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Casas comerciais de
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Sensacionalismo — Rcdaçao ...Redação A Direção do Dígesto Economico — v Casas Populares - Francisco Prestes ^ Holanda -Mentalidade Capitalista e Personalismo Urbanismo em Escala umana p-asil Honório Rodrigues
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o"p::i:;irdrúb=.dade e». D=utHn« Uma Lacuna da História do Ouro -
„CONTROU.CONT«.UOA« MCCAN.ZADA LTOA.I mo DE-JANEIRO - Av. SAO PAULO -
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C Algodão em Sao Paulo
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I>'"ertações de Ruy Barbosa - ^^^onio Acerca do Arroz e do Milho ton Calógeras no Mimsterio da Guerra
A Ref
'í" do Imposto Imposto de Renda —
Mestres"da Economia — Alfred Marshall Panorama Econômico — Redação
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N.o 28 — MARÇO
lastro e Silva Almeida Nogueira Pqi to
c- Harcourt-Rivington _ S.
DIGESTO EC0X03IIC0
ft^BONO
O "Dieesto Econômico" aparece no primeiro sábacJo de cada mêt. E' publicado pela Editora Comercial Ltda., sob os auspícios da Asso* ciação Comercial de São Paulo e da Federação do Comércio do Esta
da moU alto qualidade,a CIA. MtCHANICA C ^
do de São Paulo.
IMPORTADORA Dl SÃO PAULO. e»»6 íobrU
«ande em qualquerbiteta nof «egulnlet tiposi -BRAC" —■ Paro nm oflcloO do LP.T. EB-3-37CA — EB.3.50CA. • no •lonclficotAo oaorlcono
Distribuidores no Brasil:
ASTM-A-T1&.39 (Hord Grod»)
-B9AP* — Pofo (•r»om«nloi «O® »oô» do eofbooo ooriondo do
DISTRIBUIDORA EDITORIAL BRASILEIRA LTDA. Avenida Graça Aranha, 81 — 12.° andar — Rio de Janeiro
I
coxiar oopol. otloxoi. noroDiov taiixuxBoxito» do drurgla, ídihrofc buxit o linok.
Representantes na República Argentina:
INTER-PRENSA — Florida 229 — Buenos Aires — Argentina.
0J5* o 155%. poro Cobrlceçao do moriolo». BWdoWo» do tof. B0«. iiiotilio», tortoi, ioiouioi, ««tomoo». corto fHo», lomlno do coii íoxmSoí, lelKodoIxoí raanuoli, foxxomonlot ooxo coxío do coixfo^ poxfuxotxliot ollcoldalt, 'toloi. pun«6«s, bxocoi, foixomontoi pare "8RAG" — Paio loxroxoonWi osrlcoloj, eoe o toOr do eoibíee
0^^
0.15% o 1,10%, poxo fobxicoçfto do onwdat. iodo», ooi. olroeofc dlicoi da orodo, plcoioto». ehiboncov oUodboi. Boctiodov locPor. folco», 0(0.
-BRAM" — Poro Rxi» mocanico». doido o tipo ortro doco as
Representante em Portugal: ANTÔNIO DO CARMO JÚNIOR
Rua Angelina Vidal, 92 — 1.° Esq.
dixxo, votlondo o toòx do corbono do 0,06% O 0.65% oipoctolo pare fobrlcocão do rob'i«>. poxofuioi. exomot. progot, poren, oiioi do lionunliiSo. ongxonoeORi. olioi pare oilxadoi do for ro. utonifllot poxo coniirucOo do mâQvinoi. ,, "BRÁS" — Poro lebxleocâo do nclai o® coxot, eoã o tofir do
carbono roxlondo do 0.'5% o 1,05% eo® loòr do illleto etS
0,5%. (0,50%}. Etpoclol poxa moloi ollcoldoli o foliMi do-ootoa poxo «olculot o® eorol. oitrodot do forro, leeblllai. eoaoii eelchõoi. o ndeuinai o® soxeL •
Firmas que anunciam neste
*ldm do ooporllnclo adquirida em tengoi exioi do trobollie numero:
o do ri gor quo dixponiomoa no fabrlcocfio dor neiiot predp,
toi, grecoi ao quo tomoi morocido o contionça o o protof4xw
A Serciçal Ltda.
Ali-Babá — Ernesto Anunzlato
cio do> no»o< Inumoroí cllontoi, at e(0« do noito labrUa<Sa
Ford Motor Company. General Mnlors.
Assumpçõo S/A. Campana & Cia.
Indústria Farmacêutica Nacional.
Casa Renato
L. Figueiredo S/A.
Casa Sotto-Mayor
Cia. Distribuidora Cerol "Brasinotor".
Cia. Mecanica e Importadora de São Paulo
Cia. S.K.F. do Brasil Dias & Comp.
Empresa S.E.S. de Transportes Urgentes Ltda.
Cflo controtodoi per fOcnIeoi otpocJolLxodOI, O quo vorn garan. (Ir o «va ALIA QUALIOAOII
OS NOSSOS PRODUTOS S&O UCHICRUENIE PERTEITOS
Klinger S/A. Livraria Francisco Alves. Lodüvico Lozzaíi Lida.
Organização Rtif.
Panam Propaganda Ltda. Papelaria e Tipografia Andreottí. Prudcncia Capitalização. Refinadora de Olcos Brasil S/A. Romeu Justo Panzoldo & Cia. Ltda.
Eska ~ Relógios.
S/A Fábrica Orion.
F. i?. Aquino & Cia. Ltda.
S. Magalhães & Cia.
.Pedideo dfmtamenie a
CIA. MECHANICÁ E IMPORTADORA DE SÃO PAULO
DIGESTO EC0X03IIC0
ft^BONO
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do de São Paulo.
IMPORTADORA Dl SÃO PAULO. e»»6 íobrU
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Representantes na República Argentina:
INTER-PRENSA — Florida 229 — Buenos Aires — Argentina.
0J5* o 155%. poro Cobrlceçao do moriolo». BWdoWo» do tof. B0«. iiiotilio», tortoi, ioiouioi, ««tomoo». corto fHo», lomlno do coii íoxmSoí, lelKodoIxoí raanuoli, foxxomonlot ooxo coxío do coixfo^ poxfuxotxliot ollcoldalt, 'toloi. pun«6«s, bxocoi, foixomontoi pare "8RAG" — Paio loxroxoonWi osrlcoloj, eoe o toOr do eoibíee
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Representante em Portugal: ANTÔNIO DO CARMO JÚNIOR
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0,5%. (0,50%}. Etpoclol poxa moloi ollcoldoli o foliMi do-ootoa poxo «olculot o® eorol. oitrodot do forro, leeblllai. eoaoii eelchõoi. o ndeuinai o® soxeL •
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toi, grecoi ao quo tomoi morocido o contionça o o protof4xw
A Serciçal Ltda.
Ali-Babá — Ernesto Anunzlato
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.Pedideo dfmtamenie a
CIA. MECHANICÁ E IMPORTADORA DE SÃO PAULO
o TÉCNICO NO LABORATÓRIO E
O TRABALHADOR NA MÁQUINA LUTAM INCESSANTEMENTE
1^
PARA LHE PROPORCIONAR
eiie M todos os mos para o que procuremos a
que
A qualidade, porén™-
_gbibda.
cado insubstituível ^ cxijem garantia de
de no seu adequado
- 'podemos
Nenhum criador joga fora propositadamente o leite
ão ga.
que produz em sua fazenda — porque leite é dinheiro
.
representam o
Já pensou, entretanto, em quantos latões de leite o senhor desperdiça simplesmente porque deixa de os produzir?
estudos e minuciosps
Lembre-se de que para produzirem com eficiência e
para arroa. peças
artigos cirúrgicos. N processos técnicos cie
„\\o^
rantem a mais oItP
cont^^oa
proveniente de trabalho contínuo e penoso.
economia as vacas leiteiras exigem uma alimentação
racional - farta, rica e bem equilibrada. As "RAÇÕES CONCENTRADAS BRASIL" são cuidadosamente calculadas para a obtenção do má ximo rendimento dos seus animais, conservando-os fortes e sadios.
o MA»» '",-^clA í« OE tXCtf-
«WATO» er ®
gy^/iJiCHA
Experimente-a hoje mesmo e nunca mais deixará de usa-la. (Resp. Brenno M. de Andrade, enç.-díp-o.)
Pedidos à Caixa Postal, 1117 Produto da Reflnadora de óleos Brasil S/A, Rua Xavier de Toledo, 114 - caixa Postal, 1117 São Paulo
PANAM — Cjíj dc Aniigoi
UniUKAApOUOSIUSil Vi
o TÉCNICO NO LABORATÓRIO E
O TRABALHADOR NA MÁQUINA LUTAM INCESSANTEMENTE
1^
PARA LHE PROPORCIONAR
eiie M todos os mos para o que procuremos a
que
A qualidade, porén™-
_gbibda.
cado insubstituível ^ cxijem garantia de
de no seu adequado
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Nenhum criador joga fora propositadamente o leite
ão ga.
que produz em sua fazenda — porque leite é dinheiro
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Já pensou, entretanto, em quantos latões de leite o senhor desperdiça simplesmente porque deixa de os produzir?
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Lembre-se de que para produzirem com eficiência e
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proveniente de trabalho contínuo e penoso.
economia as vacas leiteiras exigem uma alimentação
racional - farta, rica e bem equilibrada. As "RAÇÕES CONCENTRADAS BRASIL" são cuidadosamente calculadas para a obtenção do má ximo rendimento dos seus animais, conservando-os fortes e sadios.
o MA»» '",-^clA í« OE tXCtf-
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Experimente-a hoje mesmo e nunca mais deixará de usa-la. (Resp. Brenno M. de Andrade, enç.-díp-o.)
Pedidos à Caixa Postal, 1117 Produto da Reflnadora de óleos Brasil S/A, Rua Xavier de Toledo, 114 - caixa Postal, 1117 São Paulo
PANAM — Cjíj dc Aniigoi
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LIGHT AND POVER
PRUDÊNCIA CAPITALHIAÇAO
CIA. TELEPHONIC^ BRASILEIRA
S/A FABRlCAi •ORION"
CIA. QUÍMICA RHODIA BRASILEIRA S/A YOUNG tôleo Pfnnioil) laboratórios LYSOFORM
indústria BRASILEIRA DEMEIASS//' VALISÈRE S/A
Cada macaco no seu galho.. A confra-marca ASA eagaronfio dos rádios
COM ÉSTE PROVÉRBIO O povo consagra a
EMPRESA BRASILEIRA DE RELÓGIOS
JEFFERSON
HAMILTON
l
lincgin
1
ind. e comércio ASSUMPÇAO S/a (Ritiios Lincoln)
EDITORA COMERCIAL. LTDA, (Di)-e to Econômico)
especialização. A indústria dos rádios,
_^^5SOOAÇAO COMERCIAL DES.PAULO
ser entregue a engenheiros e técnicos espe cialistas do ramo. Assim procede há 20 anos
CASA DA BORRACHA LTDA. CASa SAO NICOLAU
CIA. BRASILEIRA DE ALUMÍNIO
CIA. NiTROQUlMlCA BRASILEIRA BANCO SUL AMERICANO DO BRASIL TRUSSARDI S/A CASA FACHADA
(Vcrmouih Gancia)
- ^
ERNESTO P. SOARES
FIGUEIRÔA - Mo<Íaj Esporavu
QA VINÍCOLA E AGRÍCOLAS.ROQUE
A13ERTO AMARAL & CIA. LTDA.
com o seu corpo de engenheiros, técnicos e operários especializados, assegurando
VITRAIS CONRADO SGRGENITCH
PERFUMARIA SAN-DAR
^^r>4AÇÕES DE AÇO PROBEL LTDA.
.Indústria e Comércio Assumpção S''A, fabri
cante dos aparelhos dc contra-marca asa,
CASA LÜ - MODAS
ISNARD Í4 CIA. (São Paulo) J. ISNARD & CIA. (Rio)
(Relóf^ios E&ka)
para satisfazer as exigências atuais, só pode
WEST POINT
CASAS MOUSS"LINE
CASTRO RIB^ IRO AGRO INDUSTRIAL
(Extraro Ac Tomate Ctai) SOaEDADE ELETRO-MERCANTIL PAULISTA LTDA.
uma
qualidade apropriada às nossas condições climatéricas, ainda não superada por apare
lhos dc qualquer proveniência.
IliO DE JANEIRO
SXO PAULO
Avenido Ueira Mar, 262 - 7.^
de ItapetinlncB,297-6.» 4-4623 e 6-209S
jPAlUlVl
INDUSTRIA
E COMÉRCIO
RESPONDS PELO QUE VENDE win d <
PANAM
Cíia dc Amigos
-^■f^OSTAL, 2025 •SAOP'^^'-
Sala 702 - TeleToao 42-3706
1.
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Cada macaco no seu galho.. A confra-marca ASA eagaronfio dos rádios
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JEFFERSON
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1
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SXO PAULO
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1.
DIGESTO ECO^ÜMICO o MUNDO DOS HECÕCIOS NUM PfiHON&MA
DIGESTO
MENSAL
Publicado tob os auspícios da
ASSOCIAÇÃO COMERCIALOE SÃO PAOLO
FEOERACÃO d'o COMÉRCIO 00 ESTADO OE SÃO PAOLO
ECONOMICO
★ O M
Diretor Superintendente:
ONDO DOS NEGÓCIOS NUM PANORAMA MENSAL m
AURO SOARES DE MOURA ANDRADE
Sfio Panio - Março d© 1947
W. 2»
Diretor:
ANTONIO GONTIJO DE CARVALHO Gere rife:
O IMgosto Econômico
W. A. DoSilvo
publicará no proximo nvimero:
O DIGESTO ECONÔMICO,órgão de informações econômicas e financei ras, de propriedade da Editora CoLtda.,é publicado no primeiro
'ZONA MINEIRA
NO BRASIL REI
NO" — Afonso Arinos de Melo Franco.
Sábado de cada mês
responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devldamente citadas, nem pelos conceitos
emitidos em artigos assinados.
Aceita-se intercâmbio c/publicações congêneres nacionais e estrangeiras.
Cr$ 30,00
(registrado)
Número do mês: Atrasado:
Cr$ 36,00 Cr$ 3,00 Cr$ 5,00
★
Redação e Administração: VIADUTO BOA VISTA,67—7.° ANDAR TEL. 3-7499 — CAIXA POSTAL, 240-B
SÃO PAULO
uma ou de outra maneira, interfiram com os
'A CLASSE MÉDIA E AS ELEIÇÕES"
de setembro, e constitui um dos característicos
— Clovis Leite Ribeiro.
"CORNELIUS VANDERBILT" - José "O TRANSPORTE INDIVIDUAL E *
COLETIVO NA CIDADE MODER- j NA — Luís Anhaia de Melo.
ASSINATURAS:
•
imprensa do país o mais amplo e irres
trito direito de crítica a todos os atos que, de interêsses coletivos. Juridicamente, essa fran
Digesto Econômico
Ano (simples)
Longe de niís a idéia de negar aos órgãos de
'CASAS POPULARES" - Prestes Maia-
Honorio Rodrigues. Na transcrição de artigos pede-se cl taro nome do DIGESTO ECONÔMICO.
Sensacionalismo
★
quia foi reassegurada pela Constituição de Io de qualquer regime democrático. Política e moralmente, no plano superior em que se
desenvolve o progresso social, trata-se de uma atividade indisjjeusâvel não apenas para a boa marcha dos negócios públicos, para as adver tências oportunas aos governos, para uma ps-
calização independente, - sem a qual nao pode haver limitação de abusos, — mas também como forma de cooperação utilíssima ern todos os problemas que demandem estudos e debates. Evidentemente, os excessos da imprensa que importem em calúnia ou injúría são crimes previstos em lei, e podem levar os que nêles incorram à barra do tribunal Esta disciplina normal à aUvidade jornaUstica, contudo, nao deve ser confundida com as restrições a liber dade de opinião comuns ao tempo da ditadura
nuando o Dip transplantava para o Brasil os fascistas da Europa, felizmente derrotados na última guerra. Dessa liberdade somos igual
irocessos de censura encontradiços nos regimes mente pregoeiros e defensores intransigentes, não se admitindo que seja ferida por quem
^"çueremo^aludir, contudo, a uma falsa no ção da crítica jornalística que está longe de
DIGESTO ECO^ÜMICO o MUNDO DOS HECÕCIOS NUM PfiHON&MA
DIGESTO
MENSAL
Publicado tob os auspícios da
ASSOCIAÇÃO COMERCIALOE SÃO PAOLO
FEOERACÃO d'o COMÉRCIO 00 ESTADO OE SÃO PAOLO
ECONOMICO
★ O M
Diretor Superintendente:
ONDO DOS NEGÓCIOS NUM PANORAMA MENSAL m
AURO SOARES DE MOURA ANDRADE
Sfio Panio - Março d© 1947
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Diretor:
ANTONIO GONTIJO DE CARVALHO Gere rife:
O IMgosto Econômico
W. A. DoSilvo
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O DIGESTO ECONÔMICO,órgão de informações econômicas e financei ras, de propriedade da Editora CoLtda.,é publicado no primeiro
'ZONA MINEIRA
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NO" — Afonso Arinos de Melo Franco.
Sábado de cada mês
responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devldamente citadas, nem pelos conceitos
emitidos em artigos assinados.
Aceita-se intercâmbio c/publicações congêneres nacionais e estrangeiras.
Cr$ 30,00
(registrado)
Número do mês: Atrasado:
Cr$ 36,00 Cr$ 3,00 Cr$ 5,00
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SÃO PAULO
uma ou de outra maneira, interfiram com os
'A CLASSE MÉDIA E AS ELEIÇÕES"
de setembro, e constitui um dos característicos
— Clovis Leite Ribeiro.
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COLETIVO NA CIDADE MODER- j NA — Luís Anhaia de Melo.
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trito direito de crítica a todos os atos que, de interêsses coletivos. Juridicamente, essa fran
Digesto Econômico
Ano (simples)
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'CASAS POPULARES" - Prestes Maia-
Honorio Rodrigues. Na transcrição de artigos pede-se cl taro nome do DIGESTO ECONÔMICO.
Sensacionalismo
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quia foi reassegurada pela Constituição de Io de qualquer regime democrático. Política e moralmente, no plano superior em que se
desenvolve o progresso social, trata-se de uma atividade indisjjeusâvel não apenas para a boa marcha dos negócios públicos, para as adver tências oportunas aos governos, para uma ps-
calização independente, - sem a qual nao pode haver limitação de abusos, — mas também como forma de cooperação utilíssima ern todos os problemas que demandem estudos e debates. Evidentemente, os excessos da imprensa que importem em calúnia ou injúría são crimes previstos em lei, e podem levar os que nêles incorram à barra do tribunal Esta disciplina normal à aUvidade jornaUstica, contudo, nao deve ser confundida com as restrições a liber dade de opinião comuns ao tempo da ditadura
nuando o Dip transplantava para o Brasil os fascistas da Europa, felizmente derrotados na última guerra. Dessa liberdade somos igual
irocessos de censura encontradiços nos regimes mente pregoeiros e defensores intransigentes, não se admitindo que seja ferida por quem
^"çueremo^aludir, contudo, a uma falsa no ção da crítica jornalística que está longe de
enquadrar-se nos verdadeiros postulados éticos e políticos que devem constitiUr a norma de todos os verdadeiros órgãos da imprensa, daqueles que realmente representam uma parcela ponderável da opinião pública. sensacionalismo.
i
r
Refcrimo-nos ao /
Não se ignora que atravessamos, de alguns anos a esta parte — sobretudo ao começo da última guerra até boje — uma fase de transmutações violentas na vtda brasileira. Um progresso um tanto desordenado na ordem industrial, sobre tudo, criou fenômenos de expansão demográfica nas cidades, com infcrcncias
A DIREÇÃO DO DIGESTO ECONOMICO
res correlatas aguçaram essa crise de crescimento, pois tivemos uma interrupção no movimento importador e um incremento do iTWvimento exportador que ainda c/e5e9«í7íòr/o5 próprios das épocas dc inflação. Os salários
Solicitado por outras únpor/flnfes funções dentro dos quadros inte lectuais da Associação Comercial de São Paulo, que tem confado com
naturais no terreno dos transportes, da habitação, do abastecimento. Outros fatô-
inA
as luze.s de seu espírito atilado e construtivo, acaba de afastar-se do
'^'^^"^dos niomentos, se mostraram insuficientes para acompanhar a cíco-
cargo de diretor do "Digcsto Econômico" o t/»s/re advogado e jornalista dr. Rf/i Nogueira Martins. Não o so»Z?f?sseííJos tão perto ainda de nós, e o foto representaria uma perda considerável para êste mensárío. O dr. Rui 2S''ogf<cír« Moríins, que milita no jornalismo paulista desde os bancos acadêmicos, coní/utsfou nos círculos de nossa impfensa um prestígio altamente merecido, que decorre não apenas da cuUura e do
dontLZT' ^'■cadorias essenciais à sobrevivência do povo. A queda a^Ja outro ladobrasileiro. também L interpôs^Pa ainda mais aumentar a complexidade Vor do panorama h ' J o órPãos"7overnamfnf^-^^"^ Z%1
V^^^lpoln^nte diante da ação ineficiente dos
® eq,Mhrar o., prcU a intcr-
encumios. Nos nosso! têm sabido cumprir o sei
e do público em pcrnl de sensociona/tsTno -
numerosos foi sem dúvida benéfica e digna de íoftça a muitos jornais, que
ai
j
ganda de certos
alargar mediante hocaP' boa solução dni
vigilância, no esclarecimento de seus leitores confrades, contudo, levados pelo espírito
"s respectivos fabricantes lencionam
utstosos e sedutores — nem sempre concorrem para a
sentam em forma lositill
de segunda mão e que aue os o! rednfn T.7ZÍ Há contvdn
São Pa2 .1 '
mente em São Pau In Z..
em Santos, para efeitos
^ 'Wne/.»es» oL tipoquegraúdo 'muitas telegrama sem importância, em circuns°
de cometimentos desta ordem, principalmente dado o caráter especia
lizado do "Digesto Econômico". A todos estes óbices, contudo, o dr. H«í Nogueira Martins soiíbe opor uma t>ígi/áncia fecunda, animando os SCMS auxiliares com sugesfões oportunas a traçando diretrizes acerta das, em qae mais uma vez se confinmvam os dotes particulares de sua làrga experiência jornalística. A vitória, que foi bela e cabal, constituiu
Em outros casos, apre-
tnsinuaçoes vagas, boatos colhidos já '^^''"^çoes
^eis escrupulosos lançam sempre no condi-
graves, como os que se verificaram últimagraves, como os que se verificaram úhima-
com todas as letras - fato ôsl itnní
mr/eu,V/omoníc
o prêmio de seus esforços. Já anteriormente, o dr. Rui Nogueira Martins prestara excelentes
« '^^ticia,
de batatas, também om Seníof
' com
larga antecedência, com a- maior atenção possível, para que o ingresso desia revista, no campo largo da circulação brasileira, se reuestisse das maiores garantias de triunfo possível. Não se ignoram as dificuldades
jondo tem um sentido comercial, como a propa-
tâncias normais se verderfll
cionaf.
brilho dc sua inteligência primorosa, mas também da correção de suas atitudes pessoais. Com êstes atributos tão dignos de apreço, pôs a sua cooperação eficiente a serviço do "Digesto Econômico" desde o lança mento de seu primeiro número, em dezeinbro de 1944. Prcparou-o, com
serviços à Associação Comercial de São Paulo na qualidade do um dos
presení:e numo haSlloTJe Jo^ Ia í lançada ao mar para nua influir ' preços na praça de Sao Paulo e alhures. . .
diretores de seu "Boletim Semanaí".
Estes reairsos semackmalistas estão muito abaixo do nível tradicional do imprensa pauludana, sempre tao construtiva na sua crítica. Interpretamo-los como efeito passageiro do desequilíbrio geral, que chegou a afetar também os métotZs de trabalho de alguns dos nossos repórteres, emnentaristas e secretários de redaçao. Os votos que fazemos e no sentido de que em breve consigam recuperar
a elegância de outros tempos.
«
;'o;
Em substituição ao dr. Rui Nogueira Martins passa a ocupar a dire
ção do "Digesto Econômico" o dr. Antônio Gontijo de Carvalho, inte lectual de renome nacional, escritor de considerável bagagem literária, principalmente no campo do ensaio histórico, e personalidade que tem ocupado, com zelo c patriotismo, importantes funções públicas em nosso
f
Estado.
tf .
A transformação dêste em revista
independente, para o grande público, o teve como um dos mais ardo rosos patronos. O êxito da iniciativa revela a inteligência de seus planos.
1^
enquadrar-se nos verdadeiros postulados éticos e políticos que devem constitiUr a norma de todos os verdadeiros órgãos da imprensa, daqueles que realmente representam uma parcela ponderável da opinião pública. sensacionalismo.
i
r
Refcrimo-nos ao /
Não se ignora que atravessamos, de alguns anos a esta parte — sobretudo ao começo da última guerra até boje — uma fase de transmutações violentas na vtda brasileira. Um progresso um tanto desordenado na ordem industrial, sobre tudo, criou fenômenos de expansão demográfica nas cidades, com infcrcncias
A DIREÇÃO DO DIGESTO ECONOMICO
res correlatas aguçaram essa crise de crescimento, pois tivemos uma interrupção no movimento importador e um incremento do iTWvimento exportador que ainda c/e5e9«í7íòr/o5 próprios das épocas dc inflação. Os salários
Solicitado por outras únpor/flnfes funções dentro dos quadros inte lectuais da Associação Comercial de São Paulo, que tem confado com
naturais no terreno dos transportes, da habitação, do abastecimento. Outros fatô-
inA
as luze.s de seu espírito atilado e construtivo, acaba de afastar-se do
'^'^^"^dos niomentos, se mostraram insuficientes para acompanhar a cíco-
cargo de diretor do "Digcsto Econômico" o t/»s/re advogado e jornalista dr. Rf/i Nogueira Martins. Não o so»Z?f?sseííJos tão perto ainda de nós, e o foto representaria uma perda considerável para êste mensárío. O dr. Rui 2S''ogf<cír« Moríins, que milita no jornalismo paulista desde os bancos acadêmicos, coní/utsfou nos círculos de nossa impfensa um prestígio altamente merecido, que decorre não apenas da cuUura e do
dontLZT' ^'■cadorias essenciais à sobrevivência do povo. A queda a^Ja outro ladobrasileiro. também L interpôs^Pa ainda mais aumentar a complexidade Vor do panorama h ' J o órPãos"7overnamfnf^-^^"^ Z%1
V^^^lpoln^nte diante da ação ineficiente dos
® eq,Mhrar o., prcU a intcr-
encumios. Nos nosso! têm sabido cumprir o sei
e do público em pcrnl de sensociona/tsTno -
numerosos foi sem dúvida benéfica e digna de íoftça a muitos jornais, que
ai
j
ganda de certos
alargar mediante hocaP' boa solução dni
vigilância, no esclarecimento de seus leitores confrades, contudo, levados pelo espírito
"s respectivos fabricantes lencionam
utstosos e sedutores — nem sempre concorrem para a
sentam em forma lositill
de segunda mão e que aue os o! rednfn T.7ZÍ Há contvdn
São Pa2 .1 '
mente em São Pau In Z..
em Santos, para efeitos
^ 'Wne/.»es» oL tipoquegraúdo 'muitas telegrama sem importância, em circuns°
de cometimentos desta ordem, principalmente dado o caráter especia
lizado do "Digesto Econômico". A todos estes óbices, contudo, o dr. H«í Nogueira Martins soiíbe opor uma t>ígi/áncia fecunda, animando os SCMS auxiliares com sugesfões oportunas a traçando diretrizes acerta das, em qae mais uma vez se confinmvam os dotes particulares de sua làrga experiência jornalística. A vitória, que foi bela e cabal, constituiu
Em outros casos, apre-
tnsinuaçoes vagas, boatos colhidos já '^^''"^çoes
^eis escrupulosos lançam sempre no condi-
graves, como os que se verificaram últimagraves, como os que se verificaram úhima-
com todas as letras - fato ôsl itnní
mr/eu,V/omoníc
o prêmio de seus esforços. Já anteriormente, o dr. Rui Nogueira Martins prestara excelentes
« '^^ticia,
de batatas, também om Seníof
' com
larga antecedência, com a- maior atenção possível, para que o ingresso desia revista, no campo largo da circulação brasileira, se reuestisse das maiores garantias de triunfo possível. Não se ignoram as dificuldades
jondo tem um sentido comercial, como a propa-
tâncias normais se verderfll
cionaf.
brilho dc sua inteligência primorosa, mas também da correção de suas atitudes pessoais. Com êstes atributos tão dignos de apreço, pôs a sua cooperação eficiente a serviço do "Digesto Econômico" desde o lança mento de seu primeiro número, em dezeinbro de 1944. Prcparou-o, com
serviços à Associação Comercial de São Paulo na qualidade do um dos
presení:e numo haSlloTJe Jo^ Ia í lançada ao mar para nua influir ' preços na praça de Sao Paulo e alhures. . .
diretores de seu "Boletim Semanaí".
Estes reairsos semackmalistas estão muito abaixo do nível tradicional do imprensa pauludana, sempre tao construtiva na sua crítica. Interpretamo-los como efeito passageiro do desequilíbrio geral, que chegou a afetar também os métotZs de trabalho de alguns dos nossos repórteres, emnentaristas e secretários de redaçao. Os votos que fazemos e no sentido de que em breve consigam recuperar
a elegância de outros tempos.
«
;'o;
Em substituição ao dr. Rui Nogueira Martins passa a ocupar a dire
ção do "Digesto Econômico" o dr. Antônio Gontijo de Carvalho, inte lectual de renome nacional, escritor de considerável bagagem literária, principalmente no campo do ensaio histórico, e personalidade que tem ocupado, com zelo c patriotismo, importantes funções públicas em nosso
f
Estado.
tf .
A transformação dêste em revista
independente, para o grande público, o teve como um dos mais ardo rosos patronos. O êxito da iniciativa revela a inteligência de seus planos.
1^
21
Dicesto Econômico Mas o sr. Bonifácio que, jus ao nome,
já estava por conta (e aqui damos a palavra ao snr. Paulo Filho, em artigo para o "Correio Paulistano") "Tomou
por si mesmo o encargo das diligências. A primeira pessoa com quem falou foi ü superintendente. Este o encaminhou ao diretor. Este, por sua vez, mandou-o ao ministro. Sua excelência sorriu, inti mamente admirado da vantagem do pri meiro, que sabia muito mais da história do que ele próprio. E ficou de tudo esclarecer. Pas*sou-se um tempo demo rado, mais do que suliciento para a res posta. Cansado de esperar, o sr. BoniMcio foi à tribuna e pediu, por inter médio da Mesa, que o ministro cuniprisge o que lhe havia assegurado, isto é, desse as informações. Por fim sua exce lência declarou, com a mais - melancó lica das franquezas, que até êste mo mento a Fundação nenhuma casa ti nha construído porque lhe faltavam os
CASAS
POPILARES asa
por F^ianosco
Maia
abnl de 1946 publicámos, a pedido E'Mdum ma^tíno local, um artigo sôbre
a questão da casa popular, que desperta>^ então grande interêsse, como era natural, em vista da situação política. Governantes e parlamentares agitavam a questão com ingenuidade e conhecimen tos superficiais, e recebiam sugestões eu sua i^ioria eivadas de pretençõezi^ nhas à direção do futuro instituto. Êste foi decretado a 1.° de maio, com muito barulho e defeito; a 11 de junho insta lou-se oratoriamente. Imediatamente as sinou acordos para 50 mil casas, número sucessivamente elevado a 60 e 111 mil e que, nesta marcha, já deve beirar o milhão. Não se sabe como os contratan
tes chegaram a tais cifras e ignoram-se os pormenores da poética operação, as sim como as autorizações legais indis
ess
Especial para o "Dicesto Econômico"
pensáveis.
Para São Paulo foram atri
buídas 15 mil casas; mas o prefeito, desconfiado, preferiu não assinar nada e não compareceu. A Assembléia Constituinte também in
teressou-se pelo assunto, deitou falação
e organizou uma comissão chefiada pelo
recursos, fossem os de ordem técnica, fôssem os de ordem financeira". Depois não aconteceu mais nada e,
Snr. Amaral Peixoto.
Feitos tais esforços, cada um foi para o seu lado e ninguém mais cuidou da
por isso mesmo, falecem razões para molongar êste introito. Passamos, por isso à exposição geral do assunto, resu mindo e adaptando o nosso artigo an terior, de acordo com as circunstâncias
cacete incumbência.
Oito meses após, por desfastio, o deputado José Bonifácio perguntou o que havia.
Não havia nada — está
claro! Como desde o Pentateuco, escri
do momento.
to pelo DIP daquelas priscas eras, O
Histórico
Padre Eterno não faz mais nada, e, des
de Pasteur, nem sequer micróbios sur realmente excessivo esperar logo um milhão de casas novas no país.
velo Dtgesto Ecjmomkf a escrever sôbre o palpitante assunto das
da Secretaria da Viação, professor de Perspectíva da Escola Politécnica e ex-pre feito da capital paulista - onde realizou programa administrativo que o consa assunto versado. A isto alia, o que não é comum em homens de ciência, uma
intervenção direta municipal na constm-
saborosa espontaneidade e graça de estilo, que revelam o seu indiscutível : ■'
çâo e manutenção das habitações popu lares; pelas sucessivas medidas e leis
talento de escritor >il
1,-.
O decreto prussiano de
1901 firmou a atribuição municipal de
prover habitação em geral, além das destinadas ao próprio funcionalismo.
Na Inglaterra a indiferença da Escola Manchesleriana varou tôda a metade do
século XIX, apenas amenizada pelos es
forços ingênuos de Ruskin e Olávia Hill, propagadores do cuidado domiciliar. No meado do século os acontecimentos de
Paris (Revolução de Julho), o manifesto
comunista e a epidemia do cólera des pertaram a atenção governamental, re
sultando a primeira lei inglèsa de "housing": o "Shaftesbury Act" de 1851, que
permite a tôda cidade de mais de 10
mil habitantes construir e alugar casas — acompanhando assim, com algum atra
so, a orientação germânica.
"O Public
Works Loan Act", de 1875, criou um
"Board" destinado a proporcionar recur so barato às autoridades locais.
Seguiu-
se um período em que Ebenezer Ho-
ward, Barry Parker (a quem São Paulo deve seu primeiro bairro moderno e su
gestões que não soube aproveitar) e Raymond Unwin agitaram a questão sob o ponto de vista urbanístico, resultando a
jardins, isto é, a extensão dos estudos
habitações verificaram-se, embora com
cas e demográficas. A Alemanha, onde já em 1520 se construirá a Vila Fugger, exemplifica a situação nesse período: pela
grou um dos mais notáveis reformadores de nossa grande metrópole — o A.
construtoras.
sideração sistemática dos aspectos finan ceiro, urbanístico, econômico, social e
Mas a con
dustrial e suas conseqüências econômi
confirma no presente artigo a sua extraordinária soma de conhecimentos do
e pelo auxílio às sociedades cooperativas
ao ambiente das habitações, ao invés de
político, é relativamente recente. Co meça a preocupar no início do século passado e agrava-se com o progresso in
funda repercussão, "Melhoramentos de Sao Paulo", diretor de Obras Públicas
terrenos); pela realização de grandes conjuntos, como os de Krupp em Essen,
ponto de vista sanitário e construtivo, l^âo antigas, e Tucídides já mencionava caso ocorrido em Atenas.
casa, populares o dustre engenhem e urbanista Prestes Maia nos remete o jnirr^tro trabaUw de uma série que pretende elaborar. Autor de uma obra de
áreas, zoneamento e redistribuição dos
idéia da descentralização e das cidades-
As dificuldades da habitação, sob o
gem mais por geração espontânea, era
urbanísticas (especial sôbre reserva de
se restringirem somente aos prédios. Iniciativas semelhantes em prol das menos intensidade, noutros países euro
peus.
A Holanda viu os esforços do
príncipe Alberto, assustado pelos movi
mentos populares, e a lei de 1901, que estabelecia padrões de edificação, con denação de casas insalubres, atribuições urbanísticas, financiamento e até subsi
dia a habitações populares. A Bélgica baixou em 1889 uma lei
para incrementar a construção e aquisi ção, pelos operários, de casas baratas.
21
Dicesto Econômico Mas o sr. Bonifácio que, jus ao nome,
já estava por conta (e aqui damos a palavra ao snr. Paulo Filho, em artigo para o "Correio Paulistano") "Tomou
por si mesmo o encargo das diligências. A primeira pessoa com quem falou foi ü superintendente. Este o encaminhou ao diretor. Este, por sua vez, mandou-o ao ministro. Sua excelência sorriu, inti mamente admirado da vantagem do pri meiro, que sabia muito mais da história do que ele próprio. E ficou de tudo esclarecer. Pas*sou-se um tempo demo rado, mais do que suliciento para a res posta. Cansado de esperar, o sr. BoniMcio foi à tribuna e pediu, por inter médio da Mesa, que o ministro cuniprisge o que lhe havia assegurado, isto é, desse as informações. Por fim sua exce lência declarou, com a mais - melancó lica das franquezas, que até êste mo mento a Fundação nenhuma casa ti nha construído porque lhe faltavam os
CASAS
POPILARES asa
por F^ianosco
Maia
abnl de 1946 publicámos, a pedido E'Mdum ma^tíno local, um artigo sôbre
a questão da casa popular, que desperta>^ então grande interêsse, como era natural, em vista da situação política. Governantes e parlamentares agitavam a questão com ingenuidade e conhecimen tos superficiais, e recebiam sugestões eu sua i^ioria eivadas de pretençõezi^ nhas à direção do futuro instituto. Êste foi decretado a 1.° de maio, com muito barulho e defeito; a 11 de junho insta lou-se oratoriamente. Imediatamente as sinou acordos para 50 mil casas, número sucessivamente elevado a 60 e 111 mil e que, nesta marcha, já deve beirar o milhão. Não se sabe como os contratan
tes chegaram a tais cifras e ignoram-se os pormenores da poética operação, as sim como as autorizações legais indis
ess
Especial para o "Dicesto Econômico"
pensáveis.
Para São Paulo foram atri
buídas 15 mil casas; mas o prefeito, desconfiado, preferiu não assinar nada e não compareceu. A Assembléia Constituinte também in
teressou-se pelo assunto, deitou falação
e organizou uma comissão chefiada pelo
recursos, fossem os de ordem técnica, fôssem os de ordem financeira". Depois não aconteceu mais nada e,
Snr. Amaral Peixoto.
Feitos tais esforços, cada um foi para o seu lado e ninguém mais cuidou da
por isso mesmo, falecem razões para molongar êste introito. Passamos, por isso à exposição geral do assunto, resu mindo e adaptando o nosso artigo an terior, de acordo com as circunstâncias
cacete incumbência.
Oito meses após, por desfastio, o deputado José Bonifácio perguntou o que havia.
Não havia nada — está
claro! Como desde o Pentateuco, escri
do momento.
to pelo DIP daquelas priscas eras, O
Histórico
Padre Eterno não faz mais nada, e, des
de Pasteur, nem sequer micróbios sur realmente excessivo esperar logo um milhão de casas novas no país.
velo Dtgesto Ecjmomkf a escrever sôbre o palpitante assunto das
da Secretaria da Viação, professor de Perspectíva da Escola Politécnica e ex-pre feito da capital paulista - onde realizou programa administrativo que o consa assunto versado. A isto alia, o que não é comum em homens de ciência, uma
intervenção direta municipal na constm-
saborosa espontaneidade e graça de estilo, que revelam o seu indiscutível : ■'
çâo e manutenção das habitações popu lares; pelas sucessivas medidas e leis
talento de escritor >il
1,-.
O decreto prussiano de
1901 firmou a atribuição municipal de
prover habitação em geral, além das destinadas ao próprio funcionalismo.
Na Inglaterra a indiferença da Escola Manchesleriana varou tôda a metade do
século XIX, apenas amenizada pelos es
forços ingênuos de Ruskin e Olávia Hill, propagadores do cuidado domiciliar. No meado do século os acontecimentos de
Paris (Revolução de Julho), o manifesto
comunista e a epidemia do cólera des pertaram a atenção governamental, re
sultando a primeira lei inglèsa de "housing": o "Shaftesbury Act" de 1851, que
permite a tôda cidade de mais de 10
mil habitantes construir e alugar casas — acompanhando assim, com algum atra
so, a orientação germânica.
"O Public
Works Loan Act", de 1875, criou um
"Board" destinado a proporcionar recur so barato às autoridades locais.
Seguiu-
se um período em que Ebenezer Ho-
ward, Barry Parker (a quem São Paulo deve seu primeiro bairro moderno e su
gestões que não soube aproveitar) e Raymond Unwin agitaram a questão sob o ponto de vista urbanístico, resultando a
jardins, isto é, a extensão dos estudos
habitações verificaram-se, embora com
cas e demográficas. A Alemanha, onde já em 1520 se construirá a Vila Fugger, exemplifica a situação nesse período: pela
grou um dos mais notáveis reformadores de nossa grande metrópole — o A.
construtoras.
sideração sistemática dos aspectos finan ceiro, urbanístico, econômico, social e
Mas a con
dustrial e suas conseqüências econômi
confirma no presente artigo a sua extraordinária soma de conhecimentos do
e pelo auxílio às sociedades cooperativas
ao ambiente das habitações, ao invés de
político, é relativamente recente. Co meça a preocupar no início do século passado e agrava-se com o progresso in
funda repercussão, "Melhoramentos de Sao Paulo", diretor de Obras Públicas
terrenos); pela realização de grandes conjuntos, como os de Krupp em Essen,
ponto de vista sanitário e construtivo, l^âo antigas, e Tucídides já mencionava caso ocorrido em Atenas.
casa, populares o dustre engenhem e urbanista Prestes Maia nos remete o jnirr^tro trabaUw de uma série que pretende elaborar. Autor de uma obra de
áreas, zoneamento e redistribuição dos
idéia da descentralização e das cidades-
As dificuldades da habitação, sob o
gem mais por geração espontânea, era
urbanísticas (especial sôbre reserva de
se restringirem somente aos prédios. Iniciativas semelhantes em prol das menos intensidade, noutros países euro
peus.
A Holanda viu os esforços do
príncipe Alberto, assustado pelos movi
mentos populares, e a lei de 1901, que estabelecia padrões de edificação, con denação de casas insalubres, atribuições urbanísticas, financiamento e até subsi
dia a habitações populares. A Bélgica baixou em 1889 uma lei
para incrementar a construção e aquisi ção, pelos operários, de casas baratas.
' W7,
DiCESTo EcoNó^^co
Em França, a obra realizada foi mui
to .menor. A reforma de Paris, sob Na-
poleão III, eliminou muitos cortiços, mas nada fez quanto a novas habitações; a experiência de MuUiouse teve pouco al cance. A lei de 1894 copiou a belga de 1889 e foi estendida aos projetos semí-rurais pela lei Ribot, de 1908.
Em
1912 £imcfaram-se os "Offices Publiques d'Habitations à Bon Marche", organiza ções semi-oficíaís com poderes para em prestar dinheiro, impor certas leis sani
tárias e construir. No mesmo ano con
cederam-se os primeiros subsídios para
casas destinadas a famílias numerosas. Com a guerra européia de 1914 ini
cia-se nova fase. As suas conseqüências diretas e indiretas agravaram sobre maneira o problema.
Na Inglaterra Lloyd George agitou a
questão das casas para os herls que ''T^^ ' Act", quefoiinstituía baixado^ Town Planmng subo sídios para as novas habitações, visando
reammar as atividades construtoras, com pensar o custo elevado das novas edifi-
ca^es ou completar o baixo padrão de salanos ou os aluguéis. A lei, modifi
cada em 1923 e 1924. deu ensejo a um
programa concretizado entre 191Q ^
1934 por 2.112.000 casas novas das quais 1.180.000 suKsídiadas. Em 1933 à vista do melhoramento da situação do pôso dos encargos e da grita dos con servadores, foi suspenso todo auxílio fi nanceiro e dada por finda essa forma de execução.
O problema dos blocos insalubres (de molição, reconstrução, transferência ou
reacomodação dos inquilinos) foi objeto
23
Digesto Econômico
foi encerrado com a reação fascista.
isoladamente a questão.
Dêsso período datam o Reumannhof, o
mente na Guatemala, sendo, em ambos
as condições eram muito melhores que
Karl Níarx Ilof e outros conjuntos e
na Inglaterra.
prédios quase monumentais, dos quais
os casos, modestas as realizações. O México, até há pouco desprovido
A substituição de casas insalubres foi pouco ativa, mesmo porque, nesse setor, Na Holanda, a partir de 1924, as fa cilidades e subsídios foram sendo re
A Bélgica realizou um bom progra ma de construções, animada pela lei
1932-1935.
do século, mas, ao contrário do que se
Nos Estados Unidos
do com padrões urbanísticos menos ge
podia esperar, não foram os Estados Unidos os pioneiros, ma.s a República Argentina o outros países hispano-ame
Mas é nos Estados Unidos que, não obstante o atraso inicial, se projetam os
nerosos.
ricanos, embora cm pequena escala.
de 1919. ^
A França construiu menos e de acôrOs subsídios instituídos em
1912 foram ampliados em 1919, ano cuie também viu o decreto que tornou
obrigatórios os planos de urbanização a lei Loncheur, que facilitava os finan ciamentos, especialmente para as casas próprias, assim como autorizava subsí
baratas no nome que nos
dio para as casas das vítimas da guer
preços, e satisfazem antes
ra, das vítimas em acidentes industriais
a classe média.
No Chile a idéia surgiu
houve uma suspensão de atividades, à
em 1906 e realizou-se a par
vista da enormidade dos encargos. Na Áustria, a condição das casas ope
tir de 1936 (Caixa de Ha
rárias, posteriormente à queda da monar
Eng. Alcaino). Tem sido,
do, até a grande guerra, foi pequeno.
grama da América Latina. No Uruguai o problema é menos j^ra-
Foi em Viena, após a guerra c sob o regime socialista, que se realizou um
cas é dependência do Ministério de
/1^
O Instituto de Vivendas Econômi
Obras
Pviblicas e tem constniído regu
lar número de casas a partir de 1937,
algumas com subsídio.
plo; país mutilado em tamanho e ri
No Peru é ò Serviço de Arquitetura do Ministério de Fomento que cirda do
queza, dinheiro depreciado ou quase
assunto Fiscais.
beleceu subsídios.
mitir habitação razoável e, entretanto, necessidade de mantê-los para evitar a ruma das indústrias exportadoras sôbfe
de Pensões (1938) executou um mo
e
faz
os
chamados
Bairros
No Equador, a Caixa de Seguros e a desto programa.
Em todos êstes países a organização
cial de áreas para casas populares. Fi
municipalidade atacou um programa ,de grandes blocos e conjuntos residenciais,
é predominantemente centralizada e ba
nalmente em 1932 os fundos nacionais
deixando de escriturar o capital aplicado
dência social.
deixaram de prover às necessidades de
e só cobrando, a título dc aluguel,:as
construção, salvo casos excepcionais.
despesas de manutenção. Este capítulo
seada nos recursos das caixas de previ Na Colômbia, não existindo tal orga
nização, a capital teve de considerar
foi
votado
Relief
o
and
Con.stniction Act", de pouca
.■
rias, mas o programa realmente executa
1932
"Emergency
t. •;
bitação Popular)e 1943 (lei
vc.
assunto entra no âmbito fey deral ("Hoover's ConferenEm
não obstante, o mais vul
A
bre "slums". Em 1931 o
/
toso e bem organizado pro
que repousava a economia nacional.
yy
^ ce on Home Building").
quia, era péssima. Por volta de 1907-
e nem sempre bem conhecida dos que entro nós costumam apontar esse exan-
fred decretou a primeiraSmith lei ativa estadual sô-
/,/ ,,y '■
1912 foram tomadas medidas prepíirató-
dos mais espetaculares programas de liabitações. A situação era muito especial
y,..-y,, .
porém as casas são mais
Em 1925
e das famílias numerosas.
O reconhecimento das casas populares
como questão pública data de 1926, quando o governador AI-
truções data dc 1910; em 191o formouse a Comissão Nacional dc Casas Baratas. Nos \iltimos 15 anos a atividade tomou-se mais eficiente,
para as cidades de mais de 10 mil habi tantes (lei Cornudet). Em 1928 saiu
maiores programas.
O primeiro grupo argentino de cons
anulado, salários insuficientes para per
uma lei autorizou a expropriação judi
cutado, além de dois conjuntos em
despertar atenção no primeiro quartel
da lei de 1925 e da de 1930, que esta Na Alemanha a atividade "post-bellum" atingiu 3.000.000 de casas, das quais 2.500.000 subsidiadas. Em 1920
de organização geral, pouco tem exe
diverso.s ficaram danificados por ocasião das agitações seguintes. Na América o problema só começou a
duzidos.
Semelhante
conseqüência. Resultou, é
verdade, a "Knickerboack Village" (Nova Iorque), que se diz ter atraído = muitos proletários por vi zinhos, mas não como ha
bitantes.
Em 1933, nova tentàüva, en
quadrada no NIRA, e que, após turras entre a "Housing Dhision" e o gene ral Mac Carl, deixou muita e.xperiência
e propaganda, mas escassas realizações.
Finalmente, em 1937 e 1938 surge a
"U. S. Housing Authority" sob o "Wagner-Steagall Housing Act". Após longa evolução, vencendo todas as resistências conservadoras, receosas do socialismo, das isenções e das grandes despesas, a
nova organização encara o problema sob prisma moderno: esforço permanente e não mais de simples emergência, caráter
púbhco do problema, o enorme \Tjlto do empreendimento, entro.samento com imensa rède de organizações construto ras e de crédito, descentralização.
' W7,
DiCESTo EcoNó^^co
Em França, a obra realizada foi mui
to .menor. A reforma de Paris, sob Na-
poleão III, eliminou muitos cortiços, mas nada fez quanto a novas habitações; a experiência de MuUiouse teve pouco al cance. A lei de 1894 copiou a belga de 1889 e foi estendida aos projetos semí-rurais pela lei Ribot, de 1908.
Em
1912 £imcfaram-se os "Offices Publiques d'Habitations à Bon Marche", organiza ções semi-oficíaís com poderes para em prestar dinheiro, impor certas leis sani
tárias e construir. No mesmo ano con
cederam-se os primeiros subsídios para
casas destinadas a famílias numerosas. Com a guerra européia de 1914 ini
cia-se nova fase. As suas conseqüências diretas e indiretas agravaram sobre maneira o problema.
Na Inglaterra Lloyd George agitou a
questão das casas para os herls que ''T^^ ' Act", quefoiinstituía baixado^ Town Planmng subo sídios para as novas habitações, visando
reammar as atividades construtoras, com pensar o custo elevado das novas edifi-
ca^es ou completar o baixo padrão de salanos ou os aluguéis. A lei, modifi
cada em 1923 e 1924. deu ensejo a um
programa concretizado entre 191Q ^
1934 por 2.112.000 casas novas das quais 1.180.000 suKsídiadas. Em 1933 à vista do melhoramento da situação do pôso dos encargos e da grita dos con servadores, foi suspenso todo auxílio fi nanceiro e dada por finda essa forma de execução.
O problema dos blocos insalubres (de molição, reconstrução, transferência ou
reacomodação dos inquilinos) foi objeto
23
Digesto Econômico
foi encerrado com a reação fascista.
isoladamente a questão.
Dêsso período datam o Reumannhof, o
mente na Guatemala, sendo, em ambos
as condições eram muito melhores que
Karl Níarx Ilof e outros conjuntos e
na Inglaterra.
prédios quase monumentais, dos quais
os casos, modestas as realizações. O México, até há pouco desprovido
A substituição de casas insalubres foi pouco ativa, mesmo porque, nesse setor, Na Holanda, a partir de 1924, as fa cilidades e subsídios foram sendo re
A Bélgica realizou um bom progra ma de construções, animada pela lei
1932-1935.
do século, mas, ao contrário do que se
Nos Estados Unidos
do com padrões urbanísticos menos ge
podia esperar, não foram os Estados Unidos os pioneiros, ma.s a República Argentina o outros países hispano-ame
Mas é nos Estados Unidos que, não obstante o atraso inicial, se projetam os
nerosos.
ricanos, embora cm pequena escala.
de 1919. ^
A França construiu menos e de acôrOs subsídios instituídos em
1912 foram ampliados em 1919, ano cuie também viu o decreto que tornou
obrigatórios os planos de urbanização a lei Loncheur, que facilitava os finan ciamentos, especialmente para as casas próprias, assim como autorizava subsí
baratas no nome que nos
dio para as casas das vítimas da guer
preços, e satisfazem antes
ra, das vítimas em acidentes industriais
a classe média.
No Chile a idéia surgiu
houve uma suspensão de atividades, à
em 1906 e realizou-se a par
vista da enormidade dos encargos. Na Áustria, a condição das casas ope
tir de 1936 (Caixa de Ha
rárias, posteriormente à queda da monar
Eng. Alcaino). Tem sido,
do, até a grande guerra, foi pequeno.
grama da América Latina. No Uruguai o problema é menos j^ra-
Foi em Viena, após a guerra c sob o regime socialista, que se realizou um
cas é dependência do Ministério de
/1^
O Instituto de Vivendas Econômi
Obras
Pviblicas e tem constniído regu
lar número de casas a partir de 1937,
algumas com subsídio.
plo; país mutilado em tamanho e ri
No Peru é ò Serviço de Arquitetura do Ministério de Fomento que cirda do
queza, dinheiro depreciado ou quase
assunto Fiscais.
beleceu subsídios.
mitir habitação razoável e, entretanto, necessidade de mantê-los para evitar a ruma das indústrias exportadoras sôbfe
de Pensões (1938) executou um mo
e
faz
os
chamados
Bairros
No Equador, a Caixa de Seguros e a desto programa.
Em todos êstes países a organização
cial de áreas para casas populares. Fi
municipalidade atacou um programa ,de grandes blocos e conjuntos residenciais,
é predominantemente centralizada e ba
nalmente em 1932 os fundos nacionais
deixando de escriturar o capital aplicado
dência social.
deixaram de prover às necessidades de
e só cobrando, a título dc aluguel,:as
construção, salvo casos excepcionais.
despesas de manutenção. Este capítulo
seada nos recursos das caixas de previ Na Colômbia, não existindo tal orga
nização, a capital teve de considerar
foi
votado
Relief
o
and
Con.stniction Act", de pouca
.■
rias, mas o programa realmente executa
1932
"Emergency
t. •;
bitação Popular)e 1943 (lei
vc.
assunto entra no âmbito fey deral ("Hoover's ConferenEm
não obstante, o mais vul
A
bre "slums". Em 1931 o
/
toso e bem organizado pro
que repousava a economia nacional.
yy
^ ce on Home Building").
quia, era péssima. Por volta de 1907-
e nem sempre bem conhecida dos que entro nós costumam apontar esse exan-
fred decretou a primeiraSmith lei ativa estadual sô-
/,/ ,,y '■
1912 foram tomadas medidas prepíirató-
dos mais espetaculares programas de liabitações. A situação era muito especial
y,..-y,, .
porém as casas são mais
Em 1925
e das famílias numerosas.
O reconhecimento das casas populares
como questão pública data de 1926, quando o governador AI-
truções data dc 1910; em 191o formouse a Comissão Nacional dc Casas Baratas. Nos \iltimos 15 anos a atividade tomou-se mais eficiente,
para as cidades de mais de 10 mil habi tantes (lei Cornudet). Em 1928 saiu
maiores programas.
O primeiro grupo argentino de cons
anulado, salários insuficientes para per
uma lei autorizou a expropriação judi
cutado, além de dois conjuntos em
despertar atenção no primeiro quartel
da lei de 1925 e da de 1930, que esta Na Alemanha a atividade "post-bellum" atingiu 3.000.000 de casas, das quais 2.500.000 subsidiadas. Em 1920
de organização geral, pouco tem exe
diverso.s ficaram danificados por ocasião das agitações seguintes. Na América o problema só começou a
duzidos.
Semelhante
conseqüência. Resultou, é
verdade, a "Knickerboack Village" (Nova Iorque), que se diz ter atraído = muitos proletários por vi zinhos, mas não como ha
bitantes.
Em 1933, nova tentàüva, en
quadrada no NIRA, e que, após turras entre a "Housing Dhision" e o gene ral Mac Carl, deixou muita e.xperiência
e propaganda, mas escassas realizações.
Finalmente, em 1937 e 1938 surge a
"U. S. Housing Authority" sob o "Wagner-Steagall Housing Act". Após longa evolução, vencendo todas as resistências conservadoras, receosas do socialismo, das isenções e das grandes despesas, a
nova organização encara o problema sob prisma moderno: esforço permanente e não mais de simples emergência, caráter
púbhco do problema, o enorme \Tjlto do empreendimento, entro.samento com imensa rède de organizações construto ras e de crédito, descentralização.
•
W'-;r i
1 25
Dicesto EcoNÓNaco 24
Digesto EconóaOCO
O programa de 1938 visava reabrigar 10 milhões de famílias por 40 bilhões
de dólares. O crescimento da popula ção, combinado com a obsolescência das casas, atirando aos "slums" mais 10
milhões de famílias cada 20 anos, im poria uma despesa de 40 bilhões de dó
lares no mesmo decurso de tempo ou
2 bilhões anuais, isto é, um terço do orçamento americano ou quatro vêzes o orçamento federal brasileiro.
^ A crise de 1929, os receios e desajustamentos posteriores, a segunda guer-
ra mundial, os conseqüentes esforços e
satisfatòriamente
resolvidas
fundamentais do país.
dentre
Disso tivemos
reno.
instalações, recreio infantil, nú
prio governo russo na sua e.xplicação d®
Resumindo, pode-se dizer que a e.xperiência estrangeira atingiu diversas
mero e área de cômodos, mate riais) e sobretudo urbanísticas
recente incidente diplomático. Os pl^'
ojnclusões:
(ocupação do lote, áreas hvres, concepção da oidade-jardim, umi
nos, todavia, são imensos e visam "stan
dard" equivalente ao inglês.
São pr®'
feridos os edifícios coletivos, por eco nomia, propriedade no clima e interesse
político. As construções são feitas pelos soviets locais (p. ex. 15%), pelas
bricas (40%) ou por cooperativas (45%» cm Moscou 75%). A administração dos edifícios coletivos cabe a uma comissão
nomeados pelo soviets ou contratados pe*
edificação no íioje Pou-
Em
construções centrais.
Ias fábricas. Os aluguéis são baixos, sem correspondência com o capital em
pregado, e calculados por metro qua drado, com pequenas correções. Os maiores empreendimentos consistem na
cidades
comn
m
t
maiores
FUadeffia WashWtÕn cação equivalente >i .1
centro pluísto'^
edifi-
do
man"eS^raSíoí7®;i—-s P^
outia utilização qu" restadôn"''T
de automóveis. Em compensaçãT^S numerosas as edificações'^ resSencSs nos arrabaldes, em particulnr o.
individuais, embora ainda insuficiStes diante da cnse, nao menos grave oue a nossa.
^
Na Rússia e outros países europeus A Rússia bolchevísta deparou com um problema diferente do dos outros países, pois assumira "ípso facto" a res ponsabilidade de todas as construções, e não só a das faltantes ou complementares. A revolução, e. depois os esforços
considerados mais urgentes (plano in dustrial, metropolitano, canal do Volga,
preparo bélico e finalmente a guerra) relegaram a segundo plano a questão residencial que, por isso, se tomou a
mais grave da Europa e das menos
e) As e.xigências arquitetônicas (insolação, ventilação transversal,
curiosamente uma confirmação do pr^
nreferêi^as de guerra, os altos custos, eleita pelos inquilinos, ou a zelador®^ as restnçoes legais, impediram forte-
SiU SuSs?tÍ^
mente até 95% da importância necessá ria, inclusive para a obtenção do ter
criação rapidíssima de novas cidades
industriais, particularmente nos Urais. Magnetogorak abrigava 170 mil almas após quatro anos, sendo porém de notar que inicialmente são usadas casas semi-
provisórias, pré-fabricadas de madeira.Nos países escandinavos o esfôrço
construtor tem sido notável, apresentan
do modalidades interessantes, de que destacaremos a previdente política ter ritorial, o desenvolvimento espontâneo das cooperativas, a extensão do financia
mento e hipòtécas, o inteligente auxí lio estatal (livre todavia de subvenções onerosas), etc.
a)
Necessidade da interferência di
reta do Estado, uma vez que a iniciativa privada falha ou mos tra-se insuficiente.
Esta interfe
rência vai da simples animação, e colaboração e facilidade, até a
legislação expropriatória, política financeira, regulamento das espe cificações e exigências mínimas ou essenciais, tanto construtivas, como urbanísticas e de uso.
b) Em segundo grau, a interferência governamental pode ir à cons trução direta ou por órgãos filia dos, e ao subsídio, quando indis pensável para a correção de grandes desajustamentos, eviden tes injustiças sociais ou efeitos
agudos de crises. c) Verificou-se em toda a Europa,
dade residencial, zoneamento, ser
viços gerais) se foram aperfei
çoando gradualmente por efeito da insistência de arquitetos, so ciólogos ou, mesmo, pela reclama
ção organizada do próprio prole tariado, nos países mais avança dos.
f) A questão atinge presentemente o mais alto interesse econômico, so
cial 8 político. Começa a ligar-se, em particular, aos planos regíoj nais e à descentralização indu^ trial.
Investigações Preliminares
A perfeição dos projetos depende de censos e indagações previas mais ou me
nos precisas e bem interpretadas. Estas
ou cessação dos subsídios ou au
são caras e demoradas, mas as providên cias não precisarão aguardá-las, do mes mo modo como convirá fugir aos bi2:antinismos tão freqüentes nesse campo. De modo grosseiramente aproximado
xílios diretos.
tem-se avaliado a falta de habitações, na
após certo decurso de tempo, um decréscimo mais ou menos geral da
atividade oficial construtora
ou financiadora, inclusive redução
d) Na maioria dos países as realiza ções efetivas têm-se mantido mui to abaixo das necessidades reais,
capital paulista, em 25 a 30 mil unida des. O critério do cálculo é muito arbi trário: resume-se em supor que a popu
lação continuou a crescer regularmente,
vias de terrenos (80 klm.2 em Estocolnio)
principalmente quando avaliadas conforme altos padrões. As no
permitiram um ótimo planejamento de
vas construções e a substituição
segundo a curva estatística da Prefeitura.
bairros-jardíns e extrema facilidade de
dos "slums" não têm conseguido
A cidade construiu em 1941 cerca de
cessão aos pretendentes. Também é ti-
melhorar aparentemente a situa ção dos "slums" existentes ou re
Na Suécia as vultosas aquisições pré
pico o aproveitamento do trabalho do interessado e sua família.
Os serviços
manescentes,
que
se
mantêm
gerais (berçário, jardim de infância e
cheios, quer pelo número de no
^té cozinha) são perfeitos, geralmente sob o regime cooperativo.
vos ocupantes, quer por hábitos ou vícios de educação, como ain
A Dinamarca apresenta muitos pontos " de semelhança com a Suécia, neste cam po. Em especial o sistema financeiro e
hipotecário, que permite levantar fàcil-
da há pouco, em colaboração para as "Folhas", observava Harcourt-
-Rivington.
ao passo que as construções decresceram,
12.000 prédios, aliás um máximo^ com a guerra, a cifra anual desceu a 6.000 e menos. Resulta em 5 anos um "dé
ficit" de cerca 5 (12.000 - 6.000) = 30.000 casas. Muitas destas não s^c residenciais, mas, em compensação, há as habitações coletivas e o afluxo anor
mal de população, atraída pelo surto
industrial.
Pode-se recorrer, mais in-
•
W'-;r i
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Dicesto EcoNÓNaco 24
Digesto EconóaOCO
O programa de 1938 visava reabrigar 10 milhões de famílias por 40 bilhões
de dólares. O crescimento da popula ção, combinado com a obsolescência das casas, atirando aos "slums" mais 10
milhões de famílias cada 20 anos, im poria uma despesa de 40 bilhões de dó
lares no mesmo decurso de tempo ou
2 bilhões anuais, isto é, um terço do orçamento americano ou quatro vêzes o orçamento federal brasileiro.
^ A crise de 1929, os receios e desajustamentos posteriores, a segunda guer-
ra mundial, os conseqüentes esforços e
satisfatòriamente
resolvidas
fundamentais do país.
dentre
Disso tivemos
reno.
instalações, recreio infantil, nú
prio governo russo na sua e.xplicação d®
Resumindo, pode-se dizer que a e.xperiência estrangeira atingiu diversas
mero e área de cômodos, mate riais) e sobretudo urbanísticas
recente incidente diplomático. Os pl^'
ojnclusões:
(ocupação do lote, áreas hvres, concepção da oidade-jardim, umi
nos, todavia, são imensos e visam "stan
dard" equivalente ao inglês.
São pr®'
feridos os edifícios coletivos, por eco nomia, propriedade no clima e interesse
político. As construções são feitas pelos soviets locais (p. ex. 15%), pelas
bricas (40%) ou por cooperativas (45%» cm Moscou 75%). A administração dos edifícios coletivos cabe a uma comissão
nomeados pelo soviets ou contratados pe*
edificação no íioje Pou-
Em
construções centrais.
Ias fábricas. Os aluguéis são baixos, sem correspondência com o capital em
pregado, e calculados por metro qua drado, com pequenas correções. Os maiores empreendimentos consistem na
cidades
comn
m
t
maiores
FUadeffia WashWtÕn cação equivalente >i .1
centro pluísto'^
edifi-
do
man"eS^raSíoí7®;i—-s P^
outia utilização qu" restadôn"''T
de automóveis. Em compensaçãT^S numerosas as edificações'^ resSencSs nos arrabaldes, em particulnr o.
individuais, embora ainda insuficiStes diante da cnse, nao menos grave oue a nossa.
^
Na Rússia e outros países europeus A Rússia bolchevísta deparou com um problema diferente do dos outros países, pois assumira "ípso facto" a res ponsabilidade de todas as construções, e não só a das faltantes ou complementares. A revolução, e. depois os esforços
considerados mais urgentes (plano in dustrial, metropolitano, canal do Volga,
preparo bélico e finalmente a guerra) relegaram a segundo plano a questão residencial que, por isso, se tomou a
mais grave da Europa e das menos
e) As e.xigências arquitetônicas (insolação, ventilação transversal,
curiosamente uma confirmação do pr^
nreferêi^as de guerra, os altos custos, eleita pelos inquilinos, ou a zelador®^ as restnçoes legais, impediram forte-
SiU SuSs?tÍ^
mente até 95% da importância necessá ria, inclusive para a obtenção do ter
criação rapidíssima de novas cidades
industriais, particularmente nos Urais. Magnetogorak abrigava 170 mil almas após quatro anos, sendo porém de notar que inicialmente são usadas casas semi-
provisórias, pré-fabricadas de madeira.Nos países escandinavos o esfôrço
construtor tem sido notável, apresentan
do modalidades interessantes, de que destacaremos a previdente política ter ritorial, o desenvolvimento espontâneo das cooperativas, a extensão do financia
mento e hipòtécas, o inteligente auxí lio estatal (livre todavia de subvenções onerosas), etc.
a)
Necessidade da interferência di
reta do Estado, uma vez que a iniciativa privada falha ou mos tra-se insuficiente.
Esta interfe
rência vai da simples animação, e colaboração e facilidade, até a
legislação expropriatória, política financeira, regulamento das espe cificações e exigências mínimas ou essenciais, tanto construtivas, como urbanísticas e de uso.
b) Em segundo grau, a interferência governamental pode ir à cons trução direta ou por órgãos filia dos, e ao subsídio, quando indis pensável para a correção de grandes desajustamentos, eviden tes injustiças sociais ou efeitos
agudos de crises. c) Verificou-se em toda a Europa,
dade residencial, zoneamento, ser
viços gerais) se foram aperfei
çoando gradualmente por efeito da insistência de arquitetos, so ciólogos ou, mesmo, pela reclama
ção organizada do próprio prole tariado, nos países mais avança dos.
f) A questão atinge presentemente o mais alto interesse econômico, so
cial 8 político. Começa a ligar-se, em particular, aos planos regíoj nais e à descentralização indu^ trial.
Investigações Preliminares
A perfeição dos projetos depende de censos e indagações previas mais ou me
nos precisas e bem interpretadas. Estas
ou cessação dos subsídios ou au
são caras e demoradas, mas as providên cias não precisarão aguardá-las, do mes mo modo como convirá fugir aos bi2:antinismos tão freqüentes nesse campo. De modo grosseiramente aproximado
xílios diretos.
tem-se avaliado a falta de habitações, na
após certo decurso de tempo, um decréscimo mais ou menos geral da
atividade oficial construtora
ou financiadora, inclusive redução
d) Na maioria dos países as realiza ções efetivas têm-se mantido mui to abaixo das necessidades reais,
capital paulista, em 25 a 30 mil unida des. O critério do cálculo é muito arbi trário: resume-se em supor que a popu
lação continuou a crescer regularmente,
vias de terrenos (80 klm.2 em Estocolnio)
principalmente quando avaliadas conforme altos padrões. As no
permitiram um ótimo planejamento de
vas construções e a substituição
segundo a curva estatística da Prefeitura.
bairros-jardíns e extrema facilidade de
dos "slums" não têm conseguido
A cidade construiu em 1941 cerca de
cessão aos pretendentes. Também é ti-
melhorar aparentemente a situa ção dos "slums" existentes ou re
Na Suécia as vultosas aquisições pré
pico o aproveitamento do trabalho do interessado e sua família.
Os serviços
manescentes,
que
se
mantêm
gerais (berçário, jardim de infância e
cheios, quer pelo número de no
^té cozinha) são perfeitos, geralmente sob o regime cooperativo.
vos ocupantes, quer por hábitos ou vícios de educação, como ain
A Dinamarca apresenta muitos pontos " de semelhança com a Suécia, neste cam po. Em especial o sistema financeiro e
hipotecário, que permite levantar fàcil-
da há pouco, em colaboração para as "Folhas", observava Harcourt-
-Rivington.
ao passo que as construções decresceram,
12.000 prédios, aliás um máximo^ com a guerra, a cifra anual desceu a 6.000 e menos. Resulta em 5 anos um "dé
ficit" de cerca 5 (12.000 - 6.000) = 30.000 casas. Muitas destas não s^c residenciais, mas, em compensação, há as habitações coletivas e o afluxo anor
mal de população, atraída pelo surto
industrial.
Pode-se recorrer, mais in-
Dicesto EcoNÓNnco
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Digésto Econômico
,27
capitais platinas e a chilena possuem os
tuítivamente, à juxtaposição da curva das
cortiç-os, favelas, "slurn.s", onde as solu
construções. A medida da área ou vácuo interme
clessa.s formações patológicas, de seus
diário exprimirá o "déficit", de casas. Um "survey" técnico costuma proce
com o meio. Uma solução material, de
outros semelhantes.
der diferentemente, mediante um verda
corrente de informações puramente nu
deiro recenseamento, ondé • os quesitos
méricas, pode ser decepcionante. Uma
No Brasil não são do hoje os corliçqs, 05 porões, as favelas, os mocambos, as
ções dependem estritamente das causas característicos funcionais e suas relações
parar estatísticas escolares do Estado de
Lctícia; Colômbia, os "ranchos"; a capi
São Paulo (zona rala do Novo Mundo)
tal me.vicana, o bairro Buenos Aires e
com as da cidade de Hamburgo (cidade rica, densa e tradicional da Europa), a comparar verbas escolares de municípios brasileiros (beneficiárias apenas de 10%
principais se referem, por e.xemplo, à
favela no Leblon não tem a mesma com
"cabeças dc porco".
area por cabeça (norma habitual russa),
posição, nem pode ser erradicada, subs
que avaliam ns suas habitações impró
ao número de famílias sem casa em
tituída, transformada ou reeducada, da
toda a cidade, e ao número de Jiabita-
mesma maneira cfue uma favela na zona portuária, uma aglomeração na
Ções inadequadas, entendendo-se por
adequada a que possui um quarto para
o casal-cabeça e, pelo menos, um su
plementar para cada se.xo dos filhos ou dependentes. Outros dados, referentes p. ex. ao número de pessoas acumuladas em cômodo usual, ou a existência ou
inexistência de certos requisitos constru tivos ou comodidades elementares, com pletam as mformações. O relatório do
Housmg Act" de 1935 inglês dá o se
guinte criteno de ocupação:
a) 1 quarto 2 pessoas; 2 quartos, 3
baixada fluminense, nem como uma al
deia praiana de pescadores. Tais pes
b) 1 quarto de IIQ pés quadrados 2 pessoas; 90-110 pós quadrados;
Ih pessoas; 70-9, 1; 50-70 % Crianças até um ano não'são consideradas; entre um a dez computam-se como meias pessoas' Não se consideram dormitórios os
cômodos menores de 50 níc quadrados.
Certas estatísticas são inúteis, pela inexpressividade de suas tabelas ou pela incompetência. É o ca.so, embora num campo mais vasto, dos esmagadores for
mulários com que periòdicaraente certos Ministérios e o Instituto de Geografia
põem à prova a paciência das municipa
mográfica, agravada, a mais, pela hostiliaade do relevo topográfico, que, ao
contrário dos pampas ou das planícies
mundial que as condições se agravaram,
teriam melhor êxito mediante descrições
que a princípio parecia transitório, tem perdurado, revelando claramente, atrás
ção e os traosportcs.
dos efeitos momentâneos da guerra, mo
esquecidos das nossas belezas naturais (agora as invocam para turismo), vol
qualitativas.
Aronovici conta dum ar
quiteto, seu amigo, que, iustado para
projetar a residência dum cliente, aca
O mal,
dificações mais profundas da economia
bou declarando que, para estabelecer
geral, da estrutura social e das menta-
um programa consciencioso, necessitava
lidades.
pôr-se ao par de todos os hábitos da casa, para o qvie a única maneira era
aplica a observação, com propriedade, ao
iiiuid,
Conclusão prãtícamento inaceitável, mas que faz pensar. Mas é a partir da primeira guerra
da), tudo com a maior ingenuidade — mas nada disto poderá resolver de modo perfeito e rápido os males da falha de
sobretudo quantitativamente.
estudo dos "slums".
w
prias em quase 30%, calculam as nossas, pelo mesmo padrão, em mais de 70%.
da.s rendas totais locais) com as das cidades americanas (50% da mesma ren
quisas são mais delicadas do que pare
quarto excedente de 5.
^
Os americanos,
cem à primeira vista, e, muitas vezes,
pessoas; 3,J; 4, U; 5\u mais. 10 ^IS 2 pessoas para cada t f%
ca. O sr. Pinto Sen'a continuará a com
"convcntillos"; Lima, os bairros chinês e
lá ir
morar
uma semana.
Aronovici
O erro de unia solução mal estudada, ou precipitada não se manifesta somen te no desajustamento funcional; podem resultar males mais graves, como animar vagabundos ou incapazes ao invés de trabalhadoíes normais, subsidiar indi retamente industriais do lucro extraordi
nário em vez <los inquilinos necessita
dos, contribuir para o êxodo rural ou para a importação de indesejáveis em vez de atender aos industriários das fa
bricas próximas, etc.
a) Em primeiro lugar, o atraso ge
ral do país, econômico e social; o fraco
poder aquisitivo e a pouca educação do povo. Situação por sua vez derivada de
de vitrina, quando não têm a desdita de encontrar sucedâneos sintéticos. As flo restas reduzem-se ao Amazonas equato
rial e à orla marítima, que esconde um
continente de cerrados, apenas riscado por matas ciliares. O solo tem ferro, mas carece do carvão indispensável à indústria e à metalurgia. Quanto ao orno, ainda é mais bara to comprá-lo no cambis ta judeu. As indústrias,
pobreza relativa em re cursos
naturais,
afastamento
das
o
seu
princi
pais rotas marítimas ou
por necessário que seja
internacionais, o seu chma adverso aos grandes
o seu desenvolvimento,
a fim de superarmos o
esforços humanos e im
estádio semi-colonial, ain
próprio às culturas de
da padecem do tremen dos "handicaps", de que não é menor a própria estrutura econômica geral
corrência doutras popula- »
As mais ricas
tam-se para os nossos produtos que, em maioria, ainda são de sobremesa ou
causas fundamentais: a extensão do país
consumo mundial, a con
O problema da habitação tem sido
Os ufanistas, embora já lun pouco
e a pequena densidade demográfica, sua
maior e mais obrigatório;
Causas da crise
permanente e universal.
