DIGESTO
ECONOMICO (sob os hospícios GB ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO E 00 FEDERAÇÃO DO COMERCIO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SUMARIO Pág.
Rui Fonseca — RedacSo
21Xj/'
Casas Populares — Francisco Prestes Mala
O Problema do Pôrlo de Santos — Nelson Wemeck Sodré
35'^
A Conquista do "Hlnterland" Brasileiro — Pelágio Lobo
40y
Teoria Econômica do Seguro — Davi Campista Filho Antônio da Siiva Prado — José Honòrlo Rodrigues História Econômica — Afonso Arinos de Melo Franco
54
Da Lei Eusébio è Crise de 64 — Sérgio Buarque de Holanda
57
A Proteção ao Acionista e a Estabilidade das Emprêsas — Sebastião Soares de Faria
62* x
Baleias e Armações — Américo Jacobina Lacombe
Um Comerciante do Tempo da Independência — Otávio Tarquínio de Souza Salário Familiar — José Luiz de Almeida Nogueira Pôrto
73 77
O Uso da Borracha entre os Índios — Gastão Cruls
Perspectivas do Comércio Internacional — Teotônio Monteiro de Barros Filho . Autores e Livros — Cândido Mota Filho
90 104* .
Mestres da Economia — Thorstein Veblen — S. Harcourt-Rivington
108'
Panorama Econômico — Redagão
113' ^
\ \
e
N.o 30 — MAIO DE 1947
ANO III
DIOESTO ECOXOMICO o "Digesto Econômico" é publicado mensalmente pela Editora Comercial Ltda., sob os auspícios da Associação Comercial de São Paulo e da Federação do Comércio do Estado de São Paulo. Distribuidores no Brasil:
delraisportes Urgentes Uda.
DISTRIBUIDORA EDITORIAL BRASILEIRA LTDA.
Av. Graça Aranha, 81 — 12.o andar — Rio de Janeiro
Representante na República Argentina:
INTER-PRENSA — Florida 229 — Buenos Aires — Argentina Representante em Portugal: ANTÔNIO DO CARMO JÚNIOR
Rua Angelina Vidal, 92
Firmas que anunciam neste A Servxçal
Addressügraph Multigraph Brasil S/A.
Alexandre
Harnstein 6-
Com-
panhia.
Antonio N' ogueira Antónu) Oliveira
Assumpção S/A. Banco Comércio e Indústria de São Paulo S/A.
Campana ò- Companhia Casa Renato
Cipan Cofres Nascimento ir Filho
Cia. Distribuidora Geral "Brasmntor"
Cia. Fábio Bastos
l.o Esq.
numero:
Ernesto de Castro ò- Cia. Lida. Dxpresso Estrela de Prata
F. R. de Aquino ò- Cia.
Fiação e Tecelagem Assumpçõo General Motors ao Brasil S/A." IndíU-lria Farmacêutica Nacional
JANiIRO
U9lrnoSali.t«l
PARQUE D. PEDRO II, 1092 -Loja 1 Rua Morcílío Dias, 12 (Esq. Av. Rangel Pestana) Sedo própria - Ed. Guarany Telefona» 83-0791 • 23-0337
c a M PI II a s
• Ao PAULO
IiMim M4a
•
iiAdHiQ PRna
Tels.: 2-6266, 2-6661 e 3.3591 119 IDÜREKi I I I I R I I
Organização "Ruf
PIIROrOLIS
■
"Orquima" — Indústria Reunida UKnS - V1T9RII
S/A.
•
Panam Propaganda Lida. Papelaria e Tipografia Andreotti Prudência Capitalização
PHos n cuMi
Refinodora de Óleos Brasil S/A.
ClIltllMpA»
Cia. Nacional de Mineração S/A.
S. Magalhães
Cia. Prado Chaves Exportadora
S/A. Fábricas Orion
Cia. Swft do Brasil
Sociedade Paulista de Represen
Uroentes Ltda.
ml ilRilOin M
Limaria Francisco Alves
Cia. Ford
Empresa S.E.S. de Transportes
ESCRITÓRIOS CENTRAIS:
Klingler S/A.
Rieckmann ò- Cia. Romeu Jfisto Panzoldo
Cia. T. Janer
ÍMAlN
tações Ltda.
iliz II IIM
SERVICOSI lECONOMICi^ ISEGU^OSi DE DOMICÍLIO A DOMICÍLIO
s a i T I I Rn
MrRa Ifmo
IiWna m
Sorec
Tecidos L. G. Toledo S/A.
■■ILt ' .'tn
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DIOESTO ECOXOMICO o "Digesto Econômico" é publicado mensalmente pela Editora Comercial Ltda., sob os auspícios da Associação Comercial de São Paulo e da Federação do Comércio do Estado de São Paulo. Distribuidores no Brasil:
delraisportes Urgentes Uda.
DISTRIBUIDORA EDITORIAL BRASILEIRA LTDA.
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panhia.
Antonio N' ogueira Antónu) Oliveira
Assumpção S/A. Banco Comércio e Indústria de São Paulo S/A.
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"Orquima" — Indústria Reunida UKnS - V1T9RII
S/A.
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1^'7V"T'' r' .rrn
A K KÂTÂ (W
^ $e ft
mm
^ transportes
Rua General Pedra, 34 Tel.; 43-0505 — RIO
^^^^UALMiiNTE. tôda vez que as circuna-
RODOVIÁRIOS DE DOMICILIO
tâncias o exigem, o garotlnho dispõe do auxílio paterno. Mas. no Cuturo, tetâ
A
éle o pai sempre a seu lado, para en>
DOMICILIO
frentar dificuldades c revezes? Seja pTU'> dente hoje. agora: remova do futuro de
Rua Mercúrio, 115
seu niho os obstáculos que a*imprevi«
Tels.: 2-3229 - 2-4234
dência acarreta, adquírÍndo-lhe. desde
SÃO PAULO
já. títíílos da Prudência Capitalização.
Procure conhecer,sem compromisso»'
os planos do Prudência Capirollza. (do. nos suas
vorifegens reols e
goronflas sólidos, legais, abselufas.
PRUDÊNCIA CAPITALIZAÇÍO ■MIOIU'—Cm dr Amtoi.
Rua Antonio Prado, 55 SANTOS
* C0A1PANHM NACIONAL PARA FAVORECfR A eCQNOWlA-*
Rua Chaves Barcelos, 123 Tel.: 6544 _ Porto Alegre
^/)P/PSZ' leGUKüJA/ÇP-lcOfi/OM/Pi I
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Rua General Pedra, 34 Tel.; 43-0505 — RIO
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^4
^
i
rj™
T Banco do Comércio e Industria
de São Paulo S/A FUND-ADO EM 20 DE DEZEMBRO DE 1889
Endereço Telegráfico para Matriz e Filiais: <'INDUSCOMlO'
Capital Realizado Cr$ 100.000.000,00 Fundo de Reserva Cr$ 92.000.000,00 Jr-undo de Reserva Legal .... Cr$ 5.672.154,30
ruf ORGnKIZKCM. Nosso campo de ação .
p..
tft>.« rt reduÇÕO
CONTABILIDADE RUF trabalho de oscrituroçao o
fácil subdivisão das contas. CONTROLE DE ESTOQUE
Matriz — São Pauio
Rua 15 de Novembro n.*' 289
Caixa Postal. 36 — Telefone: 2-3191
£«*«nraFia
instantâneo do estoquSi
levantar
nente do volôr e unidades, permit balanços diários ou mensms.
FILIAIS:
RIO DE JANE^IRO T.l Tel.
23-1796 . Intar^rbano: LD.4 Ca.xa Postal, 230
SANTOS RuaTelefone,: 15 d= Novembro 2022 e 2485 109
Caixn Postal, 89
FOLHA DE pagamento
^ ^ ^onto
pagamento, o são escriturados Individual de cada «peráno, simultaneamente.
caTURAMENTO,
CONTABILIDADE INDUSTRIAL, controle estatística o pelo sistema RUF.
„.fotmoç5eseDerucn,.ro.5es,emco.,.promJ
S50 resolvido, com focl.dade P
são resolvidos com
-«rnísso
Americana — Amparo — Araraquara — Baurú — Bebedouro — Bo-
tucatú — Biriguí — Bragança Paulista — Cafelandía — Campinas Catanduva — Jaboticabal — Londrina — Marilia — OUmpia — Po ços de Caldas — Presidente Prudente — Ribeirão Preto — Rio Cla ro — São Carlos — São José do Rio Preto — São Manuel — Tanabí — Taquaritinga — Tupã — Valparaizo — Valinhos.
„,cot.Teou,coNT«it.D»u,»sc. i CONTKU"
- 7 «•
DE lANEiRO - AvSÃO PAULO -
ZOhÍe-
CORRESPONDENTES NO PAÍS E NO ESTRANGEIRO DIRETORIA:
Numa de OUveira — Diretor-Presidente Leonidas Garcia Rosa — Diretor-Vice-Presidente
José da Silva Gordo — Diretor-Superintendente Theodoro Quartim Barbosa e Francisco Bi. de Queirós Ferreira — Diretores-Gerentes.
RUF
^
1' ssd.r I,;, 575 - 3.- ."d-
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T Banco do Comércio e Industria
de São Paulo S/A FUND-ADO EM 20 DE DEZEMBRO DE 1889
Endereço Telegráfico para Matriz e Filiais: <'INDUSCOMlO'
Capital Realizado Cr$ 100.000.000,00 Fundo de Reserva Cr$ 92.000.000,00 Jr-undo de Reserva Legal .... Cr$ 5.672.154,30
ruf ORGnKIZKCM. Nosso campo de ação .
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Matriz — São Pauio
Rua 15 de Novembro n.*' 289
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RIO DE JANE^IRO T.l Tel.
23-1796 . Intar^rbano: LD.4 Ca.xa Postal, 230
SANTOS RuaTelefone,: 15 d= Novembro 2022 e 2485 109
Caixn Postal, 89
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Americana — Amparo — Araraquara — Baurú — Bebedouro — Bo-
tucatú — Biriguí — Bragança Paulista — Cafelandía — Campinas Catanduva — Jaboticabal — Londrina — Marilia — OUmpia — Po ços de Caldas — Presidente Prudente — Ribeirão Preto — Rio Cla ro — São Carlos — São José do Rio Preto — São Manuel — Tanabí — Taquaritinga — Tupã — Valparaizo — Valinhos.
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DE lANEiRO - AvSÃO PAULO -
ZOhÍe-
CORRESPONDENTES NO PAÍS E NO ESTRANGEIRO DIRETORIA:
Numa de OUveira — Diretor-Presidente Leonidas Garcia Rosa — Diretor-Vice-Presidente
José da Silva Gordo — Diretor-Superintendente Theodoro Quartim Barbosa e Francisco Bi. de Queirós Ferreira — Diretores-Gerentes.
