 meses. Faz questão de dizer seu tempo de governo em meses, para que o eleitorado não note que faz u m a e t e r n idade que ele lá está e nada fez para melhorar. JOÃO PATRÍCIO JBPATRIC@UNISYS.COM.BR
ANTONIO DELFIM NETTO A INTELIGÊNCIA DO CIDADÃO
É
curioso como parcela importante de "intelectuais" tem uma enorme dificuldade em aceitar a idéia que o povo pode estar bem informado a respeito dos fatos de natureza econômica e tirar conclusões como as que foram reveladas em recente pesquisa comparando os governos Lula e FHC. Em São Paulo, membros preeminentes do que se julga ser a "inteligência" acadêmica mostram-se absolutamente revoltados com as respostas dos cidadãos a uma consulta popular que perguntava se na opinião deles a economia do país tinha melhorado, ficado igual ou piorado. Divulguei essas respostas num artigo recente e repito aqui os resultados: 78 % dos consultados acham que "melhorou" ou "ficou igual" e apenas 20% responderam que "piorou", sobrando 2% apenas que não souberam ou não opinaram. Há um bom tempo venho desconfiando que um número bastante razoável de nossos intelectuais lê pouco e, quando lê, lê mal. Pelas manifestações de inconformismo em relação ao que pensam aqueles que eles classificam sociologicamente como a "massa dos não informados", creio que eles, propriamente, são a própria massa.
mbora a realidade tivesse ficado escondida durante os longos oito anos de governança tucana, a "massa dos não informados" foi tomando consciência, aos poucos, das tenebrosas manobras que envolveram as privatizações. O que se acreditava é que ao vender parte do patrimônio nacional (que foi construído com a poupança dos brasileiros), o governo usaria os recursos para pagar a dívida pública que ele mesmo vinha inflando, se não no todo, pelo menos em uma boa parte. O que se viu, depois que o debate foi desinterditado, é que o patrimônio foi entregue a novos donos, nacionais ou estrangeiros, com financiamento de bancos oficiais e dos fundos de pensão obedientes ao comando do governo. É um caso único na história econômica envolvendo governos: o que era propriedade do Estado brasileiro (não dos governos) e, portanto, do cidadão, mudou de mãos, algumas vindas do exterior, que se financiaram com recursos do próprio Estado, sem que seus verdadeiros donos fossem brindados com uma única ação ...
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ais extraordinário ainda é que os recursos não tiveram o destino que se esperava, a amortização da dívida do Estado. O patrimônio foi vendido e a dívida aumentou, o que é um caso típico de "fraude aos credores"... O credor fraudado é o contribuinte brasileiro, que hoje ainda tem que pagar os impostos (que o próprio FHC aumentou de 26% para 37% do PIB), conseqüência inevitável da dívida, como Ricardo previu há dois séculos e o cidadão comum percebeu com toda a clareza. ANTONIO DELFIM NETTO É DEPUTADO FEDERAL (PMDB), PROFESSOR EMÉRITO DA
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verdade é que jamais puderam acreditar que os brasileiros comuns pudessem ter apreendido, mesmo sem ler, a lição que David Ricardo passava, há quase duzentos anos, ao bom e simplório common people, a propósito do endividamento do governo. "A dívida pública de hoje" prevenia o brilhante intelectual e economista inglês – é o imposto de amanhã". Ele alertava seu povo para que não deixasse de protestar quando o governo estava fazendo a dívida, porque fatalmente o imposto seria cobrado lá adiante, quando já era tarde para reclamar.
FEA/USP E EX-MINISTRO DA FAZENDA, DA AGRICULTURA E DO PLANEJAMENTO. dep.delfimnetto@camara.gov.br
G O cidadão
comum percebeu com toda a clareza: o contribuinte paga hoje os impostos criados para pagar a dívida de ontem.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
Senado Congresso Eleições CPMI
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TSE, Athayde Fontoura Filho. "Mais uma vez ficamos estarrecidos. Se o grampo partiu de particulares, merece condenação. Se partiu do Estado, merece excomunhão maior e apenas revela a quadra que estamos vivendo", disse o presidente do TSE, Marco Aurélio. Ele pretende comunicar o fato à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ellen Gracie, e ao procurador-geral da República,
Antonio Fernando de Souza. Ao longo desta a semana, o TSE deverá julgar recursos de políticos excluídos da eleição (sob acusação de sanguessugas e mensaleiros) por responderem a processos judiciais ou por serem investigados em inquéritos no STF. O TSE deve derrubar essas proibições. Pela lei, uma pessoa só é considerada inelegível após decisão definitiva da Justiça. (AE)
DOSSIÊ VAZA NA INTERNET
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dvogados do PSDB pretendem apresentar hoje, em Brasília, representação para cassar o registro da candidatura de Lula, com base na Lei das Inegibilidades (LC 64/90). Segundo informações do site "Consultor Jurídico", a ação será endereçada ao presidente-candidato Luiz Inácio Lula da Silva; ao ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos e ao presidente do PT, Ricardo Berzoini, que estariam interferindo no processo eleitoral. A Corregedoria-Geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) poderá assumir a condução do inquérito assim como fez em 1990 durante a disputa presidencial entre Lula e Fernando Collor de Mello. Na ocasião, explodia o caso Lubeca. O delegado do caso, Macilon José Bernardes, turbinava o noticiário contra os petistas e o corregedor-geral do TSE, ministro Romildo Bueno de Souza, requisitou o inquérito para garantir isonomia. Neste final de semana, os advogados do PSDB conseguiram liminar que proibiu o candidato do PMDB, Orestes Quércia, de repetir a divulgação das notícias veiculadas pela revista "IstoÉ" e pelo jornal "Correio Braziliense". Nos dois casos, reportagens associaram a imagem dos candidatos ao governo de São Paulo, José Serra, e à Presidência, Geraldo Alckmin, ao esquema dos sanguessugas. Para os políticos do PSDB, o governo está interferindo dire-
Fotos: Reprodução
Último round
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altando menos de 15 dias para as eleições, Geraldo Alckmin continua enfrentando um dilema: forçar a realização do 2º turno. O tucano acha que consegue tal proeza, por entender que o índice de intenção de voto em Lula não vai além dos 45%, embora o último Datafolha constatasse um índice de 50%. Mesmo que Lula não tenha mais de 45%, é preciso que Alckmin cresça nas pesquisas e supere a marca dos 30%. Pelo Datafolha, o tucano tem 28%. Mas não basta que Alckmin ultrapasse os 30%: é necessário também que a candidata Heloísa Helena (Psol) alcance pelo menos 10% dos votos.
ARRANCADA Para crescer, Alckmin está investindo nos principais redutos eleitorais, como São Paulo, Rio e Minas e, também, nos estados do Sul do País, região em que Lula sofreu uma queda de 4 pontos em poucos dias, segundo o Datafolha.
INVESTIDA
ATAQUE
tamente na campanha. Ao evitar o flagrante da compra de acusações contra os tucanos por petistas, em São Paulo, a Polícia Federal (PF) transformou o mesmo caso em dois. Um, a prisão de duas pessoas com uma montanha de dinheiro. Outro, a apreensão de um dossiê com o objetivo de mostrar que os candidatos tucanos participaram do esquema dos sanguessugas. " Só os presos e os materiais apreendidos em Cuiabá, contra o PSDB, foram expostos", lembra o advogado do PSDB, Ricardo Penteado. Neste fim de semana o vídeo que prometia incriminar José
Os aliados de Alckmin atacam também no Paraná (7 milhões de votos), embora o governador Roberto Requião (PMDB) não tenha aberto seu palanque para nenhum presidenciável. Alckmin tenta crescer também em Santa Catarina (4,3 milhões de eleitores).
Vídeo divulgado no site Olhar Direto: acima José Serra com membros da quadrilha. Ao lado, as ambulâncias superfaturadas.
CONFIANÇA
Serra – e que seria vendido ao petista Valdebran Padilha Silva por Luiz Antonio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas – foi posto na internet. O material seria parte de um dossiê que o tio de Vedoin, Paulo Dalcol Trevisan, entregaria ao advogado Gedimar
Pereira Passos e a Padilha. Segundo a PF, Vedoin receberia R$ 1,8 milhão pelo vídeo. A gravação é a apresentação de 41 ambulâncias e ônibus transformados em unidades de saúde. Além de Serra, vários políticos na época ligados ao PSDB aparecem. (Agências)
Alan Marques/ Folha Imagem
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Eymar Mascaro
No Sul (com 20 milhões de eleitores), Alckmin intensifica mais a campanha no Rio Grande. O tucano cola sua campanha na de reeleição do governador Germano Rigotto (PMDB). Apenas o Estado do Rio Grande do Sul tem um colégio eleitoral de 7,5 milhões de votos.
EX-PREFEITO CONFIRMA PAGAMENTO movimentação financeira da Planam também servia para a compra de fazendas no interior de Mato Grosso e aponta o envolvimento dos ex-ministros da Saúde José Serra e Barjas Negri, segundo denunciou o empresário Luiz Antônio Vedoin à revista "IstoÉ" neste final de semana. O ex-prefeito de Jaciara, cidade localizada a 120 quilômetros de Cuiabá, Valdizete Martins Nogueira, afirmou que recebeu "uns R$ 70 mil como
Só os presos e os materiais apreendidos em Cuiabá, contra o PSDB, foram expostos. Ricardo Penteado, advogado do PSDB.
DOSSIÊ DE VEDOIN ESQUENTA A DISPUTA
GRAMPO: NEM A JUSTIÇA ESCAPA. Tribunal Superior Eleitoral (TSE), informou ontem que a empresa contratada para verificar a segurança das linhas telefônicas dos ministros da Corte encontrou "grampos" em números utilizados pelos ministros Marco Aurélio Mello, Cezar Peluso e Marcelo Ribeiro. Os detalhes serão divulgados hoje em entrevista à imprensa, às 9h, pelo diretor-geral do
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agrado" para inPrefeito tucatermediar a no entre 2000 a compra da Fa2004, Donizete zenda Ficate. O confirmou que d o n o d a p r onão recebeu priedade é Abel apenas R$ 7 mil Pereira, que moem sua conta. ra em Piracicaba "Eu intermediei (SP), mas é ada venda de faLuiz Antonio Vedoin ministrada por zenda de 1.100 Barjas Negri. hectares para ele Abel é acusado por Vedoin de no valor de US$ 1,5 milhão que usar o nome de Barjas Negri fica na BR-364 (entre Jaciara e para liberar cheques para pes- Rondonópolis). Não sou corsoas físicas e jurídicas do Mi- retor, mas recebi como agrado nistério da Saúde. muito mais do que R$ 7 mil". O
ex-prefeito disse que conhece Abel há pelo menos 20 anos. Ele informou que nunca negociou com a compra de ambulâncias e desconhece Robson Rabelo de Almeida, que recebeu R$ 20,1 mil da Planam. Segundo a "IstoÉ", entre 2000 e 2004 a Planam comercializou 891 ambulâncias. Mais de 70% foram negociadas até o final de 2002, quando Barjas Negri deixou o Ministério da Saúde, após substituir José Serra. Abel indicaria o destino dos depósitos. (AE)
A confiança maior de Alckmin, para chegar ao 2º turno, é aumentar seu cacique eleitoral em São Paulo (26 milhões de eleitores). O tucano quer chegar no dia 1º com 15 pontos percentuais à frente de Lula entre os eleitores paulistas.
NO MORRO O tucano está confiando também nos votos que pode conquistar nas visitas que faz às favelas, no Rio. O estado tem 11 milhões de eleitores. O índice de intenção de voto em Alckmin, no Rio, é de 20%, enquanto o de Lula chega a 48%.
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QUADRILHEIROS A candidata à Presidência pelo PSol, Heloísa Helena, também lamenta o envolvimento do PT na armação do dossiê envolvendo denúncias sobre a máfia dos sanguessugas. Para ela, o governo Lula e o PT "estão se transformando numa organização criminosa".
PT PAULISTA NEGA ENVOLVIMENTO NO FLAGRANTE DA POLÍCIA FEDERAL "O PT Estadual rejeita a diretório estadual do PT produção ilegal de de São Paulo nega o O documentos, nunca usou e envolvimento na suposta tentativa de compra do dossiê que ligaria José Serra com a máfia das ambulâncias. Leia a íntegra da nota à imprensa, assinada por Paulo Frateschi, presidente estadual do PT-SP:
não se utilizará de dossiês forjados para prejudicar candidatos adversários. Estranhamos a veiculação de notícias de que poderia haver participação da direção do
PT-SP no episódio. Garantimos que nenhum membro da executiva ou do diretório do Partido no Estado de São Paulo tenha envolvimento com o dinheiro apreendido pela Polícia Federal. Repudiamos especulações ou ilações a este
respeito. Esperamos, também, que o material apreendido seja investigado com todo rigor pelos órgãos competentes. Lamentamos que manobras desviem o foco das investigações do esquema das sanguessugas."
PREJUÍZO Para se fixar mais no Sudeste e Sul, Alckmin sabe que terá de sacrificar sua presença em outras regiões, como o Nordeste. A região é farta de votos (33 milhões), mas as pesquisas revelam que a posição de Lula no Nordeste está consolidada.
ÍNDICE Lula já alcançou 70% de intenção de voto no Nordeste, contra 15% de Alckmin. Trata-se de uma diferença de 55 pontos ou cerca de 15 milhões de votos. A campanha do tucano na região fica por conta de lideranças locais.
CONTRAPONTO Apesar de contar com o apoio do candidato a governador Mendonça Filho (PFL), do exgovernador Jarbas Vasconcelos (PMDB), do presidente do PPS Roberto Freire, do seu candidato a vice José Jorge e do coordenador de campanha Sérgio Guerra (PSDB), Alckmin não consegue deslanchar em Pernambuco.
IMPEDIMENTO Roberto Freire vai continuar sua cruzada pelo impeachment de Lula. O deputado acha que Lula pode ter cometido crime de responsabilidade no caso das cartilhas editadas pela Secom, com propaganda do governo para serem distribuídas pelo PT.
FORÇA O 3º estado do Sudeste em que Alckmin insiste é Minas (13 milhões de votos). Apesar do apoio do governador Aécio Neves (PSDB), a diferença em favor de Lula em Minas ainda é considerada grande. O petista tem 54% de intenção de voto e Alckmin, 26%.
IMPORTÂNCIA SAIA-JUSTA O candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, lamenta o constrangimento provocado pelas denúncias envolvendo Serra e o PT: "Estou com um pé no 2º turno e agora tenho de explicar uma situação como essa que é contra meus valores e a história que construímos".
propaganda José Serra, o governador da Bahia, Paulo Souto e o prefeito do Rio, César Maia.
Alckmin espera diminuir a diferença em Minas exibindo na televisão gravações de apoio de Aécio Neves. Detalhe: a tendência de Alckmin, em Minas, é de crescimento. Aécio prometeu a recuperação do tucano no estado.
TIMAÇO Alckmin escolheu um time de 1ª linha para fazer sua campanha na tevê. Além de Aécio Neves, o candidato tem também como garotos-
O PREÇO As cartilhas custaram aos cofres do governo R$ 11 milhões. O primeiro tucano a falar em impeachment foi o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, acolhendo sugestão de FHC feita na carta aberta aos eleitores do partido que divulgou pela Internet.
INSATISFAÇÃO Os tucanos não gostaram da pesquisa Ibope/CNI divulgada no fim de semana, porque Lula não perdeu pontos, como esperavam. O petista manteve o índice de 50% de intenção de voto contra 29% do tucano.
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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 18 de setembro de 2006
Ativistas de organizações não-governamentais pediram ao FMI o perdão de dívidas para os países mais pobres.
GOVERNO QUER O IMPOSTO DE VALOR AGREGADO
GUIDO MANTEGA DIZ ESTAR EMPENHADO EM CRIAR UM GRUPO COM A CHINA, ÍNDIA E ÁFRICA DO SUL
SEM COTAS NO FMI, PAÍSES QUEREM G-4 Stephen Jaffe/AFP
depois da reunião do Comitê mencionou apenas o apoio unânime à iniciativa e aos objetivos declarados da redistribuição de cotas e de poder de voto, sem citar as divergências quanto aos detalhes. Ao apresentar o documento, numa entrevista coletiva, Rodrigo de Rato e o presidente do Comitê, o ministro do Tesouro da Inglaterra, Gordon Brown, mostravam-se otimistas quanto ao resultado da votação.
IMF (sigla em inglês para o FMI) pode virar 'I'm finished' – Estou acabado – caso a instituição mantenha os critérios de cotas e votos. Guido Mantega Novo critério – Durante a reunião, Mantega e seus aliados haviam insistido em suas pretensões: novo critério para cotas e votos seja baseado mais no tamanho do que na abertura das economias e que o Produto Interno Bruto (PIB) seja expresso pela paridade do poder de compra, que elimina as oscilações do câmbio. Por esse critério, o PIB do Brasil é mais que o dobro do estimado pelo processo tradicional. O Brasil e outros países que votaram contra, disse Mantega na reu-
nião, estão preparados para "decidida e publicamente" remover suas objeções, se a definição da fórmula das cotas avançar na direção de suas pretensões. Isso foi mencionado por De Rato na entrevista. Mais tarde, no encontro com jornalistas, Mantega referiu-se a um encontro privado com De Rato e disse que o diretor-gerente estava muito contrariado com a posição brasileira, tal como proposta, a reforma pode produzir, segundo os brasileiros, duas conseqüências inaceitáveis: 1) dar mais força aos sócios mais poderosos, como Estados Unidos, Alemanha e Japão; 2) tirar votos de alguns emergentes, como o Brasil, para aumentar a participação de outros, como China, Coréia, México e Turquia. Mas o Brasil apóia o aumento de cotas desses países, na primeira fase da reforma, desde que isso não enfraqueça os demais sócios em desenvolvimento. Reforma – A reforma vem sendo discutida há anos e o resultado, até agora, foi que a montanha pariu um rato, disse Mantega, que em seguida tentou dar a impressão de não haver premeditado o trocadilho com o nome do diretor-gerente. Como já havia tomado esse caminho, fez mais uma piada, por ele atribuída a outra pessoa: o IMF, disse Mantega, pronunciando essas letras em inglês, pode virar um "I'm finished" (estou acabado). Foi no meio dessa conversa que apareceu a referência ao G-8,
O diretor-gerente do FMI, Rodrigo de Rato, e o ministro do Tesouro da Inglaterra, Gordon Brown
formado por Estados Unidos Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Canadá e Rússia. Alguns emergentes, como o Brasil, o México e a África do Sul, têm sido convidados para os encontros do grupo, mas só participam de alguns eventos abertos. De toda forma, essa participação tem servido para que os ministros desses países dêem seu recado num foro que atrai a atenção de todo o mundo. No começo deste ano, a Rússia assu-
miu a presidência rotativa do G-8 e anunciou que não mais convidaria os emergentes. Acabou convidando para a reunião de São Petersburgo, por pressão de americanos e britânicos, que haviam adotado o costume. A Alemanha assumirá a presidência no fim do ano e já informou que não convidará países de fora do grupo. Isso foi lembrado ontem, durante a entrevista, e Mantega respondeu que havia lido algo sobre o assunto. Mas também
os convites para o café da manhã são insuficientes, segundo Mantega, e a saída é organizar um clube próprio. China, Índia, Brasil e África do Sul são grandes economias, argumentou o ministro, e têm uma grande agenda de assuntos de interesse comum. Mencionou apenas um, energia. Faltou esclarecer, no final, se o governo brasileiro planeja propor a criação de um fundo monetário paralelo, como complemento do G-4. (AE)
DOHA OMC PEDE AJUDA FINANCEIRA
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inistros de finanças de todo o mundo reunidos no Fundo Monetário Internacional (FMI) lançaram ontem um apelo em favor da conclusão da Rodada Doha de negociações comerciais. Ainda é possível encerrar as negociações neste ano, segundo o ministro de Finanças do Reino Unido, Gordon Brown, presidente do Comitê Monetário e Financeiro do Fundo Monetário Internacional. Os 24 membros do
comitê expressaram seu "profundo desapontamento" pela suspensão das negociações. Além disso, conclamaram as principais potências comerciais a um esforço para alcançar um resultado ambicioso nas áreas de agricultura, indústria e serviços. O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, falou aos ministros sobre a situação da Rodada Doha e pediu um pacote de ajuda para moderniza-
ção comercial dos países pobres. "Podemos dizer que foi combinado entre os potenciais doadores um auxílio de US$ 4 bilhões por ano", disse Brown. Retomar as negociações comerciais será essencial para sustentar e fortalecer as bases do crescimento econômico mundial, afirmaram os ministros num comunicado conjunto, que foi comentado por Brown e pelo diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, Rodrigo de Rato. (AE)
Mantega: reforma tributária em 2007
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ministro da Fazenda, Guido Mantega disse que a reforma tributária está no topo da agenda do próximo governo para 2007, caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja reeleito ao cargo e poderá incluir a criação de um imposto de valor agregado (IVA). "Existe uma grande pauta tributária que será prioridade máxima no início do próximo governo", disse Mantega em entrevista a imp re n s a d u r a n t e a re u n i ã o anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) Ao comentar o assunto, o ministro sinalizou sua expectativa de continuar no comando da Fazenda. "Vou pessoalEMBRAER A Embraer anunciou a encomenda de seis jatos 170 pela EgyptAir Holding Company. Os aviões serão operados pela EgyptAir Express e a primeira unidade será entregue em abril.
A TÉ LOGO
tos neste ano vão querer melhorar a imagem do Congresso e isso poderá facilitar a aprovação das reformas. "Se o presidente Lula for eleito no primeiro turno, como parece, ele usa-
rá esse capital político forte para promover novas reformas importantes ao País no primeiro ano", disse. Mantega afirmou que o objetivo será aprovar as medidas contidas no pacote de reforma tributária já apresentando ao Congresso. Mas ele informou que governo poderá optar pela proposição de um Imposto de Valor Agregado (IVA) em vez de um Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) homogêneo para todos os Estados. Mantega disse disse que a reforma tributária ajudará a compensar a perda de competitividade de exportadores causada pela valorização do real. (AE)
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AOL A Telecom Italia comprou os negócios de acesso à internet da AOL na Alemanha por 675 milhões de euros. A empresa será a segunda maior provedora de banda larga do País.
mente comandar essa reforma no Congresso Nacional quando ele voltar a funcionar", afirmou. Segundo ele, os novos parlamentares que serão eleiMilton Mansilha/LUZ
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aso seja barrado no clube da elite, funde seu clube. Com essa filosofia, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, declara-se empenhado em criar um Grupo dos 4 com seus colegas da China, da Índia e da África do Sul. A idéia, segundo ele, nasceu em São Petersburgo, em junho, quando ele e outros ministros de economias emergentes participaram do café da manhã, mas não da reunião principal do Grupo dos 8 (G-8), formado pelas sete maiores economias capitalistas e pela Rússia. O assunto foi lembrado quando Mantega comentava, num encontro com jornalistas, a batalha da reforma política do Fundo Monetário Internacional (FMI). O resultado, até aquele momento, havia sido ruim para o Brasil e seus aliados – a Argentina, a Índia, o Egito e mais uns poucos países que o ministro não quis enumerar. A votação da proposta apresentada pelo diretor-gerente do FMI, Rodrigo de Rato, foi concluída e não havia dúvida quanto à aprovação. O Brasil votou contra e isso foi declarado pelo ministro Guido Mantega na reunião do Comitê Monetário e Financeiro, formado por 24 ministros que representam politicamente os 184 países membros. Pelo menos os três aliados votaram com o Brasil. Mas a votação é eletrônica e dela participam todos os países sócios. O comunicado emitido logo
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Grupos hoteleiros entram na disputal pelo litoral baiano
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Estudo aponta que Brasil tem menor competitividade no mercado externo
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Desempenho fraco da economia do País inibe investimentos em produção
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Geral
segunda-feira, 18 de setembro de 2006
Encarregamos os núncios nos países islâmicos de esclarecer o sentido das palavras do papa. Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano Marcelo Garcia/AFP
DISCURSO DO PAPA CAUSA REAÇÕES EM TODO O MUNDO ISLÂMICO
Guerra Santa continua Daniele Colarieti/AFP
Freira assassinada na Somália após fala de Bento XVI
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Papa lamenta mal-entendido durante o Angelus, realizado sob forte segurança, mas não se desculpa
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m sua primeira aparição pública desde o início da crise com os islâmicos, o papa Bento XVI reafirmou ontem lamentar profundamente que passagens de seu discurso de terça-feira na Universidade de Regensburg, da Baviera, tenham sido mal-interpretadas e ferido a sensibilidade dos muçulmanos. "Estas (as passagens) eram, de fato, a citação de um texto medieval que de nenhuma maneira expressam meu pensamento pessoal", disse o papa, falando a uma multidão reunida na frente da residência papal de Castelgandolfo para a tradicional bênção dominical do Angelus - sob segurança reforçada por causa da ameaça de ataques contra Roma e o Vaticano de um grupo islâmico iraquiano. O trecho ofensivo aos muçulmanos é uma citação do imperador bizantino Manuel II Paleólogo, na qual ele diz que Maomé "só trouxe coisas más e desumanas, como defender com a espada a fé que pratica".
A fala do papa de ontem foi a terceira manifestação do Vaticano sobre o tema desde quinta-feira. Inicialmente, a organização egípcia Irmandade Muçulmana considerou a fala de ontem como "uma desculpa suficiente", mas, horas depois,
Estas (as passagens) eram, de fato, a citação de um texto medieval que de nenhuma maneira expressam meu pensamento pessoal Bento XVI
voltou a exigir "um pedido de desculpas" claro. O secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone, disse que a diplomacia da Santa Sé foi acionada para conter a crise. "Encarregamos os núncios (representantes papais) nos países islâmicos de escla-
recer o verdadeiro sentido das palavras do papa", declarou. As manifestações de protesto contra o papa se espalhavam ontem por vários países muçulmanos, as maiores no Irã, na Indonésia e no Paquistão. O clérigo iraniano Ahmad Khatami o comparou ao presidente americano, George W. Bush, afirmando que eles estão "unidos para repetir as Cruzadas". No Catar, o influente líder muçulmano Yussef Al-Qaradaui fez um chamado, na rede de TV Al-Jazira, por um "dia de cólera" contra as declarações na sexta-feira. Segundo Bertone, a visita do papa à Turquia - país de maioria islâmica - entre 28 e 30 de novembro, estava mantida. Os governos do Marrocos e da Argélia retiraram seus embaixadores no Vaticano. Nos territórios palestinos e no Iraque, as manifestações foram mais violentas e igrejas foram atacadas. O presidente russo, Vladimir Putin, pediu moderação aos governos dos países islâmicos. (AE/AP)
Brasileiros também querem perdão
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comunidade muçulmana no Brasil - com cerca de 1,5 milhão de pessoas - gostaria que Bento XVI fosse mais político e pedisse perdão pelas referências ofensivas que fez a Maomé e ao Islã. Mas seus líderes não querem pôr lenha na fogueira, estendendo a todos os católicos o que interpretam como uma posição pessoal do papa. "Esperávamos que o chefe máximo da Igreja se descul-
passe, pois o que ele falou é muito grave numa hora em que os muçulmanos sofrem discriminação em vários países", disse o xeque Jihad Hassan Hammadeh, vice-presidente da Associação Mundial da Juventude Islâmica. Hammadeh acha lamentável que o papa não tenha conhecimento mais profundo do Islã, como ficou parecendo por algumas afirmações feitas no discurso feito na Universidade
de Regensburg. "Não foram apenas as críticas ao profeta Mohamad (Maomé). São equivocados ainda os trechos referentes à Jihad e à racionalidade", disse o xeque. "Jihad não significa só guerra santa, mas todo esforço em busca do bem", explica Hammadeh. "Jihad é o empenho pelo bem na escola e no trabalho, é o esforço de quem luta contra os próprios defeitos e sentimentos negativos." (AE)
ois homens armados mataram uma freira italiana e seu guarda-costas na entrada de um hospital em Mogadiscio, capital da Somália. Especula-se que o assassinato poderia ter relação com o polêmico discurso do papa Bento XVI sobre a Jihad, feito na última terça-feira em Regensburg, na Alemanha. Irmã Leonella, de 65 anos, foi baleada quatro vezes nas costas quando entrava em hospital para mulheres e crianças em que trabalhava, situado na violenta zona norte de Mogadiscio. Uma pessoa foi presa e buscas estavam sendo realizadas para encontrar um segundo suspeito, informou o chefe da segurança da milícia islâmica que controla a cidade, Yusuf Mohamed Siad. Siad disse que o assassinato pode estar relacionado às declarações do papa, mas afirmou não ter certeza de nada. " Os dois homens que mataram a freira poderiam estar incomodados com o discurso do papa, coisa que deixou furiosa toda a comunidade muçulmana ao redor do mundo", disse. O atentado aconteceu horas depois de um clérigo somali ter condenado a atitude de Bento XVI. "As palavras do papa foram não só erradas como irresponsáveis", disse o xeque Nor Barud. Um porta-voz do Vaticano qualificou o acontecimento como um "episódio horrível", noticiou a agência de notícias Ansa. "Esperamos que seja um fato isolado", disse o reverendo Federico Lombardi. A freira falava somali e trabalhava no hospital desde 2002. (AE/AP) Shabelle Media/Reuters
O envio do corpo da freira
Mahmoud Ahmadinejad eHugo Chávez de "irmão revolucionários"
LOS HERMANOS ATÓMICOS Irã e Venezuela: acordos para o setor de energia
O
presidente iraniano desembarcou ontem no aeroporto internacional de Maiquetía, a 20 quilômetros de Caracas, onde foi recebido pelo colega venezuelano, Hugo Chávez, para uma visita de dois dias em que serão assinados acordos energéticos entre os dois países.
Logo no aeroporto, Mahmud Ahmadinejad segurou a mão de Chávez e o chamou de "meu irmão revolucionário". "Nós temos idéias, objetivos e interesses em comum. A distância entre nossos países pode ser grande, mas nossos corações são muito próximos", disse Ahmadinejad. (AE)
Obrador lider de governo paralelo
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entenas de milhares do ex-prefeito da Cidade do México Andrés Manuel López Obrador o elegeram líder de um governo paralelo com planos de se opor à administração do presidente eleito Felipe Calderón ao longo dos próximos seis anos. A "votação" foi feita por aclamação na Praça Zocalo, região central da Cidade do México, e representa o mais recente desdobramento da atual crise política mexicana. López Obrador acredita ter
vencido as eleições presidenciais de 2 de julho. O candidato da esquerda mexicana denunciava fraude generalizada em favor do governista Calderón e exigia uma recontagem total dos votos. Uma recontagem parcial chegou a ser feita. A reapuração de 9% dos votos fez a vantagem oficial de Calderón cair de 240 mil para apenas 4 mil votos. O tribunal eleitoral mexicano rejeitou as denúncias, não permitiu a recontagem dos votos e manteve a vitória de Calderón. (AE)
Ataques matam 23 no Iraque
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uatro explosões mataram 23 pessoas na cidade iraquiana de Kirkuk ontem, um dia após o primeiro-ministro Nuri al-Maliki pedir aos iraquianos divididos que abracem a reconciliação. A pior explosão veio de um ataque suicida em que uma pessoa dirigia um caminhão car-
regado de explosivos e se jogou contra os escritórios do Patriotic Union of Kurdistan, o partido político do presidente iraquiano, Jalal Talabani. Esse ataque matou 17 pessoas. Três carros-bomba em áreas atingiram a cidade rica em petróleo a 250 quilômetros ao norte de Bagdá. (Reuters)
Leonardo Rodrigues/Hype
Um convênio pela cultura Projeto conta com integração da Associação Comercial e a Academia Paulista de Letras
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Associação Com e rc i a l d e S ã o Paulo (ACSP) vai usar sua rede capilar, composta de 15 sedes distritais, para promover a cultura na cidade de São Paulo, levando aos paulistanos a palavra de poetas, juristas, escritores, historiadores, sociólogos entre tantos outros que se reúnem, semanalmente, como imortais ou não, na Academia Paulista de Letras (APL). Para tanto, o presidente em exercício da ACSP, Alencar Burti, assinou um convên i o c o m o p re s i d e n t e d a
APL, Ives Gandra Martins, na noite de quinta-feira passada, que estabelece uma integração cultural entre as duas entidades. A partir de agora as entidades irão disponibilizar seus auditórios, a revista da APL, o Diário do C om é rc io e o site da ACSP para promover e divulgar eventos culturais conjuntos. "Será um esforço para difundirmos a cultura literária de São Paulo", explicou Alencar Burti. "Trata-se de uma parceria para potencializar a atividade das duas entidades a favor de um avanço na qualidade da nossa cultura",
Alencar Burti (à dir.) e Ives Gandra Martins assinam convênio pela promoção da Cultura. Evento contou com palestra do poeta Mário Chamie
acrescentou. Burti lembrou que o convênio coloca à disposição da ACSP um enorme patrimônio cultural que implica, além de renomados autores, uma biblioteca com mais de 100 mil títulos. Ives Gandra salientou que o convênio vai permitir que o conhecimento produzido dentro da APL seja levado para todos os segmentos da sociedade representados na Associação Comercial. "As-
sim, vamos evitar que nossas reflexões fiquem circunscritas a nós mesmos e possam ser levadas para toda a sociedade", afirmou. Para Gandra, a parceria ACSP-APL abre as portas para universalizar trabalhos de alto nível que, muitas vezes, ficam limitados aos acadêmicos e a publicações feitas pela APL. O desembargador e secretário-geral da APL, José Renato Nallini, disse que o convênio
representa um marco para a cultura paulistana. O poeta Mário Chamie apresentou uma palestra sobre São Paulo como "anfitriã das diferenças" e da multiplicidade cultural. Um vídeo sobre a APL, preparado pela ACSP, foi exibido para várias personalidades do mundo cultural. Entre eles, o juristas Geraldo Vidigal, os poetas Cyro Pimentel e Paulo Bonfim, o sociólogo José Pastore, o crítico
literário Fábio Lucas, as escritoras Lygia Fagundes Telles e Ana Maria Martins, o imortal e diretor responsável do Diário do Comércio, João de Scantimburgo, o diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, Marcel Solimeo, e integrantes da Comissão Cívica e Cultural da ACSP, liderados pelo seu coordenador, Francisco Giannoccaro. Sergio Leopoldo Rodrigues
terça-feira, 19 de setembro de 2006
Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
O
da demora dos julgamentos. Outra medida que deve acelerar a tramitação dos recursos é a ampliação do número de juízes com dedicação exclusiva aos casos do tribunal. "Conseguimos autorização do secretário da Fazenda e, a partir do ano que vem, teremos mais dez vagas para esta função", informou. A medida, entretanto, esbarra na dificuldade de encontrar profissionais dispostos a trabalharem exclusivamente para o TIT, que não remunera seus juízes. De acordo com a presidente do TIT, tramitam na primeira instância 3 mil processos e a demora para o julgamento dos recursos é de um ano e cinco meses. Já na segunda instância, são 7 mil processos e o tempo médio para o julgamento dos recursos é de dois anos e nove meses. O TIT é uma alternativa ao Poder Judiciário, assim como o Conselho de Contribuintes, que julga processos administrativos referentes a tributos federais. (LI)
Fotos: Nilton Fukuda/Folha Imagem
Ó RBITA
A Ademar Salgado, com a esposa, comemora a decisão do STJ
CONTROLE O Grupo Schincariol investiu R$ 3,4 milhões na compra de 17 medidores de vazão para as suas linhas de produção de refrigerante.
GÁS DA BOLÍVIA QUASE NO PREÇO DO MERCADO EXTERNO
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preço que o Brasil está pagando pelo gás natural da Bolívia já está próximo do vigente no mercado internacional e não há espaço para novas elevações a curto prazo A avaliação é do secretário de Planejamento e Desenvolvimento do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, que fez palestra no Instituto
SALÁRIOS
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s bancos terão até as 12 horas do dia do depósito do pagamento pela empresa para repassar — por uma transferência eletrônica (TED) — os recursos da conta-salário para a conta corrente indicada pelo trabalhador. A regra consta de circular emitida pelo Banco Central. (AE) A TÉ LOGO
Brasileiro de Executivos Financeiros (Ibef). O preço para o gás boliviano está em US$ 4,70 por milhão de BTU (unidade de medida do poder calorífico), mais US$ 1,80 referente ao transporte. "Com isso, o preço chega aos US$ 6,50 por milhão de BTU, enquanto os preços no mercado internacional estão entre US$ 6,50 e US$ 6,70 por milhão de BTU", comparou.
Zimmermann considerou que "faltou maturidade" aos dirigentes da Bolívia ao exigirem reajustes muito acentuados para o preço do combustível. "Quando o gás atingiu US$ 14 por milhão de BTU no final do ano passado, a Bolívia considerou que os preços que vendia ao Brasil estavam baixos. Só que aquele foi um momento específico do mercado e desde então os preços caíram muito." (AE)
GREVE
FERROS
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epresentantes da General Motors e do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos se reuniram ontem para tentar um acordo para o reajuste salarial dos cerca de 9 mil trabalhadores da unidade. A reunião começou por volta de 8 horas e não havia terminado até as 20 horas. Os trabalhadores ameaçavam entrar em greve hoje, se não houvesse acordo. A última oferta da GM foi de reajuste de 4,19% em janeiro e abono de R$ 650. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Cenário é propício para novas reduções da Selic
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Pequenas empresas do País são mais competitivas
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Lucro de distribuidoras de energia cai 8,7%
ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú
Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407
LOTERIA TARDA 29 ANOS, MAS NÃO FALHA Caixa vai indenizar apostador em cerca de R$ 200 mil
Bilhete premiado foi guardado pelo aposentado por quase 30 anos
INFLAÇÃO Graças aos alimentos, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) perdeu força. Subiu 0,3% na segunda semana de setembro.
Senti muita alegria, mas até agora não vi a cor do dinheiro. Ademar Salgado, sobre o prêmio atrasado da loteria.
PRODUÇÃO DA SCHIN SOB CONTROLE
Julgamento de recursos será mais ágil Tribunal de Impostos e Taxas (TIT) do Estado de São Paulo, que julga discussões sobre tributos estaduais como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), pode ganhar agilidade em 2007. Em evento promovido pelo escritório Albino Advogados Associados, a presidente do TIT, Olga Maria de Castilho Arruda, reconheceu a morosidade e baixa produtividade do tribunal, mas apresentou perspectivas. Uma delas diz respeito à aprovação do Projeto de Lei n° 793/2005 pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Pelo projeto, que tramita em regime de urgência, apenas 12 juízes seriam responsáveis pelo julgamento dos recursos especiais (2ª instância). "Hoje, 48 juízes podem pedir vista do processo", explicou Olga. Os pedidos de vistas, segundo ela, são uma das principais causas
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abricantes de ferros de passar roupas querem que o governo exija certificação da qualidade do produto importado para conter a invasão chinesa. O pedido da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) foi levado ao Ministério do Desenvolvimento. (AE)
Caixa Econômica Federal (CEF) terá de indenizar o aposentado Ademar Salgado em, no mínimo, R$ 200 mil. Há 29 anos, Salgado apostou na loteria esportiva com um amigo, ganhou, mas não levou o prêmio porque a casa lotérica não havia enviado o bilhete à CEF. A decisão de indenizar o apostador é da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que, por unanimidade, manteve acórdão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (São Paulo). O TRF - 3ª Região havia condenado a CEF a pagar o valor de CR$ 189.289, com correção monetária. "Senti muita alegria, mas até agora não
vi a cor do dinheiro", disse Salgado. Com a decisão do STJ, o aposentado já faz planos com o prêmio. "Eu e minha esposa sempre pensávamos em fazer uma viagem", afirmou o aposentado. Na época do sorteio, Salgado era distribuidor de baterias, mas depois exerceu diversas funções para sustentar a família. "Se tivesse dependido desse dinheiro, já teria morrido de fome", comentou. Ele disse que vai dividir o prêmio com o amigo com quem fez a aposta. "Ele inclusive já me ligou", informou Salgado. O relator do processo, o ministro Cesar Asfor Rocha, não aceitou o argumento apresentado pela CEF que, na ação, disse que não poderia ser obrigada a responder por ato praticado pelo revendedor, ou seja, a casa lotérica. Procurada pela reportagem, a Caixa Econômica informou que aguarda publicação da decisão para saber qual medida tomará. Laura Ignacio
Compor tamento Urbanismo Polícia Ambiente
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 19 de setembro de 2006
Carla poderá ir para a cadeia caso seja solicitada sua prisão preventiva por envolvimento no crime.
EM REUNIÃO, POLICIAIS ANALISAM PROVAS
Justiça nega habeas a namorada de coronel
RODOANEL As obras do trecho sul do Rodoanel serão iniciadas hoje, às 10h, na via Anchieta.
VERÃO Horário de verão deve começar em 5 de novembro, após o segundo turno das eleições.
Ó RBITA
COMISSÃO APURA FOGO EM ANDAIME
A advogada e mãe de Carla alegou violência e coação ilegais. Mas o pedido não foi aceito.
condomínio Portal do Morumbi está criando O duas balas foram disparadas uma comissão interna,
Reprodução Pessoal/AE -12/09/2006
A
advogada Carla Prinzivalli Cepollina, de 40 anos, sofreu ontem a primeira derrota na Justiça. Temerosa de que a polícia indiciasse ou pedisse a decretação da prisão de Carla, sua mãe, a advogada Liliana Prinzivalli, solicitou ao Tribunal de Justiça a concessão de um habeas corpus preventivo em favor da filha, mas a liminar foi negada. Carla é a principal suspeita no inquérito sobre o assassinato do coronel e deputado estadual Ubiratan Guimarães. A decisão foi tomada pelo desembargador José Orestes de Souza Nery, da 9ª Câmara Criminal. A mãe de Carla alegava "violência e coação ilegais". Mas, segundo o desembargador, "não se concede liminar em habeas-corpus preventivo quando a alegada coação sequer é vista como possibilidade, ficando vaga e imprecisamente relatada".
Importadas
SÓ bebidaS Nacionais
Ubiratan e Carla: ela diz que era namorada. Os filhos desmentem.
Indiciame nto – O movimento da defesa tentou antecipar-se àquilo que delegados do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) dão como certo: o indiciamento de Carla. Os policiais aguardam apenas a conclusão de laudos do Instituto de Criminalística (IC). Os resultados de três laudos são
considerados os principais. O das roupas da advogada, indicarão se havia vestígios de disparo de arma; o exame da toalha com sangue retirada do banheiro do apartamento; e a comparação entre a bala que matou o coronel e outra disparada por Ubiratan com sua arma em ocasião diferente. Caso seja constatado que as
pela mesma arma, ficará provado que o coronel foi morto com o revólver calibre 38 que desapareceu de sua casa. Omissão - Os investigadores dão como certo que, ao depor, Carla contou tudo o que aconteceu no dia 9 no apartamento de Ubiratan, omitindo só o disparo. Essa suspeita é compartilhada por Vicente Cascione, advogado que representa a família e por amigos. Todos afirmam que ele estava separado de Carla e namorava a delegada da PF Renata Madi. Carla nega. A polícia considerava ontem pouco provável a hipótese de pedir a decretação da prisão de Carla, pois não estariam preenchidos os requisitos legais – conveniência da instrução do processo, manutenção da ordem pública ou garantia da aplicação da lei. Antes de decidir, o DHPP vai prestar as informações sobre o caso pedidas pelo TJ para o julgamento do mérito do habeas corpus. Depoimentos – A Polícia Civil ouviu ontem os depoimentos de dois dos três filhos do coronel – Fabrício Guimarães, de 28 anos, e Diogo, de 29. Além deles, depuseram dois assessores na Assembléia: o coronel Gerson Vittória e o chefe de gabinete Eduardo Anastasi. A polícia perguntou a todos o que sabiam sobre a relação de Ubiratan e Carla. Questionou Anastasi e o coronel Gérson sobre a descoberta do corpo do coronel, às 22h do dia 10. "Temos as provas subjetivas, que são os depoimentos, aquilo que as pessoas dizem à polícia a respeito do que ouviram e viram. A parte objetiva é mais trabalhosa, pois são as provas materiais", afirmou o delegado-geral da Polícia Civil, Marco Antônio Desgualdo. Perícia - Ao mesmo tempo em que os novos depoimentos eram tomados, peritos do Instituto de Criminalística e do Instituto Médico-Legal se reuniram com policiais do DHPP e com o promotor Luiz Fernando Vaggione. Eles discutiram o andamento das perícias. Entre as peças submetidas a exame estão roupas, copos e o projétil que matou o coronel. Cascione também manteve contato com os peritos para examinar as filmagens do dia da morte de Ubiratan. Ele disse que as imagens não tinham boa qualidade, mas são um registro importante. (Agências)
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Agendas da Associação e das distritais
Hoje I CPU – Reunião-almoço da
Comissão de Política Urbana (CPU) coordenada pelo vicepresidente Alfredo Cotait Neto. Às 12h, rua Boa Vista, 51/12º andar, Enre. I Penha – A distrital promove o curso do Sebrae Aprender a Empreender. Das 13h30 às 17h30. I Centro – A distrital promove o 2º Fórum de Debates sobre segurança pública com a palestra O mundo político e a realidade policial: identidade e desencontros", com o diretor da Associação dos Oficiais da Polícia Militar major Sérgio Olímpio Gomes. Às 18h I Lapa – A distrital promove reunião do Núcleo de Jovens Empreendedores com a palestra Talento Empreender – Um diferencial competitivo, com Gênis Alves Junior. Às 19h30. I Ipiranga – A distrital participa de encontro de candidatos da região. Às 20h. I São Miguel – A distrital tem reunião de profissionais de lojas de móveis e colchões do Projeto Empreender, coordenada por Valdeir Gimenez. Às 20h.
Quinta I São Miguel – A distrital tem
reunião de escolas particulares do Projeto Empreender, coordenada por Valdeir
Gimenez. Às 9h. I Dia Mundial da Paz – O presidente em exercício da ACSP, Alencar Burti, participa de solenidade pelo Dia Mundial da Paz. Às 9h, no Pátio do Colégio. I Ipiranga – A distrital participa da Gincana da Melhor Idade, promovida pelo Lions Club Ipiranga. Às 10h. Rua Agostinho Gomes, 1652. I Conjuntura - Reuniãoalmoço do Comitê de Avaliação da Conjuntura da ACSP. Às 12h30, na rua Boa Vista, 51/12º andar, no Enre. I Penha – A distrital promove o curso do Sebrae Aprender a Empreender. Das 13h30 às 17h30. I FJE - Reunião do Fórum de Jovens Empreendedores da ACSP (FJE) coordenada pelo vice-presidente Júlio César Bueno, que recebe a visita do empresário Roberto Justus para um bate-papo sobre empreendedorismo. Às 17h, rua Boa Vista, 51/9º andar. I Lapa – A distrital tem reunião de escolas infantis do Projeto Empreender, coordenada por André Gil Sanches Jr. Às 19h. I São Miguel – A distrital tem reunião de auto-mecânicas do Projeto Empreender, coordenada por Valdeir Gimenez. Às 20h.
“MANIA DE VENDER BARATO”
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formada por engenheiros e advogados, para apurar as causas do incêndio em dois andaimes, na última quintafeira, em um de seus edifícios. O acidente resultou na morte de um funcionário e três feridos. A equipe irá trabalhar em paralelo à perícia policial, que vistoriou o local e deverá emitir o laudo em 30 dias. Segundo o advogado e consultor do condomínio Portal do Morumbi, Gilberto de Oliveira, as obras de manutenção só serão retomadas após liberação por parte das autoridades. O acidente ocorreu por volta das 10h30 de quintafeira. Os funcionários realizavam um serviço de impermeabilização quando ocorreu uma explosão seguida de incêndio, possivelmente relacionada ao
produto inflamável tíner, que era utilizado no trabalho. O pedreiro José Roberto da Conceição Santos, de 36 anos, pendurou-se em uma das cordas do andaime que estava no 24º andar para fugir das chamas, mas não resistiu até a chegada do socorro. Ele caiu e morreu. Gildete Cunha Fagundes, de 25 anos, conseguiu descer pelas cordas até o 7º andar, mas também caiu. Ele está internado com fraturas múltiplas e queimaduras de segundo e terceiro graus. Aberlandio Brito Cordeiro, de 19 anos, foi resgatado pelo teto do edifício e está internado no Hospital da Vila Penteado com queimaduras de segundo e terceiro graus em cerca de 50% do corpo. Sebastião Fabiano Nunes, de 48 anos, também foi resgatado pelo teto com queimaduras nos braços e pernas e permanece no Hospital do Tatuapé. (FV)
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
Segurança Vir tualização Equipotel Te l e f o n i a
A FEIRA APRESENTA MAIS PRODUTOS INFORMATIZADOS
EQUIPOTEL Tudo muito high-tech Rachel Melamet
Divulgação
Feira de hotelaria mostrou que a tecnologia está mais presente na vida de quem viaja.
Guido Orlando Júnior á faz algum tempo, foi veiculada a notícia de que uma empresa americana e uma brasileira disponibilizaram chips para serem implantados em seres humanos. Do tamanho de um grão de arroz, é injetado em um ponto estratégico do corpo e ali permanece sem sofrer rejeição ou ataques do organismo. A princípio eles seriam destinados a conter apenas dados médicos de quem o carregasse tais como tipo sangüíneo, taxa de açúcar no sangue, medicamentos a que é alérgico ou toma constantemente, entre outras informações - e são lidos por um dispositivo semelhante a um leitor de código de barras. Mas como tudo em tecnologia sempre deriva para novas aplicações, não foi difícil imaginar que inventariam uma variante do minúsculo artefato tecnológico. Eles também estão sendo utilizados como dispositivo de localização e monitoramento via satélite, para o caso de seqüestro. Outras aplicações nos Estados Unidos, Japão e México também são realidade. Nesse último, por exemplo, somente quem tem um determinado chip implantado no corpo tem acesso a um banco de dados de segurança máxima. No Japão algumas escolas adotaram um chip no uniforme dos alunos para monitorá-los em caso de seqüestro, mas pode-se dizer que sabem quando e quem ca-
terça-feira, 19 de setembro de 2006
la invadiu todos os setores da maior feira do setor de hotelaria, bares e restaurantes da América Latina, realizada na semana passada em São Paulo, e que teve 1.100 empresas expositoras. De um insuspeitável e fofo travesseiro ao vaso sanitário, passando por fechaduras, móveis, persianas, chuveiros e cafeteiras, a alta tecnologia para melhorar a funcionalidade de objetos do cotidiano de quem se hospeda e se alimenta fora de casa foi a FECHADURA INTELIGENTE: o hóspede abre e fecha a porta com um cartão personalizado
marca registrada da 44ª edição da Equipotel, cujo potencial de negócios este ano foi longe e bateu na casa dos R$ 9 bilhões, dos quais 20% foram acertados ainda durante o evento. "Desde 2003 estamos notando um aumento dos expositores que oferecem soluções informatizadas, telefonia pela internet e produtos com tecnologia de ponta", observa Marcelo Vital Brazil, que há mais de 30 anos cuida da organização do evento. O diretor da feira diz que o setor é uma espécie de "vitrine" para novos produtos, "porque hotéis, pousadas, bares e restaurantes são frequentados pela população em geral, sem distinção de classe social, e fica muito fácil avaliar se um produto vai ser bem aceito pelos consumidores, se é útil ao cliente, se é de fato fácil de usar. O cliente acaba sendo uma 'cobaia' — no bom sentido", afirma Vital Brazil. Adeus à alergia - Assim, se você se hospedar num hotel ou pousada e notar que sua rinite alérgica não atacou, pode apostar: no seu quarto tem o novo travesseiro da Altenburg. Criado através dos princípios da nanotecnologia, o travesseiro utiliza o poder dos íons de prata para eliminar fungos e bactérias. Pode ser lavado e secado na máquina, sem perder as propriedades anti-bacterianas. Também não precisa temer uma crise de espirros ao fazer ginástica na academia. Importada do Japão, a nova linha de
BANHO COM CARTÃO O cartão é descartável. É só inserir no equipamento. O tempo de funcionamento é programado
tatames anti-ácaro da Futon é feita de um material que evita o acumulo de bactérias. Cinema na esteira - A tecnologia trabalha também em prol de quem precisa fazer exercício mas não tem muita paciência de ficar 40 minutos correndo ou caminhando na esteira sem fazer nada além de ouvir música com um fone de ouvido. A Lion Fitness apresentou na Equipotel um modelo de esteira com DVD instalado no centro do equipamento, que permite exercitar-se e ainda colocar a cultura cinematográfica em dia. Sem ferramentas - Um computador e um software 3D ajudaram a Health Móveis, empresa incubada pela Fiesp, a criar móveis modulares, como estantes e um carrinho de utilidades, com prateleiras e alças reguláveis à altura do usuário, para evitar dor nas costas. Construído com colunas de aço e prateleiras em polímero ultra resistente, o HM MultiUso não precisa de ferramentas para ser montado ou regulado - as peças vão se encaixando e são seguras por cones expansíveis, sem esforço algum. Energia barata - Economizar muito na conta de energia elétrica e continuar oferecendo aos usuários o conforto da água quente a toda hora é mais um sonho para hotéis, clubes, academias, condomínios e mesmo residências particulares. Com tecnologia inovadora, a Light Tech está lançando no mercado um sistema de aquecimento de água que pro-
mete reduzir em até 80% os custos com energia. Trata-se de uma bomba, que retira o calor do ar e transfere para a água. Pedalinhos a jato Também foi a alta tecnologia que permitiu à Plastipex criar um equipamento que promete revolucionar o mercado de lazer aquático: um pedalinho que pode ser considerado uma verdadeira "Ferrari" do gênero, que atinge 20 km por hora, enquanto os modelos tradicionais chegam no máximo a 5 km por hora. Checks rápidos - A SHP Software lançou na Equipotel 2006 o programa Stanza, que garante ser o mais rápido front-office + back-office para uso pela rede hoteleira. Com o a nova ferramenta, o usuário poderá realizar com mais segurança e eficácia os check in, check out, históricos de clientes (in house), governança, te-
Com o programa Stanza, o check in e o check out ficaram mais rápidos, práticos e eficientes
CAFÉ SENSÍVEL AO TOQUE Com design BMW, as cafeteiras da nova linha da Saeco são quase um computador
lefonia, PDV, malas diretas, além de estrutura administrativa, back office e fechamentos diários. O sistema tem versões para empreendimentos de todos os tamanhos, de pousadas a motéis e grandes hotéis.
PULSEIRA A Scan Band é uma pulseira inteligente com a tecnologia RFID. Evita filas.
UM TOQUE: assento sanitário com sensor.
FUTURO SEM PRIVACIDADE O implante de chips em humanos já é realidade. Eles informam desde a saúde até a localização de uma pessoa. bulou a aula. Já nos EUA existem resistências de algumas ONGS contra esse tipo de monitoramento devido à perda das liberdades civis. Após o 11 de Setembro a empresa Applied Digital Solutions (ADS), fabricante de um microchip denominado VeriChip, sugeriu que uma identificação subcutânea poderia ser usada em bases militares, escritórios federais, prisões, usinas nucleares e que ela serviria para liberar ou negar a entrada e movimentação das pessoas nestes locais. Quem desejar saber mais a respeito desse produto é só acessar o site (em inglês) da empresa em http://www.adsx.com/people.html que terá todas as informações de como ele funciona e aplicações possíveis. Mas do jeito que as coisas estão se desenhando por lá, não duvido que as ONGS irão perder a disputa mais cedo ou mais tarde. Se o chip subcutâneo realmente evoluir com a velocidade que tudo caminha em tecnologia é fácil imaginar para onde eles irão. No futuro podem tornar-se obrigatórios, como é hoje qualquer cidadão ter que possuir CPF. Aliás, estamos caminhando para isso. Em 2007 o governo começa a implantar o CPF eletrônico. Será um cartão igual ao de crédito e conterá todas as informações da vida financeira e fiscal do portador. Mas voltando aos chips vamos ver como poderá ser a vida no futuro, quando eles esti-
verem tão evoluídos a ponto de conseguirem guardar uma grande quantidade de dados. Serão implantados já no nascimento. Saiu da barriga da mãe, tome chip. A mesma picada que será dada para o exame do pezinho irá injetar o minúsculo dispositivo no novo cidadão, começará a monitorar tudo e enviará avisos caso alguma coisa anormal aconteça: peso, tamanho, funções vitais, lembrete de vacinas, prevenir cólica, brotoeja, assadura e toda sorte de pequenas enfermidades que costumam atacar os bebês, além de já fazer o registro do nascimento. O único trabalho que os pais terão será digitar o nome do novo integrante da família no local apropriado no site do hospital, que estará interligado com os órgãos governamentais correspondentes, principalmente o IBGE. Aliás, eles poderão fazer isso do PDA - pequenos computadores de mão que todos irão carregar -, que também servirá para a leitura de chips alheios, desde que tenham a senha. Aqui vai um parênteses: fornecer a senha de seu próprio chip para a pessoa amada será considerado prova de profundo amor e estima - já que através dele é
possível monitorar os locais onde uma pessoa estiver em tempo real pela internet -, mas ela poderá ser modificada a qualquer tempo. Isso será útil, pois em caso de briga do casal eles podem alterar a senha só para irritar o outro e voltar a fornecer a nova caso cheguem a um acordo após discutir a relação. Esse hábito, aliás, continuará firme, forte e sem sofrer modificações no futuro. O grão de arroz cibernético funcionará enquanto houver vida, já que sua bateria será recarregada pela energia dissipada pelo fluxo sangüíneo de seu hospedeiro. Quando o indivíduo morrer a bateria ainda funcionará por uma hora e seu último ato será enviar todos os dados via satélite para uma central, ao mesmo tempo em que dispara mensagens para parentes, amigos e, mais uma vez, órgãos governamentais, informando o óbito. Terminada a bateria ele se deteriora irrecuperavelmente. Em caso de amputação da perna ou do pé o chip poderá ser transplantado para outra parte do corpo sem que haja prejuízo aos dados armazenados, desde que seja da mesma pessoa. Ele guardará impressões semelhantes às digitais. Se for
implantado em outro humano ou retirado aparecerá na tela da central: "O chip de fulano de tal realizou uma operação ilegal e será desligado - erro nº XH23ER67Y". Obviamente ninguém terá a menor idéia de que erro foi esse e ficará por isso mesmo, como acontece hoje quando trava um programa no micro. Mas a reposição terá que ser imediata, sob pena do indivíduo sem chip ser considerado marginal e estar sujeito às penalidades previstas na lei. Com esse chip ninguém precisará carregar documentos, dinheiro ou cartão de crédito. Precisa pagar uma conta ou uma compra? É só digitar sua senha no terminal do caixa que o dinheiro é transferido do banco para o estabelecimento. Fazer transferência bancária? Sem problema; a partir do PDA a pessoa digita os dados da conta de débito e crédito e a transação é efetuada. Simples. Já no restaurante as coisas vão ficar um pouco mais complicadas. Como o chip guarda o histórico médico, quem tem que fazer dieta alimentar não conseguirá fugir do regime. Os restaurantes, bares e lanchonetes serão obrigados seguir as normas internacionais de vigilância sanitária - instituídas pelos governos dos países signatários -, após renderem-se ao forte lobby das companhias de seguro-saúde. Será proibido servir alimentos e bebidas considerados ofensivos à saúde de cada indivíduo de acordo com o perfil
alimentar ideal de cada um. Ele será obtido por um sensor colocado na entrada e transmitido ao terminal da nutricionista de plantão assim que a pessoa ingressar no estabelecimento. De posse desses dados ela prepara um cardápio personalizado que tem que ser seguido à risca pelo garçom, independente do tamanho da gorjeta oferecida antecipadamente pelo freguês. O desrespeito a essas normas será punido com suspensão temporária da casa e carência excepcional no plano de saúde, que pode variar de um a seis meses para casos diagnosticados resultantes da ingestão de alimentação não compatível com o regime prescrito. Fumar? Nem em pensamento. Da mesma forma não será aconselhável beber mais do que a capacidade de cada indivíduo antes do limite alcoólico estabelecido por lei ser ultrapassado. Ele será calculado de acordo com a idade, peso, sexo e altura de cada um. Quem exagerar estará sujeito às mesmas normas internacionais de vigilância sanitária. Como não poderá deixar de ser os hackers continuarão a existir, permanecerão na ilegalidade e, ao contrário do que acontece hoje, serão clandestinamente procurados por seus serviços. Serão especialistas em invadir os chips, mascarar e alterar os dados médicos temporariamente - mas somente a pedido de cada indivíduo - e cobrarão por isso. Afinal, ninguém será de ferro.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
terça-feira, 19 de setembro de 2006
RESENHA
NACIONAL
HÁ 52 ANOS...
G Quem quer
que tenha armado essa tramóia, praticou um atentado contra a lisura das eleições. Vamos ver como Freud explica. nesta celebração de clichês? Gregório Fortunato — por isso postei ontem uma foto dele aqui —, o chefe da segurança pessoal de Getúlio, em cujas costas caiu a culpa de ter dado a ordem para matar Carlos Lacerda. Sem querer fazer um trocadilho infeliz, também aquele tiro foi dado no pé. No pé de Lacerda. Mas um outro acertou o major da Aeronáutica Rubem Floretino Vaz, que morreu. Era a madrugada de 5 de agosto de 1954. O episódio ficou conhecido como o Atentado da Rua Toneleros. Lacerda era um opositor feroz de Getúlio e promovia uma campanha severa contra ele no jornal Tribuna da Imprensa. No dia 2 de agosto, a manchete da publicação era esta: “Somos um povo honrado governado por ladrões”. O governo tentou negar o quando pôde o seu envolvimento no caso.
JOÃO DE SCANTIMBURGO
Mas um IPM instaurado pela Aeronáutica (a República do Galeão) apontou para a responsabilidade de Gregório Fortunato, que preservou o chefe de qualquer responsabilidade e assumiu sozinho a autoria intelectual do atentado. Se Getúlio tinha ou não culpa no cartório, não deu para saber: ele se matou no dia 24 daquele mês com um tiro no peito e deixou uma carta acusando a existência de... forças golpistas. O ditador, que já tinha mandado torturar e matar entre 1937 e 1945, se oferecia como cordeiro do povo. Se o tal Freud de que fala o petista da mala preta é o mesmo que é aquele assessor especial do presidente da República, estamos diante de uma situação de gravidade, quero crer, inédita desde... Gregório Fortunato! É isso mesmo. Temos eleições dentro de 13 (!) dias. Lula é o franco favorito e investiu fundo numa clivagem que pretende opor o povo sofrido, que ele representaria, às elites insensíveis. Há três dias, não contente em se comparar a Getúlio, evocou o próprio Jesus Cristo como uma referência. É um momento de assombro e de espanto. Acima do povo e de Lula, estão as instituições democráticas e republicanas. Quem quer que tenha armado essa tramóia praticou um atentado contra a lisura das eleições. Vamos ver como Freud se explica...
MORNA Céllus
CORRIDA
Perspectivas econômicas para 2007 BENEDICTO FERRI DE BARROS
D
COMENTÁRIO DE REINALDO AZEVEDO NO BLOG DO REINALDO WWW.REINALDOAZEVEDO.COM.BR Reprodução
O
passarinho de sempre já me havia contado que o petista preso havia acusado um tal “Freud” ou “Froud”. Sabia também que esse era o nome do chefe de segurança de Lula. Claro, coincidências existem, não é? Pode muito bem haver dois petistas chamados Freud, donos de empresas de segurança e com intimidade o bastante com a corte para fazer essas pilantragens. Tudo é possível. A questão, agora, é saber se o sistema político acredita ou não. Lula gosta de se comparar a Getúlio Vargas; Tarso Genro vive acusando golpismo; os intelectuais áulicos adoram falar em lacerdismo. Faltava quem
iante do baixo índice de desenvolvimento do último trimestre, os próprios institutos governamentais reavaliam para baixo o aumento do PIB deste ano, que o ministro Mantega imaginava chegar a 4%. Agora se fala em menos de 3%. Esse mau resultado já fora, aliás, antecipado em 31 de agosto por entidades das classes produtoras: a Ciesp, a Fiesp e a CNI previam algo entre 2,5% e 3%. Não era necessário esperar por estatísticas para enxergar o que "aqui está": queda na produção industrial, queda de exportações, câmbio desfavorável e juros insuportáveis. Política externa que arromba as portas do mercado nacional para concorrentes estrangeiros, além da expatriação de capitais favorecida pelo governo. Ruim? No ano passado já havíamos ficado abaixo da metade da média mundial de crescimento. Entre os 17 países denominados emergentes, apenas o Peru, a Bulgária e o Panamá competiam em ruindade conosco e só superávamos o índice de crescimento do Haiti. A continuar no que "aí está", no ano que vem vai ser muito pior. Só ministros desse desgoverno podem não ver o que qualquer estudante de Economia sabe: que sem investimentos não há desenvolvimento. Mas de onde virão recursos para investimento? No mercado interno, do setor público ou do setor privado, cuja situação é a que sumariamos acima. A do governo é, se possível, pior. Só se pode investir a sobra do que não se gasta. Mas dos 40% de toda a produção nacional que arrecada e administra, no ano passado não sobrou para o governo investir cerca de R$ 3,5 bi do que arrecadou. E alguns ministérios, por simples incompetência, foram incapazes de aplicar verbas a eles alocadas. Para o próximo ano, já é evidente que o gasto com "despesas correntes" será maior, o que já começou com o desbunde de "bondades eleitorais" feito para o funcionalismo do Congresso em primeiro lugar. Em seguida com aumentos R
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. do A. Apesar de sermos sub-emergentes, N não somos tão burros quanto os que nos governam. Este editorial já estava escrito quando foi divulgado em Washington o relatório do FMI sobre a economia brasileira, com o mesmo diagnóstico.
Parcerias saudáveis em tempos difíceis TÔNIA ANDREA HORBATIUK DUTRA
P Fundado em 1º de julho de 1924
D
iante dos graves problemas evidentes no horizonte próximo, há, entretanto (e não são poucos), economistas respeitáveis que proclamam ser bons os fundamentos da economia brasileira. Fundamentos ou afundamentos? Fica-se com a impressão de que eles também estão apáticos, hipnotizados ou sedados pelo clima psicodélico esquizóide de mentiras criadas pela propaganda e pela desinformatzia que polui a atmosfera brasiliana. Os passa-moleques criados por Duda e mantidos pelos "caras de pau" dos líderes marxistas que assumiram o comando do país.
uim? A continuar no que "aí está", no ano que vem vai se muito pior.
F altava quem? Gregório, o anjo de Getúlio.
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
para o poder Judiciário, o Ministério Público e o Tribunal de Contas, por enquanto estimado em R$5,3 bi. No setor privado, grandes empresas, como a Volks e a Casas Bahia, se descapitalizam. Investimentos do exterior? O Banco Mundial (World Bank) coloca o Brasil entre os piores países elegíveis para investimentos. Acresça-se a isso a possibilidade de aumento da taxa de juros americana. A conclusão óbvia é que 2007 será muito pior que 2006. Podemos tomar do Haiti a rabeira do desenvolvimento econômico mundial. O que seria uma hipótese mais amena do que a de uma crise de retrocesso provocada pelo agravamento das condições estruturais em que vivemos, tanto econômicas como políticas. Tudo isso permanece nublado pelos vapores emanados do mar-de-lama que inundou o país, camuflado pelo festival carnavalesco da sezão pré-eleitoral. Respira-se uma atmosfera insalubre. Mefítica.
ara empresas e empresários em tempos de superação constante, os acordos, parcerias ou joint ventures surgem como uma atraente alternativa. Contudo há que se ter uma postura ao mesmo tempo cuidadosa e ousada, criativa e equilibrada, e devese ficar atento à forma legal mais interessante. São inúmeras as motivações para a contratação sob a forma de parceria ou joint ventures, como a redução dos riscos do negócio, benefícios aduaneiros, mão-de-obra disponível e acessível, cenário econômico promissor, inserção em mercados estrangeiros. A relevância desses empreendimentos merece, inclusive, a especial atenção que lhes dedicam importantes organismos de fomento, como o CFI , o BNDES e o ECIP (European Community Investment Partnes), dentro de suas competências e propósitos específicos. Não se trata somente de grandes investimentos internacionais com sua complexidade de culturas e legislações diferentes, cortes internacionais de arbitragem e fórmulas secretas guardadas a sete chaves. As associações para determinados empreendimentos, entre empresas de pequeno e médio porte, acontecem a todo tempo e são caminho eficaz para ganhar espaço no mercado, concretizar novos negócios, obter credenciais e recursos que dificilmente seriam A
arregimentados isoladamente. Além de beneficiar as partes, agilizando processos, otimizando a produção, ou atuando como elemento de confluência de competências e potenciais de mercado, são especialmente relevantes no compartilhamento de ativos intangíveis como marca e tecnologia, por exemplo.
A
s joint ventures podem ou não ser formalizadas como sociedades empresariais, nos termos da lei civil, e como tal constituir-se por estatuto ou contrato social registrado no Departamento Nacional do Registro do Comércio, mas prescindem de uma nova pessoa jurídica, desde que a relação entre as partes seja devidamente regulada. Revestem-se tais acordos de aparente simplicidade, merecendo, todavia, ser bem contratados sob o aspecto jurídico, para prevenir pendências de ordem tributária, civil, propriedade intelectual, e especialmente o direito do consumidor, quando não outros. Ainda que suplantadas essas questões objetivas, o assunto requer cuidado, pela relevância dos bens que envolve, a confiança mútua e o investimento do que há de mais caro: a inteligência aplicada ao conhecimento prático e à inovação. TÔNIA ANDREA HORBATIUK DUTRA É ADVOGADA DA PACTUM CONSULTORIA EMPRESARIAL
s associações são caminho eficaz para ganhar espaço no mercado
M
orna. Essa é a temperatura como eu caracterizo a corrida presidencial. De um lado, temos o candidatopresidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se jacta de tudo que é bom, de todas as qualidades possíveis a uma pessoa e de todas as realizações que foram feitas no Brasil. De outro lado, o candidato Geraldo Alckmin, com suas qualidades de ex-governador de São Paulo, sucessor de Mário Covas, com uma folha de serviço apreciável. Enfim, duas carreiras distintas: a de Lula, uma de apoteose mental, e a de Alckmin, de ganhos legais pelo que fez para o povo paulista. Tenho escrito nesta coluna que quem vai ganhar a eleição é o candidato-presidente Lula, com um cabedal eleitoral, que não se esgotou, de campanhas, todas perdidas e uma ganha. O candidato Geraldo Alckmin é uma força nova na política, com atributos prontos para ganhar, mas que encontra na sua frente um candidato poderoso, cuja vitória está sendo anunciada pelas instituições de pesquisas. Estou farto de saber que pesquisas de opinião são mutáveis como a calda do pavão, mas elas indicam muito da tendência da opinião pública que está se formando. Tendência essa em prol do presidente Lula.
S
em deixar de ser morna a corrida presidencial, tudo indica que as pesquisas de opinião tem pouco tempo para julgar a chamada grande decisão. E nestes poucos dias que nos separam da eleição, não mudará a temperatura dessa campanha, que não empolgou ninguém, nem mesmo os candidatos que se apóiam em Lula e nem os que se apoiam em Alckmin. Não me lembro de ter assistido uma corrida presidencial como esta. Tudo foi morno do começo ao fim. Ninguém se empolgou com os elogios em boca própria, como é o caso de Lula, nem com a lisura anunciada pela campanha de Alckmin, embora seja límpido o candidato. É isto que dá a temperatura morna numa campanha presidencial. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Ninguém se
empolgou com os elogios em boca própria, como é o caso de Lula, nem com a lisura de Alckmin.
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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 19 de setembro de 2006
AGRICULTURA TEVE O PIOR DESEMPENHO EM AGOSTO
1,2
milhão de empregos foram criados entre os meses de janeiro e agosto deste ano, segundo o Caged.
NÚMERO DE VAGAS ABERTAS NO MÊS DE AGOSTO FOI 4,8% INFERIOR AO MESMO PERÍODO DO ANO PASSADO
ECONOMIA FRACA AFETA EMPREGO André Dusek/AE
O
ritmo fraco de cres- vorável às exportações e decimento da econo- mora no início do processo de mia afetou o mer- redução dos juros. cado de trabalho No ano – Com o enfraqueciformal e provocou queda na mento do mercado de trabalho criação de empregos com car- em agosto, o número de vagas teira assinada no mês passado. criadas neste ano ficou menor As empresas contrataram do que o de 2005. De acordo 128.915 empregados em agos- com o Caged, foram criados to, 4,8% menos do que em 1,207 milhão de empregos com a g o s t o d e 2 0 0 5 , q u a n d o carteira assinada de janeiro até 135.460 vagas haviam sido agosto, o que significou 1% abertas. O mercado formal menos do que o total contabilitambém perdeu fôlego em re- zado no mesmo período de lação a julho último, mês em 2005 (1,219 milhão). Também que foram registrahouve recuo no todas 154.357 novos t a l d e e m p re g o s postos de trabalho, formais registrados redução de 16,5%. em 12 meses: foram Os dados são do A expansão do 1,241 milhão de vagas abertas entre seCadastro Geral de emprego formal Empregados e Detembro de 2005 e perdeu o ritmo em sempregados (Caagosto passado, em ged) e foram divul- relação ao ano comparação com gados ontem pelo passado, mas não 1,276 milhão nos 12 Ministério do Tra- é nada que deva meses anteriores. balho. Apesar de ser visto No primeiro semestre, os dados do reconhecer que o com temor. ritmo de geração de Caged vinham reLuiz Marinho gistrando expannovas ocupações está menor do que são do emprego desejava o governo, o ministro formal, o que havia levado Mado Trabalho, Luiz Marinho, co- rinho a prever que o número memorou o resultado, ressal- de novas ocupações neste ano tando que foi o oitavo mês se- seria maior do que em 2005. guido em que o Caged regis- Mas agora o ministro recuou trou saldo positivo no confron- das projeções mais otimistas e t o e n t r e c o n t r a t a ç õ e s e espera que o ano feche com cerdemissões. "A expansão do ca de 1,250 milhão de vagas emprego formal perdeu ritmo com carteira assinada – pratiem relação ao ano passado, camente o mesmo número do mas não é nada que deva ser ano passado (1,253 milhão). Marinho, no entanto, previu visto com temor", disse. Ele atribuiu a desaceleração um número maior de contratado ritmo de contratações não ções em setembro em razão do só ao baixo crescimento econô- aumento de produção das inmico, mas também às "turbu- dústrias que tradicionalmente lências que o País viveu nos úl- se preparam nesta época para timos 12 meses", como as de- as vendas de final de ano. O minúncias de corrupção na área nistro disse ainda esperar que política, taxa de câmbio desfa- as medidas para incentivar a
Volks vai produzir dois novos modelos no ABC Matriz alemã aprova investimentos
A
Luiz Marinho espera aumento de contratações em setembro
construção civil e para reduzir os juros bancários, anunciadas pelo governo neste mês, além da nova Lei Geral das Micros e Pequenas empresas, tenham efeito positivo no mercado de trabalho em 2007. Agricultura – A agricultura foi o setor econômico que apresentou a pior situação no Caged em agosto. Foi o único se-
tor a fechar postos de trabalho em número maior ao de criação de vagas, com a eliminação de 13.727 empregos com carteira assinada. O Caged mede a variação do número de empregos com carteira assinada, em todo o País, mediante informação obrigatória prestada pelas empresas ao governo. (AE)
Volkswagen anunciou ontem que a direção do grupo na Alemanha aprovou um programa de novos investimentos para a fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), a partir de 2007. A empresa não revela os valores a serem aplicados, mas informa que os recursos serão aplicados na montagem de dois novos modelos em 2008 e 2009, na modernização das linhas de produção e atualização das tecnologias de engenharia e manufatura automotiva. O anúncio acontece apenas quatro dias após a aprovação, por parte dos empregados, do acordo que prevê o corte de 3,6 mil funcionários, dos quais 1,8 mil serão demitidos ainda neste ano, por meio de programa que oferece indenização extra para as demissões voluntárias. A montadora informa que, além de viabilizar novos investimentos, o acordo garante a implementação das ações previstas no Plano de Reestruturação – Fase 2 da Volkswagen do Brasil, anunciado em maio deste ano, que envolve diversas medidas visando reduções de
custo e aumento dos níveis de produtividade, proporcionando melhor competitividade à unidade industrial do ABC. De acordo com o sóciodiretor da Trevisan Consult, Olivier Girard, parte dos recursos deverão ser obtidos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que aprovou em abril financiamento de R$ 497 milhões para a empresa. A operação, no entanto, foi suspensa à espera de um acordo entre a montadora e seus funcionários e agora deverá ser retomada. O consultor disse, no entanto, que é difícil prever qual o investimento total a ser realizado pela companhia alemã, visto que a instalação de uma nova plataforma, dependendo da sua complexidade, pode exigir investimentos entre R$ 50 milhões e R$ 250 milhões. Em relação aos novos modelos, o consultor acredita na implantação de uma linha na categoria do tipo sedã de médio luxo para substituir o Santana, que deixou de ser fabricado no País em março deste ano. (AE)
Rotas: VarigLog apela para o STF
A
VarigLog, nova controladora da Varig, tenta anular no Superior Tribunal de Justiça (STJ) a decisão da Justiça Federal do Rio que permite à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) redistribuir rotas da empresa aérea. A ação usa o argumento de conflito de competência e foi movida pela Aéreo Transportes Aéreos S/A, empresa criada para investir na Varig. Duas decisões anteriores do STJ consideraram ser a responsabilidade sobre a reestruturação da Varig da comissão de juízes da Vara Empresarial do Rio. Na última quinta-feira, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região cassou uma liminar da
Justiça do Rio que anulava todos os atos da Anac para licitar rotas da Varig que não foram incluídas em seu plano básico de linhas. Para justificar a decisão, o TRF argumenta que assuntos de uma autarquia federal devem ser julgados pela Justiça Federal. A Justiça do Rio, seguindo portarias da Anac, entende que os vôos nacionais só podem ser licitados 30 dias após a certificação da nova Varig como concessionária de transporte aéreo, o que ainda não ocorreu. Nos internacionais, a blindagem é de 180 dias. A comissão de juízes da recuperação judicial da Varig congelou 272 rotas que a empresa fazia em maio. No
entanto, segundo a decisão do TRF, 140 vôos foram deixados de fora pelo plano básico de linhas da Varig. A Anac inicia hoje o processo de redistribuição de rotas, durante reunião de diretoria. Para o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 1ª Vara empresarial, só haverá segurança em todo o processo quando o STJ definir qual instância jurídica é a responsável pela recuperação judicial da Varig. Segundo ele, isso só acontecerá quando o STJ julgar o mérito da questão, o que ainda não foi feito. "O único que tem autoridade para dizer quem está certo é o Superior Tribunal de Justiça, quando definir a competência.
Enquanto isso não acontecer, gera insegurança, que afasta o investidor", disse Ayoub, que participou ontem do 4º Fórum Internacional de Renovação de Empresas. Anac – Já a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) formaliza, esta semana, a distribuição das rotas internacionais da Varig. A medida deve ser tomada na quinta-feira, durante a reunião de diretoria do órgão regulador. A Anac recebeu uma liminar do Tribunal Regional Federal do Rio de Janeiro, que suspende os efeitos da decisão anterior, do juiz Luiz Roberto Ayoub. A estimativa é que o processo se prolongue por pelo menos mais 15 dias. (AE)
Fotos: Lucas Lacaz Ruiz/Futura Press
Embraer aposta na aviação executiva
O
vice-presidente executivo para o mercado de Aviação Executiva da Embraer, Luís Carlos Affonso, afirmou ontem que esse segmento deve responder por 20% da receita da companhia entre cinco e dez anos. "Poderemos até superar essa meta", observou. Em 2005, essa área representou cerca de 7, 2% do faturamento da empresa. No primeiro semestre de 2006, a participação subiu para 8,8%. Segundo ele, esse segmento deve representar cerca de 10 mil unidades nos próximos anos, um mercado de US$ 145 bilhões. Affonso adiantou que a fabricante de aeronaves está estudando o lançamento de novos modelos no curto e médio
Luís Affonso, da Embraer: meta
Família de aeronaves Phenom vai competir no setor de very light
prazos para elevar essa participação. A empresa identificou lacunas para competir no mercado de mid-light e midsize (modelos para sete a 11 passageiros). A Embraer atua no mercado de aviação executiva desde 2002, com a família Legacy (13 assentos e autonomia para viagens de até 6 mil km), segmento chamado de super midsize, onde já detém 13,5% do mercado mundial. Nessa área, especificamente, a meta é elevar a
fatia de mercado em para 15% em dez anos. Em meados de 2008, a Embraer entregará o primeiro modelo da família Phenom que vai competir nos segmentos very light jet e light jet. A meta da companhia é obter 30% desse mercado entre cinco e dez anos. Desde o anúncio do modelo no mercado, a empresa já vendeu 235 unidades. O modelo 100 tem preço de US$ 2,75 milhões e o 300 custa US$ 6,65
milhões. A estimativa é de fabricar de 120 a 150 unidades a partir de 2009. O executivo participou ontem da apresentação mockup (maquete em tamanho real) do jato Phenom 100 na Hípica Paulista, em São Paulo, quando a empresa anunciou a renovação do patrocínio ao cavaleiro de hipismo Rodrigo Pessoa. A Embraer informou que boa parte de seus clientes está ligada a essa modalidade esportiva. (AE)
terça-feira, 19 de setembro de 2006
Compor tamento Urbanismo Ambiente Polícia
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 Quando começamos a navegar senti nojo. A água é preta, está cheia de garrafas e tem cheiro ruim. Nícolas David Torre Damazio, estudante
PASSEIO PELO RIO POLUÍDO VAI ATÉ O DIA 23
Divulgação/Escola Nossa Senhora das Graças
Fotos de Luiz Prado/Luz
Nícolas David Torre Damazio (de blusa preta) ficou espantado com a sujeira e o cheiro ruim do rio Tietê. Ele e seus amigos querem voltar no futuro e ver um rio menos poluído.
A ESCOLA VAI AO TIETÊ Estudantes deram início a um projeto que deve atingir ainda mais crianças e jovens. Passeio gratuito faz parte de programação de aniversário do rio Tietê Rejane Tamoto
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abriel já sabia que não podia jogar papel de bala na rua. Mas depois de navegar durante uma hora e meia sobre o rio Tietê, a bordo do barco Almirante do Lago, no último sábado, ele percebeu que é verdade, não pode mesmo. Estudante da quarta série, Gabriel de Mesquita Simões, de 10 anos, achou estranho ver coisas que usa em casa, como um protetor solar, boiarem no rio. O colega de sala de aula, Gabriel de Carvalho Borges Toledo Machado, de 10 anos, também pensava que jogar um papelzinho na rua não sujasse tanto a cidade, mas quando viu a poluição das águas turvas do Tietê, mudou de opinião. Os meninos, alunos da Escola Nossa Senhora das Graças (ENSG), localizada na zona sul da capital, puderam vivenciar, ao lado de mais 148 pessoas, todas as sensações de um rio que antes só viam da janela do carro. "Quando começamos a navegar senti muito nojo, porque a água é preta, está cheia de garrafas e tem cheiro ruim", afirmou Nícolas David Torre Damazio, de 11 anos. O mal-estar deu lugar à esperança: as três crianças querem um dia voltar e ver um rio, pelo menos, sem lixo. Implantar esta consciência na sociedade é o objetivo do projeto Navega São Paulo que, em parceria com entidades públicas e privadas, promove até o próximo dia 23 passeios gratuitos, abertos a escolas e ao público em geral, mediante inscrição prévia pelo telefone 3035-2598 (com Christine).
Esgoto e sujeira jogada na rua acabam indo para o leito do Tietê
Aniversário – A iniciativa faz parte da agenda de aniversário do rio Tietê, a ser comemorado no próximo sábado. As atividades, em prol da preservação do rio, são compostas pela exposição "O Tietê na Escola", que mostra maquetes sobre a hidrovia Tietê-Paraná, com réplicas dos produtos que podem ser transportados pelo rio. Além disso estão expostas fotos que retratam as diferentes faces do rio, como pessoas nadando em trechos limpos de Barra Bonita e Salesópolis, por exemplo. A programação das comemorações inclui ainda palestras para gestores da rede pública e privada de ensino, mostra de obras de artistas que se identificam com o rio, apresentação institucional da Marinha e do Departamento Hidroviário e até um passeio ciclístico por pontos históricos de São Paulo, com término nas margens do Tietê. "Queremos que o rio seja um local de turismo consciente e não passivo. O objetivo é culminar em um movimento engajado, em prol do rio Tietê, assim como o abaixo-assinado
Eduardo, diretor da escola: projeto ultrapassa o muro do colégio
Barco Almirante do Lago faz passeios gratuitos durante esta semana
que resultou no processo de despoluição do rio, iniciado em 1992", afirmou o coordenador do projeto Navega São Paulo, João Quimio Nojiri. Educação - O coordenador quer que o rio Tietê também faça parte do currículo escolar, de instituições públicas e particulares, em aulas de biologia, química, português entre outras. "Por isso estamos convidando as escolas a trabalhar em prol do rio", disse. Uma das escolas particulares convidadas, a ENSG está empenhada em sensibilizar e mobilizar os cerca de 700 alu-
nos, pais de alunos e professores para resgatar a identidade do rio Tietê na cidade de São Paulo, em parceria com o projeto Navega São Paulo. Segundo o diretor da ESNG, Eduardo Roberto da Silva, o objetivo é elaborar um projeto educativo em prol do rio, em conjunto com a comunidade da própria escola. "Queremos desenvolver um trabalho que atinja escolas públicas, empresas, associações e as comunidades em torno de uma idéia comum. Começaremos com ações locais, decididas em conjunto", disse.
De acordo com Eduardo, o projeto ultrapassa os limites do muro da escola e busca atingir toda a comunidade. "Programamos mais três navegações, nas quais faremos debates com os pais de alunos e estudantes adolescentes, de maneira espontânea. Vamos ouvir as sugestões e queremos que eles multipliquem a idéia, se organizem e possam interferir nas políticas públicas". Eduardo citou como exemplo de interferência nas políticas públicas o atual destino do lixo e a necessidade de reciclagem na cidade. Segundo o diretor, os professores da própria escola avaliam as possibilidades de estudos que o rio Tietê oferece. "Os alunos costumam viajar a Santos para estudar o meio ambiente. Mas podem fazer isso aqui, analisar a água, o solo e o entorno do Tietê. Além de estar mais perto, eles contribuirão para a nossa cidade". Segundo o coordenador do Projeto Navega São Paulo, as empresas também estão convidadas a participar e fazer da recuperação do rio um trabalho de responsabilidade social.
Um dos projetos de Nojiri, é a construção de um centro cultural na Marginal Tietê, sob o Cebolão, próximo à alça de acesso à Castelo Branco pela pista expressa. O espaço, que ficaria junto ao embarque dos passeios, consumiria cerca de R$ 25 milhões. "O centro cultural é uma estrutura fixa que teria programação educacional e cultural contínua, sem cobrança de ingressos. A idéia é que os passeios de barco também fossem gratuitos. Mas precisamos de recursos que só podem vir da iniciativa privada", explicou. Hidrovias - Educação, turismo e cultura não são as únicas alternativas para a recuperação do rio Tietê. A Frente Parlamentar das Hidrovias (FPH) - formada por autoridades estaduais, municipais e entidades da sociedade civil - também está envolvida na idéia de colocar em prática a navegação no rio Tietê, na região metropolitana de São Paulo. Com 41 km navegáveis, desde a barragem Edgar de Souza até a barragem da Penha, o trecho do rio poderia transportar cargas. De acordo com o diretor do Departamento Hidroviário, vinculado à Secretaria de Transportes do Governo do Estado, Oswaldo Rossetto, o objetivo é a criação de uma autarquia, que administrará as vias navegáveis, travessias, portos e terminais. "Existem grupos de trabalho da Frente Parlamentar que estudam temas como logística, meio ambiente e tributos das hidrovias. Esperamos entregar o projeto de uma autarquia ao próximo governador", afirmou Rossetto.
terça-feira, 19 de setembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
INFORMÁTICA -5
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Política FREUD NO
São tantas coisas num lixo de podridão, delinqüência de luxo... Heloísa Helena, candidata à Presidência (PSol)
Monalisa Lins /AE
MEMÓRIA
DIVÃ DA PF. E GEDIMAR CALADO.
BRASIL? FRAUDE EXPLICA. A frase, uma das inúmeras cunhadas pela criatividade transbordante do publicitário Carlito Maia, recupera brilho e atualidade no atual episódio dos grampos nos tribunais. Maia (1924-2002) criou os slogans "oPTei", "Lula-Lá" e outros do PT.
PF E MP TÊM PRESSA EM ESCLARECER CASO DOSSIÊ
Só depois da acareação é que Gedimar Passos – que havia ficado em silêncio – reiterou as acusações contra o assessor da Presidência, Freud Godoy.
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Freud Godoy vai espontaneamente à PF prestar depoimento Daniel Conzi/ Zero Hora - Arquivo 2003
Acuados pela oposição ao governo petista , o Ministério da Justiça e a Polícia Federal mostram-se empenhados em equacionar rapidamente o caso.
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Polícia Federal e o Henry (PP-MT) e Thelma de Ministério Público Oliveira (PSDB-MT). querem esclarecer As imagens, de acordo com a o mais rápido pos- PF, teriam sido feitas em 2001 sível a negociação de docu- na empresa Planam, acusada mentos em poder do empresá- de vender as ambulâncias surio Luiz Antônio Vedoin en- perfaturadas, após aprovação volvendo políticos tucanos e de emendas dos deputados. petistas. A acareação entre Val- Nos 23 minutos do DVD, as audebran Padilha da Silva, filia- toridades fazem discursos do ao PT do Mato Grosso, e Ge- num ato de entrega de 40 amdimar Pereira Passos, advoga- bulâncias para municípios de do e ex-policial Luiz Alves/AOG Mato Grosso. federal será feita Mello – O hoje, na sede da presidente do PF, em Cuiabá. Tribunal SupeOs dois foram rior Eleitoral presos na sexta(TSE), ministro feira, num hotel Marco Aurélio em São Paulo, Mello, disse oncom R$ 1,7 mitem que o tribulhão em dólares nal investigará e reais. O suposum possível elo to dossiê contra entre a disputa o candidato ao Vedoin preso na sede da PF eleitoral e o digoverno de São nheiro apreenPaulo, José Serdido na última ra, teria sido prosexta-feira com duzido pelos Veo advogado GeAs investigações doin. Com a acadimar Passos. reação, a PF e o criminais não podem Mello expliMP querem des- ser conduzidas pelo c o u q u e a s i ncobrir quem se- TSE, pois são do vestigações cririam os compra- âmbito da Justiça minais não podores do matedem ser condurial que envolve- Federal. zidas pelo TSE, ria políticos com Marco Aurélio Mello mas são do âma compra superbito da Justiça faturada de amFederal. Caberá ao TSE, explicou, apurar estribulâncias. O delegado da PF Diógenes tamente os assuntos ligados ao Curado Filho e o procurador processo eleitoral. Negativa – O tribunal não da República em Mato Grosso, Mário Lúcio Avelar, decidiram vai atender o pedido dos presipela transferência imediata de dentes do PSDB, Tasso JereisValdebran e Gedimar para o sati, e do PFL, Jorge Borhauesclarecimento do dossiê, for- sen, para que fosse investigada mado por uma fita de vídeo, a origem do dinheiro. Ao cheum DVD e seis fotos. Os docu- garem ao Centro Cultural de mentos mostram os candida- Justiça, no Rio, os dois levantatos tucanos à Presidência e ao ram suspeitas de que a PF e o governo de São Paulo, Geraldo Ministério da Justiça não teAlckmin e José Serra, respecti- riam isenção para investigar o vamente, o senador Antero caso. O motivo é que Passos Paes de Barros (PSDB-MT), o apontou o assessor da Secretaex-governador Dante de Oli- ria da Presidência, Freud Goveira, os deputados federais doy, como um dos responsáLino Rossi (PP-MT), Pedro veis pela operação. (AE)
Jorge Lorenzetti, articulador da campanha do PT: elo entre Freud e Gedimar. Bruno Domingos / Reuters
HELOÍSA: 'NÃO ESTOU SURPRESA'.
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Candidata ataca 'podridão'. Márcio Fernandes / AE
Petista não quer palanque.
teriam motivos para estimular de alguma forma esse tipo de atitude. "É evidente que nós somos totalmente contra isso", disse o petista, acrescentando que Lula já está com a eleição ganha, e nunca participou de um esquema como esse. Para Mercadante, as denúncias prejudicam as candidaturas de Serra, dele próprio e a de Lula. "Isso é muito sério e eu não vou transformar este episódio em palanque eleitoral", afirmou. (AE)
doin, principal articulador da máfia dos sanguessugas, um dossiê com acusações contra políticos tucanos. Segundo Gedimar, se a análise dos documentos fosse positiva, “passaria o restante do dinheiro a Valdebran”. O dinheiro pagaria não apenas o dossiê, mas uma entrevista a uma revista de circulação nacional, cujo nome não informou. Gedimar contou que, no dia da prisão, havia entregue R$ 1 milhão no momento em que a entrevista estava sendo concedida em Cuiabá. O restante só seria liberado se o dossiê fosse aprovado. Freud Godoy, o acusado, compareceu espontaneamente à Polícia Federal. Disse aos delegados ter conhecido Gedimar há cerca de dois meses, por ocasião de um serviço prestado pela empresa de segurança de sua mulher ao comitê do PT. Mas negou qualquer envolvimento no caso. Hoje, a PF de Cuiabá vai analisar o depoimento de Freud Godoy , prestado à PF de São Paulo, e poderá pedir sua prisão temporária à Justiça Federal se considerar que há risco de ele eliminar provas da operação. (Agências)
LULA COBRA. ASSESSOR SAI.
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Mercadante, por sua vez, se disse 'enojado', mas defendeu o PT. suposto envolvimento do PT na compra do dossiê Vedoin levou a candidata à Presidência Heloísa Helena, do Psol, a declarar que a notícia, na reta final da disputa eleitoral, não a surpreendeu: "São tantas coisas num lixo de podridão, delinqüência de luxo, arrogância política, perseguição implacável que eu nem consigo mais me surpreender com o que vejo", disse ela. A candidata não descartou o envolvimento do partido do presidente Lula no escândalo porque, segundo ela, há dois PTs: "Sei que existem pessoas honestas, militantes, dirigentes, parlamentares", afirmou. "Mas, infelizmente, hoje, a cúpula e o governo Lula...", disse, sem completar a frase. Do lado do PT, o candidato ao governo de São Paulo, senador Aloizio Mercadante, disse estar "enojado" com as notícias. Ele pediu a investigação e punição dos envolvidos no episódio, adotou um discurso em defesa de sua candidatura e da do presidente Lula, afirmando que nem um e nem outro
s dois principais acusados pela operação de compra do dossiê contra os candidatos tucanos ao governo de São Paulo, José Serra, e à Presidência, Geraldo Alckmin, estiveram cara a cara na tarde de ontem. Gedimar Passos, advogado e principal arrecadador de campanha do PT em Cuiabá (MT) – que acusou Freud Godoy, assessor especial da Presidência da República, de ser o mentor da operação – permaneceu o tempo todo calado, sob alegação de que seus advogados ainda não tiveram acesso ao processo. Em depoimento à parte, Gedimar afirmou que recebeu a ordem de um homem chamado “Froud ou Freud”, que a polícia acredita ser Freud Godoy. “Foi a mando de uma pessoa de nome Froud ou Freud, que, segundo consta, tem uma empresa de segurança no Rio/SP”, contou. Gedimar foi preso em um hotel em São Paulo na última sexta-feira com R$ 1,7 milhão, ao lado de Valdebran Padilha, ex-tesoureiro da campanha municipal do PT em Cuiabá enquanto negociava com um parente de Luiz Antonio Ve-
presidente Luiz Inácio Lula da Silva não acredita no envolvimento de Freud Godoy na suposta operação de compra de um dossiê contra os candidatos do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, e ao governo de São Paulo, José Serra. A declaração foi feita pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Freud Godoy, que pediu afastamento do cargo de assessor especial da Secretaria Particular da Presidência da República, foi acusado pelo advogado Gedimar Passos de ser o responsável pela compra do dossiê que apontaria o envolvimento de tucanos na máfia das ambulâncias. Bastos disse que ainda que Freud Godoy será indiciado pela Polícia Federal e que não há "ninguém acima da lei". Ele acredita que o ex-assessor "vai ser investigado, vai ser indiciado ou vai ser inocentado". Segundo o ministro, "as pessoas têm de ser investigadas. O que não se pode é fazer disso uma vantagem eleitoral, querer fazer jogo de cena disso". Bastos disse que Lula está indignado e que não compactua com o uso de dossiês, tanto que não usou em 1998 o dossiê Cayman contra o então presidente Fernando Henrique Cardoso, Serra e o ex-governador, já falecido, Mário Covas. Demissão– Freud Godoy era secretário pessoal de Lula desde 1989. Ontem ele recebeu um telefonema do
presidente, pedindo explicações. " O presidente me ligou colocando a questão da quebra de confiança. Respondi que se o problema para governar e fazer campanha for este, pode botar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilo. Tenho como provar que não tenho nada com isso", contou Freud. Araponga– Pouco antes de ir à PF, o então assessor de Lula conversou com jornalistas de " O Globo". Segundo Freud, Gedimar, que é ex-policial federal, trabalhava na campanha de Lula e tinha a função de checar supostas denúncias e dossiês contra Lula e o PT. Freud nega ter enviado dinheiro a Gedimar. "Conheci Gedimar no PT de Brasília, cerca de 25 dias atrás. A função dele é apurar denúncias e ver se são infundadas, vazias, checar a veracidade. Quem me chamou a Brasília e me apresentou a ele foi o Jorge Lorenzetti que disse: 'Ele está aqui junto trabalhando na campanha. A gente trouxe ele para cá'", disse Freud. Segundo ele, foram quatro encontros na sede do PT e no comitê central da campanha, em Brasília. A Caso, empresa de segurança que pertence à mulher de Freud, fora contratada para fazer a varrição das linhas telefônicas do comitê e Gedimar foi destacado por Lorenzetti, que integra a coordenação da campanha de Lula, para acompanhar o trabalho. (Agências)
terça-feira, 19 de setembro de 2006
Nacional Finanças Comércio Exterior Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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IMPORTAÇÃO ACELERA RITMO DE CRESCIMENTO
UE QUER EMERGENTES EM POLÍTICA COMERCIAL
62,5
bilhões de dólares é o resultado acumulado no ano nas importações, crescimento de 23%.
Marcos Porto/AE - 04/09/2006
Bloco europeu busca maior inserção no comércio dos mercados emergentes, por isso vai pressionar esses países para maior abertura de suas economias
O
Brasil e outros países emergentes devem se preparar para um aumento da pressão da União Européia (UE) pela abertura de suas economias não apenas para bens industriais, mas para investimentos e serviços. Isso porque os mercados brasileiro e asiáticos fazem parte das prioridades da nova política comercial da Europa, que deverá ser anunciada em outubro e que tem como objetivo reformar a estratégia do bloco no cenário internacional. Em um discurso feito ontem em Berlim, o comissário de Comércio da Europa, Peter Mandelson, apresentou parte da estratégia e apontou que o bloco dará mais atenção à conquista desses mercados, ainda que tenha admitido que a UE terá de sobreviver com um maior volume de importações. No próximo mês, os europeus farão uma revisão de suas estratégias econômicas para tentar manter o continente competitivo no mercado internacional. Para Mandelson, isso exigirá que o bloco seja "mais ativo" na abertura dos principais mercados emergentes para os produtos europeus. Segundo a UE, a estratégia ainda incluirá ações diplomáticas para garantir que as empresas européias tenham tratamento justo no Brasil e na Ásia. "As empresas européias precisam ter a oportunidade de ganhar acesso aos mercados mundiais e a operarem de forma segura. Essa é nossa agenda", disse. A estratégia teria dois pilares. O primeiro é o compromisso com a Organização Mundial do Comércio (OMC). Para Mandelson, parte da responsabilidade pela retomada do processo suspenso em julho deve ser dos Estados Unidos. Mas ele aponta que os países emergentes que formam o G20 também têm suas responsa-
bilidades e que existe uma crescente expectativa em relação ao que essas economias estarão dispostas a conceder. Encruzilhada – O segundo pilar da estratégia é a conclusão de uma "nova geração de acordos bilaterais em mercados emergentes-chave", principalmente com os países asiáticos. Mandelson deu uma pista de como podem ser esses acordos, que incluiriam não apenas o comércio de bens, mas serviços, compras governamentais, políticas de concorrência e harmonização de leis. A liberalização, portanto, não seria apenas um corte de tarifas. Na avaliação do comissário, a política comercial européia está em uma "encruzilhada" e, para enfrentar os novos desafios, precisa de novos instrumentos. Para ele, a solução não é protecionismo. Apesar dessa afirmação, um grupo de países europeus liderados pelo governo da França pediu que a UE não faça nenhuma nova concessão para a abertura de seu mercado agrícola. Reunidos em Bruxelas, representantes dos 25 países do bloco debateram a estratégia européia nas negociações da OMC, suspensas desde julho. A comissária de Agricultura da Europa, Mariann Fischer Boel, surpreendeu ao dizer que a proposta de flexibilidade no corte de tarifas feita pela UE nos últimos dias das negociações não estava mais sobre a mesa. Os europeus haviam proposto cortes de suas tarifas de importação de pouco menos de 39%. O Brasil defende um corte médio de 53% e, nas reuniões em Genebra em julho, a UE insinuou que poderia aceitar uma redução de 51%. Mas condicionou essa medida a cortes significativos dos subsídios americanos. Como Washington não aceitou a redução, o processo foi suspenso por falta de acordo. (AE)
Europa ultrapassa Ásia em atração de investimento
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Europa desbancou a Ásia e se converteu no primeiro destino nos investimentos diretos estrangeiro (FDI, na sigla em inglês) no ano passado, mostrou uma pesquisa apresentada ontem. O levantamento, feito pela IBM Corp., revelou que os países europeus atraíram cerca de 39% do investimento global em 2005, frente aos 31% destinados aos países da região Ásia-Pacífico. Em 2004, os dois blocos haviam empatado com 35%. Na nova sondagem, a América do Norte atraiu 18%, contra 16% anteriores, enquanto a América Latina experimentou uma queda, de 8% para 6%, e a África manteve-se em 2%. A pesquisa, que analisa os investimentos de multinacionais dos setores manufatureiro, de serviços,
pesquisa e desenvolvimento, apurou uma tendência similar do investimento em países emergentes e em nações desenvolvidas da Europa, onde a participação global dos países ocidentais subiu de 22% para 26%. A Grã-Bretanha se posicionou em primeiro lugar, com quase 700 projetos, seguida pela França, com 660. A IBM informou que as principais potências emergentes – agrupadas sob a sigla conhecida como Bric, de Brasil, Rússia, Índia e China sofreram redução média de quase um quinto entre 2004 e 2005. Apesar disso, China e Índia conseguiram pelo terceiro ano consecutivo atrair mais projetos do que Estados Unidos. As companhias norteamericanas foram as principais investidoras em escala global. (Reuters)
Movimento no Porto de Itajaí (SC), a exemplo de outros do País, reflete o crescimento tanto das exportações quanto das importações
Superávit se aproxima da meta anual
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balança comercial da terceira semana de setembro fechou com saldo positivo de US$ 1,283 bilhão, informou ontem a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O resultado contribuiu para que o superávit nas três semanas do mês alcançasse US$ 2,104 bilhões, apesar do maior impulso das importações que das vendas externas no período. No ano, a balança já registra saldo positivo de US$ 31,732 bilhões e aproxima-se da mais recente meta definida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) para 2006, de US$ 42 bilhões. Na semana passada, as exportações somaram US$ 3,119 bilhões, e as importações chegaram a US$ 1,836 bilhão. Os dados das três semanas de
setembro indicam aceleração das importações, em comparação com o crescimento menor das exportações. Trata-se de uma tendência esperada pelo governo e que deverá ser reforçada até o final do ano. O resultado acumulado no ano mostra que as vendas externas somam US$ 94,293 bilhões, aumento de 15,2%, enquanto as compras alcançam US$ 62,561 bilhões, com crescimento de 23% em igual período. Compras – Em setembro, as importações somam US$ 4,025 bilhões, com média diária de US$ 402,5 milhões, cifra que corresponde a um aumento de 33,8% em relação à média de setembro de 2005. O petróleo respondeu por 20,7% do total em setembro. A média desembarcada diariamente desse item cresceu 58%. Salvo os
produtos de divisões de indústrias químicas, adubos e fertilizantes e fios e fibras, que tiveram quedas de 5,4%, 1,3% e 0,5% respectivamente, todos os principais itens da pauta importadora brasileira apresentaram crescimento expressivo. As compras externas de veículos e autopeças aumentaram 35,1%, e as de produtos siderúrgicos, 27,4%; as de cobre cresceram 121,7%, as de aeronaves, 112,5%, e as de algodão, 164,4%. Vendas – A média diária de exportações nas três semanas, de US$ 612,9 milhões, teve expansão mais modesta, de 21% na comparação com setembro de 2005. O total exportado no período foi de US$ 6,129 bilhões. Dentre os 17 setores especificados pela Secex, apenas o têxtil apresentou queda na média
diária de vendas externas, de 15,4%. As exportações de produtos básicos cresceram 17,3%, em especial devido ao desempenho dos segmentos do café (47,2%), minérios (39,2%), fumo (66,1%) e soja (0,7%). Categoria que responde por mais da metade das exportações brasileiras, as manufaturas tiveram aumento de 20,9% na média diária, puxado principalmente pelas vendas de produtos metalúrgicos (38,8%), de materiais de transporte (3,5%), de equipamentos mecânicos (13,6%), de eletroeletrônicos (9,1%) e de suco de laranja (19,3%). Os semimanufaturados tiveram aumento de 40,6%, na comparação com setembro de 2005, graças a setores como de papel e celulose (49,3%). (AE)
Caixa vai financiar exportações
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Caixa Econômica Federal (CEF) recebeu sinal verde do Banco Central (BC) para fazer operações de financiamento às exportações. "É um momento histórico para nós", disse o superintendente de Negócios Internacionais da Caixa, Flávio Petró. "Estamos acertando os últimos detalhes do desenho da estrutura operacional e vamos começar a operar nos próximos meses." A intenção da Caixa é explorar o nicho de mercado das pequenas e médias empresas. "Será a nossa ênfase", afirmou Petró. Os grandes exportadores, no entanto, não encontrarão as portas da Caixa fechadas. "Se houver demanda, vamos também trabalhar com os exportadores de maior porte", garantiu o executivo. Na outra ponta, a Caixa também recebeu do BC a autorização para financiar importações com valor máximo de R$ 20 mil. "Foi esse o nosso pedido. Nas importações, queremos começar mesmo de forma mais cautelosa", explicou. Para realizar os financiamentos, a Caixa espera levantar os recursos necessários no mercado externo. "Podemos acessar linhas de financiamento ofertadas por bancos estrangeiros e também emitir títulos no mercado internacional", afirmou Petró. As negociações com bancos
estrangeiros já estão em andamento. "O que não falta é banco interessado em negociar conosco", disse o executivo. O volume de recursos a ser disponibilizado aos exportadores, de acordo com Petró, ainda está em discussão. Para viabilizar a captação das verINFORME PUBLICITÁRIO
bas, a Caixa pretende abrir dois escritórios de representação no exterior. "Vamos ter um escritório no Japão e outro em Nova York", disse Petró. A hipótese de criação de uma subsidiária fora do País não está nos planos da instituição. A respeito da possibilida-
de de o banco adquirir dólares em mercado em nome do Tesouro Nacional, o executivo afirmou que o objetivo primordial da Caixa é atuar no financiamento ao comércio externo. "Vamos ficar concentrados nesse nicho do mercado", destacou o executivo. (AE)
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Congresso Planalto Espionagem CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 19 de setembro de 2006
VARREDURAS PASSARÃO A SER FEITAS SEMANALMENTE
O grampo é uma afronta à democracia e à República Athayde Fontoura Filho
INVASÃO DE PRIVACIDADE PROVOCA INDIGNAÇÃO E PERPLEXIDADE NOS TRIBUNAIS DE TODO O PAÍS Antonio Cruz / ABr
TSE QUER APURAÇÃO IMEDIATA DE GRAMPOS Ministro Marco Aurélio Mello cobrou da Procuradoria Geral da República punição exemplar dos invasores.
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presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, pediu ontem ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, que sejam tomadas providências para investigar e punir os responsáveis por grampos descobertos na sexta-feira em telefones de ministros do TSE. De acordo com o diretor-geral do TSE, Athayde Fontoura Filho, não há suspeitos, mas apenas a informação de que o grampo foi feito por meio do uso de "equipamentos profissionais". A descoberta dos grampos telefônicos não foi comunicada à Polícia Federal. Marco Aurélio optou por informar o fato ao procurador-geral e à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie. Os ministros atingidos pelo grampo foram o próprio Marco Aurélio, seu vice no TSE, Cezar Peluso, e Marcelo Ribeiro. Marco Aurélio e Peluso também integram o Supremo Tribunal Federal e dois dos três grampos foram encontrados em linhas usadas por eles no STF. A descoberta foi feita de maneira casual, durante uma varredura corriqueira feita pela empresa Fence, contratada há nove anos para monitorar regulamente e assegurar a segurança telefônica. O terceiro grampo foi descoberto em um aparelho, que também funciona como fax, instalado no gabinete de Mar-
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celo Ribeiro, no TSE. Diante da descoberta, o TSE decidiu intensificar, durante o período eleitoral, as operações de varreduras nos aparelhos usados pelos integrantes do tribunal. Em entrevista coletiva concedida ontem pela manhã, Athayde Fontoura afirmou que agora as varreduras passarão a ser feitas semanalmente, e não a cada mês, como ocorria até agora. A existência dos grampos detectada pela empresa Fence Consultoria Empresarial, que desde 2003 é contratada pelo TSE para fazer esse serviço a um custo de R$ 250 por linha, surpreendeu pela ousadia, causou repúdio no magistrado e gerou perplexidade em todo o País pela invasão de privacidade da mais importante corte eleitoral do País. São monitoradas 60 linhas por mês. Fontoura explicou que a varredura é realizada há nove anos no TSE em aparelhos telefônicos indicados pelos seus integrantes e que nunca houve episódio semelhante no tribunal. O diretor-geral do TSE explicou que a empresa detecta apenas a existência do grampo, mas não a sua localização. Ele reconheceu que, com a divulgação da descoberta, os responsáveis devem ter retirado os aparelhos de escuta. Segundo ele, "o grampo é uma afronta à democracia e à República" e, por esse motivo, o tribunal resolveu divulgar a descoberta das escutas. (AE)
Em busca dos espiões: diretor-geral do TSE, Athayde Fontoura Filho, pede apuração rápida sobre a origem dos grampos. Marcos D'Paula / AE
INVASÃO AINDA NÃO TEM OS SUSPEITOS
M Mello (ao centro): pedido de providências contra escuta criminosa.
JUÍZES REPUDIAM ATO
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Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), que reúne 14 mil juízes, manifestou ontem em nota oficial seu repúdio à escuta telefônica ilegal descoberta nas linhas utilizadas por autoridades do Judiciário incumbidas de dirigir o processo eleitoral do País – no Tribunal Superior Eleitoral e no Supremo Tribunal Federal. A invasão foi anunciada pelo ministro Marco Aurélio Mello, do TSE. "O procedimento criminoso revela uma afronta aos princípios elementares do Estado de
Democrático de Direito", afirma o documento. A nota diz ainda que a AMB não irá aceitar "tratamento banal a crime tão grave cometido contra a democracia e exige apuração rigorosa dos fatos, com a punição exemplar dos responsáveis." A AMB reitera solidariedade aos ministros Marco Aurélio de Mello, Antônio Cezar Peluso e Marcelo Ribeiro, "vitimados pelo lamentável episódio". O manifesto é assinado pelo presidente da Associação, Rodrigo Collaço. (AE)
ais do que se indignar contra a espionagem telefônica instalada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o diretor-geral da Casa, Athayde Fontoura Filho, informou ontem, em entrevista coletiva, que a descoberta de grampos tem de ser esclarecida o mais rápido possível, não apenas pela gravidade que o fato apresenta, mas para que isso não traga ainda mais turbulência à corrida eleitoral. Ele explicou, porém que a perícia não caberia à empresa de varredura de linhas telefônicas Fence, cuja atuação limita-se à detecção de invasores no sistema. Os três grampos descobertos em telefones diretos usados por ministros do tribunal deverão merecer uma apuração técnica rigorosa, ressaltou Athayde. Ele disse também que ainda não há suspeitas sobre os
responsáveis pelas escutas nem sobre os mandantes de sua instalação – e é isso o que o TSE quer ver esclarecido com urgência. A demora na elucidação do caso e a impunidade de seus autores significariam munição indevida para os partidos, em especial neste momento de campanha. Athayde confirmou também que, ontem mesmo, o presidente do tribunal iria pedir ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, e à presidente do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie, que tomem providências para investigar a origem do grampo. Desde que foi contratada pelo TSE, a empresa Fence faz varreduras mensais nos telefones usados pelos sete ministros do Tribunal. O diretor-geral do TSE informou que, agora, às vésperas da eleição, a varredura passará a ser feita semanalmente. (AE)
BOLÍVIA MANTÉM CONFISCO novo ministro de hi droc arb onet os da Bolívia, Carlos Villegas, afirmou que o confisco das receitas das refinarias da Petrobras está mantido. Segundo ele, os efeitos da medida foram congelados para permitir a negociação, mas a medida não será revogada. "A resolução não se anulou. Foi congelada, mas não anulada", afirmou ontem, em sua primeira coletiva, da qual também participou o exministro Andrés Soliz Rada. Re sol vid o – A resolução 207/2006 de 12 de setembro estabelece que toda a comercialização dos derivados de petróleo produzidos pelas refinarias instaladas na Bolívia ficará com a estatal YBFB. A Petrobras receberá apenas um valor definido pelo governo da Bolívia pela prestação de serviços. Villegas afirmou que o congelamento da medida de confisco das refinarias negociado entre o presidente boliviano em exercício, Alvaro Garcia Lineira, e o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, "foi fazer um 'parêntese', não para não aplicá-la, senão fundamentalmente para gerar condições auspiciosas para a negociação com Petro-
David Mercado/Reuters
Villegas e Rada: Petrobras não nos dobrará, dizem os bolivianos sobre a aplicação do decreto de nacionalização dos recursos naturais.
bras", declarou o ministro. Petróleo é nosso – Ele garantiu que os recursos oriundos da comercialização de derivados produzidos pelas refinarias da Petrobras serão do governo boliviano. "Quero ratificar que, como insumo e como produto, o petróleo será dos bolivianos. Mas quero assinalar: a resolução ministerial
promulgada por Andrés (Soliz Rada) não se anulou. Dobradura – A decisão fundamental de toda a equipe de hidrocarbonetos foi congelar a resolução, não anulá-la", disse Villegas. Segundo ele, a Petrobras não "dobrará a mão" do governo boliviano, porque "a resolução se aplicará". Villegas disse que o governo
fará a avaliação e o encontro de contas das empresas petrolíferas para comprá-las. O governo quer ter 50% mais uma ação para controlar as companhias. Segundo ele, isso significará o cumprimento do que determina o Decreto de Nacionalização. "Ratificamos que isso ocorrerá. Porque, a decisão que tomamos há menos de 24
horas é a de que vamos avaliar as empresas e fazer a conciliação de contas, de maneira que a compra expresse a situação atual", afirmou. L a de i r a – O setor acredita que as auditorias podem depreciar o valor das empresas, o que daria aos atuais controladores um valor inferior ao que vale o ativo. Villegas afirmou
que o governo irá agilizar a realização das auditorias, mas que não irá esperar a conclusão destas para dar seqüência às negociações com as companhias petroleiras. O prazo definido pelo Decreto de Nacionalização, que estipulou 180 dias para a revisão dos contratos, termina dia 27 de outubro. Dureza – A Bolívia realiza negociações de adequação de contratos com todas as petroleiras presentes no país, além da Petrobrás, também a francesa Total e a espanhola Repsol-YPF . Apesar da polêmica recente sobre as duas refinarias da Petrobras no país, a negociação com o governo boliviano engloba aspectos mais importantes, como a definição de como ficarão as operações com gás natural. Villegas disse que o governo negociará com "duas posturas complementares: uma ampla disposição para o diálogo, mas com firmeza para que as empresas cumpram e aceitem o conteúdo do decreto baixado de nacionalização", inclusive seu artigo terceiro. O item estipula que só poderão seguir operando no país as companhias que acatarem a nacionalização e assinarem os novos contratos. (Agências)
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terça-feira, 19 de setembro de 2006
NOVOS CELULARES DÃO FORÇA TOTAL À DIVERSÃO
Por força de contrato, o nome Siemens precisa vir associado ao nome BenQ por mais cinco anos.
Design e entretenimento s dois primeiros modelos de celulares que levam a marca conjunta BenQ-Siemens começaram a ser fabricados em Manaus, sendo que o primeiro deles, o EL71 chega ao mercado neste mês. O outro aparelho da marca, o E61, estará nas lojas até outubro e também será exportado para outros países da América do Sul. A unidade industrial da BenQ Mobile é a mesma que pertencia à Siemens na Amazônia, cuja divisão de telefonia móvel foi adquirida em junho do ano p a s s a d o p e l a e m p re s a d e Taiwan. A BenQ herdou também o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da fabricante alemã. Por força de contrato, o nome Siemens precisa vir associado ao nome BenQ por mais cinco anos. Por isso, ainda encontraremos no mercado por mais algum tempo, aparelhos Siemens (em breve serão descontinuados), BenQ-Siemens e BenQ. Com os dois novos telefones, a unidade de Manaus terá um portfólio de 15 aparelhos em 2006, pois 13 (todos ainda Siemens) já eram fabricados lá. A migração para a fábrica da antiga Siemens já está concluída, sendo que parte dos equipamentos foi importada de Taiwan. "Houve também um intercâmbio de pessoal técnico taiwanês com os brasileiros em Manaus, completando uma si-
aç ão Divulg
A união de duas empresas – BenQ e Siemens – estréia celulares no Brasil.
: Fotos
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nergia que visa transformar o Brasil numa referência na produção e exportação de celulares", observa a diretora-geral da empresa, Denise Santos. Tanto o EL71 como o E61 são aparelhos com destaque no design e entretenimento. O primeiro, com tampa deslizante, revestimento metálico e aço escovado, possui câmera de 1.3 Mpixel e tocador de MP3 compatível com os formatos AAC e AAC+. Na memória de 256 MB
é possível armazenar mais de 200 músicas. Além da comunicação via Bluetooth, o EL71 dispõe de um recurso de blogging para publicação instantânea de imagens na internet. O preço sugerido é de R$ 899. Prêmios – O E61, que deve chegar até outubro, também dá força total à diversão, com capacidade para 266 músicas com qualidade de CD e compactadas no formato AAC+. O menu dispõe, na parte superior
Celulares com acesso a Instant Messenger e e-mail fastmobile, especializada em soluções diferenciadas de comunicação móvel, inicia sua abordagem ao mercado brasileiro e anuncia a abertura de seu 3º escritório internacional no país. O eixo da oferta da fastmobile é a plataforma fmX, que permite que as operadoras forneçam serviços de maior facilidade e valor agregado, como mensagens unificadas e acesso a redes de
do aparelho, de teclas de acesso rápido para as faixas musicais. No visor, é possível conferir as letras das músicas, semelhante a um karaokê. O E61 ganhou dois prêmios internacionais de design concedidos pelo I n te r n at i onal Forum Design e pela Red-Dot Online. O preço sugerido é de R$ 699. A BenQ Mobile é uma empresa do grupo taiwanês BenQ, com fábricas na China, Alemanha, Polônia, Brasil, México e Taiwan. São mais de sete mil empregados no mundo. Bárbara Oliveira
Tanto o E71 (acima, à esq.) quanto o E61 armazenam mais de 200 músicas
instant messaging (IM), como MSN, ou Skype. "O usuário passa a ter controle da modalidade de comunicação e tem acesso constante às aplicações como email e IM, com uma interface amigável e alta performance", enumera John Hoffman, principal executivo da fastmobile. Na prática, a experiência do usuário é bem semelhante ao que ocorre no acesso via Internet. O servidor armazena as listas de contatos nos diversos serviços disponíveis, que são acessados por meio de um software, instalado no terminal, compatível com Symbian, Java ou Brew. "O aplicativo está disponível para download, mas há acordos com fabricantes e operadoras para que os celulares já sejam entregues com o software pré-instalado", esclarece Hoffman. "O fato de os PABs (personal address bo-
oks, ou listas de contatos) ficarem no servidor agrega várias facilidades, como sincronismo (por exemplo, se é acrescentado um contato na MSN pelo PC, ele aparece no próximo acesso via celular) e menos problemas quando se troca de aparelho", acrescenta. A disponibilização de serviços e as regras de tarifação, segundo Hoffman, variam conforme a estratégia comercial das operadoras. "Algumas buscam criar comunidades próprias entre seus assinantes, mas a maioria faz acordos com os grandes provedores de IM. A cobrança pode ser feita por volume de mensagens, tráfego, ou mensalidade fixa. Nosso sistema entrega os CDRs (registros de tarifação) na forma que a operadora definir", informa o executivo. Cyro Fiuza
Divulgação
A disponibilização de serviços varia conforme a estratégia comercial das operadoras
Total de celulares no País atinge 94,9 milhões em agosto número de telefones celulares no País atingiu 94,9 milhões de aparelhos em agosto, com crescimento de 2% no mês, segundo o balanço da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O dado significa uma densidade de 50,8 celulares para cada 100 habitantes, o que quer
dizer que um em cada dois brasileiros tem telefone celular. O crescimento acumulado em 2006 é de 8,694 milhões de celulares. O número só não é maior porque a operadora Vivo deu baixa (deixou de considerar) 1,8 milhão de celulares em junho, por estarem inativos.
O número de aparelhos supera a cifra anterior, próxima de 93 milhões de aparelhos, registrada em julho. Na comparação com igual período em 2005, o crescimento foi de 20,2% (na época, a base de celulares no Brasil era de 78,94 milhões de aparelhos). (AE)
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Planalto Congresso Eleições CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 19 de setembro de 2006
ESCÂNDALO ESQUENTA DISCURSO DOS TUCANOS
SENADOR LEVANTA VÁRIAS OUTRAS SUSPEITAS CONTRA EX-ASSESSOR
JOSÉ JORGE PÕE MAIS LENHA NA FOGUEIRA
O
senador José Jorge (PFL-PE), companheiro de chapa do tucano Geraldo Alckmin, levantou novas suspeitas sobre o ex-assessor especial da Secretaria da Presidência, Freud Godoy. Em discurso na tribuna do Senado, José Jorge ressaltou a proximidade de Freud com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu suposto envolvimento com o desvio de recursos oriundos da prefeitura de Santo André para o diretório nacional do Partido dos Trabalhadores. O senador afirmou que o nome de Freud fora citado por João Francisco Daniel, irmão do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, durante acareação com Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula, na CPI dos Bingos, em 26 de outubro do ano passado. "Gilberto Carvalho teria contado a João Francisco que ia a São Paulo acompanhado de um segurança de nome Freud ou Fred, pois Freud também era chamado por Fred", disse. Ele lembrou que, na CPI, o irmão de Celso Daniel disse que o próprio Gilberto Carvalho teria revelado, cinco dias após a morte do ex-prefeito, que levava dinheiro oriundo do esquema de arrecadação da prefeitura de Santo André para o então presidente do PT, José Dirceu, em São Paulo. Na ocasião, Gilberto Carvalho negou as acusações do irmão de Celso Daniel. O senador José Jorge, que pediu a demissão de Gilberto Carvalho durante o funcionamento da CPI dos Bingos, desconfia que Freud Godoy seria o motorista do carro que transportava o dinheiro de Santo André para São Paulo. Na mesma linha de tentar fazer o elo entre Gilberto Carvalho – que foi chefe de gabinete
Roberto Jayme / AE
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Números
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ela pesquisa Ibope/CNI, divulgada no fim de semana, o presidente Lula (PT) teria hoje cerca de 50 milhões de votos, e Geraldo Alckmin (PSDB) ficaria com 30 milhões, tomando-se por base que devemos ter aproximadamente 100 milhões de votos válidos, de um total de 126 milhões. A candidata do Psol, Heloísa Helena, teria 10 milhões de votos e Cristovam Buarque (PDT), 2 milhões. Embora os números apontem para a vitória de Lula no 1º turno, os tucanos admitem que Alckmin está em fase de crescimento e pode conquistar, até o dia 1º, os pontos que precisa para forçar a realização do 2º turno.
COMO ESTÁ Lula interferiu criminosamente no processo eleitoral. E só resta à Justiça Eleitoral alijá-lo do certame. José Jorge
Segundo a pesquisa, Lula tem 50% das intenções de voto, enquanto Alckmin aparece com 29%, Heloísa Helena com 9% e Cristovam Buarque com 2%. Portanto, além de crescer, Alckmin necessita forçar a queda de Lula, se possível, a um patamar não superior a 45%.
LOCALIZAÇÃO
de Celso Daniel na prefeitura de Santo André – e o segurança, o senador informou que a empresa da mulher de Freud prestava serviço à prefeitura de Santo André. Além disso, informou que Freud é amigo do empresário Ronan Maria Pinto e de Sergio Gomes da Silva (o "Sombra"), acusados de envolvimento no assassinato de Celso Daniel. Na avaliação de José Jorge, justamente por conta de suas ligações com Sombra é que Freud Godoy teria sido intimado a prestar depoimento à polícia de Santo André, em 17 de abril de 2001. "O delegado Romeu Tuma Júnior tem conhecimento do fato, pois esteve à frente das investigações em determinado momento", afirmou o senador, acrescentando que o segurança também prestou depoimento à comissão permanente da Câmara Municipal de Santo André. "Nessa época ele prestou declarações como contratado da prefeitura", disse.
José Jorge deu outro dado: quando depôs no inquérito policial sobre o caso Santo André, Freud Godoy teve como advogado o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP). O senador pefelista foi além com suas suspeitas: "Freud poderia estar envolvido com o episódio do aluguel do helicóptero que tirou do presídio o bandido Dionísio Aquino Severo, que teria participado da morte de Celso Daniel". A proximidade de Freud com o presidente Lula, de quem foi segurança pessoal durante quatro campanhas, levou a oposição a acusar a "interferência direta do presidente Lula no processo eleitoral", sobretudo após a comprovação de que o segurança era funcionário direto da presidência da República. "Diante do que foi revelado, não resta mais nenhuma dúvida de que Lula interferiu criminosamente no processo eleitoral. E para quem não sabe operar dentro das regras do jo-
go político limpo, só resta à Justiça Eleitoral alijá-lo do certame", afirmou José Jorge. Ao mesmo tempo, o senador solicitou o acompanhamento da candidatura Lula por parte do Ministério Público Federal para apurar "mais esse escândalo envolvendo Lula e seu partido". Euforia – O caso do "dossiê Serra" devolveu à oposição a esperança de arrancar votos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e chegar ao segundo turno. Animados, PSDB e PFL sabem que as investigações não serão concluídas até 1º de outubro, mas já comemoram a oportunidade de enfraquecer Lula com as denúncias. Segundo interlocutores, Alckmin está eufórico com a possibilidade de dar fôlego novo à sua campanha. "Se for bem utilizado, Lula pode perder os 4 pontos percentuais necessários ao 2° turno", avaliou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), do conselho político da campanha. (Agências)
J.F.Diorio / AE
ALCKMIN: 'BASTA' AOS ESCÂNDALOS. candidato à Presidência da República pela coligação PSDB-PFL, Geraldo Alckmin, afirmou ontem que é preciso "a sociedade brasileira dar um basta aos escândalos" que envolvem o governo do presidente e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, sobretudo depois da suspeita de envolvimento de um funcionário do gabinete pessoal do presidente Lula na suposta compra do dossiê Vedoin. "Entendo que a sociedade brasileira vai dar um basta, pois esgotou qualquer possibilidade de que o presidente (Lula) não sabe, não viu, ou está por fora destes fatos", declarou ele, após receber apoio da Convenção Geral das Assembléias de Deus do Brasil. Alckmin destacou que é preciso apurar com muito rigor o escândalo que envolveu a tentativa de compra pelo PT do suposto dossiê que envolve o seu nome e o do candidato tucano ao governo de São Paulo, José Serra, com a máfia dos sanguessugas. Na sua avaliação, mais grave ainda é que um dos suspeitos, Freud Godoy, é
Eymar Mascaro
assessor da Presidência. "São fatos reincidentes", emendou. Alckmin considerou estranho o fato de a Polícia Federal não ter exibido imagens do dinheiro apreendido em São Paulo, no valor de R$ 1,7 milhão, que seria utilizado na compra do suposto dossiê. "Não era essa a conduta da Polícia Federal antes". Questionado se a PF estaria agindo desta maneira sob a orientação do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, Alckmin foi cauteloso: "Espero que não". Em seguida, o tucano ironizou: "Depois se fala em espírito republicano e compromisso com a verdade e a justiça". O ex-governador de São Paulo reiterou que sua coligação está estudando medidas legais cabíveis que irá adotar neste caso. Além disso, ele cobrou algumas respostas, tais como a origem dos recursos que seriam usados na compra do suposto dossiê, quem foi o mandante, e quem se beneficiaria com esse esquema. "Este é um péssimo exemplo, existe ainda uma série de indagações que precisam ser respondidas", citou, lembrando que as pessoas que fo-
A maior votação de Lula continua sendo no Nordeste. O petista está com 70% de preferência eleitoral na região, contra 15% do tucano. O Nordeste tem um invejável colégio de 33 milhões de votos. A região só perde para o Sudeste (50 milhões).
DIFERENÇA Lula está, portanto, 55 pontos percentuais à frente de Alckmin no Nordeste, o que significa uma diferença de cerca de 15 milhões de votos. Para eliminar parte dessa diferença até as eleições, o PSDB está movimentando todas as lideranças que atuam no Nordeste e que apóiam Alckmin.
moram 11 milhões de eleitores, Alckmin marcou para amanhã, na capital fluminense, o lançamento de seu programa de governo. O candidato dará ênfase ao aspecto econômico do programa, baseado na política desenvolvimentista.
MINEIROS O PSDB está explorando na televisão a mensagem do governador Aécio Neves pedindo o voto dos mineiros para Alckmin. Candidato à reeleição, Aécio Neves (PSDB) tem mais de 70% de intenção de voto. A esperança de Alckmin é que Aécio consiga transferir votos para ele.
IMPORTÂNCIA Minas é o 2º maior colégio eleitoral do País (13 milhões de votos). Além de São Paulo, Minas é o Estado em que Alckmin precisa crescer para levar a eleição para o 2º turno. Alckmin é apoiado em Minas também pelo expresidente Itamar Franco (sem partido).
REDUTOS
SULISTA
Nos principais núcleos eleitorais do Nordeste (como Bahia, Ceará e Pernambuco), o petista consegue segurar a consolidação dos votos. Detalhe: a Bahia tem 9 milhões de eleitores, contra 5,3 milhões do Ceará e 5,7 milhões de Pernambuco. Somente os três estados somam 20 milhões de votos.
A semana é decisiva também para Alckmin no Sul. O tucano espera crescer no Rio Grande do Sul (7,5 milhões de eleitores). Segundo as pesquisas, a eleição entre Alckmin e Lula está equilibrada nos estados do Sul. A última pesquisa do Ibope também constatou esse equilíbrio.
ESPERANÇA
EMPENHO Quem está coordenando a campanha de Alckmin no Nordeste são as lideranças aliadas locais. ACM (PFL) na Bahia, Tasso Jereissati (PSDB) no Ceará e Sérgio Guerra (PSDB), Jarbas Vasconcelos (PMDB), Roberto Freire (PPS) e Mendonça Filho (PFL) em Pernambuco.
SITUAÇÃO
Euforia tucana: "Estamos indo para o 2° turno", diz Alckmin.
ram presas são ligadas ao PT. Alckmin voltou a falar da convicção de que irá disputar o 2° turno das eleições presidenciais. "A reversão do quadro eleitoral já começou, estamos indo para o 2° turno", complementou. O tucano recebeu apoio das Assembléias de Deus em todos os Estados brasileiros. Os dirigentes da igreja estimam que
há aproximadamente 10 milhões de fiéis em todo o País. Durante o ato na Assembléia de Deus, Alckmin recebeu um elogio do pastor Ronaldo Fonseca, presidente do conselho político: "Pesou muito (para a escolha) o lado moral do candidato. O homem é tão bom que não consegue nem bater. E quando bate, é com classe, é com luva". (AE)
Alckmin está melhor situado no Sudeste (50 milhões de eleitores) e Sul do País (20 milhões). Em São Paulo, por exemplo, com 26 milhões de votos, o tucano mantém a vantagem sobre o petista de 6 pontos, mas necessita crescer mais. A meta de Alckmin chegar em outubro com, no mínimo, 15 pontos de vantagem sobre Lula em São Paulo.
PROGRAMA Para melhorar sua posição no Rio, onde
Além do Rio Grande do Sul, o tucano intensifica a campanha também no Paraná (7 milhões de votos) e em Santa Catarina (4,3 milhões). A campanha de Alckmin entre os eleitores catarinenses é conduzida pelo exgovernador Luíz Henrique (PMDB), candidato à reeleição.
INTERESSE Candidato ao governo do Estado pelo PP, Esperidião Amin está prestigiando a campanha de Lula em Santa Catarina. Em retribuição, o PT deve apoiar Amin num eventual segundo turno contra Luiz Henrique. Em tempo: o candidato do PMDB lidera as pesquisas para governador no Estado.
DECEPÇÃO Lula não esconde sua desilusão com os eleitores mais ricos. O petista considera uma injustiça a classe mais privilegiada apoiar quase que maciçamente Geraldo Alckmin. Lula não se preocupa em comentar que no seu governo os ricos ganharam muito dinheiro. Segundo as pesquisas, Alckmin tem 27 pontos percentuais a mais do que Lula entre os eleitores ricos.
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Empresas Nacional Finanças Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
BANCOS VÃO AJUSTAR BALANÇOS
FMI: BRASIL PERDE COM REFORMA
terça-feira, 19 de setembro de 2006
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Bay Ismoyo/AFP Photo
Petros quer investir menos em renda fixa Expectativa de juros menores influencia decisão do fundo
País cai uma posição, com a subida do México. E poderá perder mais, dependendo da fórmula que for elaborada para a redistribuição de cotas no Fundo.
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erminou em derrota aos quatro países. Resta agora, para Brasil, Argenti- na segunda etapa, tentar inna, Índia, Egito e a fluir na definição da fórmula. maioria dos sul-ameOntem o diretor-gerente ricanos o primeiro jogo da re- distribuiu parte do discurso forma política do Fundo Mo- que fará hoje na abertura ofinetário Internacional (FMI). cial da Assembléia de GoverFoi aprovada por 90,6% dos nadores do FMI e do Banco votos a resolução sobre mu- Mundial. "Tenho o prazer de dança do sistema de cotas e de dizer-lhes que os governadores votaram esmagadoramenvotos. Eram necessários 85%. Por enquanto, o Brasil perde te a favor das reformas." "Essas mudanças são o priuma posição, com a subida do México. Poderá perder mais, meiro passo de um processo dependendo da fórmula que que aumentará a representafor elaborada Tengku Bahar/AFP Photo ção de muitos para a redise m e rg e n t e s para refletir o tribuição de cotas e poder aumento de seu peso na no FMI. O Brasil deeconomia global. De teve até agora 1,42% das coimediato, aumentará o potas, em 17º lugar numa lisder de voto de ta de 184 paíquatro países ses. Ficará, na — China, Coprimeira fase réia, México e Turquia — os da mudança, com 1,40% e m a i s c l a r amente sub-recairá um degrau. O Méxipresentados." As mudanças são o A mudança co passará de primeiro passo para 1,21% para incluirá tamaumentar a bém uma am1,45% e ficará representação de em 16º lugar, pliação dos votos básicos uma posição emergentes que têm acima da Esdos países pomais peso no mundo. panha e duas bres, que deRodrigo de Rato, acima do Brapendem mais diretor-gerente do FMI sil. A China disso que das cotas para ter passará do 8º l u g a r, c o m alguma parti2,98%, para o 6º, com 3,72% dos cipação política nas decisões. votos, superando a Itália. CoA redistribuição de cotas e réia do Sul e Turquia são os ou- de votos será parte da estratétros países beneficiados neste gia de médio prazo proposta pelo diretor-gerente. Essa esprimeiro ajuste. A reforma política deverá tratégia incluirá um trabalho ocorrer em duas fases. Na pri- maior de supervisão e prevenmeira, haverá uma correção ção de crises num ambiente imediata da posição de China, econômico modificado pela Coréia do Sul, México e Tur- globalização financeira. quia, com base nos critérios Meirelles — O presidente atuais de repartição de cotas e do Banco Central do Brasil, voto. Os quatro estão clara- Henrique Meirelles, dedicou mente sub-representados e o ontem sua palestra a investiBrasil e seus aliados não se dores estrangeiros em Cingapura, em evento organizada opõem a esse acerto. Na segunda fase, que deverá pela Câmara Brasileiro-Ameser concluída em dois anos, se- ricana de Comércio, para mosrá estabelecida a nova fórmula trar que a economia brasileira para distribuição de poder. A está em rota de recuperação. resolução proposta pelo dire"As condições estão dadas tor-gerente do FMI, Rodrigo para a economia crescer de forde Rato, indica apenas os crité- ma sustentada." Em sua palesrios que serão considerados. tra, Meirelles lembrou que o Eles deverão beneficiar as Brasil está vivendo um ciclo de maiores economias e as mais relaxamento monetário. abertas, até com risco de maior "O Banco Central do Brasil concentração de poder, segun- vem reduzindo as taxas de juros desde setembro de 2005, e do os opositores da proposta. Por causa desse risco, o Bra- os efeitos monetários disso sil e seu grupo se opuseram, ainda não foram completaembora pudessem aceitar, em mente sentidos pela economia outra circunstância, a conces- por causa da defasagem", afirsão de mais cotas e mais votos mou Meirelles. (AE)
bilhão de reais deve ser o impacto negativo das amortizações de ágios no balanço do Bradesco.
Manifestante protesta contra Bird e FMI na Indonésia: estudo diz que há menos pobres nos países da Ásia.
Bird: Ásia precisa se preparar para nova fase de desenvolvimento Já para os latino-americanos, desafio é manter disciplina dos últimos anos
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á 40 anos o Leste da Ásia tem sido o campeão mundial do crescimento econômico. A região continua na frente e até 2010 cerca de 95% de seus habitantes viverão em países de renda média, segundo o Banco Mundial (Bird). Entre 1990 e 2005, quase 500 milhões de pessoas saíram da pobreza, deixando de viver com menos de US$ 2 por dia. "Mas o desafio do desenvolvimento no nível de renda média é consideravelmente mais complexo, e os países precisam adaptar sua estratégia", disse ontem o economista-chefe do Banco Mundial (Bird) para a região, Homi Kharas. A má notícia, portanto, é que eles têm de se preparar para uma fase superior do desenvolvimento e esse é o mote principal do relatório "Um renascimento leste-asiático". Para a América Latina, o desafio é muito diferente: consolidar a disciplina adotada nos últimos anos para que o atual surto de crescimento não termine abruptamente em mais uma
crise. Foi esse o recado principal do economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Hemisfério Ocidental, Anoop Singh. Nos últimos 50 anos, muitos países saíram de níveis de renda associados a "padrões abjetos de pobreza" para o status de renda média, mas não passaram disso, segundo o relatório coordenado por Homi Kharas e Indermit Gill. "A região mais decepcionante foi a América Latina, onde muitos países alcançaram níveis de renda média e, então, pararam de crescer", diz o estudo. Pela classificação do Bird, países com renda por habitante inferior a US$ 825 são de renda baixa. Na faixa entre US$ 826 e US$ 3,255 mil ficam os de renda média baixa. No intervalo de US$ 3,256 mil e US$ 10,655 mil, os de renda média alta. Até 2000, havia oito latinoamericanos classificados em alguma faixa da categoria média: Brasil, México, Argentina, Colômbia, Peru, Uruguai, Venezuela e Chile. Oito do Leste da Ásia
estavam nesse grupo (China, Indonésia, Tailândia, Malásia e Filipinas) e cinco na classe de renda alta (Japão, Cingapura, Hong Kong, Taiwan e Coréia do Sul). Educação — A vice-presidente do Bird para a América Latina, Pamela Cox, disse que os governos da Ásia têm mais dinheiro para educação e infra-estrutura porque devem menos que os latino-americanos e gastam menos com a previdência. Logo, têm mais condições de investir no que gera crescimento. Também o ajuste fiscal forçou a maioria dos latino-americanos a investir menos, segundo o economista-chefe do Bird para a região, Guillermo Perry. Para acumular superávits primários, os países cortaram gastos produtivos, com exceção de Chile e Colômbia. De acordo com Perry, o problema, no Brasil, não é o superávit primário nas contas públicas, mas a composição dos gastos, muito rígida. Foi o mesmo recado transmitido pelo diretor-gerente do FMI, Rodrigo de Rato. (AE)
s fundos de pensão já avaliam o futuro dos seus investimentos em um cenário de taxa básica de juros (Selic) na casa dos 13,5% ao ano, patamar previsto para 2007. O Petros, o fundo previdenciário dos funcionários da Petrobras, tem 68,4% de suas aplicações em renda fixa, sendo 90% em títulos públicos do governo federal, normalmente corrigidos pelo juro básico. Na avaliação dos gestores do Petros, os fundos de investimento ligados aos setores de infra-estrutura são os possíveis alvos das aplicações da entidade, que tem hoje ativos totais de R$ 29,4 bilhões. De acordo com o presidente do Petros, Wagner Pinheiro, devem ser investidos em fundos desse tipo R$ 800 milhões. Ele destacou que a redução da Selic iniciará um processo de mudança na composição A taxa de dos fundos, juros é o com a dimiatrativo nuição da participação dos títulos das Letras públicos. do Tesouro Wagner Nacional P inheiro, ( LT N ) n o do Petros montante aplicado em renda fixa. "A taxa de juros é o atrativo nos títulos públicos federais. Uma queda da Selic nos levará a ampliar a participação em renda variável", afirmou. O executivo informou que o Petros estuda investimentos em fundos ligados aos setores de logística, energia e saneamento. Mas, segundo ele, não existe um único foco; o que há é uma preferência por papéis ligados à infra-estrutura do País. "Com a viabilidade das PPPs (Parcerias Público Privadas), os fundos ligados a infraestrutura devem ter retorno positivo nos próximos anos." Fôlego — Di f eren t em e nt e da Previ, o fundo de pensão dos empregados do Banco do Brasil, o Petros ainda tem fôlego para ampliar sua presença na renda variável. A lei brasileira limita, para os fundos de pensão, a 50% do patrimônio as aplicações em renda variável. No Petros, esse percentual é hoje de apenas 24,3%. Outro alvo dos gestores do Petros é o mercado de fundo imobiliários. Hoje, a participação é de 3,5% do patrimônio, índice que Pinheiro disse considerar baixo. Para ele, um dos limitadores desse segmento é a reduzida liquidez do mercado, ou seja, o fato de investidores encontrarem dificuldade para se desfazer da aplicação. Davi Franzon
Bradesco tira ágios do balanço no 3º trimestre Banco anunciou ontem que pretende amortizar um total de R$ 2,055 bilhões, o que deve afetar o resultado financeiro do período
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Bradesco decidiu limpar seu balanço de ágios pendentes de aquisições feitas nos últimos anos. O banco informou ontem que vai amortizar R$ 2,055 bilhões no balanço deste trimestre. "Limpamos totalmente o balanço", disse o vice-presidente de Relações com Investidores do Bradesco, Milton Vargas. Segundo ele, a amortização gradativa dos ágios dificultava a compreensão por analistas e investidores.
Os ágios amortizados agora de uma só vez seriam lançados nos balanços trimestrais do banco até 2016. A medida vai gerar um impacto negativo de R$ 1,356 bilhão no resultado e no patrimônio líquido. O lucro do Bradesco no terceiro trimestre pode ser quase todo corroído por esse lançamento contábil. No entanto, segundo Vargas, não haverá alteração no fluxo de pagamento de dividendos neste ano. De abril a junho, o banco
teve lucro de R$ 1,6 bilhão. Aumento de capital — Para recompor o índice de Basiléia, o Bradesco propôs um aumento de capital de R$ 1,2 bilhão. Mas os acionistas não precisarão desembolsar para subscrever as novas ações, já que o banco vai antecipar o pagamento de R$ 1,391 bilhão em proventos que seriam pagos no início de 2007. Conforme a legislação brasileira, é possível fazer a amortização do ágio pela compra de
outra empresa ao longo de dez anos, trimestralmente. Nos últimos dez anos, o Bradesco, maior banco privado brasileiro, comprou 20 instituições. Segundo Vargas, a decisão de amortizar de uma só vez os ágios pendentes não significa que o Bradesco passará a agir assim daqui por diante. "Vamos avaliar cada caso", disse. Itaú – O Itaú, segundo maior banco privado do País, é o único entre os líderes do varejo bancário brasileiro a adotar co-
mo prática a amortização integral de ágios diretamente nos exercícios em que as operações de aquisição são concluídas. Neste trimestre ou no próximo, o Itaú comunicou que pretende amortizar R$ 2,4 bilhões em seu resultado pela recente compra das operações brasileiras do BankBoston. A despesa pode levar o banco, que no segundo trimestre lucrou R$ 1,498 bilhão, a registrar prejuízo contábil no período de julho a setembro. (Reuters)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.LOGO
Do presidente da França, Jacques Chirac, ao sugerir que a comunidade internacional suspenda a ameaça de sanções em troca da suspensão do programa de enriquecimento de urânio do Irã durante negociações.
9 Logo 1 Logo www.dcomercio.com.br/logo/
SETEMBRO
Não sou uma pessoa pessimista. Considero o Irã uma grande nação, com cultura e civilização milenares, e creio ser possível encontrar uma solução por meio do diálogo.
terça-feira, 19 de setembro de 2006
Dia do Teatro
S OCIEDADE M EDICINA
Racismo às claras
Sono revelador Na próxima vez que for ao médico, peça para ele avaliar seu sono. A dica é de um estudo publicado ontem na revista médica Archives of Internal Medicine. O artigo sugere que os médicos deveriam avaliar regularmente quantas horas e a qualidade do sono de seus pacientes, já que é parte integral da saúde. Um dos estudos, dirigido por Paul Peppard da Universidade de Wisconsin, em Madison, indica que as pessoas com transtornos da respiração enquanto dormem têm mais probabilidades de desenvolver depressão do que as que não têm
esses problemas. "As pausas freqüentes na respiração, a respiração difícil ou insuficiente durante a noite são sinais claros de transtornos da respiração durante o sono", afirma o artigo. Outro estudo, dirigido por Kristen Knutson, da Universidade de Chicago, afirma que o sono noturno breve ou de má qualidade está vinculado à redução do controle dos níveis de açúcar entre pessoas com diabetes. O estudo conclui que uma forma barata de melhorar a saúde dos pacientes com diabetes tipo 2 é melhorar a duração e a qualidade de seu descanso noturno.
I NDONÉSIA Fotos: AFP
Para especialista da ONU, no Brasil o preconceito está no Estado e no Judiciário
N
a abertura do Conselho de Direitos Humanos da ONU, ontem, o relator especial da entidade para o combate ao racismo, o senegalês Doudou Diène, fez várias críticas ao governo brasileiro. Ele denuncia em um documento que partes do Estado, do Judiciário e da sociedade civil resistem a medidas de combate ao racismo. "O racismo precisa entrar na agenda das eleições", afirmou Diène. Segundo ele, as comunidades mais pobres do País são as mesmas que historicamente foram discriminadas negros e índios. Diène esteve no País há um ano e diz que identifica o racismo como uma conseqüência do período da escravidão. "Viajar pelo Brasil é como mover-se en-
tre dois planetas: um das ruas, com cores vivas e raças misturadas, e outro dos corredores brancos dos poderes político, social, econômico e da mídia", diz ele, em relatório, distribuído a todos os países. Diène acredita que uma mudança intelectual e cultural será necessária para combater a discriminação. "Democracia racial é a máscara ideológica da elite brasileira para não dizer que há racismo", critica o relator. Um dos alertas da ONU é sobre a relação entre a discriminação e a pobreza. O relatório destaca que 47% dos negros vivem abaixo da linha da pobreza, ante 22% dos brancos. Os níveis de analfabetismo são "inaceitavelmente altos". Diène reconhece que o governo tomou importantes medi-
das, como criação de uma secretaria de Estado para tratar do tema e adotou um programa de discriminação positiva, de cotas, nas universidades. Mas diz que faltam medidas para lidar com a violência e treinamento de procuradores e juízes. "O Judiciário é muito conservador e com preconceitos raciais". O governo respondeu ontem mesmo às denúncias. Disse que um plano nacional está "em fase de conclusão" e que realiza uma campanha na mídia contra o racismo. O governo afirmou que o combate ao racismo é discutido nos ministérios da Educação e da Saúde, além de receber recursos do Orçamento. Para completar, lembrou que as reservas indígenas ocupam 12,5% do território. (AE)
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Mulher em órbita
I NTERNET
Google News, sem notícias L
POLÊMICA - Modelo finaliza maquiagem para desfile da London Fashion Week, evento envolvido numa polêmica sobre a magreza das suas modelos. H ISTÓRIA
TEATRO
C A R T A Z
Um Homem Chamado Lee. Musical de Fábio Mendes e Rodrigo Pitta, em homenagem a Rita Lee (foto). Com a cantora Preta Gil acompanhada de uma banda de rock. Teatro Folha. Shopping Pátio Higienópolis. Telefone: 3823-2323. 21h. R$ 20. G @DGET DU JOUR
F AVORITOS
Copos com gelo
Cem anos de história nos jornais
A TÉ LOGO
haviam se credenciado para ter acesso aos documentos. "A situação estava meio caótica", disse Alessandro Visani, um pesquisador na Universidade Sapienza, de Roma. "Eu queria pesquisar algo, mas alguém já estava consultando", contou Visani que estuda as atitudes da
hierarquia católica em relação às leis contra os judeus de 1938 do ditador fascista Benito Mussolini. O material nos arquivos é "muito rico", afirmou o pesquisador Emma Fattorini, também da Universidade Sapienza, à agência de notícias Apcom, ao deixar o Vaticano. Uma questão emblemática refere-se a uma encíclica de Pio XI visando denunciar o racismo e o nacionalismo violento na Alemanha. A encíclica nunca foi publicada "em parte devido a sua morte (de Pio XI) e em parte porque ela foi julgada politicamente inoportuna", explicou Visani.
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
América Latina investe pouco em educação e fica atrás da Ásia porque tem dívidas maiores Funai vai intensificar combate ao arrendamento de terras indígenas, que é proibido por lei
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http://www.bl.uk
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Vaticano permitiu, pela primeira vez, acesso público a milhões de cartas diplomáticas, correspondência pessoal e outros documentos em seus arquivos secretos cobrindo o papado de Pio XI, no período de 1922 a 1939. Acredita-se que os documentos podem lançar luz sobre o nível de preocupação que tinha a Santa Sé em relação ao crescimento da perseguição dos judeus na Europa. Por anos, o Vaticano tem defendido o sucessor de Pio – o papa da época da guerra Pio XII, que também foi secretário de Estado de Pio XI – contra acusações de que não se importou com o destino dos judeus no Holocausto. Pesquisadores consideram que serão necessários anos para se estudar o conteúdo de cerca de 30.000 documentos do período quando o fascismo e o nazismo se chocaram contra o comunismo no continente europeu. Arquivistas oficiais disseram que ontem pela manhã cerca de 50 pesquisadores
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Segredos de Pio XI
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Um século de escândalos locais, triunfos internacionais e desastres globais estão expostos ao público na British Library, em Londres: a exposição Front Page (Primeira Página). No site da biblioteca é possível ter acesso às coleções que deram origem ao material da exposição. São centenas de títulos catalogados e disponíveis online para pesquisadores interessados em história, política, fatos sociais, políticos, científicos e militares que moldaram o mundo nos últimos cem anos.
B RAZIL COM Z
O jornal britânico The Observer destacou em sua edição de domingo a ação do PCC em São Paulo. Em oito páginas de texto, o jornalista Tom Phillips relata como é a vida na cidade que, há quatro meses, "foi pega na espiral do terror". Segundo o jornalista, a cidade se transformou na capital do medo. O jornalista, que visitou bairros da periferia de São Paulo, representantes das organizações de defesa dos direitos humanos e autoridades ouviu de um policial: "Tudo que vocês, jornalistas, fazem, é defender vagabundos. Tem que matar mesmo, meu!"
E SPAÇO
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O Brasil venceu o Canadá por 82 a 41, na tarde de ontem, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, e se classificou para as quartas-de-final do Mundial Feminino de Basquete, fechando a segunda fase com quatro vitórias e duas derrotas. A vitória folgada, no entanto, pode ter custado caro para a seleção treinada por Antonio Carlos Barbosa: a ala Janeth, que vinha sendo uma das melhores em quadra, torceu o tornozelo direito numa disputa de bola e pode ficar de fora dos três jogos restantes – na quarta-feira, a equipe, que terminou em terceiro lugar no Grupo E, disputa as quartas-de-final contra o segundo colocado do Grupo F.
PCC ainda é manchete
Estudiosos da fauna marinha de Papua, na Indonésia, descobriram dezenas de novas espécies, incluindo um tubarão que caminha sobre as nadadeiras e um camarão parecido com um louva-a-deus, além do "peixe faísca" (à esquerda) e do pseudochromis (à direita). Ao todo, são 52 novas espécies: 24 novos peixes, 20 novos corais e oito novos camarões.
entrou em órbita. Sua acoplagem à ISS está prevista para amanhã. Ansari, de 40 anos, vai passar 8 dias a bordo da estação orbital antes de voltar para a Terra, em 28 de setembro, com os dois atuais tripulantes da ISS, o russo Pavel Vinogradov e o americano Jeffrey Williams. Lopez-Alegria e o engenheiro Tyurin substituirão os colegas americano e russo, e passarão a tripulara a ISS juntamente com o espaçonauta alemão Thomas Reiter, da Agência Espacial Européia, que está no espaço desde julho.
Brasil vence, mas pode perder Janeth
Mais sobre a ONU em Internacional
John McGugh/AFP
A primeira mulher turista espacial, a iraniana Anousheh Ansari, começou sua milionária aventura ontem ao ser lançada rumo à Estação Espacial Internacional (ISS). O foguete russo Soyuz partiu da base russa no Cazaquistão à 1h08 de Brasília, levando a cápsula Soyuz TMA-9 com três ocupantes: a milionária americana nascida no Irã Anousheh Ansari, o astronauta da Nasa Michael Lopez-Alegria e o cosmonauta russo Mikhail Tyurin. Minutos depois do lançamento, a cápsula separouse com sucesso do foguete e
B ASQUETE
Morre Patricia Kennedy Lawford, irmã do presidente assassinado dos EUA John F. Kennedy
A empresa de buscas Google foi processada e obrigada a retirar notícias da versão belga do Google News, serviço de busca de notícias. O site teve de abolir versões em francês e alemão de vários jornais, que processaram a empresa. A Copiepresse, entidade que representa os jornais belgas, disse que a Google irá obter lucro com o conteúdo dos jornais sem repassar nada aos produtores das notícias. A Google retirou os links para os sites envolvidos, mas se defende, dizendo que só oferece trechos das matérias publicadas e que ainda gera tráfego para os sites do jornais, além de não veicular banners publicitários no serviço Google News. I SRAEL
Reencontro familiar Os irmãos Simon Glasberg, de 81 anos, e Hilda Shlick de 75, se reencontraram ontem em Jerusalém após 65 anos – desde que sua família, de origem judaica, se separou para fugir do Holocausto. O encontro só foi possível porque os netos de Hilda encontraram o nome dele na internet, em uma lista de vítimas do Holocausto. Glasberg mora no Canadá. Hilda vive em Israel. L OTERIAS Devido a problemas técnicos no site da Caixa, os resultados do sorteio do concurso 156 da Lotomania não foram divulgados ontem. Confira os números no site. www.caixa.gov.br
terça-feira, 19 de setembro de 2006
Divulgação
HP Photosmart A433: um sistema fotográfico completo, com câmera digital e impressora fotográfica.
Photosmart E427: simplicidade com preço acessível. Resolução de 6.0 megapixels, zoom digital de 5X e amplo visor de imagens de 5 cm.
Equipotel Te l e f o n i a Lançamentos Fotografia
DIÁRIO DO COMÉRCIO
7 As câmeras digitais da HP são para aqueles que desejam praticidade e preços mais acessíveis
HP APOSTA EM SCANNERS, NOTEBOOKS E ACESSÓRIOS.
HP Brasil não se abalou com o escândalo enfrentado na semana passada pela Hewlett-Packard nos Estados Unidos, com o afastamento da presidente do conselho de administração, Patricia Dunn, devido ao vazamento de informações sigilosas da empresa, que vinha sendo investigado há um ano. Líder do mercado bras i l e i r o d e i mpressoras e notebooks, a subsidiária nacional da HP lançou mais de 50 novos produtos de uma só vez, entre câmeras digitais, centros de impressão fotográfica, scanners, notebooks, acessórios e suprimentos. Os quatro modelos de câmeras digitais fazem parte das soluções de fotografia da empresa para usuários domésticos, dos iniciantes aos entusiastas, que buscam recursos e equipamentos com qualidade mas fáceis de usar e de preços acessíveis. "A HP sabe que nem todos são exímios fotógrafos e por isso investe sua tecnologia, permitindo aos iniciantes de fotografia ou de informática tirar fotos com simplicidade e imprimi-las com excelente qualidade", afirma Eduardo Yamashita, gerente de desenvolvimento de mercado de imagem digital da HP
Brasil. In ici ant es - O modelo HP Photosmart E427 é ideal para iniciantes que buscam simplicidade com preço acessível. Possui resolução de 6.0 megapixels (permite fotos impressas com qualidade fotográfica até 36x47 cm), possui zoom digital de 5X e amplo visor de imagens de 5 cm. Grava vídeos com áudio e envia as fotografias por correio eletrônico. Possui memória interna de 16 MB para armazenar imagens dentro da câmera e é compatível com impressoras que tenham recurso PictBridge. Seu preço para o mercado nacional ainda não foi definido. Já a HP Photosmart M627 é indicada para usuários que buscam na primeira câmera digital além da alta resolução (7 MP), zoom óptico e um pacote completo para registrar fotos e compartilhá-las de modo descomplicado e rápido, por meio digital ou impressas com alta qualidade. A câmera oferece zoom total 24X - 3x óptico, 8x digital, vem com pilhas recarregáveis e grande visor LCD de 2.5 polegadas (6,4 cm) A M627 conta com as tecnologias HP Real Life, com recursos de personalização e otimização das fotos na própria câmera, como eliminação de olhos vermelhos e funções para organizar e imprimir fotografias usando um único botão. Preço sugerido: R$ 999. Foto emagrecedora - Por sua vez, a utracompacta HP Photosmart R867 tem resolução de 7.2 mp, 3X zoom ótico e 24X zoom total. Conta com 14 modos de disparo, estabilizador digital de imagem e grande visor LCD de 6.4 cm. Faz videoclipes com áudio até o limite da memória. O equipamento, com
preço sugerido de R$ 1.499, permite que através da tecnologia HP Design Gallery sejam feitas edições na própria câmera com mais de 2 mil efeitos combinados. Entre as possibilidades de recurso, há o efeito "emagrecer" — que certamente agradará aos fotografados —, inserir bordas, aplicar desenho, pontilhado, caleidoscópio, retrô, vintage, entre outras possibilidades. O modelo mais caro da linha — a premiada câmera HP Photosmart R967, com preço sugerido de R$ 1.999 — tem visor LCD de 7.6cm com ângulo de visão de 170 graus e resolução de 10 megapixels, 3X zoom ótico, 30X zoom total é ideal para usuários que buscam tecnologia avançada e facilidade para tirar, compartilhar e imprimir fotos com com efeitos de edição na própria câmera. Possui 18 modos de disparo, estabilizador digital de imagem, e faz videoclipes com áudio. Estúdio portátil - Os destaques da nova linha de impressoras lançada no Brasil são a HP Photosmart D7160, a D7360 e os estúdios HP Photosmart A433, A516 e A616. Todos esses modelos vêm com o botão HP Photo Fix, que elimina os olhos vermelhos, além de melhorar as imagens borradas, o brilho, as cores e o contraste das fotografias. O estúdio fotográfico portátil HP Photosmart A433 é um sistema fotográfico completo, com câmera digital e impressora fotográfica para fotos de 10x15cm: basta clicar, imprimir e compartilhar as fotos. Imprime imagens sem a necessidade de usar um computador com secagem instantânea, resistentes à água e que duram três vezes mais que o método tradicional. As imagens são
capturadas com a câmera digital que acompanha o produto — HP Photosmart M425 — com resolução de 5.2 mp e 3X de zoom ótico (18X zoom total). A impressora pode ser utilizada por outras câmeras. Preço sugerido: R$ 999. Rapidez - A HP Photosmart D7360 é anunciada como a impressora fotográfica mais rápida do mundo — 32 páginas por minuto (ppm) em preto e até 31 ppm coloridas. Tem seis cartuchos individuais de alta capacidade, permitindo alto volume de impressões de fotos de 10x15cm, em até 12 segundos. Preço sugerido: R$ 899. A HP Photosmart A516 é compacta, pesa 1,5 kg e imprime fotos em tamanhos 10x15cm, de passaporte a panorâmicas, O visor de 3.8cm permite imprimir sem computador, a partir da maioria dos cartões de memória, iPods, controladores flash e câmeras compatíveis com PictBridge. Um adaptador sem fio HP Bluetooth opcional permite impressões a partir de celulares, PDAs, notebooks e outros. Preço sugerido: R$ 499. Já o modelo HP Photosmart A616 tem alça de transporte que permite levar o miniestúdio para qualquer lugar. Oferece visor de imagens retrátil de 6.1cm e permite criar fotografias artísticas com aspecto antigo, tradicionais, em preto e branco e com outros efeitos. Imprime fotos até 13x18 cm. Preço sugerido: R$ 699. Disponibilidade e Garantia -A linha de câmeras digitais HP Photosmart estará em lojas especializadas, magazines, hipermercados e online a partir de outubro, com garantia de um ano. Mais informações: www.hp.com.br. Rachel Melamet
50 LAN ÇA MEN TOS A HP lança uma cesta de produtos para tentar conquistar o mercado de fotografia digital
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 19 de setembro de 2006
Indicadores Econômicos
7
0,23
por cento foi a alta do dólar comercial no fechamento de ontem. A moeda americana encerrou os negócios cotada a R$ 2,145 na ponta de venda.
18/9/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 14/09/2006 14/09/2006 14/09/2006 14/09/2006 14/09/2006
P.L. do Fundo 8.847.653,77 1.440.335,73 7.791.203,48 13.340.339,45 1.262.964,39
Valor da Cota Subordinada 1.189,410061 1.084,695408 1.158,399429 1.116,982113 1.079,201240
% rent.-mês 1,1101 0,6702 1,0339 7,0777 1,6226
% ano 21,7447 8,4695 15,8399 11,6982 7,9201
Valor da Cota Sênior 0 1.081,384834 1.094,292768 0 0
% rent. - mês 0,4774 0,5201 -
% ano 8,1385 9,4293’ -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
DOISPONTOS -77
O
Que benefícios traria a abertura dos mercados americano e europeu aos nossos produtos agrícolas?
PAULO SAAB LIMITES
PERDIDOS
O
AGRODESVANTAGEM A
discussão acerca da abertura dos mercados dos países desenvolvidos aos produtos agrícolas dos países em desenvolvimento volta e meia vem à tona, principalmente quando há negociações multilaterais ligadas à Rodada de Doha, relativas à diminuição de subsídios governamentais a setores produtivos. Mas antes do fracasso (da perspectiva de quem queria o fim dos subs í d i o s , p r i n c i p a lmente os agrícolas em países desenvolvidos), que novamente ocorreu, foi publicado um estudo pela Universidade de Manchester, encomendado pela Comissão Européia, que colocou mais um tempero na discussão. O estudo afirma que a abertura do mercado da União Européia aos produtos agrícolas de países sul-americanos pode acarretar um aumento de problemas ambientais nestes últimos. Deixando de lado a possível motivação política do estudo, aspecto levantado por autoridades brasileiras e que não pretendo analisar aqui, suas conclusões fazem sentido e eu iria ainda mais longe. No caso do Brasil, além de problemas ambientais, a abertura dos mercados americano e euro p e u a o s n o s s o s produtos agrícolas traria também muito poucos benefícios sócio-econômicos. Vejamos. No lado de cá do globo, quem seria beneficiado com tal abertura? Inicialmente, seriam aqueles setores do agronegócio que estão mais bem estruturados e que já são exportadores ativos: carne (bovina, suína e de aves), soja,
laranja e açúcar e álcool. No caso de suínos e aves, o aumento se daria na produção confinada, e tais animais serão alimentados principalmente com soja e milho. O que nos leva diretamente ao caso da soja. A expansão desta cultura ocorre em boa parte no arco do desmatamento da Amazônia, sendo apontada, junto com o gado, como uma das causas das absurdas taxas de desmatamento na região. A sojicultura também avança a passos largos sobre o cerrado, desmatando vastas extensões deste ecossistema, principalmente nos estados do Mato Grosso, Maranhão, Tocantins e no oeste da Bahia. Todos sabem que a recente expansão da produção bovina tem ocorrido boa parte também na Amazônia, contribuindo sinergeticamente com a soja para o desmatamento na região. Como a extensão de terra necessária para produzir um quilo de carne é muito maior que a necessária para produzir um quilo de produto vegetal, a expansão da pecuária é a que tem maior potencial de desmatamento por aumento de volume exportado.
E
os tão propalados benefícios sociais e econômicos do acordo? Ora, qualquer calouro de economia sabe que quanto menor o valor agregado de um produto, menor o número de empregos que gera. E os produtos agrícolas estão entre aqueles com menor valor agregado. Pior, boa parte das culturas mencionadas são altamente tecnificadas e necessitam de muito pou-
G Optar por
defender a liberalização cada vez maior do comércio mundial e focar esta defesa no acesso de nossos produtos agrícolas aos mercados dos países desenvolvidos, como tem sido a política do governo, significa desconhecer consequências ambientais negativas e uma opção clara por um modelo agrícola focado no grande agronegócio.
ca mão-de-obra. A geração de empregos, quando comparada a outras atividades, é pífia. E a expansão também não servirá para a fixação do homem no campo e nem para a expansão da agricultura familiar, pois sem qualquer sombra de dúvida ocorrerá em moldes de grandes propriedades (ou médias, mas com poucos intermediários que concentram o processamento básico e a exportação). Para completar, a expansão de agricultura monocultora, latifundiária e tecnificada para algumas regiões leva à aquisição de pequenas propriedades a preços relativamente baixos, sendo que os agricultores acabam por migrar do campo e a engrossar
a massa de excluídos nas cidades quando o dinheiro da venda invariavelmente termina. De qualquer forma, é claro que os números da balança c o m e rc i a l s e r i a m mais favoráveis, ótimos para a propaganda de quem quer que esteja no governo. Mas e a sociedade como um todo, ganha? No caso da soja, tida como uma das vedetes do nosso agronegócio, muito se fala de toneladas de produção e pouco sobre o destino do lucro. O fato é que todas as maiores empresas exportadoras e/ou processadoras de soja são estrangeiras (Cargill, Bunge, ADM, Coinbra, entre outras). Então, uma parcela signific a t i v a d o s l u c ro s com as exportações na verdade retorna ao exterior. E quase não se considera que a nossa balança de pagamentos é muito menor que a sua irmã comercial, mais famosa. Quanto ao setor sucro-alcooleiro, é público e notório que ele é controlado por um punhado de usineiros, e a produção também é bastante concentradora, e novamente o lucro acaba em poucas mãos. Apesar do número de produtores ser alto na produção de carne bovina, os intermediários da cadeia, que são os frigoríficos, são poucos, e são eles os responsáveis pelas exportações. E aqui já há um claro movimento do aumento da participação de empresas estrangeiras no país. Novamente o dinheiro vai entrar por uma porta e depois acabar saindo por outra. As empresas exportadoras dos setores suinícola e avícola também são em n ú m e ro e x t re m a-
mente reduzido, e o produtor, por sua vez, normalmente possui uma margem de lucro bastante apertada. Em todos os casos vemos um padrão semelhante: tendência à concentração, ao aumento no tamanho das propriedades produtoras e em vários setores a invasão de empresas estrangeiras, com a consequente remessa de lucros.
P
or fim, há um ponto bastante polêmico, mas que deveria entrar em qualquer discussão séria, se estivermos realmente preocupados com o futuro de nosso planeta. Com a inevitável crise de combustíveis e de energia que se aproxima cada vez mais, deveria estar ocorrendo um movimento global no sentido de se diminuir o comércio de longa distância e de se fomentar ao máximo a auto-suficiência, já que a movimentação de bens é uma fonte voraz de consumo de combustíveis. Em resumo, optar por defender a liberalização cada vez maior do comércio mundial e focar esta defesa no acesso de nossos produtos agrícolas aos mercados dos países desenvolvidos, como tem sido a política do governo, significa duas coisas. Prim e i r o u m d e s c onhecimento absoluto das consequências ambientais negativas que podem advir ou, pior, o descaso com elas. Segundo, uma opção clara por um modelo de desenvolvimento agrícola focado no grande agronegócio. ROGÉRIO GRASSETTO TEIXEIRA DA CUNHA É BIÓLOGO ROGCUNHA@HOTMAIL.COM
s acontecimentos da vida política nacional dos últimos três anos revelam que foram perdidos todos os limites de comportamento ético no mundo da política. Atribuir-se a culpa total ao estilo (ou falta de estilo) do governo Lula seria distorcer o viés da análise. Da mesma forma, seria faltar com verdade suporse que não foi nesse período que se escancararam as portas do vale-tudo ou da máxima que diz que "os fins justificam os meios". A corrupção, praticamente endêmica da vida do país, ganhou nesses anos da gestão Lula uma dimensão difícil de se imaginar num país onde o governo se diz voltado para a melhoria das condições de vida das camadas mais pobres da população. Em nome desse discurso (os fatos se acumulam um após outro), o que se constata é o desvio da finalidade para o favorecimento de um grupo de pessoas, com golpes e manobras, numa escalada sem fim em direção ao túmulo do comportamento probo.
estranho de tudo isso é que, em meio ao lamaçal que se instalou no país, os dados de pesquisas mostram uma tendência de reeleição de Lula. Ou a grande massa segue mesmo alienada do que acontece ou a capacidade de indignação da classe média (em todos seu espectro) consolidou-se num conformismo crônico. Tivéssemos, nós eleitores, uma somatória de conhecimentos mínimos sobre a vida pública (que sustentamos) do Brasil, sobre o comportamento de nossos representantes, e se os governantes tivessem uma pitada de vergonha na cara e um pouco de discernimento, o voto nacional levaria ao ostracismo da história (nem vou falar em cadeia) a maioria dos caras de pau que roubaram e roubam desbragadamente e se apresentam de novo ao eleitor como salvadores da pátria.
A
reeleição de Lula poderá significar, na cabeça do próprio e de outros de igual nível de compreensão e pensamento, que a vitória na urna eletrônica é o aval definitivo da população para a liberação de seu "demônio" e rompimento explicito de qualquer linha de limites éticos, de atuação responsável e de respeito à lei. Em nome de uma atuação voltada para os pobres, acentua-se no país a luta de classes, estimula-se a diferença étnica, arromba-se os diques da mínima moralidade e se transforma a mentira, a demagogia, Beto Barata/AE
Tiago Queiroz/AE
MEIO AMBIENTE Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 19 de setembro de 2006
O escândalo da vez: evidência do baixo nível
O
escândalo da vez (já quase o escândalo do dia), com vendas de falsos dossiês, tendo o PT, como se informa, por trás das ações criminosas, além das já denunciadas, evidencia o nível de baixeza que se alcançou. Isso não deveria espantar, depois que "artistas", quase sempre financiados por recursos públicos, saem dizendo ao presidente da República que é preciso sujar as mãos na condução da política do país para se impor uma linha de governo. Some-se a isso a declaração do presidente Lula na primeira página da Folha de São Paulo de domingo último, segundo a qual "o demônio" dentro dele fecharia o Congresso para "fazer o que é preciso" e se chegará à conclusão de que não existem mesmo mais limites à ordem e aos preceitos mínimos da moral e da ética.
o populismo, em instrumentos de retrocesso político, sem que a contrapartida do desenvolvimento econômico saia de patamares mínimos, acachapantes. Temo que a votação de 1 de outubro próximo reconsagre quem não contribui na vida pública para além de seus interesses egoístas. E, repito, sinalize para esses desinteressados da melhoria da vida dos brasileiros , que eles estão acima do bem e do mal. PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR
G A reeleição
de Lula pode significar um aval da população para as ações criminosas
FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 19 de setembro de 2006
A variação na velocidade de abertura pode destacar detalhes especiais nas fotos
RECURSOS ESPECIAIS DÃO VIDA A FOTO EM MOVIMENTO
OBTURADOR O destaque desta câmera digital reflex é a velocidade do obturador, que produz imagens de dar água na boca. Ana Maria Guariglia
Ana Maria Guariglia
Ana Maria Guariglia
O indiozinho fotografado com exposição correta
A mesma figura com subexposição
O índio com super exposição
Ana Maria Guariglia
K100D é a mais recente digital da safra DSLR – Sistema Reflex Digital que funciona com mecanismos de espelhos para fotografar. É um senhor equipamento para quem deseja evoluir do hobby das compactas para fazer aquelas imagens de dar água na boca. Com o preço em torno de R$ 4 mil, a câmera da Pentax japonesa é semi profissional, com 6,1 MP (3.008 X 2.000 pixels), sistema de estabilização de imagens funcional e monitor de 2,5 pol, que só permite ver as imagens feitas e menu das regulagens. Para fotografar, o usuário vai ter o prazer de usar o visor óptico que tem até ajuste de dioptria para dispensar os óculos na hora de fotografar. A vantagem da câmera reflex é que você tira fotos com modo manual combinando com prioridades de abertura e de velocidade e monitoração eletrônica (AE). Também pode combinar o modo manual com a sensibilidade ISO de 200, 400, 800, 1.600 e 3.200, excelente para local com baixa luminosidade. As velocidades variam entre 1/30 seg e 1/4 mil, além do ajuste "B" para longas aberturas. A K100D grava os registros no formato RAW, (considerado "negativo" digital original para preservar
os direitos da imagem), e no formato de compressão JPEG, com 4MP (2.400 X 1.600 pixels) e 1,5 MP (1.536 X 1.024 pixels). Não faz videoclipes. Para lembrar as compactas, possui alguns modos de cena como paisagens, cenas noturnas e modos de foto, ação, retrato noturno entre outros. O foco pode ser manual e automático que analisa 11 pontos da cena. Tira cinco fotos contínuas, possui flash embutido e utiliza cartões SD (SecureDigital Card). Regulagens – Com os modos manuais, fizemos imagens para mostrar as diferença entre as regulagens de velocidade e abertura. A velocidade controla o tempo de abertura do obturador: quanto maior o tempo que permanecer aberto, maior é a quantidade de luz que entra, com valores de 1/4 mil, 1/200, 1/30 seg etc. A abertura do diafragma também controla a entrada da luz, regulável desde uma grande abertura de f/2.8 até uma pequena de f/22: quanto maior o número f/, menor é a abertura, dependendo da objetiva em uso. Tiramos fotos como exemplo de exposições. Observe a seqüência das imagens do indiozinho, todas com velocidade 1/100 seg, variando somente as aberturas. A primeira, com f/5.6, ficou superexposta, se apresentando com cores excessivamente claras, sem contraste e definição. O sensor, que faz o papel do filme tradicional, recebeu excesso de luz enquanto o obturador estava aberto. Na segunda foto, o obturador foi aberto com um ponto a mais, em f/8, oferecendo a exposição correta em relação à imagem anterior. Com f/11, a terceira foto ficou subexposta devido à insuficiência de luminosidade. O resultado foi imagem escura e sem precisão. Essas fotos foram tiradas sob luz natural e sem manipulações. Outras fotos mostram diferenças das exposições. A K100D tem respostas eficientes, com muita qualidade e facilidade de uso. É recomendável para aficionados e fotógrafos profissionais. Para saber mais: www.bma.com.br
Um dos símbolos dos anos 1970
A escavadeira desfocada a 1 100 segundos
O mesmo objeto desfocado a 1 100 segundos
A mesma escavadeira a 1 4000, agora com foco total
A Pentax ainda pode ser encontrada em lojas de câmeras usadas e antiguidades
pesar de não admitir abertamente, a Pentax criou a K100D calcada na K1000, um dos símbolos da fotografia 35 mm dos anos 70, 80 e 90. Graças ao seu modo inteiramente manual, para mais de duas gerações, ela foi a queridinha dos que desejavam fazer cliques perfeccionistas. Lançada em 1976, sua fabricação terminou em 2000, mas ainda é possível encontrá-la em lojas de câmeras usadas e antiguidades, com preços entre R$ 400 e R$ 650. O que ela possuía de espetacular? Segundo as assistências técnicas, era difícil encontrar alguma K1000 em oficinas. Os mecanismos são os pontos altos da máquina, como a da engrenagem de rebobinamento do filme. Também foi uma das mais vendidas na época ao lado da não menos célebre Nikon F. Pau para toda obra, a K1000 desvendou para muitos os mistérios das técnicas fotográficas e, por ser forte, com corpo de metal puro, resiste ao tempo e ainda hoje é muito cobiçada. A K1000 vinha geralmente com objetiva de 55 mm com montagem baioneta (de encaixe, sem rosca), velocidades de 1/1.000 a um segundo, 1/60 seg para sincronizar flashes avulsos, autodisparador automático e abertura "B". Usa apenas uma bateria LR44 (igual às de relógios) para acionar o fotômetro, representado por uma agulha que oscila para medir a iluminação. Está na parte interna do visor. Sem objetiva, ela pesa 620 gr, 135 gr a mais que sua irmã digital. A Asahi Optical Pentax, fundada em 1919, foi pioneira ao lançar a Asahiflex I, em 1952, a primeira câmera reflex do mundo. (AMG)
Forte e resistente, a câmera raramente precisava de assistência técnica
Cartões de memória bem rápidos s cartões de memória SD (SecureDigital Card) são os mais recentes da Extralife, com transferência de dados na velocidade de 120X, o que representa matematicamente, segundo a empresa, o processamento de 20 fotos por segundo.
Os novos cartões são indicados para câmeras digitais e outros produtos eletrônicos, como palm, câmera fone e tocador de MP3. Quem trabalha com cartões cedo ou tarde vai descobrir que não basta só a capacidade de armazenamento dos dados. É necessário que esteja subtendido o acesso rápido a eles para aproveitamento total das tecnologias. Dessa forma, velocidade significa não ter longo tempo de espera para processar as imagens e não perder muito tempo durante a transferência para o PC.
Os cartões têm 24 meses de garantia e os preços variam de R$ 89 a R$ 134
O superintendente da Extralife, Mário Guedes, explica que a linha de cartões de memória é uma importante aposta da fabricante para o mercado brasileiro devido suas características de compatibilidade para ampla utilização. "Também estamos investindo no desenvolvimento de tecnologias como em promoções para ampliar nossa atuação neste segmento". Os cartões estão disponíveis em redes de canais da Extralife, com 24 meses de garantia e preços sugeridos de R$ 89 para os de 128 MB e R$134,00 de 256 MB. Como curiosidade, vale saber que os cartões ou chips de memória foram inventados por Fujio Masuoka, em 1984, na época, conhecidos
como flashes por permitir que os dados gravados fossem removíveis, permitindo a reutilização. Graças a esse potencial, passaram ser comercializados em 1988, com o lançamento dos modelos SmartMedia e C o m p a c tFlash, com o dobro do tamanho dos SDs e MMCs, de se nv ol vid o s p o s t efotos por segundo riormente. Os podem ser de maior catransferidas com pacidade, coestes novos cartões mo 1 GB, também são aproveitados como dispositivos físicos para manipulação de dados. Para saber mais: www.extralife.com.br. (AMG)
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Empresas Tr i b u t o s Agronegócio Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 19 de setembro de 2006
Produtos à base de soja encontram grande demanda no mercado dos alimentos saudáveis.
PRODUTOR SOFRE PRESSÕES DO CÂMBIO
SAFRA BRASILEIRA DE SOJA CHEGA A 55 MILHÕES DE TONELADAS, MAS PRODUTOR SOFRE DIFICULDADES
SOJA MERGULHA EM CRISE DE PREÇOS Jonas Oliveira/ Folha Imagem
À
s vésperas de iniciar o plantio da safra 2006/07, os produtores brasileiros de soja ressentem-se de um conjunto de fatores, cuja combinação, segundo especialistas, posiciona o momento como o pior da história de três décadas dessa commodity na agricultura brasileira. "Já passamos por outros momentos difíceis, mas nunca tão ruins como agora", comenta o diretor técnico da Safras & Mercado, e especialista no assunto, Flávio Roberto de França Junior. O cenário do próximo ano, avalia, não é estimulante para o produtor. Impactos – Segundo as estimativas da consultoria, a produção de soja 2006/07 deve ficar em 55 milhões de toneladas. Em condições normais, poderia ser superior a 60 milhões, comenta França. A "combinação trágica" de fatores de impacto negativo inclui questões como preço interno baixo; pressão do câmbio, pelo segundo ano consecutivo; além de custo de produção alto, alavancado por insumos que acompanham as oscilações do preço do petróleo, como óleo diesel e fertilizantes, que passam por momento de alta significativa. "O cenário ainda é agravado pela ferrugem asiática, doença que se espalhou pelo Brasil, com enormes prejuízos e perda de produtividade", acrescenta. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja, de-
pois dos Estados Unidos, comenta o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), e da Comissão Nacional de Grãos, da Confederação Nacional da Agricultura, Macel Félix Caixeta. "Em 2005, passamos a ser o primeiro em exportação em todo o mundo. A soja brasileira é de boa qualidade e tem preço competitivo. Exportamos mais, mas o produtor está sem renda", ressalva, apontando redução da safra em torno de 6%, com previsão de queda de 20% para o período 2006/07. Entre as reivindicações do setor, menciona a necessidade do seguro total à lavoura, (seguro que hoje é limitado a apenas 70% do valor total) e liberação para a importação de defensivos agrícolas. Caixeta considera que o preço interno é o principal problema, com o atual valor da saca entre R$ 21 e R$ 22. "Já valeu quase R$ 50 há dois anos", compara. O Estado de Goiás é o quarto maior produtor brasileiro de soja, depois dos estados de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul. Na quinta e sexta posição figuram, respectivamente, os estados de Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Consumo – Segundo o consultor França, da safra estimada em 55 milhões de toneladas de soja, 25,5 milhões estão destinadas à exportação. Outros 28 milhões de toneladas seguem para esmagamento, na indústria, com geração básica de óleo e farelo.
A tendência dos brasileiros consumirem mais soja, em forma de produtos como leites, sucos e chocolates – apontados como ideais para uma vida mais saudável – não chega a aliviar o lado do produtor. O presidente da Associação dos Produtores de Soja do Mato Grosso (Aprosoja), Rui Ottoni Prado, afirma que ainda há muito desconhecimento sobre os benefícios do grão à saúde. A demanda por soja como ingrediente para a indústria de alimentos ainda é incipiente, segundo sua análise. "Não temos o percentual dessa demanda, mas percebemos, a olhos vistos, seu crescimento, com aumento do número de produtos no mercado", comenta França, da Safras & Mercado. Na próxima safra, segundo previsões do consultor, a atividade industrial associada à soja deverá crescer, alavancada especialmente pela geração de óleo para produção do biodiesel. "O mercado entra em um momento novo." Seca – Além das demais dificuldades, a soja também sofreu impacto da seca, acrescenta o assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (FAEMG), Pierre Vilela. "E já há anúncio de que haverá uma super-safra americana", com impacto negativo nos preços internacionais. O subsídio americano ao setor é grande e deverá crescer 20% para a próxima safra, diz o assessor Pierre Vilela.
Campo de soja em Cornelio Pires, norte do Paraná. Produtores podem diminuir área em 20% em 2007. Divulgação
O produtor está sem renda. Macel Felix Caixeta, da Confederação Nacional de Agricultura
Paulo Pampolin/Hype
Fazemos parte da lista verde do Greenpeace. Margarete Scherer, gerente de marketing da Olvebra
Paulo Pampolin/Hype
Nunca foi tão ruim como agora. Flavio Roberto de França, consultor da Safras & Mercado
Fátima Lourenço
Alimento polivalente A
procura por produtos com apelo saudável impulsiona o crescimento de fabricantes de alimentos e de fornecedores de insumos para essa indústria. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria e Comércio de Ingredientes e Aditivos para Alimentos (Abim), o setor (incluindo ingredientes e aditivos) movimenta US$ 1 bilhão anualmente, com crescimento de 3,5% nos últimos cinco anos. A expectativa é de que o segmento cresça nesse mesmo ritmo pelo menos nos próximos dois anos. Para a empresa gaúcha Olvebra, dedicada ao fornecimento de ingredientes industriais e ao abastecimento do varejo com produtos prontos – nos dois casos tendo a soja como base – a demanda gerada pela consolidação das vendas de produtos saudáveis se traduz em dezenas de pedidos de desenvolvimento de insumos. O gerente comercial da Olvebra, Paulo da Silva de Paula reforça essa tendência e conta que só para um cliente mexicano a empresa tem a solicitação de desenvolvimento de insumo para 15 formulações de pães. A indústria mundial, segundo ele, ainda desconhece a aplicabilidade da soja. "Há muito espaço para crescer." Em 2005, a divisão industrial da Olvebra cresceu cerca de 35%, em faturamento e volume de vendas, impulsionadas especialmente pelas exportações. No exterior, há demanda pela linha de orgânicos e por chocolates, como o fabricado pela Olvebra. "O sabor dos que existem lá fora ainda é ruim." A expectativa é que ao longo dos próximos dois anos a demanda internacional
Fotos: Paulo Pampolin/Hype
Acima, Cláudia Yamana, da Gelita, que fabrica gelatina que substitui a manteiga de cacau. Ao lado, Paulo de Paula, da Olvebra: 15 fórmulas de pães.
impulsione os negócios da divisão industrial, que hoje representa de 45% a 50% dos negócios da empresa. Segundo Paula, isso deve ocorrer sem prejuízo da expansão no varejo, cuja divisão contabilizou crescimento de 6% em 2005. Lançamentos – A empresa está lançando o doce de leite à base de soja. Ele se incorpora ao seu carro-chefe no varejo, a linha Soymilke. "Vendemos para supermercados de todo o Brasil, além de casas de produtos naturais. Nossos produtos são 100% naturais e de origem alimentar", explica Margarete Scherer, gerente de marketing da Olvebra. Margarete conta que ainda este ano a empresa lança um chocolate orgânico. Para isso, garante ela, já conta com a certificação necessária. Ela também explica que a Olvedra tem certificação garantindo que a soja utilizada pela empresa não é transgênica. "Somos uma das empresas brasileiras da lista verde do Greenpace." Entre as novidades
planejadas pela empresa ainda constam o lançamento de produtos cosméticos à base de soja, para 2007, e novos lançamentos de produtos para o varejo. O atendimento a nichos de mercado (por faixa etária e sexo, por exemplo), está entre as tendências a serem contempladas. Inovação – A Alemã Gelita, empresa com 130 anos de mercado, vai fabricar sobremesas, sorvetes, margarinas e iogurtes e está lançando a Instant Gel Schoko, "uma gelatina usada para substituir parcialmente a manteiga de cacau, na fabricação de chocolate", explica Cláudia Fernanda Yamana, vice-presidente de marketing e vendas da América do Sul. Ela garante que a solução proporciona redução de 25% da gordura total (em relação aos chocolates normais), 28% da saturada e aumento de 75% de proteína. Grandes fabricantes de chocolate já testam o uso da novidade, segundo Claudia. (FL)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 19 de setembro de 2006
A Toyota entra na era das notas eletrônicas e descobre que há um caminhão de vantagens em armazenar dados fiscais em meio eletrônico.
Divulgação
Net D-Fence, conjunto de hardware e software que gerenciamento os certificados digitais. Esses certificados são como assinaturas: eles autenticam os documentos eletrônicos.
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Informática
A NF-e é um processo irreversível Rodolfo Cotta, chefe de faturamento da Toyota
NF-e
Custou R$ 50 mil, uma vez só.
Vai economizar R$ 14 mil por mês
Por Barbara Oliveira Toyota do Brasil – uma das cinco maiores montadoras de veículos do País – começou a aderir ao modelo de notas fiscais eletrônicas, a exemplo de outras empresas brasileiras, em substituição ao documento fiscal em papel. Ainda na fase de testes, a montadora está operando com os dois tipos de NF, a tradicional e a eletrônica e deve, a partir de outubro, começar a emitir oficialmente parte de suas 60 mil notas fiscais mensais na forma digital. A montadora japonesa, com fábricas em São Paulo, um centro de distribuição no Rio Grande do Sul e 114 concessionárias no Brasil, integra o grupo de 19 empresas que participam do projeto-piloto em seis estados (São Paulo, Bahia, Goiás, Maranhão, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) visando à adoção das NF-e, com apoio e participação das Secretarias de Fazenda dos Estados e Receita Federal. Em outubro, está previsto o início da segunda fase do projeto, com a ampliação das empresas e estados emissores da NF-e. Sem prazo fixo - O chefe do departamento de faturamento e cobrança da Toyota do Brasil, Rodolfo Cotta, lembra que a substituição das 60 mil notas fiscais em papel, emitidas mensalmente pela empresa, será gradual. "Dentro da Toyota o processo de implantação da NF-e começou no ano passado, mas não temos ainda um prazo definido para sua conclusão, pois a estratégia é de uma adoção gradual justamente para capacitar funcionários, fazer os testes integrados e avaliar as implicações comerciais. De qualquer maneira, a NF-e é um processo irreversível", salienta Cotta. Uma das vantagens apontadas por ele é a substituição do processo atual de EDI (Electronic Data Interchange, ou troca eletrônica de dados e informações entre as empresas) que poderá ser feito com ferramentas de B2B. "Haverá uma redução de custos com aquisição de pa-
pel e guarda de documentos e, em médio prazo, teremos ganhos efetivos com a simplificação das atuais obrigações acessórias – tempo de transação das operações e contabilização dos dados, além de maior controle e transparência nas operações". "As empresas de grande porte, que emitem entre 100 e 200 mil notas fiscais, precisam dispor de uma logística monumental para armazenar e catalogar as notas por cinco anos", observa Marco Antonio Zanini, diretor de Alianças da True Acess, de segurança da informação e fornecedora de sistemas de certificação digital para bancos e empresas que estão adotando as NF-e. "Além disso, a empresa gasta cerca de R$ 0,14 para emitir uma nota em papel, se emitir 100 mil mensais deve economizar R$ 14 mil por mês". Além das 19 empresas que participam do projeto-piloto da Receita Federal, outras 50 integrarão o grupo em outubro. Do primeiro grupo, o laboratório Eurofarma foi o primeiro a completar o ciclo emitindo 20 mil notas mensais no formato eletrônico. A Gerdau, a Souza Cruz e a Dimed também já usam as NF-e com parte de seus clientes. Segurança - Como para ter valor jurídico a NF-e precisa de uma assinatura com certificação digital, que representa a empresa, é preciso um sistema de segurança para guardar essas assinaturas. A True Acess está fornecendo essas soluções para nove empresas como a própria Toyota, a Souza Cruz, a Dimed e Eurofarma. Outras cinco estão em fase de homologação dos sistemas da True Acess, informa Marco Zanini. A ferramenta que garante a segurança para esse tipo de operação é o Net D-Fence, um conjunto de hardware e software também conhecido como HSM (de Hardware Security Module) que faz o gerenciamento dos certificados digitais usados para autenticar os documentos eletrônicos. O HSM tem capacidade para compor até 35 assinaturas por segundo, e é bem mais rápido dos que os Smart-Cards.
COMO FUNCIONA funcionamento da NF-e, de forma simplificada, é o seguinte: a empresa emissora gera um arquivo eletrônico XML contendo as informações fiscais da operação comercial e que deve ser assinado digitalmente para garantir a integridade dos dados e a autoria do emissor. O arquivo eletrônico, que corresponde à NF-e, é transmitido pela internet para a Secretaria da Fazenda de jurisdição do contribuinte. Este faz uma pré-validação do arquivo e devolve um protocolo de recebimento (Autorização de Uso), sem o qual não poderá haver o trânsito da mercadoria. A NF-e também será transmitida para a Receita Federal, o repositório nacional de todas as notas eletrônicas emitidas e, no caso de operação interestadual, para a
Sefaz de destino da operação. As Secretarias de Fazenda e a Receita disponibilizam consulta, através da internet, para o destinatário e outros legítimos interessados, que detenham a chave de acesso do documento eletrônico. Para acompanhar o trânsito da mercadoria, é impresso o DANFE (Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica), em papel comum, em única via, que conterá impressa, em destaque, a chave de acesso para consulta da NF-e na internet e um código de barras para facilitar a captura e a confirmação de informações do documento pelas unidades fiscais. Mais informações são obtidas em http://www.portalf i s c a l . s e . g o v. b r / We b P o r t a lFiscal/ (BO)
O HSM é produzido em Brasília pela True Acess e é baseado em uma versão importada de Israel e distribuída no Brasil pela empresa a vários bancos, desde que foi adotado o SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro) que também exige certificação digital. A nova versão do HSM, feita aqui, envolve uma caixinha inteligente com uma camada de software que recebe as informações do sistema de ERP da empresa e monitora a emissão de notas fiscais. O dispositivo é conectado ao cabo de rede da em-
presa. Zanini recomenda que as empresas adquiram dois HSM para haver redundância. A To y o t a a d q u i r i u d o i s HSM. O pacote com hardware,
software e suporte técnico por um ano sai por US$ 25 mil. Segundo Zanini, o investimento com equipamentos para a adoção da NF-e pode ser amortizado em três ou quatro meses.
terça-feira, 19 de setembro de 2006
Lançamentos Fotografia Monitores Games
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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MONITORES MAIORES BRILHAM TAMBÉM NO TRABALHO
Os monitores de LCD ocupam pouco espaço com seu design de tela plana e corpo slim
Divulgação
Samsung 971P: preço de R$ 2.100
Sony HS95P: 19 polegadas e ajuste de inclinação
Philips: monitor com recursos em 3D. Sem previsão para o Brasil
Por Bárbara Oliveira
BenQ FP241W: conectividade HDMI. O preço no mercado externo é de US$ 1.000
uanto maior, melhor. Telas grandes não são as preferidas só de quem vai comprar as novas tevês, é a ambição também de quem trabalha na frente do computador de empresas e escritórios. Geralmente, os principais interessados nos monitores acima de 19 polegadas são profissionais de arquitetura e de design, consultórios médicos, produtoras de vídeo ou mesmo o usuário doméstico — para jogar, assistir a filmes ou se divertir com os hilariantes vídeos do You Tube. Apesar de os monitores de tubo CRT ainda representarem grande volume das vendas (mais de 60%) no País por serem mais baratos , seus dias estão contados: ocupam muito espaço na mesa, consomem energia demais e cansam mais a vista. Neles, a tecnologia já não evolui tanto, os equipamentos de LCD. As vendas das telas de LCD devem crescer este ano mais de 150% em relação ao ano passado, no Brasil, dizem os fabricantes. "Na LG esse crescimento deverá ser maior", estima Patrícia Moraes, gerente de produtos de informática da empresa. No mercado mund i a l , a S a msung também registrou aumento da com e rc i a li z a ç ã o das telas mais amplas. Elas representaram 37% das vendas totais desse tipo de equipamentos de janeiro até agora. Além disso, a empresa coreana deve descontinuar a p ro d u ç ã o d e monitores de tubo de 15" em 2007, informa o gerente de produtos digitais da empresa, Paulo Gragnani. As telas de LCD mais populares são as de 15"e 17", cujos preços se equivalem (entre R$ 600 e R$ 700, em média). Para o nicho de mercado que exige monitores mais amplos, a indústria está com uma série de lançamentos em tamanhos
de 19", 20", 21" até 40". Alguns modelos acima de 20" são importados pelos fabricantes já que não existe ainda demanda interna para justificar a produção local, observa Patrícia Moraes. Mesmo importados, o consumidor tem garantia e assistência técnica. Como os preços desses monitores amplos são salgados (os de 19" podem custar entre R$ 1.400 a R$ 2.700, dependendo do grau de sofisticação, e os de 40" chegam à R$ 13 mil) é preciso avaliar alguns fatores que garantem a qualidade do equipamento antes de desembolsar esse dinheiro. Além de ocuparem pouco espaço com seu design de tela plana e corpo slim, os monitores de LCD economizam mais energia dos que os populares equipamentos de tubo, mesmo que fiquem ligados o dia inteiro. Em alguns casos, vale a máxima do quanto maior melhor. A resolução em pontos, por exemplo, é importante: 1280 x 1024; 1920 x 1200 ou 1680 x 1050 já são resoluções consideradas muito boas em telas de 19, 20 e até 24", informa Gragnani. O contraste é outro fator determinante. Nos equipamentos mais sofisticados ele chega a 1000:1 ou até 2000:1, como é o caso da nova família da LG Fantasy de 19". Outra característica é o tempo de resposta do monitor, me-
dido em milésimos de segundos (milisegundos), velocidade que o pixel leva para trocar de cor. Se for muito lento o tempo de resposta, é possível ver borrões ou fantasmas na tela. Neste caso, vale o quanto menor, melhor. Principalmente quando o equipamento é usado para jogos, vídeos, apresentações em Power Point, imagens em 3D. A mudança de uma tela para outra deve ser rápida e imperceptível. Os monitores mais atuais trazem tempo de resposta de 12ms a 4ms, como nas máquinas da Acer, BenQ, LG, Phillips e Samsung. Os mais antigos tinham 25ms ou 16ms. O ângulo de visão das telas de LCD – a maioria delas já é widescreen – é medido a partir do centro do monitor em horizontal e vertical, e quanto mais se aproximarem de 180 graus melhor, pois o usuário poderá visualizar a imagem de qualquer posição. O modelo 971P, da Samsung, tem ângulo de visão de 178º na horizontal por 178º na vertical, além da tela giratória e ajuste de acordo com a altura do usuário. O modelo da BenQ de 19", a ser lançado em outubro no Brasil, também tem ângulo de visão ampla e é igualmente ergonômico. Outros BenQ de 23 e 24"devem chegar em breve. Muitos equipamentos em fase de lançamento já trazem
Dell: pode ser ajustado pela altura do usuário
conexão DVI (Digital Visual Interface) para permitir comunicação entre PC e monitor de forma digital, garantindo melhor qualidade de imagens. Tudo para facilitar a conexão com outros dispositivos como notebooks, câmeras digitais, filmadoras, DVDs etc. Efeito 3D – Os monitores ficaram tão sofisticados que agora também já podem dar sensação de três dimensões às imagens sem óculos especiais. Uma das novidades nessa área foi mostrada pela Philips na feira de eletrônicos alemã IFA, na semana passada em Berlim. O display 3D modelo 4YOU, de 20", tem tecnologia WOWvx, da Philips: pequenas lentes que cobrem cada um dos milhões de pixels. As lentes s ã o l i g e i r amente inclinadas com brilho e contraste além da representação de cores reais. O eq ui pam en to ainda não está disponível no Brasil, e é voltado para jogos ou animações e também para aplicações interativas em pontos-devenda. Um lançamento recente feito pela BenQ, em Taiwan, e que em breve deve chegar ao Brasil, é o modelo de 24"FP241W, o primeiro monitor com suporte à conectividade HDMI (High Definition Multimedia Interface) e resolução de 1920 x 1200, permitindo reprodução de conteúdo de alta definição. É possível que essa tela BenQ também sirva como reprodutor de discos ópticos de alta capacidade como o HD-DVD e o Blu-Ray, embora o tempo de resposta seja de apenas 16ms. O preço lá fora é de US$ 1.000.
A sofisticação das telas grandes: talvez um monitor enorme seja mais interessante do que um computador de alta potência.
Acer: o AL19abm com 2 speakers integrados e resolução máxima de 1280 x 1024 por R$ 1.239
Com base em estudos da consultoria especializada Gartner, a VMware aposta na virtualizaçãode toda a infra-estrutura de TI. E a solução pode até não custar nada.
Legislação Estr utura Va r e j o Mercado
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 19 de setembro de 2006
TENDÊNCIA NA PRÓXIMA DÉCADA É A PERSONALIZAÇÃO
Hoje as empresas estão familiarizadas com grandes servidores divididos. Carl Claunch, Gartner.
Uma aposta na
VIRTUALIZAÇÃO TOTAL Por Cyro Fiúza a esteira do crescimento do mercado de sistemas de virtualização de software, servidores e data centers, a VMware faz novas apostas no mercado brasileiro de olho nas demandas das empresas e com base em estudos do Gartner. Para esta consultoria de tecnologia, a virtualização terá um impacto ainda maior no Brasil devido à quantidade de mainframes no País. "Hoje as empresas estão mais familiarizadas com grandes servidores divididos em vários outros. O que percebemos é a integração e virtualização dessas estruturas físicas, o que facilitará o trabalho dos operadores e usuários", aponta Carl Claunch, vice-presidente de pesquisa da consultoria nor te-am ericana. Há quatro anos atuando diretame nte no Brasil, a WMware é uma subsidiária independente da EMC, gigante mundial da área de storage. O que faz clientes de todo o mundo usar as suas soluções é a possibilidade de simplificar as aplicações e m T I e a mpliar o uso ope racio nal dos computadores. O enge-
nheiro Arlindo Maluli, senior systems engineer da companhia norte-americana de Palo Alto, Califórnia, aponta três maneiras de virtualizar a infra-estrutura tecnológica de todos os clientes. A primeira é a virtualização do desktop (hosted) com o VMware Player, um software sem custo, disponível para download no site da empresa (www.vmware.com) e utilizado para execução de máquinas virtuais pré-configuradas em ambiente Windows ou Linux, 32 ou 64-bit. Há também o WMware Workstation, que foi o primeiro produto da empresa comercializado. Segundo Arlindo Maluli, até 80 máquinas podem ser configuradas com uma única licença, mas este número varia conforme o uso que
se faz da memória dos terminais. Com a solução, é possível utilizar diversos sistemas operacionais simultaneamente, reduzir o número de CPUs e também centralizar a manutenção. A segunda maneira é a virtualização dos servidores. O VMware Server é instalado no servidor, como uma aplicação, e roda em qualquer hardware x86 padrão, permitindo a criação de máquinas virtuais. É mais um produto sem custo, com versões para Windows e Linux. A terceira forma é a virtualização total do data center. Com o VMware Infrastructure 3, a empresa inaugura sua terceira geração de ferramentas para virtualização, o que representa um grande salto na aplicação da tecnologia. O aplicativo possibilita a alocação imediata de máquinas virtuais aos servidores que necessitam mais de seu uso. Além disso, quando ocorre um problema em um dos servidores, as máquinas virtuais migram automaticamente para outras, sem perda de dados. A base desse sistema é o ESX Server, sistema operacional de virtualização instalado na máquina física. O engenheiro Arlindo Maluli informa que as soluções da VMware destinam-se a
empresas grandes, pequenas e médias. No Brasil, diz, as vendas estão sendo feitas através de alianças com canais, para a Petrobras, White Martins, Telemar e Caixa Econômica Federal. "O projeto da Telemar contempla 70 máquinas físicas interagindo com 600 virtuais. Já na Alsthom o tamanho do projeto é bem menor, apesar de tratar-se de uma grande companhia. É uma implantação envolvendo uma máquina física com oito servidores virtuais com o sistema operacional ESX Server". Sobre a implantação em empresa SMB, Arlindo Maluli diz que é difícil estabelecer um custo inicial para um projeto. "Uma pequena ou média empresa pode trabalhar com o VMware Server, cuja licença não tem custo e está à disposição no site da VMware. O software pode ser instalado em qualquer servidor, inclusive em máquinas mais baratas. Além disso, instala-se em cima do Windows ou Linux. No caso deste último, a parte de software: VMware Server mais Linux por baixo dele". Para o arquiteto da VMware, o "VI3 Starter e Standard seriam a segunda e terceira opções de soluções para SMB se colocada em ordem c re s c e n t e d e custo. Com elas, já se pode trabalhar com mais de uma máquina física (com N servidores virtuais em cada uma), e criar pequenos data-centers".
Varejo do futuro: mais personalizado. Por Sergio Kulpas egundo a especialista norte-americana em varejo Alyce Lomax, o varejo na próxima década será marcado por uma tendência cada forte de personalização e individualização, não apenas dos produtos como da própria experiência de compra. Para Alyce, as super redes varejistas genéricas de hoje, como Wal-Mart ou Starbucks, que se espalharam por todos os centros urbanos dos EUA, perderão uma parte de seu impulso nos próximos anos. Outro tipo de comércio que perderá terreno são as lojas que não exibam responsabilidade social, um aspecto cada vez
mais importante para os consumidores. A especialista acredita que o aumento do nível de informação e educação dos consumidores provocará mudanças radicais no varejo. Tomando como exemplo sites colaborativos como a Wikipedia, Trader Joe's e o site de classificados Craiglist, ela especula que a colaboração e a participação também influenciarão o varejo. Já é possível perceber que redes "alternativas" estão ganhando status nos Estados Unidos. Lojas que promovam boas condições de trabalho e políticas de inclusão social, consciência ambiental e não exploração de recursos. Um comércio não-corporativo, não-tradicional e voltado para a comunidade pode emergir como tendência forte o bastante para enfrentar grandes redes de descontos. Ela chama a atenção para a reação negativa que redes como o Wal-Mart costumam causar em pequenas comunidades. Apesar dos preços baixos e das promoções, há um grande número de consumidores que se recusam a comprar em grandes redes quando percebem que o estabelecimento não está de acordo com seus princípios e valores pessoais. Assim, em 2016 as empresas deverão lutar para se reinventar diante do olhar do consumidor. Alyce aponta o exemplo da rede de cafés Starbucks que, apesar da padronização da lojas, já busca oferecer personalização em cada comunidade onde se instala. Segundo o CEO da Starbucks, Howard
Schultz, uma empresa "pode fazer o bem ao mesmo tempo que se dá bem". Outros exemplos de redes bem posicionadas nos Estados Unidos são a Urban Outfitters, Anthropologie e Free People. Essas lojas são voltadas para um público moderno e sofisticado, e são capazes de se adaptar a vários ambientes. A Urban Outfitters, por exemplo, se orgulha de ter lojas dentro de uma grande variedade de edifícios comerciais, e cada uma tem uma aparência própria, não padronizada, refletindo sua coleção de roupas voltada para os chamados "boêmios urbanos". Alyce também detecta grandes mudanças para o modelo de shopping center que se cristalizou nas últimas décadas. Os shoppings de apelo popular estão perdendo terreno para os hipermercados e lojas de descontos. Em seu lugar, surgirão shopping centers que terão uma cara de centro cultural com espaços comerciais, áreas de convivência com forte apelo social. Há nos EUA um movimento chamado "New Urbanism", o novo ubanismo: sua proposta é criar "comunidades ativas e sustentáveis", e o varejo desempenha um papel importante nesse projeto. Áreas que combinam residências, lojas e áreas verdes de modo não demarcado, dando uma aparência de bairros familiares, com garagens subterrâneas -- a ênfase é em um espaço para caminhar e não dirigir um automóvel. Alyce diz que fazer previsões para os próximos dez
anos é sempre arriscado, dada a velocidade com que as coisas mudam, em mercados tão dinâmicos como o varejo moderno. Mas ela observa que o comércio está mudando sua mentalidade em relação à mudanças. Não mais uma visão conservadora ou tímida em relação a modificações, que no final das contas podem representar a diferença entre o sucesso e o fracasso do negócio. As lojas e redes de sucesso estão antenadas à mudanças no comportamento do consumidor, para detectar essas tendências com boa antecedência. Acompanhar a internet pode ser uma boa dica: as mudanças nos hábitos dos usuários na web dão uma pista de como as pessoas preferem se relacionar, interagir e consumir. E o volume cada vez maior de informações em tempo real causa um impacto nos valores e princípios. Mais ainda, há grupos de consumidores conscientes que monitoram ativamente as políticas e práticas do comércio, e postam violações e desvios em blogs, que são lidos por milhares de pessoas. Empresas sensíveis e voltadas para indivíduos e comunidades terão grande chance de agradar esses c o n s u m i d ores nos próximos anos. credito
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sergiokulpas@ gmail.com
Segundo o CEO da Starbucks, Howard Schultz, uma empresa "pode fazer o bem ao mesmo tempo que se dá bem".
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Fotografia Monitores Games We b
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terça-feira, 19 de setembro de 2006
O SUCESSO DA TELEVISÃO PAGA CHEGOU AO CONSOLE
Quem nunca quis ser um detetive e descobrir o autor de um "crime perfeito"?
SÃO PAULO Crime Scene Investigation (CSI) agora pode ser jogado aqui mesmo, em sua cidade.
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uase que um ritual alguns filmes de sucesso – principalmente de aventura – se transformarem em jogos para computador e consoles. É verdade também que nem sempre eles são tão bons quanto os longas, mas quando se trata de um seriado adaptado para jogo, os gamers são mais exigentes. Além de buscar maior realismo exigem uma relação coerente dos eventos vividos no game com a história da série. A Electronic Arts trouxe para o mercado brasileiro uma adaptação de uma das mais bem-sucedidas séries policial, que promete agitar a vida dos gamers, a Crime Scene Investigation (CSI) – Homicídios em 3 Dimensões. Quem nunca quis ser um detetive e descobrir o assassino de um crime "perfeito"? Esta é a oportunidade de juntar-se à famosa equipe CSI, da cidade de Las Vegas, e investigar cinco novos casos de as-
sassinato utilizando a última palavra em ciência forense. Recruta – Na verdade, o jogador assumirá o papel de um novo recruta que irá ser avaliado pela sua capacidade de resolver os enigmas. Para auxiliá-lo nessa tarefa, o gamer contará com a ajuda dos velhos conhecidos da série, como Grissom, Catherine e todo o resto do elenco e, ainda, poderá utilizar a seu favor os mais avançados equipamentos de investigação científica. Não pense que será uma tarefa fácil. É possível notar, de imediato, que estaremos em um ambiente totalmente tridimensional, no qual é possível examinar praticamente todos os lugares ao nosso redor, que são desbloqueados à medida que avançamos nos casos. Para descobrir a verdade por trás dos crimes você deverá ir até os locais onde eles aconteceram, interrogar os suspeitos e recolher e analisar evidências. Será preciso usar toda a sua
BÊNÇÃO O site Homokaasu.org diz se uma página Web ou artigo são bons ou malignos.
@ Ó RBITA
VISTA
ORELHÕES s modelos mais estranhos de orelhões estão na internet. No site LostArt há uma coleção deles. Imperdível! Link: www.lost.art.br/orelhao.htm
ai ser divertido quando o Windows Vista chegar na Letônia. Lá, o nome do novo sistema operacional significa "galinha". Pior: na boca do povo, quer dizer "mulher imunda". Segundo o site The Inquirer, quando as lojas da Letônia começarem a anunciar os 101 novos recursos do Vista, os consumidores, em princípio, pensarão que se trata de um livro de receitas culinárias. As más línguas dirão que está à venda um manual para "as senhoras e senhoritas que são avessas a um bom banho de chuveiro". Link: http://uk.theinquirer.net/ ?article=34236
capacidade de raciocínio durante os interrogatórios para estabelecer uma relação entre o suspeito, a vítima e a cena do crime. Só assim você conseguirá prender o criminoso e solucionar o caso. Aliás, as provas recolhidas podem ser examinadas nos vários recursos tecnológicos do laboratório e são esses resultados que nos permite solicitar ordens ao tribunal para uma interrogação mais rigorosa e formal de um suspeito, ou mesmo fazer uma revista geral em sua casa. A reconstituição dos crimes é feita aos poucos, sendo resultado da reunião dessas pequenas pistas encontradas durante a investigação. Sempre que possamos interagir com um objeto, um ícone verde é aceso e temos como utilizar uma das ferramentas forense que temos. É verdade que é preciso estar atento e examinar o local com muito cuidado, passando o cursor em todo o cenário, não deixando nenhum detalhe despercebido, pois é ele que pod e r á n o s d e s b l oquear a progressão da investigação. A exploração dos ambientes à procura por provas nos leva as mais diversificadas formas de análises. A impressão digital não poderia ficar de fora e para
SEGUNDOS Second Life é um dos mundos virtuais de maior sucesso na web. Conta, atualmente, com quase 800 mil habitantes. Lá, na pele de um avatar você deita e rola: pode bater-papo em um bar, namorar no escurinho do cinema, freqüentar uma biblioteca, passear em um museu, comprar, enfim, fazer tudo o que talvez não pudesse
realçá-la e facilitar a sua retirada do objeto são utilizados os famosos pó e pincel que são vemos nos filmes policiais, além de uma fita adesiva apropriada. Assim somos capazes de fazer a comparação no microscópio das impressões digitais do local do crime com as que achamos nos objetos. Sangue – Além disso, não abrimos mão de outros recursos para provar a presença do indivíduo no local do crime, como a análise dos fluidos corporais, principalmente o sangue. Esses podem ser retirados com um tipo de cotonete, para a realização do exame de DNA no laboratório. É claro que não poderia faltar o mais impressionante e famoso produto da série, o Luminol, que após algumas borrifadas é capaz de realçar esses fluídos corporais. E não pára por aí: as ferramentas para recolhermos pêlos, fibras e fotos dos pontos cruciais são importantes peças desse quebra-cabeça. É possível também contar com a ajuda de Jim Brass, caso seja preciso de mandado de captura e confirmações de álibis, ou mesmo se estivermos à procura de alguma prova que desapareceu. Aos jogadores de estômago fraco e que não gostam de ver cadáveres é recomendado que não entre nessa aventura. É comum procurarmos o Dr. Al Robbins para examinar um corpo ou outro, em busca
de provas ou dicas para resolver os enigmas. As imagens do jogo até que são boas, sofrível apenas por serem estáticas demais – para um jogo de ação e investigação a imersão deveria ser maior. Alguns recursos de aproximação e de rotação são interessantes, mas não passa muito disso. A qualidade sonora também deixa um pouco a desejar, já que nem as vozes originais dos atores foram utilizadas. De forma geral, o jogo é bom, principalmente se você é fã da série. Deve levar o jogador a sentir os desafios de um verdadeiro detetive da CSI e testar sua capacidade de raciocínio e inteligência. Fábio Pelegrini
SERVIÇO Crime Scene Investigation (CSI) - Homicídios em 3 Dimensões. Distribuído pela Electronic Arts. Tel.: (11) 5506-0232 Faixa: 16 anos Idioma: software em inglês, manual em português. Configuração mínima do sistema: Windows 98, ME, 2000 ou XP, processador de 1 GHz ou superior, 256 MB de RAM (recomendados 512 MB), leitor de DVDROM de 4X velocidades, 1.4 GB de espaço livre em disco rígido, Placa de vídeo aceleradora 3D de 64 MB compatível com o DirectX 8.1 e placa de som. Preço sugerido: R$ 99,90
CURIOSO Está além da imaginação. Aguça a curiosidade: http://homokaasu .org
fazer em sua cidade real. A mais recente atração do Second Life são os shows digitais: artistas modelados em 3D que se apresentam em palcos virtuais. Um sucesso tão grande que a Coca-Cola está presente, promovendo festivais de música. Na estréia, uma canja de Suzanne Veja. O próximo cartaz será Duran Duran. Link: http://secondlife.com/
MICROSOFT cada dia são registrados 2.000 domínios na internet que contêm a palavra Microsoft ou outros termos incluídos no conjunto de marcas registradas pela gigante do software. Cerca de
COZINHA
75% desses endereços online são utilizados para práticas fraudulentas. Em ooking comunicado publicado em Mama, seu site, a Microsoft cita game alguns exemplos como: para Nintendo downloadvistaforwindows.com,DS, lançado gamesonxbox.com e nesta semana, genuinewindowsvista.com. pode não Em geral, páginas do gênero, agradar muitos depois que vão ao ar, não os jovens que gostam de mais fornecem qualquer conteúdo de tiros e violência. Mas eles relevante, apenas publicidade deveriam pelo menos dirigida ao público adulto. experimentar. É divertido Desse modo, seus donos aprender com a personagem beneficiam-se principal o preparo de 76 financeiramente do ardil, pratos diferentes. Alguns usando programas de simples como ovos fritos. remuneração por cliques, Outros, complexos. O game como o AdSense, do Google. custa 20 dólares e é um dos Link: www.microsoft.com/ dez mais vendidos no Japão. presspass/ Link: www.majesco features/2006/aug06/08entertainment.com/catalog/ 22domaindefense.mspx works/cookingmama_ds.php
terça-feira, 19 de setembro de 2006
Estr utura Va r e j o Segurança Equipotel
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 O Brasil está mais maduro em tecnologia da informação
PEQUENAS EMPRESAS: A VIDA MENOS COMPLICADA.
TECNOLOGIA Mais investimento
SEGURANÇA Mais simplicidade
Gastos em TI vão crescer 15% este ano, chegando a R$ 16 bilhões
A Trend Micro simplica segurança em pequenas empresas
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Por Carlos Ossamu Roveri, da IDC: a tendência de mercado é a consolidação (ou virtualização) de servidores e storage, uma tecnologia ainda nova.
O Client Server Security tem preço inicial sugerido de US$ 294, para um total de dez máquinas.
Por Vanderlei Campos aseada em pesquisas sobre preocupações e perfis de uso de TI em pequenas e médias empresas, a Trend Micro, especializada em soluções de segurança da informação, já comercializa no Brasil a Worry Free Security Suite, uma linha específica para esse segmento. "Precisávamos de uma solução adequada às empresas que têm recursos restritos de profissionais de tecnologia. A nova linha é baseada em três pilares: integração de defesas a várias modalidades de ataques em uma única ferramenta; atualização automática dos mecanismos de proteção; e simplicidade de administração", enumera Alexis Garberis, diretor de vendas e marketing para pequenas empresas da Trend Micro. A linha Worry Free Security Suite é composta por dois pacotes. O Client Server Security for SMB v. 3.0 é voltado à proteção de estações e servidores Windows Server e integra antivírus, firewall e detecção de vulnerabilidades. Para dez máquinas, o produto custa US$ 294. O custo unitário cai conforme o volume. O Client Server Messaging Security for SMB v. 3.0, com preço inicial de US$ 483 em rede de dez usuários, inclui todas as funções do outro pacote e acrescenta suporte aos servidores Small Business Server e Exchange Server. Como é voltada à proteção de e-mail, essa versão conta com recursos de anti-spam e antiphishing. "Oferecer um único produto para várias aplicações já simplifica. A instalação tem de ser simples e rápida", diz. Os produtos da linha Worry Free Security Suite estão disponíveis para avaliação por 30 dias: http://smb. t r e n d m i c r o . c o m . b r / i ndex.aspx?lg=1& dm=4.
Tudo na geladeira: até a TV, o rádio e o computador.
gias, desde a mais rápida, como HC-LC, até as mais lentas, como fitas, que são gerenciados por software. Informação mais crítica será armazenada na unidade de maior performance, enquanto que aquela que raramente será consultada será guardada em fitas magnéticas, por exemplo", explica. Cenário - A pesquisa também investigou quais são as prioridades atuais dos gestores de tecnologia. As pequenas e médias empresas estão preocupadas com segurança, seguido da adoção de um sistema de ERP (Sistema Integrado de Gestão Empresarial) e VoIP (voz sobre IP). Já nas grandes empresas, as prioridades são: ERP, Segurança e VoIP, nesta ordem. "O VoIP é a tecnologia que mais rapidamente ocupou o status de prioridade, uma
vez que proporciona redução de custos rápida", diz Roveri. Para o futuro, o analista da IDC prevê uma disputa acirrada no segmento de servidores de médio porte (mid-range), onde hoje os equipamentos com processadores Risc levam vantagens. "Os servidores com arquitetura x86 só conseguem competir em performance com o Risc caso eles tenham mais de um processador, mas nesse caso precisa duas licenças de softwares, encarecendo o sistema. Com os processadores multicore, com vários núcleos, o cenário vai mudar. Este mês chega o Montecito, chip da Intel com dois núcleos Itanium. Em 2007 serão lançados chips com quatro núcleos (Quad Core) e em 2008/09 os de oito núcleos (Oct Core)", comenta Roveri.
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mercado brasileiro de Tecnologia da Informação (TI) deverá faturar este ano cerca de R$ 16 bilhões, crescimento de 15% sobre o ano passado, ou 1,4% do consumo mundial (até há pouco tempo o Brasil participava com apenas 1%). No primeiro semestre, foram vendidos 39 mil servidores, 17% a mais do que o mesmo período do ano passado, e 9,8 mil unidades de storage (armazenamento), enquanto que em todo o ano de 2005 foram vendidos 17.500 unidades. "O Brasil é quem mais investe em tecnologia na América Latina, em torno de 2% do PIB. A média de outros países da região é de 1%. Além disso, o Brasil está mais maduro tecnologicamente, pois há mais investimentos em softwares e serviços", afirma Reinaldo Roveri, analista sênior da IDC Brasil, empresa especializada em consultoria e pesquisas. Segundo Roveri, uma conjunção de fatores tem favorecido o aquecimento, entre eles o dólar mais baixo, melhor cenário econômico, busca por competitividade e, no caso das grandes empresas, questões regulatórias, como a lei norteamericana Sarbanes-Oxley, que exige transparências nos processos financeiros — apesar de ser uma lei americana, atinge empresas brasileiras que mantêm negócios com companhias e investidores desse país. "Mesmo a nota fiscal eletrônica tem reflexo nesse mercado, pois as empresas terão de guardar as informações por vários anos", diz Roveri. Como o segundo semestre do ano costuma ser mais aquecido do que o primeiro, os estudos da IDC indicam que até o fim do ano deverão ser comercializados 80 mil servidores, 9 6 % c o m a rq u i t e t u r a x 8 6 (chips Intel e AMD), mais baratos e representam 50% do faturamento. Os 4% restantes são servidores com processadores Risc e mainframes. Apesar da demanda aquecida e da necessidade das empresas em investir em servidores e storage mais rápidos e potentes, na média, as empresas no Brasil usam apenas 58% da capacidade de armazenamento da sua base instalada e 30% da capacidade de processamento dos servidores. Segundo Roveri, isso ocorre pelo mau planejamento. "É comum o servidor de uma aplicação mais usada estar no limite, enquanto que em outras a utilização estar em 30% ou abaixo disso. Em storage, pode ocorrer de a empresa ter feito um grande investimento no passado em espaço de armazenamento, mas o sistema é lento, forçando a compra de outras soluções", comenta Roveri. Segundo o analista da IDC, em ambos os casos, a tendência de mercado é a consolidação (ou virtualização) de servidores e storage, uma tecnologia ainda nova, mas que vem ganhando cada vez mais adeptos. Na pesquisa realizada, 83% dos gestores de TI (CIO) disseram que planejam investir nesta tecnologia para servidores e 80% para storage. No caso de servidores, um software reúne todos os servidores como se eles fossem um só, balanceando as cargas dinamicamente, alocando mais recursos em aplicações mais requisitadas. "Em storage, a tendência é a arquitetura por camadas, composta por várias tecnolo-
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E mais: fabricador de gelo.
convergência tecnológica parece não ter limites. O tradicional hábito de ter um rádio e uma televisão "menorzinha" na cozinha para distrair a dona-de-casa durante os afazeres domésticos está se tornando coisa do passado. A moda agora é ouvir rádio, assistir TV e até filmes em DVD na tela de cristal líquido da... geladeira! Esta é a proposta da LG, que está trazendo para o Brasil o refrigerador Frost Free Side by Side, com TV LCD de 15 polegadas totalmente embutida numa das portas. Além das funções tradicionais, o refrigerador oferece uma televisão acoplada com conexão para DVD, TV a cabo e rádio AM/FM. Basta um simples toque no display digital touch screen (sensível ao toque). O novo equipamento tem novidades também no que se refere aos recursos de uma geladeira tradicional. O fabricador de automático de gelo e o reservatório de água, onde ocupam espaço de armazenamento, foram deslocados para a porta – com um aumento de 15% no espaço interno do freezer (equivalente a uma prateleira). O refrigerador Frost Free Side by Side não será fabricado no Brasil, mas já está sendo comercializado com o preço médio sugerido de R$ 17.999 e tem um ano de garantia total. Mais informações: www.lge.com.br . (RM)
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terça-feira, 19 de setembro de 2006
Respeitamos o papa e todos aqueles que estão interessados na paz Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã
Internacional Atef Hassan/Reuters
Ocidente não aceita críticas de islâmicos
Morte de religiosa é associada a protestos
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Em meio a protestos de muçulmanos, Comissão Européia defende a liberdade de expressão do papa
A
Comissão Euro- gem de Bento IV, junto com péia – órgão execu- uma bandeira dos Estados tivo da União Eu- Unidos e outra da Alemanha. ropéia – qualifi- Mas a reação mais agressiva cou, ontem, de inaceitáveis as partiu do braço iraquiano da reações de protesto no mundo rede terrorista Al-Qaeda. "Diislâmico às declarações do pa- zemos ao adorador da cruz (o pa Bento XVI sobre o Islã, feitas papa) que você e o Ocidente na semana passada. "A liber- serão derrotados", afirmou o dade de expressão é uma pe- Conselho Mujahedin – frente dra angular dos valores da de grupos extremistas sunitas União Européia, como é o res- iraquianos no Iraque – em copeito a todas as religiões, ao municado divulgado pela incristianismo, islamismo, ju- ternet. No sábado, o grupo ardaísmo ou laicismo", disse, em m a d o i r a q u i a n o J a i c h a l uma coletiva de imprensa, o Muhahedin ameaçou atacar p o r t a - v o z d a C o m i s s ã o , Roma e o Vaticano. Johannes Laitenberger. O comunicado fez a polícia "Na visão da Comissão, italiana reforçar a proteção ao qualquer reação deve ser ba- Vaticano e especialmente à residência de Benseada no que foi realmente dito, to IV. Diretores p o l i c i a i s t a mnão em afirmações retiradas bém devem intensificar as indo contexto, me- A liberdade de n o s a i n d a e m expressão é uma vestigações nos meios islâmicos declarações retipedra angular dos radas deliberaradicais, com o objetivo de evid a m e n t e d o valores da União Européia, como é o contexto." tar a violência. ONU – A poA crise come- respeito às religiões lêmica em torno çou após discurJohannes Laitenberger, do discurso de so feito por Benporta-voz do Conselho B e n t o X V I s e to XVI durante transformou visita a sua terra natal, a Baviera, também em na Alemanha. O papa citou uma crise diplomática. Países um imperador bizantino que muçulmanos pediram, ontem, disse que Maomé "só trouxe que a Organização das Nações coisas más e desumanas, co- Unidas (ONU) faça uma reumo defender com a espada a fé nião para tratar do assunto. que pratica". Falando em Genebra na sesAo longo da semana passa- são de abertura do Conselho da líderes religiosos e políticos de Direitos Humanos da ONU, de países islâmicos exigiram em nome dos mais de 50 países que o papa se desculpasse, mas da Organização da Conferênno domingo ele apenas afir- cia Islâmica, o representante mou lamentar profundamente do Paquistão, Masood Khan, que os muçulmanos tenham se disse que o discurso do papa ofendido com os comentários. ameaça "alienar" os muçulmaProtestos – A explicação do nos do Ocidente e "fere os espapa, no entanto, não acal- forços de promoção de diálogo mou os ânimos no mundo is- e harmonia entre religiões". O lâmico. Ontem, em um ato de pedido foi feito antes de a protesto, cerca de 500 mani- União Européia, em Bruxelas, festantes em Basra, no sul do defender a "liberdade de exLíbano, queimaram uma ima- pressão" do papa. (AE)
Alessia Giuliani/AFP
Discurso fez manifestantes queimarem, ontem, uma imagem de Bento IV em Basra, no sul do Líbano (acima). O Vaticano (foto à esquerda) e a residência do papa tiveram segurança redobrada após ameaças do grupo AlQaeda terem sido veiculadas na internet Jorge Silva/Reuters
Na ONU, presidente Lula deve repetir seu discurso de candidato
Líder do Irã e George Bush juntos. Na ONU.
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Mahmoud Ahmadinejad e presidente americano participam hoje do 61ª encontro das Nações Unidas
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presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que participará da 61ª Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, hoje, vai defender a reforma do Conselho de Segurança da ONU, junto com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, e o próprio presidente Lula. Em Caracas, na Venezuela, ontem, o líder iraniano afirmou que seu país não vai acelerar as negociações na ONU sobre o programa nuclear do Irã, e criticou a atual formação do Conselho de Segurança. "O programa nuclear do Irã está muito claro e muito transparente", disse Ahmadinejad. O Irã tem sido pressionado pelo Conselho de Segurança da ONU para
assassinato da religiosa italiana Leonella Sgorbati, no final de semana, uma freira que dedicou sua vida ajudando os enfermos na África, alimenta os temores de que ela fora vítima do aumento do radicalismo islâmico no país. Sua morte não é vista como um episódio aleatório. Especula-se que o crime poderia ter sido insuflado pelas recentes declarações do papa Bento XVI sobre o Islã. Irmã Leonella, cujo nome de batismo é Rosa Sgorbati, foi assassinada quando saía de um hospital financiado pela Áustria em Mogadiscio, a devastada capital somali. Seu guar- Reuters da-costas também foi morto. A freira viveu e trabalhou no Quênia e na S o m á l i a d urante 38 anos. A religiosa, uma das mais antigas colaboradoras da Igreja Católica na Somália, costumava brincar que havia uma bala com seu nome gravado na Somália. Quando essa bala a atingiu, ela aproveitou seus últimos suspiros para perdoar seus assassinos, disse o reverendo Maloba Wesonga em entrevista concedida em Nairóbi, capital do Quênia, onde hoje foi realizada uma missa em homenagem à freira. Outro episódio que está sendo associado aos protestos contra o discurso de Bento IV é a explosão de um carro-bomba, ontem, em Baidoa, sede de um enfraquecido governo provisório da Somália, que provocou a morte de pelo menos 11 pessoas, incluindo o irmão do presidente do país. O carro foi lançado por um militante suicida. Um porta-voz da administração interina disse que o presidente do país, que ficou ferido na explosão, era o alvo do ataque. Até o momento, nenhum grupo reivindicou a autoria do ataque, mas teme-se que o episódio prejudique as negociações de paz entre o governo e os fundamentalistas islâmicos que controlam a maior parte do país. (AE)
encerrar os trabalhos de enriquecimento de urânio, devido à desconfiança de que o país pretende desenvolver a bomba atômica. O Irã nega. Mahmoud Ahmadinejad, em contrapartida, acusa o Ocidente de querer o monopólio da tecnologia da fabricação da bomba atômica. Hugo Chávez afirmou que o Irã tem o direito de desenvolver sua própria tecnologia nuclear para uso pacífico. Lembrou que qualquer intervenção militar da ONU ou dos Estados Unidos em território iraniano terá conseqüências nefastas para o mundo inteiro. Dúvida – Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, negou que tenha a intenção de encontrar-se com Mahmoud Ahmadinejad. Por mais de uma vez o líder do Irã
Mahmoud Ahmadinejad (à dir.) visita a Venezuela de Hugo Chávez (à esq.). Ambos estarão hoje na ONU.
desafiou George Bush para um debate. Primeiro, em uma rede de televisão. Segundo, mais recentemente, na própria ONU. Em ambas as vezes o presidente dos Estados Unidos preferiu ignorar o presidente Ahmadinejad, que ficou sem resposta ao desafio. Os Estados Unidos, membro permanente no Conselho de Segurança da ONU, é um país que maior pressão vem fazendo para
que o Irã deixe os trabalhos de enriquecimento de urânio. A potência americana vem ameaçando o Irã com fortes sanções, caso ele não paralise as atividades, além de condicionar qualquer diálogo com o país à suspensão daqueles trabalhos. Negociador –Embora o Irã pretenda abordar o assunto durante a organização da Assembléia da ONU, o fato de o negociador nuclear iraniano, Ali Larijani, não ter
ido a Nova York, nesta semana, como se esperava, abre espaço para dúvidas quanto às negociações em torno do programa nuclear, segundo o embaixador norteamericano na ONU, John Bolton. "As discussões com o Irã parecem ter parado, já que o sr. Larijani, a quem esperávamos, não está aqui", disse Bolton a jornalistas. Larijani, ao contrário da delegação iraniana, conseguiu o visto dos EUA.
aberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva abrir, nesta terça-feira, em Nova York, a 61ª Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Lula falará para uma platéia de representantes de 192 países. Como primeiro presidente a discursar, já que, por tradição, o Brasil abre sempre os debates da ONU, Lula focará nas diferenças sociais entre países emergentes como o Brasil e países de primeiro mundo. Em seu discurso, o presidente-candidato à reeleição incluiu ainda temas que coincidem com o mote de sua campanha eleitoral, como a miséria, a violência, a falta de oportunidades da população de renda menor. Como o Brasil reivindica uma cadeira fixa no Conselho de Segurança da ONU, Lula deverá voltar a defender a reforma da organização, assim como a ampliação do número de membros permanentes no Conselho. Atualmente, os Estados Unidos, a França, o Reino Unido, a China e Rússia são membros permanentes do Conselho. O discurso de Lula será seguido pelo de George Bush, presidente dos EUA.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 19 de setembro de 2006
POLÍTICA - 5
DOSSIÊ NÃO INFLUENCIA ELEIÇÃO, DIZ ESPECIALISTA.
Companhia Aberta CNPJ no 60.746.948/0001-12
Eleitorado reconhece criação de denúncias
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desenlace do suposto dossiê comprado pelo PT envolvendo na máfia dos sanguessugas os candidatos tucanos ao governo de São Paulo, José Serra, e à Presidência, Geraldo Alckmin, não trará nenhuma conseqüência para a eleição, avalia o cientista político Francisco César Pinto da Fonseca, professor da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP). "Em época de campanha eleitoral é sabido que a produção de denúncias contra candidatos cresce substancialmente. Nesse caso, parece que não haverá grandes conseqüências porque faltam duas semanas para as eleições e esse fato não muda em nada as intenções de voto", afirmou o especialista. Para ele, a denúncia formulada por Luiz Antônio Vedoin, na qual Serra teria participado do esquema, terá efeito inócuo na corrida eleitoral porque o interlocutor "não tem credibilidade". "Vedoin deveria estar preso e não negociando dossiês por aí. Acho complicado que a sociedade seja influenciada num episódio que têm personagens tão manjados", argumentou. "Acho que se o PT teria algo a denunciar contra Serra, não se utilizaria de personagens desacreditados. É uma história tão cheia de mistérios que entendo que deverá ser desconsiderada", ponderou. Para Fonseca, "se nem a denúncia do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de existência do mensalão chegou a influenciar a eleição desse ano, parece que esse tipo de denúncia é um assunto que não pegou nesta disputa", justificou, ao estimar que Serra e Alckmin tendem a explorar politicamente as denúncias contra o PT. "O PT acabou de sair relativamente bem – pois é virtualmente ganhador da corrida presidencial – de um conjunto de denúncias como o mensalão e a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. Por que colocaria tudo em risco só pelo governo do Estado de São Paulo?", indagou. "O governo estadual é importante, mas muito mais relevante é vencer a disputa pela Presidência da República. Se participou desse esquema, correu um risco desnecessário", acrescentou. (AE)
AINDA DÁ TEMPO DE FAZER A 2ª VIA DO TÍTULO DE ELEITOR
O
eleitor que perdeu o título eleitoral e quiser pedir a segunda via, antes da eleição deste ano, tem de fazer a solicitação até a próxima quinta-feira (21). Para isso, deverá comparecer ao Cartório Eleitoral munido de documento oficial de identidade e preencher o requerimento. Se estiver em dia com a Justiça Eleitoral, ele receberá o título na hora. O prazo de até dez dias antes da eleição para solicitação da segunda via do título ao juiz do domicílio eleitoral é fixado pelo artigo 52 do Código Eleitoral (Lei 4.737/65). (AE)
Aviso aos Acionistas Os Órgãos de Administração do Banco Bradesco S.A., em reuniões de 18.9.2006, deliberaram: 1. amortizar, no trimestre em curso, os Ágios existentes, que em 30.6.2006 totalizavam R$2,055 bilhões, com o conseqüente impacto líquido no resultado da Sociedade no valor de R$1,356 bilhão; 2. com o objetivo de recompor os níveis de capitalização do Banco, em decorrência da amortização dos Ágios, propor aos acionistas aumento do Capital Social no valor de R$1,2 bilhão, mediante a emissão de novas ações; 3. a fim de possibilitar o exercício integral dos direitos de subscrição no aumento do capital proposto, sem a necessidade de desembolso por parte dos acionistas, antecipar a declaração e pagamento de Juros sobre o Capital Próprio Complementares e Dividendos, no montante de R$1,391 bilhão.
I. Amortização dos Ágios Existentes A antecipação da amortização da totalidade dos Ágios, que seria efetuada conforme fluxo abaixo, não afetará a distribuição de Dividendos e/ou Juros sobre o Capital Próprio do exercício de 2006. Além disso, trará reflexos positivos em resultados futuros, uma vez que a referida despesa não será lançada nos mencionados resultados, e conseqüentemente na remuneração do capital dos acionistas, no valor líquido de aproximadamente R$400 milhões.
Fluxo Anteriormente Divulgado de Amortização dos Ágios Data-Base: 30.6.2006 – R$ milhões 2º- semestre/06 235
2007 449
2008 449
2009 382
2010 348
2011-2016 192
Total 2.055
II. Aumento do Capital Social com Subscrição de Novas Ações Com o objetivo de recompor os níveis de capitalização do Banco, em decorrência da amortização dos Ágios, o Conselho de Administração convocou os acionistas da Sociedade para a Assembléia Geral Extraordinária, a realizar-se no próximo dia 5 de outubro de 2006, às 16h, na sede social, Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, no Salão Nobre do 5-º andar, Prédio Novo, a fim de deliberar sobre proposta para aumento do Capital Social no valor de R$1.200.000.000,00, elevando-o de R$13.000.000.000,00 para R$14.200.000.000,00, mediante a emissão de 21.818.182 novas ações, nominativas-escriturais, sem valor nominal, sendo 10.909.152 ordinárias e 10.909.030 preferenciais, ao preço de R$55,00 por ação, mediante subscrição particular pelos acionistas no período de 19.10 a 20.11.2006, na proporção de 2,226746958% sobre a posição acionária que cada um possuir na data da Assembléia, com integralização à vista, de 100% do valor das ações subscritas, em 7.12.2006. O exercício do direito de subscrição das ações a serem emitidas não importará em qualquer desembolso de recursos por parte dos acionistas inscritos nos registros do Banco em 5.10.2006, uma vez que a integralização poderá ser realizada com a utilização dos créditos relativos aos Juros sobre o Capital Próprio Complementares e Dividendos, a serem pagos na mesma data da integralização das ações subscritas, conforme o disposto no Item III. Direito das Ações Subscritas – Farão jus a Dividendos e/ou Juros sobre o Capital Próprio Mensais e eventualmente Complementares que vierem a ser declarados a partir da data de sua inclusão na posição dos acionistas, que ocorrerá após a aprovação do respectivo processo pelo Banco Central do Brasil, bem como, de forma integral, a eventuais vantagens atribuídas às demais ações a partir da citada data.
III. Declaração e Pagamento de Juros sobre o Capital Próprio Complementares e Dividendos A fim de possibilitar aos acionistas subscreverem o aumento de capital proposto no Item II, sem qualquer desembolso de recursos, o Conselho de Administração deliberará, em reunião de 5.10.2006, os seguintes pagamentos aos acionistas da Sociedade, a serem realizados em 7.12.2006: 1. Juros sobre o Capital Próprio Complementares, no valor de R$0,784333536 por ação ordinária e R$0,862766889 por ação preferencial, cujo pagamento será pelo valor líquido de R$0,666683505 por ação ordinária e R$0,733351856 por ação preferencial, já deduzido o Imposto de Renda na Fonte de 15% (quinze porcento), exceto para os acionistas pessoas jurídicas que estejam dispensados da referida tributação, que receberão pelo valor declarado. 2. Dividendos, no valor de R$0,568954689 por ação ordinária e R$0,625850158 por ação preferencial, cujo pagamento será pelo valor declarado, sem retenção de Imposto de Renda na Fonte, nos termos do Artigo 10 da Lei nº- 9.249/95. Os Juros sobre o Capital Próprio Complementares e os Dividendos a serem aprovados representam juntos aproximadamente 41,3 vezes os Juros mensalmente pagos, e beneficiarão os acionistas que se acharem inscritos nos registros do Banco em 5.10.2006. A seguir, quadro demonstrativo preliminar dos Juros sobre o Capital Próprio e Dividendos de 2006: Em R$ Juros Mensais pagos Juros Mensais a pagar, relativos aos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro de 2006 Juros Intermediários do 1º- semestre pagos Juros Complementares (*) Dividendos (*) Total (*) Pagamento em 7.12.2006.
256.361.134,10 134.766.741,36 336.990.727,74 806.452.828,19 585.000.000,00 2.119.571.431,39
Por ação em R$ Espécie ON PN
Total dos Juros Mensais 0,380475000 0,418522500
Juros Intermediários do 1º- semestre 0,327750000 0,360525000
Juros Complementares 0,784333536 0,862766889
Dividendos
Total
0,568954689 0,625850158
2,061513225 2,267664547
Os Juros sobre o Capital Próprio e os Dividendos relativos às ações custodiadas na CBLC – Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia serão pagos à referida CBLC, que os repassará aos acionistas titulares por intermédio dos Agentes de Custódia. Os valores distribuídos, conforme quadro demonstrativo acima, são computados, líquidos de Imposto de Renda na Fonte, no cálculo dos Dividendos obrigatórios previsto no Estatuto Social. A Sociedade poderá, com base no resultado apurado no exercício social de 2006, distribuir novos Juros sobre o Capital Próprio e/ou Dividendos aos acionistas.
'BRASIL? FRAUDE EXPLICA' Carlito Maia, o grande frasista
Sérgio Andrade/Folha Imagem
Tuca Vieira/Folha Imagem
É dele o Lula-lá, o oPTei e o sem medo de ser feliz. Carlito, fundador do PT, também fez a manchete de hoje, com muita antecedência: ele morreu em 2002, aos 78 anos.
O ex-assessor presidencial Freud Godoy negou ter qualquer participação na fraude armada contra os tucanos Serra e Alckmin, ao depor na PF e ser acareado com quem o acusa, o advogado Gedimar Passos, arrecadador da campanha do PT em Cuiabá. O PSDB e o PFL conseguiram do TSE uma investigação judicial eleitoral contra Lula, Berzoini e Bastos, entre outros, com poderes de impugnar o presidente mesmo se reeleito. Págs. 3, 4 e 5 Ano 81 - Nº 22.215
São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Vantagens da nota fiscal eletrônica
Edição concluída às 23h50
Toyota conta como faz economia. Informática
w w w. d co m e rc i o. co m . b r Newton Santos/Hype
Deu a louca no tempo das vitrines
Vendas melhoram em setembro
Lojistas fazem de tudo para se adaptar ao vaivém do clima. E 1
Consultas ao SCPC cresceram 3,3% nesta primeira quinzena. E 1
Nilton Fukuda/Folha Imagem
Leva a loteca 29 anos depois Na época, a CEF não recebeu o bilhete de Ademar (na foto, com a mulher). Ação na Justiça lhe garante agora R$ 200 mil de indenização. E 3 Max Rossi/Reuters
Faltou avisar o pedestre HOJE Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 14º C.
AMANHÃ TSol com pancadas de chuva Máxima 26º C. Mínima 16º C.
Europa reage à ira islâmica ao papa UE defende liberdade de expressão de Bento XVI. Vaticano em alerta. C 4
DC
Imprudência e desinformação. E dois pedestres (foto) foram atropelados no primeiro dia de teste da faixa exclusiva para motos na avenida Sumaré. C 1
www.finanfactor.com Pabx (11)
6748-5627 (Itaquera) 6749-5533 (Artur Alvim)
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 19 de setembro de 2006
Fotos: MIlton Mansilha/LUZ
1 Tivemos aumento de 10% nas vendas na primeira quinzena de setembro. Thaís Apasse, gerente da André Apasse
AGORA, QUEM DITA A MODA É O TERMÔMETRO De repente, a maior temperatura para um dia de inverno. Vinte e quatro horas depois, queda brusca dos termômetros. As mudanças de clima em São Paulo pegam de surpresa os consumidores, e obrigam lojistas a se adaptarem
O
Ana Paula, da Rouparia Montag: mudança de vitrine várias vezes ao dia para acompanhar o clima
Wanda, da Meia Pataca: clima "múltiplo" dificulta
Vitrine da Montag: inverno e verão no mesmo dia
esquenta e esfria que assola a peças da estação quente. As túnicas de seda cidade de São Paulo pega de têm mangas longas e podem ser usadas com surpresa apenas os consumidores, temperaturas amenas. "Os casacos mais já que os lojistas agora resolveram pesados estão guardados. Mas as camisas de transformar o que poderia ser um indício de tricoline e as jaquetas jeans estão na loja. É só a queda nas vendas em oportunidades. Por isso, cliente pedir, que ela recebe para provar", disse o que atualmente dá o tom nas vitrines são os a gerente da grife, Thaís Apasse. termômetros, e não apenas os lançamentos de Segundo ela, a confusão no termômetro se novas coleções. repete na vontade das consumidoras. "Eu Se chover, fizer frio ou calor, as vendedoras espero exibir as peças da próxima estação até o recorrem ao estoque do estabelecimento e à começo de outubro. As novidades estão criatividade para dentro da loja, mas o demonstrar que estão clima não dá espaço prontas para servir os para que elas ganhem as consumidores, qualquer vitrines. Por isso mesmo que seja a situação. as clientes estão Na Alameda Lorena, comprando de tudo, nos Jardins, os lojistas inclusive peças de dão exemplo de destreza. inverno", garantiu. A Rouparia Montag Até quem vende muda as peças em lingerie tem exposição várias vezes ao dificuldades em montar longo do dia. E isso já faz a loja. A proprietária da parte da estratégia da Meia Pataca, também na marca. "Normalmente Alameda Lorena, pela manhã faz frio e Wanda Kocubej, disse priorizamos as camisas que é difícil fazer a de manga longa na vitrine com o clima vitrine; na hora de "múltiplo" de São Paulo. almoço, a temperatura "Quando faz calor, as sobe, e então tiramos as pessoas gostam de sobreposições das comprar camisolas; manequins; no final de quando faz frio, pijamas tarde, o friozinho volta, e e roupões. Por isso, é a necessidade é por itens uma ginástica diária que possam ser usados em preparar o visual de acordo com coquetéis ou no teatro", disse a o termômetro." supervisora da Rouparia Acessórios – "Não posso Estive nas Serras Montag, Ana Paula Montag. deixar na vitrine os lenços de "Sempre atendemos pessoas seda coloridos, próprios para os Gaúchas, a que recebem convites de última dias quentes, quando o céu está temperatura chegou hora e precisam de algum cinzento." Com essa frase, a aos 30 graus. Não complemento no que estão proprietária da loja La Vie em entendo mais o vestindo. Por isso a idéia em Rose, especializada em clima brasileiro. nossas vitrines é fazer uma acessórios, Sandra de Almeida adaptação ao clima e à Ana Paula Soncini, Motta, resumiu o dilema diário. necessidade da consumidora", professora "O melhor mesmo é ter duas afirmou Ana Paula. vitrines – uma com peças de Ela explicou que a grife verão, outra com itens de trabalha com giro de estoque. inverno", afirmou. Ou seja, sempre há de tudo nas lojas, e não A professora Ana Paula Soncini escolheu a apenas modelos de estação. "Temos o tricô com tarde de ontem para comprar. Ela se prepara fio de lã para o inverno e o tricô com fio de para ir à Fortaleza e optou por peças de verão. algodão, como o maxi cardigan, para o verão, Mas está receosa: "Há poucos meses estive nas que tem manga longa e cobre os quadris. Além Serras Gaúchas, onde me disseram que fazia disso, as clientes ainda podem escolher muito frio. A temperatura chegou aos 30 graus regatas, camisas de manga comprida ou e tive que ir à compras correndo para não vestidos", afirmou Ana Paula. derreter. Não entendo mais o clima brasileiro", Inverno quente – O colorido da vitrine da desabafou a professora. loja André Apasse não é proporcionado pelas Neide Martingo
Quem não consegue mudar a todo momento a vitrine tenta uma adaptação: mantém os modelos para dias mais frios expostos, e dentro, os lançamentos
Melhoram as vendas em setembro
O
comércio na capital paulista apresentou ligeira melhora nas vendas da primeira quinzena de setembro. As consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que mede as vendas a prazo, aumentaram 3,3% em relação à primeira quinzena de setembro do ano passado. A oscilação positiva é explicada pelas promoções, alongamento de prazos e antecipações do 13º salário. Mas o movimento ainda está abaixo das expectativas. O percentual de 3,3% é a média de crescimento nos primeiros oito meses de
2006. Os negócios começaram a desacelerar em julho, quando a alta foi de 2,8%. As consultas para as vendas à vista, medidas pelo Usecheque, também tiveram aumento: 5,4% sobre a setembro de 2005. Segundo o economista Emílio Alfieri, do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, ela é justificada pela aumento do salário mínimo e pela restituição do Imposto de Renda (IR). Já a inadimplência registrou pequena alta, mas nada de preocupante. "O aumento dos registros recebidos foi de 3,7%, praticamente empatado com os cancelados (3%)." Final de ano – Segundo o economista, ainda é cedo para
O aumento dos registros recebidos foi de 3,7%, praticamente empatado com os cancelados (3%). Emílio Alfieri, da ACSP
projeções das vendas para o Natal. Há três fatores a serem analisados. O primeiro é se as restituições do IR serão direcionadas para a compra ou pagamento de dívidas antes de dezembro. O segundo é aguardar o comportamento dos ju-
ros e da inflação, e o terceiro fator é o Dia das Crianças, último termômetro antes do Natal. Os números divulgados ontem pela ACSP foram confirmados pela maioria dos lojistas da Alameda Lorena, nos Jardins. Para eles, a primeira quinzena do mês foi positiva. A proprietária da Meia Pataca, especializada em lingerie, Wanda Kocubej, disse que houve aumento de 5% nas vendas nos primeiros 15 dias de setembro, em relação a igual período de agosto. Segundo Wanda, o índice positivo se repete quando a comparação é feita com a primeira quinzena de setembro de 2005. A gerente da André Apasse,
que comercializa roupas femininas, Thaís Apasse, foi outra que se disse satisfeita. "O aumento de 10% na primeira quinzena de setembro, em relação a igual período de agosto, foi provocado pelo movimento no feriado do dia 7 de setembro. A loja ficou aberta todos os dias e as consumidoras apareceram", disse. A Rouparia Montag também contabilizou aumento nas vendas na primeira quinzena do mês. Foram 20% sobre igual período de agosto. "As consumidoras não resistem aos lançamentos para a estação quente", disse a supervisora da grife, Ana Paula Montag. Adriana David e Neide Martingo
INFORME PUBLICITÁRIO
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 19 de setembro de 2006
Fotos de Newton Santos/Hype
1 Os pedestres devem ter visto as faixas de carros paradas e atravessaram sem lembrar da exclusiva para motos. Roberto Scaringella, presidente da CET
Marronzinhos da Companhia de Engenharia de Tráfego e soldados do resgate do Corpo de Bombeiros socorrem pedestre atropelado por motoqueiro na faixa exclusiva para motocicletas implantada ontem na Sumaré
FALTOU COMBINAR COM O PEDESTRE Dois pedestres são atropelados no primeiro dia de funcionamento da faixa exclusiva para motos, na avenida Sumaré. Motivos: muita imprudência e desinformação.
E
m menos de meia hora duas pessoas foram atropeladas ontem à tarde na faixa exclusiva para motos, liberada ao trânsito na avenida Sumaré. O motivo dos acidentes, ocorridos a menos de 100 metros um do outro, foi a imprudência aliada à necessidade de um trabalho de conscientização mais efetivo por parte da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). E m b o r a a p a l a v r a c o n scientização tenha sido uma das mais utilizadas pelos técnicos que acompanharam a implantação da faixa para motocicletas, os pedestres mostraram-se vulneráveis à novidade. Um dos motivos: os pontos de ônibus da avenida Sumaré não coincidem com as faixas de segurança e muitos pedestres se aventuram em travessias perigosas, como as que ontem resultaram em acidentes. No fim da tarde, na intenção de evitar novos atropelamentos, agentes de trânsito instalaram cavaletes e cordões de isolamento de modo a forçar a travessia pelas faixas de pedestres. No ano passado, a Sumaré registrou 65 acidentes com vítimas. Desses, apenas oito envolveram motocicletas. Scaringella – "Os pedestres devem ter visto as faixas de carros paradas e atravessaram sem lembrar da exclusiva para motos. Isso também ocorre em vias com faixas só para ônibus", disse o presidente da CET, Roberto Sca-
Paulo Liebert/AE
Cavaletes para impedir a travessia fora da faixa de pedestre
ringella, ao lamentar os atropelamentos. Especialistas independentes, contudo, creditaram os atropelamentos à CET e à falta de uma campanha educativa e de um trabalho de informação mais eficiente à comunidade. Utilizando a faixa desde o fim de semana, os motoboys aproveitaram o corredor livre para andarem acima da velocidade permitida, que caiu de 70km/h para 60 km/h. Por isso, dois radares móveis começam a operar na Sumaré a partir de hoje. O número de marronzinhos vai subir de 10 para 40, além de 20 orientadores de travessia nos cruzamentos. A aplicação da multa de R$ 127,69 para carros que invadirem a faixa das motos, que só começaria após alguns dias de orientação aos motoristas, passou a valer desde ontem. "Tomamos essas medidas porque houve problemas,
mas minha avaliação é positiva", disse Scaringella. Muitos motoristas reclamaram da lentidão durante a manhã e o início da tarde, provocada por uma pane no sistema automático dos semáforos na Sumaré. "Conseguiram acabar com o trânsito de mais uma avenida", queixouse o taxista Renato Bonaldo. De fato, o trânsito de carros ficou mais complicado, uma vez que a faixa de motos roubou espaço das faixas de rodagem dos automóveis. Ortografia – O slogan da faixa exclusiva, escrito em 50 mil folhetos e cartazes distribuídos pela CET, trazia um erro de ortografia. "Vai nessa, que é bom à bessa (sic)". Scaringella disse que novos folhetos serão impressos. "Vou mobilizar um funcionário alfabetizado para que não errem mais", disse. Cerca de 10 minutos antes
dos acidentes, Fernando Serra, gestor de trânsito da CET, dizia que a faixa exclusiva para motocicletas estava sendo bem aceita por motoristas, motociclistas e pedestres. "Estamos aqui não apenas para organizar o trânsito, mas principalmente para proteger a vida dos cidadãos. Esta ação protegerá a vida de motociclistas, motoristas e pedestres". Para Serra o corredor, em seu primeiro dia de operação, foi muito bem aceito por todos. "Motos e carros estão respeitando a faixa". Ele disse que uma unidade móvel da CET ficará na Sumaré até que os técnicos certifiquem-se de que o programa piloto foi absorvido pelos usuários. "Não queremos sapecar multas e sim orientar a população e salvar vidas". Murphy – Depois de quase dois anos, o túnel do Anhangabaú voltou a ser fechado ontem, no sentido Centro, por causa de alagamento. Eram 4h50 quando a estrutura foi interditada pela CET. A explicação técnica foi uma falha no acionamento automático das bombas que drenam a água da chuva. Para o prefeito Gilberto Kassab, a culpa foi da Lei de Murphy. "Precisou e as bombas não funcionaram e agora vamos identificar o motivo", disse Kassab. Tatiana Vicentini, com agências
Fernando Serra, gestor de trânsito da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET): "Estamos aqui não apenas para organizar o trânsito, mas principalmente para proteger a vida dos cidadãos. Esta ação protegerá a vida de motociclistas, motoristas e pedestres".
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Empresas Tr i b u t o s Nacional Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 19 de setembro de 2006
6 MILHÕES DE TVs FORAM VENDIDAS NO 1º SEMESTRE
Número de celulares cresceu 20% em relação a 2005 e já soma 94,9 milhões de aparelhos.
INDÚSTRIA TEM ESTOQUE EXCEDENTE DE 2 MILHÕES DE APARELHOS. É O MAIOR ENCALHE EM DEZ ANOS.
TEVÊS ENCALHAM NAS FÁBRICAS Marcos Fernandes/LUZ
A
brusca freada nas vendas de televisores do primeiro para o segundo semestre provocou o maior encalhe dos últimos dez anos no setor. Há cerca de 2 milhões de aparelhos sobrando no mercado. Uma parte desse volume é de aparelhos já montados e a outra ainda está sob a forma de componentes. Esse encalhe deve pesar a favor do comércio nas negociações de preços com a indústria para as encomendas de fim de ano. A previsão dos fabricantes era produzir e vender em 2006 perto de 12 milhões de aparelhos. Essa projeção foi reduzida para 10 milhões de TVs, segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros). No primeiro semestre, foram vendidos 6 milhões de TVs. Mesmo assim, a produção deste ano será recorde, porém abaixo da programação inicial dos fabricantes. Os pedidos de importação de componentes asiáticos geralmente são feitos seis meses antes da montagem dos equipamentos no País. Isso significa que os volumes de componentes que seriam usados na montagem de
TVs hoje foram pedidos em março, quando os prognósticos eram favoráveis. Os fabricantes contavam que o aquecimento das vendas por causa da Copa do Mundo seria seguido de um maior volume de dinheiro em circulação em razão das eleições. Isso sustentaria os negócios no varejo neste semestre. Mas essa projeção não se concretizou. Segundo especialistas do setor, a última vez que a indústria ficou com estoque de componentes e de produtos acabados tão elevado foi em 1996. Na época, por causa da crise asiática, o governo subiu os juros para evitar a saída de capitais e encareceu os financiamentos ao consumidor. Resultado: as vendas de TVs ficaram abaixo do que havia sido programado pelos fabricantes em cerca de 2 milhões. Corte – Para ajustar a produção às vendas, as fábricas da Zona Franca de Manaus (AM) dão férias coletivas e reduzem o número de turnos. Já o presidente da Semp Toshiba, Afonso Antônio Hennel, diz que não deu férias coletivas porque a empresa já trabalhava com projeção de vendas de 10 milhões de TVs. (AE)
Um em cada dois brasileiros tem telefone celular
O
Comércio poderá ter vantagens ao negociar preços com os fabricantes neste final de ano
Pequeno varejo cresce 8,6%
O
pequeno varejo do Estado de São Paulo manteve o ritmo de crescimento e encerrou o mês de julho registrando alta de 8,6% no faturamento real em relação ao mesmo período do ano anterior. O desempenho do segmento atingiu 7,8% no acumulado no ano e 0,8% no confronto com junho. Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Pequeno
Varejo (PCPV), da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio). Mas o desempenho positivo verificado na comparação entre julho deste ano e igual período do ano passado não é homogêneo. Venderam mais os grupos alimentos e bebidas (14,4%), vestuário, tecidos e calçados (11,8%), móveis e decorações (11,6%) e eletroeletrônicos
(7,5%). Em contrapartida, registraram queda no faturamento real materiais de construção (9,9%), farmácias e perfumarias (5,6%) e autopeças e acessórios (0,3%). O volume de vendas reais também aumentou no acumulado do ano até julho em vestuário, tecidos e calçados (16%), alimentos e bebidas (13,5%) e móveis e decorações (4,1%). (DC)
número de telefones celulares no País atingiu 94,9 milhões de aparelhos em agosto, com crescimento de 2% no mês, segundo o balanço da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O dado significa uma densidade de 50,8 celulares para cada 100 habitantes, o que quer dizer que um em cada dois brasileiros tem telefone celular. O crescimento acumulado em 2006 é de 8,694 milhões de celulares. O número registrado só não é maior porque a operadora Vivo deu baixa (deixou de considerar) 1,8 milhão de celulares em junho, por estarem inativos. Aparelhos – O montante de aparelhos no mercado supera a cifra anterior, que ficou próxima de 93 milhões de unidades, registrada em julho. Na comparação com igual período em 2005, o crescimento foi de aproximadamente 20,2% (na época, a base de celulares no Brasil era de 78,94 milhões de aparelhos). (AE)
COMUNICADOS
CONVOCAÇÕES
Elo Participações e Investimentos S.A. CNPJ no 07.838.611/0001-52 Assembléia Geral Extraordinária Edital de Convocação Convidamos os senhores acionistas desta Sociedade a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária a ser realizada no próximo dia 25 de setembro de 2006, às 17h, na sede social, Cidade de Deus, Prédio Novíssimo, 4o andar, Vila Yara, Osasco, SP, a fim de examinar proposta do Conselho de Administração para incorporar as ações dos acionistas da Elo Participações S.A., convertendo-a em subsidiária integral desta Sociedade, de conformidade com o disposto nos Artigos 252 e 264 da Lei no 6.404/76, mediante: a) ratificação da indicação da empresa avaliadora dos Patrimônios Líquidos das Sociedades; b) exame e aprovação do Instrumento de Protocolo e Justificação de Incorporação de Ações de Acionistas e seus anexos. Cidade de Deus, Osasco, SP, 14 de setembro de 2006. Lázaro de Mello Brandão - Presidente do Conselho de Administração. 15, 19 e 20.9.06
DECLARAÇÃO À PRAÇA DECLARAÇÃO À PRAÇA Guzzi e Simioni Comércio Importação e Exportação Ltda. – EPP - CNPJ- 05.876.948/0001-29 localizada à Rua Cristiano Viana,67 Casa 15 - Cerqueira César - São Paulo / SP declara para os devidos fins o extravio das Notas Fiscais 001 a 100. (15/18/19/09/2006)
EDITAIS PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP
SECRETARIA MUNICIPAL ADMINISTRAÇÃO DEPARTAMENTO DE COMPRAS ABERTURAS DE LICITAÇÃO SITE: www.riopreto.sp.gov.br MODALIDADE: CONCORRÊNCIA DE PREÇOS Nº 31/2006 Objeto: Contratação de serviços e fornecimento de peças, genuínas ou originais, para a manutenção mecânica e elétrica, preventiva e corretiva nos veículos da frota municipal. Limite p/ entrega dos envelopes 24/10/2006 às 16:00h e abertura dia 25/10/2006 às 08:30h.
FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR
EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PARA REGISTRO DE PREÇOS Nº 026/06-FAMESP/HEB PREGÃO Nº 039/2006- FAMESP/HEB PROCESSO Nº 261/2006 – FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 19 de setembro a 03 de outubro de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli s/n, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680 - ramal 111-FAX(0xx14)3882-1885 - ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/HospitalEstadualBauru, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL Nº 039/2006- FAMESP/HEB, PROCESSO Nº 0261/2006 - FAMESP/HEB, REGISTRO DE PREÇOS Nº 026/06 –FAMESP/HEB, que tem como objetivo a aquisição de Bobina de polietileno de vários tipos, Saco de Polietileno de vários tipos. Para registro de preço por um período de 12 meses, em conformidade com o disposto no Anexo II. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 04 de outubro de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 - Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 19 de setembro de 2006.
ATA HOCHTIEF DO BRASIL S.A.
CNPJ nº 61.037.537/0001-10 - NIRE 35300038436 Ata da Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária 1. Data, Hora e Local - Aos 30 dias do mês de agosto de 2006, às 9 horas, na sede social na Av. Alfredo Egídio de Souza Aranha, 145, na cidade de São Paulo-SP. 2. Convocação - Dispensada a publicação de edital de convocação nos termos do Art. 124, parágrafo 4º, da Lei nº 6.404/76. 3. Presença - A totalidade dos acionistas representando 100% do capital social. 4. Mesa Diretora - Sob a presidência de André Alexandre Glogowsky e secretariada por Renato Darcy de Almeida. 5. Ordem do Dia - Conforme determinam os art. 132 e 135 da Lei nº 6.404/76, as Assembléias tiveram como pauta: - No âmbito da Assembléia Geral Ordinária: Exame e votação do relatório da Diretoria, Balanço Patrimonial e Demonstrações Financeiras referentes ao exercício social encerrado em 31/12/2005, publicados no Diário Oficial do Estado de São Paulo, e no Jornal Agora, edições do dia 24/8/2006; - No âmbito da Assembléia Geral Extraordinária: 1) Aprovação da alteração do artigo 15 do Estatuto Social para aumentar o número de membros da Diretoria; 2) Eleição de mais um Diretor sem designação especial; 3) Exame e aprovação da proposta de revisão da remuneração global anual da Diretoria. 6. Deliberações - Com as abstenções legais, quando o assunto assim exigia, foram discutidas, votadas e aprovadas pela unanimidade dos acionistas as seguintes matérias: 6.1. Aprovado o Relatório da Diretoria, Balanço Patrimonial e demais Demonstrações Financeiras referentes ao exercício encerrado em 31/12/2005, e dispensada a publicação de anúncio comunicando que esses documentos estavam à disposição dos acionistas, na forma do artigo 133, § 4º da Lei nº 6.404/76. 6.2. Aprovada a alteração do artigo 15 dos Estatutos para aumentar o número de membros da diretoria, com a seguinte redação: “Art. 15 - A sociedade será administrada por uma Diretoria, composta de no mínimo dois (2) e no máximo dez (10) membros, sendo 1 (um) Diretor Presidente e 9 (nove) Diretores sem designação especial, acionistas ou não, residentes no país, com mandato de três (3) anos, permitida a reeleição. § 1º - O mandato dos diretores, seja qual for a data de eleição, terminará sempre no dia da reunião da Assembléia Geral que julgar as contas do último exercício social para o qual tenham sido eleitos. § 2º - A posse da Diretoria se dará no mesmo dia em que for eleita, sendo empossada pela própria Assembléia que a elegeu.” 6.3. Eleito e empossado nesta data, no cargo de Diretor sem designação especial, com mandato até 2/2/2007, o Sr. Sergio Alexandre Lindenberg, brasileiro, casado, engenheiro, portador da cédula de identidade profissional CREA-MG nº 34.894/D, expedida em 3/2/1984, inscrito no CPF sob nº 523.164.326-20, domiciliado na Av. Alfredo Egídio de Souza Aranha, 145, São Paulo-SP. 6.4. Aprovada a revisão da remuneração global anual máxima da Diretoria no valor de até R$ 2.667.540,00 (dois milhões seiscentos e sessenta e sete mil e quinhentos e quarenta reais), que será distribuída conforme contratos específicos. 7. Declaração - O diretor ora eleito declara, sob as penas da lei, que não está impedido de exercer a atividade empresarial e que não está condenado a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos, ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade. 8. Ata e Publicação - Foi autorizada a feitura de ata na forma reduzida e sua publicação após registro na JUCESP. 9. Encerramento - Nada mais havendo a tratar, foi suspensa a sessão para a lavratura da presente ata, tendo o Sr. Presidente encerrado o livro de presença de acionistas. Reaberta a sessão, foi esta ata lida e aprovada por unanimidade, sendo assinada por todos os acionistas presentes, extraindo-se 3 (três) cópias, de igual teor, para os fins legais. São Paulo, 30 de agosto de 2006. Assinaturas André Alexandre Glogowsky, Presidente da Mesa; Renato Darcy de Almeida, Secretário da Mesa, Sergio Alexandre Lindenberg. Acionistas Presentes - HOCHTIEF Participações Ltda. e André Alexandre Glogowsky. A presente ata é cópia fiel extraída do livro de Registro de Atas de Assembléias Gerais de Acionistas. André Alexandre Glogowsky - Presidente; Renato Darcy de Almeida - Secretário da Mesa. JUCESP nº 244.026/06-3 em 13/9/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária-Geral.
DECLARAÇÕES DE PROPÓSITO
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foi ajuizado no dia 18 de setembro de 2006, na Comarca da Capital, o seguinte pedido de falência: Requerente: Comercial Cordeiro de Derivados de Petróleo Ltda - Requerido: Cristal Brilhante Transportes Turismo Ltda - Av. Assis Ribeiro, 4.800 - 2ª Vara de Falências
quarta-feira, 20 de setembro de 2006
Estilo Finanças Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
FMI DEFENDE RODADA DOHA DA OMC
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2,8
mil postos de trabalho foram fechados pelas indústrias paulistas em agosto, segundo o Ciesp.
Bobby Yip/Reuters
MILIONÁRIOS Clube dos ricos emergentes cresce 11% ao ano Brasil, China, Rússia e Índia têm cada vez mais mais magnatas
COMÉRCIO MUNDIAL: NOVA A ONDA DE PROTECIONISMO Ativistas protestaram ontem contra o Fundo Monetário Internacional e a Organização Mundial do Comércio
Nicky Loh/Reuters
O
fracasso das negociações globais de comércio poderá resultar em nova onda de protecionismo, advertiu ontem o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo de Rato. "Na questão do comércio, o mundo ou irá adiante para maior crescimento e maiores oportunidades, ou para trás, na direção do nacionalismo estreito", afirmou Rato. "Não devemos ter a ilusão de que haja um meio-termo confortável." O diretor do FMI apelou aos países mais industrializados integrantes do Grupo dos 7, e aos maiores emergentes para que ajam com rapidez, conservem os avanços conseguidos até agora e ponham a Rodada Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC), de volta nos trilhos. Concessões – O presidente do Banco Mundial (Bird), Paul Wolfowitz, disse que todos precisam fazer concessões para reativar a Rodada Doha. "Os Estados Unidos precisam aceitar maiores cortes nos subsídios agrícolas que distorcem o comércio", afirmou ele. "A União Européia", continuou, "precisa reduzir as barreiras de acesso ao mercado". Também houve recado para as demais economias: "países em desenvolvimento como China, Índia e Brasil precisam cortar suas tarifas sobre manufaturados. Esses mercados
Rodrigo de Rato: "ou novas oportunidades ou nacionalismo estreito".
também têm de remover as barreiras que dificultam o comércio entre países de baixa renda", reforçou. Rato lembrou que as projeções apontam para uma economia mundial ainda sólida no próximo ano, mas chamou a atenção para três riscos. O aumento do protecionismo é um deles. O continuado aumento do preço do petróleo também poderá criar pressões inflacionárias, se não houver investimentos no setor e políticas de conservação de energia. Deve permanecer, segundo ele, o perigo de um ajuste desordenado nas contas externas dos Estados Unidos e dos países com grandes superávits. Apelos – Rato e Wolfowitz falaram ontem na primeira
EXPORTAÇÕES Em 2005, Brasil bateu o recorde de 1997 nas vendas para os parceiros do Mercosul.
Ó RBITA
s presidentes da International Paper (IP) do Brasil, Maximo Pacheco, e da Votorantim Celulose e Papel (VCP), José Luciano Penido, explicaram ontem que a permuta de ativos firmada entre as companhias não envolve desembolsos. As empresas divulgaram na manhã de ontem que a VCP entregará sua fábrica de celulose e papel mais uma base florestal em troca das florestas da americana e de uma planta de celulose em construção. (AE) A TÉ LOGO
SIDERÚRGICA O empresário Eike Batista quer "bolivianizar" sua siderúrgica para aprovar o projeto.
EMPREGO
IMPASSE
ela primeira vez no ano, as indústrias paulistas demitiram mais do que contrataram no mês passado. Levantamento do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) aponta queda de 0,13% no nível de emprego do setor, o que representa o fechamento de 2.862 postos de trabalho no período. Foi o pior agosto desde 2003, quando a retração chegou a 0,31%. O resultado levou a entidade a reduzir a expectativa do emprego para o ano que vem. (AE)
Hoje, os cerca de 10 mil metalúrgicos das fábricas da Volkswagen, Renault e Volvo do Paraná realizam assembléias, com paralisação de duas horas, contra a proposta de 4,19% de reajuste salarial feita pelas montadoras. A categoria tem data-base no mês de setembro e reivindica 5% de reajuste. Ontem, os metalúrgicos cruzaram os braços por 24 horas na fábrica do Vale do Paraíba. (AE).
VOTORANTIM
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sessão plenária da assembléia anual do FMI e do Banco Mundial. Apelos para a reativação da Rodada já haviam sido feitos pelo Grupo dos 24, portavoz dos países em desenvolvimento, pelo G-7, dos países ricos, e pelo Comitê Monetário e Financeiro Internacional, órgão político de representação dos 184 sócios do FMI. Todos esses grupos, assim como o Comitê, são formados por ministros de Finanças. Foram seus colegas diplomatas e ministros do Comércio que levaram a Rodada Doha ao impasse. Tanto os ministros de Finanças quanto os de Comércio e de Relações Exteriores servem aos mesmos governos que paralisaram as negociações comerciais. (AE)
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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Shopping center é grande opção de lazer do brasileiro, mostra pesquisa
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Com impasse nas negociações salariais, bancários podem entrar em greve
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Claro pode ser integrada ao pacote de serviços da Net e Embratel
economia da China deverá crescer 10% este ano; a do Brasil, talvez 2,5%; a da Rússia, uns 5,5%; a da Índia, quase 8%. Essas são estimativas baseadas no crescimento do primeiro semestre. Esses países formam o chamado Bric, sigla criada para englobá-los em um grupo de nações emergentes que reúnem boas condições de desenvolvimento econômico. O crescimento médio do Bric, em 2006, deve ser, portanto, de 6,5% – bem maior que a média mundial para o ano. O indicador é bom. Mas o Bric tem um índice muito melhor: o número de seus milionários tem crescido a 11% ao ano, e deve continuar assim em 2006. No resto do mundo, o índice este ano deverá ser de 5,6%. Foi isso o que revelou relatório divulgado ontem pela consultoria internacional Boston Consulting Group (BCG),
dirigido aos bancos de investimentos que administram carteiras de milionários (pessoas com investimentos – assets under management, ou AuM, no
jargão da área – de no mínimo US$ 1 milhão). Esse é o sexto relatório sobre fortunas produzido pelo BCG. Samuel Dirceu
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Urbanismo Ambiente Tr â n s i t o Compor tamento
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 20 de setembro de 2006
PESO DIFICULTOU A RETIRADA DO EQUIPAMENTO
CONTÊINER PÁRA A CIDADE A Na segunda-feira, a chuva trouxe congestionamentos. Ontem, um tombamento na marginal Pinheiros deixou o trânsito caótico.
semana não começou nada bem em São Paulo. Pelo segundo dia consecutivo, ontem, a cidade teve uma manhã de trânsito absolutamente congestionado. Na segundafeira o motivo foi a chuva e alagamento no túnel do Anhangabaú, no Centro. Ontem o principal motivo foi um acidente com um caminhão na marginal Pinheiros, que provocou reflexos em várias regiões. Às 8h, a contagem realizada pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apontou 91 quilômetros de lentidão em toda a capital paulista, número bem acima da média para o horário, que é de 58 quilômetros. O contêiner do caminhão tombou na marginal Pinheiros por volta das 5h50, no sentido Santo Amaro/Jaguaré, na altura da ponte Cidade Jardim. O caminhão carregava 27 toneladas de fio de linha e só foi retirado por volta das 9h30. Por causa do peso, técnicos levaram mais de duas horas para retirar o contêiner. Assim, duas das quatro faixas de rolamento no local ficaram interditadas para veículos por quase quatro horas, o que provocou enorme morosidade para quem seguia em direção à rodovia Castelo Branco. Na via expressa da marginal, havia 10,7 quilômetros de tráfego lento desde a ponte do Socorro até a ponte Cidade Jardim. Na pista local, o engarrafamento ia ponte Transamérica até a ponte Cidade Jardim, num total de 8,8 quilômetros. Foi na zona sul da cidade que os reflexos do acidente foram mais sentidos. A avenida dos Bandeirantes e a região do Aeroporto de Congonhas, por exemplo, viveram uma manhã de tráfego caótico. Com o acidente, as faixas central e direita da marginal foram interditadas, e o trânsito parou na zona sul da capital. Para tentar minimizar os problemas no trânsito, agentes da CET bloquearam o viaduto Armênia – que liga a avenida dos Bandeirantes à marginal – e montou uma operação especial de trânsito na região: os caminhões seguiram pela avenida, enquanto os carros foram desviados pela avenida Abraão de Morais. Estradas – O acidente com o caminhão na marginal Pinheiros não atrapalhou o tráfego apenas na cidade. O trânsito chegou até a Rodovia dos Imigrantes. De acordo com a Ecovias, que administra o sistema AnchietaImigrantes, os motoristas encontravam lentidão na pista litoral-capital, na chegada a São Paulo, exatamente em razão dos problemas na marginal. No restante do sistema, o trânsito está normal. Na rodovia Castelo Branco, os motoristas que chegavam à capital paulista enfrentavam aproximadamente seis quilômetros de congestionamento, entre os quilômetros 19 e 13, no trecho urbano. Na via marginal, também sentido São Paulo, havia lentidão do quilômetro 16 ao 14 em função do excesso de veículos. (Agências)
José Luis da Conceição/AE
Duas pístas da marginal Pinheiros ficaram fechadas das 5h50 até por volta de 9h30.
Ó RBITA
CHUVA E GRANIZO Defesa Civil alerta para a possibilidade de chuva A forte, desde a noite de ontem e hoje, nos estados do sul: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Há a possibilidade de chuva de granizo em São Paulo, Mato Grosso do Sul e também no sul do País. Amanhã, a chuva continua no Rio de Janeiro, em São Paulo e Minas Gerais. A chuva poderá vir acompanhada de descargas elétricas e de rajadas de vento. (AE)
GIr Agendas da Associação e das distritais
Hoje I CPU – Reunião-almoço da
Com 27 toneladas, o contêiner tombou e obrigou o fechamento de duas pistas da marginal Pinheiros por quase quatro horas
Começa a obra do rodoanel sul
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Clayton de Souza/AE
omeçou ontem, com seis anos de atraso, a construção do trecho sul do Rodoanel Mário Covas, que ligará Taboão da Serra a Mauá. A previsão é de que as obras levem pelo menos quatro anos para serem concluídas. O governador Cláudio Lembo participou do lançamento da obra e afirmou que há possibilidade de solicitar dinheiro da iniciativa privada, ao criticar a falta de repasse de verbas por parte do governo federal. Lembo disse que se o próximo governador quiser acelerar o ritmo da obra em até dois anos e meio, terá de chamar a iniciativa privada. De acordo com informações Lembo criticou a falta de repasse de verbas do governo federal para obras do rodoanel da Rádio Eldorado AM, Lembo criticou o governo federal mais uma vez, dizendo que tar R$ 2,58 bilhões, sem contar os recursos para desapronão recebe repasses, mas disse que isso não deve ter cu- priações e compensações ambientais, estimados em R$ nho político. Ele também ironizou a promessa do minis- 3,5 bilhões. O primeiro canteiro de obras está localizado tro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, de que o gover- no quilômetro 26 da via Anchieta, na região de São Berno federal irá pagar um terço da obra. Em tom de crítica, nardo do Campo. O trecho terá início no trevo da rodoele disse que "tudo o que foi prometido pelo governo fe- via Régis Bittencourt e cortará seis municípios: Embu, deral não foi cumprido". O que mais retardou o início Itapecerica da Serra, São Paulo, São Bernardo, Santo Andas obras do trecho sul foi a questão ambiental. Mas o dré e Ribeirão Pires. A estimativa da empresa Desenvolgovernador ressaltou que não deve mais haver embar- vimento Rodoviário S.A. (Dersa) é de que a obra reduza gos dessa natureza porque "tudo está resolvido". o tráfego de caminhões nas marginais e na também na O trecho sul do rodoanel terá 57 quilômetros e vai cus- avenida dos Bandeirantes. (Agências)
Dossiê tenta comprovar namoro de Carla e Ubiratan
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advogada Liliana Prinzivalli, mãe de Carla Cepollina, divulgou ontem um dossiê contendo cópias de notas fiscais e recibos que poderiam comprovar o relacionamento amoroso estável entre sua filha e o coronel Ubiratan Guimarães, assassinado no dia 9 em seu apartamento, nos Jardins, com um tiro na barriga. Os três filhos do coronel, Diogo, Rodrigo e Fabrício afirmam que os dois não namoravam mais. O dossiê foi deixado para os jornalistas na portaria do apartamento de Carla, no Campo Belo. O documento contém 143 cópias de notas fiscais de supermercados, farmácias e até de uma loja de materiais de construção, além de recibos de cartões de crédito e manuscritos de Carla. A última nota é do dia 8, véspera do assassinato, no valor de R$ 234,53 pagos a uma farmácia. Entre as notas fiscais, havia ainda duas datadas de 19 e 21 de agosto, também de duas drogarias, para provar gastos com remédios para Ubiratan após ele ter sido submetido a um cateterismo. Estômago – O assassinato do pode ser esclarecido pelo estômago. É que os peritos do Instituto Médico-Legal (IML)
encontraram um bolo alimentar preservado, quase sem digestão, no estômago da vítima. A polícia quer saber qual foi sua última refeição para determinar o horário da morte e, assim, esclarecer se a advogada Carla Cepollina, de 40 anos, estava no apartamento na hora do crime. A polícia apura ainda a possibilidade de que a blusa entregue por Carla à perícia não seja a que ela usava no dia do crime. Para tanto, vai tentar melhorar a qualidade das imagens de vídeo que flagraram Carla chegando em casa, na noite do dia 9. Caso a roupa tenha sido trocada, o fato pode fazer com que a prisão temporária da advogada seja pedida. A perícia já sabe que a advogada entregou sua calça depois de lavá-la com sabão e água sanitária, o que praticamente inviabiliza qualquer exame pericial na roupa. O exame do estômago do coronel ficou pronto anteontem. Segundo peritos, uma digestão completa demora de três a seis horas. Sabe-se que o coronel almoçou na Sociedade Hípica Paulista por volta das 15h do dia 9. O que não se divulga é o que ele comeu, um segredo que a polícia mantém para preservar a investigação. (Agências)
Comissão de Política Urbana (CPU) da ACSP coordenada pelo vice-presidente Alfredo Cotait Neto. Às 12h, rua Boa Vista, 51/12º, Espaço Nobre de Recepções e Eventos (Enre). I Penha – A distrital promove curso do Sebrae Aprender a Empreender. Das 13h30 às 17h30. I Centro – A distrital promove o 2º Fórum de Debates sobre segurança pública com a palestra O mundo político e a realidade policial: identidade e desencontros, com o diretor da Associação dos Oficiais da PM major Sérgio Olímpio Gomes. Às 18h I Lapa – A distrital promove reunião do Núcleo de Jovens Empreendedores com a palestra Talento Empreender – Um diferencial competitivo, com Gênis Alves Junior. Às 19h30. I Ipiranga – A distrital participa de encontro de candidatos da região. Às 20h. I São Miguel – A distrital realiza reunião do núcleo de profissionais de lojas de móveis e colchões do Projeto Empreender, coordenada por Valdeir Gimenez. Às 20h.
Amanhã I São Miguel – A distrital
realiza reunião do núcleo de escolas particulares do Projeto Empreender, coordenada por Valdeir Gimenez. Às 9h. I Dia Mundial da Paz – O presidente em exercício da ACSP, Alencar Burti, participa da da abertura da solenidade comemorativa do Dia Mundial da Paz. Às 9h, no Pátio do Colégio. I Ipiranga – A distrital participa da Gincana da Melhor Idade, promovida pelo Lions Club Ipiranga. Às 10h. Rua Agostinho Gomes, 1652. I Conjuntura - Reuniãoalmoço do Comitê de Avaliação da Conjuntura da ACSP. Às 12h30, na rua Boa Vista, 51/12º andar, no Espaço Nobre de Recepções e Eventos (Enre). I Penha – A distrital promove curso do Sebrae com o tema Aprender a Empreender. Das 13h30 às 17h30. I FJE - Reunião do Fórum de Jovens Empreendedores da ACSP (FJE) coordenada pelo vice-presidente Júlio César Bueno, que recebe a visita do empresário Roberto Justus para um bate-papo sobre empreendedorismo. Às 17h, rua Boa Vista, 51/9º andar, plenária. I Lapa – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de escolas infantis do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor André Gil Sanches Jr. Às 19h. I São Miguel – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de auto-mecânicas do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 20h.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
quarta-feira, 20 de setembro de 2006
RESENHA
INTERNACIONAL
O PAPA CAIU NA ARMADILHA ISLÂMICA
JOÃO DE SCANTIMBURGO
SERRA E O Enquanto eu defendia o Islã moderado, esclarecido (dediquei a ele um livro, Les Enfants de Rifaa, Os filhos de Rifaa, em 2003), o filósofo liberal Jean-François Revel me reprovava freqüentemente: "Se estes teus muçulmanos moderados existem, eles que se manifestem". É verdade, nós os escutamos e os vemos muito pouco. Mas eles vivem sob o medo, estão dispersos e não dispõem dos meios financeiros ou midiáticos dos fundamentalistas. E nós? Temos o desejo de escutá-los? A mídia ocidental lhes dá a palavra?
G Onde estão os muçulmanos moderados que defendiam o papa?
e se aperfeiçoa agora contra o papa. Amanhã, uma outra figura terá a mesma função. Esta grande caixa islâmica é igualmente movida pelas mídias ocidentais, que amplificam o som, acentuam a imagem e jogam a fim de nos intimidar. Mas quem são as vítimas imediatas dessa máquina de fúria? Cristão foram atacados na Caxemira e na Somália. Mas os islâmicos não querem conquistar o Ocidente. Primeiro, eles querem assumir o controle dos povos muçulmanos e reestabelecer o califado, mas em seus países, não nos nossos. O grande número de vítimas no Líbano, Caxemira, Paquistão, Irã, são outros muçulmanos. O inimigo absoluto para os muçulmanos fundamentalistas é, evidentemente, o muçulmano moderado, o muçulmano normal.
VELHO TEMA
Céllus
C Lá como cá ROBERTO FENDT
G Arturo Mari/AFP
N
a discussão sobre o que o Papa disse ou não disse sobre o Islã, o texto não tem nenhuma importância e Bento XVI está ali por nada. A realidade está em outro lugar, na grande rede da internet e nas televisões árabes a serviço de uma constelação mundial de líderes fundamentalistas. Eles têm a capacidade instantânea de mobilizar tropas de manifestantes e combatentes, de fanatizá-los e pagá-los, não importa sob qual pretexto. O sistema foi colocado em funcionamento pelas caricaturas dinamarquesas
Ontem à noite, no canal norte-americano CBS, escutei uma integrante desses muçulmanos moderados que defendia o papa e pregava o diálogo entre as religiões. Muito bom. Mas esta jovem, muito elegante, vive na Califórnia, tinha um penteado de roqueira e se declarava feminista e muçulmana. Esta criatura hollywoodiana representava o Islã de maneira tão caricatural quanto os imãs briguentos de Srinagar: nenhum diálogo é possível entre esses extremos. Tomada como refém, a maior parte dos muçulmanos está silenciosa: apenas a democracia lhes daria uma voz. Porta estreita demais, eu sei, mas ainda assim, uma porta.
overnos gastam muito. Governos gastam mal. Mas quando se trata das despesas de pessoal, é comum dizerse que os servidores públicos abrem mão do salário em troca da estabilidade no emprego. E, embora seja verdade que muitos deles dêem tanto duro no trabalho como os empregados no setor privado, simplesmente não é verdade que na média os barnabés sejam mal pagos. Essa constatação se aplica tanto aos Estados Unidos como ao Brasil. Os dados para os EUA foram recentemente destrinchados em um artigo de Chris Edwards, do Cato Institute, publicado no Washington Post (domingo, 13/09/2006, página B07). Os cerca de 1,8 milhão de funcionários civis do governo federal dos EUA receberam em média em 2005 um salário anual de pouco mais de 71 mil dólares (R$ 152 mil). Incluindo os benefícios pagos, o total desses rendimentos anuais subia para 107 mil dólares (R$ 230 mil). A média dos rendimentos do setor privado, antes dos benefícios, foi de 44 mil dólares (R$ 95 mil) e de 53 mil dólares (R$ 114 mil) com os benefícios. Comparando o total recebido, o rendimento médio dos servidores civis federais americanos foi exatamente o dobro da média dos rendimentos dos salários no setor privado. Diversas razões explicam essa diferença. Os salários dos servidores são imunes à recessão econômica, já que a estabilidade no emprego implica na estabilidade dos rendimentos. Ninguém é dispensado de um ministério e recontratado por outro com um salário menor. Prova disso é o fato de que os salários dos servidores aumentaram 129% entre 1990 e 2005, enquanto os salários no setor privado americano aumentaram apenas 74% no mesmo período. Lá como cá, os servidores civis federais recebem um generoso pacote de benefícios. Os funcionários americanos desfrutam de segurosaúde para ativos e inativos, a aposentadoria é corrigida pela inflação (benefício que os empregados do setor privado não têm), as contribuições dos servidores são complementadas no
Arbitragem sem mitos
PUBLICADO NO BLOG
CÁSSIO TELLES FERREIRA NETTO
WWW.HEBDO.CH/SORMANBLOG.CFM
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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A
qui a situação não é muito diferente da que ocorre nos EUA, embora a disponibilidade de dados não permita comparações tão detalhadas. O salário médio pago aos 1,5 milhões de funcionários civis do governo federal (ativos e inativos) entre janeiro e julho de 2006 correspondeu a um salário mensal de quase R$ 4 mil. Multiplicado por 13 salários, o total do rendimento médio anual foi de R$ 52 mil (24 mil dólares). O salário médio dos empregados no setor privado formal brasileiro foi de R$ 1.028, correspondente a um rendimento anual de R$ 13.364 (6.215 dólares). Com base nesses números, constata-se que os servidores civis no governo federal brasileiro recebem em média quase quatro vezes mais que os empregados no setor privado formal. Lá como cá, pode-se dizer que a segurança no emprego público é maior que a segurança no emprego privado formal. Mas, lá como cá, não se pode dizer que alguns trocam rendimento por segurança no emprego.
O s barnabés americanos vivem tão bem quanto os brasileiros.
COMENTÁRIO DE GUY SORMAN
O texto lido pelo Papa não tem importância
mesmo valor pelo governo americano (aqui não são), e os sindicatos são ativos na proteção dos interesses dos servidores. Comparado com a situação dos empregados no setor privado americano, os servidores públicos têm mais férias e feriados, horário flexível, mais treinamento custeado pelo governo, planos de incentivos, cartões de crédito (alguns aqui têm) e um ritmo de trabalho mais folgado. Os servidores públicos americanos desfrutam de grande segurança no emprego. A taxa de demissão corresponde a um quarto da taxa de demissão dos empregados no setor privado. A percentagem dos que voluntariamente deixam o emprego público nos EUA corresponde também a um quarto da correspondente percentagem no setor privado. É claro que falar em médias pode levar a ignorar a situação dos menos favorecidos pela política salarial do governo americano. Os controladores de vôo federais, por exemplo, ganham 170 mil dólares por ano.
A
Lei Federal 9.307/96 que instituiu a arbitragem está completando uma década. É um método alternativo de solução de conflitos fora da esfera do Poder Judiciário, onde um ou mais árbitros emitem decisões válidas como sentenças judiciais em território nacional. Aos poucos, essa forma de contornar a lentidão do Judiciário brasileiro ganhou credibilidade e sua utilização avança. O Conselho Arbitral do Estado de São Paulo (CAESP), uma das câmaras pioneiras no país, demonstra esse crescimento. A entidade já acumula 19.762 conflitos solucionados, sendo 14.050 (71,10%) na área trabalhista, 2.991 (15,14%) na área comercial/outros e 2.721 (13,77%) na área cível. Uma justificativa para o avanço nessas áreas pode estar no fato de a arbitragem começar a ser “desmistificada” entre os advogados, além de ser mais difundida entre os empresários. Do ponto de vista econômico, o que se evidencia, na prática, é que a arbitragem é para as empresas a melhor forma de solucionar conflitos devido à rapidez, segurança e eficácia, diminuindo os custos dos processos que, no Judiciário, podem se arrastar por anos. Hoje, no CAESP, os contratos são firmados de acordo com a necessidade das empresas, o que reduz ainda mais os custos com os procedimentos. A criação de convênios com empreA
sas permite estreitar o vínculo do conveniado com a instituição, gerando maior volume de procedimentos. Se tal fato já ocorre na área privada, na área pública a arbitragem também começa a ganhar impulso. A prefeitura de Araras, cidade do interior de São Paulo, por exemplo, já firmou parceria com a entidade para a instalação de uma câmara arbitral que atenda conflitos entre a administração pública e os munícipes. A iniciativa ainda é rara , mas precisa ser vista como uma alternativa viável, menos onerosa e mais rápida para as partes resolverem suas pendências.
A
grande inovação, porém, quando falamos em arbitragem, ocorreu em junho do ano passado. Com a edição do decreto 4.719, Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai assinaram acordo sobre Arbitragem Comercial Internacional do Mercosul. São avanços da arbitragem para além do território nacional, mas ainda falta às autoridades públicas brasileiras fazer o trabalho de casa. Ou seja, convencer os dirigentes de órgãos públicos locais de que a arbitragem é instrumento legal e legítimo para solucionar conflitos, inclusive na esfera pública. CÁSSIO TELLES FERREIRA NETTO É PRESIDENTE DO CONIMA E DO CAESP
arbitragem é um ótimo mecanismo para driblar a demora do Judiciário
omo o candidato a governador José Serra está muito bem situado nas pesquisas, atuam contra ele acusações de coisas que ele não faria. Tendo como prova a sua campanha, limitada pela ética, pela sua modéstia e pelos serviços prestados à Nação, desfaz-se a acusação pelo inoperante. O candidato José Serra foi muito bem recebido pela opinião pública, como outros candidatos também o foram e estão sendo poupados. É como sempre ocorre nas vésperas dos pleitos, visando afastar os candidatos mais bem colocados nas pesquisas. Não temos nada contra o candidato e o vemos como um bom nome para ocupar o Palácio dos Bandeirantes, pelo qual passaram numerosos bons governadores, todos deixando o seu quinhão de serviços úteis à coletividade e outros medíocres nas suas realizações. Vemos em José Serra o bom candidato, munido de conhecimentos sobre a capital e os seus problemas, alguns seculares, outros mais recentes.
O
poder público pode fazer muito pelo interior e pela capital, basta que esteja ligado aos interesses a serem atendidos, levando-os em consideração, obtendo o apoio da coletividade que foi escolhida para receber as melhorias administrativas. São Paulo é um estado muito desenvolvido, mas faltam ainda complementos administrativos que atendam aos interesses da população. Com essa força nas mãos e com esse propósito revelado, é de se esperar que o governo a ser eleito daqui alguns dias cumpra o seu dever sem acusações maldosas como as que se articulam contra um dos candidatos, exatamente o bafejado com a preferência das pesquisas de opinião. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Como o
candidato José Serra está muito bem situado nas pesquisas, surgem acusações de coisas que ele não faria.
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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 20 de setembro de 2006
SETOR DE CERVEJAS DEVE FATURAR R$ 23 BILHÕES
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bilhões de litros de cerveja deverá ser a produção das indústrias este ano, segundo o Sindicerv.
FABRICANTES REGIONAIS DE REFRIGERANTES TAMBÉM COMEMORAM DESEMPENHO DO SETOR EM 2006 Patrícia Cruz/Divulgação
CERVEJARIAS ESTÃO EM BOA FASE
O
consumidor paulistano será o prim e i r o a e x p e r imentar, nos principais bares de chope da capital, o lançamento que a Brahma faz chegar ao mercado a partir do início de outubro. Posicionado como um produto premium, batizado de Brahma Black, o novo chope escuro da marca foi desenvolvido ao longo dos últimos dois anos, com a mesma tecnologia utilizada na produção de cervejas inglesas. "Ele é extremamente cremoso e muito leve", sintetizou o gerente de marketing da Brahma, Alexandre Macedo. Para destacar o efeito dessa cremosidade, amparada pela adição de nitrogênio, o chope será servido em copo específico – afunilado na base e com borda larga para assentar a espuma. Na tarde de ontem, o produto foi apresentado a cerca de 100 donos de bares, para os quais a Brahma promete treinar tiradores de chope e garçons. As ações de marketing para o lançamento serão concentradas nos pontos-de-venda, segundo Macedo. Ele explicou que a operação com chope tem complicações específicas, associadas ao prazo de validade. "A tendência é focar nas grandes praças." O lançamento do Brahma Black vai ao encontro da ten-
dência do setor cervejeiro de desenvolver produtos no segmento premium. As bebidas com esse perfil representam cerca de 5,6% do volume total do mercado de cervejas. Além disso, o consumo de chope escuro no Brasil cresce em torno de 30% ao ano, segundo o gerente de marketing da Brahma. "O consumidor está cada vez mais aberto a Divulgação inovações." N a r e t aguarda de iniciativas como essa está o bom desempenho apresentado pelo setor, desde 2005. A fatia da Brahma do Brahma Black m e rc a d o f icou estável até agosto (em pouco mais de 19%). A Copa do Mundo, definiu Macedo, equivale a um segundo verão. O inverno quente também contribuiu para o aumento do consumo per capita de cerveja, em torno de 50 litros ao ano. Mercado – "Tudo indicava que 2006 seria melhor que 2005", afirmou o superintendente do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), Marcos Mesquita. As projeções mostram que o mercado de cerveja fechará 2006 com volume anual de 9,5 bi-
lhões de litros (ante os 9,02 bilhões de 2005) e faturamento na casa dos R$ 23 bilhões (contra R$ 21 bilhões). "É uma previsão conservadora", ressalvou Mesquita. Ele estimou que o crescimento do primeiro semestre deste ano foi de 8%. Cerca de 90% desse mercado está concentrado em empresas como Ambev, Schincariol, Kaiser e Cervejaria Petrópolis, líderes em um setor formado por cerca de 50 empresas, explicou Mesquita. Para o executivo, os próximos anos devem ser marcados por reinvestimentos nas áreas de produção das cervejarias. "Hoje, ainda há uma folga entre capacidade instalada e produção efetivada, mas ela atende basicamente à sazonalidade, e não ao crescimento sinalizado", explicou. Refrigerantes – Fabricantes regionais de refrigerantes também prevêem aquecimento das vendas em 2006. Segundo estimativas do presidente da recém-criada Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras), Fernando Rodrigues de Bairros, o crescimento será de 2,5% em volume de produção. As 238 pequenas e m p re s a s d o s e t o r d e t ê m 29,8% de market share e estruturam várias ações para ganhar espaço nas gôndolas.
Segundo Fernando Rodrigues de Bairros, indústria de refrigerantes regionais deve crescer 2,5% em volume Fotos: Divulgação
Anúncio da Nova Schin cria polêmica
O
anúncio da Nova Schin sem álcool – veiculado no mercado norte-americano – está suscitando críticas negativas para a marca. A peça publicitária exibe uma modelo grávida (com apelo sensual) consumindo o produto. As fotos publicitárias, com a modelo de biquíni, mini shorts e top dourado, sugerem manipulação de Photoshop (programa de computador que faz retoques em material fotográfico), que
Para consumidores, modelo não tem aparência real de grávida
força a aparência de gravidez, na opinião de consumidores que fizeram comentários pelo site de notícias www.gawker.com. Em um dos comentários, uma leitora ironiza:
"Parabéns publicitários. Vocês conseguiram destruir o único momento em que a mulher é considerada bonita, mesmo quando ganha peso, estrias e usa roupas largas."