Procuremos especificar as principais causas.
americanas, facilitam a interconumica-
ções tropicais de baixo nível de vida. Os sociólogos de gabinete continuarão a re
o o preparo técnico e científico ambien te, pois noje as indústrias mais adiantadas concorrência, sem a conexão intima com
dificilmente progredirão e subsistirão na
lidades.
capitais, como Londres, Paris, Nova
Em urbanismo muitas vezes é pre ferível incumbir da tarefa um sociólogo,
Iorque, têm seus bairros miseráveis, cor-
clamar escolas e saneamento, mas os go vernos mais animosos não poderão sa-
tiços, favelas, sujas e super povoadas. Washington, que não é cidade industrial,
persão demográfica impossibilita eco-
nasceram adultas, sem a evolução forma
nòmicamente obras, serviços e despesas
dora e selecionadora; indústrias cresci
e não um engenheiro (salvo, natural mente, se dotado de formação socioló gica suficiente). É o caso do estudo dos
nem vellia, encerra cortiços ("alleys") no âmago dos seus quarteirões. As L--
.v-i.
tísfazô-lo.s completamente, porque a dis
que requerem concentração demográfi-
estes fatores. Indústrias fracas porque das à sombra dum proteçionismQ neces-
Dicesto EcoNÓNnco
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Digésto Econômico
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capitais platinas e a chilena possuem os
tuítivamente, à juxtaposição da curva das
cortiç-os, favelas, "slurn.s", onde as solu
construções. A medida da área ou vácuo interme
clessa.s formações patológicas, de seus
diário exprimirá o "déficit", de casas. Um "survey" técnico costuma proce
com o meio. Uma solução material, de
outros semelhantes.
der diferentemente, mediante um verda
corrente de informações puramente nu
deiro recenseamento, ondé • os quesitos
méricas, pode ser decepcionante. Uma
No Brasil não são do hoje os corliçqs, 05 porões, as favelas, os mocambos, as
ções dependem estritamente das causas característicos funcionais e suas relações
parar estatísticas escolares do Estado de
Lctícia; Colômbia, os "ranchos"; a capi
São Paulo (zona rala do Novo Mundo)
tal me.vicana, o bairro Buenos Aires e
com as da cidade de Hamburgo (cidade rica, densa e tradicional da Europa), a comparar verbas escolares de municípios brasileiros (beneficiárias apenas de 10%
principais se referem, por e.xemplo, à
favela no Leblon não tem a mesma com
"cabeças dc porco".
area por cabeça (norma habitual russa),
posição, nem pode ser erradicada, subs
que avaliam ns suas habitações impró
ao número de famílias sem casa em
tituída, transformada ou reeducada, da
toda a cidade, e ao número de Jiabita-
mesma maneira cfue uma favela na zona portuária, uma aglomeração na
Ções inadequadas, entendendo-se por
adequada a que possui um quarto para
o casal-cabeça e, pelo menos, um su
plementar para cada se.xo dos filhos ou dependentes. Outros dados, referentes p. ex. ao número de pessoas acumuladas em cômodo usual, ou a existência ou
inexistência de certos requisitos constru tivos ou comodidades elementares, com pletam as mformações. O relatório do
Housmg Act" de 1935 inglês dá o se
guinte criteno de ocupação:
a) 1 quarto 2 pessoas; 2 quartos, 3
baixada fluminense, nem como uma al
deia praiana de pescadores. Tais pes
b) 1 quarto de IIQ pés quadrados 2 pessoas; 90-110 pós quadrados;
Ih pessoas; 70-9, 1; 50-70 % Crianças até um ano não'são consideradas; entre um a dez computam-se como meias pessoas' Não se consideram dormitórios os
cômodos menores de 50 níc quadrados.
Certas estatísticas são inúteis, pela inexpressividade de suas tabelas ou pela incompetência. É o ca.so, embora num campo mais vasto, dos esmagadores for
mulários com que periòdicaraente certos Ministérios e o Instituto de Geografia
põem à prova a paciência das municipa
mográfica, agravada, a mais, pela hostiliaade do relevo topográfico, que, ao
contrário dos pampas ou das planícies
mundial que as condições se agravaram,
teriam melhor êxito mediante descrições
que a princípio parecia transitório, tem perdurado, revelando claramente, atrás
ção e os traosportcs.
dos efeitos momentâneos da guerra, mo
esquecidos das nossas belezas naturais (agora as invocam para turismo), vol
qualitativas.
Aronovici conta dum ar
quiteto, seu amigo, que, iustado para
projetar a residência dum cliente, aca
O mal,
dificações mais profundas da economia
bou declarando que, para estabelecer
geral, da estrutura social e das menta-
um programa consciencioso, necessitava
lidades.
pôr-se ao par de todos os hábitos da casa, para o qvie a única maneira era
aplica a observação, com propriedade, ao
iiiuid,
Conclusão prãtícamento inaceitável, mas que faz pensar. Mas é a partir da primeira guerra
da), tudo com a maior ingenuidade — mas nada disto poderá resolver de modo perfeito e rápido os males da falha de
sobretudo quantitativamente.
estudo dos "slums".
w
prias em quase 30%, calculam as nossas, pelo mesmo padrão, em mais de 70%.
da.s rendas totais locais) com as das cidades americanas (50% da mesma ren
quisas são mais delicadas do que pare
quarto excedente de 5.
^
Os americanos,
cem à primeira vista, e, muitas vezes,
pessoas; 3,J; 4, U; 5\u mais. 10 ^IS 2 pessoas para cada t f%
ca. O sr. Pinto Sen'a continuará a com
"convcntillos"; Lima, os bairros chinês e
lá ir
morar
uma semana.
Aronovici
O erro de unia solução mal estudada, ou precipitada não se manifesta somen te no desajustamento funcional; podem resultar males mais graves, como animar vagabundos ou incapazes ao invés de trabalhadoíes normais, subsidiar indi retamente industriais do lucro extraordi
nário em vez <los inquilinos necessita
dos, contribuir para o êxodo rural ou para a importação de indesejáveis em vez de atender aos industriários das fa
bricas próximas, etc.
a) Em primeiro lugar, o atraso ge
ral do país, econômico e social; o fraco
poder aquisitivo e a pouca educação do povo. Situação por sua vez derivada de
de vitrina, quando não têm a desdita de encontrar sucedâneos sintéticos. As flo restas reduzem-se ao Amazonas equato
rial e à orla marítima, que esconde um
continente de cerrados, apenas riscado por matas ciliares. O solo tem ferro, mas carece do carvão indispensável à indústria e à metalurgia. Quanto ao orno, ainda é mais bara to comprá-lo no cambis ta judeu. As indústrias,
pobreza relativa em re cursos
naturais,
afastamento
das
o
seu
princi
pais rotas marítimas ou
por necessário que seja
internacionais, o seu chma adverso aos grandes
o seu desenvolvimento,
a fim de superarmos o
esforços humanos e im
estádio semi-colonial, ain
próprio às culturas de
da padecem do tremen dos "handicaps", de que não é menor a própria estrutura econômica geral
corrência doutras popula- »
As mais ricas
tam-se para os nossos produtos que, em maioria, ainda são de sobremesa ou
causas fundamentais: a extensão do país
consumo mundial, a con
O problema da habitação tem sido
Os ufanistas, embora já lun pouco
e a pequena densidade demográfica, sua
maior e mais obrigatório;
Causas da crise
permanente e universal.
Procuremos especificar as principais causas.
americanas, facilitam a interconumica-
ções tropicais de baixo nível de vida. Os sociólogos de gabinete continuarão a re
o o preparo técnico e científico ambien te, pois noje as indústrias mais adiantadas concorrência, sem a conexão intima com
dificilmente progredirão e subsistirão na
lidades.
capitais, como Londres, Paris, Nova
Em urbanismo muitas vezes é pre ferível incumbir da tarefa um sociólogo,
Iorque, têm seus bairros miseráveis, cor-
clamar escolas e saneamento, mas os go vernos mais animosos não poderão sa-
tiços, favelas, sujas e super povoadas. Washington, que não é cidade industrial,
persão demográfica impossibilita eco-
nasceram adultas, sem a evolução forma
nòmicamente obras, serviços e despesas
dora e selecionadora; indústrias cresci
e não um engenheiro (salvo, natural mente, se dotado de formação socioló gica suficiente). É o caso do estudo dos
nem vellia, encerra cortiços ("alleys") no âmago dos seus quarteirões. As L--
.v-i.
tísfazô-lo.s completamente, porque a dis
que requerem concentração demográfi-
estes fatores. Indústrias fracas porque das à sombra dum proteçionismQ neces-
Dicesto Econômico
2S
sário, mas de que tendem a abusar; indústrias nacionais pela sede, mas es trangeiras pela matéria e pelos maqui-
substituído pelo nacional, muito mais
nários, parecendo antes de simples mon
Volta Redonda, embora instalada com
tagem; indústrias por tais motivos, mes mo, assustadiças e inseguras, que pro
os últimos aperfeiçoamentos técnicos, em grande escala e para o melhor minério
curam mais freqüentemente alcançar logo
do mundo, sofre do vício, que já disse
o máximo lucro em vez de assentar mais
mos, de ter nascido grande e em am
sòlidamente.
biente técnico e econòinicamente atra
Neste campo geral, as medidas serão, assim, também muito gerais, de plane
sado; produzirá 40% mais caro que o estrangeiro, e já está valorizando as
O ferro para concreto armado triplicou, caro por fabricação e por abuso.
A
jamento, de resultados remotos ou de
ações âas pequenas siderurgias enrique
morados: imigração, estradas, reflores-
cidas na guerra e que receavam sosso-
tamento, distribuição demográfica, orgamzação econômica, e, sobretudo, pro dução, única base da riqueza e fôrca
brar. O cimento e a cal subiram por falta de combustível e transporte, pelas
real.
e ainda pelos lucros extraordíniírios. O
^
b) Em segundo lugar, os moHvos peculiares a época, em parHcuIar os eteitos da guerra ou das guerras; o em pobrecimento geral, que tais catástro-
tes sempre determinam, a despeito das prospendades isoladas ou aparentes. E sobretudo, os efeitos diretos; a cessacão da importação de material e equipamen tos de construção; a falta de veículos- a escassez dos combustíveis líquidos e só bdos, e conseqüente redução dos transportes, corno tambérn da produção de materiais déles dependentes. Houve fal ta de ferro perfilado e em barras de
requisições para obras vultosas do guerra, caso do vidro chegou a ser escandaloso. Em suma, a falta e o encarecimento
desorganizaram tudo, diante da coorde nação impotente. E uma das atividades aue
mais sofreram
impossibibdades
foí
a
construtora:
quantitativas
e
alto
preço, retirando cada vez mais a habita ção do alcance do pobre. c) Paralelamente verificou-se o en carecimento da mão de obra; a atração
das fábricas e oficinas despovoou os cam pos e canteiros de serviço.?, iuntando-se ao atrativo natural das cidades; a con
vocação militar, preferindo os mais aptos
canos, de vidro, aparelhos, elevadores etc. Os canos galvanizados decuplicaram de preço. A lenha é indígena, mas
e certas habilitações profissionais (mo toristas, mecânico.?, eletricistas, etc.),
não encontrava transporte; o preço tri-
ção atuou no mesmo sentido.
phcava em São Paulo, enquanto ela se amontoava à beira das estradas, no Pa
raná. A lenha escasseou também pela falta de transporte e pelo consumo das
estradas de ferro privadas de hulha;
paradoxalmente ainda sobrecarregava o próprio tráfego ferroviário, e encareceu a queima nas olarias. A falta de trans porte em caminhão agravou o preço do tij'olo, da telha, de areia, do pedreguIho ou da brita.
Além do encarecimen-
to próprio da produção ou do transporte, surgia o encarecimento especulativo, de vido à própria escassez da mercadoria.
agravou a crise. A cessação da imigra
d) Aspecto semelhante, mas não pe culiar ao período de guerra, de efeito assás sensível, refere-se ao profissional médio, que tão relevante papel desem penha na indústria da construção: o ope
rário altamente especializado, o calculis ta, o desenhista, o mestre, o topógrafo,
o sub-empreiteiro. Êstes elementos, an
tes fornecidos já formados pela imigra ção ou pelo aprendizado e esfôrço es pontâneo, estão desaparecendo, uns pela
29
Dicesto Econóaoco
formá-lo-s aqui em número e qualidade
consulti\'as.
suficiente. E, quando os diplomamos nas escolas profissionais, ainda teremos
mentos de gêneros no mercado grosso foram estabelecidos por votação (irrisão!)
a luta contra o vêzo e pendor irresistível de se julgarem doutores com direito a lugares públicos (com aplicação às nos
sas escolas agrícolas). Os Estados Uni dos, com seu alto nível educacional e
profissional, sempre atraíram e recebe ram todos os operários especializados e pequenos profissionais. Enquanto isso, os recusamos por nacionalismo e prote cionismo mal entendido, e multiplicamos cursos para profissões burocráticas mais ou menos artificiais, preocupados com
colocações públicas e colações de grau
Quantas vêzes os tabela-
exclusiva dos próprios atacadistas. Para solução de problemas técnicos, compHcados ims, comesinhos outros, só me recedores de gabinete, investigação e bom senso, promovem-se reuniões pala cianas, verdadeiros pandemônios inconcludentes e desmoralizadores do prestí
gio governamental. Voltando, porém, ao meio circulante,
diremos que êste quadruplicou èm cêrca de 5 anos, sem aumento correspondente de atividade e riqueza. As teorias dirão
o Que quiserem, fato é que as cur\'as do 'meio circulante e do custo de vida
(até os datilógrafos!).
e) A inflação monetária foi uma das causas principais da desorganização e encarecimento da vida nacional.
Com
preensível dentro de certos limites e diante das circunstâncias, houve toda via evidente exagêro, sem o correspon dente controle financeiro e econômico
superpõem-se quase exatamente. O di
nheiro aviltou-se, todos os preços e por
conseqüência os custos de construção su biram paralelamente, fazendo hesitar os proprietários e os empreiteiros. A es peculação. que sempre redobra nas cri- ^
ses e onde os judeus afluem (p. ex. o ^
que, como nos Estados Unidos, lhe ate
comércio de ferrolho) agravou ainda
nuaria as conseqüências.
mais a alta da inflação.
Se em parte
so explica a crise pela própria euforia co mercial de país, momentaneamente ven dedor em alta escala, por outra parte não se justifica, porque o govêmo ne
gligenciou o controle da situação e, na corrida dos gastos públicos, tanto civis como mibtares, também não teve me didas.
A inconsciência diante da necessidade
de sacrifícios, reunida à falta de organi zação e preparo especializado no assun to, permitiam prever, desde o início, a
incapacidade das coordenações tentadas e as penosas conseqüências, que ainda sofremos. Basta dizer que nem o preço
A areia, que custava 20 cruzeiros, pu
lou para 80; o pedregulho subiu de 30 para 200; o tijolo, de 80 para 450; o sàdro, de 16 para 60; a tábua, de 40
para 160; o taco. de 12 para 50; a telha francesa, de 380 para 1700; a cal, de 5 para 20; o servente passou de 0,80 a 3,50 a hora; o pedreiro, de 1,40 a 6.00 e mais.
Diante destas cifras, da
demora dos materiais; da falta de mão
de obra; das perspectivas de restrição nas locacões, das esperanças duma baixa "oost-bellum". era natural a retração.
E a construção civil baixou a menos de metade das cifras já alcançadas em 1941. Quanto ao pouco que se construía,
das mercadorias importadas, onde o con trole seria facílimo, pôde ser regulado. .?endo encomenda dos enriquecidos peAs mais estapafúrdias personalidades ' los lucros extraordinários, esquecidos da eram e continuam a ser chamadas' para noção dos valores — não suscitava relu tância quanto a preços e incrementava a funções técnicas, administrativas e eco nômicas, de que não possuem a menor
cessação dessa imigração, outros pelos
noção e muitas vêzes, em comissões
embaraços excessivos da legislação profissional, sem que possamos tão cedo
onde, como interessado.? diretos, pode riam receber atribuições quando muito
alta.
Os terrenos acompanharam o encare cimento e passaram a pesar ainda mais
no preço das habitações.
Na realida-
Dicesto Econômico
2S
sário, mas de que tendem a abusar; indústrias nacionais pela sede, mas es trangeiras pela matéria e pelos maqui-
substituído pelo nacional, muito mais
nários, parecendo antes de simples mon
Volta Redonda, embora instalada com
tagem; indústrias por tais motivos, mes mo, assustadiças e inseguras, que pro
os últimos aperfeiçoamentos técnicos, em grande escala e para o melhor minério
curam mais freqüentemente alcançar logo
do mundo, sofre do vício, que já disse
o máximo lucro em vez de assentar mais
mos, de ter nascido grande e em am
sòlidamente.
biente técnico e econòinicamente atra
Neste campo geral, as medidas serão, assim, também muito gerais, de plane
sado; produzirá 40% mais caro que o estrangeiro, e já está valorizando as
O ferro para concreto armado triplicou, caro por fabricação e por abuso.
A
jamento, de resultados remotos ou de
ações âas pequenas siderurgias enrique
morados: imigração, estradas, reflores-
cidas na guerra e que receavam sosso-
tamento, distribuição demográfica, orgamzação econômica, e, sobretudo, pro dução, única base da riqueza e fôrca
brar. O cimento e a cal subiram por falta de combustível e transporte, pelas
real.
e ainda pelos lucros extraordíniírios. O
^
b) Em segundo lugar, os moHvos peculiares a época, em parHcuIar os eteitos da guerra ou das guerras; o em pobrecimento geral, que tais catástro-
tes sempre determinam, a despeito das prospendades isoladas ou aparentes. E sobretudo, os efeitos diretos; a cessacão da importação de material e equipamen tos de construção; a falta de veículos- a escassez dos combustíveis líquidos e só bdos, e conseqüente redução dos transportes, corno tambérn da produção de materiais déles dependentes. Houve fal ta de ferro perfilado e em barras de
requisições para obras vultosas do guerra, caso do vidro chegou a ser escandaloso. Em suma, a falta e o encarecimento
desorganizaram tudo, diante da coorde nação impotente. E uma das atividades aue
mais sofreram
impossibibdades
foí
a
construtora:
quantitativas
e
alto
preço, retirando cada vez mais a habita ção do alcance do pobre. c) Paralelamente verificou-se o en carecimento da mão de obra; a atração
das fábricas e oficinas despovoou os cam pos e canteiros de serviço.?, iuntando-se ao atrativo natural das cidades; a con
vocação militar, preferindo os mais aptos
canos, de vidro, aparelhos, elevadores etc. Os canos galvanizados decuplicaram de preço. A lenha é indígena, mas
e certas habilitações profissionais (mo toristas, mecânico.?, eletricistas, etc.),
não encontrava transporte; o preço tri-
ção atuou no mesmo sentido.
phcava em São Paulo, enquanto ela se amontoava à beira das estradas, no Pa
raná. A lenha escasseou também pela falta de transporte e pelo consumo das
estradas de ferro privadas de hulha;
paradoxalmente ainda sobrecarregava o próprio tráfego ferroviário, e encareceu a queima nas olarias. A falta de trans porte em caminhão agravou o preço do tij'olo, da telha, de areia, do pedreguIho ou da brita.
Além do encarecimen-
to próprio da produção ou do transporte, surgia o encarecimento especulativo, de vido à própria escassez da mercadoria.
agravou a crise. A cessação da imigra
d) Aspecto semelhante, mas não pe culiar ao período de guerra, de efeito assás sensível, refere-se ao profissional médio, que tão relevante papel desem penha na indústria da construção: o ope
rário altamente especializado, o calculis ta, o desenhista, o mestre, o topógrafo,
o sub-empreiteiro. Êstes elementos, an
tes fornecidos já formados pela imigra ção ou pelo aprendizado e esfôrço es pontâneo, estão desaparecendo, uns pela
29
Dicesto Econóaoco
formá-lo-s aqui em número e qualidade
consulti\'as.
suficiente. E, quando os diplomamos nas escolas profissionais, ainda teremos
mentos de gêneros no mercado grosso foram estabelecidos por votação (irrisão!)
a luta contra o vêzo e pendor irresistível de se julgarem doutores com direito a lugares públicos (com aplicação às nos
sas escolas agrícolas). Os Estados Uni dos, com seu alto nível educacional e
profissional, sempre atraíram e recebe ram todos os operários especializados e pequenos profissionais. Enquanto isso, os recusamos por nacionalismo e prote cionismo mal entendido, e multiplicamos cursos para profissões burocráticas mais ou menos artificiais, preocupados com
colocações públicas e colações de grau
Quantas vêzes os tabela-
exclusiva dos próprios atacadistas. Para solução de problemas técnicos, compHcados ims, comesinhos outros, só me recedores de gabinete, investigação e bom senso, promovem-se reuniões pala cianas, verdadeiros pandemônios inconcludentes e desmoralizadores do prestí
gio governamental. Voltando, porém, ao meio circulante,
diremos que êste quadruplicou èm cêrca de 5 anos, sem aumento correspondente de atividade e riqueza. As teorias dirão
o Que quiserem, fato é que as cur\'as do 'meio circulante e do custo de vida
(até os datilógrafos!).
e) A inflação monetária foi uma das causas principais da desorganização e encarecimento da vida nacional.
Com
preensível dentro de certos limites e diante das circunstâncias, houve toda via evidente exagêro, sem o correspon dente controle financeiro e econômico
superpõem-se quase exatamente. O di
nheiro aviltou-se, todos os preços e por
conseqüência os custos de construção su biram paralelamente, fazendo hesitar os proprietários e os empreiteiros. A es peculação. que sempre redobra nas cri- ^
ses e onde os judeus afluem (p. ex. o ^
que, como nos Estados Unidos, lhe ate
comércio de ferrolho) agravou ainda
nuaria as conseqüências.
mais a alta da inflação.
Se em parte
so explica a crise pela própria euforia co mercial de país, momentaneamente ven dedor em alta escala, por outra parte não se justifica, porque o govêmo ne
gligenciou o controle da situação e, na corrida dos gastos públicos, tanto civis como mibtares, também não teve me didas.
A inconsciência diante da necessidade
de sacrifícios, reunida à falta de organi zação e preparo especializado no assun to, permitiam prever, desde o início, a
incapacidade das coordenações tentadas e as penosas conseqüências, que ainda sofremos. Basta dizer que nem o preço
A areia, que custava 20 cruzeiros, pu
lou para 80; o pedregulho subiu de 30 para 200; o tijolo, de 80 para 450; o sàdro, de 16 para 60; a tábua, de 40
para 160; o taco. de 12 para 50; a telha francesa, de 380 para 1700; a cal, de 5 para 20; o servente passou de 0,80 a 3,50 a hora; o pedreiro, de 1,40 a 6.00 e mais.
Diante destas cifras, da
demora dos materiais; da falta de mão
de obra; das perspectivas de restrição nas locacões, das esperanças duma baixa "oost-bellum". era natural a retração.
E a construção civil baixou a menos de metade das cifras já alcançadas em 1941. Quanto ao pouco que se construía,
das mercadorias importadas, onde o con trole seria facílimo, pôde ser regulado. .?endo encomenda dos enriquecidos peAs mais estapafúrdias personalidades ' los lucros extraordinários, esquecidos da eram e continuam a ser chamadas' para noção dos valores — não suscitava relu tância quanto a preços e incrementava a funções técnicas, administrativas e eco nômicas, de que não possuem a menor
cessação dessa imigração, outros pelos
noção e muitas vêzes, em comissões
embaraços excessivos da legislação profissional, sem que possamos tão cedo
onde, como interessado.? diretos, pode riam receber atribuições quando muito
alta.
Os terrenos acompanharam o encare cimento e passaram a pesar ainda mais
no preço das habitações.
Na realida-
30
Dicesto Econóíoco
de êste encareciménto decompunlia-se em diversas parcelas: o aumento aparen te, apenas expressão do aviltamento do
dinheiro; a valorização real, devido a
fatores gerais ou a melhoramentos pú blicos; e o aumento puramente especula tivo ou transitório, orovocado pela re pugnância à espécie monetária ou pela ^per-procura momentânea. Os "profiteurs à busca de emprôgo para os seus
lucros, os pequenos capitalistas atemo rizados pela depreciação do papel,- os estrangeiros refugiados — poucos, mas experimentados nu inflação européia' da guerra passada —, os especuladores e*Os intermediários organízíidos em bolsas' ou arapucas imobiliárias c condomínios, to dos SC atiravam à compra de imóveíí'e
ME\T/\Llül\»E CAPITALISTA E PERSOMLISMO por SÉncio Buahque de Holanda (Autor de "Monções",, "Raízes do Bra sil", e diretor do Museu Paulista)
terrenos, que triplicaram ou quadrupH-
^ONSIDERANDO-SE
cararn de preço.
O
papel decisivo que coube a povos de es-
tiipe ibérica, portu gueses inclusive, na fojTnação
do
mundo
moderno, como expli car satisfatoriamente a constante
resistência
Espeoal para o "Dioesto Eco^'ó^aco"
O ccrfo é que a simples ganância, o amor às riquezas acumuladas à custa do outrem, principalmente de csfTíjn/jos, pertence a tôdas as épocas e não caracteriza a men
talidade capitalista, se desacom
panhada
dc
certas
virtudes
e.xpressão mais nítida nos princípios feudais.
De onde, entre portu gueses e espanhóis, um igualitarismo fun
damental, pôsto que nem sempre muito os
econômicas qud tendam a con
tensivo, e que teve
tribuir
e.templo, talvez, no
decisivamente
®
racionalização dos negócios. mundo muçulmano, oferecida pelos mes mos povos a êsse produto natural dos mas que o restO da Europa cristã igno rou, ao menos até à aurora dos tempos novos tempos, que é a mentalidade ca
CRÉDITO PARA A COMPANHIA VALE DO RIO DOCE a seguinte vasto plano de avrovèitnnZ ?^ Vf^^^^paçãoforneceu de terminar o maisnota: breve possível o e estudos com o Povérnn «o 7 Doce, entrou em entendimento nhia os elementos necessárinJa fôssem fornecidos à Compabrilhantemente. Em virtude obra. Êsses estudos foram concluídos ceder o crédito de 7.SOO OOnur ° ^^Port and Import Bank" acaba de conpanhia Vale do Rio Doce'a
^
quinze anos, a partir da 'data do c^tmto"^ A importância de 7.500 000 Estados Unidos, de maquinaria eanãnmLt ções materiais, explosivos, combuJvefTTrrí
fornecerá durante o veríodn do 5í
terminar o programo da Com^
amortização em pagamento, nos
serviços especiais. O govêrno brasileiro
L Z " importância j de• Cr$ -i 240.000.000,00 * x '• in contrato com o ^ Export and j Import r nacional de 'materiais, o Bank"aoe 'pessoal a apropriação de efundos brasilei ros para a terminação do programa serão submetidos ao Congresso para aprovação. Certas ^d,f,caçoes serão feitas na organização, da Companliia Vali do Rio Doce, d jtT7% do COuTlT ClS TlCCOSStdúClCS CStlTTl/líJn^
a fim de intensificar o serviço ja estabelecido".
Depois de algumas informações, termina a referida nota: "Êste emprés timo foi obtido pelo Brasil com a menor taxa de furos até hoje registrada na sua historia, o que significa uma excepcional vitória para o nosso país e um acontecimento auspicioso para as relações entre os Estados Unidos e 'o Brasü".
1 /,.
pitalista? O problema, que toca tão de perto nossa história econômica, tem sido
modernos.
diversamente explicado pelos historiado res o psicólogos. Há os que invocam, a
parte, tendeu a minar velhos preconcei
propósito, alguma fatalidade biológica inelutável e há os q^ue sugerem motivos culturais capazes de perdurar indife rentes ás condições mutáveis de nossa vida terrena.
Durante o Renascimento que, em toda tos, puderam aquêles povos exibir, por isso mesmo, uma fisionomia acentuada-
mente moderna por muitos aspectos.
Apenas êsse aparente modernismo não constituiu, entre êles, fruto de uma pau latina conquista, mas desenvolvimento
Um critério aparentemente mais fe normal de longa tradição. Vinha de xim cundo para a abordagem dôsse problema passado mais ou menos remoto, mas não seria, contudo, o que não perdesse de. se projetava no futuro. mernória as conexões históricas em que êlo. veio a surgir. Tal critério levaria primeiramente a ponderar as circxmstân-
cias que, na Idade Média, fizeram com que a península ibérica não conhecesse,
ou só conhecesse superficialmente os ti pos de relações sociais que prevaleceram ao-norte dos Pirineus e que tiveram sua
Ao passo que em outras terras as ca
madas sociais puderam desenvolver quase independentemente umas das outras suas
próprias virtualidades e aptidões, aqui, o igualitarismo tradicional fez com que tôdas as classes tratassem de submeter-
se desde cedo a um padrão único. Dessa
30
Dicesto Econóíoco
de êste encareciménto decompunlia-se em diversas parcelas: o aumento aparen te, apenas expressão do aviltamento do
dinheiro; a valorização real, devido a
fatores gerais ou a melhoramentos pú blicos; e o aumento puramente especula tivo ou transitório, orovocado pela re pugnância à espécie monetária ou pela ^per-procura momentânea. Os "profiteurs à busca de emprôgo para os seus
lucros, os pequenos capitalistas atemo rizados pela depreciação do papel,- os estrangeiros refugiados — poucos, mas experimentados nu inflação européia' da guerra passada —, os especuladores e*Os intermediários organízíidos em bolsas' ou arapucas imobiliárias c condomínios, to dos SC atiravam à compra de imóveíí'e
ME\T/\Llül\»E CAPITALISTA E PERSOMLISMO por SÉncio Buahque de Holanda (Autor de "Monções",, "Raízes do Bra sil", e diretor do Museu Paulista)
terrenos, que triplicaram ou quadrupH-
^ONSIDERANDO-SE
cararn de preço.
O
papel decisivo que coube a povos de es-
tiipe ibérica, portu gueses inclusive, na fojTnação
do
mundo
moderno, como expli car satisfatoriamente a constante
resistência
Espeoal para o "Dioesto Eco^'ó^aco"
O ccrfo é que a simples ganância, o amor às riquezas acumuladas à custa do outrem, principalmente de csfTíjn/jos, pertence a tôdas as épocas e não caracteriza a men
talidade capitalista, se desacom
panhada
dc
certas
virtudes
e.xpressão mais nítida nos princípios feudais.
De onde, entre portu gueses e espanhóis, um igualitarismo fun
damental, pôsto que nem sempre muito os
econômicas qud tendam a con
tensivo, e que teve
tribuir
e.templo, talvez, no
decisivamente
®
racionalização dos negócios. mundo muçulmano, oferecida pelos mes mos povos a êsse produto natural dos mas que o restO da Europa cristã igno rou, ao menos até à aurora dos tempos novos tempos, que é a mentalidade ca
CRÉDITO PARA A COMPANHIA VALE DO RIO DOCE a seguinte vasto plano de avrovèitnnZ ?^ Vf^^^^paçãoforneceu de terminar o maisnota: breve possível o e estudos com o Povérnn «o 7 Doce, entrou em entendimento nhia os elementos necessárinJa fôssem fornecidos à Compabrilhantemente. Em virtude obra. Êsses estudos foram concluídos ceder o crédito de 7.SOO OOnur ° ^^Port and Import Bank" acaba de conpanhia Vale do Rio Doce'a
^
quinze anos, a partir da 'data do c^tmto"^ A importância de 7.500 000 Estados Unidos, de maquinaria eanãnmLt ções materiais, explosivos, combuJvefTTrrí
fornecerá durante o veríodn do 5í
terminar o programo da Com^
amortização em pagamento, nos
serviços especiais. O govêrno brasileiro
L Z " importância j de• Cr$ -i 240.000.000,00 * x '• in contrato com o ^ Export and j Import r nacional de 'materiais, o Bank"aoe 'pessoal a apropriação de efundos brasilei ros para a terminação do programa serão submetidos ao Congresso para aprovação. Certas ^d,f,caçoes serão feitas na organização, da Companliia Vali do Rio Doce, d jtT7% do COuTlT ClS TlCCOSStdúClCS CStlTTl/líJn^
a fim de intensificar o serviço ja estabelecido".
Depois de algumas informações, termina a referida nota: "Êste emprés timo foi obtido pelo Brasil com a menor taxa de furos até hoje registrada na sua historia, o que significa uma excepcional vitória para o nosso país e um acontecimento auspicioso para as relações entre os Estados Unidos e 'o Brasü".
1 /,.
pitalista? O problema, que toca tão de perto nossa história econômica, tem sido
modernos.
diversamente explicado pelos historiado res o psicólogos. Há os que invocam, a
parte, tendeu a minar velhos preconcei
propósito, alguma fatalidade biológica inelutável e há os q^ue sugerem motivos culturais capazes de perdurar indife rentes ás condições mutáveis de nossa vida terrena.
Durante o Renascimento que, em toda tos, puderam aquêles povos exibir, por isso mesmo, uma fisionomia acentuada-
mente moderna por muitos aspectos.
Apenas êsse aparente modernismo não constituiu, entre êles, fruto de uma pau latina conquista, mas desenvolvimento
Um critério aparentemente mais fe normal de longa tradição. Vinha de xim cundo para a abordagem dôsse problema passado mais ou menos remoto, mas não seria, contudo, o que não perdesse de. se projetava no futuro. mernória as conexões históricas em que êlo. veio a surgir. Tal critério levaria primeiramente a ponderar as circxmstân-
cias que, na Idade Média, fizeram com que a península ibérica não conhecesse,
ou só conhecesse superficialmente os ti pos de relações sociais que prevaleceram ao-norte dos Pirineus e que tiveram sua
Ao passo que em outras terras as ca
madas sociais puderam desenvolver quase independentemente umas das outras suas
próprias virtualidades e aptidões, aqui, o igualitarismo tradicional fez com que tôdas as classes tratassem de submeter-
se desde cedo a um padrão único. Dessa
^
32
DicESTo Econômico
singularidade íá se podia queixar Gil sional, e aos vínculos diretos, pessoais, a Vicente, quanao dizia:
... em Frandes e Alemanha,
em toda França e Veneza, que vivem per siso e manha, por não viver em tristeza.
Não he como nesta terra; porque o filho do lavrador
Acontece que justamente a repulsa fir me a tôdas as modalidades de racionali
zação e, por conseguinte, de despersonalizaçáo, tem sido, até aos nossos dias, um dos traços constantes dos povos de raiz ibérica. Para retirar vantagens se guras em transagões com portugueses e
cunslãncia das companhias de estradas de ferro viverem embaraçados diante
das autênticas avalanches de pedidos de preço, pedidos ôsses que partem, em regra, de pessoas pertencentes justamen
fjois desconfiava da "e.xatidáo" daque-
te às classes mais abastadas?
Assim, raramente se tem podido, che gar, na esfera dos negócios, a uma ade
quada racionalização: o freguês ou clien
e o filho do broslador
niência estabelecerem com êles vínculos
te há de assumir, de preferência, a po sição do amigo. Não há dúvida que, dêsse comportamento social, em que o
É claro que o padrão geral era o for-
necido, neste caso, pelas classes privi-
^
^ medida na solar. escala Àsocial, as
mais imediatos do que as relações pura mente formais que constituem norma
sistema de relações se edifica essencial
ordinária nos tratos e contratos. É bem
mente sobre laços diretos, de pessoa a pessoa, procedem os principais obstá culos que em todos os países hispânicos
ilustrativa a respeito a anedota referida por André Siegfried acerca do negocian-, te de Filadélfia que verificou ser neces
de certo armador de Saint Maio que, no período entre 1720 e 1740, costuma
va e.xpedir muitos tecidos para Lisboa por conta dos seus fregueses, mas só
castelhanos, sabem muitos comerciantes
de^ outros países que é da maior conve
33
passes gratuitos ou com redução de
casa lá com lavradora, e nunca sobem mais nada; casa com a brosladora; isto per lei ordenada.
em
crescente racionalização da viaa.
Dicesto Econômico
— entre eles Portugal e o Brasil — se
raramente os remetia por conta própria, es comerciantes, os quais, por outro
lado, pediam sempre créditos excessivos. Essa infidelidaae e falta de exatidão
nos negócios com estranhos — quer di
zer aquêles cujo trato não é tingido por laços especiais de afeto — pode denxmciar nos portugueses da época setecentista, e certamente de outras épocas, um gosto desordenado e imprevidente da pecúnia. Um investigador mal avisado discerniria, talvez, nesse apetite, os ger
mes do espírito capitalista. O certo é, porém, que a simples ganância, o amor
camadas populares deixavam de ser por-
sário, para a conquista de um freguês no Brasil ou na Argentina, principiar por
erigem contra a rígida aplicação das nor
mentalidade de classe, para aderirem à dos crunos do
fazer dele um amigo (1).
mas de justiça e de quaisquer prescri
as riquezas acumuladas à custa de
ções legais.
outrem, , principalmente de estranhos,
Contrasie com a meiüalidade capitalista
pertence a tôdas as épocas e não carac teriza a mentalidade capitalista, se de
De outra parte, o bom ou mau êxito
sacompanhada de certas virtudes eco nômicas que tendam a contribuir decisi vamente para a racionalização dos negó
minantej Nenhuma das "virtuTs ecn nómicas" tradicionalmente assMiSas à burguesia pôde. por isso, conqultar bom credito, e e característico dessa circuns tanca o sentido depreciativo que asS^. i^am em português palavras tais como traficante e sobretudo tratante, qu^a
"Dos amigos", nota um observador, referindo-se à Espanha e aos espanhóis, "tudo ali se pode exigir e tudo se pode receber, e esse tipo de intercurso pene tra as diferentes relações sociais. Quan do se quer alguma coisa de alguém, o meio seguro de conseguí-lo é fazer dêsse
alcançado por certos povos em suas re
lações econômicas com espanhóis e por tugueses tem dependido sempre, necessàriamente, de sua maior ou menor capaci dade de ajuste a êsse tipo de relações.
cios.
Virtudes como a honorabiüdade
pnncipio, e ainda hoje no próprio cas telhano, designam simplesmente, sem
alguém um amigo. O método aplica-se inclusive aos casos em que se quer pres
O contraste com a chamada mentalidade
tação de serviços, e então a atitude im
profissional, distinta da honra, ou como a pontualidade e a exatidão, diversas da lealdade devida a superiores, amigos
perativa é considerada particularmente
capitalista não é, neste ponto, fenômeno
e afins.
Boas para genoveses, aquelas virtudes diHgência pertinaz parcimônia, exatidão pontualidade, solidariedade social — nun ca chegariam a representar qualidades
qualquer labeu, o homem de netócios
ideais para a gente lusitana.
Negócios e amizade
Os atributos morais que requer natu ralmente a vida de negócios distínguemse da ética da classe nobre, tal como a
formularam os antigos códigos de cava laria, nisto que respondem, em primei ro lugar, à necessidade de crédito, não à de glória e de fama. São virtudes
a;«tes de tudo lucrativas, que à honra cavalheiresca e palaciana procuram so brepor a simples honorabíMdade profís-
descabida. O resultado é que as relações entre patrões e empregados costumam
ser mais amistosas aqui do que em outra
qualquer parte" (2). A esse fino psicólogo que é Alfred
Rühl chamou atenção, entre espanhóis, o fato de julgarem perfeitamente normal a aquisição de certo gênero de vanta gens pessoais por intermédio de indiví
duos com os quais travaram relações do
afeto ou camaradagem, e não compreen
recente. Existem a respeito sugestivos testemunhos históricos. Conhecemos, por exemplo, graças a Henri Sée, o texto de
Nada indica que nos portugueses ou espanhóis sejam menos pronunciados do que outros povos a ambição e o prestí
uma circular dirigida em 1742 pelo in
gio dos bens materiais.
tendente de Bretanha aos seus sub-de-
Itália do Renascimento, onde tiveram seu
legados, onde se lê q^ue os negociantes
Na própria
les Portugais, attendu leur infidelité; si
berço, nos tempos modernos, algumas daquelas virtudes biuguesas, distinguiam-se os catalães, "que de Ias pie-
les Portugais sont si infidèles, ils le sont pour toutes les nations; cépendant les
dras sacan panes", segundo o ditado célebre, como gananciosos e avaros (4).
HoHandais commeroent au Portugal uti-
E o autor de "Guzmán de Alfarache",
lement et les Anglais y font un commèr-
a novela picaresca publicada a partir de 1599, podia lamentar-se de que câm
locais "apprehendent de commercer avec
derem que uma pessoa, por exercer de terminada função pública, deixe de pres
00 d'un0 étendue et d*un avantage étonnants; c'est donc Ia faute des Français
bios e recâmbios de toda sorte, assim
"^'^tes de tal função. Das próprias au^toridades requerem-se sentimentos hu
de ne savoir pas prendre les mesures
como diversos estratagemas de mercado
justes pour établir en Portugal un com-
res, longe de constituirem privilégios de genoveses, já faziam sua grangearia ordi nária por toda parte, "especialmente en
tar a amigos e parentes favores depen-
manos, demasiado humanos. Como ex
plicar por outra forma, pergunta, a cir-
mèrce assuré (3). Sôbre a "infídelidade" dos comercian
tes portugueses revela ainda Sé© o caso
Espana", observa, onde se tinham por
^
32
DicESTo Econômico
singularidade íá se podia queixar Gil sional, e aos vínculos diretos, pessoais, a Vicente, quanao dizia:
... em Frandes e Alemanha,
em toda França e Veneza, que vivem per siso e manha, por não viver em tristeza.
Não he como nesta terra; porque o filho do lavrador
Acontece que justamente a repulsa fir me a tôdas as modalidades de racionali
zação e, por conseguinte, de despersonalizaçáo, tem sido, até aos nossos dias, um dos traços constantes dos povos de raiz ibérica. Para retirar vantagens se guras em transagões com portugueses e
cunslãncia das companhias de estradas de ferro viverem embaraçados diante
das autênticas avalanches de pedidos de preço, pedidos ôsses que partem, em regra, de pessoas pertencentes justamen
fjois desconfiava da "e.xatidáo" daque-
te às classes mais abastadas?
Assim, raramente se tem podido, che gar, na esfera dos negócios, a uma ade
quada racionalização: o freguês ou clien
e o filho do broslador
niência estabelecerem com êles vínculos
te há de assumir, de preferência, a po sição do amigo. Não há dúvida que, dêsse comportamento social, em que o
É claro que o padrão geral era o for-
necido, neste caso, pelas classes privi-
^
^ medida na solar. escala Àsocial, as
mais imediatos do que as relações pura mente formais que constituem norma
sistema de relações se edifica essencial
ordinária nos tratos e contratos. É bem
mente sobre laços diretos, de pessoa a pessoa, procedem os principais obstá culos que em todos os países hispânicos
ilustrativa a respeito a anedota referida por André Siegfried acerca do negocian-, te de Filadélfia que verificou ser neces
de certo armador de Saint Maio que, no período entre 1720 e 1740, costuma
va e.xpedir muitos tecidos para Lisboa por conta dos seus fregueses, mas só
castelhanos, sabem muitos comerciantes
de^ outros países que é da maior conve
33
passes gratuitos ou com redução de
casa lá com lavradora, e nunca sobem mais nada; casa com a brosladora; isto per lei ordenada.
em
crescente racionalização da viaa.
Dicesto Econômico
— entre eles Portugal e o Brasil — se
raramente os remetia por conta própria, es comerciantes, os quais, por outro
lado, pediam sempre créditos excessivos. Essa infidelidaae e falta de exatidão
nos negócios com estranhos — quer di
zer aquêles cujo trato não é tingido por laços especiais de afeto — pode denxmciar nos portugueses da época setecentista, e certamente de outras épocas, um gosto desordenado e imprevidente da pecúnia. Um investigador mal avisado discerniria, talvez, nesse apetite, os ger
mes do espírito capitalista. O certo é, porém, que a simples ganância, o amor
camadas populares deixavam de ser por-
sário, para a conquista de um freguês no Brasil ou na Argentina, principiar por
erigem contra a rígida aplicação das nor
mentalidade de classe, para aderirem à dos crunos do
fazer dele um amigo (1).
mas de justiça e de quaisquer prescri
as riquezas acumuladas à custa de
ções legais.
outrem, , principalmente de estranhos,
Contrasie com a meiüalidade capitalista
pertence a tôdas as épocas e não carac teriza a mentalidade capitalista, se de
De outra parte, o bom ou mau êxito
sacompanhada de certas virtudes eco nômicas que tendam a contribuir decisi vamente para a racionalização dos negó
minantej Nenhuma das "virtuTs ecn nómicas" tradicionalmente assMiSas à burguesia pôde. por isso, conqultar bom credito, e e característico dessa circuns tanca o sentido depreciativo que asS^. i^am em português palavras tais como traficante e sobretudo tratante, qu^a
"Dos amigos", nota um observador, referindo-se à Espanha e aos espanhóis, "tudo ali se pode exigir e tudo se pode receber, e esse tipo de intercurso pene tra as diferentes relações sociais. Quan do se quer alguma coisa de alguém, o meio seguro de conseguí-lo é fazer dêsse
alcançado por certos povos em suas re
lações econômicas com espanhóis e por tugueses tem dependido sempre, necessàriamente, de sua maior ou menor capaci dade de ajuste a êsse tipo de relações.
cios.
Virtudes como a honorabiüdade
pnncipio, e ainda hoje no próprio cas telhano, designam simplesmente, sem
alguém um amigo. O método aplica-se inclusive aos casos em que se quer pres
O contraste com a chamada mentalidade
tação de serviços, e então a atitude im
profissional, distinta da honra, ou como a pontualidade e a exatidão, diversas da lealdade devida a superiores, amigos
perativa é considerada particularmente
capitalista não é, neste ponto, fenômeno
e afins.
Boas para genoveses, aquelas virtudes diHgência pertinaz parcimônia, exatidão pontualidade, solidariedade social — nun ca chegariam a representar qualidades
qualquer labeu, o homem de netócios
ideais para a gente lusitana.
Negócios e amizade
Os atributos morais que requer natu ralmente a vida de negócios distínguemse da ética da classe nobre, tal como a
formularam os antigos códigos de cava laria, nisto que respondem, em primei ro lugar, à necessidade de crédito, não à de glória e de fama. São virtudes
a;«tes de tudo lucrativas, que à honra cavalheiresca e palaciana procuram so brepor a simples honorabíMdade profís-
descabida. O resultado é que as relações entre patrões e empregados costumam
ser mais amistosas aqui do que em outra
qualquer parte" (2). A esse fino psicólogo que é Alfred
Rühl chamou atenção, entre espanhóis, o fato de julgarem perfeitamente normal a aquisição de certo gênero de vanta gens pessoais por intermédio de indiví
duos com os quais travaram relações do
afeto ou camaradagem, e não compreen
recente. Existem a respeito sugestivos testemunhos históricos. Conhecemos, por exemplo, graças a Henri Sée, o texto de
Nada indica que nos portugueses ou espanhóis sejam menos pronunciados do que outros povos a ambição e o prestí
uma circular dirigida em 1742 pelo in
gio dos bens materiais.
tendente de Bretanha aos seus sub-de-
Itália do Renascimento, onde tiveram seu
legados, onde se lê q^ue os negociantes
Na própria
les Portugais, attendu leur infidelité; si
berço, nos tempos modernos, algumas daquelas virtudes biuguesas, distinguiam-se os catalães, "que de Ias pie-
les Portugais sont si infidèles, ils le sont pour toutes les nations; cépendant les
dras sacan panes", segundo o ditado célebre, como gananciosos e avaros (4).
HoHandais commeroent au Portugal uti-
E o autor de "Guzmán de Alfarache",
lement et les Anglais y font un commèr-
a novela picaresca publicada a partir de 1599, podia lamentar-se de que câm
locais "apprehendent de commercer avec
derem que uma pessoa, por exercer de terminada função pública, deixe de pres
00 d'un0 étendue et d*un avantage étonnants; c'est donc Ia faute des Français
bios e recâmbios de toda sorte, assim
"^'^tes de tal função. Das próprias au^toridades requerem-se sentimentos hu
de ne savoir pas prendre les mesures
como diversos estratagemas de mercado
justes pour établir en Portugal un com-
res, longe de constituirem privilégios de genoveses, já faziam sua grangearia ordi nária por toda parte, "especialmente en
tar a amigos e parentes favores depen-
manos, demasiado humanos. Como ex
plicar por outra forma, pergunta, a cir-
mèrce assuré (3). Sôbre a "infídelidade" dos comercian
tes portugueses revela ainda Sé© o caso
Espana", observa, onde se tinham por
34
Dicesto EcoKÓ\nco
♦
Dicesto Econômico
>
I
lícitos numerosos negócios de especulação
I
que a Igreja condenava como usurários.
de escrúpulos no emprêgo dos cabedais ultrapassavam todos os seus competido
f
Entre outros, os empréstimos sôbre prendas de ouro e prata, com prazo li-
j(
mitado, e particularmente o chamado
clama, "e no sentido atual da palavra,
câmbio seco" (5).
^'
res.
Para mostrar como não viviam os po-
mens, e um dêles afirma que o rei cos tumava encontrar mais virtude entre
I ^
vos ibéricos, durante êsse tempo, tão alheios ao incremento geral das institui ções financeiras, poderiam acrescentar-
gcnoveses, tradicionalmente veseiros em
)
se os aperfeiçoamentos que precisamen te nas feiras espanholas de Vilialón, Rioseco e Medina dei Campo, tanto como
Tawncy também se refere a êsses co
.
depois se disseminariam em outros paí-
fessores a Paris, a fim de consultarem
eclesiástica os levasse a mandar con-
os teólogos da Universidade sobre a compatibilidade entre certas especulações e
era dos grandes des-
cobrimentos para a
a
^ elaboração de certos
lei
canônica.
As
práticas usurárias já
^ pormenores do direito
;
merciantes eomo "a class not morbidly
prone to conscientious scruples", embora
sua deferência para com a autoridade
ciantes portugueses da
'
entre os comerciantes espanhóis (C).
eram normais nas an
comercial e singular mente para o progres so dos seguros maríti
las, embora tivessem
mos.
mento ao tempo de
Cabe
tigas feiras espanho tomado
lembrar
que a Portugal se deve mesmo o primeiro corpo de doutrina acerca do seguro: o "Tractatus perutilis et quotídianus de assecurationibus et spensonibus Merca-
maior
incre
Carlos V e de seus sucessores, assumin
valecendo sôbre os vínculos de caráter
vales" (8).
orgânico e comimal, como o são os que
A própria libcralidade, xirtndc capi ta! da antiga nobreza, caíra em descré dito, ao menos na prática, entre alguns
se fundam no parentesco, na \qzinbança
desses fidalgos de decadência, se c certo que só então se puseram a comer fe chados em silêncio, para deixarem de repartir o seu com os pobres, e a ter, não por honra ou grandeza, antes por
tino" (Paris. 19341, p. 148. (2) Alfred Rühi. "Die Wirtsçhaftpsy-
tentá-los (9). Assemelhavam-se nisso ao filho avarento de pai nobre, do
conto qne vem na "Côrte na Aldeia"
(10), o qual, tendo ajuntado em poucos anos imensa -quantidade de ouro, guar dava-o com tão solícito cuidado "como
costumam o.s que com cobiça e trabalho
e na amizade.
(lí
André Siegfried, "Amérique La
chologie dos Spaniers". "Zeitsébrift dc-r
Gesellschaft
fUr
Erdkunde" (Berlim,
1922), p. 95.
(3) Enrique Sée, "Nota sobre el Co.
mercio Franco.Portu^és en el Siglo 5CVIII" (Madri, 1930). pp. 4 s.
(4) Benedetto Croce, "Espana en Ia
Vida Italiana dei Renascüniento" (Bue nos Aires, 19-15), pp. 41 s. (5) Mate o Alemân, "Guzmán de Al-
faracho", "La Novela Picaresca Espa. fiola" (Madri, M. Agullar, E)d., 1943), pp. 168 s.
(6) Dr.
Richard
Ehrenberg', "Las
Beitalter der Fugger" (Jena, 1896), I., pp. 359 s.
o adquiriram". Em realidade não é pela maior tem perança na aquisição das riquezas que
Rise
se separam espanhóis e portugueses de
p. 80:
(7) R. H. Tawney, "Religion and tlie of
Capitalism" (Londres,
1936),
Franz Linder, "Das Spanisclie
sequer por sua menor parviciência, pe
tico" (Lisboa, 1936), pp. 105, 192 e 212.
cado que os moralistas medievais apre
Dos fidalgos portugueses que anda
sentavam
como
uma
das modalidades
mais funestas da avareza.
O que os
(9) -Diogo do Couto, ob. cit., p. 192.
(10) Francisco Rodrigues Lobo, "COrto na Aldeia", 1.» ed., 1619 — (Lisboa, 1945), pp. 136 ss.
vam então pelas partes do Oriente sa
bemos que, apezar de tôda sua prosápia, não desdenhavam dos bens da for
espanhóis da Bôlsa de Antuérpia ~ prin lães ou judeus —, e que só desapareceu, por assim dizer, com a segunda ban
tuna, mesmo nos casos em que para al cançá-los precisassem desfazer-se até certo ponto de preconceitos associados à sua classe e condição". Diogo do
carrota do Estado, em 1575.
Dêsses,
Couto refere-nos casos de nobres e até
sobretudo de um Curiel de Ia Torre e
vice-reis do seu tempo que não hesita ram em "despir as armas e tratar da
do século, informa-nos Ehrenberg, o historiador dos Fugger, que em ausência
de ordenação impessoal e mecânica pre
esta linguagem de quanto tens, tanto
As armas e a fazenda
mo século, banqueiros e comerciantes
de um Femandez de Espinosa, isto é, dos que vicejaram no penúltimo quartel
Estado, porque todos chegam a ele com
disso, uma incapacidade, que se diria
outros povos, entre os quais viria a flo rescer essa criação tipicamente burguesa que é a mentalidade capitalista. Não é
do feições que "em outros países difi
tiveram na história das finanças do mes
cipalmente burgaleses, não apenas cata-
congênita, de conceber qualquer forma
cilmente assumiriam", nota um historia dor (7).
vezes reeditado durante o século XVI.
Lembre-se finalmente o papel nada irrelevante, embora tão esquecido, que
"E n<ão sei", diz ainda,
Marktund Bôrsen-wesen", "Ibero-Ameriknnlsches Archiv", Ano III (Berlim, Março de 1929), p. 18. (8) Diogo do Couto. "O Soldado Prá
torum", de Santema (Pedro de Santa
rém) que, publicado em 1554, foi várias
queza acumulada, destinando-a a ga
pela bôea de seu soldado prático, "se passou aquela peste dêstc reino àquele
infâmia, o precisar agasalhá-los e .sus
\
distingue em primeiro lugar é, isso sim, o uso que fazem de preferência da ri rantir-lhes antes a ostentação ou o luxo do que o próprio conforto. E, além
sua pai.xão".
tôda sorte de especulações, do que
nas de Gênova, tinham alcançado certos gêneros do operações de crédito que ses. Ou ainda a contribuição dos nego
rnais por fartarem o seu apetite", ou a quem pouco importava "pòr a índia ^ uma balança, .só por comprir com
não apenas no sentido canonico..." Os próprios feitores dos Fugger em Antuér pia escandalizavam-se continuamente diante da ilimitada ganância dêsses ho
35
e descuidando-sc das armadas e tudo
"Eram u.surário.s autênticos", ex
Usurários
rr.
'WTr«4.-w.-
•T
fazenda", ou que deixavam de ser ca pitães e se faziam mercadores, "largan
do por mão as obrigações de seu cargo
CUSTO DE VIDA
A Revista Internacional do Trabalho, após um estudo do aumento mundial no custo de vida, verificado entre 1937 e 1946, oferece as seguinte porcentagens:
Canadá; um aumento de 26%, Reino Unido, 32%; África do Sul, 38%; Estados
Unidos, 48%; Suécia, 50%; Noruega, 65%; Holanda, 82%; BRASIL, 125%; Mé xico, 300%; França, 900%; Itália {Roma), 1900%; China, 2300%; e Japão, 4800%.
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Dicesto EcoKÓ\nco
♦
Dicesto Econômico
>
I
lícitos numerosos negócios de especulação
I
que a Igreja condenava como usurários.
de escrúpulos no emprêgo dos cabedais ultrapassavam todos os seus competido
f
Entre outros, os empréstimos sôbre prendas de ouro e prata, com prazo li-
j(
mitado, e particularmente o chamado
clama, "e no sentido atual da palavra,
câmbio seco" (5).
^'
res.
Para mostrar como não viviam os po-
mens, e um dêles afirma que o rei cos tumava encontrar mais virtude entre
I ^
vos ibéricos, durante êsse tempo, tão alheios ao incremento geral das institui ções financeiras, poderiam acrescentar-
gcnoveses, tradicionalmente veseiros em
)
se os aperfeiçoamentos que precisamen te nas feiras espanholas de Vilialón, Rioseco e Medina dei Campo, tanto como
Tawncy também se refere a êsses co
.
depois se disseminariam em outros paí-
fessores a Paris, a fim de consultarem
eclesiástica os levasse a mandar con-
os teólogos da Universidade sobre a compatibilidade entre certas especulações e
era dos grandes des-
cobrimentos para a
a
^ elaboração de certos
lei
canônica.
As
práticas usurárias já
^ pormenores do direito
;
merciantes eomo "a class not morbidly
prone to conscientious scruples", embora
sua deferência para com a autoridade
ciantes portugueses da
'
entre os comerciantes espanhóis (C).
eram normais nas an
comercial e singular mente para o progres so dos seguros maríti
las, embora tivessem
mos.
mento ao tempo de
Cabe
tigas feiras espanho tomado
lembrar
que a Portugal se deve mesmo o primeiro corpo de doutrina acerca do seguro: o "Tractatus perutilis et quotídianus de assecurationibus et spensonibus Merca-
maior
incre
Carlos V e de seus sucessores, assumin
valecendo sôbre os vínculos de caráter
vales" (8).
orgânico e comimal, como o são os que
A própria libcralidade, xirtndc capi ta! da antiga nobreza, caíra em descré dito, ao menos na prática, entre alguns
se fundam no parentesco, na \qzinbança
desses fidalgos de decadência, se c certo que só então se puseram a comer fe chados em silêncio, para deixarem de repartir o seu com os pobres, e a ter, não por honra ou grandeza, antes por
tino" (Paris. 19341, p. 148. (2) Alfred Rühi. "Die Wirtsçhaftpsy-
tentá-los (9). Assemelhavam-se nisso ao filho avarento de pai nobre, do
conto qne vem na "Côrte na Aldeia"
(10), o qual, tendo ajuntado em poucos anos imensa -quantidade de ouro, guar dava-o com tão solícito cuidado "como
costumam o.s que com cobiça e trabalho
e na amizade.
(lí
André Siegfried, "Amérique La
chologie dos Spaniers". "Zeitsébrift dc-r
Gesellschaft
fUr
Erdkunde" (Berlim,
1922), p. 95.
(3) Enrique Sée, "Nota sobre el Co.
mercio Franco.Portu^és en el Siglo 5CVIII" (Madri, 1930). pp. 4 s.
(4) Benedetto Croce, "Espana en Ia
Vida Italiana dei Renascüniento" (Bue nos Aires, 19-15), pp. 41 s. (5) Mate o Alemân, "Guzmán de Al-
faracho", "La Novela Picaresca Espa. fiola" (Madri, M. Agullar, E)d., 1943), pp. 168 s.
(6) Dr.
Richard
Ehrenberg', "Las
Beitalter der Fugger" (Jena, 1896), I., pp. 359 s.
o adquiriram". Em realidade não é pela maior tem perança na aquisição das riquezas que
Rise
se separam espanhóis e portugueses de
p. 80:
(7) R. H. Tawney, "Religion and tlie of
Capitalism" (Londres,
1936),
Franz Linder, "Das Spanisclie
sequer por sua menor parviciência, pe
tico" (Lisboa, 1936), pp. 105, 192 e 212.
cado que os moralistas medievais apre
Dos fidalgos portugueses que anda
sentavam
como
uma
das modalidades
mais funestas da avareza.
O que os
(9) -Diogo do Couto, ob. cit., p. 192.
(10) Francisco Rodrigues Lobo, "COrto na Aldeia", 1.» ed., 1619 — (Lisboa, 1945), pp. 136 ss.
vam então pelas partes do Oriente sa
bemos que, apezar de tôda sua prosápia, não desdenhavam dos bens da for
espanhóis da Bôlsa de Antuérpia ~ prin lães ou judeus —, e que só desapareceu, por assim dizer, com a segunda ban
tuna, mesmo nos casos em que para al cançá-los precisassem desfazer-se até certo ponto de preconceitos associados à sua classe e condição". Diogo do
carrota do Estado, em 1575.
Dêsses,
Couto refere-nos casos de nobres e até
sobretudo de um Curiel de Ia Torre e
vice-reis do seu tempo que não hesita ram em "despir as armas e tratar da
do século, informa-nos Ehrenberg, o historiador dos Fugger, que em ausência
de ordenação impessoal e mecânica pre
esta linguagem de quanto tens, tanto
As armas e a fazenda
mo século, banqueiros e comerciantes
de um Femandez de Espinosa, isto é, dos que vicejaram no penúltimo quartel
Estado, porque todos chegam a ele com
disso, uma incapacidade, que se diria
outros povos, entre os quais viria a flo rescer essa criação tipicamente burguesa que é a mentalidade capitalista. Não é
do feições que "em outros países difi
tiveram na história das finanças do mes
cipalmente burgaleses, não apenas cata-
congênita, de conceber qualquer forma
cilmente assumiriam", nota um historia dor (7).
vezes reeditado durante o século XVI.
Lembre-se finalmente o papel nada irrelevante, embora tão esquecido, que
"E n<ão sei", diz ainda,
Marktund Bôrsen-wesen", "Ibero-Ameriknnlsches Archiv", Ano III (Berlim, Março de 1929), p. 18. (8) Diogo do Couto. "O Soldado Prá
torum", de Santema (Pedro de Santa
rém) que, publicado em 1554, foi várias
queza acumulada, destinando-a a ga
pela bôea de seu soldado prático, "se passou aquela peste dêstc reino àquele
infâmia, o precisar agasalhá-los e .sus
\
distingue em primeiro lugar é, isso sim, o uso que fazem de preferência da ri rantir-lhes antes a ostentação ou o luxo do que o próprio conforto. E, além
sua pai.xão".
tôda sorte de especulações, do que
nas de Gênova, tinham alcançado certos gêneros do operações de crédito que ses. Ou ainda a contribuição dos nego
rnais por fartarem o seu apetite", ou a quem pouco importava "pòr a índia ^ uma balança, .só por comprir com
não apenas no sentido canonico..." Os próprios feitores dos Fugger em Antuér pia escandalizavam-se continuamente diante da ilimitada ganância dêsses ho
35
e descuidando-sc das armadas e tudo
"Eram u.surário.s autênticos", ex
Usurários
rr.
'WTr«4.-w.-
•T
fazenda", ou que deixavam de ser ca pitães e se faziam mercadores, "largan
do por mão as obrigações de seu cargo
CUSTO DE VIDA
A Revista Internacional do Trabalho, após um estudo do aumento mundial no custo de vida, verificado entre 1937 e 1946, oferece as seguinte porcentagens:
Canadá; um aumento de 26%, Reino Unido, 32%; África do Sul, 38%; Estados
Unidos, 48%; Suécia, 50%; Noruega, 65%; Holanda, 82%; BRASIL, 125%; Mé xico, 300%; França, 900%; Itália {Roma), 1900%; China, 2300%; e Japão, 4800%.
Digesto Econômico
URBANISMO EM ESCALA HUMANA por Luiz DE Anhaia Melo
Especial pada o "Dioesto Econômico *
"Simpltj to regisíer ix>hat is takit^ê place, correcting some minar ahuscf* and label it town-pJanning, is tcorthJess ♦ pAXniCK ADEHCnOMBlE.
/■ S realizações materiais da ciência, da
engenharia e da arquitetura neste último meio século, foram grandiosas,
e bem demonstram as maravilhosas pos
sibilidades da inteligên^a humana.
Mas resultaram afinal negativas —
"The answer must uUimatelu
on the desires of the mass of the peop'^ and not on the whims and predilcctioris of a coterie". Gilbert McAllister.
Rational pJanning must suppiement
basta considerar o fragor ciclópico do recente cataclismo mundial — porque o lado humano dos problemas foi sistemà-
emergencu psvchosis".
tou nas realizações — observa Roberto
Ihões de seres humanos e a morte espi
ticamente pôsto à margem. Todo o nosso pensamento se concen-
E. A. Gutkind.
Kohn —; não cuidamos dos efeitos dessas realizações sobre os homens; nada fize mos para criar uma técnica das relações
ritual de outros incontáveis milhões nas
blemas ás relações sociais.
dor deve, pois, ser doravante aplicado
humanas, de ajustamento dos novos pro
Da carência dessa técnica derivou a
flagrante ineficiência da nossa tão ga bada civilização, que afinal pro
duziu, e continua a fazê-lo, a
matança
coletiva, pela guerra \
científica e pela fome, de mi-
metrópoles congestionadas e nos cam pos abandonados. Êsse maravilhoso gênio científico cria
visando objetivos de outra ordem: o es
tudo das relações de homem a homem,
de grupo a grupo, de nação a nação. Urbanismo, problema social Urbanismo e arquitetura parti cipam dessa nova orientação —
87
problema específico da nossa era bÍotécnica.
"Architectiire and to\vn-planning — diz Lawrence Dale — are communal arts
nharia paulista.
Ex-diretor da Escola Politécnica, ex-diretor da Faculdade
de Filosofia e Letr^, ex-presidente do Irxstituto de Engenharia, antigo
prefeito de São Paulo, antigo secretário da Viação e atual presidente da Sociedade Amigos da Cidade, o A. tem publicado obras que firmaram a sua autoridade no terreno de sua especialidade. Entre êsses trabalhos po demos citar "Problemas de Urbanismo", "O Recreio Ativo e Organizado das Cidades Moderna^', "O Problema Econômico e Social dos Serviços de Utilidade Pública".
vidual e todos os benefícios da ação coletiva.
As luiidades urbanas, de tamanho li
by which the whole community reali-
mitado, devem desen\'olver-se orgânica-
ses its self-exprcssion".
mente, e em tôdas as fases desse desen
E Lewis Miimford, em "Sticks and
Stones": "Architccture sums up the civilisation it cnshrincs, and the mass of
our buildings can never be better or worse
shaned
than
Por isso
Ascher:
the
institutions
that have
thcm".
afirma com razão Charles
"Citv building will be one of
the grcat political issues of tlie ne.\t decade.
•
Govemments will stand ar fali by the evidence they give thoir citizcns that
they are realing imaginatively, vigorously and realislically with the greatcst need of the people, second only to food:
"a satisfying place to live". E essa é justamente a finalidade hoie Universalmente proclamada da maior de tôdas as artes, a grande arte sinóptica
do urbanismo, ou "Civic design"; the
molding of man's environment to reaIfse his aspirations". A cidade deve ser considerada, diz
Frank Lloyd Wright, em têrmos orgâni
cos de "broad public needs" e não de "narrow financial gains". O velho urbanismo — velho de on
O "pigesto Econômico" tem o prazer de apresentar hoje aos seus leitores o primeiro trabalho que o dr. Luiz de Anhaia Melo escreve para êste mensário. Trata-se, como não se ignora, de um dos grandes nomes da enge
material e espiritual, a liberdade indi
tem, porque a evolução é tão rápida que eqüivale a verdadeira revolução — o ur banismo ortodoxo, acadêmico, estilístico,
circulatório, de valorização imobiliária, não tem hoje mais sentido.
Vale hoie a Biologia Urbana, o estudo da vida das cidades, como organismos, e as, condições de vida dos que nelas moram. "Une authentique biologie bâtie éfficace" diz Le Corbusier.
Ê a cidade funcional, definida pela Carta do Urbanismo, de Atenas, 1933,
como aquela que realizando o ideal da estrutura urbana, assegura, nos planos
volvimento é preciso que haja equilíbrio entre as respectivas funções de residên cia, trabalho, recreio e distribuição. As dimensões das partes componentes devem ser avaliadas na escala humana, de acôrdo com as necessidades humanas,
e não de acôrdo com as ilimitadas possi bilidades mecânicas.
Urbanismo Imma-
no. pois; cidade natural, como define Lebreton, correspondendo às necessida des reais do homem, com quadros de vida propícios ao pieno desenvolvimento físico o espiritual desse mesmo homem e perm-tindo a formação de um am
biente de vida que favoreça as relações coletivas, o conhecimento mútuo, a so lidariedade, a amizade.
A cidade, no seu conceito sociológico, não é apenas um fato material mas uma
instituição social, um plexo geográfico, uma organização econômica,- um proces so institucional, teatro de ação social e símbolo estético de unidade coletiva.
O seu tamanho deve ser função das re
lações sociais a serem atendidas. Adap tação á função é o elemento básico de um qualquer bom plano. Não há regra acadêmica para a fixa ção do ótimo e dos limites aconselháveis
de população, dependentes de muitos e variados fatôres. O limite mínimo orça entre 35.000 e 50.000 hbs.; o máximo absoluto é de 1.000.000 para as capi
tais regionais.
O ótimo varia entre
100.000 e 400.000 habitantes.
O orgulho das grandes cidades é ba seado principalmente no crescimento ili mitado e no ribno acelerado desse cres
cimento, nica, já É um de razão
coisas de uma era paleotécfelizmente ultrapassada. falso orgulho — diz com sobra Eliel Saarinen — porque concen-
Digesto Econômico
URBANISMO EM ESCALA HUMANA por Luiz DE Anhaia Melo
Especial pada o "Dioesto Econômico *
"Simpltj to regisíer ix>hat is takit^ê place, correcting some minar ahuscf* and label it town-pJanning, is tcorthJess ♦ pAXniCK ADEHCnOMBlE.
/■ S realizações materiais da ciência, da
engenharia e da arquitetura neste último meio século, foram grandiosas,
e bem demonstram as maravilhosas pos
sibilidades da inteligên^a humana.
Mas resultaram afinal negativas —
"The answer must uUimatelu
on the desires of the mass of the peop'^ and not on the whims and predilcctioris of a coterie". Gilbert McAllister.
Rational pJanning must suppiement
basta considerar o fragor ciclópico do recente cataclismo mundial — porque o lado humano dos problemas foi sistemà-
emergencu psvchosis".
tou nas realizações — observa Roberto
Ihões de seres humanos e a morte espi
ticamente pôsto à margem. Todo o nosso pensamento se concen-
E. A. Gutkind.
Kohn —; não cuidamos dos efeitos dessas realizações sobre os homens; nada fize mos para criar uma técnica das relações
ritual de outros incontáveis milhões nas
blemas ás relações sociais.
dor deve, pois, ser doravante aplicado
humanas, de ajustamento dos novos pro
Da carência dessa técnica derivou a
flagrante ineficiência da nossa tão ga bada civilização, que afinal pro
duziu, e continua a fazê-lo, a
matança
coletiva, pela guerra \
científica e pela fome, de mi-
metrópoles congestionadas e nos cam pos abandonados. Êsse maravilhoso gênio científico cria
visando objetivos de outra ordem: o es
tudo das relações de homem a homem,
de grupo a grupo, de nação a nação. Urbanismo, problema social Urbanismo e arquitetura parti cipam dessa nova orientação —
87
problema específico da nossa era bÍotécnica.
"Architectiire and to\vn-planning — diz Lawrence Dale — are communal arts
nharia paulista.
Ex-diretor da Escola Politécnica, ex-diretor da Faculdade
de Filosofia e Letr^, ex-presidente do Irxstituto de Engenharia, antigo
prefeito de São Paulo, antigo secretário da Viação e atual presidente da Sociedade Amigos da Cidade, o A. tem publicado obras que firmaram a sua autoridade no terreno de sua especialidade. Entre êsses trabalhos po demos citar "Problemas de Urbanismo", "O Recreio Ativo e Organizado das Cidades Moderna^', "O Problema Econômico e Social dos Serviços de Utilidade Pública".
vidual e todos os benefícios da ação coletiva.
As luiidades urbanas, de tamanho li
by which the whole community reali-
mitado, devem desen\'olver-se orgânica-
ses its self-exprcssion".
mente, e em tôdas as fases desse desen
E Lewis Miimford, em "Sticks and
Stones": "Architccture sums up the civilisation it cnshrincs, and the mass of
our buildings can never be better or worse
shaned
than
Por isso
Ascher:
the
institutions
that have
thcm".
afirma com razão Charles
"Citv building will be one of
the grcat political issues of tlie ne.\t decade.
•
Govemments will stand ar fali by the evidence they give thoir citizcns that
they are realing imaginatively, vigorously and realislically with the greatcst need of the people, second only to food:
"a satisfying place to live". E essa é justamente a finalidade hoie Universalmente proclamada da maior de tôdas as artes, a grande arte sinóptica
do urbanismo, ou "Civic design"; the
molding of man's environment to reaIfse his aspirations". A cidade deve ser considerada, diz
Frank Lloyd Wright, em têrmos orgâni
cos de "broad public needs" e não de "narrow financial gains". O velho urbanismo — velho de on
O "pigesto Econômico" tem o prazer de apresentar hoje aos seus leitores o primeiro trabalho que o dr. Luiz de Anhaia Melo escreve para êste mensário. Trata-se, como não se ignora, de um dos grandes nomes da enge
material e espiritual, a liberdade indi
tem, porque a evolução é tão rápida que eqüivale a verdadeira revolução — o ur banismo ortodoxo, acadêmico, estilístico,
circulatório, de valorização imobiliária, não tem hoje mais sentido.
Vale hoie a Biologia Urbana, o estudo da vida das cidades, como organismos, e as, condições de vida dos que nelas moram. "Une authentique biologie bâtie éfficace" diz Le Corbusier.
Ê a cidade funcional, definida pela Carta do Urbanismo, de Atenas, 1933,
como aquela que realizando o ideal da estrutura urbana, assegura, nos planos
volvimento é preciso que haja equilíbrio entre as respectivas funções de residên cia, trabalho, recreio e distribuição. As dimensões das partes componentes devem ser avaliadas na escala humana, de acôrdo com as necessidades humanas,
e não de acôrdo com as ilimitadas possi bilidades mecânicas.
Urbanismo Imma-
no. pois; cidade natural, como define Lebreton, correspondendo às necessida des reais do homem, com quadros de vida propícios ao pieno desenvolvimento físico o espiritual desse mesmo homem e perm-tindo a formação de um am
biente de vida que favoreça as relações coletivas, o conhecimento mútuo, a so lidariedade, a amizade.
A cidade, no seu conceito sociológico, não é apenas um fato material mas uma
instituição social, um plexo geográfico, uma organização econômica,- um proces so institucional, teatro de ação social e símbolo estético de unidade coletiva.
O seu tamanho deve ser função das re
lações sociais a serem atendidas. Adap tação á função é o elemento básico de um qualquer bom plano. Não há regra acadêmica para a fixa ção do ótimo e dos limites aconselháveis
de população, dependentes de muitos e variados fatôres. O limite mínimo orça entre 35.000 e 50.000 hbs.; o máximo absoluto é de 1.000.000 para as capi
tais regionais.
O ótimo varia entre
100.000 e 400.000 habitantes.
O orgulho das grandes cidades é ba seado principalmente no crescimento ili mitado e no ribno acelerado desse cres
cimento, nica, já É um de razão
coisas de uma era paleotécfelizmente ultrapassada. falso orgulho — diz com sobra Eliel Saarinen — porque concen-
'.z:
"38
trar grandes massas em confusão conges tionada não requer talento especial. Basta a habilidade do topógrafo, ma
Dicesto Econóxuco
lação, alóm de fracioná-ias em setores determinados, revitalizados na sua vida
Mumford os inconvenientes múltiplos, morrnente de ordem social, das grandes
cívica pela polarização em tomo de centros sociais adequados, especialmente criados para tal fim. Nessas megalópoles — Londres, No\-a Iorque, Chicago, Rio ou S. Paulo — de fato "tlie home is bcing destroyed by
metrópoles industriais.
the houses": — as casas estão destruin
nejando um teodolito; o mais é obra
do tempo. Ninguém focalizou melhor que Lewis
A verdadeira cidade não existe pelo
fato de se construir imensa quantidade de grandes edifícios, em fileiras inter-
inináveis e uniformes, mas sim pela asso ciação dos seres humanos.