RUF
^
1' ssd.r I,;, 575 - 3.- ."d-
2 mandamentos para
V/iver
com saúde:
^^BEBER AGUA CRISTALINA E PUR PUF A! COMER FRUTAS E SALADAS DE VERDURAS CRUAS COM ABUNDANCtA! • Siga o exemplo de milhões de pessoas que em todo o mundo pro> tegem a saúde com os esterílisadores SALUS! Os esterllísadores esterlllsam sclentiíicamente a agua, frutas e verduras, sem
m ;í
NOSSAS
neutralísar-lhes a vitalidade, evi. tando a transmissão do tifo e de
ESPECIALIDADES.
CALÇADOS EM GERAL — Calçado: dr couro com solw db
outras moléstias perigosas. Ha um
borracha, para homens, senhora, e crianças. Tênis e calçadoa de lona para esportes e praia.
i
produclo SALUS para cada lim, riltros, velas, talhas, moringues
ARTEFATOS PÁRA CALÇADOS—Salcos e capa. de borracha para saltos. Solas de borracha para calçados de homens, senhoras e crianças. Lençóis dc borracha para solado. Virolas de borra cha. Corticite para calçados de homens e crianças. Tira de ligaçãc 0'xras miudezas.
« saladeiras. SALUSI é o aim.
bolo de pureza c saúde, de reco nhecida idoneidade scíentilíca.
ARTÇPATCS DE BORRACHA EM GERAL - Fios elistlcoa
de borracha de todos os tipos. Lençóis de borracha para fios, para cintas elásticas e para hospitais. Tapetes de borracha, de-
IJcAu
sintupidores para pias, pés de cadeira, pncumáttcos e cordões para rodas de velocipeJes, Pucaros, guarnições de borracha para pratos, rodas de borracha para balanças, revestimento de rodas para fins industriais e mais uma infinidade de produtos de borracha-
m -.=i' .
^.1
FABRICflHTES DOS AFAMADOS SALTOS DE BORRACHA
CL
★★★★★
FÁBRICAS: Rua Marajó, 136/158
Gerencia
Salus
Rua Cesorio Alvím, 297
Confodoria — 9-3200
ESCRITÓRIO: Rua Marajó/ 136/158
Endereço Teíegrófico:
Antonio Nogueira & Cia. Ltda.
São Paulo
CAMPANA
ÚNICOS fabricantes t DISTRIBUIDORES
DEPOSITARIA CASA SALUS - RUA XAVIER DE TOLEDO,60•SÂO PAULO RUA DA QUITANDA, 24 - RIO DE JANEIRO
PETIINATI-C-I-Ó
TELEFONES:
Escritório
—
—
9-3205
9-3 200
MARCA
REGIS RADA
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neutralísar-lhes a vitalidade, evi. tando a transmissão do tifo e de
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borracha, para homens, senhora, e crianças. Tênis e calçadoa de lona para esportes e praia.
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REGIS RADA
Companhia Prado Chaves Importadora FUNDADA EM. 1S87
Sede; São Paalo - R. S. Bentq, 187 -
— Capital: Cr$ 8.000.000,00
Filial: Santos — Rua Frei Gaspar. 24 — Reservas: CrS 10.000.000,00
Café - Algodão USINAS DE EENEFICIAMENTO
martjnho prado CC.P.) OURINHOS (E.F.S.) CODINA (C.P.) MIRASSOL (E.F.A.)
Importações Diversas
Armazéns Gerais Prado Chaves S/A Séde: S. Paulo - R, S. Bento, 197 - 1» _ CapiUl Cr$ 5.000.000,00 Armazéns e Reprensagem: Avenida UM N." 721 _ São Paulo DESPACHOS: Ipiranga (SPR) Desvio PRADO CHAVES
Cada macaco no seu galho... COM ÈSTE PROVÉRBIO O povo consagra a
A conira-marca ASA
é Q garantia dos rádios WEST POINT JEFFERSON
ARMAZÉNS EM ; MIRASSOL — TANABI
Sede: S. Paulo - R. S, Bento, 197 - l.o — Capital Cr$ 5.000.000,00
para satisfazer as exigências atuais, só pode ser entregue a engenheiros e técnicos espe cialistas do ramo. Assim procede há 20 anos Indústria e Comércio Assumpção S'A. fabri
HAMILTON LINCOLN
Companhia Agrícola Fzda. S.Martinho
especialização. A indústria dos rádios,
cante dos aparelhos de contra-marca ASA,
com o seu corpo de engenheiros, técnicos e
operários especializados, assegurando uma
1
qualidade apropriada às nossas condições climatéricas, ainda não superada por apare
lhos de qualquer proveniência. INOUSTRIA
Café ^ Algodão - Cereais - Laranjas - Gado
E COMÉRCIO
RESPONDE PELO QUE VENDE
Usina de Açúcar (em montagem) Estação: MARTINHO PRADO (C. P.)
^ «OOOLFO •'^OSTAL, 2025 • PAMAhl — Cjíj de Amii;..,
Companhia Prado Chaves Importadora FUNDADA EM. 1S87
Sede; São Paalo - R. S. Bentq, 187 -
— Capital: Cr$ 8.000.000,00
Filial: Santos — Rua Frei Gaspar. 24 — Reservas: CrS 10.000.000,00
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martjnho prado CC.P.) OURINHOS (E.F.S.) CODINA (C.P.) MIRASSOL (E.F.A.)
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Sede: S. Paulo - R. S, Bento, 197 - l.o — Capital Cr$ 5.000.000,00
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HAMILTON LINCOLN
Companhia Agrícola Fzda. S.Martinho
especialização. A indústria dos rádios,
cante dos aparelhos de contra-marca ASA,
com o seu corpo de engenheiros, técnicos e
operários especializados, assegurando uma
1
qualidade apropriada às nossas condições climatéricas, ainda não superada por apare
lhos de qualquer proveniência. INOUSTRIA
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E COMÉRCIO
RESPONDE PELO QUE VENDE
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u .
L /.
Nenhum criador joga fóra propositadamente o leite que produz em sua fazenda — porque leite é dinheiro proveniente de trabalho contínuo e penoso. Já pensou, entretanto, em quantos latões de leite o
senhor desperdiça simplesmente porque deixa de os produzir?
Seus próprios olhos verão, vlsitancio
um
tios
laboratórios da
Industria Farmnccuticn Nacional, os
Lembre-se de que para produzirem com eficiência e
seus aparelhos adequados, a.s medidas precisos, a esterilização rigorosa, o mani pulação Impecável, a execução de técnica perfeita — a fim do que passa responder
economia as vacas leiteiras exigem uma alimentação racional - farta, rica e bem equilibrada.
As "RAÇÕES CONCENTRADAS BRASIL" são ^ cuidadosamente calculadas para a obtenção do má
pela pureza, èficãcio e segurança dos seus produtos. Seus próprios olhos verão que
ximo rendimento dos seus animais, conservaudo-os
o Indústria Farmacêutica é ciôncia, cul
fortes e sadios.
tura, saber, esforço e dedicação. Seus pró
Experimente-a hoje mesmo e nunca mais
prios olhos verão o que o Brasil já tem feito com seus cientistas, médicos, farma
cêuticos, técnicos e operários especializado*
■Itj
deixará de usa-la. (Resp. Brenno M. de Andrade, eng.^gro.)
para a saúde e redenção
física, morai e econômica
Pedidos
Ca Postal, 1117
de milhões de vidas hu
manas. Seus próprios
olhos verão, pois
Produto
da
Relinadora
de
Óleos
Brasil
S/À
Rua Xavier de Toledo, 114 - Caixa Postal, 1117 São Paulo
cNtamos dc portas abortas 1 •* A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA NACIONAL É FATOR DF PROGRESSO CIENTIFICO * — Cj.4 Jr An
ll£nMÍ)C<U-<X(QS ÍUSU V»
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Nenhum criador joga fóra propositadamente o leite que produz em sua fazenda — porque leite é dinheiro proveniente de trabalho contínuo e penoso. Já pensou, entretanto, em quantos latões de leite o
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Seus próprios olhos verão, vlsitancio
um
tios
laboratórios da
Industria Farmnccuticn Nacional, os
Lembre-se de que para produzirem com eficiência e
seus aparelhos adequados, a.s medidas precisos, a esterilização rigorosa, o mani pulação Impecável, a execução de técnica perfeita — a fim do que passa responder
economia as vacas leiteiras exigem uma alimentação racional - farta, rica e bem equilibrada.
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o Indústria Farmacêutica é ciôncia, cul
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tura, saber, esforço e dedicação. Seus pró
Experimente-a hoje mesmo e nunca mais
prios olhos verão o que o Brasil já tem feito com seus cientistas, médicos, farma
cêuticos, técnicos e operários especializado*
■Itj
deixará de usa-la. (Resp. Brenno M. de Andrade, eng.^gro.)
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física, morai e econômica
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de milhões de vidas hu
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olhos verão, pois
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Relinadora
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Brasil
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Annnciai no "Digesto Econômico é tornar sen negócio conhecido de qnem
O TÉCNICO NO laboratório E
O TRABALHADOR NA MÁQUINA LUTAM INCESSANTEMENTE
nêle tem interêsse
PARA LHE PROPORCIONAR
★ ★ ★
Sendo distribuído gratultomonte aos sócios do
pM todos os objetos que adquiri'' mos para o nosso uso, é natural
Associação Comercial de São Paulo, em substitui»
çõo ao primeiro número do seu Boletim Semonol,
que procuremos a melhor qualidade.
DIGESTO ECONÔMICO circula exatamente entro
A qualidade, porém, torna-se predi
as pessoas que V. S. deseja atingir com seus anún
cado insubstituível em objetos que •
cios — negociantes e, ao mesmo tempo, consumido
exijcm garantia de longa durabilida de no seu adequado uso: brunidores para arroz, peças de uso industrial, artigos cirúrgicos. Nossos modernos
res dos mais variadas utilidades. Assim, não há uma dispersão ineficiente de publicidade, como acontece
quando se utiliza de um veículo de propaganda que
processos técnicos de fabricação ga rantem a mais alta qualidade, pois representam o fruto de contínuos estudos e minuciosas observações.
abrange um número considerável de leitores, mas
s.aFnBRicas
do Comércio do Estado de São Paulo, é uma sólida
ORIÔN
extremamente módica para todos os que desejarem
bem pequeno de verdadeiros interessados em seu
negócio ou em seus produtos. O fato desta publi cação ser uma das mais louváveis iniciativas da Associação Comercial de São Paulo e da Federação
o MAIS Alio PAOHAO
m
1
garantia do sua eficiência. DIGESTO ECONÔMICO oferece ainda o vantagem de uma tabela de preços
utilizar-se dôste poderoso veiculo de propogando-
01 eXCtlÍNCIA (M ARIfMTOS 0{ SOMACHA
ANUNCIE EFICIENTEMENTE anunciando no
DIGESTO ECONÔMICO ê levistâ do comerciante, do induairiai e dn fínanrista
panam -- Cjíi df Amigos
wr>^'
Annnciai no "Digesto Econômico é tornar sen negócio conhecido de qnem
O TÉCNICO NO laboratório E
O TRABALHADOR NA MÁQUINA LUTAM INCESSANTEMENTE
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Gia^abioISastos
fOKu
%
UMA ORGANISAÇÃO ESPECIALISADA, A SERVIÇO DA AGRICULTURA, COMERCIO E INDUSTRIA NACIONAL ALFA LAVAL
Desnatadeiras e batedeiras para leite e creme.