Fátima Lourenço
MAIS IMPOSTO POR LITRO
C
omo aconteceu com o setor de cervejas, a Secretaria da Receita Federal (SRF) espera um incremento significativo na arrecadação de Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) pago pelas fábricas de refrigerantes do País. Isso por causa da obrigatoriedade de instalação de medidores de vazão em cada linha de produção. Aquelas que produzem mais de 200 milhões de litros por ano devem instalar os aparelhos até dia 30 deste mês. Segundo a SRF, na comparação entre 2004 e 2005, houve alta de 15% na arrecadação do imposto das indústrias cervejeiras depois da instalação dos medidores. Para as fábricas que produzem de 30 a 200 milhões de litros de refrigerante por ano, o prazo para instalação é 31 de maio de 2007. Já para as que produzem de 5 a 30
milhões de litros anuais, o prazo é 31 de dezembro do próximo ano. A regulamentação consta do Ato Declaratório Executivo Cofis n° 13, de 13 de março de 2006 e quem não cumpri-lo vai pagar multa de até 50% do valor comercial da mercadoria produzida – não inferior a R$ 10 mil. Segundo Flávio Antônio Araújo, coordenador-geral substituto de Fiscalização da SRF, o objetivo é fiscalizar em tempo real a produção de refrigerantes. "Assim, saberemos o quanto cada fábrica deverá contribuir de IPI e estimar o quanto elas deverão pagar dos demais tributos federais, que são calculados com base no faturamento", explicou Araújo. Tanto as grandes empresas como as médias e pequenas são favoráveis à instalação dos medidores de vazão para
combater a sonegação e a informalidade. De acordo com o presidente da Associação dos Fabricantes de Refrigerantes Regionais do Brasil (Afrebras), Fernando Rodrigues de Bairros, o problema é o custo dos medidores de vazão. O valor do aparelho é de R$ 100 mil. Grandes – Já o diretorexecutivo da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes (Abir) – entidade que representa as grandes empresas do setor –, Paulo Mozart Gama e Silva, disse que o problema do custo para os associados da entidade está sendo resolvido. "Estamos orientando negociações em bloco entre as fabricantes de refrigerantes e as dos medidores. Além disso, até o final do ano teremos linhas de financiamento bancárias para as associadas à Abir", disse. Laura Ignacio
IG aposta nas pequenas empresas
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Internet Group (iG), que agrega os portais iG, Ibest e BrTurbo, lançou ontem o canal iG Emp r e s a s ( w w w . i g e m p r esas.com.br), um pacote de serviços voltado para empresários de micro, pequeno e médio portes. A novidade tem como principal característica a simplicidade de operação aliado a baixo custo, com o know how do Internet Group e a infra-estrutura tecnológica da operadora Brasil Telecom, proprietária do grupo. De acordo com a empresa, a aposta nesse segmento de mercado tem como base a estatística de que, de um universo de cerca de 5 milhões de micros, pequenas e médias empresas brasileiras, 90% ainda não usam a internet como ferramenta de negócios. "O objetivo do iG Empresas é colocar
os pequenos empresários no mundo da internet e tornar seus negócios mais competitivos", afirmou Caio Túlio Costa, chief executive officer (CEO) do Internet Group. O pacote inclui hospedagem de site, acesso, domínio, servidor dedicado, e-mail, entre outras soluções para facilitar o dia-a-dia e já está disponível. O preço varia de acordo com o pacote escolhido. O plano Light (básico) para a hospedagem de um site conta com 100 MB de disco, 6 GB de transferência (o quanto de dados podem ser baixados e enviados) e e-mail com 50 caixas postais (1 GB no total). Ele custa a partir de R$ 14,90 por mês. Caso a empresa precise de maior capacidade, o plano mais sofisticado sai ao preço de R$ 219 por mês e inclui 200 caixas postais (10 GB de espaço de e-mail), 1
GB de disco, 120 GB de transferência e dez sites. Caso a empresa precise utilizar um servidor exclusivo, existe a opção de alugar um. A máquina básica custa R$ 1,1 mil por mês e é um Pentium 4 de 2.8 GHz com 512 MB de memória, dois discos de 80 GB, 400 GB de volume de dados e banda de 3 Mbps. Pela instalação ainda são cobrados R$ 700. A máquina mais sofisticada é um Dual Xeon 3.2GHz, 1GB DDR de memória RAM, dois HDs de 72 GB SCSI, 750 caixas postais (25 GB), tráfego de 900GB a 6 Mbps, 120 sites e instalação de R$ 700. O iG Empresas já nasce com 70 mil clientes do BrTurbo e do iG e tem como meta estar entre os três maiores do segmento empresarial até o final de 2007, com 150 mil usuários. Carlos Ossamu
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quarta-feira, 20 de setembro de 2006
3 "A sociedade civil precisa discutir as propostas do governo" Clodoaldo de Lima Leite
37 mil assinaturas pedem respeito do governo Moção será entregue hoje ao governo federal para evitar alterações que prejudicam as entidades assistenciais em todo o País
D
efender as entidades e organizações de assistência social e, conseqüentemente, todo o Terceiro Setor. Este é o objetivo da Moção de Respeito ao Terceiro Setor, carta elaborada e entregue ontem ao governo federal para protestar contra a nova minuta de Decreto do Governo Federal que tem novas regras para regulamentar a concessão, renovação e cancelamento do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas). Organizações do setor protestam contra as medidas, que tornam sua atuação inviável, e a falta de discussão entre o governo e elas sobre seus principais pontos. A Rede Brasileira de Entidades Assistenciais e Filantrópicas (Rebraf) entregou e protocolou ontem um abaixo-assinado com mais de 37 mil assinaturas e uma Moção de Respeito ao Terceiro Setor em Brasília na Casa Civil, para a ministra Dilma Rousseff e para o Conselho Nacional de Assistência Social. Para o diretor-secretário da Rede Brasileira de Entidades Assistenciais e Filantrópicas (Rebraf), Clodoaldo de Lima Leite, é fundamental que este processo de tramitação da lei seja interrompido agora para que a sociedade civil possa discutir o assunto porque muitos itens da nova minuta inviabilizam a atuação das entidades assistenciais. "Ela fere a Lei de Assistência Social, que diz que a sociedade civil tem que exercer o controle social não só sobre os gastos públicos, mas também sobre os impactos das políticas públicas", explica. Até o início da semana, o documento já continha 35 mil assinaturas e, segundo Leite, o Con-
Leonardo Rodrigues/Hype
selho Municipal de Assistência Social (Comas) de São Paulo também já havia se posicionado contra o projeto. Na avaliação do diretor-secretário da Rebraf, esta tentativa do governo de "melhorar" a lei fere a Carta Magna, principalmente nos artigos 1o. e 3o. , e a própria Lei Orgânica de Assistência Social. "O projeto do governo contempla algumas coisas da legislação em vigor, mas acaba inviabilizando as entidades de assistência social", explica. Vulnerabilidade e risco social –Como exemplo, ele cita o artigo 2o. da minuta do decreto, que diz que a assistência social deve ser destinada a quem está em situação de vulnerabilidade e risco social, ou seja, as pessoas que têm renda inferior a meio salário mínimo. Leite aponta uma grave contradição neste enunciado porque, pela lei, ninguém pode receber menos de um salário mínimo. Ele segue apontando outras contradições além desta. De acordo com a legislação atual, entidade beneficente é aquela que protege a família, a maternidade, a infância e a velhice desamparada, apoiando crianças e adolescentes carentes, promovendo ações de prevenção, habilitação e reabilitação de pessoas com deficiência, assistência educacional ou de saúde, e promovendo a integração no mercado de trabalho. Pelo novo decreto, beneficente é a entidade que atende quem está em vulnerabilidade e em risco social (artigo 2). Ele continua, afirmando que a entidade deve proporcionar os mínimos necessários nas áreas de educação saúde e assistência social. Considera-se em vulnerabilidade social aquele que tem renda
Leite: alterações propostas pelo governo ferem a Constituição
inferior a meio salário mínimo. Na análise da Rebraf isto é inconstitucional, pois educação, saúde e assistência social são direito de todos e dever do Estado, independentemente da renda per capita. Ainda no que se refere à renda dos assistidos pelas entidades, há o artigo que diz que a gratuidade é oferecida a quem dela necessitar. Este item foi alterado pela nova minuta, que diz que a renda do assistido deve ser menor ou igual a meio
salário mínimo. Ação inviabilizada – Outro ponto negativo apontado pela Rebraf é o que inviabiliza a ação de algumas entidades assistenciais, como as religiosas. A lei atual diz que elas só não não consideradas beneficentes se atenderem somente a um público restrito. Para o representante da Rebraf, o novo decreto dá margem a uma interpretação errada de que estas entidades atendem apenas os seus fiéis, o que poderá dar argumentos ao
Estacione hoje e ajude os jovens com câncer
Um bazar permanente no Instituto Gabi
estacionar seu carro Q uem nos estacionamentos
O
doações. A entidade conta com uma equipe de psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e educadores. A maior dificuldade enfrentada pela instituição atualmente é o alto custo do aluguel. Por isso, continua solicitando doações de roupas, alimentos e brinquedos para seus jovens atendidos. Fica na rua Gustavo da Silveira 128 Vila Santa Catarina. Mais informações pelo telefone: (11) 5564-7709. E-mail: amigoseinstitutogabi@ yahoo.com.br
filiados ao Sindicato das Empresas e Garagens e Estacionamentos do Estado de São Paulo (Sindepark) hoje estará colaborando com o Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc). Estes estabelecimentos doarão 20% da sua renda à entidade que
cuida de crianças e jovens com câncer. A campanha foi batizada "Manobra da Alegria". Além da verba encaminhada à entidade, tem o objetivo de conscientizar o setor e todos os seus colaboradores da importância das ações solidárias.
Instituto Gabi, que atende 60 crianças portadoras de deficiência, está em campanha para conseguir a sua sede própria e aumentar o número de pessoas atendidas. A instituição convida os interessados para o seu bazar permanente, onde podem ser adquiridos presentes e utilidades, e está aceitando
governo federal para indeferir interessa aumentar a arrecadaseu pedido de Certificado de ção e não em conceder as isenEntidade Beneficente de Assis- ções que as entidades filantrópicas solicitam. tência Social (Cebas). No caso específico da conEle lembra que, atualmente, cessão destes certificados, há as entidades devem apresenoutro ponto negativo na mi- tar projetos em consonância nuta do governo. Pela regra com a política de assistência atual, o Cebas é concedido às social já aprovada por seu estaentidades que o solicitam aos do ou município. órgãos emissores. Pela nova Recursos – Outro ponto polei, ele será dado às entidades lêmico que a minuta do goverreconhecidas pelo Gestor no pretende alterar é a possibiMunicipal do Sistema Único lidade de o CNAS conceder a de Assistência Social (Suas). certificação da entidade em Mas Leite lembra que este úl- decisão única, ou seja, se ele timo ainda não está totalmen- não conceder o título, a entidate implantado e, quando for, a de não pode se apresentar noentidade correrá o risco de fi- vamente e solicitá-la. "Isso fere car submetida a injunções po- o direito de ampla defesa, prelíticas do município para ob- visto na Constituição Brasileiter este reconhecimento. ra e isso fará com que muitas Exigências injustas – Leite entidades passem a atuar coconsidera injustas, além de in- mo ONGs comuns sem os diconstitucionais, estas exigên- reitos de isenção concedidos cias, já que as entidades assis- pelas leis de assistência social, tenciais e as organizações não como a isenção da quota patrogovernamentais (ONGs) estão nal", diz Leite. cobrindo as necessidades das Ele reforça a necessidade de populações marginalizadas se divulgar a Moção de Respeido País, das quais o Estado não to ao Terceiro Setor para se dedá conta de atender. fender a ação das entidades asOutro ponto importante é sistenciais no País. "As novas que, atualmente, os analistas do propostas da minuta do decreCNAS são os encarregados ha- to não podem justificar a ação bilitados a elaborar as análises e de ferir a Carta Magna e a Lei avaliações das entidades que Orgânica de Assistência Social desejam receber a certificação (Loas)", conclui. Paula Cunha (Cebas). Pela nova lei, as solicitações passam a ser encaminhadas para a Receita Previdenciária. Para o diretor-secretário da Rebraf, esta última não é o órgão indicado para exercer esta função porque haveria conflito de interesses: à Receita Abaixo-assinado: a pressão da sociedade civil
Pela pessoa com deficiência: em todo o País.
S
erá comemorado amanhã o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. Diversas entidades marcaram mobilizações e lembram que há 25 milhões de deficientes em todo o País, em uma população de 187,1 milhões de habitantes. As reivindicações desse grupo expressivo vão desde o cumprimento da legislação de
quotas no mercado de trabalho (entre 2% e 5% de todos os contratados), eliminar a discriminação até a melhoria no acesso a edifícios, parques, escolas, locais de trabalho e meios de transporte adaptados. O dia foi instituído em 1982. Nele comemora-se também o Dia da Árvore. A data foi escolhida porque simboliza o florescimento da consciência de que esta parcela da população também tem direitos e que passou a reivindicá-los organizadamente.
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quarta-feira, 20 de setembro de 2006
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Política REVISTA 'ÉPOCA' RELACIONA
O Berzoini tem que explicar o que aconteceu. Se alguém do PT está envolvido, que assuma. Não vamos ficar sangrando como ocorreu no episódio Waldomiro Diniz. Luiz Inácio Lula da Silva
BERZOINI AO ESCÂNDALO DO DOSSIÊ Em nota à imprensa, revista "Época" confirma que foi sondada por Oswaldo Bargas, ex-funcionário do Ministério do Trabalho, para publicar as denúncias. E revela que, na ocasião, foi informada por ele que o presidente do PT, Ricardo Berzoini, tinha conhecimento do dossiê, mas não do conteúdo. Marcos Vaillant / AE
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Gedimar Passos e Valdebran Padilha, os dois petistas presos pela PF com R$ 1,7 milhão em um hotel.
JUSTIÇA SOLTA ENVOLVIDOS
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nvolvidos na tentativa de compra do dossiê, Gedimar Passos, Valdebran Padilha e Paulo Roberto Trevisan (tio do dono da Planam, Luiz Antonio Vedoin) tiveram a libertação anunciada para meia-noite. Gedimar será indiciado por suprimir documentos, informou o procurador Mário Lúcio Avelar. Nenhuma decisão foi tomada sobre a prisão de Freud Godoy, apontado como responsável pela operação de compra do dossiê. Freud prestou novo depoimento em Cuiabá, onde repetiu o que dissera em São Paul. Independente de Freud ter culpa ou não no episódio, o juiz entendeu no des-
pacho que a prisão solicitada pelo Ministério Público Federal só cabe quando é imprescindível à investigação. Bom ba– Preso junto com Gedimar em São Paulo na sexta-feira, o empresário Valdebran Padilha, que é filiado ao PT, contou ontem, em depoimento à Polícia Federal de Cuiabá, que o dinheiro (R$ 1 milhão) que recebeu de Gedimar em São Paulo, na semana passada, era para o pagamento pela entrevista dada à revista “IstoÉ” pelo chefe da máfia dos sanguessugas, o empresário Luiz Antonio Vedoin. No primeiro depoimento dado à PF, no dia 15, Valdebran não havia indicado o nome da
revista. Segundo o petista, o restante do dinheiro combinado pelo pagamento do dossiê seria entregue a um integrante do PT (ele não revelou o nome) que supostamente envolveria Serra e Alckmin com a quadrilha. No dossiê havia seis fotos, uma fita de vídeo e um DVD, com imagens de uma solenidade de entrega de ambulâncias compradas pela máfia. O redator-chefe da revista "IstoÉ", Mário Simas Filho, negou que tenha havido qualquer negociação envolvendo a compra do dossiê. Segundo ele, a negociação envolveu apenas uma entrevista com Darci e Luiz Antonio Vedoin, sem dinheiro. (Agências)
WATERGATE: COINCIDÊNCIA?
O
escândalo do dossiê guarda semelhanças inquietantes com o maior escândalo político da História, o Watergate. A comparação é inevitável. Ambos os episódios envolvem eleições, espionagem e dois presidentes que sustentaram desde o início ignorar os fatos. Um deles terminou deposto. Em junho de 1972, em plena campanha pela reeleição do republicano Richard Nixon (coincidência número 1), cinco homens foram presos de madrugada tentando invadir o escritório do Partido Democrata, no edifício Watergate, em Washington. O que parecia um assalto escondia um plano de espionagem. Os republicanos grampearam o quartel-
general adversário. Coincidência 2: Pessoas da equipe de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram flagradas tentando vender um dossiê contra o PSDB. Coincidência 3: Freud Godoy, assessor especial de Lula, confessou à polícia ter estado com o advogado Gedimar Pereira Passos, preso em plena tentativa de negociar o material que ligaria os tucanos à máfia dos sanguessugas. A função de Gedimar na campanha petista era a de processar informações. Na Casa Branca de Nixon, um grupo conhecido como “The Plumbers” (Os Bombeiros) atuava na ilegalidade em busca de fatos que pudessem comprometer os adversários.
Coincidência 4: Um dos invasores, James McCord, era ex-agente do FBI e da CIA. Ele também ocupava o cargo de diretor de segurança do comitê para a reeleição de Nixon. Gedimar é um exagente da Polícia Federal e trabalhava na campanha de reeleição de Lula. Coincidência 5: John Mitchell, o presidente do escritório eleitoral de Nixon, autorizou as despesas para a invasão do Watergate. O exsecretário do Ministério do Trabalho, Osvaldo Bargas, disse ter oferecido o dossiê à revista “Época”, com aval de Ricardo Berzoini. Nixon foi reeleito, mas as investigações arrastaram boa parte dos seus homens. Acuado, ele renunciou em agosto de 1974. (AOG)
leito para moralizar a vida partidária do PT depois da crise ética do mensalão, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, está no centro do maior escândalo da atual campanha eleitoral. Ontem, a revista “Época” revelou que foi procurada pelo petista Oswaldo Bargas, ex-secretário do Ministério do Trabalho e atual responsável pela elaboração do capítulo de "Trabalho e Emprego" do programa de governo de Lula. Os dois teriam oferecido um dossiê contra o candidato a governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e o ex-ministro da Saúde Barjas Negri. Segundo “Época”, Oswaldo Bargas — que estava acompanhado de Jorge Lorenzetti, funcionário da campanha de Lula — informou que Berzoini tinha conhecimento do encontro, embora supostamente desconhecesse o conteúdo do dossiê oferecido. Além de Berzoini, já haviam sido envolvidos no episódio dois amigos de Lula — Freud Godoy e Jorge Lorenzetti — que trabalhavam no Palácio do Planalto ou em seu comitê de campanha. Em nota que divulgou ontem, Berzoini admitiu que tinha conhecimento do encontro de Bargas com um repórter da revista, mas também sustentou a versão de que não sabia o que seria conversado. PF – Berzoini será intimado pela Polícia Federal (PF) de Mato Grosso para prestar depoimento no inquérito que apura a origem do dinheiro usado na negociação do dossiê contra os tucanos. Ele terá que explicar, entre outras questões, o que sabia sobre o encontro de Bargas e Jorge Lorenzetti com o jornalista da “Época”. Sua versão será confrontada com a de seus subordinados, que também serão chamados a prestar depoimento.
O presidente Lula, que já teve uma conversa dura com o Berzoini na segunda-feira, não ficou satisfeito com sua explicação e terá novo encontro com ele hoje. " O Berzoini tem que explicar o que aconteceu. Se alguém do PT está envolvido, que assuma. Não vamos ficar sangrando como ocorreu no episódio Waldomiro Diniz", disse Lula, de Nova York. Crise – O envolvimento de Berzoini e de assessores e petistas próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aumenta a cada nova revelação do escândalo dos dossiês. Na
panheiro do presidente Lula e ocupou cargo importante no Ministério do Trabalho até o último dia 2 de agosto. Teve um papel político importante, mobilizando a CUT, na primeira reforma ministerial do governo, no primeiro semestre de 2004, para manter Berzoini no Ministério. Agora estava no grupo que preparou o programa de governo da reeleição. O escândalo da compra do dossiê contra o tucano José Serra envolve ainda um outro personagem, o ex-assessor particular do presidente Lula, Freud Godoy. No primeiro de-
Hector Hui / AE
Oswaldo Bargas com Lula: o homem de confiança de Berzoini.
segunda-feira, Berzoini teve de reconhecer em entrevista que Gedimar Pereira Passos, preso em São Paulo com R$ 1,7 milhão, trabalhava no comitê da campanha do presidente Lula e estava subordinado a Jorge Lorenzetti, responsável por um certo "dispositivo de tratamento de informações", que estava subordinado diretamente a ele. Env olvid os– Lorenzetti é militante da CUT catarinense e na condição de amigo de Lula fez vários churrascos , na Granja do Torto e no Palácio da Alvorada, para o presidente, ministros, amigos e familiares. Bargas, militante da CUT paulista, também é um velho com-
poimento à polícia, Gedimar disse que recebeu o dinheiro de Freud. Em acareação em São Paulo e em novo depoimento, preferiu se calar. De acordo com o blog do Noblat, outro envolvido seria Expedito Afonso Veloso, diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil, citado por Valdebran Padilha. Ele estaria no hotel em que a PF apreendeu o dinheiro horas antes. Nas conversas com auxiliares, por telefone, Lula disse que primeiro quer ouvir o que Berzoini vai falar, para só depois tomar uma decisão. No Palácio do Planalto já se admitia a possibilidade de afastar Berzoini da campanha. (AOG)
CONFIRMADO. ELE SABIA.
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m nota à imprensa, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, confirma que sabia do "dossiê Serra", conforme foi publicado pela revista, mas rechaça qualquer tipo de negociação financeira . Leia a íntegra da nota: "Tendo em vista a citação do meu nome em esclarecimento publicado pelo site da revista "Época", tenho a dizer o seguinte: 1. De fato, tive conhecimento de que um integrante da nossa campanha manteria contato
com a revista "Época" para tratar de uma pauta de interesse jornalístico. Jamais tive ciência do conteúdo abordado nesse encontro, conforme reproduzido fielmente pelo site da revista; 2. Jorge Lorenzetti me encaminhou hoje (ontem) carta desligando-se da campanha e explicando os seus motivos, entre os quais ele reconhece ter extrapolado os limites de suas atribuições como assessor de risco e mídia da Coligação “A Força do
Povo”, mas afirma taxativamente que não autorizou o emprego de qualquer tipo de negociação financeira; 3. Manifesto, mais uma vez, a minha indignação com esse episódio, e condeno, como sempre condenei, o denuncismo e a baixaria em processos eleitorais, reafirmando a necessidade de que todas as denúncias sejam investigadas e esclarecidas o quanto antes. E pergunto: a quem interessa criar confusão nesta campanha eleitoral?". (AE)
BARGAS
LORENZETTI
OS PERSONAGENS
FREUD
A
ssessor especial da Presidência, Freud Godoy foi apontado como um dos responsáveis pela operação de compra do dossiê pelo advogado Gedimar Passos, preso na sexta-feira pela Polícia Federal com R$ 1,7 milhão. Ele nega o envolvimento no caso e pediu demissão da função.
GEDIMAR
P
reso na sexta-feira, Gedimar Passos, um dos arrecadadores de dinheiro da campanha municipal do PT de Cuiabá, revelou que se a análise dos documentos fosse positiva, “passaria o restante do dinheiro a Valdebran”. Foi ele quem apontou Freud Godoy como o responsável pela operação.
BERZOINI
VALDEBRAN
residente nacional do PT, Ricardo Berzoini, informou que teve, sim, conhecimento de que um integrante da campanha pela reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha procurado a revista "Época" para "tratar de uma pauta", mas diz que não sabia do conteúdo.
x-tesoureiro da campanha municipal do PT em Cuiabá, em 2004, Valdebran Padilha é amigo de Luiz Antonio Vedoin. Ele teria ido a São Paulo para se certificar do teor das denúncias. Disse que parte do dinheiro apreendido (R$ 1 milhão) iria para o pagamento pela entrevista de Vedoin à “IstoÉ”.
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E
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etalúrgico, Oswaldo Bargas é fundador da CUT e foi secretário de relações internacionais da entidade. Foi ele quem procurou a revista "Época". Estava no Ministério do Trabalho desde 2003. Foi diretor de relações do trabalho nas gestões de Jacques Wagner e Ricardo Berzoini.
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sindicalista Jorge Lorenzetti, suspeito de comandar a operação frustrada de compra do dossiê que vinculava tucanos à máfia dos sanguessugas, era assessor de risco e mídia da campanha de Lula à reeleição e pediu o desligamento da função que exercia ainda ontem.
quarta-feira, 20 de setembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Nacional Finanças Tr i b u t o s Empresas
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COMBATE ÀS FRAUDES É PRIORIDADE NAS EMPRESAS
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bilhões de reais foi quanto o Brasil arrecadou em impostos no ano passado.
SALÁRIO DO BRASILEIRO É UM DOS MAIS TRIBUTADOS NO MUNDO, SEGUNDO MOSTRA ESTUDO DO IBPT Patrícia Cruz/LUZ
SEM A EVASÃO, CARGA FISCAL ATINGE 59% DO PIB
Imposto avança sobre renda dos trabalhadores
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carga tributária brasileira sobre o salário representou um impacto negativo de 1,67 ponto percentual na renda do trabalhador de 2002 a 2005. De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), o peso dos impostos para os empregados passou de 18,76%, em 2002, para 20,43%, em 2005. Mas os empregadores também sofrem com o avanço do fisco: a tributação sobre a folha de pagamento passou de 41,71%, em 2002, para 42,5% em 2005. Esses dados colocam o Brasil na segunda posição no ranking dos países que mais tributam o salário, ficando atrás somente da Dinamarca. Enquanto, em 2005, a carga sobre os salários no Brasil ficou em 42,5%, em países como Coréia do Sul e México, ela atingiu 8,7% e 9,1%, respectivamente. IR – Para o presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, o peso maior dos impostos no bolso se deve ao fato do reajuste na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) ter sido menor que o do salário mínimo. Também pesou o aumento do teto da contribuição para a Previdência Social, que passou de R$ 1.561,56, em 2003, para R$ 1.869,34 hoje. Para Amaral, esses números justificam a estagnação da abertura de postos de trabalhos formais no mercado. "É preciso criar incentivos fiscais para as empresas que operam na formalidade continuarem contratando e gerando empregos", disse Amaral, ao defender, como alternativa, a redução da alíquota da contribuição previdenciária na contratação de funcionários. (MR)
De acordo com um estudo do IBPT, sonegação, inadimplência e informalidade levaram ao desvio, no ano passado, de R$ 287 bilhões dos cofres públicos.
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Como no cálculo do PIB também entram os valores da economia informal, os setores formais acabam respondendo pela quase totalidade da arrecadação tributária. Gilberto Luiz do Amaral, presidente do IBPT
e não houvesse sonegação fiscal, informalidade ou inadimplência e todos os contribuintes pagassem os impostos regularmente, a carga tributária potencial brasileira seria de 59,38% do Produto Interno Bruto (PIB), valor muito maior que os 37,82% computados em 2005. O dado faz parte de um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Para chegar a esse percentual, o IBPT considerou as perdas com sonegação e inadimplência e excluiu da receita total o valor de multas, juros e correção. Estima-se que 39,11% – ou R$ 287 bilhões – da arrecadação do ano passado, que foi de R$ 733 bilhões, não ingressaram nos cofres públicos, entre outros motivos, por causa da inadimplência. De acordo com o estudo, de dezembro de 2002 ao mesmo mês de 2005, a inadimplência tributária cresceu 59%, passando de R$ 709,16 bilhões para R$ 1,13 trilhão. O principal motivo da sonegação e inadimplência, segundo o estudo, é a alta tributação, que também inibe as empresas de deixarem o mercado informal. De acordo com o estudo, uma empresa na formalidade suporta uma carga de 45% e o
maior ônus fica concentrado na produção e nos salários, bases que representam mais de 76% da arrecadação total. Injustiça fiscal – O PIB brasileiro totalizou, em 2005, R$ 1,94 trilhão. Desse montante, cerca de 69% vieram da economia formal, ou seja, R$ 1,34 trilhão, e o restante da informalidade. "Como no cálculo do PIB também entram os valores da economia informal, os setores formais acabam respondendo pela quase totalidade da arrecadação tributária", diz o presidente do IBPT. Para a advogada Vanessa Clímaco, do escritório Olimpio de Azevedo Advogados, o governo deveria intensificar es-
forços para inibir a evasão fiscal e trazer mais empresas para a formalidade. "Não adianta aumentar a carga tributária para suprir a perda causada pela sonegação, informalidade ou inadimplência porque só vai sobrecarregar ainda mais as empresas formais. É preciso investir na fiscalização e dar benefícios às companhias que estão em dia com suas obrigações fiscais", diz Vanessa. "Assim como há empresas que não conseguem arcar com a elevada carga de impostos, algumas aproveitam a falta de fiscalização e sensação de impunidade para deixar de pagar tributos", conclui a advogada. Márcia Rodrigues
Paulo Pampolin/Hype
Bancos perderam R$ 400 mi com golpes em 2005 Em visita a São Paulo, especialista da RSA Security aborda medidas antifraudes
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e as fraudes na internet deixam o cidadão de cabelo em pé, imagine os bancos brasileiros, que amargaram perdas de R$ 400 milhões em 2005, segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). E foram quase 78 mil fraudes bancárias apenas nos seis primeiros meses deste ano. Por isso, Louie Gasparini, um dos papas no desenvolvimento de medidas antifraudes e CTO da RSA Security, de passagem, ontem, por São Paulo, alertou que os fraudadores renovam suas táticas e usam tecnologias avançadas todos os dias. "Hoje são quadrilhas globais organizadas que se comunicam, daí o combate implacável determinado pelas instituições financeiras no mundo inteiro, como forma de viabilizar as transações eletrônicas e reduzir custos operacionais", disse Gasparini. Para se ter uma idéia, já foram detectados 1.850 diferentes tipos de fraudes em vários pontos do globo. Segundo Gasparini, 29% dos golpes partem dos EUA, 19%, da Rússia, 5%, do Brasil, 5%, da China e 4%, da Coréia. Ataques – O especialista mostrou as dezenas de formas e técnicas avançadas de "ataque" para obter senhas na internet, listas de contas bancárias, clonagem de cartões, entre outras. Na internet, a mais comum é a "Fishing Scam" – envio de emails fraudulentos que
Fraudadores de processos na mira da PF
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Gasparini: bancos menores na mira dos golpistas
tentam convencer o destinatário a baixar e executar um programa – que, quando dá certo, acaba monitorando e captando dados de um usuário. Como a reação dos bancos tem sido vigorosa, os fraudadores mudam rapidamente seus alvos de ataques. "Como os grandes bancos investiram muito contra os golpes, eles começam a se deslocar para os menores", alertou. Essa prática, acrescentou, já é comum nos Estados Unidos e na Inglaterra. Para Gasparini, o combate às fraudes funciona com maior
Seguradoras e financeiras são vítimas
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ma pesquisa sobre segurança global da Delloite, multinacional de auditoria e consultoria, com 150 executivos de seguradoras e financeiras, mostrou que mais da metade (51%) já foi alvo de fraudes via "phishing" e "pharming" (emails e sites que capturam dados do usuário). Outros 58% disseram que o combate à fraude encabeça a lista de prioridades das suas corporações e 72% das instituições foram vítimas de fraude nos últimos 12 meses, gerando perdas que giraram em torno de US$ 1 milhão. (SLR)
precisão quando conjuga várias ferramentas simultaneamente, por exemplo, uma combinação entre tecnologia propriamente dita e análise de informação. "A análise de risco é um meio", afirmou o especialista. Ele comparou a proteção na internet com o mundo real, com uma residência que se protege dos bandidos. Para isso, a RSA age preventivamente, usando como "tranca" instrumentos de proteção (chaves de acesso, senhas etc), com destaque para o "token", uma aparelhinho que dá ao usuário uma senha nova a cada 60 segundos, necessária para "autenticar" operações online ou não. Além disso, usa o "alarme", com o monitoramento de comportamento do consumidor. Nesse caso, enquanto a média de instrumentos de mercado descobre uma operação bancária fraudulenta em cada 25 operações "barradas", a média da RSA é de uma operação fraudulenta para cada "barrada". A RSA Security está no Brasil há mais de seis anos. Tem sede nos Estados Unidos e presença em mais de 50 países. Em dezembro passado comprou a Cyota, empresa líder na área de autenticação e soluções antifraudes para o setor financeiro. Tem mais de 21 mil clientes no mundo e, no Brasil, uma carteira que inclui empresas como Petrobras, Vivo e os bancos ABN, J. Safra e Itaú. Sergio Leopoldo Rodrigues
Polícia Federal prendeu ontem nove pessoas acusadas de participarem de uma quadrilha especializada em fraudar processos judiciais. A operação, denominada Sansão, ainda deve cumprir mais três mandados. Os presos são do Maranhão, Pernambuco, Ceará, Minas Gerais e Pará. Juízes, advogados, servidores públicos estaduais e empresários estão envolvidos no esquema. De acordo com nota da Polícia Federal, o grupo agia de duas formas: pela falsificação de documentos que serviriam de base para uma ação judicial (como confissão de dívida, testamento), geralmente contra pessoas INFORME PUBLICITÁRIO
que mantinham contas bancárias sem movimentação e com grande quantia de dinheiro para apropriar-se desses recursos; ou pela falsificação do próprio processo que era enviado como precatório para outra comarca, com o mesmo objetivo. Além dos mandados que estão sendo cumpridos, por decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, o Ministério Público Estadual de Pernambuco prendeu mais duas pessoas, entre elas um juiz, por envolvimento com a mesma quadrilha. Os presos irão responder pelos crimes de formação de quadrilha, estelionato e corrupção passiva. (ABr.)
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Congresso Planalto Eleições CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 20 de setembro de 2006
CRISTINA DISPARA E POLARIZA DISPUTA NO AMAPÁ
A prisão preventiva do Palocci é pirotecnia para a televisão. José Roberto Batochio
Paulo Liebert / AE
BRASILEIROS E BRASILEIRAS:
ESTA MULHER AMEAÇA SARNEY Estreante na política, Cristina Almeida (PSB) tem subida meteórica nas pesquisas e encosta no senador.
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Cristina: "Só falta ele usar saia colorida e usar turbante como o meu".
m 16 anos como senador pelo Amapá, José Sarney (PMDB) pela primeira vez se vê obrigado a enfrentar a lama e a poeira dos bairros de periferia e suar o jaquetão em caminhadas sob um sol escaldante com temperaturas que chegam a 40 graus no início da tarde. Sarney, que se elegeu duas vezes facilmente pelo Amapá, apoiado no cargo de ex-presidente e com promessas de que o Estado teria força no Senado, agora vê sua reeleição ameaçada por uma caloura. Cristina Almeida, do PSB, militante dos movimentos negros, dançarina de "marabaixo" – a maior manifestação cultural dos amapaenses –, ex-superintendente do Incra no Amapá, é a pedra no meio do caminho de Sarney. Ele já acumula 37% de rejeição, ou seja, mais de um terço dos eleitores afirmam não votariam nele de jeito nenhum. A rejeição de Cristina é de 24%. De acordo com as pesquisas
DATAFOLHA: LULA GANHARIA NO 1º TURNO
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presidente e candidato à reeleição pela coligação "A Força do Povo (PT-PCdoB-PRB), Luiz Inácio Lula da Silva, venceria as eleições no primeiro turno, se a votação fosse hoje. É o que aponta, mais uma vez, pesquisa Datafolha. O levantamento foi divulgado ontem à noite no "Jornal Nacional", da Rede Globo. De acordo com o Datafolha, Lula manteve os mesmos 50% das intenções de voto já verificados na pesquisa anterior, divulgada em 12 de setembro. Por sua vez, Geraldo Alckmin, da coligação "Por um Brasil Decente" (PSDB-PFL) cresceu um ponto percentual, passando de 28% para 29%. Não houve alterações no cenário de um eventual segundo turno, e Lula ganharia de Alckmin por 55% a 38%. Isso significa que, a despeito do horário eleitoral gratuito e da cerrada troca de acusações entre os candidatos nos palan-
ques nesta reta final de campanha, a corrida não tem apresentado as oscilações expressivas alardeadas por todos em seus discursos. Na prática, conforme os dados apurados pelo instituto, o tiroteio aberto em nada alterou o cenário da campanha até aqui. Ou seja, os eleitores têm se mostrado refratários a qualquer espécie de escândalo, acusação, ameaça ou bravata, de parte a parte. A candidata do PSol, por exemplo, senadora Heloísa Helena, ficou com os 9% que teria amealhado até o período anterior. Apenas o candidato
do PDT, Cristovam Buarque, apresentou um crescimento de 100%: passou de 1% para 2%. Ana Maria Rangel (PRP), José Maria Eymael (PSDC) e Luciano Bivar (PSL) não totalizaram 1%. Brancos e nulos somaram 4%, indecisos totalizaram 5%. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais. Com relação à avaliação do governo Lula, passaram de 46% para 48% os que apontaram a administração do petista como boa ou ótima. A avaliação regular foi citada por 34%, ante 35% da pesquisa anterior, e os que indicaram o governo como ruim ou péssimo ficou em 18%. O levantamento, registrado em 14 de setembro no Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo número 17958/2006, foi contratado pela empresa Folha da Manhã e pela Rede Globo. O Datafolha entrevistou 7.735 pessoas entre anteontem e ontem em 353 municípios de todo o Brasil. (AE)
ALCKMIN BATE LULA NA CAPITAL
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candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, manteve, pelo terceiro mês consecutivo, a preferência de votos entre os paulistanos, segundo os números da Pesquisa de Avaliação Política (PAP), divulgada ontem pela Federação do Comércio do Estado São Paulo (FecomércioSP). De acordo com o levanta-
mento, Alckmin registrou 40,1% das intenções de voto, contra 30,1% do presidente e candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. Lula e Alckmin ficaram estáveis em relação à pesquisa anterior, divulgada em agosto. Na época, Alckmin registrou 39,6% das intenções de voto e Lula obteve 31,6%. O destaque da pesquisa foi o
desempenho da candidata do Psol, Heloísa Helena: ela subiu de 12,5% em agosto para 14,1% em setembro. O levantamento foi realizado em 1º de setembro com 861 eleitores da capital paulista. O total de brancos e nulos somou 5,5% e os que não souberam ou não responderam atingiram 6,6%. A margem de erro é de 3 pontos porcentuais.
Jarbas Oliveira / AOG
ACIDENTE AÉREO NO CEARÁ – Uma pane no motor derrubou ontem de manhã o helicóptero que conduzia parte da comitiva do candidato ao governo do Ceará, Cid Gomes (PSB). O piloto ainda tentou fazer um pouso forçado em um campo de futebol, mas a aeronave acabou desabando. Quatro pessoas ficaram feridas, entre elas o petista Ilário Marques, prefeito licenciado de Quixadá (CE).
Roosewelt Pinheiro / ABr
de opinião, de maio para cá Cristina subiu de 8% para 40% na preferência do eleitor, enquanto Sarney caiu de 58% para 47%. Dados do Ibope mostram que, entre os eleitores mais instruídos, Cristina é a preferida. Ela tem 47% das intenções de votos dos eleitores que possuem ensino médio e superior. Já a liderança de Sarney é entre os de baixa escolaridade. Entre os eleitores que cursaram até a quarta série do primeiro grau, 47% afirmam votar nele. O horário eleitoral virou um bate-rebate entre os dois. Ela aparece dançando "marabaixo" – e, diga-se de passagem, dança muito bem. Ele tentou ensaiar uns passos. "Só está faltando ele vestir roupas coloridas como as minhas e usar um turbante igual ao meu", ironizou a adversária. Ela ressalta que é amapaense, nascida numa comunidade negra, e pede que o povo devolva ao Amapá o mandato de senador que foi dado a Sarney.
Sarney: perda expressiva de espaço entre os eleitores mais instruídos.
Ele lembra que Getúlio Vargas era gaúcho e foi senador por São Paulo. Ele processa jornalistas e ela, em seu programa no horário eleitoral, se mostra uma ferrenha defensora da liberdade de expressão. Sarney controla a maioria das emissoras de rádio, de televisão e os jornais. Cristina tem ao seu lado apenas um jornal
semanal e um programa de rádio. Mesmo assim, Sarney resolveu comprar briga com dois blogs que publicaram a foto de um muro onde foi pintada uma caricatura dele com a expressão "Xô". Deu um tiro no pé. Milhares de blogs do Brasil e do exterior se uniram e lançaram na rede mundial a campanha "Xô Sarney".(AE)
Celso Messias / AE
Panfletos que atacavam Palocci e outros políticos de Ribeirão foram recolhidos pela Polícia Federal.
PALOCCI: PRISÃO PREVENTIVA
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delegado seccional de Ribeirão Preto, Benedito Antônio Valencise, divulgou ontem o relatório final do inquérito do lixo, no qual pede à Justiça as prisões preventivas de dez pessoas. O primeiro nome da lista é o do ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci Filho (PT). Para Valencise, as provas de fraudes no contrato do lixo e de varrição pública são incontestáveis. O relatório será encaminhado hoje para o juiz da 1ª Vara Criminal local, Guaracy Sibille Leite, que em seguida pedirá um parecer aos promotores do Ministério Público Estadual (MPE). Valencise citou que Palocci coordenou o esquema de
fraude entre 2001 e 2004, que teria desviado R$ 30,7 milhões dos cofres públicos. O delegado destacou o trabalho "claro e transparente" da Polícia Civil e não quis comentar o argumento do advogado de Palocci, José Roberto Batochio, que, pouco antes, encaminhou uma petição ao juiz para solicitar a decretação de segredo de Justiça sobre o inquérito até a data da eleição, já que seu cliente é candidato a deputado federal pelo PT. "Se ele pedir a prisão preventiva de Palocci, é pirotecnia para a televisão", disse Batochio, uma hora antes. Após saber da divulgação do pedido de prisão de seu cliente, manteve o seu argu-
mento: "É pirotecnia." Mesmo que a Justiça determine a prisão de Palocci, ele não poderá ser preso até 48 horas depois do pleito de 1º de outubro – o ex-ministro só seria preso em caso de flagrante ou condenação. Panfletos – A pedido da Justiça Eleitoral, a Polícia Federal apreendeu milhares de panfletos em Ribeirão que atacavam Palocci e outros políticos. "Foram cerca de 20 diferentes jornais, mostrando as quadrilhas que sacanearam Ribeirão Preto, principalmente as do Palocci", disse o ex-vereador e candidato a deputado Fernando Chiarelli, autor dos panfletos. "Não há crime, pois são verdades". (AE)
ELEITOR VAI DIGITAR 21 TECLAS
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s eleitores terão de digitar, no mínimo, 21 teclas na urna eletrônica para escolher seus representantes para ocupar cargos executivos e legislativos no dia 1º de outubro. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deverão ser eleitos 513 deputados federais, 1.059 deputados estaduais ou distritais, 27 senadores, 27 governadores, além do presidente. O eleitor deverá votar pri-
meiro nos candidatos a deputado federal, cuja identificação é feita por quatro algarismos, e depois nos candidatos a deputado estadual ou distrital, com cinco números. Em terceiro lugar, deverá ser escolhido o candidato ao Senado, representado com três dígitos. A quarta escolha é para governador e, por fim, para presidente da República, com dois algarismos cada, que correspondem ao partido do candidato.
A previsão da Justiça Eleitoral é que o eleitor gaste, em média, 40 segundos para concluir a votação. Além de levar os números anotados, o TSE alerta o eleitor para a necessidade de verificar se o número e a foto que aparecem na tela são os do seu candidato antes de apertar a tecla confirma. Caso tenha se enganado, o eleitor poderá recorrer à opção corrige e digitar novamente os algarismos. (AE)
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Planalto Congresso Corr upção Eleições
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 20 de setembro de 2006
O senador Bornhausen não tem passado para falar isso. Márcio Thomaz Bastos
OPOSIÇÃO ACUSA; BASTOS SE DEFENDE.
ADVOGADO DE EX-ASSESSOR É LIGADO AO MINISTRO, DIZ O SENADOR. Roberto Stuckert Filho / AOG
BORNHAUSEN: 'BASTOS PROTEGE O GOVERNO'
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presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), não economizou acusações e bateu forte ontem no governo Lula e no ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Bornhausen afirmou que o dinheiro encontrado pela Polícia Federal (PF) com Gedimar Passos e Valdebran Padilha tem origem "escusa" e é "dinheirama de corrupção". Ele acusou Thomaz Bastos de interferir nos processos para proteger o governo e o desafiou a mostrar as imagens do dinheiro apreendido com os dois ligados ao PT. "O ministro tem sempre agido como advogado criminalista de Lula. Não tem isenção. Ele interfere nos processos. Protegeu Palocci (ex-ministro da Fazenda, acusado de comandar a violação do sigilo
bancário do caseiro Francenildo Costa) com um integrante de seu gabinete", afirmou Bornhausen, ressaltando que a Polícia Federal agiu no caso a pedido do Ministério Público. Ele acusou o ministro de interceder no processo para evitar os esclarecimentos. "Espero que o ministro Márcio, que diz ser isento, mostre as fotografias (do dinheiro). É um desafio", sustentou o pefelista. Bornhausen foi categórico ao afirmar que o dinheiro encontrado com Gedimar e Valdebran tem sua origem na corrupção e sugeriu que ele possa ser do assalto ao Banco Central em Fortaleza, ou das cartilhas confeccionadas pelo governo para serem entregues pelo PT – caso que está sendo investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). "Tanto os reais quanto os dó-
Lula e o dossiê
A
s pesquisas dão atualmente ao presidente Lula a média de 48% a 50% de índice de intenção de voto, mas mesmo assim Geraldo Alckmin está absolutamente convencido de que haverá 2º turno na eleição presidencial. O tucano está ciente de que Lula cairá nas pesquisas em função do envolvimento do governo e do PT no mais recente escândalo: o do dossiê que teria sido preparado para incriminar José Serra e o próprio Alckmin. Alckmin aposta que Lula não teria mais de 45% de votos nas pesquisas. Para que haja 2º turno, é importante que Lula não alcance 50% dos votos mais 1.
ENCURRALADO Ministro age como advogado criminalista de Lula, acusa o senador.
lares (apreendidos com Gedimar Passos) estão em série. Sei lá de onde vieram e de onde surgiram – se foram das cartilhas ou do assalto ao Banco Central em Fortaleza. Mas o fato é grave, sim, e tem de ser apurado", afirmou. Em discurso na tribuna, Jorge Bornhausen disse ainda ter recebido um e-mail informando que Augusto de Arruda Botelho, advogado do ex-assessor especial da Secretaria Particular da Presidência da República, Freud Godoy, teria vinculação direta com Márcio Thomaz Bastos. Segundo o presidente do PFL, Botelho teria sido estagiário e advogado júnior do escritório de advocacia de Bastos em São Paulo. "Se isso for verdade, é mais uma ação do criminalista de Márcio Thomaz Bastos em favor de seu cliente,
o presidente Luiz Inácio Lula da Silva", disse o senador. Em seguida, o presidente do PFL voltou a questionar a origem do dinheiro apreendido pela PF. "Aonde Freud arrumou o dinheiro? Por que seu depoimento na Polícia Federal só durou 20 minutos? Isso vem acrescentar mais uma mancha na história do governo Lula", questionou Bornhausen. O senador citou também as relações de Jorge Lorenzetti – que teria contratado o advogado Gedimar Passos e o apresentado a Freud Godoy – com o PT, partido de Lula. Para Bornhausen, Lorenzetti saiu da "ação de cortar churrasco" para o cargo de diretor financeiro do Banco do Estado de Santa Catarina (BESC), que foi federalizado. "Ele nunca viu um banco na vida e foi galgado a esse posto." (AE)
MINISTRO FALA EM ISENÇÃO DA PF Fábio Motta / AE
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Bastos: 'Querem derrubar Lula'.
ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos, reagiu aos apelos da oposição para que a Polícia Federal exiba o dinheiro apreendido com os envolvidos na negociação de dossiê contra os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin. Ele afirmou que não vai deixar a Polícia Federal ser usada eleitoralmente. Segundo o ministro, a PF tem feito um trabalho isento e precisa investigar o caso com calma,
ao lado do Ministério Público e da Justiça. "O que se quer é gerar imagens para prejudicar claramente a campanha do presidente Lula, que está com 50% dos votos", disse o ministro, após a abertura da Assembléia Geral da Interpol, no Forte de Copacabana, no Rio. "As pessoas precisam entender que o Brasil mudou. Não é mais como naquele tempo em que se faziam imagens para jogar na TV e
Reunião Plenária (informações, debates e busca de soluções)
Palestrantes
Alejandro Peña Esclusa, Presidente da Fuerza Solidaria da Venezuela
Tema: “Futuro da Democracia na América Latina”
Eymar Mascaro
Reinaldo Azevedo, Jornalista da revista “Veja”
Tema: “Cenário Político Brasileiro”
Apresentação, pelo Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos, da edição especial da revista “Digesto Econômico”, em sua nova fase
Dia: 25 de setembro de 2006, segunda-feira Horário: às 17 horas Local: Rua Boa Vista, 51, 9º andar
destruir candidatura", disse. Sobre o questionamento da isenção da Polícia Federal para conduzir a investigação, feito pelo presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen, o ministro respondeu: "O senador Bornhausen não tem passado para falar isso". Perguntado se até agora as investigações indicam um esquema montado pelo PT contra o PSDB, o ministro divagou: "Há um caminho nessa direção". No entanto, ressaltou que seria apenas um grupo dentro do partido. Para o ministro, é preciso separar a apuração do caso do calendário eleitoral. "Não se pode querer agora colocar isso dentro da agenda de 15 dias que nós estamos da eleição, e nem fazer disso objeto ou moeda de troca eleitoral. Não vamos permitir isso", afirmou. Uso eleitoral – O diretorgeral do Departamento de Polícia Federal (DPF), Paulo Lacerda, também rebateu as críticas sobre o trabalho no caso do dossiê. Ele deixou claro que a não apresentação do dinheiro apreendido na quinta-feira à noite, em São Paulo, foi uma decisão da Polícia Federal para evitar o uso político do caso. Questionado sobre a apresentação que costuma ser feita em outras ações policiais, ele explicou: "Em outras operações, há o aspecto pedagógico, uma visão de toda a sociedade de um trabalho que visa desestimular aqueles que estejam ligados ao crime organizado. Já neste caso, qualquer tipo de imagem seria utilizada com finalidade político-eleitoral e nós não vamos fazer esse jogo", disse. Investigações – Segundo o superintendente em exercício da PF de Mato Grosso, Geraldo Pereira, também presente à reunião da Interpol, tanto as notas de real como as de dólar apreendidas são seqüenciais, o que facilitará a investigação para descobrir a origem do dinheiro. (AE)
O presidente Lula mostrou-se encurralado com o envolvimento de um de seus principais assessores, Freud Godoy, que acabou por se demitir do governo após ser acusado de ser o responsável pela tentativa de compra do dossiê contra os tucanos. Lula viajou para os EUA preocupado com desenrolar do caso.
IMPUGNAÇÃO Os presidentes do PSDB e PFL, Tasso Jereissati e Jorge Bourhausen, acreditam que a candidatura de Lula à reeleição corre risco de ser impugnada, caso seja confirmado o envolvimento do presidente no escândalo. Seria a primeira vez que a justiça eleitoral impugnaria uma candidatura em tais circunstâncias.
ÍNDICES Pelo cálculo dos marqueteiros tucanos, Alckmin precisa alcançar, no mínimo, de 32% a 35% dos votos, e Lula não pode ter mais de 45%. Além disso, Heloísa Helena precisa garantir 10% dos votos. Se isso tudo acontecer, os tucanos conseguem levar a eleição para o 2º turno.
COMO ESTÁ Alckmin está oscilando entre 28% e 30%. Necessita, portanto, subir pelo menos 5 pontos percentuais. Os tucanos admitem que seu candidato romperá a barreira dos 30% e chegará a 35% com a ajuda de candidatos a governos estaduais.
CRESCIMENTO Alckmin está explorando na televisão mensagens de importantes aliados, como Aécio Neves, José Serra, Paulo Souto, César Maia e Marconi Perillo. São depoimentos que devem colaborar com Alckmin em Minas, São Paulo, Bahia, Rio e Goiás.
IMPORTANTE Aécio Neves tenta alavancar Alckmin em Minas, uma região que conta com 13 milhões de votos. Como candidato à reeleição ao governo mineiro, Aécio tem mais de 70% de preferência dos eleitores. Os tucanos não entendem porque Alckmin tem (ou tinha) apenas 26% de intenção de voto no estado, contra 54% de Lula.
BAIANOS A esperança de crescimento de Alckmin na Bahia é o governador Paulo Souto, favorito nas pesquisas como candidato à reeleição. Alckmin não tem deslanchado no estado,
que dá a Lula mais de 60% de intenção de voto. A Bahia tem um colégio de 9 milhões de eleitores.
ARRANQUE O apoio na televisão de José Serra pode ajudar Alckmin a subir nas pesquisas em São Paulo. O tucano quer ter 15 pontos a mais do que Lula entre eleitores paulistas. Por enquanto, a diferença no estado em favor do tucano é de 6 pontos, com tendência a crescer.
INVESTIDA O Rio é outro desafio para o candidato tucano. O prefeito César Maia também gravou programas para serem exibidos na televisão. Alckmin vem arrancando índice de 20% de intenção de voto no Rio, contra 48% do petista. O Rio é o 3º colégio eleitoral, com 11 milhões de votos.
OUTROS NÚCLEOS Além da Bahia, a meta de Alckmin é crescer em outros dois importantes núcleos eleitorais do Nordeste: Ceará (com 5,3 milhões de votos) e Pernambuco (5,7 milhões). Em tempo: nos dois estados o candidato tucano está perdendo a eleição para Lula.
SUPREMACIA É estranho para os aliados o que continua acontecendo em Pernambuco: o tucano tem o apoio de Mendonça Filho (PFL), candidato a governador; de Sérgio Guerra (PSDB) coordenador de campanha; de Roberto Freire (presidente do PPS) e do ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) e, no entanto, Alckmin está bem atrás de Lula nas pesquisas.
CONSTATAÇÃO As últimas pesquisas ratificaram que Pernambuco é o estado do Nordeste em que Lula obtém o maior índice de intenção de voto: 70%. Detalhe: Lula é pernambucano (nasceu em Garanhus). Mas os principais líderes locais apóiam a candidatura Alckmin.
CONSTATAÇÃO O presidente Lula cancelou sua participação no debate com industriais na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em Brasília, na sexta-feira. Lula não deve participar também do debate dos presidenciáveis marcado para o dia 28, na TV Globo.
6 -.ECONOMIA
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 20 de setembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO Larri é um cara que tem bastante qualidade, mas vou pensar em quem vai ser o melhor, ainda não sei. Por enquanto não tenho nenhuma idéia de em quem vou apostar. Do tenista brasileiro Gustavo Kuerten, atualmente sem técnico, sobre Larri Passos, que o acompanhou em toda a sua carreira. Eles romperam a relação em abril de 2005.
quarta-feira, 20 de setembro de 2006
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SETEMBRO
2 -.LOGO
20 A atriz italiana Sofia Loren, nascida Sofia Scicolone, completa 72 anos
M EDICINA E SPAÇO
Ajuda contra o fumo
Objeto misterioso ronda Atlantis A Nasa adiou o retorno do ônibus espacial Atlantis para que os técnicos avaliem um objeto misterioso que flutua entre ele e a Terra, anunciou a astronauta Terry Virts, encarregada da comunicação com os tripulantes a partir do Centro Espacial Johnson, em Houston (Texas). Também pesou na decisão a previsão do Serviço Meteorológico Nacional, que anuncia tempestades para as proximidades do Centro Espacial Kennedy (Flórida). Durante sua missão de 11 dias, os seis astronautas do Atlantis instalaram na Estação Espacial Internacional (ISS) novos painéis solares que
duplicarão o fornecimento de energia no módulo que orbita a cerca de 380 quilômetros da Terra. O objeto misterioso foi localizado às 3h45 (de Brasília). "Uma câmera da Atlantis revelou um pequeno objeto negro, em uma órbita paralela à nave. Ele pode ser algo que não traga conseqüências, como um pedaço de gelo, ou alguma coisa mais séria, que nos obrigue a tomar providências", disse Wayne Hale, responsável pelo programa do ônibus espacial. Uma das hipóteses piores é a de que o objeto tenha atingido o Atlantis, provocando danos a seu escudo térmico.
R ETROSPECTIVA Paul Hackett/Reuters
Anvisa aprova comercialização de novo remédio contra tabagismo
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os próximos meses, chega às farmácias brasileiras uma nova geração de remédios contra tabagismo. Ontem, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o vareniclina, princípio ativo do Champix, do laboratório Pfizer. Até então, o mais procurado remédio contra o cigarro era a bupropiona (princípio ativo do antidepressivo Zyban), que diminui os sintomas de abstinência. O remédio ocupa o espaço da nicotina no cérebro. "Ele age nos receptores da nicotina e, com isso, reduz o prazer e a necessidade de fumar", explica a cardiologista Jaqueline Scholz Issa, diretora do Programa de Tratamento do Tabagismo do
Instituto do Coração. "Isso é inédito. Mas não representa a 'cura'. Para largar o cigarro, a mudança do fumante tem de também ser comportamental. E isso não é fácil". Há cerca de 1,3 bilhão de fumantes no mundo. Estima-se que no Brasil um terço da população adulta seja fumante – 16,7 milhões de homens e 11,2 milhões de mulheres, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). No total, são 200 mil óbitos por ano relacionados ao fumo no País. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas de 0,5% a 5% conseguem parar de fumar sem ajuda médica. Os estudos com o Champix que serviram de base para a aprovação envolveram mais
de 2 mil tabagistas que fumavam em média 21 cigarros por dia durante 25 anos. Pacientes que receberam o remédio por 12 semanas (1 mg duas vezes por dia) quadruplicaram a chance de parar de fumar, quando comparados aos que usaram placebo. Um ano depois, um em cada cinco pacientes que receberam a droga ainda estava sem fumar. A nicotina atinge o sistema nervoso em oito segundos. Lá ela estimula a produção de substâncias que dão relaxamento, como os hormônios dopamina e serotonina. Depois, segue para o fígado, onde é metabolizada. A nova droga, que ainda não tem preço definido, será vendida só com prescrição médica. (AE)
Laszlo Balogh/Reuters
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F UTEBOL
Romário: noite de sem-teto
DEMOCRACIA - Pela terceira noite, cerca de 10 mil manifestantes se concentraram diante do Parlamento da Hungria, em Budapeste, para exigir a renúncia do primeiro-ministro Ferenc Gyursany, do Partido Socialista, que admitiu ter mentido para ganhar as eleições de abril. São os maiores protesto no país desde a queda do regime comunista, em 1989. A RTE
Elefante cor-de-rosa
VILLA-LOBOS A
última obra-prima do britânico Banksy, um elefante real pintado de rosa, foi "censurado" pelas entidades de defesa dos animais de Los Angeles, onde está em exposição. Segundo o artista, o elefante cor-de-rosa é um "protesto contra a pobreza mundial" e a tinta é atóxica. Mas os ativistas o obrigaram a tirar a tinta do elefante. Banksy é reconhecido por manifestos polêmicos.
F AVORITOS
Estilingue com mira laser
Wikimania chega à política
A dengue pode ser transmitida de um mosquito para os filhotes, e daí para seres humanos, de acordo com pesquisa realizada na Indonésia que reforça a importância de matar os ovos do inseto durante o combate à doença. Segundo a pesquisa, mosquitos Aedes aegypti que já nascem com o vírus são capazes de infectar seres humanos. Agora, os cientistas buscam desenvolver inseticidas que matem não só o mosquito adulto, mas também o ovo e a larva. L OTERIAS Concurso 489 da DUPLA SENA
Ativismo político, sim, mas com flores
Primeiro Sorteio 10
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Segundo Sorteio
A TÉ LOGO
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo: 06
Polícia Metropolitana de Londres se declara inocente na morte do brasileiro Jean Charles Miguel Etchecolatz, ex-torturador da ditadura argentina é condenado à prisão perpétua
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http://campanhas.wikia.com
Muro na Faixa de Gaza: manifesto pela paz
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proddetail.php?prod=PS-55
A LaserSlingShot.com lançou essa versão impressionante do velho brinquedo de criança. O PS55 vem com uma mira a laser, que marca o alvo com um ponto vermelho. Pensando bem, não é um brinquedo, mas uma arma bem perigosa. Custa US$ 70.
O Departamento de Justiça dos EUA decidiu ontem devolver à Argentina três raros ovos de dinossauros e quatro toneladas de fósseis roubados do país sul-americano. Os itens contrabandeados foram apreendidos em fevereiro com José Lopez, um intermediário ligado à empresa argentina Rhodo Co., durante uma exposição de jóias, minerais e fósseis raros em Tucson, no Arizona. Em 2003, a Argentina aprovou uma lei que proíbe a venda dos fósseis encontrados em seu solo e, para receber o material de volta, concordou em não indiciar Lopez.
Dengue, de pai para filho
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www.laserslingshot.com/
Até que não demorou para a mania wiki - palavra que significa rápido, em havaiano - chegar à política. Países de língua inglesa já contavam com o Campaigns Wiki, que agora ganhou a versão em português: Wiki Política. Ali, o internauta pode tanto consultar quanto produzir informações sobre o tema. Como o site é feito diariamente, ainda tem poucos arquivos, mas já é possível encontrar informações sobre as eleições 2006, conhecer os objetivos do site e também integrar o time dos "wikipedistas"
Muitos quilates à vista
C IÊNCIA
www.banksy.co.uk
G @DGET DU JOUR
B RAZIL COM Z
Retorno dos dinos roubados
C A R T A Z
Bachianas Brasileiras nº4, de Villa-Lobos (foto) com a Orquestra Antunes Câmara. Teatro São Bento. Largo São Bento, s/nº. Telefone: 3328-8799. Às 20h30. Grátis.
Um livro não terminado do autor de O Senhor dos Anéis, J.R.R. Tolkien, foi concluído por seu filho Christopher e será publicado no início de 2007. Tolkien começou a escrever Os filhos de Hurin em 1918, mas não pôde terminá-lo. Seu filho passou quase três décadas trabalhando em suas notas para completar a obra. "Esta épica história de aventuras, tragédia, companheirismo e heroísmo é uma das melhores expressões da habilidade de J.R.R. Tolkien como narrador", afirmou a editora-geral da HarperCollins, Victoria Barnsley, que vai publicar o livro.
A RQUEOLOGIA
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alternativa de seguir para Nova York, descansar num hotel e, então, embarcar para a Flórida na manhã de domingo. Só que o hotel estava lotado e a delegação voltou ao aeroporto de Nova York. "Deitamos nos carpetes do aeroporto. Mas estava desconfortável. E ninguém conseguiu pregar o olho", contou o técnico do time, Chiquinho de Assis. Romário, com comportamento exemplar, enfrentou todos os contratempos sem reclamar e ainda relembrou uma situação semelhante quando jogava pelo Vasco.
Conclusão de livro inacabado
A agência de notícias norteamericana Bloomberg anunciou ontem que a empresa Brazilian Diamonds Limited, com sede em Vancouver, no Canadá, encontrou 31 diamantes no total de 19,38 quilates em sua propriedade em Santo Antonio do Bonito. A empresa atua em joint venture no País. O preço estimado das pedras é de US$ 6.000 a US$ 10.000 por quilate. O tamanho e valor das pedras é considerado pequeno, mas a descoberta, segundo a agência, fez a empresa decidir investir mais tempo e dinheiro na prospecção do terreno.
O Pensador, do escultor francês Auguste Rodin, ocupa lugar central na maior retrospectiva já realizada das obras do artista. A mostra ficará na Royal Academy of Arts, em Londres, até janeiro de 2007.
O jogador Romário, que agora atua pelo futebol dos Estados Unidos, passou a madrugada de sexta para sábado no chão. A falta de vôos e vagas em hotéis obrigou o craque e toda a delegação de seu time, o Miami FC, a dormir no chão de um aeroporto após uma derrota por 4 a 1 para o Vancouver. A equipe do Miami tinha marcado a volta para as 6h de sábado. Como não há vôo direto de Vancouver para Miami, seria preciso seguir do Canadá para Dallas, Texas. Um problema com os vôos impediu o embarque do time que tinha a
L ITERATURA
Físico russo contesta teoria sobre buracos negros do 'gênio' britânico Stephen Hawking
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Concurso 1653 da QUINA 05
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quarta-feira, 20 de setembro de 2006
Congresso Planalto Corr upção Eleições
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 Ele sabe de onde vem o dinheiro. ACM sobre Márcio Thomaz Bastos
OPOSIÇÃO INDIGNADA E EUFÓRICA COM DOSSIÊ
Wilton Jr./AE
JUSTIÇA ELEITORAL ABRE INQUÉRITO CONTRA PETISTAS Além do presidente, investigação inclui o ministro Márcio Thomaz Bastos, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, o ex-assessor Freud Godoy, o empresário Valdebran Padilha e o advogado Gedimar Passos.
Para o candidato tucano, presidente Lula não assume responsabilidades pelo que acontece em seu governo
ALCKMIN CULPA LULA
O
candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, disse ontem que o presidente Lula não assume responsabilidades "nem do que ocorre na sala ao lado". Em entrevista a um programa da Rádio Tupi, ele criticou a reação do presidente ao saber que um assessor seu estaria envolvido na compra de um suposto dossiê contra os tucanos. "Aprendi com Mário Covas: se alguém no meu governo errou, fui eu que errei. É o contrário do Lula, que nunca sabe de nada, não ouve nada e não tem responsabilidade nem do que ocorre na sala ao lado", disse Alckmin. S ub m u nd o – "A primeira coisa é assumir a responsabilidade, mas um governo que tem Ney Suassuna (PMDB) e Jader Barbalho (PMDB) não pode dar certo. Está cercado do submundo da política", disse. Para o tucano, o governo Lula falhou ao montar uma equipe formada de companheiros do partido, que causaram o aparelhamento do Estado. "Isso gera ineficiência e corrupção, que é exatamente o que está acontecendo", declarou. O principal acusado da compra de um dossiê para tentar incriminar os candidatos tucanos Alckmin e José Serra, Freud Godoy, é assessor especial do presidente e comanda uma empresa de segurança que presta serviços ao diretório nacional do PT e à campanha de Lula pela reeleição. Durante entrevista, Alckmin
Aprendi com Mário Covas: se alguém no meu governo errou, fui eu que errei. É o contrário do Lula, que nunca sabe de nada, nem do que ocorre na sala ao lado.
É uma corrupção sistêmica, pois nunca aconteceu de se comprar o Congresso. O Brasil não pode continuar no submundo do crime.
disse que a corrupção chegou a um nível que nunca havia chegado antes. "É uma corrupção sistêmica, pois nunca aconteceu de se comprar o Congresso. Dólar na cueca, na caixa de uísque, o Brasil não pode continuar no submundo do crime", afirmou. Tiro certo – Membros graúdos da oposição comemoraram o novo escândalo. Para eles "este episódio foi a melhor coisa que aconteceu desde o início da campanha, a 'bala de prata' que levaria Alckmin ao 2° turno. O candidato disse também que o governo não gosta dos pobres porque o maior aumento do salário mínimo de 16% foi dado em um ano eleitoral. Nos dois primeiros anos do governo Lula, esse aumento foi de apenas 1% segundo Alckmin. "O governo atual não gosta das pessoas mais pobres. Ele gosta do poder. Ano que vem não tem eleição", afirmou Alckmin, acrescentando que já está no orçamento uma previsão de aumento de apenas R$ 25 no salário mínimo. O tucano reafirmou que irá manter o Bolsa Família e reduzir a carga tributária, combater o desemprego e priorizar a segurança pública. Ele também voltou a criticar a posição do governo brasileiro em relação à Bolívia, que teria sido "dúbia": "o presidente do Brasil tem que defender o interesse do trabalhador brasileiro", disse. Após a entrevista, Alckmin fez campanha no Rio de Janeiro. (AE)
DOSSIÊ DOMINA SENADO
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oposição não se limitou ontem a cobrar do governo e responsabilizar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo escândalo da suposta compra de dossiê contra o ex-ministro da Saúde José Serra e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB). "É dinheiro roubado do governo", denunciou o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), que exigiu explicações sobre a origem dos R$ 1,7 milhão apreendidos com petistas. "A Nação não pode ficar conformada, assistindo a que esse dinheiro roubado seja usado pel o g o v e r n o , p e l o P T, p e l o segurança e churrasqueiro do presidente Lula", afirmou. Jereissati fez sucessivas perguntas ainda sem respostas do governo federal. "Esse dinheiro está registrado em alguma campanha? Foi sacado de algum banco? Cadê o cheque? Onde está o resgate? O dinheiro foi roubado por quem?" Dominado – A denúncia da compra de dossiê dominou o plenário do Senado. A orientação do PSDB e PFL é manter o assunto no debate eleitoral. "Esta Casa deve se preparar para um debate muito duro porque a República está po-
Esta Casa deve se preparar para um debate muito duro porque a República está podre. Tasso Jereissati presidente nacional do PSDB
dre", advertiu Jereissati. Os senadores Roberto Saturnino (PT-RJ) e Sibá Machado (PT-AC) defenderam Lula na estratégia de descolá-lo do escândalo. "Não posso aceitar de forma tranqüila isso. Jamais o presidente participou de qualquer episódio dessa natureza", interveio Machado, traduzindo os ataques como "certa dose de preconceito contra Lula". "O Planalto transformou-se num antro de crime e de roubo e o chefe do governo é o responsável principal pelos crimes e a roubalheira desenfreada", afirmou o senador Antonio Carlos Magalhães (PFLBA). "É de um cinismo total e
esse presidente perdeu as condições de governar o País porque lhe falta dignidade. Esse criminoso maior é o sr. Luiz Inácio Lula da Silva", afirmou. Revide – Em resposta a Lula, que, em comício em Salvador chamou-o de "hamster", deu o troco: "Não sou hamster e o presidente é um rato etílico porque engorda com dinheiro da Nação e com a bebida". Na avaliação dos senadores do PSDB e PFL, a operação de suposta compra de dossiê teve como objetivo impedir a eleição de José Serra no 1° turno e evitar que a disputa presidencial fosse levada para o 2° turno. "A responsabilidade é do Planalto e do presidente Lula", disse o coordenador da campanha de Alckmin, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE). Para o líder do PSDB no Senado, Artur Virgílio (AM), "há no horizonte uma crise institucional". Segundo ele, "reeleger Lula equivale a avalizar a imoralidade administrativa, a corrupção, o 'mensalismo', o vampirismo, golpismo a incompetência a chantagem, a prepotência e o suborno. Significa processos e desgastes, ingovernabilidade, atribulações, crises e desfecho imprevisível", advertiu. (AE)
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corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Cesar Rocha, decidiu ontem abrir uma investigação contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, o ex-assessor da Presidência Freud Godoy, o empresário Valdebran Padilha e o advogado Gedimar Passos. Aberta a pedido da coligação formada por PSDB e PFL, a investigação tem o objetivo de apurar a suposta participação de cada um no episódio do dossiê Vedoin, que seria vendido por Vedoin e que comprometeria os candidatos tucanos à Presidência, Geraldo Alckmin, e ao governo, José Serra. Se ficar comprovado o envolvimento de Lula, o presidente pode até ser declarado inelegível. Em despacho de apenas quatro páginas, o corregedor determinou à Polícia Federal que realize perícia em dez dias no "numerário encontrado, especialmente as divisas norteamericanas, inclusive quanto à sua numeração, para saber de sua proveniência e época de confecção". No dia 15, foram apreendidos com Padilha e Passos US$ 248,8 mil e R$ 1,168 milhão. Há evidências de que o dinheiro seria usado para comprar fotos e documentos que supostamente vinculariam
tucanos ao esquema sanguessuga. "Tenho, pelo menos nessa primeira análise, por inegável a repercussão dos fatos narrados na inicial no processo eleitoral em curso", afirmou o corregedor, que mandou notificar Lula, Thomaz Bastos, Berzoini, Freud, Padilha e Passos, que a partir de agora já podem apresentar defesa. Além da perícia no dinheiro apreendido, Rocha pediu cópia integral do inquérito policial relativo ao episódio. O corregedor também determinou à Polícia Federal que mantenha o TSE informado sobre o resultado das diligências e investigações. No pedido protocolado no TSE, o PSDB e o PFL acusam os petistas de abuso de poder político e econômico. Segundo a coligação, Thomaz Bastos teria agido para que fosse dado tratamento privilegiado aos interesses eleitorais de Lula em detrimento de Alckmin. Na opinião da coligação, a PF teria agido de forma parcial e dado tratamento privilegiado a Lula ao não permitir imagens do dinheiro apreendido na semana passada. A coligação argumenta que Berzoini, Padilha e Passos teriam atuado para obter o material do dossiê. De acordo com a coligação, Lula seria, "no mínimo, beneficiário das condutas dos demais". (AE)
de Medicamento candidato, mesmo quando PRESIDENTE Compra da ONU, a quem interessa tinha gente achando que atrapalhar o processo deveria fazer. O último caso NÃO ACEITA eleitoral brasileiro. Lula foi o das Ilhas Cayman, classificou de abominável a preferi entregar aos INSINUAÇÕES elaboração de dossiês. "Eu já quando acusados o chamado dossiê.
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva questionou, durante entrevista nos bastidores do lançamento da Central Internacional de
participei de muitas eleições e estive em situações altamente desfavoráveis. Em nenhum momento eu utilizei qualquer tipo de denúncia contra qualquer
Vou fazer a PF ir a fundo para saber o que aconteceu. Não posso permitir ou aceitar que façam qualquer insinuação contra o governo", disse. (AE)
"ELE É CARA-DE-PAU", DIZ HH.
A
senadora Heloísa Helena, PSol, candidata à presidência da República, defendeu, ontem, em Aracaju, ampla investigação sobre a origem do dinheiro utilizado para a compra de dossiê contra o candidato ao governo de São Paulo, José Serra. Ela também não poupou críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, quando falou para empresários sergipanos a respeito da transposição do rio São Francisco: "não há óleo de peroba suficiente para tanta cara de pau do presidente Lula, quando o assunto é transposição. Em todo estado que chego é uma guerra essa questão da transposição no Nordeste Setentrional porque o presidente faz um discurso diferente em cada lugar", afirmou, acusando-o de promover uma "divisão" do povo nordestino. Segundo ela, no Ceará, 90% da água da transposição será para beneficiar uma indústria de aço que faz exportação para a China. "O povo não vai ver nem um chuvisco, imagine a água", disse. Origem – A respeito da compra do dossiê, Heloísa Helena acha que "que qualquer cidadão precisa saber de onde vêm esses recursos. Só quem tem milhões (de reais) é o narcotráfico, o crime organizado ou a corrupção", alfinetou. Fabriqueta – Segundo a senadora, os acusados detidos pela Polícia Federal "eram ligados à cúpula do PT, da cozinha de Lula". "É preciso se explicar de onde vem todo o dinheiro. São milhões de dólares que foram mandados para o
Jorge Henrique/AE
Se alguém está com uma fabriqueta de real e de dólar precisa avisar aos pobres do Brasil. Heloísa Helena senadora-candidata à presidência
exterior para pagar contas publicitárias do presidente Lula; milhões de reais levados nas peças íntimas do vestuário masculino e, agora, milhões de reais para compra de dossiê. Se alguém está com uma fabriqueta de real e de dólar precisa avisar aos pobres do Brasil", afirmou a candidata. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 20 de setembro de 2006
Indicadores Econômicos
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por cento é a desvalorização acumulada pelo petróleo nos últimos dois meses em Nova York, a maior queda desde a Guerra do Golfo, em 1991.
19/9/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 15/09/2006 15/09/2006 15/09/2006 15/09/2006 15/09/2006
P.L. do Fundo 8.855.645,09 1.441.507,24 7.788.168,95 13.353.994,91 1.263.675,37
Valor da Cota Subordinada 1.190.484352 1.085,731770 1.158,635414 1.118,125480 1.079,808771
% rent.-mês 1,2014 0,7664 1,0545 7,1873 1,6798
% ano 21,8546 8,5732 15,8635 11,8125 7,9809
Valor da Cota Sênior 0 1.081,956713 1.094,922991 0 0
% rent. - mês 0,5306 0,5780 -
% ano 8,1957 9,4923 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 20 de setembro de 2006
DOISPONTOS -77
O anjo da guarda de Dom Menas
mãe de Dom Menas, segundo confissão do seu único filho "ilustre", nasceu analfabeta. A minha também. Até prova em contrário, duvido que a mãe de qualquer leitor tenha nascido com as lições da velha cartilha Caminho Suave na ponta da língua. Infelizmente, isto não existe – o que vem a ser desgraça medonha, falha irreparável do Criador. A miséria está no fato de que muitos de nós viveremos – e morreremos – assim: sem saber ler e escrever. Uns por falta de condições de freqüentar escolas ou, então, de entender o que lhes ensinam. Outros, por opção. Dom Menas optou. Pela ignorância. O que penso de Dom Menas é de conhecimento geral: ele é espertíssimo por natureza, mas não passa de um bronco vulgar. Não estudou
A
porque não quis. Dinheiro e tempo não lhe faltaram. Sempre teve por perto alguém quem lhe emitisse um cheque ou que lhe oferecesse moradia boa e gratuita – para ele, claro. Porque, como se sabe, o que não há é almoço de graça.
Alguém sempre paga a conta. E nem sempre, ao contrário do que muitos imaginam, é quem assina o cheque, se me entendem. Há poucos dias, Mauro Chaves, jornalista de primeira qualidade, publicou um belo artigo no qual
ele relembra algumas pérolas do analfabeto por opção. Nunca é demais citá-las. E por quê? Porque quem diz o que Dom Menas diz sem qualquer constrangimento é mesmo capaz de, por assim, dizer, contratar
um "Fortunato" para lhe fazer segurança cotidiana. Ou de permitir que, em seu nome, mas sem seu "conhecimento", claro, venham a comprar por vias sempre tortuosas dossiês vagabundos. Quem é a mãe do ervanário? Às frases: "Eu gostaria de ter estudado latim. Assim, eu poderia me comunicar melhor com o povo da América Latina". "A grande maioria de nossas importações vem de fora do país". "Eu mantenho todas as declarações erradas que fiz". "Nós estamos preparados para qualquer imprevisto, que possa ocorrer ou não". É aquela coisa: quem, em tendo um pingo e um ponto de instrução, vota em gente assim, não pode reclamar depois do tamanho do nariz do ministro da Justiça. Ou pode?
OLAVO DE CARVALHO OFICIALMENTE
U
ORLANDO SILVEIRA ORLANDOSILVEIRA@UOL.COM.BR
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Paulo Pinto/AE
Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
Prova final para as faculdades particulares
C
Como vencer a crise de crescimento?
s instituições particulares de ensino supe- G A conjuntura rior (faculdades, centros universitários e enfrentada pelas universidades) têm sentido, nos últimos instituições de anos, os efeitos de sensíveis transformações no ensino superior mercado, provocadas pelo aumento da concor- assemelha-se rência, mudanças na demanda e comoditização à dos bancos nos dos preços. A metamorfose é constante e efervesanos 90. Naquela cente. A maioria das organizações não entendeu esse processo ou não está preparada para lidar ocasião, qualquer com ele de modo eficaz. Diferentemente do pas- um com dinheiro sado recente, no qual os ganhos eram fáceis e não poderia abrir um havia a preocupação com gestão ou planejamen- banco e ganhar to, hoje é indispensável pensar em administração com a inflação, eficiente no uso dos recursos. sem preocupação A conjuntura enfrentada pelas instituições de alguma com a ensino superior assemelha-se à dos bancos nos gestão. anos 90. Naquela ocasião, qualquer um com dinheiro poderia abrir um banco e obter ganhos sig- G O setor passa por nificativos com a inflação, sem preocupação algu- uma fase de ma com a gestão. Com a queda da inflação, os esamadurecimento tabelecimentos financeiros tiveram de se adaptar e consolidação. à nova realidade, submeter-se a medidas de reestruturação, implantação de ferramentas de ges- Muitas tão e diversificar suas fontes de receita. Os que instituições serão não conseguiram acabaram passando por proces- incorporadas por so de fusão e aquisição. Da mesma forma, o setor grupos maiores de ensino superior passa por uma fase de amadu- e outras recimento e consolidação. Muitas instituições se- simplesmente rão incorporadas por grupos maiores e outras desaparecerão. simplesmente desaparecerão com a mesma rapidez que surgiram. Para mudar, o melhor caminho é atacar as causas dos problemas de maneira rápida e objetiva. Tal providência deve ocorrer nas 13 causas do declínio, de modo concomitante. Focar Mande seu comentário apenas uma ou outra não resolverá o problema; para doispontos@ pelo contrário, irá aprofundá-lo. As causas a sedcomercio.com.br
A
m amigo, a quem considero o maior e mais sério conhecedor do problema do aborto no Brasil, me abre os olhos para esta seqüência de informações, cuja lógica implacável acaba diluída no fluxo diário de notícias: 1. Em dezembro de 2004, Lula colocou oficialmente a legalização do aborto entre as prioridades do seu governo. 2. Em abril de 2005, comprometeu-se com a ONU, oficialmente, a legalizar o aborto no país. 3. Em agosto, escreveu uma carta à CNBB negando oficialmente qualquer intenção de realizar as promessas 1 e 2. 4. Em setembro, começou a realizar ambas, enviando à Câmara um projeto de lei que descriminalizava oficialmente o aborto. 5. Em dezembro, incluiu oficialmente a legalização do aborto entre as diretrizes do seu programa de governo para o segundo mandato.
rem mitigadas são: internas — gestão frágil, controles financeiros inadequados, fraca gestão do working capital, altos custos, falta de planejamento de marketing, projetos mal dimensionados, política de financiamento errada e administração inerte e confusa. Externas — mudança na demanda, competição/concorrência e movimento de commodity prices.
E
quacionando esses problemas de modo eficiente, os resultados serão positivos, como pode ser observados nos dados abaixo, constante do relatório Valor 1.000 Maiores Empresas, editado pelo jornal Valor Econômico, em agosto/2006. Das mil empresas listadas no compêndio, 10 são do setor de ensino superior. Saliento as que tiveram melhor rentabilidade sobre o patrimônio líquido, com destaque para Anhembi Morumbi (192,5%), Mackenzie (10%) e PUC-Rio (7,2%). No quesito margem EBITDA, que reflete a eficiência no uso dos recursos operacionais, sobressaem-se PUC-PR (com margem de 12,5%), Anhembi Morumbi (7,9%) e Mackenzie (6,1%). O Mackenzie se destaca também com maior crescimento do EBITDA, com variação de 1.933,1%, ocupando a 10ª posição, atrás de empresas dos setores elétrico, mecânico, comércio varejista, petróleo e gás. A Anhembi Morumbi aparece na 5ª posição no tocante à rentabilidade sobre o patrimônio liquido, com 192,5%. Os números acima servem como parâmetro para o setor, cujos dados aos poucos tornam-se públicos. Usar benchmark é uma forma de medir a eficiência interna e saber se a gestão de fato é eficiente. CLÁUDIO GONÇALVES, ECONOMISTA
omo a população brasileira é maciçamente contra o aborto, toda menção ao assunto, que por si só bastaria para arruinar a candidatura do engraçadinho, é meticulosamente evitada na sua campanha eleitoral. A grande mídia, obsequiosa e, aliás, comprometida por mil e um acordos com ONGs bilionárias e organismos internacionais abortistas, não faz ao candidato nenhuma pergunta a respeito. É, portanto, oficial: 1. Lula não tem o menor respeito pela sua própria palavra e pela sua própria assinatura, que ele põe oficialmente em qualquer papel que lhe interesse no momento, sem qualquer intenção de honrá-la. O critério do cronista José Simão para distinguir entre Lula candidato e Lula presidente continua portanto válido e infalível: “Quando ele promete merda, é candidato; quando faz
merda, é presidente". O caso do abortismo sugere apenas que nem sempre a matéria excrementícia prometida é aquela que vem a ser realizada: Lula não é confiável nem mesmo na sua produção fecal. 2. Lula não tem o menor respeito pela religião que diz professar. Mas não me espanta que seja cínico ao ponto de tentar enganar a Igreja, uma vez que se acha esperto o bastante para enganar o próprio Deus, como o fez ao alegar que podia comungar sem confessar por ser “homem sem pecados”. veja: www.olavodecarvalho.org/ semana/050416globo.htm. 3. Lula não tem o menor respeito pelo eleitorado, ao qual ele sonega informação essencial sobre seus planos de governo. 4. Da minha parte, não tenho o menor respeito por Lula, que os fatos aqui relatados provam ser um farsante maquiavélico e perigoso. Qualquer palavrinha que eu tenha escrito em favor dele, mesmo décadas atrás e antes que eu soubesse da existência do Foro de São Paulo, deve ser-me perdoada como expressão da minha profunda estupidez e substituída por um palavrão equivalente e contrário. 5. Muito menos tenho algum respeito pela grande mídia brasileira, que, com exceções, se tornou uma vasta societas sceleris empenhada em ocultar, por dinheiro ou por ambição de poder, tudo o que possa obstar a realização dos planos criminosos do Foro de São Paulo.
P
eço a todos os leitores deste artigo que dêem a máxima divulgação, por todos os meios ao seu alcance, aos fatos que ele revela. Nossa única esperança de que as eleições deste ano não sejam uma farsa petista como as de 2002 é criar de improviso uma rede alternativa de informações que se sobreponha ao poder do crime organizado em que se transformou o jornalismo nacional. OLAVO DE CARVALHO É JORNALISTA
G Não tenho o
menor respeito por Lula. Qualquer palavrinha que eu tenha escrito em favor dele deve ser-me perdoada como expressão da minha profunda estupidez.
FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894
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Finanças Nacional Estilo Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 20 de setembro de 2006
O lúdico infantil alivia o estresse, de acordo com a psicóloga Silvana Martani
HÁ PROCURA POR OBJETOS SAUDOSISTAS
ADULTOS DE BRINCADEIRA "Kidults" se apegam ao passado
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audosismo? Fetiche? Loucura? Modismo? O que faz uma mulher pagar R$ 340 na torradeira da Hello Kitty, a simpática gatinha japonesa, ou um homem desembolsar R$ 1,3 mil em um carro de lata do Batman dos anos 1960? Basta uma volta por qualquer shopping center, ou pelas ruas dos Jardins, para avistar mulheres carregando bolsas da Hello Kitty ou preenchendo um polpudo cheque com caneta da personagem, que completou 31 anos este ano. Adultos na casa dos 30 anos e com vidas profissionais estáveis recorrem a vendedores de bonecos antigos atrás de um autorama ou de um boneco Falcon, com saudades dos tempos de infância. São os chamado "kidults". Um exemplo dos integrantes desse grupo é Eduardo Costa, 37 anos. Quem o conhece logo percebe que se trata de um adulto sério. É diretor financeiro de uma empresa de agenciamento de transportes e pai de família. Guardou muitas lembranças da infância, como o autorama, e ainda vai atrás de brinquedos que os amigos tinham, do tempo de "eu-tenho-você-não-tem". Ferrorama, motorama, vertiplano, carrinhos matchbox, gamewatch, ele compra de tudo. Desde que funcione e esteja
Fotos: Paulo Pampolin/ Hype
com a caixa. Chegou a adquirir uma vez um brinquedo só porque o dono tinha a nota fiscal. Como não tem espaço para tudo, Costa guarda grande parte das aquisições na casa da mãe. Lá também guarda outra paixão: carros antigos. "Gosto de tudo que é antigo." Os brinquedos que ele adquire são cuidadosamente embalados em papel filme com um sachê de silica gel anti-mofo. "Tem dia que o meu filho diz que quer brincar com os meus brinquedos, não com os dele", conta. Mas Costa impôs ao 'Eduardinho' uma condição: o menino só pode se divertir com os brinquedos antigos quando o pai estiver por perto. "Nem com a babá eu deixo." O diretor financeiro conta que viu anúncios de compra de autorama e que acredita na valorização desses produtos. Moda Kitty Sharon Judith Cohen, proprietária de duas lojas Sanrio, que licencia a marca Hello Kitty, confirma a tendência. Ela diz que metade de seus clientes são adultos. Há uma linha de roupas e outra de bolsas para mulheres que já deixaram a adolescência há algum tempo. "Bolsa é o que mais sai. Tem cliente que leva também carteira, porta-celular e necessaire, montando um kit", revela, ela própria fã da marca. Sem con-
tar maridos e namorados que buscam presentes do gênero. Dos mais de 2 mil itens disponíveis às ávidas consumidoras, os eletrônicos são os mais caros. A torradeira sai por R$ 340. "Qualquer novidade que chega à loja, as vendedoras avisam as colecionadoras." Sharon conta que uma cliente de 70 anos ia ao Pantanal e passou na
loja do Shopping Ibirapuera para comprar uma sombrinha da Kitty. "Até pedi para ela me mostrar as fotos depois." "A Hello Kitty é a minha infância", diz a proprietária da loja. Até as vendedoras só são contratadas se mostrarem a mesma paixão. "No final, elas acabam sendo as maiores consumidoras da loja." Sucesso, no passado Fabio Eduardo, 36 anos, é dono de uma loja virtual, a Playtoy, que oferece brinquedos antigos. Antes, vendia os brinquedos em feiras de carros usados – o Fusca Bativolta e a Jamanta Eletrônica, ambos da Estrela, faziam o maior sucesso. A Jamanta trazia na carroceria quatro carros: Passat, Puma, Chevette e Maverick. "Os donos desses carros adoravam." Começaram, então, os pedidos nostálgicos. Chegou uma hora em que Eduardo achou melhor anunciar em sites de leilão, para depois montar a Playtoy. Ele compra os produtos dos "caras que cresceram" e não os querem mais. "O contrário dos meus clientes, que não cresceram." Algumas pessoas querem mostrar aos filhos com o que brincavam quando eram crianças. Outros, segundo Eduardo, sofrem ainda da síndrome do "eu-quero-o-que-omeu-vizinho-tinha". As mulheres são apenas 20% dos clientes, mas a maioria compra para os filhos. "Dificilmente o brinquedo é para ela." A explicação é que é mais fácil fazer um autorama funcionar do que uma boneca, além de serem raras as bonecas com os itens originais e a caixa intacta. "Para alguns, a caixa é mais importante que o brinquedo." Atualmente, o produto mais caro que Eduardo tem disponível é um carro do Batman de lata dos anos 1960 – R$ 1,3 mil. A boneca mais cara é a Guigui (R$ 350). Há até homens colecionando bonecas. Para a psicóloga da clínica de endocrinologia e metabologia do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, Silvana Martani, o motivo de alguns adultos comprarem brinquedos antigos é simples. "Acho que as pessoas necessitam se remeter à parte lúdica da infância para aliviar a rotina estressante da vida adulta." Kety Shapazian
Acima, carro do Batman, um dos brinquedos do passado mais procurados pelos saudosistas. No alto, Fabio Eduardo, da PlayToy: "os clientes não crescem".
Sharon, à esquerda, comprova o sucesso da Hello Kitty. Abaixo, Eduardo Costa mostra seu autorama ao filho.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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quarta-feira, 20 de setembro de 2006
Ocorreu um golpe Badee Aref, defensor no julgamento de Saddam Hussein, sobre a troca do juiz
Internacional Bush volta a bater no programa nuclear do Irã
Domingos Tadeu/PR
Presidente norte-americano aproveitou a Assembléia das Nações Unidas para defender sua permanência no Iraque e atacar a recusa do Irã ao pedido da ONU
C
Importadas
SÓ bebidaS Nacionais
Nem dossiê nem campanha eleitoral. Em Nova York, Lula falou de pobreza e disparou contra os países que impõem barreiras comerciais
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o pronunciamento Longe da crise, que fez ao abrir a sessão de debates presidente da 61ª Assembléia Geral das Nações Unidas, ontem, o Lula critica presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a países ricos América do Sul é a AFP
Bento XIV ainda não foi totalmente perdoado
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Tropas fazem guarda em frente à sede do governo tailandês, em Bangcoc, invadida na noite de ontem
Exército depõe primeiro-ministro tailandês
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em disparar um tiro, o Exército tailandês promoveu ontem um golpe de Estado contra o governo do primeiro-ministro Thaksin Shinawatra. À noite, tropas entraram na sede do governo e em outros prédios oficiais, além de ocuparem emissoras de tevê. A ação foi apoiada por tanques. Os golpistas
suspenderam a Constituição, o Parlamento, o governo e o tribunal constitucional. Foi decretada lei marcial no país. A tevê nacional divulgou o comunicado decretando o golpe, firmado pelo comandantechefe do Exército, general Sondhi Boonyaratkalin apontado como primeiro-ministro interino. Um porta-voz de Shi-
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nawatra insistiu em que ele ainda estava no cargo. Os golpistas, autodenominados o Conselho da Reforma Administrativa, declararamse leais ao rei, Bhumibol Adulyadej. Segundo um militar, chefes das forças armadas se reuniram com o rei minutos após o golpe, para discutir o governo interino. (AE)
pedido de desculpa do papa Bento XVI é aceitável, mas o pontífice deveria evitar futuros comentários que possam ofender os muçulmanos, disse, ontem, o primeiro ministro da Malásia, Abdullah Ahmad Badawi. Já os turcos exigiram pedidos de desculpas do papa antes de sua visita ao país, prevista para novembro. Em coletiva de imprensa, o Parlamento iraquiano rejeitou a explicação de Bento XVI sobre seu discurso, dizendo não ser clara o suficiente, e exigiu um pedido de desculpas mais claro e oficial, para retomar o auto-respeito do mundo islâmico e assegurar que situações similares não venham a se repetir no futuro. Informações dão conta que Mehmet Ali Agca, o turco que atirou no papa João Paulo II, na Praça São Pedro, no Vaticano, em 1981, escreveu a Bento XVI aconselhando-o a não ir à Turquia porque corre o risco de ser morto. (AE)
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questionar seu papel no combate à pobreza. Para Lula, o Conselho de Segurança da ONU deveria passar a inserir em seu quadro fixo países em desenvolvimento. Como o Brasil, é claro. (DC/AE)
prioridade da política brasileira. Criticou as barreiras comerciais promovidas pelos países desenvolvidos e não poupou a própria Organização das Nações Unidas (ONU), ao
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DC
om um "nós respei- Teerã caso o país relute em tamos o Islã", o pre- acatar o pedido do Conselho sidente dos Estados d e S e g u r a n ç a d a s N a ç õ e s Unidos, George W. Unidas, que pede a suspenBush, garantiu, ontem, que seu são do enriquecimento de governo não está promovendo urânio. O Irã rejeita a imposiuma guerra contra o islamis- ção, sob a justificativa de que mo. Mas aproveitou a 61ª As- tem o direito à tecnologia nusembléia Geral da Organiza- clear com fins pacíficos. ção das Nações Unidas Sem consenso – Não há con(ONU), realizada em Nova senso internacional sobre as York, para reforçar suas críti- sanções. A França, por exemcas ao Irã. Seu discurso foi me- plo, defende cautela na aplicanos confrontador do que de ção de sanções contra o Irã. Ascostume. Bush pediu aos 116 lí- sim como a China. Ambos os deres presentes no evento para países têm poder de veto no que o ajudassem a construir a Conselho. Por isso, Bush sademocracia no Oriente Médio, lientou que Washington prefepara, em seguida, sustentar re resolver a disputa de forma que o Irã deve, primeiramente, diplomática, o que dá à União dar o primeiro passo em dire- Européia mais de tempo para ção ao fim de seu processo de apresentar uma solução. enriquecimento de urânio paO presidente norte-amerira que os EUA "se sentem à me- cano não poupou críticas à Sísa" para evenria em seu distuais negociacurso, dizendo ções. que o país virou O presidente "uma encruzin or te -a me ri ca- O maior obstáculo a lhada do terrono acusou o regi- ao futuro democrático r i s m o " . " E m me iraniano de meio a vocês é que seus lideres (do utilizar os recur[população sísos do povo para Irã) escolheram ria], o Hamas e o patrocinar o ter- negar-lhes a liberdade Hezbollah esrorismo e desenGeorge W. Bush, sobre o tão trabalhando volver armas Irã, na Assembléia das para desestabinucleares, prolizar a região, e Nações Unidas, ontem seu governo esmetendo buscar uma solução ditá transformanplomática para o do o seu país em que chamou de problema. uma ferramenta do Irã." Liberdade – "O maior obstáGeorge Bush rejeitou veeculo a este futuro [democráti- mentemente as críticas, incluco] é que seus lideres [do Irã] sive da oposição norte-ameriescolheram negar-lhes a liber- cana, de que sua campanha dade e usar os recursos da sua pró-democracia acabou desesnação para financiar o terroris- tabilizando lugares como os mo, alimentar o extremismo e territórios palestinos e o Irabuscar armas nucleares", afir- que, além de fortalecer os milimou Bush, dirigindo-se à po- tantes islâmicos e, assim, ajudar a difundir o caos. pulação iraniana. O presidente do Irã, MahPolíticas norte-americanas moud Ahmadinejad, não es- voltaram a ser criticadas. O setava no plenário na hora em cretário-geral da ONU, Kofi que Bush insistiu nas críticas Annan, alertou que o Iraque afirmando que "o Irã deve está sob risco de uma guerra ciabandonar suas ambições de vil, enquanto a França, a Rúsarmas nucleares", depois de sia e a China desaconselham a informar jornalistas que de- pressa na imposição de sanfenderá a adoção de sanções a ções ao Irã. (Agências)
Ano 81 - Nº 22.216
São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h55
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
DECISÃO DO TSE
Sob investigação:
LULA BASTOS BERZOINI FREUD VALDEBRAN GEDIMAR LORENZETTI SE DEMITE DA CHURRASQUEIRA "Extrapolei", admite Jorge Lorenzetti, chefe do núcleo e mídia para a reeleição de Lula e churrasqueiro do Torto, ao pedir demissão. Pág.3 Paulo Liebert/AE
Paulo Pampolin/Hype
Marcos Peron/Virtual Photo
25 de Março para pedestres Dia das Crianças, Natal e réveillon vão ter a 25 de Março só para pedestres em 4 quarteirões, entre 10 e 18 horas. Veja o plano, em C 1
O BC quer cartões no varejo Associados da ACSP são ouvidos pelo BC. Leia em E 1
Vamos brincar de 'kidults'? Adultos crianças na E 8
HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 29º C. Mínima 16º C.
AMANHÃ Chuva com trovões Máxima 23º C. Mínima 18º C.
Ela faz Sarney suar
Senador pelo Amapá há 16 anos, Sarney nunca enfrentou tanto sol e poeira para reeleger-se. Agora ele está diante de uma adversária que subiu de 8% para 40% nas pesquisas. Cristina Almeida (foto), do PSB, dançarina de marabaixo, militante de movimentos negros, é, além do mais, amapaense. Página 8
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 20 de setembro de 2006
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pontos base foi o fechamento do risco Brasil, que subiu 8 pontos ontem.
PROPOSTA É REDUZIR PARTICIPAÇÃO DO CHEQUE PARA ELEVAR A DOS CARTÕES NOS NEGÓCIOS DO VAREJO Marcos Peron/Virtual Photo - 26/08/2005
BC QUER IMPULSIONAR PAGAMENTO COM CARTÃO Técnicos do banco se reuniram com associados da ACSP para ouvir demanda e queixas dos lojistas
O
BC quer expandir o uso de cartões nos pagamentos, mas lojistas pedem manutenção do cheque, meio preferido pelos consumidores paulistas
Cresce valor pago com cartões
O
uso do cartão de débito pelo consumidor brasileiro apresentou elevação de 7% no valor médio gasto em cada transação em junho. Os cerca de 180 milhões de cartões de débito ativos no País efetuaram, em média, R$ 186 em cada transação. O percentual, de acordo com a Associação Brasileira
das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), supera os R$ 174 gastos por compra no mesmo período do ano passado. Na avaliação da entidade, o consumidor brasileiro aprendeu rapidamente a utilizar o cartão em substituição ao dinheiro como forma de pagamento de suas compras, principalmente nos pequenos valores e nas transações
efetuadas no dia-a-dia. Segundo o levantamento da Abecs, os cartões de débito correspondem a 41% das transações realizadas por meio de cartões. No caso do crédito, a fatia de mercado é de 44%. Em relação ao faturamento, o débito tem 29% do mercado contra 61% da opção do meio crédito. Atualmente, são realizadas
cerca de 134 milhões de transações por meio de cartões de débito mensalmente. O volume financeiro movimentado é da ordem de R$ 5,5 bilhões. O uso do cartão de débito como opção de pagamento, segundo as duas principais bandeiras do setor (Visa e Mastercard), cresce, em média, cerca de 20% ao ano. (DF)
Pelo mundo – Em Nova voltaram a cair e Bovespa cai em sintonia petróleo derrubaram as ações da Pe- York, o Dow Jones fechou em que são as de maior queda de 0,12%. O Nasdaq com bolsas internacionais trobras, recuou 0,6% e o S&P 500 caiu liquidez na bolsa paulista.
Golpe na Tailândia deixa investidores apreensivos
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olpe de Estado na Tailândia, queda das principais bolsas internacionais, avanço do risco país dos emergentes, números contraditórios sobre a economia norte-americana e mais crise política no Brasil. À exceção desse último item, todos os outros provocaram movimento de proteção nos mercados domésticos. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda, o dólar voltou a subir e os juros interromperam a trajetória de baixa. O merca-
do de ações doméstico acompanhou a queda generalizada das bolsas internacionais. O golpe de Estado na Tailândia (leia mais na página C4) trouxe preocupação aos investidores, que preferiram assumir posições defensivas, vendendo ações. O movimento de baixa foi amplificado pela cautela típica dos dias que antecedem a reunião do Comitê do Mercado Aberto dos Estados Unidos (Federal Open Market Committee, Fomc), marcada para hoje. Além disso, os preços do
O Ibovespa, principal índice brasileiro, fechou em queda de 1,64%, a 35.885 pontos. Com esse resultado, a bolsa passou a acumular baixa de 0,96% em setembro e alta de 7,26% em 2006. O movimento ficou em R$ 2,026 bilhões. "Pode-se dizer que o mercado exagerou um pouco", comentou um operador. O fato é que as principais bolsas fecharam em baixa reagindo à preocupação com eventuais perdas na Tailândia. "A Tailândia derrubou as bolsas lá fora e atingiu a Bovespa. Aqui, os investidores do giro diário venderam pesado", disse o operador.
0,22%. O risco Brasil, por sua vez, subiu 8 pontos para 226 pontos-base, acompanhando a alta do risco dos países emergentes, que avançou 6 pontos para 197 pontos base. "Houve uma preocupação geral com os mercados, principalmente com os emergentes", disse um operador. A véspera da reunião do Fomc também ajudou a empurrar a Bovespa para baixo. É praticamente consenso entre os analistas que o comitê manterá os juros atuais, de 5,25% ao ano. Mas as atenções estarão voltadas para o comunicado que será divulgado após a reunião. (AE)
Banco Central (BC) quer modernizar os meios de pagamento no Brasil. E está fazendo um estudo para saber quais são os principais entraves que impedem o crescimento do uso dos cartões (de crédito, débito, private label e pré-pagos) nas transações no varejo. A idéia é reduzir a utilização do cheque como "moeda" de pagamento e incentivar os plásticos no País. O chefe do Departamento de Operações Bancárias e Sistemas de Pagamento do Banco Central, José Antonio Marciano, esteve na Associação Comercial de São Paulo (ACSP) para discutir o assunto com varejistas paulistas. Além dos lojistas, o BC está mantendo contato com os outros envolvidos no processo: administradoras de cartões, bandeiras e emissores (bancos). As informações serão usadas em relatório que servirá como base para o projeto de modernização dos instrumentos de pagamento. De acordo com Marciano, após a conclusão do estudo, o BC apresentará alternativas para redução do uso do cheque. Taxas – Segundo os varejistas presentes à reunião na ACSP, os principais problemas para a ampliação dos recebimentos por meio dos cartões
são as taxas de administração e o percentual cobrado sobre cada venda efetuada, que, em média, ficam em 5% e 7%, respectivamente. Outro ponto colocado pelos lojistas é o hábito de utilização do cheque pelo consumidor brasileiro. Mesmo com a expansão média de 7% no uso dos cartões de débito, o ticket médio do cheque, isto é, o valor pago por operação, ainda é superior ao do cartão, seja de crédito ou débito. Por esse motivo, os lojistas pediram aos técnicos do BC que não excluam os cheques dos meios de pagamentos do varejo, já que o modelo é a base de vendas de praticamente todo o comércio atualmente. Negociação – Os lojistas também querem uma margem de negociação nas taxas de administração e a possibilidade de efetuar vendas mesmo com o sistema off-line. Eles informaram a Marciano a dificuldade que têm em discutir com as administradoras de cartões, cuja política é de conversar com cada varejista separadamente e não atender as entidades que os representam. O executivo do BC disse que o encontro foi um primeiro passo no estreitamento da relação do Banco Central com os comerciantes paulistas. Davi Franzon
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Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 20 de setembro de 2006
2,3
CONSUMIDORES COMPRAM MENOS
Vendas caem O pelo segundo mês consecutivo Queda foi de 0,45% sobre o resultado de junho. IBGE aponta limite no endividamento da população
s resultados apresentados pelo varejo em julho, os piores para o mês desde 2003, são conseqüência de um limite no endividamento das famílias, segundo avaliou o coordenador de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Reinaldo Pereira. Em julho, o comércio mostrou queda de 0,45% ante junho e aumento de 2,3% ante igual mês do ano passado, o menor crescimento nessa base de comparação apurado desde
novembro de 2003. Para Perei- vendas desses bens permanera, houve claro "arrefecimen- ça disponível, o endividamento" no ritmo do comércio vare- to já é alto e inibe o acesso das famílias a nojista em julho. "O que parece v o s p a r c e l amentos ou, ainestar se confirda, compromemando é que este o rendimento tamos perto de p a r a o p a g aum limite de enmento dos d i v i d a m e n t o por cento foi a queda das famílias." nas vendas no mês de compromissos. Setores – As Segundo Pejulho sobre junho vendas de móre i r a , o s b e n s d u r á v e i s v iveis e eletrodonham segurando o comércio mésticos apresentaram em juvarejista e, embora o crédito lho a segunda queda consecuque levou ao crescimento nas tiva ante mês anterior, com re-
0,45
ATAS
por cento foi o crescimento das vendas em julho ante igual mês do ano passado.
cuo de 2,65% em relação às de junho. Na comparação com os dados de julho de 2005, houve crescimento de 2,09%. As vendas de tecidos, vestuário e calçados também caíram na comparação com junho, 0,72% e, em relação às vendas de julho do ano passado, recuaram 5,1%. Na comparação com o mês de junho, apenas o segmento de veículos e motos, partes e peças teve expansão: 8,23% em julho. Na comparação com as vendas de igual mês do ano passado, houve crescimento de 15,69%. (AE)
EXTRAVIO DECLARAÇÃO DE EXTRAVIO DE NF - Ferreira Bentes Comércio de Medicamentos Ltda. CNPJ 72.955.891/0008-17, inscrição estadual 116.986.737.111 declara ter sido extraviada a Nota Fiscal em formulário contínuo de nº 669622 (em branco).
American Life Companhia de Seguros CNPJ/MF nº 67.865.360/0001-27 – NIRE 35.300.525.833 Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 01 de novembro de 2005 Dia, Hora e Local: Ao 01 dia do mês de novembro de 2005, às 10 horas, na sede social da Companhia, na Av. Angélica 2029 - 5º andar, na Cidade e Estado de São Paulo. Quorum: Acionistas da companhia representando 100% do capital social. Convocação: Verificou-se, em 1ª convocação, a presença de acionistas representando a totalidade do capital social, o que foi constatado pelas assinaturas no livro de “Presença de Acionistas”, tornando-se dispensável a convocação de editais conforme autoriza o § 4º do art. 124 da Lei nº 6.404/76. Mesa: Pedro Pereira de Freitas, Presidente e Paulo de Oliveira Medeiros, Secretário. Ordem do Dia: 1. Mudança de endereço da sede social, com conseqüente reforma do artigo 2º do Estatuto Social da Companhia. Deliberações: Por unanimidade dos acionistas presentes foram tomadas as seguintes deliberações: 1. Aprovar a mudança do endereço da sede social, da Avenida Angélica 2.029, 5º andar, Santa Cecília, Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, para a Rua Minas Gerais, nº 209, térreo, Higienópolis, Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. 1.1. Tendo em vista a deliberação acima, foi aprovada a nova redação para o Artigo 2º do Estatuto Social, que passará a vigorar como se segue: “Artigo Segundo: A Sociedade tem seu foro na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, e sede nesta, na Rua Minas Gerais, nº 209, térreo, Higienópolis, CEP 01244-011”. Conselho Fiscal: O Conselho Fiscal da Companhia não foi ouvido por não se encontrar instalado no período. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente encerrou os trabalhos desta Assembléia Geral, lavrando-se no livro próprio, a presente Ata que, lida e achada conforme, foi aprovada por todos os presentes, que a subscrevem. Assinaturas: Presidente da Mesa: Pedro Pereira de Freitas; Secretário da Mesa: Paulo de Oliveira Medeiros. Acionistas: Assistência Médica São Paulo S.A., representada por seus Diretores Ayres da Cunha Marques e Nancir da Cunha Marques, Pedro Pereira de Freitas, Ayres da Cunha Marques e Vicente de Paula Alves da Cunha. Declaração: Declaramos, para os devidos fins que a presente é cópia fiel da ata original lavrada no livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele apostas. São Paulo, 01 de novembro de 2005. (ass.) Pedro Pereira de Freitas – Presidente; Paulo de Oliveira Medeiros – Secretário; American Life Companhia de Seguros: Francisco de Assis Fernandes – Diretor, Paulo de Oliveira Medeiros – Diretor. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 245.729/06-9 em 15/09/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa – Secretária Geral.
COMUNICADO
ABANDONO DE EMPREGO ABANDONO DE EMPREGO Conforme o Art. 482 -CLT convocamos o Sr. Airton Bruger, portador da CTPS nº 040839, Série 339 - SP, notificado a comparecer no Setor de Pessoal, à Rua do Chico Nunes, nº 51 - Jardim Rebouças/SP - CEP: 05734-110, no prazo de 03 (três) dias a contar desta data, para tratar de assunto de seu interesse. O não comparecimento acarretará na sua dispensa, por justa causa. Thoser Construtora Ltda.
AVISO
American Life Companhia de Seguros CNPJ/MF nº 67.865.360/0001-27 – NIRE 35.300.525.833 Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 30 de junho de 2004 Dia, Hora e Local: Aos 30 dias do mês de junho de 2004, às 10 horas, na sede social da companhia, na Av. Angélica 2029 - 5º andar, na Cidade e Estado de São Paulo. Quorum: Acionistas da companhia representando 100% do capital social. Convocação: Verificou-se, em 1ª convocação, a presença de acionistas representando a totalidade do capital social, o que foi constatado pelas assinaturas no livro de “Presença de Acionistas”, tornando-se dispensável a convocação de editais conforme autoriza o § 4º do art. 124 da Lei nº 6.404/76. Mesa: Pedro Pereira de Freitas, Presidente e Paulo de Oliveira Medeiros, Secretário. Ordem do Dia: 1. Aprovar o Aumento de Capital de R$ 1.000.000,00, passando o Capital Social de R$ 10.466.540,69 para R$ 11.466.540,69, mediante subscrição e integralização em moeda corrente nacional, com a emissão de 2.637.826.431 ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal; 2. Reforma do art. 5º do Estatuto Social em decorrência do aumento de capital social acima; 3. Outros assuntos de interesse social, relacionados aos itens acima. Deliberações: Por unanimidade dos acionistas presentes, e com abstenção dos legalmente impedidos, foram tomadas as seguintes deliberações: 1. Aprovar o Aumento de Capital, proposto pela Diretoria, no montante de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), passando o Capital Social de R$ 10.466.540,69 (dez milhões, quatrocentos e sessenta e seis mil, quinhentos e quarenta reais e sessenta e nove centavos), para R$ 11.466.540,69 (onze milhões, quatrocentos e sessenta e seis mil, quinhentos e quarenta reais e sessenta e nove centavos), mediante subscrição e integralização em moeda corrente nacional, neste ato, com a emissão de 2.637.826.431 ações, todas ordinárias, nominativas e sem valor nominal ao preço de R$ 0,0003791 cada uma, passando de 16.436.254.181 ações ordinárias para 19.074.080.612 ações ordinárias. As ações acima emitidas foram subscritas e integralizadas em espécie, pelos acionistas Pedro Pereira de Freitas e Assistência Médica São Paulo S/A, relativamente aos seus direitos. Os acionistas Ayres da Cunha Marques e Vicente de Paula Alves da Cunha abrem mão de seu direito de preferência em favor dos subscritores supracitados. 2. Tendo em vista as deliberações acima, foi proposta nova redação para o caput do art. 5º do Estatuto Social, que passará a vigorar como se segue:“Artigo Quinto – O Capital Social é de R$ 11.466.540,69 (onze milhões, quatrocentos e sessenta e seis mil, quinhentos e quarenta reais e sessenta e nove centavos) dividido e representado por 19.074.080.612 (dezenove bilhões, setenta e quatro milhões, oitenta mil, seiscentas e doze) Ações Ordinárias Nominativas, indivisíveis e sem valor nominal”. 3. Não houve manifestação sobre outros assuntos. Conselho Fiscal: O Conselho Fiscal da Companhia não foi ouvido por não se encontrar instalado no período. Documentos Arquivados: Foram arquivados na sede da Sociedade, devidamente autenticados pela Mesa, os documentos submetidos à apreciação da Assembléia, referidos nesta ata. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente encerrou os trabalhos desta Assembléia Geral, lavrando-se no livro próprio, a presente Ata que, lida e achada conforme, foi aprovada por todos os presentes, que a subscrevem. Assinaturas: Presidente da Mesa: Pedro Pereira de Freitas; Secretário da Mesa: Paulo de Oliveira Medeiros. Acionistas: Assistência Médica São Paulo S.A., representada por seus Diretores Ayres da Cunha Marques e Nancir da Cunha Marques, Pedro Pereira de Freitas, Ayres da Cunha Marques e Vicente de Paula Alves da Cunha. Declaração: Declaramos, para os devidos fins que a presente é cópia fiel da ata original lavrada no livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele apostas. (ass.) Pedro Pereira de Freitas – Presidente; Paulo de Oliveira Medeiros – Secretário; American Life Companhia de Seguros: Pedro Pereira de Freitas – Presidente; Paulo de Oliveira Medeiros – Diretor. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 245.728/06-5 em 15/09/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa – Secretária Geral.
CONVOCAÇÕES Elo Participações e Investimentos S.A.
EDITAIS
CNPJ no 07.838.611/0001-52 Assembléia Geral Extraordinária Edital de Convocação Convidamos os senhores acionistas desta Sociedade a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária a ser realizada no próximo dia 25 de setembro de 2006, às 17h, na sede social, Cidade de Deus, Prédio Novíssimo, 4o andar, Vila Yara, Osasco, SP, a fim de examinar proposta do Conselho de Administração para incorporar as ações dos acionistas da Elo Participações S.A., convertendo-a em subsidiária integral desta Sociedade, de conformidade com o disposto nos Artigos 252 e 264 da Lei no 6.404/76, mediante: a) ratificação da indicação da empresa avaliadora dos Patrimônios Líquidos das Sociedades; b) exame e aprovação do Instrumento de Protocolo e Justificação de Incorporação de Ações de Acionistas e seus anexos. Cidade de Deus, Osasco, SP, 14 de setembro de 2006. Lázaro de Mello Brandão - Presidente do Conselho de Administração. 15, 19 e 20.9.06
COMUNICADO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: PREGÃO PRESENCIAL Nº 48/0067/06/05
OBJETO: FORNECIMENTO DE PROJETOR MULTIMÍDIA BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO – BID CONTRATO DE EMPRÉSTIMO Nº 1225/OC-BR A Pregoeira da Fundação para o Desenvolvimento da Educação - FDE, designada pela Portaria nº 028/04, de 22/09/2004, torna público para o conhecimento de quem possa interessar que às 09:30 horas do dia 03/10/2006, no Auditório da FDE à Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121-900 – São Paulo/SP, estará reunida para recebimento dos envelopes 1 (Proposta) e 2 (Habilitação) relativos ao Pregão nº 48/0067/06/05, tipo menor preço cujo objeto é a aquisição de 90 (noventa) projetores multimídia, para as Diretorias de Ensino e suas escolas do Ensino Médio – Convênio n° 177/2000 PROMED, que será regido pelas Normas do Banco Interamericano de Desenvolvimento BID, Lei nº 10.520, de 17/07/2002, e demais legislação correlata, aplicando-se subsidiariamente, no que couber, a Lei 8.666, de 21/06/93, com suas alterações, tendo como fonte de recursos o Contrato de Empréstimo nº 1225/OC-BR – MEC/BID. O certame está aberto aos licitantes originários de países membros do BID, sendo que os interessados poderão examinar ou adquirir o Edital no endereço acima mencionado, a partir de 20/09/2006, de segunda a sexta-feira, no horário das 8:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br.
DECLARAÇÕES DE PROPÓSITOS
PREGÃO (presencial), para Compra DSE nº72/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 6158/5900/ 2006. OBJETO: Massa de Sêmola com Ovos - Caracolino. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 03 de outubro de 2006. REABERTURA - PREGÃO (presencial), para Compra DSE nº65/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 4405/5900/2006. OBJETO: Massa de Sêmola com Ovos – Tipo Pena. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 14:30 h do dia 03 de outubro de 2006. REABERTURA - PREGÃO (presencial), para Compra DSE nº66/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 4406/5900/2006. OBJETO: Massa de Sêmola com Ovos – Tipo Espaguete nº 8. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 04 de outubro de 2006.RE REABERTURA - PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº67/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 4404/5900/2006. OBJETO: Massa de Sêmola com Vegetais – Tipo Parafuso. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 14:30 h do dia 04 de outubro de 2006. Edital completo à disposição dos interessados, via Internet, pelo Site www.e-negociospublicos.com.br. INFORMAÇÕES: fones: (11) 3866-1615/1616, de 2ª a 6ª feira, no horário das 8h às 17h SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE SUPRIMENTO ESCOLAR
CONVOCAÇÕES COOPERGER – COOPERATIVA DE PROFISSIONAIS EM GERENCIAMENTO, CONSULTORIA E GESTÃO DE EMPRESAS DO ESTADO DE SÃO PAULO. CNPJ 06.697.399/0001-98 EDITAL DE CONVOCAÇÃO - ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA A COOPERGER – COOPERATIVA DE PROFISSIONAIS EM GERENCIAMENTO, CONSULTORIA E GESTÃO DE EMPRESAS DO ESTADO DE SÃO PAULO, por seu Diretor Presidente, de acordo com a competência contida no Estatuto Social, CONVOCA os 45 (quarenta e cinco) cooperados, para se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária, que será realizada no próximo dia 24 de setembro de 2006, à Av. Brigadeiro Faria Lima, nº 1616, conj. 802 – Bairro, São Paulo - SP, às 09h00 (nove) horas em primeira convocação, com a presença de 2/3 (dois terços) dos cooperados, às 09h30 (nove e meia) horas em segunda convocação, com a presença de metade mais um dos cooperados, ou às 10h00 (dez) horas, em terceira e última convocação, com a presença mínima de 10 (dez) cooperados, para deliberar sobre a seguinte: ORDEM DO DIA: 1) Discutir e deliberar sobre a reforma estatutária; 2) Eleição de diretoria e conselho fiscal. São Paulo, 19 de setembro de 2006. Sr. Paulo de Assis - Diretor Presidente. COOPERPROIN – COOPERATIVA DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
CNPJ – 07.048.362/0001-00 EDITAL DE CONVOCAÇÃO - ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA A COOPERPROIN – COOPERATIVA DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, por seu Diretor Presidente, de acordo com a competência contida no Estatuto Social, CONVOCA os 45 (quarenta e cinco) cooperados, para se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária, que será realizada no próximo dia 24 de setembro de 2006, à Av. Brigadeiro Faria Lima, nº 1616, conj. 802 – Bairro, São Paulo - SP, às 09h00 (nove) horas em primeira convocação, com a presença de 2/3 (dois terços) dos cooperados, às 09h30 (nove e meia) horas em segunda convocação, com a presença de metade mais um dos cooperados, ou às 10h00 (dez) horas, em terceira e última convocação, com a presença mínima de 10 (dez) cooperados, para deliberar sobre a seguinte: ORDEM DO DIA: 1) Discutir e deliberar sobre a reforma estatutária; 2) Eleição de diretoria e conselho fiscal. São Paulo, 19 de setembro de 2006. Sr. Ailton Guimarães Mayer. Diretor Presidente.
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 19 de setembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:
Requerente: RMS Instalações Elétricas Ltda. - Requerido: Belmerix Projetos e Servs. de Telecomunicações Ltda. - Rua Fidêncio
Ramos, 100 8º andar - 01ª Vara de Falências Requerente: Carlos Alberto Buzzi - Requerido: Partners Risks Gerenc. de
Riscos e Seg. Patrimonial Ltda. Rua Groelândia, 1.146 - 01ª Vara de Falências Requerente: Centro de Gestão de Meios
de Pagamentos S/A - Requerido: Aliança Transporte e Logística Ltda. - Rua Jorge Nunes Kehdi, 197ª - 01ª Vara de Falências
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 20 de setembro de 2006
Leonardo Rodrigues/Hype
Medida deve abranger quatro quarteirões e durar até depois das compras de fim de ano, em 31 de dezembro Fotos de Luludi/Luz
Rejane Tamoto
A
Faixa para motos na avenida Sumaré já recebe elogios
D
peitando os espaços uns dos outros", disse um agente da CET que não se identificou. Acidentes – Apesar disso, ontem a imprudência acarretou dois novos acidentes. O motorista Martinho Gonçalves, que mora no Guarujá, no litoral, não respeitou a faixa exclusiva, tentou fazer uma conversão proibida e atingiu o motoboy José Antonio de Oliveira, que não se feriu. Por volta das 9h, o motociclista Renan da Silva Severino se acidentou na Paulo VI e foi encaminhado pelos bombeiros para o Hospital das Clínicas. Outra mudança na avenida Sumaré, com a inclusão da faixa exclusiva para motos, foi a velocidade permitida, que caiu de 70km/h para 60 km/h. Para tentar coibir o excesso de velocidade, a CET colocou dois radares móveis. O número de marronzinhos também irá subir de 10 para 40. As faixas de isolamento, colocadas segunda-feira nos canteiros, continuam impedindo que pedestres atravessem fora do semáforo. A multa para carros que invadirem a faixa das motos é de R$ 127,69. Pesquisa - Uma pesquisa da CET divulgada ontem revelou que apenas 26% das motocicletas são usadas para serviços de entrega. Os dados fazem parte de um estudo sobre o perfil dos motociclistas. Segundo o presidente da CET, Roberto Scaringela, o número mais surpreendente foi a quantidade de motofrete na comparação para outros usos do veículo. Na pesquisa, 43% dos usuários utilizam a moto como meio de transporte, 31% para lazer e apenas 26% são motofretistas. Kelly Ferreira, com agências.
Furto de cabo provocou alagamento de túnel
A
pós uma interdição de quatro horas do Túnel do Anhangabaú, no Centro, entre a madrugada e a manhã de segunda-feira, devido a um alagamento provocado pela chuva, a Secretaria Municipal de Infra Estrutura Urbana (Siurb) divulgou ontem que o sistema automático das bombas falhou por causa de um furto de parte do cabo de comando dos controladores de nível (bóias).
É um trecho inseguro. Sem os carros e com as câmeras será mais fácil detectar os problemas. Andrea Matarazzo, secretário das Subprefeituras
25 DE MARÇO SERÁ FECHADA AOS VEÍCULOS EM OUTUBRO
Motos na faixa exclusiva: aceitação imediata pelos motociclistas
epois de dois dias e dois atropelamentos, a faixa exclusiva para motos na avenida Sumaré e Paulo VI, implantada pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), fluiu bem durante todo o dia de ontem e começou a receber elogios. Para alguns motoristas, apesar da redução do espaço, a medida está sendo positiva, pois evita que motoqueiros "costurem" no trânsito. Entre os motoqueiros, a aceitação foi imediata. Mesmo com os elogios, ontem aconteceram dois acidentes. "É bem legal terem lembrado de nós. Ter uma faixa exclusiva dá mais segurança para andar. Não precisamos ter medo de o carro mudar de faixa de repente, sem dar seta. Seria bom se tivéssemos essa preferencial em outras vias também, como nas marginais e na Radial Leste", disse o motoboy Márcio Barbosa dos Santos. Para o motoqueiro André Oliveira, que utiliza a moto para ir ao trabalho e passa todos os dias pela avenida Sumaré, a implantação da faixa deverá evitar acidentes. "Agora é questão de respeito. Cada um, motoqueiro e motorista, fica na sua faixa e o pedestre atravessa no semáforo. Se for assim, os acidentes irão diminuir, pelo menos aqui na Sumaré", disse. De acordo com os marronzinhos que ontem orientavam motoristas e pedestres, a faixa exclusiva está sendo bem aceita e respeitada. "Estamos fazendo somente a divulgação e orientando da população que utiliza a avenida. Muitos passam e elogiam a iniciativa. Mas o mais importante é que motoqueiros e motoristas estão res-
1
A constatação foi feita na madrugada, quando equipes da Siurb verificaram as instalações do túnel e o acionamento automático das bombas. A Siurb já executou a reinstalação deste cabeamento e os poços e as bombas estão em condições de operação, além de ter realizado a limpeza do túnel. O fechamento do túnel, na segunda, deixou o trânsito caótico na cidade. (AE)
partir do próximo mês, numa extensão de aproximad a m e n t e q u a t ro quarteirões, só será possível andar pela rua 25 de Março a pé. De acordo com Miguel Giorgi Junior, presidente da União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências (Univinco), está em estudo a proibição da circulação de veículos em um trecho da rua 25 de Março, compreendido entre a Ladeira da Constituição e a rua Carlos de Souza Nazareth. O fechamento da via, das 10h às 18h, será feito com cancelas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). O novo esquema de circulação tem término previsto para o dia 31 de dezembro, quando termina o pico das compras de fim de ano. Segundo o secretário Municipal de Coordenação das Subprefeituras e Subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo, as quatro quadras da 25 de Março que serão fechadas ao trânsito são as que mais concentram engarrafamentos e ambulantes irregulares. "É um trecho inseguro. Sem os carros e com as câmeras será mais fácil detectar os problemas. Além disso, o local terá um posto fixo da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e reforço da Polícia Militar", disse Matarazzo. Camelôs - Durante os próximos três meses, comerciantes e consumidores observarão se alguns problemas históricos da região, como os furtos e a ocupação de calçadas e ruas por ambulantes ilegais, melhoram ou não. O presidente da Univinco espera que o fechamento da rua ocorra com a organização do trânsito e resulte em conforto e segurança para os consumidores que visitam a região. "Esperamos que as três câmeras de segurança que começam a funcionar hoje na 25 de Março monitorem a fiscalização de ambulantes", disse o presidente da Univinco. Segundo Giorgi, os comerciantes que até então eram contrários ao fechamento da 25 de Março só aceitaram a medida por se tratar de um teste com prazo definido. Preocupação – A invasão de camelôs na 25 de Março – que pode ocorrer durante o período em que a rua estiver fechada ao trânsito – é um dos principais temores de quem vive na região. Essa é a preocupação do gerente da Comercial Gomes, Jeremias Gomes, de 35 anos. "O fechamento da rua pode causar um efeito inverso. Em vez de melhorar o tráfego de pessoas, a medida pode dificultar ainda mais isso, com a ocupação da rua pelos ambulantes", disse. Segundo o gerente, o projeto de fechar a 25 de Março pode ainda causar um impacto no movimento de clientes de sua loja, cujo perfil é 80% atacadista. "São clientes que terão de caminhar duas ou três quadras para chegar aqui. A medida será mais positiva às lojas que atendem o varejo", afirmou. O gerente também disse não saber como será feita a carga e descarga de mercadorias, que ocorre durante todo o dia. A proibição ao tráfego de automóveis na rua 25 de Março também foi criticada pelo coordenador do ponto de táxi 2188, Daniel Ribeiro. Segundo o taxista, o fechamento da rua ao trânsito não seria necessário se o Poder Público controlasse os ambulantes, o tráfego de caminhões e
Daniel Ribeiro, taxista: a 25 de Março não precisa ser fechada. O maior problema da região é o abandono
horários de carga e descarga. "A 25 de Março é um ponto turístico e não precisa ser fechada. Por aqui transitam pessoas de todo o País, mas o maior problema que a região enfrenta é o abandono", afirmou. Daniel, que trabalha na rua 25 de Março há 12 anos, explicou que envia constantemente cartas solicitando à Subprefeitura da Sé uma solução aos ambulantes que ocupam a calçada de seu ponto de táxi. "Mas ninguém responde. O que vejo o dia inteiro é uma briga de gato e rato", lamenta. Quem espera que a nova medida tenha um resultado positivo é a consumidora Monique Pereira, de 33 anos, que pega um ônibus em Jacareí, no interior de São Paulo, para comprar tecidos na região da 25 de Março, cerca de quatro vezes, durante os meses de final de ano. "Acredito que sem os carros a poluição visual diminua porque, andando pela calçada, muitas vezes não consigo ver as fachadas das lojas", disse. Alternativas - A proibição à circulação de veículos na rua 25 de Março, antes programada para entrar em operação em setembro, ainda está em estudo pelos técnicos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que não se manifesta sobre as mudanças de trânsito na região. Mesmo assim, algumas alterações foram divulgadas pela Univinco e pelo Subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo. Uma das idéias em estudo é a abertura da rua Florêncio de Abreu ao tráfego de veículos. "Vamos abrir a via na altura do
Trecho de quatro quarteirões será fechado ao trânsito de veículos
Monique: menos poluição visual
Mosteiro de São Bento e retirar dali os ambulantes ilegais", disse Matarazzo. Segundo Miguel Giorgi Junior, presidente da Univinco, a abertura da Florêncio de Abreu permitiria a proibição ao tráfego de veículos até a altura da Ladeira Porto Geral e também o fechamento do cruzamento da avenida Senador Queirós com a rua 25 de Março. De acordo com Giorgi, uma
mudança que deve beneficiar os comerciantes é a transformação da rua Comendador Abdo Schaim em uma zona marrom, específica para carga e descarga de mercadorias e com estacionamento proibido. Para essa via, e para as ruas Barão de Duprat e Comendador Afonso Kherlakian também há um estudo de inversão de mão, segundo Giorgi. Aber tura - Outro projeto que deve alterar o trânsito da região central é a abertura do calçadão da rua 15 de Novembro ao tráfego de veículos, a partir do próximo mês. Segundo Andrea Matarazzo, o calçadão não será asfaltado, mas receberá balizadores, faixas, sinalização vertical e horizontal de trânsito. "Os carros poderão trafegar sobre o piso do calçadão", disse Matarazzo ontem, durante a i n a u g u r a ç ã o d o M e rc a d o Gourmet, uma nova ala voltada para cursos e eventos relacionados a gastronomia no Mercado Municipal, também na região da 25 de Março.
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
Congresso Planalto Denuncismo CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 Inconsistente, contraditório e sem nenhuma responsabilidade o depoimento do deputado Lino Rossi (PT-MT). Demóstenes Torres senador (PFL-GO)
A INVESTIGAÇÃO DO 'DOSSIÊ SERRA'
Reprodução de imagem da TV Globo
DE ONDE VEIO O R$ 1,7 MILHÃO APREENDIDO? Parte do dinheiro encontrado com Valdebran Padilha e Gedimar Passos pela Polícia Federal (PF) era em dólar. As notas, com número de série e atadas com cintas de papel pela Casa da Moeda dos Estados Unidos, podem ser facilmente rastreadas pelo Banco Central norte-americano. Basta para isso que a PF formalize o pedido e que o Itamaraty o encaminhe. A rapidez no processo vai depender da vontade política para que a origem do dinheiro seja identificada. Material do dossiê que ligaria os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin à máfia das ambulâncias
O
Banco Central dos Estados Unidos, mais conhecido como Fed (Federal Reserve), informou ontem que tem condições de identificar de imediato a origem dos US$ 248.800 encontrados na sexta-feira passada em poder do empresário Valdebran Padilha e do advogado Gedimar Passos em um hotel em São Paulo. Basta que a Polícia Federal (PF) formalize o pedido. O fato de se tratarem de vários maços de notas seriadas de US$ 100 facilita muito o trabalho das autoridades . "Assim que nos informarem os números de série nós temos como determinar de que banco o dinheiro foi sacado e, inclusive, saber de qual agência ele saiu", disse uma porta-voz do Fed.
Os maços apreendidos no Brasil ainda estavam atados por cintas de papel com o selo da Casa da Moeda dos EUA. O Fed os entrega desta forma às agências dos bancos privados em todo o país, depois de registrar os números de série e o destino do dinheiro. Uma vez identificada a origem, caberia então à própria PF descobrir como o dinheiro foi transportado para o Brasil. Um policial explica que o dinheiro pode ter sido enviado por "pombos correios" – pessoas que o trariam em bagagens de mão –, em aviões particulares não revistados no Brasil ou via narcotráfico. Origem no Rio – Já a parte do dinheiro em reais foi identificada. A Polícia Federal descobriu que as notas foram sa-
cadas em agências do Bradesco, BankBoston e Safra no Grande Rio: uma na Lapa, outra em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, e a terceira em Duque de Caxias. A Polícia Federal não informou qual o montante do dinheiro sacado dessas agências. Suspeita, no entanto, que as contas bancárias estejam abertas em nomes de laranjas e façam parte do caixa-dois de candidatos fluminenses a deputado estadual e federal. A PF tem informações de que o dinheiro foi reunido através de colaborações do caixa de campanha de candidatos do partido. "Sabemos que a operação envolveu muitas pessoas", comentou um dos investigadores do caso. (AOG)
Sergio Lima/FI
SANGUESSUGAS: MALTA SE COMPLICA.
O
relator do processo contra o senador Magno Malta (PL-ES) no Conselho de Ética do Senado, Demóstenes Torres (PFL-GO) – que apura o suposto envolvimento dele com a máfia das ambulâncias – considerou "inconsistente, contraditório e sem nenhuma responsabilidade" o depoimento do deputado Lino Rossi (PT-MT). Rossi testemunhou ontem em defesa de Malta.
Segundo o senador Demóstenes Torres, as declarações de Rossi foram "péssimas" para Magno Magno Malta Malta, aumentando as suspeitas de que o senador capixaba teria mesmo recebido um carro da empresa Planam, principal responsável pelo esquema da máfia das ambulâncias descoberto pela Polícia Federal. Segundo o relator, Magno Malta disse primeiro que teria comprado o carro da Planam, depois disse que recebeu como doação e por
último que havia adquirido o carro de uma factoring. O veículo, segundo o relator, não está citado entre os bens de Malta no Imposto de Renda. No entender do relator, a melhor pista a seguir agora é investigar a movimentação de um cheque de R$ 50 mil que, segundo Darci Vedoin, um dos donos da Planam, teria sido usado na compra do carro que foi cedido ao senador, em troca de emendas ao orçamento. Ainda ontem foram ouvidas testemunhas contra e a favor da senadora Serys Shessarenko (PT-MT), também acusada pela CPMI dos Sanguessugas. (AE)
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Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
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10,89
bilhões de reais foi quanto a Previdência Social arrecadou em agosto.
ARRECADAÇÃO BATE NOVO RECORDE EM JULHO, PUXADA PELO REFIS 3, QUE RECUPEROU R$ 674 MILHÕES
MAIS R$ 30,6 BI NO BOLSO DO LEÃO
O
novo programa de espera que o pagamento dos parcelamento de débitos atrasados também ajud é b i t o s t r i b u t á- de a receita deste mês. rios, o Refis 3, deu Previdência – O programa um impulso à arrecadação de colaborou também para reforimpostos federais em agosto. çar o caixa da Previdência SoSegundo dados divulgados cial. O chefe da Assessoria de ontem pela Receita Federal, a Estudos Tributários e Normatiarrecadação no mês passado zação da Secretaria da Receita foi recorde para meses de agos- Previdenciária, Silas Santiago, to e somou R$ 30,611 bilhões, disse que em agosto entraram dos quais R$ 674 milhões fo- R$ 237 milhões relativos ao Reram débitos em atraso pagos à fis 3. Foi o mês com o maior valor de recolhivista por empre- Lindomar Cruz/Abr sas que entramento de débiram no progratos em atraso. A m a . Ta m b é m arrecadação da houve uma arrePrevidência socadação extra de mou R$ 10,897 R$ 173 milhões bilhões em agosto, um cresem depósitos judiciais. Sem escimento real de 8,73% em relases dois recolhimentos extraorção a agosto de 2005 e de 5,03% dinários, os núm e r o s d a na comparação com julho de Receita não teriam sido recor2006. No acudes para o mês. mulado do ano Pinheiro: menos suor e A a r re c a d aaté agosto, a arlágrimas no esforço fiscal. ção em agosto recadação soma R $ 8 1 , 8 4 8 b iteve um crescimento real de 2,31% em rela- lhões, 9,64% maior que no mesção a agosto de 2005, mas so- mo período do ano passado. freu queda de 9,6% na compaCrescimento – Na compararação com julho último, o que ção com agosto de 2005, vários foi considerado normal pela fatores contribuíram para o Receita . No acumulado do a u m e n t o d a a r re c a d a ç ã o . ano, a arrecadação totaliza Houve crescimento de 24,58% R$ 252,830 bilhões, um acrésci- na receita do Imposto de Immo real de 3,14%. portação (II) e de 10,25% na arO secretário-adjunto da Re- recadação do Imposto sobre ceita Federal, Ricardo Pinhei- Produtos Industrializados ro, afirmou que o Refis 3 vai (IPI) de automóveis, por causa dar "uma folga maior" na arre- do aumento de 14,6% no volucadação deste ano. "Essa folga me de vendas no mercado invai nos ajudar a ter menos sa- terno. A arrecadação do Imcrifício, suor e lágrimas no nos- posto de Renda da Pessoa Juríso esforço fiscal", disse o secre- dica (IRPJ) teve elevação de tário. Como o prazo de adesão 17,6%, puxada pelas entidades terminou no último dia 15, ele financeiras. (AE)
REFIS 3 Pinheiro vê risco de programa virar "mamata"
O
secretário-adjunto da Receita Federal Ricardo Pinheiro, alertou ontem para o risco de o Congresso Nacional incluir na Medida Provisória nº 303, que criou o programa de parcelamento de dívidas federais, conhecido como Refis 3, privilégios para os contribuintes inadimplentes. De acordo com Pinheiro, há emendas de parlamentares que permitem ao contribuinte quitar a sua dívida com até 99% de desconto. O secretário disse temer que os programas de parcelamento acabem levando o contribuinte brasileiro a não pagar os tributos. "O brasileiro é um dos melhores contribuintes do mundo. Não obstante essas repe-
SP combate sonegação de ISS
A
Prefeitura de São Paulo já conta com u m a c ré s c i m o d e R$ 800 milhões, ou 25%, na receita anual de Imposto sobre Serviços (ISS) depois de iniciar uma batalha judicial contra a guerra fiscal adotada por municípios da região metropolitana. A projeção de arrecadação de ISS este ano aumentou de R$ 3,2 bilhões para R$ 4 bilhões, como resultado de uma série de medidas de combate à sonegação. Entre elas, o cumprimento de uma lei, em vigor desde janeiro, que obriga prestadores de serviços instalados em outros municípios e estados a se cadastrarem na Secretaria de Finanças. A lei surgiu para evitar fraudes praticadas por empresas com sedes fictícias em outros municípios – onde as alíquotas de ISS são menores –, mas que, na prática, prestam serviços na capital. A Prefeitura já cadas-
trou 34,7 mil empresas com sede em outros municípios ou estados que atuam na cidade. A administração rejeitou o pedido de cadastramento de 2.202 empresas que, por documentação incompleta ou má-fé, não conseguiram explicar por que têm sede fora da cidade. Investigação – No caso dessas empresas rejeitadas, a Secretaria já enviou 43 pedidos de análise para a Divisão de Investigação sobre Crimes Contra a Fazenda do Departamento de Polícia Judiciária (Decap) para abertura de processo por crime de ordem tributária. A Secretaria de Finanças ressaltou que, caso seja comprovada a fraude de simulação do domicílio fiscal, a empresa poderá ser obrigada a recolher na capital o imposto devido pela prestação do serviço, hoje pago em outro município. As empresas aproveitam alíquotas menores de ISS, como a de 0,74% cobrada em Santana
de Parnaíba (a 60 quilômetros da capital), para aliviar a carga tributária sobre a prestação de seus serviços. Na cidade de São Paulo, a alíquota de ISS varia de 2% a 5%, dependendo da natureza da atividade. Em relação a Santana do Parnaíba, a Secretaria de Negócios Jurídicos enviou há um ano representação ao Ministério Público Estadual solicitando investigação da Prefeitura, que, em um único endereço fictício, permitiu a instalação de um total de 706 empresas prestado-
ras de serviços. O MPE ainda está apurando o caso. Justiça – Logo depois de sancionada a lei, a Prefeitura sofreu ações na Justiça contrárias à necessidade de se cadastrar. Duas empresas conseguiram liminares evitando a obrigatoriedade, mas uma decisão do Tribunal de Justiça legitimou o cadastramento. A administração também combate sonegadores por meio de um grupo de acompanhamento e fiscalização dos grandes contribuintes. (AE)
tições de parcelamentos, em intervalos curtos de tempo, conseguimos, mesmo num ambiente de desoneração tributária, manter a arrecadação em patamares elevados", afirmou. Para o secretário, essa é uma demonstração de como o contribuinte brasileiro é sério. Mamata – O movimento no Congresso Nacional para flexibilizar ainda mais as regras do parcelamento precisa ser desmontado, argumentou o secretário, pois pode virar "um bom negócio" não pagar os tributos. "Mamata é pouco para definir isso", disse. Ele teme que o contribuinte que conseguir quitar sua dívida com os benefícios do Refis 3 volte a ficar inadimplente. (AE)
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
Nacional Finanças Indústria Tr i b u t o s
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SETOR APOSTA NO 13º SALÁRIO
bilhões de reais é quanto o segmento de embalagem espera faturar esse ano.
Newton Santos/Hype
SETOR DE EMBALAGEM: ALTA DE 0,6% NO SEMESTRE
NO EMBALO DO NATAL E DIA DAS CRIANÇAS
O
setor de embalagens apresentou crescimento de 0,6% no primeiro semestre deste ano frente ao mesmo período de 2005. Assim, a expectativa é de expansão de 1,2% a 1,8% em 2006, "embalado" pela expectativa de elevação nas encomendas por conta de datas comemorativas, como o Dia da Criança e Natal, além da antecipação do 13º salário. Os números do setor são considerados um termômetro dos níveis de atividade da economia em geral. Para os representantes da Associação Brasileira de Embalagem (Abre), o resultado do primeiro semestre deste ano é positivo em comparação com a queda de 1% observada em 2005 frente ao ano anterior. O setor aposta na recuperação do poder aquisitivo dos salários, o que poderá estimular as compras nas datas já citadas. Além disso, espera que o crescimento das exportações se consolide. As vendas para o mercado externo apresentaram alta de 9,02% no primeiro semestre deste ano frente ao mesmo período de 2005. O faturamento para este ano deve chegar à marca de R$ 33 bilhões. Se essa expectativa se consolidar, o avanço será de 5,43% sobre 2005. Encontro – Dentro desse clima, foi realizado ontem em
8% a 1, 2% tiva de de , 1 e a 1) D expect do setor 06 é a ento em 20 s cim cres balagen em
São Paulo o 12ª Congresso que restringirá o seu avanço. Por isso, ele ponderou que a Brasileiro de Embalagem. No painel sobre boas oportuni- saída para os fabricantes de dades de negócios nos países embalagens será a prospecção de novos mercaem desenvolvim e n t o , o c o ndos, como a China e Índia. Além sultor Jacky C ha r bo nn e au , d e a p re s e n t a r populações do Internatio- Grandes empresas nal Trade Cen- como Nestlé e Procter grandes, os dois países possuem tre, órgão da Gamble já Organização reservas monetárias altas para d a s N a ç õ e s estabeleceram um investir em diUnidas (ONU) padrão para as suas versos setores e e da Organiza- marcas. o de embalagens ção Mundial de Jacky Charbonneau, pode ser benefiC o m é rc i o consultor ciado por esse (OMC), alertou para a limitação quadro positivo. Outros mercadas perspectivas de avanço nos mercados dos podem ser os de países vidos Estados Unidos, Japão e zinhos das Américas do Sul e Europa em função do baixo Central, além da Europa Ocicrescimento populacional dental e da África.
EXTRAVIO
ATA
DECLARAÇÃO DE EXTRAVIO DE NF - Ferreira Bentes Comércio de Medicamentos Ltda. CNPJ 72.955.891/0008-17, inscrição estadual 116.986.737.111 declara ter sido extraviada a Nota Fiscal em formulário contínuo de nº 669622 (em branco).
COMUNICADOS
EDITAIS FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR PREGÃO Nº 024/2006- FAMESP PROCESSO Nº 1016/2006 - FAMESP Acha-se à disposição dos interessados do dia 21 de setembro de 2006 até o dia 02 de outubro de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/pregao.htm, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL Nº 024/2006-FAMESP, PROCESSO Nº 1016/2006- FAMESP, que tem como objetivo a Aquisição de carne bovina resfriada in natura (músculo, patinho, noix maturado, lagarto, Miolo de alcatra), para o Serviço Técnico de Nutrição e Dietética do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu e do Hospital Estadual Bauru. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 03 de outubro de 2006, com início às 14:00 horas, na Sala da Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar, o endereço supracitado. Botucatu, 21 de setembro de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice Presidente - FAMESP FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR
EDITAL DA CONCORRÊNCIA Nº 001/2006- FAMESP PROCESSSO Nº 1029/2006 - FAMESP Acha-se aberta na Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, a Concorrência nº 001/2006-FAMESP, Processo nº 1029/2006-FAMESP, que tem como objetivo a Construção do Centro de Bioterismo – Prédio Central – Blocos 2,3 e 4, em terreno pertencente à FAMESP, na cidade de Botucatu, Estado de São Paulo, com área a ser construída de 1.034,00 m² (um mil, trinta e quatro metros quadrados). Será realizada visita para esclarecimentos técnicos e administrativos no dia 24 de outubro de 2006, às 9:00 horas, na FAMESP. O envelope nº 01- Documentação e envelope nº 02 Proposta, serão recebidos até o dia 31 de outubro de 2006, às 8:30 horas, quando será procedida a abertura dos referidos envelopes no dia 31 de Outubro de 2006, às 9:00 horas. A Pasta Técnica deverá ser adquirida pelo valor de R$ 100,00 (cem reais) na Seção de Compras da FAMESP, até o dia 23 de outubro de 2006. Maiores informações poderão ser fornecidas pela Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680 – ramal 111 - FAX (0xx14) 3882-1885 – ramal 110, de 2ª a 6ª feira, no telefone acima, durante o expediente normal. Botucatu, 20 de setembro de 2006. Prof. Dr. Pasqual Barretti - Diretor Presidente FAMESP
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 20 de setembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Banco Industrial e Comercial S/A - Requerido: Centro Comercial e Americano Ltda EPP - Rua Rodovalho Júnior, 229 - 02ª Vara de Falências Requerente: Sueli Jacondino de Oliveira - Requerido: Brekfort Comércio de Peças e Acessórios p/Auto Ltda. - Rua Januário Cicco, 280 - 01ª Vara de Falências
Requerente: Comercial Cordeiro de Derivados de Petróleo Ltda. Requerido: Transportes Ranea Ltda. - Rua Albertina Mallan Zaffia, 64/68 - 02ª V. Falências Requerente: Disparcon Distrib. de Peças Ar-Condicionado Ltda. Requerido: Lex Climatização Ltda. - Rua Coronel Albino Bairão, 318 - 01ª Vara de Falências
O consultor Jacky Charbonneau, do International Trade Centre, aborda oportunidades de negócios
Pesquisas – Segundo Charbonneau, esses e outros mercados precisam ser pesquisados pelos fabricantes. Ele citou como exemplo o ramo de alimentos como bom filão do setor, porque representa um terço do mercado de embalagem em todo o mundo. E se referiu aos mercados alternativos, como as indústrias de alimentos da Tailândia, que estão se transformando em grandes exportadores e poderiam se interessar por padrões diferenciados de embalagens que os brasileiros poderiam oferecer a eles. "Grandes indústrias como a Nestlé e a Procter Gamble já estabeleceram um padrão para as suas marcas e fica mais difícil para que elas incorporem novas tendências no ramo novos materiais para suas embalagens", disse. Mas essa estratégia, disse, está na contramão da tendência atual de adoção de novos materiais no setor de embalagens, além da escolha de novos equipamentos e de tipos de impressão de rótulos, que atualmente precisam conter mais informações sobre os produtos. Paula Cunha
PIB medíocre afeta vendas de bens de consumo
A
evolução e o comportamento dos bens de consumo de massa não foram tão positivos no primeiro semestre deste ano quanto o mercado esperava. A avaliação é da gerente de atendimento da ACNielsen Brasil, Luciana Baarini Morelli. Segundo a entidade, o primeiro semestre de 2006 apresentou elevação de 4% no consumo de bens, na comparação com o mesmo período de 2005. Na comparação do primeiro semestre de 2005 com igual período do ano anterior, o avanço registrado foi de 6,1%. Segundo a gerente da ACNielsen, as causas dessa desaceleração foram o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que frustrou o setor produtivo e a população em geral. Segundo análise da consultoria, a indústria foi o setor da economia que apresentou o pior desempenho no segundo trimestre desse ano em comparação com o ime-
CONVOCAÇÃO
diatamente anterior. Este quadro, aliado ao real valorizado e a conseqüente redução nas exportações, criou um resultado negativo. Entretanto, ela ressalta que a pesquisa da ACNielsen já indica recuperação no mês de julho em algumas categorias pesquisadas de bens de consumo de massa. Como exemplo, a análise cita o crescimento da categoria de alimentos perecíveis, que foi de 88%, em razão do aumento da renda dos consumidores. Os frios estão entre os produtos que mais cresceram nessa categoria: 26%. A análise indica que o consumo de pão industrializado, por exemplo, aumentou 15%, mas o preço sofreu redução de 8%. Outros produtos que apresentaram elevação de consumo foram chocolates (17%), iogurtes (14%) e leite longa-vida (12%). A pesquisa revela, também, aumento na procura por produtos naturais e alimentos diferenciados. (PC)
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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 Temos produtos dos tamanhos PP ao GG, para todas as raças e idades. Cláudia Mei, designer do Atelier Bicho Moderno
EVENTO ACONTECE ATÉ SEXTA-FEIRA
Fotos: MIlton Mansilha/LUZ
FEIRA PET REÚNE 200 EXPOSITORES Mercado, que movimentou R$ 5 bilhões no ano passado, apresenta lançamentos
M Casal observa filhote na Pet South America, no Transamérica, maior feira do setor da América Latina
Estande do Atelier Bicho Moderno: modelos de roupas e acessórios para os bichinhos e objetos de decoração para quem é apaixonado por animais.
Enquanto fica por dentro dos lançamentos, visitante pode deixar os cachorros para tosa nos vários estandes da feira, como o do Pet Shop Limpinho
imados até os pêlos por seus donos, cães e gatos alcançaram status de membros da família. Eles vão ao psicólogo, ao salão de beleza dar um trato no visual, usam roupa de grife e até a ração é adequada de acordo com seu temperamento. Com tantos paparicos, só no ano passado, o mercado pet movimentou R$ 5 bilhões, um crescimento de 10% em relação a 2004. De olho nesse nicho, as empresas do setor lançam cada vez mais produtos no mercado, e as novidades estão expostas na 5ª Pet South America, feira que acontece até amanhã no Transamérica Expo Center. A feira é a maior do segmento na América Latina, com 200 expositores. "É referencial para quem fabrica acessórios", diz o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Acessórios Pet (Anfapet), Marcelo Vasconcelos. "Vale a pena apostar nesse mercado se a empresa estiver disposta a cumprir as normas de registro para atender com qualidade esse mercado", afirma. Os fabricantes de ração estão investindo pesado em novos paladares e fórmulas funcionais, com especificidades para cada
raça de animal. É o caso dos produtos da marca Royal Canin, que passam por longos testes de palatabilidade. "É o animal quem deve escolher sua alimentação de acordo com seu gosto, e não o dono", afirma a gerente de marketing da marca, Carolina Galli. A Purina colocou no mercado rações que ajudam o organismo do bicho a funcionar de forma mais saudável. "Há embalagens próprias para gatos com problemas urinários, obesos ou alérgicos", explica a coordenadora técnica, Valéria Fraga. "Também temos as voltadas para as necessidades nutricionais de cada raça." Para afofar os pêlos, a Bioveter Cosméticos investe em xampus e
condicionadores biodegradáveis, preparados à base de pigmentos vegetais. "Esses produtos agem também como antiparasitas, o que mantém as pulgas e carrapatos longe dos animais", afirma a promotora da marca e veterinária, Carolina de Souza. Há também cosméticos especiais para os filhotes, lançamento da marca Total Química. Esses produtos têm Ph muito parecido com o da pele desses animais e devem chegar ao mercado em outubro. Vestuário – Mas de nada adianta lavar e perfumar o bichinho de estimação se ele não estiver bem vestido. Foi pensando assim que a designer Cláudia Mei criou os enxovais completos para cães e gatos. Começa com o kit maternidade, que traz cama, cobertor, toalha, brinquedos e saquinho para carregar o pet bebê. "Temos produtos dos tamanhos PP ao GG", revela Cláudia. "É para todas as raças e idades." Sonnaira San Pedro
SERVIÇO Pet South America www.petsa.com.br Até 22 de setembro, das 12 horas às 20 horas, no Transamérica Expo Center.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.TURISMO
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FERIADO
VIAJANDO COM AS CRIANÇAS guas de Lindóia (SP): o Hotel Casablanca está com duas opções de pacotes para o feriado prolongado. Na primeira, são três diárias (de 12/10 a 15/10) a partir de R$ 630 por casal. A segunda sugestão é para a família toda, num apartamento conjugado para quatro pessoas, de 11/10 a 15/10, que custa a partir de R$ 1.332. Ambos com pensão completa. Atividades especiais com os monitores estão previstas para as crianças, assim como um jantar árabe para os pais. Tels. (19) 3824-2001 ou 0800/162002, site www.hotelcasablanca.com.br. Atibaia (SP): o resort Bourbon Atibaia, a 52 km de São Paulo, promete dias de muita diversão para os pequenos entre os dias 12/10 a 15/10, com direito a brincadeira e peça de teatro com os personagens de Maurício de Souza, que agora têm espaço fixo por lá no Espaço Turma da Mônica. O próprio Maurício estará lá no Dia das Crianças dando autógrafos em fotografias da Mônica, Cebolinha e seus amigos. Para os pais, a programação também será intensa, com concurso de caipirinha, oficina de culinária e degustação de vinhos, entre outras atividades. Diárias a partir de R$ 320 por pessoa, com
Faltam poucas semanas para um dos últimos feriados prolongados do ano e nada melhor do que aproveitar a folga para viajar. Ainda mais quando o feriado em questão é o Dia das Crianças. Confira abaixo 10 opções dentro do País – de hotéis fazenda com programação para toda a família a resorts exclusivos para quem ainda não tem filhos, mas também quer relaxar longe de casa –, a partir de R$ 600, quatro diárias. pensão completa. Cortesia para duas crianças de até 12 anos no mesmo quatro dos pais. Tels. 0800/7034041 ou (11) 4414.4700, site www.bourbon.com.br. Extrema (MG): com 700 mil m² de área verde, o Hotel Fazenda das Amoreiras, a apenas 100 km da capital, possui completa infraestrutura de lazer, além de atrações típicas do campo, como fazendinha, passeio de charrete e trenzinho, ordenha de vaca... O pacote de quatro dias (de 11/10 a 15/10) a partir de R$ 2.320 o casal, com cortesia para uma criança de até 3 anos. Inclui pensão completa. Tels. (35) 3435-4000 ou (11) 69424849, www.hotelamoreiras.com.br. Governador Celso Ramos (SC): essa opção é para aqueles que ainda não têm filhos, mas também querem viajar. Boa pedida é investir, então, em dias de puro romance num dos resorts mais exclusivos do Brasil: o Ponta dos Ganchos. Com somente 20 bangalôs – alguns com jacuzzi no deque com vista para o mar–-, oferece pacotes de quatro noites a partir de R$ 6.610 por casal, com pensão completa, incluindo bebidas não
alcoólicas. Tels. (48) 3262-5000 ou 0800/6433346, site www.pontados ganchos.com.br. Ilhabela (SP): esta é uma opção para as famílias de grande porte e amantes de esportes aquáticos que a charmosa ilha oferece. No Resort de Charme Fazenda Siriúba, a hospedagem é feita em casas, que acomodam de duas a oito pessoas, espalhadas numa área de 55 mil m² de mata junto ao mar. Oferece duas opções de pacotes: de 6/10 a 15/10 a partir de R$ 2.088 por casal, com café da manhã, ou R$ 928, por casal (de 11/10 a 15/10), também com café da manhã. Tels. (012) 3896-1050 ou (12) 3896-1887, www.fazendasiriuba.com.br. Ilha de Comandatuba (BA): aos que quiserem investir um pouco mais e
passar o Dia das Crianças em grande estilo a dica é o Transamérica Ilha de Comandatuba, localizado no município de Una. Ali, além de vários espaços dedicados aos pequenos, como a Casa do Tarzan e a Casa das Crianças, há um restaurante só para eles. Para agradar a todo mundo, as atividades da criançada estão divididas por faixa etária, de teatrinho a arco e flecha e até golfe. De 8/10 a 15/10, o pacote custa a partir de R$ 4.250 por pessoa, incluindo parte aérea, traslados do aeroporto ao resort e diárias com café da manhã e jantar. Cortesia para duas crianças de até 12 anos no mesmo quarto dos pais. Tels. (73) 3686-1122 ou 0800/0126060, www.transamerica.com.br. Itamonte (MG): durante todo o feriado o Hotel
Recanto dos Lagos irá oferecer, a cada dia, um prato diferente elaborado com mel – produto muito produzido na região. No sul de Minas, o hotel conta com atividades mais radicais, como rapel de 51 metros e mountain bike, às mais tranqüilas, como pescaria e caiaque nos lagos, além de promover excursões aos parques do Itatiaia e da Serra do Papagaio. Quatro dias para casal sai a partir de R$ 600, com pensão completa. Tels. (35) 3363-3440 ou 3363-1714, site www.recanto doslagos.com.br. Mairiporã (SP): a apenas 30 km da capital, o Hotel Fazenda Três Corações promete surpresas para as crianças durante o feriado, além do pedalinho, piscinas, playground e salões de jogos. Haverá torneios, passeios pela região e atividades do campo, como ordenha de vacas. De 11/10 a 15/10, o pacote sai a partir de R$ 1.680 por casal, com pensão completa e cortesia para uma criança de até 12 anos no mesmo quarto dos pais. Tel.(11) 4486-5290, site
www.hotelfazenda trescoracoes.com.br. Maresias (SP): a 150 metros da praia de areias claras dessa badalada praia do litoral norte paulista, a Pousada do Conde está com pacotes de 12/10 a 15/10 a partir de R$ 900 por casal, com café da manhã. Aos mais aventureiros, é possível fazer, por preços que variam de R$ 50 a R$ 80, aulas de surfe, rapel, mergulho e pesca nos costões e em navios afundados. Tel. (12) 38656322, site www.pousada doscondes.com.br. Rio de Janeiro (RJ): para quem quiser aproveitar para mostrar a Cidade Maravilhosa para a criançada e, de quebra, pegar uma praia, o Le Méridien Copacabana está com diárias a partir de R$ 350 por casal, incluindo café da manhã. Com vista para o mar de todos os seus quartos, fica num pedaço privilegiado, entre as praias do Leme e Copacabana. Tels 0800/ 257171 ou (21) 38738850, site www.lemeridien.com /copacabana.
ERRATA Diferente do que foi publicado na última edição, o projeto Mercure Mais Cultura doará para o Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro, R$ 1 de cada diária vendida nos 68 hotéis e flats da rede apenas nos dias 19 de cada mês. Mais informações pelo site www.accorhotels.com.br.
Sobre comissões e o papel dos consolidadores
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eralmente avesso à política do Turismo, apesar de ter participado, ao longo de sua história no setor, de importantes reuniões e decisões, dado o tamanho de sua empresa, o presidente do Grupo Flytour, Elói D'Ávila de Oliveira, veio a público cobrar liderança e união das entidades de classe na negociação da mudança de remuneração das agências de viagens, pois não gostou de ver o vicepresidente da TAM, José Wagner Ferreira, ter tomado a frente e levantado o assunto antes. Para Oliveira, esse seria o papel da Abav (Associação Brasileira das Agências de Viagens), como entidade mais representativa do setor. "É necessária a união do setor e de ferramentas de controle, que ainda precisam ser desenvolvidas. O problema é que há muitas associações de classe, Favecc, TMC, Aviesp, Avirrp, Sindetur, Fenactur e Abav, que dizem nos representar, mas que não tomam atitude", disse o presidente da Flytour. Para ele, a Abav deve liderar esse processo e as demais aderirem, com um só interlocutor, para não enfraquecer a negociação e a classe como um todo. "Não é o fornecedor que vai dizer o quanto vou cobrar pelo serviço que presto a meu cliente. Somos surpreendidos todos os dias por nossos clientes dizendo que a TAM e a Gol lhes deram tarifas netas e que agora temos de estabelecer uma taxa", conta. Para Oliveira, o sentido tem de ser inverso. "Se os agentes não se unirem e tomarem conta de seu negócio, as taxas e outras medidas vão ser definidas pelos fornecedores". A taxa, segundo ele, não deve ser sobre o bilhete e sim sobre o serviço prestado. "Quanto é 10% de nada? De R$ 1? Nada", continua. O futuro da consolidação – O diretor da Air International, do Rio de Janeiro, Leonardo Mignani, concorda com a opinião do presidente da Flytour, mas acredita que ainda há um longo caminho pela frente até se atingir a este patamar sugerido. Para ele, os consolidadores vão sempre ceder créditos aos agentes, mas a nova visão é exatamente a de que estes profissionais terão que se antecipar às companhias aéreas – que cada vez mais venderão diretamente aos consumidores finais pela internet –, comprando lugares ou fretando aviões e revendendo aos agentes. "Isso já acontece lá fora. É um processo natural. A demanda por lugares está crescendo e se os consolidadores não tiverem esses assentos na mão não conseguirão vender", disse Mignani. Segundo ele, a primeira ação necessária para essa mudança de visão seria a regulamentação do mercado para definir exatamente o papel do operador, do consolidador e do agente. "A partir daí começaria o período de transição e o
mercado começaria a trabalhar dentro de uma nova realidade. Passaria a ser cobrada das agências de viagem uma taxa pelos serviços prestados pela consolidadora, já que o caminho é o das companhias aéreas não mais comissionarem o consolidador", disse. "Dentro desta visão, é um processo natural a diminuição da comissão até chegar a zero. E a partir deste patamar de comissão zero é que os consolidadores poderão começar a trabalhar da forma sugerida pelo Elói de Oliveira", acrescentou. Risco – Já o diretor da Elitravel, Paulo Guimarães, não concorda com nenhuma das hipóteses, pois considera que ambas são arriscadas. Para a companhia aérea, é arriscado já que a empresa vai limitar o crédito e corre o risco de ouvir um "não" do consolidador na hora de fechar o negócio. "Acho muito estranho a companhia querer assumir essa responsabilidade." Para o consolidador, o risco é o fato de que quando se compram assentos, por exemplo, não há garantias de que se consiga revender depois. Para ele, o futuro dos agentes e dos consolidadores não é nada bom. "As companhias aéreas não têm estrutura para atender os agentes, tanto que estão investindo na venda direta pela internet." O executivo não soube precisar como será este novo momento do mercado, mas acredita que uma forma seria passar para o próprio consolidador – que, segundo ele ,tem rentabilidade média de 3% e se torna um prestador de serviços barato – o risco pelas vendas e prestações de serviços. "Mas acredito que isso não vai mudar em um curto prazo", disse Guimarães. O diretor da Elitravel sugere o boicote às empresas aéreas que não privilegiam o agente. "Temos que nos unir e exigir respeito. A classe deveria deixar claro que é mal-remunerada e que deve receber uma porcentagem por isso", disse. Marilene Zanette, diretora da Canaã, também não acredita em nenhuma das hipóteses. "Como podemos ter boas previsões se somos intermediadores dos pequenos agentes e se as companhias aéreas querem assumir essa venda direta?", diz. "Essas ações de tarifa net são muito questionáveis. As pequenas empresas não vão conseguir lidar com isso." Ela questiona a sugestão de Oliveira e diz que "se for para pensar desta forma, é melhor que todos se tornem operadores e vendam pacotes, que não oferecem riscos", conclui. Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.
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pesar de não constar no calendário de festas e feriados do País, o período de dez dias que marca o ano novo judaico, 5767, e que começa amanhã no pôr-do-sol, movimenta o mercado direcionado à comunidade. Segundo a crença religiosa, o povo judeu entra num período de reflexão e arrependimento, faz um balanço de suas ações no ano que passou e pede perdão pelos pecados cometidos. A comida tem um papel fundamental na data. A correria é tamanha que no restaurante Z Deli ninguém pôde dar entrevista esta semana, tantos eram os pedidos de encomendas. Shoshana Baruch, do Adi Shoshi Delishop, no Bom Retiro, disse que as encomendas de gefilte fish (um bolinho de peixe) e varenike (massa recheada de batata e coberta com cebola) começaram há um mês. Amanhã e sábado, o restaurante estará fechado para almoço e funcionará apenas para a entrega dos pedidos. Às 9 horas de ontem, a Casa Zilana, tradicional mercearia de comida e produtos judaicos em Higienópolis que tem seu movimento triplicado nesta época do ano, já estava a todo vapor. "Estamos nesse pique há uma semana. Tem cliente que fica na porta esperando a gente abrir logo cedo", disse Ana Manoel Gonçalves, proprietária. Ana não comentou quanto investiu para a data (a segunda melhor do ano, só perde para o Pessach), mas disse que só de varenikes será vendida 1,5 tonelada da comida – a R$ 15,98 o quilo. Até amanhã, Ana vai vender 7 mil gefilte fish, 700 quilos de filé de arenque e três mil chalás – pão obrigatório na mesa de
Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
Na comemoração do Rosh Hashaná, é comum presentear com doces, para desejar um ano bom.
AMANHÁ É O ROSH HASHANÁ
FELIZ ANO NOVO!!!! Começa amanhã, logo após o pôr-do-sol, os festejos que marcam a chegada do ano 5767 do calendário judaico. A data movimenta um intenso mercado de produtos direcionados para essa comunidade. Fotos: WValente/AFG
Acima, doces típicos da cultura judaica fazem sucesso nos festejos de ano novo. Eduardo Casarini, do Flores Online (abaixo), espera vendas 30% maiores. Paulo Pampolin/Hype
toda família judaica. Para dar conta do recado, alguns funcionários da mercearia, que contratou dez pessoas para ajudar esta semana, vão passar a noite acordados na cozinha. Ana, que é católica, disse que não espera um aumento nas vendas (no comparativo com 2005), mas, se isso acontecer, "está preparada". Do ces – Na comemoração de Rosh Hashaná (cabeça do ano, em hebraico) é comum as pessoas se presentearem com doces, desejando que o ano novo seja bom e, é claro, doce. Na AZ presentes, loja de Zilda Gonçalves, filha de Ana, o entra e sai não era menor. Zilda recolheu todos os produtos que normalmente enfeitam sua loja para enchê-la de presentes para a data. Com preços que começam nos R$ 10 (os sachês de mel) e atingem algumas centenas de reais, Zilda e seus funcionários (a equipe praticamente dobra nessa época) começam a embalar os presentes 60 dias antes. Comparado a 2005, a AZ teve um aumento de 10% nas vendas. Em média, o motorista da loja fará até amanhã 80 entregas de presentes por dia. Os clientes que optam pelo serviço pagam R$ 10 de taxa. "Eu estava um pouco pessimista este ano, mas as vendas me surpreenderam", disse Zilda. Os produtos não duram muito nas prateleiras. Tanto a Casa Zilana quanto a AZ só vão fechar no Yom Kippur, o Dia do Perdão, 2 de outubro. Flores – Nem só de comida vive o comércio de Rosh
Hashaná. Segundo Eduardo Casarini, diretor de marketing do site Flores Online (www.floresonline.com.br), foram montados 34 arranjos de flores para a ocasião, muitos acompanhados de doces, como chocolates e bolos de mel. Três vasinhos de minirrosas vermelhas, um Prosecco Spumante Sperone e um bolo de mel de 500 gramas sai por R$ 128. Segundo Casa-
rini, a empresa espera que as vendas cresçam 30% este ano. Kety Shapazian SERVIÇO O templo Beth-El ainda tem assentos disponíveis para para quem quiser celebrar a data na sinagoga. As orações serão feitas pelo chazan Moshe Adorian, acompanhado pelo maestro Alex Eshed e coral. Informações: (11) 3256-1246.
LEI KANDIR
MERCOSUL
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mpresas e governos estaduais deverão iniciar uma queda de braço no Congresso Nacional assim que passar a eleição. A partir do dia 1º de janeiro, entrará em vigor uma regra da Lei Kandir que dará um alívio na carga tributária do setor produtivo, garantindo às empresas créditos tributários no valor do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) embutido no preço da energia elétrica, da telefonia e de mercadorias para consumo próprio. As empresas deixarão de pagar R$ 17 bilhões em ICMS por ano. (AE) A TÉ LOGO
O Ó RBITA
TOYOTA
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fabricante de automóveis japonesa Toyota anunciou ontem um ambicioso plano para elevar suas vendas globais a 9,8 milhões de veículos em 2008. A empresa vendeu 8,13 milhões de veículos no ano passado, e projeta vendas de 8,85 milhões de unidades este ano, incluindo as vendas das subsidiárias. (AE)
Mercosul e a União Européia reiniciarão as negociações sobre um acordo comercial nos dias 19 e 20 de outubro, no Rio de Janeiro, após mais de um ano e meio de congelamento nas conversas, informou ontem um diplomata do bloco sul-americano. A retomada das difíceis e demoradas negociações entre o Mercosul e os europeus, paralisadas por divergências na área agrícola, é anunciada depois do colapso das negociações sobre comércio global, no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). (Reuters)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Bancos mantêm TR em financiamentos da casa própria
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Estudo da FGV aponta redução da pobreza no Brasil de 19,1%
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Número de pobres na Argentina também está em queda
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
rs /Reute owning Larry D
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Internacional Ainda há cheiro de enxofre no ar
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presidente Hugo Chávez aproveitou ontem a tribuna da Assembléia Geral das Nações Unidas para trazer para um plano pessoal os seus ataques contra o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Falando em nome dos "povos do Sul", e citando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva duas vezes, Chávez chamou Bush de "diabo", disse que ele precisa de um psiquiatra e o acusou de ser o maior patrocinador do terrorismo internacional. Com seu estilo informal e debochado, e falando a maior parte do tempo de improviso, Chávez começou sua apresentação no papel de crítico literário, recomendando aos colegas a leitura de Hegemonia ou Sobrevivência: A estratégia imperialista dos Estados Unidos, do americano de origem judaica Noam Chomsky. Segundo Chávez, "a pretensão hegemônica do imperialismo americano põe em risco a sobrevivência da própria espécie humana". Advertindo os cidadãos americanos que "têm o diabo na própria casa", Chávez investiu, benzendo-se com o sinal da cruz e arrancando risadas do plenário: "Ontem, veio o diabo aqui. Ainda cheira a enxofre no ar". Dono do mundo – Sem pronunciar o nome de Bush em seu discurso, o presidente venezuelano narrou: "Veio aqui falando como dono do mundo. Um psiquiatra não seria demais para analisar o discurso do presidente dos EUA. Como porta-voz do imperialismo, veio dar suas receitas para tentar manter o atual esquema de dominação, exploração e saque dos povos do mundo." Chávez, que ficou conhecido depois de liderar uma tentativa de golpe de Estado em 1992, governa a Venezuela desde 1999 e pretende se reeleger pela segunda vez em dezembro, chamou Bush de "presidente tirano mundial", e disse que seu modelo é o da "falsa democracia das elites (...), imposto com bombardeios, invasões e tiros de canhão". O presidente venezuelano bradou para uma platéia entre divertida e abismada: "Fogo imperialista! Fogo fascista! Fogo genocida do império e de Israel contra o povo inocente da Palestina e do Líbano." Também acusou os EUA de "planejar, financiar e impulsionar" a tentativa de golpe contra ele, em abril de 2002. "O governo dos Estados Unidos tem um peso e duas medidas, e protege o terrorismo", foi a estocada final em Bush de Hugo Chávez, bastante aplaudido. (AE)
A frase foi disparada, ontem, pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, durante seu discurso em Nova York, na 61ª Assembléia das Nações Unidas, em uma referência direta à presença, no mesmo local, um dia antes, do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, a quem Chávez chamou de "diabo". Mike Segar/Reuters
Governo Bush insiste na suspensão de trabalhos do Irã
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Para o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, a pretensão hegemônica dos Estados Unidos põe em risco a sobrevivência da espécie humana
EUA vão rever ajuda à Tailândia AFP
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s Estados Unidos denunciaram, ontem, a "falta de justificativa" do golpe militar na Tailândia, ocorrido na terça-feira. Segundo o Departamento de Estado americano, a deposição do primeiro-ministro Thaksin Shinawatra pelo Exército foi um "passo para trás na democracia". Os EUA ameaçaram rever os programas de ajuda financeira e a cooperação militar com aquele país. "O mais importante é um retorno à ordem constitucional o mais rápido possível", disse o vice-portavoz do Departamento de Estado, Tom Casey. O rei da Tailândia, Bhumibol Adulyadej, aprovou ontem a nomeação do comandante do Exército, o general Sondhi Boonyaratglin, como líder do governo provisório. Boonyaratglin, primeiro líder muçulmano do Exército no país majoritariamente budista, liderou o golpe e informou que pretende entregar o poder a um governo interino em duas semanas.
Para Chávez, George Bush (foto) é o maior patrocinador do terrorismo mundial
General Sondhi Boonyaratglin
Processos – "Depois de duas semanas, sairemos", garantiu. Além disso, confirmou eleições gerais para outubro de 2007. O general também ameaçou o premiê deposto com processos. "Aqueles que cometeram ilegalidades serão processados de acordo com a lei", garantiu Boonyaratglin. Shinawatra estava em Nova York para a Assembléia-Geral das Nações Unidas. No poder desde 2001, é um bilionário do ramo das telecomunicações. Shinawatra enfrentava protestos por sua atuação na crise muçulmana no sul do país e por suspeita de corrupção.
Apesar do anúncio da aprovação do general Boonyaratglin como primeiro-ministro interino, não está claro qual a participação do rei no golpe. Poucos minutos após os tanques e as tropas tomarem as ruas de Bangcoc e cercarem prédios públicos e de meios de comunicação, Adulyadej, o mais antigo monarca do mundo no poder (há 60 anos), se reuniu com lideranças dos golpistas para definir o governo interino. Sondhi Boonyaratglin é considerado muito próximo do rei. O primeiro-ministro deposto pelo golpe militar na terçafeira, Thaksin Shinawatra, viajou ontem de Nova York para Londres, onde tem uma casa. Durante o vôo, ele declarou-se surpreso com o golpe. "Era primeiro-ministro quando cheguei e aqui estou desempregado no caminho de volta", disse à agência tailandesa TNA. Ao chegar à capital britânica, Shinawatra não quis falar com a imprensa. (AE)
Casa Branca reagiu ontem ao discurso do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, na Organização das Nações Unidas (ONU), reafirmando a exigência de que Teerã suspenda seu programa de enriquecimento de urânio. Em um pronunciamento feito horas depois de o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush falar na Assembléia Geral das Nações Unidas, na terça-feira, Ahmadinejad acusou Washington de tentar negar o direito ao Irã de obter energia nuclear pacificamente, direito do qual muitos países ocidentais desfrutam. O porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, disse que Bush não estava presente no plenário no momento em que o líder iraniano, em seu discurso, disse que não iria se comprometer com o desejo do Ocidente para que o Irã suspenda seu programa de enriquecimento de urânio. Snow, referindo-se ao pacote de incentivos oferecido ao Irã pelas grande potências caso o país suspenda o enriquecimento de urânio, disse que "há uma variedade de benefícios que queremos disponibilizar. Mas não vamos nos comprometer com pontos específicos de seu discurso". Bomba – O Ocidente suspeita de que Teerã esteja tentando desenvolver uma bomba atômica, enquanto o Irã alega estar usando seu programa nuclear para fins pacíficos, com o objetivo de obter energia. Bush, em comentários feitos mais tarde na rede de tevê CNN, expressou sua preocupação em relação ao desejo de Mahmoud Ahmadinejad de ver Israel riscado do mapa. "Meu julgamento é de que temos de tomar a palavra de cada um seriamente neste mundo. Você não pode apenas esperar pelo melhor", disse George Bush. (AE)
TROCA NO JAPÃO
LÍBANO: 5 MIL
onfirmando os C prognósticos, Shinzo Abe foi eleito, ontem,
missão de manutenção A de paz da Organização das Nações Unidas (ONU)
presidente do Partido Liberal Democrata (PLD), partido de direita que governa o Japão há décadas, e automaticamente se confirma como próximo primeiro-ministro japonês. Abe substituirá Junichiro Koizumi e assume no próximo dia 26 junto ao Parlamento, onde conta com ampla maioria. No mesmo dia deve anunciar a composição do governo. Primeiro líder japonês nascido após a Segunda Guerra Mundial, Shinzo Abe completa hoje 52 anos e pertence a uma nova geração de políticos japoneses, uma geração que defende a revisão da Constituição pacifista de 1947, por entender que ela impede o Japão de ter um verdadeiro Exército e limita suas ambições internacionais.
no Líbano, conhecida pela sigla Unifil, já possuía mais de 5.000 soldados em solo libanês, ontem. Entretanto, Israel recuou de uma previsão inicial de que poderia retirar-se totalmente do Líbano até o próximo fim de semana. Uma resolução do Conselho de Segurança (CS) da ONU determina que o contingente da Unifil seja ampliado de 2.000, nível anterior à invasão do Líbano por Israel, em julho, para 15.000 soldados. Os soldados da Unifil atuarão junto com outros 15.000 soldados libaneses, na segurança na fronteira entre Líbano e Israel. "A Unifil tem agora um contingente de 5.000 soldados", disse o general francês Alain Pelligrini, comandante da missão de paz da ONU no Líbano.
Ó RBITA
ALERTA rupos paramilitares G neonazistas estão criando fortes redutos em regiões da Alemanha com problemas econômicos e ganhando voz por intermédio de partidos políticos de ultradireita, advertiu, ontem, o Conselho Central de Judeus na Alemanha. O Partido Nacional Democrata, que já foi comparado aos nazistas, conquistou várias cadeiras numa eleição regional no Estado de MecklenburgVorpommern, no leste do país, domingo, renovando os apelos por sua proibição. O Conselho Central de Judeus na Alemanha apóia esses apelos. (AE)
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
VARIG COMPROU MAIS 14 AERONAVES
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vôos das 272 rotas originais foram mantidas pela Varig no plano básico da empresa.
AGÊNCIA VAI REDIRECIONAR HOJE 148 ROTAS E FORNECER CERTIFICAÇÃO À COMPANHIA AÉREA
ANAC VAI DISTRIBUIR VÔOS DA VARIG Fábio Motta/AE
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O presidente do Conselho de Administração, Marco Antonio Audi, prestou depoimento à CPI da Varig
Petrobras investe US$ 2,7 bilhões no México e nos EUA
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Petrobras vai investir US$ 2,7 bilhões, de um total de US$ 12,1 bilhões para a expansão internacional até 2011, na consolidação das suas atividades no Golfo do México e no mercado americano. A meta é aumentar a produção diária nos Estados Unidos, dos atuais 6 mil barris de petróleo por dia, para 100 mil barris diários.
As informações foram dadas pelo presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, durante palestra em que detalhou, em Houston, no estado americano do Texas, os planos de investimento da companhia para o período de 2007 a 2011. Com um portfólio de 80 blocos exploratórios em águas rasas e outros 197 em águas profundas, a estatal começou a perfurar nos campos da região de Corpus Chisti, no extremo oeste do Golfo do México, a uma profundidade de 6 mil
metros. Outras empresas já procuraram petróleo na região, mas abandonaram a atividade, por causa das dificuldades encontradas. A região do Golfo do México concentra hoje o maior volume de investimentos da Petrobras fora do Brasil e a empresa é atualmente a que tem o maior volume de atividade na região: participa de três das maiores descobertas já feitas na área, além de integrar um campo que já está em produção, informou Renato Bertani, presidente da Petrobras Bolívia. (AE)
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) iniciará hoje o processo de redistribuição de 148 vôos que eram da Varig, mas que a companhia aérea não incluiu em seu plano básico de linhas, apresentado em agosto. Das 272 rotas originais, a companhia manteve 124. O assunto será debatido durante reunião, no Rio, da diretoria da agência, em que a nova Varig espera receber a autorização para funcionamento jurídico, segundo o presidente do conselho de administração da controladora VarigLog, Marco Antonio Audi. Após essa primeira etapa de certificação, que dará à nova Varig seu CNPJ, Audi conta ser possível dar encaminhamento
à compra de mais 14 aeronaves que estão estacionadas no Rio à espera da concessão de transporte aéreo, que é a fase final de efetivação da empresa. "Hoje não podemos comprar porque ainda não temos a concessão", afirmou, em depoimento à CPI da Varig, realizada ontem. Segundo Audi, foi firmado um compromisso de compra, mas o negócio só será efetivado com a obtenção da concessão. Antes dessa etapa final, a nova Varig deve ainda receber um certificado chamado Cheta, concedido após exames técnicos e operacionais. Com a frota atual de 15 aviões, mais os novos, Audi diz que serão 29 aeronaves que vão gerar quase 3,5 mil empregos. Dos 148 vôos pertencentes à Varig, os que eram realizados
do Aeroporto de Congonhas serão licitados publicamente. Inicialmente seriam 50, mas a agência informa que deverá haver modificações. A concorrência é necessária porque o aeroporto paulistano é o mais utilizado e cobiçado pelas empresas aéreas em todo o País. O plano da Anac é publicar um edital com esses vôos amanhã no Diário Oficial da União. A licitação ocorrerá em torno de 15 dias após a publicação. Para os vôos que não eram operados em Congonhas, a Anac informa não haver necessidade de licitação. Isso porque são terminais onde a concorrência não é tão acirrada. A Anac já havia iniciado no fim do mês passado a distribuição de 51 vôos internacionais operados pela Varig. (AE)
IBGE apura expansão dos serviços
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setor de serviços teve aumento no número de empresas, receitas e pessoas ocupadas em 2004, em comparação com o ano anterior, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Pesquisa Anual de Serviços (PAS) estimou em 885.266 o número de empresas de serviços nãofinanceiros em operação no Brasil em 2004, com aumento de 4,8% em relação a 2003. Na mesma base de comparação, essas empresas geraram
R$ 381 bilhões de receita operacional líquida (alta 11%) e ocuparam cerca de 7,093 milhões de pessoas (crescimento de 9,5%). Informação — Como já havia ocorrido em 2003, as atividades de serviços de informação (telecomunicações, informática, audiovisual, jornalismo e agências de notícias) foram responsáveis pela maior parte da receita operacional líquida do setor, seguidas pelas companhias de transportes, serviços auxiliares e correio.
Os serviços de informação tiveram receita de R$ 115,6 bilhões em 2004, contra R$ 98,6 bilhões de 2003, com destaque para os serviços de telecomunicações, responsáveis por 68,8%. O segmento de serviços de informática foi responsável por 18,5% do total da receita dos serviços de informação, percentual abaixo do apurado em 2003 (de 19%). Já os serviços audiovisuais responderam por 12,7% da receita dos serviços de informação e os de TV aberta ficaram com 52,8%. (AE)
Suplemento Especial/São Paulo, 21 de setembro de 2006
Sonho em construção
Peter Cate/Getty Images
Este é um bom momento para quem pretende reformar ou construir a casa própria. Os materiais baixaram de preço e há vários tipos de financiamento. Veja também neste caderno especial as novas construções e suas paredes à base de gesso, os materiais ecológicos, as tintas com água e sem solventes, os novos tubos e conexões. E, depois, cuide da decoração, do luxo da alameda Gabriel Monteiro da Silva aos projetos de paisagismo e recreação dos prédios modernos. Além de uma profissão em alta: os designers de interiores
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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quinta-feira, 21 de setembro de 2006
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milhões de Letras Financeiras do Tesouro (LTNs) foram recompradas ontem pelo Tesouro Nacional. Os papéis têm juros prefixados.
20/9/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 18/09/2006 18/09/2006 18/09/2006 18/09/2006 18/09/2006
P.L. do Fundo 8.947.362,66 1.443.533,41 7.778.162,63 13.369.657,54 1.272.661,80
Valor da Cota Subordinada 1.186,682281 1.087,733244 1.156,771643 1.119,436906 1.087,487663
% rent.-mês 0,8782 0,9522 0,8919 7,3130 2,4029
% ano 21,4655 8,7733 15,6772 11,9437 8,7488
Valor da Cota Sênior 0 1.082,528456 1.095,553185 0 0
% rent. - mês 0,5837 0,6358 -
% ano 8,2528 9,5553 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.ESPECIAL
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
Um bom momento para construir ou reformar sua casa
O governo lançou mais um pacote de incentivo à construção civil, barateou quase tudo. A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil também contribuem com suas linhas de créditos especiais para este fim Patrícia Cruz/LUZ - 22/02/2006
Ricardo Padue/AFG
Hiroshi Shimuta, credenciado do Construcard: essa modalidade de financiamento amplia os negócios
Maristela Orlowski
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pós o governo federal ter lançado mais um pacote de incentivo à habitação e à construção civil, que, entre outras medidas, reduziu ou zerou as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de uma série de produtos da cesta básica de
materiais, muitos consumidores vão aproveitar o momento para terminar a reforma ou construir a casa própria. Pelo menos é a expectativa dos lojistas do setor. Quem quer garantir a oportunidade, mas não tem dinheiro para comprar a mercadoria à vista, pode optar por linhas de financiamento de instituições financeiras ou das próprias redes de varejo. Uma das
alternativas é o Construcard, o cartão de débito da Caixa Econômica Federal (CEF). Com ele é possível financiar compras entre R$ 1 mil e R$ 180 mil, com taxas de juros de 1,69% ao mês atualizada pela Taxa Referencial (TR) e prazo máximo para pagamento da dívida de até 36 meses. Segundo o superintendente de Empréstimos para Pessoa Física da CEF, Laércio Roberto Lemos de Souza, neste ano, até o mês de agosto, foram liberados 22.433 empréstimos do Construcard no valor de R$ 386 milhões. A previsão é de que o montante chegue a R$ 600 milhões até dezembro. No ano passado, 36.520 operações foram realizadas em todo o Brasil, movimentando R$ 639,8 milhões. O saldo em carteira já ultrapassa R$ 1,5 bilhão de créditos concedidos a aproximadamente 90 mil clientes. O financiamento possui duas fases. A primeira, chamada de utilização, corresponde ao período disponível para o cliente usar o crédito e comprar o material, e pode variar entre dois e seis meses. Nesse período, o banco cobra juros do valor utilizado mais Taxa Operacional Mensal (TOM). A fase seguinte, de amortização, destina-se à quitação do financiamento, pode variar entre 1 e 34 meses, e tem início após a efetivação do período de compras ou da utilização total do limite concedido. Durante a amortização, além da TOM, é cobrado o juros de 1,69% mais TR. A soma total do prazo de utilização e amortização não pode ultrapassar 36 meses. Para obter o recurso, basta ser correntista do banco, que faz uma análise de crédito e renda para liberar o empréstimo. Não-correntistas também podem adquirir o financiamento, mas precisam hipotecar ou alienar um bem ao banco como garantia. Variedade Outra possibilidade é o BB Material de Construção, linha de crédito específica do Banco do Brasil para quem pretende construir, ampliar ou reformar o imóvel em área urbana ou adquirir material básico e de
Armando Carleto, da Telhanorte: linhas e cartões específicos são ferramentas de uso prático e seguro
acabamento, hidráulico, elétrico e ferragens. A modalidade financia até R$ 20 mil, sem necessidade de garantias ou fiador, com taxa de juros nominal de 1,9% ao mês para o prazos entre 2 e 24 meses e de 2,9% nas contratações entre 24 e 36 meses. O cliente ainda pode estender o pagamento da primeira parcela do financiamento até 59 dias. De acordo com dados da instituição, a linha acumula desembolsos de R$ 1,6 bilhão e 730 mil operações contratadas desde seu lançamento, no fim de 2003. Atualmente, a carteira ativa - o valor das operações em curso - está em R$ 600 milhões, valor distribuído por 420 mil contratos. Parte dos recursos é do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A estimativa é de que o pacote de incentivo do governo federal aumente a demanda para a utilização total dos recursos, que chegam à ordem de R$ 1 bilhão. Para contratar a linha de crédito não é necessário que o cliente vá a uma agência do banco, basta solicitar o financiamento diretamente nos terminais das lojas de material de construção, onde passa seu cartão da bandeira Visa na função débito e faz a opção pelo financiamento. Praticidade De acordo com os lojistas, cerca de 2/3 das vendas do varejo são financiadas, e cerca de 70% dos financiamentos são feitos com cartão de crédito. Para o diretor-financeiro da Telhanorte, Armando Carleto, linhas e cartões específicos para a compra de materiais de construção são ferramentas de crédito de uso prático e seguro: "Depois de permanecer horas dentro da loja escolhendo todo
o material que deseja comprar, o cliente já não tem muita paciência para pleitear o financiamento em um quiosque de financeira. Ele quer chegar ao caixa e acelerar o processo". Para o presidente da Nicom Comércio de Materiais para Construção, Hiroshi Shimuta, que é credenciado do Construcard há aproximadamente dez anos, oferecer essa modalidade de financiamento amplia as chances de negócios: "O consumidor pode pagar o valor da compra em até 36 vezes, mas o dinheiro é creditado na conta da empresa em 24 horas. No caso dos cartões de crédito usuais, só recebo o dinheiro depois de 30 dias de a compra ser realizada", avalia o empresário, que diz ter 3% do seu faturamento proveniente do Construcard. Estímulo O segmento de construção civil amargou taxas ruins de crescimento nos últimos três anos. No entanto, espera-se uma reação positiva do mercado nos próximos meses. Quem também comemorou o pacote habitacioal do governo foi a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco). Para o
Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor Luciano Ornelas Chefe de reportagem Arthur Rosa
presidente da entidade, Cláudio Conz, a nova redução do IPI prova que os governantes entenderam que o desenvolvimento do Brasil passa necessariamente pela construção civil. "A medida contribui para que o sonho de reformar e construir a casa própria se torne mais acessível, já que o setor é movido especialmente pela construção autogerida. Cerca de 77% do movimento se deve ao consumidor que compra o terreno, contrata o engenheiro ou o arquiteto para fazer a planta e arca com os custos do material e da mão-de-obra. Essa redução vem beneficiar exclusivamente essas pessoas, a grande maioria do povo brasileiro". Segundo o diretor-financeiro da Telhanorte, a rede já aderiu ao programa de incentivo e reduziu o preço de diversos produtos, além daqueles que tiveram as alíquotas do IPI reduzidas ou zeradas, como chuveiros elétricos, por exemplo: "Registramos incremento de 15% das vendas somente no última promoção de fim-de-semana. A tendência é que o segmento melhore daqui para frente e cresça cerca de 10% em relação ao ano passado".
Repórteres Maristela Orlowski Sérgio Damasceno Vanessa Rosal Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo
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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
METALÚRGICOS PARAM POR 24 HORAS EM ALERTA
Fotos: Diego Padgurschi/Folha Imagem
Em julho, micros e pequenas empresas registraram queda de 2,6% no nível de ocupação em relação a julho de 2005, uma redução de 152 mil vagas no período
A DE BRAÇOS CRUZADOS Bancários paulistas fecharam as agências ontem e prometem parar na 3ª feira
O
a greve", disse o presidente do ciação e classificou a paralisaSindicato dos Bancários de São ção de medida drástica. A enPaulo, Osasco e Região, Luiz tidade afirmou que está disposta a negociar e tomará as Cláudio Marcolino. Braços cruzados – Ontem, medidas cabíveis para que as os bancários que trabalham na agências funcionem normalregião central de São Paulo de- mente, garantindo o livre acesram uma demonstração de so de funcionários e clientes. que estão mobilizados. Eles Limite – A data-base para cruzaram os braços, paralisan- reajuste salarial da categoria é do parcial ou totalmente 28 1º de setembro. No Brasil, há agências nas ruas Boa Vista, cerca de 400 mil bancários. Em São Bento e XV de Novembro. São Paulo, Osasco e Região são O movimento, inicialmente 106 mil trabalhadores. No ano previsto para durar até o meio- passado, após seis dias de gredia de ontem, estendeu-se até o ve, os bancários receberam reajuste de 6% (1% de aumento final do expediente. Cerca de 2 mil trabalhadores real), mais R$ 1,7 mil de abono participaram de uma assem- e PLR mínima de 80% do salábléia na Praça do Patriarca, às rio mais R$ 800. (AE) 11 horas, e decidiram, por unanimidade, estender a paralisação por todo o dia. A Fenaban acusou, por meio de sua assess o r i a d e i mprensa, os sindicatos de bancários de serem inflexíveis nas nego- Se não houver acordo, eles prometem greve geral
METALÚRGICOS PARAM NO PR
O
s metalúrgicos das montadoras Volkswagen-Audi e Renault, instaladas em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (PR), decidiram realizar uma paralisação de 24 horas, em assembléias realizadas ontem. Eles querem pressionar as empresas para melhorar as propostas de reajuste salarial. Os trabalhadores da Volvo decidiram esperar até hoje para iniciar a manifestação. Os metalúrgicos pedem reposição da inflação de 2,85%, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e 5% de aumento real. A primeira proposta do Sindicato dos Fabricantes de Veículos Automotores (Sinfavea) foi do INPC mais 1,3% de aumento real. Foi rechaçada. Ontem, foram apresentados à assembléia dos metalúrgicos os mesmos índices e um abono de R$ 150. "É uma afronta", reagiu o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba e Região Metropolitana, Sérgio Butka. Ele disse que o sindicato pretende encerrar as negociações com o Sinfavea e passar a conversa separadamente com cada empresa. Toma como referência os acordos feitos pela Ford e Toyota, que conseguiram mais que o proposto pelo Sinfavea. "Há
7,05
por cento de aumento real de salários é uma das reivindicações dos bancários.
PEQUENAS TÊM QUEDA NO NÍVEL DE EMPREGO
Bancários de São Paulo interromperam atividades em protesto por falta de avanço nas negociações
s sindicatos de bancários de todo o País prometem fazer uma paralisação de advertência de 24 horas na próxima terça-feira para pressionar os bancos a negociarem aumento de salários acima da inflação. Caso os negociadores da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) continuem descartando o aumento real de salários e não apresentem uma proposta aceitável, os sindicalistas acenam com ameaça de greve geral por tempo indeterminado. A categoria reivindica aumento de 7,05%, além da reposição da inflação, e a distribuição de prêmio de 5% do lucro líquido linear a título de Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) mais um salário bruto acrescido de R$ 1,5 mil. Após cinco rodadas de negociações com os sindicatos, os bancos ainda não apresentaram nenhuma proposta aos trabalhadores, mas já avisaram que não pretendem conceder reajuste salarial este ano. "Se os banqueiros continuarem intransigentes, não restará alternativa à categoria senão
7
um item no acordo do Sinfavea com as montadoras do ABC de que, se for concedido reajuste diferente para qualquer estado, vai ter que conversar de novo com o ABC", reclamou Butka.
Hoje, haverá avaliação da paralisação, que pode ser estendida. A Renault produz por dia 250 automóveis, a Volkswagen faz 810 e a Volvo, seis a oito ônibus e 32 a 35 caminhões. (AE)
ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú
Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407
s micros e pequenas empresas atingiram em julho o menor nível de emprego nos últimos 22 meses, desde outubro de 2004, após a queda de 2,6% no mês, em relação ao mesmo período do ano passado. Em termos absolutos, são 152 mil pessoas a menos que em julho de 2005, de acordo com pesquisa divulgada ontem pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP). No total, as micros e pequenas paulistas empregavam em julho 5,72 milhões de pessoas. Entre janeiro e julho, foram eliminadas 187 mil vagas de emprego e, na comparação com junho, a redução de postos de trabalho foi de 11 mil vagas. Segundo a pesquisa, o resultado se deve à queda de 2,5% no faturamento nos sete primeiros meses do ano. Por setores de atividade, a maior redução no número de vagas entre julho de 2006 e de 2005 foi no comércio, com diminuição de 3,5%, seguido por indústria e serviços, que tiveram queda de 1,6% cada um, na mesma base de comparação. Em relação ao acumulado dos primeiros sete meses do
ano, serviços e indústria registraram queda de 2,7% e 1,5%, respectivamente, e comércio apresentou alta de 1,1% no pessoal ocupado. Em média, as micros e pequenas empresas paulistas geravam em julho 4,31 postos de trabalho cada uma, um índice 10,8% menor do que o do me-
694
reais foi o rendimento médio nas micros e pequenas empresas em julho, crescimento de 8,1% ante igual período do ano passado lhor mês de julho da série, de 2000, quando trabalhavam em média 4,83 pessoas por empresa. Por setores, a indústria era o que mais empregava em julho, com 7,29 pessoas por empresa, seguida por serviços (4,57) e comércio (3,52). Para o Sebrae-SP, o cenário é
preocupante. "No começo do ano havia uma expectativa positiva sobre o faturamento que não se concretizou no primeiro semestre. O ambiente não favoreceu porque o desempenho da economia foi tímido, com um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 2,2% no primeiro semestre", aponta a entidade. Rendimentos – O Sebrae avaliou que, por conta das demissões, o rendimento médio dos trabalhadores das micros e pequenas empresas paulistas cresceu 8,1% em julho ante igual período do ano passado, e 1,3% em relação a junho. O rendimento médio, que inclui salários fixos, honorários, comissões, ajuda de custo, 13º e abono de férias, foi de R$ 694. O setor de serviços registrou o maior aumento de renda de seus empregados entre julho de 2005 e 2006, de 11,4%, fazendo o rendimento médio atingir R$ 772 mensais. O setor de comércio teve aumento de 7,7%, alcançando R$ 632, e a indústria teve alta de 3%, alcançando R$ 762. O Sebrae-SP acredita que a tendência de alta deve se manter "em função dos dissídios do período e da inflação sob controle". (AE)
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ESPECIAL - 3
WValente/AFG
Drywall, uma parede para revolucionar as construções A tecnologia drywall, à base de gesso, começa a ser difundida no País com uma série de vantagens em relação às construções de alvenaria. Para o consumidor, a melhor notícia é que tem preço equivalente ao de alvenaria Sérgio Damasceno
N
o princípio as construções eram molhadas. Agora as edificações são secas (ou drywall). A mudança do conceito dos lares vem de influência externa, mais especificamente dos Estados Unidos. Lá, é comum o uso de madeira em residências e o país nunca teve tradição no uso de tijolos, como no Brasil. Mas, com os crescentes incêndios, foi necessário o desenvolvimento de um material que não propagasse o fogo com tanta facilidade e nasceu, assim, o drywall. Essa tecnologia consiste basicamente em placas de gesso contidas por duas folhas de cartão e começa a revolucionar também o mercado brasileiro. Na construtora Gafisa, cerca de 40% das obras já são feitas com chapas drywall, afirma o diretor de operações da empresa, Mário Rocha. Grandes instalações como as salas das redes de cinema Cinemark e Severiano Ribeiro usam essa tecnologia para isolar o som. Numa parede simples de drywall, o coeficiente de emissão de som não ultrapassa os 38 decibéis (na parede convencional, esse coeficiente pode chegar a 118 decibéis). Se o consumidor ou a empresa quiserem aumentar o conforto acústico, basta instalar placas de lã de vidro, que atenuam os ruídos. O gerente executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para Drywall, Luiz Antonio Martins Filho, explica que há três tipos de chapas: bege/cinza, que é o padrão; verde, mais apropriada para ambientes de maior umidade como banheiros e cozinhas; e rosa, que é mais resistente ao fogo. Martins destaca que no caso das rotas de fuga das empresas e dos prédios residenciais, os materiais têm de ser mais resistentes para permitir o socorro dos bombeiros. Uma parede nesse padrão pode ter diversos níveis de resistência: uma hora, duas ou três horas. De acordo com dados da associação, que reúne os três principais fabricantes mundiais de drywall - BPC Placo, Knauf e Lafarge Gypsum -, o consumo de drywall cresceu 11% no ano
passado e deve repetir essa expansão este ano. Somente na Grande São Paulo a tecnologia já é usada por grandes construtoras como a própria Gafisa, a Inpar, Adolfo Lindenberg e Schain. Para exemplificar a diferença entre a parede de alvenaria convencional com o drywall, Martins faz uma analogia com a TV: os aparelhos atuais são completamente diferentes daqueles produzidos há trinta anos, enquanto os tijolos são exatamente os mesmos do passado. Também há algumas décadas não havia a preocupação em quebrar a parede para embutir a fiação, o esgoto e a água. O desperdício, a mão-de-obra e a geração de entulhos não eram levados em conta. Atualmente, tudo tem de ser racionalizado. Brasil rural Martins lembra também que o Brasil da década de 50 era rural, e apenas 36% da população habitavam as cidades. Agora, 140 milhões de pessoas, ou 80% dos brasileiros, vivem nas regiões urbanas: “A demanda por moradia é muito alta e, pelo método antigo, com olaria e madeira, a produtividade era baixa. Agora, não pode haver retrabalho”. E se antes uma residência precisava de poucos pontos de conexão com a rede elétrica (um rádio e abajur, por exemplo), atualmente a demanda não tem mais fim: microondas, computador, videogame, DVD, TV, rádio-relógio, uma gama inteira de eletrônicos plugados na tomada. Com a aglomeração das cidades, os espaços ficaram mais caros e as paredes largas consomem áreas úteis dos imóveis. E essa é outra característica do drywall: num imóvel de 50 m2, o drywall pode economizar 11 m2 com sua espessura. “É a mesma área dos armários embutidos”, garante Martins. Rocha, da Gafisa, lista uma série de vantagens em relação ao sistema convencional: flexibilidade de layout, materiais leves, economia nas fundações, ganho de prazo porque elimina etapas como a aplicação de massa corrida. Rocha diz que, com a flexibilidade oferecida por essas chapas, fica muito mais fácil mudar o layout de um apartamento, o que é um
Luiz Martins, da associação dos fabricantes: a nova tecnologia consiste basicamente em placas de gesso e começa a revolucionar também o mercado brasileiro
conceito bastante disseminado entre as construtoras: a possibilidade de ter um cômodo reverso dentro de casa. Ou seja, os apartamentos de três dormitórios podem ser convertidos em um apartamento de dois
dormitórios e mais uma sala e também o contrário, quando a família ganha novo filho. O vazio entre as chapas de gesso cartonadas facilita a passagem de tubulações ou conduítes das redes hidráulica e elétrica. Ainda que esse tipo de
construção apresente uma série de vantagens, Martins diz que ainda há uma certa resistência dos proprietários: “Em bairros mais conservadores e tradicionais, a preferência é pelos blocos cerâmicos, enquanto que em bairros de concepção mais moderna
como Itaim Bibi e Moema aceitam bem o drywall”. Mas, para o consumidor, a melhor notícia é que, ao contrário de outras inovações, que acabam tendo um custo final maior, as paredes de drywall têm preços equivalentes às de alvenaria. (SD)
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Nacional Tr i b u t o s Empreendedores Finanças
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Depois da viagem, decidi que queria fazer cerâmica sozinha. Hideko Honma
DE ONDE VÊM AS CERÂMICAS FAMOSAS
Fotos: Marcelo Min/AFG
Brasileira Hideko soube usar raízes
N
Arte japonesa orientou a artista
Diferença entre arte e artesanato
enhuma peça da ceramista Hideko Honma sai do forno sem a marca que já se tornou registrada – uma espiral. Antes de descobrir que o próprio torno lhe garantia a forma com um simples movimento, Hideko 'carimbava' cada peça com um anel de ouro, presente do marido. A obsessão pela espiral tem explicação: ainda criança, escutou do pai que a espiral aberta nos dedos de suas mãos lhe causaria problemas. As coisas lhe escorreriam como água e nada que começasse chegaria ao fim. Hideko nunca iria atingir um objetivo na vida. O pai lhe disse que, para 'consertar' a situação, ela deveria achar sua espiral. E um dia o marido lhe deu de presente o anel, que lhe possibilitava carimbar as peças que produzia justamente com a figura desejada. Quando viu que o torno lhe dava a forma, Hideko finalmente pôde dizer: "Ah! Essa é a minha espiral". Rumo ao oriente Por mais de dez anos, a filha de japoneses deu aula de Estética e História da Arte na faculdade Santa Marcelina, no bairro de Perdizes. Trabalhou por quatro anos na montagem e monitoria da Bienal de Artes de São Paulo, onde conheceu um grupo de ceramistas japoneses, por quem foi convidada a ir ao Japão. Naquela época, fazia cerâmica como hobby. "Fiquei fascinada. Lá, a cerâmica é considerada arte e não artesanato como aqui." Voltou ao Brasil com intenção de fazer um bom curso de cerâmica, mas achou falta de um método pedagógico. Durante três meses, fez aulas com o ceramista Megumi Wasa, antes de voltar ao Japão para fazer cursos lá. Só então ficou sabendo que a família do pai era formada basicamente por ceramistas. "Tive acesso a todos os manuscritos e pesquisas." Os parentes lhe arrumaram um professor para ajudá-la, mais do que a traduzir, a compreender o conteúdo dos documentos. Voltou para o Brasil resolvida a fazer cerâmica sozinha. Comprou um torno (quem não
se lembra da atriz Demi Moore no filme "Ghost"?) e começou a exercitar a arte no sítio da família, em Nazaré Paulista, a 100 km de São Paulo. "Eu fazia cerâmica sem noção alguma que precisava esmaltar e queimar a peça." Ela explica que, no Japão, os alunos fazem cerâmica por etapas. Na primeira fase, que dura cinco anos (!), eles devem fazer apenas o chawan, uma peça básica de cozinha para colocar arroz ou sopa. Hideko encheu todos os cômodos do sítio com suas peças até o espaço ficar insuficiente. Aprendeu com o próprio esforço o processo de queima da cerâmica. O marido engenheiro lhe construiu um forno depois da ceramista trincar toda a casa devido ao uso continuado da lareira. Hideko, enquanto isso, descobriu que na cidade de Pedreira tinha o esmalte pronto que necessitava. "Mas não estava satisfeita, queria fazer o meu próprio esmalte." Foi quando se lembrou dos antigos manuscritos da família e resolveu ir novamente ao Japão para fazer um curso de esmaltes. Com o tio, aprendeu que a cinza do pinheiro lhe dava os tons de verde que queria. Da mistura de grama e samambaia, conseguiu a textura brilhante e a cor azul. O bege vem da palha de arroz. Pura arte. De porta em porta No começo, Hideko tirava as peças do forno, colocava em uma sacola e saía batendo de porta em porta. A sorte grande aconteceu quando ofereceu seu trabalho na loja que o Gendai, restaurante que ainda engatinhava, tinha no Shopping Morumbi. Deixou as cerâmicas por consignação e, quando voltou, foi surpreendida com o pedido do dono: ele queria comprar sua próxima fornada inteira. O cheque de R$ 500 virou barro para outras peças. Como não tinha um showroom em São Paulo, Hideko levava os clientes até o sítio. "Era um transtorno." Ela e o marido resolveram abrir um espaço em São Paulo. As despesas do aluguel a obrigaram a dar aulas de cerâmica. Apenas dois anos após o primeiro endereço – no Planalto Paulista – a ceramista se mudou para Moema, em imóvel próprio, com projeto arquitetônico assinado por um dos filhos, Douglas. Sem folga Hoje, Hideko tem dois fornos no sítio e um no atelier, esse usado apenas pelos 60 alunos. Seus dois funcionários em Nazaré Paulista fazem tudo, menos o acabamento das peças, tarefa dela nos fins de semana. Folga, só de vez em quando. Em outubro, a ceramista vai levar um grupo de 25 alunos ao Japão. Por 15 dias, conhecerão a famí-
EMPREENDEDORES
Ceramista Hideko Honma começou no interior, mas quis viajar três vezes para estudar no Japão
LETREIRO
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Logo da loja é o nome da artista
ogo depois de sair da faculdade, Hideko pintava quadros, todos devidamente assinados. Por conta disso, o atelier, diz a ceramista, deveria ter seu nome. Nunca nem cogitou usar outra alcunha. "O atelier não necessariamente tem que ter o nome do artesão. Tem lugar que usa os nomes dos quatro elementos da natureza", exemplifica. Além do nome, a espiral virou sua marca registrada, apesar de não ter exclusividade sobre a forma.
PEDRA
H
ideko diz que o maior obstáculo é a imprevisibilidade da cerâmica. Quando o tempo está muito seco, as peças secam mais rápido, tornando a queima muito difícil. E se venta mais, o fogo gira mais rápido no forno. Além disso, a expectativa de clientes e alunos por vezes atrapalha. "O cliente quer 100 pratos iguais, mas ele acaba aprendendo a respeitar a diferença e até gostando que não seja tudo igual", diz Hideko.
lia de Hideko, participarão de uma oficina e irão expor seus trabalhos. "Cerâmica é abertura. Ela proporciona um autoconhecimento muito forte." Além do Gendai, seu cliente até hoje, as cerâmicas de Hideko são encontradas nas mesas dos restaurantes Japengo, Kosushi, Nakombi, Pomodori e nos hotéis Blue Tree Paulista, Transamérica, Unique, entre diversos outros, como o Quina do Futuro, restaurante no Recife, e o Lá em Casa, na cidade de Belém do Pará. Kety Shapazian
INFORME PUBLICITÁRIO
SEGREDO
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segredo do sucesso é o marido, diz Hideko. Os alunos da ceramista até brincam dizendo que eles precisam de um Agenor também. Brincadeiras à parte, Hideko conta que, para fazer cerâmica, é preciso a ajuda da família. "O tempo não é igual, os dias são formados por períodos diferentes." Ela explica que, quando o forno está ligado – das 4h às 22h – alguém tem que ficar controlando, não pode nem cochilar. "Cerâmica é como um bebê. Todo o processo tem que ser muito bem cuidado." Os grandes ceramistas, segundo Hideko, têm família unida.
O ateliê foi uma conquista especial para uma artista que começou a vender de porta em porta. O atual espaço, em Moema, é próprio.
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Arquitetura da construção, agora com material ecológico Lojas especializadas e construtoras começam a comercializar e usar produtos sustentáveis para preservar o meio ambiente, como tijolos sem queima, tinta à base de terra, vigas, pisos, cortinas, tapetes e muito mais Fotos: WValente/AFG
A
recente onda de preocupação ecológica, que envolve o destino do lixo e o uso dos recursos naturais, chegou às casas e edifícios, mais propriamente nos itens de
Ivona Rocha, dona da Primatéria, seus materiais ecológicos e a fachada da loja, pintada com tinta de terra e ripado de eucalípto. Produtos sustentáveis vão de tijolos e telhas até tapetes e cortinas confeccionados com materiais recicláveis
construção. Os pioneiros no uso dos chamados produtos sustentáveis são os proprietários de casas, mas, aos poucos, também as construtoras, mais por economia de custos do que por opção com o ecossistema, começam a
enxergar valor nesses produtos alternativos. Em São Paulo há lojas especializadas em produtos sustentáveis que vão desde tijolos e telhas até tapetes e cortinas confeccionados com materiais recicláveis, que não agridem o meio ambiente. Uma dessas lojas é a Primamatéria, onde é possível encontrar tijolos fabricados sem queima, que preserva o uso de lenha; tinta à base de terra, sem pigmentos, com cartelas de oito cores; madeiras de ciclo rápido (de reflorestamento), como eucalipto e liptus; vigas plásticas, feitas de embalagens de produtos de limpeza, de xampu e de brinquedos velhos; e mais uma grande variedade de pisos, cortinas, tapetes e acessórios para decoração. Segundo a arquiteta e uma das proprietárias da Primamatéria, Ivone Rocha, a demanda está em linha crescente, mas,
por enquanto, as construtoras estão muito focadas em preço, no custo/benefício dos empreendimentos. Apesar de o mercado imobiliário vender muitos projetos com o prefixo “eco”, são poucos, efetivamente, os edifícios que utilizam produtos sustentáveis na construção dos prédios e casas. A Método Engenharia tem um envolvimento grande com relação ao meio-ambiente e sustentabilidade, diz o gerente de suprimentos da construtora, Angel Ibanez. Os fornecedores de madeira para a Método, por exemplo, têm de ter o “selo verde”, que é o certificado que garante que a madeira é procedente de florestas planejadas. Ainda, a construtora busca a certificação Greenbuilding, que consiste numa série de documentos que comprovam o uso
responsável da madeira, o uso de água renovável (da chuva, por exemplo), a utilização de tintas com pouco ou nenhum solvente e até vidros que reduzem a necessidade do uso do arcondicionado. Ibanez afirma que ainda falta a conscientização cultural ecológica nos consumidores. A construtora adotou esses princípios por conta da responsabilidade social, diz Ibanez. Mas esse tipo de conscientização já é valorizado pelo mercado, afirma o gerente. Um fator limitador para a demanda de construções que levam em conta aspectos ambientais é o preço. A madeira certificada pode custar até 10% a mais que a nãocertificada. Segundo Ibanez, em pouco tempo o Brasil deverá ter normas que exigirão essas providências nas construções. A Método emprega os princípios
sustentáveis e de proteção ao meio ambiente nas suas quatro áreas de atuação: mercado imobiliário (residencial e comercial); industrial; hospitalar/hoteleiro; e em obras repetitivas (pequenas obras para empresas como Shell e Blockbuster). De acordo com a definição de Ivone, da Primamatéria, “produtos sustentáveis são aqueles que, ao se analisar o seu ciclo de vida, o impacto ao meio-ambiente é menor do que o gerado pelos materiais convencionais”, afirma. O impacto causado pela construção civil é grande, conforme a arquiteta, e as pessoas e empresas ainda não têm o costume de pensar nessa questão. A conscientização começa desde a escolha do terreno, com o aproveitamento dos próprios recursos e vegetação, até o uso de caçambas cadastradas para o descarte do entulho. Numa cidade como São Paulo, por exemplo, a maioria das caçambas é irregular, o que significa que não há compromisso das empresas em fazer o descarte do entulho em local apropriado. O Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica (Idhea), cujos princípios também seguem a busca por produtos sustentáveis e não-agressivos ao meio ambiente, tem um banco de dados com mais de 1,2 mil ecoprodutos, diz o consultor e diretor Márcio Augusto Araújo. Esses produtos envolvem as indústrias da construção, a moveleira e a química. (SD)
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ESPECIAL - 5
Fotos: Ricardo Padue/AFG
Patrícia Fecci, gerente de produtos da Sherwin-Williams, e Francisco Donizete Diniz, diretor de Tecnologia Mercosul da Tintas Coral: água em vez de solventes
Indústria investe para eliminar aquele cheiro de tinta As novas tintas à base d’água foram desenvolvidas para diminuir o odor e irritar menos o consumidor. Secam mais rápido, não poluem e trazem outras vantagens, menos no preço. Algumas são “ecologicamente amigáveis”
O
odor da tinta é uma das coisas que mais irritam o consumidor na reforma ou construção de um imóvel. O morador das grandes regiões metropolitanas já é bastante afetado pela poluição e não tem tempo nem vontade de ficar fora de casa porque o quarto ou a sala acabaram de ser pintados. Para reduzir, ou até mesmo extinguir esse contratempo, a indústria das tintas tem investido, na última década, em tintas compostas à base d’água, sem solventes, que atenuam os odores de uma pintura recente e secam mais rapidamente do que as tintas convencionais. Como bônus, os fabricantes carregam nas tintas para pregar os benefícios ao meio ambiente. A fabricante SherwinWilliams tem uma linha, chamada Metalatex Eco, composta à base d’água. Nessa linha, estão o esmalte sintético (para paredes), telha (para telhados) e a resina impermeabilizante, com propriedades antiderrapantes. Segundo a gerente de produtos da Sherwin-Williams, Patrícia
Fecci, as tintas à base d’água começaram a ser desenvolvidas em 2000, na região Sul, que tem grande concentração de casas de madeiras. A partir de 2004 foi lançada a linha Eco, que não usa solvente em sua base e, portanto, não polui. Os solventes como o tiner são derivados de petróleo e bastante usados para fazer tinta e limpar pincéis e acessórios usados na pintura. Patrícia diz que, enquanto as tintas com solvente demoram 24 horas para secar, as que utilizam água secam em quatro horas, o que facilita o seu uso num ambiente hospitalar, por exemplo, onde há maior circulação de pessoas. Outra característica da tinta à base d’água é a ausência dos compostos orgânicos voláteis, presentes em solventes. O problema é que, ao adicionar alguma tecnologia ao produto, o preço final sobe e pára no bolso do consumidor. Patrícia afirma que as tintas à base d’água custam 5% a mais do que as convencionais. Mas, diz, a economia se reflete no custo final da mão-de-obra, por ser de mais fácil aplicação e
também porque economiza o tempo do usuário. Amigáveis A Tintas Coral, controlada pelo conglomerado químico britânico ICI, usa a definição de “tintas ecologicamente amigáveis” para definir suas linhas de produtos não-agressores ao meio ambiente. De acordo com o diretor de tecnologia Mercosul da Coral, Francisco Donizete Diniz, já existe no exterior a tecnologia que desodoriza todos os componentes da formulação da tinta. No Brasil ainda não há essa tecnologia, mas a tendência é que a indústria lance também aqui a tinta totalmente sem cheiro. O processo de substituição do solvente pela água na formulação das tintas na Coral começou há cerca de dez anos, segundo Diniz. Atualmente, a tecnologia mais usada para pinturas são as tintas acrílicas modificadas, que podem ser as tintas acrílicas estirenadas ou vinilacrílico, do tipo látex PVA, as mais usadas para pinturas decorativas de paredes. As tintas látex
PVA são indicadas para o uso de interiores. Já o látex acrílico é mais resistente e, portanto, recomendado para áreas externas. “Esses produtos, na Coral, são à base d’água, mas, mesmo assim, pode-se encontrar combinações com mais ou menor odor”, explica o diretor da Coral. “Temos procurado substituir gradativamente o uso de solventes na linha de esmaltes e tintas a óleo. Temos alterado a formulação das tintas para reduzir o uso de solventes”, afirma Diniz. No Brasil, de acordo com o diretor da Coral, não há uma legislação específica para limitar a quantidade de compostos orgânicos voláteis nos solventes que vão na formulação da tinta. Nos Estados Unidos e na Europa, isso já é uma realidade, com uma quantidade máxima de compostos orgânicos voláteis que podem estar presentes na formulação dos produtos. A tendência é que a Coral, assim como os demais fabricantes, traga ao País as evoluções tecnológicas das tintas, já aprovadas pelos consumidores norteamericanos e europeus. (SD)
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A qualidade de vida nos prédios, das piscinas aos jardins Incorporadoras investem nas áreas comuns e no paisagismo para valorizar os edifícios. Áreas comuns são verdadeiros resorts, com home cinema, salas de estar com espaços maiores. Tudo planejado desde a escolha do terreno Luiz Prado/LUZ - 21/02/2006
É
comum percorrer as ruas de São Paulo e ver, de repente, que por detrás dos tapumes ergue-se um prédio inteiramente novo, com jardins, salões, piscina, hall mobiliado, tudo prontinho! Passe de mágica? Não. Esse é um processo que começa lá atrás, quando, antes dos tapumes, vieram as máquinas e tratores. Em geral, os prédios levam três anos para ficarem prontos, do lançamento à entrega. E, no jargão dos incorporadores, é na fase pós-terreno que a decoração e o paisagismo começam a ser definidos. Na Cyrela, uma das grandes construtoras residenciais de São Paulo, os paisagistas e designer de interiores interagem com os arquitetos que assinam as obras para definir o “mix”, que é o primeiro material a ser produzido e que determinará se o prédio terá uma, duas ou três piscinas, sala de estar, salão de jogos, de ginástica e mais uma série de espaços e áreas de lazer. Esse mix, na Cyrela, dará origem a uma pesquisa qualitativa com potenciais compradores que direcionarão as escolhas da decoração e paisagismo do novo prédio. Nesse processo todo, o primeiro projeto pode sofrer adições, modificações ou eliminações até virar quase um antiprojeto, afirma o diretor de incorporação da Cyrela, Ubirajara Freitas. Todo o projeto de decoração e paisagismo de um prédio re-
Os prédios hoje são concebidos para que ninguém fique preso no apartamento. Crianças merecem atenção especial
sidencial é coordenado, geralmente, pela incorporadora. Após as mudanças, o orçamento é submetido à construtora e, se aprovado, a quatro ou cinco meses da entrega da obra, os paisagistas e designers de interiores estarão diariamente na obra até a entrega total do prédio. A gerente de desenvolvimento de produtos da constru-
tora Setin, Sílvia Aguiar, afirma que as incorporadoras já têm, de antemão, a relação dos pertences que farão parte da decoração do edifício: “A incorporadora pode ter uma equipe própria ou contratar um escritório de arquitetura para elaborar o projeto”. A gerente da Setin afirma que, atualmente, o paisagismo já faz parte do orçamento da obra, mas não a deco-
ração: “As áreas comuns são verdadeiros resorts, com home cinema, salas de estar, com espaços maiores”. A construtora Setin já fez, de forma experimental, a decoração e o paisagismo dos prédios que lançou. Agora, isso é feito pela incorporadora Setin. “Temos o que há de melhor em decoração e paisagismo. Visitamos a Feira de Milão
(maior feira mundial de design de interiores) e a Casa C o r t a m b é m d i t a t e n d ê ncias”, diz Freitas, da Cyrela. A construtora mantém uma área de desenvolvimento estético exclusivamente para acompanhar todas as tendências de pisos, paredes, mármores, granitos e outros materiais que entram no acabamento das edificações.
Paisagismo Se o interior requer uma sofisticação ligada aos lançamentos mundiais, o exterior também segue tendências conforme as indicações das pesquisas quantitativas. Sim, aquelas citadas lá atrás. Segundo Freitas, na Cyrela há três linhas principais de paisagismo: clássica, com desenhos mais quadrados, integrados aos pisos externos, bem definidos em relação aos ângulos, cujo especialista é o arquiteto Gilberto Elkis; moderna, com linhas menos retas, que “navegam” ao longo do terreno, com design do arquiteto Benedito Abbud; e tropical, mais adotada no litoral, do arquiteto Gil Fialho. Mas, mesmo com todo esse empenho, na prática, os moradores desfrutam pouco das áreas comuns dos prédios residenciais. Ao longo do tempo, os salões de festa, que dominavam as construções, deram lugar a arrojadas salas de estar, chamadas agora de “lounge”, a verdadeiras academias de ginástica, piscinas pré-aquecidas e jardins com assinatura. Segundo as pesquisas qualitativas das incorporadoras, os potenciais compradores demonstram interesse no lançamento e durante a comercialização das obras. Quando o prédio é entregue, é feita uma nova pesquisa para obter a opinião do morador sobre as áreas comuns e externas. Essa pesquisa orientará os novos lançamentos e tendências que estarão por detrás dos tapumes. (SD)
Tubos e conexões, a guerra embutida nas paredes Uma nova tecnologia cria uma disputa entre o cobre e a resina, que se trava escondida nos tubos e conexões. O cobre sempre dominou, mas agora tem concorrente forte, de última geração, trazido pela Amanco Ricardo Padue/AFG
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mbutidos, os tubos e conexões formam a parte relegada das residências. São como aquele ditado: “Só notamos a luz quando ela acaba”. Para os encanamentos e tubulações de uma casa, vale o mesmo: só notamos sua presença quando há problemas. Mas está em andamento uma guerra silenciosa dentro das paredes. É a briga do cobre com o polipropileno, ou resina. Mesmo a chegada do PVC ao Brasil não foi suficiente para derrubar a hegemonia do cobre. Estima-se que o PVC esteja presente em cerca de 15% das residências, ante os 85% de penetração do cobre. Cabe, agora, ao polipropileno copolímero random (PPR), resina de última geração, disputar a preferência das construtoras e dos proprietários na hora de escolher esse artigo que, de fato, não tem nenhum atrativo, já que estará escondido nas paredes das edificações. Mas, não obstante o fato de serem obscuras ao olhar do consumidor, as instalações hidráulicas custam, em média, 3% do total de uma construção, o que não é nada desprezível. A resina chegou recentemente ao mercado, trazida pelas
PPR, resina de última geração, agora disputa a preferência
mãos da multinacional Amanco que, em sua apresentação ao mercado, começou por provocar a concorrente Tigre. Não à toa, as duas empresas têm se estranhado na disputa por esse mercado. Mas a Amanco chegou disposta. Seus produtos já entraram nos itens de compras de construtoras como a Gafisa, Cyrela, Líder, Matec e Goldsztein. O diretor comercial da
Amanco, Marcos Bicudo, é cauteloso para comentar a disputa do sistema convencional (cobre) com o seu próprio sistema, mas afirma que em sistemas completos de hidráulica a sua tecnologia pode ser 20% mais barata do que os sistemas convencionais. Uma das vantagens das tubulações de resina é que a união de tubos e conexões é feita pelo processo de termofu-
são, o que significa que tubos e conexões se ligam num processo de fusão molecular e formam uma tubulação contínua, ao contrário das tubulações convencionais, que necessitam de solda (cobre) e roscas e colas (PVC). Outra característica do produto é que suporta picos de temperatura de até 95ºC, superior ao recomendado pelas normas brasileiras. Isso significa que baixa condutividade térmica conserva a temperatura da água transportada por mais tempo e evita a transmissão de calor para a parte externa do tubo, o que dispensa a necessidade de isolamento térmico. “A demanda do segmento técnico (construtoras) está bastante alta e superou nossas expectativas. Já estamos presentes em 50% das construtoras nacionais”, afirma Bicudo. Segundo o diretor da Amanco, a empresa só não avançou mais porque os memoriais descritivos (projetos completos das obras) têm entre 18 e 30 meses, em média, e não podem ser descumpridos. Mas, a partir de abril deste ano, a empresa voltou seus tubos e conexões para as edificações e tem comemorado a alta adesão à resina. (SD)
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Marcelo Min/AFG
Brunete Fraccaroli: a atuação do designer no mercado tem o objetivo de mudar e melhorar a estética, funcionalidade, segurança, saúde e conforto do ambiente
Designer de interiores, uma profissão em alta Vanessa Rosal
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ecorar a casa ou o apartamento não é tarefa fácil. Cada vez mais as pessoas procuram profissionais capacitados para dar um novo "look" em suas residências e até mesmo em seus escritórios. É por isso que o mercado de trabalho está em constante crescimento para o designer de interiores no Brasil. Em 2004 o segmento faturou 72% a mais do que no ano anterior e movimentou R$ 20,2 bilhões. As informações são da Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD), que ainda não consolidou os números de 2005. Desse montante, R$ 11,1 bilhões são referentes a projetos residenciais e R$ 9,1 bilhões a projetos comerciais. De acordo com as últimas estimativas divulgadas pela entidade, existem no País aproximadamente 15 mil designers de interiores, dos quais 40% são arquitetos, 55% técnicos em designer e 5% autodidatas. Há doze mil lojas do segmento espalhadas pelo Brasil e onze mil shoppings especificamente voltados para o tema. O maior evento de decoração da América Latina também ocor-
re aqui: o Casa Cor, que colocou em evidência a profissão. A atuação deste profissional no mercado tem o objetivo de mudar e melhorar a estética, funcionalidade, segurança, saúde e conforto do ambiente. Segundo a presidente da regional São Paulo da Associação Brasileira de Designer (ABD), Brunete Fraccaroli, a profissão existe há mais de trinta anos no Brasil: "Antigamente, nosso trabalho era informal. Atendíamos basicamente pessoas da classe A, que possuíam grandes imóveis em regiões nobres do País". Hoje é outra realidade. Não existe mais o conceito de casa bonita e sim o de aproveitar melhor o espaço para que o ambiente se torne harmônico. Atualmente, o profissional d e d e s i g n e r d e i n t e r i o re s atende também clientes da classe C. "Os projetos não estão mais restritos às famílias de alta renda. Existem hoje projetos e consultorias mais baratas, ao alcance de todos os tipos de públicos", afirma Brunete. Com 25 anos de mercado, a arquiteta tem a ousadia como sua marca registrada. Foi uma das pioneiras em utilizar cores diferenciadas e vidros coloridos em seus projetos, além de
ser uma perfeccionista confessa em tudo que faz. Um projeto, pelo qual ganhou muitos prêmios e que considera um dos meus melhores trabalhos, foi o Espaço Deca de 1999. Foi o primeiro projeto em vidro, completamente inusitado. Profissão Apesar de a carreira estar em alta no Brasil, Brunete lamenta a falta de regulamentação para o designer de interiores. Ainda que o Ministério do Trabalho e Emprego relacione a profissão na sua Classificação Brasileira de Ocupações, o trabalhador desta área ainda precisa de melhor definição sobre sua classe. Diante da necessidade, está em tramitação desde 2001 no Congresso Nacional o projeto 5.712, que procura regulamentar a classe no País. Segundo a arquiteta, para se tornar profissional pode-se cursar faculdade de designer de interiores ou de arquitetura. Há também cursos de extensão para quem quiser se aperfeiçoar. Dos estados brasileiros, São Paulo é um dos mais promissores para a categoria. "Eu acho que a capital paulista tem mercado, mas não acho que seja inspirador. Assim como Nova York, estamos em uma cidade muito dura. Por outro lado, o que acontece aqui ou em ou-
tras capitais do mundo é que as pessoas têm ousadia. Além disso, a vantagem dessas regiões é que elas ditam moda para outros lugares", diz Brunete. O público feminino se interessa mais pelo designer de interiores. Segundo pesquisa da ABD, 79% dos 15 mil profissionais existentes no País são mulheres. "O mercado está crescendo muito e os homens também começaram a se interessar pelo setor. Os profissionais brasileiros são muito criativos. Estamos melhores do que os países de primeiro mundo", garante Brunete. Segundo ela, geralmente donos de pequenos apartamentos são os que mais contratam profissionais para fazer a decoração. Com melhor aproveitamento do espaço, essas pessoas se sentem melhor: "Não é só deixar bonito. Nossa profissão visa melhorar a qualidade de vida e a tendência é essa. Os designers são fundamentais para realizar este sonho", conclui a arquiteta.
SERVIÇO Associação Brasileira de Designer de Interiores (ABD) Tel: 3885.8309
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O trabalho de decoração, que era informal, virou profissional e movimentou R$ 20,2 bilhões em 2004. E não basta deixar um ambiente bonito, importante mesmo é proporcionar boa qualidade de vida
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A passarela do luxo na alameda Gabriel
A Gabriel Monteiro da Silva é o centro da alta decoração, sinônimo de luxo e requinte da tendência mundial. Numa das lojas se pode ouvir: "O público que vem aqui geralmente tem um milhão de dólares para gastar” Denise Adams/AFG
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ergunte a qualquer arquiteto sobre as últimas novidades do mercado de decoração e ele logo se lembrará da alameda Gabriel Monteiro da Silva, em São Paulo. Nos últimos vinte anos lojas tradicionais do segmento abriram filiais ou se instalaram na rua, atraindo grifes mundiais e formando clientes da alta classe social. Hoje, cerca de 130 estabelecimentos funcionam, em geral, das 10 às 19 horas, e aos sábados das 10 às 16 horas. Segundo os lojistas da região, para se destacar em uma rua especializada, o jeito é buscar diferenciais, como manter vendedores formados em arquitetura, reciclar constantemente o showroom e até trabalhar em horários especiais após o expediente, mediante agenda. É o caso da Naturale Mobili, no número 286 da alameda há 25 anos, que possui uma característica simples, mas muito aconchegante. "O cliente gosta de ser atendido em um local onde se sinta bem. Procuramos deixá-lo confortável e à vontade para escolher os produtos", diz a gerente Cláudia Rodrigues. De acordo com ela, o mercado de móveis não vive um bom momento porque o consumidor está inseguro com o governo: "Ano de eleição é muito complicado para quem tem comércio". A solução é o aumento de vendas do final de ano: "As pessoas sempre querem deixar a casa bonita para o Natal. Estamos contando com isso". Apesar da má fase, Cláudia começou a expandir os negócios, mas ainda não pode revelar o local, pois "estamos no início das negociações". A Naturale Mobile trabalha com produtos clássicos e modernos, para atender a todos os tipos de gostos. Sofisticação As últimas novidades em portas, janelas e esquadrias podem ser conferidas na Euro Centro. Com dez anos de existência, a loja importa produtos da Europa e só trabalha com clientes de classe A. Quem entra ali tem a impressão de estar entrando em uma grande exposição de obras de arte. Quadros por todos os lados e uma enorme fonte ao fundo dão um toque moderno e sofisticado ao local. E o café servido ao cliente é moído na hora, por uma máquina italiana. "O público que vem aqui geralmente tem um milhão de dólares para gastar. Precisamos desenvolver alguns diferenciais", explica o arquiteto Erwin Alexander Uhlmann. O dono da empresa, Roberto Papaiz, é também presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (AFEAL). E com razão. Nenhuma empresa entende mais do assunto do que a Euro Centro. Não se trata de portas, janelas e esquadrias comuns. "No Brasil não há qualidade como a nossa", garante Erwin. Alguns produtos apresentam tecnologia européia, como persianas automáticas por dentro dos vidros. Há também a
cobertura manual motorizada: basta apenas um clique no controle remoto para que ela se movimente. De acordo com o arquiteto da loja, a alameda Gabriel Monteiro da Silva promove a percepção de tendência mundial. "Tudo o que há de melhor no mercado internacional pode ser encontrado por aqui", diz Erwin. Modernidade Esqueça aqueles móveis certinhos, tradicionais e quadradões. O estilo clássico continua fazendo sucesso em algumas casas, mas o arrojado chegou para dominar o mercado de decoração. Cadeiras arredondadas e coloridas, pufs de acrílico, mesas de plástico com alumínio e objetos assinados por arquitetos famosos. Na Bydesign, o inusitado ganha espaço, transformando a loja em um desfile de cores e bom gosto. Há treze anos na rua, o estabelecimento sempre buscou um estilo jovem para se diferenciar da concorrência. "Nosso cliente costuma ser recém-casado e ter até 30 anos de idade. Mas tem muito vovô e vovó encantados por aí com os nossos produtos", diz a vendedora Socorro Ribeiro, há dez anos na loja. A maioria dos móveis e objetos de decoração vem de fora do Brasil. "A tendência é sempre internacional, não tem jeito". Alguns produtos da Bydesign levam a assinatura de Philippe Starck. Com o bom gosto e o senso de humor habituais, o arquiteto parisiense transformou os objetos do dia-a-dia em ícones do design moderno e criou alguns dos móveis e interiores mais originais e sofisticados do mundo. "São detalhes como esse que transformam nossa loja muito especial", diz Socorro. Outro destaque são os pratos e vasos com pintura de silk screan, uma espécie de pintura à mão feita com o auxílio de uma tela de seda. A técnica começou a partir da segunda guerra mundial e ainda faz sucesso nos dias de hoje. A alameda Gabriel Monteiro da Silva é uma paralela da avenida Rebouças. Ao seu redor, árvores floridas anunciam a proximidade da primavera e junto com ela, novos produtos são prometidos pelos comerciantes. Lojas de portas, janelas, pisos, decoração, móveis, colchões e até de tecnologia aguardam por quem pretende montar ou reformar a casa. (VR)
SERVIÇO Naturale Mobile Al. Gabriel Monteiro da Silva, n° 286 Tel: 3064-0453 Euro Centro Al. Gabriel Monteiro da Silva, nº 380 Tel: 3064-9196 Bydesign Al. Gabriel Monteiro da Silva, nº 958 Tel: 3064-9600 Na Bydesign, o inusitado ganha espaço e transforma a loja num desfile de bom gosto
A casa do futuro já está pronta, basta clicar Projetos sofisticados de automação foram desenvolvidos para centralizar as funções tradicionais da residência: controlam som e televisão, sistemas de iluminação, cortinas, ar condicionado, irrigação, segurança - tudo Fotos: Denise Adams/AFG
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mpresas capazes de fazer qualquer moradia se parecer com as casas futuristas do desenho animado "Os Jetsons", em que robôs, carros voadores e controles-remotos dominam a maioria das cenas, estão em alta: o que parecia impossível há alguns anos, transformouse na mais pura realidade. A residência que obedece com inteligência a um simples toque numa tela ou pelo aparelho celular começa a ganhar cada vez mais força no Brasil. Os projetos de automação desenvolvidos para centralizar as funções tradicionais das casas são sofisticados, mas muito simples de usar. Além do som e da televisão, os sistemas de iluminação, cortinas, ar condicionado, irrigação e segurança também ganharam inteligência. Segundo a Associação Brasileira de Automação Residencial (Aureside), o segmento cresce cerca de 20% ao ano. A Computec é uma das poucas empresas a desenvolver o sistema no País. Ao contrário do que pode parecer, a casa inteligente não é voltada apenas para
O showroom da Cumputec: basta clicar e as cortinas se fecham. Surgem o telão, o projetor e as caixas de som. Para Henrique Bozzo, painel simples até para uma criança
a classe A. De acordo com o gerente de negócios da empresa, Marino de Barros Penteado, algumas construtoras já têm oferecido a base dessa tecnologia - e não somente em lançamentos de altíssimo padrão: "Apartamentos de apenas 90 m2 já contam com esse diferencial. A automação está se tornando cada vez mais acessível". Como funciona Um painel comanda todo o
ambiente por meio da radiofreqüência. A idéia principal da Computec foi facilitar o uso do aparelho, semelhante a um vídeo game portátil, simples até para uma criança manusear. É capaz de controlar ar condicionado, cortinas, persianas, home theater, aquecedores, lareiras, iluminação, som, portas e até banheiras. "Tudo pode ser feito através de um simples botão", explica o diretor da empresa, Henrique
Bozzo Netto. Adepto ao jeito "Jetson" de viver, ele montou um sistema futurista na sua casa, em Itu. Lá, ele passa bons momentos ao lado da família e do seu home theater automatizado: "Costumo descansar neste lugar aos finais de semana, com todas as facilidades oferecidas por uma casa inteligente". É só apertar o botão "home theater" no painel, e pronto. As cortinas se fecham; o telão, o projetor e as caixas de som sur-
gem como num passe de mágica. Quando menos se espera, o menu de opções para os dvds já está pronto. Rápido, prático e totalmente viável hoje em dia. "Automatizar três ambientes, contando com o home theater, pode custar em média de R$ 15 mil a R$ 20 mil. A cada ano está mais acessível", diz o gerente de negócios, Marino de Barros. "O importante é integrar os diferentes equipamentos num sistema para que
eles conversem entre si". No quesito iluminação, é possível fazer com que as luzes do caminho se acendam quando alguém passa por um corredor, por meio de uma programação simples e da instalação de sensores. O projeto precisa ainda reservar uma saleta para a colocação de uma central de gerenciamento, disposta perto do quadro de luz, do servidor de segurança e do no-break. O cabeamento estruturado, fundamental na automação, permite que todas as tomadas funcionem como pontos de telefone, computador ou TV a cabo. "Simples, prático, e real", diz o diretor da Computec, Henrique Bozzo Netto. A preocupação que antes era toda voltada para a decoração, hoje, sem dúvida, está focada na infra-estrutura de automação.(VR)
SERVIÇO Computec Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1310 Tel. 3085-8602 www.computechome.com.br
Ano 81 - Nº 22.217
São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h55
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
Até aonde vai o escândalo
Caíram ontem Ricardo Berzoini, coordenador da campanha de Lula, e Hamilton Lacerda, assessor de Mercadante. E Expedito Veloso, também envolvido na operação dossiê, pediu afastamento do Banco do Brasil. Antes deles, pelo mesmo motivo, Jorge Lorenzetti e Freud Godoy perderam seus poderes nos círculos do governo.
Arte de Céllus com fotos de Roosevelt Pinheiro/ABr; Agência O Globo/Reprodução de TV; Daniel Conzi/Agência RBS; JB Neto/Agência O Globo; Dida Sampaio/AE
Lula continuará em pé?
Leão ganha peso recorde com Refis 3
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Marcelo Soares/Hype
NESTA EDIÇÃO
Flavia Perin
Muita calma para beber
HOJE Chuva com trovoadas Máxima 22º C. Mínima 16º C.
AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 13º C.
Sem os camelôs da discórdia O Largo da Concórdia (foto), no Brás, foi reurbanizado. E está livre dos ambulantes.. C 3
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A maior atração da bucólica Monte Alegre do Sul (foto) são seus 60 alambiques. Boa Viagem
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Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
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1 Não vamos privatizar o patrimônio público. Jurandir Fernandes, secretário dos Transportes Metropolitanos
SOBRE TRILHOS Hélvio Romero/AE - 15/08/2006
Em debate no Comitê de Política Urbana da Associação Comercial de São Paulo, o secretário Jurandir Fernandes, dos Transportes Metropolitanos, deu boas notícias para o transporte coletivo: 390 quilômetros de trilhos até 2010 e um total de 465 quilômetros até 2020 Luiz Prado/Luz
Sergio Leopoldo Rodrigues
S
e tudo correr muito bem a Região Metropolitana de São Paulo poderá ter mais de 11 milhões de passageiros utilizando 465 quilômetros de transporte coletivo correndo sobre trilhos (metrô mais trens) até 2020. Mas se essa é a previsão otimista, há uma outra bem realista para entrar em operação até 2010: 390 quilômetros de trilhos transportando 7,3 milhões de pessoas. Essa meta faz parte do Plano Integrado de Transportes Urbanos (PITU) implementado pelo governo estadual Jurandir Fernandes na ACSP: "Não faremos nada apressado" paulista que implica investi- Luiz Prado/Luz mentos já garantidos de US$ minhados como o Barra-Fun2,3 bilhões até 2010, em 11 da Mauá, Linha 5-Lilás e o Exprojetos prioritários, segunpresso ABC, entre outros. "Se do informou ontem o secretátudo correr bem, até 2010 terio de Estado dos Transportes remos uma rede consolidada Metropolitanos, Jurandir de 88 quilômetros de metrô e Fernandes, durante debate de, aproximadamente, no Comitê de Política Urbana 300 quilômetros de trem", (CPU), da Associação Comerassegurou. cial de São Paulo (ACSP). O secretário disse que a LiCada um desses projetos nha 4 do Metrô-Amarela (Vila foi detalhado pelo secretário, Sônia-Luz) não está parada. que adiantou informações soEle lamentou que as pessoas bre o Trem Guarulhos/Exnão tenham entendido que presso Aeroporto, que terá essa linha terá apenas uma grande impacto na cidade e parceria com a iniciativa prina economia do Estado. Invada. "Não vamos privatizar cluído no rol das PPPs (Parce- Cotait: pelo transporte de massa o patrimônio público", insisrias Público-Privadas), já são tiu. A iniciativa privada, es80 as empresas interessadas Para o Expresso Bandeiran- clareceu, ficará responsável em participar na sua modela- te, que ligará a Capital à cida- pelas operações e pelo mategem final. "Acredito que os de de Campinas, a partir da rial rodante. trens estarão rodando em fins Barra Funda, uma projeção Bilhete Único – O secretário de 2009, início de 2010", pre- realista aponta o início das informou ainda que o limite viu o secretário. obras em meados de 2008. Se- de idade para utilização do Conforto – O preço estima- rão, conforme Fernandes, 14 bilhete único gratuito será do da passagem (a ser defini- novos quilômetros de trilhos equalizado em breve em todo do) para o trajeto até o aero- que ampliarão a malha exis- o sistema em 65 anos para hoporto de Cumbica é de R$ 25. tente para 92 quilômetros. mens e 60 para mulheres. A partida podeNesse caso, o se- "Projeto nesse sentido já está rá ser das estacretário lembra na Assembléia Legislativa de ções Júlio Presque o Estado quer São Paulo", afirmou. O coortes ou Barra Fungarantir no proje- denador da CPU, Alfredo Coda e terá 31 qui- Se tudo correr bem, até to espaço para a tait Neto, ofereceu ao secretál ô m e t r o s s e m 2010 teremos uma futura integração rio a estrutura capilar das 15 p a r a d a s i n t e r- rede de 88 km de metrô entre os aeropor- sedes distritais da ACSP, "pamediárias. Os tos de Cumbica ra enviar sugestões que pose de 300 km de trem. outros 19 quilô(Guarulhos) e Vi- sam ajudar a secretaria a reJurandir Fernandes, racopos (Campi- solver problemas de transmetros, com inísecretário dos n a s ) . " P o r i s s o , porte na cidade". cio na estação Brás da CompaTransportes não faremos nada Para Cotait Neto, as maionhia Paulista de Metropolitanos a p r e s s a d o " , res soluções para os probleTransportes Memas do trânsito em São Paulo explicou. tropolitanos Em curso – O se- "estão no transporte de mas(CPTM) e duas paradas até cretário Jurandir Fernandes sas, que precisa ser aprimoraGuarulhos, terá a tarifa social mostrou um quadro bem oti- do sempre". O vice-coordena(definida pelo governo) de R$ mista para o transporte me- dor da CPU, Antônio Carlos 2,10. Esses trens, que terão re- tropolitano sobre trilhos até Pela, lembrou que as distrigras claras de conforto para o 2010. Em andamento estão as tais da ACSP já vêm fazendo usuário, como bancos espe- obras de 8,5 quilômetros para um importante trabalho para ciais e ar condicionado, vão levar os trilhos da CPTM até o levantar junto às comunidacompartilhar parcialmente bairro do Grajaú (zona sul), o des de suas regiões os princida mesma infra-estrutura fer- Expresso Leste, a extensão da pais problemas que afetam o roviária e serão obrigados a l i n h a P a u l i s t a , a L i n h a 4 trânsito e buscando proposter o mesmo desempenho. (Amarela), e projetos já enca- tas de solução.
Prioridade para os trilhos: o Plano Integrado de Transportes Urbanos (PITU) implementado pelo governo estadual paulista, significa investimentos já garantidos de US$ 2,3 bilhões até 2010, em 11 projetos prioritários. Já estão em andamento as obras de 8,5 quilômetros para levar os trilhos da CPTM até o bairro do Grajaú (na zona sul da Capital), o Expresso Leste, a extensão da linha Paulista, a Linha 4 (Amarela), e projetos já encaminhados como o Barra-Funda Mauá, Linha 5-Lilás e o Expresso ABC, entre outros. INFORME PUBLICITÁRIO
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Ambiente Compor tamento Tr â n s i t o Urbanismo
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Piores pontos de congestinamento eram a marginal Tietê e o corredor norte-sul.
GALHO DE ÁRVORE CAIU NA 23 DE MAIO
Chuva provoca lentidão no trânsito À tarde, 12 pontos de alagamentos persistiam na cidade, que esteve em estado de atenção. Congonhas ficou fechado por 16 minutos e aviões pousaram com atraso. Bruno Miranda/Folha Imagem
sul, mas apenas um era intransitável, na rua Martinho Lutero, na altura do número 254. O Aeroporto de Congonhas foi fechado para pousos e decolagens às 14h03 e reaberto às 14h19. Doze aviões pousaram com atraso, mas nenhuma decolagem sofreu atraso. Por volta das 16h30, a situação já estava normalizada. Anhangabaú – Apenas uma faixa de rolamento, das cinco existentes no túnel do Anhangabaú, sentido aeroporto, ficou aberta para o tráfego à tarde, segundo CET. As faixas foram interditadas por volta das 14h30, por precaução, devido à ameaça de fortes chuvas na região central. Na última segunda-feira, o túnel ficou fechado por cerca de quatro horas devido à chuva forte que caiu na madrugada. O sistema automático das bombas falhou por causa de um furto de parte do cabo de comando dos controladores de nível, as bóias. Na madrugada de terça, o cabeamento foi reinstalado. (Agências)
Na poça de água: reflexo de mulher andando com guarda-chuva na avenida Paulista, ontem à tarde. Capital viveu dia de trânsito complicado.
Laudo mostra que coronel morreu entre 18h e 22h
O
coronel e deputado estadual Ubiratan Guimarães estava morto havia, no mínimo, 24 horas e, no máximo, 30 horas quando o corpo foi achado, às 22h do domingo, dia 10. A conclusão está no laudo do Instituto MédicoLegal (IML). O exame confirma a tese da polícia de que Ubiratan foi morto na noite do sábado, dia 9. Das 19h às 20h30 daquele dia, a advogada Carla Prinzivalli Cepollina, de 40 anos, esteve no apartamento do coronel. Ela alega inocência. Segundo Hideaki Kawata, diretor do IML, o corpo do coronel já começava a apresentar sinais de flacidez, um estágio posterior à rigidez cadavérica. Isso só ocorre passadas pelo menos 24 horas da morte. Kawata afirmou não ser possível, no entanto, saber a hora exata da morte. O IML constatou ainda que o coronel tinha no estômago um bolo alimentar ainda não digerido totalmente. Uma digestão completa demora de três a seis horas. Com base nesses dados, é possível determinar com mais exatidão a hora da morte, desde que a polícia consiga descobrir quando Ubiratan fez a última refeição. Para isso, policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) buscam testemunhas que confirmem qual prato ele
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ileno o Ch ieja h n i V rnet aV Cart re/Cabe ené ,90 Carm R$ 14
Amanhã I Penha – A distrital promove o
curso do Sebrae Aprender a Empreender. Das 13h30 às 17h30. I Ipiranga – A distrital participa de homenagem ao centenário do Clube Atlético Ypiranga, na Assembléia. Avenida Pedro Álvares Cabral, 201. Às 22h30.
Sábado I Ipiranga – A distrital participa
de Feira Comunitária promovida pelo CME. Clube Atlético Ypiranga, rua do Manifesto, 475. Das 8h30 às 17h. I Penha – A distrital promove o curso do Sebrae Aprender a empreender. Das 13h30 às 17h30.
Domingo I Ipiranga – A distrital participa
da Corrida de Setembro – 100 anos do Clube Atlético Ypiranga. Inscrições no clube, rua do Manifesto, 475. Às 9h. I Ipiranga – A distrital participa da 2ª Cãominhada do Ipiranga, organizada pela Tribuna Animal. Monumento da Independência, às 10h. I Penha – A distrital promove o curso do Sebrae Aprender a empreender. Das 13h30 às 17h30. I Ipiranga – A distrital participa do Encontro de Corais, Igreja Nossa Senhora Aparecida, rua Labatut, 781.
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almoçou para saber se coincide com o que foi achado. Com os exames do IML, a polícia considera que o que eram indícios de autoria do crime estão se transformando em evidências. E continua apurando a possibilidade de ter recebido de Carla uma blusa escura, diferente da que ela vestia na noite do crime. Além do vídeo em que Carla aparece chegando em casa na noite do crime vestindo uma camisa clara, a polícia procura testemunhas que confirmem a troca. Caso fique provada, a polícia pode pedir sua prisão temporária. Depoimentos – Ontem à tarde, o DHPP ouviu cinco testemunhas. Duas trabalhavam no escritório eleitoral de Ubiratan e outras duas eram suas amigas. Não foram divulgadas informações sobre a quinta testemunha. A advogada Liliana Prinzivalli, mãe de Carla, esteve no DHPP por mais de sete horas, mas saiu sem falar. O advogado Vicente Cascione, que representa a família do coronel afirmou ontem à noite que pretende pedir a prisão de Carla, pois sua mãe atrapalha as investigações. " Eu estou estudando a possibilidade de requerer à Polícia e depois, se não for o caso, ao Judiciário, a prisão, se continuar a possibilidade de tumulto de prova", declarou o advogado. (AE)
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DC
O
s paulistanos enfrentaram trânsito complicado ontem durante todo o dia por causa, principalmente, dos alagamentos causados pela chuva. Na avenida 23 de Maio, a queda parcial do galho de uma árvore de grande porte interditou uma das faixas da pista sentido Centro, na altura do viaduto Condessa de São Joaquim. Das 15h até por volta das 17h a cidade ficou em estado de atenção. O congestionamento chegou a atingir quatro quilômetros entre os viadutos Euclides Figueiredo e Pedroso. Por volta das 17h, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou 74 quilômetros de lentidão. A média para o horário é de 89 quilômetros. Os trechos mais críticos eram a pista expressa da marginal do Tietê, sentido Lapa-Penha e o corredor norte-sul, sentido aeroporto. Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), os 12 pontos de alagamentos persistiam à tarde, principalmente na zona
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
LENTE DE
AUMENTO COMÉRCIO VOLTARÁ A CRESCER NESTE ANO
G Vendas a curto
prazo devem crescer tendo em vista evolução da renda e da confiança do consumidor (hipermercados, supermercados e assemelhados) mostraram queda de 0,5% em relação ao mês anterior, em termos dessazonalizados, enquanto o segmento de semi-duráveis (tecidos, vestuário e calçados) teve retração de 0,7%. Já o segmento de bens duráveis (móveis e eletrodomésticos) apresentou uma forte retração, de 2,6% em julho, depois de ter recuado 4,3% em junho. No caso dos duráveis, o forte recuo dos dois últimos meses pode ser explicado, em parte, por uma certa ressaca pós-Copa do Mundo, pois, em maio, o índice de vendas havia registrado um salto de 6,5%, impulsionado pela venda de televisores. Já o segmento dos semiduráveis usualmente apresenta elevada volatilidade e uma tendência de certa forma pouco intuitiva. Isto é o que se verifica no momento, uma vez que a PMC mostra uma queda acumulada no ano de 6,5% no indicador do segmento em relação ao
O ESCÂNDALO DO DIA
E Céllus
O
JOÃO DE SCANTIMBURGO
resultado de dezembro de 2005. Outro segmento apurado pelo IBGE que também vem mostrando uma evolução pouco intuitiva é o de combustíveis, que acumula um recuo de 19,1% nos últimos 24 meses, sendo 0,4% no último mês. Outra possível explicação para o fato de os resultados da PMC mostrarem uma evolução aquém da esperada pode decorrer de um certo deslocamento de demanda para a compra de automóveis, que tem mostrado um ritmo de vendas muito forte nos últimos dois meses e não entra no índice agregado da PMC. Segundo a Fenabrave, as vendas internas de automóveis e comerciais leves de julho e agosto encontram-se em um nível 12% maior que a média observada nos primeiros seis meses de 2006.
A alfabetização e seus mitos BENEDICTO FERRI DE BARROS
A
A
pesar das especificidades metodológicas da PMC, a evolução dos dois últimos resultados das vendas do varejo mostram certa estagnação, configurando um ritmo um pouco abaixo do esperado. Contudo, provavelmente não iremos rever a projeção de 5% para o ano. De qualquer forma, para se confirmar tal expectativa, esperamos que ocorra certa reação das vendas no curto prazo, o que ainda consideramos o cenário mais provável, tendo em vista que os indicadores de crédito, confiança do consumidor e renda permanecem em evolução favorável. COMENTÁRIO DE ADRIANO PITOLI E CAMILA SAITO DA CONSULTORIA TENDÊNCIAS WWW.TENDENCIAS.COM.BR Marcos Peron/Virtual Fhoto
resultado da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) referente a julho, divulgado pelo IBGE, mostrou um desempenho ruim para o volume de vendas no mês, tendo ficado abaixo das nossas expectativas. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, as vendas tiveram expansão de 2,3%, contra nossa estimativa de 4,0%. Considerando a série com ajuste sazonal, o varejo apresentou uma retração de 0,45% em relação a junho (ante a projeção de alta de 0,6%), quando já tinha registrado um recuo de 0,3%. O fraco desempenho do comércio em julho foi sentido em todos os segmentos. As vendas de não-duráveis
lguns comportamentos, ativos, perceptivos e sensoriais adquirem, pela repetição, caráter automático, atuando independentemente de esforço e de conexão consciente. Isto se deve ao fato de que a repetição promove a formação de circuitos neuroniais no equipamento mental que atuam autonomamente. Trata-se de um processo de economia vital que ocorre com grande parte de nossas ações habituais e seu exercício é o processo que promove a maior habilidade e eficiência de desempenho no que fazemos. Um segundo aspecto importante desse processo é que quanto antes essas habilitações forem adquiridas, tanto mais fáceis, mais espontâneas, mais "naturais" e aptas a maior desenvolvimento elas se tornam. A repetição é a chave-mestra do processo. A prática esportiva é um dos exemplos mais nítidos. A alfabetização, um dos menos reconhecidos. A educação em geral e a escolar, em particular, e a primária, especificamente falando, veio, por numerosas e intrincadas razões, a ser envolvida por uma série de mitos, ideologias e mistificações, que, em lugar de simplificá-la e aumentar sua eficiência, produziram uma redução generalizada do rendimento do trabalho escolar. As reprovações nos exames de habilitação de diplomados em cursos superiores é fato amplamente conhecido. A promoção para séries mais avançadas no ensino elementar, independentemente de exame de assimilação do currículo de série anterior, mais do que o reconhecimento da ineficiência do ensino, é uma aceitação irresponsável de seu fracasso. O vilão do método de ensino tradicional foi apostrofado como "decoreba" – apelido dado à insistência da repetição nos métodos e processos de alfabetização. A mistificação maior se ex-
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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A
revisão e implantação desse ou de um sistema escolar análogo dependeria, entretanto, de uma mudança da mistificação que hoje domina o ensino escolar. E isto supõe mais do que de um enfoque racional a coragem e disposição para desmontar os inumeráveis interesses que se agregaram como cracas às questões do ensino. Se tal coragem e disposição houvesse, poderia se pensar em algo mais arrojado e atualizado, utilizando-se os modernos recursos da tecnologia informática de comunicação. Por exemplo, montando-se uma rede nacional de telões dedicados não só à alfabetização, como aos cursos secundários e superiores. Mas tudo isso pode não passar de um "sonho de verão" num país como o nosso, que ainda se debate na política com arcaísmos mortos no mundo inteiro.
O vilão da alfabetização hoje se chama "decoreba"
Agenda econômica abre mercado de cartões
V enda de automóveis está 12% maior
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
primiu pela duração dos cursos e a prosápia dos currículos adotados como necessários para a formação dos então chamados "professores primários". Tudo isso retardou e encareceu o processo de formação de professores primários, mas em nada melhorou sua habilitação para ensinar, nem a eficácia de seu ensino, como se constata na atualidade. Na sua essência, alfabetizar, limitado fundamentalmente em ler e escrever, é um processo de muito poucos passos simples que depende fundamentalmente de repetição e decoração e pode ser exercido por monitores sem maior qualificação, preparados por cursos práticos rápidos e baratos. Os complementos desse processo podem ser proporcionados por professores, em períodos especiais acrescentados ao processo fundamental.
RICHARD HARTZELL
N
a América Latina, o mercado consumidor demonstra um grande potencial não realizado para cartões de crédito, já que apenas 15% das transações de compra são efetuadas através de cartões hoje em dia. Porém, cada vez mais os consumidores e comerciantes da região estão migrando para os pagamentos eletrônicos para efetivar as suas transações. Prova disto são os resultados do segundo trimestre de 2006 da MasterCard para a América Latina e Caribe, que mostram um aumento no volume de faturamento de 26,9% e um aumento de 21,6% na quantidade de cartões MasterCard em circulação – em comparação com o mesmo período de 2005. Esse crescimento demonstra o otimismo da empresa com relação à América Latina e Caribe, já que esta é a região de maior crescimento da MasterCard pelo quinto ano consecutivo. Além disso, os últimos estudos realizados recentemente pela MasterCard, mostram que a população está mais confiante hoje em termos de economia e finanças pessoais, em relação ao ano passado. Especificamente com relação ao Brasil, eu tive a sorte de trabalhar no país no final dos anos 80 e no início dos anos 90, e, olhando hoje, a transformação econômica desde aquela época
foi muito grande. Do meu ponto de vista, um dos fatores muito positivos foi a transformação para uma economia aberta, dirigida pelo mercado, e foi a economia, e não a agenda política, que gerou o crescimento da última década.
A
demanda de consumidores por bens e serviços continua em alta, e a oferta de soluções de pagamento para facilitar transações seguras, convenientes e eficientes deve se transformar em oportunidades de crescimento significativas. Por fim, também é importante mencionar a política da empresa para lidar com o roubo de identidades na região da América Latina e Caribe. A MasterCard foi pioneira em inovações de segurança, e mantemos o nosso compromisso de transações seguras com o desenvolvimento de produtos e tecnologias de difícil replicação. Trabalhamos com bancos, comerciantes, profissionais da segurança da informação e outras pessoas para aumentar a colaboração e a cooperação, assegurando a segurança de cada transação. Na realidade, o volume de fraude na região da América Latina e Caribe está abaixo da média global. RICHARD HARTZELL É PRESIDENTE DA REGIÃO DA AMÉRICA LATINA E CARIBE DA MASTERCARD
A penas 15% das compras são feitas com cartões na América Latina.
stamos habituados há longos meses para a explosão do escândalo do dia, que macule a nossa política com uma nota vexatória nos costumes políticos brasileiros. Segundo os noticiários, o presidente PT, Ricardo Berzoini, foi diretamente envolvido no escândalo na compra de um dossiê com supostas denúncias contra o tucano José Serra, aspirante do Palácio dos Bandeirantes, trampolim futuro para a Presidência da República. Nada disso nos surpreende, pois é costume nas vésperas de eleição enodoarem o principal ou os principais candidatos a cargos de mandato. Geralmente, escândalos como estes caem antes do dia da eleição, ou influem diretamente na campanha do candidato mais bem colocado nas pesquisas de opinião. É um dos males da democracia. Segundo os órgãos de imprensa, inclusive este jornal, estão envolvidos no escândalo: Ricardo Berzoini e Oswaldo Bargas, responsável este pelo programa do presidente e que é casado com Mônica Zerbinato, secretária pessoal de Lula. Isso tudo é matéria de véspera de eleição.
G Temos
novidades na política e a novidade é essa: imitamos o passado em tudo, inclusive na criação de mentiras.
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ntra ano e sai ano, entra eleição e sai eleição, os velhos costumes se repetem. Mudam os nomes, mas as acusações são as mesmas. O Tribunal Superior Eleitoral já apurou que o churrasqueiro de Lula, Jorge Lorenzetti, é operador do PT, juntamente com Oswaldo Bargas, no escândalo do dossiê. Como se vê, a nossa política anda a passo de cágado e não apresenta novidades. Cabe aos dirigentes partidários desfazerem as acusações que sobre eles estão pesando, com a finalidade de mostrar que também temos novidades na política e a novidade é essa: imitamos o passado em tudo, inclusive em criações de mentiras. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
Compor tamento Ambiente Urbanismo Memória
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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AMBULANTES TERÃO CADASTROS ATUALIZADOS
A administração estima que existam cinco mil camelôs no Brás, sendo que apenas 900 possuem TPU.
CONCÓRDIA NO LARGO O largo da Concórdia, no Brás, que durante anos abrigou centenas de ambulantes já está quase pronto. E agora tem início a segunda etapa do processo de recuperação: a educação dos comerciantes do entorno para que aprendam a manusear os alimentos adequadamente e fiquem em dia com a documentação. Fotos de Marcelo Soares/Hype
Fernando Vieira
A
subprefeitura da Mooca reuniu um grupo de cerca de 50 comerciantes do setor de alimentos do Brás para uma aula, ontem, de como trabalhar de acordo com as regulamentações municipais. As lições básicas foram sobre regularizações para o funcionamento de estabelecimentos e condições de higiene no trato com alimentos para a manutenção das atividades de bares e restaurantes, sob pena de interdição caso não sejam realizadas eventuais adequações necessárias. A iniciativa será repetida nos próximos meses com diferentes setores. O encontro marcou o início da segunda etapa do projeto de revitalização do largo da Concórdia, que começou em com a retirada de mais de 700 barracas de ambulantes. O local, antes tomado por um mar de lonas azuis, hoje começa a ser descoberto como uma praça verde e arborizada, num sinal de renascimento. Segundo o subprefeito da Mooca, Eduardo Odloak, a situação de degradação causada pela ocupação irregular do largo da Concórdia por ambulantes, ao longo dos últimos 20 anos, se estendeu também aos estabelecimentos comerciais em seu entorno. Uma vistoria prévia realizada há cerca de dois meses pela subprefeitura, em parceria com a vigilância sanitária, detectou inúmeras irregularidades, que vão de abusos em instalações publicitárias e fachadas a falta de procedimentos na conservação de produtos alimentícios. "A região estava totalmente deteriorada em diversos aspectos, que são afetados também por estabelecimentos comerciais. Agora, com o andamento das obras, resolvemos chamar todos os interessados para mostrar os primeiros resultados obtidos com a limpeza e reestruturação do largo e, com isso, sensibilizarmos para a necessidade de mudanças individuais", disse Odloak. Or ie nt açã o – O coordenador de Desenvolvimento e Planejamento Urbano, Dagoberto Resende, que participou do encontro, fez a ressalva aos comerciantes: "Nós não queremos ser punitivos. Nosso objetivo é de orientação". Mas os comerciantes saíram do da au-
Juliana é veterinária e trabalha para uma rede de açougues. Ela já está aplicando as normas
HOJE - Eduardo Odloak, subprefeito da Mooca, no largo que já está de cara nova. A reforma começou em janeiro e está quase pronta. Patrícia Cruz/Luz - 21/12/2005
la com uma lição de casa: têm cerca de um mês de prazo para realizar adequações exigidas pela legislação. "Se não forem atendidas as determinações sanitárias, fundamentais para garantir uma alimentação saudável e livre de contaminação, ou não forem apresentadas documentações, partiremos para medidas repressivas com interdições de estabelecimentos irregulares", advertiu Eduardo Odloak. Positiva – O comerciante Raildo de Menezes Silva, de 45 anos, proprietário de um bar no entorno do largo da Concórdia, considerou positiva a reunião com a subprefeitura "Acho que foram dicas importantes sobre como manter os produtos bem conservados, além de reformas que devem ser feitas para ajudar na limpeza e higienização". Para o comerciante Ricardo Madeira, de 38 anos, proprietário de uma distribuidora de alimentos, a iniciativa de orientação da administração pública antes de qualquer medida repressiva demonstra um cuidado com a preservação da economia local. No entanto, ele pondera que algumas medidas podem ser realizadas de imediato, enquanto outras poderão levar mais tempo para serem concretizadas do que o prazo estipulado. "Ainda não
Ricardo diz que algumas medidas podem ser rapidamente, mas outras precisam de mais tempo
ONTEM - Por mais de 20 anos, o largo da Concórdia foi tomado por barracas de ambulantes ilegais
Dagoberto: Nós não queremos ser punitivos. Nosso objetivo é de orientação.
há como saber o quanto será preciso em investimentos para as adequações. E esse investimento tem que ser planejado". Alguns estabelecimentos comerciais já se adiantaram para ficar de acordo com a lei. A rede de açougues Ipanema contratou a veterinária Juliana Pacheco, de 26 anos, que será a responsável técnica pelos alimentos. Munida de caderno e caneta, ela tomou nota durante toda a palestra ministrada pelo médico veterinário Márcio José Corrado, da vigilância sani-
rizadas, inclusive dos 250 TPUs que foram retirados da praça, que está em processo de revitalização". Além disso, um projeto de monitoramento eletrônico, nos moldes do sistema instalado em pontos do Centro da cidade, está em fase de conclusão, com o objetivo inicial de preservar livre das barracas o largo da Concórdia. "Nossa expectativa é que as câmeras sejam instaladas no final do ano ou, mais tardar, no começo do ano que vem".
tária, para adequar os procedimentos nos estabelecimentos. "Vamos estabelecer os padrões indicados para as três lojas", disse Juliana. Desafio – O desafio da Subprefeitura da Mooca na revitalização do largo da Concórdia e adjacências, contudo, ainda está longe de terminar. Nas travessas da região, as calçadas e o meio fio das vias permanecem tomados por ambulantes. A administração pública estima que existam ainda hoje cerca de cinco mil camelôs no
bairro do Brás, sendo que apenas 900 possuem o Termo de Permissão de Uso (TPU) da Prefeitura. Segundo Odloak, a próxima medida para o combate ao comércio ilegal é a atualização do cadastro de ambulantes, que deverá ter início em duas semanas. "Já fizemos uma nova planta do largo da Concórdia e do seu entorno, com o mapeamento das barracas de ambulantes. Estamos redefinindo os pontos que podem comportar a instalação das barracas auto-
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
Política
D
epois de um dia nervoso no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu afastar o presidente do PT, Ricardo Berzoini, da coordenação de sua campanha pela reeleição. Derrubado pelo escândalo produzido pela tentativa de compra de um dossiê contra os tucanos, Berzoini será substituído pelo assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, que também é vice-presidente do partido. Em reunião tensa iniciada no final da manhã no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente, Berzoini apresentou pessoalmente a Lula suas explicações sobre o caso. Os petistas Valdebran Padilha e Gedimar Passos tentaram comprar por R$ 1,75 milhão um dossiê montado pelos empresários da máfia das ambulâncias, material que continha fotos e documentos que supostamente vinculariam o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, ao esquema dos sanguessugas. Berzoini disse ao presidente que não sabia do dinheiro, mas argumentou que é prática comum em campanhas eleitorais comprar informações, muitas vezes até como proteção contra adversários. Alegou ainda que, no caso em questão, o dossiê poderia ajudar o candidato petista ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, já que Serra lidera as pesquisas de intenção de voto. Também participaram do encontro no Alvorada os ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e Tarso Genro (Relações Institucionais), o chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, o publicitário responsável pelo marketing da campanha, João Santana, e o presidente da Câmara, Aldo Rebelo. Resposta – As explicações de Berzoini, porém, não foram consideradas suficientes por Lula e pelos ministros que participaram da reunião. A avaliação era de que a repercussão negativa do episódio exigia uma resposta drástica. No final da tarde, Berzoini foi convocado para mais uma reunião, desta vez no Palácio do Planalto. Depois desse novo encontro com Lula, já no início da noite, o comitê da campanha pela reeleição do presidente divulgou uma nota informando que o presidente do PT tinha sido substituído por Marco Aurélio Garcia. O texto de cinco linha registra que "o presidente (Lula) destacou o importante trabalho que Berzoini desempenhou nos últimos meses, de fundamental importância para a consolidação da liderança de sua candidatura". (AE)
Trata-se de delinqüentes, de comercialização de baixarias. José Serra, sobre a suposta compra do dossiê
DIRETOR DO BB ENTREGA O CARGO
A
terceira baixa de ontem no PT provocada pelo escândalo do dossiê foi de Expedito Afonso Veloso, que entregou o cargo de diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil. Ao todo, cinco petistas graduados já saíram de suas funções depois de apontados como envolvidos com o dossiê ou sua divulgação. Afonso Veloso teria recepcionado o empresário Valdebran Padilha da Silva, o intermediário de Luiz Antônio Vedoin, apontado como líder do esquema dos sanguessugas e, que seria responsável pela produção do dossiê. O escândalo já é noticiado na mídia internacional, com CNN, "El País" e "La Nación" informando sobre o caso em seus sites. Os desdobramentos também chegaram à economia, com impacto na Bovespa, câmbio e juros. (Agências)
DOSSIÊ DERRUBA BERZOINI DA CAMPANHA
O escândalo atingiu o núcleo da campanha do presidente Lula: Ricardo Berzoini deixou a coordenação. Em São Paulo, caiu o assessor de Mercadante, Hamilton Lacerda, que articulou o dossiê com a "IstoÉ".
E CAI O ASSESSOR DE MERCADANTE TAMBÉM Hamilton Lacerda confessa que articulou a negociação do dossiê. E foi afastado
O
candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, anunciou no início da noite de ontem o afastamento do coordenador de comunicação de sua campanha, Hamilton Lacerda, por envolvimento no escândalo relacionado à compra de um dossiê contra os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin.
O senador afirmou que Lacerda participou de negociações com a revista "IstoÉ" envolvendo acusações ligadas ao dossiê contra os dois tucanos. "Houve, do meu ponto de vista, quebra de confiança", disse Mercadante. Lacerda encaminhou nota de esclarecimento a Mercadante e ao presidente do Diretório Estadual do PT-SP, Paulo Frateschi,
com o texto: "Sobre as informações divulgadas nesta quarta-feira, 20 de agosto, envolvendo meu nome, tenho os seguintes pontos a esclarecer: 1 - No início do mês de setembro fui procurado pelo sr. Jorge Lorenzetti. Ele me pediu para entrar em contato com algum órgão de imprensa porque dizia ter informações sobre a máfia dos san-
guessugas envolvendo políticos do PSDB. Não me foi informado o nome das personalidades. 2 - Por livre e espontânea vontade, procurei a revista "IstoÉ" para falar sobre o assunto. O candidato Aloizio Mercadante, que sempre condenou essa prática, não soube e nunca foi informado dessa minha iniciativa. Lamento ter cometido esse erro e aproveito essa nota para apresentar meus pedidos de desculpas. 3 - Indiquei, conforme o sr. Lorenzetti havia me falado, que os repórteres que foram investigar as denúncias seriam procurados quando chegassem ao Mato Grosso. 4 - É importante informar que,
em nenhum momento, houve qualquer oferta de dinheiro, que nunca tive qualquer encontro e que sequer conheço qualquer membro da Vedoin (sic). 5 - Por conta das inúmeras tentativas existentes para prejudicar as candidaturas do PT e para evitar qualquer ilação envolvendo o candidato a governador do partido, comuniquei hoje o meu afastamento de qualquer atividade da campanha estadual." Lacerda é um dos homens de confiança do ex-ministro José Dirceu e foi braço direito do diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil, Expedito Afonso Veloso – também afastado do cargo por envolvimento no escândalo. (AE)
Wilton Junior / AE
MERCADANTE SAI EM DEFESA DE LULA E BERZOINI
PARA SERRA, PETISTA ESTÁ ENVOLVIDO
TSE: DE OLHO EM LULA, BASTOS...
Para o candidato estadual, não há possibilidade de envolvimento de ambos.
O
candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, acredita que o candidato adversário do PT, Aloizio Mercadante, esteja envolvido no escândalo da compra de dossiê contra os tucanos. "Há uma baixaria eleitoral feita pelo PT e que envolve o presidente do partido, o candidato do PT em São Paulo e R$ 1,75 milhão. Trata-se de delinqüentes, de comercialização de baixarias", disse Serra. Indagado se estaria acusando Mercadante de participar da negociação, Serra respondeu que se referia "à candidatura de São Paulo" que, segundo ele, seria a principal beneficiada pelas acusações do dossiê. Serra classificou as denúncias publicadas pela revista IstoÉ neste fim de
3
A
PT negocia baixarias, diz tucano.
semana como "baixaria", e disse que já está estudando medidas de processo-crime com relação à denúncia dos donos da Planam, Darci Vedoin e seu filho Luiz Antonio Vedoin. Em entrevista, os dois empresários acusaram o exprefeito de São Paulo de ter participado do esquema de compra de ambulâncias superfaturadas quando era ministro da Saúde. "São procedimentos primitivos para enganar os eleitores”.
l o í s i o M e rc a d a n t e saiu em defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini. Ele não vê qualquer possibilidade de envolvimento de ambos na tentativa de compra de um dossiê que supostamente envolveria os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin na "máfia das ambulâncias". Apesar de considerar legitima a iniciativa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de abrir uma investigação para apurar o envolvimento de Lula, Berzoini, além de outras lideranças petistas e membros do governo no caso dossiê, Mercadante disse que a história e a experiência de ambos ajudam a descartar esta possibilidade. "Acho que esta investigação,
ou qualquer outra, deve acontecer, mas seguramente não há qualquer possibilidade de envolvimento do presidente da República nesses episódios", disse Mercadante, voltando a afirmar que tanto Lula quanto ele próprio sempre repudiaram o uso desse tipo de informação como arma eleitoral. "Não é da nossa natureza". Em relação a Berzoini, a posição de Mercadante foi semelhante. "O deputado Berzoini é um deputado experiente, presidente do partido e tenho certeza de que ele não participaria de um episódio como esse". Mercadante voltou a defender a apuração de todas as denúncias envolvendo tanto a possível ligação entre Serra e o esquema dos Sanguessugas, quanto a tentativa de compra do dossiê Vedoin.
Sindicatos – O envolvimento de ex-dirigentes da Central Ú n i c a d o s Tr a b a l h a d o re s (CUT) no episódio da tentativa de compra do dossiê levou a direção da entidade a emitir nota criticando a exploração de apenas um lado do caso. A CUT classifica esta opção como "tentativa de golpe". "A CUT condena qualquer tipo de chantagem e exige que todos os fatos relacionados ao chamado dossiê das sanguessugas sejam apurados com isenção e aqueles que tiverem responsabilidade comprovada no caso, punidos", diz. Dois ex-dirigentes estão envolvidos no episódio: José Lorenzetti, que foi diretor de formação da CUT, e Osvaldo Bargas, que foi secretário de relações internacionais da entidade. (Agências)
A
Justiça Eleitoral começou ontem a investigar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, o exassessor da Presidência, Freud Godoy, o empresário Valdebran Padilha e o advogado Gedimar Passos. A abertura dos trabalhos foi anunciada ontem pelo corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Cesar Rocha. A investigação tem o objetivo de apurar a suposta participação de cada um no episódio do dossiê Vedoin. Se ficar comprovado o envolvimento de Lula, o presidente poderá até ser declarado inelegível. Cesar Rocha acatou o pedido da coligação formada pelo PSDB e pelo PFL. (AE)
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Congresso Planalto Dossiê CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
Quero saber se tem alguma botija (com esse dinheiro apreendido no caso dossiê Serra) para socializar. Heloísa Helena
OPOSIÇÃO CHAMA PT DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
Bruno Domingos / Reuters
ALCKMIN SOBE O TOM E CHAMA PT DE 'CRIMINOSO'. O candidato tucano afirma que o partido do presidente Lula é uma "sofisticada organização criminosa", e promete, se eleito, fazer uma auditoria no governo para recuperar os recursos desviados.
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PT é uma "sofisticada organização criminosa", disse ontem o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, durante o lançamento do seu programa de governo, no Rio. Insistindo no seu discurso de ética na política, Alckmin afirmou que, se for eleito, fará uma auditoria geral no governo, "estatal por estatal", para remover os focos de corrupção e recuperar recursos desviados. O evento de Alckmin contou com a presença dos principais caciques do PSDB e do PFL – à exceção do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que está no exterior. Mantendo o tom de críticas ao governo Lula, o candidato acusou o próprio presidente, além do PT, de responsabilidade pelo aparelhamento do Estado que, afirmou, gera ineficiência, desvios de dinheiro e escândalos com o do dossiê Vedoin, supostamente negociado com petistas por R$ 1,7 milhão. "Não estamos enfrentando candidatura, estamos enfrentando uma sofisticada organização criminosa incrustada no Estado brasileiro", afirmou o ex-governador paulista. "Eles vão fazer o possível e o impossível para não chegarmos lá. Porque vou auditar estatal por estatal, empresa por empresa. Vou criar na Advocacia Geral da União um grupo especializado só em recuperar dinheiro roubado, e já vai ter muito recurso para poder investir nos hospitais, na educação e na saúde." Para Alckmin, o PT e o governo ultrapassaram "todos os limites de tolerância possíveis". "Essa sofisticada organização envolve desde ONGs ligadas ao PT, dinheiro que some da Secretaria de Comunicação, dinheiro sujo do crime, desvio de recursos, dossiês. Tudo para mudar o resultado eleitoral. São ações criminosas, que passam pelo mensalão, pelo cuecão, pelo valerioduto". Alckmin praticamente deixou de lado o tema do encontro – o programa de governo – para abordar a corrupção. "O País está envergonhado, mas eles não têm vergonha. Ética é palavra unívoca. Não tem duas éticas. Não tem uma ética quando se é oposição e se é intransigente, e uma ética quando se é governo, e (se) é cínico com o povo brasileiro". O ato reuniu o prefeito do Rio, César Maia; o candidato tucano ao governo paulista, José Serra; o governador de Minas Gerais, Aécio Neves; os presidentes do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), e do PFL, senador Jorge Bornhausen. Também compareceram os senadores Sérgio Guerra (PSDB-PE) e Heráclito Fortes (PFL-PI). (AE)
"O País está envergonhado, mas eles (PT) não têm vergonha", disse Alckmin. "Eles farão o possível e o impossível para não chegarmos lá". Patrícia Santos/ AE
Heloísa: 'organização' é capaz de roubar e matar.
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Heloísa Helena dispara contra Lula: 'ele não tem óleo de peroba'.
OPOSIÇÃO COBRA EXPLICAÇÕES
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PT cometeu um crime eleitoral organizado e o presidente Lula vai ter que provar que não sabia da tentativa de compra do dossiê. A declaração é do presidente do PFL, Jorge Bornhausen, que esteve ontem no lançamento do plano de governo de Geraldo Alckmin. Bornhausen diz que não conhece nenhum candidato "que não saiba o que o partido vai fazer". Bornhausen voltou a afirmar que o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, tenta interferir nas investigações para beneficiar o governo. "A Polícia Federal está agindo como lhe compete, mas o ministro é um advogado criminalista a serviço do presidente Lula, e não do Brasil", afirmou. Para o presidente do PFL, o ex-secretário do Ministério do Trabalho, Oswaldo Bargas,
Lula comanda uma organização criminosa. Heloísa Helena
também envolvido no escân- mesmo a eventual reeleição dalo do dossiê, "está fazendo presidencial trará sossego a um capítulo a mais no progra- Lula. "Vamos ficar aqui coma de governo: o crime eleito- brando, vamos chamar o ministro da Justiça, não vamos ral organizado". O senador Tasso Jereissati votar mais nada e vamos criar (CE), presidente nacional do uma CPI", prometeu. O presidente PSDB, disse que do PSDB disse Lula "não terá ainda que o esm a i s p a z " e ncândalo do dosquanto não exsiê "é um dos plicar a origem Ou ele (Lula) explica mais graves da d o d i n h e i r o de onde é que veio nossa história apreendido peesse dinheiro ou não recente". Para la Polícia Fedeele, "a promisral e que servi- vai ter mais paz, cuidade do PT, ria como paga- mesmo que ele ganhe do governo Lula mento por um a eleição. e o desvio de didossiê contra Tasso Jereissati (PSDB) nheiro público José Serra e Geestá provado". raldo Alckmin. Jereissati re"Ou ele explica de onde é que veio esse di- petiu que, mesmo que Lula nheiro ou não vamos ter mais vença as eleições presidenpaz. Mesmo que ele ganhe a ciais, não deixará de responeleição, enquanto não explicar, der pelo dossiê. "Quem for responsável por isso que está não haverá paz", afirmou. Jereissati disse que nem aí vai ter que ir à julgamento,
Se ele é idiota, não pode ser presidente. César Maia
Lula é um rato etílico que engorda com o dinheiro da nação. Antônio Carlos Magalhães
ganhando ou perdendo as eleições", afirmou. Mas, indagado se concorda com o prefeito do Rio, César Maia (PFL), de que Lula poderá sofrer processo de impeachment logo em seguida à posse, caso seja reeleito, Tasso respondeu: "Tivemos o maior cuidado o tempo todo em evitar qualquer crise". O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, procurou manter um tom mais conciliador que os companheiros da oposição. Também não atacou Lula. "É preciso ter cautela. O caminho é o da investigação. Interessa a todos os brasileiros e, neste instante, a um brasileiro em especial, o presidente da República, que os esclarecimentos ocorram, em especial, sobre a origem destes recursos. Acho que, a partir daí, os brasileiros votarão com maior tranqüilidade." (AE)
Os presos são todos do PT e ligados ao gabinete do assessor direto do presidente da República Geraldo Alckmin
candidata do PSol à Presidência, senadora Heloísa Helena (AL), acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser "o grande comandante desta organização criminosa, capaz de roubar, matar e liqüidar quem ameaçar seu projeto de poder". A afirmação foi feita após encontro de sindicalistas com presidenciáveis, organizado pela Força Sindical. Apesar da dura crítica, a senadora disse que é contra o impeachment do presidente Lula em pleno processo eleitoral, como defendem alguns setores da oposição, sobretudo o PSDB e o PFL. "Eu não vou entrar neste debate", garantiu. Mas advertiu que a eventual reeleição do presidente irá significar a legitimação da corrupção no Brasil. E voltou a falar que a acredita na "capacidade do povo brasileiro não ser omisso e cúmplice desse banditismo nas urnas". "Se o banditismo político ganhar essas eleições, será um golpe para a democracia. Mas, como democrata, tenho de aceitar o resultado das urnas", disse. Na palestra que proferiu na Força Sindical, a presidenciável disse que os movimentos sociais foram "comprados pela articulação da máquina pública". Na sua avaliação, se todas essas denúncias de crimes con-
tra a administração pública tivessem ocorrido no governo passado, de FHC, os movimentos sociais já teriam ido para as ruas e o governo já poderia ter caído. Botija– A respeito do escândalo de tentativa de compra, por integrantes do PT, do suposto dossiê ligando Geraldo Alckmin e José Serra à máfia dos sanguessugas, Heloísa disse que o importante, no momento, é saber de onde vem todo este dinheiro. "Nunca vi tanto dinheiro assim no Brasil", emendou, para depois ironizar: "Quero saber se tem alguma botija (com esse dinheiro do dossiê) para socializar." Quanto à CPMI dos Sanguessugas, ela defende a " investigação profunda dos crimes contra a administração pública, seja deste governo ou também do passado ." Peroba – Ainda nas críticas a Lula, a senadora disse que ele "não tem óleo de peroba, porque vive fazendo declarações contraditórias". Na palestra, chamou o presidente de irresponsável e citou como exemplo "a permissão para que 30% dos dólares das exportações fiquem no exterior ou em algum paraíso fiscal". Ela ressaltou que é importante o País ter dólar em caixa, "mas não para especulação e sim para as exportações". (AE)
Maia: 'Lula compra votos'
C
om os tucanos defendendo o aprofundamento das investigações, coube ao PFL ir mais longe, ontem, no lançamento do programa de governo do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, e defender o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O prefeito do Rio, César Maia (PFL), chegou a chamar Lula de "idiota" e a acusá-lo de comprar votos com o Bolsa-Família. Sobre o escândalo do dossiê Vedoin, disse que o presidente cometeu crime de responsabilidade "Acho que é o início do velório do Lula. Se al-
O candidato a um cargo tão importante sabe o que seu partido está fazendo. Jorge Bornhausen
guém tinha dúvida em relação às responsabilidades do presidente, eu quero lembrar que uma autoridade pública comete delito por ação e por omissão. Mesmo a alegação do presidente de que não sabia especificamente o que estava acontecendo, mas acompanhava a ação dos seus assessores, isso é crime de responsabilidade por omissão. É claro que em outro país esta situação seria insustentável", atacou. "Esse governo, inexoravelmente, por ter mentido e delinqüido, cairia", destacou Maia, que comparou a crise política ao que se passa na Hungria. (AE)
Se é popular, o presidente pode ser imoral? César Borges
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Planalto Gover no Corr upção investigações
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
TCU paralisa obras duvidosas e pretende economizar R$ 1 bilhão.
VAMPIROS SERÃO PROCESSADOS
HUMBERTO COSTA, DELÚBIO SOARES E MAIS 40 LOBISTAS DENUNCIADOS.
Eymar Mascaro
Corda bamba
ACUSADOS DE DESVIAR A R$ 2 BI DA SAÚDE VÃO À JUSTIÇA FEDERAL
oposição insiste em saber a origem do dinheiro que seria destinado à compra de um dossiê contra José Serra e Geraldo Alckmin. O episódio serviu para esquentar a campanha eleitoral. A oposição pretende usar o escândalo à exaustão nos programas de televisão até o dia 28, além de convocar para depor na CPI dos Sanguessugas os petistas envolvidos no escândalo. O episódio, para os tucanos, pode servir de combustível para Alckmin conduzir a eleição para o 2º turno. A extensão de suposto prejuízo para o PT poderá ser medida nas próximas pesquisas.
Antonio Cruz/ABr
O
s problemas de exauxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se resumem às investigações sobre a compra de fotos e vídeos contra o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra. Hoje, o procurador da República Gustavo Velloso deverá denunciar à Justiça Federal o ex-ministro da Saúde Humberto Costa, o extesoureiro do PT Delúbio Soares e mais 40 empresários, lobistas e servidores públicos suspeitos de integrar a máfia dos vampiros. Nesta lista estão também Platão Fischer e Edilamar Martins, que comandavam o Departamento de Projetos Estratégicos durante a gestão do ex-ministro José Serra. A organização é acusada de desviar R$ 2 bilhões do ministério entre 1992 e 2003. Segundo um dos investigadores do caso, Gustavo Velloso deverá manter na denúncia os mesmos crimes imputados ao grupo pela Polícia Federal. No relatório final do inquérito, o delegado Marcelo Moselli acusa Costa, Delúbio e Platão de corrupção e formação de quadrilha, entre outros crimes. No início do mês, Humberto Costa, candidato ao governo de Pernambuco pelo PT, disse que as denúncias têm cunho eleitoral. Histórico – As investigações da PF sobre a máfia dos vampiros começaram em setembro de 2003. No início de maio de
Roberto Stuckert Filho/AOG 19/08/2005
Acima, o candidato Humberto Costa. Ao lado, Delúbio Soares. Ambos são acusados de integrar a Máfia dos Vampiros que fraudava o Ministério da Saúde.
2004, 14 empresários, lobistas e servidores públicos foram presos. Entre os detidos estava o então coordenador de Logística do Ministério da Saúde Luiz Cláudio Gomes, um dos principais auxiliares de Costa. O grupo é acusado de fraudar licitações para a compra de hemoderivados e outros medicamentos. Segundo a polícia, parte do dinheiro era usada para pagar propinas e abastecer caixadois de campanhas eleitorais. No relatório, a PF sustenta que grupos de servidores e lobistas ligados a Humberto Costa disputavam com aliados de Delúbio Soares influência sobre as licitações fraudadas no ministério. Quando o caso foi tornado público, Delúbio Soares reconheceu que conhecia um dos lobistas presos, Laerte Pedrosa, mas negou qualquer vínculo com as fraudes. Prevenção – O Plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou, ontem, um relatório recomendando ao Congresso Nacional o bloqueio de repasses do Orçamento da União de 2007 para 91 obras com irregularidades graves e que devem ser paralisadas imediatamente para evitar prejuízo aos cofres públicos. O valor dos contratos com obras irregulares chega a R$ 4,3 bilhões. O TCU fiscalizou neste ano 259 obras, com investimentos de mais de R$ 20 bilhões. Segundo o ministro-relator do processo, Valmir Campelo, as determinações do TCU poderão gerar uma economia de R$ 1 bilhão. (AOG)
PF VAI OUVIR ENVOLVIDOS COM DOSSIÊ
Reunião Plenária (informações, debates e busca de soluções)
Palestrantes
Alejandro Peña Esclusa, Presidente da Fuerza Solidaria da Venezuela
Tema: “Futuro da Democracia na América Latina”
Reinaldo Azevedo, Jornalista da revista “Veja”
Tema: “Cenário Político Brasileiro”
Apresentação, pelo Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos, da edição especial da revista “Digesto Econômico”, em sua nova fase
Dia: 25 de setembro de 2006, segunda-feira Horário: às 17 horas Local: Rua Boa Vista, 51, 9º andar
A
Polícia Federal expediu, ontem, a intimação para que Expedito Afonso Veloso, diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil, também ligado à campanha de Lula, deponha sobre seu envolvimento com o dossiê contra José Serra (PSDB), conforme o blog de Ricardo Noblat. Além de Expedito, Jorge Lorenzetti da assessoria de risco e mídia da campanha de Lula, e Oswaldo Bargas, responsável pelo setor de Trabalho e Emprego do programa de governo, também serão chamados. Na terça-feira, a revista Época informou que, no início do mês, foi procurada por Oswaldo Bargas – colaborador do plano de governo da reeleição, casado com uma secretária de confiança de Lula –, que ofereceu "denúncias sérias" contra o tucano José Serra. Na ocasião, Bargas afirmou que o presidente do PT tinha conhecimento do encontro. Berzoini admitiu em nota que soube do encontro, mas negou conhecer o teor dos assuntos tratados e disse achar que se tratasse de discussão de "pauta de interesse jornalístico". Expedito é acusado de participar da montagem do dossiê envolvendo os candidatos tucanos ao governo de São Paulo, José Serra, e ao Planalto, Geraldo Alckmin, no esquema dos sanguessugas. (AE)
PÚBLICO Geraldo Alckmin desconfia que a origem do dinheiro pode ser pública. Aí envolveria o governo Lula. O PT estaria usando dinheiro do caixa 2 para a compra do dossiê. O partido de Lula estaria, portanto, cometendo crime eleitoral. Alckmin qualificou o episódio de "mensalama".
CORPO FORA O PT corre para justificar que o governo nada tem a ver com o escândalo do dossiê. E mais: o partido promete punir exemplarmente eventuais membros envolvidos no caso, enquanto a oposição investiga para saber se o presidente Lula também estaria implicado.
teria sido a direção do PT quem tentou comprar o dossiê contra o PSDB.
ENVOLVIMENTO Em compensação, o Palácio do Planalto joga toda a culpa do ocorrido em cima do PT, para salvar Lula da crise. O Planalto tenta ainda isentar o assessor de Lula, Freud Godoy, de envolvimento com o escândalo. Em tempo: Lula retorna dos EUA no auge da crise.
VÍTIMA Lula garante que não aceita esse tipo de baixaria porque já foi vítima de coisa parecida quando disputou a eleição com Fernando Collor, em 1989. Mas a oposição lembra que, se o presidente estiver envolvido, pode ocorrer até a impugnação de sua candidatura à reeleição.
SUSPEITA Um dos principais suspeitos de ter repassado o dinheiro para a compra do dossiê é Freud Godoy, que ainda trabalhava como assessor especial do presidente da República. Além disso, a mulher de Freud é proprietária de uma empresa que presta serviços à campanha de Lula.
LIDERANÇA Pesquisa divulgada pelo jornal Zero Hora, de Porto Alegre, revela que Alckmin passou Lula no Rio Grande Do Sul (7,5 milhões de eleitores). O tucano foi de 35% para 40% de intenção de voto, enquanto Lula sustenta os mesmos 36% de pesquisa anterior.
NA MESMA O escândalo do dossiê ainda não abalou o presidente Lula, conforme constatou pesquisa Datafolha divulgada ontem. O presidente manteve os mesmos 50% de intenção de voto da pesquisa anterior, ao passo que Alckmin cresceu 1 ponto, indo de 28% para 29%.
ÍNDICE
DIFICULDADE
Antes de viajar para os EUA, Lula recebeu a pesquisa diária feita por telefone: seu índice era de 51% de intenção de voto, contra 27% de Alckmin. Mas nem os petistas sabem dizer se a pesquisa captou o desencanto dos eleitores com o estouro do novo escândalo.
Alckmin necessita que a candidata Heloísa Helena (Psol) cresça nas pesquisas para favorecer a realização do 2º turno. Pelo Datafolha, a senadora alagoana arrebatou o mesmo índice da última pesquisa: 9%. Heloísa Helena, contudo, desdenha da pesquisa.
REPETECO
1º TURNO
O episódio do dossiê, que envolve diretamente um assessor especial de Lula, está servindo de comparação com o caso ocorrido com "anjo negro" Gregório Fortunato, segurança de Getúlio Vargas. Logo agora, que Lula está gostando de se comparar com o ex-presidente que se matou.
O resultado do Datafolha indica que se a eleição fosse hoje, Lula seria reeleito no 1º turno, porque a soma dos votos dos adversários não chega a 50%. Os tucanos, porém, ainda confiam na realização do 2º turno. Entendem que Alckmin vai crescer com a crise do dossiê.
LEMBRETE
Para chegar ao 2º turno, Alckmin precisa alcançar entre 33% e 35% da preferência eleitoral e Heloísa Helena teria de crescer mais alguns pontos. Mas, a senadora empacou entre 9% e 10% há dois meses. É importante também que Lula caia alguns pontos.
O ministro Márcio Thomaz Bastos, da Justiça, faz questão de lembrar que não é o PT, partido do presidente, que está sendo investigado e, sim, um grupo de pessoas. Thomaz Bastos se esqueceu de dizer que
FATORES
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.LOGO Seu pai era um agente de segurança! Eu o conhecia. Ele tinha uma operação aqui. De Saddam Hussein, ontem no tribunal onde ele está sendo julgado por genocídio, ao acusar o pai do juiz de ser espião do governo antes da invasão do Iraque, em 2003. Saddam foi expulso do tribunal e o julgamento adiado para segunda-feira.
Erik de Castro/AFP
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
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SETEMBRO
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21 Dia Internacional da Paz Dia da Árvore
B ASQUETE E LEIÇÕES
Força da torcida
Datafolha: Serra em 1º turno A dez dias da eleição, José Serra (PSDB) se mantém à frente na disputa pelo governo de São Paulo, com 48% das intenções de voto, vencendo a eleição no primeiro turno, segundo pesquisa Datafolha, divulgada ontem pelo "SPTV 2ª edição", da TV Globo. Foi a primeira pesquisa após a divulgação do suposto dossiê ligando Serra à máfia dos sanguessugas. O tucano obteve um ponto a menos que na pesquisa divulgada em 6 de setembro - 49%. O candidato do PT, Aloizio Mercadante, cresceu 5
pontos percentuais, passando de 18% para 23%. Orestes Quércia (PMDB) caiu de 11% para 9%. Em um eventual segundo turno, Serra venceria Mercadante por 57% a 33%, ante 62% contra 28% da pesquisa anterior. Carlos Apolinário (PDT) ficou 2%, e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) ficou com 1%. Os demais candidatos não atingiram 1% das intenções de voto. Brancos e nulos somaram 7%, e indecisos totalizaram 7%. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
C ORÉIA Kim Kyung-Hoon/Reuters
Brasil está nas semifinais do Mundial Feminino de Basquete Nelson Coelho/AOG
A
seleção deixou a quadra ontem, depois de uma incrível vitória sobre a República Checa por 75 a 51, dizendo que a torcida classificou o time. Segundo a Polícia Militar, 9 mil pessoas foram ao Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, gritar pelas brasileiras que hoje, às 15h15, cavam uma vaga na final contra a Austrália. "A torcida fez a República Checa tremer na base. Dor no pé? Nem lembrei. É um campeonato de três dias, começou hoje (ontem)", disse a capitã Janeth, que jogou, apesar do entorse no tornozelo direito que sofreu na segunda-feira, fez 15 pontos e pegou 10 rebotes.
Iziane, a cestinha do jogo, com 23 pontos, arrematou: "O público foi o sexto jogador". Com a certeza de que o Brasil faz bonito no Mundial – com
exceção do jogo contra a Argentina –, o técnico Antônio Carlos Barbosa diz que, contra a Austrália, a seleção vai entrar pensando na medalha de ouro e observou que esse grupo vem cultivando desde o início do Mundial o "espírito de vitória". Para Iziane, nada, nem um título de WNBA nem de uma Olimpíada, pode ser mais importante do que vencer um Mundial em casa.
Dave Hunt/AFP
L
C HINA
Bêbado morde urso panda
TRIBUTO - Bindi Irwin, a filha de oito anos do australiano Steve Irwin, o "caçador de crocodilos" lê sua homenagem no funeral do pai, que morreu há duas semanas, aos 44 anos, ao ter o coração atingido por uma arraia. Cinco mil pessoas estavam presentes. A RQUEOLOGIA
A primeira criança
C A R T A Z
VISUAIS
Lealisa Westerhoff/AFP
Trabalhos do catalão Marc Albà, que combinam diferentes técnicas: colagem com tinta a óleo e nanquim (foto) e um toque pop. Galeria Sérgio Caribé. Rua João Loureiro, 79, Vila Nova Conceição. Telefone: 3842-5135. Das 10h às 18h. Entrada franca.
Cuidados femininos
A Oregon Scientific lançou um kit de monitoramento meteorológico que usa conexões sem fio com sensores que fornecem dados sobre temperatura, umidade do ar, pressão barométrica, velocidade do vento e índice pluviométrico. Uma barganha: US$ 450.
A Gold Nutrition, empresa do setor alimentício, colocou no ar o site da sua linha de produtos Woman Care. Como o título do site já indica, as informações sobre nutrição, bem-estar e saúde são dirigidas especialmente ao público feminino e aborda temas como TPM, manutenção do peso, exigência nutricional nas diferentes fases da vida, entre outros assuntos que envolvem as características corporais, fisiológicas e metabólicas da mulher.
http://extremetoysforboys.com
www.womancare.com.br
A TÉ LOGO
Massachusetts em São Paulo
Craques insultados Os dez jogadores do clube polonês Pogon Szczecin foram insultados durante a partida contra Lechia Gdansk, pela Copa da Polônia. O Pogon Szczecin, que venceu o jogo por 2 a 0, anunciou ontem que fará uma queixa à federação local pelos insultos racistas que dez de seus jogadores brasileiros sofreram durante a partida . Os brasileiros foram Segundo a polícia de Gdansk, havia 300 hooligans nas arquibancadas. Quando os jogadores deixaram o campo, no intervalo do jogo, a torcida começou a atirar bananas e, durante o segundo tempo, imitou macacos e gritou frases racistas.
Rainha procura um mordomo Crânio de 3,3 milhões de anos de Selam, o mais antigo fóssil de criança já encontrado pelos arqueólogos
lam, que significa "paz" em várias línguas da Etiópia, e era da espécie Australopithecus afarensis, que viveu na África entre 4 milhões e 3 milhões de anos atrás. O mais famosos exemplar da espécie é Lucy, descoberta na Etiópia em 1974, e que viveu cerca de 100.000 anos mais tarde que o espécime atual. Os cientistas acreditam que o afarensis andava ereto, sobre duas pernas, mas discutese se a espécie tinha agilidade simiesca nas árvores. Essa habilidade exigiria braços longos, e o afarensis tinha braços que chegavam abaixo dos joe-
lhos. A questão é saber se essa característica indicava um talento para escaladas ou apenas "entulho" evolucionário. O fóssil revela ainda o segundo osso hióide, que se liga aos músculos da língua, já recuperado de um ancestral da humanidade: o chimpanzé. Embora isso não diga nada, diretamente, sobre a capacidade do afarensis para a linguagem, o osso sugere que quaisquer sons que o bebê fizesse "teriam mais apelo para uma mãe chimpanzé que para uma mãe humana".