Quando a aglomeração dessas estrutu
ras alcança grau tal de congestionamen
to ou expansão que a associação huma na toma-se difícil, não há mais cidade nem ambiente genuinamente urbano.
Us moradores dessas megalópoles per
dem a maior parte da. sua cidadania, e o interesse cívico se reduz a zero.
do os lares.
"The to\vn ~ define Thomas Slmrp —
i.s a utility for collective bving, not merely a good social life, but a liappy and healthy individual life as well". Não vale hoje, em matéria de plano,
estudo sobre o futuro da cidade de No\*a
Iorque, a maior aglomeração humana do periosa e inadiável das me trópoles comerciais e indus triais ó de muitos planos pe quenos, que restaurem
as
condições normais de vida nas áreas residenciais".
mocracia.
A finalidade do urbanismo é justa mente impedir que tais cousas acon teçam.
Uma cousa é "town-extension" e "su-
burb-building"; outra muito diferente é "community-planning".
Para impedir que a aglomeração ex cessiva impeça ou prejudique a associa
ção efetiva, é preciso limitar o tamanho das cidades menores e descentralizar as
megalópoles industriais reduzindo-lhes tamanho e densidade absurda de popu
centro social que polarizem e tonifi quem a \icla material, espiritual e cívica dos cidadãos.
A caractcrí.stíca primordial dêsse novo
urbanismo, orgânico e não mecânico, é a distinção que é mister estabelecer en tre as funções de circular e habitar,
A trama viária
Um dos princípios dire tores do urbanismo do nos
de Nova Iorque e que hoje todos os urba nistas e sociologos esclarecidos recomen dam insistentemente.
É o que fazem, por exemplo, Aber-
sociar as funções contraditórias da rua
É preciso aplicá-lo á
— circukação e habitação — destinando à
hoje concomitantemente exercidas por esta; funções que estão em conflito evi
circulação, e só à circulação, vias espe-
cializada.s, perfeitamente adaptadas ao
dente e permanente.
tráfego rápido motorizado, verdadeiras
Ainda boje as ruas servem para tudo: circulação geral e local, estacionamento
auto-estradas urbanas.
de veículos, residência, comércio, indús
cação lateral, e devem ter ao lado das
tria, recreio até. É a "rue-á-tout-faire" ou o "nondes-
das de células residenciais.
-Wàf.', -.i-: a.v
pistas de rodagem uma larga faixa ver de, servindo de "écran" defensivo para os bairros residenciais por elas servidos. Ponto muito importante, a ser devida mente considerado, é o problema dos
cruzamentos dessas vias principais.
so, veloz, ruidoso, incômodo; e menos ainda, com a nova concepção da habi
do mesma intensidade de circulação re
sol, ar puro, zonas verdes, recato,'calma, bem estar integral para todos os habi independente do "lay-out" das ruas, que
comunidades reais^ orgânicas, constituí
Essas vias não são destinadas á edifi
animal. Não é mais possível, porém, com o tráfego motorizado, perigoso, den
govêmo britânico.
que corresponda ás necessidades
É preciso, pois, como já dissemos, dis
rua, o, dissociar as varias funções até
tantes.
rçaís do homem, que transforme a massa informe e disforme das megalópoles em
Resultado: a "non-descript-street" para
no seu lugar.
Condado de Londres, organizado em 1943, e hoje oficialmente aprovado pelo
Ê preciso, pois, praticar um urbanis-
nea de que "toxvn-plan" e "road-plan" são a mesma cousa.
todos os usos.
tação urbana, de orientação total para o
crombie e Forshaw no plano para o
fitíi", ao longo das vias de comxinicação. Êste fato é que conduz á crença errô
so tempo é a especializa ção, a divisão e separação de funções. Um lugar para cada cpusa, cada cousa
marcha a pé e do.s carros de tração
residen
O método de crescimento das aglo merações humanas foi sempre o "ribbon-building" — quase todas as cidades são
units"
células
não se discute, mas tem, afinal, uma certa explicação.
"ribbon-built", isto é, cresceram "em
cript road" como a classifica Alker Tripp. Isso se podia admitir no tempo da
ou
A absoluta imprestabilidade do siste ma viário das atuais cidades é cousa que
da vida urbana.
Êsses planos pequenos a que Rodgers faz referência são os das "neighborhood ciais, estudadas por Clarenee Perry para o plano regional
precisa ter fim.
entre a trama viária principal e o quadro
a respeito do seu pÜino de Chicago:
mundo: "a necessidade im
O que representa um mal, um grande mal, para a cidade, o cidadão e a de
O primado deve ser da casa e não Cada uma dessas células, de popula ção variável entre seis e dez mil pessoas, da lua, como hoje acontece. O cvilto da rua dominou e ainda do deve ter o seu núcleo, constituído de., edifícios públicos como a escola e o mina o urbanismo de nossos dias, mas
o conselho do pioneiro Daniel Bumiiam "Make no little plansj make big plans". Vale o de Cleveland Rodgcrs, no seu
39
Dicesto Econômico
A orientação dos edifícios tem que ser está sujeito a condições e regras dife rentes.
Traçadas as mas, o resíduo se destina á habitação de seres humanos, habita
ção alinhada ao longo dessas diretrizes, .sejam estas quais forem. É um legado do passado, noje inadmissível.
O cruzamento de nível de duas vias duz de 60% a vasão de ambas.
'O perigo de acidentes, por sua vez, é enorme.
Num simples encontro de rua com
outra, de circulação nos dois sentidos,
já se produzem três pontos de conflito. Se as ruas se cruzam, já há 16 pontos do conflito. Se, neste caso, são 4 as filas de veí
culos, os pontos de conflito passam a ser 76; e 198 se seis as filas de veículos.
Não é portanto problema cuja solução possa ser deixada ao acaso.
'.z:
"38
trar grandes massas em confusão conges tionada não requer talento especial. Basta a habilidade do topógrafo, ma
Dicesto Econóxuco
lação, alóm de fracioná-ias em setores determinados, revitalizados na sua vida
Mumford os inconvenientes múltiplos, morrnente de ordem social, das grandes
cívica pela polarização em tomo de centros sociais adequados, especialmente criados para tal fim. Nessas megalópoles — Londres, No\-a Iorque, Chicago, Rio ou S. Paulo — de fato "tlie home is bcing destroyed by
metrópoles industriais.
the houses": — as casas estão destruin
nejando um teodolito; o mais é obra
do tempo. Ninguém focalizou melhor que Lewis
A verdadeira cidade não existe pelo
fato de se construir imensa quantidade de grandes edifícios, em fileiras inter-
inináveis e uniformes, mas sim pela asso ciação dos seres humanos.
Quando a aglomeração dessas estrutu
ras alcança grau tal de congestionamen
to ou expansão que a associação huma na toma-se difícil, não há mais cidade nem ambiente genuinamente urbano.
Us moradores dessas megalópoles per
dem a maior parte da. sua cidadania, e o interesse cívico se reduz a zero.
do os lares.
"The to\vn ~ define Thomas Slmrp —
i.s a utility for collective bving, not merely a good social life, but a liappy and healthy individual life as well". Não vale hoje, em matéria de plano,
estudo sobre o futuro da cidade de No\*a
Iorque, a maior aglomeração humana do periosa e inadiável das me trópoles comerciais e indus triais ó de muitos planos pe quenos, que restaurem
as
condições normais de vida nas áreas residenciais".
mocracia.
A finalidade do urbanismo é justa mente impedir que tais cousas acon teçam.
Uma cousa é "town-extension" e "su-
burb-building"; outra muito diferente é "community-planning".
Para impedir que a aglomeração ex cessiva impeça ou prejudique a associa
ção efetiva, é preciso limitar o tamanho das cidades menores e descentralizar as
megalópoles industriais reduzindo-lhes tamanho e densidade absurda de popu
centro social que polarizem e tonifi quem a \icla material, espiritual e cívica dos cidadãos.
A caractcrí.stíca primordial dêsse novo
urbanismo, orgânico e não mecânico, é a distinção que é mister estabelecer en tre as funções de circular e habitar,
A trama viária
Um dos princípios dire tores do urbanismo do nos
de Nova Iorque e que hoje todos os urba nistas e sociologos esclarecidos recomen dam insistentemente.
É o que fazem, por exemplo, Aber-
sociar as funções contraditórias da rua
É preciso aplicá-lo á
— circukação e habitação — destinando à
hoje concomitantemente exercidas por esta; funções que estão em conflito evi
circulação, e só à circulação, vias espe-
cializada.s, perfeitamente adaptadas ao
dente e permanente.
tráfego rápido motorizado, verdadeiras
Ainda boje as ruas servem para tudo: circulação geral e local, estacionamento
auto-estradas urbanas.
de veículos, residência, comércio, indús
cação lateral, e devem ter ao lado das
tria, recreio até. É a "rue-á-tout-faire" ou o "nondes-
das de células residenciais.
-Wàf.', -.i-: a.v
pistas de rodagem uma larga faixa ver de, servindo de "écran" defensivo para os bairros residenciais por elas servidos. Ponto muito importante, a ser devida mente considerado, é o problema dos
cruzamentos dessas vias principais.
so, veloz, ruidoso, incômodo; e menos ainda, com a nova concepção da habi
do mesma intensidade de circulação re
sol, ar puro, zonas verdes, recato,'calma, bem estar integral para todos os habi independente do "lay-out" das ruas, que
comunidades reais^ orgânicas, constituí
Essas vias não são destinadas á edifi
animal. Não é mais possível, porém, com o tráfego motorizado, perigoso, den
govêmo britânico.
que corresponda ás necessidades
É preciso, pois, como já dissemos, dis
rua, o, dissociar as varias funções até
tantes.
rçaís do homem, que transforme a massa informe e disforme das megalópoles em
Resultado: a "non-descript-street" para
no seu lugar.
Condado de Londres, organizado em 1943, e hoje oficialmente aprovado pelo
Ê preciso, pois, praticar um urbanis-
nea de que "toxvn-plan" e "road-plan" são a mesma cousa.
todos os usos.
tação urbana, de orientação total para o
crombie e Forshaw no plano para o
fitíi", ao longo das vias de comxinicação. Êste fato é que conduz á crença errô
so tempo é a especializa ção, a divisão e separação de funções. Um lugar para cada cpusa, cada cousa
marcha a pé e do.s carros de tração
residen
O método de crescimento das aglo merações humanas foi sempre o "ribbon-building" — quase todas as cidades são
units"
células
não se discute, mas tem, afinal, uma certa explicação.
"ribbon-built", isto é, cresceram "em
cript road" como a classifica Alker Tripp. Isso se podia admitir no tempo da
ou
A absoluta imprestabilidade do siste ma viário das atuais cidades é cousa que
da vida urbana.
Êsses planos pequenos a que Rodgers faz referência são os das "neighborhood ciais, estudadas por Clarenee Perry para o plano regional
precisa ter fim.
entre a trama viária principal e o quadro
a respeito do seu pÜino de Chicago:
mundo: "a necessidade im
O que representa um mal, um grande mal, para a cidade, o cidadão e a de
O primado deve ser da casa e não Cada uma dessas células, de popula ção variável entre seis e dez mil pessoas, da lua, como hoje acontece. O cvilto da rua dominou e ainda do deve ter o seu núcleo, constituído de., edifícios públicos como a escola e o mina o urbanismo de nossos dias, mas
o conselho do pioneiro Daniel Bumiiam "Make no little plansj make big plans". Vale o de Cleveland Rodgcrs, no seu
39
Dicesto Econômico
A orientação dos edifícios tem que ser está sujeito a condições e regras dife rentes.
Traçadas as mas, o resíduo se destina á habitação de seres humanos, habita
ção alinhada ao longo dessas diretrizes, .sejam estas quais forem. É um legado do passado, noje inadmissível.
O cruzamento de nível de duas vias duz de 60% a vasão de ambas.
'O perigo de acidentes, por sua vez, é enorme.
Num simples encontro de rua com
outra, de circulação nos dois sentidos,
já se produzem três pontos de conflito. Se as ruas se cruzam, já há 16 pontos do conflito. Se, neste caso, são 4 as filas de veí
culos, os pontos de conflito passam a ser 76; e 198 se seis as filas de veículos.
Não é portanto problema cuja solução possa ser deixada ao acaso.
j//-
40
DigESTO ECONÓAflCO Digesto Econômico
É preciso estabelecer para o cruza mento de tais vias a circulação girató ria, por meio de "roundabouts" ou a
separação de níveis, por meio de "clo-
crescimento em fita, por meio de zonas verdes de proteção. Assim se constitui a trama viária prin
verleaves", "flyovers" e "underpasses",
cipal das cidades, trama que envolve e alimenta os setores destinados às funções
ou mesmo a associação de ambos os
urbanas de residência, trabalho e recreio.
dispositivos, nos casos extremos. São êstes, pois, os característicos des
sas "express-arterial-roads" ou supervias expressas:
.1 — Uso exclusivo para veículos a
E se realiza o ideal de plano urbano
como criar o ambiente socialmente cons
de vida favorável ao progresso social,
O ambiente social e suas características
cultivem a amizade e a solidariedade.
"Industry and urbanization — escreve
unit", unidade de vizinhança, ou "quar-
dentro do qual os homens se conheçam,
Êsse ambiente é o da "neighborhood
que, no dizer pitoresco de Mumford,
Gutkind — have been desintegrating the
tier-citó" como o designa o urbanista
family as an economic as well as a
cidades: "townless liighways and highwayless towns".
Jean Lebreton.
spiritual unit, because the general, massi-
Tal unidade é por sua vez constituída
fication absorbed the individual mem-
de sub-unidades, as "residential units"
motor;
des;
3 — Mínimo de cruzamento, sempre
ber as a nameless number of an organi-
como as chama Maxwell Fry ou "cellu-
O quadro da vida urbana
zation, or a shop, cr a social class.
O quadro da vida deve estar orientado para todos
Our present housing conditíons are directed against the child". E se os metropolitas vivem fisicamente juntos, ou antes amontoados, socialmen
les-villages" como quer Lebreton, que são os escalões elementares da aglome ração humana sob o aspecto social. O grupo humano precisa ser muito limitado para que haja conhecimento
os bens essenciais: sol, ver
por circulação giratória ou níveis
4 - Proibição absoluta de construção
de, calma, recato; e evitar tudo o que seja prejudicial: ruído, poeira, ventos
te distam muito uns de outros.
nos alinhamentos, reclames, car tazes, estacionamento de veículos, passeios para pedestres-
desagradáveis. É o que Lebreton chama "orientação total", que abrange a orientação sob o
A aglomeração excessiva impede a as-, sociação. A formação de grupo da nossa
5 - Pistas separadas por canteiro
ponto de vista da insolação, e mais a
o "sense of beloncing", o interesse cí
central imnterrupto;
6 - Devem ser traçadas de preferência pelo interior das quadras des
de todos os bens essenciais á vida.
A cidade radiosa — diz le Corbusier
truindo cortiços e nunca fracionando setores naturalmente lieados, com unidade de desenvol
— deve dar ao homem da civilização da máquina as alegrias essenciais: o sol dentro do lar, o céu através das janelas do lar, as árvores à vista de dentro do
vimento.
lar.
Tais artérias de pura circulação con duzem a onda veicular da periferia para o centro urbano, e sua articulação se processa em anel de igual natureza, que envolve esse centro.
Assim o vitaliza, sem congestionar.
Toda cidade é ponto de convergência de numerosas rotas. Na circulação ge ral é preciso distinguir a exterior, cons tituída pelos grandes itinerários interur banos, e a interior, própria à cidade.
Quanto á circulação exterior, a solu
Ê preciso, pois, formar lun ambiente
trutivo?
seria uma cidade sem ruas e ruas sem
2 — Isolamento das zonas residenciais por meio de largas cortinas ver
diversos;
41
Os materiais do urbanista são êsses: sol, ar, céu, árvores.
já Emerson escrevera no seu diário: "The sl<y is tlie daily bread of the eyes. What sculpture in tnese hard clouds . Orientação total, pois. Evidentemente tal não se obtém ali
Maior a cidade, maior a solidão.
vida social desintegrou-se. Não há mais
vico na resolução dos problemas comuns, o amor pela Comunidade. É ganhar a vida, e nada mais.
Para formar um grupo social real, ativo, os homens precisam conhecer-se. Porque grupo social é uma reunião de indivíduos espiritualmente solidariza dos e em cujas relações sociais o elemen
to acôrdó sobrepuja o antagonismo ou a indiferença.
O processo social fundamental é a in teração, e o seu .aspecto mais simples é o contato.
Os grupos sociais podem ser: primá
nhando mecanicamente as casas ao lon
rios, quando o contato é pessoal, como
go de ruas sombrias, perigosas e bulhen-
na família e vizinhança e íntima a asso
tas, e casas unidas em fileiras interminá veis ou com afastamentos mínimos en
tre os corpos construídos, como deter minam os atuais padrões. É preciso que
ção hoje clássica é traçar uma via cir
em frente das fachadas de vida, orien
cular de desvio, o "bypass", reunindo
tadas para o sol, haja espaços livres
as rodovias convergentes e fazendo a
plantados e caminhos de pedestres ape
distribuição da circulação em torno e
nas; 0 ao longo das fachadas de serviço
por fora do núcleo habitado.
corram as vias locais de acesso aos vei
Nessas vias de desvio se deve impe dir também o "ribbon-development" ou
ou.os, vias que irão ter às de circula
ção geral, em pontos convenientes. E
ciação; neles se consljoi a personalida de, o sentido públiccf e a ação social; ou secundários,, quando os cxmtatos sãp indiretos, por escolha ou afinidade ou pelos meios de comunicação à distância. O que se observa nas grandes cidades, c todos o sentem, é que os processos ecológicos de segregação criam distân
mútuo, \'ida social real.
Lebreton fixa
em cem lares; Fry admite mil pessoas. O equipamento cívico da unidade re sidencial deve ser constituído de um
jardim de infância (nursery school) e um Clube Social, com salas para palestras, jogos, recreio e atividades de ca ráter médico-social.
Séries de unidades residenciais, seis
por exempla,formam uma "neighborhood unit", com seis mil habitantes.
O "quartier-cité" de Lebreton, com
8 a 10 "cellules-rillages", tem uma po pulação de cerca de 3.000 pessoas. Uma escola primária e o ''cominunity center" formam o respectivo^centro de interêsse que polariza a vida social. A "neighborhood unit" é um microcos mo, um composto social mononucleado,
do qual a escola primária é o "social
heart", o coração social que impulsiona sangue vital para todas as partes compo nentes desse microcosmo.
E a cidade, o macrocosmo, se trans
forma em agregado coerente polinucleade, constituído de organismos mononucleados.
Em oposição à unidade por centraliza ção das atuais metrópoles, unidade fic
berto Parle — fazem da metrópole um
tícia e hipotética, teremos o que Mum ford chama a "uníty by apportioned dis-
mosaico de pequenos mundos que se tocam mas não se interpenetram,
tribution", unidade por distribuição ecjuilibrada, reaj ç prgânica.
cia morais que — como bem nota Ro
j//-
40
DigESTO ECONÓAflCO Digesto Econômico
É preciso estabelecer para o cruza mento de tais vias a circulação girató ria, por meio de "roundabouts" ou a
separação de níveis, por meio de "clo-
crescimento em fita, por meio de zonas verdes de proteção. Assim se constitui a trama viária prin
verleaves", "flyovers" e "underpasses",
cipal das cidades, trama que envolve e alimenta os setores destinados às funções
ou mesmo a associação de ambos os
urbanas de residência, trabalho e recreio.
dispositivos, nos casos extremos. São êstes, pois, os característicos des
sas "express-arterial-roads" ou supervias expressas:
.1 — Uso exclusivo para veículos a
E se realiza o ideal de plano urbano
como criar o ambiente socialmente cons
de vida favorável ao progresso social,
O ambiente social e suas características
cultivem a amizade e a solidariedade.
"Industry and urbanization — escreve
unit", unidade de vizinhança, ou "quar-
dentro do qual os homens se conheçam,
Êsse ambiente é o da "neighborhood
que, no dizer pitoresco de Mumford,
Gutkind — have been desintegrating the
tier-citó" como o designa o urbanista
family as an economic as well as a
cidades: "townless liighways and highwayless towns".
Jean Lebreton.
spiritual unit, because the general, massi-
Tal unidade é por sua vez constituída
fication absorbed the individual mem-
de sub-unidades, as "residential units"
motor;
des;
3 — Mínimo de cruzamento, sempre
ber as a nameless number of an organi-
como as chama Maxwell Fry ou "cellu-
O quadro da vida urbana
zation, or a shop, cr a social class.
O quadro da vida deve estar orientado para todos
Our present housing conditíons are directed against the child". E se os metropolitas vivem fisicamente juntos, ou antes amontoados, socialmen
les-villages" como quer Lebreton, que são os escalões elementares da aglome ração humana sob o aspecto social. O grupo humano precisa ser muito limitado para que haja conhecimento
os bens essenciais: sol, ver
por circulação giratória ou níveis
4 - Proibição absoluta de construção
de, calma, recato; e evitar tudo o que seja prejudicial: ruído, poeira, ventos
te distam muito uns de outros.
nos alinhamentos, reclames, car tazes, estacionamento de veículos, passeios para pedestres-
desagradáveis. É o que Lebreton chama "orientação total", que abrange a orientação sob o
A aglomeração excessiva impede a as-, sociação. A formação de grupo da nossa
5 - Pistas separadas por canteiro
ponto de vista da insolação, e mais a
o "sense of beloncing", o interesse cí
central imnterrupto;
6 - Devem ser traçadas de preferência pelo interior das quadras des
de todos os bens essenciais á vida.
A cidade radiosa — diz le Corbusier
truindo cortiços e nunca fracionando setores naturalmente lieados, com unidade de desenvol
— deve dar ao homem da civilização da máquina as alegrias essenciais: o sol dentro do lar, o céu através das janelas do lar, as árvores à vista de dentro do
vimento.
lar.
Tais artérias de pura circulação con duzem a onda veicular da periferia para o centro urbano, e sua articulação se processa em anel de igual natureza, que envolve esse centro.
Assim o vitaliza, sem congestionar.
Toda cidade é ponto de convergência de numerosas rotas. Na circulação ge ral é preciso distinguir a exterior, cons tituída pelos grandes itinerários interur banos, e a interior, própria à cidade.
Quanto á circulação exterior, a solu
Ê preciso, pois, formar lun ambiente
trutivo?
seria uma cidade sem ruas e ruas sem
2 — Isolamento das zonas residenciais por meio de largas cortinas ver
diversos;
41
Os materiais do urbanista são êsses: sol, ar, céu, árvores.
já Emerson escrevera no seu diário: "The sl<y is tlie daily bread of the eyes. What sculpture in tnese hard clouds . Orientação total, pois. Evidentemente tal não se obtém ali
Maior a cidade, maior a solidão.
vida social desintegrou-se. Não há mais
vico na resolução dos problemas comuns, o amor pela Comunidade. É ganhar a vida, e nada mais.
Para formar um grupo social real, ativo, os homens precisam conhecer-se. Porque grupo social é uma reunião de indivíduos espiritualmente solidariza dos e em cujas relações sociais o elemen
to acôrdó sobrepuja o antagonismo ou a indiferença.
O processo social fundamental é a in teração, e o seu .aspecto mais simples é o contato.
Os grupos sociais podem ser: primá
nhando mecanicamente as casas ao lon
rios, quando o contato é pessoal, como
go de ruas sombrias, perigosas e bulhen-
na família e vizinhança e íntima a asso
tas, e casas unidas em fileiras interminá veis ou com afastamentos mínimos en
tre os corpos construídos, como deter minam os atuais padrões. É preciso que
ção hoje clássica é traçar uma via cir
em frente das fachadas de vida, orien
cular de desvio, o "bypass", reunindo
tadas para o sol, haja espaços livres
as rodovias convergentes e fazendo a
plantados e caminhos de pedestres ape
distribuição da circulação em torno e
nas; 0 ao longo das fachadas de serviço
por fora do núcleo habitado.
corram as vias locais de acesso aos vei
Nessas vias de desvio se deve impe dir também o "ribbon-development" ou
ou.os, vias que irão ter às de circula
ção geral, em pontos convenientes. E
ciação; neles se consljoi a personalida de, o sentido públiccf e a ação social; ou secundários,, quando os cxmtatos sãp indiretos, por escolha ou afinidade ou pelos meios de comunicação à distância. O que se observa nas grandes cidades, c todos o sentem, é que os processos ecológicos de segregação criam distân
mútuo, \'ida social real.
Lebreton fixa
em cem lares; Fry admite mil pessoas. O equipamento cívico da unidade re sidencial deve ser constituído de um
jardim de infância (nursery school) e um Clube Social, com salas para palestras, jogos, recreio e atividades de ca ráter médico-social.
Séries de unidades residenciais, seis
por exempla,formam uma "neighborhood unit", com seis mil habitantes.
O "quartier-cité" de Lebreton, com
8 a 10 "cellules-rillages", tem uma po pulação de cerca de 3.000 pessoas. Uma escola primária e o ''cominunity center" formam o respectivo^centro de interêsse que polariza a vida social. A "neighborhood unit" é um microcos mo, um composto social mononucleado,
do qual a escola primária é o "social
heart", o coração social que impulsiona sangue vital para todas as partes compo nentes desse microcosmo.
E a cidade, o macrocosmo, se trans
forma em agregado coerente polinucleade, constituído de organismos mononucleados.
Em oposição à unidade por centraliza ção das atuais metrópoles, unidade fic
berto Parle — fazem da metrópole um
tícia e hipotética, teremos o que Mum ford chama a "uníty by apportioned dis-
mosaico de pequenos mundos que se tocam mas não se interpenetram,
tribution", unidade por distribuição ecjuilibrada, reaj ç prgânica.
cia morais que — como bem nota Ro
',V
17
'<■'
Digesto Econômico
42
O urbanista americano Clarence Perry
criação dos puritanos que emigravam
foi quem enunciou, em primeiro lugar, os princípios diretores da "unidade vi zinhança" em monografia que constitui o sétimo volume do Plano Regional de
para a Nova Inglaterra. A "New England viliagc" era o tipo perfeito de
Nova Iorc[ue.
c, o campo comum; em tômo se situa
Resumindo, os princípios enunciados por Perry são: 1) — Tamanho
Uma "neighborhood unit" deve con-
fer a população que requer uma escola primária, de tamanho adequado. A área
respectiva depende da densidade da po pulação, fixada no zoneamento.
A área de ser\'iço de uma escola pri mária é de meia milha: o que coincide com as áreas de serviço de um "plavground" e grupo comercial local. 2) - Divisas
A unidade deve ser limitada por artoda co rculaçao de passagem pelo seu interior. o) — iLspaços abertos
É preciso prever um sistema de par
ques e recreio ativo para atender a tôdas
iLS!
residentes
aglomeração humana.
bhoteca, cinema, clube social.
'
.school".
lhados nas cidades congestionadas ou iso lados nos campos desertos.
As ruas eram sombrcndas com gran
des olmos, pois a árvore fazia parte in
li»
—
'
Os precursores
êle incessantemente" lute e porfie. A sede de ideal é um dos nobres ca
racterísticos da alma humana, como já dizia
William Blake:
More! Morei is the cry of a mistaken soul;
Less than all cannot satísfy man".
tegrante da arquitetura da Nova Ingla
crc.sceu Woburn; junto a Dedliam, Medficld. Os puritanos conheciam e aplica vam o princípio enunciado por Platão, na República, de que uma comunidade
inteligente e socializada cresce enquanto
pode permanecer uma unidade e conser var as instituições comuns adequadas. Dentro desses limites não crescem de mais os valores da terra, nem a espe
culação imobiliária encontra guarida. Além dele, a comunidade se desinte gra e deixa de ser um organismo. Hs
*
Hs
A reconstrução material é elemento
dos aglomerados humanos.
Reconstru
mento racional deve abranger o com
plexo "cidade-campo", síntese da vida
PRODUÇÃO DE ALGODÃO NO BRASIL
Em uma área cultivada de 2.807.758 hectares, produzimos em 1944, sé-
fundo dados fornecidos pelo Serviço de Estatística da Produção do Minikério
Êsse mundo novo que a tecnologia moderna, orientada pela técnica das re
•3.013.711.362,00.
lações humanas, permite construir, es pera apenas pel^ nossa compreensão,
a Agricultura, 119.672.861 arrôhas de algodão em caroço, no valor de Cr$ Em 1945, eni área avaliada em 2.721.584 hectares, essa produção foi de 76.463.624 arrobas, no valor de Cr$ 1.911.746.383,00, e, em 1946. conforme dados sujeitos a retificação, em área cultivada de 2.506.647, a produção em aprêço atingiu 72 586 411 arrôbas, na importância de Cr$
nossa visão, nossa iniciativa corajosa.
2.593.600.844.00.
nacional.
Entre os Estados maiores produtores de algodão, no último ano, figura o de
"Podemos e devemos planejar tudo de
Fala-se hoje mui
novo — afirma Osborn — e nesse plane jamento dar cabo do atual congestiona
to em cidade-jar-
mento; substituir as atuais ruas escuras
dim e unidade vi
e cortiços sórdidos por ambientes riso-
zinhança, como WÍLIU se
nhos e saudáveis; ciar melhores condi ções de trabalho às indústrias e maior se
fôssem criações originais do pensamento moderno. Mas êsse tipo equilibrado e" orgânico de aglomeração humana foi
Que ninguém renuncie ao ideal de
um quadro de vida fehz, mas antes por
terra. Ocupada a terra, não crescia mais a vila; fundavam-se outras, quando ne cessário. Assim, ao lado de Charleston
ção urbana e rural, porque um planeja
proporcionado à vasao respectiva, e tra çado de modo a impedir o seu uso pela circulação geral rápida.
a ciência, c arte, do urbanismo envia
a todos os povos da terra, hoje empi
Um ou mais grupos de casas comer
6) — Sistema viário interno O sistema de ruas interiores deve ser
Esta ó a mensagem de esperança que
vam o "mectíng-housc" e a "grammar
básico para a renovação social urgente
vida.
acôrdo com os melhores interesses de todos".
5) — Comércio local
ciais, adequadas á população a ser ser
lia, trabalhador e cidadão; traçar nossas
cidades e proteger no.ssos campos de
No centro estava o "common", isto
4) — Centro social
Reservar um espaço central para a es cola com auditório e ginásio, igreias bi
Dicesto Econômico
gurança à agricultura; cuidtir das neces sidades do povo como indivíduo, famí-
São Paulo, com área de 1.362.890 hectares o produção de 48.855.982 arrôbas
^.no valor de Cr$ 1.181.554.000,00; Pernambuco, com área de 168.719 hectares e produção de 4.254.947 arrôbas no valor de Cr$ 100.782.335,00; Paraíba com área de 211.065 hectares e produção de 4.144.367 arrôbas, no valor dc CrS 121.092.856,00; Rio Grande do Norte, com 249.937 hectares de área cxdtivada e uma produção de 4.295.242,00 na valor de Cr$ 99.409.976,00.
. .
O Brasil figura entre os grandes produtores de algodão do mundo, ocunando
ç terççjrq, .lugar, depois dos Estados Unidos e das índias Britânicas.'
',V
17
'<■'
Digesto Econômico
42
O urbanista americano Clarence Perry
criação dos puritanos que emigravam
foi quem enunciou, em primeiro lugar, os princípios diretores da "unidade vi zinhança" em monografia que constitui o sétimo volume do Plano Regional de
para a Nova Inglaterra. A "New England viliagc" era o tipo perfeito de
Nova Iorc[ue.
c, o campo comum; em tômo se situa
Resumindo, os princípios enunciados por Perry são: 1) — Tamanho
Uma "neighborhood unit" deve con-
fer a população que requer uma escola primária, de tamanho adequado. A área
respectiva depende da densidade da po pulação, fixada no zoneamento.
A área de ser\'iço de uma escola pri mária é de meia milha: o que coincide com as áreas de serviço de um "plavground" e grupo comercial local. 2) - Divisas
A unidade deve ser limitada por artoda co rculaçao de passagem pelo seu interior. o) — iLspaços abertos
É preciso prever um sistema de par
ques e recreio ativo para atender a tôdas
iLS!
residentes
aglomeração humana.
bhoteca, cinema, clube social.
'
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lhados nas cidades congestionadas ou iso lados nos campos desertos.
As ruas eram sombrcndas com gran
des olmos, pois a árvore fazia parte in
li»
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Os precursores
êle incessantemente" lute e porfie. A sede de ideal é um dos nobres ca
racterísticos da alma humana, como já dizia
William Blake:
More! Morei is the cry of a mistaken soul;
Less than all cannot satísfy man".
tegrante da arquitetura da Nova Ingla
crc.sceu Woburn; junto a Dedliam, Medficld. Os puritanos conheciam e aplica vam o princípio enunciado por Platão, na República, de que uma comunidade
inteligente e socializada cresce enquanto
pode permanecer uma unidade e conser var as instituições comuns adequadas. Dentro desses limites não crescem de mais os valores da terra, nem a espe
culação imobiliária encontra guarida. Além dele, a comunidade se desinte gra e deixa de ser um organismo. Hs
*
Hs
A reconstrução material é elemento
dos aglomerados humanos.
Reconstru
mento racional deve abranger o com
plexo "cidade-campo", síntese da vida
PRODUÇÃO DE ALGODÃO NO BRASIL
Em uma área cultivada de 2.807.758 hectares, produzimos em 1944, sé-
fundo dados fornecidos pelo Serviço de Estatística da Produção do Minikério
Êsse mundo novo que a tecnologia moderna, orientada pela técnica das re
•3.013.711.362,00.
lações humanas, permite construir, es pera apenas pel^ nossa compreensão,
a Agricultura, 119.672.861 arrôhas de algodão em caroço, no valor de Cr$ Em 1945, eni área avaliada em 2.721.584 hectares, essa produção foi de 76.463.624 arrobas, no valor de Cr$ 1.911.746.383,00, e, em 1946. conforme dados sujeitos a retificação, em área cultivada de 2.506.647, a produção em aprêço atingiu 72 586 411 arrôbas, na importância de Cr$
nossa visão, nossa iniciativa corajosa.
2.593.600.844.00.
nacional.
Entre os Estados maiores produtores de algodão, no último ano, figura o de
"Podemos e devemos planejar tudo de
Fala-se hoje mui
novo — afirma Osborn — e nesse plane jamento dar cabo do atual congestiona
to em cidade-jar-
mento; substituir as atuais ruas escuras
dim e unidade vi
e cortiços sórdidos por ambientes riso-
zinhança, como WÍLIU se
nhos e saudáveis; ciar melhores condi ções de trabalho às indústrias e maior se
fôssem criações originais do pensamento moderno. Mas êsse tipo equilibrado e" orgânico de aglomeração humana foi
Que ninguém renuncie ao ideal de
um quadro de vida fehz, mas antes por
terra. Ocupada a terra, não crescia mais a vila; fundavam-se outras, quando ne cessário. Assim, ao lado de Charleston
ção urbana e rural, porque um planeja
proporcionado à vasao respectiva, e tra çado de modo a impedir o seu uso pela circulação geral rápida.
a ciência, c arte, do urbanismo envia
a todos os povos da terra, hoje empi
Um ou mais grupos de casas comer
6) — Sistema viário interno O sistema de ruas interiores deve ser
Esta ó a mensagem de esperança que
vam o "mectíng-housc" e a "grammar
básico para a renovação social urgente
vida.
acôrdo com os melhores interesses de todos".
5) — Comércio local
ciais, adequadas á população a ser ser
lia, trabalhador e cidadão; traçar nossas
cidades e proteger no.ssos campos de
No centro estava o "common", isto
4) — Centro social
Reservar um espaço central para a es cola com auditório e ginásio, igreias bi
Dicesto Econômico
gurança à agricultura; cuidtir das neces sidades do povo como indivíduo, famí-
São Paulo, com área de 1.362.890 hectares o produção de 48.855.982 arrôbas
^.no valor de Cr$ 1.181.554.000,00; Pernambuco, com área de 168.719 hectares e produção de 4.254.947 arrôbas no valor de Cr$ 100.782.335,00; Paraíba com área de 211.065 hectares e produção de 4.144.367 arrôbas, no valor dc CrS 121.092.856,00; Rio Grande do Norte, com 249.937 hectares de área cxdtivada e uma produção de 4.295.242,00 na valor de Cr$ 99.409.976,00.
. .
O Brasil figura entre os grandes produtores de algodão do mundo, ocunando
ç terççjrq, .lugar, depois dos Estados Unidos e das índias Britânicas.'
45
0IGESTO Econômico
dando replicar à verdade histórica, que
maria as terras incultas.
era senhora da grande propriedade ter
por José Honóiuo Rodrigues
desde Duarte Nunes Leão afirmava os benefícios da citada lei, Esteves de Car
(Professor do Instituto "Rio Branco", do
valho diga apenas, meio perple.xo ante
as capitanias, doou largos treoios de
os resultados: "eis aí um meio violento,
terras a um único senhor, a quem ca bia distribuir as sesmarias. Na distri
HISTORIA DA COIVCESS^O DE TERRAS I\IO DRASIL Ministério das Relações Exteriores, e di retor da secção de Obras Raras Biblioteca Nacional)
Especial para o "Dicesto Econômico
que produziu um grande bem". Como lei contrária ao latifúndio, pois
que parcelava a grande propriedade in
Como a coroa
ritorial brasileira desde o principio, coiu
buição primitiva das terras aos dona tários se deram notáveis desigualdades,
culta, ela deveria merecer, como mere
nãò tanto no maior ou menor número
ceu, o ataque do espírito liberal.
durante longo tempo regeu a concessão
de léguas sobre a costa, mas sobre o ter reno sertão a dentro. Nos Forais, onde
da propriedade territorial no Brasil, sen
se estabeleciam os direitos e deveres dos
Mas
do "incorporada nas Ordenações Afonsi-
donatários para com os reis e os colonos,
nas. Por ela, se o senhorio não pudesse lavrar tôdas as terras deveria cultivar
se estabelecia a doação de sesmarias aos
^iiAMAVAM-SE scsmarias as datas de
O assenhoreamento de terras no Br^
terras, casais ou pardieiros que, desaproveitodos pelos senhores diretos,
cartas de concessões dos fí^overnadores
parte delas por si, e quanto às mais de
ficando os colonos obrigados a mais tri
laSO, a lei n." 601 criou uma Repartição
veria fazê-lo por outros, ou dá-las a la vrador que as amanhasse e semeasse por sua parte, ou a pensão certa ou a
nos foros concedidos aos colonos ou
eram redistribuidos. Sesmeiros eram em
Portugal os destinados pelo rei a darem as ditas propriedades de sesmarias. No Brasil passaram-se a chamar sesmeiros
aqueles que obtinham qualquer porção de tena por sesmaria. Houve, assim, uma inversão nos têrmos.
A ongem da palavra se deve procurar em Sesnía (depois Sesmo), que era a
teve origem em cartas de sesmarinSt capitões-eerais ou em meras posses. B Geral de Terras, que passaria a supj''
rintender todos os casos de tal alçada-
Esta, em síntese, a história da coricessa de terras no Brasil.
Daí em diante
mais fácil a reconstrução histórica.
e pensão do sexto, designaram-se fàcilmente sesmeiro e sesmaria ao que a distribuía e à propriedade assim conce A primeira lei de sesmaria, datada de
Santarém, 26 de junho de 1375, deve-se a Dom l^ernando. Encontra-se no Có
digo Afonsino (Kvro 4, tit. 8, "Das
A preocupação pelo bem coletivo e repressão ao abuso da propriedade ticular que desconhece as necessidades da comunidade tomam quase atual essa
do e que já foi jüstamente taxada, na época do liberalismo, como um ataque à propriedade individual.
tranger os proprietários de terras afora
Legislação das sesmarías Vicente Antônio Esteves de Car\'alho,
das a lavrá-las e semeá-las. Se por ne
num traballio sobre a legislação das ses-
Sesmarias").
Sua finalidade era cons
gligência ou contumácia não ODservavam os proprietários as determinações
vradores que só as quisessem por peque
nas quantias seriam constrangidos a dátradas.
reforma empreendida por Dom Fernan
dida.
que pretendessem grandes rendas de la las a êstes pelas taxas que fossem arbi
sexta parte de qualquer coisa. E como estas terras se costumavam dar com foro
joro, como melhor fôsse. Os senhorios
A Ordenação Manuelina não modifi
cou muito ó espírito dessa lei. As ter ras desaproveitadas, ou as que tivessem sido lavradas e aproveitadas «e não mais o fossem, poderiam e deveriam ser dadas jjc sesmaria pelos sesmeiros nomeados.
que as pedissem, sendo cristãos, e não butos que o dízimo. O mesmo se dizia futuros moradores.
Desde 1682 até 1796 foi variada e
contraditória a legislação sôbre sesma ria.
Grande número de cartas régias,
avisos, disposiçóes, ordens, provisões, al varás e decretos dispunham sôbre a ma téria. Em Lisboa era o Conselho Ultra
marino que decidia do negócio. As vá rias cartas régias de 16 de março de Í682, de 27 de dezembro de 1695, de 7 de dezembro de 1697, de 23 de no
vembro de 1698, da 20 de janeiro de 1699, de 27 de janeiro de 1711 e as pro
Tanto a Ordenação Afonsina como a
visões de 20 de agòsto de 1727 e de
Manuelina nenhum ou pouco interêsse
28 de março de 1743, derrogaram ou
têm para o Brasil, de vez que a pri meira é de 1446-47 e a segunda apenas
ampliaram disposições anteriores. O es
nos regeu por espaço de vinte e um
tendia-se aproveitai- a terra inculta, par celando a grande propriedade e favore cendo a agricultura. Tanto assim que o
anos. A lei civil que nos diz respeito,
porque disciplinou a vida civil no Brasil
pírito da legislação era o mesmo. Pre
lipína.
chamavam durante algum tempo, as
marias, seguindo as idéias de sua época, dizia que tudo que ataca a proprie dade por uma parte indispõe e irrita os ânimos, e por outra afrouxa a ativi
davam aos que as cultivassem.
dade e indústria dos proprietários. Con
Código Civil. No caso especial da con
de sesmarias foi a de 5 de outubro de
1795. O processo de concessão era aí
da lei, as justiças territoriais, como se
Arbi
durante três séculos, é a Ordenação Fi-
Publicada em 1603, regeu-nos
primeiro totalmente e depois parcialmen te até 1917, quando entrou em vigor o
alvará de 5 de janeiro de 1785 dizia que elas haviam sido dadas com a condição essencialíssima de serem cultivadas.
A mais' completa e mais perfeita lei
siderava que o meio mais acertado e justo de conseguir a prosperidade da
cessão de terras durou sua vigência até
dor deveria pagar e que seria aplicada
1850, quando deixou o sistema de ses
minucioso e detalhado, em face dos
ao "bem comum", assim como revertiam
agricultura não era constranger os pro-
marias de ser executado.
abusos, irregularidades e desordens que se haviam verificado até então, pela
travam e taxavam a renda que o lavra
ao mesmo "bem comum" o gado e se- . prietarios a cultivar suas terras e puni-los quando não as cultivassem, mas faze-los menteira que não fossem aplicados na encontrar na sua boa cultura o seu pró
prio interêsse. É curioso que nada po-
No Brasil
falta de um regimento próprio. Quei
No livro 4, tit. 43, se dispunha como
xas e custosos litígios que se eterniza
e de que modo se deviam dar de ses-
vam pela malícia ou má fé dos que
45
0IGESTO Econômico
dando replicar à verdade histórica, que
maria as terras incultas.
era senhora da grande propriedade ter
por José Honóiuo Rodrigues
desde Duarte Nunes Leão afirmava os benefícios da citada lei, Esteves de Car
(Professor do Instituto "Rio Branco", do
valho diga apenas, meio perple.xo ante
as capitanias, doou largos treoios de
os resultados: "eis aí um meio violento,
terras a um único senhor, a quem ca bia distribuir as sesmarias. Na distri
HISTORIA DA COIVCESS^O DE TERRAS I\IO DRASIL Ministério das Relações Exteriores, e di retor da secção de Obras Raras Biblioteca Nacional)
Especial para o "Dicesto Econômico
que produziu um grande bem". Como lei contrária ao latifúndio, pois
que parcelava a grande propriedade in
Como a coroa
ritorial brasileira desde o principio, coiu
buição primitiva das terras aos dona tários se deram notáveis desigualdades,
culta, ela deveria merecer, como mere
nãò tanto no maior ou menor número
ceu, o ataque do espírito liberal.
durante longo tempo regeu a concessão
de léguas sobre a costa, mas sobre o ter reno sertão a dentro. Nos Forais, onde
da propriedade territorial no Brasil, sen
se estabeleciam os direitos e deveres dos
Mas
do "incorporada nas Ordenações Afonsi-
donatários para com os reis e os colonos,
nas. Por ela, se o senhorio não pudesse lavrar tôdas as terras deveria cultivar
se estabelecia a doação de sesmarias aos
^iiAMAVAM-SE scsmarias as datas de
O assenhoreamento de terras no Br^
terras, casais ou pardieiros que, desaproveitodos pelos senhores diretos,
cartas de concessões dos fí^overnadores
parte delas por si, e quanto às mais de
ficando os colonos obrigados a mais tri
laSO, a lei n." 601 criou uma Repartição
veria fazê-lo por outros, ou dá-las a la vrador que as amanhasse e semeasse por sua parte, ou a pensão certa ou a
nos foros concedidos aos colonos ou
eram redistribuidos. Sesmeiros eram em
Portugal os destinados pelo rei a darem as ditas propriedades de sesmarias. No Brasil passaram-se a chamar sesmeiros
aqueles que obtinham qualquer porção de tena por sesmaria. Houve, assim, uma inversão nos têrmos.
A ongem da palavra se deve procurar em Sesnía (depois Sesmo), que era a
teve origem em cartas de sesmarinSt capitões-eerais ou em meras posses. B Geral de Terras, que passaria a supj''
rintender todos os casos de tal alçada-
Esta, em síntese, a história da coricessa de terras no Brasil.
Daí em diante
mais fácil a reconstrução histórica.
e pensão do sexto, designaram-se fàcilmente sesmeiro e sesmaria ao que a distribuía e à propriedade assim conce A primeira lei de sesmaria, datada de
Santarém, 26 de junho de 1375, deve-se a Dom l^ernando. Encontra-se no Có
digo Afonsino (Kvro 4, tit. 8, "Das
A preocupação pelo bem coletivo e repressão ao abuso da propriedade ticular que desconhece as necessidades da comunidade tomam quase atual essa
do e que já foi jüstamente taxada, na época do liberalismo, como um ataque à propriedade individual.
tranger os proprietários de terras afora
Legislação das sesmarías Vicente Antônio Esteves de Car\'alho,
das a lavrá-las e semeá-las. Se por ne
num traballio sobre a legislação das ses-
Sesmarias").
Sua finalidade era cons
gligência ou contumácia não ODservavam os proprietários as determinações
vradores que só as quisessem por peque
nas quantias seriam constrangidos a dátradas.
reforma empreendida por Dom Fernan
dida.
que pretendessem grandes rendas de la las a êstes pelas taxas que fossem arbi
sexta parte de qualquer coisa. E como estas terras se costumavam dar com foro
joro, como melhor fôsse. Os senhorios
A Ordenação Manuelina não modifi
cou muito ó espírito dessa lei. As ter ras desaproveitadas, ou as que tivessem sido lavradas e aproveitadas «e não mais o fossem, poderiam e deveriam ser dadas jjc sesmaria pelos sesmeiros nomeados.
que as pedissem, sendo cristãos, e não butos que o dízimo. O mesmo se dizia futuros moradores.
Desde 1682 até 1796 foi variada e
contraditória a legislação sôbre sesma ria.
Grande número de cartas régias,
avisos, disposiçóes, ordens, provisões, al varás e decretos dispunham sôbre a ma téria. Em Lisboa era o Conselho Ultra
marino que decidia do negócio. As vá rias cartas régias de 16 de março de Í682, de 27 de dezembro de 1695, de 7 de dezembro de 1697, de 23 de no
vembro de 1698, da 20 de janeiro de 1699, de 27 de janeiro de 1711 e as pro
Tanto a Ordenação Afonsina como a
visões de 20 de agòsto de 1727 e de
Manuelina nenhum ou pouco interêsse
28 de março de 1743, derrogaram ou
têm para o Brasil, de vez que a pri meira é de 1446-47 e a segunda apenas
ampliaram disposições anteriores. O es
nos regeu por espaço de vinte e um
tendia-se aproveitai- a terra inculta, par celando a grande propriedade e favore cendo a agricultura. Tanto assim que o
anos. A lei civil que nos diz respeito,
porque disciplinou a vida civil no Brasil
pírito da legislação era o mesmo. Pre
lipína.
chamavam durante algum tempo, as
marias, seguindo as idéias de sua época, dizia que tudo que ataca a proprie dade por uma parte indispõe e irrita os ânimos, e por outra afrouxa a ativi
davam aos que as cultivassem.
dade e indústria dos proprietários. Con
Código Civil. No caso especial da con
de sesmarias foi a de 5 de outubro de
1795. O processo de concessão era aí
da lei, as justiças territoriais, como se
Arbi
durante três séculos, é a Ordenação Fi-
Publicada em 1603, regeu-nos
primeiro totalmente e depois parcialmen te até 1917, quando entrou em vigor o
alvará de 5 de janeiro de 1785 dizia que elas haviam sido dadas com a condição essencialíssima de serem cultivadas.
A mais' completa e mais perfeita lei
siderava que o meio mais acertado e justo de conseguir a prosperidade da
cessão de terras durou sua vigência até
dor deveria pagar e que seria aplicada
1850, quando deixou o sistema de ses
minucioso e detalhado, em face dos
ao "bem comum", assim como revertiam
agricultura não era constranger os pro-
marias de ser executado.
abusos, irregularidades e desordens que se haviam verificado até então, pela
travam e taxavam a renda que o lavra
ao mesmo "bem comum" o gado e se- . prietarios a cultivar suas terras e puni-los quando não as cultivassem, mas faze-los menteira que não fossem aplicados na encontrar na sua boa cultura o seu pró
prio interêsse. É curioso que nada po-
No Brasil
falta de um regimento próprio. Quei
No livro 4, tit. 43, se dispunha como
xas e custosos litígios que se eterniza
e de que modo se deviam dar de ses-
vam pela malícia ou má fé dos que
'> "' ■'
'
.■ ' Dicesto Econóndcp
;46
clandestinamente disputavam terras que/
ro.
Na Côrte e Província do Rio de
não lhes pertenciam tinham resultado da
Janeiro era aquela Mesa que ficaria
insuficiente legislação vigorante.
concedendo as sesmarias, mas as cartas
Êsse
diploma, infelizmente, foi suspenso em
sua execução pelo decreto de 10 de de zembro de 1796, mas é uma peça que
honra a cultura jurídica portuguesa e mostra como se anteviam, desde aquela época, os males que adviriam para o Brasil da formação dos latifúndios esté
reis.
Nêle se dizia, por exemplo, que
os governadores não poderiam
conce
der, principalmente em zonas próximas às ca{>itais ou junto das estradas e rios navegáveis, mais de meia légua de terra em quadra a fim de que entre todos os moradores houvesse igualdade.
Nem
era possível a concessão de mais de uma
sesmaria a cada pessoa, pois ninguém deveria ter mais terra do que aquela que pudesse cultivar por si e seus escra
vos. No mesmo arügo se fazia uma exceção a êste princípio magnífico, di zendo que assim não se procederia em
relaçao àquêles que, pelo seu poder pro vassem ser insignificantes tais terrasf Que a finalidade legal era evitar o la
tifúndio desperdiçado não se pode pôr em dúvida, de vez que, logo a seguir, se estabelecia que os herdeiros que não
tivessem possibilidade e escravatura de veriam, dentro de dois anos, vender ou alhear as terras a quem pudesse lavrálas. Foram tais e tão poderosos os in
teresses que se insurgiram contra a exe
cução dessa lei que logo no ano seguin te ela era revogada, até que, em outros
tempos melhores, a pudessem pôr em prática. Basta atentar para a afirma ção, então feita, de que a lei era sábia saudável, mas que apenas a falta de geómetras dificultava sua execução estável.
Vindo a Corte para o Brasil, novas leis foram assinadas.
O decreto de 22
de julho de 1808 atribuía aos governa
dores e capitães gerais a concessão das - sesmarias, devendo os sesmeiros pedir a competente confirmação à Mesa do Desembargo do Paço no Rio de Janei-
deveriam ser confirmadas pela assina
tura real. O decreto de 25 de novembro
de 1808, que permite a concessão de ses marias a estrangeiros, reflete as primei
ras preocupações pela imigração e colo nização. O 'alvará de 25 de janeiro de 1809 ordenava que se não passas^ carta de concessão sem preceder medi
ção e demarcação oficiais, providência que já estabelecera o sábio e logo re formado alvará de 5 de outubro de 179d.
Foi esse decreto que criou um juiz de sesmaria em cada vila.
Para a cidade do Rio de Janeiro foi
de grande influência o alvará de 10 de abril de 1821, que até hoje regula várias
questões.
Trata-se da interpretação do
acórdão de 20 de junho de 1812, pro
ferido no Juízo dos Feitos da Fazenda,
DiGESTO Eco^:ó^^co
47
possuidores fíca.ssem retendo os terrenos como seus, conseguindo dos oficiais da
Câmara os títulos respectivos, livres de
qualquer pensão.
Houve recurso do
cava a
Càniarn e os demais enfiteutas e
arrendatários.
O alvará de 10 de abril
de 1821 determinou que fòssem julga
dos valiosos os aforamentos de terrenos
pastos, rocios, cultura e logradouros desta cidade, em proveito dos seus povoado-
res e habitadores, sem foro, pensão ou
outro tributo, salvo o dízimo, confonne se estabelecera nos Forais primitivos. Mas os enfiteutas e sub-enfiteutas obra
ram contra o direito, emprazando e ar rendando os ditos terrenos com pensões,
que arbitraram, o que envolvia nulidade insanável nos primordiais contratos ce lebrados com as e.xpressas. condições das mencionadas sesmarias.
Um golpe no antigo govêrno absoluto Êsse acórdão
tomava tais contratos
nulos pela raiz, ordenando que a Câ mara perdesse os foros e que os atuais
distribuição de terras".
Um p i.uguês
dos os aforamentos dêsses terrenos fo
do suas "Memórias Economopolíticas sôbre a administração pública no Brasil" vi\-er só do sou trabalho e desejai' o bem
pelos oficiais da Câmara e anulou e cas sou o acórdão do Juízo dos Feitos. To
ram reduzidos a perpétuos, e como tais foram reputados c julgados todos os subenfiteutas c todas as locações e arrenda mentos que houvessem sido feitos com
o fim de se edificarem casas ou fazer qualquer gênero de cultura.
Como observa Tei.\eira de Freitas, êste alvará foi um golpe do antigo governo
absoluto.
Agora que o deputado Her
1888, o acórdão de 20 de junho de 1812
geral Mein de Sá e em todos os mais que os enfiteutas e arrendatários da Câ mara fizeram depois, pelo único funda mento de que haviam sido dadas para
nação sôbre os erros graves da "\'iciosa anônimo que residia há dezesseis anos
terrenos compreendidos nas primitivas
quadra na -era de 1567 pelo govemador-
Logo que se proclamou a indenendêncía, houve quem cuidasse de alertar a
desmembrados das primordiais sesmarias
pelo qual se julgaram nulos todos os aforamentos que a Câmara fizera dos aumentadas com mais seis léguas cm
Trabalho âc um anônimo
acórdão, que manifestamente prejudi
mes Lima propugna na Câmara Federal
sesmarias concedidas pelo capitão-inor Estácío de Sá, em 1530, ampliadas e
hoje era locupletar-se à custa de uma legislação que era na verdade popular.
pela dcsenfeudação da terra, progra ma que Rui
Barbosa
defendia desde
no Brasil e que dizia na fòlha cie rosto
da nação, ainda com preferência ao seu
próprio, escre\'ia que era justo que se
desenvolvesse o direito de propriedade nas terras do Brasil. Depois de dis cutir a originária possessão das terras brasileiras, mostrava como as mesmas
deveriam ser distribuídas e partilhadas. Se todos tinham o direito de ter o seu
terreno, restava saber como partilhar as
^
terras incultas de forma conveniente a
-YÁ
agricultura e <à prosperidade ])úb]ica. Reclamava contra a concessão de grtm-
libertos
des propriedades de ternas, pois era co mum, por graça especial do soberano, a
não só os cariocas, mas todos os brasilei ros, de foros, laudêmios e enfiteuses. O acórdão repunha na sua inteireza a primitiva finalidade da sesmaria, terra cultivada, e não gravada de tributos ou
lei que fixara em uma légua, ou três no sertão, o tamanho de uma sesmaria. Tais concessões nem serWam ao bem da
.tem uma atualidade admirável.
seu
restabelecimento
ficariam
Com o
tros que o da dízima. Sc foi pervertida tal finalidade não importa.
A sesmaria
era um instituto jurídico econômico não
favorável ao latifúndio, à exploração da enfiteuse e do laudêmio, que tinha como
obtenção de trechos três ou quatro a'êzes maiores do que ps permitidos pcb
agricultura ou à prosperidade nacional, nem eram justas.
Os poderosos do re
gime haviam verdadeiramente torcido as
finalidades da legislação. Era sabido que
a nossa população era quase nada em
condição essencial o cultivo da terra.
relação ;\ imensidade do terreno e que
que enormes males resultaram do siste
quase todo o chão se encontrava repar tido, resultando daí o latifimdio dos grandes proprietários de mais de \inte
A verdade que se extrai desse exame sôbre a legislação de sesmarias é a de ma de repartição de terras no Brasil.
íéc^uas.
devidamente, com igualdade e sem e.\-
suas terras, do que resultava seu aban dono. Propunha êsse português anôni
No fundo, o objetivo da lei era parcelar ce.sso, a terra descoberta, para que o colono ou o pequeno la\Tador a pudesse cultivar e trabalhar, pelo progresso da agricultura no Brasil.
Mas o interesse
obscuro dos que governavam ontem como
Êstes raras vêzes consentiam
que alguma família se estabelecesse cm
mo que as Câmaras Municipais nomeas sem oficiais em cada vila a fim de de
marcarem glebas que seriam avaliadas por peritos.
A disWbuição se faria me-
'> "' ■'
'
.■ ' Dicesto Econóndcp
;46
clandestinamente disputavam terras que/
ro.
Na Côrte e Província do Rio de
não lhes pertenciam tinham resultado da
Janeiro era aquela Mesa que ficaria
insuficiente legislação vigorante.
concedendo as sesmarias, mas as cartas
Êsse
diploma, infelizmente, foi suspenso em
sua execução pelo decreto de 10 de de zembro de 1796, mas é uma peça que
honra a cultura jurídica portuguesa e mostra como se anteviam, desde aquela época, os males que adviriam para o Brasil da formação dos latifúndios esté
reis.
Nêle se dizia, por exemplo, que
os governadores não poderiam
conce
der, principalmente em zonas próximas às ca{>itais ou junto das estradas e rios navegáveis, mais de meia légua de terra em quadra a fim de que entre todos os moradores houvesse igualdade.
Nem
era possível a concessão de mais de uma
sesmaria a cada pessoa, pois ninguém deveria ter mais terra do que aquela que pudesse cultivar por si e seus escra
vos. No mesmo arügo se fazia uma exceção a êste princípio magnífico, di zendo que assim não se procederia em
relaçao àquêles que, pelo seu poder pro vassem ser insignificantes tais terrasf Que a finalidade legal era evitar o la
tifúndio desperdiçado não se pode pôr em dúvida, de vez que, logo a seguir, se estabelecia que os herdeiros que não
tivessem possibilidade e escravatura de veriam, dentro de dois anos, vender ou alhear as terras a quem pudesse lavrálas. Foram tais e tão poderosos os in
teresses que se insurgiram contra a exe
cução dessa lei que logo no ano seguin te ela era revogada, até que, em outros
tempos melhores, a pudessem pôr em prática. Basta atentar para a afirma ção, então feita, de que a lei era sábia saudável, mas que apenas a falta de geómetras dificultava sua execução estável.
Vindo a Corte para o Brasil, novas leis foram assinadas.
O decreto de 22
de julho de 1808 atribuía aos governa
dores e capitães gerais a concessão das - sesmarias, devendo os sesmeiros pedir a competente confirmação à Mesa do Desembargo do Paço no Rio de Janei-
deveriam ser confirmadas pela assina
tura real. O decreto de 25 de novembro
de 1808, que permite a concessão de ses marias a estrangeiros, reflete as primei
ras preocupações pela imigração e colo nização. O 'alvará de 25 de janeiro de 1809 ordenava que se não passas^ carta de concessão sem preceder medi
ção e demarcação oficiais, providência que já estabelecera o sábio e logo re formado alvará de 5 de outubro de 179d.
Foi esse decreto que criou um juiz de sesmaria em cada vila.
Para a cidade do Rio de Janeiro foi
de grande influência o alvará de 10 de abril de 1821, que até hoje regula várias
questões.
Trata-se da interpretação do
acórdão de 20 de junho de 1812, pro
ferido no Juízo dos Feitos da Fazenda,
DiGESTO Eco^:ó^^co
47
possuidores fíca.ssem retendo os terrenos como seus, conseguindo dos oficiais da
Câmara os títulos respectivos, livres de
qualquer pensão.
Houve recurso do
cava a
Càniarn e os demais enfiteutas e
arrendatários.
O alvará de 10 de abril
de 1821 determinou que fòssem julga
dos valiosos os aforamentos de terrenos
pastos, rocios, cultura e logradouros desta cidade, em proveito dos seus povoado-
res e habitadores, sem foro, pensão ou
outro tributo, salvo o dízimo, confonne se estabelecera nos Forais primitivos. Mas os enfiteutas e sub-enfiteutas obra
ram contra o direito, emprazando e ar rendando os ditos terrenos com pensões,
que arbitraram, o que envolvia nulidade insanável nos primordiais contratos ce lebrados com as e.xpressas. condições das mencionadas sesmarias.
Um golpe no antigo govêrno absoluto Êsse acórdão
tomava tais contratos
nulos pela raiz, ordenando que a Câ mara perdesse os foros e que os atuais
distribuição de terras".
Um p i.uguês
dos os aforamentos dêsses terrenos fo
do suas "Memórias Economopolíticas sôbre a administração pública no Brasil" vi\-er só do sou trabalho e desejai' o bem
pelos oficiais da Câmara e anulou e cas sou o acórdão do Juízo dos Feitos. To
ram reduzidos a perpétuos, e como tais foram reputados c julgados todos os subenfiteutas c todas as locações e arrenda mentos que houvessem sido feitos com
o fim de se edificarem casas ou fazer qualquer gênero de cultura.
Como observa Tei.\eira de Freitas, êste alvará foi um golpe do antigo governo
absoluto.
Agora que o deputado Her
1888, o acórdão de 20 de junho de 1812
geral Mein de Sá e em todos os mais que os enfiteutas e arrendatários da Câ mara fizeram depois, pelo único funda mento de que haviam sido dadas para
nação sôbre os erros graves da "\'iciosa anônimo que residia há dezesseis anos
terrenos compreendidos nas primitivas
quadra na -era de 1567 pelo govemador-
Logo que se proclamou a indenendêncía, houve quem cuidasse de alertar a
desmembrados das primordiais sesmarias
pelo qual se julgaram nulos todos os aforamentos que a Câmara fizera dos aumentadas com mais seis léguas cm
Trabalho âc um anônimo
acórdão, que manifestamente prejudi
mes Lima propugna na Câmara Federal
sesmarias concedidas pelo capitão-inor Estácío de Sá, em 1530, ampliadas e
hoje era locupletar-se à custa de uma legislação que era na verdade popular.
pela dcsenfeudação da terra, progra ma que Rui
Barbosa
defendia desde
no Brasil e que dizia na fòlha cie rosto
da nação, ainda com preferência ao seu
próprio, escre\'ia que era justo que se
desenvolvesse o direito de propriedade nas terras do Brasil. Depois de dis cutir a originária possessão das terras brasileiras, mostrava como as mesmas
deveriam ser distribuídas e partilhadas. Se todos tinham o direito de ter o seu
terreno, restava saber como partilhar as
^
terras incultas de forma conveniente a
-YÁ
agricultura e <à prosperidade ])úb]ica. Reclamava contra a concessão de grtm-
libertos
des propriedades de ternas, pois era co mum, por graça especial do soberano, a
não só os cariocas, mas todos os brasilei ros, de foros, laudêmios e enfiteuses. O acórdão repunha na sua inteireza a primitiva finalidade da sesmaria, terra cultivada, e não gravada de tributos ou
lei que fixara em uma légua, ou três no sertão, o tamanho de uma sesmaria. Tais concessões nem serWam ao bem da
.tem uma atualidade admirável.
seu
restabelecimento
ficariam
Com o
tros que o da dízima. Sc foi pervertida tal finalidade não importa.
A sesmaria
era um instituto jurídico econômico não
favorável ao latifúndio, à exploração da enfiteuse e do laudêmio, que tinha como
obtenção de trechos três ou quatro a'êzes maiores do que ps permitidos pcb
agricultura ou à prosperidade nacional, nem eram justas.
Os poderosos do re
gime haviam verdadeiramente torcido as
finalidades da legislação. Era sabido que
a nossa população era quase nada em
condição essencial o cultivo da terra.
relação ;\ imensidade do terreno e que
que enormes males resultaram do siste
quase todo o chão se encontrava repar tido, resultando daí o latifimdio dos grandes proprietários de mais de \inte
A verdade que se extrai desse exame sôbre a legislação de sesmarias é a de ma de repartição de terras no Brasil.
íéc^uas.
devidamente, com igualdade e sem e.\-
suas terras, do que resultava seu aban dono. Propunha êsse português anôni
No fundo, o objetivo da lei era parcelar ce.sso, a terra descoberta, para que o colono ou o pequeno la\Tador a pudesse cultivar e trabalhar, pelo progresso da agricultura no Brasil.
Mas o interesse
obscuro dos que governavam ontem como
Êstes raras vêzes consentiam
que alguma família se estabelecesse cm
mo que as Câmaras Municipais nomeas sem oficiais em cada vila a fim de de
marcarem glebas que seriam avaliadas por peritos.
A disWbuição se faria me-
Dicesto Econômico
48
diante a prova de exercício de lavrador e de não possuir terras. O colono a quem fôsse concedida uma data de terra pagaria preço módico. Propunha que
De 1850 em diante, só por título de
compra poderiam ser adquiridas as ter
dades, destas fôsse destacada uma quinta
obtidas gratuitamente. A exceção tinha seu motivo justificável, qual o de pro curar promover o povoamento das ex
parte, que seria doada na forma acima exposta. Deste modo a todos se iria
a lei a obrigação de medir, confirmar e
nos distritos onde não houvesse chão
devoluto, mas apenas grandes proprie
concedendo um pouco de terra a arar e se evitaria o latifúndio estéril e opres sor. Acreditava o autor do plano que
tensas e longínquas fronteiras. Impunha cultivar as sesmaria.s ou as terras que
depois de 1822 foram excepcionalmente concedida.s.
A revalidação da sesmaria
da sua aplicação resultaria justiça na
só seria feita quando a cultura das ter
distribuição e aumento no número de agricultores, incentivando-se dessa for
ras tivesse sido empreendida. A lei de 18 de setembro de 1850 pro
ma o desenvolvimento agrícola.
No período imperial novo sistema ju rídico veio^ derrubar o antigo processo do aquisição de propriedade de terras A lei n.° 601, de 18 de se
tembro de 1850, que dispunha sôbre as tOTas devolutas no Império, não só pro
videnciou sobre o modo de aquisição como discriminou o domínio público do partic^ar e firmou a propriedade terntonal, a fim de dar ao proprietário maior tranqüilidade e segurança. A lei de 1850 significou, assim, uma subver
são "na história da concessão da pro priedade temtorial no Brasil". Ela subs tituiu o método usado invariavelmente até 1822 e excepcionalmente daí até
1850, de distribuição de terras por meio de sesmarias, e o que se empregou de 1822 a 1850, por meio da posse. Não altera as condições de propriedade, não faz nova distribuição, respeita os direi
tos adquiridos e firma os duvidosos e vacilantes.
vocou importantíssimos debates parla mentares e jornalísticos.
A lei de 1850
U/sfêrfa ^coMcmíc^
ras devolutas, com a única exceção das situadas na fronteira, que poderiam ser
Seu fim ime
O Visconde de rnforn
por Afonso AniNos de Melo Fuanco
Especial p.a».^ o "Dicesto Econômico
Segundo o A., para localizamms com justiça a Caitiru, devemos (como aliás
elementar nessas revisões dc valores pretéritos) colocar-nos dentro do seu tempo e dos suas condições culturais. Se nos servirmos dêste processo de anatse,
concluiremos que o Visconde dc Caiuru foi uma expressão típica o seu emp '
e, num certo sentido, uma alta expressão. nomistas e financistas, do tipo
ITm dos vultos mais interes-
do primeiro Miguel Calmon
santcs do nosso passado econômico é sem dúvida José
diato e terminante era o de fazer medir, demarcar e vender em lotes as terras
(Abrantes), de Alves Branco,
(Caravelas), de Araújo Viana, (Sapucaí), ou de Sales Torres-Homem (Inhomerim). No mes que, citados assim em conjunto, são suficientes, como
da Silva Lisboa, Visconde do
devolutas; seu fim político era o de auj
Caiuru.
xiliar a imigração estrangeira. Com ela
Interessante não pelas reali zações de ordem material nem
morria definitivamente no Brasil a ses maria e se estabelecia a venda das ter
pelas iniciativas no campo do
ras, com o que não só se dava ao Te
comércio
souro um novo recurso, como também
ou
da
argumento decisivo, para
indústria.
Caiuru nunca foi um pioneiro
se garantia uma melhor colonização. Se um novo processo de distribuição de ri
dos negócios do sou tempo — aquele tempo em que as con dições do desenvolvimento capitalista in
queza territorial se inaugurava em 1850, não deixava, contudo, a lei de reconhe
glês forçaram o Brasil a atravessar
cer as sesmarias e concessões que satisfi
uma
zessem as condições legais.
violenta
transformação
comer
cial, com fundas repercussões na sua
O assenhoreamento de terras no Brasil
estrutura social.
teve origem em cartas de sesmarias, cartas de concessões dos governadores e capitães-gerais ou em meras posses. Ago
Os agentes diretos do
capitalismo inglês, no campo dos negó cios, eram comerciantes fortes ou finan
cistas oprilcntos de fins do século
ra uma Repartição Geral de Terras,
XVIII e começo do XIX. Homens como Braz Carneiro Leão ou o Visconde
criada pela referida lei, iria superinten der todos os casos de tal alçada. Esta,
do Rio-Sêco.
em linhas gerais, a história da concessão
Mas Caiuru atuou enèrgicamente num
de terras no Brasil. Daí em diante é mais fácil a reconstrução histórica.
outro terreno, que foi o das idéias. E ai não será nenhuma injustiça conside rá-lo realmente um
pioneiro.
Assim
como Braz Carneiro Leão, ou o Viscon
MERCADO DE MENTOL
de do Rio-Sêco, foram os antecessores
Diz-se em Nova Iorque que a produção brasileira de mentol, em 1947, sera muito menor do que a anterior, devido à volta do produto da China e do Japão
do tipo de Mauá ou Mariano Procópio,
dc capitães da indústria e do comércio também a geração que produziu Caiuru ou Manoel Jacinto Nogueira da Ganii
ao mercado e aos baixos preços por ela ocasionados. Os preços de venda na praça de Nova Iorque, para o mentol do Brasil, têm sido de DSt 7,00 a 7,25 a libra.
preparava e fazia antever os futuros eco d Hk:
fazer a presunção tão espalha da de que o Império foi uma época de poetas, de juristas e do filólogos, x'azia de qualquer preo cupação V-om os assuntos economicos.
Quando a verdade, está se vendo, e
muito outra.
Exageros
Voltando a Caiuru, é interessante re-
ccrdav os extremos de exagero com que c habitualmente considerada a sua me
mória. E-xagèro para cima e para baixo, n'. louvor e na critica. Tempos atras formou-sc entre nós um movimento de verdadeiro culto à personalidade do eco nomista do Primeiro Reinado. Neste mo\'imento se achai^am empenhadas fi
guras do maior destaque na vida inte lectual do país como, por exemplo, 8 sr. Tristão de Ataíde que, se não estou en
ganado, foi dos elementos mais influen te;: daquela cruzada. Caiuru passou a ser considerado oficialmente um alto,
símbolo da cultura nacional, a ponto d©
Dicesto Econômico
48
diante a prova de exercício de lavrador e de não possuir terras. O colono a quem fôsse concedida uma data de terra pagaria preço módico. Propunha que
De 1850 em diante, só por título de
compra poderiam ser adquiridas as ter
dades, destas fôsse destacada uma quinta
obtidas gratuitamente. A exceção tinha seu motivo justificável, qual o de pro curar promover o povoamento das ex
parte, que seria doada na forma acima exposta. Deste modo a todos se iria
a lei a obrigação de medir, confirmar e
nos distritos onde não houvesse chão
devoluto, mas apenas grandes proprie
concedendo um pouco de terra a arar e se evitaria o latifúndio estéril e opres sor. Acreditava o autor do plano que
tensas e longínquas fronteiras. Impunha cultivar as sesmaria.s ou as terras que
depois de 1822 foram excepcionalmente concedida.s.
A revalidação da sesmaria
da sua aplicação resultaria justiça na
só seria feita quando a cultura das ter
distribuição e aumento no número de agricultores, incentivando-se dessa for
ras tivesse sido empreendida. A lei de 18 de setembro de 1850 pro
ma o desenvolvimento agrícola.
No período imperial novo sistema ju rídico veio^ derrubar o antigo processo do aquisição de propriedade de terras A lei n.° 601, de 18 de se
tembro de 1850, que dispunha sôbre as tOTas devolutas no Império, não só pro
videnciou sobre o modo de aquisição como discriminou o domínio público do partic^ar e firmou a propriedade terntonal, a fim de dar ao proprietário maior tranqüilidade e segurança. A lei de 1850 significou, assim, uma subver
são "na história da concessão da pro priedade temtorial no Brasil". Ela subs tituiu o método usado invariavelmente até 1822 e excepcionalmente daí até
1850, de distribuição de terras por meio de sesmarias, e o que se empregou de 1822 a 1850, por meio da posse. Não altera as condições de propriedade, não faz nova distribuição, respeita os direi
tos adquiridos e firma os duvidosos e vacilantes.
vocou importantíssimos debates parla mentares e jornalísticos.
A lei de 1850
U/sfêrfa ^coMcmíc^
ras devolutas, com a única exceção das situadas na fronteira, que poderiam ser
Seu fim ime
O Visconde de rnforn
por Afonso AniNos de Melo Fuanco
Especial p.a».^ o "Dicesto Econômico
Segundo o A., para localizamms com justiça a Caitiru, devemos (como aliás
elementar nessas revisões dc valores pretéritos) colocar-nos dentro do seu tempo e dos suas condições culturais. Se nos servirmos dêste processo de anatse,
concluiremos que o Visconde dc Caiuru foi uma expressão típica o seu emp '
e, num certo sentido, uma alta expressão. nomistas e financistas, do tipo
ITm dos vultos mais interes-
do primeiro Miguel Calmon
santcs do nosso passado econômico é sem dúvida José
diato e terminante era o de fazer medir, demarcar e vender em lotes as terras
(Abrantes), de Alves Branco,
(Caravelas), de Araújo Viana, (Sapucaí), ou de Sales Torres-Homem (Inhomerim). No mes que, citados assim em conjunto, são suficientes, como
da Silva Lisboa, Visconde do
devolutas; seu fim político era o de auj
Caiuru.
xiliar a imigração estrangeira. Com ela
Interessante não pelas reali zações de ordem material nem
morria definitivamente no Brasil a ses maria e se estabelecia a venda das ter
pelas iniciativas no campo do
ras, com o que não só se dava ao Te
comércio
souro um novo recurso, como também
ou
da
argumento decisivo, para
indústria.