WAUKESHA — H. S. A COOPER BESSEMER
—
Motores Die,;<el e a gasolina ——
SILKEBORG
Máquinas para a indústria de
estacionários e marítimos WARD
laticínios
Conjuntos geradores a gasolina,
MARSCHALL
Coalho em pó, líquido e em pastilhas.
Correias e mangueiras para to
Material para análise de leite e
dos os fins.
SURGE-BABSON
Ordenhadeiras mecânicas e fil tros resfriadores. VILTER
Máquinas
Emen-
' das sem fim. SILVEROIL
e
acessórios
para
Em tóda parle, onde quer que haja trabalho de
caminhões, os Fords têm se sobressaído pela sua irudicionai ericiOocia e incomparôvel durabilida de li como prova disso, basta dizer que u duraoflo niódia de todos os caminhões Ford em uso é
Sòmonte ei cocninhSe* Ford oferBCsm Sitet carocieríiticot do fotitiSneia e durobifidadol
Motor V-8 de 100 cavalos.. Pa redes dos cilindros de microacabamcnto. retentoras de óleo-
Eixos de comando das vútvuiaa
de liga de forro fundido, resis-
muito esta cifra. Nenhuma outra marca pode
loQtes ao (tesguste. com meca nismo de distribuição dulgniçao dc alta precisão, feito de alu-
cientes e ainda mais fortes, porque foram aper
nifnlo... Conjunto du válvulas cotn folgo regulada cora precisSc... rios de instalação da Igni-
competir com ôste record' E agora os novos caminhões Ford sAo mais efi
feiçoados em
importantes detalhes tôcnícos!
Apresentam maior economia, requerem menos custo de manuteuçfio e duram muito mais!
derivados
ATLAS — FALCÃO Grampos para correias.
que qualquer outro marco l
de quasi 9 anos e milhares òêles ultrapassam de
para luz e força. GOODYEAR
GERBER
Por isso, hó mais FOROS em uso,
Antes de adquirir um cominhão,
procure um estabelecimento Fordi
ford
motor company
ção, rcveaUdos de "neoprene"Eixos dianteiros de oco forjado, tratados a calor... Armações de
iongarlnas duplas, extra-sõlidaa. nus modelos para maiores car
gas. Breques extm-grandes de ferro ruodldo.com maior super-
[fcie de íreiagem... .Molas fortes, süper-reslstenics.
Ólos e graxas lubrificantes.
frigoríficos. COCKSHUT — FORTUNA
—
IMPERADOR
Máquinas e ferramentas agrícolas.
G!A. SIDERÚRGICA NACIONAL
Sulfato de Amônio, Benzol, Xilol, Toluol, Alcatrã-o e Nafta Solvente.
LÍDER — PRODÍGIO
Adubos. Máquinas para produ ção de forragens.
Chapas, Perfis e todos os demais produtos de aço.
Rí^ DE JANEIRO — Rua Teofilo Otoni, 81 — Telefone: 43-4810 SÃO PAULO — Rua Florêncio de Abreu, 367 — Telefone: 2-4175 BELO HORIZONTE — Rua Rio de Joneiro, 368 ■— Telefone: 2-4677 PORTO ALEGRE — Avenida Júlio de Castilhos, 30 — Telefone: 7911
MAIS DE 31 MILHÕES DE
CARROS E CAMINHÕES FORD
FABRICADOS ATE HOJEl
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ORQUIM A Industrias Químicas Reunidas S/A
Aumente o Volume de suas Vendas com a nossa colaboração!
SÃO PAULO
lai
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E' claro e simples o negócio que lhe propo mos; V. representa e coloca os nossos pro dutos e nós estendemos ao seu estabeleci
Fabricação de Produtos Químicos
mento o prestígio de uma grande marca
ESPECIALIDADES:
garantindo um bom aumento de suas ven das. Somos distribuidores dos produtos DUBAR, em sua linha completa de bebi das de classe. Confiamos na sua ampla visão de homem de negócios e aguarda
Cafeína — Teobromina — Mentol — Crisarobina
Oleos tri-retificados para fins comestíveis e farmacêuticos.
Escritórios:
R. Libero Badaró, 158 — 6.° and. — Tel.: 4-9121 (22 ramais)
mos a sua carta solicitando maiores deta
lhes à nossa organização. Fábrica:
Av. Adolfo Pinheiro n." 3864-3946 Brooklin Paulista — Tel.: 8-5481-2
FILIAIS :
Rio de Janeiro:
Av. Rio Branco, 138 - 9.° and. - Tels.: 42-4863, 42-4864, 42-4905
Produtos DUBAR Distribuidora SOREC Representações, Comissões e Conta Própria Ltda Distribuidora dos PRODUTOS DUEAR
da
CIA. ANTARCTICA PAULISTA ,
Salvador:
Av. Estados Unidos s-n. — Edificio Fiaes, Tel.: 3550
Rua Frederico Steidel, 156 — 1.® andar — Fone: 5-8919 São Paulo — Brasil
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1 0
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o ESTEIO
MONSANTO CHEMICAL COMPANY-U.S.A. Produtos químicos e intermediários para as Indús
Monsaniq I trias químicas e iarmacêuticas: materiais plásticos ■
LAUCKS LIMITED - Canadá
Oolas animais, veqetais. fenólicas e uréicas pora a indústria de madeira compensada
COlilS
LAUCKS
DURAND & HUGUENIN S. A.- Suíça Corontes ao cromo especiais para estamparia de algodão, seda, raion, etc. Corantes "Indigosol" ONYX INTERNATIONAL-U.S.A.
Produtos para amaciamento. desengorduramento, tingimento. acabamento, etc., na indústria têxtil
DOS SEUS
NEGÓCIOS
THE HYDRAULIC PRESS MANUPACTURING CO.-USA
Prensas hidráulicas para injeção e moldagem de nioteTenha seu escritório equipado com cofres, fiçhários, prensas,
riais plásticos
portas fortes, mesas, armários e móveis de aço em geral, fabri
REPRESENTAÇÕES EXCLUSIVAS PARA O BRASIL DE
cados pelos pioneiros do ramo há 50 anos desfrutam a confiança
e preferência do público.
IVIascime^to & FILHOS
ffefieooom qu/m/COS RIO DE JANEIRO Ruo Consoll'»"^ Soraivo, 16
Coixo Poswl, 237 • Tel. 23-3516 Tolegfonioi: "COLOR"
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MATRIZ — SÃO PAULO Ruo Mortim Burchard, 608 Caiia Poilat, 1685 - Tel. 3-3154 Tslegramat: "COLOR"
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Ruo Mol. Flortono Peixoto, SSO
Coixo Postol, 680 - Tel. 3492 Telegromos: "COLOR"
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Dto. de Vendas:
LTDil.
Escritório e Fábrica:
Rua Quintino Bucciuvo, 247
Ruo Siqueira Bueno, 668
Fone 3 Ó008
Fones: 9-1248 - 9-1245 - S Pc Io
PETTINATI — 186
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1 giKESTO ECOiWIICO B MUHQO DOS HEBÚCiOS HUH PttHORRMa HEHSIIL Publicado sob os auspícios da
RSSOCinCÃO COMERCiniDE SÃO PAULO e do
★
FEDERaCÃO DO COr/iRClO DD ESTADO DE SÃO PAULO Diretor Superintendente: AURO SOARES DE MOURA ANDRADE DIreters
ANTONIO GONTIJO DE CARVALHO
O Dí^esto EcouóniÍ4*o publicará no próximo número:
o "Di^esto Econômico" presta a mais sentida /jorncungcm à memória de Rutf Fonseca, cujo desaparecimento prematuro, a 27 de abril último, cobriu de hito as classes produtoras paulistas, de que se tomara um dos mais destacados expoen tes, pela sua serena eiicrgffl, idealistno superior e capacidade de iniciativa. Giiiiulado a posições de excepcional relevo na direção das entidades represen tativas do comércio de São Paulo e do Brasil, durante o período que se e-ttende
de 1943 a nossos dias, Ruy Fonseca teve a caracterizar-lhe a atuação o ideal de
ver consolidada, em 'bases definitivas, a harmonia existente entre empregadores e
empregados, de cujo seio ele soira, mercê de suas qualidades de trabalho, inteli O DIGESTO ECONÔMICO,órgão tíe iníormações econômicas e financei ras, de propriedade da Editora Co
A MOEDA BRASILEIRA - Jo.sé Monório Rodrigues.
mercial Ltda.
O ALGODÃO EM SÃO PAULO Garibaldi Dantas. A direção não se responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devida mente citadas, nem pelos conceitos emitidos em artigos assinados.
história econômica - Afonso Arinos de Melo Franco.
RUI BARBOSA, ESTADISTA - José Maria Belo.
Na transcrição de artigos pede-se ci tar o nome do DIGESTO ÊCONÓMI.O.
O ARROZ EM SÃO PAULO NA ERA
COLONIAL — Sérgio Buarque de Aceita-se intercâmbio c/publlcações
gência e caráter, para ocupar pôsto de administração em uma das mais antigas e prestigiosas firmas do comércio paulista.
Eleito, a principio, membro da Diretoria da Associação Comercial de São Paulo c, depois, vice-presidente dessa entidade e da Federação do Comércio do
Estado de São Paulo, Ruij Fonseca foi o primeiro diretor-sttperintendente do "Digesto Econômico", a que dedicou o melhor de seus esforços, conseguindo, em pouco tempo, projetar no cenário econômico, financeiro e cultural do país, o nome de nossa revista, em cujo quadro de trabalhadores êle deixou em cada auxiliar, ttm amigo e admirador e, com a sua morfe, uma saudade. . , Homem do trabalho, espírito justo e amigo de todos quantos tiveram a felici dade de privar com êle,.Ruy Foxxseca recebeu, nos seus funerais, as mais expres
sivas homenagens dos classes conservadoras e dos empregados paulistas, que lhe foram levar seti sentido adeus, pela. palavra dos srs. Brasílio Machado Neto, Ângelo Panniggiani, Orval Cunha e prof. Felício Marmo.