O palácio de Buckingham seleciona mordomos e pessoal para a limpeza, segundo um anúncio colocado no site oficial da monarquia britânica. Devido à escassez de pessoal para serviços domésticos no país, a residência da Rainha Elizabeth vai abrir as vagas a trabalhadores de outros países da União Européia. Vários imigrantes já foram contratados este ano para a manutenção do palácio de Balmoral, residência de verão da rainha na Escócia. www.royal.gov.uk
L OTERIAS Concurso 656 da LOTOMANIA 01
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Astronautas encontram mais 3 objetos estranhos perto da Atlantis; retorno é liberado OMS volta a alertar para risco de nova forma de tuberculose resistente a tratamentos
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Meteorologia portátil
B RAZIL COM Z
G RÃ-BRETANHA
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F AVORITOS
C
ientistas encontraram um esqueleto surpreendentemente completo, de uma menina de três anos da mesma espécie de homem-macaco representada pelo famoso fóssil Lucy. A descoberta deverá alimentar o debate sobre se a espécie, que caminhava ereta, também subia em árvores e se deslocava pelos galhos tão facilmente quanto os macacos. Os restos têm 3,3 milhões de anos, e representam o mais antigo esqueleto jovem de um ancestral da humanidade. "É inacreditável encontrar um fóssil tão antigo e tão completo", disse o cientista Fred Spoor, professor de anatomia evolucionária do University College London, que descreve o fóssil na edição de hoje da revista científica Nature. O esqueleto foi descoberto em 2000, no nordeste da Etiópia. Cientistas passaram cinco anos removendo os ossos da rocha, e o trabalho só ficara realmente pronto dentro de mais alguns anos. Pela forma como está bem conservado, o esqueleto deve ter vindo de um corpo que foi rapidamente soterrado em uma enchente, dizem os pesquisadores. O bebê foi apelidado Se-
L
G @DGET DU JOUR
O filme Cinema, Aspirinas e Urubus, do diretor e roteirista pernambucano Marcelo Gomes, foi escolhido pelo Ministério da Cultura ontem para ser o concorrente brasileiro a uma das cinco vagas do Oscar de melhor filme estrangeiro. O longa conta a história de um alemão que percorria as estradas do sertão nordestino nos anos 1940, vendendo a última novidade no mercado de remédios, a aspirina. O filme concorreu com outros 12 longas, entre eles A Máquina, Anjos do Sol e Zuzu Angel.
F UTEBOL
L
E M
mordeu o homem na perna. Zhang se irritou e chutou o panda, que o mordeu na outra perna. Uma refrega se seguiu, de acordo com o jornal. "Mordi o sujeito nas costas", disse Zhang, citado pelo Morning Post. "A pele era muito grossa". Outros turistas gritaram por socorro, e o zelador logo controlou o urso, jogando água sobre o animal. Fotografias mostram Zhang hospitalizado, com sangue, bandagens e pontos nas pernas. A porta-voz do zôo, Ye Mingxia, confirmou o incidente, mas não ofereceu detalhes. Ela disse que Gu Gu está "saudável e inteiro".
Cinema, aspirinas e urubus no Oscar
O jornal norte-americano Boston Herald deu destaque na edição de ontem à abertura de um escritório de comércio exterior e investimentos para representar o estado de Massachusetts no Brasil. O escritório, que funcionará em São Paulo, de estreitar as relações comerciais com o Brasil, que é hoje o 17º parceiro comercial do estado norte-americano, para o qual exportou, no ano passado, US$ 283 milhões em mercadorias e serviços. Massachusetts já tem escritórios semelhantes na Ásia.
Cinquenta casais chineses com crianças sul-coreanas. Os casais foram convidados a participar de um casamento coletivo promocional ontem numa estratégia de promoção do turismo na Coréia do Sul.
Um turista bêbado mordeu um urso panda no Zoológico de Pequim, depois que o animal o atacou. O homem havia pulado na área reservada ao animal e tentado abraçá-lo. Zhang Xinyan tinha tomado quatro canecas de cerveja antes de "cambalear até o zôo" e parar diante do fosso do panda Gu Gu, um macho de 6 anos, que dormia. De acordo com o jornal Beijing Morning Post, Zhang sentiu uma "necessidade urgente de tocar o panda" e pulou a cerca que separava o animal dos visitantes. "Quando chegou perto, tentou abraçá-lo". Assustado, Gu Gu
H OLLYWOOD
Anticoncepcional adesivo amplia riscos de coágulos nas pernas e pulmões, alertam EUA
Concurso 800 da MEGA-SENA 01
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OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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A passagem de Lula pela Presidência vai ser a mais bizarra da história, digna de uma comédia pastelão. Inigualáve! WALTER TADEU DE LIMA, SANTO ANDRÉ, SP
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C
hega hoje pelo Correio, na s u a r e s i d ê ncia, mais uma correspondência bancária. Mas com toda a modernidade a sua volta, muitas vezes o que chega pelo bom carteiro fica esquecido, sem muito valor. Então, essa carta fica jogada em algum canto da sua casa até que você tenha um tempo livre para abrir e ver do que se trata. Apesar de ser uma atitude comum devido também a nossa falta de tempo para tudo, é interessante disponibilizar alguns minutinhos para ver esse tipo de correspondência. No extrato mensal detalhado podemos, além de simplesmente conferir o saldo da nossa conta corrente, ver todas as taxas que nos são cobradas pelas instituições financei-
S
A julgar pela estranha estabilidade das pesquisas, o nosso Zé Povinho está emulando seu grande líder, pois não leu, não ouviu e não sabia do que se passa à sua volta. É bom que se diga a esse povo que, se reeleger Lula o país, que está devagar quase parando, pode parar, e aí quero ver de quem vão arrancar os bilhões para manter seu milagroso Bolsa-Família...
ras e as possíveis cobranças indevidas. E o mais importante: esse é um serviço que (ainda) não é cobrado! É um verdadeiro oásis nesse deserto onde cada grão de areia é uma taxa, cobrada sem dó dos clientes. Vamos imaginar a seguinte cena: eu vou à padaria para comprar um pãozinho. O padeiro me atende muito gentilmente e vende o pãozinho, mas cobra o embrulhar do pão. Além disso, me impõe taxas. Uma "taxa de acesso ao pãozinho", outra "taxa por guardar pão quentinho" e ainda uma "taxa de abertura da padaria". Tudo com muita cordialidade e muito profissionalismo, claro. Para ter acesso a um dos produtos do banco, a conta corrente, é cobrada uma "taxa de abertura de conta", equivalente à hipotética "taxa de abertura da padaria", pois só é possível fazer negócios com o padeiro depois de abrir a padaria, certo? Existe outra taxa que serve para manter um limite especial que não me dá nenhum direito. Se eu
utilizar o limite especial vou pagar os juros (preços) mais altos do mundo. Ah! Não esqueça que estamos falando que essa prática ocorre aqui no Brasil. Essa taxa se assemelha à "taxa p o r g u a rd a r o p ã o quentinho" na nossa “padaria bancária”. Se um cheque é incluído no Cadastro de C he q u es sem fundo, uma taxa é cobrada. Se formos excluir, também. Se efetuarmos um saque num caixa da rede 24 Horas, mais uma taxa. Se utilizarmos demais o caixa eletrônico do nosso próprio banco, outra taxa. Se quisermos ter um controle mais preciso da nossa conta corrente por meio de extratos impressos, lá vem mais uma taxa. Praticamente, estamos sem saída e daí, o impacto vai deteriorando aos poucos o bolso dos brasileiros que tem que pagar por tantas taxas! Nossa única arma para tentar minimizar o peso de tantas taxas no nosso bolso é a pesquisa, quando se tem essa opção. Ao abrir uma conta corrente, pesquise as taxas cobradas pelo banco de sua escolha e compare com outras instituições. Nem sempre aqueles “pacotes de serviços”, cobrados
m e n s a l m e n t e , s ã o G Vou à úteis. Dentro desse padaria “ p a c o t e ” p o d e m para existir alguns itens comprar que não serão utiliza- pãozinho. dos e não te dará diO padeiro reito algum. gentil No caso de contassalário, quando a em- vende o presa não dá opções pãozinho, entre várias institui- mas cobra ções bancárias, procu- pelo re fugir do limite e não embrulho utilize serviços como do pão. cheque especial, por E impõe exemplo. a taxa de Alguns bancos dão acesso ao privilégios para certas pãozinho, classes de clientes, co- a taxa por mo os universitários. guardar Procure se informar no pão banco e, caso se enquadre em uma classe be- quentinho neficiada, se antecipe e uma em relação a sua em- taxa pela presa e abra você mes- abertura mo à conta, para que da possa se aproveitar de padaria... menores cobranças. G Por mais
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a b e m o s q u e a que responsabilida- estejam de dos bancos é garantidas muito grande, que por lei, a existem inúmeras exigências governamen- cobrança tais, que os riscos do de taxas negócio são muito ele- elevadas vados e que tudo o que pelos é cobrando está devi- bancos damente coberto por são uma lei, regulamentado e imoralidade. autorizado pelo Banco Central do Brasil. G Nossa Mas também sabe- única mos que existem segu- arma para ros e garantias legais tentar que protegem o patriminimizar mônio dos bancos de todo e qualquer risco. o peso de Infelizmente, o que tantas sei também, é que por taxas no mais que estejam ga- nosso rantidas por lei, as co- bolso é a branças elevadas são pesquisa, uma imoralidade. quando se CLÁUDIO BORIOLA É tem essa CONSULTOR FINANCEIRO
opção.
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CLÁUDIO WEBER ABRAMO
FORA DA CAIXA
H
á uma expressão inglesa que diz to think out of the box. Literalmente, “pensar fora da caixa”. Significa raciocinar contra o senso comum, ou levar em consideração fatores que usualmente se desconsidera. A proximidade das eleições deste ano dá oportunidade para submeter ao eventual leitor uma especulação “fora da caixa”. Mais de um terço dos candidatos que buscam reeleição à Câmara dos Deputados apresenta alguma ocorrência em tribunais de Justiça ou de Contas. A maior parte dos problemas tem a ver com a gestão pública: candidatos que são acusados de improbidade administrativa, peculato e todo um leque de outros delitos. O pensamento “dentro da caixa”, no qual se enquadra a campanha da
erá que isso é bom mesmo? Quem são os sujeitos que comporão esse contingente de desconhecidos? Será que seus históricos serão muito melhores do que os dos atuais deputados? Mais, esses 300 e tantos sujeitos chegarão ao Congresso mais ou menos como o proverbial cachorro que caiu do caminhão de mudanças. Vão demorar um ano para entender onde fica o Salão Verde. Acresce, ainda, que entra em vigor a cláusula de desempenho eleitoral da lei idem, que reserva o direito de representação nacional a partidos que obtiverem no mínimo 5% dos votos agregados do País, num mínimo de nove estados, em cada qual com um mínimo de 2% da votação. Trocando em miúdos, isso significa que cerca de 100 próceres chegarão à Câmara dos Deputados soltos na vida, sem representação partidária, nem lenço, nem documento. Não há dúvidas de que, excetuando-se um ou outro, esses próceres comporão o “baixo clero” parlamentar, a partir do qual o insigne Severino Cavalcanti foi ungido presidente da Casa, naquele que talvez tenha sido um dos momentos mais baixos da história de uma legislatura que está sendo avaliada por muitos como a pior de todos os tempos.
Cerca de 300 novos deputados chegarão a Brasília como cachorros que caíram da mudança.
Transparência Brasil, indica que não se deve votar nessa gente. Mensaleiros, sanguessugas, anelídeos e celenterados já demonstraram constituir escolhas a evitar. Muito bem. Tentemos aplicar ao caso desses indivíduos um raciocínio “fora da caixa”. Vai mais ou menos na seguinte direção. A taxa de renovação da Câmara dos Deputados é altíssima. Nas últimas eleições, os candidatos que não conseguiram reelegeremse, juntamente com aqueles que não buscaram a reeleição, somaram cerca de 52%. Ou seja, mais de metade da legislatura de 1998 não esteve presente na de 2002. Nas eleições deste ano, alguns observadores prevêem que a renovação será ainda maior, beirando, ou mesmo ultrapassando, os 60%. A saber, se o pleito seguir o vaticínio, de 513 deputados que tomarão posse em 1º de fevereiro de 2007, nada menos de 308 pisarão no Congresso pela primeira vez na vida.
A
qui entra o “fora da caixa”. Como esse contingente de novatos será desconhecido, não seria melhor ficar com os conhecidos? A saber, se um sujeito desses aí que busca reeleição é sabidamente metido no escândalo dos sanguessugas, foi apanhado na Operação Nabo Branco e tem pendências diversas no Tribunal de Contas de seu estado, será que não seria melhor votar nele, pois pelo menos se sabe quem é? Funcionaria mais ou menos assim: elegem-se os indigitados e se colocam os sujeitos dentro de uma jaula figurativa, vigiada 24 horas por dia. A vantagem do mecanismo seria que o componente corruptor trazido por eles comporia uma variável conhecida, portanto mais controlável. A saber, em vez de seguir a mensagem Não vote em mensaleiro (e boi-da-carapreta e outros bichos), votar-se-ia “fora da caixa” na base do “mais vale um ladrão na mão do que um montão voando”. CLÁUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR EXECUTIVO DA
TRANSPARÊNCIA BRASIL WWW.TRANSPARENCIA.ORG.BR
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Beto Barata/AE
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
N este pequeno
município no interior do Estado, incrustado no Vale do Rio Camanducaia, calmaria não é sinônimo de não ter nada para fazer. Por trás do silêncio e da pracinha com o tradicional coreto, esta Estância Hidromineral, a 140 km da capital, esconde ateliês, charmosas pousadas e um roteiro por alambiques que produzem cachaças de primeira linha. Págs. 2 e 3
Veja mais imagens desta edição na nossa galeria de fotos virtual no site www.dcomercio.com.br/ galeria/boa viagem_index.htm
TURISMO - 1
PARA CURTIR O DIA DAS CRIANÇAS LONGE DE CASA
Arte: Roberto Alvarenga
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Selecionamos 10 opções pelo Brasil afora para quem quiser aproveitar um dos últimos feriados prolongados do ano viajando com a família. Pág. 4
Fotos: Flavia Perin
Sossego e cachaça
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MONTE ALEGRE DO SUL
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
O melhor programa por ali é passear pelas ruas sem muito movimento e descobrir os originais trabalhos de artesãos locais, como os cata-ventos do ateliê JM Arte em Madeira (ao lado). A hospedagem normalmente é feita em pousadas que oferecem o aconchego de chalés e a simplicidade da vida no campo, como o Ibiti Hotel Rural (fotos acima, à esq.). Nos arredores, quase 60 alambiques, 37 deles ainda ativos e abertos à visitação, como o Cantinho da Ni (acima)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.TURISMO
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
Divulgação
A 140 km de SP, a Cidade Presépio No alto de uma colina, Monte Alegre do Sul gaba-se de suas águas termais, de sua produção de morango e de suas cachaças artesanais. Um enorme santuário e criativos ateliês completam o passeio, que deve ser feito no ritmo de lá: sem pressa nenhuma Flavia Perin
N
ão se engane com a aparência pacata: a pequena Monte Alegre do Sul coleciona atributos que lhe rendem grande vocação turística. Localizada a cerca de 140 quilômetros de São Paulo, na bela Serra da Mantiqueira, mais precisamente no vale do Rio Camanducaia, é conhecida como Cidade Presépio por estar assentada sobre uma colina, tal qual um presépio. Graças às suas fontes de água mineral com propriedades medicinais, também é classificada como Estância Hidromineral e integra o Circuito das Águas Paulista. E, ainda, herdou de seus descendentes de imigrantes italianos – a maioria de sua população de cerca de 6 mil habitantes – a arte de produzir excelentes cachaças artesanais, além de licores e vinhos de qualidade. Sem contar que é uma das maiores produtoras de morango do Estado.
Bela Vista – Para comprovar um dos títulos concedidos a Monte Alegre do Sul (o de cidade presépio), o mais indicado é subir ao Cristo Redentor, de onde se pode ter uma vista panorâmica. Lá de cima, é possível ver a igreja Santuário do Bom Jesus – enorme, considerado o tamanho do município–, mais uma prova de sua inclinação religiosa. Na praça, um charmoso coreto completa o cenário bucólico e agradável de cidadezinha do interior. O programa noturno? Tomar um sorvete na Gelateria Conti ou comer um doce na Doçaria Peschiera. E a vida local segue à moda antiga. Nos fins de semana, moradores aproveitam as águas privilegiadas do Balneário Municipal. A construção de arquitetura neocolonial, reformada em 2003, oferece saunas úmida e seca, duchas escocesa e circular, e banhos de imersão e de espuma, com hidromassagem. Antes de entrar, do lado direito do prédio, repare numa
imponente maria-fumaça preta e vermelha da Mogiana. A alguns quilômetros dali, numa trilha verde freqüentemente usada para caminhadas, a Fonte da Índia, próxima à sede da Fazenda Experimental, é outro ponto que merece ser registrado com fotografia. A s s e m p re b e m - v i n d a s compras de viagem podem ser feitas no Atelier da Fonte. A artista Dadá Macedo cria coloridos objetos de decoração e bijuterias em cerâmica e madeira reciclada. Em breve, será inaugurado no espaço um restaurante rodeado de verde. Outra opção imperdível para o consumo é a oficina de brinquedos educativos de João Márcio (cujo nome é JM Arte em Madeira). Em 2000, João Márcio iniciou sua arte fazendo placas que adornam boa parte das entradas de fazendas e de estabelecimentos da região. Hoje, fabrica cerca de 100 modelos de brinquedos de encaixar para todas as idades, além de uma
A vista aérea do alto do Cristo Redentor revela a imagem que lhe rendeu o nome de Cidade Presépio Fotos: Flavia Perin
de suas mais cobiçadas invenções: divertidos cata-ventos que retratam cenas cotidianas. Com o vento, a hélice se movimenta e faz uma mulher bater em seu marido com uma vassoura, ou um burrinho dar um coice em um colono. As peças enfeitam a cidade e as redondezas, dando um toque gracioso à simples beleza local. A viagem foi oferecida pela Pousada da Fazenda, Hotel Riacho Verde, Ibiti Hotel Rural, Pousada da Cachoeira e Pousada Cafezal em Flor. DESTAQUES: o pitoresco coreto (à dir.) ainda enfeita a praça principal. Um programa dos moradores que deve ser experimentado é a visita ao Balneário Municipal (à esq.). Em estilo neocolonial e todo reformado, oferece banhos de hidromassa gem, duchas escocesas e saunas. Perto dali, outra marca do passado: uma graciosa maria-fumaça (abaixo, à dir.). Entre as lojinhas e ateliês locais, o de João Márcio é parada obrigatória. Seja pelos brinquedos educativos ou pelas famosas placas, seja pelos divertidos cata-ventos
RAIO X COMO CHEGAR De São Paulo, pode-se pegar a Rodovia Fernão Dias (percurso de 130 km) ou a Rodovia Anhangüera/ Bandeirantes (140 km) até Monte Alegre do Sul. ONDE DORMIR Ibiti Hotel Rural: Estrada Nelson Taufic Nasif, km 7,2 Monte Alegre do Sul (SP). Tel. (19) 3899-1518, site www.ibitihotelrural.com.br. Em outubro (não tem mais vagas nos fins de semana deste mês), os pacotes de fim de semana custam a partir de R$ 320 o casal, com pensão completa. Pousada Cafezal em Flor: Estrada Monte Alegre do Sul-Mostardas, km 6 - Bairro do Falcão. Tel. (19) 3899-2655, site www.cafezalemflor.com.br. Este mês, pacotes de sexta a domingo saem por R$ 260 o casal, incluindo café da manhã. Criança até 4 anos não paga. Pousada da Fazenda: Rua Joaquim de Oliveira, s/nº. Tel. (19) 38991204, site www.pousadadafazenda.com.br. Este mês, os pacotes de fim de semana (duas diárias) custam R$ 350 para casal, incluindo café da manhã, almoço e jantar. AONDE IR Balneário Municipal: Praça Rinaldo Godoy Borgianni, s/nº, Centro. Tel. (19) 3899-2246. Atelier da Fonte: Rua Joaquim de Oliveira, 88, Centro. Tel. (19) 3899-2204. JM Arte em Madeira: Chácara Guaiçara, Distrito das Mostardas. Tel. (19) 3899-2477. ROTA DA CACHAÇA Sede do Aprocamas: Rua Cel. Luiz Leite, 4, Centro. Tel. (19) 3899-2744. Cantinho da Ni: Bairro dos Alves. Tels. (19) 3899-1234/3899-2532. Nono Rouxinolli: Sítio Santa Tereza, Bairro do Falcão. Tel. (19) 3899-2422. FAÇA AS MALAS Na internet: www.montealegredosul.sp.gov.br.
Presidente em exercício Chefe de reportagem Alencar Burti Arthur Rosa Presidente licenciado Editor de Fotografia Guilherme Afif Domingos Masao Goto Diretor de Redação Editor de Arte Moisés Rabinovici José Coelho Editor-Chefe Diagramação José Guilherme Rodrigues Ferreira Djinani S. de Lima Editora Ilustração Antonella Salem Jair Soares e Roberto Alvarenga antonellasalem@uol.com.br Gerente Comercial Sub-editora Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Lygia Rebello Impressão Diário de S. Paulo lygiarebello@uol.com.br www.dcomercio.com.br
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O Santuário do Bom Jesus
O
primeiro atributo de Monte Alegre do Sul que chama a atenção do visitante é, por sua dimensão, o Santuário do Bom Jesus. Logo se nota que a igreja é bem mais imponente do que todas as outras construções da cidade. Dados históricos dão conta de que o colono Theodoro de Assis encontrou em um ribeirão, no ano de 1873, a imagem do Senhor Bom Jesus. Devoto fervoroso, Theodoro teria erguido uma capela de pau-a-pique no terreno de sua casa, mas seu senhor, Antonio Pereira Marques, proprietário daquelas terras, mandou que fosse demolida. Então, o devoto teria procurado o sitiante Lourenço de Godoi, dono de toda a região em que está erguida Monte Alegre do Sul, que lhe cedeu um local para reconstruir a capela. Por sinal, o mesmo de onde hoje está o Coreto da Praça Bom Jesus. Ao redor da pequena capela, aos poucos foram sendo construídas várias casas, formando-se o Bairro da Capelinha. Em meados de 1880, a capelinha foi demolida para que uma maior lhe desse lugar. Diante disso, o senhor Antonio Pereira Marques, arrependido, doou uma nova imagem do Bom Jesus para ser colocada ali. Dois anos depois, viria uma outra versão da capela, ainda maior – e que hoje pode ser conferida pelos turistas. E uma última curiosidade: conta-se que muitos dos que se estabeleceram em Monte Alegre do Sul o fizeram por causa dos milagres do Senhor Bom Jesus, padroeiro da cidade. (F.P.)
A imponente construção da igreja chama a atenção de quem visita a cidade. Dizem por lá que o padroeiro é bom de milagre
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
TURISMO - 3
Fotos: Flavia Perin
Com os mapas dos alambiques da região em mãos, conheça tudo sobre a produção da bebida e deguste algumas das melhores branquinhas artesanais do País. De sobra, boas e longas prosas com os proprietários, que contam causos do passado
Pela Rota da Cachaça
O
método de destilar garapa para fazer cachaça, trazido a Monte Alegre do Sul pelos italianos no ano de 1905, ainda hoje é utilizado pelos produtores locais: em alambiques de cobre e a partir de fermentação natural. Mais de 100 anos depois, a cidade reúne 57 alambiques, 37 deles ativos – e, destes, pelo menos uma dezena recebe turistas. Para visitá-los, o ideal é que se comece pela sede da Aprocamas (Associação dos Produtores de Cachaça de Monte Alegre do Sul), onde há folhetos informativos com mapas que facilitam a chegada aos alambiques. Inclusive, quem está só de passagem pode degustar ali a bebida feita pelos associados. Fundada em 2003, a Aprocamas é responsável pela divulgação da Rota da Cachaça, cada vez mais conhecida entre os visitantes da região. Além de promover a rota, a Aprocamas estimula e promove a produção de uma cachaça que atenda às mais rígidas exigências dos consumidores, sem que perca a identidade e o tratamento artesanal. Entre os projetos da associação, estão a criação de um selo de qualidade, a construção de uma engarrafadora e a formação de uma cooperativa, como meio de facilitar o ingresso da cachaça de Monte Alegre do Sul tanto no mercado interno quanto no internacional. Diversão garantida – Ao contrário do que se pode pensar, o roteiro não é dirigido apenas aos entusiastas do tema. Mesmo quem não chega a ser um apreciador de cachaça terá diversão garantida. Dois bons exemplos dessa afirmação são o Cantinho da Ni, onde se pode experimentar a Cachaça Dirceu Daólio (além de licores de cachaça e quitutes caseiros), e o alambique do Nono Rouxinolli. No Cantinho da
A Aprocamas (à dir.) divulga a rota e exibe exemplares de todas as branquinhas produzidas na região. No alambique Nono Rouxinolli (acima) o próprio Nono é quem recebe os visitantes. Já o Cantinho da Ni, (acima, à esq.) mistura história e boa cachaça
Ni, uma rústica casa de pedra guarda fotos da família Daólio e artefatos usados na fabricação das bebidas – que, por sinal, começou em 1918. Denize, filha de Dirceu, atende a todos com gostosas histórias do passado e simpatia. Já a visita ao Nono Rouxinolli é marcada pelo seu bom humor e disposição. Assim que um forasteiro chega, Nono sai de sua casa, acompanhado da esposa, e leva para seu alambique, nos fundos do terreno. Lá, faz demonstrações de como é trabalhoso produzir uma cachaça com tamanha pureza. Depois, a melhor parte: num quartinho de teto baixo, com alguns barris, garrafas e banquinhos para sentar, Nono serve doses das danadas que prepara com tanto carinho, e a degustação ocorre envolvida de boa prosa. Mais do que conhecer de perto o modo como é produzida a cachaça de Monte Alegre do Sul, acaba-se testemunhando um pouco da vida ao mesmo tempo simples e rica dessas pessoas. (F.P.)
Café com charme na Cafezal em Flor
O
utra prova da fartura das terras de Monte Alegre do Sul é a charmosa pousada Cafezal em Flor e, como o nome sugere, seus pés de café carregados do fruto. A 900 metros de altitude, dividem espaço uma casa-sede tipicamente italiana erguida com material reaproveitado, nove chalés, piscina, deck e 20 mil cafeeiros
devidamente distribuídos por origem. O casal de proprietários – o zootecnista Tuffi Bichara e a historiadora Márcia – faz questão de explicar e mostrar aos visitantes todos os detalhes sobre o complexo processo artesanal de colheita, secagem, torrefação e moagem do café. As explicações, claro, se encerram com uma gostosa xícara de cafezinho.
A hospedaria possui apenas nove chalés rodeados por pés de café
VIDA DE FAZENDA – A fazenda é uma boa dica de hospedagem para quem quer vivenciar o dia-a-dia rural. Os hóspedes são recebidos por Luiz Gonzaga Truzi e, entre outros atrativos, podem circular à vontade entre os animais ou comer morangos direto da plantação na época da colheita.
Ibiti: hotel rural com jeito de pousada
S
eguindo alguns metros por uma bucólica estrada de terra de Monte Alegre do Sul logo se vê a charrete que indica a entrada do Ibiti Hotel Rural. Mais adiante, do lado direito, despontam 12 chalés azuis, estrategicamente posicionados na montanha. À frente, avista-se a grande casa-sede, coberta de plantas e flores. Um pica-pau de madeira posicionado no jardim dá as boas-vindas e sinaliza que uma gostosa e revigorante temporada de descanso está para começar. Se o primeiro contato do visitante com o Ibiti se der perto do horário de alguma refeição, é bom que ele esteja preparado para desistir da dieta. O café da manhã tem pães, biscoitos, bolos e geléias que lembram a infância. No almoço e no jantar, o fogão a lenha abriga a típica fartura das receitas de fazenda, que inclui especialidades como polenta, abóbora, farofa e aquele feijão preto de encher a boca d’água. As folhas também merecem atenção: foram colhidas ali mesmo, fresquinhas, direto da horta. E a perdição continua com as sobremesas, feitas de leite, frutas e lições de avó. O grand finale, porém, fica por conta dos
Delícias caseiras saem do rústico fogão a lenha
licores de cachaça, dos mais diversos sabores – amora, laranja silvestre, jaboticaba... Ambiente – Não é demais lembrar que os melhores lugares do restaurante do Ibiti estão perto das janelas, que levam o olhar a se perder na paisagem rural. Felizmente, qualquer que
seja a mesa escolhida, todos ouvem a trilha sonora suave que embala os momentos ali passados – e o cardápio musical é variado e apresenta de Joan Baez a Almir Sater. Assim como a comida impecável, os detalhes da decoração rústica de cada um dos ambien-
tes do Ibiti revelam mãos caprichosas. As mulheres da família proprietária cuidam com o mesmo carinho dos quitutes, dos enfeites e da recepção aos hóspedes. Gugliana é o nome que se deve ter em mente caso se queira receber massagens – vão da terapêutica relaxante e da esfoliante corporal à reflexologia podal. Aos homens do clã, pai e filho, cabe manter tudo em ordem com os três lagos e os animais que compõem o cenário. À luz do dia, a dica é curtir sem pressa piscina, sauna, minicampo de futebol e salão de jogos, ou apenas passear pela propriedade. Para uma boa prosa, os bancos da varanda do casarão são a pedida ideal. Já quando a preguiça bater, não há melhor local do que a rede do chalé: um camarote de onde se aprecia o verde a perder de vista. Junto com o cair da tarde, cai a temperatura, e aí o colchão de molas e a lareira é que se tornam as estrelas do Ibiti Hotel Rural. A música de fundo? Grilos e cigarras. Combinação perfeita para estar disposto assim que o Sol despontar de novo no céu e os primeiros passarinhos de Monte Alegre do Sul começarem a cantar. (F.P.)
A piscina está entre os atrativos do hotel, assim como o salão de jogos
DIÁRIO DO COMÉRCIO
22 -.LOGO
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/
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Empreendedores Nacional Finanças Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
A votação desta semana é o começo de um processo. Rodrigo de Rato, diretor-gerente do FMI
COMÉRCIO EXTERIOR FAVORECE FLUXO
FUNDO ENCERRA ASSEMBLÉIA ANUAL EM MEIO A DIVERGÊNCIAS SOBRE NOVA DISTRIBUIÇÃO DE PODER
FMI: MAIS PODER PARA EMERGENTES Tim Chong/Reuters
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Prateleira com estudos do FMI a respeito da economia mundial: expectativa de crescimento de 5,1% em 2006 e de 4,9% no próximo ano.
m busca de um papel no mundo globalizado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) abriu oficialmente uma ambiciosa reforma política. Maior poder de voto será conferido às economias emergentes mais dinâmicas e também às mais pobres, por meio de uma redistribuição de cotas. Ao encerrar a assembléia anual anteontem, o diretor-gerente do FMI, Rodrigo de Rato, agradeceu nominalmente aos ministros Guido Mantega, do Brasil, e Palaniyappan Chimdambaran, da Índia, por suas participações nos debates. Os dois foram os críticos mais enfáticos da resolução a respeito das cotas. Mantega disse em uma entrevista que a montanha havia parido um rato. O nome do ministro brasileiro foi incluído de improviso na leitura do discurso do diretor-
Santander financia 13º salário
A
s micros, pequenas e médias empresas estão na mira do Santander Banespa, que lança este mês linha de financiamento especial para o segmento. O produto é destinado ao financiamento de capital de giro, principalmente para o período de pagamento do 13º salário dos empregados. Empresas com faturamento anual de R$ 21 milhões são o foco do "SuperGiro" do Santander. Segundo o superintendente
Produtos do banco, Marcelo Vilaça, a linha terá disponíveis R$ 1 bilhão e as taxas de juros vão de 2,3% a 2,4% ao mês. Haverá carência de até 90 dias para o pagamento da primeira parcela do empréstimo. O valor da operação pode ser parcelado em até 24 vezes. Vilaça afirmou que a linha não tem parcelas fixas. "O pequeno empresário poderá pagar de acordo com o seu fluxo de caixa ou com a possibilidade de adiar o pagamento de
uma parcela para o mês seguinte. A linha é adaptável à necessidade da empresa." O produto, de acordo com o executivo, não é limitado ao pagamento do 13º salário — é válido para o período de setembro a dezembro. Com a nova linha, o banco planeja ampliar a carteira no segmento de 300 mil para 500 mil micros, pequenas e médias empresas até 2008. Este ano, serão 56 mil novas contas. Davi Franzon
Diretor-gerente do Fundo, Rato (dir.), traçou estratégia de médio prazo
Fluxo cambial está positivo em setembro
O
Banco Central (BC) informou ontem que o ingresso de recursos externos na economia chegou a US$ 2,598 bilhões nos primeiros 10 dias úteis de setembro. O valor já supera o US$ 1,291 bilhão de fluxo positivo registrado em todo o mês passado. O BC informou também que o fluxo acumulado no ano, de US$ 29,511 bilhões, é o maior em toda a série histórica da instituição iniciada em 1982. Até agora, o resultado de 1992 tinha sido o melhor da série. Naquele ano, o fluxo ficou positivo em US$ 20,771 bilhões. Em 2005, houve saldo favorável de US$ 6,362 bilhões. Comércio exterior — O resultado positivo do fluxo cambial brasileiro tem sido alimentado pelas operações de câmbio do segmento comercial — ligadas ao movimento de exportações e importações. Nos dez primeiros dias úteis do mês, o fluxo cambial dessas operações estava positivo em US$ 2,9 bilhões, com as instituições financeiras registrando compras de US$ 5,783 bilhões de câmbio para exportação e US$ 2,883 bilhões de vendas de moeda estrangeira para importação. Em igual período de 2005, o fluxo comercial estava positivo em US$ 1,752 bilhões, com US$ 4,642 bilhões de exportações e US$ 2,890 bilhões de importações. No setor financeiro — que engloba operações de remessas e entradas de divisas não ligadas diretamente à balança comercial — o fluxo dos dez primeiros dias de setembro estava negativo em US$ 302 milhões, com US$ 6,198 bilhões de entradas e US$ 6,5 bilhões de saídas. Nas saídas, estão computadas as compras de dólares feitas pelo Tesouro Nacional para o pagamento de compromissos da dívida externa brasileira. (AE)
gerente, porque não aparecia no texto distribuído. "Eu entendo bem que a votação desta semana ainda não é o fim de nosso trabalho sobre as cotas, mas o começo de um processo que continuará no próximo ano", disse Rato. Os governos de Brasil, Índia, Argentina e Egito, opositores da resolução aprovada na segunda-feira por 90,6% dos votos, devem batalhar para que a fórmula final atenda a seus interesses. Concentração — Eles pretendem evitar que alguns emergentes percam votos em benefício de outros. Apontam
também o risco de maior concentração de poder, com mais cotas para Estados Unidos, Alemanha e Japão. O governo americano anunciou que, nesse caso, não usará o direito de comprar mais cotas, contentando-se com a participação atual de cerca de 17%. Isso já garante aos americanos o poder de veto nas decisões mais importantes, que dependem de 85% dos votos. Os alemães disseram que não renunciarão ao direito de ter mais cotas e votos e os japoneses não se definiram sobre o assunto. Por enquanto, os ganhadores são China, Coréia, México e Turquia, beneficiados por uma primeira correção de cotas. Essa correção foi baseada nos critérios em vigor. Com as novas cotas, a China passará da 8ª para a 6ª posição, tomando o lugar da Itália, e o México subirá do 19º para o 16º posto, ocupado pela Espanha. O Brasil cairá do 17º para o 18º lugar. A reforma das cotas é parte da estratégia de médio prazo lançada pelo diretor-gerente. Ela inclui novos mecanismos de supervisão de mercados, de prevenção de riscos e de consultas multilaterais. A rodada inicial de consultas está centrada nos desequilíbrios de balanços de pagamentos e boa parte da conversa é a respeito do rombo nas contas externas americanas e do câmbio chinês subvalorizado. O governo chinês continua repelindo as pressões para valorizar o yuan. A avaliação do quadro mundial divulgada pelo FMI em Cingapura é um pouco mais pessimista que a do ano passado. Desde o último ano, confirmaram-se as previsões de que o barril de petróleo continuaria caro e que as pressões inflacionárias aumentariam. Apesar disso, a economia mundial continuou a crescer e a estimativa para este ano subiu de 4,9% para 5,1%. Para 2007, a expansão prevista é de 4,9%. Permanecem, no entanto, as preocupações com o preço do petróleo e o risco de inflação, de acordo com os economistas do FMI. (AE)
Crise política faz Bovespa cair 1,92%
O
assunto nos mercados financeiros brasileiros ontem deveria ter sido a reunião do Comitê do Mercado Aberto (Federal Open Market Committee, Fomc), que manteve os juros nos Estados Unidos inalterados em 5,25% ao ano. Mas o cenário político-eleitoral acabou pesando mais. Analistas temem que o acirramento da disputa entre o governo Lula, o PT e a oposição liderada por PSDB-PFL possa criar um ambiente desfavorável às reformas e ao crescimento econômico do País. Nos EUA, o Fomc deu sinais de que a economia continua dependendo de novos indicadores para que se possa fazer uma avaliação mais clara dos seus rumos. Apesar da alta das bolsas em Nova York, o mercado de ações doméstico despencou. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em baixa, reagindo ainda ao golpe de Estado na Tailândia, à tensão do momento político-eleitoral no Brasil, à queda das ações da Petrobras — que acompanharam mais um dia de forte baixa das cotações do petróleo —
e ao comunicado do Federal Reserve (o banco central dos EUA), que levantou comentários sobre um possível "hard landing" (pouso forçado) na economia. O Ibovespa, principal ind i c a d o r d o m e rc a d o d e ações brasileiro, fechou ontem em queda de 1,92%, com 35.196 pontos. O movimento financeiro ficou em R$ 2,268 bilhões. Sem recuperação — A Bovespa até que ensaiou uma recuperação de manhã. Operou em alta por um tempo, mas não resistiu ao cenário negativo para os negócios. Embora as conseqüências do golpe de Estado na Tailândia tenham perdido o fôlego de anteontem, ele ainda foi um dos motivos para a cautela em relação às economias emergentes, com a alta de dois pontos percentuais do riscoBrasil, para 228 pontos. O dólar comercial também refletiu a piora do cenário interno. A moeda americana encerrou os negócios cotada a R$ 2,177 para compra e a R$ 2,178 para venda, com valorização de 0,65% em relação ao fechamento de terça-feira. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Quinta-feira, 21 de setembro de 2006
ECONOMIA/LEGAIS - 9
TELEVISÃO CIDADE S.A. C.N.P.J. nº 01.673.744/0001-30 RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO reflexos maiores no decorrer do exercício seguinte. A par de uma gestão conduzida pela competente atuação dos seus Administradores, a empresa pode Senhores Acionistas, Apresentamos a V. Sas. as Demonstrações Financeiras relativas ao exercício findo em 2005, elaboradas de acordo com a legislação pertinente, objetivando contar com a credibilidade de V.Sas., que mantiveram aportes de recursos para os investimentos necessários em tecnologia de ponta, elevando cada vez levar ao conhecimento dos Senhores todo o desenvolvimento dos negócios da empresa durante o ano de 2005. Apesar das circunstâncias gerais verificadas mais o nível de qualidade de seus equipamentos, para levar aos seus clientes o melhor serviço de telecomunicações de Tv por Assinatura, Acesso Rápido na economia, podemos afirmar que ano de 2005 foi marcado por importantes realizações corporativas que nos possibilitaram imprimir um ritmo arrojado do de Internet e outros serviços de Telecomunicações concedidos ou autorizados. Devemos o bom desempenho desta corporação aos nossos parceiros nosso projeto de Tv por Assinatura, permitindo expandir nossa base de assinantes, usuários desses serviços e de outros correlatos. Paralelamente, prestadores de serviços, aos nossos dedicados colaboradores, que formam o nosso acervo mais importante, aos quais temos muito a agradecer. AgradeceSão Paulo, setembro de 2006. implementamos outras atividades pertinentes ao nosso setor econômico que se agregaram aos serviços já existentes. E cujos efeitos deverão ter seus mos também aos nossos clientes, fornecedores e demais colaboradores. A Administração BALANÇOS PATRIMONIAIS LEVANTADOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E DE 2004 (Em milhares de reais) ATIVO Circulante Caixa e bancos Aplicações financeiras Contas a receber Impostos a recuperar Outros créditos Total do circulante
2005
2004
178 1.058 3.038 443 1.072 5.789
140 892 3.796 407 1.250 6.485
Realizável a longo prazo Depósitos e cauções Outros créditos Contas a receber – controladas Contas a receber – controlada – Columbus Total do realizável a longo prazo
3.008 10.022 160.194 34 173.258
1.906 676 167.892 16.768 187.242
Permanente Passivo a descoberto em controladas Imobilizado Total do permanente
(106.827) 135.185 28.358
(104.564) 158.798 54.234
Total do ativo
207.405
247.961
PASSIVO Circulante Fornecedores Empréstimos e financiamentos Salários e encargos sociais Impostos, taxas e contribuições Fornecedores – renegociação de dívida Outras contas a pagar Total do circulante Exigível a longo prazo Empréstimos e financiamentos Debêntures Fornecedores – renegociação de dívida Provisões para contingências Adiantamentos para futuro aumento de capital Contas a pagar controladas Total do exigível a longo prazo Patrimônio líquido (Passivo a descoberto) Capital social Reservas de capital Prejuízos Acumulados Total do patrim. líquido (Passivo a descoberto) Total do passivo
2005
2004
10.441 7.127 1.900 15.678 5.465 2.920 43.531
9.070 7.140 531 5.251 5.344 5.769 33.105
1.701 122.818 24.776 47.361 11.221 9.970 217.847
3.285 121.352 28.034 34.759 101.668 – 289.098
451.562 2.588 (508.123) (53.973) 207.405
339.457 – (413.699) (74.242) 247.961
DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E DE 2004 (Em milhares de reais) 2005 2004 Receita bruta de vendas 79.285 68.545 Impostos sobre vendas, cancelamentos e devoluções (14.813) (12.272) Receita líquida 64.472 56.273 Custo dos serviços prestados e produtos vendidos (55.377) (41.386) Lucro bruto 9.095 14.887 Despesas operacionais Gerais e administrativas (62.153) (38.477) Financeiras, líquidas 8.301 (10.630) Resultado da equivalência patrimonial (49.315) (85.878) (103.167) (134.985) Prejuízo operacional (94.072) (120.098) Receitas (despesas) extraordinárias (352) (99.990) Prejuízo do exercício (94.424) (220.088) DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PASSIVO A DESCOBERTO) PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E DE 2004 (Em milhares de reais) Capital Reservas Prejuízos social de capital acumul. Total Saldos em 31/12/2003 333.026 – (170.322) 162.704 Aumento de capital 6.431 – – 6.431 Ajustes de exercícios anteriores – – (23.289) (23.289) Prejuízo do exercício – – (220.088) (220.088) Saldos em 31/12/2004 339.457 – (413.699) (74.242) Aumento de capital 112.105 – – 112.105 Aumento de reservas – ágio na subscrição de ações 2.588 2.588 – – Prejuízo do exercício – – (94.424) (94.424) Saldos em 31/12/2005 451.562 2.588 (508.123) (53.973)
DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E DE 2004 (Em milhares de reais) Origens de recursos 2005 2004 Proveniente das operações Dos acionistas: Aumento de Capital 112.105 6.431 Aumento de reservas de capital – ágio na subscrição de ações 2.588 – De terceiros: Debêntures e empréstimos – 20.598 Aumento do exigível a longo prazo – 50.907 Redução do realizável a longo prazo 30.843 2.029 Outras 87 – Total das origens 145.623 79.965 Aplicações de recursos Nas operações (vide abaixo) 9.011 23.693 Ajustes de exercício anteriores – 23.289 Ajustes de exerc. anteriores – equivalência patrimonial – 32.468 Ajustes de exerc. anteriores em invest. em controladas – 8.017 Adições ao imobilizado 23.330 438 Aumento dos investimentos 47.052 341 Redução do exigível a longo prazo 77.352 – Outras – 313 Total das aplicações 156.745 88.559 Aumento da insuficiência de capital de giro (11.122) (8.594) Representado por Ativo circulante: No início do exercício 6.485 6.777 No final do exercício 5.789 6.485 Redução do ativo circulante (696) (292) Passivo circulante: No início do exercício 33.105 41.991 No final do exercício 43.531 33.105 Aumento (redução) do passivo circulante 10.426 (8.886) Aumento da insuficiência de capital de giro (11.122) (8.594) Demonstrativo dos recursos consumidos nas atividades operacionais Prejuízo líquido do exercício 94.424 220.088 Itens que não representam movimentação do capital circulante: Encargos financeiros de ativos realiz. a longo prazo 20.999 – Baixas do ativo imobilizado (17.285) (54.222) Encargos financeiros de passivos exig. a longo prazo (9.309) 14.644 Variação cambial de passivos exigíveis a longo prazo 7.749 14.301 Provisão para contingências (4.545) (12.221) Reversão (provisão) para perda do ativo diferido 6.615 (41.863) Provisão para perda do ativo imobilizado – (13.770) Reversão (provisão ) para perda ágio em controladas 174 (697) Provisão para contingências debitadas ao custo dos serviços prestados (4.050) – Perda em almoxarifado (5.046) – Resultado de equivalência patrimonial (49.315) (85.878) Depreciações e amortizações (31.400) (16.689) Total consumido nas operações 9.011 23.693
NOTAS EXPLICATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E DE 2004 (Em milhares de reais, exceto quando mencionado de outra forma) 1. CONTEXTO OPERACIONAL – A Televisão Cidade S.A. (“TV Cidade” ou A transferência da licença de serviços da cidade de Recife da sociedade “Cia.”) atua principalmente na distribuição de programas de televisão por as- controlada Columbus para a Cia. foi devidamente homologada pela ANATEL. sinatura, mediante concessões obtidas da Agência Nacional de Telecomuni- 10 DEPÓSITOS JUDICIAIS – O saldo em 31 de dezembro de 2005, no valor cações – ANATEL. A Cia. detêm 12 concessões em 31/12/2005 (11 em 2004), de R$ 3.008 (R$ 1.906 – 2004), corresponde a depósitos efetuados por ordem provendo serviços a 12 municípios, nos Estados de Minas Gerais, Pernambu- judicial, decorrentes de processos cíveis e trabalhistas. Em face das expecco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe. A TV Cidade é tativas de desfecho desses processos, foi constituída provisão para continuma associação de três grandes grupos de comunicação do Brasil, com larga gências no montante de R$ 7.091 (R$ 1.593 em 2004). presença no território nacional (SBC – Sistema Brasileiro de Comunicação, 11. PASSIVO A DESCOBERTO EM CONTROLADAS 2005 Band Cabo S.A. e S.A. Correio Braziliense) e dois fundos de investimentos, Cable MMDS Multi- Telecom. LAIF – Latin American Structure Fund (representado pela Televisão Itapuca Descrição Bahia Ltda. Bahia Ltda. Davivo Columbus cabo Nordeste Baud Totais S.A.) e HMFT – Hicks, Muse & Co. Partners L.L.P. (representado pela Rede Capital social 55.299 13.521 437 20.508 – – 20.785 Cidade S.A.). A Cia. dedica também à importação de equipamentos e/ou Quantidade de ações/quotas 55.299.553 13.520.545 436.740 205.080.048 – – 20.784.171 materiais relacionados à sua atividade principal, à prestação de serviços de Quantidade de ações/quotas possuídas 50.676.510 2.636.506 436.740 205.059.540 – – 20.784.171 assistência técnica, instalação de equipamentos e comercialização de assiPercentual de participação 91,64% 19,50% 100% 99,99% – – 100% naturas e equipamentos, além de prover acesso rápido à internet residencial Patrimônio líquido das investidas (116.928) (31.620) (7.080) 547 – – 13.025 e corporativa, via “cable modem”, serviços educacionais e redes provedoras Resultado do exercício (36.180) (11.066) (3.114) (3.127) – – (7.759) (Virtual Private Network – VPN). A Cia. despendeu quantias significativas em (73.997) (4.008) (3.966) (16.317) (6.901) 625 – (104.564) custos de organização, desenvolvimento e pré-operação, os quais, de acordo Valor do investimento no início do exercício – – – 19.991 – – 20.785 40.776 com as estimativas e projeções, deverão ser absorvidos pelas receitas de Aumento de capital em controlada – – – – 6.901 (625) – 6.276 operações futuras. Os prejuízos acumulados em 31/12/2005, no valor de R$ Conferência a soc. controlada (vide Nota Explic.nº 1) Ajuste equivalência patrimonial (33.155) (2.160) (3.114) (3.127) – – (7.759) (49.315) 508.123 (R$413.699 em 2004) são decorrentes da política agressiva Passivo a descoberto em controladas (107.152) (6.168) (7.080) 547 – – 13.026 (106.827) implementada para atingir os seus objetivos no início de suas atividades, notadamente na construção de sua rede de distribuição de sinais e no au- 12. IMOBILIZADO Taxa 2005 2004 em 23 de dezembro de 2009; e (c) incidência de juros com base na TJLP mento de sua base de assinantes. A fim de reverter a situação de perdas anual de Deprec. (Taxa de Juros de Longo Prazo) acrescida de 3% (três por cento) ao ano, operacionais existentes desde 2004, a Administração da Cia., implementou Deprec.-% Custo acumul. Líquido Líquido exigível trimestralmente a partir de 23 de março de 2004. Como garantias um plano estratégico que, basicamente, compreende a adoção das seguin– 228 – 228 228 foram penhorados os ativos relativos à infra-estrutura da rede localizados tes medidas/políticas: • Aumento substancial de vendas objetivando ampliar Terrenos mesma data foi firmado um Instrumento Particular de Confissão de Dívida, 4 2.809 (141) 2.668 2.682 nas cidades de Aracajú, São Gonçalo, Volta Redonda, Paulista, Olinda, a base de assinantes. Essa ação resultou em um aumento do faturamento Edificações entre as partes, no qual ficou estabelecido o pagamento do débito em ques10 173.354 (81.863) 91.491 104.089 Jaboatão dos Guararapes, Recife e Niterói, cujo valor líquido contábil em 31 bruto da ordem de 15,67% em relação ao exercício findo em 31/12/2004. • Redes de distrib. de sinais tão em 6 (seis) parcelas iguais de R$ 109, vencendo–se a primeira em 11 de 10 1.012 (355) 657 613 de dezembro de 2005 monta a R$ .34.482 (R$ 42.633.em 2004). b) A ComRenegociação de preços com fornecedores de materiais e serviços. • Máquinas e equiptos. outubro de 2005 e a última em 05 de março de 2006. O saldo em 31 de 20 3.352 (2.163) 1.189 1.246 panhia negociou junto à Net Brasil a dívida referente à aquisição de prograRenegociação e parcelamento de débitos visando ao alongamento do perfil Hardware e software dezembro de 2005 corresponde às parcelas a vencer nos meses de janeiro, 10 744 (301) 443 508 mação relativa ao período de junho de 2002 a abril de 2003. As partes acorda dívida e dos financiamentos tomados junto aos Bancos ABC e Safra. • Móveis e utensílios fevereiro e março de 2006. g) A Companhia firmou em 27 de outubro de 20 648 (283) 365 343 daram que os valores sejam atualizados com base nas variações do IGP-M Substituição de fornecedores objetivando a redução de custos e despesas Veículos 2005, Instrumento Particular de Confissão de Dívida com a Ticket Serviços, e amortizados até o mês de agosto de 2005. c) Saldo remanescente decorDireito de explor. de serviços (a) 50.961 (23.645) 27.316 19.803 operacionais. • Desenvolvimento de parcerias com as principais administraa fim de parcelar débitos vencidos. De acordo com esse Instrumento o saldo (b) 929 (328) 601 693 rente de acordo firmado na rescisão de contrato para prestação de serviço doras de cartões de crédito objetivando reduzir o nível de inadimplência, Instalações e benfeitorias de 31 de dezembro de 2005 corresponde à parcela, no valor de R$ 39 a 10.199 – 10.199 28.578 de cobrança. d) Saldo decorrente de acordo para pagamento de honorários gastos com marketing e custos de cobrança. • Ajustes na estrutura operacional Almoxarifado técnico vencerem todo o dia quinze do período compreendido entre janeiro e outubro 28 – 28 15 advocatícios referentes ao período de abril de 2004 a março de 2005, para e administrativa, inclusive com a absorção das atividades comerciais e de Adiantos. a fornecedores de 2006. 17) COMPROMISSOS – A Companhia contrata aluguel de escritó244.264 (109.079) 135.185 158.798 pagamento em dez parcelas iguais de R$ 79. O saldo em 31 de dezembro de rios cuja duração média é de 24 a 60 meses. A Companhia contrata aluguel serviços técnicos, anteriormente terceirizadas. • Desenvolvimento e revisão 2005 corresponde às parcelas vencidas em 08 de outubro e 08 novembro de dos processos internos e externos. • Viabilização com credores do (a) Amortização pelos prazos das concessões. de postes nas principais cidades em que atua. A duração média desses con2005 e a parcela a vencer em 08 de janeiro de 2006. Em 16 de janeiro de reescalonamento das pendências de curto prazo e obtenção com as autori- (b) Amortização pelos prazos dos contratos de aluguéis. tratos é de 60 meses. Basicamente todos os ativos da Companhia foram 2006 foi firmada uma nova confissão de dívida na qual ficou definido que dades fiscais competentes de parcelamento dos débitos fiscais, pelos prazos O prazo das concessões da Companhia é descrito no quadro abaixo: dados como garantia de empréstimos, negociações de dívidas com fornecemáximos possíveis. • Aumento do capital social da TV Cidade da ordem de Data essas três parcelas serão liquidadas em 17 de janeiro, 20 de fevereiro e 20 dores e emissão de debêntures. R$ 112.105 mediante a capitalização de adiantamentos para futuro aumento Concessão Início Término de março de 2006. A esse novo acordo foi acrescido o valor de R$ 299 refe- 18. ADIANTAMENTOS PARA FUTURO AUMENTO DE CAPITAL rente a honorários advocatícios sobre serviços prestados no período de maio de capital e outros créditos detidos por acionistas (vide nota explicativa nº Carapicuíba - SP 11/02/1999 11/02/2014 2005 2004 de 2005 a janeiro de 2006, os quais estão registrados no balanço de 31 de 20). Não obstante, a Administração entende que haverá necessidade de cap- Viamão - RS 11/02/1999 11/02/2014 3.515 48.596 dezembro de 2005 na conta “Fornecedores”. Esse deverá ser liquidado em Televisão Itapuca S.A. tação de recursos no curto e médio prazos para permitir o refinanciamento Aracajú - SE 11/02/1999 11/02/2014 Rede Cidade S.A. 4.027 48.198 dez parcelas iguais de R$ 29, vencendo–se a primeira em 15 de abril de dos passivos e a normalidade das atividades da Cia.. Em 02/01/2005, a Tele- Niterói - RJ 11/02/1999 11/02/2014 39 283 2006 e a última em 15 de janeiro de 2007. e) Valor referente aos saldos das Band Cabo S.A. visão Cidade S.A., conferiu a sua controlada Baud Participações Ltda.50% São Gonçalo - RJ 11/02/1999 11/02/2014 101 577 rescisões de contratos de prestação de serviços de implementação e manu- SBC do controle societário que detinha da Multicabo Comunicação Ltda. e da Te- Volta Redonda - RJ 11/02/1999 11/02/2014 Cidade CLL 3.539 3.474 tenção de software a, assinadas pelas partes em 10 de maio de 2005, a ser lecomunicações Nordeste Ltda. Nessa mesma data, a Baud Participações Recife - PE 28/12/1999 28/12/2013 – 540 liquidado em 6 (seis) parcelas iguais de R$ 34, vencíveis todo dia 15 dos S.A. Correio Brasiliense Ltda. adquiriu 30% do controle societário da Multicabo Comunicação Ltda. e Olinda - PE 15/06/1999 15/06/2014 11.221 101.688 meses de janeiro a junho de 2006. f) Em 10 de outubro de 2005, a Câmara de alienou, aos sócios pessoas físicas remanescentes desta sociedade, a tota- Jaboatão dos Guararapes - PE 11/02/1999 11/02/2014 A redução do saldo em 31 de dezembro de 2005 deve – se a capitalização, Mediação e Arbitragem de São Paulo – FIESP/CIESP considerou, através lidade das cotas representativas do capital social da Telecomunicações Nor- Paulista - PE 11/02/1999 11/02/2014 da sentença proferida no procedimento arbitral CMA 42, que a Companhia naquela mesma data, de R$ 106.563, compostos pela totalidade dos saldos deste Ltda., pelos valores contábeis. Assim a, Baud Participações Ltda. assu- Gravataí - RS 11/02/1999 11/02/2014 era devedora da importância de R$ 653 em conseqüência da rescisão de em 31 de dezembro de 2004, dos adiantamentos para futuro aumento de miu a atividade de televisão por assinatura nas cidades de Cuiabá e Várzea Juiz de Fira - MG 11/02/1999 11/02/2014 Grande, Estado de Mato Grosso, através da Multicabo Comunicação Ltda., As concessões da TV Cidade podem ser renovadas mediante o cumprimen- contrato de terceirização de serviços de tecnologia de infor mação capital detidos pelos acionistas Televisão Itapuca S.A., Rede Cidade S.A. e (“outsourcing”) e de proposta de expansão do disco SUN (RJ e BA). Nessa S.A. Correio Braziliense (vide nota explicativa nº 20). deixando de atuar na cidade de São Luiz, Estado do Maranhão. Em novembro to satisfatório de todas as condições das concessões, o atendimento à regude 2005, a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), homologou lamentação aplicável ao serviço, a concordância em atender às exigências 19. DEBÊNTURES – O saldo corresponde a emissões de debêntures pela TV Cidade e as principais informações são como segue: essa aquisição e alienação de participações societárias. 2. APRESENTAQuantidade em Datas 2005 2004 que sejam técnicas e economicamente viáveis para satisfação das necessiÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – As demonstrações finanCirculação Emissão Vencimento Remuneração Principal e Encargos dades da comunidade, inclusive no que se refere à modernização do sistema Emissão ceiras em 31/12/2005 e de 2004 (“demonstrações financeiras”) foram elaboe a manifestação expressa de interesse na renovação, pelo menos 18 (dezoi1ª – 1ª série 139.739 30/04/2003 30/04/2006 Variação Cambial + 12% ao ano 14.489 14.580 radas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, que incluem 792.764 30/04/2003 30/04/2006 Variação Cambial + 12% ao ano 83.431 82.601 as práticas contábeis emanadas da Lei das Sociedades por Ações (Lei nº to) meses antes de expirar o prazo da autorização. Os períodos de possíveis 1ª – 2ª série 151.006 29/08/2003 30/04/2006 Variação Cambial + 12% ao ano 15.912 15.327 6.404/76). 3. PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEIS – As principais práticas extensões das concessões são definidos pela Agência Nacional de Teleco- 2ª municação – ANATEL. Em garantia das emissões de debêntures (vide nota 3ª 55.896 19/03/2004 30/04/2006 Variação Cambial + 12% ao ano 5.443 5.315 contábeis adotadas na elaboração das demonstrações financeiras são su40.581 02/08/2004 30/04/2006 Variação Cambial + 12% ao ano 3.543 3.529 mariadas como segue: a) Aplicações financeiras: Registradas ao custo, explicativa nº 18), a TV Cidade penhorou, em primeiro grau, sua rede de 4ª distribuição de sinais, terrenos e imóveis, cujos saldos contábeis líquidos 122.818 121.352 acrescido de rendimentos auferidos até a data do balanço. b) Contas a receber: Inclui as receitas de serviços prestados, tanto faturadas como não montam a R$ 37.378 (R$45.543 – 2004). Ainda em garantia da renegociação As principais características das debêntures podem ser assim sumariadas: 22. INSTRUMENTOS FINANCEIROS – A Companhia procedeu a uma avalifaturadas, registradas de acordo com o regime de competência. c) Provisão de dívida com a Furukawa (vide nota explicativa nº16), a TV Cidade deu em A espécie das debêntures é sem preferência, com garantia de caução de ação de seus ativos e passivos contábeis em relação aos valores de mercapara créditos de liquidação duvidosa: Constituída por montante considera- garantia, em penhor de segundo grau, sua rede de distribuição de sinais, ações, penhor de segundo grau sobre a rede de cabos, cessão de direitos, do, por meio de informações disponíveis e metodologias de avaliação aprodo como razoável pela Administração da Cia. para fazer face a prováveis cujo saldo líquido, em 31 de dezembro de 2005, totaliza R$ 34.482 (R$ 42.633 hipoteca de primeiro grau sobre os imóveis, hipoteca/penhor de primeiro grau priadas. Entretanto, tanto a interpretação dos dados de mercado quanto a riscos de realização das contas a receber. d) Estoques: Avaliado pelo custo – 2004). A Administração da Companhia contratou em 2005 e 2004 serviços sobre os demais ativos, se houver. A destinação dos recursos foi principalseleção de métodos de avaliação requerem considerável julgamento e razomédio de aquisição, deduzido, quando aplicável, de provisão para perdas e/ de empresa especializada para recadastramento de seus bens e atribuição mente para os pagamentos de dividas da Companhia com os seus fornece- áveis estimativas para se produzir o valor de realização mais adequado. Como dos correspondentes custos. O trabalho de referidos especialistas e as anáou obsolescência, para refletir o custo de reposição ou valor líquido de realidores e bancos. Todas as emissões são remuneradas com variação cambial conseqüência, as estimativas apresentadas não indicam, necessariamente, zação; estoques de materiais para construção de redes externas e de equipa- lises da Administração resultou na reversão de depreciação no montante de mentos destinados à utilização na rede (inclusive aqueles utilizados pelos R$9.908, registrada no resultado do exercício a crédito das despesas de acrescida de juros de 12% ao ano, sendo garantida aos debenturistas uma os montantes que poderão ser realizados no mercado corrente. O uso de clientes) são classificados no ativo imobilizado. e) Imobilizado: O imobiliza- depreciação incluídas no custo dos serviços prestados, no exercício findo remuneração que inclua todos os impostos incidentes sobre os rendimentos diferentes hipóteses de mercado e/ou metodologias para estimativas pode do está demonstrado ao custo, deduzido das respectivas depreciações, cal- em 31 de dezembro de 2005. No exercício findo em 31 de dezembro de 2004 pactuados. No evento da conversão das debêntures em ações, metade dos ter um efeito relevante nos valores de realização/liquidação estimados. São culadas pelo método linear, às taxas mencionadas na nota explicativa nº12, a Companhia registrou despesas relacionadas a este tema no montante de juros remuneratórios será convertida em ações, devendo o restante ser pago apresentados a seguir, os valores contábeis dos instrumentos financeiros que consideram a vida útil-econômica dos bens e, quando aplicável, deduzi- R$67.992, sendo esse valor registrado como segue: (a) R$67.379 registra- em moeda corrente nacional no prazo de até trinta dias a partir da respectiva em 31 de dezembro de 2005 e 2004: 2005 2004 do de provisões para perdas; os custos de instalações de assinantes são dos no resultado no exercício a débito da conta despesas extraordinárias; (b) data de conversão. As debêntures em circulação são detidas pelos seguinDisponibilidades 178 140 capitalizados e debitados ao resultado à medida em que são depreciados. f) R$2.903 registrados a crédito da conta de despesas de depreciação incluí- tes acionistas da Companhia: 2005 2004 Aplicações financeiras 1.058 892 Atualizações de direitos e obrigações: Os direitos e obrigações sujeitos a das no custo dos serviços prestados e (c) R$3.516 a débito de prejuízos Debenturista 1º Emissão – TV Itapuca 40.282 39.918 Empréstimos e financiamentos (8.828) (10.425) reajustes pelos efeitos da inflação ou variação cambial, por força contratual acumulados. 43.149 42.683 Debêntures (122.818) (121.352) ou dispositivos legais, estão atualizados até as datas dos balanços. g) Im- 13. FORNECEDORES – O saldo com fornecedores nacionais refere-se subs- 1º Emissão – Rede Cidade 14.489 14.580 posto de renda e contribuição social: Calculados conforme a legislação tancialmente às obrigações contraídas junto as empreiteiras contratadas para 1º Emissão – Band Cabo (130.410) (130.745) 7.673 7.391 vigente nas datas dos balanços. Conforme disposições do Pronunciamento a manutenção dos assinantes, da rede de transmissão de sinais das Compa- 2º Emissão – TV Itapuca 8.239 7.936 Os principais fatores de risco de mercado que afetam o negócio da Companº 25 do IBRACON, a Cia. não registra em suas demonstrações financeiras nhias e compras de materiais no mercado nacional. A Companhia, como 2º Emissão – Rede Cidade 2.630 2.568 nhia podem ser assim resumidos: os créditos fiscais relacionados ao imposto de renda e contribuição social distribuidora de programação de televisão por assinatura, mantêm contratos 3º Emissão – TV Itapuca 2.813 2.747 a) Risco de taxa de câmbio: Este risco decorre da possibilidade da Compasobre prejuízos fiscais, base negativa da contrib. social e diferenças tempo- com provedores de programação para televisão a cabo, notadamente NET 3º Emissão – Rede Cidade nhia vir a incorrer em perdas por conta de flutuações nas taxas de câmbio, 4º Emissão – TV Itapuca 3.543 3.529 rárias, tendo em vista as incertezas quanto à sua realização em período não Brasil S.A. e ASSOCIAÇÃO NEO TV. Para tanto, a Companhia paga comis122.818 121.352 que aumentem os saldos do passivo com debêntures. superior a dez anos. h) Provisões para contingências: As provisões para são mercantil pelo uso da marca e pela programação. Os saldos a pagar a b) Risco de taxa de juros: Em decorrência de os empréstimos tomados pela contingências são constituídas mediante avaliações dos riscos em proces- fornecedores de acordo com a sua natureza são assim sumarizados: 20. PASSIVO A DESCOBERTO – Em 31 de dezembro de 2005 os passivos sos cuja probabilidade de êxito é considerada remota pela Administração e 2005 2004 da Companhia excedem aos ativos no valor total de R$ 53.973 (R$ R$74.242 Companhia serem atrelados a taxas de juros pré-fixadas, não há ricos de seus assessores legais e quantificadas com base em fundamentos econômi- Serviços e Materiais 5.943 6.347 em 2004). a) Capital social subscrito e integralizado: O capital social total- perdas por conta de flutuações nas taxas de juros, internas e/ou externas. cos e em pareceres jurídicos sobre os processos e outros fatos contingenciais Programação, comissão mercantil e uso da marca 4.498 2.723 mente subscrito de R$454.261 (R$346.071 em 2004) é composto por c) Risco de crédito: O risco surge da possibilidade da Companhia vir a inconhecidos na data do balanço. i) Apuração do resultado: As receitas e 10.441 9.070 1.104.675.325 (486.397.889 em 2004) ações nominativas sem valor nomi- correr em perdas resultantes da dificuldade de recebimento de valores despesas são reconhecidas pelo regime de competência. j) Estimativas: A 14. EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS nal, sendo 390.310.675 (245.944.673 em 2004) ordinárias nominativas e faturados a seus clientes. O risco de crédito com as contas a receber é diver2005 2004 preparação de demonstrações financeiras de acordo com as práticas contá- BNDES (a) 714.364.658 (240.453.216 em 2004) preferenciais nominativas. O capital in- sificado. A Companhia monitora constantemente o nível de contas a receber 3.038 7.439 beis adotadas no Brasil requer que a Cia. se baseie em estimativas para o Banco ABC (b) tegralizado é de R$ 451.562 (R$ 339.457 em 2004), composto por e limita o risco de contas indébitas cortando o acesso aos seus serviços se 2.494 registro de certas transações que afetam seus ativos, passivos, receitas e Banco Safra (c) 1.072.937.897 (408.634.270 em 2004) ações nominativas sem valor nomi- a fatura está vencida há mais de trinta dias. Em 31 de dezembro de 2005 e 162 294 despesas; os resultados finais dessas transações e informações, quando de nal, sendo 358.573.239 (168.181.054 em 2004) ações ordinárias nominati- 2004 a carteira de clientes da Companhia não apresentava registro de assiBanco Bradesco (d) 1.890 2.622 sua efetiva realização em períodos subseqüentes, podem diferir dessas estivas e 714.364.658 (240.453.216 em 2004) ações preferenciais nominativas. nantes cujos recebíveis eram, individualmente, superiores a 1% do total de Banco Bradesco (e) 1.244 – mativas. 4. APLICAÇÕES FINANCEIRAS – As aplicações financeiras da O saldo remanescente a integralizar de R$ 2.699 (R$ 6.614 em 2004) é com- contas a receber de serviços. A Companhia não apresentava transações com Citibank – 60 Cia. são feitas substancialmente em fundos de renda fixa. Não há restrições posto por 31.737.436 (77.763.619 em 2004) ações ordinárias nominativas a derivativos em 31 de dezembro de 2005 e 2004. Banco Banrisul – 5 quanto à utilização desses fundos. serem integralizadas. O quadro societário da Companhia está constituído da Banco Bandepe – 5 23. CUSTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS E PRODUTOS VENDIDOS 5. CONTAS A RECEBER 2005 2004 seguinte forma: Total 8.828 10.425 2005 2004 Contas a receber 12.082 4.790 2005 Parcelas de curto prazo (7.127) (7.140) Outras contas a receber 567 983 Programação (15.109) (10.608) ParticiCapital integralizado Parcela de longo prazo 1.701 3.285 Provisão para devedores duvidosos (9.611) (1.977) Rede (3.527) (6.676) pação Quantidade de ações a) Em setembro de 2000, a Companhia adquiriu cabos e antenas mediante 3.038 3.796 (3.772) (3.436) no 2004 Cobrança financiamento (modalidade FINEM – financiamento ao empreendimento) do Instalação (85) (1.296) 6. OUTROS CRÉDITOS 2005 2004 capital PrefeBanco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, à taxa (31.400) (16.689) Adiantamentos a fornecedores 776 602 Acionista % Ordinárias renciais Total Total Depreciação de juros de 3% ao ano acrescido da variação da Taxa de Juros de Longo Outros custos (1.484) (2.681) Adiantamentos a funcionários 15 107 Sistema Prazo – TJLP. Os juros são pagos mensalmente e a amortização do principal (55.377) (41.386) Despesas antecipadas 281 541 Brasileiro de a partir de 15 de setembro de 2002, em parcelas mensais e consecutivas 1.072 1.250 Comunicação 24. DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVAS com término previsto para agosto de 2006. Como garantia dos empréstimos, Ltda. 8,688 93.218.639 – 93.218.639 47.563.271 7. OUTROS CRÉDITOS – REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 2005 2004 foram dadas carta de fiança e aval dos acionistas e diretores. Em 17 de Rede 2005 (*) 2004 Pessoal (10.678) (7.250) março de 2004 e 12 de maio de 2004, a Companhia efetuou pré-pagamentos Cidade Juros a receber 8.962 – Serviços prestados por terceiros e informática (13.199) (12.510) do financiamento no montante de R$10.938 e R$12.882, respectivamente. b) S.A. 27,753 98.794.871 166.792.800 265.587.671 158.914.951 Vendas IOF a receber 1.060 – (9.441) (5.592) Refere-se a empréstimo da modalidade de capital de giro (Cédula de Crédito Televisão Outros créditos – 676 Tributárias (1.783) (4.689) Bancário) tomado em 16 de dezembro de 2005, com vencimento em 21 de Itapuca 10.022 676 Call Center (2.544) (2.309) novembro de 2008, sendo o principal e juros amortizados em 36 (trinta e S.A. 23,060 92.457.356 154.960.034 247.417.390 147.076.308 Provisão para contingências (*) Refere-se a saldo remanescente a receber da anteriormente controlada seis) parcelas mensais de R$122. Sobre o empréstimo contratado, incidem (4.545) – Telecomunicações Nordeste Ltda. decorrente de encargos financeiros e Im- juros pré-fixados de 25,05% a.a. Como garantia foram dados aval da socie- Band Serviços prediais e manutenção de escritório (4.559) – Cabo S.A. 4,973 53.360.732 – 53.360.732 51.363.111 Reversão provisão para perdas – ativo diferido posto sobre Operações Financeiras – IOF incidentes sobre operação de dade controlada Cable Bahia Ltda. para a TV Cidade e receita de assinaturas 6.615 – empréstimo concedido a essa controlada. Esse saldo deverá ser liquidado no correspondente a 130% (cento e trinta por cento) do total do crédito. c) Em- S.A. Correio Reversão provisão para perdas ágio em investimentos 174 – Brasiliense 2,181 20.741.621 2.657.296 23.398.917 3.716.609 prazo máximo de cinco anos e sobre ele incidem juros de 12% ao ano. Perdas em almoxarifado (5.046) – préstimo de capital de giro, contratado em 15 de dezembro de 2005, com 8. CONTAS A RECEBER – CONTROLADAS – Os saldos em 31 de dezembro vencimentos para 05 de dezembro de 2007. A taxa de juros pré-fixada aplicá- Davivo Multas sobre impostos em atraso (5.090) – International de 2005 e de 2004 referem-se a transações de empréstimo entre a Cia. e suas vel a esse empréstimo é de 26,824% a.a. Esse empréstimo está garantido Perdas com adiantamentos (124) – Ltd. 17,818 – 191.181.222 191.181.222 – controladas. A composição do saldo é como segue: por aval da controladora Cable Bahia Ltda. para a TV Cidade e receita de Outras despesas líquidas (11.933) (6.127) Brazil Cable 2005 2004 assinaturas, correspondente a 100% do débito. d) Operações de crédito de (62.153) (38.477) Holding Cable Bahia Ltda. 116.060 107.491 capital de giro contratadas entre 20 de junho e 31 de dezembro de 2005, com LCC 18,526 – 198.773.306 198.773.306 – 25. DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS MMDS Bahia Ltda. 27.271 21.357 vencimentos entre 27 de janeiro e 30 de setembro de 2006. Sobre estes Outros – 20 – 20 20 2005 2004 Multicabo Televisão Ltda. 10.205 18.236 empréstimos incidem juros às taxas de 31,37% e 32,92% a.a., sendo as 100,00 358.573.239 714.364.658 1.072.937.897 408.634.270 Variação cambial Telecomunicações Nordeste Ltda. – 17.258 7.830 14.346 operações garantidas por aval da controlada Cable Bahia Ltda. e receita de Davivo Telecomunicações S/C Ltda. 6.658 3.550 (14.985) (18.502) assinaturas equivalente a 120% do montante dos empréstimos. e) Refere-se Em Assembléias Gerais Extraordinárias realizadas em 31 de dezembro de Juros passivos 160.194 167.892 (1.741) (5.238) a saldos credores de contas correntes bancárias, reclassificados para em- 2005, os acionistas deliberaram aumentar o capital social subscrito e inte- Descontos concedidos – (740) 9. CONTAS A RECEBER – CONTROLADA – COLUMBUS – Em 31 de janei- préstimos, sobre tais valores incidem encargos de mercado calculados pelo gralizado em R$ 112.105, com a emissão de 618.277.436 novas ações nomi- Variação monetária passiva – 188 nativas sem valor nominal, sendo 144.366.002 ordinárias nominativas e Descontos financeiros obtidos ro de 2000, a TV Cidade firmou um contrato de compartilhamento de rede e período de permanência do saldo a descoberto. Receita financ. s/ créditos com empresas controladas 20.999 – 473.911.442 preferenciais nominativas. O referido aumento de capital deu– outras avenças com a Columbus Participações S.A. (“Columbus”), detentora 15. IMPOSTOS, TAXAS E CONTRIBUIÇÕES 2005 2004 – da concessão de exploração de serviços de televisão a cabo em Recife. A TV COFINS a recolher 2.450 594 se através da integralização de R$ 106.563 de adiantamentos para futuro Acréscimos legais s/ créditos c/ empresas controladas (3.262) Outras despesas financeiras (952) (1.182) aumento de capital (vide nota explicativa nº 17) e das integralizações de Cidade construiu toda a rede, tendo sido os custos decorrentes desses inves- ICMS a recolher 2.880 653 412 498 timentos registrados no imobilizado e no diferido (neste caso, aqueles rela- ICMS parcelado a recolher 7.417 3.050 créditos nos valores de R$ 3.390 e R$ 2.152 detidos respectivamente, pelos Outras receitas financeiras cionados a despesas pré - operacionais e de pré - maturação). Adicionalmen- PIS a recolher 8.301 (10.630) 531 129 acionistas Sistema Brasileiro de Comunicação Ltda. e Band Cabo S.A. b) te, em 1º de agosto de 2001 foi firmado o contrato de prestação de serviços FUST a recolher 318 158 Dividendos: Aos acionistas é assegurado o direito ao recebimento de divi- 26. DESPESAS EXTRAORDINÁRIAS – Em conexão com o plano estratégie outras avenças entre as partes, pelo qual a TV Cidade foi incumbida da FUNTTEL a recolher 248 79 dendo anual obrigatório, depois de diminuído e/ou acrescido dos seguintes co implantado em 2004 (vide nota explicativa nº 1), a Administração da Comoperação na cidade de Recife, por conta e ordem da Columbus, exercendo as Outros impostos e contribuições sociais a recolher 1.834 588 valores: (i) 5% destinados à constituição de reserva legal, até que alcance o panhia efetuou ajustes em suas demonstrações financeiras, de caráter não seguintes atividades: (i) compra de programas; (ii) venda de assinaturas; (iii) 15.678 5.251 limite previsto em lei. (ii) Importância destinada à formação de reservas apro- recorrente, para adequadamente apresentar sua situação patrimonial e ficobrança dos preços de assinatura; (iv) instalação de equipamentos de televadas pelos acionistas. (iii) Lucros a realizar transferidos para a respectiva visão a cabo; (v) manutenção dos equipamentos de televisão a cabo; (vi) O acréscimo do saldo em relação ao exercício findo em 31 de dezembro de reserva e lucros anteriormente registrados nessa reserva, que tenham sido nanceira e o resultado de suas operações. Esses ajustes foram classificados locação de cabeçal; (vii) locação de rede; (viii) negociação de compartilhamento 2004 decorre do não - recolhimento de impostos, taxas e contribuições nas realizados no exercício. Sobre o saldo remanescente é garantido aos titula- na demonstração do resultado na conta “Despesas extraordinárias” e são resumidos como segue: com a companhia elétrica e (ix) serviços de marketing e promoção. Conforme respectivas datas de vencimento e da apropriação dos acréscimos legais res das ações de qualquer espécie, dividendo obrigatório de 25%. 2005 2004 previsto no contrato, a TV Cidade será reembolsada pela Columbus pelo valor incorridos até 31 de dezembro de 2005. Conforme mencionado na nota c) Ajustes de exercícios anteriores 2004 explicativa nº 2, a Administração da Companhia está negociando com os Baixa e provisão para perdas com integral das despesas e custos incorridos com o compartilhamento da rede Provisão para contingências (13.727) imobilizado (vide nota nº 12) – (67.379) de distribuição dos sinais. Os custos e despesas relacionados ao órgãos competentes o parcelamento dos débitos fiscais vencidos e não re- Provisão para perdas ágio aquisição de investimentos (8.532) – (35.538) compartilhamento da rede são creditados ao resultado do exercício, em colhidos combinando essa medida com a priorização na gestão de recursos Ajuste de depreciação e amortização (9.871) Provisão para perdas ativo diferido Baixa de investimento – (4.626) contrapartida à conta “contas a receber de controlada – Columbus”. Conforme para liquidação integral ou parcial de alguns desses débitos. Receita de juros incidentes sobre contas a receber de controladas 8.758 16. FORNECEDORES – RENEGOCIAÇÃO DE DÍVIDA Provisão contingências – (12.221) ainda, o referido contrato, a TV Cidade repassará a Columbus o total das Outros ajustes 83 2005 Perdas em almoxarifado – (370) receitas de prestação de serviços da operação. A receita relacionada ao (23.289) Curto Longo 2004 Provisão para perdas ágio na aquisição de investimento – (697) compartilhamento dos serviços é debitada ao resultado do exercício, em d) Ágio na subscrição de ações: Refere-se à capitalização de saldos a Fornecedor Principal Juros Total prazo prazo Total Reversão de provisão para perdas com contrapartida à conta “contas a pagar a controlada – Columbus”. Por referidos 28.036 983 29.019 (4.243) 24.776 28.113 pagar aos acionistas Sistema Brasileiro de Comunicação Ltda., Band Cabo serviços, a TV Cidade não é remunerada. O saldo das contas a receber e a Furukawa (a) adiantamentos a fornecedores – 1.528 – – – – – 330 S.A., Rede Cidade S.A. e Televisão Itapuca S.A., referente a recursos Receitas financ. s/ créditos com empresas controladas pagar a Columbus está demonstrado ao líquido no balanço patrimonial, na Ansett – 18.511 22 – 22 (22) – 2.729 disponibilizados à TV Cidade para cumprimento de obrigações relacionadas Outras receitas (despesas) líquidas conta “Contas a receber de controlada – Columbus”, no realizável a longo Net Brasil (b) (352) 802 – – – – – 102 ao empréstimo com o BNDES (vide nota explicativa nº 14). Em decorrência prazo. Os valores referentes às despesas a serem reembolsadas pela Energipe (352) (99.990) 36 – 36 (36) – 54 da capitalização desses créditos, o capital da Companhia foi aumentado Columbus (contas a receber sociedade ligada) e das receitas a serem repas- Mezzo (c) – – – – – 797 naquela data no valor de R$ 8. sadas pela TV Cidades (contas a pagar sociedade ligada) de exercícios ante- Clac Importação 27. SEGUROS – A Companhia mantêm contratos de seguros com cobertura 21. PROVISÕES PARA CONTINGÊNCIAS – O saldo em 31 de dezembro de determinada por orientação de especialista, que leva em consideração a riores e do exercício findo em 31 de dezembro de 2005 e de 2004, podem ser Fiber Line Telecomunicações Ltda. – – – – – 1.253 2005 e 2004 refere-se à provisão para perdas principalmente em processos natureza e o grau de risco por montantes considerado suficientes para cobrir assim sumariados: Total Acumulado Fragata e Antunes (d) 237 – 237 (237) – – trabalhistas e cíveis em andamento e a estimativa de contingências tributári- eventuais perdas significativas sobre seus ativos e/ou responsabilidades. As 2005 2004 Custos e despesas (Contas a receber) 34 47.029 Santex Serviços (e) 206 – 206 (206) – – as. A provisão foi apurada com base em valores atualizados para as contin- principais coberturas de seguro são: Receitas líquidas (Contas a pagar) – (30.261) Edinfor (f) 327 – 327 (327) – – gências trabalhistas e cíveis em discussão nas instâncias administrativas e Descrição Ramo da apólice 2005 2004 34 16.768 Ticket Serviços (g) 394 – 394 (394) – – judiciais, cujas perdas foram consideradas prováveis com base na opinião Incêndio, raios, explosões, 29.258 983 30.241 (5465) 24.776 33.378 dos consultores jurídicos da Companhia e as contingências tributárias, com Bens Em 31 de dezembro de 2005, foi procedida a liquidação dos débitos e crédidanos elétricos, equipamentos base nas possibilidades de perdas consideradas prováveis pela Administratos entre a Cia. e a sociedade controlada Columbus, conforme demonstrado: a) No exercício de 2002, a Companhia firmou com o fornecedor Furukawa eletrônicos, roubo 13.274 9.380 ção da Companhia e seus assessores legais. A composição do saldo da Custos e Desp. Receitas Industrial S.A. Produtos Elétricos contrato de consolidação e confissão de provisão por natureza é como segue: Direitos e obrigações Acidentes pessoais 2.800 8.007 (Contas a (Contas Saldo dívida e constituição de penhor, decorrente de débitos originados de emprei- Natureza Direitos e obrigações Lucros cessantes – 3.000 2005 2004 receber) a pagar) Líquido tada global para o fornecimento e implantação do sistema de comunicação Civil 9.391 4.251 14.229 12.521 Direitos e obrigações Garantias Saldos em 31 de dezembro de 2004 47.029 (30.261) 16.768 de faixa larga (construção de rede de transmissão de sinais). O montante do Tributárias 8.000 8.007 29.690 19.987 Direitos e obrigações Transportes danos materiais 3º Custos, desp. e receitas incorridos no exercício 12.662 (9.503) 3.159 débito consolidado e renegociado era de R$ 43.940. Ainda de acordo com Trabalhista 20.191 23.265 1.852 2.251 Aumento de capital na sociedade este contrato e aditivo firmado em 30 de janeiro de 2003, ao montante da Outras Veículos – 60 1.590 – Bens controlada com parte dos créditos (1.770) – (1.770) dívida consolidada foram acrescidos R$15.062. Em abril de 2003, a TV Cida33.465 32.705 Total 47.361 34.759 Liquidação parcial com a cessão, pelo de S.A. renegociou a totalidade da dívida envolvida no termo de aditivo firvalor contábil, da licença de exploração mado em 30 de janeiro de 2003. Os principais termos dessa renegociação DIRETORIA de serviços na cidade de Recife (18.123) – (18.123) foram: (a) redução da dívida total em R$ 13.196, mediante o pagamento parLiquidação mediante a compensação FERNANDO KORN – Diretor Presidente MANUEL BRANDÃO DE CARVALHO – Diretor cial de R$ 20.818, efetivado em 15 de março de 2003; (b) remanejamento do de débitos e créditos (39.764) 39.764 – prazo de amortização do principal de R$ 28.036 da Televisão Cidade S.A., Saldos em 31 de dezembro de 2005 34 – 34 RONDINELI DOMINGOS – Contador – CRC1SP234780/P-2SP com vencimento da primeira parcela para 23 de Junho de 2006 e da última
2
Ambiente Transpor tes Comemoração Polícia
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É pelo caminho da paz e do perdão que construiremos um País melhor. Alencar Burti, presidente em exercício da ACSP
EVENTO ACONTECEU AO LADO DO MARCO DA PAZ
No Pátio, um ato para semear a paz No Dia Internacional de Cultura de Paz e Não Violência, comemorado ontem, evento discutiu as atitudes necessárias para garantir o bem-estar de todos os povos Fotos de Paulo Pampolin/Hype
Maristela Orlowski
S
emear a paz dentro de cada pessoa e cultivar a fraternidade entre as nações. Essas foram as propostas discutidas em todo o Mundo, ontem, no Dia Internacional de Cultura de Paz e Não Violência, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2001. Em São Paulo, as atividades ocorreram no Pátio do Colégio, região central, onde se encontra o Marco da Paz, monumento criado em 2000 pelo imigrante italiano Gaetano Brancati Luigi, com apoio da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Apresentações de corais e orquestras, discursos de representantes da sociedade, homenagens a religiosos, missa e show de música pop fizeram parte da programação do evento. Para o presidente interino da ACSP, Alencar Burti, a juventude constitui a esperança do Brasil. "É pelo caminho da paz e do perdão que construiremos um País melhor". Segundo Luigi, que viveu a expe-
Centenas de pessoas, especialmente estudantes, participaram do ato
No Pátio do Colégio, Alencar Burti, o cantor Ronnie Von e Gaetano Brancati Luigi em solenidade pela paz
riência da 2ª Guerra Mundial e teve a missão de criar uma obra que representasse a paz e a união dos povos, valores como fraternidade e solidariedade são fundamentais para o encontro da paz. "Falta afeto entre as pessoas.
Precisamos, desde o momento que levantamos da cama, tratar bem uns aos outros, ter pensamentos positivos, respeito e carinho. A união semeará a paz entre todos nós", ressaltou Luigi, que é assessor da presidência na ACSP. Segundo ele, a
iniciativa de construir um Marco da Paz, a exemplo do que foi feito em São Paulo, já conquistou credibilidade internacional e está sendo adotada por mais três países: Argentina, Paraguai e México. Para o representante do Ro-
tary Internacional, Eduardo Prada, a cultura da paz é implementada com atitudes. "A paz começa no interior de cada cidadão e se estende para a família, o trabalho, o município, o Estado, o País, e assim por diante. Eis nosso lema: dar de si antes de pensar em si. Não é difícil buscar a paz, basta evitar atritos e guerra", finalizou. Marco da Paz – Durante o evento, foi lido o texto Marco da Paz pela União dos Povos , que dizia o seguinte: "A construção do mundo que almejamos exi-
ge entrega total. A cultura de paz deve ser estimulada, praticada e sustentada através das gerações, em um exercício cotidiano de atos responsáveis e permanentes. Um trabalho incansável, voluntário e solidário. Em casa, nas ruas, na escola, no ambiente profissional, em todos os setores de atividade humana. Quando cada um se comprometer com o ideal da paz, a concretização do sonho será possível", , apontou o texto "", lido pelo jornalista e radialista Flávio Guimarães.
Violência e o papel da mídia Newton Santos/Hype
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dia internacional da paz fez a imprensa refletir sobre sua atuação na sociedade como formadora de opinião. Realizado na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o Simpósio “Paz Sustentável – O Papel da Mídia” reuniu profissionais da área para debater sobre a violência no mundo e o impacto que Na ACSP, profissionais de comunicação social debatem a violência essas notícias causam na população. De acordo com o vicecapital paulista. “As na primeira página dos presidente da Associação jornais. Infelizmente, a pessoas só tomam Nacional de Jornais, Mário manchete influencia o leitor. conhecimento da gravidade Gusmão, o índice de crimes Isso tem que acabar”. da situação quando se vêem no Brasil é um dos maiores já Ela diz que para contribuir envolvidas em um assalto vistos na humanidade, ou seqüestro”, diz. com a paz, os veículos de capaz de superar até mesmo comunicação deveriam O correspondente da os países em guerra. Por ano, enfatizar mais as notícias agência italiana Ansa em cerca de 40 mil pessoas São Paulo, Roberto Cattani, boas. “Deve haver um morrem vítimas de o neuro-psiquiatra João equilíbrio entre uma coisa e assassinato no país. “Isso outra. Isso é fazer jornalismo Figueró e a diretora da equivale a cinco mortes por Agência Nacional pela Paz, com responsabilidade”. hora”, calcula. Oriana Monarca, também Para o jornalista Renato Responsabilidade – participaram do debate, Lombardi, da TV Cultura, Segundo a diretora do moderado pelo jornalista especializado em Sindicato dos Jornalistas do Moisés Rabinovici, diretor jornalismo policial, a Estado de São Paulo, Mara cidade de São Paulo vive de redação do Diário do Ribeiro, a população está Comércio, e pelo uma guerra urbana incomodada com o que constante. De janeiro a conselheiro da ACSP, acontece na mídia em Francisco Giannoccaro. Os junho deste ano foram relação ao crime organizado. cometidos 600 mil crimes palestrantes receberam o “Os bandidos viraram astros contra o patrimônio na Marco da Paz .
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GASTRONOMIA Cozinha do Pará em 3 restaurantes de SP
O agora de Kháyyám
Fotos: Divulgação
José Guilherme R. Ferreira
P
Trio de tortinhas do Boa Bistrô (acima); Maniçoba (abaixo, esq.) e Pato no Tucupi, do Brasil a Gosto: menus disponíveis para almoço e jantar
Sabor amazônico
rocura ser feliz ainda hoje, pois não sabes o que te reserva o dia de amanhã. /Toma uma urna cheia de vinho, senta-te ao clarão do luar e monologa: "Talvez amanhã a lua me procure em vão". O astrônomo, matemático e poeta persa Omar Kháyyhám (século 11), célebre pelos quartetos que colocam o vinho a serviço da fruição imediata da vida (em contraponto à sua realidade trágica e efêmera), é conhecido no Ocidente como o "poeta do vinho". Isso se deve muito a Edward Fitzgerald (1809-1883), que traduziu e publicou 75 quadras em 1859. Exilando-se no Rubáiyát de Kháyyám para fugir de um casamento fracassado, conseguiu transformá-lo num best-seller, o maior da história da poesia inglesa, libelo "contra a afetação moralista" da era vitoriana, obra com centenas de traduções em
todo o mundo. No Brasil, a versão de Fitzgerald encontrou restrições. Tanto Octávio Tarquínio de Sousa, em tradução de 1928, quanto o poeta Manuel Bandeira, nos anos 60, preferiram partir da versão francesa de Franz Toussaint. Bandeira criticava em Fitzgerald o "abandono" do original. Nas sucessivas edições do Rubáiyát de Tarquínio (são dele os quartetos desta página) há um democrático debate entre tradutor, que defende o agnosticismo de Kháyyám (desnudou a "precariedade do destino humano") e Alceu Amoroso Lima (Tristão de Athayde), pensador católico, que diz que Omar não fez mais do que repetir a filosofia do Eclesíastes. Kháyyám!/ Não te aflijas por seres um grande pecador!/ É inútil a tua tristeza./ Depois da Morte, virá o Nada ou a Misericórdia.
http://iranian.com/Features/2000/Januar y/Khayyam/index.html http://www.alfredo-braga.pro.br/poesia/rubaiyat.html
Lúcia Helena de Camargo
E
xótica, pouco conhecida e bem brasileira. Envolvida por esses adjetivos, chega a São Paulo a cozinha amazônica. Na terça, dia 26, começa, em três restaurantes da cidade, a Temporada Gastronômica do Pará. Comandado pelo chef Ofir Oliveira, o evento se estende até o dia 5 de outubro no Boa Bistrô, Brasil a Gosto e Empório Siriuba. Oliveira, que em sua terra mantém o restaurante Sabor Selvagem, assumiu a tarefa de adaptar receitas e ingredientes típicos da região amazônica e traduzir essa interpretação em cardápios adequados a cada uma das casas paulistanas participantes, com ajuda do chef de cada uma delas. Desconhecida pelo público acostumado a freqüentar os endereços dos Jardins, bairro onde ficam os três restaurantes, a culinária paraense é considerada por muitos como uma das mais autênticas do País. Como não se pode estabelecer com certeza o que é mais brasileiro, se churrasco ou pizza, se arroz com feijão e bife ou mandioca com carne seca, é sempre louvável a divulgação de
uma nova faceta da cultura gastronômica nacional. O chef Oliveira ficará dois dias em cada um dos restaurantes, sendo 26 e 27 deste mês no Boa Bistrô; 28 e 29 no Empório Siriuba, e 4 e 5 de outubro no Brasil a Gosto. Durante o período do festival os cardápios estarão disponíveis para almoço e jantar no Boa Bistrô e Brasil a Gosto. Já o Empório Siriuba, que serve bufê, terá pratos paraenses somente quando Ofir estiver na cozinha. Os menus são obviamente
diferentes. No Boa Bistrô, que faz a linha contemporâneo e saudável, Tatiana Szeles serve Sopa de caranguejo (R$ 21) como entrada, Filé de peixe grelhado com molho caribé (R$ 41) e Frango ao molho bacuri (R$ 36) de principais. Para a sobremesa, Trio de tortinhas de bacuri, taperebá e açaí (R$ 13). No Brasil a Gosto, a chef Ana Luiza Trajano buscou inspiração na festa do Círio de Nazaré para incluir no cardápio Beiju com creme de camarão regional e vinagreira (R$ 19)
de entrada, Pato no tucupi (R$ 38) e Bóia Quente - Maniçoba (R$ 30) como pratos principais, e Torta de Cupuaçu (R$ 12) de sobremesa. O Empório Siriuba, que no ano passado promoveu 1º Festival do Sabor Selvagem já com a presença de Ofir, serve bufê paraense feito com ingredientes orgânicos. A R$ 60 por pessoa (bebidas cobradas à parte), funciona a partir das 20h30, e inclui Caribé de frutos-do-mar e peixe, Arroz dos navegantes, Filé ao molho de arubé, Retumbão, Caça falsa de anta, Frango ao molho de frutas, Peixe à capitoa, Puqueca, Beiju com frutos-do-mar e Sobremesas de cremes e compotas de frutas amazônicas. "Ofir é uma jóia desconhecida dos paulistanos", diz Cenia Salles, uma das proprietárias do restaurante. Quem se anima a conhecer o sabor do Pará? Boa Bistrô - Rua Padre João Manuel, 950, tel.: (11) 3082-5709. Empório Siriuba - Alameda Franca, 1590, tel.: (11) 3081-4303. Brasil a Gosto - Rua Professor Azevedo do Amaral, 70, tel.: (11) 3086-3565.
A cozinha exquise de Ofir Oliveira
O
paraense Ofir Oliveira (foto) modernizou a culinária indígena da Amazônia. Tornou-se internacionalmente conhecido a partir de 1989, quando a revista francesa Cosmopolitan nomeou sua cozinha como exquise, ou seja, deliciosa, requintada e surpreendente. Ele ficou famoso no Brasil por seus festivais gastronômicos Sabor Selvagem da Amazônia, sediados no Hotel Hilton de Belém, que o elegeu como o "melhor festival de todos os tempos". Ele também fez comida para a reunião da Organização dos
Direção segura
Estados Americanos (OEA), e o Encontro Cultural da Amazônia para o Fórum Mundial. Em outubro de 2006, após os eventos do Círio de Nazaré, o chef embarca rumo a Turim em missão cultural e de abertura de mercado para os produtos da culinária amazônica, onde participa do Terra Madre 2006, ligado ao movimento Slow Food. Em seguida, vai a Paris, onde realiza festivais gastronômicos e lança o projeto Navegando sobre o Sena, de divulgação e apresentação da culinária amazônica.
Promovendo o consumo responsável de bebidas, o uísque Johnnie Walker Red Label promove a partir de hoje a ação Piloto da Vez. Hábito comum na Europa, EUA e Austrália, nas baladas sempre há um membro do grupo encarregado de manter abstinência alcoólica enquanto os outros se divertem, garantindo uma direção segura quando na volta para casa. Estratégia de marketing, a Diagio, distribuidora da marca, oferece um flyer a quem se dispuser a desempenhar a função, garantindo cinco refrigerantes grátis ao piloto da vez. Garanta a cortesia e escolha os bares relacionados através do site www.pilotodavez.com.br ou pelos telefones (11) 3031-9050 e 3814-1071. (ASN)
HAPPY HOUR Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype
Dry Martini "shaken, not stired", servido na taça "y". Ambiente inclui peças curiosas e de bom gosto.
Hospitalidade árabe e calor humano
T
al rosa moura aflora em pleno coração dos Jardins, um novo e sensual paradigma noturno: é o que se experimenta descobrindo os sete véus do bar e restaurante Gabriel. Recém-fincadas as estacas da
Armando Serra Negra tenda, o mistério permeia o salão, a ser desvendado em vários aspectos. Do cardápio exótico, primoroso, cheio de especiarias, ao serviço alegre, descontraído, elegante e simpático, sente-se exalar um raro calor humano, que aquece as noites frias e
refresca as noites quentes... "No Gabriel, o pensamento é uma ordem...", pondera a marchande Edes Dalle Molle. "Vim conhecer o lugar louca por um Dry Martini; mas antes de pedir, não sei como, já tilintava na minha mão!". A discreta hostess Vanda
decifra o enigma: "Às vezes oferecemos um Martini para degustação, a especialidade da casa". Tudo foi engendrado para melhor receber os convivas (incluindo custo/benefício), seguindo a famosa regra de hospitalidade árabe. Decoração do renomado arquiteto Sig Bergamin dá o tom exato à proposta marroquina do bar, ambiente com peças curiosas e de extremo bom gosto. Misturas simples de cores, texturas e materiais tornam-se sofisticação de nível internacional: o contraste do azul turquesa com o coral e amareloouro das paredes, os tecidos listrados das poltronas e sofá do lounge, tapetes persa, lâmpadas orientais, ladrilhos no estilo dos anos de 1960. Quadros, arabescos, posters egípcios retrô e de filmes indianos (a produção cinematográfica da Índia supera a norte-americana), o ocidente tornase palpável aqui e ali, como numa reprodução da Maja Desnuda de Goya. Outros ingredientes (drinques e culinária mediterrânea com toque libanês) tornam o Gabriel especial en-
tre os especiais. Elaborado aos olhos castanhos e amendoados de Talita Simões, o cardápio etílico apresenta uma infinidade de novidades. "O destaque são os Dry Martinis, moda no exterior que começa a bombar aqui". Ela sabe o que diz: viajou o mundo como bartender em grandes navios, voou cinco anos entre pubs londrinos e o Café Latino de Nova York. Asas à imaginação, criou os 25 tipos da The Martinis Collection, divididos em quatro categorias: Dry, Clássicos, Gabriel e Dessert, gentilmente preparando-os na mesa dos clientes (gin nacional R$ 18, importado R$ 25). Entre eles há o 007 (gim, vodka, martini rosso) em homenagem a James Bond, que sempre pedia o drinque "shaken, not stired". Servidos na taça "y", tradicionalmente o Martini é misturado (stired) e não chacoalhado (shaken), a preferência do espião. "Ele faz isso com charme, para manter a lucidez; desse modo o drinque perde um pouco de seu teor alcoólico", explica a expert. Coqueluche é o Cosmopolitan, pre-
ferido pelas estrelas do seriado S ex And The City (vodka Absolut Citron, Cointreau, pouquinho de limão e suco de cramberry). São etílicos a ser degustados calmamente (duas doses deixa balão, três trança as pernas, quatro derruba), acompanhados de Mezzés (charutinhos de folha de uva com e sem carne, homus, babaganuche, mohâmara, esfihas, kibe frito e pão sírio torrado, R$ 29), uma das iguarias do chef Benon Chamalian. Uma de suas receitas, trazidas em farnel de beduíno (imigrou para o Brasil em 1990) e que já valeram três prêmios do Guia Quatro Rodas aos restaurantes Mandalun e Khayyan: Kibe Michuí (recheado com coalhada seca temperada e nozes, servido com mix de salada e frutas secas, trigo e mel, R$ 28). "Michuí em árabe significa ‘grelhado’", traduz o mestre cuca, com divertido sotaque libanês. Inshala! Gabriel - Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 1424, tel.: (11) 3063-5400.
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MÚSICA Teatro lírico inspirado em obra de Shakespeare e um guia de programas com entrada franca Luiz Prado/LUZ
LIÇÕES DO SR. FOLCLORE Mário de Andrade mapeia a música do Brasil André Domingues
I Portari e Lamosa: náufragos protegidos por anjos do amor
ÓPERA
Paixões na tempestade
A
Temp estade, a última obra-prima de William Shakespeare, escrita em 1611, inspirou o compositor carioca Ronaldo Miranda escrever uma ópera de 120 minutos, que será apresentada com um score incomum: em vez de uma tradicional orquestra sinfônica, atua a Banda Sinfônica do Estado. A ópera, encomendada especialmente por este conjunto, será dirigida pelo maestro Abel Rocha, pesquisador de música vocal gra-
duado na Alemanha. Ronaldo Miranda não se contentou em apenas escrever a partitura. É autor, também, do libreto, que conta uma história de suspense e paixão. O tenor Fernando Portari e a soprano Rosana Lamosa vivem os náufragos Ferdinando e Miranda, filhos de pais rivais que se apaixonam sob as bênçãos de Ariel, o Espírito do Ar, interpretado pela mezzosoprano Regina Elena Mesquita. Não faltam ao enredo intrigas de nobres, desgraças de plebeus, bruxaria e a
magia do amor. Montada em dois atos, com um intervalo, A Tempestade ganha efeitos especiais de iluminação e ribalta, criados pelo cenógrafo William Pereira. "Transformei o palco na ilha de Próspero, lugar onde transcorre toda a ação". A Tempestade Teatro São Pedro. Rua Barra Funda, 171. Telefone: 36670499. Sexta (22), 21h; domingo (24), 17h; e terça (26), 21h. Ingresso: R$ 40.
A eterna guerra humana
Representação de Miranda em A Tempestade, por John William Waterhouse
Sérgio Roveri
R
estou-me o temor escuro; por isso, procuro o auxílio de vossa prece que assalta até mesmo a Graça mais alta, apagando facilmente as faltas de toda gente. Como quereis ser perdoados de todos os vossos pecados, permiti que sem violência me solte vossa indulgência.
Com estes versos, ditos pelo personagem Próspero, Shakespeare teria colocado um ponto final em sua produção teatral. O trecho faz parte do epílogo de A Tempestade, de 1611, tida como a última peça escrita pelo dramaturgo que morreria cinco anos mais tarde, na mesma cidade em que nascera, Stratford. Segundo alguns historiadores, a peça teria sofrido vários retoques em 1613, para estrear durante as comemorações de um casamento. Obra-prima da dramaturgia universal, A Tempestade parece reunir, ou condensar, os temas mais diletos do vasto cardápio shakespeariano: as traições políticas, a sede de poder saciada com sangue, os amores plenos de obstáculos, a elevação moral de uns e a torpeza de caráter de outros, a vingança e, por fim, a redenção. Tragédia em cinco atos e um pequeno epílogo, A Tempestade tem a maior parte de sua ação
ambientada em uma ilha, para onde Próspero, duque de Milão, foi enviado, em companhia de seus livros e da jovem filha Miranda, após uma traição política arquitetada pelo seu próprio irmão, que o destituiu do poder. Mago de poderes ilimitados, Próspero mantém sob seu comando na ilha um escravo de nome Caliban, criatura deformada, e Ariel, um espírito obediente capaz de se transformar em água, ar ou fogo. Na primeira cena da peça, construída com a velocidade de um filme de ação, Próspero revolta o mar e provoca um naufrágio que arrasta para a ilha todos os seus inimigos e também um príncipe, apto a conquistar o coração de sua filha. Com Próspero e seus desafetos reunidos no mesmo pedaço
Shakespeare
de terra, Shakespeare dá início a um incomparável ritual de vingança que não irá poupar nem as forças da natureza. Nos últimos anos, A Tempestade recebeu diversas leituras, além da versão para ópera que estréia hoje no Teatro São Pedro. Em 1994, Paulo Autran encarnou Próspero em uma montagem do grupo teatral paranaense Armazém. A peça estreou ao ar livre, à beira do lago Igapó, na cidade de Londrina, em um cenário privilegiado que transmitia ao público a sensação de estar diante de uma ilha. Pouco tempo depois, o mesmo personagem foi interpretado por Sérgio Mamberti, em um espetáculo produzido pelo grupo XPTO. A pedido do grupo, o escritor Marcelo Rubens Paiva providenciou uma nova tradução para o texto de Shakespeare – o lirismo da obra foi substituído por doses nem sempre acertadas de humor e irreverência. O destaque do espetáculo, assim, recaiu sobre os cenários e o colorido dos figurinos. O cineasta inglês Peter Greenway também deu sua versão muito particular da tragédia no filme A Última Tempestade, de 1991, no qual os sonhos de vingança de Próspero encontraram um porto seguro na interpretação de sir John Gielgud.
magine o interior do nordeste e do norte do País no final dos anos de 1930. Imagine um caminhão chegando numa cidadezinha distante, chacoalhando pela estrada de terra, trazendo um grupo de pesquisadores paulistas, mais gravador, câmeras fotográficas e cinematográficas, fones, microfones, instrumentos de manutenção, um pesado gerador, além de dúzias e dúzias de discos, filmes, cabos, agulhas e pecinhas de reposição. Era assim o dia-adia da célebre expedição da Missão de Pesquisas Folclóricas, mandada pelo literato e musicólogo Mário Andrade, em 1938, para mapear as manifestações musicais do Brasil. Seus valiosíssimos trabalhos, que acabam de ser recuperados e sintetizados numa caixa com um livro bilíngüe e seis CDs, foram, sem dúvida, os principais formadores de estudiosos da nossa cultura musical popular. A caixa traz exemplos colhidos em campo da música de cinco estados brasileiros: Pernambuco, Paraíba, Maranhão, Pará e Minas Gerais (este último, na realidade foi colhido em São Paulo, numa apresentação especial de um grupo folclórico da cidade de Lambari). A predominância do nordeste, em especial da Paraíba, de onde vieram mais da metade dos registros, tem uma razão que passa longe de um critério qualitativo: foi o dinheiro que escasseou. Acontece que a Missão de Pesquisas Folclóricas foi promovida pelo Departamento de Cultura do município de São Paulo, chefiado por Mário de Andrade até 1937, quando se deu o golpe do Estado Novo. Pouco depois, o novo prefeito, Prestes Maia, cortou a verba da empreitada, abrindo mão do projeto nacionalista de Mário, que, muito antes da cidade ser sombra da megalópole que hoje é, enxergava em São Paulo uma vocação para sintetizar o Brasil inteiro. Restou aos pesquisadores estender a Missão até onde a coragem e os recursos pessoais agüentaram. Nas 279 faixas da caixa, chama a atenção a predominância de algumas manifestações, o coco, o bumba-meuboi e, em menor quantidade, a cantoria , apresentadas em diversas formas. Outra presença constante é a da marujada, um folguedo de origens ibéricas que trata das aventuras de uma nau desgovernada pelo oceano afora. Também estão bem representados alguns cultos afro-americanos, a exemplo dos preciosos tambor-de-mina maranhense e babassuê paraense, dois destaques da coleção. Mário de Andrade tinha uma evidente preocupação com formar uma identidade nacional a partir da soma das particularidades de cada região, de cada comunidade. Daí seu olhar sistemático para a catalogação das heranças portuguesas e africanas, historicamente majoritárias na formação da sensibilidade nacional, mas também do legado indígena, preciosamente registrado em momentos como as danças da toré e da pouquíssimo documentada praiá pernambucana. Por outro lado, vale dizer que o ouvido inteligente de musicólogo não se limitou às situações mais óbvias em que se faz música, como as danças e divertimentos populares e os rituais religiosos. Mário deixou claras instruções para que seus pesquisadores também fossem atrás de canções relacionadas ao trabalho, à vida da população mais simples, do que resultaram
pérolas como os cantos dos carregadores de piano da cidade de Recife e os dos carregadores de pedra de Itabaiana. Aliás, enquadram-se nessa categoria outros grandes destaques da coleção: os saborosos aboios nordestinos, com os arabismos de seu fraseado e a sua entonação forte e anasalada. São simplesmente deslumbrantes O Grito de Defesa da Bioada, Eh, Boi Mansinho, Eh, Boi, Fasta Gado e Colocar a Máscara no Boi, informados por dois vaqueiros de paraibanos. Mário de Andrade dedicou muitos anos da sua vida à audição e à compreensão desse material. A partir dele, imaginava preservar uma delicada memória oral, que parecia condenada pelo progresso capitalista, e, além disso, fazer desse repertório a base para o desenvolvimento de uma música erudita profundamente nacional. Em ambos objetivos, porém, seu êxito foi apenas restrito, pois a Missão terminou prematuramente e foram poucos os compositores que partilharam, ao mesmo tempo, de seus ideais e do seu rigor metodológico. Contudo, independentemente do valor museológico e dos possíveis desdobramentos eruditos do acervo, sua maior importância reside, justamente, na impressionante riqueza da música registrada. Dificilmente um outro País do mundo conseguiria reunir músicas tão diversas e criativas como as que o projeto de Mário recolheu em pequenas partes de cinco dos nossos estados. Como não ser nacionalista nessas horas?
Chacoalhando pela estrada de terra, com pesquisadores e traquitanas variadas, literato enveredou pelo norte e nordeste do País
Missão de Pesquisas Folclóricas - Mário de Andrade Caixa com seis CDs e um livro . À venda na Galeria Olido. Preço: R$ 70.
GRÁTIS Helena Jank (cravista) e Angela Muner (violinista) interpretam sonatas de Johann Sebastian Bach (foto). Centro Cultural São Paulo. Rua Vergueiro, 1000. Telefone: (11) 3277-3611. Domingo (24), 11h30.
Orquestra de Câmara da USP, sob a regência de Gil Jardim, toca o Scher zo Op. 61 Nº 1, de Mendelssohn (foto). Cidade Universitária. Rua do Anfiteatro, 109. Tel.: (11) 30914330, r. 207. Sexta (22), 20h30.
E
lizabeth Del Grande, líder da seção de percussionistas da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), participa de recital em que o tema será a música de Mozart (foto), lembrado em 2005 pelos 250 anos da data de seu nascimen-
to. Fazem parte do repertório trechos de peças orquestrais compostas especialmente para teclados e tímpanos. No auditório da Escola Municipal de Música. Rua Vergueiro, 961. Telefone: (11) 3209-6580. Neste sábado (23), às 14h.
Orquestra Sinfônica da USP, dirigida por Carlos Moreno, com solo de Nahim Marun, toca o Concerto para Piano Nº 2 de Chopin (foto). Rua do Anfiteatro, 109, USP. Telefone: (11) 3091-3000. Segunda (25), 12h.
Quarteto de Cordas da Cidade interpreta o Quarteto Op. 18 Nº 4 de Beethoven (foto) e o Quarteto Nº 3 de Claudio Santoro. Sala Olido. Avenida São João, 473. Tel.: (11) 3334-0001. Sexta (22), às 12h30
SINFÔNICA DE SP TOCA TCHAIKOVSKY NO PARQUE VILLA-LOBOS. DOMINGO, 24, ÀS 11H.
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6 -.LAZER
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VISUAIS Esculturas monumentais, leilão de fotos assinadas por celebridades. Fotos: Reprodução
Bob Wolfenson/Divulgação
Salvador: tridimensional
ELOS Curvas e retas em plena harmonia Rita Alves
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Elos Vermelhos: diálogo entre curvas e retas feito em madeira e resina Goffrato. To Lygia with Love: reverência à amiga Lygia Clark. E Ziper Bourdeaux, uma das obras do tema zíper: idéia de como coisas pequenas podem se juntar e resultar em grandes expressões.
tamanho surpreende e encanta ao mesmo tempo. E a reação começa antes de o visitante entrar na galeria. É na calçada da Avenida Paulista, em frente ao prédio do Centro Cultural Fiesp, que está exposta Zíper Concha, a maior escultura da mostra Reflexões Visuais de Gilberto Salvador. Com mais de dois metros de altura e largura a peça chama a atenção tanto pelo tamanho quanto pelo vigor da cor amarela. Mas é no interior da Galeria de Arte do Sesi que o público encontra as cerca de 35 peças do artista plástico, que ficarão em cartaz até o dia 29 de outubro. A maior parte das obras são tridimensionais e de grande porte. São peças de chão, teto e parede que hipnotizam o olhar com suas formas e cores marcantes e oferecem a possibilidade de o visitante se deslocar e admirá-las de diversos ângulos. A exposição também exibe algumas obras que fizeram parte da 3ª Jovem Arte Contemporânea do Museu de Arte
Contemporânea da USP e da 10ª Bienal Internacional de São Paulo, ambas de 1969. Há ainda trabalhos que reverenciam amigos do artista como Lygia Clark, Cláudio Tozzi e Takashi Fukushima. É a partir da desconstrução de objetos simples que Gilberto Salvador cria suas esculturas onde a questão do espaço e o diálogo entre o orgânico e geométrico estão presentes. Lâminas de madeira tratadas com resinas coloridas em acabamento de alto brilho fazem parte do material utilizado nas obras de grande porte. São peças que se desdobram no espaço, mantendo uma unidade formal quase suspensa. Algumas passam a impressão de que a qualquer momento podem se deslocar de onde estão. O artista que na infância conviveu com o avô que era técnico em tintas descobriu desde cedo o gosto pelas cores. Para Gilberto Salvador sua obra é uma maneira de realização espiritual. "Ela é contemplativa, feita para trocar emoção com o mundo. A arte de um modo geral não precisa ser entendida. É uma questão de sensibilidade, identificação". Algumas de suas esculturas convivem em harmonia com o espaço público. É o caso da obra Vôo de Xangô exposta na estação do metrô Jardim São Paulo que, assim como as peças exibidas na Galeria de Arte do Sesi, não aceitam o olhar displicente de quem passa. Reflexões Visuais de Gilberto Salvador. Centro Cultural Fiesp - Galeria de Arte do Sesi. Avenida Paulista, 1313, tel.: (11) 3146-7405. De terça a sábado, das 10h às 19h. Ingresso: grátis.
LANCE DE IMAGEM São 90 fotos. Valor começa em R$ 200. Masao Goto Filho
N
esta segunda-feira (25), acontece um leilão de fotos organizado por um grupo de profissionais e agências fotográficas, dispostos a medir a recepção de seus trabalhos no mercado de arte. Para os amantes da fotografia, não poderia haver melhor oportunidade de adquirir obras que normalmente são oferecidas em galerias ou dificilmente se encontram em exposição. Algumas também fazem parte de acervos de museus, outras foram copiadas exclusivamente para esse evento. Serão mais de 90 fotos oferecidas, com lances partindo de R$ 200, em sua maioria. Algumas imagens têm valores mínimos estabelecidos, como os dois trabalhos de Sebastião Salgado, que sugere US$ 4 mil como lance inicial. Também serão leiloadas imagens clicadas por Cássio Vasconcellos, Rogério Reis, Walter Firmo, Pedro Martinelli, Bob Wolfenson, JR Duran e Rosa Gauditano, entre outros. São poucas as galerias que negociam fotos no Brasil. Na verdade, são galerias que ampliaram seu mercado de obras de arte com a venda de fotografias, como a Triângulo, Luisa Strina e Brito Cimino, todas em São Paulo. A Vermelho iniciou suas atividades com a proposta de negociar apenas fotografias artísticas. Isso demonstra a consolidação da fotografia no mercado de arte. Para o pesquisador e crítico Rubens Fernandes Jr, os artistas estão redescobrindo as possibilidades de criação através da fotografia. "Isso tem a ver com a crise e o esgotamento nas artes visuais. Pode-se perceber que a partir de um certo momento nos últimos anos, artistas passaram a escolher o suporte fotográfico para bienais". Nesse mercado, o perfil do consumidor é de jovens, que buscam obras a preços acessíveis e carregadas de contemporaneidade. "Identidade, memória e corpo são temas presentes nos trabalhos atuais e que interessam muito ao comprador de hoje", afirma Fernandes. O leilão é uma oportunidade para adquirir imagens de profissionais e artistas de renome, possivelmente por valores compensatórios. "Isso agrada àquele que trata a fotografia no mercado de arte e também a outros que querem uma bela imagem para um ambiente", declara Egberto Nogueira, dono da galeria Imã e um dos organizadores do leilão. Além do mais, os leiloeiros oficiais serão Marco Bianchi e Paulo Bonfá, do programa Rock Gol, da MTV, com participações especiais de Eva Wilma, das apresentadoras Maria Cândida, Adriana de Castro e de Marina Person, o que já torna a noite divertida e surpreendente. Bar Maddá - Rua Mourato Coelho, 1.286, Vila Madalena. Segunda-feira, dia 25. A partir das 20h.
Sebastião Salgado/Divulgação
Rogério Assis/Divulgação
Zero Amarelo: mescla de movimento e cor. E a peça A Grande Onda em madeira, fibra de vidro e resina Goffrato, criada em homenagem a Takashi Fukushima.
Artaxo Pontudo, de Wolfenson (alto); Tigre, de Salgado (acima) e Televisão Imaginária, de Assis
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Tr i b u t o s Empresas Nacional Imóveis
DIÁRIO DO COMÉRCIO
ATA
20,5
DESEMPREGO SE MANTÉM ACIMA DE 2005
DESEMPREGO O CAI DE 10,7% PARA 10,6% EM AGOSTO Pesquisa mensal de desemprego do IBGE indica estagnação e dificuldades
sexta-feira, sábado e domingo, 22, 23 e 24 de setembro de 2006
d e s e m p re g o recuou ligeiramente em agosto, de 10,7% para 10,6%, mas não evitou que a taxa média dos oito primeiros meses do ano superasse a registrada em igual período de 2005, mostrou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ontem. Em relação a agosto do ano passado, quando a taxa estava em 9,4%, a elevação foi de 1,2 pontos percentuais. O IBGE ponderou que, com a ajuda do período eleitoral, houve alguns sinais de melhora do mercado de trabalho, com aumento dos ocupados, do emprego formal e da renda. Já os analistas ressaltaram que a criação de vagas está aquém do necessário. Jovens com mais de 11 anos de estudo e que não são res-
ponsáveis pelo sustento da família formam o perfil de quem procurou emprego no País em agosto. Estimulados pela melhoria nos indicadores de rendimento e formalidade, eles pressionaram o mercado de trabalho. A taxa, apurada nas seis principais regiões metropolitanas do País, permanece sem variação significativa há seis meses. Para Cimar Azeredo, gerente da pesquisa, o cenário "é muito favorável". Ele destacou que o que impede a queda na taxa de desemprego é a atual
fase do mercado, com maior formalidade e alta no rendimento. "O mercado está mais atrativo. Mais pessoas estão batendo na porta do mercado de trabalho", disse. O rendimento médio real dos trabalhadores chegou a R$ 1 036,20 em agosto, com alta
milhões de pessoas é o total da população ocupada no Brasil
de 0,7% ante julho e de 3,5% ante agosto do ano passado. Para Guilherme Maia, analista da Tendências Consultoria, o desemprego teria atingido um "ponto de equilíbrio" e só cairá após reformas estruturais, como a da legislação trabalhista. (Agências)
EXTRAVIO
DECLARAÇÃO DE EXTRAVIO DE NF - Ferreira Bentes Comércio de Medicamentos Ltda. CNPJ 72.955.891/0008-17, inscrição estadual 116.986.737.111 declara ter sido extraviada a Nota Fiscal em formulário contínuo de nº 669622 (em branco).
COMUNICADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: CONCORRÊNCIA nº 05/0439/06/01
A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação na modalidade Concorrência, do tipo Técnica e Preço, nº 05/0439/06/01, objetivando a PESQUISA PERIÓDICA DE PREÇOS UNITÁRIOS DE INSUMOS BÁSICOS PARA A TABELA DE PREÇOS FDE. CAPITAL SOCIAL MÍNIMO INTEGRALIZADO DE PARTICIPAÇÃO: R$ 90.666,00 (noventa mil, seiscentos e sessenta e seis reais) PRAZO DE VIGÊNCIA CONTRATUAL - 22 (vinte e dois) meses. ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) - às 10:00 horas do dia 07/11/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações ou através da internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 22/09/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 8:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável, pelo valor de R$ 50,00. O Edital completo através de cópias reprográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
DECLARAÇÃO DECLARAÇÃO A abaixo subscritora, tendo sido nomeada para compor a Diretoria da PETRA - Personal Trader Corretora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda., declara perante o Banco Central do Brasil que: I - preenche as condições estabelecidas no art. 2o da Resolução 3.041, de 28 de novembro de 2002, para o exercício do cargo para o qual foi nomeada; II - não participa da administração, conselho fiscal ou de qualquer outro órgão estatutário de empresa cujos títulos ou valores mobiliários sejam negociados em bolsas de valores e III assume integral responsabilidade pela fidelidade das declarações ora prestadas, ficando o Banco Central do Brasil desde já autorizado a delas fazer, nos limites legais e em juízo ou fora dele, o uso que lhe aprouver. Curitiba, 15 de setembro de 2006. Elisangela de Moura Silva Mattioli - CPF 183.685.698-93.
AVISO
SINDICATO DAS EMPRESAS DE SERVIÇOS CONTÁBEIS E DAS EMPRESAS DE ASSESSORAMENTO, PERÍCIAS, INFORMAÇÕES E PESQUISAS NO ESTADO DE SÃO PAULO – SESCON-SP ELEIÇÕES SINDICAIS – AVISO Em cumprimento ao disposto no inciso II do artigo 12 do Regulamento Eleitoral desta Entidade, comunico que foi registrada a chapa seguinte como concorrente à eleição da Diretoria Executiva, Conselho Fiscal e Delegados Representantes junto à Federação a que está filiada a Entidade, para o mandato de 01/01/2007 a 31/12/2009, a que se refere o edital de convocação publicado no dia 30/08/2006 no Diário Oficial do Estado/Caderno Empresarial e no Diário do Comércio/ Caderno Economia/Legais: DIRETORIA – EFETIVOS: Presidente: José Maria Chapina Alcazar, Vice-Presidente: Valdemar Lopes Armesto, Vice-Presidente Administrativo: Sérgio Approbato Machado Júnior, Vice-Presidente Financeiro: Humberto Sérgio Batella, Diretor Administrativo: Adalmo Coutinho, Diretor Financeiro: Nilton de Araújo Faria e Diretor Social: Salvador Strazzeri; SUPLENTES: Célia Regina de Castro, José Carlos Rodrigues, José Dini Filho, Júlio Augusto dos Reis, Márcio Massao Shimomoto, Terezinha Annéia, Valdemir Arnesi; CONSELHO FISCAL EFETIVOS: Irineu Thomé, Arthur Verna, Tikara Tanaami; SUPLENTES: Edeno Teodoro Tostes, Nelson de Jesus Ferreira e Antonio Palhares; DELEGAÇÃO FEDERATIVA - EFETIVOS: José Maria Chapina Alcazar e Antonio Marangon; SUPLENTES: Carlos José de Lima Castro e Aparecida Terezinha Falcão. Ainda comunico que, nos termos do Regulamento Eleitoral, o prazo para impugnação dos candidatos é de 5 (cinco) dias, a contar da data de publicação deste aviso. São Paulo, 22 de setembro de 2006. Antonio Marangon - Presidente
FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 21 de setembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:
Requerente: Indústrias Têxteis Sueco Ltda - Requerida: Indústria e Comércio Têxtil Erisul Ltda - Rua Júlio Conceição, 675 - 1ª Vara de Falências Requerente: Replas Comércio de Termoplásticos Ltda Requerida: FR Indústria Comércio Importação e Exportação Ltda - Rua Ibituruna, 484/490 - 1ª Vara de Falências Requerente: Replas Comércio de Termoplásticos Ltda Requerida: VPC Vânia Polímeros e Compostos Ltda Av. Guarapiranga, 291 - 1ª Vara de Falências Requerente: Tecelagem Guelfi Ltda - Requerida: Flix Indústria e Comércio de Roupas Ltda - Rua Maria Marcolina, 830 - 2ª Vara de Falências Requerente: Transit do Brasil Ltda - Requerido: Acossil Representação Ltda - Rua Artur de Azevedo, 1.063 2ª Vara de Falências Requerente: Asa Comercial Distribuidora Ltda - Requerido: Mercadinho Planalto do Sul Ltda - Rua Dona Belmira Marim, 1.390 - 2ª Vara de Falências Requerente: Marcelo Silva Massukado - Requerido: Granimar S/A Mármores e Granitos - Rua Alencar Araripe, 261 - 1ª Vara de Falências Requerente: Empreendimento Comercial Industrial Ecil Ltda - Requerido: Gilmar Souza de Oliveira Pescados - ME - Av Dr. Gastão Vidigal, 1.946 - 2ª Vara de Falências Requerente: MR Factoring Fomento Comercial Ltda - Requerido: CSBE Brasil Comércio Importação e Exportação Ltda - Av. Fagundes Filho, 1.118 - 1ª Vara de Falências RECUPERAÇÃO JUDICIAL Requerente: Empresa Cinematográfica Hawaí Ltda Requerida: Empresa Cinematográfica Hawaí Ltda Rodovia Raposo Tavares, km 14,5 - Shopping Raposo 2ª Vara de Falências
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Empresas Tr i b u t o s Nacional Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 A cidade de Franca produz 27 milhões de pares ao ano e emprega 14,6 mil pessoas.
PÓLO DE FRANCA DETÉM 760 INDÚSTRIAS
Fotos: Célio Messias/AE
Manifestantes queriam queimar mil pares de sapatos, mas acabaram queimando 25
CALÇADISTAS FAZEM PROTESTO Crise do setor revolta fabricantes e provoca manifestação e queima de sapatos
C
erca de 3 mil pessoas participaram de um protesto organizado pela indústria calçadista de Franca, a 400 quilômetros de São Paulo, que culminou com a queima de tênis e sapatos na praça central da cidade, um dos principais pólos de produção de calçados masculinos do País. Os empresários pretendiam queimar cerca de mil pares, que chegaram a ser amontoados no local do protesto, mas optaram por colocar fogo em 25 pares após pedido das autoridades ambientais. Outros 1,5 mil pares foram doados para entidades assistenciais e serão vendidos em uma feira beneficente. Os empresários da cidade criticam, principalmente, a desvalorização do dólar, que tira concorrência do produto nacional no exterior e incentiva a entrada de similares mais baratos chineses. "O principal problema é o dólar. Essa política do governo gerou a maior crise que eu vi em mais de 40 anos dentro do setor calçadista", disse Jorge Donadelli, presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de Franca (Sindifranca). A entidade irá encaminhar a todos os candidatos a cargos majoritários no Estado de São Paulo e no Brasil, a "Carta aberta de Franca", lida no protesto. Ca rta – No documento, os
Empresários vão doar calçados
empresários expõem a situação do setor calçadista em Franca. Com 760 fabricantes, 552 de pequeno porte, o pólo calçadista francano chegou a ter o dobro de indústrias e a empregar 35 mil pessoas nas décadas de 1970 e 1980. Dos 23,5 mil empregados no mesmo período do ano passado, restam 14,6 mil hoje, de acordo com dados do Sindifranca. São produzidos na cidade 27 milhões de pares, ou 73% da capacidade instalada de 37 milhões de pares por ano. A "Carta aberta de Franca" aponta qual seria a situação ideal para o setor e dá sugestões ao governo para atingi-la. Para o segmento, o dólar ideal, hoje em R$ 2,209, seria de pelo menos R$ 2,70. A indústria pede ainda o aumento da alíquo-
ta de exportação do couro para evitar que países concorrentes importem a matéria-prima mais barata e depois exportem o calçado pronto para o Brasil. O documento critica ainda a falta de atenção, por parte dos políticos, para reuniões solicitadas e a liberação dos créditos de exportação sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) recolhido. "Infelizmente, há uma boa promessa e um péssimo atendimento por parte dos governantes; estamos abandonados", disse Donadelli, ao lembrar que já reclamou da situação em reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan, e com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Trabalhadores que temem perder o emprego eram maioria no protesto. Entre eles estava Sandra Granero, funcionária há 23 anos da Calçados Frank e atualmente responsável por dar a notícia de demissão a vários colegas. "Eu trabalho no departamento de recursos humanos e, infelizmente, sou a pessoa que informa ao funcionário que a dispensa ocorre em virtude da falta de pedidos e da produção baixa", afirmou. "Na minha família, pelo menos 15 pessoas já perderam o emprego." (AE)
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Compor tamento Ambiente Urbanismo Polícia
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 Do Centro à Cidade Tiradentes gasta-se mais de duas horas. Com o Expresso, esse tempo será reduzido em uma hora. Ulrich Hoffmann, diretor presidente da SpTrans
ÔNIBUS LIGARÁ PARQUE D. PEDRO AO SACOMÃ
J.F.Diorio/AE
Fotos: Andrea Felizolla/Luz
Ó RBITA
PLANETÁRIO velho planetário do Parque do Ibirapuera, O inaugurado em 1957, no
Os dois trechos, que somam oito quilômetros e estão em fase final, consumiram cerca de R$ 700 milhões
Expresso Tiradentes: testes em dez dias O corredor de transporte terá dois trechos abertos ao público somente em janeiro Rejane Tamoto
O
Expresso Tiradentes, que já foi chamado de Paulistão e Fura Fila nas duas últimas gestões municipais, entra em fase de testes e manutenção em dez dias. O corredor de transporte, anunciado há dez anos, terá os trechos 1 e 2 (entre o Parque Dom Pedro II, no Centro, até o Terminal Sacomã, na zona Sul) abertos ao público somente em janeiro de 2007. Os dois trechos, que somam oito quilômetros, já consumiram cerca de R$ 700 milhões e terão, inicialmente, quatro estações: Parque Dom Pedro II, Ana Neri, Clube Atlético Ypiranga e rua do Grito e mais dois terminais: Sacomã e Mercado Municipal. Ao todo, a obra terá 32 km de extensão e ligará o Parque Dom Pedro II até a Cidade Tiradentes, na zona leste. De acordo com Ulrich Hoffmann, diretor presidente da São Paulo Transporte (SpTrans), a obra beneficiará cerca de 1,5 milhão de pessoas. "Hoje, do Centro até a Cidade Tiradentes o passageiro gasta mais de duas horas de viagem. Com o Expresso, esse tempo será reduzido em uma hora", disse. Na tarde de ontem, o diretor de projetos especiais da SpTrans, José Expedicto Prata, apresentou projetos para harmonizar o Expresso Tiradentes com o entorno, para que a obra não seja identificada ao Elevado Costa e Silva (Minhocão), na zona oeste da cidade.
O Expresso Tiradentes já foi chamado de Paulistão e Fura Fila
Pilares: iluminação e floreiras
Durante a apresentação, na sede da Associação Viva o Centro, Prata afirmou que uma requalificação urbana será feita nos dois primeiros trechos a serem inaugurados. Uma delas, sugere a demolição do viaduto Diário Popular, no Parque Dom Pedro II, a construção de um pontilhão e a integração do parque com o futuro Museu da
Criança, projeto da Prefeitura para aquela região. No trajeto do Expresso Tiradentes, Prata explicou que os pilares receberão iluminação e as canaletas se transformarão em floreiras. Segundo o diretor, um trecho de cinco quilômetros de canaletas, na avenida do Estado, estavam cheias de lixo. A idéia, que depende da adesão das subprefeituras e também do apoio da comunidade, é que crianças da rede pública de ensino façam o plantio de mudas nas floreiras. Além disso, o diretor apresentou um plano que prevê a instalação de bicicletários ao longo do trajeto do Expresso Tiradentes. Em alguns trechos, disse ele, há a previsão de ciclovias para que as pessoas acessem o transporte público de bicicleta. Um dos locais onde o projeto deve ser implementado é a estação Clube Atlético Ypiranga. "Ainda são projetos e não há prazo para entrega", disse.
aniversário da cidade, volta à ativa hoje, renovado e reformado. A nova versão do planetário é tida como uma das mais modernas do continente. O local estava fechado desde dezembro de 1999, pois o edifício apresentava problemas estruturais e corria o risco de desabar. As estrelas serão vistas por meio do projetor alemão StarMaster ZMP, fabricado pela empresa de produtos óticos Carl Zeiss, e que chegou ao Brasil em maio. Desde então foi montado e vem passando por testes.
PÉ E ÚTERO dona de casa Adriana Perote de Oliveira, prima do vereador em Sorocaba Francisco Jesus Perotti (PV), foi à Santa Casa da cidade operar o pé e acabou com o útero cauterizado. O caso ocorreu na segunda-feira. Ela quebrou o tornozelo e o médico disse era necessário operar. No dia marcado, ela foi ao hospital e foi confundida com outra Adriana de Oliveira, que tinha uma cirurgia de cauterização marcada, mas não apareceu. De acordo com a médica oncoginecologista responsável pela operação, quando a dona de casa chegou, ela perguntou sobre as feridas. C uriosamente, a prima do vereador também tinha o problema.
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CIDADÃO jornalista Ricardo Viveiros receberá da O Câmara, na segunda-feira, o título de Cidadão Paulistano. Também será homenageado pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e pela Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom), pelos seus 40 anos de atuação profissional. Ganhador duas vezes do Prêmio Esso, Viveiros chegou a ser roteirista e diretor de documentários de sucesso. Hoje é um empreendedor na área de comunicação dirigindo a Ricardo Viveiros Oficina de Comunicação, que fundou em 1987, uma das maiores do ranking do setor. É autor de 15 livros e integra o conselho editorial de inúmeras publicações.
Ayrton Vignola/Folha Imagem
INFORME PUBLICITÁRIO
FUTEBOL NO VIADUTO - Sob o viaduto do Chá, em pleno Centro da capital paulista, um grupo de garis aproveita alguns minutos de folga para jogar bola em um campo de futebol montado no local. Moradores de rua também participaram da partida improvisada na manhã de ontem. No local serão promovidos campeonatos de futebol. Ainda não há uma programação estabelecida.
Liliana, mãe de Carla, mostra fitas com ameaças contra sua filha
Enfarte apressou a morte do coronel Ubiratan
U
m enfarte apressou a morte do coronel e deputado estadual Ubiratan Guimarães. A bala que perfurou o abdome do policial quando este se levantava do sofá de seu apartamento atingiu uma artéria, provocando hemorragia e o enfarte. Isso impediu qualquer possibilidade de o coronel pedir ajuda. O fato foi constatado pelos peritos do Instituto Médico-Legal (IML), que pretendiam enviar na noite de ontem o laudo ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso. Ubiratan foi morto no dia 9, um sábado, em seu apartamento, nos Jardins. Os policiais agora esperam os laudos do Instituto de Criminalística (IC), entre eles os que procuram vestígios de disparo de arma de fogo em roupas da advogada Carla Prinzivalli Cepollina, de 40 anos, a principal suspeita do crime para a família de Ubiratan. Ela seria namorada do coronel. Por enquanto, o IC só concluiu o laudo sobre os telefones celulares de Carla, Ubiratan e da mãe da suspeita, a advogada Liliana Prinzivalli. Com isso, a polícia conseguiu provas de que, de fato, o coronel Ubirantan recebeu os telefonemas da delegada da Polícia Federal Renata Madi. Os telefonemas de Renata teriam causado uma crise de ciúmes em Carla. Segundo o advogado da família de Ubiratan, Vicente Cascione, Carla e o coronel estava separados. O deputado já estava namorando a delegada quando se encontrou com a advogada no sábado de sua morte. Carla negou o fim do romance e se diz inocente.
Tiro – A mãe de Carla disse ontem que irá sugerir à Polícia que seja disparado um tiro de calibre 38 dentro do apartamento do coronel ou em algum outro do prédio onde ele morava para verificar se os vizinhos ouvem o disparo. Liliana disse que viu os depoimentos que foram dados até agora no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP, e disse estranhar que nenhum vizinho que ouviu barulho semelhante a um disparo tenha procurado a portaria do edifício para saber o que houve. De acordo com ela, três vizinhos disseram à polícia que ouviram um barulho na noite do crime - dois deles acharam que se tratava de uma batida de porta, outro acreditou que fossem jornais que foram jogados atrás de uma porta. Liliana afirmou ainda que irá contratar um advogado para cuidar do caso, mas não disse o nome do profissional. Porteiros – Porteiros do prédio onde morava o coronel contradizem a versão de Carla para o horário de sua saída do edifício no dia da morte. Eles afirmam que a advogada teria saído do local entre 22h30 e 23h. Ela garante que deixou a casa por volta das 20h30. Um dos porteiros diz que quando deixou o trabalho, às 21h40, a advogada ainda estava no edifício e seu carro, um Astra preto, permanecia na garagem. Outro porteiro, do turno da noite, confirma a versão. Os horários apontados pelos porteiros não batem, no entanto, o vídeo apreendido pela polícia que mostra que Carla chegou ao prédio onde mora, no Campo Belo, às 21h06 do dia do crime. (Agências)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
sexta-feira, sábado e domingo, 22, 23 e 24 de setembro de 2006
LENTE DE
AUMENTO
O VAIVÉM
A
volatilidade das intenções de voto segundo sexo, renda, instrução e região dos eleitores em 1994, 1998, 2002 e 2006 foi analisada na Carta Política 32, de 8 de agosto, com base nas pesquisas disponíveis até o início do horário eleitoral gratuito. O único segmento que provou ser consistentemente volátil foram os eleitores de baixa renda (menos de 5 salários mínimos mensais). Atribuiu-se isso à maior sugestionabilidade do eleitor mais pobre à propaganda eleitoral. O exercício foi refeito para 2006, mas separando os dados coligidos antes e depois do início do horário eleitoral. Os resultados contrariaram a tese anterior.
ocorreu nem uma coisa nem outra. O que os números mostram é que, após o início do horário eleitoral, os eleitores de classe média estão se comportando de forma mais errática do que os eleitores mais pobres. Uma explicação possível pode ser a maior sensibilidade da classe média ao tema da corrupção. Como a propaganda eleitoral de Alckmin começou muito moderada, esse eleitor pode ter se desencantado. Mas, à medida em que ele passou a criticar o governo Lula e a mencionar os escândalos, a classe média voltou a se identificar com sua candidatura. Há outros resultados interessantes. Antes da
Evandro Monteiro/Digna Imagem
O eleitor de classe média pode mudar novamente de opinião antes de votar
Após o início da propaganda eleitoral, quem se comportou de forma mais errática foi o eleitor de maior renda e escolaridade. Trata-se, no mínimo, de um alerta contra o uso indiscriminado da tese da “pedra no lago”, segundo a qual a formação da opinião pública ocorre em ondas que se ampliam a partir de um núcleo constituído pelos “formadores de opinião". A evidente assimetria entre as intenções de voto em Lula e Alckmin ao longo do gradiente de renda e escolaridade já havia levado vários analistas políticos a questionarem essa tese. Alguns chegaram a flertar com noção de que o processo de persuasão estaria ocorrendo ao inverso, com os eleitores de classe média sendo influenciados pelos mais pobres, francamente favoráveis a Lula. Provavelmente não E
propaganda eleitoral, o eleitor do sudeste era o mais errático em relação a Lula. Entre dezembro de 2005 e 12 de setembro, Lula subiu 18 pontos na região. Após o início do horário eleitoral, a volatilidade do eleitorado de Lula permaneceu a mesma, independentemente da região. Em relação a Alckmin, a região Sul, inicialmente a mais volátil, tornou-se a mais estável após o início do horário eleitoral. Nessa região, Alckmin subiu 15 pontos desde dezembro. O eleitor de classe média pode mudar novamente de opinião antes de ir às urnas. Segundo, os eleitores de menor renda (80% do total) e com educação fundamental (54%) parecem pouco propensos a alterar sua intenção de votar em Lula. TRECHOS DA CARTA POLÍTICA DA MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR
leitor de menor renda deve votar em Lula
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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Céllus
DA CLASSE MÉDIA
JOÃO DE SCANTIMBURGO
E Muda Brasil ou mudem-se os políticos? P
MPRESA E CULTURA
BENEDICTO FERRI DE BARROS
M
iram alvo errado as advertências e exortações que se dirigem ao eleitorado - isto é, ao povo brasileiro que vota - para que vote com maior discernimento e critério nas eleições de daqui a pouco. Não é o povo brasileiro que vota mal e erradamente escolhendo maus políticos. São maus políticos que fazem tudo para ocultar sua incompetência, sua irresponsabilidade, seus erros e até seus crimes, para vencer eleições e em nome de uma democracia conspurcada, permanecerem no poder, onde se apodrecem mas se enriquecem, apoderando-se sempre, e cada vez mais, de recursos do povo em benefício próprio e da camarilha de seus próceres e afiliados, os mais insignificantes, despreparados e desonestos. A exortação "muda Brasil" dirigida ao eleitorado pelos chefões da política brasileira (e de certa maneira ingênua e honestamente encampada e endossada por figuras e setores sadios e sinceros da verdadeira elite nacional) não é só uma apropriação indébita do que o eleitorado sabe, quer e tem expresso em todas as eleições, desde Jânio e Collor, e Lula repetiu. A proposta além de falsa é inviável, pois dependeria de que o povo fosse capaz de descobrir a verdade no emaranhado oceânico de tolices, mentiras e maracutaias que as campanhas despejam sobre ele. O caso do dossiê Vedoin é apenas o repeteco do mesmo paradigma. Vamos por partes. Lula também foi eleito pela promessa jurada de mudar tudo o que aqui estava, a mesma de seus predecessores. E em todos esses casos, o que mudou? Todos meteram mais a fundo a mão nos recursos do povo e da Nação e mudaram sua situação pessoal e a de seus apaniguados. Mudaram eles, o que aí estava piorou. Pioraram os erros, as fraudes, os escândalos. Jânio, um pobretão, legou uma fortuna, Lula em menos de 4 anos amealhou mais de R$ 800 mi.
Vamos por partes. Esse é o primeiro resultado. Vamos ao segundo. Não há nada que exiba com maior clareza a obscuridade das campanhas do que as mentiras nelas veiculadas e as omissões nelas cometidas – salvo as maracutaias em que se envolve e se deixam envolver o Presidente Inácio e seus cupinchas. E nisto o affaire Vedoin é um repeteco nauseante do método de desgoverno Lula-petista. Sem exceção, os protagonistas da montagem do dossiê e sua negociação são petistas que se originam desde remotos rincões do interior do País e sobem até as mais íntimas culminâncias do partido e do Palácio, alcançando ninguém menos que Berzoini, presidente do PT e coordenador de sua reeleição, e descem até um tal Bargas, organizador do programa de governo e casado com a secretária pessoal de Lula; e ainda mais abaixo, até seus quintais e porões, na pessoa de um tal Lorenzetti, que é seu churrasqueiro.
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ra, e o que se vê num horário eleitoral que ninguém vê e só por distração e acaso vi? O presumível beneficiário do esquema que, repudiando-o publicamente, faz questão, entretanto, de que seu conteúdo seja divulgado, isto é, que se espalhe para o povão as montagens feitas por seus fabricantes. Ao mesmo tempo o ministro da Justiça declara impublicáveis certos elementos da investigação, mas não por decisão sua. Lula decapita Berzoini e Mercadante o comunicador de sua campanha. Como no Terror da Revolução Francesa, o próprio Robespierre ignora ser o próximo a ser guilhotinado. Como se quer que o povo entenda essas coisas se os melhor informados e esclarecidos não as percebem ou rejeitam, e o próprio Lula, como sempre, de nada sabe, nem é responsável pelas maracutais dos companheiros que escolheu e das pessoas que integram a intimidade de sua vida pessoal?
N ão é o povo que escolhe mal. São maus políticos escondendo erros e crimes.
Carta aberta aos futuros mandatários JORGE DONADELLI
A
política cambial é devastadora e precisa ser mudada. Instável, ela confunde os produtores. Quem importa teme que o dólar suba e calcula para cima; e quem exporta faz o contrário. Quem faz um negócio de exportação, calcula um câmbio a R$ 2,20 e, se no dia do recebimento esse câmbio estiver a R$ 2,10, o prejuízo é grande. Ao importador é o contrário: ele tem a segurança de poder não fazer negócio com prejuízo. Em uma concorrência acirrada, como vivemos, não há margens para uma negociação mais segura. Por parte do governo, o sistema de devolução dos créditos de exportação afronta o direito e submete os exportadores a verdadeiros castigos. Os impostos a que têm direitos os exportadores já foram pagos por seus fornecedores e cobrados em nota fiscal. No entanto, o sistema arrecadador que deveria pagar esses valores à vista e sem burocracia, exige todo tipo de certidões negativas. O dólar estagnado, com tendência de baixa, somada às dificuldades que se enfrenta com a globalização e os preços internacionais, arrebatam qualquer criatividade ou iniciativa do produtor calçadista. A inflação, por menor que seja, reajusta os salários e os produtos sazonais, como o couro. Os bancos só conferem créditos aos produtores que apresentam bom desempenho no ano em curso e no último exercício, que não tenham alto grau de endividamento e que portem CNDs de todos os órgãos arrecadadores. É preciso ser herói para pagar em dia os compromissos, tomando prejuízo com as cambiais. O empresário precisa contar com um financiamento que o ampare em situações mais adversas, para que possa sair do prejuízo e endividamento. As lideranças sindicais precisam
ter atendimento sério, objetivo e rápido junto aos órgãos governamentais. O empresário não pode ir ao governo e ser atendido, ainda que bem, para voltar com promessas evasivas e aguardar sem solução por seis meses, um ano. As cidades produtoras de calçados são cidades sem grandes riquezas, porém sem miséria. Não temos favelas e quase não se vê pedintes nas ruas. Em tempos normais, não há desemprego e apesar da violência que assola todo o Brasil, nossas cidades têm o menor índice de criminalidade. Isto porque a indústria calçadista é essencialmente artesanal, abundante geradora de empregos e generosa na distribuição de rendas. Enquanto outras indústrias fazem grandes alardes para demitir dois mil funcionários e o governo às socorre, nosso parque está se desmoronando. A cidade de Franca, em dois anos, já perdeu mais de 10 mil funcionários e nossas co-irmãs (Jaú, Birigüi e Santa Cruz das Palmeiras), seguem o mesmo ritmo.
Q
ueremos que os deputados, da esfera estadual ou federal, estejam atentos às nossas causas, que os senadores não nos ignore, que o governador do Estado de São Paulo mande para Assembléia Legislativa projetos de leis que contemplem nosso setor. Que o presidente, lá do palácio, mande seus ministros ouvir nossos pleitos. Ouvir e definir! Assim, nossa indústria voltará a produzir, a buscar divisas no exterior, a contratar e pagar impostos, taxas e pedágios. Nossas cidades voltarão a ter esperanças em um futuro que, agora, está sombrio. JORGE DONADELLI É PRESIDENTE DO SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE CALÇADOS DE FRANCA
A indústria calçadista de São Paulo está desmoronando
arto do princípio de que empresa é uma forma de cultura. Acompanho a linha de classificação da grande, média, pequena e mesmo as micro empresas, cada qual com sua personalidade, com sua edificação e com o seu fastígio. O que vamos fazer agora é juntar ainda mais a empresa ao órgão cultural, e à cultura propriamente dita, oferecida pelo Estado através de uma Lei: a Lei Rouanet. Várias empresas já têm seu departamento cultural, outras estão organizando esta novidade plausível, levando-nos a ver no futuro uma expansão cultural significativa. Um grande acontecimento a respeito vem do Grupo Votorantim e outro vem da Associação Comercial de São Paulo, uma empresa e uma organização empresarial submetida a várias formalidades empresariais conquistadas em sua longa carreira de serviços à comunidade. O Grupo Votorantim está utilizando os benefícios da lei com o intuito de permitir a aplicação de verbas polpudas no setor cultural, dinamizando o desenvolvimento cultural e o da economia nacional. Falando agora da Associação Comercial de São Paulo, seu presidente, Alencar Burti, assinou com o presidente da Academia Paulista de Letras, Ives Gandra da Silva Martins, um convênio de parceria cultural, executado desde o último sábado. O concorrido encontro aconteceu no grande Salão de Atos da Academia, que foi ocupado por um seleto auditório.
A
ssim, uma associação empresarial e uma grande empresa entram no campo cultural com disposição garantida por um processo prévio para a consumação cultural, que se fará objetiva e ampla, no sentido de se desenvolverem conforme parâmetros minuciosamente estudados. A empresa e a cultura se juntam, assim, para a grandeza da Nação. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Empresas e
associações devem se preocupar com o desenvolvimento cultural do País
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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
PIB DA AGROPECUÁRIA TEM QUEDA DE 1,88%
SITUAÇÃO DA AGRICULTURA PIORA NO 1º SEMESTRE
sexta-feira, sábado e domingo, 22, 23 e 24 de setembro de 2006
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mil toneladas de carne de frango foram exportadas pelo Brasil em agosto, segundo a Abef.
Gilberto Abelha/Jornal de Londrina
Fraco desempenho da pecuária reduz PIB do setor
O
s baixos preços pa- de matrizes ao longo do períogos aos produtores do de crise. De ciclos mais currurais pelos pro- tos, as carnes suína e de frango dutos agrícolas e readequaram a oferta à depecuários foram a principal manda do mercado mais rapicausa da queda de 1,88% no damente, o que reajusta os preProduto Interno Bruto (PIB), ços ao produtor. O mesmo não verificada no fim do primeiro ocorrerá com a agricultura. "O semestre do ano. A maior re- reajuste de preços na agricultração ocorreu na pecuária, tura somente começará a ser com redução acumulada de captado na próxima safra", disse Ricardo Cotta. 2,41%, de janeiro a junho. O PIB da agricultura teve reSeguindo esta tendência, o dução de 1,46% PIB anual da no primeiro sea g r o p e c u á r i a Fabio Pozzebom/ABr mestre do ano. terá uma reduOs preços méção de R$ 5,7 bidios reais caílhões, caindo de ram 3,29%, enR $ 1 5 3 , 0 4 b iquanto a prolhões, em 2005, dução física para R$ 146,34 cresceu 1,89%. bilhões, em 2006, Segundo Cotta, com redução de em busca de 3,72% na renda preços melhodos produtores, res para o próxisegundo dados ma safra, o proda Confederadutor poderá ção da Agriculredirecionar tura e Pecuária Há previsão de reação sua intenção de do Brasil (CNA) nos preços das carnes plantio. "Ocore Centro de Esture r á u m a m edos Avançados no segundo semestre, nor utilização e m E c o n o m i a o que poderá de tecnologia e A p l i c a d a d a minimizar a queda do área, além de alUniversidade de PIB da agropecuária gumas substiSão Paulo (Cetuições de lapea/USP) divul- este ano. Ricardo Cotta, CNA voura por pegados ontem. cuária e de soja A redução dos por algodão, na preços médios pecuários chegou a 4,16%, en- região de cerrado", afirmou o quanto a produção física au- superintendente da CNA. Os aumentos nos custos de mentou 1,83%. No entanto, segundo o superintendente téc- produção nesta safra e a redunico da CNA, Ricardo Cotta, ção da receita obtida pelos pro"há previsão de reação dos pre- dutores resultam em menor ços das carnes no segundo se- rentabilidade da atividade. mestre, o que poderá minimi- Mas, para Ricardo Cotta, os rezar a queda do PIB da pecuária flexos da queda da receita só serão melhor percebidos no até o final do ano". Os preços pagos ao produtor ano que vem. O primeiro impelo boi gordo reagiram recen- pacto será a substituição de temente por força da redução culturas ou até mesmo reduda oferta do produto no merca- ção da área plantada e do uso do, após um aumento no abate de tecnologia. (AG)
Pagamento de cota-extra nas exportações do produto para o mercado europeu pode elevar o preço do produto brasileiro em 50%
Indústria de frangos ganha fôlego Após seis meses de vendas em queda, País elevou as exportações do produto em 12,7% em agosto
A
pós seis meses seguidos de vendas em retração, o Brasil aumentou em 12,7% as exportações de frango em agosto em relação ao mesmo mês de 2005. Foram exportadas 299 mil toneladas de carne de frango. Anteriormente, as vendas oscilavam entre 215 mil toneladas e 261 mil toneladas. A explicação para esse bom resultado, segundo o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef), Ricardo Gonçalves, é o incremento dos embarques para o Oriente Médio por causa do Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos, que este ano tem início no próximo domingo. Agosto obteve o segundo melhor resultado de 2006 – o primeiro foi janeiro, com incremento de 13,93% das vendas em toneladas – , mas o crescimento não deve ser mantido até dezembro. "Não estamos exportando no mesmo ritmo. As vendas de setembro já apresentam retração. Apesar de a gripe aviária estar controlada no mundo, ela ainda influencia o consu-
mo", disse Gonçalves. As exportações geraram receita de US$ 339,3 milhões, uma pequena valorização de 0,42% em comparação a agosto de 2005. Embora os embarques tenham aumentado em agosto, o volume entre janeiro e agosto de 2006 somou 1,725 milhão de toneladas e é 8,1% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado. Cortes – As vendas de cortes de frango aumentaram em 4,19% em relação a agosto de 2005, somando 169.883 toneladas. A receita foi 7,17% inferior e ficou em US$ 201,334 milhões. No ano, as vendas registraram decréscimo de 6,32%, para 1,061 milhão de toneladas. A receita baixou 8,13%, para US$ 1,281 milhão.
Já as exportações de frango inteiro, em agosto, cresceram 25%, para 115 mil toneladas. O faturamento foi 8,57% superior, somando US$ 109 milhões. Já nos primeiros oito meses deste ano, as vendas ao exterior caíram 15,28% em volume, para 587 mil toneladas e 17,36%, em valor, para US$ 556,882 milhões. O Brasil exportou em agosto 13.405 toneladas de frangos processados, que correspondem a uma expansão de 37,15%. Em termos de receita o aumento foi de 40,73%, para US$ 28,840 milhões. De janeiro a agosto, as exportações somaram 76,8 mil toneladas, com alta de 47,78%. O volume financeiro subiu 55,88%, US$ 171,4 milhões. Cota – Exportadores do setor de frango do Brasil e Tai-
lândia negociam, na próxima terça-feira, em Genebra, com representantes da União Européia cota compensatória para as vendas da ave. Os europeus querem ampliar as tarifas de importação e, com isso, restringir a entrada de frango no mercado europeu. A União Européia quer que, sobre as vendas à Europa que ultrapassarem as cotas, incidam tarifas entre 1.024 euros e 1.300 euros por tonelada, mais 380 euros a 450 euros por tonelada. A cota é de 7,1 mil toneladas por ano de frango congelado. Entre janeiro e agosto de 2006, o País enviou 355 mil toneladas para o mercado europeu. Atualmente, os exportadores já pagam 8,5% sobre a carne de peru industrializada, 10,9% sobre a carne de frango industrializada e 15,4% no frango salgado. Caso seja cobrada a chamada extra-cota, o preço do produto brasileiro ficará cerca de 50% mais alto. Segundo o presidente da Abef, 6,5% do frango processado pela União Européia é proveniente de importações. Adriana David
CNI reduz projeção do PIB para 2006
CONJUNTURA
Analistas econômicos e empresários temem alta de gastos públicos
A
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tembro. "Só não vai mais por causa de fatores políticos", disse um industrial, acrescentando que a elevada carga tributária tem barrado os investimentos nesse setor. Eletrodomésticos – Enquanto a linha branca (composta por geladeiras, fogões, máquinas de lavar e aparelhos de microondas) cresce lentamente, a linha marrom – televisores, áudio e vídeo – registra retomada dos negócios. As farmácias não podem dizer o mesmo. Seu representante lamentou que os preços dos remédios foram majorados ao longo deste ano, acima da evolução do faturamento, de 5%. "Estamos mantendo as vendas na média registrada em 2005", afirmou. No setor de material esportivo, não há perspectivas de crescimento este ano. A agricultura, segundo um destacado líder, continua bem apenas no Estado de São Paulo, e desarticulada no País. Para ele, a solução dos problemas fundamentais do campo está apenas sendo "empurrados com a barriga".
Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou ontem, para baixo, sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2006. A estimativa feita em 27 de abril, de 3,7% de alta ante 2005, foi reduzida para 2,9%. O PIB industrial também teve a projeção de crescimento recalculada: dos 5% de alta revistos em abril, passou para 3,5%. Segundo o boletim "Informe Conjuntural", divulgado ontem pela entidade, fatores como carga tributária excessiva, gastos públicos elevados, juros altos e real valorizado ante o dólar sufocam a atividade econômica no País. A CNI argumenta que o entrave para um crescimento vigoroso é o aumento contínuo dos gastos públicos, que para se sustentar precisam de uma quantidade de impostos muito alta, ou seja, uma retirada cada vez maior de recursos da população e dos setores produtivos. A carga tributária de quase 40% do PIB restringe o investimento, motor do crescimento econômico.
A formação bruta de capital fixo recuou 2,2% no segundo trimestre em relação ao primeiro, fazendo com que a participação do investimento no PIB deste ano seja de apenas 0,8 ponto percentual, metade do alcançado em 2006. Outra causa desse fenômeno são os altos juros reais, ainda na casa de dois dígitos ao ano. A CNI acredita, porém, que os juros reais devem cair no decorrer dos últimos meses do ano. Assim como os juros tendem a cair, a inflação ficará estável até o fim de 2006, mantendo os estímulos ao consumo, principalmente de famílias, que deverá crescer 4,3% em 2006 na comparação com 2005. Essa demanda interna manterá as importações aquecidas. As compras no exterior deverão crescer 15,5% neste ano ante o ano passado, inclusive por conta da valorização do real frente ao dólar. A alta cotação da moeda nacional coloca um pé no freio das exportações, que deverão crescer 2,5% no volume de vendas de bens e serviços neste ano ante o ano passado. (AG)
economia continua andando de lado, sem projeções para melhora ou piora acentuada. O que mais preocupa os empresários e economistas, no entanto, é o aumento dos gastos públicos registrado este ano, que poderá exigir duros ajustes nos rumos da economia do País em 2007. Sem isso, o Brasil poderá continuar repetindo baixos níveis de crescimento. Mas o complicador, nesse caso, é que uma possível reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não encontrará um ambiente político favorável para adoção de medidas de correção de curso ou implementação das reformas que possam ajudar o País a voltar a crescer acima dos 2,9% a 3,5%, no máximo, projetados para este ano. Esse foi o consenso entre os participantes da reunião de conjuntura de ontem na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), integrada por líderes empresariais e intelectuais da área econômica e financeira. Para a maioria deles, o quadro poderá se agra-
var no Brasil em 2007, pois há sinais de uma desaceleração da economia mundial detectada, desde já, numa queda dos preços das commodities no mercado internacional. Enquanto as maiores dúvidas dos empresários se concentram no desenrolar do processo político sucessório e seus desdobramentos no futuro da política econômica a ser adotada a partir de 2 de janeiro de 2007, no curto e médio prazos, no entanto, os juros ainda altos e o dólar desvalorizado continuam a segurar a inflação e a manter a economia "morna" até o final de 2006. Setoriais – Os dados apresentados durante o encontro mostram que a produção industrial avança lentamente e as vendas ainda são mantidas pela expansão do crédito e pelas compras de menor valor. Em setembro, por exemplo, as consultas ao UseCheque (que registra o movimento das vendas à vista), da ACSP, avançaram 5%, enquanto as do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC ), que contabiliza as compras a prazo, subiram 3%.
Nos depoimentos setoriais os hiper e supermercados, por exemplo, contabilizaram uma queda de 0,61% no faturamento de agosto e um crescimento nominal acumulado neste ano de 4,9% que, descontada a inflação, deverá resultar num crescimento próximo de zero este ano. O setor têxtil está dividido. O de embalagens registra crescimento puxado pelo aumento nas exportações de suínos, colchões, móveis e estofados. Já a industria têxtil continua amargando a concorrência dos produtos chineses, que já representam 59,4% das importações do setor, informou um líder do ramo. Apesar disso, as indústrias abriram 3 mil novas vagas desde o início do ano. Um líder do setor de colchões relatou que as vendas cresceram cerca de 10% de janeiro a agosto, com avanço na venda dos colchões de mola, normalmente, mais caros do que os de espuma. O setor de móveis vendeu 6% a mais em agosto passado, em comparação a julho, e promete seguir aquecido em se-
Sergio Leopoldo Rodrigues
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m quase seis horas de depoimento à Polícia Federal de Cuiabá, o empresário Luiz Antonio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas, frustrou as expectativas dos investigadores da operação de compra do dossiê contra os candidatos do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, e à Presidência, Geraldo Alckmin. Segundo agentes que o interrogaram, Vedoin negou que tenha negociado o material com integrante da cúpula do PT e disse não saber a origem do dinheiro (R$ 1,7 milhão) que seria usado na compra das fotos e vídeos que envolveriam tucanos e deputados do PP com as fraudes da quadrilha. Os delegados responsáveis pela investigação acreditam que Vedoin tem informações preciosas da negociata. Em dois depoimentos à Polícia Federal (PF), o empresário petista Valdebran Padilha da Silva, preso com R$ 1 milhão que seria entregue a Vedoin, envolveu pelo menos dois integrantes do comitê de campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na operação: Expedito Afonso Veloso, ex-diretor de gestão de risco do Banco do Brasil; e Jorge Lorenzetti, chefe da área de inteligência da campanha e churrasqueiro pessoal de Lula. Só vou Fitas – Diálogos interceptaentregar dos pela PF com (o dossiê) autorização da a hora que Justiça, no enentregar o tanto, revelam negócio que o PT teria (dinheiro) mobilizado pelo m e n o s 11 p e saí. soas diretamenLuiz Vedoin t e , s e i s d e l a s identificadas, na operação. Eles caíram na armadilha ao se comunicarem com Vedoin. À medida que se aproximava a data da troca do dossiê com o dinheiro, os telefonemas intensificaram-se. Os diálogos do dia 14, véspera da prisão do grupo, ocorreram em ritmo frenético. Só com Valdebran Padilha, Vedoin falou 17 vezes apenas pelo telefone de número (65) 9208-6507. No momento mais tenso, Padilha informa ter recebido a parte combinada do pagamento – "o negócio já está rodando" – e reclama que faltaram coisas importantes no material prometido por Vedoin. " O que está acontecendo? Ficou faltando vocês entregarem um material aí (...) diz que é aquela fita bruta que aparece você não sei com quem. Entrega logo esse trem aí, cara. Detalhes – Duro na negociação, Luiz Antonio Vedoin responde que só entrega depois de ver a cor do dinheiro todo: "Meu amigo, só vou entregar a hora que entregar o negócio aí. Chega! Não vou mais fazer papel de palhaço". O petista o tranqüiliza quanto ao restante do dinheiro: " Eu tô com o cara aqui e ele tá com o negócio. Estamos aqui juntos. Aquela outra parte, já guardei onde tinha de guardar (no cofre do hotel). A outra parte dá aqui com ele. Daí entrega esse trem!", insiste. Mas o empresário alega que, no dia anterior, outro petista havia prometido antecipar parte do dinheiro e não o fizera. Nas conversas seguintes, eles fecharam negócio e Vedoin avisou que o tio, Paulo Roberto Dalcol Vedoin, seguiria para São Paulo no dia seguinte, em vôo da TAM, para levar o resto do material e receber parte do dinheiro. Dalcol Vedoin foi preso no Aeroporto Internacional de Cuiabá. Pelos diálogos, a PF constatou que, posto em liberdade graças ao acordo de delação premiada, Antonio Vedoin, passou a cobrar propina para silenciar em relação a alguns acusados. (Agências)
Congresso Planalto Polícia Federal CPI
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A PF sabe (a origem do dinheiro), mas está segurando para ganhar tempo até a eleição. Cid Benjamin (PSol-RJ)
DONO DA PLANAM DEPÕE SOBRE DOSSIÊ
José Cruz/ Abr
LUIZ ANTONIO VEDOIN ESCONDE INFORMAÇÕES Diálogos gravados pela Polícia Federal com autorização da Justiça comprovam que Vedoin estava negociando com 11 petistas a venda do dossiê. O empresário nega. Beto Barata /AE
Luiz Marinho, ministro do Trabalho.
MARINHO NEGA REPASSE DE R$ 18,5 MI PARA UNITRABALHO
O
Luiz Antonio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas, nega a tentativa de venda do dossiê contra candidatos tucanos. Gravações desmentem.
ALCKMIN SOBE EM DUAS PESQUISAS
A
primeira pesquisa divulgada depois da eclosão do escândalo da compra do dossiê contra o candidatos tucanos ao governo do estado de São Paulo, José Serra, e à Presidência, Geraldo Alckmin, mostra uma oscilação dos dois principais presidenciáveis, dentro da margem de erro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda venceria no 1º turno, com 49% — um ponto percentual a menos do que registrava na consulta anterior —, de acordo com a pesquisa Ibope/TV Globo, de ontem.
O tucano alcançou a sua mais alta pontuação em uma pesquisa Ibope (30%) e estreitou um pouco mais a folga de Lula, que era de 15 pontos na última semana de agosto, chegou a 10 pontos na pesquisa de dia 8 de setembro, oscilou para 9 pontos no dia 15 e agora caiu para 7 pontos. Para haver um 2º turno Lula tem de perder 7 pontos, os adversários ganharem 7 ou descontarem 3,5 pontos do presidente. Na contagem dos votos válidos, Lula caiu de 55% para 54% e Alckmin subiu de 31% para 33%.
A candidata do PSol, Heloísa Helena, ficou com 9%, e o candidato do PDT, Cristovam Buarque, passou de 1% para 2%. Os demais ficaram com 1% ou menos. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. Avaliação– Sobre a avaliação do governo, 43% consideraram bom ou ótimo, ante 46% da pesquisa anterior, 37% disseram que o governo era regular, ante 35%. Os que consideraram o governo ruim ou péssimo foram 19%. A aprovação passou de 59% para 58% e cresceu de 34% para 36% os que não aprovam o governo.
Registrada no TSE sob o protocolo nº 18052/2006, a sondagem foi realizada nos dias 17 e 21 de setembro, com 3.010 eleitores de 203 municípios. Vox Populi – Pesquisa Vox Populi, também divulgada ontem, aponta que Lula subiu de 50% para 51% e Alckmin de 25% para 27%. Heloísa caiu de 9% para 6%. Cristovam passou de 2% para 1%. Realizada nos dias 16 e 19 de setembro, com 2.000 eleitores, a pesquisa tem 2 pontos de margem de erro. E foi registrada no TSE sob o nº 18063/2006, contratada pela Editora Confiança. (AE)
PF FAZ SILÊNCIO SOBRE DINHEIRO Deputado do PSol do Rio e jornalista cobram informações sobre as contas dos correntistas do dossiê.
U
ma semana depois que o caso do dossiê contra os tucanos veio à tona ainda não se sabe a origem dos depósitos bancários nem quem são os correntistas em cujas contas o dinheiro envolvido na transação foi depositado. Por isso, o deputado Chico Alencar (PSol) e o jornalista Cid Benjamin (PSol-RJ), candidatos a deputado, acusaram ontem a Polícia Federal (PF) de omitir o nome dos titulares das contas por interesse eleitoral. "É muito fácil descobrir que contas são essas e quem sacou esse dinheiro; a polícia só não
descobre se não quiser", disse Chico Alencar. "A PF sabe, mas está segurando para ganhar tempo até a eleição", concluiu Benjamin. Para o deputado, é quase impossível que o dinheiro tenha saído da capital fluminense sem o conhecimento do Diretório Estadual do PT. Chico Alencar também disse acreditar que os recursos tenham sido levantados com deputados do partido. "Não seria de se estranhar que um setor do PT que sempre apoiou o Campo Majoritário fizesse sua colaboração. Sempre tem
homens de confiança dispostos a fazer essa lambança", comentou ele, sem citar nomes. "O PT resolveu fazer um curso com o (Paulo) Maluf (ex-prefeito de São Paulo, acusado de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção e evasão fiscal), mas faltou a algumas aulas", ironizou. Ele disse acreditar que o ex-deputado José Dirceu (PT-SP) tenha participado das negociações para a compra do suposto dossiê contra o candidato a governador de São Paulo José Serra (PSDB), da Coligação Compromisso
com São Paulo (PSDB-PFL). "O 'Zé' é incorrigível, um articulador nato", afirmou. O jornalista disse ter a impressão de que as contas são de laranjas, "o que seria muito mais difícil de explicar". Benjamin estranhou o fato de a PF ter divulgado que parte do dinheiro teria saído de duas agências do BankBoston (compradas pelo Itaú), supostamente, em Campo Grande, zona oeste do Rio, e em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Na relação de agências publicada na página do banco na internet, não constam esses locais. (AE)
ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, convocou ontem uma entrevista para defender a Rede Unitrabalho, organização que tem Jorge Lorenzetti entre os fundadores. Marinho disse que os repasses do atual governo à ONG foram dois, totalizando R$ 14 milhões, e esse valor seria o mesmo da soma de repasses feitos à organização durante o governo anterior, de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O último repasse do atual governo, segundo o ministro, foi feito na semana passada, no valor de R$ 3,4 milhões e apenas R$ 167,5 mil saíram da conta da ONG até hoje, permanecendo um saldo de R$ 3,2 milhões. Parlamentares da oposição querem uma CPI para investigar se parte dos recursos usados pelo PT para a compra de um dossiê com denúncias contra o candidato ao governo de São Paulo José Serra poderia ter vindo da Unitrabalho. No dia 15, a Polícia Federal prendeu dois integrantes do PT em São Paulo com R$ 1,7 milhão para a compra do dossiê. Lorenzetti, que era um dos coordenadores da campanha de Lula, está sendo apontado como intermediador na compra do dossiê. Marinho disse que não há qualquer participação do Ministério do Trabalho nesse episódio. " Não há um centavo de recurso do Ministério do Trabalho nesse tipo Não há um de ação que al- centavo de gum insano pos- recurso do sa ter cometido", Ministério afirmou. O ministro in- do formou que en- Trabalho c a m i n h a r a a o nesse tipo Tribunal de Con- de ação. tas da União Luiz (TCU) e ControMarinho ladoria Geral da União (CGU) pedidos de auditoria nos convênios da Unitrabalho com o Ministério do Trabalho. Segundo nota do MTE, entre 2003 e 2005, foram firmados convênios no valor de R$ 13,9 milhões com a Rede Unitrabalho para avaliação externa dos programas de qualificação profissional e outros projetos. "Acontece muitas vezes de inocentes serem massacrados. A entidade (Unitrabalho ) é respeitadíssima e presente nos 27 estados brasileiros. Estou testemunhando que é uma entidade séria. Não acredito que tenha feito alguma coisa e pelo Ministério do Trabalho com absoluta certeza não foi realizado", disse o ministro. Marinho negou que o Lorenzetti tenha qualquer influência na liberação de recursos de convênios e que a Unitrabalho tenha recebido apenas R$ 840 mil do governo durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso, como mostra levantamento do site Contas Abertas. Segundo Marinho, foram repassados R$ 7 milhões para a ONG entre 2000 e 2002, mas através dos estados. (AOG)
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Política LULA DIZ QUE Trata-se de uma grande armação ao estilo José Serra, e os petistas caíram feito patinhos. Ciro Gomes
Jamil Bittar / Reuters
MERCADANTE SABIA DO PLANO, INSISTE SERRA.
USO DE DOSSIÊS É ABOMINÁVEL
O
candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, disse ontem que a confissão de envolvimento de um dos homens fortes da campanha de Aloizio Mercadante (PT) na divulgação de um dossiê contra tucanos é prova de que seu adversário está envolvido e sabia do plano para prejudicar a candidatura do PSDB. "Acho difícil, muito difícil que aconteça algo dessa gravidade sem que o candidato saiba", afirmou Serra. Ontem, antes do afastamento do assessor de Mercadante, Hamilton Lacerda, Serra acusou, sem rodeios, o candidato petista de participar de uma "armação" contra ele. Hamilton deixou o cargo depois de admitir que ajudou a negociar com a revista "IstoÉ" a publicação do dossiê. Mercadante negou a acusação e disse que afastou Hamilton por quebra de confiança. Serra voltou a negar qualquer participação na máfia dos sanguessugas e rechaçou a possibilidade de investigação das informações divulgadas pela "IstoÉ". "Se tivesse um dossiê, deveria investigar. Mas não existe. Era meia dúzia de fotos e um CD vazio. Foi um factóide criado como parte de um processo de baixaria." Sobre o envolvimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso, Serra foi mais cauteloso. Disse que é um assunto para a Justiça, a Polícia Federal e o Ministério Público apurar, e para a população julgar nas urnas. (AE) Antonio Cruz / ABr
O presidente disse que não faz parte de sua vida política esse tipo de procedimento, e lembrou que não fez uso de dossiês contra os tucanos em 89 e 98.
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Pão de cada dia: Lula encontra comunidade judaica após entrevista para a Rede Globo.
SENADOR IRONIZA 'MENINOS'
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Tucano adotou tom cauteloso.
PARA AÉCIO, LULA É UMA 'VÍTIMA' DO PT
O
governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), considera o presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma "vítima" do PT e da "força da máquina partidária dentro do governo". "Ele acabou sendo vítima dessa sua excessiva generosidade para com os companheiros", afirmou o governador mineiro, que tem adotado um tom mais cauteloso em relação à eventual responsabilidade do presidente no episódio. "Sem qualquer juízo de valor em relação a estas denúncias, mas eu já posso afirmar: o presidente é vítima hoje do pouco cuidado que teve na montagem do seu governo em cargos de confiança". Aécio preferiu direcionar ao PT seus ataques e repetiu que é preciso uma investigação rápida, que identifique a origem dos R$ 1,75 milhão apreendidos pela Polícia Federal (PF) para comprar os documentos integrantes do dossiê. Algo que, segundo ele, interessa mais a Lula do que a "qualquer outro brasileiro". Para Aécio, é necessário esclarecer o caso antes da eleição. "É importante que votemos sabendo com clareza até onde vai esse envolvimento, quem são os responsáveis". (AE)
senador Heráclito Fortes (PFL-PI) disse ontem ter ficado "chocado" ou ouvir o presidente Lula chamar de "meninos" os petistas envolvidos na compra de um dossiê contra o candidato tucano ao governo de São Paulo, José Serra. "Se ele os considera meninos, deveria mandar todos para a Febem", disse o senador, referindo-se à entrevista de Lula concedida à TV Globo. Heráclito reagiu à afirmação da líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), de que a proposta do pefelista para criação de uma CPI das ONGs é um "factóide". "A senadora tem pânico de investigação de ONGs. A CPI vai fazer um bem a ela, porque há várias ONGs de Santa Catarina sob suspeita", afirmou. O senador respondeu à cobrança de Ideli para que a oposição peça investigações rigorosas sobre a gestão do tucano José Serra no Ministério da Saúde. "Não é dado a ela o direito de dizer o que a oposição deve fazer. Nós temos nosso calendário. Ela precisa desmontar a quadrilha instalada no governo que ela representa, como líder no Senado", atacou Heráclito. Ele ressaltou que é papel da Polícia Federal apurar o caso, que o PFL não tem compromisso com o erro e apóia a apuração e punição de todos os culpados no episódio.
Ed Ferreira / AE
"Se ele os considera meninos, deveria mandar todos para a Febem".
"Deixemos a Polícia Federal apurar. Que puna todos os culpados. Falo em nome do PFL que não temos compromisso com o erro", afirmou Heráclito, segundo informações da Agência Senado. "Não é dado o direito a ninguém de tentar jogar pecados para debaixo do tapete para não serem apurados. O mal do PT é um só: sabe que está no banco dos réus, que cometeu crimes, mas quer companhia. Fique só. Não queremos isso. Que o PT assuma", acrescentou o senador. Já o senador Almeida Lima (PMDB-SE) perguntou a Ideli quem dirige a Polícia Federal, se a oposição ou o governo. Para ele, investigar a autoria, a compra e o conteúdo do dossiê é o óbvio. E,
portanto, se o governo não está investigando "os dois lados da moeda", só pode ser por irresponsabilidade ou por omissão. Almeida Lima sugeriu ao presidente Lula que repita com si próprio o que fez com o coordenador de sua campanha, Ricardo Berzoini, que foi afastado sob o argumento de que, há dez dias da eleição, teria que perder muito tempo dando explicações sobre a compra de um dossiê. "Por que o presidente Lula não toma essa medida em relação a si próprio? Todos sabemos que ele não gosta de trabalhar. Como pretende compatibilizar a sua agenda de candidato com as explicações que dá a todo momento?", perguntou. (Agências)
PARA CIRO, ARMAÇÃO É TUCANA.
O
ex-ministro da Integração Nacional e atual candidato a deputado federal pelo PSB, Ciro Gomes, classificou de "armação tucana", na qual "petistas caíram feito patinhos", o escândalo da compra do dossiê. "Trata-se de uma grande armação ao estilo José Serra, e os petistas caíram feito patinhos em uma armadilha montada pelos
tucanos", comentou Ciro Gomes. Ele também acusou "a política provinciana de São Paulo" de, mais uma vez, tumultuar o País. Para Ciro Gomes, os petistas acusados de negociar a compra do dossiê são "aprendizes de mafiosos". Ele se mostrou preocupado com a possibilidade de o escândalo vir a abalar a reeleição do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas ponderou afirmando que a população brasileira saberá discernir quem estaria interessado nessas denúncias. "Não é o Lula, que está em primeiro nas pesquisas, mas sim quem está embaixo", provocou o exministro de Lula. Ciro conversou com jornalistas ontem na sede de seu comitê, em Fortaleza. (AE)
candidato à reelei- sé Serra e o Mário Covas, e enção para a Presi- tregou (o documento). Agodência da Repúbli- ra, se companheiros tiveram a ca, Luiz Inácio Lula ilusão de que estavam enconda Silva, disse ontem, em en- trando algo tão poderoso que trevista ao programa "Bom Dia poderia mudar o planeta terBrasil", da TV Globo, que con- ra, essas pessoas pagarão. Eu sidera abominável a utilização quero saber quem é que deu de dossiês para comprometer dinheiro e o que tem esse doscandidatos, como ocorreu re- siê. Eu faço questão que a Pocentemente no episódio de lícia Federal vá fundo, invesdois petistas pegos em flagran- tigue as entranhas de tudo te na tentativa de comprar do- que aconteceu." Lula disse também que, no cumentos que poderiam comprometer os candidatos José episódio de envolvimento de Serra e Geraldo Alckmin no es- petistas e funcionários diretos da presidência na tentativa de quema dos sanguessugas. "Eu acho abominável e te- compra de dossiê, o papel do nho demonstrado isso ao lon- presidente da República é go da minha vida política", afastar pessoas. "A pessoa cometeu um erro, qualquer que disse o petista. Segundo Lula, em 1989, seja ele, pequeno ou grande, eu "quando não faltaram aqueles afasto. A partir daí, é o Minisque queriam que eu fizesse de- tério Público, a Polícia Federal núncias gravíssimas contra o e a Justiça que vão tomar conta Collor (Fernando Collor de da situação. Até porque não é Mello), de coisas abomináveis papel do presidente fazer julque tinham acontecido na épo- gamento", afirmou. "Quando eu afasto um comca", ele resolveu não fazer. O panheiro como Rimesmo ocorreu, secardo Berzoini (da gundo Lula, em coordenação da 1998, contra o candic a m p a n h a e l e i t odato Fernando Henral), não é porque rique Cardoso. "Não Eu coloco a f a z p a r t e d o m e u mão no fogo acho que ele tem culpa ou está envolvicurrículo político, do. É porque eu não não faz parte da mi- se o Aloizio nha vida política – e Mercadante posso, faltando dez já fiz quatro eleições concordaria dias de campanha, ter um coordenador –, ficar procurando com uma que vai passar 10 coisas da vida dos atitude dias respondendo outros para fazer pelo dossiê. Eu tecampanha política dessas. Eu quero debater Lula nho que colocar alguém que coordene idéias, debater proa campanha. Por isgramas", afirmou. Lula chamou de "insanos" so chamei o companheiro aqueles que agiram pensan- Marco Aurélio", disse, refedo que poderiam beneficiar rindo-se ao seu assessor para sua candidatura com a com- assuntos internacionais, que pra do dossiê, mas, em segui- assumiu a coordenação. O presidente defendeu o da, os chamou de "meninos", ao responder a uma pergunta candidato do PT ao governo sobre todos os petistas que já de São Paulo, Aloizio Mercaforam citados em escândalos dante, afirmando que colocaem seu governo, desde Val- ria "a mão no fogo" por sua inocência no caso. "Não espedomiro Diniz. "Eu estou numa situação al- rem que eu execre alguém antamente confortável, faltam tes de ele ser julgado da forma 10 dias para acabar a campa- como todo ser humano tem nha. Não sei por que alguém que ser julgado nesse país. Eu haveria de querer um dossiê duvido, coloco a mão no fogo contra o governo de São Pau- se o companheiro Aloizio lo; ou seja, não era nem contra Mercadante concordaria com o Alckmin. A não ser se algu- uma atitude dessa. Disse ainda o presidente: "A ma pessoa tenha pensado que estava descobrindo a mina de gente não joga o lixo para debaixo do tapete (...) Meu comSalomão", disse. Para Lula, é grave o envolvi- portamento na política é impemento de pessoas de seu go- cável, não por uma eleição, verno nessa questão. "Você mas por todas que eu particitem que partir do seguinte pei. Em situações, inclusive, pressuposto: quando alguém muito desfavoráveis em que tioferecer uma maldade e pede ve um comportamento ético". Lula também negou que tedinheiro por essa maldade, essa pessoa não merece confian- nha acusado a oposição de queça. Esse é o princípio básico de rer "melar" as eleições: "Apenas quem tem que agir com hones- perguntei a quem interessaria tidade, sobretudo de alguém melar o processo eleitoral. A que participa de uma campa- mim não interessava." Lula ficou irritado em vários nha como a minha", disse. Segundo Lula, as pessoas momentos. Um deles foi quanenvolvidas nesse episódio, ao do perguntado sobre por que a receberem a proposta de com- PF não mostrava a foto do dipra do dossiê, deveriam ter nheiro apreendido com os indenunciado, como ele fez no tegrantes do PT, que supostacaso do dossiê das Ilhas Cay- mente seria usado para pagar man, para não prejudicar o se- pelo dossiê. "Quando você encontrar gundo turno da campanha de Mário Covas ao governo de com o delegado, pergunta paSão Paulo. "Eu fiz questão de ra ele. Como é que eu vou saber entregar para o Márcio Tho- porque o delegado procedeu maz Bastos, que chamou o Jo- assim?", disparou. (Agências)
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Nacional Finanças Empresas Imóveis
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5 O profissional tem que ser focado, bem informado, ter paixão, ética e determinação nos seus objetivos, sem insistir no erro. Roberto Justus
JOVENS EMPREENDEDORES RECEBEM JUSTUS
Milton Mansilha/LUZ
PLATÉIA DA ACSP "ADMITE" JUSTUS O apresentador de "O Aprendiz" falou para uma platéia de mais de 200 pessoas
A
Roberto Justus, no Fórum dos Jovens Empreendedores, da ACSP, fala sobre o lançamento de seu livro
IPCA-15 A inflação medida pelo IPCA-15 caiu para 0,05% em setembro, ante 0,19% de agosto.
Ó RBITA
AÉREAS Anac iniciou ontem a distribuição de vôos nacionais que a Varig deixou de operar em julho.
Divulgação - O Boticário
O BOTICÁRIO FAZ A FESTA PARA OS SENTIDOS
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estratégia de O Boticário para o lançamento da linha de produtos para o verão é aliar a preocupação dos consumidores com a saúde e os cuidados estéticos. Afinal, uma pesquisa elaborada pela marca indica que o Brasil movimenta anualmente R$ 5,4 bilhões com produtos voltados para os cuidados dos pés, mãos e corpo. Por isso, a empresa decidiu colocar no mercado, simultaneamente, um conjunto de itens especiais para o verão,
cujas pesquisas consumiram dois anos de investimentos. A linha Golden Plus é composta de óleo bronzeador aerosol, protetores solares, bloqueadores, água loções e óleos bronzeadores e dois itens de cuidados pré e pós exposição ao sol. O grupo voltado para cuidados do corpo, denominado Body Active, é composto de diversos tipos de loções hidratantes elaboradas para todos os tipos de pele. Algumas são compostas de matérias-
primas como camomila e malva, chá verde, cacau e cupuaçu, amêndoas, leite de cereais e mel, entre outros. A linha Nativa Spa quer levar um spa para a casa do consumidor. Seus produtos, que vão do xampu, loção hidratante energizante, sabonete líquido esfoliante à manteiga hidratante, foram compostos de elementos nativos pesquisados em todo o mundo e foram elaborados com tecnologia que estimula os sentidos.
ACORDO DA GM
NOKIA
MMX
O
s metalúrgicos da General Motors de São José dos Campos aprovaram a proposta de reajuste salarial de 5,47% mais R$ 700 de abono, pago no início de outubro. O acordo prevê outros benefícios, como a estabilidade no emprego até 31 de março de 2007. (AE) A TÉ LOGO
A
Nokia anunciou uma aliança com a Alcatel, que irá fornecer serviços de telefonia aos celulares da série E da marca. Os serviços terão funcionalidades de um telefone de mesa ao usuário. (Reuters)
Paula Cunha
A
mineradora MMX assinou um acordo para vender 30% de suas operações no Amapá para a americana Cleveland-Cliffs. Estimado em US$ 133 milhões, o negócio depende de avaliação dos ativos pela compradora e obtenção de financiamento. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
L
BNDES critica Estados Unidos e Europa por tentar restringir financiamento
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Empresas nacionais entenderam que precisam ganhar escala para competir
L
"Vamos afirmar interesses brasileiros na Bolívia", diz ministra Dilma Roussef
os que querem vencer na vida deu conselhos, aos hesitantes recomendou confiança e persistência, aos que buscam no dia-a-dia sucesso e dinheiro, reconhecimento, aos simples espectadores usou sua simpatia e descontração para mostrar como suas experiências podem ser um exemplo de vida capaz de inspirar, tirar suspiros e, sem dúvida, se transformar em show e risos. Ontem, direto da plenária do Fórum de Jovens Empreededores (FJE), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), com transmissão ao vivo pela internet, o publicitário e apresentador de "O Aprendiz", Roberto Justos, comemorou a entrada do ano 5767 do calendário judaico com humor típico, herdado das suas origens húngaras. E, de quebra, fez o lançamento do seu livro "Construindo Uma Vida", uma demonstração que é possível unir negócios com glamour: "Vou ficar feliz se vender meia dúzia de livros hoje (ontem)", brincou. Tirou aplausos de uma platéia com mais de 200 pessoas, ao revelar ser vaidoso, "mas
não faço escova", nem de ter orgulho de sua posição de destaque social. Foi além, criticou os brasileiros que ao invés de terem como referência de vida os que alcançam o sucesso, invejam e desmerecem. E reconheceu: "Relacionamento é parte fundamental para o sucesso de uma empresa". E se alguém ainda tinha dúvida, sentenciou: "Aparência é importante; o mundo abre as portas para a estampa". Detalhista – Apesar de se dizer um obsessivo pelos detalhes, Justus garantiu que na vida real não é tão duro como o apresentador de "O Aprendiz". Mas recorreu à frase lida na casa de um amigo: "Se quer nadar com os tubarões, seja um deles", para alertar que empreender implica inevitavelmente risco, pressão e alguma dose de estresse. "O profissional tem que ser focado, bem informado, ter paixão, ética e determinação nos seus objetivos, sem insistir no erro." E como ninguém é de ferro, que tal uma receita rápida para o sucesso de uma empreitada, sugeriram. Justus não hesitou: "Acredite em seus sonhos e idéias, e vá atrás tirando o que há de melhor em você; seja am-
bicioso com ética, vivendo da melhor forma possível". Contudo, como chegar lá não é fácil, acrescentou para a alegria geral: "Mas se não tirar a bunda da cadeira e for atrás da oportunidade, ela não vai acontecer." E descontraiu de vez: "Se você não sair, não frequentar os lugares, nenhum entregador de pizza como a Gisele Bündchen vai bater na sua porta", sentenciou. Não parou por aí. Para o farto público feminino presente na ACSP, revelou que gostaria de fazer a campanha de uma mulher para a presidência, por achar que elas são mais honestas que os homens. "Seria bárbaro para este País, mas não a Heloisa Helena." Ajuda – Justos também tentou apresentar cinco pontos capazes de dar um empurãozinho no destino, resumidamente, saber que Deus está nos detalhes; fazer da crise uma oportunidade; ter paixão pelo que faz; correr risco e apostar no intangível, o diferencial. Mas encerrou o papo com uma autocrítica: "Agora que contei tudo, ninguém mais vai comprar o livro." Errado, vendeu bem mais do que esperava. Sergio Leopoldo Rodrigues
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Almed Tawil/Reuters
Internacional
Gostaríamos de fazer isso por nós mesmos Pervez Musharraf, presidente paquistanês, sobre capturar Bin Laden
BENTO IV PEDE CLEMÊNCIA. INDONÉSIA NEGA – Católicos na Indonésia cobriram suas bocas em sinal de protesto contra a morte, por fuzilamento, ontem, de três cristãos, condenados por liderarem, há seis anos, ataques contra muçulmanos, informou a polícia. A execução foi marcada para o mês passado. Mas teria sido adiada depois que o papa Bento IV, que enfrenta críticas de muçulmanos após fazer declarações sobre o Islã, há duas semanas, fez um pedido de clemência à Indonésia pela vida dos três. Na Nigéria, centenas de cristãos buscaram refúgio após jovens islâmicos atacarem e queimarem igrejas e casas cristãs. Don Emmert/AFP
Ahmadinejad diz que Irã não precisa de bombas
PAQUISTÃO FICOU NA MIRA DOS EUA Presidente Musharraf surpreende com revelações
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m declarações ao programa "60 Minutes", que irá ao ar neste domingo pela rede CBS, o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, revelou que os EUA ameaçaram bombardear o Paquistão e fazê-lo regressar "à Idade da Pedra", caso seu governo não cooperasse com a guerra contra o terror. "O diretor de inteligência (do Paquistão) me informou que ele (o ex-subsecretário de Estado Richard Armitage) disse: "Estejam preparados para serem bombardeados. Estejam preparados para regressar à Idade da Pedra", afirmou Musharraf, que participa da 61ª Assembléia-Geral da ONU, em Nova York. Musharraf disse que a declaração de Armitage foi insultante, mas justificou ter reagido à ameaça de um modo responsável: "Eu tinha de tomar as ações de interesse da nação, e foi isso que eu fiz." Na quarta-feira, o presidente George W. Bush declarou em uma entrevista à rede de tevê CNN que enviaria soldados americanos ao Paquistão, se tivesse informações seguras de que Osama bin Laden está no país. A declaração causou malestar e a pronta resposta do governo paquistanês. "Não per-
mitiríamos isso. Nós faríamos isso (capturar Bin Laden) nós mesmos. Gostaríamos de fazer isso por nós mesmos", rebateu Musharraf. Polêmica – A polêmica se abriu na quarta-feira à noite, quando Bush respondeu com um taxativo "absolutamente, sim" a uma pergunta do jornalista da CNN, Wolf Blitzer, sobre se ordenaria o envio de tropas ao Paquistão, caso tivesse dados de inteligência assegurando que Bin Laden estava lá. "Nós tomaríamos todas as ações necessárias para levá-lo à Justiça", completou Bush. Tanto as declarações de Bush sobre o envio de tropas quanto a revelação das ameaças ao Paquistão tocam em questões delicadas. O Paquistão de Musharraf é um aliadochave da guerra contra o terror liderada pelos EUA. Logo após os atentados de 11 de setembro de 2001, o governo paquistanês enfrentou vários protestos de grupos radicais muçulmanos por causa da cooperação com os americanos. Antes dos atentados de 11 de setembro, o Paquistão era um dos únicos países do mundo que mantinham relações diplomáticas com o regime do Taleban no Afeganistão, combatido pelos EUA. (AE)
SECRETARIA DE COORDENAÇÃO DAS SUBPREFEITURAS COMUNICADO ABERTURA DE LICITAÇÃO A Supervisão Geral de Abastecimento - ABAST, da Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras - SMSP, comunica às empresas interessadas que se encontram abertas licitações, na modalidade de Concorrência, para preenchimento de áreas do Mercado Municipal Antonio Emydio de Barros - Penha, através de Permissão de Uso concedida a título precário e oneroso, para os locais e nos horários abaixo relacionados. As empresas interessadas poderão obter o edital e seus anexos, até o último dia útil que anteceder à data da abertura do certame, na AJ do Gabinete de ABAST, localizada na Rua da Cantareira, 390 - 1º andar - Centro, no horário das 09 às 15h, mediante a entrega de um “CD-R” não utilizado, com capa de proteção, para troca ou no endereço eletrônico http//e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br. Informações pelo tel. 3313-2444 - ramais 16 e 18. MERCADO MUNICIPAL ANTONIO EMYDIO DE BARROS - PENHA - Avenida Gabriela Mestral, 160 - Centro. Concorrência nº (...) - Processo nº (...) - Ramo (...) - Boxe/Banca nº (...) - Área (...) 0109/SMSP/ABAST/2006 - 2006-0.005.163-0 - HORTIFRUTÍCOLA - 02 - 4,00 m2 - Data 23/10/2006 - Entrega do envelope 13h45/Abertura 14h. 0110/SMSP/ABAST/2006 - 2006-0.005.160-5 - HORTIFRUTÍCOLA - 01 - 18,00 m2 - Data 23/10/2006 - Entrega do envelope 14h45/Abertura 15h. 0111/SMSP/ABAST/2006 - 2006-0.005.149-4 - DEPÓSITO - 40 - 30,59 m2 - Data 24/10/2006 Entrega do envelope 09h45/Abertura 10h. 0112/SMSP/ABAST/2006 - 2006-0.005.213-0 - DEPÓSITO - 43 - 13,00 m2 - Data 24/10/2006 Entrega do envelope 10h45/Abertura 11h.
Líder iraquiano informa que país está disposto a suspender os trabalhos de enriquecimento de urânio, mas sob condições justas. Para Mahmoud Ahmadinejad, a época das bombas nucleares acabou
Bill Clinton recomenda política branda com Teerã
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Chávez – Ontem à noite, ex-presidente dos E s t a d o s U n i d o s falando à rede de tevê CNN, Bill Clinton disse, Clinton criticou o presidenontem, que seu país deveria te da Venezuela, Hugo Cháconversar mais com o Irã so- vez, por este ter chamado bre suas ambições de pro- Bush de "diabo" em discurduzir armas nucleares sem so feito ao plenário da Asimpor-lhe tantas condições. sembléia Geral da ONU. "(Chávez) não está "Os Estados Unidos nos prejudicando. não deveriam teApenas prejudimer o diálogo ca a ele mesmo e com ninguém. a seu país", afirNão deveriam mou Clinton. também impor "Creio que t a n t a s c o n d imuita gente está ções", afirmou morrendo hoje no Clinton ao canal Reuters mundo graças às palaNBC em referência à f a l t a d e d i á l o g o d e vras pouco cuidadosas de Washington com o regime pessoas que acreditam que se beneficiam ao degradar de Teerã. O governo Bush se recusa outras pessoas. Não creio a manter negociações dire- que isso seja bom para o potas com o Irã até que seus lí- vo da Venezuela", comenderes suspendam suas ati- tou o ex-presidente demovidades de enriquecimento crata quando lhe pediram de urânio. Os EUA e seus sua opinião sobre as declaaliados temem que o Irã ten- rações de Chávez na ONU. "Poderia dizer 'não estou te fabricar armas atômicas, mas Teerã insiste que seu de acordo com o presidente programa nuclear tem ape- Bush', ao invés de chamá-lo de diabo", disse. (AE) nas fins pacíficos.
O
presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse na Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, que seu país não quer ter armas nucleares e que está disposto a discutir a suspensão de seu programa de enriquecimento de urânio. "Nós não precisamos de uma bomba nuclear, ao contrário do que alguns pensam. Lamentavelmente, alguns acreditam que bombas nucleares podem ser eficazes. Eles estão errados. A época das bombas nucleares acabou", afirmou Ahmadinejad. Ele citou um decreto do líder supremo da revolução islâmica iraniana, o aiatolá Ali Khamenei, que declarou a construção de armas nucleares como contrária aos princípios do Islã. "Portanto, nenhum corpo tem o direito de mover-se nessa direção. Em nosso país, isso não é permitido", afirmou. Mahmoud Ahmadinejad reiterou que o programa nuclear iraniano tem fins pacíficos, voltado para a geração de energia elétrica, e disse que não sabe o que mais poderia fazer para oferecer garantias nesse sentido. Ele também assegurou que o Irã não está escondendo nada e está trabalhando de acordo com as diretrizes do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).
Condições justas – O líder iraniano declarou ainda que "o Irã está disposto a discutir a suspensão do enriquecimento de urânio, mas dentro de condições justas. Nossa posição é muito clara: trabalhamos dentro das normas do Tratado de Não-Proliferação e buscamos exercer nosso direito de acordo com o tratado, e nada mais". Ele ressaltou que o Irã não está preocupado com garantias à sua segurança. "Somos capazes de nos defender, e a experiência de nossa guerra de oito anos contra o Iraque deveria ter mostrado isso ao mundo", acrescentou. Ahmadinejad acusou os Estados Unidos de praticarem uma política de "dois pesos e duas medidas" e sugeriu ao governo americano que destrua seu próprio arsenal nuclear, o que tornaria o país "menos suspeito aos outros". O presidente iraniano questionou o que os EUA têm feito para reduzir seu próprio arsenal nuclear. "Eles precisariam se reportar à AIEA. Nós temos agido de forma bastante transparente", disse. Sobre o Líbano, Ahmadinejad rejeitou qualquer tipo de ingerência sobre os assuntos internos de Beirute. O Irã é acusado de financiar o grupo xiita Hezbollah, que entre julho e agosto travou uma guerra com Israel, no Líbano. (AE)
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Empresas Imóveis Finanças Nacional
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DÓLAR NO MAIOR NÍVEL DESDE JULHO
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CONTAS EXTERNAS: SUPERÁVIT DE US$ 2 BI De acordo com dados do Banco Central, esse é o maior saldo positivo registrado em um mês de agosto desde que começou a pesquisar esse item, em 1947 Joedson Alves/AE – 30/1/06
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conta corrente do balanço de pagamentos, em que são registradas as transações do Brasil com o exterior, fechou agosto com um superávit de US$ 2,095 bilhões. É o maior saldo positivo já registrado em um mês de agosto desde que o Banco Central (BC) começou a registrar esse dado, em 1947. Como nos meses anteriores, o desempenho do comércio exterior deu forte contribuição para a construção do resultado. No acumulado do ano, o superávit está em US$ 8,225 bilhões, valor equivalente a 1,38% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Para setembro, o chefe do Departamento Econômico (Depec) do BC, Altamir Lopes, acredita que o superávit sofra um pequeno recuo e fique em US$ 1,9 bilhão. Com isso, o resultado acumulado em 12 meses cairá de US$ 13,789 bilhões para cerca de US$ 13,3 bilhões, número mais próximo dos US$ 11,9 bilhões (1,31% do PIB) esperados para 2006. A crise política poderá postergar o ingresso de investimentos estrangeiros no Brasil, admitiu Lopes. No entanto, segundo ele, a crise não será decisiva a ponto de levar o investidor a cancelar seus planos. "Ele pode até fazer uma parada para estudar o cenário, mas não vai deixar de investir." Próximo ano — Segundo o BC, o País terá em 2007 um saldo positivo na conta de transações correntes de US$ 2,5 bilhões — queda de 79% comparada à estimativa deste ano. Os números traçam um cenário favorável ao pagamento da dívida externa, mas confirmam o que os exportadores
Previdência fecha agosto com déficit de R$ 3,1 bilhões Rombo caiu 9,8% sobre julho, mas subiu ante agosto de 2005
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BOLSA CAI 1,04% E DÓLAR SOBE Maurício Lima/AFP Photo
A Lopes, do BC: crise não é decisiva.
prevêem há alguns meses: o superávit da balança comercial será menor. Deve cair este ano dos US$ 41 bilhões esperados para US$ 30 bilhões. Viagens — Com o dólar barato, os turistas brasileiros deverão deixar no exterior este ano US$ 1,3 bilhão a mais do que os turistas estrangeiros deixarão no País. No próximo ano, o déficit deverá ser ainda maior, de US$ 1,5 bilhão. No mês passado, o déficit da conta de turismo ficou em US$ 168 milhões. É um valor menor do que o registrado no mês de julho, período de férias escolares, quando as despesas de brasileiros no exterior superaram a de estrangeiros no Brasil em US$ 212 milhões. Mas, em comparação com agosto do ano passado, o déficit ficou US$ 65 milhões maior. De janeiro a agosto deste ano, o déficit acumulado já chega a US$ 849 milhões, de acordo com o BC. Somados os US$ 101 milhões registrados nos primeiros dias de setembro, o déficit da conta turismo já atinge US$ 950 milhões. Ou seja, nos nove primeiros meses deste ano, o déficit da conta de viagens já é maior do que o registrado pelo BC durante todo o ano passado, que atingiu um total de US$ 858 milhões. (AE)
pontos-base foi o valor de fechamento ontem do risco médio dos países emergentes.
Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou ontem em baixa pelo terceiro dia seguido, no menor nível desde o fim de junho. Afetaram os negócios os dados econômicos dos Estados Unidos e as preocupações de investidores a respeito da governabilidade em um provável segundo mandato do presidente Lula. Também pesou uma série de notícias nos mercados emergentes, como o golpe de estado na Tailândia, tumultos na Hungria e a intenção do Equador de renegociar sua dívida externa. Em meio a esse cenário de aversão a risco crescente, desdobramentos do caso dossiê Serra têm contribuído para deixar investidores retraídos. O risco-País fechou em alta de 16 pontos, a 245 pontosbase. Embora mais acentuado no Brasil, o movimento não foi isolado: o risco dos países emergentes medido no índice Embi+, do banco JP Morgan, subiu 13 pontos, para 212 pontos-base. O Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, recuou 1,04%, para 34.830 pontos. O movimento de baixa teve substância, com um volume financeiro de R$ 2,7 bilhões — o maior do mês e superior à média diária do ano, de R$ 2,33 bilhões. "Estou preocupado em tentar descobrir como será a governabilidade do próximo presidente, seja ele quem
Operadores na Bolsa de Mercadorias e Futuros: aversão a riscos.
for, por causa de todo esse cenário político confuso", comentou o diretor da Ágora Senior, Álvaro Bandeira. Nos Estados Unidos, as bolsas fecharam em baixa, com o Dow Jones recuando 0,69%. Lá, o mau humor veio de um relatório, que mostrou queda na atividade de empresas da região do meioAtlântico do país superior à estimada pelos analistas. A queda do Ibovespa só não foi maior por causa do bom desempenho das ações PNA da Companhia Vale do Rio Doce, que avançaram 1,99%, depois de duas semanas de fraco desempenho. A mineradora anunciou ter fechado dois contratos de longo prazo para fornecimento de minério de ferro a siderúrgicas chinesas. Como o papel tem grande peso na composição do Ibovespa, a boa notícia acabou limitando a queda da bolsa de valores brasileira ontem.
Câmbio — Não foi só a Bovespa que sofreu influência do cenário adverso. O dólar comercial avançou 1,47% ontem, em seu terceiro dia consecutivo de valorização. A moeda americana encerrou os negócios cotada a R$ 2,209 na ponta de venda — o maior valor desde o dia 14 de julho passado. De acordo com operadores do mercado de câmbio, o tom negativo dos mercados afastou o Banco Central (BC) do leilão de compra de dólares, depois de quase dois meses de operações diárias. O BC anunciou que fará hoje um leilão de swap cambial reverso, com uma oferta equivalente a US$ 635 milhões, em 12,7 mil contratos. A operação, anunciada após pesquisa de demanda no mercado, tem como objetivo a rolagem parcial do vencimento de US$ 1,578 bilhão em swaps cambiais no dia 2 de outubro. (Reuters)
s contas do Instituto Nacional de Previdência Social (INSS) fecharam agosto com saldo negativo de R$ 3,1 bilhões. A arrecadação recorde de contribuições no mês ajudou a diminuir o rombo em 9,8% em relação a julho (R$ 3,4 bilhões). Mas, na comparação com agosto do ano passado, o desequilíbrio entre receitas e despesas subiu 15,6% por causa do reajuste do salário mínimo para R$ 350. De janeiro a agosto, a Previdência dos trabalhadores da iniciativa privada já acumula um resultado negativo de R$ 25,57 bilhões, ante R$ 22,61 bilhões de igual período de 2005 — aumento de 13,1%. Para o secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer, o INSS deverá fechar o ano com um déficit de R$ 41 bilhões, apesar de a arrecadação previdenciária estar se superando mês a mês. Em agosto, a Previdência arrecadou R$ 10 bilhões, cerca de 3% mais que no mês anterior, e desembolsou R$ 13,1 bilhões para pagar 21,3 milhões de benefícios. Antecipações — A melhora n a a r re c a d a ç ã o , s e g u n d o Schwarzer, foi causada por antecipações de contribuições e pagamento de dívidas atrasadas. "Algumas empresas com recolhimentos atrasados em dois ou três meses podem ter resolvido aproveitar uma melhora de caixa para acertar suas contas", disse. Ele acredita que muitas empresas procuraram regularizar suas contas por medo de serem pegas pela fiscalização, que agora é integrada à da Receita Federal. Para o mês de setembro, a expectativa do governo é que a arrecadação continue melhorando, porque entrarão no caixa os primeiros parcelamentos de débitos atrasados de contribuintes que aderiram até o último dia 15 ao chamado Refis 3, novo programa de quitação parcelada de dívidas fiscais e previdenciárias. Por outro lado, a antecipação do 13º dos beneficiários deve elevar os gastos do INSS. (AE)
MAIS CARTÕES NAS CLASSES C E D Segundo Ibope, 50% dos brasileiros dessa faixa usam o plástico em compras
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s cartões de crédito já são utilizados como forma de pagamento por 50% dos brasileiros das classes C e D, de acordo com pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope). Pelos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INFORME PUBLICITÁRIO
(IBGE), está nessa faixa quem tem renda mensal entre R$ 700 e R$ 1,2 mil. No segmento da população que tem renda de até R$ 690, 33% fazem compras com os cartões de crédito. Em ambas as faixas de renda, a utilização dos plásticos cresceu entre 2004 e 2005 — 6% e 4%, respectivamente. A pesquisa identificou as diferenças comportamentais e de consumo de veículos de comunicação dos usuários de cartões das bandeiras Mastercad e Visa, e dos bancos emissores ABN Amro Real, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Santander Banespa e Unibanco. De acordo com a pesquisa, dos 68 milhões de cartões de créditos emitidos no mercado brasileiro cerca de 15 milhões estão nas mãos de consumidores com renda mensal de até R$ 500. Há seis anos, essa camada da população representava 5 milhões dos usuários. A ampliação do acesso a esse meio de pagamento, segundo o Ibope, pode ser explicada pela redução da
renda mínima exigida para aquisição do cartão. Até o fim da década de 1980, o consumidor era obrigado a comprovar renda de cinco salários mínimos para obter um cartão de crédito. Agora, o plástico já é oferecido para quem tem renda de R$ 200. Bancos — Com relação aos bancos, Santander, ABN Real e Unibanco são os principais emissores entre os brasileiros no topo da pirâmide de renda. Os cartões de Bradesco e Caixa Econômica Federal são os mais utilizados pela camada de renda mais baixa. O Ibope entrevistou 16 mil pessoas nas principais regiões metropolitanas do País. A base de clientes dos principais emissores também foi utilizada no estudo. Segundo levantamento da Partner Consultoria, a indústria de cartões investiu R$ 395 milhões em publicidade este ano. A Credicard Citi, uma das líderes do setor, foi responsável por 13% do volume de campanhas publicitárias. Entre os bancos, o Banco do Brasil investiu 11,8% e o Bradesco, 4,5%. Davi Franzon
Divulg
Subm
/ ação
Submarino lança plástico exclusivo para compras online
E
Novo cartão, fruto de parceria entre a loja virtual Submarino e o BNP Paribas, oferece financiamento das compras em até 24 parcelas.
arino
m pleno crescimento nos últimos anos, o mercado brasileiro de cartões de crédito tem procurado novos caminhos para a utilização dos plásticos. Uma parceria entre a rede de compras online Submarino, líder no segmento no Brasil, e o grupo francês BNP Paribas disponibilizará um cartão
para compras no portal da rede varejista. O diretor geral do Submarino Finance, Thiago Picolo, informou que a meta da parceria é criar uma carteira de 1 milhão de cartões de crédito dentro da base de consumidores da rede de compras online. O Submarino tem hoje aproximadamente 1,4 milhão de usuários ativos. As empresas parceiras trabalham com uma estimativa de 150 mil cartões de crédito ativos no prazo de um ano. O volume corresponderá, pelos cálculos de Picolo, a
cerca de 215 mil transações no período. O executivo afirma que o projeto demandou um investimento de R$ 100 milhões. Com o cartão, os consumidores poderão comprar os produtos já oferecidos no portal do Submarino, como eletrodomésticos, produtos de informática e telefonia, além de pacotes turísticos e ingressos para eventos culturais e shows. O cartão financia em até 24 parcelas, o que é visto pelas empresas como base para evolução do ticket médio. (DF)
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Corr upção Senado Eleições Câmara
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Eles repudiam qualquer investigação sobre o mérito das denúncias Ricardo Berzoini
PRESIDENTE DO PT DEIXA COORDENAÇÃO ATIRANDO
EX-COORDENADOR DESPEDE-SE DO CARGO COM ATAQUES
Berzoini: 'há histeria na oposição'
Roosewelt Pinheiro / Agência Senado
No Pelourinho
O
TSE começou a investigar se o presidente Lula cometeu crime eleitoral no bojo do escândalo da compra de um dossiê contra José Serra e Geraldo Alckmin. Os petistas se apressam em dizer que Lula não se envolveu com as trapalhadas no partido. O escândalo, como era esperado, está sendo explorado por Alckmin na televisão. A oposição quer impugnar a candidatura de Lula ou chegar ao pedido de impeachment do presidente. O processo, no entanto, deve demorar. Os envolvidos, além de responderem às investigações, devem depor na CPI dos Sanguessugas, mas só após as eleições.
O
presidente do PT, sua última visita ao comitê de Ricardo Berzoini campanha, logo depois de ter (SP), que até a últi- sido dispensado da coordenam a q u a r t a f e i r a ção pelo presidente Lula, que o exercia o cargo de coordena- convocara para uma reunião dor da campanha à reeleição de emergência no Palácio do de Luiz Inácio Lula da Silva e Planalto. No mesmo comuniacabou afastado em decorrên- cado, ele avisou aos petistas cia do dossiê que estaria sendo que estava sendo substituído preparado contra as candida- pelo professor Marco Aurélio turas dos tucanos Geraldo Al- Garcia (veja reportagem detalhackmin à Presidência da Repú- da na página seguinte). blica e de José Serra ao governo "Condenamos com veemênpaulista, despediu-se de suas cia qualquer ilegalidade para a funções de forma quase apo- obtenção de informações", arteótica, ontem. gumenta Berzoini em sua carta aos peInsatisfeito com as proporções que o tistas. Ele afirmou também que refuta caso tomou tão loggo veio à tona, ele toda e qualquer tentativa de envolver o desferiu ataques Nossos aos meios de comu- adversários PT e o presidente Lula com a montanicação e aos partiquerem dos de oposição, gem do dossiê, apeprincipalmente o contaminar a sar de petistas terem PSDB e PFL, liga- voz das urnas confessado que pardos em torno do tu- com suas ticiparam da operação para prejudicar cano Alckmin. mentiras e Em carta enviada os tucanos José Sercalúnias. ra e Geraldo Alckaos militantes do PT, Berzoini afirmin justamente na reta final de suas mou que "uma onda de histeria e descontrole to- campanhas. "As incursões de nossos adma conta da oposição tucanopefelista e seus aliados nos versários nesse terreno revemeios de comunicação". lam açodamento e oportunisBerzoini, que admitiu na ter- mo: querem contaminar a voz ça-feira saber que os dirigentes das urnas com suas mentiras e da campanha Jorge Lorenzetti calúnias", diz Berzoini. e Oswaldo Bargas se encontraEle passou o dia de ontem riam com um repórter da revis- em sua casa, no Lago Norte em ta "Época" para tratar de uma Brasília. Como consolo, ficou reportagem jornalística, disse sabendo, por intermédio dos que tanto os meios de comuni- meios de comunicação, que irá cação quanto os partidos de contar, nas urnas, com o voto oposição "estranhamente, re- do novo coordenador da campudiam qualquer investiga- panha para deputado federal. ção sobre o mérito das denún"Eu não devia contar isso, cias" contidas no dossiê. mas vou contar. Voto no BerA carta foi escrita por Berzoi- zoini", confidenciou Marco ni na noite de anteontem, em Aurélio Garcia. (AE)
Cobrança: Ideli pede o mesmo rigor da coligação PSDB-PFL.
IDELI: 'ERA NECESSÁRIO' Senadora concorda com afastamento de Berzoini
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líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), comentou ontem que o afastamento do deputado Ricardo Berzoini (SP), presidente do partido e até quarta-feira coordenador da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição era "uma medida absolutamente necessária". Ela aproveitou para condenar a ação de colegas da legenda que tentaram negociar a publicação de um dossiê contra o tucano José Serra, candidato ao governo de São Paulo, na revista "IstoÉ" – articulação que foi descoberta e admitida por eles. "Se cometeram novas insanidades, vão ser punidos", avisou a senadora, num recado genérico. Ideli conversou ontem de manhã
Reunião Plenária (informações, debates e busca de soluções)
Palestrantes Alejandro Peña Esclusa, Presidente da Fuerza Solidaria da Venezuela
Tema: “Futuro da Democracia na América Latina”
BAIXA
ANIMADOS
A queda de Ricardo Berzoini da coordenação de campanha do PT é a principal baixa de Lula na reta final da sucessão presidencial. Berzoini deve perder também a presidência do PT e a condição de possível candidato do partido à prefeitura de São Paulo em 2008.
Os tucanos ficaram entusiasmados quando souberam pelo Datafolha que Alckmin subiu 5 pontos no Sul do País (que tem um colégio de quase 20 milhões de eleitores). O tucano foi de 34% para 39%, enquanto Lula cresceu de 35% para 36%. Alckmin está 3 pontos à frente de Lula nos estados do Sul.
CORRENTE
com o presidente Lula. "Ele disse para que eu não deixasse que nada afetasse a reta final (da campanha) e me mantivesse firme no plenário do Senado" contou. A senadora cobrou do PFL e do PSDB a mesma "contundência" que têm tido contra o PT e disse que a oposição deveria pedir investigação sobre a gestão de Serra e de seu sucessor, Barjas Negri, no Ministério da Saúde, durante o governo Fernando Henrique Cardoso. "O próprio Fernando Henrique disse que o PSDB tentou tapar o sol com a peneira no passado. Queremos que, no mínimo, o PSDB e o PFL peçam investigação para que tudo venha a público", insistiu a senadora. (AE)
OAB JÁ FALA EM PEDIR IMPEACHMENT
Eymar Mascaro
Reinaldo Azevedo, Jornalista da revista “Veja”
Tema: “Cenário Político Brasileiro”
Apresentação, pelo Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos, da edição especial da revista “Digesto Econômico”, em sua nova fase
Dia: 25 de setembro de 2006, segunda-feira Horário: às 17 horas Local: Rua Boa Vista, 51, 9º andar
S
ob o impacto do escândalo da negociação do dossiê, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, disse ontem que depois das eleições a entidade pode voltar a analisar um pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em novembro passado, o Conselho da OAB rejeitou a proposta de pedido imediato de impeachment de Lula, apresentada por uma conselheira. Na ocasião a ordem apresentou uma notícia-crime à Procuradoria-Geral da República. Para Busato, a "sucessão de escândalos" revela a "decomposição moral da República". Ele disse que, em novembro, a OAB considerou o momento "inadequado" para o pedido de impeachment, devido ao calendário eleitoral e à falta de credibilidade do Congresso. "Passados esses dois pressupostos, o Conselho poderá voltar a apreciar a matéria", disse. "O pedido agora seria um desserviço." Ele disse esperar que o Tribunal Superior Eleitoral tome as medidas adequadas contra os crimes cometidos no período eleitoral. O presidente da OAB afirmou que o País vive em clima de "anormalidade" e falta de confiança nas instituições, o que poderia comprometer o processo democrático nacional. (AE)
Ricardo Berzoini é o terceiro presidente do PT a se envolver em escândalos nos últimos meses: os outros dois foram José Dirceu e José Genoino, que respondem a processos por envolvimento com o mensalão. Detalhe: José Dirceu está inelegível até 2015.
ALVO Os tucanos esperam alvejar Lula e levar a eleição para ser decidida somente no 2º turno. Alckmin não acredita na versão de que o presidente teria sido novamente surpreendido pelos acontecimentos. O tucano lembra que as coisas ocorreram também no Palácio do Planalto.
ENVOLVIMENTO Para Alckmin, Lula foi omisso no caso porque um dos petistas envolvidos trabalhava com ele no Planalto: o assessor especial Freud Godoy. A oposição decidiu não dar trégua ao PT até responsabilizar o presidente. Lula, no entanto, descarta qualquer envolvimento com o escândalo.
SURPRESA Outra surpresa agradável para os tucanos foi a constatação de que Lula caiu 6 pontos nas regiões NorteCentro/Oeste. O petista recuou de 53% para 47%, ao passo que Geraldo Alckmin subiu outros 2 pontos, ficando nos 32%.
RUIM Em compensação, o Datafolha constatou que Lula consolidou sua posição no Nordeste, fixando-se nos 70% de índice de intenção de voto, contra 15% de Alckmin. O Nordeste tem um colégio de 33 milhões de eleitores e Lula tem uma diferença a seu favor de cerca de 15 milhões de votos na região.
CRESCIMENTO No Sudeste, com 50 milhões de eleitores, Lula subiu 2 pontos em uma semana, segundo o Datafolha, de 42% para 44%. No mesmo período, Alckmin manteve os mesmos 32%. O Sudeste é formado pelos estados de São Paulo, Rio, Minas e Espírito Santo.
OSCILAÇÃO A boa notícia para Alckmin vem do Rio: Lula perdeu cinco pontos em uma semana, oscilando de 48% para 43%, enquanto o tucano cresceu de 19% para 22%. O Rio tem um colégio de 11 milhões de eleitores e o prefeito César Maia prevê crescimento de Alckmin nas pesquisas da próxima semana.
IMPEDIMENTO
RECUPERAÇÃO
Se for reeleito, Lula pode ter problemas no ano que vem. A oposição vai tentar pedir o seu impeachment se ficar convencida de que o petista sabia da suposta compra do dossiê. A candidata Heloísa Helena, porém, é contra a tentativa do impeachment, como defende, por exemplo, o prefeito do Rio, César Maia.
Outro estado do Sudeste que traz boa informação para os tucanos é Minas: enquanto Lula sofreu uma queda de três pontos (de 54% para 51%), Alckmin ganhou outros três, subindo de 26% para 29%. O crescimento em Minas ocorreu depois da exibição de gravações do governador Aécio Neves pedindo votos para Alckmin.
INCENTIVO Jorge Bourhausen e Tasso Jereissati, presidentes do PFL e do PSDB, respectivamente, vão insistir para que Geraldo Alckmin continue usando o caso do dossiê nos programas de televisão. É a derradeira tentativa da oposição para forçar a realização do 2º turno.
CURIOSIDADE Os tucanos apuram porque Alckmin perdeu dois pontos em uma semana em São Paulo, enquanto Lula crescia outros dois. É importante para Alckmin manter a liderança em São Paulo, que tem um colégio de 26 milhões de eleitores.
DIÁRIO DO COMÉRCIO Acho que o Papa foi um pouco estúpido por ter dito essas coisas. Não ajudou ninguém. Ele não é político. As pessoas não têm medo do Islã, têm medo dos extremistas. A raça humana está totalmente louca e estamos voltando ao tempo das das Cruzadas. Da escritora britânica Doris Lessing, em uma entrevista ao jornal espanhol El Mundo. Doris é conhecida por nunca deixar de falar o que pensa.
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SETEMBRO
2 -.LOGO
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Dia Internacional Sem Carro
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Fiéis escudeiros
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Presidente assina decreto que regulamenta a Lei do Cão-Guia Wladimir de Souza/AOG
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Peixe-lua assusta pescadores O aparecimento de um peixe raro e de grandes proporções assustou ontem os moradores da cidade de São José da Coroa Grande, localizada na Zona de Mata Pernambuco. Com 1,7 metro de comprimento, o animal, conhecido como peixelua, tem uma aparência préhistórica, formas arredondadas e corpo achatado. Cerca de 500 pescadores da vila, uma das mais antigas colônias de pescadores de Pernambuco, que nunca tinham visto um animal da espécie, chegaram a confundir o peixe com uma tartaruga gigante e até mesmo
com um dinossauro. Apenas com a chegada de uma bióloga da Universidade Federal de Pernambuco (UFP) é que o peixe-lua foi corretamente identificado e os moradores tranqüilizados. Segundo a bióloga Elizabeth Araújo, aparentemente o peixe tinha sido mordido por um tubarão nas nadadeiras. A bióloga disse ainda que a espécie pode alcançar três metros de comprimento e pesar mais de duas toneladas. O peixe-lua de São José da Coroa Grande será empalhado e ficará exposto no museu oceanográfico da cidade.
independência e autonopresidente Luiz Inácio Lula da Silmia para saírem de casa. O meu cão substitui meus va assinou ontem olhos e me dá segurança. o esperado decreto que regulamenta a Lei do CãoO fato de podermos circular com o cão-guia transGuia, de 2005. Ainda este mês, portadores de defiforma nossas vidas". Também foram definiciência visual vão poder freqüentar locais públidas a certificação dos centros de treinamento e dos cos, como supermercados, teatros e cinemas, instrutores autônomos de usar transportes coletivos No início do ano, Thays teve de ir à Justiça para cães; o exame de profie permanecer em locais poder usar o metrô com seu guia, Boris ciência que será aplicado aos treinadores e instrutopúblicos acompanhadas de cães-guia. A entrada dos ani- que o estabelecimento público res; os requisitos para identifimais só não será permitida em ou privado que descumprir a lei cação do cão e a forma de comcentros de terapia intensiva pagará multa, que pode variar provação do treinamento. (CTIs) e salas de cirurgia. Para conseguir um cão-guia, de R$ 1 mil a R$ 30 mil. E em caso Além de regulamentar o di- de reincidência, essa multa po- o deficiente visual pode procureito dos deficientes visuais de de chegar a R$ 50 mil. rar centros de treinamento ou ingressar e permanecer em amA professora de educação es- instrutores autônomos. Atualbientes de uso coletivo com o pecial, Ethel Rosenfeld, que é mente existem no País apenas cão-guia, o decreto impõe san- deficiente visual e tem um cão- cinco centros de treinamento: ções no caso de descumprimen- guia, disse que, com o decreto, três em São Paulo, um em Porto to da lei. O decreto determina deficientes visuais terão mais Alegre e um em Brasília. (AE) Oleg Popov/Reuters
Saudades da seleção O diário britânico The Guardian publicou ontem em sua edição online uma rápida entrevista com o brasileiro Ronaldo. Segundo o jornal, o jogador sente falta de jogar pela seleção brasileira e quer voltar à seleção no ano que vem. Na véspera de completar 30 anos, o atacante do Real Madrid também disse na entrevista, por e-mail, que não faz planos de se aposentar. texto relembra toda a trajetória do jogador brasileiro na seleção, inclusive as pesadas críticas e algumas aclamações que recebeu durante o Mundial da Alemanha. Na entrevista, Ronaldo fez vários elogios ao novo técnico, Dunga. T EATRO
Ensaios abertos de 'Dúvida' A peça Dúvida, que marca a estréia de Bruno Barreto na direção teatral, terá ensaios abertos neste fim de semana e no próximo com preços promocionais de R$ 20 e R$ 10 mediante a doação de uma lata de leite em pó. A peça, que tem no elenco os atores Dan Stulbach e Regina Braga, estréia para o público em 5 de outubro. Dúvida é ambientada na década de 60, em uma escola americana abalada com a suspeita de abuso sexual infantil. Os ensaios serão realizados às sextas (21h30), sábados (21h) e domingos (19h).
E SPAÇO ESA/Reuters
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A sonda européia Mars Express obteve imagens da região marciana de Cydonia, a famosa "Cara de Marte", com um detalhe sem precedentes. Cydonia é uma planície salpicada de montes que foi fotografada pela primeira vez pela nave americana Viking 1 em 1976.
B RAZIL COM Z
ANO NOVO - Homens judeus rezam no Muro das Lamentações na Jerusalém antiga, antecipando as obrigações do ano novo que começa hoje.
Teatro do Shopping Frei Caneca. Rua Frei Caneca, 569. Telefone: 3472-2229.
B ASQUETE E M
C A R T A Z A STROLOGIA
CINEMA Diplomacia libriana À
O filme A Inglesa e o Duque (2001), com Lucy Grace Elliot (foto), de Erich Rohmer, pelo ciclo O Cinema Francês Pós-Nouvelle Vague. Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112. Telefone: 3113-3651. Às 13h. R$ 4 e R$ 2.
Povos indígenas em destaque
A Airzooka usa compressão para disparar uma onda de choque bastante razoável, suficiente para desmanchar um penteado ou soprar os papéis de cima da mesa do colega. E o melhor é que a munição nunca acaba... Custa £9,95
A Enciclopédia dos Povos Indígenas reúne textos e imagens com informações específicas sobre as populações do Brasil contemporâneo. Além de verbetes específicos sobre cada povo, há informações sobre as diversas etnias que, embora falem idiomas diferentes, estão ligadas por diversas especificidades. Há ainda um quadro geral explicativo das diversas etnias, as regiões que ocupam e os verbetes específicos de cada região. Para quem quer saber mais sobre nossos ancestrais.
www.firebox.com/index.html?dir=
www.socioambiental.org/pib/
firebox&action=product&pid=567
por tugues/quonqua/cadapovo.shtm
A TÉ LOGO
Arte: O. Sequetin
das nos pratos da Balança. É curioso também notar que – seguindo as palavras de Einstein, "a imaginação é mais importante que o conhecimento" – tanto hoje (véspera equinocial), quanto o último dia de regência
O Brasil dominou boa parte da partida, mas acabou derrotado pela Austrália por 88 a 76, na tarde de ontem, no Ginásio do Ibirapuera. Agora, vai encarar a disputa pela medalha de bronze do Mundial Feminino de Basquete. O adversário sairá do jogo entre Estados Unidos e Rússia. Os dois jogos que valem medalha acontecerão amanhã, no Ginásio do Ibirapuera. A decisão do bronze será às 11h30, e a final, às 14h. "Blecaute", "desligada", "bobeira" e "cochilada" foram as palavras que as brasileiras usaram para definir a derrota de ontem. Na foto, a jogadora brasileira Kelly Santos: desespero diante da perda de controle do time sobre o jogo. Paulo Whitaker/Reuters
Armando Serra Negra
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L OTERIAS
Governo americano proíbe brasileiros de participar da Loteria de Green Cards este ano Ibama apreende lote com dez mil metros cúbicos de madeira nobre da Amazônia no Pará
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Dispare golpes de vento no oponente
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F AVORITAS
de Libra, são determinados pelo número 22, denotando o "equilíbrio" na repetição de um mesmo algarismo, cujo design a ss em el ha se ao prato de uma balança. S u a s p ri nc ip ai s estrelas t ê m d e n ominação á r a b e : Alshain (Beta Aquilae), a Á g u i a , q u e r epresenta o travessão da balança; Kiffa Australis (Alpha Librae) e Kiffa Borealis (Beta Librae), formando os Pratos boreal (ao norte) e astral (ao sul). Astrologicamente, o signo de Libra é regido por Vênus e apresenta as seguintes características: equilíbrio nas decisões com ênfase nos relacionamentos, diplomacia, indecisão.
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G @DGET DU JOUR
s 0h de hoje o sol ingressa na constelação de Libra – balança –, pe rcor rend o-a em sua trajetória estelar até o dia 22 do próximo mês. O s a n t igos assim a designaram porque o início de sua regência, o dia 23 de setembro, marca o equinócio de primavera (no hemisfério sul) e de outono (no hemisfério norte), quando dia e noite têm a mesma duração; estão "balanceados", por assim dizer. Como as fronteiras das constelações foram delimitadas pelos astrônomos de certo modo arbitrariamente, no século III a.C. o sacerdote egípcio Manethon registrou que a garra do Escorpião (que iam até os pés da Virgem) foram transforma-
Luta pelo bronze
Universidade de Brasília cria curso de extensão em astrologia, com duração de 4 meses
Concurso 1654 da QUINA 15
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OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
DOISPONTOS -77
manhã ao lado daquela barriguinha com duas perninhas, a barbinha bem aparadinha e aquela brilhante cabecinha cheia de idéias para çalvar "esse país".
Roberto Castro/AE
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NEIL FERREIRA OU O GERALDO E O SERRA* DÃO UM SOCO NA MESA OU EU VOU VOTAR NO ZIDANE fraude, ou freud ou fred, agora transbordou o copo e não dá mais para levar isso no cavalheirismo, na boa educação, no bom mocismo. Bandidos não merecem tratamento elevado. Nem os simples operadores, nem os doutores silvanas que planejam os crimes. Muito menas o maioral do bando, que põe as mãos nos bolsos (os nossos), olha para o lado, assobia distraído, declara que num viu nada nem çabe di nada, pega o avião e some. A súcia apanhada com a mão no dinheiro, tentando comprar o Dossiê Chantagem, é da sala de visitas, da sala de estar, copa e cozinha do elemento que quer ser dono do Palácio do Planalto e da
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Os atores do totalitarismo Instituições democráticas estão cedendo espaço ao assalto de políticos, mídia e intelectuais que inocentam Lula a priori (artigo publicado originalmente no Blog do Reinaldo www.reinaldoazevedo.com.br)
G Bandidos
não merecem tratamento elevado. Muito menas o maioral do bando.
N
o artigo que escrevi há quase três semanas na Veja, citei Origens do Totalitarismo, de Hannah Arendt, um estudo emblemático de como as sociedades podem caminhar rumo à degenerescência, ao horror. Um coleguinha achou um exagero, um despropósito. Porque poderia haver subentendido, um paralelo entre, digamos, o nazismo e o petismo. Fatos históricos muito marcantes, com o tempo, tornam-se símbolos. A República de Weimar, que assistiu à ascensão nazista, é um símbolo de como as instituições democráticas podem ir cedendo espaço ao assalto autoritário. Até que não mais resistam. E então morrem. É claro que eu torço para que a democracia brasileira sobreviva ao petismo. De maneira mais imediata, torço para que ele seja derrotado nas urnas. Mas os ingredientes de uma rendição estão todos dados. Na política institucional, aqueles que têm o poder da representação ou estão ameaçados pela revelação das próprias falcatruas, ou estão acovardados, ou estão fazendo cálculos que miram o próprio interesse ou, coitados!, estão sós - estes são os decentes. Pegue-se agora o caso desse falso dossiê envolvendo Vedoin, petistas, sindicalistas, segurança de Lula, o diabo a quatro. Depois de todo o entorno de Lula ter caído por causa do mensalão são pegos em flagrante delito o homem de sua guarda pessoal, dois de seus mais íntimos companheiros sindicalistas (um deles marido de sua secretária particular), e, claro, é preciso afirmar: “Lula não sabia de nada”. A Polícia Federal de Márcio Thomaz Bastos, exemplo de espalhafato que, muitas vezes, agride a lei , desta feita, age com notável discrição. Foto do dinheiro, nem pensar! Imaginem se fosse dinheiro tucano comprando falsos dossiês contra Lula... Ouvido a respeito do caso, o governador de Minas, Aécio Neves, tucano graúdo, diz que seria leviano afirmar se Lula sabia ou não. Digamos que seja, embora ele, com isso, cole o adjetivo no presidente do seu partido, Tasso Jereissati, e no do coligado PFL, Jorge Bornhausen, que dizem ser impossível o presidente não saber. Não cobro que
G A inocência
de Lula já está decretada. Nada mais precisa ser apurado. Ser idiota e traído no Brasil é moralmente superior a ser culpado. G O que custa
dizer que o caso chega, a cada hora, mais perto de Lula? G O sistema
político está corroído, ou pela corrupção ou pelo cálculo espertalhão. G O que falta
para termos uma República de Weimar tropical?
Reinaldo de Azevedo
Aécio diga um “Lula sabia”. O que lhe custa dizer que o caso chega, a cada hora, mais perto de Lula? Eu respondo: custa um cálculo eleitoral. Leio a coluna de Fernando Rodrigues, na Folha, e lá ele aponta “a incapacidade atávica (sic) de Lula de perceber o tipo de gente que o cerca” e afirma ser “necessário investigar mais o que ocorreu na área de saúde durante a gestão tucana de José Serra”. Fica óbvio, para começo de conversa, que ele não sabe o que quer dizer “atávica”. A palavra não cabe aí de jeito nenhum, ainda que fosse uma figura de linguagem. Note-se que Lula seria “incapaz” de perceber a qualidade dos seus amigos. Ou seja: Lula é inocente. Lula foi enganado. Seguindo Rodrigues, Lula, como diria Lula, foi traído. Segundo a sua lógica de aparentemente dar uma no cravo e outra na ferradura, o presidente é bobo, e Serra precisa ser investigado.
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ernando Rodrigues, Tereza Cruvinel, Ricardo Noblat e outros... A inocência de Lula já está decretada. Nada mais precisa ser apurado. Ser, então, idiota e traído no Brasil é moralmente superior a ser culpado. É uma variante do nosso complexo de vira-lata. A questão, claro, também é de moralidade pessoal, tanto do presidente como dos que asseveram a sua inocência. O establishment político está corroído ou pela corrupção ou pelo cálculo espertalhão, como se vê; amplos setores da imprensa estão rendidos, como se evidencia. Para a Weimar tropical, falta o quê? Um população enredada numa mítica, ou numa mística, redentora. Temos isso também. Os partidos de oposição, até agora, não conseguiram botar o guizo no pescoço do gato. E a celebração autoritária não estaria completa sem as Marilenas Chauís e os Wanderleys Guilhermes dos Santos, devidamente coadjuvados por Marcos Nobres e afins, que se oferecem para ser os intelectuais justificadores de um - entendem eles - necessário regime de força petista. Como diz Marilena, no sobrevôo de sua vassoura teórica, “a construção da democracia está a caminho”... Leiam ou releiam Origens do Totalitarismo.
Granja do Torto por usucapião. Isto é (nome da "revista" que participou da negociata), ele quer morar lá por muitos anos e requerer depois posse definitiva, como seu cumpanhêro Fidel fez em Cuba e o cumpanhêro Chávez está fazendo na Venezuela.
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quadrilha tem ativistas polivalentes atacando em várias posições. Um é amigochurrasqueirosindicalista-arrecadadoroperador-internacionalde-dinheiro-diretor-debanco. Outro sobreviveu ao espinhoso cargo de marido da senadora ideli, da qual é um feliz ex. Outro, fred, freud ou fraude, dá na mesma, mas fraude explica, tem uma folha corrida que merece ser aprofundada. Foi segurança du ômi em quatro campanhas presidenciais, de quem se diz amigo há dezessete anos. Habitual frequentador da Granja do Torto, caminha de
ma delas, recente e genial, foi comparar-se a Jesus Cristo em peçoa. Seu advento emaranha-se nos meandros da república petista de Santo André, quando Celso Daniel foi assassinado. Fraude, fred, freud era segurança do Sombra, ex-segurança do Celso Daniel e suspeito de ser o mandante do assassinato. Fazia também a segurança de Gilberto Carvalho, agora secretário peçoal du ômi, quando ele levava o butim arrecadado para entregar em mãos a José Dirceu. É atribuída a fred, freud, fraude a missão de invadir o apartamento do já assassinado Celso Daniel, em companhia da ex-namorada dele Celso, em busca de fitas comprometedoras, que eram da coleção pessoal do ex-juiz Rocha Mattos, uma delas alegadamente contendo uma conversa de Gilberto de Carvalho falando do transporte da bufunfa. Mais outro, este da alta cartolagem da récua, Berzoini, CUT de origem, ex-ministro que forçou velhinhos de noventa anos a enfrentarem uma interminável fila do INSS, quase matando alguns. Quando o escândalo do Dossiê da Chantagem explodiu, saiu gritando "querem prejudicar o PT". Como é comum nas fileiras do lullopetismo, roubou e saiu gritando "pega o ladrão".
A
í, sai uma pesquisa nova e o u ômi continua ganhando no primeiro turno e eu penso: "meu Deus esse povo está anestesiado". Penso também: "mas por que o eleitor deveria se indignar se o Geraldo e o Serra*, que seriam as vítimas da armação se ela não fosse flagrada, não reagem nem para animar a tropa? Lembro-me do Montoro, uma das pessoas mais doces que conheci, enfrentando o maluf, ou algum sequaz, num debate na tv. O cara parecia a ideli, falando pelos cotovelos, agressivo e grosseiro. Montoro deu um soco na mesa e disse com a educação possivel numa situação como aquela: "Cala a boca! " Pegou o adversário no contrapé, ganhou o debate e ganhou a eleição. Inesquecível.
*
Serra, a se julgar pelo programa na TV, parece não ter partido nem candidato a presidente. Uma fonte, que exigiu anonimato, disse que o partido é o PSDB e o candidato é o Geraldo. NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR
G VOTO NULO É
VOTO LULLA.
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Congresso Planalto Protesto Corr upção
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 Lula jogou a esquerda no submundo. Senador Sérgio Guerra
MANIFESTANTE ESCALA SÍMBOLO DA NAÇÃO
Ailton de Freitas/AOG
DOIS 'MARCOS' TROCAM FARPAS Entre gritos, o Marco Aurélio de Lula sugeriu que o Marco Aurélio do TSE fez avaliação partidária do caso dossiê. Já o ministro reafirmou o que disse.
PARA GUERRA, LULA É INCONSISTENTE.
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O novo coordenador de Lula já deu o tom: estressou-se com jornalistas na primeira coletiva que concedeu. Moacyr Lopes Júnior/Folha Imagem
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n o v o c o o rd e n a- qualitativo como essa. O Poder dor-geral da cam- Judiciário tem a sua disposição panha pela reelei- leis para avaliar e julgar essa sição do presidente tuação. Não estou censurando Luiz Inácio Lula da Silva, can- meu xará, não." didato da Coligação A Força Extinção – Uma das primeido Povo (PT-PRB-PC do B), ras medidas tomadas pelo noMarco Aurélio Garcia, criticou vo coordenador nacional da ontem o presidente do Tribu- campanha de reeleição do prenal Superior Eleitoral (TSE), sidente Luiz Inácio Lula da Silministro Marco Aurélio de va, Marco Aurélio Garcia, foi Mello, e perdeu a paciência extinguir o núcleo de informacom os profissionais da im- ção e inteligência da campaprensa na primeira entrevista nha, chefiado por Jorge Lorencoletiva da qual participou. zetti, apontado como um dos "Como o sr. viu a declaração petistas envolvidos na compra do presidente do TSE, de que o de dossiês contra tucanos. episódio do dossiê montado "Está suprimido. Nem sabia pelos petistas da campanha do que existia. E pelo desempepresidente Lula nho, não me paé mais grave do rece que foi muique o caso Wato inteligente", tergate?", indadisse Garcia. gou um repórter, Reação – O referindo-se ao É uma opinião de tom presidente do episódio de es- muito impressionista; Tribunal Supepionagem sobre rior Eleitoral no mínimo, eu diria as atividades do (TSE), ministro Partido Demo- que é exagerada para Marco Aurélio crata dos Esta- não dizer que pode ter M e l l o , re a g i u dos Unidos, que alguma conotação ontem mesmo resultou na que- partidária. às críticas do noda do presidente v o c o o r d e n aMarco Aurélio Garcia d o r - g e r a l d a Richard Nixon. Primeiro, Garcia campanha de disse que não coLula, Marco Aumentaria nada por respeito ao rélio Garcia. Mello reafirmou que julga o escândalo do dosJudiciário. Expressão – Depois, não re- siê Vedoin mais grave do que o sistiu. "Acho que é uma opi- do Watergate. "É muito pior a nião de tom muito impressio- partir do contexto, do somatónista; no mínimo, eu diria que é rio de notícias de escândalos exagerada para não dizer que que nós tivemos nos últimos pode ter alguma conotação anos", afirmou. partidária. Mas eu acho que A Justiça Eleitoral, disse, nós respeitamos a Justiça Elei- não está engajada em nenhum toral, o Poder Judiciário e, por- lado da campanha. "O Judiciátanto, nós queremos, simples- rio não está engajado em qualmente, que haja uma isenção quer política, a não ser na polímuito grande na investiga- tica institucional de prevalência da ordem jurídica", declação", afirmou. Nova pergunta: "O sr. está rou. O ministro defendeu dizendo que o presidente do ainda que o processo sobre o TSE age partidariamente?" dossiê seja público para que a Ele, aos gritos: "Eu não estou sociedade o acompanhe. dizendo nada, não estou diMello concluiu que não vai zendo nada. Nada, viu?" Ago- procurar Garcia para esclarera, mais calmo: "Estou dizendo cer o episódio: "Eu não vejo no que não me parece que caiba a cenário um mal-entendido. qualquer poder da República, Evidentemente, não cabe esse menos ainda ao Poder Judiciá- contato por iniciativa do presirio, fazer avaliação de caráter dente do TSE. (Agências)
Alckmin aperta o nó em torno da candidatura petista e prega a saída de Lula pela via democrática.
TUCANO DEFENDE O VOTO
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candidato da coligação PSDB-PFL à Presidência da República, Geraldo Alckmin, subiu o tom das críticas ao presidente e candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ontem, e defendeu o seu afastamento. "Acho que tem que afastar o Lula, é mais prático, porque não é possível que sete envolvidos no escândalo do dossiê Vedoin sejam ligados ao Lula", afirmou. No voto – Apesar de defender o afastamento de Lula, Alckmin disse que isso deve ser feito através do processo eleitoral e não pelo impeachment. "Não sou favorável ao impeachment, no modelo presidencialista é pelo voto (que se afasta um presidente da República)", disse. E voltou a falar na convicção que tem de que irá para o 2° turno, e que irá vencer o pleito "para moralizar a vida pública e para o Brasil não perder mais tempo". Ainda nas críticas, o tucano salientou que o Brasil atravessa uma situação muito grave.
"É o povo quem paga pelos erros dos governantes", emendou, e voltou a dizer que tem apreço pela democracia e confia no voto popular (para virar o jogo eleitoral). Ele lembrou a seguinte frase do falecido governador tucano Mário Covas: "O povo não erra, cabe os políticos levar as informações ao povo". Ele disse que sua coligação está fazendo justamente isso e, por essa razão, acredita que levará o pleito presidencial para o 2° turno. Questionado sobre a posição do presidente Lula em mais esse escândalo, Alckmin disse mais uma vez que é impossível o presidente da República não ter tido conhecimento de nada. "São pessoas (os envolvidos com a compra do dossiê que poderia incriminar Serra e Alckmin) íntimas e próximas do presidente", acrescentou o candidato. Alckmin falou também que se o PT tivesse realmente a intenção séria de apurar o escândalo das sanguessugas, levaria a denúncia ao conhecimento
do Ministério Público, e pediria investigações. Na sua avaliação, não houve ligações do candidato tucano ao governo de São Paulo, José Serra, com esta máfia. "Se tiver justificativa, que se investigue, mas tudo indica que não houve ligações (de Serra com a máfia). O fato real é que houve a tentativa de compra (pelo PT) de um (suposto) dossiê por R$ 1,7 milhão, e é isso que precisa ser esclarecido", arrematou. Ami go – Depois de dar as declarações, o tucano assinou, no inicio da tarde de ontem, o termo de compromisso "Presidente Amigo da Criança", da Fundação Abrinq, Unicef e Rede de Monitoramento Amiga da Criança. Alckmin foi o quarto presidenciável a aderir a este compromisso, que inclui metas para a infância e adolescência. Os candidatos Heloísa Helena (PSol), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Luciano Bivar (PSL) já assinaram o termo. Dentre as prioridades, estão a redução das taxas de mortalidade infantil e materna. (AE)
senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), coordenador-geral da campanha do tucano Geraldo Alckmin, disse ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "jogou a esquerda no submundo" e não tem "consistência intelectual e política para enfrentar uma discussão sobre o Brasil", em um possível 2° turno da eleição presidencial. Fajuta – Guerra disse ter certeza de que Alckmin vai disputar o 2° turno com Lula e afirmou que a ação de petistas para comprar um dossiê contra o tucano José Serra, candidato ao governo de São Paulo, era uma tentativa de garantir um 2° turno em São Paulo. "Não estamos preocupados com dossiezinhos, com fotografias fajutas. Nossa preocupação é com o destino do País. Estamos ameaçados por assaltantes do País", disse Guerra em entrevista no comitê central da campanha. Ele ressaltou que o PSDB não tem pessoas escaladas para ficar "atrás de dossiês" contra os adversários. "Não temos especialistas em bandidagem. Isso não é do nosso campo", frisou. Guerra disse que é impossível que o presidente Lula não soubesse da operação que pretendia divulgar um dossiê contra Serra. Também cobrou que seja explicada a origem de R$ 1,75 milhão apreendido com dois colaboradores de Lula. "Por que o democrata presidente Lula não chama vocês e diz de onde vem o dinheiro? São amigos dele, para quem ele dá comida e sala ao lado (de seu gabinete). Essa gente estava desfilando com reais e dólares no bolso". Sérgio Guerra adiantou que os programas do PSDB na televisão vão dar "a devida prioridade" para o novo escândalo envolvendo o PT e colaboradores do presidente Lula. O coordenador revelou ainda que pesquisas internas da campanha tucana indicam o crescimento de Alckmin e a queda de Lula nos últimos dias. (AE)
Givaldo Barbosa/AOG
Guerra: de onde veio o dinheiro?
Sergio Lima/Folha Imagem.
HELOÍSA VÊ ESTRATÉGIA DO PT
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ALTO ESCALÃO – O fazendeiro Vicente Rodrigues Inácio escalou o mastro da Bandeira Nacional, na praça dos Três Poderes, ontem, em Brasília, para protestar. Do alto, jogou um manifesto: "A corrupção faz o dinheiro do contribuinte escorrer pelo ralo. Feito cobra, um cidadão engole o outro. Que país é esse?”
ara a candidata do PSol à Presidência Heloísa Helena, o afastamento do petista Ricardo Berzoini do comando da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é apenas "estratégia". "Tirar dirigente de campanha é manobra eleitoreira", disse a candidata, que ontem esteve em Fortaleza. Ela insistiu – como sempre faz – que Lula teve participação direta no escândalo da compra do dossiê. "A entrevista dele no 'Bom Dia Brasil' deixou claro que ele sabia de tudo", comentou. "Um esquema como esse seria impossível de ser montado sem a participação do presidente", afirmou. A candidata cobrou do Congresso que sejam investigados os agentes públicos dentro do Executivo, seja no governo do ex-presidente Fernando Hen-
rique Cardoso, seja no governo Lula, que operaram nos ministérios da Saúde, da Integração Nacional e também no da Ciência e Tecnologia. "O Congresso Nacional é bandido quando o presidente da República bandido é", respondeu a candidata, ao ser perguntada qual seria a melhor forma de se combater a corrupção. Em seguida, ela sugeriu mudanças na forma de elaboração do orçamento, que, na opinião dela, deveria ser feita com a sociedade de forma compartilhada, democrática, transparente e pública. "Para evitar promiscuidade, balcão de negócio sujo entre e Executivo e o Legislativo", justificou. Insistindo na apuração da origem do dinheiro que seria usado para a compra do dossiê, ela voltou a sugerir que o
montante possa ter vindo de atividades ilícitas. "Dinheiro assim em espécie, seja em reais ou dólares, só o narcotráfico, o crime organizado ou a liberação dos cofres públicos". Heloísa Helena fez caminhada pelas ruas do centro da capital cearense. Na Praça do Ferreira, ela discursou em cima de carro de som para uma platéia formada por pouco mais de 200 pessoas. À tarde, ela cumpriu agenda de campanha em Salvador. A senadora não tem poupado críticas a Lula e ao PT, principalmente após o escândalo do dossiê. Na quarta-feira, Heloísa Helena disse que o presidente era o "grande comandante de uma organização criminosa, capaz de roubar, matar e liquidar quem pela frente passar, ameaçando o seu projeto de poder" (AE)
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Indicadores Econômicos
7
1,99
foi a valorização, ontem, das ações preferenciais série A da Companhia Vale do Rio Doce. Os papéis fecharam cotados a R$ 38,39 por unidade.
21/9/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 19/09/2006 19/09/2006 19/09/2006 19/09/2006 19/09/2006
P.L. do Fundo 8.955.021,61 1.444.807,51 7.776.679,56 13.383.344,24 1.274.538,08
Valor da Cota Subordinada 1.187,698083 1.088,885345 1.156,396483 1.120,582889 1.089,090941
% rent.-mês 0,9645 1,0591 0,8592 7,4229 2,5538
% ano 21,5694 8,8885 15,6396 12,0583 8,9091
Valor da Cota Sênior 0 1.083,100538 1.096,183729 0 0
% rent. - mês 0,6368 0,6938 -
% ano 8,3101 9,6184 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
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LAZER - 1
CINEMA O insano mundo da moda em O Diabo Veste Prada. E Asterix se diverte em nova animação Fotos: Fox Film
Califórnia Filmes/Divulgação
OUTRAS ESTRÉIAS Paris Filmes/Divulgação
Meryl Streep é a poderosa editora Miranda Priestley, que faz sofrer sua ajudante Andy (Anne Hathaway): em cena, crueldades e elegância
MODELOS NO INFERNO Geraldo Mayrink
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mundo encantado da moda no cinema, que na verdade é diabólico segundo a revelação anunciada já no título deste O Diabo Veste Prada, misturando o anjo do mal com grifes de roupas de alto valor, não costuma dar importância às modelos que vestem e desfilam seus produtos. Já se foi o tempo em que a câmera se extasiava com a carinha linda e tudo o mais de Audrey Hepburn em Funny Face (Cinderela em Paris, 1956) e, mais atrás ainda no tempo, com a dança e o sorriso de Rita Hayworth em Cover Girl (Modelos, 1943), sobre uma garota estrela de capas de revistas. Ao atirar suas luvas pretas no público em outro filme, Gilda, num desfile lúbrico, entronizou-se na lenda que dizia que nunca houve mulher como ela "Os homens vão dormir com Gilda e acordam ao lado de Rita", comentou ela. Hoje, nem isto. A aversão do cinema às modelos
deve até ter deixado feliz Gisele Bündchen, que se contentou com uma ponta na comédia Táxi, com aquelas pernas todas e dando tiros para assaltar bancos, além de guiar como louca um BMW pelas ruas de Nova York, falando português com sotaque de Portugal. Um desrespeito a uma mulher de tantos quilates. Não se sabe o que Leonardo di Caprio pensa a respeito. É assim que O Diabo Veste Prada evita as passarelas para se concentrar nas suas bordas, mostrando quem manda e quem obedece, como em qualquer outra atividade humana, bem ou mal vestida. Quem manda é uma certa Miranda Priestley (Meryl Streep, que já ganhou dois Oscars num total de treze indicações e portanto deve saber em quem põe o dedo na cara), editora de uma revista de moda e o diabo em forma de executiva. Quem obedece é Andy (Anne Hathaway, vista num papel obscuro em O Segredo de Brokeback
Mountain), sua secretária e escrava na luta para subir na vida. Ela não sabe soletrar a palavra "Gabanna" e vestese muito mal. A voz falsamente suave de Miranda, seu mal humor e grosseria de quem detém o poder contrastam com a boa vontade de Andy, uma jovem que não quer ser o patinho feio da história e que sonha em trocar a alta costura pela alta cultura, tornando-se jornalista e escritora. O choque entre a Vigorelli, que faz roupas, e a Olivetti, que permite a feitura de textos, era inevitável. Na redação da revista Runaway pontifica ainda um pedante de grife, Nigel (Stanley Tucci, muito parecido com o grande Peter Selles), que garante que todas as moças do mundo dariam a vida por um emprego como aquele, nem que fosse para se transformar numa bajuladora infeliz como outra assistente, Emily (Emily Blunt). É claro que Maryl Streep pisa dis-
Best seller de Lauren Weisberger, O Diabo Veste Prada, o livro, é ainda mais venenoso do que o filme. Tradução de Ana Luisa Borges. Record, 400 páginas, R$ 44,90.
traída nesta pequena constelação de vítimas e seu alheiamento a qualquer problema humano a torna de certa forma fascinante e repulsiva. É o que a atriz sabe fazer como ninguém, e até é possível achar graça na sua monstruosidade. O diretor David Frankel aprendeu as lições do seu tempo de redator humorístico de televisão (incluindo aí seu grande sucesso, Sex and the City, e sua descoberta, Sarah Jessica Parker) e fez um filme de certa forma agradável de ver, embora sem colocar em cena nenhum desfile de moda. Fica devendo, como todos os outros filmes, mas esta talvez seja uma sina a que as modelos estejam condenadas na tela.
Divulgação
Eleição - O Submundo do Poder: dinheiro e violência. Menina Má.com: pedofilia virtual. E um escravo milagreiro em Cafundó.
O Diabo Veste Prada (The Devil Wears Prada, Estados Unidos, 2006, 109 minutos). Dirigido por David Frankel. Com Meryl Streep, Anne Hathaway, Stanley Tucci e Gisele Bündchen. Fox Film.
O gordo Obelix, o cãozinho Idéiafix e Asterix negociam com o viking Abominaf e o feiticeiro.
Gauleses em duelix com vikings
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BRASIL NÃO VERÁ ORIGINAL EM FRANCÊS
sterix e os Vikings entra em cartaz em 101 salas de cinema, sendo cinco com cópias dubladas em inglês e as demais em português. Não vieram ao Brasil versões do filme com som original em francês. A Focus Filmes, distribuidora do longa no País,
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Asterix e os Vikings (Astérix et lês Vikings, França, Dinamarca, 2006, 78 minutos). Focus Filmes.
justifica a prática afirmando apenas que "o público de língua inglesa é maior". A dublagem em português, feita pela equipe do programa de TV Pânico, é correta, com exceção do exagerado sotaque caipira impresso por Sabrina Sato nas falas de Abba,
que no original tem a voz da francesa Sara Forestier. Asterix (Roger Carel no francês e Paul Giamatti em inglês) tem a voz do Repórter Vesgo na versão brasileira; Ceará é Obelix (Jacques Frantz); Calhambix é dublado por Mendigo. (LHC)
afundó (Brasil, 2005, 100 minutos). O longa dirigido por Paulo Betti e Clovis Bueno foi filmado em 2003 no centro de São Paulo e no Paraná. É uma crônica romanceada sobre a vida de João de Camargo (Lázaro Ramos), escravo milagreiro que depois de sua morte nos anos de 1940, foi transformado em lenda, sendo encontrado atualmente sob a imagem do Preto Velho.
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enina Má.com (Hard Candy, EUA, 2005, 103 minutos). O encontro da garota de 14 anos Hayley (Elen Page) com Jeff (Patrick Wilson), fotógrafo de 32, acontece depois de diversas mensagens trocadas em uma sala de bate-papo na Internet. Os rumos inconseqüentes começam quando ele leva a menina para casa dele. Dirigido pelo estreante Brian Nelson.
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Lúcia Helena de Camargo homens. E muitas vezes ganha. Asterix e os Vikings tem direção de Stefan Fjeldmark e Jesper Moller, e contou com participação de 20 profissionais brasileiros de desenho. Entre eles, Marcelo de Moura, um dos responsáveis pela fundação da Academia de Animação e Artes Digitais. Não vão se decepcionar com a nova produção os fãs das histórias criadas em 1959 por Albert Uderzo e René Goscinny. O filme mantém-se fiel aos detalhes dos quadrinhos, como a isana gula de Obelix por javalis e a insuportável música de Chatotorix, o bardo enfadonho.
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leição - O Submundo do Poder (Hak se Wui, Hong Kong, 2005, 101 minutos). As organizações criminosas do início do século 20 estão no centro do novo filme do diretor Hak se Wui. A eleição do próximo presidente da Sociedade Wo Shing, uma antiga tríade de Hong Kong, provoca uma forte disputa entre os dois candidatos, Lok (Simon Yam) e seu rival Big D (Tony Leung). Na luta pelo poder a dupla não economiza em armações para influenciar os votos. Dinheiro e violência são alguns dos recursos usados.
Dias de Abandono: paixão e abandono
lhambix, o apavorado e raquítico adolescente protegido dos gauleses, que chega à Gália cheio de trejeitos urbanos e modernidades. Seu pombo-correio chama-se SMS e o que ele faz melhor é dançar ao som de música eletrônica. Para resgatar o jovem, a dupla de gauleses, acompanhada do cão Idéiafix, vai atravessar terras geladas e lançar mão da poderosa poção mágica criada pelo druida Panoramix, que confere uma força descomunal aos que a ingerem. Na Escandinávia, algumas surpresas aguardam os gauleses. Assim como o medo provavelmente não faz criar asas, também Calhambix fará descobertas. Entre elas, Abba, a filha do chefe, que dá a aura feminista ao enredo. A pequena viking luta contra
mantes Constantes (Lês Amants Réguliers, França, 2005, 178 minutos). Filmado em preto e branco, o drama discorre sobre o período em que greves e protestos juvenis tomaram conta de Paris, em 1968. No ano seguinte, um grupo de estudantes dedica seu tempo fumando ópio e haxixe, e entre eles está um casal que começa um intenso romance. Dirigido por Philippe Garrel.
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Focus Filmes/Divulgação
a única aldeia gaulesa que resiste ao comando de Júlio César no ano 50 antes de Cristo, a dupla Asterix e Obelix será incumbida de uma missão quase impossível: tornar valente Calhambix, o fracote sobrinho do chefe Abracourcix. Na animação Asterix e os Vikings, que estréia nesta sexta, dia 22, os inimigos são os escandinavos conhecidos por pilhar e invadir terras alheias. O motivo da invasão, porém, é inusitado: em razão de um mal-entendido, os vikings passam a acreditar que o medo é uma qualidade que faz a pessoa voar. Assim, saem à procura de alguém que seja medroso, muito medroso. Sem demora, encontram e capturam Ca-
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Os desenhos da produção Lançado antes da estréia do longa nos cinemas, Asterix e os Vikings - O Álbum do Filme (R. Goscinny e A. Uderzo, Editora Record, 64 páginas, R$ 23,90) reproduz a história relatada nas telas. Mas com mais detalhes. Aqui aparece, por exemplo, a engraçada explicação sobre a incapacidade dos vikings em entender metáforas, origem do mal-entendido que impulsiona a trama. Inspirada em Asterix e os Normandos, publicado em 1967, a obra foi adaptada pelo cartunista Ota. Páginas coloridas mostram, entre outras cenas, Obelix tentando convencer o vegetariano Calhambix (foto) a experimentar carne de javali. Nas 16 páginas finais, desenhos da produção do longa, incluindo Asterix, cenários e objetos (foto do barco viking, acima), além de pesquisa do visual de Chatotorix, Abba, Abominaf e Idéiafix, com anotações de Albert Uderzo. (LHC)
Greves e protestos juvenis estão no longa filmado em preto e branco Amantes Constantes. E bebê, bandido e muita confusão em O Pequenino.
ias de Abandono (I Giorgi Dell'Abbandono, Itália, 2005, 96 minutos). Com a vida tranqüila e feliz que leva Olga jamais imagina o que está por vir. Sem nenhum motivo aparente ela é abandonada pelo marido e começa a emagrecer, tomada por violentos sentimentos e emoções. Dirigido por Roberto Faenza estréia somente nos cinemas de São Paulo.
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Pequenino (Little Man, EUA, 2006, 90 minutos). Dirigido por Keenen Ivory Wayans mostra a trapalhada feita por Shawn Wayans, um pai de primeira viagem. Ele confunde seu filho adotivo com um ladrão anão (Marlon Wayans), que gosta e ganha com a confusão. Até consegue ajudar seu comparsa (Tracy Morgan) a reaver um diamante roubado. O elenco inclui ainda Kerry Washington, John Witherspoon e Tracy Morgan.
Columbia Pictures/Divulgação
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Empresas Finanças Imóveis Nacional
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CHEGOU A CONTA DO 13º SALÁRIO
por cento é quanto os condomínios residenciais gastam com água, segundo ítem de despesa.
Alex Ribeiro/DC
SEM PLANO, RATEIO DE FIM DE ANO É CERTEZA Despesas de condomínios residenciais crescem até 15% em dezembro, com o 13º salário dos funcionários, mas muitos moradores e síndicos não querem fazer previsão antecipada de despesas. Divulgação
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odo ano a história se repete: no último trimestre é preciso fazer o pagamento do 13º salário dos empregados dos condomínios, além do dissídio coletivo em outubro, o que acarreta um aumento nas despesas. Mas se isso se repete anualmente, então não há nenhuma surpresa para o bolso dos moradores, certo? Nem sempre. Depende da estratégia utilizada pela administração do condomínio. Para Ricardo Oliveira, gerente de condomínio da Cia. Bandeirantes de Empreendimentos Comerciais, a melhor maneira de evitar que esses gastos pesem no bolso dos condôminos, no fim do ano, é fazer a previsão anual. A ocasião ideal para o planejamento é durante a realização das assembléias gerais ordinárias, nas quais se aprovam as contas do ano anterior e se planeja o orçamento para o ano corrente. Aí é que se decide a quota mensal que cada condômino pagará ao longo dos 12 meses posteriores. "Essa estratégia pode parecer óbvia, mas ainda existem moradores que preferem fazer um rateio específico no último semestre do ano, o que acaba pesando mais no bolso dos condôminos", afirma o gerente Ricardo Oliveira. Ele esclarece que, geralmente, os recursos arrecadados são depositados em uma aplicação específica ou em uma poupança em nome do condomínio. Reajustes – O cálculo antecipado de despesas é importante porque em outubro há o dissídio coletivo da categoria que, neste ano, resultará em aumento de 5,5%. O 13º salário será pago já com esse reajuste, segundo Hubert Gebara, especialista e ocupante da vice-presidência de Administração Imobiliária e Condomínios do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP). "Por causa disso, as despesas vão crescer entre 12% e 15% nos condomínios que não contam com uma administradora,
As despesas vão crescer nos condomínios a partir de outubro, mês do reajuste salarial. Hubert Gebara, especialista em condomínios porque esses geralmente não fazem a previsão de gastos", declara Hubert Gebara. Para ele, a administradora é uma espécie de secretária executiva do condomínio, que sugere as melhores práticas, mas às vezes os moradores decidem fazer de outra maneira. "A nossa recomendação é que os condomínios façam a previsão dessas despesas", afirma Fernando Fornícola, diretor da Habitacional Administradora. Para ele, essa é a única forma de os moradores não terem surpresas com gastos extras no fim do ano, evitando a necessidade de se fazer um rateio específico para pagar o 13º salário, por exemplo. Sem supresas – Também Angélica Arbex, a supervisora de marketing da Lello Condomínios, defende que a melhor maneira de se evitar "surpresas" no fim do ano é fazer um planejamento orçamentário cuidadoso. "Não tem mágica, só a gestão no dia-a-dia. É como pagar uma despesa em 12 vezes iguais sem juros em vez de pagá-la à vista", afirma. Ela ressalta que a proposta de planejamento deve ser debatida entre o síndico e a administradora do condomínio. José Fernandes Sales
Especialista do Secovi-SP aconselha planejamento prévio por parte da administração dos condomínios residenciais Leonardo Rodrigues/ Hype
Danilo Verpa/ Hype
Ricardo Oliveira, da Cia. Bandeirantes: terceirizado também é caro
Fernando Fornícola, da Habitacional: gasto com segurança cresce
Folha de pagamento é o que pesa mais Em alguns condomínios, empregados respondem por 70% das despesas. Ideal vai de 45% a 50%.
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os condomínios, tanto residenciais como comerciais, a folha de pagamento representa o maior volume de gastos. Em alguns casos chega a 70% das despesas, quando o ideal seria algo em torno de 45% a 50%, segundo a supervisora de Marketing da Lello Condomínios, Angélica Arbex. O gerente de condomínio da Cia. Bandeirantes de Empreendimentos Comerciais, Ricardo Oliveira, afirma que a folha é o item de maior peso nas despesas condominiais, mesmo com terceirizados.
Depois da folha de pagamento, os itens que mais pressionam os gastos são água e energia elétrica. Em pesquisa, a Lello constatou que as despesas com água representam, em alguns casos, até 15% do valor da cota condominial, quando o aceitável seria entre 9% e 11%. Outra importante fonte de despesas são os contratos de prestação de serviços, especialmente os de manutenção e conservação de elevadores, que chegam até 12% dos gastos. Segurança — O item segurança é o que vem
ganhando mais peso nos últimos anos. "A maioria dos condomínios está procurando se cercar de sistemas de segurança, principalmente eletrônicos. Mas muitos síndicos ainda desconhecem que o mais importante é o elemento humano", afirma. De acordo com o diretor da Habitacional Administradora, Fernando Fornícola, cerca de 3% da verba mensal de um condomínio é destinada ao pagamento de manutenção dos equipamentos de segurança. Angélica, supervisora da
Lello Condomínios, afirma que, em alguns casos, os gastos com segurança já representam cerca de 30% da cota condominial mensal. O vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP, Hubert Gebara, diz que, conforme o perfil do condomínio, neste fim de ano haverá despesas entre R$ 3 mil e R$ 30 mil com adoção de sistemas de vigilância. "Se o sistema de segurança já estiver no projeto do prédio, agrega valor ao imóvel. Mas, se tiver de começar do zero, sai caro", diz Gebara. (JFS)
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TELEVISÃO Peripécias do detetive maníaco compulsivo, MPB e uma comédia do mestre italiano Carin Baer/USA Network Photo
Arquivo DC
Nova temporada de Monk começa com participação de Stanley Tucci.
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Giulietta Masina está em A Trapaça. Quinta, 22h, no Eurochannel.
O riso por Fellini. Monk mais neurótico Regina Ricca
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s fãs do detetive maníaco compulsivo mais simpático da TV podem respirar aliviados: o Universal Channel estréia neste domingo, às 20h, a nova temporada inédita (a quinta) da série Monk. E Tony Shalhoub, ator que vive o personagem, vem com a corda toda, pois acaba de conquistar seu terceiro Emmy na categoria melhor ator em série de comédia. No episódio de estréia, Monk terá que lidar com a perseguição de um famoso e metódico ator (interpretado pelo ótimo Stanley
Tucci, de O Diabo Veste Prada), escalado por uma produtora para fazer o papel de Adrian Monk em filme baseado nos casos do detetive. Domingo, às 23h30, a dica é sintonizar no Canal Brasil para ouvir a boa música de Francis Hime, à frente do show de lançamento do CD Arquitetura da Flor, gravado no Sesc Pompéia. Hime interpreta 17 canções, entre novas parcerias e sucessos antigos. Maisque-imper feito, a música que abre o show, é resultado da recente parceria de Hime com Geraldinho Carneiro,
que também gerou A Musa da TV, História de Amor, Pau Brasil, A Invenção da Rosa, Gozos da Alma e O Mar do Amor Total. Após a exibição do show, o Canal Brasil exibe os bastidores do show e entrevista Francis Hime, os músicos que o acompanham e a mulher de Hime, Olívia, para saber detalhes sobre a produção que, em breve, se transformará num DVD inédito, sob direção de Belisario França. Federico Fellini às vezes ‘visita’ a tela da TV, e é sempre um prazer quando o faz. Nesta quinta, às 22h, no Eu-
rochannel, vale conferir um dos primeiros filmes feitos pelo mestre italiano, A Trapaça (Il Bidone) rodado em 1955. Esta comédia dramática, protagonizada por Broderick Crawford e Giulietta Masina, mulher de Fellini, se passa na Itália dos anos 50 e três desiludidos vigaristas que vivem de pequenos golpes, aproveitando-se da ingenuidade dos camponeses. Mesmo que não seja um dos títulos mais marcantes da obra de Fellini, é sempre um prazer poder se deliciar com as artes desse gênio do cinema.
Francis Hime lança CD Arquitetura da Flor. Canal Brasil, domingo, 23h30.
Fotos: Divulgação
CD
Então tá! Aquiles Rique Reis
Três Enterros, dirigido por Tommy Lee Jones, pouco prestigiado no cinema, tem promissora carreira em DVD
DVD
Cinemão, cineminha. Lançamentos chegam rapidamente às prateleiras de locadoras e lojas Ronaldo Gomes
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indústria do cinema nunca esteve tão prestigiada. O número de produções não pára de crescer, assim como seus valores. Mas o lucro médio da bilheteria gira em torno de cinco a dez por cento ao ano. Nada que justifique a atração de investidores num mercado de risco como o cinematográfico. A explicação para o entusiasmo dos estúdios é que a venda de ingressos deixou, já faz algum tempo, de ser sua principal forma de arrecadação. Mais da metade da renda é gerada por outras formas de comércio, como TV a cabo e, principalmente, locação e venda de filmes em DVD. Os cinemas continuam sendo importantes, não só porque respondem por quase metade do faturamento mas por terem um público especial, de maior poder aquisitivo e formador de opinião. Por isso, os lançamentos mundiais, com suas pesadíssimas campanhas publicitárias, continuam sendo feitos no tradicional circuito das salas de projeção. É o sucesso nelas que determina o mercado subseqüente, com a lógica de que filme que vende muito ingresso renderá também nas outras formas de consumo. Antes disso, esperávamos anos, como no caso de ET, de Steven Spielberg, para que um título chegasse às prateleiras. Com a nova estratégia de manter o mercado "quente", o intervalo entre a sala de projeção e a locadora passou a ser de semanas. Crash, no Limite, de Paul Haggis, ganhador do Oscar de melhor filme, e o também pre-
miado O Segredo de Brokeback Montainjá estão, para os padrões atuais, há muito tempo nas lojas. O público, hoje, pode ver com tranqüilidade obras às quais não se daria ao trabalho se tivesse que enfrentar todos os inconvenientes de ir ao cinema numa grande cidade. E isso acaba abrindo espaço para ótimos filmes que não foram muito prestigiados no circuito comercial. Dois ótimos exemplos são os recém-lançados M a tc h Point, de Woody Allen, e Três Enterros, dirigido por Tommy Lee Jones. O primeiro, que nos cinemas se chamou Match Point - Ponto Final, foi menosprezado pela crítica – que sempre se esmerou em detratar Allen, talvez por vê-lo mais como concorrente do que como cineasta. Mas, mesmo considerado menor, o filme foi indicado para Oscar de roteiro, pela tão reverenciada academia de Hollywood. A história funciona como uma partida de tênis. No começo, uma exploração do ambiente, que vai se tornando agressiva e se aproxima da ousa-
dia. Depois, quando o personagem principal, interpretado por Jonathan Rhys Meyers, começa a enfrentar contratempos, há uma volta para os "fundamentos básicos" do jogo. Por fim, só pode ganhar quem tiver coragem de arriscar tudo. O filme acaba se transformando num thriller, mas as mudanças de ritmo são essenciais para o enredo. O início, calmo, corriqueiro, medíocre, é o que gera a identificação com a figura central da trama, um rapaz simpático e sensível, que só precisa de um empurrão para vencer na vida. A reafirmação desse caráter afável torna suas ações compreensíveis e nos transforma, inadvertidamente, em cúmplices. E é aí que está seu grande valor. Por mais que desaprovemos o que faz, não conseguimos evitar uma torcida para que ele escape ileso da armadilha que urdiu. Woody Allen retoma, como todos bem observaram, a discussão de Dostoievski, em Crime e Castigo. Só que no clássico russo a ética de Raskolnikov é
Match Point: Woody Allen retoma a discussão de Crime e Castigo
o centro da discussão, enquanto no primeiro filme britânico do diretor nova-iorquino a denúncia é muito mais para a falta desta em cada um de nós – ao final nos surpreendemos categorizando pessoas entre as que merecem ou não viver. No caso de Três Enterros acontece exatamente o oposto. O filme resgata a tradição americana do herói solitário e se aproxima o máximo possível, nos dias de hoje, de um bang-bang. Mas os pobres e oprimidos não são lavradores obrigados por ricos fazendeiros a cederem a terra de onde tiram o sustento. Na cidadezinha da bord a d a América rica a fronteira não tem mais nenhum significado ético ou social. Tommy Lee Jones é Pete, um vaqueiro que – contra os atuais ventos de Hollywood – usa a própria simplicidade e crueza como armas para dar sentido ao vazio do mundo que habita. Para cumprir a promessa feita ao amigo Melquiades Estrada, fadado a ser enterrado três vezes, ele enfrenta as instituições e costumes. Mas não assistimos ao renascimento de uma nação, na qual John Wayne ou Clint Eastwood revigoram os valores da sociedade, pois não há julgamentos. Os crimes são amplamente justificados porque cometidos contra uma ordem imoral. Apesar do "tom menor" em que a história é narrada, a viagem para fora da lei tem mais relações com a homérica Odisséia do que observamos a primeira vista. Todos são humanamente falhos e, exatamente por isso, ao contrário de Match Point, merecem viver.
Crash, no Limite, de Paul Haggis, ganhador do Oscar de melhor filme
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o DVD Kleiton & Kledir Ao Vivo(Orbeat, RBS e Som Livre), que tem a direção de René Goya Filho, o repertório de 16 músicas é quase todo de K&K. As exceções ficam por conta da poderosa Canção da Meia-Noite (Zé Flávio), de Vento Negro (José Fogaça), da obra-prima Estrela, Estrela (Vitor Ramil), da parceria de Kledir com Pery Souza (Noite de São João – lírica, amorosa, cativante com seu refrão contagiante) e da versão de Kleiton para Bridge Over Troubled Water, de Paul Simon, que em português é Corpo e Alma, belo tributo à fraternidade, cantado emocionadamente pelos dois: “(...) Junto a ti/ Feito corpo e alma/ Meu irmão, meu par”. Segue-se Então Tá, parceria de K&K, em que citam Nelson Sargento: “(...) Você finge que me ama/ E eu finjo que acredito”. Bacana! Só que soa estranho, logo após se abraçarem, exaltando as virtudes do amor de irmãos, cantarem uma ironia que parece desdizer a intenção da versão de Kledir para os versos de Simon. Se foi um chiste, legal! Se não, foi bobeada do roteiro. Outro vacilo se acentua no decorrer do espetáculo: o som das vozes, quando o pau quebra, tende a ficar encoberto pelos instrumentos. Dá até vontade de recorrer às legendas em português (sim, tem, e também em inglês e espanhol) para melhor entender as letras. E tome sucesso: Nem Pensar, Fonte da Saudade, Vira Virou, Tô que tô, Deu Para Ti... Os meninos, em forma esplêndida, cantam e tocam como nunca. Amadurecidos, vozes e instrumentos se completam. Também excelentes compositores, suas melodias se igualam em inspiração com seus versos criativos, cheios de belas imagens e impregnados de saudável bom humor. A direção musical é de K&K, Paul Ralphes e Dudu Trentin (também tecladista e pianista no show); os outros músicos são: Adal Fonseca (que pegada tem esse baterista, Deus do céu!), André Gomes (baixo e guitarra) e Luciano Granja (guitarra, guitarra de 12 cordas e violão de aço). Com arranjos em que o pop se revela o carro-chefe da intenção musical que têm Kleiton & Kledir, os dois irmãos e mais o quarteto incendeiam a platéia, fascinada por eles. A alegria está estampada em seus rostos. Suas performances seguem em entusiasmo crescente, característico daqueles que percebem cumprir, no próprio ato do trabalho, o dever sagrado de mostrar-se por inteiro, enquanto demonstram o prazer de estar ali, peito, garganta, almas e braços abertos à música. Um dos momentos altos se dá na entrada em cena do irmão mais novo de K&K, Vitor Ramil. Bom compositor, Vitor compõe ali, com seus irmãos, um trio fugaz, por isso mesmo tão intenso. A versão que dão à Estrela, Estrela é emocionante. Soa extemporâneo, entretanto, o segundo número apresentado pelo trio. Vento Negro, de José Fogaça (que de forma alguma é ruim), não tem, todavia, força suficiente para manter a carga emocional despertada por Estrela, Estrela, música que deixa na platéia o gosto da lágrima que entra pelo canto da boca, depois de escapulir dos olhos – melhor seria ter deixado saudade. Abro parêntese: não se pode falar dos três irmãos Ramil sem fazer referência àquela que lhes dá suporte tão carinhoso como profissional para que vão em frente com suas carreiras musicais. Refiro-me a Branca Ramil, uma das produtoras mais competentes em ação na MPB desde muito tempo. Parêntese fechado. Após cantarem a deliciosa Maria Fumaça, quando dão um show performático, graças a versos cheios de esperteza, é hora de o espetáculo acabar, e acaba para cima, com um arranjo pop puro para Deu Pra Ti. Deu pra ti, baixo astral, pois diretamente do palco do Salão de Atos da PUC-RS – Porto Alegre nos vêm Kleiton Ramil e Kledir Ramil. O som dos guris, nascidos em Pelotas e crescidos lá pelas bandas do paralelo 30, voa a bordo de seu primeiro DVD gravado em busca de paralelos de outras tantas dezenas. Aquiles Rique Reis é vocalista do MPB4 e autor de O Gogó de Aquiles, editora A Girafa.
Ano 81 - Nº 22.218
São Paulo, sexta-feira a domingo, 22 a 24 de setembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h45
w w w. d co m e rc i o. co m . b r Sérgio Lima/Folha Imagem
IMPACTO DO DOSSIÊ
1. Bolsa cai, risco-Brasil e dólar sobem. 2. Alckmin cresce. 3. Campanha de Lula perde a inteligência. Reflexos do fraudessuga começam a aparecer. A Bovespa fechou ontem no menor nível desde junho, recuando 1,04% para 34.830 pontos. "Tememos a governabilidade do próximo governo, seja ele qual for", explicou um corretor. O dólar comercial avançou 1,47%, em seu terceiro dia de alta, fechando a R$ 2,209, o maior valor desde 14/7. E o risco-Brasil foi para 245 pontos, subindo 16 pontos. Na primeira pesquisa Ibope desde que eclodiu o novo escândalo, Alckmin alcançou a mais alta pontuação, 30%. Mas Lula ainda o bate no primeiro turno. Na pesquisa Vox Populi, Alckmin cresceu dois pontos. Ontem, o novo coordenador da campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, decidiu acabar com o Núcleo de Informação e Inteligência. Motivo: o tal núcleo "não foi muito inteligente". Enquanto não surgir a origem da dinheirama para pagar o dossiê fraudado, a crise permanecerá aberta. O Mercado, em Economia 6. Muda Brasil, em Opinião. Política, 3, 4, 5 e 8
PROGRAMA: TEATRO POLÍTICO Fox Film/Divulgação
Mário Ângelo/Folha Imagem
Gilberto Salvador/Reprodução
Em cartaz na cidade 12 peças que retratam a tragicomédia do jogo do poder no País. Nas telas, Meryl Streep é uma editora que inferniza a vida de modelos, em O Diabo Veste Prada, enquanto Asterix volta animado. Esculturas? Corra para ver as grandiosas obras Focus Film/Divulgação
HOJE Parcialmente nublado Máxima 28º C. Mínima 16º C.
AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 30º C. Mínima 16º C.
Um encontro para semear a paz Associação Comercial de São Paulo faz festa no Pátio do Colégio (foto) para celebrar o Dia Internacional de Cultura de Paz e Não-Violência. C 2
Mais segurança. Para não afastar a freguesia. Medo de assaltos e roubos provoca queda de até 30% nas vendas em algumas lojas de centros comerciais populares e também de ruas mais requintadas. E 1
de Gilberto Salvador. E mais: concertos de graça, leilão de fotos, gastronomia e roda do vinho.
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Lojistas da região do Bom Retiro contratam seguranças particulares.
TUDO PARA SEGURAR O CONSUMIDOR Medo de assaltos e roubos provoca queda de até 30% nas vendas de tradicionais centros comerciais, inclusive dos mais requintados. O jeito foi contratar segurança. Paulo Pampolin/Hype
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falta de segurança em centros comerciais como o Brás ou a Rua Oscar Freire afasta consumidores e prejudica as vendas em até 30%, segundo estimativas dos comerciantes. Isso sem contar os prejuízos com os furtos. Só na Rua José Paulino, a mais movimentada do bairro do Bom Retiro, são registradas 15 ocorrências de roubos diariamente, segundo a delegada do 2º DP, Nilze Batista Scaputiello. Para correr atrás do prejuízo, as associações locais contratam vigilantes privados, instalam câmeras e buscam acordos de segurança com a Prefeitura de São Paulo. Desde o começo da semana, seguranças privados guardam a Rua Lubavicth, onde ficam estacionados os ônibus de excursões dos lojistas que vêm ao Bom Retiro fazer compras. O objetivo é impedir os assaltos a comerciantes do Brasil inteiro que compram na José Paulino. "Muita gente tinha deixado de vir pela falta de segurança. Nós queremos reconquistar esses clientes e ainda atrair os compradores de outros bairros comerciais", diz o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Bom Retiro, Antônio Ary Martorelli. Escolta – Os seguranças permanecem no local o dia todo e fazem a escolta do ônibus na hora de carga e descarga de mercadorias. "Tenho amigos que já perderam tudo o que compraram por conta de bandidos que atacam nas redon-
dezas", conta a comerciante curitibana Ana Lúcia de Souza, que viaja a São Paulo todo mês para reabastecer sua loja de roupas. "Com os vigilantes, a sensação de segurança é bem maior", diz Ana. A previsão é que, em dois meses, a região também seja monitorada por câmeras. A Rua Oscar Freire é outra que também deve ser vigiada por vídeo. As obras de reurba-
Queremos também atrair os compradores de outros bairros comerciais. Antônio Martorelli. presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Bom Retiro nização dos arredores devem ser concluídas no mês de outubro, quando as ruas mais movimentadas do bairro serão vigiadas 24 horas. "Seguranças privados já tomam conta das lojas mais finas, como algumas joalherias, e outras lojas que só atendem com hora marcada", diz a presidente da Associação dos Lojistas da Rua Oscar Freire, Rosângela Lyra. A delegada do 2º DP destaca que não é permitido contratar vigilantes privados com arma nem instalar câmeras particulares em locais públicos, mesmo que a polícia não consiga dimi-
nuir a alta incidência de roubos na região. "Mas, e a população, fica a mercê dos bandidos?", indaga a lojista Paula Ramares. Acordo – Os comerciantes do bairro do Brás buscam o apoio da Prefeitura para garantir a segurança dos clientes que compram na região. "A maneira que encontramos para ficarmos mais protegidos e dentro da lei foi adquirir os aparelhos e deixar a vigilância a cargo do poder público", explica o diretor de relações públicas da Associação dos Lojistas do Brás, Jean Makdissi Júnior. De acordo com ele, a entidade agora busca patrocínio para comprar as câmeras de segurança e pagar os custos da manutenção mensal. "A Prefeitura não autoriza que o setor privado invada a privacidade alheia, mas os governantes podem monitorar à vontade," reclama Makdissi Júnior. Já na região da Rua 25 de Março, a Guarda Civil Metropolitana (GCM) instalou cinco câmeras de vigilância há dez dias, depois de meses de insistência dos comerciantes locais. "Mas o policiamento na região continua insuficiente", afirma o assessor da presidência da União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências, Gilber Santana de Faria. "Já pedimos maior atenção dos policiais nos arredores onde ficam estacionados os ônibus de lojistas, mas ainda não nos atenderam", diz. Procurada para comentar o assunto, a Prefeitura não se pronunciou. Sonnaira San Pedro
Na Rua José Paulino, no Bom Retiro, são registrados diariamente 15 roubos
Seguranças acompanham lojistas de outras cidades que vão ao Bom Retiro de ônibus
Milton Mansilha/LUZ
Lojas de roupas infantis da 25 de Março aguardam chegada dos clientes
E
stá tudo pronto para o Dia das Crianças no comércio popular de roupas de São Paulo. Nas lojas da região da 25 de Março, as mercadorias já estão nas prateleiras, mas os consumidores ainda não apareceram. Desanimados, os lojistas creditam o movimento fraco a dois fatores: a renda comprometida e a preferência pelos brinquedos nessa época. O proprietário da Aladim Baby, Jorge Salomão, estima uma queda de 10% no faturamento em comparação com o mesmo período do ano passado. O fraco desempenho, segundo Salomão, já vem de longe. "Entre janeiro e agosto deste ano, as vendas recuaram 30% em relação ao mesmo período de 2005", informa. Apesar de ter aumentado os pedidos de mercadorias em 20% este ano para deixar as prateleiras abastecidas, o proprietário da loja Palhacinho, Luiz Gorios, na Ladeira Porto Geral,
também não tem expectativas positivas. "A esperança é a última que morre, mas não registraremos aumento de vendas. O produto que não sair será desovado no Natal", diz. Mais otimista, a gerente da Nossa Loja, na Rua 25 de Março, Jaci dos Santos, espera um crescimento de até 10% nas vendas nessa época do ano. Entre os produtos mais procurados na loja, estão as toalhas de banho e os edredons com personagens infantis, como o Bob Esponja. "Espero que, depois do dia primeiro de outubro, os consumidores finalmente apareçam", aposta. Dívidas – A expectativa do presidente da Associação Brasileira do Vestuário (Abravest), Roberto Chadad, é que as vendas no Dia das Crianças sejam 3% maiores do que as registradas em 2005. "Não é um bom índice, mas é o possível. O consumidor está endividado. A situação ficará melhor só em dezembro, com o pagamento
Para fábricas, tempo é o maior vilão
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Jorge Salomão, da Aladim Baby, estima queda de 10% nas vendas
do da última parcela do 13º salário", prevê. Outro problema detectado por Chadad é que os preços estão 8% mais baixos, em média, para o consumidor, mas
os custos para os fabricantes são os mesmos. "É uma boa notícia para as pessoas, mas nem assim as vendas acontecem", diz. Neide Martingo
s fabricantes de roupas também estão desanimados com as vendas e apontam o clima instável como o grande vilão. O chefe da área de estilo da Malwee Malhas, uma das maiores fabricantes brasileiras do segmento, Joe Gieseler, descarta incremento de vendas este ano. "Os números deverão ser os mesmos em razão, principalmente, da instabilidade climática que caracterizou tanto o inverno, mais quente que o normal", diz Gieseler. O presidente da Cativa Têxtil, Gilmar Rogério Sprung, tem a mesma opinião. "O clima está indefinido não é de hoje. Por isso, os pedidos dos lojistas se mantiveram no mesmo patamar registrado em 2005", afirma Sprung. De acordo o executivo, os pedidos dos comerciantes não foram numerosos para o Dia das Crianças, ao contrário do que está sendo registrado para o Natal. De todo o Brasil, Minas Gerais é a que mais faz pedidos para a empresa. (NM)
sexta-feira, sábado e domingo, 22, 23 e 24 de setembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
LAZER - 3
TEATRO POLÍTICO
Fotos: Luciana Bortoleto/Divulgação
TRAGICOMÉDIA DA CORRUPÇÃO Em 12 peças em cartaz na cidade Sérgio Roveri
Lenise Pinheiro/Divulgação
Re (volta): músicas inspiradas em estruturas melódicas indianas
DANÇA
Coreografia, ritmo e poesia para uma rebelião
Espetáculo A História do Brasil Segundo Ernesto Varela, no Tucarena: postura irreverente e absoluta falta de cerimônia diante dos entrevistados
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les surgem à noite para tentar seduzir o público com suas promessas vazias, seus conchavos de bastidores e suas maratonas de mentiras. Exibem seus projetos, difamam seus detratores e saúdam com tapinhas nas costas os aliados de ocasião. Esta fórmula e os personagens nela envolvidos poderiam perfeitamente ser o recheio da propaganda eleitoral gratuita – mas o assunto aqui é o palco. A pouco mais de uma semana das eleições, o teatro oferece, a seu modo, um menu variado de temas políticos – alguns deles de uma comovente ingenuidade diante da desfaçatez dos políticos do mundo real. São, no momento, 12 espetáculos em cartaz nos quais o jogo do poder surge retratado em cores trágicas – como nas duas versões de Ricardo 3° em tom satírico, a exemplo de A História do Brasil Segundo Ernesto Varela ou Chalaça, a Peça – ou revestido de uma crítica mais incisiva, como no caso de Fátria Amada Brasil. Neste roteiro suprapartidário, a comédia Sua Excelência, o Candidato desponta como o espetáculo mais moldado para o aquecimento das urnas. Escrito na década de 1980 pela dupla Marcos Caruso e Jandira Martini, o texto esmiúça o perfil de um jovem candidato cujas falcatruas não perdoam nem mesmo seu padrinho político, de quem está disposto a roubar a mulher. Nesta terceira montagem da peça em duas décadas, o candidato é agora interpretado por Reynaldo Gianecchini. "Acho que como comédia Sua Excelência conti nu a atual, pois fala da corrupção e artimanhas de uma campanha eleitoral", diz o diretor Alexandre Reinecke. "Mas, infelizmente, as maneiras de fazer campanha no Brasil estão piores e mais sujas do que na época em que a peça foi escrita, o que a torna ingênua perto da realidade atual". O diretor acredita que episódios recentes da política nacional, como o escândalo do mensalão e a operação sanguessuga, não serviriam de matériaprima para um bom espetáculo. "Eles se prestariam melhor a um documen-
tário de denúncia. O resultado já é trágico e patético por si só". De olho no período eleitoral, o apresentador Marcelo Tas resgatou a mais célebre de suas criações, o repórter Ernesto Varela. Com sua postura irreverente e sua absoluta falta de cerimônia diante dos entrevistados, Varela encurralou com suas perguntas políticos como Paulo Maluf, Marco Maciel, Eduardo Suplicy, Fernando Henrique Cardoso e o próprio Lula, numa época em que o petista era apenas uma estrela em ascensão. O espetáculo A História do Brasil Segundo Ernesto Varela, em cartaz no Tucarena, mostra que nestas duas décadas as cadeiras mudaram de lugar, mas seus ocupantes continuam os mesmos. Outro espetáculo que permite oportunas associações com o atual momento político é Chalaça – a Peça, adaptação do romance O Chalaça, de José Roberto Torero, que mostra as armações e a rede de intrigas armada pelo principal ajudante de dom Pedro I, o alcoviteiro Francisco Gomes Chalaça. Qualquer associação entre Chalaça e José Dirceu, ou mais recentemente com Freud Godoy, assessor pessoal de Lula que se
demitiu após o escândalo do dossiê contra José Serra, é de inteira responsabilidade do público. Shakespeare, sozinho, é responsável por cinco peças em que as disputas pelo poder – ocorram elas por vias civilizadas ou por métodos menos ortodoxos – permeiam cada diálogo. São duas montagens de Ricardo 3° (o nobre deformado que eliminou todos aqueles que se interpuseram entre ele e o trono), uma de Timão de Atenas (mecenas abandonado pelos amigos depois que perdeu a fortuna), uma de Antonio e Cleópatra (sobre o poderio militar que vence qualquer forma de amor) e o potpourri do dramaturgo na peça 100 Shakespeare, que refaz cenas clássicas de Hamlet, Otelo e Macbeth, todos textos em que a briga pelo comando deixou vítimas inocentes pelo caminho. Se no lugar deste cardápio político indigesto o público preferir um discurso menos viciado, a indicação é a comédia Q uemNunca, dirigida por Renata Melo. Em cartaz no Centro Cultural Fiesp, o espetáculo se pergunta quem nunca traiu, mentiu, desrespeitou ou omitiu informações. A resposta, seguramente, não está no horário eleitoral gratuito.
Ricardo 3° (Teatro Faap, tel.: 3662-7233), Ricardo 3° ( Teatro Agora, tel.: 3284-0290), Timão de Atenas (Teatro Popular do Sesi, tel.: 3146-7405), Antonio e Cleópatra (Teatro Sesc Vila Mariana, tel.: 5080-3000), 100 Shakespeare (Teatro Popular do Sesi Vila Leopoldina, tel.: 38321066), Frátria Amada Brasil (Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, tel.: 3803-9396), A História do Brasil Segundo Ernesto Varela (Teatro Tucarena, tel.: 3188-4156), QuemNunca (Centro Cultural Fiesp, tel.: 3146-7405), Sua Excelência, o Candidato (Teatro Vivo, tel.: 5105-1520) Chalaça – a Peça (Teatro Alfa, tel.: 5693-4000), Pente Fino (Sanitário Masculino do Teatro Renaissance, tel.: 3188-4151), Gente Que Faz (Teatro Augusta, 3151-4141).
Concebido pela bailarina e coreógrafa Carmen Gomide, com direção de Mariana Muniz, o espetáculo de dança (Re)volta inclui uma poesia inédita de Alice Ruiz e música composta por José Luiz Martinez, a partir de estruturas melódicas e rítmicas da Índia, fundidas à música contemporânea. A inspiração veio do livro Sentido e contra-senso da revolta, de Julia Kristeva, e do artigo O Performer, de Jerzy Grotowski. A música é executada ao vivo pelo Quarteto de Cordas Nóbilis e pelo percussionista Joaquim Abreu e inclui Praeludium (percussão solo), Passos da Paixão (quarteto de cordas e gongos); Passos Sobre a Ponte (quarteto de cordas e ilatalam, címbalos indianos); Passos da Contingência (quarteto de cordas); . Interludium (quarteto de cordas, crotales e gongos); Cinco Passos ao Sol (quarteto de cordas e tabla indiana); Sete Passos em Rupak (quarteto de cordas e tabla indiana) , e Postludium - fuga (quarteto de cordas e percussão). No domingo (24), após a apresentação, Cassiano Sydow Quilici, professor em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica discutirá com elenco e platéia o processo de criação. A produção é de José Renato Fonseca de Almeida. Re (volta) tem apresentações hoje, sexta (22) e amanhã, sábado (23), às 20h. No domingo (24), o espetáculo acontece às 19h. Na Galeria Olido, sala Paissandu, avenida São João, 473, Centro, telefone: (11) 3331-7703. Como os ingressos são gratuitos, recomenda-se chegar com uma hora de antecedência.
De Alice Ruiz: "Agora sim / tenho a morte na alma / e a vida nas mãos"
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
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1 A 15 de Novembro não será uma via de trânsito rápido. O objetivo é permitir a circulação de veículos de serviços. Marcos Atanásio Braga, da Ação Local 15 de Novembro Marcos Fernandes/Luz
A 20 km/h, CARROS VOLTAM EM OUTUBRO À 15 DE NOVEMBRO Retorno dos carros já divide opiniões. Pedestres desaprovam a medida. Alguns comerciantes acreditam que o movimento de suas lojas vai aumentar. Associação Viva o Centro alerta para necessidade de sinalização para evitar acidentes. Rejane Tamoto
Fotos de Rafael Haupsel/Luz
A
abertura de calçadões ao tráfego de veículos na região central da cidade como alternativa para revitalizar o Centro ainda divide opiniões de comerciantes e pedestres. Depois da liberação de um trecho das ruas Dom José de Barros e 24 de Maio – que terá uma extensão aberta até a Conselheiro Crispiniano prevista para o final deste mês – o próximo calçadão a ser aberto aos carros é o da rua 15 de Novembro, no Centro Velho. Atualmente, a 15 de Novembro está desfigurada e boa parte de seu piso em mosaico português e placas de granito está destruído. Até a segunda quinzena de outubro, o trecho da 15 de Novembro, entre a rua João Brícola e a praça Padre Manuel da Nóbrega será aberto aos carros, com acessos de entrada e saída pela rua Boa Vista. "A 15 de Novembro não será uma via de trânsito rápido. O objetivo é permitir a circulação de veículos de serviços, que já trafegam pelo local, e também para o embarque e desembarque de pessoas", disse Marcos Atanásio Braga, assessor técnico da Ação Local 15 de Novembro, vinculada à Associação Viva o Centro. Segundo o coordenador de projetos e obras da Subprefeitura da Sé, Delson José Amador, a 15 de Novembro não receberá asfalto, apenas sinalização horizontal e vertical de trânsito pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). A rua não mudará visualmente e a divisão da área de circulação de automóveis e de pedestres será feita por 100 postes de balizamento em ferro fundido, de 90 cm cada. A 15 de Novembro terá mão única (sentido João Brícolapraça Padre Manuel da Nóbrega), com 5,5 metros de espaço para os veículos, que poderão circular em velocidade de até 20 km/hora. Para os pedestres restarão de 2,80 metros até 3,5 metros nas laterais. Após um período de testes, a Subprefeitura da Sé programará a pavimentação. A medida pode prejudicar ainda mais a situação do piso do calçadão da 15 de Novembro, hoje degradado, com desníveis e crateras, com parte do mosaico retirado em vários trechos pelas concessionárias de serviços. Segundo Braga, a degradação do piso é recorrente na região. "Toda vez que retiram os mosaicos e placas de granito, repõem os produtos com uma padronização diferente da original", afirmou. Na manhã de ontem, uma equipe da Prefeitura iniciou a reforma da 15 de Novembro, com a colocação de postes de balizamento e reposição de parte das placas de granito. Preocupação - Para o analista de suporte Paulo Takayuki, de 36 anos, que trabalha na região central, e passa diariamente pela rua 15 de Novembro, a abertura para o tráfego de veículos será muito ruim para o pedestre. A mesma opinião é de comerciantes que possuem estabelecimentos na
Rua 15 de Novembro danificada por serviço de concessionárias
Funcionários começaram as obras para abertura do calçadão da 15 de Novembro ao tráfego de veículos
tregamos o a ba ix o -a ss inado e não aconteceu nada", afirmou. Há 15 anos na região, Zenilda disse não querer mudar de ponto por já ter uma freguesia formada. "O calçadão é uma conquista do povo. Este projeto não é necessário porque o Centro já tem ônibus e metrô", disse. De acordo com Marcos Atanásio Braga, assessor Balizador delimita o espaço para os pedestres técnico da Ação Local 15 d e N o v e mbro, a abertura ao trânsito de veículos só é defendida por instituições de serviços, que esperam atrair outro tipo de cliente: aquele que só circula motorizado. Revisão Segundo o sup er in t en de nte da Associaç ã o Vi v a o Centro, Marco Antônio Ramos de Almeida, o sistema de calçadões no Centro existe há 30 anos e tem de Bomfim aponta defeito no asfalto da rua 24 de Maio s e r r e v i s t o . Nesse procesrua. O gerente da loja Hering, so, segundo ele, é preciso redeGerson Bezerra, teme que o es- finir que locais permanecerão paço dos pedestres seja ocupa- exclusivos aos pedestres e do por camelôs. No entanto, quais devem ser abertos ao trácom a volta dos carros, Bezerra fego de automóveis. "O calçaespera que a loja fique mais vi- dão deve ter um leito carroçável, para que a circulação de sível e atraia clientes. O mesmo otimismo não é veículos e pedestres seja ordecompartilhado pela jornaleira nada. Se passa um veículo de Maria Zenilda de Souza e cerca emergência, para que lado o de 50 lojistas de um shopping pedestre vai?", exemplifica. da rua João Brícola. O grupo Segundo o superintendente, reuniu 1.443 assinaturas con- essa questão é importante, tra a transformação da João porque as pessoas têm uma leiBrícola em via de trânsito. "En- tura definida de áreas para veí-
culos e para pedestres. "É uma leitura que vem de séculos. Onde há asfalto, há carros. É preciso distinguir o que é rua do que é calçadão", afirmou. 24 de maio - Sete meses após a abertura para os veículos de um trecho da rua Dom José de Barros e 24 de Maio, mais uma extensão dessa via deve ser aberta até o final do mês. Segundo o presidente da Ação Local 24 de Maio e diretor da imobiliária Neves Bomfim, Carlos Roberto Bomfim, será aberto o trecho da rua 24 de Maio até a Conselheiro Crispiniano, no sentido da avenida São João. Esse trecho, cujo asfaltamento já dura mais de um mês, aguarda a sinalização da CET. Bomfim espera que a medida afaste os ambulantes que ainda insistem em ficar na região. De acordo com o presidente da Ação Local, no primeiro trecho aberto já não há mais camelôs. "O único prob l e m a d o t re c h o d a 2 4 d e Maio com a Dom José de Barros é que a obra ficou feia e com alguns defeitos. Ainda há grelhas antigas que não suportam o tráfego de veículos e a via é mais elevada que as calçadas laterais", disse. Por isso, no lado esquerdo da via,
Cleuza do Espírito Santo gostou das reformas feitas na rua 24 de Maio
há uma caída de água (uma rampa), que pode prejudicar lojistas em dias de chuva. Para Bomfim, o importante é que o local não se torne via de tráfego intenso e nem rota de fuga no trânsito. Isso porque, segundo o presidente da Ação Local 24 de Maio, a abertura do calçadão ao tráfego de veículos tem sido positiva. Um exemplo é o aumento do número de médicos que procuram se instalar nos prédios da região. "A abertura da rua também contemplou as cerca de 500 pessoas que moram em um edifício na rua Dom José de Barros com a rua 24 de Maio. Agora, esses moradores podem descarregar compras de táxi", afirmou. A mudança na 24 de Maio também atraiu investimentos. No próximo ano, segun-
do Bomfim, será aberta uma unidade do Sesc na esquina com a Dom José de Barros. Há cerca de um mês, a 24 de Maio também ganhou um Pop Shop, um centro de compras com 50 boxes de 3 x 2,5 metros, que vendem de eletrônicos a roupas. Segundo o administrador, Pedro Nascimento, as unidades foram locadas em cinco dias e cerca de 10 delas foram ocupadas por ambulantes que desistiram de permanecer na 24 de Maio. "Vou construir mais 48 boxes. O movimento está muito bom por aqui", disse. Pela primeira vez no local, a contato publicitária Cleuza do Espírito Santo, aprovou a idéia. "Está parecido com a rua 25 de Março, só que a diferença é que aqui dá para andar", afirmou.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
LENTE DE
AUMENTO COPOM: CHANCE DE NOVO CORTE DE 50
G A aposta
de maior probabilidade é de nova queda de 50 pontos. Para novembro, queda de 25 pontos. 2. A atividade econômica dá claros sinais de fragilidade. Segundo nossas últimas estimativas, o PIB no terceiro trimestre deve crescer apenas 0,5% em relação ao trimestre anterior, após a remoção dos efeitos sazonais. Para o fechamento de 2006, dificilmente o crescimento real ultrapassará 3%. 3. Temos argumentado que o pífio crescimento de longo prazo da economia brasileira está ligado a questões estruturais que prejudicam a produtividade e os investimentos e não a erros de política monetária cometidos pelo Banco Central. No entanto, isto não significa que os apertos monetários não afetem a demanda agregada e não provoquem flutuações cíclicas no desempenho da economia. Dados relativos ao comércio varejista de julho, divulgados nesta terça-feira pelo IBGE, mostram que a demanda, no que pese as reduções nos juros, ainda apresentava baixo dinamismo.