Caiuru nunca foi um pioneiro
se garantia uma melhor colonização. Se um novo processo de distribuição de ri
dos negócios do sou tempo — aquele tempo em que as con dições do desenvolvimento capitalista in
queza territorial se inaugurava em 1850, não deixava, contudo, a lei de reconhe
glês forçaram o Brasil a atravessar
cer as sesmarias e concessões que satisfi
uma
zessem as condições legais.
violenta
transformação
comer
cial, com fundas repercussões na sua
O assenhoreamento de terras no Brasil
estrutura social.
teve origem em cartas de sesmarias, cartas de concessões dos governadores e capitães-gerais ou em meras posses. Ago
Os agentes diretos do
capitalismo inglês, no campo dos negó cios, eram comerciantes fortes ou finan
cistas oprilcntos de fins do século
ra uma Repartição Geral de Terras,
XVIII e começo do XIX. Homens como Braz Carneiro Leão ou o Visconde
criada pela referida lei, iria superinten der todos os casos de tal alçada. Esta,
do Rio-Sêco.
em linhas gerais, a história da concessão
Mas Caiuru atuou enèrgicamente num
de terras no Brasil. Daí em diante é mais fácil a reconstrução histórica.
outro terreno, que foi o das idéias. E ai não será nenhuma injustiça conside rá-lo realmente um
pioneiro.
Assim
como Braz Carneiro Leão, ou o Viscon
MERCADO DE MENTOL
de do Rio-Sêco, foram os antecessores
Diz-se em Nova Iorque que a produção brasileira de mentol, em 1947, sera muito menor do que a anterior, devido à volta do produto da China e do Japão
do tipo de Mauá ou Mariano Procópio,
dc capitães da indústria e do comércio também a geração que produziu Caiuru ou Manoel Jacinto Nogueira da Ganii
ao mercado e aos baixos preços por ela ocasionados. Os preços de venda na praça de Nova Iorque, para o mentol do Brasil, têm sido de DSt 7,00 a 7,25 a libra.
preparava e fazia antever os futuros eco d Hk:
fazer a presunção tão espalha da de que o Império foi uma época de poetas, de juristas e do filólogos, x'azia de qualquer preo cupação V-om os assuntos economicos.
Quando a verdade, está se vendo, e
muito outra.
Exageros
Voltando a Caiuru, é interessante re-
ccrdav os extremos de exagero com que c habitualmente considerada a sua me
mória. E-xagèro para cima e para baixo, n'. louvor e na critica. Tempos atras formou-sc entre nós um movimento de verdadeiro culto à personalidade do eco nomista do Primeiro Reinado. Neste mo\'imento se achai^am empenhadas fi
guras do maior destaque na vida inte lectual do país como, por exemplo, 8 sr. Tristão de Ataíde que, se não estou en
ganado, foi dos elementos mais influen te;: daquela cruzada. Caiuru passou a ser considerado oficialmente um alto,
símbolo da cultura nacional, a ponto d©
50
Digesto Ecokómico
se dar seu nome à instituição do gover no incumbida de elaborar a Enciclopé dia Brasileira. Convenhamos que não há fortes justificativas para isto. Como reverso desta medalha, no en tanto, historiadores há, e dos mais auto
rizados, como os srs. Sérgio Buarque de Holanda e Otávio Tarquínio de Sousa que, permitindo-se a ejqsressão, negam a Caium pão e água. Consideram-no um velho adulador, um áulico sem
maior interêsse, e, em matéria teórica, nenhuma originali
dade de noções e de conceitos sediços. Creio não estar sendo indiscreto áo teansmitir estas opiniões dos dois ilus tres hisjonadores, colhidas em conver
sas e nao fixadas, que eu saiba, por esSe indiscreção houve tera sido de pequena monta KrL'?amboTcoi fimarao o ]uizo acima transcrito e que
dêles ouvi repetidas vêzes.
51
Digesto Econômico
Respeitadas as naturais diferenças cro nológicas poderemos encontrar um si-
cial se expressa pelo binômio "trabalho
causa do seu descompassado horror à Revolução Francesa e a toda a transfor mação ideológica da chamada "Época
e liberdade".
das Luzes".
XX, isto 6, um homem para quem a concepção moderna de organização so
mile daquele panorama na situação que nos 6 atualmente oferecida no Brasil.
A Inglaterra era então, para nós, o
Maj, como historiador, concebo per
que agora são os Estados Unidos, en quanto que a França representava, para
os espíritos rebelde.s, românticos ou jo
vens, mais ou menos o papel que hoje
costumo ser mais tolerante com a figura
c crimes, terá no futuro da humanida
muitos dos que agora negam agressiva
tendo em conta a inegável participação que teve èle em tantas iniciativas gover namentais de benéficos resultados para o
mente à Revolução Russa qualquer qua
nosso Brasil.
de. E imagino, por conseqüência, que
representa a Rússia Soviética. A Inglaterra de então, como os Es
tados Unidos de boje, forcejava por
É partindo destas considerações que
feitamente a formidável influência que a Revolução Russa, apesar dos seus erros
política do velho Caiuru, principalmente
lidade humana, qualquer grandeza his
transformar a nossa mentalidade eco
tórica, levados pelo espetáculo próximo
nômica, adaptando-a às prementes con tingências da revolução industrial, de
da sua brutalidade c de sua selvageria,
serão futuramente julgados dentro do
maneira a que o Brasil não oferecesse resistência à nova técnica de produ
mesmo critério rigorista com que certos
pensadores julgam boje a Caiuru, por
ção, à expansão do capital bancário, ao
ls'otn <la rodaçtlo — Com referência à
opinião do sr. Sérgio Buarque de Ho landa, há um artigo de sua autoria,
"Inatualidade de Caiuru", publicado no "Estado de São Fáulo" e no "Correio da
IJanhã" em março de 1M6.
regime do trabalho assalariado, aos mais recentes processos de distribuição co mercial.
Mas a França visava outra coisa, com a sua cruzada democrática intemaciona-
lista.
Expressão típica de seu tempo
Visava colocar a vida humana
e o govêmo dos homens sobre novas
bases teóricas, sobre renovados princí pios éticos e políticos. Inglaterra e França, Estados Unidos e U.R.S.S.
e das suas condições culturais
Se nos servirmos dôste processo de análise concluiremos que o Visconde de Caiuru foi uma expressão típica do seu tempo e, num certo sentido, uma alta expressão.
O Brasil sofreu no início do século passado duas influências intelectuais re
novadoras, uma proveniente da Ingla terra e> a outra da França.
Enquanto a influência inglêsa se ori entava no sentido de conseguir uma ra dical modificação da ronceira mentali dade econômica lusitana, modificação
que viesse permitir as adaptações de
A Inglaterra era o bem-estar; a Fran^ a liberdade. A Inglaterra, a evolução; a França, a revolução. A Inglaterra, o
eonfôrto mater/al; a França, o sangue
ideológico, agindo como uma fôrça revo lucionária e atemorizante.
Volume
-I
índice
{
Toneladas
Média anual:
2,35
8.730.000
1.4
2.965.500
146 50
1,4
3.574.000
60
1.8
5.695.000 4.932.300 4.088.700
1.8 2.1 2,2
1.767.369 3.700.377
1941/42 1942/43 • 1943/44 1944/45
ram-se quase servilmente sob a égide
1945/46 (1) 1)
Jiè
100
3.328.800
1939/40 1940/41
comunista, e, sobretudo, sinceramente anti-soviético. Sou um liberal do século
5.976.070 10.375.000 10.238.000 9.034.000 1.943.180
1936/37 a 1938/39
às necessidades do nosso desenvolvimen to material e, por isto mesmo, coloca
verdadeiro horror à França. Como político sou sinceramente anti
Produção
Rendimento
ha
nue mudou a face do mundo, talvez pu-
mo inglês, a influência francesa era de
Átea colhida
por ha
. desse sugerir-nos reservas e críticas aos homens cautelosos, como Caiuru, que se ^locaram no píano realista de atender dos interêsses ingleses, fazendo praça de
e
Estações
das guilhotinas. Hoje a poesia do passado, a glória das grandes horas, a beleza sem par do prodigioso movimento ideológico francês,
conduta indispensáveis ao livre-cambiscaráter predominantemente político
CULTURA E PRODUÇÃO DE MILHO NA ARGENTWA
2.054.450 2.614.680
1,1
1
174 171 151 32
Cifras preliminares. — Dados primários da "Direccion de Estadistica Agrária Argentina".
50
Digesto Ecokómico
se dar seu nome à instituição do gover no incumbida de elaborar a Enciclopé dia Brasileira. Convenhamos que não há fortes justificativas para isto. Como reverso desta medalha, no en tanto, historiadores há, e dos mais auto
rizados, como os srs. Sérgio Buarque de Holanda e Otávio Tarquínio de Sousa que, permitindo-se a ejqsressão, negam a Caium pão e água. Consideram-no um velho adulador, um áulico sem
maior interêsse, e, em matéria teórica, nenhuma originali
dade de noções e de conceitos sediços. Creio não estar sendo indiscreto áo teansmitir estas opiniões dos dois ilus tres hisjonadores, colhidas em conver
sas e nao fixadas, que eu saiba, por esSe indiscreção houve tera sido de pequena monta KrL'?amboTcoi fimarao o ]uizo acima transcrito e que
dêles ouvi repetidas vêzes.
51
Digesto Econômico
Respeitadas as naturais diferenças cro nológicas poderemos encontrar um si-
cial se expressa pelo binômio "trabalho
causa do seu descompassado horror à Revolução Francesa e a toda a transfor mação ideológica da chamada "Época
e liberdade".
das Luzes".
XX, isto 6, um homem para quem a concepção moderna de organização so
mile daquele panorama na situação que nos 6 atualmente oferecida no Brasil.
A Inglaterra era então, para nós, o
Maj, como historiador, concebo per
que agora são os Estados Unidos, en quanto que a França representava, para
os espíritos rebelde.s, românticos ou jo
vens, mais ou menos o papel que hoje
costumo ser mais tolerante com a figura
c crimes, terá no futuro da humanida
muitos dos que agora negam agressiva
tendo em conta a inegável participação que teve èle em tantas iniciativas gover namentais de benéficos resultados para o
mente à Revolução Russa qualquer qua
nosso Brasil.
de. E imagino, por conseqüência, que
representa a Rússia Soviética. A Inglaterra de então, como os Es
tados Unidos de boje, forcejava por
É partindo destas considerações que
feitamente a formidável influência que a Revolução Russa, apesar dos seus erros
política do velho Caiuru, principalmente
lidade humana, qualquer grandeza his
transformar a nossa mentalidade eco
tórica, levados pelo espetáculo próximo
nômica, adaptando-a às prementes con tingências da revolução industrial, de
da sua brutalidade c de sua selvageria,
serão futuramente julgados dentro do
maneira a que o Brasil não oferecesse resistência à nova técnica de produ
mesmo critério rigorista com que certos
pensadores julgam boje a Caiuru, por
ção, à expansão do capital bancário, ao
ls'otn <la rodaçtlo — Com referência à
opinião do sr. Sérgio Buarque de Ho landa, há um artigo de sua autoria,
"Inatualidade de Caiuru", publicado no "Estado de São Fáulo" e no "Correio da
IJanhã" em março de 1M6.
regime do trabalho assalariado, aos mais recentes processos de distribuição co mercial.
Mas a França visava outra coisa, com a sua cruzada democrática intemaciona-
lista.
Expressão típica de seu tempo
Visava colocar a vida humana
e o govêmo dos homens sobre novas
bases teóricas, sobre renovados princí pios éticos e políticos. Inglaterra e França, Estados Unidos e U.R.S.S.
e das suas condições culturais
Se nos servirmos dôste processo de análise concluiremos que o Visconde de Caiuru foi uma expressão típica do seu tempo e, num certo sentido, uma alta expressão.
O Brasil sofreu no início do século passado duas influências intelectuais re
novadoras, uma proveniente da Ingla terra e> a outra da França.
Enquanto a influência inglêsa se ori entava no sentido de conseguir uma ra dical modificação da ronceira mentali dade econômica lusitana, modificação
que viesse permitir as adaptações de
A Inglaterra era o bem-estar; a Fran^ a liberdade. A Inglaterra, a evolução; a França, a revolução. A Inglaterra, o
eonfôrto mater/al; a França, o sangue
ideológico, agindo como uma fôrça revo lucionária e atemorizante.
Volume
-I
índice
{
Toneladas
Média anual:
2,35
8.730.000
1.4
2.965.500
146 50
1,4
3.574.000
60
1.8
5.695.000 4.932.300 4.088.700
1.8 2.1 2,2
1.767.369 3.700.377
1941/42 1942/43 • 1943/44 1944/45
ram-se quase servilmente sob a égide
1945/46 (1) 1)
Jiè
100
3.328.800
1939/40 1940/41
comunista, e, sobretudo, sinceramente anti-soviético. Sou um liberal do século
5.976.070 10.375.000 10.238.000 9.034.000 1.943.180
1936/37 a 1938/39
às necessidades do nosso desenvolvimen to material e, por isto mesmo, coloca
verdadeiro horror à França. Como político sou sinceramente anti
Produção
Rendimento
ha
nue mudou a face do mundo, talvez pu-
mo inglês, a influência francesa era de
Átea colhida
por ha
. desse sugerir-nos reservas e críticas aos homens cautelosos, como Caiuru, que se ^locaram no píano realista de atender dos interêsses ingleses, fazendo praça de
e
Estações
das guilhotinas. Hoje a poesia do passado, a glória das grandes horas, a beleza sem par do prodigioso movimento ideológico francês,
conduta indispensáveis ao livre-cambiscaráter predominantemente político
CULTURA E PRODUÇÃO DE MILHO NA ARGENTWA
2.054.450 2.614.680
1,1
1
174 171 151 32
Cifras preliminares. — Dados primários da "Direccion de Estadistica Agrária Argentina".
53
DiCESTo Econômico
\
o[PROBLEMA DA LIBERDADE E AS]DOUTRINAS POLÍTICAS por Gabriel de Rezende Passos Especial para o "Dicesto Econômico"
contrai rumo, impelido pelas misterio
é inculcada tão exemplarmente que vem
sas fôrças instintivas e pelos sentimentos
a servir de base ao nosso sentimento
que conduzem à sobrevivência. Liberdade, igualdade, fraternidade, justiça, fé, esperança, caridade, honra,
O sentimento de justiça
dignidade, sacrifício?... Viver apenas... Rompeu-se o equi líbrio da pessoa e só o milagre re conduzirá os homens ao caminho da
O "Digesto Econômico" tem a honra de publicar o conferência que o ilustre deputado dr. Gabriel de
Rezende Passos, ex-procurador geral da República e uma das mais brilhantes figuras da atual geração de políticos brasileiros, proferiu no Instituto Inlcr-AUado de Cultura sôbre "O Problema da Liberdadd^e as Doutrinas Políticas".
salvação cuia base inicial é crer: crer
em algo sobre o que se construa no
vamente o edifício da personalidade humana.
As nações também morrem de des crença quando deixam de acreditar pro fundamente em si, nas suas instituições,
nos seus desígnios, na vida que têm pela frente.
Alguns sentimentos levam ao reequi-
^AO terá existido na vida da humani dade época de maior perplexidade, de mais aguda angústia para os homens do que a atua . Certo, já houve tempos de profundo desespêro, em que o viver lora desencantado e intolerável, mas êste mxmdo era considerado um mundo de provações, um vale de lágrimas preparatórias de uma vida melhor, em que a felicidade seria suma e etéma. Hoje, porém, a vida terrena é dura e amarga, sem que anime ao comum
dos homens a certeza de uma possível vida melhor. Mesmo o número redu zido dos eleitos tão marcado se acha
a solidariedade humana, lançou os ho
líbrio e são como que uma profunda
mens na profundeza da desesperança.
solicitação da alma humana, pois pre
Mas, é preciso sair do abismo e, ain
sidem à conduta dos homens em todos
da que outras forças não nos ajudassem,
os atos da vida e se impõem desde a
a força da vida a isso impeliria. Quando a vida é perdida em vastas proporções, só o problema da existên
infância.
cia se impõe aos homens, de maneira
o sentimento de justiça, ou, mais pre
e que a civilizíição e a cultura acumu
laram se apacain, sobrepujados pelo pro
o lado côncavo da mesma linha curva.
blema da sobrevivência.
O sentimento de justiça é fundamen
Mas é das profundezas abismais que
talmente retributivo: o bem se premia
surgem longínouos os rumores da vida,
com o bem, o mal se castiga com o
comb uma música subterrânea, grave e
mal.
ampla — extremo oposto à "música das esferas", clara e sonorosa como os tem
Desde crianças nos ensinam que as
nossas ações, que os adultos conceituam
porventura, pela angustia de viver e
pos felizes erguidos acima das ambições
como boas, serão premiadas e que pela
tão abismado nas proporções catastró
humanas.
nossa má conduta receberemos uma for
ficas do sofrimento, que a sua fé não
Desencantados, os homens viram que
ma de castigo, graduado segundo o ma
terá aquela repousante confiança que já
a guerra travada em nome de princípios
é um começo de felicidade. Pelo me
acarretou, ainda que vitóriosa, a morte
nos, nesta fase de transição que sucede
dos mesmos princípios, ou, pelo menos,
sado um e outro segundo a extensão
o seu apagamento, pois os ideais e as
do bem ou do mal, respectivamente
obras humanas morrem também, embora
praticado.
à guerra sem proporções. O espetáculo' de destruição, de ani-
quilamento, de ruína, de miséria, de
renasçam por vezes, como outros seres
da mesma natureza e substância suce
dor, de sofrimento, precedido pela dis
dem aos seres desaparecidos.
criminação de raças, pelo desprezo do sofrimento humano, p apagamento, afi na!, do sentido de condolência que gera
110 meio da destruição, esquecido de ideais, preocupado com existir, sem en-
E o homem dos nossos dias esfá só
À medida que vamos rompendo o cir culo estreito de justiça do lar, come çamos a verificar que nem sempre acon tece a devida retribuição aos nossos atos
ou à nossa conduta.
Ao "sentimento'
começa a faltar o mundo objetivo. O processo educativo, porém, era sua com-
ple.\-idade. abrange o remédio para essa
falta, pois nos vem sendo ensinado que nem sempre os humanos detêm os meios
para efetivar a justa retribuição, sendo
essa missão provisória porque, em outras condições, um ser mais poderoso que o
homem restabelecerá o equilíbrio perfei to, castigando, na justa medida, os maleficios e premiando ao bem. E tao poderoso é êsse ser que dá ao castigo e ao prêmio uma certeza absoluta, e
proporções infinitas, pois o etemo O mais antigo sentimento, que por-, ainda engrandecerá desmesuradamente tanto
ventura povoa a nossa lembrança, será
cisamente, o de iniustiça, que àquele confirma, como o lado conve.xo confirma
brutal. Os valores que vem da tradição
de justiça.
lefício da ação.
Requintam o prêmio e o castigo, do
E vamos crescendo na convicção de
tue todo mal receberá castigo adequao e de que todo o bem será devida mente premiado.
A confiança na retribuição, que fa talmente receberá a ação humana, nos
um-como outro.
O" sentimento de justiça, pois, a imta
da justiça, a injustiça afinal, a imperiosa fome e sêde humana de justiça talvez nascida da educação e da profunda cons ciência de que somos substancialmente iguais, ou devemos ser igualmente tra tados diante de grande mistério da vida,
que a todos oferece as mesmas incógni
tas indecifráveis, nos levam à aspiração
necessária de um ser capaz de restabe
lecer a igualdade fundamental, dando ao mal e ao bem as compensações exa
tas, que a um e outro retribuam parcela igual ao desfalque por êles produzidos. Para muitos, pois, o sentimento de justiça leva a Deus, ser supremo, único
capaz de satisfazer à perfeita retribui ção, que a vida não proporciona. Tôdas as religiões são marcadas por essa ânsia de "reparações", a saber, do sentimento retributi\ãsta de justiça. A dor, o sofrimento, tôdas as misérias da vida são considerados como malefícios
53
DiCESTo Econômico
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o[PROBLEMA DA LIBERDADE E AS]DOUTRINAS POLÍTICAS por Gabriel de Rezende Passos Especial para o "Dicesto Econômico"
contrai rumo, impelido pelas misterio
é inculcada tão exemplarmente que vem
sas fôrças instintivas e pelos sentimentos
a servir de base ao nosso sentimento
que conduzem à sobrevivência. Liberdade, igualdade, fraternidade, justiça, fé, esperança, caridade, honra,
O sentimento de justiça
dignidade, sacrifício?... Viver apenas... Rompeu-se o equi líbrio da pessoa e só o milagre re conduzirá os homens ao caminho da
O "Digesto Econômico" tem a honra de publicar o conferência que o ilustre deputado dr. Gabriel de
Rezende Passos, ex-procurador geral da República e uma das mais brilhantes figuras da atual geração de políticos brasileiros, proferiu no Instituto Inlcr-AUado de Cultura sôbre "O Problema da Liberdadd^e as Doutrinas Políticas".
salvação cuia base inicial é crer: crer
em algo sobre o que se construa no
vamente o edifício da personalidade humana.
As nações também morrem de des crença quando deixam de acreditar pro fundamente em si, nas suas instituições,
nos seus desígnios, na vida que têm pela frente.
Alguns sentimentos levam ao reequi-
^AO terá existido na vida da humani dade época de maior perplexidade, de mais aguda angústia para os homens do que a atua . Certo, já houve tempos de profundo desespêro, em que o viver lora desencantado e intolerável, mas êste mxmdo era considerado um mundo de provações, um vale de lágrimas preparatórias de uma vida melhor, em que a felicidade seria suma e etéma. Hoje, porém, a vida terrena é dura e amarga, sem que anime ao comum
dos homens a certeza de uma possível vida melhor. Mesmo o número redu zido dos eleitos tão marcado se acha
a solidariedade humana, lançou os ho
líbrio e são como que uma profunda
mens na profundeza da desesperança.
solicitação da alma humana, pois pre
Mas, é preciso sair do abismo e, ain
sidem à conduta dos homens em todos
da que outras forças não nos ajudassem,
os atos da vida e se impõem desde a
a força da vida a isso impeliria. Quando a vida é perdida em vastas proporções, só o problema da existên
infância.
cia se impõe aos homens, de maneira
o sentimento de justiça, ou, mais pre
e que a civilizíição e a cultura acumu
laram se apacain, sobrepujados pelo pro
o lado côncavo da mesma linha curva.
blema da sobrevivência.
O sentimento de justiça é fundamen
Mas é das profundezas abismais que
talmente retributivo: o bem se premia
surgem longínouos os rumores da vida,
com o bem, o mal se castiga com o
comb uma música subterrânea, grave e
mal.
ampla — extremo oposto à "música das esferas", clara e sonorosa como os tem
Desde crianças nos ensinam que as
nossas ações, que os adultos conceituam
porventura, pela angustia de viver e
pos felizes erguidos acima das ambições
como boas, serão premiadas e que pela
tão abismado nas proporções catastró
humanas.
nossa má conduta receberemos uma for
ficas do sofrimento, que a sua fé não
Desencantados, os homens viram que
ma de castigo, graduado segundo o ma
terá aquela repousante confiança que já
a guerra travada em nome de princípios
é um começo de felicidade. Pelo me
acarretou, ainda que vitóriosa, a morte
nos, nesta fase de transição que sucede
dos mesmos princípios, ou, pelo menos,
sado um e outro segundo a extensão
o seu apagamento, pois os ideais e as
do bem ou do mal, respectivamente
obras humanas morrem também, embora
praticado.
à guerra sem proporções. O espetáculo' de destruição, de ani-
quilamento, de ruína, de miséria, de
renasçam por vezes, como outros seres
da mesma natureza e substância suce
dor, de sofrimento, precedido pela dis
dem aos seres desaparecidos.
criminação de raças, pelo desprezo do sofrimento humano, p apagamento, afi na!, do sentido de condolência que gera
110 meio da destruição, esquecido de ideais, preocupado com existir, sem en-
E o homem dos nossos dias esfá só
À medida que vamos rompendo o cir culo estreito de justiça do lar, come çamos a verificar que nem sempre acon tece a devida retribuição aos nossos atos
ou à nossa conduta.
Ao "sentimento'
começa a faltar o mundo objetivo. O processo educativo, porém, era sua com-
ple.\-idade. abrange o remédio para essa
falta, pois nos vem sendo ensinado que nem sempre os humanos detêm os meios
para efetivar a justa retribuição, sendo
essa missão provisória porque, em outras condições, um ser mais poderoso que o
homem restabelecerá o equilíbrio perfei to, castigando, na justa medida, os maleficios e premiando ao bem. E tao poderoso é êsse ser que dá ao castigo e ao prêmio uma certeza absoluta, e
proporções infinitas, pois o etemo O mais antigo sentimento, que por-, ainda engrandecerá desmesuradamente tanto
ventura povoa a nossa lembrança, será
cisamente, o de iniustiça, que àquele confirma, como o lado conve.xo confirma
brutal. Os valores que vem da tradição
de justiça.
lefício da ação.
Requintam o prêmio e o castigo, do
E vamos crescendo na convicção de
tue todo mal receberá castigo adequao e de que todo o bem será devida mente premiado.
A confiança na retribuição, que fa talmente receberá a ação humana, nos
um-como outro.
O" sentimento de justiça, pois, a imta
da justiça, a injustiça afinal, a imperiosa fome e sêde humana de justiça talvez nascida da educação e da profunda cons ciência de que somos substancialmente iguais, ou devemos ser igualmente tra tados diante de grande mistério da vida,
que a todos oferece as mesmas incógni
tas indecifráveis, nos levam à aspiração
necessária de um ser capaz de restabe
lecer a igualdade fundamental, dando ao mal e ao bem as compensações exa
tas, que a um e outro retribuam parcela igual ao desfalque por êles produzidos. Para muitos, pois, o sentimento de justiça leva a Deus, ser supremo, único
capaz de satisfazer à perfeita retribui ção, que a vida não proporciona. Tôdas as religiões são marcadas por essa ânsia de "reparações", a saber, do sentimento retributi\ãsta de justiça. A dor, o sofrimento, tôdas as misérias da vida são considerados como malefícios
i"
54
injustos pelos humanos, e porisso espera cada quai que serão retribuídos com gozos e venturas em outra vida, se não
For possível que o sejam nesta. Mas, os homens têm que edificar é esta vida, o seu reino é êste mundo.
Não valem as utopias, pois que cias são o reino de Deus neste mundo, pelo menos são a súmula das construções que em dada época temos como ideais e, pois, não são deste mundo de míseras realidades.
^ De qualquer modo, um conteúdo ideal
e necepário às realizações humanas para ■"que elas perdurem, para que tenham carater e se definam.
Ultrapassada a época de crise aguda
em que o homem luta pelos problemas elementares, que são o fun-
díimento da- existência, resta a complexidade da vida mode^, criadora de bem estar físico, a de problemas an gustiantes para o homem.
A guerra de' 1914-1918 reinaugurou no mundo mo
Dícesto Econóacco
relativamente
recente da
humanidade,
com raízes na civilização greco-roinana. "O conceito da liberdade política
como nós europeus a entendemos, di-lo
o norte no meio do tanto.s rumos.
e vivemos sob o signo da idéia liberal, a
e de religião diferentes.
Vemos, por
exemplo, no Antigo Testamento, os he-
breus julgarem-se em servidão quando estavam submetidos aos madianitas ou
aos füisteus", Mas, em verdade, a liberdade no que concerne à sua extensão, nasce da orga
nização legal do Estado, se a considerar mos como o espaço de folga entre a lei e a ação. divíduo
será li\Te
O in
de fazer
aquilo que a lei não proibe. Êsse
conceito,
porém, é
sem duWda moderno, produ to do
Estado democrático,
só pode o indivíduo fazer o que a lei consentir. Num, a regra ó a liberdade, excetua das as proibições; noutro, a
De então para cá, criaram-se dúvidas
sôbre ajustiça, a igualdade, a liberdade, abstrações que não contam para certos regimes políticos.
Já se disse que no mundo não havia mais lugar para a liberdade e que nem sequer era ela um bem desejável, desde
que, em realidade, jamais existira, pois as desigualdades humanas, fonte de so frimentos, tinham base econômica é, en-
âuanto desigualdade houvesse, a liber-
ade existiria apenas como o direito de uma minoria, uma elite, de oprimir a grande maioria. Liberdade -política
É bem certo que a liberdade política, tal como a conceituamos, é conquista
Estamos apenas com as nossas inda
Politiques", 22), e como nos foi trans
submetidos a um outro povo de raça
absoluto, a regra é inversa:
regra é a proibição e a liber dade é a exceção. A fórmula democrática de liberdade
de fazer-se tudo que' a lei não proibe antecedeu a de só poder ser feito o que
Para nós, isto é, para os que nascemos liberdade ó um bem, é o clima indis
pensável à alegria, ou, pelo menos, à calma de vi\'ei".
Já dissemos cm outra oportunidade que andávamos tranqüilos num mundo que
assegurava a liberdade, e tão descuida dos nos encontrávamos que desconhe-
cíamo.s o valor desse bem, nois para os nossos descuidos ele seria perene e ines
gotável como o ar, como o mar, como
• as coisas grandes que o curso dos acon tecimentos não põe cm risco,
Mas, nossos
as dias
catastróficas
tragédias de
criaram em nosso espírito
uma nova angú.stia, a da incerteza sobre
as nossas antigas convicções tranqüilas. A liberdade, como outros bens, é tris
temente precária, pode-se perdc-la; não
era aquisição definitiva da civilização hiimana, senão a mais ameaçada de perecimento. Desde que era impossível ser de to dos, não seria de ninguétn.
E já então, não apenas a liberdade política se achava cm risco, mas tôda espécie de liberdade, inclusive aquela inalienável, que vem de dentro do ser,
a lei consente.
como força dignificadora da pessoa hu
A estreita ligação entre a ordem legal e a liberdade está expressa no conceito de um dos sábios da Grécia, ao afirmar que a "liberdade política existe quando
mana — "Freiheit ist bei sich selbst zu
querem violar".
exterior, nem de minha própria natureza.
Verdade ó que outro sábio compara as leis às teias de aranha, ,nas quais se prendem as moscas, mas que são fàcil-
Na liberdade não me determino do ex
a lei é, mais forte do que àqueles que o
mente rompidas pelas andorinhas"...
, Não pretendemos versar o problema da liberdade, nem sequer fazer o histó rico das vicissitudes por que ela tem
próprio mundo espiritual". (N. Ber diaeff - "Esprit et Liberté", 140). Intercenções do Estado
gações procurando um pedaço de terra
mitida pela civilização g-^eco-romana, foi desconhecido dos povos orientais. Êles se julgavam livres quando não estavam
desmoralização dos mitos que
manas.
Isso 6 tarefa maior, acima do
tempo e muito além de nossas fraquezas. firme, sem gozar da certeza de qual seja
derno a era da intranquili-
alimentavam as crenças hu-'
passado.
o professor Mo.sca ("HIst. des Doctrines
porque no período estatal
dade e trouxe aos homens algumas angústias, com a
55
Dícesto Econômico
scin" (Hegel).
Ou, como o e.sclarece
Berdiaeff, "a auto-detcrminação é preci
samente a que procede da profundeza
do espírito, e não de um impulso natural terior, sob a pressão de uma natureza
que me é'estranha, nem mesmo sob a
Êsso recesso da alma humana e e tem sido frontalmente violentado nos nossos
dias. Verificamos que o mundo extenor, as condições de organização ^
social podem aniquilar as possibilidades de criação e desenvolvimento do mundo
interior, calc'ficando-o, cortando-lhe os
condutos, dando-lhe a angústia da rarcfação.
.
,
É que o Estado, querendo, a princi
pio, regular e dirigir a vida econômica,
deu-se conta de que os indivíduos a e a não são estranhos; aos indivíduos, Por
tanto, se deviam estender também limi
tações, a princípio quanto ao consumo, à produção, ao trabalho; depois, como
o indivíduo é um complexo e se de
termina segundo sua educação, seu meio
familiar e social, a regulamentação foi-se
estendendo a essas instituições, condicio-
nando-as, conformando-as aos fins do Estado. Ainda assim, outras influências detenninam o indivíduo, como a reli
gião, as convicções políticas, a cultura e tôdas as fôrças ideais; e o Estado foi-sc infiltrando em tôdas elas, estabelecendo
preceito único para educação, criando regras para a religião e chegando mes mo a reviver velhos cultos pátrios, mor
tos nos confins da história, estipulando um único ideal político^ um só partido, uma só ideologia social — para tudo invocando-se supremas razões do bem comum, da absoluta supremacia do co
letivo. E nessa regidamentação intensa e extensa, em que só podia ter expres
são aquilo que conviesse aos interesses do Estado, segundo uma doutrina in tegral, total, abrangente da atividade do
indivíduo, em todos os ângulos e em todos os tempos, a liberdade e a fe
pressão de minha própria natureza, mas me detenmino da prolundeza de minha
licidade consistiam em obedecer.
gia do espírito; encontro-me em meu
ciência total, aniquilava-se não apenas o
vida espiritual, de minha própria ener
Para salvar-se o todo, para assegurar
um ideal de ordem econômica, dê efi
i"
54
injustos pelos humanos, e porisso espera cada quai que serão retribuídos com gozos e venturas em outra vida, se não
For possível que o sejam nesta. Mas, os homens têm que edificar é esta vida, o seu reino é êste mundo.
Não valem as utopias, pois que cias são o reino de Deus neste mundo, pelo menos são a súmula das construções que em dada época temos como ideais e, pois, não são deste mundo de míseras realidades.
^ De qualquer modo, um conteúdo ideal
e necepário às realizações humanas para ■"que elas perdurem, para que tenham carater e se definam.
Ultrapassada a época de crise aguda
em que o homem luta pelos problemas elementares, que são o fun-
díimento da- existência, resta a complexidade da vida mode^, criadora de bem estar físico, a de problemas an gustiantes para o homem.
A guerra de' 1914-1918 reinaugurou no mundo mo
Dícesto Econóacco
relativamente
recente da
humanidade,
com raízes na civilização greco-roinana. "O conceito da liberdade política
como nós europeus a entendemos, di-lo
o norte no meio do tanto.s rumos.
e vivemos sob o signo da idéia liberal, a
e de religião diferentes.
Vemos, por
exemplo, no Antigo Testamento, os he-
breus julgarem-se em servidão quando estavam submetidos aos madianitas ou
aos füisteus", Mas, em verdade, a liberdade no que concerne à sua extensão, nasce da orga
nização legal do Estado, se a considerar mos como o espaço de folga entre a lei e a ação. divíduo
será li\Te
O in
de fazer
aquilo que a lei não proibe. Êsse
conceito,
porém, é
sem duWda moderno, produ to do
Estado democrático,
só pode o indivíduo fazer o que a lei consentir. Num, a regra ó a liberdade, excetua das as proibições; noutro, a
De então para cá, criaram-se dúvidas
sôbre ajustiça, a igualdade, a liberdade, abstrações que não contam para certos regimes políticos.
Já se disse que no mundo não havia mais lugar para a liberdade e que nem sequer era ela um bem desejável, desde
que, em realidade, jamais existira, pois as desigualdades humanas, fonte de so frimentos, tinham base econômica é, en-
âuanto desigualdade houvesse, a liber-
ade existiria apenas como o direito de uma minoria, uma elite, de oprimir a grande maioria. Liberdade -política
É bem certo que a liberdade política, tal como a conceituamos, é conquista
Estamos apenas com as nossas inda
Politiques", 22), e como nos foi trans
submetidos a um outro povo de raça
absoluto, a regra é inversa:
regra é a proibição e a liber dade é a exceção. A fórmula democrática de liberdade
de fazer-se tudo que' a lei não proibe antecedeu a de só poder ser feito o que
Para nós, isto é, para os que nascemos liberdade ó um bem, é o clima indis
pensável à alegria, ou, pelo menos, à calma de vi\'ei".
Já dissemos cm outra oportunidade que andávamos tranqüilos num mundo que
assegurava a liberdade, e tão descuida dos nos encontrávamos que desconhe-
cíamo.s o valor desse bem, nois para os nossos descuidos ele seria perene e ines
gotável como o ar, como o mar, como
• as coisas grandes que o curso dos acon tecimentos não põe cm risco,
Mas, nossos
as dias
catastróficas
tragédias de
criaram em nosso espírito
uma nova angú.stia, a da incerteza sobre
as nossas antigas convicções tranqüilas. A liberdade, como outros bens, é tris
temente precária, pode-se perdc-la; não
era aquisição definitiva da civilização hiimana, senão a mais ameaçada de perecimento. Desde que era impossível ser de to dos, não seria de ninguétn.
E já então, não apenas a liberdade política se achava cm risco, mas tôda espécie de liberdade, inclusive aquela inalienável, que vem de dentro do ser,
a lei consente.
como força dignificadora da pessoa hu
A estreita ligação entre a ordem legal e a liberdade está expressa no conceito de um dos sábios da Grécia, ao afirmar que a "liberdade política existe quando
mana — "Freiheit ist bei sich selbst zu
querem violar".
exterior, nem de minha própria natureza.
Verdade ó que outro sábio compara as leis às teias de aranha, ,nas quais se prendem as moscas, mas que são fàcil-
Na liberdade não me determino do ex
a lei é, mais forte do que àqueles que o
mente rompidas pelas andorinhas"...
, Não pretendemos versar o problema da liberdade, nem sequer fazer o histó rico das vicissitudes por que ela tem
próprio mundo espiritual". (N. Ber diaeff - "Esprit et Liberté", 140). Intercenções do Estado
gações procurando um pedaço de terra
mitida pela civilização g-^eco-romana, foi desconhecido dos povos orientais. Êles se julgavam livres quando não estavam
desmoralização dos mitos que
manas.
Isso 6 tarefa maior, acima do
tempo e muito além de nossas fraquezas. firme, sem gozar da certeza de qual seja
derno a era da intranquili-
alimentavam as crenças hu-'
passado.
o professor Mo.sca ("HIst. des Doctrines
porque no período estatal
dade e trouxe aos homens algumas angústias, com a
55
Dícesto Econômico
scin" (Hegel).
Ou, como o e.sclarece
Berdiaeff, "a auto-detcrminação é preci
samente a que procede da profundeza
do espírito, e não de um impulso natural terior, sob a pressão de uma natureza
que me é'estranha, nem mesmo sob a
Êsso recesso da alma humana e e tem sido frontalmente violentado nos nossos
dias. Verificamos que o mundo extenor, as condições de organização ^
social podem aniquilar as possibilidades de criação e desenvolvimento do mundo
interior, calc'ficando-o, cortando-lhe os
condutos, dando-lhe a angústia da rarcfação.
.
,
É que o Estado, querendo, a princi
pio, regular e dirigir a vida econômica,
deu-se conta de que os indivíduos a e a não são estranhos; aos indivíduos, Por
tanto, se deviam estender também limi
tações, a princípio quanto ao consumo, à produção, ao trabalho; depois, como
o indivíduo é um complexo e se de
termina segundo sua educação, seu meio
familiar e social, a regulamentação foi-se
estendendo a essas instituições, condicio-
nando-as, conformando-as aos fins do Estado. Ainda assim, outras influências detenninam o indivíduo, como a reli
gião, as convicções políticas, a cultura e tôdas as fôrças ideais; e o Estado foi-sc infiltrando em tôdas elas, estabelecendo
preceito único para educação, criando regras para a religião e chegando mes mo a reviver velhos cultos pátrios, mor
tos nos confins da história, estipulando um único ideal político^ um só partido, uma só ideologia social — para tudo invocando-se supremas razões do bem comum, da absoluta supremacia do co
letivo. E nessa regidamentação intensa e extensa, em que só podia ter expres
são aquilo que conviesse aos interesses do Estado, segundo uma doutrina in tegral, total, abrangente da atividade do
indivíduo, em todos os ângulos e em todos os tempos, a liberdade e a fe
pressão de minha própria natureza, mas me detenmino da prolundeza de minha
licidade consistiam em obedecer.
gia do espírito; encontro-me em meu
ciência total, aniquilava-se não apenas o
vida espiritual, de minha própria ener
Para salvar-se o todo, para assegurar
um ideal de ordem econômica, dê efi
56
Dicesto Eco^'ó^^co
indivíduo; mas todos os indivíduos são
desfalcados daquilo que, no mundo das máquinas, se cnama "espaço de folga", zona livre de atritos, vão para as dilatações e para as reduções, e que, para os homens, se poderia designar espaço de expansão pessoal, se não se qui sesse designar singelamente como liber dade.
O fato é que a suprema redução do homem a uma peça inconsciente da má quina estatal traz para os humanos uma nova angústia. De qualquer modo a
luta esta tavada entre a concepção total da vida e a liberdade individual. A concepção totalitária
^eri-a recente foi animada pela
zdeia democrática por parte dos países
ocidentais, contra o nipo-nazi-fascismo,
tado, mantendo-se, porém, as classes,
tico, acrescenta o citado
o nosso conceito, e o re
Fang, que deve fornecer ao povo as brochuras, os jornais: só o Estado im prime e todos os meios de
gime comunista é com
nossa investigação e ao
na outra, a propriedade privada sub
exteriorização do pensa mento são monopolizados
siste, mas cada vez mais restringida pelo
pelo Estado. Os dirigen
co provável que, se ti
Estado e acentuando-se a sua coletivização.
tes do
Ou admitindo a supremacia de uma classe, ou regulamentando as classes e pondo-as de qualquer modo sob o con
lecido a democracia mais
abolida a grande propriedade particular, substituindo-se o Estado ao indivíduo,
trole do Estado, em ambos os casos o
indivíduo se amesquinha, transforman do-se em simples parcela inindividuada de um ser maior.
O benefício que se lhe conceda é re
seguiram.
"A ditadura do proletariado não pode ser uma democracia completa, uma de
mocracia para todos, para pobres e para ricos; a ditadura do proletariado tem que ser um Estado democrático de um modo
novo para os proletários e os despossuídos em geral, e ditatorial de novo modo contra a burguesia..." acentua Stalin, citando Lenin ("Sôbre os Fundamen
tos do Leninismo", ed. cubana). A diferença entre a ditadura da URSS
e a do nazi-fascismo é que aquela se organizou com um espírito de classe a que se sacrificava o indivíduo, ao passo que no Estado do tipo fascista o indi víduo é igualmente sacrificado ao Es
completa, mas, quanto a nós, fazemos nossa a palavra do profesor Joseph Barthélemy: sua obra não reflete senão os fantasmas dos direitos dos cidadãos".
("Étude sur les Déclarations des Droits", 72).
mundo
fechado
à
nosso estudo; mas é pou vesse
conhecimento
da
maneira pela qual a li berdade é conceituada no
ocidente, continuasse o povo russo gos tosamente dela privado. O fato, porém, é que, como nota com procedência Sweden Fang, "desgraça damente o Estado soviético é conside
rado pelo legislador e pelo jurista so viético como uma ditadura extra-juri-
na social e organização econômica pro funda e abrangente," apresenta ao mun
dica, ó o absolutismo sem limite". E
esse absolutismo, segundo Mirldne Gue
sociais gerais.
do inegáveis conquistas materiais e pro vocou o formidável progresso da Rússia,
fato as liberdades indhiduaís, mas teiúa
Como órgão de expansão de tendên
totalitários só dispõe de um partido úni
para dar predominância a uma classe com aniquilamento das outras, se consütuiu de maneira total, tendo sido a sua organização o modêlo para os de mais Estados totalitários, que se lhe
soviético
O mundo russo é ainda um
percutido, como participante de uma economia melhor, de melhores condições cias políticas, o indivíduo nos Estados
tariado,. isto é, um Estado organLado
Estado
pretendem haver estabe
ela incompatível.
O Estado soviético, com sua discipli
perteita organização do Estado
A União Soviética, uma república de trabalhadores, uma ditadura do prole
57
que se organizam segundo minuciosa regulamentação e sob o controle do Es tado. Outra diferença é que naquela é
totalitana j de Estado, mesma em queconcepção o índiví-
duo se aniquila em holocausto a uma
Dicesto EcoNÓ^nco
co — significando isso que o Estado não
reconhece liberdade de opinião política. O partido único se apresenta antes como
oportunidade de tirocínio nos negócios
públicos, segundo uma única ideologia e um fim definido e preciso da ação do
Estado.
Só os membros do partido
podem votar e receber votos.
Mesmo
êsses privilegiados não gozam, pois, de
ampla liberdade de voto.
Como, por
outro lado, a imprensa deve obedecer às
conveniências do Estado e as divergên cias de opinião não podem versar sôbre doutrina, visto como só uma e.xiste certa
— aquela fixada pelos chefes do partido,
lução de 1927, e mesmo em comparação às conquistas culturais de outros países.
igualmente edificar sua teoria do Estado se^mdo princípios diametralmente con trários aos princípios democráticos .
Sem dúvida, para a maioria da popula
(Op. e loc. cit.).
ção russa que, sob o czarismo, vhia em plena servidão e em condições mi
O partido oomxmista, a saber, os di ferentes partidos que no mundo ociden
relativamente à situação anterior á revo
seráveis de atraso e abandono, o comu
tal se apresentam com êssa designação,
nismo trouxe inúmeras vantagens e exibe
têm necessàriamente como programa a
progressos surpreendentes. Mas, por grandes que sejam as con quistas econômicas exibidas pelo regime,
concepção estatal russa, aincla que ne
o que, em grande parte, devem ser cre ditadas às magníficas qualidades do povo msso, o certo é que ainda existe dis tancia entre as vantagens por êle usu fruídas e aquelas que desfrutam as de
— em verdade não existe na Rússia o
mocracias mais avançadas, no concer
problema da liberdade, eis que liber-
nente á liberdade.
berdade não existe. Ou, como o obser- " va Mirlcine Guetzevítch, numa citação do
Sr. Sweden Fang, "a concepção sovié tica da liberdade é muito diferente da-
ãuela da democracia ocidental: a liberade de imprensa, a de reunião, a de palavra não são concebidas como um direito dos indivíduos, mas como uma tarefa do Estado". "É o Estado sovié-
tzevítch, "não se contenta em negar de
guem ser ramificação do Partido Comu
nista russo. Para que sejam realmente comunistas, forçosamente devem adotar a ideologia comunista,- que preconiz a ditadura do proletariado, a submissão absoluta do indivíduo ao Estado e o
racionamento estritíssimo da liberdade
política e, em certas circunstâncias, o das demais liberdades.
dical entre o conceito de democracia so
Se não é êsse o seu programa, não são êles comunistas, do mesmo modo
viético e o ocidental, e, consequentemen te, não será a liberdade tão prezada na Rússia quanto entre nós, de modo que
ou não admite os dogmas da Igreja.
Objetar-se-á que existe diferença ra
as limitações lá existentes são livremen te aceitas. Ainda que assim seja, o
que a nós ocidentais nos preocupa é a
preservação de nossa liberdade, segundo
que não é católico aquele que, por exemplo, não crê na divindade de Cristo
"O Partido tem que ser, antes de tudo, o destacamento de vanguarda da classe operária. O Partido tem que incorporar às suas. fileiras todos os me-
56
Dicesto Eco^'ó^^co
indivíduo; mas todos os indivíduos são
desfalcados daquilo que, no mundo das máquinas, se cnama "espaço de folga", zona livre de atritos, vão para as dilatações e para as reduções, e que, para os homens, se poderia designar espaço de expansão pessoal, se não se qui sesse designar singelamente como liber dade.
O fato é que a suprema redução do homem a uma peça inconsciente da má quina estatal traz para os humanos uma nova angústia. De qualquer modo a
luta esta tavada entre a concepção total da vida e a liberdade individual. A concepção totalitária
^eri-a recente foi animada pela
zdeia democrática por parte dos países
ocidentais, contra o nipo-nazi-fascismo,
tado, mantendo-se, porém, as classes,
tico, acrescenta o citado
o nosso conceito, e o re
Fang, que deve fornecer ao povo as brochuras, os jornais: só o Estado im prime e todos os meios de
gime comunista é com
nossa investigação e ao
na outra, a propriedade privada sub
exteriorização do pensa mento são monopolizados
siste, mas cada vez mais restringida pelo
pelo Estado. Os dirigen
co provável que, se ti
Estado e acentuando-se a sua coletivização.
tes do
Ou admitindo a supremacia de uma classe, ou regulamentando as classes e pondo-as de qualquer modo sob o con
lecido a democracia mais
abolida a grande propriedade particular, substituindo-se o Estado ao indivíduo,
trole do Estado, em ambos os casos o
indivíduo se amesquinha, transforman do-se em simples parcela inindividuada de um ser maior.
O benefício que se lhe conceda é re
seguiram.
"A ditadura do proletariado não pode ser uma democracia completa, uma de
mocracia para todos, para pobres e para ricos; a ditadura do proletariado tem que ser um Estado democrático de um modo
novo para os proletários e os despossuídos em geral, e ditatorial de novo modo contra a burguesia..." acentua Stalin, citando Lenin ("Sôbre os Fundamen
tos do Leninismo", ed. cubana). A diferença entre a ditadura da URSS
e a do nazi-fascismo é que aquela se organizou com um espírito de classe a que se sacrificava o indivíduo, ao passo que no Estado do tipo fascista o indi víduo é igualmente sacrificado ao Es
completa, mas, quanto a nós, fazemos nossa a palavra do profesor Joseph Barthélemy: sua obra não reflete senão os fantasmas dos direitos dos cidadãos".
("Étude sur les Déclarations des Droits", 72).
mundo
fechado
à
nosso estudo; mas é pou vesse
conhecimento
da
maneira pela qual a li berdade é conceituada no
ocidente, continuasse o povo russo gos tosamente dela privado. O fato, porém, é que, como nota com procedência Sweden Fang, "desgraça damente o Estado soviético é conside
rado pelo legislador e pelo jurista so viético como uma ditadura extra-juri-
na social e organização econômica pro funda e abrangente," apresenta ao mun
dica, ó o absolutismo sem limite". E
esse absolutismo, segundo Mirldne Gue
sociais gerais.
do inegáveis conquistas materiais e pro vocou o formidável progresso da Rússia,
fato as liberdades indhiduaís, mas teiúa
Como órgão de expansão de tendên
totalitários só dispõe de um partido úni
para dar predominância a uma classe com aniquilamento das outras, se consütuiu de maneira total, tendo sido a sua organização o modêlo para os de mais Estados totalitários, que se lhe
soviético
O mundo russo é ainda um
percutido, como participante de uma economia melhor, de melhores condições cias políticas, o indivíduo nos Estados
tariado,. isto é, um Estado organLado
Estado
pretendem haver estabe
ela incompatível.
O Estado soviético, com sua discipli
perteita organização do Estado
A União Soviética, uma república de trabalhadores, uma ditadura do prole
57
que se organizam segundo minuciosa regulamentação e sob o controle do Es tado. Outra diferença é que naquela é
totalitana j de Estado, mesma em queconcepção o índiví-
duo se aniquila em holocausto a uma
Dicesto EcoNÓ^nco
co — significando isso que o Estado não
reconhece liberdade de opinião política. O partido único se apresenta antes como
oportunidade de tirocínio nos negócios
públicos, segundo uma única ideologia e um fim definido e preciso da ação do
Estado.
Só os membros do partido
podem votar e receber votos.
Mesmo
êsses privilegiados não gozam, pois, de
ampla liberdade de voto.
Como, por
outro lado, a imprensa deve obedecer às
conveniências do Estado e as divergên cias de opinião não podem versar sôbre doutrina, visto como só uma e.xiste certa
— aquela fixada pelos chefes do partido,
lução de 1927, e mesmo em comparação às conquistas culturais de outros países.
igualmente edificar sua teoria do Estado se^mdo princípios diametralmente con trários aos princípios democráticos .
Sem dúvida, para a maioria da popula
(Op. e loc. cit.).
ção russa que, sob o czarismo, vhia em plena servidão e em condições mi
O partido oomxmista, a saber, os di ferentes partidos que no mundo ociden
relativamente à situação anterior á revo
seráveis de atraso e abandono, o comu
tal se apresentam com êssa designação,
nismo trouxe inúmeras vantagens e exibe
têm necessàriamente como programa a
progressos surpreendentes. Mas, por grandes que sejam as con quistas econômicas exibidas pelo regime,
concepção estatal russa, aincla que ne
o que, em grande parte, devem ser cre ditadas às magníficas qualidades do povo msso, o certo é que ainda existe dis tancia entre as vantagens por êle usu fruídas e aquelas que desfrutam as de
— em verdade não existe na Rússia o
mocracias mais avançadas, no concer
problema da liberdade, eis que liber-
nente á liberdade.
berdade não existe. Ou, como o obser- " va Mirlcine Guetzevítch, numa citação do
Sr. Sweden Fang, "a concepção sovié tica da liberdade é muito diferente da-
ãuela da democracia ocidental: a liberade de imprensa, a de reunião, a de palavra não são concebidas como um direito dos indivíduos, mas como uma tarefa do Estado". "É o Estado sovié-
tzevítch, "não se contenta em negar de
guem ser ramificação do Partido Comu
nista russo. Para que sejam realmente comunistas, forçosamente devem adotar a ideologia comunista,- que preconiz a ditadura do proletariado, a submissão absoluta do indivíduo ao Estado e o
racionamento estritíssimo da liberdade
política e, em certas circunstâncias, o das demais liberdades.
dical entre o conceito de democracia so
Se não é êsse o seu programa, não são êles comunistas, do mesmo modo
viético e o ocidental, e, consequentemen te, não será a liberdade tão prezada na Rússia quanto entre nós, de modo que
ou não admite os dogmas da Igreja.
Objetar-se-á que existe diferença ra
as limitações lá existentes são livremen te aceitas. Ainda que assim seja, o
que a nós ocidentais nos preocupa é a
preservação de nossa liberdade, segundo
que não é católico aquele que, por exemplo, não crê na divindade de Cristo
"O Partido tem que ser, antes de tudo, o destacamento de vanguarda da classe operária. O Partido tem que incorporar às suas. fileiras todos os me-
58
rf/íríS.!:*-";;;* :í £lr=l-£S%éj,-verdadeiro destacamento de vanguarda, tem o Partido que apare-
!í,m °°"l com oo conhecimento
das revolucionária, leis do movi mento, com o conhecimento das leis da
revolução.
Sem isso, nSo se encon-
Tíuta^íl!;f
Pora dirigir ^
df ,r ^rtduaWo ("Sôbro òs' iT ^ Stalin mo - Ed Ed. So Sociales 77), L" ? - La Habana, LeninisO fascismo
talitárirX^RúTsFr^L'' toMussolíni um antigo socLista'da' eí
É certo que a vida moderna não ofe
como extremamente nacionalistas, anticomunista.s e até racistas, usando sím
bolos próprios, uaifoniies privativos e copiando não só as extcrioridades dos partidos fascistas, mas também as suas
Mussolini cm discurso de 1934 (Breil-
profunda intorcomunicação de pessoas e de íntcrês.sc.s, do jeito que a diferencia
lat — Mllhaud — "Les libertes publiques
ção de camadas sociais não deixa de
ideologias e as suas manias.
Igualmente para tais partidos o indi víduo é soincnos e a liberdade um pom-
como síntese, para fins teóricos ou doutrinários.
crata, aconselhava, como principal remé dio para solucioná-la, a fé no regime, — o que nos parece muito pouco:
O que, porém, em substancia, se obser
po.so embaraço. A liberdade não tem clima nas dou
trinas totalitárias, quer da direita, quer da esquerda. A grande contribuição que o bolchevismo trou.xe para a luimanidatle foi sem dúvida o interesse, a preocupação siste mática pela sorte das massas humanas.
va é que pelo menos o interôsse do maior
"Mais cela
número, do coletivo; se impõe preemi-
également pour les démocraties Ia
nentemenle a todas as considerações. A crise da democracia, ou antes, o seu
necessité d'avoir une propre resistence intérieure três grande, de Ia fer-
grande problema atual consiste em en
meté et Ia foi dans leur propre ré- • gimo".(Em — "Rexaie d'Histoire Politique et Constitutionelle", n.° 2,
contrar a fórmula dc conciliação do in teresse coletivo, grandioso em suas exi gências, comple.xo nas suas bases eco nômicas, rigoroso na disciplina para a
Tão formidável foi, em verdade, a re
volução russa nesse sentido, que não é hoje possível desconhecer-se a presença
ca, nem liberal.
semitismo, apurado em racismo
raram as condições de vida; ao mesmo
A "aparelhagem" tradicional da de
tempo, tornaram-se mais complexos os problemas da produção do consumo e
mocracia será adequada para a solução
Sem dúvida, o desenvolvimento prodi gioso da indústria e as miraculosas aqui
É indiscutível, contudo, que o bol-
vigorava um partido único, e imoeravam
chovismo, ou melhor, o marxismo se
países, porem, não era o partido um instrumento isolado da ação do Estado
do problema e, embora sem atenção a valores espirituais longamente conquis
mas apenas o Estado maior do grupo dominante, sendo que outras organiza
uma solução.
ções existem como órgãos atuantes da
ideologia, como os sindicatos (sem li
berdade sindical, é claro), as cooperati vas, as organizações de fábricas e usi
nas, as organizações femininas sem par tido, a imprensa própria, as organiza
ções culturais, ás organizações da juven tude, e até organismos de combate pró prios, etc. etc.
Também o nazi-fascismo espalhou se
época em que o coletivo e é justo que predomine, preservadas certas condi que dignificam a pessoa
do problema? O seu instrumental clás
do trabalho.
antecipou genialmente na consideração
A crise da democracia
dental nasceu do predomínio de uma foi a burguesia ou classe média que so brepujou a nobreza na dominação do Estado, com melhoria repercutida das
economia disciplinada, ativada, harmo nizada, em vista, sobretudo, da utilidade
coletiva pelos próprios pvodxitores, em
políticos "fascistoides", como ainda são
fundo, para assegurar o predomínio da classe obreira com o esmagamento das
presários, técnicos, operários, por inter médio das corporações criadas pelo E.stado, o qual representa tudo, isto é,
chamados, os quais se apresentavam
que lhe estavam acima.
ainda o outro aspecto do fenômeno, o
mentes pelo mundo, criando-se partidos
'IL
Continua, pois, a angústia e em pe
zem o sofrimento humano.
criação de \rm novo sistema: o nosso, a
condições de vida do proletariado, ele vado à condição de cidadania. A revolução bolchevista penetrou mais
tagônicas.
indivíduo?
"Desde que está reconhecido que a crise é o fato do sistema — e tudo que se passou e se passa o prova — é pre ciso que se vá corajosamente para a
classe restrita entre duas outras, a saber:
Ao contrário, a ritória deixou íntegra a crise e o mundo é disputado pelas mesmas ideologias an
rigo a liberdade, pela qual tantos milliões
tários berravam a falência da democrácia e a morte da liberdade.
A democracia de conceituação oci
blema com a ritória propugnada, justa mente porque uma das mais poderosas Nações Unidas não era nem democráti
sico será eficiente para se opor ao ím peto que às massas assegura a sua von tade, o seu predomínio, de maneira a se preservarem os direitos inalienáveis do A cruciante indagação foi posta antes de deflagrar-se a última guerra, quando a empáfia e a basófia dos países totali
tados pela civilização humana, propõe
205).
A guerra recente, embora mantida em nome da democracia e da liberdade con tra o nazi-fascismo, não resol\'eu o pro
humana, tal a liberdade.
mundo.
évidemment implique
e a liberdade individual. Em outras pa-
consecução das suas condiçõe.s de vida,
avassalante da massa na organização do
mento da população do globo e melho
as restrições à liberdade. Em toíos êsses
Em plena crise democrática, ainda, em 1937, Benes, um autêntico demo
sições da ciência facilitaram o cresci
munismo. E assim é que. tauto na Rússia, como na Itália e na Alemanha
dans ITtalie fasciste" — 54).
ser um pouco artificial, sendo admissível
çoando-lhe as instituições e trázenCro regime uma contribuição própria! oriun
da das condições da vida alemã: o ant" A mecanica totalitária foi copiada da Rússia para, justamente, combater o co
mundo do consumo..." — era a voz de
rece distinção nítida de classes, dada a
]a\Tas, numa predomina — — devem ser ções de vida
querda! - e o nazismo, por sua vez se abeberou no modelo italiano, aSe?
59
Digesto Econômico
Dicesto EcoNóxnco
de homens sofreram e morreram, estan
do ainda abertas muitas feridas e sem
que se secassem as lágrimas que tradu Resjjeito da personalidade humana
Giraud ("La crise de Ia Démocratie", 19). obser\'a que a democracia repousa
sôbre princípios filosóficos morais, acres centando: "Alguns vêem na liberdade
o princípio da democracia. Em verdade, ó preciso ir mais além, para encontrarse o princípio inicial. Êsse princípio é o respeito da personalidade humana, é o individualismo", acrescentando: "A liberdade é uma conseqüência do indi vidualismo, é ela exigida porque o cons trangimento físico ou moral é um aten tado à pessoa humana". Com o professor francês concorda, por outras palavras, o famoso professor Kel-
58
rf/íríS.!:*-";;;* :í £lr=l-£S%éj,-verdadeiro destacamento de vanguarda, tem o Partido que apare-
!í,m °°"l com oo conhecimento
das revolucionária, leis do movi mento, com o conhecimento das leis da
revolução.
Sem isso, nSo se encon-
Tíuta^íl!;f
Pora dirigir ^
df ,r ^rtduaWo ("Sôbro òs' iT ^ Stalin mo - Ed Ed. So Sociales 77), L" ? - La Habana, LeninisO fascismo
talitárirX^RúTsFr^L'' toMussolíni um antigo socLista'da' eí
É certo que a vida moderna não ofe
como extremamente nacionalistas, anticomunista.s e até racistas, usando sím
bolos próprios, uaifoniies privativos e copiando não só as extcrioridades dos partidos fascistas, mas também as suas
Mussolini cm discurso de 1934 (Breil-
profunda intorcomunicação de pessoas e de íntcrês.sc.s, do jeito que a diferencia
lat — Mllhaud — "Les libertes publiques
ção de camadas sociais não deixa de
ideologias e as suas manias.
Igualmente para tais partidos o indi víduo é soincnos e a liberdade um pom-
como síntese, para fins teóricos ou doutrinários.
crata, aconselhava, como principal remé dio para solucioná-la, a fé no regime, — o que nos parece muito pouco:
O que, porém, em substancia, se obser
po.so embaraço. A liberdade não tem clima nas dou
trinas totalitárias, quer da direita, quer da esquerda. A grande contribuição que o bolchevismo trou.xe para a luimanidatle foi sem dúvida o interesse, a preocupação siste mática pela sorte das massas humanas.
va é que pelo menos o interôsse do maior
"Mais cela
número, do coletivo; se impõe preemi-
également pour les démocraties Ia
nentemenle a todas as considerações. A crise da democracia, ou antes, o seu
necessité d'avoir une propre resistence intérieure três grande, de Ia fer-
grande problema atual consiste em en
meté et Ia foi dans leur propre ré- • gimo".(Em — "Rexaie d'Histoire Politique et Constitutionelle", n.° 2,
contrar a fórmula dc conciliação do in teresse coletivo, grandioso em suas exi gências, comple.xo nas suas bases eco nômicas, rigoroso na disciplina para a
Tão formidável foi, em verdade, a re
volução russa nesse sentido, que não é hoje possível desconhecer-se a presença
ca, nem liberal.
semitismo, apurado em racismo
raram as condições de vida; ao mesmo
A "aparelhagem" tradicional da de
tempo, tornaram-se mais complexos os problemas da produção do consumo e
mocracia será adequada para a solução
Sem dúvida, o desenvolvimento prodi gioso da indústria e as miraculosas aqui
É indiscutível, contudo, que o bol-
vigorava um partido único, e imoeravam
chovismo, ou melhor, o marxismo se
países, porem, não era o partido um instrumento isolado da ação do Estado
do problema e, embora sem atenção a valores espirituais longamente conquis
mas apenas o Estado maior do grupo dominante, sendo que outras organiza
uma solução.
ções existem como órgãos atuantes da
ideologia, como os sindicatos (sem li
berdade sindical, é claro), as cooperati vas, as organizações de fábricas e usi
nas, as organizações femininas sem par tido, a imprensa própria, as organiza
ções culturais, ás organizações da juven tude, e até organismos de combate pró prios, etc. etc.
Também o nazi-fascismo espalhou se
época em que o coletivo e é justo que predomine, preservadas certas condi que dignificam a pessoa
do problema? O seu instrumental clás
do trabalho.
antecipou genialmente na consideração
A crise da democracia
dental nasceu do predomínio de uma foi a burguesia ou classe média que so brepujou a nobreza na dominação do Estado, com melhoria repercutida das
economia disciplinada, ativada, harmo nizada, em vista, sobretudo, da utilidade
coletiva pelos próprios pvodxitores, em
políticos "fascistoides", como ainda são
fundo, para assegurar o predomínio da classe obreira com o esmagamento das
presários, técnicos, operários, por inter médio das corporações criadas pelo E.stado, o qual representa tudo, isto é,
chamados, os quais se apresentavam
que lhe estavam acima.
ainda o outro aspecto do fenômeno, o
mentes pelo mundo, criando-se partidos
'IL
Continua, pois, a angústia e em pe
zem o sofrimento humano.
criação de \rm novo sistema: o nosso, a
condições de vida do proletariado, ele vado à condição de cidadania. A revolução bolchevista penetrou mais
tagônicas.
indivíduo?
"Desde que está reconhecido que a crise é o fato do sistema — e tudo que se passou e se passa o prova — é pre ciso que se vá corajosamente para a
classe restrita entre duas outras, a saber:
Ao contrário, a ritória deixou íntegra a crise e o mundo é disputado pelas mesmas ideologias an
rigo a liberdade, pela qual tantos milliões
tários berravam a falência da democrácia e a morte da liberdade.
A democracia de conceituação oci
blema com a ritória propugnada, justa mente porque uma das mais poderosas Nações Unidas não era nem democráti
sico será eficiente para se opor ao ím peto que às massas assegura a sua von tade, o seu predomínio, de maneira a se preservarem os direitos inalienáveis do A cruciante indagação foi posta antes de deflagrar-se a última guerra, quando a empáfia e a basófia dos países totali
tados pela civilização humana, propõe
205).
A guerra recente, embora mantida em nome da democracia e da liberdade con tra o nazi-fascismo, não resol\'eu o pro
humana, tal a liberdade.
mundo.
évidemment implique
e a liberdade individual. Em outras pa-
consecução das suas condiçõe.s de vida,
avassalante da massa na organização do
mento da população do globo e melho
as restrições à liberdade. Em toíos êsses
Em plena crise democrática, ainda, em 1937, Benes, um autêntico demo
sições da ciência facilitaram o cresci
munismo. E assim é que. tauto na Rússia, como na Itália e na Alemanha
dans ITtalie fasciste" — 54).
ser um pouco artificial, sendo admissível
çoando-lhe as instituições e trázenCro regime uma contribuição própria! oriun
da das condições da vida alemã: o ant" A mecanica totalitária foi copiada da Rússia para, justamente, combater o co
mundo do consumo..." — era a voz de
rece distinção nítida de classes, dada a
]a\Tas, numa predomina — — devem ser ções de vida
querda! - e o nazismo, por sua vez se abeberou no modelo italiano, aSe?
59
Digesto Econômico
Dicesto EcoNóxnco
de homens sofreram e morreram, estan
do ainda abertas muitas feridas e sem
que se secassem as lágrimas que tradu Resjjeito da personalidade humana
Giraud ("La crise de Ia Démocratie", 19). obser\'a que a democracia repousa
sôbre princípios filosóficos morais, acres centando: "Alguns vêem na liberdade
o princípio da democracia. Em verdade, ó preciso ir mais além, para encontrarse o princípio inicial. Êsse princípio é o respeito da personalidade humana, é o individualismo", acrescentando: "A liberdade é uma conseqüência do indi vidualismo, é ela exigida porque o cons trangimento físico ou moral é um aten tado à pessoa humana". Com o professor francês concorda, por outras palavras, o famoso professor Kel-
DiCESTo Econômico
60
sen: "Mas a idéia de liberdade é e continuará a dominante eterna de tôda
passo que o comunismo a suprimiu em
especulação política, bem que seja, ou
lismo, o fascismo engravidou o capitalismo, limitando ou extinguindo a liber
precisamente porque é, por sua essên cia mais profunda, a negação absoluta
do social e, pois, do político, e forma assim como que o contraste de tôda teoria social e de tôda prática política".
("La Démocratie", 34). Em verdade, o bolchevismo como im
pulso inicial, teve um caráter econômi
co, embora estimulado por propósitos reivmdicadores de igualdade e de bem
estar social. Não teve, como fim principal a extinção, ou mesmo a limitação da liberdade, desde que fez uma revolu
ção i^alitána, mas sim a abolição do
capitol, ou, mais pròpriamente, a do capitalismo; com o ataque à ordem capitahsta, foram desfechados golpes à íi
herdade, ou melhor, ao liber?lisC, qie
àquele se associara, dando-lhe, durante
anos, oportunidades de expansão e cr2 cimento.
^
^ «-les
muitos casos, para extinguir o capita
dade, para en^andeccr-se. E não terá sido senão por essa inver
são que o fascismo se tomou tão odioso aos olhos do mundo. Sem dúvida, as possibilidades de res
guardo da liberdade aumentaram após o fraca.sso da política nazi-fascísla, cum prindo agora construir o E.stado fundado
61
Digesto EcoN'ó^aco
A Igreja, pela grande voz de Leão XIII, ofereceu uma solução, que ainda
privadas alguns instrumentos que a pro duzem.
Se é certo que o social, no sentido do interesse pela sorte das massas, foi es quecido ou subaltemizado durante o apogeu capitalista, inegável é que é êle hoje prccmincntc, e a sua conciliação com as prerrogativas da personalida de humana, especialmente a liberdade, que lhe, dá dignidade e aprximo, só será possível no regime democrático,
pois que nesse o interêsse individual
não foi secundada por nenhiuna mais sábia. Pena é que, cerca de quase cin
qüenta anos, estivessem fechados para ela os ouvidos que deviam ouví-la e res-
pousassem as mãos que deviam, em con formidade com ela^ trabalhar.
Isso, porém, já é outra história. Não estamos aqui alimentando a pre
tensão de oferecer soluções: juntamos a nossa perplexidade às que povoam o mundo, embora, no fundo das trevas, vislumbremos um raio de luz, que será
no bem estar das massas, o Estado so
está sempre presente. Basta que não pe
cialista, coletívizador da riqueza e de
reça e que soja sempre um índice consi
a esperança, talvez geradora da fé —
todos os bens, com o bem maior atribuí do ao indivíduo, qual seja a total liber
derado nas soluções sociais..
tão necessária a qualquer .realização.
dade de pensamento e as demais liber dades que dignificam o homem e tor nam a vida amável. A voz de Leão XIII
O
De qualquer modo, o certo é que do poder dependem as franquias liberais,
Os atentados â liberdade foram feitos na inedida considerada necessária à im' sendo ele o grande inimigo da liberdade; e será por isso que Machiavelli, como o plantaçao da nova ordem econômica e sublinhou Laski ("O Liberalismo Euro
social, a fim de extirpar as fôrças das velhas idéias ca pitalistas. Foi nesse período que a liberdade religiosa fi cou inteiramente suprimida, sendo admitida apenas a de ser ateu e a de pregar e
propagar o ateísmo: a igreja era, no regime anterior, um dos baluartes do Estado ca
pitalista imperialista russo. O nazi-fascismo, como já observamos, copiou a maqui naria estatal bolchevista, em bora
lhe
desse
conteúdo
ideológico diferente. E, co
mo tôda cópia, transformou muitas linhas em traços ca
ricaturais, de jeito a ser substancial,
num
regime,
aquilo que, no outro, era circunstâncial. Foi o que se verificou com a liberdade: ao
I
peu", trad. mexicana, 50),
os MAIO-RES PRODUTORES MUNDIAIS DE LÃ
"crê na liberdade, porém, a amarga experiência lhe en sinou que o poder é o preço
da liberdade". Daí, o pe rigo dos estados totalitários,
porque nêles a maquinaria estatal manipulada pelo gru po ditatorial concentra todo
(Em toneladas métricas). T oneladas Países
Estação atual
Média antes da guerra
o poder. Para a preservação da li berdade, pois, temos que do tar o Estado democrático, o
Austrália
440.900
452.300
Argentina
227.300
168.200
Estados Unidos
162.700
193.180
Nóva Zelândia
159.100
135.900
estado inclinado para o in divíduo, de órgãos adequa
União Soviética
103.200
África do Sul
- 88.600
93.500 108.600
39.500 38.600
10-000 45.0W
dos à manifestação de sua vontade e aptos a conduzir
Uruguai Grã-Bretanha
sua influência até o poder, do uma aparelhagem que
Espanha ...: África do Norte
igualmente assegure o bem estar social e a coletivização
Brasil
dos benefícios da riqueza, embora preservados em mãos
80.000 41.400 20.450
S3.600 fn'nnn
17-300
Fonte primária: Departamento de Agricultura dos E.U.A. .
DiCESTo Econômico
60
sen: "Mas a idéia de liberdade é e continuará a dominante eterna de tôda
passo que o comunismo a suprimiu em
especulação política, bem que seja, ou
lismo, o fascismo engravidou o capitalismo, limitando ou extinguindo a liber
precisamente porque é, por sua essên cia mais profunda, a negação absoluta
do social e, pois, do político, e forma assim como que o contraste de tôda teoria social e de tôda prática política".
("La Démocratie", 34). Em verdade, o bolchevismo como im
pulso inicial, teve um caráter econômi
co, embora estimulado por propósitos reivmdicadores de igualdade e de bem
estar social. Não teve, como fim principal a extinção, ou mesmo a limitação da liberdade, desde que fez uma revolu
ção i^alitána, mas sim a abolição do
capitol, ou, mais pròpriamente, a do capitalismo; com o ataque à ordem capitahsta, foram desfechados golpes à íi
herdade, ou melhor, ao liber?lisC, qie
àquele se associara, dando-lhe, durante
anos, oportunidades de expansão e cr2 cimento.
^
^ «-les
muitos casos, para extinguir o capita
dade, para en^andeccr-se. E não terá sido senão por essa inver
são que o fascismo se tomou tão odioso aos olhos do mundo. Sem dúvida, as possibilidades de res
guardo da liberdade aumentaram após o fraca.sso da política nazi-fascísla, cum prindo agora construir o E.stado fundado
61
Digesto EcoN'ó^aco
A Igreja, pela grande voz de Leão XIII, ofereceu uma solução, que ainda
privadas alguns instrumentos que a pro duzem.
Se é certo que o social, no sentido do interesse pela sorte das massas, foi es quecido ou subaltemizado durante o apogeu capitalista, inegável é que é êle hoje prccmincntc, e a sua conciliação com as prerrogativas da personalida de humana, especialmente a liberdade, que lhe, dá dignidade e aprximo, só será possível no regime democrático,
pois que nesse o interêsse individual
não foi secundada por nenhiuna mais sábia. Pena é que, cerca de quase cin
qüenta anos, estivessem fechados para ela os ouvidos que deviam ouví-la e res-
pousassem as mãos que deviam, em con formidade com ela^ trabalhar.