Holanda. NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA ESTADUAL
congêneres nacionais e estrangeiras.
Na sessão de 28 de abril, da Assembléia Legislativa Estadual, por proposta do dr. Brasílio Machado Neto e outros deputados, foi consignado em ata «n»
ASSINATURAS-.
bofo de profundo pesar pelo falecimento do sr. Ruy Fonseca, a que se associaram
DIgesto Econômico
Ano (simples)
as bancadas de todos os partidos políticos ali representados.
Cr$ 30,00
• (registrado) Número do mês:
cr$ 3ó,C0 Cr$ 3,00
Atrasado:
crS
5,00
★
Redação e Administração: VIADUTO BOA VISTA,67 —7.» ANDAR TEL. 3-7499 — CAIXA POSTAL. 240- B
SÃO PAULO
*
Justificando requerimento nesse sentido, o deputado Brasílio Machado Neto pronunciou a seguinte oração:
"Sr. Presidente, srs. Constituintes: Quando, há poucas semanas, tive a honra de ocupar a atenção desta Casa, prestando em seu nome as homenagens que eram
devidas a memória do grande arcebispo de São Paulo, Dom Gaspar da Afonsece e Silva, loixge estava de supor que a minha primeira volta a esta tribuna tivesse igualmente por objetivo assinalar outra perda deplorável para São Paulo. SR. PRESIDENTE, aqui estou para lamentar a morte de um amigo dedicado e leal, de um companheiro de lutas tenaz e intemerato, de um batalhador ardoroso e sincero, a quem as classes produtoras nacionais ficam a dever inestimáveis ser-
1 giKESTO ECOiWIICO B MUHQO DOS HEBÚCiOS HUH PttHORRMa HEHSIIL Publicado sob os auspícios da
RSSOCinCÃO COMERCiniDE SÃO PAULO e do
★
FEDERaCÃO DO COr/iRClO DD ESTADO DE SÃO PAULO Diretor Superintendente: AURO SOARES DE MOURA ANDRADE DIreters
ANTONIO GONTIJO DE CARVALHO
O Dí^esto EcouóniÍ4*o publicará no próximo número:
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de 1943 a nossos dias, Ruy Fonseca teve a caracterizar-lhe a atuação o ideal de
ver consolidada, em 'bases definitivas, a harmonia existente entre empregadores e
empregados, de cujo seio ele soira, mercê de suas qualidades de trabalho, inteli O DIGESTO ECONÔMICO,órgão tíe iníormações econômicas e financei ras, de propriedade da Editora Co
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O ALGODÃO EM SÃO PAULO Garibaldi Dantas. A direção não se responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devida mente citadas, nem pelos conceitos emitidos em artigos assinados.
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Na transcrição de artigos pede-se ci tar o nome do DIGESTO ÊCONÓMI.O.
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gência e caráter, para ocupar pôsto de administração em uma das mais antigas e prestigiosas firmas do comércio paulista.
Eleito, a principio, membro da Diretoria da Associação Comercial de São Paulo c, depois, vice-presidente dessa entidade e da Federação do Comércio do
Estado de São Paulo, Ruij Fonseca foi o primeiro diretor-sttperintendente do "Digesto Econômico", a que dedicou o melhor de seus esforços, conseguindo, em pouco tempo, projetar no cenário econômico, financeiro e cultural do país, o nome de nossa revista, em cujo quadro de trabalhadores êle deixou em cada auxiliar, ttm amigo e admirador e, com a sua morfe, uma saudade. . , Homem do trabalho, espírito justo e amigo de todos quantos tiveram a felici dade de privar com êle,.Ruy Foxxseca recebeu, nos seus funerais, as mais expres
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Holanda. NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA ESTADUAL
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Na sessão de 28 de abril, da Assembléia Legislativa Estadual, por proposta do dr. Brasílio Machado Neto e outros deputados, foi consignado em ata «n»
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bofo de profundo pesar pelo falecimento do sr. Ruy Fonseca, a que se associaram
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Redação e Administração: VIADUTO BOA VISTA,67 —7.» ANDAR TEL. 3-7499 — CAIXA POSTAL. 240- B
SÃO PAULO
*
Justificando requerimento nesse sentido, o deputado Brasílio Machado Neto pronunciou a seguinte oração:
"Sr. Presidente, srs. Constituintes: Quando, há poucas semanas, tive a honra de ocupar a atenção desta Casa, prestando em seu nome as homenagens que eram
devidas a memória do grande arcebispo de São Paulo, Dom Gaspar da Afonsece e Silva, loixge estava de supor que a minha primeira volta a esta tribuna tivesse igualmente por objetivo assinalar outra perda deplorável para São Paulo. SR. PRESIDENTE, aqui estou para lamentar a morte de um amigo dedicado e leal, de um companheiro de lutas tenaz e intemerato, de um batalhador ardoroso e sincero, a quem as classes produtoras nacionais ficam a dever inestimáveis ser-
ru^s, de um paulista desanibicioso e patriota, cujos- olhos sempre estiveram vol- ' fados para os stiperiores interêsses brasileiros. Com o pretriaturo desaparecimento de Ruy Fonseca, ontem ocorrido nesta Capital, e que deixou desolados todos quantos com êle conviviam, pode-se afirmar, sem nenhuma denuisia, que se extin guiu um dos valores novos de São Paulo.
falecimento de Ruy Fonseca.
Fruto do seu próprio esforça, grande comerciante depois de ter sido pequeno comerciário, desde cedo Rutj Fonseca deu provas eloqüentes do seu elevado e.sinrito público e do seu anwr^ às causas nobres e generosas. Quando ainda jovem, lutrui-
í5;
do para a sua subsistêticia ao mesmo tempo em que pro.sseguia nos seus estudos c depois fazia o seu cur.so na Faculdade de Direito, o seu espírito de solidariedade
fl.ç seguintes palavras:
"Sr. PRESIDENTE. Ê profunda a emoção com que a bancada da União Demo crática Nacional traz a sua solidariedade ao voto de pesar pelo falecimento de
mais tarde presidiu com invulgar brilho e eficiência.
qualidades de inteligência e de caráter, foi
Ruy Fonseca, proposto pelo nobre depxitado sr. Brasilio Machado Neto.
desta auxiFiar Ipt-nylnFFi ^ ^^^^õo da mesma onde ingressara como mocspirito enírou emprêsa logo a colaborar ativamente na vida
Isso porque, a União Democrática Nacional está de luto, pois com o faleci
^-^pínío cntrou logo a coiaoorar ativamente na vida
^s ZTent2Í^fJ.l 't"'""
mento de Ruy Fonseca perdeu um dos mais extraordmários batalhadores, um
" Pertencer. O. cargos que ocupou
passapem assinalada nnr for e Presidente dn S/n/?/
iü
tadual, associando-se ao voto prrqiosto pelo dr. Brasxlio Machado Neto, proferiu
dxreçao da tradxcwnal Associação dos Empregados no Comércio de São Paulo, que
j
*
O deputado Auro de Moura Andrade, lidcr da 17.D.N. na Assembléia Es
humana ja o fazxa encontrar tempo e forças para dedicar-.se aos problemas que ajhgiam a então sua classe. Varms encontrá-lo, a essa altura de sua vida, na
assnrintú-fj ^
Êsse o homem que acaba de desaparecer, em toda a pujança de suas forças, ^ c de quem tanto ainda podiam esperar as nossas classes produtoras e a nossa terra. Senhor Presidente, roqueiro a V. Exdo. que, ouvida a Casa, haja por bem ■nuindar inserir na ata dos nossos trabalhos de hoje um voto de profundo pesar pelo
dos seus companheiros mais eminentes, com o qual contávamos cm todas as nossas
muitos, e em todos deixou a .sua segura e por fecundas realizações. Dire-
jornadas cívicas e políticas. Alas, èste luto não é apenas do meu Partido.
Na verdade, ó luto que .se
estende também às demais agremiações partidárias e órgãos de classe do E.stado
de São Paulo, porquanto na personalidade de Ruy Fonseca a maior característica era o seu profundo sentimento de solidariedade cristã e o grande amor à liber dade, de que fez verdadeiro culto. Ruy Fonseca, um dos maiores batalhadores
no propósito de numter sempre boas as relações entre os empregados e emprega
)m"oZTcalor7r<t!ietT anoe
r
Zre-6o7Z„ r T"^
JaíienZfsõhZ
dores e não permitir de forma alguma que desentendimentos ou desequilíbrios pudessem surgir enire as duas operosas classes do nosso Estado.
classes produterae mciouals, uestes últimos
O trabalho de construir-se a sí próprio não o impediu de colocar-se a serviço
Ecouomia. ua Conferência de
do seu Estado, da produção, do comércio e especialmente dos comerciários, classe
® Comércio do Rio de Janeiro - sua atuação se
a que pertenceu inicialmeixtc e que nunca esqueceu em nenhum momento de
veh IZ ImZZ ^ cegumnça com ^ue defendia os seus pontos de vista e cZtiZdodZ' Z í"" "c tnt^esses das classes prodltoras com os da
nt rZa êZ
~
íiifl vida laboriosa.
poder\em servir àquêles e
Voltavn-sc inteiramexxte para as grandes causas e os grandes problemas eco nômicos e sociais: Dono de e.xtraordinário espírito público, era Ruy Fonseca uxn
nZZTnr rccctigtoso vres,den.te da Corifederação NZional do Comércio. João '"fcrêsses hrasüelros na Conferência Internacional
o colheu de surprêsa, preparava-se Ruq Fonseca
homem que vivia em função de ideais e que jamais esmorecia na pesquisa das soluções definitivas. Foi denodado* defensor dos direitos dos empregados, embora estivesse, já agora, representando as ciasses patronais.
dt junhZ
Comércio, que se vai realizar em Montreuv, no próximo mês
Ninguém mais do que Ruy Fonseca possuía a noção exata dos princípios de justiça social, segredo, infelizmente, ainda não desvendado pela maioria dos nossos
n„r„ Zz "Ê"™'
homens públicos. E por não haver falhado em seus intuitos durante a sua tão curta, porém tão cotistTutiva passagem pela vida, à beira de seu túmulo, em comovente romaria, passaram hoje homens de todas as classes sociais, de todos os partidos políticos, de
.vichnaçao llc^açao que Ruypreferiu Fonseca desenvolveu em sobreleva, que, obediente sua inelutavel, servir São Paulonoe setor o Brasil, como atraço marcante e inalterável, a sua preocupação de cimentar, sempre e sempre, os laços ãe harmonia entre os nossos empregadores e empregados.