4. Uma releitura das últimas atas do Copom, talvez concilie a aparente contradição entre os dados (e perspectivas) para inflação e atividade econômica e as advertências do Comitê sobre sua intenção de reduzir a velocidade de queda da taxa básica de juro. Esta releitura poderia nos levar à seguinte interpretação: os membros do Copom estão realmente sinalizando que, em breve, reduzirão o ritmo de queda do juro básico. No entanto, os dados correntes e as expectativas demonstram que, por ora, o ritmo atual está adequado. Dessa forma, "em breve" pode não significar "no próximo mês". Com o objetivo de ser o mais transparente possível, o Comitê antecipa ao mercado o "viés" da política monetária, mas não necessariamente muda o curso de suas ações imediatamente. 5. O comportamento do mercado de câmbio, apesar de não se constituir em nenhuma novidade (e, a rigor, não deveria ser incluído nesta lista de razões que nos fizeram rever nossa expectativa para o próximo Copom), não pode deixar de ser considerado. É inegável que o real encontra-se historicamente apreciado.
N
ão concordamos com aqueles que atribuem apenas à política monetária apertada as razões dessa apreciação. Talvez as principais causas da valorização de nossa moeda estejam ligadas a mudanças estruturais em nossas exportações e às excepcionais condições do comércio mundial. No entanto, não se pode negar que parte desse movimento de apreciação decorre do ainda muito alto diferencial entre os juros domésticos e externos, no que pese a expressiva redução no risco soberano do Brasil. TRECHOS DA CARTA SEMANAL DA MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR
A pesar da queda dos juros, vendas ainda fracas
JOÃO DE SCANTIMBURGO
A POUCOS DIAS DAS ELEIÇÕES Céllus
O
s argumentos próqueda de 50 pontos na próxima reunião do Copom ganharam corpo e esta hipótese passa a ser considerada por nós como a de maior probabilidade. Vejamos as principais razões: 1. As expectativas de inflação continuam cadentes e deverão manter tal tendência nos próximos levantamentos da pesquisa Focus. Instituições e analistas tidos como formadores de opinião no mercado vêm fazendo drásticas reduções em suas projeções de IPCA para 2006. A esta altura não seria despropositado atribuir-se probabilidade não nula de que a inflação feche o ano abaixo do piso da meta.
Ciclo eleitoral ou herança maldita? ROBERTO FENDT
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os Estados Unidos há um conjunto apreciável de evidências empíricas em torno do chamado "ciclo eleitoral": o governo que concorre à reeleição gasta mais à medida que se aproxima o pleito. Não escapamos dessa prática, mesmo na época em que não havia a possibilidade de reeleição para os cargos nos Executivos. O que causa certo espanto é o desembaraço com que o governo do PT vem "aperfeiçoando" essa prática. Alguns exemplos são ilustrativos. Os números estão disponibilizados no site do Contas Abertas (http://contasabertas.uol.com.br). Tomemos o caso do programa orçamentário eleitoreiro por excelência, o Bolsa-Família. O Orçamento da União para 2006 limita os gastos com o programa em R$ 6,9 bilhões. Até a primeira semana de setembro já haviam sido empenhados e gastos R$ 6,6 bilhões (95% do total autorizado para todo o ano). É claro que, com o assombroso crescimento da arrecadação, talvez novos recursos sejam autorizados para gastos com o programa. Mas o certo é que já se gastou quase todo o dinheiro disponível no orçamento anual para o Bolsa-Família nos primeiros oito meses do ano. Das duas, uma: ou vai faltar dinheiro ou alguma mágica terá que ser feita para cobrir as despesas nos quatro meses restantes do ano. O mesmo se aplica ao programa Proteção Social à Pessoa com Deficiência. Ninguém é contrário à decisão – expressa no orçamento – de apoiar com recursos da própria sociedade as pessoas portadoras de deficiência. Contudo, ocorre com esse programa o mesmo padrão de gastos: despendeu-se até o dia 9 de setembro 98,87% dos recursos autorizados no orçamento. O que ocorrerá depois de outubro? Exemplo talvez mais ilustrativo seja o que está ocorrendo na área do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Argumenta-se que o MST reduziu a violência contra a propriedade privada para não prejudicar o desempenho eleitoral do PT. Pode ser. Mas também é possível que as invasões tenham sido reduzidas porque está chovendo dinheiro na horta do
MST e de outras organizações que atuam para destruir a propriedade privada no campo. Entre janeiro e abril, as despesas do MDA ficaram em pouco menos de R$ 450 milhões. Em maio, manteve-se a média de desembolsos dos meses anteriores, mas em junho, o total gasto (R$ 490 milhões) superou o total despendido nos primeiros quatro meses do ano. Nos quatro meses seguintes, mais próximos da eleição, os gastos mais que dobraram, ultrapassando um bilhão de reais. Além desse bilhão já gasto, há ainda outro bilhão de reais empenhado e não desembolsado, o que permitirá dobrar, até o final do ano, o subsídio pago pelo contribuinte ao vandalismo no campo. Caso a totalidade dos recursos autorizados, acrescidos de restos a pagar do exercício anterior (R$ 5,4 bilhões), seja efetivamente gasta, ainda há por empenhar e gastar quase R$ 3,5 bilhões no âmbito do MDA. A esses valores haveria que acrescentar os diretamente pagos a ONGs ligadas ao MST, como o Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST), famoso por haver invadido e depredado em ação selvagem a Câmara dos Deputados. Com tanta grana para gastar, não surpreende a calmaria temporária no campo.
E
nquanto isso, os gastos com programas de "baixo retorno eleitoral" ficaram para trás. As despesas com serviços urbanos de água e esgoto ficaram restritas a 6,1% do autorizado; e se gastou apenas 41% do orçado com a manutenção da malha rodoviária federal, a despeito do estado deplorável de nossas estradas e do clamor público por sua manutenção e conservação. No caso deste último programa, ainda tivemos que suportar uma operação "me engana que eu gosto", com o governo fingindo que consertava as estradas. Por tudo isso e pelo fato de que alguns dos programas com maior expansão dos gastos geram despesas permanentes, seria de perguntar-se o que ocorrerá em 2007: uma fase contracionista do ciclo eleitoral ou uma "herança maldita", autogerada.
O governo que concorre à reeleição gasta mais quando o pleito se aproxima
Homenagem ao jornalista Pimenta Neves CÂNDIDO PRUNES
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inguém deveria se surpreender com (mais) uma denúncia envolvendo filiados do Partido dos Trabalhadores. Especialmente no fragor da disputa eleitoral. Afinal, o principal marketeiro da vitoriosa campanha de 2002 confessou em pleno Congresso Nacional, diante das câmaras de televisão que transmitiam ao vivo para todo o país, que parte de seus elevados e justos honorários foram pagos com “recursos não contabilizados”, em conta no exterior. Ora, ocorre com os crimes eleitorais o mesmo que se sucede com todos os demais crimes “neste país”: a impunidade é a regra. Os sicários brasileiros sabem que dificilmente serão flagrados pela polícia. Se essa hipótese improvável acontecer, eles sabem que a polícia não dispõe dos meios para investigar. Se o clamor público for muito grande e os meios se oferecerem, eles sabem que o labirinto dos procedimentos policiais pode tornar um inquérito imperfeito, ou melhor ainda, inconcluso. Se ainda assim a pressão for grande e as autoridades com êxito concluírem o inquérito, eles contam com o arsenal infindável de recursos processuais. Assim, no pior cenário, se não houver
prescrição, o criminoso eleitoral sabe que cumprido um sexto da pena sairá livre. A exemplo do jornalista Pimenta Neves, homicida confesso, que dificilmente cumprirá um único dia de prisão depois que sua condenação transitar em julgado. Os senhores que foram presos no último dia 15 de setembro, num escândalo envolvendo a suposta compra de dossiê contra candidatos da oposição, sabiam avaliar seus riscos. Bem como seus cúmplices. Basta constatar que há ex-policiais e advogados entre eles. Ainda que tenham tido “azar” com o flagrante, eles sabem que a máquina burocrática da polícia e da Justiça conspirará a seu favor.
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e as expectativas mais sinistras se confirmarem para eles, dentro de muitos anos serão julgados e condenados. E se o eleitor deixar, o candidato em benefício de quem exerceram o abjeto mister já terá cumprido na íntegra o seu mandato, desfrutando confortavelmente de mais uma aposentadoria integral. CÂNDIDO PRUNES É VICE-PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL
O s sicários brasileiros sabem que dificilmente serão flagrados pela polícia
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o primeiro domingo de outubro iremos votar para presidente da República, governadores dos estados, senadores, deputados federais e estaduais, que por sinal, é uma massa enorme de candidatos. Estamos vivendo numa das maiores democracias do mundo. O processo eleitoral vem se aprimorando. Chegamos, afinal, no aparelho eletrônico que nos possibilita obter o resultado antes da meia noite do dia das eleições. Acompanhamos a corrida para os cargos de mandato e as pesquisas que dão a voz da opinião pública não nos trouxeram surpresas para presidente e para governador. Para presidente, Lula tem a vantagem de ter disputado a eleição sem deixar o cargo e pra governador José Serra teve um grande favorecimento do eleitorado por ser mais conhecido e mais bem cotado com suas qualidades pessoais.
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Brasil pode dar lições de como fazer uma democracia eleitoral ser bem administrada e bem conduzida até o final, apesar dos escândalos que pipocaram nos antecedentes eleitorais. Numa extensão tão grande como a do Brasil, é difícil alcançar resultados como os que alcançamos, mas, felizmente, o Tribunal Superior Eleitoral cumpre o seu dever, e muito bem. É uma honra de que ele pode se orgulhar. Os partidos fazem o possível para corresponder às suas obrigações eleitorais. Essa democracia reclama ainda reformas que são prometidas através das sessões legislativas e nunca chegam ao eleitor, mas, de nossa parte, estaremos em melhor situação se o novo Congresso levantar a bandeira da reforma e partir para ela com a decisão e o reconhecimento que o Brasil espera da sua democracia como exemplo mundial de relativo aperfeiçoamento, pois o aperfeiçoamento total é impossível. Vamos às eleições! JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
Apesar dos escâdalos, o Brasil pode dar lições de como fazer uma democracia eleitoral ser bem conduzida.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
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Política CENA ELEITORAL MUDOU
Todo mundo já sabe quem sacou e quem provisionou as contas. Heloísa Helena
Pesquisa do Instituto GPP mostra que, em São Paulo, Alckmin tem larga vantagem sobre Lula.
S A quem interessa melar o processo eleitoral? A mim não interessava. Luiz Inácio Lula da Silva Lula é o grande comandante desta organização criminosa, capaz de roubar, matar e liqüidar quem ameaçar seu projeto de poder". Heloísa Helena
e as eleições para presidente dependessem apenas do eleitorado paulista, o candidato tucano Geraldo Alckmin não teria dificuldades em vencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. É o que diz uma pesquisa do Instituto GPP realizada nos dias 23 e 24 de setembro em todo o Estado de São Paulo. O levantamento mostra que o tucano tem 43,9% das intenções de voto, contra 31,1% de Lula e 8% da candidata do Psol, Heloísa Helena. De acordo com a pesquisa, o nome de Alckmin é muito forte na capital e no interior de São Paulo, onde ele aparece com uma média de 46% das intenções de voto. Na Região Metropolitana, o tucano tem 38%. Lula, por sua vez, tem mais força na Região Metropolitana, onde foi citado por 36,5% dos entrevistados pelo GPP.
Na capital, o petista tem 28,6%, e 29,4% no Interior. O GPP constatou ainda que os paulistas têm ampla preferência pelo candidato tucano a governador, José Serra. Na pesquisa, o ex-prefeito tem 48,9% das intenções de voto, contra apenas 18,5% do segundo colocado, o candidato do PT, Aloizio Mercadante. Orestes Quércia, do PMDB, aparece com 5,8% da preferência dos eleitores. A pesquisa também mostra que o candidato do PT ao Senado, Eduardo Suplicy, foi citado por 39% dos entrevistados. Já o candidato da Coligação PSDBPFL, Guilherme Afif Domingos, aparece com 21%. Foram entrevistados 1.280 eleitores em todo o Estado. A margem de erro máxima da pesquisa do GPP é de 2,7 pontos porcentuais, para mais ou mais menos.
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Em São Paulo, a distância de Alckmin para Lula supera os 12 pontos porcentuais. Entre os candidatos a governador, a vantagem de Serra sobre Mercadante é ainda maior: 30,4 pontos porcentuais.
Dossiê influiu na mudança Ed Ferreira
A sucessão de escândalos revela a decomposição moral da República. Roberto Busato presidente OAB
Foi uma armação tucana, na qual os petistas caíram feito patinhos. Ciro Gomes
Lula acabou sendo vítima dessa sua excessiva generosidade para com os companheiros. Aécio Neves
Se o presidente da República está popular, tudo é permitido? Joga-se fora a Constituição? Devemos jogar fora a moral e a ética? César Borges senador Lula é um rato etílico que engorda com o dinheiro da nação. Antônio Carlos Magalhães
Divulgação do fato na mídia e maior exposição dos candidatos explicam os resultados, diz GPP.
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divulgação da compra do dossiê que comprovaria o suposto envolvimento do candidato tucano ao governo do Estado de São Paulo, José Serra, com a máfia das ambulâncias, contribuiu para o aumento de intenção de votos aos candidatos da coligação PSDB-PFL na semana passada. A evolução pôde ser medida na pesquisa do Instituto GPP, na qual os tucanos lideram a preferência do eleitorado. A mostra também aponta o crescimento de Guilherme Afif Domingos na disputa pelo Senado. De acordo com a pesquisa do GPP, o candidato tucano à Presidência da República, Geraldo Alckmin, está em primeiro lugar na intenção de votos do eleitorado, com 43,9%. O presidente Lula aparece em segundo lugar, com 31,1% da intenção de votos. A pesquisa do GPP mostra um panorama diferente dos últimos divulgados pelo Ibope e Datafolha, nos quais Lula lidera a disputa presidencial com 48% e 50%, das intenções de voto, e Alckmin aparece com 27% e 29%, respectivamente. Na disputa pelo governo paulista a pesquisa do GPP não apresenta muita diferença em relação aos últimos levantamentos feitos pelo Ibope e Datafolha. De acordo com o GPP, José Serra se consolida como vitorioso no primeiro turno com 48,9% e Mercadante detém apenas 18,5% do eleitorado. Nas mostras do Ibope e Datafolha, Serra aparece em
última visita ao Nordeste do candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB) antes das eleições foi marcada por um fato inusitado: ele teve um malestar na Paraíba que o obrigou a deixar uma carreata organizada pelo PSDB, que parou o maior e mais populoso bairro de João Pessoa. Eram 10h40 da manhã e fazia um calor de mais de 30 graus quando Alckmin sentiu uma queda de pressão e desceu da carroceria da caminhonete para cancelar a programação e retornar ao hotel. "Não estou me sentindo muito bem", afirmou, ainda pálido, reclamando de uma "dorzinha" no abdome. Alckmin ficou seis horas recluso no hotel, tomando água de coco, canja e dormindo. "Já vinha me sentindo mal desde ontem (sábado). Há dois dias, comecei a ter um pouco de enjôo, dor no corpo e piorou um pouquinho. Mas nada que um repouso não resolva", disse, ainda abatido, mas decidido a ir a Campina Grande (PB), que fica a cerca de cem quilômetros, para outra carreata. Pela manhã, o candidato ainda desfrutava, com aliados e eleitores, o resultado da pesquisa Ibope que registrou queda na diferença entre o presidente Lula e a soma de todos os seus adversários. "A campanha está crescendo no País e vamos para o segundo turno", disse. No restaurante, onde parou para tomar café, ele apertou a mão de todos os clientes. Ao
Há dois dias, comecei a ter um pouco de enjôo, dor no corpo e piorou um pouquinho. Mas nada que um repouso não resolva. Geraldo Alckmin
Em ascensão: última pesquisa mostra que aumenta a liderança de Alckmin em São Paulo.
primeiro, com 47% e 49% do eleitorado e Mercadante com 23% e 18%, respectivamente. A maior novidade da pesquisa do GPP é o crescimentode Afif Domingos na disputa pelo Senado Federal, na qual o pefelista aparece com 21% das intenções de voto. Se comparada com as últimas pesquisas produzidas pelo Ibope e Datafolha, em que o pefelista aparecia com apenas 4% e 6%, res-
pectivamente, sua ascensão chega a 15 pontos porcentuais – uma forte arrancada. Suplicy teria 40% e 42% anteriormente, como comparação. Segundo o supervisor da pesquisa, Paulo R. M. Guimarães, o principal motivo desse salto foi a maior exposição do pefelista na mídia que mostrou à população que existe opções na vaga ao Senado, além de Eduardo Suplicy, candidato
do PT. "O Suplicy tem um nome muito forte e, até então, era visto como o único candidato para a vaga. Nas últimas semanas, os eleitores perceberam que existia outra opção, o que explica o aumento expressivo de Afif", afirma. Contribuiu também para a subida do pefelista o apoio declarado de Serra."A população já sabe que os tucanos têm seu candidato ao Senado", diz.
HELOÍSA: ATAQUES CONTINUAM. Tasso Marcelo / AE
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o encerramento de sua campanha eleitoral no Nordeste, a senadora Heloísa Helena, candidata à Presidência da República pelo Psol, acusou o governo federal de ocultar do povo brasileiro informações sobre a origem do dinheiro que seria usado para pagamento do dossiê contra os tucanos Geraldo Alckmin e José Serra. "A afirmação de Lula de que não sabia de nada apenas reflete a sua velha molecagem cínica e eleitoreira", disse a candidata. A senadora também atacou o partido do presidente, o PT, afirmando que há muito tem-
MAL-ESTAR TIRA ALCKMIN DE CARREATA NA PARAÍBA
"A afirmação de que Lula não sabia de nada reflete sua velha molecagem cínica e eleitoreira", afirmou a candidata do Psol.
po deixou de ser uma organização partidária, tendo se transformado numa organização criminosa, capaz de qualquer coisa contra quem ameaça seu projeto de poder. Heloísa Helena argumen-
tou, ao falar sobre ocultamento de informações referente ao dinheiro do dossiê, que as leis em vigor no País permitem detectar movimentações fora da rotina em contas bancárias. "Qualquer movimentação atí-
pica deve ser imediatamente comunicada pelo gerente do banco ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), que comunica à Polícia Federal, ao Ministério Público e ao Banco Central". "Todo mundo já sabe – menos nós aqui e o povo brasileiro – quem sacou e quem provisionou as contas", acusou a candidata do Psol. No sábado, Heloísa Helena afirmou que está confiante de que chegará ao segundo turno da eleição para enfrentar a "majestade barbuda", referindo-se ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (AE)
chegar à última mesa, foi surpreendido pela reação de alguns paraibanos. "Somos uma mesa de indecisos", disse uma das pessoas. "Quero saber se o Nordeste vai ser esquecido se o senhor for eleito", completou uma mulher. Alckmin não se inibiu e detalhou rapidamente seu programa de governo específico para a região, despediu-se da mesa e pediu mais um café, desta vez ao lado de jornalistas. Alckmin seguiu no final da tarde para Campina Grande, já sabendo que perderia a carreata organizada pelo PSDB. Na cidade, o candidato fez apenas um discurso rápido para um público animado de 300 pessoas que cercavam um trio elétrico. "O Brasil vai dizer chega de roubalheira. Nós queremos um governo eficiente", disse o tucano, arrancando aplausos do público. Antes de subir no trio elétrico, Alckmin viveu uma rara experiência de delírio popular com sua candidatura: um grupo de cem eleitores exaltados cercou o carro onde ele estava, querendo abraçálo e cumprimentá-lo, e quase impediu o candidato de sair do automóvel. De Campina Grande, Alckmin seguiu para outro comício na cidade de Carpina, em Pernambuco. (Agências)
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Planalto Corr upção Eleições Congresso
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
LULA DIZ QUE, COMO CRISTO E TIRADENTES, FOI TRAÍDO.
PRESIDENTE FALA NA TRAIÇÃO DO APÓSTOLO AO COMENTAR O DOSSIÊ.
Eymar Mascaro
Epitácio Pessoa / AE
Desafio
LULA CITA JUDAS E DIZ QUE VENCE NO 1º TURNO
O
desafio de Geraldo Alckmin, nas últimas horas de campanha na televisão, ainda é o de levar a eleição para ser decidida no 2º turno. A diferença entre o tucano e Lula, segundo o Datafolha, é de 18 pontos percentuais e, no Ibope/Estadão, 14 pontos separam os dois candidatos. Mas, segundo o Ibope, a diferença de Lula para os adversários caiu para três pontos, aumentando a chance de 2º turno. Para que não haja 2º turno é necessário que Lula alcance 50% dos votos válidos mais 1. Portanto, o tucano joga a última cartada na crise que explodiu com o escândalo do dossiê contra lideranças do PSDB. O tucano está explorando a fundo o assunto na televisão, na esperança de sensibilizar o eleitor a mudar de candidato. A resposta virá nas urnas.
SEPARAÇÃO
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presidente Luiz se País desde que Cabral cheInácio Lula da Sil- gou aqui". O presidente afirva invocou ontem mou que seus adversários não a traição de Cristo têm ódio dele, mas sim do popelo apóstolo Judas para justi- vo, "porque o pobre está partificar a crise causada na sua cipando das coisas". campanha à reeleição pelo enEle voltou a conclamar os volvimento de petistas no es- petistas a mostrar os números cândalo do dossiê Vedoin. positivos do seu governo. "Ao "Não será o PT o único partido invés de ficarem falando mal a ter companheiros que come- dos adversários, vamos falar bem de nós". tam erros", disse, em comício para Depois de citar que o número 3.800 pessoas, em Sorocaba, no inde empregos terior de São Pau- Nós vamos ganhar cresceu 22% em lo. "Numa mesa essas eleições todas as categode 12, um traiu Jerias sindicais da domingo, e se alguém região de Sorosus Cristo e, na mesa dos Inconfi- acha que vai para o 2º caba, enumerou verbas liberadas dentes, um traiu turno pode esperar Tiradentes", afir- para concorrer em para saneamento básico na cidam o u . " M a s a s 2010." idéias deles perde, município Lula a d m i n i s t r a d o maneceram." Apesar dos espelo PSDB. Distragos causados pelo escânda- se que programas como o Bollo – pesquisas divulgadas no sa-Família incomodam seus domingo indicam que sua adversários. "Por não terem vantagem para vencer as elei- condições de explicar o que fições ainda no primeiro turno zeram, fazem o jogo rasteiro da caiu para apenas três pontos –, denúncia. Podem mandar fao presidente disse que a vitória zer exame para saber o que eu está garantida. "Nunca falei fazia de mal quando era feto. que ia ganhar no primeiro tur- Vamos ganhar de cara limpa." Onça – Antes de encerrar o no, por modéstia, por respeito. Mas agora falo: nós vamos ga- discurso, Lula citou lideranças nhar essas eleições domingo, e sindicais presentes e lembrou se alguém achar que vai para o que as pessoas compram ali2º turno, pode esperar para mentos mais baratos nos suconcorrer em 2010." permercados. "Dia 1º de outuLula disse que a campanha bro é dia da onça beber água, e não é de um candidato contra essa oncinha está com sede", outro, mas "a campanha do po- disse. "Vão ter que se curvar à vo trabalhador contra uma eli- maioria do povo brasileiro." te aristocrática que manda nesUm forte esquema de segu-
Tomando-se por base que devemos ter cerca de 100 milhões de votos válidos de um total de 126 milhões, Lula teria hoje uma diferença a seu favor de 15 milhões de votos, aproximadamente. Alckmin precisa crescer pelo menos 4 a 5 pontos para forçar a realização do 2º turno.
1º TURNO Lula: "Dia 1º é dia de a onça beber água, e essa oncinha tem sede".
rança marcou o comício do presidente que, no sábado, tivera seu carro atingido por ovo atirado por um manifestante, em Araraquara, no interior do estado. O saguão do aeroporto de Sorocaba, onde desceu o Boeing presidencial, foi interditado. Uma escolta formada por duas viaturas da Polícia Militar, uma da Polícia Civil e nove batedores em motos acompanhou a comitiva do aeroporto até o local do comício, a Praça Fernando
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presidente regional do PSB pernambucano, deputado estadual Milton Coelho, pediu afastamento do cargo na noite de sábado depois de uma denúncia de seu envolvimento na tentativa de articulação de
(informações, debates e busca de soluções)
Palestrantes Alejandro Peña Esclusa, Presidente da Fuerza Solidaria da Venezuela
Tema: “Futuro da Democracia na América Latina”
Prestes, no centro da cidade. Depois do discurso, Lula surpreendeu a segurança e desceu no meio do público, à frente do palanque. Deu autógrafos, beijos e abraços, em meio ao empurra-empurra. "Conspirata" – O presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que participou do comício em Sorocaba, denunciou o que chamou de "conspirata" da oposição para evitar o novo mandato de Lula. (AE)
DENÚNCIA DERRUBA COELHO NO RECIFE
Reunião Plenária
Numa mesa de 12, um traiu Jesus, e na mesa dos Inconfidentes um traiu Tiradentes. Presidente Lula
Reinaldo Azevedo, Jornalista da revista “Veja”
Tema: “Cenário Político Brasileiro”
Apresentação, pelo Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos, da edição especial da revista “Digesto Econômico”, em sua nova fase
Dia: 25 de setembro de 2006, segunda-feira Horário: às 17 horas Local: Rua Boa Vista, 51, 9º andar
um suposto esquema de desvio de recursos públicos no valor de R$ 1 milhão para financiar sua campanha. A denúncia foi feita pelo exmilitante estudantil Saulo Batista da Silva, que prometeu entregar nesta segunda-feira, ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público Eleitoral do Estado, gravações de conversas suas com Milton Coelho e com a mulher dele, Simone Coelho. As fitas revelariam a intenção de recebimento de propina em troca de intermediação do PSB para aprovação, junto à Petrobras, de um projeto da empresa paulista Conceito Consultoria em Eventos de instalação de uma pista de kart no gelo durante o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1. Orçado em R$ 4,5 milhões, o projeto seria superfaturado para R$ 5,5 milhões. De acordo com Saulo Batista, como a Petrobrás não demonstrou interesse, foi orientado a buscar apoio político ao projeto no PSB pernambucano, em julho. E gravou as conversas. Numa delas, Simone Coelho teria pedido R$ 1 milhão. Metade do valor seria adiantado – R$ 350 mil como contribuição legal à campanha do marido e R$ 150 mil por fora, sem recibo. Os outros R$ 500 mil, com a aprovação do projeto. Na conversa com Saulo Batista Milton Coelho diz como seria feito o pagamento. "Você leva uma sacolinha e eu levo uma sacolinha. Aí a gente senta, toma um café e na hora de ir embora eu pego a sua sacolinha e você pega a minha". A gravação saiu no "Jornal do Commercio". Milton Coelho se diz vítima de armação. "Foi um processo de extorsão frustrado e os mandantes da trama editaram as gravações", acusou, anunciando que entrará com queixa-crime contra Saulo. (AE)
O importante para Alckmin é tirar pontos de Lula para evitar sua vitória no 1º turno. Por isso é fundamental que o tucano consiga evitar que Lula tenha mais de 45% de intenção de voto. No momento, o petista tem 49% no Datafolha, 47% no Ibope e 51% no Vox Populi.
MAIORIA O Nordeste, com 33 milhões de eleitores, está dando a Lula o número de votos que pode levar o petista a matar a eleição no 1º turno. As pesquisas continuam apontando que Lula detém hoje cerca de 70% de preferência eleitoral entre nordestinos.
POTENCIAL Pernambuco (5,7 milhões de votos) continua sendo o Estado do Nordeste em que Lula tem o maior potencial de votos: 70%. Apesar de Alckmin receber o apoio das principais lideranças locais, entre os quais, o candidato a vice na chapa tucana, José Jorge.
LIDERANÇAS Além de José Jorge, Alckmin tem o apoio em Pernambuco do candidato favorito ao governo do Estado, Mendonça Filho (PFL), do presidente do PPS, Roberto Freire e do exgovernador Jarbas Vasconcelos (PMDB). Mesmo assim está difícil a campanha tucana deslanchar no Estado.
INVESTIDA
o seu adversário Cid Gomes (PSB).
CONFIANÇA Alckmin acredita que crescerá alguns pontos em Minas (13 milhões de eleitores) com a ajuda fundamental do governador Aécio Neves (PSDB). Minas pode dar ao tucano os pontos que faltam para forçar o 2º turno, admite Aécio, que é candidato à reeleição com mais de 70% de intenção de voto.
DESENCANTO São Paulo (26 milhões de votos) não está correspondendo em transferir para Alckmin os votos de Lula. O candidato petista cresce na capital com a ajuda de Marta Suplicy. Só que o tucano ainda espera ter 15 pontos a mais do que o petista no Estado.
RECUPERAÇÃO Alckmin está subindo no Rio (11 milhões de votos), mas ainda está em desvantagem nas pesquisas. Lula tem no Estado o dobro de índice de intenção de voto. O prefeito César Maia (PFL) acha que com o novo discurso Alckmin pode ganhar mais alguns pontos na região.
NA MESMA É ruim para o projeto de 2º turno de Alckmin que Heloísa Helena (PSol) mantenha os mesmos 9% de intenção de voto, como revelou a última pesquisa Ibope. Alckmin precisa que a senadora cresça, principalmente se tirar pontos de Lula.
EMBARAÇO O PT quer realizar atos com entidades da sociedade civil para denunciar a oposição de tentar melar as eleições do dia 1º. O que o PT deseja, na realidade, é estancar o impacto das denúncias que envolvem petistas e assessores de Lula com o escândalo do dossiê.
Governador da Bahia (9 milhões de eleitores) e candidato à reeleição, Paulo Souto (PFL), é outra esperança de Alckmin para subir alguns pontos no Nordeste. Paulo Souto gravou mensagens de apoio a Alckmin, que estão sendo transmitidas pela televisão ao eleitor baiano.
FRAQUEZA
TROCA-TROCA
A briga entre os tucanos Tasso Jereissati e governador Lúcio Alcântara (candidato à reeleição), continua prejudicando Alckmin no Ceará (5,3 milhões de eleitores). Tasso acusa Lúcio de apoiar Lula e o governador denuncia o presidente do PSDB de estar apoiando
Um grupo de petistas se apressa em pressionar o partido para substituir toda a direção, a começar o presidente nacional Ricardo Berzoini. O argumento é que a direção atual jogou o partido no abismo comprometendo a campanha de reeleição de Lula. Portanto, expurgo à vista no PT.
DIÁRIO DO COMÉRCIO Se esta é a maneira com que tratam um ministro do Exterior, o que não deverão fazer com um árabe que use turbante? Nicolás Maduro, ministro do Exterior da Venezuela, retido por mais de uma hora no Aeroporto Internacional JFK, nos EUA, após participar da 61ª Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU)
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
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SETEMBRO
2 -.LOGO
25 Recolhimento de ICMS Dia Mundial do Coração
V ATICANO M EIO AMBIENTE
Magnata rebelde. E ecologista O magnata britânico Richard Branson prometeu investir US$ 3 bilhões, ao longo dos próximos 10 anos, para combater o aquecimento global e promover fontes alternativas de energia, dizendo que é essencial proteger o ambiente para as próximas gerações. Branson, o bilionário por trás da marca Virgin, disse que o dinheiro virá de 100% dos lucros gerados por suas empresas de transporte – companhias de trem e linhas aéreas. Esse dinheiro será todo investido em esforços para buscar fontes de energia renováveis e
sustentáveis.O chamado "bilionário rebelde" – vestindo um paletó sem gravata e jeans – fez o anúncio no segundo dia da Iniciativa Global Clinton, uma conferência anual de líderes da economia, política e do terceiro setor, patrocinada pelo expresidente dos EUA, Bill Clinton. Clinton elogiou Branson, referindo-se a ele como uma das pessoas mais interessantes, criativas e "genuinamente comprometidas" que já conheceu. O magnata disse que a idéia é aumentar a consciência do público para as questões ambientais.
C ENSURA
E DUCAÇÃO
Pornchai Kittiwongsakul/AFP Photo
Preservação ambiental em debate
L
Entre os dias 27 e 29 de setembro jovens se reúnem no litoral norte de São Paulo para discutir a sua participação na proteção do meio ambiente e no desenvolvimento econômico e social, a partir da perspectiva da sustentabilidade. A oficina de apoio à execução do Projeto Agenda 21 nas Escolas (COMVidas) é organizada pelo Ministério do Meio Ambiente. O projeto busca articular a formação de agentes regionais.
Menino tailandês espera para ser fotografado em frente a um tanque militar, estacionado em uma rua do subúrbio de Bangcoc
Mulçumanos vão ao Papa Bento XVI convida religiosos para esclarecer polêmica de discurso
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erca de vinte embaixadores de países de maioria muçulmana na Santa Sé são esperados no encontro de hoje com o Papa Bento XVI, no Castelgandolfo, sua residência de verão. A reunião foi convocada para que o pontífice possa esclarecer o sentido do polêmico discurso que fez no último dia 12, na Alemanha, e que provocou protestos em diversos países muçulmanos. Entre os países que participarão do encontro estão a Indonésia, onde tensões entre cristãos e muçulmanos resultaram na execução de militantes católicos, além do Egito, Irã, Iraque, Líbia, Marrocos e Turquia, país que o Papa deve visitar em novembro. Líderes de comunidades muçulmanas na Itália também devem comparecer. O encontro vai começar com um discurso do cardeal francês Paul Poupard, presidente do conselho para o diálogo in-
ter-religioso, seguido de uma intervenção do Papa. Poupard declarou ontem ao jornal italiano La Repubblica que a iniciativa do pontífice "é um sinal claro de que o diálogo está retornando à normalidade depois de momentos de desentendimentos". Com o encontro promovido com embaixadores e religiosos muçulmanos, o Papa deve conseguir um avanço na diplomacia da Santa Fé, que na segunda-feira já havia mobilizado representantes na Organização das Nações Unidas (ONU) e em vários países para esclarecer o seu discurso. O próprio Papa Bento XVI tentou reverter a crise, em várias ocasiões, dizendo que as referências que fez ao profeta Maomé foram mal interpretadas e que não foi sua intenção ofender os muçulmanos. Em um discurso que fez na Alemanha há duas semanas, o pontífice utilizou a passagem
de um documento medieval que se referia à violência e ao Islã. Na ocasião ele considerou os ensinamentos de Maomé, fundador do Islã, "malignos e desumanos", e afirmou que eram uma orientação para espalhar a religião "pela espada". Desde então, o Papa vem sendo alvo de diversas manifestações de repúdio da comunidade muçulmana. Na semana passada foram feitos protestos em mesquitas do Cairo, Islamabad, Cabul e Teerã. Na Malásia, 300 pessoas fizeram uma manifestação pacífica agitando cartazes. A Frente de Ação Islâmica também reuniu centenas de pessoas na Jordânia para exigir uma "desculpa inequívoca". No leste do Paquistão, cerca de mil clérigos e acadêmicos exigiram o afastamento do papa e advertiram o Ocidente sobre duras conseqüências caso não mude seu comportamento em relação ao Islã.
Alzheimer age como 'vaca louca'
ANO NOVO JUDAICO – Artistas de al-Tamimi pintam pratos artesanais com imagens de Yasser Arafat e do rabino Baba Sali, visto como um homem de milagres pelos judeus, para a celebração do ano novo judaico, do Rosh Hashaná e do aniversário da morte Arafat.
ÓPERA Imagens do feminino A RTE
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elicadeza, beleza, elegância e até escárnio. São várias as faces das mulheres representadas em desenhos, esculturas, fotografias e pinturas ao longo dos séculos. Todas essas formas de representação estão reunidas num único site, feito por mulheres, é claro, sobre a identidade feminina.
O site Things You Never Knew Existed tem esta bizarra fantasia de monstro sem cabeça. Além de impressionar, vai fazer você parecer bem mais alto. Por US$ 40.
Eleitores de todo o País podem consultar no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) os locais onde deverão votar nas eleições gerais de 1º de outubro. Ao acessar o portal do TSE, basta clicar na opção "Serviços ao Eleitor", no canto esquerdo superior da página inicial e escolher "Consulta ao Título de Eleitor e Local de Votação". Depois, é só digitar o número do seu título eleitoral e um código de segurança que aparece na tela para saber o exato local onde terá que votar.
www.thingsyouneverknew.com
www.tse.gov.br
Traços de doçura e sensualidade nos retratos individuais
A TÉ LOGO
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Médica de 51 anos é assassinada em bairro nobre do Rio de Janeiro com 12 tiros Após cinco anos fora, Bob Dylan volta com Modern Times, álbum com canções inéditas
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Sem dúvidas sobre o local da votação
Cômica nos cartoons e elegante nas ilustrações de moda francesa
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Fantasia sem cabeça
O ministro da Agricultura do Haiti, Joanas Gué, visita hoje a usina de biodiesel da Universidade de Brasília, acompanhado da coordenadora de biocombustíveis do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Édna Carmélio. O ministro vem conhecer, em especial, a experiência de produção do combustível pelos agricultores familiares. Durante a tarde o subsecretário de Agricultura familiar do MDA, Adoniram Peraci, apresenta a política brasileira de microcrédito para agricultores familiares à delegação haitiana. O MDA estuda desenvolver no Haiti programa de capacitação de agricultores familiares locais.
Brasil propõe novo regime
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F AVORITOS
Investimentos franceses
P ATENTES
www.picturingwomen.org
G @DGET DU JOUR
B RAZIL COM Z
Tecnologia do País vai para o Haiti
C A R T A Z
Última récita de Gianni Schicchi e Il Tabarro, ópera de Puccini, com o tenor Carlo Guelfi (foto), entre outros solistas, Sinfônica do Estado de São Paulo e Coro da Osesp. Sala São Paulo. Praça Júlio Prestes, s/nº. Tel.: 3337-5414. Às 20h. R$ 25 a R$ 79.
Cerca de um terço dos casos de déficit de atenção entre crianças americanas podem estar ligados à fumaça de tabaco antes do nascimento e à exposição ao chumbo depois, de acordo com uma nova pesquisa do Centro de Saúde da Criança e Ambiente na Escola de medicina Mount Sinai. Mesmo os níveis de chumbo considerados seguros pelas autoridades parecem ampliar o risco de déficit de atenção e hiperatividade, diz o estudo. Os pesquisadores analisaram 4.000 crianças americanas, com idade entre 4 e 5 anos, e que foram parte de um levantamento de saúde pública realizado pelo governo entre 1999-2002. Na amostra, havia 135 crianças em tratamento por déficit de atenção e hiperatividade.
C OMBUSTÍVEL
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E M
beta-amilóide germinou no cérebro dos ratinhos contaminando as demais amilóides saudáveis de um modo parecido com o que ocorre com os príons, proteínas responsáveis por doenças como a da vaca louca. "Esta descoberta pode nos fornecer uma nova maneira de entender como a proteína muda sua forma para se tornar tóxica", comentou o neurocientista Sam Gandy, da Universidade Thomas Jefferson da Filadélfia. O que os cientistas ainda não sabem é o que faz com que uma "boa" proteína se transforme.
Tabaco contra a atenção
O jornal francês L´Economiste anunciou neste fim de semana que o grupo de materiais de construção Lafarge, da França, comprou a indústria brasileira de cimento e concreto Cimento Davi, de Minas Gerais. O valor estimado da transação é de US$ 46 milhões, segundo o periódico. A indústria brasileira tem uma capacidade de produção de 500 mil toneladas por ano e foi inaugurada em agosto de 2001, adotando um sistema ecológico de produção de cimento. O grupo Lafarge tem operações em toda a Europa, Ásia e América Latina num total de 76 países e foi criado em 1833.
Hazem Bader/AFP Photo
C IÊNCIA
Um estudo publicado na revista Science compara o mal de Alzheimer, doença que degenera o cérebro, à doença da vaca louca. Os cientistas injetaram em camundongos a proteína betaamilóide retirada do cérebro de pacientes com Alzheimer e observaram que os animais sofreram lesões semelhantes às humanas. Acredita-se que a proteína seja responsável pela formação de placas no tecido cerebral que levam os neurônios à morte. Os pesquisadores, da Universidade de Tübingen, na Alemanha, perceberam que a
S AÚDE
Leon Cakoff lança livro que reúne crônicas de viagens relacionadas ao cinema
O governo decidiu levar o ministro da Cultura, Gilberto Gil, até Genebra para falar sobre o novo regime de patentes proposto pelo Brasil. O ministro foi participar da Assembléia Geral da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI) para defender uma "agenda do desenvolvimento" para o setor e discutir questões relacionadas aos direitos autorais e à relação entre patentes e biodiversidade. O debate, que já dura dois anos, ocorre no momento em que países em desenvolvimento contestam os ganhos gerados pelas leis que protegem os donos de patentes, em especial do setor farmacêutico.
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
Congresso Planalto Eleições CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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VOTO ELETRÔNICO: RISCO À DEMOCRACIA?
AS URNAS DO TIO SAM SÃO VULNERÁVEIS
Voto impresso: arma antifraude.
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A constatação pode vir a ter reflexos no Brasil, uma vez que a Diebold – associada à Procomp, adquirida em outubro de 1999 – é a principal fornecedora das urnas eletrônicas para o sistema de votação digital brasileiro desde 1998. Por Raquel Melamet
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menos de dois meses das eleições legislativas nos Estados Unidos, marcadas para 7 de novembro, um estudo realizado pelo professor Edward Felten, da Universidade de Princeton, no estado de Maryland, com o auxílio de dois estudantes, Ariel Feldman e Alex Halderman, caiu como uma bomba nos meios políticos norte-americanos. O trio de especialistas do Centro de Certificação de Tecnologia da Informação e do Departamento de Ciências da Computação da Universidade, uma das mais conceituadas do país, avaliou a segurança da urna eletrônica Diebold AccuVote-TS e concluiu que ela é vulnerável a diversos tipos de ataques – em menos de 60 segundos, um hacker que tiver acesso físico à urna ou ao seu cartão de memória pode instalar um código malicioso ou vírus capaz de roubar votos sem ser detectado, além de alterar regis-
A possibilidade (de transmissão de vírus) é irreal, visto que cada urna é independente, não está em rede nem conectada à internet. Dave Byrd, presidente da Diebold tros, logs e sistemas de contabilização de forma a que se adequem ao números desejados pelo fraudador. Também descobriram que é possível introduzir na máquina um vírus, que durante os procedimentos ao longo da votação vai se espalhando e contaminando as demais urnas. Atualmente, os comitês estaduais organizadores das eleições nos EUA contam com mais de 130 mil urnas da Diebold Election Systems – um dos braços do grupo norteamericano de tecnologia Diebold, especializado em caixas eletrônicos – espalhadas por todo o país, incluindo os estados da Georgia e de Maryland, onde foi feito o teste, com uma urna cedida por um colaborador não identificado. O episódio pode vir a ter reflexos no Brasil, onde a Diebold – associada à Procomp, adquirida em outubro de 1999 – é a principal fornecedora de urnas eletrônicas para o sistema de votação digital desde 1998. Só perdeu uma licitação, para a Unisys, em 2002. O Brasil acaba de ser escolhido para sediar a base latino-americana da Diebold, sob o comando do executivo João Abud. A empresa é a fornecedora de cerca de 60% dos 150 mil caixas eletrônicos (ATMs) existentes no País. A Diebold-Procomp tem 3,4 mil funcionários e é responsável
O que queremos mostrar é que este sistema informatizado também é vulnerável e precisa ser aperfeiçoado. Amílcar Brunazo Filho, especialista em segurança de dados.
por 15% do fatur a m e n t o m u ndial da corporação, que alcanç o u U S $ 2 , 6 b ilhões em 2005, contra 5% a 6% de todos os demais países da América Latina somados. Em 2006, a Diebold espera crescer 17% no Brasil. A Justiça Eleitoral brasileira já emprestou urnas eletrônicas para eleições nos três níveis (municipal, estadual e federal) para vários países, como Paraguai, México, Argentina, Costa Rica, Honduras, Panamá e República Dominicana. Coréia do Sul e Nigéria estão na fila. Simples demais – De acordo com os experts de Princeton, a simp á t i c a m aquininha, com tela touch screen (sensível ao toque), é bem simples de operar, tanto para os eleitores como para mesários e supervisores – basta inserir um cartão de liberação e tocar na tela a foto do candidato escolhido ou o texto a ser referendado. Mas é também, infelizmente, muito fácil de invadir. A fechadura da porta que guarda o cartão de memória da Diebold usada no teste pode ser aberta com uma cópia rústica da chave ou mesmo arrombada em poucos segundos e sem ruído (não há alarmes ou outro tipo de proteção). Também não há trancas ou alarmes que impeçam a remoção ou troca do cartão de memória. E se nada disso der certo, o fraudador só precisa virar a urna e remover os parafusos da parte inferior, tendo assim acesso a todo o mecanismo. Daí para introduzir os códigos maliciosos capazes de "enganar" o supervisor eleitoral no teste de funcionamento da urna antes do início da votação são apenas alguns segundos. Troca-se o cartão de memória original por outro que contém o software aparentemente original mas que está reprogramado para converter os votos de um candidato para outro. Os boletins de votação saem sem erros numéricos em relação à quantidade de eleitores e seus registros. Apenas o número de votos sai alterado, "migrando" votos de acordo com a orientação do fraudador. Felten e sua equipe colocaram na rede mundial de computadores um vídeo com o passo-a-passo da experiência, que pode ser visto no endereço h t t p : / / i t p o l i c y. p r i n c eton.edu/voting.
Arte Abê
Pesquisa ultrapassada – No dia 13 de setembro, quando o relatório de Princeton foi divulgado, Dave Byrd, presidente da Diebold Election Systems – parte do grupo de empresas de tecnologia especializado em caixas automáticos para bancos – desqualificou o trabalho e seus realizadores, e afirmou que a urna testada apresenta um programa ultrapassado, que já tem duas versões posteriores e que não é mais usado em nenhum município americano. Segundo Byrd, o atual sistema tem "as mais avançadas técnicas de segurança digital, como criptografia de dados de 128 bits, cartões de memória com assinatura, encriptação de dados via Secure Socket Layer (SSL) para transmissão de resultados e senhas dinâmicas, entre outros recursos". No que diz respeito à transmissão de vírus de urna para urna, o presidente da Diebold qualificou a possibilidade de "irreal, visto que cada urna é uma unidade independente, não está em rede com as demais e nem está conectada à internet". Reincidência – O que causa espanto, assim como as vulnerabilidades do sistema eleitoral da nação mais poderosa do mundo, é o fato de que a questão sequer é nova. Há três anos, Aviel Rubin, cientista e professor do Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Johns Hopkins, divulgou um relatório apontando a fragilidade do software da Diebold.
Segundo várias reportagens publicadas na imprensa americana, na eleição passada um dos principais dirigentes da Diebold era um dos arrecadadores de fundos da campanha dos republicanos, que saíram vitoriosos. Antes do teste em Princeton, dois outros relatórios – um do Centro Brennan, da Faculdade de Direito de Nova York, e outro do Instituto de Ciência Eleitoral – já haviam posto abaixo a credibilidade do sistema de votação eletrônica nos Estados Unidos. Entretanto, a cada novo escrutínio, mais Estados aderem ao sistema da companhia, que tem como slogan "Cada voto conta. Vamos contar cada voto". Oito em cada dez norteamericanos já votam em equipamentos digitais. Democracia em risco – No último dia 20, em editorial intitulado "Democracia à Venda", o comentarista da rede de TV CNN Paul Dobbs fez duras críticas ao sistema digital de votação norte-americano e apontou suas falhas. Dobbs, que ficou meses investigando o assunto, lembrou que apenas 27 Estados têm leis específicas determinando a impressão do voto para conferência pelo eleitor, oito possuem urnas com impressoras mas não imprimem os votos e nos 15 Estados restantes não há leis sobre o tema – o que estaria colocando em risco a democracia americana, já que a maioria dos eleitores não sabe o que a urna fez com seu toque na tela de cristal líquido.
erão utilizadas neste é que este sistema informatiano 400 mil urnas ele- zado também é vulnerável e trônicas em todos os precisa ser aperfeiçoado", municípios do País. Outras afirma. 30 mil ficarão na reserva. O Sem comprovante – Ouprocesso, usado pela primei- tra falha grave, segundo ra vez no Brasil em 1996, apo- Brunazo, é que não há um sentou as cédulas de papel e comprovante físico do voto as fraudes grosseiras, como a – esta é a mesma queixa dos adulteração e o sumiço de críticos da urna eletrônica votos, comuns na época das nos EUA. "No projeto origiurnas de lona. nal havia uma impressora No final de agosto, o Tri- acoplada em cada uma delas bunal Superior Eleitoral para imprimir o voto", ob(TSE) criou mais um item de serva o especialista. segurança: uma senha insePelo método atual, o resulrida no programa das urnas tado de cada urna é divulgaeletrônicas. Segundo o TSE, do após o encerramento da o código serviria para garan- votação, o que inviabiliza a tir que qualquer alteração recontagem dos votos, crufosse percebida na Gervásio Batista/ ABr assinatura digital. O presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello, afirma que o sistema é totalmente seguro. Na prática, efetivamente nunca foi comprovada nenhuma denúncia de fraude ou invasão do Urna brasileira: impenetrável, diz o TSE. sistema eleitoral digital no País. Entretanto, espe- zando os dados com um comcialistas em segurança de da- provante impresso. "Sem as dos estão há anos questionan- impressoras isto é impossído, inclusive na Justiça, a se- vel. Portanto, é necessário gurança e a inviolabilidade que a certificação e validação da votação eletrônica. do software das urnas seja feiApesar disso, não houve ta com extremo rigor e cuidauma única impugnação com do para que se tenha seguranindícios concretos de irregu- ça de que ele não foi modificalaridades. "Se ventila que do, adulterando o resultado pode haver deficiências da eleição", diz Brunazo, auno sistema, mas não se in- tor do livro "Fraudes e defesas dica com precisão que no voto eletrônico". deficiências são estas. "Troca" de teclas – Para Nós devemos presu- Patricia Peck, consultora esmir o que normal- pecializada em Direito Digimente ocorre, não o tal, Tecnologia da Informaexcepcional", afir- ção e Risk Management são ma Mello. inúmeras as possibilidades Sem sigilo – En- de fraudes nas urnas eletrôtre os problemas nicas, ocorrendo deste a geapontados pelos crí- ração do código-fonte do ticos, está a possibili- programa (inserindo alguns dade de identificação scripts maliciosos), durante do voto de cada cidadão. a inseminação das urnas "O eleitor fornece o número (desconfigurando as urnas de identificação do título ao para as seções) ou antes da mesário para digitação e ele é abertura da seção – rompena r m a z e n a d o n o m e s m o do os lacres para modificar hardware (urna) que o voto. os programas e até mesmo Isso permitiria identificar o trocando as urnas. "É neceseleitor e seu voto, violando o sário ainda garantir que os princípio do sigilo. Basta ter resultados cheguem sem uma noção de programação modificações no TRE", obpara saber quem votou em serva a especialista. quem", diz Amílcar Brunazo Existem outros ataques, Filho, engenheiro especiali- teoricamente possíveis e zado em segurança de dados muito mais prejudiciais, coque coordena um fórum so- mo a implantação de um debre o assunto (h t t p : / / w w w. terminado programa que brunazo.eng.br/voto-e). troca o código da tecla presA solução, segundo ele, se- sionada por um outro. "Com ria fazer a identificação do isso, a urna exibe a foto de eleitor em uma máquina e o um candidato diferente do voto ser digitado em outra. escolhido pelo eleitor, ou "Sabemos que a utilização pior, poderá ser exibida a fodas urnas eletrônicas é um to do candidato escolhido, processo irreversível no Bra- mas o voto ser contabilizado sil. O que queremos mostrar para outro", alerta. (RM)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
DOISPONTOS -77
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Precisa-se recisa-se de presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais Empresa: Brasil Empregador: nós, o povo brasileiro. Pela gestão anterior de 4 anos, de 2002 a 2006, quem são os culpados pela crise que estamos vivendo? Todos os políticos, espalhados por 5.500 municípios, 27 estados, e que são 75.000 vereadores, 5.500 prefeitos, 5.500 viceprefeitos e 8.160 deputados estaduais, 27 governadores, 27 vicegovernadores, 540 deputados federais, 81 senadores, um presidente e um vicepresidente da República.
P
Ao todo, consomem 13 bilhões de dólares anuais, só em salários e benefícios. Esse dinheiro representa 2.000 escolas, 700 hospitais, ou o sustento de 8 milhões de famílias. E não rende nem um centavo; muito pelo contrário, traz a reboque um prejuízo anual de 43 bilhões de dólares para os cofres públicos. É verdade os políticos custam ao Brasil 13 bilhões de dólares de prejuízo direto e mais 50 bilhões de prejuízo indireto. Mas esse não é um assunto de dinheiro. É um assunto de fome, sofrimento, miséria,
violência, assaltos, dor, doenças, ignorância, vergonha, corrupção, mensalão, sanguessugas, desvios de dinheiro público, abuso de poder, e resulta na quebradeira de empresários. Para os políticos, impunidade: temos nessas eleições vários corruptos que se afastaram do poder para enganar o povo novamente. Muita gente está morrendo e muito mais vivendo na miséria absoluta, enquanto os políticos vivem como se estivessem em outro país, com trabalho altamente remunerado.
Celso Júnior/AE
Há vagas abertas para administrar o Palácio do Planalto (acima), os estados, o Congresso e as Assembléias. Como preenchê-las ?
Justiça só para eles, mordomia para si e para seus familiares, conchavos, viagens, moradia, e aposentadoria precoce, com valores exorbitantes. Pergunta: o que sobra para os brasileiros?
ANTONIO DELFIM NETTO
preciso acabar com isso imediatamente. Não só encontrar e punir . É providenciar para que eles não sejam substituídos por iguais. Portanto, meu caro eleitor, pense bem em quem votar nessa eleição: você é quem vai contratar.
É
CHOQUE DE GESTÃO
O
ARISTIDES LEGAT É VICE- SUPERINTENDENTE DA
ACSP - DISTRITAL MOOCA.
Site na internet www.blog. dcomercio.com.br Boneco-vodu do presidente Lula exposto no Rio/Paulo Alvadia /Agência O Dia/AE
Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
próximo presidente da República, seja ele quem for, terá que empenhar a administração, desde o primeiro dia, num choque de gestão para melhorar a qualidade dos serviços e eliminar o aumento dos gastos públicos em relação ao PIB, permitindo a sua correção anual somente pelo IPCA. Nenhum dos candidatos apresentou um programa de contenção das despesas ou até mesmo simples sugestões para melhorar a qualidade da gestão, especialmente nos setores de educação e saúde, onde não existe maior preocupação com a produtividade, devido à garantia proporcionada pela vinculação dos recursos no orçamento.
A
público decente, ter acesso à informação, à educação e ter emprego ou outra forma de ganho que permita pagar seus compromissos. O digno é saber que a família está em segurança e que as oportunidades são iguais para todos. Ninguém deve viver do assistencialismo de quem quer que seja, mas deve ter oportunidade e com isso se sentir digno. E que enquanto o governo distribui migalhas e dá pão e o circo, seus assessores e aliados roubam milhões dos cofres públicos. Dificilmente um chefe de quadrilha é pego pelos atos cometidos por seus capangas, até porque usam luvas de pelica e não são otários.
A
população não entende o que está acontecendo. Se de um lado não sabe o que é um dossiê, de outro não há por parte dos políticos que criticam Lula uma ação que convença-os de que Lula é realmente culpado. Não adianta o político dizer que o povo precisa ir contra as atitudes do governo Lula se esse político mesmo não tomar a dianteira do processo e dizer como isso será feito. O que a oposição espera que o povo faça? Vote em seus candidatos? Assim, de graça? Tem que fazer algo que convença a população de que tudo o que se falou até agora sobre Lula é verdade. Não vai ser fácil. Lula se intitula o responsável pela caça aos corruptos. O povo o vê como um governo injustiçado e corajoso. Até o salário mínimo foi reinventado pelo Lula... O salário pago este ano é o maior de todos os tempos, como se pudesse alguma vez ser menor. O povo não sabe o que é “dossiê”, “verticalização”. Nem o que o político quer dizer quando fala que a corrupção no governo do Lula "é um novelo sem fim". Muitos nem imaginam o que é ser “ético”. A única “bola da vez” que o povo conhece é a que rola no campo de futebol ou no pano verde do bilhar. O povo não lê jornal, não está interessado no horário eleitoral. O povo só vai entender quando houver punição efetiva. De resto, aprenderam com Lula: não vê, não acredita, não sabe e nem quer fazer um mínimo de esforço para saber. Vai continuar acreditando até que apareça outro salvador da pátria e ofereça uma esmola mais atraente. JOÃO PATRÍCIO JBPATRIC@UNISYS.COM.BR
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e o governo que se empossar a 1º de janeiro de 2007 conseguir mostrar à sociedade um programa credível de queda na Falta produtividade na educação. Onde estão as propostas?
O santo da hora H
s pesquisas de opinião, indicando uma G Enquanto seus possível vitória de Lula nas próximas adversários falam eleições, estão sinalizando que a maioria economês, da população brasileira está alheia à bandalheira Lula fala o que ocorre no País e não está nem aí. Estão mais ignorantês, uma preocupados com o dinheirinho que recebem do linguagem que governo e rendem graças a ele pelo benefício. envolve, além Além disso, para quem passou a vida inteira esperando um salvador da pátria, qualquer centavo de erros de português, ironia, ganho sem esforço já é uma grande paga. É difícil para o cidadão comum entender como mentiras, pode ocorrer tanta roubalheira, tanta falação, e engambelações, ninguém ir para a prisão. Lembrar o tempo per- choros, piadas, dido e os milhões gastos com as CPIs e tantas evi- futebol e emoções. dências de envolvimento de membros do gover- Lula conseguiu, no Lula, e nada acontecer. Fica sem saber qual e se com a ajuda da houve mesmo um desfecho. mídia e o excesso Lembra também do Maluf, que depois de ter si- de exposição, do preso voltou a se candidatar. Lembra do Seve- popularizar seus rino, do Palocci e dos assessores que Lula defenprojetos, mesmo deu e, no final, estavam mesmo envolvidos. Coos que nunca mo é possível não se ter uma forma de chamar o presidente da República à responsabilidade dos saíram do fatos, seja por ação ou por omissão, quando é dele discurso. a função de combater a corrupção? Lula não chegou ao poder da noite para o dia, G Lula ficou muito não foi fácil se aposentar antes da hora, quando tempo vendendo milhões haviam tentado e não conseguiram. Lula seu peixe e ficou muito tempo vendendo seu peixe e jogando jogando farinha no farinha no ventilador de seus adversários. Lula ventilador de seus fundou o PT, Lula é o PT, mesmo que tente fazer a adversários. Lula população acreditar no contrário. Ele se benefi- fundou o PT, Lula é ciou com o dinheiro do valerioduto, pois parte de- o PT, mesmo que le pagou sua campanha. tente fazer a Enquanto seus adversários falam o economês, população Lula fala o ignorantês, uma linguagem que envolve, além dos erros de português, ironia, menti- acreditar no ras, engambelações, choros, piadas, futebol e contrário. emoções. Lula conseguiu, com a ajuda da mídia e o excesso de exposição, popularizar seus pro- G O povo vai jetos, mesmo os que nunca saíram do discurso. continuar Considerando o eleitorado do PT e a afinidade acreditando até que surgiu entre ele e o Lula, o foco da campanha que apareça outro dos adversários deveria ter sido não sua política salvador da pátria e nem seus possíveis desmandos éticos e sim e ofereça uma convencer a camada menos informada da popu- esmola mais lação de que a esmola é uma arma usada por po- atraente. líticos demagogos para manterem-se no poder, que o digno é o cidadão ter acesso a um serviço
e olharmos os números, o resultado é espantoso: a)Na carga de impostos, 12% do PIB a mais, algo como R$ 240 bilhões ao ano, em termos de hoje, retirados do setor produtivo; b)Nos juros da dívida interna, outros R$ 200 bilhões que fluíram para o setor financeiro da economia. O crédito bancário que antes estava disponível ao setor privado, de 70% ou 80% do PIB (algo como R$ 1,7 trilhão) foi reduzido para 30% do PIB. São esses os fatos que explicam a queda brutal e persistente do ritmo do crescimento da renda per capita dos brasileiros do nível de 4% ou 5% no século passado até os anos 90 para os atuais 1,2%. A situação hoje é que o Estado brasileiro não cabe mais no PIB brasileiro. Então ele tem de reduzir a relação dívida/produto, começando pelo lado da despesa, já que hoje está esgotada a sua capacidade de se endividar e a sociedade não aceita mais aumentos de impostos.
á 12 anos, o gasto público não pára de crescer em termos reais, enquanto a economia brasileira patina. Desde 1994, os governos vêm se apossando dos recursos do setor privado, primeiro se endividando e depois subindo os impostos e as taxas de juros para garantir o pagamento da dívida. O que se fez foi retirar do setor privado as condições para investir no aumento da produção: a elevação da carga tributária tirou a capacidade de competição das empresas brasileiras e o aumento brutal das taxas de juros transformou o governo no emprestador universal dos recursos do setor bancário, já que era o único a poder arcar com os custos do crédito. Quer dizer: o setor menos produtivo da economia, que é o governo, ficou com os recursos que antes estavam à disposição do setor privado, que é o mais produtivo e, em última análise, é quem faz o desenvolvimento.
relação Dívida/PIB pela via da estabilização da despesa pública, ele pode colher rapidamente uma baixa nas taxas de juros e recuperar a confiança do setor privado e sua disposição de aumentar os investimentos na produção. ANTONIO DELFIM NETTO É DEPUTADO FEDERAL (PMDB), PROFESSOR EMÉRITO DA
FEA/USP E EX-MINISTRO DA FAZENDA, DA AGRICULTURA E DO PLANEJAMENTO. dep.delfimnetto@camara.gov.br
G Nenhum dos
candidatos apresentou um programa de contenção das despesas ou até mesmo simples sugestões para melhorar a qualidade da gestão
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Leonardo Rodrigues/Digna Imagem
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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segunda-feira, 25 de setembro de 2006
Geral/ Internacional
Por uma cidade mais limpa
Precisamos desenvolver a consciência de que somos zeladores do planeta. Hideaki Iijima, do Soho
David Maris/AFP
Fotos: Marcos Fernandes/LUZ
O
frio e a garoa típica da capital paulista não foram suficientes para impedir que um grupo de 4 mil pessoas praticasse atos de cidadania e amor pela cidade. Ontem, as Praças da Sé e João Mendes, a Avenida Paulista, o Pateo do Colégio e o bairro da Liberdade ficaram mais limpos com a ajuda de voluntários associados à Zeladoria do Planeta do Brasil (ZPB) – organização que desenvolve a cidadania por meio da limpeza de lugares públicos da cidade. O mutirão iniciou o trabalho às 8 horas da manhã e contou com a participação de nove empresários que vieram do Japão especialmente para o evento. Com alegria e disposição, eles também varreram as ruas da cidade, juntamente com integrantes da União dos Escoteiros do Brasil, Igreja Messiânica Mahikare, Seichono-Iê e Soho Cabeleireiros. A filosofia do projeto ensina que o respeito pela natureza começa pela limpeza. Além de varrer o mundo, essa conduta ajuda a purificar a alma. O movimento tem feito adeptos no Japão, onde possui atualmente cerca de 40 núcleos, além de conquistar voluntários nos Estados Unidos e no Brasil. Segundo Hideaki Iijima, fundador da rede Soho Cabeleireiros e um dos responsáveis pela introdução do Movimento Zeladoria do Planeta do Brasil, os cuidados com a cidade só demonstram carinho por São Paulo e pelo mundo. "Precisamos desenvolver a consciência de que somos zelado-
VENEZUELA País vai reclamar dos EUA na ONU O presidente licenciado da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, e sua esposa, Sílvia (acima), ajudaram na limpeza do Pateo do Colégio. Movimento reuniu 4 mil pessoas.
res do planeta, estamos aqui de passagem e é nossa obrigação preservar as condições de vida para as gerações futuras." No peito nipônico do empresário, bate um coração verde-amarelo. "Temos tudo para sermos uma grande nação,
basta ter vontade para operar as mudanças. O Brasil é maravilhoso: adoro o clima, as pessoas, a gastronomia e as moças bonitas daqui. Meu objetivo é implantar no País as coisas boas do Japão, como essa filosofia de limpeza", afirmou.
São Paulo é a cidade que mais produz lixo domiciliar no Brasil. São cerca de 14,9 mil toneladas por dia. A ajuda do paulistano na limpeza dos lugares públicos pode fazer toda a diferença, e a conscientização deve começar desde cedo. As estudantes Natália Apeni e Luana Kwai, de 18 anos, deixaram o conforto de suas casas no domingo chuvoso para varrer a Praça da Sé. "As pessoas devem entender que limpar a cidade não é vergonhoso. O que dá vergonha é ver tanto lixo espalhado por aí", disse Natália. Sua colega, que participa do projeto pelo segundo ano consecutivo, acredita que a união é a melhor característica da Zeladoria do Planeta do Brasil. "Não importa a raça, o credo ou a religião. O importante é estarmos unidos pela mesma causa." O presidente licenciado da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, também contribuiu com a limpeza ao redor do Pateo do Colégio. Com uma vassoura nas mãos, ele disse que a idéia é criar o hábito de limpeza das ruas na comunidade. "Essas pessoas estão de parabéns por exercerem o tripé básico da cidadania, que é pagar, exigir e participar." A idéia foi compartilhada por sua esposa, Sílvia Afif Domingos. "Ao varrermos a sujeira física, varremos também a sujeira espiritual. A chuva facilitou o nosso trabalho, ajudando a limpar ainda mais cada pedacinho de São Paulo", reforçou ela. Campanhas – Aproveitando a reta final das campanhas eleitorais, alguns políticos participaram da varredura organizada pela ONG japonesa. O candidato a deputado federal e vice-presidente licenciado da Associação Comercial de São Paulo Walter Ihoshi e a também candidata a deputada federal Professora Vera Lúcia se uniram aos voluntários e ajudaram a limpar o Centro de São Paulo. O introdutor da entidade Zeladoria do Planeta do Brasil, Hideaki Iijima, disse que a missão da ONG é zelar pelo bem-estar e a integridade do planeta, lapidando o espírito por meio da limpeza. "É dessa forma que crescemos e nos desenvolvemos como seres humanos", finalizou. Vanessa Rosal
O
Departamento de Estado nortea m e r i c a n o e nviou ontem um pedido de desculpas ao chanceler venezuelano Nicolás Maduro, classificando o incidente ocorrido em um aeroporto de Nova York de "lamentável". No último sábado, Maduro foi detido pela polícia por mais de uma hora no aeroporto John Fitzgerald Kennedy. Acompanhado da família e de assessores, ele tentava voltar a Caracas depois de ter participado da 61ª Assembléia-Geral da ONU. Entretanto, o governo da Venezuela não aceitou o pedido de desculpas e fez uma reclamação formal aos Estados Unidos e à Secretaria Geral da ONU. As versões sobre o que realmente aconteceu no aeroporto variam de acordo com a fonte. Maduro disse que ficou confinado em uma pe-
quena sala e que policiais inspecionaram sua bagagem, confiscaram sua documentação, tentaram o revistar pedindo que abrisse braços e pernas e "estiveram a ponto" de lhe bater. "Disseram que na minha passagem havia um código que quase me qualifica como um terrorista", declarou Maduro logo após ser liberado. Já a Casa Branca informou que os seguranças que detiveram Maduro não sabiam de quem se tratava e lhe pediram que se submetesse a um segundo controle de segurança. O fato de o chanceler, sua mulher e filho terem chegado ao aeroporto apenas 30 minutos antes do embarque e de terem pago as passagens em dinheiro levantou suspeitas da segurança. Maduro só teria se identificado como diplomata depois de ter seu celular, passagem e passaporte confiscados. (AE)
BIN LADEN Arábia Saudita nega morte por tifo AFP PHOTO
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Arábia Saudita declarou ontem não ter evidências de que Osama bin Laden esteja morto, aumentando as dúvidas em relação a um documento secreto que vazou na França sustentando que serviços secretos sauditas acreditavam que o terrorista havia morrido em agosto. A França e os Estados Unidos disseram no último sábado que não podiam confirmar o relatório publicado no diário francês L'Est Republicain. O texto cita o serviço de inteligência estrangeira da França, DGSE. O órgão teria dito que os serviços secretos sauditas estavam convencidos de que o líder da Al-Qaeda tinha morrido de tifo no Paquistão, no fim do mês passado. Já a revista Time publicou um artigo em seu site na internet citando uma fonte saudita não identificada dizendo que Bin Laden havia sido acometido por uma doença
transmitida pela água e que talvez tivesse morrido. A embaixada saudita em Washington, contudo, divulgou um comunicado dizendo: "O Reino da Arábia Saudita não tem evidência para sustentar relatórios recentes da mídia que Osama bin Laden está morto. A informação que tem sido relatada, pelo contrário, é especulativa e não pode ser verificada de forma independente." O presidente francês, Jacques Chirac, disse: a morte de Bin Laden "não foi confirmada de modo algum, e, portanto, não tenho comentários a fazer". Chirac afirmou que estava surpreso com o fato de uma nota confidencial ter sido publicada. A França iniciou uma investigação para descobrir como o documento vazou. A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, declarou a repórteres em Nova York: "Sem comentários, sem conhecimento." (AE)
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
1 Aplicações financeiras bem planejadas podem garantir uma gorda poupança no futuro.
COMO CASAR BEM AS FINANÇAS É o que tenta mostrar o livro Casais inteligentes enriquecem juntos, com dicas de planejamento financeiro para impedir que as dívidas acabem separando os casais
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que você prefere: um futuro financeiro estável e confortável ou um constante sinal de negativo no seu extrato bancário? Essa escolha pode não depender somente de você, mas também da participação e comprometimento do seu parceiro ou parceira no planejamento econômico e profissional de ambos. Segundo Gustavo Cerbasi, economista formado pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA/USP), a cumplicidade do casal é fundamental na hora de discutir as finanças da casa. Ele classifica a troca de informações financeiras e a equiparação dos gastos como bases para uma vida econômica sem grandes sustos e perdas de patrimônio. "Dentro de uma mesma casa não podem existir dois estilos de vida diferentes. O segredo é um caixa comum. Toda a renda deve ir para ele e uma mesada igual deve ser estipulada para cada um. Isso levará a uma igualdade e uma parceria duradoura", diz. O economista acaba de publicar um guia de como um casal pode alcançar estabilidade econômica planejando seus gastos e rendimentos por meio de uma parceria incondicional nesse setor da vida em comum: Casais Inteligentes Enriquecem Juntos (Editora Gente, 159 páginas, R$ 30). A tese de Cerbasi é que o planejamento pode definir o futuro financeiro e, muitas vezes, também o conjugal, já que a qualidade de vida e a confiança financeira são partes do desenvolvimento da vida a dois. O economista conta que a publicação traz experiências retiradas de conversas com amigos e com colegas de trabalho e de sua própria experiência como poupador e planejador financeiro depois de seu casamento. Realidade — Na verdade, casais de sucesso ou fracasso financeiro são identificados rapidamente em nossas redes de amigos e colegas de trabalho. Numa breve pesquisa, um exemplo para cada lado é rapidamente colocado à prova. Marcelo Soares de Almeida, consultor do setor de telefonia, e Letícia Antunes de Almeida, gerente de Recursos Humanos, são um exemplo de casal que adota o planejamento financeiro. Dois anos antes do casamento, os dois já colocaram cerca de R$ 5 mil em um fundo de investimentos conjunto. Hoje, após seis anos de união formal, a aplicação já atinge R$ 40 mil. Durante o período de mudança para a nova casa, de compra de móveis e de pequenas reformas, eles estipularam um caixa comum para depositarem todos os prêmios e rendas extras recebidos durante um ano de trabalho. O valor acumulado foi destinado a um fundo de previdência e ao mercado de renda variável, para, futuramente, financiar a educação do filho, que hoje tem sete anos. No casal, tudo é decidido em conjunto. Foi estipulada uma mesada de R$ 4 mil para cada um. O restante é destinado aos investimentos e financiamento de saúde, educação e projetos pessoais, como a conclusão dos cursos de mestrado que fazem.
Já Carlos Arthur Naloni, publicitário, e Paula Naloni de Freitas, comissária de bordo, são o oposto do casal casal Marcelo e Letícia. Quando se conheceram, há quatro anos, os dois já acumulavam dívidas e prestações em atraso. O casamento, na área financeira, acabou se transformando em uma união de carnês e débitos, com prazos e taxas perto do sinal de alerta. Paula, uma consumidora assumida, colocou grande parte dos seus recursos no pagamento de cinco cartões de crédito. Hoje professora de uma escola para comissárias de bordo, ela destina cerca de
Algumas dúvidas que estão enraizadas na cabeça dos brasileiros, principalmente nos que viveram o período de hiperinflação, também são discutidas: comprar ou não a casa própria, como planejar o futuro educacional dos filhos, se é bom dar mesada, fazer investimentos de longo prazo e como escolher planos de previdência. Aplicações — Segundo o economista, os resultados podem aparecer até por meio de investimentos de pequeno valor, com montante inicial de R$ 100. Ele mostra que mesmo aplicações modestas mantidas durante dez anos em produto financeiro com
Marcos Fernandes/LUZ
R$ 5 mil para o pagamento de cada um dos plásticos, o que só ocorreu após uma negociação com as administradoras. Carlos chegou ao topo do endividamento depois da compra de um automóvel parcelada em 48 vezes, o que comprometeu grande parte de sua renda por um período extenso, que coincidiu com altos e baixos na vida profissional. Para entrar num processo de equilíbrio dos gastos, o casal deixou de lado projetos e sonhos de consumo, como a compra de um novo apartamento e o doutorado de Carlos. O dinheiro foi todo destinado ao pagamento de juros e taxas de atraso na quitação de débitos. "Nosso descontrole colocou a própria relação em risco. Chegamos a cogitar a separação. Decidimos enfrentar o período juntos e depois planejar nossa vida financeira em parceria, o que nunca havia sido feito", conta ele. Em sintonia – Casos como os desses dois casais recheam os dez capítulos do livro do economista Gustavo Cerbasi. A idéia é mostrar com exemplos práticos que planejar a vida financeira em conjunto e de forma adequada pode levar à conquista de metas profissionais e pessoais, e que fazer o contrário pode levar à falência pelo descontrole e falta de comunicação entre os parceiros. Os casos são muitos: casais formados por um grande poupador e um gastador compulsivo, dois poupadores e um casal totalmente perdido no acompanhamento dos seus rendimentos e despesas.
Investir em longo prazo era impensável para o brasileiro. Com a estabilização, ele compreendeu a importância de planejar o futuro. Gustavo Cerbasi
rendimento líquido de 1% ao mês, poderão render uma gorda poupança (veja simulações no quadro). "Investir em longo prazo era algo impensável para o poupador brasileiro. Com a estabilização da moeda, ele passou a compreender a importância de planejar o futuro financeiro, para um período de 20, 25 anos", diz. Davi Franzon Divulga
ção/Ed
itora G ente
Para Cerbasi, autor do livro, sucesso profissional e financeiro de uma pessoa casada também depende do cônjuge. Daí a importância do planejamento.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
O Palmeiras estava com 12 em campo. O árbitro nos prejudicou.” Souza, do São Paulo
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Esporte
50% da vitória se deve ao trabalho de Tite e 50% à coragem do professor Marcelo.” Marcinho, do Palmeiras
Paulo Pinto/AE
almanaque Celso Unzelte
OS 30 ANOS DE UM FENÔMENO Arquivo Celso Unzelte
Na última sexta-feira, completou 30 anos um dos maiores jogadores brasileiros da atualidade: Ronaldo. Nascido no subúrbio carioca de Bento Ribeiro em 22 de setembro de 1976, ele participou de seu primeiro teste no Flamengo, em 1989. Mas, como não tinha o dinheiro para as duas passagens de ônibus, ida e volta, necessárias para ir diariamente de sua casa até o clube, acabou iniciando no pequeno São Cristóvão. Acima, ele aparece com a camisa com que disputava partidas tanto de futsal quanto de futebol de campo.
DO CRUZEIRO AO REAL MADRID Em 1993, Ronaldo desembarcou no Cruzeiro, onde chamou a atenção pelas arrancadas fulminantes e gols, sustentando por muito tempo a impressionante média de um marcado por partida. No ano seguinte, foi para o PSV Endhoven, da Holanda, onde começou a ganhar o apelido “Fenômeno”, dado pela imprensa italiana, já atenta a seus passos. Ronaldo defendeu ainda o Barcelona, da Espanha (1996 a 1997), a Internazionale, da Itália (1997 a 2002), e retornou ao futebol espanhol em 2002, para jogar no Real Madrid.
UM RECORDE PELA SELEÇÃO BRASILEIRA Campeão mundial como reserva aos 17 anos, em 1994 (somente Pelé ganhou este título mais jovem do que ele, por uma diferença de um mês e um dia), Ronaldo voltaria a conquistar a Copa em 2002. Neste meio-tempo, sofreu com contusões e o episódio da convulsão na véspera da final de 1998, perdida para a França. Em 2006, ao chegar à marca de 15 gols em Copas do Mundo, Ronaldo superou o recorde anterior, de 14 gols, que pertencia ao alemão Gerd Müller. Pelo Brasil, Ronaldo fez, ao todo, 62 gols em 97 partidas. “Dizem que Ronaldo está gordo. Bem, eu adoraria ter onze jogadores gordos como ele do meu lado." (Zagallo, então auxiliar técnico da Seleção Brasileira, após a vitória por 3 a 1 sobre a Argentina, pelas Eliminatórias da Copa de 2006, em que Ronaldo marcou os três gols brasileiros.) Outro craque da atualidade que completa 30 anos nesta semana é Michael Ballack. Ele nasceu em Gorlitz, na Alemanha, no dia 26 de setembro de 1976. Ballack foi um dos destaques da seleção de seu país nas Copas do Mundo de 2002 e 2006, e atualmente joga no Chelsea, da Inglaterra. Dia 29, sexta-feira, será a vez do ucraniano Andriy Shevchenko fazer aniversário. Ele chega aos 33 anos. Depois de brilhar no Milan, da Itália, Shevchenko também joga atualmente na equipe inglesa do Chelsea. O resultado de ontem pouco modificou a história dos confrontos entre Botafogo e Vasco, que aponta uma nítida vantagem vascaína. São 135 vitórias do Vasco, 77 derrotas e 92 empates, 483 gols marcados e 399 sofridos.
Com o interino Marcelo Vilar no lugar do demissionário Tite, Palmeiras faz 3 a 1 no líder São Paulo e muda sua rota no Brasileiro
SOB NOVA DIREÇÃO S
urpreendente. Assim pode ser definida a vitória do Palmeiras sobre o São Paulo por 3 a 1, ontem, em Presidente Prudente. Afinal, de um lado estava o líder do Brasileiro, posição que, apesar da derrota de ontem, o São Paulo ainda mantém com boa vantagem em relação ao vice-líder, que é o Grêmio. Do outro lado, estava uma equipe que vinha de derrota para o Santa Cruz, último colocado do campeonato, e que, além disso, teve uma semana agitadíssima também fora de campo. Após ser intimado publicamente pelo diretor de futebol
Salvador Hugo Palaia a “calar a boca” em relação às reclamações sobre erros de arbitragem, o técnico Tite pediu demissão. Em seu lugar, ontem, sentado no banco de reservas, estava o interino Marcelo Vilar. Não se sabe se será esta a nova direção que o Palmeiras efetivará para si, mas pelo menos dentro de campo, com o resultado de ontem, os rumos já são outros. Com a vitória no clássico, o Alviverde saltou da 15ª para a 13ª posição, ultrapassando, inclusive, o rival Corinthians. Além disso, foi de virada, porque o São Paulo marcou primeiro, com Souza, de cabeça, aos 21 minutos do primeiro
tempo. O zagueiro Nen, aos 35, empatou, aproveitando de cabeça uma cobrança de escanteio. Na etapa final, o zagueiro são-paulino Alex Silva foi expulso logo aos 12 minutos, e o duelo ficou desigual. Cobrando pênalti inexistente de Ilsinho em Marcinho, Paulo Baier, aos 38, fez 2 a 1. Houve, ainda, outros quatro lances passíveis de penalidade máxima, dois para cada time, não assinalados pelo Cléber Wellington Abade, que por isso saiu de campo muito criticado pelos jogadores. Já aos 46 minutos, Marcinho foi lançado livre. Com categoria, fez 3 a 1 e consolidou a vitória.
“É uma alegria muito grande vencer. Quem vive o dia-adia do clube sabe a pressão que tem”, disse o técnico interino Marcelo Vilar, feliz com sua primeira vitória — quando substituiu Emerson Leão, no final de abril, acumulou três derrotas e dois empates. “Agora vamos ter mais tranqüilidade para trabalhar.” Após a saída de Tite, os nomes de Nelsinho Baptista e, principalmente, PC Gusmão, ganharam força no Palmeiras. Porém, segundo o vice-presidente do clube, José Cyrillo Júnior, e o gerente de Futebol, Ilton José da Costa, o mais provável é que Vilar fique à frente
da equipe até o final do campeonato. “O São Paulo já estava engasgado há um bom tempo”, confessou o atacante Enílton, de volta à equipe após dois jogos fora por contusão. “Ganhamos com méritos.” Para os jogadores e integrantes da comissão técnica do São Paulo, no entanto, a culpa pela derrota foi da arbitragem. “O que determinou o resultado foi a expulsão do Alex Silva”, acredita o técnico tricolor, Muricy Ramalho. “Acho até que não era para expulsão. Do jeito que o árbitro carregou vários de cartão amarelo no primeiro tempo, estava na cara que alguém seria expulso.”
Celso Junior/AE
Ricardo Nogueira/Agência O Globo
Zé Roberto comemora, emocionado, o primeiro gol com a camisa do Santos
O 1 a 1 com o Inter de Fernandão deixa o Corinthians perto da zona de rebaixamento
Uma vitória de 11 pontos
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os quatros principais candidatos ao título do Campeonato Brasileiro, o Santos foi o que se deu melhor neste domingo. Além de vencer o Flamengo por 3 a 0 na Vila Belmiro, foi ajudado pelas derrotas do São Paulo para o Palmeiras e do Grêmio para o Goiás e pelo empate do Internacional com o Corinthians. Ao todo, o Santos ganhou 11 pontos na rodada e volta à briga pelo título, embora ainda esteja a seis pontos do líder São Paulo, que tem um jogo a menos. Autor do gol que abriu o caminho para a vitória, aos 14 minutos do segundo tempo, o atacante Wellington Paulista festejou o resultado: "Ainda pensamos no título e estamos chegando aos pouquinhos." Depois do 0 a 0 no primeiro tempo, o Santos explorou no segundo as falhas de marcação no lado esquerdo da defe-
sa rubro-negra e chegou com facilidade aos 2 a 0 em menos de meia hora. Os dois gols tiveram participação do atacante Jonas que atuou como pivô preparando a bola para Wellington Paulista e Zé Roberto. O terceiro gol, já no final do jogo, foi de Rodrigo Tabata. Destaque da vitória, o meia Zé Roberto dedicou à torcida o seu primeiro gol pelo Santos: "Foi uma grande emoção para mim, ainda mais porque foi marcado na presença do rei Pelé. Pelo que me disseram, sempre que ele comparece à Vila, o time vence." Vanderlei Luxemburgo preferiu encher a bola da equipe: "Estou com um time que gosta de jogar futebol, com muitos atletas técnicos. Jogadores como o Zé Roberto, o Rodrigo Tabata, o André Luiz e o Cléber Santana dão muita movimentação e criatividade ao setor ofensivo."
Pior do que parece
À
primeira vista, um empate por 1 a 1 fora de casa com o Inter, atual campeão da Libertadores e um dos times que disputam os primeiros lugares do Campeonato Brasileiro, não pode ser considerado mau resultado. Ainda mais quando se considera que o visitante — no caso, o Corinthians — dominou grande parte do primeiro tempo, saiu na frente com um gol de Carlos Alberto, aos 30 minutos, e somente sofreu o empate, com um gol de Fernandão para o Inter, logo no minuto seguinte, por infelicidade do goleiro Marcelo. Ele soltou facilmente a bola no pé do adversário depois de ter praticado uma defesa milagrosa. Apesar de tudo isso, que aconteceu ontem, no Beira-Rio, o Corinthians não tem motivos para comemorar, pois em relação à classificação do Campeonato Brasileiro o resultado foi pior do que
parece. Com ele, a equipe corintiana não só caiu duas posições (do 14º para o 16º lugar) como, ao final da rodada, continuou mais perto da zona de rebaixamento que da sonhada vaga na Libertadores do ano que vem. “Perto do quadro que tínhamos quando cheguei aqui está muito bom”, avalia o técnico Emerson Leão, para em seguida observar: “Conseguimos uma boa recuperação, mas o sufoco ainda não passou”. Apesar de isentado de culpa no lance do gol do empate colorado por seu técnico e pelo zagueiro Marinho, o goleiro Marcelo fez questão de assumir a responsabilidade no lance: “Acho que se eu não tivesse falhado, eles não teriam conseguido empatar a partida. Nossa meta era a vitória, mas um empate no Sul, com o Inter, que está brigando pelo título, não deixa de ser importante”.
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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
Reavaliamos (a cesta de produtos) a cada três meses, porque na internet a variação é muito rápida. Luiz Fávero, do Provar
ÍNDICES PESQUISAM PRODUTOS DIFERENTES
Guerra dos O preços: no mundo real e no virtual Inflação na internet teve alta de 3,45% em setembro, puxada pelas viagens para o final do ano
olhar isolado sobre a inflação da internet, no mês de setembro, causa um certo espanto. Depois de três meses negativo, o e-flation, índice de preços online, subiu 3,45% e caminha, aparentemente, na contramão dos indicadores da vida real. Mas, segundo os responsáveis pelo índice, uma comparação desse tipo não deve ser feita. "O e-flation é mais volátil e não computa alimentos e produtos perecíveis (considerados nos outros indicadores). É mais voltado para bens duráveis", diz Luiz Paulo Lopes Fávero, coordenador técnico do índice, que é calculado pelo Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar/Fia) da Universidade de São Paulo. Fávero explica que o e-flation é composto por produtos
diferentes e uma cesta-base móvel, atualizada a cada três meses. Ela acompanha a periodicidade da pesquisa do Provar/e-bit de Expectativas de Consumo na Internet. Para compor o e-flation, são coletados preços dos produtos mais vendidos dentro das categorias analisadas (CDs e DVDs, livros, eletro-eletrônicos, informática, telefonia, perfumaria, produtos para casa, brinquedos, viagem e turismo e linha branca). "Reavaliamos a cada três meses, porque na internet a variação é muito rápida." Os pesos de cada categoria também sofrem alteração. Vi ag ens – A inflação de 3,45% em setembro (contra deflação de 1,29% em agosto) reflete especialmente a sazonalidade da categoria viagem e turismo (alta de 29,41%). Segundo Fávero, nesta época, as viagens começam a entrar no
pico sazonal, com fechamento de pacotes para o final do ano. O segundo maior impacto veio dos produtos para casa (5,30%), seguidos de livros (4,67%); perfumaria (4,07%),
brinquedos (2,51%), linha branca (1,96%), CDs/DVDs (1,69%) e informática (0,75%). Eletroeletrônicos e telefonia registraram deflação. Fátima Lourenço
EDITAIS PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ
Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 071/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela Internet. Objeto: Aquisição de cimento asfáltico. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 04/10/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 14:00 horas do dia 09/10/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 15:00 horas às 16:00 horas do dia 09/10/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais. PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ
Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletronico nº 072/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de equipamentos odontológicos. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 05/10/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 14:00 horas do dia 10/10/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 14:00 horas às 15:00 horas do dia 16/10/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais.
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PEDRO Aviso de Abertura Objeto: Reforma e ampliação de prédio para o Centro de Educação Pedagógica da Educação Básica. Modalidade: Tomada de Preço nº 024/2006. Processo: nº 1443/2006. Encerramento: dia 17 de outubro de 2006, às 11:00 horas. Abertura: às 14:00 horas do mesmo dia. O edital completo poderá ser retirado no Departamento de Compras e Licitações, à Rua Valentim Amaral, nº 748, Centro, São Pedro / SP. Outras informações pelo telefone 0xx19-3481-9208. Obs.: Não serão enviados editais por via Postal ou fac-símile. São Pedro, 22 de setembro de 2006. Eduardo Speranza Modesto - Prefeito Municipal. Vicente Francisco Gil - Assessor de Licitações - Respondendo pelo Departamento de Compras e Licitações.
PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ
Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 069/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de pó com pedrisco, pedrisco limpo, brita I e areia média lavada. Endereço: Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 03/10/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 09:30 horas do dia 06/10/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 10:00 horas às 11:00 horas do dia 06/10/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais.
PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ
Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 070/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico pela internet. Objeto: Aquisição de testeira de garapeira, caibro, viga e ripa. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no meu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 03/10/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 14:00 horas do dia 06/10/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 15:00 horas às 16:00 horas do dia 06/10/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais.
COMUNICADOS A empresa Decorshow Decoração Ltda.-Me, inscrita no CNPJ sob nº 03.388.549/ 0001-93, comunica o extravio de 1 Talão de Nota Fiscal de Serviços Série A, numeradas do 0001 a 0050. (25, 26 e 27/09/06)
FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR
EDITAL DE PREGÃO Nº 026/2006- FAMESP PROCESSO Nº 1051/2006 - FAMESP Acha-se à disposição dos interessados até o dia 06 de outubro de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº , Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680 - ramal 111 - FAX (0xx14) 3882-1885 - ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações, o Edital do Pregão nº 026/2006-FAMESP, Processo nº 1051/ 2006-FAMESP, que tem como objetivo a AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS: ACETATO DE ZINCO; HIPOCLORITO DE SÓDIO ESTABILIZADO 2% A 2,5%; SOLUÇÃO POLIVITAMÍNICA ADULTO E PEDIÁTRICA, ETC...A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 09 de outubro de 2006, com início às 9:00 horas, na Sala da Seção de Compras da FAMESP, no endereço supra citado. Botucatu, 22 de setembro de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice Presidente - FAMESP.
DECLARAÇÃO DECLARAÇÃO A abaixo subscritora, tendo sido nomeada para compor a Diretoria da PETRA - Personal Trader Corretora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda., declara perante o Banco Central do Brasil que: I - preenche as condições estabelecidas no art. 2o da Resolução 3.041, de 28 de novembro de 2002, para o exercício do cargo para o qual foi nomeada; II - não participa da administração, conselho fiscal ou de qualquer outro órgão estatutário de empresa cujos títulos ou valores mobiliários sejam negociados em bolsas de valores e III assume integral responsabilidade pela fidelidade das declarações ora prestadas, ficando o Banco Central do Brasil desde já autorizado a delas fazer, nos limites legais e em juízo ou fora dele, o uso que lhe aprouver. Curitiba, 15 de setembro de 2006. Elisangela de Moura Silva Mattioli - CPF 183.685.698-93.
CONVOCAÇÃO Instituto TERRA BRASILIS de Pesquisa, Desenvolvimento, Ensino Profissionalizante e Ação Social CNPJ/MF nº 02.975.539/0001-91 EDITAL DE CONVOCAÇÃO - ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA E EXTRAORDINÁRIA Pelo presente edital e na forma prevista pelo art. 59 e seguintes do Código Civil, convocamos os senhores associados para se reunirem em Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária, a ser realizada, na nova sede do Instituto na Rua Vergueiro, nº. 3057 – 3º andar – sala 3, Vila Mariana, nesta Capital, no próximo dia 05. de outubro. de 2006, quarta-feira, às 10:00 horas em primeira convocação, com a maioria absoluta; às 11:00 horas em última convocação, com 1/3 (um terço) dos associados, para deliberarem sobre a seguinte ordem do dia, (i) em Assembléia Geral Ordinária: 1) Aprovação, retroativa, das contas dos exercícios de 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004, para fins de regularização do Instituto, cujas cópias encontram-se à disposição para a apreciação de seus associados, na sede do Instituto, compostas de: (a) Relatórios de Atividades desenvolvidas nos referidos exercícios, (b) Balanços Patrimoniais e (c) Demonstrações dos resultados dos exercícios; 2) Aprovação das contas relativas ao exercício de 2005, cujas cópias encontram-se à disposição para a apreciação de seus associados, na sede do Instituto, compostas de: (a) Relatório de Atividades desenvolvidas no exercício, (b) Balanço Patrimonial e (c) Demonstração do resultado do exercício; e, 3) Eleição dos membros do Conselho Deliberativo e do Conselho Fiscal; e (ii) em Assembléia Geral Extraordinária: Alteração do Estatuto Social para: (a) inclusão do Capítulo IV, para prever sobre a Assembléia Geral (b) a alteração do Capítulo II, que dispõe sobre os participantes do instituto, para fazer constar formas de admissão e exclusão, bem como os direitos e os deveres dos associados e (c) renumeração dos demais Capítulos e outras alterações pertinentes. São Paulo, 20 de setembro de 2006. Walmir Aparecido Frare - Presidente do Conselho Deliberativo.
ATA
ATAS
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: M.M. CONSULTORIA DE ALIMENTOS E SERVIÇOS LTDA. C.N.P.J. nº 06.222.193/0001-01 - N.I.R.E. 35.218.982.860 Ata de Reunião de Sócias Data, Hora e Local: 18.9.2006, às 10:00 horas, na sede social, localizada na Av. Brig. Faria Lima, nº 1.656, 6º andar, CEP 01451-918, São Paulo-SP; Convocação: dispensada, presentes sócias representando a totalidade do capital social; Presença: sócias detendo a totalidade das quotas da Sociedade; Composição da Mesa: Presidente – Maria Margarida Ribeiro Nolf - e Secretária – Maria Helena Ribeiro Nolf; Ordem do Dia: deliberar a redução do capital da Sociedade em R$ 3.599.139,00, passando do valor atual de R$ 3.617.405,00 para R$ 18.266,00, tendo em vista o valor excessivo do capital social em relação ao objeto da Sociedade. Deliberações tomadas: aprovada unanimemente, sem ressalvas ou restrições, a redução do capital da Sociedade em R$ 3.599.139,00 (três milhões, quinhentos e noventa e nove mil, cento e trinta e nove reais), passando do valor atual de R$ 3.617.405,00 (três milhões, seiscentos e dezessete mil, quatrocentos e cinco reais) para R$ 18.266,00 (dezoito mil, duzentos e sessenta e seis reais), com a equivalente redução e cancelamento de 3.599.139 (três milhões, quinhentas e noventa e nove mil, cento e trinta e nove) quotas representativas do capital da Sociedade detidas pela sócia Maria Margarida Ribeiro Nolf e restituição do valor da redução a tal sócia. Lavratura e Leitura da Ata: Nada mais havendo a ser tratado, foi oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, como ninguém se manifestasse, foram encerrados os trabalhos pelo tempo necessário à lavratura da presente a qual, reaberta a sessão, foi lida, achada conforme e por todos os presentes assinada. (aa.) Mesa: Maria Margarida Ribeiro Nolf – Presidente; Maria Helena Ribeiro Nolf – Secretária. Sócias presentes: Maria Margarida Ribeiro Nolf e Maria Helena Ribeiro Nolf. CLERMONT - EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA. C.N.P.J. n.º 69.307.627/0001-96 - N.I.R.E. 35.211.336.121 Ata de Reunião de Sócios realizada em 01.9.2006. Data, Hora e Local: 01.9.2006, às 10:00 horas, na sede da Sociedade localizada em São Paulo-SP, na Av. Brig. Faria Lima, nº 1.656, 6º andar, CEP 01451-918. Presença: sócias representando a totalidade do capital da Sociedade. Convocação: dispensada, nos termos do Parágrafo 2º do Artigo 1.072 do Código Civil, presentes todas as sócias. Composição da Mesa: Presidente – Maria Margarida Ribeiro Nolf; e Secretária – Maria Helena Ribeiro Nolf. Ordem do Dia: deliberar a redução do capital da Sociedade em R$ 3.275.216,00, com o cancelamento de 3.275.216 quotas do capital da Sociedade, tendo em vista o valor excessivo do capital social em relação ao objeto da Sociedade. Deliberações Tomadas: Considerando o capital da Sociedade excessivo em relação ao seu objeto social, foi aprovada unanimemente pelas sócias, sem quaisquer ressalvas ou restrições, a redução do capital da Sociedade em R$ 3.275.216,00 (três milhões, duzentos e setenta e cinco mil, duzentos e dezesseis reais), passando de R$ 4.148.750,00 (quatro milhões, cento e quarenta e oito mil, setecentos e cinqüenta reais), dividido em 4.148.750 (quatro milhões, cento e quarenta e oito mil, setecentas e cinqüenta) quotas, para R$ 873.534,00 (oitocentos e setenta e três mil, quinhentos e trinta e quatro reais), dividido em 873.534 (oitocentas e setenta e três mil, quinhentas e trinta e quatro) quotas, concordando unanimemente as sócias que tal redução ocorrerá única e exclusivamente com relação à participação da sócia MM Consultoria de Alimentos e Serviços Ltda. no capital da Sociedade, com a pertinente restituição do valor da redução a tal sócia. Lavratura e Leitura da Ata: Foi oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, como ninguém se manifestasse, foram encerrados os trabalhos pelo tempo necessário à lavratura da presente a qual, reaberta a sessão, foi lida, achada conforme e por todos os presentes assinada. Mesa: Maria Margarida Ribeiro Nolf – Presidente; Maria Helena Ribeiro Nolf – Secretária. Sócias Presentes: MM Consultoria de Alimentos e Serviços Ltda.; Maria Margarida Ribeiro Nolf e Maria Helena Ribeiro Nolf.
PREGÃO PRESENCIAL Nº 23/2156/06/05 OBJETO: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA MÉDICO-HOSPITALAR A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que achase aberta licitação para contratação de empresa para prestação de serviços de assistência médico-hospitalar, pronto-socorro, atendimento ambulatorial, exame laboratorial especializado e complementar, serviços auxiliares, partos e cirurgias aos empregados da FDE, assim como aos seus respectivos dependentes, na modalidade coletiva, nos termos constantes do Edital e anexos. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 25/09/2006, na sede da FDE, na Supervisão de Licitações na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121-900 – São Paulo/SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br. O credenciamento do representante das proponentes e o recebimento dos Envelopes “Proposta” e “Documentos de Habilitação” ocorrerão na sede da FDE, no endereço acima mencionado, às 09:30 horas do dia 09/10/2006. Todas as propostas deverão obedecer rigorosamente o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: PREGÃO PRESENCIAL Nº 48/0062/06/05 OBJETO: AQUISIÇÃO DE CADEIRA GIRATÓRIA - CD 04 A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para aquisição de 7.079 (sete mil e setenta e nove) cadeiras giratórias – CD 04, a fim de atender às necessidades da Rede Estadual de Ensino – Projeto Escola em Tempo Integral. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 25/09/2006, na sede da FDE, na Supervisão de Licitações na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121-900 – São Paulo/SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br. O credenciamento do representante das proponentes e o recebimento dos Envelopes “Proposta” e “Documentos de Habilitação” ocorrerão na sede da FDE, no endereço acima mencionado, às 09:30 horas do dia 10/10/2006. Todas as propostas deverão obedecer rigorosamente o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
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FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 22 de setembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Brasnet Fomento Mercantil Ltda. - Requerida: Indústria de Bijouterias Vilani Ltda. - Rua Anacleto nº 303 - 02ª Vara de Falências Requerente: Profactoring Fomento Mercantil Ltda. - Requerido: Carlos Roberto Vissechi - Livraria - Rua Riachuelo nº 195 - 02ª Vara de Falências
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Passe Livre Série B Camp. Brasileiro Série C
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
O Goiás já teve a sua fase ruim. Mas, agora, vai sair do fundo do poço.” Geninho
LÍDER E VICE-LÍDER PERDEM SEUS JOGOS
SORTE DO SÃO PAULO paSse livre Carlos Costa/AE
A
derrota do São Paulo para o Palmeiras no clássico de ontem, em Presidente Prudente, foi, evidentemente, ruim para o líder do Campeonato Brasileiro. Mas poderia ter sido pior. Afinal, graças à goleada do Goiás sobre o Grêmio por 4 a 0, no jogo realizado também ontem, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia, a diferença entre o São Paulo e o vice-líder Grêmio manteve-se em quatro pontos: 49 contra 45. O Santos, ao derrotar o Flamengo por 3 a 0, encostou um pouco mais no Grêmio, indo para 43 pontos. O Inter, com o empate em casa diante do Corinthians, foi a 41. Até a partida de ontem, o Grêmio, ainda a melhor equipe do segundo turno, havia vencido cinco e empatado um de seus seis jogos. Já o Goiás ocupava a zona de rebaixamento, condição que deixou graças à goleada, empurrando a Ponte Preta para o 17º lugar. Souza, o artilheiro do Campeonato Brasileiro, agora com 13 gols, fez Goiás 1 a 0, aos 34 minutos do primeiro tempo, aproveitando de cabeça um cruzamento de Vítor. Jadilson ampliou aos 38 minutos, ao pegar um rebote do goleiro. Na segunda etapa, aos 18 minutos, o atacante Johnson ganhou dos zagueiros, tocou no canto esquerdo e fez Goiás 3 a 0. Souza finalizou a goleada aos 22 minutos, driblando a zaga e o goleiro Marcelo Grohe. Com este resultado, mantevese um tabu de dez anos: na última vez em que derrotou o Goiás em Goiânia, o Grêmio classificou-se para decidir e ganhar o título brasileiro de 1996, contra a Portuguesa. O lugar do Goiás na zona de rebaixamento passa a ser ocupado, agora, pela Ponte Preta. Ontem, jogando em casa, a equipe de Campinas foi derrotada pelo Cruzeiro por 1 a 0, e caiu para a 17ª posição. A Ponte começou melhor, mas acabou prejudicada pela queda de energia elétrica, aos 15 minutos, segundos após Tuto perder um gol na frente do goleiro Fábio. As lâmpadas de duas torres voltaram a acender de-
Goleada do Goiás sobre o Grêmio (4 a 0, com dois gols do artilheiro Souza) mantém diferença de quatro pontos do tricolor paulista para o gaúcho
pois de 15 minutos. No lance do gol do Cruzeiro, marcado aos 18 minutos do segundo tempo, Élson cruzou do lado esquerdo, Preto errou no tempo da bola e Élber subiu sozinho para desviar de cabeça. A vitória cruzeirense acabou sendo boa também para o
Roberto Benevides
Palmeiras pós-Tite
T Corinthians, pois, caso a Ponte Preta houvesse vencido, o time da capital, que ontem apenas empatou com o Inter por 1 a 1, em Porto Alegre, teria voltado para a zona de rebaixamento. Além da Ponte Preta, os quatro últimos lugares são ocupados agora pelo São Caetano,
que no sábado perdeu no Paraná para o Atlético (3 a 1); pelo Fortaleza, apesar da vitória por 3 a 1 sobre o Fluminense, também sábado, no Maracanã; e pelo Santa Cruz, que nesta rodada também venceu: 1 a 0 no Juventude, ontem, no Estádio do Arruda, no Recife.
ite pediu demissão depois da derrota para o Santa Cruz e já não foi com o Palmeiras a Presidente Prudente. O homem que tirou o Palmeiras do buraco neste Campeonato Brasileiro resolveu pedir o boné porque, depois de reclamar das arbitragens, foi repreendido publicamente por um cartola com a recomendação de que calasse a boca. Melhor teria sido que o cartola não abrisse a sua, mas que palmeirense vai concordar com isso depois dos 3 a 1 de ontem sobre o São Paulo em Presidente Prudente? A vitória promoveu o Palmeiras do 15º para o 13º lugar, afasta-o da zona de rebaixamento o deixa a dois pontos de uma vaga na Copa Sul-Americana de 2007. O sobe-e-desce é uma emoção constante neste campeonato e a primeira vitória palmeirense em cinco confrontos com os são-paulinos nesta temporada passa para trás, na tábua de classificação, o Corinthians e o Flamengo. Deu-se bem, já se vê, o Palmeiras em seu primeiro compromisso pós-Tite. Não convém, no entanto, tirar conclusão apressada desse 3 a 1 sobre o líder do campeonato. É bom olhar um pouquinho para trás. Em 20 jogos sob o comando de Tite, o Palmeiras venceu oito, empatou cinco e perdeu sete, com 48º de aproveitamento, índice que dá ao Vasco o sexto lugar no campeonato. Antes de Tite, o Palmeiras tinha jogado cinco vezes, com quatro derrotas e um empate. O aproveitamento de 6% representa um quinto do que tem o Santa Cruz, lanterna do campeonato. Forçar a demissão do técnico foi uma grande bobagem, mas, como o futebol é um contêiner de surpresas, fez-se mais esta em Presidente Prudente. Além de se recuperar, o Palmeiras fez sua parte para embolar o pelotão da frente. Segurou o São Paulo em 49 pontos, apenas um à frente do Grêmio, que, em seguida, bobeou em Goiânia: goleado por 4 a 0 pelo Goiás, jogou fora a chance de encostar no líder. Continua com 45 pontos e, coincidentemente, vai receber o Palmeiras na próxima rodada. Os palmeirenses esperam alguma gratidão.
TOQUE DE CLASSE
NOVIDADES
Zé Roberto jogou bem, fez um golaço, o segundo do 3 a 0 sobre o Flamengo, e deixou claro na Vila Belmiro que pode dar ao Santos o toque de classe que ainda falta ao time apesar da análise muito otimista de Vanderlei Luxemburgo em seguida às vitórias. A torcida o aplaudiu no fim do jogo, os companheiros de time não pouparam elogios à sua atuação. Zé Roberto, tranqüilo como sempre e sinceramente modesto, fez questão de lembrar que ainda não está em plena forma e promete melhorar.
Dunga anunciou, no meio da semana, os 22 jogadores para enfrentar o Kwait e o Equador, com uma ótima novidade: o lateral-direito Daniel Alves, do Sevilla, que tem tudo para chegar e ficar na Seleção. Além de Daniel, três outras novidades: o goleiro Helton, do Porto, o lateral-esquerdo Adriano, também do Sevilla, e o meia Lucas, um dos artífices da surpreendente campanha do Grêmio no Campeonato Brasileiro. Dunga vai-se saindo bem com sua filosofia de dar chances a muitos jogadores sem mexer muito na base da Seleção.
*Com Agência Estado e Reuters
SÉRIE B
SÉRIE C
Paulista entre os quatro melhores Flávio Grieger/AE
D
emorou, mas finalmente uma das seis equipes paulistas que disputam a Série B do Campeonato Brasileiro conseguiu colocar-se na zona de acesso à Série A do ano que vem, ocupada pelos quatro primeiros colocados. É o Paulista, que com a vitória de sábado por 2 a 1 sobre o Guarani, em Jundiaí, passou a ocupar a quarta colocação, com 41 pontos. Os dois gols do Paulista foram marcados pelo atacante Victor Santana. Éder fez o gol do Guarani, que com a derrota aparece agora em 15º lugar, com 30 pontos, e só está fora da zona de rebaixamento porque tem uma vitória a mais que Ituano e São Raimundo. A equipe de Itu também tem 30 pontos, e só se salva da zona de rebaixamento por ter saldo de gols superior ao do São Raimundo (-3 contra -9). Nesta rodada, porém, finalmente conseguiu ganhar a primeira jogando em sua casa, o Estádio Novelli Júnior, em Itu: na sexta-feira, fez 2 a 1 no Coritiba, resultado que tirou a equipe paranaense e ajudou a colocar o Paulista no pelotão de elite. Toninho e Cris fizeram os gols do Ituano e Henrique descontou para o Coritiba. Já o Santo André, mesmo recebendo o Vila Nova no Estádio Bruno José Daniel, não foi
25ª rodada
Barueri fica perto da vaga e Noroeste ainda pode sonhar
Sport 2 x 0 América-RN Ceará 1 x 1 Náutico Marília 0 x 3 Paulista CRB 2 x 3 Vila Nova Coritiba 0 x 0 São Raimundo Guarani 0 x 1 Remo Paysandu 1 x 0 Brasiliense Ituano 1 x 2 Atlético-MG Portuguesa 2 x 3 Santo André Gama 3 x 1 Avaí
O
26ª rodada Náutico 2 x 0 Remo Ituano 2 x 1 Coritiba Ceará 3 x 2 Avaí Marília 4 x 0 Portuguesa Paysandu 0 x 2 CRB Paulista 2 x 1 Guarani Santo André 2 x 2 Vila Nova Atlético-MG 2 x 0 Sport Brasiliense 4 x 1 São Raimundo América-RN 5 x 1 Gama
Vitória por 2 a 1 sobre o Guarani coloca time de Jundiaí na zona de acesso à Série A do Brasileiro de 2007
além de um empate (2 a 2), que o mantém longe do pelotão de frente, na nona posição. Makelele e Sandro Gaúcho fizeram os gols do Santo André, enquanto Vandinho marcou os dois do Vila Nova.
Cada vez mais desesperadora é a situação da Portuguesa. Também no sábado, jogando fora de casa, a equipe foi goleada por 4 a 0 pelo Marília, que agora é o 11º. Fabiano Gadelha marcou três gols e Wellington
Amorim fez o quarto. Com o resultado, o técnico Candinho pediu demissão do cargo e será substituído por Vágner Benazi. A Portuguesa é a última entre os vinte participantes da Série B, com apenas 24 pontos.
Classificação
P
V
S
1 Náutico
45
13
12
44
2 Atlético-MG
44
12
15
43
3 Sport
43
12
14
37
4 Paulista
41
11
9
40
GP
s resultados da quarta rodada da terceira fase da Série C foram bons para ambas as equipes paulistas. Pelo Grupo 27, o Noroeste foi a Minas enfrentar o Ipatinga como último colocado e praticamente desclassificado. Mas venceu por 3 a 2, após estar perdendo por 2 a 1, e agora está em terceiro, ainda com chances de chegar à fase seguinte. Pelo Grupo 28, o Grêmio Barueri goleou o J. MalucelliPR por 4 a 1, na manhã de ontem, e chegou a 9 pontos, mesmo número do Criciúma, líder pelo saldo de gols. No Grupo 25, que não tem equipes paulistas, o Bahia perdeu para o Ananindeua (1 a 0). Mas ainda é líder e já está classificado, pois o Ananindeua perdeu 6 pontos pela escalação irregular de um jogador.
5 América-RN
40
13
4
41
6 Coritiba
40
11
5
40
7 Brasiliense
37
11
11
40
8 Paysandu
37
10
1
35
9 Santo André
37
9
3
32
10 Avaí
36
10
-4
25
11Marília
35
9
6
35
12 Gama
34
10
-9
36
RESULTADOS: Grupo 25 - Ferroviá-
13 CRB
33
9
-2
39
rio-CE 2 x 1 Rio Negro-AM; Ananin-
14 Vila Nova
33
9
-4
34
deua-PA 1 x 0 Bahia-BA. Grupo 26 -
15 Guarani*
30
8
-8
33
River-PI 3 x 4 Vitória-BA; Treze-PB 2 x
16 Ituano
30
7
-3
33
0 Tuna Luso-PA. Grupo 27 - Ipatin-
17 São Raimundo
30
7
-9
26
18 Remo
28
8
-14
31
ga-MG 2 x 3 Noroeste-SP; Brasil-RS 1
19 Ceará
27
5
-11
28
20 Portuguesa
24
5
-16
26
*Perdeu 3 pontos no STJD.
x 1 Anapolina-GO. Grupo 28 - Grêmio Barueri-SP 4 x 1 J. Malucelli-PR; Criciúma-SC 2 x 0 América-MG.
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
Tr i b u t o s Empresas Nacional Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3
33
SEGURADORAS CRESCERAM 16% NO SEMESTRE
APÓLICES DE IMÓVEIS ESTÃO ENTRE OS NICHOS POUCO EXPLORADOS
SEGUROS GANHAM MERCADO
por cento dos veículos possuem seguro no Brasil, contra apenas 9% das residências.
ENERGIA Preços subiram 1,34% na última semana, atingindo R$ 129,81 por MW/h no Sudeste.
PONTE AÉREA A Varig reduziu de R$ 139 para R$ 109 a tarifa da ponte Rio-SP em horários determinados.
Ó RBITA
Fotos: Andrea Felizolla/LUZ
OFENSIVA DIPLOMÁTICA
O
Evento que reuniu especialistas no ramo de seguros, como Alberto Dabus (centro) e Leôncio de Arruda (dir.), discutiu perspectivas do setor
A
veis vive o setor. Há muito que se explorar nas áreas de saúde, rural, eletrodomésticos, consórcios, vida e previdência e serviços específicos que são oferecidos de acordo com o perfil de cada cliente. "Hoje, o freguês não sabe exatamente o que quer porque há muitos produtos no mercado. Por isso, o corretor tem de sentir qual é a necessidade do
Novidades nos planos odontológicos
Andrea Felizolla/LUZ
Executivos da Prodent apresentaram o portal na internet onde podem ser agendadas consultas
D
epois dos seguros médicos, as segurados agora apostam nos planos odontológicos. Entre uma empresa e outra, as ofertas disponíveis no mercado são parecidas. As novidades giram mesmo em torno do desenvolvimento de novas tecnologias, o que facilita a vida, tanto do cliente, como do corretor de seguros. Para que dentista, cliente e corretor possam estar sempre conectados, a Prodent criou um portal na internet por onde são consultados desde propostas de adesão aos planos oferecidos pela empresa até a disponibilidade de horários para agendamento de consultas dentárias e o histórico de visitas do paciente ao consultório. "O tratamento dentário é autorizado pela Prodent na hora, via internet, sem burocracias", explicou a gerente de marketing da empresa, Regina Nicola. "A maioria das seguradoras ainda exige muita documentação e o procedimento demora até alguns dias, e é só então que o paciente pode começar o tratamento dentário." Biometria – Já a DixAmico
investiu na biometria, sistema que reconhece o usuário pela leitura da impressão digital, para acelerar o atendimento dos seus clientes e evitar fraudes nas operações. O programa permite às clínicas dentárias conseguir autorizações por meio de senhas online para começar os tratamentos odontológicos de imediato. "A biometria garante ao cliente a certeza de que somente ele poderá utilizar os serviços oferecidos pelo plano, eliminando a possibilidade de
fraudes", afirmou o diretor de tecnologia da empresa, Mauro Bastos. Por enquanto, a preferência para instalação desse sistema é dos credenciados com grande número de atendimentos. Mas a expectativa é que, até 2007, o serviço seja oferecido em toda a rede. (SSP)
Sonnaira San Pedro
HONDA
TIM
A
japonesa Honda Motor informou que desenvolveu um novo sistema de motor e transmissão a diesel que é tão limpo quanto os carros movidos a gasolina. A empresa implantou um sistema bicombustível que funciona com qualquer proporção de álcool e gasolina entre os níveis de 20% e 100%. (Reuters) A TÉ LOGO
A
TIM, que não está ligada a nenhuma operadora de telefonia fixa no País, anunciou um serviço para fazer com que o celular substitua a linha fixa na casa das pessoas. O novo serviço, chamado TIM Casa, oferecerá minutos mais baratos nas ligações para telefones fixos a partir da residência do cliente. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Erro deixa chuveiros de fora da redução de IPI Conselho da Inco recomenda venda para Vale
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Seguradoras aproveitaram feira para lançar serviços e analisar o mercado
cliente e adaptá-la de acordo com seu gosto", disse o sócio da AD Corretora de Seguros, Alberto Dabus. "Em vez de competir nos mercados existentes, a grande sacada é partir para os mercados inexplorados." Ele citou o exemplo da American Life Seguros, que acaba de lançar produtos de vida e previdência para o público gay.
L
tem no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo. "Precisamos nos atentar para fatias do mercado que ainda não estão saturadas." Ele se referiu principalmente à baixa procura pelo seguro residencial, contratado por apenas 9% dos donos de imóveis no Brasil. Assegurar um carro, por exemplo, custa até dez vezes mais caro. Mesmo assim, 33% dos veículos brasileiros têm uma apólice de seguro. "Vale muito a disposição do corretor de vender esse serviço e da seguradora, de oferecer produtos agregados", afirmou o diretor da AGF, Marcelo Goldman. A empresa acaba de lançar no mercado o AGF em Dobro, que oferece a opção de assegurar o carro e a residência em uma só apólice e com preço mais acessível. Perspectivas – Mas nem só de seguros de veículos e imó-
européias para evitar que novas medidas protecionistas sejam adotadas nas próximas semanas. A missão européia ocorrerá entre os dias 9 e 15 de outubro e será a primeira de Kyprianou, que tem status de ministro na estrutura de poder europeu. A viagem incluirá visitas a laboratórios que realizam testes sanitários, além de locais de produção de carnes, processamento de peixes e frutas. (AE)
L
s seguradoras faturaram 16% mais no primeiro semestre de 2006 do que no mesmo período do ano passado. Um crescimento do setor que justifica o lançamento de novos produtos e serviços, campanhas de incentivo de vendas aos corretores de seguros e a busca por novos nichos de mercado. Segundo especialistas do ramo, esse aumento dos negócios este ano é conseqüência da melhoria de renda da população e do aumento da concessão de crédito, especialmente o imobiliário. "Quanto mais casas estão sendo construídas, mais apólices de seguro residencial serão emitidas", disse o presidente do Sindicato dos Corretores de Seguro de São Paulo (Sincorsp), Leôncio de Arruda, durante o 12º Congresso de Corretores de Seguros, que aconteceu até on-
governo brasileiro prepara uma ofensiva política e diplomática para tentar evitar novas barreiras contra seus produtos por causa de problemas fitossanitários. O comissário europeu para proteção dos consumidores, Markos Kyprianou, foi convidado para uma visita ao País para que conheça laboratório e produção de diversos produtos no País. O objetivo é tentar "seduzir" as autoridades
Computadores puxam expansão industrial
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Italiano Espanhol Real Madrid Sul-Americana
3 Este é o grande perigo para o jogador de futebol, mas esperamos que Cicinho se recupere logo." Fabio Cannavaro
CICINHO PODE FICAR OITO MESES PARADO
INTER NO TOPO
Alejandro Ruesga/Reuters
Paco Serinelli/AFP
D
ois gols de Crespo ajudaram a Inter de Milão a assumir ontem a liderança do Campeonato Italiano, ao vencer o Chievo por 4 a 3, numa partida dramática - a Inter vencia por 4 a 0 até os 32 minutos da segunda etapa, mas permitiu a reação do adversário e quase se complicou. E, após a partida, o argentino fez questão de elogiar Adriano, que teve nova chance como titular porque o sueco Ibrahimovic foi liberado para acompanhar o nascimento de seu filho. "Ele está bem, me deu uma bela assistência e realizou ótimas jogadas. Isto é importante para ele e para todos nós", explicou Crespo, que durante a semana havia dito que Adriano precisava ter paciência, já que é natural a alternância de jogadores no futebol europeu. A Inter recebe quarta o Bayern de Munique, na Liga dos Campeões, e Adriano deve voltar ao banco. "Jogamos bem por 76 minutos, aí desligamos. Precisamos de mais atenção", disse o técnico Roberto Mancini. A liderança, no entanto, só veio porque o antigo líder, o Palermo, foi derrotado por 2 a 0 pelo Empoli. Brieza, do Palermo, perdeu um pênalti com e t i d o s o b re o b r a s i l e i ro
Semana trágica
D Amauri quando o jogo estava 0 a 0, o que poderia ter mudado a história do jogo. O time acabou perdendo inclusive a segunda posição para a Roma, que goleou o Parma
ITÁLIA
por 4 a 0, fora de casa. Já o Milan perdeu os 100% de aproveitamento - em campo - ao empatar no sábado com o Livorno, por 0 a 0, fora de casa. Dos times punidos por causa do es-
ESPANHA
Livorno 0 x 0 Milan Catania 2 x 2 Messina Ascoli 1 x 1 Sampdoria Empoli 2 x 0 Palermo Internazionale 4 x 3 Chievo Lazio 1 x 0 Atalanta Parma 0 x 4 Roma Reggina 1 x 1 Torino Siena 0 x 0 Cagliari Udinese 1 x 0 Fiorentina
cândalo de manipulação de resultados, é o único que já está no positivo - soma dois pontos - e conseguiu escapar da zona de rebaixamento. Amanhã, na Liga, o rival será o Lille.
ALEMANHA
Betis 0 x 1 Real Madrid Atletico Madrid 2 x 1 Sevilla Celta 0 x 2 Osasuna Getafe 0 x 0 Athletic Bilbao Gimnastic 2 x 2 Racing Santander Levante 2 x 0 La Coruña Mallorca 1 x 0 Espanyol Real Sociedad 2 x 3 Huelva Villarreal 3 x 2 Zaragoza Barcelona 1 x 1 Valencia
Borussia Mönchen 1 x 0 B. Dortmund Bayern 2 x 1 Alemannia Aachen Hamburgo 1 x 1 Werder Bremen Hannover 1 x 1 Bayer Leverkusen Mainz 1 x 1 Hertha Schalke 2 x 0 Wolfsburg Stuttgart 1 x 1 Eintracht Frankfurt Bochum 2 x 1 Arminia Bielefeld Energie Cottbus 1 x 1 Nurnberg
ois dias depois de descobrir que não está lista de Dunga para os amistosos do Brasil com o Kwait e o Equador, o lateral Cicinho Cicinho sofreu uma grave lesão nos ligamentos do joelho direito durante o jogo em que o Real Madrid bateu o Betis por 1 a 0 e pode ficar até oito meses fora dos campos. Cicinho deve ser operado hoje em Madri e o clube já procura um novo lateral-direito no mercado. Embora as inscrições para o Campeonato Espanhol tenham-se fechado no dia 31 de agosto, o regulamento permite substituições em caso de lesões graves. Hoje, o técnico Fabio Capello tem como opções o reserva Michel Salgado e o zagueiro Sergio Ramos, que joga como lateral na seleção espanhola.
Crespo elogiou atuação de Adriano na difícil vitória por 4 a 3 sobre o Chievo
FRANÇA
INGLATERRA
PORTUGAL
Lyon 4 x 1 Lille Auxerre 2 x 2 Sedan Bordeaux 2 x 1 Troyes Le Mans 2 x 2 Sochaux Nice 2 x 0 Valenciennes PSG 0 x 0 Nancy Rennes 0 x 0 Saint-Etienne Toulouse 0 x 0 Lorient Lens 1 x 0 Monaco Nantes 2 x 1 Olympique
Liverpool 3 x 0 Tottenham Arsenal 3 x 0 Sheffield Aston Villa 2 x 0 Charlton Fulham 0 x 2 Chelsea Manchester City 2 x 0 West Ham Middlesbrough 0 x 1 Blackburn Wigan 1 x 1 Watford Reading 1 x 1 Manchester United Newcastle 1 x 1 Everton hoje: Portsmouth x Bolton
Porto 3 x 0 Beira Mar Paços Ferreira 1 x 1 Benfica Amadora 0 x 0 Braga Aves 0 x 2 Sporting Belenenses 0 x 0 Naval Nacional 1 x 0 Vitória Setubal Boavista 2 x 2 Acadêmica hoje: União Leiria x Marítimo Classificação
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
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V
SG
GP
1 Internazionale
10
3
3
9
1 Barcelona
10
3
7
10
1 Bayern
10
3
3
7
1 Lyon
19
6
13
19
1 Chelsea
15
5
8
11
1 Porto
12
4
9
10
2 Roma
9
3
7
9
2 Real Madrid
10
3
6
7
2 Schalke 04
10
3
3
6
2 Olympique
16
5
9
13
2 Portsmouth
13
4
9
9
2 Sporting
9
3
3
6
3 Palermo
9
3
2
11
3 Valencia
10
3
4
6
3 Hertha
9
2
6
8
3 Lens
13
4
3
11
3 ManchesterUnited
13
4
8
12
3 Braga
7
2
1
3
4 Messina
8
2
3
6
4 Sevilla
9
3
6
11
4 Nuremberg
9
2
4
6
4 Nancy
12
3
3
7
4 Everton
12
3
6
11
4 Naval
7
2
1
4
5 Empoli
8
2
3
5
5 Atlético Madrid
9
3
4
7
5 Borussia Mönchen.
9
3
1
6
5 Toulouse
12
3
2
9
5 Aston Villa
12
3
5
8
5 Paços Ferreira
7
2
1
5
6 Udinese
7
1
2
6
6 La Coruña
7
2
1
5
6 Energie Cottbus
8
2
1
6
6 Le Mans
12
3
1
11
6 Liverpool
10
3
2
8
6 Belenenses
5
1
2
3
7 Siena
7
2
0
5
7 Rec. Huelva
7
2
1
5
7 Eintracht Frankfurt
7
1
2
6
7 Bordeaux
12
4
0
10
7 Reading
10
3
1
8
7 Beira-Mar
5
1
-1
6
8 Atalanta
5
1
1
3
8 Getafe
7
2
1
3
8 Werder Bremen
7
2
0
9
8 Saint-Etienne
11
3
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11
8 Arsenal
8
2
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6
8 Boavista
4
1
1
7
9 Catania
5
1
-1
6
9 Zaragoza
6
2
3
9
9 BorussiaDortmund
7
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0
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12
9 Bolton
8
2
1
4
9 Vitória Setúbal
4
1
-2
2
10 Livorno
5
1
-1
3
10 Osasuna
6
2
-1
4
10 Stuttgart
7
2
-3
8
10 Lorient
9
2
0
9
10 Blackburn
8
2
-2
6
10 União Leiria
4
1
0
4
11 Sampdoria
3
0
-1
6
11 Levante
6
2
-4
4
11 Alemannia Aachen
6
2
0
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11 Sochaux
9
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-2
10
11 Fulham
8
2
-4
5
11 Marítimo
4
1
0
2
12 Milan*
2
3
4
5
12 Mallorca
5
1
-1
2
12 Mainz
6
1
-1
5
12 Auxerre
9
2
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9
12 Newcastle
7
2
-2
6
12 Benfica
4
1
-2
2 5
9 Lille
10
3
2
13 Cagliari
2
0
-2
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13 Gimnastic
4
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13 Bayer Leverkusen
5
1
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13 PSG
8
2
-2
8
13 Manchester City
7
2
-3
5
13 Acadêmica
3
0
-1
14 Torino
2
0
-3
3
14 Villarreal
4
1
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14 Hamburgo
4
0
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5
14 Valenciennes
8
2
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14 Wigan
5
1
-1
5
14 Nacional
3
1
-2
1
15 Ascoli
2
0
-3
3
15 Betis
3
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0
6
15 Arminia Bielefeld
4
1
-2
6
15 Nantes
6
1
-4
7
15 West Ham
5
1
-3
6
15 Aves
2
0
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2
16 Rennes
6
1
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16 Middlesbrough
5
1
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5
16 Amadora
1
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1
-6
2
16 Chievo
1
0
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5
16 Celta
3
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16 Bochum
4
1
-2
5
17 Parma
1
0
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1
17 Espanyol
3
1
-4
2
17 Hannover
4
1
-8
5
17 Troyes
5
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7
17 Tottenham
18 Lazio*
-5
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0
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18 Athletic Bilbao
2
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18 Wolfsburg
3
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18 Sedan
4
0
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18 Watford
3
0
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19 Reggina*
-11
1
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6
19 Real Sociedad
1
0
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19 Monaco
4
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19 Charlton
3
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-7
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20 Fiorentina*
-16
1
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20 RacingSantander
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20 Nice
4
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20 Sheffield
2
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-7
2
*Punições: Milan, -8 pontos; Lazio, -11; Reggina, -15; Fiorentina, -19
SUL-AMERICANA
Pronto para a vingança Hélvio Romero/AE
L
eão poderá escalar o time que desejar para o Corinthians no jogo desta quarta-feira, contra o Lanús, pelas oitavas-de-final da Copa Sul-Americana - a rodada marca os primeiros confrontos internacionais das equipes brasileiras nesta edição do torneio. E, a julgar pelo histórico do técnico contra o adversário, a vontade de vencer permanecerá, e ele não deve poupar ninguém para a partida. O Lanús pe uma espécie de pedra no sapato de Leão, que sofreu no campo dessa equipe sua pior agressão em quase 40 anos de futebol. Foi na final da Copa Conmebol de 1997, quando ele comandava o Atlético-MG. A equipe venceu o jogo de ida, na Argentina, por 4 a 1, e uma briga generalizada tomou conta do campo após a partida. Leão tentava separar os jogadores quando foi atingido por um funcionário do Lanús com uma barra de ferro. O vaidoso técnico sofreu fratura de malar e maxilar, e teve
Leão terá de voltar ao campo do Lanús: sem medo de uma nova briga
de passar por uma cirurgia plástica para corrigir o afundamento. Nove anos depois, Leão terá de voltar ao mesmo estádio - apenas na volta, em 11 de outubro, pois a ida, nesta quarta, às 22h, é em São Paulo. Ele não tem medo. "Não vou para fazer graça, vou para trabalhar. Se tiver que ir para o pau, vou de novo." Os quatro brasileiros que sobreviveram na competição pe-
gam argentinos. Quem também começa o duelo em casa é o Fluminense, que joga quinta contra o Gimnasia y Esgrima, às 19h15, no Maracanã. Nesta quarta-feira, jogam no país vizinho o Atlético Paranaense, que desafia o River Plate no Monumental de Núñez, às 19h15 - se passar pode ter o Boca Juniors pela frente nas quartas-de-final. Já o Santos vai enfrentar o San Lorenzo, às 22h.
4
Tênis Basquete Atletismo Automobilismo
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
Não vai ser esse jogo que vai apagar tudo o que eu fiz pela seleção brasileira." Janeth, sobre a derrota na decisão do 3º lugar
JADEL FOI PRATA NO TROFÉU BRASIL
DOR E REDENÇÃO
Arnd Wiegmann/Reuters
Jonne Roriz/AE
O
nível técnico do Troféu Brasil de Atletismo não foi dos mais altos - nenhum recorde nacional ou sulamericano foi quebrado, apenas marcas do torneio -, mas nem por isso a principal competição da modalidade no país, que reuniu centenas de atletas desde quinta-feira no Ibirapuera, em São Paulo, deixou de ter emoções fortes. A mais forte de todas, no entanto, não foi sentida por nenhum atleta, e sim pela árbitra Lia Mara Lourenço. Ela caminhava pelo campo durante o aquecimento para a prova de lançamento de dardo. Ia pegar uma peça arremessada por um dos atletas quando seu pé esquerdo foi acertado em cheio por outro dardo, lançado por Lauro César Freitas Mendes. A peça pesa apenas 800 gramas, mas atinge alta velocidade, e o impacto fez com que o dardo perfurasse o tênis de Lia, que foi levada às pressas para o Hospital do Servidor Público para uma cirurgia. Dor também foi a palavrachave para Jadel Gregório, que sentiu uma fisgada na coxa direita e só deu um dos seis saltos a que teria direito. Marcou 16,49 m e perdeu o ouro para Jefferson Sabino, com 16,71 m. Jadel levou o filho Jade ao pódio para receber a medalha de prata, depois de chorar muito ao deixar a pista. "Queria muito saltar bem em São Paulo", explicou. Enumerou os motivos que o levaram a tanta emoção: seus familiares estavam no estádio; a mãe Neusa veio de Marília para conhecer Jade, de cinco meses, que nasceu na Inglaterra; teve
Jonne Roriz/AE
Marcelo Ferrelli/AE
No Troféu Brasil, a árbitra Lia teve o pé perfurado por um dardo, Jadel Gregório foi prata e se contundiu, e Maurren ganhou ouro três anos depois de ser suspensa por doping
Tudo ou nada V
encer os dois jogos de simples é a única opção do Brasil para voltar ao Grupo Mundial da Copa Davis. A situação foi provocada pelas duas derrotas de ontem: Robin Soderling arrasou Ricardo Mello em três sets (6/0, 6/1 e 6/4), enquanto Jonas Bjorkman e Simon Aspelin marcaram 3 a 1 em Gustavo Kuerten e André Sá, parciais de 6/7 (6/8), 6/3, 6/2 e 7/5. O único ponto do Brasil foi marcado por Flavio Saretta, que fez 3 a 2 em Andreas Vinciguerra no sábado, quando o confronto enfim começou, culpa das chuvas que caíram em Belo Horizonte e arrasaram a quadra recém-construída. Hoje, Soderling pega Saretta e Vinciguerra enfrenta Mello,
problemas no embarque para o Brasil (deixou as malas e até o carrinho do bebê no aeroporto); teve uma dura temporada, de adaptação à rotina de treinos em outro país; viu os sogros, libaneses, sofrendo com a guerra; e machucou o músculo posterior da coxa direita em Atenas, ao ser prata na Copa do Mundo - lesão que o tirou do Troféu Brasil. "Tentei o tratamento, queria estar bem para saltar aqui. Insisti, mas consegui fazer um salto só." Entre os planos para 2007 está seguir treinando na Inglaterra, mas dedicando-se às provas ao ar livre, com o objetivo de ir bem no Pan do Rio, em julho, e no Mundial de Osaka, no Japão, em agosto. Para isso, virá ao Brasil para os meetings de Fortaleza, Belém e Rio, no mês de maio. Para Maurren Higa, o Troféu Brasil teve um sabor de vitória pessoal e até um pequeno quê de vingança. No mesmo torneio em que foi pega no exame antidoping, em 2003, conquistou o ouro no salto em distância, com 6,84 m. "É uma sensação inexplicável. Estava precisando disso", afirmou, enquanto procurava a filha Sofia, de 1 ano e meio, nas arquibancadas. A vitória também foi celebrada pelo técnico Nélio Moura. "Esta é a volta definitiva da Maureen", disse. Até hoje, mesmo depois de cumprida a suspensão de dois anos, ambos ainda alegam inocência.
jogos que podem mudar de acordo com a vontade dos capitães Fernando Meligeni e Mats Wilander, até uma hora antes do início da primeira partida, marcada para 10h. Para a torcida, o jogo de duplas de ontem valeu ao menos pela chance de ver Guga de volta à quadra, depois de sete meses parado. "Para mim valeu, mas ainda é muito cedo para dizer que é uma volta", conformou-se o tenista, que não tem data para voltar ao circuito e só joga hoje se o Brasil precisar de um sacrifício. Nas semifinais do Grupo Mundial, a Rússia eliminou os Estados Unidos, 3 a 2, e a Argentina arrasou a Austrália por 5 a 0. A decisão será em dezembro, em Moscou.
Washington Alves/Reuters
Derrota de Guga e Sá deixou Brasil em desvantagem na Copa Davis
Festa e adeus A
Austrália comemorou muito seu primeiro título mundial de basquete. Depois de arrasar a Rússia na decisão, com a vitória por 91 a 74, a equipe, liderada pelas belas craques Lauren Jackson e Penny Taylor, caiu no samba nos passistas de uma escola paulistana para festejar a justa conquista - foram nove vitórias nos nove jogos disputados, duas delas contra a anfitriã seleção brasileira. "Sabíamos que podia acontecer, mas antes teríamos de fazer o nosso trabalho. E agora está sendo fantástico", disse Taylor, melhor jogadora da competição - título que ela creditou à marcação cerrada sobre a colega Jackson, melhor cestinha e reboteira. "O trabalho da nossa defesa foi o que definiu a vitória", explicou Jackson após o jogo. Para o Brasil, a decisão do terceiro lugar teve um gosto duplamente amargo. A derrota por 99 a 59 para os Estados Unidos, pior de todos os tempos para o time do país que inventou o basquete, marcou a despedida da pivô Alessandra, que não mais defenderá a seleção. E a possível saída de Janeth, que fala em jogar o Pan do Rio, em 2007, mas precisa conciliar isso com a disputa da WNBA. Helen e Cíntia, as outras remanescentes do time campeão do mundo em 1994, por coincidência na Austrália, jogam o Pan, mas não devem ficar até o Mundial de 2010. Daqui para a frente, liderar a seleção brasileira caberá a Iziane, ala de 24 anos, que contará com a ajuda de Érika, Adrianinha, Micaela e Kelly, entre outras. Mas o técnico Antonio Carlos Barbosa prevê problemas para o futuro. "Érika, Êga, Micaela, Iziane e Adrianinha dão um time para cinco ou seis
Etíope quase bate o recorde da maratona
H
aile Gebrselassie (foto) venceu a Maratona de Berlim com a melhor marca do ano - 2h05min56s, apenas 1 minuto e 1 segundo mais lento que o recorde mundial de 2003 do queniano Paul Tergat, obtido na mesma prova. O fundista etíope, duas vezes campeão olímpico dos 10 mil metros, disputou ontem apenas a sua quarta maratona. E foi num lugar propício, que já viu cinco recordes mundiais da clássica distância - inclusive com o brasileiro Ronaldo da Costa, em 1998. "Ainda vou quebrar esse recorde", prometeu Gebrselassie, que dividiu o pódio com outro etíope, Shentema Kudama, e o japonês Kurao Umeki, com 2h13min43s. Nenhum dos dois, contudo, ameaçou sua vitória: ele correu sozinho os últimos 17 quilômetros, e apontou esse como um dos motivos por não bater o recorde. "É preciso alguém para te empurrar. Sozinho, fica muito difícil."
Rossi é 2º e se aproxima do líder Hayden
V
alentino Rossi chegou em segundo lugar no GP do Japão de MotoGP e ficou mais próximo de brigar pelo hexacampeonato da categoria - está a apenas 12 pontos do líder Nicky Hayden, que foi apenas o quinto colocado, a duas provas do fim da temporada. Loris Capirossi somou sua terceira vitória da temporada e também ainda tem chances de lutar pelo título, assim como o terceiro colocado da prova e do campeonato, Marco Melandri.
A Austrália sambou após ser campeã, após a despedida de brasileiras
CLASSIFICAÇÃO: 1. Hayden (EUA), 236; 2. Rossi (ITA), 224; 3. Melandri (ITA), 209; 4. Capirossi (ITA), 205; 5. Pedrosa (ESP), 202; 6. Stoner (AUS), 119; 7. Roberts Jr. (EUA), 110; 8. Edwards (EUA), 104; 9. Hopkins (EUA), 101; 10. Gibernau (ESP), 95.
Serra vence, e Stock define fase decisiva
C
hico Serra quebrou um jejum de três anos na Stock Car ao vencer o GP de Brasília, mas não conseguiu a vaga nos playoffs, que reunirão os dez pilotos melhor classificados até agora. Nas últimas quatro provas do ano, todos os pilotos participarão, mas apenas os classificados poderão disputar o título, e começam a luta com a pontuação de uma prova - o líder Cacá Bueno entra na briga com 25 pontos. anos, mas depois vamos começar a ter problemas sérios de reposição de peças", disse. O problema é que o trabalho com equipes de base se concentra em poucas cidades de São Paulo - Americana, Jundiaí, Ourinhos, Santo André e
São Caetano. E o fraco e confuso Nacional faz com que as jogadores tomem facilmente o rumo do exterior. "Tomara que as crianças passem a gostar de basquete por causa do Mundial", sonha Iziane, que nunca jogou por um clube brasileiro.
CLASSIFICAÇÃO: 1. Cacá Bueno, 116; 2. Hoover Orsi, 101; 3, Thiago Camilo, 93; 4, Giuliano Losacco e Rodrigo Sperafico, 66; 6. Felipe Maluhy, 64; 7. Alceu Feldmann, 58; 8, Antonio Jorge Neto, 55; 9, Ricardo Maurício, 51; 10, Guto Negrão, 45.
10
DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 2006
INVASÃO
Nissan: quatro modelos novos Nos próximos três anos, uma nova Nissan, que colocará no mercado quatro novos veículos: três automóveis Divulgação
N
issan Murano, um crossover; Sentra, um sedan; Tiida, um pequeno hatch e uma picape de luxo já estão garantidos para entrarem no mercado até 2009. Além desses, mais dois outros modelos Nissan, não anunciados, estão confirmados para a América Latina. O presidente para o Mercosul, Thomas Besson, também fala dos US$ 150 milhões que serão investidos nos negócios da região, aumentando as vendas da marca de 7 mil unidades anuais para cerca de 40 mil até 2009. A promessa é que o crossover Murano vai chegar ainda este ano, enquanto Sentra sedan, Tiida hatchback e nova picape de luxo até setembro do próximo ano. Outros dois? Brevemente. Além dos lançamentos a Nissan quer ampliar a rede de revendedores com a melhoria da qualidade em vendas e pósvendas. O programa de "invasão" da Nissan prevê ainda o fortalecimento da engenharia local, dando velocidade de resposta ao mercado, com o desenvolvimento de produtos e peças localmente. Murano - Este modelo oferece coisas muito em moda no mercado: robustez e a funcionalidade de um sport-utility e a dirigibilidade e o conforto de um sedan esportivo. Seu motor, 3.5 V6, é o mesmo que o do esportivo 350Z, assim como o câmbio CVT (Continuous Variable Transmission), que suaviza a mudança de marchas e otimiza o consumo de combustível. Ele concorre com o Toyota RAV 4, o Honda
Murano enfrenta utilitários esportivos
Jeitinho e nome pequenos, o Tiida
Thomas Besson e os planos da Nissan: quatro modelos novos e US$150 milhões
CRV e o Hiunday Tucson, entre outros. Sentra - Suas versões anteriores mostravam linhas sem emoção, se é que podemos usar este termo para um automóvel, e passavam anônimas pelas ruas. Agora, totalmente reestilizado, o Sentra que chega ao Brasil em 2007 deverá mexer com o consumidor brasileiro. Seu design está mais atraente e vai se colocar como um bom concorrente no competitivo mercado de sedans médios, onde estão o Vectra, Polo, 307, Focus e outros. Tiida - Com este simpático nome, o
novo Nissan, a ser apresentado no Salão do Automóvel, junta versatilidade de um hatchback médio ao interior espaçoso de um sedan de luxo. A fábrica informa que o modelo também se destaca pelo "ótimo desempenho e o baixo nível de consumo de combustível". Ele concorre com os hatchs Astra, Mégane, Marea e 307. Picape de luxo - Cheia de luxo, a nova picape vem para o Brasil com transmissão automática e motor 2.5 turbodiesel. O modelo, segundo o fabricante, foi feito para dar maior conforto e refinamento, sem deixar de ser uma picape.
Picape, motor forte e luxo
Sentra, desta vez bonito
PARIS
Audi apresenta novo R8 F abricado pela Audi na unidade da montadora de Neckarsulm, na Alemanha, o novo R8 é um dos destaques do Paris Motor Show, aberto ao público de 30 de setembro a 15 de outubro. O veículo que começa a ser produzido em série e deverá ser lançado no mercado no segundo trimestre de 2007, foi apresentado há três anos no Salão do Automóvel de Frankfurt, como o protótipo "Le Mans quattro", derivado Divulgação
e homenageando o modelo de competição R8, que já venceu cinco vezes a tradicional corrida 24 Horas de Le Mans. O Audi Le Mans quattro é um dos carros mais velozes do mundo, acelerando de 0 a 100 km/h em apenas 3,7 segundos. E precisa de 10,8 segundos para chegar a 200 km/h. O modelo é equipado com motor V10 biturbo de cinco litros e injeção direta de combustível FS1, que desenvolve 610 cv de potência a 6.800 rpm e se destaca também pelo torque de 750 Nm, obtido já a partir de 1.750 rpm, o que confere a ele excepcionais condições de dirigibilidade.
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São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 2006
D C A R R O 11
LANÇAMENTO Divulgação
Novo candidato offroad: 206 Escapade Foram dois anos de desenvolvimento para a Peugeot lançar seu “aventureiro” ANDERSON CAVALCANTE
ifícil imaginar como os candidatos ainda não acharam o caminho mais curto para ganhar votos nesta eleição 2006. Pois as fabricantes de automóveis já descobriram há algum tempo e parecem cada vez mais empolgadas com ele. Enquanto os “nobres colegas” ainda prometem asfaltar ou melhorar ruas e estradas, as montadoras apostam cada vez mais nos muitos buracos, um pouco de terra e de lama. E é por isso que a Peugeot passou os últimos dois anos desenvolvendo o 206 Escapade para o mercado brasileiro, com a promessa de não entregar um carro cheio de “cosméticos” e sim uma Station Wagon pronta para atender a expectativa de seus usuários, tanto no asfalto, como no “fora de estrada”. Segundo a marca, o carro não é mais uma versão perua da 206, mas sim um modelo novo.
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O que muda - A grande alteração no novo modelo está em sua reforçada suspensão, elevada e independente nas quatro rodas, que deixou o Escapade 25mm mais elevado que o 206 SW, ou seja, com 24 cm de altura livre em relação ao solo. O veículo teve ainda seus amortecedores recalibrados e com maior curso. Com isto, quando solicitado o Escapade revelou excelente desempenho no asfalto, mantendo a ótima dirigibilidade presente em carros da Peugeot e demonstrando uma boa estabilidade em curvas, mesmo estando com ajustes para condições de “terra”. Além disto, o auxílio do sistema ABS, também de série, garante mais agilidade no poder de reação em frenagens. Fora das ruas, as mudanças se fizeram sentir mais fortes. Com o auxílio dos, também novos, pneus de uso misto (de série), o carro mostrou-se confortável mesmo ao enfrentar pisos irregulares,
A Peugeot garante que não é uma nova versão do 206 SW e sim um modelo novo na gama de veículos da marca. O preço do Escapade: R$ 49.850.
para completar, desde que não sejam muito radicais, valetas e lombadas também não são obstáculos insuperáveis e raramente provocam encontros da frente ou traseira do carro no solo. Interno - Apesar da garantia de que o carro não recebeu apenas maquiagem, internamente o veículo é parecido com o 206 SW. As únicas mudanças foram o acréscimo de pedaleiras e soleiras personalizadas e no tecido dos bancos que, segundo a marca francesa, desliza menos, mantendo os usuários mais agarrados ao assento. Mesmo com a suspensão mais firme, o modelo é bastante confortável e vem equipado de série com regulagem de altura para o banco do motorista e para o volante, direção hidráulica, ar-condicionado, travas (nas quatro portas e no compartimento de bagagens) e vidros elétricos (somente nas portas da frente).
deformação da carroceria em caso de acidente), tanto dos seus usuários, como de terceiros”, explicou o presidente da Peugeot do Brasil, Bruno Grundeler. De qualquer forma, o “Cross Station” da Peugeot, teve sua “carinha” modelada pelos famosos protetores de pára-choques e pára-lamas, de carroceria e adesivos. O Escapade é oferecido em dois tons de cinza, além de preto, vermelho e amarelo. Preço - Equipado com o já conhecido motor 1.6 Flex 16 válvulas (113 cv de potência, abastecido com álcool), já utilizado em versões do 206 SW, o Peugeot 206 Escapade chega ao mercado junto com o Salão do Automóvel de São Paulo, no mês de outubro, e para dar essa “escapada da rotina” o consumidor pagará a partir de R$ 49.850.
Jordan
Externo - Do lado de fora, a Peugeot preferiu não utilizar equipamentos “radicais”, lembrando que o carro pretende atuar no segmento “off-road light”. “Estepe do lado de fora do porta-malas deformaria as características do veículo e objetos como quebra-mato e estribos fariam com que ele perdesse na questão segurança (áreas de
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DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 2006
TESTE/MOTO Silvio Porto/MotorCar
CRF agora também aqui Honda vai vender aqui a cross CRF 230F fabricada em Manaus, que era só para os EUA SILVIO PORTO
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xposta discretamente no estande da Honda no Salão do Automóvel de 2002, a CRF - que passou a ser produzida em Manaus (AM), apenas para os EUA - fez um grande sucesso entre os visitantes jovens praticantes do motocross ou enduro. A montadora não fechou os olhos para todo aquele sucesso no salão mas, por força do mercado, mantinha sua produção apenas para a exportação. Em visita recente à fábrica da montadora, em Manaus, os jornalistas insistiram em testar a CRF, mas tiveram seus pedidos recusados. Por opção da Honda, só os sortudos norte-americanos podiam
desfrutar dela nos finais de semana. Apesar da recusa, executivos da Honda deixaram escapar que ela chegaria ao mercado brasileiro ao comentarem: “todos pedem esta moto e acho que os motociclistas brasileiros merecem”. Dólar baixo ajuda - Com o dólar baixo e pressionada pelo desejo do brasileiro em ter a moto, a Honda decidiu colocar à disposição do motociclista tupiniquim o modelo CRF 230F, mas só para competições em lugares fechados, pois a moto não pode ser emplacada, em virtude de não ter Renavam. Mas nada que tire o entusiasmo dos “loucos por CRF”. Em apresentação e test-drive na pista de cross da Honda em Indaiatuba, interior de SP, foi possível sentir todo o prazer e conforto que a CRF 230F oferece para aqueles que gostam de competição offroad ou enduro, mesmo à noite, porque diferente da CRF vendida nos EUA, a nossa vem com farol de 35 watts. A partida elétrica tem bateria selada de 12 V – 4 Ah, dispensando manutenção periódica. Leve, com 107 quilos, e a altura do banco em relação ao solo de 872 mm, a moto proporciona menor desgaste físico para o piloto. O motor OHC (Over Head
Sucesso no Salão do Automóvel em 2002, era vendida só nos EUA, para motocross. Agora a Honda começa a vender também no mercado interno. Há quem a queira nas ruas.
Camshaft) é um dos seus atrativos, com 223 cc, torque máximo de 1,92 mkgf a 6.500 rpm e potência máxima de 19,3 cavalos a 8.000 rpm, permitindo ótima retomada e rápida aceleração em alta, tornando a pilotagem bastante segura e confortável. Fazer as curvas e transpor obstáculos ficou mais fácil com a CRF 230F. O câmbio de seis velocidades, bem posicionado para um veículo de competição, permite trocas suaves e macias. A suspensão dianteira - com garfo telescópico com curso de 240/216 mm - garante que a moto, nas aterrissagens, vá até o final de curso, sem "chicotear" para trás. Na traseira, a Pró-Link / 76,4/ 230 mm, com pneu off-road MT 320, proporciona elevado nível de tração, deixando-a estável e macia nos mais diversos tipos de terreno. Ela conta, ainda, com protetor de corrente, que representa segurança. Esse tipo de suspensão junto com esses pneus são muito úteis para ajudar os iniciantes na arte de pilotar uma cross. Ela possui também freios a disco de 240 mm na dianteira acionado por cilindro mestre mais compacto e leve (o mesmo utilizado por motocicletas de competição de motocross), e a tambor com 110 mm de diâmetro na traseira, o que dá para chegar mais rápido nas curvas e obstáculos, já que sua frenagem ficou mais eficiente, segura e macia. Design vermelho - No design arrojado, mesmo para uma moto de competição, se destaca o vermelho com detalhes em branco para, nas competições, se colocar o patrocínio e identificação no tanque de combustível. Este, visto de lateral, tem formato em V com a inscrição CRF 230F. O banco acompanha a cor da moto. E para completar, a rabeta, que além da estética tem ainda a função de proteger o piloto do quente escapamento. Diferente das motos de rua, o painel da
CRF é bem simples. Por ser desenvolvida para competições, não tem nenhum relógio ou botões para acionamento de piscas, que esta moto não exige. O único destaque vai para o protetor de plástico frontal, quadrado, na cor branca para a colocação de números de identificação nas competições. A CRF 230F, disponível apenas na cor vermelha, tem preço sugerido no Estado de São Paulo em R$ 9.963, sem frete incluso. Assim, aqueles que ficaram “babando” pela moto no Salão do Automóvel de 2002 e esperaram até agora, podem ir às concessionárias Honda e levar sua CRF para casa, ou para o meio do mato e não ter mais inveja dos norte-americanos. Pena que a CRF 230F não possa, ainda, circular pelas ruas das cidades. Pelo menos por enquanto.
São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 2006
DCARRO
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MANUTENÇÃO PREVENTIVA
Garanta sua segurança na moto A revisão completa de diversos itens leva poucos minutos e deve ser feita, de preferência, com o motor ligado eja no dia-a-dia, seja para pegar a estrada, é fundamental fazer checagem periódica da moto para garantir uma pilotagem segura e evitar acidentes. Com a revisão de apenas alguns itens é possível prevenir problemas em comandos e manter as peças e acessórios em ótimo estado. Instrutores de pilotagem e engenheiros da Honda selecionaram uma série de dicas que auxiliam na manutenção da motocicleta. Segundo os especialistas, a revisão completa de diversos componentes leva poucos minutos
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Divulgação/Honda
Freios - Se o freio for hidráulico, devese ainda verificar semanalmente o nível do fluido que, se estiver abaixo do mínimo estipulado, pode sinalizar vazamento ou desgaste excessivo da pastilha. Luzes e sistema elétrico - Durante a inspeção, é importante observar se todas as luzes (de freio, piscas, lanterna, farol e painel) estão funcionando. Qualquer problema em um desses equipamentos é considerada infração média, segundo o Código de Trânsito Brasileiro, com penalidade na carteira de habilitação e multa.
Filtros - Deve -se atentar também para a troca do filtro de óleo e limpeza do filtro de ar. Para não comprometer a lubrificação do motor, o primeiro deve ser limpo ou substituído de acordo com a tabela de manutenção do Manual do Proprietário de cada modelo. Já o filtro de ar, É recomendada a verificação diária do nível do óleo por reter muitas impurezas, tem de ser limpo e deve ser feita, preferencialmente, com o periodicamente (e substituído quando nemotor em funcionamento para verificar cessário) para evitar desgaste prematuro ruídos estranhos, vazamentos ou para- dos anéis e cilindros do motor. Se o fusos soltos. Essa prática diária assegura mesmo for de espuma, é necessário lavar com querosene e reaplicar óleo de motor, excelente conservação da motocicleta espremendo para tirar o excesso. Pneus e rodas - Os pneus devem estar Óleo e Combustível - Para manter o sempre em perfeitas condições. Por isso, antes da pilotagem, é aconselhável conferir bom funcionamento do veículo, é rese a calibragem está de acordo com as comendada a verificação diária do nível especificações do Manual do Proprietário. No caso de viagem com garupa, por exemplo, o pneu traseiro deve receber pressão maior, para compensar o peso extra. Outra dica é observar a presença de objetos presos, como cacos de vidro e pedras, e verificar se algum raio da roda está quebrado, pois pode perfurar a câmara de ar.
Comandos e Cabos - É importante não esquecer o kit com ferramentas As folgas dos pedais dos freios dianteiro e traseiro, bem do óleo lubrificante do motor. Se estiver como a da alavanca da embreagem, abaixo do nível recomendado, deve-se devem estar reguladas com a medida preencher ou efetuar a troca completa, média de 20 mm. Também é importante conforme a necessidade, sempre seguindo fazer o check-up da regulagem e lu- os procedimentos descritos no Manual do brificação dos cabos de embreagem, do Proprietário. Lembre-se também de veacelerador e do sistema de freios. rificar o nível do líquido de arrefecimento,
caso a motocicleta seja dotada de sistema de arrefecimento líquido. É importante também verificar se o combustível está chegando normalmente ao carburador. Corrente - Para que o sistema de corrente, coroa e pinhão não seja prejudicado após a utilização em estradas de terra, ele deve ser lavado e lubrificado. Caso esteja solto ou tensionado, basta ajustar a folga de acordo com as especificações descritas no manual.
Bateria - No caso de bateria não selada, é necessário verificar o nível da água e conferir se os terminais estão oxidados, limpando-os, posteriormente, com uma escova e com uma solução de água e vinagre. Para ter certeza de uma viagem segura, é importante que todos esses cuidados sejam observados e que o motociclista leve consigo um kit extra, composto de jogo básico de ferramentas, câmara de ar, lâmpada de farol e da lanterna traseira para o caso de qualquer imprevisto.
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Finanças Nacional Empresas Legislação
DIÁRIO DO COMÉRCIO
OTIMISMO DA PRIMAVERA NA CEAGESP
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
Estou encantada. Não tem nada parecido nos EUA. Alexandra Ludwig, freguesa da Ceagesp
Luiz Prado/ LUZ
COMEÇA A TEMPORADA DE COMPRA DE FLORES
Produtor de rosas na Ceagesp diz que seus negócios dobram depois de setembro. "Vendo 1,2 mil dúzias por dia, mas isso vai aumentar." A harmonia das flores como lírios, gérberas e bromélias é procurada pelos criadores de arranjos e ikebanas. Alguns compradores elogiam a qualidade das plantas tanto quanto os vendedores.
A primavera abre a alta estação para as flores, tanto nos arranjos como nos presentes. Vem o Dia da Secretária, do Professor... e o consumo cresce 20%.
A
chegada da primavera deve trazer bons ventos aos produtores paulistas de flores. De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Flores e Plantas Ornamentais de São Paulo (Sindiflores), Edison Alexandre, as vendas do setor devem aumentar 20% nos próximos meses. "Tradicionalmente, o segundo semestre é mais aquecido que o primeiro. A chegada da primavera, o Dia da Secretária e de Finados, além do Natal, ajudam a incrementar o mercado." Na feira de flores da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp) – que reúne mais de 1,1 mil produtores de vários municípios paulistas –, o otimismo também está em alta. Segundo o coordenador da seção de Economia e Desenvolvimento da Ceagesp, Flávio Godas, o volume médio de plantas e flores movimentado por mês é de 2,5 mil toneladas.
"Em datas especiais, o fluxo de consumidores aumenta e a oferta de produtos também." Produtores – As rosas são a vida de Antônio José Vilasboas, produtor de Guararema que mantém uma plantação de 40 mil mudas e trabalha na feira da Ceagesp desde 1989. Segundo ele, tanto a produção quanto as vendas do produto dobram em outubro, novembro e dezembro. "O público está consumindo mais. Hoje, vendo cerca de 1,2 mil dúzias de rosas em um dia de feira, mas isso deve aumentar nos próximos meses. Daqui para frente, as rosas estarão mais bonitas e mais baratas, ao contrário do que ocorreu entre junho e agosto, quando houve falta do produto do mercado, por causa da entressafra." De acordo com o vendedor da Van Flores – produtora da região de Holambra –, Elias da Silva Santos, é preciso chegar cedo ao Ceagesp para deixar tudo em ordem. "Chegamos aqui de madrugada, monta-
mos tudo até às 4 horas e começamos a atender às 5h30. Vendemos cerca de 70% do que trazemos, aproximadamente 300 maços de lírios, 400 de bromélias, 200 de gérberas", conta o vendedor. Segundo ele, há decoradores que levam de 15 a 20 maços de cada de uma só vez. Variedade – Devido às novas tecnologias de produção, a maior parte das flores pode ser encontrada o ano inteiro, mas são as de época que apresentam maior qualidade e são oferecidas a preços mais baixos. Segundo os produtores que comercializam flores na feira da
Ceagesp, os próximos meses estarão propícios para a compra de copos-de-leite, girassóis, tulipas, antúrios, gérberas e dálias, por exemplo. Quem gosta de orquídeas não ficará de fora, como Rosalina Bognar Auricino, que não deixa de lado a oportunidade de comprar orquídeas para enfeitar sua casa. "Estou sempre aqui na feira comprando flores. Dessa vez, levarei uma orquídea de presente." Embora sejam plantas "de inverno", existem variedades climatizadas e produzidas o ano todo, como a da espécie Phalaenopsis . Segun-
do o produtor de orquídeas de Ibiúna Edson Kitano, há quem goste de aproveitar as orquídeas de época, pois a oferta é maior e o preço, melhor. Perfumes – Uma infinidade de cores e perfumes enchem os olhos e os pulmões de quem passa pela tradicional feira de flores da Ceagesp. As irmãs Adriana Recco e Alexandra Ludwig ficaram surpreendidas com o lugar e a variedade de produtos. Alexandra, que mora em Miami, diz nunca ter visto nada igual. "Estou encantada. Não tem nada parecido nos Estados Unidos." Quando há festa em casa, é para a feira das flores que a publicitária Adriana corre. "Sempre que tenho oportunidade, venho aqui, pela facilidade de encontrar tudo que imagino e
pelo baixo preço. Agora, vou decorar a festa de batizado e aniversário do meu sobrinho", conta Adriana, que diz adorar orquídeas. "Cultivo cerca de 20 vasos de orquídeas em casa. Adoro a variedade e a beleza dessas flores." O público é fiel. Miriam Fiuji Ando, que trabalha com decoração e manutenção de arranjos florais em estilo ikebana para empresas, compra suas flores na Ceagesp há dez anos. "Gosto de aproveitar as flores da época, pois elas trazem mais força e resistência, e isso é transportado para o vaso. Minha missão é levar harmonia, através do arranjo, para o local de trabalho das pessoas", diz a decoradora, que elogia a qualidade das flores.
´ SECRETARIA
Maristela Orlowski
Na agenda do dia 30, é o chefe que anota a homenagem Marcos Fernandes/ LUZ
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iel, dedicada, discreta, eficiente. As secretárias são tão perfeitas que até parecem personagens de novela. Mas há uma data importante no calendário que elas deixam passar em branco na agenda do chefe — o Dia da Secretária, 30 de setembro. Se as cerca de 800 mil secretárias do Estado de São Paulo — número estimado pelo Sindicato das Secretárias do Estado de São Paulo (Sinsesp) – forem lembradas pelos chefes, o comércio deve ter muito o que comemorar esta semana. Muitas empresas criam produtos exclusivos. A Relógios Mondaine lançou dois kits, que misturam relógios e bijuterias. O Boticário lançou um estojo com três sabonetes, além de fragrâncias que combinam extratos naturais. Para os chefes mais práticos e econômicos, a Bic sugere como presente uma caneta com design ergonômico que vem com uma fita corretiva, marcadores de texto e lapiseiras. Já a fabricante de calçados Picadilly indica sapatos confortáveis. Perfis — Segundo a diretora de Comunicação e Marketing do Sinsesp, Isabel Baptista, muitas secretárias trabalham sem ter formação na área. Por isso, na avaliação da diretora, o melhor presente para elas é um curso de aperfeiçoamento. A diretora da SEC Talentos Humanos, consultoria especializada em recrutamento, seleção e treinamento de secretárias, Stefi Maerker, diz que há dois tipos de presentes: o subjetivo, como o reconhecimento da competência, e o objetivo, que pode ser desde um treina-
A secretária Dircélia Santos é apaixonada pelo seu trabalho
mento até um dia em um spa. Ex-secretária, Stefi criou a consultoria por conhecer a importância da profissão. "As secretárias competentes hoje precisam ter um diploma universitário nas áreas de administração, economia ou gestão de negócios. A pós-graduação é igualmente imprescindível", diz. "Os salários vão de R$ 2 mil até R$ 9 mil, para as super secretárias, que falam vários idiomas. Mas não é fácil achar pessoas tão preparadas." Exemplo – A secretária da Viação Itapemirim, Dircélia Santos, é o exemplo de profissional bem preparada. Ela tem 51 anos e trabalha há dez com o presidente do grupo. Mas exerce a função desde os 17 anos, tendo passado por grandes empresas como Ford, Philco e Kodak. Domina o inglês e "se vira" em francês, espanhol e italiano, e está fazendo pós-graduação em Recursos Humanos. "Sou apaixonada pela profissão. É uma função dinâmica. Sempre faço algo diferente." Neide Martingo
Etiqueta: lingerie, almoço ou jantar, nem pensar
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consultora em etiqueta e marketing pessoal Lígia Marques dá algumas dicas para o chefe que quer fazer bonito no dia 30 de setembro. "Dependendo de quanto o executivo conhece a funcionária e os gostos dela, um objeto com o nome gravado, como uma caneta ou um porta-cartões, pode ser uma boa pedida", afirma. Um curso de etiqueta ou de auto-maquiagem também são boas opções. Segundo Lígia, entre os objetos que não podem ser oferecidos "de jeito nenhum" estão lingerie e livros que tratam de assuntos "desconfortáveis", como erotismo ou obesidade, por exemplo. "Almoçar ou jantar com a secretária também não é recomendável – a não ser que a turma do escritório esteja presente." (NM)
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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SEFAZ DETALHA USO DA NOTA ELETRÔNICA
milhão foi o número de certidões emitidas pela Receita Federal em agosto.
CÚPULA DA RECEITA FEDERAL DISCUTE HOJE SIMPLIFICAÇÃO NA EMISSÃO DE CERTIDÃO DE DÉBITO
CND: PROPOSTAS CHEGAM A BRASÍLIA Fotos: Rafael Hupsel/LUZ
A
s propostas do movimento de entidades empresariais para desburocratizar a emissão de Certidões Negativas de Débito (CNDs) serão discutidas hoje em Brasília pelo secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, e pelo procurador-geral da Fazenda Nacional, Luiz Inácio Adams. A informação é do advogado Roberto Pasqualin, presidente da Força Tarefa de Tributação da Câmara Americana de Comércio (Amcham), onde, na última sexta-feira, foi realizado um debate sobre o assunto. As sugestões apresentadas pelas mais de 40 entidades que fazem parte desse movimento, entre elas a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), são: ampliação do prazo de validade das CNDs, estipulação de prazo para que novas pendências tributárias não impeçam a emissão do documento; efeito suspensivo do prazo da CND enquanto são analisados os envelopamentos; suspensão do prazo da certidão em caso de greve da Receita, e que fique expresso no Código Tributário Nacional (CTN) o rol de situações que exigem a certidão. Na Amcham, segundo Pasqualin, o procurador anunciou, também, que hoje será expedido um ato da Procuradoria desobrigando a apresentação da certidão de objeto e pé – documento que mostra a fase de tramitação dos processos de uma empresa na Justiça – para obtenção da CND. São Paulo – Na última quinta-feira, em encontro com empresários ligados à Confederação Nacional de Serviços (CNS) para discutir o tema, o superintendente da Receita Federal no Estado de São Paulo, Edmundo Spolzino, rejeitou as propostas das entidades e disse que, em 90% dos casos, a demora decorre de erros do próprio contribuinte. "Quando intimamos o contribuinte, menos de um terço vai à Receita Federal", reclamou.
Contribuintes têm de enfrentar maratona
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Quando intimamos o contribuinte, menos de um terço comparece à Receita Edmundo Spolzino, da Receita Federal De acordo com Spolzino, a partir do próximo ano, a situação em São Paulo deve se normalizar. Segundo ele, desde 2005, os funcionários da Receita concentram-se na resolução de uma demanda de cobranças administrativas acumulada a partir de 2001. "Isto gerou um volume de trabalho além do normal", comentou. Como medidas práticas para agilizar a emissão da CND, Spolzino informou que haverá
um reforço de 200 funcionários nas delegacias da Receita e serão inauguradas novas Centrais de Atendimento ao Contribuinte (CACs) no estado, sendo uma delas na Avenida Paulista. Também está em estudo um atendimento conjunto pela Receita e Procuradoria sobre CNDs. Além disso, o superintendente garantiu que, ainda neste ano, o horário de atendimento aos contribuintes na Receita Federal em São Paulo passará a se realizar das 8 às 18 horas. Hoje, funciona das 8 horas ao meio-dia. A Receita, em São Paulo, recebe cerca de 230 pedidos de CND por dia. Na semana passada, o órgão publicou nota informando que, em agosto, foram emitidas 1,34 milhão de certidões, das quais 1,31 milhão pela internet. O problema é que, pela internet, são emiti-
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haverá aumento de 10,7% sobre os R$ 731,8 bilhões pagos em impostos no ano passado. O painel eletrônico da ACSP acompanha em tempo real a arrecadação nos âmbitos municipal, estadual e federal. Amaral atribui o crescimento da arrecadação, entre outros fatores, ao aumento da
eficiência dos fiscos. Ele acrescenta que deve-se levar em conta que, normalmente, a arrecadação é maior no segundo semestre em comparação com o primeiro e que fatores sazonais como a proximidade do Natal e a liberação do 13º salário, que se aproximam, já estão previstos nos cálculos elaborados para se medir a arrecadação. O Impostômetro foi criado em 2005. Ele faz parte das estratégias adotadas pela ACSP para mostrar à população os impostos pagos por ela e estimulá-la a exigir uma contrapartida em serviços de qualidade. Paula Cunha
NF-e estadual agora é para valer
F
oi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) na última sexta-feira uma portaria da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz) que estabelece as regras para credenciamento das empresas interessadas em emitir a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), que substitui o documento em papel. Serão credenciadas 50 empresas para a segunda fase do projeto. De acordo com a portaria, o contribuinte interessado deverá solicitar seu credenciamento até o dia 6 de outubro. Além disso, aquele que for credenciado deverá
desenvolver, implantar, testar e homologar seus sistemas para emissão da NF-e até 1º de março de 2007. Não poderão ser credenciadas as empresas que não estejam cumprindo regularmente as obrigações tributárias. A portaria fala também de alguns cuidados que as credenciadas deverão tomar. Não será considerado documento fiscal idôneo a NF-e que tiver sido emitida ou utilizada com dolo, fraude, simulação ou erro, e que implique o nãopagamento do imposto. Do projeto-piloto, que começou no início do ano,
Laura Ignacio
Não fossem as numerosas normas, os empresários não teriam tantos problemas. Luigi Nese, da CNS
~
R$ 600 BILHOES oje, por volta das 21h20, o Impostômetro, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), deve atingir a marca de R$ 600 bilhões. Esse é montante pago em impostos pelos brasileiros desde 1º de janeiro deste ano à União, estados e municípios. De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), a mesma cifra, no ano passado, foi atingida 32 dias depois. Pelas estimativas do presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, até o final deste ano, a arrecadação deve atingir a casa dos R$ 810 bilhões. Se essa previsão se concretizar,
das apenas as CNDs de quem não tem pendência na Receita ou Procuradoria. Para o presidente da CNS, Luigi Nese, "não fossem o peso da carga tributária e numerosas normas que dificultam entender o quer o fisco, os empresários não teriam tantos problemas na obtenção da CND".
s contribuintes enfrentam uma maratona para obter a Certidão Negativa de Débito (CND) e, quando não conseguem, recorrem à Justiça. O assistente comercial da empresa de segurança Centurion, Ede Anderson de Souza Oliveira, diz que a firma não participa de licitações há quatro meses porque não conseguiu o documento. "Nossa empresa vive de licitações e só não quebra porque faz parte de um grupo empresarial", afirma. De acordo com ele, foi preciso entrar com ação judicial para obter a certidão. A gerente administrativa da LH Tecnologia, Ivani Dias, conta que, por causa da burocracia da Receita, a empresa perdeu uma licitação do Banco do Brasil que lhe renderia R$ 200 mil. De acordo com a gerente, a companhia fez um parcelamento de débitos pelo Paes, mas o fisco registrou no sistema um valor parcelado dez vezes maior. "Quitamos o que efetivamente devíamos, mas para a Receita ainda estamos em débito", diz. A LH pediu revisão do parcelamento há um ano e meio, mas ainda não obteve retorno. (LI)
participam 19 empresas, das quais 18 têm estabelecimentos no estado. No último dia 15, a Wickbold e a Volkswagen emitiram as primeiras NF-e com validade jurídica. De acordo com Clovis Antônio de Souza, que participa do projeto na Sefaz, em, no máximo, um mês as demais empresas que integram o projeto devem começar a emitir os documentos em operação real. "A dificuldade para emissão das NF-es vai variar de acordo com os processos de logística e documentação de cada empresa", afirmou Souza. (LI)
A Smart Benefícios é
meio da internet, no
uma das pioneiras na
site www.smartbene-
parceria com o ACSP
ficios.com.br/acsp).
Empresas e já atende
No momento da ade-
200 empresas associa-
são, a empresa já po-
das. A expectativa é,
derá realizar o seu
em um ano, trabalhar
primeiro
com 700 associados da
Smart, ficando isenta
Associação Comercial
da taxa de serviço por
de São Paulo (ACSP),
um mês.
principalmente
pedido
à
pe-
quenas e médias em-
“Além da isenção da
presas.
taxa
no
primeiro
mês, a Smart oferece Especializada na distri-
serviços
buição de benefícios,
para as empresas as-
focados em vale-trans-
Milton Carlos Eliseu, diretor da Smart Benefícios
sociadas
exclusivos
à
ACSP,
porte e cartões refeição e ali-
jeto ACSPEmpresas ficou mui-
como entrega da segunda via
mentação, a Smart está estru-
to fácil fechar a parceria e ofere-
na própria empresa; bolsa cré-
turada para trabalhar com os
cer nossos serviços aos associa-
dito, que confere à empresa a
serviços digitais do vale-trans-
dos. Essas empresas passam a
facilidade de fornecimento do
porte - alterado em 2003 com a
ter acesso aos serviços e produ-
Bilhete Único para funcioná-
implantação total do Bilhete
tos de outros fornecedores, de
rios novos no dia seguinte à
Único no transporte urbano
vários segmentos, com condi-
contratação; e o ambiente da
de São Paulo. Ainda neste mês
ções diferenciadas e que dificil-
internet, que é rápido e seguro
foi concluída a integração do
mente conseguiriam negoci-
para fazer seus negócios”, co-
Bilhete Único com metrô e
ando separadamente”, afirma
menta Eliseu.
trens e, conseqüentemente,
Milton Carlos Eliseu, diretor da
85% do vale-transporte já é
Smart Benefícios.
Para
o
superintendente
de
Marketing e Serviços da ACSP,
digital. A empresa atende, atualmente, mais de 6 mil empre-
O foco principal da Smart,
Roberto Haidar, é com parcei-
sas de todos os portes e seg-
com a parceria, é auxiliar as
ros deste quilate que a ACSP faz
mentos.
pequenas e médias empresas
negócios para seus associados.
no
e
“O que nos interessa com o
“A Smart já mantinha for-
aquisição dos benefícios, tanto
ACSPEmpresas é beneficiar
matos de parceria com sindi-
nas
cada vez mais os pequenos e
catos e entidades de classe,
como na forma de adesão, que
portanto, ao conhecer o pro-
é totalmente automática, por
processo
de
condições
controle
contratuais
médios empresários”.
6
Nacional Empresas Comércio Exterior Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
200
RECURSOS SÃO DE US$ 1 MILHÃO
empresas devem se filiar ao programa de exportação, segundo a Promofirenze.
Fotos: Paulo Pampolin/Hype
PROGRAMA ITALIANO FACILITA EMPRÉSTIMOS Idéia é fornecer suporte às empresas que queiram se abrir ao mercado externo
P
equenas e médias empresas brasileiras podem começar a receber financiamentos de até US$ 1 milhão para desenvolver projetos no setor de comércio exterior. A idéia, criada pelo Programa Italiano de Desenvolvimento, foi discutida na última semana na Associação Comercial de São Paulo (ACSP) entre empresários paulistas que sonham expandir seus negócios. Organizado pela Promofirenze, agência especial da Câmara de Comércio de Florença, na Itália, o programa propõe fornecer suporte às empresas que queiram se abrir ao mercado internacional. Em um segmento em que é cada vez mais difícil se firmar, a América Latina pode representar um grande leque de oportunidades. "Todos os segmentos podem participar, mas nosso principal interesse são as empresas brasileiras de tecnologia", disse Francesco Pannocchia, da Promofirenze. De acordo com ele, a expectativa é que 200 empresas se filiem ao projeto. No México, por exemplo, 70 já demonstraram interesse antes mesmo da
Todos os segmentos podem participar (do programa), mas nosso principal interesse são empresas brasileiras de tecnologia. Francesco Pannocchia, da Promofirenze
apresentação oficial do financiamento, feito pela Corporação Interamericana de Investimentos (CII), agência autôno-
ma do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). "Dos estados brasileiros, São Paulo é o que tem mais pequenas e médias empresas prontas para exportar. Nossa maior dificuldade continua sendo os impostos cobrados no País, que são dos maiores do mundo." De acordo com o diretor do CII/BID, Antonello Bove, o projeto será ampliado no ano que vem. "A economia brasileira está crescendo de forma excepcional. Grandes negócios estão por vir", observou. Ponte – A ACSP atua no Programa Italiano de Desenvolvimento como ponte entre as empresas brasileiras e italianas. "Nosso objetivo é colocar essas instituições em contato para incentivar o comércio entre elas", disse o vice-presidente da Associação Alfredo Cotait Neto. Segundo ele, há cerca de 15 mil pequenas e médias empresas no Brasil, contra 400 mil na Itália. "Nosso sonho é fazer com que as empresas brasileiras sigam o exemplo comercial das italianas, para que tenham responsabilidade direta na economia, como acontece por lá", destacou Cotait. Vanessa Rosal
Reunião na ACSP esclareceu como empresários podem participar de programa de exportação
Santos: nova ameaça Marcos Fernandes/LUZ
A
d r a g amento Ambiental gem do (Cetesp). "Depois berço de muitos contra(onde tempos conseguiatracam os navios) mos a licença ame do canal que leva biental", disse. as embarcações até Isso, segundo o Porto de Santos Barreto, acelerou vai bem para a o processo mesmo com a limitaCompanhia Docas do Estado de São ção de dragagem imposta pela CePaulo (Codesp), que administra o Arnaldo Barreto (esq.) e José Cândido Senna (dir.) tesb. "O total de 5 maior porto do milhões de mePaís, e não tão bem para em- te Luiz Inácio Lula da Silva tros cúbicos de dragagem, presários que ainda enxer- (PT) e o governador de São que dividido em um ano é de gam na falta de calado (pro- P a u l o , C l á u d i o L e m b o 410 mil metros cúbicos é sufundidade) uma ameaça pa- (PFL), se encontraram e acer- ficiente", afirmou e conclara seus negócios de exporta- taram trabalhar juntos para mou os críticos do trabalho ção e importação. melhorar a infra-estrutura da Codesp a lutarem juntos O diretor de Infra-Estrutu- do Porto, com destaque para para elevar esses limites. ra e Serviços da Cia Docas, a dragagem. Adiantou que a dragagem Arnaldo Barreto, tentou Falta calado – Mesmo com do canal está 80% feita e a do mostrar que "não há falta de a reclamação de armadores, berço, entre 30% e 35%. profundidade no Porto". Ele que afirmaram ter que desO diretor da Codesp disse creditou muitos dos atuais viar seus navios para outros que o edital de aprofundaproblemas à falta de investi- portos por falta de calado, mento do Porto está pronto e mento no Porto de Santos, Arnaldo Barreto garantiu previu que no prazo de 24 nos últimos 20 anos. "Nin- que a dragagem do canal e do meses o calado irá para 15 guém lutava por nós para berço do cais estão em dia, metros. "A idéia é passar tuque pudéssemos investir." durante palestra feita na se- do para 16 metros e, se o merNo entanto, garantiu que mana passada no Comitê de cado pedir, para 17 metros "felizmente essa situação Usuários de Portos e Aero- em 10 anos", projetou. Lemmudou" nos últimos anos e portos (Comus), da Associa- brou, contudo, que persisque o governo federal está ção Comercial de São Paulo tem problemas ambientais a ciente das necessidades do (ACSP). Ele fez um relato do serem resolvidos. ParticiPorto, "que não pára nunca trabalho já executado, lem- pantes do debate puseram de crescer", que é fundamen- brando que o atraso se deveu em dúvida a realização destal para o sucesso do comér- às duras exigências ambien- sas metas, levando em conta cio exterior brasileiro. No tais impostas pela Compa- a falta de recursos. início deste mês, o presiden- nhia de Tecnologia e SaneaSergio Leopoldo Rodrigues
Abit inicia cadastro para a Colombiatex
A
Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), em parceria com o Programa Texbrasil, já está cadastrando empresas interessadas em participar da próxima edição da Colombiatex, feira que acontece de 23 a 25 de janeiro de 2007 em Medellin, na Colômbia. O evento é voltado para empresas de tecelagem, circulagem, fiações, maquinários, aviamentos e "full-package" e é considerado um dos maiores da América Latina. O trabalho de coordenação da Abit para as empresas que participarão da Colombiatex terá início antes da feira, com reuniões preparatórias. Nelas, além de serem fornecidas informações sobre o mercado, comércio exterior e concorrência, um consultor contratado pela entidade em parceria com as empresas participantes definirá a
N gócios
&
oportunidades
cartela de cores que será produzida e distribuída no evento. Serão desenvolvidos, além da cartela de cores, materiais de apoio às empresas brasileiras, como sacolas, folhetos de localização e brindes, para distribuição aos visitantes. Os estandes brasileiros terão montagem e programação visual diferenciada e suas localizações serão destacadas por meio do uso de mídia interna. A Abit estará presente com um estande para oferecer apoio operacional aos expositores brasileiros durante o evento. Empresas participantes do Programa Texbrasil poderão ter descontos de até 50% no valor do aluguel do espaço. Para participar, é preciso entrar em contato com o Departamento de Feiras e Eventos da Abit, pelo telefone (11) 3823-6121 ou email cristina@abit.org.br. O prazo é até 29 de setembro.
Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51 Telefones: 3244-3500 e 3244-3397
PAÍSES QUE DESEJAM EXPORTAR PARA O BRASIL ISRAEL 174 - Cosméticos naturais fabricados com minerais do Mar Morto 175 - Mangueiras industriais para diversos fins 176 - Tecnologia na fabricação de máquinas para etiquetar/rotular, em etiquetas de diferentes tamanhos. Deseja formar joint-venture PAQUISTÃO 177 - Instrumentos cirúrgicos, odontológicos e veterinários POLÔNIA 178 - Brinquedos 179 - Jogos e programas para celulares 180 - Iates e barcos
PAÍSES QUE DESEJAM IMPORTAR DO BRASIL CHINA 181 - Quebra-cabeças 182 - Vidros de segurança, temperados ou contracolados CORÉIA DO SUL 183 - Madeira serrada de ipê COLÔMBIA Cianeto e oxicianeto de sódio COSTA RICA 185 - Calçados com sola exterior e parte superior de borracha ou plástico EQUADOR 186 - Chapas, folhas de polímeros de propileno ESTADOS UNIDOS 187 - Açúcar sólido
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
Indicadores Econômicos
7
42,1
foi a cotação de fechamento do ouro no mercado da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) na última sexta-feira. O metal encerrou os negócios em alta.
22/9/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 20/09/2006 20/09/2006 20/09/2006 20/09/2006 20/09/2006
P.L. do Fundo 8.964.798,56 1.445.329,70 7.786.082,82 13.884.427,07 1.276.695,95
Valor da Cota Subordinada 1.188,994792 1.089,188083 1.157,922598 1.120,673554 1.090,934838
% rent.-mês 1,0748 1,0872 0,9923 7,4316 2,7275
% ano 21,7022 8,9188 15,7923 12,0674 9,0935
Valor da Cota Sênior 0 1.083,673296 1.096,815014 0 0
% rent. - mês 0,6901 0,7518 -
% ano 8,3673 9,6815 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
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Nacional Finanças Comércio Exterior Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
Países da ex-União Soviética são novos mercados que o Brasil precisa ter comércio. Moisés Marques, Fundação Escola de Sociologia e Política
PROPOSTAS PARA AUMENTAR EXPORTAÇÕES
Newton Santos/Hype
O COMÉRCIO EXTERIOR NA MIRA DOS CANDIDATOS Os quatro principais candidatos à Presidência da República apresentam as suas propostas para ampliar a participação do Brasil no comércio mundial Paulo Pampolin/Hype
P
ara aumentar o volume de negócios no exterior e melhorar o saldo da balança comercial brasileira, quatro candidatos a presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Heloísa Helena (PSol) e Cristovam Buarque (PDT), prometem abrir linhas de crédito, desonerar a carga tributária, diminuir a burocracia, apoiar as micros e pequenas
Pequenas têm de ampliar a participação
E
nquanto em países como Itália e Alemanha as micros e pequenas empresas representam 60% do total das exportações, aqui no Brasil as vendas externas estão concentradas em setores como petróleo, metalurgia e minérios. Para Alfredo Teodoro Reis, especialista em finanças e pequenas empresas do Ibmec São Paulo, a única forma de aumentar a participação das micros e pequenas empresas nas exportações é diversificar a produção, priorizando os produtos de maior valor agregado, investir em tecnologia e reduzir impostos, principalmente de importação. "A exportação precisa financiar a importação de tecnologia para aumentar a competitividade", defende o especialista. Ele reforça que, sem melhorar a produtividade, será difícil expandir o Produto Interno Bruto (PIB ). Segundo projeção da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o PIB de 2006 crescerá apenas 2,9% ante 2005. (SK)
empresas e investir em infraestrutura e logística. A menos de uma semana das eleições, o tema comércio exterior foi pouco discutido na campanha. Das quatro candidaturas, apenas a de Geraldo Alckmin e a de Cristovam Buarque têm um plano de governo com as respectivas propostas para essa área. Líder nas pesquisas de intenção de voto, o petista Luiz Inácio Lula da Silva apresentou, de forma genérica, as propostas para o setor. Sua assessoria informou que a proposta oficial será divulgada nos próximos dias. Em linhas gerais, Lula quer ampliar as exportações de produtos com maior valor agregado (manufaturados), reforçar a ação da Agência de Promoção das Exportações (Apex-Brasil) e a Marca Brasil, utilizada nos produtos exportados. Segundo colocado nas pesquisas, Alckmin diz que o objetivo de seu governo será "a ampliação da base exportadora com a incorporação de pequenas e médias empresas". Ele promete fazer uma "agressiva política de promoção comercial " e "um forte programa de financiamento, apoiado em seguro de crédito contra riscos político e comercial". Doutrina – As propostas de Heloísa Helena revelam aspectos doutrinários como a defesa da indústria nacional, a seleção de investimentos estrangeiros e controle do câmbio. A candidata promete investir em energia, transportes e telecomunicações para dar mais competitividade às empresas, e apoiar iniciativas que visem incrementar novas parcerias. O eixo da proposta do pedetista Cristovam Buarque é o desenvolvimento da indústria e da agricultura. Para dar suporte aos dois setores, o candidato pretende investir em educação para qualificar a mãode-obra, em ciência e tecnologia para dar mais competitividade às empresas, em logísti-
Alfredo Teodoro Reis, do Ibmec São Paulo: simplificação normativa beneficiaria o micro exportador
Marques: ampliar mercados
ca, e incentivar a abertura de crédito, beneficiando os pequenos e médios empresários. Avaliação – Na opinião de especialistas ouvidos pelo Diário do Comércio, com exceção de Heloísa Helena, por sua ênfase às questões doutrinárias, os outros candidatos convergem sobre a necessidade de o País aumentar as exportações, investindo principalmente nas micros e pequenas empresas. Ao comparar as quatro propostas, o professor Alfredo Teodoro Reis, especialista em finanças e pequenas empresas do Ibmec São Paulo, diz que a proposta de Alckmin é a mais completa. "A simplificação dos atos normativos de exportação, que beneficiaria principalmente o micro exportador, demonstra que o candidato estudou mais o tema", opina. Moisés Marques, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política, tem a mesma opinião. Entretanto, lembra que Lula dá sinais, apesar de sua proposta ser genérica, de incentivar a abertura de novos n e g ó c i o s . " Vo u c i t a r d o i s exemplos: a ampliação da Apex-Brasil e a Marca Brasil. No caso da Marca Brasil, ela é importante pois abre a possibilidade de se investir em novos mercados. Países da ex-União Soviética, por exemplo, são novos mercados que o Brasil precisa ter comércio." Integração – Em relação a Alckmin, Marques elogia a proposta de integrar os ministérios. Para ele, quatro ministérios – Relações Exteriores, Desenvolvimento Econômico, Agricultura e Fazenda – precisam atuar em conjunto e com o mesmo pensamento, o que não ocorre hoje. "A integração dos ministérios é o ponto nevrálgico para o País ter mais eficiência nas exportações. Não é possível ver quatro ministérios trabalhando juntos sem coordenação." Quanto a Cristovam Buarque e Heloísa Helena, o professor diz que a proposta do pedetista está de acordo com a linha de sua campanha: a prioridade à educação. A sua discordância é com a ex-petista, pois considera as proposta fora da realidade de mercado. "Todos nós sabemos que o
Paulo Pampolin/Hype
real está sobrevalorizado. O problema é como mudar isso porque o câmbio é um preço da economia. Como em qualquer preço de mercado, tem certa flexibilidade por conta da lei da oferta e da demanda." Cautela – Já o economista Roberto Segatto é cauteloso aos analisar as propostas. Na sua avaliação, não basta o País baixar imposto para ter competitividade no mercado exterior. Em sua avaliação, o Brasil precisaria investir cerca de US$ 100 bilhões nos próximos dois anos em infra-estrutura. "Como as estradas do País estão um caos, é preciso investir em ferrovia, que é um meio de transporte mais barato", diz. Segatto também cobra as reformas na legislação, como a trabalhista. "Ela (legislação trabalhista) aniquila as microempresas que estão começando a operar no mercado." Sergio Kapustan
Roberto Segatto: não basta baixar imposto para ter competitividade
Nº 139
DCM T S
Tiida, Murano, novo Sentra, picape de luxo e US$ 150 milhões são as novidades da Nissan na página 10 Divulgação
Outro "off-road". É o Peugeot 206 Escapade, com jeito de devorador de obstáculos.
Arte Abê sobre foto Pablo de Sousa
São Paulo, 25 de setembro de 2006
DCARRO HOJE É DIÁRIO DO COMÉRCIO
É UMA HONDA? É!
Além desta CB 400 modificada,o DCarro mostra o mundo da motocicleta, como as "mais", dicas de manutenção e o brasileirinho, piloto aos 10 anos, campeão nos EUA
SP não reelege Lula Fernando Donasci/Folha Imagem
E está firme com Serra
O tucano Geraldo Alckmin alçou vôo em São Paulo, conquistando 43,9 % das intenções de voto, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva caiu para 31,1%, na última pesquisa feita ainda sob o impacto do fraudessuga pelo Instituto GPP. Já o tucano José Serra, alvo do dossiê falso preparado por íntimos de Lula, consolidou sua dianteira do petista Aloizio Mercadante: 48,9% a 18,5%. Em comício ontem, em SP, Lula gabou-se de que vai se reeleger, e no primeiro turno. Páginas 3 e 4
Numa mesa de 12, um traiu Jesus Cristo. E na mesa dos Inconfidentes, um traiu Tiradentes
uz e r c a e r t n E
a forca
Página 4
O VOTO PELO SENADO
EUA desconfiam da urna. Lá e aqui, o fabricante é o mesmo. Pág. 5 Partindo de 4%, Afif Domingos chegou agora a 21%. E Suplicy caiu de 45% para 39%. Pág. 3
Ano 81 - Nº 22.219
O PT não quer deixar o poder Olavo de Carvalho prevê: qualquer que seja o resultado, "a gangue petista não vai largar gentilmente a rapadura". Página 8
São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h55
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
URSS pôsteres/Flickr
Só falta um escândalo com as urnas eletrônicas
Pôster da era Gorbachev - a URSS desmoronando: 'Morreu e renasceu; perdeu-se e foi achado'
Rubens Cavallari/Folha Imagem
Entre o céu e o inferno Paulo Baier (foto) fez o 2º da virada de 3 a 1 contra o líder Tricolor. No meio da semana passada, o Palmeiras perdeu do lanterna. E continua ameaçado de rebaixamento no Brasileirão. Esporte
Luludi/LUZ
2 r rodas o p o ã x i Pa Conheça o mundo de motos fantásticas, que fazem a alegria de usuários fanáticos. E tem também o Peugeot 206 off-road.
Pablo de Sousa
HOJE Nublado Máxima 18º C. Mínima 11º C.
AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 21º C. Mínima 12º C.
Motoboy não é corredor Teste do DC prova que os apressados nada têm a ganhar e são uma ameaça. C 1
Impostômetro: Leão abocanha R$ 600 bilhões Impostômetro da ACSP registrará a marca por volta das 21h20 de hoje. Mais um recorde. E 5
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DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 2006
Desistir é fácil, mas vamos continuar
N
índice MANUTENÇÃO - 3 Honda dá dicas para garantir a segurança do veículo e do usuário.
PERSONALIZAÇÃO - 4 e 5 Em Atibaia, José Zucconi restaura motos antigas.
CURIOSIDADES - 6 e 7 Conheça a moto mais veloz, a mais cara etc.
VAREJO - 8 As vendas de motos não páram de crescer no mercado brasileiro.
LANÇAMENTO - 11 Peugeot lança o 206 Escapade, mais um off-road.
aGenDa 19 a 29 de outubro
Programe-se. O Salão Internacional do Automóvel vem aí. O evento, que acontece no Pavilhão de Exposições do Anhembi, deve atrair mais de 500 mil pessoas.
23 e 24 de outubro
Acontece no Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo, o XVI Congresso Fenabrave, que abordará temas como "Entrada do produto chinês no Brasil" e "Relacionamento entre montadora e rede".
a primeira metade da década de 70 as ruas e estradas do Brasil conheciam um novo personagem. Consolidava-se a chegada da motocicleta utilitária, aquela que surgia como uma alternativa de transporte racional, ágil e de baixo custo. Simples e econômica, viria para servir de divisor de águas em nossa estrutura de transportes terrestres. Isso mesmo: a partir de então, a locomoção individual nunca mais seria a mesma. É certo que algum tempo se passou antes que a idéia do seu uso ocupasse todo o território nacional e se transformasse em unanimidade. Hoje todos, do Oiapoque ao Chuí, reconhecem suas vantagens e a grande mudança que pode promover nas mais diversas circunstâncias, além do bem social que gera quando utilizada dentro dos parâmetros de segurança. Hoje, justamente por conta do sucesso que vem fazendo ao superar obstáculos no dia-adia, a motocicleta enfrenta momentos mais difíceis. Mais de 1,35 milhão de novas unidades estarão nas ruas e estradas até o final deste ano. E é por esse motivo que superar novos desafios também se torna necessário em razão dos problemas decorrentes da sua convivência com os demais meios de transporte. Sobretudo por conta da infra-estrutura viária não apropriada e da falta de hábito em se pensar em segurança. E o resgate dessa consciência coletiva leva tempo e gera desgaste. É uma missão que garante dificuldades a quem a abraça. Recentemente a autoridade de trânsito de São Paulo implantou
Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br
um projeto que chamou de "Faixa Cidadã" nas avenidas Rebouças e Consolação, numa tentativa de sinalizar com a possibilidade de mútua colaboração entre os exauridos motoristas e motociclistas de São Paulo. O desagrado pode ter sido grande, mas algo se fez. Da mesma forma a atual pista exclusiva na Sumaré: os críticos não gostaram, acharam pouco, mas, mais uma vez, algo está sendo feito. Dias atrás, a Abraciclo trouxe do Japão um especialista em análises de acidentes envolvendo motos para uma série de palestras junto a organismos de trânsito. Ele ficou, ao mesmo tempo, surpreso e entusiasmado, pois seus interlocutores já estavam num estágio bastante avançado de conhecimento do tema. Neste ano, a Abraciclo completa 30 anos. Desde sua fundação, a entidade busca soluções para a harmonia entre a racionalização do transporte leve em duas rodas e a realidade caótica que o desenvolvimento urbano nos trouxe. E nessa tarefa está sua missão: buscar, tentar, realizar um pouco mais. Sempre esgotando as possibilidades. Mas uma certeza é clara para todos nós que, de forma direta ou indireta, estamos envolvidos com a motocicleta: o número de pessoas favorecidas pela sua singela agilidade é centenas de milhares de vezes maior do que o das prejudicadas, e essa diferença crescerá mais ainda. Exatamente porque desistir de solucionar os problemas é mais fácil, mais cômodo. Mas nós vamos continuar tentando. Paulo Shuiti Takeuchi, presidente da Abraciclo.
Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
4 MINUTOS Luludi/Luz
Flávia Gianini
E
stá provado. Andar em segurança ou ousadamente em uma moto significa uma economia desprezível em termos de tempo. A explicação de muitos motofretistas (ou motoboys) para justificar qualquer tipo de imprudência no trânsito caiu por terra. Sugerido pelo Diário do Comércio e supervisionado pelo psicólogo Salomão Rabinovich, diretor do Centro de Psicologia Aplicada ao Trânsito (Cepat), dois motofretistas foram convidados a medir o tempo que separa o risco da segurança. O resultado foi surpreendente: apenas 4 minutos. Orientados por Rabinovich, os dois motoboys tiveram atitudes diferentes na condução de suas motocicletas. O primeiro pilotou sem pressa. Não costurou, andou nas faixas de trânsito, não fez ultrapassagens perigosas e observou todos os sinais. O segundo conduziu sua moto de forma a chegar o mais rápido possível a seu destino, utilizando estratégias no mínimo ousadas, nunca ilegais. Essas eram as regras. Partindo da avenida Sumaré, altura da praça Irmãos Karman, o percurso de 9,3 quilômetros incluiu as ruas Henrique Schaumann e Gabriel Monteiro da Silva, as avenidas Faria Lima, Rebouças e Dr. Arnaldo, até chegar novamente à Sumaré. O resultado surpreendeu os profissionais. Motofretista há 10 anos, Rodrigo Giovaninni, foi o profissional sem pressa. Chegou apenas quatro minutos depois de Michel Galerano, o motoboy mais apressado". "Faço isso há mais de uma década. Imaginei que a diferença seria superior a 15 minutos", disse Giovaninni. O teste, suscitado pela criação da faixa exclusiva para motos, em operação já há uma semana nas avenidas Sumaré e Paulo VI, só confirmou um dado que especialistas afirmam há algum tempo: correr não vale a pena. Explica-se: estudo feito em 2002 pelo Cepat apresentou resultados comparativamente iguais ao teste realizado na quinta-feira. Um percurso de 21 quilômetros foi cumprido por motociclistas treinados pela Polícia Militar. O que observou todas as leis de trânsito chegou ao destino final com apenas sete minutos de atraso em comparação com o motociclista que usou de métodos menos ortodoxos de pilotagem, comuns entre os motofretistas. "O motociclista imprudente cometeu 20 infrações e quase provocou oito acidentes", relembrou Salomão Rabinovich. Na página 2, mais informações sobre o teste com as motocicletas
O motociclista Michel (de azul) andou entre os veículos e Rodrigo (de laranja) utilizou a faixa exclusiva
1 Faço isso há mais de uma década. Imaginei que a diferença seria superior a 15 minutos. Rodrigo Giovaninni, motofretista há 10 anos
O DC propôs um teste a dois motoboys: cumprir um mesmo percurso, de 9,3 km, para provar que a velocidade sobre duas rodas não leva a lugar nenhum. Um dos motoboys pilotou sua moto dentro das mais rígidas normas de trânsito. O outro, andou como anda a grande maioria dos motoboys, no corredor entre os carros. Aos dois, a mesma exigência: não desrespeitar a lei nem arriscar a vida. Resultado: o motoboy de tocada mais rápida completou o trajeto com apenas quatro minutos de vantagem sobre o outro. Correr de moto realmente não vale a pena.
São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 2006
DCARRO
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Ambiente Compor tamento Tr â n s i t o Urbanismo
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
ATÉ TRÊS MOTOQUEIROS MORREM POR DIA NO TRÂNSITO
O motociclista, assim como o motorista e o pedestre, é vítima de um sistema que cria leis mas não fiscaliza. Aldemir Martins, presidente do Sindimoto
MOTORISTAS E PEDESTRES RECLAMAM Opinião de motoqueiros, pedestres e de motoristas: a faixa exclusiva para motocicletas na avenida Sumaré é uma boa idéia, mas foi mal executada e exige reparos Fotos de Andrea Felizolla/Luz
Importadas
SÓ bebidaS Nacionais
1 O psicólogo Salomão Rabinovich orienta o motociclista Rodrigo para a realização do teste Luludi/LUZ
5 Rabinovich e sua assistente com marronzinho
Luludi/LUZ
2 Rodrigo e Michel prontos para iniciar o percurso 6 Os motoqueiros no final do teste e do percurso
3 Rodrigo andou pela faixa cidadã da Sumaré
7 Mário: situação é inadequada para o pedestre
4 Michel, apressadinho, andou entre os veículos
8 Gabriel Borba acha que a situação piorou
Só BEBIDAS
Preços Promocionais
Vinho Espanhol Riscal R$ 39,90
uês rtug Vila o P o a Vinh vento d 0 5 n , Co R$ 22
Vinho do Porto Senador R$ 27,90
Vinho Chileno Casa Mayor R$ 19,90
ano Itali oc o h Vin cati-D Fras 16,50 R$
Vinho Italiano Gabia D´Oro R$ 13,50
Vinho Italiano Chianti R$ 29,90
eno Chil ja o h n Vi rta Vie ernet Ca re/Cab ené ,90 Carm R$ 14
“MANIA DE VENDER BARATO”
Lambrusco R$ 11,50
uês rtug o P o o Vinh Redond 0 9 , 9 R$ 2
uês rtug o P o a Vinh Cartux 0 9 , 4 R$ 6
Couteiro Mor R$ 26,90
formou. Segundo a CET, os prismas são um prolongamento provisório do passeio. Informou ainda que nos próximos 15 dias a avenida deverá ganhar sinalização para pedestres. De acordo com Heloísa Martins, a medida não foi tomada antes da implantação da faixa exclusiva de motos por problemas técnicos. Lentidão – Para acomodar as motos, as faixas de rolamento de carros foram estreitadas. Por isso, a velocidade média permitida na avenida baixou de 70 para 60 quilômetros por hora. A velocidade média real na Sumaré sofreu redução ainda maior, caindo de 56 para 41 quilômetros por hora. Segundo os comerciantes locais, o resultado são congestionamentos e atrasos que não existiam antes. "Os clientes reclamam que o trânsito não está fluindo, sendo que nos dois primeiros dias eles ficaram praticamente parados. Perdendo dez ou 20 minutos no trânsito, o cliente se atrasa e pára de vir tomar café da manhã conosco", contou Tomaz Dantas, gerente da padaria La Plaza. O gerente espera que a redução no movimento de clientes no período da manhã seja passageira. "Esperamos que a adaptação passe e que o trânsito melhore", disse. Os motoristas em trânsito também reclamam dos horários de estacionamento permitido na via (das 10h às 12h e das 15h às 17h), o que vem atrapalhar ainda mais a circulação. "Ninguém pensou que começariam os congestionamentos onde antes eles não existiam", afirmou o taxista Antonierio Simões. Circulando na Sumaré há seis anos, o profissional elogia a criação da faixa, mas faz ressalvas. "É uma boa idéia, mas do jeito que foi feita só atrapalha", disse. O estudante Gabriel Borba mostrou-se cético. Ele passa pela avenida todos os dias e sentiu uma piora na circulação. "Não vai resolver nada porque os motoqueiros podem circular em todas as faixas. A medida é inócua para eles, ruim para os motoristas e perigosa para os pedestres", resumiu. Morador da região há mais de 20 anos, Mário José Sobrinho concordou. "A situação está inadequada para o pedestre, principalmente para quem tem dificuldade de mobilidaOs motoqueiros de", afirmou. Sindicato – O repodem circular em sultado prático da todas as faixas. A nova faixa também é medida é inócua para questionado pelos eles, ruim para os motofretistas. Os motoristas e perigosa profissionais que participaram do tespara os pedestres. te aprovaram a faixa exclusiva e acredi- Gabriel Borba, tam que ela melho- estudante e motorista rou a circulação da categoria. Mas duvidam do resultado prático da medida. "A Sumaré não é nem de longe a avenida com maior número de acidentes envolvendo motoboys", afirmou Michel Galerano. A faixa exclusiva era uma das metas do Sindicato dos Trabalhadores Motociclistas da Cidade de São Paulo (Sindimoto). O presidente da entidade, Aldemir Martins, reconhece que faltou uma campanha prévia de conscientização de motoristas e pedestres. "Pedimos um prazo para a implantação, obras de adaptação do local e até mesmo a poda das árvores do canteiro central", disse o representante. Segundo ele, a categoria lutou para a criação da faixa exclusiva, torce para que a via seja fiscalizada e que a medida não se perca com o tempo. "O motociclista, assim como o motorista e o pedestre, é vítima de um sistema que cria leis mas não as fiscaliza", disse o representante. (FG)
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exemplo do teste de 2002, o de quinta-feira foi realizado em horário de tráfego intenso. A velocidade média de ambos os motoboys foi surpreendentemente idênticas: 40 km/h. Largando juntos, às 12h44, da praça Irmãos Karman, na avenida Sumaré, o motoqueiro mais apressado, de casaco azul, chegou ao destino final às 12h59. O motociclista que pilotou sem pressa, de casaco laranja, chegou às 13h03. "No final, a diferença é quase insignificante, pois o trânsito, em uma cidade como São Paulo, é controlado pela sinalização eletrônica, o que reduz consideravelmente a importância de arrancar na frente", explicou ao DCo engenheiro de tráfego, Francisco Moreno. Na ilusão de que é preciso correr para ganhar a viva, os motoboys de São Paulo perdem, diariamente, até três companheiros em acidentes de trânsito. Especialistas são unânimes em afirmar que para poupar a vida dos motociclistas é necessário mudar a cultura da pressa a qualquer custo. Lamentavelmente, os 160 mil motofretistas da capital contribuem muito para o alçar o Brasil ao nada edificante posto de vicecampeão mundial em acidentes de trânsito, atrás somente da China. Segundo dados da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP), acontecem 2,7 acidentes fatais por dia envolvendo motociclistas. De cinco ocorrências graves com motos, dois motoqueiros ficam parcialmente incapacitados. A estatística piora se se levar em conta que 60% dos acidentados são socorridos, mas morrem no hospital. "No caso de acidente, o amortecedor do impacto na motocicleta é coluna do condutor", afirmou Salomão Rabinovich. A falta de programas eficientes de prevenção de acidentes tem alto custo para para os cofres públicos: R$ 10 bilhões por ano. Polêmica – A criação da faixa exclusiva para motocicletas na Sumaré tem geraFoi feita às pressas (a do muita polêmica entre moradores da faixa da Sumaré). região, comercianÉ só observar a tes, motoristas e pesituação dos destres. Segundo motoristas de Salomão Rabinovic h , d i re t o r d o d o automóveis e dos Centro de Psicolopedestres. gia Aplicada ao Salomão Rabinovich, Trânsito (Cepat), a diretor do Cepat medida é eleitoreira. "Foi feita às pressas, sem uma avaliação cuidadosa. É só observar a situação dos motoristas de automóveis e pedestres", afirmou Rabonovich. Por sua geografia, a avenida Sumaré foi escolhida pela Companhia de Engenharia e Tráfego (CET) como um teste para a implantação de outras faixas, já que não demandou grandes obras. Mas ela tem grande freqüência de motocicletas (cerca de 300 por hora) e está longe de ser a mais problemática de São Paulo. No primeiro dia de sua implantação aconteceram dois atropelamentos, totalizando três acidentes com vítimas na avenida. Segundo a gestora da Gerência de Segurança no Trânsito da CET, Heloísa Martins, essa média é normal para o local. "Segundo os boletins da Polícia Militar, em agosto também houve três acidentes", disse. Sônia Camargo faz caminhadas diariamente pelo canteiro central da Sumaré e reclama da dificuldade de atravessar a avenida, carente de sinalização. Na altura das faixas de pedestre, o canteiro central foi cercado de prismas de concreto. "Tropeçei e quase cai no meio da faixa para as motos. Por pouco não fui atropelada", in-
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São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 2006
CUSTOMIZAÇÃO Pablo de Sousa
Magia no trabalho do Zé das Harley Em Atibaia, José Zucconi transforma motos velhas em belas máquinas e restaura as antigas também. Como um mágico. CHICOLELIS
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arinho e magia. Estas são as principais ferramentas que o Zé das Harley, ôpa, o José Donizete Zucconi e seu filho Thiago, de 20 anos, utilizam para transformar motos antigas, maltratadas ou não, em belíssimas peças que atraem todos os olhares nas ruas. Zé e Thiago personalizam motos. O apelido"...das Harley" vem da preferência do mecânico pelo maior mito entre as motos de todo o mundo, a Harley-Davidson. Quando começa a falar do seu trabalho, iniciado aos 16 anos, Zé das Harley, hoje com 51, tem um brilho diferente no olhar. Lembra que as primeiras foram uma
Leonette -precursora dos scooteres - e uma Jawa, moto vinda da Europa nos anos 50/60. "Eu desmontava - conta ele - e depois montava de novo. Mas elas não voltavam a funcionar". Isso já não acontece mais. Hoje ele é responsável por grandes transformações em Harley-Davidson - que ele também restaura - Hondas CB 400, que ficam irreconhecíveis (a da capa é de uma CB 400), Indians moto dos anos 50, concorrente das Harley - e tudo mais quanto aparece na sua frente. Há pouco recebeu um pedido diferente: construir uma moto como a do herói japonês das histórias de quadrinho, o Akira. O piloto fica sentado bem abaixo do nível do guidão. Ele nunca tinha visto a moto na TV ou no gibi, mas diz que vai ficar boa. Bom mesmo, garante - A dedicação com que trabalha, produzindo todas as peças da "nova" moto artezanalmente, dá a ele o direito de garantir que o resultado é sempre muito bom. Bom e aprovado pelo Inmetro (Instituto Brasileiro de Metrologia) órgão oficial encarregado de aferir a segurança das motos e no qual se baseiam as autoridades de Trânsito para autorizar a circulação das motos do "Zé" pelas ruas, devidamente emplacadas e com documentos em ordem. O personalizador explica que a motos recebem os documentos do modelo original. Uma CB 400 pode sair da oficina dele com cara de Harley dos anos 60, ou qualquer outra aparência, mas no seu documento estará a verdade do seu DNA: Honda CB 400. O cliente manda - Se você tem uma moto mais velha e quer transformá-la, fazendo-a ficar do jeito que quer, o
Zé das Harley faz. É só mostrar o desenho para ele e, dependendo do seu poder financeiro, ela fica pronta no tempo mínimo de 40 dias e no máximo de 3 meses. "O cliente nos traz a moto e o desenho de como quer que ela fique. Em geral - conta Zé - dá para fazer. Se houver alguma dificuldade previsível, o Thiago entra no projeto dando dicas para que o trabalho seja viável". Ele consiste em fazer cada uma das peças da transformação: quadro, que é o chassi da moto; garfo, que sustenta a roda dianteira, guidão, pára-lamas, faróis, tanque e até motor, se for o caso. Tudo feito à mão. A roda também pode ser escolhida. Uma Harley original tem 40 raios, número que pode dobrar. Uma nova roda é laminada por uma empresa externa e os furos feitos
Zé das Harley começou aos 16 anos. Thiago tem 20 e é o criador da casa. A moto vermelha é a CB 400 que ilustra a capa e a ferragem é o embrião da moto do Akira, personagem de desenho animado e gibis no Japão, o pedido exótico de um cliente.
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
Compor tamento Urbanismo Distritais Tr â n s i t o
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 A concorrência com a informalidade e a excessiva carga tributária fecham muitas empresas. Antonio Viotto Netto, superintendente da Mooca
TRÊS SUPERINTENDENTES COMPARECERAM
Fotos: Milton Mansilha/Luz
Encontro reúne mais de 3 mil empresários
O economista Delfim Neto (acima) e o consultor Rodrigo Cardoso falaram para milhares de empreendedores da zona leste
O 10º Encontro de Empresários da Zona Leste, na Mooca, discutiu a lucratividade sustentada
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m dos maiores desafios dos empresários é obter lucro com sustentação. No ambiente dos negócios, as empresas são cada vez mais submetidas a fortes pressões para melhorar e inovar a eficiência e os resultados operacionais. Isso exige aperfeiçoamento constante de suas estruturas internas e adaptações às demandas do mercado. Esses e outros assuntos foram discutidos no 10º Encontro de Empresários da Zona Leste, no Clube Atlético Juventus, na Mooca. O tema foi Lucratividade Sustentada: A Chave do Sucesso, debatido pelo economista Antonio Delfim Neto e pelo consultor corporativo e comportamental Rodrigo Cardoso. Para Delfim Neto, a lucratividade sustentável de uma empresa só é possível com o crescimento sustentável do País. A alta carga tributária, a migração de recursos da iniciativa privada para a pública e as
Hoje I Penha – A distrital promove
o curso Aprender a empreender. Das 13h30 às 17h30. I Plenária - Reunião plenária da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) com palestra de Alejandro Peña Esclusa, presidente da Fuerza Solidaria da Venezuela, sobre o tema Futuro da Democracia na América Latina, e de Reinaldo Azevedo, jornalista da Veja, sobre o Cenário Político Brasileiro. Às 17h, rua Boa Vista, 51/9º andar, plenária.
Terça I Bancos - O conselheiro da
ACSP Francisco Giannoccaro participa da escolha do banco homenageado na promoção Qualidade em Bancos 2006. Às 12h30 , no Hotel Crowne Plaza, rua Frei Caneca, 1360. I Centro – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de óticas do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Elias Nunes Martins. Às 19h. I Butantã – A distrital realiza reunião ordinária do conselho diretor. Às 19h30. I Lapa – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de saúde do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor André Gil Sanchez Júnior. Às 20h. I Sudeste – A distrital realiza reunião do Fórum de Jovens Empreendedores. Às 20h30.
Quarta I Centro – A distrital, em
parceria com a Vilage Marcas & Patentes, promove Café com Negócios, com a palestra Tudo o que você precisa saber sobre Marcas e patentes. Às 8h30. I Vila Maria – A distrital promove a palestra Conquiste um lindo sorriso, ministrada pela médica Maria Cristina Garcia Capparelli Tritto, do Centro de Ortodontia e Ortopedia Especializada da Orthosystem . Às 8h30. Confirmar presença pelos telefones: 6954-6303/69575686 ou pelo e.mail: dvilamaria@acsp.com.br.
altas taxas de juros são os principais fatores que impedem esse crescimento no Brasil, segundo o economista. "A carga tributária ideal para o País seria de 26%. Do jeito que está, além de as empresas não crescerem, a situação econômica contribui para o desemprego, a baixa educação e a insegurança pública", disse. Sustentabilidade - A obtenção da lucratividade sustentada, conforme Cardoso, está diretamente ligada à adoção de novas práticas de gestão. "Utilizarse única e exclusivamente da aferição dos custos para estabelecer suas margens apresentam limitações sensíveis, porque se baseiam em medidas financeiras. Qualidade, satisfação dos clientes e flexibilidade são variáveis decisivas para o lucro sustentável", explicou. O consultor acredita que, atualmente, um empresário de sucesso não deve mais ser generalista, mas multiespecialista. "Eles
GIr Agendas da Associação e das distritais I Pirituba – A distrital, em parceria com AES Eletropaulo, promove Almoço de Negócios. Às 12h. I Almoço - O vice-presidente da ACSP Hélio Nicoletti coordena reunião-almoço do Conselho de Câmaras Internacionais de Comércio, com palestra do diretor do Departamento de Defesa Comercial (Decom), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando de Magalhães Furlan. Às 12h30, rua Boa Vista, 51/12º andar, Espaço Nobre de Recepções e Eventos (Enre). I Santo Amaro – A distrital realiza 29ª reunião ordinária. Às 19h. I Lapa – A distrital promove a palestra Regularização de imóveis, com a apresentação da supervisora de Uso de Solo e Licenciamento, a arquiteta Clara Aparecida Prata Silva, e do subprefeito substituto do bairro. Às 19h30. I Sudeste – A distrital e a Associação Brasileira de Dianética promovem a palestra Tempo – como usar esse recurso tão escasso, ministrada por Anderson Bontorim . Às 19h30.
Quinta I Seminário - O vice
presidente da ACSP Luiz Roberto Gonçalves participa da abertura do seminário Exportar para Crescer - Novos Caminhos para o Mercado Externo, promovido em conjunto com as Associações Comerciais da Regional Administrativa 16 da Facesp. Às 8h30, na Associação Comercial e Empresarial de Itapira (ACE Itapira). I Lapa – A distrital realiza reunião do núcleo setorial de escolas infantis do Projeto
devem entender muito de diversos assuntos, como contabilidade, direito, administração e de pessoas. O cliente não deve ficar apenas satisfeito, mas encantado". De acordo com o Diretor da DOC Contabilidade e Gestão Empresarial, Elcio Pereira da Silva, para um empresário obter lucro com sustentação ele deve tomar as seguintes medidas: acompanhar a evolução do mercado, suas transformações e fatores competitivos; rever os conceitos de custos e análise do ponto de equilíbrio; implantar a gestão baseada em custeio por atividade; aplicar as informações de custo nas decisões de preço; entender a importância da contribuição de cada produto para a formação dos resultados globais; adotar um fluxo enxuto; mensurar o desempenho; implementar um sistema de preço/lucratividade com base no mercado e no cliente e ter em mente que o mercado e os clientes definem o quanto Empreender, coordenada pelo consultor André Gil Sanchez Junior. Às 19h.
Sexta I Santo Amaro – A distrital
promove comemoração do Dia do Secretariado. Às 19h, Teatro Paulo Autran, avenida João Dias, 2049. I Centro – A distrital, em parceria com o Creci/SP – Seccional Centro, realiza a palestra Desenvolvimento de competências essenciais em profissionais do mercado imobiliário, pelo diretor-geral do Instituto Vita – Consultoria em Desenvolvimento do Potencial Humano, Nelson Ytsuo Tanuma. Às 19h.
Sábado I Santo Amaro – O Conselho
da Mulher Empreendedora da Distrital Santo Amaro promove Feira da Saúde onde serão realizados vários exames gratuitos. Das 8h às 13h
estão dispostos a pagar por um produto/serviço, cabendo às empresas adaptarse a essa realidade. Distritais – Estiveram presentes no evento três superintendentes de três distritais da zona leste da Associação Comercial de São Paulo (ACSP): Antonio Viotto Netto, da Mooca, José Parziale Rodrigues, de São Miguel e Antonio Sampaio Teixeira, do Tatuapé. Segundo Viotto, a mortalidade das micro e pequenas empresas
brasileiras é grande. "A concorrência com a informalidade, a alta burocracia e a excessiva carga tributária fecham muitas empresas em menos de um ano. O empresário deve se atualizar constantemente, tanto em termos políticos quanto técnicos", afirmou. Nesta edição, o número de inscritos passou dos três mil e ao longo dos dez anos de realização participaram mais de 20 mil empresários dos encontros. André Alves
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DCARRO
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CHÁPEU Pablo de Sousa
na Zucconi.
Começa em R$ 12 mil - O preço mínimo da costumização é R$ 12 mil, com o interessado levando a moto. Mas há casos em que este valor cresce pois, como depende do "freguês", ele pode passar dos R$ 50 mil, como já aconteceu com o restauro de uma Harley 69 ou uma outra, ano 51, cuja transformação ficou em mais de US$ 20 mil. O trabalho é acompanhado, semanalmente, pelo cliente, via internet, caso ele não queira ir à oficina. Zucconi gosta muito de construir, ou reconstruir motos, transformando-as em shopper, ou seja simplificando-as ao máximo. Quanto menos coisa, melhor, segundo ele. Thiago, tem uma CB 400 transformada, verde. A do "Zé" é uma Harley 1.200, modificada, claro!
Um campeão de 10 anos
É A amarela é uma CB 500 four, 1974, do Thiago. A outra, preta, é do mesmo modelo Honda.
SERVIÇO Zé das Harley: Rua Gauaraci, 274 - Bairro Recreio - Atibaia/SP fone 11- 4411 0289 e-mail e site: lzucconi@uol.com.br www.lzucconi.com.br
comum ver durante as corridas de kart ou de moto crianças chorarem ao não terminarem em primeiro lugar. Os pais a todo instante consolam seus filhos e tentam fazê-los parar de chorar. Mas isto faz parte da competição e grandes pilotos também choram no pódio. Alguns acabam abandonando as pistas. Outros têm motivos de sobra para chorar... de alegria. Caso de Toninho Chiari, ou Antonio Chiari Filho, um brasileirinho de dez anos, campeão 2006 da categoria norteamericana chamada US Mini GP, disputada com as pequenas motos espanholas Metrakit 72 cc. Para ter uma idéia de seu sucesso, das cinco corridas disputadas venceu três e terminou duas em segundo. Excelentes resultados para um iniciante na Metrakit. Toninho mora com a mãe em New Jersey desde o início do ano. Tudo para amadurecer na motovelocidade mundial. Para poucos. Afinal, correr de moto, aqui ou no exterior, requer uma boa ajuda de custo. Toninho
Divulgação
Toninho Chiari, brasileiro que compete nos Estados Unidos teve uma carreira meteórica, já que em seu ano de estréia (2005) no Campeonato Brasileiro de Motovelocidade terminou em terceiro lugar na categoria 125 cc. Seu sonho é chegar ao mundial de motovelocidade. Talento ele tem e diz que segue os ensinamentos do pai: "é errando que se aprende"!
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ACELERANDO
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São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 2006
Em madeira, a primeira moto do mundo que se tem notícia
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No Brasil, a mais cara é esta italiana MV Agusta, que é vendida por R$ 140 mil, com todos os impostos daqui incluídos
Boss Hoss, a mais pesada e a de maior torque entre todas Divulgação
As "Mais, Mais" Esportivas no ranking das mais potentes, velozes e desejadas. Menores, as mais baratas e vendidas. CÉLIA MURGEL/MOTORCAR
Outra Boss, a mais potente e de maior cilindrada. Nome diz tudo: Big Block.
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esponda rápido: qual a moto mais veloz do mundo? Qual a mais potente? A de maior torque? A mais cara? A mais barata? A mais antiga? A mais pesada? A de maior cilindrada? A mais desejada? Essas e outras perguntas sempre viram assunto dos aficionados por motos e até dos fóruns na internet. E as discussões podem durar dias e dias. Os engenheiros das fabricantes vêm trabalhando dia-a-dia para conseguir superar os números dos modelos das concorrentes e encabeçar o ranking das "Mais". Números que deixariam o inventor da primeira moto a combustão interna, o alemão Gottlieb
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Daimler, extasiado. Isso porque, em 1885, Daimler, ajudado por Wilhelm Maybach, instalou um motor a gasolina de um cilindro, leve e rápido, numa bicicleta de madeira adaptada, com o objetivo de testar a praticidade do novo propulsor. E quem pilotou essa moto pela primeira vez foi Paul Daimler, de 16 anos, filho de Gottlieb. O curioso é que, depois de ter inventado essa motocicleta, nunca mais construiu outra, dedicando-se exclusivamente ao automóvel, construindo um império. Mas esse propulsor de combustão interna serviu de base para a fabricação de motos em escala industrial. Velocidade - De 1885 para cá, muita coisa mudou no mundo das motocicletas. A cada ano os engenheiros conseguiram feitos novos, motores mais potentes e motos muito mais velozes e com tecnologia avançada. Durante muito tempo, o título de moto mais veloz do mundo foi da Suzuki GSX 1300 R Hayabusa, que atinge
a velocidade final de 308 km/h. Mas a Kawasaki não deixou por menos e lançou no ano passado a ZX-14, que humilhou as concorrentes com os seus 311 km/h. Um míssel no asfalto e que, por conta disso, não deve ser pilotada por motociclistas inexperientes. Seu motor de 1.352 cc, 16 válvulas, refrigerado a água, desenvolve torque máximo de 14 mkgf a 7.500. A potência máxima, entretanto, não foi declarada pela fabricante, mas deve ficar em torno de 197 cavalos. Essa máquina assusta até porque o título da menor aceleração de 0 a 100 km/h também é dessa Ninja voadora: 2,3 segundos. Na primeira colocação reinava a Triumph Rocket III, que acelera em 2,8 segundos. Só para comparar, uma Ferrari F340 chega aos 100 km/h em 3,9 segundos. Potência - Mas quando o assunto é potência máxima, a Kawasaki ZX-14 cai para a viceliderança no ranking com 190 cv. No alto do pódio está a Boss Hoss Big Block, com 509 cv, a linha de motocicletas produzida em Dyersburg, no estado americano do Tennessee, com os tradicionais motores de oito cilindros da General Motors. Em 1990, Monte Warne, um aficionado por motos, criou seu primeiro protótipo unindo peças de Harley-Davidson e um motor Chevrolet 350. Hoje produz aproximadamente 500 unidades por ano e no lugar do propulsor V2 ou V4 há um enorme motor V8 de automóvel –
Esta Harley-Davidson V Rod é, simplesmente, a moto mais cara do mundo: US$ 35 mil, sem os impostos tupiniquins
Esta é, sem dúvida alguma, a mais vendida no Brasil: Honda CG 150 Titan
Com esta cara, a Kawasaki ZX14 só poderia ser mesmo a mais veloz do mundo. Antes dela, a destronada Suzuki Hayabusa
small-block (bloco pequeno), de 355 cv, 5.735 cm³ ou o big-block (bloco grande) de 509 cv, 8.226 cm³. E com isso, a Boss Hoss ganha também o título de "A moto de produção de maior cilindrada". Torque máximo - Mas todos esses títulos eram pouco para a Boss Hoss. A moto americana é a campeã, também, em torque – 51,17 mkgf (502 Nm) – entre os modelos produzidos em série. A segunda colocada, a Harley-Davidson FXCSTS, tem menos da metade de seu torque – 20,38 mkgf (200 Nm). A Boss Hoss leva o título, ainda, de "A mais pesada" entre as motos de produção. São 589 kg contra 385 kg da vice-líder, Harley-Davidson FLHTCUI Ultra. A Harley, entretanto, não ocupa apenas a viceliderança. A moto mais cara vendida no exterior é fabricada pela empresa fundada em 1903 por S. Harley e Arthur Davidson, ou seja, a Harley Davidson: a V-Rod. Uma custom clássica com acabamento de primeira que custa US$ 35 mil. Aqui no mercado brasileiro sai por R$ 92 mil. Segundo os amantes da marca, essa Harley é diferente das irmãs, pois conta com motor mais "apimentado" – um V-twin (dois cilindros em V), 115 cv, refrigerado a água, que deixa a moto com estilo esportivo. Mas aqui no nosso país, quem quiser desfilar com a moto mais cara pelas ruas deve comprar a italiana MV Agusta F4, que custa cerca de R$ 140 mil. Quem desembolsar esta quantia terá a certeza de estar pilotando uma lenda sobre rodas e uma moto com mecânica de alto valor técnico. O que mais encanta os motociclistas é o desenho da rabeta traseira com os quatro escapes.
dela e sim da Honda CG 150 Titan, sucessora da CG 125, que vem batendo recordes e recordes de comercialização.
A mais barata, Sundown Hunter 90: R$ 2.990
A mais barata - Se o dinheiro está curto, enquanto o sonho de comprar a mais cara não chega, pode-se começar comprando a mais barata do mercado brasileiro: a Sundown Hunter 90, por R$ 2.990. Uma pequena moto equipada com propulsor de 5,6 cavalos, que lembra, e muito, as velhas "cinquentinhas" do final dos anos 70. Mas claro que bem modernizada. Mesmo com o título de "A mais barata", o de "Mais vendida" por aqui não é
Mais cobiçadas - Apesar de ser ágil e prática no trânsito, não é o "sonho" de consumo da maioria dos motociclistas. As mais desejadas são duas esportivas: Yamaha YZF R1 e Ducati 999. A primeira é considerada uma das melhores superesportivas de sua classe e mais parece uma moto de corrida e não de rua, com seu potente motor 4 tempos de 172 cv. Segundo os especialistas "é uma moto para ser pilotada". A Ducati também é uma superesportiva que lembra muito uma moto de competição. É para motociclistas que gostam desse estilo de pilotar e não ligam para a suspensão dura e a posição, relativamente desconfortável. Entre tantas "Mais, Mais", difícil dizer qual a melhor. Mas certamente, em um ano, muitas posições nos rankings já terão mudado. Afinal, assim como as motos que desenvolvem, os engenheiros continuam acelerando novos projetos. Há, inclusive, aqueles que criam suas próprias motos mas que não viram de série, como a Dodge Tomahawk, Macbor, Norton, Münch, entre muitas outras. Mas essas não entram na disputa.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC
MuNDOreAL
8 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO
s crimes do partido governante e do seu inocentíssimo chefe ultrapassam tudo o que a imaginação maligna de seus mais odiosos opositores teria podido inventar. As revelações dos últimos dias impõem a conclusão incontornável de que a administração federal, subjugada aos interesses de uma organização partidária auto-idolátrica, se transformou em instrumento para uma variedade alucinante de esquemas delinqüenciais, postos em ação numa escala jamais vista em qualquer parte do mundo ou época da história. Quando o PT, no início da década de 90, adotou a prática do moralismo acusador que até então tinha sido mais típica da direita (v. Carlos Lacerda, Jânio Quadros e a própria Revolução de 1964), percebi e anunciei claramente que se tratava de um ardil baseado no mais puro cinismo leninista: "Acuse-os do que você faz, xingue-os do que você é." O estilo mesmo das invectivas petistas era tão inflado, tão hiperbólico, tão teatral, que se autodenunciava no ato como camuflagem de alguma perversidade superlativa em curso de preparação. Qualquer ridícula tramóia de políticos de interior para ciscar uns tostões do governo federal, qualquer miúda negociata entre barnabés endividados e financistas ladrões, era denunciada imediatamente como uma "manobra golpista", um "Estado dentro do Estado", uma ferida mortal no coração da ordem pública, um perigo apocalíptico para o futuro da nação. Ninguém que desejasse apenas tirar proveito publicitário da desmoralização de seus inimigos exageraria a tal ponto a ênfase da acusação. Tinha de haver algo mais por trás desse esbanjamento retórico. Investigações que fiz na ocasião levaram-me a concluir que o serviço secreto petista, então denunciado pelo governador Esperidião Amin sob o nome humorístico de "PT-POL", era uma realidade. Milhares de militantes e olheiros espalhados em partidos, empresas privadas, bancos, organismos da administração federal, alimentavam de informações colhidas ilegalmente a central chefiada pelo sr. José Dirceu, que então as usava para brilhar nas CPIs com revelações espetaculares vindas de fontes anônimas e irreveláveis. Não se tratava, é claro, apenas de brincar de Eliott Ness. O serviço secreto petista já era, por si, uma máquina criminosa de dimensões incomparavelmente maiores do que aquelas que o sr. José Dirceu, em patéticos êxtases de hiperbolismo verbal, atribuía
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Celso Junior/Arquivo AE/11/05/2001
Geração maldita O esquema de corrupção que se apossou do governo federal não é fenômeno isolado. Não é iniciativa de um grupelho autônomo, separado das raízes partidárias.
Qualquer que seja o resultado das eleições, qualquer que seja o desenlace das investigações de corrupção, a gangue petista não vai largar gentilmente a rapadura.
aos réus do momento. Era o Estado dentro do Estado, no sentido literal da expressão, que, camuflando seus crimes sob os alheios, se usava a si próprio como figura de linguagem para ampliar os medíocres delitos dos adversários e lhes dar uma significação política que não tinham. Nada mais interessante do que comparar estilisticamente os discursos da época com as notícias de hoje: os tribunos da moralidade petista nada imputaram a seus microscópicos adversários que eles próprios já não estivessem fazendo ou preparando em dimensão macroscópica. Pequenos delinqüentes eles próprios, tornaram-se gigantes do crime ao erguer-se sobre os ombros dos Anões do Orçamento. Mais ou menos na mesma época, um dirigente do PT, César Benjamin, abandonava a agremiação e denunciava a criação, pela cúpula do partido, de um esquema de corrupção então ainda em estado germinal. Paralelamente, o PT articulava-se com organizações revolucionárias e gangues de criminosos de vários países do continente, montando o "Foro de São Paulo" como central estratégica devotada ao projeto de "reconquistar na América Latina tudo o que foi perdido no Leste Europeu", isto é, de reconstruir no continente o regime mais corrupto que já existira no mundo (v. Corrupção na URSS, no fim do artigo). Completava o esquema uma rede de apoios jornalísticos solidamente cimentados em lealdades partidárias secretas e na farta distribuição de dinheiro e empregos. A CUT, braço sindical do PT, confessava ter oitocentos jornalistas na sua folha de pagamentos, o bastante para tirar duas edições diárias da Folha, do Estadão e do Globo, embora não publicasse um tablóide semanal sequer. Como todas essas iniciativas envolviam sempre os mesmos indivíduos – o comando e estado-maior do PT –, era óbvio que elas não constituíam ações separadas e inconexas, mas aspectos da construção integrada de um sistema de poder destinado a engolir o Estado brasileiro e usá-lo para a consecução dos objetivos do Foro de São Paulo.
A existência desse sistema já era visível em 1993, quando José Dirceu e Aloizio Mercadante posavam na CPI das empreiteiras como restauradores da moralidade pública. Quem quer que depois disso ainda tenha confiado na honorabilidade do PT e na sua disposição de disputar eleições lealmente e governar o país em rodízio democrático com os outros partidos, é um irresponsável, um burro, um palpiteiro fanfarrão que, diante das atuais revelações, deve ser excluído do círculo de formadores sérios da opinião nacional e recolher-se à vida privada, senão à privada da vida. Incluo nisto políticos, professores universitários, consultores empresariais pagos a preço de ouro, donos de jornais, chefes de redação e uma coleção inteira de "intelectuais e artistas" de todos os tipos e formatos. Toda essa gente, quando não foi cúmplice consciente do que se tramava contra o Brasil, mostrou ao menos uma futilidade palavrosa que, em matéria de tal gravidade, é um crime tão grande quanto os do PT. Tudo o que está acontecendo no Brasil de hoje poderia ter sido evitado. Poderia e deveria. Não foi – e, mais do que os próprios delitos petistas, isso ficará como mancha indelével na história da alma nacional. Haja o que houver no futuro, o Brasil terá sido durante quase duas décadas um país de tagarelas levianos, covardes, intelectualmente ineptos, dispostos a sacrificar o futuro do povo no altar de um otimismo vaidoso e da recusa obstinada de enxergar a realidade. O Brasil não foi vítima só de "um grupo", "uma camarilha", "uma elite". Foi vítima de toda uma geração, a mais presunçosa e fútil de todas quantas já nasceram aqui. Essa geração é a minha. Agora entendo retroativamente por que, ao longo de toda minha vida adulta, quase só tive amigos trinta anos mais jovens ou trinta anos mais velhos. Uma desconfiança irracional, instintiva, me afastava dos colegas da minha idade, com exceção de quatro ou cinco puros de coração, visceralmente incapazes de baixeza, alguns dos quais, por significativa coincidência, hoje trabalhando neste Diário do Comércio. Ficar longe dos meus coetâneos foi
deprimente e, para a minha carreira nas redações, letal. Mas me livrou de ser cúmplice do maior delito intelectual da nossa história. Agora, quando a verdadeira índole do petismo já não pode mais ser ocultada ou disfarçada, a presente geração de formadores da opinião pública (refiro-me aos que não foram comprados ou seduzidos pelo PT) corre o risco de repetir esse crime, se presumir que a mera concorrência eleitoral ou mesmo a punição judicial de algumas dúzias dos culpados mais óbvios livrará o país do flagelo e lhe abrirá as portas de um futuro mais digno. O esquema de corrupção que se apossou do governo federal não é fenômeno isolado. Não é iniciativa de um grupelho autônomo, separado das raízes partidárias. Não é um caso de pura delinqüência avulsa. É parte integrante da máquina revolucionária cuja montagem, se entrou em ritmo acelerado no início dos anos 90, remonta a pelo menos duas décadas antes disso, quan-
Hoje, a desproporção de força física entre a esquerda e seus opositores é tão grande, que esses últimos têm até medo de pensar no assunto.
O estilo das invectivas petistas era tão inflado, hiperbólico, teatral, que se autodenunciava como camuflagem de alguma perversidade superlativa em curso de preparação.
do ao fracasso das guerrilhas se seguiu um esforço generalizado de rearticulação da esquerda continental nas linhas circunspectas e pacientes preconizadas por Antonio Gramsci em substituição aos delírios belicosos de Régis Débray, Che Guevara e Carlos Marighela. Quem quer que não conheça essa história com detalhes está por fora do que se passa na América Latina e não tem nenhum direito de solicitar a atenção pública para as opiniõezinhas com que deseje se exibir em colunas de jornal ou encontros empresariais. Está na hora de calar a boca dos palpiteiros irresponsáveis e começar a estudar o assunto que eles ignoram. Incluo entre esses tagarelas o ex-presidente José Sarney e
11 de maio de 2001. José Dirceu, presidente nacional do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, então presidente de honra do partido, e o deputado federal Aluizio Mercadante lançam campanha anticorrupção: "ardil baseado no mais puro cinismo leninista".
seu ministro do Exército, Leônidas Pires Gonçalves, que, em plena época de gestação da nova estratégia revolucionária continental, retiraram do currículo das academias militares a disciplina de "Guerra Revolucionária" sob o pretexto de que "os tempos mudaram", deixando duas gerações de oficiais brasileiros desguarnecidos contra as manobras estratégicas que hoje os usam como instrumentos. Incluo na mesma classificação todos os que, numa fase muito mais avançada do processo de tomada da América Latina pelas forças da esquerda revolucionária, diziam que alertar contra as maquinações do Foro de São Paulo era "açoitar calavos mortos". Incluo os chefetes de redação que tentaram tapar a minha boca para que eu não perturbasse o lazer de seus leitores com advertências de que viria a acontecer precisamente o que veio a acontecer. Incluo os "liberais" que, vendo montar-se à sua volta a maior organização revolucionária e criminosa já registrada na história da América Latina, insistiam em ater-se a miúdas críticas de ordem econômica e administrativa, como se toda sua diferença com o PT consistisse de polidas divergências doutrinais e estratégicas entre homens igualmente sérios, igualmente honestos, igualmente devotados ao bem do Brasil. O número dos cretinos auto-satisfeitos, que não precisam estudar nada para julgar tudo e ter opiniões definitivas, é grande o suficiente para que o peso do seus rechonchudos traseiros esmague a nação inteira. Toda essa gente é culpada por ter dado ao povo a ilusão de que o PT era um partido normal, respeitador das leis, ordeiro e pacífico. Ele não é nada disso e nunca foi nada disso. Ele já era o partido das Farc, ele já era o partido dos seqüestradores do MIR chileno, muito antes de ser o partido do Mensalão. Muito antes de que brotasse dinheiro em cuecas, a CUT já carregava nas calcinhas seus oitocentos jornalistas, sem que alguém ligasse a mínima quando denunciei isso como a maior compra de consciências na história da mídia universal desde a década de 30. Parafraseando Nelson Rodrigues: a desmoralização nacional não se improvisa, é obra de décadas. Se, agora, alguém pensa que vai se livrar dessa encrenca com uma eleição e dois ou três processos, está muito enganado. Ninguém empenha décadas da sua vida na construção de um gigantesco esquema de poder, para depois deixá-lo derreter-se e escorrer por entre seus dedos ao primeiro sinal de mudança das preferências da opinião pública.
O que é, substantivamente, o esquema de poder petista? Ele não é apenas uma conspiração de gabinete. Ele se assenta na força da militância organizada que, a qualquer momento, pode colocar nas ruas alguns milhões de manifestantes furiosos, com o apoio de quadrilhas de delinqüentes armados, para impor o que bem entenda a uma nação inerme e aterrorizada. Durante quatro décadas a esquerda desfrutou do monopólio absoluto da formação e adestramento de militantes para a ação permanente em todos os campos da vida social, enquanto seus opositores, confiantes no poder mágico do automatismo institucional, se contentavam com mobilizar auxiliares contratados às pressas para exibir uns cartazes de candidatos nas épocas de eleição. Hoje, a desproporção de força física entre a esquerda e seus opositores é tão grande, que esses últimos têm até medo de pensar no assunto. Novamente, eles se arriscam a confiar no abstratismo das instituições e em vagas "tendências da opinião pública", contra a massa organizada, adestrada e armada. E novamente eu me arrisco a ser chamado de maluco por advertir contra o perigo óbvio. Qualquer que seja o resultado das eleições, qualquer que seja o desenlace das presentes investigações de corrupção, a gangue petista não vai largar gentilmente a rapadura.
Corrupção na URSS uem quer que estude um pouco a corrupção no regime soviético notará, de um lado, a desproporção entre seu tamanho e o de seus equivalentes nominais no mundo capitalista; de outro, a sua perfeita continuidade organizacional e hierárquica com a presente "máfia russa", senhora absoluta do crime organizado no mundo e participante ativa dos atuais esquemas revolucionários no Terceiro Mundo. Não creio que seja possível entender nada do que se passa no mundo sem dar alguma atenção a esse assunto. Os livros básicos a respeito são: Konstantin Simis, USSR: The Corrupt Society. The Secret World of Soviet Capitalism, New York, Simon & Schuster, 1982. Alena V. Ledeneva, Russia’s Economy of Favours. "Blat", Networking and Informal Exchange, Cambridge Unversity Press, 1998. Joseph D. Douglass, Red Cocaine. The Drugging of America and the West, London, Edward Harle, 1995. Claire Sterling, Thieves’ World. The Threat of the New Global Network of Organized Crime, New York, Simon & Schuster, 1994.
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DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 2006
MERCADO
Fugindo do transporte coletivo Tem gente trocando ônibus/metrô pela moto. Gastos com transporte público dão para pagar prestação. ALZIRA RODRIGUES
s vendas de motos no Brasil mais do que quadruplicaram em dez anos. Foram 276 mil unidades em 1996, com previsão de chegar a 1.185.000 este ano, uma expansão de 330%. Nesta década as vendas mais do que dobraram (tabela ao lado) e tudo indica que continuarão em expansão nos próximos anos. Vários fatores têm contribuído para o desempenho, entre eles a oferta de motos baratas e facilidades na compra. "Usuários têm direcionado gastos com transporte coletivo para bancar a prestação da moto", diz Paulo Shuiti Takeuchi, presidente da Abraciclo, entidade dos fabricantes de veículos duas rodas. Hoje é possível fazer financiamento com prestações abaixo de R$ 100, em até 60 meses. "Esse valor é muito próximo aos gastos que uma pessoa tem mensalmente usando metrô ou ônibus todos os dias", conclui ele.
A
Todas as classes - A maioria dos fabricantes oferece produtos pequenos a preços acessíveis. As motos mais baratas da Honda, por exemplo, custam a partir de R$ 5,4 mil. “A motocicleta está se tornando um meio de transporte prático, econômico e acessível a todas as classes”, avalia Takeuchi. Com uma gama crescente de modelos de todos os tipos e preços, o setor vem conquistando consumidores que compram moto como alternativa ao automóvel para os dias de rodízio. Tem, ainda,
os que vêem neste tipo de veículo uma forma de ter mais agilidade no congestionado tráfego das grandes cidades. "Sem contar que a moto tem sido cada vez mais utilizada para fins profissionais", lembra o presidente da Abraciclo. "Tem crescido tanto o número de moto-frete nas grandes metrópoles como também o de moto-táxi em cidades do interior. A situação econômica nos favorece e os fabricantes continuam investindo forte em novos produtos para melhor atender o consumidor brasileiro". Analisa. Desempenho atual - O setor registra, este ano, crescimento de 17,7% na produção, concentrada no Pólo Industrial de Manaus, no Amazonas. Foram 947,48 mil motocicletas de janeiro a agosto, contra 805,2 mil no mesmo período de 2005. A estimativa dos fabricantes é de fechar o ano com produção de 1,36 milhão de unidades, um crescimento de 12% sobre o desempenho registrado em 2005. O mercado interno está em franca expansão, mas as exportações em queda pela valorização do real frente ao dólar. Nos oito primeiros meses deste ano, as vendas domésticas somaram 832.514 motos, volume 23,6% superior ao de idêntico período do ano passado (673.780). Pelas projeções divulgadas recentemente pela Abraciclo, a demanda interna deve crescer 15% no acumulado deste ano. Já as exportações registraram decréscimo de 4,6% nos primeiros oito meses do ano, tendo totalizado 120.146 unidades, ante 125.921 em idêntico período do ano pas-
sado. A entidade projeta vendas externas de 175 mil motos em 2006, volume 6% inferior ao obtido em 2005 (184,6 mil). Ranking - A Honda domina nosso mercado de motos há anos, com mais de 80% das vendas. Na comparação de 2006 com o ano passado ela registra pequeno decréscimo de participação (81,1% contra 82,3%). Suas vendas ampliaram-se em 21,7% este ano, com 675,3 mil unidades, volume 21,7% superior ao dos primeiros oito meses de 2005 (554,8 mil). A Yamaha é a vice-líder, com participação de 13,8%
e a venda de 115,2 mil motos em 2006, 23,2% a mais do que no período de janeiro a agosto do ano passado (93,5 mil). A terceira no ranking nacional é a Sundown, que ampliou sua fatia no mercado de 3,1% para 4,7% (veja tabela), seguida da Kasinski, que este ano é a única marca com as vendas em queda (2.082 unidades contra 4.223 entre janeiro e agosto de 2005). Segurança - A Abraciclo apóia as medidas que vêm sendo adotadas pelo CET (Centro de Engenharia e Tráfego) na cidade de São Paulo, que incluem a adoção de faixas preferenciais e exclusivas para motos (veja artigo na página 2). "Tudo que é novo envolve um tempo de adaptação", destaca o presidente da entidade. "A implantação do uso obrigatório do cinto de segurança, por exemplo, foi difícil no início. Hoje, no entanto, faz parte do dia-a-dia da maioria das pessoas. Acredito que o mesmo vai acontecer no caso dos programas envolvendo a circulação das motos em nossas ruas e estradas". O fundamental, na avaliação de Takeuchi, é haver um processo contínuo de conscientização, tanto dos usuários de motos como dos motoristas de carro. "Não tem lógica alguma um ficar disputando com o outro. Há espaço para todos e tudo que for feito com vistas a melhorar as condições de segurança no nosso trânsito tem o apoio da Abraciclo". Takeuchi lembra que os fabricantes do setor vêm investindo em centros de pilotagem e segurança e em programas de conscientização dos usuários.
Ano 81 - Nº 22.220
São Paulo, terça-feira, 26 de setembro de 2006
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Jornal do empreendedor
Edição concluída às00h08
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kmin, Serr FHC (com Alc equiparou Lula ao do, sil Kassab), ao la io Por um Bra íc m o c o n io n demô e bandidos", d o rn e v o g m Decente. "É u aia. Pág. 3 disse César M E
Celso Junior/A
Leões famintos em todo o Brasil
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Carga fiscal dos estados brasileiros apresentou variação real de 21,17%, de 1998 a 2005, mostra estudo do IBPT. Na média, impostos passaram de 7,37% para 8,93% do PIB. E 1
s dos envolvido o ã ç ta a tr n o c pela gas. izou Berzoini il b a s os sanguessu n o d p a s fi á re .) m ir à d s o à , n dos". Pág.3 ca ra tu p r lo la a u e c d Lula (acima in o v d n "ba do dossiê para dores são um ra o b la o -c no escândalo x e s disse que seu O presidente
33 vampiros
PIB
Dois dos 33 vampiros denunciados pelo MP são célebres: o ex-ministro Humberto Costa e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. Página 8
Justiça quer dossiê no TSE Juiz de Cuiabá manda a Polícia F ederal entregar ao TSE o que já apurou sobre o fraudessuga. Página 8 Leonardo Rodrigues/Hype
A previsão do mercado financeiro é a de que o PIB terá uma expansão de apenas 3,09% este ano. A estimativa de inflação pelo IPCA é de 3,27%. O mercado espera a queda de mais 0,5 ponto percentual para a Selic. E 5
Mensagem instantânea para sua empresa Ordem é ficar bonito Veja Especial com os bons negócios do setor
Reinaldo Azevedo, jornalista; Alencar Burti, presidente da ACSP, e Alejandro Esclusa, da Fuerza Solidária
Lula e Chávez na arena da ACSP Convidado da Venezuela fala sobre a crise das instituições na AL DC
Funcionários e clientes são simpáticos ao papo virtual via IM. Mas essa comunicação rápida e barata pode abrir portas à invasão de vírus em sua empresa. Informática
Redução para 4% ainda é otimista
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Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de setembro de 2006
1 No Brasil, vai ter um terremoto que quem vir não vai acreditar. A gente está escapando porque tem muito crente orando. Edvaldo Silva, pastor
PRAÇA DA SÉ, UMA ESCADA PARA O CÉU Em frente ao maior símbolo do catolicismo na cidade de São Paulo, a Catedral da Sé, dezenas de evangélicos pregam a palavra de Deus das mais variadas maneiras e nos mais diferentes estilos. Alguns falam aos sussurros, outros gritam ou encenam passagens bíblicas. Existem aqueles que prometem cura. Durante as pregações, pastores pedem contribuições para suas igrejas ou vendem CDs e DVDs próprios. Mas a grande fonte de renda parece ser mesmo o agendamento de cultos em templos da capital e até em outros estados. Para eles, a Sé funciona como uma vitrine. Fotos de Mario Miranda/Luz
Fernando Vieira
A
Catedral da Sé, principal marco católico de São Paulo, é o pano de fundo de um cenário onde multiplicam-se altares para os mais variados pregadores religiosos. Diariamente, cristãos de diferentes confissões transformam a Sé em templos improvisados, construídos na base da risca de giz, como se muros fossem. Rodeados de fiéis de passagem e curiosos, os pregadores se revezam no centro imaginário de suas igrejas. Ali, seguem uma rotina de difusão da palavra de evangelização, que vai de gritos a sussurros, de encenações teatrais a leituras interpretadas do Evangelho. Aos olhos de quem quiser ver, realizam ainda conversões instantâneas e inúmeros milagres – garantem. E mais, cumprem expediente rigoroso, com horários pré-determinados, agindo como profissionais da fé, sem abrir mão da realização de negócios como a venda de produtos e de palestras. Dois grupos de pregadores se destacam na Sé, um dos pontos mais movimentados da capital, o que a torna um respeitável cartão de visitas. Ambos se dizem evangélicos. Mas não se misturam, embora também não se oponham. De fato, são apenas concorrentes e respeitam-se. Cada qual tem seu turno e age de forma independente. O expediente do pastor Edvaldo Silva, de 35 anos, começa às 10h. É ele o líder do primeiro grupo de pregadores e quem faz, geralmente, a abertura dos trabalhos de evangelização. No chão delimita seu espaço com um pedaço de giz branco, sempre mais na parte sul da praça, próximo aos engraxates. No interior do retângulo desenhado, escreve frases de fé: "Não acredito em imagem. Eu acredito em Jesus". Em seguida, pendura um banner na árvore mais próxima. Nele estão impressos sua própria imagem e seus telefones de contato. Trata-se de uma peça publicitária criada para divulgar CD e DVD próprios que trazem sua "Mensagem ao Vivo", gravada em uma de suas pregações. Os dois produtos são colocados à venda, prática comum entre muitos desses pregadores. Terremoto – Enfim, começa a pregação. O estilo do pastor Edvaldo mistura gritos e caminhadas incessantes, em círculo, aproximandose de cada um que o observa. Sua mensagem não segue uma linha de raciocínio constante. "É tudo inspiração abençoada de momento", diz. Assim, ele fala de tudo, dizendo basear-se na Bíblia. E vai da condenação do homossexualismo, do aborto e do carnaval a profecias sobre o fim do mundo. "No Brasil, vai ter um terremoto tão grande que quem vir não vai acreditar. Vocês viram o que aconteceu na Indonésia? Aqui vai ser pior. A gente está escapando, por enquanto, porque tem muito crente orando pelo Brasil". Frases de efeito como essas chamam a atenção de quem passa. E funcionam para atrair o público. Utiliza também em sua pregação uma estratégia típica de sala de aula: a de perguntas e respostas. "Se você casar com uma mulher que não é crente, ela vai querer ir pro forró e você...", deixa no ar. "Pra igreja!", vem a resposta, puxada por dois ou três outros religiosos que marcam presença ao lado do pastor. Ele torna a perguntar: "Ela vai querer ir para a boate e você...". "Pra igreja!", responde a platéia em um coro crescente, estimulada pelos ajudantes. "Quem está entendendo diga: Amém!", finaliza o pregador. Quatro horas – Com 15 anos de praça da Sé no currículo, segundo afirma, o pastor Edvaldo é capaz de pregar por quatro horas ao ar livre sem perder a voz. As paradas se resumem a um breve gole de refrigerante ou água, para o que, de vez em quando, conta com a ajuda dos fiéis. "O pastor está falando aqui já tem duas horas. ‘Tô’ com a garganta seca. Quem é de bom coração para comprar um litro de refrigerante? Peço àqueles que se sentirem tocados por Deus", diz. "Quem dá com uma mão recebe com a outra", menciona o ensinamento bíblico. O pastor Edvaldo também distribui um envelope com a marca da Igreja Pentecostal Missionária O Brasil é do Senhor Jesus, com sede na região de Itaquera, da qual ele é o fundador. Sem cerimônia, informa que quem quiser ajudar o trabalho pode contribuir com qualquer quantia e depositar em uma sacola, ali no chão. Diante de olhares receosos, argumenta: "Você dava dinheiro para maconha, para bebida, para bingo, para prostituta, será que você não pode dar pela palavra de Deus?". E pondera: "Não tô cometendo crime. Dá quem quer e quem pode".
O pastor Arnaldo coordena os pregadores à tarde
Pastor Xavier promete cura para doenças
O evangelista (aspirante a pastor) Edmílson da Silva garante que não cobra pelas pregações nas igrejas
Crime e fé – Autodenominado evangelista – função de quem é aspirante a pastor - Alexandre Pedrezane, de 32 anos, reveza-se na pregação no espaço do pastor Edvaldo em alguns dias da semana. Com quatro anos de experiência, ele não distribui envelopes para contribuições, mas põe produtos à disposição do público. O CD, com um testemunho gravado, conta sua virada pessoal do mundo do crime para o plano da fé e custa R$ 10. O DVD (R$ 20) foi feito durante uma pregação na Bahia, para o n d e f o i c omo missionário da igreja da qual faz parte, a Pentecostal de Nova Jerusalém. Ele conta que o convite para essa e m u i t a s o utras viagens em missões pelo Brasil ocorreram graças ao seu desempenho na Sé. "Aqui é um espelho e n o s t o r n amos conheci-
dos, queiram ou não". Na Sé também surgem propostas para pregações em diversas igrejas evangélicas paulistas. "Pegam meu telefone e ligam depois de três dias para agendar. O número de convites varia, pode ser três ou quatro, mas tem mês que chega a dez". Na página seguinte, mais informações sobre os pregadores da praça da Sé
Fiéis acompanham pregações na Sé
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Ambiente Compor tamento Religião Urbanismo
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de setembro de 2006
Por volta das 19h30, encerram-se as atividades. É o fim do expediente para os profissionais da fé.
PREGAÇÃO NA SÉ É FEITA EM TURNOS
Para atrair fiéis, milagres e conversões Pastores fazem pregações muito parecidas. Na roda de orações, encerram com o pedido de salvação dos fiéis e o afastamento de todas as maldições e doenças. Fotos de Mario Miranda/Luz
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pregação em praça pública é bíblica. Fazia parte do trabalho de evangelização dos apóstolos de Jesus. Mas até que ponto é certo cobrar ou pedir dinheiro nesse tipo de difusão da palavra? E ainda transformá-la em produtos para venda? Questões polêmicas para religiosos, fiéis e para o Ministério Público. Do ponto de vista religioso, misturar fé e negócios é motivo de preocupação, diz o teólogo e mestre em ciências religiosas, pastor Joubert de Oliveira Sobrinho. "A preocupação é crescente com a associação entre mercado e Evangelho. Quem aparece mais, vende mais. E isso é muito criticado, porque a missão religiosa não é essa", diz o pastor, ligado à Igreja Cristã da Família. Segundo Sobrinho, a pregação pública não deveria ser encarada como profissão ou fonte de sustento por religiosos em geral. "Eticamente, isso não está certo. Os dízimos e ofertas, praticados sem abusos, guardam uma relação clara com a igreja, para a manutenção de toda sua estrutura". Ele alerta para a falta de qualidade na formação dos evangelizadores. "Biblicamente, o chamado missionário não exige conhecimento acadêmico. Mas para se tornar um pastor deve haver o reconhecimento do dom pela comunidade". Entre fiéis a questão dos pedidos de doações é controversa. Para o aposentado Israel Luis de Oliveira, de 68 anos, que acompanha pregações na praça da Sé, a evangelização é um trabalho como qualquer outro. "Se tiver dinheiro no bolso, eu dou. Todo trabalhador é digno do seu salário, nos ensina a Bíblia". Já para o gráfico aposentado Vicente Alves Pimenta, de 70 anos, é imoral viver apenas da doação proveniente da fé. "Isso não é trabalho. É exploração de crenças". O taxista Lauripio Santos, de 55 anos, faz uma alusão à rua Dom José Gaspar e ao largo do Paissandu para definir sua opinião sobre a Sé. "Se você procura garçons, vá até o primeiro endereço. Se procura artistas, ao segundo. Agora, se procura decoradores da Bíblia, que fazem disso uma profissão e conseguem manipular o público, a Sé é o lugar". Para o promotor de Justiça Marcelo Mendroni, que investiga crimes relacionados a algumas igrejas evangélicas, há dificuldade em coibir aliciadores públicos da fé, porque as pessoas que fazem doações não se acham vítimas. "Estão cegas pela fé". "A venda de mensagens é mais uma prova de que a religião vira um negócio. Descobre-se um filão de arrecadação de dinheiro". Entre os pregadores da Sé, foi encontrado um folheto intitulado "ajuda mútua entre irmãos e amigos, saia da crise", que pedia o depósito de R$ 10 em uma conta bancária e estimulava sua reprodução, numa espécie de corrente. O folheto não trazia o nome do responsável, apenas um telefone que não atende às ligações. Segundo o promotor Mendroni, esse tipo de prática é estelionato. (FV)
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evangelista Alexandre Pedrezane afirma que não cobra por suas palestras, mas confirma que recebe uma contribuição das igrejas que o convidam. O valor dessa remuneração também não é preciso – fica entre R$ 50 e R$ 200. No fim do mês, consegue o suficiente para cobrir os custos em casa (cerca de R$ 1.600), e manter seus quatro filhos. "Esse é o nosso trabalho. Deus nos escolheu para isso. E é justo viver pela fé, está na Bíblia". Um outro ponto comum entre o pastor Edvaldo e o evangelista Pedrezane é o desfecho de suas apresentações. Os dois costumam pedir a aproximação do público e fazem uma grande roda de oração. Em seguida, ungem a todos com perfume. As mãos para os céus e os pedidos de salvação são repetidos pelos seguidores. Depois, todos de joelhos para "afastar as maldições e tirar todas as doenças". O pequeno aglomerado de cerca de 20 pessoas se despede ouvindo as últimas palavras. "Nesses últimos quinze anos, tenho ouvido testemunhos de cura de câncer e de portas que se abriram aqui, acreditem. Obrigado abençoados", encerra o pastor Edvaldo. Arnaldo, de 64 anos, está há quase 30 na Sé e diz que não vende nada nem pede doações aos fiéis Troca de turno – O fim da apresentação, religiosamente às 14h30, marca o início do expediente do grupo vespertino, alocado mais ao norte da praça. O pastor Arnaldo de Albuquerque Melo, de 64 anos, assume a coordenação dos trabalhos. Ele é um dos mais antigos no local, quase 30 anos, e se orgulha de dizer que não vende nada e nem pede doações. "Se explorasse a obra de Deus estaria milionário, como faz hoje a maioria". Atualmente, não está vinculado a uma Igreja específica. "Prego aqui e onde me convidam. Deus me abençoa e sigo minha vida de forma simples", diz, sem mencionar o quanto e Alexandre Pedrezane conta de onde vem sua remuneração. experiência de ex-detento Edvaldo Silva e seu banner: pastor é o líder do primeiro grupo de pregadores O espaço, relativamente democrático, é aberto a quem quiser usar a palavra, seja presbiteriano, batista, adventista ou neopentecostal – como Deus é Amor e Assembléia de Deus. "A única exigência é que não se fale contra a Bíblia", diz o pastor Josemar Bento Mendes, de 41 anos, da Assembléia de Deus do Brás. Para ajudar na renda, ele faz bicos de segurança e revende CDs e DVDs evangélicos de cantores famosos, comprados no atacado. Não concorda com pedidos de doações em espaço público. Afinal, "oferta e dízimo são coisas da igreja como instituição". O pastor Josemar acreMembro de igreja dá benção a pedestre Sandoval, engraxate, ouve pregações o dia inteiro dita que seu sustento, baseado apenas na pregação, "é uma forma de sobrevivência que Deus lhe deu". E espera voltar para o mercado de tra- vida, as pessoas vêem, desconfiadas, o senhor para o mês de outubro, no interior de São Paulo. balho, mantendo as pregações exclusivamente partir lentamente, sem vontade de conversar. Assim que desliga, é abordado por um jovem que como missão divina. "Não é fácil viver da fé e O pastor Xavier fez ainda a conversão de um o convida para uma pregação em Francisco Modepender da fé de outras pessoas". homem que nas mãos tinha uma pasta cheia de rato. "Quanto você cobra?", dispara o rapaz. Muleta – E é justamente no tom de apelo de fé currículos, um material que estava bem a vista Edmílson responde que não haveria uma coque segue, paralelamente, o discurso fervoroso de todos. "Você está procurando emprego. Pro- brança, "apenas uma contribuição a cargo da do pastor Xavier – apenas assim identificado –, cura, procura e as portas se mantêm fechadas. igreja, se fosse possível, ou pelo menos o pagaque esporadicamente aparece e participa da Pois o Senhor vai abri-las agora. Basta que diga mento pelo custo da condução". Mas ele encapregação. Bastante expansivo, ele busca intera- que acredita em seu poder e passe a viver de minharia, com uma semana de antecedência, ção com o público. Pega na mão de um, coloca as acordo com o Evangelho". As "descobertas" do CDs e DVDs próprios, para serem colocados à mãos sobre a cabeça de outro. E pergunta: pastor emocionam o homem, que passa a repe- venda junto à comunidade local. Por R$ 22. "Quem tem alguma enfermidade?". tir as palavras do pastor. Pregador e o novo fiel Os dois trocam telefones, mas o acordo não é feLogo vê um senhor que segura uma muleta. "O partem em silêncio. chado naquele momento. A tarde segue e alguns Senhor vai curá-lo! O Senhor faz milagres!", anunEnquanto aguarda sua oportunidade para pre- pregadores desse grupo voltam ao centro do temcia, retirando a muleta do fiel. Faz uma oração ao gar, o evangelista Edmílson Roque da Silva, de 34 plo para uma segunda jornada. Por volta das pé do ouvido do enfermo, que, segundos depois, anos, ligado à Assembléia de Deus Ministério do 19h30, encerram-se as atividades religiosas na sai caminhando com a muleta nas mãos – meio Belém, fica ocupado com o celular que não pára praça da Sé. É o fim do expediente para os profismanco, é verdade. Num misto de comoção e dú- de tocar. Das ligações, ele agenda duas palestras sionais da fé. (FV)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
terça-feira, 26 de setembro de 2006
RESENHA
NACIONAL
BLOWBACK!
G Lula abriu o
jogo. Deu total cobertura ao vedoinaço. Acabou com a comunicação "paz e amor". Propôs a velha e enrugada fórmula dos pobres contra os ricos. mostra que esta caminha à esquerda. Ou seja, Lula terá sua própria base à esquerda, como antes de 2003. Só que, agora, sem ter como propor carência. Os partidos mensaleiros minguam ou desaparecem. Os deputados eleitos pelo PDT, PPS, PSOL e PV convergirão para uma oposição à esquerda. O PMDB não assumirá papel de protagonismo, pois essa não é a sua natureza. Na melhor hipótese, ofereceria metade de sua bancada a Lula.
Com isso Lula ficaria com 1/3 dos deputados do PT, com grande parte do PSB, quase a metade do PMDB e teria que garimpar os que se elegerem pelo PP, PTB e PL. Só que estes, com os traumas do mensalão, iriam a reboque de votações resolvidas. Na melhor hipótese, a base de um hipotético governo Lula seria de pouco mais de 1/3 dos deputados, fronteira para evitar um impeachment. Ou seja: quem pensa em reformas por mudanças legislativas, esqueça. A menos que Lula se inspire em Kirchner e defina uma maioria pela esquerda, mudando o caráter do governo e confirmando a natureza autoritária desse projeto. Seria bom, em caso de vitória de Lula, nossos analistas darem um pulo na Argentina e conhecerem o golpe (legal) que Kirchner deu. Neste domingo, num comício em Sorocaba, Lula abriu o jogo. Mostrou otimismo para evitar perdas maiores. Deu total cobertura ao vedoinaço. Acabou com a comunicação "paz e amor" de 2002. Propôs a velha e enrugada fórmula dos pobres contra os ricos. Se o quadro apontava para a desestabilização futura com uma hipotética vitória de Lula, agora o jogo passa a ser a certeza dessa desestabilização. Blowback, em resumo, expressa uma situação em que decisões políticas no presente, e com um determinado objetivo, constróem um futuro não imaginado, de amplo descontrole. TRECHOS DO COMENTÁRIO DE CESAR MAIA, PREFEITO DO RIO HTTP://CESARMAIA. BLOGSPOT.COM
JOÃO DE SCANTIMBURGO Céllus
N
os dias anteriores ao vedoinaço, o ministro Tarso Genro sinalizava (ou iludia?) com a possibilidade de um arco mais amplo de alianças num hipotético segundo governo Lula, que incluiria o próprio PSDB. Alguns tucanos até se assanharam. A carta de FHC colocou ordem na própria casa. Tarso Genro, com a certeza da vitória, buscava suavizar a conjuntura póseleitoral. O vedoinaço desmontou a lona do circo. Mais ainda, transformou uma hipotética vitória de Lula numa profunda crise política e institucional. Neste caso, o PSDB (pois o PFL já havia marcado posição) terá que ocupar o espaço de uma oposição com nitidez. Um primeiro levantamento das bancadas a serem eleitas pelo PT
Pergunta e resposta OLAVO DE CARVALHO
P
ergunta: por que, entre os esquerdistas decepcionados com Lula, há tantos que aparecem na mídia explicando os crimes dele como efeito de uma “guinada à direita” e nenhum, nem um único sequer, para dizer a mesma coisa nas assembléias e grupos de trabalho do Foro de São Paulo? Por que tantos querem convencer o eleitorado de que Lula os abandonou, mas não se mexem para repassar tão preciosa informação aos líderes máximos da esquerda latino-americana, Hugo Chávez e Fidel Castro, que, coitadinhos, ainda continuam iludidos confiando nele? Por que todos têm tanta pressa em denunciar o traidor ante o público em geral, mas nem pensam em avisar as supostas vítimas da suposta traição? Por que permitem que o renegado, o vendido, o apóstata, continue desfrutando do prestígio de militante fiel e honrado nos círculos internos da esquerda, enquanto o desmascaram perante o resto da humanidade?
R
esposta: agem assim porque são todos uns farsantes, mentirosos, salafrários como o próprio Lula. Agem assim porque, vendo que o homem está sujo demais perante a opinião pública, só lhes resta tentar limpar nele o projeto criminal-revolucionário que o criou, que o colocou no poder, que montou para ele a máquina de roubar e o adestrou no uso do equipamento. Estão apenas sacrificando o produto para salvar a fábrica. Sabem perfeitamente que estão mentindo. Contam, para isso, com a cumplicidade do próprio Lula. Quando o acusam diante do consumidor, mas não na reunião de diretoria, é porque sabem que, em último caso, ele é capaz até de sacrificar sua carreira pessoal pela salvação geral do plano. Chamam-no de infiel porque sabem que é fiel. Fiel o bastante para aceitar humilhações em prol da causa. Fiel o bastante para acobertar seus velhos cúmplices, mesmo quando o acusam. Fiel o bastante para aceitar com igualdade de ânimo o papel que lhe destinem - de santo ou de réprobo, de herói ou de traidor –, sabendo que no círculo dos iniciados, ninguém dá a mínima para a diferença e todo mundo sabe que ele é apenas um “companheiP
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Avanços e problemas
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Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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ANA LUISA PORTO BORGES
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C om quem Lula vai contar na base política?
Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br), Cláudia Thereza (Brasília) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80
P.S.
Os desiludidos a que se refere este artigo são tantos, que citá-los nominalmente ultrapassaria a extensão do Diário do Comércio. Mas, para não dizerem que falei só genericamente, dou o nome de três entre os mais famosos: Luiz Fernando Veríssimo, João Ubaldo Ribeiro e Carlos Eduardo Lins e Silva. Este último usou para fins de lavagem da esquerda até a resenha, no mais elogiosa, que fez do meu livro O Imbecil Coletivo na Folha de São Paulo do último sábado. Ser esquerdista, afinal, é ter todos os direitos e não perder a mais mínima oportunidade de usá-los.
or que tantos querem convencer o eleitorado de que Lula os abandonou?
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ro”, um militante como qualquer outro. Dentro da fábrica de onde ele veio, estão estocados, ou em linha de produção, milhares de outros Lulas, e Dirceus, e Paloccis, aguardando para ser lançados no varejo. Não vale a pena jogar fora o estoque inteiro por causa de uns quantos produtos que se desmoralizaram. Não vale a pena perder clientes por causa de umas quantas vendas mal sucedidas. Ao contrário: pode-se até ampliar o mercado, lançando as culpas do fracasso no concorrente. Aliás, direitista existe para isso. Existe para ser xingado, cuspido, acusado do que não fez -principalmente dos crimes de seus inimigos. Existe para ser removido do emprego, proibido de trabalhar, reduzido à mendicância e, depois, ainda xingado de explorador capitalista, como se faz com os escritores de oposição em Cuba. Existe para para ser preso, torturado, assassinado às centenas de milhões, e depois ainda acusado de genocida. Existe para dar anistia aos que tentaram matá-lo e depois passar o resto da vida sendo difamado, caluniado, chamado de homicida e torturador. Direitista não é gente. Direitista é uma forma animal com aparência humana, criada pela evolução biológica só para ser sacrificada no altar do progresso, das luzes, do socialismo ou até da justiça poética, a única justiça que interessa quando os crimes da esquerda, como aliás sempre acontece, não rimam com o dogma da impecância essencial do esquerdismo.
E
ntrou em vigor em junho a Lei n° 11.232, promulgada no final de 2005, que, entre outras novidades, estabelece a fase de cumprimento das sentenças e acaba com a necessidade de se iniciar um novo processo para a execução de títulos judiciais. Esta legislação vem confirmar a busca pela efetiva e ágil prestação de serviços da Justiça, pleito muito aguardado por toda a sociedade. Para se ter uma idéia das mudanças, a execução de títulos judiciais foi suprimida e, em seu lugar, criada a figura do “cumprimento da sentença”, que é um ato contínuo ao processo de conhecimento, sem a necessidade de instauração da execução judicial, evitando-se assim a necessidade de uma nova citação do devedor. Estudos do Banco Central demonstram que um crédito cobrado na Justiça pode perder até 70% do seu valor. Com a entrada em vigor da nova lei processual estes dispositivos serão revogados e o credor promoverá nos mesmos autos a execução da sentença, mesmo que sobre ela ainda exista a possibilidade de recurso, sendo o réu intimado ao pronto pagamento no prazo de 15 dias, podendo requerer concomitantemente, caso não haja o pagamento, a expedição de mandado de penhora e avaliação. A nova lei aboliu os embargos (autorização legal para a interrupção de um ato) executivos de títulos judiciais e criou a “impugnação”, com a mesma função, mas sem o poder de suspender a execução, o que é extremamente salutar, pois evita que o Judiciário seja utilizado para procrastinar o pagamento de dívidas.
O legislador, ao manter a impugnação, mais uma vez contemporiza, tentando agilizar a execução e o efetivo cumprimento da decisão judicial, sem, contudo, abrir mão dos princípios de ampla defesa e do contraditório. A questão será definir se a impugnação não será utilizada para adiar o efetivo cumprimento das decisões. A lei traz incentivos e estímulos para o pagamento voluntário das dívidas, como a multa de 10%, revertida ao credor, em caso de descumprimento do pagamento. Todavia, neste ponto o texto não foi muito preciso, já que não explicitou a partir de que data se contam os 15 dias para o pagamento espontâneo. Sem dúvida só este item é uma porta aberta para procrastinar o pagamento da multa ou até mesmo tornar a cobrança inviável. A reforma também perdeu a oportunidade de esclarecer o significado da expressão “caução idônea e suficiente”, o que também dá margem para discussões. E não menos polêmica é a questão do direito intertemporal.
P
or fim, é importante frisar que as alterações atingem apenas a execução de títulos judiciais, agora denominada de “cumprimento de sentença”, e as medidas relativas à execução de títulos extrajudiciais mantêm-se intactas, aplicando-se, inclusive, subsidiariamente ao cumprimento da sentença no que couber as normas que regem o processo de execução de título extrajudicial. ANA LUISA PORTO BORGES, DO ESCRITÓRIO PEIXOTO E CURY ADVOGADOS PCURY@PEIXOTOECURY.COM.BR
A nova lei avança mas deixa uma porta aberta para adiar as cobranças
A OPINIÃO DO FMI
C
onhecemos muito bem o FMI. Seus funcionários verificavam as nossas contas e davam a justificação de sua contabilidade. Devíamos e continuamos devendo, não pouco, a esse fundo de tanto interesse para as nações do mundo inteiro. Fizemos dívida e vamos pagá-la, pois ninguém se livra, e nem pode se livrar, de dívidas junto a um organismo como o FMI. Desta vez o FMI se circunscreveu à contabilidade brasileira, quando o nosso problema é mais amplo. É um problema total, no qual entram as regiões do País, as desigualdades sociais e outros fatores que são conhecidos dos estudiosos. Temos tido bons e maus regimes, em geral mais maus do que bons. Em todo o caso, vamos tocando, procurando alcançar dias melhores para o FMI não regatear elogios. Estamos com o saldo positivo, já que a democracia, com todas as suas vantagens e desvantagens, está preparada para receber, daqui a alguns dias, a votação múltipla de presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais, numa extensão continental, abrangendo grande parte da América Latina. Temos falhas grandes na educação. Milhares de crianças ainda trabalham em vez de estudar. Reconhecemos que é um mal, mas os pais ainda têm necessidade do trabalho dos filhos enfrentando as leis.
O
s problemas do Brasil não se limitam às salas climatizadas de Washington. São muito mais vastos e muito mais complexos do que dos pequenos países que formam as nações republicanas do continente. O FMI sabe disso e faz muito bem chamando a atenção para as nossas falhas. Fazemos o possível, mas esperamos fazer melhor no futuro, com a ciência já nos ajudando. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Ninguém se livra, e nem pode se livrar, de dívidas junto a um organismo como o FMI.
terça-feira, 26 de setembro de 2006
Compor tamento Transpor te Urbanismo Ambiente
DIÁRIO DO COMÉRCIO
CIDADE LIMPA DEVE SER APROVADO PELA CÂMARA
Namorada depõe, mas não é indiciada
A
advogada Carla Cepollina, namorada do coronel Ubiratan Guimarães, assassinado no dia 9, deixou o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) por volta das 18h de ontem sem ser indiciada, como era esperado. Foi o quarto depoimento de Carla e a primeira vez que ela falou como suspeita. Em outras três ocasiões, a advogada havia sido ouvida apenas como testemunha – uma delas informal e outras duas formalmente. O interrogatório de ontem durou oito aproximadamente horas e foi suspenso às 18h para ser retomado hoje, às 10h. O advogado criminalista Antonio Carlos de Carvalho Pinto assumiu a defesa da advogada e acompanhou o depoimento. "O interrogatório já é um sinal de que a pessoa está sob acusação, se não ela prestaria depoimento apenas como testemunha", disse o advogado dos filhos de Ubiratan, Vicente Cascione. Quem decidiu suspender o interrogatório foi o delegado responsável pelo caso, Marco Antonio Olivato. Segundo Cascione, entre os motivos está uma série de questionamentos feita pela advogada Liliana Prinzivalli, mãe de Carla. Além disso, após o interrogatório, policiais saíram em diligência para buscar objetos na casa de Carla.
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Um homem conduzia o Palio branco da advogada, seguido por um carro do DHPP e, logo atrás, seguia Carla, num Santana da polícia. Segundo Cascione, os policiais foram em busca de evidências materiais. Negativa – Carla negou que tenha assassinado o coronel por várias vezes, inclusive ontem. Mas, segundo Cascione, ela entrou em contradição pela primeira vez. Ele, no entanto, não pôde dar detalhes pois o processo corre sob segredo de Justiça. "Eu a senti muito nervosa", disse Cascione. Carla pode ser indiciada hoje por homicídio doloso duplamente qualificado – assassinato cometido por motivo fútil e sem oferecer chance de defesa à vítima. A advogada foi a última pessoa vista deixando o apartamento de Ubiratan Guimarães no dia do crime. A tese da polícia é que o crime foi motivado por uma crise de ciúmes. Enquanto estava com Carla em seu apartamento, Ubiratan recebeu telefonemas da delegada federal do Pará Renata Madi, com quem manteria um relacionamento afetivo. Laudos da perícia mostraram que o coronel morreu entre 19h30 e 20h30. Vizinhos ouviram um barulho semelhante a um tiro às 19h30, quando Carla estava no imóvel. Ela afirma que deixou o local após 20h. (Agências)
A exposição é importante para que as pessoas percebam o quanto a cidade está malcuidada. Paulo Lisboa, vice-presidente da Asbea
Lei do outdoor vai hoje à segunda votação Na Prefeitura, exposição mostra uma cidade idealizada, sem cartazes publicitários nas ruas e avenidas Divulgação/Asbea
Rejane Tamoto
I
magine uma avenida como a Brigadeiro Faria Lima sem outdoors e painéis luminosos. Ou, ainda, as avenidas Paulista e Consolação sem empenas cegas (painéis de publicidade nas laterais de prédios). A materialização dessas cenas pode ocorrer nessas vias e em todos os logradouros da cidade, caso o projeto de lei Cidade Limpa, de autoria do prefeito Gilberto Kassab, seja aprovado hoje em segunda votação na Câmara Municipal. Uma simulação da cidade sem anúncios de publicidade e com indicativos do comércio reduzidos é a proposta da mostra Expoluição Visual, em cartaz no saguão da Prefeitura até o dia 6/10. Organizada pela Asbea (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura), a exposição reúne 12 painéis de cerca de 2,75m por 91cm cada, com fotografias dos endereços mais emblemáticos da cidade modificadas por computação gráfica, nas quais é possível observar a situação atual e a projetada pela
Cidade real: painéis publicitários e outdoors na confluência da avenida Rebouças com rua da Consolação
Cidade virtual: a mesma região da Capital, desta vez sem publicidade externa, retirada por computador
lei Cidade Limpa. A exposição reúne ainda dois painéis de 6m por 2m que mostram diversas fotos que exemplificam a poluição visual na cidade. De acordo com o vice-presidente da Asbea, Paulo Lisboa, por meio das fotografias é possível comparar o que é regular ou irregular quando se trata da poluição visual. "A exposição das imagens é importante para que as pessoas percebam o quanto a cidade está malcuidada", disse. Alterações – Na tarde de ontem, durante a abertura da exposição, o prefeito Kassab disse que está otimista quanto à aprovação do projeto pela Câmara e admite algumas alterações à proposta original. "Havia alguns equívocos no projeto, como o prazo para que empresas legalizadas se adaptassem à nova lei e também quanto ao tamanho dos anúncios indicativos", disse. Assim, o prazo para a adaptação à nova lei deverá ser maior do que os 30 dias previstos no projeto original. Em relação aos anúncios indicativos do comércio, antes restritos a 4m², deverão receber mais duas faixas de tamanho que devem seguir a proporcionalidade da dimensão da fachada do estabelecimento. "São alterações corretas e que aperfeiçoam o projeto original", afirmou Kassab. I Secretária 1 – Eunice Aboláfio, consultora e professora de Comportamento Organizacional, Liderança, Negociação Estratégica e Gerenciamento de Conflitos nos cursos de MBA e pósgraduação das Faculdades Radial, estará na Associação Comercial de São Paulo (ACSP) na sexta-feira, às 10h, para fazer
O projeto de lei Cidade Limpa defende a eliminação radical de peças publicitárias ao ar livre e determina regras mais rígidas quanto aos anúncios indicativos do comércio. Desde que o projeto foi enviado à Câmara por Kassab e aprovado em primeira votação, provoca polêmica entre os empresários do setor de mídia exterior, que temem a extinção da categoria. O comércio, representado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), também defende uma discussão mais ampla das novas regras. De acordo com o presidente da Central de Outdoor, Raul Nogueira Filho, foram realizadas três audiências públicas na Câmara, nas quais foram apresentados documentos e propostas para um projeto substitutivo, que visam tornar a lei mais flexível. "Estamos confiantes e acreditamos que os vereadores apresentarão as emendas e alterações necessárias ao projeto que será votado hoje", afirmou Nogueira Filho. Para o vice-presidente da Asbea, Paulo Lisboa, o setor de mídia exterior não será prejudicado pelo projeto, já que a nova lei estabelece 25 possibilidades diferentes de anúncios no mobiliário urbano. "A diferença é que a publicidade não estará ocupando espaços pú-
GIr uma palestra em homenagem ao Dia da Secretária. I Secretária 2 – Acontece amanhã, quinta e sexta, em comemoração ao Dia da
blicos da cidade de maneira desordenada. As empresas poderão anunciar em pontos de ônibus, em banheiros públicos, painéis com informações turísticas entre outros. Para a população, será positivo à medida que estes equipamentos serão mantidos por estas empresas", disse. De acordo com Lisboa, o projeto de lei Cidade Limpa também acaba com a interpretação sobre o que é poluição visual somente por especialistas. "A fiscalização que só pode ocorrer com qualificação específica, tal como funciona hoje, é inviável para a estrutura do Poder Público. Com a lei, todos podem ser fiscais", afirmou. A diretora de Meio Ambiente e Paisagem Urbana da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), Regina Monteiro, acredita que o estabelecimento de regras claras para a fiscalização e também as penalidades aos infratores são importantes para que a lei não se transforme em letra morta. "Aqueles que não se adequarem às novas regras serão multados em R$ 10 mil ao dia. Entendemos que todos os envolvidos por um anúncio irregul a r, c o m o a e m p re s a anunciante e o proprietário do terreno/espaço devem ser responsabilizados civil e criminalmente", afirmou. Secretária, o VII Ensec (Encontro de Secretárias da Uninove). O tema central deste ano é Gestão do Conhecimento. O encontro será no auditório Lydia Storópoli da Uninove, na unidade da Vila Maria (rua Guaranésia, 425. Das 19h às 22h45. Será arrecadado alimento não perecível durante o evento.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de setembro de 2006
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Política
Esse governo está apodrecendo a República brasileira na sua alma. Tasso Jereissati, presidente nacional do PSDB
Alex Silva / AE
ATO DE TUCANOS 'EXORCIZA' LULA Organizado como uma manifestação pela ética eleitoral, o ato "Por um Brasil Decente" transformou-se numa trincheira tucana contra o presidente Lula, chamado de demônio pelo expresidente Fernando Henrique Cardoso.
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m meio à crise do dos- escândalos) tem de ir para a casiê Vedoin, o PSDB deia", discursou. Pouco antes, fez ontem à noite em chamou o petista de "dedo-duSão Paulo um ato pela ro" e o acusou de não ter caráética na política. Recheado de ter. "É um governo de bandicríticas ao presidente e candi- dos. O ministro da Justiça dato à reeleição pelo PT, Luiz (Márcio Thomaz Bastos) faz a Inácio Lula da Silva, o evento, defesa de todos os gângsteres", que ganhou o nome "Por um anotou. "Não há nenhuma noBrasil Decente", foi uma res- vidade. Ele (Lula) fez isso com posta contundente à declara- o Silvinho (Pereira), Delúbio ção do petista de que a eleição (Soares) e José Dirceu (ex-mido próximo domingo está ga- nistro da Casa Civil). O Lula nha. Mais: transformou-se nu- entrega mesmo. Não é solidáma espécie de ritual de exorcis- rio com seus companheiros, é mo contra o presidente. falha de caráter", continuou Diante da euforia da subida Maia. A afirmação foi uma resdo candidato do PSDB à Presi- posta à atitude de Lula, que ondência, Geraldo Alckmin, nas tem responsabilizou o presipesquisas de intenção de voto dente do PT, Ricardo Berzoini, e de um possível 2º turno com pelo escândalo do dossiê. Lula, tucanos e pefelistas foO candidato do PSDB ao goram unânimes ao afirmar que verno de São Paulo, José Serra, houve "um despertar da popu- disse que o PT conseguiu desl a ç ã o " e q u e a Sergio Barzaghi / Ag. O Globo moralizar os eseleição não será cândalos no Braresolvida de sil. Ele pediu aos imediato. militantes que se Presidente esforcem para nacional do eleger Geraldo PSDB, o senador Alckmin como Tasso Jereissati p re s i d e n t e d a (CE), disse espeRepública. rar que os eleitoO ato de ontem res levem Lula a também serviu um "impeachpara tentar paciment nas urnas". ficar o PSDB, que "A sensação é de desde o início da que o País acor- Isto (Lula) não é Cristo, campanha mosdou de repente. é o demônio. E temos trou-se um partiEstou torcendo do desunido, sode expulsá-lo daqui... para ter um imbretudo em torpeachment pelo Jesus jamais chamou no da candidatuvoto", afirmou Pilatos de meu ra de Alckmin. a o c h e g a r a o companheiro. Ao som de jinClube Espéria, gles das campaFernando Henrique nhas e gritos de lotado por miliCardoso (PSDB) militantes "Brasil tantes tucanos. Sub judice– urgente, Geraldo Segundo Jeireispresidente" e "O sati, se o eleitorado reeleger povo não erra, governador é Lula há o risco de o Brasil "ter Serra", os tucanos demonstraum presidente sub judice" (em ram empolgação na reta final da julgamento). "Esse governo es- campanha. O ato também contá apodrecendo a República tou com a participação do canbrasileira na sua alma. É uma didato a vice de Alckmin, senavocação irresistível para a cri- dor José Jorge (PFL-PE), e do minalidade que esse partido presidente do PPS, deputado (PT) tem", discursou. Roberto Freire (PE). Incontido, o ex-presidente Jorge disse que Lula não deFernando Henrique Cardoso veria ter sido sequer candidato chamou o presidente de "de- porque para entrar em uma mônio". "Isto (Lula) não é Cris- disputa o pré-requisito é ser to, é o demônio. E temos de ex- honesto. "Vamos mandar ele pulsá-lo daqui", disse Fernan- de volta, mas não para Perdo Henrique, conclamando as nambuco. Ele que venha para mais de 3 mil pessoas presen- São Paulo e vocês que o agüentes para votar em Alckmin e tem", brincou o pernambucaem seus aliados. no, assim como Lula, Jorge. Ainda no discurso, FHC disFoco no Rio –O mau desemse que a maneira de derrotar penho do candidato do PSDB à Lula é nas urnas. "Não quere- Presidência no Rio de Janeiro – mos golpe nenhum, pois a de- onde Alckmin oscila nas pesmocracia é o respeito à lei", quisas em torno dos 20% – e a emendou. FHC ironizou tam- convicção de que a antiga capibém o candidato petista ao di- tal federal pode alavancar uma zer que ele errou ao se compa- virada nacional – levaram os rar a Cristo, pois Jesus "jamais tucanos a escolher o Estado cochamou Judas de meu compa- mo prioridade de campanha. nheiro". No final do discurso, Alckmin já esteve 20 vezes no responsabilizou Lula por to- Rio como candidato e incluiu dos os escândalos, destacan- uma visita à Cidade de Deus, do: "a culpa é de quem escolhe. bairro popular, em sua agenda É o dedo podre que escolhe". do último sábado. O Rio é o terIdiota – Prefeito do Rio e até ceiro maior colégio eleitoral, aqui um dos críticos da campa- atrás de São Paulo e Minas Genha de Alckmin, César Maia rais. A ofensiva tem motivo: (PFL), chamou Lula de "idio- Heloísa Helena tem um forte ta". "Se o presidente sabe (dos eleirorado no Estado. (AE)
Tucanos e pefelistas comemoram a proximidade com o 2º turno em ato político pela defesa da ética, realizado ontem no Clube Espéria.
LULA CULPA BERZOINI E 'ALOPRADOS' Celso Jr. / AE
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presidente Luiz Inácio Lula da Silva responsabilizou o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), pela contratação dos petistas que participaram do escândalo da tentativa de compra e montagem de um dossiê que vincularia tucanos à máfia dos sanguessugas. Lula chamou ainda de "aloprados" os envolvidos na operação. Berzoini foi afastado da campanha de Lula na quartafeira passada, logo depois de admitir que tinha conhecimento de que Jorge Lorenzetti e Oswaldo Bargas, amigos pessoais de Lula, tinham encontro marcado com um repórter da revista "Época" para "tratar de assunto jornalístico". De acordo com a revista, os dois ofereceram um dossiê que poderiam "acabar com a reputação de alguns tucanos", entre eles José Serra, candidato a governador de São Paulo, e o ex-ministro da Saúde, Barjas Negri, atual prefeito de Piracicaba. A declaração de Lula foi feita durante entrevista de uma hora ontem para as rádios "Capital", de São Paulo, e "Tupi", do Rio de Janeiro. Lula se recusou a dizer que errou ao escolher seus companheiros. Segundo ele, "tem muita gente que se casa e, um ano depois, percebe que a mulher não era a que queria, embora o namoro tenha durado até dez anos. Assim é a vida humana", filosofou. "No caso do pessoal que
Se um bando de aloprados resolveram (sic) comprar um dossiê, é porque alguém disse que deve ter coisas do arco da velha. Lula
Quem cometeu essa barbárie vai ter que pagar, porque foi uma insanidade. Acharam que estavam marcando um gol e marcaram contra. Idem
cuidava da 'pseudointeligência' de minha campanha, nem foi eu que escolhi. Quem escolheu foi o presidente do partido (Ricardo Berzoini), que era o coordenador da campanha eleitoral", disse Lula. O presidente se mostrou interessado em saber do conteúdo do dossiê antitucano. "Não quero saber apenas de onde veio o dinheiro, quero saber quem é que montou essa engenharia política para essa barbárie que foi feita, quero saber quem é o engenheiro que arquitetou uma loucura destas, porque se um bando de aloprados resolveram (sic)
comprar um dossiê, é porque alguém vendeu para eles que esse dossiê deve ter coisas do arco da velha". Lula disse que, se há um candidato que não necessitava de "sarna para coçar", era ele. Afirmou que em outras campanhas sempre aparecia alguém querendo lhe vender um dossiê. "Há sempre aquele bandido que aparece para te vender uma informação que ninguém tem. Só ele tem. Não se meta com esse bandido porque você vai quebrar a cara", ensinou Lula. Ele disse ainda que os envolvidos terão de pagar. "Quem cometeu essa barbárie vai ter que pagar, porque foi
Maria Teresa Correia/AE
Niels Andreas/AE
ELE ESTÁ MAIS PARA JUDAS OU PILATOS, DIZ HELOÍSA.
PRESIDENTE PARECE MONARCA, DIZ CRISTOVAM.
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candidata do PSol à Presidência, senadora Heloísa Helena (AL), criticou ontem a declaração do presidente Lula, que se comparou a Jesus, invocando a traição de Cristo pelo apóstolo Judas, numa referência ao envolvimento de assessores próximos e petistas no escândalo da compra do dossiê contra tucanos. "Como eu sou cristã e conheço muito bem a história do Evangelho, com certeza ele está mais para Judas Iscariotes ou para Pilatos do que para Jesus Cristo", afirmou, durante visita à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Heloísa: Lula se vendeu ao poder.
Ela lembrou que possui a mesma origem humilde do presidente, mas acusou Lula – a quem chamou de "bandido" – de se "vender" ao capital financeiro e se "lambuzar" quando chegou ao poder, pois "se vendeu à elite política e econômica. "Ele ( Lula) faz o jogo sujo e sórdido do capital financeiro, dos parasitas sem pátria, dos banqueiros que nunca ganharam tanto", acusou a candidata, aplaudida pelos estudantes universitários. (AE)
uma insanidade. Eu disse outro dia: se tivesse que construir a imagem do que aconteceu, construiria um monumento à insanidade. São pessoas que acharam que estavam marcando um gol a favor e marcaram um gol contra. Tudo o que minha campanha não precisava era que alguém cometesse esse absurdo". Vitória – Lula disse que, mesmo com o escândalo do dossiê antitucano, acredita que vai vencer a eleição no 1º turno no domingo. "Acho que temos condição de ganhar as eleições. O povo tem sensibilidade. O saldo do governo é positivo", disse ele. E passou a enumerar o que, na sua opinião, foi feito de bom em seu governo, como a redução da pobreza em 19%, a isenção de impostos para a construção civil, o aumento do crédito para as pessoas físicas, o crescimento das exportações junto com a importações e a redução no preço do arroz. O presidente voltou a dizer que todas as denúncias já feitas em seu governo foram apuradas com rigor, que enfrentou três CPIs e que continua no mesmo lugar. "Podem vir com 100 CPIs, não tenho medo delas, porque não tenho de ter medo", disse Lula. Ele afirmou que, se for eleito, pretende fazer "um segundo mandato melhor que o primeiro", pois hoje conhece a máquina pública muito melhor e "montará uma equipe com gente da burocracia e representantes da sociedade". (AE)
candidato a presidente Cristovam Buarque (PDT) disse ontem que o comportamento do presidente Lula é o de um "monarca" com "resquícios do Império", para definir a confiança dele numa vitória no 1° turno. "Como é que ele pode garantir que vai ganhar em 1° turno? Prefiro tomar como uma bravata de candidato, não como desrespeito ao povo", disse. Buarque acusou a Polícia Federal de "incompetente" sobre a apuração do caso dossiê: "dá a impressão de que, em vez de botar algemas nos criminosos, a PF está colocando uma
Buarque pede rapidez da PF
venda nos olhos do eleitor. Para que a gente não saiba o que aconteceu", afirmou. Para ele, a postura da PF é reflexo da vontade de Lula em desvendar o caso. "Imagine que o Lula seja eleito no 1º turno e dez dias depois a gente descobre que ele estava envolvido nisso. O que a gente vai fazer?", perguntou. "A gente precisa de mais tempo, com mais rapidez da PF", afirmou, defendendo mais clareza nas investigações. (AE)
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Congresso Planalto Escândalos CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de setembro de 2006
Ele (Expedito Veloso, exdiretor de Gestão e Risco do BB) quebrou o sigilo e devia estar preso. Fernando Gabeira (PV-RJ)
O ANDAMENTO DAS INVESTIGAÇÕES
Celso Júnior / AE
EXPEDITO: 'LORENZETTI COMANDAVA TUDO'
Celso Jr. / AE
Expedito: "Toda vez que fui conversar foi com o Lorenzetti"
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ex-diretor de gestão e risco do Banco do Brasil, Expedito Afonso Veloso, disse em entrevista ao jorn a l " O Te m p o " , d e B e l o Horizonte, publicada ontem, que o petista Jorge Lorenzetti agiu "como interlocutor" do presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), ao chefiar a operação destinada a comprar e divulgar um dossiê contra os tucanos. Trata-se outra informação de alto teor explosivo em torno do caso, que não só alimentou os espíritos entre os integrantes da campanha do PSDB-PFL como continua a produzir efeitos nefastos na candidatura adversária – e que já se reflete nas últimas pesquisas de intenção de voto. Por causa do escândalo causado pelo episódio, Berzoini foi sumariamente afastado da coordenação nacional da campanha à reeleição do presidente Lula e, de quebra, teve sua imagem abalada como presidente do partido – o terceiro a assumir o posto desde que Lula assumiu a Presidência. "A operação inteira foi chefiada pelo Jorge Lorenzetti,
agindo como interlocutor do Ricardo Berzoini", declarou Expedito ao jornal mineiro, jogando um pouco mais de luz sobre o fato. Segundo ele, apenas o exchefe do serviço de inteligência da campanha de Lula, também conhecido como churrasqueiro predileto do presidente, conversou com Berzoini sobre o dossiê. "Toda vez que fui chamado para conversar sobre esse dossiê em Cuiabá, fui convidado pelo Lorenzetti". Expedito, no entanto, ponderou que não saberia dizer com toda a certeza se Lorenzetti "abria todo o jogo com o Berzoini, se falava de dinheiro e sobre a documentação comprometedora". Desvinculação – A exemplo dos outros implicados diretamente no escândalo, o ex-diretor do BB procurou desvincular o presidente de qualquer participação no episódio. "Meu feeling é que Lula não sabia de nada". Ele afirmou também que na operação era responsável por fazer "o trabalho político-técnico do dossiê" montado pelos empresários Luiz Antônio e Darci Vedoin, donos da Planam e chefes da
Em entrevista concedida ao jornal mineiro "O Tempo" o ex-diretor de Gestão e Risco do Banco do Brasil, Expedito Afonso Veloso, atribui ao petista Jorge Lorenzetti, diretor do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc), o comando da operação destinada a produzir um dossiê contra a candidatura tucana de Geraldo Alckmin para a Presidência da República e de José Serra para o governo paulista. Segundo Expedito, toda a negociação foi conduzida por Lorenzetti, que agia como interlocutor de Berzoini, presidente do PT e, até então, também coordenador da campanha do presidente Lula.