Isso, porém, já é outra história. Não estamos aqui alimentando a pre
tensão de oferecer soluções: juntamos a nossa perplexidade às que povoam o mundo, embora, no fundo das trevas, vislumbremos um raio de luz, que será
no bem estar das massas, o Estado so
está sempre presente. Basta que não pe
cialista, coletívizador da riqueza e de
reça e que soja sempre um índice consi
a esperança, talvez geradora da fé —
todos os bens, com o bem maior atribuí do ao indivíduo, qual seja a total liber
derado nas soluções sociais..
tão necessária a qualquer .realização.
dade de pensamento e as demais liber dades que dignificam o homem e tor nam a vida amável. A voz de Leão XIII
O
De qualquer modo, o certo é que do poder dependem as franquias liberais,
Os atentados â liberdade foram feitos na inedida considerada necessária à im' sendo ele o grande inimigo da liberdade; e será por isso que Machiavelli, como o plantaçao da nova ordem econômica e sublinhou Laski ("O Liberalismo Euro
social, a fim de extirpar as fôrças das velhas idéias ca pitalistas. Foi nesse período que a liberdade religiosa fi cou inteiramente suprimida, sendo admitida apenas a de ser ateu e a de pregar e
propagar o ateísmo: a igreja era, no regime anterior, um dos baluartes do Estado ca
pitalista imperialista russo. O nazi-fascismo, como já observamos, copiou a maqui naria estatal bolchevista, em bora
lhe
desse
conteúdo
ideológico diferente. E, co
mo tôda cópia, transformou muitas linhas em traços ca
ricaturais, de jeito a ser substancial,
num
regime,
aquilo que, no outro, era circunstâncial. Foi o que se verificou com a liberdade: ao
I
peu", trad. mexicana, 50),
os MAIO-RES PRODUTORES MUNDIAIS DE LÃ
"crê na liberdade, porém, a amarga experiência lhe en sinou que o poder é o preço
da liberdade". Daí, o pe rigo dos estados totalitários,
porque nêles a maquinaria estatal manipulada pelo gru po ditatorial concentra todo
(Em toneladas métricas). T oneladas Países
Estação atual
Média antes da guerra
o poder. Para a preservação da li berdade, pois, temos que do tar o Estado democrático, o
Austrália
440.900
452.300
Argentina
227.300
168.200
Estados Unidos
162.700
193.180
Nóva Zelândia
159.100
135.900
estado inclinado para o in divíduo, de órgãos adequa
União Soviética
103.200
África do Sul
- 88.600
93.500 108.600
39.500 38.600
10-000 45.0W
dos à manifestação de sua vontade e aptos a conduzir
Uruguai Grã-Bretanha
sua influência até o poder, do uma aparelhagem que
Espanha ...: África do Norte
igualmente assegure o bem estar social e a coletivização
Brasil
dos benefícios da riqueza, embora preservados em mãos
80.000 41.400 20.450
S3.600 fn'nnn
17-300
Fonte primária: Departamento de Agricultura dos E.U.A. .
63
píCESTo Econômico
eta páginas anteriores dôste estudo tem-
Uma Lacuna da História
jc comiecimento.
do Ouro
por Afonso d'E. Taunay
(Da Academia Brasileira de Letras)
Antônio Olinto dos Santos Pires, na
Especial paba o "Dicesto Econômico"
Qual te^ sido a p' rodução de ouro do Brasil
no século XVm? 'é para esta perLZ Te o
pulações empo brecidas pela
te erudita. O A., para esclarecimento doaltamen nrobleT""
taxação.
nu2 apresenta ao leitor, com os respectivos co
Com tôda a razão diz o ilus
mentarm,_doU Z sua optmao, sooimportantes agora dadosdocumeZfnüe à publicidâe pda primeira vez.
tre homem de
estado que da produção pròpriamente pau lista seisccntis-
teria sido a produção de ouro do *. Brasil no século XVIII?
ta, aliás minús
cula, pouco se sabe. Reduz-sc à publi cação do impôsto cobrado em alguns anos. Recorda que o mais remoto do
Examinando cuidadosamente a dn cumentação existente escreveu Calóne!
cumento conhecido sobre o assunto se
"Estabelecer de modo definitivo qual^a
refere ao ano de 1681 e às faísqueiras
ras do modo mais exato e
produção do curo de nosso país, desde
Ê, portanto, simples questão de pal
pite dar um número qualquer para re presentar a e.vtraçuo do oiuro dessas ca pitanias durante o período colonial. O
de Paranaguá.
Delas neste milésimo, percebeu a Fa as primitivas lavras paulistas, é por zenda Real 6.038 oitavas ou pouco mais certo, empresa impossível. Nem se conhecem os algarismos das de 21 quilos de ouro. remessas dos quintos, nem há meios ir Escrevia Calógeras em 1904 e de lá recusáveis de avaliar o total extraído na para cá se tornou a documentação invigência do regimen das fintas, e nem comparàvelmente mais avultada. E as
Em catorze e.vercícios (de 1700 a
1713) rendeu 56.655 oitavas e 53
grãos, produzindo o confisco feito aos sonegadores mais 46.975 oitavas e 29 grãos. Corresponde isto a um total de 103.630 oitavas e 10 grãos ou sejam
370 kg. 995, que apenas renderam ao
jua "Memória" não se animou a ava-
fisco 155:446$772, pois corria a oitava
iiá-la. Se refletirmos, porém, que as lavras de Cuiabá e Mato Grosso esti veram em franca produção de
ria, sendo o fisco extraordinàriamente
1770 aproximadamente, e as de Goiás de 1725 até a mesma época mais ou
iTienos, acentuando-se depois a decadên cia, não parecerá exagerado adotarmos como algarismos médios, durante este
a mil e quinhentos réis, quantia irrisó lesado.
Nos primeiros anos, segundo Antonil, a extração aurífera produziu umas 300 arrôbas anuais, donde sessenta deveriam
ter ido para o tesouro régio. Êsse, en tretanto, em vez desta soma conspícua,
período, 80 arrobas por ano para a pn-
não chegou a receber duas arrobas
Isto levaria a aceitar uma produção total de 9.000 arrôbas até aquela data,
Os quintos e os confiscos nos catorze exercícios de 1700 a 1713 renderam 26
rneira capitania e 100 para a segunda. o, atento o declínio da mineração nos
anos subsequentes, mais umas 2.400 até 1822, digamos ao todo umas 12.000 ou
anuais.
arrobas, 2 marcos, 7 onças, 7 oitavas e
10 grãos, segundo Teixeira Coelho
("Rev. do Instituto Hist. Brás." VI, 13.000 arrobas ou 190.000 quilogramas. 295). Assim, quando os povos se obnEntre São Paulo, Bahia e Ceará nao garam, pelo termo da junta de 7 de de
é provável que a exploração das jf^zidas zembro de 1713, a çagar a Sua Majes tivesse produzido muito mais de 75.000 tade trinta arrôbas de ouro pelos seus a 80.000 quilogramas, de sorte que che reais quintos, sob a condição de se garíamos assim a um total de 270.000 abolirem os registos dos caminhos para quilogramas para- a produção aurífera poderem levar todo o seu ouro hvre do Brasil, menos Minas Gerais, durante ^como quintado foi a exigência fiscal o período colonial e até 1822. O cômputo em Minas Gerais pode ser
moderada.
Tal obrigação se renovou
pelos têrmos das juntas lavrados em
feito com menos inexatidão, pois se co
Vila Rica e na Vila do Carmo em 1714,
sequer houve cobrança exata dos im
sim nela há certamente documentos mais
nhecem os réditos do Real Quinto, de
1715, 1716, 1717.
postos sobre o metal precioso.
antigos do que êste que ôle aponta.
vidamente escriturados nos livros de re
Segredos contidos em documentos ain da não divulgados dos arquivos de aquém e de além-mar, contrabando desnorteador de cálculos fundados sobre os réditos públicos, tudo se coliga para im
Mas já em 1902 publicara Ernesto Gui
lherme Young outros mais velhos do
ceita da capitania, salvo para o primeiro período, em que, pode-se afirmar, nin
que êste de Paranaguá.
guém pagou o impôsto do ouro.
pedir a fixação de números exatos. Nesta carência de elementos de es
tudo, não há remédio senão basear hi
póteses em sinais externos da riqueza publica de cada época, e na probabili dade dos descaminhos dos quintos reais
pela deficiência da fiscalização ou pelo grande prêmio que daí advinha às po-
Assim (cf. "Rev. Inst. Hist. de São
Paulo", 6, 404) um auto de 31 de de zembro de 1678 nos conta que a Fazen da Real recebeu 1681 oitavas dos reais quintos relativos à Casa da Fundição de Iguape naquele milésimo. Continúa Calógeras: "Da Bahia, de Goiás, de Mato Grosso também não se possuem informações precisas, e de
poucas mais além das que já citamos
Produção de Minas Na- tão conhecida "Instrução para o
Governo da Capitania de Minas Gerais" do Teixeira Coelho (1780) e.xiste uma
tabela do cálculo do rendimento do
quinto do ouro desde o princípio das Minas até 1713, milésimo em que os
povos entraram a pagar o quinto por ajuste.
Mas já pelos têrmos da junta da Vila povos obtiveram redução dêste tributo fixo para 25 arrôbas. Ficariam contudo livres, para Sua Majestade, os rendimen do Carmo, a 3 de março de 1718, os
tos das cargas, gados e negros que en trassem pelos registos, deles abrindo mãos as Câmaras.
Durante quatro anos pagaram-se estas 25 arrôbas (367 kg 200).
A Jnnta de Vila Rica a 25 de outubro de 1722 consignou o compromisso de se entregar ao erário régio 37 anôbas de ouro anuais, contanto que Sua Ma-
63
píCESTo Econômico
eta páginas anteriores dôste estudo tem-
Uma Lacuna da História
jc comiecimento.
do Ouro
por Afonso d'E. Taunay
(Da Academia Brasileira de Letras)
Antônio Olinto dos Santos Pires, na
Especial paba o "Dicesto Econômico"
Qual te^ sido a p' rodução de ouro do Brasil
no século XVm? 'é para esta perLZ Te o
pulações empo brecidas pela
te erudita. O A., para esclarecimento doaltamen nrobleT""
taxação.
nu2 apresenta ao leitor, com os respectivos co
Com tôda a razão diz o ilus
mentarm,_doU Z sua optmao, sooimportantes agora dadosdocumeZfnüe à publicidâe pda primeira vez.
tre homem de
estado que da produção pròpriamente pau lista seisccntis-
teria sido a produção de ouro do *. Brasil no século XVIII?
ta, aliás minús
cula, pouco se sabe. Reduz-sc à publi cação do impôsto cobrado em alguns anos. Recorda que o mais remoto do
Examinando cuidadosamente a dn cumentação existente escreveu Calóne!
cumento conhecido sobre o assunto se
"Estabelecer de modo definitivo qual^a
refere ao ano de 1681 e às faísqueiras
ras do modo mais exato e
produção do curo de nosso país, desde
Ê, portanto, simples questão de pal
pite dar um número qualquer para re presentar a e.vtraçuo do oiuro dessas ca pitanias durante o período colonial. O
de Paranaguá.
Delas neste milésimo, percebeu a Fa as primitivas lavras paulistas, é por zenda Real 6.038 oitavas ou pouco mais certo, empresa impossível. Nem se conhecem os algarismos das de 21 quilos de ouro. remessas dos quintos, nem há meios ir Escrevia Calógeras em 1904 e de lá recusáveis de avaliar o total extraído na para cá se tornou a documentação invigência do regimen das fintas, e nem comparàvelmente mais avultada. E as
Em catorze e.vercícios (de 1700 a
1713) rendeu 56.655 oitavas e 53
grãos, produzindo o confisco feito aos sonegadores mais 46.975 oitavas e 29 grãos. Corresponde isto a um total de 103.630 oitavas e 10 grãos ou sejam
370 kg. 995, que apenas renderam ao
jua "Memória" não se animou a ava-
fisco 155:446$772, pois corria a oitava
iiá-la. Se refletirmos, porém, que as lavras de Cuiabá e Mato Grosso esti veram em franca produção de
ria, sendo o fisco extraordinàriamente
1770 aproximadamente, e as de Goiás de 1725 até a mesma época mais ou
iTienos, acentuando-se depois a decadên cia, não parecerá exagerado adotarmos como algarismos médios, durante este
a mil e quinhentos réis, quantia irrisó lesado.
Nos primeiros anos, segundo Antonil, a extração aurífera produziu umas 300 arrôbas anuais, donde sessenta deveriam
ter ido para o tesouro régio. Êsse, en tretanto, em vez desta soma conspícua,
período, 80 arrobas por ano para a pn-
não chegou a receber duas arrobas
Isto levaria a aceitar uma produção total de 9.000 arrôbas até aquela data,
Os quintos e os confiscos nos catorze exercícios de 1700 a 1713 renderam 26
rneira capitania e 100 para a segunda. o, atento o declínio da mineração nos
anos subsequentes, mais umas 2.400 até 1822, digamos ao todo umas 12.000 ou
anuais.
arrobas, 2 marcos, 7 onças, 7 oitavas e
10 grãos, segundo Teixeira Coelho
("Rev. do Instituto Hist. Brás." VI, 13.000 arrobas ou 190.000 quilogramas. 295). Assim, quando os povos se obnEntre São Paulo, Bahia e Ceará nao garam, pelo termo da junta de 7 de de
é provável que a exploração das jf^zidas zembro de 1713, a çagar a Sua Majes tivesse produzido muito mais de 75.000 tade trinta arrôbas de ouro pelos seus a 80.000 quilogramas, de sorte que che reais quintos, sob a condição de se garíamos assim a um total de 270.000 abolirem os registos dos caminhos para quilogramas para- a produção aurífera poderem levar todo o seu ouro hvre do Brasil, menos Minas Gerais, durante ^como quintado foi a exigência fiscal o período colonial e até 1822. O cômputo em Minas Gerais pode ser
moderada.
Tal obrigação se renovou
pelos têrmos das juntas lavrados em
feito com menos inexatidão, pois se co
Vila Rica e na Vila do Carmo em 1714,
sequer houve cobrança exata dos im
sim nela há certamente documentos mais
nhecem os réditos do Real Quinto, de
1715, 1716, 1717.
postos sobre o metal precioso.
antigos do que êste que ôle aponta.
vidamente escriturados nos livros de re
Segredos contidos em documentos ain da não divulgados dos arquivos de aquém e de além-mar, contrabando desnorteador de cálculos fundados sobre os réditos públicos, tudo se coliga para im
Mas já em 1902 publicara Ernesto Gui
lherme Young outros mais velhos do
ceita da capitania, salvo para o primeiro período, em que, pode-se afirmar, nin
que êste de Paranaguá.
guém pagou o impôsto do ouro.
pedir a fixação de números exatos. Nesta carência de elementos de es
tudo, não há remédio senão basear hi
póteses em sinais externos da riqueza publica de cada época, e na probabili dade dos descaminhos dos quintos reais
pela deficiência da fiscalização ou pelo grande prêmio que daí advinha às po-
Assim (cf. "Rev. Inst. Hist. de São
Paulo", 6, 404) um auto de 31 de de zembro de 1678 nos conta que a Fazen da Real recebeu 1681 oitavas dos reais quintos relativos à Casa da Fundição de Iguape naquele milésimo. Continúa Calógeras: "Da Bahia, de Goiás, de Mato Grosso também não se possuem informações precisas, e de
poucas mais além das que já citamos
Produção de Minas Na- tão conhecida "Instrução para o
Governo da Capitania de Minas Gerais" do Teixeira Coelho (1780) e.xiste uma
tabela do cálculo do rendimento do
quinto do ouro desde o princípio das Minas até 1713, milésimo em que os
povos entraram a pagar o quinto por ajuste.
Mas já pelos têrmos da junta da Vila povos obtiveram redução dêste tributo fixo para 25 arrôbas. Ficariam contudo livres, para Sua Majestade, os rendimen do Carmo, a 3 de março de 1718, os
tos das cargas, gados e negros que en trassem pelos registos, deles abrindo mãos as Câmaras.
Durante quatro anos pagaram-se estas 25 arrôbas (367 kg 200).
A Jnnta de Vila Rica a 25 de outubro de 1722 consignou o compromisso de se entregar ao erário régio 37 anôbas de ouro anuais, contanto que Sua Ma-
64
Dicesto EcoNÓj^nco
jestade não abrisse casa dc fundição e moeda no território aurífero.
Vigorou o ajuste até 31 de janeiro de 1725. ' Assim, de 20 de março de 1714 a 31
"Mapa do ouro que tem entrado nas
1801, avalia cm 65.000 arrôbas ou 983
preenchem a lacuna do 1725-1735, con signada por Teixeira Coelho. A respeito déstc prazo escreve Caló-
Casas da Fundição e Moeda de Vila
toneladas ou ainda £ 135 milhões ou
sejam 47.500 para Minas Gerais, 13.000
Rica das Minas desde 26 de agôsto de 1724, dia em que principiou o seu
para Goiás e Mato Grosso c 5.000 para
lavor, a casa da Moeda, e a da fun
geras:
o resto do Brasil: São Paulo, Bahia e
"No trecho imediato de 1725 a 1735 dominou o sistema das casas dc fun
dição em o primeiro de fevereiro de
Ceará.
meio
real recebeu de impostos sobre o ouro
milhões de
cruzados
e
mais
369).
Mas o fisco real, sentindo-se lesado, voltou a exigir a e.xistência de uma casa de fundição e moeda em Vila Rica. Aí
se estabeleceu em 1 de outubro de 1724, trabalhando até 31 de janeiro de 1725 sem quintar o ouro, por ordem da coroa
I
Calógeras, para o período de 1700 a
Não
de janeiro de 1725 pagaram os povos 312 Já arrobas, ou fossem, 4.590 quílogramas ou, pelo valor da oitava, na épo ca 1.920 contos de réis ou quatro e 112;216|000. (Teixeira Coelho, Ibid.
1
Arquivo Nacional t. IX, p. 13) há ta
belas do cobrança dos quintos.
65
Dicesto Econômico
Calógeras que no período de 1 extraçãodevendo superoutera cifra admitida por ^Antonil, che gado a 7.500 arrôbas, cálculo comedido. Assim sendo, foi o fisco real lartiamente lesado, pois em vez de 312 Já arrobas deveria ter recebido 1 500
Continuando a calcular a respeito da
cobrança dos quintos reais escreve Tei xeira Coelho c-uriosa nota: "Não se
inclui neste cálculo o que produziu o quinto desde 1.® de fevereiro de 1725 dia em que estabeleceu a casa da moeda de Minas, até 1.® de julho de 1735 em que se aboliu, e se entrou a cobrar o quinto por meio da capitação, porque os livros da dita casa da moeda de Minas passaram neste tempo para a do Rio
de Janeiro". Assim só pôde êle publicar duas ta belas do "cálculo do rendimento do real
quinto do ouro da Capitania de Minas. A 1.® refere-se ao período de 1.® de
julho de 1731 a 31 de julho de 17,51 e a segunda de 1.® de agosto de 1751 a 31 de dezembro de 1777.
Cálculo de Eschwege e Humboldt Na Geografia Histórica da Capitania de Minas Gerais", da autoria de José Joaquim da Rocha (cf. Publicação do
dição, no decurso do qual a fazenda 1068 arrobas, 4 marcos, 5 onças, 4 oitavas e 65 grãos.
Os descaminhos
freqüentes mencionados nos documentos da época, as confissões unanimes dos au tores coetãneos permitem adotar para a
produção destes onze anos o péso de
te entre 1500 c 1803 £ 194 milhões, dos
1068 arrobas e fração. E é a este res
peito que vamos analisar-lhe a asserção.
Falando da avaliação de produção aurífera de Minas Gerais, diz Roberto Simonsen: "É muito difícil determinar
com rigor matemático a quantidade de ouro extraída no Brasil, escreveu em
1833 o Barão de Eschwege (cf. "Hist. Econômica do Brasil" 2, 74), "os quin tos arrecadados entre 1700 e 1713 fica
ram em grande parte sujeitos à cons ciência dos declarantes, tais as - dificul
dades iniciais de administração". No regimen das fintas e avenças, que se seguiu, não se pode dizer que o imposto recebido correspondesse ao Quinto do produzido. Muitos dos livros
das casas de fundição de período poste rior não foram publicados e os impos tos de capitação também não são íncüces seguros.
O ouro apreendido entre 1700 e 1713 demonstra que o contrabando deveria exceder a 20 por cento do produzido. Baseando-se nos quintos arrecadados em Minas Gerais e calculando, para as diversas regiões, produção proporciona] às populações, chega Eschwege a um total de 63.417 arrôbas para o período compreendido entre 1700 e 1820. Se riam 91.255 toneladas ou £ 130 milliões.
do rendimento que pertence à Fazen
âuais 39 milliões de metal contrabaneado. Pensa Simpnsen que a produção
da Real, da Senhoreagem e braçagem, quinto e gasto que pagam as partes nas fundições ae seus ouros
brasileira deve achar-se entre as cifras
6 das remessas que se tem feito em
do Calógeras é as de Humboldt. Deste
total 70 por cento pertencem a Minas Gerais.
6.500 arrobas".
Não sabemos onde o autor d'"As Mi nas do Brasil" encontrou esta cifra de
1725 até o rim de junho de 1735 e
Humboldt, citado por Simonsen, admi
tôdas as frotas para Lisboa".
Distribuem-se os dados por dez colu nas subordinadas a êstes cabeçalhos:
Dois doctnnentos inéditos
Dois documentos que penso jamais foram divulgados, e documentos que se completam, trazem preciosos informes sobre o período pouco esclarecido de 1725 a 1735.
Como vimos, avaliou Calógeras para a produção dos onze anos o peso de 6.500 arrobas.
Seriam em números
"Ouro de varies quilates que entrou
para se reduzir a dinheiro'.
"Quinto tirado a dinheiro do produto do dito ouro".
"Rendimento de senhoreagem e braçagem do produto do mesmo ouro . "Ouro que entrou para sahir em barra".
trou para dinheiro como abaixo s
legal e mais 1.160 de extração não
ticidade.
sos.
Provêm de indivíduos diver
Um dôles compendia extraordi
,
se não também de algum qu® em
redondos 5.340 arrôbas de existência quintada. São ambos os documentos anônimos, mas têm todas as credenciais de auten
_
"Quinto tirado em barra não só ao ouro que entrou para sahir na e mostra".
"Rendimento dos gastos que pagam as partes".
.
i.
"Remessas feitas para Lisboa em nheiro".
,
nária pormenorização. Traz mês por mês o cômput<^ dos valores em ouro
"Remessas feitas em ouro em barra . Numa enorme folha de páginas emen
amoedado e ouro barreteado na Casa
da Moeda e na Casa de Fundição de
dadas vêm lançados os números, mes a mês, de agôsto de 1725 a março e
Vila Rica.
1734.
.Acusam ambos, para o período de 26 de agôsto de 1724 a 31 de março de
Tomemos pomo exemplo um das lapsos quadrimestrais em que se subdivide o quadro total, expresso em
1734, um total de 259.737 marcos, 1
marcos, onças, oitavas e grãos.
onça, T oitava e 68 grãos em ouro amoe
Abril de Maio " Junho " Julho "
dado, e 61.495 marcos, 5 onças, 7 oita vas e 12 grãos de ouro barreteado. Assim, o ouro amoedado subiu a um total de 4.058 arrôbas e o ouro barre
teado a 1421; total, 5.479 arrôbas, ou
um pouco mais do que calculou Caló geras para o ouro legalizado. O primeiro dos quadros intitula-se:
1730 ~ ^ ~ on 1730 - 1617 - J - ^ 1730 - 1833 - 3 -^-65 1730 - 1705 - 7 - 7 - 51
Assim, há 26 períodos quadrimetrais
que, de lapso em lapso, consignam o
acr^cimo ao ouro amoedado desde os
35.584 marcos do período de agôsto a
64
Dicesto EcoNÓj^nco
jestade não abrisse casa dc fundição e moeda no território aurífero.
Vigorou o ajuste até 31 de janeiro de 1725. ' Assim, de 20 de março de 1714 a 31
"Mapa do ouro que tem entrado nas
1801, avalia cm 65.000 arrôbas ou 983
preenchem a lacuna do 1725-1735, con signada por Teixeira Coelho. A respeito déstc prazo escreve Caló-
Casas da Fundição e Moeda de Vila
toneladas ou ainda £ 135 milhões ou
sejam 47.500 para Minas Gerais, 13.000
Rica das Minas desde 26 de agôsto de 1724, dia em que principiou o seu
para Goiás e Mato Grosso c 5.000 para
lavor, a casa da Moeda, e a da fun
geras:
o resto do Brasil: São Paulo, Bahia e
"No trecho imediato de 1725 a 1735 dominou o sistema das casas dc fun
dição em o primeiro de fevereiro de
Ceará.
meio
real recebeu de impostos sobre o ouro
milhões de
cruzados
e
mais
369).
Mas o fisco real, sentindo-se lesado, voltou a exigir a e.xistência de uma casa de fundição e moeda em Vila Rica. Aí
se estabeleceu em 1 de outubro de 1724, trabalhando até 31 de janeiro de 1725 sem quintar o ouro, por ordem da coroa
I
Calógeras, para o período de 1700 a
Não
de janeiro de 1725 pagaram os povos 312 Já arrobas, ou fossem, 4.590 quílogramas ou, pelo valor da oitava, na épo ca 1.920 contos de réis ou quatro e 112;216|000. (Teixeira Coelho, Ibid.
1
Arquivo Nacional t. IX, p. 13) há ta
belas do cobrança dos quintos.
65
Dicesto Econômico
Calógeras que no período de 1 extraçãodevendo superoutera cifra admitida por ^Antonil, che gado a 7.500 arrôbas, cálculo comedido. Assim sendo, foi o fisco real lartiamente lesado, pois em vez de 312 Já arrobas deveria ter recebido 1 500
Continuando a calcular a respeito da
cobrança dos quintos reais escreve Tei xeira Coelho c-uriosa nota: "Não se
inclui neste cálculo o que produziu o quinto desde 1.® de fevereiro de 1725 dia em que estabeleceu a casa da moeda de Minas, até 1.® de julho de 1735 em que se aboliu, e se entrou a cobrar o quinto por meio da capitação, porque os livros da dita casa da moeda de Minas passaram neste tempo para a do Rio
de Janeiro". Assim só pôde êle publicar duas ta belas do "cálculo do rendimento do real
quinto do ouro da Capitania de Minas. A 1.® refere-se ao período de 1.® de
julho de 1731 a 31 de julho de 17,51 e a segunda de 1.® de agosto de 1751 a 31 de dezembro de 1777.
Cálculo de Eschwege e Humboldt Na Geografia Histórica da Capitania de Minas Gerais", da autoria de José Joaquim da Rocha (cf. Publicação do
dição, no decurso do qual a fazenda 1068 arrobas, 4 marcos, 5 onças, 4 oitavas e 65 grãos.
Os descaminhos
freqüentes mencionados nos documentos da época, as confissões unanimes dos au tores coetãneos permitem adotar para a
produção destes onze anos o péso de
te entre 1500 c 1803 £ 194 milhões, dos
1068 arrobas e fração. E é a este res
peito que vamos analisar-lhe a asserção.
Falando da avaliação de produção aurífera de Minas Gerais, diz Roberto Simonsen: "É muito difícil determinar
com rigor matemático a quantidade de ouro extraída no Brasil, escreveu em
1833 o Barão de Eschwege (cf. "Hist. Econômica do Brasil" 2, 74), "os quin tos arrecadados entre 1700 e 1713 fica
ram em grande parte sujeitos à cons ciência dos declarantes, tais as - dificul
dades iniciais de administração". No regimen das fintas e avenças, que se seguiu, não se pode dizer que o imposto recebido correspondesse ao Quinto do produzido. Muitos dos livros
das casas de fundição de período poste rior não foram publicados e os impos tos de capitação também não são íncüces seguros.
O ouro apreendido entre 1700 e 1713 demonstra que o contrabando deveria exceder a 20 por cento do produzido. Baseando-se nos quintos arrecadados em Minas Gerais e calculando, para as diversas regiões, produção proporciona] às populações, chega Eschwege a um total de 63.417 arrôbas para o período compreendido entre 1700 e 1820. Se riam 91.255 toneladas ou £ 130 milliões.
do rendimento que pertence à Fazen
âuais 39 milliões de metal contrabaneado. Pensa Simpnsen que a produção
da Real, da Senhoreagem e braçagem, quinto e gasto que pagam as partes nas fundições ae seus ouros
brasileira deve achar-se entre as cifras
6 das remessas que se tem feito em
do Calógeras é as de Humboldt. Deste
total 70 por cento pertencem a Minas Gerais.
6.500 arrobas".
Não sabemos onde o autor d'"As Mi nas do Brasil" encontrou esta cifra de
1725 até o rim de junho de 1735 e
Humboldt, citado por Simonsen, admi
tôdas as frotas para Lisboa".
Distribuem-se os dados por dez colu nas subordinadas a êstes cabeçalhos:
Dois doctnnentos inéditos
Dois documentos que penso jamais foram divulgados, e documentos que se completam, trazem preciosos informes sobre o período pouco esclarecido de 1725 a 1735.
Como vimos, avaliou Calógeras para a produção dos onze anos o peso de 6.500 arrobas.
Seriam em números
"Ouro de varies quilates que entrou
para se reduzir a dinheiro'.
"Quinto tirado a dinheiro do produto do dito ouro".
"Rendimento de senhoreagem e braçagem do produto do mesmo ouro . "Ouro que entrou para sahir em barra".
trou para dinheiro como abaixo s
legal e mais 1.160 de extração não
ticidade.
sos.
Provêm de indivíduos diver
Um dôles compendia extraordi
,
se não também de algum qu® em
redondos 5.340 arrôbas de existência quintada. São ambos os documentos anônimos, mas têm todas as credenciais de auten
_
"Quinto tirado em barra não só ao ouro que entrou para sahir na e mostra".
"Rendimento dos gastos que pagam as partes".
.
i.
"Remessas feitas para Lisboa em nheiro".
,
nária pormenorização. Traz mês por mês o cômput<^ dos valores em ouro
"Remessas feitas em ouro em barra . Numa enorme folha de páginas emen
amoedado e ouro barreteado na Casa
da Moeda e na Casa de Fundição de
dadas vêm lançados os números, mes a mês, de agôsto de 1725 a março e
Vila Rica.
1734.
.Acusam ambos, para o período de 26 de agôsto de 1724 a 31 de março de
Tomemos pomo exemplo um das lapsos quadrimestrais em que se subdivide o quadro total, expresso em
1734, um total de 259.737 marcos, 1
marcos, onças, oitavas e grãos.
onça, T oitava e 68 grãos em ouro amoe
Abril de Maio " Junho " Julho "
dado, e 61.495 marcos, 5 onças, 7 oita vas e 12 grãos de ouro barreteado. Assim, o ouro amoedado subiu a um total de 4.058 arrôbas e o ouro barre
teado a 1421; total, 5.479 arrôbas, ou
um pouco mais do que calculou Caló geras para o ouro legalizado. O primeiro dos quadros intitula-se:
1730 ~ ^ ~ on 1730 - 1617 - J - ^ 1730 - 1833 - 3 -^-65 1730 - 1705 - 7 - 7 - 51
Assim, há 26 períodos quadrimetrais
que, de lapso em lapso, consignam o
acr^cimo ao ouro amoedado desde os
35.584 marcos do período de agôsto a
66
Digesto Econômico
Digesto Econômico
67 \
"Mapa de todo o ouro que entrou nas
novembro de 1724 até o resultado final
de 259.737, soma geral, a 31 de março
casas da fundição e moeda de Vila
de 1734.
Uma colima paralela consigna o valor
Rica das Minas desde 26 de agôsto de 1724, dia em que principiou o
dos üuintos cobrados sobre êste ouro
seu lavor a casa da Moeda e a da
amoeoado no mesmo período de rs:
fundição, em o primeiro de fevereiro de 1725 em que teve princípio a co
3.218:506$961.
O quinto cobrado em barra do ouro
brança do quinto, rendimento dele
a ser barreteado, de 26 de agosto de
e de tudo o mais pertencente à fa zenda real, remessas que se fizeram para Lisboa e também do rendimen to do quinto das duas casas da fun dição que se estabeleceram nas Co
1724 a 31 de março de 1734, montou
a 19.299 marcos, 7. onças, 6 oitavas e 54 grãos. As remessas da Casa de Vila Real a
Lisboa, em dinheiro, no mesmo período
marcas do Rio das Mortes e do \Rio
foram rs: 2.162:600§170 e em barras a 56.256 marcos, 4 onças, 4 oitavas e
das Velhas, que tiveram principio a primeira em 2 de |ulho de 1734 e a segunda em 12 do dito mês e ano
4 grãos.
A sonhoreagem e a braçagem do fabri co de moeda renderam rs: 1.574:830$753 e os gastos feitos pelos particulares com a fundição de seus ouros no mesmo
prazo (de 26 de agosto de 1724 a 31 de
riores.
dezembro de 1734) ascenderam a rs:
A primeira coluna consigna o "Peso
154:745$385.
do ouro de vários quilates reduzido a
O segundo documento comprobatório do primeiro intitula-se:
barras que se fabricou em moeda", ex 19.746 17.617 26.115 25.037 26.163 14.160
25 de fev. a dezembro de 1725 Ano de 1726 " " 1727 " " 1728
" " 1729
128.841 23.350 39.566 33.093
Ano de 1730 " " 1731
" " 1732
TOTAL GERAL
—
_
2 6
4
—
—
2 —
—
—
2
5
0^ -f
—
—
—
2 —
0
28.332
—
1
6.553
—
3
259.737
—
" " 1733 " " 1734
ouro reduzido a barras entrado nas
" " " "
1731 1732 1733 1734 TOTAL
O quinto e doze por cento tirado a
90.980"
3 4 2 7 6
— -
54
"6 -
60
34 58 29 16
do rendeu:
dinheiro do produto do ouro amoedaDesde 26 de agôsto de 1724 até fins de janeiro de 1725. 337:812$021
Fevereiro de 1725 até fins de dezembro Ano " " "
de " " "
511:284$202
1726 1727 1728 1729
481:855$653
33;978$273
1.364:93"Ò$1^ Ano de 1730
230:400$904
" " 1731
473;361$535 448:827$940
" " 1732 " " 1733 " " 1734
568:980S921
132:005S512 3.218:506$961
TOTAL
presso em marcos, onças, oitavas e grãos.
de agôsto de 1724 a 31 de janeiro
Neste mesmo período foi êste o peso
" " " "
por anos como abaixo se mostra".
A sua tabela consigna resumos dos dados mensais e quadrimestrais ante
do
3.996 5.618 4.924 1.289 33.142
Ano de 1730
!•
—
—
6 3
10 —
30
7 5
59 58
2 0
24
2 7 7 4 5
—
—
—
6
—
—
7
—
49 20 50 71 36 18 17 68
Casa da Moeda e de Fundição para
E a quintagem de ouro barreteado, 25.196 marcos, 7 onças, 7 oitavas, 58 9/25 grãos.
A senhoreagem e a braçagem da fábrica
da moeda renderam de 26 de agôsto de 1724 a 1.° de janeiro de 1735 rs: .... Mas muito ouro deixou de ser amoe-
dado como demonstra o quadro seguinte; O quinto e doze por cento do ouro em barra rendera 476 arrôbas, 10 libras,
3 onças, 1 oitava, 4 grãos, 47 14/25 avos, ou sejam 6.996 kg. 163. Remeteram-me a Lisboa em dinheiro
1/4
cruzados
em
moeda
(1.628:321$700) e em ouro barreteado
De 26 de agôsto de 1724 a 31 de janeiro de 1725 De 1° de fevereiro a 31 de dezembro de 1725 9.013 Ano de 1726
8.762
" " 1727
11.085
" " 1728
7.792
" " 1729
5.175 42'008 "
7 60 43 64 45 3
918 arrôbas, 22 libras, 13 onças, 6 oita vas, 38 grãos ou 13.494 kg. 067.
A senhoreagem e a braçagem do fabri co da moeda, de 26 de agôsto de 1724 a 31 de dezembro de 1734, renderam rs: 1.574:830Ç753.
154:745§385.
As remessas para Lisboa em dinheiro amoedado subiram a 1.505.503$270, e em barras de ouro e algum ouro em pó a 28.809 marcos, 5 onças, 1 oitava,
1.574:830$753.
4.070.804
sair barreteado:
Em igual período pagaram as partes pela fundição de seus ouros rs:
6 4/5 gr.
Quanto ao ano de 1735 traz o do cumento informes lacunosos.
Ouro reduzido a barras: 26.447 mar
cos, 7 onças, 4 oitavas, 18 grãos. Quinto e doze por cento: 5.287 - 3 ^-0-61 1/5. Gastos das partes: 11:235$281. Remessas para Lisboa em moeda: 32:817$450.
Idem em barras: 9.986 marcos, 6
onças, 5 oitavas, 31 1/5 (remeti
das pela frota de 1736). Nota final: Mostra-se por êste mapa entrar nas ditas Casas (Moeda e Fim-
66
Digesto Econômico
Digesto Econômico
67 \
"Mapa de todo o ouro que entrou nas
novembro de 1724 até o resultado final
de 259.737, soma geral, a 31 de março
casas da fundição e moeda de Vila
de 1734.
Uma colima paralela consigna o valor
Rica das Minas desde 26 de agôsto de 1724, dia em que principiou o
dos üuintos cobrados sobre êste ouro
seu lavor a casa da Moeda e a da
amoeoado no mesmo período de rs:
fundição, em o primeiro de fevereiro de 1725 em que teve princípio a co
3.218:506$961.
O quinto cobrado em barra do ouro
brança do quinto, rendimento dele
a ser barreteado, de 26 de agosto de
e de tudo o mais pertencente à fa zenda real, remessas que se fizeram para Lisboa e também do rendimen to do quinto das duas casas da fun dição que se estabeleceram nas Co
1724 a 31 de março de 1734, montou
a 19.299 marcos, 7. onças, 6 oitavas e 54 grãos. As remessas da Casa de Vila Real a
Lisboa, em dinheiro, no mesmo período
marcas do Rio das Mortes e do \Rio
foram rs: 2.162:600§170 e em barras a 56.256 marcos, 4 onças, 4 oitavas e
das Velhas, que tiveram principio a primeira em 2 de |ulho de 1734 e a segunda em 12 do dito mês e ano
4 grãos.
A sonhoreagem e a braçagem do fabri co de moeda renderam rs: 1.574:830$753 e os gastos feitos pelos particulares com a fundição de seus ouros no mesmo
prazo (de 26 de agosto de 1724 a 31 de
riores.
dezembro de 1734) ascenderam a rs:
A primeira coluna consigna o "Peso
154:745$385.
do ouro de vários quilates reduzido a
O segundo documento comprobatório do primeiro intitula-se:
barras que se fabricou em moeda", ex 19.746 17.617 26.115 25.037 26.163 14.160
25 de fev. a dezembro de 1725 Ano de 1726 " " 1727 " " 1728
" " 1729
128.841 23.350 39.566 33.093
Ano de 1730 " " 1731
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ouro reduzido a barras entrado nas
" " " "
1731 1732 1733 1734 TOTAL
O quinto e doze por cento tirado a
90.980"
3 4 2 7 6
— -
54
"6 -
60
34 58 29 16
do rendeu:
dinheiro do produto do ouro amoedaDesde 26 de agôsto de 1724 até fins de janeiro de 1725. 337:812$021
Fevereiro de 1725 até fins de dezembro Ano " " "
de " " "
511:284$202
1726 1727 1728 1729
481:855$653
33;978$273
1.364:93"Ò$1^ Ano de 1730
230:400$904
" " 1731
473;361$535 448:827$940
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568:980S921
132:005S512 3.218:506$961
TOTAL
presso em marcos, onças, oitavas e grãos.
de agôsto de 1724 a 31 de janeiro
Neste mesmo período foi êste o peso
" " " "
por anos como abaixo se mostra".
A sua tabela consigna resumos dos dados mensais e quadrimestrais ante
do
3.996 5.618 4.924 1.289 33.142
Ano de 1730
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49 20 50 71 36 18 17 68
Casa da Moeda e de Fundição para
E a quintagem de ouro barreteado, 25.196 marcos, 7 onças, 7 oitavas, 58 9/25 grãos.
A senhoreagem e a braçagem da fábrica
da moeda renderam de 26 de agôsto de 1724 a 1.° de janeiro de 1735 rs: .... Mas muito ouro deixou de ser amoe-
dado como demonstra o quadro seguinte; O quinto e doze por cento do ouro em barra rendera 476 arrôbas, 10 libras,
3 onças, 1 oitava, 4 grãos, 47 14/25 avos, ou sejam 6.996 kg. 163. Remeteram-me a Lisboa em dinheiro
1/4
cruzados
em
moeda
(1.628:321$700) e em ouro barreteado
De 26 de agôsto de 1724 a 31 de janeiro de 1725 De 1° de fevereiro a 31 de dezembro de 1725 9.013 Ano de 1726
8.762
" " 1727
11.085
" " 1728
7.792
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5.175 42'008 "
7 60 43 64 45 3
918 arrôbas, 22 libras, 13 onças, 6 oita vas, 38 grãos ou 13.494 kg. 067.
A senhoreagem e a braçagem do fabri co da moeda, de 26 de agôsto de 1724 a 31 de dezembro de 1734, renderam rs: 1.574:830Ç753.
154:745§385.
As remessas para Lisboa em dinheiro amoedado subiram a 1.505.503$270, e em barras de ouro e algum ouro em pó a 28.809 marcos, 5 onças, 1 oitava,
1.574:830$753.
4.070.804
sair barreteado:
Em igual período pagaram as partes pela fundição de seus ouros rs:
6 4/5 gr.
Quanto ao ano de 1735 traz o do cumento informes lacunosos.
Ouro reduzido a barras: 26.447 mar
cos, 7 onças, 4 oitavas, 18 grãos. Quinto e doze por cento: 5.287 - 3 ^-0-61 1/5. Gastos das partes: 11:235$281. Remessas para Lisboa em moeda: 32:817$450.
Idem em barras: 9.986 marcos, 6
onças, 5 oitavas, 31 1/5 (remeti
das pela frota de 1736). Nota final: Mostra-se por êste mapa entrar nas ditas Casas (Moeda e Fim-
ÜPPli I Dicesto EcoN6>aco
68
Uma hipótese
dição) em ouro depois de reduzido a
barras, tanto para se fabricar em dinhei ro como para sair nêles, cinqüenta mil
Assim, com êstes novos dados, pode
oilocentos e noventa e trez arrobas, um
mos fazer uma hipótese sobre a produ
arratel, sete onças, tres oitavas e dois
ção do ouro mineiro de 1700 a 1735.
grãos; e importarem os direitos do quin to em doze por cento, tirado em dinhei ro e os da senhoreagem e braçagem, como também a importância dos gastos de doze milhões, trezentos e noventa e oito mil duzentos e noventa e cinco cru
1700-1712 1713-1724
3.000 arrôbas (Antonil) 3.900
"
1725-1735
6.700
"
zados e mais de três quartos de cruza dos; e importar o direito do quinto em
doze por cento, tirado em barra, qua trocentos e setenta e seis arrobas, dez
arratéis, três onças e quarenta e sete grãos — catorze vinte e cinco avos.
Remeteram-se para Lisboa, em dinhei ro, quatro milhões setenta mil okocentos
e quatro cruzados e pouco mais de um quarto de cruzado, e em ouro novecen
tos e dezoito arrôbas, vinte e dois arra téis, treze onças, seis oitavas e trinta e oito grãos.
dados
por Gambaldi Dantas
ofi
ciais e Ca-
Especial para o "Dxgesto Econômico"
lógeras. dados do Códice Cos ta Matoso
O apagado passado do algodão
adereços e aviamentos, urdideiras e pen
(1750).
passado do algodão em São Paulo
caixões, caneleiras, caixas de novelos e
O perde-se
Total — 14.200 arrôbas, ou sejam
na noite dos tempos. Veio
dos índios, como planta nativa do litoral;
209.380 quilos de ouro em números re
passou-se aos primeiros povoadores, como a fibra de suas redes grosseiras e humil
dondos.
Os dados de que me vali para estas
des, o leito dos mamelucos inquietos,
tes de pano fino, e de velame, liços, mais necessário. Nem faltam teares de
fazer franjas e rêdes. Há quem faça a tecelagem com o fio alheio e se pague do trabalho em espécie. Mandei tecer
■ , i
setenta varas de pano de seu fio e lhe
'
larguei a parte que me vinha do tessu-
considerações obtive-os de dois papéis
até se firmar em culturas já mais sedi
insertos no opulento códice Costa Matoso
mentadas, nas roças das primeiras ex
me, diz um dos inventariados.
da Biblioteca Municipal de S. Paulo,
plorações agrícolas do tempo colonial. Nunca obteve, porém, o algodão, nes
Dias Leite, irmão de Femão Pais Leme,
uma das maiores preciosidades da VBrasiliana" de Féli.r Pacheco.
sa fase pobre de São Paulo-Colónia senão lugar apagado entre as suas inci-
pieiíles lavouras, alguma pequena roça, de onde se apanhavam os capulhos alvos, de variedade provàvelmente indígena, com os quais se fiava e tecia a indumen tária grosseira, mas resistente, da gente tôsca e rude daquelas épocas.
Já no comêço do século XVII — afir ma-o Alcântara Machado, (1) em sua obra admirável, — "Vida e Morte do
declara ter vinte e tantas varas nos tea
res de Guilherme Pompeu, o Creso de Pamaíba. Mas, em regra, cada fazenda
possui o seu tear e alguns tecelões entre as peças de serviço". Na simplicidade dêsses dados recollúdos dos velhos in\'entários paulistas, desdobra-se tôda a história do algodão
nos primeiros séculos da colonização do planalto. Não era então o algodão ain
da, senão esporàdicamente, objeto de comércio para fora da colônia, mas
Bandeirante" —, por tôda a terra de Pi-
NOVOS NAVIOS PARA A LINHA DA AMÉRICA DO SUL
ratininga, onde o homem branco se fi Solicitado pelo "Digesto Econômico" a
^ dos aestaleiros o navio "Brasil Stat". de 20 mtl toneladas,úodenwr turbinas óleo cru, de que Birkenhead, será emnreeado na linha da América
o inventário em que se não menciona
ao menos um pedacinho de algodoalzinho. Cota-se geralmente a cruzado a
escrever, para as suas colunas, três arti
gos sobre o algodão em São Paulo, o dr.
O novo navio é o segundo de 4 unidades de caroa e passageiros construídas
arrôba, descendo às vêzes a cotação a
para substituir barcos da "Blue Star Line" afundados durante a guerra. O primeiro dêsses navios, o "Argentina Star", lançado ao mar em setembro
imprensa e uma das maiores autoridades
quando a oitocentos réis. Aqui mesmo
xara, há também muito algodão. Raro do Sul pela'Blue Star Ltne .
' ^
doze vinténs e subindo de quando em se faz a fiação, custeando de tostão a
último, está quase pronto.
meia pataca o arratel de fio. Aqui mes mo se tecem panos grosseiros, mercados primeiramente a cento e sessenta, e mais
Os quatro novos navios são refrigerados e têm acomodações para 60 passa geiros de primeira classe em cabines vara solteiros e casais, com numerosos
quartos de banho, e possuem uma grande piscina ao ar livre.
tarde a setenta réis a vara. É freqüente
Espera-se que o "Brasil Star" faça sua viagem inaugural no próximo outono.
b aparecimento entre os bens do espó
Os outros dois navios, o "Uruguai Star e o "Paraguai Star", estão em construção.
lio de teares com seus petrechos e pesos.
jêLk
j
Pedro
Garibaldi Dantas, brilhante homem de
no assunto, plenamente aquiesceu à nos
sa sugestão. No presente trabalho, com brilho e segurança, é estudado o passado do algodão. Em estudos subsequentes, o A. discorrerá sôbre o presente e o fu turo dêssa importante cultura, de influ ência ascendente na economia de nosso Estado.
^ <
ÜPPli I Dicesto EcoN6>aco
68
Uma hipótese
dição) em ouro depois de reduzido a
barras, tanto para se fabricar em dinhei ro como para sair nêles, cinqüenta mil
Assim, com êstes novos dados, pode
oilocentos e noventa e trez arrobas, um
mos fazer uma hipótese sobre a produ
arratel, sete onças, tres oitavas e dois
ção do ouro mineiro de 1700 a 1735.
grãos; e importarem os direitos do quin to em doze por cento, tirado em dinhei ro e os da senhoreagem e braçagem, como também a importância dos gastos de doze milhões, trezentos e noventa e oito mil duzentos e noventa e cinco cru
1700-1712 1713-1724
3.000 arrôbas (Antonil) 3.900
"
1725-1735
6.700
"
zados e mais de três quartos de cruza dos; e importar o direito do quinto em
doze por cento, tirado em barra, qua trocentos e setenta e seis arrobas, dez
arratéis, três onças e quarenta e sete grãos — catorze vinte e cinco avos.
Remeteram-se para Lisboa, em dinhei ro, quatro milhões setenta mil okocentos
e quatro cruzados e pouco mais de um quarto de cruzado, e em ouro novecen
tos e dezoito arrôbas, vinte e dois arra téis, treze onças, seis oitavas e trinta e oito grãos.
dados
por Gambaldi Dantas
ofi
ciais e Ca-
Especial para o "Dxgesto Econômico"
lógeras. dados do Códice Cos ta Matoso
O apagado passado do algodão
adereços e aviamentos, urdideiras e pen
(1750).
passado do algodão em São Paulo
caixões, caneleiras, caixas de novelos e
O perde-se
Total — 14.200 arrôbas, ou sejam
na noite dos tempos. Veio
dos índios, como planta nativa do litoral;
209.380 quilos de ouro em números re
passou-se aos primeiros povoadores, como a fibra de suas redes grosseiras e humil
dondos.
Os dados de que me vali para estas
des, o leito dos mamelucos inquietos,
tes de pano fino, e de velame, liços, mais necessário. Nem faltam teares de
fazer franjas e rêdes. Há quem faça a tecelagem com o fio alheio e se pague do trabalho em espécie. Mandei tecer
■ , i
setenta varas de pano de seu fio e lhe
'
larguei a parte que me vinha do tessu-
considerações obtive-os de dois papéis
até se firmar em culturas já mais sedi
insertos no opulento códice Costa Matoso
mentadas, nas roças das primeiras ex
me, diz um dos inventariados.
da Biblioteca Municipal de S. Paulo,
plorações agrícolas do tempo colonial. Nunca obteve, porém, o algodão, nes
Dias Leite, irmão de Femão Pais Leme,
uma das maiores preciosidades da VBrasiliana" de Féli.r Pacheco.
sa fase pobre de São Paulo-Colónia senão lugar apagado entre as suas inci-
pieiíles lavouras, alguma pequena roça, de onde se apanhavam os capulhos alvos, de variedade provàvelmente indígena, com os quais se fiava e tecia a indumen tária grosseira, mas resistente, da gente tôsca e rude daquelas épocas.
Já no comêço do século XVII — afir ma-o Alcântara Machado, (1) em sua obra admirável, — "Vida e Morte do
declara ter vinte e tantas varas nos tea
res de Guilherme Pompeu, o Creso de Pamaíba. Mas, em regra, cada fazenda
possui o seu tear e alguns tecelões entre as peças de serviço". Na simplicidade dêsses dados recollúdos dos velhos in\'entários paulistas, desdobra-se tôda a história do algodão
nos primeiros séculos da colonização do planalto. Não era então o algodão ain
da, senão esporàdicamente, objeto de comércio para fora da colônia, mas
Bandeirante" —, por tôda a terra de Pi-
NOVOS NAVIOS PARA A LINHA DA AMÉRICA DO SUL
ratininga, onde o homem branco se fi Solicitado pelo "Digesto Econômico" a
^ dos aestaleiros o navio "Brasil Stat". de 20 mtl toneladas,úodenwr turbinas óleo cru, de que Birkenhead, será emnreeado na linha da América
o inventário em que se não menciona
ao menos um pedacinho de algodoalzinho. Cota-se geralmente a cruzado a
escrever, para as suas colunas, três arti
gos sobre o algodão em São Paulo, o dr.
O novo navio é o segundo de 4 unidades de caroa e passageiros construídas
arrôba, descendo às vêzes a cotação a
para substituir barcos da "Blue Star Line" afundados durante a guerra. O primeiro dêsses navios, o "Argentina Star", lançado ao mar em setembro
imprensa e uma das maiores autoridades
quando a oitocentos réis. Aqui mesmo
xara, há também muito algodão. Raro do Sul pela'Blue Star Ltne .
' ^
doze vinténs e subindo de quando em se faz a fiação, custeando de tostão a
último, está quase pronto.
meia pataca o arratel de fio. Aqui mes mo se tecem panos grosseiros, mercados primeiramente a cento e sessenta, e mais
Os quatro novos navios são refrigerados e têm acomodações para 60 passa geiros de primeira classe em cabines vara solteiros e casais, com numerosos
quartos de banho, e possuem uma grande piscina ao ar livre.
tarde a setenta réis a vara. É freqüente
Espera-se que o "Brasil Star" faça sua viagem inaugural no próximo outono.
b aparecimento entre os bens do espó
Os outros dois navios, o "Uruguai Star e o "Paraguai Star", estão em construção.
lio de teares com seus petrechos e pesos.
jêLk
j
Pedro
Garibaldi Dantas, brilhante homem de
no assunto, plenamente aquiesceu à nos
sa sugestão. No presente trabalho, com brilho e segurança, é estudado o passado do algodão. Em estudos subsequentes, o A. discorrerá sôbre o presente e o fu turo dêssa importante cultura, de influ ência ascendente na economia de nosso Estado.
^ <
Dicesto EcoNÓknco
70
sim a matéria prima indispensável do vestuário dos primeiros povoadores. De
71
Digesto EcoNÓ^^co
SC teria alastrado fàcilmente, o algodão pode ser-lbe equiparado cm importância,
terminar o afrouxamento dos laços de de
fora não vinha senão alguma peça de
Rcquisitou-a, com repugnância do propríetiirío, a Câmara da Vila. Os havcres de um fidalgo paulista dessa época
pano mais cuidado, impossível de ser
comerciais e financeiros da realeza.
— Pero Leme ~ limitavam-se a "um col
na função precípua de vestir que é a
fabricada nos ronceiros teares da Co
chão, um travesseiro, duas redes, uma
lônia. Mas, de qualquer maneira, o povo
caixa preta, um c.spêlho. dois caldeirões, um ca.stiçal, unia frigideira, um frasco
que segue, em ordem de valor, à de alimentar. Com a mandioca e o algo dão, dois produtos da terra, a coloniza
se tínliam pôsto dos gêneros da Europa
ção pôde processar-se, sem depender,
meida Portugal, Marquês de Lavradío,
estava vestido, de acordo com a pobreza da época, e com as dificuldades de
pendência econômica com os interesses A
"independência que os povos de Minas
— infonna\"a o Vice-Rei, D. Luiz de Al
como em outros lugares, do au.xíbo de
e atendia às necessidades prementes da
de vidro, c uma cadeira de cspnldar" (4). Era pobre São Paulo naquela época, mas a semente de sua prn.speridade es tava lançada. Os obstáculos geográfi
população rude e isolada. Fernão Cardim que visitou São Paulo em 1585,
nesses dois produtos aquilo de que pre
Histórica Sôbre o Algodão em Minas" — estabelecendo a maior parte dos parti
cos que lhe dificultavam as trocas do
cisava para viver e vestir-se, que a gente
interior com o litoral, forçavam, por um
culares, nas suas próprias fazendas, fá
de Piratininga adquiriu, mais depressa do que outros, esse espírito de auto-suficiência, de independência econômica e de
comunicações entre o interior e o li
toral.
A vestiária era feia, mas cobria
em memória citada por Capistrano de
Abreu (2), dizia que os moradores de
instinto natural de defesa, a arrancada
E talvez tenha sido por ter encontrado
pelotes pardos e azmis, de pertinas com
para o sertão. E com êsses avanços se conquistava a terra fértil, localizando os núcleos da
com roupões ou bemeu de caxeira sem
futura civilização brasileira. Nessa evolução, inicialmente lenta,
Íiasso para a emancipação po-
mas irresistível, desempenhou o algo dão papel muitas vezes esquecido, mas na realidade preponderante, qual o de vestir a gente rude e audaz que fez a.s
Desses primitivos e rústicos fusos c teares que os inventá
bandeiras.
simplicidade da vida dos pri
Piratininga vesHam-se - "de burel e
pridas .,. vão aos domingos à Igreja
capa". E Frei Vicente do Salvador —
continua o mesmo autor — uns quinze anos mais tarde, repara: "Até então os
homens e mulheres se vestíam de aleo-
dao ünto, e se havia alguma capa de baeta e manto de sarge, se emprestavam iSeiV'""" ® ^ PO^ta da Igreja .
Fácil seria compreender a
em relatório citado por Daniel de Car
valho (5), na sua esplêndida — "Notícia
fora.
bricas e teares com que se vestiam a si e à sua família
e escravatura, fazendo panos e
estòpas e diferentes outras dro-
tas de Unho e algodão, e ain-
liberdade, que é o primeiro
a de lã", não agradava ao
Reino e le\'antava suspeitas de
ítica.
toda ordem.
Preconizava-se
então, a título de medida de
emergência, o fechamento das
rios paulistanos trazem à baila, demonstrando a pobreza e a
fábricas que se "faziam mais
públicas", como as de Pam-
meiros e rudes povoadores, sai
plona, o que foi obtido; mas
vida do interior paulista, se os primi tivos povoadores não tivessem encon trado a planta milagrosa que Ibcs dava as rêdes e o pano grosseiro de sua indu
riam fatalmente os cpenbríos hábeis de amanhã, as primei ras tentativas de emancipação
tinuavam a fabricar panos, nos
Colónia
mentária. Nas outras partes da Colônia,
comendações metropoUtanas.
9 povoador do planalto aproveitara assim, com engenhosidade e %ortun?dade, essa planta admirável, nativa de seu solo, que os índios já utilizavam sob a forma grosseira de fios, para á
a metrópole podia suprir a população com os panos trazidos da Europa. No planalto piratiningano, as dificuldades
ro, tão fortes no século XVIII
que se tomou necessária a des truição das primeiras fábricas
A destruição das fábricas de
A auto-mficiéncia ãe São Paulo-
confecção primitiva de suas tipóias, mais tarde transformadas no leito dos ban deirantes. Pedro Calmon, com seu admi
rável espírito de síntese (3), dizia que a sociedade colonial se dividia em duas camadas: a da rede — que é a mame-
luca — e a da cama — que é a litorânea. Aquela é a pastoril, do interior do país; a outra, a agrícola, da região europei zada.
A dormida caracteriza a raça e
dificuldade das arrancadas e da própria
eram enormes a» esse comércio.
Feliz
laços políticos com a metró
da época. O pão e o leito dos primeiros povoadores
a economia.
Em 1620 — rezam as crônicas da épo ca — só havia em São Paulo uma cama
que pudesse ser usada pelo corregedor.
Cpmo a mandioca que foi, nos pri meiros tempos do Brasil, o pão da gente da terra, sem o qual a civilização não
tecidos brasileiros
fim de que a gente da tenra,
primeiros habitantes que souberam cons
des prementes e indispensáveis da gente
abundantes, desafiando as re
locais, por uma bula real, a tendo de tudo, não fôsse le
dústria caseira de panos e fazendas, grosseira, é exato, mas de qualquer for ma suficiente para atender às necessida
fusos e teares manuais já bem
de abastecimento manufaturei-
mente, o algodão nativo, cultivado em roças, aqui e ali, e a engenhosidade dos truir fusos e teares, possibibtou uma in
ainda assim as fazendas con
vada mais tarde a cindir os
Para coibir e matar no nas
cedouro
■mm
tarde em Minas Gerais, a população lo cal começou a cuidar de seus próprios interêsses, sem esperar que da Corte lhe
mandassem os tecidos de que precisa vam para as necessidades mais urgentes. Tornou-se assim o algodão a base, a ma
téria prima dêsse incipiente movimento de industrialização colonial, cuja duração foi, entretanto, relativamente curta, pois a metrópole tinha olhos de falcões sôbre tudo quanto cedo ou tarde pudesse de-
veleidade
de
os homens de São Paulo e
pole. Em São Paulo, como mais
essa
emancipação industrial, de que de Minas Gerais, como os do
Norte especialmente no Maranhão, da vam mostras evidentes, o govêmo rea cionário de D. Maria I ordenou a ex
tinção de tòdas as manufaturas existen
tes no Brasil, por alvará de 5 de janeiro de 1785, data negra na história econô
mica do Brasil-Colónia. Por êsse al\'ará, cujo teor segue abai xo, foram destruídas com "brandura ou .
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Dicesto EcoNÓknco
70
sim a matéria prima indispensável do vestuário dos primeiros povoadores. De
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Digesto EcoNÓ^^co
SC teria alastrado fàcilmente, o algodão pode ser-lbe equiparado cm importância,
terminar o afrouxamento dos laços de de
fora não vinha senão alguma peça de
Rcquisitou-a, com repugnância do propríetiirío, a Câmara da Vila. Os havcres de um fidalgo paulista dessa época
pano mais cuidado, impossível de ser
comerciais e financeiros da realeza.
— Pero Leme ~ limitavam-se a "um col
na função precípua de vestir que é a
fabricada nos ronceiros teares da Co
chão, um travesseiro, duas redes, uma
lônia. Mas, de qualquer maneira, o povo
caixa preta, um c.spêlho. dois caldeirões, um ca.stiçal, unia frigideira, um frasco
que segue, em ordem de valor, à de alimentar. Com a mandioca e o algo dão, dois produtos da terra, a coloniza
se tínliam pôsto dos gêneros da Europa
ção pôde processar-se, sem depender,
meida Portugal, Marquês de Lavradío,
estava vestido, de acordo com a pobreza da época, e com as dificuldades de
pendência econômica com os interesses A
"independência que os povos de Minas
— infonna\"a o Vice-Rei, D. Luiz de Al
como em outros lugares, do au.xíbo de
e atendia às necessidades prementes da
de vidro, c uma cadeira de cspnldar" (4). Era pobre São Paulo naquela época, mas a semente de sua prn.speridade es tava lançada. Os obstáculos geográfi
população rude e isolada. Fernão Cardim que visitou São Paulo em 1585,
nesses dois produtos aquilo de que pre
Histórica Sôbre o Algodão em Minas" — estabelecendo a maior parte dos parti
cos que lhe dificultavam as trocas do
cisava para viver e vestir-se, que a gente
interior com o litoral, forçavam, por um
culares, nas suas próprias fazendas, fá
de Piratininga adquiriu, mais depressa do que outros, esse espírito de auto-suficiência, de independência econômica e de
comunicações entre o interior e o li
toral.
A vestiária era feia, mas cobria
em memória citada por Capistrano de
Abreu (2), dizia que os moradores de
instinto natural de defesa, a arrancada
E talvez tenha sido por ter encontrado
pelotes pardos e azmis, de pertinas com
para o sertão. E com êsses avanços se conquistava a terra fértil, localizando os núcleos da
com roupões ou bemeu de caxeira sem
futura civilização brasileira. Nessa evolução, inicialmente lenta,
Íiasso para a emancipação po-
mas irresistível, desempenhou o algo dão papel muitas vezes esquecido, mas na realidade preponderante, qual o de vestir a gente rude e audaz que fez a.s
Desses primitivos e rústicos fusos c teares que os inventá
bandeiras.
simplicidade da vida dos pri
Piratininga vesHam-se - "de burel e
pridas .,. vão aos domingos à Igreja
capa". E Frei Vicente do Salvador —
continua o mesmo autor — uns quinze anos mais tarde, repara: "Até então os
homens e mulheres se vestíam de aleo-
dao ünto, e se havia alguma capa de baeta e manto de sarge, se emprestavam iSeiV'""" ® ^ PO^ta da Igreja .
Fácil seria compreender a
em relatório citado por Daniel de Car
valho (5), na sua esplêndida — "Notícia
fora.
bricas e teares com que se vestiam a si e à sua família
e escravatura, fazendo panos e
estòpas e diferentes outras dro-
tas de Unho e algodão, e ain-
liberdade, que é o primeiro
a de lã", não agradava ao
Reino e le\'antava suspeitas de
ítica.
toda ordem.
Preconizava-se
então, a título de medida de
emergência, o fechamento das
rios paulistanos trazem à baila, demonstrando a pobreza e a
fábricas que se "faziam mais
públicas", como as de Pam-
meiros e rudes povoadores, sai
plona, o que foi obtido; mas
vida do interior paulista, se os primi tivos povoadores não tivessem encon trado a planta milagrosa que Ibcs dava as rêdes e o pano grosseiro de sua indu
riam fatalmente os cpenbríos hábeis de amanhã, as primei ras tentativas de emancipação
tinuavam a fabricar panos, nos
Colónia
mentária. Nas outras partes da Colônia,
comendações metropoUtanas.
9 povoador do planalto aproveitara assim, com engenhosidade e %ortun?dade, essa planta admirável, nativa de seu solo, que os índios já utilizavam sob a forma grosseira de fios, para á
a metrópole podia suprir a população com os panos trazidos da Europa. No planalto piratiningano, as dificuldades
ro, tão fortes no século XVIII
que se tomou necessária a des truição das primeiras fábricas
A destruição das fábricas de
A auto-mficiéncia ãe São Paulo-
confecção primitiva de suas tipóias, mais tarde transformadas no leito dos ban deirantes. Pedro Calmon, com seu admi
rável espírito de síntese (3), dizia que a sociedade colonial se dividia em duas camadas: a da rede — que é a mame-
luca — e a da cama — que é a litorânea. Aquela é a pastoril, do interior do país; a outra, a agrícola, da região europei zada.
A dormida caracteriza a raça e
dificuldade das arrancadas e da própria
eram enormes a» esse comércio.
Feliz
laços políticos com a metró
da época. O pão e o leito dos primeiros povoadores
a economia.
Em 1620 — rezam as crônicas da épo ca — só havia em São Paulo uma cama
que pudesse ser usada pelo corregedor.
Cpmo a mandioca que foi, nos pri meiros tempos do Brasil, o pão da gente da terra, sem o qual a civilização não
tecidos brasileiros
fim de que a gente da tenra,
primeiros habitantes que souberam cons
des prementes e indispensáveis da gente
abundantes, desafiando as re
locais, por uma bula real, a tendo de tudo, não fôsse le
dústria caseira de panos e fazendas, grosseira, é exato, mas de qualquer for ma suficiente para atender às necessida
fusos e teares manuais já bem
de abastecimento manufaturei-
mente, o algodão nativo, cultivado em roças, aqui e ali, e a engenhosidade dos truir fusos e teares, possibibtou uma in
ainda assim as fazendas con
vada mais tarde a cindir os
Para coibir e matar no nas
cedouro
■mm
tarde em Minas Gerais, a população lo cal começou a cuidar de seus próprios interêsses, sem esperar que da Corte lhe
mandassem os tecidos de que precisa vam para as necessidades mais urgentes. Tornou-se assim o algodão a base, a ma
téria prima dêsse incipiente movimento de industrialização colonial, cuja duração foi, entretanto, relativamente curta, pois a metrópole tinha olhos de falcões sôbre tudo quanto cedo ou tarde pudesse de-
veleidade
de
os homens de São Paulo e
pole. Em São Paulo, como mais
essa
emancipação industrial, de que de Minas Gerais, como os do
Norte especialmente no Maranhão, da vam mostras evidentes, o govêmo rea cionário de D. Maria I ordenou a ex
tinção de tòdas as manufaturas existen
tes no Brasil, por alvará de 5 de janeiro de 1785, data negra na história econô
mica do Brasil-Colónia. Por êsse al\'ará, cujo teor segue abai xo, foram destruídas com "brandura ou .
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72
Dicesto Econômico
godão participava como matéria prima
a necessidades mínimas da escassa pro
"The Cotton Culture and Cotton Trade"
indispensável e básica;
cura do mercado interno ou das primei ras tentativas frágeis de comércio ex
— "no fim da Revolução Americana,
"Todas as fábricas, manufaturas ou teares de galões, de tecidos ou de
bordados de ouro e prata; de veludos, brilhantes, setins, tafetás, ou de ou tra qualquer qualidade de seda; de
belbute, chitas, bombasinas, fustões
ou de outra qualq^uer qualidade de fazendas de algodão ou de linho
branco ou de cores; e panos, baetas, saetas ou de outra quali
dade de tecidos de lan; ou os ditos tecidos sejam fabricados de um só dos referidos gêneros ou misturados
Em Minas, como em São Paulo, mar
cava passo a cultura do algodão, nos primeiros anos do século XIX. As con
mando-se apenas aqueles dos ditos
Levett, natural de Smima, na Turquia,
Não tiveram grande êxito as primeiras
que viera aos Estados-Unidos para esta belecer uma colônia grega. Não Uie
•portuguesa não sòmente estiolaram os
tendo agradado as ilhas Bahamas, re
primitivos surtos industriais locais, como aniquilaram as tentativas de cultura algodoeira em escala mais acentuada.
tomou aos Estados-Unidos, depois que
linhagens mais adaptadas às diversas re
suas propriedades foram consideradas li vres de seqüestro, estabelecendo-se pro-
D. João VI e a restauração da lavoura
localizadas na costa do Estado da Geór
e da indústria de algodão
gia. Ali recebeu, em 1786, de Patrick Wash, amigo que conhecera nas Baha
Só muito mais tarde, por ato do Prín cipe Regente de 1.° de Abril de 1808, revogando o alvará de 1785 e abrindo os' portos brasileiros ao comércio inter
mas, três sacas de sementes de algodão de uma variedade de fibra longa culti provenientes de plantações das
sante procura das fábricas britânicas. O emprego maciço do braço escravo, a in venção do descaroçador de serras de Eli Whitney em 1792, permitindo o beneficiamento do algodão em grande escala, em lugar do trabalho manual de outras épocas, transformaram o Sul dos Esta dos-Unidos no mais próspero centro de produção algodoeira do mundo. ~
nacional, é que o algodão começou a
nômica não se afirmava definitivamente,
seqüências desastrosas do alvará da corte
vàvelmente em uma das pequenas ilhas
tomar corpo em São Paulo, animado
Ilhas Bahamas, por sua vez originárias de oiitras localidades próximas. Parece
pela decadência da indústria da mine ração e pela progressiva procura dessa
não ter o senhor Levett apreciado devi
qualquer parte onde se acharerA em
vena dí da vlloT de valor H cada uma das em tresdobro ditas manudo fatos ou teares, das fazendas que
nista dos Estados-Unidos.
Um deles era o senhor Frank
grossas de afgodao que servem para ^o e vestuário dos negros, para en fardar e empacotar fazendas e para ^tros misteres semelhantes, tôdas as mais sejam extintas e abolidas em
í
rios.
plantações de algodão dos Estados Uni dos com sementes originárias do Brasil, mas outras lavouras foram surgindo de
e tecidos uns com os outros; excepteares em que se tecem fazendas
^A ofensiva do algodão brasileiro e a defesa da produção norte-americana. ofereceu a Inglaterra as Ilhas Bahamas O algodão e a primeira tarifa protecio para refúgio oe alguns de seus partidá
terior.
73
Dicesto Econômico
matéria
prima, conseqüente
à revo
vada nas referidas ilhas. Essas sementes
eram
giões produtoras, estimuladas pela inces
Enquanto, porém, essa revolução eco
dando à lavoura algodoeira dos Estados Unidos bases sólidas, superiores às de dência dirigida ao seu amigo Wash, qualquer país, as incipientes indústrias
damente o presente, pois em correspon
lução industrial da Inglaterra de fins
em 1789, declarava que, "necessitando
do século anterior. A invenção de tea
dos sacos para colheita de outros pro
res mecânicos, as descobertas de tôda espécie relacionadas com a indústria
dutos, jogou as sementes de algodão em
têxteis ali localizadas com técnicos fora
rem existentes dois meses depois da
cima de um monte de esterco, onde ger
gidos da Inglaterra, passaram a depen produzido no país. Começara a dominar
têxtil e a aplicação de novos princípios
minaram, em vista da umidade, cobrin-
o cenário econômico e político norte-
publicação dêste".
de energia impulsionaram ràpidamente a exploração algodoeira, não sòmente no
do-se de uma infinidade de planta.s, transplantadas depois para duas geirás de
Brasil, mas em outros países, como Es-
terras onde produziram safra abundante".
neks ou neles houver e que se acha ^
Com a minuciosidade característica da administração lusitana, nada poderia es capar, como não escapou, ao rigor do alvará reacionário da Rainha Maria I. Destruía-se assim a incipiente indústria
brasileira, nascida sob o signo do algo dão produzido no país e manufaturado nos toscos teares aqui também construí
dos pelas mãos hábeis dos primitivos operários a tecelões. Afora essa fase destacada da atuação
do algodão nos primórdios da vida eco nômica brasileira, e especialmente no Estado de São Paulo, não houve mais,
tados-Unidos, Egito e Índia.
As primeiras plantações de algodão dos Estados Unidos foram feitas com sementes originárias ao Brasil
Antes, porém, de os Estados-Unidos se tomarem plantadores de algodão, já essa exploração era corrente em São
Paulo e outras partes do país. É pos sível mesmo que as primeiras culturas de algodão daquele país tenham sido feitas com sementes provenientes ou ori ginárias do Brasil. De fato, segundo
durante o último quartel do século XVIII, fatos especiais a destacar, perma necendo a exploração dessa planta em
pesquisas interessantes divulgadas rio
condições precárias, para atender apenas
(0), da Universidade de lUinois, —
magnífico trabalho de M. B. Hammond
A carta de Patrick Wash acima citada
der mais do algodão de fora do que do
americano, no último quartel do século XVIII, a teoria protecionista de Hamil ton. Para proteger os plantadores do Sul contra a importação da matéria
foi transcrita no "American Farmer" de
prima do Brasil e das Antilhas (8), e
31 de dezembro de 1830.
sob a influência do novo ambiente
Afirma Seabroock (7)"que as semen tes enviadas por Wash a Levett eram
da variedade "Pernambuco ou algodão Rim-de-boi", originário, como é sabido, do Brasil. O algodão citado é, de fato, classificado e conhecido pela sinonímia de "Gossypium Brasiliense". Provàvel-
mente, do Brasil as sementes foram pas sando às plantações das Grandes e Pe
quenas Antilhas e dali às ilhas Bahamas, de onde foram ter aos Estados Unidos.
Devem, portanto, os Estados Unidos a sementes originárias do Brasil as suas
primeiras plantações de algodão.
econômico, o Congresso dos EstadosUnidos decretou em 1789 um ünpôsto
aduaneiro de três centavos por libra de
algodão estrangeiro importado, a pri meira tarifa protecionista ali implanta da. Os plantadores de algodão dos Es tados Unidos foram assim os primeiros
beneficiários da nova política protecio
nista iniciada naquele país sob a influên cia econômica das doutrinas de Hamilton. Deviam os Estados-Unidos às semen
tes originárias do Brasil as primeiras plantações de algodão ali localizadas.
Ficaram igualmente devendo à concor-
72
Dicesto Econômico
godão participava como matéria prima
a necessidades mínimas da escassa pro
"The Cotton Culture and Cotton Trade"
indispensável e básica;
cura do mercado interno ou das primei ras tentativas frágeis de comércio ex
— "no fim da Revolução Americana,
"Todas as fábricas, manufaturas ou teares de galões, de tecidos ou de
bordados de ouro e prata; de veludos, brilhantes, setins, tafetás, ou de ou tra qualquer qualidade de seda; de
belbute, chitas, bombasinas, fustões
ou de outra qualq^uer qualidade de fazendas de algodão ou de linho
branco ou de cores; e panos, baetas, saetas ou de outra quali
dade de tecidos de lan; ou os ditos tecidos sejam fabricados de um só dos referidos gêneros ou misturados
Em Minas, como em São Paulo, mar
cava passo a cultura do algodão, nos primeiros anos do século XIX. As con
mando-se apenas aqueles dos ditos
Levett, natural de Smima, na Turquia,
Não tiveram grande êxito as primeiras
que viera aos Estados-Unidos para esta belecer uma colônia grega. Não Uie
•portuguesa não sòmente estiolaram os
tendo agradado as ilhas Bahamas, re
primitivos surtos industriais locais, como aniquilaram as tentativas de cultura algodoeira em escala mais acentuada.
tomou aos Estados-Unidos, depois que
linhagens mais adaptadas às diversas re
suas propriedades foram consideradas li vres de seqüestro, estabelecendo-se pro-
D. João VI e a restauração da lavoura
localizadas na costa do Estado da Geór
e da indústria de algodão
gia. Ali recebeu, em 1786, de Patrick Wash, amigo que conhecera nas Baha
Só muito mais tarde, por ato do Prín cipe Regente de 1.° de Abril de 1808, revogando o alvará de 1785 e abrindo os' portos brasileiros ao comércio inter
mas, três sacas de sementes de algodão de uma variedade de fibra longa culti provenientes de plantações das
sante procura das fábricas britânicas. O emprego maciço do braço escravo, a in venção do descaroçador de serras de Eli Whitney em 1792, permitindo o beneficiamento do algodão em grande escala, em lugar do trabalho manual de outras épocas, transformaram o Sul dos Esta dos-Unidos no mais próspero centro de produção algodoeira do mundo. ~
nacional, é que o algodão começou a
nômica não se afirmava definitivamente,
seqüências desastrosas do alvará da corte
vàvelmente em uma das pequenas ilhas
tomar corpo em São Paulo, animado
Ilhas Bahamas, por sua vez originárias de oiitras localidades próximas. Parece
pela decadência da indústria da mine ração e pela progressiva procura dessa
não ter o senhor Levett apreciado devi
qualquer parte onde se acharerA em
vena dí da vlloT de valor H cada uma das em tresdobro ditas manudo fatos ou teares, das fazendas que
nista dos Estados-Unidos.