A sinceridade e a vibração que sempre punha a serviço dêsse humano e alesepultura — provinhapi^ por certo daquele "testemunho da carne" de que falava
tôdas as organizações de classe, numa perfeita e emocionante identificação de
vantauo objetivo — tive a oportunidade de assinalar esta manhã à beira da sua
sentimentos.
Desaparece, com Ruy Fonseca, uma grande esperança paulista.
o tribuno ateniense, pois ele devia ter sofrido, na sua juventude, os egoismos e as injustiças, infelizmente tão comuns à época em que começou a trabalhar.
São Paulo,
pof isso, comovido, rende nesta Casa as suas homenagens e o seu preito de saudade a êsse vulto inesquecíx)el que tão cedo deixa a vida".
Mí
' ...j
ru^s, de um paulista desanibicioso e patriota, cujos- olhos sempre estiveram vol- ' fados para os stiperiores interêsses brasileiros. Com o pretriaturo desaparecimento de Ruy Fonseca, ontem ocorrido nesta Capital, e que deixou desolados todos quantos com êle conviviam, pode-se afirmar, sem nenhuma denuisia, que se extin guiu um dos valores novos de São Paulo.
falecimento de Ruy Fonseca.
Fruto do seu próprio esforça, grande comerciante depois de ter sido pequeno comerciário, desde cedo Rutj Fonseca deu provas eloqüentes do seu elevado e.sinrito público e do seu anwr^ às causas nobres e generosas. Quando ainda jovem, lutrui-
í5;
do para a sua subsistêticia ao mesmo tempo em que pro.sseguia nos seus estudos c depois fazia o seu cur.so na Faculdade de Direito, o seu espírito de solidariedade
fl.ç seguintes palavras:
"Sr. PRESIDENTE. Ê profunda a emoção com que a bancada da União Demo crática Nacional traz a sua solidariedade ao voto de pesar pelo falecimento de
mais tarde presidiu com invulgar brilho e eficiência.
qualidades de inteligência e de caráter, foi
Ruy Fonseca, proposto pelo nobre depxitado sr. Brasilio Machado Neto.
desta auxiFiar Ipt-nylnFFi ^ ^^^^õo da mesma onde ingressara como mocspirito enírou emprêsa logo a colaborar ativamente na vida
Isso porque, a União Democrática Nacional está de luto, pois com o faleci
^-^pínío cntrou logo a coiaoorar ativamente na vida
^s ZTent2Í^fJ.l 't"'""
mento de Ruy Fonseca perdeu um dos mais extraordmários batalhadores, um
" Pertencer. O. cargos que ocupou
passapem assinalada nnr for e Presidente dn S/n/?/
iü
tadual, associando-se ao voto prrqiosto pelo dr. Brasxlio Machado Neto, proferiu
dxreçao da tradxcwnal Associação dos Empregados no Comércio de São Paulo, que
j
*
O deputado Auro de Moura Andrade, lidcr da 17.D.N. na Assembléia Es
humana ja o fazxa encontrar tempo e forças para dedicar-.se aos problemas que ajhgiam a então sua classe. Varms encontrá-lo, a essa altura de sua vida, na
assnrintú-fj ^
Êsse o homem que acaba de desaparecer, em toda a pujança de suas forças, ^ c de quem tanto ainda podiam esperar as nossas classes produtoras e a nossa terra. Senhor Presidente, roqueiro a V. Exdo. que, ouvida a Casa, haja por bem ■nuindar inserir na ata dos nossos trabalhos de hoje um voto de profundo pesar pelo
dos seus companheiros mais eminentes, com o qual contávamos cm todas as nossas
muitos, e em todos deixou a .sua segura e por fecundas realizações. Dire-
jornadas cívicas e políticas. Alas, èste luto não é apenas do meu Partido.
Na verdade, ó luto que .se
estende também às demais agremiações partidárias e órgãos de classe do E.stado
de São Paulo, porquanto na personalidade de Ruy Fonseca a maior característica era o seu profundo sentimento de solidariedade cristã e o grande amor à liber dade, de que fez verdadeiro culto. Ruy Fonseca, um dos maiores batalhadores
no propósito de numter sempre boas as relações entre os empregados e emprega
)m"oZTcalor7r<t!ietT anoe
r
Zre-6o7Z„ r T"^
JaíienZfsõhZ
dores e não permitir de forma alguma que desentendimentos ou desequilíbrios pudessem surgir enire as duas operosas classes do nosso Estado.
classes produterae mciouals, uestes últimos
O trabalho de construir-se a sí próprio não o impediu de colocar-se a serviço
Ecouomia. ua Conferência de
do seu Estado, da produção, do comércio e especialmente dos comerciários, classe
® Comércio do Rio de Janeiro - sua atuação se
a que pertenceu inicialmeixtc e que nunca esqueceu em nenhum momento de
veh IZ ImZZ ^ cegumnça com ^ue defendia os seus pontos de vista e cZtiZdodZ' Z í"" "c tnt^esses das classes prodltoras com os da
nt rZa êZ
~
íiifl vida laboriosa.
poder\em servir àquêles e
Voltavn-sc inteiramexxte para as grandes causas e os grandes problemas eco nômicos e sociais: Dono de e.xtraordinário espírito público, era Ruy Fonseca uxn
nZZTnr rccctigtoso vres,den.te da Corifederação NZional do Comércio. João '"fcrêsses hrasüelros na Conferência Internacional
o colheu de surprêsa, preparava-se Ruq Fonseca
homem que vivia em função de ideais e que jamais esmorecia na pesquisa das soluções definitivas. Foi denodado* defensor dos direitos dos empregados, embora estivesse, já agora, representando as ciasses patronais.
dt junhZ
Comércio, que se vai realizar em Montreuv, no próximo mês
Ninguém mais do que Ruy Fonseca possuía a noção exata dos princípios de justiça social, segredo, infelizmente, ainda não desvendado pela maioria dos nossos
n„r„ Zz "Ê"™'
homens públicos. E por não haver falhado em seus intuitos durante a sua tão curta, porém tão cotistTutiva passagem pela vida, à beira de seu túmulo, em comovente romaria, passaram hoje homens de todas as classes sociais, de todos os partidos políticos, de
.vichnaçao llc^açao que Ruypreferiu Fonseca desenvolveu em sobreleva, que, obediente sua inelutavel, servir São Paulonoe setor o Brasil, como atraço marcante e inalterável, a sua preocupação de cimentar, sempre e sempre, os laços ãe harmonia entre os nossos empregadores e empregados.
A sinceridade e a vibração que sempre punha a serviço dêsse humano e alesepultura — provinhapi^ por certo daquele "testemunho da carne" de que falava
tôdas as organizações de classe, numa perfeita e emocionante identificação de
vantauo objetivo — tive a oportunidade de assinalar esta manhã à beira da sua
sentimentos.
Desaparece, com Ruy Fonseca, uma grande esperança paulista.
o tribuno ateniense, pois ele devia ter sofrido, na sua juventude, os egoismos e as injustiças, infelizmente tão comuns à época em que começou a trabalhar.
São Paulo,
pof isso, comovido, rende nesta Casa as suas homenagens e o seu preito de saudade a êsse vulto inesquecíx)el que tão cedo deixa a vida".
Mí
' ...j
rT»w
NA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO RIO DG JANEIRO Inicuindo a sessão de 30 de abril ultimo, do Conselho Diretor da Associação
Comercial, o dr. João Daudt d Oliveira proferiu as seguintes palavras interpretando
CASAS
o pesar da Casa pelo falecimento do sr. Ruy Fonseca, presidente em exercício da Associação Comercial de São Paulo.
POPILARES
"É sob o véu de uma tristeza imensa que realizamos a nossa reunião desta semana.
Pesa-nos, agravada pelo imprevisto, a dor da perda em São Paulo de um dos mats expressivos valores de nossa classe — Ruy Forneça.
Ao eoocar-cos oeste momento a figura do companheiro caloroso, siderado em i """ T'"™ oonter mm, doa
ZàZ^ihra^â t ^ ,^"àeceu aquela coz amiga, que ai^ há plucas seZL Z,Zío nôs gmtules orn T embates í em que temos estado Ztusiosmo e de fé. solidária ccwsco nos empenhados.
dical do ^CmSZZ ^q^lriSt^o^RZ^p
Especial para o "Digesto Económic»
por Francisco PresteMCaia \
V
A cessão de áreas municipais só cabe no caso de cidades que, à moda alentó e escandinava, adotarem a Bodenpolitik e possuírem grandes domínios teiTÍtoriai.s
III
®
labor desinteressado uÀ patrimônio'd^ ser^Z^m e '""'" ^ ao rernnhí'rimenfr, 7 ^^^^tnços, que o recomendam ao aprêço e todo o paít ^ atividxides produtoras de sua terra, mas de seu esZíZtTl^ôhho Tf ^ ''""'"'ddento dos problemas nacionais.
com o destino declarado ou implícito de reloteamento ou de construções popula
te, Is enHdades constnitoras nao
põem do direito expropnatorio L P.efeUu.ns. o to e, mesm
res. A cessão pão será em regra gra tuita, salvo intenção expressa de cons
tituir subsídio, caso muito particular e
que requer ponderação e eauidade, ton to em relação aos ghipos beneficiados,
eTexSlrSõ exemplar devotamerdo Z aos mterêsses de sua classe, estiveram do seu votados Estadocome do dedicação Brasil.
t:°diSo°ainl se restringe ea.e
trmnâZoTT A ZZZZjn longos lustros Tde nossa
nós, ao «so público e aos s^mços^ típicos buinte. Em qualquer hipótese, revela de utilidade púbUca.^ ^ua extensão para má compreensão do assunto quem suge
que atividade " na'ío^jMho. vida nacional.
ros e ZuerU
entusiasta, em todos os têm assinalado êstes últimos
1 por vulesviável lealdade aos seus compauhei-
ZZZZ Z, ""'"'.fio dma afeitoulade irradiante, que lhe angariava àdas as
ZZriZl' '^^oe .'^bihzado ao lado dos organismos de direção de sua classe, no âmbito regional sem comoreservas no nacional. Isso lhe grangeou, ao lado do prestigio solido que alicerçou sôbre serviços tne^ti^veis, afeto carinhoso e a estima fraternal de quantos'tiveram a ventura de
trabalhar a seu lado e de conviver com .sua personalidade dinâmica.