Lorenzetti: de churrasqueiro a coordenador dos trabalhos no dossiê.
tado na PF, ele disse que no mamáfia dos sanguessugas. "Fui lá (em Cuiabá) avaliar o terial que compõe o dossiê haconteúdo técnico da docu- via comprovantes de depósimentação e o suposto proveito tos em contas de empresas e político que o PT podia tirar", pessoas indicadas por Abel Peadmitiu, para esclarecer me- reira, mas afirmou que não se lembrava dos valores. lhor a sua participação. Sigilos – O ex-diretor do BB, Na entrevista ao jornal mineiro o ex-diretor de acordo com "O Tempo", refutou a do Banco do Brasil disse também suspeita da Políque oferece à Juscia Federal de que tiça, espontaneaele tenha violado Fui lá (em Cuiabá) mente, a quebra o sigilo bancário avaliar o conteúdo d o e m p re s á r i o de seus sigilos técnico da bancário e telefôAbel Pereira. "É uma possibilida- documentação e o nico, dados que a PF quer abrir pad e r e m o t a d e suposto proveito a c o n t e c e r p o r político que o PT ra apurar se os investigados comcausa da rigidez podia tirar dali. do sistema e das binaram previaregras do Banco Expedito Afonso Veloso mente seus dedo Brasil", obserpoimentos para blindar o Palácio vou. Expedito disse que a princípio desco- do Planalto e evitar que o esnhecia que havia dinheiro en- cândalo envolva diretamente volvido na negociação. Repe- o presidente Lula. "Esqueci de tiu que os Vedoin pediram R$ dizer isso à Polícia Federal", 20 milhões pelo material, mas alegou Expedito. o preço foi caindo até chegar a Esclarecimentos – Reunida R$ 1,75 milhão. Sobre a origem ontem, a Comissão de Ética do dinheiro, porém, não deu Pública, vinculada à Presidênqualquer informação. "Não sei cia da República, decidiu pedir de onde o Valdebran (Padilha) esclarecimentos sobre a situação funcional de Expedito ia tirar o dinheiro". Como no depoimento pres- Afonso Veloso e Jorge Loren-
zetti e as atividades desenvolvidas por eles na campanha de reeleição deLula. Expedito é funcionário de carreira do Banco do Brasil e se afastou da direção do banco após o envolvimento de seu nome na compra de dossiês contra políticos tucanos. Lorenzetti é diretor do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc), federalizado. A Comissão de Ética vai avaliar se houve confusão entre o exercício da atividade no serviço público e a de cidadão. Como cidadãos, os dois podem participar de campanhas políticas, mas como agentes públicos não podem exercer cargos de direção ou coordenação. O pedido de esclarecimento será encaminhado a Lorenzetti, ao próprio Expedito, ao BB e ao Besc. "Tem de haver clareza de posição", disse o presidente em exercício da Comissão de Ética, Marcílio Marques Moreira. "Não pode haver confusão de papéis. É importante que se faça distinção entre a atividade de agente público e a de cidadão", frisou. O processo contra os dois foi aberto por iniciativa da própria da comissão, com base em
GABEIRA: EX-DIRETOR DO BB DEVERIA ESTAR PRESO. J. Freitas/AG 16/08/2006
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deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), subrelator da CPMI dos Sanguessugas, acusou ontem o economista Expedito Afonso Veloso, ex-diretor de Gestão e Risco do Banco do Brasil (BB), de ter violado o sigilo bancário do empresário Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam. Gabeira chegou a essa conclusão depois de ouvir Expedito. "Ele quebrou o sigilo e devia estar preso", disse Gabeira. E pode também ter violado os dados da conta do empresário Abel Pereira, suspeito de ser um dos intermediários de um esquema de corrupção que envolveria o ex-ministro da Saúde Barjas Negri. Afastamento – A direção do BB afastou Expedito do cargo de confiança e abriu sindicância para apurar o envolvimento dele no caso. Segundo a assessoria de imprensa do banco, o ex-diretor será ouvido até o fim da semana. Na primeira etapa da auditoria, o BB concluiu que "o diretor Expedito, de julho até hoje, não acessou nenhuma das contas citadas". Um alto funcionário do banco ressalvou, contudo, que as investigações prosseguem "e a prudência indica que ainda não há dados suficientes para absolver ou condenar Expedito". Os auditores vão apurar se um gerente de contas ou de agência teria violado o sigilo dos dois empresários por ordem do diretor demitido. "No âmbito desse inquérito será
Gabeira: ele deveria ser preso.
apurado se houve ou não quebra de conduta", observou o funcionário do BB. O próprio Expedito contou a interlocutores que coletou 15 cheques ao portador, supostamente pagos por Vedoin a Pereira, com os respectivos comprovantes de depósitos bancários, para ajudar o chefe da máfia das ambulâncias na montagem de um dossiê contra políticos tucanos. "Nós temos 15 cheques do Vedoin para o Abel e os comprovantes dos depósitos bancários", confidenciou a um amigo, logo que a sua participação no escândalo se tornou pública. No ar – O ex-diretor do BB não deu detalhes de como teria tido acesso aos dados nem apresentou nenhum pedido ou autorização prévia dos dois empresários. Expedito tem evitado falar nos valores para não se comprometer ainda mais. Mas, em conversa com
Fernando Gabeira, na última sexta-feira, revelou como atuou na operação do dossiê. Segundo o deputado, Expedito contou que recolheu provas e as repassou a Vedoin. Para ele, a ação do ex-diretor constitui violação do sigilo. Reincidência – Essa não é a primeira vez que o governo Lula aparelha o banco estatal para quebrar o sigilo de alguém que o desagradou politicamente. Em março, em operação ilegal que envolveu o então ministro da Fazenda Antonio Palocci e o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso, o governo bisbilhotou as contas do caseiro Francenildo Costa e repassou os dados da conta bancária para a revista "Época". Em outra investida menos barulhenta, um funcionário de codinome Mexerica, que era funcionário da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na gestão petista, foi flagrado bisbilhotando a conta bancária do senador Heráclito Fortes (PFLPI). Mexerica foi demitido, mas, de acordo com Gabeira, a prática da arapongagem na conta alheia continuou. PF - Na última sexta-feira, quando depôs à Polícia Federal, Expedito Veloso entregou ao delegado Diógenes Curado e ao procurador Mário Lúcio Avelar cópias de cheques e de uma série de documentos bancários. Eram desconhecidos, pois Vedoin não havia feito qualquer citação a eles. (AE)
informações publicadas na imprensa. Expedito, Lorenzetti e os dois bancos têm prazo de cinco dias úteis para responder a partir da data do recebimento do ofício. A Comissão de Ética quer saber qual era a situação funcional dos dois, se estavam de férias, de licença remunerada ou não-remunerada e que função exerciam na campanha, para decidir que tipo de sugestão encaminhar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além das funções na campanha de Lula, a comissão quer saber de Lorenzetti sua ligação com organizações não-governamentais. A comissão também pediu esclarecimentos ao secretário da Juventude, Beto Cury, que teria levado estudantes do Projovem para o comício de Lula na Cidade de Deus, no Rio. A comissão também fará outro pedido de informações ao subcretário da Secretaria de Comunicação (Secom), Tadeu Rigo, sobre o gasto de R$ 11 milhões na confecção de cartilhas com propagandas de ações do governo federal. A confecção das cartilhas ocorreu na gestão de Luiz Gushiken. (Agências)
VAMPIROS COSTA E DELÚBIO INDICIADOS Hans von Mantenffel / AOG
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procurador da República no Distrito Federal Gustavo Pessanha Vellosopediu ontem a inclusão de mais 13 acusados na ação penal que o Ministério Público Federal (MPF) move contra integrantes da chamada máfia dos vampiros. Até agora, 33 suspeitos foram indiciados pela Polícia Federal (PF) por envolvimento com a máfia, incluindo os 13 nomes acrescentados ontem. Entre esses novos nomes, estão os do ex-ministro da Saúde Humberto Costa, candidato do PT a governador de Pernambuco, e o ex-secretário nacional de Planejamento e Finanças do partido, Delúbio Soares, um dos principais envolvidos também no esquema do "mensalão". No caso dos vampiros, que atuavam no Ministério da Saúde, Costa e Delúbio são acusados de formação de quadrilha e corrupção passiva. A inclusão deles resultou da análise que o Ministério Público fez de transcrições de conversas gravadas pela PF quando investigava a máfia, que atuava no ministério na compra de hemoderivados e insulina, que era superfaturada. O acréscimo de nomes à ação penal foi feito, segundo Pessanha, porque os trechos de diá-
O ex-ministro da Saúde de Lula é acusado de formação de quadrilha
logos agora analisados pelos procuradores não haviam sido entregues ao Ministério Público pela PF por ocasião da denúncia feita contra os vampiros, em 2004. O procurador qualificou a omissão como "falha grave" e disse que será investigada numa auditoria externa pelo MPF. Platão denunciado – Platão Fischer, diretor do Departamento de Programas Estratégicos do Ministério da Saúde na gestão de José Serra, é outro indiciado. Ele foi denunciado por formação quadrilha e fraude em licitação. Gustavo Pessanha disse que a máfia dos vampiros existia desde 1998, mas não há nada nas investigações que incrimine o ex-prefeito José Serra.
Velloso pediu ao procurador-geral da República, Antônio Fernando Souza, que decida se denuncia o ex-líder do PP José Janene (PP), que tem foro privilegiado. Os documentos relativos ao parlamentar serão enviados à Procuradoria Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que providências sejam tomadas. Oito pessoas continuarão sendo investigadas, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o publicitário Duda Mendonça. Segundo o procurador, contra José Dirceu só foi encontrado um documento de lobistas que citava o nome dele e vinculava um percentual à frente de seu nome. Duda Mendonça é citado numa das gravações. (Agências)
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Planalto Congresso Eleições CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Ailton de Freitas / AE
Eymar Mascaro
A hora é agora
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eraldo Alckmin ainda precisa tirar de 4 a 5 milhões de votos de Lula para levar a eleição para o 2º turno, segundo as últimas pesquisas do Datafolha e Ibope. No Datafolha, Lula está com 49% e, no Ibope, com 47%. O petista precisaria ter, no máximo, 45% para que a eleição seja decidida em dois turnos. No Datafolha, Alckmin subiu de 29% para 31% e, no Ibope, de 30% para 33%. Em compensação, Heloísa Helena (Psol) caiu de 9% para 7%. Não interessa a Alckmin a queda de outros adversários, pois Lula ainda assegura mais de 50% dos votos válidos.
ALERTA
A decisão contraria as declarações do novo coordenador da campanha do presidente Lula. Ele afirmou que tiraria apenas uma licença de dez dias.
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para exercer a nova tarefa na campanha petista, estava se licenciando por dez dias da chefia da Assessoria Especial. Ele afirmou que a licença iria apenas até 1º de outubro, data em que, na avaliação dele, o presidente vencerá a eleição. "Acredito na vitória (de Lula) no primeiro turno", disse, falando com jornalistas na sede do comitê de campanha. Assim que assumiu o cargo, Garcia extinguiu a área de análise de mídia e risco da campanha, o chamado "setor de inteligência". A causa principal da decisão foi o escândalo da compra do dossiê, que implicou pessoas ligadas ao PT. Para Marco Aurélio, os serviços mais atrapalharam do que ajudaram, pois acabaram resultando na saída do presidente do PT, Ricardo Berzoini, do comando de campanha. (AE)
Milton Mansilha / Luz em 16/08/2006
da pesquisa hoje. O levantamento do Ibope, encomendado pela Rede Globo, vai entrevistar 3.010 pessoas e o resultado será divulgado amanhã. A pesquisa do Datafolha, encomendada pela Empresa Folha da Manhã, será mais abrangente e entrevistará 7.930 pessoas entre a quarta e a quinta-feira, dia 28. De acordo com a assessoria de imprensa do instituto, a divulgação será feita no dia do encerramento da coleta. Tanto o Datafolha quanto o Ibope informaram ainda que vão divulgar no sábado, dia 30, véspera das eleições, novas pesquisas que ainda devem ser registradas. Em São Paulo – Quanto à disputa paulista, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) recebeu registros dos institutos Ibope, encomendado pelo jornal O Estado de S.Paulo, e Datafolha, do jornal Folha de S.Paulo. Os resultados de ambas as sondagens devem ser divulgadas na quintafeira, dia 28. (AE)
A luzinha amarela acendeu para Lula com a divulgação da pesquisa Ibope/Estadão. Alckmin cresceu e foi para 33% de índice de intenção de voto, enquanto Lula caiu de 49% para 47%. A diferença que separava Lula dos adversários, que era de oito pontos, caiu para apenas três pontos.
CONSOLIDAÇÃO Mas as pesquisas continuam revelando que Lula consolida sua posição no Nordeste, que tem um colégio de 33 milhões de eleitores. Lula vem obtendo cerca de 70% de preferência eleitoral na região, contra 20% de Alckmin. O tucano cresceu alguns pontos em relação às pesquisas anteriores.
QUANTO É Na TV, assim como no rádio, campanha vai até a próxima quinta.
Campanha no rádio e na TV termina na quinta-feira; na sexta, termina o prazo para os jornais impressos.
Até o sábado, não faltarão números que indiquem como estão as corridas presidencial e estadual.
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Marco Aurélio: "Eu acredito na vitória de Lula no 1º turno".
HORÁRIO POLÍTICO NA RETA FINAL FARTURA DE PESQUISAS Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu três registros de pesquisas presidenciais para divulgação nesta semana. Segundo o TSE, foram protocolados registros de levantamentos do instituto Sensus, na quinta-feira, dia 21; do Ibope, no dia seguinte; e do Datafolha no dia 23. Há expectativa de que outros levantamentos sejam registrados ao longo da semana, a última antes do primeiro turno das eleições. De acordo com determinação da Lei Eleitoral, os institutos são obrigados a fazer o registro da sondagem de opinião no TSE no prazo de até cinco dias antes do anúncio dos resultados. A pesquisa Sensus, contratada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) e que tem objetivo de entrevistar duas mil pessoas, deve ser divulgada hoje, segundo informação da assessoria de imprensa do próprio instituto. A assessoria da CNT, no entanto, não confirmou ainda a divulgação
Pesquisa CNT-Sensus, a primeira da semana, deve ser divulgada hoje.
SEMANA DECISIVA PARA OS CANDIDATOS
MARCO AURÉLIO É EXONERADO DO CARGO n o v o c o o rd e n ador-geral da camp a n h a d o p re s idente Luiz Inácio Lula da Silva pela reeleição, Marco Aurélio Garcia, foi exonerado do cargo de assessorchefe da Assessoria Especial do presidente da República. A exoneração, publicada na edição de ontem) do "Diário Oficial da União", assinada pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, contraria o que havia anunciado o próprio Marco Aurélio. Na quinta-feira, dia 21, depois de assumir a coordenação da campanha em substituição ao deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), afastado por estar sob suspeita de envolvimento na montagem de um dossiê para prejudicar candidatos do PSDB, Marco Aurélio anunciara, em entrevista coletiva, que,
terça-feira, 26 de setembro de 2006
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Horário Eleitoral Gratuito tem sua última transmissão na quinta-feira, último dia permitido pela legislação eleitoral para campanhas em rádio e televisão, além de comícios e reuniões públicas para promoção de partidos políticos ou candidatos a cargos executivos ou legislativos no pleito do próximo domingo, dia 1º. Segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), a veiculação de propaganda paga em jornal impresso só será permitida até sexta-feira, diferentemente das eleições anteriores, quando podiam ser realizadas mesmo no dia da votação. Sábado é o último dia para manifestações com alto-falantes, carreatas e distribuição de panfletos. De acordo com a legislação eleitoral, o "uso de alto-falantes e amplificadores de som ou a promoção de comício ou carreata; a arregimentação de eleitor ou a propaganda de boca de urna; a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos, mediante publicações, cartazes, camisas, bonés, broches ou dísticos em vestuário", no dia das eleições, constituem crimes que devem ser punidos com detenção de seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, além de multa no valor de R$ 5.320,50 a R$ 15.961,50. Apoio aéreo – Oito aviões e
três helicópteros serão utilizados pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE/PA) no dia da eleição. Este mês, o TRE local firmou contrato com a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) para a realização de transporte aéreo de materiais no dia 1º de outubro. O serviço será realizado em locais de difícil acesso para as Zonas Eleitorais, que precisam transportar as urnas de avião ou helicóptero para o local de votação no interior. De acordo com Sérgio Araújo, Coordenador de Eleições do TRE-PA, as aeronaves vão transportar urnas, incluindo as de contingência, além de todo o material referente aos Pontos de Transmissão, como notebooks e telefones via satélite. A 17ª Zona Eleitoral, em Chaves, conta com 9.998 eleitores aptos ao voto. Na localidade serão utilizados dois helicópteros que vão transportar 43 urnas para 15 localidades. A 18ª Zona eleitoral, Altamira, possui 69.118 eleitores e um avião será utilizado para transportar todo o material, incluindo 15 urnas, para a localidade de Castelo dos Sonhos, a duas horas daquele município. A 27ª Zona Eleitoral, Ponta de Pedras, possui 13.824 eleitores e vai contar com um helicóptero para transportar seis urnas a duas localidades. A 34ª Zona Eleitoral, em Itaituba, conta 73.492 eleitores e vai ter disponível quatro aeronaves para o transporte de 49 urnas a 17 locais. (Agências)
Atrair 70% de apoio significa que Lula teria hoje 20 milhões de votos no Nordeste – considerando que há 30 milhões de votos válidos na região –, enquanto Alckmin alcançaria 5 milhões. O tucano precisa crescer no Nordeste para eliminar uma diferença de 15 milhões de votos em favor do petista.
PONTOS FRACOS As pesquisas continuam apontando que o petista mantém a preferência do eleitor nos três principais núcleos de votos no Nordeste: Bahia (com 9 milhões de eleitores), Pernambuco (com 5,7 milhões) e Ceará (5,3 milhões). Somente nos três estados se concentram 20 milhões de votos.
DIFICULDADE Ex-governador de Pernambuco e aliado de Alckmin, Jarbas Vasconcelos (PMDB) admite dificuldade para o tucano reverter o quadro sucessório, sobretudo no Nordeste.
BAIANOS Candidato à reeleição e favorito nas pesquisas, Paulo Souto (PFL) está pilotando a campanha de Alckmin na Bahia, ao lado de Antônio Carlos Magalhães, também do PFL. Mesmo assim, continua grande a diferença em favor de Lula no estado. Mas Paulo Souto espera tirar pontos do petista até o dia da eleição.
prejudicado é Alckmin.
DENÚNCIAS Tasso Jereissati denuncia o governador Lúcio Alcântara de não ter se engajado na campanha de Alckmin, preferindo se aproximar de Lula. Em compensação, Alcântara declara que Jereissati continua apoiando a candidatura de Cid Gomes (irmão do exministro Ciro Gomes, seu compadre).
QUASE LÁ Alentadora para os tucanos e decepcionante para os petistas a pesquisa feita pelo GPP em São Paulo. Se dependesse dos votos dos paulistas, Lula não seria reeleito. Alckmin ficou com 43,9% de intenção de voto contra 31,1% de Lula, uma diferença de 13 pontos em favor do tucano. Alckmin quer chegar aos 15 pontos.
LIDERANÇA No principal colégio eleitoral do País, o Sudeste (50 milhões de votos), Lula perdeu dois pontos: de 44% para 42%, enquanto Alckmin subiu outros dois: de 33% para 35%. Portanto, Lula tem sete pontos de vantagem sobre Alckmin no Sudeste (São Paulo, Rio, Minas e Espírito Santo).
APOIO Lula recebeu um manifesto de apoio de 2.135 prefeitos de um total de cerca de seis mil em todo o País. Conclui-se que o restante fechou com Alckmin. Os prefeitos que apóiam os dois principais candidatos não querem que nova reforma tributária retire recursos dos municípios.
AFIF 1 Espetacular a reação de Guilherme Afif Domingos (PFL) na corrida pelo Senado. O empresário começou a campanha com 4% de intenção de voto e já alcança 21%, segundo a pesquisa GPP, enquanto seu principal adversário, Eduardo Suplicy (PT) caiu de 45% para 39%.
ATRITO
AFIF - 2
No Ceará, o governador Lúcio Alcântara (PSDB) está perdendo a reeleição para Cid Gomes (PSB), apesar de ter aparecido na campanha de televisão ao lado de Lula. O PSDB continua em crise no estado: Lúcio Alcântara não se bica com o presidente do partido, Tasso Jereissati, e o
O crescimento de Afif é o reconhecimento do eleitor pelo trabalho que o empresário desenvolve há anos contra a cobrança escorchante de impostos pelo governo. A luta é em favor das pequenas e micro-empresas. O Afif enfrenta um adversário que exerce o mandato há 16 anos.
DIÁRIO DO COMÉRCIO Tenho um par de sapatos Prada. Eles fazem meus pés doerem. Não é culpa dos sapatos: eles são feitos de maneira extraordinária. Eu culpo meus pés. Tenho os pés da minha mãe. Da atriz norte-americana Meryl Streep, protagonista do filme O Diabo Veste Prada, em que faz o papel de uma tirânica editora de moda, sobre a grife italiana.
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Seis anos da morte do músico brasileiro Baden Powell de Aquino, violonista da Bossa Nova (1937-2000)
SETEMBRO
2 -.LOGO
T ECNOLOGIA I NDÚSTRIA
Guerra cibernética
Cigarro 'light' em julgamento Um processo que acusa as companhias tabagistas de induzir os fumantes a pensar que os cigarros "light" são menos prejudiciais à saúde recebeu ontem nos EUA o aval para prosseguir, criando uma nova disputa jurídica que poderá implicar no pagamento de indenizações superiores a US$ 200 bilhões pelas companhias americanas. Os cigarros vendidos com a denominação "light" possuem menores concentrações de alcatrão, mas segundo especialistas fazem o mesmo mal que os convencionais. O juiz federal Jack Weinstein, de Nova York, determinou a continuidade de um
processo aberto em 2004 que acusa empresas como a Philip Morris, a R.J. Reynolds Tobacco Co., Lorillard Tobacco Co. e outras tabagistas de terem ludibriado os fumantes. Criada como uma ação conjunta, o processo permitirá que qualquer pessoa que comprou cigarros com as classificações "light" ou "lights" desde sua criação, na década de 1970, processe as companhias nos EUA. O julgamento ocorrerá no dia 22 de janeiro de 2007. Os reflexos no mercado financeiro à decisão de Weinstein foram imediatos. As ações das companhias tabagistas registraram queda de 5%.
A RQUEOLOGIA AFP
China criará rede mundial de computadores para desafiar domínio dos EUA na web
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China decidiu criar uma internet alternativa, batizada de Cernet2. O projeto foi aprovado neste fim de semana por analistas governamentais e não-governamentais chineses. Com a nova rede, o país pretende liderar o desenvolvimento de uma nova versão das redes IP. A informação foi divulgada ontem pelo jornal China Daily. Cada computador conectado à internet tem um número de identificação IP. A versão atual, IPv4, é capaz de fornecer 4,294 bilhões de números, o que não permitiria que, no futuro, cada pessoa tivesse pelo menos um número IP (a população mundial atual supera os 6,5 bilhões), algo que preocupa nações de grande população como Índia ou China, em que o uso da internet cresce rapidamente.
China, EUA, Coréia do Sul e Japão estão desenvolvendo, cada um por conta própria sem revelar muita informação sobre suas pesquisas, uma nova versão da rede de protocolos (IPv6), que permite a criação de números suficiente para atender à crescente demanda pelo uso da internet. Nos EUA, as pesquisas estão sendo desenvolvidas pelo Departamento de Defesa, enquanto na China ela está dentro do projeto chamado Int ern et Chinesa da Próxima Geração. Especialistas chineses se queixaram de que o IPv4 é "controlado pelos EUA", já que muitos dos equipamentos utilizados pelos computadores nessa rede são produzidos majoritariamente por empresas americanas como a Cisco Systems ou a Juniper Networks. Para fazer frente a isso, o sis-
tema Cernet2 é apoiado por empresas chinesas como a China Telecom, a Lenovo e a China Mobile, que produziriam equipamentos baseados nesta nova tecnologia com fins comerciais. O "China Daily" afirmou que as empresas do país oriental esperam lançar os primeiros aparatos para a IPv6 chinesa antes do fim deste ano. Por enquanto, a rede chinesa Cernet2 será testada em 25 universidades de 20 cidades chinesas, antes de sua possível extensão aos computadores de todo o país. A China é o segundo país do mundo em número de internautas (123 milhões), atrás apenas dos EUA, e o potencial de aumento continua sendo muito alto, devido à enorme população do país asiático (mais de 1,3 bilhão de pessoas).
AFP
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Pesquisadores franceses e sírios encontraram crânios humanos de 9.500 anos com máscaras mortuárias de argila, que parecem espelhar em detalhes as feições das pessoas. O achado aconteceu no sítio de Tell Aswad, a 35 quilômetros de Damasco, a capital síria.
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SEGURANÇA - Os EUA divulgaram ontem diversas medidas de segurança nos aviões, autorizando os passageiros a levar consigo, embalados como no cartaz, produtos de higiene pessoal em líquido e gel com menos de 80g. As regras entram em vigor hoje.
B RAZIL COM Z E M
C A R T A Z
Orquestra Popular Mikis Theodorakis (foto). No repertório, grandes obras de Theodorakis, trilhista de clássicos como Zorba, O Grego. Auditório Elis Regina. Avenida Olavo Fontoura, 1209, Parque Anhembi, Portão 35. Telefone: 2163-2000. 21h. R$ 55.
MÚSICA
Informática sem mistérios
A Mobimax lançou um mini alto-falante para iPod e MP3 Player, que serve como "autofalante de bolso". Além de compacto, portátil e com som estéreo, funciona por até 10 horas em volume médio. Preço sugerido: R$ 99.
O site Baboo reúne todas as dicas de informática que você procura num único lugar. Problemas com o Windows podem ser selecionados consultando a versão instalada na sua máquina. Além disso, há tutoriais de outros programas, dicas para games, informações sobre segurança. Há ainda notícias sobre o mundo da informática, dados sobre cursos e muito mais. Parte do conteúdo é pago, mas os usuários podem acessar vários serviços gratuitamente.
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trabalho. Depois de viver em Gort dois anos e meio, ele já comprou uma casa no Brasil e optou por permanecer por mais tempo, até ganhar o suficiente para comprar um pedaço de terra. "Gosto daqui porque, no Brasil, eu teria que trabalhar dez anos para comprar uma casa", diz o brasileiro de 35 anos, pai de três filhos e natural de Anápolis, como a maioria dos outros brasileiros de Gort. Como muitos dos trabalhadores cuja situação legal na Irlanda é incerta, Carlos não quis informar seu sobrenome. Mesmo ilegais, os brasileiros são bem recebidos pelos irlandeses, que enxergam nos imigrantes uma possibilidade de aquecimento da economia da minúscula cidade. Durante a Copa do Mundo, por exemplo, com a Irlanda fora do campeonato, muitos lojistas lucraram alto com a venda de bandeiras e
cervejas para os brasileiros. No web site da cidade, apenas dois de dez comentários anônimos sobre a comunidade brasileira são negativos. "Vocês não sabem a sorte que têm de contar com pessoas que são conhecidas em todo o mundo por sua simpatia e hospitalidade", diz um comentário enviado em resposta a uma mensagem que fala do receio de que a cultura irlandesa seja diluída. Brendan Smith, que ensina computação aos brasileiros como parte do projeto da universidade, atribui o sucesso da integração em Gort ao equilíbrio entre o número de homens e mulheres, ao misto de idades e à ausência de um "gueto" brasileiro. "É um relacionamento simbiótico. Os dois lados se alimentam mutuamente. Gort era um lugar parado antes da chegada dos brasileiros. Ela precisava de uma injeção de ânimo, e os brasileiros a deram", diz.
Uma pesquisa realizada na Universidade de Alberta, no Canadá, sugere que caminhadas isoladas podem não ser suficientes para trazer os benefícios de uma atividade física regular. Após avaliar uma série de exercícios de 10 mil passos com uma rotina mais tradicional de ginástica com intensidade moderada, os especialistas concluíram que o condicionamento físico dos "caminhantes" era insuficiente, embora as caminhadas e as ginásticas moderadas, ao fim de seis meses, representassem a mesma quantidade de calorias consumidas. M EIO AMBIENTE
Temperatura mais alta em 12 mil anos A temperatura da Terra já chegou a níveis que não eram vistos em milhares de anos, num aquecimento que começa a afetar plantas e animais, informam pesquisadores na edição de hoje do periódico Proceedings of the National Academy of Sciences. O Instituto Goddard para Estudos Espaciais, da Nasa, informa que a temperatura global ao nível mais alto em períodos interglaciais, que começou há 12.000 anos. O aquecimento tem sido mais intenso nas altas latitudes Norte, onde o derretimento de gelo e neve expôs a terra e as rochas por baixo, que absorvem mais calor do Sol e coloca a Terra no nível mais perigoso de poluição causada pelo homem. L OTERIAS Concurso 157 da LOTOFÁCIL
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Para seu iPod soar mais alto
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andeiras verdeamarelo são hasteadas em pubs, cartazes em português anunciam uma feira agrícola, e a loja de alimentos que se chama "Real Brazil" se destaca em meio a uma fileira de estabelecimentos comerciais discretos. Assim o jornal The Washington Post descreve a cidade de Gort, situada entre a árida região de Burren e as montanhas Slieve Aughty, no oeste da Irlanda. Gort, segundo o jornal, está rapidamente se transformando na "Little Brazil" da Irlanda, com uma comunidade latinoamericana que já compõe mais de um terço de sua população total de 3.000 habitantes. Os brasileiros, que chegam à cidade em busca de trabalho nas fazendas e construções, em geral não falam inglês e estão no país ilegalmente. Carlos conta que ganha até 100 euros (US$ 127) por dia de
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F AVORITOS
Invasão brasileira
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G @DGET DU JOUR
Dois dias após a divulgação da imagem "oficial" do pensador Confúcio (foto), já surgiram as primeiras críticas dos especialistas chineses. Confúcio, pai do pensamento chinês junto a Lao Zi, ficou mais de dois milênios sem um rosto público. Por isso, as instituições chinesas próximas ao governo decidiram criar uma imagem "padrão" para Confúcio. Suas teorias sobre a harmonia social e a obediência à hierarquia são especialmente convenientes ao governo comunista. A versão foi aceita por conhecidos sinólogos como Ren Jiyu e Wen Huaisha e descendentes de Confúcio, mas a maioria dos especialistas diz que a estátua é um produto comercial que não suportará a análise histórica.
Caminhar não basta
Cirurgia sob gravidade zero tipo durante o vôo. Os detalhes sobre a operação são poucos. A cirurgia é parte de um projeto apoiado pela Agência Espacial Européia (ESA) que tem como objetivo desenvolver robôscirurgiões teleguiados para uso no espaço. A ESA não comenta a operação. A mesma equipe realizou a primeira a realizar uma microcirurgia em condições de gravidade zero no início do ano, reparando uma artéria de 0,5 mm na cauda de um rato.
Confúcio, pensador da discórdia
S AÚDE
M EDICINA
Uma equipe médica francesa operará um homem sob condições de ausência de peso amanhã. Voando sobre o sudoeste da França a bordo de um Airbus adaptado, cirurgiões presos por cintos de segurança tentarão remover um cisto sebáceo do antebraço de um voluntário, numa operação de três horas. O Airbus A300 Zero-G foi projetado para realizar manobras como as de um carro de montanharussa, simulando ausência de peso. Ele realizará cerca de 30 curvas do
H ISTÓRIA China Daily/Reuters
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Três pesquisas mostram que as mulheres desconhecem riscos do colesterol para a saúde Musa Impassível, obra de Victor Brecheret, será transferida do Araçá para a Pinacoteca Argentina planeja construir 24 hotéis próximos às Cataratas de Iguaçu para atrair turistas
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OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de setembro de 2006
DOISPONTOS -77
ELEIÇÕES
C
PAULO SAAB
O JOVEM E A POLÍTICA
A
Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
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espido das coloridas e miraculosas fantasias e passado o carnaval de promessas políticas, quando o povo despertar e sair da ficção o desencanto poderá redundar na ressaca da tristeza, do sofrimento, do desastre. Será o fim do "efeito-ópio". Na verdade, em que parte do mundo – além do Brasil – um trabalhador pode vangloriar-se e sorrir de alegria e felicidade com o poder de compra de um salário mínimo de 150 e poucos dólares? Nas mentes embevecidas com a imagem reluzente de uma moeda prateadourada de um real, projetada em cores mediante os efeitos da telemídia, criou-se a sensação do poder monetário, fixado na noção subliminar de menor quantidade de moeda comprando mais; afastando-se, assim, o valor relativo intrínseco. Hoje no Brasil metade da população só consegue ganhar até dois salários mínimos, isto é, 700 reais, em torno de 310 dólares. Essa expressiva massa de criaturas humanas frágeis pelo poder econômico, pela desinformação e incapacidade cultural, portanto sem acesso à mídia escrita e mais reflexiva (livros, jornais e revistas etc.), torna-se presa fácil da comunicação (mídia) televisada e informatizada – alicerce da multimídia – que passa a nortear e conduzir a reflexão humana, modificando a "vontade nacional". Aí repousa o grande perigo nacional! As imagens virtuais – substância da falsa realidade -, facilmente assimiladas pela mente humana, passam a direcionar, irresponsavelmente, a massa do povo para a grande caminhada do desencanto. Formam-se verdadeiros laboratórios de robôs, onde a vontade e a opinião pública facilmente são manipuladas. Um povo mantém seu sistema monetário forte quando a sociedade se apóia em bases bem sedimentadas na educação, na saúde, na cultura, na ciência e na pesquisa, podendo desenvolver-se com segurança, gerando e exportando tecnologia fina. Caso contrário será facilmente manipulado por políticas monetaristas do capitalismo selvagem que domina os meios de comunicação, formadores da opinião pública. Tudo será fugaz e passageiro. É só aguardar! Quando isso ocorrer, certamente teremos pago
um elevado preço pelos erros cometidos, e o processo político subordinativo e irreversível da própria democracia castigarnos-á a convivermos com a s v e rd a d e s . A m a s s a eleitoral e o povo, como um todo, terão de suportar, por mais um período, a verdade dos desmandos, da esperteza dos políticos profissionais na malversação dos bens públicos, da corrupção, do crescimento da violência, da impunidade e da irresponsabilidade dos falsos líderes e "profetas", surgidos das sombras da realidade virtual gerada pela multimídia.
P
ela potencialidade do Brasil de hoje, o passado histórico nacional não pode ser suprimido, constituindo-se em crime de lesa-pátria fazê-lo. Sabe-se que o Milagre Econômico, ocorrido entre 1968 e 1974, nada mais foi do que a vontade política dos governos militares em transformar o Brasil numa potência emergente. Calcados em planejamentos estratégicos adequados e logística bem dimensionada a carg o d e p e s q u i s a d o re s , cientistas e profissionais técnicos, civis e militares, investiu-se maciçamente em infra-estrutura, indústrias de base (mineração e siderurgia); de transformação (papel, cimento, alumínio, produtos químicos, fertilizantes); equipamentos (geradores, sistemas de telefonia, máquinas, motores, turbinas); de bens duráveis (veículos e eletrodomésticos); e na agroindústria de alimentos (grãos, carnes, laticínios). Expandiu-se, também, de forma significativa, o comércio exterior. Como se vê, havia sabedoria na ação governamental. Tudo foi mobilizado naquela época, aplicando-se os recursos naturais e humanos da Nação de forma coerente e precisa, contabilizando-se gastos e investimentos sem malversação do erário público e sem enriquecimentos ilícitos, o que seria humanamente impossível na atualidade. O que incomoda, subtrai-se do conhecimento do povo e dos jovens, em particular! Esse perfil programático de governo permitiu um crescimento do PIB acima de 14%, convivendo com uma inflação média anual de 18%. Não foi milagre! Foi, sim, trabalho honesto do povo brasileiro!
G A massa eleitoral
terá de suportar por mais um período a verdade dos desmandos, da esperteza dos políticos profissionais, da corrupção, da violência, da impunidade e da irresponsabilidade, dos falsos líderes surgidos da realidade virtual gerada pela multimídia. G Em que parte
do mundo um trabalhador pode vangloriar-se e sorrir de alegria e felicidade com o poder de compra de um salário mínimo de 150 e poucos dólares? G Quando o povo
despertar e sair da ficção, o desencanto poderá redundar na ressaca da tristeza, do sofrimento, do desastre.
N
o início da década d e 9 0 ( p re c i s amente no governo Fernando Collor de Mello) os planejamentos estratégicos, logísticos e sociais foram substituídos, gradualmente, por ações imediatistas econômico-financeiras a título do equilíbrio monetarista. Incontroláveis, por sua própria característica, essas ações deram início ao surgimento, em escala crescente e contínua, de processos de acumulação de riquezas em áreas privilegiadas (bancos, empresas, etc.) voltadas para a dinâmica da corrupção político-partidária, em escala ascendente. Para reduzir cargas estatais e responsabilidades públicas, venderam e/ou doaram, a custos irrisórios, grandes empreendimentos. O s g o v e r n o s s u b s eqüentes, alinhados ainda mais ao Consenso de Washington, afastaram-se fundamentalmente da
idéia de planejamento estratégico ou mesmo da lógica de prever-para-prover. Não atentaram para o extraordinário crescimento demográfico nacional. Abandonaram a logística e as obras sociais e, de forma suicida, mergulharam numa demagogia político-partidária sem precedentes, cujo único objetivo tem sido usar o povo e as classes menos favorecidas como massa humana para manobras eleitoreiras. Por outro lado, ante as dimensões continentais da Nação, as vias de transportes e áreas portuárias – em suas diversas modalidades –, cujas malhas-viárias e obras-dearte foram também abandonadas, tendem a inviabilizar e estagnar a produção de bens e a circulação da riqueza, em seu melhor equacionamento. A própria mídia comprova e divulga o sofrimento do povo com o aumento incontrolável da insegurança social e econômica, retratadas pela violência contra a pessoa humana e bens públicos: seqüestros, assaltos, invasões de propriedades, corrupção de toda ordem, em todos os níveis, e diversas modalidades de terrorismos. Criaram-se estados subversívos dentro dos estados constitucionais. É o caos que avança seriamente, diante da lentidão ineficiente, e, até certo ponto, conivente dos poderes da República!
É
tempo de meditarmos e nos questionarmos, com reflexão, se a mídia permitir: Quem será o melhor candidato para conduzir este povo e esta nação ao encontro da sua destinação soberana e livre da dominação dos centros de poder, que hoje constituem a nova ordenação mundial? Quem será o meu ou o seu candidato à Presidência da República, ou ao governo de um estado, que realmente está falando a verdade, dotado de competência, conhecimento de causa e vivência, descomprometido com o poder econômico (nacional e internacional), capaz de opor-se ao transnacionalismo dominador e escravizante, nessa "nova ordem"? Reflita e vote para o bem do Brasil e garantia da sua verdadeira liberdade e segurança. IVAN CARVALHO, ADMINISTRADOR DE EMPRESAS E RELAÇÕES PÚBLICAS
pesquisa O Jovem e a Política foi realizada nos meses de abril e maio de 2006 em todo o estado de São Paulo, com a aplicação de 1.152 questionários em alunos regulares do 2º grau da rede estadual e privada, bem como em alunos do supletivo desta mesma modalidade de ensino. Resultado da parceria entre o Instituto da Cidadania Brasil, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e da direção de escolas privadas da região
G Nossos
estudantes e nossa juventude precisam ser vacinados contra quem deforma com o mau exemplo sua visão de Brasil e de futuro. metropolitana de São Paulo, com metodologia desenvolvida pelo Departamento de Métodos Quantitativos e Atuariais da Faculdade de Economia e Administração da PUC-SP, o levantamento da opinião dos jovens paulistas teve, do total de questionários, 1.080 aplicados em alunos da rede pública e da rede privada com idade de 15 a 21 anos; 72 questionários formam uma sub-amostra de alunos de suplência com idade entre 22 a 55 anos. Os adolescentes paulistas esperam de seus políticos que eles propiciem à população emprego, educação, saúde e segurança. O modo de pensar dos estudantes do estado de São Paulo é sintetizado nas frases abaixo: 1. Sobre os parlamentares: como diz o nome, são representantes da população. Se eles entendessem isso, já estava de bom tamanho, pois aprenderiam que estão lá para lutar pelo bem coletivo. 2. Eles têm de ser: honestos, ter capacidade, caráter e respeitar a população brasileira. 3. Renovar a política: é preciso eleger representantes qualificados.
hama a atenção o grau de indignação dos alunos do ensino médio em relação ao comportamento dos políticos brasileiros. No entanto, alguns acreditam que os políticos dão emprego, saúde, educação e segurança. De modo geral, a pesquisa revela que o jovem é mais ligado do que se imagina na vida política do País e tem sentimentos fortes de desejo de participação e mudança. Do total de alunos do ensino médio, 51,76% têm ou tiraram o título de eleitor e 48,24% não têm ou tiraram o título. Isto significa que 1.087.000 alunos do ensino médio participarão do processo eleitoral. 70% deles têm idade entre 15 anos e 6 meses e 17 anos e 6 meses, sendo que a sua participação não é obrigatória por lei. Espera-se que esse contingente esteja melhor preparado para exercer o voto e ajudar a fazer subir a qualidade moral e ética dos políticos, membros dos poderes da República e da sociedade em geral. Os exemplos dos governantes atuais e dos parlamentares que hoje, de forma expressiva, desmerecem a confiança popular, são gritantes. Um presidente da República despreparado e arrogante revela sua pretensão desmedida ao comparar-se a Jesus Cristo, enquanto o Congresso Nacional promove escândalo sobre escândalo, com o patrocínio do mesmo presidente, que nada sabe, nada vê, nada ouve, mas usufrui, em sua plenitude, as benesses do poder.
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mau exemplo de um presidente da República, que proclama sua ignorância cultural como fator positivo, o mau exemplo de membros do PT, que não saem mais das páginas policiais, o mau exemplo de deputados e senadores, enfiados na lama putrefa até o pescoço, se arvorando de benfeitores da pátria, todos os maus exemplos que estão vindo de cima e são disseminadores da impunidade reinante, não podem dar base à formação das novas gerações em relação à vida política do Brasil. Nossos estudantes e nossa juventude precisam ser vacinados contra quem deforma com o mau exemplo sua visão de Brasil e de futuro. Só a educação é capaz de propiciar essa vacina. Ela, todavia, não interessa a fraudadores do erário, às rapinas dos cofres públicos, aos promotores do assalto aos recursos públicos, encobertos por um discurso e ações populistas que jogam areia nos olhos da massa ignorante em sua boa-fé. PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Informática
MENSAGEM INSTANTÂNEA NO TRABALHO? Rachel Melamet O uso desta solução de comunicação rápida, barata e simples cresce a cada dia no mundo inteiro, mas ela pode causar problemas sérios para a segurança das empresas, como a entrada de vírus e programas espiões e a saída de arquivos confidenciais. Não deixe a solução virar dor-de-cabeça.
ão importa se você tem uma microempresa com apenas um funcionário, ou administra uma grande corporação com dez mil empregados. Todos os trabalhadores querem ficar papeando pela internet através dos muitos programas de Instant Messaging (IM) públicos, como Messenger, ICQ ou chats de programas de e-mail como Google e Yahoo!. A pressão para liberar o uso da conversa virtual via IM não vem apenas dos funcionários. Clientes e fornecedores também querem que as empresas disponibilizem essa modalidade de contato online, rápida, barata e fácil, para agilizar a comunicação sem recorrer ao telefone. Como permitir o uso desse importante instrumento de comunicação - cujo uso vem crescendo em média 150% ao ano - que traz benefícios como a melhoria do fluxo de informações e a economia na conta de telefone, mas que, ao mesmo tempo, reduz a produtividade (pois seu uso é marcadamente pessoal) e abre espaço para ameaças como vazamento de informações, invasões e contaminação por vírus e spywares? De acordo com o especialista Duval Costa, diretor técnico da CLM Software, é possível conciliar o acesso aos programas de mensagens instantâneas com uma política de segurança que permita às empresas de qualquer porte controlar o
Fala sério! seu uso pelos funcionários, evitando que informações confidenciais da companhia saiam e que os indesejáveis vírus e programas espiões entrem. Em alta - Segundo dados do instituto de consultoria IDC, até 2007 o mundo terá nada menos que 450 milhões de usuários de Instant Messaging. Mais de 50 milhões,
Com um servidor próprio de mensagens instantâneas, as empresas ganham de dois lados: na produtividade dos funcionários, que melhoram a comunicação no trabalho; e na segurança para evitar entrada de vírus e saída de arquivos confidenciais.
Uma caixinha de segurança, sempre alerta. istribuído pela CLM Software, o Barracud a I M F i re w a l l s e apresenta como sendo "a única solução completa para administração de IM" do mercado. Trata-se de um equipamento dedicado (appliance) que combina hardware e software, funcionando como um gateway (porta de entrada da rede) pelo qual passa todo o tráfego da rede. %#&*$$ - O Barracuda IM Firewall é fácil de usar e instalar a instalação do cliente do IM e a conexão estão prontas em poucos minutos. Atualizações no sistema são feitos automaticamente pela Barracuda Central, um centro de operações tecnológicas onde engenheiros trabalham continuamente para distribuir as atualizações de vírus e ameaças de hora em hora. credito
Duval Costa, da CLM Software: controles e compreensão, de funcionários e empresas.
O sistema pode ser programado para controlar palavras-chave enviar ao administrador alertas, por email ou pelo próprio IM, cada vez que um usuário digitar determinada palavra em seu comunicador - como o nome da empresa ou de um produto, por exemplo - ou mesmo substituir palavras por caracteres como #### se uma expressão de baixo calão for digitada. Isso permite verificar de que forma o funcionário está se referindo à companhia ou a pessoas dentro dela. Quem avisa… - É claro que este tipo de controle gera descontentamento entre os funcionários, que se sentem sob censura. Mas o que os trabalhadores precisam entender, segundo Duval Costa, é que nada do que utilizam na empresa lhes pertence: nem o computador, nem os programas, nem as instalações, mesmo o tempo, pois no período em que estão na frente do PC eles são pagos para trabalhar para uma companhia, e não realizar atividades pessoais. O executivo sugere que as empresas, ao instalar qualquer tipo de controle de atividades, sempre avisem aos empregados de que as conversas, telefônicas ou virtuais, estão sendo gravadas, e quais as regras de uso, para que todos saibam das consequências caso tenham más intenções. Mais informações: www.clm.com.br (RM)
atualmente, utilizam o serviço no local de trabalho. L e v a n t a m e n t o d o I b ope/NetRatings mostra que 85% dos internautas brasileiros usam algum tipo de Instant Messaging - o número chegaria a 25 milhões de usuários, considerando todas as pessoas que têm algum tipo de acesso à internet - boa parte delas no ambiente de trabalho.
Uma pesquisa da Lightspeed Research com usuários do chat ICQ no Brasil revelou que 80% deles usam o programa para falar com parentes e amigos, 66% compartilham fotos e arquivos e 40% usam para obter respostas rápidas em assuntos de negócios. Em contrapartida, de acordo com Duval Costa, as pesquisas revelam que apenas 25% das empresas têm uma política definida de uso do IM, e que 80% das comunicações via messaging nas corporações se dá através de serviços públicos, expondo as companhias aos mais diversos tipos de ameaças à sua segurança. "Até bancos permitem o uso do Messenger, eu já vi", espanta-se Duval. Solução completa - O empreendedor que quiser evitar dor-de-cabeça com chats deve, de acordo com o diretor da CLM, permitir o "uso seguro e controlado" do sistema. Para isso, deve-se manter um servidor próprio de IM, evitar o uso de servidores públicos, fazer a criptografia das comunicações e manter um log de utilização do serviço, gerando relatórios sobre quem usou, quando usou, com quem falou e o que falou. Outra medida importante é controlar quem pode ou não fazer transferência de arquivos pelo programa de mensagem instantânea, tanto na intranet da companhia como pela web.
É possível aumentar a produtividade com a mensagem instantânea. Mas é preciso tomar alguns cuidados.
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Comunicação Mensagem Segurança Pequena e média
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de setembro de 2006
A grande maioria de quem tem acesso à Internet gastam 10% do tempo de trabalho com sites de lazer
60% DOS GERENTES ADMITEM INFECÇÃO NO TRABALHO
PESQUISA WEBSENSE
Horas roubadas Pesquisa da Websense com empresas da América Latina – incluído o Brasil – revela que 80% dos funcionários passam cerca de 10% do expediente em navegação de interesse pessoal. O estudo também mostra que os profissionais de TI superestimam suas ferramentas de segurança.
Vanderlei Campos
uem trabalha em empresas do Brasil e da América Latina gasta boa parte do seu tempo de trabalho em tarefas que nada têm a ver com seu trabalho. Duvida? Pois saiba que a pesquisa Web@Work América Latina 2006 aponta que, no Brasil, 80% dos funcionários com acesso à Internet gastam boa parte – cerca de 10% do total – de suas horas de expediente em sites que em nada contribuem para que a corporação venda mais, lucre mais ou funcione melhor. A pesquisa Web@Work foi realizada pela Dynamic Markets Limited, sob encomenda da Websense. Foram entrevistados 200 profissionais de tecnologia da informação (TI) e usuários de e m p re s a s n o Brasil, México, Chile e Colômdos gerentes de TI brasileiros bia. O estudo acreditam que eventuais combinou a inperdas ou roubos poderiam vestigação de hábitos de uso causar sua demissão. da web, em especial as que têm fins pessoais, e tendências de segurança corporativa, que podem efetivamente prejudi-
56%
A empresa são as pessoas que trabalham nela, e isto vale para o bem ou para o mal.
Medidas insuficientes car a empresa. As conclusões não são das melhores para os Adauto de Mello Jr, diretor coempresários. mercial para a América Latina Os entrevistados não foram da Websense, observa que viinformados, durante a apura- são compartimentada dos risção, de que uma indústria de cos acaba distorcendo a persegurança estava patrocinan- cepção dos profissionais de TI. do a pesquisa. Por isso, talvez, "Definitivamente, medidas ninguém tenha se preocupado tradicionais de segurança não em esconder sua sem-cerimô- são suficientes para proteger nia no que diz respeito às pos- as empresas contra as atuais ameaças da Ins í v e i s s i t u ações em que o ternet", avalia ele. "As empreambiente de sas fazem intrabalho ficou vulnerável à vestimentos altos para atacar entrada de dos gerentes de TI no p r o b l e m a s a m e a ç a s . F ipontuais. O cou evidente Brasil confiam no que o pessoal que propomos software antivírus de é uma camada de TI confia exce ssi va men te adicional, em sua empresa que se possam n a s t e c n o l ogias disponíveis para proteção antecipar as ameaças e traçar contra invasões. Embora 82% políticas, para que se usem dos gerentes de TI acreditem adequadamente os diversos que seus dispositivos anti- mecanismos de proteção", arspyware impeçam a contami- gumenta ele. nação dos computadores dos Segundo Adauto, a Internet funcionários, 60% admitem é uma porta aberta ao mundo que, em algum momento, as para o bem e para o mal. No laestações de trabalho em suas do do mal, o acesso sem conempresas foram infectadas. trole expõe a empresa a cinco Enquanto 92% dizem que con- tipos de riscos: perda de profiam em seu antivírus, 30% in- dutividade do funcionário; formam que sua empresa já foi consumo espúrio de recursos vítima de pragas da web, como (banda de acesso e poder de Toopher, Scob, Sober, e o worm processamento); exposição legal da empresa; desperdício de Netsky.
92%
capital intelectual; e problemas gerais de segurança, enumera Mello. Ele lembra que esses riscos se entrelaçam em várias situações. Por exemplo, a violação de um cadastro de clientes, além do dano competitivo, torna a empresa vulnerável a processos judiciais - afinal, ela pode ser responsabilizada por não proteger devidamente a privacidade das pessoas que, em princípio, confiaram na empresa. Tempo roubado - A pesquisa também quantificou e qualificou o tempo gasto com acessos que nada têm a ver diretamente com a operação da empresa. Durante os períodos de navegação pessoal nos computadores e na rede da empresa, o Internet bank é a aplicação mais acessada, por 56%. Os sites de comércio eletrônico são visitados por 30%. A conclusão do impacto desses hábitos sobre a produtividade, todavia, depende da comparação com outros dados, como tempo de ausência do funcionário se fosse presencialmente a agências bancárias ou lojas. Os 74% que acessam sites de notícias ainda podem encontrar razões profissionais para fazêlo, o que fica difícil de justificar para os 26% que passam o tempo em sites de esportes e os
16% que freqüentam os de pornografia (a não ser que a empresa atue em alguma atividade do ramo - o que não é o caso da grande maioria). Doze por cento dos funcionários no Brasil admitiram já ter visitado algum site pornográfico, proposital ou acidentalmente, em PC ou laptops da empresa, um aumento em relação aos 4% no ano passado.
82%
dos gerentes de TI no Brasil confiam em suas medidas antispyware
CUIDADO COM O INIMIGO ÍNTIMO Divulgação
s Forças Armadas dos Estados Unidos estão envolvidas em guerras regularmente há mais de um século e, entretanto, ainda não aprenderam de onde vêm as ameaças mais temíveis. Na guerra do Iraque, apenas 20% de suas perdas – tanto de vidas de soldados como materiais – vieram do inimigo; 80% foram causadas por fogo amigo e erros internos. Se o Exército mais poderoso do mundo tem sérios problemas de segurança interna, imagine o que pode ocorrer em uma empresa. A informação, passada por Francisco Camargo, presidente da CLM Software, especializada em soluções de segurança de redes, causou surpresa entre os participantes do 15º CNASI - Congresso Nacional de Auditoria de Sistemas, Segurança da Informação e Governança, realizado na semana passada, em São Paulo. Em sua edição de 2006, o evento dedicou vários painéis, workshops e tutoriais à importância da análise de risco de sistemas informatizados, com e sem fio, e às fraudes mais comuns no setor. O exemplo do Exército norte-americano usado por Camargo buscou demonstrar co-
mo o perigo está frequentemente "dentro de casa", e não do lado de fora, onde se pensa estar entrincheirado o inimigo. Daí a necessidade de os empresários e administradores de TI acompanharem com atenção redobrada o que fazem os empregados com livre acesso a dados na rede interna das companhias. Complementando a teoria de Francisco Camargo, o professor e consultor de risco Mario Sergio Ribeiro lembrou que "a empresa são as pessoas que trabalham nela", e que isto vale para o bem ou para o mal. O professor citou exemplos de funcionários demitidos injustamente e de despreparo dos departamentos de Recursos Humanos na avaliação de candidatos, para mostrar como uma pessoa magoada com a empresa, que considerava "sua casa", pode se tornar um cybercriminoso, por desejo de vingança. Questão legal - Em sua palestra sobre segurança da informação e riscos legais, a especialista em direito eletrônico Camilla do Vale Jimene, da Opice Blum Advogados, apresentou os principais crimes cometidos em ambiente corporativo com a utilização de ferramentas eletrônicas - como falsidade ideológica, estelionato, invasão de Divulgação
Mario Sergio Ribeiro, analista de risco: cuidado com as mágoas
propriedade e concorrência desleal. De acordo com Jimene, baseada em sentenças proferidas sobre alguns desses crimes, é possível notar a evolução da justiça brasileira ao lidar com crimes eletrônicos. A advogada alertou para a importância de uma política de segurança corporativa com medidas preventivas contra o vazamento de informações confidenciais, uso do e-mail de trabalho para fins indevidos e uso da navegação na internet para fins pessoais. Perigos sem fio - Segundo pesquisa realizada pelo Gartner no início de 2005, a tecnologia wireless - incluindo segurança corporativa e trabalho remoto - está entre as três prioridades de implementação de modernizações nos sistemas das empresas. Entretanto, outro estudo, realizado pelo Instituto Forrester em junho de 2005, aponta que a segurança e o gerenciamento da tecnologia sem fio continuam a ser os principais problemas para os gestores de TI. Mas quais seriam essas ameaças? Quão expostas estão as redes sem fio e como contornar esses problemas? Para Henrique Takaki, gerente de Segurança de Dados da Visanet, "o problema come-
ça já na instalação do hardware, uma vez que todas as funcionalidades já vêm habilitadas. Muitos usuários, por exemplo, esquecem de trocar as senhas que vêm de fábrica. Assim, permitem que qualquer intruso acesse o manual do equipamento na internet e tome conhecimento dessas senhas, expondo seu ambiente". Outro ponto importante, segundo Takaki, diz respeito aos dispositivos GPS instalados no hardware. "Com esse dispositivo habilitado, qualquer pessoa, a uma distância razoável, consegue captar o sinal e identificar quais máquinas estão em quais locais da rede. Isso facilita muito uma invasão e roubo de dados", afirma. Rifle virtual - Takaki reforça ainda a necessidade de cuidados com a rede wireless ao citar um exemplo bem curioso. Segundo ele, "hoje já é possível obter na internet o manual de construção de um 'bluetooth sniper', algo como um rifle para roubar, à distância, informações que trafegam por ferramentas sem fio". Rachel Melamet
Francisco Camargo, presidente da CLM Software: na guerra do Iraque, 20% das perdas – vidas e materiais – vieram do inimigo; 80% foram causadas por fogo amigo e erros internos.
terça-feira, 26 de setembro de 2006
Mensagem Segurança Pequena e média Tr a b a l h o
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
90% DAS EMPRESAS NÃO UTILIZAM A INTERNET
Os novos produtos desenvolvem conteúdos digitais e publishing impresso ou eletrônico
A PEQUENA EMPRESA NA INTERNET
Amostra grátis de comércio web
Sites em pacotes de baixo custo Captura de tela
Carlos Ossamu s cerca de cinco milhões de micros, pequenas e médias empresas brasileiras, 90% ainda não usam a internet como ferramenta de negócios. Diante desta constatação, o Internet Group — que agrega os portais iG, Ibest e BrTurbo — lançou semana passada o canal de web iG Empresas (w ww.i gem pres as .co m. br ), um pacote de serviços voltado para as micro, pequenas e médias empresas. "O objetivo do iG Empresas é colocar os pequenos e médios empresários no mundo da internet e tornar seus negócios mais competitivos", afirma Caio Túlio Costa, principal executivo (CEO) do Internet Group. O pacote inclui hospedagem de site, acesso, domínio, servidor dedicado, e-mail, entre outras soluções para facilitar o dia-a-dia e já está disponível. O preço varia de acordo com o grupo de soluções escolhido. O plano Light (básico) para a hospedagem de um site conta com 100 MB de disco, 6 GB de transferência (o quanto de dados podem ser baixados e enviados) e e-mail com 50 caixas postais (1 GB no total). Ele custa a partir de R$ 14,90 por mês. Caso a empresa precise de maior capacidade, o plano mais sofisticado (Semi Dedicado) custa R$ 219 por mês e nele estão incluídos 200 caixas postais (10 GB de espaço de email), 1 GB de disco, 120 GB de transferência, além de 10 sites. Caso a empresa precise utilizar um servidor dedicado, somente para o seu uso, ela tem a opção de alugar um. A máquina básica custa R$ 1.100 por mês e é um Pentium 4 de 2.8 GHz com 512 MB de memória, dois discos de 80 GB, 400 GB de volume de dados e banda de 3 Mbps. Pela instalação ainda são cobrados R$ 700. A máquina mais sofisticada é um Dual Xeon 3.2GHz, 1GB DDR de memória RAM, dois HDs de 72 GB SCSI, 750 caixas postais (25 GB), tráfego de 900 GB a 6 Mbps, 120 sites e instalação ao preço de R$ 700. Pesquisa – De acordo com um estudo realizado pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (www.camarae.net), ferramentas de busca, pesquisa e comparação de preços têm feito da internet um importante veículo para a formação da decisão de compra do consumidor. Para cada transação efetivamente realizada de forma eletrônica, a internet é diretamente responsável por pelo menos quatro outros negócios fechados em outros canais, inclusive presenciais, como lojas de departamento e supermercados. Porém, nos Estados Unidos, essa relação atualmente é de nove para um. Portais serão essenciais – Esta constatação amplia significativamente a importância dos portais, dos serviços de comparação de preços e, principalmente, das lojas virtuais como canais de geração de negócios para os fabricantes de bens de consumo. Nesse sentido, cresce a necessidade das empresas investirem mais em publicidade e marketing pela internet, hoje na casa dos R$ 250 milhões/ano, o que representa apenas 1,6% do total do bolo publicitário. Muitas empresas, principalmente as de menor porte, iniciam seu processo de compras
Uma série de serviços do iG para garantir, com poucos custos, a presença das pequenas e médias empresas na web
Por Rachel Melamet uitos comerciantes já estabelecidos há tempos, e também novos empreendedores, pensam em utilizar a internet como mais um ponto de venda de seus produtos, mas adiam a decisão pensando nos
Captura de tela
pela web, através de mecanis- seu site listado em diretórios, mos de buscas. Ter um desta- c o m o o Y a h o o ! que nesses serviços é um pri- (www.yahoo.com.br), por meiro passo. Diversos fatores exemplo, pode aumentar a influenciam na hora de um probabilidade dele aparecer na lista de web site r e s u l t aa p a re c e r dos da ou não O iG lança busca da nos resulpacotes de web. Muitados de hospedagem de tos robôs busca, e a de buscas posição sites e e-mails entendem que ele com que, se o aparece site aparena pesquimensalidades a ce em um sa pode partir de R$ di re tór io variar de 14,90 é porque o tempo em serviço o tempo. achou inTais fatores podem incluir o número de teressante e o colocou lá. Poroutros sites com links para o tanto, esta é uma boa dica para endereço virtual em questão e a sua página ficar muito mais o conteúdo das páginas. Ter visível.
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custos e na trabalheira de contratar webdesigners, suporte de informática e fazer contato com os diversos meios de pagamento. Pensando nisso, a LocaWeb, grupo nacional que oferece soluções em Internet Data Center e hospeda mais de 2.200 sites de lojas virtuais, está lançando uma nova versão de sua lojaexemplo para comércio eletrônico Seu endereço na web é h t t p : / / w w w. l o j a e x e mplo.com.br. Com mais atributos de segurança e totalmente funcional, o código da loja é aberto e gratuito, ou seja, de livre acesso para download e implementação. Qualquer pessoa pode baixar o programa – que já vem com todos os requisitos para o funcionamento do comércio virtual –, preencher com os dados de seu estabelecimento e iniciar as vendas. Com este novo modelo, o usuário tem à disposição diversas formas de pagamento para disponibilizar no site, facilitando e garantindo a segurança da transação. Quanto às opções de pagamento, elas incluem as seguintes opções: boleto bancário via internet, Pagamento Fácil Bradesco, Finasa On-line, BB Office Banking, cartões Visa, MasterCard, Dinners, American Express e Itaú Shopline. De acordo com a análise de diversos especialistas em usabilidade, a falta de opções múltiplas e seguras de pagamento é um dos principais motivos que afastam os e-consumidores do comércio eletrônicos, levando-os para as prateleiras virtuais de outras lojas online. "Nosso objetivo é garantir q u e u m n ú m e ro c a d a v e z maior de usuários tenha acesso à rapidez e ao conforto das transações online", diz Gilberto Mautner, vice-presidente de Tecnologia da LocaWeb. "Com essa iniciativa, apresentamos aos nossos clientes as inúmeras possibilidades que a internet pode oferecer com segurança e qualidade". Loja bilíngue – A versão 6 da loja-exemplo foi desenvolvida em ASP para ambiente Windows e está pré-configurada para trabalhar em português ou inglês. O cliente poderá administrar o nível de acesso de cada usuário e apresentar um histórico de todas as transações efetuadas. O serviço também oferece localização do endereço de entrega através do CEP, cálculo do frete e mais opções de cadastro para os produtos disponíveis no site. A LocaWeb oferece pacotes integrados de serviços com garantia de, no mínimo, 99,5% de disponibilidade dos sites no ar, suporte 24 horas por telefone, help desk, chat, e-mail ou pager, conforme a necessidade de cada cliente. Se o e-lojista optar pela contratação do serviço de comércio eletrônico da LocaWeb, terá acesso a número ilimitado de transações sem taxas adicionais (exceção aos custos referentes a operações bancárias e dos cartões de crédito), gateway 100% compatível com as operadoras de cartão de crédito, além de vários outros benefícios. O valor do serviço foi fixado em R$ 60/mês adicional ao Plano de Hospedagem Profissional I. Mais informações podem ser obtidas no seguinte endereço virtual: http://site.loc a w e b . c o m . b r / a s s i n a t uras/comercio_eletronico.asp.
Suplemento Especial/São Paulo, 26 de setembro de 2006
beleza! Joe McBride/Gettyimages
O setor de cosméticos e artigos de higiene pessoal encontra-se em sua melhor fase. Nunca se produziu (e nunca se consumiu) tantos artigos do gênero como agora. Os números dão uma amostra da vitalidade dessa indústria: nos últimos anos, os negócios cresceram cinco vezes mais que o PIB brasileiro no mesmo período. Quem alimenta a indústria da beleza é um público, reforçado com a presença cada vez maior dos homens, preocupado com a aparência e com o bem-estar.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.ESPECIAL
terça-feira, 26 de setembro de 2006
O Brasil é o quarto maior consumidor de produtos de higiene e beleza do mundo. Só fica atrás dos Estados Unidos, do Japão e da França. No ano passado, o setor movimentou mais de R$ 15 milhões em vendas líquidas.
Anna Carolina Russo/AFG
A indústria da beleza não discrimina sexo, idade, raça ou condição social: da linha étnica, voltada para os negros, aos produtos ecológicos, 200 novidades surgem a cada ano.
Beleza, um grande negócio Novidade é com elas mesmo As mulheres ainda são as grandes consumidoras dos produtos de beleza: é, na avaliação da dermatologista Ligia Kogos, um público que compra por impulso e não abre mão de novidades.
Pesquisa, a alma do negócio O Brasil é um dos seis centros de excelência da Avon para o desenvolvimento de produtos específicos para a América Latina. A sede do Centro de Pesquisa da empresa, no estado do Nova York, emprega 300 profissionais e foi inaugurada em 1897
Nunca foi tão fácil, e tão barato, cuidar do corpo e da aparência: há sempre um novo produto nas prateleiras para atender a todas as expectativas.
B
eleza é fundamental. E para que a beleza seja realçada, há uma poderosa e dinâmica indústria pesquisando novas matérias-primas para a produção de cosméticos e criando necessidades entre um público sempre ávido por novidades. É uma indústria que não discrimina: atende de bebês a idosos, homens e mulheres, brancos e negros, ricos e pobres. Atende até ao cãozinho de estimação, que já conta com produtos relaxantes e, ao mesmo tempo, embelezadores. Qualquer que seja a idade, a raça ou a condição social, o consumidor encontrará na farmácia da esquina, nas lojas de grife ou, o que é mais comum, receberá em casa, o produto de beleza mais adequado. Neste caderno especial, você terá uma idéia de como caminha o setor. "Quem não quer se sentir belo, quem não quer melhorar o aspecto?" pergunta João Carlos Basílio da Silva, o homem à frente de uma associação que congrega 320 empresas do setor de higiene e beleza. Criada em abril de 1995 com o extenso nome de Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos ou, mais fácil, Abihpec/Brasil, a entidade só tem divulgado boas notícias do setor. A principal delas são os índices de crescimento, à razão de 10,7% nos últimos cinco anos. Não é pouca coisa: é cinco vezes mais que o crescimento da indústria em geral e do próprio PIB do país no mesmo período. Cuidar do corpo, e da beleza, está mais fácil. A indústria despeja no mercado cerca de 200 novos produtos todos os anos. Há uma explicação para esse dinamismo: 35% do faturamento total do setor provêm dos lançamentos. Uma boa amostra do que os fabricantes e distribuidores vão oferecer para os próximos meses está sendo exibida na Cosmoprof Cosmética, ou como é mais conhecida, a Feira
WValente/AFG
Internacional da Beleza que termina hoje no Parque Anhembi, em São Paulo (veja destaque na página ao lado). É o cenário ideal para os grandes lançamentos, pois a feira costuma atrair muitos estrangeiros. E também gente interessada em abrir seu próprio negócio: nos últimos cinco anos, a associação registrou crescimento de 8% no setor industrial. Muitos não sobrevivem, pois não têm acesso às tecnologias de ponta fundamentais para movimentar esse mercado. A pesquisa, junto com a tecnologia, é vital para o ramo. Não é por menos que um dos gigantes multinacionais como a Avon investiu 100 milhões de dólares em seu centro de pesquisas. A Natura destina 3% de seu faturamento líquido em busca de novas essências ou novos usos para as plantas nativas. Para isso, conta com a colaboração de técnicos contratados e com o conhecimento das universidades. "Antes, e estamos falando de menos de 20 anos atrás, havia no máximo três tipos de cremes para a pele. Hoje existem mais de 20", observa o presidente da Abihpec/Brasil. Esses produtos surgem a partir das pesquisas bancadas pela indústria que, como se disse, não costuma discriminar ninguém. Um dos grandes saltos do setor deu-se com o ingresso de um consumidor antes refratário aos produtos de beleza - o homem. A nova geração de homens, ao contrário da geração anterior, preocupase cada vez mais com a aparência porque isso pode representar ascensão profissional. Também no mundo corporativo não há
O empresário João Carlos Basílio da Silva comanda uma das mais fortes associações do país, a dos fabricantes de cosméticos. Em cinco anos, o setor cresceu cinco vezes mais que a indústria em geral.
muito mais espaço para quem não cuida do corpo. A quebra do preconceito acontece desde a maternidade: bebês têm à disposição uma infinidade de produtos de beleza. Acostumados a lidar com esses produtos desde cedo, o uso passa a ser incorporado à rotina. A dermatologista Ligia Kogos, uma especialista em beleza, já se habituou a receber homens em sua clínica e diz que são um público mais fiel que as mulheres. Mas são elas, afinal, que acabam movimentando essa indústria. Os negros, que antes só contavam com produtos nem sempre adequados ao tipo de pele e de cabelo, também estão bem atendidos pela chamada "linha étnica" criada especialmente para eles. E são uma clientela tão exigente quanto vaidosa, atesta o editor da revista "Raça Brasil", Fran de Oliveira. Cerca de 60% do espaço editorial da principal publicação brasileira para os
negros é destinado à beleza. "Os negros antes faziam escova definitiva nos cabelos, sem se dar conta de que aquele método foi desenvolvido no Japão e só funcionava para quem tinha cabelos grossos e escorridos. Era um desastre!" O acesso a qualquer tipo de produto, seja de primeira necessidade como os sabonetes e cremes dentais, seja, por assim dizer, acessórios, como os perfumes, foi facilitado pelos preços mais acessíveis resultado do uso de tecnologia de ponta nos
Diretor em exercício Alencar Burti Diretor licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor Luiz Guerrero Reportagem Neide Martingo Chefe de reportagem Arthur Rosa
processos de fabricação e seu conseqüente aumento de produtividade. E a tendência é de que esses produtos se tornarão de mais fácil alcance. Não se pode dizer que um ofurô de R$ 1 mil seja um bem ao alcance de todos. Mas este é um dos artigos mais procurados nos pet-shop da cidade. Sim, banheira para relaxamento de cachorro. Que também conta com xampus aromaterápicos, esmalte para as unhas e perfumes que reproduzem o aroma dos perfumes consagrados (as fêmeas usam Angel e os machos, Caiaque, informa um fabricante de artigos para pets. Nada parece supérfluo nesse mercado. O tema anda tão em evidencia que o "The New York Times", um dos mais prestigiados jornais do mundo, criou em agosto uma coluna de criticas de perfume. Ao melhor estilo dos críticos de vinho e de culinária, o jornalista Chandler Burr, autor do livro "The Emperor of Scent: A True Story of Perfume and Obsession" (Random House, 2003), não disponível em português dá seu parecer acerca de marcas consagradas de perfumes. Nunca houve isso antes.
Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Lino Fernandes Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Roberto Alvarenga Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo
www.dcomercio.com.br
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de setembro de 2006
ESPECIAL - 3
Os pequenos negócios formam 98% do parque industrial do país, mas o maior faturamento vem das grandes empresas. A média de surgimento das indústrias de pequeno porte é de 8% ano. Poucas sobrevivem.
A indústria dos (bons) resultados A vaidade humana alimenta este mercado que passou a se valer de tecnologia de ponta para a criação de novos produtos. Resultado: lançamentos mais constantes e preços mais acessíveis. Fotos: Paulo Pampolin/Hype
Grande São Paulo, mas também por meio de convênios com universidades. Ainda este ano a empresa deve inaugurar um centro de pesquisas na França. No ano passado, a Natura teve receita bruta de R$ 3,24 bilhões, 27,7% superior à do ano anterior. O foco são os produtos de origem natural, feitos a base de 16ª Feira extratos de Internacional da plantas nativas. Beleza, que Em 2005 foram termina hoje em São produzidas mais Paulo, reuniu 520 de 200 milhões de expositores e deve unidades. gerar volume de Os números da negócios maior que o Mais de 500 expositores mostram as últimas novidades na Feira Internacional da Beleza que termina hoje no Parque Anhembi, em São Paulo balança registrado no ano comercial passado. “O brasileiro revelam que até 1994 o país está vivendo mais e necessidade de conservar igual ao dos nascimentos", A indústria da beleza vive oucas atividades não quer exibir rugas no Brasil uma impressão de juventude. compara Basílio da Silva. de pesquisas - e de novidades. manteve superávit entre 10 e 15 bilhões de dólares. Entre ou cabelos brancos", Como? Por meio de hábitos Segundo a Federação das Segundo números da apresentaram 1995 e 1998, com o Plano Real diz Roberta Dias, resultados tão mais saudáveis e pelo uso de Indústrias de São Paulo, associação, são lançados em e o uso do câmbio como diretora da feira. A cosméticos. A competição no Fiesp, a indústria da beleza positivos quanto média 200 novos produtos âncora para a estabilização da falta de dinheiro, os da indústria da mercado do trabalho, com a apresentou em dezembro de por ano, uma estratégia moeda, apresentou déficit segunda ela, não é crença de que uma boa 2004 o melhor desempenho beleza, formalmente fundamental, pois 35% do entre 3 e 7 bilhões. No ano problema: ninguém conhecida como Indústria aparência ajuda a galgar em níveis de emprego entre os faturamento provêm dos passado, foi verificado deixa de comprar um Brasileira de Higiene Pessoal, postos mais elevados ou, no 47 setores analisados. lançamentos. O maior superávit de 44,8 bilhões de creme para se sentir mínimo conservar o atual Considerando-se o índice 100 fabricante do ramo, a Avon, Perfumaria e Cosméticos. Os dólares. O crescimento melhor. emprego, também números do setor revelam para o nível de emprego, o investiu 100 milhões de acumulado nas exportações As rodadas de impulsiona as vendas. Este setor obteve 122,08. O índice dólares em seu centro de que em 2005 o faturamento do setor entre 2001 e 2005 foi negócios com líquido foi de R$ 15,4 bilhões, fenômeno, a propósito, médio geral da indústria no pesquisas - um dos seis que a de 120,7%, enquanto as compradores facilitou o ingresso de um estado foi de 70,30. Entre as empresa mantém em todo o o dobro do faturamento do importações sofreram queda internacionais, que ano anterior. Nos mundo. "Desde a de 4,1% no mesmo período. A devem superar os década de 1980 o últimos cinco anos, o América do Sul é o maior US$ 7 milhões crescimento médio Brasil tornou-se comprador de produtos de movimentados no foi de 10,7%, centro de excelência beleza produzidos no Brasil. ano passado com a condição que revelou no desenvolvimento Em 2004 os artigos de higiene assinatura de 600 progresso mais de fragrâncias, contratos de produtos de cuidados oral e os produtos para vigoroso que o dos cabelos lideraram o ranking exportação, são índices da indústria pessoais e de cabelo, destaque do evento. além de embalagens", das exportações. em geral. No A Ga.Ma Italy, um acumulado diz a empresa. A cada dos expositores, cujo ano são criados e 2001/2005, a principal produto são indústria cresceu validados em todo o os cremes para alisar mundo mil novos 10,8% enquanto o cabelos, estima que ramo da beleza produtos, em média. os negócios gerados apresentou índices A empresa não na feira serão 40% de 66,4%, descontada divulga dados oportunidades de trabalho voraz consumidor de superiores em relação a inflação no período. financeiros, mas se pode ter produtos de beleza - o homem geradas pelo setor, estudos da uma idéia da saúde do à mostra de 2005. É a "O desempenho é uma associação demonstram que o negócio quando se sabe que (veja reportagem na página 5). mesma expectativa soma de vários fatores", maior crescimento ocorreu na de cada dois batons vendidos Os números colocam o de Murilo Reggiani, destaca o presidente da área de vendas diretas: em Brasil como o quarto maior da Vult Cosmética, Associação Brasileira da no país, um pertence à marca 2005 foram criados 1,6 consumidor mundial. De que explora a linha e a cada 10 produtos de beleza Indústria de Higiene Pessoal, milhões de postos de acordo com dados do popular e que está Perfumaria e Cosméticos consumidos, sete pertencem à trabalho, um crescimento de Euromonitor, o país é o lançando produtos linha de tratamento corporal (Abihpec/Brasil) João Carlos 222,5% comparado ao ano de terceiro mercado em licenciados pelo Basílio da Silva, um nome Avon. A empresa atua na área 1994. As oportunidades para desodorantes, produtos para maquiador e de vendas diretas e só aí associado à indústria da os profissionais de beleza cabelos e artigos infantis, o cabeleireiro Duda perfumaria por meio da mantém 1 milhão de quarto em perfumaria, o sexto representaram 1,12 milhão de atendentes. A Avon é a Molinos. Segundo os marca Rastro. "A entrada da postos de trabalho. Ainda em em produtos masculinos, organizadores, cerca mulher no mercado de segunda maior subsidiária 2005, os setores de produção e em vendas no mundo. oitavo em higiene oral, nono de dois mil produtos trabalho, o emprego pela administração responderam em proteção solar, banho e e acessórios foram indústria de cosméticos de A Natura, há 36 anos no por 54,5 mil postos de pele e o décimo colocado no lançados na mostra. mercado, declara investir tecnologia de ponta com o trabalho, enquanto as lojas de cerca de 3% de sua receita ranking internacional de Neide Martingo conseqüente aumento de franquia empregaram 26,7 produtividade e os constantes cosméticos cores. "Mas ainda líquida em pesquisas, mil pessoas. há espaço para crescimento, lançamentos de novidades concentradas em Cajamar, na especialmente no setor de para atender a todas as cremes hidratantes", confia camadas do mercado são Basílio da Silva. alguns desses fatores." Dados da Anvisa Há mais: estudos da divulgados em janeiro deste associação mostram que o ano revelam que existem 1 367 aumento da expectativa de empresas associadas a este vida do brasileiro cria a mercado. São Paulo lidera, com 643 empresas. Boa parte é formada por empresas de pequeno e médio porte. "É uma atividade muito cobiçada por quem está começando um novo negócio", explica Basilio da Silva. "Imagine conquistar 1% de um mercado que gera R$ 35 bilhões por ano quando se considera o preço final ao consumidor." O nível de crescimento de novos negócios no setor gira em torno de 8% ao ano. Mas o índice de inadimplência também é alto. "Estimamos Este ano, a feira deve movimentar volume 40% que o número de óbitos seja maior que do ano passado
Beleza também se vende na feira
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P
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O setor de vendas diretas concentra a maioria dos artigos de perfumaria. Os produtos de higiene pessoal e as tinturas para cabelos são comprados em drogarias e em supermercados. Sebastião Moreira/AE
No balcão ou em casa, nunca foi tão fácil comprar. A cada 10 produtos vendidos de porta em porta, 9 são cosméticos. Mas em qualquer farmácia ou supermercado, há grande variedade de produtos. O Boticário é a maior rede particular de franquias no país e a maior do mundo em cosméticos
MINTZ JARDINS Vende-se e Aluga-se conjuntos comerciais a partir de 40 m² (imóveis no Jardim Paulista e Jd. América). Fones: (11) 3062-3618 / 3062-4425 / 7818-6613 Rua Augusta, 2.516 - Conj. 52
R$ 6,4 bilhões, 16% a mais Associação Brasileira de que igual período no ano Empresas de Vendas passado. Em 2005, o Diretas, Abevd. A grande faturamento foi de R$ 12,4 maioria dos executivos da bilhões. "Estamos associação é ligada à caminhando para um indústria da beleza. faturamento recorde este Ao que consta, a tradição ano", ressalta Ismael começou no Brasil há 47 Ferreira. O volume de itens anos quando a Avon comercializados também instituiu o modelo cresceu nos primeiros seis americano de vendas meses do ano, com 564 diretas. Na época, a milhões de unidades, 10% a iniciativa abriu o mercado mais em comparação ao de trabalho - e a primeiro semestre de 2005. conseqüente Vale lembrar que o setor de independência econômica cosméticos responde por para as mulheres. Foi uma 90% desses números. revolução. A empresa Produtos para o lar e informa que mantém no suplementos Brasil a maior WValente/AFG nutricionais força de são outros vendas do setores fortes mundo, com 1 na venda milhão de direta. Esses revendedores números autônomas, fazem do 97% dos quais Brasil o formados terceiro no exclusivamente ranking dos por mulheres. países com A assessoria esse tipo de da Avon diz atividade. que esse tipo Estados de atividade é Unidos e procurado Ismael Ferreira, da Abevd: Japão são os pelas mulheres faturamento em alta. líderes pelo fato de mundiais. que elas tem Nem todo produto de maior facilidade de beleza, no entanto, é relacionamento. "O slogan vendido dessa forma. "Os da Avon é 'a gente artigos de perfumaria são conversa, a gente se vendidos basicamente de entende' e isso as mulheres porta em porta, um modo fazem muito bem." Os que se tornou quase revendedores são exclusivo com o constantemente desaparecimento dos atualizados sobre as grandes magazines", tendências da cosmética e observa o presidente da os que mais se destacam Abihpec/Brasil, João Carlos são premiados com casas, Basílio da Silva. "Produtos carros, viagens de higiene pessoal, tinturas e internacionais e higiene bucal ainda são eletrodomésticos. A vendidos em farmácias e em premiação, a propósito, é supermercados." O uma das ferramentas mais executivo destaca que outro eficazes nas vendas diretas. canal importante de venda No total, informa a no setor de beleza são as Abevd, o exército de franquias. Empresas como O revendedores autônomos Boticário investem no setor de cosméticos é pesadamente no negócio - só formado por 1,5 milhão de no Brasil, são 2 367 lojas vendedores. No primeiro franqueadas e mais 69 semestre deste ano, o abertas em Portugal. contingente movimentou
Avon chama. E elas atendem.
Fotos: Ricardo Padue/AFG
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uem viveu nos anos 1960 há de se lembrar de um (para usar o termo da época) reclame da vendedora de produtos de beleza tocando a campainha de uma casa. Foi a Avon que criou o slogan "Avon Chama" que aparecia nos anúncios de então e também quem instituiu o negócio de vendas diretas no setor de cosméticos. Hoje, nove entre dez produtos vendidos de porta em porta pertencem ao setor de cosméticos. "É uma tradição do setor. Os vendedores são, na verdade, consultores de beleza e acabam tendo uma rede de clientes fiéis", observa Ismael Ferreira, diretor da
A
s consultoras da Avon formam uma força de 1 milhão de pessoas que saem às ruas para vender os produtos da marca. Para vender mais, e com isso concorrer a prêmios que vão de eletrodomésticos a casas, as consultoras recebem treinamento em concorridas reuniões.
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ESPECIAL - 5 No ano passado foram vendidas 3 000 toneladas de produtos de barbear, quase R$ 100 milhões, recorde dos últimos cinco anos. Os cremes de barbear representaram 65% das vendas de produtos masculinos.
Paulo Pampolin/Hype
Cena comum: homem cuidando dos cabelos. Os xampus estão em alta, mas o que vende são desodorantes e produtos de barbear.
Proteção contra o sol até na roupa do corpo
Q
ual a tendência no setor de cosméticos? Os números apontam para os filtros e protetoressolares. Ou para os produtos, como cremes hidratantes que contenham bloqueadores de raios UV na composição. No ano passado, as vendas de protetores movimentaram R$ 407 milhões
(em 2001 foram R$ 187 milhões). Além de presente em cosméticos, os protetores podem, agora, ser encontrados em roupas: a Uvline acaba de chegar ao país com uma linha de roupas e acessórios (foto acima) que promete absorção de até 98% dos raios ultravioleta. De origem australiana, a empresa inaugurou loja na Vila Madalena e outros 150 pontos de venda, muitos deles dentro das farmácias de manipulação. As roupas Uvline são feitas de poliamida, poliéster e algodão e os preços, segundo a empresa, são acessíveis ao grande público.
Coisa de homem O público masculino descobriu que a boa aparência é fundamental para a carreira profissional. E passou a se cuidar.
Divulgação
A
s mulheres são, variedade de hidratantes, tradicionalmente, xampus, anti-rugas e loções pós-barba à base de as maiores ingredientes naturais. "Os clientes dos homens de hoje associam a produtos de boa aparência e os cuidados beleza. Mas com a higiene corporal como foram os homens que deram impulso a essa indústria. "A fator determinante para o sucesso profissional", nova geração masculina perdeu o preconceito destaca Basílio da Silva. "Em muitas famílias de arraigado nas famílias de classe média de que homem classe média, os homens de gerações mais antigas só não usa produtos de beleza", passaram a usar desodorante conta João Carlos Basílio da recentemente: o máximo de Silva, da Abihpec/Brasil. O cuidado corporal que resultado é que nos últimos concediam era os cremes sete anos o mercado dentais e de barbear", diz o brasileiro de cosméticos masculinos avançou 171%, presidente da Abihpec/Brasil, citando o com faturamento no ano passado de cerca de R$ 1,5 exemplo da própria família. Os jovens desta geração, bilhão. O Brasil ocupa hoje a sexta posição no mercado conta, têm esses hábitos como parte do cotidiano, mundial de produtos masculinos. Desodorantes pois usam cremes, xampus e outros artigos de beleza ainda são os campeões de desde o berço. venda, mas os analistas do Cerca de 30% dos clientes setor apontam grande da dermatologista Ligia avanço dos produtos para o Kogos é formada por homens cabelo e dos cremes preocupados com os hidratantes. Mesmo os grandes cuidados corporais. "O que os leva a me procurar é a fabricantes associados aos produtos femininos, como a pressão no mercado de Avon, passaram a investir na trabalho: ter boa aparência linha masculina. Na linha significa ascensão profissional", confirma. Avon, o Tomorrow, perfume acompanhado de creme para Segundo ela, os homens formam público mais fiel aos barbear, é o cosmético preferido entre os homens. A hábitos e às marcas que as mulheres. "Raramente vejo Farmaervas também passou a se dedicar à linha para um homem trocar homens, depois de 64 anos de freqüentemente a marca ou o tipo do xampu. Se funciona, atividades no ramo da ele se manterá fiel ao produto cosmética, com uma por muitos anos." É, no entender da profissional, o grande trunfo da indústria de cosméticos voltados para o homem: não há necessidade de manter um catálogo extenso, pois se o cliente é conquistado, o fabricante poderá manter o produto em linha por muitos anos sem renovação de embalagem, inclusive. A Abihpec/Brasil concorda em parte com o raciocínio da dermatologista. E cita pesquisa que aponta a incessante busca por novidades por parte dos jovens. Se grande parte dos homens compra esse tipo de produto com racionalidade, as mulheres são impulsivas compram pela emoção. "Elas acreditam no marketing traçado para os diferentes produtos e são as que acabam sustentando essa indústria", destaca Ligia Kogos. A
comparação coincide com as pesquisas realizadas pelo setor: o ramo de cosméticos não se sustenta sem novidades. "Antigamente, existia no máximo três tipos
de hidratantes. Hoje, concluiu-se que existem 16 diferentes tipos de pele e que cada tipo exige tratamento específico. Resultado: encontram-se no comércio
mais de 20 tipos de cremes", observa Basílio da Silva. O mesmo fenômeno repete-se com sabonete, xampu, creme dental e com protetor solar.
Às vezes, dá tudo errado.
A
dermatologista Ligia Kogos está habituada a cuidar de um problema de pele muito comum entre seus pacientes: a acne cosmética. "É um distúrbio provocado pelo uso indevido de cremes hidratantes", explica. Há outros problemas, igualmente comuns, causados pelos produtos feitos originalmente para embelezar ou preservar a beleza do corpo. A queda de cabelo ou irritação do couro cabeludo causadas pela má aplicação de tinturas ou ainda o consumo de produtos que prometem pronto rejuvenescimento. "O consumidor está muito consciente acerca dos cosméticos, mas ainda assim falta esclarecimento." É que, segundo Ligia, a quantidade de ofertas encontradas nas prateleiras das drogarias e dos supermercados cresceu muito e sempre há novidades no setor. "Ultimamen-
Divulgação
Ligia Kogos: o consumidor precisa saber o que está comprando.
te tem aparecido produtos que usam nomes consagrados, como 'botox' ou 'DNA' que prometem soluções inviáveis. O melhor é desconfiar desse tipo de produto", aconselha. Ela também condena a propaganda exagerada em torno de determinados produtos e que
acabam exaltando qualidades nem sempre existentes. "Esse tipo de propaganda mais ilude do que esclarece." O caso da acne cosmética é típico da falta de informação do consumidor. "Pessoas que têm pele oleosa podem sofrer essa inflamação com o uso de certos tipos de cremes." Em caso de dúvida, ela sugere, o cliente deve procurar assistência profissional. "O leigo deve se proteger das falsas promessas e do uso de produtos não adequados para preservar a saúde e o dinheiro", afirma. Ainda assim, Ligia vê grande progresso no setor de cosméticos. "Há grandes avanços, especialmente entre os filtros solares", afirma. "Não acho ruim que esse mercado cresça cada vez mais forte. Mas é preciso que o consumidor esteja plenamente ciente das propriedades dos produtos para que não seja iludido."
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6 -.ESPECIAL
terça-feira, 26 de setembro de 2006
Perfumes e colônias foram os produtos infantis mais consumidos em 2005, com 21% do total de vendas. Sabonetes, xampus, cremes hidratantes e cremes dentais, nessa ordem, vieram a seguir.
Só não se cuida quem não quer O mercado da beleza criou linhas étnicas e ecológicas. Lançou ainda produtos específicos para bebês, idosos e para adolescentes.
Philippe Desmazes/AFP
Gol contra Ídolos como Ronaldinho exercem grande influência na preferência popular. Quando o jogador raspou o cabelo, e foi imitado por uma multidão, as vendas de xampus despencaram.
Tudo pela aparência Pesquisa encomendada pela BM&F revela que o marketing da beleza está em alta entre os jovens de 20 a 30 anos. Eles afirmam que um profissional bem sucedido não deve ter má aparência. Mais da metade dos entrevistados disse que compra produtos de beleza por impulso.
Naturais No segmento, por assim dizer, ecológico da indústria da beleza, não basta vender: é preciso participar. No ano passado, quem
desembarcasse no aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, Paraná, surpreendiase com uma queda d'água de 16 metros de altura montada no saguão do aeroporto. Era uma réplica da cachoeira do Salto Morato, localizada na reserva florestal do mesmo nome, em Guaraqueçaba (PR). Considerada patrimônio natural da humanidade pela Unesco, essa área de 2 340 hectares de Mata Atlântica é mantida pela Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, pertencente a O Boticário. A Natura, outra empresa de cosméticos, também mantém programas de preservação e pesquisa ambiental: em sua linha Ekos, há produtos com plantas nativas brasileiras. Em O Boticário, são 600 itens de beleza, vendidos por meio de 2 367 lojas franqueadas. É a maior rede de franquias do setor em todo o mundo, segundo a empresa. Em 2005 a rede de lojas teve faturamento bruto de mais de R$ 2 bilhões (a indústria, localizada em São José dos Segundo recente cosméticos é tão completa masculino não têm os Pinhais, declarou quanto a de adultos: vai de preconceitos dos pais, pois o levantamento, nos últimos faturamento bruto de R$ 650 cinco anos os preços sabonetes (alguns específicos uso de produtos de beleza milhões). Da receita líquida para diferentes tipos de pele) acompanham essa juventude apresentaram crescimento anual, 1% é destinado a inferior a inflação e ao índice a perfumes. "A partir dos desde o nascimento", explica projetos e programas, dos últimos 10, 15 anos, os Basílio da Silva. de preços do consumidor. "Os quais a Fundação é a maior cuidados com a higiene e com Pesquisa realizada pelo produtos de higiene pessoal beneficiária. a beleza têm começado no Instituto Data Popular para a foram os que tiveram menor A receita bruta da Natura berço", observa João Carlos "Ação Jovem do Mercado de aumento", aponta João Carlos foi de R$ 3,24 bilhões em 2005. Basílio da Silva, da Basílio da Silva. No ano Capitais", da BM&F, revela A empresa, cuja que, ao passado, os artigos de higiene Paulo Pampolin/Hype base industrial tiveram decréscimo de -1,67% contrário dos fica em pais, o jovem diante de uma desvalorização Cajamar, na cambial média de -17,68% e está muito Grande São preocupado de 70,56% medidos pelo Paulo, opera Índice Geral de Preços. Os com o corpo. A pelo sistema de pesquisa, demais produtos de beleza vendas diretas tiveram aumento médio de divulgada em com 567 mil agosto, ouviu 3,87% no mesmo período. revendedoras mil jovens A linha de produtos autônomas. universitários populares, geralmente Além do Brasil, ou exvendidos em drogarias e está presente supermercados, é um dos universitários em alguns entre 20 e 30 mais fortes segmentos dessa países da indústria. Um dos anos, com América do Sul, renda a partir representantes dessa linha é a México e Perfumes Dana que detém de R$ 1,5 mil. França. Entre outras 24% do mercado, com 2,5 Talco e cremes pastosos? Esqueça: os bebês da Segundo milhões de unidades/mês no conclusões nova geração dispõem de uma linha de produtos informações da apontadas varejo. Com essa disposição, tão completa como a dos adultos. empresa, em teve faturamento bruto de R$ pelos 2005 foram entrevistados, a 45 milhões em 2005. Aos 50 produzidos mais de 200 anos de fundação, a empresa maioria acredita que beleza é Abihpec/Brasil. "Isso milhões de unidades de tem apostado na renovação significa que se está formando fundamental para se produtos para 50 milhões de como estratégia para crescer prosperar no mercado de uma nova geração de consumidores. Boa parte de trabalho. Ao se considerar mais de 40% até 2009 - uma consumidores." A variedade seus projetos está associada à das providências foi a menos conservadora que os de artigos também foi pesquisas em universidades e ampliada. pais, a maioria dos renovação das embalagens da um deles, o Natura Campus, entrevistados também disse linha Tabu, de sabonetes e No ano passado, a linha busca atrair novos projetos que não compra desodorante. infantil movimentou 206,3 acadêmicos. A Natura racionalmente: Rogério Albuquerque/AFG milhões de dólares, o mais mantém 170 pesquisadores e se é novo, se é alto faturamento registrado aplica 2,9% da receita líquida até então. Como comparação, exclusivo e se em pesquisas (foram R$ 67 ajuda a o faturamento líquido em milhões no ano passado). Um 2001 foi de 112,1 milhões de melhorar a dos resultados desses projetos dólares. Perfumes e colônias, aparência, é o é a patente da pariparoba, que basta. com 21% de participação, e extraída da Mata Atlântica e sabonetes, com 19%, foram os usada como protetor solar. Populares produtos mais consumidos. O Curiosamente, O Boticário talco, tradicionalmente e Natura tiveram origem Um dos associado aos bebês, perdeu parecida. O primeiro surgiu motivos do terreno (3% de participação) em 1977 como farmácia de grande para o protetor solar (6%). manipulação no centro de crescimento É uma nova geração que se Curitiba. A Natura foi do setor de está formando. inaugurada em 1969 com um Fran Oliveira: cosméticos, Os adolescentes também laboratório e uma loja em São negro também de acordo com a são público importante neste Paulo. é vaidoso. Abihpec/Brasil, é o acesso mercado. Segundo perfil facilitado aos produtos traçado pela associação, os Infanto-juvenil básicos de higiene. A jovens são ávidos por associação diz que a situação novidades. E, por buscar O que havia eram cremes começou a se reverter a partir exclusividade em tudo que pastosos anti-assadura e de 1992, quando os preços se usa, nem sempre é fiel a talco. Hoje, a linha infantil de tornaram mais acessíveis. marcas. "Os jovens do sexo Arte: Céllus
A
indústria da beleza não discrimina sexo, idade, raça, condição social ou crença política: atende a todas as camadas da sociedade. Há produtos para bebês e para idosos, homens e mulheres, para os politicamente corretos, para quem tem mais ou menos dinheiro. E há uma linha, chamada de "étnica", cujo público padrão são os negros. No ano passado o mercado étnico consumiu 21% do total de produtos para cabelos (ou mais de 98 mil toneladas de xampus, condicionadores, alisantes, tinturas e outros artigos) e movimentou cerca de R$ 870 milhões. O crescimento, comparado ao ano anterior, foi de 151%. "É um mercado muito importante, mas que oscila ao sabor dos modismos", explica João Carlos Basílio da Silva, presidente da Abihpec/Brasil. Ele conta que em determinada época o segmento étnico sofreu o "efeito Michael Jackson", quando a procura por alisantes de cabelos e cremes para clarear a pele teve uma das maiores altas já registradas. "Depois vieram os ídolos do futebol e todos resolveram raspar os cabelos ao estilo Ronaldinho." O resultado, diz o dirigente, foi trágico para os fabricantes de xampus, principalmente para aqueles específicos para a raça negra." Fran Oliveira, editor da revista "Raça Brasil", a mais importante publicação voltada para os negros no país, conta que o crescimento desse segmento deu-se junto com o surgimento da publicação, há dez anos. "Foi causa e efeito: com a revista, os negros recuperaram sua auto-estima, a indústria de cosméticos percebeu isso e passou a oferecer produtos específicos para o tipo de pele e de cabelo dos negros." O que havia, até então, eram os produtos genéricos e aqueles à base de hena, os mais consumidos pelos negros. Grande parte dos fabricantes de cosméticos mantém em catálogo uma linha étnica, com ênfase para os artigos capilares. Mas também há cremes formulados de acordo com o tipo de pele. Fran informa que as reportagens dedicadas à beleza ocupam 60% do espaço editorial da revista que já chegou a vender 200 mil exemplares nas bancas (hoje são 80 mil exemplares). Há seções chamadas "Cabelo Bom", em que especialistas respondem cartas e sugerem a melhor maneira de cuidar dos cabelos, ou "Beleza Pura", que fala sobre lançamentos de novos produtos de beleza.
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terça-feira, 26 de setembro de 2006
ESPECIAL - 7 Cerca de 30% dos artigos de maquiagem e perfumaria vendidos no país é falsificada. Os perfumes importados de marcas consagradas são os principais alvos dos criminosos.
Fotos: Marcelo Min/AFG
Produtos de maquiagem e perfumes de grife são os artigos com maior índice de falsificação. A cada dez perfumes vendidos, três são falsos.
Quando o perfume não cheira bem A destruição de embalagens e frascos originais de produtos importados é a fórmula que a indústria encontrou para combater a pirataria
T
rês em cada dez artigos vendidos nos setores de maquiagem e de perfumaria são falsificados. A estimativa é da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec/Brasil). "As marcas consagradas, normalmente importadas, são os alvos dos falsificadores", afirma o presidente da entidade, João Carlos Basílio da Silva. A associação não tem levantamento de quanto dinheiro é movimentado pela pirataria, mas Basílio da Silva não tem dúvida de que a atividade significa uma fábula. "A pirataria passou a representar um meio de vida para muita gente. O sujeito perde o emprego e passa a vender produtos tidos como importados em bancas de rua ou no porta-a-porta", afirma. "Quantas embalagens de batom cabem em um porta-malas? Milhares. Pois é assim que esse tipo de negócio funciona: o sujeito lota o carro de mercadorias falsificadas e sai vendendo por aí sem
ser incomodado." Uma das maneiras que a associação encontrou para combater o crime é destruir as embalagens vazias e já utilizadas dos produtos originais. "Os frascos de perfume jogados no lixo são ouro nas mãos dos criminosos. Essas embalagens são reaproveitadas, pois os
"A pirataria é um meio de vida para muita gente. O sujeito lota o carro com produtos falsificados e não é incomodado." João Carlos Basílio da Silva custos de produção de um frasco semelhante ao original são elevados." O programa foi inaugurado agora em setembro em São Bento do Sul, Santa Catarina. O estado está abrigando o projeto-piloto da associação em cinco de seus municípios - além de São Bento, Florianópolis, Lajes, Blumenau e
Joinville. Funciona da seguinte maneira: por meio de acordo com as cooperativas de catadores de lixo reciclável dessas cidades, as embalagens de produtos importados são separadas e destruídas. As cooperativas receberam maquinários apropriados para essa finalidade. O projeto também envolve as prefeituras locais e conta com o apoio do Senac e do Banco do Brasil. "Iniciamos por Santa Catarina porque o estado encontra-se em estágio avançado na coleta seletiva do lixo e conta com população de bom nível financeiro a ponto de poder consumir artigos importados. Mas o objetivo é estender a experiência para outras cidades do país", informa Basílio. Outra providência para exterminar, ou ao menos reduzir, a pirataria depende do consumidor. "Não existe produto importado por menos da metade do preço daquele que é vendido no comércio legal. Além de contribuir para alimentar a indústria do crime, quem compra esse tipo de mercadoria está colocando a saúde em risco."
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terça-feira, 26 de setembro de 2006
Perfumes, colônias, esmaltes, xampus aromaterápicos e sais de banho são alguns dos produtos de beleza disponíveis para os animais de estimação. Há mais: ofurô de cedro rosa e chapinha para alisar pelo.
Doce vida de cachorro Roupinha da moda já não basta. A nova mania são os produtos que, além de embelezar, relaxam os animais de estimação. Marcelo Min/AFG
O
Armazém Pet, um site que vende artigos para animais de estimação, tem em sua relação de produtos ofurôs de cedro rosa, uma madeira nobre que tem a propriedade de exalar um agradável aroma quando em contato com a água quente. Custa cerca de R$ 1000, mas isso não é o mais espantoso - espanta é o fato desse tipo de banheira canina ser um dos campeões de venda da empresa. "Quem compra sempre leva junto cristais de banho e outros produtos de beleza", conta uma das donas do negócio, a veterinária Carol Malvezi. "É um público que não economiza com supérfluos: cada pacote de ração sempre vai acompanhado por mimos para os bichinhos." A linha de produtos de beleza para animais de estimação representa um dos ramos em franca Ricardo Padue/AFG expansão na indústria da beleza. Há, segundo o IBGE, 28 milhões de cães e 12 milhões de gatos nos lares brasileiros, a segunda maior população de pets do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. WValente/AFG "Muitos desses bichinhos são tratados como filhos pelos donos, já que estão preenchendo o vazio deixado pelos filhos verdadeiros ou pela falta de deles", interpreta o empresário Saul Ribeiro Spinetti, da Natural Pet, fabricante de cosméticos. O catálogo da Natural Pet é formado por 12 diferentes produtos para humanos e por 36 para animais. Os
WValente/AFG
O empresário Saul Spinetti apostou na linha aromaterápica para pets e se deu bem. "Os bichinhos são tratados como filhos pelos donos."
Acima, Cooki recebe aplicação de xampu dermatológico. E ao lado, a poodle Nina ganha sua dose de perfume francês após o banho com sais relaxantes.
maiores clientes são as mulheres na faixa dos 25 a 35 anos. "Os consumidores dos produtos para animais são possivelmente mais ávidos por novidades que os compradores da linha humana", afirma alicerçado pela própria experiência: depois de 26 anos no ramo dos cosméticos, seis dos quais dedicados aos pets, a empresa de Spinetti investiu no começo do ano na aromaterapia. Criou uma linha de xampus com essas propriedades e surpreendeu-se com o retorno. Em dez meses, os xampus com óleos relaxantes quase superou as vendas dos cosméticos tradicionais, como as colônias com aroma semelhante às das colônias de grife usadas pelas mulheres, um dos campeões de vendas de sua empresa. Entusiasmado com o retorno, o empresário acaba de lançar nova linha de produtos com o apelo da aromaterapia e que promete o mesmo bemestar aos bichinhos: colônias com aromas variados, vendidas entre R$ 7 e R$ 12, o frasco de 120 ml. Grande parte das novidades nessa área foi vista em São Paulo na Pet South América, uma feira anual de produtos e serviços para animais de estimação. Durante três dias, foram lançados diversos cosméticos e acessórios de beleza, como a chapinha para alisar pelos, com os mesmos princípios do aparelho usado para alisar os cabelos das mulheres. Os organizadores da feira, que no ano passado atraiu mais de 20 mil visitantes, estimam que os produtos voltados para os animais de estimação movimentam 50 milhões de dólares por ano em todo o mundo. Não se fala em cifras do mercado brasileiro.
WValente/AFG
E o bichinho, já foi vacinado? O veterinário Humberto Clementi, dono de uma clínica localizada em Higienópolis, provavelmente o bairro onde há maior concentração de cães de estimação na
cidade, apóia a atenção dispensada aos bichinhos, mas condena os excessos. "Não se pode agredir a natureza dos animais, transformá-los em bebês para suprir a ausência de
Clementi: 30% dos pets não tomam vacina
bebês humanos." Clementi está habituado atender pets que sofrem com os excessos praticados involuntariamente pelos donos. "É muito comum diagnosticar gastrite por ingestão de pasta de dente ou irritação de pele ou dos olhos pelo uso indiscriminado de colônias", afirma. Ele também não acha correto o uso de esmaltes em cães e gatos, um tipo de cosmético que não combina com a natureza dos bichos e que se aplicados
indiscriminadamente podem provocar lesões. Seu consolo é que os produtos de beleza encontrados em lojas de animais são rigorosamente inspecionados. Mas ele alerta: "o estarrecedor é que muitas vezes os cuidados básicos, como as vacinas periódicas, são relegados." Clementi diz que 30% dos animais que convivem em casa com os humanos não são vacinados.
terça-feira, 26 de setembro de 2006
Congresso Planalto Política CPI
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DESAFIOS À DEMOCRACIA
5 Há liberdades que estão ameaçadas em nosso País, em nosso continente. Mas ainda há tempo para fortalecer nossas instituições republicanas e garantir a segurança econômica. Domingos Zamagna
Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype
ACSP DEBATE CENÁRIO POLÍTICO E DEMOCRACIA Plenária discutiu os caminhos da política na América Latina sob a égide de Fidel, Chávez e Lula. Ainda apresentou o novo formato da revista Digesto Econômico.
A
s incertezas do cenário político brasileiro e o futuro da democracia na América Latina foram temas da reunião plenária da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), realizada no final da tarde de ontem. Os líderes das entidades associativas discutiram os temas com o jornalista Reinaldo Azevedo e Alejandro Peña Esclusa, líder da Fuerza Solidaria da Venezuela, de oposição ao presidente Hugo Chávez. Colunista da revista Veja, Azevedo mostrou preocupação com o quadro político e com a eventual reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Golpismo – Azevedo citou a reação ao dossiê contra o tucano José Serra (PSDB) como responsável pela alteração do rumo da eleição. Em sua avaliação, a montagem da operação e as reações contrárias mostram a face autoritária do partido. "Eles (PT) usam a democracia contra a democracia. São eles que fabricam dossiês na madrugada e depois acusam a oposição de golpe", resumiu. Ele acrescentou, no entanto, que o cenário aponta para um 2° turno. Mas indica que Lula soube explorar os benefícios sociais, como o aumento do salário mínimo acima da inflação, e disparou nas pesquisas. Já o tucano Geraldo Alckmin perdeu o foco da campanha "por falta de ousadia". Para o jornalista, ele "só está se recuperando agora graças ao escândalo do dossiê". De acordo com Azevedo, temas como a segurança e a cor-
Eles (PT) usam a democracia contra a democracia. São eles que fabricam dossiês na madrugada e depois acusam a oposição de golpe. Reinaldo Azevedo
rupção deveriam ser debatidos desde o início da campanha. Para ele, se houvesse mais dinamismo, a campanha seria mais quente. "Faltou inteligência estratégica do lado de cá (Alckmin) e sobrou inteligência estratégica do lado de lá (Lula)", resumiu. "Ele (Alckmin) não pode ficar dependente de um novo escândalo". AL – Em relação à América Latina, o engenheiro e empresário Alejandro Peña Esclusa foi direto ao ponto: "A aliança política de Lula com Hugo Chávez deveria ser um dos principais pontos de discussão da campanha". Esclusa acusou Chávez de formar uma aliança com Fidel Castro para impor regimes autoritários na América Latina e países não alinhados, como Irã, Vietnã e Coréia do Norte. No seu entendimento, a derrota de Lula seria um duro golpe no "Foro de São Paulo", como é conhecido o grupo que reúne Fidel, Chávez e Lula, fundado em 1990. "O que define a eleição, em qualquer lugar do mundo, é a sobrevivência da democracia. Temas internos, como a corrupção, não de-
MANTEGA GARANTE GOVERNABILIDADE
O
ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que o acirramento político no Brasil será "desativado" quando terminarem as eleições. Segundo ele, no ano que vem, qualquer que seja o governo, há um consenso de que se continuará a realização das reformas já iniciadas na gestão de Lula. Para o ministro, encerrada a eleição, o Brasil terá outros líderes políticos, que serão os novos interlocutores, na busca pela governabilidade. "Os representantes serão eleitos com u ma b o a m ai or i a e a m p l o apoio popular – não estou citando nomes – e ungidos com a tarefa de desenvolvimento do Brasil e de levar adiante as reformas", afirmou. Si nton ia– De acordo com Mantega, se, em São Paulo, for eleito o candidato petista Aloizio Mercadante, a sintonia com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva será total, mas, mesmo se o eleito no Estado for o candidato do PSDB, José Serra, e, em Minas, Aécio Neves (PSDB), "e não o candidato petista", também haverá sintonia para o desenvolvimento do País. "Confio que o Serra e o Mercadante têm visão de valor e trabalharão pelo Brasil. Não haverá problemas após as eleições", destacou. Na avaliação de Mantega, são "bobagens" os comentários
finem a eleição", afirmou. Esclusa defendeu a reunião de forças políticas democráticas para impedir o autoritarismo. "Precisamos pensar numa aliança Anti-Foro São Paulo para impedir o autoritarismo alinhado com forças que apoiavam a extinta União Soviética. De acordo com o dirigente venezuelano, estão fora do grupo pró-Chaves e Fidel a Colômbia e o México. Ao se dirigir aos líderes das entidades associativas, o presidente interino da ACSP Alencar Burti destacou a qualidade dos debatedores e a importância dos temas. "Esse é o tipo de reflexão que queremos apresentar ao nosso País", afirmou Burti. Participaram da plenária Lincoln da Cunha Pereira, expresidente da ACSP, Antonio Marangon, presidente da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) e do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis do Estado de São Paulo (Sescon) e Ricardo Scalise, presidente da Federação de Serviços do Estado de São Paulo (Fesesp). Lançamento - Durante o debate, foi lançado o novo projeto da revista "Digesto Econômico", órgão da ACSP. Coube ao presidente licenciado da entidade Guilherme Afif Domingos apresentar a publicação. "Será uma bandeira de defesa dos valores democráticos e dos pilares da livre iniciativa", afirmou Afif Domingos ao apresentar o veículo às lideranças. Participou do lançamento João de Scantimburgo, diretor-responsável da revista. Sergio Kapustan
Marangon, Azevedo, Burti e Esclusa: incertezas no cenário político foram tema do encontro.
Afif Domingos apresenta novo projeto da revista Digesto Econômico.
PARA COMPREENDER E REFLETIR Domingos Zamagna
D
igesto Econômico nasceu quase no fim da segunda guerra mundial. O Brasil e o mundo estavam em desordem, econômica, política e ideologicamente. As principais instituições da nação, compromissadas com a democracia, sentiam necessidade de criticar medidas arcaicas, aliviar tensões, repensar modelos, propor alternativas, alicerçar valores, olhar o futuro com clarividência. E a Associação Comercial de São Paulo, naquela época já mais que cinqüentenária, tinha experiências a transmitir, convicções para externar. A revista surge exatamente para se inserir num recomeço, num mutirão que o Brasil precisava realizar para a construção de um novo tempo de paz. Acredita alguém que é possível
a paz sem um sólido estofo que nos dê independência? Alguém acredita que um país economicamente frágil possa usufruir dos benefícios da liberdade? A ACSP, que já possuía o Diário do Comércio, julgou que seria mais que útil, seria imprescindível um veículo que pudesse, com a profundidade que a imprensa diária nem sempre consegue obter, mergulhar fundo nos problemas ligados à economia, já que a nossa entidade é de natureza econômica. Mas entendemos a economia sempre como destinada a trazer ao ser humano o lastro que lhe assegure a liberdade. Economia e humanismo, este é o nosso lema. Liberdade para empreender, sem entraves de qualquer natureza, já que nosso feitio é trabalhar pela livre iniciativa dentro dos parâme-
tros éticos de tradições que até hoje nunca se mostraram anacrônicas; pelo contrário, estamos convencidos que esse é o rumo correto a ser seguido. É por isso que ACSP se lança, por meio do novo Digesto Econômico, nessa nova empreitada. O momento dessa iniciativa é oportuno. Há liberdades que estão ameaçadas em nosso País, em nosso continente. Mas ainda há tempo para fortalecer nossas instituições republicanas e garantir a segurança econômica de um povo ávido pelo trabalho, que é a verdadeira estrada que conduz ao desenvolvimento. Mais uma vez a ACSP demonstra o seu desejo de servir, de contribuir para a afirmação da liberdade e da prosperidade de São Paulo e do Brasil.
INVESTIDORES AVALIAM RISCO MAIOR APÓS A ELEIÇÃO
Milton Mansilha / LUZ - 30/06/06
É
Mantega: reformas continuam.
das últimas semanas, de que o próximo governo encontrará dificuldades para aprovar as reformas. Segundo ele, terminado o pleito, os partidos e as lideranças políticas se voltarão para os temas internos, de interesse nacional, como as reformas tributária e política. O ministro acredita que, a exemplo do que aconteceu com a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, aprovada na Câmara e agora tramitando no Senado, o Executivo e o Legislativo se unirão para aprovar as questões de interesse nacional. "O governo não encontrará dificuldades. É claro que, na reta final das eleições, a temperatura sobe. Mas, depois, muda a conjuntura política e fazem-se acordos". (AE)
crescente entre analistas do mercado externo a percepção de que a incerteza e a volatilidade nos ativos do Brasil continuará, pelo menos no curto prazo, não importando o resultado da eleição presidencial que acontecerá neste domingo. Uma vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no 1º turno encurtaria o período de incertezas em relação ao resultado do pleito. Mas não afastaria de vez os temores em torno das conseqüências das últimas denúncias envolvendo o PT. Já a ocorrência de um 2º turno abriria espaço para mais quatro semanas de uma "guerra" eleitoral cujas conseqüências não podem ser antecipadas. Nesse caso, quem quer que seja o vencedor, poderá ter um "mandato fraco", caso não consiga aparar as arestas que se agigantaram no cenário político nas últimas semanas. "Seria ingenuidade acreditar que os mercados ficarão calmos e seguros se o presidente Lula for reeleito no próximo domingo", disse Paulo Leme, economista do banco Goldman Sachs. Segundo ele haveria pelo menos duas fontes importantes de volatilidade
após a eleição: "as investigações do (Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Tribunal Superior de Justiça (TSJ), que poderiam tornar Lula inelegível por violar leis eleitorais". Sem contar com as tensões para formar uma base de apoio no governo com o PMDB e uma acirrada oposição do PSDB e do PFL. 2º turno sim – Leme disse que a crise política está tendo um efeito estatístico negativo sobre a posição de Lula nas
pesquisas eleitorais. "Nossa avaliação é de que as eleições presidenciais irão para um 2º turno", disse. "Entretanto, mantemos nossa visão de que o presidente será eleito, embora uma vitória surpreendente de Geraldo Alckmin não possa ser descartada." Governabilidade– A economista Flavia CattanNaslausky, do Royal Bank of Scotland, acredita que as chances ainda pendem para
uma vitória de Lula no 1º turno. "No ponto de vista dos mercados, a crescente possibilidade de um 2º turno é associada com um mandato fraco para Lula e levanta todos os questionamentos relacionados com a governabilidade num novo mandato do presidente", disse. "Isso reitera nossa visão de que os riscos eleitorais estão concentrados no período após a eleição." (AE)
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
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APETITE DO LEÃO CRESCE NOS ESTADOS
Emiliano Capozoli/LUZ
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Combate à sonegação ajudou a elevar carga tributária
A
coordenadora do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e secretária de Tributação do Rio Grande do Norte, Lina Vieira, defendeu ontem que o trabalho de combate à sonegação foi o principal responsável pelo aumento da carga tributária dos estados nos últimos anos. Segundo ela, não houve aumento de alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no período, mas a arrecadação cresceu como
proporção do Produto Interno Bruto (PIB) em razão da maior eficiência contra os crimes tributários e também devido ao crescimento da economia. Apesar de a guerra fiscal ter tido efeito positivo sobre a arrecadação de alguns estados, Lina disse que esse tipo de situação não beneficia a região. Para ela, a disputa por empresas (que faz governos estaduais reduzirem alíquotas) ocorre em detrimento de outros locais. Ela reforçou ainda que os estados são os maiores financiadores da política de desoneração do governo federal porque parte das reduções de tributos ocorreu no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). (AG)
Sindicato pede a Mantega alteração na Lei Geral da Pequena Empresa
O
De 1998 a 2005, a carga fiscal dos estados apresentou variação real de 21,17%. Em média, a taxa passou de 7,37% para 8,93% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados do IBPT. m matéria de impos- 1998, o estado arrecadava pout o s , o s e s t a d o s s e- co do setor de combustível, teguem a cartilha da lecomunicações e energia. União que, nos últi- Com as privatizações, passou mos anos vem, experimentan- a ter mais receitas", explica Gildo sucessivos aumentos de berto do Amaral. carga tributária. De 1998 a Na região Sudeste, o aumen2005, a carga fiscal dos estados to da carga foi de 13,54%, com registrou aumento real de expansão de 1,7% no Rio e de 21%. No período, a taxa média 8,39%, em São Paulo. Para o passou de 7,37% para 8,93% presidente do IBPT, a modesta do Produto Interno Bruto expansão verificada no Rio é (PIB). Os dados fazem parte explicada, entre outros fatores, de um estudo do Instituto Bra- pela fuga de empresas em desileiro de Planejamento Tribu- corrência da guerra fiscal entre tário (IBPT). "Em relação ao os estados. "Em São Paulo, as PIB, trata-se de uma elevação políticas de desoneração tribubrutal", avalia o presidente do tária dos últimos anos ajudainstituto, o tributarista Gilber- ram a conter a expansão da carga fiscal", afirma Amaral, ao to Luiz do Amaral. De acordo com ele, são duas lembrar que, de janeiro de 2003 a 31 de março deste as principais razões para a elevação: o ano, o então governador Geraldo Alaumento da base de cálculo ou de alíckmin editou 44 quotas de impostos medidas de desoestaduais, especial- Em São Paulo, neração de imposmente do Imposto as políticas de tos para vários setores da economia. sobre Circulação de desoneração Mercadorias e SerGuerra fiscal – De acordo com o viços (ICMS), e o tributária a p r i m o r a m e n t o ajudaram a presidente do IBPT, os dados do levandos sistemas de fis- conter a carga. calização. tamento servem, Gilberto Luiz do também, para mosNo período analiAmaral, do IBPT trar que a guerra fissado pelo estudo, o cal não vem afetanimposto considerad o o c a r ro - c h e f e do o caixa dos estados estados, o ICMS, passou dos, incluindo São Paulo e Rio. d e R $ 6 0 , 9 2 b i l h õ e s p a r a Da variação da carga tributária R$ 154,81 bilhões no ano passa- entre 1998 e 2005, o IBPT estido. Em valores absolutos, a ar- ma que 30% podem ser credirecadação total dos 26 estados tados a mudanças no perfil mais o Distrito Federal foi de econômico dos estados, estiR$ 67,4 bilhões, em 1998, para mulados em grande parcela pela concessão de benefícios R$ 173 bilhões em 2005. Divisão – Dividido por esta- no pagamento de tributos. dos e regiões, o levantamento "Houve uma transferência de do IBPT revela números bem arrecadação de tributos. Mas, distintos quando o assunto é quando se fala que em São carga fiscal. Com exceção da Paulo, com variação de 8,39%, região Sudeste do País, as ou- é preciso lembrar que isso foi tras apresentaram, no período, um ganho real", diz Amaral. aumento da carga tributária O estudo do IBPT teve como superior à média nacional. base dados oficiais sobre a arNos estados do Norte, por recadação com o ICMS, que exemplo, a variação real che- hoje responde por até 85% da gou a 46,28% em sete anos, receita tributária total dos estacontra os 41,84% obtidos no dos, Imposto sobre PropriedaCentro-Oeste, os 31,38%, do de de Veículos Automotores Sul e os 22,11%, do Nordeste. (IPVA) e outras taxas. Foram Na divisão por estados, o de excluídos do cálculo as receitas Rondônia foi o que mais ele- previdenciárias. vou a carga fiscal: 94,05%. "Até Sílvia Pimentel/AG
por cento da renda de famílias que ganham até dois salários mínimos vão para o Fisco.
Para o presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, guerra fiscal não afetou caixa dos estados.
POBRES PAGAM MAIS IMPOSTOS Estudo aponta que famílias de baixa renda gastam 73% mais que há dez anos
A
s famílias mais pobres estão pagando 73% a mais de impostos do que há dez anos. Um estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da Universidade de São Paulo (USP), revela que o governo já abocanha 49% da renda das famílias que ganham até dois salários mínimos por mês. Em 1996, essa mordida era de apenas 28,2% – uma diferença de 21 pontos percentuais. Famílias com renda superior a 30 salários mínimos (R$ 10,5 mil) também sofreram aumento da carga no período, mas bem menos doloroso: de 18% para 26%. A transferência de renda dos pobres para o governo atinge 61,4 milhões de brasileiros, o que representa 70% dos 87,1 milhões de ocupados em todo o País no ano passado, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A maior parte da sangria tributária imposta à população de baixa renda é
provocada pelos chamados impostos invisíveis, embutidos nos preços das mercadorias – como IPI, ISS, Cofins, PIS e ICMS –, assim chamados porque a maioria das pessoas não tem idéia do peso que têm em seu orçamento nem sobre o destino do dinheiro. No período pesquisado pela Fipe, a carga invisível aumentou de 26,5% para 45,8% da renda das famílias que ganham até dois mínimos. Já o impacto da tributação direta – como IR, INSS, IPTU e IPVA – passou de 1,7% para 3,1%. Sistema – "Nosso sistema tributário foi construído para arrecadar o máximo de recursos para o governo, não importa de quem", diz a pesquisadora da Fipe responsável pelo estudo, Maria Helena Zockun. "É muito cômodo arrecadar impostos sobre o consumo, porque as pessoas não percebem o que estão pagando e, portanto, não podem reclamar do peso dos tributos." Para chegar a esses números, Maria Helena se baseou nos dados das
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Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407
pesquisas de orçamentos familiares do IBGE, que consideram todas as remunerações do trabalho, transferências (aposentadorias, pensões, bolsas de estudos, mesadas, doações), lucros recebidos, rendimentos de aluguel e aplicações financeiras e de capital. Ela usou ainda informações da Receita Federal sobre a carga tributária até 2004. (AE)
ministro da Fazenda, Guido Mantega, discutiu ontem com o Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi) modificações na Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, que deve ser votada pelo Senado no início de outubro. De acordo com o ministro, os principais pontos levantados pelo Simpi para melhorar a lei estão relacionados ao valor classificativo dos micros e pequenos negócios e a simplificação e os requisitos necessários para a abertura de empresas, a fim de impedir fraudes. O ministro da Fazenda disse ainda que em poucos dias haverá uma posição do Ministério sobre a conveniência ou não de sugerir mudanças em alguns pontos da lei. "Essas alterações certamente vão atrasar um pouco a promulgação da lei. Vamos analisar se vale a pena não fazer essas mudanças e depois procurar acomodar essas questões de outra forma", afirmou. Mantega informou que o sindicato questionou a agilidade para a abertura de novas empresas. De acordo com ele, a desburocratização é um dos objetivos da Lei Geral, mas não é preciso esperar que a lei seja aprovada para facilitar a agilização por meio de medidas administrativas. O ministro disse que, apesar da burocracia existente no Brasil, há um mito de que a abertura de empresas no País é demorada. "Em São Paulo, para 95% dos negócios, é possível a abertura de três empresas a cada 15 dias e não 150 dias conforme se propaga por aí. Isso para quem não têm problemas ambientais, com a saúde pública ou com o Corpo de Bombeiros." Segundo ele, mesmo com a perda fiscal de R$ 5 bilhões que a lei provocará, o governo está dando respaldo para a aprovação da Lei Geral. (AE)
2 -.ECONOMIA/LEGAIS
DIÁRIO DO COMÉRCIO
CONVOCAÇÕES
terça-feira, 26 de setembro de 2006
COMUNICADOS
SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CERÂMICA DA LOUÇA DE PÓ DE PEDRA, DA PORCELANA E DA LOUÇA DE BARRO NO ESTADO DE SÃO PAULO
EDITAL DE CONVOCAÇÃO Convocamos de acordo com o disposto no artigo 612 da CLT, todos os integrantes da categoria do 13º Grupo (Art. 577 da CLT), representados pelo Sindicato acima em epígrafe, para se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária no próximo dia 04 de outubro de 2006, em primeira convocação às 08h30 e, caso não haja número legal, às 09h00 em segunda convocação, com qualquer número de presentes, na Sede da FIP, sita à Rua Siqueira Campos, 111 - 1º andar - Pedreira/SP, para o fim especial de: a) estudar, discutir, aprovar ou não, as reivindicações postuladas pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Cerâmica de Louça de Pó de Pedra, da Porcelana e da Louça de Barro de Pedreira, autorizando o Sindicato a discutir e aprovar as reivindicações que constam na Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho; b) contribuição assistencial das empresas para com este Sindicato Patronal; e c) outros assuntos gerais de interesse do Sindicato. São Paulo, 26 de setembro de 2006. Nelson Ferreira Dias - Presidente.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de setembro de 2006
DEFINIR ÁREA DE ATUAÇÃO VALORIZA PROFISSIONAL
O novo desenvolvedor tem que ser capaz de conversar com todas as áreas de negócios
"Pato" perde espaço no mercado de trabalho Divulgação
Programadores em Java e .Net, desenvolvedores de aplicações web e consultores de segurança são os técnicos mais procurados pelas empresas. À medida que os projetos requerem melhor conhecimento de cada área, os generalistas não resolvem mais os problemas, que exigem maior especialização.
Por Vanderlei Campos a época em que as empresas trabalhavam com uma ou duas aplicações importantes de informática, um profissional com a versatilidade de um pato (um bicho "aquático e gramático") conseguia cuidar de manutenção, suporte e resolvia os problemas básicos. Hoje em dia, com a tecnologia mais complexa permeando todas as atividades, definir uma área de especialização é fundamental para manter-se valorizado no mercado. "Saber um pouco de tudo não resolve, porque um pouco não é mais suficiente", resume Lucimara de Paula, orientadora educacional do Departamento de Negócios da Impacta. A partir de um cadastro de 18 mil empresas, e dados da Catho e do Empregos.com, a Impacta apurou junto aos diretores de Recursos Humanos quais as principais demandas, atuais e projetadas, por profissionais de informática. "Demos mais peso às pequenas e
médias empresas na amostragem, porque representam o maior volume de empregos", menciona Lucimara. Java em todas - Na área de aplicações, a pesquisa constatou que 19,3% das empresas usam Java, enquanto 18,3% ainda rodam antigos sistemas em Clipper. "Programas em Clipper ou Cobol eram acessíveis às PMEs e se mantiveram estáveis por muito tempo. Mas esses sistemas não são compatíveis com a web. Portanto, há 18% do mercado precisando se atualizar. Os programadores em Java e .Net estão bem por algum tempo", conclui Lucimara. Ela lembra que a linguagem Java abrange uma ampla gama de aplicações, dos servidores a dispositivos portáteis. "A mobilidade não é mais só uma tendência; já vemos funcionários trabalharem com um sistema da empresa através de um aplicativo no celular", exemplifica. "Mas quem quiser ir por esse caminho, deve começar com aplicações Java para desktop", recomenda. Contudo, Lucimara cita uma avaliação do Gartner, divulga-
Empresas carecem do básico em segurança
da no início deste ano, segundo a qual apenas 32% dos 2,5 milhões de programadores Java possuem conhecimentos genuínos. Prioridades - Para os profissionais de implantação e manutenção de redes, além da configuração dos equipamentos específicos, são necessários hoje conhecimentos tanto de Windows quanto de Linux. "Quem for fiel a um ou outro vai ter problemas. Em uma mesma empresa, o diretor financeiro quer software livre para reduzir custos, enquanto outro alto executivo não abre mão das facilidades da plataforma Microsoft", constata Lucimara. Ela admite que a realização de 15 treinamentos (9 MS e 6 de Linux) é desgastante. "Vá priorizando conforme seus interesses e oportunidades, mas estude as duas plataformas", aconselha. Cresciment o - A partir de uma boa formação e experiên-
cia em Engenharia de Rede, uma boa decisão neste momento é se aprofundar na área de Segurança. Na amostragem da pesquisa, 26% das empresas não contam sequer com um firewall. No entanto, Lucimara observa que pressões institucionais, legais, além de eventos traumáticos, devam manter esse mercado em crescimento durante um bom tempo. Nas carreiras relacionadas à Internet, Lucimara aponta uma definição mais clara das especializações em Design e Desenvolvimento. "Hoje a web não é mais uma mídia estática; já é um ambiente de trabalho. O desenvolvedor tem que saber Flash, ASP, XML, conexão a bancos de dados, implementações de segurança e outros pré-requisitos. Além disso, tem que ser capaz de conversar com as áreas de negócio e entender as necessidades dos usuários", descreve.
A conta bancária foi invadida. De quem é a responsabilidade? De alguns anos para cá os hackers não invadem mais os bancos e sim o computador dos correntistas.
oje vou abordar um assunto polêmico, ou seja: de quem é a responsabilidade no caso de uma fraude bancária via Internet sofrida por um usuário? Do banco ou do cliente? O banco é obrigado a repor o dinheiro subtraído ilegalmente por um hacker imediatamente? Que tipo de provas são necessárias em um possível processo? Quais os crimes um invasor de sistema comete, mesmo que não consiga levar um centavo de uma conta corrente? Para responder a essas questões conversei com o Dr. Rony Vainzof, que é advogado especializado na análise jurídica de fraudes bancárias praticadas no ambiente da internet. Ele é também sócio do escritório de advocacia Opice Blum Advogados Associados, que tem como um de seus principais focos o direito digital. Desde que os bancos começaram a disponibilizar o acesso à conta e serviços bancários via internet, surgiu um tremendo problema tanto para as instituições financeiras quanto para os clientes: segurança. Praticamente todo mundo conhece ou já ouviu falar de algum caso em que um correntista teve sua conta invadida e teve subtraído algum valor por um hacker ou, para utilizar a terminologia correta, um cracker. Também não é de total desconhecimento que os bancos repunham o dinheiro quase que imediatamente, primeiro para que o caso não viesse à tona e pudesse prejudicar sua
imagem e segundo, porque aquela era uma situação totalmente nova e as instituições ainda não sabiam direito como lidar com essa situação. Porém, atenção: esse quadro mudou. Atualmente não é tão simples querer que um banco reponha um valor que foi retirado indevidamente por um hacker de uma conta corrente. Se um correntista chegar no banco e disser: "Minha conta foi invadida e foram retirados mil reais. Exijo o imediato ressarcimento desse valor", o banco não vai repor nada até que as coisas fiquem muito bem esclarecidas. Segundo o advogado Rony Vainzof, "nos últimos anos os bancos gastaram muito dinheiro em segurança da informação justamente para que seus sistemas não sejam invadidos. Os hackers não tentam mais invadir um banco e sim o computador dos clientes.", afirma. Roubo de identidade E é aí que está o problema. Quando um hacker insere um programa que rouba senhas e logins no computador de um usuário, ele se apropria da identidade da vítima e começa a operar no mercado em nome daquela pessoa. Dessa maneira, não tem como o banco saber que quem entrou na conta bancária do correntista não foi ele e sim um criminoso. Mesmo que o cliente do banco afirme e reafirme que não foi ele, não tem como provar o contrário. Normalmente para esses casos, o que vem sendo feito é a abertura de uma investigação
interna no banco para ver se houve algum problema com a segurança da instituição; se ficar provado que estava tudo certo com o sistema e o cliente insistir, a continuidade do processo pode requerer uma auditoria no computador do cliente para averiguar se, na época da suposta invasão, a máquina tinha algum problema de segurança. E não adianta o usuário atualizar todo o sistema, colocar irewall ou mesmo trocar de HD; o que vale é a data de início do processo e qualquer alteração realizada na máquina em segurança após essa data não irá valer como prova. "O ideal e o correto é que os usuários mantenham a máquina sempre atualizada com os programas de segurança e sempre tenham muito cuidado ao navegar pela internet e abrir e-mails de fontes desconhecidas", alerta o Dr. Vainzof. Para minimizar e praticamente eliminar esse problema nunca é demais seguir as recomendações de segurança já que as invasões, na maioria dos casos, acontecem via e-mail : 1 - Desconfie sempre de emails que fontes que você desconhece ou, se conhece de nome, não mantém relacionamento. 2 - Não acredite em promoções mirabolantes e que as vantagens são enormes. Ninguém e nenhuma empresa vão oferecer algo que só você vai ganhar. 3 - O Serasa, bancos ou a receita federal não enviam comuni-
cados via e-mail solicitando atualização de cadastro ou pedem para ninguém acessar conta nenhuma. Mesmo que você esteja com seu nome no Serasa ou na malha fina da receita federal, ignore completamente esse tipo de e-mail. 4 - Ninguém está espionando seu parceiro ou parceira, vai avisá-lo anonimamente que você está sendo traído e que tem as fotos de comprovação do fato. Não clique para ver as supostas fotos, pois elas não existem. Se você clicar, não verá foto nenhuma e irá instalar um programa em seu micro que vai mandar para algum hacker tudo o que você digitar dali para frente, principalmente as senhas. 5 - Ao receber e identificar um e-mail desse tipo apague imediatamente e limpe a pasta "itens excluídos" de seu programa de email. Essas dicas podem reduzir bastante o risco das ameaças, mas o ideal é que o usuário tenha uma barreira de proteção no micro para dificultar essas ações dos hackers e golpistas virtuais. Essa barreira pode ser facilmente levantada com programas apropriados, que são fáceis de encontrar e custam cerca de R$100 reais. É um valor muito baixo se comparado aos prejuízos e dores de cabeça que podem ser causados por uma invasão de hackers.
Mais de 30% das aplicações precisam ser atualizadas
terça-feira, 26 de setembro de 2006
Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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INCENTIVO SERÁ MAIOR A ARRANJOS PRODUTIVOS
Cesar Ferrari/Reuters
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caminhões e sete ônibus são produzidos diariamente na fábrica da Volvo do Paraná.
MAIS APOIO PARA PEQUENA EMPRESA Universidades italianas oferecerão suporte tecnológico e intercâmbio a paulistas
A Trabalhadores estão reivindicando reajuste salarial de 5,47% e abono de R$ 1,2 mil
PROTESTO PODE TERMINAR HOJE
A
greve dos metalúrgicos das montadoras Volkswagen/Audi e Renault, de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, e da Volvo, na Cidade Industrial de Curitiba, pode terminar hoje. A nova proposta enviada ontem à tarde pelo Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Sinfavea) chegou próximo ao que os trabalhadores estão pedindo. Ela será apreciada em assembléias em frente a cada uma das montadoras. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande
Curitiba, as empresas estão oferecendo 4,19% de reajuste ainda em setembro (data-base da categoria) e outros 0,78% a partir de janeiro do próximo ano. Além disso, cada trabalhador deve receber este mês um abono de R$ 700. Quando resolveram manter a greve na manhã de ontem, os metalúrgicos tinham pedido às empresas aumento de 5,47% a partir de janeiro do próximo ano e abono de R$ 1,2 mil este mês, mas tinham dado também a opção de reajuste de 5% e abono de R$ 700 em setembro. Diferença – "As empresas estavam ameaçando com
VARIG Sete fundos de investimento têm interesse em participar da nova Varig.
Ó RBITA
dissídio, mas achamos que não há necessidade, pois a diferença não é grande", disse o diretor do sindicato dos trabalhadores, Nelson de Souza. Os metalúrgicos das montadoras de São José dos Pinhais estão em greve desde quarta-feira da semana passada. Segundo o sindicato, a cada dia parado deixam de ser produzidos 810 carros na Volkswagen e 375 na Renault, além de 800 motores. Os trabalhadores da Volvo entraram no movimento na última quinta-feira. Ali são fabricados, em média, sete ônibus e 34 caminhões diariamente. (AE)
GOL A companhia aérea anunciou que deve ter vôos para toda a América Latina até o ano de 2010.
Denis Balibouse/Reuters
FRANÇA DEVE ADOTAR ETANOL
A
França deve anunciar um plano para a introdução do etanol no país. O projeto prevê que o biocombustível esteja disponível em todos os postos de gasolina do país em quatro anos. O desenvolvimento do setor do etanol está sendo visto como uma alternativa aos subsídios agrícolas e um fator que poderia desbloquear as negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC). É isso pelo menos que defende o bilionário americano Ted Turner (foto) que, ontem, em Genebra, apontou para o setor como a saída para os agricultores dos países ricos. Turner foi convidado pela OMC para debater o futuro da entidade. Segundo o ministro da Economia da França, Thierry Breton, o país precisa dobrar a produção de biocombustível em quatro anos. Para 2015, o etanol representaria 10% de todo o consumo nacional de combustível. O setor automotivo também teria de se adaptar e o governo garante que a Renault já sugeriu que irá adotar motores flexfuel até 2009. Os franceses podem produzir o etanol de milho ou do excesso de vinho. (AE) A TÉ LOGO
PETROBRAS
A
Petrobras assina amanhã acordos de cooperação com a estatal peruana de petróleo, Perupetro. No Uruguai, a Petrobras iniciou as mudanças nos 89 postos que comprou da Shell. (AE)
BNDES
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Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apoiará a compra de empresas no exterior por companhias nacionais, participando inclusive como acionista. (AE)
FRAUDES ELETRÔNICAS
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Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) revisou os números que indicam o prejuízo das administradoras de cartões de crédito por fraudes eletrônicas. Os cálculos apontam que as perdas não chegam a 0,10% da receita, ou R$ 12,3 milhões. Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Bancários fazem paralisação de 24 horas nesta terça-feira
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Arcelor Mittal terá de fazer oferta pública por subsidiária brasileira
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Acessórios de moda e calçados são franquias com bom desempenho
s mais importantes universidades da região da Lombardia (norte da Itália) entraram em um processo de integração ontem com o Estado de São Paulo, por meio de parcerias acadêmicas e programas de intercâmbio em áreas como tecnologia, gestão empresarial e design. A aproximação deverá favorecer o desenvolvimento de arranjos produtivos voltados, sobretudo, para as micros, pequenas e médias empresas paulistas. O governador Cláudio Lembo (PFL) apresentou ontem, no Palácio dos Bandeirantes (sede do governo), os detalhes dessa parceria, durante reunião com representantes das três universidades da Lombardia (Católica, Comercial Luigi Bocconi e Politécnica de Milão). Lembo destacou que a identidade cultural entre Brasil e Itália deve ser retomada e aprofundada, em prol do desenvolvimento do Estado. A secretária de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, Maria Helena de Castro Guimarães, afirmou que nessa aproximação a Universidade Católica italiana poderá auxiliar os projetos de apoio aos arranjos produtivos paulistas, no âmbito do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); a de Bocconi, na gestão de projetos, e a Poli-
Marcos Fernandes/LUZ
Parceria firmada ontem vai oferecer benefícios para os pequenos
técnica, na área de tecnologia e design. "Agora, podemos passar a ações concretas e implementar essas parcerias", disse. Apoio – A secretária destacou a importância do apoio da São Paulo Chamber of Commerce, braço internacional da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que promove, envia e recebe missões estrangeiras, como forma de incluir as pequenas e médias empresas no comércio mundial. Seu coordenador, Alfredo Cotait Neto, disse que esse esforço de aproximação e integração vai ajudar a inserção do Estado de São Paulo na economia globalizada. "Abre campo para avanços não apenas na área acadêmica, mas também na prática dos negócios", disse. A superintendente da Pro-
mus-SP, Patrícia Orrico, reafirmou que essas parcerias representam um estímulo ao desenvolvimento das empresas e do conhecimento em São Paulo. "Pois a experiência italiana poderá ajudar a solucionar problemas que nossas empresas vêm enfrentando", salientou. Participaram do encontro, os reitores de universidades públicas e privadas paulistas, representantes de entidades como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP) e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O presidente da Bovespa, Raymundo Magliano Filho, lembrou que o modelo de produção italiano baseado nos pequenos empreendimentos tem muito a ensinar ao Brasil. Sergio Leopoldo Rodrigues
terça-feira, 26 de setembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
INFORMÁTICA - 5
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Nacional Finanças Agronegócio Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de setembro de 2006
SISTEMA ATRAI ANÚNCIO DE FORNECEDORES
1,5
mil reais é o investimento mensal mínimo para ter uma televisão corporativa em um estabelecimento.
Fotos: Artur de Leos/LUZ
EMISSORAS DE TV E RÁDIO SOB ENCOMENDA Conteúdo exclusivo e que atinge diretamente o público-alvo são as vantagens da mídia indoor
I
magine o cliente entrar na loja e ouvir uma rádio exclusiva que fala dos lançamentos, promoções e ainda toca música de qualidade. Ou então poder assistir na TV a uma programação que mescla conteúdo editorial específico e colunas temáticas, mensagens de fornecedores, anunciantes e informações sobre o negócio. É a mídia indoor: comunicação digital que chegou ao Brasil há três anos e que ganha pontos nos quesitos interação com o público, impacto sensorial e custo. O sistema começou a ganhar espaço no País em 2003, nos telões dos aeroportos que, entre as chamadas de um vôo e outro, intercalavam informações sobre meteorologia, anúncios e notícias de última hora. "Então, os empresários mais 'antenados' viram essa alternativa como uma boa forma de comunicação direcionada para seus clientes", diz a diretora da Neo/FS, Flávia Sampaio. A
empresa cria canais de TV exclusivos para cada um de seus clientes, com investimento mensal a partir de R$ 1,5 mil, no caso de uma programação básica. "É uma forma dinâmica de conversar com o consumidor bem na hora em que ele toma a decisão de compra, dentro da sua loja", afirma Flávia. Quem está apostando nesse tipo de comunicação é a rede Drogaria Iguatemi. O investimento inicial com 12 aparelhos de TV de plasma e a implantação do sistema custou R$ 60 mil. Além disso, há as despesas mensais de renovação da programação, que giram em torno dos R$ 7 mil. Os clientes que passam pela farmácia vêem desde a cotação do dólar a fofocas de artistas e agenda de eventos culturais, tudo entremeado com anúncios. "Os anunciantes se repetem a cada oito minutos, que é o tempo médio que o cliente costuma ficar na loja", diz a gerente de marketing da empresa, Abi-
José Alcay e Flávia Sampaio da Neo/FS produzem conteúdo exclusivo para a TV da rede de Livraria Cultura
gail Ribeiro de Almeida. E são os anunciantes que podem cobrir os custos desse tipo de publicidade. Até agora, a rede já fechou contrato com três – Biotherm, 3M e Neutrolab. Cada um paga, por mês, R$ 2,5 mil, valor que já cobre os custos mensais com a programação e ainda garante lucro à rede de farmácias. "Esperamos aumentar as vendas em 30% com esse novo tipo de abordagem aos clientes", diz Flávia. C ul tu ra – A rede Livraria Cultura também investiu pesado na mídia indoor. Só na loja do shopping Market Place, 27 TVs transmitem a agenda de eventos da livraria, os serviços e os anúncios de lançamenINFORME PUBLICITÁRIO
BOVESPA VAI ATÉ VOCÊ O programa BOVESPA VAI ATÉ VOCÊ é uma iniciativa da Bolsa de Valores de São Paulo que tem por objetivo popularizar o mercado de ações, explicando, de forma simples e objetiva, o funcionamento do mercado, qual é o papel de uma bolsa de valores, a importância de contar com a assessoria de uma Corretora de Valores e, principalmente, de que maneira as pessoas podem se tornar sócias de grandes empresas. O programa teve início em 2002 e desde então, já levou os conceitos do mercado de capitais a trabalhadores, profissionais liberais, estudantes, comerciantes e também a outros setores da sociedade brasileira, sempre com uma linguagem adequada a cada tipo de público.
ATENDIMENTO O BOVESPA VAI ATÉ VOCÊ já contabilizou, desde o começo deste ano, quase 60 mil atendimentos em diferentes regiões do país. De janeiro a setembro, as equipes de profissionais da BOVESPA já atenderam 59.517 interessados em saber um pouco mais sobre o mercado de ações. De 2002, quando o programa foi lançado, até agora, o resultado é ainda melhor e já supera a marca de 325 mil brasileiros atendidos. No mesmo período, os canais de atendimento do programa foram procurados por mais de 58,4 mil pessoas que buscavam informações sobre como investir em ações. Outro dado que merece destaque como reflexo do programa é o crescimento
do número de clubes de investimento, uma das formas mais simples de participar desse mercado. Atualmente, as Corretoras Membros da BOVESPA administram 1.525 clubes, que reúnem cerca de 125,1 mil cotistas. ESTRUTURA A estrutura de atendimento do programa conta com estandes e unidades móveis da BOVESPA, especialmente adaptadas para atendimento ao público. Uma equipe de promotores de negócios, com o apoio das Sociedades Corretoras, presta atendimento ao público, explicando o funcionamento do mercado e esclarecendo eventuais dúvidas. Há ainda apresentação de palestras e distribuição de material informativo.
BOVESPA VAI À FÁBRICA
BOVESPA VAI AO JUDICIÁRIO
MULHERES EM AÇÃO
I Desde o início do programa de popularização do mercado, a equipe da BOVESPA já visitou 117 empresas e fábricas, esclarecendo dúvidas e levando os conceitos do mercado de capitais aos trabalhadores dos quatro cantos do país.
I O objetivo deste módulo do programa de popularização é aproximar a comunidade jurídica da BOVESPA de modo que estes profissionais conheçam as atividades desenvolvidas pela Bolsa de Valores de São Paulo e seus planos de atuação.
I Devido ao grande interesse do público feminino pelo mercado acionário, o programa de popularização da BOVESPA ganhou um módulo especialmente dedicado a ele: o Mulheres em Ação.
Acompanhe quinzenalmente, nesta seção, mais informações sobre a importância do mercado de ações para a economia do país
tos das editoras. Os aparelhos foram instalados em posições estratégicas dentro da loja, como no local em que os compradores param para um café ou no caixa. "Eles não transmitem som porque isso poderia atrapalhar a leitura dos nossos clientes", diz o diretor operacional da Cultura, Sérgio Herz. "De longe, todo mundo enxerga a imagem, mas, para ouvir, teria de estar em alto volume." Mas se a opção for produzir uma rádio corporativa, o melhor é aumentar o som, como fez a marca Gregory. "Traduzimos em forma de música e notícias a nova coleção e escolhemos canções modernas que têm a ver com as tendências da primavera-verão", conta a diretora-executiva da De Pieri, Sonia De Pieri, que produz a rádio da marca. "Ao mesmo tempo em que o cliente entra em um ambiente agradável envolvido em sons, ele se deixa seduzir pelo conceito da loja." O jeito mais fácil e barato de produzir programação de rádio corporativa é gravando CDs com músicas que se identifiquem com o perfil do cliente, entremeadas com informações sobre a loja e as novidades do setor. Ou, então, pelo sistema streaming, que transmite notícias em tempo real do estúdio. "Optamos pelo CD gravado e vamos renovar o conteúdo de acordo com cada estação e época do ano", afirma a responsável pelo marketing da Gregory, Andrea Duca. Em todas as lojas escuta-se a mesma programação: "Você está sintonizado na Rádio Gregory, na coleção primavera-verão, que traz temas náuticos (...)". E fala direto para o cliente, só o que ele precisa saber. Sonnaira San Pedro
Os televisores foram instalados em locais estratégicos da loja
Andrea Duca, da Gregory, diz que rádio transmite o conceito da marca
VEM SAI DO VERMELHO EM 2007
O
presidente da empresa aérea portuguesa TAP, o brasileiro Fernando Pinto, afirmou ontem que a VEM Manutenção e Engenharia – nome dado à Varig Engenharia e Manutenção depois da compra pela empresa portuguesa – poderá chegar aos resultados operacionais positivos em 2007. "Temos a esperança nos resultados positivos para o próximo ano. Pelo menos a empresa deverá ter sustentação em termos de geração de caixa", disse Fernando Pinto. Segundo o executivo, o resultado deve-se à diversificação da carteira de clientes. "O importante é que a VEM hoje independe da Varig para sobreviver. Mais de 80% dos trabalhos são para outros clientes." A Varig tem dívidas de cerca de US$ 110 milhões para com a VEM. De
acordo com Michael Connolly, diretor financeiro da TAP, a maior parte é de antes da reestruturação, o que depende da ação contra o governo por defasagem de tarifa. "Se ganhar, pode vir a cobrir uma parte da dívida." Quanto aos trabalhos realizados em aviões da empresa depois da reestruturação, ele considera que será mais fácil de receber, uma vez que essas dívidas estão entre os créditos preferenciais. Neste momento, a TAP não vê possibilidade de entrar no capital da Varig. "O negócio da Varig aconteceu, a empresa foi vendida a outro grupo, a Volo, com a participação do Mattlin Patterson. É óbvio que vamos acompanhar, porque a empresa fica no nosso maior mercado e vamos estudar qualquer oportunidade que possa acontecer." Atualmente, o Brasil
representa o principal mercado da TAP, com 47 vôos semanais para sete capitais, nos quais a taxa de ocupação atinge os 85%. A abertura de rotas para outros destinos no Brasil depende de a empresa conseguir mais aviões. "Hoje, a TAP é a empresa escolhida pelos brasileiros para virem para a Europa. As outras capitais vêm nos procurar para pedir que voemos para lá", afirmou o presidente da TAP. Até 2010, deverão abrir mais três destinos no Brasil, entre eles Brasília. Segundo Fernando Pinto, o fim das operações da Varig não teve grande influência na taxa de ocupação dos aviões da empresa portuguesa. "A grande dificuldade foi na rede de distribuição de passageiros no Brasil. Para prestarmos melhor serviço, precisamos de uma melhor rede, o que constitui uma fragilidade." (AE)
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de setembro de 2006
Os novos produtos desenvolvem conteúdos digitais e publishing impresso ou eletrônico
HP APOSTA EM FERRAMENTAS MULTITAREFAS
Di vu l
ga çã o
Pequena e média Tr a b a l h o Equipamento We b
Já como oferta de menor custo, mas também com alta capacidade de expansão, a xw4400 foi desenvolvida para facilitar o design impresso e eletrônico, a animação 2D, a edição web e a de vídeo e a criação de conteúdo em empresas. Seus recursos dual core geram rápidos processos de rendering computacional antes obtidos apenas com sistemas Intel Xeon. A xw4400 vem com Microsoft Windows de 32 bits ou 64 bits e uma ampla variedade de opções de sistemas gráficos, memória e armazenamento, incluindo os novos discos Serial SCSI. A workstation também será Windows Vista Capable e oferecerá em breve a opção de Red Hat Enterprise Linux como sistema operacional. Carlos Ossamu
De analógico a digital em apenas três passos Fábio Pelegrini oje em dia, mal ouvi- estabilização de imagem (ajus- do som com um sistema que mos falar em fita VHS ta filmagens tremidas) a corre- permite reduzir ruídos, remoou videocassete, mas ção automática de cores – exce- vendo, por exemplo, barulho muita gente tem imagens sau- lente para a recuperação de de vento e o chiado no caso de gravações externas. dosas do passado que não de- imagens mal iluminadas. Mais leve e com requisitos seja perder, principalmente O programa dá a opção de quando se trata de momentos adicionar toques criativos em mais simples que a edição anúnicos, como o nascimento de tempo-real, no qual é possível terior, o software possibilita a um filho, seu primeiro aniver- inserir efeitos de transição de edição e exportação de arquisário ou mesmo os primeiros cenas, criação de títulos profis- vos em formato MPEG-4, o passos do bebê. Como o tempo sionais – com efeitos que in- mesmo utilizado pelo Vídeo pode levar a um desgaste natu- cluem sombras e luzes em iPod, da Apple, e celulares. Clipe personalizado – Além ral da fita magnética e das suas néon – e uma grande biblioteca imagens, uma alternativa é de efeitos especiais e de recur- de carregar no bolso os motransformá-la em DVD. sos utilizados por profissio- mentos mais interessantes de No mercado existem várias nais de tevê, como efeitos Ch- um encontro com amigos, por opções para fazer a captura da roma Key (tela azul) e Picture- exemplo, o usuário pode personalizar o clipe de sua banda imagem analógica e convertê- in-Picture (PIP). la para um formato digital, Som diferenciado –Quanto favorita e trocá-lo com outros compatível com a maioria dos aos efeitos sonoros, é possível usuários ou postar no blog. Se leitores. fazer gravações de vozes em preferir, pode baixar também O dispositivo Pinnacle Studio off (para narração de fundo), seus vídeos feitos pelo celular, Plus 700 (USB ou PCI), por edição de som Surround e criar editá-los no micro e enviar noexemplo, se destaca por ajuda a trilhas sonoras que se encaixe vamente para o aparelho. Para quem quer se iniciar no realizar essa tarefa de forma exatamente à duração de seu bem simples. Aliás, o sistema filme, feita automaticamente mundo do vídeo e não sabe copermite importar vídeos a par- c o m a f e r r a m e n t a S m a r t- mo, além de aproveitar a dica tir de várias fontes de dispositi- Sound. É possível também im- de produto da Pinnacle, pode vos, como filmadoras HD, ana- portar faixas de CDs ou arqui- ainda aprender a utilizar as l ó g i c a , v i d e o c a s s e t e vos de áudio WAV ou MP3, ferramentas. Isto porque a em(NTSC/PAL) ou ainda de leito- além de melhorar a qualidade presa oferece em todo o País workshops gratuitos e cursos res DVD. de edição de vídeo. Para saber Por ter uma interface muito mais sobre os próximos cursos intuitiva, diversas formas de ligue para a Pinnacle Home entrada de vídeo e um singelo mais próxima de sua cidade. processo de captação, o usuáOnde encontrar – O produrio pode transformar seu antito pode ser adquirida nas lojas go VHS ou criar seu vídeo com S t a r C o m p u t e r, A m e r i c ao auxilio de um dos melhores nas.com, Shoptime e Fnac. Preprogramas de edição do mercaço sugerido do Studio Plus 700 do, o Studio Plus, e em pratica- PCI (acompanha placa mente três passos: captura, edição interna): R$1.500,00 e gravação. e Studio Plus 700 - USB O dispositivo faz com que esse pro(acompanha placa extercesso seja realizado de forma eficiente e na): R$1.700,00. rápida, ao permitir gravar todos os Para mais informafilmes com uma alta qualidade e ções, visite o endereço por trazer ferramentas úteis de virtual: www.pinnarestauração de imagem e de áucleal.com. dio. O software, que acompanha Em busca da imagem perdida: o o produto, auxilia na restauraPinnacle Studio Plus 700 permite a ção das fitas antigas, com reimportação de vídeos cursos que permitem desde a çã o
HPxw 8400: R$11.999
HPxw 6400: preço de R$ 9.999
lg a
A HP apresenta novas workstations com chips Dual Core. Os equipamentos são voltados para usuários que necessitam de alto poder de processamento.
to do grupo de computação pessoal da HP Brasil. "Menor consumo de energia, economia de espaço e ainda o dobro de desempenho – tudo isso dá aos usuários a capacidade de levar as workstations para locais onde nunca estiveram antes", afirma o executivo. Desenvolvida para profissionais que trabalham com a criação de conteúdo digital, publishing impresso ou eletrônico, serviços financeiros e manufatura, a HP xw6400 Workstation define um novo padrão em termos de tamanho, consumo de energia, poder de processamento, aquecimento e geração de ruído, o que torna est e p ro d u t o d e m é d i o porte ideal para ambientes com restrição de espaço e energia. Apresentando a mais recente tecnologia da Intel de processadores duplos com o chip set Intel 5000X, a workstation xw6400 pode ser configurada de acordo com as necessidades do usuário, com fácil suporte, atualização e manutenção. Processamento maior – Para quem necessita de grande poder de processamento, a HP xw8400 Workstation incorpora até dois processadores Xeon dual core operando paralelamente. Com o design e a capacidade de processamento exigidos por aplicações de visualização e com alta demanda de poder computacional, o equipamento é indicado para profissionais de engenharia, edição de vídeo e broadcasting, design, do setor de exploração de óleo e de gás, entre outros. A xw8400 ainda apresenta o inovador chassis da HP, que dispensa o uso de ferramentas na manutenção.
Di vu
Tudo com chip dual core
Hewlett-Packar (HP) anuncia o lançamento de três novas workstations com processadores Intel de núcleos duplos (Dual Core), que elevam o desempenho de processamento, ao mesmo tempo em que evitam problemas os de superaquecimento e grande consumo de energia dos equipamentos multiprocessados (operam com dois ou mais processadores em paralelo). As novas workstations HP xw6400 (a partir de R$ 9.999, dependendo da configuração) e xw8400 (a partir de R$ 11.999) são equipados com processadores Dual Core Intel Xeon e são fáceis de expandir. Já a HP xw4400, que tem preço inicial de R$ 7.999, conta com o novo processador Intel Core 2 Duo e Core 2 Extreme e chip set 975X Express. "A HP é ciente de que os usuários ávidos por desempenho trabalham em diversos tipos de ambiente e essas w or ks ta ti on s fornecem a eles o conjunto certo de ferramentas para realizar as mais variadas tarefas, i nd ep en de nt e do lugar onde estejam" afirma Luis Albuq u e r q u e , g erente de produ-
terça-feira, 26 de setembro de 2006
Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
GOVERNO ANUNCIA PIB MENOR PARA 2006
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32,7
bilhões de dólares é o saldo positivo da balança comercial brasileira no acumulado do ano.
Clayton de Souza/AE
GOVERNO REDUZ EXPECTATIVA PARA O PIB Crescimento para este ano foi reduzido de 4,5% para 4%, ainda assim acima da previsão do mercado financeiro, que estima expansão de apenas 3,09%
A
área econômica do da para o fim de novembro. governo reduziu As projeções do mercado fisua estimativa de nanceiro para o superávit da c r e s c i m e n t o d o balança comercial neste ano, Produto Interno Bruto (PIB) por sua vez, pararam de subir e para este ano de 4,5% para 4%. se estabilizaram em US$ 43 biA nova previsão consta do Re- lhões. O número da pesquisa latório de Avaliação de Recei- do BC embute a expectativa de tas e Despesas relativas ao que as exportações aumentem quarto bimestre de 2006 e é um dos US$ 118 bilhões do ano dos parâmetros utilizados pa- passado para US$ 132 bilhões e ra calcular as receitas tributá- que as importações terminem rias da União deste ano. 2006 em US$ 89 bilhões. O BC, por sua vez, trabalha A nova estimativa de 4% para o crescimento da economia oficialmente com uma estimaainda é superior à projeção do tiva de importações de US$ 91 mercado. Segundo o boletim bilhões e um superávit comerFocus do Banco Central, divul- cial de US$ 41 bilhões neste gado ontem, a mediana das ano. Para 2007, as estimativas previsões é de 3,09%. de superávit comercial seguiCom a nova previsão, o va- ram a mesma tendência de eslor do PIB para este ano caiu de tabilidade e prosseguiram em R$ 2,101 trilhões para R$ 2,087 US$ 36 bilhões. trilhões. O governo passou a Câmbio – As projeções para trabalhar também, segundo o a cotação do dólar no final desRelatório, com te mês ficaram estáveis em estimativa de inflação pelo R$ 2,15. Há quatro semaÍndice de Preços ao Consunas, essas premidor Amplo v i s õ e s e s t a(IPCA) de v a m e m ponto percentual é a 3,27% para esR$ 2,17. Para o previsão do mercado final de outute ano e do Índice Geral de financeiro para o novo bro, as projeções de cotaPreços -Dispocorte da Selic, nibilidade Inção também atualmente em seguiram esterna (IGP-DI) de 3,77%. táveis em 14,25% ano ano R$ 2,16. Para o Já o mercado financeiro fim do ano, as previsões paacredita que aumentaram as chances de o ra a moeda norte-americana Comitê de Política Monetária continuaram em R$ 2,18. Corte das despesas– Tam(Copom) cortar a taxa básica de juros, a Selic, em mais 0,5 bém ontem, o Ministério do ponto percentual em outubro. Planejamento anunciou um Até a semana passada, a previ- corte de R$ 1,6 bilhão nas dessão majoritária era a de que o pesas discricionárias do Orçacorte não passaria de 0,25 pon- mento da União deste ano, que to. Os juros básicos estão em decorre de uma redução de R$ 14,25% ao ano. A razão da 299,7 milhões na previsão da aposta em um corte mais alto, receita primária líquida, transconforme mostra pesquisa di- ferências constitucionais e levulgada ontem pelo BC, está gais para estados e municína tendência persistente de pios, e de novo crescimento queda nas estimativas de infla- das despesas obrigatórias. ção e de crescimento do PIB. Do total, R$ 1,58 bilhão serão Para o IPCA, a projeção do cortados das despesas discrimercado recuou pela sexta se- cionárias (custeio e investimana consecutiva e passou de mento) do Executivo, e R$ 20 3,23% para 3,03%. A previsão milhões do Legislativo, do Jude aumento da produção in- diciário e do Ministério Públidustrial também recuou, pas- co da União. sando de 3,66% para 3,55%. A receita primária total, exO cenário de enfraqueci- ceto arrecadação líquida do mento da atividade econômica INSS, cairá R$ 60,2 milhões, see inflação sob controle levaram gundo a nova estimativa. Coo mercado a reduzir sua previ- mo haverá um aumento de são para a Selic no fim de 2006, R$ 239,5 milhões nas transfeque passou de 13,75% para rências para estados e municí13,5% ao ano. Nessa hipótese, pios, a nova previsão é de que a o Copom teria espaço para cor- receita líquida primária da tar os juros em mais 0,25 ponto U n i ã o s e j a r e d u z i d a e m percentual na reunião marca- R$ 299,7 milhões. (AE)
0,5
e Tributária. Sem reformas da"OPrevidência custo da máquina ainda é elevado demais. O governo não há mantém seu crescimento por da arrecadação, não crescimento meio por investimentos em seto-
O
ex-secretário de Política Econômica do governo Fernando Henrique Cardoso, José Roberto Mendonça de Barros, não acredita que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça em uma patamar acima dos 3% neste ano. O motivo seria a ausência das reformas básicas, como
res básicos, como logística, energia e saneamento", avaliou o economista, durante evento realizado pelo banco ABN Amro Bank. Ele alertou ainda sobre possíveis impactos negativos da desaceleração na economia americana nos investimentos estrangeiros no País. Davi Franzon
O ministro Luiz Fernando Furlan, na Cosmoprof, em São Paulo: resultado da economia do terceiro trimestre trará o alento de números melhores.
Mantega e Furlan ainda otimistas
O
ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que a economia brasileira irá se recuperar no terceiro trimestre, apresentando crescimento entre 1,2% e 1,4% sobre o segundo trimestre. Mantega reafirmou sua previsão para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano de 4%, apesar de a última pesquisa do Banco Central (BC) mostrar que o mercado continua reduzindo seu prognóstico, que se encontra em 3,09%.
"Essas previsões são de curtíssimo prazo. O Focus (pesquisa do BC) muda toda semana. Escrevam o que eu estou dizendo, quando sair o PIB do terceiro trimestre, de crescimento de 1,2% a 1,4%, as previsões (do mercado para 2006) vão mudar para cima." Otimismo – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, também mantém o otimismo com relação às projeções de expansão do PIB, rebaixado de 4,5% para 4% segundo
Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas relativas ao quarto bimestre de 2006, e para o superávit da balança comercial, estimado por ele entre US$ 44 bilhões e US$ 45 bilhões. "Vamos aguardar o resultado do terceiro trimestre, que se completa no fim desta semana, e possivelmente vamos ter ainda alento de números melhores", disse, após participar de almoço com empresários do setor de perfumaria e cosméticos na
feira de negócios Cosmoprof Cosmética, realizada no Anhembi, em São Paulo "O que posso falar é que as empresas que têm contato com o Ministério continuam apresentando planos de investimento e de crescimento das vendas para o mercado externo. E a ocupação da indústria no mercado nacional, mesmo com os investimentos que foram feitos nos últimos anos, continua estável, o que é um bom sinal", completou o ministro. (Agências)
US$ 3 bilhões no saldo da balança Alex Almeida/Folha Imagem - 02/02/2004
A
balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 3,088 bilhões nas quatro primeiras semanas de setembro, a cinco dias úteis do encerramento do mês. Os números do período confirmaram a tendência de expansão nas duas mãos da corrente de comércio, mas com maior aceleração das importações, o que deve se manter até o final do ano. Pelos dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a balança acumula no ano saldo positivo de US$ 32,716 bilhões e se aproxima da meta do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), de superávit de US$ 42 bilhões em 2006. De 1º de janeiro até a última sexta-feira, as exportações somaram US$ 97,294 bilhões, aumento de 15,2% em relação a igual período de 2005. As importações totalizaram US$ 64,578 bilhões, com aumento mais expressivo, de 22,8%. Esses movimentos reduziram para apenas US$ 866 milhões a diferença entre o superávit acumulado neste ano e o registrado no mesmo período de 2005 (US$ 31,8 bilhões). Em contrapartida, a corrente de comércio – soma de exportações e importações – já alcança US$ 161,872 bilhões neste ano, US$ 24,876 bilhões a mais do que no ano passado nesse mesmo período. Apenas na semana passada, as importações somaram US$ 2,017 bilhões e empurraram o resultado acumulado no mês para US$ 6,042 bilhões. Essa cifra correspondeu a uma média diária de desembarques de US$ 402,8 milhões, 33,9% maior que a de setembro de 2005. Os dados da Secex apontaram uma expansão nas compras externas de todos os 24 grupos de produtos da pauta de importação. Compras – Grupo que encabeça a lista, o petróleo registrou
Exportações e importações continuam registrando expansão INFORME PUBLICITÁRIO
aumento de 42,2% na média diária. N a s q u a t ro p r imeiras semanas deste mês, as compras externas de petróleo atingiram US$ 1,127 bilhão. Em termos de média diária, houve ampliação substancial também nas importaç õ e s d e e q u i p amentos mecânicos (22,5%), equipamentos elétrico e eletrônicos (20,6%), produtos químicos (36,7%), veículos e autopeças (43,5%) e plásticos (33,9%). Vendas – As exportações das quatro primeiras semanas
de setembro somaram US$ 9,130 bilhões, com média diária de US$ 608 milhões, cifra 20,2% superior à registrada em setembro do ano passado. Dos 17 principais setores exportadores, apenas três apresentaram recuos nas quatro semanas de setembro: soja (3,1%), têxteis (-15,6%) e suco de laranja (-2,8%). A Secex constatou aumentos de 16,2% nos embarques de produtos básicos e de 46,9%, no de semimanufaturados. Conjunto de maior peso na pauta exportadora, os manufaturados apresentaram expansão de 18,1% na média diária de embarques, puxada pelo desempenho de setores como metalúrgico (40,8%), químicos (49%), equipamentos mecânicos (11,8%) e ainda eletroeletrônicos (10,5%). (AE)
terça-feira, 26 de setembro de 2006
Tr a b a l h o Equipamento Te c n o l o g i a Fotografia
DIÁRIO DO COMÉRCIO
7 Philips, Siemens e PolylC estão desenvolvendo tecnologias que utilizam materiais como polímeros
NOVOS MATERIAIS ACELERARÃO O USO DOS RFIDs
Divulgação
RFID do futuro
As empresas criam uma etiqueta, impresso em plástico eletrônico. Pode ser o próximo grande passo na evolução.
Por Sergio Kulpas chamado polímero eletrônico, um tipo de folha plástica onde componentes eletrônicos podem ser "impressos" pode ser o próximo grande passo na evolução das etiquetas com microtransmissores de rádio (RFIDs), uma das peças essenciais da modernização do varejo neste século. A Philips, a Siemens e a PolylC são algumas das empresas da vanguarda desse desenvolvimento tecnológico. Diferentemente da etiqueta RFID comum, que é montada sobre um chip de silício, o polímero eletrônico permite a impressão dos componentes sobre uma folha plástica. Cientistas do centro de pesquisas Philips Research na Holanda anunciaram testes positivos com uma etiqueta RFID na freqüência padrão 13,56 MHz, totalmente impressa em polímero eletrônico. Segundo os pesquisadores, os RFIDs de polímero poderão ser aplicados diretamente sobre uma superfície junto com a antena, como se fossem adesivos, sem envolver uma montagem uma complicada. Isso pode facilitar muito a etiquetagem de pa-
cotes de mercadorias pela indústria e varejo, substituindo de vez os códigos de barra comuns por um RFID de baixo custo que identificará de modo exclusivo cada lote de mercadorias. Os resultados positivos desses circuitos impressos em plástico foram apresentados este ano em São Francisco (EUA), durante o evento Solid-State Circuits Conference. A Philips está dedicando uma equipe para o desenvolvimento industrial da tecnologia, já que esses RFIDs plásticos podem ser manufaturados de modo ainda mais barato que as etiquetas sobre chips, uma vez que uma máquina poderia imprimir milhões de RFIDs a partir de um rolo de polímero eletrônico. Seria o caso de adaptar tecnologias de impressão já existentes ao novo material, e aumentar a escala de produção -- com conseqüente queda no preço por unidade, um dos principais objetivos do consórcio mundial que promove os RFIDs. Solução prática– Segundo o dr. Leo Warmerdam, pesquisa-
dor-chefe da Philips Research, a fabricação com sucesso de um RFID plástico que funciona na freqüência de 13,65 MHz pode ser o caminho para a aceitação da tecnologia em larga escala nos próximos anos. Segundo ele, a Philips deve fechar parcerias com outras empresas para acelerar esse desenvolvimento. O laboratório Philips Research tem mais de 10 anos de experiência no campo de eletrônicos orgânicos. A empresa já criou painéis eletrônicos à base de polímeros e até memórias de computador usando esse material. Já a PolylC (http://www.polyic.com/en/index.php) está apostando em sua própria versão dos RFIDs em polímero, com técnicas próprias de produção em larga escala. Como a Philips, as etiquetas radiotransmissoras da PolylC funcionam no padrão de 13,56 MHz. A PolylC promete inaugurar um piloto de produção em massas das etiquetas impressas em plástico ainda este ano. A PolylC está coordenando o projeto de etiquetas eletrônicas
inteligentes (PRISMA), criado pelo ministério de Educação e Pesquisa da Alemanha. O projeto de três anos do governo alemão quer aumentar o nível de "inteligência" dos processos logísticos de etiquetagem, possibilitando até a distinção entre itens individuais em um lote de produtos. Com a possível queda de preços possibilitada pela nova tecnologia, se torna mais próxima à idéia de potes individuais de iogurte cada um com seu RFID na prateleira do supermercado. A Siemens está participando do projeto com um novo software, chamado Simatic RFManager. Criado pela divisão Siemens Automation & Drives, o software poderá gerenciar dados de scanners especialmente criados para os RFIDs impressos em plástico. Dificuldades – A recepção do mercado a uma mudança tecnológica dessa magnitude pode ser imensa. Os maiores entraves para a adoção em massa da etiquetagem eletrônica de mercadorias têm sido até agora
o preço e dific ulda des técnicas de i m p l e m e ntação. Com o uso da tecnologia de polímero impresso, o uso dos RFIDs pode se expandir e n o r m emente, em áreas como bens de consumo, proteção de marcas, sistema antifurto, identificação simples, monitoramento de bagagens por companhias aéreas, ingressos eletrônicos em eventos, e muito mais. Vantagens – Uma das grandes vantagens dos eletrônicos impressos é que eles podem ser facilmente aplicados sobre produtos ou caixas. Eles podem ser simplesmente colados em superfícies. E podem ser integrados no interior não-visível da embalagem, tornando-a uma "caixa inteligente", capaz de transmitir e receber dados. sergiokulpas@gmail.com
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Empresas Tr i b u t o s Finanças Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de setembro de 2006
O atual nível de inadimplência não tem nada de preocupante. Altamir Lopes, do BC
JURO DO CONSIGNADO É DE 34,9% ANUAIS
Givaldo Barbosa/AG – 17/8/06
VOLUME DE CRÉDITO COMEÇA A PERDER FÔLEGO Segundo levantamento divulgado ontem pelo Banco Central, a participação dos empréstimos bancários no Produto Interno Bruto (PIB) parou de crescer, atingindo 32,8% no mês passado. O percentual é muito próximo dos 32,6% registrados no último mês de maio. Para o BC, no entanto, questão é "estatística".
O
r i t m o d e c re s c imento do crédito no mercado brasileiro apresentou sinais de desaceleração no mês de agosto. A participação dos empréstimos bancários no Produto Interno Bruto (PIB) do País parou de aumentar e permaneceu em 32,8% do PIB no período, percentual muito próximo dos 32,6% registrados no último mês de maio, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Banco Central (BC). O chefe do Departamento Econômico (Depec) do BC, Altamir Lopes, reconheceu que essa participação ainda é muito pequena se comparada com a de outros países emergentes. Ele disse, entretanto, que não concorda com a avaliação de que a expansão do crédito esteja perdendo fôlego. "Não vejo essa desaceleração", afirmou. Para Lopes, a parada no processo de crescimento da participação do volume de crédito
CONVOCAÇÃO
Existe hoje um superendividamento das famílias brasileiras. Não sobra nada para o consumo. Carlos Thadeu de Freitas, economistachefe da CNC
no PIB pode ser atribuída a uma mera questão estatística. "Como a base de comparação hoje é maior, é natural que o crescimento seja mais modesto mesmo", comentou. No ano passado, a participação do crédito no PIB avançou de 26,9% para 31,2%, mas começou a subir mais lentamente desde o início de 2006. Lopes destacou que a participação no PIB do crédito livre de direcionamento obrigató-
rio (dinheiro cuja aplicação não é determinada por lei) permaneceu em 22,3%, maior percentual desde o início da série estatística do BC. "O crédito livre tem crescido de forma bastante satisfatória", disse. Nas operações com pessoas físicas, o crédito livre teve alta de 1,9% em agosto ante julho e já mostrava expansão de 2,2% nos primeiros 13 dias deste mês. Ritmo — O problema, de acordo com analistas de mercado, é que o ritmo de expansão do crédito livre para pessoas físicas em períodos de 12 meses vem apresentando quedas sucessivas. De 29,7% em junho, a taxa de expansão recuou para 26,7% em agosto. A queda, na análise dos economistas, tem sido provocada pelo fato de o nível de endividamento das famílias já estar em patamar elevado. "Há um superendividamento das famílias", afirmou o economista-chefe da Confedera-
ção Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas. Para ele, o alto grau de endividamento tem sido o responsável pela queda do consumo e pelo amortecimento nas taxas de expansão da atividade econômica. Na opinião de Freitas, a renda das famílias tem sido usada quase exclusivamente para o pagamento de dívidas anteriores. "Não sobra nada para o consumo", disse. Taxas de juros — Lopes, do BC, acredita, no entanto, que ainda há espaço para expansão do crédito para a pessoa física. "O empréstimo pessoal, o crédito consignado e o leasing ainda têm espaço para crescer", afirmou. Para ele, as taxas de juros relativamente mais baixas dessas operações podem continuar atraindo clientes. No crédito consignado, a taxa média de juros caiu de 35,1% para 34,9% ao ano e atingiu seu menor patamar desde o início da série, em 2004. Lopes destacou, além disso, o aumento da participação das
pessoas físicas nas operações de leasing. "De julho do ano passado para julho deste ano, essa participação aumentou 29,4% para 43,1%", comentou. O leasing, de acordo com o chefe do Depec, tem sido usado, em sua maior parte, para a compra de veículos. "Cerca de 75% do leasing é para compra de veículos e 22% tem ido para a aquisição de máquinas e equipamentos e produtos de informática", informou. A despeito da desaceleração do ritmo de crescimento do crédito, a taxa média de juros dos empréstimos livres manteve a tendência de queda em agosto e recuou de 42,2% para 41,8% ao ano. Neste mês, o chefe do Depec acredita que a taxa poderá cair ainda mais e ficar abaixo do piso histórico de 41,7% ao ano, registrado em dezembro de 2000. No último dia 13, a taxa já havia recuado 0,3 ponto percentual e estava em 41,5% ao ano. "Com taxas menores e prazos mais longos, as pessoas tendem a continuar
tomando empréstimo nos bancos", afirmou o diretor do BC. Nas operações com pessoas físicas, o prazo médio dos processos aumentou de 341 para 345 dias, maior marca já atingida desde os 349 dias de junho de 2001. Em contrapartida, o nível de inadimplência n o c ré d i t o l i v re s u b i u e m agosto de 4,8% para 5%, maior patamar desde os 5,1% de dezembro de 2000. "Esse nível de inadimplência não tem nada de preocupante", afirmou o chefe do Depec. (AE)
COMUNICADOS SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
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FDE AVISA:
ATAS
Como a base de comparação hoje é maior, é natural que o crescimento do crédito em relação ao PIB seja mais modesto. Altamir Lopes, chefe do Depec do Banco Central
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COMUNICADO - NOVA DATA DE ABERTURA – TOMADA DE PREÇOS Nº 05/2021/06/02 A Comissão Julgadora de Licitações comunica a nova data de entrega dos envelopes 1 (Documentação) e 2 (Proposta Comercial) para o dia 18/10/2006, sendo que a abertura do envelope 1 (Documentação), dar-se-á às 09:30 hs, cujo objeto é a Reforma de Prédio(s) Escolar(es) construído em Estrutura Pré-Fabricada Metálica (Sistema Nakamura) - EE Jardim São Bernardo – Jardim São Bernardo - Capela do Socorro - São Paulo/SP e EE José Chaluppe - São Francisco - Itapevi/SP. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 17/10/2006. Os invólucros contendo os Documentos de Habilitação e a Proposta Comercial deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 27/09/2006, na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121900 - São Paulo - SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou através do site www.fde.sp.gov.br. SOLICITAMOS ÀS EMPRESAS QUE JÁ ADQUIRIRAM ANTERIORMENTE O EDITAL OBTEREM A SUA VERSÃO ATUALIZADA.
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FDE AVISA: COMUNICADO - NOVA DATA DE ABERTURA – TOMADA DE PREÇOS Nº 05/2068/06/02 A Comissão Julgadora de Licitações comunica a nova data de entrega dos envelopes 1 (Documentação) e 2 (Proposta Comercial) para o dia 18/10/2006, sendo que a abertura do envelope 1 (Documentação), dar-se-á às 10:30 hs, cujo objeto é a Reforma de Prédio(s) Escolar(es) construído em Estrutura Pré-Fabricada Metálica (Sistema Nakamura) - EE Prof. Pedro Moreira Matos - Jardim Lapena - São Miguel Paulista - São Paulo/SP; - EE Ana Siqueira da Silva - Cid D’Abril - Jaraguá - São Paulo/SP; EE Prof. José do Amaral Mello - Vila Nova Galvão - Tucuruvi - São Paulo/SP; EE Prof. Sebastião Faria Zimbres - Guaianazes - São Paulo/SP. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 17/10/2006. Os invólucros contendo os Documentos de Habilitação e a Proposta Comercial deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 27/09/2006, na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121-900 - São Paulo - SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou através do site www.fde.sp.gov.br. SOLICITAMOS ÀS EMPRESAS QUE JÁ ADQUIRIRAM ANTERIORMENTE O EDITAL OBTEREM A SUA VERSÃO ATUALIZADA.
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TOMADA DE PREÇOS
A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de ambientes complementares com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador e Reforma de prédio escolar: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO – ÁREA - PRAZO – PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2122/06/02 - EE Profª Hilda Prates Gallo - Av. Brig. Faria Lima, 3700 - Morros - Guarulhos/SP – 25,75 - 210 - R$ 65.243,00 – R$ 6.524,00 – 15:00 – 17/10/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 27/09/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 16/10/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
EDITAL
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FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS
A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Obras: TOMADA DE PREÇOS N.º - OBJETO - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2119/06/02 - Construção de Cobertura de Quadra em Estrutura Mista - EE Prof. José Apparecido Munhoz – Rua Dep. Ulysses Guimarães, 400 - Jardim Conservani - Artur Nogueira/SP – 90 - R$ 18.113,00 – R$ 1.811,00 – 09:30 – 17/10/2006. 05/2120/06/02 - Construção de Cobertura de Quadra em Estrutura Mista - EE Gabriel Monteiro da Silva - Av. Santo Antonio, 981 - Alto Cafezal - Marília/SP – 90 - R$ 16.792,00 – R$ 1.679,00 – 10:30 – 17/10/2006. 05/2121/06/02 - Construção de Cobertura de Quadra em Estrutura Mista - EE Severino Tagliari - Rua Ricardo Tagliari, 380 - Parque dos Trabalhadores - Artur Nogueira/SP – 90 - R$ 18.113,00 – R$ 1.811,00 – 14:00 – 17/10/2006. 05/2155/06/02 - Reforma de Prédio(s) Escolar(es) - EE Jor Francisco Mesquita - Av. Venceslau Guimarães, 05 - Ermelino Matarazzo - São Paulo/SP – 270 - R$ 61.092,00 – R$ 6.109,00 – 16:00 – 17/10/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 27/09/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 16/10/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 25 de setembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:
Requerente: Alberto Aiach e Outros Requerido: Tinturaria Industrial de Tecidos Tit Ltda. - Av. do Estado, 6.639 - 01ª Vara de Falências Requerente: Luiz Antonio Teixeira Pinto - Requerido: Cenesp Centro de Negócios de São Paulo - Ltda. - Rua Treze de Maio, 717
- 01ª Vara de Falências Recuperação Judicial Requerente: Gabriel Relógios e Artigos para Presentes Ltda.-ME Requerido: Gabriel Relógios e Artigos para Presentes Ltda. ME - Av. Paulista, 2.064 – loja 19, Novo Center 3 - 02ª Vara de Falências
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Equipamento Te c n o l o g i a Fotografia Games
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de setembro de 2006
Produtos da empresa têm preços que variam de R$ 369 a R$ 699, lançados na na PhotoImage Brasil
A Mirage Steel oferece ajustes automáticos
MACRO A beleza de perto: fotos a partir de 36 cm. Ana Maria Gariglia
A câmera Mirage Steel, de preço acessível, é descomplicada e tem outros recursos: função macro, faz videoclipes e serve de webcam.
Conjunto Câmera Steel: memória interna de 14 MB
Ana Maria Guariglia empresa Sosecal, em São Paulo, especializou-se em apresentar produtos digitais com preços que não ferem o bolso dos usuários. É o caso da câmera Mirage Steel, que custa R$ 399, e do Player Mirage Fun, R$ 699, que funciona como álbum de fotos, além de outros recursos. Os aparelhos foram lançados na feira internacional da PhotoImageBrazil, em agosto passado, e se o fotógrafo quiser, podem se completar. A Steel é descomplicada, com funções básicas para fotografar. O monitor é 1,5 pol, tem resoluções entre 3 MP (2.048 X 1.536 pixels) e 6 MP (3.012 X 2.010 pixels), com opção para a resolução padrão de 640 X 480 pixels. Possui a função macro para fotos próximas a partir de 36 cm entre o objeto e a máquina, faz videoclipes e funciona como webcam para conferências via internet. A memória interna é de 14 MB, mas para aumentar o poder de armazenamento, é recomendável utilizar os cartões SD (SecureDigit a l C a rd ) o u M M C (MultimediaMedia Card). Usamos o recurso macro para fotografar composições com flores, pedras e madeiras, feitas no p a r q u e d o M or u m b i e m S P, e com distâncias entre 36 cm e 50 cm. Essas distâncias já são pré-estabelecidas porque a Steel é uma câmera de foco fixo como as
Flores, pedras e madeiras: a Steel oferece qualidade com ajustes automáticos para fotos à luz do dia, em períodos nublados e disparador automático que facilita a vida do fotógrafo
compactas 35 mm tradicionais. Trata-se de uma característica das máquinas simples, mas que permite fotografar com rigor desde que sejam seguidas as especificações fornecidas pelo fabricante. Máquina com foco fixo possui objetiva fixa, podendo ter certos ajustes, como na Steel, em que é possível fazer imagens do tipo macro. Há um botão deslizante à esquerda do corpo da digital que indica len-
LEMBRETE Remember ring é um anel que esquenta seu dedo por 10 segundos a 49º C.
te macro para baixo, e paisagens para cima, incluindo outras modalidades como retratos, festas e crianças, sempre a partir de 1,6 m. A abertura do obturador é f/3 e há os avisos de superexposição e subexposição e da necessidade do uso do flash. Os ajustes são automáticos para fotos à luz do dia, tempo nublado, iluminação de tungstênio e fluorescente. Possui também dispara-
@ Ó RBITA
dor automático de dez segundos para você sair na foto. Apesar da simplicidade, a camerazinha é valente e não negou fogo. As fotos não deixam dúvidas sobre a qualidade da objetiva de cristal com zoom digital de 4 vezes. Cabe na palma da mão e pesa 82 gr. Não esqueça de levar um par extra de baterias alcalinas ou recarregáveis do tipo AAA. Onde encontrar: www.submarino.com.br Leve suas fotos no bolso – O Player Fun permite que você leve suas fotos no bolso ou na bolsa. Basta conectá-lo na câmera digital com cabo USB e transferir as imagens para vê-las e mostrá-las na telinha de 2,5 pol. Também é possível curtir as imagens instalando diretamente os cartões SD ou MMC. Você também pode assistir videoclipes, gravar voz e músicas e ouvi-las em formato MP4. A memória interna é de 512 MB, com a opção de uso de cartões de memória. A bateria do tipo Li-Ion se recarrega automaticamente quando é ligada a uma fonte externa, que acompanha o player. Depois de carregada, a durabilidade é de cinco a sete horas. O software Transcorder também faz parte dos acessórios e é usado para transformar os formatos de arquivos de áudio, vídeo e fotos. Para saber mais: www.mirage.com.br Para comprar: www.colombo.com.br
Conjunto Player Fun: fotos no bolso ou bolsa
QUENTÍSSIMO Esquenta antes de datas que você programa. www.alaska jewelry.com
Por João Magalhães
CARDEAL ean O'Malley éo cardeal de Boston, EUA. E carrega uma distinção: é o primeiro dignitário da Igreja Católica dos Estados Unidos a criar um blog. Em sua página, ele vai partilhar com os visitantes um pouco de sua vida de religioso. Diz que pretende aproveitar o máximo das mais recentes tecnologias. O'Malley ocupa o cargo de cardeal há três anos, sucedendo aos cardeais Bernard Law e seu auxiliar
Richard Gerard Lennon que se demitiram depois de acusados em casos rumorosos de encobrir casos de padres pedófilos. Sua responsabilidade, já se vê, é muito grande. Link: http://www cardinalseansblog.org/
DUELO Windows Vista, substituto do sistema operacional Windows XP, vem com um aplicativo que permite criar e ler documentos eletrônicos, ao estilo PDF. A Adobe não gostou nada da idéia, porque terá um sério rival para o seu programa Acrobat, que realiza a mesma operação. E tem reconhecimento de mercado – o que não quer dizer muito diante de um programa praticamente gratuito. A empresa de segurança digital Symantec também ficou mordida com a inclusão
no Vista de um antivírus e um anti-spyware. Resultado: as duas deramse os braços e pediram à União Européia (UE) para proibir a venda na Europa do novo sistema operacional da Microsoft, alegando concorrência desleal. Por sua vez, a Microsoft avisou que as querelas antitrustes com a União Européia poderiam atrasar o lançamento europeu do Vista. Em conseqüência, centenas de milhares de empregos na indústria européia de TI deixariam de ser criados.
SEXO ara F., uma italiana de 30 anos, que mora em Roma, achou uma forma inusitada de protestar contra a sociedade que, segundo ela, não oferece futuro aos jovens no mercado de trabalho: estreou um blog, o SaraDisperata, no qual anunciava uma noite de sexo em troca de trabalho fixo, com salário mensal pelo menos de 1.200 euros (cerca de R$ 3.500). Uma semana depois de seu blog ir ao ar, Sara registrou 2.389 comentários e recebeu a visita de 140.000 internautas. Não deu resposta a ninguém, nem mesmo às cerca de 30 propostas. E muito menos a um internauta que calculou: a noite com Sara custaria quase meio milhão
de euros (1.200 euros por mês por 30 anos). Algumas das propostas eram de empresas ligadas ao Vaticano que lhe propuseram emprego, com a condição de ela encerrar o diário digital, o que ela fez de imediato. Afinal, tudo que queria era protestar e ganhar um emprego. Para o internauta que perdeu a chance de conhecer o blog de Sara – não está mais no ar, claro –, resta um consolo: sua triste história está contada no site do jornal italiano La Reppublica. Link: http://www. repubblica.it/2006/09/ sezioni/ cronaca/ sessolavoroblog/sessolavoroblog/sessolavoroblog.html
PÓSTUMO uer prestar uma homenagem póstuma pela internet? Vá ao site FindaGrave. Lá, estão catalogadas mais de 2,5 milhões de lápides, de famosos ou não, em quase 32 mil cemitérios espalhados pelo mundo. Se não souber por onde começar, use o sistema de busca do site: você pode procurar por nomes, profissões e locais. Só por
curiosidade, acesse a lista dos túmulos mais visitados e dê uma paradinha na seção que mostra quem foi se juntar a quem, ocupando o mesmo jazigo. Sem muito trabalho, é possível encontrar no Find Grave as últimas moradas de brasileiros inesquecíveis: Elis Regina, Ayrton Senna e Tom Jobim são alguns deles. Link: http://www.findagrave.com
VISITA ocê gostaria de fazer uma visita à AMD, mas não tem tempo nem dinheiro para ir até lá? Sem problemas. A concorrente da Intel construiu uma fábrica virtual, batizada de AMD Virtual IT Experience, na qual você pode conhecer todos os produtos dela e ainda entrar em salas de batepapo, acessar documentos e participar de uma interessante caça ao tesouro. Para desfrutar do interessante passeio é essencial ter conexão à
internet via banda larga – a carga de informações é grande – e pelo menos arranhar o inglês. Participam da IT Experience, empresas de peso como a Microsoft, Sun, Oracle e Novell. Link: http://virtualexperience. amd.com/
FOTOWEB Xerox entra na era da Web 2.0 a com o Xerox Fotoweb to print. Trata-se de um serviço que permite imprimir fotos digitais em papel fotográfico em vários formatos (10×15 cm, 12×18 cm e muitos outros). O novo serviço oferece ainda a possibilidade de produzir revistas, álbuns, pôsteres e calendários. O resultado é enviado por correio, para a casa do interessado, em até cinco dias úteis. Para tanto, você deve fazer o upload das imagens (exclusivamente em formato
JPG) no site da Xerox e indicar as especificações: em qual tamanho, tipo de papel e qualidade que quer imprimi-las. Por meio de um aplicativo, você pode compor diversas fotos em uma mesma tela, aplicar templates de moldura e inserir legendas. A Xerox Fotoweb oferece álbuns especiais temáticos – entre eles, aventura, bebê, viagem, infantil, casamento. É preciso se cadastrar antes de pedir qualquer serviço. Mas o cadastro é simples e rápido. Link: http://www.xeroxfoto.com. br/xerox/default.aspx
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de setembro de 2006
Indicadores Econômicos
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0,41
por cento foi a valorização, ontem, das ações preferenciais da Petrobras no pregão da Bovespa. Os papéis fecharam a R$ 38,30 por unidade.
25/9/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 21/09/2006 21/09/2006 21/09/2006 21/09/2006 21/09/2006
P.L. do Fundo 8.982.078,53 1.446.223,47 7.795.967,73 13.900.378,35 1.279.019,45
Valor da Cota Subordinada 1.191,286622 1.089,910415 1.159,532840 1.121,961053 1.092,920265
% rent.-mês 1,2696 1,1542 1,1328 7,5550 2,9144
% ano 21,9367 8,9910 15,9533 12,1961 9,2920
Valor da Cota Sênior 0 1.084,246009 1.097,446298 0 0
% rent. - mês 0,7433 0,8097 -
% ano 8,4246 9,7446 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
terça-feira, 26 de setembro de 2006
Eleições também na área dos gamers ão é apenas o nosso País que passa por um processo eleitoral. Desde 25 de setembro até 1° de outubro acontece o primeiro turno das eleições do Gunbound, um dos primeiros jogos MMOG (Massive Multiplayer Online Games) do Brasil. A eleição é uma tentativa de criar diretrizes para punir e eliminar os fraudadores do mundo real, que se utilizam de programas espiões, roubam contas, conseguem vantagens desleais, e até derrubam as salas das partidas, sempre que isso lhes dá algum benefício. Foram lançadas duas chapas: a Coligação dos Defensores do Gunbound (CDGB) e a Partido dos Amigos do Gunb o u n d ( PA G B ) . A c h a p a CDGB defende punições severas aos infratores. O lema é "Limpar o Gunbound dos jogadores trapaceiros". Já a chapa PAGB defende a educação como artifício de conscientização. Para o PAGB, a linha dura não acaba com os hackers, que voltam utilizando novas contas. O lema é a educação por meio de campanhas de conscientização e punição parcial. O 2° turno servirá para que cada membro literalmente lute pelo que acredita. Os jogadores se enfrentarão em partidas na primeira quinzena de outubro. É a chance de mudar o cenário do 1° turno, acumulando vitórias e pontos para que sua chapa vença a eleição. Veja: www.ongame.com.br (FP)
Te c n o l o g i a Fotografia Games Computador
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
FIM DA FASE BRASILEIRA DO GRANDE TORNEIO MUNDIAL
160 COMPETIDORES Fábio Pelegrini em a famosa garoa de São Paulo, que ocorreu neste fim de semana, foi motivo para atrapalhar a final de uma das maiores competições de games do planeta, World Cyber Games 2006, patrocinado pela Samsung Eletrônica. A olimpíada foi realizada no Porão das Artes da Fundação Bienal, no Parque do Ibirapuera, e reuniu 160 competidores de várias localidades do País, além de milhares de visitantes que aproveitaram o sábado e domingo para conhecer mais sobre o mundo dos jogos. Além dos competidores oficiais, a diversão se entendeu aos visitantes do parque que podiam participar de pequenos torneios e atividades propostas pelos organizadores, para ganhar brindes e vários prêmios. Uma das atrações foi justamente a disputa no Pump it up, em três modalidades: Speed masculino, Speed feminino e Free-style. A competição que sacudiu a galera com os mais diversos tipos de danças e manobras radicais. De acordo com Rodrigo Moretz, gerente de Marketing de Relacionamento da Samsung, a final brasileira do World Cyber Games, em São Paulo, mostrou que a olimpíada internacional não se restringe apenas a jogadores veteranos. "A realização do WCG 2006 no Parque do Ibirapuera permitiu que um público diversificado pudesse conhecer mais sobre jogos eletrônicos e a seriedade do campeonato. São
Não foram só os veteranos que aproveitaram a final do World Cyber Games 2006. Houve diversão também para iniciantes. Divulgação
World Cyber Games: milhares de visitantes de olho nos competidores.
Paulo nos traz várias facilidades, principalmente em relação a transportes e estrutura. A própria a chuva nos favoreceu, levando muita gente que passava por lá a entrar e participar das atividades que somavam ao evento. Essa foi uma forma de impactar muita gente que não conhecia como existe uma organização e como esse mercado é grande", explica. Experiência - Dentre os classificados na competição estão veteranos como Carlos Leonardo, de Warcraft, André Zílio, de Warhammer, e Roger Kendi, de Starcraft, que representaram o país no WCG no ano passado, na final em Cingapura. Já André Buffo, vencedor de FIFA 2006, de Laranjal Paulista (SP), de 15 anos, que competiu pela primeira vez no
WCG, surpreendeu e foi exemplo para os menos experientes. Mesmo perdendo na etapa anterior em São Paulo, o garoto se classificou na eliminatória regional realizada em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo,o que lhe garantiu uma vaga na final nacional. O novato eliminou até mesmo os favoritos e, agora, participará do mundial na Itália. "Nem mesmo a mãe dele acreditou que o garoto iria tão longe. Ela disse que tudo começou de uma brincadeira e agora seu filho estará na Itália representando o Brasil", completa Rodrigo. À Itália - Os 15 jogadores que formam a delegação brasileira ganharam passagem e hospedagem para a final mundial do World Cyber Games
2006, que acontece de 18 a 22 de outubro, em Monza, na Itália. Para esta fase internacional foram selecionados os dois melhores players de cada modalidade individual e um time de Half-Life: Counter Strike 1.6. A premiação total da final atinge US$ 432 mil. Além do mundial, neste ano o WCG leva 16 jogadores para participar do Pan Americano, programado para 27 a 29 de outubro, na Cidade do México, no México. Nesta liga regional, o Brasil será representado por dois jogadores de Need for Speed: Most Wanted, Warcraft III: The Frozen Throne e FIFA 2006, um time de Counter Strike, um player de Starcraft: Broo d Wa r, d e Wa r h a m m e r 40,000: Winter Assault, de Age of Empires III, e o melhor gamer de Dead or Alive 4 e de P r o j e c t G otham Racing 3 – os dois são de Xbox 360.
Parque do Ibirapuera: no Porão das Artes da Bienal.
Confira os vencedores da etapa brasileira Estes são os melhores brasileiros do World Cyber Games 2006, que viajam para a final mundial, na Itália. inal mundial e PAN Americano Starcraft: Brood War *1º Roger Kendi Gimenes Ono, nick "Odin", 20 anos, Bauru (SP) 2º Paulo Cesar Cardoso Junior, nick "Reason", 21 anos, Curitiba (PR) Warcraft 3: Frozen Throne *1º Bernardo Souza Rodrigo, nick "Pato", 16 anos, Juiz de Fora (MG) *2º Carlos Leonardo Abri Rached Cruz, nick "Levin", 24 anos, Cuiabá (MT)
FIFA 2006 *1º André Buffo, nick "Scorpion", 15 anos, Laranjal Paulista (SP) *2º Felipe Augusto de Moura Martins, nick "Feau", 15 anos, São Paulo (SP) Warhammer 40,000: Winter Assault *1º André Zílio, nick "Quanchi", 21 anos, de Porto Alegre (RS) 2º Gregório Xavier Marinheiro, nick "DeathGun", 22 anos, João Pessoa (PB) Need for Speed: Most
Wanted *1º André Luiz Coliado de Macedo, nick "g3x.Andinho", 23 anos, Campinas (SP) *2º Rodrigo Nunes, nick "Speed", 16 anos, Brasília (DF) Half Life: Counter Strike 1.6 *MiBR - Made in Brazil Bruno Ono, nick "Bruno", 19 anos, São Paulo (SP) Renato Nakano, nick "Nak", 19 anos, São Paulo (SP) Carlos Segal, nick "Kiko", 22 anos, São Paulo (SP)
Lincon Lau, nick "Fnx", 16, São Paulo (SP Rafael Pavanelli, nick "Pava", Rio de Janeiro (RJ) * Jogadores que se classificaram também para o PAN Americano, no México, junto com os vencedores: Xbox 360 - Dead or Alive 4 Deocarlos Dognani de Castro, 17 anos, Curitiba (PR) Xbox 360 - Project Gotham Racing 3 Renan Olah, 12 anos, São Bernardo (SP) Age of Empires III Allexis Tsuda Chammet, 20 anos, São Paulo (SP)
Jogadores juntam-se e criam diretrizes para punir e eliminar fraudadores do mundo real
terça-feira, 26 de setembro de 2006
Q
uem não gostaria de receber em casa uma cesta com dez tipos de verduras, folhas e frutas orgânicas semanalmente por cerca de R$ 30 direto da horta? "Eu acharia ótimo. Além de saudável, economizaria tempo, pois não precisaria ir até o sacolão", afirma a comerciante Renata de Souza. Essa facilidade já é possível para cerca de mil famílias que moram no Estado de São Paulo e são atendidas pela empresa Sítio A Boa Terra. O negócio é de um grupo de agricultores da região de Campinas, que cultivam seguindo normas orgânicas, ou seja, sem adubos e defensivos agrícolas, com sustentabilidade da produção e preservação do ambiente. São cerca de 15 pessoas envolvidas no cultivo e mais 14 na área comercial, que recebem os pedidos de entrega por telefone, embalam, transportam e vendem os produtos por meio de uma rede de distribuidores em diversos municípios paulistas. As cestas com as hortaliças são entregues em um determinado dia da semana e pagas no ato. Se o freguês for viajar, pode interromper o recebimento mediante aviso com antecedência. "A entrega em domicílio, além de facilitar, fideliza o cliente", diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria Alimentícia (Abia), Edmundo Klotz. O Sítio A Boa Terra, com duas propriedades que somam 25 hectares de área, é apenas um exemplo do trabalho de produtores orgânicos que atuam localmente. O transporte por longas distâncias, porém, contraria a lógica do negócio pela necessidade de usar combustível poluente, em oposição às normas naturais do alimento orgânico. Cenoura torta – A empresa já vendeu para grandes supermercados por vários anos, mas não foi uma experiência boa, uma vez que esse comércio adota padrões diferentes. "As redes queriam empregar as mesmas regras aplicadas aos produtos convencionais: rejeitavam cenouras tortas, que fossem menores, por exemplo", recorda-se Joop Stoltenborg, produtor holandês e fundador do Sítio A Boa Terra. Hoje, cerca de 15% da produção do sítio vai para pequenos mercados. O agricultor conta que já chegou a exportar, mas, para continuar, seria necessário produzir em larga es-
Tr i b u t o s Nacional Agronegócio Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
8 O produtor já tem consciência (de limpeza). Ming Liu, do projeto OrganicsBrasil.
FEIRA COMERCIAL PARA OS ORGÂNICOS
ORGÂNICOS GANHAM ÁREA E MERCADOS
André Felizoll
a/ LUZ
A produção dos alimentos orgânicos começou no Sul, se especializou e agora quer partir para novos mercados e para aumento das exportações. Uma das dificuldades é o desconhecimento do público. Marcos Peron/ Virtual Photo
BioFach mostrará as possibilidades brasileiras
A
O produtor Joop Stoltenborg, da região de Campinas, vende orgânicos para uma rede de pequenos mercados nos municípios vizinhos
cala. Outro problema é a questão da conservação, pois se trata de alimentos perecíveis. Para os pequenos produtores, o melhor mesmo é atuar no mercado interno. No entanto, o brasileiro ainda não aderiu fortemente aos orgânicos. O consumo no País é baixo, cerca de 25% da produção nacional,
estimada em US$ 250 milhões anualmente. O que não fica aqui vai principalmente para Alemanha, Japão, Estados Unidos e Inglaterra. Confusão – Uma das razões para a baixa procura no Brasil é a falta de informação do consumidor. "As pessoas confundem orgânico com transgênico e hidropônico. Se não houvesse tal confusão, o mercado poderia dobrar", diz Maria Beatriz Costa, organizadora da BioFach, feira que reúne o setor. Outros problemas são a falta de crédito para o produtor convencional se transformar em produtor orgânico e a capacitação profissional do segmento, pois falta assistência técnica para o cultivo e a indústria. "As pesquisas para melhorar o plantio de orgânicos são lentas. Só há interesse naquilo que dá resultado rápido", afirma Joop Stoltenborg, que em 1984 iniciou o plantio de orgânicos em sua propriedade em Campinas. Maria Beatriz concorda. "O mercado externo quer comprar fruta orgânica, mas o Brasil não tem o que exportar". Mas, na opinião de um empresário do setor, o diretor da Agrosuisse, Fábio Ramos, há esforços sim para o desenvolv i m e n t o d e p ro d u ç ã o e m maior escala dos orgânicos. Já são 30 centros da Embrapa trabalhando nisso, além das universidades. "A produção em larga escala não é limitante para o avanço dos produtos orgânicos", diz Ramos. Apesar de ainda baixo, o consumo anual dos produtos orgânicos no País tem aumentado cerca de 15%, enquanto a média de crescimento no mundo é de 40%, conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A área produtiva no Brasil passou de 270 mil hectares em 2001 para 841,769 mil hectares em 2003. A estimativa da indústria alimentícia é de que o setor tenha fechado 2005 com 1,5 mil hectares e deve haver, segundo o Ministério da Agricultura, 15 mil produtores orgânicos. "O potencial de crescimento dos orgânicos no País é alto. Há 90 milhões de hectares de terra disponíveis. É o segundo país com área para orgânicos, só perde para a Austrália", diz Maria Beatriz. Adriana David
Marcos Perón/Virtual Photo
Sem agrotóxicos e com produção sustentada. Demanda do futuro.
se reuniram na Fiesp CERTIFICADO que este mês para analisar o potencial dos orgânicos DARÁ MAIS como produtos do futuro, esses alimentos serão CRÉDITO fiscalizados até o
A
Lei nº 10.831/03, que trata dos produtos orgânicos, ainda aguarda regulamentação. O Decreto está na Casa Civil há dois meses e deverá estabelecer regras para certificação desses produtos no Brasil. A regulamentação vai garantir credibilidade aos orgânicos. Segundo empresários e especialistas
consumidor final. Atualmente, seis certificadoras que atuam no Brasil (Instituto Biodinâmico, BCS, OIA, Aimo, Control Union, SKL e Ecocert) seguem as normas internacionais. Segundo especialistas, os Estados Unidos levaram 20 anos para obter regulamentação. O Brasil já espera por isso há sete. (AD)
Sítio A Boa Terra reúne 15 agricultores e 14 funcionários de apoio
Processamento e embalagem dos hortifrutícolas é especializado
s possibilidades e os desafios do setor brasileiro de alimentos orgânicos ficarão evidentes na próxima BioFach América Latina/ExpoSustentat, feira que será realizada entre os dias 25 e 27 de outubro no hotel Transamérica. O grande desafio é introduzir os produtos na rede WholeFoods, a maior varejista internacional desse ramo alimentar. A cadeia de supermercados deteve 40% do mercado dos Estados Unidos em 2005. As 175 lojas em território norte-americano da WholeFoods faturaram US$ 4,5 bilhões e há uma expectativa de que alcancem US$ 10 bilhões em 2010. Os produtos orgânicos com valor agregado já representam 0,7% do faturamento mundial do setor, que em 2005 foi de US$ 74,2 bilhões. O segmento tradicional correspondeu a 68,9%, os diet/light, 4%, e os funcionais, 0,6%, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria Alimentícia (Abia). Nos Estados Unidos, a receita proveniente dos orgânicos subiu de 0,81% em 1997 para 2,5% em 2005. Pressão – Cerca de 33% dos ingleses compram orgânicos. No Japão, esse mercado cresce 20% ao ano e nos Estados Unidos, 25%. "Os norte-americanos estão começando a se preocupar com a saúde, com a origem e qualidade dos alimentos. As grandes indústrias agem por pressão do consumidor", afirma Maria Beatriz Bley Martins Costa, diretora da empresa Planeta Orgânico e co-organizadora da BioFach na capital paulista. Para conquistar o mercado externo, a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) criou o projeto OrganicsBrasil, que capacita e certifica produtos e processos para o atendimento das exigências das certificações internacionais. Estabelece ainda contatos com importadores do mercado externo. Começou com 17 empresas do Paraná em 2004, e teve um movimento US$ 9,3 bilhões. No ano passado, mais 12 empresas ingressaram no projeto e geraram US$ 21,4 bilhões de exportações. A idéia agora é expandir para outros estados. A região Sul do País detém metade da área de cultivo orgânico e 68% dos produtores do segmento. A venda de orgânicos está bem difundida em todo o Estado do Paraná. Na região metropolitana de Curitiba, a Secretaria Estadual de Abastecimento criou feiras orgânicas nas ruas, há cerca de três anos. Já há cinco delas e a expectativa é de que sejam criadas mais cinco nos próximos meses. As barracas são padronizadas e cedidas pelo governo. Os próprios produtores se encarregam de deixar a rua limpa quando termina a feira. "O produtor já tem essa consciência", afirma Ming Liu, gestor do projeto OrganicsBrasil, que hoje reúne 33 empresas de produtos orgânicos com o objetivo de exportar com mais valor agregado. (AD)
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A rápida evolução tecnológica e a exigência de mais produtividade justificam a aposentadoria precoce dos PCs, mas há várias formas de aproveitar máquinas antigas em ambientes de trabalho e ações comunitárias. Assim, os PCs, mesmo velhos, ainda podem ser produtivos.
Fotografia Games Computador Inclusão
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de setembro de 2006
PCs NÃO MORREM NEM SE APOSENTAM: GANHAM NOVA FUNÇÃO.
Desde o Windows95, é fácil conectar máquinas em rede e usar os PCs legados como posto extra
Divulgação
Thin clients e terminais burros
Funcionando: Ano 1998; PENTIUM 233 Mhz (que foi 133 Mhz); RAM 80 Mb (16 Mb); Disco original 2.1 Gb; Windows 95 Office 95
AINDA SERVEM Por Vanderlei Campos om a oferta de PCs novos por menos de R$ 1 mil, pode parecer que os depósitos e garagens sejam o destino certo dos computadores antigos, que há poucos anos custaram boa parte do orçamento de usuários e empresas. No entanto, muitas dessas máquinas mantêm algum vigor (pois a defasagem tecnológica é muito mais rápida do que o desgaste físico) e são usadas para funções mais simples, seja como servidor de fax ou impressão, ou para rodar aplicações antigas ainda úteis. Em iniciativas de Inclusão Digital, os técnicos das entidades acabaram se especializando em tornar equipamentos doados em ferramentas de aprendizado e acesso à informação. Segundo Ronaldo Fernandes, consultor de Byte Solutions, a principal razão da demanda constante de mais poder nas máquinas, além de en-
tretenimento, são as aplicações de Internet. "Sites profissionais incluem coisas complexas, que exigem mais CPU e memória". Em sua casa, Fernandes mantém um Pentium 3 de 600 MHz, de 7 anos, que teve a memória incrementada (para 512 MB), para rodar o Windows XP. No entanto, ele adverte que ir turbinando a máquina é uma alternativa usada por técnicos, mas pouco eficaz e arriscada para o usuário. Ele conta que esse PC vai substituir um ainda mais velho, um Pentium 233 MHz, de 80 MB de memória, que roda o aplicativo de emissão de notas fiscais, em Windows95. "A máquina não tem Internet, porque não foi feita para os sites de hoje. Mas serve para fazer o que fazia há 10 anos" resume. Para rodar a sofisticada interface do Vista, a nova geração do Windows, com lançamento previsto para o início de 2007, é recomendável uma CPU de 4 GHz, 1 GB de memó-
ria e vídeo de 128 MB. Haverá a versão Start Edition, compatível com as configurações vendidas hoje - com CPU de 2 GHz e 256 MB de memória. O Start Editon, todavia, só será distribuído em OEM (pré-instalado em computadores novos). "Pelo menos até 2012 será mantido o suporte ao WindowsXP", assegura Alexandre Tortolano, gerente de clientes técnicos do suporte da Microsoft. Desde o Windows95, é fácil conectar vários computadores em rede local e usar os PCs legados como um posto extra, ou mesmo como contingência. Em casos de sobrecarga de trabalho, ou de problemas na máquina de produção, ter o mínimo para rodar processador de texto e e-mail pode salvar o dia. No entanto, é preciso algum cuidado com a vulnerabilidade dessas máquinas. "O Windows98, com Internet Explorer 7, vai ter atualizações de segurança até meados de 2007", informa Tortolano. Mas ele lembra que o suporte ao
Windows95 foi descontinuado e recomenda a atualização do sistema operacional para quem tem hardware seminovo (CPU de 1 GHz e 256 MB). A atualização para XP custa entre R$ 500 e R$ 800, dependendo da licença já existente. Diante desse custo, na maioria dos casos vale a pena comprar um novo computador, que normalmente já vem com o sistema operacional instalado. Ronaldo Fernandes lembra que, até dois anos atrás, era comum transformar PCs antigos em roteadores, com aplicativos Linux, o que entrou em desuso com o barateamento dos dispositivos de rede. Hoje, as empresas ainda precisam de coisas simples, como um aplicativo para receber fax. Mesmo em casa, o antigo PC pode substituir um player de CD (com a vantagem de poder se gravar seqüências personalizadas e tocar conteúdo online), ou funcionar como terminal telefônico para fazer ligações via Internet.
ma alternativa para rodar aplicações atuais em desktops antigos é usá-los como interface de um servidor, que assume o processamento pesado. Uma opção é o Presentation Server (ex-Metaframe), da Citrix. O sistema divide o trabalho: o processamento fica no servidor e a estação roda apenas um pequeno aplicativo, que gerencia o transporte das telas, comandos de teclado e mouse. "Os cenários em que o ciclo de venda é mais rápido são quando há implantação massiva de novos sistemas ou aplicações web pesadas", diz Luiz Machado, diretor da AddValue. "Usar PCs antigos como proxy, servidor de fax ou firewall reciclam poucas máquinas. A reutilização em massa ocorre com a adoção de thin clients", observa Francisco Saito, gerente de consultoria da 4Linux. Ele conta que, nos telecentros, máquinas de 166 MHz e 128 MB funcionam bem nessa função. "Há distribuições do Linux, como Debian e Vector Linux, boas para revitalizar máquinas antigas. Mas em redes, como thin clients é mais rápido e econômico", avalia. Embora o termo thin client seja usado para generalizar estações dependentes da rede, há uma diferença. Nos modernos thin clients, a máquina é totalmente dependente do servidor, mas o processamento é local. "Um recurso muito usado para melhorar o gerenciamento e segurança é a estação stateless Linux; todos os dados e aplicações ficam no servidor e o desktop é carregado em qualquer ponto em que se conecta", explica David Barzilay, gerente da RedHat. (VC)
Eles ajudam a promover a inclusão digital
PMSP/Coordenadoria de Inclusão Digital
Em Guaianases, máquinas antigas ajudam a entrar na onda digital.
nica alternativa de acesso a um computador para pessoas de cerca de 150 comunidades em São Paulo, os telecentros têm como principal fonte de PCs as doações de empresas que atualizam seus parques. "Muitas estações têm mais de 10 anos. Entre os servidores, temos Athlon de 1,3 GHz, Duron, Celerons e poucos Pentium 4. Os servidores, com menos de 1 GB, atendem a uma média de 20 usuários",
descreve Leoni Soares, gestor técnico da Coordenadadoria de Inclusão Digital. Os freqüentadores do telecentro usam basicamente e-mail, navegador e os aplicativos da suíte OpenOffice. Na base, está uma adaptação do Debian (www.debian.org, uma distribuição do Linux especialmente adequada a equipamentos menos poderosos), aperfeiçoada durante seis anos, por vários desenvolvedores. "É uma plataforma bem leve e objetiva. É claro que não
é feita para um arquiteto, mas atende às necessidades e cria condições para treinar as habilidades mais requisitadas no mercado de trabalho", diz Soares. Ele acrescenta que a equipe tem a preocupação de achar ou programar novos drivers, e disponibilizar pelo menos uma máquina mais nova por localidade, para que se possam usar dispositivos recentes que facilitam a vida. "Muitos que não podem ter um computador compram um pen drive, que vira seu HD pessoal", conta. As máquinas usadas nas
ações do Comitê para Democratização da Informática (CDI) são entregues às comunidades com opção de inicialização em Windows (a partir do 98) ou Lin u x ( D e b i a n o u C u r umim). A entidade é uma das principais coletoras de doações e destina os PCs para incitativas de desenvolvimento e organização das comunidades. "Às vezes transformam o s t rê s m á q u i n a s e m uma", conta Elaine Souza, coordenadora da campanha Megajuda (www. megajuda.org.br). (VC)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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terça-feira, 26 de setembro de 2006
Não quero ficar mais nesta jaula Saddam Hussein, expresidente iraquiano, durante seu julgamento
Internacional AFP
Líder da igreja católica se reuniu, ontem, com 22 embaixadores e 16 representantes de entidades religiosas muçulmanas para contornar crise aberta com declaração feita em julho na Alemanha, que gerou polêmica
Bento XVI pede diálogo entre cristãos e muçulmanos
N
enhum pedido formal de desculpas ou perdão, como exigiam manifestantes muçulmanos nos protestos contra as declarações feitas, em 12 de junho, na Alemanha, pelo papa Bento XVI sobre Maomé. Mas o representante máximo da
Igreja Católica reafirmou, ontem, de maneira clara e firme, o que pensa e espera do Islã, uma religião de 1,3 bilhão de seguidores. "O diálogo inter-religioso e intercultural entre cristãos e muçulmanos é uma necessidade vital da qual depende, em grande parte, nosso futuro", disse o papa Ratzinger, ontem pela manhã, durante encontro com 22 embaixadores e 16 representantes de entidades religiosas muçulmanas em Roma, na Itália. Dos diplomatas de países de maioria islâmica, apenas o
do Sudão não participou da reunião. Dispostos em semicírculo na sala de audiências do palácio de verão do papa, seus convidados ouviram um discurso de cinco minutos, no qual Bento XVI foi direto à questão, depois de uma saudação do cardeal Paul Poupard, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso. "As circunstâncias que suscitaram esse encontro são bem conhecidas", começou ao papa, sem mais referências à citação que fez, na Universidade de
Regensburg, de uma conversa do imperador bizantino do século 14 com um persa erudito, citando Maomé, e considerada ofensiva pelos muçulmanos. "Gostaria hoje de ressaltar toda a estima e o profundo respeito que tenho por todos os crentes muçulmanos", disse o papa. Falou em francês, língua supostamente familiar a seus interlocutores, enquanto o Serviço de Informação do Vaticano distribuía traduções em árabe, inglês e italiano. A televisão Al-Jazira, rede de grande audiência entre os
muçulmanos, transmitiu a cerimônia ao vivo. "As experiências do passado devem ajudar-nos a buscar os caminhos da reconciliação para que, em respeito à identidade e à liberdade de cada um, se instaure uma colaboração frutífera a serviço de toda a Humanidade", advertiu Bento XVI, numa evidente alusão às guerras que, como as cruzadas, dividiram cristãos e muçulmanos. "O papa manifestou, mais uma vez, seu profundo respeito pelo Islã, como nós esperávamos", comentou o
embaixador do Iraque, Ismail Yelda, de religião cristã, acrescentando que "agora é preciso ir adiante e construir pontes". Para o representante do Irã, Ahmad Fahima, o encontro foi "frutífero". Embora se mostrassem satisfeitos com o encontro, outros diplomatas saíram de Castelgandolfo sem comentar o discurso do papa. Para a União das Comunidades Islâmicas na Itália, a reunião com Bento XVI "foi, apesar da rigidez diplomática, sinal de uma vontade de diálogo que não se pode menosprezar. (AE)
Alerta em Israel por receio de ataque do Al-Qaeda
O
Serviço de Segurança israelense (Shin Bet) e outras agências de inteligência do país estão em alerta para possíveis atentados da rede terrorista Al-Qaeda em Israel. A informação é do jornal Haaretz, o mais respeitado do país. O alerta foi dado há duas semanas, no aniversário de cinco anos dos atentados de 11 de setembro em Nova York e em Washington. Nesse dia, Ayman Al-Zawahiri, considerado o sucessor de Osama bin Laden, divulgou um vídeo assegurando que Israel e países do Golfo seriam os próximos alvos da Al-Qaeda. O temor aumentou no final de semana, quando um jornal francês veiculou uma versão do serviço secreto saudita, não confirmada oficialmente, de que Osama bin Laden teria morrido de tifo. Ao contrário de Bin Laden, que preferiria
atacar os Estados Unidos e a Europa, Zawahiri, que é egípcio, desejaria mudar o foco da rede terrorista para o Oriente Médio. O alvo número um seria Israel, mas também entrariam na lista países árabes considerados "colaboradores" de Israel pela rede terrorista, como a Jordânia, o Egito e a Arábia Saudita. Fronteiras – Segundo o jornal, o grupo estaria planejando cometer atentados por meio de militantes não-árabes, que levantariam menos suspeitas em inspeções da segurança nas fronteiras e dentro do país. Em junho de 2003, a rede terrorista fez um ataque surpresa em Tel-Aviv usando dois homens-bomba, de origem paquistanesa, com nacionalidade inglesa e portanto sem dificuldade para entrar em Israel. Zawahiri,diz o jornal, comandou, nos últimos anos, a criação de células da Al-Qaeda
HARIRI
no deserto do Sinai, fronteira entre Egito e Israel. Recrutou centenas de beduínos que, em troca de alguns milhares de dólares, aceitariam cometer atentados contra alvos egípcios e turistas israelenses. Desde 2002, dezenas de ataques da Al-Qaeda foram registrados no Sinai. Na semana passada, fontes do Exército israelense informaram ao jornal Yediot Aharonot que a cidade de Eilat, na fronteira com o Egito, poderia ser a próxima da lista. O Serviço de Segurança israelense também elevou o alerta contra a possível infiltração de integrantes da rede terrorista por meio do Líbano. Apesar da antipatia da guerrilha libanesa Hezbollah, que é xiita, pela Al-Qaeda, que é sunita, acredita-se que o ódio a Israel conseguiria fazer com que os dois grupos colaborassem no objetivo de atacar o Estado judeu. (AE)
SUCESSOR
ovas provas corroboram N com a teoria de que o exprimeiro-ministro libanês
ministro O britânico das Finanças,
Rafik Hariri foi assassinado em um ataque suicida com uma picape carregada de explosivos, informaram, ontem, investigadores da Organização das Nações Unidas (ONU) por meio de um comunicado. Hariri morreu em 2005 em uma explosão em Beirute. O informe dos investigadores, liderados pelo promotor belga Serge Brammertz, indicou que a Síria, acusada de obstruir os trabalhos de investigação, cooperou com a equipe da ONU. A morte de Hariri gerou protestos internacionais, que forçaram a Síria a retirar milhares de soldados do Líbano em 2005.
Gordon Brown (foto ao lado), reivindicou, ontem, na convenção dos trabalhistas, na cidade inglesa de Manchester, seu direito a disputar pelo partido a sucessão do primeiroministro Tony Blair nas eleições de 2009. Tido como o sucessor natural de Blair no trabalhismo, o ministro teve uma recepção calorosa a seu discurso, considerado crucial para sua ambição de ser escolhido para liderar o partido, na convenção do ano que vem. Blair já avisou, semanas atrás, que em 2007 deixará o cargo. (AE)
Ó RBITA
RENÚNCIA NÃO uma entrevista ao lado do presidente afegão, N Hamid Karzai, que se reuniu ontem com o presidente George W. Bush, o secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, respondeu às críticas à sua atuação na guerra no Iraque dizendo que "não tenho intenção de renunciar". Sobre a ampliação do turno de soldados americanos em território iraquiano, Rumsfeld disse que "de tempos em tempos, é possível que isso ocorra". (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 27 de setembro de 2006
ESPECIAL - 7
Do ponto de passagem ao tormento do trânsito O subprefeito do Ipiranga, engenheiro Plínio Xavier de Mendonça Jr., considera o trânsito um dos problemas mais sérios dali. Com uma população de 425.932 habitantes, a região é maior que a maioria das cidades do Interior Fotos: Ricardo Padue/AFG
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WValente/AFG
O subprefeito Plínio Mendonça: tudo converge para o Complexo Mackenzie: “Esse ponto eu chamo de umbigo do mundo”
prefeitura: “O que a gente pode fazer é um trabalho paralelo. Se atuamos pela revitalização do bairro, incentivando o comércio e outras atividades, estamos favorecendo a criação de empregos”. Mas fala também com entusiasmo de um projeto de reciclagem que está sendo tocado no antigo incinerador de lixo existente ao lado da Estação Imigrantes: “Esse incinerador trazia uma série de transtornos para a população. Fizemos um convênio com a Faculdade São Marcos para uma experiência de reciclagem e aproveitamento de resíduos secos. Assim, não só estamos res o l v e n d o o p ro b l e m a a mbiental, como estamos criando novas oportunidades de trabalho”. Além disso, a antiga usina terá também espaço para atividades culturais: “Apesar
dos transtornos que já trouxe, o prédio da usina passou a ser visto com carinho pela população e está incorporado ao patrimônio cultural do Ipiranga, com sua marcante chaminé, agora ressaltada pela vizinhança com a Estação Imigrantes do Metrô. A preservação dessas instalações e sua utilização como espaço cultural e aberto à população é de enorme interesse para o bairro e para a cidade”, diz o subprefeito, lembrando que o espaço cumprirá ainda outra função de grande importância: vai abrigar um centro de estudos ambientais. Umbigo do mundo Plínio Xavier de Mendonça Jr. relembra o fato histórico de o Ipiranga ter sido um ponto de passagem, desde os tempos coloniais, para falar de um dos problemas que considera mais
sérios no bairro: o trânsito. “Se você olhar o mapa da região, você vai ver que as grandes vias de transporte convergem para um único ponto: o Complexo Mackenzie, por onde passam a via Anchieta, a avenida Tancredo Neves, a Estrada das Lágrimas, a Almirante Delamare e Juntas Provisórias, além da Silva Bueno, Bom Pastor e Nazaré. Esse ponto eu chamo de umbigo do mundo. Parece que tudo tem de passar por ali. Já existem cinco viadutos no local, mas precisariam existir pelo menos mais dois ou três e, ainda assim, não acredito que teríamos soluções adequadas”. A tudo isso, vão se juntar também o metrô (que terá nesse ponto a Estação Sacomã) e o “Fura-Filas” (que terá ali o seu ponto final): “Seria interessante que o metrô continuasse, ainda que a céu aberto, em direção a São Caetano, e que o “Fura-Filas” avançasse até a Cidade Tiradentes. Isso, acredito, revitalizaria o Ipiranga. A rua Silva Bueno, por exemplo, cujo comércio já viveu momentos de esplendor, hoje está estagnada. Do contrário, o Ipiranga continuará sendo apenas ponto de passagem”. Embora muitas fábricas ainda permaneçam no bairro, o Ipiranga já perdeu sua característica industrial há pelo menos
umas três décadas. Na visão do subprefeito deve caminhar para se tornar um bairro residencial, facilitado pela localização e pelo fato de que os terrenos não são tão caros quanto em outras partes da cidade: “As incorporadoras estão fazendo grandes investimentos na região. E estão surgindo vários condomínios para classe média e classe média alta”. Mas o projeto que mais entusiasma o subprefeito está na outra extremidade do bairro.
Trata-se do Memorial da Independência, um projeto elaborado por um grupo de engenheiros e arquitetos da USP, que prevê a transformação da avenida D.Pedro I num grande bulevar, incorporado ao Parque da Independência (veja matéria à parte). “O projeto do pessoal da USP é maravilhoso. Poderia ficar pronto para o bicentenário da Independência, em 2022, e seria um grande presente para o bairro e para a cidade”. DC
s números oficiais do IBGE/Seade indicam que a Subprefeitura do Ipiranga tem uma população de 425.932 habitantes, concentrada numa área de 37,5 km2. É muito mais do que a maioria das cidades do Interior. Administrar esse complexo, que, além do Ipiranga, engloba os distritos do Cursino e do Sacomã, não parece uma tarefa fácil. É essa a missão que está sobre a mesa do engenheiro Plínio Xavier de Mendonça Jr., numa sala que já foi a biblioteca do Seminário dos Padres da Ordem de Sion, cujo prédio está alugado para abrigar a Subprefeitura. Ele nasceu no Belenzinho, estudou na Mooca e conheceu o Ipiranga ainda adolescente, quando tomava o bonde n o 23 (o famoso “Fábrica”) para visitar a namorada. Hoje, mora em Moema e, totalmente dedicado à solução dos problemas da sua Subprefeitura, diz em tom de lamento: “Não tive a felicidade de nascer neste bairro”. Formado em engenharia civil pela Poli (onde foi colega de José Serra), militante estudantil na época da ditadura, esteve preso, mas não chegou a ser exilado. Tornou-se sócio do exministro Sérgio Motta numa firma de engenharia de projetos e, depois de ter trabalhado por 17 anos em empresas públicas (incluindo Metrô, Emurb, CDHU e Sabesp), assegura manter uma visão humanista da administração. “Qualquer bairro ou cidade deve garantir ao cidadão o desempenho de quatro funções essenciais: moradia, trabalho, circulação e lazer”, diz, garantindo que dá prioridade a esses ângulos no encaminhamento de soluções para os problemas do bairro. Em relação à habitação, sua visão não chega a ser muito animadora: “O governo do Estado reserva 1% da arrecadação do ICMS para produzir moradias destinadas à população mais carente. Isso dá para fazer, no máximo, 200 mil moradias. Mas São Paulo tem um déficit de 1,5 milhão de habitações. Seguramente não teremos condições de resolver esse problema produzindo casas subsidiadas”. Para esses problemas defende soluções mais abrangentes, mas, ainda assim, apóia os projetos que a CDHU está desenvolvendo na região, notadamente na favela de Heliópolis. E informa que a Subprefeitura está atuando em programas de remoção da população que habita em áreas de risco, além de se empenhar para a construção de piscinões nas regiões mais críticas, como os córregos Jaboticabal e Ourives, na divisa com São Bernardo do Campo. O subprefeito identifica uma característica importante no Ipiranga: “Cerca de 45% dos habitantes nasceram no próprio bairro. Têm orgulho de serem ipiranguistas e aqui criaram seus filhos. O nível de solidariedade entre as pessoas é alto. Além disso, o contingente de idosos é grande. Daí a importância de projetos que contemplem esses aspectos”. Por outro lado, sabe que a c r i a ç ã o d e e m p re g o s n ã o compete diretamente à Sub-
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quarta-feira, 27 de setembro de 2006
Bulevar, caminho ousado para a Independência Um grupo de engenheiros e arquitetos da USP criou um dos projetos urbanísticos mais ousados da cidade para ligar a praça do Povo ao Parque da Independência, um bulevar numa área de três quilômetros quadrados. O Museu do Ipiranga seria ampliado
Projeto: Acervo da Fundação da USP
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m grande bulevar, carregado de simbolismo, ligando a praça do Povo ao Parque da Independência, no Ipiranga, é um dos projetos urbanísticos mais ousados da cidade. Foi criado por um grupo de engenheiros e arquitetos da USP (*), com a idéia de ser inaugurado em 2022, durante as festas do bicentenário da Independência. Mas, entre a concepção e a sua concretização, muitas etapas ainda terão de ser vencidas. O projeto contempla uma área de três quilômetros quadrados, a partir da praça Alberto Lion, junto à avenida do Estado, próximo às instalações do Comando da Aeronáutica. Uma praça elevada ocuparia o espaço entre esse local, rebatizado de praça do Povo, e a rua da Independência. A partir daí, a construção volta ao nível do solo e continua em direção do Monumento do Ipiranga, ocupando toda a extensão da avenida D.Pedro I. A prioridade de todo esse espaço está destinada aos pedestres. O tráfego de veículos (que hoje ocupa quatro faixas) seria reduzido a apenas duas pistas laterais e limitado a veículos leves. Ônibus e caminhões seriam desviados para trajetos alternativos. No canteiro central surgiria o bulevar, todo ajardinado, que os autores do projeto batizaram de Calçada do Povo. Haveria restrições para o comércio e imposição de coeficiente máximo para construções ao lado do bulevar. Haveria também
remodelação da área onde se ergue o Monumento do Ipiranga, que passaria a se chamar praça da Harmonia, com novo tratamento paisagístico. Uma grande novidade seria a construção de duas alas laterais, para serem integradas ao Museu do Ipiranga. Dessa forma, o Museu seria ampliado e acrescido de áreas de exposição e técnicas, transformandose num grande pátio aberto. As duas alas, isoladas, fariam comunicação com o edifício central por meio de passagens subterrâneas. O bosque que
ocupa a parte posterior do Museu também receberia novo tratamento paisagístico e ali seria erguido um enorme mastro, para sustentar a
bandeira nacional. Na outra extremidade, na praça do Povo, a equipe da USP previu a construção de um pórtico monumental, com referências aos elementos naturais: o ar, a terra, a água e o fogo. A simbologia envolve todo o projeto: da praça, que é do Povo, abre-se o caminho para a Independência. “Os símbolos da nacionalidade carecem de revisão, valorização e restauração para que possam ser colocados na ordem do dia, resgatando a dignidade e a auto-estima nacionais, tão deprimidas nos tempos que correm”, dizem os autores na apresentação do projeto.
*) Os autores do projeto: Sylvio B. Sawaya, Eduardo J. Rodrigues, Luís O. de Faria e Silva, Lúcia M. Hashzumi, Mauro Miranda, Ismael C. Braga, Míriam Escobar e Paulo Aleksitch Padin
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ESPECIAL - 9 Reprodução: Acervo Laerte Toporkov
Fotos: Ricardo Padue/AFG
s casarões construídos pelos Jafet, com requintes inimagináveis, atestam o poderio econômico da família. Este é o palacete da rua Bom Pastor. Todos os casarões da família eram cópias de castelos. Além disso, os Jafet chegaram até a construir 320 casas para a residência de seus operários
Os Jafet trouxeram o progresso. E os anos dourados
A
A família Jafet é responsável por grande parte do desenvolvimento do bairro, como a chegada de energia elétrica, saneamento básico e transporte, além da instalação de parques e jardins, igrejas, hospitais, colégios, clubes. Fora as suntuosas residências
história do Ipiranga não se conta sem que se conte a história de Benjamin Jafet. Ele tinha 23 anos quando, num sonho, apareceu-lhe a fortuna no Novo Mundo. Convenceu o primo Fadul a viajar com ele para o Brasil, país do qual tinha vagas informações. Alguns parentes alertaram para os perigos das picadas de cobra e das doenças como a malária e a febre amarela e o aconselharam a ir para os Estados Unidos. Mas Benjamin estava convencido que o Brasil seria a
terra onde iria realizar seu sonho. E aqui desembarcou, ao lado do primo, na primavera de 1887. No trajeto, passaram por Marselha, onde investiram todo o dinheiro em artigos que achavam que poderiam vender no Brasil (relógios, camisas, lenços, pentes, perfumes, etc.). Quando chegaram ao Rio, tomaram um trem e foram parar na região de Ouro Preto, em Minas. Venderam tudo e, com os lucros, repuseram seus estoques fazendo novas compras no Rio. Criaram uma fre-
guesia fixa e tornaram-se figuras conhecidas, com sua carroça, no sertão de Minas. Apesar da habilidade de Benjamin para os negócios, dois anos depois a situação não havia mudado muito e eles decidiram tentar a sorte em São Paulo. Por uns tempos ainda passaram dificuldades, mas, decididos a entrar para o ramo de tecidos, conseguiram abrir uma pequena loja nas proximidades da rua Florêncio de Abreu. Finalmente, os negócios prosperaram e Benjamin pôde trazer dois irmãos - Basílio e João para o Brasil. Depois vieram também Nami e Miguel. Nami era professor de matemática. Miguel, depois de viver um tempo na Rússia, falava várias línguas e preparava-se para fazer medicina na França. Com os dois, os negócios cresceram. E os Jafet concluíram que não deveriam apenas vender, mas produzir tecidos. Compraram uma vasta área na rua dos Sorocabanos e ali montaram a Fiação, Tecelagem e Estamparia Ypiranga. Sempre com a saúde delicada, Miguel acabou voltando para o Líbano, onde morreu aos 38 anos de idade. Mas os negócios da família prosperaram e se expandiram para outros ramos. Suas indústrias chegaram a empregar cerca de 4,5 mil operários, ocupando uma área de 100 mil metros quadrados. Chegaram até a construir 320 casas para a residência dos seus operários. Segundo o pesquisador Maurício Adami, “a família Jafet é responsável por grande parte do desenvolvimento do bairro, como a chegada de energia elétrica, saneamento básico e transporte”. Assim como foi responsável pela instalação de parques e jardins públicos, igrejas, hospitais, colégios, clubes, além de suntuosas residências. Cópias de castelos Os casarões construídos pelos Jafet atestam o poderio econômico que a família construiu no Ipiranga. Em 1923, por exemplo, era inaugurada, no
número 798 da rua Bom Pastor, a suntuosa residência de Basílio Jafet. Ali ele viveu por vinte anos, ao lado da esposa Adma e das filhas Ângela e Violeta. Construída numa mescla de estilos oriental, clássico e barroco, ficou conhecida como Palácio dos Cedros, numa referência ao jardim que circunda a mansão, ornamentado por cedros, vegetação típica da região libanesa. Mármores de Carrara foram trazidos da Itália para montar as escadarias que ligam o piso inferior ao superior, onde dois vi-
uma instituição religiosa, e acabou sendo vendida para a IBF (uma empresa de formulários), que funcionou ali até 1996. Hoje, suas acomodações são utilizadas para locações para festas, filmes, novelas, desfiles e outros e eventos. No mesmo terreno da sua mansão, Basílio Jafet mandaria construir outro palacete, seu presente de casamento para a filha Violeta. Ela se casou em 1927, mas o palacete só ficou pronto em 1934. A construção obedeceu a requintes
entrada, revestido de mármore travertino, tem 40 metros quadrados, espaço que se amplia por conta de um jogo de espelhos que remete à Sala dos Espelhos do Palácio de Versailles, nas proximidades de Paris. Outro lugar de destaque do palacete é o Salão Oriental, decorado com lustres e vitrais riquíssimos, e de onde se passa para uma sala de fumantes atravessando a réplica de uma porta premiada no Salão de Paris de 1932. A própria Violeta fez várias sugestões a res-
A casa da rua dos Patriotas
trais em estilo art-nouveau filtram a luz. Há pisos machetados, pedras talhadas, mosaicos e uma profusão de colunas, capitéis, guirlandas, brasões e anjos barrocos, enquanto pinturas, apliques e esculturas estão distribuídos por seus quatro andares, que abrigam 50 cômodos. A residência abrigou a família até 1957. Basílio Jafet registrou em cartório, em 1928, o desejo de que a casa fosse residência perpétua da família até a morte de suas duas filhas. Depois, o imóvel deveria ser doado ao Governo do Estado de São Paulo para a instalação de um museu. Apesar disso, nove anos após sua morte, em 1947, a casa foi alugada a um hospital, depois virou sede de
inimagináveis. Trata-se de uma cópia do castelo em que Victor Hugo morou, na França. Este, por sua vez, tem inspiração no Palais de Sans Souci, construído em 1745, em Potsdam (Alemanha), para ser a residência de verão do Rei Frederico, o Grande. Só o hall de
peito do projeto, incluindo uma sala que representa homenagem a Voltaire, escritor e filósofo francês. Essa sala também está no projeto do Palais de Sans Souci, mas Violeta mandou substituir as aves de rapina do Rei Frederico pelos nossos prosaicos papagaios.
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quarta-feira, 27 de setembro de 2006
Fotos: WValente/AFG
Reproduções: Ar
quivo pessoal
da família
Natal Saliba (esquerda) hoje escreve a história do bairro. No alto, num comercial da TV Tupi; depois, na peça “Tragédia do Cólgota” (é o primeiro da esquerda para a direita). Acima, de terno, como técnico do time juvenil do Ypiranga. O centroavante é Parada, que jogou no Bangu e na Seleção Brasileira
Saliba já fez de tudo na vida. E hoje faz a história do bairro Entregador de leite, técnico de futebol, ator, advogado, escritor. Enfim, Natal Assad Saliba já fez de tudo um pouco e hoje, aos 74 anos, aceita com orgulho a missão de historiador do bairro em que nasceu. E sempre de bem com a vida
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ilho caçula de um casal de imigrantes libaneses, nascido e criado no Ipiranga, Natal Assad Saliba orgulha-se de todas as profissões que exerceu: foi entregador de leite, escriturário, vendedor, técnico de futebol, ator de televisão, cinema e
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teatro, advogado e escritor. Mas hoje, aos 74 anos, orgulhase mesmo de outra função que assumiu: a de historiador do bairro. Na garagem transformada em escritório de uma modesta casa na rua Costa Aguiar, ele busca recortes e anotações para contar as trans-
formações ocorridas no Ipiranga, em algumas das quais ele próprio aparece como personagem. Em quase tudo encontra razões para revelar seu amor pelo bairro. Fez o curso primário na Escola Estadual José Bonifácio (hoje Júlio de Mesquita), o secundário no Colégio Paulistano e contabilidade no São Carlos do Ipiranga. Formouse em Direito pela FMU e até hoje exerce a profissão, preocupado sempre em ajudar as pessoas que não têm recursos: “Cada um vem à terra para cumprir uma missão”. No caso dele, parece que foram muitas. Jovem, sonhou tornar-se um jogador de futebol. Garante que tinha algumas qualidades, mas não explica porque logo
trocou o campo pelo banco e tornou-se treinador. Durante oito anos dirigiu as equipes infantis e juvenis do Ypiranga. Chegou a trabalhar com Rubens Minelli e Mário Travaglini, que viriam a se tornar técnicos famosos. Recusou convites para dirigir equipes profissionais e, um dia, resolveu fundar sua própria agremiação: o Clube Recreativo Ghandi, que foi obrigado a fechar sete anos depois: “Caí na besteira de construir a sede num terreno cedido por um amigo. Depois de um tempo, ele pediu o imóvel de volta e nós fomos para a rua”, lamenta. Dedicou quinze anos de sua vida ao cinema, teatro e televisão. Estreou em 1958 com a peça “A Tragédia do Cólgata”, na TV Tupi, contracenando com Lima Duarte. Em seguida, Mazzaropi convidou-o para participar do filme “O Vendedor de Lingüiça”, onde contracenou
com Marli Marley. Fez também “Zé do Piriquito”, ao lado de Hamilton Fernandes. E ainda “O Pequeno Mundo do Marcos” e “Herdeiros Diabólicos”, produzidos e dirigidos por Geraldo Vietri. Ganhou algum dinheiro? “Nada. Não ganhava nem para o café”, confessa. Mas não se arrepende: fez grandes amigos e ainda participou dos primeiros movimentos para a fundação do sindicato de artistas. Nunca se casou. Na casa onde mora há 40 anos tem apenas a companhia de uma empregada, que o serviu por 38 anos e que agora, doente, é cuidada por ele. Sempre lépido e sorridente, cumprimenta todos pelas ruas do bairro. Não dá a mínima idéia de que já enfrentou problemas sérios, que o levaram a escrever o livro “Livre-se das Garras da Neurose”, uma espécie de auto-ajuda, que, em vez de ven-
der, preferiu distribuir de graça entre os amigos e as instituições do bairro. A experiência nessa área levou-o a criar o grupo de Neuróticos Anônimos do bairro e até hoje é convidado para fazer palestras sobre o tema. Mas admite que a depressão atrasou sua vida: “Não fosse isso, eu poderia ter sido um treinador de futebol de sucesso, ou talvez um Lima Duarte na vida artística”. Escreveu também “A Saga do C.A. Ypiranga”, até hoje considerada a história oficial do clube. E agora se prepara para escrever um terceiro livro: “O Suplício de um Epilético”, em homenagem a um irmão que sofria da doença. E, como está sempre de bem com a vida, só se arrepende de uma coisa: a de ter tentado mexer com a política, candidatando-se a deputado federal - teve pouco mais de cinco mil votos.
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s rapazes nem eram do Ipiranga. Em comum tinham apenas o fato de trabalhar no mesmo local, a Casa Lebre, instalada na esquina da rua Direita com XV de Novembro - e decidiram fundar um clube de futebol, esporte que ganhava adeptos depois que Charles Muller chegou da Inglaterra trazendo as primeiras bolas e um livro de regras. Sabe-se lá por qual motivo, um deles resolveu sugerir o nome de Ipiranga, idéia que acabou prevalecendo sobre outras sugestões, como Paulista e Vitória. Assim, a 10 de julho, lavrou-se a ata de fundação do Club Athletico e Recreativo Ypiranga, com o apoio do próprio dono da loja, o sr. Feliciano Mello Filho. Corria o ano de 1906 e São Paulo tinha pouco menos de 300 mil habitantes. O Ipiranga, não chegava a 10 mil. Coincidência ou não, instalaram-se num porão da rua Ipiranga no centro da cidade e definiram o preto e o branco como as cores do uniforme. Jogavam num dos campos da região da Luz, mas, num domingo, ao chegarem para a partida, constataram que as traves haviam sido roubadas. A partir daquele dia, passaram a carregar, além da bola e dos uniformes, as próprias traves. Como qualquer clube formado por jogadores de poucos recursos, o Ypiranga enfrentou dificuldades e uma série de despejos. Da rua Ipiranga foi para uma saleta na Xavier de Toledo, mas, depois de seis meses sem pagar o aluguel, o senhorio tirou-os de lá. Foram para a rua do Carmo, e assim a peregrinação se estendeu por vários anos. Mas, em campo, o time mostrava resultados. Tanto que se passou a cogitar em entrar para a Liga Paulista de Futebol, o que acabaria acontecendo em 1910, quando vários jogadores do Germânia (um time que disputava os campeonatos oficiais do futebol paulista) vieram reforçar a equipe. Entre eles, um mulatinho que ainda nem completara 18 anos, de nome Arthur Friedenreich, o maior jogador brasileiro na era pré-Pelé. Filho de um comerciante alemão com uma negra brasileira, Friedenreich tinha o corpo esguio e os olhos verdes. Jogava com elegância, mas era implacável com os goleiros na área adversária. Dizem que fez mais gols que o próprio Pelé (teriam sido mais de 1.300), mas apenas 554 deles estão oficialmente contabilizados. Para disputar o campeonato, o Ypiranga arrumou um campo no Parque Antártica, junto do Palmeiras, mas, mesmo com os reforços, não passou do penúltimo lugar. No ano seguinte, já sem Fried (que voltara ao Germânia), amargou a última colocação. Fried volta em 1913, ajuda o time a ser vice-campeão, torna-se o artilheiro do campeonato no ano seguinte e fica até 1917 (apenas com uma breve interrupção em 1916, quando foi jogar no Paulistano). O sucesso em campo não impediu novas crises. Em 1911, desgostosos pelo fato de que as atenções do clube estavam concentradas apenas no futebol, alguns associados resolveram se afastar. E os que ficaram decidiram tirar o “Recreativo” do nome. No final da década de 20, as dificuldades aumentaram e o Ypiranga esteve na iminência de fechar. Mas resistiu, até que alguém trouxe a idéia de se
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O Ypiranga fez história com seus grandes craques Friedenreich, maior jogador brasileiro da era pré-Pelé, jogou pelo Ypiranga, assim como o goleiro Barbosa e tantos outros craques de seleção. O time acabou em 1957; o clube mantém a sede social no bairro Acervo do Clube Atlético Ypiranga
Na foto ao alto, Friedenreich é o quarto sentado à frente; acima, à esquerda, sentado na frente, é o quarto da esquerda para a direita. O clube ainda funciona na rua do Manifesto
transferir para o bairro do Ipiranga. Ali a família Jafet, dona de indústrias e vastas propriedades, mantinha um clube chamado Independência, com campo na rua dos Sorocabanos. Em 1932, fez-se a fusão, da qual participaram também o Nacional, o Sílex e o América todos também do bairro. Manteve-se o nome Ypiranga e o time passou a mandar seus jogos no estádio da rua Sorocabanos, próximo do Museu. Ganhou então do jornalista Thomaz Mazzoni o apelido de “Vovô da Colina Histórica”, numa referência ao local onde D.Pedro havia proclamado a Independência. Mas os tempos de paz não duraram muito. A família Jafet necessitou do terreno para ampliar suas atividades e o Ypiranga teve de buscar outras paragens. Novas peregrinações: passou pelas ruas Tabor, Silva Bueno, Patriotas, e acabou se instalando, no início dos anos 40, no Parque do Sacomã, pertencente à família Samarone.
Era um local ideal para um clube, constituído por uma casa em estilo colonial, campo de futebol e quadras esportivas. O terreno tinha também uma lagoa, formada pelo represamento do Córrego dos Moinhos, com um atracadouro para barcos. Com o tempo, foram construídas novas quadras e pista de atletismo, com tanque para saltos. O Ypiranga passou a se destacar também no basquete, vôlei, natação e handebol, hóquei sobre patins, atletismo, futebol de salão, bocha, boxe e tênis de mesa. Os irmãos Clemente ganharam destaque no basquete e natação, Noêmia, Anésia e Yolanda apareceram no basquete, Vidal e Dotoly no vôlei, Wanda dos Santos no atletismo, Sílvio e Cacila no futebol de salão e Elizabeth Hetenlocher, também na natação, enquanto Geraldo Pisani chegava a ser campeão sul-americano no tênis de mesa. Mas a relação do clube com a família Samarone foi sempre
meio tumultuada. Interessado em obter a desapropriação do imóvel para ali se estabelecer definitivamente, o Ypiranga conseguiu até aprovar uma lei na Câmara Municipal, mas o prefeito Jânio Quadros vetou: “Não vou tirar dinheiro das escolas, para dar a um clube de futebol”, vociferou. Ao mesmo tempo, a família Samarone entrava com um pedido de reintegração de posse, cumprido afinal no dia 10 de novembro de 1953, quando os oficiais de Justiça colocaram na rua até os troféus conquistados pelo clube. Independentemente dessas turbulências, foi esse o período em que o futebol do Ypiranga andou melhor. Especialista em revelar jogadores, o Ypiranga montou um grande time em 1949 e, no início do ano seguinte, vendeu os 11 craques. Todo o dinheiro arrecadado foi aplicado em melhorias no Parque do Sacomã (que, pouco tempo depois, seria definitivamente perdido).
Na lista dos grandes craques que vestiram a camisa do clube, além de Friedenreich, aparece o goleiro Barbosa (revelado no Ypiranga e martirizado na Copa de 50). Theófilo Osses, Luiz Teppet, Formiga, Constantino, Dionísio, Loschiavo, Faragassi, Aparício, Grane, Ache, Milanesi, Rebolo, Ponce-de-Leon e Rodrigues são outros nomes que fizeram história no clube, alguns deles com passagens pela Seleção Brasileira. E na galeria dos grandes times, há uma escalação que ninguém esquece: Oswaldo, Giancoli e Homero; Belmiro, Reinaldo e Dema; Liminha, Rubens, Silas, Bibe e Walter, terror dos grandes clubes paulistas no final da década de 40. Com o despejo ocorrido em 1953, o Ypiranga viu-se novamente sem ter para onde ir. Acabou sendo acolhido em duas pequenas salas cedidas pelo CDR São José. Ganhou ainda um espaço na rua Xavier Curado, mas, sem uma se-
de digna, passou a sofrer com o êxodo dos associados ficando reduzido aos 118 abnegados - grupo que se cotizou para bancar as despesas e manter o clube em pé. O time voltou a claudicar e foi rebaixado em 1956. Pediu licença à Federação Paulista de Futebol (da qual havia sido um dos clubes fundadores) e, num esforço desesperado, ainda tentou uma parceria com o Corinthians de Santo André, que não deu resultados. Em 1957, acabou fechando seu departamento de futebol profissional. Hoje o clube está limitado às atividades de seu parque social, de 25 mil metros quadrados (adquirido no início da década de 60, na rua do Manifesto), onde seus 3,5 mil sócios desfrutam de vários tipos de equipamentos para os esportes, cultura e lazer. Do futebol, ficou apenas a lembrança. Doce lembrança de um simpático Vovô, que chegou a ser o segundo clube do coração da maioria dos torcedores.
OPINIÃO
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quarta-feira, 27 de setembro de 2006
LENTE
DE AUMENTO POBREZA: OS EFEITOS DA ESTABILIDADE
GA estabilidade
em si não garante a conquista do desenvolvimento sustentável. São necessários mais choques. Real do que no período Lula - como era de se esperar, já que a queda da inflação foi muito mais drástica e o câmbio era administrado. Entretanto, a desigualdade medida pelo índice de Gini caiu 2,6% no período Lula, o dobro da queda ocorrida com o Plano Real (1,3%). Com relação à queda de desigualdade no período Lula, é ilustrativo observar a dinâmica da renda domiciliar per capita por posição na renda. Em 2004 e 2005, enquanto a renda cresceu 3,1% e 6,6%, respectivamente, o aumento para os 50% mais pobres foi superior a 8% em ambos os anos.
JOÃO DE SCANTIMBURGO
estabilidade econômica. No caso do Plano Real, leia-se estabilidade de preços. No caso do governo Lula, estabilidade da política macroeconômica. Entretanto, repetindo uma frase do estudo, a estabilidade, em si, não garante a conquista do desenvolvimento humano sustentável. São necessários mais choques, já que a miséria e a desigualdade no Brasil ainda são brutais.
CRISE NOS TRANSPLANTES
Céllus
N Chegou a primavera. Cadê Plutão?
N
o período compreendido entre os choques do Plano Real e do governo Lula, são identificadas duas fases: incerteza crítica em relação a choques externos (19952001) e incerteza em relação à situação externa e mudanças em políticas internas (2001-2003). Embora se possa argumentar que muito mais poderia ter sido feito nestes períodos para induzir o crescimento e combater a pobreza, estas incertezas certamente dificultaram qualquer avanço. Sob este aspecto, o Brasil evoluiu muito nos últimos anos, quando o choque da estabilidade da política macroeconômica fortaleceu a credibilidade das políticas monetária e fiscal e, ainda, aumentou sensivelmente a resistência da economia a vieses externos.
BENEDICTO FERRI DE BARROS
A
O
s choques agora pertencem ao clichê "reformas", que dependem exclusivamente de competência técnica, disposição em derrubar conceitos econômicos ultrapassados e capacidade de articulação política. COMENTÁRIO DE GUILHERME MAIA, DA TENDÊNCIAS CONSULTORIA WWW.TENDENCIAS.INF.BR
M
as talvez o aspecto mais interessante do estudo tenha sido a constatação de que, em ambos os casos, o aumento da renda média e a queda da miséria e da desigualdade resultaram da diminuição de incertezas associada à maior R enda cresceu 3,1% e 6,6% nos dois últimos anos
Sebatião Moreira/AE
O
estudo divulgado pela FGV, intitulado Miséria, desigualdade e estabilidade: o segundo Real, utiliza os dados da última PNAD para mostrar a continuidade do processo de queda da miséria e aumento da distribuição de renda em 2005. Em particular, o estudo ressalta que a queda da miséria nos primeiros três anos do governo Lula foi significativa (19,2%) e comparável, nos dados a partir de 1992, somente à queda ocorrida de 1993 a 1995, com a implantação do Plano Real (18,5%). Há alguns aspectos que diferenciam estes dois períodos. Por exemplo: a renda real per capita média cresceu mais com o Plano
nedota corrente, com numerosas versões, diz que após viagem de astronauta brasileiro - coincidente com seqüestro de oficial da Aeronáutica e aterrissagem no Brasil de prócer do PT desaparecido de cena há muito tempo - um planeta desapareceu do sistema solar, Plutão (o rei dos infernos, segundo mitologia grega), sendo essa a causa das turbulências meteorológicas que assolam a Terra. Recente adição à anedota acrescenta que todos os astrônomos do mundo andam em busca de Plutão, pois é lá que estaria escondido, não só a dinheirama que abasteceu o affaire Vedoin, mas a fortuna acumulada pelo PT no decorrer da atual gestão governamental. Si non è vero è bene trovato. Após um inverno em que as maracutaias meteorológicas se acompanharam de uma tempestade astral de maracutaias políticas, parece que com a chegada da primavera também o clima político assinala mudança das previsões catastróficas de que tudo continuasse mais quatro anos como aqui está. Isto é, cada vez pior. Dois fatos surgem no firmamento nacional com a chegada da primavera. O primeiro, apresentado pelos resultados das últimas pesquisas, é que a vantagem de Lula baixou para três pontos percentuais, o que torna verossímil a realização de um segundo turno. O segundo é o manifesto de entidades representativas dos militares, que transcrevemos para os que não dele não tomaram conhecimento. Não há nada mais significativo no plano nacional do que uma clarinada "d'o grande mudo", como se qualifica a compostura e reserva dos nossos militares. Grande mudo, mas não surdos ou cegos, e muito menos mortos. A compostura e isenção dos brasileiros que integram nossas Forças Armadas não significa que tenham sido castrados do senso de civismo legado por seus patronos. Que, para eles, como para quaisquer brasileiros
informados, conscientes, decentes, nos quais a lama corrente não afogou seu senso de decência e de patriotismo, não haja um limite para a degradação. Se os políticos e os líderes civis esqueceram isso, os brasileiros militares não. Transcrevemos abaixo excertos da imprensa. O Clube Militar, que reúne as três forças armadas, publicou nota em seu site, www.clubemilitar.com.br, onde afirma: "A sensação é de perigo iminente à Democracia" por causa dos últimos escândalos políticos no país. A nota, de 21 deste mês, é assinada pelos presidentes do Clube Naval, Militar e da Aeronáutica, respectivamente, o almirante José Júlio Pedrosa, o general Gilberto Barbosa de Figueiredo e o tenente-brigadeiro Ivan Moacyr da Frota. No documento, os autores recapitulam o escândalo do mensalão e afirmam que a "nação a tudo assistiu, aturdida pela desfaçatez de homens públicos e membros do governo". "A partir de então, todos os dias são tornados públicos novos escândalos, sempre envolvendo pessoas próximas ao governo, ao presidente ou ao seu partido", continuam os militares autores da nota. Os autores afirmam que as demissões dos cargos públicos "nunca foram acompanhadas de completa apuração e das punições necessárias".
Q
uando mencionam o "Escândalo do Dossiê" e ressaltam a proximidade dos envolvidos com a Presidência, eles afirmam que é "evidente" que a corrupção se tornou uma forma de permanecer no poder. "Já se torna evidente que a corrupção não é somente um ilícito do qual se beneficiam pessoas e grupos, mas sim algo que se transformou em meio de conquista e manutenção do poder". A nota termina dizendo que há um "perigo iminente para a democracia", que os clubes militares se sentiram no dever de manifestar "indignação" com "esse estado de coisas" e que devem "ressaltar a importância da próximas eleições", como "saneamento da vida política nacional".
C om a chegada da primavera, mudou a previsão do clima político.
O corruptor, o corrupto e os meninos do Brasil ARTHUR CHAGAS DINIZ
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s pessoas podem ficar imaginando que o título deste comentário se refere a Lulla e seus “meninos”, como Freud (inteligência de campanha), Bargas (coordenador de programa do governo Lulla II), Expedito Veloso (inteligência de campanha), Hamilton Lacerda (coordenador de comunicação da campanha de Mercadante), Jorge Lorenzetti (analista de mídia e risco do PT) e Ricardo Berzoini (coordenador da campanha de Lulla), implicados no último escândalo de corrupção. Nada mais longe da verdade. O corrupto e o corruptor, na verdade, são uma mesma pessoa, ou família, se preferirem: os Vedoin. Em uma primeira fase eram corruptores, forjando concorrência para a venda de ambulâncias e subornando deputados (responsáveis por emendas) e prefeitos (receptores ou receptadores de ambulâncias). Na segunda etapa, a que a imprensa já deu o codinome de doss iegate , os Vedoin passaram a corruptos, pretendendo vender um dossiê contra Alckmin e Serra, especialmente este último, favorito ao governo de São Paulo.
Quem conhece ou mesmo viu as fotografias da quadrilha sabe bem que não são esses os “meninos” do Brasil, como Lulla os teria carinhosamente chamado ao “tomar conhecimento” da operação que os envolvia.
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s meninos do Brasil a que me refiro são aqueles que, em avaliação efetuada pelo Pisa (exame da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) mostram que em matemática são muito melhores que as meninas. Na verdade, a diferença entre meninos e meninas no Brasil, em matemática, é a maior entre 42 países avaliados. Também é só nisto que os meninos ganham. No mais, as garotas são melhores em tudo. Talvez seja interessante entender por que no Brasil elas ainda são tão discriminadas como lideranças políticas e organizacionais. Será que também seriam mais honestas do que os “meninos do Brasil”? ARTHUR CHAGAS DINIZ É PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL
Q uem viu as fotos da quadrilha sabe que não são esses os meninos do Brasil
ão podíamos imaginar, lembrando-nos do simpático médico e professor sul-africano Christian Barnard fazendo anúncios de seu transplante de coração, que um dia esbarraríamos numa crise dos transplantes de órgãos, porquanto há mais candidatos a eles do que fornecedores do músculo tão cantado pela ciência e pela poesia. No Brasil, quem teve o pioneirismo dos transplantes foi o professor Zerbini, que abriu a via para o ingresso do Brasil nas cirurgias de transplantes, vindo a entrar nessa fascinante aventura dos médicos habilitados pelas faculdades de medicina mais adiantadas do País. Quem conhece o setor pedagógico no Brasil sabe que esse encontro da crise com a realidade iria acontecer mais dia, menos dia, pois o Brasil ainda não está preparado para vencer a dificuldade de adaptar o País à tentativa de se colocar na fila dos pretendentes aos transplantes. Está aí uma dificuldade insuportável, que não temos como equilibrar os fatores que a dominam, pondo o órgão ao alcance dos pacientes que não podem esperar por uma vaga na fila.
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stamos preparados tecnicamente para enfrentar às solicitações de cirurgias nos transplantes, mas não em número, pois nos faltam doadores de órgãos. Essa é a grande dificuldade em que nos encontramos e que aparentemente não tem solução. Fiquemos por aqui, esperando que os poderes públicos, os empreendedores privados, os doadores e seus familiares e os cirurgiões capacitados encontrem o caminho para chegar, pelo menos, ao equilíbrio da oferta e da procura. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Estamos
preparados tecnicamente para atender às solicitações de cirurgias nos transplantes de coração, mas não em número, pois nos faltam doadores de órgãos.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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quarta-feira, 27 de setembro de 2006
Os afro-brasileiros representam 48% da população: quase 90 milhões de brasileiros.
184 núcleos em todo o Estado de São Paulo
ALÉM DA COR Marcelo Soares/Hype
U
m cursinho pré-vestibular comunitário que prepara seus alunos para a entrada na universidade e que os conscientiza de seu papel na sociedade. Este é o Educafro (Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes), criado em 1998, em São Paulo, pelo Serviço Franciscano de Solidariedade. Freqüentado essencialmente por afro-descendentes, está ampliando seu campo de atuação aceitando alunos pobres em geral e investindo em ações de conscientização política e de mobilização pela ampliação de seus direitos. Desde o início de suas atividades, já concedeu bolsas em universidades particulares a 5,9 mil estudantes e colocou 50 deles em instituições públicas de ensino superior em todo o Estado de São Paulo. Estes números podem parecer pequenos, mas são uma iniciativa importante para diminuir as enormes diferenças sociais existentes entre as populações branca e afro-brasileira em todo o País. A primeira equivale a 51,4% de todos os habitantes e a segunda a 48% dos 187 milhões de pessoas em todo o território nacional, de acordo com os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IB-
Kléber: "Pela faculdade e a participação".
Enilda: "Nossa luta é pela inserção dos afro-descendentes na universidade pública".
GE). Por isso, o Serviço Franciscano de Solidariedade trabalha para combater estas desigualdades (veja a seguir). "Nossa luta é pela inserção dos afro-descendentes na universidade pública", explica Enilda Suzart Medrado Rodrigues. A coordenadora do Núcleo de Estudos da Mulher Negra do Educafro acrescenta que a entidade, ao ampliar seu campo de atuação, com mobilizações para aumentar a participação dos setores excluídos da sociedade, passou a ter "a missão de trazer as pessoas para cá e fazer com que elas entendam seu processo histórico
de desenvolvimento". Este processo de conscientização pode ser observado nas palavras de Kleber Luiz de Magalhães Costa. Aos 25 anos, ele está no primeiro ano do curso de Direito na Universidade São Francisco, no bairro paulistano do Pari. "Já fui aluno do Educafro e consegui entrar no curso de Direito por meio do sistema de bolsas do cursinho. Desde o começo, as aulas de cidadania me ajudaram bastante. Elas são dadas juntamente com as matérias que preparam os alunos para o vestibular", diz. O jovem conta que os pais
não têm condições de pagar a faculdade para os filhos. E que foi levado para o Educafro pelas irmãs mais velhas. "Minhas irmãs estão cursando Odontologia e Administração de Empresas na Universidade de Santo Amaro (Unisa). Meus pais não puderam estudar, mas nós, os filhos, estamos realizando este sonho. Nunca ninguém da família tinha entrado na faculdade", diz ele. Atualmente, ele concilia o trabalho durante o dia, a faculdade e as atividades no Educafro. A favor do movimento de luta pelas cotas para os afro-descendentes nas universidades públi-
cas e no mercado de trabalho, ele participa de todas as manifestações pela sua adoção em todo País. "Considero muito importante participar de tudo o que acontece no Educafro porque ele me conscientizou muito. Quando entrei no cursinho, minha expectativa era apenas entrar na faculdade. Agora, penso que todos têm não só o direito de fazer um curso superior, mas de participar de tudo", diz. Evolução – Este processo de conscientização aconteceu não só com Kleber, mas com a maioria dos alunos do Educafro, explicam seus organizadores. Enilda Lúcia Suzart Medrado
C
ta. Eduardo Pereira Neto, coordenador dos 184 núcleos de São Paulo, explica que os candidatos a alunos do curso participam de reuniões de acolhida todas as quintas-feiras e sábados para conhecer o cursinho e como ele funciona. Os professores apresentam a grade curricular e as atividades extras, como as palestras de conscientização. Em São Paulo, a sede está localizada na rua Riachuelo, no Centro, bem próximo à praça da Sé. Em outras cidades, o Educafro está instalado em entidades que o acolhem. São associações de moradores, igrejas, sindicatos e escolas públicas e particulares. Toda ajuda é bem-vinda. Apesar de a principal meta continuar sendo a colocação de alunos nas universidades públicas, o Educafro estabeleceu acordos com universidades particulares para a
concessão de bolsas de estudo. Todo esse trabalho e mais a articulação das redes dos núcleos, o acompanhamento dos bolsistas e os recursos financeiros para a manutenção da infra-estrutura de funcionamento são de responsabilidade da Igreja Católica. Os frades franciscanos, pelo Serviço Franciscano de Solidariedade da Província Franciscana da Imaculada Conceição no Brasil (Sefras), são os responsáveis pela coordenação de todo o trabalho oferecido pelo cursinho. Os professores são, em sua maioria, voluntários. Hoje, eles são 3.312 em todos os núcleos de São Paulo e também no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Os cursinhos funcionam como um "intensivão", porque a maioria funciona apenas à noite, durante a semana, ou aos sábados (80%).
Cada aluno contribui mensalmente com 2% a 5% do valor de um salário mínimo. Seleção – Para formar novas turmas, a sede de São Paulo realiza reuniões de acolhida todas as quintas-feiras (às 18 horas)e sábados (às 17 horas). Não existe teste para seleção: os candidatos preenchem uma ficha e à medida que as turmas são formadas eles são chamados. Segundo os coordenadores, de duas a três mil pessoas passam todos os meses pela sede da entidade, em São Paulo, em busca de informações. Os interessados podem procurar a sede do Educafro, na rua Riachuelo, 342 - Centro. O telefone para contato é o (11) 3106-3411. O e-mail é educafro@franciscanos.org.br. Visite também os sites: www.educafro.org.br e www.franciscanos.o rg.br/se fras/educ afro. (PC)
riar um curso pré-vestibular que prepara alunos afro-descendentes para os vestibulares das universidades públicas e privadas. Esta era a meta inicial do Educafro, quando foi criado em 1997 no Rio de Janeiro. No ano seguinte, chegou a São Paulo, com frei David Raimundo dos Santos. Como a entidade evoluiu, passou a aceitar alunos carentes de todas as raças, não só negros. Este processo ocorreu naturalmente, na avaliação de seus coordenadores. Hoje a entidade conta com 184 núcleos em todo o estado de São Paulo. Apesar deste número expressivo, eles lembram que a idéia de se criar um curso pré-vestibular para negros nasceu na Bahia, para apoiar os jovens dos bairros da periferia de Salvador. A procura por vagas em São Paulo é muito maior que a ofer-
Para ONGs Acontece no dia 30 de setembro o seminário Gestão do 3º Setor em São Paulo, no Ciep.
Ó RBITA
Paula Cunha
A idéia de criar um curso prévestibular para negros nasceu na Bahia, para apoiar os jovens dos bairros da periferia de Salvador.
Inscrições Os interessados devem ligar para (11) 5539-0066 ou acessar www.adets.com.br
Divulgação
CRIANÇA E ELEIÇÕES
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leitores insatisfeitos e indecisos, de um lado, e candidatos que fazem promessas absurdas, do outro. Este cenário é familiar para o leitor? Pois ele foi transformado em tema de um livro infantil que mostra às crianças este mundo dentro do reino dos animais. Em "A voz da floresta – anuncia eleições dos bichos", a autora Alina Perlman alia ecologia (todos os personagens são animais da mata brasileira) e a política para estimular a sensibilidade das crianças sobre esses temas. "Acredito que a criança tem consciência, sensibilidade e curiosidade sobre o mundo em que ela vive. Acho que elas sabem da importância de escolher as pessoas que as representam na sociedade".
O Educafro, cursinho pré-vestibular para afro-descendentes, vai além: conscientiza jovens de qualquer etnia do seu papel na sociedade
Rodrigues, que coordena o Núcleo de Estudos da Mulher Negra da entidade. Há cinco anos no Educafro, ela conheceu a ONG por meio de uma amiga. "Mas não comecei a militar no movimento pelos direitos dos afro-descendentes no Educafro. Já havia participado em reuniões para debater a inclusão social e política da população afrodescendente em diversos partidos políticos," diz. Enilda, que atualmente está no terceiro ano do curso de História, na Unifar, conta que passou por um processo que incluiu a fase de "acreditar na filosofia do 'sucesso pelo esforço próprio', mas depois senti que as pessoas excluídas da sociedade precisam se organizar. No Educafro me encontrei. Todos aqui são pessoas excluídas do cenário político e social brasileiro", conclui. Para o coordenador dos 184 núcleos da entidade, Eduardo Pereira Neto, o Educafro atende o público que quer se qualificar para se integrar à sociedade, mas muitos acabam transformando esta experiência em um movimento de transformação individual e, posteriormente, política. "Os jovens chegam e acabam descobrindo primeiro sua individualidade e depois se reconhecem como grupo. A partir daí passam a atuar politicamente", conclui.
Na história, o rei Tião Leão está preocupado porque os animais da floresta estão insatisfeitos com seu governo. Ele convoca eleições para "estabelecer a democracia e marcar seu nome na história da floresta". Surgem, então, diversos candidatos como Macaquias
Macaco, Genésio Lobo-Guará, Tamandaré Tamanduá e Vaca Vivoca, entre outros. Todos têm características bastante semelhantes às dos nossos políticos e a autora afirma que as crianças estão conscientes do que se passa à sua volta e que estas comparações são estimulantes. "Fui convidada para apresentar o livro em uma escola nesta semana e verei a reação das crianças em relação ao tema das eleições, pois é a primeira vez que abordo este tema", conta. (PC)
CAMPANHA DE DOAÇÃO
A
Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) comemora hoje o Dia Nacional do Doador de Órgãos com a realização da Oitava Campanha de Doação de Órgãos e Tecidos. No site da entidade, o www.abto.org.br, o internauta encontra informações sobre como funciona a doação de órgãos e tecidos em todo o Brasil. De acordo com a ABTO, existem atualmente no Brasil aproximadamente 60 mil pacientes à espera de órgãos ou tecidos. A entidade oferece, no seu endereço eletrônico, todo o material de divulgação da campanha como bonés, adesivos, camisetas etc. Segundos seus representantes, ele pode ser
utilizado por escolas, organizações não governamentais, hospitais, centros de saúde e outras entidades interessadas em participar da iniciativa. Além das atividades da campanha, a entidade realiza palestras de conscientização em todo o País e luta pela adoção de uma legislação específica para o setor.
LEILÃO VIRTUAL PELO GRAACC
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ermina hoje o leilão virtual solidário do macacão da Sauber, autografado pelo piloto Felipe Massa. A renda obtida com a iniciativa vai para o Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc). A iniciativa é resultado da parceria do Graacc com o Social Web. Este último é um
portal de comércio eletrônico de produtos socialmente responsáveis. Segundo seus representantes, a ligação do endereço eletrônico com o hospital é antiga e a meta é fazer com que os internautas tenham acesso a um objeto que pertence a um de seus ídolos e que, ao mesmo tempo, ajudem as crianças e adolescentes na sua luta contra o câncer. No site, há a oferta de produtos do Graacc e de outras entidades como Fundação Abrinq, Fundação Ação Criança, Apae de São Paulo e Care Brasil. Os fãs de automobilismo e esportes interessados em participar do leilão devem acessar o portal www.socialweb.com.br. O lance inicial é de R$ 200 e eles podem ser efetuados até o final do dia.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 27 de setembro de 2006
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Política SERRA COMPARECE E
Desemprego é o maior problema do País. Dele deriva o problema social. Plínio de Arruda Sampaio
Com a inesperada presença de José Serra, os candidatos fizeram do tucano seu principal alvo. E não tiveram melindres em romper as regras e oferecer respostas que tinham pouca ou nenhuma ligação às perguntas que eram feitas entre si.
ESQUENTA DEBATE Flávio Florido/Folha Imagem
C
om a presença dos cinco candidatos mais bem classificados nas últimas pesquisas de intenção de voto para o Governo de São Paulo, o debate promovido ontem pela Rede Globo, mediado pelo jornalista Chico Pinheiro, reuniu José Serra (PSDB), Aloizio Mercadante (PT), Orestes Quércia (PMDB), Carlos Apolinário (PDT) e Plínio de Arruda Sampaio (PSol). A rigidez das regras não impediu que os candidatos se distanciassem dos temas, especialmente Mercadante. O mediador abriu o programa conclamando todos à civilidade e avisando que o eleitor não gosta de baixarias. Explicadas as regras – inclusive a proibição de exibir panfletos ou documentos –, criadas pelo matemático Oswald de Souza, foi iniciado o primeiro bloco. O candidato sorteado para a primeira pergunta, sobre o tema "desenvolvimento no
interior", foi Plínio de Arruda Sampaio. Ele perguntou a Serra: "Desenvolvimento é emprego. Desemprego é o maior problema do País. Dele deriva o problema social. Como você vai resolver esse problema?" Serra afirmou tratar-se de uma questão federal. E se colocar como porta-voz de São Paulo para que se tenha uma política macroeconômica na área. Recordou a crise das indústrias têxteis e de calçados, pela política que reduz a competitividade do Brasil no exterior. "Precisamos lutar para mudar isso." Para o tucano, seria ideal criar uma agência estadual de fomento, para repassar crédito especialmente a micro e pequenas empresas. "Vamos manter política de manter as obras". Na réplica Plínio colocou questão de fundo, apontando para o fato de que o modelo que Serra propõe é o mesmo neoliberal mantido pelo PT. Serra insistiu que pode mudar a política econômica nacional. (AE)
Os principais candidatos ao governo do Estado de São Paulo, durante debate: sem baixarias mas com muitas farpas trocadas.
José Patrício
José Patrício / AE
José Patricio /AE
José Patrício / AE
José Patrício / AE
Serra: reafirmação de projetos.
Mercadante: sem regras no debate.
Debate virou horário eleitoral em suas falas
Plínio de Arruda Sampaio (PSol)
Apolinário: defesa da própria imagem.
PALANQUE TRANQÜILO
EM DEFESA DO AMIGO LULA
QUÉRCIA OPOSIÇÃO ATACA PT E PSDB SEM OFENSAS
CONTRA AS 'PROMESSINHAS'
L
O
restes Quércia usou sua participação para atacar petistas e tucanos, definidos como responsáveis pela situação vivida pelo Estado. Ele abordou a questão do funcionalismo público, em especial na Educação e dirigiu a pergunta a Aloizio Mercadante Nossas crianças que não a respassam por um pondeu. Q u é rc i a i nprocesso de sistiu e falou de ignorância matéria publicontinuada (em cada pela Rereferência à vista Exame mostrando que progressão a Educação do continuada). Brasil é a pior Orestes Quércia do mundo. "Isso é devido aos governos do PT e do PSDB - é a ignorância continuada. Foi a incompetência do PT e do PSDB tornou essa questão crucial." Ele aproveitou para falar das casas que construiu enquanto governador, 150 mil moradias populares segundo declarou. E atacou a "imobilidade do PSDB" nessa área. Conforme o peemedebista, os tucanos deixaram de investir R$ 6 bilhões no setor durante os últimos 12 anos, "recursos que dariam para construir, aproximadamente, 500 mil casas populares para o povo desse Estado". Quércia usou os tempos para apresentar propostas pontuais, para diversos setores, como se o debate fosse uma espécie de horário eleitoral gratuito. Disse que o Estado precisa restabelecer sua autoridade e que "no primeiro dia de governo vou chamar a Força Tarefa Nacional para combater e vencer o crime organizado", prometeu. Também não se esqueceu de mencionar várias obras como o Memorial da América Latina, estações de metrô e 8 mil quilômetros de estradas viscinais. (AE)
O
ma das principais preocupações de Carlos Apolinário (PDT) foi apresentar-se como um candidato acima de suspeitas de qualquer natureza. "Meu partido n ã o t e m n enhum acusado de corrupção, mensalão, Há pouco tivemos m e n s a l i n h o , o problema do sanguessugas", dossiê, acusando r e s s a l v o u . Serra e ninguém "Bandido, tem que ir para a cafez nada a deia, seja do respeito... Nós PCC, seja do cosomos o partido larinho brandas mãos limpas. co", disse. A retidão peCarlos Apolinário detista também foi destacada por ele, numa comparação com os adversários. "Há pouco tivemos o problema do dossiê, acusando Serra e ninguém fez nada a respeito... Nós somos o partido das mãos limpas". Ele usou também a experiência que acumulou como presidente da Assembléia Legislativa como bandeira. Apolinario lembrou que enquanto ocupou a liderança dos trabalhos cancelou a compra de 80 carros, abriu mão de duas aposentadorias e da economia que fez, desse modo. "Eu como presidente da Assembléia dei transparência à administração pública". Em determinado momento, numa provocação ao candidato José Serra, ele disse que catalogou, até agora, 171 promessas feitas por ele. Isso, ressaltou, seria inviável a qualquer gestor público. Conforme os seus cálculos, para honrar suas palavras o candidato tucano teria de dispor de recursos da ordem de R$ 200 bilhões e um mandato de 20 anos ininterruptos, pelo menos, para a realização da proeza. "Eu jamais diria essas coisas", sublinhou. "Não sou um homem de promessinhas" – definiu-se.
íder em todas as pesquisas de intenção de votos, o candidato tucano ao governo paulista não encontrou grandes dificuldades nem embaraços na maior parte do debate. Questionado pelo adversário do PSol, Plínio de Arruda Sampaio, se o modelo econômico que seguiria se fosse eleito seria o neoliberal mantido pelo PT, anunciou mudanças. Serra disse acreditar ser possível mudar a política econômica nacional, se isso estivesse sob Tem muita coisa sua responsabique o Estado pode l i d a d e . " M a s tem muita coisa fazer dentro de que o Estado sua esfera de pode fazer denação para tro de sua esfera de ação para ajudar na ajudar na polítipolítica ca macroeconômacroeconômica. mica". José Serra Sobre um dos assuntos mais polêmicos do momento – a corrupção – Serra afirmou que para minimizar o problema é necessária a transparência. Falou da experiência de Apolinário na Presidência da Assembléia, enfrentando a corrupção. "É preciso, sempre, governar com gente séria". "Qual o seu projeto para o transporte ferroviário?", perguntou mais tarde Plínio. O tucano lembrou que Covas avançou nessa área e Geraldo Alckmin continuou o trabalho. Falou de seu projeto de expansão, de qualidade e de custos mais baratos, disseminado em São Paulo, para complementar as obras de expansão do metrô. E no Interior, propôs a construção de um corredor de ônibus intermunicipais, na região noroeste do Estado. Serra lembrou ter sido o responsável por viabilizar as eclusas de Três Irmãos, no governo Franco Montoro.
candidato do PT, Aloizio Mercadante, driblou os temas discutidos no debate para defender o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao ser perguntado por Orestes Quércia, candidato do PMDB, sobre funcionalismo público, Mercadante fugiu do assunto e falou sobre a demissão do assessor Hamilton Lacerda, envolvido no escândalo do dossiê Vedoin. Acabou o tempo e ele não respondeu à pergunta. Quércia, na tréplica, criticou a educação no Brasil, acusando os governos do PT e PSDB. A pergunta voltou para Mercadante que, embora tenha concordado, voltou a falar de corrupção, elogiando Polícia Federal pela elucidação do escândalo Vedoin e falando sobre o ex-ministro Barjas Negri, também acusado de envolvimento na máfia dos sanguessugas. Mercadante É inaceitável que perguntou militantes do PT sobre emprego estejam ao candidato envolvidos na do Psol, Plínio compra do de Arruda Sampaio, dossiê. Mas o citando o PSDB e o PFL número de também estão. vagas criadas Aloizio Mercadante pelo PT. O adversário respondeu que Mercadante e o candidato do PSDB, José Serra, têm compromisso com o "modelão do FMI de fazer o reajuste das economias subdesenvolvidas". Na réplica, ao invés de falar de emprego, Mercadante disse que o PT pegou o País quebrado, vindo de desmandos das privatizações, dos apagões. "Agora estamos prontos para um período de crescimento sustentável", afirmou. (AE)
O
candidato da Frente de Esquerda por São Paulo (PSol, PCB, PSTU), Plínio de Arruda Sampaio, criticou seus adversários com elegância, tendo como foco principal tucanos e petistas (ex-companheiros de partido). "Enquanto não mudar esse modelo do PT e do PSDB, não vai ter jeito de fazer nada. Um é peixe de água doce, o outro, peixe de água salgada, mas é tudo peixe. É uma coisa só. Tanto você, Mercadante, quanto o Serra, estão comprometidos com esse modelão do FMI, de economias em crescimento ou se querem pensar no desenvolvimento do Brasil. Precisamos enfrentar o problema do imperialismo de uma vez se quisermos criar um país soberano". Segundo ele, todos os seus adversários prometeram investimentos, mas não explicaram de onde viria o dinheiro nem de que forma trabalhariam a dívida pública do Estado – que em sua Um é peixe de opinião deve água doce, o ser revisada e outro, de água renegociada. salgada, mas é Serra tudo peixe. Tanto dirigiu-se a Plínio como Mercadante, "amigo, com quanto você, divergência de Serra. opinião e por Plínio Arruda que não convergências?" ao falar sobre os investimentos por meio das Parcerias PúblicoPrivadas. A resposta foi suscinta: "Zé, essa história de privatizar o metrô é confundir o que é público com o que é privado, é uma promiscuidade, é uma doação à iniciativa privada. Isso é coisa da tucanagem e do petismo."
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
12 -.ESPECIAL
quarta-feira, 27 de setembro de 2006
O Grito do Ipiranga Reprodução
Há controvérsias sobre aquele Grito. Seja como for, tornou-se um marco na história do Brasil. E está imortalizado na monumental tela pintada por Pedro Américo e no monumento que se ergue no Parque da Independência
odos aprendem na escola que, no dia 7 de setembro de 1822, às margens do riacho do Ipiranga, D.Pedro desembainhou sua espada e bradou: “Independência ou Morte!” - e, a partir daquele momento, o Brasil se viu livre de Portugal. A simbologia do gesto do Príncipe Regente é até hoje cultuada - e está em todos os livros de História -, mas a verdade não seria bem assim, conforme afirma a historiadora Cecília Helena de Salles Oliveira. Ela cita, por exemplo, que no dia 8 de setembro, na sua Carta dirigida aos paulistas, o próprio D.Pedro não faz referência ao gesto de separação, embora repita no texto a expressão “Independência ou Morte”. “Em carta dirigida ao pai, datada de 22 de setembro de 1822, D.Pedro também não faz menção do episódio do Ipiranga”, registra a historiadora. Ela lembra ainda que a notícia nem está nos jornais. “Enquanto a 20 de setembro de 1822 o redator de O Espelho, jornal ligado ao governo de D.Pedro, enaltecia os festejos que tinham marcado o retorno do Príncipe da viagem que fizera a São Paulo, sem fazer referência ao 7 de setembro ou a qualquer outro acontecimento tido por extraordinário, o redator do
Correio Braziliense, em outubro do mesmo ano, considerava que ´a independência políticoinstitucional´ fora declarada oficialmente a 1o de agosto daquele ano, quando da assinatura pelo Príncipe do Manifesto às Províncias do Brasil”, escreve Cecília Helena no livro “7 de Setembro de 1822 - a Independência do Brasil”. Só em 1826, ela registra, o Parlamento incluiu o 7 de setembro no calendário de comemorações nacionais, como “Aniversário da Independência”, ao lado de outras datas, como o 9 de janeiro (Dia do Fico) e o 12 de outubro (aniversário do Imperador). Seja como for, “O Grito do Ipiranga” tornou-se um marco na história do Brasil. E está imortalizado na monumental tela pintada por Pedro Américo e no monumento que se ergue no Parque da Independência. A idéia da construção do momento partiu do próprio governo imperial, já em 1823, que chegou a lançar a pedra fundamental no local do grito, dois anos depois. O projeto, orçado em 21 contos e 500 mil réis, previa a construção de uma base quadrada com 13 metros de cada lado e degraus que elevavam o monumento a 14 metros de altura. Mas, com a renúncia de D.Pedro em 1831, os planos ficaram esquecidos, e até a pedra fundamental colocada em 1825 foi retirada em 1872. Quando se aproximavam as festividades do Centenário da Independência, foi aberto um concurso para a obra do monumento. Entre os trabalhos apresentados por
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artistas, arquitetos e engenheiros de várias partes do mundo ganhou a preferência o do italiano Nicola Rollo. Mas uma decisão da comissão julgadora, nomeada pelo governo, transferiu o privilégio para outro concorrente, o escultor Ettore Ximenes - também italiano. Orçado em 1.300 contos de réis, o monumento acabou custando exatamente o dobro.
De onde se vê que coisas desse tipo têm história no Brasil. Como havia um charco pantanoso no local escolhido para a construção, foi necessário utilizar 1,5 mil troncos de guarantã, além de 2 mil metros de trilhos. O concreto armado, que atinge 12 metros de altura, avança 9 metros abaixo do nível da rua, totalizando 127 colunas que formam o maciço de concreto.
Ettore Ximenes utilizou granito cinza, trazido da região de Carrara (Itália) e montou uma fundição no bairro de Vila Prudente para produzir as peças de bronze, que homenageiam vários personagens da história do País. No 7 de setembro de 1922 ainda não estava pronto (o que só aconteceria em 1926), mas foi inaugurado assim mesmo, com salvas de canhão disparadas às 6 horas da
manhã. Houve desfile militar, banda de música e, à noite, um show pirotécnico que se transformou num tormento para as pessoas que prestigiaram o evento. A lama do terreno pantanoso existente no local, agravada por uma chuva fina, transformou a área numa armadilha: muitos automóveis ficaram atolados, enquanto elegantes senhoras e senhores arruinavam seus melhores trajes no barro.
A Casa do Grito
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a tela em que Pedro Américo retrata a proclamação da Independência aparece uma casinha branca, que é outro motivo de controvérsias. Ela existe de verdade e está lá, ao lado do monumento. Pertencia a um funcionário público de nome Francisco Tavares e passou a ser identificada como a Casa do Grito, mas pelo menos meio século separa sua construção dos acontecimentos
de 7 de setembro. Algumas paredes são de tijolos, outras de taipa (tipo de construção muito comum nos tempos coloniais e até hoje encontrada em algumas regiões do interior). Um trabalho da Sociedade Geográfica Brasileira, de 1955, concluiu que a casa teria pertencido ao pai da Marquesa de Santos, tendo servido de abrigo para as tropas de D.Pedro no dia da Independência. Uma invenção histórica sem tamanho, agra-
vada pela decisão de se “implantar” uma janela lateral para torná-la parecida com a tela de Pedro Américo. Passou ainda por outras aberrações como a tentativa de adaptá-la ao “Ciclo dos Tropeiros”, até ser tombada pelo CONDEPHAAT, em 1975. Seis anos depois, novas obras de restauro procuram devolver-lhe o aspecto original, inclusive com a eliminação da falsa janela. Para produzir sua tela, Pe-
dro Américo chegou a visitar a casa e a região. Mas ele próprio admitiu não ter sido totalmente fiel ao que viu: “A realidade inspira e não escraviza o pintor”, disse.
SERVIÇO A casa está aberta à visitação de terça a domingo, das 9h às 17h. Entrada franca. Tel.: 2273-4981
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 27 de setembro de 2006
ESPECIAL - 13
Museu guarda o orgulho e esse jeito brasileiro de ser Dois concursos públicos foram abertos para a construção. E desrespeitados. A escolha do projeto foi feita, ao que tudo indica, por interferência política do Barão de Rio Branco. A burguesia paulista financiou parte da obra, o restante veio de uma loteria instituída pelo governo Fotos: Ricardo Padue/AFG
Reproduções do livro Às Margens do Ipiranga
A construção e o bilhete da loteria. Hoje, o Museu Paulista guarda mais de 125 mil objetos e documentos que contam grande parte da história de São Paulo e do Brasil
e há alguma coisa de que os ipiranguistas têm orgulho é do seu museu. Tanto que o chamam de Museu do Ipiranga, embora na verdade ele se chame Museu Paulista. Trata-se de uma monumental construção de 123 metros de comprimento encomendada também para homenagear a Independência, num processo que se arrastou por mais de 60 anos. Ali estão guardados mais de 125 mil objetos e documentos que contam grande parte da história de São Paulo e do Brasil. São esculturas, quadros, louças,
jóias, móveis, armas, peças religiosas, veículos, vestuário, fotos, documentos e utensílios de bandeirantes e índios distribuídos pelo prédio. O museu guarda também a história da sua construção, para a qual foram abertos dois concursos públicos, afinal desrespeitados, pois a escolha do projeto do arquiteto italiano Tommaso Gaudenzio Bezzi, em 1884, acabou sendo feita ao que tudo indica por interferências políticas do Barão de Rio Branco. Minucioso, Bezzi chegou a construir uma enorme maquete de gesso para mostrar todos os detalhes que queria ver preservados na obra, cuja execução foi entregue a outro italiano, Luigi Pucci, nascido em Firenze. Famoso em São Paulo por ser o construtor das mansões da elite paulistana enriquecida pelo café, Pucci chegou a montar seu alojamento no meio das
obras. A arquitetura remete aos palácios do período renascentista e resgata também o neoclássico trazido ao Brasil pelos portugueses. Utilizando elementos da
arquitetura greco-romana da antiguidade, o neoclássico se transformou em unanimidade entre a burguesia e no estilo capaz de mostrar a influência e o poder
das novas classes dominantes. A burguesia paulista, formada por políticos e empresários ligados a D.Pedro II, financiou boa parte da obra. O restante veio de uma loteria instituída pelo governo. Mesmo assim, por falta de recursos, o projeto original de Bezzi acabou não sendo respeitado: duas alas laterais, que davam à construção a forma de “U”, não saíram do papel e da maquete. Iniciado em 1885, finalizado em 1890 (ainda que faltassem obras de acabamento) e inaugurado pelo governador Bernardino de Campos em 7 de setembro de 1895, o museu só ganhou seus jardins em 1907. Coube ao arquiteto belga Arsênio Putemans elaborar o projeto paisagístico. Inspirado nos jardins franceses, os jardins do chamado Parque da Independência, que chegaram a ocupar mais de 160 mil metros quadrados,
foram em parte sacrificados para a construção do Pronto Socorro do Ipiranga, de um posto do Corpo de Bombeiros e do Museu de Zoologia. Em 1910, quando exercia o cargo de chefe-de-obras da Prefeitura de São Paulo, o engenheiro Francisco Prestes Maia (por duas vezes prefeito da cidade) rebaixou e remodelou o ajardinamento, para permitir uma visão mais
ampla do conjunto. Já o acervo do museu teve a sua origem numa coleção particular reunida pelo coronel Joaquim Sertório, adquirida em 1890 por Francisco de Paula Mayrink, que a doou, juntamente com objetos da coleção Pessanha, ao governo do Estado. Em 1963 foi incorporado à USP e, 12 anos depois, tombado pelo CONDEPHAAT.
SERVIÇO Museu Paulista da USP Parque da Independência, s/n.º - Ipiranga Telefone: (011) 6165-8000 Aberto de terça a domingo, das 9h às 17h. Ingresso: R$ 2,00 Grátis para menores de 6 anos e para maiores de 60 anos. Entrada gratuita para todos no terceiro domingo de cada mês. Biblioteca Segunda a sexta-feira, das 8h
às 16:45h Telefone: (11) 6165-8012 Museu de Zoologia Atrás do Museu Paulista, e também ligado à USP, fica o Museu de Zoologia. Abriga animais empalhados, réplicas de ossadas pré-históricas e informações didáticas. Visitação: de segunda a sexta-feira, das 10h às 12h e das 13:30h às 17h Entrada: R$ 2,00 Tel: (11) 6165 8140
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Planalto Congresso Corr upção Eleição
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 27 de setembro de 2006
ALCKMIN ACUSA GOVERNO DE RETARDAR APURAÇÃO DA PF
EMPRESÁRIO TERIA PARTICIPADO DA FABRICAÇÃO DO DOSSIÊ.
PF VAI INVESTIGAR ABEL Cristiano Diehl Neto /AE
O
delegado da Polícia Federal em Cuiabá, em Mato Grosso, Diógenes Curado Filho, abriu ontem inquérito para investigar a participação do empresário Abel Pereira na montagem e compra de documentos que comprovariam a participação de políticos tucanos no esquema da venda superfaturada de ambulâncias. Abel foi citado no depoimento de Luiz Antônio Vedoin, como um dos intermediadores na compra do dossiê, de acordo com a Agência Brasil. O empresário ainda é acusado de ligação com o exministro da Saúde Barjas Negri, do PSDB, e de ter sido beneficiado no esquema dos sanguessugas, que envolve
Vedoin também acusa Abel de receber propina para liberar recursos.
compras superfaturadas de ambulâncias com recursos do Orçamento. Vedoin afirmou, em depoimento à PF na semana passada, que Abel Pereira teria recebido valores
para liberar recursos na gestão de Negri. Ao mesmo tempo, Vedoin afirmou que não via indícios de envolvimento do exministro da Saúde e
candidato do PSDB ao Governo de São Paulo, José Serra, no escândalo das ambulâncias. No sábado, o delegado da PF desvinculou Serra da máfia dos sanguessugas. "O depoimento do Vedoin já excluiu o Serra", reforçou. Segundo a Polícia Federal, Abel Pereira também foi citado nos depoimentos de Osvaldo Bargas, Expedito Veloso e Jorge Lorenzetti. Os três teriam dito que Abel esteve em Cuiabá na época da negociação do dossiê. Em nota, o empresário afirmou que nunca teve acesso ao Ministério da Saúde. O ex-ministro Barjas Negri também negou a ligação com Abel. Segundo a nota de Negri, Abel não tinha autorização para falar em nome do ex-ministro.
TSE LIBERA OUTRO SANGUESSUGA
ALCKMIN PEDE PRESSA NAS APURAÇÕES DA PF
Wellington Fagundes pode tentar a reeleição no MT.
candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, criticou a demora do governo e da Polícia Federal em prestar esclarecimentos sobre a origem do R$ 1,75 milhão que seriam utilizados para negociar do dossiê Vedoin, cujas informações envolveriam políticos tucanos na máfia dos sanguessugas. Para Alckmin, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é violento com os pobres, mas é condescendente com seus próprios interesses. "Quando o governo quer, ele é violento e viola o sigilo de um moço pobre como Francenildo Costa (caseiro que denunciou a 'República de Ribeirão' e que culminou com a queda de Antonio Palocci do Ministério da Fazenda). Agora, quando o assunto envolve gente forte e poderosa e os interesses do governo, aí ele age bem devagarinho, aí deixa para lá", afirmou Alckmin, após conceder entrevista, em São Paulo, para a Rádio Capital. "A Polícia Federal não é do Lula, não é do governo nem do PT, é do Brasil e do povo, assim como o Ministério da Justiça", acrescentou o candidato, que ainda chamou o presidente de 'cínico' por tentar se desvincular dos operadores que com-
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utro político investi- dro Henry (PP-MT) e Celcita g a d o p e l a C P I d o s Pinheiro (PFL-MT), e a senaSanguessugas teve dora Serys Slhessarenko (PTsua candidatura autorizada MT), que é candidata ao goverpelo Tribunal Superior Eleito- no do Estado. ral (TSE). O registro de WelTambém foi pedida a cassalington Antônio Fagundes, ção do ex-senador Carlos Becandidato à reeleição como de- zerra, citado pela CPI e que putado federal pelo PL do Ma- concorre a uma vaga de deputado federal pelo to Grosso, havia siPMDB-MT, e do sedo concedido pelo nador Antero Paes Tribunal Regional Eleitoral (TRE). No de Barros (PSDBMT), que ficou fora entanto, o Ministério Público Eleitoral Também foi do relatório final, mas foi citado em inpediu a cassação da pedida a candidatura por envestigações da CPI. cassação do exAguardam julgatender que Fagundes não tem uma vi- senador Carlos mento pelo TSE recursos de três parlada pregressa moral- Bezerra, e do mentares cariocas mente idônea para o senador Antero supostamente enexercício de cargos Paes de Barros volvidos no esqueeletivos. (PSDB-MT). De acordo com o ma e que tiveram seus registros negaT S E , o re c u s o f o i apresentado fora do dos pelo TRE-RJ: prazo legal, que é de até três Paulo Baltazar (PSB), Elaine dias aos da publicação da deci- Costa (PL) e Fernando Gonçalsão do TRE-MT. Wellington ves (PTB). O tribunal do Rio Fagundes e outros quatro par- negou as candidaturas levanlamentares citados no relató- do em conta a conduta reprorio final da CPI tiveram as can- vável e de atos de improbidade administrativa dos dois candididaturas autorizadas. O Ministério Público Eleito- datos, além do interesse da ral tenta cassar ainda o registro moralidade e da própria orde outros parlamentares: Ri- dem pública. As informações carte de Freitas (PTB-MT), Pe- são da Agência Brasil. (AE)
Para o tucano, governo é lento quando lhe interessa.
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praram o dossiê. Alckmin criticou ainda o fato de o governo tentar empurrar as investigações e outras definições do País para depois das eleições. "O que estão querendo esconder? Tudo agora é depois da eleição. Sobre o caso da Bolívia, eles só vão conversar após as eleições, porque vai aumentar o preço do gás e precisa esperar para não perder voto", explicou. O ex-governador repudiou a comparação que Lula fez de si mesmo com Jesus Cristo. "É totalmente descabida (a comparação). Primeiro, é ofensivo se comparar ao filho de Deus. É uma coisa absurda. Depois, é jogar a culpa nos outros sempre dizendo que foi traído, se fazendo de vítima. O povo está cansado dessa falta de verdade", anotou Alckmin. O candidato do PSDB também falou da expectativa do debate desta quinta-feira, na TV Globo, no Rio. Sobre a possibilidade de Lula não comparecer, anotou que seu oponente deveria participar. "Seria uma oportunidade para o presiednte explicar à sociedade todos esses fatos", disse. Alckmin deve embarcar hoje para o Rio, onde concederá entrevista coletiva aos correspondentes estrangeiros. (AE)
Antonio Gauderio / Folha Imagem
GIL: LIDERANÇA DE LULA É 'MISTÉRIO DA VIDA'
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corrupção não impede a cidadania". Com esta avaliação, o ministro da Cultura, Gilberto Gil, surpreendeu vários jornalistas estrangeiros. Gil deu tais declarações durante uma conferência de imprensa na Suíça, quando foi pressionado a dar uma resposta sobre a capacidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em se manter na liderança nas pesquisas para as eleições enquanto os escândalos de corrupção continuam a aparecer. "É o mistério da vida", justificou Gil em francês, para o espanto da imprensa. "A corrupção não é um problema para o cidadão. A corrupção faz parte da dimensão humana", afirmou o ministro, que está em Genebra participando de uma conferência sobre propriedade intelectual. Na segunda-feira, já havia declarado que a corrupção, "ainda que condenada, era tolerada" no País, fator que explicaria a popularidade ainda grande do presidente Lula. Jornalistas suíços ainda per-
guntaram ao ministro Gilberto Gil se ele acreditava que Lula tinha conhecimento dos atos suspeitos de seus assessores e de seu chefe de campanha, Ricardo Berzoini. "Por que você quer saber minha opinião? Minha opinião é secundária. Se o presidente Lula sabia de algo, ele mesmo precisa responder. As investigações foram abertas. Minha opinião pessoal não importa. Esse é um caso político e que diz respeito à República", afirmou. Gil ainda tentou justificar os escândalos à imprensa estrangeira alegando que o fenômeno da corrupção é "universal", e não se restringe apenas um país. "Este não é só um problema do Homem-Brasil", disse. Os jornalistas estrangeiros, principalmente os suíços, saíram da coletiva de imprensa sem entender como o ministro pôde justificar dessa forma os escândalos de corrupção no Brasil. "Foi impressionante", afirmou um jornalista da editoria internacional de um jornal de Genebra. (AE)
Eymar Mascaro
Fita de chegada
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crescimento de Geraldo Alckmin em São Paulo, como constatou a pesquisa GPP, é indicativo de que o candidato tucano pode alcançar o índice ideal para impedir que Lula se reeleja ainda no 1º turno. O tucano obteve 43,9% de intenção de voto contra 31,1% de Lula. O ideal é que Alckmin tenha 15 pontos percentuais a mais do que Lula em São Paulo, e ganhar mais alguns pontos em outros estados. Na pesquisa Ibope/Estadão, a diferença em São Paulo, em favor de Alckmin é de 10 pontos: O tucano tem 45% de preferência, contra 35% do petista.
IMPORTÂNCIA É fundamental que o candidato a presidente seja bem votado em São Paulo, porque o Estado concentra um colégio de 26 milhões de eleitores. É o maior do País. Por isso, os candidatos fizeram questão de concentrar mais a campanha nos estados com maior número de eleitores
PRISÃO PARA ENVOLVIDOS NO DOSSIÊ
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Justiça Federal de Mato Grosso determinou ontem a prisão preventiva de Freud Godoy, ex-assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e outras cinco pessoas por suposto envolvimento na negociação de um dossiê com informações contra candidatos do PSDB. Também tiveram as suas prisões decretadas o ex-analista
de risco e mídia do comitê à reeleição de Lula, Jorge Lorenzetti; o ex-secretário do Ministério do Trabalho e Emprego, Oswaldo Bargas; o diretor afastado do Banco do Brasil, Expedito Afonso Veloso; o advogado Gedimar Passos e o empresário piracicabano Valdebran Padilha. Os investigados só poderão ser presos na quarta-feira da próxima semana, caso a decisão ainda esteja em vigor. De acordo com a legislação eleitoral, os eleitores não podem ser presos nos cinco dias que antecedem às eleições, nem nas 48 horas posteriores. (Reuters)
Para forçar o 2º turno, Alckmin conta também com os pontos que vem ganhando no Rio Grande do Sul (7,5 milhões de votos). Apesar de ter sido um reduto petista, o tucano está liderando as pesquisas no Rio Grande. O Sul (RS, Paraná e Santa Catarina) tem um colégio de quase 20 milhões de votos.