Um deles era o senhor Frank
grossas de afgodao que servem para ^o e vestuário dos negros, para en fardar e empacotar fazendas e para ^tros misteres semelhantes, tôdas as mais sejam extintas e abolidas em
í
rios.
plantações de algodão dos Estados Uni dos com sementes originárias do Brasil, mas outras lavouras foram surgindo de
e tecidos uns com os outros; excepteares em que se tecem fazendas
^A ofensiva do algodão brasileiro e a defesa da produção norte-americana. ofereceu a Inglaterra as Ilhas Bahamas O algodão e a primeira tarifa protecio para refúgio oe alguns de seus partidá
terior.
73
Dicesto Econômico
matéria
prima, conseqüente
à revo
vada nas referidas ilhas. Essas sementes
eram
giões produtoras, estimuladas pela inces
Enquanto, porém, essa revolução eco
dando à lavoura algodoeira dos Estados Unidos bases sólidas, superiores às de dência dirigida ao seu amigo Wash, qualquer país, as incipientes indústrias
damente o presente, pois em correspon
lução industrial da Inglaterra de fins
em 1789, declarava que, "necessitando
do século anterior. A invenção de tea
dos sacos para colheita de outros pro
res mecânicos, as descobertas de tôda espécie relacionadas com a indústria
dutos, jogou as sementes de algodão em
têxteis ali localizadas com técnicos fora
rem existentes dois meses depois da
cima de um monte de esterco, onde ger
gidos da Inglaterra, passaram a depen produzido no país. Começara a dominar
têxtil e a aplicação de novos princípios
minaram, em vista da umidade, cobrin-
o cenário econômico e político norte-
publicação dêste".
de energia impulsionaram ràpidamente a exploração algodoeira, não sòmente no
do-se de uma infinidade de planta.s, transplantadas depois para duas geirás de
Brasil, mas em outros países, como Es-
terras onde produziram safra abundante".
neks ou neles houver e que se acha ^
Com a minuciosidade característica da administração lusitana, nada poderia es capar, como não escapou, ao rigor do alvará reacionário da Rainha Maria I. Destruía-se assim a incipiente indústria
brasileira, nascida sob o signo do algo dão produzido no país e manufaturado nos toscos teares aqui também construí
dos pelas mãos hábeis dos primitivos operários a tecelões. Afora essa fase destacada da atuação
do algodão nos primórdios da vida eco nômica brasileira, e especialmente no Estado de São Paulo, não houve mais,
tados-Unidos, Egito e Índia.
As primeiras plantações de algodão dos Estados Unidos foram feitas com sementes originárias ao Brasil
Antes, porém, de os Estados-Unidos se tomarem plantadores de algodão, já essa exploração era corrente em São
Paulo e outras partes do país. É pos sível mesmo que as primeiras culturas de algodão daquele país tenham sido feitas com sementes provenientes ou ori ginárias do Brasil. De fato, segundo
durante o último quartel do século XVIII, fatos especiais a destacar, perma necendo a exploração dessa planta em
pesquisas interessantes divulgadas rio
condições precárias, para atender apenas
(0), da Universidade de lUinois, —
magnífico trabalho de M. B. Hammond
A carta de Patrick Wash acima citada
der mais do algodão de fora do que do
americano, no último quartel do século XVIII, a teoria protecionista de Hamil ton. Para proteger os plantadores do Sul contra a importação da matéria
foi transcrita no "American Farmer" de
prima do Brasil e das Antilhas (8), e
31 de dezembro de 1830.
sob a influência do novo ambiente
Afirma Seabroock (7)"que as semen tes enviadas por Wash a Levett eram
da variedade "Pernambuco ou algodão Rim-de-boi", originário, como é sabido, do Brasil. O algodão citado é, de fato, classificado e conhecido pela sinonímia de "Gossypium Brasiliense". Provàvel-
mente, do Brasil as sementes foram pas sando às plantações das Grandes e Pe
quenas Antilhas e dali às ilhas Bahamas, de onde foram ter aos Estados Unidos.
Devem, portanto, os Estados Unidos a sementes originárias do Brasil as suas
primeiras plantações de algodão.
econômico, o Congresso dos EstadosUnidos decretou em 1789 um ünpôsto
aduaneiro de três centavos por libra de
algodão estrangeiro importado, a pri meira tarifa protecionista ali implanta da. Os plantadores de algodão dos Es tados Unidos foram assim os primeiros
beneficiários da nova política protecio
nista iniciada naquele país sob a influên cia econômica das doutrinas de Hamilton. Deviam os Estados-Unidos às semen
tes originárias do Brasil as primeiras plantações de algodão ali localizadas.
Ficaram igualmente devendo à concor-
Digesto Ecoxómico
74
rência brasileira, anos depois, a primeira tarifa protecionista que lhes assegurou o desenvolvimento seguro e metódico de
sos algodoais. Mesmo mais tarde, com ^
suas lavouras.
emancipação do negro, após a Guerra
Algumas décadas depois, o cenário se havia, porém, transformado por comple
da Secessão, a lierança dc um passado
to. Não eram mais os agricultores norteamericanos que necessitavam de» prote ção, mas os antigos senhores do comér
cio dessa matéria prima, brasileiros e indianos, tal o progresso e a racionaliza ção registados nas plantações de algo dão dos Estados-Unidos. A produção em grande escala a preços baratos vencia por toda a parte a concorrência dos nos sos antigos centros algodoeiros, desenco rajando os seus lavradores e semeando a
ruína nas antigas e quase prósperas plorações do Sul e Norte do Brasil.
Em 1784 teve início a primeira py^'go^ião norte-americano
para a Europa com o embarque He oito fardos destinados a Liverpool ali foram apreendidos pelas autoridades britânicaT
pois nao se admitia fôsse possível pro: ceder essa mercadoria de terras norteamericanas.
De 1820 em diante, começaram os algodões norte-americanos a dominar os mercados internacionais, deslocando a produção brasileira e indiana, mais cara e de pior qualidade. São Paulo
que
começava
à custa de milhões de escravos é que a5
ta o quadro da época com estas pa
nistro brasileiro era Londres, e lhe ofere
terras do Sul se transformaram em imen
lavras:
ceram a medalha de ouro da Associa
escravocrata ainda pesava sobre aquela rica região norte-americana.
O embargo e outras dificuldades cria das à exportação de algodão norte-ame ricano para a Inglaterra, em alguns pe ríodos do começo do sécido XIX, esti mularam a venda de algodão brasileiro nos mercados mundiais, mas pas.sada essa
fase o produto dos Estados-Unidos re conquistou a posição anterior, sobrepu jando todos os demais nos grandes cen tros consumidores da Europa.
ex-
A concorrência norte-americana e-a crise da produção algodoeira do Brasil
A Guerra da Secessão e a Fome de
Algodão A Guerra da Secessão nos Estados
Unidos que durou vários anos e de
vastou por completo a economia do Sul dos Estados-Unidos estancou de repente
a e.xportação de algodão norte-americano para a Inglaterra. Coincidindo essa es cassez de matéria prima com a franca atividade dos teares de Manchester, n
procura de algodão atingiu tal intensi dade que os preços em 1863, em Liver pool, alcançaram o mais alto nível da
história desse produto, com média anual de 28 pence por libra. Passou-se a cultivar algodão a toque de caixa em São Paulo.
a
A província paulistana res-
cuidar dessa planta com
grande interesse, no alvo
75
Dicesto Econômico
pondeu cèleremente à pro-
"Quando faltou algodão na Europa,
ção para remeter à Proxància de Sao
quando
Paulo.
houve fome de algodão;
"Na mensagem que acompanhou essa
em Lille, em Mulliouse os operários vagavam pelas ruas sombrios, tristes
honrosa oferta, manifestaram a satisfa ção produzida pelo rápido progresso que
c famintos; quando os teares e as
a Província de São Paulo havia feito na
máquinas dc fiar pararam por falta
produção do algodão, agora conhecido
da preciosa fibra; então a índia, o
em Manchester com o título.de "algodao
Brasil e o Egito e todos os países do
do Santos". Lembraram que
mundo, onde foi possível plantar al godão, realizaram
lucros
enormes
nessa cultura".
O cataclisma da guerra civil nos Esta dos-Unidos
entreabria
assim
enormes
possibilidades à produção algodoeira do Brasil e especialmente do Estado de São Paulo.
É ainda do livro de André Rebouças a seguinte citação: "Em 1861 e 1862, São Paulo não
exportava nenhuma arrôba de algo dão; em 1867 e 1868, a exportação alcançou o máximo de 611.971 arrôbasl
Aubertin, superintendente da S. Paulo Railtvay, O "pai do algodão".
Nessa fase da expansão algodoeira de São Paulo, quando a Inglaterra pedia matéria prima a todo o mundo para que suas fábricas não parassem, coube a J. J. Aubertin, superintendente da São
ll\\»
1861 a 1865 a exqsortação
.
brasileira pulou de alguns
milhões de quilos para mais
ouro da "Manchester Cotton Association"
O algodão deu ao Sul dos EstadosUnidos uma importância econômica ex-
cipais fornecedores da Europa.
cepcional, mas também legou-ine a :
"Agricultura Nacional" — (9) falando
trágica das heranças: a escravatura.
da fome de algodão na Europa, pin-
André Rebouças, no seu famoso 1í\to
1918. Café e Algodão
Cessada a guerra civil nos Estados
Unidos, reorganizou-se a lavoura de a godão do Sul daquele país mais rapi ^ mente do que se julgava possível. U mento de produção foi tão acentuado que em poucas décadas as safras haviam quadruplicado, passando de pouco mais de um milhão para quatro milliões de grandes centros consumidores. Com isso, desorganizou-se novamente
o com o predomínio do café na vida ru ral paulista. Os extraordinários lucros
do a lavoura de algodão a desempenhar papel
de 27 milhões, tornando-se um dos prin
de São Paulo!"
A Abolição e a decadência do algodão. A industrialização paulista. A geada de
Itu o retrato de Aubertin com esta le
genda: — "O pai do algodão". São Paulo agraciado com a medalha de
rurais.
quer ano anterior à guerra norte-ame ricana. Quanta glória para a província
a produção de S.-Paulo, agravando-se a
irrnrCT
atividades
"A deputação recordou ainda, com muito prazer, que a província de Sao Paulo, por si só exportara em 1869 mais algodão do que todo o Brasil em qua -
Diz André Rebouças que um amigo seu viu em uma fábrica de algodão em
vantagens iniciais, passan
suas
sementes.
Q forçando a baixa das cotações nos
cura internacional, sendo a
nas
Manchester em 1861 a feHz providencia
fardos, inundando os mercados mundiais
mento e embalagem.
"Em 21 de maio de 1870 — escrevia
ainda o mesmo autor, no seu já citado
situação com a abolição da escravatura auferidos na exploração da rubiúcea, a falta de braços para a lavoura, os pre ços relativamente baixos do algodão, a lebre a\'assalante do café, com a des
coberta das ricas terras do vale do Mogi-
cretário da "Manchester Cotton Asso-
Guaçu, tudo isso contribuiu para deixar o algodão praticamente no olvido, depois
ciatiorx" dirigiram-se à residência do mi
da briDiante expansão de 1861 a 1870.
trabalho, — o vice-presidente e o se
'
de enviar para São Paulo as primeiras
estímulo a essa lavoura, divulgando pro cessos melhores de cultura, beneficia-
que conseguiu apresentar maior expansão de produção em todo o Brasil. De
de importância subalterna
J"
Aubertin quem indicou à Associação de
Paulo Railway, uma atuação valiosa no
/"r
recer do século XIX, viuse assim despojado das
•
quando em Manchester, em Rouen,
s
^
Digesto Ecoxómico
74
rência brasileira, anos depois, a primeira tarifa protecionista que lhes assegurou o desenvolvimento seguro e metódico de
sos algodoais. Mesmo mais tarde, com ^
suas lavouras.
emancipação do negro, após a Guerra
Algumas décadas depois, o cenário se havia, porém, transformado por comple
da Secessão, a lierança dc um passado
to. Não eram mais os agricultores norteamericanos que necessitavam de» prote ção, mas os antigos senhores do comér
cio dessa matéria prima, brasileiros e indianos, tal o progresso e a racionaliza ção registados nas plantações de algo dão dos Estados-Unidos. A produção em grande escala a preços baratos vencia por toda a parte a concorrência dos nos sos antigos centros algodoeiros, desenco rajando os seus lavradores e semeando a
ruína nas antigas e quase prósperas plorações do Sul e Norte do Brasil.
Em 1784 teve início a primeira py^'go^ião norte-americano
para a Europa com o embarque He oito fardos destinados a Liverpool ali foram apreendidos pelas autoridades britânicaT
pois nao se admitia fôsse possível pro: ceder essa mercadoria de terras norteamericanas.
De 1820 em diante, começaram os algodões norte-americanos a dominar os mercados internacionais, deslocando a produção brasileira e indiana, mais cara e de pior qualidade. São Paulo
que
começava
à custa de milhões de escravos é que a5
ta o quadro da época com estas pa
nistro brasileiro era Londres, e lhe ofere
terras do Sul se transformaram em imen
lavras:
ceram a medalha de ouro da Associa
escravocrata ainda pesava sobre aquela rica região norte-americana.
O embargo e outras dificuldades cria das à exportação de algodão norte-ame ricano para a Inglaterra, em alguns pe ríodos do começo do sécido XIX, esti mularam a venda de algodão brasileiro nos mercados mundiais, mas pas.sada essa
fase o produto dos Estados-Unidos re conquistou a posição anterior, sobrepu jando todos os demais nos grandes cen tros consumidores da Europa.
ex-
A concorrência norte-americana e-a crise da produção algodoeira do Brasil
A Guerra da Secessão e a Fome de
Algodão A Guerra da Secessão nos Estados
Unidos que durou vários anos e de
vastou por completo a economia do Sul dos Estados-Unidos estancou de repente
a e.xportação de algodão norte-americano para a Inglaterra. Coincidindo essa es cassez de matéria prima com a franca atividade dos teares de Manchester, n
procura de algodão atingiu tal intensi dade que os preços em 1863, em Liver pool, alcançaram o mais alto nível da
história desse produto, com média anual de 28 pence por libra. Passou-se a cultivar algodão a toque de caixa em São Paulo.
a
A província paulistana res-
cuidar dessa planta com
grande interesse, no alvo
75
Dicesto Econômico
pondeu cèleremente à pro-
"Quando faltou algodão na Europa,
ção para remeter à Proxància de Sao
quando
Paulo.
houve fome de algodão;
"Na mensagem que acompanhou essa
em Lille, em Mulliouse os operários vagavam pelas ruas sombrios, tristes
honrosa oferta, manifestaram a satisfa ção produzida pelo rápido progresso que
c famintos; quando os teares e as
a Província de São Paulo havia feito na
máquinas dc fiar pararam por falta
produção do algodão, agora conhecido
da preciosa fibra; então a índia, o
em Manchester com o título.de "algodao
Brasil e o Egito e todos os países do
do Santos". Lembraram que
mundo, onde foi possível plantar al godão, realizaram
lucros
enormes
nessa cultura".
O cataclisma da guerra civil nos Esta dos-Unidos
entreabria
assim
enormes
possibilidades à produção algodoeira do Brasil e especialmente do Estado de São Paulo.
É ainda do livro de André Rebouças a seguinte citação: "Em 1861 e 1862, São Paulo não
exportava nenhuma arrôba de algo dão; em 1867 e 1868, a exportação alcançou o máximo de 611.971 arrôbasl
Aubertin, superintendente da S. Paulo Railtvay, O "pai do algodão".
Nessa fase da expansão algodoeira de São Paulo, quando a Inglaterra pedia matéria prima a todo o mundo para que suas fábricas não parassem, coube a J. J. Aubertin, superintendente da São
ll\\»
1861 a 1865 a exqsortação
.
brasileira pulou de alguns
milhões de quilos para mais
ouro da "Manchester Cotton Association"
O algodão deu ao Sul dos EstadosUnidos uma importância econômica ex-
cipais fornecedores da Europa.
cepcional, mas também legou-ine a :
"Agricultura Nacional" — (9) falando
trágica das heranças: a escravatura.
da fome de algodão na Europa, pin-
André Rebouças, no seu famoso 1í\to
1918. Café e Algodão
Cessada a guerra civil nos Estados
Unidos, reorganizou-se a lavoura de a godão do Sul daquele país mais rapi ^ mente do que se julgava possível. U mento de produção foi tão acentuado que em poucas décadas as safras haviam quadruplicado, passando de pouco mais de um milhão para quatro milliões de grandes centros consumidores. Com isso, desorganizou-se novamente
o com o predomínio do café na vida ru ral paulista. Os extraordinários lucros
do a lavoura de algodão a desempenhar papel
de 27 milhões, tornando-se um dos prin
de São Paulo!"
A Abolição e a decadência do algodão. A industrialização paulista. A geada de
Itu o retrato de Aubertin com esta le
genda: — "O pai do algodão". São Paulo agraciado com a medalha de
rurais.
quer ano anterior à guerra norte-ame ricana. Quanta glória para a província
a produção de S.-Paulo, agravando-se a
irrnrCT
atividades
"A deputação recordou ainda, com muito prazer, que a província de Sao Paulo, por si só exportara em 1869 mais algodão do que todo o Brasil em qua -
Diz André Rebouças que um amigo seu viu em uma fábrica de algodão em
vantagens iniciais, passan
suas
sementes.
Q forçando a baixa das cotações nos
cura internacional, sendo a
nas
Manchester em 1861 a feHz providencia
fardos, inundando os mercados mundiais
mento e embalagem.
"Em 21 de maio de 1870 — escrevia
ainda o mesmo autor, no seu já citado
situação com a abolição da escravatura auferidos na exploração da rubiúcea, a falta de braços para a lavoura, os pre ços relativamente baixos do algodão, a lebre a\'assalante do café, com a des
coberta das ricas terras do vale do Mogi-
cretário da "Manchester Cotton Asso-
Guaçu, tudo isso contribuiu para deixar o algodão praticamente no olvido, depois
ciatiorx" dirigiram-se à residência do mi
da briDiante expansão de 1861 a 1870.
trabalho, — o vice-presidente e o se
'
de enviar para São Paulo as primeiras
estímulo a essa lavoura, divulgando pro cessos melhores de cultura, beneficia-
que conseguiu apresentar maior expansão de produção em todo o Brasil. De
de importância subalterna
J"
Aubertin quem indicou à Associação de
Paulo Railway, uma atuação valiosa no
/"r
recer do século XIX, viuse assim despojado das
•
quando em Manchester, em Rouen,
s
^
y
Dicesto Ecokôaoco
-.6
Só muito mais tarde, nos primeiros anos do século vinte, com o rápido de senvolvimento da indústria de fiação e
como foi a da Guerra da Secessão, para
tecelagem de São Paiilo, acelerado pela
a normabzação da produção de tecidos
guerra mundial, é que a cultura algoloeira voltou a ter alguma importân
no mundo.
de ter colaborado eficientemente, duran te fase crítica do abastecimento mundial,
cia em nosso meio.
café, na chamada Baixa Sorocabana,
justamente a zona que, pelas oscila ções do clima, e por outras causas e condições que o desenvolvimento pos terior trouxe a lume, era provavel mente a menos indicada para a explo
bacharelando Rui Barbosa, existentes na Biblio (1)
Só esporàdicamente, como em 1918,
CTestados pela geada, plantou-se e co^^Igodão em grande escala. Foi êsse o passado do algodão em
Sao Paulo. Passado brilhante, em algu mas fases, entrecortado, porém, de cri
ses profundas, de períodos de decadên cia desanimadora. Não se pode, porém negar ao algodão de São Paulo nesta eta- ■ pa de sua evolução pelo menos duas glórias; em primeiro lugar, a de ter
contribuído para a formação do espírito de mdependência política, nos primei ros anos de Colônia, e em segundo, a
teca da Faculdade de Direito de São Paulo.
Machado (Alcântara) "Vida e Morte do Bandeirante"
(2)
Abreu (J. Capistrano de) "Caminhos Antigos e Povoa mento do Brasil"
Xdem, Idem.
Carvalho (Daniel de) "Noticia
Histórica
nenhujna das fontes a seu alcance, como de
Sobre
rXISTEM,na Biblioteca da Fa
exposição.
"Visão do Brasil Colonial"
(4) (5)
Comentando-üB, observa que, nessas provas de estudante, há indícios não só de gôsto pelo estudo, revelado pelo não omitir referência a
método, segurança de raciocínto e clareza de
(3) - Calmou (Pedro)
ração econômica dessa lavoura.
quando os cafezais de São Paulo foram
o
culdade
Algodão em Minas"
(6) — liammond (M, B.) "The Cotton Industry. An Essay in American Economie History" (7) - Seabroock (W. B.)
"Memoir on the Origin, Cul-
de
Direito
de
São
Paulo, quatro dissertações escri
superior do Brasil. "Uma lição de Di
tas pelo bacharelando Rui Bar
reito Romano, em que ao Direito Ro
bosa.
mano nem remotamente se alude!"
IP
Foram as únicas da lavra do
W
estudante genial que se salvaram do incêndio, que destruiu,
WMBP em 1880, quase todo o arqui
tivation and Uses of Cotton" Hamjnond (M. B.)
vo da nossa Escola gloriosa.
(8)
Obra citada.
(9)
Rehouças (André)
apreciará, de modo devido, quem se transporte, em espírito, ao tempo em
"Agricultura Nacional"
que foram redigidas e mentalmente re
O valor dessas dissertações somente o
das apostilas que então circulavam entre E não bá quem ignore quanto o
estudo por apostilas tem de irracional e
AMEAÇA A ECONOMIA MUNDIAL
Segundo relata o "New York Times", os representantes dos 17 governos, reunidos em Lake'Success, admitiram que, sem um rápido incremento da produção e do consumo, o mundo marchará, inevítàvelmente, para um terrível colapso
Reconstituindo as circunstâncias da época, importa não esquecer que os assuntos das dissertações se ofereciam,
e deviam oferecer, àquêle tempo, algum interesse, bem menor atrativo devem
apresentar hoje, alteradas as disposições legislativas fundamentais e, com elas, a própria doutrina.
Desaparecido o interêsse atual, o valor
constitua as circunstâncias que rodearam, do trabalho parece diminuído aos olhos a sua elaboração. do leitor. É uma regra que só não segue Estava o estudante famoso, na época, o apaixonado da história, interessado no com a saúde bastante afetada, o que exame da formação espiritual do es não lhe permitia estudo regular, senão critor. Há uma hipótese digna de investiga contentar-se com a leitura, de oitiva, os acadêmicos.
econômico.
Especial para o "Digesto Econóncco'
O A. se refere a dissertações escritas pelo
BIBLIOGRAFIA
Mesmo assim, só era cutivado algo
dão em regiões onde não se produzia
por Antônio Gontijo de Carvalho
deficiente, conduzindo sobretudo à me morização. O ensino era fallio e o pró prio Rui, quando apresentou ao parla mento imperial o notável parecer sobre a Reforma do Ensino Superior, repro duziu; em anexo, uma lição de Direito Romano que, no seu entender, era o
corpo de delito da falta de seriedade que lavrava em grande escala no ensino
ção: a "cola" ainda não era uma insti tuição, como o foi no meu tempo, e,
estando as dissertações recheadas de textos em latim e de definições de auto
res consagrados, é bem provável que Rui de retentiva pouco vulgar, tenha
repmduzido de cor as inúmeras citações encontradas nessas provas eruditas. Cir cunstância de grande valia para ajuizar o mérito do trabalho.
Aliás, o meio verdadeiro para estimar, com segurança, o valor dessas disserta ções, seria o de confrontá-las com as
y
Dicesto Ecokôaoco
-.6
Só muito mais tarde, nos primeiros anos do século vinte, com o rápido de senvolvimento da indústria de fiação e
como foi a da Guerra da Secessão, para
tecelagem de São Paiilo, acelerado pela
a normabzação da produção de tecidos
guerra mundial, é que a cultura algoloeira voltou a ter alguma importân
no mundo.
de ter colaborado eficientemente, duran te fase crítica do abastecimento mundial,
cia em nosso meio.
café, na chamada Baixa Sorocabana,
justamente a zona que, pelas oscila ções do clima, e por outras causas e condições que o desenvolvimento pos terior trouxe a lume, era provavel mente a menos indicada para a explo
bacharelando Rui Barbosa, existentes na Biblio (1)
Só esporàdicamente, como em 1918,
CTestados pela geada, plantou-se e co^^Igodão em grande escala. Foi êsse o passado do algodão em
Sao Paulo. Passado brilhante, em algu mas fases, entrecortado, porém, de cri
ses profundas, de períodos de decadên cia desanimadora. Não se pode, porém negar ao algodão de São Paulo nesta eta- ■ pa de sua evolução pelo menos duas glórias; em primeiro lugar, a de ter
contribuído para a formação do espírito de mdependência política, nos primei ros anos de Colônia, e em segundo, a
teca da Faculdade de Direito de São Paulo.
Machado (Alcântara) "Vida e Morte do Bandeirante"
(2)
Abreu (J. Capistrano de) "Caminhos Antigos e Povoa mento do Brasil"
Xdem, Idem.
Carvalho (Daniel de) "Noticia
Histórica
nenhujna das fontes a seu alcance, como de
Sobre
rXISTEM,na Biblioteca da Fa
exposição.
"Visão do Brasil Colonial"
(4) (5)
Comentando-üB, observa que, nessas provas de estudante, há indícios não só de gôsto pelo estudo, revelado pelo não omitir referência a
método, segurança de raciocínto e clareza de
(3) - Calmou (Pedro)
ração econômica dessa lavoura.
quando os cafezais de São Paulo foram
o
culdade
Algodão em Minas"
(6) — liammond (M, B.) "The Cotton Industry. An Essay in American Economie History" (7) - Seabroock (W. B.)
"Memoir on the Origin, Cul-
de
Direito
de
São
Paulo, quatro dissertações escri
superior do Brasil. "Uma lição de Di
tas pelo bacharelando Rui Bar
reito Romano, em que ao Direito Ro
bosa.
mano nem remotamente se alude!"
IP
Foram as únicas da lavra do
W
estudante genial que se salvaram do incêndio, que destruiu,
WMBP em 1880, quase todo o arqui
tivation and Uses of Cotton" Hamjnond (M. B.)
vo da nossa Escola gloriosa.
(8)
Obra citada.
(9)
Rehouças (André)
apreciará, de modo devido, quem se transporte, em espírito, ao tempo em
"Agricultura Nacional"
que foram redigidas e mentalmente re
O valor dessas dissertações somente o
das apostilas que então circulavam entre E não bá quem ignore quanto o
estudo por apostilas tem de irracional e
AMEAÇA A ECONOMIA MUNDIAL
Segundo relata o "New York Times", os representantes dos 17 governos, reunidos em Lake'Success, admitiram que, sem um rápido incremento da produção e do consumo, o mundo marchará, inevítàvelmente, para um terrível colapso
Reconstituindo as circunstâncias da época, importa não esquecer que os assuntos das dissertações se ofereciam,
e deviam oferecer, àquêle tempo, algum interesse, bem menor atrativo devem
apresentar hoje, alteradas as disposições legislativas fundamentais e, com elas, a própria doutrina.
Desaparecido o interêsse atual, o valor
constitua as circunstâncias que rodearam, do trabalho parece diminuído aos olhos a sua elaboração. do leitor. É uma regra que só não segue Estava o estudante famoso, na época, o apaixonado da história, interessado no com a saúde bastante afetada, o que exame da formação espiritual do es não lhe permitia estudo regular, senão critor. Há uma hipótese digna de investiga contentar-se com a leitura, de oitiva, os acadêmicos.
econômico.
Especial para o "Digesto Econóncco'
O A. se refere a dissertações escritas pelo
BIBLIOGRAFIA
Mesmo assim, só era cutivado algo
dão em regiões onde não se produzia
por Antônio Gontijo de Carvalho
deficiente, conduzindo sobretudo à me morização. O ensino era fallio e o pró prio Rui, quando apresentou ao parla mento imperial o notável parecer sobre a Reforma do Ensino Superior, repro duziu; em anexo, uma lição de Direito Romano que, no seu entender, era o
corpo de delito da falta de seriedade que lavrava em grande escala no ensino
ção: a "cola" ainda não era uma insti tuição, como o foi no meu tempo, e,
estando as dissertações recheadas de textos em latim e de definições de auto
res consagrados, é bem provável que Rui de retentiva pouco vulgar, tenha
repmduzido de cor as inúmeras citações encontradas nessas provas eruditas. Cir cunstância de grande valia para ajuizar o mérito do trabalho.
Aliás, o meio verdadeiro para estimar, com segurança, o valor dessas disserta ções, seria o de confrontá-las com as
Digesto Econômico
78
que escreveram os estudantes Afonso Pena e Rodrigues Alves, que se destaca vam no estudo do direito, rivais em nota,
e colegas de turma de Rui Barbosa.
Se, pelas circunstâncias aludidas, al gumas dessas dissertações, como, por exemplo, a de Direito Administrativo,
não correspondem à fama do estudante, que em tantos discursos, no Clube Radi
cal, lampejou a mais alta eloqüência e
opinião esclarecida com a alegação de que, prevista, em lei especial, a infração do direito de patente, à qual essa mes ma lei aplicava a pena de multa, entra va a hipótese na exceção aberta pelo $ único do artigo 310 do Código à regra geral do próprio artigo. Rui concluiu pela revogação da lei
Digesto Econômico
de limitar a três as espécies de prova semi-plena, acusação da qual Rui o de
fende, apoiando-se nas próprias palavras do Pereira e Sousa, que não dissera se rem três, determinadamente, "as" es-
Não é só o método expositivo que im
apresentadas.
dação, excluídos naturalmente os senões
O elemento gramatical
ou omissões que devessem estar sujeitas
particular, do estudante pelo elemento gramatical, do qual sempre se valeu,
se tornaria em breve um dos nossos maiores jurisconsultos.
à só jurisdição das autoridades admi-
com extraordinário fulgor, na interpre
Dc maior interesse é a dissertação in
titulada: "Da prova plena e semi-plena". As Ordenações autorizavam essa di
visão das provas quanto ao grau de
convicção que eram capazes de produ clareza de exposição. É a te&e que me zir. essa divisão não tem mais proponho a desenvolver, examinando, a razão Hoje, de ser, repelindo-a, como ensina "vol doiseau"; as quatro dissertações. João Monteiro, a ciência da lógica, visto Exame retrospectivo das provas a certeza não ser suscetível de graus. o juiz tem certeza do fato e julga Na prova em que foi perguntado se "Ou a prova produzida, ou tem al o artigo 7.° da Lei de 30 de agôsto de segundo guma dúvida e já não há prova". 1830 estaria- revogado pelo artigo 310 "O fato ficou provado e a verdade
do Código Criminal, nota-se o cuidado de bem formular a dificuldade, delimitando-Ihe o objeto e transcrevendo os textos legais em questão.
O primeiro protege o direito de pa
tente, sujeitancfo quem o viole à perda
estudantes. Começou pela definição da
jj
\
advirta que a legitimidade da divisão, quando não estivesse patentemente veri
ficada, estaria, pelo menos, suficiente mente consagrada pelo uso das nações cultas.
têrmo "demandar".
Começa o estudante Com êle distingue
a ação civil da ação criminal, observan do quanto a esta que, quando a exerce
a própria sociedade (ação pública), não
ó de uma faculdade que se trata, mas de um dever.
A sociedade, pois, não
está compreendida, sob êsse aspecto, na Com relação aos crimes de ação privada,
faltou referir-se, no seu trabalho, a certo
dissídio entre Lobão e Pereira e Sousa,
posta negativa.
o primeiro a atribuir ao segunda o êrro
ação.
A matéria está exposta- com precisão,
Na dissertação intitulada "Ninguém
á distinção, objeto do seu estudo, fun-
rou que, a seu ver, se impunlia a res
Ótima, afinal, sob todos os aspectos que se encare, a dissertação de prática civil, intitulada "Petição inicial e pro cesso de embargo à primeira". Dada a noção exata desse remédio possessório, explica Rui o porque da sua particular denominação. Examina, logo, os casos de embargos à primeira e a origem ro
mana desse interdicto, para entrar, afí-
regra de que ninguém é obrigado a de
dando-a, com precisão, no texto legal e
frases.
nal, no estudo do seu processo, começando pelos requisitos da inicial e prosseguindo lindo na exposição do que podia ocorrer com relação ao preceito e à
prova de Pereira e Sousa, adotada, pos sivelmente, pela cadeira. Passou, logo, aduzindo também, com precisão, os exemplos de provas semi-plenas, que os praxlstas costumavam apresentar. Nem
conceitos e ao apuro.de construção das
Alude Rui a essa orientação, embora
por definir, com Pereira e Sousa, o
v.nha sendo doutrinada. Observados ôsses limites, escreveu sobre o tema
faz pressentir o estilista insuperável, so
ro, "não conhecia a prova semi-plena".
ma da exposição.
quanto pudesse escrever o melhor dos
Fundamentou a sua
diversa do Direito Romano, cuja "lógica de ferro", na ex-pressão de João Montei
criticou sob êsse aspecto. Não se abalançou a tanto. Limitou-se, como con-
oas as ações ou omissões que porventura
manuseou o trabalho de Rui e me decla
referir-se, nessa dissertação, à doutrina
deviam saber de memória. Rui não a
tava ao corrente da matéria, que então
o Código não mais as considere como tais. E excetua as que não sejam pura mente criminais, a respeito das quais disponham as leis sobre o processo, im pondo alguma multa ou outra pena. Paulo Barbosa de Campos Filho, ju rista de que se ufana a minha turma,
tação do pensamento da lei e dos ju ristas nos notáveis trabalhos que o imor talizaram. Não lhe faltou, por fim,
pode ser obrigado a demandar em juízo", agradam sobremaneira a ordem e a for
dos produtos e a determinada multa além da responsabilidade civil. O se gundo declara não serem criminosas tô-
o fôssem pelas leis anteriores, desde que
Revela êsse pormenor o pendor, todo
se fez, ou não ficou e não há verdade". Fiel à lei vigente, que os estudantes
vinha aos estudantes, a revelar que es
próprios das provas de exame, que já bretudo pelo que respeita à limpidez dos
quem as lesse, prognosticar que Rui
n.strativas.
essa qualificada de "razão escrita". porta assinalar. Ê ainda a e.xcelente re
o assunto e não deixou de salientar que
Indícios há, nessas provas de estudan te, não só de gôsto pelo estudo, reve lado pelo não omitir referência a ne nhuma das fontes a seu alcance, como de método, segurança de raciocínio e
processo civil; e isso por um princípio que vem do Direito Romano, legislação
eram especies dessa prova as por êle
se revelou, jovem de dezoito anos, um vidente no combate à centralização ad ministrativa, já permitiam, contudo, a
dadeiros crimes, e não apenas ações
a regra subsiste íntegra, como íntegra subsiste — sustenta o estudante — no
pecies de prova .semi-plena, mas sim que
especial pelo dispositivo geral do Cód gu. Discutiu, porém, com proficiência as infrações dc patentes constituíam ver
79
mandar. Ela p é, na ação pública penal.
método e clareza. Uma dissertação que
ó uma pequena monografia. Paulo Barbosa de Campos Filho, tão seguro no seu julgamento, afirma que,
no gênero, poucas ex-planações conhece
que com elas se possam comparar. As quatro provas, juntamente com al
guns ais discursos, artigos de imprensa e inúmeras poesias, da fase acadêmica, fi
gurarão no 1.*^ volume das "Obras Completas", que estão sendo editadas
pela "Casa de Rui", volume que consti tuirá a base de uma obra monumental do civismo, ciência e beleza.
Digesto Econômico
78
que escreveram os estudantes Afonso Pena e Rodrigues Alves, que se destaca vam no estudo do direito, rivais em nota,
e colegas de turma de Rui Barbosa.
Se, pelas circunstâncias aludidas, al gumas dessas dissertações, como, por exemplo, a de Direito Administrativo,
não correspondem à fama do estudante, que em tantos discursos, no Clube Radi
cal, lampejou a mais alta eloqüência e
opinião esclarecida com a alegação de que, prevista, em lei especial, a infração do direito de patente, à qual essa mes ma lei aplicava a pena de multa, entra va a hipótese na exceção aberta pelo $ único do artigo 310 do Código à regra geral do próprio artigo. Rui concluiu pela revogação da lei
Digesto Econômico
de limitar a três as espécies de prova semi-plena, acusação da qual Rui o de
fende, apoiando-se nas próprias palavras do Pereira e Sousa, que não dissera se rem três, determinadamente, "as" es-
Não é só o método expositivo que im
apresentadas.
dação, excluídos naturalmente os senões
O elemento gramatical
ou omissões que devessem estar sujeitas
particular, do estudante pelo elemento gramatical, do qual sempre se valeu,
se tornaria em breve um dos nossos maiores jurisconsultos.
à só jurisdição das autoridades admi-
com extraordinário fulgor, na interpre
Dc maior interesse é a dissertação in
titulada: "Da prova plena e semi-plena". As Ordenações autorizavam essa di
visão das provas quanto ao grau de
convicção que eram capazes de produ clareza de exposição. É a te&e que me zir. essa divisão não tem mais proponho a desenvolver, examinando, a razão Hoje, de ser, repelindo-a, como ensina "vol doiseau"; as quatro dissertações. João Monteiro, a ciência da lógica, visto Exame retrospectivo das provas a certeza não ser suscetível de graus. o juiz tem certeza do fato e julga Na prova em que foi perguntado se "Ou a prova produzida, ou tem al o artigo 7.° da Lei de 30 de agôsto de segundo guma dúvida e já não há prova". 1830 estaria- revogado pelo artigo 310 "O fato ficou provado e a verdade
do Código Criminal, nota-se o cuidado de bem formular a dificuldade, delimitando-Ihe o objeto e transcrevendo os textos legais em questão.
O primeiro protege o direito de pa
tente, sujeitancfo quem o viole à perda
estudantes. Começou pela definição da
jj
\
advirta que a legitimidade da divisão, quando não estivesse patentemente veri
ficada, estaria, pelo menos, suficiente mente consagrada pelo uso das nações cultas.
têrmo "demandar".
Começa o estudante Com êle distingue
a ação civil da ação criminal, observan do quanto a esta que, quando a exerce
a própria sociedade (ação pública), não
ó de uma faculdade que se trata, mas de um dever.
A sociedade, pois, não
está compreendida, sob êsse aspecto, na Com relação aos crimes de ação privada,
faltou referir-se, no seu trabalho, a certo
dissídio entre Lobão e Pereira e Sousa,
posta negativa.
o primeiro a atribuir ao segunda o êrro
ação.
A matéria está exposta- com precisão,
Na dissertação intitulada "Ninguém
á distinção, objeto do seu estudo, fun-
rou que, a seu ver, se impunlia a res
Ótima, afinal, sob todos os aspectos que se encare, a dissertação de prática civil, intitulada "Petição inicial e pro cesso de embargo à primeira". Dada a noção exata desse remédio possessório, explica Rui o porque da sua particular denominação. Examina, logo, os casos de embargos à primeira e a origem ro
mana desse interdicto, para entrar, afí-
regra de que ninguém é obrigado a de
dando-a, com precisão, no texto legal e
frases.
nal, no estudo do seu processo, começando pelos requisitos da inicial e prosseguindo lindo na exposição do que podia ocorrer com relação ao preceito e à
prova de Pereira e Sousa, adotada, pos sivelmente, pela cadeira. Passou, logo, aduzindo também, com precisão, os exemplos de provas semi-plenas, que os praxlstas costumavam apresentar. Nem
conceitos e ao apuro.de construção das
Alude Rui a essa orientação, embora
por definir, com Pereira e Sousa, o
v.nha sendo doutrinada. Observados ôsses limites, escreveu sobre o tema
faz pressentir o estilista insuperável, so
ro, "não conhecia a prova semi-plena".
ma da exposição.
quanto pudesse escrever o melhor dos
Fundamentou a sua
diversa do Direito Romano, cuja "lógica de ferro", na ex-pressão de João Montei
criticou sob êsse aspecto. Não se abalançou a tanto. Limitou-se, como con-
oas as ações ou omissões que porventura
manuseou o trabalho de Rui e me decla
referir-se, nessa dissertação, à doutrina
deviam saber de memória. Rui não a
tava ao corrente da matéria, que então
o Código não mais as considere como tais. E excetua as que não sejam pura mente criminais, a respeito das quais disponham as leis sobre o processo, im pondo alguma multa ou outra pena. Paulo Barbosa de Campos Filho, ju rista de que se ufana a minha turma,
tação do pensamento da lei e dos ju ristas nos notáveis trabalhos que o imor talizaram. Não lhe faltou, por fim,
pode ser obrigado a demandar em juízo", agradam sobremaneira a ordem e a for
dos produtos e a determinada multa além da responsabilidade civil. O se gundo declara não serem criminosas tô-
o fôssem pelas leis anteriores, desde que
Revela êsse pormenor o pendor, todo
se fez, ou não ficou e não há verdade". Fiel à lei vigente, que os estudantes
vinha aos estudantes, a revelar que es
próprios das provas de exame, que já bretudo pelo que respeita à limpidez dos
quem as lesse, prognosticar que Rui
n.strativas.
essa qualificada de "razão escrita". porta assinalar. Ê ainda a e.xcelente re
o assunto e não deixou de salientar que
Indícios há, nessas provas de estudan te, não só de gôsto pelo estudo, reve lado pelo não omitir referência a ne nhuma das fontes a seu alcance, como de método, segurança de raciocínio e
processo civil; e isso por um princípio que vem do Direito Romano, legislação
eram especies dessa prova as por êle
se revelou, jovem de dezoito anos, um vidente no combate à centralização ad ministrativa, já permitiam, contudo, a
dadeiros crimes, e não apenas ações
a regra subsiste íntegra, como íntegra subsiste — sustenta o estudante — no
pecies de prova .semi-plena, mas sim que
especial pelo dispositivo geral do Cód gu. Discutiu, porém, com proficiência as infrações dc patentes constituíam ver
79
mandar. Ela p é, na ação pública penal.
método e clareza. Uma dissertação que
ó uma pequena monografia. Paulo Barbosa de Campos Filho, tão seguro no seu julgamento, afirma que,
no gênero, poucas ex-planações conhece
que com elas se possam comparar. As quatro provas, juntamente com al
guns ais discursos, artigos de imprensa e inúmeras poesias, da fase acadêmica, fi
gurarão no 1.*^ volume das "Obras Completas", que estão sendo editadas
pela "Casa de Rui", volume que consti tuirá a base de uma obra monumental do civismo, ciência e beleza.
81
Dicesto Económicç
jeitiniu) de encaixar a martelo êsse in
França, no ano de 711, segundo o his toriador Pirerme, se pediam 25 libras de
ventário num txaballio •' com o intuito
jirroz, gênero provavelmente importado
de me desmentir), sem mencionar a
.p' temunho do Dr. A. Paulino de Almeida!
do Oriente. Mostrei mais que um Penlateuco, escrito em espanhol no século XIII, diz que o mana do deserto era
Contcndorcs. de tal estofa merecem
semelhante ao arroz, e isto onde o texto
Pois bem, houve quem achasse um
DO AMOZ^ DO MILHO
minha poscpiisa no Arquivo nem o tes-
Mota
EcoNÓ>aco
compaixãc), {porque são algozes de si • mcsmo.s e c<tvam, com as próprias mãos,
os sete palmos para a sua reputação literária.
Passemos.
cio" — declarei-o no antelóquío — nasceu por causa da questão do arroz em nossa terra. Percebi que o que an
Em 1330 o Arcipreste de Hita canta
Donde nos veio o nosso primitivo flrros.'' O milho erosso que hoje se cultiva na Europa, aonde e quando para lá foi ter? Em torno dessas duas perguntas, o A.,
dava escnto a respeito não estava certo e pus-me em cabeça encontrar o cami nho de que andávamos transviados.
rações, com a ajuda de velhos textos ue
São nn
tos histéricos e lingüísticos.
^
r'°
quando se imciou
- 'l-^-olveu a
fáctl afigurava de extremamente facil. Era só revestir-me um pouco de paciência e percorrer, volume por f^ventórios e Testamentos. Nao se achavam Ia especificadas as diversas culturas do Planalto? Noutros Es
tados a pesquisa seria difícil, e em al guns talvez impossível, mas não aqui onde eu ünha a mão trinta volumes da queles preciosos documentos.
Principiei. Primeiro volume, nada Segundo volume, nada. Terceiro volu me, nada. Para encurtar a história, che guei ao fim dos trinta volumes sem en contrar uma única vez a palavra arroz! Surpresa e espanto!, Ninguém me havia
preparado o espírito para semelhante resultado.
conhecido professor e fiIólop,o cm São Paulo, desenvolve interessantes conside muito rohustccem os seus conhecimen
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX^Í**
— de esmiuçar, como eu fiz, os trinta
volumes, um por um, de capa a capa,
'
Houve cultura do arroz nos incunábulos de São Paulo, como se verifica nas
cartas do'padre Nóbrega, escrevendo de São Vicente.
Mas frei Gaspar nos
conta que, pela indolência da gente
praiana, essa cultura definhou e desa
pareceu. E não subiu no Planalto se não muito tardiamente.
Na costa do Brasil, só aos poucos foi o arroz cultivado, e mais para e.vportação do que para consumo do povo. Êste comia fíuinha de mandioca e peixe, como em Santa Catarina; feijão, farinha de
a fim de encontrar uma vez ao menos,
mandioca e carne de porco, tal como
uma única vezinha, a palavra arroz, ain da que fosse em um nome próprio — Francisco Arroz, por exemplo.
São Paulo a farinha de milho foi aos
Não achou nem uma vez?
Pois lá
na Capitania de São Paulo. (No Sul de
poucos desbancando a de mandioca).
Perguntemos agora donde nos veio o
está, no Francisco Arroz, volume tal,
nosso primitivo arroz.
página tanto.
tural do que tal pergunta.
Mas foi tudo em vão.
A ojeriza foi ao extremo, como vamos ver. Em um dos inventários se fala em
Nada mais na
Mas aqui é tempo de corrigir algumas afirmações erradas acerca do arroz.
Comia làs bebras nuevas, e cogia el arros". (1264-1266)
Aí temos, em 1330, na Espanha, não somente a menção do arroz, mas a da
sua cultura, o que explica a maneira natural por que o tradutor do Pentateuco já dava o arroz como coisa conhecidíssüna dos seus leitores.
Em 1445, Cadamosto, falando das suas
navegações pela Costa Africana, diz: "No modo de viver quase todos se governam conforme os Negros do Reino do Se negal, e usam das mesmas comidas, ex ceto que têm arrozes de várias castas,
os quais não nascem no Reino daqueles primeiros Negros". (Segunda Navega
ção, Cap. rv).
Não lhe foi preciso
tendeu-se pela China, pelo Japão e pela
do Francisco, desconfiei de que aquele
Costa Africana.
vindo o arroz.
sítio de arrozal.
Como eu não tivesse
arrozal era erro de cópia ou de impressão. Era fácil deslindar o caso.
Telefonei <
O arroz, cujo "hnbitat" é a Índia, es
Foram os árabes que levaram a sua cultura para a Eiuropa, Lembra-me ter
Quando eu o dei a lume, a surpresa foi tal que, em certos espíritos, virou
em quizília. Era preciso confundir o gramático pretencioso que estava zom^
dindo-lhe o obséquio de verificar se no
citando de memória).
Deu-Iheg então a gana — bendita ganal
"El segundo tenia em su mano Ia fos, Segando Ias çebadas de todo el alfos,
encontrado arroz nem como sobrenome
lido na enciclopédia Spasa, ou em outra
E começou a tarefa do pente-fino.
va no seu famoso poema;
explicar o que era arroz. Êle esta\'a bordejando Cabo Verde, donde, segundo Gabriel Soares, nos teria
para o Arquivo do Estado, expus a questão ao distinto funcionário que é o Dr. Antônio Paulino de Almeida, pe
bando de nosso meio!
XIII,já era muito conhecido na Espanlia, mais do que o coentro, pois do con
trário a mudança seria disparatada.
A origem do nosso arroz
•Q meu livrinho "Do Rancho ao Palá
hebraico, o grego da Septuaginta e o latim da Vulgata falam em coentro. Essa mudança mostra que o arroz, no século
manuscrito estava ou não estava arrozal.
Resposta — "A palavra que ali sé en contra é de difíçil dccifração; mas não
enciclopédia, que a primeira menção do
Arroz nativo
Mas o Brasil, antes de ser descoberto,
(Estou
já não possuía o arroz nati\o de Mato
Já mostrei, num estudo que fiz na "Revista do Arquivo", que numa- requi
tendidos (jue sim. Êsse arroz ainda hoje lá esta. Ano após ano, sem nenhu
arroz na Europa é de 1468.
sição feita a um celeiro municipal em
Grosso até o Amazonas? Pretendem en
ma cultura, cresce e produz. E os in-
81
Dicesto Económicç
jeitiniu) de encaixar a martelo êsse in
França, no ano de 711, segundo o his toriador Pirerme, se pediam 25 libras de
ventário num txaballio •' com o intuito
jirroz, gênero provavelmente importado
de me desmentir), sem mencionar a
.p' temunho do Dr. A. Paulino de Almeida!
do Oriente. Mostrei mais que um Penlateuco, escrito em espanhol no século XIII, diz que o mana do deserto era
Contcndorcs. de tal estofa merecem
semelhante ao arroz, e isto onde o texto
Pois bem, houve quem achasse um
DO AMOZ^ DO MILHO
minha poscpiisa no Arquivo nem o tes-
Mota
EcoNÓ>aco
compaixãc), {porque são algozes de si • mcsmo.s e c<tvam, com as próprias mãos,
os sete palmos para a sua reputação literária.
Passemos.
cio" — declarei-o no antelóquío — nasceu por causa da questão do arroz em nossa terra. Percebi que o que an
Em 1330 o Arcipreste de Hita canta
Donde nos veio o nosso primitivo flrros.'' O milho erosso que hoje se cultiva na Europa, aonde e quando para lá foi ter? Em torno dessas duas perguntas, o A.,
dava escnto a respeito não estava certo e pus-me em cabeça encontrar o cami nho de que andávamos transviados.
rações, com a ajuda de velhos textos ue
São nn
tos histéricos e lingüísticos.
^
r'°
quando se imciou
- 'l-^-olveu a
fáctl afigurava de extremamente facil. Era só revestir-me um pouco de paciência e percorrer, volume por f^ventórios e Testamentos. Nao se achavam Ia especificadas as diversas culturas do Planalto? Noutros Es
tados a pesquisa seria difícil, e em al guns talvez impossível, mas não aqui onde eu ünha a mão trinta volumes da queles preciosos documentos.
Principiei. Primeiro volume, nada Segundo volume, nada. Terceiro volu me, nada. Para encurtar a história, che guei ao fim dos trinta volumes sem en contrar uma única vez a palavra arroz! Surpresa e espanto!, Ninguém me havia
preparado o espírito para semelhante resultado.
conhecido professor e fiIólop,o cm São Paulo, desenvolve interessantes conside muito rohustccem os seus conhecimen
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX^Í**
— de esmiuçar, como eu fiz, os trinta
volumes, um por um, de capa a capa,
'
Houve cultura do arroz nos incunábulos de São Paulo, como se verifica nas
cartas do'padre Nóbrega, escrevendo de São Vicente.
Mas frei Gaspar nos
conta que, pela indolência da gente
praiana, essa cultura definhou e desa
pareceu. E não subiu no Planalto se não muito tardiamente.
Na costa do Brasil, só aos poucos foi o arroz cultivado, e mais para e.vportação do que para consumo do povo. Êste comia fíuinha de mandioca e peixe, como em Santa Catarina; feijão, farinha de
a fim de encontrar uma vez ao menos,
mandioca e carne de porco, tal como
uma única vezinha, a palavra arroz, ain da que fosse em um nome próprio — Francisco Arroz, por exemplo.
São Paulo a farinha de milho foi aos
Não achou nem uma vez?
Pois lá
na Capitania de São Paulo. (No Sul de
poucos desbancando a de mandioca).
Perguntemos agora donde nos veio o
está, no Francisco Arroz, volume tal,
nosso primitivo arroz.
página tanto.
tural do que tal pergunta.
Mas foi tudo em vão.
A ojeriza foi ao extremo, como vamos ver. Em um dos inventários se fala em
Nada mais na
Mas aqui é tempo de corrigir algumas afirmações erradas acerca do arroz.
Comia làs bebras nuevas, e cogia el arros". (1264-1266)
Aí temos, em 1330, na Espanha, não somente a menção do arroz, mas a da
sua cultura, o que explica a maneira natural por que o tradutor do Pentateuco já dava o arroz como coisa conhecidíssüna dos seus leitores.
Em 1445, Cadamosto, falando das suas
navegações pela Costa Africana, diz: "No modo de viver quase todos se governam conforme os Negros do Reino do Se negal, e usam das mesmas comidas, ex ceto que têm arrozes de várias castas,
os quais não nascem no Reino daqueles primeiros Negros". (Segunda Navega
ção, Cap. rv).
Não lhe foi preciso
tendeu-se pela China, pelo Japão e pela
do Francisco, desconfiei de que aquele
Costa Africana.
vindo o arroz.
sítio de arrozal.
Como eu não tivesse
arrozal era erro de cópia ou de impressão. Era fácil deslindar o caso.
Telefonei <
O arroz, cujo "hnbitat" é a Índia, es
Foram os árabes que levaram a sua cultura para a Eiuropa, Lembra-me ter
Quando eu o dei a lume, a surpresa foi tal que, em certos espíritos, virou
em quizília. Era preciso confundir o gramático pretencioso que estava zom^
dindo-lhe o obséquio de verificar se no
citando de memória).
Deu-Iheg então a gana — bendita ganal
"El segundo tenia em su mano Ia fos, Segando Ias çebadas de todo el alfos,
encontrado arroz nem como sobrenome
lido na enciclopédia Spasa, ou em outra
E começou a tarefa do pente-fino.
va no seu famoso poema;
explicar o que era arroz. Êle esta\'a bordejando Cabo Verde, donde, segundo Gabriel Soares, nos teria
para o Arquivo do Estado, expus a questão ao distinto funcionário que é o Dr. Antônio Paulino de Almeida, pe
bando de nosso meio!
XIII,já era muito conhecido na Espanlia, mais do que o coentro, pois do con
trário a mudança seria disparatada.
A origem do nosso arroz
•Q meu livrinho "Do Rancho ao Palá
hebraico, o grego da Septuaginta e o latim da Vulgata falam em coentro. Essa mudança mostra que o arroz, no século
manuscrito estava ou não estava arrozal.
Resposta — "A palavra que ali sé en contra é de difíçil dccifração; mas não
enciclopédia, que a primeira menção do
Arroz nativo
Mas o Brasil, antes de ser descoberto,
(Estou
já não possuía o arroz nati\o de Mato
Já mostrei, num estudo que fiz na "Revista do Arquivo", que numa- requi
tendidos (jue sim. Êsse arroz ainda hoje lá esta. Ano após ano, sem nenhu
arroz na Europa é de 1468.
sição feita a um celeiro municipal em
Grosso até o Amazonas? Pretendem en
ma cultura, cresce e produz. E os in-
Dicesto Econo.mico
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83
Dicesto Econômico
dios, no tempo asado, vão colhê-lo em canoas nos alagadiços. Mas aoui se levanta para o espírito leigo, índagador, um sério problema. Marcgrav na relação das plantas brasi leiras não menciona o arroz. De duas uma: ou não conliecía a nossa planta
lamento de São Simão da funqucíra de 1289 se diz:
"It: a Stevâo jounne.s de
Perafita, ou a seos herées, hum quarteím de milhom". I>aqui se poderia inferir que já então havia em Portu gal milho muiz, ou gro.sso. a que hoje
indígena, ou a conhecia, mas não a con
cliamam naquela terra "milhão". Mas a verdade he, que os antigos punham
siderava nativa.
muitas vezes m sobre o o ultimu de
Esta últiina hipótese, dizem .entendi-
do.s, não se pode admitir; porque o arroz brasileiro não é degenerescência de arroz domesticado. É produto genuíno de nosso solo.
Êsse arroz foi cultivado
outrora, melhorado com a cultura, até
íjue o arroz Carolina o suplantou aos poucos.
Aqui estou pisando em terreno que treme debaixo de meus pés. Não faço mais do que colocar o problema, tal como o ve um leigo, diante
algumas |>alavras sem necessidade a'guma: V. g. "Juriom", por "Jurio". etc.
um
certo
Paulo de
Braga o trouxe à sua terra, vindo da índia. Ao principio, dizem, se prohihio o semeal-o, e só alguns cultivaram pou cos pés nas suas hortas e jardins. Hoje ó o mais freqüente não naipiela pro víncia, e lhe chamam "milho
zaburro", "milho grande", "milho graúdo", "milho maiz", "milhão", ou "milho grosso", e "milho de niaçaroca".
Esqueceu-se Viterbo da designação "milho de Giú-
cas" de Virgílio:
né", que também mencio
"... et miiio venít annua cura" e natural pensar-se.no milho que conhe
nam outras fontes.
palavra "milhom", e leio: "Em um tes-
j
ou que? Ê oriundo da índia, da' Amé
Em 1445, pois, os navegadores já c<^ nheciam o milho "grosso" da Guiné.
i
rica ou da Guiné? Há diferença entre o maiz e o milho da Guiné?
Do "maiz", só viriam a ter notícia meio
Eis as perguntas que pungem um
leigo afeito a não passar pelas palavras sem lhes conhecer o • fundo.
Ora, muito antes do tal Paulo de
Braga andar pela Índia e trazer de lá o seu "milhão", já Portugal devia conhe cer o milho grosso da Guiné, isto é, da Costa da África.
Os navegadores que
século depois.
E aqui fica a nossa pergunta: — O milho gro.sso, que hoje se cultiva na
Europa, donde e quando para lá foi ter?
Um artiguinlio conciso de algum téc nico no assunto faria bem a muita gente boa...
'
da índia um milho grosso e não branco em contraste com o milho pequeno e
branco do velho Portugal, o mesmo dos romanos.
Êsse milho grosso e não branco da índia, passa a ser cultivado em Portu-
í^al com o nome de "zaburro", "grande",
Outras dúvidas
Desejoso de sair dele, de uma feita, formulei por escrito a Navarro de An-
j 1
ra", cap. XXVI).
Afinal, "milho zaburro" é milho gros.so ou miúdo? É branco, vermelho, roxo
Como se vê, a baralhada é completa.
redarmos em cípoal de indecisão ou
Abro o "Elucídário" de Viterbo, na
Fiquei em trevas mais densas.
Paulo de Braga, no século XVII, traz
Aqui se levanta a questão: — Quando 'graúdo", "maiz" (que é da América) milhão", "grosso" e "de maçaroca". foi conhecido o milho grosso ou grande Outros lhe chamam "de Guiné" (não na Europa? Donde foi para lá? da índia nem da América). E aqui também principiamos, nós os Se o leitor pode sair desse aranlxol, leigos (e conosco alguns que não são receba os meus parabéns e se compa leigos) a tactear no escuro e a nos en deça dos mais.
confusões.
habitantes da região não comiam trigo,
porque os nove meses de seca e o ex
Nem os
de milho de diversas castas, isto é, miúdo e grosso". ("Navegação primei-
Quando se lê nas "Geórei-
conhecer.
Navarro, em que êle me dizia ignorar
o que fosse "milho zaburro". na questão!
no século XVII
acerca do milho.
millio painço, não é o nosso müJio] o "maíz" americano, que Roma não podia
Cadamosto, em 1445, falando das pro
duções do reino de Senegal, diz que os cessivo calor não permitiam a cultura do cereal, "e assim o seu pão é feito
Ihotice de gramático, mas
franceses millíet , ^ o milho pequeno o
se cultivava.
consultara, lhe forneceram luz alguma
E agora, mais uma bisbi-
Êsse
presa quando recebi uma cartinha de
brir a América) já teriam conhecido certamente o núlho graúdo que por lá
.seus livTOs, nem os portugueses que
QuarUo ao mtiho
1. chamam
a de Navarro, viria p>ôr os pontos nos li. Assim pensei e creio que acertadamente. Ora bem, qual não foi a minha sur
antes de C^.ombo sonhar cm desco
por "milho", [)elo qual se entendeu .sem pre o milho branco, ou miúdo, até que
no-lo venham deslindar.
cronismo berrante.
Esta pergunta, me parecia, estudada por uma autoridade inconteslada como
descobriram Cabo Verde, para não falar em outras regiões (o que se deu muito
E da mesma sorte se disse au "milhom"
dos técnicos, para que êles
cemos; mas isso importaria num ana
dradc esta pergunta: "Que entende por "milho zaburro?"
DEPÓSITOS NAS CAIXAS ECONÔMICAS FEDERAIS
Ve acãrdo com informações colhidas pelo Conselho Econômicas Federais, os saldos dos depo,rílos
dito pr^dar atino,ram, em SIJe
assim discriminados: Bw de janeiro, Gr^
nw ic^kn. Jinhin TrS
2.474.574.403.80; Rio Grande do Sut, Cr$ ^^3.914.185,50,
170.868.511,10; Estado do Rh, Cr$ 2^5.428 345,00; Pnmna OS 2^. ■ Minas Gerais, Cr$ 199.124.307,80;
Cr§ 10.862.246,00; Ceorrf, CrS 16■ 568-005,10;
'
7^648.787,/0,
Goiás, Cr$ 1.803.061,00; Mato Grosso, Cr$ J-340^342,60, Foro, Cr$^ 27.324.334,40; Sanfa Catarina, Cr$ 21.375.955.90; Moron/iflo, Cr$ 11.305.875,10, Alagoas, Cri 6.681.633,90; Paraíba, Cr$ 1-^1 \696,o0; Fwm Cr$ 2.03,.^
Rio Grande do Norte, Cr§ 1.053.695.70; c Sergipe, Cr§ 3 796 939,10. As inversões que acompanham sempre o acréscimo dos depositas subiram a Cr$ 4.104.740.088,60.
Dicesto Econo.mico
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Dicesto Econômico
dios, no tempo asado, vão colhê-lo em canoas nos alagadiços. Mas aoui se levanta para o espírito leigo, índagador, um sério problema. Marcgrav na relação das plantas brasi leiras não menciona o arroz. De duas uma: ou não conliecía a nossa planta
lamento de São Simão da funqucíra de 1289 se diz:
"It: a Stevâo jounne.s de
Perafita, ou a seos herées, hum quarteím de milhom". I>aqui se poderia inferir que já então havia em Portu gal milho muiz, ou gro.sso. a que hoje
indígena, ou a conhecia, mas não a con
cliamam naquela terra "milhão". Mas a verdade he, que os antigos punham
siderava nativa.
muitas vezes m sobre o o ultimu de
Esta últiina hipótese, dizem .entendi-
do.s, não se pode admitir; porque o arroz brasileiro não é degenerescência de arroz domesticado. É produto genuíno de nosso solo.
Êsse arroz foi cultivado
outrora, melhorado com a cultura, até
íjue o arroz Carolina o suplantou aos poucos.
Aqui estou pisando em terreno que treme debaixo de meus pés. Não faço mais do que colocar o problema, tal como o ve um leigo, diante
algumas |>alavras sem necessidade a'guma: V. g. "Juriom", por "Jurio". etc.
um
certo
Paulo de
Braga o trouxe à sua terra, vindo da índia. Ao principio, dizem, se prohihio o semeal-o, e só alguns cultivaram pou cos pés nas suas hortas e jardins. Hoje ó o mais freqüente não naipiela pro víncia, e lhe chamam "milho
zaburro", "milho grande", "milho graúdo", "milho maiz", "milhão", ou "milho grosso", e "milho de niaçaroca".
Esqueceu-se Viterbo da designação "milho de Giú-
cas" de Virgílio:
né", que também mencio
"... et miiio venít annua cura" e natural pensar-se.no milho que conhe
nam outras fontes.
palavra "milhom", e leio: "Em um tes-
j
ou que? Ê oriundo da índia, da' Amé
Em 1445, pois, os navegadores já c<^ nheciam o milho "grosso" da Guiné.
i
rica ou da Guiné? Há diferença entre o maiz e o milho da Guiné?
Do "maiz", só viriam a ter notícia meio
Eis as perguntas que pungem um
leigo afeito a não passar pelas palavras sem lhes conhecer o • fundo.
Ora, muito antes do tal Paulo de
Braga andar pela Índia e trazer de lá o seu "milhão", já Portugal devia conhe cer o milho grosso da Guiné, isto é, da Costa da África.
Os navegadores que
século depois.
E aqui fica a nossa pergunta: — O milho gro.sso, que hoje se cultiva na
Europa, donde e quando para lá foi ter?
Um artiguinlio conciso de algum téc nico no assunto faria bem a muita gente boa...
'
da índia um milho grosso e não branco em contraste com o milho pequeno e
branco do velho Portugal, o mesmo dos romanos.
Êsse milho grosso e não branco da índia, passa a ser cultivado em Portu-
í^al com o nome de "zaburro", "grande",
Outras dúvidas
Desejoso de sair dele, de uma feita, formulei por escrito a Navarro de An-
j 1
ra", cap. XXVI).
Afinal, "milho zaburro" é milho gros.so ou miúdo? É branco, vermelho, roxo
Como se vê, a baralhada é completa.
redarmos em cípoal de indecisão ou
Abro o "Elucídário" de Viterbo, na
Fiquei em trevas mais densas.
Paulo de Braga, no século XVII, traz
Aqui se levanta a questão: — Quando 'graúdo", "maiz" (que é da América) milhão", "grosso" e "de maçaroca". foi conhecido o milho grosso ou grande Outros lhe chamam "de Guiné" (não na Europa? Donde foi para lá? da índia nem da América). E aqui também principiamos, nós os Se o leitor pode sair desse aranlxol, leigos (e conosco alguns que não são receba os meus parabéns e se compa leigos) a tactear no escuro e a nos en deça dos mais.
confusões.
habitantes da região não comiam trigo,
porque os nove meses de seca e o ex
Nem os
de milho de diversas castas, isto é, miúdo e grosso". ("Navegação primei-
Quando se lê nas "Geórei-
conhecer.
Navarro, em que êle me dizia ignorar
o que fosse "milho zaburro". na questão!
no século XVII
acerca do milho.
millio painço, não é o nosso müJio] o "maíz" americano, que Roma não podia
Cadamosto, em 1445, falando das pro
duções do reino de Senegal, diz que os cessivo calor não permitiam a cultura do cereal, "e assim o seu pão é feito
Ihotice de gramático, mas
franceses millíet , ^ o milho pequeno o
se cultivava.
consultara, lhe forneceram luz alguma
E agora, mais uma bisbi-
Êsse
presa quando recebi uma cartinha de
brir a América) já teriam conhecido certamente o núlho graúdo que por lá
.seus livTOs, nem os portugueses que
QuarUo ao mtiho
1. chamam
a de Navarro, viria p>ôr os pontos nos li. Assim pensei e creio que acertadamente. Ora bem, qual não foi a minha sur
antes de C^.ombo sonhar cm desco
por "milho", [)elo qual se entendeu .sem pre o milho branco, ou miúdo, até que
no-lo venham deslindar.
cronismo berrante.
Esta pergunta, me parecia, estudada por uma autoridade inconteslada como
descobriram Cabo Verde, para não falar em outras regiões (o que se deu muito
E da mesma sorte se disse au "milhom"
dos técnicos, para que êles
cemos; mas isso importaria num ana
dradc esta pergunta: "Que entende por "milho zaburro?"
DEPÓSITOS NAS CAIXAS ECONÔMICAS FEDERAIS
Ve acãrdo com informações colhidas pelo Conselho Econômicas Federais, os saldos dos depo,rílos
dito pr^dar atino,ram, em SIJe
assim discriminados: Bw de janeiro, Gr^
nw ic^kn. Jinhin TrS
2.474.574.403.80; Rio Grande do Sut, Cr$ ^^3.914.185,50,
170.868.511,10; Estado do Rh, Cr$ 2^5.428 345,00; Pnmna OS 2^. ■ Minas Gerais, Cr$ 199.124.307,80;
Cr§ 10.862.246,00; Ceorrf, CrS 16■ 568-005,10;
'
7^648.787,/0,
Goiás, Cr$ 1.803.061,00; Mato Grosso, Cr$ J-340^342,60, Foro, Cr$^ 27.324.334,40; Sanfa Catarina, Cr$ 21.375.955.90; Moron/iflo, Cr$ 11.305.875,10, Alagoas, Cri 6.681.633,90; Paraíba, Cr$ 1-^1 \696,o0; Fwm Cr$ 2.03,.^
Rio Grande do Norte, Cr§ 1.053.695.70; c Sergipe, Cr§ 3 796 939,10. As inversões que acompanham sempre o acréscimo dos depositas subiram a Cr$ 4.104.740.088,60.
83
Dicesto Econômico
CÜLOGERÜS
màticaniente os numerosos cálculos ne
cessários para a correta execução dêsse
m MiníISTÉKIO DA DIERRA
tiro; retorqui-lhe que tais aparelhagens,
pelo general Castro e Silva
mas que delas não falara porque tivera em mente apenas um estudo teórico do
não me eram desconhecidas de leitura",
tiro.
Especial para o "Digesto Econômico"
tive com Calógeras até ser convidado para fazer parte do seu gabinete. Era todavia compreensível que a mas sa do Exército não pudesse supor na quele "paisano" tão simples e despretencioso as altas qualidades de adminis-
'Fiz parte do gabinete do ministro Calógeras — acentua o A. — desde o início
de sua administração até a véspera dos acontecimentos que culminaram com a
revolta da Escola Militar e do Forte de Copacabana, quando assumi o comando
do 1.° Grupo de Artilharia Pesada; chejiei êsse gabinete durante alguns meses, até que chegasse da Europa o coronel
Malan Tive, portanto, muito boa opor-
trador-chefe de invnlgar fecúndia da má quina militar e menos ainda a surpreen dente soma dos seus conhecimentos téc-
dição do ministro g^eneral. Daí a pe
nico-militares.
enfrentar e que durou felizmente muito
taZ
pouco tempo; ràpidamente demon.strou o
enorme interesse que dispensava áos
problemas do Exército e quão pouco li
ininisfro em sua labuta diária: um ofi ciai do seu gabinete era naturalmente indicado para tal incumbência. Rarean
do os^ que ali serviram, tocou-me essa
não fácil missão de que you procurar desobrigar-me da mellior forma que pu der e fazendo apelo à memória para fatos ocoiridos vai para mais de vinte anos.
A nomeação de Calógeras para minis
tro da Guerra do governo do presidente
gava as exterioridades do cargo. Ele não era todavia um desconhecido
assumiu prontamente feição monumen
tal para a época, e assim ainda hoje é reconhecida • ipori q\iantos dela foram
para as classes armadas, que já tinham tido diversas oportunidades de apreciar
testemunhas ou tiveram notícia.
Contacto direto com Calógeras
interesse da defesa nacional. Quero re
Fiz parte do gabinete do ministro Ca
lembrar aqui um episódio que bem de monstra como se mantinha ao par dos No Boletim Mensal
tempo depois recebi de Calógeras, que me desconhecia por completo, um cartão
^®^®||citações pelo meu "magnífico tra
sucederem os magníficos resultados dela.
nos meios militares europeus; pouco
de observar a^ação do ministro e ver se
i
Todos os dons de caráter, coração e
inteligência eram grandes nesse homem;
nrmar os princípios dessa modalidade
à extraordinária capacidade de trabalho, tura, aliavam-se grande bondade, cons
que no govêmo republicano se entrega va a direção dos negócios do Exército
do fogo de artilharia; respondeu-me prontamente pondo em relevo ser a pri meira vez que via ser abordado tal
inquebrantável fôrça de vontade, invulgax inteligência, vastidão notável de cul
assunto na literatura indígena, mas lem
-queza no trato. Nunca o vi encolerízado
a um civil, quebrando-se destarte a tra-
mecânicas que resolviam rápida e auto-
Epitácio Pessoa foi verdadeira surpresa 6, não se pode ocultar, causou certo des contentamento no seio dos possíveis can
didatos ao cargo. Era a primeira vez
brava-me que já havia aparelhagens
ta anos de ser.dço já tinham apurado e
alto grau meu ceticismo sôbre a disposição dos órgãos do poder pu J dispensadores de recursos para a
cia da defesa nacional, e por isso n-
à socapa. Calógeras bem o pe^ceb^' mas nada me disse; certamente, por
>
no seu íntimo qualificou-me conio
daqueles que nunca poderiam ver a mover montanhas.
A capacidade de trabalho de
,,
=
ras era realmente admirável e pode s
avaliada por sua atividade diária norm • às 7 horas já se achava montando sua
eguazinha branca, visitava alguns quar
'
isso até cerca de 10 horas; as 1
^
trava no Ministério, onde
mens públicos, amigos e desconhecidos,
gabinete durante alguns meses até què chegasse dí Europa o coronel Malan. Tive, portanto, muito boa oportunidade
mana de costa", na qual procurara eu
amanhadas que possuíamos então,
resolvia questões administrabvas, r«:e
Artilharia Pesada; chefiei mesmo êsse
panha", assunto muito debatido então
exemplar da brochura "O tiro da arti-
aparelhadas, ao invés das cinco nw
lógeras desde o início de sua adminis Militar e do Forte de Copacabana, quan do assumi o comando do 1.° Grupo de
de 1914, publiquei um estudo sobre o projétil único para a artilharia de cam
Enviei-lhe em seguida um
bro-me de que, logo no comê^ de su
administração, uma vez me disse qu tencionava deixar o Exército orgamma em dez divisões de infantaria, tôdas be
tração até a vespera dos acontecimentos
que culminaram com a revolta da Escola
do Estado Maior do Exército, de abril
balho".
empolgado pela grandeza da obra qu® projetara; sua expressão fa%'orita^^era en tão "a fé pode mover montanhas". 1^°^"
téis e sobretudo obras em
sua atuação como homem público'no
assuntos militares.
Assim não era lógico
que se pudessem esperar grandes e diuadouras coisas da sua gestão, já encurtada para pouco mais de três anos quando assumiu o cargo. Tal foi, porém, o esfor ço por êle desenvolvido que a sua obra
quena oposição surda que êle teve de
tumdade de observar a ação do mineiro
E ^ João Pandiá Calópassagem pelo Mmisténo da Guerra, é tarefa que vena ser coi^iada a escritor de pêso gue nao eu. Pensou-se, porém. queS Wa sena melliormente descrita por al^em que tivesse seguido de pertro
E foi ésse o único contacto que
Êsse homem inteligente e culto tor nava-se às vêzes um %ãsionário quan o
tante bom humor, delicadeza e fran-
e esbravejanle, muito embora Iiouvessé por vêzes razões de aborrecimento.
visitas, ouvia solicitações de
,
até cêrca das 17 horas; começava então o despacho do expediente, que na findava antes das 19 horas. Leva\\a ain
da para casa numerosos papeis que qu ria estudar pessoalmente o que o absor via quase sempre até meia-noite. INao sei como encontrava ainda tempo para
seus deveres sociais, leituras e amaliurecimento dos vastos projetos que po voavam sua mente.
Qualquer coisa que lesse lhe ficava para sempre gravada na memória, e se alguma vez esta. emperrasse um fwuco quando era necessária a reconstituição do assunto, não admitia que nenhum dos seus auxiliares lhe prestasse ajuda; recoUiia-se t)or alguns instantes e ràpi damente voltava a recordar-se de tudo;
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Dicesto Econômico
CÜLOGERÜS
màticaniente os numerosos cálculos ne
cessários para a correta execução dêsse
m MiníISTÉKIO DA DIERRA
tiro; retorqui-lhe que tais aparelhagens,
pelo general Castro e Silva
mas que delas não falara porque tivera em mente apenas um estudo teórico do
não me eram desconhecidas de leitura",
tiro.