Eu, que com tantos companheiros presentes, me conto entre os privilegiados nesse convívio inesquecível, nao posso esconder-vos a dor sincera e a grande magua com que vos registro a perda, que o comércio do Brasil acaba de sofrer. Creio inte^etar o sentinwnto de todos vós, ao pedir que tamanho pesar fique consignado na resenha de nossos trabalhos, como um testemunho de afeto, de apreço e de gratidão".
as construções popuiares
a-
latifóndios desaproveitados e bem siUia
como em relação à comunidade contri
re a entrega simplista das áreas pú blicas, especialmente das municipais.
dos, e não os lotes isolados os cedais e Aqui as cidades não praticam a Bodenespecialmente os beneficiados P^Jo^ pro pc^tik, costumam possuir áreas (bsprietários. Pela "urban redevebpment poniveis,nãoe as poucas que têm, sao mcorporation law" (N. Y. 194 ) , díspensáveis a elementares necessidades reito, assim como certos privilégios de futuras de urbanismo e de instalações congelamento das avaliações fiscais e ta- municipais. cilidades de crédito e funcionamento, nós, até há pouco, a lei orgâni são concedidos para animar enyre^ caEntre municipal preservava as áreas muni particulares que já tenham adquirido cipais, pela proibição de doações. A da área necessária. Compensatoriamente, são exigidos certos requisitos e tias de obediência ao plano urbanístico geral e de sadio financiamento.
inconsciência dum dos govêmos recen
tes, para simples satisfação duma pre
tensão particularíssima e injustlfioada.
Com V presente artigo, o "Digesto Econômico encerra o último da série que c eminente engenheiro dr., Francisco Prestes Maia escreveu sobre o palpitante problema das Casas Populares. Trata-se de um trabalho que honra a o paulista e evidencia o alto espírito público do seu autor.
rT»w
NA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO RIO DG JANEIRO Inicuindo a sessão de 30 de abril ultimo, do Conselho Diretor da Associação
Comercial, o dr. João Daudt d Oliveira proferiu as seguintes palavras interpretando
CASAS
o pesar da Casa pelo falecimento do sr. Ruy Fonseca, presidente em exercício da Associação Comercial de São Paulo.
POPILARES
"É sob o véu de uma tristeza imensa que realizamos a nossa reunião desta semana.
Pesa-nos, agravada pelo imprevisto, a dor da perda em São Paulo de um dos mats expressivos valores de nossa classe — Ruy Forneça.
Ao eoocar-cos oeste momento a figura do companheiro caloroso, siderado em i """ T'"™ oonter mm, doa
ZàZ^ihra^â t ^ ,^"àeceu aquela coz amiga, que ai^ há plucas seZL Z,Zío nôs gmtules orn T embates í em que temos estado Ztusiosmo e de fé. solidária ccwsco nos empenhados.
dical do ^CmSZZ ^q^lriSt^o^RZ^p
Especial para o "Digesto Económic»
por Francisco PresteMCaia \
V
A cessão de áreas municipais só cabe no caso de cidades que, à moda alentó e escandinava, adotarem a Bodenpolitik e possuírem grandes domínios teiTÍtoriai.s
III
®
labor desinteressado uÀ patrimônio'd^ ser^Z^m e '""'" ^ ao rernnhí'rimenfr, 7 ^^^^tnços, que o recomendam ao aprêço e todo o paít ^ atividxides produtoras de sua terra, mas de seu esZíZtTl^ôhho Tf ^ ''""'"'ddento dos problemas nacionais.
com o destino declarado ou implícito de reloteamento ou de construções popula
te, Is enHdades constnitoras nao
põem do direito expropnatorio L P.efeUu.ns. o to e, mesm
res. A cessão pão será em regra gra tuita, salvo intenção expressa de cons
tituir subsídio, caso muito particular e
que requer ponderação e eauidade, ton to em relação aos ghipos beneficiados,
eTexSlrSõ exemplar devotamerdo Z aos mterêsses de sua classe, estiveram do seu votados Estadocome do dedicação Brasil.
t:°diSo°ainl se restringe ea.e
trmnâZoTT A ZZZZjn longos lustros Tde nossa
nós, ao «so público e aos s^mços^ típicos buinte. Em qualquer hipótese, revela de utilidade púbUca.^ ^ua extensão para má compreensão do assunto quem suge
que atividade " na'ío^jMho. vida nacional.
ros e ZuerU
entusiasta, em todos os têm assinalado êstes últimos
1 por vulesviável lealdade aos seus compauhei-
ZZZZ Z, ""'"'.fio dma afeitoulade irradiante, que lhe angariava àdas as
ZZriZl' '^^oe .'^bihzado ao lado dos organismos de direção de sua classe, no âmbito regional sem comoreservas no nacional. Isso lhe grangeou, ao lado do prestigio solido que alicerçou sôbre serviços tne^ti^veis, afeto carinhoso e a estima fraternal de quantos'tiveram a ventura de
trabalhar a seu lado e de conviver com .sua personalidade dinâmica.
Eu, que com tantos companheiros presentes, me conto entre os privilegiados nesse convívio inesquecível, nao posso esconder-vos a dor sincera e a grande magua com que vos registro a perda, que o comércio do Brasil acaba de sofrer. Creio inte^etar o sentinwnto de todos vós, ao pedir que tamanho pesar fique consignado na resenha de nossos trabalhos, como um testemunho de afeto, de apreço e de gratidão".
as construções popuiares
a-
latifóndios desaproveitados e bem siUia
como em relação à comunidade contri
re a entrega simplista das áreas pú blicas, especialmente das municipais.
dos, e não os lotes isolados os cedais e Aqui as cidades não praticam a Bodenespecialmente os beneficiados P^Jo^ pro pc^tik, costumam possuir áreas (bsprietários. Pela "urban redevebpment poniveis,nãoe as poucas que têm, sao mcorporation law" (N. Y. 194 ) , díspensáveis a elementares necessidades reito, assim como certos privilégios de futuras de urbanismo e de instalações congelamento das avaliações fiscais e ta- municipais. cilidades de crédito e funcionamento, nós, até há pouco, a lei orgâni são concedidos para animar enyre^ caEntre municipal preservava as áreas muni particulares que já tenham adquirido cipais, pela proibição de doações. A da área necessária. Compensatoriamente, são exigidos certos requisitos e tias de obediência ao plano urbanístico geral e de sadio financiamento.
inconsciência dum dos govêmos recen
tes, para simples satisfação duma pre
tensão particularíssima e injustlfioada.
Com V presente artigo, o "Digesto Econômico encerra o último da série que c eminente engenheiro dr., Francisco Prestes Maia escreveu sobre o palpitante problema das Casas Populares. Trata-se de um trabalho que honra a o paulista e evidencia o alto espírito público do seu autor.
26
Digesto Económíco
revogou tal disposição salutar, que é
considerados "mínimos" contituiuin, não
mister reviver nesta época em que a
habitação popular ameaça tornar-se me
obstante e paradoxalmente, fora do al cance de boa parte do proletariado. Im
ro instrumento político e o próprio pa
porta notar que, habitualmente, a "habi
lácio Guanabara corre o risco dum lotea-
tação mínima" é definida em função de
mento comercial. Já é enorme o pre juízo e receio dos nossos municípios
um padrão preconcebido de comodida de, e dignidade, e não inversamente eni
diante do prurido doador dos adminis tradores exibicionistas, assim como da
ambição e efetivo apossamento das par cas reservas do seu patrimônio pelo Es tado e pela União, para que se venha juntar mais uma perspectiva perturba dora dos programas locais.
Um dispositivo legal que tem facili
tado, em diversos países, as expropriações dos "slums" ou bairros decadentes
para efeito de reconstrução, refere-se à avaUaçao: é desprezado o valor locativo no caso de construções totalmente condenadas por motivos de segurança ou msalubndade.
D) .A lei definirá, de modo geral, os beneficiados, sejam inquilinos, sejam candidatos à aquisição. A definição será tanto mais estreita quanto mais as cons-
portarn maiores encargos de família, os
que ainda não são proprietários. Cada país, região ou época tem suas condi ções e preocupações particulares. A Fran ça tem o descréscímo da natalidade; a
Inglaterra (1915) teve o alojamento dos , dèsmobilizados;
os
Estados
Unidos
(1940), os operários das indústrias de
guerra; Vienna, uma situação político-so cial grave ç as dificuldades da indústria local.
A legislação deve contrabalançar as vantagens que proporciona, por uma
maior elasticidade nas disposições sôbre ínquilinato e locação, com o fim de al cançar melhor disciplina, asseio e con servação dos prédios. Prêmios e outros estímulos concorrerão para o mesmo objetivo.
E) A experiência, mesmo nos paí ses ricos, mostra que os alojamentos
nidado auxiliar operários de indústrias evcntualmcnlo em página de lucros ex traordinários, do indústrias pouco inte ressantes ou artificiais; ou proporcionar .subsídios a especulações prováveis.
ma. Verifica-se, por outro lado, que a
construção e a exploração dessas aloja
mentos não atraem mais o interesse pri-
\-ado. As exigências dos padrões muni
cipais, as imposições legais, as dificul
Recentemente temos ouvido, em São
dades e, por fim, até os preconceitos
tunção de recursos ou salários mínimos correntes. Resulta a solução "do subsí
Paulo, dum projeto de casas populares
sociais e econômicos crescentes, afastam
porção re.stante da sociedade, capaci dade tributária para suportar razoavel mente o encargo. Pela diferença dos cUmas, civilizaçõôs e riquezas, eviden-
rios, sem ambiente de compreensão, des
2 necessidade de não nos iludirmos quanto à equiparação dos
acabaram...
dio, que naturalmente admite, para a
nossos padrões aos do.s países mais adiantados.
Aspecto complementar é o da edu
para locação "à vicnen.se". Sem e.xperíência, faltos cios estudos mais sumá
providos de recursos, politicamente in seguros*,' socialmente hesitantes, incon.scientcs dos encargos e das conseqüên
cias, iremos começar por onde outros Convém não confundir a concepção
moderna — concepção parcial ou ten
dência que seja — com a antiga, da as
cação, adaptação e filtração dos inquili
sistência caridosa, do abrigo aos indi
nos. Se a casa imprópria, insuficiente, rrmnada ou insalubre, é geralmente um
gentes. A primeira reconhece uma si tuação defeituosa dentro da sociedade
müice do pauperismo, com freqüência certo ponto, e.ssa casa é pron o também da má educação e da' ex-
e tenta corrigí-la, considerando-a até
certo ponto um serviço público. A se gunda é atitude puramente carítativa ou
P oraçao. Entre outros, salientaram êste ^ções receberem facilidades ou subsí- jispecto, versando no caso dos mocam' dios. • São preferencialmente contem
plados os mais necessitados, os que su-
Dioiisio Ec;oNÓMir,o
Magalhães e João Duar-
ilno: mais que um índice de pau perismo, o mocambo é o gerador da dep es.sao social, a habitação fácil (mas por vezes capaz duma renda de 50%
pequeno proprietário que o faz e
e^iora), que atrai os sem-trabalbo do ./ 1^*^'
fixá-los na lama, alimen ta-los de camarão, infeccioná-los, debiuta-ios organicamente, e organizá-los
nas mais terríveis "bélulas de descon
tentamento" no país.