QUANTOS SÃO
NA FRENTE
Calcula-se que teremos, em São Paulo, o mínimo de 20 milhões de votos válidos. Alckmin teria hoje cerca de 8 milhões de votos no Estado, contra 6 milhões de Lula. Detalhe: o único candidato a presidente que se elegeu perdendo em São Paulo foi Juscelino Kubitscheck.
MAIS FORTE
Não existe mais o mesmo equilíbrio entre Lula e Alckmin no Paraná (7 milhões de votos) e Santa Catarina (4,3 milhões). Alckmin está na frente de Lula nos dois estados e a tendência do tucano é de crescimento. O governador Roberto Requião (PMDB), candidato à reeleição, continua na neutralidade.
O grosso da votação de Alckmin em São Paulo está concentrado no interior, região em que o PSDB e PFL estão com diretórios constituídos em quase todos os 645 municípios. O interior paulista congrega dois terços do eleitorado no Estado: 17 milhões de votos.
O xis da questão para Alckmin continua sendo o Nordeste, região com 33 milhões de eleitores. Lá, Lula vem alcançando cerca de 70% de intenção de voto. Mas Alckmin cresceu alguns pontos no Nordeste e já está atingindo a casa dos 20%.
DESVANTAGEM
PROBLEMAS Alckmin continua perdendo a eleição, em maior escala, nos três principais núcleos eleitorais do Nordeste: Bahia (com 9 milhões de votos); Pernambuco (5,7 milhões) e Ceará (5,3 milhões). A campanha de Alckmin no Nordeste está confiada aos aliados.
COMUNICAÇÃO EQUILÍBRIO O crescimento de Alckmin em São Paulo serviu para equilibrar o jogo entre ele e Lula no Sudeste (além de SP, compreende os estados do Rio, Minas e Espírito Santo). Alckmin ainda perde nas pesquisas para Lula nos 2º e 3º maiores colégios do País, Minas (13 milhões de votos) e Rio (11 milhões).
REAÇÃO
Valdebran e outros cinco acusados: protegidos pela Lei Eleitoral.
A corrupção faz parte da dimensão humana. Gilberto Gil, ministro da Cultura
O que anima os tucanos é a informação de que o seu candidato está crescendo também em Minas, graças sobretudo à propaganda vinculada com a candidatura do governador Aécio Neves (PSDB) à reeleição e ao trabalho desenvolvido na região de Juiz de Fora pelo ex-presidente Itamar Franco (sem partido).
MAIS LENTO A recuperação de Alckmin no Rio é mais lenta. Lula ainda leva boa vantagem no Estado fluminense. O petista, pelas últimas pesquisas, tem o dobro de índice de intenção de voto: mais de 40% contra cerca de 20% do tucano.
SULISTAS
Lula intensificou suas entrevistas para emissoras de rádio e televisão, com objetivo de sustentar a diferença que o separa de Alckmin. A mudança de estratégia do presidente leva os políticos a deduzir que Lula pode rever sua posição e participar do debate de amanhã na TV Globo.
INVESTIGAÇÃO Vence na próxima semana o prazo que o TSE concedeu para Lula se defender no processo que investiga a participação de petistas e excolaboradores do governo no escândalo do dossiê. Lula foi acusado pelo PSDB de ter-se beneficiado com o abuso do poder.
COBRANÇA Geraldo Alckmin insiste em cobrar da Polícia Federal que informe a origem do dinheiro apreendido com petistas e que seria usado para a compra de um dossiê contra lideranças tucanas. Alckmin acha que o governo está ganhando tempo e admite que a revelação será feita somente depois das eleições.
DIÁRIO DO COMÉRCIO Dois milhões de pessoas são vítimas do tráfico de pessoas a cada ano. Entre elas, um milhão de crianças são exploradas sexualmente. Temos de perseguir e punir os que perpetuam esta atividade ilegal. Do cantor Ricky Martin, num apelo diante do Congresso dos EUA, ontem, contra o tráfico de pessoas, que movimenta 32 bilhões de dólares por ano.
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SETEMBRO
2 -.LOGO
Dia Mundial do Turismo
C IÊNCIA M ÚSICA
Neurônios sob ataque
Thibaudet em concerto A série adulta de concertos do TUCCA - Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer - traz ao Brasil, para uma única apresentação, hoje, o pianista Jean-Yves Thibaudet. Aclamado como um dos mais proeminentes talentos em atividade na música erudita, Thibaudet apresentará obras de Debussy e Schumann. Thibaudet, que aos 15 anos ganhou o primeiro prêmio do Conservatório de Paris, hoje se apresenta em recitais solo e como convidado de grupos e orquestras do mundo todo.
Decca/Michael Tammaro/Divulgação
Excesso de hormônio masculino leva células cerebrais à morte, mostra estudo
O Sala São Paulo. Rua Mauá, 51. Telefone (Tucca): 3057-0131. 21h. R$ 70 a R$ 180.
A MBIENTE Marco Antonio Cavalcanti/AOG
excesso de testosterona pode matar células cerebrais, disseram pesquisadores ontem. Testes em laboratórios mostraram que, embora um pouco do hormônio masculino seja bom, seu excesso causa uma autodestruição das células, num processo semelhante ao verificado em doenças como o mal de Alzheimer. "Testosterona de menos é ruim, demais é ruim, mas na medida exata é perfeito", disse Barbara Ehrlich, da Universidade de Yale (EUA), que comandou o estudo. A testosterona é essencial para o desenvolvimento, diferenciação e crescimento das células. É produzido por homens
e mulheres, mas os homens têm cerca de 20 vezes mais. Por uma questão de justiça, a experiência foi feita também o estrógeno, o hormônio feminino. "Ficamos surpresos, pois na verdade parece que o estrógeno é neuroprodutivo. Mesmo que não for, há menos morte de células cerebrais na presença do estrógeno", disse. O objetivo do estudo, entretanto, não é estimular a guerra dos sexos. Em artigo no Journal of Biological Chemistry, Ehrlich e seus colegas disseram que as pessoas devem pensar duas vezes antes de tomarem complementos de testosterona, mesmo que isso aumente a massa muscular e ajude na re-
cuperação após o exercício. No esporte, o uso de esteróides – que o organismo transforma em hormônio – dá uma vantagem indevida a atletas e é punido. "Podemos mostrar que quando há altos níveis de esteróides, há muita testosterona, e isso pode destruir as células nervosas. Sabemos que quando se perde células cerebrais perdem-se funções", disse Ehrlich. "Esses efeitos da testosterona sobre os neurônios terão efeitos de longo prazo na função cerebral", escreveram. A célula exposta ao excesso de testosterona morre por um processo chamado apoptose, também chamado de "célula suicida" ou "morte programada da célula".
Marwan Naamani/AFP
L A RTE
Mamãe Mona Lisa
MEDITERRÂNEO - Libaneses removem a camada de petróleo sobre o mar próximo a Beirute. Mais de dois meses depois dos ataques israelenses aos tanques libaneses, há 15 mil toneladas de petróleo no mar, o pior desastre ambiental do Líbano.
M ODA
Anorexia carimbada
A Plantraco lançou o Carbon Butterfly, um aeroplano por controle remoto que cabe na palma da mão. Com estrutura em carbono, o modelo vem com um software de simulação de vôo, assim os principiantes podem aprender a pilotar o avião virtualmente antes de testar o brinquedo. Custa US$ 300.
A Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima) lançará na segunda-feira em seu site um sistema de consolidação de informações de renda fixa de referência para transações financeiras. Diariamente, por volta de 11h30, o site trará as taxas referenciais para os títulos públicos levantadas junto a 29 instituições financeiras. No futuro, o site também deverá trazer informações sobre Selic, Cetip Sisbex e Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F).
www.plantraco.com/hobbies/ product_carbon_butterfly.html
Alessandro Garofalo/Reuters
C HIPRE
Mandinga de US$ 1 milhão Uma vidente cipriota foi presa pro cobrar US$ 1 milhão para desfazer um "feitiço mortal". Ela disse a sua cliente, uma bancária de 35 anos, que esta desenvolveria um câncer por causa de um "trabalho" feito contra ela. A bancária recorreu à polícia depois de ter pago 496.000 libras cipriotas à vidente entre maio de 2005 e julho de 2006. O dinheiro seria usado para a compra de artefatos místicos e para financiar a viagem de um feiticeiro que viria do exterior só para cuidar do caso.
Concurso 491 da DUPLA SENA Primeiro Sorteio Desfiles de ontem em Milão: modelos com atestado de saúde
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Segundo Sorteio
A TÉ LOGO
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo: 11
Em cidade do Piauí, população destrói pinturas rupestres datadas de 12 mil a 3,5 mil anos Cientistas localizam 2 planetas quentes e gasosos similares a Júpiter fora do sistema solar
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www.andima.com.br
Apesar de ter apenas três anos, Jack Neal tornou-se, por um breve período, o dono de um carro conversível cor-derosa, depois de comprá-lo por 9.000 libras (17.000 dólares) pelo eBay. A mãe de Jack disse à BBC que ela deixou no computador a senha para acesso no site de leilões virtuais e que seu filho usou a opção "comprar agora". "Jack é muito esperto para usar o computador e apenas apertou os botões certos", explicou Rachel Neal. O homem que oferecia o carro ficou surpreso com a tentativa de compra e, ao saber da história, concordou em não forçar a venda.
L OTERIAS
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Referências para seus negócios
lhistas italianas, que exigem que as modelos menores de idade apresentem atestado de saúde e escolar. Nos bastidores dos desfiles, revoltadas, as modelos confirmaram que, nesta temporada, as garotas estão magras, mas saudáveis.
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O menor avião do mundo
mentares que elas inspiram. No início deste mês, Madri pediu às modelos magras demais para manter distância de seus desfiles. Para evitar a polêmica, Milão adotou regras próprias para proteger as modelos, com base nas leis traba-
Max Rossi/Reuters
HIME
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semana de moda de Milão vem resistindo aos apelos para que sejam proibidas de desfilar as modelos que estão abaixo do peso, em meio ao debate sobre as garotas excessivamente magras e as desordens ali-
Francis Hime (foto) rege a sua Sinfonia do Rio de Janeiro em concerto da Jazz Sinfônica. Memorial da América Latina. Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664. Telefone: 3823-4600. 21h. R$ 15 e R$ 30. F AVORITOS
Zona de guerra. Sem guerra.
Consumidor precoce
C A R T A Z
G @DGET DU JOUR
O jornal regional norteamericano The Mercury News publicou ontem uma longa reportagem sobre o crescimento das religiões evangélicas no Brasil. Segundo o jornal, os movimentos evangélicos no País estão além da religião, e já se transformaram em poderodas forças políticas e sociais. Ouvindo fiéis e pastores da Sara Nossa Terra, Assembléia de Deus e Igreja Universal do Reino de Deus, a reportagem mostra como os evangélicos se organizam para conquistar postos no Congresso e nas Assembléias Estaduais.
C OMÉRCIO
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era usado no começo do século 16 na Itália por mulheres que estavam grávidas ou haviam acabado de dar à luz. "Isso é algo que nunca havia sido visto até agora porque a pintura sempre foi considerada escura e difícil de examinar", disse Mottin. Os cientistas acreditam que isso prova que o quadro foi feito para comemorar o nascimento do segundo filho da Mona Lisa, por volta de 1503". Identificada como Lisa Gherardini, esposa do mercador florentino Francesco de Giocondo, Mona Lisa teve cinco filhos.
Para além da religião
A agências de notícias Reuters divulgou e diversos jornais e websites reproduziram a notícia de que mais de 150 brasileiros morrem no País a cada dia. O índice coloca o Brasil como uma das áreas mais perigosas, superando o risco de várias zonas de guerra em termos de número de mortos. Os dados da Reuters foram obtidos junto ao Ministério da Justiça e apontam que em 2005 pelo menos 55 mil brasileiros foram vítimas de homicídio, pouco mais do que o total de civis mortos em três anos na guerra do Iraque.
O restaurante Mio, localizado em Ipanema, no Rio de Janeiro, foi multado esta semana pelo Ibama por manter um tubarão dentro de seu aquário. No minúsculo espaço, o tubarão mal podia se mover.
Mona Lisa, a misteriosa mulher imortalizada na obra-prima de Leonardo da Vinci no século 16, havia acabado de dar à luz pela segunda vez quando posou para o artista, disse ontem Bruno Mottin, especialista do Centro dos Museus Franceses para Pesquisa e Restauração. Cientistas canadenses teriam feito esta descoberta ao usarem tecnologia infravermelha tridimensional para examinar as camadas de pintura da obra. No exame, ficou claro que o vestido da Mona Lisa estava coberto por um fino véu de gaze transparente, que
B RAZIL COM Z
Aquarelas e desenhos atribuídos a Hitler são arrematados por US$ 220 mil na Inglaterra
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Concurso 1656 da QUINA 16
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O cenário caótico de Heliópolis, em busca do sol Mas o sol não brilha sobre a segunda maior favela do Brasil, monumental conglomerado de 125 mil pessoas. Falta emprego, 80% dos moradores sobrevivem com renda mínima ou nenhuma num cenário caótico de ruelas tortuosas e becos sem saída
m grego, Heliópolis significa “Cidade do Sol”. Mas, no meio de tantos problemas, o sol está longe de brilhar sobre esse monumental conglomerado humano, encravado na divisa do Ipiranga com o Sacomã, surgido há pouco mais de trinta anos e que se transformou na segunda maior favela do Brasil e da América Latina. Ao contrário do que se pode imaginar, porém, não se trata de uma favela erguida nos moldes tradicionais. Com exceção de alguns pontos (como a chamada quadra H e as bordas do córrego Independência), não há barracos. As habitações são quase todas de tijolo e concreto, distribuídas quase aleatoriamente por uma área de um milhão de metros quadrados, compondo um cenário caótico de ruelas tortuosas e becos sem saída, abrigando 125 mil pessoas, 91% delas de origem nordestina, 52% com idade até 25 anos. A favela teve origem em 1971, quando a Prefeitura resolveu desalojar 102 famílias da favela de Vila Prudente para a construção de um viaduto sobre o rio Tamanduateí. As famílias foram alojadas num terreno do antigo IAPAS, agora de propriedade da Cohab. O que deveria ser um a s s e n t a m e n t o p ro v i s ó r i o cresceu rapidamente, e de forma incontrolável, alimentado pela ação de grileiros, que se instalaram na área e passaram a vender os lotes. Tão rapidamente quanto a população cresceram os problemas, a conscientização e as reivindicações dos moradores. Hoje, Heliópolis é considerada a favela mais organizada em relação à luta por melhores condições de vida e nas questões sociais. Parte disso se deve à antiga associação dos moradores, que deu origem à UNAS (União de Núcleos, Associações e Sociedades dos Moradores de Heliópolis e São João Clímaco). Fundada em 1987, a UNAS assumiu inicialmente as reivindicações referentes à posse das áreas ocupadas. Depois ampliou sua ação num trabalho comunitário. Buscou parcerias na iniciativa privada para desenvolver projetos nas áreas de educação, cultura, esporte, saúde, habitação e assistência social. A favela ganhou Centros de Educação Infantil e Núcleos Sócio Educativos e creches. Há programas para alfabetização de adultos, de inclusão digital, de apoio aos sem-teto e a jovens infratores. Enfim, Heliópolis ganhou uma organização que muitas cidades não têm. “Mas os problemas são muitos e a questão da moradia continua sendo crucial”, diz Antônia Cleide Alves, 42 anos, tesoureira da UNAS. Ela é uma das pioneiras de Heliópolis: tinha 7 anos quando chegou ali junto com os pais na primeira leva de desalojados. As dificuldades da família não a impediram de estudar e se formar como contadora. Hoje, casada,
Fotos: Ricardo Padue/AFG
Casas pintadas em Heliópolis num projeto de Rui Ohtake. A favela ganhou uma organização que muitas cidades não têm, mas o problema é que as pessoas não conseguem legalizar suas moradias
com dois filhos, ganha a vida como autônoma. Ela explica: “O problema é que as pessoas não conseguem legalizar suas moradias. Muitos dispõem de documentação inconsistente, outros esbarram na burocracia oficial, pois a própria documentação do IAPAS sobre o terreno parece ter irregularidades”. Sua própria casa, construída pelo sistema de mutirão, está nessa situação. E ela reclama da atuação do poder público: “O poder público é muito ausente e falta vontade política para resolver os problemas das pessoas mais pobres”. Segundo Cleide, a maioria das casas de Heliópolis dispõe de água, luz e esgoto e estão na mesma situação as ruas quanto ao calçamento e iluminação. Mas isso não é confirmado pelos números oficiais - se bem que, em Heliópolis, poucos números possam ser considerados oficiais. O que se sabe é que, como em toda cidade, falta emprego e 80% dos moradores sobrevivem com renda de um a três salários mínimos, enquanto um grande número de pessoas não tem renda nenhu-
ma. Só existem duas escolas (de ensino básico), um hospital, um posto de saúde e um distrito policial. “Diante desse quadro, a violência seria uma coisa natural. Mas, nesse ponto, Heliópolis não tem nenhuma primazia: a violência que existe aqui não é maior do que no resto da cidade”, garante Cleide. Até shopping A Prefeitura faz planos de urbanização para a favela e até já dividiu a área em glebas, anunciando a canalização de córregos e a construção de 803 moradias em três delas. Mas as coisas caminham lentamente. Em contrapartida, a favela segue crescendo num ritmo explosivo e a comunidade já conta com todo tipo de comércio. São 2,6 mil estabelecimentos comerciais, que vendem de tudo. Há de açougues a livrarias; de salões de beleza a peixarias; de pet-shops a l an-houses. E bares, muitos bares. Perto de mil, segundo informa Wanderley Geraldo dos Santos, presidente da Associação dos Comerciantes de Heliópolis (ACHE). Surgiu inclusive um
pequeno shopping center, com 12 lojas. Até revendas de motos da Honda e Yamaha estão instaladas no local. Desse universo todo, apenas uns 70 estabelecimentos têm CNPJ e inscrição, ainda de acordo com a ACHE, que contabiliza apenas 128 sócios pagando uma mensalidade de R$ 10. Em situação irregular como empresa, esses comerciantes ocupam também irregularmente o espaço público: é impressionante o número de barracas montadas sobre as calçadas, dificultando ainda mais o trânsito de veículos e pessoas pelas ruas já estreitas. “De vez em quando, a fiscalização aparece, mas é claro que essa não é uma situação que se deva resolver com multas ou punições”, diz Wanderley. Enquanto soluções abrangentes não aparecem, a comunidade se une em torno de interesses comuns do seu cotidiano. Surgem cursos profissionalizantes, oficinas, palestras, cooperativas. Embora muita gente acredite que a solução seria a sua erradicação, Heliópolis está mais viva do que nunca.
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Congresso Planalto Eleição CPI
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ESCÂNDALOS NÃO INFLUÍRAM NA ÚLTIMA PESQUISA
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ESPONTÂNEA Na pesquisa CNT/Sensus de voto espontâneo o presidente-candidato Luiz Inácio Lula da Silva subiu de 42,3% para 46%. O candidato da coligação PSDB-PFL, Geraldo Alckmin, subiu de 13,7% para 23,1%. Por conta do forte crescimento de ambos, a candidata do PSol, Heloísa Helena, caiu de 5,4% para 4,6%. Os outros candidatos, somados, subiram de 0,4% para 1,4%. O total de indecisos, brancos e nulos na pesquisa espontânea também caiu – de 38,2% para 24,9%. Segundo o diretor da Sensus, Ricardo Guedes, o índice de indecisos, brancos e nulos na pesquisa de votos espontâneos está na média histórica.
SENSUS CONFIRMA: LULA LEVA EM 1º TURNO Pesquisa divulgada ontem aponta que a divulgação dos escândalos não altera em nada a intenção de votos Vanderlei Almeida /AFP
Em cartaz: propaganda móvel de Lula segue apelo popular da campanha.
DOSSIÊ A pesquisa CNT/Sensus mostrou também que 25,8% dos eleitores entrevistados avaliam que o episódio da compra do dossiê Vedoin vai prejudicar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esse percentual representa 43,6% do total de entrevistados que tomaram conhecimento do episódio, que, por sua vez, representam 59,1% do universo de entrevistados. Os que consideram que o episódio não vai prejudicar a reeleição de Lula somaram 30,5% dos entrevistados, o equivalente a 51,6% das pessoas que tomaram conhecimento e ainda acompanham o assunto. A pesquisa mostrou ainda que 3,2% dos eleitores consul-
TSE NOTIFICA BASTOS E BERZOINI Investigação pode torná-los inelegíveis por três anos. Mas só será concluída em 2007.
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Tr i b u n a l S u p e r i o r Eleitoral (TSE) notificou ontem o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, em relação a abertura de uma investigação sobre a participação deles e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do ex-assessor da Presidência, Freud Godoy, do empresário Valdebran Padilha e do advogado Gedimar Passos no episódio do dossiê envolvendo José Serra e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB, com a máfia das ambulâncias. O esquema era liderado pela empresa Planam, de Luiz e Darci Vedoin, que organizava a compra de ambulâncias superfaturadas com emendas ao orçamento do País apresentada por deputados e senadores agora conhecidos como "sanguessugas". Se forem considerados culpados, eles podem se tornar inelegíveis por três anos. No caso do presidente Lula, uma condenação pode acarretar a perda de um eventual segundo mandato. No entanto, o julgamento do TSE não deverá ocorrer neste ano. Há uma série de prazos a serem cumpridos. Por isso, especialistas em Direito Eleitoral acreditam que o julgamento da representação, movida pelo PSDB e pe-
Sergio Morales /Reuters
lo PFL, deverá ficar para 2007. Nesta semana, o corregedorgeral eleitoral e ministro do TSE, Cesar Rocha, está notificando os investigados. Por enquanto foram notificados sobre a existência da investigação Lula, Thomaz Bastos e Berzoini. Eles terão um prazo de dez dias para apresentar defesa. Esse prazo começa a contar após a notificação de todos os investigados. Rocha abriu a investigação na semana passada. Naquela ocasião, ele pediu à Polícia Federal que remeta ao TSE cópia da íntegra do inquérito policial que investiga a suposta negociação do dossiê. O ministro também requereu a realização de perícia no dinheiro apreendido. Ao final das apurações, o TSE julgará se a representação é procedente ou não. Depois de notificados, os investigados deverão apresentar defesa no TSE. Em seguida, serão ouvidas testemunhas. O próximo passo será a apresentação de alegações pelas partes e pelo Ministério Público. Só então o processo será remetido para o relator, que vai redigir um relatório sobre a apuração. Daí o processo segue para o procurador-geral eleitoral, para que dê um parecer. E aí finalmenteo plenário do TSE julgará a representação. (AE)
tados não vão mais votar em Lula por conta do caso da compra do dossiê Vedoin, o que significa 5,3% das pessoas que tomaram ciência do caso. Disseram que não vão mudar o voto e vão continuar votando em Lula, apesar do episódio, 27,7% (46,9% dos que tsouberam dos fatos). Disseram que não vão mudar mas já não iriam mesmo votar em Lula 22,8% dos entrevistados, correspondente a 38,6% dos que acompanharam o episódio. Segundo o diretor da Sensus, Ricardo Guedes, se 100% dos eleitores tomassem conhecimento do episódio da compra do dossiê e o padrão de mudança de votos, ou seja, os 3,2%, se repetisse, Lula cairia para 56% das intenções de vo-
Em movimento: cresce o eleitorado de Alckmin.
tos válidos, ou seja, ainda estaria eleito no primeiro turno. "A compra do dossiê tem tido impacto pouco significativo comparado ao efeito da estabilidade da moeda e dos programas sociais na popularidade do presidente Lula", diz Guedes. ANTENADOS A pesquisa CNT/Sensus revelou que 22,3% dos entrevistados nos dias 22 e 24 de setembro têm conhecimento do escândalo do dossiê Vedoin e estão acompanhando o caso, e 36,8% disseram que ouviram falar sobre ele. A pesquisa detectou também que 37,2% dos entrevistados não ouviram falar sobre o escândalo político. Dos que sabem sobre o caso, 26,1% dos
Caio Guatelli / Folha Imagem
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, ficou praticamente estável na pesquisa de intenção de voto CNT/Sensus, divulgada ontem. Mas isso é bom para ele: de acordo com a pesquisa de voto estimulado, Lula passou de 51,4%, na pesquisa realizada no período de 22 a 25 de agosto, para 51,1% na sondagem divulgada hoje, realizada entre os dias 22 e 24 de setembro. Esses 51,1% representam 59% dos votos válidos (que excluem indecisos, brancos e nulos, que somaram 13,5%). O porcentual mostra que, se a eleição fosse hoje, Lula estaria eleito no primeiro turno, com nove pontos percentuais de diferença sobre os demais candidatos. O candidato Geraldo Alckmin subiu de 19,6% em agosto para 27,5% em setembro, obtendo o equivalente a 31,8%. A candidata do PSol, Heloísa Helena, caiu de 8,6% para 5,7%, o equivalente a 6,6% dos votos válidos. Cristovam Buarque, do PDT, ficou praticamente estável, passando de 1,6% para 1,4% (o equivalente a 1,6% dos votos válidos). Segundo o diretor da Sensus, Ricardo Guedes, o candidato Geraldo Alckmin não tirou votos de Lula, mas cresceu atraindo eleitores de Heloísa Helena e indecisos – já que o porcentual de indecisos, brancos e nulos recuou de 17 7% para 13,5%.
entrevistas apontaram assessores do presidente Lula como responsáveis pela compra do dossiê Vedoin. Dos que ouviram falar sobre o escândalo, 44,2% acham que os responsáveis pela compra do dossiê foram assessores do presidente Lula. Do total de entrevistados, 13,6% disseram que o PT é o responsável pela compra do dossiê. Ainda entre os que ouviram falar do caso, 23% apontaram o PT como o responsável pela compra do dossiê e 10,1% do total dos entrevistados disseram que o presidente Lula foi o responsável pela compra do dossiê. Dos que souberam do caso, 17% afirmaram que o presidente Lula é que foi responsável pela compra.
PROGRAMA A pesquisa CNT/Sensus mostrou que 26% dos entrevistados consideram o programa eleitoral de Lula o melhor. Esse percentual corresponde a 42,4% do total de pessoas que assistiram ao horário político, que, por sua vez, representa 61,3% dos entrevistados. Consideraram o programa de Geraldo Alckmin o melhor 20,4% dos entrevistados, o equivalente a 33,2% do total de pessoas que assistiram ao horário eleitoral. Apenas 3,5% consideraram o programa da senadora Heloísa Helena o melhor, o equivalente a 5,6% dos que viram o horário político. Segundo o diretor da Sensus, Ricardo Guedes, o fato de a quantidade de pessoas que consideram o programa de Lula melhor ser inferior ao total de intenções de voto no presidente pode significar um potencial de perda de votos nas urnas. O raciocínio inverso vale para Alckmin, que tem uma quantidade maior de aprovação de seu programa político do que de intenção de votos. REAÇÃO O candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin, ironizou ontem os resultados da pesquisa CNT/Sensus, logo após sua divulgação. A pesquisa aponta a vitória do presidente Lula no primeiro turno das eleições. "Só falo de coisas sérias", desdenhou Alckmin, quando questionado sobre a pesquisa. "A pesquisa é escandalosa", disse ele. Indagado sobre por qual motivo não confia nos números do CNT/Sensus, o tucano afirmou: "Anote os números e confira no domingo, aí você vai ter a resposta". Alckmin voltou a atacar Lula e disse que "ele usa salto número 15 e nós usamos as sandálias da humildade" – numa referência à atitude superior mantida pelo adversário. Ele disse também que não é possível que o presidente não soubesse das irregularidades cometidas por membros do PT ou seus assessores. "Ele fica com esta história de que foi traído. É que foi pego com a boca na botija". (AE)
MG: Lula 53% e Alckmin 23%
E
m Minas Gerais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está 30 pontos percentuais à frente do seu principal adversário, Geraldo Alckmin (PSDB), segundo pesquisa do Instituto EMData, publicada ontem no jornal "Estado de Minas". Conforme o levantamento realizado de 21 a 23 de setembro, Lula alcançou 53% das intenções de voto, contra 23% de Alckmin. A pesquisa revela também que a candidatura de Lula apresenta uma curva ascendente no Estado, o segundo maior colégio eleitoral do País.
CLÍMAX – Heloísa Helena, candidata do PSol à Presidência, é erguida pelos braços do padre José Aécio Cordeiro da Silva em júbilo antecipado pelo êxito de sua campanha, em Perus, na periferia paulistana. Os dois concordam: a fé move montanhas.
LEI SECA
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ernambuco, um dos Estados com maior índice de violência do País, entra na Lei Seca hoje. Ficam proibidas a venda e consumo de bebidas alcoólicas em bares, restaurantes e outros estabelecimentos até às 18 horas de domingo.
URNAS
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s urnas eletrônicas que serão utilizadas neste domingo em São Paulo já foram devidamente preparadas com a foto e o número dos candidatos à Presidência, ao governo do Estado, ao Senado e as Câmaras Estadual e Federal.
O presidente lidera em todas as regiões mineiras e em diversas faixas de renda, mas sua vantagem é maior entre os mais pobres. Foram entrevistadas 1,1 mil pessoas em 52 municípios de Minas. A candidata do PSol, Heloísa Helena, aparece em terceiro lugar (6% da preferência), seguida por Cristovam Buarque (PDT), com 1%. Não sabem somam 11% e não responderam, 5%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 19 063/2006. A margem de erro é de três pontos. (AE)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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DOISPONTOS -77
do investimento em ações nos países desenvolvidos (13,3%).
Seu parceiro é fofoqueiro ocê se recorda da brincadeira do telefone sem fio? Lembra do funcionamento desta brincadeira? A sistemática consiste em uma pessoa falar uma frase no ouvido de uma outra pessoa e esta mensagem é transmitida para as demais, entretanto na medida da expansão e ao chegar ao último participante a frase está totalmente distorcida do início. A fofoca pode ser perfeitamente interpretada através desta brincadeira de infância, pois começa de uma maneira ingênua e quando se percebe sua abrangência está totalmente distorcida, sendo associada a três fatores negativos: ausência de ética, mentira e falsa impressão. Estes três fatores em um ambiente de trabalho podem gerar uma série de desconforto, mágoas, prejuízos e descontentamento. Mas o que é fofoca?
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No dicionário brasileiro encontramos a resposta de maneira clara, mostrando que a fofoca é afirmação não baseada em fatos concretos com a intenção de enganar ou transmitir falsa impressão de uma pessoa. O fofoqueiro não assume riscos, pois é mais cômodo assistir o trabalho de outros colaboradores da empresa e apontar as falhas cometidas. Não
apresenta idéias de melhorias, não participa de programas de segurança no trabalho e reclama freqüentemente de reuniões. Não confia na sua própria capacidade e torce pelo fracasso dos outros para justificar as suas atitudes. O desafio caminha para o lado do líder que precisa criar um
clima eticamente saudável para seus liderados, no qual possam realizar as atividades com comprometimento, sinergia e reconhecimento. rês dicas para contribuir que sua equipe não seja parceira dos fofoqueiros: Boatos – Evitar se envolver em boatos é uma excelente alternativa para não ser parceiro dos fofoqueiros, pois
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raramente é notícia distorcida. O maior problema do boato é que cada pessoa ao retransmitir aumenta um pouco, colocando uma “pitada de veneno. O líder deve cuidar de mensagens recebidas pelos corredores de uma empresa sem fundamento. Seja como for, o assunto não pode ser aceito como prosaico. Liderança – Durante seu expediente de trabalho você recebe uma informação involuntária sobre um colega e evita passar adiante, pois não tem certeza do seu fundamento. O que você ganha com esta atitude? A resposta é credibilidade. Rede – A decisão de ser um parceiro deste tipo de pessoa está em você aceitar ou não fazer parte de sua rede, se afastando para evitar que seja também alvo da mira do fofoqueiro. DALMIR SANT’ANNA WWW.DALMIR.COM.BR
Site na internet www.blog. dcomercio.com.br
Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
Na má escola da vida estes tempos de Educação Continuada, fico G O Brasil sente estarrecido com a apologia que ainda se as seqüelas do faz no Brasil em relação ao sucesso que descaso com a certas pessoas, especialmente políticos e empre- educação. Por que sários, tiveram na vida mesmo sem ter estudado estamos jogando além do nível fundamental. A idéia que se passa dinheiro fora com aos jovens é que a educação não faz diferença para má educação? o sucesso de um indivíduo, ou seja, que a chamada “escola da vida” é o que realmente funciona. G A idéia que se Aliam a preguiça em aprender formalmente, comum na juventude, ao descaso da sociedade em passa aos jovens geral em relação à educação, tratando algo que é é que a educação fundamental e inerente ao ser humano – o apren- não faz diferença dizado – como algo supérfluo, aborrecido, que para o sucesso de um indivíduo. “não terá uso prático” na vida das pessoas. Muitos pais querem que seus filhos estudem, a Ou seja, que a fim de obterem unicamente um pedaço de papel chamada escola após alguns poucos anos de estudo formal e “exi- da vida é o que gido” pela sociedade. Esperam com isso que seus realmente filhos tenham “uma vida melhor” que a deles. funciona. Não estão interessados nas portas que a base do saber formal pode lhes abrir, nem nas pessoas que G Através do seus filhos podem vir a ser. Através do incentivo a incentivo a essas essas atitudes, o Brasil continua perdendo a chanatitudes perdemos ce de fazer a diferença num mundo globalizado. Fica à mercê de políticos e empresários desones- a chance de fazer tos, que utilizam a ignorância das massas em pro- diferença num veito próprio, como estamos cansados de ler, ou- mundo vir e ver nos noticiários, sem que atitude alguma globalizado. seja realmente tomada para corrigir o problema. Ficamos à mercê Parece que são coisas que não nos afetam, nem de políticos nos dizem respeito... e empresários No programa Atenção Brasil, transmitido pela desonestos, Cultura FM, ouvi uma entrevista do Dr. José que utilizam a Aristodemo Pinotti, ex-secretário da Educação ignorância das de São Paulo, que dizia que “há várias crianças massas em não alfabetizadas na 3ª série”. Meu Deus! O que proveito próprio. estamos fazendo em relação ao nosso futuro? Como pode haver crianças não alfabetizadas se já cursaram duas séries antes? O que se faz nas escolas públicas? O que, enfim, essas crianças estão fazendo na escola para continuarem analfabetas mesmo estando na 3ª série fundamental? Por que está se jogando fora dinheiro com má educação num país como o Brasil? O que os professores dessas crianças têm a declarar diante dessa afirmação? O que seus pais acham disso? Essas questões continuam sem resposta. No domingo 17 de setembro de 2006, no caderno nacional de O Estado de S. Paulo, uma manchete me saltou aos olhos: Taxa de analfabetismo reduz ritmo de queda no governo Lula. Nestes momentos pré-eleitorais devemos tomar cuidado com a veracidade do que é escrito, porém, o autor Fernando Dantas consegue deixar clara a crueza dessa realidade através de índices reais, obtidos de fontes tais como o PNAD/IBGE. O que me incentiva a citar sua matéria como fonte fidedigna. Mande seu comentário Segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por para doispontos@ Amostra de Domicílios de 2005), o analfabetisdcomercio.com.br
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mo vem registrando queda, de 1992 até 2002, de 0,5 % ao ano. Nos últimos anos essa queda ficou em 0,3 % ao ano. Ou, em termos absolutos, "havia 14,8 milhões de analfabetos em 2002 e em 2005 esse número tinha caído apenas para 14,6 milhões”. E não nos iludamos: os números são explicados apenas por variações demográficas, o que implica que esses 0,3% de redução ao ano se deve principalmente pela morte de idosos analfabetos...”É praticamente como se não houvesse alfabetização de adultos no País...” Segundo Dantas, “esses resultados estão deixando perplexo o governo, que gastou, entre 2003 e meados de 2005 um total de R$ 330 milhões para alfabetizar 3,4 milhões de adultos por meio do programa Brasil Alfabetizado.
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ma das possibilidades para explicar tal contra-senso, segundo a matéria, seria, nas palavras do secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação, Ricardo Henriques, “que o programa está atraindo muitos analfabetos funcionais, mas que não são absolutos.” O Instituto Paulo Montenegro (IPM), braço social do Ibope, define, segundo a matéria de Dantas, um alfabetizado funcional como sendo a pessoa “capaz de utilizar a leitura e a escrita para fazer frente às demandas de seu contexto social e usar essas habilidades para continuar aprendendo e se desenvolvendo ao longo da vida”. A matéria menciona, ainda, que além de não haver estatísticas precisas do número de analfabetos funcionais no Brasil, dependendo do “rigor do conceito” pode-se estimar-se um percentual de 25% a 75% dos brasileiros [!!!]. Ou seja, dependendo do critério adotado, o analfabetismo funcional brasileiro pode atingir de ¼ a ¾ da população do país ! Isso é simplesmente absurdo! Porém, torna-se lógico quando sabemos que muitos governos, desde a criação do Mobral (1967), deixavam de considerar um cidadão analfabeto a partir do momento em que o mesmo sabia “desenhar” seu nome num documento... Hoje, o Brasil sente as seqüelas desse descaso com a educação e, diante do fracasso verificado nesses últimos 40 anos de tentativas governamentais de erradicação do analfabetismo, temo sinceramente que se apenas continuarmos mudando “os conceitos” de análise, sem jamais atacarmos o cerne, que é fazer da educação e do prazer proporcionado pelo saber os principais alicerces de nossa sociedade, o Brasil jamais deixará de ser um país de terceiro mundo, pois estará cheio de pessoas com potencial e sonhos, mas que jamais os concretizará por falta de conhecimento. HENRIQUE MONTSERRAT FERNANDEZ É ADMINISTRADOR DE EMPRESAS E ESCRITOR HENRIQUE2@ZAMPLEX.COM.BR
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ROBERTO FENDT
UMA ILHA DE PROSPERIDADE EM UM MAR DE TORMENTAS (DE NOVO?)
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ogo depois do primeiro choque do petróleo, o governo de 1974 dizia que o Brasil era uma ilha de prosperidade em um mar de tormentas. Em nome desse canto da sereia, postergamos o nosso ajuste às mudanças no cenário externo, e quando fizemos o custo social do adiamento foi enorme. O atual governo vai pelo mesmo caminho, a despeito de todos os sinais que indicam uma mudança na bonança de preços internacionais recordes para os nossos produtos exportados. A advertência não é minha, apenas. Mais uma vez, Stephen Roach, o analista de mercados do banco Morgan Stanley, chama a atenção para o que julga iminente: uma reversão do ciclo de preços altos que estimula a economia mundial nos últimos anos.
G Estamos
contando que a economia mundial continue a crescer a taxas recordes, indefinidamente. É aí que mora o perigo.
A
advertência tem endereço certo: os BRICs, sigla formada pelas primeiras letras de Brasil, Rússia, Índia e China. Os comentários de Roach também se destinam à comunidade financeira internacional. Os gurus dessa comunidade costumam criar generalizações ("países emergentes", BRICs) e tratam de vender aos poupadores pacotes de produtos financeiros envolvendo essas generalizações. E o desempenho das bolsas de valores dos BRICs tem sido uma dádiva este ano: até o dia 22 de setembro, os investidores em ações ganharam 51,1% na Índia, em moeda local; 39,1%, na China; 38,4%, na Rússia; e 12,8% no Brasil. Na média, o investimento nos BRICs rendeu 30,4% no período, mais que o dobro do retorno médio
questão é: e se Roach tiver razão? Até agora, o alto retorno dos mercados têm uma explicação simples: o bom desempenho das economias da China, Rússia e Índia. O Brasil foi junto por inércia, como mostra o menor desempenho da bolsa de valores daqui. Que por sinal não está mal, já que a economia brasileira cresceu em média miseráveis 2,2% ao ano entre 2001 e 2005, um quarto da taxa média de crescimento dos demais BRICs. Se Roach tiver razão, corremos o risco de ter simultaneamente um desaquecimento dos Estados Unidos e da China, o que poderia levar a um desaquecimento da economia mundial como um todo. O caso da China é peculiar.
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desaquecimento necessário da China pode dar origem a problemas para o Brasil e a Rússia. Os dois países são grandes exportadores de matérias-primas, cujos preços dependem das demandas da China e dos Estados Unidos. As exportações compreendem mais de 30% do PIB da Rússia. As commodities respondem por 85% das exportações russas e dois terços delas são de petróleo e gás. O fato da China comprar 50% das exportações de matériasprimas do mundo e as exportações russas estarem concentradas nessas mercadorias torna a Rússia um candidato sério a bater com a maior violência no muro dos BRICs.
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Brasil também pode ser muito afetado. Basta atentar para os seguintes fatos: a participação das exportações no nosso PIB é de 15% (metade da participação na Rússia); a participação das commodities no total das nossas exportações é de aproximadamente um terço; e China e Estados Unidos respondem por 50% do crescimento de nossas exportações. Como ninguém tem bola de cristal, é claro que Stephen Roach pode estar errado, como já esteve em outras ocasiões. A questão não é essa, mas outra: passados quatro anos, não ocorreu nenhuma das reformas críticas para deslanchar o nosso crescimento. Estamos contando que a economia mundial continue a crescer a taxas recordes, indefinidamente. É aí que mora o perigo. Porque com a economia brasileira puxada hoje pelas exportações, não poderemos continuar a ser uma ilha de prosperidade se, e quando, o cenário externo mudar. ROBERTO FENDT É ECONOMISTA FENDT@TERRA.COM.BR
FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Fotos: Acervo Instituto Baccarelli
A música encantada de Heliópolis, em busca do sol Aqui o sol brilha forte, pelos olhos e pela emoção do maestro Edílson Ventureli, responsável pelo Instituto Baccarelli, que fornece instrução musical a 500 crianças e jovens de Heliópolis e cercanias. Só música? “Importante é as pessoas aprenderem a ser cidadãos”
olhos de Antônio Ermírio e disse: - Eu vou ser médico. O maestro Ventureli respira fundo: “Não foram os anos que produziram essa mudança em Vinícius. Foi a música”. A música é a porta de entrada e de saída para muitos dos jovens da comunidade de He-
nos se tornarão músicos profissionais, a resposta é não. Pelo menos para a maioria deles. Alguns até poderão se tornar profissionais, pois recebem formação para isso. Mas não tenho ilusões quanto a isso. Do que eu tenho certeza é que sairão daqui como pessoas melhores, com outras perspecti-
Orquestra do Amanhã: iniciação e aprimoramento
liópolis. Ali, nas instalações de uma antiga fábrica de sucos, funciona o Instituto Baccarelli, que fornece instrução musical para 500 crianças e jovens de 7 a 25 anos de idade e responde também pelo trabalho de uma outra escola, em São Bernardo do Campo, onde estudam mais 400 alunos. O Instituto gerencia a Sinfônica Heliópolis (prática orquestral), a Orquestra do Amanhã (iniciação e aprimoramento em estudos de instrumentos, o Coral da Gente (iniciação e aperfeiçoamento em canto coral e técnicas de expressão cênica), e o projeto Encantar na Escola (iniciação em canto coral aplicado em escolas da rede pública). O maestro Ventureli, que vive para a música desde os 5 anos de idade, diz que o objetivo não é dar formação profissional para esses jovens: “Se você me perguntar se os alu-
vas para a vida”. E completa: “A gente começou pensando que iria ensinar música, mas não ensinamos apenas as crianças a tocar algum instrumento. A gente trabalha a auto-estima delas. Mostra do que elas são capazes, e a transformação é impressionante. A música é maravilhosa, mas não é importante ensinar ninguém a ser músico. Importante é as pessoas aprenderem a ser cidadãos”. O incêndio que transforma Essa história começa em 1996, quando o maestro Sílvio Baccarelli viu pela televisão um incêndio pavoroso que devastou a favela Heliópolis: “Vi o desespero daquelas pessoas, correndo para salvar suas vidas, suas casas e suas coisas, e fiquei abalado. Decidi que precisava fazer alguma coisa por elas”. E fez o que estava ao seu al-
cance: resolveu convidar alguns jovens a aprenderem música com ele. Música clássica, pois essa é a formação do maestro, que estudou coral com um padre italiano integrante do coro da Capela Sistina. Mineiro de Monte Belo, formado em Filosofia, filho de músicos e órfão de pai desde os 6 anos, ele já ensinava música de graça. Tinha fundado o Coral Baccarelli na Igreja São José do Ipiranga, em 1 9 6 0 , e a O rquestra de Concerto de São Paulo, em 1975. Para levar adiante a idéia, procurou a diretora da Escola Gonzaguinha, na favela Heliópolis. Além de não dispor de espaço na escola para esse tipo de atividade, a diretora pareceu
não acreditar que aquilo pudesse representar algum tipo de ajuda. Mesmo assim, fez uma relação de 36 alunos, dois de cada classe, e apresentou ao maestro. Alugou um ônibus e passou a levar os jovens duas vezes por semana para a escola
de música que mantinha na Vila Mariana. Alguns alunos da primeira turma confessam que se interessaram em participar porque ganhavam um lanche depois dos ensaios.
L
s olhos do maestro Edílson Ventureli, do Instituto Baccarelli, brilham - perto das lágrimas quando ele conta esta história. Um dia, ele estava na favela DER, em São Bernardo do Campo, para fazer testes com crianças interessadas em receber aulas de iniciação musical no instituto. A favela DER fica nas proximidades da via Anchieta, é um lugar extremamente carente, onde falta tudo até esperança. Chamou a atenção do maestro um garoto loirinho, bem diferente das demais crianças candidatas, que estava quieto num canto. Aproximouse dele: - Como é o seu nome? - Vinícius. - Quantos anos você tem? - Dez. - Você sabe tocar algum instrumento? - Não, mas queria aprender. - E o que você quer ser quando crescer? - Queria ser médico, mas sei que não vou ser. - Por quê? Vinícius baixou os olhos: - Porque aqui no DER ninguém é médico. O maestro fez um afago na cabeça do menino e se afastou. Vinícius foi um dos selecionados e, pouco mais de três anos depois, já recebendo aulas de violino no instituto, chamou a atenção também do empresário Antônio Ermírio de Moraes, um dos patronos do projeto. Depois de uma apresentação, o empresário aproximou-se, elogiou sua performance e perguntou: - O que você quer ser quando crescer? Vinícius olhou bem nos
Sinfônica Heliópolis, do Instituto Baccarelli: a música é a porta de entrada e de saída para muitos dos jovens da comunidade de Heliópolis. Para o maestro Ventureli, eles “sairão daqui como pessoas melhores, com outras perspectivas para a vida”
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Internacional
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Avaliação sobre a luta contra o terrorismo é o pior pesadelo dos EUA Nancy Pelosi, deputada democrada dos EUA Jim Bourg/Reuters
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Shinzo Abe é o novo primeiro-ministro do Japão
BIN LADEN VIVE
UNIÃO EUROPÉIA
o que afirmou ontem a É tevê Al-Arabiya, de Dubai, citando um membro
Bulgária e a Romênia A farão parte da União Européia (UE) a partir de 1º
do Taleban que teria telefonado para o escritório da emissora no Paquistão, alguns dias depois que veio a público um documento secreto francês dizendo que a inteligência saudita acreditava que Bin Laden estava morto. "O membro (do Taleban) disse que Bin Laden estava vivo e que relatos de que ele está doente não são verdadeiros. O Taleban checou com membros que estão próximos à Al-Qaeda que esses relatos não têm fundamento", disse Bakr Atyani, correspondente da Al-Arabiya em Islamabad. Acredita-se que Bin Laden e seu vice, Ayman al-Zawahri, estejam escondidos na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão. (AE)
de janeiro de 2007. A informação foi divulgada ontem. Com a inclusão dos dois países, o bloco europeu terá 27 integrantes. A Comissão Européia (CE) informou a ambas as nações da integração ao bloco em janeiro. Segundo a CE, ambos melhoraram seus padrões econômicos aos níveis necessários e, por isso, não precisarão esperar os 12 meses regulamentares. A partir disso, Bulgária e Romênia começarão a se beneficiar de incentivos e subsídios de bilhões de euros concedidos aos países do bloco. Com os incentivos, os novos participantes tentarão elevar o rendimento percapita interno que, hoje, é de um terço da média dos países do bloco. (AE)
Ó RBITA NEGADO! Os Estados Unidos negaram o visto de entrada ao ministro da Saúde Pública de Cuba, José Ramón Balaguer, que participaria de uma reunião internacional em Washington, informou Cuba.
Condoleezza Rice defende veto
Condoleezza Rice não quer a Venezuela no Conselho da ONU
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secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, refutou com veemência a entrada da Venezuela como membro não-permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), argumentando que o país poderia inviabilizar seu funcionamento ao representar o fim do consenso dentro da instituição. "A questão é definir se um país é responsável ou se simplesmente deseja ter uma luta constante com os EUA todos os dias sobre todos os temas, o que tornaria o conselho inviável", disse Rice em entrevista ao Wall Street Journal na segunda-feira, Declarações se gun do da secretária t r a ns c r ide estado ção divulgada on- nortetem pelo americano foi D e p a r t a- recebida com mento de ironia pelo Estado presidente dos EUA. A d e- Hugo Chávez, c l a r a ç ã o que depois de Rice foi sugeriu a feita após saída dos EUA o p r e s idente ve- do Conselho n e z u e l ano, Hugo Chávez, ter chamado o presidente americano, George W. Bush, de "diabo", "tirano" e "mentiroso" , na 61ª Assembléia Geral da ONU, realizada na semana passada na cidade de Nova York. "Apesar de (Chávez) ter conseguido a atenção da imprensa, também atraiu a atenção de muitas pessoas que se preocupam com as responsabilidades do Conselho de Segurança", disse Condoleezza Rice. Primeiro, Chávez reagiu de forma irônica, perguntando "Quem é ela?" a jornalistas que o questionaram sobre as declarações. Depois, disse que quem deveria sair do Conselho são os EUA, que junto com China, França, Grã-Bretanha e Rússia têm assento permanente na instituição. (AE)
AFP
Ahmad Masood/Reuters
Toshifumi Kitamura/AFP
nacionalista Shinzo Abe foi confirmado ontem como novo primeiro-ministro do Japão. Em sua primeira declaração após ser eleito pelo Parlamento, ele garantiu "uma diplomacia enérgica", em que o restabelecimento de Aos 52 anos de idade, Abe se tornou o mais jovem primeiro-ministro a ocupar o cargo desde a Segunda laços com a China será prioridade, além de reformas Guerra Mundial. Parlamentar desde 1993 e secretário-chefe do Gabinete desde outubro de 2005, Abe econômicas que incluem corte de gastos para controlar a substituirá o popular Junichiro Koizumi, seu colega de partido, o Liberal Democrata, no poder desde 2001. dívida pública do país, a maior entre as nações desenvolvidas. Para dar o exemplo, o novo primeiroministro começou cortando o próprio salário em 30% e o de seus ministros, em 10%. A escolha de Abe era esperada, pois seu partido, o Liberal Demo crata (PLD), tem maioria na Câmara dos Deputados. Os 339 votos No plano internacional, garantiram uma vitória Shinzeo Abe folgada quer sobre Ichiro fortalecer as Ozawa, líder do atuais relações com oposicio nista os Estados Partido Unidos, Democrático melhorar as do Japão, que teve com a China 115. Abe, e retomar que é com a parlamentar Coréia do Sul desde 1993 e secretáriochefe do Gabinete desde outubro de 2005, substitui o popular Junichiro Koizumi, seu colega de PLD, no poder desde abril de 2001. Com 52 Shinzo Abe (ao centro, na primeira fila) promete cortar gastos para controlar dívida pública do país, a maior entre as nações desenvolvidas anos, o novo primeiroministro é o mais jovem a ocupar o cargo desde a Segunda Guerra Mundial. No plano externo, Abe disse também querer fortalecer a aliança do Japão com os Estados Unidos. Já no caso da China ele tem a tarefa de melhorar a relação dos países, desgastada pelas visitas de Koizumi a Yasukuni, templo que homenageia soldados considerados heróis de guerra, entre eles criminosos condenados. Abe já defendeu as visitas de Koizumi ao templo, mas não quis responder se também fará. Ontem, ele disse que "a porta do lado do Japão está sempre aberta" para negociações. O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Qin Gang, respondeu dizendo que o "governo chinês confere grande importância aos laços com o Japão", mas que há "obstáculos para os laços bilaterais". Abe também disse esperar uma melhor relação CABUL EM CHAMAS – Um ataque à bomba no sul de Cabul, capital do Afeganistão, contra uma patrulha da Otan, deixou um soldado bilateral entre o Japão e a italiano morto e sete feridos. entre eles, cinco civis e dois soldados estrangeiros. O explosivo foi colocado embaixo de uma ponte. Coréia do Sul. (AE)
SADDAM HUSSEIN VOLTA AO BANCO DOS RÉUS. MAS EM OUTUBRO – O julgamento do presidente iraquiano deposto Saddam Hussein pelo genocídio de curdos durante a Guerra Irã-Iraque entrou em recesso, ontem, depois que o presidente do júri, Mohammed Oreibi al-Khalifa, discutiu com os réus, que acabaram expulsos do recinto. Saddam volta ao banco dos réus apenas em 9 de outubro.
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Fotos: Acervo Instituto Baccarelli
L eis meses depois, fez a primeira apresentação. Convidou os pais de todos os jovens e a diretora da escola. Ela passou o espetáculo todo chorando. No ano seguinte, resolveu dobrar o número de vagas para o grupo. Abriu inscrições e apareceram 1,3 mil crianças. Ficou claro que seria inviável
O Coral da Gente, mais um orgulho do maestro Baccarelli “As pessoas não fazem idéia de quantos talentos estão por aí e serão desperdiçados se não receberem uma oportunidade na vida. Me faz bem ver crescer o brilho nos olhos dessas crianças”
tocar o projeto na Vila Mariana. Com a ajuda de alguns patrocínios, conseguiu alugar o prédio da antiga fábrica de sucos, na Estrada das Lágrimas. As instalações não são as ideais (chegam a utilizar antigas câmaras frigoríficas como salas acústicas), mas há espaço suficiente para abrigar todo mundo. E o projeto chegou aos números atuais, com 28 professores contratados.
“Montamos uma estrutura verdadeiramente profissional. Aqui, aprende-se música como se aprenderia nas melhores escolas. Não importa se o aluno tem ou não a pretensão de seguir essa carreira”, diz o maestro Ventureli, que é também o coordenador-geral do instituto. Além do aprendizado, os jovens selecionados recebem uma bolsa de estudos, o que, pa-
ra alguns, representa a sobrevivência da própria família. Mas há até jovens da classe média se interessando em participar do projeto (como um estudante da USP que integra a Orquestra Sinfônica). Acreditando sempre que, quanto mais crianças forem atendidas mais cidadãos serão formados, o maestro Sílvio Baccarelli, aos 75 anos, empenha-se com vigor juvenil em novos
planos: a construção da sede própria do instituto, que está sendo erguida num terreno de três mil metros na mesma Estrada das Lágrimas, doado pela Prefeitura. Lá haverá salas especiais, construídas dentro de todas as especificações técnicas, e um teatro com 620 lugares. Deve estar pronto no próximo ano, com capacidade para atender 2,5 mil crianças. Embora a estrutura monta-
da no instituto possa até prescindir da sua presença, ele está lá toda a semana, acompanhando as aulas, os ensaios, falando de música para os jovens alunos. E justifica: “As pessoas não fazem idéia de quantos talentos estão por aí e que serão desperdiçados se não receberem uma oportunidade na vida. Me faz bem ver crescer o brilho nos olhos dessas crianças”.
O talento que se salva
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e a proposta do Instituto Baccarelli é mudar a vida dos jovens carentes, a mudança para Adriano Costa Chaves, hoje com 18 anos, foi muito além do que se poderia esperar. Filho de um taxista d .e Heliópolis, até os 15 anos ele nunca teve nenhum contato com qualquer instrumento musical. Em pouco mais de dois anos aprendeu a tocar contrabaixo, ganhou um lugar na Sinfônica do Instituto e agora estuda em Israel com uma bolsa oferecida pelo maestro Zubin Mehta, um dos maiores regentes do mundo. “Esse menino é uma preciosidade. Com certeza, será um músico excepcional”, aposta o maestro Sílvio Baccarelli. Em agosto do ano passado, a convite do Centro de Cultura Judaica, Zubin Mehta estava no Instituto Baccarelli para conhecer o projeto, recomendado como referência em ensino de música para jovens em situação de vulnerabilidade social. Sem ter noção do que iria encontrar lá, Mehta assistiu às apresentações de corais de crianças, alunos iniciantes em violinos e, por
executou uma parte do Concerto para Contrabaixo de Domenico Dragonetti. Emocionado com o desempenho do rapaz, no ato o maestro ofereceu-lhe a bolsa de estudos na Academia da Orquestra Filarmônica de Israel. No dia do embarque, os colegas surpreenderam Adriano com uma apresentação no saguão do aeroporto de Congonhas, de onde ele partiria para tomar o avião no Rio. Ele tomou o contrabaixo, executou um solo e partiu. Antes, sussurrou no ouvido do maestro Baccarelli: “Deus haverá de O contrabaixista Adriano Costa Chaves, hoje com 18 anos, cumprimentado pelo maestro Zubin Mehta. Um momento mágico para os dois recompensar o senhor”. O maestro Baccarelli diz último, da Sinfônica Beethoven avançavam, Zubin o entusiasmo de quem quanto os próprios pequenos que já foi recompensado: Heliópolis, conduzida pelo Mehta começou a se inquietar. estivesse dirigindo a músicos. Mas ainda haveria “Deus me deu todos esses maestro Roberto Tibiriçá. Em certo momento, tirou o Filarmônica de Londres ou de um momento ainda mais À medida que os paletó e resolveu assumir a Nova York. No final, talvez mágico. Levado à presença do filhos. Quem precisa de recompensa maior?” movimentos da 5ª. Sinfonia de regência do grupo. Regeu com estivesse tão emocionado maestro, o jovem Adriano
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1 Se não forem atacados os problemas estruturais, vamos continuar apresentando desempenho medíocre. Marcel Solimeo, da ACSP
BRASIL: O EMERGENTE MENOS COMPETITIVO De 2005 para este ano, País caiu nove posições no ranking de competitividade, passou a ocupar a 66ª posição entre 125 nações analisadas. Na América do Sul, perde inclusive para o Chile, em 27º, e até para a Colômbia, que ocupa o 65º lugar.
O
Brasil caiu da 57ª para a 66ª colocação no Índice de Competitividade Global 2006-2007 do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), ficando abaixo dos demais integrantes do grupo Bric – Rússia, Índia e China – e de vários outros grandes países emergentes. A queda do Brasil, segundo os organizadores do estudo, deve-se principalmente a seu fraco desempenho em dois dos nove "pilares" que contêm os critérios utilizados para a elaboração do ranking: fatores macroeconômicos, no qual ocupa a 114ª posição, e institucionais. Déficit fiscal, elevado endividamento público, juros altos, baixo crescimento econômico, carga tributária excessiva, deficiências na máquina administrativa e corrupção são os destaques negativos. A Suíça foi considerada a nação mais competitiva entre os 125 países avaliados pelo estudo. Finlândia, Suécia, Dinamarca, Cingapura, Estados Unidos, Japão, Alemanha, Holanda e Reino Unido completam o grupo dos dez melhores colocados. Os Estados Unidos caíram do primeiro lugar na edição do ano passado para sexto neste ano. Entre os grandes países emergentes, a Índia ocupa a 43ª posição, África do Sul, a 45ª, a China, a 54ª, o México, a 58ª e a Rússia, a 62ª. Na América do Sul, o Chile é o melhor posicionado, no 27º lugar. Até a competitividade da Colômbia, 65ª colocada, supera a do Brasil. A Argentina vem logo atrás, na 69ª posição. O economista-chefe do WEF, Augusto Lopez-Claros, ao explicar os motivos que levaram à queda do Brasil no ranking, destacou os fatores macroeconômicos, entre eles o déficit público, que ficou em
3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado. Com isso, o País caiu da 68ª para 83ª posição nesse critério. "Isso pode parecer estranho para um brasileiro, que percebe uma nítida melhora das finanças do País nos últimos anos", disse Lopez-Claros. "Mas o problema é que nosso levantamento faz uma comparação entre outros países e muito deles melhoraram mais do que o Brasil nessa área." Ele observou que, quando instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) atestam a melhora dos funda-
critério referente à extensão e efeito da carga tributária, o Brasil está na 125ª posição. Fraqueza institucional – No pilar relacionado às instituições, o Brasil ocupa a 91ª posição. Alguns dos critérios nos quais a performance do País é muito fraca são desvio de fundos públicos (121º lugar no ranking), desperdícios dos gastos governamentais (119º) e confiança nos políticos (119º). "As informações que chegam do Brasil, como por exemplo as recentes notícias sobre o número de parlamentares sob investigação criminal, não ajudam a imagem do País", afirmou Lopez-Claros. Entre os fatores mais problemáticos para se fazer negócios no Brasil, o estudo destaca o sistema tributário, o regime trabalhista, a burocracia ineficiente do governo, infra-estrutura inadequada, acesso a financiamento e corrupção. Boa performance – A melhor performance do Brasil foi registrada nos pilares sofisticação de negócios e inovação. Em ambos, o País ocupa a 38ª posição. No critério referente à educação primária e saúde, o País também melhorou e está numa posição considerada positiva, a 47ª. Segundo Lopez-Claros, o Brasil possuiu uma série de características que oferecem a perspectiva potencial de maior crescimento econômico e melhora das condições sociais nas próximas décadas. "Trata-se de um país com uma tendência demográfica positiva, uma população jo-
Sou mais otimista com o Brasil do que por exemplo com a Rússia, cujos níveis de corrupção são endêmicos. Augusto Lopez-Claros, economista da WEF mentos da economia brasileira, "elas não estão estabelecendo uma comparação com outros países, como o Chile, por exemplo, mas com o passado do próprio Brasil". Segundo Lopez-Claros, o País também registra um crescente nível de endividamento público. "Ao longo do tempo, se a economia não crescer rapidamente, o nível de endividamento deverá aumentar", disse. De acordo com ele, o alto volume de dívida do governo e o spread grande na taxa de juros indicam alto custo de intermediação no setor bancário brasileiro, que gera efeitos negativos sobre investimentos no setor privado e contribui para menor crescimento econômico. No
Sem reforma não haverá mudanças
Divulgação
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piora do Brasil no ranking de competitividade, com a perda de nove posições em apenas um ano, saindo da 57ª do Índice de Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial em 2005, para a 66ª colocação neste ano, acende a luz de alerta: se não houver mudanças estruturais no País, a queda pode ser ainda maior. O diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, observa que os fatores apontados pelo estudo – como déficit fiscal, endividamento público, juros elevados e carga tributária excessiva – são da área do governo. "E o baixo crescimento econômico é conseqüência de tudo isso", afirmou Solimeo. "Independente de qual será o próximo governo, se não forem atacados os problemas
Alex Agostini: reforma estrutural
estruturais citados, vamos continuar apresentando desempenho medíocre de crescimento e perdendo posição no cenário internacional. É lamentável, porque o País tem potencial para crescimento", disse o diretor da ACSP. Mas a queda não surpreendeu o economistachefe da Austin Rating, Alex
Agostini. Ele comentou que as questões fiscal, de carga tributária e juros elevados já vinham merecendo destaque nas análises da consultoria. "Todos os fatores são conhecidos. É preciso uma reforma estrutural da economia brasileira", reforçou o economista. Entre as medidas, Agostini relacionou a necessidade de redução do endividamento do governo, da carga tributária e aumento do potencial de crescimento econômico via investimento. Como? "Com reforma previdenciária para manter o equilíbrio das contas públicas; reforma tributária e ajuste no gasto com pessoal e na máquina administrativa do governo federal." Agostini acrescentou a reforma do judiciário como ponto fundamental para por fim à corrupção. Fátima Lourenço
vem que vai engrossar a massa de consumidores, uma economia sofisticada e que atrai substanciais investimentos diretos estrangeiros", disse Lopez-Claros. "Sou mais otimista com o Brasil do que, por exemplo, com a Rússia, cujos níveis de corrupção são endêmicos, a população está encolhendo e a economia depende principalmente do petróleo." O que falta – A exemplo da maioria dos analistas internacionais, ele acredita que a melhora da competitividade bra-
sileira requer a implementação de reformas macro e microeconômicas que acelerem o potencial de crescimento e a situação fiscal, fortalecimento das instituições e maior eficiência na máquina administrativa pública. Lopez-Claros citou o exemplo do Chile, que ao longo da última década alcançou significativos avanços nessas áreas. "O Brasil pode fazer o mesmo? É óbvio que sim, tem uma população educada, um setor empresarial muito sofistica-
do", comparou. "Tudo depende da vontade política." Elaboração – Para a elaboração do ranking, cujos critérios foram ampliados neste ano, o WEF utiliza, além de indicadores econômicos, os re s u l t a d o s d o s e u e s t u d o anual "Pesquisa de Opinião de Executivos". Este ano, mais de 11 mil líderes corporativos nos 125 países incluídos no ranking participaram da pesquisa. No Brasil, cerca de 200 líderes empresariais foram entrevistados. (AE)
Empresas Finanças Legislação Nacional
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DECRETO SIGNIFICA RENÚNCIA FISCAL DE R$ 1 BILHÃO
600
milhões de reais deverão ser injetados no setor de tecnologia este ano em razão da nova lei.
Descumprimento da lei atinge 300 empresas
GOVERNO REGULAMENTA LEI DE INFORMÁTICA O
Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) estima que cerca de 300 empresas da área de informática não cumpriram os termos da legislação anterior (investimento de 5% do faturamento em pesquisa e desenvolvimento). A dívida total alcançaria de R$ 250 milhões a R$ 300 milhões, segundo o ministro Sérgio Resende. Ele explicou que muitas delas consideravamse no direito de usufruir das leis anteriores, mas consideravam muito alta a contrapartida exigida em pesquisa e desenvolvimento. A nova legislação agradou os empresários. O presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), Maurício Loureiro, avaliou que a prorrogação dos incentivos fiscais previstos na Lei de Informática não vai prejudicar o Pólo Industrial de Manaus. "É uma conseqüência da manutenção dos incentivos da Zona Franca de Manaus até 2023." Dos 5% que devem ser aplicados pelas empresas em troca do abatimento doIPI, pelo menos 0,8% devem ser destinados a institutos e universidades localizados nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. (Agências)
Dívidas das empresas que se beneficiaram com isenções poderão ser pagas em até 48 parcelas
sobre Produtos Industrializados (IPI) que essas empresas deveriam ter pago até 2003. Esse valor seria de R$ 3 bilhões. O decreto reforçou a decisão de conceder, até 2019, a isenção do IPI para a produção de bens e serviços de informática e de automação nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Para as regiões Sudeste e Sul, o be-
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nefício será de redução de 95% da alíquota do IPI. O benefício poderá ser pleiteado pelas empresas do setor, incluindo fabricantes de telefones sem fio com tecnologia digital. A TV Digital está excluída porque seus benefícios fiscais constarão de um novo pacote, ainda em estudo na Casa Civil. Ainda em benefício do setor,
o decreto alterou as contrapartidas exigidas das empresas. Nas leis anteriores, elas eram obrigadas a investir 5% do seu faturamento total em pesquisa e desenvolvimento. O novo decreto prevê um aporte de 5% apenas das vendas de bens e de serviços de informática. Segundo o ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende,
essa alteração deverá atrair para a Lei de Informática companhias que antes se mostravam reticentes diante da exigência de elevado investimento em pesquisa. As empresas nacionais serão beneficiadas também pela ausência de concorrência de fabricantes estrangeiras nos pregões de compras do governo federal. (AE)
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Para o ministro de Tecnologia Sérgio Rezende, fim de exigências deve atrair mais empresas para a Lei de Informática
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LUZ
Antonio Cruz/Abr
Receita Federal perdeu a queda de braço que manteve nos últimos 21 meses com o Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) sobre o ponto mais polêmico da Lei de Informática – o destino da dívida das empresas que se beneficiaram das isenções fiscais previstas nas legislações anteriores, até 2003, mas não cumpriram o compromisso de investir em pesquisa e desenvolvimento de bens e serviços. Assinado ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o decreto que regulamentou a Lei, sancionada em 2004, definiu que o total devido pelas empresas será depositado em 48 parcelas, em dinheiro, no Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia (FNDCT). Nas contas do MCT, as novas regras estimularão o investimento total de R$ 1 bilhão em pesquisa e desenvolvimento de produtos, em 2007, pelas empresas amparadas pela Lei de Informática. Somente neste ano, esse valor atingirá R$ 600 milhões. Para os cofres públicos, o decreto significará uma renúncia fiscal de cerca de R$ 1 bilhão em 2006. Entre 1993 e 2003, esse corte tributário totalizou R$ 5,1 bilhões, mas o fisco arrecadou mais que o dobro em outros impostos incidentes sobre o setor, R$ 10,9 bilhões. Com as novas regras, o governo descartou a tese do Fisco de que o débito das empresas que descumpriram as regras das antigas versões da Lei de Informática deveria ser considerado dívida tributária. A Receita pretendia cobrar o montante não aplicado em pesquisa e desenvolvimento por 53 empresas beneficiadas pela legislação anterior – algo em torno de R$ 500 milhões, nas contas do fisco, e de R$ 250 milhões a R$ 300 milhões, nos cálculos do MCT. Mas também queria a reposição aos cofres públicos de 45% do Imposto
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Empresas terão isenção de IPI até 2019
CONVOCAÇÕES
EDITAIS PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
ABERTURAS DE LICITAÇÃO SITE: www.riopreto.sp.gov.br MODALIDADE: TOMADA DE PREÇOS Nº 16/2006 Objeto: Contratação de empreitada de mão- de -obra com fornecimento de materiais para construção da E.M.Eldorado. Limite p/ entrega dos envelopes 16/10/2006 às 16:00h e abertura dia 17/10/2006 às 08:30h. MODALIDADE: TOMADA DE PREÇOS Nº 17/2006 Objeto: Contratação de empreitada de mão-de-obra com fornecimento de materiais para construção da Creche Jardim Nunes. Limite p/ entrega dos envelopes 16/10/2006 às 16:00h e abertura dia 17/10/2006 às 09:30h.
COOPERATIVA HABITACIONAL NACIONAL – COOP
Edital de Convocação de Distribuição de Unidades O diretor presidente da Cooperativa Habitacional Nacional-Coop, no uso de suas atribuições que lhe confere o artigo 35, inciso 1, e em conformidade com capítulo quarto do artigo 7º, normas e critérios A e B do estatuto, convoca seus cooperados em dia com suas contribuições estatutárias para uma assembléia de distribuição de unidades, a realizar-se no dia 08/ 10/2006 (domingo) na rua Sapetuba, s/n esquina com Av. Paris – Balneário Jequitibá – Itanhaém-SP, em primeira convocação com a presença de 2/3 (dois terços) dos sócios no mínimo, em segunda convocação com metade mais um dos sócios, e em terceira convocação com 10 (dez) sócios no mínimo. §1 – Serão excluídos da contagem do quorum estipulado, os componentes da diretoria e os membros do conselho fiscal. § 2 – Será observado o intervalo de 1 hora entre a realização por uma e outra convocação para tratar da seguinte ordem do dia. 1 – Cronograma da 6º lista de antecipação, 2 – sorteio de unidades habitacionais. Itanhaém – São Paulo. Diretor-Presidente. Narcizo dos Santos Miranda
COOPERATIVA
HABITACIONAL
HAB-COOP
EDITAL O ConselhoAdministrativo e o Conselho Fiscal da Cooperativa Habitacional Hab-Coop, de acordo com os atributos que lhes foram conferidos pelo artigo 24 do Estatuto Social, aprovado em 03 de agosto de 2003, EXCLUI DO QUADRO DE SÓCIO DESTA COOPERATIVA POR INFRINGIR O ART, 22 - item VI - parágrafos 3º e 4º, os seguintes cooperados: Alline Oliveira Gallo Seabra, Edgar Fernandes, Edyr Maria Gonçalves, Egidio Cruz, Izildinha Gregório Franco, João Carlos da Silva, Pedro Aparecido da Silva, Rainer Rochus Parasin, Willian Camargo Dias. São Paulo, 26 de setembro de 2006. CONSELHO ADMINISTRATIVO E FISCAL FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR
PREGÃO Nº 040/2006-FAMESP/HEB PROCESSO Nº 266/2006-FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 27 de setembro de 2006 a 19 de outubro de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignoli s/n, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/HospitalEstadual Bauru, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL - PREGÃO Nº 040/2006-FAMESP/HEB - PROCESSO Nº 266/ 2006-FAMESP/HEB, que tem como objetivo a AQUISIÇÃO DE CADEIRA PARA HEMODIÁLISE PARA AS DEPENDÊNCIAS DO HOSPITAL ESTADUAL BAURU, conforme especificações contidas no ANEXO II. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 20 de outubro de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar, no endereço supracitado (Rua João Butignolli s/n, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo). Botucatu, 27 de setembro de 2006. Prof. Dr. Pasqual Barretti - Diretor Presidente FAMESP
DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO
FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 26 de setembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:
Reqte.: Route Off The World Tours Ltda. - autofalência - Reqdo.: Route Off The World Tours Ltda. - autofalência - Rua Conselheiro Furtado, 309 - lj. 2 - 1ª Vara de Falências Reqte.: Sifra S/A - Reqda.: Indústria de Serralheria Bejota Ltda. - Rua Zanzibar, 1.150 - 2ª Vara de Falências Reqte.: Bandeirante Química Ltda. - Reqdo.: Bikigel Comércio de Tintas e Derivados Ltda. - Rua Alba, 966 - 2ª Vara de Falências
COMUNICADO
A empresa Decorshow Decoração Ltda.-Me, inscrita no CNPJ sob nº 03.388.549/ 0001-93, comunica o extravio de 1 Talão de Nota Fiscal de Serviços Série A, numeradas do 0001 a 0050. (25, 26 e 27/09/06)
Suplemento Especial/São Paulo, 27 de setembro de 2006 Monalisa Lins/AE
IPIRANGA, 422 ANOS HOJE
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.ESPECIAL
quarta-feira, 27 de setembro de 2006
Aqui nasceu nossa liberdade Na beira do riacho D.Pedro soltou o Grito de Independência e conferiu ao Ipiranga sua importância histórica. Hoje, ao completar 422 anos, o bairro mostra vocação residencial e os moradores conservam o jeito afável e cordial de ser, fiel às suas origens TEXTOS: TIM TEIXEIRA Reprodução
que teria acontecido ali pelos lados do Ipiranga no dia 27 de setembro de 1584? Por mais que tenham procurado, pesquisadores e historiadores não apontaram nenhum fato significativo para justificar os 422 anos que o bairro está comemorando neste 27 de setembro de 2006. Em 1584, o Ipiranga não passava de uma vasta área de terras de baixa qualidade, habitada por remanescentes dos índios guaianases, que ainda relutavam em abandonar a região. Basicamente, servia apenas de passagem entre a cidade de São Paulo (nada mais do que um pequeno povoado na época) e o litoral (ponto de contato com a Corte). É certo que as terras, integrantes do latifúndio de Brás Cubas, estavam sendo
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doadas ou vendidas. E não é improvável que, por essa época, alguns aventureiros tenham ali colocado os pés e decidido ficar. Seria esse o fato utilizado como referência para início do bairro. Quase 300 anos depois, como se sabe, foi ali na beira de um riacho que D.Pedro soltaria o Grito de Independência, conferindo a importância histórica que o Ipiranga ostenta hoje e que lhe dá a primazia de ser o único bairro citado na letra do Hino Nacional. Não fosse por isso, teria passado mais de três séculos em branco, pois foi apenas no final do século XIX, com a chegada dos primeiros imigrantes, que a região iniciou sua caminhada em direção ao desenvolvimento. Das suas cerâmicas e olarias saíram telhas e tijolos que ajudaram a construir São Paulo. E, como São Paulo, cresceu rapidamente. Deu trabalho a muita gente nas suas fábricas e viu o esplendor do progresso estampado nos seus palacetes. Agora que os anos dourados se apagaram busca um novo destino. “O Ipiranga está se transformando num bairro de prestação de serviços”, diz Antônio Jorge Manssur, 75 anos, superintendente da distrital da Associação Comercial de São Paulo. Paranaense, há 65 anos no bairro, Manssur acompanhou as transformações que o Ipiranga sofreu nesses anos. Viu a expansão do comércio em suas ruas, seguida da
estagnação, que atribui a vários fatores. Entre eles cita problemas básicos, como calçamento e iluminação deficientes - para os quais reclama ação da Prefeitura.
famoso quadro 'Independência ou Morte'", pintado em 1888 por Pedro Américo. Está exposto no salão nobre do Museu do Ipiranga
Bueno estará entregue totalmente remodelada”, garante. Com a experiência que tem, prevê uma nova explosão no bairro: “O Ipiranga tem
Ricardo Padue/AFG
Ipiranga mostra hoje sua vocação residencial
Pede também canalização de córregos, instalação de linhas circulares para melhorar o sistema de transportes e atenção aos pedestres. E, do Estado, cobra mais providências no item segurança. Enquanto isso, a própria Associação Comercial providencia a revitalização da rua Silva Bueno, que já foi símbolo da força comercial do bairro: “Em 30 dias, a Silva
vocação residencial. Está bem localizado, os terrenos não são tão caros e as incorporadoras estão fazendo investimentos na região. Já aumentou a oferta de moradias para a classe média e alta. Por enquanto, os edifícios ainda não são muitos, mas não tardará a
aparecer uma mudança radical no horizonte”. Independentemente das mudanças, o ipiranguista conserva o jeito afável e cordial de ser. Fiel às suas origens, ama o bairro, tem orgulho dele e não costuma trocá-lo por outro. Afinal, é ali que nasceu a nossa liberdade.
Presidente em exercício Alencar Burti
Repórter Tim Teixeira Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122
Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor Luciano Ornelas Chefe de reportagem Arthur Rosa
Impressão Diário de S. Paulo
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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
DESPESAS DO GOVERNO CRESCERAM 13,9%
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3,1
bilhões é o déficit da Previdência Social, segundo relatório do Tesouro Nacional.
SUPERÁVIT PRIMÁRIO CHEGA A R$ 6,4 BILHÕES Contas públicas atingem resultado acima do esperado pelo governo entre os meses de janeiro e agosto deste ano. A economia chega a R$ 47, 879 bilhões no período. Receita cresceu 11,7% na comparação com o ano passado. Fábio Pozzebom/Abr
O
governo central registrou um superávit primário d e R $ 6 , 4 2 7 b ilhões em agosto, elevando para R$ 47,879 bilhões o resultado acumulado nos oito primeiros meses do ano, acima da meta para o período, segundo o Tesouro Nacional. O dado do mês passado ficou bem acima dos superávits de R$ 3,010 bilhões apurado em julho e de R$ 3,782 bilhões de agosto do ano passado. O desempenho de julho sofreu o impacto do pagamento de parte do 13º salário e das férias de servidores públicos federais, o que explica a melhora do saldo em agosto. "Eu sempre tive tranqüilidade sobre cumprir a meta de superávit. As pessoas que antes criticavam, agora deveriam dizer: 'eles (governo) estão fazendo direitinho, o governo está fazendo a lição de casa"', afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Mantega disse que o superávit de agosto é resultado da alta da receita e do comportamento dos gastos. Em 2006, as despesas se concentraram no primeiro semestre do ano em razão das regras da lei eleitoral que impedia despesas na segunda metade do ano. Gastos – De janeiro a agosto, segundo dados do Tesouro, a receita total do governo central cresceu 11,7% contra igual período de 2005. Já as despesas
Lei fiscal gera R$ 7,14 bi
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Os gastos estão dentro do esperado, disse o secretário Carlos Kawall
aumentaram 13,9%. Economistas têm mostrado preocupação com a elevação dos gastos correntes pelo governo federal e alguns vêem dificuldade de cumprimento da meta fiscal em 2007 para o setor público consolidado, também de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB) como a deste ano. O secretário do Tesouro, Carlos Kawall, discorda da avaliação dos analistas. "O comportamento do gasto está dentro do esperado, do sugerido no Orçamento e nos decretos de reprogramação financeira. E está condizente com aquilo que é necessário para cumprir a meta de 4,25% do PIB", completou Kawall. O Banco Central vai divulgar hoje o resultado do setor público consolidado, que engloba o governo central, esta-
dos e municípios. Setores públicos – O Tesouro Nacional registrou um superávit de R$ 9,550 bilhões em agosto, enquanto a Previdência Social e o Banco Central tiveram déficits de R$ 3,1 bilhões e R$ 22,3 milhões, respectivamente, nos oito primeiros meses deste ano. O superávit acumulado pelo governo central de janeiro a agosto corresponde a 3,59% do PIB. No mesmo período do ano passado, Tesouro, Previdência Social e Banco Central acumularam um superávit de R$ 46,908 bilhões e o índice chegou a 3,75%. De acordo com o governo, o resultado nos oito primeiros meses supera a meta do segundo quadrimestre, de R$ 42,9 bilhões, para este segmento de governo. (Reuters)
REFIS INCENTIVO PARA PAGAR ICMS Marcos Fernandes/LUZ
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s contribuintes paulistas têm até o próximo dia 30 para quitar dívidas do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) com redução de 100% da multa e 50% dos juros. Ontem à noite, em sessão extraordinária, a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou, sem alteração, o Projeto de Lei n° 501/2006, que abre um novo programa de renegociação de débitos do imposto. O projeto estabelece, ainda, que quem pagar até 31 de outubro terá diminuição de 90% da multa e 50% dos juros. Já para quem acertar suas contas com o governo até 22 de dezembro, a redução será de 70% da multa e 50% dos juros. "Sabemos que o número de empresas com débitos fiscais, hoje, é muito grande. A alternativa de pagamento parcelado vai facilitar a vida desses empreendedores", afirmou o diretor da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o economista Marcel Solimeo. Para participar, o contribuinte deverá desistir de qualquer recurso administrativo
Parcelamento vai facilitar a vida das empresas, diz Marcel Solimeo
ou judiciário que questione os débitos incluídos no novo programa. Os juros e a atualização do imposto devido pela taxa básica de juros (Selic) deverão ser calculados até a data do recolhimento. Além disso, os contribuintes com débitos em parcelamento poderão repassar as prestações a vencer para o novo programa. Antes mesmo da aprovação do PL, empresários procuravam saber como poderiam se beneficiar. "Já tivemos clientes que viram a notícia do projeto de lei nos jornais e nos pergun-
taram como funcionará. Algo em torno de 20% dos nossos clientes buscarão essa renegociação", disse Ely Odilon Ferreira, gerente fiscal da Confirp Consultoria Contábil. Desde o último dia 19, o PL n° 501/2006 estava pronto para ser votado, mas não havia quorum mínimo (24 deputados) para isso. A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz) estima que o novo programa gerará arrecadação adicional de R$ 500 milhões, sendo R$ 125 milhões repassados aos municípios. Laura Ignacio
s municípios brasileiros alcançaram uma economia de R$ 7,14 bilhões em 2005, conforme levantamento realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM). O saldo é o maior desde a instituição da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) por meio da Lei Complementar nº 101 em 2000. É a primeira vez que o valor ultrapassa os R$ 2,5 bilhões. Segundo o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, o aumento ocorreu por causa da conscientização dos novos prefeitos em cumprir a lei, além de fiscalização mais
eficiente. Os municípios com até 100 mil habitantes conseguiram uma economia de R$ 2 bilhões, os com população de até 500 mil habitantes, R$ 1,4 bilhão e as de grande porte, R$ 3,7 bilhões. Dos 3.089 municípios analisados, 2.153 não tinham dívidas com operações de créditos, de longo ou curtos prazos. Seis falham – São Paulo, Salgado de São Félix e Itabaiana, na Paraíba, Pratápolis e Timóteo, em Minas Gerais, e Santa Fé, no Paraná são os seis municípios que possuem dívidas superiores ao teto estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, de
120% da receita. Os estados podem ter dívida de até 200% da receita e ainda não foi determinado o teto para a União. Do total da dívida pública de R$ 6,4 bilhões, Ziulkoski cita que apenas 4% são dos municípios e cerca de 30% dos estados. A LRF estabelece normas de finanças públicas para a responsabilidade na gestão fiscal, mediante ações em que se previnam riscos e corrijam desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, destacando-se o planejamento, a transparência e a punição como premissas básicas. Adriana David
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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ESPECIAL - 3
Reprodução
Nem chegada nem partida: uma passagem para o mar
a língua dos guaianases, que ali habitavam, o local era conhecido como Hiporanga, Ibipiranga, Opiranga, Piranga, Ipiranga e até Ireiripiranga. O significado, segundo Martius, em seu tratado clássico sobre termos e denominações brasílicas, seria “água vermelha” ou “água barrenta”. O que combinava com as águas do córrego, que iria desembocar no rio Tamanduateí. Mas a explicação não é aceita pelo tupinólogo João Mendes, que não encontra correlação entre esses significados e os fonemas das palavras. Seja como for, o Ipiranga era a primeira visão do Planalto de Piratininga que os portugueses encontraram ao subir a Serra do Mar. E não era um dos lugares mais agradáveis. Tanto que os jesuítas, ao procurarem um lugar para fundar seu colégio (que depois viraria São Paulo) trataram de avançar alguns quilômetros adiante. Além do Tamandua-
teí e do Ipiranga, vários outros rios e riachos cruzavam a região, o que dava ao local um aspecto pantanoso, quase que permanentemente inundado. Sem contar que a vegetação nas áreas mais altas era pobre, denunciando terras de baixa qualidade. Assim, o Ipiranga nasceu predestinado a ser apenas um ponto de passagem. Havia muitos atalhos que levavam até o alto da Serra, originados pelo uso constante de diversas tribos acampadas nos arredores do planalto, mas um único caminho descia a encosta até atingir São Vicente e depois Santos: era o Caminho do Mar. Durante séculos, foi essa a estrada utilizada pelos viajantes que saíam de São Paulo rumo ao litoral, e vice-versa. Para os nativos, acostumados a fazer essa trilha nas suas descidas ao litoral para pescar, o caminho talvez não oferecesse tantas dificuldades. Para os portugueses, porém, vencê-lo de ponta a ponta constituía tarefa que parecia estar além dos limites das forças. Veja o relato que faz o padre Simão de Vasconcelos ao cruzar o Caminho do Mar em 1656: "O Caminho (...), he elle tal, que põe assombro aos que hão de subir, ou descer. O mais do espaço não he caminhar, he trepar de pés, e de mãos, aferrados às raízes das árvores, e por entre quebrados taes, e de taes despenhadeiros, que confesso de mim, que a primeira vez que passei por aqui, me tremerão as carnes, olhando para baixo. A profundeza dos valles he espantosa: a diversidade dos montes huns sobre os outros, parece que tira a esperança de chegar ao fim: quando cuidais que chegais ao cume de hum, achai-vos ao pé de outro não menor (...) Assentado sobre hum d'aquelles penedos, donde via o mais alto cume, lançando os olhos pera baixo me parecia que olhava do ceo da lua, e que via todo o globo da terra posto debaixo dos meus pés: e com notavel formosura, pela variedade de vistas, do mar, da terra, dos campos, dos bosques, e serranias, tudo vario, e sobremaneira aprazível." À medida que as necessidades de comunicação entre os dois pontos aumentavam, os governantes tratavam de im-
por melhorias ao trajeto. Mas, ainda um século depois, as condições continuavam extremamente precárias. Tanto que o governador Morgado de Mateus, na sua viagem até São Paulo, em 1766, preferiu subir a pé a correr o risco de cair da rede em que era transportado pelos índios. Eis um trecho do seu relato sobre a aventura: "Tais são as ruinas e precipicios e os caldeiroens, e os horrores delles, neste estado achei quando passei a esta cidade, de sorte que, escolhendo hum tempo proprio para o meu transporte subi, trepando a serra tendo por mais seguro o passá-la a pé do que ver me do perigo de ser precipitado da rede em que me levarão os Indios." Embora já na segunda metade do século 16 houvesse chácaras e algumas fazendas no local, com pouso para os viajantes, o Ipiranga permaneceu esquecido. E até fins do século 19, continuou sendo apenas uma paragem porque dessas terras serviam-se apenas os tropeiros e viajantes que ali
pousavam para prosseguir viagem no dia seguinte. As péssimas condições do Caminho do Mar, que inviabilizavam o transporte de produtos (notadamente o açúcar) até o porto de Santos,
começaram a mudar quando Bernardo José Maria de Lorena assumiu o posto de Governador e Capitão Geral da Capitania de São Paulo, em 1788. Há certo mistério sobre esse personagem, que talvez
fosse filho bastardo do rei D. José I e que foi nomeado oficial do Exército sem nunca ter cursado a Academia Militar.
Reprodução
No bairro do Ipiranga, na década de 30, quase todos os moradores trabalhavam nas fábricas da região As casas baixas, hoje estão dando lugar a prédios de condomínios
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O Ipiranga nasceu predestinado a ser apenas ponto de passagem até o Caminho do Mar. Perdeu importância com a implantação da estrada de ferro, mas se consolidou no início do século 20 como um bairro industrial com a chegada dos imigrantes
Início do século 20: os bondes elétricos não tardariam a chegar, substituindo estes puxados por burros
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Finanças Estilo Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 27 de setembro de 2006
A Peugeot Citroën tem plano de reestruturação que prevê redução de custos e demissões.
CONCORRÊNCIA É ACIRRADA NA WEB
TORRA-TORRA VIRTUAL: COMEÇA O LIQUIDAWEB
Leonardo Rodrigues/Hype
De hoje até sexta-feira, consumidores podem aproveitar descontos de até 50%
U
ma liquidação em que os consumidores, em vez de bater pernas, usam as mãos, no mouse do computador. Começa hoje a Liquidaweb, promoção que reúne 15 das principais lojas de comércio eletrônico. Entre elas, Americanas.com, Comprafácil, Extra, Magazine Luiza, Submarino e ShopTime. É o quinto ano consecutivo da ação, que ocorre até a próxima sexta-feira, durante 24 horas. Segundo o organizador da Liquidaweb, Gastão Mattos, os descontos de 1 milhão de itens oferecidos são de até 50%. O pagamento pode ser parcelado em 12 vezes e o frete, em alguns casos, é grátis. Para comprar, o internauta deve acessar o w w w. l i q u idaweb.com.br e escolher a loja preferida. "O objetivo é atrair principalmente os usuários da internet que não costumam fazer compras na rede. No ano passado, 5 milhões de pessoas compraram pelo menos uma vez utilizando o computador. Até o final de 2006, esse número deverá ser de sete milhões." A cada ano, as vendas pela internet crescem 50%, e a expectativa é que a Liquidaweb
incremente em mais 15% os resultados deste ano. "O aumento total de vendas em 2006 será de cerca de 65%", diz Mattos. Preço – Mattos acredita que é a concorrência que "provoca" o preço na internet. "Basta que as pessoas façam uma pesquisa, ou recorram aos sites de busca, que vão descobrir qual loja vende mais barato", diz. "Vale a pena comprar na internet e participar das promoções." Essa é a opinião do professor Cláudio Felisoni, coordenador do Programa de Administração de Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Administração (FEA/USP). Segundo ele, as ações que envolvem muitas empresas, como a Liquidaweb, são vantajosas para o consumidor, que freqüentemente encontra preços mais baixos em relação ao shopping center, por exemplo.
Estratégia – Atualmente, o e-commerce não chega a representar 2% do movimento total do varejo. "Apesar do movimento expressivo", ressalta o diretor-geral do instituto de pesquisa em marketing online (e-bit), Pedro Guasti. Àqueles que planejam explorar o potencial da web, Guasti recomenda atenção com os sinais de mudança no comportamento de compra do internauta. Os CD’s e DVD’s, por exemplo, já perderam a liderança no ranking das vendas pela web. A participação, de 35% em 2003, caiu para 19% no ano passado; e para 16% nos oito primeiros meses de 2006. Ele ressalta que vender no mundo virtual requer um plano de negócio específico, com muita pesquisa sobre o comportamento do consumidor. "Se a empresa não trabalha a marca, ninguém acessa o site", afirma o diretor da e-bit. O canal também tem segredos. Cerca de 10% das vendas online, por exemplo, são geradas a partir das pesquisas nos sites de comparação de preço e outros 13%, a partir dos sites de busca, detalha Guasti. Neide Martingo e Fátima Lourenço
De acordo com Zani, diretor de Comunicação da rede, concurso é parte de plano de reforço da marca
Pizza Hut é tema de moda Rede de fast-food promove concurso que premia talento de jovens estilistas
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oda, foto, cinema e música eletrônica. É disso que gostam os jovens que freqüentam os restaurantes Pizza Hut. E foi segundo essas preferências que nasceu o Cardápio da Moda, concurso que vai premiar os modelitos mais inusitados de camisetas criadas por jovens estilistas. O tema, logicamente, é a gastronomia, com o mote "Vida mais saudável". O vencedor vai ganhar um curso de francês em Paris e de moda no Instituto Brasileiro de Moda. Além disso, terá suas criações vendidas nas butiques que ficam em restaurantes da rede e um mês de pizzas grátis. O concurso Cardápio da Moda foi criado em 2005 e, por conta do sucesso que fez na primeira edição, repetese em 2006. No ano passado, a rede recebeu a inscrição de mil pessoas. A expectativa dos organizadores é de que esse número dobre agora.
WAL-MART Rede planeja investir R$ 850 milhões no Brasil em 2007, com mais 28 lojas.
Reforço da marca — "O evento faz parte do pacote de iniciativas da empresa que têm por objetivo associar a marca com produtos e temas consumidos por nossos clientes", afirma o diretor de Comunicação da rede Pizza Hut, Reynaldo Zani. "O objetivo maior é dar aos nossos clientes mais um motivo para freqüentarem a casa. Queremos também trazer as pessoas que ainda não freqüentam nossas lojas", destaca. O investimento para essa promoção faz parte do orçamento anual de R$ 3 milhões que a rede de restaurantes destina para os segmentos de comunicação, projetos e eventos nos pontos de venda da cidade de São Paulo. "Todas as faculdades de moda e design do Brasil são avisadas do concurso", conta Zani. "É a busca pelo conceito de divulgação dos novos talentos que vão chegar ao mercado. As camisetas ganhadoras levarão a assinatura de seus autores."
Ó RBITA
Os cortes e estampas originais das camisetas trazem bons lucros para a rede. No ano passado, a venda desses modelos correspondeu a 5% dos lucros da empresa. "Trabalhamos pesado na divulgação desses produtos nas lojas", afirma Zani. As próximas edições do concurso devem trabalhar cada tema de preferência dos seus jovens clientes de forma segmentada. A partir do ano que vem, a gastronomia deve ser aliada a foto, cinema e música eletrônica na criação de novas camisetas. Sonnaira San Pedro SERVIÇO Os interessados devem consultar o regulamento do concurso e podem se inscrever no site www.cardapiodamoda. com.br. Os trabalhos devem ser enviados até o dia 16 de outubro para o IBModa, na Rua Capote Valente 432 – 126, CEP 05409-001 – São Paulo-SP
POSITIVO A fabricante de computadores de Curitiba está planejando a abertura de capital.
AMBEV LANÇA CERVEJA COM COMPOSTO DE FRUTAS
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AmBev anunciou ontem que colocará no mercado a partir de outubro uma nova categoria de cerveja, com adição de A TÉ LOGO
composto de frutas. A marca Skol foi a escolhida para testar a novidade. Batizado de Skol Lemon, o produto competirá no
segmento mainstream, composto pelas bebidas tipo pielsen. A expectativa é abocanhar 5% do mercado em longo prazo. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Furlan propõe pacote de estímulo ao uso da biomassa
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Petrobras vê bom momento para negociar com Bolívia
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Ações da Arcelor Brasil sobem 6,8% com decisão da CVM
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quarta-feira, 27 de setembro de 2006
Ricardo Padue/AFG
L De qualquer forma, Lorena foi um governador atuante e empreendedor. Entre suas obras estão a execução de um plano de crescimento urbano para a cidade de São Paulo, a construção do chafariz do Largo da Misericórdia e da ponte sobre o rio Anhangabaú. Calçou ruas, mandou fazer o levantamento topográfico da cidade de São Paulo, demarcou os limites das Capitanias de São Paulo e Minas Gerais, estabeleceu o monopólio comercial do Porto de Santos e ainda participou da fixação da fronteira com a América Espanhola. Mas seu nome iria ficar na história por outra obra: a reconstrução do Caminho do Mar. A ligação entre São Paulo e Santos compreendia três trechos distintos: o de planalto até o rio das Pedras, o de Serra até o Cubatão e o da Baixada. Os maiores problemas estavam no trecho de serra, onde era preciso vencer o desafio de transpor mais de 700 metros de desnível. Para isso, Lorena utilizou a experiência do engenheiro militar João da Costa Ferreira, a quem conheceu no navio durante sua viagem para o Brasil. Com um empréstimo de dois contos, oitocentos e vinte mil, cento e setenta e dois réis, as obras foram iniciadas em 1790 e finalizadas em 1792. Segundo a historiadora Denise Mendes, o empréstimo foi tomado indevidamente, pois era dinheiro do Cofre dos Audsentes (proveniente de heranças) e Lorena teve que devolvê-lo à Coroa. Ainda de acordo com a historiadora, a mão-de-obra utilizada era constituída de escravos cedidos por devedores à Capitania, indígenas, pessoas marginalizadas recrutadas, soldados, marinheiros e desocupados capturados à noite em rondas policiais. Em alguns trechos, o engenheiro utilizou o caminho
existente, em outros abriu caminhos novos, menos íngremes. E mandou calçá-los com pedras. Esse trecho ficou conhecido, tempos depois, como a Calçada do Lorena. Tinha o caminho 3 metros de largura e 9 quilômetros de comprimento, com 180 curvas. Para comemorar, Lorena fez erguer no local um marco comemorativo em homenagem à rainha D. Maria I, além de enviar ao Reino, de presente, “uma indiazinha apanhada nos sertões de Curitiba, e alguns quadrúpedes e pássaros e várias coisas em três caixotes numerados, entre os quais alguns trastes que se achavam no alojamento dos gentios”. Em 1813, o viajante Gustavo Royer assegurava que “o caminho é seguro, em sig-zagues de ângulos curtos, protegidos por parapeitos, ladrilhados até a altitude de 700 metros”. E, em 1846, os historiadores registram que o imperador D. Pedro II e dona Oslain Brito/Digana Imagem Tereza Cristina fizeram a viagem de Santos a São Paulo “com rapidez e conforto”. Rapidez e conforto relativos, pois ainda em 1860 não se fazia o trajeto em menos de seis horas. De qualquer for ma, a melhoria das condições da estrada deu impulso ao Ipiranga. E, mesmo quando a estrada perdeu a importância com a construção da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, o bairro já estava co nso li dad o. Estávamos no início do século 20. Os bondes elétricos não tardariam a chegar, substituindo os puxados por burros, e o Ipiranga começava a se firmar como um bairro industrial, com a chegada dos imigrantes.
Bandeira do Ipiranga Criada por Jayme Castro Delgado em 1.984, foi hasteada pela primeira vez no dia 1° de setembro daquele ano, junto com o Pavilhão Nacional e a Bandeira Paulista ao som do Hino Nacional. As cores preto, vermelho e branco representam as cores do Estado de São Paulo. A pira central estilizada com a chama Verde e Amarela simboliza o local onde foi proclamada a Independência do Brasil.
Monumento do Ipiranga: a escultura de Ettore Ximenes foi criticada por intelectuais da época, como Monteiro Lobato e Mário de Andrade
Sob a sombra desta figueira, na Estrada das Lágrimas, no Ipiranga, as famílias se despediam dos viajantes que seguiam para o litoral
Ricardo Padue/AFG
Hino do Ipiranga Letra: Mauro Dall´Acqua Música: José Roberto Palomino
Avenida Dom Pedro, outra marca registrada do Ipiranga
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O Ipiranga em números ormada por três distritos administrativos (Cursino, Ipiranga e Sacomã), a Subprefeitura do Ipiranga tem uma área de 37,5 km2 , delimitada pelos bairros da Vila Prudente, Mooca, Sé, Vila Mariana, Jabaquara e pelos municípios de Diadema, São Bernardo e São Caetano. Os demais números da região:
F
• População (IBGE/Seade): 425.932 habitantes (97.066 no
Cursino, 232.672 no Sacomã e 96.194 no Ipiranga) • Densidade demográfica: 11.446 hab/km2 (Município: 6.915) • Taxa de crescimento populacional: 0,16 (Município: 0,88) • População ativa: 297.527 habitantes (69,8%) • Número de favelas: 39 • Número de praças: 115 (65 no Sacomã, 28 no Cursino, 22 no Ipiranga) • Extensão das ruas e avenidas: 585 km • Áreas verdes: 950 mil m2 (2,23 m2/hab) • Parques: 2 • Museus: 2
• Bibliotecas: 3 • Número de estabelecimentos comerciais: 7.089 • Trabalhadores empregados: 84.996 (dos quais 32.363 na indústria de transformação) • Escolas públicas: 55 estaduais, 46 municipais • Escolas particulares: 58 • Universidades: 5 (4 públicas, 1 particular) • Hospitais: 8 (3 públicos, 5 particulares) • Equipamentos públicos de saúde: 24 (dos quais 17 unidades básicas) • Clubes sociais: 10 • Clubes esportivos: 3
Ipiranga, berço do Brasil Onde o sol da liberdade despontou Despertando a Nação pra sua glória Da colina um brando heróico ecoou>(bis) No caminho para o mar, tu és passagem Sob a sombra do chorão as despedidas És altar de um povo religioso Tens a força e o milagre tu abrigas Oh, meu Ipiranga Meu coração bate por ti Nestes versos eternizo A grandeza deste bairro onde eu cresci Teus museus contam nossa história Tuas obras são monumentais Dos destinos do País és a partida Patrimônio secular tu és memória Chão amado, porta da cultura >(bis) Tuas ruas nos recordam grandes vultos Do passado ao presente és cantado Solo fértil, és belo, és pintura
quarta-feira, 27 de setembro de 2006
Legislação Empresas Tr a b a l h o Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 A Justiça sempre acata a solicitação do trabalhador. Fernando Perez, Itaú
67 MIL NOVOS POSTOS DE TRABALHO EM SP
DESEMPREGO CAI NA GRANDE SP Pesquisa da Fundação Seade e Dieese feita em 39 municípios mostra redução de 16,7% para 16% em agosto, principalmente nos postos de trabalho na indústria
O
índice de desemprego registrou recuo na região metropolitana de São Paulo em agosto. Situou-se na marca dos 16%, contra os 16,7% registrados em julho e os 17,1% do mesmo mês do ano passado. De acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), esse é o menor resultado observado no mês de agosto desde o ano de 1998. Segundo Alexandre Loloian, coordenador de análise da pesquisa, o total de desempregados ficou em 1,609 milhão de pessoas, ou seja, 71 mil a menos que em julho. Ele explicou que foram criados 67 mil postos e que 4 mil pessoas saíram do mercado de trabalho.
Outra boa notícia foi a constatação de que os rendimentos médios de ocupados e assalariados registraram crescimento entre junho e julho. Seus valores corresponderam, respectivamente, a R$ 1.119 e R$ 1.179. Essas cifras indicam valorizações de 5,1% e 5% no período. Segundo Loloian, isso aconteceu porque foi registrada alta no emprego nas indústrias e nos postos de trabalho com carteira assinada, o que colaborou para aumentar os salários em agosto. E citou, também, a deflação como fator que colaborou para elevar os rendimentos pesquisados. Ele lembrou que, de 1998 a 2004, houve quedas contínuas nos rendimentos dos assalariados. "Em 2004, os salários começaram a se estabilizar, não registramos nada espetacular em 2005, houve queda neste ano e, a partir dos últimos três meses,
eles começaram a se recuperar um pouco. Esse crescimento foi observado em todos os setores", disse o coordenador da análise. No comércio – Apesar dos resultados gerais positivos, o comércio apresentou "relativa estabilidade" em agosto, na
avaliação do Seade/Dieese. A estimativa dos números de ocupados na região metropolitana de São Paulo indica recuo de 0,5% em comparação com o mês anterior. Sobre o mesmo mês de 2005, entretanto, houve avanço de 1,9%.
Para o diretor técnico do Dieese, Clemente Gans Lúcio, o recuo foi um ajuste. "O comércio cresceu muito no segundo trimestre deste ano e agora está se ajustando com taxas negativas nos últimos dois meses", disse. Esse quadro foi reforçado pelo desempenho das vendas, que não é positivo, mas "a expectativa é de que o nível de empregos cresça com a chegada do período de contratação de temporários para a época de festas de fim de ano. A sazonalidade é importante para a recuperação dos empregos", explicou Lúcio. Outros números e expectativas – Os representantes das duas entidades ressaltaram que a taxa de desemprego total em agosto diminuiu para a maior parte dos grupos estudados. O recuo foi mais acentuado em grupos com maior participação no mercado de
trabalho, como os chefes de domicílio, as pessoas com idade entre 25 e 39 anos, homens e pessoas com ensino fundamental completo e médio incompleto. A expectativa é de que as taxas de desemprego continuem a cair em setembro e em outubro. Entretanto, problemas podem surgir. Eles chamam a atenção para a redução na expectativa de crescimento da economia (Produto Interno Bruto) e para a avaliação de que os comportamentos dos juros e do câmbio não se alteram significativamente, fatores que podem atrapalhar. Apesar de tudo isso, é esperado que o aquecimento que normalmente ocorre na economia durante o segundo semestre, período de datas comemorativas e festas de final de ano, contribua para manter os índices de desemprego em queda. Paula Cunha
Ed Ferreira/AE
MAIS AGILIDADE NO TRIBUNAL Mais acordos, menos litígios: é a nova estratégia das empresas nos processos trabalhistas, depois da pesquisa do Tribunal Superior do Trabalho que aponta as empresas que mais casos acumulam no órgão. Os campeões de acionamento, os bancos, reavaliam postura, para diminuir processos desnecessários.
A
morosidade da justiça trabalhista pode estar com os dias contados. Segundo o Tribunal Superior do Trabalho (TST), desde a criação do ranking das empresas com maior número de processos na Corte, há cinco anos, o volume de recursos ajuizados pelas companhias, principalmente pelos bancos, foi reduzido em 30%. O principal motivo, de acordo com o ministro Vantuil Abdala, idealizador do levantamento, foi a imagem negativa que esse tipo de classificação trazia para os primeiros colocados na lista. Com exceção do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que liderou o levantamento divulgado este ano pelo TST, com 4.345 processos, as demais posições de destaque são ocupadas por bancos. Os primeiros da fila são Banco Santander Meridional, Banco do Brasil, Itaú e Caixa Econômica Federal. "Muitas dessas instituições não tinham idéia nem do volume de processos que acumulavam, nem de que grande parte deles questionava matérias já pacificadas pelo tribunal", comenta Vantuil. Menos recursos – Preocupados com o elevado contingente de litígios, bancos e demais empresas começaram a fazer mais
acordos com os funcionários e menos protelações. No caso dos bancos, era freqüente o ingresso de recursos que adiavam a decisão final, o que contribuía para o acúmulo de contestações judiciais. A situação piorou com as aquisições de novas instituições, gerando enxugamento de funcionários e brigas judiciais. O Itaú foi um dos primeiros a reavaliar o seu quadro de ações e eliminar recursos desnecessários. Desde que assumiu a direção do Departamento de Recursos Humanos, Fernando Tadeu Perez adotou uma "estratégia negocial". Segundo o diretor, o maior volume de processos está concentrado na cobrança de horas extras. Pela legislação, o bancário deve trabalhar apenas seis horas por dia, mas, por necessidade, os bancos adotaram o pagamento de duas horas adicionais. "Por mais que a instituição pague essas extras, a Justiça acata a solicitação do trabalhador. Por isso, começamos a fazer sempre acordo." Ponto no micro – Uma alternativa preventiva adotada foi implantar pontos eletrônicos nos computadores dos funcionários, para controlar seu horário de entrada e saída. O sistema permite que o micro funcione apenas no horário exato
do expediente, evitando que o funcionário permaneça mais tempo e cobre por essas horas futuramente. "Os tribunais já estão aceitando esse método como prova", diz Perez. O banco ainda está desistindo de discutir causas com jurisprudência consolidada no TST, o que reduziu em até 30% o estoque de processos. O Unibanco também vem diminuindo o volume de ações. Dos 4.371 processos que tinha em tramitação no TST em 2004, a instituição mantinha apenas 1.014 em 2005. Outro banco que mudou de atitude foi a Caixa Econômica Federal. A nova visão jurídica começou no ano passado, quando desistiu de 800 processos movidos por prestadores de serviços de empresas terceirizadas. Para este ano, o banco pretende repetir a fórmula e desistir de pelo menos mil recursos. Para a advogada Adriana Calvo, a visão do contencioso trabalhista mudou porque "as empresas não se preocupavam muito com o número de ações, pois o importante era contratar um bom escritório de advocacia para defendê-las". Mas, segundo ela, começaram a perceber que não é bom ser litigante. Estão investindo mais em consultorias preventivas. Márcia Rodrigues
PREVENIR NA CONTRATAÇÃO Consultorias aconselham empresas a evitar ações judiciais
N
ão são apenas os bancos. Muitas empresas também estão inibindo o ajuizamento de novas ações na Justiça do Trabalho com uma forte política de recursos humanos. Os escritórios de advocacia estão investindo na identificação das falhas existentes na contratação de funcionários e orientando qual a melhor maneira de acabar com os conflitos. "Normalmente é feita uma
análise das principais demandas judiciais e, se realmente o problema for da empresa, o escritório orienta para a mudança de postura. Também são revistas todas as ações para verificar se devem ser alvo de recursos ou acordos", explicou a advogada Adriana Calvo. A Construtora Hudson, por exemplo, teve seu contingente de processos reduzido devido a um trabalho preventivo, iniciado pelo escritório
Maluly Jr. Advogados. Até então, a cada 100 funcionários, dez ajuizavam ação. Atualmente, a construtora mantém quadro de 350 funcionários e apenas 6% das contratações acabam em processo. Segundo a advogada Lilian Dal Secchi B. Lotti, a direção da empresa foi orientada "a fazer acordos em ações que estavam perdidas, reduzindo o número de recursos e analisando os principais problemas". (MR)
Ministro Vantuil Abdala, do TST: Não é bom para a empresa ter imagem de litigante. Processos caíram 30%.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 27 de setembro de 2006
ESPECIAL - 5
Terra ruim, brava gente Em tudo os pioneiros do Ipiranga dependiam do que vinha de Portugal. Dormiam em toscas cabanas de sapé, ou mesmo ao relento. As camas eram de lenho duro ou igual às dos índios, e o calor do fogo servia de cobertor. Faltava até pólvora para a caça
Reprodução
ão era fácil a vida dos pioneiros do Ipiranga. Numa carta enviada ao reino, datada de 1567, o próprio Brás Cubas, proprietário de terras na região, reclama da situação de isolamento e da permanente ameaça imposta pelos índios. Seja por essa ou por outras razões, Brás Cubas doou parte de suas terras para os padres da Ordem Terceira do Carmo. Logo depois, porém, os padres anunciam a disposição de se desfazerem da área, trocando por outra que estivesse situada em local mais próximo da “cidade”, para construir uma igreja. Alegavam que “a longínqua paragem era improdutiva e reconhecidamente ruim para plantações”. Em 1592, depois de deixarem o Ipiranga, eles conseguiram erguer sua igreja na rua do Carmo, esquina com avenida Rangel Pestana, e que é uma dos mais antigas de São Paulo. Um tal de “Carvoeiro”, cujo nome era Domingos Luiz, natural de Torres Vedras, Portugal, figura entre os pioneiros da região. Ele e a esposa construíram uma capela por aqueles lados, em 1579. José de Anchieta também se referiu a essa capela, ainda em 1579, dizendo numa carta que “Domingos Luiz esta acabando a Igreja. Já lhe dissemos missa nela com muita festa”. A capela, que recebeu o nome de Nossa
m 1867, os trilhos da Estrada de Ferro São Paulo Railway, que depois passou a ser chamada Santos-Jundiaí, chegaram ao Ipiranga. Ao lado, as obras para instalação dos trilhos em frente ao Museu do Ipiranga. Acima, o Bar dos Motoristas (pertencente à família Pratali) na rua Auriverde, no Ipiranga. A foto é da década de 50
Senhora da Luz do Ipiranga, foi transferida quatro anos depois para a avenida Tiradentes com o nome de Nossa Senhora da Luz, onde se acha até hoje, depois de passar por várias remodelações. Outro pioneiro do Ipiranga foi Jorge Moreira. Dono de uma sesmaria, há registros de que tinha plantações e gado em suas terras. Além disso, foi almocatel, juiz ordinário, vereador, capitão da vila e maposteiro dos cativos. Os registros mencionam também Antônio Proença como habitante pioneiro do Ipiranga. Era um fugitivo português, que seqüestrara uma freira. Apesar de suas faltas graves (contra Deus e a Coroa), ganhou a proteção de Brás Cubas e acabou fazendo carreira nos postos de meirinho, vereador, capitão de cavalaria e estradas, juiz dos índios, ouvidor e capitão da vila de São Paulo. Pedro Nunes, sapateiro de profissão, é outro que aparece na lista dos desbravadores do Ipiranga, aonde chegou a criar 90 cabeças de gado numa pequena fazenda. Mais do que o gado, o que o atraía eram as mulheres, daí apontado como pai de inúmeras crianças bastardas, filhos de índias seduzidas por ele. Alistou-se num grupo de bandeirantes e após sua partida, em 1602, jamais se
teve notícias dele. As dificuldades enfrentadas por esses pioneiros podem ser medidas pelo fato de que, em tudo, dependiam do que vinha de Portugal. Dormiam em toscas cabanas de sapé, ou mesmo ao relento. As camas eram de lenho duro ou igual às dos índios, e o calor do fogo servia de cobertor. Roupas e sapatos somente podiam ser adquiridos a peso de ouro. A caça era abundante, mas quase sempre faltava pólvora para municiar as poucas armas existentes. Restava então, caçar com fisgas ou arpões nos rios ou riachos, ou pegar animais à unha. Outra alternativa era plantar uma roça e esperar a colheita para comer. A farinha de mandioca era o alimento mais consumido pelos primitivos habitantes. A carne bovina era escassa e a falta de sal, artigo considerado de luxo, obrigava os pioneiros a se alimentar com canjica e angu. Em compensação, havia muito peixe nos rios. Fernão Cardim relata que, nos rios do Ipiranga, “pescou-se desde os primórdios, embora muitas vezes por processos bárbaros aprendidos com os índios (como o envenenamento das águas, produzido com a casca dos timbós ou tinguis). “Era tão forte que os rios onde se botava não ficava peixe vivo", assinalou. O próprio José de Anchieta conta que, certa
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ocasião, viu matar assim “doze mil peixes de uma vez!” A valorização das terras No século 17, as terras nada valiam pelos lados do Ipiranga. Com exceção de algumas áreas que se prestavam para a agricultura, a maior parte era composta por terrenos argilosos, com muito cascalho e areia. Para se ter uma idéia, em 1621, Catarina de Pontes, proprietária de um sítio em que havia 50 cabeças de gado, três cavalos, pomar e várias roças, teve tudo isso inventariado, com o valor fixado em 134 mil réis. A roupa de cama e uso, porém, teve seu valor estimado em 107 mil réis. INFORME PUBLICITÁRIO
Em 1660, Isabel Ribeiro, outra habitante do Ipiranga, teve seu sítio com casa e canavial avaliado em 32 mil réis. O lote de roupas, composto por peças diversas, valia mais: 40 mil réis. A situação pouco se alterou com o passar de séculos. Na década de 1930, quando a avenida D. Pedro I ganhou calçamento, os terrenos situados naquelas imediações podiam ser adquiridos por 300 réis o metro quadrado. Pelos lados da rua Silva Bueno ou Alto do Ipiranga, valiam um tostão ou 200 réis. Os terrenos começaram a se valorizar a partir de 1940, quando se lançou a pedra fundamental do Hospital Leão XIII, obra do padre
Ballint. Mais adiante, porém, nas cercanias da região conhecida como Vila São José, reduto de sitiantes e chacareiros, as terras continuaram desvalorizadas, porque as enchentes, a lama, o mato, o mau cheiro e as ruas esburacadas e sem iluminação não davam condições de melhoria em curto prazo. Mesmo no alto do Ipiranga, onde não havia o risco de enchentes, a valorização tardou a chegar, pois seus moradores, além enfrentar ruas de terra e sem iluminação, até o início dos anos 50, ainda tinham de caminhar um ou dois quilômetros para pegar o bonde ou o ônibus.
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Empresa Tr i b u t o s Finanças Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
JUROS EM QUEDA MUDAM APLICAÇÕES
quarta-feira, 27 de setembro de 2006
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tarifas bancárias foram reajustadas acima da inflação nos primeiros nove meses deste ano.
Fotos: Caio Guatelli/Folha Imagem
120 MIL BANCÁRIOS CRUZAM OS BRAÇOS Essa é a estimativa da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) para a paralisação da categoria ontem. Somente na região metropolitana de São Paulo, 34 mil trabalhadores deixaram de atender. Categoria tem nova rodada de negociação com federação dos bancos hoje.
O
ntem foi um dia complicado para muitas pessoas q u e p re c i s a r a m utilizar serviços bancários nas agências. Apenas na cidade de São Paulo e na região metropolitana da capital, aproximadamente 34 mil bancários aderiram a uma paralisação de 24 horas. No País, outros 23 estados e o Distrito Federal também tiveram focos de paralisação, totalizando 120 mil bancários em greve, de acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf). Em movimento de campanha salarial, o presidente do
Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino, disse que a paralisação de ontem foi uma advertência. "Já apresentamos há 50 dias as propostas para os bancos, mas não tivemos nenhuma resposta nem sinal de acordo", disse. Entre as reivindicações dos empregados de bancos estão aumento real (acima da inflação) de 7,05% nos salários, participação nos lucros e resultados e distribuição de 5% do lucro líquido entre os trabalhadores. "Também exigimos auxílio creche de R$ 350 e auxílio alimentação de R$ 300", afirmou Marcolino. Um bônus de R$ 1,5 mil também está na
Fachada de agência bancária fechada ontem em São Paulo: trabalhadores pressionam por reajuste salarial de 7,05% acima da inflação.
pauta de reivindicações. Negociação — Na tarde desta quarta-feira haverá tentativa de acordo com os representantes dos bancos, em reunião dos sindicalistas com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). "Caso não haja acordo, a greve poderá se estender por mais dias", advertiu Marcolino. De acordo com ele, no entanto, a intenção não é de uma greve extensa, como a que ocorreu em 2004. Naquele ano, sobraram confusões nas portas das agências bancárias em várias partes do País. No Rio de Janeiro, o presidente do Sindicato dos Bancários do estado, Vinícius de As-
sumpção, afirmou que cerca de 80% dos trabalhadores de bancos no município aderiram ao movimento. No centro da cidade, que concentra 70% dos empregados do setor, o sindicalista afirmou que o nível de paralisação foi de 100%. "Estamos negociando já há cinco meses com os banqueiros, sem receber nenhuma proposta", queixou-se o presidente do sindicato fluminense. A uma semana das eleições, o sindicato em São Paulo garante que a greve está deslocada de qualquer viés político. "Nossa campanha salarial sempre cai neste mesmo período do ano, seja ano eleitoral ou não", destacou Marcolino. Outro lado — A Federação dos Bancos classificou como indevida a greve dos bancários e informou que vai à Justiça para impedir que os clientes sejam impedidos de entrar nas agências. Além disso, a entidade garantiu que está disposta a negociar com os trabalhadores
Além de aumento, bancários querem participação nos lucros
para chegar a um acordo. Caso a paralisação dos bancários persista, os bancos orientam os clientes a buscarem canais alternativos de atendimento, como internet, telefone e caixas eletrônicos. Ao contrário dos representantes dos trabalhadores, a Fenaban não divulgou ontem um balanço de agências e de número de funcionários parados por causa do movimento. Por
meio de um porta-voz, no entanto, a entidade afirmou considerar fraca a adesão, baseando a avaliação nos números apresentados pelos bancários. Somente no município de São Paulo, informou a entidade, há cerca de 2 mil agências. A Fenaban reiterou que tem plena "disposição de negociar com os trabalhadores e construir um acordo factível na mesa de negociações". (Agências)
TARIFAS SUPERAM INFLAÇÃO
A
s tarifas bancárias continuam a subir. Segundo dados da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), das 39 tarifas analisadas entre janeiro e setembro deste ano, 36 tiveram alta acima da inflação e apenas três foram reduzidas. No período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que serve de base para os reajustes sala-
riais, subiu apenas 1,16%. A campeã de aumento entre janeiro e setembro foi a tarifa referente à rescisão contratual (quitação antecipada), cujo valor saltou 61,8%, de R$ 479,35 para R$ 775,61. Em segundo lugar, aparece o cartão múltiplo adicional, que teve alta de 46,73% (para R$ 60,80), acompanhado pelo avanço de 31,41% da tarifa de concessão de cheque especial (R$ 63,18). Além desses itens princi-
pais, outros custos apresentaram evolução nos nove meses de 2006, de acordo com o vicepresidente da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira. O analista especializado no setor bancário da consultoria Lopes Filho, João Augusto Salles, disse que os bancos podem elevar suas tarifas sem qualquer restrição do Banco Central. O que vai ditar o ritmo da alta é a concorrência entre as instituições financeiras. (AE)
Aplicações migram sem CPMF Expectativa de queda de juros e ausência do imposto devem movimentar fundos
A
nova regra para as contas-investimento, que permite a transferência de recursos que estão em aplicações financeiras abertas até 30 de setembro de 2004 sem a cobrança dos 0,38% da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), pode aquecer o mercado de fundos de investimentos brasileiro. Com passe livre a partir do próximo dia 1º de outubro, o investidor poderá transferir suas aplicações sem contabilizar a perda de 0,38% nos seus rendimentos, o que, para analistas do mercado financeiro, deve incentivar a procura por produtos de maior rentabilidade, principalmente os não atrelados à taxa básica de juros da economia (Selic). Isso porque a aposta do sistema financeiro é de que a Selic entre em um processo de queda acentuada e constante no próximo ano.
Longo prazo — O superintendente de Investimentos do banco ABN Amro Real, Eduardo Jurcevic, avalia a nova regra como um incentivo para o crescimento de aplicações de médio e longo prazos no Brasil. O executivo acredita que a redução da taxa de juros levará os investidores a uma diversificação das reservas, procurando rentabilidade sem o imediatismo proporcionado pelo alto patamar da Selic. Com a possibilidade de migração sem a CPMF, Jurcevic acredita que produtos como fundos de investimento de médio risco, principalmente os multiportfólios e os multimercados, vão crescer. Os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) também podem registrar um aumento de procura com a implantação da nova regra. O superintendente aconselha o investidor a
calcular o impacto do Imposto de Renda sobre as aplicações antes de mudar. Ele lembra que o IR regressivo, que permite redução de 20% para 15% da alíquota sobre os investimentos com carência superior a dois anos, deve ser levado em conta. "O IR progressivo foi uma das barreiras para as migrações de grande volume, mesmo após a implantação da containvestimento. O investidor deve prestar muita atenção antes de realizar a operação." A Receita Federal informa que muitos aplicadores de grandes volumes aguardavam a entrada em vigor da nova regra para iniciar o processo de migração dos seus investimentos. Grande parte desses recursos são do período anterior a 30 de setembro de 2004, volume não beneficiado pela isenção de CPMF com a criação da conta-investimento. Davi Franzon
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6 -.ESPECIAL
quarta-feira, 27 de setembro de 2006
Reprodução
Aquarela do começo do século XIX: a cidade de São Paulo vista por quem trilhava a estrada que levava ao litoral, antigo Caminho do Mar, mais ou menos onde está hoje a Via Anchieta Reprodução
Reprodução: Acervo Coats Corrente
O Museu Paulista, conhecido como Museu do Ipiranga, levou mais de meio século para ser construído. Mais tarde ganharia os jardins desenhados pelo arquiteto belga Putemans. Mas também já sofreram várias transformações. Esta foto é do início do século passado
A antiga fábrica das Linhas Corrente (hoje Coats), construída no início do século passado na rua do Manifesto. Gerações de ipiranguistas passaram pela fábrica, que continua em atividade no bairro
O bairro das indústrias hoje procura novo destino O processo de industrialização do Ipiranga começou num grande charco, com uma olaria. Em 1913 já havia ali 49 indústrias e 16.317 trabalhadores. A Linhas Corrente chegou em 1907 e ficou: é a mais antiga fábrica ainda em funcionamento no bairro
A
área ocupada hoje pelo Complexo Mackenzie, na divisa do Ipiranga com o Sacomã, onde passava o córrego Moinho Velho, era um grande charco. De suas terras barrentas se abasteciam as olarias, que foram as primeiras indústrias a se instalar na região. Entre elas, a Sacoman Frères, montada por três irmãos franceses, chegados de Marselha em 1886, juntamente com as levas de imigrantes de várias nacionalidades, que lotavam os navios rumo ao Brasil. Filhos de tradicionais fabricantes de cerâmica na França, os irmãos Sacoman tentaram inicialmente se instalar na Água Branca, mas decepcionaram-se com a qualidade da argila. Acabaram no Ipiranga, onde,
ao lado da olaria, montaram uma chácara cuidadosamente ajardinada e, dentro dela, um belíssimo palacete, que ficaria conhecido como “Castelinho”. Foram eles que iniciaram em São Paulo a produção de telhas tipo Marselha. Ali também se instalaram com sua cerâmica, vindos da Itália, os irmãos Falchi, que depois enveredariam por outros ramos e se notabilizariam por sua fábrica de chocolates. Nesse período - virada do século São Paulo crescia rapidamente e havia grande demanda de tijolos, já que a técnica da construção com taipa estava sendo abandonada. Dessa forma, as indústrias de cerâmica prosperavam. Com a morte de um dos
irmãos Sacoman, a família decidiu vender a cerâmica e voltar para a França. A indústria e a chácara passaram para as mãos do italiano Américo Paschoalino Samarone, que havia chegado ao Brasil em 1900. A fábrica, depois transformada em Cerâmica Ypiranga, funcionou até 1950, mas teve de enfrentar vários problemas, pois eram freqüentes os casos de afogamento na lagoa de onde se retirava a argila. Num só dia quatro pessoas morreram e a pressão da população levou ao aterramento da lagoa, em 1960. No início do século, paralelamente às fábricas de cerâmica, outras indústrias foram se instalando na região. Um dos pioneiros foi o libanês Benjamin Jafet, que chegou ao Brasil com 20 anos de idade, em 1887. Ganhou dinheiro como mascate e trouxe quatro outros irmãos. Juntos, decidiram montar uma indústria têxtil na rua dos Sorocabanos, em 1906, e acabaram dando grande impulso ao bairro (veja matéria à parte). O processo de industrialização avançou
rápido. Em 1905 existiam 19 fábricas no Ipiranga, empregando 6.296 operários. Oito anos depois já eram 49 indústrias e 16.317 trabalhadores. Entre elas, a Linhas Corrente, a Estamparia Ypiranga e a Fábrica de Ferro Esmaltado Sílex. A Linhas Corrente chegou em 1907, junto com os bondes elétricos. E ficou: é a mais antiga fábrica ainda em funcionamento no Ipiranga. Há 97 anos produz linhas para costura, fios para tricô e bordados entre outros acessórios. Quase um século depois, a multinacional (pertencente ao grupo Coats Viyella PLC, criado em 1812 na Escócia), emprega cerca de três mil funcionários, ocupando um prédio de 42 mil metros quadrados na rua do Manifesto. Mas trata-se de uma exceção. A maioria das indústrias ou fechou suas portas ou transferiu suas instalações para outras áreas (principalmente para o interior) e o Ipiranga passou as últimas décadas em estado de estagnação. Hoje procura um novo destino, torcendo para que não seja, como sempre, apenas um ponto de passagem.
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quarta-feira, 27 de setembro de 2006
Indicadores Econômicos
7
1,22
por cento foi a queda do dólar comercial ontem. A moeda norte-americana fechou o dia a R$ 2,193 para venda.
26/9/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 22/09/2006 22/09/2006 22/09/2006 22/09/2006 22/09/2006
P.L. do Fundo 9.055.252,19 1.447.210,61 7.806.342,85 13.918.126,24 1.281.067,08
Valor da Cota Subordinada 1.196,084309 1.090,738076 1.161,228635 1.123,393563 1.094,669962
% rent.-mês 1,6774 1,2310 1,2807 7,6923 3,0792
% ano 22,4278 9,0738 16,1229 12,3394 9,4670
Valor da Cota Sênior 0 1.084,818925 1.098,077943 0 0
% rent. - mês 0,7965 0,8678 -
% ano 8,4819 9,8078 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)
DC
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
MESAS DE SINUCA SÃO PAGAS POR HORA DE JOGO
argareth Tatcher, a Dama de Ferro, joga. Príncipe Charles, o primeiro na linha de sucessão do trono inglês, idem. O presidente norte-americano mais sexy de todos os tempos, Jack Kennedy, também era fã. Hobby de fim de semana para muitos, esporte para alguns, a sinuca não desperta mais o preconceito de antigamente, quando a prática do jogo era associada à periferia, ao consumo de álcool e apostas em dinheiro, como no filme de 1986, "A Cor do Dinheiro", com Paul Newman e Tom Cruise. Hoje, toda casa noturna que se preze tem pelo menos uma mesa de sinuca. "Não tem mais essa história de submundo. Isso aqui é praticamente uma igreja!", disse Ricardo Inocêncio da Silva, um dos sócios do Atlanta Snooker, na Lapa. De origem nobre na Europa do século XVIII, a sinuca foi reconhecida como esporte no Brasil em 1988 pelo Conselho Nacional de Desportos. "Sinuca virou balada. Pouca gente está interessada em aprender a jogar de verdade. O pessoal quer comer, beber e brincar", afirmou Silva. E de balada, ele entende: nos fins de semana, as 27 mesas do Atlanta lotam com homens e mulheres de várias idades e a fila de espera passa de horas. "As mesas têm um certo glamour, o ambiente é de penumbra. Você assiste filme americano onde o salão de sinuca tem briga e foto de mulher pelada na parede. Isso não existe aqui." Além disso, Silva garante que se vir alguém no seu endereço jogando a dinheiro, manda parar na hora. Influência – A engenheira química Silvia Taioli Cordeiro começou a jogar sinuca aos 14 anos por influência do pai, o jornalista Luiz Carlos Cordeiro. Atualmente, a vida dela gira em torno do esporte: é a atual campeã brasileira feminina, tri-campeã paulista, comentarista da ESPN Internacional, árbitra da Confederação Brasileira de Sinuca e professora de sinuca há dez anos. Ultimamente, tem sido Gabriela joga snooker após procurada por jovens mulheas aulas da faculdade res que não querem se sentir de fora quando saem com amigos para casas de snooker. "A sinuca é um fator agregador. Atrai tanto as mais jovens quanto senhoras acima de 60 anos que freqüentam clubes como o Harmonia e o Paulistano, onde dou aula", contou Silvia, que também é sócia da fábrica de mesas de sinuca Luizote Snooker. O marido, Luizote, é bi-campeão estadual paulista e os dois se conheceram na Copa Brasil, em 2000. Ele atuava como jogador, ela, como árbitra. Depois de 14 horas de aula – duas por semana – a aluna sai pronta para não fazer feio. "Tem homem que diz que mulher, se jogar, vai rasgar o tecido da mesa. Puro preconceito." Silvia também ensina homens, mas, ao contrário das mulheres, que têm aulas em grupos e em lugares públicos, eles preferem o aconchego do lar, longe dos olhos – e das gozações – dos amigos. Para se desfazer de algum resquício de preconceito machista, Silvia faz questão de jogar sempre bem-vestida e maquiada. O curso individual custa R$ 850. Antigo endereço – Na Praça da Sé, onde o Snooker V8 funciona há tanto tempo que ninguém se lembra quando as portas se abriram, quatro mesas estão ocupadas às 17h30 de uma sexta-feira, quando esta reportagem foi feita. Segundo Elza Coimbra, mulher de pouquíssimas palavras que "toma conta" do lugar enquanto prepara fartas porções de fritas e calabresa, 80% dos freqüentadores são homens e as noites de sexta são as mais animadas. Elza, que vencida a desconfiança do primeiro momento mostrou-se simpática e falante, contou que, apesar da localização, o V8 é seguro. "Vem família, casal, eu fico aqui sozinha, não tem problema. Agora, se fosse no térreo..." Cada hora custa R$ 9. A casa fica no segundo andar do número 31 da Sé. No Atlanta, diversos casais costumam se divertir nas noites de sábado, como Giuliana Príncipe Micheline e Carlos Eduardo Pereira que, a cada 15 dias pelo menos, 'batem cartão' na casa. Pereira, freqüentador desde a abertura do Atlanta há 13 anos, ensinou a mulher a jogar quando os dois se conheceram, cerca de três anos atrás. Hoje, ela não faz feio. "De vez em quando, ela até ganha", contou ele. Em outra mesa, Gabriela Falcão Pereira Lima e o namorado Caio arriscavam suas tacadas. Estudante de Comércio Exterior, Gabriela joga sinuca toda quinta e sexta-feira, depois da aula, em um endereço perto da Universidade Paulista, onde estuda. "É mais sossegado que sair para dançar. E é mais barato." O Rei – Em uma reportagem sobre sinuca, Rui Chapéu não poderia ficar de fora. Entre 1984 e 1992, o lendário jogador dava aulas para o Brasil inteiro, na tela da Rede Bandeirantes, em jogos transmitidos aos domingos. Seu maior feito, além de ficar conhecido de norte a sul, foi vencer o inglês Steve Davis, então campeão mundial de sinuca, em 1986 e em 1987. Outros jogadores brasileiros famosos foram Carne Frita, Roberto Carlos, Boca 'Mucha' e Doutor Cláudio. Kety Shapazian SERVIÇO Atlanta Snooker: (11) 3871-1632 Silvia Taioli Cordeiro: (11) 5687-4689 Snooker V8: (11) 3119-0217 INFORME PUBLICITÁRIO
quarta-feira, 27 de setembro de 2006
Rui Chapéu foi o jogador brasileiro de sinuca mais conhecido de todos os tempos.
Sinuca vira balada e atrai jovens amigos e casais Associado ao alcoolismo e à vagabundagem no passado, o snooker tornou-se uma alternativa de diversão para os paulistanos. Há casas de todos os tipos na cidade e até aulas particulares para os interessados no esporte. Quem levar a sério, pode até sobreviver dos campeonatos nacionais e internacionais. Paulo Pampolim/Hype
Ao lado, Silvia Cordeiro, atual campeã brasileira feminina e dona de uma loja de mesas de sinuca, dá algumas tacadas para mostrar aos alunos como se faz. Abaixo, o ambiente aconchegante do Atlanta, na Lapa.
Fotos: Andrea Felizolla/Luz
Abaixo, Giuliana e seu marido Carlos, freqüentadores da intimista casa Atlanta. E os jogadores tradicionais de sinuca no V8, no centro de São Paulo.
Marcos Fernandes/Luz
São Paulo proibida para cartazes. C 1
Ano 81 - Nº 22.221
São Paulo, quarta-feira, 27 de setembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Letra do ministro Gil
Edição concluída às 00h40
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
Página 4 Flávio Florido/ Folha Imagem
Freudssugas votam e vão para a cadeia Os "aloprados" de Lula serão presos logo depois da eleição, por ordem da Justiça de Mato Grosso. Freud, Lorenzetti, Bargas, Expedito, Gedimar e Valdebran só estão livres graças à legislação eleitoral. Para depois da eleição, também, ficou o suspense mantido pela PF: de quem são os dólares do fraudessuga? Página 4
Alckmin sobe. Mas Lula não cai O tucano saiu de 19,5% em agosto, para 27,5% em setembro. O presidente tinha 51,4%; agora, 51,1%. A pesquisa CNT/Sensus mostra também que 25,8% acham que o escândalo do dossiê prejudicará Lula. Pág. 5
Crise nacional contamina debate O candidato petista ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante (foto), atropela as regras de debate na Globo para tentar se desvincular do escândalo da compra frustrada de dossiê contra tucanos. Mas o confronto com José Serra foi quase sempre por tabela. Página 3
BRASIL FICOU PARA TRÁS País caiu 9 posições no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial. Corrupção e alta carga tributária contribuíram para a queda. E 1 Andrea Felizolla/LUZ
Aurélio Becherini/AE
REFIS
Os contribuintes paulistas têm até o dia 30 para quitar dívidas de ICMS com redução de 100% da multa e 50% dos juros. E 3
Mastrangelo Reino/Folha Imagem
ESPECIAL Ipiranga
Polícia diz que Carla matou Ubiratan "O caso está 100% esclarecido", diz delegado sobre morte de coronel. C 2
A bola da vez Sinuca, bom negócio, é novo agito das baladas paulistanas. Giuliana (foto) capricha na mira. E 8 HOJE Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 12º C.
AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 27º C. Mínima 12º C.
UM GRITO DE 422 ANOS HOJE Do grito de Dom Pedro ao Ipiranga de hoje, a história em 16 páginas
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 27 de setembro de 2006
Fotos: Divulgação/Asbea
A CIDADE COMO É HOJE ...
1 Medida estatiza a atividade e é incompatível com o regime de livre iniciativa em que vivemos. Marcel Solimeo, economista
Uma vista da rua da Consolação, na região central da cidade, como é hoje, com cartazes, outdoors, empenas cegas e painel luminoso. A alegação da Prefeitura é que a publicidade externa deixa a cidade mais feia. A idéia principal do projeto Cidade Limpa é acabar com a poluição visual, retirando todo tipo de anúncio das ruas da capital. Até o dia 31 de dezembro as empresas devem retirar a publicidade externa. A multa será de R$ 10 mil. ... E COMO A PREFEITURA QUER
Rua da Consolação, em imagem alterada por computação gráfica, sem anúncios, como deseja a Prefeitura. Ao retirar a publicidade externa, representantes do setor de mídia exterior temem o fechamento de 200 empresas na cidade, acarretando o desemprego de 20 mil profissionais. As entidades devem recorrer à Justiça contra o projeto de lei, que alegam ser inconstitucional por proibir uma atividade econômica legalizada.
PREFEITURA VETA OUTDOORS E 'ESTATIZA' A PUBLICIDADE Aprovação do projeto de lei que proíbe a publicidade externa em São Paulo prejudica o comércio e pode gerar desemprego. Economista da ACSP alerta para estatização. Rejane Tamoto
O
projeto de lei (PL) Cidade Limpa, nº 379/06, que prega tolerância zero aos anúncios externos na cidade e ainda restringe os anúncios indicativos do comércio, foi aprovado ontem em segunda e definitiva votação na Câmara Municipal. O substitutivo encaminhado pelo governo, em conjunto com vereadores que compõem a liderança da Casa, recebeu 45 votos a favor e um único contra, o do vereador Dalton Silvano (PSDB). "Uma atividade econômica centenária acaba de ser extinta. Isso aumentará muito o desemprego, que já é enorme na cidade", disse Silvano. As principais mudanças ocorridas no PL aprovado são o aumento do prazo de 30 para 90 dias para as novas regras entrarem em vigor e também a definição de mais duas faixas de tamanho para os anúncios indicativos do comércio, que antes eram restritas a 4 m². "São mudanças que não alteram a essência da primeira versão da lei. A dilatação do prazo não altera praticamente nada. Em outras cidades do mundo, o prazo para que leis desse tipo entrem em vigor é de, no mínimo, cinco anos", disse o economista Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Estatização – "A lei prevê que a própria Prefeitura explore e arrecade com a publicidade externa em licitações. A medida estatiza a atividade e é incompatível Andrea Felizolla/Luz - 12/09/2006 com o regime de livre iniciativa em que vivemos. A ACSP buscou um diálogo e defendeu limpar a cidade com a retirada de tudo o que é ilegal. O setor privado legalizado, que re a l i z o u i nve sti me nto s, será prejudicado pela lei", disse Solimeo. Pela nova lei, que deve ser sancionada pelo preMarcel Solimeo, da ACSP: críticas feito Gilberto Kassab e publicada no Diário Oficial nos próximos 30 dias, até o dia 31 de dezembro todas as peças publicitárias que ocupam os espaços públicos, inclusive aquelas que se encontram em imóveis privados, deverão ser retiradas. Os estabelecimentos comerciais terão de adaptar suas fachadas à lei, a partir de uma série de regras e proibições (veja arte). Todas as leis anteriores, que regiam o setor, foram revogadas. Segundo o PL, o prazo para a adaptação à lei
pode ser prorrogado por mais 90 dias, mediante a entrega de requerimento preenchido e assinado pela empresa à Prefeitura. As alegações para solicitar um prazo maior podem ser, por exemplo, a dificuldade da retirada dos anúncios por estarem em estrutura de ferro e localizada em uma via de trânsito intenso. O descumprimento da lei implica multa de R$ 10 mil a todos os envolvidos: o proprietário do imóvel, o anunciante e a empresa que colocou o anúncio. A infração também resulta no cancelamento imediato da licença da publicidade exterior. Em alguns casos, a Prefeitura pode contratar uma empresa para remover o anúncio e, depois, mandar a conta para os responsáveis. De acordo com a nova lei, os anúncios em veículos automotores, em aeronaves e até no mobiliário urbano (pontos de ônibus, lixeiras entre outros) deverão ser retirados até o dia 31 de dezembro. "A lei 13.517, que regulamenta a concorrência pública para o mobiliário urbano será extinta. O Executivo enviará um projeto de lei à Câmara, que definirá as normas para os anúncios no mobiliário urbano municipal", disse o vereador favorável ao PL Cidade Limpa, Gilson Barreto (PSDB). Segundo ele, entre o final deste ano e o começo de 2007, uma nova lei para a exploração do mobiliário urbano pela Prefeitura será discutida e aprovada na Câmara. Desemprego – Segundo representantes das empresas de mídia exterior, o PL foi aprovado às pressas e sem nenhuma discussão aprofundada quanto às implicações que podem causar à cidade, tanto no aspecto econômico (com o fechamento de cerca de 200 empresas que integram o setor), quanto no social, ao cortar 20 mil postos de trabalho. O presidente do Sindicato das Empresas de Mídia Exterior (Sepex), Júlio Albieri, disse que
já contratou advogados para providenciar as medidas judiciais necessárias para resguardar as atividades de um setor que movimentou no ano passado mais de R$ 200 milhões. "Esse projeto de lei é inconstitucional porque quer proibir uma atividade econômica legalizada. Após
a publicação no Diário Oficial, vamos fazer o que couber dentro da legislação brasileira", afirmou Albieri. Outra entidade que representa as empresas do setor, a Central de Outdoor, também se prepara para acionar a Justiça. Uma das justificativas dos que defendem a lei Cidade Limpa é que a retirada de toda a publicidade acabaria com as diversas interpretações que existiam quanto ao que é anúncio legal. Atualmente, cerca de oito de 13 mil anúncios expostos na cidade são irregulares. De acordo com Albieri, o governo municipal simplesmente proibiu uma atividade só porque não tem condições de fiscalizar e fazer a lei funcionar. Segundo ele, o município arrecadou no ano passado cerca de R$ 37 milhões com a Taxa de Fiscalização de Anúncio (TFA). Ao admitir que não consegue fiscalizar a publicidade, a Prefeitura acabou cobrando um imposto, no entender do economista da ACSP, Marcel Solimeo. "Cobraram uma taxa por um serviço de fiscalização que não foi prestado e, por isso, não deveria ter sido cobrado", disse.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
Tr â n s i t o Memória Polícia Ambiente
quarta-feira, 27 de setembro de 2006
Carla Cepollina é a autora do homicídio que vitimou o coronel. Armando de Oliveira Costa Filho, titular do DHPP
PRINCIPAL PROVA É O HORÁRIO DO CRIME
Polícia culpa Carla por morte de Ubiratan
DENGUE A cidade de São Sebastião quer punir quem não ajudar a combater o mosquito da dengue.
Delegado garante que o caso está "100% esclarecido". A advogada deve ser indiciada no DHPP ainda hoje.
ois brasileiros foram oliciais da Força Tática condenados ontem a cinco P estouraram o cativeiro, no D anos de prisão por chefiarem final da tarde de ontem, na
Mastrangelo Reino/Folha Imagem
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FALSIFICADORES
uma das maiores fábricas de passaportes e documentos de identidade falsificados já desbaratadas pela polícia no Reino Unido. Lucas Fernandez Jesus, de 27 anos, e Werleson Rodrigo de Oliveira, de 25 anos, foram presos quando circulavam num carro na região leste da capital britânica Em abril, os dois admitiram serem culpados diante de um tribunal britânico. A polícia afirmou que caso os dois brasileiros não tivessem sido presos, eles teriam produzido mais de 12 mil passaportes falsos, que são utilizados por imigrantes ilegais e criminosos. (AE)
CATIVEIRO
Favela Chica Luiza, em Perus, zona oeste, e libertaram Soraia Barra Nova. De acordo com informações, Soraia foi abordada, pela manhã, na porta de sua casa, na zona sul, quando saia para trabalhar, e levada para o cativeiro. No local, a polícia prendeu dois homens que disseram ter sidos contratados para vigiar o barraco. Ainda na favela, outros dois homens, envolvidos no seqüestro, também foram presos. A quadrilha foi levada para o 33º DP de Pirituba. Com os envolvidos no seqüestro, a polícia apreendeu duas armas. (AE)
1,2 MIL DO PCC VÃO PARA AVANHANDAVA om capacidade para 768 presos, a Penitenciária C Compacta de Avanhandava Carla Prinzivalli Cepollina na janela de seu apartamento, na madrugada de ontem, durante busca policial Diego Padgurschi/Folha Imagem
Costa Filho: convicção absoluta de que foi Carla quem cometeu o crime Patrícia Santos/AE
Armas de Liliana apreendidas no apartamento. Ela pagou fiança.
tradas durante busca realizada no apartamento onde as duas moram, no Campo Belo. Os investigadores procuravam novas evidências. Os peritos levaram um canhão especial que aplica luz sobre roupas ou superfícies e pode revelar vestígios de sangue e pólvora.
Algumas roupas da advogada foram recolhidas para análise. A decisão de fazer a busca foi tomada depois que uma empregada doméstica disse que viu uma calça e uma blusa de Carla com manchas vermelhas depois do assassinato. "O DHPP está absolutamente se-
guro. Temos um conjunto probatório muito coeso. Nada de novo que possa vir do IC poderá alterar a convicção absoluta de ser Carla a autora do homicídio", disse Costa Filho. Os policiais acharam três armas no apartamento: dois revólveres calibre 38 e uma pistola 7.65 mm. Um dos revólveres e a pistola estavam registradas em nome do pai de Liliana, já falecido, e a carabina estava em seu nome, mas não havia sido recadastrada. A quarta arma – o outro revólver – estava registrada legalmente, mas também foi levada para exame, por ser do calibre 38, o mesmo que matou Ubiratan. "É improvável que alguma dessas armas tenha sido usada no crime", disse o delegado. Ontem, a polícia ouviu novamente os depoimentos de quatro testemunhas para esclarecer alguns pontos. Entre essas pessoas estavam funcionários do prédio do coronel. Após o indiciamento de Carla, o inquérito será relatado pelo DHPP e enviado ao Ministério Público Estadual (MPE) que, por sua vez, decidirá se oferece ou não denúncia contra ela. Se isso ocorrer, a Justiça determinará se abre processo contra Carla e decidirá se ela irá à júri popular. O advogado Antônio Carlos Carvalho Pinto, que assumiu às 23h de domingo a defesa de Carla, afirmou que não viu até agora nenhuma prova contundente contra sua cliente. (AE)
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PADRE
MORTES
Polícia Civil de arolina Adam Nelis da Catanduva (SP) prendeu C Silva, de 38 anos, mulher A ontem o padre João Batista do policial civil Paulo Silva, de 46 anos, condenado a cumprir 7 anos e 6 meses de prisão por atentado violento ao pudor, corrupção de menores e incentivo à prostituição. Silva, que atuava como vigário-assistente da diocese de Catanduva, foi preso na Casa Paroquial e não reagiu à ordem de prisão. O mandado foi expedido pelo juiz Hélio Benedini Ravanani de Viradouro, comarca do município de Terra Roxa, cidade onde o padre teria abusado das crianças, em 1994. Em 2001 ele foi condenado a 9 anos e 5 meses, mas recorreu ao Tribunal de Justiça, que agora o condenou a 7 anos e meio de prisão. (AE)
Spessatto Ribeiro Filho, de 31 anos, do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), matou a filha do casal com um tiro na cabeça e depois se matou. O crime aconteceu anteontem, por volta das 19h, na residência do casal, na zona norte da cidade. Os motivos do crime são ignorados. Ao ouvirem os disparos, os vizinhos acionaram a polícia que encontrou a arma utilizada, a pistola Taurus calibre 45, que pertencia ao policial. Os corpos foram retirados ontem pela manhã e levados para o IML Centro, de onde seriam levados hoje para o Cemitério Cachoeirinha. (AE)
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(SP) vai se tornar referência do Primeiro Comando da Capital (PCC). Os 659 detentos que ocupam a prisão, todos ligados ao Comando Brasileiro Revolucionário do Crime (CRBC), serão transferidos para outras penitenciárias e seus lugares serão ocupados por 1,2 mil presos do PCC. A troca, que vai dobrar a população carcerária na unidade, foi a solução encontrada pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) para abrigar tantos presos ligados ao PCC. Por questões de segurança a SAP não coloca, num mesmo
presídio, detentos de duas facções rivais, o que complica a distribuição dos detentos. "Não temos outra saída. Os presídios controlados pelo PCC estão superlotados, enquanto os controlados por outras facções estão abaixo da capacidade da lotação", disse um diretor da SAP. A situação piorou depois das rebeliões ocorridas a partir de maio, quando o PCC destruiu sete presídios. Na semana passada, a situação se agravou com a retirada de 2,6 mil detentos de Araraquara e Mirandópolis, que tiveram de ser esvaziados para obras de reforma. Antes, já tinham sido removidos outros 2,4 mil detentos de Iperó, Itirapina, Avaré e Valparaíso. (AE)
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A
polícia não tem mais dúvidas: a advogada Carla Prinzivalli Cepollina, de 40 anos, matou o coronel e deputado estadual Ubiratan Guimarães. "O caso está 100% esclarecido. Tenho convicção absoluta de que foi Carla Cepollina a autora do crime", afirmou ontem o delegado Armando de Oliveira Costa Filho, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ontem à noite, a polícia prendeu em flagrante a mãe de Carla, a também advogada Liliana Prinzivalli, sob a acusação de posse irregular de três armas de fogo. A principal prova contra Carla é o horário do crime. Pelos laudos, testemunhos e provas materiais, a polícia chegou à conclusão de que Ubiratan foi morto entre 19h e 19h30 do sábado, dia 9. Pela análise das ligações atendidas por Carla no apartamento do coronel, nos Jardins, zona sul, a polícia tem como provar que ela estava no imóvel até as 20h26. Quem desmontou o álibi de Carla foi a própria acusada. A advogada, que afirma que era namorada do coronel, disse que Ubiratan estava vivo quando ela saiu. Admitiu que havia atendido a dois telefonemas que a delegada federal Renata Madi, apontada como a namorada de Ubiratan, havia feito. O primeiro foi para o celular de Ubiratan às 19h03. O segundo, para o telefone fixo, às 20h26, quando, para a polícia, a vítima já estava morta. Na segunda vez, Carla disse que o coronel estava dormindo. Além disso, um laudo da perícia mostrou que Ubiratan tinha comida no estômago. Como a digestão demora no máximo seis horas e a última refeição do coronel havia ocorrido às 14h30, ele já estava morto às 20h30. Carla nega o crime e alega que não há provas. Mas será formalmente indiciada hoje por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe com recurso que impossibilitou a defesa da vítima). A advogada vai ser fotografada e terá suas digitais colhidas. A r ma s – Autuada em flagrante, Liliana, pagou fiança de R$ 800, 00 e foi solta. Isso só ocorreu porque as armas achadas em seu apartamento eram de posse permitida a particulares, mas tinham registro irregular. As armas foram encon-
TRANSPLANTES Cai a doação de órgãos no País, segundo a Associação Brasileira de Transplantes.
quarta-feira, 27 de setembro de 2006
Urbanismo Compor tamento Segurança Transpor te
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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35 EQUIPAMENTOS MONITORAM A ÁREA CENTRAL
O projeto foi bem aceito e ajuda a coibir algumas ações que antes não tínhamos como observar. Laércio dos Santos, inspetor da GCM
Novos olhos vigiam as ruas da cidade Mais 22 câmeras começaram a operar na região central da capital. A avenida Paulista, o parque Trianon e outros bairros também serão monitorados no ano que vem. Andrea Felizolla/Luz - 09/08/2006
Milton Mansilha/Luz - /29/8/2006
Kelly Ferreira
D
esde ontem o Centro de São Paulo está sendo monitorad o p e r m a n e n t emente por mais 22 câmeras que, somadas às 13 em operação desde o final de julho, completam os 35 equipamentos previstos para a região. As novas câmeras foram colocadas em pontos estratégicos do Centro Novo, Centro Histórico, Anhangabaú e Nova Luz – além da rua 25 de Março – para fortalecer a segurança. O mesmo deve acontecer com a avenida Paulista a partir do ano que vem, que será vigiada por por 30 câmeras. Com a conclusão desta etapa, agora existem 94 pontos monitorados por câmeras no Centro da cidade. Os locais de instalação dos equipamentos foram definidos por meio de estudos feitos pela Guarda Civil Municipal (GCM). Foi levado em conta o critério da maior incidência de crimes. Segundo a Prefeitura, até ontem, as quatro equipes que trabalham 24 horas no monitoramento haviam registrado 150 ocorrências. Foram 21 prisões em flagrante, 11 portes, uso ou tráfico de drogas, um porte ilegal de arma, uma receptação de mercadoria roubada e oito tentativas de homicídio. Acidentes
Central de monitoramento: guardas observam a cidade dia e noite
de trânsito com vítimas e queda de pessoas com mal súbito também foram registrados. Mudança – Segundo o inspetor da GCM Laércio dos Santos, o sistema de câmeras no Centro de São Paulo, instalado há quase dois meses, mudou o comportamento de muitas pessoas. Os ambulantes tentam encontrar outros locais para vender suas mercadorias, longe dos olhos da GCM, e os menores infratores que assaltavam constantemente motoristas na avenida São João já não agem com tanta facilidade. O balanço da GCM também inclui a inibição de pequenos delitos, como furtos de pessoas que saem de bancos e o comércio de celular de procedência duvidosa na Sé. Para Santos, as câmeras tam-
bém estão sendo primordiais para apreensão de drogas, entre elas cola, maconha e cocaína, tanto de usuários quanto de traficantes, nas regiões do vale do Anhangabaú e praça da República. "Foram mais de mil apreensões, principalmente de sacos com cola de sapateiro. Além disso, com as câmeras conseguimos dar apoio à GCM para coibir o comércio informal. Esse projeto foi bem aceito pela população e está ajudando a coibir algumas ações que antes não tínhamos como observar. É provável que a cidade ganhe mais equipamentos", disse. Funcionamento – As câmeras instaladas na região central têm 360 graus de rotatividade e alcance de mil metros, gravam e
fotografam durante 24 horas. Com o zoom dos equipamentos é possível identificar rostos e placas de veículos. Atualmente, a vigilância é feita por seis monitores de plasma de 42 polegadas e três de 17 polegadas. Quando esses monitores captam alguma ação suspeita, uma mensagem é passada à Central de Telecomunicações, onde trabalham cinco pessoas. De lá, as informações são repassadas ao Copom (Comando de Operações da Polícia Militar) e o guarda que estiver em um posto de atendimento mais próximo vai até o local. Na região onde as câmeras estão instaladas existem seis postos de atendimento. A instalação das câmeras, feita em parceria com a Telefônica, deve contemplar ainda a avenida Paulista no ano que vem. O projeto prevê câmeras na região a partir do cemitério do Araçá, passando pelas avenidas Doutor Arnaldo, Paulista e começo da Domingos de Moraes. Além da Paulista, o parque Trianon (oito câmeras no projeto piloto, que posteriormente deverá ser ampliado para todos os parques), Glicério, Santa Ifigênia, praça Júlio Mesquita, José Paulino, Penha, São Mateus, Mooca, Santana, Tucuruvi, Cidade Ademar, Lapa e Perus também ganharão câmeras.
Câmera sendo instalada no Pátio do Colégio
Madrugadas continuarão frias
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esde a passagem de frentes frias no último fim de semana, quando começou a primavera, o sol forte, predominante no inverno, não voltou a São Paulo. Mas, segundo o meteorologista André Madeira da Climatempo, hoje o sol já deve aparecer à tarde na cidade de São Paulo. Amanhã, os termômetros devem chegar aos 27 graus na capital. "Mas, não vai fazer aquele calorão do inverno", disse o meteorologista. As próximas noites e madrugadas continuarão frias até o fim de semana devido à umidade que vem do mar. No sábado e domingo as temperaturas ficam estáveis na capital. Na sexta e no sábado estão previstas temperaturas máximas de 26 graus. As pancadas de chuva, comuns na primavera, devem acompanhar a volta do calor. De acordo com a Climatempo, deve chover na sexta. "Podem ocorrer pancadas rápidas devido à passagem de uma nova frente fria por São Paulo", afirmou Madeira. Ondas – Em conseqüência de um ciclone extratropical na costa do Rio Grande do Sul, associado a uma frente fria no Rio de Janeiro, ondas de até 2,5 metros de altura atingiram a orla carioca ontem. As temperaturas mínima e máxima foram de 14,4 graus e 23,4 graus.
A queda da temperatura foi provocada por uma massa de ar polar, de intensidade moderada, que acompanhou a frente fria. Hoje, a nebulosidade diminui, dando lugar ao sol e provocando elevação da temperatura, com mínima de 14 e máxima de 27. Não deve chover no Rio e a ressaca termina, com ondas de dois metros de altura. "A pri-
mavera começou com cara de inverno", disse o meteorologista Marcelo Pinheiro. Ele informou que, ontem, o ciclone e a frente fria já estavam se distanciando do continente. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 28 de setembro de 2006
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Política DATAFOLHA E IBOPE: ALCKMIN SOBE E LULA NÃO CAI O presidente-candidato se mantém nos mesmos patamares da última pesquisa e ganharia no 1º turno
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IBOPE: SERRA CRESCE AINDA MAIS O candidato tucano, diz a pesquisa, é quase imbatível: vence em todas as faixas etárias e classes sociais.
O
candidato a governador José Serra (PSDB) subiu de 48% para 51% e venceria a disputa para o governo de São Paulo com 14 pontos porcentuais de vantagem sobre a soma dos demais candidatos, segundo revelou ontem à noite uma pesquisa Estado/Ibope, do jornal O Estado de S. Paulo. O resultado consolida a liderança de Serra, que mantém porcentuais estáveis há um mês, sempre com tendência de alta e, a quatro dias da eleição, sugere uma virtual vitória no primeiro turno. Os resultados da pesquisa Estado/Ibope mostram que o escândalo do dossiê Vedoin, que conteria provas do envolvimento de Serra com a máfia dos sanguessugas, na época em que foi ministro da Saúde, não teve nenhum impacto negativo na imagem do candidato tucano. E também não ajudou na decolagem do candidato do PT, Aloizio Mercadante. Enquanto Serra subiu 3 pontos em uma semana, Mercadante oscilou 1 ponto para cima, indo de 23% para 24%, e o ex-governador Orestes Quércia (PMDB), 1 para baixo, caindo de 9% para 8%. Os indecisos são apenas 6%. Na pesquisa espontânea, em que o entrevistado cita seu candidato sem nenhum estímulo, Serra subiu 4 pontos (de 33% para 37%), enquanto Mercadante oscilou 1 (de 15% para 16%) e Quércia caiu de 5% para 3%. O Ibope diz ainda que Serra tem 58% dos votos válidos. Num eventual segundo turno (hipotético, porque Serra venceria no primeiro), o tucano bateria facilmente Mercadante por 57% a 27% (59% a 28% na pesquisa anterior). Nem mesmo uma oscilação de 2 pontos (de 14% para 16%, na margem de erro da pesquisa) em sua rejeição deverá ser objeto de incômodo para Serra,
Eduardo Knapp
pois a rejeição de seu principal adversário, Mercadante, subiu 3 pontos (de 21% para 24%). Em 25 de julho, Serra tinha 46%; depois 48% em 31 de julho; 46% em 12 de agosto; 43% em 18 de agosto; 46% em 28 de agosto. Daí por diante, o candidato tucano só subiu: manteve os 46% em 4 de setembro, foi a 47% em 14 de setembro, a 48% em 22 de setembro e agora, chegou aos 51%. Todas as classes sociais – Serra também cresceu sete pontos no eleitorado que tem até a 4ª série do ensino básico (de 41% para 48%) e outros 6 (de 44% para 50%) entre os que têm da 5ª à 8ª séries – dois eleitorados cativos do PT e do presidente Lula. Outros saltos do tucano aconteceram no segmento que ganha de 2 a 5 salários mínimos (de 49% para 53%) e entre os que ganham de 5 a 10 salários (de 49% para 55%) – sinal de que ele conquistou a classe média paulista. Serra ganha em todas as faixas de renda, em todos os grupos de escolaridade e em todas as regiões paulistas. Hoje, 68% dos paulistas apostam que ele será seu futuro governador.
SUPLICY: 43% AFIF: 21% Na disputa para o Senado, o candidato Guilherme Afif Domingos (PFL) continua subindo: saiu de 3% em 31 de julho e chegou a 10% em 4 de setembro. Depois foi a 12% em 14 de setembro, a 16% em 22 de setembro e agora foi a 21%. Mas Eduardo Suplicy, PT, continua estávelcom 43% das intenções de voto, resultado que aponta para sua provável reeleição. A pesquisa Ibope foi realizada entre os dias 24 e 26 de setembro, ouvindo 1.806 eleitores em 86 municípios. A margem de erro é de dois pontos porcentuais. (AE)
esquisas Ibope e Datafolha divulgadas ontem à noite no "Jornal Nacional" não modificaram, por enquanto, o cenário eleitoral: o presidente e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, venceria no primeiro turno. Segundo o Datafolha, Lula manteve os 49% de intenções de voto verificados na última sondagem do instituto, em 23 de setembro. Já o candidato Geraldo Alckmin (PSDB) cresceu 2 pontos percentuais, passando de 31% para 33%. A diferença entre Lula e a soma das intenções de votos dos demais adversários ficou em 6%. Em um eventual segundo turno, Lula venceria Alckmin por 52% a 41%, ante 54% a 39% da pesquisa anterior. A candidata do PSol, Heloísa Helena, ficou com 8%, ante 7% da pesquisa anterior, e o candidato do PDT, Cristovam Buarque, ficou com 2%. Os candidatos Ana Maria Rangel (PRP), José Maria Eymael, (PSDC) e Luciano Bivar (PSL) não totalizaram 1%. Lula obteve 53% dos votos válidos, contra 35% de Alckmin e 9% de Heloísa Helena. Brancos e nulos somaram 4%, indecisos totalizaram 3%. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais. Com relação à aprovação do governo Lula, 47% dos entrevistados consideraram a administração do petista como boa ou ótima, ante 46% da pesquisa anterior. O governo foi avaliado como regular por 34%, mesmo índice da pesquisa anterior, e os que apontaram como ruim ou péssimo caiu de 18% para
17%. Não souberam ou não informaram ficou em 1%. A sondagem foi realizada ontem com 7.528 eleitores de 368 municípios de todo o País. Ibope – A situação é a mesma, segundo os números do Ibope: Lula seria reeleito no primeiro turno com 48% das intenções de voto, contra 47% da pesquisa anterior. Alckmin ficou com 32% das intenções de voto, com queda de 1 ponto porcentual; e a candidata do PSol, Heloisa Helena, tem 8% das intenções, ficando estável no período de comparação. Cristovam Buarque (PDT) manteve os 2% das intenções de voto e a candidata do PRP, Ana Maria Rangel, registrou 1%, mesmo índice da mostra anterior. Votos em branco e nulos somaram 4%; e o grupo de indecisos somou 5%. De acordo com o instituto, que realizou a pesquisa entre os dias 25 e 26 deste mês, com 3010 eleitores de 200 municípios do País, a vantagem de Lula frente a soma dos votos de todos os adversários é de cinco pontos porcentuais. Na simulação de segundo turno, Lula ficou com 52% das intenções de voto, contra 50 da pesquisa anterior. Alckmin ficou com 40%, contra 41% da mostra anterior. No que se refere à avaliação do governo Lula, 44% consideraram bom e ótimo, frente a 43% da pesquisa anterior. Outros 35% consideraram regular, contra 36% da mostra anterior; e 21% acharam ruim ou péssimo, contra 20% do levantamento anterior. A margem de erro da pesquisa Datafolha é de dois pontos porcentuais. (AE)
DE CARA COM O CRIME "Se o Lula é uma pessoa de origem pobre, eu também sou", rebateu o tucano, em resposta às declarações do presidente.
'GOVERNO POPULAR'
O
candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, disse ontem que há uma ilusão no País de que o PT faz um governo de esquerda. Segundo o tucano, ele sim, se eleito, fará um governo popular em São Paulo. "Posso garantir que farei uma gestão voltada para o povo. Será um governo popular, com o pé no chão, equilíbrio orçamentário, responsabilidade fiscal e sensibilidade social para o desenvolvimento e emprego", comentou Serra. Para o ex-prefeito, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não fez nada nesse sentido. "Há uma ilusão no Brasil. Muita gente acha que o PT faz um governo de esquerda. Em absoluto. Faz uma política econômica que não leva ao crescimento e contribuiu muito para desmoralizar as instituições.
É só ver os escândalos", afirmou o candidato, que fez caminhada na zona leste da capital paulista. Serra rebateu ainda declarações de ontem de Lula, durante comício em Belo Horizonte, em que o petista disse que não cairia nunca, porque faz parte do povo. "Todos fazemos parte do povo. Se o Lula é uma pessoa de origem pobre, eu também sou", comentou o candidato do PSDB. Serra prometeu criar o salário mínimo regional, que seria até R$ 100 maior que o piso nacional. "No meu governo, não terá ninguém ganhando o mínimo (nacional)", prometeu. A medida, segundo Serra, não valerá para o funcionalismo público, nem para as categorias que já têm um piso salarial por negociação sindical. (AE)
C
riminosos armados com fuzis mantiveram sua rotina diária no complexo de favelas da Maré, na zona norte do Rio, indiferentes à presença da candidata à Presidência Heloísa Helena (PSOL), ontem pela manhã. Durante a visita, que foi encurtada, a senadora deparou com traficantes em pelos três ocasiões e passou a dois metros de um deles, que carregava um fuzil. Ela afirmou que não teve medo e responsabilizou o presidente Luiz Inácio Lula da SilWilton Junior / AE
va pelo problema. "É por isso que a gente tem que discutir o assunto no debate", declarou, ao sair do Conjunto Esperança, em direção à vizinha Vila dos Pinheiros. "Quem tem que explicar isso é o presidente Lula, que foi incapaz de tirar as crianças e os jovens das mãos do narcotráfico. Em todo canto tem isso, na periferia de vários Estados", acrescentou. De volta à política, Heloísa Helena afirmou que o presidente Lula sabe quem sacou o dinheiro que seria utilizado para a compra de um dossiê contra candidatos do PSDB, e sabe se o dinheiro é do crime organizado, "do narcotráfico, caixa 2, de empresa, ou dinheiro público desviado para ongs. O presidente está escondendo para que o povo não saiba. Espero não ver a vitória do banditismo político." (AE) Ricardo Moraes / Folha Imagem
A senadora passou ao lado de um traficante que portava um fuzil.
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Planalto Congresso Eleições CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 28 de setembro de 2006
O governo Lula é pautado por uma agenda policial. Geraldo Alckmin
TUCANO GARANTE: HAVERÁ 2º TURNO
Antônio Milena / AE
Eymar Mascaro
NÃO HÁ ROMBO, DIZ ALCKMIN
2º turno à vista?
A
maior dúvida que ronda os partidos que apóiam as candidaturas de Lula e Alckmin é saber se haverá 2º turno. O tucanato joga nos dois turnos, mas os petistas apostam que a eleição termina domingo. Alckmin está em fase de crescimento nas pesquisas, mas precisa tirar pontos de Lula. Algumas pesquisas ainda devem ser divulgadas até o dia da eleição. Não é bom para os tucanos que Alckmin continue crescendo em cima de Heloísa Helena (Psol) e entre eleitores indecisos. O ideal seria que Lula perdesse pontos de forma mais acentuada. Os marqueteiros tem constatado que a queda do petista tem sido lenta.
O
candidato a presiO candidato fez as declaradente Geraldo Al- ções num heliponto da cidade, ckmin (PSDB) ne- após participar de caminhada gou ontem, em Ca- no centro. Alckmin chegou rapicuíba, na Grande São Pau- com mais de uma hora de atralo, ter deixado um rombo de R$ so, atribuída a uma carreata 1,2 bilhão nos cofres do gover- que fez nas ruas do município. no de São Paulo, déficit confir- Houve confusão na carreata mado pelo governador Cláu- por causa da grande quantidadio Lembo (PFL), sede de eleitores. gundo o jornal "FoAgenda policial – lha de S.Paulo". "Não Alckmin aproveitou há nenhum rombo. a ocasião para atacar O que há são ajustes São Paulo o governo do presinaturais que ocor- vai fechar o dente Luiz Inácio re m t o d o f i n a l d e Lula da Silva, candiano com ano", afirmou. dato à reeleição. Se"Podem ter certeza déficit gundo o tucano, o de que São Paulo vai público zero, governo Lula é paufechar o ano, mais cumprindo tado por uma agenuma vez, com déficit todas as da policial. "O Brasil público zero, cumpode ter um governo metas prindo todas as medo qual os brasileitas de responsabili- fiscais. ros possam se hondade fiscal e com o Geraldo rar e não ter vergomaior investimento Alckmin nha, em que a pauta da história", acresda agenda política centou o tucano. não seja policial, mas Alckmin evitou entrar em que seja a agenda do cresciconflito com Lembo e disse mento, que é o que interessa", que a declaração dele na últi- disse o tucano. ma semana de campanha para Para ele, o presidente não o primeiro turno não prejudica merece ser reeleito. "Só merece a candidatura. "Não tem ne- ser reeleito um governo que nhum problema eleitoral", li- tem um grande projeto e vai mitou-se a dizer. dar continuidade a esse proje-
No contra-ataque: "Lula é pautado por agenda policial", diz o tucano.
to. Eu vejo que nesses quatro anos não se fez as reformas que o Brasil precisava fazer. Perdemos tempo", completou. "A reeleição é um pouco fim de festa e, no caso do Lula, com uma enorme crise de credibilidade, muito ruim." Alckmin isentou a Polícia Federal (PF) e atribuiu à administração federal a demora na resolução do caso da compra de um suposto dossiê contra o candidato a governador de São Paulo José Serra (PSDB). "A Polícia Federal tem uma história de trabalho e competência. Agora, é óbvio que o governo não está facilitando as
coisas", disse. "O que todo mundo pergunta é por que, até agora, não foi quebrado o sigilo telefônico, fiscal e bancário (dos envolvidos)", disse. "Por que essa história de que tudo é depois da eleição? Por que depois da eleição? Não há nenhuma razão para o cronograma do crime seguir o cronograma eleitoral", afirmou. O candidato afirmou ainda que as pesquisas de sua equipe já mostram que o segundo turno está garantido e que, por isso, nada deve mudar em sua estratégia de campanha. "Do jeito que está, está indo muito bem", disse Alckmin. (AE)
BERZOINI CONTINUA NA CAMPANHA Afastado do cargo, o presidente do PT participa das reuniões junto com o coordenador Marco Aurélio Garcia. Vivi Zanatta / AE
Marco Aurélio: "Ele se preocupa com o PT, eu me ocupo da campanha".
O
presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), continua a participar das reuniões da campanha pela reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após ter sido desligado do cargo de coordenador-geral, na semana passada. A informação foi dada hoje pelo coordenador-geral da campanha petista, Marco Aurélio Garcia, que afirmou que a ida de Berzoini aos encontros acontece porque ele continua sendo o presidente nacional do PT. "Tenho conversado algumas vezes com o Berzoini. A passagem do bastão é limitada porque ele se preocupa com o partido, e eu ocupo-me da campanha de reeleição", informou Garcia, depois de participar do seminário Inserindo o Brasil no Mundo, realizado na Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio), na capital paulista. Ele voltou a repetir que a suposta tentativa de compra pelo partido de um dossiê para prejudicar o candidato a governador José Serra (PSDB) foi uma "trapalhada tão grande que atrapalharia qualquer um" e, conseqüentemente, prejudicou a campanha de reeleição. "Ao invés de ocupar o seu
tempo com a apresentação do programa de governo, o presidente passa, topicamente, a explicar o episódio do dossiê", declarou. Segundo Garcia, Lula não tem mais nada a dizer sobre o episódio. O coordenador-geral recusou a tese de que Lula poderia estar envolvido na trama por se considerar reeleito no primeiro turno e, nesse cenário, poderia dedicar a atenção à eleição do governo de São Paulo, numa tentativa de levar o candidato Aloizio Mercadante (PT) ao segundo turno. "Não seríamos idiotas. Quem o fez se comportou de forma idiota, de achar que mudaríamos a campanha de São Paulo com dossiê", argumentou. Ainda ao tratar do tema, Garcia acusou as legendas de oposição de "golpismo", ao entrarem com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a candidatura do presidente Lula. "São perdedores que querem ganhar no tapetão", acusou. Além disso, ele disse que tucanos e pefelistas se comportam como o ex-deputado Carlos Lacerda, principal opositor da gestão do ex-presidente Getúlio Vargas. "Suspeito que há a visão golpista do processo brasileiro", declarou. (AE)
NECESSIDADE
GARANTIA
Para que não haja 2º turno, é importante que os tucanos impeçam Lula de ter mais de 45% dos votos. Por enquanto, o petista oscila entre 48% (Ibope) e 49% (Datafolha). Na pesquisa Sensus/CNT divulgada na segunda-feira, Lula tem 51% de intenção de voto, contra 27,5% de Alckmin.
Alckmin precisa crescer em Minas para forçar o 2º turno. Sua campanha no Estado é vinculada a de Aécio Neves, candidato à reeleição com mais de 70% de preferência eleitoral. Aécio garante uma arrancada de Alckmin em Minas nas últimas horas de campanha.
DESCONFIANÇA
O que o tucanato não sabe responder é se o seu candidato ainda vai crescer o esperado no Rio (11 milhões de votos). Lula ainda tem o dobro de intenção de voto no Estado: pelas últimas pesquisas, o petista tinha mais de 40% contra cerca de 20% de Alckmin.
Os tucanos desconfiam do método em que teria sido feita a pesquisa Sensus, principalmente porque Alckmin alcançou um índice bem menor se comparado com o de outras pesquisas. Para os tucanos, Alckmin não tem menos de 30% a 33% de preferência eleitoral.
COMPARAÇÃO Lembra-se entre tucanos que na última pesquisa Datafolha, Alckmin fechou com 33% e no último Ibope, com 32%. Portanto, são índices diferentes do encontrado na Sensus (27,5%). Os tucanos preferem acreditar mais no Datafolha e no Ibope.
CONFRONTO Os marqueteiros admitem que algum instituto de pesquisa deve sair desacreditado das urnas. Por exemplo: enquanto a Sensus encontra 15 pontos em favor de Lula na soma de seus votos contra a dos adversários, o Datafolha constata diferença de seis pontos e o Ibope, cinco pontos apenas.
DÚVIDA
DIFICULDADE Se a eleição dependesse principalmente dos estados do Sul e, em parte, do Sudeste, Alckmin venceria Lula. Mas o tucano não conseguiu deslanchar como devia no Nordeste, uma região que concentra 33 milhões de eleitores. Lula arrebata 70% de intenção de voto na região.
PROBLEMÁTICO O detalhe é que Lula continua tendo a preferência esmagadora nos três principais núcleos eleitorais do Nordeste: Bahia (com 9 milhões de eleitores), Pernambuco (5,7 milhões) e Ceará (5,3 milhões). Os aliados que fazem a campanha de Alckmin na região ainda alimentam a esperança de tirar alguns pontos de Lula.
VITÓRIA
COMÍCIO
Alckmin está virando o jogo em alguns estados, casos do Rio Grande do Sul (7,5 milhões de eleitores), Paraná (7 milhões), Santa Catarina (4,3 milhões) e, sobretudo, São Paulo (26 milhões). O comando de campanha do PSDB adianta que Alckmin vence também em Brasília.
Lula deixa em dúvida se comparecerá hoje ao debate dos presidenciáveis na TV Globo. Tudo indica que o presidente fará forfait, porque está sendo anunciada sua presença num comício de encerramento da campanha em São Bernardo. A emissora mantém a disposição de exibir a cadeira vazia de quem faltar ao debate.
IMPORTÂNCIA Não existe dúvida no comando de campanha tucana: Alckmin terá, no mínimo, 15% a mais de votos do que Lula em São Paulo. Segundo pesquisa da GPP, a diferença em favor do tucano, em São Paulo, já está em 13 pontos: 44% contra 31% do petista.
CRESCIMENTO As próximas pesquisas devem confirmar que a linha ascendente de Alckmin continua em Minas (13 milhões de eleitores). Apesar do apoio que recebe do governador Aécio Neves (PSDB) e do ex-presidente Itamar Franco (sem partido), Alckmin ainda perde a eleição entre os mineiros.
CARAVANAS O PT pretende realizar uma grande concentração em São Bernardo hoje à noite. Caravanas de municípios do ABCD estão sendo organizadas, além de uma carreata que partirá da capital. Os organizadores do comício garantem a presença de Lula. São Bernardo é o berço do PT.
quinta-feira, 28 de setembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Congresso Planalto Eleições CPI
5 Tasso (Jereissati) tem falado que vai votar nos candidatos do PSDB de cabo a rabo. Cid Gomes (PSDB)
O DEBATE DOS CANDIDATOS AO GOVERNO
UMA MADRUGADA DE ATAQUES Os debates que a Rede Globo de Televisão promoveu na terça-feira nos estados entraram pela madrugada de ontem e tiveram um ponto em comum: os candidatos ao governo que lideram as pesquisas foram alvo da artilharia dos adversários e passaram boa parte do tempo se defendendo e contra-atacando.
PE
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Os ex-minist ro s E d u a rd o Campos (PSB) e Humberto Costa (PT) se uniram contra José Mendonça Filho (PFL). Ouviram Mendonça lembrar que eles são ligados ao governo dos vampiros e dos sanguessugas. Ontem o desembargador Alfredo Jambo, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), autorizou a divulgação de pesquisas eleitorais do Ibope – que ele mesmo havia proibido a pedido da Coligação União por Pernambuco – que apóia a candidatura do governador Mendonça Filho (PFL) à reeleição.
Líder nas pesquisas, o candidato Cid Gomes (PSB), garantiu no debate que o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati, não o apóia, após ser duramente atacado por seus rivais – que colocaram em xeque sua aproximação com o senador tucano. "Tasso tem falado que vai votar nos candidatos do PSDB de cabo a rabo", disse Cid, que é irmão do ex-ministro Ciro Gomes. Tasso e o governador Lúcio Alcântara (PSDB), que tenta a reeleição, estão de relações rompidas. Já Alcântara foi criticado pela educação, segurança e habitação.
AM O debate foi um embate entre os dois principais postulantes, Eduardo Braga (PMDB), candidato à reeleição, e Amazonino Mendes (PFL). Amazonino acusou Braga de "ingrato", quando o governador – que ganhou visibilidade como viceprefeito de Amazonino, de 1993 a 1997 – disse que nos governos do pefelista ele havia deixado obras de 55 escolas inacabadas no Estado.
DF O favorito ao governo do Distrito Federal, José Roberto Arruda (PFL), foi o alvo de Maria Abadia (PSDB), Arlete Sampaio (PT) e Antonio Carlos de Andrade (PSol). Favorito para vencer no 1º turno, Arruda teve que admitir que errou ao se envolver com o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) na violação do painel de votação do Senado, na cassação de Luiz Estêvão.
Pedro Silveira/AE
Flávio Florido / Folha Imagem - 19.03.06
Sem Aécio, debate em Minas vira entrevista com Nilmário Miranda.
Casal Garotinho, que lançou Sérgio Cabral no Rio, agora é pedra no sapato.
MG
RS
PR
RJ
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), candidato à reeleição, não compareceu. Com isso, o programa se transformou numa longa entrevista com seu adversário, o petista Nilmário Miranda. Só os dois candidatos tinham sido convidados para o debate. Aécio alegou que não foi por causa dos ataques que teria sofrido do candidato do PT durante toda a campanha. O governador lidera com folga a corrida estadual, com índices de 70% das intenções de voto nas pesquisas, e deve ser reeleito já no 1º turno.
O debate entre os candidatos ao governo gaúcho foi um dos mais quentes. A crise financeira do Estado esteve entre os temas mais analisados, servindo para alimentar as discussões com foco na disputa da segunda vaga para o 2º turno, já que a primeira, a do governador Germano Rigotto (PMDB), está garantida como mostram as pesquisas. Tudo indica que o segundo lugar será do petista Olívio Dutra, mas a tucana Yeda Crusius também disputa a posição, acreditando no potencial que sua candidatura terá. Diante disso, ela foi a mais atacada no debate.
Não houve trégua para o governador licenciado do Paraná, Roberto Requião (PMDB). Os adversários aproveitaram as perguntas e respostas entre si e atacaram o líder nas pesquisas. Ele foi cobrado por promessas como a de acabar com os pedágios nas rodovias estaduais e a construção de 200 mil casas. Osmar Dias (PDT) falou que o atual governo prometeu acabar com a "banda podre" da polícia, mas mantinha na Casa Civil um policial recentemente preso sob acusação de escutas clandestinas.
Mirando no candidato peemedebista, senador Sérgio Cabral Filho, que pode ganhar em 1º turno, seus adversários atacaram as administrações Anthony Garotinho e Rosinha, ambos do PMDB e apoiadores de Cabral. Quem deu o primeiro tiro foi Denise Frossard (PPS), que acusou o casal Garotinho de ter tornado o Estado "absolutamente inoperante" na saúde, na segurança e na educação. A temperatura subiu quando Vladimir Palmeira (PT) disse que Cabral escondia dos eleitores sua ligação com Garotinho e acusou o senador de enganar o povo.
Vote consciente, o Brasil está em nossas mãos! Por Antonio Marangon
a dignidade que o momento exige. Não nos deixemos enganar por discursos vazios, frases de palanques e programas eleitoreiros. É imprescindível colocar a emoção e os interesses pessoais de lado e buscar informações sobre os candidatos, para fazer a escolha certa. Não vamos esquecer que nos próximos quatro anos, os eleitos irão nos representar nas Casas legislativas, tanto em âmbito estadual quanto federal. Serão eles que irão formular as leis e aprová-las. Serão os parlamentares que irão decidir os orçamentos dos Estados e da União, fazendo a devida destinação das verbas para atender às necessidades prementes dos cidadãos como educação, saúde, infra-estrutura, segurança pública, etc. Por sua vez, serão os gestores, dos postos executivos, governos dos estados e governo federal, que irão decidir qual a destinação e utilização do nosso dinheiro, enviado a eles por meio da arrecadação de impostos, que nos abocanha quase 40% de tudo o que produzimos. Devido à seriedade que o momento exige, para dar subsídio aos nossos associados, filiados e à sociedade em geral, o SESCON-SP está engajado na campanha da organização não governamental Transparência Brasil pelo voto consciente, que coloca à disposição o site (http:/ /perfil.transparencia.org.br) onde o eleitor encontrará todas as informações sobre os candidatos, como: suas plataformas atuações, históricos políticos e vidas particulares. &UpGLWR &ORYLV )HUUHLUD 'LJQD ,PDJHP
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o próximo domingo (1º. de outubro) nós, brasileiros, temos um encontro muito importante marcado com a realidade do País. Precisamos ir às urnas para escolher, segundo o sistema democrático, nossos representantes para os próximos anos, nas Assembléias Legislativas e governos de todos os estados, na Câmara dos Deputados, no Senado Federal e na Presidência da República. O processo eleitoral sempre é delicado e exige do eleitor muita atenção e responsabilidade na hora de definir o voto, mas, nesta eleição, especificamente, devemos redobrar os nossos cuidados, porque estamos vivendo um momento ímpar na história do País: nunca se viu tantos escândalos, tantos desmandos com o dinheiro público, isto é, o nosso suado dinheiro, denúncias de corrupção envolvendo parlamentares no exercício de seus mandatos, compras de dossiês para implicar outros candidatos... enfim, as estruturas éticas e morais do País estão abaladas. Só o povo, por meio do voto isento e racional poderá dar um basta a esta situação que, no mínimo, está comprometendo o presente e poderá trazer sérios prejuízos para o futuro da Nação. Lamentavelmente, vivemos num cenário de total desrespeito ao cidadão e às bases democráticas do País. O Brasil transformou-se na “terra de ninguém” onde tudo pode, tudo vale, nada se sabe e não há punição para os culpados. Muitos parlamentares envolvidos em grandes escândalos estão, de novo nas ruas, pedindo votos e concorrendo à reeleição. Nós, os eleitores, que infelizmente só nestas ocasiões somos lembrados, temos importância, devemos exercer o nosso direito com a seriedade e
Informe-se, vote certo, o Brasil está em nossas mãos! Antonio Marangon Presidente do SESCON-SP e da AESCON-SP
500 mil aderem ao Movimento Quero Mais Brasil O Movimento Quero Mais Brasil completou seis meses de atividades e o balanço do período mostra que cada vez mais entidades representativas de diversos setores e um maior número de cidadãos têm sido atraídos para as idéias e propostas do Movimento. Os objetivos do Quero Mais Brasil baseiase em alguns pilares fundamentais para o avanço do País: educação pública de melhor qualidade, maior segurança pública, mais segurança institucional, implementação das reformas estruturais, maior transparência nos impostos
e nos gastos públicos. Criado em março deste ano, como um movimento de propostas consensuais e apartidário, o Quero Mais Brasil já congrega 292 entidades associadas, distribuídas em todo o território nacional, e reuniu mais de meio milhão de cidadãos que até aqui se manifestaram positivamente a favor da agenda do Movimento. Pa ra m a i s i n f o r m a ç õ e s s o b re c o m o aderir ao movimento acesse o site w w w. q u e ro m a i s b ra s i l . c o m . b r.
SESCON-SP oferece nova Câmara Setorial para os empresários No último dia 19, o SESCON-SP promoveu a lançamento da Câmara Setorial de Gerenciamento de Risco. De acordo com o vice-presidente Administrativo da AESCONSP, Reinaldo Franco, um dos coordenadores da nova Câmara, gerenciamento de risco “é um conjunto de técnicas e recursos para a minimização de sinistros e perdas”. As gerenciadoras participantes são empresas que avaliam o risco de roubos e acidentes no tráfego de automóveis e no transporte de carga. Esses especialistas sugerem ao cliente, de acordo com uma avaliação de seu perfil, a instalação de tecnologias para o
monitoramento, rastreamento e bloqueio dos veículos. Francisco Carlos Gabriel, diretor da Advance e coordenador da Câmara Setorial de Gerenciamento de Risco assegura que a maior missão do grupo é fortalecer o setor e regulamentar a categoria, que por ser nova, ainda não tem suas funções reconhecidas. Além de tudo o que foi citado, Gabriel chamou a atenção para outras metas da classe para 2007: especialização e aperfeiçoamento da mão-deobra, conscientização e transparência do mercado tomador de serviços e integração dos sindicatos e entidades representantes do segmento.
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Portaria facilita emissão de CND A Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) editou a Portaria 905, de 25 de setembro de 2006, que elimina a obrigatoriedade da apresentação da certidão de objeto e pé para que os contribuintes façam jus a Certidão Negativa de Débito. A certidão de objeto e pé é elaborada pelos cartórios judiciais e retrata um resumo dos processos judiciais. A Portaria da PGFN substitui a exigência da certidão por uma declaração do advogado da empresa acompanhada de andamento processual atualizado. Movimento pela desburocratização – A Receita Fe-
deral e a PGFN assumiram o compromisso de analisar as propostas de flexibilização do processo de obtenção das CNDs elaboradas por entidades e associações de classe, lideradas pelo Fórum Permanente em Defesa do Empreendedor, coordenado pelo SESCON-SP. As propostas foram entregues na última sexta-feira, 22, em debate realizado com representantes da Receita Federal e da PGFN. A cada renovação da CND, que vale por seis meses, o contribuinte tinha de apresentar a certidão de objeto e pé, o que dificultava o procedimento para o contribuinte.
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quinta-feira, 28 de setembro de 2006
Empresas Nacional Finanças Empreendedores
DIÁRIO DO COMÉRCIO
MANTEGA ACELEROU QUEDA DA TJLP
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2,9
pontos percentuais é a queda da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) acumulada neste ano.
Fotos: Givaldo Barbosa/Agência O Globo
TJLP CAI A 6,85% AO ANO, O MENOR NÍVEL HISTÓRICO Taxa que corrige financiamentos do BNDES é válida para os próximos três meses
O Mantega prometeu ontem promover novas reduções de impostos e organizar a desoneração tributária
Autorizada compra de ações no exterior
O
Henrique Meirelles, presidente do BC, chega para a reunião do CMN
Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu ontem dar aos brasileiros total liberdade de aplicação de recursos nos mercados internacionais. A medida, de acordo com o diretor de Normas do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, faz parte do esforço do governo de ampliar o grau de flexibilidade do mercado de câmbio doméstico. O primeiro passo nessa liberalização, segundo Tombini, foi dado em março de 2005, quando foi a anunciada a unificação dos mercados de câmbio livre e flutuante. A partir de então, tornou-se mais fácil comprar moeda estrangeira e enviar dinheiro ao exterior. As aplicações no exterior, de acordo com o BC, poderão ser feitas por intermédio de instituições financeiras em funcionamento no País. Caberá ao banco, nesse caso, fazer o câmbio para a conclusão da operação. (AE)
Real: menos impacto ambiental
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banco Real disponibilizará uma linha de financiamento especial para empresas interessadas na adequação de suas linhas de produção a métodos que tenham menos impacto no meio ambiente. O produto criado pelo banco oferece créditos de R$ 5 mil a R$ 450 mil, com um prazo de carência de três meses e parcelamento em até 36 meses. A taxa de juros das operações será de 2,25% ao mês. Elaborada com base em um projeto piloto realizado pelo banco em conjunto com o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), a nova linha tem como foco principal empresas de micro e pequeno portes, mas não estará fechada para as médias e grandes companhias. O crédito cobrirá até 130% do projeto apresentado, sendo 100% da compra e 30% para a manutenção. A superintendente de Produtos Socioambientais do banco Real, Linda Murasawa, afirmou que a linha foi elaborada depois de uma pesquisa feita pelo Ciesp com seus associados. O levantamento, segundo a executiva, diagnosticou dois pontos como entrave da modernização dessas micros e pequenas: falta de informação e dificuldade para obtenção de linhas de financiamento. No caso da falta de informação, Linda informou que o Ciesp trabalha nesse ponto com informativos e cursos, demonstrando para os empresários as vantagens, por exem-
plo, da adoção do reúso de água, o quanto essa operação pode representar de economia no final do mês. Já em relação à dificuldade de obtenção do crédito, a superintendente informou que a solução encontrada foi a de alienar o maquinário comprado no nome do banco e só repassá-lo ao empresário após quitação do financiamento. "O modelo permitiu a apresentação da linha com garantia para o empresário e para o banco. Com essa proteção, o fator risco tem menor impacto na composição das taxas", disse. O diretor do Departamento
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de Meio Ambiente do Ciesp, Silvio Isola, disse esperar que o interesse dos empresários pelo produto, já comprovado no projeto piloto na cidade de Campinas, no interior de São Paulo, faça com que outros bancos ofereçam linhas de crédito com o mesmo foco. "A linha foi projetada durante um ano. No teste de Campinas, chegamos à conclusão de que era preciso um prazo maior para pagamento e passamos de 24 para 36 meses. Acredito que as micros e pequenas serão as principais beneficiadas", disse Isola. Davi Franzon
Conselho Monetário Nacional (CMN) reduziu ontem a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) de 7,5% para 6,85% ao ano, o menor nível desde a criação da taxa, em outubro de 1994. O novo valor vale para o último trimestre. Desde que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, assumiu o cargo, em março, o CMN acelerou a queda da taxa que, em dois trimestres, caiu 1,3 ponto percentual. A queda acumulada pela TJLP desde janeiro chega a 2,9 pontos. É mais do que a variação de todos os três primeiros anos do governo Lula. Em 2006, foram quatro reduções consecutivas — o que não acontecia desde 2000 — quebrando um jejum de 21 meses, durante os quais a taxa estacionou em 9,75%. Atualmente, a taxa, que baliza os financiamentos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), representa a quarta parte da p r i m e i r a T J L P, f i x a d a e m 26,01%, em janeiro de 1995. Tributos — O ritmo mais rápido de queda é uma das medidas do governo para estimular os investimentos no País e
provocar um crescimento mais robusto da economia nos próximos anos. Mantega prometeu ontem promover novas reduções de impostos e adotar um programa organizado de desoneração tributária. De acordo com ele, a redução dos tributos deve compensar o impacto negativo do real valorizado sobre a competiti-
A grande vantagem da TR travada é que os bancos poderão conceder financiamentos com prestações fixas. Guido Mantega, ministro da Fazenda
vidade das empresas. "Outras medidas estão em estudo no governo. Haverá um programa que será colocado em prática nos próximos meses e anos, de modo a reduzir o custo para os investidores brasileiros", disse Mantega, que preferiu não antecipar os setores que serão beneficiados.
Pacote habitacional — Na reunião de ontem, o CMN também estabeleceu a regra para que uma das principais inovações do chamado pacote habitacional — o financiamento imobiliário com taxa de juros prefixada no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) — possa efetivamente entrar em vigor. Esse juro prefixado (chamado de "TR travada") será estipulado todo mês pelo Banco Central (BC) e será estabelecido com base na média da Taxa Referencial (TR) diária dos 90 dias anteriores. O mecanismo vai valer para empréstimos até R$ 245 mil, para a compra de imóveis avaliados em até R$ 350 mil. Ao fixar o valor da "TR travada", o BC também vai estabelecer o limite máximo de taxa de juros dos financiamentos prefixados, resultantes da soma da "TR travada" com uma taxa de juros máxima de 12% ao ano. "A grande vantagem da TR travada é que as instituições financeiras a partir de agora poderão conceder financiamentos imobiliários com prestações fixas, o que é muito apreciado pelo tomador de empréstimo no Brasil", afirmou o ministro. (AE)
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Nacional Empreendedores Finanças Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 28 de setembro de 2006
50,3
PREGÃO DA BOVESPA GANHOU MUSEU
SETOR PÚBLICO TEM SUPERÁVIT DE R$ 13,1 BI
por cento do Produto Interno Bruto atingiu a dívida líquida do setor público em agosto.
Leonardo Rodrigues/Hype
Diminuição de despesas e ajuda dos bancos oficiais determinaram melhora das contas no mês passado. Resultado positivo do período foi mais que o dobro do registrado em julho, de R$ 5,615 bilhões.
F
avorecidas pelas despesas menores que as de julho, pela capitalização de uma estatal paulista e por uma substancial "ajuda" dos bancos oficiais, as contas do setor público brasileiro fecharam o mês de agosto com um superávit primário de R$ 13,182 bilhões — um recorde para o mês, conforme o Departamento Econômico (Depec) do Banco Central. O resultado de agosto foi mais que o dobro do registrado em julho passado, de R$ 5,615 bilhões. Naquele mês, os gastos da União haviam engordado, em especial pelo pagamento da primeira parcela do 13º salário aos servidores públicos federais. O superávit primário de setembro, que será anunciado apenas no final do próximo mês, deverá também ser afetado pelas despesas com pessoal — sobretudo pela
12 meses concluídos em decisão da Previdência de agosto, o superávit foi antecipar o 13% salários aos equivalente a R$ 90,525 beneficiários do INSS desde bilhões, ou a 4,47% do PIB. 1º de setembro. O peso dessa "bondade" nos gastos do mês Ambos os percentuais foram superiores à meta fiscal será de R$ 5,79 bilhões. "O resultado é bastante prevista pelo governo para este ano, de positivo. Todas as 4,25% do PIB. Três fatores esferas de governo principais contribuíram tiveram O resultado das contas para o bom superávit", do setor público é resultado de resumiu o bastante positivo. agosto. O chefe do Todas as esferas de Depec, primeiro foi o superávit Altamir governo foram Lopes. primário de superavitárias. R$ 7,288 O superávit Altamir Lopes, diretor de agosto veio bilhões do Banco Central registrado acima das expectativas pelo Governo Central do mercado e contribuiu para elevar a (contas do governo federal, da Previdência e do BC). Esse R$ 75,951 bilhões o resultado saldo foi recheado pelo positivo acumulado nos oito primeiros meses de 2006. Essa repasse de R$ 2,9 bilhões em cifra correspondeu a 5,69% do dividendos pelo Banco Produto Interno Bruto (PIB) Nacional do calculado para o período. Nos Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES). Ou seja, não derivou de um corte substancial dos gastos públicos nem de aumento de receitas com impostos. O segundo foi a contribuição adicional de R$ 1,55 bilhão do governo do Estado de São Paulo, valor de emissão de títulos, em agosto, pela estatal Companhia Energética de São Paulo (Cesp), cujo controlador é o governo paulista. O terceiro fator foi a inexistência de despesa como a primeira parcela do 13º salário dos servidores públicos, tradicionalmente paga em julho. Dívida — A dívida líquida do setor público em agosto totalizou R$ 1,033 trilhão, valor que correspondeu a 50,3% do PIB. Comparado a julho, houve um aumento de R$ 2,6 bilhões, em valores absolutos, no conjunto da dívida dos governos federal, estaduais e municipais. (AE)
Empresários aproveitaram evento para conhecer o BNDES
SALA DE CRÉDITO Programa facilita acesso ao BNDES
BOVESPA TERÁ CAPITAL ABERTO E Milton Mansilha/LUZ
O
processo de abertura de capital da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) será concluído no prazo de um ano. A informação foi dada ontem pelo presidente da bolsa paulista Raymundo Magliano Filho. Durante evento de inauguração da nova área de visitação pública da Bovespa (leia mais nesta página), ele afirmou que todo o alicerce para a desmutualização (nome técnico dado ao processo de abertura de capital de bolsas de valores) já foi encerrado, o que permitiu a definição do prazo para colocar os papéis em negociação. Caso a operação transcorra dentro do previsto, no mês de setembro de 2007 a Bovespa seguirá o exemplo da Bolsa de Nova York (NYSE), que realizou sua desmutualização neste ano. Os títulos patrimoniais da bolsa americana valorizaram-se quatro vezes desde então no mercado. Para coordenar a operação, a Bovespa escolheu o banco Goldman Sachs. A instituição fará nos próximos meses todo o processo de transformação da Bovespa em uma empresa com bons resultados para atrair investidores interessados nos seus papéis. Após a primeira fase do IPO (processo de abertura de capi-
Novo espaço da Bovespa, onde ficava o pregão viva-voz: mercado aberto para a educação financeira.
tal), o Goldman Sachs contará com mais três instituições financeiras, ainda não escolhidas, para concluir a operação. Aprovação — Magliano informou que todos os órgãos envolvidos já aprovaram a operação. "Neste momento, está sendo estruturada a base do IPO. Não vejo barreiras que nos levem a prorrogá-lo. Um ano é tempo mais do que suficiente para concluirmos tudo", disse o presidente da bolsa.
Quanto aos impactos da abertura de capital da Bovespa no mercado financeiro, Magliano lembrou que somente o comunicado da operação, divulgado no primeiro semestre deste ano, levou a uma valorização dos títulos patrimoniais da instituição no mercado. Um desses títulos, que pertencia a ex-sócios de uma corretora de valores, foi vendido por R$ 2,4 milhões no último mês de julho. Naquela época, o valor de face do papel era bem menor, de R$ 1,11 milhão. No final do primeiro semestre deste ano, a Bovespa tinha um total de 758 títulos patrimoniais no mercado. Os papéis, no mesmo período (julho), registram valorização na ordem de 16%. Para analistas da operação, os números contribuem com o processo de IPO da Bolsa paulista. Davi Franzon
Antigo pregão aberto ao público
D
epois de meses de reforma, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) inaugurou ontem a nova configuração do espaço onde até há um ano funcionava o pregão vivavoz — aquele em que os operadores lançavam ofertas de compra e venda de ações aos berros. A bolsa paulista transformou o local em uma área especial para educação financeira e para um museu que conta a história da instituição. O espaço fica no térreo da sede da Bovespa, no centro da cidade, e ficará aberto ao público de segunda a domingo das 10 horas às 18 horas. A bolsa já tem um programa de visitação aos fins de semana, que recebe uma média de 1,5 mil pessoas aos sábados e domingos. (DF)
le existe. Essa era a com meu faturamento." principal constataCartão BNDES — Um ção dos micros e pe- dos produtos mais procuraquenos empresários que dos pelos empresários no participaram da 3ª Rodada evento era o Cartão BNDES, de Crédito organizada pela cujo limite foi ampliado de Federação das Indústrias de R$ 60 mil para R$ 250 mil. O São Paulo (Fiesp) quando valor pode ser usado na deixavam a mesa de atendi- compra de insumos e matémento do Banco de Desen- rias-primas e na modernivolvimento Econômico e zação de maquinário. O diretor do DepartaSocial (BNDES) no evento. Interessados nas linhas mento da Micro, Pequena e para capital de giro, compra Média Indústria (Dempi) de equipamentos e de maté- da Fiesp, José Antonio Ciria-prima, os empresários polla, disse que a rodada ainda tinham a opção de co- tem como objetivo, além de nhecer os produtos finan- disponibilizar o espaço paceiros de Bradesco, Banco ra negociações, orientar o do Brasil, Nossa Caixa e empresário de como utiliCaixa Econômica Federal. zar o crédito obtido. "Claro Mas o alvo principal era que o BNDES é o grande destaque. Afinal, ele é o mesmo o BNDES. Nas palavras dos pró- banco de fomento do País. prios micros e pequenos Mas o crédito, caso não seja empresários, o banco de fo- utilizado de forma eficiente, mento sempre foi um enti- pode se tornar um probledade inacessível, principal- ma para o empresário, não mente porque a estrutura de uma solução", avaliou. atendimenCipolla informou to está concentrada no que o Demp i o f e re c e R i o d e J acursos de neiro. Não se pode usar um gestão de A p ro v e imontante destinado capital para tando a ao investimento em todos os o p o r t u n imaquinário no capital e m p r e s ádade ofererios particicida pela de giro. Usar bem o pantes da Fiesp, cerca crédito é básico para o ro d a d a d e de 170 embom desempenho. crédito. presas, de José Cipolla, da Fiesp fundidoras A o r i e ntação, de d e a l u m ínio a presacordo com tadoras de serviços de tec- o diretor, impede que penologia, passaram pelas quenos empresários mantemesas de atendimento das nham a rotina de misturar instituições financeiras nos os gastos de pessoa física com os de jurídica, gerando dias 12 e 13 deste mês. O gerente de Recursos um total descontrole nos reHumanos de uma empresa sultados do negócio. "Por de fundição de alumínio, na mais incomum que isso posregião de Limeira, interior sa parecer, ainda é rotina em de São Paulo, Luiz Henri- algumas micros e pequenas que dos Reis, disse que não empresas", destaca. Na avaliação do Dempi, poderia perder a oportunidade de dar o "primeiro pas- uma parte dos micros e peso" para obter recursos do quenos, após fecharem uma BNDES. Acompanhado de linha de financiamento, um consultor financeiro, ele acabam utilizando o valor buscava crédito para com- para outra função e não pra de matéria-prima e mo- aquela estabelecida na hora dernização de maquinário. da captação do recurso. EsReis contou que a grande se erro, afirmou Cipolla, podificuldade das linhas dos de acarretar um alto endividemais bancos é a falta de damento da empresa. um prazo de carência. A priA próxima rodada de sameira parcela é cobrada já las de crédito da Fiesp está no mês seguinte, o que in- marcada para o próximo viabiliza a operação. "A li- mês de novembro. A entidanha do BNDES de 36 meses de buscará uma nova partié viável. A primeira parcela cipação do banco de fomenvirá praticamente junto to no evento. (DF)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.TURISMO
Por Lino Rodrigues
H
á 22 anos a história se repete. Este ano, não será diferente. De 5 a 22 de outubro, a cidade de Blumenau se transforma no palco da Oktoberfest, a segunda maior festa da cerveja do mundo. Ela só perde para a Oktoberfest original, de Munique, na Alemanha, cuja primeira versão data de 1810. No Brasil só perde em tamanho e animação para o Carnaval. Tudo começou em 1984, dois meses após uma grande enchente que destruiu a cidade e deixou muita gente desabrigada. A tragédia acabou servindo para fortalecer uma idéia que estava sendo criada dentro da Prefeitura local, antes mesmo da enchente: a de adotar a tradição germânica. Para afastar a tristeza da população a idéia foi aceita por todos e a primeira festa durou dez dias. Foi um verdadeiro sucesso. Restrita aos blumenauenses e alguns "penetras" das cidades mais próximas, a festividade trouxe a alegria de volta aos moradores, que em pouco tempo reconstruíram o município inteiro. No ano seguinte, a Prefeitura repetiu a dose. Desta vez o convite se estendeu às cidades vizinhas. A estrutura também aumentou (foram construídos novos pavilhões) e os festejos ganharam mais sete dias. A segunda Oktoberfest superou todas a expectativas e atraiu turistas de Santa Catarina inteira e até de cidades do Paraná. Nem precisa dizer que na terceira edição da celebração apareceu gente de todo o País e transformou a Oktoberfest uma festa não só dos catarinenses, mas de todos os brasileiros que gostam de cerveja e de se divertir ao som de bandinhas alemãs. 15 anos – Às vésperas de completar 23 anos, a Oktoberfest já atraiu mais de 15 milhões de pessoas do mundo todo. O chope é a grande atração, junto com a comida típica, a música alemã e os grupos de dança. Chope, aliás, é o que não falta. É vendido por toda a Fundação Promotora de Exposições (Proeb) – o local onde se realiza a grande festa. Os "profissionais" podem experimentar o famoso Chope em Metro, concurso que desafia o participante a beber rapidamente 600 ml da bebida dentro de uma tulipa de 1 metro. Vence quem for mais rápido. Mas a festa não
quinta-feira, 28 de setembro de 2006
A cidade se prepara para a grande festa da cerveja Regada a muito chope e cerveja e ao som de bandinhas alemãs, a Oktoberfest de Blumenau é celebrada desde 1984. Desfiles com carros alegóricos e trajes típicos enchem as ruas deste município catarinense, localizado no Vale Europeu Gilmar Souza/Jornal de Santa Catarina
Nas vias de Blumenau, os defiles em trajes típicos animam tanto os moradores como as centenas de turistas Divulgação/Eraldo Schnaider/Santur
Divulgação/Santur
Bandas que tocam músicas alemãs dão ritmo à festividade. A principal atração: os enormes canecões de chope e de cerveja. Por aqueles lados tem até competição para ver quem bebe mais
CHOPMOTORRAD – O jornalista e apaixonado pelas tradições de seus ancestrais alemães, Ingo Penz, 53 anos, é um autêntico representante do lado mais festeiro de Blumenau. Desde a primeira Oktoberfest (há 22 anos), ele distribui chope pelas ruas da cidade com o seu "Chopmotorrad", motocicleta que carrega um barril com capacidade para 50 litros de chope. De lá para cá já foram mais de 150 mil copos de 300 ml distribuídos. Portanto, não estranhe se encontrá-lo nas ruas distribuindo chope com a maior naturalidade e, claro, posando com a sua moto para fotos com os turistas.
Gastronomia é o ponto forte da pequena Itoupava
se limita ao pavilhão da Proeb. No centro da cidade, desfiles de carros alegóricos, distribuição de chope pelo Bierwagem (carro da cerveja) e bandinhas animam os visitantes. Tem ainda os vários restaurantes típicos, nos quais a culinária da região e o chope produzido de forma artesanal na região de Blumenau são os carroschefes do cardápio. Para a garotada, um parque de diversões com uma variedade de brinquedos. Proveniente de Obergrombach, uma pequena cidade em Baden, a Die Grombacher será uma das cinco atrações internacionais da 23ª Oktoberfest, de Blumenau – os demais grupos são Kapelle Götz Buam, Kirrlacher Musikanten, Trachtenkapelle Friesenhofen e a austríaca Die Montafoner. A Die Grombacher foi formada em 1989 e é muito requisitada nos programas da televisão alemã. Tradição – Para a cidade, a Oktoberfest não se limita a uma grande festa de cerveja e chope. Serve também como vitrine para mostrar sua cultura e seus valores, preservados desde sua fundação. Com 300 mil habitantes, o município é o maior município do chamado Vale Europeu – pedaço de terra localizado numa das regiões mais lindas de Santa Catarina e que engloba 17 pequenas cidades espalhadas ao redor do Rio Itajaí. É também e o centro do enclave germânico em Santa Catarina. Fundada em 1850 pelo médico, farmacêutico e filósofo Hermann Bruno Otto Blumenau – que chegou à região com mais 17 imigrantes alemães - a pequena vila em pouco tempo se transformou em um centro agrícola e industrial importante do Estado, atraindo outras levas de imigrantes (alemães, italianos e poloneses). Com largas avenidas pontilhadas por construções com idades superiores há 120 anos, pontes construídas com material importado da Alemanha e que abraçam o Rio Itajaí, a metrópole não é só um paraíso de compras para quem procura qualidade em malhas e artigos de cama, mesa e banho, mas também oferece cristais (é possível acompanhar artesãos moldando peças à beira de fornos com temperatura de 1.200ºC). Blumenau tem muito mais que cerveja. Então, reserve tempo para o lado não-etílico da cidade e boa viagem.
SOFISTICAÇÃO SUÍÇA – Outro local imperdível próximo a Blumenau é o imponente Castelo Suíço, construído entre as décadas de 60 e 70, no estilo medieval mediterrâneo. René Christen, um suíço apaixonado pela região, comprou o castelo de um advogado que morava no local para realizar um sonho antigo: criar um local para divulgar e saborear a culinária suíça. No restaurante, dois chefes vindos da Suíça elaboram o cardápio de terça a sexta. Um Cordon Bleu (carne de porco recheada com presunto e queijo), por exemplo, sai por R$ 39,50. Além dos pratos típicos, serve receitas da Indonésia e outros países. E há ainda o Bar do Conde.
Darcio de Jesus
Darcio de Jesus
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Presidente em exercício Chefe de reportagem Alencar Burti Arthur Rosa Presidente licenciado Editor de Fotografia Guilherme Afif Domingos Masao Goto Diretor de Redação Editor de Arte Moisés Rabinovici José Coelho Editor-Chefe Diagramação José Guilherme Rodrigues Ferreira Djinani S. de Lima Editora Ilustração Antonella Salem Jair Soares antonellasalem@uol.com.br Gerente Comercial Sub-editora Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Lygia Rebello Impressão Diário de S. Paulo lygiarebello@uol.com.br www.dcomercio.com.br
ara os que gostam de juntar história e gastronomia, a Vila Itoupava, a 25 km do centro de Blumenau, é o lugar certo para se conhecer um pouco da cultura e da comida alemã mais genuínas. A preservação das tradições está presente em toda a parte desde a arquitetura, os clubes de Caça e Tiro até a educação das crianças. Das sete escolas em atividade na vila (o primeiro Distrito de Blumenau – fundado em 31 de dezembro de 1943), quatro delas mantêm vivo o idioma germânico. O alemão falado na região, aliás, já foi motivo de preconceito por parte da Polícia no tempo da 2ª Guerra. Felizmente a guerra passou e a gastronomia típica dominou restaurantes e confeitarias, famosos na região pelas delícias que oferecem: entre
marrecos recheados, mostardas peculiares, chucrutes excêntricos e doces de dar água na boca – como o appfelstrudel ou a menina-dos-olhos, torta alemã. O reconhecimento dessa culinária de Itoupava já é praxe dos melhores guias turísticos. Localizado na entrada da vila, o restaurante Abendbrothaus, da simpática família Jensen, foi eleito entre os melhores do sul do País por ser o detentor da receita do "melhor marreco recheado do Brasil", que veio junto com a avó, legítima alemã, de dona Josefa, mulher do proprietário Rene Jensen. "É igual ao que minha avó fazia todos os domingos para toda a família", resume Josefa, que hoje comanda pessoalmente dez ajudantes na cozi-
Darcio de Jesus
O marreco recheado do restaurante Abendbrothaus: fama nacional
nha do restaurante do marido. O problema é que o Abendbrothaus só abre aos domingos e atende no máximo 150 pessoas. Não fazer reserva significa ficar privado de saborear seu inigualável marreco, que vem acompanhado por um delicioso purê de maçã (receita de um casal de alemães que freqüentavam o restaurante), purê de batata, repolho roxo, deliciosa língua bovina ensopada e outros complementos. "Aqui, reservamos a comida e
não o lugar", explica seu René, que cobra R$ 26 por pessoa e que gosta de contar aos clientes como tudo começou e alguns segredos para se fazer um bom "mareco" (sic). Também famosos são os licores e os chocolates, disponíveis nas feiras que acontecem na cidade. A Chocolate Happ's e as produtoras de bebida, Von Blumenau e Schulk, são lugares obrigatórios para todos aqueles que passam pela Vila Itoupava. (L.R.)
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 28 de setembro de 2006
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150
milhões de reais é o total de perdas do varejo com furtos praticados por funcionários.
VAREJO PERDE R$ 150 MILHÕES COM FURTOS DE FUNCIONÁRIOS Valor corresponde a 25% do total das perdas anuais do comércio, segundo estudo do Provar. Orientação é investir em políticas de prevenção para coibir a ação: segundo especialistas, cada US$ 1 destinado à prevenção resulta em US$ 3 na receita líquida Luciano Amarante/Hype - 16/02/2006
O
varejo perde cerca de R$ 150 milhões com furtos praticados por funcionários por ano. O número corresponde a 25% do total das perdas identificadas pelo Programa de Administração de Varejo (Provar). Esse prejuízo é confirmado pelo Relatório Anual de Perdas feito pela consultoria Preventis Intelligence. Segundo o estudo do Provar, o setor de vestuário é o que mais sofre com esse tipo de ação, com 38% das perdas causadas por furtos. Já nos supermercados, os furtos internos respondem por 15% do prejuízo. Segundo o coordenador do Grupo de Geração de Perdas (GGP) do Provar, Marcelo Felippe Figueira Júnior, é difícil administrar as perdas originadas por furtos de funcionários. E, para coibir a prática, o ideal é que as empresas passem a adotar uma política de prevenção. "É preciso conscientizar o funcionário de que o furto não é benéfico para ninguém. Também é importante incentivar os funcionários a denunciarem o autor do furto e mostrar que a ação pode colocar em risco o seu próprio emprego. Afinal, quanto menos a empresa faturar, menor a condição de manter o quadro de funcionários", afirma Figueira Júnior. Para ele, uma das ferramentas para reduzir essas perdas é o investimento em treinamento e motivação de pessoal. "O funcionário precisa sentir que a empresa é uma extensão da sua casa e que tem um papel importante no seu bom desempenho. Ele precisa se sentir prejudicado com o furto de outra pessoa", diz o especialista. Esse tipo de trabalho preventivo é utilizado em alguns países da Europa e nos Estados Unidos e está atingindo bons resultados. No Brasil, as empresas começam a ficar mais atentas com a apuração de perdas e procurando mecanismos
para inibir os furtos internos. De acordo com Marcio Fialho, diretor da Preventis Intelligence, cada US$ 1 investido em prevenção resulta no retorno de US$ 3 na receita líquida. "Os índices nacionais de perdas ainda são muito elevados. As empresas precisam perceber que cada dólar que não vai para o lixo volta como resultado no seu faturamento líquido. Por isso, é imprescindível a criação de políticas efetivas de prevenção", alerta Fialho. Prejuízo – Segundo o supervisor comercial da rede de lojas Central Surf, Julio Cesar Ozório, é difícil mensurar as perdas com furtos de funcionários. "Mas dá para saber que o rombo é grande", garante. Segundo ele, por ano, seis funcionários em média são demitidos por furto. "Esses são os que conseguimos identificar, mas infelizmente o número é muito maior", diz. Ozório lembra que em uma ocasião somente após a denúncia de um funcionário é que a empresa soube que outro empregado era o responsável pelo desaparecimento de 60 óculos de sol de uma das lojas. "Só soubemos do esquema montado por um funcionário porque o outro não ficou confortável com a situação e o denunciou. Caso contrário, mesmo sabendo da baixa no estoque, não teríamos descoberto quem era o ladrão", conta Ozório. Outro que afirma ter dificuldade em identificar o funcionário "ladrão" é o diretor da Preçolândia, Arab Zakka. Segundo ele, mesmo com toda a fiscalização que as lojas mantém e o treinamento constante que é oferecido aos gerentes, sempre se percebe falta de produtos no estoque. "Dá para saber que é o funcionário o responsável porque o artigo é levado com a embalagem. Normalmente os clientes só levam o conteúdo", comenta. Márcia Rodrigues
Alternativas à revista íntima Um dos caminhos é buscar uma alternativa viável junto à Justiça do Trabalho.
A
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é clara, em seu Artigo nº 373, quanto à proibição da revista íntima. E a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e das demais instâncias tem sido favorável ao trabalhador que pede indenização por ter sido revistado. Segundo a advogada Adriana Calvo, existe um conflito de competências quando o assunto é revista íntima, já que os dois lados têm respaldo legal
para contestar. Da mesma forma que o trabalhador tem direito à privacidade, a Constituição Federal assegura ao empregador o direito de proteger seu patrimônio. "Mas a Justiça sempre tem como prioridade a preservação da dignidade da pessoa, por isso as empresas perdem a maioria das ações." Ela diz que se a revista for essencial para a preservação da empresa, é preciso buscar alternativa na Justiça do Trabalho. Ela cita como exemplo uma fór-
mula adotada por um laboratório farmacêutico para conter o roubo de comprimidos. Como a empresa enfrentava processos por causa da revista, chamou um representantes do Ministério do Trabalho (MTb) para buscar uma solução. "O laboratório criou um detector que identifica a presença de um dos componentes do remédio toda vez que o funcionário passa por ele. O MTb permitiu essa verificação em substituição à revista para conter os furtos." (MR)
Milton Mansilha/LUZ
Evandro Monteiro/Digna Imagem - 21/10/2004
Marcio Fialho, da Preventis Intelligence (esq): empresas precisam criar políticas de prevenção; Marcelo Figueira Júnior, do Provar (à dir.): conscientização de funcionário
Divulgação
Ozório, da Central Surf (acima): seis demissões ao ano por furtos; Zakka, da Preçolândia (ao lado): dificuldade para identificação
Outros que roubam Roubam onde trabalham. De uma ótica, um empregado roubou 60 óculos. Um laboratório pôs um detector de um componente antiimpotência para flagrar ladrões. São R$ 150 milhões as perdas com roubos no varejo. E 1
EM CARTAZ
Ano 81 - Nº 22.222
São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h55
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
C1eC2 Jamil Bittar/Reuters
E ele não cai... Novas pesquisas, divulgadas ontem, indicam que Lula mantém vantagem em relação a Alckmin e venceria no 1º turno. Os números do Datafolha registram 49% para o presidente, verificados na última sondagem, em 23 de setembro. Já o tucano cresceu 2 pontos percentuais, passando de 31% para 33%. Na avaliação do Ibope, Lula aparece com 48% das intenções de voto (ele tinha 47% na pesquisa anterior) e Alckmin, 32% (na anterior, 33%). Conforme o Ibope, num eventual 2º turno, o petista obteria 52% contra 40% do tucano. Pág. 3
VAI AO DEBATE? Nem Lula tinha a resposta até ontem à noite. Mas ele treinou respostas a perguntas óbvias e incômodas. Um dos companheiros lhe disse que não ir ao debate será desmentir o que tem dito: -Eu não fujo de briga. Hoje à noite, na Globo.
No front da corrupção Batalhas de ontem: Justiça quebra sigilo bancário de 4 bancos para rastrear dinheiro preso com petistas. Financistas contestam: saque para comprar o dossiê contra tucanos foi feito no Brasil. "Ninguém entra num banco com reais para comprar U$ 248 mil." Na TV Record, Lula acusa Barjas Negri, ex-ministro de FHC, de ser um sanguessuga. Pág. 8 Santur/Divulgação
De 5 a 22 de outubro, Blumenau é ainda mais alemã. E haja cerveja! Boa Viagem HOJE Parcialmente nublado Máxima28º C. Mínima 13º C.
AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 27º C. Mínima 15º C.
Namorada do coronel é indiciada sem prova A polícia tem muitos indícios, mas não prova nem confissão de que Carla (foto) matou o namorado Ubiratan. C 3 DC
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Compor tamento Polícia Urbanismo Ambiente
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 28 de setembro de 2006
Serão usadas cancelas para bloquear um trecho formado por cinco quarteirões.
LOJISTAS TEMEM AUMENTO DE CAMELÔS
Newton Santos/Hype
25 DE MARÇO SEM CARRO A PARTIR DO DIA 8 A via será bloqueada para facilitar as compras de fim de ano e também ajudar na fiscalização de camelôs Luludi/Luz -15/09/2006
"Fechar ou cair na clandestinidade"
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ma guerra não declara- Economia Gastão Vidigal, da da entre o setor de mí- Associação Comercial de São dia exterior e a Prefei- Paulo (ACSP), também prevê tura já começou. Pelo menos é o uma enxurrada de ações judique mostra a movimentação de ciais contra a lei. Solimeo conempresários do setor, que se s i d e ro u q u e o p ro j e t o f o i reuniram com advogados na aprovado às pressas, sem o tarde de ontem para discutir es- devido diálogo entre a Prefeitratégias contra o projeto de lei tura e o setor privado. Cidade Limpa, aprovado terçaA lei do outdoor afetará até feira pela Câmara Municipal de mesmo a distribuição de panSão Paulo, por 45 votos a um, e fletos nas ruas, proibida a parpublicado ontem no Diário Ofi- tir de agora. Somente nesta aticial do Município. Os empresá- vidade trabalham aproximarios discutem se entrarão com damente 10 mil pessoas. O seprocessos coletivos ou indivi- tor de mídia exterior, como um duais na Justiça contra a lei, que todo, emprega 20 mil. Além do determina a retirada de todo ti- aumento do desemprego, o po de publicidade externa (out- principal argumento do setor doors, painéis eletrônicos, ban- contra a lei do outdoor, repreners, cartazes) de sentado pelo Sepex, São Paulo, num praé que a nova legislazo de 90 dias. ção é inconstitucioAs empresas cunal por extinguir jos anúncios estão uma atividade ecoem locais de difícil Há muita nômica legalizada. acesso e retirada empresa A proibição à publipoderão, ainda, socidade externa prohonesta que licitar mais 90 dias vocará o fechamende prazo, a partir está pagando to de 200 empresas e do dia 31 de dezem- a conta das um prejuízo da orbro. O pedido for- irregulares. dem de R$ 240 mimal deve ser encalhões. Julio Albieri, minhado à PrefeiMobiliário – tura e deve conter presidente do Sepex Além da proibição explicações que total e irrestrita à publicidade exterjustifiquem o prazo maior para a retirada. na em vias públicas e em imóO presidente do Sindicato veis particulares de São Paudas Empresas de Mídia Exte- lo, a lei Cidade Limpa tamrior (Sepex), Julio Albieri, dis- bém proíbe a instalação de se ontem que é praticamente propaganda em aeronaves, impossível retirar toda a publi- veículos automotores e no cidade exterior da cidade nos mobiliário urbano, definido próximos 90 dias. Segundo ele, por pontos de ônibus e táxis, há peças que pesam até oito lixeiras, gradis de proteção mil quilos que só podem ser re- de árvores e relógios. tiradas com uma estrutura de A lei que regia a instalação engenharia e de trânsito. de propaganda no mobiliário Justiça – "A Prefeitura de urbano, de nº 13.517, também São Paulo proibiu e não dei- foi revogada pela Câmara xou alternativas: no pior ce- Municipal, na terça-feira. Até nário, ou as empresas fecham o fim do ano, o prefeito Gilou partem para a clandestini- berto Kassab deverá encamidade. Tomaremos as medidas nhar um novo projeto ao Lejudiciais necessárias, porque gislativo municipal com o obhá muita empresa honesta jetivo de definir as normas que está pagando a conta dos para a concessão de publiciirregulares", afirmou Julio dade no mobiliário, que deAlbieri, presidente do Sepex. verá ser o único espaço exterO economista Marcel Soli- no onde as empresas poderão meo, diretor do Instituto de anunciar. (RT).
Importadas
SÓ bebidaS Nacionais
A
SEM ÁGUA erca de 70 mil moradores ficarão sem água sábado C devido a obras da Sabesp na estação elevatória de Água do Sacomã, na zona sul. Os trabalhos acontecem das 9h às 13h, e o abastecimento será retomado de forma gradual. Os bairros atingidos são: São João Clímaco, vilas Vermelha, Moraes, Brasilina e das Mercês, jardins Ana Maria, Natália, Santo Antonio do Cursino, Parque Bristol, jardins Imperador e Celeste, e vilas Henrique Cunha Bueno, Quaquá, Tropical, Água Funda, entre outros bairros.
Fechamento para o trânsito de veículos acontecerá no horário comercial, das 10h às 18h Milton Mansilha/Luz - 31/05/2006
Matarazzo: o efetivo de GCMs será ampliado
TRÂNSITO O paulistano enfrentou engarrafamento de 138 km ontem à noite.
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TRIBUNAL MANTÉM INDENIZAÇÃO O crime ocorreu em Tribunal de Justiça de novembro de 1999. Cada uma São Paulo (TJ) manteve O das filhas receberá R$ 300 mil o valor da indenização por danos morais às filhas de Luísa Jatobá, morta por Mateus da Costa Meira no cinema do Shopping Morumbi, na zona sul da capital paulista.
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AMBIENTE Cresceu a emissão de metano pelo homem, diz a revista Nature.
Ó RBITA
polícia de São Paulo, acredita que o norteA americano Raymond James Mierrel, que chegou ao Brasil em março para passar o aniversário com a então namorada Regina Filomena Rachid possa estar morto. "As investigações estão avançadas e provavelmente há algum delito de homicídio ou latrocínio", disse a delegada seccional Elaine Biasoli. Raymond deveria voltar à Califórnia no dia 4 de abril. Como não retornou, a família dele decidiu levar o caso ao FBI. (AE)
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e pensão de três salários mínimos até completarem 25 anos. Cabe recurso. Ontem, o Shopping Morumbi não comentou a decisão do tribunal. (AE)
AMERICANO
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Vinho Espanhol Riscal R$ 39,90
dão da rua 15 de Novembro, também no Centro da cidade. O trecho que será aberto fica entre a rua João Brícola e a praça Manoel da Nóbrega. Segundo Matarazzo, no local será feito apenas sinalização para indicar aos motoristas que podem utilizar a via, ou seja, os carros vão trafegar pelo calçadão, que, por enquanto, não deve ser rebaixado e tampouco asfaltado. A intenção, segundo a Prefeitura, não é fazer da rua uma via rápida, mas que receba apenas o trânsito local. A velocidade máxima permitida no local será de 20 km/h. A 15 de Novembro terá mão única (sentido João Brícola-praça Padre Manuel da Nóbrega), com 5,5 metros de espaço para os veículos. Para os pedestres, restarão apenas poucos metros nas laterais. Nos próximos dias, a rua 24 de Maio – entre as ruas Dom José de Barros e Conselheiro Crispiniano – também será liberada para os carros. Até agora, apenas um pequeno trecho deste calçadão, entre a praça da República e a rua Dom José de Barros, estava liberado para o trânsito. (Agências)
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DC
A proibição da publicidade externa pode fechar 200 empresas
principal rua de comércio popular de São Paulo, a 25 de Março, vai estar fechada para o tráfego de veículos a partir do próximo dia 8. A interdição acontecerá todos os dias, mas somente no horário comercial, das 10h às 18h. o objetivo é facilitar as compras, que já começam a se intensificar por causa do Natal, aliviar o trânsito e auxiliar na fiscalização dos camelôs. Segundo o secretário de Coordenação das Subprefeituras e subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo, serão usadas cancelas para bloquear um trecho formado por cinco quarteirões. As vias ainda estão sendo definidas. Mas anteriormente, já havia sido divulgada a informação de que seria interditada da rua Carlos de Souza Nazareth até a ladeira Porto Geral. A maioria dos lojistas da região teme que o fechamento aumente o número de ambulantes, ao contrário do que espera a Prefeitura. O presidente da Univinco (associação que congrega os comerciantes da região), Miguel Giorgi Júnior, afirmou que o crescimento do comércio informal é preocupante, mas que a Prefeitura garantiu que aumentará a fiscalização. "Esperamos 120 guardas-civis a mais neste trecho", disse . Matarazzo admitiu que pretende ampliar o efetivo, mas não informou a quantidade de guardas que irão policiar a área. Por causa do fechamento, o serviço de carga e descarga de produtos será feito numa rua paralela, a Comendador Abdo Schahin, que ficará restrita para esse tipo de trabalho. O fechamento da 25 de março ficará em teste até o fim do ano. Passado esse período, a Prefeitura fará os ajustes necessários para que a rua fica bloqueada definitivamente. 15 de Novembro – No mesmo dia em que a 25 de Março será fechada, a Prefeitura vai liberar para veículos o calça-
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Nacional Empresas Legislação Finanças
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CRÉDITO-PRÊMIO: LEÃO GANHA POR 1 VOTO
reais é o preço mínimo cobrado no mercado para modificar contratos sociais.
SEGUNDO A JUCESP, 60% DAS EMPRESAS JÁ ADEQUARAM SEUS CONTRATOS SOCIAIS ÀS REGRAS DO CÓDIGO CIVIL
EMPRESAS EM DIA COM O CÓDIGO CIVIL Milton Mansilha/LUZ
Paulo Pampolin/Digna Imagem
Marangon, da Jucesp: pequenas empresas podem deixar para depois
Oliveira, da Confirp, diz que maioria dos clientes cumpriu determinação
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pós três prorroga- presa venha a sofrer, os bens ções, o prazo para pessoais dos sócios poderão as empresas adap- ser diretamente comprometitarem seus contra- dos", alerta a advogada. tos sociais às regras do Código Analúcia afirma que praticaCivil está se esgotando nova- mente todos os clientes do escrimente. Pela Medida Provisó- tório fizeram a adaptação nos ria nº 234/05, todas as compa- contratos. "Só um ou outro está nhias precisam fazer as adap- aguardando a definição de retitações em conformidade com a rada ou inclusão de sócio para nova legislação até o dia 11 de alterar a papelada de uma vez", janeiro de 2007. comenta. O mesmo acontece na Segundo dados da Junta Co- consultoria Confirp. Segundo o mercial do Estado de São Paulo gerente societário, Flávio de (Jucesp), 60% das empresas re- Oliveira, dos seus 800 clientes, gistradas no órgão já alteraram apenas 10% ainda não alteraseus contratos. ram seus contraDo restante, acretos porque dita-se que 20% aguardam a defiestão inativas e nição de rumos não deram baixa da empresa. em seus registros Qualquer execução Tanto Oliveie o u t r a s 2 0 % que a empresa venha ra como Analúa b r a n g e m p ecia não acredia sofrer, os bens dos quenas empresas tam em uma noque não têm re- sócios poderão ser va prorrogação cursos para mo- comprometidos. do prazo. Até dificar o contraAnalúcia Carloni, do porque, segunto. O custo para escritório Maluly Jr. do o gerente da fazer a alteração Advogados C o n f i r p , n ã o pode variar de existe a necessiR$ 500 a R$ 800. dade de protelar Nesse caso, a ainda mais a própria Jucesp vem orientan- adaptação. "O processo é muido os empresários a mexerem to simples. A própria Jucesp nos contratos quando houver coloca à disposição dos intenecessidade. "Para as grandes ressados um modelo do docuempresas, a adaptação é mais mento que deve ser preenchiurgente pois, sem ela, é impos- do para promover a alteração", sível obter financiamentos diz Analúcia. bancários, participar de licitaRegras – O Código Civil deções e fechar novos contratos", terminou, entre outros ponexplica o presidente da Junta, tos, que as empresas devem Antonio Marangon. se registrar como sociedades Risco – Mas, segundo a co- simples ou empresariais, deordenadora da área civil do pendendo do tipo de organiMaluly Jr. Advogados, Analú- zação de trabalho. As sociecia Carloni, esse adiamento dades simples devem se capode ser arriscado, já que a em- dastrar no registro civil das presa corre o risco de perder pessoas jurídicas do local da sua personalidade jurídica, ou sede da empresa (cartório) e seja, deixar de existir legal- as empresariais, na Junta. mente. Caso a companhia en- Com a nova lei, todos os sótre numa disputa judicial, tam- cios, inclusive o administrabém pode ocorrer a transferên- dor e contador, passam a ter cia da responsabilidade para total responsabilidade pelo os sócios, como pessoas físicas. andamento da empresa. Márcia Rodrigues "Qualquer execução que a em-
STF não define direito a crédito do IPI
A
Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) interrompeu ontem o julgamento sobre o créditoprêmio do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), instituído pelo DecretoLei 491/69. O relator, ministro João Otávio de Noronha, votou a favor do recurso da Thoratex Comercial Exportadora e Importadora
ATAS
Ltda, mas a sessão foi suspensa por causa de um pedido de vistas do ministro Humberto Martins. No placar, o fisco está ganhando por três votos a dois. O ministro Noronha entendeu que o créditoprêmio de IPI não foi extinto. Segundo o relator, "é inconteste que o legislador, ao editar os Decretos-Leis ns. 1722/79 e 1724/79, pretendeu
extingui-lo em junho de 1983. Porém, ressalvou que, com a subseqüente edição do Decreto-Lei nº 1724/79, o legislador pôs em dúvida essa intenção, pois atribuiu ao ministro de Estado a possibilidade de controlar a extinção anteriormente estabelecida, podendo, inclusive, suspendê-la. O ministro Teori Albino Zavascki divergiu do voto do
relator, mantendo o mesmo entendimento firmado durante o julgamento do recurso especial na Primeira Turma, de que o direito ao benefício teria sido extinto em 1983, conforme dispunha o Decreto-Lei nº 1658/79. Assim, para o ministro, quando a ação foi proposta pela empresa (o pedido é de 1998 a 2003), o crédito-prêmio IPI já estava extinto. (DC)
COMUNICAÇÃO À PRAÇA
DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO
EDITAIS
FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR
HOSPITAL ESTADUAL BAURU PREGÃO Nº 041/2006-FAMESP/HEBPROCESSO Nº 267/2006-FAMESP/HEB REGISTRO DE PREÇO Nº 027/2006-FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 28 de setembro de 2006 a 11 de outubro de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignoli s/n, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111-FAX(0xx14)3882-1885– ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/HospitalEstadual Bauru, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL - PREGÃO Nº 041/2006-FAMESP/HEB - PROCESSO Nº 267/2006-FAMESP/HEB, que tem como objetivo aquisição de medicamentos (Amicaina 500 mg 02 ml, amoxicilina+clavulanto de potássio, atracúrio 50 mg/ 05ml, azitromicilina 500 mg, captopril 12,5 mg etc...), para a Seção de Farmácia do Hospital Estadual Bauru, conforme anexo II. Para registro de preço por um período de 12 meses. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 25 de outubro de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 – Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 28 de setembro de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice Presidente - FAMESP.
FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 27 de setembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:
Requerente: Begllim Comercial Ltda. - Requerido: Agro Oeste Paulista Com. Importação e Exportação Ltda. - Rua Benedito Campos de Moraes, 248 - 2ª Vara de Falências Requerente: Aços Groth Ltda. - Requerido: Etecon Estruturas Metálicas e Construções Ltda. - Rua Secundino Domingues, 623 - 1ª Vara de Falências
CONVOCAÇÕES
ATA
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TURISMO - 3
Vale Europeu: um pedaço do Velho Continente no Brasil
Divulgação/Santur/José Roberto Colley
Divulgação/Santur/Epa Machado
Espalhados pelo Rio Itajaí, 17 municípios formam o vale e exibem construções em estilo enxaimel e jardins impecáveis – herança dos imigrantes alemães e italianos. Destaque para a pequena Pomerode, considerada a cidade mais alemã do País Fotos: Divulgação/Santur/Noir Stúdio
Em Timbó, senhores tocam canções antigas
Nova Trento exibe jardins e praças bem cuidados
A
arquitetura, a culinária, os costumes, a educação das pessoas, as ruas e os jardins bem cuidados. Quase tudo lembra a Europa, ou melhor, a Alemanha e a Itália. Não é à toa que este pedaço de terra localizado numa das regiões mais lindas de Santa Catarina ganhou o nome de Vale Europeu – um conjunto de 17 municípios espalhados ao redor do Rio Itajaí. Nesse mosaico de cidades, a cultura e as tradições dos imigrantes alemães e italianos são cultivadas desde meados do século 19, quando esses começaram a chegar à região. Foram eles que transformaram este lugar inóspito em uma das regiões mais ricas do Estado de Santa Catarina e do Brasil, com um moderno parque industrial. A industrialização, porém, não afetou os lindos cenários de belezas naturais que encantam os visitantes. Montanhas, cachoeiras, cavernas, rios caudalosos, trilhas ecológicas e as construções em estilo enxaimel, construídas no século 19, são as principais atrações de quem visita a região. As festas de cada cidade, com as bandinhas típicas e grupos folclóricos, continuam sendo o cartão-postal da região, mas quem procura distância desse agito frenético – só a Oktoberfest reúne mais de meio milhão de pessoas – e mais requinte, o Vale Europeu é bem
Casas em estilo enxaimel são atração na região
Grupos folclóricos são comuns em Pomerode
De olho no turismo de negócios
Q
uando se fala em Blumenau, a imagem inevitável para as pessoas é a da famosa festa. Entretanto, uma outra faceta da cidade catarinense é ainda desconhecida por muitos brasileiros: sua vocação como centro de eventos e negócios, que se fortalece a cada ano diante de sua evolução contínua como núcleo do chamado Vale Europeu. Essa região conta hoje com o maior pólo têxtil da América Latina e concentra cerca de 5 mil indústrias de vários setores, empregando boa parte dos
mais de 500 mil habitantes dos municípios. Outro fato reforça o turismo de negócios de Blumenau: a inauguração do maior centro de eventos de Santa Catarina – o Parque Vila Germânica –, aberto no início de maio deste ano, e que passa a atrair eventos dos mais variados segmentos da economia, além de criar mais postos de trabalho no setor de serviços. Marco – A novidade é considerada pelas autoridades locais um marco para a cidade, por reafirmar o perfil empreendedor do município. Para o
presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Blumenau, Rodolfo Francisco de Souza Neto, a inauguração do Parque é a melhor notícia dos últimos dez anos. "A geração de riqueza com a atração de eventos faz
com que a própria população passe a freqüentar mais os restaurantes e a comprar mais no comércio", enfatiza o empresário. "Por outro lado, o turista de eventos gasta três vezes mais que o turista de lazer." Para o presidente da Asso-
Fotos: Divulgação/Prefeitura de Blumenau
Vista da Ponte de Ferro sobre o Rio Itajaí: cartão-postal da cidade
RAIO X COMO CHEGAR A cidade de Blumenau está situada no nordeste de Santa Catarina e a 680 quilômetros de São Paulo, com acesso pela BR-101. Para chegar a cidade é preciso sair da BR-101 e percorrer mais 45 quilômetros pela BR-470. Além dos vários pacotes de viagem específicos para Oktoberfest, quem quiser pode chegar por conta própria indo de carro, ônibus ou avião. Para aqueles que optarem em colocar o carro na estrada, o caminho é pela BR-101 até o acesso a Blumenau. Próximo a Curitiba, é preciso atenção para não perder a entrada para chegar a Santa Catarina. O tempo estimado para uma viagem tranqüila é de 10 horas aproximadamente. Para quem optar por fazer a viagem de avião, Blumenau oferece três opções: o aeroporto executivo "Quero-Quero", o aeroporto de Navegantes ou o Aeroporto Internacional Hercílio Luz, em Florianópolis, a 130 km de Blumenau. No caso de Navegantes, será necessário alugar um carro ou pegar um táxi para percorrer os quase 60 quilômetros até o centro de Blumenau. Geralmente, os hotéis oferecem esse serviço gratuitamente. Pela Gol (www.voegol.com.br), a passagem ida-e-volta São Paulo-Navegantes sai a partir de R$ 300. O mesmo trecho pela TAM (www.tam.com.br) custa a partir de R$ 454. ONDE FICAR Plaza: Rua Sete de Setembro, 818. Tel. (47) 3231-7000, site www.plazahoteis.com.br. Um dos melhores hotéis da região, com diária a partir de R$ 137 por pessoa com café da manhã. Parthenon: Rua Curt Hering, Centro. Diária a R$ 120 por pessoa, com café da manhã. Tel: (47) 33267744, site www.accorhoteis.com.br.
Viena: Rua Hermann Husther, 670. Diária a partir de R$ 89. Tel: (47) 3326-8888, site www.vienahotel.com.br. ONDE COMER O carro-chefe da gastronomia blumenauense é baseado na herança da colonização alemã. Pratos como o marreco assado e recheado, o tradicional eisbein (joelho de porco) e kassler (costela de porco), o excêntrico chucrute que acompanha vários pratos, além das saborosas salsichas branca e vermelha. Os doces, como o appfelstrudel, torta alemã e as deliciosas cucas dos mais diversos sabores, agradam aos turistas mais exigentes. Frohsinn Extra Gut: Rua Gertrud Sierich, 940 Tel: (47)3322-2137/3326-6050. Restaurante localizado em um dos pontos mais altos de Blumenau, o que permite uma vista deslumbrante da cidade. Especialidade: marreco assado e cordeiro. Trattoria DiMantova: Alameda Rio Branco, 833 Tel: (47) 3041-8383. serve uma excelente comida italiana com preços bem em conta. Lugar arejado, boa carta de vinhos (inclusive
da região) e atendimento da proprietária, dona Noêmia Bressiani, uma armênia com sangue italiano. Especialidade: o inhoque feito pela dona Noemia e as massas em geral. Restaurante Vale das Trutas: localizado no bairro São Pedro Velho, em Rodeio. Tel: (47) 3384-0803. Serve um espetacular rodízio de trutas. Restaurante Gruta Azul: Rua Sete de Setembro, 1213, Shopping Neumarkt. Tel. (47) 3326-2337. Restaurante Internacional: Rua Alameda Rio Branco, 378, centro. Tel. (47) 3322- 0067. FAÇA AS MALAS Oktoberfest: Os preços dos ingressos para a 23ª edição da festa será de R$ 5 durante a semana e de R$ 10 nos fins de semana. A administração da Oktoberfest selecionou um grande número de agências de viagens para transportar os turistas de todo o Brasil para a festa. Para escolher a empresa de turismo basta acessar o site http://www.parquevila germanica.com.br/agencias.asp. Dicas: Não deixe de experimentar os vários tipos de cervejas que podem ser encontradas no Vale Europeu. Hoje, a fabricação de cerveja artesanal está resgatando o espaço que tinha há 80 anos. Já está se tornando comum a abertura de novas fábricas da bebida mais consumida na região. Outro programa imperdível são as festas tradicionais que acontecem nos doze meses do ano. Geralmente, o ponto alto desses eventos é nos finais de semana. É pura diversão, além da comida típica e farta, tem a apresentação de grupos de dança. Não deixe de levar máquina fotográfica ou filmadora. Vale a pena registrar as danças e os trajes típicos dos dançarinos.
mais do que beber cerveja e dançar, não que isso seja um programa ruim. Considerada a cidade mais alemã do Brasil, Pomerode é uma atração à parte do Vale Europeu. Com uma população de pouco mais de 20 mil habitantes (18 mil originários da Pomerânia, no Norte da Alemanha) – e a maioria de loiros de olhos azuis – Pomerode enche os olhos também por suas paisagens ao redor da cidade, em um percurso de 16 km, pontilhado de belas casas em estilo enxaimel. Muitas dessas pequenas casas servem de lojinhas de artesanato, confeitarias e até pousadas. A cidade também aguça a curiosidade por seus costumes excêntricos – e até estranhos para a cultura brasileira – como os inúmeros clubes de tiro ao alvo, onde acontecem não só disputados campeonatos mas também festas de coroação do Rei e da Rainha do Tiro. Como se vê, visitar o Vale Europeu é ter a sensação de estar em outro país. Blumenau, Pomerode, Brusque (a Cidade dos Tecidos, maior centro de pronta-entrega de confecções do Sul do País), Rodeio e Nova Trento são as mais conhecidas. Há ainda Timbó, Rio do Sul, Gaspar e outros pequenos lugarejos continuam intocáveis e esperando para serem descobertos pelos turistas. (L.R.)
ciação Empresarial de Blumenau (Acib), Ricardo Stodieck, trata-se de um avanço muito grande para o turismo local. "O Parque Vila Germânica, naturalmente, vai trazer mais investimentos em hotelaria, serviços, comércio e restaurantes", afirma o empresário. O Centro Empresarial de Blumenau (CEB) patrocinou os projetos de arquitetura e engenharia do Parque, em um investimento de cerca de 2% do valor total da construção. "Se os empresários não participassem, a o b r a s ó f i c a r i a p ro n t a e m 2007", destaca Stodieck. Centro de eventos –No início de maio deste ano, a Prefeitura entregou o Centro de Eventos, que promete colocar a cidade novamente em posição de destaque no segmento do turismo de eventos. Hoje, o chamado Parque Vila Germânica conta com equipamento versátil, que permite receber três eventos distintos em três ambientes, de forma simultânea e em qualquer época do ano. Todos os ambientes contam com sistema de climatização. O Centro de Exposições é um complexo de 26 mil metros quadrados de área construída, sendo 18.360m especificamen-
Blumenau comemora inauguração do maior centro de eventos de SC
te para eventos e 7.640m para áreas de apoio, administração e de serviços. Já o Centro de Convenções tem capacidade para receber abrigar até duas mil pessoas. Em parceria com a iniciativa privada, a região ganhará também um hotel e um edifício-garagem. Os setores vão dispor de internet wi-fi. O complexo terá ainda áreas próprias para a montagem de serviço de bar e cozinha. A Fundação Promotora de Exposições (Proeb) surgiu em 17 de setembro de 1964, com a finalidade de organizar a IV Feira de Amostras de Santa Catarina (Famosc), um grande evento industrial do Estado, que passou a ser realizado em Blumenau. A Proeb cedeu lugar ao Parque Vila Germânica, que se constitui não somente em centro de eventos e sede da Oktoberfest, mas também em ponto para o encontro da comunidade e de resgate das tradições do povo de Blumenau. Com sua arquitetura inspirada no casario enxaimel, a vila transporta o visitante para os pequenos recantos da Alemanha. A idéia é fazer com que o local funcione 24 horas por dia, com atrações para blumenauenses e visitantes. (L.R.)
quinta-feira, 28 de setembro de 2006
Ambiente Compor tamento Polícia Transpor te
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 Há uma avalanche de indícios. Ela é a assassina do coronel. Luiz Fernando Vaggione, promotor
DENÚNCIA DEVERÁ SER FEITA EM 10 DIAS
NAMORADA DE UBIRATAN É INDICIADA Até a noite de ontem, Carla Cepollina ainda prestava depoimento no DHPP. Promotor disse que irá oferecer a denúncia, pois tem certeza que ela é a assassina.
A
advogada Carla Prinzivalli Cepollina, de 40 anos, foi indiciada ontem pelo assassinato do coronel da Polícia Militar e deputado estadual, Ubiratan Guimarães, no dia 9 de setembro, no apartamento em que morava, nos Jardins, na zona sul. O indiciamento foi feito sob acusação de homicídio duplamente qualificado, ou seja, com motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Por volta das 20h de ontem, Carla ainda estava no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), prestando um novo depoimento. Não havia previsão de término. Carla chegou no DHPP por volta das 14h30 acompanhada pela mãe, a também advogada Liliana Prinzivalli, e de seu advogado Antônio Carlos Car-
Caio Guatelli/Folha Imagem
valho Pinto, em um Santana branco, com vidros escuros, escoltada pela polícia. Desta vez, elas não foram tratadas com a diplomacia que o DHPP costumava oferecer. O carro parou na rua, e não na garagem. Para chegar à porta, tiveram de caminhar entre os jornalistas. De núnc ia – O promotor Luiz Fernando Vaggione, que acompanha as investigações do assassinato, afirmou que vai apresentar denúncia contra Carla por homicídio doloso. Segundo ele há uma "avalanche de indícios" . Para o promotor "ela é a assassina do coronel". Segundo ele, após a conclusão do inquérito policial, o Ministério Público poderá oferecer a denúncia em aproximadamente dez dias. "O inquérito policial será concluído em dois ou três dias.
Vou estudá-lo completamente, mas há indícios mais do que suficientes para o oferecimento de uma acusação formal", afirmou o promotor. Vaggione disse que Carla ocultou provas do crime assim que o corpo de Ubiratan foi encontrado no domingo, dia 10, aproximadamente 24 depois do assassinato. Uma das provas seria uma blusa de cor clara, que a advogada teria usado no dia do crime. À polícia ela entregou uma blusa escura, de acordo com o promotor, mas as imagens gravadas no elevador de seu prédio mostram que ela usava uma blusa clara. Sem confissão – Ao sair ontem de seu apartamento no Campo Belo, na zona sul, Liliana garantiu que sua filha não vai confessar o crime. Ela também criticou o trabalho de investigação do DHPP e falou
que vai mandar o caso para analise fora do País e até mesmo para Organização das Nações Unidas (ONU). Ao ser questionada sobre as declarações da empregada que contou à polícia que viu uma manchas vermelhas numa calça e numa blusa de Carla, ela ressaltou que trata-se de molho de tomate. O advogado de Carla, Antônio Carlos Carvalho Pinto, afirmou que sua cliente deverá aguardar o julgamento em liberdade. Ele disse que é até capaz de entender o indiciamento, mas o considera uma medida prematura. "O DHPP devia ser mais prudente, mais cauteloso", declarou. O crime – Comandante da operação que ficou conhecida como massacre do Carandiru, que resultou na morte de 111 presos em 1992, Ubiratan morreu com um tiro no abdômen. O corpo foi encontrado na noite seguinte, enrolado em uma toalha, no apartamento dele, nos Jardins. Uma das sete armas que o coronel mantinha em casa – um revólver calibre 38 – não foi encontrada no local do crime. Segundo a polícia, o coronel foi morto com uma bala do mesmo calibre, que poderia ser de uma munição especial, segundo o advogado da família de Ubiratan, Vicente Cascione. Cascione garante também que Carla não era mais namorada de Ubiratan, que estaria envolvido com Renata Madi, uma delegada federal que trabalha no Pará. Renata ligou para o coronel da noite do crime e foi atendida por Carla. Ela não falou com Ubiratan. (AE)
Liliana e Carla no DHPP: mãe garante que a filha não confessará
NA CELA COM SUZANE
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aria Cristina de Souza, ex-advogada de Marcos Camacho, o Marcola, líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) foi transferida para a cela do seguro da Penitenciária Feminina de Ribeirão Preto. Maria Cristina, presa em 20 de julho sob a acusação de envolvimento com o PCC, foi transferida na madrugada do último dia 20 da carceragem do 89º DP (Portal do Morumbi) para Ribeirão Preto. Ela divide a cela de 16m² com Suzane von Richthofen, condenada pelo assassinato dos pais, e com as advogadas Valéria Dammous e Libânia Catarina Fernandes Costa. As duas últimas são acusadas de ligação com o PCC. Na cela, as três advogadas e Suzane passam a maior parte do tempo assistindo TV. Segundo Mário de Oliveira
Filho, advogado de Maria Cristina, a situação na ala é deprimente. "Há presas com distúrbios mentais. Elas não mantêm as condições de higiene adequadas." Oliveira Filho conseguiu na Justiça que ela seja removida para uma cela da Polícia Militar. Blitze – Agentes penitenciários e homens da tropa de choque da Polícia Militar apreenderam 124 telefones celulares e 48 estiletes e mais de 300 bolsas de entorpecentes em dois dias de revistas em sete penitenciárias do interior do Estado de São Paulo. As blitze fazem parte da varredura determinada pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) nas penitenciárias controladas pelo PCC com o objetivo de evitar possíveis ações da facção criminosa neste fim de semana. (AE)
ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú
Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407
DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.TURISMO
Na Serra da Mantiqueira, em companhia dos muriquis
quinta-feira, 28 de setembro de 2006
Nos arredores da pequena São Francisco Xavier – que já entrou para o mapa dos destinos charmosos, com direito a pousadas intimistas e bons restaurantes –, a Mata Atlântica abriga um grupo desses primatas ameaçados de extinção. Para completar o roteiro: trilhas e cachoeiras
Divulgação
Kenji Honda/AE
Marizilda Cruppe/Agência O Globo
A pequena cidade fica escondida entre colinas verdes
Cachoeiras e piscinas naturais ficam a poucos quilômetros do centro
Muriqui: difícil de ser fotografado, pois não sai da copa das árvores
Por Antônio Paulo Pavone
O
distrito de São Francisco Xavier, nas encostas protegidas da Serra da Mantiqueira, a 159 km da capital paulista, tem apenas 2.600 habitantes e um sossego agradável de cidade do interior. No entanto, alguns famosos personagens vivem escondidos por lá. E não adianta pedir autógrafos, nem insistir: eles não deixam a copa das frondosas árvores da reserva de Mata Atlântica por nada. Os simpáticos muriquis, primatas pacatos e brincalhões que se tornaram símbolo da cidade, escolhem a hora de aparecer e são poucos os privilegiados que conseguem vê-los de perto. A pequena mancha urbana fica no fundo de um caldeirão rochoso, cercado por escarpas verdes. A vila de São Chico, como é carinhosamente chamada, distingue-se das outras da região por ter uma Área de Proteção Ambiental (APA), habitada pelo grupo nômade de primatas tropicais com notoriedade internacional. Para passear, diversas trilhas e cachoeiras, em meio a uma paisagem às vezes mística, que atrai os caçadores de emoção e adrenalina. Pela manhã, os vales das cercanias são envolvidos por uma forte neblina prateada. A fumaça branca se dissipa lentamente com a chegada dos raios do sol. É hora de caminhar na floresta dos muriquis! O nome do distrito de São Francisco Xavier foi inspirado numa imagem do santo protetor dos animais, trazida do Rio de Janeiro, em 1883, pelos escravos de um fazendeiro local, e deixada em sua propriedade. Na época, a região servia de passagem aos tropeiros de Minas Gerais e de São Paulo. Com a construção de uma capela em homenagem ao santo, muitos deles paravam ali para realizar suas preces. Algumas famílias gostaram dali e resolveram se fixar no local, originando o vilarejo. Atividades – Agora, São Chico também é a terra da aventura. Lá, é possível praticar canoagem, cavalgada, ciclismo, paragliding, rapel, trekking e vôo-livre, entre outros esportes radicais e de natureza. A Trilha da Revolução leva até Monte Verde e é uma das travessias mais ba-
canas da Serra da Mantiqueira. Ao longo do percurso, encontra-se a Cachoeira das Couves, com 15 m de queda. Tem ainda o Vale dos Duendes, que guarda a lembrança do passado histórico, na Trincheira da Revolução de 32, e com a cachoeira do Olho D'Água. Atrai também, além dos interessados em esportes radicais, um grande número de famílias e casais em busca de descanso. O relevo montanhoso, a temperatura amena (clima tropical de montanha) e a vegetação exuberante proporcionam um ambiente agradável aos visitantes mais tranqüilos. No centro da cidade, ajudando a compor o estilo romântico do local, há pontos para a venda de doces caseiros, artesanato, ervas medicinais e móveis rústicos. As várias pousadas do distrito oferecem bem-estar e conforto. São espaços que prezam a harmonia com a natureza. Há hospedagens com serviços diversos como massagem, sauna, ofurô, alimentação equilibrada, piscinas naturais, práticas de Taichi Chuan e outras atividades zen, passeios ecológicos e cavalgadas. Muriqui – Em meio à grande diversidade biológica de São Francisco Xavier, que conta com extensas matas de galeria e de encosta, vive um grupo raro de muriquis ou mono-carvoeiro, considerado o maior macaco das Américas. Este primata ameaçado é um símbolo da região. Quase extinto, devido à destruição de seu habitat natural e da caça, ele só pode ser visto em alguns poucos trechos remotos da Mata Atlântica do Sudeste brasileiro. A luta pela sobrevivência do mono, em São Francisco Xavier, atrai pesquisadores, ambientalistas e curiosos de todo o mundo. Uma característica relevante da espécie é sua baixa agressividade, um extremo entre os primatas, sendo considerado o mais pacífico deles. São Francisco Xavier possui alguns pontos de visitação quase obrigatória. Quem se interessa por atividades que proporcionam integração com a natureza, sempre respeitando as condições de preservação, pode tomar um banho na Cachoeira de São Francisco (Pedro David), a apenas 3 km do centro, com 15 metros de altura, numa bela seqüência de cascatas. Outra boa opção é a Pe-
RAIO X COMO CHEGAR O distrito de São Francisco Xavier, na Serra da Mantiqueira, fica a 54,8 km de São José dos Campos. O acesso é feito pela SP-050 até Monteiro Lobato, seguindo por estrada municipal. ONDE FICAR Pousada Muriqui: Rua Ezequiel Alves Graciano, 118, Centro, tel. (12) 3926-1169, site www.pousadamuriqui.com.br. Oferece apartamentos novos e amplos, com aquecimento central, telefone, TV e varanda privativa. Diárias que variam de R$ 144 a R$ 160, incluindo café da manhã. Pousada A Rosa e o Rei: Estrada Municipal Ezequiel Alves Graciano, 10,5 km de terra, Canelar, tel. (12) 3926-1318, www.arosaeorei.com.br. Conta com ofurô, lareira, sauna e aulas de Taichi Chuan, além de ter duas cachoeiras próximas à sede. Diárias a partir R$ 304, com pensão completa. Pousada Villa Vittória: Estrada de Santa Bárbara, 1462, 1,5 km de terra, tel. (12) 3926-1963, www.villavittoria.com.br. Oferece banheira com vista para o jardim e conta com um riacho que corta a propriedade com queda d'água e piscinas naturais.
Diária de R$ 325, com direito a café da manhã. ONDE COMER La Boca: Rua 15 de novembro, 161, Centro, tel. (12) 3926-1291. As especialidades do restaurante são o filé grelhado aos quatro molhos e a truta defumada. receitas imperdíveis. Photozofia Arte e Cozinha: Largo São Sebastião, 105, Centro, tel. (12) 3926-1406. O local se diferencia por suas noites agradáveis, com livros na estante e música ao vivo aos sábados. Serve massas, carnes, peixes, além de sopas. Trutas Mariser: Estrada de Santa Cruz, 1800, Santa Cruz, tel. (12) 3926-9291. O restaurante é montado sobre um pesqueiro de truta e serve o peixe com shitake ou na chapa acompanhado de salada e arroz. AVENTURE-SE Agência Freeway Brasil: Rua Capitão Cavalcanti, 322, São Paulo tel. (11) 5088-0999, www.freeway.tur.br. Tem pacotes para o destino. Informações turísticas com o Comtur - Conselho Municipal de Turismo de São Francisco Xavier: tels. (11) 3672-5253 ou (12) 3926-1169.
dra do Pouso do Rochedo, na estrada de Santa Bárbara, a 1.300 metros de altitude. Nas águas cristalinas e ligeiras formam-se piscinas naturais e algumas quedas íngremes, onde se pratica cascading. Para escalar mais alto, tem o Pico do Selado, com 2.082 metros, bom para o alpinismo leve. No inverno, a temperatura por lá pode chegar a extremos entre 5 e 12° C negativos. Restaurantes e cafés charmosos completam o
dia de aventura com boa opções no menu: acepipes raros, como a broa de milho embrulhada em folha de bananeira e a deliciosa pizza de shitake, cogumelo cultivado na região. Agora na primavera, ocorre o Festival de Música "Encontro Cordas na Mantiqueira", que acontece todos os anos nesta época e traz artistas de várias partes do País. Mais uma boa razão para conhecer São Chico. Colaborou Mirella Amaral
Faça do seu notebook um aparelho inviolável nas viagens
E
dados no próprio computador. "E ainda tem ngravatados carregando uma pasta de uma senha, que é uma segunda segurança", exlaptop, ou as mochilas especiais, plica o diretor da empresa. Ele complementa ditornaram-se alvos de furtos de laptop, zendo que atualmente muitas empresas que principalmente em aeroportos. Para contratam escritórios de advocacia já exigem muitos, perder o aparelho é o de menos. O mais grave são as informações, muitas delas sigilosas. os níveis de segurança. Certificado – A empresa também tem um Pensando nisso, a BCS Informática, que há 19 anos desenvolve sistemas, principalmente para certificado digital homologado pelo governo escritórios de advocacia e departamentos jurídi- (ICP Brasil). Trata-se de uma espécie de carteira cos (90% dos clientes são de grandes escritórios de identidade digital que tem uma validade que varia de um a três anos. de advocacia), firmou uma parDivulgação/Panrotas O escritório conta com 200 ceria com a Safenet, uma das profissionais, tem uma matriz maiores empresas globais na em São Paulo e filiais no Rio de área de segurança, e passaram a Janeiro, Porto Alegre, Brasília e oferecer suas soluções integraSalvador. Além da segurança, das com softwares da Safenet. faz projeto de gerenciamento Com a criptografia de discos eletrônico de documentos, dede notebooks, servidores, passenvolve software de gestão, tas de documentos ou docuprojetos de consultoria, treinamentos específicos além de lomento, suporte e help desk e gin único em aplicações (token manutenção de hardware, enUSB), todo acesso e tráfego de tre outros serviços. documentos fica protegido de O preço médio da solução invasões e também de violações completa é de R$ 600 e a cada dos dados contidos nos compudois anos, R$ 200 para mudar o tadores portáteis, em caso de código. Informações: (11) 3555furto. Para garantir, o usuário tem de ter um backup, que a Henrique Barreto Aguiar, da BCS 7200; www.bcsinfo.com.br. própria BCS passa as orientaDicas para viajantes ções de como fazê-lo e como guardá-lo. 1) Guarde sempre que possível o notebook no Backup –"Uma das sugestões é levar um pen drive, apenas com os arquivos necessários para cofre do hotel. 2) Todo cuidado é pouco na hora de carregar o aquele trabalho e sempre manter backup para não perder todos os dados", orienta o diretor da aparelho, principalmente em aeroportos. 3) Nunca deixe o laptop dentro do carro no esBCS Henrique Barreto Aguiar. Entretanto, sem implantar soluções seguras, informações sigilosas tacionamento. 4) Tente usar uma pasta menos visada para carpodem ir parar em mãos erradas. É bom se prevenir, pois, atualmente, até os mais regá-lo. 5) Nunca se separe do seu notebook. variados eventos tornaram-se pontos visados pa6) Jamais mostre que dispõe da segurança. ra furtos de notebooks. O que a empresa lamenta 7) Nos aeroportos, na hora do desembarque é que as pessoas só pensam em investir na segurança quando sofrem algum ataque. "Muita gente sempre fique atento aos "olheiros". Quanto mais só compra o dispositivo de segurança depois que dificuldade e atenção o alvo apresentar, melhor. é roubado", lamenta Aguiar. "Dificilmente é um Mais informações sobre o Panrotas Corporativo serviço preventivo", diz. No caso de perda do dispositivo, os dados no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, continuam seguros, pois a chave só codifica os e-mail assinaturas@panrotas.com.br.
quinta-feira, 28 de setembro de 2006
Finanças Nacional Tr a b a l h o Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
CRESCEM AS CONTRATAÇÕES FORMAIS
3
1,8
Ed Ferreira/AE
SALÁRIO MAIOR, VAGAS IGUAIS Foram criadas 1,831 milhão de vagas em 2005, contra as 1,863 milhão de 2004
A
massa de salários pagos por empresas e governos no País teve crescimento real de 8% em 2005 em relação a 2004, embora tenha sido criado praticamente o mesmo número de empregos com carteira assinada em cada um desses anos. De acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), divulgada ontem pelo Ministério do Trabalho, no ano passado houve 1,831 milhão de contratações, o segundo melhor resultado da série histórica do estudo iniciada em 1985. O recorde foi registrado em 2004, com geração de 1,863 milhão de novas vagas formais. Para o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, o aumento da massa salarial foi "razoável" e pode ser explicado pela elevação do número total de trabalhadores empregados, que cresceu 5,58% em 2005, chegando a 33,2 milhões de pessoas. Além disso, no ano passado houve aumento de 2,14% no valor dos salários médios. Os trabalhadores passaram a receber, em média, R$ 1.135,35. Destaques – Os setores que mais se destacaram nas contratações foram serviços (609,5 mil), administração pública nos três níveis de governo (444,1 mil), comércio (417,9 mil) e indústria (206,6 mil). A Rais é uma espécie de cen-
O Estado brasileiro passou nos últimos anos por uma fase de quase destruição e tivemos que reaparelhá-lo. Luiz Marinho, ministro do Trabalho
so do mercado formal de trabalho e usa informações dos empregadores da iniciativa privada e do setor público. No ano passado, 2,724 milhões estabelecimentos mandaram dados, o que representou 3,7% a mais do que no ano anterior. Entre 2003 e 2005, segundo Marinho, foram abertas no País 7,6 milhões de ocupações se forem considerados os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), que também inclui atividades informais. O ministro aposta que esse número chegará a 8,5 milhões até o final de 2006. Perfil – Apesar de o rendimento médio dos homens ter se mantido à frente do obtido pelas mulheres, a diferença diminuiu um pouco em 2005. O salário médio das mulheres teve aumento real de 2,95%, contra um ganho real de 1,8% nos salários dos homens.
"Isso se explica principalmente pelo maior acesso das mulheres a cargos de chefia", afirmou Marinho. Ainda assim, as trabalhadoras ganharam em 2005 o equivalente a 82,1% da remuneração dos homens. No ano anterior, essa relação era de 81,2%. Os adolescentes entre 16 e 17 anos continuaram tendo a menor oferta de trabalho com carteira assinada, tendo sido criadas apenas 14 mil novas vagas em 2005. O maior número de novas contratações foi de pessoas com idade entre 40 e 49 anos. Foram gerados nesse segmento 456,1 mil postos. Dos 444,1 novos empregos formais na administração pública do País, 337 mil foram criadas pelos municípios. Segundo o ministro, a elevação de contratações no poder público decorreu da necessidade de recompor a máquina administrativa. "O Estado brasileiro passou nos últimos anos por uma fase de quase destruição e tivemos que reaparelhá-lo." Contratantes – As empresas com mais de mil empregados foram as que mais admitiram (632 mil). Para 2007 e 2008, o Ministério aposta em elevação de contratações entre micros e pequenas empresas como resultado da Lei Geral do setor, que favorecerá a formalização. A lei ainda precisa ser aprovada pelo Senado. (AE)
Marinho: vagas em 2007 e 2008 serão puxadas pelas micros e pequenas empresas
milhão foi o número de contratações com carteira assinada em 2005, segundo a Rais.
quinta-feira, 28 de setembro de 2006
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
1 Precisamos de seis meses para essa adaptação, que envolve custos altos. Anísio do Nascimento, administrador de restaurante
OUTDOORS: COMÉRCIO JÁ TEME ONDA DE PREJUÍZO Ainda há pouca informação sobre a lei Cidade Limpa, que decretou o fim da publicidade externa. Comerciantes temem perdas substanciais.
Fotos de Newton Santos/Hype
Rejane Tamoto
"Precisamos de seis meses, no mínimo, para uma adaptação como essa, que envolve custos ai ser compli- altos", disse. Revoltante – Para o gerente c a d o " . A d eclaração teme- da loja de moda masculina e fero s a s a i u d a minina Babush, também na boca da maioria dos comer- São Bento, David Wagner Seciantes da região central da ci- vero, a medida é revoltante. dade, quando souberam do "Não estava sabendo dessa lei. conteúdo da lei 379/06 Cidade Agora, vamos definir as adapLimpa, aprovada na terça-fei- tações", disse. Ele comparou a ra e publicada ontem no Diário lei Cidade Limpa com a propaOficial do Município. A nova ganda política que circula pelegislação mudará a configura- las ruas. "Esses carros de som, ção das fachadas dos estabeleci- cartazes ambulantes atrapamentos comerciais da cidade to- lham e poluem muito mais", da, a partir do próximo ano. Dos afirmou. Na fachada da loja há nove comerciantes da região cartazes que informam sobre o central consultados pela repor- crediário. "Se tivermos de retitagem do Diário do Comércio rar essas informações, o movina tarde de ontem, apenas dois mento vai cair em 30%. Há pestinham algum conhecimento da soas que não têm necessidade lei, que restringe os anúncios in- de entrar na loja mas, quando dicativos e proíbe a propaganda vêem o cartaz com informações do crediário, acabam ennas vitrines. trando", disse. Um deles, o adUm dos clienministrador do tes que visitou a restaurante fastloja ‘só para food Giraffas da olhar’, o advogar u a S ã o B e n t o , Precisamos de seis do Antônio José Anísio do Nasci- meses, no mínimo, mento Júnior, dispara uma adaptação Ruiz, concorda. "As placas do cose que terá muita mércio servem dificuldade para como essa, que para nos inforatrair mais clien- envolve custos altos. tes ao estabeleciAnísio do Nascimento mar, para que não mento, caso teJúnior, administrador tenhamos de pernha de retirar pude um restaurante guntar tudo aos vendedores", blicidade de cerca fast food no Centro afirmou. de 3 metros de alA lei Cidade tura da fachada e os cartazes com o cardápio da Limpa estabelece que as proporta da loja. "Estamos na rua pagandas que divulgam as São Bento há três anos e ainda ofertas estejam um metro para há pessoas que trabalham por dentro do estabelecimento. aqui que desconhecem o nosso Mas nem todas as lojas têm esestabelecimento", disse. Outra se recuo para divulgar seus forma de Anísio divulgar o res- produtos. Uma delas é a MCS taurante foi igualmente extin- Ponto Tim, localizada na rua ta pela nova lei: a panfletagem Direita, em um prédio tombanas ruas da região. "Isso deve do pelo Patrimônio Histórico. afetar o movimento porque es- O principal chamariz da loja, tamos na região há pouco tem- atualmente, são as ofertas de po e precisamos desse tipo de aparelhos e planos de celulapropaganda, que atrai mais res, anunciadas na forma de adesivos nas vitrines. "As pesclientes à loja", afirmou. As mudanças devem, ainda, soas, muitas vezes, entram aqui gerar gastos ao administrador, para perguntar detalhes sobre já que a lei também estabelece essas ofertas. Não temos recuo rígidas dimensões ao anúncio para colocar a propaganda denindicativo (veja arte). Entre a re- tro da loja nem podemos moditirada e a colocação dos novos ficar a vitrine porque o imóvel é cartazes, ele estima que de- tombado. Essas regras podem sembolsará cerca de R$ 5 mil. comprometer o nosso moviAlém disso, defende um prazo mento de clientes", disse o gemaior do que os 90 dias estabe- rente Mauricio Knox. Na pág. 2, mais sobre publicidade lecidos para as mudanças.
"V
MOVIMENTO DEVE DIMINUIR
Os cartazes, placas e banners sairão da frente das lojas, mudando um cenário que já se tornou comum. O comércio terá de se adequar às novas normas que estabelecem medidas específicas para a mídia exterior (veja arte acima). Mauricio Knox (foto menor, à esquerda) afirmou que será difícil se adequar à lei. "Não temos recuo para colocar a propaganda dentro da loja nem podemos modificar a vitrine porque o imóvel é tombado", disse, temendo prejuízos. Anísio (ao lado), administrador de restaurante, concorda que o movimento cairá e diz que terá muita dificuldade para atrair novos clientes.
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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
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FOCO DO EMPREENDIMENTO SERÁ SERVIÇOS
Divulgação
O local terá 15 lojas distribuidas em três andares O objetivo do
U
m pequeno shopping aberto com jardins para circulação de automóveis e pessoas e com estacionamento gratuito. Seguindo o conceito de shopping a céu aberto está chegando a São Paulo o Open Mall Panamby, com serviços, negócios e lazer em um mesmo espaço. O empreendimento recebeu investimento de R$ 15 milhões e está sendo lançado esta semana, no bairro Panamby, na zona sul da capital paulista. Um dos sócios da Real Estate Partners (REP), empresa responsável pelo projeto, Marcos Saad explica que ela realizou uma pesquisa para escolher o bairro onde o empreendimento seria instalado e que o objetivo é atender o público das classes A e B. São pessoas que desejam conforto, segurança e um ambiente agradável para fazer compras quando voltam do trabalho para casa. O Open Mall é composto de cerca de 15 lojas distribuídas em um prédio de três andares. Cercado de jardins e praças com fontes de água e mesas, é um centro de convivência. "Estudamos o público-alvo da região e escolhemos empreendimentos comerciais como farmácias, vídeo locadoras, supermercados, cabeleireiros,
milhões de reais será o investimento no Open Mall, que ficará no bairro do Panamby.
possuíssem espaço para a construção do prédio e para as áreas abertas. Assim, a REP firmou parceria com o Banco Pactual e está estudando acordos com diversas empresas. "Para o ano de 2007, investiremos R$ 50 milhões. Queremos atrair novos parceiros e lojistas. Calculamos que uma loja em um centro desse tipo obtém faturamento 25% maior que uma unidade convencional de rua. Além disso, há o rateio das despesas que favorece o comerciante. No final do próximo ano, inauguraremos um novo Open Mall em Valinhos", afirma Saad. Distância– Para o consultor em varejo da RSC Auditoria e Consultoria, Mauro Johashi, este tipo de empreendimento é ideal para bairros afastados, nas grandes capitais e em cidades pequenas. "Nos Estados Unidos e na Europa, o conceito de shopping a céu aberto é bastante difundido pelos seus custos de manutenção menores e pela proximidade de um público que acaba por se tornar fiel ao empreendimento". "Em São Paulo" continua, " a fidelidade poderia se dar devido às dificuldades de locomoção provocadas pelo trânsito caótico; e nas cidades do interior que não contam com um shopping center, esta modalidade seria uma alternativa", conclui o empreendedor.
MAIS UM TIPO DE SHOPPING O conceito comercial "Open Mall" chega ao Morumbi lavanderias, unidades de estética e massagem, agências de viagem, restaurantes e academias de ginástica. Neste empreendimento, especificamente, o carro-chefe será o supermercado", explica Saad. Diferenças – Ele ressalta que o que diferencia o novo negócio dos shopping centers tradicionais é a praticidade da oferta de serviços e de espaços de convivência abertos, além do estacionamento gratuito. "No shopping center, o que predomina é o comércio tradi-
cional. Já no open mall, as lojas de serviços são a mola-mestra" compara o empreendedor. Saad acrescenta que o shopping center pode até encarar o open mall como um concorrente, mas esse último é uma alternativa para pessoas que desejam freqüentar um ambiente diferenciado quando precisam passar pela locadora de vídeo na volta do trabalho para casa. Parcerias – Para desenvolver o projeto, os empreendedores pesquisaram bairros que Open Mall Panamby é atender públicos das classes A e B
INFLAÇÃO O IPC-Fipe da terceira quadrissemana de setembro teve variação de 0,28%.
Ó RBITA
Paula Cunha
BASF Empresa investirá no País 7,24 milhões de euros em laboratório de insumos agrícolas.
Fernando Vivas/AE
SINDICATOS REJEITAM OFERTA DE BANCOS
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secretário geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Carlos Cordeiro, considerou "insuficiente e descabida" a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e afirmou que ela deverá ser recusada pelos sindicatos. A proposta apresentada pela Fenaban em reunião ontem é de aumento salarial de 2%. "O percentual é inferior à inflação, é a metade dos 4% que os próprios bancos cobram de juros por mês. Não aceitaremos essa proposta. Não sairemos dessa campanha sem ter um aumento real nos salários", afirmou Cordeiro. Mais de 120 mil bancários cerca de 80% dos trabalhadores de bancos públicos e privados promoveram uma paralisação de 24 horas, na última terça-feira e os os sindicatos da Bahia (foto), Espírito Santo, Maranhão, Rio Grande do Norte e Santa Catarina decretaram greve por tempo indeterminado. O salário base de um bancário é de R$ 834. (AE) A TÉ LOGO
BNDES
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Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou investimentos na indústria estimados em R$ 84 bilhões para o período de 2007 a 2010. A queda na Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), de 7,5% para 6,85%, se juntou às boas novas do banco estatal. O presidente do BNDES, Demian Fiocca, fez quatro anúncios em sete dias. Começou com o setor de papel e celulose, com aporte de R$ 20 bilhões; depois mineração e siderurgia, com R$ 46,4 bilhões; o setor elétrico terá pacote de redução de juros e, por fim, petroquímica, cujos recursos são de R$ 17,6 bilhões. (AE)
TELEFONIA
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consumidor que quiser trocar de companhia telefônica mantendo o mesmo número residencial ou de celular terá que pagar entre R$ 3 e R$ 5. O preço médio internacional é muito mais elevado atualmente, na casa dos US$ 10. A estimativa de custo no Brasil foi feita ontem por Luiz Antonio Vale Moura, assessor da diretoria da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A chamada portabilidade valerá de telefone fixo para fixo ou de móvel para móvel. No entanto, devido aos monopólios existentes no País, o benefício estará disponível em 10% dos municípios brasileiros. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Tribunal Regional do Trabalho multa Bradesco em R$ 3 milhões
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Anac tenta obter mandado de segurança para redistribuir rotas da Varig
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TSE autoriza a abertura do comércio no dia 1º de outubro
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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quinta-feira, 28 de setembro de 2006
Bolívia distribui terras de brasileiro entre indígenas
Alan Marques/Folha Imagem
Internacional
Autocensura por causa do medo não é aceitável Chanceler alemã Angela Merkel, sobre a suspensão de ópera
Medida faz parte da reforma agrária do governo, a nacionalização da terra
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governo boliviano anunciou, ontem, a distribuição, entre camponeses e indígenas, de mais de 50 mil hectares de florestas recentemente expropriados de um empresário brasileiro no Departamento de Pando, ao norte do país. Essa é a primeira medida da "revolução agrária" lançada há quatro meses pelo governo esquerdista de Evo Morales, que tem como alvo latifúndios improdutivos ou adquiridos de forma ilegal. As terras "expropriadas e declaradas terrenos fiscais (públicos)" ficam a menos de 50 quilômetros da fronteira com o Brasil, uma faixa onde a Constituição boliviana proíbe a posse de terras por estrangeiros, segundo o vice-ministro de Terras, Alejandro Almaraz. "Nada pode se opor à lei, temos de proceder nas terras mal apropriadas no mais tardar até novembro", disse Almaraz, segundo a agência estatal de notícias ABI, sem explicar como o empresário madeireiro brasileiro, não identificado, conseguiu o controle das florestas fronteiriças. Almaraz acrescentou que no mesmo Departamento de Pando, na Amazô-
nia boliviana, há pelo menos outros cem brasileiros pobres que possuem terras ilegais e que serão afetados pelo processo de expropriação, embora sob um programa de reassentamento definido em conjunto com o governo brasileiro. Distribuição – O governo boliviano distribuiu no último trimestre pouco mais de três milhões de hectares de terras públicas entre comunidades camponesas. Entretanto, seu plano maior de distribuir até 20 milhões de hectares nos próximos cinco anos ainda não pôde começar devido a desacordos no Congresso. O governo, que é maioria na Câmara e tem metade do Senado, não conseguiu aprovar um projeto apresentado no último mês de maio para acelerar a transferência de terras improdutivas ou ilegais para o Estado. Essa transferência estava prevista para ser feita especialmente nos Departamentos de Santa Cruz e Beni. A Bolívia, país de 1,1 milhão de quilômetros quadrados, teve uma reforma agrária em 1953 e iniciou um segundo processo de distribuição de terras em 1996, que Morales considera um fracasso.
Ajuste – Segundo um recente relatório da Igreja Católica, um reduzido grupo de grandes latifundiários detém quase 90% das terras produtivas da Bolívia, enquanto 3 milhões de camponeses e indígenas controlam os 10% restantes. A medida adotada por Morales deverá afetar centenas de proprietários de terra brasileiros que vivem na Bolívia. Há alguns meses, o governo boliviano dividiu esses proprietários entre sojicultores radicados no departamento de Santa Cruz e os que têm atividades ilegais na fronteira. Segundo o ministro de desenvolvimento rural, Agropecuário e Meio ambiente, Hugo Salvatierra, o projeto agrário de Evo Morales deverá atingir 2,5 milhões de pessoas, que representariam cerca de 30% da população da Bolívia. Segundo Salvatierra, muitos brasileiros sojicultores arrendatários estariam em situação irregular na Bolívia e, portanto, poderão ser afetados. o ministro estima que existam 200 propriedades de brasileiros situadas na região da fronteira. A soja é o segundo maior produto exportado pelo país, com 6,5% do PIB. (Agências)
Expropriação de terras é a primeira medida de Evo Morales (foto), do programa lançado há quatro meses
Ahmadinejad diz que não recuará Enquanto isso, representantes da União Européia e do Irã voltam a se reunir hoje
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presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse ontem que não vai desistir de seu direito de perseguir um programa nuclear pacífico. Ahmadinejad reiterou sua inflexível posição enquanto o mais alto negociador de políticas nucleares de seu país, Ali Larijani, participava de conversas com o comissário de relações exteriores e segurança da União Européia, Javier Solana, em Berlim, descrito por
uma autoridade da União Européia como "muito intenso". Solana e Larijani voltarão a se reunir nesta quinta-feira. Segundo uma televisão estatal iraniana, Ahmadinejad teria dito que "nas negociações, eles nos dizem para suspender o enriquecimento de urânio, mesmo que por um dia, sob o pretexto de um problema técnico para que, assim, possam continuar as conversas. Nossa resposta a eles é que ninguém tem o direito de desistir dos di-
reitos da nação iraniana". O presidente iraniano disse que os Estados Unidos e seus aliados europeus querem forçar seu país a suspender o enriquecimento de urânio, mas que não vão ter sucesso. Em Washington, o governo do presidente George W. Bush disse que está disposto a adiar um pedido para que a ONU imponha sanções econômicas ao Irã pelo fato de esse país não ter suspendido seu programa nuclear. (Agências)
Invasão de escola acaba em mortes Seqüestrador manteve sob seu poder seis estudantes. Um deles morreu. AFP
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seqüestro de estudantes em uma escola da pequena cidade americana de Bailey, no Colorado, terminou, ontem, com a morte do seqüestrador. As primeiras informações eram de que uma das alunas que ficaram em poder do seqüestrador por três horas havia sido ferida gravemente. Mais tarde, veio a informação de que a estudante, de 16 anos, identificada como Emily Keyes, morreu após ter dado entrada no hospital. A morte do seqüestrador foi confirmada pelo porta-voz do departamento de Segurança Pública do Estado, Lance Clem, que no entanto não especificou as circunstâncias em que o homem, aparentando ter entre 35 e 50 anos de idade, teria morrido. Há duas versões: a de que ele teria sido morto pela polícia no momento em que esta invadiu a sala de aula, e a de que teria se matado. Reféns – O seqüestrador invadiu a escola de ensino médio Platte Canyon fazendo seis alunos reféns. Horas depois, ele libertou quatro estudantes, mantendo duas meninas em seu poder. Uma foi baleada. A outra não ficou ferida. Agentes da Swat teriam usado uma granada de festim para
Estudantes deixam a escola assustados após fim do seqüestro, ontem
atordoar o seqüestrador antes de invadir a sala de aula, que fica em um andar superior. O porta-voz policial afirmou que o homem fez o disparo que feriu a aluna. O sequestrador não foi imediatamente identificado pela polícia. Ele entrou na escola e abriu fogo quando faltavam poucos minutos para as 12h (hora local). Centenas de alunos foram retirados às pressas do local, numa cena que remetia ao massacre da escola Columbine, também no Colorado, em 1999.
Agentes locais, estaduais e federais foram à escola e passaram várias horas cercando-a antes de invadirem a sala. O colégio Platt tem 460 alunos e fica ao lado de uma escola ginasial, que também foi esvaziada durante o incidente. A pequena comunidade montanhosa de Bailey fica a 50 quilômetros de Littleton, onde, em 1999, dois estudantes mataram 13 pessoas e feriram 21 na escola Columbine antes de cometerem suicídio, no pior massacre escolar já registrado nos EUA. (Agências)
quinta-feira, 28 de setembro de 2006
Empresas Tr i b u t o s Nacional Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 A melhora é puxada pelos consumidores de faixa de renda menor. Salomão Quadros, FGV
CONFIANÇA MAIOR, BOM PARA COMPRAS
CONFIANÇA DO CONSUMIDOR VOLTA AOS POUCOS A situação é favorável ao consumo e as expectativas são boas para a maioria dos brasileiros, principalmente de baixa renda. É o que mostra o índice da FGV.
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confiança do consumidor brasileiro melhorou um pouco em setembro, refletindo especialmente o comportamento da população de renda mais baixa, de acordo com levantamento da Fundação Getúlio Vargas. O Índice de Confiança do Consumidor da Fundação (ICC) subiu meio ponto percentual em relação a agosto, para 103,1, mostrando o brasileiro cauteloso com o presente e otimista quanto ao futuro. O índice deverá continuar subindo, impulsionado por boas expectativas para os próximos meses. Embora seja um termômetro do reflexo das crises políticas no humor do consumidor, o ICC não captou o impacto do atual "escândalo do dossiê". O auge das denúncias ocorreu no período final da coleta de dados da pesquisa. Recuperação –Na avaliação do coordenador
da pesquisa, Salomão Quadros, ao se analisar os últimos três resultados de alta do indicador em julho (0,09%); agosto (0,7%) e setembro (0,5%), é possível dizer que a confiança está em trajetória gradual de recuperação no terceiro
15,8% dos consumidores, acham a situação financeira atual "boa" (eram 15,3% em agosto). Os mesmos 16,2 % de agosto a consideram "ruim". trimestre, após desempenho ruim no período anterior, que foi "o fundo do poço". O ICC é dividido em dois indicadores: o Índice de Situação Atual que subiu 0,1% em setembro, ante
queda de 2,9% em agosto; e o Índice de Expectativas, que teve aumento de 0,8% em setembro, ante alta de 2,5% em agosto. A variação do indicador de situação presente está muito próxima de zero, o que representa quase uma estabilidade; já o de expectativas continua a registrar taxa positiva, o que indica continuidade no otimismo do consumidor quanto ao futuro. De acordo com Quadros, um dos tópicos que mais contribuíram para que o índice de expectativas continuasse subindo foi a intenção de compras. De agosto para setembro, foi de 9% para 12,3% a parcela dos entrevistados que prevê comprar mais nos próximos seis meses. Na avaliação do técnico, além da continuidade da grande oferta de crédito, principalmente consignado, outro fator tem contribuído para esse cenário: o aumento do salário mínimo em maio. (Agências)
Paulo Pampolin/ Hype
PRESENTE COM O MESMO PREÇO Dia das Crianças terá gastos iguais
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Pesquisa avalia o humor do consumidor às vésperas de outubro e do Dia das Crianças
pesquisa da Fundação Getúlio Vargas de intenção de compra de presentes no Dia das Crianças, com consumidores de sete capitais brasileiras, mostra que 40,1% pretendem gastar a mesma quantia que em 2005. Apenas 8,6% planejam gastar mais; 20,6%, menos e 30,7% ainda não sabem. "Isso mostra a retomada, ainda devagar, do nível de confiança do consumidor no terceiro trimestre, após ela ter sido abalada no segundo semestre", antecipou o coordenador da Fundação, Salomão Quadros. Segundo ele, a situação das famílias de renda mais baixa está melhor. Boa parte dos consumidores (41,7%) comprará presentes entre R$ 21 e R$ 50. Cerca de 22,2% vão adquirir presentes entre R$ 51 e R$ 100, e 16,8% vão comprar com valores entre R$ 11 e R$ 20. Os presentes com preço acima de R$ 100 serão adquiridos por 14,4% dos entrevistados e apenas 4,9% gastarão menos de R$ 10. Das famílias que recebem até R$ 2,1 mil, cerca de 81% pretendem gastar até R$ 50 com os presentes do Dia das Crianças. Adriana David
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Congresso Planalto Corr upção CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 28 de setembro de 2006
A Operação Sanguessuga começou no governo de Fernando Henrique. Lula
PRESIDENTE ACUSA EX-MINISTRO DE FHC
POLÍCIA FEDERAL JÁ CONHECE TODOS OS ENVOLVIDOS COM A COMPRA DO DOSSIÊ VEDOIN, MAS NÃO DIVULGA
FINANCISTAS DUVIDAM DA VERSÃO SOBRE DÓLARES
BARJAS NEGRI É UM SANGUESSUGA, DIZ LULA.
Divulgação
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Para o presidente, o ex-ministro de FHC está envolvido com a usurpação de recursos da Saúde.
O Lacerda: sob investigação da Justiça federal.
JUSTIÇA QUEBRA SIGILO DOS BANCOS
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Justiça Federal do Mato Grosso quebrou ontem o sigilo bancário dos bancos Sofisa, Bradesco, Safra e Bankboston para rastrear a movimentação do dinheiro – R$ 1,16 milhão e US$ 248,8 mil – apreendido em poder de petistas no último dia 15 de setembro. A medida permitirá que seja descoberta toda a rede de envolvidos no levantamento de fundos, na compra e na divulgação do dossiê destinado a prejudicar candidaturas do PSDB nas eleições de domingo, sobretudo a de José Serra ao governo de São Paulo. A PF descobriu que o Sofisa é o banco paulista que recebeu os dólares, procedentes de um banco de Miami (EUA), usados no pagamento à família Vedoin pelo dossiê antiSerra. Dos outros três bancos, saíram os reais. O delegado Diógenes Curado e o procurador Mário Lúcio Avelar, encarregados do inquérito que apura o dossiê, vão amanhã a São Paulo verificar as provas levantadas na devassa que a PF realizou hoje em casas de câmbio, corretoras e instituições financeiras na trilha do dinheiro. Eles também vão interrogar o petista Hamilton Lacerda, ex-
Antônio Cruz/ABr
informação de que BC, com a comprovação de orios dólares que se- gem. "O BC não autorizaria riam usados pelos uma operação de uma casa de petistas para pagar câmbio em Miami. Teria que o dossiê Vedoin foram sacados ser de um banco americano inde uma instituição financeira ternacional", disse ele. no Brasil foi motivo de chacoCabal – A Polícia Federal enta, ontem, entre os players do controu a prova definitiva que mercado financeiro, que duvi- liga o PT ao dinheiro arrecadadam da viabilidade da transa- do pelo partido para pagar Veção. Para especialistas, ne- doin pela compra do dossiê. nhum banco sério do Brasil A PF já tem os nomes dos enpermitiria um saque de quan- volvidos na operação de recotia tão elevada em dólares lhimento do dinheiro e sua en(US$ 248 mil). E, se ocorresse trega aos petistas Gedimar um caso atípico como esse, se- Passos e Valdebran Padilha. A riam cumpridos vários proce- instituição descobriu que pelo dimentos de segurança, além menos dois emissários desigde a operação ser comunicada nados pelo Diretório Nacional ao Banco Central. do PT ficaram encarregados de Para o advogado Jairo Sad- resgatar os dólares nas casas di, especializado no setor fi- de câmbio e os reais em agênnanceiro, o volume de dólar cias de três bancos em São Paulo e no Rio. Esem espécie que circula peses emissários são o elo para lo sistema brasileiro é extrefechar toda a cadeia da opemamente peNinguém entra em queno. "Em ração. uma agência bancária outras econoNo momencom reais para mias com mais to em que dólares em cirocorreu a pricomprar US$ 248 mil. s ã o , Va l d ec u l a ç ã o , t a lIsto não existe! vez fosse posbran estava de Executivo Financeiro posse de US$ sível. Ou ainda em lugares 109,8 mil e R$ 7 5 8 m i l , e nonde a legislação é diferenquanto Gedimar detinha ciada, como nas Ilhas Cayman." US$ 139 mil e mais R$ 410 mil. Segundo conta um conheci- Quanto à parte do dinheiro em do banqueiro, se alguém che- reais (R$ 1,16 milhão), o Consegar a um banco brasileiro para lho de Controle de Atividades sacar US$ 248 mil em espécie, Financeiras (Coaf) informou não terá sucesso. É praxe ques- que só deverá esclarecer sua tionar retiradas de quantias origem depois da eleição de maiores que US$ 20 mil em es- domingo. Até agora, só se sabe da oripécie, mesmo o sacante apresentando a origem. gem de R$ 25 mil, dos quais R$ Quando um valor como o 15 mil foram sacados na agênencontrado com os petistas é cia do Bradesco no bairro da solicitado, a boa prática sugere Barra Funda; R$ 5 mil na agênque a instituição peça a quan- cia do BankBoston no bairro da tia ao Banco Central compro- Lapa, em São Paulo e R$ 5 mil vando a origem dos recursos e no Banco Safra. fazendo o débito na conta. A divulgação das informa"Ninguém entra em uma agên- ções, com os nomes dos rescia com reais para comprar ponsáveis e a tipificação dos US$ 248 mil. Isto não existe", crimes depende de uma checaafirmou um executivo. gem que está sendo feita pelo Se o banco não quiser solici- Ministério Público e a PF, além tar os dólares ao BC, pode ser de uma consulta ao juiz federal legal importá-los de um banco Marcos Alves Tavares, ao qual no exterior. Mas, além de ser o processo está submetido, mais cara para o banco, a ope- uma vez que o caso corre sob ração terá de ser registrada no segredo de justiça. (AE)
coordenador da campanha do senador Aloizio Mercadante, candidato do partido ao governo de São Paulo. Afastado do cargo em razão do escândalo, Hamilton intermediou as negociações com a revista "IstoÉ" para publicação do dossiê e de entrevista dos empresários Darci e Luiz Antônio Vedoin, envolvendo Serra e outros tucanos com sanguessugas. Em Brasília, os criminalistas Aldo de Campos Costa e Frederico Donatti entraram no Tribunal Regional Federal com habeas corpus em favor de Jorge Lorenzetti, Expedito Veloso e Osvaldo Bargas. A defesa sustenta "inidoneidade da decisão" da juíza que decretou a prisão dos petistas. Os advogados anotaram que na acareação pretendida pelo Ministério Público Federal, os acusados poderiam invocar o direito de ficar em silêncio. Depoimento – O empresário Luiz Antonio Vedoin, dono da Planam e um dos principais líderes da máfia dos sanguessugas prestou depoimento ontem na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Cuiabá, mas a imprensa foi impedida de acompanhar o seu relato. (AE)
AUTORIDADES DO PR FORAM GRAMPEADAS O principal suspeito era ligado à Casa Civil de Requião
MANIFESTO O O
TERRA BATIDA – Eleitores de Valparaíso, em Goiás, mandam sua mensagem aos políticos de plantão. Próximos ao centro do poder, já que Brasília dista 30 quilômetros do local, os moradores da pequena cidade estão mobilizados para cobrar as promessas de campanhas anteriores. Denis Marques Braga, um dos organizadores do movimento, afirma que o protesto pode até incluir bloqueio de rodovias . E garante que, graças à desilusão, muitos votarão em branco no próximo domingo.
presidente Luiz presas. Então, eu como leitor Inácio Lula da Sil- vendo a imprensa, fico penva (PT), acusou on- sando que tem alguma jogada tem, em entrevista política nesse negócio aí." Além de falar da suspeita de ao "Jornal da Record", da Rede Record de Televisão, o prefeito jogada política neste caso, o de Piracicaba, no interior de presidente disse que após apuS ã o P a u l o , B a r j a s N e g r i ração de todos os fatos, os en(PSDB), ex-ministro da Saúde volvidos serão punidos. E inna gestão do ex-presidente vocando uma frase utilizada Fernando Henrique Cardoso, pelo presidente cassado Ferde estar envolvido na máfia nando Collor de Mello, reitedos sanguessugas. rou: "Doa a quem doer, vamos Ao falar da suspeita de que apurar, se queremos moralizar há "jogada política" neste caso o País, não podemos jogar o lipor causa dos desdobramen- xo para debaixo do tapete." tos, Lula disse que a história P e n a – O presidente também afirmou não é contada Andre Dusek/AE na essência. "A "ter pena" do candidato a Operação Sang u e s s u g a c opresidente Geraldo Alckmin meçou no governo passado (PSDB). O tuca(de Fernando n o d i s s e a nHenrique), foteontem, em mos nós que peentrevista ao dimos as invesmesmo progratigações em ma, que o presidente da Bolí2004 e a Polícia Federal passou via, Evo Morales, manda no dois anos investigando," afirBrasil. "Eu fico com mou Lula. Nome aos pena que um homem que b o is – Em sua Lula: há jogada política. visão, "a essênquer ser candicia é que o Barjas Negri está en- dato à Presidência diga uma volvido nisso e quando as pes- sandice dessas" afirmou. "Porsoas falam o nome dele não fa- que, na verdade, eles que se lam Barjas Negri do PSDB, curvaram às grandes potênagora quando tem alguém do cias mundiais por tantos anos, queriam que, no caso da BolíPT, falam que é do PT." Questionado sobre o pedido via, o governo fizesse uma brade prisão de seis ex-colabora- vata. Queriam que eu gritasse, dores seus, envolvidos no es- colocasse o Exército na fronteicândalo da tentativa de com- ra com a Bolívia para demonspra do suposto dossiê que vin- trar força. Eu não preciso decularia os candidatos tucanos monstrar força com armas ou José Serra e Geraldo Alckmin à Exército", completou. máfia dos sanguessugas, Lula Lula disse que a arma para disse que "quem pediu a prisão resolver divergências com os sabe que, nesses dias de elei- países mais pobres da América ções, as pessoas não podem ser Latina é o diálogo. (AE)
s jovens empreendedores do Estado de São Paulo convocam a população a se manifestar contra a corrupção, a impunidade, o mau uso do dinheiro público e a falta de projetos para geração de emprego e renda. O movimento, através de grupos organizados e desvinculados de qualquer agremiação partidária, convoca para discutir propostas para as áreas da Educação, Saúde, Segurança e Justiça no País. Um protesto contra os políticos que exercem funções públicas em proveito próprio e pela transparência nas ações dos poderes estabelecidos. Nesta sexta-feira, 29 de setembro, às 11 horas, no vão livre do Masp, na avenida Paulista, 1578. O chamamento do grupo é "Vamos cosntruir juntos o Brasil do presente".
jornal "Gazeta do Povo", de Curitiba, anunciou ontem o recebimento anônimo, pelos Correios, com origem em São Paulo, de uma série de documentos sobre o grampeamento de telefones de autoridades do governo do Paraná. São dezenas de folhas de papéis com a transcrição dos diálogos e três DVDs que comprovariam que os telefones eram monitorados. Entre os secretários com as escutas gravadas estão os da Fazenda, Heron Arzua; do Desenvolvimento Urbano, Renato Adur; e o de Comunicação Social, Airton Pisseti. Alguns deputados e presidentes de empresas estatais também são citados. Araponga – A denúncia revela que as escutas clandestinas das autoridades foram feitas desde 2004 pelo policial civil Délcio Rasera, preso pela Polícia Federal sob acusação do mesmo crime. O advogado do policial, Luiz Fernando Comegno, nega qualquer conhecimento ou participação de Rasera nessa nova denúncia. O
Departamento Jurídico do jornal disse que ainda está estudando o material para ver qual o destino que lhe dará. A prisão de Rasera, que trabalhava na Casa Civil do governo, é um dos principais temas explorados pelos opositores à reeleição do governador licenciado Roberto Requião (PMDB). A Promotoria de Investigação Criminal (PIC), que está investigando a suposta quadrilha especializada em espionagem por meio de grampo telefônico, já apresentou denúncia contra 20 pessoas à Justiça de Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, onde a ação iniciou. O Tribunal Regional Eleitoral havia pedido à PIC o "encaminhamento das peças e informações relativas a eventuais escutas telefônicas a candidatos ao presente pleito". Os promotores ligados ao caso informaram que encaminharão hoje "o material pertinente às investigações da Operação Pátria Nossa, para as providências que entenderem necessárias". (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 28 de setembro de 2006
Indicadores Econômicos
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1,28
por cento foi a variação média dos fundos de investimento de renda fixa no mês de agosto. No ano, a taxa foi de 10,41%.