Especial para o "Digesto Econômico"
tive com Calógeras até ser convidado para fazer parte do seu gabinete. Era todavia compreensível que a mas sa do Exército não pudesse supor na quele "paisano" tão simples e despretencioso as altas qualidades de adminis-
'Fiz parte do gabinete do ministro Calógeras — acentua o A. — desde o início
de sua administração até a véspera dos acontecimentos que culminaram com a
revolta da Escola Militar e do Forte de Copacabana, quando assumi o comando
do 1.° Grupo de Artilharia Pesada; chejiei êsse gabinete durante alguns meses, até que chegasse da Europa o coronel
Malan Tive, portanto, muito boa opor-
trador-chefe de invnlgar fecúndia da má quina militar e menos ainda a surpreen dente soma dos seus conhecimentos téc-
dição do ministro g^eneral. Daí a pe
nico-militares.
enfrentar e que durou felizmente muito
taZ
pouco tempo; ràpidamente demon.strou o
enorme interesse que dispensava áos
problemas do Exército e quão pouco li
ininisfro em sua labuta diária: um ofi ciai do seu gabinete era naturalmente indicado para tal incumbência. Rarean
do os^ que ali serviram, tocou-me essa
não fácil missão de que you procurar desobrigar-me da mellior forma que pu der e fazendo apelo à memória para fatos ocoiridos vai para mais de vinte anos.
A nomeação de Calógeras para minis
tro da Guerra do governo do presidente
gava as exterioridades do cargo. Ele não era todavia um desconhecido
assumiu prontamente feição monumen
tal para a época, e assim ainda hoje é reconhecida • ipori q\iantos dela foram
para as classes armadas, que já tinham tido diversas oportunidades de apreciar
testemunhas ou tiveram notícia.
Contacto direto com Calógeras
interesse da defesa nacional. Quero re
Fiz parte do gabinete do ministro Ca
lembrar aqui um episódio que bem de monstra como se mantinha ao par dos No Boletim Mensal
tempo depois recebi de Calógeras, que me desconhecia por completo, um cartão
^®^®||citações pelo meu "magnífico tra
sucederem os magníficos resultados dela.
nos meios militares europeus; pouco
de observar a^ação do ministro e ver se
i
Todos os dons de caráter, coração e
inteligência eram grandes nesse homem;
nrmar os princípios dessa modalidade
à extraordinária capacidade de trabalho, tura, aliavam-se grande bondade, cons
que no govêmo republicano se entrega va a direção dos negócios do Exército
do fogo de artilharia; respondeu-me prontamente pondo em relevo ser a pri meira vez que via ser abordado tal
inquebrantável fôrça de vontade, invulgax inteligência, vastidão notável de cul
assunto na literatura indígena, mas lem
-queza no trato. Nunca o vi encolerízado
a um civil, quebrando-se destarte a tra-
mecânicas que resolviam rápida e auto-
Epitácio Pessoa foi verdadeira surpresa 6, não se pode ocultar, causou certo des contentamento no seio dos possíveis can
didatos ao cargo. Era a primeira vez
brava-me que já havia aparelhagens
ta anos de ser.dço já tinham apurado e
alto grau meu ceticismo sôbre a disposição dos órgãos do poder pu J dispensadores de recursos para a
cia da defesa nacional, e por isso n-
à socapa. Calógeras bem o pe^ceb^' mas nada me disse; certamente, por
>
no seu íntimo qualificou-me conio
daqueles que nunca poderiam ver a mover montanhas.
A capacidade de trabalho de
,,
=
ras era realmente admirável e pode s
avaliada por sua atividade diária norm • às 7 horas já se achava montando sua
eguazinha branca, visitava alguns quar
'
isso até cerca de 10 horas; as 1
^
trava no Ministério, onde
mens públicos, amigos e desconhecidos,
gabinete durante alguns meses até què chegasse dí Europa o coronel Malan. Tive, portanto, muito boa oportunidade
mana de costa", na qual procurara eu
amanhadas que possuíamos então,
resolvia questões administrabvas, r«:e
Artilharia Pesada; chefiei mesmo êsse
panha", assunto muito debatido então
exemplar da brochura "O tiro da arti-
aparelhadas, ao invés das cinco nw
lógeras desde o início de sua adminis Militar e do Forte de Copacabana, quan do assumi o comando do 1.° Grupo de
de 1914, publiquei um estudo sobre o projétil único para a artilharia de cam
Enviei-lhe em seguida um
bro-me de que, logo no comê^ de su
administração, uma vez me disse qu tencionava deixar o Exército orgamma em dez divisões de infantaria, tôdas be
tração até a vespera dos acontecimentos
que culminaram com a revolta da Escola
do Estado Maior do Exército, de abril
balho".
empolgado pela grandeza da obra qu® projetara; sua expressão fa%'orita^^era en tão "a fé pode mover montanhas". 1^°^"
téis e sobretudo obras em
sua atuação como homem público'no
assuntos militares.
Assim não era lógico
que se pudessem esperar grandes e diuadouras coisas da sua gestão, já encurtada para pouco mais de três anos quando assumiu o cargo. Tal foi, porém, o esfor ço por êle desenvolvido que a sua obra
quena oposição surda que êle teve de
tumdade de observar a ação do mineiro
E ^ João Pandiá Calópassagem pelo Mmisténo da Guerra, é tarefa que vena ser coi^iada a escritor de pêso gue nao eu. Pensou-se, porém. queS Wa sena melliormente descrita por al^em que tivesse seguido de pertro
E foi ésse o único contacto que
Êsse homem inteligente e culto tor nava-se às vêzes um %ãsionário quan o
tante bom humor, delicadeza e fran-
e esbravejanle, muito embora Iiouvessé por vêzes razões de aborrecimento.
visitas, ouvia solicitações de
,
até cêrca das 17 horas; começava então o despacho do expediente, que na findava antes das 19 horas. Leva\\a ain
da para casa numerosos papeis que qu ria estudar pessoalmente o que o absor via quase sempre até meia-noite. INao sei como encontrava ainda tempo para
seus deveres sociais, leituras e amaliurecimento dos vastos projetos que po voavam sua mente.
Qualquer coisa que lesse lhe ficava para sempre gravada na memória, e se alguma vez esta. emperrasse um fwuco quando era necessária a reconstituição do assunto, não admitia que nenhum dos seus auxiliares lhe prestasse ajuda; recoUiia-se t)or alguns instantes e ràpi damente voltava a recordar-se de tudo;
y
r Digesto Econômico
de modo análogo procedia quando que ria lembrar-se do nome de alguma pes soa ligada a um dado caso.
87
Dir.ESTO Econômico
80
Lia com
rapidez esoantosa, e quando alguém pu nha em dúvida que tivesse apanhado
rações de xiilto executada.s nos três anos
fé-lo adquirir um outro mais aparatoso e que não destoa.sse nos cortejos que se verificariam.
Não se contentou com isso.
Alma de verdadairo soldado
todo o assunto, colocava o livro ou do
cumento . sobre a mesa e repetia tudo
c pouco de sua administração bastaria paru marcar de modo indelével sua pas.sagem pelo Ministério da Guerra.
Çuando foi da revolta da Escola Mi
litar e do Fortç de Copacabana, em
O recru
3uanto se construíam edifícios adequaos. Quando êle deixou o Ministério em 1923, tôdas essas escolas estavam perfei tamente instaladas em suas novas sedes.
A feitura de numerosos regulamentos mi
tamento pelo serviço obrigatório mere
litares, repositórios dos ensinamentos da
ceu sempre sua maior atenção, e não
poucos loram os melhoramentos intro
Missão, se processava "à toute vitesse" 6 não pequeno foi o esforço do Minis
duzidos na execução dêsse serviço; nun
tro para conseguir a sua impressão.
quanto lera, não "mot-à-mot", é claro.
1922, disseram-me os camaradas do ga
E que nao lia como a maioria dos mor
binete, que eu dei.xara na véspera, que
ca, porém, se iludiu com a vanglória
da bòca de Calógcras nunca saiu pala
de ter realizado nesse domínio reforma
vra de rancor ou insulto aos revoltosos,.
de caráter definitivo, pois naquela época
cia do Exército, coisa até então e.xistente
mas que depois da vitória do governo e.xprimiu abertamente seu grande pesar
era do todo impossível assegurar-lhe
em estado verdadeiramente embrionário,
eficiência razoável.
e portanto ineficiente. O plano de or ganização de vasto sistema de abaste
tais, palavra após palavra, mas sim abrangia com a vista duas ou três linhas
de uma só vez, focalizando as expressões marcantes e o cérebro obediente e trei nado fazia o resto.
Como caraterístico de sua grande sim plicidade desapêgo às exterioridades e requintida economia com que dispunha
dos dinheíros públicos, quero citar aqui
pelos mortos de ambos os lado.s e pela ruptura da carreira dos alunos militares. O interesse pelas coisas do Exército .se
A Missão Militar Fraticesa
A
êle possuía a alma de verdadeiro sol dado e era um grande chefe militar.
tância de 12 contos, se não me fallia
a memória. Era uma boa máquina, mas de modelo antiquado e extravagante, es tofada de pano avermelhado, tirando ao roxo. Apesar de todas as observações chistosas do próprio presidente e dos
bases sólidas, consentâneas à sua fina
consubstanciariam em formidável eco
nomia para os cofres públicos; a cons trução dos primeiros edifícios do Esta
Freqüentemente, por exemplo, na data
lidade. O nível da instrução profissional
belecimento Central do Serviço de Sub
do pagamento de vencimentos à tropa, o-
havia, ó certo, melliorado sensivelmente
sistência, em Benfica, marcava o início
diretor da Contabilidade da Guerra co
desde o regresso das turmas de oficiais mandados ao Exército alemão, mas fal tou-lhe sempre a ação diretora de um
mente, foi abandonaao por algum tempo depois da partida do ministro Calógeras.
Calógeras, que já fôra ministro da Fa zenda e conhecia portanto tôdas as tricas burocráticas do Tesouro, corria a en
órgão superior que enfei.\asse de modo competente e com indiscutível autorida
tender-se com o seu colega daquele Mi
forço.s.
nistério e nunca regressou sem que pu
ê.sstí órgão ~ a Missão Militar Francesa;
desse telefonar para a Contabilidade qu&
A sua vinda é obra do seu antecessor,
de a orientação e a seqüência dos es-
Não foi Calógeras quem criou
mandasse novamente buscar o nume
o general Cardoso de Aguiar. Mas, foi
rário.
na administração de Calógeras que a
Conhecedor pmfundo que era das ne
Missão
cessidades do Exército, causavam-lhe
se
constituiu
definitivamente,
horror as condições da grande maioria
dos aquartelamentos da tropa e da ar
chegou ao Brasil e começou a funcionar, recebendo sempre de sua parle o mais entusiástico e contínuo apoio, sem o
mazenagem do pouco material e.xisten-
qual pouca coisa poderia ter feito de
tc;
Repetia freqüentemente:
"Não c
proveitoso e sobretudo duradouro. Foi
possível retirar os moço» do seio das
formidável sua ação para permitir e au
fartulia.s para alojá-los em verdadeiras pocilgas, que são muitos dos nos.sos
xiliar o trabalho da Missão Militar Fran
cesa; não houve dificuldade que não
quartéis, nem adquirir custosos arma mentos e outros materiais pura deixar
fôsse removida ou ccntonrada: não exis
que se deteriorem em galpões de todo
lação das Escolas de Estado Maior, de
tiam edifícios apropriados para a insta
inadequados à sua armazenagem e con
Aperfeiçoamento de Oficiais, de Aviação,
servação". Daí a sua formidável campa
do Intendência, de Veterinária e outrasf
nha pela construção de quartéis, depó
seus pares no govêmo, manteve êsse
sitos, hospitais, etc., e pe.lo melhoramen-'
carro até a ocasião da visita do Rei Al
Io daqueles que podiam ser melhorados. A soma de construções novas e de re-pa-
berto da Bélgica, quando o presidente
instrução técnico-profissional do
Corpo de Oficiais nunca assentara em
Tesouro voltara com as mãos vazias,
' cargo, o único automóvel bom encontra do no espólio do seu antecessor era um "double-phaeton" cuja marca não me ocorrej o ministro precisava de um carro fechada e adquiriu então um "cabriolet" "Renaud" em segunda mão pela impor
cimento foi realmente soberbo e prome
tia os mais lisonjeiros resultados, que se
manifestava a todo o momento: é que
municava que o funcionário mandado ae
o fato vulgar da compra de um automó vel para uso do ministro. Ao assumir o
Não se pode esquecer a atenção dada
por Calógeras ao Serviço de Intendên
comprimiram-se ao máximo as reparti-
Ia.)»...
da execução dêsse plano, aue, infeliz Manobras no Rio Graride do Sul
Em 1922 realizaram-se no Rio Grande do Sul as mais importantes manobras com tropas e serviços até então encena
das pelo Exército. A realização dessas manobras foi possível unicamente pela inquebrantável fôrya de vontade de Ca lógeras; as dificuldades eram quase in superáveis, avultando entre elas o pés simo estado sanitário na região, onde
grassava o tifo. Raros foram os chefes militares que não exprimiram seus re
ceios de que a empresa resultasse num fracasso, ou mesmo em desastre de ter ríveis conseqüências. Calógeras insis tiu; queria pôr à pro\'a concreta as con dições da tropa, que tinha por missão pri mordial a defesa da primeira linha de nossa fronteira; multiplicou-se para obter recursos, fez vacinar contra"o tifo o pes soal Has tropas e serviços que tomariam
-ções militares de tôda sorte, de modo a
parte nas manobras, comprou cavalos e
se criarem acomodações provisórias, en-
viaturas... e as manobras foram feitas.
■ 1.
y
r Digesto Econômico
de modo análogo procedia quando que ria lembrar-se do nome de alguma pes soa ligada a um dado caso.
87
Dir.ESTO Econômico
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Lia com
rapidez esoantosa, e quando alguém pu nha em dúvida que tivesse apanhado
rações de xiilto executada.s nos três anos
fé-lo adquirir um outro mais aparatoso e que não destoa.sse nos cortejos que se verificariam.
Não se contentou com isso.
Alma de verdadairo soldado
todo o assunto, colocava o livro ou do
cumento . sobre a mesa e repetia tudo
c pouco de sua administração bastaria paru marcar de modo indelével sua pas.sagem pelo Ministério da Guerra.
Çuando foi da revolta da Escola Mi
litar e do Fortç de Copacabana, em
O recru
3uanto se construíam edifícios adequaos. Quando êle deixou o Ministério em 1923, tôdas essas escolas estavam perfei tamente instaladas em suas novas sedes.
A feitura de numerosos regulamentos mi
tamento pelo serviço obrigatório mere
litares, repositórios dos ensinamentos da
ceu sempre sua maior atenção, e não
poucos loram os melhoramentos intro
Missão, se processava "à toute vitesse" 6 não pequeno foi o esforço do Minis
duzidos na execução dêsse serviço; nun
tro para conseguir a sua impressão.
quanto lera, não "mot-à-mot", é claro.
1922, disseram-me os camaradas do ga
E que nao lia como a maioria dos mor
binete, que eu dei.xara na véspera, que
ca, porém, se iludiu com a vanglória
da bòca de Calógcras nunca saiu pala
de ter realizado nesse domínio reforma
vra de rancor ou insulto aos revoltosos,.
de caráter definitivo, pois naquela época
cia do Exército, coisa até então e.xistente
mas que depois da vitória do governo e.xprimiu abertamente seu grande pesar
era do todo impossível assegurar-lhe
em estado verdadeiramente embrionário,
eficiência razoável.
e portanto ineficiente. O plano de or ganização de vasto sistema de abaste
tais, palavra após palavra, mas sim abrangia com a vista duas ou três linhas
de uma só vez, focalizando as expressões marcantes e o cérebro obediente e trei nado fazia o resto.
Como caraterístico de sua grande sim plicidade desapêgo às exterioridades e requintida economia com que dispunha
dos dinheíros públicos, quero citar aqui
pelos mortos de ambos os lado.s e pela ruptura da carreira dos alunos militares. O interesse pelas coisas do Exército .se
A Missão Militar Fraticesa
A
êle possuía a alma de verdadeiro sol dado e era um grande chefe militar.
tância de 12 contos, se não me fallia
a memória. Era uma boa máquina, mas de modelo antiquado e extravagante, es tofada de pano avermelhado, tirando ao roxo. Apesar de todas as observações chistosas do próprio presidente e dos
bases sólidas, consentâneas à sua fina
consubstanciariam em formidável eco
nomia para os cofres públicos; a cons trução dos primeiros edifícios do Esta
Freqüentemente, por exemplo, na data
lidade. O nível da instrução profissional
belecimento Central do Serviço de Sub
do pagamento de vencimentos à tropa, o-
havia, ó certo, melliorado sensivelmente
sistência, em Benfica, marcava o início
diretor da Contabilidade da Guerra co
desde o regresso das turmas de oficiais mandados ao Exército alemão, mas fal tou-lhe sempre a ação diretora de um
mente, foi abandonaao por algum tempo depois da partida do ministro Calógeras.
Calógeras, que já fôra ministro da Fa zenda e conhecia portanto tôdas as tricas burocráticas do Tesouro, corria a en
órgão superior que enfei.\asse de modo competente e com indiscutível autorida
tender-se com o seu colega daquele Mi
forço.s.
nistério e nunca regressou sem que pu
ê.sstí órgão ~ a Missão Militar Francesa;
desse telefonar para a Contabilidade qu&
A sua vinda é obra do seu antecessor,
de a orientação e a seqüência dos es-
Não foi Calógeras quem criou
mandasse novamente buscar o nume
o general Cardoso de Aguiar. Mas, foi
rário.
na administração de Calógeras que a
Conhecedor pmfundo que era das ne
Missão
cessidades do Exército, causavam-lhe
se
constituiu
definitivamente,
horror as condições da grande maioria
dos aquartelamentos da tropa e da ar
chegou ao Brasil e começou a funcionar, recebendo sempre de sua parle o mais entusiástico e contínuo apoio, sem o
mazenagem do pouco material e.xisten-
qual pouca coisa poderia ter feito de
tc;
Repetia freqüentemente:
"Não c
proveitoso e sobretudo duradouro. Foi
possível retirar os moço» do seio das
formidável sua ação para permitir e au
fartulia.s para alojá-los em verdadeiras pocilgas, que são muitos dos nos.sos
xiliar o trabalho da Missão Militar Fran
cesa; não houve dificuldade que não
quartéis, nem adquirir custosos arma mentos e outros materiais pura deixar
fôsse removida ou ccntonrada: não exis
que se deteriorem em galpões de todo
lação das Escolas de Estado Maior, de
tiam edifícios apropriados para a insta
inadequados à sua armazenagem e con
Aperfeiçoamento de Oficiais, de Aviação,
servação". Daí a sua formidável campa
do Intendência, de Veterinária e outrasf
nha pela construção de quartéis, depó
seus pares no govêmo, manteve êsse
sitos, hospitais, etc., e pe.lo melhoramen-'
carro até a ocasião da visita do Rei Al
Io daqueles que podiam ser melhorados. A soma de construções novas e de re-pa-
berto da Bélgica, quando o presidente
instrução técnico-profissional do
Corpo de Oficiais nunca assentara em
Tesouro voltara com as mãos vazias,
' cargo, o único automóvel bom encontra do no espólio do seu antecessor era um "double-phaeton" cuja marca não me ocorrej o ministro precisava de um carro fechada e adquiriu então um "cabriolet" "Renaud" em segunda mão pela impor
cimento foi realmente soberbo e prome
tia os mais lisonjeiros resultados, que se
manifestava a todo o momento: é que
municava que o funcionário mandado ae
o fato vulgar da compra de um automó vel para uso do ministro. Ao assumir o
Não se pode esquecer a atenção dada
por Calógeras ao Serviço de Intendên
comprimiram-se ao máximo as reparti-
Ia.)»...
da execução dêsse plano, aue, infeliz Manobras no Rio Graride do Sul
Em 1922 realizaram-se no Rio Grande do Sul as mais importantes manobras com tropas e serviços até então encena
das pelo Exército. A realização dessas manobras foi possível unicamente pela inquebrantável fôrya de vontade de Ca lógeras; as dificuldades eram quase in superáveis, avultando entre elas o pés simo estado sanitário na região, onde
grassava o tifo. Raros foram os chefes militares que não exprimiram seus re
ceios de que a empresa resultasse num fracasso, ou mesmo em desastre de ter ríveis conseqüências. Calógeras insis tiu; queria pôr à pro\'a concreta as con dições da tropa, que tinha por missão pri mordial a defesa da primeira linha de nossa fronteira; multiplicou-se para obter recursos, fez vacinar contra"o tifo o pes soal Has tropas e serviços que tomariam
-ções militares de tôda sorte, de modo a
parte nas manobras, comprou cavalos e
se criarem acomodações provisórias, en-
viaturas... e as manobras foram feitas.
■ 1.
Digesto Econômico
88
"Dicesto Econômico Não constituiram certamente um sucesso
para o seu sucessor a assinatura desse
do ponto de vista da defesa nacional,
c-ontrato, o que, aliás, êle não fez.
porque a tropa não tinha preparo pro-
hssional, nem os diversos serviços esta
Guerra foi, no final das contas, o sa
litar.
crifício consentido da vida política de
Mas não houve desastre; só tive
conhecimento da morte de um soldado,
que se afogou quando se banhava num ■
Calógeras.
Seu entranhaclo amor ao
Exército, a profunda e inabalável con
De fato,
muitas delas não podem ser reveladas
por terem sido ouvidas confidenciahnen-
mente o seu apoio moral à medida em
vicção de que ali se achava para servir
questão, sem deixar de cumprir a or
tão somente aos interesses da defesa
dem, como era do seu dever.
nacional, seu zeloso respeito pelos re gulamentos militares, levaram-no sem pre a negar peremptòriamente aos seus
tais casos foram raros e de mínima im
ensina
chefe da Missão Militar Francesa em seu relatório: a impossibilidade de de fender eficientemente o Rio Grande do Sul nas condições momentâneas
do Exército. Privadamente me disse o general Gamelin: "Foi um inestimável serviço prestado por Calógeras o de mostrar esse
estedo de coisas, pois é muito
diferente o que vale uma tropa H como efetivo nos quartéis e o ^ que ela pode render na guerra. Mereceu, também, os cuidados
maiores meitores e melhores amigos po-
da guerra, que acabava de ter-
'
minar. Após largas e demoradas experiências, apresentaram as co missões de estudos os seus rela tórios, e foram então encomenda dos um certo número de baterias
fazia um pedido inadmissível, o ministro primeiramente lhe ex
plicava as razões pelas quais não podia atendê-lo; se eram aceitas,
«)^muito bem; mas se havia insistên cia na solicitação, Calógeras en tão puxava simplesmente seus
impossível" — e não havia jeito de fazê-lo voltar atrás. Certa vez um desses visitantes, insatisfeito seu pedido, disse-me encolerizado:
"Êsse seu ministro é coberto de
cacos de vidro; nêle não se pode pegar". Naturalmente, repeli a
. frase ao ministro por julgá-la antes
de canhões de montanha ás usi
fflf ®lugiosa; riu-se muito e foi então
nas Schneider, alguns milhares de
i i j'; !' consentido da sua vida política
fuzis-metralhadoras,
metralhado
ill que ouvi a ccmfissão do sacrifício
futura; "Quando aceitei o cargo
ras leves e pesadas, e muitos outros milhares de fuzis e mosquetões
nugo mesmo o compromisso de nunca
Mauser.
ceder a qualquer pedido que pudesse de
Foi. mesmo lavrado um con
trato para fornecimento de mais de uma centena de baterias de canhões cie
. campanha de 75 mm. Schneider; 'mas considerações de ordem política levaram o presidente Epitácio Pessoa a deixar
quadro da tarefa de que fui incumbido; sinto não ter podido desempènhá-la na altura do grande homem que me hourou com a sua amizade e a quem me orgulho de haver au.\Íliado.
Quando um dos seus visitantes,
terlocutor e dizia — '"é de todo
I
Outros aspectos da sua no
tável figura, dignos de relevo, saem do
após uma longa "conversa fiada",
mamento que, com exceção dos
não correspondia mais às exigên
portância; nunca atingiram o prestígp do ministro.
nio público, e portanto não interessa renetí-las.
taxado de "filhotismo" ou "negociata".
fuzis e al^mas metralhadoras, cias impostas pelos en.sinamentos
Aliás,
te, e outras são de há muito do domí
liticos qualquer favor cjue pudesse ser
óculos para a ponta do nariz, olhava firmemente para o seu in
de Calógeras a renovação do ar
Muita coisa poderia ainda ser dita para ilustrar a fecunda atuação de Ca lógeras no Ministério da Guerra; mas
era o presidente o único responsável por tudo quanto o ministro pudesse fazer, mas desse modo ôste negava implicita
ordem do Snr. Presidente".
ridos... em dois médicos. Dessas manobras ficou um
mento que foi pôsto em evidência de
.j
O exercício do cargo de ministro da
pois de haver obtemperado, quando hão a julgava proveitosa para o Exército, encabeçax-a o seu ato pela expressão "Por
rio, e de dois casos leves de tifo ocor
modo completo e impressionante pelo
I
Sacrifício consentido
vam aparelhados e treinados; assim não puderam supicrtar satisfatoriamente essa espécie de exame final da instrução mi
89
de ministro da Guerra tomei co-
qualquer forma ir de encontro aos in
teresses do Exército; sei muito bem que com isso me inutilizo politicamente'
Se algurna vez tinha de cumprir unia ordem do presidente da República, de-
MAIOR EXPORTAÇÃO DE CAMINHÕES COM O AUMENTO DA PRODUÇÃO
i
Os fabricantes de caminhões declararam, - segundo noticia o ^oletini Ame ricano", editado em português em Nova Iorque — que a si^ensõo de centro es de exportação para os seus produtos e o aumento de produção elevarão, este afW, a 250.000 o nthnero de unidades exportadas. Esclareceram, porém, que essa majoração se deverá em primeiro lugar ao aumento da produção. Durante os primeiros catorze meses do após-guerra, com os controles de exportação, a indústria de caminhões, em geral, não atingiu a cota de exportação autorizada de 20,44«. Os produtores, em sua maioria, opinam que não chegarao a exportar mais do que a cota preliminarmente estabelecida, embora estejam agora suspensos os controles.
Os principais beneficiados pela eliminação de controles de e-xportaçao, no
caso, foram ds luições em que ná grande valorização do dólar, particularmente
algurr^ repúblicas da América Latina. Na vigência dos controles, êsses países eram limUados a um certo número de caminhões, dentro de uma percentagem ^'de -praxe", estabelecida pelos Estados Unidos. . , ,
Um dos maiores produtores, porém, declarou que continuara a seguir a "praxe" de distribuição entre todos os países, embarcando a mesma percentagem do ano passado, embora esteja essa cifra muito abaixo do limite autorizado.
Um onfro grande fabricante, que exportou em 1946 a sua cota completa, declarou que haverá, provàvelmente, um pequeno aumento na sim exportação. Uma companhia de menores proporções, tendo exportado, sob a lei de con
troles, 15% de sua produção, quando, lhe eram facultados 20%, expressou a espe
rança de poder estender a sua cota para 20%, aumentando a produção de 50%.
Digesto Econômico
88
"Dicesto Econômico Não constituiram certamente um sucesso
para o seu sucessor a assinatura desse
do ponto de vista da defesa nacional,
c-ontrato, o que, aliás, êle não fez.
porque a tropa não tinha preparo pro-
hssional, nem os diversos serviços esta
Guerra foi, no final das contas, o sa
litar.
crifício consentido da vida política de
Mas não houve desastre; só tive
conhecimento da morte de um soldado,
que se afogou quando se banhava num ■
Calógeras.
Seu entranhaclo amor ao
Exército, a profunda e inabalável con
De fato,
muitas delas não podem ser reveladas
por terem sido ouvidas confidenciahnen-
mente o seu apoio moral à medida em
vicção de que ali se achava para servir
questão, sem deixar de cumprir a or
tão somente aos interesses da defesa
dem, como era do seu dever.
nacional, seu zeloso respeito pelos re gulamentos militares, levaram-no sem pre a negar peremptòriamente aos seus
tais casos foram raros e de mínima im
ensina
chefe da Missão Militar Francesa em seu relatório: a impossibilidade de de fender eficientemente o Rio Grande do Sul nas condições momentâneas
do Exército. Privadamente me disse o general Gamelin: "Foi um inestimável serviço prestado por Calógeras o de mostrar esse
estedo de coisas, pois é muito
diferente o que vale uma tropa H como efetivo nos quartéis e o ^ que ela pode render na guerra. Mereceu, também, os cuidados
maiores meitores e melhores amigos po-
da guerra, que acabava de ter-
'
minar. Após largas e demoradas experiências, apresentaram as co missões de estudos os seus rela tórios, e foram então encomenda dos um certo número de baterias
fazia um pedido inadmissível, o ministro primeiramente lhe ex
plicava as razões pelas quais não podia atendê-lo; se eram aceitas,
«)^muito bem; mas se havia insistên cia na solicitação, Calógeras en tão puxava simplesmente seus
impossível" — e não havia jeito de fazê-lo voltar atrás. Certa vez um desses visitantes, insatisfeito seu pedido, disse-me encolerizado:
"Êsse seu ministro é coberto de
cacos de vidro; nêle não se pode pegar". Naturalmente, repeli a
. frase ao ministro por julgá-la antes
de canhões de montanha ás usi
fflf ®lugiosa; riu-se muito e foi então
nas Schneider, alguns milhares de
i i j'; !' consentido da sua vida política
fuzis-metralhadoras,
metralhado
ill que ouvi a ccmfissão do sacrifício
futura; "Quando aceitei o cargo
ras leves e pesadas, e muitos outros milhares de fuzis e mosquetões
nugo mesmo o compromisso de nunca
Mauser.
ceder a qualquer pedido que pudesse de
Foi. mesmo lavrado um con
trato para fornecimento de mais de uma centena de baterias de canhões cie
. campanha de 75 mm. Schneider; 'mas considerações de ordem política levaram o presidente Epitácio Pessoa a deixar
quadro da tarefa de que fui incumbido; sinto não ter podido desempènhá-la na altura do grande homem que me hourou com a sua amizade e a quem me orgulho de haver au.\Íliado.
Quando um dos seus visitantes,
terlocutor e dizia — '"é de todo
I
Outros aspectos da sua no
tável figura, dignos de relevo, saem do
após uma longa "conversa fiada",
mamento que, com exceção dos
não correspondia mais às exigên
portância; nunca atingiram o prestígp do ministro.
nio público, e portanto não interessa renetí-las.
taxado de "filhotismo" ou "negociata".
fuzis e al^mas metralhadoras, cias impostas pelos en.sinamentos
Aliás,
te, e outras são de há muito do domí
liticos qualquer favor cjue pudesse ser
óculos para a ponta do nariz, olhava firmemente para o seu in
de Calógeras a renovação do ar
Muita coisa poderia ainda ser dita para ilustrar a fecunda atuação de Ca lógeras no Ministério da Guerra; mas
era o presidente o único responsável por tudo quanto o ministro pudesse fazer, mas desse modo ôste negava implicita
ordem do Snr. Presidente".
ridos... em dois médicos. Dessas manobras ficou um
mento que foi pôsto em evidência de
.j
O exercício do cargo de ministro da
pois de haver obtemperado, quando hão a julgava proveitosa para o Exército, encabeçax-a o seu ato pela expressão "Por
rio, e de dois casos leves de tifo ocor
modo completo e impressionante pelo
I
Sacrifício consentido
vam aparelhados e treinados; assim não puderam supicrtar satisfatoriamente essa espécie de exame final da instrução mi
89
de ministro da Guerra tomei co-
qualquer forma ir de encontro aos in
teresses do Exército; sei muito bem que com isso me inutilizo politicamente'
Se algurna vez tinha de cumprir unia ordem do presidente da República, de-
MAIOR EXPORTAÇÃO DE CAMINHÕES COM O AUMENTO DA PRODUÇÃO
i
Os fabricantes de caminhões declararam, - segundo noticia o ^oletini Ame ricano", editado em português em Nova Iorque — que a si^ensõo de centro es de exportação para os seus produtos e o aumento de produção elevarão, este afW, a 250.000 o nthnero de unidades exportadas. Esclareceram, porém, que essa majoração se deverá em primeiro lugar ao aumento da produção. Durante os primeiros catorze meses do após-guerra, com os controles de exportação, a indústria de caminhões, em geral, não atingiu a cota de exportação autorizada de 20,44«. Os produtores, em sua maioria, opinam que não chegarao a exportar mais do que a cota preliminarmente estabelecida, embora estejam agora suspensos os controles.
Os principais beneficiados pela eliminação de controles de e-xportaçao, no
caso, foram ds luições em que ná grande valorização do dólar, particularmente
algurr^ repúblicas da América Latina. Na vigência dos controles, êsses países eram limUados a um certo número de caminhões, dentro de uma percentagem ^'de -praxe", estabelecida pelos Estados Unidos. . , ,
Um dos maiores produtores, porém, declarou que continuara a seguir a "praxe" de distribuição entre todos os países, embarcando a mesma percentagem do ano passado, embora esteja essa cifra muito abaixo do limite autorizado.
Um onfro grande fabricante, que exportou em 1946 a sua cota completa, declarou que haverá, provàvelmente, um pequeno aumento na sim exportação. Uma companhia de menores proporções, tendo exportado, sob a lei de con
troles, 15% de sua produção, quando, lhe eram facultados 20%, expressou a espe
rança de poder estender a sua cota para 20%, aumentando a produção de 50%.
91
Dicesto EcoNÓ.\nco
rejorma do imposto de renda
tes de juros.
to do impôsto é a obrigação moral que
Ê essa a razão pela qual o impôsto de renda se compõe de duas tributações di
comerciais e industriais.
cada cidadão tem de contribuir na me
ferentes, visando ambas estabelecer en
tre os contribuintes a igualdade no sa
soas jurídicas de fins comerciais; elexa de 4 para 8% o impôsto de
dida de suas possibilidades para os en cargos da coletividade em que vive (ver Paul Hugon) — "O Impôsto" pag. 18), deve o Estado graduar essa imposi^-ão de maneira a evjtar as di.sparidades de
renda que incide sôbre as socie
sacrifícios.
dades cixis;
elimina o impôsto adicional de
Assim, se um indivíduo, que aufere um rendimento que mal baste para as
rendas;
necessidades de sua subsistência, fô.sse
o rendimento é auferido e inde
estabelece uma redução gradual dessas majorações, até que o tri buto volte aos níveis atuais, e fixa o início da vigência da lei
tributado na mesma proporção que ou tro que disponha de rendimentos vulto-^
pendente de seu montante.
encaminhou ao Legislativo um projeto-lei dispondo sôbre o imposto de renda e cujas linhas mestras são as seguintes:
d)
Iialho, faz, realmente sacrifício maior
eleva de 8 para 2S% o imposto de renda que incide sôbre as pes
-do que aquele que recolhe a mesma per
centagem stMire rendimentos provenien Se o fundamen
a) o impôsto complementar progres sivo, diretamente proporcional ao montante do rendimento e inde
pendente da origem do mesmo; b) o impôsto cedular, diretamente proporcional à facilidade com que
Esboçados, assim, os fundamentos do
Impôsto sôbre a renda, verifica-.se, des
cio, pois o primeiro, para atender ao seu encargo fiscal, necessitaria comprimir
de logo, que a elevação do impôstò que pe.sa sôbre as pessoas jurídicas, sem a
suas despesas, eliminando utilidades in
correspondente elevação do que recai sô-
Com tais medidas, visa o Poder Exe cutivo eliminar o "déficit" orçamentário pelo aumento de arrecadação, aumento
dispensáveis à sua vida, ao passo que
hre rendimentos provenientes de juros,
o segundo teria de renunciar, quando muito, a artigos supérfluos. É esse prin
aluguéis, etc., contraria a técnica do
esse estimado em cêrca de Cr$ 1.500.000,00. Vejamos, porém, se tal projeto obedece aos princípios técnicos
que justifica o impôsto progressivo, como
em 1 de janeiro de 1947.
do imposto.
A técnica do impôsto
Ninguém ignara que o impôsto sôbre a renda, — hoje considerado o processo ideal de imposição, por ser o rendimento individual o mais seguro índice da ca pacidade tributária oe cada cidadão —
cípio da utilidade decrescente da riqueza explica Vito Bompani ("L'Imposta Com-
plementare Progressiva sul Reddito" — pág. 52), ao oizer: "como, pelo prin cípio da utilidade decrescente da rique za, a qualquer ulterior quantidade de.
riqueza corresponde uma utilidade sub jetiva decrescente, é claro que só um
tributo que leve à percepção parte de tais riquezas, segundo uma alíquota pro gressiva, poderá realizar o princípio da uniformidade tributária".
O A., no presente artigo, examina dois projetos de reforma do impôsto de renda — um de origem governamental e outro de autoria do deputado Aliomar Baleeiro. Na sua opinião, nenhum dos dois é plenamente satisfatório. Ambos se ressentem de defeitos técnicos, e sobretudo de um certo empirismo.
ao que onera os lucros das atividades Repercussão econômica
crifício:
.sos, não haveria identidade de sacrifí
e)
mente é menor a soma de trabalJio que
entre os contribuintes.
J^M fins de 1946, o Poder Executivo
c)
pelas atividades comerciais e industriais passa a ser onerado em 23!?? Evidente
visa estabelecer a igualdade de sacrifício
do rendimento que obte\tí de seu tra-
por J. L. DE Almeida Nogueira Porto
b)
guéis em 3%, quando o proporcionado
o contribuinte dispende para auferir ju ros ou para receber aluguéis do que para obter lucro de sua atividade comer cial ou industrial. Assim, pela técnic-a do impôsto, o tributo que pesa sôbre aqueles rendimentos deveria ser superior
Especial para o "Dicesto Econômico"
a)
É o mesmo princípio da igualdade no sacrifício que justifica as tarifas diferenciai.s, conforme a origem do rendimento. O contribuinte que recolhe aos cofres públicos uma determinada percentagem
/ tributo.
O imposto sôbre as pessoas jurídicas de fins comerciais é um impôsto cedu
lar, o que vale dizer, um impôsto cuja
Mesmo, porém, que não repugnasse a
técnica do impôsto a eleN^ação do tributo sôbre os lucros das pessoas jurídicas de 8% para 23%, sem a correspondente ele vação do impôsto que pesa sobre os ren dimentos de outras origens, ainda ussun a medida seria desaeon.selhável, dadas
as funestas repercussões que poderia ter ^
na ordem econômica. Assim é que unia ^
tributação tão elevada poderia afugentar ^ os capitais dos empreendimentos comer ciais e industriais e transferi-los para outras atividades menos oneradas, coi""
empréstimo.s, construção de edifícios, etc., o que seria de todo indesejave •
Em verdade, a base de nossa prosperi
dade econónijca reside na produção e no comércio, e êstes, ainda incipientes no
Brasil, não podem suportar tão grande
a^quota é fixada de acordo com o grau
carga como a que se pretende atirar-
de facilidade ou dificuldade com que o rendimento é obtido. Tanto é assim
lhes aos ombros.
que as pessoas físicas não recolhem im pôsto cedular sôbre os rendimentos prox'eniente.s de lucros auferidos pelas pes soas jurídicas de que façam parte e
Evasão do tributo
Es.sa elevação do impôsto, por outro
lado, não proporcionaria, de maneira
alguma, a arrecadação prevista e que mi q^ue correspondem á cédula "F" da de- calculada pelo rudimentar processo de maração de rendimento. aplicação de regra de três. É sabido O fato de ser tal impôsto, por conve que quanto mais elevado fôr o tributo, niência fiscal, declarado em fórmula se parada, em nada altera a sua natureza maior será a sua evasão, quer pela sone gação pròpriamente dita, quer pela fuga de impôsto proporcional cedular. Assim sendo, como justificar que os
rendimentos provenientes de juros contiauem tributados em 8% e os de alu-
á incidência, tão fácil em nossa legisla
ção. A ser cxinvertido em lei o projeto
governamental, veremos aumentar consi-
91
Dicesto EcoNÓ.\nco
rejorma do imposto de renda
tes de juros.
to do impôsto é a obrigação moral que
Ê essa a razão pela qual o impôsto de renda se compõe de duas tributações di
comerciais e industriais.
cada cidadão tem de contribuir na me
ferentes, visando ambas estabelecer en
tre os contribuintes a igualdade no sa
soas jurídicas de fins comerciais; elexa de 4 para 8% o impôsto de
dida de suas possibilidades para os en cargos da coletividade em que vive (ver Paul Hugon) — "O Impôsto" pag. 18), deve o Estado graduar essa imposi^-ão de maneira a evjtar as di.sparidades de
renda que incide sôbre as socie
sacrifícios.
dades cixis;
elimina o impôsto adicional de
Assim, se um indivíduo, que aufere um rendimento que mal baste para as
rendas;
necessidades de sua subsistência, fô.sse
o rendimento é auferido e inde
estabelece uma redução gradual dessas majorações, até que o tri buto volte aos níveis atuais, e fixa o início da vigência da lei
tributado na mesma proporção que ou tro que disponha de rendimentos vulto-^
pendente de seu montante.
encaminhou ao Legislativo um projeto-lei dispondo sôbre o imposto de renda e cujas linhas mestras são as seguintes:
d)
Iialho, faz, realmente sacrifício maior
eleva de 8 para 2S% o imposto de renda que incide sôbre as pes
-do que aquele que recolhe a mesma per
centagem stMire rendimentos provenien Se o fundamen
a) o impôsto complementar progres sivo, diretamente proporcional ao montante do rendimento e inde
pendente da origem do mesmo; b) o impôsto cedular, diretamente proporcional à facilidade com que
Esboçados, assim, os fundamentos do
Impôsto sôbre a renda, verifica-.se, des
cio, pois o primeiro, para atender ao seu encargo fiscal, necessitaria comprimir
de logo, que a elevação do impôstò que pe.sa sôbre as pessoas jurídicas, sem a
suas despesas, eliminando utilidades in
correspondente elevação do que recai sô-
Com tais medidas, visa o Poder Exe cutivo eliminar o "déficit" orçamentário pelo aumento de arrecadação, aumento
dispensáveis à sua vida, ao passo que
hre rendimentos provenientes de juros,
o segundo teria de renunciar, quando muito, a artigos supérfluos. É esse prin
aluguéis, etc., contraria a técnica do
esse estimado em cêrca de Cr$ 1.500.000,00. Vejamos, porém, se tal projeto obedece aos princípios técnicos
que justifica o impôsto progressivo, como
em 1 de janeiro de 1947.
do imposto.
A técnica do impôsto
Ninguém ignara que o impôsto sôbre a renda, — hoje considerado o processo ideal de imposição, por ser o rendimento individual o mais seguro índice da ca pacidade tributária oe cada cidadão —
cípio da utilidade decrescente da riqueza explica Vito Bompani ("L'Imposta Com-
plementare Progressiva sul Reddito" — pág. 52), ao oizer: "como, pelo prin cípio da utilidade decrescente da rique za, a qualquer ulterior quantidade de.
riqueza corresponde uma utilidade sub jetiva decrescente, é claro que só um
tributo que leve à percepção parte de tais riquezas, segundo uma alíquota pro gressiva, poderá realizar o princípio da uniformidade tributária".
O A., no presente artigo, examina dois projetos de reforma do impôsto de renda — um de origem governamental e outro de autoria do deputado Aliomar Baleeiro. Na sua opinião, nenhum dos dois é plenamente satisfatório. Ambos se ressentem de defeitos técnicos, e sobretudo de um certo empirismo.
ao que onera os lucros das atividades Repercussão econômica
crifício:
.sos, não haveria identidade de sacrifí
e)
mente é menor a soma de trabalJio que
entre os contribuintes.
J^M fins de 1946, o Poder Executivo
c)
pelas atividades comerciais e industriais passa a ser onerado em 23!?? Evidente
visa estabelecer a igualdade de sacrifício
do rendimento que obte\tí de seu tra-
por J. L. DE Almeida Nogueira Porto
b)
guéis em 3%, quando o proporcionado
o contribuinte dispende para auferir ju ros ou para receber aluguéis do que para obter lucro de sua atividade comer cial ou industrial. Assim, pela técnic-a do impôsto, o tributo que pesa sôbre aqueles rendimentos deveria ser superior
Especial para o "Dicesto Econômico"
a)
É o mesmo princípio da igualdade no sacrifício que justifica as tarifas diferenciai.s, conforme a origem do rendimento. O contribuinte que recolhe aos cofres públicos uma determinada percentagem
/ tributo.
O imposto sôbre as pessoas jurídicas de fins comerciais é um impôsto cedu
lar, o que vale dizer, um impôsto cuja
Mesmo, porém, que não repugnasse a
técnica do impôsto a eleN^ação do tributo sôbre os lucros das pessoas jurídicas de 8% para 23%, sem a correspondente ele vação do impôsto que pesa sobre os ren dimentos de outras origens, ainda ussun a medida seria desaeon.selhável, dadas
as funestas repercussões que poderia ter ^
na ordem econômica. Assim é que unia ^
tributação tão elevada poderia afugentar ^ os capitais dos empreendimentos comer ciais e industriais e transferi-los para outras atividades menos oneradas, coi""
empréstimo.s, construção de edifícios, etc., o que seria de todo indesejave •
Em verdade, a base de nossa prosperi
dade econónijca reside na produção e no comércio, e êstes, ainda incipientes no
Brasil, não podem suportar tão grande
a^quota é fixada de acordo com o grau
carga como a que se pretende atirar-
de facilidade ou dificuldade com que o rendimento é obtido. Tanto é assim
lhes aos ombros.
que as pessoas físicas não recolhem im pôsto cedular sôbre os rendimentos prox'eniente.s de lucros auferidos pelas pes soas jurídicas de que façam parte e
Evasão do tributo
Es.sa elevação do impôsto, por outro
lado, não proporcionaria, de maneira
alguma, a arrecadação prevista e que mi q^ue correspondem á cédula "F" da de- calculada pelo rudimentar processo de maração de rendimento. aplicação de regra de três. É sabido O fato de ser tal impôsto, por conve que quanto mais elevado fôr o tributo, niência fiscal, declarado em fórmula se parada, em nada altera a sua natureza maior será a sua evasão, quer pela sone gação pròpriamente dita, quer pela fuga de impôsto proporcional cedular. Assim sendo, como justificar que os
rendimentos provenientes de juros contiauem tributados em 8% e os de alu-
á incidência, tão fácil em nossa legisla
ção. A ser cxinvertido em lei o projeto
governamental, veremos aumentar consi-
frW-'-'
92
cleràvelmente a evasão do tributo, com
prejuízo, não só para o erário, como
também pára as grandes emprêsas que, não podendo ou não querendo acompa nhar as práticas de muitos pequenos comerciantes e industriais, sofrerão da parte destes uma concorrência desleal.
Èsse fenômeno de evasão do impôsto é tão familiar ao fisco que, ainda em época recente, deixou a Fazenda de tri
butar mais pesadamente as jóias e ou tros árticos de luxo, por não poder pres cindir da arrecadação do impôsto de consumo proporcionada por tais artigos. Nessas condições, o projeto governa mental não só contraria a técnica do im
pôsto e é anti-económico, como não pro porcionaria a arrecadação desejada. Renda.-} e super-rendas
A outra medida preconizada na men sagem governamental, a abolição do im posto adicional de rendas, também não merece elogios.
Não se pode deixar de reconhecer a
procedência dos argumentos com que o deputado Aliomar Baleeiro combate o projeto governamental, apontando o absurdo de se tributar com os mesmos
23% uma empresa cujo lucro seja de apenas 7% de seu capital e outra que obtenha 200, 300, 1.000 e até 2.000% de lucro.
O lucro em si e o lucro em função do capital invertido, são duas manifestações diferentes da capacidade contributiva e
não é admissível que uma delas seja desprezada^ mormente em um momento em que as necessidades orçamentárias
tínamenle absorvidas pelo impôsto pro
da de 250 mil, se a média de lucro no
ordem psicológica que não pode ser des prezada, mormente numa época de fer mentação social como a que vivemos. Dir-se-á, *como já o disse o deputado Aliomar Baleeiro, que o projeto go\'ernamental sacrifica todos os negociantes moderados de todo o país, em proveito
2.000.000,00.
dos 6.197 (é êsse o número de con
calivo arbitrado.
mercado é de 5%.
gressivo.
A eliminação do impôsto adicional de rendas terá ainda iima conseqüência de
O primeiro contri
buinte pode ser gravado só com o im pôsto pessoal progressivo sôbre a renda pela manifestação de sua capacidade contributiva individual, enquanto que o outro pode gravar-se a mais com o
impôsto sôbre as .super-rtendas, pelas 250 mil pesetas".
tribuintes do impôsto sôbre lucros ex
Por outro lado, é de se reconhecer a
justiça dessa imposiç.ão no momento atual, quando as próprias classes produ
traordinários) privilegiados, congregados, sobretudo, no Rio de Janeiro e em São Paulo, que auferem lucros extraordiná
toras reconhecem que, em seu seio, aven
rios. EKr-se-á que êsses plutocratas. para
tureiros sem escrúpulos, visando enri
se livrarem do justo ônus que sôbre eles pesa, atiraram essa carga para os ombros
quecer em curto prazo, praticam espe culações de tôda ordem, auferindo lucros fabulosos.
A tributação dos lucros extraordiná outras partes, tenha sido lembrada para
guerra e tenha tido propósitos antes econômicos do que fiscais, existe, nor malmente, em grande número de países,
Reconheçamos que êsse argumento, de popular, dificilmente poderá ser extir pado e que, bem explorado, como fatal mente o haveria de ser, pelos interessa
dos na perturbação da ordem social vi
gente, daria margem á desunião das classes produtoras em proveito das correntes extremistas, que arrastariam para seu seio a maioria dos descontentes.
ravam antes de 1939, deve a tributação dos lucros extraordinários abandonar o
c'aráter de medida econômica destinada
a minorar os efeitos da inflação, para assumir seu verdadeiro aspecto de ins
Substitutivo Aliomar Baleeiro
trumento fiscal de arrecadação, alcan
çando mais uma manifestação da capaci dade tributária do contribuinte. Não se
deve cogitar de eliminá-la, não só por que isso importaria na necessidade de gravar mais ainda as emprêsas que aufe
explica a distinção entre as rendas e as super-rendas, ao exemplificar: "Um capitalista que tenha 10 milhões de ca pital empregado em terras e que obte
rem lucros baixos em proporção ao ca pital 'invertido, como porque a tributa
nha uma renda de 300 mil pesetas,
conseqüência salutar na ordem econômi
aufere uma renda elevada, mas obtém
ca, que é a de desestimular as margens
de seu capital um lucro de 3%,-ou seja.
excessivas de lucro, que seriam paula-
ção dos lucros extraordinários tem uma
O
substitutivo Aliomar Baleeiro ao
projeto governamental é, em linhas ge rais, o seguinte:
;/
c) Inclui na tributação o rendimen to do prédio urbano ocupado pelo res
pectivo proprietário, pelo seu valor lo.
d) Eleva a tributação proporcionai das cédulas "A" e "B" (juros) para mais 1%.
,
e) Majora em 20% o impôsto cedular
proporcional das pessoas físicas cujOS rendimentos líquidos excedam de Cr? • • 60.000,00 e o das pessoas jurídicas que bre lucros extraordinários.
pois de deitar raízes no pensamento
e, de certo modo, estabilizado o poderá aquisitivo da moeda, sem que haja pers pectivas de volta aos padrões que vigo
bais das pessoas físicas, até 50% para os rendimentos superiores a Cr$
não sejam contribuintes do impôsto so
públicos.
como uma simples modalidade de impos to sôbre a renda. Terminada a guerra
b) Eleva o impôsto complementar
progressivo sôbre os rendimentos glo
país, mesmo para os daqvieles cujos lu balho que dispendem e que verão tri plicado quase o impôsto de renda com que devem concorrer para o.s cofres
fazer face à conjuntura decorrente da
los certificados de equipamento ou de pósitos de garantia, desaparecem.
de todos os comerciantes e industriais do
cros rhal bastam para compensar o tra
rios, embora no Brasil, como em muitas
estão a exigir maiores sacrifícios dos cho y Ciência de Ia Hacienda", bem
anterior de lucros. As antigas opções pe
menos do que o juro corrente no mer cado. Outro capitalista que obtenha com um milhão de capital, uma renda de 300 mil pesetas, recebe uma super-ren-
contribuintes.
Griziottí, em sua obra "Politica, Dere-
93
Digesto Económjco
Dicesto Econômico
a) Institui o impôsto sôbre lucros
f) Eleva em 20% o impôsto descon tado na fonte (títulos ao portador e ren dimentos de residentes no estrangeiro;-
g) Estabelece o regime de lan^-
mento do impôsto pela renda prestada através das despesas das pessoas físicas. Êsse substitutivo, embora sanando
muitos dos defeitos apresentados pelo projeto governamental, ressente-se, con tudo, de outros, alguns dos quais bas tante graves.
Observações necessárias
A parte que diz respeito á tributação dos lucros extraordinários, por exemplo, está a merecer sérios reparos.
Em primeiro lugar, o critério de fixa ção do lucro normal pela média anterior deve desaparecer. Ele só se justificaria se o período inflacionista que atravessa
mos fôsse de natureza provisória, deven
do os preços em um futuro próximo
extraordinários em bases semelhantes às da lei Souza Costa de 1944, consideran
\'oltar às bases em que vigoravam no pe
do como lucro normal, à escollia do coft-
porém, o que se verifica.
tribuinte, ou a média verificada em um
biênio entre 1936 e 1939 ou I5% sôbre
o capital, aplicando uma tarifa mais ele vada, que vai até 90% para o lucro que
exceder de 600% do capital ou da media
ríodo anterior á guemi.
Não é isso,
Todos os
esforços do govêmo convergem no sen
tido de manter o atual padrão dç poder aquisitivo da moeda, estabelecendo O equilíbrio dentro das bases atuais. Se
frW-'-'
92
cleràvelmente a evasão do tributo, com
prejuízo, não só para o erário, como
também pára as grandes emprêsas que, não podendo ou não querendo acompa nhar as práticas de muitos pequenos comerciantes e industriais, sofrerão da parte destes uma concorrência desleal.
Èsse fenômeno de evasão do impôsto é tão familiar ao fisco que, ainda em época recente, deixou a Fazenda de tri
butar mais pesadamente as jóias e ou tros árticos de luxo, por não poder pres cindir da arrecadação do impôsto de consumo proporcionada por tais artigos. Nessas condições, o projeto governa mental não só contraria a técnica do im
pôsto e é anti-económico, como não pro porcionaria a arrecadação desejada. Renda.-} e super-rendas
A outra medida preconizada na men sagem governamental, a abolição do im posto adicional de rendas, também não merece elogios.
Não se pode deixar de reconhecer a
procedência dos argumentos com que o deputado Aliomar Baleeiro combate o projeto governamental, apontando o absurdo de se tributar com os mesmos
23% uma empresa cujo lucro seja de apenas 7% de seu capital e outra que obtenha 200, 300, 1.000 e até 2.000% de lucro.
O lucro em si e o lucro em função do capital invertido, são duas manifestações diferentes da capacidade contributiva e
não é admissível que uma delas seja desprezada^ mormente em um momento em que as necessidades orçamentárias
tínamenle absorvidas pelo impôsto pro
da de 250 mil, se a média de lucro no
ordem psicológica que não pode ser des prezada, mormente numa época de fer mentação social como a que vivemos. Dir-se-á, *como já o disse o deputado Aliomar Baleeiro, que o projeto go\'ernamental sacrifica todos os negociantes moderados de todo o país, em proveito
2.000.000,00.
dos 6.197 (é êsse o número de con
calivo arbitrado.
mercado é de 5%.
gressivo.
A eliminação do impôsto adicional de rendas terá ainda iima conseqüência de
O primeiro contri
buinte pode ser gravado só com o im pôsto pessoal progressivo sôbre a renda pela manifestação de sua capacidade contributiva individual, enquanto que o outro pode gravar-se a mais com o
impôsto sôbre as .super-rtendas, pelas 250 mil pesetas".
tribuintes do impôsto sôbre lucros ex
Por outro lado, é de se reconhecer a
justiça dessa imposiç.ão no momento atual, quando as próprias classes produ
traordinários) privilegiados, congregados, sobretudo, no Rio de Janeiro e em São Paulo, que auferem lucros extraordiná
toras reconhecem que, em seu seio, aven
rios. EKr-se-á que êsses plutocratas. para
tureiros sem escrúpulos, visando enri
se livrarem do justo ônus que sôbre eles pesa, atiraram essa carga para os ombros
quecer em curto prazo, praticam espe culações de tôda ordem, auferindo lucros fabulosos.
A tributação dos lucros extraordiná outras partes, tenha sido lembrada para
guerra e tenha tido propósitos antes econômicos do que fiscais, existe, nor malmente, em grande número de países,
Reconheçamos que êsse argumento, de popular, dificilmente poderá ser extir pado e que, bem explorado, como fatal mente o haveria de ser, pelos interessa
dos na perturbação da ordem social vi
gente, daria margem á desunião das classes produtoras em proveito das correntes extremistas, que arrastariam para seu seio a maioria dos descontentes.
ravam antes de 1939, deve a tributação dos lucros extraordinários abandonar o
c'aráter de medida econômica destinada
a minorar os efeitos da inflação, para assumir seu verdadeiro aspecto de ins
Substitutivo Aliomar Baleeiro
trumento fiscal de arrecadação, alcan
çando mais uma manifestação da capaci dade tributária do contribuinte. Não se
deve cogitar de eliminá-la, não só por que isso importaria na necessidade de gravar mais ainda as emprêsas que aufe
explica a distinção entre as rendas e as super-rendas, ao exemplificar: "Um capitalista que tenha 10 milhões de ca pital empregado em terras e que obte
rem lucros baixos em proporção ao ca pital 'invertido, como porque a tributa
nha uma renda de 300 mil pesetas,
conseqüência salutar na ordem econômi
aufere uma renda elevada, mas obtém
ca, que é a de desestimular as margens
de seu capital um lucro de 3%,-ou seja.
excessivas de lucro, que seriam paula-
ção dos lucros extraordinários tem uma
O
substitutivo Aliomar Baleeiro ao
projeto governamental é, em linhas ge rais, o seguinte:
;/
c) Inclui na tributação o rendimen to do prédio urbano ocupado pelo res
pectivo proprietário, pelo seu valor lo.
d) Eleva a tributação proporcionai das cédulas "A" e "B" (juros) para mais 1%.
,
e) Majora em 20% o impôsto cedular
proporcional das pessoas físicas cujOS rendimentos líquidos excedam de Cr? • • 60.000,00 e o das pessoas jurídicas que bre lucros extraordinários.
pois de deitar raízes no pensamento
e, de certo modo, estabilizado o poderá aquisitivo da moeda, sem que haja pers pectivas de volta aos padrões que vigo
bais das pessoas físicas, até 50% para os rendimentos superiores a Cr$
não sejam contribuintes do impôsto so
públicos.
como uma simples modalidade de impos to sôbre a renda. Terminada a guerra
b) Eleva o impôsto complementar
progressivo sôbre os rendimentos glo
país, mesmo para os daqvieles cujos lu balho que dispendem e que verão tri plicado quase o impôsto de renda com que devem concorrer para o.s cofres
fazer face à conjuntura decorrente da
los certificados de equipamento ou de pósitos de garantia, desaparecem.
de todos os comerciantes e industriais do
cros rhal bastam para compensar o tra
rios, embora no Brasil, como em muitas
estão a exigir maiores sacrifícios dos cho y Ciência de Ia Hacienda", bem
anterior de lucros. As antigas opções pe
menos do que o juro corrente no mer cado. Outro capitalista que obtenha com um milhão de capital, uma renda de 300 mil pesetas, recebe uma super-ren-
contribuintes.
Griziottí, em sua obra "Politica, Dere-
93
Digesto Económjco
Dicesto Econômico
a) Institui o impôsto sôbre lucros
f) Eleva em 20% o impôsto descon tado na fonte (títulos ao portador e ren dimentos de residentes no estrangeiro;-
g) Estabelece o regime de lan^-
mento do impôsto pela renda prestada através das despesas das pessoas físicas. Êsse substitutivo, embora sanando
muitos dos defeitos apresentados pelo projeto governamental, ressente-se, con tudo, de outros, alguns dos quais bas tante graves.
Observações necessárias
A parte que diz respeito á tributação dos lucros extraordinários, por exemplo, está a merecer sérios reparos.
Em primeiro lugar, o critério de fixa ção do lucro normal pela média anterior deve desaparecer. Ele só se justificaria se o período inflacionista que atravessa
mos fôsse de natureza provisória, deven
do os preços em um futuro próximo
extraordinários em bases semelhantes às da lei Souza Costa de 1944, consideran
\'oltar às bases em que vigoravam no pe
do como lucro normal, à escollia do coft-
porém, o que se verifica.
tribuinte, ou a média verificada em um
biênio entre 1936 e 1939 ou I5% sôbre
o capital, aplicando uma tarifa mais ele vada, que vai até 90% para o lucro que
exceder de 600% do capital ou da media
ríodo anterior á guemi.
Não é isso,
Todos os
esforços do govêmo convergem no sen
tido de manter o atual padrão dç poder aquisitivo da moeda, estabelecendo O equilíbrio dentro das bases atuais. Se
Dicesto Econômico
94
assim é, por que motivo havemos de ir
ção da maior ou menor influência que
buscar médias de lucros obtidas com um
o capital tenha na formação do Incro, fixaodo-sc, para caracterização do lucro normal, percentagens tanto mais eleva das quanto menor .seja essa influência e
padrão de valor da moeda que nenhuma relação tem com o atual?
Valendo a moeda hoje, três vezes me
nos do que em 1939, uma empresa que aufira lucro três vezes maior do que a
mesmo lucro, representado, embora, por uma quantidade maior de dinheiro.
merece, também, um comentário. Como
média obtidla no período anterior á guerra está, na verdade, auferindo o
Superada a fase em que visava fins de natureza econômica pela tributação dos
lucros de guerra, o imposto sôbre lucros extraordinários deve passar a ter finali
dades puramente fiscais, incidindo, como já foi dito, sobre uma das manifestações da capacidade tributaria do contribuin
te que é a relação entre o capital empre gado e o lucro obtido.
A comparação com a média anterior
de lucros so se justifica em períodos de guerra, para fazer reverter à coletívidade uma parte dos proveitos econômicos que para alguns, decorrem do conflito ar mado.^ Fora disso e em épocas nonnais nao ha razao técnica para êsse critério Por outro lado, a base para cálculo do lucro normal em função do capital não pode ser a mesma em todos os casos, po"s é preciso estabelecer-se a
pectivos ativos. •
Não é possível comparar-se o lucro atual inflacionado — com o capital an tigo — não inflacionado. O imposto, repetimos, deve perder seus caracterís ticos de medida econômica de guerra,
para se transformar em simples medida de ordem financeira. O capital anterior
à guerra e o lucro atual são quantida des econômicas heterogêneas, não susce tíveis de comparação, sem que sejam
previamente convertidas a uma base comum.
A questão se resume nisto: o mesmo fator, alheio à vontade do comerciante
e do produtor — a inflação — que ele
o que resulta da atividade do empreen
no que se refere aos lucros, sem consi-
rios-Teoria e Prática", tivemos oportu nidade de focalizar o caso das empresas de comissões, representações, contabili
dade e outras çm que o lucro pouca ou
vou
seus lucros, elevou, também, o
valor de seu capital. Por que motivo só havemos de levar em conta êsse fator
,derá-lo em relação ao capital?
Concluímos, portanto, que o impôsto de lucros e.xtraordinários deve ter finali
dades puramente fiscais e que deve in cidir sobre o lucro que exceder de de
nenhuma relação tem com o capital in
terminada percentagem, sôbre o capi
vertido, pois resulta, todo êle, da dili
tal da emprêsa, devidamente atualizado,
gência ou competência dos componentes
variando a percentagem de lucro, con
da emprêsa.
siderado normal, na razão inversa da in
Assim sendo, não nos^ parece acertado o projeto Aliomar Baleeiro ao fixar, como
fluência que tenha o capital na fonnação do lucro.
um dos critérios para cálculo do lucro normal, uma rígida base de 15^ sobre o capital, em todos os casos. Necessá rio seria agrupar as atividades em fun
nos, de fato, justa. De duas uma: ou
se permite ao contribuinte que reside em prédio alugado deduzir de seu ren dimento o aluguel pago, ou se exige
cpie o que reside em prédio próprio inclua êsse rendimento auferido em uti
lidade, em sua declaração de rendimen
tos. EWga-se, de passagem, que a medida
medida preliminar, deveria ser autori zada a atualização dos capitais de tòdas as empresas, os quais seriam postos em bases reais pela avaliação dos res
re'ação de causa e efeito entre o capital e o lucro, para avaliar-se qual o lucro que, de fato, decorre do capital e qual dedor. Em nosso "Lucros Extraordiná-
mentos tributáveis, medida prerista no .sTibstitutívo Abomar Baleeiro, parece-
isentando-se, finahnente, as atividades em
que o lucro não .seja resultante do ca pital investido. O conceito de capital, embora a isso não faça referência o projeto eni estudo,
A inclusão do valor locatívo do prédio
próprio de residência entre cs rendi-
95
Dioesto Econômico
>
ao portador, participa da dupla natureza de impôsto proporcional e de imposto
progressivo. Quando se trate de rendi
mentos dessa natureza, a Fazenda não dispõe de meios para conhecer a pessoa
do contribuinte que auferiu tais rendi mentos e que, fatalmente, iria sonegá-los em sua declaração. Por êsse motivo, e.vi-
já havia sido sugerida pelás autorida
ge que a fonte pagadora desconte, ao
des fazendárias por ocasião da reforma
impôsto que, teoricamente, deveria equivafcr ao impôsto cedular e ao comple
de 1942, não tendo sido convertida em lei em xirtude da oposição dos represen I .
O impôsto descontado nas fontes pa
gadoras, sôbre os rendimentos de títulos,
tantes dos contribuintes.
pagar o rendimento, um determinado
mentar progressi\'o devidos pelos co^ntribuintes. E a prova de que o impos to atual não alcança esse "quantum
A majoração de 20% do imjMSto cedular devido pelas pessoas físicas que aufiram rendimento global superior a
Cr$ 60.000,00 e pelas pessoas jurídicas que não sejam contribuintes do impostc sôbre lucros extraordinários, prevista no
substitutivo do deputado Aliomar Ba leeiro, nenhuma justificativa técnica oferece.
t•
O impôsto proporcional, como ja to?
teórico está na proliferação das socieda-
des anônimas, constituídas, na generali- ^
aOS sócios sÓciOS dade /ínc dos casos, nnrí» para riprinitír permitir aos
das emprêsas fugirem à incidência do impôsto complementar progres.sivo, so
bre o rendimento global que percebem. Além disso, sabido como é que, na
maioria dos casos, os títulos ao portador são conversiveis em nominativos, o im
posto descontado na fonte pode ser consideràvelmente majorado sem perigo de
dito, é graduado exclusivamente em f"^" sacrificar-se excessivamente o contri ção do grau de dificuldade ou facilidade com que o rendimento é obtido, nad.i buinte, pois èste, se tal imposto lhe fôr tendo a ver com o montante dêsse ren dimento, objeto da tributação progressi
va. Como a tributação das pessoas ju
rídicas é impôsto cedular, o argumento também se aplica á majoração preten
desfavorável, pedirá a conversão de seus
títulos em nominativos e pagará o im
posto progressivo que fôr derido, de acôrdo com sua renda global.
dida para essas pessoas. Aliás, em re
lação a elas, poaer-se-ía dizer, a con
trario sensu", que os contribuintes do
Finalmente, o sistema preconizado no
projeto em estudo, de lançamento do impôsto sobre lucros extraordinários go impôsto pela renda presumida, avaliada zam de um abatimento de 20% em seu pela despesa do contribuinte, embora imposto de renda. Como justuicar-.se inegavelmente útil à Fazenda, pareceessa redução, se os dois impostos alcanç^m manife.stações diferentes da capaci dade tributária da emprêsa? Impâsio descontadn na fonte
O projeto é moderado no que se re fere ao imposto descontado na fonte. Excessivamente moderado, mesmo.
nos, contudo, medida perigosa e gera dora de intermináveis conflitos entre o fisco e os contribuintes. Devemos acres
centar que essa medida foi também de sejada pela Fazenda por ocasião da reforma de 1942, não logrando ser acei
ta em vista da formal oposição dos representantes dos contribuintes. Com
Dicesto Econômico
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assim é, por que motivo havemos de ir
ção da maior ou menor influência que
buscar médias de lucros obtidas com um
o capital tenha na formação do Incro, fixaodo-sc, para caracterização do lucro normal, percentagens tanto mais eleva das quanto menor .seja essa influência e
padrão de valor da moeda que nenhuma relação tem com o atual?
Valendo a moeda hoje, três vezes me
nos do que em 1939, uma empresa que aufira lucro três vezes maior do que a
mesmo lucro, representado, embora, por uma quantidade maior de dinheiro.
merece, também, um comentário. Como
média obtidla no período anterior á guerra está, na verdade, auferindo o
Superada a fase em que visava fins de natureza econômica pela tributação dos
lucros de guerra, o imposto sôbre lucros extraordinários deve passar a ter finali
dades puramente fiscais, incidindo, como já foi dito, sobre uma das manifestações da capacidade tributaria do contribuin
te que é a relação entre o capital empre gado e o lucro obtido.
A comparação com a média anterior
de lucros so se justifica em períodos de guerra, para fazer reverter à coletívidade uma parte dos proveitos econômicos que para alguns, decorrem do conflito ar mado.^ Fora disso e em épocas nonnais nao ha razao técnica para êsse critério Por outro lado, a base para cálculo do lucro normal em função do capital não pode ser a mesma em todos os casos, po"s é preciso estabelecer-se a
pectivos ativos. •
Não é possível comparar-se o lucro atual inflacionado — com o capital an tigo — não inflacionado. O imposto, repetimos, deve perder seus caracterís ticos de medida econômica de guerra,
para se transformar em simples medida de ordem financeira. O capital anterior
à guerra e o lucro atual são quantida des econômicas heterogêneas, não susce tíveis de comparação, sem que sejam
previamente convertidas a uma base comum.
A questão se resume nisto: o mesmo fator, alheio à vontade do comerciante
e do produtor — a inflação — que ele
o que resulta da atividade do empreen
no que se refere aos lucros, sem consi-
rios-Teoria e Prática", tivemos oportu nidade de focalizar o caso das empresas de comissões, representações, contabili
dade e outras çm que o lucro pouca ou
vou
seus lucros, elevou, também, o
valor de seu capital. Por que motivo só havemos de levar em conta êsse fator
,derá-lo em relação ao capital?
Concluímos, portanto, que o impôsto de lucros e.xtraordinários deve ter finali
dades puramente fiscais e que deve in cidir sobre o lucro que exceder de de
nenhuma relação tem com o capital in
terminada percentagem, sôbre o capi
vertido, pois resulta, todo êle, da dili
tal da emprêsa, devidamente atualizado,
gência ou competência dos componentes
variando a percentagem de lucro, con
da emprêsa.
siderado normal, na razão inversa da in
Assim sendo, não nos^ parece acertado o projeto Aliomar Baleeiro ao fixar, como
fluência que tenha o capital na fonnação do lucro.
um dos critérios para cálculo do lucro normal, uma rígida base de 15^ sobre o capital, em todos os casos. Necessá rio seria agrupar as atividades em fun
nos, de fato, justa. De duas uma: ou
se permite ao contribuinte que reside em prédio alugado deduzir de seu ren dimento o aluguel pago, ou se exige
cpie o que reside em prédio próprio inclua êsse rendimento auferido em uti
lidade, em sua declaração de rendimen
tos. EWga-se, de passagem, que a medida
medida preliminar, deveria ser autori zada a atualização dos capitais de tòdas as empresas, os quais seriam postos em bases reais pela avaliação dos res
re'ação de causa e efeito entre o capital e o lucro, para avaliar-se qual o lucro que, de fato, decorre do capital e qual dedor. Em nosso "Lucros Extraordiná-
mentos tributáveis, medida prerista no .sTibstitutívo Abomar Baleeiro, parece-
isentando-se, finahnente, as atividades em
que o lucro não .seja resultante do ca pital investido. O conceito de capital, embora a isso não faça referência o projeto eni estudo,
A inclusão do valor locatívo do prédio
próprio de residência entre cs rendi-
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ao portador, participa da dupla natureza de impôsto proporcional e de imposto
progressivo. Quando se trate de rendi
mentos dessa natureza, a Fazenda não dispõe de meios para conhecer a pessoa
do contribuinte que auferiu tais rendi mentos e que, fatalmente, iria sonegá-los em sua declaração. Por êsse motivo, e.vi-
já havia sido sugerida pelás autorida
ge que a fonte pagadora desconte, ao
des fazendárias por ocasião da reforma
impôsto que, teoricamente, deveria equivafcr ao impôsto cedular e ao comple
de 1942, não tendo sido convertida em lei em xirtude da oposição dos represen I .
O impôsto descontado nas fontes pa
gadoras, sôbre os rendimentos de títulos,
tantes dos contribuintes.
pagar o rendimento, um determinado
mentar progressi\'o devidos pelos co^ntribuintes. E a prova de que o impos to atual não alcança esse "quantum
A majoração de 20% do imjMSto cedular devido pelas pessoas físicas que aufiram rendimento global superior a
Cr$ 60.000,00 e pelas pessoas jurídicas que não sejam contribuintes do impostc sôbre lucros extraordinários, prevista no
substitutivo do deputado Aliomar Ba leeiro, nenhuma justificativa técnica oferece.
t•
O impôsto proporcional, como ja to?
teórico está na proliferação das socieda-
des anônimas, constituídas, na generali- ^
aOS sócios sÓciOS dade /ínc dos casos, nnrí» para riprinitír permitir aos
das emprêsas fugirem à incidência do impôsto complementar progres.sivo, so
bre o rendimento global que percebem. Além disso, sabido como é que, na
maioria dos casos, os títulos ao portador são conversiveis em nominativos, o im
posto descontado na fonte pode ser consideràvelmente majorado sem perigo de
dito, é graduado exclusivamente em f"^" sacrificar-se excessivamente o contri ção do grau de dificuldade ou facilidade com que o rendimento é obtido, nad.i buinte, pois èste, se tal imposto lhe fôr tendo a ver com o montante dêsse ren dimento, objeto da tributação progressi
va. Como a tributação das pessoas ju
rídicas é impôsto cedular, o argumento também se aplica á majoração preten
desfavorável, pedirá a conversão de seus
títulos em nominativos e pagará o im
posto progressivo que fôr derido, de acôrdo com sua renda global.
dida para essas pessoas. Aliás, em re
lação a elas, poaer-se-ía dizer, a con
trario sensu", que os contribuintes do
Finalmente, o sistema preconizado no
projeto em estudo, de lançamento do impôsto sobre lucros extraordinários go impôsto pela renda presumida, avaliada zam de um abatimento de 20% em seu pela despesa do contribuinte, embora imposto de renda. Como justuicar-.se inegavelmente útil à Fazenda, pareceessa redução, se os dois impostos alcanç^m manife.stações diferentes da capaci dade tributária da emprêsa? Impâsio descontadn na fonte
O projeto é moderado no que se re fere ao imposto descontado na fonte. Excessivamente moderado, mesmo.
nos, contudo, medida perigosa e gera dora de intermináveis conflitos entre o fisco e os contribuintes. Devemos acres
centar que essa medida foi também de sejada pela Fazenda por ocasião da reforma de 1942, não logrando ser acei
ta em vista da formal oposição dos representantes dos contribuintes. Com
rr^
r
96
Dicesto Econômico
ela, regredimos de vim século e meio,
culado o aumento de arrecadação prover
pois era por esse processo de renda
níente do aumento de impôsto sobre as sociedade civis', e que o ilustre deputado Aliomar Baleeiro, não obstante ter apre
presumida que Pitt, nos aíbores do sé
culo XIX, lançava sua primeira expe
riência de impôsto de renda na Ingla
bre a matéria, limita-se a afirmar, va
mentos de controle.
gamente, que, pelo seu projeto, o au mento de arrecadação será, provavel
nenhum dos dois projetos é plenamente satisfatório. Ambos se ressentem de de
feitos técnicos e sobretudo de um certo empirísmo. Nota-se, da parte de seus
autores, um descaso absoluto pelo obje tivo final da reforma, que é o" aumento da arrecadação. Basta ver que no pro jeto governamental não foi sequer cal
Alfred Marshall
sentado uma brilliante e.xpo.síção so
terra, dada a falta de melhores ele
Por esta ligeira crítica se verifica que
MESTRES M ECO^OMIT funaador
çMembro da Sociedade Real de Eco
A matéria, pela sua relevância, neces sita ser obfeto de estudo mais atento e
nomia de Londres)
mais objetivo, e o projeto que afinal
(Especial para o "Dlgesto Econômico")
for elaborado deve guardar conformida
de com cs princípios técnicos do impôs
Em 1890 Marshall publicou oi seus
to, não acarretar perturbações econômi
cas, sociais, ou políticas e proporcionar,
"Princípios de Economia", que fizeram época, e para a elaboração aos quais se n
Primeira Parte
precisamente, a arrecadação de que o
^TnAVEs desta série de pequenas bio
erário público necessita.
grafias de economistas mundialmentç
h
famosos, desde Platão até os dias atuais,
eu tenho acentuado que, para a justa
apreciação dos méritos e deméritos das
faram terminanfemeníe que houvessem autorizado quem quer que seja a fazer eclarações concernentes à posição dos dois países com relação aos saldos brasileiros
perspectiva justa e resumi-los segundo a
,
de economia dos estabelecimentos congê neres da Europa e da América, — o
que vale dizer, praticamente, em todo
o mundo — emprestara ao referido autor
uma justa reputação de modernidade. O seu tratado principal aparece, assim, como a última palavra em matéria de 'ciência econômica, proporcionando-nos uma tese conforme à evolução dos dias presentes.