Conforme o mecanismo geral adota
do, o subsidio reverterá imediatamente ao construtor deficitário, à entidade ex
ploradora ou ao inquilino.
Êle pode
Slooal ou anual, de capital ou de renda, e sempre se condiciona a certos máximos de custo do aluguel, e a certos míqimos de acomodação. Qualquer po lítica nesse sentido deve ser precedida de estudos dos salários e condições dos clientes, pois não teria sentido a comu-
cada vez mais o capitalista.
Resulta,
como única solução, o poder público
promover, por si ou entidades que sus citar, as construções necessárias.
Nem
.sempre, entretanto, tirou êle da inicia tiva particular tudo o que esta poderia proporcionar, convenientemente anima da por medidas e por um ambiente propicio.
. ,.
O problema da habitação não incmi o dos "miseráveis", que são todos os ta rados, inadaptados, inválidos e incapa
zes, situados no último degrau da es cala e'abaixo dos trabalhadores mínimos
normais (serx'entes, cavouqueiros, lixei
ros, etc). Êste extrato escapa a qual quer solução, que não seja a pura assis
ou internação em reformatórios religiosa, útil em setores limitados, mas etência asiles. Há ainda outros inadaptados,
que reconhece pouco, muito menos re solve, o \erdadeiro problema. A pri meira é um tanto revolucionária, pode tomar-se pesada, e susceptível de exa geros classistas, sujeita a explorações políticas, mas terá, delimitadamentc, um
cuja solução poderá ser somente o reencaminhamento a seus meios originais.
F) Importa sobremodo assentar, cm
qualquer programa, a modalidade de cessão da casa: se venda ou locação.
última é preferida pelos conser setor de' aplicação justa, embora difícil. Esta O seu ponto fraco é a "medida", isto vadores, para consolidação da família e dos sentimentos burgueses. Em muitos é, a determinação da escala exata e pru casos, porém, rev^a-se impraticável, dente apbcação. Há que levar era con
ta, de um lado, as possibilidades e re cursos; de outro, a diferença entre a incidência efeti\'a e a aparente dos be
quer pela incapacidade do operário para a amortização, quer pelas suas necessi
nefícios.
tagem predominante de casas de alu guel, requerendo organizações adminis
Muitas duvidas derivam, no,
fimdo, duma contradição interna do
problema: a admissão cresçente_ dum
critério socialista numa organização ca
pitalista. Nota-se a analogia e, ao mes mo tempo, a interferência da política residencial, no seu aspecto assistencial,
dades de deslocamento ou seu desejo
de independência. Resulta uma porcen tradoras permanentes. Isso conduz a construção dos grandes blocos coletivos, pôsto de lado o regime de condominio,
impróprio às classes modestas e que,
com a instituição, a que já nos acos tumamos, do salário mínimo.
mesmo às abastadas, já começa a dar água pe^a barba, pelos seus inconvenien
Pràticamentc o problema coloca-.se as
tes intrínsecos. Uma solução interme diária é a cessão dos terrenos por prazo
sim: por consenso geral definiram-se certos requisitos para a habitação míni
certo (60 e mais anos), .suficiente para
26
Digesto Económíco
revogou tal disposição salutar, que é
considerados "mínimos" contituiuin, não
mister reviver nesta época em que a
habitação popular ameaça tornar-se me
obstante e paradoxalmente, fora do al cance de boa parte do proletariado. Im
ro instrumento político e o próprio pa
porta notar que, habitualmente, a "habi
lácio Guanabara corre o risco dum lotea-
tação mínima" é definida em função de
mento comercial. Já é enorme o pre juízo e receio dos nossos municípios
um padrão preconcebido de comodida de, e dignidade, e não inversamente eni
diante do prurido doador dos adminis tradores exibicionistas, assim como da
ambição e efetivo apossamento das par cas reservas do seu patrimônio pelo Es tado e pela União, para que se venha juntar mais uma perspectiva perturba dora dos programas locais.
Um dispositivo legal que tem facili
tado, em diversos países, as expropriações dos "slums" ou bairros decadentes
para efeito de reconstrução, refere-se à avaUaçao: é desprezado o valor locativo no caso de construções totalmente condenadas por motivos de segurança ou msalubndade.
D) .A lei definirá, de modo geral, os beneficiados, sejam inquilinos, sejam candidatos à aquisição. A definição será tanto mais estreita quanto mais as cons-
portarn maiores encargos de família, os
que ainda não são proprietários. Cada país, região ou época tem suas condi ções e preocupações particulares. A Fran ça tem o descréscímo da natalidade; a
Inglaterra (1915) teve o alojamento dos , dèsmobilizados;
os
Estados
Unidos
(1940), os operários das indústrias de
guerra; Vienna, uma situação político-so cial grave ç as dificuldades da indústria local.
A legislação deve contrabalançar as vantagens que proporciona, por uma
maior elasticidade nas disposições sôbre ínquilinato e locação, com o fim de al cançar melhor disciplina, asseio e con servação dos prédios. Prêmios e outros estímulos concorrerão para o mesmo objetivo.
E) A experiência, mesmo nos paí ses ricos, mostra que os alojamentos
nidado auxiliar operários de indústrias evcntualmcnlo em página de lucros ex traordinários, do indústrias pouco inte ressantes ou artificiais; ou proporcionar .subsídios a especulações prováveis.
ma. Verifica-se, por outro lado, que a
construção e a exploração dessas aloja
mentos não atraem mais o interesse pri-
\-ado. As exigências dos padrões muni
cipais, as imposições legais, as dificul
Recentemente temos ouvido, em São
dades e, por fim, até os preconceitos
tunção de recursos ou salários mínimos correntes. Resulta a solução "do subsí
Paulo, dum projeto de casas populares
sociais e econômicos crescentes, afastam
porção re.stante da sociedade, capaci dade tributária para suportar razoavel mente o encargo. Pela diferença dos cUmas, civilizaçõôs e riquezas, eviden-
rios, sem ambiente de compreensão, des
2 necessidade de não nos iludirmos quanto à equiparação dos
acabaram...
dio, que naturalmente admite, para a
nossos padrões aos do.s países mais adiantados.
Aspecto complementar é o da edu
para locação "à vicnen.se". Sem e.xperíência, faltos cios estudos mais sumá
providos de recursos, politicamente in seguros*,' socialmente hesitantes, incon.scientcs dos encargos e das conseqüên
cias, iremos começar por onde outros Convém não confundir a concepção
moderna — concepção parcial ou ten
dência que seja — com a antiga, da as
cação, adaptação e filtração dos inquili
sistência caridosa, do abrigo aos indi
nos. Se a casa imprópria, insuficiente, rrmnada ou insalubre, é geralmente um
gentes. A primeira reconhece uma si tuação defeituosa dentro da sociedade
müice do pauperismo, com freqüência certo ponto, e.ssa casa é pron o também da má educação e da' ex-
e tenta corrigí-la, considerando-a até
certo ponto um serviço público. A se gunda é atitude puramente carítativa ou
P oraçao. Entre outros, salientaram êste ^ções receberem facilidades ou subsí- jispecto, versando no caso dos mocam' dios. • São preferencialmente contem
plados os mais necessitados, os que su-
Dioiisio Ec;oNÓMir,o
Magalhães e João Duar-
ilno: mais que um índice de pau perismo, o mocambo é o gerador da dep es.sao social, a habitação fácil (mas por vezes capaz duma renda de 50%
pequeno proprietário que o faz e
e^iora), que atrai os sem-trabalbo do ./ 1^*^'
fixá-los na lama, alimen ta-los de camarão, infeccioná-los, debiuta-ios organicamente, e organizá-los
nas mais terríveis "bélulas de descon
tentamento" no país.
Conforme o mecanismo geral adota
do, o subsidio reverterá imediatamente ao construtor deficitário, à entidade ex
ploradora ou ao inquilino.
Êle pode
Slooal ou anual, de capital ou de renda, e sempre se condiciona a certos máximos de custo do aluguel, e a certos míqimos de acomodação. Qualquer po lítica nesse sentido deve ser precedida de estudos dos salários e condições dos clientes, pois não teria sentido a comu-
cada vez mais o capitalista.
Resulta,
como única solução, o poder público
promover, por si ou entidades que sus citar, as construções necessárias.
Nem
.sempre, entretanto, tirou êle da inicia tiva particular tudo o que esta poderia proporcionar, convenientemente anima da por medidas e por um ambiente propicio.
. ,.
O problema da habitação não incmi o dos "miseráveis", que são todos os ta rados, inadaptados, inválidos e incapa
zes, situados no último degrau da es cala e'abaixo dos trabalhadores mínimos
normais (serx'entes, cavouqueiros, lixei
ros, etc). Êste extrato escapa a qual quer solução, que não seja a pura assis
ou internação em reformatórios religiosa, útil em setores limitados, mas etência asiles. Há ainda outros inadaptados,
que reconhece pouco, muito menos re solve, o \erdadeiro problema. A pri meira é um tanto revolucionária, pode tomar-se pesada, e susceptível de exa geros classistas, sujeita a explorações políticas, mas terá, delimitadamentc, um
cuja solução poderá ser somente o reencaminhamento a seus meios originais.
F) Importa sobremodo assentar, cm
qualquer programa, a modalidade de cessão da casa: se venda ou locação.