27/9/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 25/09/2006 25/09/2006 25/09/2006 25/09/2006 25/09/2006
P.L. do Fundo 9.057.861,57 1.448.108,82 7.798.731,19 15.701.183,49 1.282.287,62
Valor da Cota Subordinada 1.196,428975 1.091,465151 1.159,782786 1.122,026039 1.095,712912
% rent.-mês 1,7067 1,2985 1,1546 7,5612 3,1774
% ano 22,4631 9,1465 15,9783 12,2026 9,5713
Valor da Cota Sênior 0 1.085,392179 1.098,709929 0 0
% rent. - mês 0,8498 0,9258 -
% ano 8,5392 9,8710 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
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Nacional Empresas Comércio exterior Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 28 de setembro de 2006
O Decom é menos pródigo do que a Argentina em matéria de defesa comercial. Fernando de Magalhães Furlan, do Decom
EUROPA RELUTA EM CORTAR TARIFAS
Fotos: Rafael Hupsel/LUZ
BRASIL AVANÇA NA DEFESA DE SEU COMÉRCIO Nos últimos oito anos, o Brasil solicitou 225 investigações contra práticas ilegais de dumping e 14 envolvendo subsídios. Estados Unidos e China são alguns dos rivais.
Para o diretor do Decom, Fernando Furlan, Brasil é um player importante ao lado dos EUA, UE e Canadá.
Frango: impasse na negociação
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rasil e União Européia (UE) fracassam na tentativa de encontrar uma solução para o comércio de 500 milhões de euros de frango e o Itamaraty não descarta voltar a atacar Bruxelas na Organização Mundial do Comércio (OMC) pelas barreiras sofridas pelo produto nacional. Ontem, negociadores dos dois governos não conseguiram finalizar um acordo em Genebra e os diplomatas brasileiros deixaram claro que se os europeus não apresentarem uma alternativa, o governo poderia passar a avaliar as retaliações contra Bruxelas. "O que os europeus tentam fazer é um colonialismo moderno na relação comercial", acusou Ricardo Gonçalves, presidente da Associação Brasileira de Exportadores de Frango (Abef). O governo estima que esse seja termômetro do grau de disposição dos europeus em abrirem seus mercados nas negociações da Rodada de Doha da OMC, suspensas desde julho. Parte do motivo para o impasse entre os países é a relutância da Europa em promover um corte de suas tarifas. Tarifas – No caso dos frangos, o Brasil conseguiu que a OMC condenasse as práticas européias de modificar suas leis para que o produto passasse a receber uma tarifa de importação de 70%, e não de 15,4%. Como forma de remediar o problema, os europeus foram obrigados a negociar cotas para o frango nacional. A sugestão de Bruxelas seria de uma cota de 320 mil toneladas ao País, valor que não estaria longe do que o setor privado gostaria. Mesmo assim, o estabelecimento das cotas representará um freio ao crescimento de 22% anuais das exportações brasileiras. O problema, porém, é a forma pela qual os europeus distribuirão essas cotas de importação. Pela proposta dos europeus, os importadores não teriam a obrigação de informar aos exportadores brasileiros se a quantidade que estariam comprando está ou não dentro das cotas. Para cada quilo importado fora da cota, o frango nacional receberá um euro de sobretaxa. A Abef teme que o importador diga ao produtor brasileiro que está comprando fora da cota para, assim, conseguir um preço mais baixo. (AE)
INFORME PUBLICITÁRIO
RICARDO www.ricardogranja.com.br
GRANJA DEPUTADO ESTADUAL
25190 “Este é da casa” - Superintendente (licenciado) da ACSP - Distrital Pinheiros
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e 1988 a 2005, o Brasil já pediu 225 investigações contra práticas ilegais de dumping e outras 14 envolvendo subsídios, sendo a maioria contra os Estados Unidos (EUA), China, Índia, Rússia e Argentina. Os números refletem uma postura de defesa mais acirrada do nosso comércio internacional. Os dados foram apresentados ontem pelo diretor do Departamento de Defesa Comercial (Decom), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, por Fernando de Magalhães Furlan. Isso mostra ainda, segundo Furlan, a importância que o comércio exterior do Brasil passou a ter para a economia brasileira, sobretudo, nos últimos anos. Durante uma palestra no Conselho de Câmaras de Câmaras Internacionais de Comércio (CICC), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Furlan mostrou que o Brasil é hoje um País bastante ativo na área de defesa comercial, valendo-se de critérios bastante técnicos e não políticos. "Um player importante ao lado dos EUA, União Européia e Canadá", disse. Para o diretor do Decom, as questões de interesse nacional estão mais ligadas à Secretaria de Comércio Exterior, "enquanto nosso trabalho é eminentemente técnico". A tal ponto, salientou Furlan, que os processos instaurados pelo Decom de antidumping, salvaguardas e medidas compensatórias são "pareceres infor-
Precisamos lutar para que haja vontade política para promover as reformas fiscal, previdenciária e trabalhista. Hélio Nicoletti, da ACSP mativos". Quem vai decidir a aplicação de penas, como aumento da alíquota de importação ou um determinado valor em dólares convertidos em reais sobre importações desleais, explicou, é a Câmara de Comércio Exterior, composta por sete ministros de Estado. Alto nível – O tema defesa comercial não é novo. Começou a ser aplicado no Brasil em 1988, com a Rodada de Tóquio. Mas os instrumentos disponíveis à época foram pouco utilizados, esclareceu Marcos Ce-
sar da Fonseca, da diretoria do Decom. Eles passaram a ser mais utilizados a partir de 1995, depois da Rodada do Uruguai, em 1994. A quantidade de investigações sobre práticas desleais de comércio são proporcionais ao volume do comércio bilateral, mostram os dados do Decom. Isso explica o destaque para as ações movidas pelo Brasil contra os EUA, China, Índia e Rússia. E, no sentido contrário (ações contra o Brasil) também estão os EUA, seguido pela Argentina e Índia. "O Decom é menos pródigo do que a Argentina em matéria de defesa comercial", ironizou Furlan. Para o coordenador do CICC da ACSP, Hélio Nicoletti, hoje o trabalho do Decom mostra a atuação de uma equipe "brilhante que faz o Brasil ter muita eficiência" na defesa de seus interesses comerciais. Ele observou que as 225 investigações abertas mostram uma evolução considerável dessa prática. Nicoletti deixou claro que há outras iniciativas a serem tomadas para ampliar a competitividade dos produtos brasileiros. "Precisamos lutar para que haja vontade política para promover as reformas fiscal, previdenciária e trabalhista, sem o que, infelizmente, o crescimento brasileiro não vai decolar", resumiu. Acrescentou, ainda, que o Brasil precisa criar também um sistema de desburocratização capaz de agilizar processos e reduzir custos que incidem sobre os produtos nacionais. Sergio Leopoldo Rodrigues
Novas regras aduaneiras em vigor
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Receita Federal editou três portarias com novas regras de funcionamento dos centros logísticos e industriais aduaneiros (CLIAs), que vão substituir os portos secos. Publicadas na edição da última terça-feira do Diário Oficial da União, as portarias regulamentam alterações feitas pela Medida Provisória nº 320. A Portaria nº 967 disciplina a forma dos pedidos de licença para os centros logísticos, enquanto a de nº 968 trata da rescisão de contrato de permissão ou concessão para a prestação de serviços de movimentação e armazenagem de mercadoria em porto seco, além da transferência para o regime de exploração de CLIA. Avanço – De acordo com o coordenador-geral de Administração Aduaneira, Ronaldo Medina, as
mudanças que acabaram de ser implementadas representam um importante avanço na facilitação e na segurança do comércio internacional brasileiro. Isso porque a regulamentação dos centros logísticos libera a instalação de recintos alfandegados para atender melhor as demandas do comércio exterior. Já a portaria nº 969 altera as regras gerais para alfandegamento de locais e recintos em zona primária ou secundária. Com essa medida, a Receita Federal estabelece um novo padrão de operações aduaneiras, baseado em tecnologias de vigilância eletrônica e novas responsabilidades dos administradores quanto ao controle aduaneiro. Atendimento melhor – De acordo com Medina, o ato é inovador ao estabelecer requisitos de desempenho
operacional e de segurança, que vão desde procedimentos seguros para recrutamento e capacitação de funcionários, até medidas específicas para a qualidade do atendimento aos usuários. A norma também estipula parâmetros de desempenho para a fiscalização aduaneira e para os usuários, como tempo de espera das mercadorias para verificar a situação fiscal e o tempo de embarque. O coordenador-geral de Administração Aduaneira acredita que as novas regras vão melhorar a performance dos serviços prestados pelos recintos alfandegados, em especial, quanto ao tempo de realização de operações, aumento da qualidade para a fiscalização aduaneira e, sobretudo, para incrementar o aparato de segurança e controle eletrônico à disposição da Receita. (AE)
Algodão volta aos tribunais da OMC
A
Organização Mundial do Comércio (OMC) abrirá hoje as investigações contra os subsídios americanos para a produção de algodão. O pedido é feito pelo Brasil, que já ganhou uma disputa contra os Estados Unidos sobre esse mesmo tema. Washington, porém, nunca cumpriu a determinação da entidade máxima do comércio de cortar a ajuda estatal. E o Itamaraty, apesar da vitória diplomática, nunca conseguiu
fazer valer a condenação. A OMC havia qualificado os subsídios como ilegais. A Casa Branca chegou a fazer um acordo com o Brasil para que não fossem retaliados. Em troca, prometia um cronograma para adequar suas leis e retirar a ajuda aos produtores considerada como ilegal. Um ano depois, porém, o Itamaraty alega que os americanos reformaram apenas parte dos mecanismos de subsídios ao algodão. Estima-se, atualmente,
que cerca de 15% da ajuda foi modificada e o grosso dos subsídios que distorcem os mercados foram mantidos. Agora, o governo brasileiro quer uma avaliação da OMC sobre o cumprimento da condenação. Em três meses, a investigação estará concluída e, caso vença a tese brasileira, o governo poderá aplicar retaliações contra os americanos. Para o Brasil, os prejuízos gerados pelos subsídios ao algodão chegam a US$ 4 bilhões.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Luke MacGregor/Reuters
Como não podemos matar, prender ou manter ocupados todos nossos inimigos, temos também de gastar algum tempo e dinheiro fazendo mais e mais amigos e menos inimigos. Do ex-presidente americano Bill Clinton, durante a convenção do Partido Trabalhista britânico, numa espécie de conselho ao atual presidente George W. Bush, sobre como lidar com o terrorismo.
quinta-feira, 28 de setembro de 2006
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28
SETEMBRO
2 -.LOGO
A atriz e ativista francesa Brigitte Bardot completa 72 anos
T ECNOLOGIA H UMOR
A Entidade norte-americana World Stupidity Awards - uma espécie de academia que elege os destaques da estupidez mundial anunciou que a cabeçada que Zinedine Zidane deu em Marco Materazzi na final da Copa do Mundo da Alemanha foi agracidada com o prêmio de "momento mais estúpido do ano". A escolha dos vencedores do prêmio é feita anualmente pelo público, que vota nos indicados no site da premiação. Além da cabeçada, mereceram prêmios na categoria: a caçada de pássaros em que o vicepresidente norte-americano Dick Cheney atirou no rosto de seu
amigo Harry Whittington; e o flagra da cantora Britney Spears dirigindo seu carro em alta velocidade com seu filho no colo. O Brasil aparece na pesquisa, mas apenas indiretamente, graças a uma "estupidez" do presidente dos EUA, George W. Bush, que por seu destaque na categoria tem um item exclusivo na pesquisa: "os depoimentos mais estúpidos do presidente George W. Bush". Bush levou o Brasil ao "pódio da estupidez" com o comentário: "Nossa! O Brasil é grande", que fez após ser apresentado ao mapa do País pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. http://www.stupidityawards.com/
H ISTÓRIA
Thomas Lohnes/AFP
Selos ajudaram 'caçador de nazistas'
Movimentos recuperados Japoneses criam jaqueta que traz de volta o movimento a braços paralisados
A
empresa Activelink, do grupo eletrônico japonês Matsushita e da Universidade de Kobe, apresentou ontem uma jaqueta que utiliza um sistema robótico que permite reeducar braços em estado de paralisia provocada por acidentes vasculares (AVCs) e outros tipos de problemas no cérebro. Uma das mangas da jaqueta possui receptores e compressores de ar com músculos artificiais de borracha que detectam sinais de desejo de movimento e acompanham os músculos paralisados. Segundo os cientistas, como os músculos estão em perfeito estado – mas não se movimentam por problemas de "comunicação" com o cérebro – o fato
Yoshikazu Tsuno/AFP
Campeões mundiais em estupidez
de repetir os gestos com este sistema de reeducação permite recuperar progressivamente as capacidades muscu lares naturais. A Activelink pretende testar o aparelho, do qual havia apresentado um protótipo no ano passado, em pacientes hemiplégicos nos próximos meses. A intenção é de que o sistema comece a ser comercializado junto a hospitais e casas de reabilitação e fisioterapia a
partir de março de 2009. O preço da jaqueta "reeducativa" deverá atingir cerca de 13.500 euros ou cerca de US$ 17 mil, mas a Activeling espera poder reduzir o preço para tornálo acessível aos particulares.
Os organizadores das Olimpíadas de 2008, que acontecem em Pequim, na China, garantiram ontem que será dada toda a liberdade para os jornalistas, da imprensa estrangeira, designados para cobrir os Jogos. Os profissionais poderão viajar pela China e utilizar integralmente a internet - um grande privilégio, já que no país o acesso à rede é alvo de censura. Atualmente, os jornalistas não chineses precisam de permissão para mover-se dentro do país. B RAZIL COM Z
Ajuda para os meninos de rua
C IÊNCIA
Gravidade zero, operação perfeita L
E M
de Adolf Hitler (1933-1945). Em 1947, Wiesenthal, formado em Arquitetura, fundou o Centro Judaico de Documentação em Viena, a partir do qual descobriu mais de 1.000 nazistas que haviam fugido para diversos países após o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Entre estes figurava Adolf Eichmann, capturado na Argentina em 1960 e julgado em Israel, onde foi condenado à pena de morte por seu papel fundamental na deportação e extermínio dos judeus. Os primeiros indícios da presença de Eichmann na Argentina chegaram a Wiesenthal por meio de amigos filatelistas.
2008 com liberdade de imprensa
O jornal irlandês The Irish Post publicou ontem uma reportagem sobre um pastor irlandês que criou um projeto para captar recursos que são destinados a crianças de rua de São Paulo. Os recursos são captados entre a população de Donegal por um pastor e investidos em programas culturais na Vila Prudente. As crianças são retiradas das ruas e levadas a creches onde aprendem arte, música, teatro e informática. Agora, o pastor quer criar mais um projeto semelhante para outro município da Grande São Paulo.
Tomas Bravo/Reuters
A coleção de selos do "caçador de nazistas" Simon Wiesenthal, falecido há um ano, foi leiloada por US$ 1 milhão ontem em Wiesbaden, na Alemanha. A coleção, que reunia quase mil selos de todo o mundo, com destaque para um timbre austríaco com a efígie de Adolf Hitler com o título "Hitler atrás das grades", por ter sobreimpresso grades em tinta negra. Wiesenthal, que morreu no dia 20 de setembro de 2005 aos 96 anos, sobreviveu ao Holocausto e depois de ser libertado do campo de concentração nazista de Mauthausen pelas força aliadas dedicou a vida a perseguir os criminosos e genocidas do regime
O LIMPÍADAS
'TREINEIROS' - Mexicanos correm no escuro em um parque a 160 quilômetros da Cidade do México simulando a experiência de cruzar ilegalmente a fronteira com os EUA. Ex-imigrantes ilegais cobram US$ 15 por pessoa para "treinar" aspirantes a imigrantes. H OLLYWOOD
Arqueologia do cinema
C A R T A Z
MÚSICA
A primeira cirurgia em condições de ausência de gravidade realizada ontem durante um vôo sobre o Oceano Atlântico foi um "sucesso" e ocorreu "sem dificuldades", disse o médicochefe da equipe francesa responsável, Dominique Martin. A equipe médica retirou um cisto sebáceo do antebraço de um homem de 46 anos que foi anestesiado em terra. O paciente ficou preso a uma mesa de operações, assim como os instrumentos cirúrgicos, neste caso graças a ímãs. I NTERNET
Google ignora jornais belgas
André Porto
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Show da cantora Maga Lieri (foto). No repertório, músicas compostas por ela e clássicos do soul music brasileiro. Rádio Club Brasil. Av. Cotovia, 749, Moema. Telefone: 5531-3189. 23h. R$ 10.
Microondas ativado por voz
Educação financiada
A Daewoo está anunciando um forno de microondas que pode ser acionado por comando de voz. O aparelho terá memória para até 40 comandos diferentes, programados pelo usuário, e deve chegar ao mercado em 2007. Ainda sem preço definido.
O Ministério da Educação abriu as inscrições para estudantes de graduação interessados em obter financiamento federal para o curso neste semestre. A previsão é de que sejam oferecidos 100 mil contratos de financiamento pelo Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). As inscrições devem ser realizadas até 26 de novembro e a liberação do financiamento é retroativa ao segundo semestre deste ano. Para se inscrever basta acessar o formulário disponível no site.
A TÉ LOGO
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L OTERIAS Concurso 658 da LOTOMANIA 01
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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Solidão e doenças levam 24,6% dos cariocas com mais de 60 anos à depressão, diz estudo Governo Bush censurou relatório que mostra relação entre aquecimento global e furacões
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http://www3.caixa.gov.br/fies/
www.lostcitydemille.com
No alto, os "arqueólogos" escavam a cidade cenográfica de DeMille. Acima, uma das cenas do filme mostra A cidade do faraó, ao lado, uma das 21 esfínges que foram produzidas para o filme e única escavada no set.
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F AVORITOS
m 1923, Cecil. B. DeMille, um cineasta pioneiro de Hollywood, construiu a maior cidade cenográfica da história, até então, para o épico Os Dez Mandamentos:a Cidade do Faraó. Mais de 1.600 trabalhadores cobriram seus muros com hieroglifos, produziram 4 estátuas idênticas de Ramsés II e 21 cópias da esfínge para a superprodução que teve 2.500 atores. Para que outros produtores não usassem o cenário, DeMille mandou enterrá-lo após as filmagens. Mas, em 1983, um grupo de cinéfilos descobriu e escavou o local. Agora, criaram um projeto para arrecadar recursos e transformar a Cidade Perdida de Cecil B. DeMille em um museu.
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G @DGET DU JOUR
www.daewoo.com/korean/index.jsp
A Google acatou a decisão da Justiça belga e tirou do buscador de notícias Google News o conteúdo de jornais belgas, publicados em francês e alemão. Em compensação, o site também passou a ignorar os sites dos jornais no seu mecanismo principal de buscas na web. Alguns jornais da Bélgica alegaram que o Google News utilizava seu conteúdo sem autorização e abriram processos por violação de direitos autorais. A Google se defendeu, dizendo que a busca de notícias não traz lucro, apenas facilidades para os internautas. Mas perdeu.
Emissão de metano pelo homem está em crescimento, mostra pesquisa da revista Nature
Concurso 802 da MEGA-SENA 06
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Tr i b u t o s Finanças Empreendedores Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
O Sabor del Picchia serve 18 tipos de pizzas salgadas e três doces em cinco horas de festa.
BUFFET PODE CUSTAR R$ 300 POR PESSOA
Fotos: Ricardo Padue/AFG
EMPREENDEDORES
Da calculadora para a cozinha, num rompante Economista largou os números para montar um buffet. Com o tempo, especializou-se em festas temáticas e o sucesso veio rápido. Atualmente, atende artistas famosos e faz 20 festa de pizza por mês.
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quinta-feira, 28 de setembro de 2006
epois de oito anos mosa apresentadora americafazendo levanta- na Martha Stewart. mento contábil, fiUm dia, tirou a sorte grande. nanceiro e fiscal da Fez um jantar e a atriz AngeliSecretaria do Bem-Estar do na Muniz, que estava lá, adoMenor (Febem), a economista rou e a contratou para outro Sandra Del Picchia cansou. evento. Logo depois, fez outro "Vivia viajando e não tinha jantar, agora para uma pessoa tempo para o marido e os três que trabalhava no canal de TV filhos pequenos", lembra ela, a cabo GNT e as portas do meio que também tem formação em artístico se abriram para SanMatemática. Resolveu, então, dra. Irene Ravache, Roberto mudar radicalmente: foi fazer Carlos, a lista de clientes famofestas de pizza. O pai, Apareci- sos é enorme. do Godoy, era dono da MonteO carro-chefe da empresa verde, primeira pizzaria a pre- continua sendo a festa da pizparar redondas de massa bem za, com cerca de 20 eventos por fininha em São Paulo. Mal sabia ela que a guinada que daria em sua vida profissional não lhe traria descanso algum. Muito pelo contrário. Nos primeiros seis meses, usou o depósito da Monteverde (fundada em 1956 por Godoy e dois amigos). De Pizza Party (festa da pizza em inglês), o nome da empresa logo mudou para Pizza & Pasta Party, assim que começou a trabalhar com massas também. Nos últimos dez anos, mudou novamente (ver texto ao lado). e passou a chamar Sabor del Picchia. Com o tempo, o negócio foi crescendo e Sandra passou a atender qualquer tipo de festa e jantar Saladinhas são sucesso na garden party temático. Para tanto, a economista que virou gour- mês. São 18 tipos de redondas met fez tudo quanto é curso. salgadas e três doces servidas No Senac, foi a todos. Estudou durante cinco horas. "Quem s o b re c o m i d a s e b e b i d a s , diz que se come pouco em festa controle de estoque e até orga- de pizza, é porque nunca foi a nização de eventos. "Naquela uma minha", diz Sandra, que época, não existia faculdade calcula uma pizza grande (R$ de gastronomia." 20) por adulto. Também não perdeu nenhuDiversidade ma visita de chef renomado a Quanto aos jantares e festas São Paulo. Quando o cozinhei- temáticos, o Sabor del Picchia ro norte-americano David prepara até cinco por mês. E teBurke esteve por aqui, lá esta- ma é o que não falta: casamenva Sandra. "Ele é maravilhoso. to (de verdade) caipira no litoFez esculturas com lâminas de ral norte, festa da máfia, festa frutas, coisas que a gente nem das flores, festa cigana com cosonhava." Também foi atrás de zinha de origem moura, jantar cursos no exterior. Na Argenti- do zodíaco, almoço garden parna, aprendeu cortes de carnes ty (no jardim). O céu é o limite e, em Nova York, teve aula de para a imaginação tanto de finger food com a equipe da fa- Sandra quanto dos clientes. Is-
so sem contar os 'básicos': jantar tailandês, japonês, comida regional brasileira... Na garden party, por exemplo, as comidas contêm flores, como a minissalada com pétalas de amor-perfeito, miosótis, calêndula e um 'molhinho' de framboesa ou tangerina. Já a festa do zodíaco leva em consideração o signo da pessoa. Para alguém de Câncer, comida leve e romântica, com detalhes de frutas e – olha elas aqui de novo – flores. Como os temas, os preços também podem alcançar a estratosfera. Sandra, no entanto, dá o caminho das pedras: jantar com peixe e queijo sempre vai sair mais caro que os demais e algumas dessas festas podem chegar a custar R$ 300 por pessoa. "Meu universo, desde criança, sempre foi o de comida. Meu pai tinha restaurante (a Monteverde), os amigos dele tinham restaurantes. Toda segunda-feira, eu jantava no Gigetto... não tinha como escapar dessa vida." Grandes eventos Os seis funcionários fixos se multiplicam quando o jantar é considerado grande. Vira e mexe, Sandra cozinha para mais de mil convidados. Em dois anos seguidos, a banqueteira foi contratada pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) para alimentar 4 mil pessoas. Por incrível que possa parecer, ela diz que cozinhar para tanta gente dá tanto trabalho quanto cozinhar para apenas dez pessoas. "O trabalho que eu tenho para fazer o bobó de camarão é o mesmo." Dependendo do cardápio, o buffet demora uma semana para fazer um jantar para mil pessoas. E o negócio dá certo porque Sandra mantém uma relação de amor com suas festas e jantares. "Ah, eu namoro a comida. Olho, me encanto, me apaixono pelos aromas. Culinária é isso. É brincar, namorar."
IDivulgação
No alto, Sandra tempera pessoalmente algumas receitas. Acima, finger food.
As barracas de serviço são montadas em qualquer ambiente. Ao redor, mesas compõem o ambiente dependendo do tema.
Kety Shapazian
SEGREDO
INFORME PUBLICITÁRIO
O
segredo de Sandra del Picchia? "Exaustão", diz a proprietária do Sabor del Picchia, rindo. "E muuuito trabalho. Vou da feira ao baile. Vendo, administro, cozinho." Além disso, vai atrás do que quer. Um dia lhe pediram para fazer um jantar afrodisíaco. Sem saber como, comprou o livro "Cinco mil anos de comida afrodisíaca". Um mês depois, estava pronta para fazer o jantar. (KS)
CABECEIRA Divulgação
PEDRA
E
m 23 anos de carreira, o maior obstáculo para Sandra del Picchia tem sido achar empregados qualificados. Ela diz que já teve gente muito boa comandando o fogão da empresa, mas, hoje em dia, "é mais negócio" ser chef de sua própria cozinha. "Tenho que ensinar tudo. É um pouco desanimador porque eu acabo de treinar a pessoa e ela vai embora." (KS)
LETREIRO
S
andra mudou o nome da empresa de Pizza & Pasta Party para Sabor del Picchia depois de fazer uma festa na agência de publicidade W/Brasil. "Sandra del Picchia? Por que você não põe o seu nome no buffet? Ele é tão forte", disseram alguns presentes na festa. Ela resolveu apostar na experiência dos publicitários e o nome pegou. "Parecia que a gente fazia só pizza." (KS)
Reunião de experiências
G
estão de pessoas, ética, filosofia, responsabilidade social, comportamento do consumidor e planejamento estratégico estão entre os temas mais freqüentes no dia-a-dia de proprietários e executivos de empresas. Edmir Kuazaqui reuniu 12 especialistas em cada uma
dessas áreas em Administração para NãoAdministradores(Editora Saraiva). Cada capítulo é sustentado pela análise dos desafios dos novos modelos de gestão de empresas, seguidos de estudos de casos, exercícios para reflexão e bibliografias. Dora Carvalho
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 28 de setembro de 2006
DOISPONTOS -77
O jovem e a política Jefferson Bernardes/Preview.Com/AE
chei interessante a coluna de Paulo Saab no DC, muito embora não possa concordar que exista uma política para os jovens; aliás, devo dizer que não há uma política direcionada para o cidadão de modo geral. Não temos uma política para proteger a instituição da família, não há uma política consistente no sentido de incentivar o direito e o dever de ser e exercer a cidadania plena, começando pelo nome e sobrenome. O cidadão chegará a idade adulta sem uma referencia paterna. Por outro lado, sem uma política séria, o sentido da célula familiar, dissociada pela necessidade da mão-
A
de-obra familiar e do ganho para completar a renda, anula a sentido de oportunidade, desvirtua o sentido de raiz, valores e bases. Não há estrutura social que resista a uma formação segura e equilibrada. A escola, nos moldes atuais, não prepara, não educa e não dá direcionamento; serve apenas para satisfazer as exigências dos organismos internacionais e mostrar uma falsa cultura superficial de "serviço", dando a ilusão de que todos somos estudados e cultos. O nosso jovem, nesse contexto, passa a ser uma estatística. Sem preparo, sem perspectiva, sem uma
referência de valores; de cada mil jovens entre 12 e 21 anos, apenas um encontrará seu caminho. Agora, tendo pela frente a visão do quadro político da postura e perfil dos governantes, dos diversos escalões do poder, da impunidade e os mecanismos de favorecimento ilícito de corrupto e corruptor, não lhe resta senão a desesperança, a frustração e a dor, caminho mais curto para a revolta e ira. Não há como dizer ou mostrar um vislumbre de verdade nas ações do governo, com relação a criação de escolas, universidades, ensino de boa qualidade sem cobrar de quem não
De cada mil jovens entre 12 e 21 anos, apenas um encontrará seu caminho. O governo não pode ensinar o que não sabe.
tem. O Estado não carece da mão-deobra infantil ou do adolescente, não carece de viver da exploração da mãode- obra despreparada, e existem recursos disponíveis suficientes para uma política educacional de manter o nosso jovem na escola, dar-lhe formação e caráter, prepará-lo para ser cidadão útil, cumpridor das leis e honrado. Aí esbarramos com um problema muito sério: o governo não pode ensinar o que não sabe, não pode preparar um cidadão simplesmente porque desconhece o que é sê-lo. EDVALDO FREIXEIRA RH@POTAVELL.COM.BR
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Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
PORQUE O PT
ALOPROU isto ex post facto, o movimento de compra de dossiês dos Vedoin parece coisa de amadores e despreparados. Mas não é. É coisa de malvados e maliciosos, que se achavam acima da lei e tentaram fazer o eleitorado brasileiro de tonto. É coisa de revolucionários capazes de pagar qualquer preço e atropelar qualquer princípio a fim de alcançar os objetivos colimados. É preciso entender a gênese dessa jogada de alto risco vez que, se tivesse dado certo, mudaria o eixo da história de nosso país na direção do mal maior. Falharam. Felizmente as trapalhadas petistas criaram o fato novo necessário para consolidar a eleição de José Serra no primeiro turno, em São Paulo, e para colocar Geraldo Alckmin no segundo turno das eleições presidenciais. Lula qualificou seus sicários de “aloprados”, doidos, na tentativa de se desvencilhar dos operadores do malfeito. Não é crível que tenham realizado o serviço à revelia do chefe. Berzoini é antigo companheiro de CUT, foi ministro e preside o PT. Quem conhece o funcionamento de partidos revolucionários sabe que uma decisão dessa envergadura, envolvendo o risco que envolveu e o volume de dinheiro, não seria tomada sem que os graúdos todos opinassem. Lula sabe de tudo, soube o tempo todo. E o eleitorado percebeu isso. O desespero do candidatopresidente mostra que as pesquisas para consumo interno registram a forte reação da opinião pública em contrário ao governo. Para entender o fato precisamos analisar todo o governo Lula. Ele teve dois pontos fracos. O primeiro, a minoria do Congresso Nacional, que o mensalão tentou contornar da forma a mais corrupta e torpe. Deu no que deu, na grande crise criada por Roberto Jefferson, redundando na queda de José Dirceu e no esfrangalhamento da base de apoio do governo. A trapalhada foi tão grande que desmoralizou a corrupção. Para o desejado segundo mandato Lula costurou com a banda pouco recomendável do PMDB, de Sarney & Cia, a necessária base parlamentar. Errou de novo, pois até mesmo o velho Sarney está com dificuldade para conseguir se reeleger. O segundo ponto fraco era não dispor do governo do Estado de São Paulo. Não é possível qualquer movimento contra a ordem constitucional no
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G Lula qualificou seus sicários de aloprados, doidos, na tentativa de se desvencilhar dos operadores do malfeito. Não é crível que tenham realizado o serviço à revelia do chefe. G É preciso entender a gênese dessa jogada de alto risco. Se tivesse dado certo, mudaria o eixo da história de nosso país na direção do mal maior. Falharam. G Precisamos derrotar os sicários que estão governando nosso país e que querem destruir a vida como a conhecermos.
Brasil se o governo paulista não apoiar. Para qualquer projeto revolucionário ou golpista não dispor do comando de São Paulo torna o propósito inviável. E o eleitorado paulista há muito retirou o seu apoio aos seguidores do pentagrama vermelho. Daí porque o PCC fez o que fez nos últimos meses, para desmoralizar as autoridades constituídas. Daí porque o MST se aquietou por aqui, assim como seu congênere urbano. A arruaça do PCC poderia ter sido letal se a polícia paulista não tivesse imposto a ordem à corja de vagabundos armados que saiu às ruas matando policiais. Dá para imaginar se o PT estivesse governando em São Paulo, com Genoino comandando a polícia paulista. Isso prova que a “quadrilha criminosa” de que nos falou o procurador-geral em sua peça de denúncia não está para brincadeira. Daí a comprar um dossiê supostamente capaz de desmoralizar José Serra e Geraldo Alckmin é só um passo lógico e previsível. Erraram em se deixar apanhar, assim como erraram em contrariar Roberto Jefferson. Erros táticos que custaram toda a estratégia de tomada de poder.
M
eu caro leitor, estamos em véspera de um momento capital de nossa história política. Votar será um gesto cívico da maior significância. Precisamos derrotar os sicários que estão governando nosso país e que querem destruir a vida como a conhecermos. Apelo para que se mobilize e dê a devida importância ao que está acontecendo. Peça votos para Alckmin. Se em São Paulo, peça votos para José Serra e para Guilherme Afif Domingos. É uma batalha na exata expressão, a palavra aqui não é mera metáfora. Vá à luta. Tome as ruas. Estamos defendendo o futuro do Brasil, dos nossos filhos e netos. Estamos defendendo os valores superiores da civilização. Não sejamos como os cães mudos de que nos falou Bento XVI, sejamos vigilantes e operantes, combatamos o bom combate. Precisamos derrotar essa corja de malfeitores que porcalhou a vida política da Nação. Vamos às urnas para vencer! Até a vitória! NIVALDO CORDEIRO
CLÁUDIO WEBER ABRAMO
EXPLICA-SE
O
utro dia, o responsável pelas presentes maltraçadas dirigiu-se ao presidente do Superior Tribunal Eleitoral para alertá-lo sobre duas peculiaridades detectadas nas declarações de patrimônio que os candidatos informam quando de sua inscrição. A primeira dizia respeito ao fato de que diversos candidatos prestam declarações em que se listam bens, mas a estes dão-se valores nulos. A segunda remetia a um comportamento identificado em
G O candidato
que declarar os valores de seus bens pode indicar o montante que quiser... mutíssimos candidatos do Piauí. Suas declarações listam um único item: “Declaração em anexo”. O eventual leitor pode verificar a ocorrência desses casos no projeto Excelências, da Transparência Brasil (www.excelências.org.br), que apresenta históricos da vida pública de todos os candidatos que buscam reeleição à Câmara dos Deputados (aliás, caso não tenha ainda decidido em quem votar para deputado federal, vale a pena visitar esse banco de dados).
N
a última terçafeira, tomei conhecimento da resposta do TSE. É a seguinte (cito de memória): 1. Não há, na Lei 9504, obrigatoriedade de o candidato informar os valores dos bens declarados. 2. É admissível ao candidato prestar a declaração à Justiça Eleitoral, mas ele pode negar-se a torná-la pública. Deixem ver se entendemos bem. No primeiro caso, a interpretação judicante máxima em matéria eleitoral considera que “declaração de bens” não inclui valores. Só incluiria valores se estivesse escrito na lei “declaração de bens com respectivos valores”. Disso também se segue que o sujeito que declarar valores pode atribuir-lhes montantes
quaisquer, patentemente ficcionais – como se vê abundantemente nas declarações de muitítssimos dos candidatos que se dão ao trabalho de associar valores a seus bens. No segundo caso, depreende-se que, como a declaração de bens é obrigatória, mas não é obrigatoriamente tornada pública, segue-se que ela serve para informar uma classe especial de cidadãos, a saber, aqueles que trabalham nos tribunais eleitorais. Os cidadãos não-funcionários não têm direito de conhecer tais declarações, caso assim dê na telha dos candidatos.
E
xemplos como esses esclarecem por que não basta a pessoas moderadamente alfabetizadas lerem os regulamentos brasileiros para se inteirarem do que está neles escrito. O que está escrito neles não é realmente aquilo que está escrito ali, mas alguma outra coisa, que causídicos e magistrados e juristas arquitetam, sabe-se lá com quais intenções e sob quais motivações. (Aliás, a palavra “jurista” é outra das muitas curiosidades contumazes no circo bacharelesco que empesteia a mente coletiva pátria.Um sujeito de 23 anos que acaba de fazer o exame da OAB jamais será designado como “jurista”. Para ser jurista, o camaradinha precisa lavrar pareceres, que são vendidos – oops, perdão, ofertados – a peso de ouro para clientes ricos. Enfim, passemos.)
F
ica explicado por que é tão impossível compreender as leis que regulam as nossas existências sociais e por que somos sistematicamente garfados como cidadãos, como eleitores, como consumidores, por tantos quantos manejem recursos ou poderes suficientes para pagar “juristas”. Séculos do simulacro de eruditismo tão caro aos bacharéis moldaram no Brasil uma Justiça feita de formalismos tão impenetráveis quão complacentes frente a recursos procedimentais fundados em irrelevâncias recônditas. Com isso, em nossas cortes de Justiça a materialidade da vida resulta soterrada sob um palavrório setecentista, um vocabulário intolerável e uma gramática tortuosa que funcionam como instrumentos do atraso. Um país que se entregue alegremente a isso não tem mesmo jeito. CLÁUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR EXECUTIVO DA
TRANSPARÊNCIA BRASIL WWW.TRANSPARENCIA.ORG.BR
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
TURISMO - 1
O LADO ECOLÓGICO DE SÃO FRANCISCO XAVIER
Divulgação/CI
Na Serra da Mantiqueira, a cidade, conhecida por suas pousadas românticas, também exibe trilhas e abriga os simpáticos muriquis. Pág. 4
A capital da Oktoberfest As atividades durante a festa são muitas e para todas as idades. Nos desfiles de grupos folclóricos e bandas, o que chama mais a atenção são os trajes típicos. O lado etílico dos festejos, porém, é o destaque da celebração, realizada no País desde 1984. Tem carro de chope, competição de quem bebe mais e infinitos barris da bebida. Para completar o cenário, que mais parece território europeu em terras brasileiras, casario em estilo enxaimel. Não à toa, a Oktoberfest só perde, em tamanho e animação, para o famoso Carnaval
Divulgação/Eraldo Schnaider/PMB
BLUMENAU
quinta-feira, 28 de setembro de 2006
Divulgação/PMB
Darcio de Jesus
D e 5 a 22 de outubro
esta cidade catarinense retorna às suas raízes e celebra a mais pura tradição alemã da festa da cerveja. Ela só perde em tamanho para a original, de Munique. Entre as atrações: bandinhas típicas, chope em metro e desfiles com carros alegóricos. Localizada no chamado Vale Europeu, possui vizinhas bastante pitorescas – como Itoupava, Brusque e Pomerode –, que ainda guardam os costumes e as deliciosas receitas dos imigrantes europeus. E para não dizer que tudo é festa em Blumenau, a cidade tem investido pesado para se tornar um grande pólo de turismo de negócios e eventos. Págs. 2 e 3
Veja mais imagens desta edição na nossa galeria de fotos virtual no site www.dcomercio.com.br/ galeria/boa viagem_index.htm
Darcio de Jesus
Divulgação/Noir Stúdio/ Santur
Divulgação/PMB
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
quinta-feira, 28 de setembro de 2006
LENTE
DE AUMENTO
É POSSÍVEL REAVIVAR DOHA?
N
em dentro do G-20 existe consenso quanto à abertura de mercados agrícolas. A Índia, Indonésia e México, entre outros, defendem medidas de proteção para os países pobres, onde grande parte da população rural vive da agricultura de subsistência. A Índia defende a tese de que a Rodada de Doha deve promover o desenvolvimento e não o acesso a mercados. Essa posição colide com os interesses dos grandes exportadores agrícolas, como os EUA, Brasil e Argentina, que defendem maior abertura. Outros dois fatores importantes para travamento das negociações são a nova Lei Agrícola norte-americana, que será revista a partir de março de 2007, e o fim da Trade Promotion Authority (TPA), em junho de 2007. Adotado em agosto de 2002, o TPA delega poderes ao Executivo para negociar acordos comerciais sem que o Congresso possa incluir emendas a posteriori. Cabe ao Legislativo apenas aceitar ou rejeitar os acordos in toto. Existem também problemas relativos à abertura dos mercados industriais e de serviços para os membros do G-20. A Índia adota uma postura defensiva no caso dos
JOÃO DE SCANTIMBURGO
produtos industriais. Esse mesmo tema emperrou as negociações entre o Mercosul e a UE, pois a Argentina não aceita uma abertura tão ampla quanto a defendida pelo Brasil. No caso de serviços, ocorre o inverso. A Índia, que é forte em tecnologia de informação, quer maior abertura, enquanto outros países, como o Brasil, fazem restrições à proposta.
A
reunião do Rio serviu para mostrar que existe alguma possibilidade de entendimento entre os membros do G-20, especialmente Brasil e Índia. Ao longo dos próximos dois meses, as conversas continuarão em nível técnico, enfocando
G Interesses
individuais dos participantes da Rodada de Doha continuam solidamente entrincheirados. Mas existe uma possibilidade de entendimento entre os membros do G-20, especialmente Brasil e Índia. principalmente a definição de uma lista de produtos sensíveis. Entre o fim de outubro e o início de novembro haverá nova reunião ministerial em Genebra, com participação dos países desenvolvidos. É prematuro acreditar que os nós nas negociações da Rodada de Doha possam ser desatados a tempo. A mensagem política da reunião do Rio foi clara, mas, segundo o diretorgeral da OMC, Pascal Lamy, "o caminho entre uma mensagem política e uma aproximação real das posições pode ser ainda muito grande". TRECHOS DA CARTA SEMANAL DA MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR
R eunião engessada pelos próprios interessados
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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CHÁVEZ E O PETRÓLEO
Céllus
O
s membros do G-20 reuniram-se no Rio para reavivar a Rodada de Doha da OMC e buscar consenso para a proposta de abertura dos mercados agrícolas. Mas o que se viu no encontro é que os interesses individuais dos participantes continuam solidamente entrincheirados e que o mais provável é que se chegue a 2007 com as negociações estagnadas. A reunião do G-20 foi uma tentativa de reagrupar os países e discutir formas para destravar a Rodada. Mas serviu apenas para mostrar que os impasses nas negociações da questão agrícola estão longe de ser superados.
Perguntas a Lula PAULO SAAB
C
irculam na internet perguntas dirigidas ao presidente da República e candidato à reeleição, Luís Inácio Lula da Silva. As respostas devem ser dadas antes do primeiro turno da eleição, neste domingo: 1) O senhor prometeu criar dez milhões de empregos e chegará ao fim do mandato criando quatro milhões. Neste tempo, a renda da classe média caiu e os empregos gerados se concentram na faixa de até dois salários mínimos. A chamada distribuição de renda do seu governo não se faz à custa do empobrecimento dos menos pobres? 2) O senhor disse que banqueiro lucra no seu governo e, por isso, não precisa de Proer. O senhor sabe quantos Proeres o Brasil paga por ano para sustentar os juros reais mais altos do mundo? 3) O seu filho, que até bem pouco tempo antes de o senhor assumir a Presidência era monitor de jardim zoológico, hoje é um empresário que a gente poderia classificar de milionário. O senhor não acha uma ascensão muito rápida? 4) Genoino sabia do mensalão. Silvio Pereira sabia do mensalão. Dirceu sabia do mensalão. Ministros foram avisados do mensalão. Só o senhor, da cúpula, não saberia. O senhor não acha que, nesse caso, não saber é tão grave quanto saber? E se houver mais irregularidades feitas por amigos seus que o senhor ignore?
5) Presidente, na sua gestão as invasões de terra triplicaram, caiu o número de assentamentos e mais do que dobrou o número de mortos no campo. Como o senhor defende a sua política de reforma agrária? 6) O senhor não tem vergonha de subir em palanque onde estão mensaleiros e sanguessugas? 7) Presidente, em 2002 o Brasil exportava a metade do que exporta hoje, e o risco-país era sete ou oito vezes maior. O país pagava 11% de juros reais. Hoje, continuamos a pagar mais de 10%. Como o senhor explica isso? 8) Em 2002, o governo FHC, que o senhor tanto critica, repassou para São Paulo, na área de segurança, R$ 223,2 milhões. Em 2005, o seu governo repassou apenas R$ 29,6 milhões. Só o seu avião custou R$ 125 milhões. Não é muito pouco o que foi dado ao Estado que tem 40% da população carcerária do país? 9) Quando o senhor assumiu o agronegócio respondia por mais de 60% do superávit comercial. Quase quatro anos depois, o setor está quebrado, devendo R$ 50 bilhões. O senhor não acha que o seu governo foi um desastre na área? 10) O Brasil conseguiu ser auto-suficiente em petróleo. Qual a vantagem disto para a população, já que em países auto-suficientes, como a Argentina e Venezuela, o preço do combustível é bem mais barato que no Brasil?".
O senhor tem vergonha de subir em palanque com sanguessugas?
Brasileiros de valor RICARDO YAZBEK E ROMEU CHAP CHAP
O
Prêmio Master Imobiliário, por seus objetivos, identifica empresários e profissionais que atuam na indústria imobiliária, todos eles, brasileiros de inegável valor. Assim como a maioria dos que atuam em nosso segmento, a começar pelos operários das obras que integram a galeria dos grandes trabalhos premiados. Entretanto, nossa intenção, ao evidenciar o valor desses brasileiros, foi convidar a uma reflexão sobre o momento de nosso país e o que podemos fazer pelo Brasil. Esta é uma reflexão oportuna e necessária, consideradas as próximas eleições. Vamos votar para a Presidência da República, para a Câmara Federal, para o Senado Federal. Vamos eleger os futuros governadores e os deputados estaduais. Porém, há que se saber, com verdade e clareza, com que estado de ânimo iremos às urnas. A crise moral deflagrada por fatos desabonadores no cenário político não pode amesquinhar nossa vontade de mudar. Tão grave quanto a corrupção denunciada será a total apatia da sociedade. Recuperar a capacidade de indignação é a grande tarefa que temos pela frente, pois isto significa acreditar no futuro do país. Trazemos esta questão aqui, pois, nesta noite de premiação está representada parcela significativa da elite do País. E entenda-se por elite todos aqueles que têm acesso à informação e capacidade de interpretá-la, ou seja, a classe trabalhadora, os estudantes, os profissionais liberais e os funcionários públicos. As elites são a grande caixa de ressonância de um país. É nelas que se forma opinião. É por meio delas que se ditam padrões de conduta. Temos muitos homens de caráter no cenário político. Felizmente, eles são a maioria. Prova disso é que as instituições continuam a funcionar. Temos homens dedicados ao interesse coletivo, cidadãos de princípios, brasileiros de valor. Portanto, é imperativo eleger governantes, deputados e senadores comprovadamente comprometidos com a ética na política, com a Nação e seu povo. Uma boa representação parlamentar fortalece a democracia. Podemos optar, podemos mudar. Podemos projetar um futuro melhor.
Para que tenhamos mais momentos como este, consideramos importante convidar a todos para eleger com consciência e, principalmente, criar uma onda positiva. Os brasileiros de valor que aqui enaltecemos são maiores que nossas dificuldades.
A
s provas dessa verdade são inúmeras. É por isso que pedimos licença para citar trecho interpretado pelo professor da peça Acorda Brasil, pouco antes do final daquele espetáculo. Disse ele: “Minhas senhores e meus senhores! Queremos agradecer inicialmente a presença de todos. Estamos todos vivendo um sonho. Quando dei a primeira aula à orquestra que vocês vão ouvir daqui a pouco, havia apenas cinco alunos em classe. A Ditinha faltou porque tinha dado à luz, com 13 anos, o Arnaldo porque tinha sido preso pela polícia, o Washington porque estava assaltando com um fuzil AR-15, o Carlinhos porque tinha subido. Os alunos presentes riram da minha ignorância e me explicaram que subir é morrer, com um rebite na testa... Separamos brigas, escapamos de tiroteios, enterramos o Capilé, um talentosíssimo violinista de doze anos fuzilado por traficantes... E o que nos trouxe até aqui hoje? – continuou o professor. O amor ao trabalho, a paixão pela música e principalmente a solidariedade que eu julgava morta! Muitos perderam a esperança porque o egoísmo e o ódio esfacelaram primeiro as tribos de onde viemos e depois as famílias em que nos organizamos. Muitos acreditam que não há mais esperança para o homem porque as guerras e as lutas dizimaram todos os laços de fraternidade e afeto! Pois eu lhes digo que não! Esses meninos e meninas acenderam em mim outra vez a esperança de que ainda é possível sonhar com um mundo sem ódio. De que o trabalho redime! De que a arte nos torna melhores, mais gentis e menos predadores. E que devemos ainda – e apesar da indiferença geral – confiar no outro.” Parabéns a todos os que acreditam. Parabéns a todos que jamais deixarão de acreditar! RICARDO YAZBEK É PRESIDENTE DO CAPÍTULO BRASILEIRO DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DAS PROFISSÕES IMOBILIÁRIAS E ROMEU CHAP CHAP É PRESIDENTE DO SECOVI-SP
R ecuperar a capacidade de indignação é a grande tarefa que temos à frente
T
emos em Hugo Chávez, presidente todo poderoso da Venezuela, um candidato à liderança da política econômica e social da América Latina. Esbarra com oposições variadas, mas nenhuma decisiva para abatê-lo, pois a sua fatura lhe permite muitas extravagâncias, entre elas a de desafiar os EUA para uma guerra. Sabemos que Chávez está se armando com fidelidade belicosa. Tem um número grande de aviões MIG 29 para se opor aos EUA. Não creio que ele irá até o fim com suas ameaças. Como se vê, Hugo Chávez não tem limites em suas ambições e, montado na riqueza petrolífera que possui, vai indo desabusadamente ao fim da sua capacidade ideológica, que é a de um chauvinismo primário há muito dormitando nas latas de lixo da História.
O
Brasil tem, portanto, um vizinho corajoso, que não mede dificuldades para atacar os EUA, sem que o grande inimigo se modifique em posição de atacá-lo. Hugo Chávez é, evidentemente, um perigo para América Latina, pois a sua conta do petróleo atraiu numerosas adesões, que não se curvam ao peso do valor petrolífero, mas que também não deixam de ceder às ambições de liderança expressas por Chávez.
S
e me perguntarem se há perigo de uma conflagração no continente, inflamada pela ambição de Chávez, direi que não vejo próxima essa possibilidade, mas que ela não é de todo inviável. Enfim, vemos que o petróleo está dando força ao detentor deste volume de produção, mas que não chega a meu ver ao ponto de uma guerra fácil com os EUA. Em todo o caso, deve manter a salvaguarda dos interesses belicosos para usá-los no momento oportuno. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Hugo Chávez
é um perigo para a América Latina, pois seu petróleo atraiu adesões que cedem às ambições do presidente venezuelano.
sexta-feira e sábado, 29 e 30 de setembro, e domingo, 1 de outubro de 2006
Ambiente Compor tamento Polícia Distritais
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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CORONEL NÃO TENTOU DESARMAR ATIRADOR
Peritos constataram que a a bota entregue pela advogada para análise nunca foi usada por ela.
Reprodução arquivo pessoal/AE
Brasileira 'glamourosa' agita judiciário inglês Toby Melville/Reuters
S
exo, drogas, vídeos, chantagem e muitos outros ingredientes picantes transformaram o caso judicial envolvendo uma brasileira e dois juízes de imigração num foco de enorme atenção dos britânicos nos últimos dias, superando até a convenção anual do Partido Trabalhista, que se prepara para escolher o sucessor do primeiro-ministro Tony Blair. O centro do caso é Roselane Driza, uma brasileira de 37 anos, considerada "glamourosa" por alguns jornalistas. Ela foi condenada na quinta-feira a prisão (a sentença será conhecida no dia 20) - e deportação por chantagear uma juíza, conhecida apenas como J. Roselane também foi considerada culpada por roubar dois vídeos com cenas de sexo protagonizadas pela juíza J e outro magistrado, também de imigração, Ilyas Khan Os dois juízes contrataram os serviços de faxineira de Roselane. Um detalhe importante: a brasileira estava ilegalmente no país e havia sido casada com o albanês Mane Driza, segundo a imprensa um serial killer ligado à máfia. Novela – Os britânicos não exageram ao afirmar que a história se assemelha ao roteiro de uma novela. Roselane desembarcou em Londres em fevereiro 1998 e recebeu um visto de seis meses de permanência. Depois, obteve visto para permanecer como estudante no país, que já havia vencido quando, em outubro de 1999, foi contratada como doméstica pela juíza J, que na época residia com o juiz Khan. Mesmo após a separação dos dois magistrados, em 2000, ela continuou prestando serviços a ambos. A trama começou a esquentar em 2004, quando a brasileira foi demitida pela juíza sob a alegação de que estaria invadindo sua vida privada. Logo em seguida, ela também foi despedida por Khan. Mas logo em seguida foi readmitida pelo juiz. Eles iniciaram então uma intensa relação amorosa e Roselane se mudou para o apartamento do juiz. Como disse o The Guardian, "ela continuou a fazer a limpeza, mas também provia alimentação, roupas lavadas e sexo" ao magistrado. Nessa fase, houve uma troca de tórridos e-mails entre os dois. Enquanto namorava o juiz, Roselane começou a exigir uma "compensação" da juíza J pela demissão, por considerá-la injusta. A situação azedou ainda mais quando J descobriu que Roselane estava namorando Khan, na véspera de Natal em 2004. Ao aparecer de surpresa no apartamento de Khan, seu ex-amante, a juíza flagrou o casal e teve uma explosão de raiva. Khan disse ao tribunal que tentou terminar seu relacionamento com a brasileira, mas ela de recusava a deixar seu apartamento. No ano passado, ao limpar o apartamento de Khan, a brasileira descobriu o que incendiaria o caso de vez: um vídeo com cenas sexuais de Khan e da "Juíza J" feito durante férias passadas na Tailândia, nos quais, segundo a imprensa, a magistrada estaria cheirando cocaína. Outro vídeo mostrava Khan com outra mulher. De posse desses vídeos, Roselane intensificou sua chantagem contra J,
O coronel Ubiratan e Carla: família dele insiste que o namoro já havia acabado. Ela contesta a versão.
Chumbo e enxofre nas roupas de Carla A presença dos produtos, no entanto, não prova que ela deu o tiro no coronel Diego Padgurschi/Folha Imagem - 26/09/2006
E A brasileira Roselane Driza: "glamourosa"
exigindo o pagamento de vinte mil libras esterlinas (cerca de R$ 80 mil) para devolvêlos. Além disso, enviou cartas para autoridades judiciárias informando que a juíza a havia empregado ilegalmente. Com a situação fora de controle, Khan e a juíza decidiram acionar a polícia e Roselane foi presa em outubro do ano passado, no apartamento do juiz. A expectativa é de que Roselane seja condenada com rigor e deportada logo após o cumprimento da pena. Por outro lado, já se especula o quanto ela poderá faturar ao vender sua história com detalhes para um tablóide britânico. Marido – O ex-marido da brasileira serviu para dar um tom mais dramático ao caso. Meses após chegar a Londres, Roselane, então Nonato, conheceu Sokol Drenova, doze anos mais jovem que ela. Ele se dizia católico e contava ter escapado do Kosovo após seus pais, católicos terem sido mortos pela limpeza étnica que varreu a região. Em abril de 1999, eles se casaram. Mas Drenova era na realidade Mane Driza, um albanês muçulmano, violento, integrante da máfia e suspeito de ter cometido assassinatos em três países. Ele cumpre sentença de vinte anos de prisão na Itália pelo assassinato de outro albanês. (AE)
xames feitos pelo Instituto Criminalista (IC) da Polícia Civil revelaram que a calça entregue pela advogada Carla Cepollina para análise da perícia possuía resíduos de enxofre e chumbo. A peça, inclusive, teria sido lavada com alvejante, antes de ser entregue. Carla foi indiciada pelo assassinato do coronel Ubiratan Guimarães, ocorrido dia 9. Peritos afirmam, entretanto, que o resultado não garante que Carla tenha disparado uma arma, já que chumbo e enxofre podem ter impregnado na roupa de outras formas. O chumbo é encontrado em substâncias usadas para tingimento e o enxofre, no sabão. Outra conclusão dos peritos é de que a bota entregue pela advogada para análise nunca teria sido usada por ela. Um exame residuográfico também verificou que não existia pólvora nas mãos do coronel Ubiratan, mostrando que ele não tentou desarmar a pessoa que a matou em seu apartamento. Os laudos serão entregues até o início da semana para os delegados do Departamento de Homicídios de Proteção à Pessoa (DHPP). A empregada de Carla teria dito à polícia que encontrou uma peça de roupa da advogada manchada com sangue. "Isto não é verdade. Era mancha de tomate", afirmou a também advogada Liliana Prinzivalli, mãe de Carla. A polícia ouviu ontem mais três testemunhas do caso, apesar de já ter indiciado a advo-
Delegado Armando Costa Filho afirma que ela é a assassina
gada. Os depoimentos serviram para esclarecer alguns detalhes do caso. O DHPP deve relatar o inquérito já na próxima semana. Indiciada – O diretor do DHPP, Domingos Paulo Neto, anunciou às 20h30 de quartafeira o indiciamento de Carla. Vicente Cascione, advogado da família do policial assassinado, acompanhou o interrogatório de Carla e revelou que ela estava tensa. "O interrogatório demonstra claramente que Carla está em um beco sem saída. Ela não tem respostas para perguntas fáceis e óbvias. No silêncio dela, ficou embutida a falta de saída." Carla respondeu a cerca de 40 perguntas. Na maioria delas, a advogada ratificou o que disse nos outros três depoimentos prestados e no interrogatório de segunda-feira. O promotor do caso, Luís Fernando Vaggione, informou que Carla voltou a negar o crime. Ele disse que algumas questões ela fez uso do direito
do silêncio e se calou. Vaggione afirmou que ainda irá analisar o Inquérito Policial (IP) antes de tomar uma decisão, porém, deve mesmo denunciá-la por homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima), cuja pena, em caso de condenação, varia de 12 a 30 anos de prisão. O crime – Comandante da operação conhecida como massacre do Carandiru, que resultou na morte de 111 presos em 1992, Ubiratan morreu com um tiro no abdômen no dia 9, um sábado. O corpo foi encontrado 24 horas depois, na noite de domingo, enrolado em uma toalha, no apartamento dele, nos jardins. Uma das sete armas que o coronel mantinha em casa – um revólver calibre 38 – não foi encontrada. Segundo a polícia, o coronel foi morto com uma bala de revólver desse calibre, que poderia ser de uma munição especial, segundo o advogado Cascione. (Agências)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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LENTE DE
AUMENTO
HOJE JÁ DARIA SEGUNDO TURNO!
É
presidenciais e escolhermos a melhor hipótese teremos 17,74% de abstenção e 7,39% de brancos e nulos em 2002. Não há nenhuma razão para se supor números menores em 2006 depois dos escândalos. O Datafolha e o Ibope informam uns 7% a 9% de brancos/nulos/indecisos. Vamos supor que esses serão os brancos e nulos no dia da eleição. Os 17,74% de abstenção devem ser analisados na sua composição. Parte deles se deve a falecimentos, parte a pessoas que estão viajando, parte a pessoas muito idosas, parte aos doentes sem mobilidade, parte aos que estão presos, parte aos que são doentes mentais ou alcoólatras, parte aos que têm mandado de prisão e não podem se apresentar,
G Numa eleição
com reeleição, nunca se colherá na urna mais votos que a avaliação ótimo+bom do governo. É cheiro de segundo turno parte a migrantes recentes, parte quem não tirou o título, etc. Os estudos que fizemos nos últimos anos mostram uma tendência muito maior de concentração nos níveis menores de renda e instrução. Quando não há uma forte polarização com estes níveis o impacto é quase nulo. Quando há, deve-se aplicar este fator sobre o resultado. É o caso de Lula. Trabalhamos com uma proporção de 60% a 80% contra 40% a 20%. Como a melhor hipótese para Lula é de 60% e os demais de 40%, a diferença de 20% de 17,74% alcança 3,5%. Esses quatro fatores se reforçam e criam uma rede de segurança que permite a esse Ex-Blog afirmar que haverá segundo turno. Aceitam-se apostas !
JOÃO DE SCANTIMBURGO Céllus
O
Datafolha e o Ibope divulgaram suas pesquisas realizadas entre segunda e terça. Lula teve 49% e 48%, respectivamente, e Alckmin teve 33% e 32%. Heloísa Helena teve 8% e Cristovam 2% em ambos os institutos. Para o Datafolha, a diferença entre os dois era de 5 pontos e para o Ibope, de 6 pontos. Diga-se de passagem, números radicalmente diferentes dos publicados antes pelo Sensus. Com esta diferença, esse Ex-Blog afirma que teremos segundo turno. São quatro as razões, cumulativas e que se reforçam. E que foram amplamente discutidas tecnicamente aqui nestes três meses de campanha. A mais evidente é que Alckmin ainda crescerá alguma coisa, acompanhando a tendência dos últimos 15 dias. Digamos que ele chegue a pelo menos 35%. Isso seria suficiente para estarmos tratando de uma diferença de três pontos entre Lula e os demais. Mesmo dividindo entre Lula e os demais este crescimento de Alckmin, teríamos 4 a 5 pontos. A segunda é a demonstração empírica de que numa eleição com reeleição nunca se recebe mais voto na urna que a avaliação ótimo+bom do governo. No Datafolha essa soma atinge 47% e no Ibope, 44%. A terceira, mais sofisticada, é que as pesquisas feitas no meio da semana distorcem -na margem - o resultado a favor dos que têm mais voto entre a População Nãoeconomicamente Ativa. Repetindo: em um dia útil a coleta nos bairros e municípios metropolitanos não encontra o perfil exato do eleitorado, já que parte dele se desloca para trabalhar. Uma pesquisa sobre este fato está sendo concluída este ano na Unicamp. A quarta razão é a taxa de abstenção+brancos+nulos. As pesquisas são feitas sobre o total do universo dos eleitores, com base no Censo e distribuição estadual pelo TSE. Se usarmos os números das 3 últimas eleições
Publicidade externa: uma legislação radical
A
Câmara Municipal aprovou por ampla maioria, e em prazo exíguo, o Projeto de Lei 379/2006, do Executivo, que "dispõe sobre a ordenação dos elementos que compõem a paisagem urbana do município". A pressa com que essa legislação foi aprovada não condiz com a complexidade da matéria, suas repercussões sobre diversos segmentos econômicos e o grau de prioridade que esse assunto mereceria na escala de problemas enfrentados pela população paulistana. Mesmo em termos de uma recuperação da paisagem, existem, seguramente, problemas mais sérios e mais urgentes do que o relativo à poluição visual causada pela publicidade externa, que, de resto, foi ocupando espaço "incentivada" mais pela falta de fiscalização do que por falta de normas em vigor. Dentre os vários aspectos negativos da lei aprovada, podemos destacar que ela afeta as atividades legitimamente desenvolvidas pela iniciativa privada com o claro intuito de reservar para a Prefeitura, mediante licitação futura, a exploração do mobiliário urbano, representando na prática a estatização da publicidade exterior na cidade. Outro ponto importante é que a nova lei não respeita os investimentos feitos com base na legislação em vigor, que ainda não completou três anos de vida, impondo pesados prejuízos às empresas e desrespeitando condições básicas para o funcionamento da livre iniciativa, como a estabilidade das regras e o respeito aos direitos. O prazo para que as empresas adaptem seus indicativos às drásticas restrições da nova lei é exíguo e impraticável. Em outros lugares, onde também foram adotadas restrições à publicidade exterior, foram dados prazos bastante longos para o ajuste, reduzindo os prejuízos decorrentes das mudanças. Essa preocupação esteve ausente na aprovação da lei paulistana, demonstrando o absoluto descaso dos legisladores com o impacto econômico e social das medidas aprovadas. A publicidade, em suas várias formas, se constitui em elemento fundamental da economia de mercado, sendo um dos fatores que a di-
ferenciava das " economias de comando", como Roberto Campos denominava as antigas nações comunistas. As empresas de menor porte, que não dispõem de recursos para investir em formas caras de comunicação, serão as maiores prejudicadas com as restrições ao uso da publicidade externa. A argumentação de que é impossível fiscalizar a publicidade exterior, nivelando na prática o anúncio legal e o ilegal, equivale a propor o fim das importações porque seria impossível controlar o contrabando. Representa muito mais uma confissão de incompetência do setor público do que uma justificativa para uma medida tão radical. Além disso, como a Prefeitura cobra a TFA – Taxa de Fiscalização de Anúncios, ao renunciar à fiscalização ela estará cobrando indevidamente o tributo, transformando-o em um imposto não autorizado por lei. Nada assegura que a Prefeitura será capaz de fiscalizar a aplicação da nova lei, com o que as empresas que já desrespeitam a legislação atual poderão continuar com suas atividades, dispensadas de respeitar as novas normas.
C
ertamente serão propostas muitas ações judiciais contra a nova lei, com prejuízo para todas as partes envolvidas, uma vez que recursos - não apenas financeiros -, que poderiam ser utilizados para fins produtivos, estarão sendo carreados para batalhas na Justiça e em nada contribuirão para o benefício da população paulistana. A Associação Comercial de São Paulo cumpriu com o seu papel, procurando estabelecer o diálogo e estimulando a redação de um substitutivo que não inviabilizasse as atividades legítimas e desse prazo razoável para a adaptação das empresas. Com a lei aprovada, orientaremos nossos associados a buscarem resguardar seus direitos, sem prejuízo de procurarmos um entendimento com o poder público, visando conciliar o objetivo de reduzir a poluição visual da cidade com o da preservação de atividades legítimas e do direito das empresas se comunicarem com seus clientes.
A eficiência da Polícia Federal
evidente que Alckmin ainda crescerá um pouco
ARTHUR CHAGAS DINIZ Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente em exercício Alencar Burti Presidente licenciado Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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e existe uma variável elástica, essa é relativa à velocidade com que a Polícia Federal resolve crimes no Brasil. Para nós, leigos, vai desde inquéritos muito rápidos de questões complicadas até muito lentos para a solução de questões que nos parecem simples e de responsabilização clara. Às vezes, a PF utiliza um gigantesco efetivo para solucionar casos que nos parecem simples – Daslu, por exemplo - até efetivos muito limitados para solver questões de importância capital. O exemplo mais claro desta solução lenta e sem divulgação é o caso dos mensaleiros. O intermediário era conhecido: Marcos Valério. Os beneficiários, identificados: a quadrilha de deputados do PT e seus aliados. E os resultados da PF não apareceram até agora. Os deputados alegaram Caixa 2, Marcos Valério informou os supridores, mas a título de que os bancos mineiros fizeram as “doações” ficou nas brumas. Não sei, nem mesmo, se os deputados mensaleiros corrigiram suas declarações de Imposto de Renda.
O DOSSIÊ
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O fim dos anúncios externos é uma confissão de incompetência da Prefeitura
TRECHOS DO COMENTÁRIO DE CESAR MAIA, PREFEITO DO RIO HTTP://CESARMAIA.BLOGSPOT.COM
SOBRE
A
gora estamos em marcha lenta para a apuração dos responsáveis pelo dossiegate e a origem dos recursos que utilizaram. Sabe-se que o custo total seria da ordem de R$ 1,75 milhão. Suspeita-se de que a maior parte do dinheiro tenha origem em ONGs que, por sua vez, teriam recebido os recursos do Tesouro Nacional. As notas em dólar são novas e seriadas. Em tese, seria fácil saber de onde vieram. A PF “pensa” em pedir ajuda ao FBI. E os recursos internos? De que contas saíram? Laranjas? Quem depositou nessas contas? A Polícia Federal de Márcio Thomaz Bastos, o “Gravatinha”, está demorando tanto que, aparentemente, só vamos ter resultados depois da eleição. Como os mafiosos, os petistas envolvidos, “meninos do Brasil”, vão segurar a responsabilidade. Como os mafiosos, são “uomini d’onore”. Mas que a PF tem um comportamento errático em relação aos crimes, a depender de suas vinculações aparentes, isso lá tem! ARTHUR CHAGAS DINIZ É PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL.
A Polícia Federal age em marcha lenta na apuração do dossiegate.
ão resta mais dúvida que o dossiê contra o candidato José Serra foi montado por seus inimigos, exclusivamente por razões eleitorais e pela aproximação do pleito do domingo próximo. O dossiê e seu objetivo foram desfeitos pela ação da Justiça, que inculpou oito personalidades ligadas a esse acidente. Não tinha eu dúvida de que o candidato José Serra não havia cometido a infantilidade de usar o dossiê como propaganda eleitoral. Ele, que tinha e tem recursos de sobra para exibir, sem nenhuma relação com dossiê ou outra armadilha de tempo eleitoral, fértil nestas imaginações.
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stá provado que a tentativa de desclassificação e o comprometimento do candidato José Serra não pegou e até o fortaleceu, pois ficou evidente que o seu passado político é limpo e não permite as fabulações que foram inventadas para enxotá-lo da disputa eleitoral. Esta é uma nódoa da democracia de sufrágio, que, apesar dos pesares, é ainda o melhor regime, que assegura garantias de liberdade e de manifestação do pensamento, livre da pressão do Estado, ainda não de todo extinta em algumas correntes e em alguns candidatos políticos. O candidato José Serra serviu, na sua inteireza e na sua modéstia, para capitalizar em favor da democracia todos os eleitores que vão e que querem saber em quem votar, concorrendo por uma limpeza cabal da democracia e de seus engodos, ainda subsistentes, apesar das insistentes campanhas moralizadoras. Quem está saindo vitorioso do conceito em que se tem o regime é a democracia, que ganhou com o desmascaramento das insinuações feitas sem fundamento contra um candidato a cargo de mandato. Em suma, finalizando, nada contra o futuro mandatário. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Ficou provado
que o passado de Serra é limpo e não permite fabulações inventadas para enxotá-lo da disputa eleitoral.
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Congresso Planalto Escândalos CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira e sábado, 29 e 30 de setembro, e domingo, 1 de outubro de 2006
Isso (decisão do TSE) parece coisa de ditadura, não de democracia. Clóvis Rossi, jornalista
SOBRA VONTADE POLÍTICA. PARA AS ELEIÇÕES.
MANOBRA CONTRA O ELEITOR: INVESTIGAÇÃO DE ESCÂNDALOS (SANGUESSUGAS, DOSSIÊ) FICA PARA DEPOIS. J. B Neto/ Ag. O Globo -18.09.06
Roberto Jayme /AE- 12.09.06
Freud Godoy, ex-assessor de Lula
Wilton Junior / AE - 26.09.05
Situação de Ney Suassuna (PMDB-PB) só no dia 4
Pedido de cassação de Berzoini, depois, se ele for eleito
PUNIÇÕES? POR ENQUANTO, NENHUMA. Só depois das eleições é que o País saberá a verdade sobre o dossiê Vedoin. Só depois das eleições é que a CPMI dos Sanguessugas ampliará sua investigação.
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m época de eleição, (quase) tudo fica para depois que os votos nas urnas são contabilizados. Neste ano, não será diferente. Seis acusados de envolvimento, entre eles Freud Godoy, exassessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que participou da negociação de um dossiê com informações contra o candidato tucano ao governo de São Paulo, José Serra – serão presos preventivamente pela Polícia Federal (PF) depois das eleições. E só se a ordem de prisão for mantida
até a zero hora de quartafeira, quando termina o período no qual a Justiça Eleitoral proíbe o cumprimentos de mandatos de prisões no País. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) notificou o presidente nacional do PT, o deputado Ricardo Berzoini (SP), e o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, acerca da abertura de uma investigação sobre a participação deles no escândalo do dossiê. Mas o julgamento do TSE não fica para depois das eleições. Fica para 2007, mesmo. O PT
deixou para depois das eleições a discussão sobre o envolvimento de petistas, entre eles, Berzoini, no episódio. Já a oposição também vai aguardar a eleição para definir se pede a cassação do deputado petista. Sanguessugas – A PF vai investigar depois das eleições a participação do empresário Abel Pereira na montagem e compra de documentos que comprovariam a participação de tucanos com a máfia das ambulâncias. A reunião do Conselho de Ética na qual seria apresentado o relatório do
processo contra o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) por suposto envolvimento com a máfia dos sanguessugas foi adiada por falta de quórum e remarcada para o dia 4. A CPMI dos Sanguessugas voltará a se reunir apenas depois das eleições. Só então será votada a convocação dos ex-ministros da Saúde José Serra, Barjas Negri e Humberto Costa. "A investigação em outros ministérios, só depois das eleições", diz o deputado Antonio Carlos Biscaia (PTRJ), presidente da comissão.
O PSDB vai discutir questões internas, como a carta aberta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que fez autocríticas aos tucanos, depois das eleições. Quanto ao último acusado de envolvimento com o escândalo do mensalão a ser julgado pela Câmara, José Janene (PP-PR), o deputado ganhou mais tempo para evitar a cassação. O presidente da Casa, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), informou que só colocará o processo de Janene em votação depois das eleições. Kety Shapazian
Ailton de Freitas/AOG 22/09/2006
LORENZETTI DEMITE-SE DO BESC Em carta enviada à instituição financeira, o churrasqueiro preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou seu desligamento do Banco do Estado de Santa Catarina sem qualquer justificativa.
Hamilton e Freud depõem hoje em SP
O
s depoimentos de Hamilton Lacerda, ex-chefe da campanha de Aloizio Mercadante, e de Freud Godoy, exassessor especial da presidência, acusados de envolvimento no caso do dossiê Vedoin, serão tomados somente hoje pelo delegado Diógenes Curado. Os dois deveriam depor ontem na sede da Polícia Federal em São Paulo. O promotor do Mato Grosso, Mario Avelar, responsável pelas investigações da chamada máfia dos sanguessugas, chegou em São Paulo ontem à noite, provavelmente, para acompanhar os depoimentos de Hamilton e Freud. Freud teve sua prisão temporária decretada, mas ela só pode ser cumprida 48 horas após as eleições. Pela legislação, nesse período tanto candidatos como eleitores só podem ser presos em casos de flagrante ou cumprimento de sentença condenatória por crime sem direito à fiança. (AE)
Edmilson Magalhães/ Diário Grande ABC/ AOG
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farmacêutico Jorge apenas solicita o desligamento Lorenzetti, conhe- e agradece "o apoio e comprecido como o chur- ensão" recebidos dos funciorasqueiro preferi- nários do banco. Lorenzetti asdo do presidente Lula e um dos sumiu o cargo de diretor admiprincipais envolvidos no es- nistrativo do Besc em março de cândalo da compra do dossiê 2005, indicado na cota do prócontra os tucanos, pediu de- prio presidente Lula, sem o missão da diretoria adminis- apoio do PT de Santa Catarina. trativa do Banco do Estado de Em 1º de agosto deste ano, peSanta Catarina (Besc) - sob con- diu licença sem remuneração trole federal - de onpara participar da de estava licenciado campanha. Foi ideadesde o dia 1º de oulizador e coordenatubro para se dedicar dor do Fórum Cataà campanha da reerinense Pró-Lula, leição do presidente, Agradeço o grupo de empresáonde era coordena- apoio e a rios e políticos locais dor de risco e mídia de vários partidos compreensão do comitê petista em que apóiam sua reeBrasília. O pedido de recebidos dos leição no estado. demissão foi apre- funcionários Juntos – A proxisentado quarta-feira do banco. midade de Lorenzete aceito ontem pelo ti com Lula vem desJorge Lorenzetti de os tempos da funconselho de administração do banco. d a ç ã o d o P T, e m Lorenzetti tinha 1980. Ele foi um dos um cargo-chave no criadores da Fundacomando nacional da campa- ção Interuniversitária de Estunha à reeleição do presidente do e Pesquisa sobre o Trabalho Lula, mas foi desligado do co- ( R e d e U n i t r a b a l h o ) , u m a mitê logo que o escândalo veio ONG que recebeu recursos do à tona. Ele é acusado de coor- Ministério do Trabalho e Emdenar a tentativa de compra do prego (MTE) e da Financiadodossiê, por R$ 1,7 milhão, junto ra de Estudos e Projetos (Fiao empresário Luiz Antonio nep), ligada ao Ministério da Vedoin, dono da Planam. Ciência e Tecnologia (MCT). A Sem motivo? – Nem a nota Rede Unitrabalho recebeu oficial divulgada pelo banco, R$ 18 milhões do Ministério do nem a carta apresentada por Trabalho, sendo R$ 4,1 milhões Lorenzetti à diretoria explici- pagos um dia antes de estourar tam o motivo do pedido de de- o escândalo da compra do dosmissão. Na carta, o ex-diretor siê Vedoin. (AOG)
Batata assando: após levar o escândalo do dossiê Vedoin para dentro do Planalto, Lorenzetti demite-se.
Hamilton Lacerda
OPOSIÇÃO COBRA BASTOS E PF Senadores do PSDB e PFL acusam o Ministério da Justiça de promover operação "abafa" sobre dossiê.
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presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati, disse ontem que se o ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, não responder por que o BC não foi acionado para ajudar a identificar a origem do dinheiro que seria usado para compra do dossiê Vedoin estará sendo "cúmplice de um crime". "Isso é um absurdo, um escândalo. O ministro tem de responder e se não responder estará claramente dando demonstração que não está sendo a seu gosto republicano. Pelo contrário, estará sendo cúmplice de um crime", disse Jereissati. Ele poupou, no entanto, o Banco Central. Disse que o BC não é suspeito "por que está correto, por que tem obrigação do sigilo bancário e não foi instado pela Polícia Federal e pelo Ministério da Justiça". "Ele (Meirelles) foi bastante claro e honesto ao dizer que o BC tem condições de dar todas as in-
formações, mas como não foi instado judicialmente não pode dizer nada", afirmou. Jereissati e o também senador Heráclito Fortes (PFL-PI), um dos coordenadores da campanha do tucano Geraldo Alckmin, disseram também que a credibilidade da Polícia Federal está em jogo depois do episódio do dossiê. "Eu suspeito fortemente que a Policia Federal tenha todas as informações (origem do dinheiro para a compra do dossiê) e esteja postergando para depois das eleições. Eu lamento dizer, porque é uma instituição que merece toda a nossa credibilidade, mas essa credibilidade está em dúvida", acusou. Isso porque a Polícia Federal não pediu informações ao BC sobre a origem dos dólares e reais. "Por que a Polícia Federal não pediu apoio ao Banco Central? Se não pediu e já tem o banco originário, sabe como foi o caminho e de quem é parte
do dinheiro, pelo menos", disse o presidente do PSDB. PF – Em resposta às críticas, o diretor da Polícia Federal Paulo Lacerda os acusou de "estarem em campanha". Eles responderam: "Se o Lacerda estranha que estamos em campanha, estamos sim. Estranho é o diretor da PF estar participando de campanha. Se essa questão de onde veio o dinheiro, até as eleições, não for resolvida, não é por incompetência da PF", afirmou Jereissati, insinuando que Lacerda participa de uma operação abafa, para ocultar a origem do dinheiro. "Há uma inquietação na PF. Parece que existe um controle político", continuou o tucano. Fortes argumentou que não cabe ao Senado investigar, mas à PF. "Não pode a PF apurar fatos e esses não se tornarem públicos. É um direito que a oposição tem de lançar suspeita sobre a demora na apuração", protestou o pefelista. (AE)
TSE interfere em liberdade de expressão
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jornalista Clóvis Rossi, da "Folha de São Paulo", criticou ontem o julgamento de um recurso favorável ao PT, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que concedeu direito de resposta ao presidente Lula por ter escrito um artigo, em 22 de setembro, com o título "Como se faz uma quadrilha". Advogados do jornal já entraram com recurso alegando cerceamento de defesa. "Isso parece coisa de ditadura, não de democracia", afirmou o jornalista. A questão está sub judice. (SK)
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Política
Marlene Bergamo/Folha Imagem
Lula confirma expectativas: não comparece ao confronto com adversários
Acertando o passo: Heloísa Helena, Geraldo Alckmin e Cristovam Buarque 'ensaiam' suas performances à frente da cadeira vazia do presidente-candidato, no estúdio da Globo.
SEM LULA, TODOS CONTRA LULA. tiveram o direito de fazer as perguntas como se ele estivesse presente. Além dele, foram convidados Geraldo Alckmin (PSDB), da Coligação Por um Brasil Decente (PSDB/PFL); Heloísa Helena (PSOL), da Coligação Frente de Esquerda (PSTU/PCB/PSol) e Cristovam Buarque (PDT).O debate, com apresentação de William Bonner e mediado por ele, começou às 22h05. As regras do debate foram as mesmas do anterior, realizado entre os candidatos ao governo de São Paulo, realizado na última terça-
feira. Foram cinco blocos, quatro de debates e o último reservado para considerações finais. A ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva esfriou o clima do debate. Mas até na avaliação de adversários ele acertou ao não ir ao confronto. "Do ponto de vista dele, raciocinou corretamente. No embate perderia mais, já que não tem suficiente conhecimento das coisas. Ele ia levar um banho", disse Alberto Goldman, candidato a vice-governador de São Paulo na chapa do tucano José Serra.
CRÍTICAS AO GOVERNO FEDERAL E À CORRUPÇÃO
SERENA AO FALAR, ÁCIDA NAS CRÍTICAS E IRONIAS.
'LULA ROUBOU DO ELEITOR O DIREITO À INFORMAÇÃO'
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erena, mas sem por isso abandonar a carga explosiva do seu discurso, a candidata do PSol, senadora Heloísa Helena, não economizou críticas à ausência do presidente e candidato Lula ao debate. Para ela, o petista teria faltado para não correr o risco de enfrentá-la. Usou, então de ironia cáustica. "Ninguém aqui o trataria mal, quem se sente agredido é o povo brasileiro", disse a candidata, citando, a seguir, os escândalos de corrupção. Ao lamentar o não comparecimento do seu principal adversário, ela investiu também contra o tucano Geraldo Alckmin, e com a mesma severidade: "Lula tinha que vir aqui. Ia ser aquele bate-boca para saber quem roubou mais e quem roubou menos". A candidata procurou deixar claro que outros integrantes do governo participam de esquemas de corrupção e que não iria tolerar quaisquer desvios de conduta em sua gestão, caso fosse eleita. Depois de dirigir a pergunta sobre corrupção ao ex-governador paulista – tendo em vista os ataques promovidos em todo o Estado de São Paulo por uma facção criminosa – e de
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Como já esperavam os seus adversários, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pela Coligação A Força do Povo (PT/ PRB/PCdoB), faltou ao último debate entre os presidenciáveis antes das eleições, realizado pela "TV Globo". Ele avisou que não iria às 19 horas – e seguiu para São Bernardo do Campo, para encerrar a campanha "onde eu comecei". Mesmo assim, os demais candidatos
eraldo Alckmin, candidato do PSDB, considerou o não comparecimento de Lula ao debate uma falta de respeito com o eleitor, "uma visão autoritária de alguém que não quer prestar contas à população". "Lula, com essa ausência no debate, mandou um recado aos brasileiros e brasileiras: 'eu não estou interessado na sua opinião'. No domingo, mande um recado pra ele: mude de presidente", ironizou. No terceiro bloco do debate, Alckmin fez uma pergunta a Lula. O candidato tucano queria saber por que ele não foi. "Será que ele não conseguiria explicar o caos na saúde e na educação?" Alckmin argumentou que é possível "unir política e ética" e que o novo conceito de ética seria eficiência. E disse que, se for eleito, vai implantar a licitação eletrônica, que é uma forma de combater a corrupção. "Não é possível achar que essas malas de corrupção são coisas normais. Não podemos perder a capacidade de se indignar com as coisas que estão erradas", explicou o tucano. Perguntado por Cristovam Buarque sobre a carga tributária, o tucano considerou "um
Fotos: Bruno Domingues / Reuters
Lula, com essa ausência no debate, mandou um recado aos brasileiros e brasileiras: 'eu não estou interessado na sua opinião'. Geraldo Alckmin
problema gravíssimo" a questão dos impostos no Brasil. "Os impostos já chegam a 38% do PIB e impedem o crescimento do País. E tudo isso porque o governo gasta muito, e gasta mal, com centralização, desperdício e corrupção", explicou. "Até na compra de ambulâncias há roubo", acrescentou o candidato, defendendo um "choque de gestão", com eficiência no gasto público. O tucano também defendeu o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, afirmando que a estabilidade adquirida na área econômicapermitiu avanços. "É preciso ter uma política fiscal e monetária, além de uma carga de impostos que não sufoque o crescimento do País."
Ninguém aqui o trataria mal, quem se sente agredido é o povo brasileiro. Senadora Heloísa Helena, candidata do PSol, sobre a ausência do presidente Lula.
ressaltar que isso acontecera como consequência da falta de pulso de sua gestão e da administração de seu antecessor Mário Covas – a senadora disse que tudo é resultado de uma irresponsabilidade administrativa, que inclui a Presidência da República. Como combate à violência urbana ela falou na implantação de regimes prisionais diferenciados – de acordo com as penas de cada detento – e a dignificação dos salários dos policiais, além de mudanças na Lei de Execuções Penais . Em relação à educação, a senadora defendeu a implantação da escola em tempo integral com esporte, música e dança. "Isso quebraria a estrutura do narcotráfico", disse.
ristovam Buarque (PDT) iniciou sua participação no debate fazendo uma pergunta ao faltoso Lula. O candidato indagou se o presidente renunciaria, caso reeleito, se forem confirmadas as suspeitas de corrupção que envolvem seu nome. Buarque disse que o Brasil e s e u s d i r i g e n t e s p re c i s a m "transformar o ciclo vicioso da economia em um ciclo virtuoso". Questionado sobre corrupção, ele não perdeu a oportunidade de desferir nova farpa contra Lula, e disse que a falta do presidente-candidato ao debate foi um ato de corrupção "que roubou do eleitor o direito à informação". O senador disse considerar o conceito de corrupção de forma mais ampla e exemplificou: "Quando se faz um prédio público de luxo e, para isso, tira recursos da educação e da saúde, este ato é uma forma de corrupção". Ele argumentou que os atos de corrupção, em qualquer esfera governamental, devem ser considerados "crimes hediondos". Ele concordou com a proposta da licitação eletrônica e acrescentou que vai proibir, se eleito , a reeleição mais de duas vezes para deputado, e mais de uma
Cumpri minha missão: a de dizer que o Brasil precisa de uma revolução na educação. Fico feliz por deixar essa marca! Cristovam Buarque
vez para senadores. Perguntado sobre suas propostas para a área da saúde, Cristovam não fugiu de seu principal lema de campanha e disse que somente uma "revolução na educação poderia resolver os inúmeros problemas do Brasil". E apresentou a proposta de criação do "Ponto da Saúde" em cada escola brasileira responsável, segundo ele, pela orientação de crianças e jovens a respeito de cuidados fundamentais. Ele também citou a universalização do saneamento básico. O pedetista novamente trouxe à tona o tema do desvio das verbas públicas e lamentou que "a corrupção das prioridades desvie" os recursos do orçamento federal.
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Pablo Sanchez/Reuters
O senhor [George W.] Bush fez EUA retrocederem 10 anos, talvez mais... Destruímos o mundo em nome da segurança. Do cineasta Oliver Stone no Festival Internacional de Cinema de San Sebastian antes da projeção de seu último filme, As Torres Gêmeas.
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SETEMBRO
2 -.LOGO
29 Dia do Jornaleiro Dia do Petróleo
S AÚDE A STRONOMIA
Mais próximos da água de Marte O jipe-robô Opportunity alcançou ontem o ponto mais importante da missão iniciada há dois anos e nove meses e chegou à beira da Cratera Vitória, em Marte, após percorrer 9,2 km desde que chegou ao planeta. Especialistas da Nasa, a agência espacial americana, agora vão guiar cuidadosamente o robô para que ele envie imagens detalhadas do interior da cratera de 800 metros de diâmetro. A expectativa da equipe é extrair novos dados sobre a história do
planeta. Os cientistas estão especialmente interessados em descobrir se ainda há água no interior da cratera. As primeiras fotografias distribuídas pela agência espacial mostram camadas de rocha nas paredes da cratera e dunas no fundo. "As camadas rochosas podem contar novas histórias sobre como eram as condições ambientais há muito tempo", explica o principal pesquisador do projeto, Steve Squyres, da Universidade Cornell, de Nova York.
A NIVERSÁRIO Stephane de Sakutin/AFP
Nova conta da obesidade Cardiologistas criam novo critério para definir riscos do excesso de peso
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epois de mais de um século usando o Índice de Massa Corpórea (IMC) para calcular o risco que a gordura do corpo causa à saúde, os cardiologistas começam a utilizar uma continha que deixa de usar o peso e a altura como referência. O IMC não leva em consideração a musculatura da pessoa ou onde se encontra a gordura, por isso, o novo método é muito mais preciso para detectar doenças do coração. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), 20% dos cardiologistas do País já usam nas clínicas um índice que tem como referência a proporção cintura-quadril - a medida da cintura dividida pela medida do quadril (tudo em centímetros). O novo cálculo recebeu o aval científi-
co, há menos de um ano, numa das maiores pesquisas já feitas sobre a relação gordura e coração, o InterHeart, em que 27 mil pessoas de 52 países foram avaliadas. "Gordura não é para ser pesada. Mas, sim, medida e numa região do corpo específica", diz o cardiologista Álvaro Avezum, do Instituto Dante Pazzanese e diretor da Fundação do Coração (Funcor), da SBC. "A gordura espalhada pelo corpo todo faz menos mal à saúde do que aquela acumulada na região da cintura." O organismo tem dois tipos de gordura. A subcutânea, que está espalhada por todo o corpo, e a visceral , que envolve os órgãos. A visceral se acumula na cintura. Todo mundo tem as duas gorduras. Mas, em quantidades exageradas, a da cintura é
mais prejudicial porque se acumula numa região importante do corpo e se torna uma barreira para a circulação sanguínea. As células de gordura da visceral produzem hormônios relacionados à inflamação e à alteração circulatória, aumentam a resistência à ação da insulina e a quantidade de gordura absorvida pelo fígado, o que sobrecarrega o órgão. Entre as doenças associadas à gordura visceral estão diabete, pressão alta, colesterol ruim e triglicérides, todos eles fatores de risco para o coração. O conjunto de problemas é chamado de síndrome metabólica. O quadril, onde também há acúmulo de gordura, não tão prejudicial, entra no novo índice apenas como referência na comparação com a cintura. (AE)
Alfredo Estrella/AFP
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A atriz e ativista francesa Brigitte Bardot completou ontem 72 anos, mas a festa foi para comemorar o 20º aniversário da fundação de proteção dos animais que leva seu nome. A instituição, com sede em Paris, recebe contribuições e atua em 20 países.
C IÊNCIA
Micróbios cada vez mais fortes vencer estes patógenos mutantes atua em 90.000 mortes por ano nos EUA, causadas por infecções no sangue, informou Louis Rice, do Medical Center, em Cleveland. A resistência cria um problema para os médicos, porque o número de mortes ligadas à ineficácia dos medicamentos aumenta. Outro problema é a pouca quantidade de novos antibióticos lançados pelos laboratórios, em um momento em que o arsenal existente destes medicamentos se torna cada vez mais eficaz.
OLHOS QUE SENTEM - O fotógrafo Alfonso Mercado mostra uma de suas obras. Cego, Mercado participa da Fundação Ojos que Sienten, criada no México para apoiar, divulgar e ensinar a fotografia entre pessoas cegas ou com problemas graves de visão. L ITERATURA
E M
C A R T A Z
TEATRO O Núcleo Experimental de Teatro (N.Ex.T) encena a montagem Textículos - Textos Minúsculos para Teatro. Rua Regro Freitas, 454. Telefone: 3106-9636. 22h. R$ 20 e R$ 10.
Tira-dúvidas de última hora
Uma nova série de notebooks da série Vaio C, da Sony, tem como principais atrativos a cor na parte externa, que pode variar do preto tradicional ao rosa ou verde e o potente processador Intel Core 2 Duo 1.66 GHz. À venda a partir de outubro por US$ 1.350.
Como evitar as filas na hora da votação? O que acontece com quem estiver na fila às 17h e ainda não tiver votado? Haverá segundo turno? Por que e como votar na legenda? Como anular o voto? Como corrigir o voto? Não encontro meu título de eleitor, como faço para votar? Estas e outras dúvidas de última hora podem ser esclarecidas diretamente no site do Tribunal Regional Eleitoral. Quem ainda tem dúvidas pode aproveitar os últimos dois dias antes da votação para conferir, também, o local de votação.
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A TÉ LOGO
Um padre foi preso na Flórida por roubar US$ 8,5 milhões de oferendas à igreja de Delray Beach. O padre, junto com o sacerdote que o precedeu no comando da paróquia, teria roubado o dinheiro aos poucos e usado as oferendas em viagens, cassinos, hotéis e restaurantes, segundo a polícia. Apartamentos foram comprados com as esmolas dadas pelos fiéis para manter as obras sociais da igreja. B RAZIL COM Z
Brasileiro leva Nobel alternativo Da BBC ao russo Pravda, ontem diversos veículos da imprensa internacional destacaram que o brasileiro Francisco "Chico" Whitaker Ferreira receberá o prêmio honorário do Right Livelihood Award, chamado "Nobel alternativo" e concedido anualmente em cerimônia no Parlamento da Suécia, em Estocolmo. Whitaker está entre os quatro contemplados deste ano, "pelo trabalho de toda uma vida dedicado à justiça social que fortaleceu a democracia no Brasil e ajudou a criar o Fórum Social Mundial, mostrando que 'um outro mundo é possível'", de acordo com o website da premiação. Ele é secretárioexecutivo da Comissão Brasileira de Justiça e Paz da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e membro do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial.
Uma Frida Kahlo ou 500 pesos Auto-retratos do casal Frida Kahlo e Diego Rivera, os artistas mais famosos da história mexicana, vão aparecer nas notas de 500 pesos a partir de 2009. As efígies de Frida e Diego, que morreram na década de 1950, vão ficar em faces opostas da nota de 500 pesos, a segunda maior em circulação, que vale cerca de 45 dólares. Eles entram no lugar do general Ignacio Zaragoza, que derrotou uma força invasora francesa em 1862. O objetivo da mudança, segundo ele, é dar maior representatividade às artes mexicanas nas cédulas. T URISMO
Plano de milhagem no espaço
Acima, as mãos do poeta Paulo Bonfim, que autografou um exemplar para Alencar Burti
poemas e crônicas a personalidade da vida paulista e paulistana. "Um verdadeiro patrimônio da cultura de nosso Estado e País", enfatizou. Para Ermírio de Moraes os escritos do poeta Bomfim devem servir de exemplo para as novas gerações de escritores. Sergio Leopoldo Rodrigues
O executivo britânico Alan Watts trocou suas milhas aéreas por uma viagem de verdade a uma altitude de 120 km, no limiar do espaço. Watts juntou 2 milhões de milhas e vai usá-las para garantir um lugar num dos primeiros vôos turísticos ao espaço, de acordo com um porta-voz da Virgin Atlantic Airways. O programa turístico terá início em 2009 pela Virgin Galactic, uma subsidiária da Virgin Atlantic, do empresário Richard Branson. Os vôos custam US$ 200.000. Os vôos de teste da nave da Virgin devem começar em 2007. O executivo terá três dias de treinamento antes de entrar na nave espacial, que viaja a mais de 4.800 km/h.
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L OTERIAS
Material genético dos ianomâmis de Roraima foi roubado por americanos nos anos 60 e 70 Governo define programa que dará direito a serviços gratuitos para diabéticos em 2007
L
Notebook colorido
Paulo Pampolin/Hype
aneiros de Meu São Paulo é nome do livro de crônicas do poeta Paulo Bomfim, lançado ontem na Academia Paulista de Letras (APL). Trigésimo de uma longa carreira iniciada, em 1947, com o livro Antônio Triste, prêmio Olavo Bilac, concedido pela Academia Brasileira de Letras (ABL), Janeiros reafirma a paixão do autor pela cidade de São Paulo. "Ela sempre foi uma fonte de inspiração para mim", disse Bomfim, ao autografar o livro para o amigo e bibliógrafo José Mindlin, que comentou: "O Paulo é um poeta de rara sensibilidade, que conhece bem esta cidade". Na fila de autógrafos estavam os escritores Fábio Lucas, Lygia Fagundes Teles e Márcia Camargos, juristas, poetas e empresários, como Antônio Ermírio de Moraes, presidente do Grupo Votorantim e Alencar Burti, presidente em exercício da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Para Alencar Burti, o poeta Paulo Bomfim soube, como ninguém, revelar em seus
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F AVORITOS
São Paulo de Bomfim
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G @DGET DU JOUR
Padres apostam doações em cassino
M ÉXICO
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Os micróbios desenvolvem constantemente formas de neutralizar os antibióticos, tornando-se cada vez mais resistentes a eles. Isso todos já sabiam. Mas agora, de acordo com estudos médicos apresentados ontem numa conferência internacional sobre o tema, realizada na Califórnia, o processo está cada vez mais acelerado, devido ao consumo excessivo e, muitas vezes, indiscriminado, de medicamentos. A ineficácia de uma série de antibióticos para
E UA
Google vai à Justiça para não quebrar sigilo de usuários do Orkut acusados de crimes
Concurso 1657 da QUINA 10
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Planalto Congresso Eleição Estadual Corr upção
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira e sábado, 29 e 30 de setembro, e domingo, 1 de outubro de 2006
O Lula não sabe nada do próprio governo. Dos outros, ele fica falando. José Serra
MERCADANTE PEDE VOTO DE CONFIANÇA
TUCANO ADMITE QUE SERÁ DIFÍCIL REVERTER A CORRIDA ELEITORAL Joel Silva / Folha Imagem
Eymar Mascaro
Lance final
O Para o ex-prefeito, o escândalo do dossiê foi "um fortíssimo tiro no pé do PT". "Já está meio cansativo tudo isso. O noticiário é o suficiente para as pessoas saberem o que está acontecendo", disse.
presidente do PSDB, o senador Tasso Jereissati vai insistir para que a justiça eleitoral declare a impugnação da candidatura de Lula à reeleição. O petista é acusado de ter cometido crime eleitoral no bojo do escândalo do dossiê contra tucanos. Jereissati faz questão de esclarecer que não se trata de um jogo no tapetão e sim da falta de transparência do governo do PT. Jereissati lembra que assessores diretos de Lula se envolveram na tentativa de compra do dossiê, que custou a prisão de seis petistas. Para ele, Lula teria se beneficiado e cometido o crime de abuso de Poder.
No clima: ex-prefeito abraça eleitores em Jaboticabal, interior paulista. Ele também esteve em Sertãozinho.
SERRA: SEM AMEAÇAS Mas para não cantar vitória antecipada, ele diz que não se considera eleito e aguarda a abertura das urnas.
O
candidato a governador de São Paulo José Serra (PSDB) admitiu ontem, em Jaboticabal, no interior do Estado, que vai ser difícil para os adversários reverterem o quadro eleitoral que garante a ele uma vitória no primeiro turno das eleições. Pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) divulgada na quarta-feira apontou Serra com 51% dos votos, 14 pontos à frente da soma dos demais concorrentes. "O problema é dos adversários. Eu acho difícil reverter, mas a pergunta não é para mim", disse. Ele, no entanto, evitou entrar no clima de 'já ga-
nhou', ao afirmar que não se considera eleito e que ainda espera o resultado das urnas. "A pesquisa é muito boa, mas eu tenho dito para todos que permaneçam mobilizados", afirmou. Serra recusouse a comentar a informação da Polícia Federal (PF) de que o ex-coordenador de Comunicação da campanha do candidato a governador Aloizio Mercadante (PT), Hamilton Lacerda, teria sido o intermediário na entrega do pagamento da suposta compra do dossiê que tentava envolvê-lo com a máfia dos sanguessugas. "Já está meio cansativo tudo isso e o noticiário da mídia é o suficiente para as pessoas sa-
berem o que está acontecendo", disse o candidato tucano. Serra, no entanto, reafirmou que o caso envolvendo o dossiê foi "um fortíssimo tiro no pé do PT" e deu a entender que não teme o fato de a PF querer ouvir o prefeito de Piracicaba (SP), Barjas Negri (PSDB), que estaria envolvido no caso. "A PF decide quem ela ouve ou não", concluiu o candidato, que seguiu em campanha para Sertãozinho e encerraria o dia em São José do Rio do Rio Pardo, no interior do Estado. Lula – Serra voltou a atacar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que o petista não sabe nada sobre o governo federal. Ao comentar as acusa-
ções de Lula, de que a série de denúncias de corrupção no País teria começado no governo Fernando Henrique Cardoso, Serra disse: "O Lula pensa que conhece mais do governo Fernando Henrique e do governo (Geraldo) Alckmin do que o dele próprio. Mas, do governo dele, ele mesmo não sabe nada. Dos outros, ele não sabe absolutamente nada e só fica falando." Serra evitou comentar se irá participar de um eventual pacto a ser proposto pelo presidente Lula, caso ambos sejam eleitos no próximo domingo. "Estou preocupado em me eleger e com que o Alckmin seja eleito. Só falo sobre isso". (AE)
MERCADANTE: DOSSIÊ É PESADELO "Será uma total injustiça se eu for prejudicado nas eleições", disse o senador, negando envolvimento no caso. Tiago Queiroz / AE
O
O petista quer que ex-assessor se pronuncie sobre o assunto, e pediu um voto de confiança à população.
CAMPANHA VAI CHEGANDO AO FIM
O
ntem foi o último dia da campanha eleitoral com o horário eleitoral gratuito em rádio e televisão, além de ter sido também o último dia para propaganda via comícios e reuniões públicas para a realização de debates. Hoje é o último dia para a divulgação paga, na imprensa, de propaganda eleitoral, no espaço máximo, por edição, para cada candidato, partido ou coligação, de um oitavo de página de jornal padrão e um quarto de página de revista ou tablóide. No sábado, será o último dia para propaganda eleitoral por meio de altofalantes e amplificadores de som ou para a promoção de
carreata. No domingo, dia da eleição, é proibido o uso de alto-falantes e amplificadores de som ou a promoção de comício ou carreta; a arregimentação de eleitor ou a propaganda de boca de urna; e a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos, mediante publicações, cartazes, camisas, bonés, broches ou dísticos em vestuário. Não caracteriza crime eleitoral a manifestação individual e silenciosa da preferência do cidadão por partido, coligação ou candidato, incluída a que contenha no próprio vestuário ou que se expresse no porte de bandeira ou de
flâmula ou pela utilização de adesivos em veículos ou objetos de que tenha posse segundo a legislação eleitoral em vigor para esta eleição. Urnas nos EUA - Eleitores brasileiros inscritos em Boston, nos Estados Unidos, poderão votar no templo da Assembléia de Deus. A decisão foi tomada na quarta-feira pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. Segundo o relator, ministro César Asfor Rocha, a sede do consulado brasileiro em Boston é alugada e, no domingo, será proibida a entrada de pessoas no local. Além de Boston, Miami e Nova York também terão seções eleitorais. (AE)
candidato do PT ao governo paulista, senador Aloizio Mercadante, disse ontem estar vivendo um "pesadelo" em sua vida e em sua campanha, por causa das denúncias envolvendo membros de sua equipe na tentativa de compra do dossiê Vedoin. Diante da notícia de que o ex-coordenador de comunicação de sua campanha, Hamilton Lacerda, foi responsável por entregar o dinheiro para a compra do dossiê contra tucanos, Mercadante voltou a negar que tivesse conhecimento do que estava ocorrendo. "Eu aguardo que ele (Hamilton) se pronuncie, e a conclusão do inquérito. Eu confio inteiramente no trabalho da Polícia Federal", disse, acrescentando que não teve mais nenhum contato com o ex-assessor. Mercadante afirmou ainda que torce para que a Polícia Federal conclua o mais rapidamente possível as investigações, se possível antes da eleição do próximo domingo. "Assim, eu afastaria definitivamente esse pesadelo que existe na minha vida e na minha campanha neste momento", disse o senador, que participou de uma caminhada no centro da capital paulista como parte das atividades de encerramento da campanha. Em um apelo à imprensa e à opinião pública, Mercadante pediu que lhe seja dado um voto de confiança, para que não precise pagar o preço de erros cometidos por outros. "Será uma total injustiça se eu for prejudicado nesta eleição", disse o senador, acrescentando que será demonstrado, no final, que ele próprio nunca teve nenhum envolvimento nesse episódio. (AE)
IMPEDIMENTO
SOCIAL
Se não puder contar com a impugnação da candidatura de Lula, o PSDB quer aproveitar as investigações do TSE para futuramente encaminhar o pedido de impeachment do presidente, caso seja reeleito. A oposição está disposta a não dar trégua a Lula num eventual segundo mandato.
Os votos de Lula vem sobretudo das classes "C", "D" e "E", que são as mais pobres, cujas famílias vivem de salário mínimo. São famílias que recebem o auxílio do Bolsa-Família. Este programa social do governo atende a 11 milhões de famílias, correspondendo a cerca de 35 milhões de pessoas.
CORRENTE
IMPASSE
Amadurece na oposição a idéia do impeachment e um dos maiores incentivadores da tese é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Para FHC, a oposição já tinha motivos com o mensalão para sugerir o impeachment do presidente. FHC acha que o PSDB bobeou.
Segundo as pesquisas Ibope e Datafolha de ontem, que estão rigorosamente iguais, Alckmin ainda precisa tirar 5 milhões de votos de Lula para forçar o 2º turno. Nas duas pesquisas, a diferença da soma de votos dos adversários para Lula é de cinco pontos.
NÚMEROS
1º TURNO
Alckmin cresceu nas Apesar do ataque da duas pesquisas. No Ibope oposição, Lula mantém a está com 32% de intenção fé de que se reelegerá já no de voto e no Datafolha 1º turno. Mas sua opinião é com 33%. Acontece que contestada por Geraldo Lula manteve o índice Alckmin e pelo oscilando entre 48% e 49%. coordenador de campanha O ideal para Alckmin seria do PSDB, Sérgio Guerra. que o petista não Alckmin diz que se sente alcançasse mais do que no 2º turno porque está 45% de preferência crescendo em vários eleitoral. estados do País.
PREJUÍZO
LOCALIZAÇÃO Alckmin continua recebendo pesquisas diárias. O tucano tem crescido, por exemplo, nos estados do Sul (que tem cerca de 20 milhões de eleitores). Nos estados do Rio Grande do Sul (7,5 milhões de votos), Paraná (7 milhões) e Santa Catarina (4,3 milhões) Alckmin está na frente de Lula nos levantamentos.
GALOPE Pelas pesquisas que o PSDB recebe diariamente, Alckmin tem mais de 10 pontos percentuais à frente de Lula em São Paulo (26 milhões de eleitores). O plano do tucano é chegar no dia da eleição com o mínimo de 15 pontos a mais do que petista na preferência dos eleitores paulistas.
MAIS DIFÍCIL Em compensação, o ritmo de campanha do tucano no Rio não é o mesmo. Alckmin encontra dificuldade de crescer entre os eleitores cariocas. Mas o prefeito César Maia continua otimista, prometendo alguns pontos a mais a Alckmin, que podem ajudar a prorrogar a eleição para o 2º turno.
O candidato tucano está sendo prejudicado pelo baixo índice de Heloísa Helena (Psol): 8% em ambas as pesquisas. O bom para Alckmin seria que a senadora tivesse de 10% a 12% para aumentar a chance de 2º turno. Detalhe: ainda não se conhece o impacto do debate de ontem à noite na TV Globo.
MANDINGA Faltando pouco para o dia das eleições, uma das principais preocupações da campanha de Alckmin é garantir que não haverá nenhum revés até lá. Ou seja, evitar todo e qualquer tipo de circunstância que venha gerar notícias desfavoráveis. Os mais alarmistas temem até em ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC), cujo efeito imediato seria atingir a candidatura do exgovernador paulista.
DESVANTAGEM A vantagem de Lula nas pesquisas tem sua origem principalmente nos estados do Nordeste. O petista tem a preferência dos eleitores nos três principais núcleos de votos da região: Bahia (9 milhões de eleitores), Pernambuco (5,7 milhões) e Ceará (5,3 milhões).
ENCONTRO Sem contar a ninguém, Lula recebeu seu amigo e presidente do Sebrae, Paulo Okamoto, acusado pela CPI dos Bingos de quitar uma dívida de Lula, utilizando-se de recursos dinheiro de 'caixa 2'. A presença de Okamoto foi percebida por fotógrafos.
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OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
DOISPONTOS -77
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A culpa é sua! ste texto tinha forma menos contundente, G Agora, graças até que fui apanhado –mas não surpreendi- a votos iguais ao do - pelo estelionato dos aplausos na As- seu, o Ninguém tão sembléia Geral da ONU. Tivesse um indivíduo honesto quer mais. comum concordado com a montagem desta fita eleitoresca, a farsa já seria sido vergonhosa. Toda- G Considere-se via, em se tratando do presidente do meu país, inocente caso para mim –e assino isso - é pouca vergonha mesconsiga lembrar mo. Reli o que estava feito e fui colocando no lugar dos artigos indefinidos o nome que lhes cabia dos cinco nomes e, por mais que eu o reescrevesse, diariamente era nos quais votou superado pelos escândalos da hora. A culpa é sua em 2002, caso ainda saiba porque e vou provar aqui mesmo! Considere-se inocente caso consiga lembrar os escolheu dos cinco nomes nos quais votou em 2002, caso e, se além disso, ainda saiba porque os escolheu e, se além disso, acompanhou um acompanhou um pouco dos seus desempenhos pouco de seus nos cargos onde chegaram com o seu voto. Aqui desempenhos cabe destacar os legisladores, pois presidente e nos cargos onde governador são notícia permanente. Inclua os chegaram com vereadores da última. Você sabe como os seus o seu voto. têm votado? Votar é muito mais grave do que outorgar uma procuração em branco. Sua Ex-cellência (prefiro-o Ex) lhe escondeu atributos nada confessáveis. A menos que seja membro ou favorecido por alguém dessas quadrilhas, certamente você sofreu algum prejuízo material (espere) ou moral (há mais de um ano só vejo brasileiros, como eu, querendo resgatar o precioso orgulho em sê-lo; também não encontro um militante falando bem do Par-Tidão). Tal gravidade revolta ainda mais porque a sua descomprometida e inconseqüente digitação na urna eletrônica - responsável pela eleição daqueles que você consagrou sem noção do que fazia - dá a eles a validade garantida por quatro (ou oito) anos e, note bem, você não pode revogá-la. E a culpa é sua. O que vimos, enoja, envergonha, deprime, por causa do seu voto. Por causa da sua escolha sem critério. Quantos você consagrou na última hora, sem o menor conhecimento a respeito deles, nem passado e nem presente? Pior ainda, para você e para nós, seu voto, inconsciente da sua própria importância política, deu à alguém o direito de legislar sobre o seu e sobre o meu futuro, como cidadãos, entende? Acredite se quiser, eu e a imprensa internacional - talvez até você também - assistimos pela televisão, direto de Paris, Sua Excedência (o Nunca d´antes excede tanto que chega a superar a si mesmo, como um parafuso sem fim) indultar, justificar, estimular, ensinar e por fim dar exemplo ao mundo e aos nossos jovens de que o Caixa 2 é aceitável porque todos o praticam. Eu, pelo menos, rechaço com veemência a minha inclusão neste “todos”. Agora, graças a votos iguais ao seu, o Ninguém tão honesto quer mais. O Nunca d´antes imaginou que parte deste montante desconhecido e de origem mais do que duvidosa seria apanhada em flagrante em poder de assessores da Presidência, ou próximos a ela. Mas, a responsabilidade foi imediatamente transferida para quem escolheu este grupo (até esta hora com oito). O rádio informa que já existe um nono, antes mesmo que eu pudesse comentar que o responsabilizado pelo ato falho, ou pela falha do ato, também vem somar-se ao time dos Ex. Esse país, desde os tempos de Cabral, jamais teve notícia de tantos Ex em uma mesma gestão. E o gran-finale será o próprio como Ex antes do tempo? Nossa legislação é uma das mais extensas do mundo ocidental. Todos os atos oficiais são despachados sob o amparo das leis. Contudo, elas são em tal quantidade que, ante uma que proíbe algo, é certeza que exista algum artigo específico que transforma aquela proibição em licença para "desproibir". Às autoridades constituídas com-
E
NEIL FERREIRA NUNCA FOI TÃO FÁCIL VOTAR: FORA LULLA, MERCADANTE E SUPLICY.
pete dinamizar esta coreografia, mantidos os princípios democráticos. Acontece que às vezes, a proporção entre os bons e os maus torna-se muito perversa por variadas causas, entre elas os péssimos exemplos e a impunidade. E isso acontece por que a redação destas mesmas leis já é feita propositadamente (e nas nossas barbas, porquanto seus desempenhos são quase nada acompanhados por eleitores que nunca foram responsabilizados) para inseminar as brechas através das quais algum mensaleiro, algum sanguessuga, um ou outro ministro de maior ou menor importância, algum juiz chegado a grandes obras ou a sentenças insólitas, algum diretor de estatal, movidos como maus exemplos de garçom ou carregador de malas (sem ofensa aos verdadeiros profissionais, atividades cuja remuneração consiste em caixinhas), possam dispor deste estoque de brechas, de grutas legais, onde se abrigam, para não serem punidos jamais, em tempo algum. É mentira minha? Falei bobagem? Cadê alguma quantia expressiva devolvida ou recuperada para o Tesouro? Qual é o processo contra um deles sequer que tenha tido andamento célere, no âmbito da Justiça? (Por justiça, devo reconhecer o exemplo da atuação de José Eduardo Martins Cardoso que, presidente da CPI da Máfia das Propinas, conduziu os trabalhos a bom termo, em 90 dias. Resultado: cassação.) Culpa do Judiciário (responsável pela interpretação e aplicação) ou do conteúdo intrínseco das leis e os meandros dos Códigos? Quem as faz (refiro-me apenas aos maus)? Quem escolheu, imprudentemente, aquele que as faz? Pense no coletivo e aceite a sua culpa no individual.
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ão existe segredo. Bons parlamentares elaboram boas leis, firmes, sem margem para que Executivo, Judiciário, Ministério Público e o próprio Legislativo fiquem dando voltas e mais voltas para burlar em benefício corporativo as leis que eles elaboraram e aprovaram em nosso nome, porque tiveram o nosso voto. Aliás, nosso não! O seu, porque os meus escolhi por conhecê-los bem e permaneço acompanhando-os. Nesta e nas eleições vindouras procure selecionar com mais conhecimento e, se possível, ajude a esclarecer os mais simples para que votem em gente correta, valorizando os nossos papéis como cidadãos. Precisamos impedir que Sua Excrescência (Excrescência = Proeminência, MiniAurélio, fls.208) continue tentando dividir os irmãos brasileiros. Precisamos "re-honestizar" a Nação. Cidadania à flor da pele pode dar algum trabalho, mas vale a pena escolher com mais critério os seus parlamentares, pois além deles, que elaboram, redigem e aprovam as leis na forma como são publicadas nos Diários Oficiais, só mais uma pessoa pode ser responsabilizada pela situação social, econômica, fiscal, judicial e, sobretudo, moral na qual está o meu, o seu, o nosso país: você, que com o seu voto lhes conferiu o mandato para que se conduzam sem o menor decoro, moral, eleitoral, pessoal, familiar, ético, partidário e parlamentar. Por ter lhes oferecido o lugar nas tribunas, a culpa é sua! MAURO FRIEDHOFER COGITO@TERRA.COM.BR
A
penas três pontinhos separam Geraldo do segundo turno. Chegou a hora de livrarmos "esse país" do crime organizado. É claro que estou me referindo às hordas petistas e ao seu Godfather, d. Vito lulleone, que estão se desmanchando. Mais seis capi-regime desabaram, um deles dos mais gordões e lustrosos. Compagne Berzoini foi duas vezes sinistro, do Lavoro e da Previdência, quando quase matou um monte de velhinhos de mais de noventa anni, na fila do INSS, mas fracassou no seu intento. Consigliere de d. lulleone, capo do partido, mais estilhaçado do que partido, foi alcunhado pelo Chefone de Il Aloprado. No Houaiss, "aloprado" também é "travesso". O gordinho fez travessurinha. A famiglia está em
G Domingo
vai ser moleza. De um lado, dom Vito lulleone. Do outro, nós e um monte de candidatos. polvorosa. "La cosa qui era nostra ficou nera", eles sussuram à sorrelfa. Domingo vai ser moleza. De um lado, d. Vito lulleone. Do outro, nós e um monte de outros candidatos. Essa é a essência da eleição em dois turnos. Eu escolhi o Geraldo não apenas para ser um "voto contra" o crime organizado, mas para ser um "voto a favor" da sociedade necessitada de colocar um basta em "tudo isso que está aí" (Já escutei isso antes).
E
m São Paulo, outra moleza. Do lado de lá a coligação lulla-quércia-mercadante. Do lado de cá, nós, deu a maior vontade de escrever "nós, do bem", mas fiquei tímido. O nanico quércia, agora posando de machão é impossivel esquecer o conjunto "Village People" cantando "Macho, macho man / All I wanna be is a macho man..." quando ele late contra o Serra certamente vai ser pago
em ministérios e cargos, pela boca de aluguel que foi no seu interminável programa de tv. O seu nanico apoio ao outro nanico, mercadante, é até escandaloso. O nanico mercadante é patético. Mente com descaramento ímpar quando afirma que foi bom senador de São Paulo. Não foi. Sempre foi senador só do PT. Foi debaixo da sua bigodeira, e do nariz do inútil suplicy, que o BNDES não deu um centavo para o Rodoanel, nem para o metrô, destinando 600 milhões de dólares ao metrô de Caracas, na Venezuela rica em petróleo do cumpanhêro Chávez. Eu nunca vi, li ou ouvi uma única palavra do mercadantea favor de São Paulo no Senado. Ele pode ter sido um bom lider do gunverrrvo lulla, gastando todo o tempo armando trambicagens. Pior, o nanico ameaça continuar o que a marta obrou na capital e trazer "o Brasil de lulla para São Paulo", o Brasil de sanguessugas, vampiros, mensaleiros como joão paulo cunha, profeçor luizinho e josé mentor candidatos, palocci com prisão decretada, candidato. Serra, mais moleza. uplicy, o vagau, dezesseis anos lá com um único projeto virtual e não real, o tal renda "Conceição" cidadã, ninguém sabe ninguém viu. Se entendi, é mais dinheiro dos impostos não sei para quem, a troco de nada, mais mesada a juntar-se à bolsa-esmola, que compra uns vinte e cinco milhões de votos para o lulla ficar mais quatro anos cumprindo a missão divina de destruir eççe país. Ah, mas suplicy é direito, ingênuo. Direito é obrigação mínima de qualquer cidadão, quanto mais de um político profissional. Ingênuo? Fala sério, mais de sessenta anos, professor universitário, autor de livros, político profissional, vivendo a vida toda nas estratosferas do partido, candidato a prefeito e a governador, deputado federal, duas vezes senador, ex-marido da marta, esse cara é superescolado em patifarias e máfias, de Santo André a Ribeirão Preto. Ou ele também não viu nada, é mais um lulla. Senador, então, mais moleza, Afif, 252. Impecável história pessoal de trabalho e honestidade. E uma causa concreta e não virtual, a batalha contra os impostos escorchantes.
S
NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR
G Meu voto: 45 Geraldo 45 Serra 252 Afif 4525 Paulo Renato 45444 Ricardo Montoro
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Congresso Planalto Gover no CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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GOVERNABILIDADE, PROBLEMA PARA QUEM SE ELEGER
Não há dúvida que o presidente já não tem a mesma força de antes. Aldo Fornazieri
O DIFÍCIL BRASIL O próximo ocupante do Palácio do Planalto deverá contar com uma grande capacidade de conciliação – ou enfrentará uma grave crise de governabilidade. Cientistas políticos são unânimes em afirmar isso.
Paulo Liebert / AE
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t i r o t e i o e n t r e queceu politicamente e susciPSDB e PT terá sé- t a - s e a v o l t a d e s e u rias conseqüên- impedimento. Qual é a consecias na governabi- qüência disso? Lula precisará lidade do País em 2007. Espe- mais uma vez do PMDB para cialistas afirmam que a crise do ter maioria no Congresso. E o dossiê contra os tucanos, que que vai acontecer? O PMDB causou a queda do coordena- vai querer cobrar muito caro". dor da campanha presidenFornazieri acrescenta que o cial, Ricardo Berzoini (atual ex-presidente Fernando Henpresidente do PT), acirrou os rique Cardoso é outro probleânimos de tal maneira que o ma. Ele já demonstrou que presidente eleito – seja Luiz manterá os ataques ao PT. "O Inácio Lula da Silva (o mais ex-presidente já mostrou que provável, segundo as pesqui- vai radicalizar". sas), seja Geraldo Alckmin – Paradoxo e continuidade – precisará de muita paciência O cientista político Rubens Fipara desarmar os espíritos. gueiredo, do Centro de PesQual deles terá mais condi- quisa, Análise e Comunicação ções de construir a governabi- (Cepac), afirma que o processo lidade no Congresso de forma político poderá resultar num sustentável? Para os especia- paradoxo: "Presidente eleito listas, o tucano tem mais chan- (Lula) com autoridade política ce de obter apoios que o PT, contestada na Justiça". abalado pelas crises do mensaPara Figueiredo, não há oulão e do dossiê. Há também tro caminho para Lula se não se projeções de que PSDB e PFL aliar à parte do PMDB e méelejam grandes bancadas nas dios partidos. A estratégia foi duas casas, só ficando abaixo adotada no primeiro mandato do PMDB, que deverá ser o e está garantindo a reeleição. grande vencedor da eleição, "Para fazer frente à oposição, com exceção da Presidência da q u e s e r á m a i s p r e s e n t e e República. atuante, ele precisará do apoio Parte dos analistas lembra, dessas forças políticas. A genno entanto, que sem uma refor- te sabe a linguagem delas: é o ma política f i s i o l o g i sconsistente semo". rá difícil para P a r a s e l iformar maiobertar do firia estável nas siologismo e duas casas por t e n t a r a p recausa da instasentar uma bilidade dos agenda mínipartidos e das m a à o p o s id i s p u t a s i nção, Marco ternas. A u ré l i o N oSem reforg u e i r a , p roma política, fessor da tucanos e peUnesp, defentistas dispude que o prótam o comanximo governo Nogueira, Amaury, Dallari e do do País seja o menos Fornazieri: análises duras. desde 1994. petista possíNesta eleição, vel, isto é, sem a mais polêmica de todas, o sindicalistas e pessoas muito PSDB, em parceria com o PFL, próximas ao presidente . "Lula já pediu ao Tribunal Superior deverá assumir o segundo Eleitoral (TSE) que investigue mandato com um déficit (políum possível elo entre o PT e o tico) maior do que o de Alckdinheiro apreendido (R$ 1,7 min. O presidente já assume milhão) para obter o dossiê. Os desgastado por conta de um aliados de Lula acusam os ad- quadro de dificuldades no versários de articular um "gol- qual ele já teve uma participape branco" para impedir a ree- ção ativa. Formar um ministéleição do petista. rio pluralista pode ajudá-lo a Alternativa peemedebista dialogar com a oposição". O professor Aldo Fornazieri, O jurista Dalmo Dallari é da Fundação Escola de Socio- menos pessimista. Na sua avalogia e Política, não tem dúvi- liação, confirmada a vitória de da: o circo pegou fogo e será di- Lula no primeiro turno, o prefícil apagar o incêndio. "Há um sidente terá força política para cenário de tensão provocado dialogar com a oposição. Se pela troca de acusações e isso não conseguir, vai compor aumenta o risco político (crise) com os velhos aliados, repetinpara os dois lados", avalia. do a estratégia do primeiro Antes do dossiê, Lula se en- mandato. "O presidente Lula caminhava para uma vitória nunca teve maioria no parlano primeiro turno de forma mento. Em todo o primeiro tranqüila. A reeleição lhe daria mandato, enfrentou uma opoforça política para montar uma sição feroz e conseguir colocar base governista e propor uma em prática a sua política social. agenda de entendimento à É o que ele fará no segundo oposição. Como o dossiê atin- mandato". Dallari afasta qualgiu José Serra e Geraldo Alck- quer possibilidade de um immin, a possibilidade de enten- pedimento de Lula em razão dimento é praticamente zero. do dossiê. "Isso é puro jogo "Esse entendimento passaria eleitoral", diz. por Serra e também por Aécio Apesar das dificuldades, o Neves (governador mineiro cientista político Amaury de que deve ser reeleito no pri- Souza, sócio-diretor da MCM meiro turno), mas ficou difícil Associados, lembra que Alporque o ambiente ficou carre- ckmin poderá governar sem gado", analisa Fornazieri. problemas: projeções indiSem acordo com a oposição, c a m q u e P S D B - P F L t e r ã o de acordo com o professor, Lu- quase a metade do Senado (81 la buscará a governabilidade cadeiras). O PT será a quarta com alas do PMDB que já estão bancada. "Se houver a aproxino governo, e os partidos que mação com o PMDB, Alckmin atingirem a cláusula de barrei- terá um importante aliado ra. "Não há dúvida que o pre- para aprovar os projetos de sidente já não tem a mesma for- seu interesse". Sergio Kapustan ça de antes da crise. Ela o enfra-
Se os eleitores não vêm... as urnas vão atrás deles, via barcos, nas regiões mais afastadas e inóspitas do Pará. Odival Reis / Diário de S. Paulo
Celso Junior / AE
Corpo a corpo: Cristina Almeida cai nos braços dos amapaenses
GELÉIA GERAL Na reta final da campanha política, o País exibe as mais diversas cenas do ambiente que dominou a corrida pelos votos, nas ruas: esforço físico, nudez, militância fervorosa e esperança, criatividade na atração do eleitor, observação atenta do movimento dos indecisos, insinuações por ciclismo e até a ocupação de espaços nos morros. Transparência: Camila Kiss expõe seu programa nas ruas. Luiz Prado / LUZ
José Luiz da Conceição
Na crista da onda: prancha de surf vira estandarte em São Paulo. Jamil Bittar /Reuters
Salva-votos: alegoria busca atrair "banhistas" no trânsito, em SP.
Antonio Scorza / AFP
Pedal solitário: com bandeiras Luiz Prado / LUZ
Pedal coletivo: mobilidade.
A vez do morro: cartazes dos candidatos mudam a paisagem na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro.
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Internacional
O terror no Iraque já fez mais de 4 mil vítimas, disse em um vídeo Abu al-Muhajer, líder do AlQaeda no Iraque (foto)
PARA REVISTA INGLESA THE ECONOMIST, VOZ QUE O MUNDO OUVE DA AMÉRICA LATINA HOJE É DE CHÁVEZ AFP
Lula perde espaço e brilho para Hugo Chávez Legitimado pelos países desenvolvidos para ser o líder dos interesses da América Latina perante o mundo, o presidente Lula ficou à sombra de outro líder, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez
H Chávez (à esq.) e Lula (à dir.): crises resolvidas no bom-mocismo que afetaram imagem do presidente brasileiro aos olhos do mundo e do Brasil
Reuters
AL-QAEDA egundo um relatório da S Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado
TALEBAN Organização do Tratado A do Atlântico Norte (Otan) aprovou ontem a
EMBARAÇO – Um relatório do Ministério da Defesa britânico diz que a inteligência do Paquistão apóia indiretamente grupos terroristas islâmicos. Um embaraço para o presidente do Paquistão, general Pervez Musharraf, que estava em Londres. INFORME PUBLICITÁRIO
expansão de suas operações no Afeganistão para enfrentar a crescente onda de ataques de guerrilha do movimento islâmico Taleban. A Otan tem atualmente 20 mil soldados, sob comando britânico, atuando no norte, oeste e sul do território afegão. Com a expansão passará a contar com 32 mil homens e estenderá suas ações para a região leste do país, onde a guerrilha tem aumentado seus ataques. Esses 12 mil a mais são militares dos Estados Unidos que já estão no leste. Será o maior contingente do país sob comando estrangeiro desde a Segunda Guerra. Outros 10 mil soldados americanos permanecerão sob controle exclusivo de oficiais dos EUA. O objetivo da mudança é coordenar melhor as operações contra o Taleban, disseram porta-vozes. O comando militar americano admite que em áreas do leste afegão, as investidas do Taleban triplicaram. (AE)
deu terreno para a corrupção, para a inércia da economia brasileira. Mas principalmente para o presidente da Venezuela. A imagem de líder da América Latina foi ofuscada em boa parte pelos últimos acontecimentos que marcaram as relações do Brasil com alguns de seus vizinhos. Como a nacionalização do gás, em maio, pela Bolívia, que afetou a estatal brasileira Petrobras. A reação de Lula, esperada como enérgica, surpreendeu o Brasil e o mundo. O presidente brasileiro preferiu uma saída diplomática, branda, sem conflitos econômicos. Mais recentemente, quando o presidente da Bolívia, Evo Morales, decidiu invadir as refinarias de petróleo, inclusive as d a P e t r obras, a reaç ã o d o p re s i d e n t e Lula diante do episódio, mais uma vez, foi considerada frágil aos olhos do mundo e dos brasileiros. Chávez se fortaleceu. Lula enfraqueceu. Chávez, diz a publicação inglesa, tem-se mostrado cada vez mais um político astuto. No último dia 20, em seu discurso na Assembléia das Nações Unidas, em Nova York, chegou a chamar o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, de diabo, superando até mesmo o líder iraniano Mahmoud Ahmadinejad, cuja posição anti-EUA é mundialmente conhecida. Outro fato curioso: a Venezuela pleiteia uma vaga nãopermanente no Conselho de Segurança da ONU. Concorre com o Brasil, que tem o mesmo desejo. Mas junto com a Rússia e a China, até Lula já manifestou seu apoio a Chávez. (RL)
Cheryl Ravelo/Reuters
Ó RBITA
ontem a guerra do Iraque serviu como campo de treinamento e recrutamento para a Al-Qaeda, de Osama bin Laden. O resultado do estudo reforça as conclusões de um relatório da inteligência americana, cujos trechos vazaram para a imprensa no domingo, afirmando que a guerra no Iraque fomentou o terrorismo Elaborado por especialistas em terrorismo a cargo do Conselho de Segurança, o relatório diz que a Al-Qaeda não só interpretou um papel central na luta do Iraque como serviu de inspiração para a insurgência do Taleban no Afeganistão. Uma das indicações que demonstram a forte ligação entre a Al-Qaeda e o Taleban é o fato de, como explica o estudo, "novos explosivos serem usados no Iraque e apenas um mês depois aparecerem no Afeganistão". O relatório da ONU, que analisou dados dos últimos seis meses, diz que "não há provas de que membros do Taleban lutem fora do Afeganistão ou do Paquistão, mas há relatos de que eles estão sendo treinados tanto no Iraque como na Somália". Outro dado trata de ataques fora do Iraque com o objetivo de promover os ideais da AlQaeda. O conflito no Iraque teria sido utilizado por "combatentes da guerra santa para aprofundar sentimentos antiamericanos". (AE)
á quatro anos, quando o então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva ganhou, por esmagadora maioria, a eleição, ele parecia destinado a se transformar no porta-voz dos interesses da América Latina perante o mundo. Sua história de vida, contada pelos quatro cantos do mundo como o candidato de origem humilde que se transformou em um líder dos trabalhadores e alcançou o maior posto do país, somada às suas propostas de campanha, levou boa parte dos países desenvolvidos a legitimálo nessa posição d e l i d erança na região. Passados quatro anos, no entanto, Lula perde espaço e brilho para outro líder: seu concorrente, o presidente venezuelano Hugo Chávez. "Quem lidera a América Latina? Essa é a pergunta que está na capa da revista inglesa The Economist que está chegando às bancas. A reportagem, que compara a política externa de Lula com a de Chávez, chama a atenção justamente para essa sombra que o presidente da Venezuela tem feito sobre Lula. Hoje, a voz que o mundo tem ouvido da América Latina não é a de Lula, o líder que diz se identificar com os pobres, que está quase se reelegendo para um segundo mandato com a maioria dos votos desse público, e que defende uma maior participação dos países emergentes no cenário econômico mundial. A voz que o mundo ouve é outra, mais estridente, mais barulhenta, mais firme. Pertence a Hugo Chávez, diz a The Economist. Lula, bem, Lula per-
TUFÃO NAS FILIPINAS – – a passagem do tufão Xangsane pelas regiões central e norte das Filipinas, ontem, deixou um saldo de pelo menos dez mortos, com enchentes e deslizamentos de terra
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ESPECIAL - 7
CRÉDITO Arte: Roberto Alvarenga
Como obter linhas de financiamento Entre as melhores opções nacionais estão o Cartão BNDES e o Finame, mas existem linhas de créditos internacionais
Divulgação
Fabiano Deffenti: a burocracia norteamerica é muito menor do que a brasileira
C
ada vez mais as instituições financeiras oferecem oportunidades de crédito para pequenos e médios empresários brasileiros comprarem equipamentos da indústria gráfica no Brasil. De acordo com o BNDES, o leque de negócios oferecido aos micro, pequenos e médios empresários é financiado por instituições credenciadas pelo próprio banco, que são responsáveis pela análise e aprovação do crédito e das garantias. O BNDES tem uma opção de crédito automático pré-aprovado, via cartão, de R$ 250 mil, destinada a micro, pequenas e médias empresas, com faturamento bruto anual inferior a R$ 60 milhões. No primeiro trimestre deste ano, de acordo com o BNDES, foram emitidos 81 mil desses cartões, totalizando mais de R$ 1,6 bilhão. Hoje, 80% desses cartões estão nas mãos de microempresas, 17% com as pequenas e 3% com as de médio porte. Depois de solicitar esse cartão por meio do portal do banco, a empresa terá seu pedido analisado pelo banco emissor, que irá definir os limites de crédito. O empresário também pode complementar o valor da operação, caso ela ultrapasse o limite do cartão, apresentando outras garantias de pagamento do empréstimo, e solicitar mais de um cartão, emitido pelos bancos credenciados (Banco do Brasil, Bradesco ou Caixa Econômica Federal). O cartão do BNDES também tem parceria com a Visa, para os empréstimos avalizados pelo Banco do Brasil e Bradesco, e com a Redecard, da bandeira Mastercard, pelos empréstimos avalizados pela Caixa Econômica Federal. No exterior - Os empreendedores e empresários podem optar pela
obtenção de crédito de bancos privados, por financiamentos externos. Esse foi o caso do empresário Arnaldo Mandelbaum, diretor geral da Tom Artes Gráficas Ltda. “Quando comprei uma máquina nova importada, usei a linha de crédito do banco indicado pelo fabricante alemão. Foi bem rápido. Nunca usei uma linha de crédito brasileira”, comenta. Os geradores de créditos internacionais estão vendo oportunidades para atender as necessidades dos pequenos e médios empresários brasileiros. O Eximbank, por exemplo, trabalha com linhas de crédito que são oferecidas aos exportadores americanos e aos importadores brasileiros, com financiamentos disponíveis tanto para a compra quanto para o leasing de equipamentos. O mecanismo de financiamento é bastante simples. O exportador norte-americano preenche um formulário online, requisitando o empréstimo. Depois, o banco faz uma análise dos dados financeiros do importador e do seu fiador, com base em parecer de um auditor contábil indicado pelo banco, que poderá aprovar ou não a contratação. Com relação aos critérios para a negociação, o advogado habilitado para o Brasil e para Nova York , Fabiano Deffenti, esclarece como o empresário brasileiro deve proceder para solicitar um empréstimo, que tem como limite máximo U$ 10 milhões e prazo de pagamento em sete anos. Uma das principais exigências é que os produtos brasileiros que poderão ser importados pelas empresas americanas tenham conteúdo de origem norte-americana e que 15% do valor da exportação seja pago à vista. A empresa precisa comprovar
WValente /AFG
estabilidade financeira e competir com outras empresas fora dos EUA que queiram efetuar a venda dos produtos importados. “A moeda para financiamento normalmente é o dólar americano, mas há possibilidade de utilizar outras moedas”, explica Deffenti, que intermedeia processos entre empresários brasileiros e bancos americanos. Esse tipo de financiamento apresenta vantagens e desvantagens. ”A burocracia americana é muito menor e a taxa de juros do Eximbank é mais baixa que a praticada pelo BNDES. Porém, a dívida ficará atrelada a uma moeda que provavelmente não será o real. Conseqüentemente, existe o risco de o dólar subir e a dívida aumentar. Esse risco, porém, pode ser minimizado com operações de hedge com um banco no Brasil e, possivelmente, com o Eximbank.”, exclarece Deffenti. Opções - Flávio Leite, da empresa DG – Editora e Gráfica , reforça a idéia de se procurar no mercado as opções que mais se adequarem às necessidades do empresário. “Utilizamos o Finame, através do Itaú, e o
Proger, pela CEF. A primeira negociação demorou aproximadamente 5 meses, depois com a consolidação do relacionamento bancário este prazo chegou a cair para uma semana”, confidenciou. O economista Alexandre Esclapes, avalia que para uma pequena empresa, ”atualmente as melhores taxas seriam os financiamentos oferecidos peloo BNDES ou recorrer a linhas externas. As taxas menos atrativas são dos bancos privados. Mas tudo tem lado positivo e o negativo, que é o acesso. A maioria das pequenas e médias empresas não tem acesso a financiamentos externos, e o BNDES é famoso por sua burocracia, apesar de já ter melhorado na gestão do atual ministro Guido Mantega. Já os bancos privados, apesar de terem uma taxa muito superior que o BNDES (mais que o dobro), tem menos burocracia. Mas independentemente do modelo, uma coisa é certa: as taxas são elevadas, e seria mais interessante se a empresa pudesse se planejar e autofinanciar em seus investimentos”, analisa. Maria Helena Martins
Mandelbaum, da Tom Artes: preferiu usar a linha de crédito de um banco alemão
Paulo Whitaker/Reuters
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Queremos manter o perfil industrial do município. Willian Dib, prefeito de São Bernardo do Campo
GUERRA FISCAL
NOVAS ARMAS PARA MANTER EMPRESAS EM SP
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Fábrica da Volkswagen, em São Bernardo, que recentemente ameaçou abandonar a cidade Paulo Pampolin/Hype
É uma forma de manter o investimento produtivo em São Paulo e aquecer a economia local. Clóvis Cabrera, da Sefaz-SP
Perdão fiscal com prazo indefinido Falta sancionar lei que criou programa especial para quitar débitos do ICMS
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Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz) não soube informar, ontem, se haverá alteração nos prazos para a adesão de contribuintes inadimplentes ao novo programa especial de quitação de débitos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O problema é que o governador Cláudio Lembo ainda não sancionou a lei que institui o programa, aprovada na última terça-feira pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Vence amanhã o prazo para o recolhimento do imposto com redução de 100% da multa e de 50% dos juros devidos. De acordo com a assessoria de imprensa da Sefaz, a área técnica está debruçada sobre a
regulamentação da nova norma. Podem entrar no programa especial, conhecido como Refis, débitos inscritos ou não na dívida ativa, apurados até 31 de dezembro de 2005. Fila – Segundo a contabilista Josefina do Nascimento Pinto, encarregada do departamento fiscal da King Contabilidade, há uma fila de clientes desesperados para quitar os débitos de ICMS com desconto. "Explicamos que não podemos fazer nada enquanto a lei não for publicada", diz. Segundo a contabilista, há casos de contribuintes que já vinham programando pagar alguns débitos em setembro e outros, em outubro, de acordo com o fluxo de caixa da empresa e o valor de cada débito. Situação semelhante vivem
os clientes da Confirp Consultoria Contábil. "A procura pelo programa é cada vez maior. A orientação que temos passado aos nossos clientes é para que tenham paciência, pois não há como pleitear a participação no novo programa ainda", diz Ely Odilon Ferreira, gerente fiscal da Confirp. "Estamos apostando na dilatação dos prazos instituídos pela nova legislação", completa. Pelas regras da lei aprovada recentemente, até 31 de outubro deste ano, a redução da multa será de 90% e a dos juros, de 50%. Para quem quiser regularizar seus débitos com o ICMS até o dia 22 de dezembro, a legislação estabelece um desconto de 70% da multa e de 50% dos juros. Laura Ignacio
Estado de São Paulo e o município de São Bernardo do Campo, na região do Grande ABC, intensificam a luta contra a guerra fiscal para atrair novos investimentos e manter as empresas já instaladas. As armas são a concessão de incentivos fiscais para os investimentos em modernização, ampliação das fábricas, lojas e prestadoras de serviços já existentes ou a implantação de novas empresas. A Prefeitura de São Bernardo, por meio da Lei nº 5.570, de 31 de agosto de 2006, vai permitir que empresas de todos os setores e portes recebam de volta um percentual dos impostos recolhidos provenientes dos investimentos realizados. Serão feitos abatimentos em tributos municipais e taxas, como a de fiscalização, funcionamento, publicidade e coleta de lixo, entre outras. Abatimentos – As prestadoras de serviço, por exemplo, poderão abater até 80% do Imposto sobre Serviços (ISS), gerado a mais com os investimentos, para pagar outros tributos municipais. O Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) também terão abatimentos mediante investimentos. Além de incentivos para os tributos municipais, a Prefeitura de São Bernardo vai conceder aos atuais e futuros contribuintes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) um incentivo indireto. A indústria e o comércio vão abater entre 80% e 100% do acréscimo obtido com o imposto estadual. "A medida coincide com a ameaça da Volks de deixar o município, mas não tem nada a ver", disse o prefeito de São Bernardo, William Dib, que ontem recebeu o apoio do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Serviços – As empresas prestadoras de serviços de transporte, logística, armazenagem e locadoras de veículos também serão beneficiadas com incentivo na aquisição de veículos. Dos 50% do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) que voltam ao município, 20% pode-
Patrícia Cruz/Ag. Luz
Essas medidas devem ser encaradas como um bom instrumento de defesa dos municípios. Marcos Cintra, ex-secretário de Finanças de São Bernardo do Campo
rão ser usados para pagar o ISS da pessoa jurídica que emplacar o carro na cidade. Segundo a secretária municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Maria Alice Bergamo, a Toyota, que já planejava ampliar sua unidade, deve ser uma das primeiras beneficiadas. Algumas empresas de call center, indústrias alimentícias e automobilísticas também já manifestaram interesse em ampliar seus negócios. O foco serão as indústrias que há dez anos deixaram a cidade por conta da guerra fiscal. "Queremos manter o perfil industrial do município. Embora a Volks esteja produzindo o dobro agora, o nível de empregos caiu. A modernização tecnológica é necessária", afirmou Dib. O tributarista Marcos Cintra de Albuquerque, ex-secretário de Finanças de São Bernardo, diz que a lei é inovadora. "Essas medidas devem ser encaradas como um bom instrumento de defesa dos municípios", disse. Na opinião do tributarista Sérgio Presta, do Veirano Advogados, a iniciativa deve ser bem estudada, pois devese levar em conta possíveis mudanças nos governos seguintes. Crédito ICMS – Na mesma trilha, o governo de São Paulo prorrogou por um ano (para 31 de dezembro de 2007) a data limite para a solicitação do uso de créditos acumulados apropriados pelas exportadoras que invistam valores superio-
res a R$ 50 milhões em modernização, ampliação ou novas fábricas. A medida está prevista no Decreto 49.239/2004 e já liberou R$ 760 milhões entre 2005 e agosto de 2006 para quatro montadoras, com projetos que somam R$ 1,346 bilhão. Segundo responsável pela Diretoria Executiva de Administração Tributária (Deat), da Secretaria da Fazenda de São Paulo, José Clóvis Cabrera, até o fim do ano, serão utilizados mais R$ 90 milhões e, em 2007, entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões. "É uma forma de manter o investimento produtivo em São Paulo, aquecendo a economia local", disse Cabrera. O pouco tempo de prorrogação, um ano, é uma decisão política. "O próximo governador poderá avaliar se prorroga ou não a lei, mas tecnicamente a medida é boa e deve se consolidar na legislação", afirmou o diretor. Adriana David
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LAZER - 1
STONE, CONTE OUTRA! Fotos: UIP/Divulgação
OUTRAS ESTRÉIAS
E
feito Borboleta 2 (The Butterfly Effect 2, EUA, 2006, 92 minutos). A continuação do filme estrelado por Ashton Kutcher em 2003 tem agora Eric Lively interpretando o protagonista Nick Larson. O rapaz leva uma vida tranqüila até o dia do aniversário da namorada. Justamente nesse dia, Nick morre, sem ao menos conseguir encontrar com sua amada. Depois de um ano, ele descobre que consegue viajar no tempo e com isso mudar o passado. Dirigido por John R. Leonetti. Oitava Cor do Arco-Íris (Brasil, 2004, 80 minutos). Joãozinho mora em uma pequena vila de Cuiabá e é criado pela avó que vive doente e apenas com o dinheiro da aposentadoria. Para ajudá-la o garoto decide vender o único animal de estimação da casa: uma cabrita. Na cidade grande, tentará conseguir dinheiro para os remédios da avó. Dirigido por Amauri Tangará. Com Diego Borges, Izabel Serra e Waldir Bertúlio.
Personagens da tragédia Erika Corrêa
O
A
PlayArte/Divulgação
Filme mostra que o terrível episódio de 11 de setembro reativou sentimentos de nobreza, de solidariedade e amizade desinteressada
Mulheres e filhos ficam desnorteados com a falta de notícias
Michel Pena (dir.), com colegas soldados da polícia portuária de NY
Afundado em escombros Geraldo Mayrink
E Eric Lively é Nick Larson, em Efeito Borboleta 2: poder de viajar no tempo
E
u Me Lembro (Brasil, 2006, 108 minutos). O premiado longa-metragem dirigido por Edgar Navarro mostra a história de Guiga, nascido em Salvador em uma época provinciana. O garoto cresce educado por Guilherme, pai austero e puritano exacerbado e por Aurora, a tranqüila mãe que tem o temperamento oposto ao do marido. Antes de Guiga chegar à adolescência, sua mãe morre. O rapaz então desenvolve uma raiva incontrolável pelo pai. No elenco Lucas Valadares e Arly Arnaud.
M
aldição (An American Haunting, EUA, 2005, 91 minutos). Baseado em fatos reais e dirigido por Courtney Solomon, o longa-metragem retrata a história da família Bell, que entre 1818 e 1820 recebeu a visita de uma entidade sobrenatural. A presença oculta, além de aterrorizar a família, faz ameaças de morte. O crime de fato aconteceu e é o único caso conhecido nos EUA. Com Donald Sutherland, Sissy Spacek, James D´Arcy e Rachel-Hurd Wood.
ra quase uma fatalidade que um tema do porte do atentado ao World Trade Center, abordado também em Vôo 93, ainda em cartaz, fosse parar nas mãos de Oliver Stone, ainda que sob o singelíssimo título As Torres Gêmeas. Ele é um cineasta ranheta, polêmico por excelência, ombro a ombro no cinema desbocado de Hollywood com o documentarista Michael Moore, e amplamente premiado por isso. Já na sua estréia, como roteirista de O Expresso da Meia Noite, de Alan Parker (1978), faturou um Oscar. Escreveu porcarias como Conan, o Bárbaro, mas também Scarface, de Brian de Palma. Outros prêmios Oscar viriam quando passou a dirigir, e os dois premiados mais famosos, Platoon (1986) e Nascido em Quatro de Julho (1989), traziam suas lembranças amargas da guerra do Vietnã, na qual lutou, foi ferido e ganhou medalha. De verdade, Stone parece gostar da vida dura. Embora filho de um corretor da Bolsa de Nova York (que retratou impiedosamente em Wall Street, outro Oscar, desta vez para o ator Michael Douglas) e formado em cinema numa universidade, viveu algum tempo como motorista de táxi. A vocação para a briga e a polêmica atingiu o escalão mais alto da política americana, vitimando Ronald Reagan (Salvador, o Martírio de um Povo), Richard Nixon (em Nixon, com Anthony Hopkins) e John Kennedy (JFK - A Pergunta que não Quer Calar). Stone é perigoso como seu próprio nome ("pedra") indica, a um tal ponto que machuca a si mesmo, dizem que pelo abuso de drogas. Pode ser. Assim talvez se explique um filme absurdo e truculento como Assassinos por Natureza (1994), que inocenta os jovens de atos criminosos, não importando quais, de tiros ou decapitação. Foi chamado de fascista. Agora já tem pronto um documentário de três horas sobre Fidel Castro, que lhe deu longas entrevistas, e imagina-se os mísseis que devem ter sido disparados contra o império americano. Será chamado lá de antipatriota. Drogado. Mal educado. Mas aplaudido. Aos 60 anos, o que mais pode querer um
John McLoughlin (Nicholas Cage), está de folga, mas vai trabalhar no dia fatídico. E o diretor Oliver Stone
novaiorquino tão bem sucedido nesta horrorosa vida que ele coloca nos seus filmes? Essas observações são para situar Stone como um grande personagem dele mesmo e também para acentuar a surpresa embutida em As Torres Gêmeas. É um filme estranhamente comum, vindo de quem veio, para um tema incomum. O irascível Stone calça as sandálias da humildade ao abordar o massacre de 11 de setembro de 2001, mostrando as coisas como se estivesse num antigo
documentário neo-realista, do ponto de vista de quem estava lá, afundado nos escombros. John McLoughlin (Nicolas Cage, único nome conhecido do elenco ), soldado da polícia portuária de Nova York, está de folga, mas é gente tão boa que decide trabalhar logo que o sol surge "naquele dia extraordinariamente quente", como diz. Ele e seus companheiros de farda são mandados para as torres sem saber o que está acontecendo lá e a boataria é tanta que se
comenta sobre mísseis disparados contra Israel, e que a terceira guerra mundial finalmente começara. Bobagens de soldados rasos. Mulheres, filhos e pais deles ficam desnorteados com a falta de notícias, esperando a qualquer momento a chegada de alguma autoridade para comunicar as mortes. Estas, na verdade, aconteceram em escala maciça, mas não estão na tela. No enredo criado pela roteirista estreante Andrea Berloff, pelo qual Stone se entusiasmou e seguiu fielmente, a atenção vai para os vivos, mesmo miseravelmente sufocados por poeira e pedras dos entulhos que desabam sobre seus corpos. Boa parte do filme se passa na semiescuridão, com closes de rostos desfigurados pela sujeira e pela dor. Nada de espetacular, só triste. As infelizes torres gêmeas aparecem relativamente pouco no seu processo de destruição, e em geral são vistas de longe. Muitos daqueles soldados não saíram dos escombros. John (nome e personagens verdadeiros) saiu e hoje está aposentado, mancando de uma perna, e Nicholas Cage é visto sorrindo numa festa cheia de crianças. A vida continua. É no que agora acredita Oliver Stone. Seu filme não tem nenhum brilho, é longo (quase duas horas e meia de duração) mas, pelo que se vê, não foi mesmo feito para agradar nem ganhar Oscar. Foi feito talvez para comover (não consegue, nem diante de tanta desgraça) e com certeza para reativar sentimentos de nobreza, de solidariedade e amizade desinteressada (aí consegue). Tudo muito humano, tudo muito comum. Por isso, As Torres Gêmeas tem um certo bafejo até religioso, embora isso seja mencionado indiretamente. Como não são mencionados palavrões nem maldições dirigidas aos terroristas de modo geral, no caso os odiados portadores de turbantes. Alá, ou o bom-senso, salvou-os da ira stoneana. São os vilões ausentes num filme em que todos são mocinhos. As Torres Gêmeas (World Trade Center, Estados Unidos, 2006, 129 minutos). Com Nicolas Cage, Michel Pena e Maria Bello. UIP.
11 de Setembro se estendeu com muito mais força à indústria cinematográfica do que à literatura. Poucos autores exploraram o atentado terrorista em romances de ficção nesses cinco anos. Coube à mídia impressa, aos milhares de sites e blogs o bombardeio de informações e as manifestações ideológicas. E foi desta fonte, justamente, que o escritor brasileiro Ivan Sant’anna bebeu para compor o livro Plano de Ataque – A História dos Vôos do 11 de Setembro . A obra relata a trajetória dos homens que planejaram e seqüestraram os quatro aviões, reconstituindo episódios pessoais dos terroristas e de suas vítimas. “Não demorei em constatar que o grande obstáculo não era a falta de informação, mas sim o excesso delas. Nunca uma tragédia foi tão esmiuçada pela imprensa”, declarou. Não se trata de um livrocatástrofe. Plano de Ataque é muito mais um documento dos episódios que mudaram de fato a História. Foram três anos de pesquisa, em artigos de revistas, jornais e arquivos da inteligência americana. Afinal, Sant’Ana é um aficionado pelo tema “desastres”. Seu livro de cabeceira é Disasters, uma coletânea de tragédias como o incêndio que devastou Chicago, o terremoto de São Francisco e o naufrágio do Titanic. O best-seller que escreveu, Caixa Preta, narra três acidentes aéreos brasileiros. “Confesso que esse tipo de história me hipnotiza”. Logo nas primeiras páginas, o livro traz a lista dos tripulantes, seqüestradores e dos passageiros (apenas os que têm suas histórias contadas). A narrativa intercala os personagens de acordo com a ordem cronológica dos acontecimentos que antecederam a derrubada das Torres Gêmeas. Uma espécie de historiografia que tenta reproduzir minuciosamente o passado. Todavia, foge desse conceito, quando o autor se utiliza de diálogos construídos, já que há registros do que se tenha falado durante os vôos, exceto o 93, em que foi recuperada a caixa-preta e gravações. Dessa forma, há manipulação para a emoção e funciona. A Operação Aviões, nome dado pelos líderes da Al-Qaeda para o atentado, é ferida ainda exposta. Como afirmou Nietzsche "Só o que não pára de doer permanece na memória". Talvez, após a cicatrização, os bastidores do atentado possam ser abordados de formas menos documental na literatura e servir bem mais como inspiração e reflexão. Plano de Ataque - A História dos Vôos de 11 de Setembro. Ivan Sant'anna. Editora Objetiva. Preço: 38,90.
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OPORTUNIDADE Arte: Roberto Alvarenga
WValente /AFG
Invista neste mercado Ricardo Padue /AFG
Será preciso comprar equipamentos para a administração e produção. Uma opção mais em conta são máquinas usadas
P
ara se ter uma idéia de custo e de investimento na montagem de uma gráfica de médio porte, são necessários vários equipamentos, com um número de funcionários de 15 a 30 pessoas. Com um faturamento anual em torno de R$ 1,5 milhão, é necessário um investimento inicial de pelo menos R$ 600 mil. São necessários dois microcomputadores para arte/fotolito, três computadores para administração, impressora colorida para gerar provas de layout ou imposição, scanner, uma copiadora de chapa, uma processadora de chapa, uma guilhotina, duas impressoras off-set bicolor 1/2 folha, uma impressora monocromática 1/4 de folha, um grampeador, uma serrilhadeira, uma furadeira, uma dobradeira 1/2 folha e veículo para entregas Na montagem dessa empresa, existe a opção de equipamentos usados, mas normalmente a pre-
Flávio Leite, da DG Gráfica: usados na região do Bresser
ferência é por máquinas novas, o que nem sempre é possível, devido ao alto custo dos equipamentos gráficos. A compra por equipamentos usados acaba sendo a opção muito comum. Mas o grande problema é a condição que o empresário adquire o equipamento. O novo empreendedor pode comprar o equipamentos de uma revenda autorizada, com um custo um pouco mais alto, mas com garantia de suporte e procedência. O canal de venda é diversificado, podendo ser loja de fábrica, representante ou revenda, depende
do tipo do equipamento. A orientação do empresário Flávio Leite, da empresa DG Gráfica e Editora, é: “Quando falamos em equipamentos novos, o melhor caminho é a procura pela fábrica ou sua revenda autorizada, já para equipamentos usados temos a opção de recorrer às revendas ou anúncios em jornais. Também existe um centro de produtos e materiais gráficos localizado na região do Bresser (Zona Leste de São Paulo). Lá é possível encontrar todo tipo de produto, de qualidade boa ou ruim”, afirma.
Equipamentos -Como não poderia deixar de ser, cada equipamento possui sua função dentro da gráfica. E eles são compostos por três tipos básicos: Pré-impressão, Impressão e Acabamento. Pré-impressão são aqueles utilizados em todo o processo antes da impressão. O microcomputador, o scanner, a imageseter (saída de fotolito), impressora de prova digital, copiadora de chapa, processadora de chapa, mesa de montagem/retoque. Impressão são basicamente as impressoras, que podem ser tipográficas (muito antigas), off-set planas, off-set rotativas, flexográfica, rotogravura e as digitais (de últimas geração). Acabamento são os equipamentos como dobradeiras, vincadeiras, serrilhadeiras, corte e vinco, coladeiras, envernizadoras, hotstamping, grampeadoras, alceadeiras etc. Há um destaque para a guilhotina, este equipamento é utilizado tanto na pré-impressão, pois é ela
quem faz o corte do papel que irá ser impresso e faz também o corte de refile, que é normalmente a última etapa do acabamento. Os valores oscilam muito pois depende da capacidade do equipamento, se novo ou usado, seu grau de automatização/eletrônica. Para se ter uma idéia, há guilhotinas da década de 70/80 que custam de R$ 4 mil a R$ 6 mil, há porém modelos desta mesma época que custam entre R$ 20 mil e R$ 50 mil. Uma guilhotina nova, modelo standard, custa em torno de R$ 200 mil. Uma impressora off-set 4 cores 1/2 folha de um mesmo fabricante com 20 anos de uso custo em torno de R$ 400 mil, com dez anos de uso sobe para R$ 750 mil e uma nova chega a R$ 1,8 milhão. Atualmente as grandes novidades são os CTPs - Computer to Plate, esse equipamento elimina o fotolito, gravando a imagem diretamente na chapa de impressão e as impressoras digitais. Maria Helena Martins
Receba as fotos em casa Serviços online permitem que o usuário escolha as melhores imagens e envie pela internet as que deseja imprimir
S
éculo 21: tantas inovadoras tecnologias a mão do consumidor, diversas formas para impressão de arquivos digitais, bastando ao usuário com computador conectado à internet transferir suas imagens digitais a um laboratório Express, para que sejam impressas em papel fotográfico, com a mais alta qualidade . Normalmente o formato dos arquivos para essa impressão é em jpeg, tif e flashpix.
Captura de tela
Kodak Online: site traz recursos que facilitam a pré-visualização das imagens que serão impressas
Existe a opção de serviços da empresa Kodak, por meio do qual é possível enviar as fotos para o www.kodakonline.com.br, e editá-las no próprio site, recurso que facilita a prévisualização da foto e permite verificar com qual qualidade de resolução sairá a impressão. Mas nem todos os laboratórios fotográficos recebem as fotos via web. Normalmente a forma mais fácil é gravar as imagens que o usuário pretende imprimir em um CD (CD-R ou CD-RW), utilizando o gravador do seu computador, e entregá-lo em mãos. É recomendável que antes de efetuar o pedido o consumidor confira a tarifa de entrega. Geralmente, o envio é feito por Sedex ou motoboy. É preciso prestar atenção ao tempo de entrega, que pode ser mais demorado; para quem tiver pressa, pode ser melhor retirar as Cuidados. Por outro lado, é necessário prestar atenção ao encomendar as impressões no laboratório, verificando se as imagens têm resolução suficiente para a ampliação desejada, caso necessário. Por exemplo, uma foto com 800 x 600 pixels VGA só ficará boa no tamanho 3x4. Já
com imagem de 2 megapixels, o consumidor terá uma foto de qualidade no tamanho padrão (10x15 centímetros). Para saber a resolução da foto, você pode usar softwares de edição de imagem, como o gratuito Picasa, do Google (http://picasa.google.com.br). O Picasa é um software que ajuda a encontrar, editar e compartilhar instantaneamente todas as imagens no PC. Sempre que você abre o Picasa, ele localiza automaticamente todas as imagens (inclusive aquelas que você nem lembrava mais) e classifica-as em álbuns visuais, organizados por data com nomes de pastas facilmente reconhecidos. Arraste e solte imagens para organizar os álbuns e defina marcadores para criar novos grupos. O Picasa garante que as imagens estarão sempre organizadas. Basta clicar com o botão direito na foto exibida na galeria e clicar em Propriedades. O Picasa também pode ser utilizado para
organizar, editar e corrigir fotos. O software simplifica também a edição avançada de imagens com botões de correção e efeitos grandiosos aplicáveis com um clique. Outra vantagem
do Picasa é o compartilhamento de imagens. O usuário pode enviar as fotos por e-mail, imprimi-las em casa, criar CDs para presente e até publicar fotos em um blog. (MHM)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.LAZER
LETRAS
sexta-feira e sábado, 29 e 30 de setembro, e domingo, 1 de outubro de 2006
Textos indispensáveis, um leitor público e sua bicicleta. E sete dias de literatura na Paulista.
Arquivo DC
Fotos: Mario Miranda/LUZ
As obras que mais gente deveria ler Renato Pompeu
R
eproduzindo uma série tamente por isso, vamos dar mais de artigos de grandes atenção a dois escritores menos falajornalistas e escritores dos hoje, mas cujas preocupações sobre grandes livros pu- são cada vez mais atuais, ambos franblicada semanalmente na revista ceses, o padre Teilhard de Chardin, reManchete nos anos de 1970, a Editora senhado por Carlos Heitor Cony, e a Record está lançando o volume 4, de ensaísta e ficcionista Simone de trabalhos de não-ficção, da Coleção As Beauvoir, resenhada por Rosemarie Obras-Primas que Poucos Leram (345 Muraro – por sinal dois dos poucos repáginas, R$ 45,90), sob a coordenação senhistas ainda vivos e atuantes. De Teilhard de Chardin temos o lida pesquisadora Heloísa Seixas. Realmente, todos os trinta livros vro O Fenômeno Humano, em que ele constantes do volume, às vezes ob- busca fundir ciência e religião, defenjetos de reportagens, às vezes de re- dendo a tese de que a evolução da masenhas ou ensaios, marcaram os ru- téria e das espécies é a mesma evolumos da humanidade ocidental em ção de Deus, ou aponta para Deus, ou geral e, alguns, os rumos do Brasil em melhor, o Reino de Deus, que seria a particular, mas não há dúvida de que sociedade sem classes. Chardin assim os seres humanos estariam em me- fundiu a evolução do Espírito do filólhor situação se todas as pessoas que sofo alemão Hegel, com a evolução tivessem terminado o curso secun- das espécies vivas a partir da matéria dário tivessem lido todas essas do cientista inglês Darwin e com a evoobras, muito citadas e pouco lidas. lução da sociedade do pensador aleO volume forma uma boa introdu- mão Marx – mais as Sagradas Escritução para a leiras do Cristianismo, ao tura dessas obras tão imapontar Cristo como um por tantes, m a s o s c oponto alto da m e n t á r i o s, evolução. Ora, a preocupaembora de autoria de jorção de conciliar a religião nalistas e intelectuais de recom a ciência nome, não devem substi- Gilberto Freyre: é uma das mais prementes um dos tuir a leitura das obras cohoje em dia. comentados Já de Simone de Beaumentadas, sim servir de estímulo para essa leitura. voir está resenhado o livro Entre os comentadores estão no- de ensaios O Segundo Sexo, pioneiro, mes mais ou menos famosos, Dirceu nos anos 1950, em discutir a questão Soares, R. Magalhães Jr., Otto Maria da mulher na vida moderna. A muCarpeaux, Carlos Heitor Cony, Josué lher sempre trabalhou, em casa, na Montello, Paulo Perdigão, José Gui- agricultura e no artesanato e, delherme Mendes, Rosemarie Muraro, pois, na indústria, mas foi só na era Mauro Mota, Ivan Alves, Paulo Men- contemporânea que passou a trabades Campos, Raul Giudicelli, Roberto lhar em funções executivas e intelecMuggiati. Entre os comentados, estão tuais. Tanto Beauvoir como seu como brasileiro Euclides da Cunha, o ale- panheiro, Sartre, foram porta-vozes mão Karl Marx, o italiano Maquiavel, o de movimentos revolucionários: ela, austríaco Sigmund Freud, o inglês da revolução feminista; ele, da revoThomas More, os franceses Teilhard lução esquerdista. Em vida, Sartre foi de Chardin, Montesquieu, Montaig- bem mais famoso do que Beauvoir, ne, Pascal, Jean-Paul Sartre, o ameri- mas hoje a revolução que está verdacano John Reed, a francesa Simone de deiramente viva é a encarnada por Beauvoir, o inglês T.E. Lawrence, o bra- Beauvoir, cuja obra continua muito sileiro Gilberto Freyre, o italiano Vasa- mais atual do que a de seu ilustre ri, o inglês Thomas Carlyle, o america- companheiro. no Benjamin Franklin, os italianos CaDe todo modo, o volume da Resanova e Giordano Bruno, o francês cord não deve ser visto como leitura Saint-Simon, o italiano Santo Tomás em si, mas como guia para a leitura de Aquino, os franceses medievais dos livros que resenha, tão imporAbelardo e Heloísa, o russo Mikhail tantes para todos nós. Bakunin, o francês André Maurois, o americano Edgar Snow, o grego antiRenato Pompeu go Xenofonte, o brasileiro Luiz Edé jornalista e escritor, autor do mundo, a dinamarquesa Isak Dineensaio biográfico Canhoteiro, o sen, e o alemão Nietzsche. Homem que Driblou a Glória Como se vê, os autores discutidos (Ediouro), e do romance-ensaio O são todos nomes de peso, embora alMundo Como Obra de Arte Criada guns fossem muito mais famosos nos pelo Brasil, a ser lançado pela anos 1970 do que são agora, mas, jusEditora Casa Amarela.
Livros por toda a avenida Fábio Narimatsu, de 10 anos, munido de livros e atento às histórias contadas no Museu da Língua.
Nasce um leitor. Dois, três... Rita Alves
N
em tudo são flores na primavera deste ano. Os livros também ganham espaço especial na estação e com eles novos leitores poderão germinar pela temporada. Para preparar o terreno os franceses Marc Roger e Jean Guiet desembarcaram no Brasil para a Primavera Ler é Preciso. Em sua primeira edição, o evento com leituras públicas e doação de livros pretende fazer da primavera a estação de celebração da leitura. Os dois franceses são leitores públicos da associação francesa La Voie dês Livres instituição criada em 1992 visando aproximar o livro de gente que não sabe ler ou não tem o hábito da leitura - e chegam ao País para participar do projeto que tem como padrinho José Mindlin, bibliófilo e imortal da Academia Brasileira de Letras. No Brasil, a dupla já passou por Pernambuco e agora está em São Paulo. Eles chegam a bordo de uma bibliocicleta (biblioteca adaptada em uma bicicleta) para declamar contos e poemas infanto-juvenis. A tática desse empreendimento é chamar a atenção do público de forma criativa e instigante, sem deixar que a encenação prevaleça. Além de conhecer o trabalho dos leitores públicos, quem comparece ao evento ainda é presenteado com clássicos da literatura mundial. Serão doados 12 mil livros até a apresentação final, no Dia das Crianças. No último domingo (24), a bibliocicleta estacionou no Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz. O público - muitas crianças, muitos adultos - assistiu e "vivenciou" as di-
versas histórias interpretadas por Jean Guiet. Uma travessa marmota, um cachorro engolidor de objetos, um sapo-bocão e uma cidadezinha com seis habitantes fizeram a diversão de quem enfrentou o frio e o chuvisco da manhã de domingo. O menino Fábio Narimatsu, de 10 anos, foi um dos que encararam o tempo preguiçoso e não se arrependeu. Ele é aluno da 4ª série do ensino fundamental do colégio Rio Branco e soube do evento por meio
A tradutora Eliana Cerqueira foi a eleita para seguir a bibliocicleta pelo País. A tradução simultânea das histórias feita por ela não interferiu na diversão do público.
da escola. A mãe, Silvia Narimatsu, conta que ele está lendo Harry Potter e o Enigma do Príncipe: "é fã de livros". O olhar atento durante o desenrolar das histórias e a corrida em direção aos livros doados no fim da apresentação não deixaram dúvidas. "Achei as histórias bem engraçadas e divertidas. Poder ganhar os livros também é muito legal", comemorou Fábio com uma pilha de obras-primas nos braços. Ele ainda não tem certeza de qual lerá primei-
ro, mas A Volta ao Mundo em 80 D ias, do francês Julio Verne e As Aventuras de Tom Swayer, do americano Mark Twain estão entre os mais prováveis. A reação positiva do garoto não surpreendeu o francês Guiet que participa do projeto há três anos. "Os brasileiros têm reagido bem e, dependendo do local, com um entusiasmo maior até que o dos franceses". Ele ainda diz que o público do Brasil é bastante interessado e tem prazer em participar do evento. "As pessoas daqui são muito generosas e encaram as leituras públicas sempre com um olhar cúmplice". Em sua primeira viagem ao País, Guiet confessa que ainda não conhece nenhuma obra da literatura brasileira, mas pretende pesquisar sobre o assunto na internet. "A única certeza que tenho é que Paulo Coelho está fora da minha futura seleção". Sobre as apresentações em companhia da sua bibliocicleta, o francês não esconde a satisfação. "O maior benefício é ter a chance de dividir a minha paixão pela leitura com outras pessoas. Poder transmitir isso é o essencial para mim".
Primavera Ler é Preciso - Casa das Rosas. Avenida Paulista, 37. Sexta, dia 6, às 15h, e Parque do Ibirapuera. Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n. Dia 12, às 10h. Ingresso: grátis.
PARA COMPLETAR A ESTANTE
A
té o fim da Primavera Ler é Preciso serão distribuídos 12 mil livros. Só no Museu da Língua Portuguesa foram doados 3 mil. O alvoroço foi grande no fim da apresentação quando os exemplares foram distribuídos. Histórias Extraordinárias, de Edgar Allan Poe e Casa de Bonecas, de Henrik Ibsen (fotos) foram algumas das obras-primas que rechearam a biblioteca daqueles que foram apreciar a apresentação do francês
Jean Guiet. Os livros fazem parte da coleção Obras-Primas da editora Nova Cultural que contêm em cada exemplar um fascículo de 16
páginas sobre a vida e a obra do autor. A lista não é pequena e inclui clássicos como Metamorfose (Franz Kafka), O Morro dos Ventos Uivantes (Emily Brontë), A Cidade e as Serras (Eça de Queirós), Moby Dick (Herman Melville), Drácula (Bram Stoker), Dom Quixote (Cervantes), Os Três Mosqueteiros (Alexandre Dumas), Os Lusíadas (Camões), Razão e Sensibilidade (Jane Austen), Os Trabalhadores do Mar ( Victor Hugo) e outros.
Fotos: Divulgação
Atrações para crianças e adultos, fãs de literatura
D
urante sete dias não faltará oportunidade de conhecer escritores, trocar idéias e participar de diversos eventos na versão 2006 do
Corredor Literário. Olhares artísticos sobre a polifonia da cidade, seus contrastes e sua diversidade de personagens e lugares dentro de um só lugar
cruzam-se na interpretação de Abujamra (esq.) para textos de escritores como Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Alcântara Machado, Pagu e
outros, no dia 5. O Sesc Avenida Paulista será o local certo para encontrar o provocador. É lá que estará também no dia 4 o jornalista Zeca Camargo
(acima) lançando seu livro com mais de 53 entrevistas com alguns dos nomes mais importantes da música nacional e internacional.
N
a próxima semana quem passar pela avenida mais famosa de São Paulo terá uma agradável surpresa. A partir de segunda-feira, dia 2, começa o 2º Corredor Literário na Paulista que traz uma intensa e gratuita programação cultural. Com o objetivo de promover e disseminar o prazer pela leitura, o evento terá mais de 150 atividades em diversos locais espalhados pela Avenida Paulista. Palestras, contação de histórias, oficinas de literatura e saraus são alguns dos programas feitos tanto para quem está chegando de mansinho ao universo das letras quanto para os amantes dos livros. Para ninguém ficar perdido ao longo da avenida, letras-escultura sinalizarão os locais das atividades. E se a intenção é aumentar a biblioteca, o lugar ideal é o edifício da Fiesp (nº 1313) que terá livros de cerca de 60 editoras a preços promocionais, incluindo lançamentos. Em alguns lugares, o público poderá levar para casa novidades autografadas por seus criadores. O jornalista Zeca Camargo, por exemplo, estará no Sesc Avenida Paulista (nº 119) lançando o livro De A-ha a U2 - Os bastidores das entrevistas do mundo da música. O bate-papo com o autor e a sessão de autógrafos acontecerá no dia 4, às 20h. O provocador Antônio Abujamra será o convidado do dia seguinte (5). Ele fará uma leitura dramática de seleção de prosa e poesia sobre a cidade de São Paulo e o cidadão paulistano, a partir da coletânea São Paulo em preto e branco pelo olhar de seus escritores. A escritora Clarice Lispector será
tema de um debate na Fnac da Paulista (nº 901) com a presença das escritoras Aparecida Maria Nunes, autora do livro Clarice Lispector Jornalista e Nadia Batella Gotlib, autora de Clarice – uma vida que se conta. Almir de Freitas, editor de literatura da revista Bravo!, será o mediador do debate que começará às 19 horas do dia 4. O público mirim também tem espaço garantido no Corredor. A Caixa Cultural, Galeria Paulista (nº 2.083), terá no dia 6, a partir das 14h, a sessão de narração de histórias com o grupo Os Tapetes Contadores de Histórias, indicada para crianças a partir de três anos. Casa das Rosas, Conjunto Nacional, Masp, Instituto Cervantes e o Itaú Cultural também estão incluídos no evento. Para conhecer a programação completa do 2º Corredor Literário na Paulista acesse o site www.corredorliterario.com.br. (RA) 2º Corredor Literário na Paulista. De 02 a 08 de outubro. Ingresso: grátis.
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LAZER - 3 Europa Filmes/Divulgação
VISUAIS Krajcberg em oficina e mostra. E um leilão para sorrir Fotos: Divulgação
DOCUMENTÁRIO Competição sem clichês
O
ginásio no meio da América ou na arena olímpica de Atenas. As colisões e quedas dos jogadores durante as partidas são embaladas pelo heavy metal, trilha sonora perfeita para acompanhar a intensidade de cada competição. O filme também mostra o dia-adia fora das quadras: família, terapia, sexo, amizade e diversão. E ainda conta os motivos que levaram cada atleta a viver em cima de cadeiras de rodas. Zupan, por exemplo, foi vítima de um acidente de carro na adolescência. Enquanto viajava dormindo no banco traseiro de uma pick up de um amigo, foi lançado para fora do carro no momento da capotagem. Ele caiu em um fosso e não morreu afogado porque conseguiu se segurar em uma calha por 13 horas e meia. O amigo, que estava drogado na ocasião, sobreviveu, e Zupan ficou paraplégico. As histórias são variadas. Acidentes, tiros e bactérias são algumas das causas que modificaram a biografia de cada um deles que, assim como em uma competição, aprenderam a lidar com as vitórias e derrotas do cotidiano e encontraram no esporte um novo sentido de vida. (RA)
A Obra Flor do Mangue, escultura montada na areia da praia em 1972
s benefícios que a prática de esporte trazem ao organismo são muitos. Em Murderball - Paixão e Glória essas vantagens ganham um sentido especial, já que a turma de esportistas é formada por paraplégicos. Apesar da deficiência dos protagonistas, o documentário está longe de exibir os estereótipos que o tema possa oferecer. Fugir dos chavões foi uma das preocupações dos diretores Dana Adam Shapiro, Henry-Alex Rubin e Jeffrey Mandel. E a idéia do trio deu certo. O longa-metragem mostra um grupo de atletas praticantes de quad-rugby – esporte que mistura rugby e basquete – altamente competitivos. Os times rivais são o americano e o canadense, que disputaram os Jogos Paraolímpicos de Atenas em 2004. Mark Zupan é o líder da equipe do Canadá. As tatuagens, o corte de cabelo e o cavanhaque ajudam a refletir o temperamento forte do atleta sem papas na língua. Do lado americano, quem comanda os esportistas é Joe Soares, antigo membro da turma canadense. As duas equipes jogam em cadeiras de rodas especiais e sempre entram em quadra como se a vitória fosse um caso de vida ou morte. Se Zupan estimula o time com sua liderança natural, Joe não fica atrás. Quer a todo custo vencer, seja em um
LEILÃO DA ALEGRIA
T
Bicycle, de Carlos Matuck, com lance mínimo de R$ 400. Há preciosidades como o bronze Enfermeira, de Alex Cerveny, que começa no leilão a R$ 900; a litografia Ana, de Carlos Araujo (R$ 1.000) ou a monotipia sem título de Paula Pasta (R$ 1.200), entre muitas outras obras interessantes. No total, 59 artistas doaram 63 trabalhos para o evento. As obras ficam expostas a partir de amanhã, sábado (30) até segunda, 2 de outubro. A curadoria do leilão ficará a cargo de Gilda Baptista e o leiloeiro será Aloisio Cravo. O dinheiro arrecadado será usado pela entidade na abertura de novas sedes e divulgação, para dar mais visibilidade à arte do palhaço, e com isso alcançar um maior número de hospitais. Para conhecer melhor o trabalho dos Doutores da Alegria ou colaborar, acesse o site www.doutoresdaalegria.org.br ou ligue para o telefone (11) 3061 5523. (LHC)
"Vou para a floresta e me sinto tão queimado quanto as árvores", diz o artista Frans Krajcberg, que nasceu na Polônia, mas hoje é brasileiro.
Beleza para pensar na destruição Lúcia Helena de Camargo
F
rans Krajcberg é inquieto, mas faz arte como quem não tem pressa e sabe que já não precisa provar coisa alguma. Polonês naturalizado brasileiro, tem 75 anos e vive desde 1974 em Nova Viçosa, no sul da Bahia, onde transforma troncos calcinados em obras que, com uma beleza algo dolorosa, gritam contra a devastação. Algumas de suas criações poderão ser vistas na Exposição Transversal, de 1º a 31 de outubro, na Galeria Sergio Caribé. Sua técnica e conceitos podem ser desvendados amanhã, sábado, dia 30, em uma oficina na Livraria da Vila, onde será lançado o livro Frans Krajcberg - A Obra Que Não Queremos Ver (Editora Paulinas, 32 páginas, R$ 31), de Renata Sant´Anna e Valquíria Prates. É o segundo livro da coleção Arte à primeira vista, inaugurada por Lygia Clark - Linhas Vivas, das mesmas autoras, lançado em março. Os próximos artistas a integrar a série serão Leonilson, Iberê Camargo, Anna Bella Geiger e Regina Silveira. Krajcberg executou suas primeiras esculturas com troncos de árvores mortas em 1964. Depois disso percorreu a Amazônia e o Pantantal Matogrossense documentando desmatamentos, recolhendo raízes e pedaços de troncos para as suas obras. Tanto o livro quando o evento visam principalmente o público infanto-juvenil. Mas pais, educadores e outros adultos que decidirem acompanhar não precisam se constranger, porque grandes são as chances de se encantarem também com a arte de Krajcberg. A oficina será coordenada pelo arte-educador Gustavo Meixner. É grátis e não é necessária inscrição prévia. Basta chegar e participar. Serão explicadas e demonstradas as técnicas e linguagens usadas pelo artista para criar suas esculturas, gravuras e colagens a partir de elementos da natureza, como folhas, galhos, flores, sementes e outros materiais. A mostra Transversal, que segue o tema da Bienal deste ano, Como viver junto, trará obras de diversos artistas em um espaço compartilhado, perto do Parque Ibirapuera. Além de Krajcberg, podem ser vistos trabalhos de Farnese de Andrade, Marcos Coelho Benjamin, entre outros. Arte à primeira Vista Livraria da Vila, Rua Fradique Coutinho, 915, Vila Madalena, tel.: (11) 3814-5811. Amanhã, sábado (30), das 15h às 17h. Ingresso: Grátis. Exposição Transversal Galeria Sergio Caribé, Rua João Lourenço, 79, Vila Nova Conceição, tel.: (11) 38425135. De 1º a 31 de outubro, de segunda a sexta, das 10h às 18h e sábado, das 10h às 13h. Ingresso: Grátis.
O livro de Renata Sant´Anna e Valquíria Prates
Fotos: Rômulo Fialdini/Divulgação
O Menino Estudando com Bandeira, de Inos Corradin
Enfermeira, de Cerveny. E a ilustração do palhaço dos Doutores da Alegria.
A Fonte, óleo sobre tela de Octávio Araújo. Obra que começa o leilão com lance mínimo mais alto: R$ 10 mil
odo mundo já ouviu falar dos Doutores da Alegria, que se vestem de palhaços e vão a hospitais para animar crianças internadas. O grupo completa 15 anos de atuação contabilizando mais de 460 mil visitas em 14 hospitais do País. Quem quiser ajudar esse trabalho comprando obras de arte, pode participar do leilão Alegria é o Lance!, que acontece no dia 3 de outubro no Museu Brasileiro da Escultura Marilisa Rathsam (MuBE). A pintura A Fonte, de Octavio Araújo, terá o lance mínimo mais alto, no valor de R$ 10 mil. Entre as mais acessíveis estão Poodle, de Antonio Henrique Amaral; My Brush, de Antonio Peticov, e a serigrafia
Murderball - Paixão e Glória (Murderball, EUA, 2005, 85 minutos). Europa Filmes.
Alegria é o Lance! - MuBE, Av. Europa, 218. Jardim Europa, tel.: (11) 3081-8611.
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sexta-feira e sábado, 29 e 30 de setembro, e domingo, 1 de outubro de 2006 Fotos: Divulgação
GASTRONOMIA Receitas e ingredientes de Jamie Oliver Editora Globo/Divulgação
A plantação do Chakana: vinho da variedade Bonarda
ADEGA
Chakana Sérgio de Paula Santos
Carrê de porco assado com pêssegos. Crocante...
Jamie, o informal: críticas dos culinaristas tradicionais e mudança na merenda
Cozinha de chef. Sem firulas. Lúcia Helena de Camargo
Ele não tem cara de chef de cozinha e não usa aquele chapéu branco, mas inve n t a r e c e i t a s, mostra como prepará-las na TV, viaja pelo mundo em busca de novos ingredientes e sabores. Com apenas 30 anos, o inglês James Trevor Oliver – ou Jamie Oliver, como é conhecido – faz tudo com uma informalidade que irrita culinaristas tradicionais. Um pouco por ser de um país cujo prato típico é fish and chips (peixe com batata frita) e não tem tradição em alta gastronomia, outro tanto por sua obsessão em usar alimentos naturais e orgânicos. A nova investida de Oliver foi contra
os hábitos alimentares dos estudantes nas escolas britânicas, eliminando comida industrializada e fast-food, e incluindo refeições balanceadas, naturais e ricas em verduras e fibras. Com isso ficou mais famoso do que nunca, gerou mais polêmica e recebeu honrarias. Entre elas, o reconhecimento da monarquia pelos serviços prestados: tornou-se Membro do Império Britânico, nomeado pela rainha Elisabeth. Jamie trabalhou com o chef londrino Genaro Contaldo, foi descoberto por uma produtora em 1996 e comandou por duas temporadas (1998 e 1999) o programa The Naked Chef, na BBC. Depois fez muito sucesso com uma série sobre viagens pela Itália, onde ia à feira e sentava à mesa com os locais para desvendar os sabores de pan-
cettas, tortelonis e mascarpones. Seu programa de TV Truques de Oliver é exibido no Brasil pelo canal pago GNT, de segunda a quinta-feira, às 18h. As andanças e descobertas geraram material para diversos livros. No Brasil, em 2005 saiu Jamie Oliver: o Chef sem Mistérios (The Naked Chef, Editora Globo, 249 páginas, R$ 47,50), que traz 200 receitas com ingredientes de primeira, ervas frescas e muita criatividade. Este ano foi lançado Jamie Olivier: O Retorno do Chef sem Mistérios (The Return of the Naked Chef, Editora Globo, 288 páginas, R$ 47,80). O livro, recheado de ilustrações que dão água na boca, traz 150 receitas, de cafés da manhã de sonho a caldos, saladas, carnes e peixes. Uma ousadia num assado aqui, algo heterodoxo em um sanduí-
che acolá, ele mostra que cozinha é arte sim, mas nada de outro mundo. "Ser o chef mais jovem do pedaço, ter um livro entre os mais vendidos, assim como uma ótima série de TV, sem falar no fato de ser um pouco desleixado e ter vindo de Essex, tornou-me alvo de um monte de críticas das pessoas", diz o chef, na introdução do livro. Oliver ensina em detalhes o preparo e afirma categoricamente que não tem ingredientes secretos e nem esconde seus truques dos telespectadores ou leitores. Apenas usa o essencial da despensa, adequando métodos de restaurantes à realidade de uma casa. Mas claro que às vezes é preciso ser Jamie Oliver para conseguir fazer o molho ter a consistência desejada ou o sorbet chegar ao ponto certo.
Sopa de Romã (Editora Jaboticaba, 236 páginas, R$ 39), de Marsha Mehran. Tradução de Nina Horta. O cenário é a pequena cidade de Ballinacroagh, costa oeste da Irlanda. A autora iraniana lança mão do realismo mágico para contar uma história sobre os incríveis poderes da gastronomia.
Segredos de uma Banqueteira Para Receber em Casa com Sucesso, de Mônica Dajcz (Editora Melhoramentos, 131 páginas, R$ 69). Fornecedora de bolos, tortas e quiches para a rede Pão de Açúcar, a banqueteira, dona de um bufê, ensina, em 75 receitas, a preparar os quitutes e organizar a recepção em casa.
Sabores da Cozinha Saudável (Editora Melhoramentos, 256 páginas, R$ 89), de Edith Cox, Cheryl e Francis. Duas centenas de receitas de refeições balanceadas, que incluem massas, vegetais, lanches, doces, sobremesas, salgadinhos e pães. Traz contagem de calorias, gorduras, proteínas e carboidratos de cada prato.
Alho e Safiras - A Vida Secreta de Uma Crítica de Gastronomia (Editora Objetiva, 360 páginas, R$ 46,90), de Ruth Reichl. Contratada como crítica gastronômica no jornal The New York Times, a autora se disfarça para entrar sem ser notada nos restaurantes chiques da cidade e experimentar o tratamento dado ao público.
É
crescente em nosso mercaChakana Bonarda 2004 do a oferta de vinhos do cone sul, do Chile, Argentina e Produtor : Chak ana, Luján de Uruguai. Também é cres- Cuyo, Mendoza, Argentina. A imporcente o aumento do número de viníco- tadora é a World Wine, Rua Padre las, médias e pequenas nesses países. João Manuel, 1264, telefone (11) Destas, uma, recém-chegada ao 3085-3055. Preço: R$ 36. país, de Mendoza, nos chamou a atenVinho de coloração vermelho rubi ção, a Chakana, de Agrelo, em Lujan de intenso, com reflexos violáceos. AroCuyo, coração da indústria vinhateira ma a mirtilo e pêssego com notas de argentina.. Empresa nova, fundada em baunilha e chocolate. Na boca é incor2001, possui 300 hecpado e macio. Com tares, dos quais 100 taninos delicados é cultivados com vides. redondo e elegante. A curiosidade coÉ um dos poucos Bomeça pela denominardas do mercado. nação "Chakana", paMerecemos mais. Avaliação: 86/100 lavra de origem quechua, que corresponChakana de a constelação do Cruzeiro do Sul. Nas Reserva Malbec 2004 datas de 3 e 4 de maio, a constelação Produtor Chakatoma uma forma de quadrado ou uma na, Luján de Cuyo, Juan Pelizzatti, cruz quadrada que Mendoza, Argentidono da vinícola simboliza o universo. na. A importadora é O símbolo gráfico dessa cruz tem três também a World Wine - La Pastina, à planos, que correspondem à terra, aos Rua Padre João Manuel, 1264, telefobens materiais e ao sobrenatural. ne: (11) 3085-3055. Preço: R$ 60. Vinho de coloração rubi, límpido Esses dias sagrados do calendário eram dedicados aos deuses que propi- e brilhante. Aroma de cereja madura ciassem boas colheitas de todos os e baunilha. Na boca é equilibrado, produtos de que essa sociedade agrá- com nítida presença de madeira, alcaçus e tabaco. ria dependia. Outro detalhe interessante que a O vinho que passou 12 meses em Chakana nos apresenta é um vinho carvalho francês e americano é macio, da variedade Bonarda, como que redondo e equilibrado. Muito bom. resgatando essa antiga e valiosa ceAvaliação: 88/100 pa. Cabe lembrar aqui que a Bonarda Critérios está na América do Sul desde o início Regular: 50 - 60 pontos sobre do século 16. Ao Brasil chegou com 100 possíveis Martim Alonso de Souza (1532) e deBom: 60 - 70 pontos la foram nossos primeiros vinhos. Muito bom: 70 - 80 pontos Não foi assim coincidência ter sido o Ótimo: 80 a 90 pontos Excepcional: acima de Bonarda um dos vinhos mais interes90 pontos santes da degustação. Foram provados um vinho rosado Sérgio de Paula Santos (de Malbec), dois varietais (Bonarda é médico e crítico de vinhos. e Shiraz), dois reservas varietais Membro-Fundador da (Malbec e Cabernet Sauvignon) e Federação Internacional dos dois premium (Cab. Sauvignon, MalJornalistas e Escritores do bec e Petit Verdot). Vinho (Fijev), Para nós, como dito, destacou-se o é autor de livros sobre vinhos, o Bonarda e o premium de Cab. Sauvigúltimo dos quais, O Vinho e suas non (60%), Malbec (40%). Circunstâncias,
Fotos: Paulo Pampolin/Hype
Alimento com duas faces * José Guilherme R. Ferreira
U
Exupério, dono da lanchonete. Sanduíches suculentos na madrugada.
No telão, flash back. Nas mesas, talvez uma paquera de última hora
AFTER HOURS
Lei seca? Milk-shake. Armando Serra Negra
A
ltas horas, voltando das baladas da V ila Madalena, bebericou com moderação, mas só ficou nos petisquinhos, a barriga ronca... Afinal, saco vazio não pára de pé! A melhor sugestão, portanto, é parar numa lanchonete para um delicioso e caprichado cheese-salada (R$ 8,90), uma revigorante cocacola com gelo e limão (R$ 2,80) e – de quebra – descolar uma paquera de última hora. É claro que esse tipo de ambiente não é o oferecido pela grande cadeia norte-americana que se espalhou pelo mundo. Pois quem se lembra dos pioneiros
Chico Hambúrguer e Joakin’s (ainda em atividade) dos anos de 1960, do Hamburguinho e Hamburgão dos 70, quando a moçada toda, depois das festas transadas à base de black tie, baladas no Hippopotamus de no Ta Matete (este, uma referência ao quadro de Paul Gauguin), se reunia para comentar os agitos, ainda prefere manter certa distância da insalubre junk food. A antiga confraternização é proposta pelo BigXPicanha, sucesso entre a galera cada vez mais chegada ao flash back, Billy Paul, Barry White, Gloria Gaynor... O carro chefe que dá nome à casa (R$ 13,90) é feito com 170 gramas de
picanha nobre, fatiada com dose certa de gordura, mussarela, vinagrete e maionese temperada. Cardápio variado, 13 tipos de carne – de frango a salmão – um insuspeito, delicioso e brasileiríssimo sanduíche de carne de sol acebolada, vinagrete, queijo derretido e maionese (R$ 9,90). Reduto de jogadores de futebol (o local é passagem para o Parque Antártica) e jornalistas, entre as presenças musicais – Oswaldo Montenegro, Toni Belloto, Chorão (Charlie Brown Jr.) – sobressai a banda Fat Family; porque será? "Temos sido referência no ramo com nosso sistema de informatização e armazenamento de dados, e,
em especial, ao método de embalagem dos alimentos", explica o simpático Zupa, o mestre de cerimônias do boteco. Primorosamente manuseadas as carnes, retirado o excesso de gordura, são embaladas em porções individuais à vácuo, e mantidas na câmara frigorífica a 0°C. E como a partir da meia noite de amanhã – até as 18h de domingo – impera a lei seca, o que pode ser melhor do que um belo milkshake (mini R$ 7,90 a grande R$ 12,90)? BigXPicanha - Rua Henrique Schaumann, 656, Pinheiros, tel.: (11) 3064-7122.
m projeto de lei no Rio Grande do Sul, que garantia ao vinho local o status de alimento (com carga tributária inferior à das bebidas), acaba de ser vetado pelo governador de plantão, sob o argumento de que o barateamento contribuiria para um consumo excessivo de vinho entre os jovens. A controvérsia tem milênios. Pesquisador da Universidade da Califórnia – Davis, mergulhado em manuscritos e tabelas de nutrição, com estudos sobre comportamento alimentar, o professor Louis Grivetti escreve: "o vinho contém energia e nutrientes e, assim, por qualquer definição, é um alimento – seguramente, entretanto, um alimento com duas faces". Ao longo da história – e há registros do terceiro milênio a. C. – poetas e filósofos exaltaram o vinho por suas qualidades nutricionais, médicas e sociais. Não faltaram metáforas: "sinfonia química", "poesia engarrafada", "pôr-do-sol capturado". Mas o vinho foi também condenado como "destruidor de lares", the opener of graves, segundo levantamento de Grivetti. Por trás da polêmica, sempre considerações
sobre o grau de consumo, da moderação ao descomedimento, essencial quando se fala em álcool. Grivetti ilustra o que chamou de dicotomia inerente ao vinho, com representações artísticas. De um lado, o deus Baco, de Caravaggio (c. 15711610), e a alegria antecipada de uma experiência inebriante. De outro, o Silenus do Museu do Capitólio, olhos atormentados e corpo entregue com a perda da razão. ( * Wine: The Food with Two Faces é o título de um artigo de Grivetti publicado em The Origins and Ancient History of Wine, Universidade da Pennsylvania)
http://nutrition.ucdavis.edu/faculty/grivetti.html http://www.culturageneral.net/pintura/cuadros/baco.htm
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TELEVISÃO
LAZER - 5
Polêmica garantida com nova série da HBO que mostra comerciante com três esposas
Divulgação
Família Soprano: novas aventuras dos mafiosos mais badalados da TV
Muito chocolate D
Amor para dividir em três Regina Ricca
B
ill e Barb eram casados há 17 anos, até que ambos decidiram ‘convidar’ Nicki para ser a segunda mulher de Bill. Não passou muito tempo e Bill ganhou ainda uma terceira esposa, Margene – sob as bênçãos das outras duas. Essa união polígama gerou uma prole de sete rebentos, e todos vivem a poucos metros de distância. Moram em casas separadas, mas dividem o mesmo quintal, a mesma piscina, a mesma mesa nas refeições. Toda semana Barb, Nicki e Margene sentam-se para organizar os dias em que cada uma dividirá a cama com Bill – e ele, para dar conta do recado, passa a engolir cápsulas de Viagra todas as noites. Toda essa gente esquisita está reuni-
da em Amor Imenso(Big Love), nova série que a HBO estréia no domingo, dia 1, às 23h. Produzida por Tom Hanks, Big Love causou sensação nos EUA – o primeiro episódio da série foi visto por mais de 3,5 milhões de pessoas. O sucesso foi tanto que a HBO já encomendou a segunda temporada após ter exibido apenas os cinco primeiros episódios da série. O que à primeira vista poderia ser o sonho de muitos machões por aí – o de ter três mulheres ao mesmo tempo –, torna-se um terreno movediço para o comerciante Bill Hendrickson (Bill Paxton), que tenta administrar esse casamento múltiplo com Barb, Nicki e Margene (Jeanne Tripplehorn, Chloë Sevigny e Ginnifer Goodwin) e atender às necessidades materiais, sentimen-
tais e sexuais do trio. Aparentemente, a vida familiar parece ser harmoniosa, mas, à medida que a narrativa avança, a insanidade dos personagens começa a vir à tona – e é exatamente aí que a série ganha qualidade dramática. A vida de Bill não é nada fácil. Dono de uma loja de materiais de construção, ele também foi criado numa comunidade de polígamos na zona rural de Utah. Além dos problemas no trabalho, com as mulheres e filhos, ele vive às turras com a mãe (de quem suspeita que esteja envenenando o pai com arsênico), com um irmão alcoólatra e um sogro e um cunhado agiotas. A série causou polêmica com os mórmons nos Estados Unidos, país
que abriga mais de 40 mil polígamos, segundo dados do Ministério da Justiça Americano. Um dos fundadores da igreja mórmon, Joseph Smith Jr. (1805-44), pregava que os homens que vivessem uma vida honesta com várias mulheres receberiam maiores graças após a morte. A poligamia acabou sendo abolida pelos mórmons há 100 anos, e é por isso que os líderes dessa comunidade religiosa protestaram veementemente quando viram que a cidade na qual a família de Bill Hendrickson vive é Salt Lake City, no Estado de Utah – sede-berço dos mórmons. Big Love é dividida em 12 capítulos, que serão exibidos todos os domingos, sempre às 23h.
eliciar-se com a A Fantástica Fábrica de Chocolate de Johnny Depp é um convite irrecusável para uma véspera de eleição. Graças a HBO, o filme de Tim Burton, inédito na TV, entra em exibição amanhã, sábado dia 30, às 21h e, durante 115 minutos, proporcionará um divertimento de primeira com o engraçado e excêntrico Willy Wonka. Nesta aventura hiperbólica, Charlie (o doce Freddie Highmore) vive um garotinho pobre e bondoso que sonha ser um dos ganhadores do concurso promovido por Wonka, cujo prêmio é um passeio pela sua famosa e esquisita fábrica de chocolate. A HBO, é bom lembrar, resolveu investir pesado na programação neste fim de semana: além da estréia neste domingo, dia 1, da série Big Love (leia nesta página), programou outra atração de primeira: o início da sexta temporada de Família Soprano, às 22h. As
novas aventuras dos mafiosos mais badalados da TV, comandados pelo sisudo Tony Soprano (James Gandolfini), prometem. E os fãs devem aproveitar bem, já que esta será a temporada final da série, que foi cancelada nos Estados Unidos. Quem preferir um programa maiss musical também não vai ficar desamparado na TV neste domingo. Às 22h, o canal A&E exibe um megashow, o Glastonbury Festival 2005, um dos eventos musicais mais importantes da temporada de verão da Grã-Bretanha. Realizado em Worthy Farm, Pilton o Glastonbury tem nada menos do que 12 palcos espalhados por 900 acres de grama (que se transformam em lama quando chove) e reuniu em um único fim de semana grupos estrelados como o Coldplay, o Garbage, Ash e The White Stripes. Um Woodstock inglês de primeira! (Regina Ricca)
A Fantástica Fábrica de Chocolate: Depp é o excêntrico Willy Wonka
NA SEGUNDA, DIA 2, O RODA VIVA, DA TV CULTURA, APRESENTA AO VIVO DEBATE SOBRE O RESULTADO DAS ELEIÇÕES, ÀS 22H30.
DOCUMENTO
Vinícius, sempre mais Aquiles Rique Reis Fotos: Divulgação
E
stá na praça uma pequena grande jóia: Vinícius de Moraes & Amigos. Setenta canções compiladas dentre os fonogramas já gravados por aqueles que interpretaram Vinícius. Peça da mais fina ourivesaria, a caixa contendo cinco CDs com o melhor do poetinha vem a público pelas mãos da Seleções Reader’s Digest. O primeiro CD é Grandes Amigos Celebram o Poeta. Estão lá Tom Jobim, Maysa, Tamba Trio, Chico Buarque, Zé Renato, Os Cariocas, Agostinho dos Santos, Ney Matogrosso e Elizeth Cardoso, dentre outros, cantando obras-primas: O Morro não Tem Vez,Gente Humilde,Garota de Ipanema, A Felicidade... A Inesquecível Parceria com Toquinho (parte 1) é o título do segundo CD. A profícua fase de Vinícius com seu parceiro mais constante desde Tom e Baden Powell está representada por Tarde em Itapoã, Aquarela, Como Dizia o Poeta, A Tonga da Mironga do Kabuletê (esta também com a participação de Monsueto), As Cores de Abril... O CD número 3 se divide em duas partes: Vinícius e Seus AmigoseVinícius Por Ele Mesmo. Na primeira, Vina canta com suas afilhadas do Quarteto em Cy
Divulgação
(Samba em Prelúdio); com Odete Lara (Minha Namorada, gravada ao vivo, Samba da Bênção); com Baden (Canto de Ossanha); com Toquinho e Maria Creuza (Eu Sei Que Vou Te Amar). Na segunda parte o poeta sola Berimbau, O Pato, Pela Luz dos Olhos Teus. A parte 2 de A Inesquecível Parceria com Toquinho compõe o quarto CD. Lá estão, por exemplo, São Demais os Perigos Desta Vida, Samba da Volta,Regra Três e Onde Anda Você. E o quinto disco recebeu o título de Poesia em Forma de Canções. Letras em que Vinícius se derrama por paixões e amores; derrete-se em saudades e compunções. Com Maria Creuza, ele canta Insensatez; com Cyro Monteiro, Tempo Feliz; com Os Cariocas, Sabe Você; com o Quarteto em Cy e Carlos Lyra, Você e Eu; com Nara Leão, O Amor em Paz... Plena de standars, a caixa recémlançada privilegia – como obviamente não poderia deixar de ser – as músicas que a maioria dos brasileiros, ao menos os que se dedicam a ouvir a nossa
boa música popular, sabe de cor. Cinco discos a dar ênfase às canções que marcaram a vida dessas pessoas. Mas nem só das gravações que fizeram sucesso se faz Vinícius de Moraes & Amigos. Lá se encontram também gravações pouco conhecidas, gravações que poderão surpreender inclusive àquela maioria que ama e crê que já “conhece tudo” de Vinícius. Caso de Claudia Telles cantando Só Danço Samba; de Marília Barbosa cantando Uma Rosa em Minha Mão; de Anna Lúcia cantando Água de Beber em dueto com Vinícius; de Clara Sandroni cantando Tempo de Amor; de Paula Morelembaum cantando ao vivo Valsa de Eurídice, acompanhada pelo piano de Tom Jobim; de Joyce cantando Maria Moita; de Miucha e Bebel cantando Tomara; do dueto de Claudete Soares e Dick Farney cantando Apelo. Vinícius de Moraes & Amigos é preciosidade para colecionador; fina iguaria para apreciadores do talento do poeta e diplomata Vinícius de Mo-
raes, “o branco mais preto do Brasil”. Uma caixa de referência que já pode se vangloriar por conter um dos melhores repertórios que um CD já ajuntou. Caixa que, como se não bastasse tudo o que reúne, possibilita que se perceba a importância que Toquinho teve e tem para Vinícius, graças ao destaque dado a ele. Toquinho, o último parceiro de fé de Vinícius, foi quem percebeu detalhes da personalidade deste para as quais nem Tom nem Baden atentaram. Toquinho, que muitos consideram parceiro de uma fase dita menor (pura bobagem!) do poeta, é, na verdade, o compositor que permite a Vinícius romper a barreira que separava sua poesia do grande e respeitável público. Toquinho vivenciou o dia-a-dia do poeta, acompanhando-o por todo o Brasil em shows nos quais Vinícius se sentia à vontade para expressar seu regozijo pela vida, enquanto cantava desenganos e alegrias do amor que para ele nunca eram demais. Aquiles Rique Reis é vocalista do MPB4 e autor de O Gogó de Aquiles, editora A Girafa.
Vinicius com Chico, parceria que aparece em Grandes Amigos
Com Nara Leão, o poetinha faz dueto em Você e Eu
TEATRO
Um urso correndo no sótão ou um tango argentino
S Toda Nudez Será Castigada, nova montagem
aiu da boca da prostituta Geni uma das frases mais célebres do teatro brasileiro: "Herculano, quem te fala é uma morta. Eu morri. Me matei". A frase, ouvida por meio de uma fita gravada, serve para apresentar ao público a personagem-chave da peça Toda Nudez Será Castigada, que Nelson Rodrigues escreveu em 1956 e que chega à cidade na quarta-feira, dia 4 de outubro, em nova e premiada montagem do grupo Armazém, criado na cidade de Londrina e radicado no Rio de Janeiro desde 1998. A peça, montada pela primeira
vez no Rio em junho de 1965, foi adaptada para o cinema por Cacá Diegues, com Darlene Glória no papel da prostituta que acreditava que, a exemplo de sua mãe, morreria de câncer no seio – mas o suicídio veio antes. Toda Nudez Será Castigada, ou Obsessão em Três Atos faz parte dos textos que integram o ciclo de Tragédias Cariocas de Nelson Rodrigues. O diretor do Armazém, Paulo de Moraes, afirma que a peça "talvez não seja confortável, talvez seja barulhenta como um urso correndo no sótão ou talvez seja tão bela quanto dançar um tango argentino".
Os elementos que Nelson Rodrigues dispõe neste texto são tão variados (traição, suicídio, morbidez, incesto e abuso sexual, para ficar entre os mais aparentes) que somente ao público caberá julgar se Toda Nudez está mais para urso ou mais para tango. O personagem Herculano, o depositário da fita-testamento da prostitua, é um viúvo com sérios bloqueios sexuais. Na opinião de seu irmão, Patrício, que é quem lhe apresenta a prostituta Geni, é um "viúvo casto". O filho de Herculano, Serginho, um rapaz criado pelas tias, exige que o pai cometa suicídio logo após a
morte da mãe, em sinal de fidelidade eterna. Herculano negocia com o filho e troca o suicídio pelo uso de luto fechado até o fim da vida. Ou até que Geni surja na história. Primeiro para seduzir o viúvo e, por fim, terminar na cama de seu filho Serginho, num programa edipiano com cara de subúrbio carioca. (SR) Toda Nudez Será Castigada, estréia quarta-feira, dia 4 de outubro, no Centro Cultural São Paulo, Rua Vergueiro, 1000, tel.: (11) 3383-3402. De quarta a sábado às 21h, domingo às 20h. Ingressos a R$ 12.
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Indicadores Econômicos
9
2,26
por cento é o acumulado pelo Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M) no ano até setembro.
28/9/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 26/09/2006 26/09/2006 26/09/2006 26/09/2006 26/09/2006
P.L. do Fundo 9.064.008,31 1.449.260,03 7.800.069,89 15.676.551,74 1.284.343,99
Valor da Cota Subordinada 1.197,240882 1.092,477315 1.159,899992 1.120,265824 1.097,470077
% rent.-mês 1,7758 1,3925 1,1648 7,3925 3,3429
% ano 22,5462 9,2477 15,9900 12,0266 9,7470
Valor da Cota Sênior 0 1.085,966605 1.099,343110 0 0
% rent. - mês 0,9031 0,9840 -
% ano 8,5967 9,9343 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
2
Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças
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Se a tese do ICMS for aceita, entraremos com ação. Luigi Nese, vicepresidente da Fesesp
LEÃO PODE PERDER R$ 12 MILHÕES POR ANO
Leonardo Rodrigues/Digna Imagem - 19/04/05
A
votação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a exclusão do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da base de cálculo da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) tem incentivado os prestadores de serviços a questionarem, também, a retirada do Imposto Sobre Serviços (ISS) da mesma base de cálculo. No fim de agosto, o julgamento da questão no STF foi suspenso por pedido de vista do ministro Gilmar Mendes, com placar favorável ao contribuinte: seis a um. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) estima um pre-
Ações para tirar o ISS do cálculo da Cofins
Pablo de Sousa/LUZ - 09/08/05
Votação no STF sobre exclusão do ICMS do cálculo da contribuição incentiva prestadores de serviços juízo anual de R$ 12 milhões aos cofres públicos se o contribuinte ganhar a batalha. Trata-se da votação sobre o recurso da empresa Auto Ameri-
cano S.A., que alega que, como o ICMS não é receita da empresa, mas do Estado, não pode fazer parte da base de cálculo da Cofins. De acordo com a Constitui-
COMUNICADOS
Luigi Nese (acima), da Fesesp, e o advogado Jorge Zaninetti acham prudente aguardar julgamento da matéria no Supremo
ERRATA
ção, a base de cálculo da contribuição é a receita, faturamento ou lucro da empresa. Para o advogado Luiz Roberto Peroba Barbosa, do escritório Pinheiro Neto, para o ISS, o argumento é o mesmo: o imposto embutido no preço dos serviços não compõe receita da empresa, mas da Prefeitura. "Estamos aconselhando nossos clientes prestadores de serviços a entrarem com ação", diz o advogado. Já o advogado Jorge Zaninetti, do Tozzini, Freira, Teixeira e Silva Advogados, não acha prudente entrar na briga no momento. "O melhor é aguardar o julgamento", afirma. É o que a Federação de Serviços do Estado de São Paulo (Fesesp)
pretende fazer. "Se a tese do ICMS for aceita, entraremos com ação", diz Luigi Nese, vice-presidente da federação. O advogado Rodrigo Correa Mathias Duarte, do Innocenti Advogados Associados, lembra que, no caso do ISS, os prestadores de serviços que pagam imposto fixo (advogados e contadores) não podem entrar com ação questionando a base de cálculo do PIS/Cofins. "Isso porque o ISS que incide sobre o serviço prestado não entra no preço desse serviço", explica. No entanto, de acordo com especialistas, a tese não pode ser aplicada ao Imposto sobre produto Industrializado (IPI) ou ao PIS/Cofins-importação. Laura Ignacio
DECLARAÇÃO DE EXTRAVIO DECLARAÇÃO DE EXTRAVIO DE NF Ferreira Bentes Comércio de Medicamentos Ltda. CNPJ 72.955.891/0007-36, inscrição estadual 115.304.303.112 declara ter sido extraviada a Nota Fiscal em formulário contínuo de (29/09 e 02, 03/10/2006) nº 671480 (em branco).
AVISO EDITAL
CONVOCAÇÕES PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PEDRO Aviso de Abertura
Objeto: Fornecimento de materiais hidráulicos e outros, para as obras de reforma de ampliação da ETA - 1. Modalidade: Tomada de Preço nº 025/2006. Processo: nº 1476/2006. Encerramento: dia 18 de outubro de 2006, às 11:00 horas. Abertura: às 14:00 horas do mesmo dia. O edital completo poderá ser retirado no Departamento de Compras e Licitações, à Rua Valentim Amaral, nº 748, Centro, São Pedro/SP. Outras informações pelo telefone 0XX19-3481-9208, Obs: Não serão enviados editais por via Postal ou fac-símile. São Pedro, 28 de setembro de 2006. Eduardo Speranza Modesto - Prefeito Municipal. Vicente Francisco Gil Assessor de Licitações, respondendo pelo Departamento de Compras e Licitações.
Publicidade Legal - 3244-3643
BALANÇO ASSOCIAÇÃO PALAS ATHENA DO BRASIL C.N.P.J. 43.310.283/0001-80 Rua Leôncio de Carvalho, 99 - Paraíso - São Paulo - SP - CEP 04003-010 BALANÇO PATRIMONIAL CONSOLIDADO EM 31 DE DEZEMBRO (EM REAIS - R$) Ativo 2005 2004 Passivo Ativo Circulante / Disponibilidades Passivo Circulante/Circulante Caixa / Bancos 172.034,48 481.456,02 Bancos c/ Empréstimo Aplic. Financ. Curto Prazo 29.396,97 0,00 Cheques Não Compensados 201.431,45 481.456,02 Contas a Pagar Créditos Credores Diversos Contas a Receber / Duplicatas 890.082,30 319.075,37 (-) Duplicatas Descontadas (167.500,12) 0,00 Obrig.Trabalhistas a Pagar Devedores Diversos 80,00 0,00 Obrig.Tributárias e Previdenciárias Créditos de Funcionários 24.760,09 0,00 Adiantamento de Clientes Impostos a Recuperar 2.521,29 868,73 Adiantamento de Projetos (-) Provisão p/ Créd. Liquid. Duvid. (17.633,17) 0,00 Financiamentos 732.310,39 319.944,10 Estoques Total do Passivo Mercadorias-Estoque 431.558,40 900.746,56 431.558,40 900.746,56 Patrimônio Líquido Despesas Antecipadas Patrimônio Líquido Despesas Antecipadas 1.066,60 0,00 Patrimônio Social 1.066,60 0,00 Déficit do Exercício Total do Ativo Circulante 1.366.366,84 1.702.146,68 Total do Patrimônio Líquido Realizável a Longo Prazo Total do Passivo + PL Investimentos 1.000,00 1.000,00 1.000,00 1.000,00 Contas Extra-patrimoniais Ativo Permanente Gratuidades Conc./ Projetos Filantrópicos Ativo Imobilizado Isenção (Imunidade) Usufruída - INSS Terrenos 161.932,13 161.932,13 Veículos 108.156,24 108.156,24 Máquinas, Aparelhos e Equip. 1.210.023,21 1.200.532,21 Outras Imobilizações 535.757,17 477.367,14 (-) Depreciação / Amort. Acumulada (701.033,45) (502.140,93) 1.314.835,30 1.445.846,79 Total do Ativo 2.682.202,14 3.148.993,47 Contas Extra-patrimoniais Gratuidades-Projetos Filantrópicos 1.017.154,43 0,00 Custo Isenção (Imunid.) Usufruída - INSS 749.118,36 707.393,27 Total do Compensado 1.766.272,79 707.393,27 Total do Compensado
Demonstração do Déficit do Exercício (+) Receitas Operacionais Receitas c/ Programas e Proj. de Assist. Cultural Receitas de Patrocínios 2005
2004
515.138,95 0,00 206.511,47 161.693,82 107.298,08 28.406,99 0,00 0,00 41.161,24 1.060.210,55 1.060.210,55
0,00 5.782,90 288.799,30 0,00 59.180,58 48.409,14 13.687,90 180.000,00 64.604,84 660.464,66 660.464,66
2.474.678,36 (852.686,77) 1.621.991,59 2.682.202,14
2.543.461,20 (54.932,39) 2.488.528,81 3.148.993,47
1.017.154,43 749.118,36
0,00 707.393,27
Receitas c/ Programas e Proj. de Educação Receitas de Prestação de Serviços Receitas Gráficas Venda de Produtos, Mercad. e Serviços (-) Custo das Mercad., Prod. e Serviços (-) Despesas Operacionais Despesas c/Programas e Proj. de Assist.cultural Despesas c/ Pessoal Despesas Administrativas e Gerais Despesas Fiscais,Tributárias e Previd. Despesas c/Programas e Proj. de Educação Despesas c/ Pessoal Despesas Administrativas e Gerais Despesas Fiscais,Tribut. e Previdenciárias Despesas Gráficas Despesas c/ Pessoal Despesas Administrativas e Gerais Despesas Fiscais,Tributárias e Previd. Resultado Operacional (+) Receitas não Operacionais Receitas Financeiras, Patrim. e Extraord. Receitas Financeiras e Patrimoniais Receitas Gerais Déficit do Exercício
1.766.272,79
2005
2004
360.669,36 360.669,36
406.497,96 406.497,96
576.952,49 576.952,49
510.600,05 510.600,05
4.612.542,02 4.235.701,19 4.612.542,02 4.235.701,19 (1.349.435,57) (1.673.712,47)
(387.281,30) (322.231,41) (706.475,50) (402.485,48) (19.845,83) (14.987,59) (1.113.602,63) (739.704,48) (463.065,73) (405.897,00) (179.782,81) (52.366,61) (4.264,64) (40.647,04) (647.113,18) (498.910,65) (2.300.686,98) (1.997.777,62) (1.225.642,63) (669.713,20) (42.286,20) (193.057,74) (3.568.615,81) (2.860.548,56) (1.128.603,32) (620.076,96)
ATAS
80.675,91 161.726,34 195.240,64 403.418,23 275.916,55 565.144,57 (852.686,77) (54.932,39)
707.393,27
Dem. das Orig. e Aplic. de Recursos 2005 2004 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO SOCIAL Origens R$ R$ Depreciação / Amortização do Exercício 198.892,52 0,00 Contas Integrantes do Grupo Patrimônio Líquido 0,00 64.604,84 Mutações Ocorridas Patrimônio Resultado Transf. Transf. Transf. Total do Grupo Aumento do Passivo Exigível a Longo Prazo 381.317,18 0,00 Social do Exercício Recebidas Enviadas de Obrig. Patr. Líquido Transferências de Obrigações Enviadas Transf. Receb. de Numer. da Sede e Unid. 705.111,89 0,00 Saldo em 31/12/2003 2.738.256,63 (189.143,52) 0,00 0,00 0,00 2.549.113,11 Total de Origens 1.285.321,59 64.604,84 (–) Ajustes de Exercícios Anteriores (5.651,91) (5.651,91) Aplicações R$ R$ (–) Déficit do Exercício 2004 (54.932,39) (54.932,39) Déficit do Exercício 852.686,77 54.932,39 (+/–) Incorporação à Conta Patrimônio Social (189.143,52) 189.143,52 0,00 0,00 0,00 0,00 Ajustes de Exercícios Anteriores 13.850,45 5.651,91 Saldo em 31/12/2004 2.543.461,20 (54.932,39) 0,00 0,00 0,00 2.488.528,81 Aquisição de Bens Imobilizados 67.881,03 38.597,84 (–) Ajustes de Exercícios Anteriores (13.850,45) (13.850,45) Redução do Passivo Exigível a Longo Prazo 23.443,60 0,00 381.317,18 0,00 (+) Transferências Recebidas 705.111,89 705.111,89 Transferências de Obrigações Recebidas 705.111,89 0,00 (–) Transferências Enviadas (705.111,89) (705.111,89) Transf. Enviad. de Num. para a Sede e Unid. 2.044.290,92 99.182,14 (+) Transferência de Obrigações Enviadas 381.317,18 381.317,18 Total de Aplicações (758.969,33) (34.577,30) (–)Transferências de Obrigações Recebidas (381.317,18) (381.317,18) Redução do Capital Circulante Líquido R$ R$ (–) Déficit do Exercício 2005 (852.686,77) (852.686,77) Variações do Capital Circulante Líquido Ativo Circulante Saldo Inicial 1.702.146,68 1.451.726,01 (+/–) Incorporação à Conta Patrimônio Social (54.932,39) 54.932,39 (705.111,89) 705.111,89 0,00 0,00 Saldo Final 1.366.366,84 1.702.146,68 Saldo em 31/12/2005 2.474.678,36 (852.686,77) 0,00 0,00 0,00 1.621.991,59 (+) Variação do Ativo Circ. (335.779,84) 250.420,67 Passivo Circulante Saldo Inicial 595.859,82 310.861,85 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 e 2004 Saldo Final 1.019.049,31 595.859,82 Nota 1) Contexto Operacional - Associação Palas Athena do Brasil, C.N.P.J. j) Bancos c/ Empréstimo: refere-se a Empréstimos efetuados junto a (–) Variação do Passivo Circ. 423.189,49 284.997,97 43.310.283/0001-80, é uma associação civil, de fins não econômicos, filantrópi- Instituições Financeiras, a juros usuais de mercado com parcelas a serem cos, de caráter educacional, assistência social e cultural, tendo como finalidade quitadas no próximo exercício. k) Contas a Pagar: O valor de R$ 206.511,47 Redução do Capital Circulante Líquido (758.969,33) (34.577,30) principal dedicar-se à educação e à assistência social. No exercício de suas ati- refere-se basicamente à provisão para pagamento das concessionárias de Determinação da Receita Base para Cálculo das Gratuidades - Beneficências vidades, promove o bem de seus assistidos, sem distinção de cor, raça, naciona- serviços públicos e de fornecedores, que serão efetuados no decorrer do 360.669,36 lidade, sexo, credo religioso ou político, ou quaisquer outras formas de discrimi- exercício seguinte; l) Credores Diversos: refere-se a Adiantamentos de A Receitas Operacionais c/ Prog. e Proj. de Assistência Cultural 576.952,49 nação. Poderá criar e desenvolver qualquer obra ou atividade que se enquadre Clientes, a serem apropriados como receitas de acordo com a realização de B Receitas Operacionais c/ Prog. e Proj. de Educação em suas finalidades sociais, e que se rege pelo seu Estatuto Social e pela legisla- vendas e prestação de serviços gráficos; m) Exigível a Longo Prazo: O valor C Receitas Operacionais Gráficas 3.263.106,45 ção aplicável. A Associação é composta pelas seguintes Unidades: de R$ 41.161,24 constante no Grupo “Passivo Exigível a Longo Prazo” se refere D Receitas Financeiras e Patrimoniais 80.675,91 Associação Palas Athena do Brasil – Sede C.N.P.J. 43.310.283/0001-80 ao saldo de financiamento FINAME, para aquisição de bens do Ativo Permanente, E Receitas Gerais 195.240,64 Centro Pedagógico Casa dos Pandavas C.N.P.J. 43.310.283/0004-23 financiamento este obtido através do agente Banco Itaú S/A; n) As transferências F = Receita Total Base da Gratuidade (A+B+C+D+E) 4.476.644,85 Gráfica e Editora Palas Athena C.N.P.J. 43.310.283/0005-04 ocorridas entre as unidades não compõem o resultado do exercício; o) Valor da Gratuidade - Decreto Federal 2.536/98 (20% x F) 895.328,97 Nota 2) Apresentação das Demonstrações Contábeis - As Demonstrações Patrocínios: na execução de seus projetos sociais a entidade recebeu a título Isenção (Imunidade) Usufruída - INSS 749.118,36 Contábeis e Financeiras foram elaboradas em conformidade com a Lei nº 6.404/76 de patrocínio os seguintes valores: (Lei das Sociedades por Ações) e suas alterações posteriores, em que lhe é aplicável. Nota 3) Principais Práticas Contábeis - a) Foram atendidas a todas as normas constantes da Resolução nº 877 do Conselho Federal de Contabilidade-CFC, de 18 de abril de 2000, que aprovou a NBC T 10.19, que visa orientar o atendimento às exigências legais sobre procedimentos contábeis a serem cumpridos pelas pessoas jurídicas de direito privado sem finalidade de lucros, especialmente entidades beneficentes de assistência social (LOAS); b) Regime: A prática contábil adotada é a do regime de competência; c) Direitos e Obrigações: Os direitos e obrigações da entidade estão em conformidade com seus efetivos valores, conhecidos e calculáveis em real; d) Aplicações Financeiras: As aplicações financeiras estão demonstradas pelo valor de aplicação, acrescidas dos rendimentos correspondentes, apropriados até a data do Balanço, com base no regime de competência: d.1) Estes recursos destinam-se à aplicação em suas finalidades institucionais; e) Contas a Receber: refere-se basicamente a vendas e prestação de serviços gráficos realizados no Exercício 2005 e que serão recebidos no decorrer do exercício seguinte; f) Provisões - f.1) PCLD (PDD): O valor da Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa foi constituído de forma a cobrir as perdas estimadas na realização das Duplicatas a Receber, na forma de lei; g) Estoques: Os estoques constantes do Balanço Patrimonial se referem a livros e estão avaliados ao custo médio de aquisição ou produção, não superiores ao preço de mercado; h) Ativo Realizável a Longo Prazo: O valor de R$ 1.000,00 constante no Grupo “Ativo Realizável a Longo Prazo” se refere a título de capitalização adquirido em 2000 junto ao Banco Banespa S/A; i) Imobilizado: O Imobilizado se apresenta pelo custo de aquisição ou valor original, visto que a entidade não procedeu à Correção Monetária de Balanços em exercícios anteriores. A depreciação foi calculada pelo método linear, com base em taxas que levam em conta o tempo de vida útil estimado dos bens: Contas do Ativo Imobiliz. % Deprec. 2005 2004 Terrenos - 161.932,13 161.932,13 Instalações 10 % 110.000,38 110.000,38 Aparelhos de Som/Vídeo/Imagem 10 % 1.322,32 0,00 Biblioteca 10 % 221.125,50 221.125,50 Máquinas, Aparelhos e Equipamentos 10 % 1.210.023,21 1.200.532,21 Móveis e Utensílios 10 % 71.247,93 67.227,93 Telefone 10 % 36.451,37 36.451,37 Equip. de Informática 20 % 72.693,77 30.224,77 Veículos 20 % 108.156,24 108.156,24 Ferramentas 10 % 82,00 82,00 Marcas e Patentes 12.255,19 12.255,19 Software 20 % 10.578,71 0,00 Total do Imobilizado 2.015.868,75 1.947.987,72 (-) Depreciação Acumulada (699.973,25) (502.140,93) (-) Amortização Acumulada (1.060,20) 0,00 Saldo Grupo Ativo Imobilizado 1.314.835,30 1.445.846,79 PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES - À DD. Diretoria da Associação Palas Athena do Brasil - São Paulo-SP - 1. Examinamos os balanços patrimoniais da Associação Palas Athena do Brasil, levantados em 31 de dezembro de 2005 e 2004 e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos, correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, elaborados sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis. 2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria e compreende-
COOPERGER – COOPERATIVA DE PROFISSIONAIS EM GERENCIAMENTO, CONSULTORIA E GESTÃO DE EMPRESAS DO ESTADO DE SÃO PAULO. CNPJ 06.697.399/0001-98 Edital de Convocação - Assembléia Geral Extraordinária A COOPERGER – Cooperativa de Profissionais em Gerenciamento, Consultoria e Gestão de Empresas do Estado de São Paulo, por seu Diretor Presidente, de acordo com a competência contida no Estatuto Social, CONVOCA os 45 (quarenta e cinco) cooperados, para se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária, que será realizada no próximo dia 09 de outubro de 2006, à Av. Brigadeiro Faria Lima, nº 1616, conj. 802 – Bairro, São Paulo - SP, às 09h00 (nove) horas em primeira convocação, com a presença de 2/3 (dois terços) dos cooperados, às 09h30 (nove e meia) horas em segunda convocação, com a presença de metade mais um dos cooperados, ou às 10h00 (dez) horas, em terceira e última convocação, com a presença mínima de 10 (dez) cooperados, para deliberar sobre a seguinte: Ordem do Dia: 1) Discutir e deliberar sobre a reforma estatutária; 2) Eleição de diretoria e conselho fiscal. São Paulo, 28 de setembro de 2006. Sr. Paulo de Assis - Diretor Presidente.
• R$ 180.000,00 recebidos do Banco Real (no exercício de 2004) e apropriado como receita no exercício 2005, pela execução do Projeto Valores que Não têm Preço; • R$ 56.700,00 recebidos do Banco Real, para execução do Projeto Jovem Aprendiz; • R$ 64.270,50,00 recebidos da UNESCO; • R$ 35.000,00 recebidos da EMBRAER; • R$ 298,86 recebidos da Org. Nações Unidas; • R$ 24.400,00 recebidos do Banco Merill Linch; p) No ano de 2005 a entidade recebeu as seguintes doações: p.1) Associados e Colaboradores: R$ 103.963,02; p.2) Pessoas Físicas: R$ 30.371,50; p.3) Pessoas Jurídicas: R$ 725,00. Nota 4) Ajuste de Exercícios Anteriores: O valor de (R$ 13.850,45) constante na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e na Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos como “Ajuste de Exercícios Anteriores”, refere-se a: • Despesas diversas competência 2004, no montante R$ (23.287,57); • Receitas diversas competência 2004, no montante R$ 8.042,30; • Estorno de lançamento em duplicidade ref. PIS compet. Dez/2004, no valor R$ 1.394,82. Nota 5) Contingência Tributária - Em vista das alterações constantes da Lei 9.732/98, em vigor desde abril de 1999, foram introduzidas mudanças que visam limitar a Isenção (Imunidade) das Contribuições à Seguridade Social – INSS. A entidade possui Medida Liminar que lhe assegura a situação aplicável à lei anterior. Entretanto, em se tratando de entidade de fins filantrópicos está imune da quota patronal de previdência social, e ainda, protegida pela liminar concedida na ação direta de inconstitucionalidade nº 2028-5 de 14/7/1999. A Entidade vem calculando suas contribuições sociais usufruídas com base na Lei 8.212/91 em sua redação primitiva. Após análise detida pela Administração e seus consultores jurídicos, o entendimento é que a exigência é inconstitucional, indevida e remota a possibilidade de perda. Portanto, embora esses valores sejam calculáveis, decidiu-se não constituir provisão para esse fim. Esses valores, anuais, equivalem à Isenção (Imunidade) Usufruída INSS, elencadas nas contas de compensação. Nota 6) Atividades Beneficentes de Assistência Social, Educação e Cultura - a) Os recursos da entidade foram aplicados em suas finalidades institucionais, em conformidade com seu Estatuto Social, demonstrados pelas suas despesas e investimentos patrimoniais; b) A entidade utiliza-se, também, do Grupo Compensado, constante do Balanço Patrimonial para o registro e controle de suas Gratuidades Concedidas, do Custo da Isenção (Imunidade) da Quota Patronal de Previdência Social usufruída e para outros controles de interesse da instituição. b.1) Os valores alocados neste grupo não compõem os Ativos e Passivos da entidade. c) Em atendimento ao disposto no inciso VI do artigo 3º do Decreto nº 2.536/98, a entidade no ano de 2005 concedeu, através de seus Projetos Sócio-Educacionais, as seguintes gratuidades: ram: (a) o planejamento dos trabalhos considerando a relevância dos saldos; o volume de transações, o sistema contábil e de controles internos da Entidade; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e informações contábeis divulgados; e (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas, adotadas pela Associação Palas Athena do Brasil, bem como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. 3. Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas, quando lidas em conjunto com as notas explicativas que as acompanham, representam ade-
Demonstração da Gratuidade Concedida Comitê Paulista para a Década da Cultura 27.669,16 Proj. Import. Medit. Qual. de Vida Sesc Viv. 280,00 Proj. Import. Medit. Qual. de Vida Palestras 197,60 Projeto a Paz Pede Parceiros 80,01 Projeto Arvoredo - Bco. ABN AMRO REAL 21.140,00 Criança Esperança 30.800,01 Projeto Cultural de Paz - Sesc Ribeirão Preto 787,18 Projeto Dia Internacional da Filosofia 717,10 Projeto Espaço Gandhi - Praça Tulio Fontoura 94.019,53 Projeto Filosofia e Cinema (FERSOL) 3.069,02 Projeto Jovem Aprendiz 61.966,72 Projeto Rede Gandhi Saúde e Cultura de Paz 82,05 Projeto Sentinela - Caxias do Sul 10.573,13 Projeto Universidade para a Paz - UPEACE 30,16 Valores que não têm preço - 2005 - ABN AMRO REAL 94.177,12 Viabilização e Gestão de Programas e Projetos 146.582,86 Centro Pedagógico Casa dos Pandavas 524.982,78 G Valor Total da Gratuidade Concedida 1.017.154,43 Porcentual (%) de Gratuidades Concedidas sobre a Receita Base (G / F) 22,72% NOTAS: 1) Os valores para determinação da Receita Base da Gratuidade foram extraídos da Demonstração do Déficit do Exercício, do grupo “Receitas”. 2) O montante de “Gratuidades Concedidas” e da “Isenção da Quota Patronal Usufruída” figuram no Balanço Patrimonial, nos grupos “Ativo/Passivo Compensado” em rubrica própria. 3) Os Programas e seus Projetos encontram-se no Relatório de Atividades. d) Os valores de Gratuidades Concedidas pela entidade foram compostos através de custos financeiros (elencados na Demonstração do Déficit do Exercício); e) Destaca-se que os usuários da assistência social do “Centro Pedagógico Casa do Pandavas” não contribuem com nenhum tipo de mensalidade, bem como os que participam dos Programas e Projetos desenvolvidos, promovidos e criados pela “Sede”. f) O custo da isenção (imunidade) da quota patronal da previdência social usufruída pela entidade no ano de 2005 foi de R$ 749.118,36. Nota 7) Déficit: O déficit do exercício será transferido para a conta Patrimônio Social (PL) após aprovação da Assembléia Geral dos Associados. São Paulo, SP, 31 de dezembro de 2005. Luiz Carlos Andrade Santos Flávia Roberta Mendes Coordenador Jurídico Contadora – CRC 1SP221432/O-7 C.P.F. 948.361.168-72 C.P.F. 151.267.458-32 quadamente, em seus aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Associação Palas Athena do Brasil em 31 de dezembro de 2005 e 2004 e o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as origens e aplicações de seus recursos, referentes aos exercícios findos naquelas datas, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. São Paulo, 20 de julho de 2006. Moreira & Associados - Auditores - CRC 2 RS 3717 S SP Heraldo S. S. de Barcellos - Contador - CRC 1 RS 11609 S SP Sócio - Responsável Técnico
DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 28 de setembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:
Requerente: Open Money Factoring Ltda. Requerido: Lufran–Comércio de Suprimentos Industriais Ltda-EPP - Rua Oliveira Fagundes, 227, complemento 213 - 01ª Vara de Falências Requerente: Klininvest Factoring Fomento Mercantil Ltda. - Requerido: Auto Pos-
to São Expedito Ltda. - Av. Nossa Senhora do Sabará, 2828 - 01ª Vara de Falências Requerente: Comércio de Tecidos Silva Santos Ltda. - Requerido: Jung Hae Chung Yoon ME - Rua Joli, 479 - 01ª Vara de Falências
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Finanças Empresas Imóveis Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira e sábado, 29 e 30 de setembro, e domingo, 1 de outubro de 2006
Negociamos com parceiros de 15 cidades e com empresários da Espanha. Claúdio Santos, do Universidades Hotel
OCUPAÇÃO NO FERIADO DEVE CHEGAR A 70%
IMOBILIÁRIAS DE CIDADES LITORÂNEAS ESPERAM OCUPAR 70% DOS IMÓVEIS PARA LOCAÇÃO NO FERIADO
CALOR LEVA BONS NEGÓCIOS AO LITORAL
O
s c o r r e t o r e s d e a diária até mansões de frente imóveis do litoral para o mar por R$ 3 mil. paulista estão torA demanda para a alta temcendo para que o porada em Ilha Bela também sol volte a brilhar nos próxi- começou cedo. A expectativa mos dias. A expectativa é ter do proprietário da JMB Negócerca de 70% dos imóveis para cios Imobiliários, Marcelo Lilocação ocupados no feriado ma Batista, é registrar 95% de de 12 de outubro, embora as re- ocupação. Imóveis de alto paservas estejam em baixa até o drão não faltam por lá – há camomento. "A primavera che- sas com três suítes por R$ 700 a gou fria. As pessoas têm receio diária e de cinco suítes por R$ 2 de reservar algo e chegar aqui mil. "No feriado, os preços são com chuva. Estamos torcendo bem mais baixos que na alta para o tempo melhorar, afinal, temporada. É um bom negócio praia só funciona com sol", diz vir para Ilha Bela agora, emboo delegado do Conselho Re- ra ainda não tenhamos regisgional de Corretores de Imó- trado muita procura." veis do Estado de São Paulo Pesquisa – Os preços dos (Creci-SP) da regional Litoral aluguéis no litoral paulista Sul, Adelino Augusto de An- c r e s c e r a m e n t r e 0 , 7 7 % e drade Júnior. 23,53%, em relação a 7 de seSegundo ele, a tendência é tembro último, de acordo com de aumento na demanda. Na pesquisa realizada pelo CrePraia Grande, por exemplo, a cio-SP com 49 imobiliárias procura por imóveis nos feria- de 12 cidades. A maior alta dos cresce a cada ano, devido à (23,53%), se refere ao valor méproximidade da capital e à dio diário de casas de quatro grande oferta, que acaba bara- dormitórios no Litoral Centeando os aluguéis. Já em Mon- tral, que passou de R$ 283,33 gaguá, de acordo com o pro- em setembro para R$ 350 em prietário da Paulumar Imó- o u t u b r o . A m a i o r q u e d a veis, Paulo (6,04%), ficou Wiazo wiski, por conta dos como há pouapartamentos cos imóveis de três dormipara locação e tórios do LitoA primavera está fria. muitos para ral Central, As pessoas têm receio venda, praticuja diária de reservar algo e camente tudo passou de já foi reservaR$ 220,83 para chegar na praia com do com anteR$ 207,50. chuva. Torcemos para cedência. "As "É quase o tempo melhorar. incor poradouma lei natuAdelino Andrade ras e construral: como a Júnior, do Creci p r o c u r a a ut o r a s d e v eriam atentar menta com a gradativa mepara essa questão e construir mais pré- lhora do tempo, com a chegada dios voltados à locação." da primavera, os proprietários A expectativa também é boa puxam para cima os valores para o delegado do Creci-SP das locações, o que não signifida regional Santos, Ivo San- ca que sejam esses os valores fiches: "Nos anos anteriores, o nais das diárias de casas e aparferiado do dia 12 foi bom, e este tamentos", explica o presidennão deve ser diferente. Espera- te do Creci-SP, José Augusto mos entre 70% e 80% de ocupa- Viana Neto. "O que a pesquisa ção". Segundo ele, quem pro- mostra são os valores médios cura imóvel com antecedência pedidos, sobre os quais é semgarante melhor preço. A diária pre possível negociar, princide um apartamento de três palmente com antecedência." dormitórios, por exemplo, No Litoral Sul, que inclui cicusta, em média, R$ 200; de dades como Itanhaém, Praia dois dormitórios, R$ 160; de Grande e Peruíbe, foram obum, R$ 100. Já a de uma quiti- servados os menores preços do nete, sai por volta de R$ 70. "Os mercado. A diária de uma casa valores são negociáveis." de três dormitórios, por exemTemporada – No Litoral plo, variou 4,89%, passando de Norte, as reservas antecipadas R$ 168,75 em setembro para para o próximo feriado ainda R$ 177 em outubro. A diária de estão em baixa, mas o ritmo pa- um apartamento de três dorra a temporada de verão está a mitórios passou de R$ 175 para todo vapor. Segundo o delega- R$ 172, queda de 1,43%. No Litoral Central, como do do Creci-SP da regional São Sebastião e proprietário da Guarujá e Santos, o valor da Imobiliária Padrão, Eliazar diária das casas de mesmo paÂngelo Simioni, a procura por drão sofreu reajuste de 1,88%, casas para a temporada come- passando de R$ 208,57 para çou em setembro. "O pessoal R$ 212,50. No Litoral Norte, os não está perdendo tempo", preços cotados para 12 de ouafirma Simioni, que aposta no tubro ficaram em torno de crescimento de 20% nos negó- R$ 233,33 e R$ 241,61 para cacios nesta temporada. Por lá, sas e apartamentos de três dorhá desde casas e apartamentos mitórios, respectivamente. Maristela Orlowski pequenos com diária de R$ 150
Clóvis Ferreira/Digna Imagem
Guarujá com ótimo tempo. Lá, assim como em Santos, o valor da diária de casas de três dormitórios sofreu reajuste médio de 1,88%, passando de R$ 208,57 em setembro para R$ 212,50 em outubro. No Litoral Sul, que inclui Praia Grande, Peruíbe e Itanhaém, são encontradas as diárias mais baratas: cerca de R$ 177 para imóveis de três dormitórios
HOTEL SÓ PARA UNIVERSITÁRIOS Professor e criador do conceito lança segunda fase de venda de ações do empreendimento em Campinas Marcos Peron/Virtual Photo
O
professor de física aposentado da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), interior de São Paulo, Cláudio Santos, lançou recentemente a segunda fase de vendas de ações para o "Projeto Universidades Hotel" – um empreendimento único no mundo – segundo Santos, que está em fase de acabamento em Campinas. É um hotel de três torres (duas de 14 andares e a central com 15), área total de 18 mil metros quadrados, 128 apartamentos e capacidade para 672 hóspedes. É voltado exclusivamente para estudantes que, além de receberem os serviços de hotelaria, terão cursos de aperfeiçoamento e educação complementar dentro do hotel. De acordo com o empreendedor, Campinas foi escolhida para iniciar o projeto pelo grande número de universidades e estudantes que se concentram na região. A idéia, entretanto, vai além. "Vamos construir hotéis em larga escala pelo Brasil, utilizando o conceito de franquias. Já estamos em negociações com parceiros em outras 15 cidades. E vamos para o mundo. Estamos negociando com um grupo de empresários da Espanha", afirmou o professor. Somente em Campinas, a intenção é construir outras três unidades. Santos teve a idéia de lançar hotéis exclusivos para estudantes há 35 anos, quando ministrava aulas na Unicamp. O primeiro edifício, denominado "Universidades Hotel Campinas I", tem 215 associados, que compraram 92,8 mil ações fechadas da Kota Engenharia e Comércio S.A., construtora fundada pelo profes-
Cerca de 3 mil estudantes se disseram interessados nos quartos oferecidos pelo projeto Universidades Hotel
sor. Agora serão colocadas à venda outras 39 mil ações a R$ 413,30 cada uma, que podem ser adquiridas em um pacote mínimo de 30 cotas, ou R$ 12,3 mil. O total do investimento para a construção da primeira unidade é de R$ 33 milhões. "Se as novas cotas forem vendidas até o final deste ano, abrimos o hotel em julho de 2007", afirmou. Os apartamentos são divididos em uma pequena área de serviço, cozinha integrada à sala e duas suítes. Há apartamentos com duas camas em cada suíte ou uma das suítes com apenas uma cama. O aluguel mensal, somando-se as diárias do mês, hoje, ficaria em torno de R$ 700. Para o gerente de negócios da imobiliária de Campinas Home Hunters,
parceira de vendas da Kota, Luiz Alberto Sauan, é um bom negócio levando-se em consideração que, no preço, estão incluídos os serviços do hotel, água e energia elétrica. Para iniciar a construção em Campinas, o grupo de investidores realizou uma pesquisa na região, que calculou pelo menos 3 mil estudantes interessados em morar em um local com as características do hotel. "Isso nos dá uma grande margem de escolha. Vamos selecionar os alunos que morarão no Universidades. Queremos somente pessoas interessadas no aprendizado. Vai ser um hotel elitista, sim, pois queremos nos tornar uma referência. Que o estudante coloque no currículo que morou no hotel e que isso seja visto pelo
mercado como um aluno bem preparado", observou o professor. A pesquisa também mostrou que a grande maioria que prefere o hotel é composta por mulheres. Entre os cursos que podem ser oferecidos pelo empreendimento estão os de idiomas, português, informática e etiqueta. Na infra-estrutura, o piloto de Campinas I reúne consultório odontológico, restaurante, loja de conveniência, posto bancário, enfermaria, papelaria, livraria, salão de estética, lanchonete, banca de jornais, academia de ginástica, salão de jogos e quadra poliesportiva. Oferece ainda banda larga para internet sem fio e transporte terceirizado para as universidades da região. Mário Tonocchi
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Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças
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LEÃO ARRECADOU R$ 18,85 BI A MAIS NO SEMESTRE
100
mil reais é quanto pode custar um medidor de vazão para as fábricas de refrigerantes.
GOVERNO ESPERA QUE INFLAÇÃO MEDIDA PELO IPCA FIQUE EM 3,4% ESTE ANO E EM 4,3% EM 2007 Ailton de Freitas/Agência O Globo
BC REVISA PARA 3,5% PREVISÃO DE AUMENTO DO PIB No Relatório Trimestral de Inflação, governo abandonou estimativa de crescimento de 4% da economia este ano, mas ainda está mais otimista que o mercado. Analistas estimam expansão de 3,09% do Produto Interno Bruto (PIB).
O
Para Beviláqua, do BC, atividade no segundo trimestre foi mais modesta que o esperado
Impostos alcançam 39,79% do PIB
O
Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro totalizou R$ 987,6 bilhões no primeiro semestre de 2006, conforme divulgou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com a revelação dos valores, em reais, de toda a riqueza produzida pelo País no período, a carga tributária, prevista anteriormente pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), subiu de 39,41% para 39,79% do PIB. O que representa um aumento de 0,63 ponto percentual em relação ao primeiro semestre de 2005. Comparando o atual levantamento com os números do mesmo período do ano passado, houve um aumento real na arrecadação de R$ 18,85 bilhões (5,04%), já descontada a inflação projetada pelo Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com isso, o valor arrecadado foi de R$ 392,78 bilhões. Houve, também, um aumento de R$ 5,62 bilhões (3,02%) no recolhimento dos tributos federais, que chegaram a R$ 269,52 bilhões. Já a arrecadação dos estados sofreu um crescimento de R$ 5 bilhões (5,10%), chegando ao montante de R$ 102,96 bilhões. No caso dos tributos municipais, o aumento foi de R$ 1,14 bilhão (5,94%). Ao todo, a arrecadação dos municípios foi de R$ 20,30 bilhões. Per capita – De acordo com o IBPT, a arrecadação tributária semestral per capita também apresentou um crescimento de 8,97% em relação ao primeiro semestre de 2005. Isso significa que cada brasileiro pagou R$ 175,53 a mais de
tributos no período. Na projeção para o ano, o índice deve ficar em 9,84%. Cada brasileiro deverá pagar de impostos R$ 4.380, ou seja, R$ 392,54 a mais do que em 2005, quando foram R$ 3.987,46. Entre os três setores que compõem o índice, agropecuária teve R$ 37,9 bilhões; indústria, R$ 184,5 bilhões e serviços, R$ 252,9 bilhões. Entre abril e junho, o consumo das famílias foi de R$ 282,3 bilhões e o do governo, R$ 94,2 bilhões. Os investimentos ficaram em R$ 102,2 bilhões (20,1%). Foi a melhor taxa desde 1997, quando alcançaram 20,4%. A balança de bens e serviços teve superávit de R$ 16,6 bilhões. As exportações fecharam o segundo trimestre com R$ 78,6 bilhões e as importações, com R$ 62 bilhões. Márcia Rodrigues com ABr
Banco Central (BC) cedeu às evidências do fraco desempenho da economia entre abril e junho e reduziu sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2006 de 4% para 3,5%. Mesmo com esse recuo, a projeção ainda é mais otimista que a do mercado financeiro, que aposta em uma expansão de apenas 3,09%. O BC também reduziu sua estimativa de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2006, de 3,8% para 3,4%. Em 2007, o primeiro ano do novo mandato presidencial, a inflação deverá alcançar 4,3%. As novas projeções constam do Relatório de Inflação do terceiro trimestre, divulgado ontem. As estimativas foram concluídas no final de agosto e levaram em conta um cenário no qual permaneceriam constantes os juros básicos, em 14,25% ao ano, e a taxa de câmbio, em R$ 2,15 por dólar. As previsões do BC, porém, indicam uma dose de ceticismo não repetida pelo restante do governo — pelo menos, neste período pré-eleitoral. Na última segunda-feira, o Ministério do Planejamento cravou que o crescimento da economia brasileira neste ano será de 4% — aposta 0,5 ponto percen-
Estamos caminhando para uma nova etapa da economia brasileira, de crescimento e consolidação da estabilidade. Afonso Beviláqua, diretor do Banco Central tual inferior à sua previsão anterior. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também sustenta essa estimativa. Desastre — A posição do BC leva em conta, principalmente, o desastre do segundo trimestre do ano, quando o PIB cresceu apenas 0,5%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o diretor de Política Econômica do BC, Afonso Beviláqua, o desempenho da economia no período foi "mais modesto" que o esperado. Apesar da expectativa de recuperação do ritmo de crescimento neste segundo semestre e de ampliação do consumo das famílias em 4,2% no ano, o estrago já está feito. O BC revisou para baixo as projeções de crescimento para todos os setores da indústria, a agropecuária, a construção ci-
vil e os serviços. A estimativa de expansão da indústria extrativa, que era de 9,4%, caiu para 7,1%, por conta de paralisações nas plataformas de petróleo da Petrobras em junho e julho. Para a indústria de transformação, que sofreu mais incisivamente o impacto da redução do PIB no segundo trimestre, o recuo foi de 4% para 2,8%. O crescimento na construção civil, antes imaginado em 7,6%, agora será de 5,7%. No caso dos serviços de utilidade pública, a redução foi de 5,2% para 3,9%. Embora neste ano a safra agrícola deva alcançar 117 milhões de toneladas nas contas do IBGE — o que significará aumento de 4,5% em relação a 2005 —, o setor agropecuário igualmente pressionou a revisão para baixo do PIB. O relatório, entretanto, elabora um "cenário benigno" para a inflação futura — algo que sugere a continuidade da redução dos juros básicos caso os riscos da economia mundial não se tornem realidade. "Estamos caminhando para uma nova etapa da economia, de crescimento e consolidação da estabilidade", disse. "A economia mostrou um comportamento diferente, do ponto de vista dos ativos, para enfrentar a volatilidade do mercado internacional." (AE)
Pablo de Sousa/LUZ
Adiado no STF julgamento sobre IR
U
m pedido de vista adiou pela terceira vez, ontem, o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) da cobrança do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre os lucros obtidos por empresas controladas ou coligadas no exterior. Trata-se de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) questionando a exigência – imposta pela Medida Provisória (MP) nº 2.15835/2001 –, ajuizada pela Con-
federação Nacional da Indústria (CNI). O pedido de vista de ontem foi solicitado pelo ministro Ricardo Lewandowski. Os anteriores foram dos ministros Nelson Jobim e Marco Aurélio. Até a interrupção de ontem, foram quatro votos diferentes. Um pela procedência total da ação, da ministra Ellen Gracie, no início do julgamento, em 2003, que declarou inconstitucional a expressão "ou coligadas". O outro voto é do ministro Nelson Jobim, que julgou
improcedente a ação da CNI. Os demais votos foram dados ontem por Marco Aurélio e Sepúlvera Pertence. Em seu voto-vistas, Marco Aurélio sustentou que houve violação de três preceitos constitucionais na MP: falta de urgência para justificá-la; a incidência de tributo sobre situação que não configura renda ou lucro, além do fato de se tributar lucros acumulados relativos a períodos anteriores à sua edição e do mesmo exercício financeiro. (MR)
INFORME PUBLICITÁRIO
RICARDO www.ricardogranja.com.br Pequenos fabricantes de refrigerantes alegam que não têm recursos para comprar o equipamento
Medidor de vazão nos tribunais
A
Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras) – que representa as pequenas e médias companhias do setor de refrigerantes - entrou com um mandado de segurança com pedido de liminar para suspender a exigência da instalação dos medidores de vazão em suas fábricas. "Ou que a Receita Federal arque com os custos do aparelho e sua manutenção diretamente ou por meio de créditos tributários", explicou o advogado que representa a entidade, Gilberto Luiz do Amaral, presidente do Instituto Brasileiro de P l a n e j a m e n t o Tr i b u t á r i o (IBPT). De acordo com a Receita, as empresas que produzem mais de 200 milhões de litros por ano devem instalar os
equipamentos até amanhã. A ação da Afrebras alega ilegalidade e inconstitucionalidade da exigência por violar os princípios da proporcionalidade, capacidade contributiva e da livre iniciativa, entre outros. Custos – A Receita Federal exige para cada linha de envase um medidor de vazão instalado. Pelos cálculos da Afrebras, os custos do equipamento e da sua instalação variam de R$ 70 mil a R$ 100 mil. "Além disso, há um custo mensal extra de R$ 10 mil a R$ 30 mil para a manutenção dos aparelhos. Uma empresa de pequeno porte não tem lucro suficiente para isso", afirma Ademar Watanabe, tesoureiro da entidade. Na opinião de Watanabe, a
Afrebras não é contra a implantação dos medidores de vazão nas fábricas, mas contesta a obrigação de ter que pagar por um aparelho que só traz benefícios para a fiscalização. "Essa obrigação é da Receita Federal. É como se um chefe obrigasse um funcionário a comprar e instalar uma filmadora para fiscalizar sua rotina no trabalho", compara. Para as fábricas que produzem de 30 a 200 milhões de litros de refrigerante por ano, o prazo para instalação é 31 de maio de 2007. Já para as que produzem de 5 a 30 milhões de litros anuais, o prazo é 31 de dezembro do próximo ano. A regulamentação consta do Ato Declaratório Executivo Cofis n° 13, do dia 13 de março de 2006. Laura Ignacio
GRANJA DEPUTADO ESTADUAL
25190 com “Este é da casa” - Superintendente (licenciado) da ACSP - Distrital Pinheiros
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Brindes não são vendidos nem para as eleições nem, por enquanto, para outros setores.
SETOR DE PROMOÇÕES CALCULA PERDAS
PRIMEIROS DERROTADOS NAS ELEIÇÕES: GRÁFICAS E BRINDES
Milton Mansilha/ LUZ
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Ricardo Padue/ AFG
Propaganda proibida e financiadores com medo de aparecer: prejuízo
Gráficas e empresas de produtos promocionais se ressentem da proibição da propaganda política e dos showmícios. Até "santinhos" minguaram. No total, R$ 1,5 bilhão de faturamento e 20 mil empregos a menos.
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oda época de campanha eleitoral acontecia a mesma coisa: o eleitor se via bombardeado por bonés, panfletos, camisetas, cartazes, chaveiros. Mas neste ano foi diferente, já que o Congresso proibiu a distribuição de brindes e a realização de showmícios, com o intuito declarado de reduzir os custos das campanhas. Assim, a indústria de brindes, ao invés de faturar os 50% a mais de praxe, leva prejuízo de 40% e teve até de dispensar parte dos funcionários. Nem as gráficas, responsáveis pela produção de santinhos e malas diretas, foram beneficiadas. Segundo a Associação Brasileira de Indústrias Gráficas (Abigraf), as vendas do setor devem recuar 30% no período eleitoral deste ano. "O candidato não tem dinheiro para investir na campanha porque os empresários têm medo de ver seus nomes associados a políticos corrup-
tos", diz o presidente da Abigraf regional de São Paulo, Alfred Plöger. Segundo ele, na época de campanha eleitoral, o setor gráfico costuma arrecadar R$ 230 mil a mais. Mas, neste ano, o lucro não deve passar dos R$ 150 mil. "É uma queda significativa, porque isso interfere também na oferta de empregos temporários para os tempos de campanha eleitoral", diz. Por conta da medida do governo que proíbe propaganda política eleitoral em outdoors, as gráficas que trabalham com esse tipo de material acabaram perdendo mercado. Inadimplência – Essa não foi a única mudança este ano. "Há também aquelas que preferem não se envolver com panfletos políticos ou que não produzem esses produtos porque correm o risco de inadimplência por má gestão do orçamento eleitoral", afirma o superintendente da Associação Brasileira de Tecnologia Gráfi-
ca (ABTG) e proprietário da gráfica Paper Express, Fábio Arruda Mortara. Mas foi a indústria de brindes que viu suas perspectivas de lucro irem por água abaixo. A minirreforma, que proibiu os candidatos de distribuírem presentes como bonés, canetas e camisetas, pegou os empresários do setor de surpresa. "Já tínhamos investido em equipamentos e feito pedidos aos fornecedores quando a reforma foi aprovada", conta a administradora da Unibrindes, Carmen Santana. "Agora, estamos tentando devolver o que foi comprado ou negociar um pagamento mais espaçado, pelos prejuízos que tivemos." Para Carmen, o mês de setembro foi o pior dos últimos dois anos. Ao invés de uma elevação de vendas de 50%, como costumava acontecer nos tempos de campanha eleitoral, a procura por produtos do setor caiu 40%. "Além de não vendermos nada para os candida-
tos, o País pára nessas épocas", afirma. "As pessoas só voltam a investir depois das eleições, por isso acreditamos que os negócios só começarão a se recuperar a partir de novembro." avalia a administradora. Cadastro dos gastos – Para o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Prod u t o s P ro m o c i o n a i s ( A PPROM), Marcos Antonio Lucas, com a proibição da produção de brindes políticos, o governo perdeu uma grande oportunidade de aumentar a arrecadação de impostos e de gerar empregos. "Se as empresas pudessem se cadastrar para que elas transmitissem quanto cada candidato gasta com brindes durante a campanha, e de onde saiu esse dinheiro, as coisas se resolveriam", afirma. "Deixamos de gerar 20 mil empregos temporários só na cidade de São Paulo e de faturar R$ 1,5 bilhão no Brasil inteiro." Sonnaira San Pedro
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RITMO DA D INDÚSTRIA DÁ SINAIS POSITIVOS Após dois meses fracos, desempenho melhora
epois de dois meses com desempenho fraco, o Indicador do Nível de Atividade da indústria paulista (INA) voltou ao patamar positivo em agosto (0,6% ante julho com ajuste e 5,2% sem ajuste), abrindo o tradicional "trimestre de ouro" para a indústria, segundo palavras do diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini. Isso porque os meses de agosto, setembro e outubro costumam ser marcados pelo aumento da atividade industrial para abastecer o comércio para as vendas de final de ano. Ainda assim, a expectati-
va da Fiesp e do Centro das In- trial também costuma recuar. dústrias do Estado de São Por isso, as duas entidades Paulo (Ciesp) é pessimista. estimam que o INA fechará o Rep rese ntan tes ano em 2,7%. De das duas entidajaneiro a agosto, d e s n ã o a c re d ino entanto, o intam que este ano, dicador subiu o é de que em 2006 3,3% sobre o O terceiro trimestre o " t r i m e s t re d e mesmo período o u ro " s e j a re a l- deste ano deve ser do ano passado. mente valioso pa- tão morno quanto foi E em 2005, o INA ra a indústria. Ao no ano passado. A cresceu 3,6% ancontrário. economia industrial te 2004. "O terceiro triDe qualquer paulista anda de mestre deve ser, forma, apesar de n e s t e a n o , t ã o lado. elevar novamenmorno quanto foi Boris Tabacof, te o indicador pano ano passado", da Fiesp ra patamar posidisse Boris Tabativo de -0,8% em cof, diretor de Ecojunho e 0% em junomia do Ciesp, ressaltando lho, sempre contra o mês anteque nos meses de novembro e rior), a alta de agosto foi considezembro, a atividade indus- derada tímida pelos empresá-
ECONOMIA - 5 rios, contrária a projeções de crescimento mais consistentes. "Como se fala no mercado finan ceiro, a economia industrial paulista anda de lado", disse Tabacof. A pesquisa mostrou, também, que as vendas reais da indústria paulista cresceram 13,5% em agosto ante julho (sem ajuste), mas o total de salários reais recuou 1,2% na mesma base de comparação. Alimentos e bebidas – A demanda interna, segundo o estudo, puxou o desempenho do setor de alimentos e bebidas (2,2% ante julho com ajuste e 2,5% sem ajuste sazonal) e também segura a produção de veículos automotores (alta de 0,8% com ajuste e de 3,5% sem ajuste, ante julho). (AE)
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Finanças Imóveis Nacional Tr i b u t o s
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FIANÇA TAMBÉM É MOTIVO DE INADIMPLÊNCIA
por cento dos devedores citam o descontrole de gastos como causa da falta de pagamento.
PESQUISA DA ACSP MOSTRA QUE DESEMPREGO É A CAUSA DA INADIMPLÊNCIA PARA 60% DOS DEVEDORES Paulo Pampolin/Hype – 20/4/06
FALTA DE TRABALHO É MOTIVO DE CALOTE
Negociações dão bom resultado Maioria dos reajustes no primeiro semestre teve piso estabelecido ao equivalente a 1,5 salário mínimo
A
maioria dos pisos salariais estabelecidos nas negociações do primeiro semestre deste ano foi equivalente a até 1,5 salário mínimo, mostrou a pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos (Dieese) divulgada ontem. No período, 70% das 211 negociações salariais pesquisadas atingiram valores de até 1,5 salário, sendo 44% de até 1,25 salário. Os técnicos do Dieese ressaltaram que a concentração de pisos em faixa próxima ao salário mínimo melhorou em relação aos primeiros semestres de 2004 e 2005, quando pouco mais de um quarto das negociações havia obtido valor de até 1,25 salário mínimo. Para o órgão, "o fato decorre da política de valorização do
salário mínimo nos últimos dois anos e da não incorporação de aumentos reais nessa mesma proporção aos pisos salariais negociados", disse o Dieese em nota de imprensa. Os pisos mais altos foram obtidos nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do País, de 1,63 salário mínimo. A entidade acrescentou que, "apesar da melhora vista recentemente, ainda é muito longa a distância do menor salário pago e daquilo que seria necessário para assegurar as condições básicas de existência dos trabalhadores". O salário mínimo necessário, mostrou um outro estudo recente do departamento, calculado sobre o gasto familiar, seria de R$ 1.442,62 em agosto, bem acima do salário mínimo vigente de R$ 350. (Reuters)
O Setor de atendimento do SCPC: descontrole aumenta calotes
Faturamento no varejo sobe
O
faturamento real do varejo na Região Metropolitana de São Paulo aumentou 4,7% em agosto, na comparação com o mesmo período de 2005. Segundo a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), o resultado provocou elevação da taxa acumulada em 2006 para 3,5% até agosto. No confronto entre os dados de agosto e julho houve recuo de 1% no faturamento. Na avaliação da Fecomércio-SP, o crédito e a
recuperação da renda do trabalhador colaboraram, positivamente, para a expansão das vendas no mês passado. De acordo com a entidade, as concessões de financiamentos para pessoas físicas atingiram R$ 43 bilhões no período, acumulando cerca de R$ 328 bilhões no ano. No entanto, a entidade ressaltou, através de nota, que o endividamento, pressionado pelas altas taxas de juros cobradas das pessoas físicas, atuou como freio à meta de se alcançar um ciclo expressivo de vendas no varejo. (AE)
BANCÁRIOS DO RIO ENTRAM EM GREVE
INDÚSTRIA Fiesp obtém na Justiça suspensão de protesto de Certidão de Dívida Ativa.
O Ó RBITA
VALE
A
Companhia Vale do Rio Doce anunciou ontem uma parceria para montar sua primeira usina para processar minério de ferro na China. A empresa participará da joint venture Zhuhai YPM, que fará o beneficiamento de minério de ferro. O aporte da Vale será de US$ 4 milhões e a companhia responderá por 70% do abastecimento. (AE) A TÉ LOGO
desemprego conti- fiador, também mantém-se conua sendo a princi- mo um dos principais problepal causa da ina- mas: 13% no ano passado. Nesd i m p l ê n c i a d o s te mês, foram 11%. "Talvez as paulistanos. Segundo dados pessoas estejam ficando mais da Associação Comercial de conscientes do perigo de emSão Paulo (ACSP), 56% das prestar o nome. Em contraparpessoas que ficaram devendo tida, estão comprando mais para empresas de comércio e por impulso e descontrolando serviços neste mês indicaram a seus gastos", diz Alfieri. falta de trabalho como motivo. Cheques — Pela primeira Em igual período do ano pas- vez desde setembro de 2002, a sado, a taxa era de 50%. pesquisa apontou o cheque coO desemprego de algum mo a principal forma de pagamembro da família também se mento dos que não quitaram mantém entre os principais suas dívidas, com 35% das resproblemas para o pagamento postas, contra 34% dos carnês, de dívidas: pas18% dos cartões de crédito e 13% sou de 4% em setembro de 2005 de empréstimos de bancos e fipara 3% neste mês. "Somados nanceiras. "Mas, embora não se os dois indicado- Os números provam res, temos quase que o mercado de possa comparar com as pesqui60% das causas trabalho não está da inadimplên- melhorando tanto sas anteriores, o cia. Isso prova cartão de crédito que o mercado de quanto o governo tem sido a modatrabalho não está está alardeando. lidade de pagamelhorando tanEmílio Alfieri, mento que tem to quanto o goeconomista da a p r e s e n t a d o verno está alarAssociação Comercial m a i o r c r e s c ideando", afirma m e n t o d e i n adimplência nos o economista do Instituto Gastão Vidigal da últimos meses", revela o diretor do Instituto Gastão Vidigal, ACSP, Emílio Alfieri. Como prova do que diz, ele da ACSP, Marcel Solimeo. Para ele, quando o consumicita o índice de desemprego do Instituto Brasileiro de Geogra- dor não consegue pagar todos fia e Estatística (IBGE), que os compromissos em dia, atrapassou de 9,4% em agosto do sa primeiro o que tem a sanção ano passado para 10,6% em mais branda ou menos imediaigual mês deste ano. "O que es- ta. Como a inadimplência do tá acontecendo é que a fiscali- cheque implica no imediato zação está mais pesada e as em- encerramento da conta, essa se presas estão registrando os torna sua última opção. Solimeo chama a atenção paempregados. Por isso, os números do Caged (Cadastro Ge- ra o aumento do número de ral de Empregados e Desem- cheques sem fundos por emipregados) sobem e não batem tente, que revela que a reincicom os do IBGE." dência é um grave problema Além da falta de trabalho, o com os cheques. "Isso decorre, descontrole de gastos faz parte em grande parte, do longo prada estatística. Em setembro do zo entre a devolução na priano passado, 10% dos entre- meira apresentação e a incluvistados pela entidade aponta- são no cadastro do Banco Cenvam essa como a causa da ina- tral e também do fato de que dimplência. Neste mês, 11% 88% dos cheques sem fundos disseram a mesma coisa. Em- são pré-datados." A ACSP enprestar o nome para um paren- trevistou 926 pessoas. Fernanda Pressinott te ou amigo, assim como ser
TURISMO
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Brasil vai deixar de arrecadar com turismo US$ 500 milhões em razão da crise da Varig. A estimativa é do ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia. O Ministério revisou para baixo, de US$ 5 bilhões para US$ 4,5 bilhões, a projeção de geração de recursos por turistas estrangeiros no País este ano. (AE)
s bancários do Rio voltaram à greve ontem, agora por tempo indeterminado, depois da paralisação feita na terçafeira passada. O movimento é uma reação à proposta feita ontem pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), qualificada como "muito provocativa" pelo presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Vinícius Assumpção. A decisão foi tomada em assembléia na noite de quarta-feira, por cerca de 1,2 mil bancários. A categoria no Estado soma 30 mil pessoas, das quais 20 mil sindicalizadas. Nas estimativas do
sindicato, um terço das agências aderiu à greve. A avaliação é de que o maior nível de adesão ocorreu no centro da cidade, que reúne mais agências bancárias. A categoria defende reposição da inflação (2,85% de setembro do ano passado a agosto deste ano pelo INPC), mais reajuste real de 7,05%, além de um salário, R$ 1,5 mil e 5% do lucro líquido dividido, a título de participação nos lucros e resultados. A proposta da Fenaban foi de reajuste de 2% e parcelas de 80% do salário, R$ 800 e mais R$ 500, como participação nos lucros. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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IGP-M deve fechar o ano abaixo de 3,5%, variação menor que a expectativa inicial, que era entre 4% e 4,5%
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Brasil retoma briga do algodão com os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio
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PIB norte-americano desacelerou acima do esperado no segundo trimestre, mas inflação sobe
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.LAZER
sexta-feira e sábado, 29 e 30 de setembro, e domingo, 1 de outubro de 2006
TEATRO A crise ética, interesses corporativos, lavagem de dinheiro ilegal e outras mazelas. Fotos: Divulgação
Uma tragédia de homens
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A VOZ DO CIDADÃO Sérgio Roveri
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entro das comemorações de cem anos da morte de Henrik Ibsen, uma das obras-primas do dramaturgo norueguês, Um Inimigo do Povo, estréia amanhã no Sesc Ipiranga com direção de Sérgio Ferrara. Escrita em 1882 e encenada pela primeira vez em janeiro de 1883, no Teatro Nacional de Oslo, a peça ajudou a fazer de Ibsen um dos pais do teatro moderno e, até hoje, um dos principais nomes do realismo nos palcos. Ou, no mínimo, um dos primeiros autores a empurrar para os bastidores reis, rainhas e toda uma legião de personagens míticos para dar voz à classe média do fim do século 19. Mas este não é um mérito que o texto carrega sozinho: o grande passo em direção à posteridade Ibsen já havia dado em 1879, ao escrever Casa de Bonecas, e depois em 1881, com Espectros. "Cada
obra de Ibsen exerceu influência e impacto sobre a dramaturgia dos anos posteriores e sobre autores como Pirandello, Eugene O’Neil e Bertolt Brecht", escreveu o diretor Sérgio Ferrara. "O teatro moderno jamais voltaria a ser o mesmo depois de Ibsen. Ele se viu obrigado a seguir em frente, a qualquer custo". Um Inimigo do Povo adentra contemporâneo pelo século 21 por revelar como a crise ética e os interesses corporativos costumam vitimar o cidadão comum com vocação a herói incorruptível – um tipo de personagem sobre o qual os produtores de Hollywood adoram se debruçar. Basta lembrar, apenas para ficar em dois exemplos, dos filmes Erin Brockovi ch e O Informante, histórias nas
quais pessoas aparentemente comuns enfrentam o poderio econômico para denunciar a contaminação da água e os malefícios do cigarro, respectivamente. Na peça de Ibsen, o homem obcecado pelo bem-estar da coletividade é o médico Thomas Stockmann, casado e pai de três filhos. Responsável por um balneário que responde por toda a renda de uma pequena localidade, um dia ele decide revelar que as águas, até então tidas como medicinais, estavam contaminadas por detritos de animais. Nesta cruzada, o médico se vê abandonado pelas autoridades locais, entre elas seu irmão mais velho, prefeito e presidente do balneário. As armações para que Stockmann se cale no primeiro momento e caia em descrédito
IBSEN H
enrik Johan Ibsen (1828-1906) nasceu em Skien, Noruega. Em 1850 o jovem Ibsen pretendia estudar medicina, mas ao ser reprovado nos exames de admissão à universidade passou a se dedicar à literatura. Começou escrevendo para a publicação literária semanal Andhrimmer, e em pouco tempo já escrevia peças de teatro. Na década de 1960 produziu obras que tiveram destaque, como Brand (1866) e Peer Gynt (1867). O escritor considerava The Emperor and the Galilean, um drama sobre cristianismo e paganismo, sua peça mais importante, porém outras obtiveram mais destaque. É o caso da peça Casa de Bonecas (1879), sua obra mais famosa, um drama social sobre casamento no qual uma mulher se recusa o obedecer ao marido e põe fim a um casamento aparentemente perfeito. Casa de Bonecas foi encenada em vários países da
diante da comunidade no momento seguinte são tantas que, em pouco tempo, de profissional respeitado ele se vê convertido no tal inimigo do povo. Derrotado em seus objetivos, mas seguro de suas convicções, Stockmann, na cena final da peça, reúne a família para comunicar que acaba de realizar outra descoberta, além daquela sobre a contaminação do balneário. "Ouçam todos com atenção o que lhes vou dizer. Me sinto, agora, um dos homens mais poderosos do mundo. O homem mais poderoso que há no mundo é aquele que está mais só". Um Inimigo do Povo, estréia amanhã, sábado (30), no Sesc Ipiranga, Rua Bom Pastor, 822, tel.: (11) 3349-2000. Sábado às 21h e domingo às 20h. Ingressos a R$ 15.
Europa e da América. No Brasil, Tônia Carrero e Luís Lima protagonizaram a montagem, dirigida por Cecil Thiré em 1976. A obra literária do escritor é dividida em três períodos: romântico (1850-1873), realista (1877-1890) e simbolista (1892-1899). O tema central das peças dele é o dever do indivíduo para consigo mesmo. O escritor é considerado o Shakespeare da era moderna, pelo realismo e pela profundidade psicológica com que retratou os problemas sociais, a injustiça e a hipocrisia das convenções sociais, colocando em xeque os valores da classe média européia. O escritor inglês George Bernard Shaw é considerado seu único sucessor por possuir o mesmo intelectualismo, estilo e habilidade de dramatizar idéias e conceitos em peças inteligentes.. Em 1900, Ibsen contraiu uma gripe forte e a partir daí sofreu três derrames que paralisaram os movimentos do corpo do escritor. A partir de então o estado de saúde dele começou a piorar, até que no dia 23 de maio de 1906, Ibsen faleceu. (RA)
Um Inimigo do Povo e Ibsen, autor da obra prima
CAIXA DOIS
Rogério Ferroni/Divulgação
M
ais uma peça vem somar-se à grande quantidade de espetáculos em cartaz na cidade que tomam emprestada da realidade política nacional a inspiração para suas tramas. Primeiro texto do dramaturgo brasileiro Peter Pondorf a chegar aos palcos, Temporada de Laranjas (O Grande Golpe) focaliza a prática do caixa dois, da corrupção e do uso de contas correntes de laranjas para a lavagem de dinheiro ilegal. A peça, que tem direção de Kiko Jaess, estréia amanhã no Teatro Ruth Escobar. O espetáculo focaliza o ingresso de um homem comum, José, pai de família classe média, no mundo da corrupção. Um dia, José é comunicado que a conta corrente que divide com o filho vai ser usada para receber depósitos provenientes de recursos financeiros não contabilizados. Um nome pomposo para designar um grande trambique promovido pelo futuro sogro de José. Esta relação de parentesco não apenas o tranqüiliza, mas o convence a integrar o esquema de corrupção – José passa a cobrar uma generosa comissão para que seu nome seja usado para fins ilícitos. Segundo o autor, no mundo do caixa dois só há lugar para dois tipos de pessoas: os laranjas e os espremedores de laranjas. (SR)
A classe média adentra a corrupção no primeiro texto do dramaturgo Peter Pondorf
Temporada de Laranjas, estréia amanhã no Teatro Ruth Escobar, Rua dos Ingleses, 209, tel.: (11) 3289-2358. Sexta às 21h30, sábado às 21h e domingo às 20h. Ingressos de R$ 25 a R$ 30.
Abre as Asas Sobre Nós: história de vinganças, adultério e excesso de testosterona Divulgação
egunda peça do projeto Bárbara Ao Quadrado, o drama Abre as Asas Sobre Nós entra em cartaz na próxima segunda-feira, dia 2, no Espaço dos Satyros Dois. Idealizado pelo ator e produtor André Fusko, o projeto de investigação dramatúrgica propunha a criação de duas peças diferentes a partir da mesma matéria-prima, no caso o conto inédito Bárbara, do médico Dráuzio Varella. No conto, ambientado no Pavilhão Cinco do presídio do Carandiru, o personagem Bárbara, travesti mineiro de 27 anos condenado por assassinato, mantém um caso com Xalé, ladrão de caminhões de carga e chefe da faxina no presídio. Este envolvimento é abalado com a chegada à cadeia de Galega, travesti brasileiro operado na Itália, por quem Xalé começa a demonstrar interesse. A história, alimentada por vinganças, adultério e excesso de testosterona, termina de forma trágica. A primeira versão do conto para o teatro, O Anjo do Pavilhão Cinco, foi feita pelo dramaturgo e diretor Aimar Labaki e permaneceu quatro meses em cartaz. Abre as Asas, agora, leva a assinatura do jornalista e dramaturgo Sérgio Roveri, colaborador deste caderno. "O mais interessante deste projeto foi ver como dois autores partiram da mesma fonte de inspiração para chegar a resultados tão distintos", diz André Fusko. "São duas peças completamente diferentes, no estilo, na linguagem e na narrativa. Labaki e Roveri, em suas peças, encontraram soluções muito particulares para os personagens descritos por Dráuzio Varella". Abre as Asas Sobre Nós, que tem direção de Luiz Valcazaras, é ambientada fora do Carandiru. O drama tem início numa noite em que o personagem Bárbara (Emerson Rossini) é atropelado por Paulo Preto (André Fusko). Um mês depois do acidente, os dois voltam a se encontrar – e nesta ocasião Bárbara fala além do que devia, revelando segredos que comprometem não só a ela, mas também o travesti Galega (Rodrigo Gaion), com quem divide um quarto, e o cafetão Xalé (Valmir Pinto). (SR) Abre as Asas Sobre Nós, estréia segunda, dia 2, no Espaço dos Satyros Dois, Praça Roosevelt, 214, Consolação, tel.: (11) 3258-6345. De segunda a quarta às 22h30. Ingressos: R$ 20.
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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
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O BOTICÁRIO INVESTIU R$ 5 MILHÕES NO PRODUTO
Tecnologia para extração da fragrância foi desenvolvida pela Unicamp.
Fotos: Marcos Peron/Virtual Photo
Variedade de lírio está sendo produzida na cidade de Tapira, em Minas Gerais. Botões são utilizados pelo O Boticário para a produção da fragrância Lily Essence. Para o gerente de exportação da fazenda Terra Viva, Ralph Bekker, a parceria com O Boticário abre novo mercado para os produtores Marcos Peron/Virtual Photo
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ela primeira vez no mercado brasileiro de perfumes uma flor desenvolvida no País está sendo produzida em escala para a fabricação de um produto nacional. A variedade de lírio Stargazer é cultivada em Tapira, Minas Gerais, pela fazenda Terra Viva, do Grupo Schoenmaker de Holambra, interior de São Paulo. Ainda fechados, os botões da planta são remetidos para a fábrica de O Boticário, em São José dos Pinhais, cidade que fica próxima a Curitiba, no Paraná. Lá, a empresa produz, com tecnologia estruturada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), seu novo perfume, o Lily Essence, lançado no último dia 25. De acordo com o gerente de Exportação da Terra Viva, Ralph Bekker, a parceria com O Boticário abre um novo mercado para os produtores de flores e plantas de Holambra. A cidade hoje é responsável por 40% do mercado brasileiro de flores. Ele não informou qual o volume de flores que é vendido para a produção do perfume a partir da essência do lírio, mas garantiu que 10% de toda a produção dessa variedade é destinada ao novo produto. A Terra Viva é uma das maiores produtoras de flores de Holambra. Técnica egípcia – Na Unicamp, de acordo com o pesquisador Pedro Melillo de Magalhães, do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQDA), o trabalho foi atualizar a técnica egípcia enfleurage que deixou de ser utilizada no mundo em 2002 pelo alto custo. O processo original utiliza gordura animal para capturar o odor da planta. "Nosso trabalho foi encontrar uma gordura vegetal ideal, a temperatura e o tempo correto de exposição da planta", disse o professor. As flores recém-abertas são
Divulgação
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De toda a produção da fazenda Terra Viva, 10% são destinados à fábrica de O Boticário, que produz o perfume a partir do lírio Stargazer
colocadas em recipientes acrílicos, cobertas por uma placa untada com gordura vegetal e trocadas a cada dois dias. Depois de 15 dias, a gordura é retirada e, por meio de reações com álcool, são separados gordura e óleo essencial da flor. O Boticário investiu R$ 5 milhões para a nova linha de produção e nas pesquisas da Unicamp. Segundo o diretor de Pesquisa e Inovação da empresa, Israel Feferman, a empresa vai lançar novos produtos derivados de óleos essenciais extraídos de plantas locais. Mercado – Se for levado em consideração apenas o desempenho do setor de beleza, produzir plantas para a extração de ativos vegetais é um mercado bastante promissor. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), considerando apenas os preços de fábrica, o setor faturou, de janeiro a junho deste ano, R$ 7,78 bilhões, 13,3% a mais que no mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, espera-se crescimento INFORME PUBLICITÁRIO
entre 10% e 14%, chegando a R$ 17,5 bilhões em 2006. No varejo, a expectativa é chegar a US$ 16,7 bilhões em vendas, 22% a mais que em 2005. Se confirmados os números, o Brasil deve passar em 2007 do quarto para o terceiro lugar no mundo entre os países consumidores de produtos de beleza. O País desbancaria a França, ficando atrás apenas dos EUA e Japão nos principais mercados consumidores de cosméticos. O desempenho interno poderia ser melhor, segundo a Associação dos Distribuidores e Importadores de Perfumes, Cosméticos e Similares (ADIPEC). De acordo com o secretário executivo da associação, Sérgio Nascimento, um problema histórico ainda é muito presente no setor: o contrabando. "É impossível ter uma estatística confiável do contrabando. A Associação criou um selo de autenticidade. M as é comum encontrarmos um frasco de perfume com o selo e, ao lado, um outro produto da mesma marca sem o certificado." Mário Tonocchi
Divulgação
PAÍS GANHA PRIMEIRA FLOR PARA PERFUME
Marcelo Min/AFG
Suplemento Especial São Paulo, 29 e 30 de setembro, e 1 de outubro de 2006
Acabamos de sair da gráfica Com uma notícia boa e uma ruim sobre as empresas de pequeno e médio porte que representam 95% do setor gráfico. A boa notícia: o faturamento deve aumentar em 10% este ano. E a ruim: todos vão sentir um impacto negativo da introdução da Nota Fiscal Eletrônica.
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Imóveis Empresas Finanças Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
EXPOMONEY TEM CURSOS GRATUITOS
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por cento dos titulares de cartões de crédito têm filhos, de acordo com a Credicard Itaú.
Leonardo Rodrigues/Digna Imagem – 8/11/05
BB reduz taxas de juros para pessoas físicas e empresas
FATURAMENTO DEVE CHEGAR A R$ 14 BILHÕES
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Banco do Brasil (BB) anunciou ontem a redução das taxas de juros cobradas em diversas linhas de crédito direto ao consumidor (CDC) e a micros, pequenas e médias empresas. De acordo com a instituição, essa decisão é conseqüência das medidas anunciadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), entre elas a que diminuiu a contribuição dos bancos ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC). "A redução objetiva ampliar a competitividade das taxas do Banco do Brasil e manter a estratégia de crescimento da base de clientes e de negócios", disse comunicado divulgado ontem pelo BB. Novas taxas — A taxa do BB Crédito Salário (crédito pessoal para clientes que recebem salário pelo banco) caiu de 4,42% para 4,40% ao mês; o CDC Empréstimo Eletrônico (crédito pessoal sem direcionamento) passou de 4,72% para 4,69%; o BB Crédito Parcelado Cartão (financiamento de saldo da fatura de cartão de crédito) recuou de 3,43% para 3,20%; o CDC Veículo Novo caiu de 2,08% para 1,98%; o CDC Veículo Usado, de 2,39% para 2,25%; o CDC Veículo Próprio (empréstimo com garantia do veículo de propriedade do cliente), de 3,50% para 3,30%; o BB Crediário (financiamento de bens, serviços e impostos), de 2,82% para 2,40%; e o CDC Renovação (empréstimo para renovar operações já contratadas, com possibilidade de troco), de 4,72% para 4,69%. Para micros, pequenas e médias empresas, a taxa mensal do Desconto de Cheques caiu de 1,68% para 1,54% ao mês; o BB Giro Rápido passou de 2,57% para 2,53%; o BB Giro 13º salário saiu de TR mais 1,80% para TR mais 1,69%; e o BB Giro 13º Salário (para cliente sem folha de pagamento no BB), de TR mais 2,80% para TR mais 2,75%. As novas taxas começaram a valer ontem. (AE)
Segundo Chacon, maior parte dos detentores de cartões tem filhos
Expomoney traz idéias para investimentos Evento, que termina amanhã, tem palestras e cursos sobre o mercado
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processo de popularização do mercado de renda variável brasileiro é dado como certo por corretoras e analistas do sistema financeiro. Essa tendência levou um total de 120 expositores, entre corretoras, empresas que abriram ou pretendem abrir seu capital e bancos a marcarem presença na edição deste ano da Expomoney. O evento, que já está em sua 4º edição, vai até amanhã. Os visitantes terão acesso a várias palestras de especialistas a respeito de investimentos em ações, fundos imobiliários e outros assuntos relacionados ao mercado. Poderão, além disso, conhecer de perto plataformas de operações, como o Home broker, sistema de negociação da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Pessoa física — Conversando com analistas e economistas presentes ao evento fica claro que o grande foco do setor
financeiro hoje é a pessoa física. Na Expomoney, o interessado em dar um rumo para o seu dinheiro encontrará palestras e informações sobre aplicações de curto, médio e longo prazos, além de conhecer um pouco sobre composição de preços dos papéis, o funcionamento da Bovespa e também da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). De acordo com os organizadores, a Expomoney pretende colaborar com a desmistificação do mercado de investimentos, mostrando que um aplicador pode começar tanto com R$ 100 como com R$ 10 mil. A participação na Expomoney é gratuita — não há custo para as palestras ou cursos. Davi Franzon SERVIÇO Expomoney 2006 Hoje, das 13h às 21h Amanhã, das 10h às 18h Centro de Convenções Frei Caneca — rua Frei Caneca, 569 – 5º andar
DIA DAS CRIANÇAS IMPULSIONA VENDA COM CARTÕES De acordo com estudo divulgado ontem pela administradora Credicard Itaú, vendas com os plásticos no próximo mês devem ter crescimento de 24%, em grande parte por causa da influência positiva das compras de presentes.
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mercado brasileiro de cartões de crédito deve registrar no m ê s d e o u t u b ro um aumento de 24% sobre igual período do ano passado, atingindo R$ 14 bilhões em volume de transações. Essas estimativas são baseadas em um estudo divulgado ontem pela Credicard Itaú. O bom desempenho será impulsionado principalmente pela venda de presentes para o Dia das Crianças, a segunda melhor data do ano para o segmento infantil. Nos últimos três anos, o crescimento da utilização de plásticos durante a data comemorativa foi de 91,3%. No mês de outubro de 2003, o volume de transações foi de R$ 7,2 bilhões. De acordo com o diretor de Marketing de Negócios da empresa, Fernando Chacon, a participação de roupas e calçados no faturamento dos cartões em outubro deve atingir 21%, contra 19% em outubro do ano passado. Já as compras realizadas em supermercados e hipermercados, que incluem brinquedos e vestuário infantil, devem passar de 23% para 24%. "Os supermercados acabam concorrendo com as outras lojas de segmentos específicos porque vendem de tudo, inclusive para as crianças. Nesse caso, eles acabam substituindo o bazar", afirmou. A semana das crianças movimentará o maior volume de transações de todo o mês de outubro, atingindo um total de
R$ 3,8 bilhões, com ticket médio de R$ 90. Chacon observou que esse bom desempenho pode estar relacionado ao fato de 61% das pessoas que possuem cartão de crédito terem filhos. Nesse universo, os homens têm mais cartões: 51% contra 49% das mulheres. "Cerca de 36% dos pais têm renda mensal superior a R$ 1,5 mil e estão nas faixas de idade intermediária, entre 30 e 49 anos", informou Chacon. Mulheres — Considerando a projeção de consumo com cartão no mês de outubro, as mulheres responderão por um volume de R$ 6,5 bilhões em transações no próximo mês, o que corresponde a 46% do total movimentado. Esse aumento tem sido significativo nas transações com plásticos por parte do público feminino nos meses de outubro desde 2002, quando a representatividade na indústria total foi de 42%. A pesquisa da Credicard Itaú também relacionou o
comportamento de consumo no mês de outubro entre as camadas de renda da sociedade. A classe A deverá movimentar R$ 3,7 bilhões no período, com participação de 27% do volume total. Já as demais classes, juntas, representarão 73% do mercado, movimentando um total de R$ 10,3 bilhões. Segundo Chacon, em 2002, a participação das classes B, C e D era de 69%. "O ritmo de crescimento está mais acelerado. A baixa renda está percebendo que o plástico é o meio mais apropriado para administrar as despesas", destacou. O uso da vantagem do parcelamento sem juros também tem aumentado de 2002 para cá. Naquele ano, as compras parceladas em outubro representaram 37% do total das vendas. Este ano, 51% das compras serão realizadas dessa forma. "O parcelamento sem juros substitui o cheque prédatado", disse Chacon. Vanessa Rosal
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.ESPECIAL
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TENDÊNCIA Arte: Roberto Alvarenga
A fotografia na era digital Maria Helena Martins Fotos: Divulgação
Takeda: a Fujifilm vende 150 mil minilabs por ano no mercado brasileiro. Acima, minilab da Fujifilm
Com a popularização das câmeras digitais, a 'revelação' de fotos se transformou em um serviço de impressão, feito na hora
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a década de 40 até meados dos anos 90, fotografar e revelar um filme dependia de todo um processo logístico. A pessoa tirava a foto, levava o filme na loja - onde era coletado por um motoboy, que em seguida o encaminhava para o laboratório. Até então, o tempo de revelação de uma foto em uma cidade do Nordeste, por exemplo, poderia levar até 15 dias. No governo Collor, houve uma liberação das importações, facilitando a entrada no Brasil de novos equipamentos. Com o surgimento dos minilabs, máquinas que realizam todo o processo dos laboratórios, houve uma revolução que representou um boom para o setor. Os minilabs analógicos custavam em média U$ 180 mil. Após a liberação das importações, foi possível trazêlos por U$ 100 mil. “O lojista conseguia pagar o pro-
duto em menos de um ano. Representou um negócio muito rentável”, justifica Flávio Takeda, gerente de Marketing da Fujifilm, pois o investidor economizou em todo o processo logístico. Em algumas cidades turísticas o número de revelações chegava a 200 ou 300 filmes por dia. “Nas segundas-feiras, os funcionários já chegavam com medo, por receio de tanto trabalho”, conta. Tecnologia - Já na transição dos minilabs analógicos para os digitais, a Fuji fechou os laboratórios e redirecionou os funcionários para outros departamentos da empresa. A Fotóptica, como já possuía uma rede de lojas, já sabia realizar esse trabalho e a única mudança foi da foto analógica para digital. Hoje, um minilab custa U$ 100 mil e o ideal para o lojista é aquele que atenda às suas necessidades. Um minilab amador faz revelações de foto no tamanho 15x21 cm, mas existem outros que podem fazer no formato 15x38. “Não adianta colocar numa loja de shopping center um minilab que permite impressão de 1 metro de largura, pois nesse caso não é viável para as necessidades daquele público”, afirma Takeda. Segundo ele, a Fuji vende 150 mil minilabs por ano apenas no mercado brasileiro. Estações digitais - O minilab digital Frontier 500 apresenta todos os leitores de mídia digital, abrindo espaço para que o consumidor seja atendido sem restrições, ou seja, com praticidade e economia de tempo. Já sob o ponto de vista do lojista, além de oferecer impressões de imagens armazenadas em cartões, CDs e outras mídias, o equipamento traz outra vantagem: acompanha o servidor, que também atua como estação digital, ampliando ainda mais os serviços prestados. De acordo com Takeda, da Fuji, a instalação de mais terminais permite o aumento da capacidade de processamento de pedidos, diminuin-
do o tempo de espera de impressão. A expansão de serviços de impressão também conta com softwares opcionais para o controlador de imagens. Para Márcio Daniel, gerente de Planejamento de Negócios da Kodak, os minilabs representam um modelo de negócios para o lojista ou empreendedor que deseja explorar as possibilidades que o quiosque tem a seu favor, trazendo uma série de benefícios. “O próprio negócio em si é uma oportunidade única, com grande potencial de geração de receita”. Na geração de quiosques Kodak, o lojista conecta várias estações digitais a uma única impressora térmica, compartilhando também seu banco de dados. Esse benefício evita formação de filas de consumidores que desejam manipular as imagens, além de acelerar o processo de impressão das fotos, que é de apenas oito segundos para tamanhos 10x15. Batizados pela Kodak de quiosques de 4ª geração, possuem o conceito de auto-atendimento, assim como os outros equipamentos da linha. A facilidade do manuseio faz com que o cliente utilize um arquivo digital para imprimir com rapidez e qualidade suas imagens. As opções vão desde disquete ou CD até os mais variados tipos de cartões de memória, conexão USB, fotos de celulares e handhelds que possuam dispositivo de transmissão sem fio Bluetooth ou infravermelho. As principais diferenças entre minilabs e quiosques relacionam-se ao preço, capacidade de produção e o tipo de insumo utilizado. “O minilab digital custa em torno de US$ 110 mil e é voltado para alto volume de produção, cujos insumos são papel sensível à luz e químicos para revelação. Já o quiosque custa em média dez vezes menos, e é voltado para pequenos a médios volumes de produção de serviços digitais, com uso de mídia térmica”, esclarece.
Quiosque Kodak: conceito de autoatendimento, aceita diversas mídias
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Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Lino Fernandes Ilustração Abê / Roberto Alvarenga Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo
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Ano 81 - Nº 22.223
Sexta-feira e sábado, 29 e 30 de setembro, e domingo, 1 de outubro 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 00h45
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
Para nós, hoje é o Dia da Secretária
Fernando Donasci/Folha Imagem
Eleitor segura máscara de Lula durante o último comício do candidato petista, ontem, em São Bernardo do Campo.
Máscara de presidente
O presidente e candidato à reeleição Luís Inácio Lula da Silva se escondeu dos holofotes da TV Globo e da sua audiência e decidiu não participar do debate entre os candidatos à Presidência. Ao anunciar sua desistência de última hora em carta à emissora, depois de uma semana de vai-não-vai, Lula alegou temer "ataques gratuitos e agressões pessoais" de adversários "desesperados". Num cenário com a cadeira de Lula vazia, os candidatos cobraram do presidente ausente respostas para todos escândalos que tomaram conta do País durante a gestão petista. Cristovam Buarque (PDT) foi duro, fez um desafio a Lula caso se comprove o envolvimento do presidente em irregularidades, após as eleições: pediu a sua renúncia. Todas as punições e apurações estão suspensas por causa do pleito. A candidata Heloísa Helena, do PSol, disse que o petista fugiu do encontro para não ter de explicar a "corrupção do seu governo, o enriquecimento do filho, os dólares de Duda Mendonça no exterior e de onde veio o dinheiro para a compra de dossiê contra tucanos". Geraldo Alckmin (PSDB), que teve de defender o governo FHC dos ataques de Heloísa, lembrou que o Mensalão foi arquitetado dentro do Planalto. Páginas 3,4,5 e 8 Luiz Prado/Luz
Odival Reis/Diário de S. Paulo/ Ag. O Globo
Paulo Liebert/AE
Cenas da reta final da campanha: militantes acenam suas bandeiras e a candidata Camila Kiss pede votos na Av. Paulista, enquanto funcionários do TRE embarcam urnas para Rondônia. UIP/Divulgação
Mídia externa vai à Justiça Hélvio Romero/AE
Empresas de outdoor começam a lutar contra a "lei radical" que limita a mídia exterior. C 1 e Opinião HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 26º C. Mínima 15º C.
AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 25º C. Mínima 15º C.
Tragédia e algo mais no fim de semana Veja o muito esperado As Torres Gêmeas (foto), do polêmico Oliver Stone. O filme revive a saga de sobreviventes da tragédia de 11 de setembro de 2001 e só tem mocinhos. Stone prefere esquecer os vilões. Visite o Corredor Literário Paulista. E saiba como os franceses Roger e Guiet vieram ao Brasil para encantar as crianças.
NESTA EDIÇÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira e sábado, 29 e 30 de setembro, e domingo, 1 de outubro de 2006
ESPECIAL - 3
MERCADO Arte: Roberto Alvarenga
Pequenas e médias gráficas imprimem força à economia Antônio Graça Ricardo Padue /AFG
Elas empregam 40% dos trabalhadores do segmento, faturaram R$ 5 bilhões em 2005 e são um dos principais termômetro da saúde do País
WValente /AFG
Wilson Barbosa Destro, da Iterfil: especializada em materiais promocionais
A
s gráficas de pequeno e médio porte são maioria no mercdo brasileiro. Do total de cerca de 15.500 empresas, 90% delas têm até 20 funcionários e 95% até cem funcionários. Acima de 500 funcionários são apenas 40 empresas, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf). Como em 2005 o setor apresentava 202 mil empregos diretos, pode-se concluir a importância que estas pequenas e médias indústrias têm na geração de postos de trabalho. Ainda segundo a Abigraf, 90% dos estabelecimentos com até 20 funcionários são responsáveis por 40% do efetivo dos trabalhadores. Se do ponto de vista da participação no faturamento a maior fatia fica com as grandes empresas, não se pode dizer que é pouco o dinheiro que movimentam as pequenas e médias gráficas, que detêm, segundo estimativas da Abigraf, de 25% a 30% do faturamento do setor. Em 2005, o mercado gráfico faturou R$ 17,18 bilhões, contra R$ 16,08 bilhões em 2004. Isso significa que as pequenas e médias movimentaram cerca de R$ 5 bilhões em 2005. Para este ano, as perspectivas de desempenho do conjunto do setor gráfico são otimistas. Uma primeira projeção indica crescimento nominal do faturamento entre 10% e 11%. Em 2005 em relação a 2004, foi de 6,8%. No âmbito doméstico, fatores como as eleições e a Copa do Mundo concorrem para este crescimento. No que se refere às eleições, a estimativa da Abigraf é que os serviços para esta demanda representarão de 2% a 3% do PIB gráfico, ou seja R$ 300 a R$ 400 milhões. E neste nicho é grande a participação das gráficas médias.
Impacto negativo A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) deverá trazer sérios problemas para as pequenas e médias gráficas. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Formulários, Documentos e Gerenciamento da Informação (Abraform), ela vai representar, a curto e médio prazos, a perda de 16 mil empregos. Além disso, segundo Antônio Leopoldo Curi, presidente da Abraform, ela não elimina o papel, porque tem de ser emitido um documento impresso em papel branco e a laser para acompanhar a mercadoria. “Não há, portanto, benefícios para o emitente porque continua o custo de impressão e nem para a sociedade, porque não se reduz o consumo de
José Cláudio Destro, da Futuro Mundo: a empresa possui 48 funcionários e tem forte atuação no segmento de brindes, que representa cerca de 60% do negócio
papel”, afirma Curi. Com exceção da impressão de livros didáticos, que é um nicho dominado pelas grandes gráficas, as pequenas e médias prestam quase todo tipo de serviço: cartões, formulários, folhetos, notas fiscais, agendas, cadernos, bulas, rótulos e embalagens, entre outros, tanto em tecnologia off-set como digital. Mas a batalha destas empresas não é fácil. “Há excesso de burocracia, de tributos e de regulamentação. A vida da pequena empresa é bem difícil”, afirma Camargo. Empresas - A Graficarmo, que tem 12 funcionários, além de aproveitar os negócios de ocasião como a Copa do Mundo, atua num nicho que lhe garante 40% do faturamento: o de brindes, como agendas, ca-
lendários e folhinhas. “Em setembro e outubro começam as consultas pelos clientes. A partir de novembro, trabalhamos que nem doido”, afirma Carmo. Por isso, segundo ele, é preciso ter planejamento, estocar matéria-prima, como papel para o miolo e a capa das agendas. De acordo com Carmo, uma nova tendência está se configurando neste ramo. Os clientes estão optando por trabalhar com papel reciclado. “Minhas agendas serão todas com papel reciclado neste ano”, afirma. A Futuro Mundo Gráfica e Editora, que tem 48 funcionários, é outro exemplo em que a área de brindes tem um grande peso no faturamento. Representa mais de 60%, segundo seu proprietário, José Cláudio
Destro. A Futuro Mundo trabalha também com encadernação, mas do segundo semestre para frente, o foco são agendas, calendários, cadernos personalizados. A linha promocional é outro nicho em que as pequenas e médias gráficas atuam fortemente. É o foco, por exemplo, da grafica Ananda,
que tem 30 funcionários. Segundo o gerente de vendas Jonny César Lopes, a Ananda produz folhetos e folders, entre outros materiais, como bulas e rótulos. Apesar da concorrência acirrada, alguns empresários estão confiantes quanto aos resultados deste ano, como também está a própria Abigraf. É o caso de Wilson Barbosa Cola, proprietário da Interfil, que tem 16 funcionários e como foco a produção de material promocional, a exemplo de folders e catálogos. Segundo ele, o mercado está aquecido. Ele diz que este ano vai triplicar o faturamento, investindo no trabalho de vendas.
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Hélvio Romero/AE
1 Vamos buscar na Justiça a proteção dos nossos direitos. Temos pareceres favoráveis de grandes juristas. Júlio Albieri, presidente do Sepex
Funcionário da Prefeitura retira painel publicitário considerado irregular na rua da Consolação, no Centro. A lei Cidade Limpa prevê que todos os outdoors da cidade sejam removidos até o fim deste ano.
OUTDOOR VAI À JUSTIÇA Empresas de mídia exterior contratam advogados e prometem contestar o projeto Cidade Limpa, a nova lei que praticamente acaba com a publicidade nas ruas Márcio Fernandes/AE
Fernando Vieira
A
s empresas de publicidade exterior vão entrar na Justiça contra a lei Cidade Limpa que proíbe a instalação de painéis eletrônicos e outdoors na cidade. Entidades representativas do setor estão mobilizando juntas de advogados para estudar como irão combater judicialmente a nova legislação. Enquanto isso, o Sindicato da Habitação (SecoOperação semelhante foi feita na região da Mooca, zona leste vi-SP) aguarda explicações da Prefeitura para Andrea Felizolla/Luz - 29/06/2006 saber até que prazo está correndo e não vaponto o setor mos deixar para tratar essa de construção questão em cima da hora. Vaserá afetado, já mos buscar na Justiça a proteque estão proição dos nossos direitos. Temos bidas também pareceres favoráveis de grana distribuição des juristas", disse Albieri. de panfletos Segundo ele, a mudança da em faróis. legislação anterior, que ficou Segundo a em vigor por cerca de três anos, Lei 14.223, pufere o princípio constitucional blicada quartada segurança jurídica, além de feira no D i á ri o Prefeito Gilberto Kassab, autor da lei Cidade Limpa direitos econômicos. "Muitas Oficial do Muniempresas haviam realizado incípio, as emprevestimentos para atender às sas têm até 31 antigas determinações legais de dezembro e, hoje, se deparam com uma p a r a s e a d eincerteza jurídica, com uma quarem às exinova e drástica mudança". gências. O proEmpregos – Albieri afirma jeto Cidade que cerca de 20 mil postos de Limpa, de autrabalho serão fechados com as toria do prefeiproibições de propagandas. De to Gilberto imediato, cinco mil pessoas Kassab, só soperderão o emprego. Até o final freu uma altedo ano, outras 10 mil. No priração durante a meiro trimestre de 2007, mais votação na Câcinco mil vagas serão sacrificamara: a extendas. Segundo o presidente do são do prazo de Sepex, entidade com 70 asso30 para 90 dias, ciados, existem na capital 200 Júlio Albieri vê inconstitucionalidade na lei a contar a partir empresas de publicidade exterdo início de na, que movimentam R$ 240 2007, para a remoção de pai- das Empresas de Publicidade milhões por ano. O impacto da néis instalados em áreas de di- Exterior do Estado de São Pau- atual legislação – se não houver fícil acesso. No entanto, o inte- lo (Sepex), Júlio Albieri, afir- recuos - afetará consideravelressado deverá encaminhar à mou que a entidade já se reu- mente esse faturamento. Prefeitura uma solicitação for- niu com advogados para conAlbieri adverte ainda que as mal e fundamentada. testar a constitucionalidade e a empresas não vão conseguir O presidente do Sindicato legalidade da nova lei. "Nosso promover a retirada de todo o
material publicitário até o final do ano, quando encerra-se o prazo inicial da legislação. "Não há pessoal para fazer esse trabalho em tempo tão curto. Se permanecer assim, teremos de pedir a prorrogação". Estima-se que em São Paulo existam 13 mil outdoors, sendo 8 mil deles irregulares. A partir da lei Cidade Limpa, quem descumprir a medida paga R$ 10 mil de multa e não mais R$ 1 mil, como era anteriormente. D úv id a s – No Secovi-SP existem dúvidas sobre a legislação. Segundo Elbio Fernandez Mera, vice-presidente de comercialização e marketing, a entidade irá marcar uma reunião com a Prefeitura para esclarecer dúvidas sobre a permissão de mídias exteriores utilizadas em lançamentos imobiliários. "Entendemos que a mídia usada em
operação imobiliária terá um tratamento diferenciado, por se tratar de mídia transitória. Nos outros países há regulamentação diferenciada". Quanto à distribuição de panfletos, Fernandez Mera afirma que a proibição afeta o setor porque é uma mídia de "grande impacto" . No editorial Propaganda externa: uma legislação radical, na página 6, a opinião da ACSP.