No que diz respeito aos princíjjíos
econômicos, isto é realmente certo, pois
êsses princípios, sendo básicos, não so frem mudanças materiais.
Relativamen
mos pela primeira vez a um economista
monopólios e a evolução recente dos
um período que a memória dos vivos ainda alcança. Êste fato, e mais a cir
através da ação governamental, a obra
um trabalho didático padrão, não ape
livro didático está perdendo a sua pree-
nas na velha Universidade inglêsa, mas em todas as universidades existentes no
■Jk
terra.
que escreveu obras primas dentro de
cunstância -de ser o seu livro principal
A mis.são do sr. Gouthier
.sua
te ao resto do livro, todavia, sobretudo as secções concernentes à economia dos
o alvo da presente biografia — chega
Explicou-se que a missão de que foi incumbido o sr. Hugo Gouthier foi sim plesmente preparar o terreno para que as comissões de peritos, como é de praxe, Depois de visitar Paris, s.s. regressará para o Rio de Janeiro diretamente.
histórico para dar aos acontecimentos a
Com o advento de Alfred Marshall —
em libras esterlinas.
em tais casos, negociem então a liberação dos saldos. destina-se a facilitar as negociações vindouras.
lógica quanto ao aparecimento de suas obras principais. Em cada biografia in dividual tenho tido a preocupação de elaborar alguns parágrafos de caráter sua importância no condicionamento dos pontos de vista do escritor.
/
Estados Unidos, e firmou o nome de
seu autor como o chefe da escola nco-
disso um texto de leitura nas faculdades
colocados em ordem estritamente crono
Tanto o Ministro do Tesouro da Inglaterra como o "Bank of England" ne-
Èstc livro causou v
das épocas em que viveram, juntamente com a política nacional específica leva da então a efeito pelos seus respecti Assim, estes diversos mestres têm sido
4-
7JWW de vinte anos.
sensação tanto na Inglaterra quanto noi ' -cidisica de pensamentos econômicos em
vos países.
A FROPOSITO DOS SALDOS BRASILEIROS NA INGLATERRA
empenhara, sem intermissão, durante ,
doutrinas propugnadas pelos pensadores gin questãOj convém que se tenham na
cí?ÍT.da conta as condições e tendências
ainda nao haviam sido iniciadas.
Economia
por 5. Harcoürt-Rivington
mente, superior a um bilhão de cruzeiros.
Um porta-voz do govêrho britânico dechrou que não têm fundamento algum ^ nottctas f Gra-Bretanha teria proposto liberar 10% dos saldos brastletros em Itbras esterlinas, enquanto o Brasil teria pedido 20%. O que não podia haver fundamento nessas noticias pelo simples motivo de que as negociações em tôrno dêsse problema
da
Império
Britânico,
constituindo
além
"trusts", cartéis e controle "coletivo"
do Marshall já se acha superada. Como
minência.
É preciso lembrar que Marshall per
tence essencialmente à grande era pací-
rr^
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Dicesto Econômico
ela, regredimos de vim século e meio,
culado o aumento de arrecadação prover
pois era por esse processo de renda
níente do aumento de impôsto sobre as sociedade civis', e que o ilustre deputado Aliomar Baleeiro, não obstante ter apre
presumida que Pitt, nos aíbores do sé
culo XIX, lançava sua primeira expe
riência de impôsto de renda na Ingla
bre a matéria, limita-se a afirmar, va
mentos de controle.
gamente, que, pelo seu projeto, o au mento de arrecadação será, provavel
nenhum dos dois projetos é plenamente satisfatório. Ambos se ressentem de de
feitos técnicos e sobretudo de um certo empirísmo. Nota-se, da parte de seus
autores, um descaso absoluto pelo obje tivo final da reforma, que é o" aumento da arrecadação. Basta ver que no pro jeto governamental não foi sequer cal
Alfred Marshall
sentado uma brilliante e.xpo.síção so
terra, dada a falta de melhores ele
Por esta ligeira crítica se verifica que
MESTRES M ECO^OMIT funaador
çMembro da Sociedade Real de Eco
A matéria, pela sua relevância, neces sita ser obfeto de estudo mais atento e
nomia de Londres)
mais objetivo, e o projeto que afinal
(Especial para o "Dlgesto Econômico")
for elaborado deve guardar conformida
de com cs princípios técnicos do impôs
Em 1890 Marshall publicou oi seus
to, não acarretar perturbações econômi
cas, sociais, ou políticas e proporcionar,
"Princípios de Economia", que fizeram época, e para a elaboração aos quais se n
Primeira Parte
precisamente, a arrecadação de que o
^TnAVEs desta série de pequenas bio
erário público necessita.
grafias de economistas mundialmentç
h
famosos, desde Platão até os dias atuais,
eu tenho acentuado que, para a justa
apreciação dos méritos e deméritos das
faram terminanfemeníe que houvessem autorizado quem quer que seja a fazer eclarações concernentes à posição dos dois países com relação aos saldos brasileiros
perspectiva justa e resumi-los segundo a
,
de economia dos estabelecimentos congê neres da Europa e da América, — o
que vale dizer, praticamente, em todo
o mundo — emprestara ao referido autor
uma justa reputação de modernidade. O seu tratado principal aparece, assim, como a última palavra em matéria de 'ciência econômica, proporcionando-nos uma tese conforme à evolução dos dias presentes.
No que diz respeito aos princíjjíos
econômicos, isto é realmente certo, pois
êsses princípios, sendo básicos, não so frem mudanças materiais.
Relativamen
mos pela primeira vez a um economista
monopólios e a evolução recente dos
um período que a memória dos vivos ainda alcança. Êste fato, e mais a cir
através da ação governamental, a obra
um trabalho didático padrão, não ape
livro didático está perdendo a sua pree-
nas na velha Universidade inglêsa, mas em todas as universidades existentes no
■Jk
terra.
que escreveu obras primas dentro de
cunstância -de ser o seu livro principal
A mis.são do sr. Gouthier
.sua
te ao resto do livro, todavia, sobretudo as secções concernentes à economia dos
o alvo da presente biografia — chega
Explicou-se que a missão de que foi incumbido o sr. Hugo Gouthier foi sim plesmente preparar o terreno para que as comissões de peritos, como é de praxe, Depois de visitar Paris, s.s. regressará para o Rio de Janeiro diretamente.
histórico para dar aos acontecimentos a
Com o advento de Alfred Marshall —
em libras esterlinas.
em tais casos, negociem então a liberação dos saldos. destina-se a facilitar as negociações vindouras.
lógica quanto ao aparecimento de suas obras principais. Em cada biografia in dividual tenho tido a preocupação de elaborar alguns parágrafos de caráter sua importância no condicionamento dos pontos de vista do escritor.
/
Estados Unidos, e firmou o nome de
seu autor como o chefe da escola nco-
disso um texto de leitura nas faculdades
colocados em ordem estritamente crono
Tanto o Ministro do Tesouro da Inglaterra como o "Bank of England" ne-
Èstc livro causou v
das épocas em que viveram, juntamente com a política nacional específica leva da então a efeito pelos seus respecti Assim, estes diversos mestres têm sido
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7JWW de vinte anos.
sensação tanto na Inglaterra quanto noi ' -cidisica de pensamentos econômicos em
vos países.
A FROPOSITO DOS SALDOS BRASILEIROS NA INGLATERRA
empenhara, sem intermissão, durante ,
doutrinas propugnadas pelos pensadores gin questãOj convém que se tenham na
cí?ÍT.da conta as condições e tendências
ainda nao haviam sido iniciadas.
Economia
por 5. Harcoürt-Rivington
mente, superior a um bilhão de cruzeiros.
Um porta-voz do govêrho britânico dechrou que não têm fundamento algum ^ nottctas f Gra-Bretanha teria proposto liberar 10% dos saldos brastletros em Itbras esterlinas, enquanto o Brasil teria pedido 20%. O que não podia haver fundamento nessas noticias pelo simples motivo de que as negociações em tôrno dêsse problema
da
Império
Britânico,
constituindo
além
"trusts", cartéis e controle "coletivo"
do Marshall já se acha superada. Como
minência.
É preciso lembrar que Marshall per
tence essencialmente à grande era pací-
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DiciiSTO Econômico
Djgesto Econômico
98
virtude de moléstia. Depois de um pro Nascimento c jormação
fica do último século, quando as finan ças e o comércio tinham as suas opera
ções relativamente estabilizadas, e as da produção e distribuição se achavam em mãos particulares. É verdade que êle publicou a sétima e oitava ediç-óes de sua obra em 1916 e 1920, respectiva
mente, isto é, no curso e imediatamente
depois da primeira Grande Guerra. As alterações recentes, contudo, que efetua ram tão violenta transformação na vida
nacional e privada, como resultado da
secunda Guerra Mundial, se achavam apenas na sua forma embrionária quan do Marshall püblicou essas edições re vistas, que materialmente não diferiam das anteriores, aparecidas no período que precedera à conflagração de 1914.
B De qualquer modo, a êsse tempo, ^ 1916-1920, Marshall já estava avança do em anos, tendo ultrapassado a média comum de duração da \'ida humana.
Assim, não se poderia esperar que pos suísse a visão de um jovem, para o qual as condições estáveis do" último sé
Alfred
Marshall
nasceu
em
longado descanso, tornou-se professor de 1842,
num dos últimos anos do reinado da rainha Vitória da Inglaterra. Provinha
intenção do autor um segundo
aulas.
completar a formulação de suas idéias
Taylor. Desde jovem mostrava-se do
tado, tal como Jobn Stuart Mill, de gran des qualidades intelectuais. Foram os prêmios escolares que Ibe deram opor tunidade de estudos posteriores, depois de deixar aquele estabelecimento de en sino. Entrou para a St. John's CoUege,
Obser\'e-se que o título do tratado de Marshall, "Princípios de Economia , di"
''Princípios de Economia", que fizeram época e para a elaboração dos quais so empenliara, sem intermissão, durante
fere do de seus grandes predecessoms, "Princípios de Economia Política . E.e foi, de fato, o fundador da economiaDeu-lhe um novo caráter e uma nova
tica.
Foi o "segundo premiado" em
sensação tanto na Inglaterra quanto nos
1865. Mereceu, igualmente, a distinção
Estados Unidos, e firmou o nome dé
de ser escolhido membro da Universi
seu autor como o do cliefe da escola
dade no mesmo ano.
neo-clássica de pensamento econômico em sua terra. Desde o aparecimento de sua primeira edição, o referido tratado
importância. Não lhe agradava que e>S' ciência permanecesse como parte secun dária da economia política. A seu cri tério, alcançara grande extensão e de senvülvàmento para ser assim compreen dida. Separou-a, pois, da economia po
encontrou procura constante, uUrupas-
lítica e transformou-a em estudo á parte.
Das matemáticas, voltou para o es
tudo da metafísica, desta para a moral e
a teologia (pois jíretendia ordenar-se e ingressar na Igreja como missionário nq estrangeiro), mas por fim iniciou um curso de economia política. Na Univerera uma das cinco estudantes pioneiras
res de um sistema típico: para o jovem estudante de hoje são a base real da economia. Assim, está sendo elabora
vos e contraíram matrimônio no ano
blicação apenas 7.629 exemplares foram vendidos, dos quais 2.018 na Inglaterra e 1.05^ nos Estados Unidos, no curso do primeiro ano ' após o seu apareci mento. As vendas na década seguinte obedeceram à seguinte ordem:
seguinte. A espôsa era uma brilhante economista e socióloga. O primeiro 1í\to de Marshall, "A Economia e a Indús modesta auxiliar, sempre esteve ao seu lado durante tôda a sua vida e parti
repentinas, tão gigantescas, tão profun
o curso de sua carreira.
das e reviilsivas que nenhum cérebro humano, por mais presciente que fosse, poderia prevê-las, senão de uma forma
abandonar o St. ]ohn's CoUege e renimciou à sua idéia de ingressar no sa
nebulosa e indefinida. O que êle pôde ver, como de fato viu, mostra nêle ain
lugar de primeiro diretor do University Cmlege, de BristoL Exerceu tais fun
da assim alguma coisa de profético.
ções até 1881, quando se demitiu em
í£
O casamento de Marshall mudou todo
cerdócio.
A Sociedadi^Real de Ecoiionii*^
Imediatamente depois de sua obra tpital, Marshall, imbuído da idéia ^ que o .seu assunto predileto merecena um estudo mais atento por parte dos
ca
economistas de mais tòmo, entrou a cO
gitar da fundação de uma organização para esse fim. Em outubro de 18^ redigiu um panfleto concretizando a sua
proposta de uma sociedade nas Hnhas de outras corporações eruditas da In glaterra, notadamente a Sociedade Julho de 1900 a julho de 1910 7.643 (de Cientistas) e a Sociedade Real de Geografia. Sua idéia primitiva tomou " 1910 " " " 1920 9.179 " 1920 " " " 1930 21.991 a forma de uma "Proposta para a fonna" " 1930 " " " 1940 16.261 çâo de uma Associação Econômica B^i" (guerra) tànica". Ela obteve o apoio imediato
tria", foi escrito em colaboração com ela. A valiosa, embora despretenciosa e cipou de todos os seus escritos.
da economia.
Durante a primeira década de sua pu
Em 18 <6
ficos. Mas as transformações econórnicas das últimas três décadas foram tão
Literalmente, Marshall foi o fundador
outra obra do mesmo gênero. Marsliall publicou dessa obra .sete edições revistas
manifestou sempre progressivamente, crescendo com a passagem do tempo.
em 1871, constituíram o núcleo do hoje
Marshall e Mary Paley se tomaram noi
sando, como objeto de venda, qualquer entre 1891 e 1920. Daí para a frente, os seis "Princípios" foram reeditados seis vezes. ' O interesse pela obra se
bisneta de um famoso arcediago. Ela
eram instrumentos transitórios, destruido
te, Marshall tinha muito de visionário, como todos os grandes escritores cientí
Em 1890 Marshall publicou os seus
Êste livro causou
famoso Newnham College.
A diferença de critério é,
científicas. O novo \'olume, contudo, jamais foi publicado. ,
mais • de vinte anos.
Marshall, as transformações da guerra
te diversa.
A obra principal
de Cambridge, onde estudou matemá
que, fixando residência em Cambridge
sem dxivida, fundamental. Naturalmen
se como um "Primeiro Volume", sendo
de prestígio e renome pelo êxito de suas
cK>mo o mercantilismo e os primeiros de
da uma ciência de estrutura inteiramen
editados pela primeira vez apresentavani-
de economia política, e adquiriu gran
nica e foi educado na Escola Comercial
.sidade conheceu a senborita Mary Palev,
Para
cujas vendas foram igualmente^ muito amplas). Quando os "Princípios" foram
economia política do famoso Baliol Col lege, de Oxford. Em 1885, contudo, voltou para Cambridge, como professor
de uma família da classe média britâ
culo (que modelara as idéias de Mar shall) constituem fenômenos históricos tão distantes de sua ejçperiência pessoal senvolvimentos da era mecânica.
locação comercial. (.\s cifras acinia não levara em consideração as traduções
Êle precisa\-a
dos mais notáveis economistas de seu
Assim, em quinze anos, mais de
Assim, acèitou a oferta do
O projeto rapidamente se uc
62.700 exemplares foram vendidos, o
senvolveu, até resultar no estabelecimen
que representa uma façanha considerá
to de um grêmio erudito que, com ^ obtenção de um Diploma Real, se tor
vel para um livro científico de custo elevado durante o seu período de co .àA.
tempo.
nou conliecido pelo nome de Socieda-
r 99
DiciiSTO Econômico
Djgesto Econômico
98
virtude de moléstia. Depois de um pro Nascimento c jormação
fica do último século, quando as finan ças e o comércio tinham as suas opera
ções relativamente estabilizadas, e as da produção e distribuição se achavam em mãos particulares. É verdade que êle publicou a sétima e oitava ediç-óes de sua obra em 1916 e 1920, respectiva
mente, isto é, no curso e imediatamente
depois da primeira Grande Guerra. As alterações recentes, contudo, que efetua ram tão violenta transformação na vida
nacional e privada, como resultado da
secunda Guerra Mundial, se achavam apenas na sua forma embrionária quan do Marshall püblicou essas edições re vistas, que materialmente não diferiam das anteriores, aparecidas no período que precedera à conflagração de 1914.
B De qualquer modo, a êsse tempo, ^ 1916-1920, Marshall já estava avança do em anos, tendo ultrapassado a média comum de duração da \'ida humana.
Assim, não se poderia esperar que pos suísse a visão de um jovem, para o qual as condições estáveis do" último sé
Alfred
Marshall
nasceu
em
longado descanso, tornou-se professor de 1842,
num dos últimos anos do reinado da rainha Vitória da Inglaterra. Provinha
intenção do autor um segundo
aulas.
completar a formulação de suas idéias
Taylor. Desde jovem mostrava-se do
tado, tal como Jobn Stuart Mill, de gran des qualidades intelectuais. Foram os prêmios escolares que Ibe deram opor tunidade de estudos posteriores, depois de deixar aquele estabelecimento de en sino. Entrou para a St. John's CoUege,
Obser\'e-se que o título do tratado de Marshall, "Princípios de Economia , di"
''Princípios de Economia", que fizeram época e para a elaboração dos quais so empenliara, sem intermissão, durante
fere do de seus grandes predecessoms, "Princípios de Economia Política . E.e foi, de fato, o fundador da economiaDeu-lhe um novo caráter e uma nova
tica.
Foi o "segundo premiado" em
sensação tanto na Inglaterra quanto nos
1865. Mereceu, igualmente, a distinção
Estados Unidos, e firmou o nome dé
de ser escolhido membro da Universi
seu autor como o do cliefe da escola
dade no mesmo ano.
neo-clássica de pensamento econômico em sua terra. Desde o aparecimento de sua primeira edição, o referido tratado
importância. Não lhe agradava que e>S' ciência permanecesse como parte secun dária da economia política. A seu cri tério, alcançara grande extensão e de senvülvàmento para ser assim compreen dida. Separou-a, pois, da economia po
encontrou procura constante, uUrupas-
lítica e transformou-a em estudo á parte.
Das matemáticas, voltou para o es
tudo da metafísica, desta para a moral e
a teologia (pois jíretendia ordenar-se e ingressar na Igreja como missionário nq estrangeiro), mas por fim iniciou um curso de economia política. Na Univerera uma das cinco estudantes pioneiras
res de um sistema típico: para o jovem estudante de hoje são a base real da economia. Assim, está sendo elabora
vos e contraíram matrimônio no ano
blicação apenas 7.629 exemplares foram vendidos, dos quais 2.018 na Inglaterra e 1.05^ nos Estados Unidos, no curso do primeiro ano ' após o seu apareci mento. As vendas na década seguinte obedeceram à seguinte ordem:
seguinte. A espôsa era uma brilhante economista e socióloga. O primeiro 1í\to de Marshall, "A Economia e a Indús modesta auxiliar, sempre esteve ao seu lado durante tôda a sua vida e parti
repentinas, tão gigantescas, tão profun
o curso de sua carreira.
das e reviilsivas que nenhum cérebro humano, por mais presciente que fosse, poderia prevê-las, senão de uma forma
abandonar o St. ]ohn's CoUege e renimciou à sua idéia de ingressar no sa
nebulosa e indefinida. O que êle pôde ver, como de fato viu, mostra nêle ain
lugar de primeiro diretor do University Cmlege, de BristoL Exerceu tais fun
da assim alguma coisa de profético.
ções até 1881, quando se demitiu em
í£
O casamento de Marshall mudou todo
cerdócio.
A Sociedadi^Real de Ecoiionii*^
Imediatamente depois de sua obra tpital, Marshall, imbuído da idéia ^ que o .seu assunto predileto merecena um estudo mais atento por parte dos
ca
economistas de mais tòmo, entrou a cO
gitar da fundação de uma organização para esse fim. Em outubro de 18^ redigiu um panfleto concretizando a sua
proposta de uma sociedade nas Hnhas de outras corporações eruditas da In glaterra, notadamente a Sociedade Julho de 1900 a julho de 1910 7.643 (de Cientistas) e a Sociedade Real de Geografia. Sua idéia primitiva tomou " 1910 " " " 1920 9.179 " 1920 " " " 1930 21.991 a forma de uma "Proposta para a fonna" " 1930 " " " 1940 16.261 çâo de uma Associação Econômica B^i" (guerra) tànica". Ela obteve o apoio imediato
tria", foi escrito em colaboração com ela. A valiosa, embora despretenciosa e cipou de todos os seus escritos.
da economia.
Durante a primeira década de sua pu
Em 18 <6
ficos. Mas as transformações econórnicas das últimas três décadas foram tão
Literalmente, Marshall foi o fundador
outra obra do mesmo gênero. Marsliall publicou dessa obra .sete edições revistas
manifestou sempre progressivamente, crescendo com a passagem do tempo.
em 1871, constituíram o núcleo do hoje
Marshall e Mary Paley se tomaram noi
sando, como objeto de venda, qualquer entre 1891 e 1920. Daí para a frente, os seis "Princípios" foram reeditados seis vezes. ' O interesse pela obra se
bisneta de um famoso arcediago. Ela
eram instrumentos transitórios, destruido
te, Marshall tinha muito de visionário, como todos os grandes escritores cientí
Em 1890 Marshall publicou os seus
Êste livro causou
famoso Newnham College.
A diferença de critério é,
científicas. O novo \'olume, contudo, jamais foi publicado. ,
mais • de vinte anos.
Marshall, as transformações da guerra
te diversa.
A obra principal
de Cambridge, onde estudou matemá
que, fixando residência em Cambridge
sem dxivida, fundamental. Naturalmen
se como um "Primeiro Volume", sendo
de prestígio e renome pelo êxito de suas
cK>mo o mercantilismo e os primeiros de
da uma ciência de estrutura inteiramen
editados pela primeira vez apresentavani-
de economia política, e adquiriu gran
nica e foi educado na Escola Comercial
.sidade conheceu a senborita Mary Palev,
Para
cujas vendas foram igualmente^ muito amplas). Quando os "Princípios" foram
economia política do famoso Baliol Col lege, de Oxford. Em 1885, contudo, voltou para Cambridge, como professor
de uma família da classe média britâ
culo (que modelara as idéias de Mar shall) constituem fenômenos históricos tão distantes de sua ejçperiência pessoal senvolvimentos da era mecânica.
locação comercial. (.\s cifras acinia não levara em consideração as traduções
Êle precisa\-a
dos mais notáveis economistas de seu
Assim, em quinze anos, mais de
Assim, acèitou a oferta do
O projeto rapidamente se uc
62.700 exemplares foram vendidos, o
senvolveu, até resultar no estabelecimen
que representa uma façanha considerá
to de um grêmio erudito que, com ^ obtenção de um Diploma Real, se tor
vel para um livro científico de custo elevado durante o seu período de co .àA.
tempo.
nou conliecido pelo nome de Socieda-
100
Digesto Econômico
Economia. Esta hoje conta pràticainente entre os seus membros to
dos os eminentes economistas ingleses, inclusive Lord Keynes, que foi seu presidente até.sua morte, há pouco tem po. A associação que Marshall fundou é atualmente reconhecida como a mais
influente no gênero em todo o mundo,
sendo de inestimável valor como guia do governo de Londres em assuntos econômicos. Keynes — deve ser acen
tuado — exerceu durante um quarto de século as funções de chefe dos conse
lheiros econômicos da administração britânica.
Cérca de trinta anos depois da fun
dação da Sociedade Real de Economia que concretízou o seu sonho de colocar a economia como ciência no seu
verdadeiro lugar, Marshall conseguiu,
após longa e paciente luta, fazê-la rec-onhecida como tal em sua própria Uni versidade de Cambridge. Nesse sentido conseguiu a criação no St. John's Ckjllege de um tripos" econômico, disünto e separado do 'tripos" tradicional das ciências morais. Êste sistema foi então seguido praticamente por todas as prin cipais universidades do mundo. Últimos anos
Entrementes, Marshall realizava outros
trabalhos públicos, de natureza oficial. Devido ao seu largo conhecimento dos problemas econômicos da indústria foi
Universidade de Cambridge no maior centro de estudos econômicos dos países
FAITO-;
Marshall retirou-se da cadeira de eco
nomia política do St. ]olm's College em
CONSTRUÇÕES EM SÃO PAULO E NO DISTRITO FEDERAL
1908, e desde então se dedicou exclu sivamente aos seus trabalhos científi
cos.
Em São Paulo, segundo divulga o Serviço de Estatística Econômica e Finan
Em 1918 publicou "Indústria e
ceira, órgão que representa o Ministério da Fazenda no Instituto Brasileiro de
Comércio", um estudo exaustivo sobre
CeografUi e Estatística, os índices referentes a coi\siruç5es licenciadas, destinadas a habitações e escritórios, aumeixtaram bastante em 1946, em relação não apenas
a moderna organização industrial. Cinco anos mais tarde apareceu o seu livro
a 1945, mas igualmente ao biênio 1939 a 1940. Estahelecendo-se o índice 100
"Dinheiro, Crédito e Comércio". Estas duas obras tomaram o lugar do se
para êste biênio, femos no ano passado: janeiro, 61, fevereiro, 142, março, 138, abril 123, nuiio, 123, junho, 90, julho, 202, agôsto, 128 e setembro, 98. Como se vâ sòmeníe janero, junho e setembro figuram com índices abaixo de 100.
gundo volume dos seus "Princípios", vo lume êsse que, como vimos, fôra primi tivamente projetado. Embora excelente, contudo, não se colocou no mesmo nível
Notável foi, por outro lado, o acréscimo em relação a 1945, cujos índices atin-
giram 45 em janeiro, 49 em fevereiro, 53 em março, 69 em abril, 49 em rruiio,
94 em junho, 82 em julho, 65 em agôsto e 99 em setembro.
do.s "Princípios", nem era o que po
deria ter sido se publicado vinte anos mais cedo, imediatamente depois de sua
obra principal.
Muita gente lamenta
agôsto, os índices acusaram decréscimos ainda mais acenttuxdos.
que o autor haja gasto tantos anos re visando o seu grande livro para as nu
merosas edições que teve, em vez de elaborar o novo trabalho que planejara
quando no vigor -da vida. Marshall faleceu em 1924, à provecta
idade de 82 anos, honrado e respeitado
por todos os contemporâneos e chorado
Assim é que
janeiro registrou o índice 98, fevereiro 76, março 58, abril 74, rmio 85, junho 86, julho 87, agôsto, 81. O mês de setembro, até onde chega a apuração em aprêço, acusa uma reação, havendo o número de licenças atingido o índice 122. A quantidade de licenças concedidas foi de 266 em janeiro, 188 em fevereiro, 159 em março, 194 em abrü, 231 em maio, 266 em junho, 238 em julho, 220 em agôsto e 231 em setembro. Observa-se que número menor de construções nos primeiros meses de 1946, com exclusão de'janeiro, volta a elevar-se a partir
de maio, enquanto que o ano anterior assinalou fenômeno inverso. De modo geial, porém, fica patenteada a diminuição, ainda que ligeira, do movimento de
>
de todo o mundo.
construções no Distrito Federal entre 1945 e 1946.
,
Nas festas do seu
centenário, realizadas em homenagem à sua memória, na Biblioteca Marshall, de
Cambridge — uma reunião feita por ini
Comissão do Ouro e da Prata no In
Economia de Londres — famosos eco
Subseqüentemente prestou grandes ser viços em outros inquéritos governamen tais a respeito das condições econômi cas. Integrou, finalmente, a Comissão do
^
por milhares de estudantes universitários
nomeado, depois de haver integrado a bro da Comissão Real de Trabalho.
^
No Distrito Federal, verifica-se que durante o ano de 1945, sòmeníe nos meses de janeiro, fevereiro e dezembro o movimento se apresentou superior, assinalando-se respectivamente os índices de 127, 116 e 116. No ano passado, até
ciativa conjunta da Faculdade de Eco nomia de Cambridge e a Escola de
quérito de 1887, para o cargo de mem
Ê0«aM I c o
de língua inglesa.
nomistas trataram de sua obra humani tária e de seus nobres ideais, e sua
espôsa, ainda em pleno vigor de inteli
Quanto ao número dc licenças, São Paulo ostenta sensível diferença para
mais, em comparação com o Distrito Federal, comprovando-se essa superioridade quantitativa através das seguintes cifras, referentes a 1946: janeiro, 347, fevereiro, 727, março, 780, abril, 671, maio, 696, junho, 495, julho, 1.142, agôsto, 723 e setembro, 538. BRASIL
tos: dentro dos três primeiros meses, 5%; Recolhimento de cédulas
gência e de palavra, lembrou às pessoas
ali congregadas a felicidade e o prazer
A Junta Administrativa da Caixa de
Amortização resolveu prorrogar o prazo
Meio Circulante da índia em 1889. Os
que o seu marido colhia, mesmo nos úl
para o recolhimento, sem desconto, das
cédulas de papel-moeda do extinto pa drão "mil réis": 10 mil réis, estampa 16.®, 50 mil réis, estampa 15.® e 16.® e 500 mil réis, estampas 10.® e 12.®. A partir dé 1.° de maio, portanto, será
escritos de Marshall, a sua atividade
timos anos de sua longa • vida, nos tra
como professor de economia política e a sua passagem pela administração o
balhos de seu gabinete. Marshall goza
colocaram entre os maiores economistas do mundo moderno e transformaram a
nidade dos mimdo.
da estima e da veneração da comu economistas
de
todo
o
iniciada a prática dos seguintes descon
nos dois meses seguintes, 10%; nos dois outros meses, 15%; e nos dois meses
imediatos, 20%; durante quatro meses
após, mais 5%, e a seguir, mais 10% ao mês, até a perda total do valor. Cultura do café Ouvido no Rio sôbre um relatório
apresentado ao Departamento da Agri-
100
Digesto Econômico
Economia. Esta hoje conta pràticainente entre os seus membros to
dos os eminentes economistas ingleses, inclusive Lord Keynes, que foi seu presidente até.sua morte, há pouco tem po. A associação que Marshall fundou é atualmente reconhecida como a mais
influente no gênero em todo o mundo,
sendo de inestimável valor como guia do governo de Londres em assuntos econômicos. Keynes — deve ser acen
tuado — exerceu durante um quarto de século as funções de chefe dos conse
lheiros econômicos da administração britânica.
Cérca de trinta anos depois da fun
dação da Sociedade Real de Economia que concretízou o seu sonho de colocar a economia como ciência no seu
verdadeiro lugar, Marshall conseguiu,
após longa e paciente luta, fazê-la rec-onhecida como tal em sua própria Uni versidade de Cambridge. Nesse sentido conseguiu a criação no St. John's Ckjllege de um tripos" econômico, disünto e separado do 'tripos" tradicional das ciências morais. Êste sistema foi então seguido praticamente por todas as prin cipais universidades do mundo. Últimos anos
Entrementes, Marshall realizava outros
trabalhos públicos, de natureza oficial. Devido ao seu largo conhecimento dos problemas econômicos da indústria foi
Universidade de Cambridge no maior centro de estudos econômicos dos países
FAITO-;
Marshall retirou-se da cadeira de eco
nomia política do St. ]olm's College em
CONSTRUÇÕES EM SÃO PAULO E NO DISTRITO FEDERAL
1908, e desde então se dedicou exclu sivamente aos seus trabalhos científi
cos.
Em São Paulo, segundo divulga o Serviço de Estatística Econômica e Finan
Em 1918 publicou "Indústria e
ceira, órgão que representa o Ministério da Fazenda no Instituto Brasileiro de
Comércio", um estudo exaustivo sobre
CeografUi e Estatística, os índices referentes a coi\siruç5es licenciadas, destinadas a habitações e escritórios, aumeixtaram bastante em 1946, em relação não apenas
a moderna organização industrial. Cinco anos mais tarde apareceu o seu livro
a 1945, mas igualmente ao biênio 1939 a 1940. Estahelecendo-se o índice 100
"Dinheiro, Crédito e Comércio". Estas duas obras tomaram o lugar do se
para êste biênio, femos no ano passado: janeiro, 61, fevereiro, 142, março, 138, abril 123, nuiio, 123, junho, 90, julho, 202, agôsto, 128 e setembro, 98. Como se vâ sòmeníe janero, junho e setembro figuram com índices abaixo de 100.
gundo volume dos seus "Princípios", vo lume êsse que, como vimos, fôra primi tivamente projetado. Embora excelente, contudo, não se colocou no mesmo nível
Notável foi, por outro lado, o acréscimo em relação a 1945, cujos índices atin-
giram 45 em janeiro, 49 em fevereiro, 53 em março, 69 em abril, 49 em rruiio,
94 em junho, 82 em julho, 65 em agôsto e 99 em setembro.
do.s "Princípios", nem era o que po
deria ter sido se publicado vinte anos mais cedo, imediatamente depois de sua
obra principal.
Muita gente lamenta
agôsto, os índices acusaram decréscimos ainda mais acenttuxdos.
que o autor haja gasto tantos anos re visando o seu grande livro para as nu
merosas edições que teve, em vez de elaborar o novo trabalho que planejara
quando no vigor -da vida. Marshall faleceu em 1924, à provecta
idade de 82 anos, honrado e respeitado
por todos os contemporâneos e chorado
Assim é que
janeiro registrou o índice 98, fevereiro 76, março 58, abril 74, rmio 85, junho 86, julho 87, agôsto, 81. O mês de setembro, até onde chega a apuração em aprêço, acusa uma reação, havendo o número de licenças atingido o índice 122. A quantidade de licenças concedidas foi de 266 em janeiro, 188 em fevereiro, 159 em março, 194 em abrü, 231 em maio, 266 em junho, 238 em julho, 220 em agôsto e 231 em setembro. Observa-se que número menor de construções nos primeiros meses de 1946, com exclusão de'janeiro, volta a elevar-se a partir
de maio, enquanto que o ano anterior assinalou fenômeno inverso. De modo geial, porém, fica patenteada a diminuição, ainda que ligeira, do movimento de
>
de todo o mundo.
construções no Distrito Federal entre 1945 e 1946.
,
Nas festas do seu
centenário, realizadas em homenagem à sua memória, na Biblioteca Marshall, de
Cambridge — uma reunião feita por ini
Comissão do Ouro e da Prata no In
Economia de Londres — famosos eco
Subseqüentemente prestou grandes ser viços em outros inquéritos governamen tais a respeito das condições econômi cas. Integrou, finalmente, a Comissão do
^
por milhares de estudantes universitários
nomeado, depois de haver integrado a bro da Comissão Real de Trabalho.
^
No Distrito Federal, verifica-se que durante o ano de 1945, sòmeníe nos meses de janeiro, fevereiro e dezembro o movimento se apresentou superior, assinalando-se respectivamente os índices de 127, 116 e 116. No ano passado, até
ciativa conjunta da Faculdade de Eco nomia de Cambridge e a Escola de
quérito de 1887, para o cargo de mem
Ê0«aM I c o
de língua inglesa.
nomistas trataram de sua obra humani tária e de seus nobres ideais, e sua
espôsa, ainda em pleno vigor de inteli
Quanto ao número dc licenças, São Paulo ostenta sensível diferença para
mais, em comparação com o Distrito Federal, comprovando-se essa superioridade quantitativa através das seguintes cifras, referentes a 1946: janeiro, 347, fevereiro, 727, março, 780, abril, 671, maio, 696, junho, 495, julho, 1.142, agôsto, 723 e setembro, 538. BRASIL
tos: dentro dos três primeiros meses, 5%; Recolhimento de cédulas
gência e de palavra, lembrou às pessoas
ali congregadas a felicidade e o prazer
A Junta Administrativa da Caixa de
Amortização resolveu prorrogar o prazo
Meio Circulante da índia em 1889. Os
que o seu marido colhia, mesmo nos úl
para o recolhimento, sem desconto, das
cédulas de papel-moeda do extinto pa drão "mil réis": 10 mil réis, estampa 16.®, 50 mil réis, estampa 15.® e 16.® e 500 mil réis, estampas 10.® e 12.®. A partir dé 1.° de maio, portanto, será
escritos de Marshall, a sua atividade
timos anos de sua longa • vida, nos tra
como professor de economia política e a sua passagem pela administração o
balhos de seu gabinete. Marshall goza
colocaram entre os maiores economistas do mundo moderno e transformaram a
nidade dos mimdo.
da estima e da veneração da comu economistas
de
todo
o
iniciada a prática dos seguintes descon
nos dois meses seguintes, 10%; nos dois outros meses, 15%; e nos dois meses
imediatos, 20%; durante quatro meses
após, mais 5%, e a seguir, mais 10% ao mês, até a perda total do valor. Cultura do café Ouvido no Rio sôbre um relatório
apresentado ao Departamento da Agri-
Dicesto Econômico
102
Dicesto Econômico
cultura dos Estados Unidos pelo perito
agrícola norte-americano Henry Spielman, sobre a cultura do café no Brasil, o sr. Antônio Stockler de Queiroz, pre
casca (sacos de 50 quilos), 13.467.549; milho (sacos de 60 quilos), 21.231.400; feijão (sacos de 60 quilos),
safra das águas, 1.040.000 e safra da
103
pormenorizada dos referidos valores ou
tipos a vapor, produziu profunda modi
deciaraçtxís de que não os há nas con-
ficação na indústria respectiva. Noven
diçTÕes indicadas. De posse dessas re lações e das declarações negativas, e
sidente da comissão liquidante do De
sêca, 1.220.012, perfazendo o total de
partamento Nacional do Café, assim se
2.260.012; amendoim (saco.s de 2-5 qui
ante.s da expedição das guias de reco
manifestou:
los), 1..564.970; inamona (sacos de 60
ta e cinco por cento das no\ as encomen
das são para esses tipos de máquinas. Na verdade, a rápida transformação da
Departamento ae Agricultura dos Esta
quilos), -581.500; batata (sucos de 60 quilos), safra da sêca, 2.5.57.170, e
dos Unidos pelo sr. Henr\' Spielman
safra das águas, 1.707.900, perfazendo
lhimento do produto dos depósitos con siderados abandonados, providenciarão aquelas autoridades no sentido de que os agentes fiscais do impôsto de consu
avança muito, ao prever que em 15 anos devam desaparecer do Brasil cerca
o total de 4.266.070.
mo, ou, onde não os houver, os cole tores
de 1 milhão de cafeeiros. De fato, neste último decênio, as nossas reservas de ca
Trata-se da primeira estimativa do anc, que deverá ser revista |)elos agrô nomos regionais da .Secretaria da Agri
derais, os administradores de mesas de
em questão — a "American Locomotive Co" — anunciou a .criação de um novo
rendas ou funcionários que indicarem,
comitê administrativo, encarregado de di
feeiros sofreram sensível redução em
cultura, cie acordo com a pra.\e em suas
verifiquem por confronto a autentici
rigir e coordenar as atiridades da em
virtude do abandono de lavouras velhas
reuniões, até a colheita.
dade das informações dadas, promoven-
presa, em razão das novas necessidades
do-se imediatamente ação fiscal contra
da sua clientela. As alterações são atri
"O relatório aue se diz apresentado ao
que não puderam ser substituídas por
Acordo entre o Brasil e a Bolívia
tiovas plantações. A isto se opunha o programa da economia dirigida do café, aplicada no Brasil desde 1931. Mas
no Rio foi concluído por troca de notas
concluir-se desse fato que os nossos ca-
um acõrdo entre o Brasil o a Bolívia,
fezais estejam ameaçados de quase desa
parecimento é quase um absurdo". Declaração de renda de intelectuais
O diretor da Divisão do Impôsto de Renda informa o seguinte:
*'0s contribuintes cujos créditos foram
mandados considerar isentos pela- Cons tituição, tais como os rendimentos pro venientes de ati%'idades jornalísticas, ma
gistério e direitos autorais, não ficaram, por sua vez, dispensados de apresentar declaração. Nesta, dever-se-ão consig nar, entre outros rendimentos, os imu nes à tributação pela Constituição, a fim
de que a Divisão do Impôsto de Rendas e seus órgãos reconheçam em cada ca.so a imunidade fiscal, respeitando a deter minação constitucional". Safra paulista Pelo Departamento de Produção Ve
getal da Secretaria da Agricultura de São Paulo foi organizado o seguinte quadro de estimativa da safra de 19464V, referente ao nosso Estado; café be neficiado (sacos de 60 quilos)
8.414.524; algodão em caroço (sacos de 15 quilos), 48.013.480; arroz em
ou
escrivães
das
coletorias fe
os infratore.s dos dispositivos legais.
No Ministério das Relações Exteriores,
para a compra dos nosso.s tecidos de algodão. O referido acordo resulta de longos entendimentos realizados entre as partes interessadas, que debateram nos
seus pormenores todas as cláusulas de que o mesmo se compõe. Em linhas ge rais, o instrumento aludido prevê o for necimento à Bolívia, durante 'seis anos,
Do Exterior Projeto internacional do trigo
O projeto internacional do trigo, rc-
um preço mínimo variando de 1 dólar
Internacional do Trigo, que deverá reu nir-se em Londres, a 18 de maio pró ximo. O projeto também propõe a data de I." de agosto para a entrada em vigor de um convênio sobre o trigo, com
ciais ou industriais, e nas caixas econô micas, não reclamados durante.30 anos,
ainda que cumpre à referida Diretoria fiscalizar a execução do decreto que re
gulamentou a lei sobre a matéria, reco mendou aos diretores das Recebedorias
e aos delegados fiscais que providenciem no sentido de que os depositários apre sentem dentro de trinta dias relação
buídas à ameaça de greves nas minas de
petróleo. O sr. Mc Cail não prevê, con tudo, o desaparecimento imediato das locomotivas a carvão, cujo equipamento
grou 20 milhões de dólares às pesquisas
tecidos de fabricação e procedência
Tesouro Nacional os valore.s depositados
O sr. Mc Cail, presidente da firma
representa dois milhões de dólares e
obrigatoriedade de dar preferência aos
em estabelecimentos bancários, comer
meios ae tração ferroriária.
Trigo, recomenda a exportação de par tidas de primeira qualidade desse cereal, procedentes de Manitoba, e a adoção de
nistro do Comércio do Canadá, sr. Ma-
O diretor das Rendas Internas, consi
zação, para fazer face à evolução dos
dijpdo pelo Conselho Internacional do
mo temix» para o mencionado país a
derando que deverão ser recolhidos ao
uma
zar o uso de combustíveis derivados do
CANADÁ
a I dólar e meio por bushel".
Depósitos abandonados
de locomolivas levou
grande empresa a alterar a sua organi
carvão, que impele cada vez mais a "American Locomotive Co" a generali
de uma determinada quantidade anual de tecidos de algodão, gerando ao mes
brasileiras.
indústria
O documento apresentado pelo mi cldnon, servirá de base à Conferência
duração de 4 a 5 anos.
O mercado
mundial de e.xportação será repartido entre o Canadá (com 40%, ou seja 200 milhões de "bushels), a Argentina, com 25% (125 milhões), a Austrália, com 19% (95 milhões) e os Estados Unidos, com 16% (80 milhões). ESTADOS UNIDOS
Locomotivas elétricas
A crescente popularidade das locomo tivas Diesel elétricas, em relação aos
cuja substituição exigiria muitos anos.
"A companhia — áiz êle — já consa com as locomotivas Diesel, mas a e\o-
lução foi ainda mais rápida que os seus preparativos.
O jpresidente da "American Locomo
tive Co" adiantou que as "estradas de ferro consomem mais carvão que as
metalúrgicas, pois- utilizaram 125 mi lhões de tor^eladas em 1945.
Crédito dos países lalino-^nnericanos
Segundo o sr. Phellip Grey, diretor do "Foieign Credlt Interchange Bureau", todos os países da América La
tina se revestem de excelentes possibi lidades comerciais. Todos gozam de óti mo crédito, e Cuba encabeçaria essa lista de honra.
Relatórios de 208 industriais e expor
tadores foram estudados, para chegar-se a esta conclusão; a situação financeira
das firmas sul-americanas sofreu poucas alterações depois do relatório de 1945.
Dicesto Econômico
102
Dicesto Econômico
cultura dos Estados Unidos pelo perito
agrícola norte-americano Henry Spielman, sobre a cultura do café no Brasil, o sr. Antônio Stockler de Queiroz, pre
casca (sacos de 50 quilos), 13.467.549; milho (sacos de 60 quilos), 21.231.400; feijão (sacos de 60 quilos),
safra das águas, 1.040.000 e safra da
103
pormenorizada dos referidos valores ou
tipos a vapor, produziu profunda modi
deciaraçtxís de que não os há nas con-
ficação na indústria respectiva. Noven
diçTÕes indicadas. De posse dessas re lações e das declarações negativas, e
sidente da comissão liquidante do De
sêca, 1.220.012, perfazendo o total de
partamento Nacional do Café, assim se
2.260.012; amendoim (saco.s de 2-5 qui
ante.s da expedição das guias de reco
manifestou:
los), 1..564.970; inamona (sacos de 60
ta e cinco por cento das no\ as encomen
das são para esses tipos de máquinas. Na verdade, a rápida transformação da
Departamento ae Agricultura dos Esta
quilos), -581.500; batata (sucos de 60 quilos), safra da sêca, 2.5.57.170, e
dos Unidos pelo sr. Henr\' Spielman
safra das águas, 1.707.900, perfazendo
lhimento do produto dos depósitos con siderados abandonados, providenciarão aquelas autoridades no sentido de que os agentes fiscais do impôsto de consu
avança muito, ao prever que em 15 anos devam desaparecer do Brasil cerca
o total de 4.266.070.
mo, ou, onde não os houver, os cole tores
de 1 milhão de cafeeiros. De fato, neste último decênio, as nossas reservas de ca
Trata-se da primeira estimativa do anc, que deverá ser revista |)elos agrô nomos regionais da .Secretaria da Agri
derais, os administradores de mesas de
em questão — a "American Locomotive Co" — anunciou a .criação de um novo
rendas ou funcionários que indicarem,
comitê administrativo, encarregado de di
feeiros sofreram sensível redução em
cultura, cie acordo com a pra.\e em suas
verifiquem por confronto a autentici
rigir e coordenar as atiridades da em
virtude do abandono de lavouras velhas
reuniões, até a colheita.
dade das informações dadas, promoven-
presa, em razão das novas necessidades
do-se imediatamente ação fiscal contra
da sua clientela. As alterações são atri
"O relatório aue se diz apresentado ao
que não puderam ser substituídas por
Acordo entre o Brasil e a Bolívia
tiovas plantações. A isto se opunha o programa da economia dirigida do café, aplicada no Brasil desde 1931. Mas
no Rio foi concluído por troca de notas
concluir-se desse fato que os nossos ca-
um acõrdo entre o Brasil o a Bolívia,
fezais estejam ameaçados de quase desa
parecimento é quase um absurdo". Declaração de renda de intelectuais
O diretor da Divisão do Impôsto de Renda informa o seguinte:
*'0s contribuintes cujos créditos foram
mandados considerar isentos pela- Cons tituição, tais como os rendimentos pro venientes de ati%'idades jornalísticas, ma
gistério e direitos autorais, não ficaram, por sua vez, dispensados de apresentar declaração. Nesta, dever-se-ão consig nar, entre outros rendimentos, os imu nes à tributação pela Constituição, a fim
de que a Divisão do Impôsto de Rendas e seus órgãos reconheçam em cada ca.so a imunidade fiscal, respeitando a deter minação constitucional". Safra paulista Pelo Departamento de Produção Ve
getal da Secretaria da Agricultura de São Paulo foi organizado o seguinte quadro de estimativa da safra de 19464V, referente ao nosso Estado; café be neficiado (sacos de 60 quilos)
8.414.524; algodão em caroço (sacos de 15 quilos), 48.013.480; arroz em
ou
escrivães
das
coletorias fe
os infratore.s dos dispositivos legais.
No Ministério das Relações Exteriores,
para a compra dos nosso.s tecidos de algodão. O referido acordo resulta de longos entendimentos realizados entre as partes interessadas, que debateram nos
seus pormenores todas as cláusulas de que o mesmo se compõe. Em linhas ge rais, o instrumento aludido prevê o for necimento à Bolívia, durante 'seis anos,
Do Exterior Projeto internacional do trigo
O projeto internacional do trigo, rc-
um preço mínimo variando de 1 dólar
Internacional do Trigo, que deverá reu nir-se em Londres, a 18 de maio pró ximo. O projeto também propõe a data de I." de agosto para a entrada em vigor de um convênio sobre o trigo, com
ciais ou industriais, e nas caixas econô micas, não reclamados durante.30 anos,
ainda que cumpre à referida Diretoria fiscalizar a execução do decreto que re
gulamentou a lei sobre a matéria, reco mendou aos diretores das Recebedorias
e aos delegados fiscais que providenciem no sentido de que os depositários apre sentem dentro de trinta dias relação
buídas à ameaça de greves nas minas de
petróleo. O sr. Mc Cail não prevê, con tudo, o desaparecimento imediato das locomotivas a carvão, cujo equipamento
grou 20 milhões de dólares às pesquisas
tecidos de fabricação e procedência
Tesouro Nacional os valore.s depositados
O sr. Mc Cail, presidente da firma
representa dois milhões de dólares e
obrigatoriedade de dar preferência aos
em estabelecimentos bancários, comer
meios ae tração ferroriária.
Trigo, recomenda a exportação de par tidas de primeira qualidade desse cereal, procedentes de Manitoba, e a adoção de
nistro do Comércio do Canadá, sr. Ma-
O diretor das Rendas Internas, consi
zação, para fazer face à evolução dos
dijpdo pelo Conselho Internacional do
mo temix» para o mencionado país a
derando que deverão ser recolhidos ao
uma
zar o uso de combustíveis derivados do
CANADÁ
a I dólar e meio por bushel".
Depósitos abandonados
de locomolivas levou
grande empresa a alterar a sua organi
carvão, que impele cada vez mais a "American Locomotive Co" a generali
de uma determinada quantidade anual de tecidos de algodão, gerando ao mes
brasileiras.
indústria
O documento apresentado pelo mi cldnon, servirá de base à Conferência
duração de 4 a 5 anos.
O mercado
mundial de e.xportação será repartido entre o Canadá (com 40%, ou seja 200 milhões de "bushels), a Argentina, com 25% (125 milhões), a Austrália, com 19% (95 milhões) e os Estados Unidos, com 16% (80 milhões). ESTADOS UNIDOS
Locomotivas elétricas
A crescente popularidade das locomo tivas Diesel elétricas, em relação aos
cuja substituição exigiria muitos anos.
"A companhia — áiz êle — já consa com as locomotivas Diesel, mas a e\o-
lução foi ainda mais rápida que os seus preparativos.
O jpresidente da "American Locomo
tive Co" adiantou que as "estradas de ferro consomem mais carvão que as
metalúrgicas, pois- utilizaram 125 mi lhões de tor^eladas em 1945.
Crédito dos países lalino-^nnericanos
Segundo o sr. Phellip Grey, diretor do "Foieign Credlt Interchange Bureau", todos os países da América La
tina se revestem de excelentes possibi lidades comerciais. Todos gozam de óti mo crédito, e Cuba encabeçaria essa lista de honra.
Relatórios de 208 industriais e expor
tadores foram estudados, para chegar-se a esta conclusão; a situação financeira
das firmas sul-americanas sofreu poucas alterações depois do relatório de 1945.
.
Dicesto Econômico
104
Liberada a exportação de pneus
As restrições à exportação de pneus de caminhão e ônibus e de todos os tipos de válvulas foram abolidas, em
virtude de ter chegado ao máximo a sua produção durante o ano de 1946.
A produção de pneus de ônibus e ca minhão, nesse ano, foi calculada em
15.900 unidades, em comparação com a produção "record" de 8.221 mil uni dades em 1940.
Os pneus para carros de passageiros,
de acordo com o Departamento de Co mércio, serão liberados tão logo a pro dução seja suficiente para assegurar e.\portações que não causem transtornos ao mercado interno.
giou os esforços dc.scnvolvidos pelos tra balhadores das citadas usinas. INGLATERRA
Produção em massa de frutos o/engiriosos O govôrno britânico, segundo telegra ma cie Londres, decicJiu iniciar o pre
paro de cerca de 3.250.000 acres de
sia, em Quênia, j)ara a produção em massa de frutos Oieaginosos.
Segundo o relatório apresentado ao .secretário das Colônias, por uma mis
são cpic \'isitou recentemente aquela região, calcula-se cjuc a escassez mun dial de óleos e gorduras prolongar-se-á
Associação dos Fabricantes de Au-
tomóveis anunciou em Detroit que a in dústria automobilística enfrentará uma
redução na sua produção e a dispensa de operários no segundo semestre de
1947, em virtude de escassez de lingo
sòinente poderá ser melhorada pela in trodução da agricultura mecanizada nas aludidas áreas da África.
Se o plano for iniciado êslc ano, es nimo 600.000 toneladas de frutos olea
pectivas elevar-se-ão a 24 milhões de
libras esterlinas durante seis anos. Serão
tados Unidos decaiu ligeiramente em
aproveitados na empresa 750 empregados
janeiro, devido à adoção de modelos de
europeus.
252.100, menos 9.976 que em dezem bro último.'
FILIAIS >:M SÃO PAULO, RIO DE JANEIRO E RECIFE
ginosos até 1950-51. As despesas res
Segundo os últimos da
1947. A produção naquele mês foi de
MATRIZ: Rua Senador Feijó, 30 - SANTOS
pera-se que sejam produzidas no mí
dos, a fabricação d^e automóveis nos Es
Revela o relatório que a natureza e a
amphtudc do projeto tornam impossível sua execução por particulares.
Seria
indispensável uma corporação pública,
FRANÇA
apoiada e financiada pelo governo, en
Novo tipo de automóvel
Um novo tipo de automóvel, de 4 ca valos e de custo baratíssimo, está sendo
construído pela "Regie Nationale", das Usinas Renault.
Fundada em 1920
por dez ou vinte anos e que a situação
Redução r\a produção automobilística
tes de ferro.
S.MAGALHAES&CIA.
terra no norte de Tanganica, na Rodé-
Êle começará a sair
das linhas de montagem no fim do ano, num ritmo de 300 por dia, segundo declarou o sr. Lefaucheux, diretor-geral daquela emprêsa, em exposição feita à
tregue às admini-strações locais e us co munidades africanas.
secção britânica.
Essa empresa anun
Tapetes das Melhores procedências — Decorações Finas Móveis Estofados
ciou haver decidido não fazer qualquer
aumento nos preços de seus automóveis,
apesar da alta do custo da produção.
sembléia Constituinte.
O seu diretor-gerente, sir Stanrord Coo per, afirmou que, "a despeito de au
da o sr. Lefaucheux que os sindicatos produtores se haviam pronunciado con tra a participação dos empregados nos lucros das empresas, neste ano, e elo
TAPEÇARIA
Uma atitude firme contra o aumento
dos preços e a tendência inflacionista foi tomada pela Ford Motor Compány,
Comissão de Produção Industrial da As Esclareceu ain
A SUA
Contra o aumento dos preços
mentos substanciais nos custos dos su
primentos, a companliia conseguiu man ter os preços internos e externos.
^JlmatíX QjSjdko- 'Jmée.ca Rua Sebastião Pereira, 20 — Telefone: 5-3409 — São Paulo (Bj-asil)
.
Dicesto Econômico
104
Liberada a exportação de pneus
As restrições à exportação de pneus de caminhão e ônibus e de todos os tipos de válvulas foram abolidas, em
virtude de ter chegado ao máximo a sua produção durante o ano de 1946.
A produção de pneus de ônibus e ca minhão, nesse ano, foi calculada em
15.900 unidades, em comparação com a produção "record" de 8.221 mil uni dades em 1940.
Os pneus para carros de passageiros,
de acordo com o Departamento de Co mércio, serão liberados tão logo a pro dução seja suficiente para assegurar e.\portações que não causem transtornos ao mercado interno.
giou os esforços dc.scnvolvidos pelos tra balhadores das citadas usinas. INGLATERRA
Produção em massa de frutos o/engiriosos O govôrno britânico, segundo telegra ma cie Londres, decicJiu iniciar o pre
paro de cerca de 3.250.000 acres de
sia, em Quênia, j)ara a produção em massa de frutos Oieaginosos.
Segundo o relatório apresentado ao .secretário das Colônias, por uma mis
são cpic \'isitou recentemente aquela região, calcula-se cjuc a escassez mun dial de óleos e gorduras prolongar-se-á
Associação dos Fabricantes de Au-
tomóveis anunciou em Detroit que a in dústria automobilística enfrentará uma
redução na sua produção e a dispensa de operários no segundo semestre de
1947, em virtude de escassez de lingo
sòinente poderá ser melhorada pela in trodução da agricultura mecanizada nas aludidas áreas da África.
Se o plano for iniciado êslc ano, es nimo 600.000 toneladas de frutos olea
pectivas elevar-se-ão a 24 milhões de
libras esterlinas durante seis anos. Serão
tados Unidos decaiu ligeiramente em
aproveitados na empresa 750 empregados
janeiro, devido à adoção de modelos de
europeus.
252.100, menos 9.976 que em dezem bro último.'
FILIAIS >:M SÃO PAULO, RIO DE JANEIRO E RECIFE
ginosos até 1950-51. As despesas res
Segundo os últimos da
1947. A produção naquele mês foi de
MATRIZ: Rua Senador Feijó, 30 - SANTOS
pera-se que sejam produzidas no mí
dos, a fabricação d^e automóveis nos Es
Revela o relatório que a natureza e a
amphtudc do projeto tornam impossível sua execução por particulares.
Seria
indispensável uma corporação pública,
FRANÇA
apoiada e financiada pelo governo, en
Novo tipo de automóvel
Um novo tipo de automóvel, de 4 ca valos e de custo baratíssimo, está sendo
construído pela "Regie Nationale", das Usinas Renault.
Fundada em 1920
por dez ou vinte anos e que a situação
Redução r\a produção automobilística
tes de ferro.
S.MAGALHAES&CIA.
terra no norte de Tanganica, na Rodé-
Êle começará a sair
das linhas de montagem no fim do ano, num ritmo de 300 por dia, segundo declarou o sr. Lefaucheux, diretor-geral daquela emprêsa, em exposição feita à
tregue às admini-strações locais e us co munidades africanas.
secção britânica.
Essa empresa anun
Tapetes das Melhores procedências — Decorações Finas Móveis Estofados
ciou haver decidido não fazer qualquer
aumento nos preços de seus automóveis,
apesar da alta do custo da produção.
sembléia Constituinte.
O seu diretor-gerente, sir Stanrord Coo per, afirmou que, "a despeito de au
da o sr. Lefaucheux que os sindicatos produtores se haviam pronunciado con tra a participação dos empregados nos lucros das empresas, neste ano, e elo
TAPEÇARIA
Uma atitude firme contra o aumento
dos preços e a tendência inflacionista foi tomada pela Ford Motor Compány,
Comissão de Produção Industrial da As Esclareceu ain
A SUA
Contra o aumento dos preços
mentos substanciais nos custos dos su
primentos, a companliia conseguiu man ter os preços internos e externos.
^JlmatíX QjSjdko- 'Jmée.ca Rua Sebastião Pereira, 20 — Telefone: 5-3409 — São Paulo (Bj-asil)
ESCRITÓRIO TÉCN^ICO E COMERCIAL
RÁDIOS E ACESSÓRIOS
ARTIGOS ELÉTRICOS EM GERAL
LODOVICO LAZZATI Lida
Casa Sotto-Mayor TRANSMISSÃO
RARIO
REPRESENTANTES — IMPORTADORES
INSTALAÇÕES
ELETRICIDADE
COMPLETAS
PARA FIAÇÃO, TECELAGEM,
TINTURARIA, ESTAMPARIA E ACABAMENTO DE TECIDOS DE ALGODÃO, LÃ, SÊDA, JUTA, ETC. ALTO-FALANTES "JENSEM" DEPÓSITO PERMANENTE DE TODOS OS ACESSÓRIOS
TRANSFORMADORES "STANCOR" ANALISADORES "SIMPSON" E
■TRIPLETT"
PARA INDÚSTRIA TÊXTIL.
Seção Especializada era Artigos Elétricos para Uso Doméstico. Rua Libero Badaró, 645 '
SÃO PAULO
Cx. Postal, 1268
A SERVIÇAL LTDA. Serviços que oferecemos: Organização de sociedades comerciaíi, industriais, civis. Contratos, distratos, modificações de firmas, coope
rativas 0 todos os serviços nas Juntas Comerciais e legalização perante todas as Repartições Publicas, Municipais, Estadoais e Federais.
Rua Florêncio de Abreu, nfi 806-812
Caixa Postal, 994 — S. PAULO — Telefone, 4-5792
Panos couro — Oleados — Percalines — Balinés — Papéis oleados
Tecidos impermeáveis com borracha. Fábrica; Rua Tenente Coronel Carlos da Silva Araújo, 663 Santo Amaro
REQUEREMOS PROTEÇÃO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL, COMERCIAL E CÍVEL PARA: Marcas de industria, de Co mercio ou de Exportação. Nomes Comerciais. Insígnias Comerciais.
Títulos de estabelecimentos.
Privilégios de Invenção. Licenças de preparados íormoceuticos, veterinários,
Sinais de Propaganda. Frases de Propaganda.
inse
^iaé. & Ojísma-. FUNDADA EM 1875
ticidas, desinfectantes. Analises de bebidas, comestíveis, etc.
CONSULTE-NOS SEM COMPROMISSO
A SERVIÇAL LTDA. S. Paulo; Rua Direita, 64 - 3." - Tels. 2-8934 e 3-3831 - C. Postais 3631 a 1421
R. Janeiro :Av.Aparicio Borges, 207-IS.» pav, -Tel. 42-9285 - C. Postal 3384
AVENIDA BRIGADEIRO LUIZ ANTÔNIO, 850 TeL 3-7261 — C. Postal, 643 — End. Tel.: "OLEADO' São Paulo — Brasil
1
ESCRITÓRIO TÉCN^ICO E COMERCIAL
RÁDIOS E ACESSÓRIOS
ARTIGOS ELÉTRICOS EM GERAL
LODOVICO LAZZATI Lida
Casa Sotto-Mayor TRANSMISSÃO
RARIO
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COMPLETAS
PARA FIAÇÃO, TECELAGEM,
TINTURARIA, ESTAMPARIA E ACABAMENTO DE TECIDOS DE ALGODÃO, LÃ, SÊDA, JUTA, ETC. ALTO-FALANTES "JENSEM" DEPÓSITO PERMANENTE DE TODOS OS ACESSÓRIOS
TRANSFORMADORES "STANCOR" ANALISADORES "SIMPSON" E
■TRIPLETT"
PARA INDÚSTRIA TÊXTIL.
Seção Especializada era Artigos Elétricos para Uso Doméstico. Rua Libero Badaró, 645 '
SÃO PAULO
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rativas 0 todos os serviços nas Juntas Comerciais e legalização perante todas as Repartições Publicas, Municipais, Estadoais e Federais.
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Panos couro — Oleados — Percalines — Balinés — Papéis oleados
Tecidos impermeáveis com borracha. Fábrica; Rua Tenente Coronel Carlos da Silva Araújo, 663 Santo Amaro
REQUEREMOS PROTEÇÃO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL, COMERCIAL E CÍVEL PARA: Marcas de industria, de Co mercio ou de Exportação. Nomes Comerciais. Insígnias Comerciais.
Títulos de estabelecimentos.
Privilégios de Invenção. Licenças de preparados íormoceuticos, veterinários,
Sinais de Propaganda. Frases de Propaganda.
inse
^iaé. & Ojísma-. FUNDADA EM 1875
ticidas, desinfectantes. Analises de bebidas, comestíveis, etc.
CONSULTE-NOS SEM COMPROMISSO
A SERVIÇAL LTDA. S. Paulo; Rua Direita, 64 - 3." - Tels. 2-8934 e 3-3831 - C. Postais 3631 a 1421
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1
ROMEU JUSTO PANZOLDO & CIA. LTDA.
OIGESTO ECONOMICO
COMISSÁRIOS DE DESPACHOS ADUANEIROS
Importação — Ex
publicado pela
portação — Cabota
Editora Comercial, Ltda.
gem
sob os auspícios da
— . Colif
Associação Comerciai de
Pottaux
—~
PEÇAS
São Paulo genuínas e da
Federação do Comércio do Estado de São Paulo
Fones: 2-8721
Caixa
—
D A
CHRYSLER
3-2590
postal)
6139
R. 15 de Novembro, 200 — 9.*' andar — Salas 6-7-8-9 — S. PAULO
►
é lido invariavelmente por um provável cliente com elevado poder aquisitivo e alto padrão de vida.
Os
Livraria Francisco Alves FUNDADA EM 1854
leitores do
Digesto
Econômico incluem desde
o
cliente
para alfinetes
até locomotivas.
Editora Paulo de Azevedo Ltda.
CORPORATION
ACCESSORIOS
Eis porque este mensário
é o veículo ideal para o LIVROS EM GERAL
292 — Rua Libero Badaró
292
SÃO PAULO
Tel. 2-0457 — End. Telegr.: FILIALVES — Caixa Postal, 12-B'
anunciante que considera
a propaganda uma inver são inteligente de capital. Viaduto Boa Vista, 07 7.0 andar
Telefone 3-7499
OA. OrSTRlBUIDORA-GERAL
Brasmaior CAIXA POSTAL, 243-B PARQUE D. PEDRO II, 208 São Paulo — Brasil
ROMEU JUSTO PANZOLDO & CIA. LTDA.
OIGESTO ECONOMICO
COMISSÁRIOS DE DESPACHOS ADUANEIROS
Importação — Ex
publicado pela
portação — Cabota
Editora Comercial, Ltda.
gem
sob os auspícios da
— . Colif
Associação Comerciai de
Pottaux
—~
PEÇAS
São Paulo genuínas e da
Federação do Comércio do Estado de São Paulo
Fones: 2-8721
Caixa
—
D A
CHRYSLER
3-2590
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6139
R. 15 de Novembro, 200 — 9.*' andar — Salas 6-7-8-9 — S. PAULO
►
é lido invariavelmente por um provável cliente com elevado poder aquisitivo e alto padrão de vida.
Os
Livraria Francisco Alves FUNDADA EM 1854
leitores do
Digesto
Econômico incluem desde
o
cliente
para alfinetes
até locomotivas.
Editora Paulo de Azevedo Ltda.
CORPORATION
ACCESSORIOS
Eis porque este mensário
é o veículo ideal para o LIVROS EM GERAL
292 — Rua Libero Badaró
292
SÃO PAULO
Tel. 2-0457 — End. Telegr.: FILIALVES — Caixa Postal, 12-B'
anunciante que considera
a propaganda uma inver são inteligente de capital. Viaduto Boa Vista, 07 7.0 andar
Telefone 3-7499
OA. OrSTRlBUIDORA-GERAL
Brasmaior CAIXA POSTAL, 243-B PARQUE D. PEDRO II, 208 São Paulo — Brasil
'jr.'í'
.-'jjfrif-Jl-t
• .1
O que se diz do "Digesto Econômico" Do sr. Cuilhcrme Rosa, diretor dos Serviços Municipalizados de
\":o}ut do CUisicIo, Forlu^al, recebemos com data de 11 dc dezembro de
F.R.deAquino&Cia.Ltda.
JfJíO, a seguinte carta:
Procuradores
"Drmonsiraudo o meu superior apreço pela Revista de que V. Exria. c iUistrc dirctor-superintcnaente, uma revista que considero inagnijirn. principalmente pelo sentido prático —ca que riõo jalta o stibstraio teórico indispensável, mesmo quando ameno cm sua -forma e leve no seu ronteúdo (sem. todavia, infirmar a verdade) — venho juntar um recorte mu..,. "O V' C.OMÈRCIO v-wx.iiifiC/O DO PÔRTO", do Pôrfo, (Io diário P(>rto, Portugal, Portusal, do dia 23
de oiitid)ro findo, cm que cito "DIGESTO ECONÔMICO" com merecido
ORIENTAÇÃO TÉCNICA NA COMPRA E
e jiistis.simo elogio".
VENDA DE IMÓVEIS Depois de outras considerações, diz o missivista:
administradores de bens
"Desejo fclicilàr V. Excia. pelo prestígio que está alcançando "DIGESTO ECON()MICO" e ouso sugerir a criação de uma sccção
dedicada íi contabilidade, nos aspectos oprioristicos e apnsferiorísticos,
priucipabncnte com aplicação à produção industrial, secção onde sc àehatesscm os modernos conceitos e competentes concretizações da Cj<^ncífl
das Gonlas c onde fósscm oferecidas à meditação dos homens de negócio (c, indirefamcníe, ()s camadas governantes) certas corrcnfes de represen tação, coordenação e dc consideração das várias massas patrimoniais,
SECÇÃO DE SEGUROS
(nuinto a elementos reais e elementos ideais; certas correntes que, num
luluro próximo, poderão modificar, por exemplo, os atuais critérios téc /"
AGENTES DA:
nico c jiiridieo das falências, em atenção aos resultados potenciais, em
"RIO DE JANEIRO CIA. NACIONAL DE SEGUROS GERAIS" SOCIEOAOE MÚTUA DE SEGUROS GERAIS A "UNIVERSAL" "URBAHIA" COMPANHIA NACIONAL DE SEGUROS
conjunto com os efetivos.
Ilá, sem dúvida, no BRASIL, cscríforcí da contabilidade capazes
da formação duma .sccfõo excelente desta natureza, contribuindo, então,
para a difusão das maravilhosas idéias de Dumarchcu, o grande revolu
SÃO PAULO
cionário da Ciência das Contas, professor que foi da Universidade de Lt/on, França, falecido há um mês e com quem tive a honra de nwnfcr relações de amizade pessoal — enfim, o nome mais prestigioso da conta
MATRIZ
bilidade de iodos os tcjnjws e que, com a sua "Teoria positiva da con tabilidade", abriu definitivameitio à Ciência das Contas a via ampla do
H, 15 DE NOV. 200 - 6.° AND.- TEL. 3-7111 AVENIDA RIO BRANCO 91 - 6.® ANDAR
processo cientifico. At fica a idéia, com o desejo de a ver corporiza^, pois muito serviria a proporcionar uma das mais necessárias e funda-
RIO DE JANEIRO
nicntais dimensões f/os conhecimentos de quem quer que se dedique à vida dos ncg()cios".
Gráfica São José — Rua Galvão Bueno, 230 — Telefone 6-4812 — São Paulo
A
'jr.'í'
.-'jjfrif-Jl-t
• .1
O que se diz do "Digesto Econômico" Do sr. Cuilhcrme Rosa, diretor dos Serviços Municipalizados de
\":o}ut do CUisicIo, Forlu^al, recebemos com data de 11 dc dezembro de
F.R.deAquino&Cia.Ltda.
JfJíO, a seguinte carta:
Procuradores
"Drmonsiraudo o meu superior apreço pela Revista de que V. Exria. c iUistrc dirctor-superintcnaente, uma revista que considero inagnijirn. principalmente pelo sentido prático —ca que riõo jalta o stibstraio teórico indispensável, mesmo quando ameno cm sua -forma e leve no seu ronteúdo (sem. todavia, infirmar a verdade) — venho juntar um recorte mu..,. "O V' C.OMÈRCIO v-wx.iiifiC/O DO PÔRTO", do Pôrfo, (Io diário P(>rto, Portugal, Portusal, do dia 23
de oiitid)ro findo, cm que cito "DIGESTO ECONÔMICO" com merecido
ORIENTAÇÃO TÉCNICA NA COMPRA E
e jiistis.simo elogio".
VENDA DE IMÓVEIS Depois de outras considerações, diz o missivista:
administradores de bens
"Desejo fclicilàr V. Excia. pelo prestígio que está alcançando "DIGESTO ECON()MICO" e ouso sugerir a criação de uma sccção
dedicada íi contabilidade, nos aspectos oprioristicos e apnsferiorísticos,
priucipabncnte com aplicação à produção industrial, secção onde sc àehatesscm os modernos conceitos e competentes concretizações da Cj<^ncífl
das Gonlas c onde fósscm oferecidas à meditação dos homens de negócio (c, indirefamcníe, ()s camadas governantes) certas corrcnfes de represen tação, coordenação e dc consideração das várias massas patrimoniais,
SECÇÃO DE SEGUROS
(nuinto a elementos reais e elementos ideais; certas correntes que, num
luluro próximo, poderão modificar, por exemplo, os atuais critérios téc /"
AGENTES DA:
nico c jiiridieo das falências, em atenção aos resultados potenciais, em
"RIO DE JANEIRO CIA. NACIONAL DE SEGUROS GERAIS" SOCIEOAOE MÚTUA DE SEGUROS GERAIS A "UNIVERSAL" "URBAHIA" COMPANHIA NACIONAL DE SEGUROS
conjunto com os efetivos.
Ilá, sem dúvida, no BRASIL, cscríforcí da contabilidade capazes
da formação duma .sccfõo excelente desta natureza, contribuindo, então,
para a difusão das maravilhosas idéias de Dumarchcu, o grande revolu
SÃO PAULO
cionário da Ciência das Contas, professor que foi da Universidade de Lt/on, França, falecido há um mês e com quem tive a honra de nwnfcr relações de amizade pessoal — enfim, o nome mais prestigioso da conta
MATRIZ
bilidade de iodos os tcjnjws e que, com a sua "Teoria positiva da con tabilidade", abriu definitivameitio à Ciência das Contas a via ampla do
H, 15 DE NOV. 200 - 6.° AND.- TEL. 3-7111 AVENIDA RIO BRANCO 91 - 6.® ANDAR
processo cientifico. At fica a idéia, com o desejo de a ver corporiza^, pois muito serviria a proporcionar uma das mais necessárias e funda-
RIO DE JANEIRO
nicntais dimensões f/os conhecimentos de quem quer que se dedique à vida dos ncg()cios".
Gráfica São José — Rua Galvão Bueno, 230 — Telefone 6-4812 — São Paulo
A
f-
PORQUE O 5R. DEDE RRUneiRR RO
DIGESTO
ECONCMICO Preciso nas informações, sóbrio e objetivo nos comentários, cômodos e elegantes na apresenta ção,
o Dicesto
Econóivoco,
dando
aos seus
leitores um panorama mensal do mundo dos negócios, circula numa classe de alto poder
►
aquisitivo e elevado padrão de vida.
Por essas
razões, os anúncios inseridos no Dicesto Eco
nômico são lidos, invariavelmente, por um pro vável comprador. Esta revista é publicada pela Editôra Comer cial Etda., no primeiro sábado de cada mês,
sob os auspícios da Associação Comercial de São Paulo e da Federação do Comércio do Estado de São Paulo.
EDITORA V.
BOA
VISTA
OOMEROIAL 67,
7.°
LIMITADA
ANDAR - TEU. 3-749Q
-
S.
RAUUO
y
"