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ADMINISTRAÇÃO Arte: Roberto Alvarenga
Um papel que falta às gráficas: boa gestão Se por um lado o parque gráfico b r a s i l e i ro n ã o parque é apresenta em sua atualizado totalidade um padrão tecnolótecnologicamente, gico de excelênpor outro o cia como nos países do Primeiro mercado tem Mundo. Mas ele melhorou muito a partir da década de 90. “Foram graves problemas investidos US$ 700 milhões por de gerenciamento ano desde 1992. Investiu-se quase 10 bilhões em dez anos”, afirdas gráficas US$ ma Mário César de Camargo, pre-
O
sidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf). O maior nó do setor no Brasil não está na tecnologia, mas na capacitação de pessoas e na gestão do negócio, segundo o consultor José Roberto Baldini. O presidente da Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG), Fábio de Arruda Mortara, confirma: “Temos, no nosso parque, cerca de 2 mil gráficas alinhadas com o que está de mais avançado no mundo, de grandes a médias e pequenas. Outro aspecto interessante é que não é só em São Paulo que estão estes 2 mil estabelecimentos. A qualidade se nacio-
Ricardo Padue /AFG
José Roberto Baldini: falta gestão adequada de recursos humanos e de materiais nas pequenas e médias gráficas. É necessário otimizar os recursos
nalizou”. Ele reconhece que o número de gráficas com padrão internacional de excelência ainda é baixo quando se compara, por exemplo, com os Estados Unidos, onde, das 30 mil gráficas, 25 mil estão na ponta tecnológica. Um exemplo dessa determinação do empresário gráfico brasileiro de estar atualizado tecnologicamente é o segmento de impressão digital. Embora seja um segmento eminentemente tecnológico, em 2005 ele teve uma expansão de faturamento e serviços superior a 5% na comparação ao ano anterior. O desafio tecnológico está sendo vencido mesmo com o fato de grande partes dos equipamentos serem importados, com as complicações burocráticas e tributos que existem quando o empresário quer comprar no exterior. Além disso, como lembra Mortara, os equipamentos importados muitas vezes têm de ser comprados de monopólios ou oligopólios, o que impacta negativamente, para o empresário nacional, tanto a negociação como o preço. Gestão do negócio - Se do ponto de vista tecnológico o panorama da indústria gráfica brasileira não está assim tão defasado, o mesmo não se pode dizer da gestão do negócio e da capacitação dos recursos humanos. “O negócio não chegou a um ponto de maturidade de gestão. Este é o desafio”, afirma Mortara. “O que falta é gestão adequada de recursos humanos e materiais nas pequenas e médias gráficas. Não se vêem ações do empresário para otimizar seus recursos, por falta de conhecimento”, afirma
Baldini. Segundo o consultor, hoje, e cada vez mais, quem dita o preço é o mercado. Portanto, se o gráfico não controla seus custos, ele perde competitividade. Baldini acrescenta que o setor gráfico está em expansão, mas as empresas não estão ganhando o que poderiam exatamente por problemas de gestão. “Há gráficas, por exemplo, que tem uma capacidade de 1 milhão de horas, mas não têm controle do desempenho do seu equipamento, o que termina em ociosidade e, conseqüentemente, em prejuízo. Uma gráfica, no fundo, vende horas-
equipamentos são caros e a maioria, importada, em vez de ganhos o resultado pode ser apenas um endividamento. “Quando se quer fazer uma expansão é preciso perguntar para quê, se o mercado a suporta e fazer a devida prospecção. No setor gráfico, o que se vê é comprar o equipamento e sair atrás do mercado. É uma inversão estratégica”, afirma Baldini. O desperdício de papel nas gráficas também está longe de apresentar níveis aceitáveis. Ele é de 5% a 10%, no mínimo, do que a gráfica usa. É um evidente problema de custo, que dá para resolver,
máquina. Se você não tiver um equipamento rápido e bem administrado, gasta mais horas para fazer um trabalho, o que termina impactando negativamente sua margem de lucro. Poucos pensam como indústria, ou seja, otimizar os recursos e tirar o máximo deles”, afirma. Falta planejamento - Nesse sentido, uma outra atitude comum dos empresários é comprar equipamentos por impulso e não de forma planejada. Como os
mas também só por meio de boa gestão adequada. Por isso, a recomendação dos executivos do setor é que as fábricas de papel, por exemplo, ajudem as gráficas no sentido de apurar e gestão do negócio. “A indústria gráfica, de modo geral, tem de se fortalecer através dela mesmo. Os elos, como o de equipamentos e de papel, têm de levar know how de gestão para a indústria gráfica”, afirma Marco Antônio de Oliveira, gerente geral de distribuição da Suzano.
Nessa questão de gestão a importância da contínua capacitação dos recursos humanos é decisiva. “O ser humano tem de ser cada vez mais qualificado, até para poder lidar competentemente com tecnologias cada vez mais sofisticadas. Mas o empresário gráfico não está acostumado a investir em gente, mas em equipamento. Há uma dicotomia entre o nível tecnológico dos equipamentos e a capacitação técnica de quem vai operá-los. Já as empresas de papel investiram muito em recursos humanos nos últimos anos”, afirma Baldini. Com todos esses problemas de gestão, uma das conseqüências é um grande desalinhamento dos preços dos serviços gráficos no mercado, o que termina acentuando a concorrência predatória. A oscilação de preços de um determinado serviço pode chegar a até 100%, o que é um indicativo da ineficiência na composição de custos do setor. Por trás deste cenário, está também um jeito ainda não totalmente profissional de gerenciamento da gráficas de pequeno e médio porte, embora haja vários exemplos de empresas que se reestruturaram e estão se reestruturando neste sentido. “As pequenas e médias gráficas tendem a ser mais familiares e conservadoras. Mas tem um geração nova chegando”, afirma Oliveira, da Suzano. Apesar dos avanços conquistados, o que ainda se vê muito é uma gestão não profissional, como exigem os padrões modernos e em uma economia globalizada. “Ainda há muitos casos em que o dono compra o papel, contrata gente, atende e dá o preços para o cliente. Com isso, perde a visão estratégica do negócio, pois está ocupado com coisas de rotina, limita o seu campo de percepção do mercado e da empresa”, afirma Baldini. Antônio Graça
O segredo do negócio Conheça algumas orientações importantes fornecidas pelo Sebrae, que irão garantir o sucesso do seu negócio em qualquer área
C
erca de 56% das pequenas empresas fecham em cinco anos, de acordo com dados do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Quando o empresário, no entanto, busca orientação de órgãos como o próprio Sebrae, a taxa de mortalidade cai para 29%. Os números mostram que não dá mais para abrir empresa só na base do improviso e da intuição. Hoje, o mercado exige planejamento, capacidade administrativa e uma boa dose de informação do negócio. Quando se pretende abrir um negócio é preciso prospectar o mercado no qual se deseja entrar, verificar quais são equipamentos necessários, os preços dos fornecedores e como está a concorrência. São fatores decisivos para se
começar bem um negócio. São eles que vão definir, por exemplo, a formação do preço do produto ou serviço que se pretende vender. É necessário ainda ter muito claro qual será seu público-alvo, de modo a não ficar dando tiro para todo lado. Outro aspecto importante é optar pela especialização em determinados produtos ou serviços e, dentro de um determinado nicho, atender o cliente da forma mais completa possível, cumprindo os prazos combinados. Do ponto de vista legal, também é preciso ter em conta certas medidas e precauções, segundo Sandra Regina Bruno Fiorentini, consultora jurídica do Sebrae. Por exemplo, em relação à natureza jurídica da empresa, deve-se saber que se ela for individual, a responsabilidade do dono é ilimitada e
ele responde inclusive com seu patrimônio pessoal. No caso de uma sociedade limitada, a responsabilidade é limitada ao capital social da empresa. Mas o capital social registrado deve ser compatível com o investimento. Caso contrário, a empresa terá dificuldades de financiamento, por exemplo. Em relação ao local onde se vai instalar a empresa também devese tomar algumas precauções. Por exemplo, verificar se o imóvel está de acordo com a Lei de Zoneamento, se tem habite-se, se a planta permite que ele seja usado para fins comerciais. Claro que tudo isso antes de fechar o contrato de locação. A recomendação é que também não se faça contrato de locação abaixo de 36 meses, porque o retorno de um negócio em geral leva de dois a três anos. (AG)
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Ambiente Compor tamento Clima Transpor te
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Fim de semana será de frio Defesa Civil alerta para tempestades no Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina
A
chegada de mais uma frente fria vai mudar o tempo em São Paulo novamente neste fim de semana. A partir de hoje, o dia amanhece com sol, mas já com bastante nebulosidade na cidade de São Paulo. Para a tarde de hoje estão previstas pancadas de chuva moderada e rápida na capital. "Chuva mais forte só deve ocorrer no noroeste do Estado, na região d e P re s i d e n t e P ru d e n t e " , alerta a meteorologista Luciene Dias, do Instituto nacional de Meteorologia (Inmet). As mudanças a partir de
Será um fim de semana frio, com garoa constante, típico de primavera. Luciene Dias, meteorologista
CAPITAL TERÁ PANCADAS DE CHUVA HOJE À TARDE
hoje deixarão o fim de semana nublado e chuvoso. A temperatura cai e no sábado e não deve passar dos 22 graus. "Será um fim de semana com algumas pancadas de chuva ocasionais e com aquela garoa constante durante todo o dia", diz Luciene. De acordo com a meteorologista, até o final de outubro, será comum em São Paulo a alternância de dias de muito calor com dias mais frios e chuvosos devido à chegada constante de frentes frias. "Essas mudanças no tempo são comuns na primavera, estação que mescla característi-
cas do inverno e do verão", afirma Luciene. As defesas civis dos Estados do Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina foram alertadas pela Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec) quanto à chegada de uma nova frente fria que hoje deve provocar chuva forte, acompanhada de descargas elétricas e rajadas de vento de 50 a 80 quilômetros por hora, nesses quatro Estados. De acordo com a Sedec, no Mato Grosso de Sul, principalmente no sul e centro-oeste do Estado, os temporais de-
vem ser acompanhados de raios e ventos de 50 a 70 quilômetros por hora. No sul, centro-oeste e norte do Rio Grande do Sul, as rajadas de vento devem chegar a 80 quilômetros por hora. O oeste de Santa Catarina e o centro-oeste do Paraná também devem ser atingidos por tempestades. A Sedec orienta a população a evitar áreas de alagamento e locais com pouca ou nenhuma proteção contra raios e vento forte. Alerta-se, também, para o risco de deslizamento de encostas, morros e barreiras. (Agências)
TÚNEL A CET vai interditar o Túnel Max Feffer, sentido bairro, de 0h às 6h de amanhã.
Ó RBITA
TRÂNSITO A CET registrou 128 km de tráfego às 19h de ontem. A média no horário é de 122 km.
Wilton Junior/AE
EXERCÍCIO DE SEGURANÇA NO RIO m exercício de segurança Táticas, de agentes da Polícia Federal, do Batalhão de para o Pan Rio 2007 (foto U acima), foi realizado ontem na Operações Especiais e da PM. Ponte Rio-Niterói. O tráfego local foi interditado nos dois sentidos por aproximadamente 25 minutos. O treinamento contou com a participação do Comando de Operações
O exercício usou dois blindados, duas caminhonetes, dois helicópteros e um ônibus. Foram simuladas situações de assalto, resgate e bombas de gás foram jogadas nas pistas da ponte. (AE)
IPVA
PLACA
Secretaria da Fazenda publicou, no Diário A Oficial de ontem ,123
farmacêutica Shirley Regina da Silva, de 33 A anos, foi presa ontem quando
notificações de cobrança do IPVA a 85 proprietários de veículos que fizeram o licenciamento irregularmente em outros estados. Há casos em que o mesmo dono tem mais de um veículo ou mais de um débito a ser recolhido. Esse primeiro lote alcança R$ 1,038 milhão (imposto, juros e multa). Hoje, a Secretaria da Fazenda enviará pelo Correio as notificações aos proprietários. A cobrança refere-se a 2006 e anos anteriores, até 2002. A maioria das notificações é relativa a carros licenciados no Paraná.
passava com seu Ford Eco Sport pela avenida Nossa Senhora das Mercês, no Sacomã, zona sul, por adulterar a placa de seu veículo. A prisão foi realizada por policiais da 1ª Delegacia de Crimes de Trânsito, por volta das 9h. A placa da caminhonete tinha dois números falsificados com fita isolante. O dono do veículo original recebeu mais de 20 multas indevidas. Shirley deve responder por estelionato e adulteração de sinal identificador de veículo automotor. (AE)
INTEGRAÇÃO DO METRÔ
para ajudar o Estado de São Paulo a integrar a rede do metrô com toda a zona sul (Santo Amaro) da cidade, por meio do setor ferroviário do eixo-Jurubatuba-Pinheiros. "Essa é uma demanda que a população não pode mais esperar", disse ontem o autor da proposta, Abreu Napoleão. representante da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), da Federação do Comercio do Estado de São Paulo (Fedecom) no Ministério das Cidades e
Importadas
SÓ bebidaS Nacionais
Só BEBIDAS
Preços Promocionais
Vinho Espanhol Riscal R$ 39,90
ês tugu ila r o oP aV Vinh vento d 0 5 Con R$ 22,
Vinho do Porto Senador R$ 27,90
Vinho Chileno Casa Mayor R$ 19,90
no talia c I o Vinh cati-Do Fras 16,50 R$
Vinho Italiano Gabia D´Oro R$ 13,50
Vinho Italiano Chianti R$ 29,90
eno Chil ja o h Vin rta Vie ernet Ca re/Cab ené ,90 m Car R$ 14
“MANIA DE VENDER BARATO”
Lambrusco R$ 11,50
uês rtug o P o o Vinh Redond 0 9 , 9 R$ 2
uês rtug o P o a Vinh Cartux 0 , 49 R$ 6
Couteiro Mor R$ 26,90
candidato a deputado federal pelo PDMB-SP Abreu Napoleão já havia discutido a questão com o secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, em debate do Comitê de Política Urbana (CPU) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Para ele, o Ministério das Cidades poderá ajudar a resolver o problema. Além do Metrô, a proposta inclui agilizar as políticas de desenvolvimento regional e metropolitana. "Assim iremos focar os recursos para políticas setoriais de infraestrutura no município".
Vinho Francês Chateauneuf Du Pape R$ 95,00
Vinho Francês Cotês du Rhône R$ 29,90
uês rtug o P o o Vinh rand J 0 G 5 , 5 R$ 2
Vinho Argentino Santa Ana R$ 8,50 ACEITAMOS CARTÕES DE CRÉDITO
PABX: (11) 3106-9898 / 3112-0398 * preços para unidade na caixa.
www.sobebidas.com.br Pça. João Mendes, 309 - Centro (esquina c/ Rua Quintino Bocaiúva) * BEBA COM MODERAÇÃO
DC
Ministério da Cidades receberá na próxima O semana um pedido formal
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COMÉRCIO EXTERIOR Arte: Roberto Alvarenga
A
pesar do real sobrevalorizado, as exportações dos produtos gráficos brasileiros voltaram a crescer nos seis primeiros meses deste ano. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), depois de um desempenho sofrível em 2005, o volume exportado no primeiro semestre foi de US$ 143,75 milhões, contra US$ 89,5 milhões no mesmo período do ano passado. O desempenho representa um crescimento de 60,21%. Já as importações somaram US$ 94,16 milhões, 16, 31% a mais que em 2005. Mas foi o saldo
WValente /AFG
A balança comercial do setor gráfico cresceu quase 300% no primeiro semestre, com saldo positivo perto de US$ 50 milhões
Exportar é como imprimir dólares
Camargo, da Abigraf: o produto gráfico brasileiro tem preço e qualidade
da balança comercial que mais cresceu quando se compara o primeiro semestre de 2006 com o de 2005. O crescimento do saldo foi de 298,69%, com registro de saldo positivo de US$ 49,59 milhões contra US$ 12,44 milhões no período do ano anterior. Segundo Mário César de Camargo, presidente da Abigraf, o produto gráfico brasileiro tem qualidade e preço competitivo e, aos poucos, vai ganhando espaço no mercado internacional. Na pauta de exportação deste primeiro semestre, o item que mais contribuiu para esse desempenho favorável foi a indústria de cadernos. O segmento exportou o montante de US$ 54,13 milhões, cifra que representa 157,84% a mais que em igual período de 2005. Entre os principais motivos para esse bom desempenho, o destaque foi o aumento das salvaguardas norte-americanas à importação de produtos da China, segundo explicou a Abigraf. Já o segmento de embalagens, que normalmente contribui de forma positiva para a balança comercial, vem perdendo competitividade, em razão da valorização do real. No primeiro semestre de 2006 as exportações cresceram 15,71%, representando US$ 33,87 milhões. Por outro lado, as importações cresceram 65.36%, somando US$ 9,07 milhões. Pequenas e médias - O mercado internacional é uma boa oportunidades para o incremento dos negócios, ainda mais em épocas em que a economia mundial apresenta franco crescimento, como vem ocorrendo atualmente. Mas para competir no mercado externo, é preciso preparação. Para ampliar as exportações do setor, a Abigraf formou um grupo, o Graphia (Graphic Arts Industry Alliance). O Graphia iniciou suas atividades no segundo semestre de 2003, com o objetivo de auxiliar as pequenas e médias gráficas a ingressar ou aumentar sua participação no mercado externo. Em sua criação, o projeto teve o apoio financeiro do governo federal, por meio da Agência de Pro-
moções de Exportações e Investimento (Apex) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae). O projeto prevê a geração de recursos para prospecção e promoção comercial dos produtos brasileiros. Recentemente, o Graphia renovou o contrato de promoção comercial com a Apex . Desde 2003, o grupo já totaliza mais de R$ 10 milhões de negócios realizados para 12 países das Américas e do Caribe, além de inúmeras missões comerciais para vários continentes e da participação nas mais importantes feiras internacionais, de diversos segmentos gráficos. O programa está estruturado em três unidades de negócios (embalagem, papelaria e editorialpromocional). No momento, contempla, em sua maioria, gráficas do Estado de São Paulo. Mas a idéia, segundo Wagner José Silva, gerente de Projetos do Graphia, é aumentar a participação de gráficas de outros Estados. A ação nesse sentido começou no ano passado. “Queremos que o pequeno, assim como o grande empresário gráfico, de todo o País, veja o programa como a melhor forma, e de menor custo, para viabilizar idéias e projetos, relacionados ao comércio exterior, visando atender demandas variadas de impressos para qualquer lugar do mundo”, comenta. Formação - No que se refere à capacitação das empresas para o comércio exterior, um ponto em que as pequenas e médias empresas são frágeis, o Graphia criou o Programa de Capacitação e Treinamento, desenvolvido pela Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG) em convênio com o Sebrae-SP e a Apex. Direcionado aos exportadores, o programa oferece cursos para todas as empresas inscritas no grupo, atendendo cerca de 2 mil profissionais atualmente. O objetivo do projeto é aumentar o nível de eficiência e de conhecimento dos participantes, visando torná-los mais capacitados competitivos no mercado externo. Antônio Graça
Ricardo Padue /AFG
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TECNOLOGIA Arte: Roberto Alvarenga
Impressão digital é a grande tendência do setor As gráficas digitais estão divididas em dois grupos: as maiores, que prestam todos os tipos de serviços, e as gráficas de conveniência
Divulgação
Interior da loja Alphagrafics da Av. Faria Lima
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segmento de gráficas digitais é um dos que m a i s c re s c e m em todo o mundo. De acordo com a AlphaGraphics, que trabalha com o sistema de franquias, o negócio de impressão digital está estimado em mais de US$ 900 bilhões, com crescimento acima de 20% ao ano. As previsões indicam que este mercado continuará crescendo entre 15% e 23% até 2009, com picos de 43% no nicho de impressão colorida. No Brasil, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), em 2005, o segmento de impressão digital viveu momentos de expansão, quando cresceram os volumes de serviços e ampliou-se o faturamento. Segundo os empresários do setor, na comparação 2005/2004, o crescimento nominal foi superior a 5%. Conforme a Abigraf, ainda relativamente recente, a impressão digital beneficia-se da novidade:
pode oferecer soluções diferenciadas e conquistar clientes. Mas é preciso investir em novas tecnologias, seja em equipamentos, seja em know-how, e repassá-los aos clientes na forma de soluções. As peculiaridades do segmento também exigem uma formação profissional dos funcionários ainda mais apurada.
WValente /AFG
Gilberto Torkomian, da Inprima: vantagens são preço e rapidez
A impressão digital, embora não esteja livre da concorrência predatória que afeta toda a indústria gráfica, é um bom negócio, desde que tenha uma gestão muito afinada. No geral, as gráficas digitais estão divididas em dois grupos: as médias ou grandes, que prestam quase todo tipo de serviços, e as gráficas de conveniência, menores e mais focadas em serviços como cartões e convites. A Best Design, por sua vez, é o tipo da gráfica digital de conveniência. Com três unidades, nos shoppings Eldorado, Frei Caneca e SP Marketing, faz todo tipo de serviço, mas em pequena quantidade. Segundo Donatella Bianco, diretora da empresa, que detém a marca e concede as franquias, 40% da demanda é de cartão de visita. Atuando também no nicho de conveniência, a Jet Printer tem 20 funcionários, e está instalada no Shopping Morumbi. “Fazemos cópias, banners, adesivos, cartões. Quase tudo o que uma gráfi-
ca tradicional faz em 15 dias, fazemos em duas horas”, afirma Mário Asin, diretor da empresa. Já a Fast Print é uma gráfica digital média, com 60 funcionários. Segundo Flávio Medeiros, diretor comercial da empresa, neste ano, por causa do próprio andar da economia, o crescimento está sendo moderado, cerca de 8% em relação ao ano passado. Em 2005 foi de 34% em relação a 2004. E, em 2004, 27% em relação a 2003. A Inprima é outra gráfica do segmento. Com 12 anos de existência, ela nasceu como copiadora e a partir de 1997 foi se tornando gráfica digital. Hoje está consolidada e tem 38 funcionários. Segundo Gilberto Torkomian, proprietário da Inprima, abrir uma gráfica digital exige investimentos que vão de R$ 300 mil a R$ 1,5 milhão. Focada na prestação de serviços para empresas e profissionais liberais, a Inprima faz impressão digital colorida e preto e branco, editoração eletrônica, impressão de grandes formatos
(banners in door, por exemplo), entre outros serviços. “Somos full-service”, afirma Torkomian, acrescentando que as vantagens da impressão digital são a rapidez, preço competitivo para tiragem baixa e possibilidade de personalização de impressos, também com custos mais baixos que o offset. Segundo sua avaliação, o mercado gráfico em geral tende a crescer menos que o Produto Interno Bruto (PIB). Mas o segmento digital está crescendo muito mais, porque está ganhando espaço. As dificuldades do setor, conforme Torkomian, é a qualificação da mão-de-obra. O processo de impressão digital é sofisticado tecnologicamente. Por isso, precisa ter pessoas mais qualificadas, tanto no atendimento quanto na operação. “O maior problema é a seleção e o treinamento de pessoal. Por isso, estou sempre proporcionando cursos e treinamentos aos funcionários”, afirma. Antônio Graça
Franquia é uma boa opção
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e origem norteamericana, a AlphaGraphics existe há 35 anos e tem 300 unidades em dez países. No Brasil, a empresa está há cerca de 15 anos no mercado, onde tem sete lojas, distribuídas principalmente em regiões com grande concentração de escritórios. O seu faturamento está na casa dos R$ 25 milhões/ano. A Empresa atua no segmento de franchising. Para se obter uma franquia da AlphaGraphics, os investimentos estão estimados nos seguintes valores: Taxa franquia - US$ 34 mil Equipamentos - US$ 220 mil
Reformas - US$ 55 mil Capital de giro - US$ 61 mil Total - US$ 370 mil Royalties: de 8% a 3% do faturamento bruto Propaganda: 2% do faturamento bruto Antes de instalar a franquia, o candidato tem apoio no recrutamento da equipe e no desenvolvimento do projeto arquitetônico. Recebe ainda recomendações para tecnologia (equipamentos e software), apoio no planejamento de marketing pré-inaugural e auxílio na seleção do ponto comercial. Depois de instalado o negócio, o franqueado tem
participação em negociações conjuntas, operação inicial compartilhada e suporte contínuo personalizado. Além disso, tem acesso a informações estratégicas, de gestão, tecnologia e produto, a reuniões de gestão, incluindo análise financeira da unidade e plano de ação para marketing, tanto cooperado como local. As habilidades necessárias ao candidato são comercial e de relacionamento, gestão de recursos humanos e de equipe comercial e gestão financeira. O
franqueado tem responsabilidade pela gestão da unidade, pela agressividade comercial, pelo desenvolvimento profissional contínuo, pela política preços e rentabilidade e pelo sucesso do negócio. A duração do contrato é de dez anos, a partir da assinatura, não havendo cobrança de nova taxa de franquia se houver renovação. O tempo de abertura é estimado entre 120 e 180 dias, após a assinatura do contrato. (AG)
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sexta-feira e sábado, 29 e 30 de setembro, e domingo, 1 de outubro de 2006
CURSOS Arte: Roberto Alvarenga
Para entrar neste mercado é preciso qualificação Ricardo Padue AFG
O Senai é referência neste segmento, ofercendo desde cursos básicos, que são gratuitos, e até pósgraduação
Arte: Roberto Alvarenga
Cada um dos cursos oferecidos pelo Senai exige um pré-requisito de escolaridade. Há profissionais com curso superior que buscam o aperfeiçoamento
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m um mercado altamente competitivo, como é o da indústria gráfica, há a necessidade de profissionais com formação técnica, de nível superior e até de pós-graduação. Manoel Manteigas, diretor-executivo do Senai, diz que, para atender a essas necessidades, há diversas escolas profissionalizantes, que oferecem cursos nas áreas gráfica, destacando-se as do Senai. Manteigas cita como um dos exemplos a Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG), com a qual o Senai de São Paulo mantém estreita parceria. No Es-
tado de São Paulo, o Senai oferece diversos cursos de formação profissional para o segmento gráfico – desde cursos básicos até pós-graduação, nas escolas Theobaldo de Nigris (a mais antiga e mais completa) e da Fundação Zerrenner, na capital paulista, e na Escola João Martins Coube, em Bauru O curso de Aprendizagem Industrial do Senai, de nível básico, é gratuito. Forma impressores offset, tem duração de quatro meses e exige que o aluno tenha concluído o ensino fundamental. As vagas para esse curso são destinadas prioritariamente a candidatos indicados pelas indústrias, que se comprometem a contratar os alunos como aprendizes, para efeito do cumprimento das cotas a que são obrigadas por lei para contratar estagiários. Já o curso profissional de nível médio prepara profissionais para atuarem diretamente nos processos de produção e em funções intermediárias, entre os níveis de gerência e de produção, ajudando a controlar e administrar processos produtivos e a qualidade de matérias-primas e de produtos. Esses profissionais dão assessoria técnica para atividades nesta área. O Senai também oferece um programa de formação genérica e outros três para formação de técnicos especializados em pré-impressão, offset, rotogravura e flexografia. Para atender às necessidades do mercado, que exige profissionais para atuarem na gerência e supervisão de processos produtivos nas indústrias gráficas e afins, a escola oferece o curso de nível superior, que tem foco em análises e pesquisas de processos e produtos gráficos, consultoria, perícia e assessoria tecnológica, planejamento e gestão de instalações industriais gráficas. Com duração de oito semestres, no período noturno, exige que o aluno tenha concluído o ensino médio. Na área gráfica o Senai desenvolveu os programas Tecnologia de Impressão Off-set: Qualidade e Produtividade, e Gestão Inovadora da Empresa Gráfica.
Manteigas acrescenta que cada um dos cursos do Senai exige um pré-requisito de escolaridade dos alunos. "Entretanto, é interessante observar que um número considerável de alunos vindos de cursos superiores decide fazer cursos técnicos do Senai para aumentar as oportunidades de emprego”. Esse diferencial está ligado à tradição da instituição, à força de sua marca como formadora de bons profissionais e por ser uma entidade mantida e administrada pela indústria, sempre preocupada em contratar profissionais atualizados com os conhecimentos e a evolução da tecnologia. Uma estatística do próprio Senai mostra que 70% dos alunos
que concluem seus cursos técnicos encontram colocação no mercado de trabalho, percentual que chega a quase 100% para aqueles que concluem o Curso Superior de Tecnologia em Produção Gráfica. Orientação profissional - Alunos que pretendem fazer cursos profissionalizantes em todas as áreas do mercado de trabalho brasileiro devem estar conscientes de que as empresas dão muita importância ao comportamento profissional e às formas de comunicação interpessoal. A regra básica está na pergunta: qual o melhor caminho? O profissional, antes de mais nada, deve conhecer-se e evitar escolhas erradas em sua carreira. Esta é a prin-
cipal diferença para quem procura emprego e para quem contrata. De acordo com a consultora Rosanna Cruz, de Recursos Humanos e Comunicação Empresarial, “Coaching de Carreira”, existem hoje várias ferramentas de Assessment, que, por meio de questionários de múltipla escolha, ajudam o aluno a identificar seu estilo mais marcante e suas principais habilidades. Existem quatro estilos básicos de comportamento e de comunicação interpessoal: Dominância, Influência, Estabilidade e Conformidade, definidos a partir das teorias psicológicas de Jung e Malton Marston. Nas empresas, já são comuns as contratações de “coachings de carreira”, que as ajudam a interpretar o estilo comportamental dos candidatos a emprego. “O coaching” normalmente é um profissional experiente com visão empresarial e de mercado, apto a orientá-las a encontrar o profissional com estilo comportamental e de comunicação adequados ao ambiente de trabalho", explica. Aptidão - No mercado de artes gráficas, por exemplo, existem várias atividades em que a principal característica do profissional deve ser a criatividade. Nesse caso, o profissional deve ter pensamento não-linear, desenvolvido mais pelo lado direito do cérebro. Agora, se for trabalhar diretamente com o processo gráfico, deve ter perfil voltado para planejamento, logística, obediência a regras e concentração em detalhes, habilidades que são mais desenvolvidas pelo lado esquerdo do cérebro. Arnaldo Mandelbaum, diretorgeral da empresa Tom Artes Gráficas, diz que quando precisa contratar profissionais para sua empresa, faz pesquisas em anúncios no sindicato, em jornais ou pede indicação de colegas. O empresário Fábio Arruda Mortara proprietário da gráfica Paper Express, também procura contratar profissionais que não só tenham boa capacidade técnica, mas sejam próativos, pontuais, honestos e organizados, respeitem o próximo e tenham bom humor. Maria Helena Martins
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EQUIPAMENTOS Arte: Roberto Alvarenga
Novas impressoras e multifuncionais
Xerox DocuColor iGen
Divulgação
Modelos são voltados para as áreas gráficas de empresas e birôs de serviços. Eles se destacam pela velocidade e qualidade
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mpresas e escritórios que precisam produzir internamente pequenos volumes de materiais gráficos, como folhetos, boletins informativos, cartazes e outros, encontram várias ofertas no mercado. A Xerox 4110, por exemplo, é a mais nova multifuncional digital monocromática para produção gráfica. Com velocidade de operação de até 110 páginas por minuto, permite a impressão de mapas, extratos, contas de consumo, pequenas publicações, folhetos ou maladireta, por exemplo, com a maior velocidade de digitalização e qualidade de imagem impressa do mercado de média produção, segmento que abrange sistemas entre 80 e 350 mil impressões por mês. Segundo a fabricante, é o primeiro equipamento da indústria a ler e imprimir frente e verso simultaneamente, com uma velocidade de até 100 impressões por minuto, com resolução de 600 x 600 pontos por polegada (dpi). O usuário pode digitalizar documentos e programar futuros trabalhos enquanto a máquina está imprimindo. O sistema estabelece uma nova referência em qualidade de imagem para esta categoria de impressoras, podendo escalar sua resolução a até 2.400 x 2.400 dpi. A multifuncional utiliza o toner EA (emulsion aggregation) — suavizado para obter partículas uniformes e produzir impressões com qualidade constante e alta confiabilidade em produções contínuas. O equipamento inclui sistema de reabastecimento de missão crítica, sem interromper a operação da máquina, aumentando a sua produtividade. A Xerox 495 Continuous Feed Duplex é uma impressora de alimentação contínua que permite a impressão transacional de contas de consumo, extratos bancários, manuais, catálogos ou outra publicação semelhante a uma velocidade de 500 imagens por minuto. Tem as dimensões mais compactas de sua categoria, viabilizando sua instalação em departamentos de empresas e áreas de impressão que tenham limitações de espaço. Com recursos como fusão a frio e impressão full-duplex em único engine, o sistema é voltado para bureaux de serviço, unidades de impressão departamental corporativa, e gráficas comerciais. "A Xerox 495 oferece ao mercado uma solução de impressão com formulários contínuos bastante satisfatória em termos de custo, com design compacto e flexível, que transfere mais produtividade ao ambiente de impressão transacional. Sobretudo em parques de produção onde o espaço físico é crítico para o processo de negócio", conclui Jim Hamilton, do InfoTrends, um dos principais institutos de pesquisa independente no mundo.
Xerox 4110
Konica bizhub C450
Xerox 495 Epson Stylus 4800
Família de equipamentos Xerox
Xerox tem consultoria
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ais um serviço que representa um nicho para a indústria gráfica, que movimenta US$ 8 bilhões e é composto por cerca de 15 mil empresas prestadoras de serviços que oferecem desde impressão e produção de documentos para seus clientes. A Xerox lança um serviço de consultoria focado no mercado de gráficas para pequenos e médios empresários, permitindo que se equipem com alta tecnologia. A consultoria engloba um estudo do modelo de negócio da gráfica, oferecendo a solução mais adequada a partir das
informações obtidas da própria gráfica, de acordo com o segmento de mercado que esta gráfica busca dentro de sua indústria, sua capacidade de investimento e questões afins. Com o maior portfólio de equipamentos gráficos do mercado, a empresa oferece desde pequenas e médias impressoras e multifuncionais departamentais, até equipamentos de média e alta produção, com maquinário de formulário contínuo ou folha solta, monocromático ou em cores, e para tamanhos especiais (plotters de engenharia e criação gráfica). Gráficas de pequeno porte já podem se estruturar de forma
a estarem minimamente equipadas para atuar no segmento de impressão digital com investimentos a partir de R$ 150 mil. Para ter acesso a soluções mais completas, que exijam maior capacidade de investimento, a Xerox está anunciando este mês uma associação com o Sebrae e a CEF para facilitar o acesso ao crédito. Empresas clientes da empresa também têm acesso a uma ferramenta denominada "profit accelerator" que consiste no mapeamento dos processos de negócio da gráfica e identificação das oportunidades de negócio existentes. (MHM)
Jato de tinta - As Epson Stylus P r o 4 8 0 0 ( R $ 11 . 9 9 0 ) , S t y l u s Pro7800 (R$ 16.990) e Stylus Pro9800 (R$ 26.990) são as novas impressoras para grandes formatos com tintas UltraChrome K3, para os mercados de fotografia profissional e artes gráficas. Os produtos permitem a reprodução de provas de cor e artes. Com melhor balanço de cinzas e controle
preciso de cor, as tintas UltraChrome K3, em oito cartuchos, são ideais para impressão digital em cores e preto e branco. A combinação destas novas impressoras e tintas oferece aos profissionais impressões em preto com grau quase ilimitado e os melhores controles de cinza, que superam todas as outras formas de impressão fotográfica hoje conhecidas.
Esta nova linha inclui uma série de recursos com o objetivo de satisfazer a ampla variedade de necessidades dos profissionais de imagem. Algumas destas opções oferecem impressão em vários tamanhos, desde A2 ao A0+, e diversidade de papéis de alta qualidade para fotografia, trabalhos artísticos e de provas de cor. A tecnologia Micro Piezoä permite às im-
pressoras Stylus Pro projetar gotas esféricas perfeitas e precisas. Tecnologia laser - A Konica Minolta bizhub Color é a nova linha de equipamentos multifuncionais de impressão de alta tecnologia em cores. Tem como diferencial a utilização do Toner Polimerizado Simitri, que possibilita impressões de alta qualidade e precisão com brilho natural sem a necessidade de aplicação de óleo de silicone. Ao utilizar o Toner e a tecnologia ACT (Advanced Continuous Toner), os novos equipamentos apresentam textos mais nítidos, imagens mais estáveis (mesmo para longas tiragens) e impressões coloridas ou monocromáticas com qualidade superior. A linha bizhub Color conta com três modelos. A bizhub C250 é ideal para o mercado corporativo, alia alta tecnologia e baixo custo. Com o tamanho compacto de um equipamento preto-e-branco, mas com funções avançadas de acabamento e alta qualidade em cores, esta máquina imprime 25 páginas por minuto em cores ou em preto-ebranco. Seu escaner tem resolução de 600 dpi e funções como a scanto-email, que possibilita o escaneamento de imagens e envio por e-mail, sem precisar abrir o arquivo em uma estação de trabalho. Um grande diferencial é a possibilidade de controle de cópias por usuário ou centro de custos, através de senhas, permitindo ainda, definir que usuário pode ou não imprimir em cores. Outro fator a destacar é a utilização da plataforma Emperon, um software de gestão de impressão mais versátil e adaptável do que os convencionais, que proporciona maior conectividade em qualquer ambiente ou sistema. A bizhub C450 oferce impressão de 45 páginas preto-e-branco ou 30 coloridas por minuto. O grande diferencial deste equipamento é a capacidade de impressão em papéis especiais, chegando a gramaturas de até 256 gramas, ideal para as agências de publicidade, que, freqüentemente, têm de fazer prova de materiais gráficos. A precisão de cores é outro destaque desta multifuncional que, além de impressora, é copiadora e scanner com resolução de 600 dpi e função scan-to-e-mail. A bizhub C450 imprime até 125 mil documentos por mês e trabalha com as plataformas Emperon e Fiery, da EFI. Já a bizhub C500 é voltada para o mercado de alto volume de impressão, possui configurações e acessórios versáteis para as mais diversas necessidades de departamentos de artes gráficas e de ambientes de produção de impressão sob demanda. Utiliza a plataforma Fiery, da EFI, e tem capacidade mensal de 150 mil cópias ou impressões. Este equipamento imprime 51 páginas coloridas ou preto-e-branco por minuto, tendo opcionais de acabamento avançados, como as funções especiais de dobras triplas e para confecção de livretos. (MHM)
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fracasso das promessas de um futuro melhor para a América Latina costuma ser atribuído à democracia. A democracia, no entanto, desperta um estado de crescimento constante e é capaz de ser adaptar aos desafios do mundo de hoje. Atualmente, políticos persuasivos dizem que a democracia tem abandonado os pobres. Isso também não é verdade. A democracia nunca se omitiu do cuidado do trabalho ou da comida de alguém. A democracia é simplesmente uma forma de governo eleito pelo povo, que, assim, exerce a sua soberania. Caridade é uma obrigação para com os pobres. Caridade, que sempre começa em casa, em nossa vizinhança e em nossas comunidades, é cinicamente negligenciada por toda a América Latina. Na América do Norte, a ajuda humanitária, como um hábito de vida, está enraizada quase desde o nascimento, como parte integrante do que faz nossas sociedades funcionarem. Na América do Norte, como na Europa, governos nacionais oferecem várias redes de segurança de âmbito federal para ajudar no que é considerado essencialmente um papel não governamental. Várias nações européias têm incrementado programas federais quase socialistas, mas que são ineficientes e, pior, dispendiosos e, às vezes, inoperantes. Entretanto, a assistência manifestada livremente aos desfavorecidos é tida na mais alta consideração na América do Norte, enquanto é mantida em baixa na América Latina. As nações latino-americanas têm reduzida transparência nas suas chamadas “instituições de caridade”. Cada grande cidade na América do Sul tem uma enorme e multiplicadora parcela da sua força de trabalho empregada em ONGs e entidades sem fins lucrativos. Deduções de impostos para instituições de auxílio aos desprotegidos, baseadas em seu desempenho, praticamente não existem. Nenhum dos países da América Latina exige auditorias, relatórios ou classificações baseadas no desempenho. Essa exigência é uma ferramenta muito usada nos Estados Unidos para medir a ajuda pela porcentagem dos recursos financeiros verdadeiramente gastos em causas beneficentes diretas. Isso faz uma enorme diferença. Afinal, a luz do sol é sempre o melhor desinfetante. Todas as instituições de ajuda nos Estados Unidos devem apresentar ao governo relatórios anuais, com orçamentos e descrição de suas atividades. Esses relatórios são totalmente acessíveis ao publico. Isso removeu o apelo à fraude e ao enriquecimento à custa de esquema fiscais e manipulações que podem freqüentemente desgastar a generosidade.
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A instituição de prestação de serviços humanitários, sem vinculação política, combina com educação séria para tirar o pobre da miséria. Qualquer nação com índice de pobreza acima de 25% que é o caso de toda nação ao sul do Rio Grande deixa claro sinais de negligência com seu próprio povo. Com uma aversão histórica ao desenvolvimento da coletividade, obstinadamente ainda instalados na era colonial, gerações e gerações de sul-americanos demonstram nenhum interesse em dar assistência a quem vive sem proteção nas comunidades locais e regionais de cada país. As elites educadas e abastadas da América Latina, que muitos chamam de oligarquia, têm dado as costas para suas próprias comunidades, constantemente preferindo transferir a culpa para os outros. Essas elites têm um terrível histórico de não retornar para os menos favorecidos da sociedade os benefícios que elas próprias conseguiram ao surgir, a partir dos anos 90, como os novos ricos. E, nesse caso, seria bom qualquer esforço caridoso para reparar e construir relacionamentos econômicos, que é a espinha dorsal de qualquer lugar próspero ou em crescimento. Seria errado continuar culpando a Igreja Católica por vários problemas ao longo do tempo. A igreja de Roma hoje é uma grande entusiasta dos esforços de ajuda sustentados e de promoção da educação. E isso é motivo de admiração. Nenhuma igreja pode prover todos os pobres da América Latina. Claramente, autoridades governamentais também não têm colaborado muito. Inflexíveis taxas de pobreza, acima de 40% da população, é uma desgraça nacional e reflete que não apenas a igreja ou o governo, mas a sociedade, como um todo, falhou na proteção a seus cidadãos. Isso não é falha da democracia. Democracia, assim como a diplomacia, não lida muito bem com a corrupção maciça. A ação egoísta também leva à perda da dignidade. Um grande líder em Washington recentemente comentou que certos líderes na América Latina são agora conhecidos como desonestos, embora eleitos democraticamente. Para isso, ele adicionou um comentário “venenoso”: agora, existem alguns lideres eleitos que não são somente desonestos. São também desonrados. A democracia sozinha pode somente oferecer um sistema de votação. Este pode ser livre, justo, regular e honesto. Mas nenhum voto é sempre livre e honesto quando a propaganda e a mídia marrom interferem. Estimativas indicam que além de 60% de toda mídia latino-americana trabalha atrelada financeiramente ou sob o domínio direto do Estado. Por isso, a mídia latino-americana é hoje tenden-
A senhora Margaret L. Petito é presidente da Friends of Rule of Law no Equador, uma organização com base em Washington e que é voltada para a defesa dos direitos intelectuais, de reformas anticorrupção no país e da modernização do sistema legal equatoriano. É também chairman do Cultural Partnership of the Americas, instituição que oferece apoio a pesquisas históricas e culturais ligadas à conscientização sobre assuntos de interesse das Américas. Ela também foi fundadora e participou do conselho de diretores do Nyumbani Orphanage, o primeiro orfanato para crianças órfãs e portadoras de HIV/Aids em Nairobi, no Quênia.
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Além de pós-graduação em relações internacionais pela Georgetown University, Margaret Petito tem bacharelado em Ciências Sociais pela Southern Methodist University, onde foi uma das líderes do serviço social voluntário. Desde 1992, Maggie Petito, como também é conhecida, tem atuado junto à organização Drug Watch International, na qual integra uma de suas divisões, o International Drug Strategy Institute, e atua como membro do conselho de diretores. Especialista em relações governamentais, Maggie Petito também conta em seu currículo com passagens por diversos cargos ligados ao relacionamento com agências federais do governo norte-americano, como o Congresso, a Casa Branca. Nesta área, merecem especial destaque suas atuações como coordenadora de desenvolvimento do projeto Action-Vista e como diretora de relações internacionais da embaixada do Equador em Washington e da International Cancer Alliance. Ela também atuou na defesa de interesses intergovernamentais nas áreas de comércio, defesa e relações de fronteira entre o Peru e o Equador. Ao longo de sua carreira, ela tem se dedicado especialmente a temas como combate à corrupção, regulação do comércio nacional e internacional nas áreas farmacêutica e de biotecnologia, propriedade intelectual e meio ambiente.
ciosa e se torna cada vez mais uma ferramenta da máquina de propaganda do Estado. Isso deveria preocupar todo e qualquer cidadão. Democracia não assegura o capitalismo e o capitalismo não assegura adesão ou a prática de apoio aos necessitados ou a garantia de emprego e benefícios para sempre. O capitalismo promete que qualquer um com uma boa idéia ou um bom produto pode transformar suas mercadorias e serviços em lucro, um lucro com o qual ele possa prover suas necessidades de vida. Isso descortina um novo espectro de liberdade - liberdade para crescer e competir. Sem isso, definha a liberdade financeira. Socialismo não tem nada a ver com a gerência de novas oportunidades, mas na verdade é o regime que sabe como lidar com os vários aspectos da sobrevivência às custas do Estado. Os latino-americanos precisam expulsar livremente dos gabinetes qualquer um que não preserve as leis de seus países ou tenham pouco respeito pelos princípios da democracia. Expulsem os vagabundos, conforme diz o ditado, e trabalhem decididamente para encontrar representantes mais instruídos e com maior preocupação com a ecologia. Esse trabalho, é claro, nunca termina. O Estado de Direito, colocando em prática as boas leis, deveria ser uma coisa nata. Com poucas ou quase nenhuma escola de Direito na América do Sul, ensina corretamente os direitos do cidadão, não é de se admirar que os sul-americanos sejam deficientes nas premissas básicas de um dos aspectos-chave da democracia? Hoje, dizem repetidamente que o Estado de Direito é demasiadamente duro. É muito duro, então nós, estes críticos nos advertem, temos que resolver esses problemas politicamente. Isso quer dizer - fora de quaisquer regras normativas, fora do Estado de Direito. É quase como trilhar um caminho com um mapa que está repleto de informações incorretas, mentiras e desvios - ruas sem saída, e caminhos que levam ao abismo, por mais politicamente corretos que possa ser apresentado. O resultado final é certamente a morte ou, na melhor das hipóteses, uma estrada cheia de buracos que não leva a lugar algum. Assim é como a vida é para muitos latino-americanos, sem mapa e sem nenhuma direção. A ausência do Estado de Direito significa o caos. Hoje em dia, certos especuladores internacionais tiram proveito do caos e se enriquecem ao apostar contra a estabilidade social ou contra economias sustentáveis. Alguns políticos tiram votos de situações caóticas. Muitos seres humanos simplesmente querem um negócio honesto na vida, educação, trabalho e uma chance de futuro. Com o Estado de Direito - um guia geren-
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ciável, um mapa sustentável para o progresso pode estar a caminho. Alguns na América Latina riem da expressão “negócios e não esmola”. Brasileiros e chilenos e muitos executivos irão testemunhar que isso não é caso de riso. Ajuda, quer de doações estrangeiras ou socialismo estatal, não é nunca tão recompensadora como sociedades vibrantes e multifacetadas. Comércio, o negócio dos negócios é uma chave para as comunidades sustentáveis. Quando as nações se isolam e suspendem o comércio livre e honesto, elas estão sentenciando suas comunidades por todas as gerações. O procedimento não deveria ser esse. Apenas os políticos não podem sustentar o apoio nacional ao livre comércio. Os cidadãos podem e devem sustentar promessas de comércio aberto e praticas de negócios éticos. Vocês ouviram o antigo ministro das Relações Exteriores do Equador e ex-embaixador equatoriano em Washington, Edgar Terán. Ele é um orador poderoso. Quando Edgar e eu criamos duas organizações irmãs para promover o Estado de Direito há mais de seis anos, nunca imaginaríamos que o império da lei enfrentaria o desprezo político que experimenta hoje. A atual moda populista, politicamente bem apoiada, é varrer o Estado de Direito ao invés de conter as manipulações políticas - um desvio quase nunca conhecido,mas poderoso na sua sedução ao estilo dos tablóides sensacionalistas. O Estado de Direito é especialmente atraente como uma ferramenta para nos ajudar a alcançar o que almejamos. O inverso é a rota não mapeada da instabilidade política e do populismo "mobocracy". Nós sabemos que essa estrada leva ao enriquecimento dos próprios políticos que prometem ajuda para os oprimidos mas, no lugar disso, paparicam os banqueiros suíços. Todas as nações deveriam pleitear total transparência e auditorias do patrimônio estatal. Sem isso, a Democracia não sabe o que ela representa. Sem o Estado de Direito, os cidadãos estão sob uma bolha amorfa e ilícita. Nosso trabalho está longe de terminar. Crime e medo de represálias motivadas politicamente tem aumentado muito na América Latina. Podemos providenciar até mesmo justiça para nossas comunidades com diminuição da corrupção e melhora na educação. Podemos rejeitar a mobocracy. Para parafrasear uma boa citação, "Segurança e estabilidade podem não ser tudo, mas sem elas, tudo é nada." Podemos nos beneficiar ao estabilizar e por em pratica regras não explícitas justas. Com o apoio à Democracia e ao Estado de Direito, todas os países ganham estabilidade e os temores são reduzidos. Eu desejo isso a todos os nossos vizinhos.
O Futuro depende de Chávez.Para o Bem e para o Mal. Alejandro Peña Esclusa Ex-candidato à presidência da Venezuela, político,engenheiro.
Chávez, um homem a serviço da ideologia castrocomunista.
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Newton Santos/Hype
Alejandro Peña Esclusa é coordenador da organização Fuerza Solidaria, um dos principais grupos de oposição ao governo do presidente Hugo Chávez na Venezuela. Engenheiro mecânico graduado pela Universidade Simón Bolívar e com estudos pósgraduados em Administração Financeira pelo Instituto de Estudos Superiores de Administração (IESA) e em Segurança e Defesa Instituto de Altos Estudos da Defesa Nacional da Venezuela (IAEDEN), Peña Esclusa é também especialista no tema da subversão na América Latina e trabalhou como assessor do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Venezuela. Em 1998, se candidatou à presidência da Venezuela Partido Laboral Venezolano (PLV) - do qual é secretário geral desde 1995 - em oposição a Hugo Chávez. Naquele ano, Chávez foi eleito para seu primeiro mandato.
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stou um pouco mais relaxado do que o normal, porque aqui, no Brasil, suponho que a polícia política não me persegue e que posso caminhar livremente, porque a Venezuela já se converteu em uma ditadura. Em uma ditadura de terceira geração. Não há fuzilamentos, não há, digamos, proibição de liberdade de imprensa explícita, mas há uma série de procedimentos implícitos, como muito bem descreveu Hector de Paola na minha apresentação, citando a dificuldade para poder se sair do país, como no meu caso. Tenho três processos policiais, forjados os três, e os três são por rebelião, por promover a rebelião e, por um desses, estou proibido de sair do país. Assim, se eles quiserem me prender, não têm que inventar nada, a não ser atualizar qualquer desses processos e então me prender. Não têm que inventar algo novo. Assim, a mensagem do terror permanente e constante é a seguinte: se passas do limite, se enfrentas ainda mais o governo, então, podemos te levar preso, a qualquer momento. Eu falo não só do meu caso, mas falo também pela população venezuelana. Toda a população, de alguma maneira, sofre esse tipo de ameaça. Como muito bem disse Aleksander Boyd, as autoridades eleitorais solicitaram ao partido oficial os nomes de todos os cidadãos venezuelanos que assinaram o pedido de um referendo para revogar o mandato de Hugo Chávez. E com os nomes fizeram uma lista. A lista circula abertamente e quem a assinou tem os seus direitos de cidadão desvalorizados e correm o perigo de perder o emprego. Todos estamos fichados na Venezuela. Vou descrever, como me compete, sobre o futuro da democracia na América Latina. Vou dividir esse assunto em três partes. A primeira parte é uma avaliação breve da situação interna da Venezuela, porque creio que o futuro da América Latina está estreitamente vinculado à permanência de Chávez no poder, se ele vai continuar exportando a revolução cubana, que nem sequer é venezuelana, mas cubana, para o resto da América. Ainda que esteja num ambiente acadêmico, não esperem de mim neutralidade e nem objetividade. Vou realmente atuar como um operador político, cujo principal objetivo na vida - independente da minha motivação de caráter transcendental -, é tirar Chávez da presidência da Venezuela. Logo, não posso ser objetivo. Portanto, contarei como está se expandindo o projeto castro-comunista com o apoio de Chávez em várias regiões. Com informações que me chegam pessoalmente, embora considere essas informações insuficientes justamente porque provêm da arrecadação pessoal da informação. E assim não deve ser. Deve haver uma estrutura profissional que se
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encarregue de recolher, reunir e sistematizar a informação porque estamos falamos do futuro da América Latina. Estamos entre a sobrevivência como continente, quer dizer, escolher entre a africanização total, ou converter-nos no Continente da Esperança, que é o que deveria ser nosso destino, se fizéssemos as coisas corretamente. O modelo de Chávez é importante. O que eu vou expor sobre a Venezuela, por favor levem em conta para a Bolívia, porque a Bolívia vai repetir o modelo venezuelano ou o modelo cubano-venezuelano, mas simplesmente irá mais rápido. De um lado está a subordinação a Fidel Castro e a uma invasão cubana. Essa foi a primeira coisa que Chávez fez. Então eu vi que Chávez não era autônomo, mas um títere a serviço de Fidel Castro. Agora, já nem tanto, porque ele desenvolveu sua própria capacidade e aprendeu, mas continua um homem a serviço da ideologia castro-comunista. Ele abriu as portas a pelo menos 20 mil cubanos na área de esportes, na área da educação, na área da medicina que são realmente agentes de propaganda, de espionagem, de supervisão, inclusive, da repressão. Isso já está começando a acontecer na Bolívia. O segundo ponto, também muito importante, foi a conformação, a criação, a promoção de uma Assembléia Constituinte. Mas, para quê? Isso já está acontecendo na Bolívia também. Mas por quê? Por que querem a Assembléia Constituinte? Porque se exigiu uma nova Constituição, bem, sim, mas não é o mais importante. Ao criar uma nova Constituição os poderes anteriores caducam. Eles querem mudar o Senado, transformar o Congresso numa Assembléia. O Tribunal, que antes se chamava Corte Suprema Eleitoral, agora muda de nome e se chama Tribunal e, ao mudar o poder eleitoral, põe outro nome na instituição. Era Conselho Supremo Eleitoral é Conselho Nacional Eleitoral. Ao trocar o nome, tem que trocar também as pessoas que tinham sido legitimamente eleitas anteriormente, isso antes de Chávez chegar ao poder. Chávez necessitava de um Congresso próprio, um Tribunal Supremo de Justiça próprio. um Tribunal Eleitoral próprio, um Poder Judiciário completo tudo próprio. Então era necessário fazer uma Assembléia Constituinte, criar-se uma nova Constituição e, quando o regime tinha popularidade, porque agora já não tem mais, era só votar essa nova Constituição e, necessariamente, mudar as autoridades e colocar umas autoridades totalmente controladas pelo chavismo, com a nova Constituição. Por isso a Assembléia Nacional Constituinte. Logo vem o terror, como mecanismo de dominação. Um terror, que não é generalizado, é seletivo. Quer dizer, não preciso perseguir a todos os
Ribas é autor de 15 livros, entre eles Teoría monetaria, inflación y tasa de interés e El rol del empresario (amboes editador pela Editorial El Ateneo), El príncipe y el principio (Editorial El Cronista Comercial), Entre la libertad y la servidumbre (Editorial Sudaméricana), Cuba entre la independencia y la libertad (Ediciones Universal) e Propiedad, fuente de libertad (Atlas Economic Research Foundation). Em seus livros, Armando Ribas - que é também apresentador do programa argentino de TV Sin Fronteras, sobre economia e política e articulista colaborador de vários jornais na Argentina e nos Estados Unidos - defende que o capitalismo, sob os preceitos da propriedade, cumprimento da lei, liberdade de empreendimento, é a forma de organização econômica que maior crescimento promoveu na história da humanidade. Suas investigações tentam aprofundar a relação entre o crescimento econômico dos países e a limitação dos direitos políticos dos governantes. http://www.atlasusa.org
O monetarismo, que se confundiu com o liberalismo, criou esta idéia de que todo mal que acontece à América Latina deve ser debitado ao liberalismo (...) Creio que não apreendemos a essência do tema da democracia. Falamos em democracia, mas, no fundo, é mais um juízo de valor do que um conceito jurídico-político.
te para não morrer: que venha quem venha... e entregaram o poder a Fidel Castro. Mas depois Fidel os matou, porque isso está escrito por Lênin, é o que tem que feito, tem que dominar o Exército, porque as armas continuam sendo importantes. Então, eu creio que é necessário fazer uma campanha para se obter uma compreensão por parte dos Estados Unidos do que está acontecendo e que tão bem explicou, hoje, Alejandro Peña Esclusa, para que saibam que não podem continuar fazendo demagogia porque, em última instância, a democracia na América Latina cada vez é mais demagógica e menos democrática. Outro dia, vimos em Buenos Aires um representante do Departamento de Estado dizendo: não importa se o populismo é democrático. Essa democracia populista me fez dizer: claro, ele vive nos Estados Unidos, não vive aqui... Então, há que se fazer uma campanha, creio, nos Estados Unidos para que se compreenda que o maior fator de demagogia que existe na América Latina é o antiianquismo e o antiianquismo não tem preço, o preço é o povo quem paga, porque é o meio de chegar ao poder político absoluto nesses países. Se formos responsáveis, existe a necessidade de conhecer a realidade do problema. Creio que a Venezuela está sendo o exemplo mais característico do que exponho, porque Fidel Castro está aí, primeiro porque nós o colocamos, disso não tenho a menor dúvida, mas ele ficou porque o senhor Kennedy o deixou ficar e traiu os cubanos que foram à Baía dos Porcos. T-r-a-i-u. Porque lhes disse que os ampararia e os deixou depois desamparados na praia. E depois também com a crise dos mísseis fez algo parecido. Cuba foi a que fez toda a guerrilha da América Latina com financiamento da Rússia. Depois, o assunto deixou de ser moda, de sorte que agora aos americanos pouco lhes importa, pois continuam fazendo com Cuba o que eu chamei de "a guerra sem batalha". E, nessa guerra sem batalha vence Fidel Castro, que se converteu no Davi que vence os Estados Unidos. Enquanto nos Estados Unidos mudam de presi-
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dente, em Cuba está só Fidel Castro, destruindo tudo. Pensem com que liberdade se vive nesse regime: as pessoas preferem enfrentar os tubarões do que ficar em Cuba. Temos que compreender, além do mais, que a problemática da corrupção em nossos países é a corrupção do sistema, onde quer que haja um sistema como o que nós temos, onde cada vez há mais leis e mais regulamentações, o corrupto aparece. É como o conto, não sei se vocês leram, espero que sim, da Enron... como se chama o livro? Público - Aftershock... -Afterschock... bom, aí há uma discussão entre dois legisladores e um legislador diz ao outro, vamos colocar tal lei. Mas, o outro diz: mas essa lei ninguém vai cumprir. O outro respondeu: ninguém quer que a cumpra. Onde não há criminosos, temos de inventá-los. É isso o que temos e padecemos permanentemente. A burocracia é a única coisa que Marx, dentro de toda estupidez e criminalidade que escreveu, a única em que teve razão, foi quando contestou a Hegel sobre o horror da burocracia; Hegel dizia que representava uma necessidade da sociedade, porque representava os interesses gerais... Ele respondeu: não senhor, os burocratas acabam por converter em interesses gerais o que não são mais do que seus interesses particulares. Creio, pois, que temos que fazer uma campanha interna de esclarecimentos; creio que este seminário tenha sido muito esclarecedor e acredito que o Brasil, justamente por causa de sua importância, tem uma grande co-responsabilidade. Façamos uma campanha nos Estados Unidos, para que compreendam que na América Latina não há democracia, há somente demagogia. E vocês sabem que demagogia foi o que trouxe Hitler, e Hitler só foi derrubado pelos tanques Sherman. Por isso eu espero que, algum dia, como já está evidente que o petróleo é muito mais importante do que o açúcar, que os americanos se dêem conta que têm que tirar Chávez em favor do povo da Venezuela.
Vamos nos informar. Para mostrar a realidade. Soube que Chávez foi convidado pela Universidade de Oxford para falar sobre direitos humanos e pobreza. Disse: ele vai ensinar aos ingleses como aumentar a pobreza e violar os direitos humanos...
Andres Leighton/AP Photo
Há uma absoluta falta de informação, do nosso ponto de vista, nos meios de comunicação internacionais. A internet tem muita relevância nestes tempos.
A oposição protesta e pede a renúncia de Chávez em marcha nas ruas de Caracas, na Venezuela. SETEMBRO/OUTUBRO 2006 DIGESTO ECONÔMICO 61
Paulo Pampolin/Hype
Chávez virou moda. Agora Chávez é um ditador ou um déspota, mas há três anos e meio, quando eu comecei a escrever, ninguém dizia que Chávez era um déspota. Nós que falávamos que Chávez era um déspota, é que éramos tachados de déspotas. Aleksander Boyd é diplomado em Geologia pela Universidade de Londres e é fundador e diretor da Pro Venezuela Organization (PROVEO), instituição que promove os princípios de democracia, responsabilidade, império da lei e liberdade individual. A organização, com mais de 1900 membros em 55 países, realiza eventos e debates para contestar a propaganda do governo do presidente Hugo Chávez sobre a Venezuela. Boyd é fundador e editor do Vcrisis.com, um site em inglês, francês, espanhol e alemão sobre a crise venezuelana. O site recebe entre 100 mil e 200 mil visitantes por mês e escrito em colaboração com outros intelectuais e jornalistas. Em seus artigos, Boyd afirma que as crises política, financeira e social da Venezuela podem ser superadas pela democracia e denuncia a "apatia" dos líderes latinoamericanos em relação ao poder de Hugo Chávez. http://www.proveo.org http://www.vcrisis.com
Aleksander Boyd Geólogo pela Universidade de Londres, fundador e diretor da Pro Venezuela Organization (PROVEO), fundador e editor do Vcrisis.com
V
ou retomar a pergunta existencial que fazemos a muitos venezuelanos sobre como atuar nesses momentos que temos vivido. E quero também dizer que falarei sobre a possibilidade de utilizar a internet como ferramenta de disseminação da informação. No meu caso pessoal, de ativismo político contra Chávez, comecei a usá-la em outubro de 2002, quando soube que Chávez foi convidado pela Universidade de Oxford para fazer uma conferência sobre direitos humanos e pobreza. Naquela ocasião, essa foi a pergunta que me fiz. Disse: ele vai ensinar aos ingleses como aumentar a pobreza e violar os direitos humanos... Depois soube que a fala de Chávez, em Oxford, havia custado aos venezuelanos US$ 137 mil, quer dizer, Chávez comprou seu púlpito, ali, em Oxford, para fazer sua palestra e isso custou recursos do povo. E, a importância disso está nas revelações de quantos foram à internet. É uma das razões pela qual eu também me converti em inimigo dele. Não tão abertamente como Alejandro Peña Esclusa. No meu caso, vi, por exemplo, que me acusam de um comunicado de duas páginas no maior jornal de circulação na Venezuela, como líder da conexão anglo-venezuelana. Eu não sei que conexão é essa porque eu trabalho só, mas me acusam disso. Os esbirros de Chávez, inclusive, chegaram a solicitar nas comissões especiais da Assembléia Nacional que abram investigações contra mim, me acusem nos tribunais internacionais como conspirador e traidor da pátria. Assim como Alejandro é acusado também. A internet tem, sim, muita relevância nestes tempos. A internet é uma ferramenta muito poderosa para propagar informação. Devo lhes dizer que há uma absoluta falta de informação, do nosso ponto de vista, nos meios de comunicação internacionais. Agora, neste momento, estão começando a despertar certas suspeitas nos meios muito poderosos de comunicação sobre aquilo que Chávez representa para a região. Chávez virou moda. Agora Chávez é um ditador ou um déspota, mas há três anos e meio, quando eu comecei a
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escrever, ninguém dizia que Chávez era um déspota. Nós que falávamos que Chávez era um déspota, é que éramos tachados de déspotas. Por isso, é muito importante organizar, eu diria, um fórum virtual. Não precisa ser um fórum onde cada uma das pessoas, como os participantes aqui, diariamente, tenham que se deslocar até um lugar determinado e aí trocar idéias. Tudo isso podemos fazer através da internet. Quero também mencionar Oppenhaimer e outros, que fizeram comentários sobre a boa esquerda. Eu não acredito que haja duas esquerdas, creio que haja uma esquerda; os moderados de esquerda não são de esquerda. Temos como exemplo Felipe González, que de esquerda não tem nada. Temos Tony Blair, mais conservador que os conservadores, foi por isso que os conservadores não puderam ganhar dele. De maneira que não há divórcio entre a esquerda moderada e a esquerda radical. Há uma só esquerda que é radical e não é sequer radical: é fundamentalista. Parece muito com o que comentava Clifford May neste seminário, eles começam jogando bombas e os homensbombas acabam definindo os seus regimes. Nós fazemos outra coisa. Retomando o tema da comunicação, penso que é importante estabelecermos um fluxo constante de informações entre nós sobre o que está acontecendo, na realidade, em cada um dos nossos países, para que, nós que trabalhamos em jornais, possamos distribuir a informação. Podemos fazê-lo com conhecimento de causa. Sabemos que Lula ainda continua sendo considerado um moderado em muitos lugares da Europa. Com conhecimento e cumplicidade podemos dizer que ele não o é. Da mesma maneira que ocorre com Kirchner, na Argentina. Divulgando assim a nossa causa, através do fornecimento de informações, verão que nossa causa pode ser sustentada e bem documentada. Queria terminar dizendo-lhes que, também, como venezuelano, me sinto profundamente ofendido pelo que nosso presidente faz na região e, sumamente comprometido com todos vocês, a fazer o máximo para tirar Chávez de onde está.
Lições de Liberalismo Roberto Fendt
O
economista Roberto Fendt, vicepresidente do Instituto Liberal e sócio diretor da Adef Associados, é o coordenador do primeiro curso de extensão sobre Liberalismo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe-USP). O curso, que acontecerá no primeiro semestre de 2007, abordará desde os conceitos do liberalismo clássico até a transição para o liberalismo contemporâneo e o impacto das idéias liberais na teoria econômica atual. À Digesto Econômico, Fendt falou sobre os caminhos para o aprendizado do liberalismo pelos países da América Latina. Os EUA são sempre citados como modelo ideal de implantação das idéias liberais tanto na política como na economia. Mas ali o liberalismo é também herdeiro de uma tradição histórica com a qual os países latino-americanos não contam. Qual seria o caminho liberal específico para a América Latina, levando em consideração o passado da região? A democracia americana tem, de fato, a especificidade da história do povo americano e de suas instituições. Não é copiável. As idéias liberais são um guia, um farol, não um manual de engenharia social. Cada sociedade tem sua própria história e seu próprio caminho, que não determina, mas antes influencia, a sua trajetória no tempo. Dito isso, apontaria que necessitamos primeiro entender que a liberdade pressupõe responsabilidade; que da propriedade inalienável de cada indivíduo sobre sua vida decorre o direito de propriedade sobre os frutos de seu esforço; que ao Estado cabe o importante papel de manter o Estado de Direito, a ordem interna e a defesa contra a agressão externa. Enquanto esperarmos do Estado esmolas; a abulia com relação à manutenção da ordem; e recebermos, em troca dos tributos que nos são extorquidos, a corrupção e a injustiça, estaremos seguramente trilhando um caminho que nos levará ao destino oposto do sonho liberal. Como o sr. avalia a democracia na América Latina hoje? Vejo com preocupação os rumos que vem tomando a democracia no continente. Depois de um período autoritário na maioria dos países latino-
Economista americanos tivemos uma retomada democrática que abarcou a quase totalidade desses países (Cuba foi sempre uma exceção, já que desde 1959 é uma ditadura familiar). A "fadiga" da democracia, que veio junto com pseudo-reformas liberais na maioria dos países, leva agora a profundas divisões das sociedades (muitos países estão divididos quase que igualmente entre facções políticas opostas, como é o caso do México, Venezuela, Peru e Bolívia). Somente o Chile foi capaz de realizar reformas liberais completas e emergir para uma democracia estável. Quais são as diferenças que o sr. apontaria entre a teoria liberal do Estado e a implementação prática dessa teoria, especialmente nos países latino-americanos? O pensamento liberal pressupõe o controle do Estado pela sociedade através da divisão dos poderes. Na América Latina, o Estado percorreu o caminho inverso: tornou-se hipertrófico na maioria dos países, como Cuba e Venezuela, notadamente. Mas nos demais países o mesmo fenômeno ocorre em menor extensão, como entre nós. Como o sr. avalia as relações políticas entre governos mais e menos alinhados ao liberalismo? O diálogo existe? E o consenso, é possível, quando se trata de relações internacionais? Não há governos liberais. Há sociedades que optaram por um caminho mais próximo do projeto liberal, outras que optaram por sua antítese -- e outras ainda que foram vítimas de grupos autoritários que lhe impuseram seus valores. A despeito disso, o relacionamento entre Estados com graus distintos de instituições liberais é possível e desejável, sempre que os autoritários não façam de sua política externa um instrumento de agressão à liberdade no relacionamento entre as nações. Porque é um direito inalienável do indivíduo e das sociedades o direito à vida; portanto, da mesma forma que podem e devem conviver pacificamente todos os tipos de nações, é também direito inalienável das sociedades abertas (democráticas, livres, liberais) de defender-se de qualquer agressão que parta de um Estado totalitário ou de grupos terroristas patrocinados por esses Estados.
Bel Pedrosa
A "fadiga" da democracia, que veio junto com pseudo-reformas liberais na maioria dos países, leva agora a profundas divisões das sociedade (...).Somente o Chile foi capaz de realizar reformas liberais completas.
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depois de escapar das bombas aqui (referência aos ataques promovidos pela organização criminosa PCC) e, no Rio, ter que me esconder das balas perdidas naquela cidade cor-de-rosa, governada por um casal infantil. Gostei muito da idéia sugerida pelo Afif, que a chamou de Fascículos da Liberdade. Vamos ocupar espaços, vamos ser otimistas. Na universidade, em cada departamento com uns 15 professores, basta ter uns três com as nossas idéias que os outros vão virar pó, como se diz no mercado financeiro, porque nós temos o que eles não têm: argumentos. Contra argumentos não há argumentos, como dizia Roberto Campos. Eles vivem à base de chavões, de palavras de ordem, nós, ao contrário, termos argumentos, nós temos a lógica do nosso lado, nós temos a história para mirarmos nela como num retrovisor e poder dizer olha lá o que aconteceu. Só que a mídia impede que isso aconteça. Então, nós temos que ter uma estratégia de longo prazo, eu penso em reformas políticas profundas que contemplem, por exemplo, partidos programáticos, fidelidade partidária para acabar com esse carnaval de trocas de partido. No início do último período legislativo, houve duzentas e tantas trocas de partidos, deputados e senadores mudando de partido. Onde já se viu isso? Precisamos reformar, embora saibamos que essa providência não faz parte da cultura brasileira nem da latino-americana por influência ibérica. No Brasil não se vota em idéias, vota-se em pessoas. Isso não é democrático, temos que votar em idéias. Eu sou um liberal, mas vou votar em quem? Confesso que não sei. A última vez em que votei, sabendo em quem ia votar, foi no Afif em 1989 (Guilherme Afif Domingos foi candidato à presidência da República pelo....). Já se completou 17 anos. Em todos os outros anos foi assim, no escuro, vou votar em fulano para beltrano não ganhar, já cansei disso. Nós temos que nos organizar, precisamos de candidatos a governador, a prefeito, a senador. Depois que o Roberto Campos morreu, fiquei órfão, vou votar em quem? Benedita da Silva (petista, ex-governadora do Rio de Janeiro, ex-senadora e ex-ministra do governo Lula)? Não dá. Saturnino Braga (petista, senador pelo Rio de Janeiro)? É impossível. Para eles, João é pobre porque Pedro é rico. Nossa missão é ensinar ao povo porque João é pobre e porque Pedro é rico. Quer dizer: a riqueza de A não explica a pobreza de B, e vice-versa. É importante convencer as pessoas sobre a necessidade de um federalismo mais amplo nos campos da política, economia e administração. Hoje, todos esses impostos, toda essa carga tributária brutal vai quase toda para Brasília. Vai com
Nós somos pobres porque queremos continuar pobres. Ainda não aprendemos que o crescimento e o desenvolvimento são uma questão de criatividade,de liberar as energias individuais que podem levar a sociedade a andar para frente.
passagem de ida garantida, mas só volta para o município onde foi gerada se o município tiver alguém que seja amigo do José Dirceu que estiver mandando na ocasião. No mínimo, essa volta está sujeita à lista de espera. É preciso mudar, mas como? Primeiro temos que respeitar o nome desse País (República Federativa do Brasil), porque sabemos que a descentralização significa mais eficiência em todos os sentidos. É preciso discutir também a representatividade, voto distrital, mostrar ao cidadão que o Estado não é o patrão dele, que o Estado, a verdade, é o empregado dele, o Estado é o servo e não o senhor. Eu pago imposto para o Estado me servir e não para se servir de mim. Mas no Brasil costumamos pensar o contrário. A Constituição de 1988, como bem ressaltou Afif, é um verdadeiro hino ao atraso. Está escrito lá, por exemplo, que todo brasileiro com menos de 14 anos e mais de 65 anos tem direito à vida. Eu tenho mais de 14 anos e menos de 65. Constitucionalmente, portanto, eu estaria falecido e, no entanto,m todos os dias morrem crianças e velhos por falta de assistência. Nos precisamos lutar por uma economia de mercado verdadeira, por um sistema político representativo e tentar resgatar os a valores éticos e morais tradicionais dos quais viemos nos afastando. Como fazer isso? Há o que pode ser feito no curto prazo. Uma delas é trabalhar de forma articulada com várias instituições, think tanks e institutos, e ONGs com pensamentos semelhantes ao nosso. Podemos trab, o que nos permitirá saber o que estão fazendo e tentar determinar uma estratégia comum, porque os problemas também são muito semelhantes aos nossos. Além da idéia já citada do Afif (Fascículos da Liberdade) e porque não criar na Internet, que é um instrumento moderno, uma Universidade Virtual da Democracia Liberal. Ou Universidade da Liberdade.Está na hora da ação. Temos de perder a vergonha de nos apresentarmos como realmente somos. Temos a convicção de que nossas idéias são bem melhores do que as idéias dos adversários que vêm tornando a América Latina uma região pobre quando ela poderia ser potencialmente muito mais rica. Chega de jogarmos o futuro para frente! Não podemos mais continuar sendo o País do Futuro! Chega! Um grande homem (quem?) do século passado, que foi canonizado em 1992 por João Paulo II, é autor de uma frase que acho lapidar: “Amanhã algumas vezes é prudência, mas muitas vezes é o advérbio dos vencidos”. Nós vamos ganhar esse jogo. SETEMBRO/OUTUBRO 2006 DIGESTO ECONÔMICO 31
Paulo Pampolin/Hype
O islamismo apela à identidade religiosa e age como os totalitários do século XX
A ilusão da maioria Clifford May
A
s pessoas que não vivem numa sociedade democrática liberal provavelmente não sabem muita coisa sobre a democracia liberal - afinal, como poderiam? Nos estados totalitários, é proibido divulgar informações sobre a natureza das sociedades livres. Discussões e debates sobre democracia, liberdades, direitos humanos - tudo isso foi abafado, como se sabe, na Alemanha sob o Terceiro Reich e na União Soviética até os dias da glasnost. Anos atrás, quando eu ainda era um aluno estrangeiro na União Soviética, interrogavam meus colegas sobre o que haviam discutido comigo. Eles insistiam "Oh, nós estávamos apenas educando o americano sobre o sistema soviético, sobre os valores do socialismo" e, muitas vezes, era exatamente o que vinham fazendo. Informações sobre governos democráticos são proibidas hoje na Coréia do Norte e em grande parte da China e em Cuba. O mesmo se aplica aos estados autocráticos dos países árabes e muçulmanos, tal como a Líbia, onde o dissidente mais proeminente, Fathi Al Jami, se encontra atual-
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Mestre em Jornalismo, preside The Foundation for the Defense of Democracies (FDD) mente numa cela talvez prestes a ser sentenciado à morte e provavelmente morrendo de qualquer jeito. Os Estados Unidos anunciaram que estão prestes a reatar relações com a Líbia. Eu gostaria que a liberação de Fathi Al Jami tivesse sido obtida antes dessa decisão ter sido anunciada. Acho que isso seria mais adequado ao compromisso feito pelo presidente Bush de apoio às liberdades e democracias pelo mundo. Com Fathi Al Jami ainda encarcerado isso não soa bem para nós (norte-americanos). Mesmo nos estados árabes razoavelmente moderados, como o Egito e a Tunísia, há a pressão da dissidência pró-muçulmana. Um outro problema surge quando alguém entende apenas árabe ou persa, e sem proficiência em outras línguas, informações e textos não são traduzidos nem para o árabe e nem para o persa. Então, não há nada para se ler sobre esse assunto, sobre liberdade e democracia. Portanto, mesmo que a opressão seja removida, é difícil obter acesso a outras idéias. Por outro lado, acontece de uma pessoa, mesmo vivendo num país democrático, não saber
muita coisa sobre democracia. Isso acontece, na verdade, pelo fato de pessoas que vivem em países democráticos aceitarem a democracia como algo normal. A última coisa sobre a qual um peixe teria consciência seria sobre a água. A confusão mais freqüente é feita entre a democracia e a vontade de maioria. O desejo da maioria é a noção de que a democracia significa que a maioria governa sem limites. Essa noção não se sustenta nem sob o escrutínio mais elementar. De acordo com o estudioso James Vovard, as democracias têm que significar algo mais do que dois lobos e um carneiro votando sobre o que vão jantar". As eleições isoladamente não fazem uma democracia. Se eleições fossem o único quesito para uma qualificação de democracia, a União Soviética poderia ter sido classificada como um país democrático, porque os cidadãos soviéticos iam regularmente às urnas e podiam eleger os candidatos que o Partido Comunista escolhia para eles. No Irã também se permite que as pessoas votem. Só que os mulás islâmicos decidem quem pode concorrer e também decidem quem irá vencer. O Hamas, uma organização islâmica palestina, venceu a Fatah e ganhou as eleições na Palestina. Isso significa que os territórios palestinos têm um sistema democrático de governo? Eu diria que não. Qualquer um que subir num caixote em algum lugar da Faixa de Gaza e começar a pregar que está criando um partido de paz não vai permanecer em pé durante muito tempo. Na melhor das hipóteses,
esses são exemplos do que os cientistas políticos chamam de regimes eleitorais autoritários. Agora, o que torna essas formas de governo uma democracia? A liberdade pode ser dada ou precisa ser conquistada? Será que a dissidência consegue espalhar valores democráticos até em estados opressivos? Ou será que requer instituições democráticas para criarem democracias? Contrário à crença popular, o presidente Bush e seus apoiadores neoconservadores não foram os primeiros fazerem essas perguntas. Tampouco foram eles os primeiros a envolveram os Estados Unidos na tentativa de promover e encorajar a democracia além das fronteiras de seu próprio país. Podemos lembrar que o presidente Wilson lutou corajosamente na Europa durante o que agora chamamos de Primeira Guerra Mundial com o objetivo de tornar o mundo mais seguro para a democracia. Hoje em dia, conservadores e republicanos que apoiam plenamente a democracia são rotulados por alguns direitistas como os neowilsonianos. No início de 1983, nos Estados Unidos, um congresso democrata apoiado pelo presidente republicano Ronald Reagan, começou a recolher fundos para constituir o Legado Nacional para as Democracias (NED, a sigla em inglês), uma organização privada, sem fins lucrativos, e guiada pela crença de que a liberdade é uma aspiração humana universal, que pode ser realizada por meio do desenvolvimento de instituições, procedimentos e valores democráticos. A NED nos ofereceu, mesmo que nada além disso, um bom ensinamento sobre a democracia e a democratização ou, mais precisamente, democracia liberal: em geral requer a criação e manutenção de instituições da sociedade civil. Especificamente, tem que haver um comando exercido por meio da lei, um sistema jurídico independente, imprensa livre, liberdade de expressão, liberdade de congregação e de reunião, garantia de direitos das minorias e eleições freqüentes e justas. James Madison, um dos principais autores da constituição norte-americana, também escreveu sobre um desafio encarado pelos governos democráticos. "Ao formar um governo", nos diz, "no qual a administração deve ser feita por homens sobre outros homens, a grande dificuldade está bem aí - primeiro precisa-se capacitar o governo para controlar os governados para em seguida obrigar-se a c se controlar". Em outras palavras, o governo deverá se sujeitar à lei de maneira idêntica que os que estão fora do governo também devem se sujeitar à lei. Uma maneira para alcançar isso é definir e limitar os poderes do governo freqüentemente sob uma constituição que é a lei básica e abrangedora de um país. A constituição estabelece regras que os cidadãos concordam em seguir para serem governados. A constituição enumera os poderes que as pessoas delegam ao governo e procedimentos as a serem usados para expandir ou reduzir esses poderes. Enumera
Paulo Pampolin/Hype
Clifford D. May, Mestre em Jornalismo e Relações Públicas e Internacionais pela Columbia University, é atualmente o presidente de The Foundation for the Defense of Democracies (FDD), organização criada dois dias após os atentados de 11 de setembro de 2001 com o objetivo de servir como centro de investigação sobre as ideologias que sustentam as práticas terroristas no mundo e as melhores políticas para combatê-las. May é também o principal executivo do Committee on the Present Danger (CPD), organização internacional nãopartidária com sede em Washington e voltada para a análise de políticas de segurança das nações.
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militares, apenas três ou quatro emblemáticos. Não preciso perseguir todos os empresários, levo preso ou faço algo que leve ao exílio o presidente da Federação da Câmara Industrial mais importante. Onde está Carlos Fernandez? Está no exílio. Onde está o presidente do Sindicato mais importante da Venezuela, Carlos Ortega, do CTB? Na prisão. Onde está uma jornalista insigne como Patrícia Poleo? Prêmio Rei da Espanha? Exilada. Basta escolher três, quatro ou cinco de cada setor, persegui-los e, por meio deles, transmitir o terror ao resto da população. Então, vêm as execuções extrajudiciais, que, num país onde há tantos assassinatos, um a mais que morrer parecerá um assalto à meia-noite, quando, na realidade, é um assassinato político. Esse é o tipo de terror. Depois vem o modelo comunista tradicional de utilizar a propaganda para fazer uma quantidade de coisas que não existem na realidade. Por exemplo, existe a idéia, em muitos países, inclusive, nos países que são contra as idéias de Chávez de que Chávez é popular. Acredita-se que tem respaldo dos setores mais humildes. Acredita-se nisso. É absolutamente falso. Tampouco tem respaldo nos setores populares. Tinha. Mas, à medida que se passaram sete anos de governo e depois do ingresso dos maiores recursos petroleiros da história do nosso país, a situação de fome, de pobreza, de insegurança continuam. Os governos anteriores duravam cinco anos. Este já está há sete e não conseguiu nenhum benefício para as zonas mais pobres. Assim, eles também não querem Chávez. E a prova é o sistema eletrônico automatizado de votação. Se Chávez tem tanto respaldo popular, como ele diz ter, por que não se faz a contagem manual dos votos que pede a oposição? Como fez Bachelet, no Chile, como fez Evo Morales, na Bolívia. Contagem manual dos votos como fez o Peru. Não. Um sistema eletrônico, onde há muitas suspeitas e até provas de que o governo meteu a mão. Finalmente, um problema muito grave que não se refere ao governo, mas à oposição. Talvez essa postura da oposição política, que atua como se se tratasse de um regime democrático, sirva de exemplo aos amigos de outras nações e aos que vivem aqui. Querem tirar um ditador com mecanismos, digamos, democráticos, convencionais, de diálogo, quando estamos diante de um criminoso, não me importa falar publicamente, falo em meu país, trata-se de uma pessoa que cometeu crime de lesa-humanidade, mas, em vez de tratá-lo como criminoso, tratam-no como senhor presidente, com diálogo, e procuram utilizar mecanismos que, digamos, são mecanismos civilizados, mas não correspondem à situação que vive a Venezuela.
Vamos lembrar o dia 11 de abril, que até aqui no Brasil os meios de comunicação chamaram de golpe de Estado. (No dia 11 de abril de 2002 houve uma tentativade derrubada do presidente venezuelano Hugo Chávez. Em meio a fortes protestos e uma greve geral, que durou mais de três dias, o alto comando militar anunciou a renúncia de Chávez. Logo, a oposição colocou na presidência o empresário Pedro Carmona Estanga. Após manifestações de simpatizantes leais a Chávez, e algumas pressões internacionais que indicavam um golpe de Estado, os militares fiéis ao governo, retomaram o poder e Chávez reasumiu a presidência na madrugada de 14 de abril de 2002. A oposição e os meios de comunicação venezuelanos argumentaram que não houve um golpe de Estado, mas sim um vazio de poder, provocado pela renúncia de Chávez e de seu vice-presidente Diosdado Cabello. O Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela lhes deu razão, considerando como vazio de poder o que ocorreu no dia 11 de abril de 2002.) Não houve golpe de Estado, o que houve foi a maior marcha da história da Venezuela com quase dois milhões de pessoas e um pequeno grupo de facínoras, que agora são chamados de heróis da revolução, disparando contra a marcha e, então, mataram sete, quinze ou vinte pessoas que estavam com bandeiras em atitude pacífica. E gente armada, ainda que sejam poucas, podem controlar a multidão, quando a multidão estava desarmada em uma atitude cidadã e pacífica. Porém, não há saída eleitoral na Venezuela. Queremos a saída eleitoral, mas ela não existe. Em dezembro, quando há eleições presidenciais, Hugo Chávez pretende reeleger-se. E vai ser eleito se houver eleição, aconteça o que acontecer, porque conta com as máquinas eletrônicas para legitimar isso. Não importa o que ocorra com a votação. Chávez não se preocupa com o problema interno, consegue se legitimar por mais seis anos, e passa a se ocupar ainda mais com dos problemas externo e a reprimir ainda mais dentro do país, ou seja, para nós dezembro é fundamental. Em outras palavras, se no ano que vem um novo seminário como este for convocado, e Chávez chegar a legitimar-se em dezembro, não sei se poderei vir participar. O meu campo de ação diminui. Dessa forma, a única solução que vemos democrática, constitucional, mas extra-eleitoral, está no artigo 350 da Constituição da Venezuela, que diz assim: "O povo da Venezuela, fiel à sua tradição republicana, à sua luta pela independência, pela paz e pela liberdade, desconhecerá qualquer regime, legislação ou autoridade que contrarie os valores, princípios e garantias democráticas ou menospreze os direitos humanos". Esse é o último artigo da Constituição. Isso legitima a desobediência civil que é o desconhecimento do regime, quer dizer, uma série de
Em seu segundo livro, lançado este ano, El Continente de la Esperanza (Fuerza Solidaria), Peña Esclusa defende que a ideologia comunista, segundo o modelo adotado por Fidel Castro em Cuba, é a principal influência da política de Hugo Chávez para a Venezuela e a América Latina. No livro, ele se propõe também a explicar também como desenvolver um modelo produtivo para seu países e recuperar a identidade história venezuelana. Uma das polêmicas em torno das idéias de Peña Esclusa é sua defesa de uma saída política nãoeleitoral para a crise, que ele detalhou em seu primeiro livro, intitulado 350 - Cómo salvar a Venezuela del castrocomunismo (editado pela Fuerza Solidaria).
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Estados Unidos
Nossa democracia nasceu nos
Reprodução de Two Flags (1980), Jasper Johns
Edgard Terán Terán Presidente da Organización Hacia la Seguridad - Império de la Ley, ex-Ministro das Relações Exteriores do Equador.
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manifestações pacíficas em toda Venezuela, mas não uma marcha, porque uma marcha pode ser dissolvida da maneira que já lhes expliquei. Estamos falando de milhares de núcleos, focos de desobediência para impedir ou escapar da repressão do regime. Nós manejamos um pouco essa teoria e escrevi um livro e pode-se lê-lo em português na nossa página na internet - www.fuerçasolidaria.one. Além do esforço intelectual, tenho viajado toda a Venezuela promovendo o artigo 350 da Constituição. Temos grupos de trabalho pelo menos em dez cidades, distribuímos cerca de 13 mil livros, 600 mil volantes, com o resumo do livro, reforçando uma ação política antigoverno. Vamos à segunda parte a expansão mundial e continental do chavismo. Em minha opinião, o Fórum de São Paulo foi superado. O Fórum de São Paulo é importante, mas ficou para trás. Chávez já não necessita do Fórum de São Paulo porque tem a chancelaria, tem Rodriguez, o ministro das Relações Exteriores, que foi chefe guerrilheiro, membro fundador do Fórum de São Paulo, junto com o também fundador do Fórum de São Paulo, Manuel Marulanda, que é o chefe das Farc, e também junto com o senhor Lula da Silva, que foi o principal promotor da seção do Fórum, aqui, nesta cidade, em 3 e 4 de julho de 1990, com o apoio do Partido dos Trabalhadores. Então, Rodriguez agora tem embaixadores, agora tem todo o sistema diplomático e conta com uma boa estrutura do Estado. O mesmo ocorre com o governante, que já não necessita de uma ferramenta extragovernamental, pois agora conta com o governo. Do Fórum Social Mundial, posso dizer que ele é o irmão mais velho do Fórum de São Paulo, tem uma concepção similar, mas estende-se aos cinco continentes e é preciso vê-lo com muito discernimento. As primeiras três partes do livro Continente da Esperança são dedicadas a denunciar o Fórum de São Paulo e o Fórum Social Mundial. No México, não só apoiou a candidatura de Lopez Obrador, como também trabalhou diretamente com os líderes regionais do Partido PRD, o partido de Obrador. Recrutou pessoas nas principais cidades do México, porque se Obrador ou o Comitê Central de PRD, de alguma forma não funcionasse, ele teria uma alternativa. Sempre vai às regiões que lhe são importantes politicamente. A inteligência e a estrutura cubana, com o financiamento poderoso dos petrodólares venezuelanos, é uma combinação de poder imenso, com a experiência, a capacidade, e a inteligência de 47 anos do castro-comunismo. Estamos falando de bilhões de dólares semanais que entram na Venezuela, dos quais muito pouco ou quase nada se voltam ao desenvolvimento nacional. Em El Salvador, Chávez apóia a Frente Fara-
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Segundo ele, o sistema eleitoral do país permite manipulação dos resultados e a solução seria, então, buscar mecanismos democráticos e constitucionais para sair da crise. Um desses mecanismos, na sua opinião, seria a desobediência civil, garantida pelo artigo 350 da Constituição venezuelana, que permite o não-reconhecimento de um regime político que viola os direitos humanos e as regras democráticas. OBSERVAÇÃO INTERNA - Suspeito de vinculação com o narcotráfico!!! Notícias em 1997 apontavam isso. http://www.fuerzasolidaria.org
bundo Martin de Libertação Nacional (FMLN). Não somente uma ajuda pública (prefeituras controladas pela FMLN recebem petróleo venezuelano a preço subsidiado), como informam os meios de comunicação. O apoio privado, secreto, se faz com o envio efetivo de dinheiro. Conheço, inclusive, o mecanismo usado para que o dinheiro chegue à FMLN e promova, por exemplo, a primeira campanha de Jorge Schafik Handal, um ex-guerrilheiro, comunista, que foi derrota por Antonio Saca Gonzáleza. Tudo financiado por Chávez, com dinheiro efetivo. Na Nicarágua, faz a mesma coisa. Apóia Daniel Ortega, patrocina as prefeituras controladas pelo sandinismo com petróleo subsidiado, e apoio clandestino, ou não declarado efetivamente, à Frente Sandinista. Na Guatemala, o que Chávez está fazendo, sem dúvida dirigido pela inteligência cubana, é repetir um movimento indigenista, que não é indígena, não se trata de movimento em favor dos direitos dos índios. São movimentos subversivos, que utilizam muito mal o nome dos indígenas para promover outra coisa que é o castro-comunismo. E então, na Guatemala, está promovendo a constituição de um movimento indigenista, do qual possa sair como candidato a uma pessoa tipo Evo Morales, porque candidato da esquerda moderada não o satisfaz. Apóiam também, mas preferem um mais radical. Em Cuba, bom, já vimos como se recuperou a economia cubana com o total apoio, não somente público, que aparece nos meios de comunicação, mas com os barris de petróleo. Realmente, Cuba tem uma simbiose com o governo venezuelano tremenda. Eu digo com vergonha e tenho que reconhecer que, durante todos os dias aqui senti, como venezuelano, um sentimento muito desagradável de ver como minha Pátria, cujo principal orgulho foi historicamente a participação na libertação dos povos na América, está exportando a escravidão para todo o Continente. É duro. Mas vejam a influência cubana em meu país, uma influência tremenda em todos os setores. São os verdadeiros chefes dos serviços, departamentos de edificação etc., etc., ocupadas, supervisadas e às vezes controladas por cubanos. Nós não temos na Colômbia, não somente apoio político às Farc, apoio mútuo, isso é público, podem procurar na internet colocando farcs.chavez, no Google, e vão ler declarações dele de apoio às Farc, mas também o apoio aos candidatos contrário a Uribe. Quer dizer, não somente dá apoio à subversão, mas dá apoio por meio de políticas formais, tratando de desestabilizar os adversários de Uribe. No Equador, apoio à Confederação Nacional Indígena "El Conaye" e estou convencido que,
CARTA AO LEITOR COMO SE FAZ A GRANDEZA DAS NAÇÕES O debate sobre a liberdade individual e o exercício do livre mercado, como instrumentos para o desenvolvimento justo e harmônico da sociedade, conferem a esse número de Digesto Econômico a importância de uma edição especial. Reunimos mestres do pensamento, empresários e políticos experientes para acentuar sua tradição política, econômica e filosófica do Liberalismo, porque sabemos que essa posição coincide com a cidadania, com o império das leis e está estreitamente ligado aos princípios permanentes da democracia. Essa história vem com o tempo. Na evolução do século XVIII, por exemplo, deve ser ressaltada a predominância do setor privado contra a influência do Estado e de seu monopólio, com ampla liberdade para tratar os negócios que não pudessem se valer do Estado como financiador. Seu crescimento foi extraordinário, impondo-se como forma natural de acumular riqueza. Esse grande acontecimento deu à economia de mercado o empurrão que necessitava para se tornar uma força produtora de riqueza nas colônias e nas nações recém-independentes, canalizando enormes recursos e bens para o continente europeu e fortalecendo-se com o produto do comércio desenvolvido com as nações que surgiam. A independência das nações americanas, após a Guerra da Independência dos Estados Unidos, veio comprovar que essa devia ser a versão da economia. Foi com o signo do privatismo que se fez a grandeza das nações, o enriquecimento da Inglaterra, da França, de Portugal, da Espanha, dos reinos e repúblicas italianas, e da Rússia no extremo leste da Europa. Vê-se, pois, que foi o setor privado que deu vigor à economia, manipulada pelo capitalismo nascente praticado por grupos econômicos que souberam se valorizar de forma nunca prevista antes. Esse é o nosso mundo, o mundo de Digesto Econômico.
João de Scantimburgo Membro da Academia Brasileira de Letras
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Imagem da capa O filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679) publicou em Londres o livro Leviathan (1651). A capa da revista reproduz a página de rosto da obra onde ele sustenta que nenhuma ação escapa à ordem política, a única detentora da liberdade pela qual aspiram os seres humanos. Inspirado no monstro Leviatã, de que fala a Bíblia (Jó 40,25), símbolo da força indomesticável, Hobbes defende a submissão da vontade e do juízo do conjunto dos particulares à vontade e ao juízo de um homem ou de uma assembléia que se perpetua no poder. Personagens "carismáticos" da América Latina parecem dispostos a personificar o Leviatã. A luta pela democracia, liberdade e o império das leis é a única chance para se contrapor à volúpia de um poder hegemônico.
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neste momento, a possibilidade de vitória do candidato chavista, com financiamento de Chavez, nas eleições de outubro no Equador é enorme. Quer dizer, temos intervenção, ingerência direta e até tomada de decisões nos partidos de esquerda que atuam nesses países. Na Bolívia, autoridade sobre Evo Morales. No Peru, apoio a Ollanta Humala (líder nacionalista derrotado por Alan Garcia nas eleições presidenciais de abril desde ano no Peru). NoUruguai, pelo que me consta, na primeira campanha eleitoral da frente (INAUDÍVEL), houve um importante financiamento direto de Chávez. Não me consta como foi na segunda campanha, a que elegeu o atual presidente, mas eu posso supor que foi maior do que a primeira. Caso Lúcio Gutierrez, muito importante. Lúcio Gutierrez foi levado ao poder com o apoio de Chavez, mas, como não era suficientemente radical, como não era suficientemente entregue, subordinado aos planos de Fidel Castro foi desestabilizado pelo próprio Chavez. E, Lúcio Gutierrez renunciou. Dessa forma, para Chavez e Fidel Castro governos de esquerda moderada, como o do Brasil. Ou que chamam governo de esquerda moderada, que não são diretamente castrista, são para eles governos de transição. Vamos deixá-los ali, vamos aproveitar-nos desses governos de esquerda supostamente moderados, vamos ser amigos deles, mas assim que puderem Fidel Castro e Chávez quebram-lhes a cabeça. E apóiam a outros mais radicais. De tal maneira que esses governos moderados servem de inocentes úteis, por razões ideológicas de outro tipo, para o avanço do castrochavismo. Nos países, onde existem governos de esquerda moderada, o governo de Cháves tem relações internas com grupos mais radicais. Como se fosse no futebol, se o jogador titular não está bem, tenho outro de reserva e substituo o titular. Essa é a visão. Estou completamente convencido de que, neste momento, há uma forte operação de apoio a setores radicais no Brasil por parte do castro-chavismo. Não posso demonstrar se há alguma coisa na visita de D. Ivo Casaldaliga à Venezuela. Mas a maneira como eles operam é standard em cada nação. Fala-se em cortina da esquerda. Diga-me como vamos dizer com "donetos"? Como vamos dizer? Governo? Sim? A ver, há três Operhaimer(?), Oto Haich(?), pessoas que são, evidentemente, democráticas e que se opõem ao comunismo para mencionar somente duas, insistem publicamente em que existem duas esquerdas: uma esquerda radical, autoritária, não-democrática, que ignora os direitos humanos e não compartilham o preceito do vil metal. Então, esses colocam aí gente como Cháves, Biercamp(?), mas existem, dizem eles,
A democracia na América Latina está vinculada à permanência de Chávez no poder Então, temos que escolher entre a africanização total ou converter-nos no Continente da Esperança, que é o que deveria ser o nosso destino.
uma esquerda moderada que, digamos, evoluiu, que é democrata, trabalha com uma certa economia de mercado, que não é autoritária, que permite o caminho eleitoral e mencionam, eles dizem, o caso de Lula, o recente caso de Bachelet, mas de Lagos, um pouco de Kirchner, mas qual é nossa experiência como venezuelanos? Nossa experiência é que a esquerda moderada, que se diz democrática, nunca faz nada para denunciar e atacar a outra esquerda radical e autoritária. Quer dizer, é como um teu vizinho entra em sua casa, rouba tudo, destrói, faz coisas inimagináveis e o outro vizinho diz: bom, eu não sou como ele, mas não o denuncia, não se coloca ao seu lado. Então, o que você pensa? Que os dois vizinhos estão combinados ou de alguma maneira trabalham juntos. Ora, eu quis colocar três exemplos concretos de como isso me afeta, como venezuelano, e a 25 milhões de venezuelanos. Temos feito um esforço tremendo, heróico, de colocar Chávez contra a parede em três oportunidades: em 11 de abril do ano de 2002, na greve nacional, não somente dos petroleiros, mas nacional, de dezembro do ano de 2002 e no referendo revogatório de 3 de agosto do ano de 2004. E, nas três oportunidades, quando Chávez estava contra a parede, Lula, como candidato ou mesmo como presidente, deu respaldo total a Chávez. Totalmente, inclusive, quando da greve dos petroleiros e na greve nacional nos perguntamos: mas como? Lula não é um sindicalista? Líder sindical? Mas está furando uma greve nacional? Isso em espanhol se diz: está atuando como estirol Como é isso? E então enviou aquele barco que pediu a Fernando Henrique Cardoso, creio, Lula era presidente eleito, enviou aquele barco de gasolina, a partir do qual começou, de novo, o refluxo da crise venezuelana, depois que Chávez já estava contra a parede. Não vou culpar a esquerda moderada. Está bem aí, isso é problema dos venezuelanos, nós teremos que derrubar, nós os venezuelanos, mas quero lhes dizer que temos que ter muito cuidado com essa esquerda moderada, que é moderada em algumas coisas, mas, na prática, dão respaldo a esses ditadores. Objetivo continental imediato: destruir o sistema democrático da região até acabar com ele. O que vai fazer na Bolívia? Chávez quer acabar com as instituições, já, e criar outras à imagem e semelhança do governo castro-comunista. Ele quer se apoderar de todas as nações como um câncer, que vai se espalhando e vai afetando as células sadias. Logo, destruirá as instituições internacionais existentes, como está fazendo com a Comunidade Nacional do Salitre ou o ruído que produzirá no Mercosul. Ouço ameaças de sair do G-3 - México, Colômbia, Venezuela. É deliberado, tem que acabar com essas instituições e substituí-las por ouSETEMBRO/OUTUBRO 2006 DIGESTO ECONÔMICO 19
tras de ideologia castro-comunista. Não se conformam com uma parte do pastel, isso é como o câncer, é tudo ou nada. Essa é a situação em que nos colocam. Finalmente, depois de invadir o continente, exportar a revolução ao resto do mundo. Há indícios disso. Por isso, asá alianças com setores fundamentalistas muçulmanos, por isso o financiamento do grupo (muçulmano?) na França, por isso o apoio às nações do Fórum Social Mundial contra o G-7, eles estão expandindo com o dinheiro que lhes dá o regime venezuelano. Mas é preciso uma aliança continental pela defesa da democracia, uma disposição de agir em conjunto, de empenho para mostrar o que acontece na Venezuela. Acrescento que devemos ter muito cuidado em ser bastante amplos e procurar incorporar a maior quantidade de correntes ideológicas, filosóficas e políticas em uma aliança contra o castro-comunismo. Porque às vezes, na oposição, temos a tendência a fazer pequenos nichos ideológicos. Não pode ser assim. Quero dar um exemplo que não gosto, mas devemos sempre lembrar que Franklin Delano Roosevelt se aliou a Stalin para lutar contra Hitler, e Stalin foi um dos piores homens que a humanidade já teve, em toda a sua história. Não digo que cheguemos a esse extremo, mas será preciso formar uma corrente. Entender que o nosso inimigo agora é o castro-comunismo e temos que agrupar quantas correntes for possível, que sejam diferentes mas contrárias ao castro-comunismo. Finalmente, na luta para derrotar essa mesma Venezuela, o que estamos fazendo? Eu levo 11 anos lutando contra Chávez, muito antes dele ser candidato a presidente. O primeiro artigo, no qual digoque ele estava vinculado a Fidel Castro, escrevi em setembro de 1995, numa coluna diária que eu tinha no Diário Popular da Venezuela. Seu título era Última Notícia , que me foi tiraram quando Chávez chegou ao poder. Então, eu o denunciei desde há 11 anos todos os dias. E nossa equipe de trabalho descobriu que não é suficiente uma receita política para derrubar o regime. Estudar esse artigo 350 e sabê-lo de cor. E fazer uma operação de oposição e denunciar o chavismo em qualquer parte onde se vá, dentro e fora do país, não é suficiente. É bom saber disso. Porque o dilema em que nos coloca essa ameaça é que coloca em risco a nossa vida. Lutar contra castro-comunismo é arriscar-se a morrer, a ser preso ou, inclusive, a arriscar-se a que algo de mal aconteça à sua família. Estamos lutando contra os criminosos mais perversos que temos agora na América Latina. São os aliados das Farc. Imaginem o que podem fazer. São pessoas, realmente, perigosas, dispostas a tudo. Se chego com boas intenções digo,
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Acredita-se que Chávez é popular. É absolutamente falso. (Após) sete anos de governo e os maiores recursos petroleiros da história do nosso país, a situação de fome, de pobreza, e de insegurança continuam.
Tenho três processos, forjados os três, e os três são por rebelião, por promover a rebelião e, por um desses, estou proibido de sair do país. Se quiserem me prender, não têm que inventar nada, a não ser atualizar um desses processos.
bom, para lutar contra isso, tenho que tomar uma decisão. Estou disposto a deixar minha vida ou não? Porque isso é tudo por todos. Para todos nós, ainda que não saibamos hoje, porque à medida que eles avançam, cada um de nós vai colocá-los contra a parede. Eles estão avançando, assim como estão os cubanos, mas não podemos chegar a essa situação. Para lutar agorinha, temos que tomar uma decisão de definir até que ponto alguém está disposto a brigar. Essa decisão tem que ser tomada tomá-la porque a única linguagem que entende o castro-comunismo, a única linguagem para poder derrotá-lo, é essa disposição a tudo. É como quando um assaltante, um criminoso, um bandido quer te machucar e o encontra também disposto a lutar. Veja, não te quero machucar, poderia ser dito ao assaltante, mas é você quem está me atacando. Pois vou me defender. E se você é bravo, eu também sou. Essa é a única atitude que eles entendem. E para chegar a esse nível de compromisso temos que fazer-te uma série de pergunta de tipo existencial: Quem somos como pessoas e como país? Quais os objetivos da vida? Porque todos vamos morrer. Todos. No máximo viveremos 110 anos, 120 e morremos. A pergunta é: a que dedicamos esses anos de vida que temos em momentos tão transcendentais como esses? Nos dedicamos a comer, a dormir, a acumular dinheiro, fama, bens materiais ou vivendo essa situação histórica que não é culpa nossa? Vivemos esse momento de história, vamos fazer o possível para salvar as futuras gerações de uma ameaça que pode destruir você e seu continente. Esse tipo de projeto existencial é fundamental, para mim é um combustível absolutamente necessário e, depois de muito trabalho, decidi escrever este livro, porque esse livro desenvolve esse assunto. Por que somos o Continente da Esperança? Porque João Paulo II dizia isso: para nos sentirmos bem. Ou teria algo mais em mente? Veria algo em nosso continente? E que somos? É certo que por ser descendente de espanhol então não servimos para nada ou a península ibérica não serviu. Não é verdade. Porque, sendo o primeiro reservatório de água, de minerais e de bosques, somos um continente de pobrezinhos? Mas, especialmente, e o que digo no livro é que foi escrito para um público latino-americano ou ibero-americano, também teive a intenção concreta de elevar a auto-estima da gente da Venezuela. Ele tem por objetivo, então, apresentar uma reflexão, para ver se essa reflexão nos dá força interna para lutar contra esse inimigo tão terrível. E, para finalizar,quero ler-lhes a dedicatória que coloquei no livro: "A todos os povos da América, o desagravo pelos males que o regime de Hugo Chávez tenha podido lhes causar."
A ideologia do Schmoo Olavo de Carvalho
Aristóteles (384-322 aC), gênio da filosofia grega, na juventude freqüentou a Academia de Platão. Aos 49 anos fundou sua escola, o Liceu. O rigor e a robustez de seu realismo moderado até hoje influenciam os pensadores mais exigentes.
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Arte: Abê
Jornalista e professor de Filosofia
as virtudes que o adversário julga possuir. Temos aí então duas auto-imagens grupais com suas respectivas projeções inversas. Por baixo delas, existem duas realidades objetivas que elas em parte expressam, em parte camuflam, sendo também duplas por sua vez a expressão e a camuflagem, de vez que podem refletir a auto-imagem idealizada do próprio grupo ou a simples inversão retórica dos vícios atribuídos ao adversário. Essas realidades podem ser conhecidas, em parte, pela análise dos discursos de auto-idealização e de depreciação do adversário, em parte por dados obtidos de fora desses discursos. Mas é claro que os discursos, tanto o positivo quanto o negativo, retroagem sobre as realidades subjacentes, modificando-as no decurso do tempo. A qualquer momento, o membro de um dos grupos pode exigir que algum item do cardápio auto-idealizante, usado inicialmente como pura efusão retórica para obter vantagem sobre o adversário, se incorpore nos planos e objetivos reais do grupo, ou que, ao contrário, uma parte objetiva do plano seja abandonada na prática e se torne puro instrumento de auto-idealização. A equação pode ainda complicar-se pelo fato de que os conflitos entre grupos políticos não são estáticos, mas evoluem no tempo, incorporando e rejeitando pontos de divergência – por sua vez reais ou puramente retóricos – conforme a situação do momento. Não usei a palavra “equação” à toa. Montar a equação completa desses vários fatores, chegando à descrição objetiva dos conflitos e do sistema inteiro de artifícios e subterfúgios usados no combate, tal é a obrigação inicial do estudioso, do analista, do cientista político. A definição de cada grupo receberá então uma formulação descritiva diferente daquela que tinha nos discursos dos dois (ou três, ou quatro, ou n) agentes políticos. Com base nessa descrição e na sua confrontação com outros dados da realidade em torno, é possível então arriscar análises e previsões quanto ao desenrolar do conflito. Descrição, análise e previsões constituem então o terceiro discurso, o discurso analítico do cientista político. Com a distinção das três acepções da definição dos grupos, Aristóteles lançou as bases para o estudo científico da atividade política. A idéia corrente de que esse estudo foi inaugurado por Maquiavel é apenas fruto da ignorância. As bases da ciência política antiga continuam válidas até hoje, e a obra inteira de Maquiavel não é senão a aplicação parcial e caricatural de alguns elementos dela. Talvez a única coisa a acrescentar ao método descritivo de Aristóteles seja um fato característi-
Sérgio Tomisaki/Ag. O Globo
O
termo “liberalismo” serve para designar a esquerda, nos EUA, e a direita, no Brasil. Maior elasticidade, só a do Schmoo, o bicho-panacéia da revista Li’l Abner (“Família Buscapé”), que uma vez assado e servido podia ser frango, pato, ganso, peixe, vaca, porco, pizza ou o que você bem desejasse no momento. “Neoliberalismo” pode parecer um pouco mais específico, mas, no auge da campanha esquerdista contra ele na América Latina, em 2000, seus representantes reunidos em Berlim no encontro de chefes de Estado eram Bill Clinton, Felipe Gonzales, Gerhard Schroeder e outros que tais – a fina flor dos advogados da esquerda pobre no mundo rico (v. http://www.olavodecarvalho.org/semana/berlim.htm). A dificuldade de definir as correntes políticas leva por vezes à tentação de declará-las inexistentes. “Não há esquerda ou direita” é um lugar-comum que desde os anos 50 ressurge periodicamente, sem impedir que as facções assim denominadas continuem disputando eleições, xingandose e não raro tentando liquidar fisicamente uma à outra, como se existissem. A solução desse problema já foi enunciada 2.400 anos atrás, quando Aristóteles explicou a diferença entre o discurso dos agentes do processo político e o do cientista que descreve e analisa esse processo. O nome de uma ideologia ou grupo político tem sempre três acepções diversas. Ele veicula, em primeiro lugar, a autodefinição desse grupo, o conjunto das virtudes e esperanças que ele pretende representar. Essa definição não precisa expressar claramente algum plano político efetivo. Com freqüência, serve antes para camuflar a substância do plano por baixo de uma camada de belas qualidades morais que o grupo desejaria personificar, de modo a concentrar as atenções da platéia nessas qualidades, sempre inatacáveis e atraentes em si mesmas, saltando sobre a discussão do plano concreto, que sempre inclui algum detalhe estratégico e tático constrangedor. A autodefinição deve, no entanto, marcar muito nitidamente a fronteira entre o grupo e seus concorrentes ou inimigos. A auto-imagem do grupo não depende de que ele se conheça a si mesmo positivamente, mas sim negativamente, como inversão dos vícios e pecados atribuídos ao antípoda, ao estranho, ao “outro”. Em segundo lugar, existe a definição que esse outro dá ao grupo, a definição adversa ou hostil. Esta também não precisa descrever objetivamente o grupo, mas apenas projetar sobre ele, invertidas,
O Schmoo liberal brasileiro tem de decidir se é pato ou ganso. É uma loucura esperar para fazêlo quando for levado ao forno.
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co da modernidade: com freqüência o discurso descritivo e analítico dos cientistas é incorporado, com maior ou menor sinceridade e realismo, nos próprios discursos dos agentes ou grupos políticos. Um discurso de autolegitimação política grupal que traga em seu bojo elementos de ciência política ora mais, ora menos valiosos intelectualmente, é aquilo que hoje em dia se chama uma ideologia. É usual que esse discurso incorpore também elementos de outras ciências, como por exemplo o socialismo, o nazismo e até a apologia do livre mercado acabaram incorporando a teoria da evolução de Darwin. O que define uma ideologia é precisamente a presença de fortes elementos científicos, mas articulados não segundo uma estratégia de conhecimento da realidade e sim de acordo com as necessidades da auto-imagem grupal e da estratégia política. O surgimento das ideologias é um subproduto do prestígio social da ciência moderna; aplicar o termo a qualquer discurso político anterior à modernidade é um abuso letal da linguagem e um erro de método, quando não ele próprio um artifício de retórica ideológica. Usando a distinção de Aristóteles, veremos que o termo “liberalismo” é tão repleto de sentidos diferentes porque ao longo do tempo foi usado, com intenções diversas, para a autodefinição de grupos distintos, heterogêneos, inconexos ou até opostos. Algumas dessas autodefinições acabaram incorporando, retoricamente ou substantivamente, vários elementos das anteriores, complicando bastante o quadro para além da confusão normal nascida do jogo de autodefinições idealizadas e definições adversas. Um conceito objetivamente válido do liberalismo só pode portanto ser obtido pela reconstituição da sua equação originária e pelo rastreamento das sucessivas mutações que ela veio sofrendo ao longo dos tempos. Só assim é possível compreender a unidade por trás de formulações opostas nascidas mais ou menos da mesma origem. Algumas das fontes melhores para esse estudo ainda são o clássico de Guido de Ruggiero, The History of European Liberalism (transl. R. G. Collingwood, Oxford University Press, 1927) e o ensaio de Eric Voegelin, “Liberalism and its History”, datado de 1960 e reproduzido no vol. 11 das Collected Works (Published Essays, 1953-1965, ed. Ellis Sandoz, The University of Missouri Press, 2000). Seria preciso atualizá-los, mas não conheço nenhum estudo posterior que alcance o nível de rigor analítico desses dois trabalhos notáveis. Nas dimensões do presente artigo, não é possí-
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Nos EUA, liberalism deriva da tradição liberalrevolucionária, ao passo que o movimento conservative é o herdeiro consciente do liberalismo clássico. No Brasil, o movimento "liberal" inclui, numa pasta indistinta, autênticos conservatives e liberaisrevolucionários.
vel nem necessário resumir a seqüência de transformações do liberalismo. Podemos nos contentar com mencionar duas formulações históricas opostas da idéia liberal, cuja mistura confusa e nebulosa compõe hoje em dia o sentido que a palavra tem na autodefinição do liberalismo brasileiro. O mais antigo liberalismo não se denominava expressamente como tal. Recebeu a denominação de seus sucessores no momento em que o incorporaram a si próprios. Refiro-me àquilo que hoje se chama “liberalismo econômico clássico” – a escola de Adam Smith. Sua essência é a defesa da economia de livre mercado. Os argumentos que apresenta são de ordem prático-técnica, psicológica e moral, mas é importante entender que, nessa sua primeira versão, o liberalismo não era uma proposta de ação nem uma autodefinição de grupo. Adam Smith não traçou um programa político, mas descreveu processos econômicos que já existiam desde a Idade Média, explicando as razões da sua eficácia, enaltecendo a sua moralidade intrínseca e explicando algumas condições políticas e culturais requeridas para a continuidade do seu sucesso. Essas condições podem resumirse na fórmula da democracia constitucional anglo-americana. Smith não era um ideólogo de grupo político, mas um filósofo e cientista social. Uma segunda vertente liberal origina-se da Revolução Francesa, mas deve seu nome à formulação que obteve mais tarde na Espanha. O movimento liberal espanhol do século XIX não se compunha de capitalistas, mas de intelectuais e estudantes. Seu objetivo não era a liberdade de mercado, mas a destruição da monarquia e da Igreja, as quais não constituíam obstáculo ao capitalismo emergente mas sim à ascensão social e política de indivíduos de classe média que não encontravam oportunidade numa hierarquia estatal preenchida basicamente por membros da classe nobre. Autodenominados “liberales” em oposição pejorativa aos “serviles”, os militantes desse movimento viam-se a si próprios como promotores das liberdades civis e das idéias racionalistas do iluminismo contra a fé e a tradição. Essas propostas tinham pouca relevância econômica, já que o centro do progresso industrial e comercial na época era justamente o país que mais categoricamente rejeitara as idéias da Revolução Francesa e permanecera mais apegado às suas tradições monárquicas e eclesiásticas: a Inglaterra. O liberalismo econômico clássico de Adam Smith e o liberalismo ateístico e anticlerical dos franceses e espanhóis eram não somente independentes um do outro, mas opostos. Smith insistia que a economia
os direitos do cidadão, direitos que não podem ser assumidos pelo governo sem um devido processo legal. Uma constituição eficaz serve de contrato entre o governo e os governados. Não deve ser apenas o que maioria deseja, mas deverá ser aquilo que os cidadãos poderão razoavelmente aceitar. Adicionada à constituição norte-americana há uma declaração de direitos e garantias. Essa declaração é uma lista de liberdades pétreas e específicas sobre as quais o governo não tem nenhum poder. Se lerem essa declaração cuidadosamente, poderão notar que cada liberdade é de fato uma restrição ao poder do governo. O Congresso, por exemplo, não poderá aprovar nenhuma lei que proíba alguma religião ou restrinja a liberdade de imprensa e o direito de expressão. O direito das pessoas de possuírem e portarem armas também não será infringido. O governo fica proibido de efetuar buscas e apreensões sem motivo razoável. Nos Estados Unidos, e em outros países do mundo livre, não se permite que o mesmo poder faça as leis, administre e julgue com base nas leis. Em vez disso, os poderes são divididos, separados e independentes. Nos Estados Unidos, a intenção que os poderes do executivo, do legislativo e do judiciário sejam iguais. Winston Churchill se referia à democracia como o pior dos sistemas, exceto pelos outros que haviam sido tentados de tempos em tempos. Em outras palavras, a democracia não é utópica, não é uma tentativa para acabar com os conflitos. Fornece, sim, formas para que conflitos possam ser discutidos e resolvidos dentro de limites não-violentos. O estudioso Robert Dahl resumiu os motivos pelos quais a democracia, com todas as suas falhas, ainda é o melhor sistema de governo disponível. Previne autocratas cruéis e impiedosos. Garante os direitos fundamentais dos cidadãos. Garante um leque de liberdades pessoais, fornecendo um máximo de oportunidades e autodeterminação. Gera mais prosperidade do que qualquer outro sistema, além de promover a paz. Caso as democracias modernas discordem entre si, não irão freqüentemente á guerra umas contra as outras. No século XX, um sério desafio à experiência da democracia foi montado por um modelo governamental alternativo - o totalitarismo que assumiu as mais diversas formas desde o nazismo, o fascismo, comunismo ou o militarismo japonês. Esses movimentos foram sendo derrotados um após os outros. Ou morriam ou se enfraqueciam substancialmente. Após o colapso da União Soviética, parecia que a democracia era a única maneira racional de se organizar um governo. Não é o que se vê. Há regimes não democráticos ou ainda não democráticos, como alega a Rússia, ou então como a China que diz estar galgando passo a passo em direção à democracia. Até a Coréia do Norte se autodenomina Democracia Popular da República da Coréia. O que ninguém esperava era a emergência de outra va-
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É ainda co-diretor do projeto Alliance for Research and National Security, desenvolvido pelas duas instituições que preside, que tem como foco de pesquisa o terrorismo e o contra-terrorismo mo Oriente Médio, especialmente o conflito árabe-israelense. Com uma longa carreira como repórter e editor, tendo atuado em veículos como o jornal norteamericano The New York Times, a revista Newsweek e a emissora CNN, Clifford May trabalhou como correspondente internacional norteamericano em países como Irã, Paquistão, Sudão, Etiópia, China e Rússia, tendo se especializado em cobrir questões relacionadas a defesa e segurança. Ligado ao Partido Republicano, foi editor, nos anos 90, da revista oficial do partido, Rising Tide e atualmente escreve uma coluna semanal distribuída para vários jornais pela agência Scripps Howard News Service, além de colaborar para a National Review Online. Em seus mais recentes artigos, tem se dedicado a analisar o conflito político-religioso no Oriente Médio e a comentários sobre a guerra do Iraque. http:// www.defenddemocracy.org
riante do totalitarismo, o islamismo militante, uma alternativa transnacional não liberal e antidemocrática em relação à democracia liberal. Essa ideologia vem em várias formas, mas seria justo afirmar que é baseada nas teorias de dois intelectuais egípcios radicais, Hassan Al Bannah e Sayid Utaybe. Essas teorias combinavam com os ensinamentos mais antigos do wahabismo da Arábia Saudita, uma variação do Islã que já havia preocupado Winston Churchill. Em 1921, Churchill já havia observado que "os Wahabis têm entre seus artigos, como um dever de fé, matar todos aqueles que não repartem suas opiniões e escravizar suas mulheres e filhos". Além disso, quanto o Islamismo deriva sua legitimidade citando a doutrina e apelado à identidade religiosa, ainda incorpora elementos chave dos movimentos totalitários do século vinte. Os nazistas acreditavam na superioridade de sua raça. Os comunistas acreditavam na supremacia de uma classe, pois, para os comunistas, era o proletariado que deveria governar. O islamismo militante acredita na supremacia de sua religião. Os muçulmanos devem, portanto, governar. Assim como os nazistas ou comunistas, os militantes islâmicos, membros da Al Qaeda ou a classe dominante de clérigos em Teerã, se opõem totalmente à noção de uma governança democrática. Eles rejeitam a democracia. Eles insistem, conforme descreve McCall, em "uma política alternativa baseada em valores que eles vêm como superior a qualquer modo ocidental e o único modo apropriado de se viver uma vida muçulmana apropriada". O reformista tunisino Lafif Laftar simplesmente disse: "Os islamitas são contra a democracia. Para eles, a legitimidade de um governo deriva da lei religiosa islâmica e não das eleições". Isso ficou claramente demonstrado na carta do presidente iraniano Mahmud Akmarinajad endereçada ao presidente Bush. Escreve, por exemplo, que o liberalismo e o estilo de democracia ocidental não ajudaram em nada a humanidade a atingir seus ideais e que hoje esses dois conceitos falharam. Não dá para ser mais claro. Os militantes islâmicos acreditam que a lei lhes foi passada por Deus, por Alá, e que essa lei, a sharea, é perfeita. Ainda creditam que apenas os membros do Umah, a comunidade muçulmana, estão qualificados para governar ou para ter participação plena na sociedade Autoridade cedida por Deus não pode ser emprestada aos não-crentes, aos infiéis, aos apóstatas. Os militantes islâmicos não acreditam e não aceitam, como fazem os democratas liberais, que pessoas e cidadanias sejam soberanas e que essas pessoas podem delegar um pouco de seu poder soberano à autoridade governamental. Os militantes islâmicos não acreditam na igualdade entre aqueles que crêem e os não-crentes. Não acreditam na liberdade religiosa, não acreditam na separação entre Igreja e Estado.
de mercado só progrediria num ambiente de moralidade e legalidade que ela própria não poderia criar mas tinha de encontrar pronto. O tradicionalismo inglês, e não o liberalismo revolucionário franco-espanhol, foi o berço da democracia liberal-capitalista. Na França e na Espanha, a ascensão dos liberal-revolucionários veio acompanhada, ao contrário, de uma expansão da autoridade estatal, indispensável como instrumento para a implantação de políticas anticlericais, especialmente de um sistema de educação baseado no ateísmo. Quando, no seio do movimento revolucionário, o socialismo adquiriu força bastante para tornar-se um movimento independente, alguns dos liberais (no sentido espanhol do termo) aderiram a ele, abandonando o rótulo de liberalismo. Outros preferiram apegar-se às liberdades já conquistadas e, embora permanecendo aliados dos socialistas no que diz respeito a antitradicionalismo, anticlericalismo e mesmo ateísmo militante, criaram um foco de resistência anticomunista ambígua cuja importância veio crescendo ao longo dos tempos até expandir-se numa multiplicidade de movimentos diversos como o “liberalism” americano de nossos dias e a própria social-democracia européia, se bem que esta teve origem independente, como dissidência interna do movimento comunista. Foi no curso da oposição movida ao comunismo que o liberalismo revolucionário assimilou, retroativamente, a argumentação econômica do liberalismo clássico em favor da liberdade de mercado, a qual não fazia parte da sua formulação originária e que na verdade era contraditória com a idéia revolucionária de criar uma sociedade ateística por meio da ação estatal. Daí provém a ambigüidade do “liberalism” americano, que permanecendo pró-capitalista da boca para fora é estatista e socializante no fundo enquanto a defesa da liberdade de mercado incumbe essencialmente aos autodenominados “conservatives”. O quadro complica-se um pouco mais nas últimas décadas, quando a expansão da atividade capitalista no mundo assume o rótulo de “globalização”. Globalização é, por um lado, a abertura dos mercados. Corresponde, nesse sentido, ao ideário do liberalismo clássico. Mas é, por outro lado, a gestação de uma administração planetária que, corroendo a autoridade dos Estados nacionais, coloca em lugar deles uma macro-burocracia mundial, o Leviatã dos leviatãs. As discussões pró e contra a globalização, no Brasil, tornam-se apenas uma logomaquia psicoticamente confusa na me-
Para os liberaisrevolucionários a defesa da liberdade de mercado é apenas o excipiente necessário para tornar mais assimiláveis as mutações revolucionárias de ordem social (abortismo, casamento gay, anticristianismo etc.)
A globalização corresponde aos ideais do liberalismo clássico. Mas é também a gestação de uma administração planetária. Corroendo a autoridade dos Estados nacionais, coloca em lugar deles uma macroburocracia mundial, o Leviatã dos leviatãs.
dida em que os inimigos esquerdistas do livre mercado internacional são servidores e agentes da administração planetária (suas conexões com a ONU e com as fundações globalistas bilionárias são mais que conhecidas), ao passo que os autodenominados “liberais”, combatendo tenazmente toda forma de estatismo local e portanto de nacionalismo, contribuem também para o sucesso da burocracia global que sustenta seus inimigos esquerdistas. Nesse contexto, a apologia de ideais abstratos torna-se não raro ação política concreta em favor dos ideais opostos. Nos EUA, o sentido presente do termo “liberalism” deriva diretamente da tradição liberal-revolucionária (“espanhola”), ao passo que o movimento “conservative”, autodefinido com clareza só a partir dos anos 40 do século XX, é o herdeiro consciente do liberalismo clássico. No Brasil, o movimento “liberal” inclui, numa pasta indistinta, autênticos “conservatives”, no sentido americano do termo, e liberais revolucionários para os quais a defesa da liberdade de mercado é apenas o excipiente necessário para tornar mais assimiláveis as mutações revolucionárias da ordem social (abortismo, casamento gay, anticristianismo, etc.). A coexistência pacífica deles com autênticos “conservatives” resulta apenas da fraqueza desses últimos que, esvaziados ideologicamente e reduzidos à luta pela manutenção de um mínimo de liberdade econômica, cedem tudo e mais alguma coisa para conservar esses seus aliados parasitas, numa promiscuidade letal. A coisa mais urgente, para os adeptos brasileiros da liberdade de mercado, é compreender que a rigor ela é incompatível, na prática, com as mutações radicais da ordem civilizacional propugnadas pelos liberais revolucionários. Uma dificuldade a ser vencida é que, no contexto brasileiro, a “direita” está historicamente associada ao nacionalismo fascista que, no horizonte microscópico da política local, tem uma relação masoquista de amor-ódio com a esquerda. No anseio de diferenciar-se dessa “direita”, os defensores do mercado livre preferem associar-se aos liberais revolucionários, fugindo ao rótulo de “conservadores” e contribuindo assim para a dissolução do seu ideário em projetos políticos que só servem à implantação da nova ordem global socialista. Um pouco de clareza na delimitação das várias correntes não é hoje em dia uma simples obrigação acadêmica: é uma questão de sobrevivência. O Schmoo liberal brasileiro tem de decidir, afinal, se é pato ou ganso. É uma loucura esperar para fazê-lo quando for levado ao forno. SETEMBRO/OUTUBRO 2006 DIGESTO ECONÔMICO 57
Leonardo Rodrigues/Hype
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unca pensei que chegaria à velhice na pior luta de minha vida contra o totalitarismo e é isto o que acredito que estamos vivendo. Porém, como isso parece uma contradição - falar do que parece perdido - como nada na vida, historicamente, se perde verdadeiramente, é fundamental recuperar os valores do liberalismo, a democracia verdadeira e o império da lei. E é por isso que esta ocasião é histórica Ainda mais uma ocasião que chega, como uma coincidência providencial, na mesma cidade de São Paulo, onde, em 1991, a grande coalizão da esquerda latino-americana traçou seu inteligentíssimo e maquiavélico plano. Parece-me que está coberto de razão o sr. Guilherme Afif Domingos quando, em comentário feito durante o seminário, dizia “da mesma cidade de onde saiu o Foro de São Paulo deve sair o Grande Foro da Democracia, a recuperação dos valores”. Concebo a liberdade como a individualidade do ser humano, a capacidade de se expressar verbalmente e se comunicar com seus semelhantes. Como o amor, a compaixão e outros sentimentos, como valores universais, ou seja, como objetivos que os indivíduos e a sociedade possuem e que são superiores e precedem, inclusive, os direitos humanos. Não coloco jamais liberdade e a democracia em um mesmo patamar. A liberdade é o valor. Aquilo que ninguém, nenhuma instituição, nenhuma organização, nenhuma pessoa pode disputar contra outra pessoa. E a democracia é, muito mais modestamente, um sistema de governo que alguém qualificou (e muito bem) como “o menos pior dos sistemas de governo”. Entre o que é a realização dos valores humanos e o que é sistema de governo, entra o que considero “o império das leis”, que não é simplesmente o fato de que a lei deve ser cumprida, mas o império da justiça. O valor justiça tem que estar incorporado na lei. E este é o império das leis que queremos. Não de qualquer lei. Não da lei que é simplesmente um ato de autoridade ou de abuso de um órgão competente ou incompetente para legislar. Mas aquela lei que põe em prática o estado de direito. Ou seja, que impõe limites à organização política para preservar os valores da sociedade e os direitos dos indivíduos. O verdadeiro objetivo de uma democracia não é organizar simplesmente o poder, que é o que deve fazer e tomara que o faça bem, e corpos independentes que o exercem. O objetivo da democra-
cia deve ser obter o respeito ao direito individual. Que não é oposto aos direitos coletivos. E que os direitos coletivos não podem arrasar moralmente, pois não podem destruir a liberdade humana. Essa escala de valores que tão bem fundamentou a introdução da constituição dos Estados Unidos: “Nós, o povo, em busca da justiça, de uma organização melhor, da paz”. Nunca li uma valorização melhor de uma sociedade como a que se encontra no prefácio da constituição dos Estados Unidos. E esta é a inspiração de nosso sistema democrático, do sistema democrático da América Latina. Ferido, vilipendiado, distorcido, porém originado nesta formidável escala de valores da revolução americana. Não somos filhos da Revolução Francesa. Não defendemos nem viemos do que dizia muito bem nosso colega Armando Ribas do “obscurantismo da razão”. O sistema de valores de nosso hemisfério latino-americano provém dos conceitos da Revolução Americana e da constituição dos Estados Unidos. Assim, o império da lei que devemos buscar é o império de uma norma justa que impõe limites, sobretudo ao poder, e limites também de um indivíduo face a outro. Em minha experiência, não apenas como advogado ou professor universitário mas como diplomata, cuja carreira exerci por mais de 12 anos, coube-me representar o Equador nos Estados Unidos durante quatro anos. E percebi durante esse período como, lamentavelmente, na união americana, não são muitos os que se interessam pela realidade, sobrevivência, futuro, realidades da América Latina. Ocorre na América Latina algo semelhante com relação aos Estados Unidos. A noção que temos na América Latina sobre os Estados Unidos é realmente pobre. Começando pelo fato de que não percebemos a riqueza e a multiplicidade desse país. Parece-nos que os Estados Unidos se resumem a Nova York, Miami ou Los Angeles, e não esta imensidão de culturas que se unificaram naquilo que eles vivem e denominam de “American way of life”. Trata-se de um continente cheio de valores, de interesses, de riquezas, de pontos de estudo e análise. Não nos preocupamos suficientemente em entender isso. E eles, lamentavelmente, se preocupam menos ainda em nos entender. Essa falta de compenetração, de entendimento, foi fatal para a América Latina nos últimos anos, principalmente a partir do Foro de São Paulo. Nesse momento, nosso continente estava vivendo uma conspiração real, dirigida por mentalidades de grosso calibre. Eu menciono Fidel Castro.
Presidente da organização nãogovernamental (ONG) Hacia la Seguridad Imperio de la Ley, com sede em Quito, Edgar Terán Terán foi exembaixador do Equador nos Estados Unidos entre 1992 e 1996 e Ministro das Relações Internacionais de seu país entre 1984 e 1987, além de ter exercido outros cargos de destaque na administração equatoriana. Atualmente, é professor da Universidad de las Américas e também membro de instituições como o Colegio de Abogados de Quito, a National Federation of Attorneys e Academy of Lawyers.
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Os americanos continuam fazendo com Cuba o que eu chamei de "a guerra sem batalha". E, nessa guerra sem batalha, vence Fidel Castro, que se converteu no Davi que vence os Estados Unidos. Pensem com que liberdade se vive no regime de Fidel Castro: as pessoas preferem enfrentar os tubarões do que ficar em Cuba.
O que há é mais demagogia e menos democracia 58 DIGESTO ECONÔMICO SETEMBRO/OUTUBRO 2006
Uma de suas motivações para criar a fundação Hacia La Securidad foi o sistema jurídico do Equador, que ele considera caótico e caracterizado por 70% de leis e normas obsoletas ou contraditórias entre si. Segundo Edgar Terán Terán, no Equador existem 2.000 leis ou decretos com força de lei vigentes e pelo menos 40.000 normas desnecessárias, uma confusão instituída no país a partir dos anos 60, com a ditadura militar. Esses dados são importantes porque, segundo ele, quanto maior a confusão em relação ao sistema jurídico, maior a desvalorização da lei como garantia de direitos e segurança. Para ele, a reorganização das leis é fundamental para o retorno ao Estado de Direito. Atualmente, ele se dedica a um trabalho de pesquisa e análise para apontar os problemas do sistema legal ecuatoriano. Além disso, coordena as ações de vigilância das sentenças emitidas pelos tribunais do país e projetos de educação pública sobre temas legais. Todos esses trabalhos são desenvolvidos pela fundação. http://www.hls.org.ec
Fidel Castro não é uma pessoa qualquer. Castro tem uma inteligência privilegiada. Não quero bancar o psicólogo e classificar Q.I.s. Mas o de Castro é seguramente altíssimo. Chávez, em sua aparente maldade ignorante, mas que de ignorante não tem nada, é uma pessoa de Q.I. altíssimo. Esse homem engendra e esteve por muitos anos na prisão, quando seu golpe de Estado de 1992 fracassou, para adquirir conhecimentos. Professores de uma universidade venezuelana iam diariamente à prisão para ministrarlhe aulas particulares. Não estamos falando de ilusões, de coisas irreais, nem de coincidências. Falamos de um plano organizado, real, enormemente inteligente, que começou com uma negação histórica extraordinariamente estúpida. A negação da presença européia na América Latina. A negação de que o descobrimento da América foi o fato histórico mais transcendente na história de nosso continente. E conseguiram. Convenceram muitas pessoas de nosso continente de que a Europa descobridora, talvez não os primeiros habitantes europeus que pisaram neste hemisfério, mas a Europa que descobriu a América, ainda que pensasse que havia chegado à Índia, que esta era a parte inevitável, fundamental, a parte compilada não apenas pela tradição, mas também pelos documentos e pela história, do que é nossa América Latina. Por isso, não estranhem que, comungando dessa idéia fundamental, desse alicerce, conseguiram igualmente mobilizar todas as correntes indígenas de nosso hemisfério, do Canadá à Terra do Fogo, para convertê-las em instrumento de luta política. No meu país, Equador, 7% da população se identificam como índios, 75% se identificam como mestiços, 18% se identificam como brancos. Esses 7% da população estão se impondo a um governo ruim e devem pressionar para que meu país se abstenha de negociar o tratado de livre comércio com os Estados Unidos. A despeito de, no primeiro trimestre, 56% de nossas exportações foram feitas para os Estados Unidos. Isso não é um suicídio real? Utilizando um etnicismo perverso, que tergiversa as normais racionais mais elementares, conseguiram isso. Após maldizer o descobrimento, usar os movimentos indígenas pagos por Chávez, inclusive os de meu país. Pagos por Chávez para obter o absurdo. Não estranhem tampouco que o Foro de São Paulo tenha resgatado todo o nasserismo dos piores regimes ditatoriais da América Latina, começando por Velasco Alvarado, que acabou com o Peru. Para nos referirmos a esses autores, Humala é um “seguidor cego” de Velasco Alvarado. Um ex-ditador que caiu no Equador, foi eleito presidente, porém se tornou um ditador e caiu, era um seguidor do ditador correspondente a Velasco Al-
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varado que tivemos no Equador, e que se chamava Rodriguez Lara. O uso dos militares, pessoas que em nossos países, pelo menos na costa do Pacífico, pertencem à classe média, têm atavismos de ressentimentos e informações lineares equivocadas, era outro dos elementos do Foro de São Paulo. Usemos os militares e já temos Chávez. Como militar, não deve ter sido um sucesso, mas sim como ditador. Tentou uma vez e conseguiu agora. E também não devem estranhar que nossa política externa, a de apaziguamento e tranqüilidade perante o FMI, pareça uma controvérsia. Porém o FMI contribuía eficientemente para o que eu defino em meu país, e digo em público, para criar a classe dos “escravos pagadores de impostos”, classe esta à qual tenho orgulho de pertencer. De modo que é possível conviver muito bem com o FMI ao mesmo tempo em que ocorre a revolução etnicista, socialista e totalitária. E muitas pessoas nos Estados Unidos suavizam suas atitudes porque, no fim das contas, essa política ajuda a pagar a dívida externa. Realmente é um dos planos políticos e históricos de maior profundidade, de maior astúcia, que jamais vi em minhas análises históricas. Olavo de Carvalho reclamava e com razão. “A análise acadêmica é muito importante. Porém, qual é a práxis?” Como solucionaremos o fato de ter que morrer (no meu caso) submetidos a um estado totalitário? Lamentavelmente, as tendências liberais não se manifestam politicamente. Outra das habilidades desse pessoal da extrema esquerda foi satanizar o termo liberal, adicionando-lhe um sócio - o FMI, e juntando um prefixo - neo, e assim mataram o liberalismo. E, nesse momento, não existe um único líder na América Latina que eu conheça, exceto Uribe, que se não for assassinado voltará a ser presidente da Colômbia (que, mesmo ameaçado de assassinato, voltou a ser presidente da Colômbia, exceto ele, não conheço outro líder na América Latina que defenda o liberalismo político, o liberalismo econômico, o liberalismo porque não devemos atribuir-lhe adjetivos. O liberalismo. No Peru acabamos de presenciar um embate eleitoral entre uma mulher inteligente, mas que não era o modelo dos valores liberais. Um homem que foi destituído do poder por ter causado uma destruição quase comparável à de Velasco Alvarado. E o outro, o chavista, claramente financiado, alimentado, mantido por Chávez. O tipo quer leva o discurso chavista ao extremo, até elabora a lista dos que serão condenados à morte. (O Peru preferiu Alan Garcia, o que foi destituído do poder por ter causado uma destruição no país.) No Equador teremos uma decisão semelhante em outubro. Também ali temos um candidato chavista.
Paulo Pampolin/Hype
Armando Ribas
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rimeiro, desejo prestar homenagem e admiração à valentia de Alejandro Peña Esclusa, porque eu sei o que é viver num regime totalitário. Não nasci em Buenos Aires, nasci em Cuba. Vou usar umas palavras de Martí (filho de pai espanhol e mãe natural das Ilhas Canárias, José Martí foi o grande mártir da Independência de Cuba em relação à Espanha), que soam assim: "Eu sei o que é, eu conheço o monstro, porque vivi em suas entranhas". Quero falar de alguns problemas que acontecem na América Latina. Eu não acredito em determinismo histórico. Eu creio que, em grande parte, os homens é que fazem a história. É por isso que estamos aqui. Somos todos atores: por isso vocês estão aqui, por isso eu estou aqui. Quero lhes dizer que na América Latina confundiram-se muitas coisas, ultimamente, por trás da palavra liberalismo, lamentavelmente. Eu não estou procurando um bode expiatório. Eu procuro causas para ver se encontro soluções. O neoliberalismo tem sido o terror latino-americano. Quero afirmar que, apesar de toda a admiração que tenho pelos Estados Unidos, eles achincalharam a política latino-americana. Não creio e não digo que de má-fé, porque faz muito tempo que cheguei à conclusão que a estupidez humana não é a falta de inteligência, é a diferença entre a inteligência que uns têm e outros acreditam ter, e o dogmatismo é falar sempre. E todo o monetarismo que se confundiu com o liberalismo na América Latina, durante muitos anos, criou esta idéia de que todo mal que acontece à América Latina deve ser debitado ao liberalismo. Além disso, sem dúvida, que coisa má que acontece neste mundo que não sejam os ianques que têm a culpa? Creio que não apreendemos a essência do tema da democracia; falamos em democracia, mas, no fundo, é mais um juízo de valor do que um conceito jurídico-político. Parece que democracia é tudo o que é bom e o antidemocrático é tudo o que é ruim; com isso confundimos democracia com sufrágio universal. E nisso os Estados Unidos, que têm um
Escritor e professor de Filosofia Política. sistema totalmente diferente - por isso tiveram êxito - concordaram com essa avaliação; chegaram a pensar, inclusive, como parece que aconteceu ao senhor Carter (Jimmy Carter, ex-presidente dos Estados Unidos), que na Venezuela havia democracia, porque ele foi um dos que apoiaram o referendo que manteve Chávez no poder. Acredito que somos responsáveis pelos nossos destinos, mas creio também que as ditaduras totalitárias no mundo existiriam mesmo se os Estados Unidos não entrassem em guerra. Em outras palavras, creio que temos responsabilidade, mas os Estados Unidos também têm responsabilidade, por eles e por nós, porque não se pode continuar fazendo uma política falaz que acredita que na América Latina é suficiente que não haja militares e ignorar, como está se fazendo, o que também foi mencionado pelo meu amigo Luís Alberto Lacalle, de que os militares apareceram porque primeiro apareceu a guerrilha e se esquecem que tivemos que escolher (lamentavelmente, ninguém escolhe as alternativas, escolhe-se dentro das alternativas). Todos queremos ser democratas, mas a democracia estava ameaçada, colocaram bombas... e hoje chegaram ao poder, como foi na Argentina, pelo voto. Mas isso não os faz democrat a s , e m a b s o l u t o . O p re s i d e n t e K i rc h n e r transgrediu todas as normas que constam da Constituição Argentina, todos os direitos de propriedade e há medo. . .O Exército, parece que não existe, porque, claro, tem o complexo de inferioridade que lhe causa todo o sistema, isto é, de que foram os criminosos do mundo; por isso não querem intervir em nada. Mas eu quero que saibam que, em Cuba, houve Fidel Castro, porque os militares lhe deram o poder. A idéia de uma revolução em Cuba, e que os militares ganharam, é uma mentira. O que destruiu o Exército de Cuba se chamou Batista e os sargentos foram generais e quando os generais se deram conta que o povo já não queria Batista, disseram: bom, como Cuba vivia sobre a idéia de que se exis-
Cubano radicado na Argentina desde 1960, Armando Ribas é professor de Filosofia Política da Escuela de Economía y Administración de Empresas (ESEADE) e membro do conselho acadêmico da Atlas Economic Research Foundation. Graduado em Direito pela Universidade de Santo Tomás de Villanueva, em Havana, é também em Direito Comparado pela Southern Methodist University em Dallas e mestre em Economia pela Columbia University. Entre 1972 e 1976, Armando Ribas atuou como economista do Fundo Monetário Internacional em Washington. No ano seguinte, iniciou sua carreira política, com forte atuação na administração argentina: foi assessor do Ministério da Economia e da Secretaria da Agricultura do país entre 1983 e 1990; deputado nacional da Unión del Centro Democrático (UceDé) por Buenos Aires entre 1989 e 1990 e conselheiro do Ministério das Relações Exteriores entre 1997 e 1999.
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Um indivíduo jovem, muito carismático, economista, formado em uma universidade americana, com estudos de pós-graduação realizados em Louvain, na Bélgica. O perfil completo. Não sabemos quem ganhará essa eleição no Equador. O que sabemos é que existe um movimento brutal de oposição para que não se assine o tratado de livre comércio com os Estados Unidos, o que implica um suicídio econômico para o Equador. E sabemos, adicionalmente, que o que desejam e no que estão empenhados é em expulsar previamente, tão logo se instale o novo governo, as empresas petrolíferas privadas. O plano, que talvez não tenha sido traçado há tanto tempo atrás, como há 15 anos, mas que é um plano real, é o uso dos recursos naturais. Petróleo e minerais e o controle desses recursos para uma dominância relativa frente ao mercado dos Estados Unidos. O sonho de Chávez é controlar o petróleo, controlar os minerais e assim controlar a América Latina. E, além disso, claro, sua política pró-Irã, que tem outras perspectivas que eu não compreendo inteiramente. E o que fazemos contra isto? Deve haver algum partido político liberal na América Latina (no meu país, não existe nenhum). Um partido que defenda os valores liberais. É necessário se coligar a esses partidos políticos que realmente defendam valores liberais. Existem entidades de produção em todos os países. E, em todos eles, essas entidades estão extremamente ocupadas com sua função econômica. No entanto, essas entidades tendem a ignorar quase por completo o que é o entorno mais sério, mais complexo, do que vivemos e das notícias que nos chegam. Existem, no entanto, pessoas inteligentes e preparadas com muita coesão. Existem meios de comunicação que não estão sob o controle da extrema-esquerda. Obviamente, temos que contar com eles. E temos que contar com o único país onde a escala de valores do liberalismo não morreu. Neste momento, o único país da Terra são os Estados Unidos. É necessário um entendimento com os Estados Unidos em termos de abertura, por um lado, e de clareza quase de cowboy. Uma das coisas penosas que um latino-americano sente quando conversa com um norte-americano é que se coloca em um plano distinto. E com freqüência, pelo menos na costa do Pacífico, alguns países fazem isso, colocam-se no papel de “pobrezinhos”: “Ah, vocês são ricos e nós somos pobres”. E não há forma de se entender e nem de negociar com os Estados Unidos com base nesses parâmetros. É preciso apresentar idéias, ser pró-ativos, transmitir as idéias com clareza e precisão. E, então, se recebe da outra parte um respeito profundo e se inicia o diálogo. “Eles são os cowboys!” Claro! Não se pode retirar a epopéia do oeste da história dos
Não somos filhos da Revolução Francesa. O sistema de valores de nosso hemisfério latinoamericano provém dos conceitos da revolução americana e da constituição dos Estados Unidos.
Reprodução de Flag on Orange Field (1957), Jasper Johns
Nosso continente vive uma conspiração real, dirigida por mentalidades de grosso calibre. Fidel Castro não é uma pessoa qualquer. Chávez tem um Q.I. altíssimo.
Estados Unidos e é bom que seja assim. Sabendo isso, temos que nos entender com os Estados Unidos. E é bom conhecer a diversidade do governo dos Estados Unidos para tomar uma decisão. Às vezes nós, países pequenos, pensamos com a simplicidade do nosso país, onde o presidente da República decide e basta. O presidente do Federal Reserve (o Banco Central norte-americano) talvez tenha mais poder do que o presidente dos Estados Unidos. E para tomar uma decisão, é necessário combinar quatro ou cinco ou dez ou vinte agências, como eles chamam, e depuram, e analisam, e pesam e contam. Com esse país temos que rever nossos valores liberais. Na última etapa profissional que vivi, pude perceber nos Estados Unidos uma extrema desorientação. Não sabem o que se passa na América Latina. Ou sabem de forma limitada. Ou não comentam aquilo que sabem. Entretanto, não existe essa clareza de pensamento que se esperaria do poder máximo do mundo. Será que compreendem ou não? “Feelings are facts” para os latino-americanos: o que sentimos consideramos como realidade. O que nossos índios fazem no Equador, esse 7%, e nem todos esses 7% politizados, é gritar contra os Estados Unidos, é se opor ao tratado de livre comércio porque é com os Estados Unidos. Se fosse com a China não se oporiam. Isso são “feelings” e esses se opõem aos fatos. Lamentavelmente a vida vai sendo contada por fatos e não por sentimentos. Se conseguíssemos, em nossos países latinoamericanos, como fruto dessa reunião providencial, da qual me sinto honrado em participar, se conseguíssemos realizar uma rápida coalizão de pessoas e esforços na maior parte dos países da América Latina, e se dessa rapidíssima coalizão obtivéssemos os interlocutores adequados nos Estados Unidos, o que não é difícil, acredito que a vida se complicaria muito para o sr. Chávez. Se não for assim, o caminho do sr. Chávez, ainda que tenha espinhos, está pavimentado por rosas. É um caminho largo e próprio, e não largo e alheio, como dizia o sr. Ribas. Que Deus tenha piedade de todos nós. SETEMBRO/OUTUBRO 2006 DIGESTO ECONÔMICO 39
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Porque os liberais venceram
Divulgação/Editora Sorman
Guy Sorman
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o mundo real, hoje, não há alternativa à combinação entre o livre mercado com democracia. Para deixar isso mais claro, chamarei essa associação de liberalismo. O que é liberalismo? Isso precisa ficar claro desde logo, já que a palavra liberal assume conotações diversas em diferentes idiomas. Na França, é um conceito econômico. Nos Estados Unidos, significa esquerdista. Na América Latina é atribuída à direita. No México, algumas vezes, anti-clerical. Minha definição pessoal enraíza-se na filosofia iluminista do século 18: liberalismo como liberdade individual+democracia+livre mercado. Como Fukuyama, considero que o liberalismo - ou liberalismo clássico, se preferirem - é o fim da história. Por isso, pretendemos dizer que não há alternativa válida ao liberalismo clássico. O fim da história Todos estão conscientes disso, inclusive os inimigos do liberalismo. Hoje, eles não propõem mais nada em seu lugar; apenas fazem oposição ao liberalismo sem oferecer outras opções. Alguns vêem com agrado esse fim da história, outros não. Alguns sentem nostalgia do socialismo, mas não sabem como reformulá-lo: há o caminho da ecologia, mas talvez isso fosse uma volta à interferência do Estado em nome da natureza. Mas não chega a ser uma ideologia, como o socialismo realmente foi. É verdade que alguns empreendedores preferem um livre mercado sem democracia; na outra ponta, os chamados empreendedores políticos tendem em favor de uma democracia com menos mercado, sendo a política mais compensadora para eles que o mercado. E cada corrente segue sua própria lógica. Para além desses interesses pessoais dentro do liberalismo, é menos fundamental hoje discutir a legitimidade e os méritos do sistema, do que ad-
Cientista político e escritor ministrar simultaneamente o mercado e democracia. Por que os norte-americanos fazem isso mais facilmente que os franceses e os brasileiros? Democracia nos Estados Unidos, França e Brasil A administração do liberalismo, por razões históricas e culturais, é relativamente mais fácil nos Estados Unidos. Nos EUA, democracia e mercado existiam antes mesmo da criação do Estado: a legitimidade do liberalismo ali, então, está acima de qualquer suspeita. Entre alguns círculos marginais, a imensa maioria sabe que liberalismo funciona. No Brasil, como na França, o Estado chegou antes. Quando a democracia emergiu, não foi tanto para dar poder ao povo, mas para substituir uma elite por outra, supostamente mais eficaz. Democracia, em ambos os casos, foi uma forma de se livrar de uma antiga monarquia e construir em seu lugar um despotismo esclarecido; o povo foi mantido à parte e, em sua maioria, não teve direito ao voto até a metade do século 20. A tentação do despotismo esclarecido Por razões que você não encontra nos Estados Unidos, a Igreja Católica e a tradição aristocrática foram reticentes à democracia. Na França e no Brasil, os representantes da Igreja, assim como a aristocracia, não eram simpáticos à democracia - o que ocorreu até os anos 1960. Aliando-se ou competindo, as elites religiosas e seculares (na tradição de Auguste Comte) sabiam ou imaginavam saber o que era bom para o povo. Na França, perdemos as elites clericais e aristocráticas há muito tempo, mas elas foram substituídas pela tecnocracia. Na França, os tecnocratas sabem ou pensam que sabem mais que o povo: no tempo de De Gaulle, éramos governados por uma tecnocracia com apoio popular - o que parecia o melhor dos mundos -, até que este sistema ruiu em 1968, quando as pessoas se cansaram desse regime autoritário. No entanto, ainda hoje muitos an-
O jornalista, escritor e professor do Instituto de Ciências Políticas da Universidade de Paris Guy Sorman é considerado um dos mais influentes e controversos intelectuais contemporâneos que se dedicam a destrinchar os postulados do liberalismo clássico e os altos e baixos do capitalismo no mundo. Sorman escreveu mais de uma dezena de livros sobre as soluções práticas propostas pelo pensamento liberal aos problemas econômicos e sociais não apenas no contexto francês, mas em vários países como Estados Unidos, Índia e China. Seu mais recente livro, por exemplo, é um mergulho no fenômeno econômico chinês e em suas contradições políticas internas: L'Année du Coq. Outras obras de destaque são Made in USA (2005), Le Progrès et ses ennemis (2001), L'État minimum (1985) e, com edição brasileira, A Solução Liberal (1989) e A Nova Riqueza das Nações (1989).
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Outra visão do Brasil Percival Puggina
Paulo Pampolin/Hype
Percival Puggina é graduado em arquitetura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atuou durante 17 anos como técnico e coordenador de projetos de engenharia e arquitetura. Desde 1985 entrou para a vida pública e em 1996 passou a presidir a Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e Administração Pública, órgão criado por ele e que é ligado ao Partido Progressista do Rio Grande do Sul (PP/RS). Em sua militância política, Puggina integra o diretório e a executiva estadual do PP, é 1º vicepresidente do partido no Estado e também faz parte do diretório nacional, atuando em oposição ao atual comando do PP. É também conselheiro da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas de Porto Alegre e conferencista.
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Instituidor e Presidente da Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e de Administração Pública. Conselheiro da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas de Porto Alegre.
Ouvi falar várias vezes de um triângulo: Fidel Castro, Chávez e Evo Morales, e eu fiquei perguntando onde estava o Lula. Porque, na verdade, não é um triângulo. Trata-se de uma quadrilha. E no horizonte mais próximo, pelo que ouvi de alguns visitantes estrangeiros, caminhamos para uma pandilha. Por que excluir Lula? Alguém conhece algum petista que tenha tecido críticas a Fidel Castro, Chávez e Morales? Alguém ouviu de Lula alguma crítica a qualquer dos três? Nem a Fidel Castro. No início de maio deste ano, fiquei sabendo que uma querida amiga, cubana e economista, com quem muito aprendi para escrever o livro que fiz sobre aquele país, Cuba: Tragédia da Utopia, foi solta depois de passar três anos na cadeia. E vem sofrendo constantes assédios dos moradores do quarteirão, mobilizados pelo CDR do local onde ela mora. E, quando sai à rua, sofre cusparadas, bofetadas e ofensas. Ela saiu da cadeia e não tem liberdade. Eu não duvido que lhe passe pela cabeça que talvez a prisão seja melhor do que estar fora dela. E não se ouve crítica do PT ao que acontece lá. Portanto, por que excluir Lula? Talvez os surpreenda agora, mas nós fomos salvos de algo muito parecido. Não pela sorte de Deus ou pelo despreparo do Presidente - que põe qualquer coisa na cabeça, seja chapéu, seja idéia nós fomos salvos pelo miserável Congresso Nacional que temos. Porque, quando o governo tentou criar o Conselho Nacional de Justiça, percebeu que não teria maioria no Congresso para fazêlo. Quando tentou controlar os meios culturais, percebeu que não teria a maioria no Congresso para fazê-lo. Quando tentou criar a Lei da Mordaça, percebeu que não teria a maioria no Congresso para fazê-lo, e quando conseguiu maioria no Congresso para aprovar a Lei do Desarmamento, a sociedade lhe disse não. Porque, se pudesse, teria feito. Teria lançado as bases para avanços posteriores. E se puder, o fará. Não é esse mesmo governo e esse mesmo par-
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tido que nutre financeiramente o MST e suas tropelias há muitos anos? A via campesina? A CUT? Não são esses grupos políticos que nutrem idéias contra qualquer coisa que possa significar o progresso e o avanço econômico? Que são contra a integração comercial? Que são contra o livre mercado? Que, no ano 2000, quando festejávamos o quinto século do descobrimento, promoveram protestos contra o descobrimento do Brasil? Porque, na sua notável geopolítica, se pudéssemos, brancos deveriam ser mandados para a Europa, os negros de volta para a África e entregávamos o Brasil, com as malfeitorias aqui feitas, de volta aos seus primitivos habitantes. E eles não enxergam racismo presente nessas idéias. E é isso que nos é contado pelos desistoriadores do PT. Eles são contra qualquer coisa que possa gerar progresso. Querem que se plantem com as mãos e que se coma aquilo que se planta. Acho que são contra até o nomadismo, que deve ter sido o primeiro passo no sentido da globalização. Volta às cavernas. E não se dão conta que mais um passo atrás e viramos amebas. São as idéias que estão aí fazendo a cabeça das pessoas. Vou contar-lhes uma anedota. Um sujeito embarcou num avião para um país distante. E o avião era de uma companhia aérea desse país distante. Sentado ao lado dele, estava um papagaio. E tão logo o avião subiu, alcançou a altura adequada e nivelou, o papagaio começou a chamar a aeromoça exigindo-lhe a prestação de serviços com os maiores desaforos. Dizia horrores em cada evocativo à aeromoça, ora para lhe ajeitar o travesseiro, ora para lhe trazer um uísque ou salgadinho. O senhor, sentado ao lado, achou que aquele fosse o comportamento natural no país que ia visitar e, portanto, não seria nada demais fazer a mesma coisa no avião da companhia aérea que, claro, respeitava esse costume. Mas aí a aeromoça não agüentou tanto insulto e chamou os homens do serviço de bordo. Os homens pegaram os dois, o papagaio e o que estava sentado ao lado dele, e jogaram os dois porta afora do avião. O sujeito caiu
feito uma pedra e o papagaio de repente passou por ele voando e disse: “Olha, para quem não tem asa, você até que é metidinho...” Após ouvir tudo que ouvi, no meio de tantas celebridades, sinto-me como o sujeito que caiu do avião quando me meto a falar um pouco sobre como vejo a política brasileira . Uma coisa muito importante em qualquer sociedade é o conhecimento dos seus consensos. Aquilo que a sociedade pensa a respeito de coisas significativas, e que pensa bem, é muito importante para que a sociedade avance. Quando uma sociedade pensa errado sobre coisas importantes, dificilmente essa sociedade poderá constituir uma nação que dê certo. Eu não duvido, e não hesito em afirmar que um dos mais prejudiciais consensos que se estabeleceram entre nós é a idéia que nossas instituições não funcionam. E é provável que por ser um consenso isso os surpreenda. Mas o fato é que nossas instituições funcionam. O problema é que funcionam. Para produzir o resultado que temos. Não poderiam produzir resultado diferente, porque esperar delas outra coisa seria como esperar que de uma pimenteira se pudesse colher laranjas. Não dá. Querem um exemplo? Darei vários, mas começo com o da impunidade. Tem-se falado muito no Brasil sobre impunidade. Mas será que alguma das imunidades que temos notícia se deu fora dos quadros institucionais? Os Juízos Especiais, os direitos concedidos a depoentes a permanecerem calados com ampla possibilidade de mentir, além da recusa de comparecer para prestar depoimento - está certo? Os Juízos e os Foros privilegiados estabelecidos não são institucionais? Os labirintos por onde caminhou durante quinze anos o processo da dona Zélia Cardoso de Melo. Quinze anos! As execuções penais misericordiosas que permitem o cumprimento de um sexto da pena, e o sujeito já pode estar com as portas abertas para a liberdade, cometa o crime que cometer, inclusive o hediondo e os mais hediondos. E por decisão do Supremo Tribunal Federal? Será que não são as nossas instituições funcionando? Nosso Brasil ocupa, no ranking da transparência internacional, a condição de o 62º país mais corrupto do mundo. E eu espero que alguém me aponte um homem pú-
blico que tenha pisado sobre tapetes espessos e que esteja cumprindo alguma pena. A revista Veja publicou uma matéria que relata um fato ligado ao episódio do valerioduto (esquema de corrupção que atingiu a Câmara dos Deputados): foi identificado o valor de R$ 1.150.000,00, enviado para o PT do Rio Grande do Sul. O presidente estadual do partido, ouvido sobre a denúncia, disse: “Quero que me cortem o pescoço e que me deixem maneta se entrou um pila (pila é a unidade monetária no Rio Grande do Sul), se entrou um pila na nossa conta”. Dois dias depois, fato provado e comprovado, o político petista foi forçado a admitir que de fato tinha entrado os tais R$ 1.150.000,00. Em seguida, a Justiça Eleitoral do Rio Grande do Sul encerrou o processo dos três envolvidos nessa remessa de dinheiro, os três que levavam o dinheiro em malas apanhadas no mesmo banco, na mesma agência, na mesma fonte para influenciar, com um volume significativo de recursos, uma eleição em Porto Alegre. A Justiça Eleitoral suspendeu o processo em troca, sabem do quê? De cinco cestas básicas. O advogado dos três recorreu, porque achou que era muito pagar tudo de uma vez, e foi parcelado em cinco meses. São as instituições funcionando. O juiz não fez isso fora da lei, o promotor não fez isso fora da lei. As nossas instituições lamentavelmente funcionam. A democracia que amamos tem dois aspectos: o aspecto formal e o aspecto quase espiritual, valorativo. Sobre os valores, Clifford May falou muito bem. Eu quero falar sobre os aspectos formais. Aqui no Brasil, desde 1950, de todos os presidentes da República eleitos pelo voto direto majoritário da sociedade, apenas um não pode, a rigor, ser classificado como populista ou demagogo. O que se elegeu em função do Plano Real. Todos os outros, de Getúlio a Lula, foram demagogos e populistas em suas campanhas eleitorais. As esquerdas, locais e continentais, durante décadas discutiam entre si se a revolução devia começar nos campos ou começar com o operariado, e terminaram por fundar partidos com correntes distintas. Outros, que queriam o foco revolucionário em toda a parte, perceberam na estupidez de nossas instituições que estava
Puggina aponta como fatores determinantes para seu ingresso na vida pública a doutrina social católica. É autor dos livros Cuba – A Tragédia da Utopia, em que analisa o autoritarismo do regime cubano sob os mais variados aspectos, e de Crônicas Contra o Totalitarismo (ambos da Ed. Fundação Tarso Dutra), uma coletânea de artigos sobre política e questões sociais. Colaborador de jornais, como Zero Hora, Correio do Povo e Jornal do Comércio, Percival Puggina tem se concentrado em elaborar análises críticas sobre a administração petista no Rio Grande do Sul e sobre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também defende uma revisão do sistema jurídico brasileiro, pois considera que a incorreta aplicação das leis resulta em impunidade e em injustiças sociais. Site: http://www.puggina.org
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ÍNDICE
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Outra visão (muito crítica) do Brasil Percival Puggina
Divulgação
Uma definição de Liberalismo Domingos Zamagna
Como vender as idéias liberais para a sociedade Guilherme Afif Domingos
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Não falar de Liberalismo, falar de Liberdade. Luís Alberto Lacalle
Sergio Amaral/Ag. Pixel
O futuro depende de Chávez. Para o Bem e para o Mal Alejandro Peña Esclusa
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Porque os liberais venceram Guy Sorman
Os fundamentos cristãos da Liberdade Alejandro Chafuén
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Obstáculos à Liberdade na América Latina. Heitor de Paola
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A ideologia do Schmoo Olavo de Carvalho
Reprodução
O Liberalismo no estilo dos Estados UnidosTimothy Goegline Timothy Goegline
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Democracia, Liberdade e Estado de Direito Maggie Petito
O que há é mais demagogia e menos democracia Armando Ribas
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A democracia e a ilusão da maioria Clifford May
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Nossa democracia nasceu nos Estados Unidos Edgard Terán Terán
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Lições de Liberalismo Roberto Fendt
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Bel Pedrosa
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Vamos nos informar. Para mostrar a realidade. Aleksander Boyd
Justine Lane/EFE
O Brasil precisa votar em idéias Ubiratan Jorge Iorio de Souza
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O liberalismo na internet e nas livrarias Heci Regina Candiani
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Vão ainda mais fundo do que isso. Em 2002, por exemplo, o Afeganistão foi liberado do domínio do Talibã. Antes disso, não havia liberdade de escolha de religião. O regime chegou a ponto de destruir estátuas de 1.500 anos de Buda em Bamayan, um lugar histórico e venerado pelos budistas. Essas antiguidades eram, para eles, uma lembrança ofensiva de uma religião que já havia sido erradicada do Afeganistão. Um decreto dos clérigos islâmicos previa que todas as estátuas budistas do país deveriam ser destruídas. O líder do Talibã, mula Mohamed Omar, disse que os “muçulmanos deveriam sentir orgulho em destruir esses ídolos”. Até hoje, no Afeganistão liberado, a tolerância ainda não é um valor assumido por todos. No começo deste ano, um afegão chamado Abdul Rahman, durante o processo de seu divórcio, tentou obter a custódia de suas filhas em Cabul. A família de sua esposa contou para o tribunal que ele não se encontrava em condições de cuidar de suas filhas porque havia se convertido do Islã para o Cristianismo. Algumas semanas antes, um promotor que soube do caso acusou Rahman de apostasia, crime punível com a morte de acordo com algumas interpretações da lei islâmica. Dentro da nova constituição do Afeganistão existe uma tensão, se não mesmo uma contradição, - de um lado, diz que os seguidores de outra fé são livres para exercitar sua fé e praticar seus ritos dentro dos limites da lei, conforme a Declaração Universal dos Direito Humanos que protege a liberdade de consciência e o direito de um indivíduo para mudar de religião, se quiser. Por outro lado, a constituição declara explicitamente que nenhuma lei será contrária às crenças e prescrições do Islã. No fim, as autoridades judiciais se encontraram diante de um dilema de grandes proporções: permitir que Rahman seja condenado à morte e se expor a uma condenação internacional, talvez até a perda de apoios e fundos, ou então antagonizar o clero afegão, o que poderia resultar em violência ou até numa rebelião. A solução, é claro, foi secretamente remover Rahman do Afeganistão e levá-lo para a Itália, onde ele poderia viver e professar sua religião em paz entre os infiéis. Se o mesmo irá ocorrer com seus filhos no Afeganistão, é muito cedo para dizer. É bom dizer que alguns muçulmanos moderados e reformistas vieram com soluções criativas para tais dilemas. No Egito, por exemplo, o Centro de Pesquisas Islâmicas decidiu que, apesar da apostasia ser realmente um crime, o período para sua redenção é ilimitado. Quer dizer, fica por conta do indivíduo, e não do Estado, aderir à vontade divina. A dificuldade é que os muçulmanos moderados e reformistas, de qualquer lugar, vivem sob a mais intensa pressão. São ameaçados, intimidados, atacados e até mortos por militantes islâmicos no mundo inteiro. Concordo com Alexandre Ferreira, estudioso de Harvard, quando diz que é de nosso interesse
A confusão mais freqüente é entre democracia e vontade da maioria. Isso leva à noção de que democracia significa que a maioria governa sem limites. O governo deve se sujeitar à lei, assim como os governados devem se sujeitar à lei.
A democracia previne autocratas. Garante liberdade, oportunidade e auto-determinação. Gera prosperidade e promove a paz. Ao contrário do nazismo, fascismo, comunismo, militarismo japonês. E do emergente islamismo militante.
entrar em parceria com os cidadãos das democracias incipientes, particularmente as que existem em países islâmicos que se esforçam para entender a teoria e a prática da governança democrática. Os que alegam que há poucos exemplos de democracia sendo exportada para os outros países não deixam de ter razão. Porém, há muitos exemplos de democratas contando com apoio em outros países. No século XX, os Estados Unidos e outras países deslocaram enormes somas de recursos em nome da dissidência pró-democracia no leste europeu. Ao contrário, até recentemente não se tem notícia de nenhum apoio para a dissidência democrática no Oriente Médio.Até hoje, a assistência que providenciamos para que pessoas no Oriente Médio possam compartilhar de nossos valores é um fio perto dos rios de fundos que fluem do Irã e da Arábia Saudita para seus aliados espalhados pelo mundo. Os governantes iranianos e sauditas esperam grande retorno desses investimentos. Não era inevitável que o nazismo, o fascismo e comunismo falhassem em suas tentativas de destruir a experiência democrática. Assim como não podemos ter certeza de que mundo hoje sobreviverá à guerra que está sendo travada pela militância islâmica. A não ser que os Estados Unidos e seus aliados mostrem maior resolução e unidade do que têm mostrado até agora, O regime mais radical do Oriente Médio logo possuirá armamentos nucleares. A Casa Real Saudita continua enriquecendo como nunca. É pouco provável que o ataque terrorista mais devastador do século XXI esteja acabado e enterrado. A longo prazo, a liberdade irá avançar ou se retrair dependendo principalmente de quem é mais determinado - seus inimigos ou seus defensores. Concordo com o presidente Bush quando afirma que a defesa da liberdade requer o avanço da liberdade. A manutenção do status quo internacional, liberdade para aqueles c que consomem gasolina e repressão para aqueles que a bombardeiam, pode ser a opção menos realista de todas. Avançar a democracia é um esforço nacional de doação, como escreveu o presidente Carl Gershwin, não um processo de reengenharia efetuado por burocratas, requerendo mais do que uma eleição ocasional num lugar onde a mídia, controlada pelo governo, mesquitas e escolas vêm há vários anos glorificando o ódio e celebrando homens-bomba. Não estou discutindo se a democracia é um antídoto para o terrorismo e para ideologias antidemocráticas da militância islâmica. O que discuto é que o apoio aos democratas e à dissidência pró-liberdade é uma política que, apesar de ter sido tentada, falhou de maneira meio espetacular. Essa mudança acontecerá para melhor ou para pior. Quem participa de um movimento global pela liberdade, democracia e direitos humanos detém o poder para decidir que tipo de mudança será essa. SETEMBRO/OUTUBRO 2006 DIGESTO ECONÔMICO 35
Uma definição de LIBERALISMO Domingos Zamagna
presas, de outro lado ele há de ser uma oportunidade de enriquecimento mútuo. Mas para que o pluralismo seja de fato um valor, ele só pode ser efetivado por meio do reconhecimento constitucional do direito dos indivíduos de professarem as crenças que julgarem oportunas, bem como as práticas delas decorrentes. Ninguém, portanto, poderá ver-se menosprezado pelo poder público por causa das opções de consciência. Ou seja: o liberalismo só é viável sob o império de leis. Desde o seu nascedouro, como foi sistematizada por John Locke (1632-1704), a concepção liberal do Estado se alicerça sobre o constitucionalismo e a aconfessionalidade. Por isso, nada mais compreensível que o início do liberalismo coincida com o reconhecimento da cidadania plena, tanto que as declarações dos direitos humanos individuais significaram na prática o despontar de uma nova era na história da humanidade. De agora em diante a pessoa é sujeito de certos direitos que nenhum poder estatal (plebiscitário, populista, totalitário etc.) poderá violar. Para isso a filosofia do barão de Montesquieu (1689-1755) foi decisiva, analisando a lógica interna do sistema das leis e a mecânica dos poderes, provando a ineficácia do absolutismo e propondo a tripartição de poderes que mutuamente se controlassem. A limitação de poder é um imperativo do pensamento liberal, como enfatizou Benjamin Constant (1767-1830): o poder legítimo procede de todos, mas isso não significa que ele pode se estender a tudo. Coube a Herbert Spencer (1820-1903) mostrar que a história da Europa atesta a vitória da limitação do poder nas esferas religiosa e econômica. O liberalismo trouxe rupturas, especialmente com certas práticas que remontavam à idade média. Dentre os novos paradigmas econômicos destacamse a eliminação das restrições aos empréstimos com juros e a contratação de serviços mediante tarifas acordadas. A partir do século 16 a Europa e suas colônias ultramarinas conheceram profundas reformas de práticas econômicas lançando as bases do que se convencionou chamar sistema econômico capitalista. Essa coincidência, contudo, não autoriza a concluir que o liberalismo seja forçosamente conectado com o capitalismo; tanto o liberalismo econômico pode aperfeiçoar muitas práticas do capitalis-
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ão sendo uma doutrina completa e nem um dogma imutável, o liberalismo dificilmente poderá ser definido de modo que agrade a todos os seus seguidores. Trata-se de um ideário político que, utilizando-se das ciências econômicas, enuncia os meios a serem adotados para a elevação dos padrões de vida da sociedade. Se levarmos em conta que a evolução da ciência impõe ajustes, e as conseqüências futuras da ação humana, não se pode mesmo esperar uma definição cartesiana do liberalismo. Está sujeito a diversidade de escolas e interpretações. Tudo indica que o termo liberal foi usado pela primeira vez quando surgiu, no começo do século 19, o partido dos liberais, herdeiro dos whigs do Parlamento inglês, que dominaram política durante os reinados de Jorge I e Jorge II. Antes de 1812 ainda não havia um vocábulo específico para designar o conjunto de idéias que mais tarde os historiadores rotularam como liberalismo. Falava-se até então de idéias iluministas, enciclopedistas ou revolucionária. Muitas das idéias que hoje são chamadas de liberais nortearam as revoluções inglesa (século 17), americana e francesa (século 18). Se for preciso indicar uma data para o surgimento do liberalismo, o mais exato seria situá-lo no final das guerras fratricidas que assolaram a Europa no século 18. O vocábulo já estava consagrado, inclusive através de um importante contraste, quando nas Cortes de Cádiz, que promulgaram na Espanha a Constituição Liberal de 1812, se defrontaram os liberales (inspirados na Revolução Francesa) e os serviles (desejosos de restaurar o absolutismo borbônico). O desgaste das guerras suscitou a ânsia de tolerância nas consciências, não por concessão a contragosto, mas por aceitação positiva, provocando o despertar de um novo modelo de convivência com amplas reverberações nos diversos cenários, desde o religioso até o econômico e o político. Sob este ponto de vista o liberalismo é um movimento histórico típico da modernidade, cujo ponto de partida está na assunção do valor da tolerância como ingrediente básico para a convivência pacífica num mundo absolutamente pluralista. Se de um lado o pluralismo pode acarretar sur-
Jornalista e professor de Filosofia
Charles-Louis de Secondat, barão de Montesquieu (16891755), autor de O Espírito das Leis (1748), analisou a lógica interna do sistema das leis e a mecânica dos poderes, provando a ineficácia do absolutismo, propondo a tripartição dos poderes que mutuamente se controlassem.
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O liberalismo não constitui obstáculo ao livre curso para uma mentalidade igualitária, ele reconhece e respeita o valor moral dos seres humanos, traço confirmado pelo combate às discriminações religiosas, raciais, sexuais, étnicas e, mais genericamente, contra qualquer forma de privilégios. Isso não significa que o liberalismo conduz ao igualitarismo econômico, que somente poderia ser proporcionado mediante férreo controle estatal e, logo, o desaparecimento da maior parte das liberdades individuais. O liberalismo, ao contrário, é ardoroso defensor do empreendedorismo, cabendo ao Estado o apoio aos que se decidem por esta via. Compete, contudo, ao Estado, assegurar a todos os direitos econômicos básicos, indispensáveis para a promoção da igualdade de oportunidades entre os membros da sociedade. Um Estado que seja mínimo, racional e eficiente, controlado por leis sólidas, somente legitimado na medida em que desempenhe funções de proteção das liberdades individuais e do direito de todos. O princípio geral do liberalismo, que lhe empresta foros universalistas, é assegurar uma moral mínima, vinculante para todos, verdadeira condição de possibilidade para a convivência harmoniosa entre pessoas e grupos ideologicamente diferentes e até opostos. Liberdades e direitos devem se tornar compatíveis para todos os cidadãos. E para que isso não pareça uma quimera, é costume citar exemplos concretos de implantação do liberalismo. Para os liberais, as observações sobre a democracia no Novo Mundo feitas por um jovem magistrado francês, Alexis de Tocqueville (1805-1859), sob o impacto das decisões do primeiro mandato (1829-1832) do presidente Andrew Jackson, para quem foi na América que o preceito igualitário melhor se desenvolveu, guarda ainda atualidade, ficando para os opositores o ônus de demonstrar que os Estados Unidos não constituem a melhor encarnação do ideário liberal... Mas será sempre problemático fazer essa identificação histórica, dado que o liberalismo, como ensina N. Bobbio (1909-2004), sempre se apresentou mais como força dinâmica do que como força orientada para a manutenção dos equilíbrios existentes, contra toda expectativa política de uniformidade, própria do absolutismo. Se olharmos, então, para o nosso país, qualquer tentativa de classificação se mostra anacrônica, uma vez que, como pensam muitos, o Brasil ainda se configura como pré-capitalista e prémoderno. Enfim, o liberalismo tem uma vertente cultural melhorista, pois considera possível o aprimoramento de qualquer instituição sócio-política, para evitar a doença, a pobreza, o atraso cultural etc. Numa visão otimista, os erros têm correção. Tarefa sempre espinhosa é tentar abordar o neoliberalismo. Os marxistas insistiram na cegueira dos liberais ao não perceberem que a sua decantada liReprodução
mo, como o liberalismo político pode conviver com sistemas econômicos considerados não-capitalistas. Dependendo da época, ser denunciado como "liberal" é ser objeto de rejeição nos Estados Unidos. "Liberal" lá pode significar anarquista no resto do mundo. O liberalismo tem-se manifestado em diferentes países e em diferentes épocas sob formas diversas, conforme seus graus de desenvolvimento e conforme os problemas específicos cuja solução acaba determinando fisionomias e definindo conteúdos. Essa constatação nada mais faz que acentuar como a história do liberalismo está intimamente ligada à história da própria democracia, ficando, portanto, difícil defini-lo univocamente. A ambigüidade ou equivocidade, e até mesmo a confusão que vez por outra se observa a respeito do termo liberalismo pode advir da tríplice dimensão da tradição liberal: a política, a econômica, a filosófica. Há quem aceite como razoável o liberalismo político e se sinta constrangido para aceitar a totalidade do que se costuma indicar como liberal no plano da teoria econômica. Será sempre difícil adotar uma atitude caracterizada pela aceitação do tudo ou nada. Quando se indaga se o liberalismo tem uma mundivisão, a resposta pode ser sintetizada através de quatro traços: individualismo, igualitarismo moral, universalismo e melhorismo. O individualismo nasce sob o amparo de garantias constitucionais e o apoio de práticas econômicas e jurídicas (ex: banimento de restrições à propriedade privada, louvação do lucro pessoal como saudável fator de crescimento, valores do trabalho, crença no dinamismo do mercado (este às vezes concebido como um Estado natural), escrupuloso cumprimento dos contratos, publicidade dos atos oficiais). Para isso é fundamental a existência do Estado de Direito, contra toda forma de democracia direta, que conduz ao caminho da servidão, bem espelhado nos "planismos econômicos", como insiste F. von Hayek (1899-1992). Mas nenhum liberal contemporâneo há de negar a dívida do indivíduo para com a sociedade, especialmente no que se refere às oportunidades que ela oferece para o desenvolvimento dos dons naturais. Os liberais estão de acordo para defender as liberdades negativas (proibição de interferências arbitrárias nos planos de vida dos indivíduos) e as liberdades positivas (que asseguram a existência de mecanismos efetivos de participação dos cidadãos na tomada de decisões políticas e econômicas que lhes concernem). Geralmente o individualismo liberal é o traço mais criticado pelos adeptos das várias correntes de solidarismo. O equilíbrio das posições foi, por vezes, encontrado pelo socialliberalismo que, ao fazer a distinção entre liberdade social e liberdade associal, redefiniu a liberdade como um bem precioso somente na medida em que seja um meio para alcançar um fim: o bem comum.
Charles Louis de Tocqueville (1805-1859), magistrado francês, estudou os riscos e vantagens da liberdade (A democracia na América, 1835 e 1840). "Na América, têm-se idéias e paixões democráticas; na França, temos ainda paixões e idéias revolucionárias."
desde sempre e o que necessitamos é descobrir um Caminho para a Liberdade! A servidão nos foi transferida in natura das metrópoles ibéricas, plenamente exercidas durante o período colonial e nossas independências foram feitas por homens que nada sabiam da verdadeira liberdade por terem sido criados na Espanha ou Portugal onde a tirania era a tônica. A independência dos países não resultou em liberdade para seus povos. Já nascemos como prisioneiros que só conhecem os limites da sua cela e nem podem imaginar como o mundo pode ser fora dela. Juan Bautista Alberdi (1810-1884), conhecido como o "Pai da Constituição Argentina" de 1853, a única Constituição liberal que a ibero-américa conheceu em toda sua história, deixa claro que "A liberdade da Pátria é a independência com relação a todo país estrangeiro. A liberdade do homem é a independência do indivíduo com relação ao governo de seu país. A liberdade da Pátria é compatível com a maior tirania e ambas podem co-existir num mesmo país. A liberdade do indivíduo deixa de existir pelo próprio fato da Pátria assumir a onipotência do país" (A Onipotência do Estado é a Negação da Liberdade Individual). "Esta verdade tem sua confirmação cabal no exemplo que nos oferecem os próprios Generais tidos como 'Libertadores da América'. (...) Não bem concluída a guerra contra a Espanha, Bolívar e San Martin se colocaram à testa de movimentos da política interior com o objetivo de fundar pela espada a liberdade doméstica (...). O fracasso não tardou em mostrar-lhes seu erro (...)" (Peregrinación del Luz del Dia o Viajes y Aventuras de la Verdad en el Nuevo Mundo). Neste caso o Brasil também está em pior situação que nossos vizinhos. Nossa "independência" não passou de uma pantomima: foi proclamada por um Príncipe português de caráter duvidoso, cujos principais interesses eram os bordéis e reinar em Portugal, a mando d'El Rei, seu pai que o recomendou colocar a coroa na sua cabeça "antes que um aventureiro brasileiro o faça". A diferença com George Washington é deprimente: logo após o fim da Guerra de Independência o Coronel Lewis Nicola escreveu a Washington, como representante dos oficiais descontentes com o tratamento que lhes dispensava o Congresso, sugerindo que ele se tornasse Rei, pois contaria para isto com o apoio da maioria das "pessoas com vanta-
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Davy Crockett, Sam Houston, Doc Holiday, Wyatt Earp (...) É o espírito dos cowboys, da liberdade das pradarias - tão desprezados pelos intelectuais de gabinete que não se arriscam nem em ir até a esquina - que constituiu a saga formadora dos Estados Unidos da América.
gens materiais" do país. Sua resposta indignada foi peremptória: "Não sei qual conduta de minha parte pode ter encorajado esta sugestão, pois os senhores não podiam ter encontrado alguém para quem tais esquemas sejam mais desagradáveis e repugnantes". E acrescentou: "Se os senhores têm alguma consideração por si mesmos ou sua posteridade, ou respeito por mim, devem banir estes pensamentos de suas mentes e nunca comunicar, direta ou indiretamente a ninguém, um sentimento desta natureza". (George Washington: A Brief Biography, Mount Vernon Ladies' Association of the Union) É ainda Alberdi quem o diz: "O despotismo e a tirania freqüentes nos países da América, não residem no tirano nem no déspota mas na máquina ou construção mecânica do Estado, pela qual todo o poder de seus indivíduos, refundido e condensado, cede em proveito de seu governo e cai em mãos de sua instituição. O déspota e o tirano são o efeito e o resultado, não a causa, da onipotência dos meios e forças econômicas do país, colocadas na posse do estabelecimento de seu governo e do círculo pessoal que personifica o Estado pela maquinaria do próprio Estado". "Nos Países Anglo-Saxônicos (Estados Unidos e Inglaterra) liberdade nunca significou independência de uma potência estrangeira, mas independência de cada indivíduo em relação ao Governo da Nação (...) a liberdade da Nação tem como limite sagrado a liberdade individual". (A Onipotência do...) A natureza do que é chamado de democracia no nosso Continente não inclui a noção de liberdade individual. A maioria possui uma visão populista da relação entre Estado e Sociedade. As pessoas esperam que o Estado resolva seus problemas básicos: emprego, moradia, comida, saúde, educação e aposentadoria o mais cedo possível. Estes fatores são descritos em nossas Constituições como "direitos dos cidadãos". A Constituição Brasileira de 1988 - a "Constituição-cidadã" - chega a prever absurdos como a taxa máxima de juros - que, se fosse respeitada impediria todas as transações econômicas do País - e a ridícula cláusula que define saúde como "direito de todos e obrigação do Estado"! Numa sociedade que respeita seriamente sua Constituição, qualquer indivíduo poderia acionar juridicamente o Governo por um reles resfriado! Mas é aí que está o ponto: enquanto os AngloSaxões fazem constituições enxutas para serem
Ségio Borges/AE
John Locke (1632-1704), estudioso da gênese, da natureza e do valor do conhecimento humano (Ensaio sobre o intelecto humano, 1690), lançou as bases do liberalismo político (Dois tratados sobre o governo, 1690). O Estado deve garantir os direitos naturais do homem. O Estado não faz nada, mas garante que se deixe o homem fazer o que ele pretende legitimamente em virtude da natureza.
Norberto Bobbio (1909-2004), uma das mais altas expressões da tradição liberal na Itália, na linha do socialliberalismo."Há nove décimos da população mundial formada de pobres e submissos. Ser de esquerda, hoje, significa estar ao lado desses "nãohomens" que vivem e morrem como ratos. Mas para esses "ratos" é suficiente a democracia?" de liberal, talvez, apenas uma caricatura do liberalismo. A queda do neoliberalismo foi tão rápida quanto a sua ascensão, em menos de uma década ele entrou na defensiva. Alguns dos seus maiores praticantes na América Latina hoje têm seus nomes enfileirados num sinistro colar de desastres econômicos, políticos e sociais. Por falar em desmoralização, quem olhar para o cenário político brasileiro atual ficará tremendamente desapontado com o grande número dos que se dizem representantes ou cultores do liberalismo. Fato análogo se deu nos tempos do Império. Os dois grandes partidos imperiais, o Conservador e o Liberal, completaram sua formação em fins da década de 1830, como agremiações políticas opostas. Vários historiadores, contudo, afirmam que não havia muita diferença ente ambos. Tanto que ficou famosa a frase do político pernambucano Antônio de Holanda Cavalcanti (1797-1863) que afirmou, com sua autoridade de dono de engenho, militar, deputado, conselheiro, senador e ministro do Império: "nada se assemelha mais a um saquarema do que um luzia no poder". Saquaremas eram os conservadores, luzias os liberais. Apesar disso, tivemos respeitável tradição liberal que engrandece o nosso patrimônio político. Recordando apenas os mortos, podemos citar figuras que vão de José Bonifácio (+1838) a Milton Campos (+1972), de Rui Barbosa (+1823) a Afonso Arinos (+1990), de Antônio Carlos R. de Andrada (+1946) a Carvalho Pinto (+1987), ou a figura singular de Joaquim Nabuco (+1910). Deste último temos um dos melhores exemplos em que a razão se une à paixão por uma grande causa (o abolicionismo) finalmente vitoriosa nos estertores da monarquia. De entranhada formação liberal, ele próprio diz que entrou para a Câmara como se fosse um liberal inglês... no Parlamento brasileiro, tão compenetradamente liberal como se estivesse às ordens de William Gladstone! O debate político atual há de nos fazer discernir quais são os verdadeiros defensores e praticantes dos autênticos ideais liberais. Reprodução
berdade não passaria de um privilégio de classe, uma conquista da burguesia quando se insurgiu contra a sociedade feudal. A inteligência arguta de Bobbio provou a falácia genética dessa acusação marxista, pois o fato é que as liberdades burguesas hoje têm um valor e alcance universais. As experiências neoliberais, no seu ímpeto de desmantelar o social-liberalismo, evidenciam um pacto do arcaísmo econômico com a insuficiência filosófica. A pregação de Hayek por um Estado mínimo, à beira do quietismo governamental no plano econômico e simples legalismo no plano político-social, fariam supor que o progresso se faz pela somatória não planejada de empreendimentos individuais. Contudo, a doutrina deste influente Nobel de economia (1974), que aliás marcou profundamente a administração do Reino Unido na década de 80, ficaria mais bem entendida se levarmos em conta o seu combate ao excesso de intervencionismo de J.M Keynes (1883-1946) e ao que ele chamou de "doença do socialismo construtivista". Em se tratando de combate, de guerra ao keynesianismo, não seria necessária muita sofisticação intelectual, bastaria uma artilharia pesada composta de algumas fórmulas-símbolos de fácil alarde. De fato, houve um tipo de burguesia que jamais apreciou a contribuição acadêmica, desejou apenas destruir o Welfare State. Mas a bibliografia de Hayek é tão vasta, urdida em complexas conexões com D. Hume, L. von Mises, M. Friedman, K.R. Popper etc. que suporia, por mais polêmica que seja, análises mais matizadas antes de qualquer juízo conclusivo. É compreensível, porém, a perplexidade de muitos estudiosos e a reação de vários políticos em face das tentativas de imposição desta corrente às nações do hemisfério sul. São muitos os estudos apontando o fracasso do neoliberalismo, o que contribuiria para o esbatimento da auréola do próprio liberalismo, neste caso chamando-se
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obedecidas principalmente pelos governantes - a da Inglaterra nem tem uma redação unificada mas leis esparsas somadas ao direito consuetudinário - nós herdamos o furor de regulamentação das monarquias ibéricas produzindo Constituições intermináveis onde todos os detalhes das vidas dos cidadãos são previstos. Faltou prever alguma coisa? Providencia-se uma lei ou emenda para incluí-la. Nenhuma profissão pode deixar de ser regulamentada, nos moldes das guildas medievais, nos mínimos detalhes. É decepcionante que os próprios cidadãos peçam para ser regulamentados porque acreditam que assim estarão protegidos, e não se dão conta de que, de regulamentação em regulamentação, tornam cada vez mais forte o Estado e mais fracos os indivíduos! Como conseqüência, os movimentos contrários à liberdade e à propriedade privada se aproveitam exatamente do regime democrático para assumir o poder e liquidar o próprio sistema que os elegeu. É de se notar a sutil modificação introduzida no Estado de Direito: ao acrescentar a palavra Democrático, liquida-se com o próprio Estado de Direito e coloca-se em seu lugar a tirania das maiorias e o aniquilamento progressivo das minorias. Jamais passou pela cabeça dos framers da Constituição Americana ou dos legisladores britânicos a expressão democratic rule of law. HÁ ESPERANÇA? O meu otimismo me obriga a pensar que sim embora o exame da realidade me leve a crer que não, pois cada vez mais nos enterramos na tirania e a perspectiva é de que passemos da cela às masmorras. A população cada vez mais exige direitos inconquistáveis e os governantes prometem cada vez mais sabendo plenamente que são promessas vãs. Tinha plena razão Alexander Tyler quando dizia que "[a democracia] Só pode existir até que os eleitores descubram que podem votar por mais dinheiro do tesouro público para si mesmos. Deste momento em diante a maioria sempre votará nos candidatos que prometem a distribuição de mais dinheiro do tesouro público, tendo como resultado que uma democracia sempre acaba em razão de políticas fiscais frouxas, liberais e irresponsáveis e são seguidas por uma ditadura". Os candidatos sabem que as promessas não poderão ser cumpridas, mas as fazem porque seu
objetivo é bem outro: provar que o regime democrático não funciona e que é preciso cada vez mais restringir as liberdades individuais para o "bem social" - na verdade para o bem deles mesmos. Atacam as liberdades mais invejadas e cobiçadas, a da propriedade privada e a da individualidade, pois sabem que contarão com o apoio dos que nada ou pouco possuem e dos que são incapazes de exercer plenamente sua individualidade. A primeira é "a fonte mais comum e duradoura da formação de partidos (fractions). Aqueles que possuem e aqueles que não possuem propriedades sempre formam distintos interesses na sociedade". (James Madison, The Federalist n 10). O que os invejosos não desconfiam é que, depois desta, todas as demais liberdades virão de roldão, inclusive as suas. Já a espontaneidade individual não faz parte "do ideal da maioria dos reformadores sociais e morais mas, pelo contrário, é olhada ciumentamente como um problema e talvez como uma obstrução rebelde à aceitação geral dos que estes reformadores, em seu próprio julgamento, pensam ser o melhor para a humanidade". (John Stuart Mill, On Liberty) É claro que a ânsia de liberdade existe nos nossos povos como em quaisquer outros mas para isto seria necessário abandonar esses falsos "privilégios" e aí entram as dificuldades em aprender a ser livre: é, como dizia Tocqueville, um trabalho árduo. Mas que deve ser começado antes que não haja mais tempo. O Seminário que me coube organizar e coordenar, sob a inspiração de Armando Ribas, é uma primeira tentativa: reunir intelectuais para, tal como na Argentina da década de 30 do século XIX, em condições muito semelhantes às atuais, "refletir como deve ser a república (...) a geração de 1837 atuou para dar vida à Constituição, às instituições republicanas e as formas de vida de uma sociedade moderna", como nos diz na apresentação de seu livro Los Fundadores de la Republica, outro participante do Seminário, Ricardo López Göttig. Mas esta é a mais assimétrica das batalhas já que os defensores da liberdade são ciosos do que defendem, e lutam como indivíduos, enquanto os inimigos coletivistas da liberdade lutam como um exército de formigas obedecendo a ordens pavlovianas.
As diferenças cruciais entre as revoluções Francesa e Americana: a primeira substituiu um tirano coroado pela tirania da maioria; na segunda, o tirano foi substituído pela Carta dos Direitos e pela limitação do poder dos governantes, isto é, pelo Império da Lei e não dos homens.
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Paulo Pampolin/Hype
Como vender as idéias liberais para a sociedade Guilherme Afif Domingos
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s principais aspectos do tema central do Seminário Democracia, Liberdade e o Império da Lei foram exaustivamente examinados, demonstrando a clara superioridade dos princípios, valores e práticas liberais para promover o desenvolvimento dos países. Também as dificuldades enfrentadas na América Latina para fazer avançar o pensamento liberal e, principalmente, para que ele possa ser aplicado na solução dos problemas nacionais de cada país, foram bastante evidenciadas. Lembro-me de ter mencionado na abertura do evento, o que para muitos poderia parecer estranho, estarmos discutindo temas que parecem consensuais na maioria das nações desenvolvidas, mas que, em muitos países do continente latino-americano, são apenas aspirações de alguns grupos. A Associação Comercial de São Paulo concordou em organizar esse Seminário por uma questão de coerência com sua trajetória de 111 anos de defesa da liberdade em seu sentido amplo, e da liberdade de empreender como o meio mais eficiente para promover o progresso, considerando a Democracia como instrumento político para essa finalidade, e o Império da Lei, como condição necessária para se conciliar desenvolvimento com liberdade. Confesso, no entanto, que chegamos a pensar em realizar um evento limitado à discussão de um grupo de intelectuais, e depois divulgar suas conclusões usando o Diário do Comércio e a Revista
Presidente da Associação Comercial de São Paulo e Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo Digesto Econômico, ambos da entidade. Isso por considerar que a discussão do pensamento liberal não atrai a maioria da população, nem sequer, regra geral, os empresários, que deveriam ser seus grandes defensores. Decidimos fazer um Seminário aberto a todos interessados e a resposta foi positiva no tocante ao interesse demonstrado, embora a presença seja muito mais qualitativa do que quantitativa. Desejava especialmente atrair os jovens e, por isso, fizemos divulgação junto às universidades, mas parece que ainda não encontramos a linguagem para interessar a juventude. Nos cursos universitários, inclusive nos de economia, os jovens não são, em geral, apresentados aos grandes pensadores liberais, recebendo, no entanto, doses maciças de doutrinação anticapitalista. O importante foi que reunimos não apenas pensadores ilustres da doutrina liberal, mas pessoas engajadas na divulgação do liberalismo, embora de forma nem sempre articulada, com pequenos grupos atuando isoladamente. Esperamos que esta seja uma oportunidade para que os vários institutos ou organizações que atuam na difusão do pensamento liberal procurem formas de ação conjunta, que possam potencializar os esforços de todos. Com essa digressão chego ao tema deste painel - Políticas Liberais para a América Latina - com uma indagação, ao invés de propostas. Como podemos “vender” as idéias liberais para a população? Sem que se tenha a adesão da sociedade, não se conseguirá viabilizá-las politicamente, pois a classe política somente aceitará reduzir seu poder
Candidato do PFL ao Senado pelo Estado de São Paulo, Guilherme Afif Domingos é presidente da Indiana Seguros, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e Federação das Associações Comerciais de São Paulo (Facesp). Formado em Administração de Empresas pela Faculdade de Economia do Colégio São Luís, Afif tem uma trajetória que combina participação em cargos administrativos de governo e de entidades empresariais. Foi presidente da Associação das Companhias de Seguros do Estado de São Paulo em 1975, diretor da Associação Comercial de São Paulo em 1976 e presidente do Banco de Desenvolvimento do Estado de São Paulo (Badesp) em 1979. De 1980 a 1982, foi secretário de Agricultura e Abastecimento do Governo do Estado de São Paulo.
A luta de Afif para mostrar ao cidadão que os serviços não são generosidade do Estado, mas contrapartida do imposto que ele paga.
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Paulo Pampolin/Hype
Heitor de Paola é médico formado pela Universidade federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, tendo se especializado em psiquiatria, com passagem por vários hospitais psiquiátricos e atuado no tratamento de dependentes de drogas. Desde 1974, De Paola tem atuado no atendimento clínico psiquiátrico e psicanalítico e publicou mais de 30 papers em sua área de especialização. Atualmente, além de psiquiatra, é também psicanalista no Rio de Janeiro. Membro da International Psychoanalytical Association e consultor clínico da Boyer House Foundation, de Berkeley, na Califórnia. Além disso, ele é delegado internacional no Brasil do Drug Watch International. Ele foi o coordenador técnico do Seminário Democracia Liberal e o Império das Leis. Ex-militante da organização clandestina de esquerda Ação Popular (AP) na década de 60, De Paola é, desde 2001, comentarista político e, em 2003, passou a integrar o corpo de colunistas do site liberal conservador Mídia sem Máscara, no qual
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liberdade individual é uma conquista relativamente recente da Humanidade e corre o risco de ser uma experiência efêmera, tantos são os óbices que se acumulam contra sua universalização. Mesmo nas sociedades em que ela existe em maior grau a tentação totalitária está sempre presente, fazendo com que seja permanentemente atual a advertência de Thomas Jefferson "O preço da liberdade é a eterna vigilância". É de sua lavra também a frase "Jurei, no altar de Deus, eterna hostilidade contra todas as formas de tirania sobre a mente humana". Conhecido como o "membro silencioso" do Congresso Continental, Jefferson falou através de sua pena, rascunhando a Declaração de Independência aprovada quase sem emendas em 4 de julho de 1776, na qual pela primeira vez declarava-se que "Acreditamos serem verdades evidentes por si mesmas que todos os homens nascem iguais; que são dotados pelo Criador com alguns direitos inalienáveis, entre os quais a vida, a liberdade e a busca da felicidade". Tomava corpo a institucionalização das condições políticas para que o homem pudesse exercer a liberdade interior preconizada por São Paulo na Epístola em epígrafe. A procura de um regime político que permita a grandeza de escolhermos nosso próprio destino, baseados unicamente na nossa consciência, é muito antiga. Começa pela tradição bíblica do livre arbítrio, passa pela busca incessante de Sócrates e seus discípulos e pela pregação cristã e se espraia pela tradição anglo-saxônica. Quando os barões e os prelados ingleses extraíram quase a fórceps, em 15 de junho de 1215, a Magna Carta do Rei João Sem Terra, não imaginavam que, pensando apenas em si mesmos e nos seus interesses imediatos, estavam estabelecendo as bases dos modernos Parlamentos e daquele Congresso Continental mil e quinhentos anos mais tarde em que Jefferson se pronunciaria. Documento infelizmente pouco conhecido na atualidade a Magna Carta foi a primeira tentativa anglo-saxônica de limitar o poder de um tirano mediante o império da lei. Foi responsável, entre outras coisas, pelo estabelecimento do que hoje se chama devido processo legal (due process of law) ao estatuir na sua cláusula 39 que:
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"Nenhum homem livre será preso, encarcerado, despojado de seus bens, colocado fora da lei, banido, ou ferido de qualquer maneira - nem o perseguiremos ou faremos perseguir - a não ser pelo julgamento legal de seus pares ou pela lei da terra". Igualmente estabeleceu pela primeira vez o direito de livre comércio. A cláusula 41 rezava: "Todos os mercadores poderão, de maneira certa e segura, sair ou entrar da Inglaterra e aqui permanecer, ou por aqui passar, tanto por terra como por água, para comprar ou vender sem que lhes sejam cobrados impostos odiosos (evil taxes) (...)". Na mesma cláusula ainda defende o princípio da reciprocidade diplomática e da simetria em caso de guerra: "(...) deverá ser do nosso conhecimento, ou de nossos magistrados, como nossos mercadores que estiverem em terras em guerra conosco serão tratados. Se os nossos estiverem a salvo lá, os de lá estarão a salvo em nossas terras". (A moderna guerra assimétrica é justamente o oposto do disposto nesta cláusula). Também inaugurou o direito inalienável de livre trânsito, hoje negado em várias "democracias". Na cláusula 42 estabeleceu que: "A partir de hoje qualquer pessoa, salvo por crime de deslealdade, pode sair do nosso reino e a ele retornar, são e salvo, por terra ou água, exceto talvez por breves períodos em tempo de guerra, e os prisioneiros e foras da lei, para o bem comum do reino (...)". Outra lição que se pode tirar da história deste documento, fundamental para o individualismo, é que interesses à primeira vista exclusivamente egoístas revelam-se ao longo do tempo benéficos para o assim chamado bem comum. Desde que os indivíduos sejam deixados em paz e fora das garras dos "engenheiros sociais", os quais pensam que conhecem melhor que os indivíduos livres, o melhor para o "bem comum", agora chamado "social". Se os barões e prelados não tivessem lutado em causa própria não gozaríamos hoje os benefícios de suas exigências. Hoje, os barões e prelados são exatamente os "engenheiros sociais" que também atuam exclusivamente em causa própria, para aumentar o seu poder, mas alegam ser os representantes das causas da sociedade como um todo. Não se fazem mais barões e prelados como na Idade Média! As diferenças cruciais entre as revoluções
Francesa e Americana residem nestes dois pontos: a importância da liberdade individual e a delimitação do poder dos governantes. Enquanto na primeira simplesmente se substituiu um tirano coroado pela tirania da maioria, gerando governantes jacobinos ainda mais tirânicos, na segunda o tirano foi substituído pela Carta dos Direitos e pela limitação do poder dos governantes, isto é, pelo Império da Lei e não dos homens. Todo o texto enxuto e claro da Constituição Americana é uma seqüência de limitações do poder dos governantes sobre os governados. Na verdade, a Constituição se refere sempre a estas limitações, obrigando o respeito a elas por parte do governo; os indivíduos e as entidades privadas não estão a elas obrigados. É o reinado do individualismo, da liberdade do homem embora limitada pelos valores cristãos. Ama o próximo como a ti mesmo, é o que coloca os limites do "nem tudo convém", diferenciando-o do simples egoísmo que não leva os demais em consideração. Esta liberdade individual inclui as liberdades de querer, optar, pensar, falar, escrever, opinar e publicar. De trabalhar em qualquer ocupação à sua escolha, de ter posses e dispor livremente delas, sem constrangimentos, inclusive testar, de escolher seu cônjuge livremente e assim criar seus filhos educando-os dentro dos seus princípios. Liberdade de consciência e de culto, de estabelecer-se onde melhor lhe pareça, sair ou entrar livremente de seu país. De definir seu próprio conceito de existência, de sentido da vida e do universo. Toda a cooperação do governo deveria ser no sentido de assegurar e defender estas garantias protetoras da vida, das pessoas e da propriedade privada. Não foi outra coisa que levou o Ocidente, principalmente os Estados Unidos da América e a Inglaterra, ao impressionante surto de descobertas e invenções do final do século XIX e início do XX. Na esteira da Revolução Industrial que datava já de um século houve um incremento monumental do acúmulo de capital que permitiu uma imensa expansão em todos os setores da economia. Certamente o fim da Guerra Civil Americana e a expansão para o Oeste levada a efeito por indivíduos livres, cada vez mais distantes dos centros do poder,
tiveram um papel relevante na evolução do próprio conceito de liberdade. Nem mesmo na época dos Grandes Descobrimentos ocorreu esta evolução, pois ou eram projetos estatais ou dependeram enormemente da mão gorda do Estado. Vasco da Gama, Colombo, Cortez e Cabral estavam mais para funcionários da Coroa do que para campeões da liberdade. Muito diferente foi a Conquista do Oeste Americano realizada sob a égide de homens livres que corriam para ganhar suas vidas e de suas famílias e a tudo estavam dispostos para defender o que iam conquistando. Remember the Alamo, Davy Crockett, Sam Houston, Stephen Austin, Lewis & Clark. Por que não "Doc" Holiday e Wyatt Earp e seus irmãos. É o espírito dos cowboys, da liberdade das pradarias - tão desprezados pelos intelectuais de gabinete que não se arriscam nem em ir até a esquina - que constituiu a saga formadora dos Estados Unidos da América. Armando Ribas coloca a questão em seus devidos termos: "Onde estaríamos se os cowboys não tivessem ganho dos Sioux, Apaches, Comanches e outros? Poderíamos pensar que os caçadores de búfalos que dançam com lobos seriam capazes de destronar o Kaiser, vencer a Hitler, Mussolini e Hiroíto e conter o Império Soviético e a China de Mao? Certamente não, a vitória nesta luta pela liberdade que se iniciara em Filadélfia foi e seguirá sendo a dos cowboys que acreditaram nos direitos individuais e lutaram por eles, e não dos que chegaram ao Terceiro Milênio pela mão da Razão do Estado, sublimada pelo voto universal na Social Democracia" (Entre Cowboys y Jacobinos). A TRISTE HISTÓRIA DA LIBERDADE DA AMÉRICA LATINA Os Founding Fathers antes de chegarem ao texto constitucional discutiram longamente as relações entre liberdade, justiça, democracia e o significado da expressão todos os homens nascem iguais. Os Federalist Papers são uma mostra eloqüente desta discussão. Isto nunca ocorreu na Europa e, conseqüentemente, no nosso Continente. Herdamos de forma crua os princípios igualitários da democracia franco-germânica e, inevitavelmente, herdamos também a propensão européia às tiranias. Ironicamente a obra mais conhecida de Hayek não se aplica aqui: não estamos e nunca estivemos no Caminho da Servidão, vivemos nela
apresenta periodicamente análises sobre política brasileira e internacional. Em muitos de seus artigos, De Paola se dedica a analisar e esclarecer as políticas públicas voltadas para dependentes de drogas. De Paola defende uma ampliação do debate na mídia e na universidade sobre os fundamentos morais e éticos da doutrina liberal, como forma de aprofundar as análises sobre os rumos da democracia, principalmente nos países latino-americanos onde, segundo ele, os espaços de debate estão doutrinados pelo pensamento de esquerda. "Há uma grande confusão sobre os conceitos-chave do liberalismo, como democracia, individualismo e império das leis e até mesmo sobre o que é o liberalismo. Outra confusão é sobre o princípio liberal do individualismo que, na doutrina, não tem a conotação pejorativa que se tornou senso comum hoje. Tal desorientação é articulada e resulta num desconhecimento sobre as propostas sociais da doutrina liberal, que não são poucas. Basta dizer que nos países mais liberais, a distribuição de renda entre a população é mais equilibrada", defende De Paola.
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Criam-se os instrumentos para o fisiologismo (...). Corrompe-se o sistema (...). É a regra do jogo (...). A estrutura do governo serve como fonte de renda para os partidos (para fazer caixa). Sempre serviu. E no governo o poder é uma festa.
aberta a porta para se chegar ao poder por um processo não-revolucionário, por meio do voto, que não machuca ninguém. E é o que estamos assistindo agora. Por que? Porque temos um sistema político que sempre fornece imensa vantagem a quem mais mentir, a quem mais usa a demagogia e a quem consegue ser mais populista, especialmente numa sociedade de massa culturalmente atrasada. No regime monárquico, a sucessão é hereditária e o chefe de governo é eleito pela maioria parlamentar. E são democracias mais qualificadas do que as nossas. Mas se não gostamos de cabeças coroadas, vemos outras democracias na França, Itália, Alemanha ou Portugal, onde o chefe de Estado, que não governa, é eleito pelo voto majoritário da sociedade, mas o chefe de governo é eleito pela maioria parlamentar. Mas nós achamos que a boa democracia é a que temos no Brasil, na Colômbia, na Venezuela, no Peru, na Bolívia e, se não for assim, não é democracia. Mas de onde nós tiramos essa idéia? Quem nos vendeu semelhante disparate? Porque, além disso, há um parlamento. E, no Brasil, um parlamento que se divide em duas casas. E como estupidamente não é a maioria parlamentar que faz o governo, é o governo que tem que buscar a maioria parlamentar. E não basta montá-la no dia 1º de janeiro, tem que mantê-la no dia 2, no dia 3, no dia 4, no dia 5 de janeiro e a cada votação significativa do Congresso Nacional. A que preço? O preço pode ser a partidarização da administração. O eleito dessa forma, segundo essas regras, é, ao mesmo tempo, o chefe de Estado, o chefe de Governo e da Administração, coisa que nenhum país sensato adota. O resultado também é a ideologização da administração e se substitui a carreira por mérito pela filiação partidária. Além de prejudicar o mérito, multiplicam-se os cargos de confiança e a conta vai para a sociedade. Criam-se instrumentos para o fisiologismo. Corrompe-se o sistema, porque os agentes políticos, colocados nessas instituições, confundem administração com governo e servem aos partidos po-
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líticos para fazer caixas de campanha. Ou não é verdade? É a regra do jogo. E depois queremos fidelidade partidária. A estrutura do governo serve como fonte de renda para os partidos. Sempre serviu. O poder é uma festa. Lula criou 32 ministérios no começo da festa, 32 para compor a sua base de apoio. Oferecia ministérios como se oferecesse salgadinho em coquetel. Trinta e dois ministros de quem ninguém no País sabe o nome. O sistema eleitoral estabelece um abismo entre as qualidades que se exige para ter o voto e as qualidades que se exige para governar. Como botar tudo isso na mesma pessoa? Depois, nos queixamos que não temos estadistas. Por que isso acontece? Por que somos burros? Por que não há ninguém aqui que conheça a história? Ou que tenha visão correta da política? Simplesmente porque, com visão correta da história, com visão correta da política, com visão correta da economia, não se elege presidente. Para se eleger presidente é preciso distribuir quindim na vila e prometer que vai continuar distribuindo quindim na vila. Quem não fizer isso não se elege. Mas que diabo de democracia é essa? Quando se poderá colher bons frutos nessa estrutura? No parlamento, a coisa se agrava, porque as instituições quando funcionam, e funcionam, elas não só permitem como estimulam a representação política dos grupos de interesse. Como se resolve isso? Responsabilidade das elites. De todos aqueles que têm um pouco de capacidade de análise. As elites não têm o direito de querer solução se sequer conhecem o problema. Qualquer cidadão brasileiro faz uma excelente análise de qualquer partida de futebol. Conhece a história de seu clube, seus melhores atletas, seus bons presidentes, comenta a escalação das equipes, mas não sabe porcaria nenhum da história de seu País, não conhece os que foram seus estadistas, o pai da Pátria, e é incapaz de fazer uma análise política com conseqüência, causa e relação. Por que? Porque a imprensa esportiva é muito mais competente do que a imprensa política brasileira. Não é diferente da sua elite.
Os fundamentos cristãos da liberdade
Leonardo Rodrigues/Hype
Alejandro Chafuén
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ou falar um pouco como recomendava Francisco de Victória. Ele, assim como Sócrates e Jesus, nunca escreveu. Seus discípulos escreviam seus livros. E ele dizia que é necessário ensinar e falar com uma velocidade que permita que as pessoas tomem notas. A essência da tese do meu trabalho, que venho realizando há mais de quarto de século, é a análise das raízes escolásticas da economia de mercado. Meu livro foi publicado inicialmente em inglês, por uma editora jesuíta chamada Christian for Freedom. Depois foi lançado na Polônia, Itália e Alemanha. A última edição se denomina Faith and Liberty (Fé e Liberdade), e é um tratado no qual incluo, citação após citação, todas as contribuições dos autores da Escolástica tardia, que é a última etapa da época medieval, sobre temas de ec0nomia de mercado. Autores, como Schumpeter, reconheciam-nos como os Pais da Economia, porém houve uma campanha de silêncio sobre as contribuições desses autores e eu me dediquei um pouco a trazer essas obras novamente à luz. Mas as Economia não existe no abstrato. Ela precisa de um marco de direito, que surge através da atividade política. Atualmente comecei a estudar também qual a contribuição desses autores escolásticos para as instituições políticas que tanto queremos e que tanto nos fazem falta e, especialmente, para a tradição democrática. Para tornar essa apresentação um pouco mais pessoal, vou me concentrar um pouco mais nos escritos de um autor chamado Roberto Bellarmino, que foi canonizado bem mais tarde, mais de três séculos após sua morte. Talvez possamos discutir o por quê disso. Na verdade, ele teve grande influência. Pouco a pouco, autores renomados e não-católicos foram reconhecendo a influência desses autores. De Harold Berman, em temas de Direito. Um novo livro escrito por Rodney Stark, com o título The Victory of Reason (A Vitória da Razão), dá a esses autores todo o crédito. Autores de Cambridge, Quentin Skinner, Bernice Ha-
CEO e Pesidente da Atlas Economic Research Foundation e do Hispanic American Center foi Economic Rersearch milton, Carlos Tezter, da Fordham , Dan Roover, Greg Hutchinson e outros, Rothbard falando da contribuição econômica. Livro após livro que estuda esses autores estão dizendo que essa foi uma mudança radical na forma de considerar os limites do poder, não apenas a economia de mercado. Existe uma obra de um sacerdote chamado Rager, John Rager, cujo título é C at h o li c Sources of the Declaration of the Independence (Fontes Católicas da Declaração da Independência), publicado em 1930. Vou mencionar alguns parágrafos (desse texto) que mostram a semelhança entre os trabalhos de Santo Tomás, Roberto Belarmino e também da Declaração da Independência (dos Estados Unidos). Roberto Bellarmino nasceu em 1542 em uma cidadezinha chamada Montepulciano, que fica a 60 quilômetros da cidade de Siena, na Itália. Desta cidade surgiu também um grande economista franciscano chamado São Bernardino de Siena, que trouxe grandes contribuições à teoria do valor, além de San Antonino de Florença, que muito contribuiu em outros campos da economia der mercado. Bellarmino se criou nesse campo. Sua mãe se casou aos 12 anos e, aos 15, deu à luz. Bellarmino ingressou na ordem jesuíta, uma ordem que fazia dumping: o colégio onde estudou era gratuito e, por isso, irritou todas as escolas concorrentes. Quando entrou na Universidade mais famosa, que era a Harvard de Public Policy (Políticas Públicas) da época, ou seja, o Colégio de Roma, que também nada cobrava. O anúncio da universidade dizia "Ensinam-se Ciências, Literatura e Matemática grátis". Essa é uma boa forma de disseminar idéias. Francisco de Victoria, fundador da Escola de Salamanca, partilhou muitas idéias de San Antonino de Florença, cuja obra traduziu quando estava na Sorbonne. Atualmente, na sede das Nações Unidas, em Nova York, há uma grande estátua de Francisco de Victoria, grande defensor dos direitos humanos. Não foi apenas um grande defensor dos direitos humanos políticos, mas tam-
O argentino Alejandro Chafuén é, desde 1991, o presidente e o CEO da Atlas Economic Research Foundation, uma organização dedicada aos estudos do liberalismo, e também presidente e fundador do Hispanic American Center of Economic Research (Hacer) além de atuar como consultor e membro de conselhos diretivos de diversos institutos europeus e latino-americanos, Acton de Religión y Libertad (Michigan), Fraser Institute (Canadá), la Fundación Internacional por la Libertad (Madrid). Graduado pela Universidad Católica Argentina e obteve PhD em Economia pelo International College. Atualmente, ele ocupa posições como professor assistente na Universidad Católica Argentina, Universidad de Buenos Aires e Hispanic American University. É autor dos livros Faith and Liberty: The Economic Thought of the Late Scholastics (Lexington Books, 2003) e Economía y Ética (RIALP, 1991), publicados em diversos países.
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Como analista de questões econômicas, de segurança e estratégia relativas à América Latina, Chafuén também tem coladorado para diversos jornais como La Nación (Argentina), El Mercurio (Chile) e Wall Street Journal (EUA), sempre destacando as relações entre economia e ética e a importância da responsabilidade social, bem como os efeitos nocivos da corrupção difusa para o desenvolvimento econômico e para a garantia das liberdades. Chafuén, que se declara católico romano, também tem destacado em seus artigos e palestras a ligação dos católicos desde a origem, a partir das reflexões dos autores escoláticos, do pensamento cristão da Idade Média, com a defesa da liberdade, a compreensão da pobreza, das instituições jurídicas e da democracia. "Para esses autores, o ser humano não é visto somente como indivíduo, mas como um centro de inteligência, espírito e sentido social", disse Chafuén em sua palestra durante o Seminário Democracia Liberal e o Império das Leis. "A essência do cristianismo se mostra no livre arbítrio". http://pws.prserv.net/ usinet.chafuen/ Chafuenweb.htm
bém grande defensor dos direitos econômicos, grande defensor da propriedade privada e do livre comércio. Outro grande autor foi Juan de Mariana. Um pouco mais velho do que Bellarmino, os dois estudaram e lecionaram no Colégio de Roma na mesma época, na segunda metade do século XVI. Todos esses autores criticaram fortemente o direito dos reis ao poder absoluto. Foram os primeiros a fazer esse tipo de crítica. Juan de Mariana, inclusive, alcançou a fama com o livro e a menção ao tiranicídio. O interessante é que seu livro sobre o rei e o poder real, no qual trata do tiranicídio, foi dedicado ao rei e por ele autorizado E Juan de Mariana nunca foi preso por isso. Mas esteve preso por um tempo, e teve seus livros no Índex, quando criticou o rei por emitir moeda e desviar dinheiro falsificando a moeda. Esse livro o levou à prisão. No entanto, paradoxalmente, quando proclamava o direito à denúncia e a própria denúncia do tiranicídio, não foi mandado para a prisão. Por que é tão importante esse tema? Por que esses autores, não era apenas um, ainda que Bellarmino tenha alcançado a fama por esse assunto, porém Lugo ou Escobar, na França, foram uma ponte para os grandes pensadores anglo-saxões posteriores. Vou citar John Locke, que dedicou os últimos dez anos de sua vida a estudar e escrever livros sobre religião. Comentários sobre as epístolas de São Paulo e um livro sobre a Razão do Cristianismo. No entanto, muitos dos meus amigos libertários omitem esses escritos de Locke. É muito difícil provar que James Madison ou Thomas Jefferson tivessem alguns desses livros de Bellarmino. Madison estudou em Princeton e lá se encontravam as obras de Bellarmino, especialmente o livro Um Tratado de Governo Civil, que pode ser encontrado por meio da Internet.. A organização norte-americana Liberty Fund está trazendo as obras de Bellarmino de volta ao prelo. Porém se é certo que não havia livros de Bellarmino na biblioteca de Jefferson, havia livros não só de Juan de Mariana como de todos os que se opunham a Bellarmino e defendiam o direito divino dos reis. Em especial, o livro de Robert Filmer, que era teólogo do rei , defendia o direito divino dos reis e mencionava as opiniões de Bellarmino. Jefferson, quando teve que escolher livros para presentear Madison, escolhe A História da Espanha, de Juan de Mariana. Então, ele conhecia a obra de Juan de Mariana. Aliás, o contato com toda essa obra permite perceber os princípios republicanos que permeavam o pensamento de Juan de Mariana. Os princípios desses autores repousavam nas pessoas, e eu acredito que aí está o salto mais importante da civilização. E quando se atingiu isso? Quando o ser humano se enxergou não apenas como indivíduo, mas como um ser com inteligência, com espírito, com alma e com um sentido social.
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Quando liberalismo defende, quando os liberais clássicos da Antropologia, de Locke a Bastial, de Hume a Smith, por mais distintas que fossem suas religiões, era a mesma visão do ser humano, não era a visão individualista, não era o ser humano como um simples número, porque, caso se tratasse de um simples jogo de números, a maioria sempre acabaria violando os direitos das minorias. Vamos ler agora frases da Declaração de Independência dos Estados e compará-las com o que disse Bellarmino. O pensamento é o mesmo. Declaração da Independência: "All men are created equal. They are endowed by their Creator with certain inalienable rights" (Todos os homens são criados iguais. Eles são agraciados por seu Criador com determinados direitos inalienáveis.) Bellarmino: "Al men are equal, not wisdom or grace, but in the essence and nature of mankind." (Todos os homens são iguais, não em sabedoria ou graça, mas na essência da natureza de sua humanidade.) A função do governo, segundo a Declaração da Independência: "To secure these rights, governments are instituted amon men". (Para assegurar esses direitos, são instituídos governos entre os homens.) Bellarmino: It is impossible for men to live together without someonde to care for the common good. Men must be governed by someonde lest they b willing to perish." (É impossível aos homens viverem em sociedade sem alguém que zele pelo bem comum. Os homens devem ser governados se não quiserem perecer.) Eu poderia seguir citando parágrafo por parágrafo. E algo importantíssimo, que não cheguei a mencionar ainda é que Francisco de Victoria foi quem nos deu a visão de que os direitos que temos, nós os temos por sermos pessoas e não por graça de Deus. Porque se fosse por graça de Deus, os pecadores não teriam direitos. Por mais pecadores que sejamos, não perdemos o direito de propriedade, o direito de voto e outros direitos. Foi a primeira vez que essa mudança radical de pensamento foi registrada no Ocidente. Essas boas idéias às vezes podem perder seu efeito, porque não ocorrem por um passe de mágica. Necessita de trabalho duro. Na verdade, os fatos concretos da História dependem de quatro coisas: Idéias; Interesses; Liderança; Providência. Com a Providência é muito difícil trabalhar. Podemos rezar e ser melhores, porém os outras três passos dependem de trabalho duro. Tudo depende disso.
A palavra é Liberdade
Miguel Rojo/AFP Photo
Luís Alberto Lacalle
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ocês sabem que os ex-presidentes são como os dragões de porcelana: todos gostam mas ninguém sabe onde colocálos. (risos) Então uma ocupação que têm os ex-presidentes, que não é dizer o que nós todos sabemos, é que temos uma coisa que não se compra nos mercados, que é experiência. Não vejam nestas minhas palavras uma pretensão acadêmica, mas simplesmente uma reflexão acerca dos conquistas atuais com as experiências que cada um de nós viveu. Dizem que a História é a mestra da vida, mas creio que a História é como o espelho retrovisor dos automóveis: para avançar se olha para trás, para ver o trânsito que passou. Então, sem outra pretensão, vamos tratar desse tema, um tema difícil, porque pedir idéias acerca da implementação de políticas liberais ou políticas de qualquer tipo é ingressar em um campo muito difícil, já que nos tenta o voluntarismo de não ter de chamar a realidade tal como é. Creio que é necessário fazer uma análise dos últimos anos da história da região para ter uma noção de onde estamos situados. A pessoa negativamente mais importante na história do século XX, em nossa região, é o comandante Fidel Castro. Essa figura, essa pessoa, dotada de uma enorme quantidade de dons, mal usados, mas com o dom da persistência, de uma vontade tremenda, converteuse no fator mais negativo da história ibero-americana. Ninguém teve mais influência do que ele na história ibero-americana. Recordemos que a independência dessas nações (não a do Brasil, que
Advogado e Jornalista, ex-presidente do Uruguai entre 1990 e 1995 pelo Partido Nacional – conhecido como Blanco – de tendência liberal, do qual é, atualmente, um dos dirigentes. praticamente teve seu nascimento como nação independente, como todas as coisas dessa grande nação tão peculiar), as do lado da América hispânica, a guerra da independência, transferiu para a América o pior da Revolução Francesa: a desqualificação do adversário, a concepção de serem donos da verdade e, como conseqüência, a de serem donos da morte. Foi o pior da Revolução Francesa transferido a uma realidade que estava em formação, uma série de solavancos no ritmo dos países, com a metrópole tomada em seu pior momento de políticas econômicas, formando uma mistura muito explosiva e que nos deu essa sangrenta história de revoluções e de achar que somente alguém teria a verdade. Tudo isso voltou na revolução cubana. A revolução cubana não somente se limitou a fazer em seu país essa revolução, mas teve uma função messiânica e tratou, por todos os meios, de difundir a revolução ao resto dos países da América do Sul, da América Latina (eu gosto mais de Ibero-América). Esses países encontravam-se em diferentes estágios de aperfeiçoamento de suas democracias, mas todos caminhando para isso. Nós sabemos que a democracia não é uma planta facilmente tratável, os conceitos genéricos são universais, mas sua aplicação é planta nativa, local. Não é a mesma democracia no Chile, no Paraguai, nem no Peru ou no Uruguai. Ela se aclimata às instituições locais. Mas todos os países iam mais ou menos aperfeiçoando-a com a sabedoria que dá o tempo e com o ritmo da História, que é relativamente acelerável, pois não se pode
Membro de uma tradicional família de políticos, Luís Alberto Lacalle foi presidente do Uruguai entre 1990 e 1995 pelo Partido Nacional – conhecido como Blanco – de tendência liberal, do qual é, atualmente, um dos dirigentes. Advogado e Jornalista, é doutor honoris causa pelas Universidades Complutense de Madrid, Hebraica de Jerusalém, Autônoma de Guadalajara e Nacional do Paraguai. Antes de assumir a presidência, Luís Alberto Lacalle foi eleito para a Câmara dos Deputados e, no início da década de 80, participou ativamente do processo de recondução do Uruguai à democracia, defendendo o fim do regime militar no país em artigos e em debates políticos. Nas eleições de 1984, foi eleito senador da República.
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Durante seu mandato como presidente, Lacallle envolveu-se no projeto de consolidação do Mercosul e promoveu reformas na administração como o saneamento das finanças públicas, privatizações e a redução da participação estatal na economia. No comando do Estado uruguaio, sentiu na pele as dificuldades de implementar os preceitos liberais num país latinoamericano e, em alguns momentos, enfrentou forte resistência da opinião pública contra seus projetos. Um exemplo disso foi a aprovação da Lei de Modernização, que permitia a privatização de serviços públicos e a entrada de capital estrangeiro em estatais. Para Lacalle, que tentou na prática implantar a teoria de governo liberal num país latinoamericano, uma liberalização política e econômica plena na região é impossível, principalmente porque os estados latino-americanos têm uma longa tradição de intervenção e forte participação na economia. Ainda assim, Lacalle acredita na adoção de medidas liberais eficazes, para a solução de problemas maiores como elevados gastos públicos estatais e elevada carga tributária.
acelerar a História. É nesse contexto que aparece esse horrível conceito dos marxistas, que diziam que o pior era o melhor, que havia que destruir, que havia que se terminar com o que existia, que nada era bom, ou que a partir disso se ia construir o homem novo, a sociedade nova, ou seja, a tábula rasa, o momento sério da História. Eu falo por experiência, eu que sou oriental (uruguaio, da República Oriental do Uruguai) e vivo em um país no qual meu partido, o Partido Nacional, vai completar 170 anos de idade, é o partido político mais antigo do mundo. Seu companheiro dialético, o Partido Colorado, é similar em antigüidade. No Uruguai, nos anos 60, se vivia a mais ampla liberdade de expressão, de cultura, se podia votar no partido trotskista, no partido anarquista, no partido comunista, na União Cívica, na União Popular, no Partido Colorado e no Partido Nacional. Podia-se fundar partidos com 200 assinaturas, havia representação absoluta e total, proporcional, integral, nenhum ponto ficava sem representação. E é nesse país, que podia ter conjunturalmente problemas econômicos e um Estado excessivamente crescido, que irrompe um grupo de jovens que diz: "Não, isso está mal, nós sabemos mais que todos". Pecado de soberba, o primeiro pecado que se comete politicamente em nosso país e naquela nação onde se convivia, se respeitava, se escutava, onde o respeito florescia, começaram a matar com bombas, a seqüestrar e a roubar. Esse novo jacobinismo destruiu um alto nível de funcionamento democrático. Não podemos esquecer esses episódios, que são o pano-de-fundo do que estamos vivendo agora. Era o Uruguai um país democrático a ponto do próprio Che Guevara, na Universidade de Montevidéu, antes desses episódios, dizer: "Ao Uruguai não faz falta a revolução, terá que ser pelo caminho do voto". Che Guevara, que era um republicano destemido. Ou seja, para falar das políticas que queremos promover temos
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que ter em conta o entorno, e para mim o entorno começa ali. Dirão os jovens: faz muito tempo. Sim. Mas por que estamos falando hoje desse tempo de Fidel Castro? Porque houve uma renovação desse tipo de idéias nos acontecimentos que estamos vivendo agora. Castro é um homem de sorte, teve a Guerra Fria para poder viver nela, teve o padrinho soviético e, quando acabou o padrinho soviético e a coisa parecia ter acabado apareceu a União Européia com alguma política tíbia e agora aparece outro padrinho, vizinho e próximo, que é o presidente Chávez. Com isso, se reedita então, já não com bombas, já não com a agressão direta, essa política de radicalização, que é a que estamos vivendo e a qual tememos. Eu temo toda política que diga: você não tem razão porque pertence a outro partido. Me parece que aí está o germe das piores coisas, a desqualificação do outro, os argumentos ad hominem; não tem razão porque é do partido tal ou não tem razão porque é sindicalista. Essas são as sementes: eu era universitário nos anos 60 e vimos nascer esse monstro de totalitarismo e da intolerância nas pequenas coisas, mas não se pode falar numa universidade porque é de direita ou de cima ou de abaixo. O que quer dizer ser liberal em nossa América nos tempos atuais? Comecemos por dizer que, se a palavra liberal está acompanhada de neoliberal, se acentua esse caráter negativo. Houve aí um triunfo midiático, há uma grande vitória semântica. Portanto, remontar um conceito em que não se acredita, que tem más relações públicas, que tem um nome ruim, é uma tarefa muito difícil. Algum fundamento há nesse nome ruim porque, lamentavelmente, em muitos países da nossa região, quando se aplicaram políticas que não eram políticas, que eram simplesmente impulsos, elas já foram taxadas de liberais ou neoliberais. E muitas vezes essas políticas não foram liberais, foram simplesmente oportunidades de liquidação de
patrimônios e bens públicos, sem utilização desse dinheiro para, convertido em outra forma de capital, fazer obras, investir e pagar dívidas. Foi uma liquidação econômica, contrária a toda idéia liberal. Um liberal sabe que se move com liberdade nessa visão dos patrimônios estatais, mas não os destrói. Não é um arremate, um leilão, como se diz nesta terra. Eu creio que produziu-se um dano tremendo ao conceito liberal e neoliberal nessas circunstâncias. Hoje estamos diante desse ataque, que dizíamos renovado mas vestido de outra maneira. O presidente Chávez tem uma legitimidade de origem, eu estive presente na eleição como observador, quando ele triunfou nas eleições, mas o que acontece é que faz falta ou não é suficiente a legitimidade de origem, pois o sistema democrático requer legitimidade de exercício, é uma continuada tensão da vontade no cumprimento da lei. A democracia não é um espasmo, não é um momento, é viver debaixo de regras. E quem primeiro deve viver debaixo das regras é o primeiro cidadão, o que exerce o poder. Por isso estamos notoriamente frente ao muito poderoso, porque ele usa o galardão de ter sido democraticamente eleito e todo dia recorda isso. Mas sabemos que isso não se cumpre no caso dessa pessoa. O senhor Chávez tem todo o direito de governar o seu país, mas o que não podemos e nem vamos tolerar é a sua intervenção nos demais países. Se não gostamos da intervenção norte-americana, tampouco gostamos quando é venezuelana e nem quando é cubana. Nós não queremos nenhum tipo de intervenção em nossos países. E junto com esse estilo de governo de um fanático, como eu chamo, há um ataque mais sutil, mas não menos eficaz, à democracia direta, à democracia representativa, por meio da democracia direta. Está começando de novo a se promover a idéia de que o povo sabe melhor que ninguém, coisa que está no embasamento de nossa teoria. Mas a democracia repre-
A independência transferiu para a América o pior da Revolução Francesa: a desqualificação do adversário, a concepção de serem donos da verdade e, como conseqüência, a de serem donos da morte. E que nos deu essa sangrenta história de revoluções.
sentativa não existe nem pelo número de cidadãos e nem pela complexidade dos assuntos de governo, a possibilidade da democracia da praça, da assembléia. No entanto, o populismo exerce para certo tipo de governante um especial atrativo, o que faz é gritar homologando a palavra do líder máximo. Estamos vivendo esse tipo de manifestações, algumas mais sutis, como em meu país, onde se propugna que o povo faça a nova lei da educação. Vai sair o governo de praça em praça para escutar as opiniões do povo sobre educação, um tema técnico, difícil e complicado? Há quem queira e diz que a partir disso vai se edificar uma peça de legislação, um projeto de lei. Vemos então que não é fácil a tarefa de promover as idéias liberais. Eu creio que a primeira noção que temos que ter é jogar também com a parte terminológica, não falar mais de liberalismo, falar de liberdade, nos apropriarmos da palavra liberdade, que é essencial. Penso em três campos de luta: o acadêmico, o dos jovens e o dos dirigentes políticos. Estamos diante de uma tarefa que é abrir as mentes, contrapor-se a uma cultura, contrapor-se a uma informação errônea. Me parece que no campo acadêmico é onde é mais notória a luta porque aí é frontal. Há que se fazer esse tipo de conferência em todas as capitais de nossos países e aí convidar para à reflexão e chamar ao debate público, porque no campo acadêmico temos que alcançar uma vitória, que é a de retomar o prestígio e a força das idéias liberais frente a todas as manifestações de totalitarismo. Com os jovens a tarefa é, quiçá, mais difícil, mas essa terra está mais fértil. Eu noto que há um retorno do pêndulo ao centro em matéria de gente jovem. Digo isto porque tenho pesquisas de opinião e me dei conta que nos diversos segmentos etários encontramos uma faixa de 22, 23 e 25 anos que não está comprometida com ninguém, uma massa pronta a ser cultivada, mas que também se afastou daquele clichê SETEMBRO/OUTUBRO 2006 DIGESTO ECONÔMICO 47
Obstáculos à liberdade na América Latina Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas não me deixarei escravizar por coisa alguma". São Paulo Primeira Epístola aos Coríntios (1 Cor. 6, 12)
Nada é mais rico em privilégios do que a arte de ser livre; mas nada é mais árduo que o aprendizado da liberdade" Alexis de Tocqueville
Reprodução
Declaração de Independência dos Estados Unidos: o reinado do liberalismo.
Heitor de Paola Organizador Técnico e Coordenador do Seminário sobre Democracia Liberal: Liberdade, Democracia e o Império das Leis
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WEB
@ http://www.atlasusa.org A Atlas Economic Research Foundation foi fundada em 1981 com o objetivo de reunir instituições e pensadores que se dedicam a promover idéias liberais como os direitos individuais de propriedade, império da lei e regime de mercado. A fundação apóia projetos e estudos na área de políticas públicas e mantém em seu site uma série de informações relativas a oportunidades de financiamento de projetos, calendário de eventos, artigos e análises, além de uma extensa relação de instituições identificadas com a causa liberal em todo o mundo. http://www.liberaux.org/wiki/ Wikibéral é um site francês que se propõe a criar uma enciclopédia construída pelos usuários cadastrados sobre temas relativos ao liberalismo. De livre acesso, o site faz parte de um fórum dedicado exclusivamente à filosofia, ao pensamento e à doutrina liberal (www.liberaux.org), do qual qualquer pessoa pode participar com mensagens em francês. http://www.causaliberal.net O site português Causa Liberal reúne artigos sobre economia e política além de textos de debate sobre a teoria liberal clássica e resenhas de livros. A teoria da Escola Austríaca do liberalismo, globalização, capitalismo, história do pensamento liberal e sua relação com os fundamentos cristãos são alguns dos temas em debate. http://www.ffn-brasil.org.br Site do Instituto Friedrich Naumann no Brasil, voltado ao debate de temas como democracia e estado de direito; direitos humanos e proteção de minorias; abertura de mercados; liberalismo e responsabilidade social;
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federalismo e descentralização. No site é possível acessar o conteúdo online de periódicos da instituição e ter acesso a uma mini-enciclopédia com verbetes relativos aos principais preceitos do liberalismo e biografias dos principais pensadores das diversas escolas liberais. http://www.institutoliberal.org.br O Instituto Liberal se propõe a oferecer um site que sirva de referência sobre o pensamento liberal no Brasil e no mundo e reúne em sua página informações sobre publicações, seminários sobre liberalismo e links para instituições liberais no Brasil ou no exterior. Tem também uma área de debates com artigos exclusivos, além de textos traduzidos ou reproduzidos de outras publicações. http://www.braudel.org.br O Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, assim batizado em homenagem ao historiador francês que participou da criação da Universidade de São Paulo (USP), realiza pesquisas e debates públicos sobre temas como governabilidade, crises políticas, política fiscal e monetária, segurança pública, federalismo, mobilidade social, ética econômica e política e a inserção do Brasil e da América Latina na economia mundial. No site, é possível acessar artigos dos pesquisadores do instituto. http://fr.liberpedia.org Liberpedia é uma enciclopédia online em francês construída pelos próprios internautas e que traz definições dos principais conceitos liberais e libertários, reunindo em um só portal tanto informações sobre o liberalismo como sobre o anarquismo, com evidente prevalência da primeira linha de pensamento.
VISÃO 20:21, Bill Emmott Record, 2006, R$ 51,90
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século 20 foi marcado por crises e percalços econômicos que, se causaram traumas, também podem servir de lição para um século 21 menos turbulento. Esta é a proposta da análise que Bill Emmott faz das questões econômicas e políticas da atualidade. Sem limitar sua análise a um só país ou região, o autor - que por 13 anos foi editor-chefe do semanário liberal britânico The Economist defende que a saída para um século 21 menos tumultuado está nos preceitos econômicos do liberalismo e que uma das principais ameaças para o futuro é mesmo o terrorismo. (Ele fala do ponto de vista de um cidadão de do Reino Unido, recentemente vitimado por ataques terroristas e que participa da operação militar no Iraque). Mas, ao contrário do que muitos analistas afirmam, Emmott reconhece um fortalecimento global do liberalismo no mundo e afirma que este vai se fortalecer ainda mais no século 21. Com um texto de tom jornalístico, ágil e atualíssimo, Emmott cita os pensadores clássicos com parcimônia e se concentra em questões mais práticas do que teóricas. Na primeira parte do livro, A Paz Desafiada, o autor se debruça principalmente sobre a questão da supremacia militar e econômica dos Estados Unidos no mundo contemporâneo. Quais seriam as ameaças ao "império" norte-americano? O declínio tão anunciado e esperado está próximo? A resposta de Emmott a tais questões é uma análise de prós e contras. De um lado, ele enxerga a vulnerabilidade econômica do Japão, país aliado norte-americano na Ásia, e a ambição de crescimento desmedida da China, na mesma região. Estes dois fatores tornariam a liderança norte-americana mais frágil na região. Além disso, os Estados Unidos lutam contra um opositor político e econômico de peso no cenário global, a União Européia. Apesar de uma abstração geográfica, a Europa, para Emmott se alimenta de uma inveja dos Estados Unidos que pode mobilizá-la para um processo de construção de hegemonia paralela com força considerável. Além de tudo isso, os norte-americanos enfrentam o terror e as turbulências regionais que, se não chegam a ameaçar sua predominância econômica e política, questionam o tempo todo os ideais defendidos pelos norte-americanos, como a paz, a democracia e a liberdade. Mas o império tem na manga alguns trunfos: o poderio militar, a capacidade de construir coalizões internacionais poderosas, o discurso de defesa da democracia e do desenvolvimento econômico para além de suas fronteiras. Além disso, seus opositores também têm suas fragilidades. A China, por exemplo, com seu sistema político totalitário pode sucumbir a uma eventual virada democrática. A Europa está concentrada em construir sua unidade geopolítica. Colocados na balança os itens positivos e negativos, Emmott conclui que é pouco provável que o século 21 assista ao declínio do império americano, ainda que algumas crises sejam inevitáveis. Para Emmott, "o mundo seria ainda mais intrincado e desordenado sem a liderança americana" e é por isso que, na sua opinião, o século 21 já começa um passo à frente do século 20. "Com a liderança americana, especialmente em questões de segurança, mas igualmente na economia, há uma boa chan-
Liberalismo, uma receita contra o terror. Divulgação
Emmott aponta o liberalismo como a saída deste século. E o terrorismo é a ameaça. ce de que as ameaças de terrorismo e armas de destruição em massa possam ser subjugadas - embora nunca eliminadas - e a crescente prosperidade do processo de globalização continue". Na segunda parte do livro, o jornalista analisa especialmente o capitalismo e os questionamentos em torno desse sistema tão impopular e pesadamente criticado. Ele não nega que o capitalismo tenha suas instabilidades e crises, nem que tenha em sua base desigualdades sociais cruéis e que tenha causado irreversíveis danos ao meio ambiente. Mas aponta que tudo isso será, se não totalmente superado, com certeza amenizado durante o próximo século. Emmott não deixa de defender o capitalismo, mas também não deixa de apontar fatos concretos inquestionáveis e, como ele mesmo diz, "desoladores", como o aumento da desigualdade entre países e, na África subsaariana, o aumento da desigualdade interna. Mesmo assim, ele aponta que os ideais clássicos do liberalismo podem, num contexto menos turbulento como o que ele traçou na primeira parte do livro, ampliar as áreas de influência dos benefícios do desenvolvimento econômico. Um dos pontos altos do livro é mesmo essa freqüente contraposição de teses e antíteses, para demonstrar que nem tudo pode ser linear e simplificado quando se trata de analisar a atualidade e as perspectivas para o futuro. Essa referência às contradições é, segundo o autor, uma demonstração da humildade intelectual que deve acompanhar a premissa liberal e, sobretudo, uma ressalva sobre a concentração ilimitada de poder. "Liberalismo envolve, ou deveria envolver, a consciência de que a ciência não tem todas as respostas, e que o progresso tecnológico não irá inevitavelmente tornar as coisas melhores. Humildemente, ele deve entender que não há um único modo certo de administrar uma organização, e um único modo certo de organizar as relações sociais, seja lá o que um sociólogo ou um psicólogo possa dizer. Acima de tudo, o liberal humilde tem que estar ciente de um paradoxo: que quando pensamos que trazemos uma série de soluções para problemas políticos ou práticos, a coisa que mais deve nos assustar é a idéia de que alguém pode ser capaz de reunir poder bastante para realmente implementar todas elas." SETEMBRO/OUTUBRO 2006 DIGESTO ECONÔMICO 65
Como um dos criadores da Mobilização Empresarial, em 1982, liderou uma campanha pela criação do Estatuto da Microempresa, aprovado em 1984. Dois anos depois, foi eleito Deputado Federal Constituinte, o terceiro mais votado do País, com mais de 500 mil votos e foi o responsável pelo Artigo 179 da Constituição, que garante tratamento diferenciado para micro e pequenas empresas. Em 1989, candidatouse à Presidência da República, recebendo mais de 3,2 milhões de votos. No ano seguinte, recebeu cerca de 2,5 milhões de votos na disputa para o Senado, mas não foi eleito. Em 1998, assumiu a Secretaria de Planejamento do Município de São Paulo. Além de uma longa militância em relação à conscientização popular sobre a elevada carga tributária brasileira e sua relação com os altos gastos públicos. É também um entusiasta da iniciativa privada na forma de micro e pequenas empresas e acredita que o empresariado latinoamericano ainda é muito dependente do Estado, vivendo uma contradição entre a prática e a teoria liberal que se expressa, na substituição do preceito do "regime de mercado" pelo de "reserva de mercado".
intervencionista, se houver uma forte pressão social. Os socialistas e intervencionistas de vários matizes “vendem” as ilusões da igualdade, praticando suas intervenções no presente em troca de um futuro que nunca chega ou, então, quando atingido, como ocorreu nos países comunistas, resulta na perda da liberdade. Creio que o primeiro problema a ser enfrentado é o da comunicação, em cuja batalha estamos sendo derrotados, não com relação às idéias e princípios, mas porque há uma grande penetração na mídia das idéias antiliberais. Mais do que isso, porque não estamos sabendo desmascarar a “falsificação semântica” de que os inimigos se valem para “carimbar” o liberalismo e para encobrir seus intentos intervencionistas sob o manto do “social”. Essa palavra despertava arrepios em Hayek porque ele sabia que ela sempre era usada para encobrir segundas intenções, seja a redistribuição de renda em nome da “justiça social”, os programas assistencialistas de “inclusão social”, as quotas em nome do princípio da igualdade, etc. Mais grave é que, no Brasil, o uso do termo “social” não se limitou ao discurso demagógico. Ele foi incluído na Constituição, que fala da “função social da propriedade”, o que tem servido para restrições e ataques à propriedade privada. Não bastasse esse fato, o novo Código Civil inseriu entre seus dispositivos, o da “função social do contrato”, conceito subjetivo que pode levar ao enfraquecimento das relações contratuais e, em conseqüência, da economia de mercado, que é essencialmente contratual. Nessa mesma linha, temos a tendência recente da “responsabilidade social da empresa”, levando a que algumas delas acabem, muitas vezes, dando mais importância a divulgar seus “programas sociais”, do que mostrar os benefícios da atividade empresarial para a sociedade. Embora não se possa ser contra que as empresas façam livremente ações em benefício da coletividade, e isso possa muitas vezes até reverter em seu próprio benefício, isto tem servido, muitas vezes, mais para que empresários apareçam na mídia como “progressistas”, por sua ação social, do que por seu papel relevante de empreendedor. O problema é que essa ênfase na “responsabilidade social” faz parecer que apenas essas empresas são “socialmente responsáveis”. As demais, que não pratiquem ou não divulguem ações “sociais” são, por conseqüência, “irresponsáveis” socialmente. Distorce-se a realidade de que, em uma economia de mercado, a responsabilidade das empresas é a de produzir, gerar empregos, pagar tributos, observando a legislação e contribuindo para o desenvolvimento. Infelizmente muitos empresários acabam aderindo a essa onda, para parecerem “politicamente corretos”, contribuindo com seu discurso da
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“responsabilidade social” para enfraquecer a importância da economia de mercado como o meio mais eficiente para promover a modernização e o crescimento da economia. Em decorrência das próprias manifestações empresariais, e do trabalho de grupos interessados ou beneficiários dessa ação, já existem projetos para tornar compulsória a “responsabilidade social”, embora as empresas já enfrentem uma carga tributária que pode atingir a até 60% de seu faturamento, e tenham sido criadas contribuições específicas para atender às carências sociais, como a CPMF e a COFINS. Alguns empresários não se empenham na defesa da liberdade de empreender porque pensam apenas em seus interesses de curto prazo, apoiando intervenções que favoreçam suas empresas ou setores, esquecidos de que o Estado nada pode dar que não tenha tirado de outros, e que o intervencionismo pode amanhã se voltar contra eles. Outros, talvez a maioria, e especialmente os de menor porte, parecem considerar que o importante é o seu negócio, e que eles não têm tempo para se dedicar a política. Isto é verdade porque os micros e os pequenos empresários têm uma luta diária contra a burocracia e a tributação para garantir a sobrevivência de seus empreendimentos. Assim, qualquer movimento de defesa dos princípios, ou de setores que não sejam os deles, mesmo aqueles que sejam vítimas de intervenções arbitrárias, parecem não lhes dizer respeito. Apenas quando eles são atingidos é que se lembram de procurar as entidades para reclamar que elas não fazem nada por seu negócio. Felizmente a Associação Comercial de São Paulo e a rede de 420 associações comerciais do Estado, que compõem a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, têm contado sempre em suas lutas com a participação de seus associados, como demonstra a coleta de um milhão e quinhentas mil assinaturas de apoio a um projeto de transparência dos impostos. Esse movimento, chamado De Olho no Imposto, serviu para mostrar ao cidadão comum que aqueles serviços, muitas vezes precários, que ele recebe dos governos, não é fruto da generosidade do Estado benfeitor, mas pálida contrapartida do imposto que ele paga, embora muitas vezes não saiba. Também revelou ao consumidor que, muitas vezes, o preço absurdo de algum produto não é fruto da ganância do empresário, mas da voracidade do fisco. Esclareceu, ainda, para o trabalhador, o quanto seu empregador paga de tributos sobre seu salário, e que, se a tributação fosse menor, sua remuneração poderia ser maior e a oferta de emprego também. Acredito que o De Olho no Imposto tenha contribuído para mostrar que o Estado não é a solução, mas parte do problema, e que apenas o cida-
dão, com sua ação individual, sua criatividade, coragem e trabalho pode progredir. Infelizmente, muitos que acreditam nas idéias liberais evitam o debate por medo dos “rótulos” com que seus adversários costumam adjetivá-los. Os defensores do liberalismo são apontados como sendo insensíveis aos problemas sociais, individualistas, defensores dos ricos e privilegiados, retrógrados, direitistas e outros adjetivos. As políticas fracassadas aplicadas em muitos países da América Latina são apresentadas como “neoliberais”, embora, na maioria deles, as mesmas possam receber qualquer classificação, menos as de serem liberais. No Brasil, por exemplo, acusa-se de “neoliberal” uma política que resultou no confisco de cerca de 40% do PIB pela tributação, o governo possui uma dívida superior 50% do Produto Interno Bruto, sugando o crédito disponível e encarecendo as taxas de juros, os bancos oficiais respondem por quase metade do crédito ao setor privado, e a única fonte de financiamento de médio e longo prazo é estatal. As tímidas privatizações realizadas têm sido em parte neutralizadas pelas intervenções governamentais através das agências reguladoras, e os órgãos de controle ambiental inviabilizam, ao invés de disciplinar, muitos empreendimentos. A austeridade fiscal vem sendo praticada apenas por meio de aumento da tributação, com as despesas públicas crescendo sistemática e fortemente. Assim, qualificar as políticas brasileiras de “neoliberais” é uma ofensa não aos socialistas de vários matizes que a implementaram, mas aos verdadeiros liberais que sempre a criticaram. Dizia Nélson Rodrigues que “subdesenvolvimento não se improvisa. É obra de séculos”. Quando se analisa as causas do baixo desenvolvimento da maioria dos países da América Latina, possivelmente tenhamos que recuar no tempo para encontrar algumas delas. A baixa importância dada à educação é, sem dúvida, um dos principais fatores de nosso atraso. Embora nos últimos tempos algumas nações estejam procurando corrigir essa deficiência, a importância da educação ainda não encontrou na população de muitas delas o grau de prioridade que deveria ser não apenas dos governos, mas das próprias famílias. Economistas como Douglass North e Ronald Coase têm demonstrado o relevante papel desempenhado pelas instituições para o desenvolvimento das economias. Como instituições eles consideram não apenas a Constituição, as leis e os regulamentos, como o respeito aos contratos e a adesão da sociedade aos princípios nas quais elas se baseiam. Instituições estáveis, que garantam o direito de propriedade, assegurem o cumprimento dos contratos e não imponham obstáculos à livre iniciativa, favoreçam o empreendedorismo, estimulem os investimentos e permitam que os
Creio que o primeiro problema a ser enfrentado é o da comunicação em cuja batalha estamos sendo derrotados, não com relação às idéias e princípios, mas porque há uma grande penetração na mídia das idéias anti-liberais.
Os socialistas e intervencionistas de vários matizes "vendem" as ilusões da igualdade, praticando suas intervenções no presente em troca de um futuro que nunca chega ou, então, quando atingido, como ocorreu nos países comunistas, resulta na perda da liberdade.
empresários, os verdadeiros agentes do desenvolvimento, possam criar empresas, produzir, gerar empregos e modernizar a economia. Infelizmente, as instituições de muitos países latino-americanos, inclusive o Brasil, não atendem a esses princípios e podem ser consideradas como sério entrave ao desenvolvimento do Continente. A herança cultural ibérica explica parte dessa fraqueza institucional, representada pela burocracia exagerada e o intervencionismo acentuado na economia. No caso do Brasil, no período colonial qualquer atividade econômica dependia de autorização do Rei, por meio do “alvará régio”. Como a Coroa estava longe, precisava impor controles centralizados, excessivamente detalhados e baseados na desconfiança. Como suas regras eram, muitas vezes, inaplicáveis, acabaram gerando a necessidade de adaptações locais, dando origem ao famoso “jeitinho” brasileiro, que era a flexibilização da interpretação das leis, seja para favorecer os parentes e amigos, ou para obter benefícios. Isso levou à uma cultura de pouco respeito às leis. De outro lado, a tributação elevada imposta pela Coroa levava às tentativas de reduzir o peso dos impostos, uma vez que os recursos arrecadados não beneficiavam o País. Apesar da independência, continuaram a predominar a burocracia e a necessidade de alvarás, agora dependentes não mais do Reis, mas dos governos, mantendo-se os cidadãos como súditos do Estado, uma vez que o exercício de qualquer atividade empresarial depende da concessão estatal. Apesar de não dependermos mais da Coroa, continuamos submetidos à Corte, representada pelo Estado e seus tentáculos. Um exemplo bastante claro de que essa mentalidade ainda perdura é o de que a Constituição brasileira assegura “a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independente de autorização legal, salvo nos caso previstos em lei”. Ora, a burocracia regulamentou de tal forma a economia, que qualquer atividade, por mais simples que seja, depende da criação de uma empresa, com toda a demora e custos envolvidos, ou, então, de cair na informalidade. Com isso, anulou-se o sadio princípio constitucional que poderia permitir que milhões de pequenos negócios se desenvolvessem na formalidade. A burocratização no País não se limita apenas às atividades empresariais. A legislação de muitas cidades impõe severas restrições e custos elevados para a realização de loteamentos, o que leva a população mais pobre a se aglomerar de forma irregular em regiões menos favoráveis, constituindo as favelas. Quando o adensamento é grande, esses aglomerados atraem a atenção dos políticos, que passam a oferecer melhorias na região, o que, muitas vezes, valoriza as habitações. O processo para leSETEMBRO/OUTUBRO 2006 DIGESTO ECONÔMICO 13
galizar a posse das moradias, no entanto, é por demais burocrático e complexo, o que impede que seus proprietários possam dispor de um título de propriedade. Esse assunto tem sido muito estudado por Hernando de Soto em diversos países e seu Instituto vem desenvolvendo intenso trabalho em seu país, o Peru, para ajudar as pessoas a obterem seu título de propriedade. Esse parece um trabalho muito importante para a difusão do liberalismo junto à população, pois, à medida em que se torna legalmente proprietário, o cidadão passa a ter o que perder e a se interessar pelo que acontece em sua cidade e seu país, e a valorizar um dos pilares do sistema liberal. Além disso, como observou muito bem De Soto, o título de propriedade serve para a obtenção de crédito, o que poderia lhe permitir abrir um pequeno negócio formal, se a burocracia não fosse um obstáculo. O volume de crédito para o setor privado no Brasil é muito baixo, menos de 30% do PIB, e um dos obstáculos à sua expansão, especialmente para a população de baixa renda, é a inexistência de mecanismos que reduzam os riscos do financiamento. Multiplicar o número de proprietários e de empresários é o melhor caminho para ir conquistando a população para as idéias liberais, pois pode lhe oferecer a oportunidade de realizar o sonho de prosperar por seu próprio esforço, ao invés de apenas sobreviver com a ajuda de programas sociais que o tornam eternamente dependente do assistencialismo governamental. Na medida em que o emprego, como o conhecemos, se torna cada vez mais escasso, o grande desafio que se apresenta para maioria das nações é o de oferecer condições para a sobrevivência de grande parcela da população, que não encontra lugar na economia globalizada e informatizada. Caberá a cada indivíduo buscar as alternativas para a sua sobrevivência. Qual o caminho que o liberalismo pode oferecer para esse imenso contingente da população latino-americana? Creio que essa seja a grande indagação não apenas para os liberais, mas para todos os que se preocupam com o futuro. O risco que se corre é que os intervencionistas apresentem seus planos mirabolantes que, ao invés de resolver o problema, possa agravá-lo, como tem ocorrido com inúmeras medidas que os Estados têm adotado. Para se dar um exemplo, no Brasil se incluiu uma pesada multa para tentar conter as dispensas de trabalhadores, mas seu principal efeito foi o de inibir a geração de novos empregos, com prejuízo para aqueles, especialmente jovens, que buscam uma oportunidade no mercado de trabalho. Talvez a resposta possa ser a de liberar a criatividade do povo, reduzindo os obstáculos existentes para que o espírito empreendedor latente
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Luiz Prado/LUZ
Acredito que o De Olho no Imposto tenha contribuído para mostrar que o Estado não é a solução, mas parte do problema, e que apenas o cidadão, com sua ação individual, sua criatividade, coragem e trabalho pode progredir.
na população possa se converter em atividades produtivas dentro de um marco legal simplificado que lhe dê segurança. A luta pela desburocratização e desregulamentação da economia deve ser travada em todas as frentes para que se possa desenvolver o espírito empreendedor existente na população latinoamericana, que se revela nos milhões de cidadãos que buscam, na informalidade, desenvolver atividades informais que lhes assegurem condições de sobrevivência. Em recente Congresso Internacional de Jovens Empreendedores, realizado em São Paulo e organizado pela Associação Comercial de São Paulo, e que contava com a participação de representantes da ONU, tive a oportunidade de chamar a atenção de que a Carta dos Direitos Humanos da Organização contém direitos relativos à garantia do emprego, do salário, das férias e outros itens, e nada diz sobre o direito de empreender. Propusemos na oportunidade que fosse inserido um artigo na Carta reconhecendo o papel relevante do empreendedor, inclusive para viabilizar os benefícios reconhecidos aos trabalhadores, incluindo o direito de empreender entre aqueles contemplados na Declaração, e que nenhum governo deveria opor obstáculos à realização pessoal dos indivíduos por meio do empreendedorismo. Quanto mais aumentar o número de empreendedores, mais fácil será a tarefa de divulgar os princípios liberais. O Congresso Internacional de Jovens Empreendedores, que eu mencionei, contando com expressiva participação de empresários brasileiros e do exterior, me deu ânimo em relação ao futuro, por constatar que uma nova geração vem surgindo no mundo dos negócios, com uma mentalidade de maior independência, decidida a avançar por seus próprios méritos, ao contrário de esperar do governo qualquer apoio. É a geração da Internet, da engenharia genética, da nano tecnologia, do mundo globalizado, que não se importa com fronteiras, regras ou governos. Se nós conseguirmos conquistar essa juventude para a defesa dos ideais que, mesmo inconsciente na maioria, eles comungam, e canalizar seu entusiasmo e energia para a defesa dos princípios e valores do liberalismo, poderemos ter esperanças no futuro. Por isso precisamos aprender a falar a linguagem que eles entendem e a utilizar os meios de comunicação de que eles se utilizam. Se a mídia tradicional tem um viés antiliberal, vamos utilizar a Internet, que não tem esse viés, para transmitir nossas mensagens e procurar criar uma rede que vá penetrando cada vez mais nesse mundo virtual onde o Estado ainda não conseguiu colocar suas garras. Como fazer isso é um desafio que depende de todos, o Seminário foi um ponto de partida para isso.
Sorman anunciou recentemente que, em seu próximo livro, buscará analisar quais podem ser as propostas liberais para a América Latina. Além de intelectual, é também um empreendedor: em 1979 ajudou a fundar e hoje é presidente de honra da ONG Action contre la Faim (www.action contrelafaim.org) que atua no combate à miséria em vários países africanos e na Índia. Em 1975, criou a Éditions Sorman, que publica semanalmente newsletters temáticas sobre finanças públicas, pequenas empresas, planejamento urbano e outros temas ligados a administração e economia. É também colunista das publicações Le Figaro, European Wall Street Journal, La Nación (Argentina) Joogang ibo (Coréia do Sul), La Tercera (Chile) e Diário do Comércio (Brasil). Desde 2002, é membro da Comissão Nacional de Direitos Humanos da França. Sorman mantém também um blog com artigos quase diários sobre questões políticas e econômicas da atualidade: Le futur, c'est tout de suite (http://gsorman. typepad.com).
seiam por um líder iluminado. E é claro que ele não existe. No caso do Brasil e da América Latina, não preciso explicar muito: caudilhismo é o outro nome para despotismo esclarecido. Tudo isso é impossível de se imaginar nos Estados Unidos: os americanos, de fato, não esperam muito de seus líderes. Eles percebem a democracia como uma forma de limitar o despotismo, não como uma forma de resolver seus problemas: a prioridade é o equilíbrio de poder nos EUA, não a eficiência. O povo americano sabe que seu governo não é tão eficiente. Além dessa história diferente, resta ainda alguma razão para despotismo esclarecido, um governo forte em vez de um governo democrático? Não: despotismo esclarecido foi tentado muitas vezes no Brasil (Vargas, regime militar), mas não funcionou, por quatro razões: Déspotas raramente são esclarecidos. Se o são, não permanecem assim por muito tempo. Onde encontramos um déspota esclarecido? Como nos livramos deles? A democracia, ao contrário, é uma solução para esses dilemas: não escolhe os melhores líderes (o que quer que isso seja), mas limita o despotismo e o alcance da violência política. Karl Popper diz que a virtude seminal da democracia é a possibilidade de se livrar dos dirigentes sem derramamento de sangue. A regra do jogo: democracia de massa. Hoje vivemos em um irreversível regime de democracia de massa: é baseada em comunicação de massa e votos. Temos que defender ambos. Também irreversíveis são os anseios de crescimento e redistribuição. As pessoas querem ambas as coisas e já. Empreendedores políticos não têm escolha; eles têm de prometer ambas as coisas e tentar realizálas. Se você cumpre a parte de crescimento sem re-
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distribuição, como Menem (Carlos Menem, expresidente da Argentina) ou Toledo (presidente do Peru), você perde. Esta é a regra do jogo e perseguir um debate ideológico com essas premissas não leva a nada. Em vez de debate ideológico, devemos focar na administração e na comunicação. Como se convence as pessoas, os meios de comunicação e os empreendedores políticos de que o livre mercado cria riqueza e permite sua redistribuição? Como superar o ceticismo a respeito? Para além da crise do liberalismo, três propostas para o Brasil: 1 - Em uma sociedade não-igualitária como o Brasil, crescimento não é o suficiente. É necessário acelerar o processo de redistribuição. Isso pode ser implementado pela desregulamentação e o micro-crédito que aumentem o número de empreendedores e até gere um “capitalismo descalço”. Esta é a forma de reduzir a dependência e a desigualdade em torno das oligarquias e em direção ao estado de bem-estar social. Capitalismo descalço é a resposta à maré ascendente do populismo; 2 - Liberalismo não deve ser confundido com direitismo. Por causa da vitória das idéias liberais, governos esquerdistas não recorrem mais às soluções socialistas: é o caso do Chile. No Brasil, Lula não aplicou seu programa de governo: os conceitos de nacionalização e manipulação da moeda foram abandonados. O inimigo não é a esquerda, é o populismo, uma variante do fascismo como a de Chávez e Castro (Fidel, presidente de Cuba) ou o presidente boliviano. 3 - É melhor defender sua causa. Liberais não são membros da classe parlamentar, mas devem unir-se a ela. É um dever ético defender o liberalismo, é ético tornar-se um militante da causa. Fundações podem ter um papel seminal em reunir acadêmicos e empreendedores. Este é o foro para se trazer uma nova visão de liberalismo e vendê-la.
Timothy Goegline Assistente especial do presidente George W. Bush e diretor do Departamento de Relações Públicas da Casa Branca
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O que é Liberalismo no estilo dos Estados Unidos
Justine Lane/EFE
o chegar ao Brasil, descobri que liberalismo é conservadorismo e conservadorismo é monarquia e monarquia não existe. E o liberalismo sobre o qual conversamos é, na verdade, o liberalismo europeu, apesar de estarmos na América Latina. Richard Weaver, um estudioso conservador que morreu prematuramente, escreveu um livro chamado Idéias Têm Conseqüências. Esse é provavelmente um dos livros mais apreciados na história dos Estados Unidos. Que Deus abençoe Richard Weaver. Ele pode ter se enganado em alguns pontos, mas estava certo no sentido mais geral de que há benefício no livre comércio, nas regras incluídas nas leis, no poder limitado do governo e, claro, naquilo que ele chamava de sua especialidade - os valores e instituições que compreendem a superior civilização ocidental, ou a nossa tradição judaico-cristã. George W. Bush, mesmo que não houvesse nenhuma guerra no Afeganistão, mesmo que não houvesse nenhuma guerra no Iraque, seria transformado em vilão por seus críticos por aquela que é considerada a doutrina mais controversa dos últimos cinqüenta anos, e, ao mesmo tempo, orgulhosamente chamada de Doutrina Bush. Essa é uma doutrina de prevenção, defensiva, enraizada no que achamos que seja a abordagem mais razoável diante da ameaça do século XXI. Eu ainda acho que a raiz da Doutrina Bush está na presença, nesta parte do mundo, de pessoas que se juntam em uma conferência para falar e ouvir sobre os valores e princípios que acabam compondo o significado do que é ser de fato uma pessoa. Neste mundo incrível, eu diria que Bush passa por vilão porque tem a coragem de enfrentar palanques, como os desse seminário, para falar sobre aquilo em que ele acredita ser o caminho da liberdade. Isso o presidente aprendeu com sua própria família, com sua própria vida. Seu pai, como sabem, foi um heSETEMBRO/OUTUBRO 2006 DIGESTO ECONÔMICO 23
Paulo Pampolin/Hype
A liberdade não vem de graça. Bush sabe como é o caminho da liberdade. Aprendeu com sua vida e com sua família. Aprendeu o quanto é perigoso ficar no lado errado de um sonho.
Jornalista, assistente especial do presidente norte-americano, George W. Bush, e diretor-assistente do escritório de relações públicas da Casa Branca, Tim Goeglein é graduado em jornalismo pela Universidade de Indiana e trabalhou durante dez anos como assessor do Partido Republicano. Em 2000, passou a integrar a equipe da campanha Bush-Cheney e, com a eleição do presidente e do vice-presidente, passou a integrar a equipe de transição de governo para, depois, se tornar um membro da equipe da Casa Branca. Além disso, ele é também vice-diretor do Office of Public Liaison, um dos quatro departamentos políticos da Casa Branca.
rói da Segunda Guerra Mundial. Aprendeu o quanto é perigoso ficar do lado errado de um sonho. Acho que trabalhar para esse homem bom e decente torna uma honra e um privilégio vir a São Paulo para esse encontro. A liberdade não vem de graça. A liberdade é dura de ser conquistada, mas pode ser facilmente perdida. Apesar dessas serem palavras simples, mas, nesse nosso mundo muito perigoso, elas representam a dura realidade. Atualmente, nos encontramos no processo de fornecer cultura a uma geração emergente de jovens, ensinando-os sobre a essência e sobre a educação voltada para a liberdade. Apesar de todas as palestras, todas as conferências, todos os livros e todas as viagens, se não conseguirmos acertar com essa geração que vem ascendendo, os herdeiros do manto da liberdade desse novo tempo, perderemos a democracia constitucional como nós a conhecemos. Isso porque o liberalismo, não no sentido europeu ou latino-americano, mas no sentido norteamericano, é uma ideologia que nada inicia. Uma das grandes realidades do liberalismo, novamente não no sentido latino-americano mas no sentido norte-americano, é que o liberalismo está em guerra com a história e em guerra com a memória. Isso provoca divisões e subdivisões entre os jovens na discussão sobre o que representa viver dentro de um regime de liberdade democrática, sob uma constituição e dentro da lei. Bush disse com muita eloqüência, e eu acredito, que a liberdade não é o presidente americano para o mundo. Para dar eco aos excelentes comentários de Clifford May, o presidente enxerga isso em um contexto muito maior. Suas palavras: “Não é que a liberdade seja um presente dos Estados Unidos para o mundo, mas sim um presente de Deus para a humanidade”. A meu ver, essa é uma definição magnífica do que representa a marcha da liberdade em nosso tempo. Os Estados Unidos completaram 230 anos no dia 4 de julho deste ano. Quando nosso país foi fundado, em 1776, havia exatamente uma democracia no mundo. Hoje, dependendo como se de-
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fine uma democracia, há em torno de 120 delas. Porém, temos nos Estados Unidos a constituição mais velha existente no mundo. Duzentos e trinta anos não representam tanto tempo na história do homem. Mesmo assim, tivemos capítulos e reações importantes na nossa história quando a liberdade constitucional esteve diretamente sob ataque. Que acontecimentos foram esses? A nossa Guerra Civil, e como lembrou Clifford May, a Primeira Guerra Mundial, a Segunda Guerra Mundial e certamente as guerras do Vietnã e da Coréia. Faço agora uma constatação importante: desde 1947 não houve uma época tão perigosa para os Estados Unidos como agora. Nós todos estamos vivendo o momento mais tenso desde a Segunda Guerra Mundial. Em 1947, o presidente Harry Truman percebeu que os comunistas falavam sério. Achou também que nós deveríamos levar a ameaça a sério. Os comunistas estavam de olho na Grécia e na Turquia e, mais do que isso, dispostos a alcançar essas metas. O presidente Truman começou então a manobrar o navio do Estado norteamericano, levando-o a um novo rumo; durante os 75 anos seguintes conduziu-o diante de sérias ameaças para as liberdades constitucionais como as entendemos desde a Guerra Civil que dividiu o Norte e o Sul dos Estados Unidos. Creio que vivemos uma situação semelhante nos dias de hoje. Bush está manobrando o mesmo navio agora numa nova direção, para um novo século. Seria fácil que essa providência surgiu com os ataques de 11 de setembro de 2001 às torres do World Trade Center em Nova York. O fato é que desde 1979, quando norte-americanos viveram 444 dias de cativeiro na Embaixada norte-americana em Teerã, no Irã, o terrorismo tem andado na direção dos Estados Unidos. John Adams já havia nos avisado sobre a natureza de fatos como esse e, apesar de todos os críticos, que têm direito às suas opiniões, mas não têm o direito de estabelecer fatos, é também um fato que hoje nos encontramos numa guerra calamitosa contra o fascismo radical islâmico. Acrescento que se nós não levarmos essa situação tão a sério como Truman,
Nós estamos vivendo o momento mais tenso desde a II Guerra. Como líderes do mundo livre, os EUA, aos 230 anos, compreende seu papel na defesa do liberalismo no mundo.
em 1947, durante a guerra fria, que pelo menos façamos de tal maneira que principalmente comprometa o liberalismo e os valores constitucionais que compõem o principal tema deste seminário. Sei que se perdermos o espírito da constituição norteamericana jamais conseguiremos recobrá-lo. Quero, agora, recuar no tempo. Um dos primeiros colonizadores dos Estados Unidos, um homem chamado John Withrop escreveu uma carta muito conhecida e sobre a qual a maioria dos norte-americanos, liberais ou conservadores, têm a mesma opinião. Ambos os lados concordam com os termos da carta de Withrop. É uma espécie de visão providencial dos Estados Unidos. Withrop diz em sua carta que a intenção dos primeiros colonizadores é que a América fosse uma cidade brilhante sobre o morro, idéia claramente retirada das Escrituras. É impossível entender os Estados Unidos separados daquilo que os norte-americanos ainda acreditam ser o destino providencial e singular do seu país. E essa não é uma afirmação de arrogância. Na verdade, é uma afirmação de humildade. Amamos todos os nossos amigos e aliados assim como também amamos e respeitamos suas tradições. Os Estados Unidos, porém, como líderes do mundo livre, continuam adeptos dos princípios de sua história e conscientes de seu papel na defesa da liberdade e do liberalismo no mundo. Admito que sou um otimista conservador e tenho que admitir também que muita gente considera isso uma incongruência, mas acredito de fato que esse é o destino daqueles fiéis às suas próprias definições. Os que, como nós, admitem com orgulho serem chamados de conservadores, seja no sentido europeu ou no sentido latino-americano, somos liberais com todos os motivos para se sentirem otimistas. Afinal, citando de novo Richard Weaver, as idéias têm conseqüências, e é importante se defender e não se desculpar por ter as idéias certas. É preciso permanecer intelectualmente sérios ao se opor às idéias que minam a história da liberdade. Os Estados Unidos são edificados sobre um
conceito de liberdade. Nossos alicerces foram cimentados sobre uma revolução que levou para frente essa nova idéia de liberdade em vez do que era largamente entendido como o sangue e a terra da velha Europa. Esse sangue e essa terra foram realmente sentidos na experiência vivida pelos primeiros colonizadores. Eles vieram da Europa, haviam vivenciado as guerras e compreenderam que a cidade luminosa no alto de um morro não era apenas algo diferente mas também algo novo. Minha frase favorita, entre tantas proferidas por presidentes norte-americanos, foi dita pelo grande presidente Franklin Delano Roosevelt, o único presidente a ser eleito quatro vezes na história de nossa república. Roosevelt disse que os Estados Unidos tinham um encontro marcado com o destino. O que ele quis dizer com isso? Acredito que estivesse repercutindo a mesma impressão de Withrop quando disse que a América era uma cidade luminosa sobre um morro. Acredito também que outro grande presidente, o primeiro presidente republicano e um dos maiores dos Estados Unidos, Abraham Lincoln também ecoava a frase de Withrop quando disse que os Estados Unidos, em sua decência, era a última esperança da Terra. Mas em que essa esperança estava enraizada? Aquela esperança, esperança de Lincoln, durante a pior guerra da história americana, estava enraizada na marcha para a liberdade e o ideal constitucional que emanava diretamente do milagre da Filadélfia que ordenou o modo de vida americano. Aos que dedicaram suas vidas à defesa da liberdade e da democracia, como se expôs nesse seminário, quero deixar claro que estão do lado correto da história. São os marchadores da liberdade, defensores de idéias que têm conseqüências, sim. Concordo com as palavras de Lincoln que o poder é que tem razão. Isso é uma coisa que terroristas e antiliberais, aqueles que desprezam o ser humano, jamais poderão entender. Que Deus abençoe os Estados Unidos e nossos amigos da América Latina, e vamos seguir, como o grande Winston Churchill, sem nunca desistir.
Goeglein define seu próprio trabalho como "levar a mensagem do presidente aos conservadores, católicos, protestantes e evangélicos", o que o tornou o principal representante do governo norte-americano no diálogo com as diversas religiões cristãs. Além disso, seu trabalho também inclui o diálogo com a comunidade sobre questões de segurança nacional, instituições culturais, conselhos de família e principais articuladores do pensamento político norte-americano. Uma de suas principais funções é ouvir essas comunidades e assegurar que seus interesses sejam analisados e contemplados na definição das políticas internas e externas adotadas pela administração Bush. Em seus discursos, uma das principais preocupações de Goeglein tem sido destacar a importância da "sociedade civil" no fortalecimento das instituições, do desenvolvimento econômico e da democracia, entendida como o respeito às leis e à liberdade individual. Goeglein defende que as políticas adotadas pelo presidente Bush representam uma luta pela expansão da democracia e que os governos dos países islâmicos, legitimados pela religião, não adotam processos eleitorais claros, desrespeitam os direitos civis e representam uma força de resistência à democracia.
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Democracia, Liberdade e Estado de Direito. E também ajuda e solidariedade. Maggie Petito Especialista em relações governamentais e internacionais, preside a Friends of Rule of Law e o Cultural Partnership of the Americas.
Taxas de pobreza, acima de 40% da população, é desgraça nacional e reflete que não apenas a igreja ou o governo, mas a sociedade (na América Latina) falhou na proteção a seus cidadãos.
Ilustração Roberto Alvarenga
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O gás natural já faz parte do dia-a-dia de milhões de brasileiros. Na cozinha, no banho, no carro, na empresa, seja onde for. Ele é econômico, porque custa pouco. Seguro, porque segue padrões de qualidade da Comgás. Ecológico, porque emite menos poluentes que outros combustíveis similares. E prático, porque dispensa manuseio, botijões ou qualquer outro tipo de armazenagem. Use gás natural. Nossas tubulações levam o conforto até você.
Até no transporte do gás, a gente toma cuidado para não agredir a natureza.
ESTANTE
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OS INTELECTUAIS E O LIBERALISMO Raymond Boudon GRADIVA, 2005, R$ 49,90 (edição portuguesa)
aymond Boudon, professor emérito da Universidade Sorbonne, mostra neste livro o que é o antiliberalismo: por que esta doutrina política que defende ideais universais como liberdade, autonomia e o estado de direito é rejeitada e criticada? Para ele, as mais comuns críticas feitas ao liberalismo são mal-informadas e pode ser sanado com uma detalhada revisão das idéias clássicas do pensamento político.
P A SOCIEDADE CONTRA O SOCIAL Renato Janine Ribeiro Companhia das Letras, 2000, R$ 42,50
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COMO SAIR DO LIBERALISMO? Alain Touraine EDUSC, 1999, R$ 26,30
sociólogo e histor i a d o r f ra n c ê s Alain Touraine não é exatamente o que se pode chamar de um pensador liberal. Entretanto, o professor da École Normale Supérieure de Paris é um dos acadêmicos europeus contemporâneos que mais tem se dedicado a compreender a América Latina. Neste livro em especial, ele se dedica da compilar e comentar as principais críticas dos acadêmicos não-liberais às práticas e teorias do liberalismo. Pensador bem articulado, Touraine analisa o liberalismo e a globalização sob um ponto de vista de seus efeitos econômicos mais destacados, como a ampliação do fluxo de capitais e a proliferação de políticas de abertura comercial.
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rofessor titular de Ética e Filosofia Política na Universidade de São Paulo (USP), Renato Janine Ribeiro tem se dedicado a estudar a democracia e a cultura brasileira e, neste livro faz uma análise do "alto custo da vida pública no Brasil", como anuncia no subtítulo da obra. São doze densos ensaios filosóficos em que, em síntese, tentam mostrar por que o Brasil não consegue atingir os resultados econômicos, políticos e, sobretudo, sociais, dos países desenvolvidos. Para sua análise, o filósofo se utiliza das idéias dos pensadores liberais clássicos.
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LIBERALISMO E DEMOCRACIA Norberto Bobbio Brasiliense, 2000, R$ 17,80
C LIBERALISMO POLÍTICO John Rawls Ática, 2000, R$ 46,90
onsiderado um dos filósofos políticos mais importantes do século 20 por seu livro A Teoria da Justiça (edição original de 1971), o norte-americano John Rawls (19212002), que foi professor da Universidade de Harvard, aborda a questão: é possível aplicar as idéias liberais em países com características culturais diversas? Rawls analisa a teoria clássica do Estado Liberal, os principais conceitos do liberalismo e como suas idéias podem ser aplicadas em diferentes contextos.
DICIONÁRIO DE POLÍTICA Norberto Bobbio e Nicola Metteucci (org.) IMESP, 2004, R$ 95,00
italiano Norberto Bobbio (19092004), filósofo e historiador político, foi um dos mais importantes pensadores sobre os conflitos entre as principais ideologias políticas do século 20, o fascismo, o comunismo e o liberalismo. Neste livro, Bobbio analisa as origens das idéias liberais e dos ideais democráticos e aponta que a relação entre os dois conceitos é complexa, passando ora pela interdependência ora pela contradição. Bobbio também analisa o Estado Liberal e os limites de um projeto liberal democrata no mundo contemporâneo.
O AS FUNDAÇÕES DO PENSAMENTO POLÍTICO MODERNO Quentin Skinner Companhia das Letras, 1996, R$ 82,50
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inglês Quentin Skinner é diplomado por Cambridge, onde também se tornou professor de ciência política. Em um livro extenso e de análise acurada, ele faz uma revisão de todas as teorias, correntes e processos ligados à teoria política moderna. Busca nas origens - entre os séculos 12 e 16 - e em intelectuais marcantes como Adam Smith e Thomas Hobbes os detalhes das principais idéias que alimentam o pensamento político até hoje.
ivro de referência em dois volumes, este é o Dicionário de Política mais completo e popular entre os pensadores, intelectuais e analistas. Além de cobrir as diversas interpretações de cada verbete, traz indicações bibliográficas de apoio.
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Rob Colvin /CORBIS
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que tiveram seus pais. Creio que aí há um enorme tesouro de possibilidades. Essa geração não lê, eles não são muito afeitos à leitura, lhes assusta um livro grande. Meus professores todo fim de semana nos davam 200, 300 páginas para ler, mas para eles é uma tarefa impossível. Então estão receptivos, têm a mente, quem sabe, sem dados demasiados, porque a educação pública, pelo menos em meu país, vai numa decadência cada vez maior enquanto conteúdo, ela se reduz a uma mera repetição de dados. Não há formação, há informação. Mas creio que poderíamos instrumentalizá-los com os meios modernos, com os vídeos, com resumos das grandes obras, com instrumentos audiovisuais. Acredito que é preciso que preparemos um arsenal de argumentos para convencer e assim teremos coberto todo o espectro de nossas necessidades. Também há o grupo dos meus colegas. Vejam que não retirei da vida política, para a alegria dos meus correligionários e do meu país. Mas meus companheiros da atividade política são aqueles que mais urgentemente requerem um salva-vidas, uma corda de salvação. Os dirigentes políticos de nossos países se dividem entre aqueles que pertencem a ideologias fechadas, geralmente socialistas, comunistas, e aqueles que estão em estado de graça, estão prontos para serem cultivados por quem os convença. Como entramos na mente dessa gente? Repito, não falo de liberalismo, é sinal de má sorte quando se fala em liberalismo. Mas levemos à mente dessa gente exemplos - creio que o pragmatismo vai ser o caminho -, com os casos concretos, com os fatos. Como dizia Deng Xiao Ping (vamos citar um comunista), não lhe preocupava que o gato fosse uma manobra, o que lhe importava é que o gato pegasse o rato. A mim me parece que isso é uma lição de pragmatismo político que não se pode esquecer. O dirigente político que está diante dos problemas tem que saber que os problemas polí-
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Em muitos países da nossa região, políticas que eram simplesmente impulsos foram taxadas de neoliberais. E não foram liberais, foram liquidação de patrimônios e bens públicos, sem utilização desse dinheiro para, fazer obras, investir e pagar dívidas.
ticos se soluciona com liberdade, que as nações que conseguiram superar a pobreza, que conseguiram emprego, que conseguiram pagar sua dívida, que conseguiram prosperar através do comércio, só o que põem em prática é liberdade. E não há melhor demonstração do que a das ações. Pode ser que apareça um caso em que esta lógica não é uma norma, mas quase norma é que os países que aplicam o princípio de liberdade são os que progridem e aqueles onde as pessoas conseguem emprego e onde pode haver justiça social através da prosperidade. Assinalando o que se passa no Chile, por exemplo, me interessou muito o documento de Armando Ribas sobre o socialista moderado em comparação ao que acontece na França e Inglaterra: a regulação faz com que não aumente o emprego e que não aumente a prosperidade, enquanto que do outro lado do canal as políticas liberais da França e da Inglaterra fazem com que haja menos desemprego e assim mais prosperidade. É uma prova palpável de que os países que se abrem e praticam a liberdade vão adiante. Os dirigentes políticos então são o objetivo preferido que devemos ter, podemos convencê-los por esse lado. Além disso, ter uma espécie de centro de informação, de idéias, conceitos e publicações. Sei que existem, mas que tenhamos uma rede onde possamos encontrar a última novidade. Porexemplo,aBloombergpublicaascartas diárias de um senhor Walter Bolano, um excelente analista político geral. É esse tipo de argumento curto, jornalístico, devemos ter um clearing house de tudo isso. Temos que saber onde estão as cadeias de informação e as páginas para podermos estar no contexto. Essas não são receitas, é o que eu penso que se pode fazer. E evidentemente participar da vida política, porque a democracia é como a bicicleta se não pedala cai -, e cada um tem a responsabilidade. Não ponham a culpa nos políticos, votem melhor ou senão tornem-se políticos.
Digesto Econômico
DIGESTO ECONÔMICO - SETEMBRO/OUTUBRO 2006 - ANO LXI - Nº 439
SET/OUT 2006 - ANO LXI - Nº 439 - R$ 4,50
Democracia, Liberdade e o Império das Leis
Os
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avaleiros do Leviatã
Íntegra do Seminário Internacional sobre Democracia Liberal, promovido pela Associação Comercial de São Paulo em parceria com a Atlas Foundation, Mídia Sem Máscara e Diário do Comércio.
O Brasil precisa votar em IDÉIAS Ubiratan Jorge Iorio de Souza
mente e mais parecemos mais aquelas danaides (qualquer uma das 50 filhas de Dânaos, rei de Argos, que, com exceção de uma, mataram seus maridos na noite de núpcias, sendo depois condenadas, conforme reza a mitologia, a encher eternamente um tonel sem fundo, no inferno). Podemos dar nomes a esses barris, são 77 ou 78 tributos no Brasil, entre impostos, taxas e contribuições - 112 desmembrados. Trabalhamos de graça para o governo até o dia 25 de maio deste ano, trabalhamos aqui e na Argentina. Na Argentina, é um dia nacional; no Brasil, é o Dia Nacional da Libertação do Contribuinte. Mas não é bem assim. Vamos ver. Se reunirmos todos os serviços que temos que pagar, como a previdência privada, porque a previdência pública não funciona, com planos de saúde privados, porque a saúde pública não funciona, com escolas privadas, porque a educação pública não funciona, e se adicionarmos ainda o que Irish chama de carga legal, decorrente, por exemplo, de inadimplência e da corrupção, da segurança privada, essa carga toda chega, segundo o próprio Irish, que é uma autoridade em tributação, a um valor entre 65% e 75% de tudo o que País produz. Isso é um absurdo. Falar em neoliberalismo em uma sociedade desse tipo é não saber o que é neoliberalismo. Para se abrir uma empresa no Brasil leva-se em média 152 dias. Segundo um estudo de uma organização internacional, a média na América Latina é 71 dias. Então, nós gastamos mais do que o dobro da média latino-americana para se obter autorização para abrir uma empresa. Na Austrália, abre-se em três dias, na Europa em 20 dias ou, no máximo em um mês. Segundo esse estudo, o cidadão, vítima da burocratização, é tratado como suspeito. Ele tem que provar que é honesto e, para provar que é honesto, tem que enfrentar de novo a burocracia que complica-
Antonio Calvalcanti/Ag. O Globo
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u posso dizer que sou um otimista. Há muitos anos venho lidando com jovens em universidades, em cursos de graduação e pós-graduação e sempre me vem à mente uma frase do professor Volnizes, o grande economista austríaco, que é mais ou menos assim: “Basta um ou dois professores, com as idéias no lugar e argumentos lógicos em um departamento, para colocar as coisas em ordem”. E eu posso assegurar que isso é verdadeiro, não tanto nas universidades privadas de ensino, mas nas oficiais (a Fundação Getúlio Vargas é uma delas) e na própria Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde eu e mais colegas vivemos cercados por marxistas, leninistas, comunistas, socialistas, petistas e outros vigaristas. Recordo as palavras do presidente Lacalle (Luiz Alberto Lacallle, ex-presidente do Uruguai), quando se referiu à receptividade às nossas idéias que ele vem sentindo entre os jovens uruguaios. A América Latina, nesse momento, sugere uma visita a uma biblioteca, onde pegaríamos um livro bem antigo, amarelecido pelo tempo e todo empoeirado. E desse livro saltariam algumas traças, traças todas elas com nomes - uma delas poderíamos chamar de Evo o Primeiro; a outra seria Chaves, el Chapolin del Petróleo; Fidel, o Cruel e, aqui no Brasil, o nosso grande pastor, o nosso grande condutor, aquele que nada ouviu, de nada sabe, colocaram cinco milhões de reais na conta de seu filho, e ele nada sabe. O mínimo que se pode dizer é que ele é um pai ausente. Fazem um mensalão, que é uma vergonha, um escândalo, e ele não ouviu nada, de nada sabe, parece viver num mundo mitológico cercado por sílfides vaporosas dançando, - no caso dele um bom xote ou um xaxado lá de sua terra natal, Pernambuco. Enquanto isso, nós, brasileiros dançamos literal-
Doutor em Economia, presidente do Centro Interdisciplinar de Ética e Economia Personalista no Rio de Janeiro, ex-diretor da Faculdade de Economia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Ubiratan Jorge Iorio de Souza, economista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas, Ubiratan Jorge Iorio de Souza é professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), presidenteexecutivo do Centro Interdisciplinar de Ética e Economia Personalista (CIEEP) e diretor-presidente da Iorio Treinamento e Consultoria (ITC) e Conselheiro do Instituto Federalista.
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Com vários livros publicados, entre eles Economia e Liberdade: a Escola Austríaca e a Economia Brasileira (Forense Universitária, 1997), Uma Análise Econômica do Problema do Cheque sem Fundos no Brasil (Banco Central/IBMEC, 1985) e Macroeconomia e Política Macroeconômica (IBMEC, 1984), foi economista do Banco Central do Brasil e do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da FGV-RJ, além de ter sido pesquisador do Instituto Brasileiro de Mercados e Capitais (IBMEC). Ubiratan Iorio é também articulista do Jornal do Brasil. Em suas análises econômicas, uma preocupação constante do economista é aprofundar o debate sobre os teóricos da escola austríaca do liberalismo e analisar as conseqüências negativas do crescimento e da falta de controle do "Estado Máximo" brasileiro, termo que usa em contraposição à idéia do Estado Mínimo da teoria liberal.
lhe a vida a tal ponto que o leva a recorrer a propinas para se livrar dos fiscais. Sem contar que um empregado, um empregado que receba uma salário de digamos por volta de CR$ 1 mil, custa à essa empresa mais do que o dobro do salário com 103% de encargos. Eu acredito que isso não seja liberalismo. Certos países da América do Sul estão na do Brasil. Aqui, na América Latina, existe uma crença generalizada, uma fé cega, quase uma seita, que leva todos a acreditar que João é pobre porque Paulo é rico.Eles não conseguem entender que essa é uma possibilidade, mas existem outras. É claro que João pode ser pobre. Uma das possibilidades, vamos admitir, é que ele seja explorado, mas ele pode ser pobre até porque seja preguiçoso, ou então porque ele seja burro (pouco ou não inteligente), porque ele seja azarado. Nós, com essa influência marxista de centro e periferia, o Brasil é pobre, a Argentina é pobre, o Uruguai é pobre, porque os Estados Unidos são ricos. Isso, além de denotar inveja, um sentimento que Adam Smith, antes de escrever a Riqueza das Nações, já analisava no livro Teoria dos Sentimentos Morais, demonstra uma ignorância absoluta em economia. Essa idéia, no entanto, é tida como verdade. Na minha avaliação, e claro que não é só isso, acho que podemos sintetizar o atraso da América Latina nessa proposição: nós somos pobres porque eles lá são ricos. Ora bolas, há duzentos anos eles eram pobres também Quem era o rico? A Inglaterra. Há dois mil anos, quem era rico? O Império Romano, e a Inglaterra nem existia como país. Há cinco mil anos quem era o ricaço que mandava no mundo? Sei lá, Nabucodonosor? A história é uma coisa dinâmica. E nós somos pobres porque queremos continuar pobres, porque ainda não aprendemos que o crescimento e o desenvolvimento é uma questão de criatividade. É uma questão de liberar as energias necessárias, e individuais, que podem levar a sociedade a andar para a frente. Ou para trás. As sociedades podem ser divididas, segundo diversos autores, um deles Michael Novack, de quem gosto muito, em três grandes sistemas: o sistema político, o sistema econômico e o sistema ético-moral-cultural. Os três sistemas funcionam, ao mesmo tempo, independentemente. Existem as leis da economia, as leis de mercado, o sistema político funciona do seu jeito, assim como o sistema ético-moral-cultural, mas na sociedade o que funciona são as inter-relações entre os três sistemas. Quando o sistema moral está apodrecido, isso acaba envenenando o organismo econômico e o organismo político, e essa é a crise que estamos vivendo no Brasil e eu acredito que também no resto do mundo. De volta à América Latina, eu considero uma das frases mais infelizes de todos
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os tempos foi construída por Lord Canage quando disse que a longo prazo todos estaremos mortos. Ora, é óbvio que longo prazo estaremos mortos, mas nossos filhos, netos e bisnetos vão estar aqui. Será uma grande irresponsabilidade de nossa parte se não começarmos hoje a fazer algo para melhorar a vida dos nossos descendentes. É claro que nós temos que ter objetivos de longo prazo e objetivos de curto prazo. Os adversários, usando o que Gramsci ensinou nos seus Cadernos do Cárcere, vêm há mais ou menos 30 anos, no Brasil e em outros países da América Latina, envenenando a sociedade lentamente com a idéia de ocupação não-violenta de todos os espaços. Ocuparam a universidade pública, a universidade privada também já foi invadida em parte, embora parte, a imprensa e a mídia em geral, os meios de comunicação, o caderno cultural de qualquer jornal parece mais o hino da Internacional Socialista. E só exaltam bobagens. Liga-se a televisão e só se vê bobagens. E é claro que isso afeta a economia política. Quando as coisas vão mal sobre o ponto de vista moral, elas não podem ir bem de maneira geral. A economia, por exemplo, não sabe o que é bom, o que é mau, o mercado pode funcionar para o bem ou para o mal. Existe mercado de mamadeiras, existe mercado de cocaína: os dois funcionam do mesmo jeito - quando há um excesso de produção de cocaína, o preço da cocaína diminui. Isso é o mercado. Quando há um aumento no número de bebês, o preço da mamadeira vai subir. É o mercado funcionando. Então, qualquer ato econômico, qualquer ato político pode ser moralmente bom, mau, neutro. Cabe então, me parece correto, fortalecer os valores morais dos nossos avós: trabalha, acorda cedo, dá duro na vida, as coisas não vão cair do céu - e essa é a tradição judaico-cristã, do Ocidente, da qual estamos nos afastando progressivamente. Um dos objetivos do CIEEP, que eu tenho a honra de presidir atualmente, é tentar mostrar as ligações da moral com a economia de mercado e também com o processo político. Vamos fazer com eles o que eles vêm fazendo conosco, fazer o que a esquerda vem fazendo há tanto tempo? A Itália que gerou grandes personalidades - a minha mãe era italiana, então a Itália gerou uma santa, que foi minha mãe - mas a Itália gerou também Antonio Gramsci. Então, vamos fazer o seguinte, vamos rezar a oração de São Bento, especialmente aquele trecho que diz assim: Ibses venenus bibas, ibses venena bibas, bebe tu mesmo do teu veneno, Gramsci neles, vamos usar contra eles o que eles vem usando, digamos, com bastante eficiência tomaram conta de todos os espaços possíveis. Acredito que nós teremos de traçar objetivos de longo prazo e táticas de curto prazo, e confesso que ficaria muito triste de sair de São Paulo e voltar para o Rio de Janeiro, ou seja,
O maior crescimento da história trabalhando com as melhores taxas. O primeiro banco do Novo Mercado. O que o banco ganha em São Paulo reinveste em São Paulo.
Só a Nossa Caixa dá esse retorno.
Em 2005, a Nossa Caixa registrou o maior crescimento no lucro entre os grandes bancos de varejo brasileiros: 113,4% sobre o resultado do ano anterior. E fez isso praticando as menores taxas do mercado*. Para alcançar esse desempenho, a Nossa Caixa trabalhou bastante. Inaugurou novas agências, investiu em modernização, melhorou ainda mais a qualidade do atendimento aos clientes. Também foi quem mais evoluiu na Governança Corporativa ao se tornar o primeiro banco a negociar suas ações no Novo Mercado. O resultado de tudo isso a Nossa Caixa reinvestiu aqui mesmo em São Paulo, em várias áreas e projetos diferentes. Só em educação, cultura, meio ambiente e saúde, foram quase R$ 20 milhões apenas nos dois últimos anos. O trabalho continua e, agora, em novo ritmo, para fazer a Nossa Caixa crescer ainda mais em 2006 e dividir o retorno disso com parceiros e clientes. *Fonte Procon - A menor taxa de empréstimo pessoal desde janeiro de 2004.
A nova DIGESTO ECONÔMICO Ao apresentar a revista DIGESTO ECONÔMICO, em dezembro de 1944, o presidente da Associação Comercial de São Paulo de então, Brasílio Machado Neto disse que seu lançamento representava "uma ousadia mas não uma aventura" pois estava alicerçado na experiência da entidade com um semanário enviado a todos seus associados. Afirmou, também, que a DIGESTO pretendia ser um meio de divulgação "redigido sempre de forma ao alcance dos leigos, e tendo como objetivo precípuo tornar acessível não só os princípios da economia, como os seus problemas, concorrendo assim para uma compreensão melhor dos fenômenos complexos no mundo atual, das suas tendências e de seus rumos prováveis". Nesses mais de 60 anos de existência, a DIGESTO procurou ser fiel à intenção de seus idealizadores e criadores, buscando sempre se adaptar às mudanças ocorridas nas condições políticas, econômicas e sociais do país, com o objetivo de contribuir para o debate e o entendimento dos grandes temas nacionais. Com este número, a DIGESTO inaugura uma nova fase de sua trajetória, procurando ajustar-se ao "ambiente" atual , que exige um engajamento mais vigoroso dos defensores das liberdades no debate ideológico, para se contrapor à intensa doutrinação de cunho socialista que se verifica nos meios de comunicação, nas Universidades e mesmo em setores das Igrejas, procurando estabelecer o controle do Estado sobre a sociedade, ao invés de colocá-lo a serviço do cidadão. Embora a Associação Comercial de São Paulo seja uma entidade de natureza econômica, destinada a defender a livre iniciativa, está claro para seus dirigentes que, ou se defende a liberdade como um todo, ou a liberdade de empreender será asfixiada junto com as demais liberdades. Assim, DIGESTO ECONÔMICO será um dos importantes instrumentos que a Associação coloca à disposição da sociedade para a defesa das liberdades procurando contribuir para a informação e formação dos jovens, levando a eles os ideais, princípios e valores que embasam o pensamento liberal, os resultados de sua aplicação em muitos países ao longo da história. Por isso, DIGESTO será distribuído também nas Universidades, além de seus destinatários naturais que são os empresários, os quais, muitas vezes, por desconhecimento, se deixam iludir pelo discurso do "politicamente correto", aceitando teses e intervenções que contrariam não apenas seus próprios interesses, como os do País, ao tolerar a expansão do Estado sobre a economia, e a apoiar as tentativas dos "engenheiros sociais" de mudar o homem para adequá-lo às suas utopias socialistas, ainda tão presentes na América Latina, apesar do fracasso histórico que experimentaram no Leste Europeu. Nada melhor para caracterizar esta nova fase da DIGESTO do que apresentar as importantes contribuições estudadas no Seminário Internacional sobre Democracia Liberal, promovido pela Associação Comercial de São Paulo em parceria com a Atlas Foundation, o Mídia Sem Máscara e o Diário do Comércio em maio último, cujo tema Democracia, Liberdade e o Império das Leis, resume a linha editorial que se pretende dar à publicação. Nesse Seminário, que se iniciou no dia em que pela primeira vez ocorreram os brutais ataques do PCC que paralizaram a cidade e atemorizaram a população, foram apresentadas contribuições valiosas para o entendimento da situação brasileira e da América Latina e os riscos que o Brasil e o continente latinoamericano correm de ver suas liberdades cerceadas por grupos que, com base em ideologia retrógrada e apoio de figuras carismáticas, trabalham para não apenas conquistar o poder, que em alguns países já conquistaram, mas para neles se eternizar. O sucesso desta nova fase da DIGESTO vai depender de todos aqueles que defendem a liberdade em seu conceito mais amplo, que se disponham a escrever artigos ou a colaborar para a disseminação das idéias nele defendidas. A Associação Comercial de São Paulo coloca sua tradicional publicação a serviço da liberdade, do desenvolvimento do Brasil e da melhora do bem estar da população brasileira.
Guilherme Afif Domingos Presidente licenciado da Associação Comercial de São Paulo
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