última é preferida pelos conser setor de' aplicação justa, embora difícil. Esta O seu ponto fraco é a "medida", isto vadores, para consolidação da família e dos sentimentos burgueses. Em muitos é, a determinação da escala exata e pru casos, porém, rev^a-se impraticável, dente apbcação. Há que levar era con
ta, de um lado, as possibilidades e re cursos; de outro, a diferença entre a incidência efeti\'a e a aparente dos be
quer pela incapacidade do operário para a amortização, quer pelas suas necessi
nefícios.
tagem predominante de casas de alu guel, requerendo organizações adminis
Muitas duvidas derivam, no,
fimdo, duma contradição interna do
problema: a admissão cresçente_ dum
critério socialista numa organização ca
pitalista. Nota-se a analogia e, ao mes mo tempo, a interferência da política residencial, no seu aspecto assistencial,
dades de deslocamento ou seu desejo
de independência. Resulta uma porcen tradoras permanentes. Isso conduz a construção dos grandes blocos coletivos, pôsto de lado o regime de condominio,
impróprio às classes modestas e que,
com a instituição, a que já nos acos tumamos, do salário mínimo.
mesmo às abastadas, já começa a dar água pe^a barba, pelos seus inconvenien
Pràticamentc o problema coloca-.se as
tes intrínsecos. Uma solução interme diária é a cessão dos terrenos por prazo
sim: por consenso geral definiram-se certos requisitos para a habitação míni
certo (60 e mais anos), .suficiente para
28
DiGESTO
amortização da construção, com a van
tagem de garantir à comunidade a re\'ersão
do
"unearded
increment"
ou
"valorização imerecida", isto é, aquela
para a qual o proprietário nada ou
pouco haja concorrido, pois motivada pelos melhoramentos públicos ou pelo progresso geral. A
doutrina
extremista (em
termos
simplificados) supõe que o proletário, mantido pelo capitalismo no nível míni
mo de vida, nunca poderá tomar-se
proprietário, mesmo a longo prazo. E se o conseguisse, seria para a própria sujeição. Na realidade, há salários mui
to diversos e, portanto, salários acima
do mimmo, com possibilidades de pou pança. Muitos podem assim adquirir casa com relativa facilidade. Mas se
ECONÓNOCO
29
Digesto EcoNÓKnco
usuais são: ausência de áreas ou saguões fechados, pé direito mínimo de 2.40, a 2,60 m, jardinete, profundidade não
e novidades, que não hajam provado
excedente de 2 comodos etc. Na reali
nas para efeitos plásticos ou geométricos.
dade , não deve haver só um "projeto médio, pois a família média é uma abs
tração, mas projetos correspondentes a
cada tipo do família, na proporção que os censos indicarem. Os blocos coletivos
requerem elevadores sempre que os an
dares excedem a 4 (ascenso máximo de
3). No caso de conjuntos, pode haver prédios especiai.s para solteiros e viú vos, com refeitórios e banheiros centra
bem, e que os modernistas adotam ape O reciu-so à vegetação pode socorrer consideravelmente na obtenção de efei to externo. A monotonia dos renques
e a uniformidade dos tipos são defeitos demasiado visíveis na maioria dos bair
ros 'populares contemporâneos, e en tretanto de fácil correção.
No que respeita aos "materiais" con vém consignar que, não obstante nume rosas tentativas, ainda é a construção em
lizados.
O agrupamento de casas individuais varia com os costumes.
mas também deve fugir às disposições
O americano
tende para o isolamento completo (uma
tijolo a mais usual.
Os outros mate
riais e processos exigem serviço contí nuo e em série, a formação de equipes
especializadas, acarretam dependência
a construção aproveitou-se de aux'ílios
casa por lote), ao passo que o inglês prefere agrupá-las em número de 2 a 8,
remtivamente a certas indústrias ou presíativa
grave a proibição de qualquer revenda
o que permite uma economia sensível,
especulativa. Em caso de necessidade, a operação far-se-á sem lucro, ao próprio
nomias apreciáveis.
Os porões e anexos são proscritos e os
ou subsídios sociais, é natural que a
mstihito vendedor. Uma fórmula inter mediária poderá aumentar
prejuízo das vantagens sanitiirias.
lechos reduzidos ao mínimo. Os tipos
mais comuns são a casinha térrea ou o
fabricações, e nem sempre motivam eco
Umas vezes invo-
ca-so uma extrema, embora desnecessá
ria rapidez, a que pode não correspon
der qualquer economia real; outras vezes são as alterações, reformas é re
a atração da casa própria.
sobradinho, com uma ha
bitação em cada andar, po
parações que se tomam difíceis devido a gênero de material e construção; nou
Aspectos Técnicos
dendo, em ambos os casos,
tros ainda é a duração mais reduzida,
as casas serem isoladas ou
ou a tendência às trincas e retrações, ou
gcminadas.
a insuficiência do isolamento térmico ou
Arquitetura — A habita ção econômica deve satis-
Os
economizam
construção,
fazér pelo menos a alguns
em
requisitos: sala comum; um a três dormitórios (um 'para o casal-cabeça e mais
renques
terreno
mas
e
perdem
aspecto e quanto ao
acesso ao quintalete. Fre
favorável aos insetos, cupins e baratas,
qüentemente, no caso de
riscos sérios de incêndio.
renques, êste acesso faz-se
um para os filhos de cada
acústico, o inconveniente que acaba por ser verificado. Certos tipos de madei ra apresentam duração menor, condição Acresce a circunstância da madeira
(stud-framlng); na Europa Central, a disposição horizontal das madeiras; na Suécia, a vertical; modernamente muitas
experiências e tentativas fazem-se com os placados ou "ply^vood", elegantes para interiores, mas ainda ineficazes^ nos exteriores, não obstante os consideráveis
aperfeiçoamentos.
Os metais, aços es
peciais, alumínios, etc., e os plásticos, das mais variadas composições, apenas
longinquamente prometem soluções ver
dadeiramente praticas e populares. Os moldados "in loco" e os premoldados, mesmo com material mais comum (con
cretos leves, terra, ferra-cimento) e fôr
mas ou maquinário mais ou menos ade quados e possantes, esforçam-se, por seu lado, procurando o sucesso antes na eficiência que na ciência.
A aparente facilidade destas xiltimas
soluções tem levado muitos leigos a una- ^
ginarem os mais engenhosos moldes e enchimentos, que na hora 'critica aca- ^ bam falhando porque não foram, pen sados os pormenores mais insignifican tes: ora são as peças ou muros que fendem, ora as fôrmas que desconjuntam, ora o maquinário, que não encontra ma
terial ou aplicação suficiente para lhes proporcionarem o funcionamento inten sivo e econômico.
Parece ser o caso
presente da máquina Le Toumeau, iufcportada em São Paulo. Atingindo ex tremos opostos, chegou-se a pensar re centemente na importação de casas ame ricanas montáveis, de madeira, com
por páteo ou alameda in
nacional menos resinosa e apropriada
mento sanitário interno ou
terna comum.
e, ao mesmo tempo, na volta à taipa e
imediatamente anexo, com banheiro ou chuveiro, ter-
agrupamento dos grandes
que outras de alta latitude, onde, a mais, o clima por si só já neutraliza as sevandijas pelos rigores hiberaais. Tais "chalets"
não lhe houvessem feito o processo.
sexo), cozinha, comparti-
raço de serviço (tanque e secadouro) ou uíjital. Nalguns planos, a cozinha reJuz-se a um recanto isolável da sala de estar; noutros, os dormitórios reduzem-
se a um único (casais sós); noutros fi
nalmente surgem pequenos anexos (ar
mários, terraços de repouso ou alpendres de entrada). Água corrente é conside
rada indispensável.
Outras exigências
O desenvolvimento e o
blocos começaram por es quemas geométricos, em busca ae efei
transformam-se
em
novos
"slums", agravando o problema futuro e
tos arquitetônicos interessantes. As con
veniências de insolação e armamento le-
vam hoje a disposições mais simples: em paralelo, nas direções preferíveis à vista da latitude, ventos e clima de cada cidade.
nem sequer economizando terreno por
que os riscos de fogo impõem maior es paçamento. As casas de madeira, de que recentemente aqui tanto se falou, são tradicionais no norte da Europa e
nos Estados Unidos. Neste país predo
A "arquitetura" evitará os estilos tra
dicionais, que complicam e encarecem,
jLl
mina o tipo de esqueleto com revesti
mento de estaque sôbre tela ou fasquias
grave humilliação do ufanismo indígena, ao adobe puro e simples, como se três mil anos, decorridos desde os caldeus,
A questão da escala é importante. Os programas de habitação popular devem visar grandes conjuntos e casas em sé rie.
A grande escala barateia a cons
trução pela quantidade e pela pai^o-
nização, e permite as vantagens urba nísticas de agrupamento e serviços
comuns.
28
DiGESTO
amortização da construção, com a van
tagem de garantir à comunidade a re\'ersão
do
"unearded
increment"
ou
"valorização imerecida", isto é, aquela
para a qual o proprietário nada ou
pouco haja concorrido, pois motivada pelos melhoramentos públicos ou pelo progresso geral. A
doutrina
extremista (em
termos
simplificados) supõe que o proletário, mantido pelo capitalismo no nível míni
mo de vida, nunca poderá tomar-se
proprietário, mesmo a longo prazo. E se o conseguisse, seria para a própria sujeição. Na realidade, há salários mui
to diversos e, portanto, salários acima
do mimmo, com possibilidades de pou pança. Muitos podem assim adquirir casa com relativa facilidade. Mas se
ECONÓNOCO
29
Digesto EcoNÓKnco
usuais são: ausência de áreas ou saguões fechados, pé direito mínimo de 2.40, a 2,60 m, jardinete, profundidade não
e novidades, que não hajam provado
excedente de 2 comodos etc. Na reali
nas para efeitos plásticos ou geométricos.
dade , não deve haver só um "projeto médio, pois a família média é uma abs
tração, mas projetos correspondentes a
cada tipo do família, na proporção que os censos indicarem. Os blocos coletivos
requerem elevadores sempre que os an
dares excedem a 4 (ascenso máximo de
3). No caso de conjuntos, pode haver prédios especiai.s para solteiros e viú vos, com refeitórios e banheiros centra
bem, e que os modernistas adotam ape O reciu-so à vegetação pode socorrer consideravelmente na obtenção de efei to externo. A monotonia dos renques
e a uniformidade dos tipos são defeitos demasiado visíveis na maioria dos bair
ros 'populares contemporâneos, e en tretanto de fácil correção.
No que respeita aos "materiais" con vém consignar que, não obstante nume rosas tentativas, ainda é a construção em
lizados.
O agrupamento de casas individuais varia com os costumes.
mas também deve fugir às disposições
O americano
tende para o isolamento completo (uma
tijolo a mais usual.
Os outros mate
riais e processos exigem serviço contí nuo e em série, a formação de equipes
especializadas, acarretam dependência
a construção aproveitou-se de aux'ílios
casa por lote), ao passo que o inglês prefere agrupá-las em número de 2 a 8,
remtivamente a certas indústrias ou presíativa
grave a proibição de qualquer revenda
o que permite uma economia sensível,
especulativa. Em caso de necessidade, a operação far-se-á sem lucro, ao próprio
nomias apreciáveis.
Os porões e anexos são proscritos e os
ou subsídios sociais, é natural que a
mstihito vendedor. Uma fórmula inter mediária poderá aumentar
prejuízo das vantagens sanitiirias.
lechos reduzidos ao mínimo. Os tipos
mais comuns são a casinha térrea ou o
fabricações, e nem sempre motivam eco
Umas vezes invo-
ca-so uma extrema, embora desnecessá
ria rapidez, a que pode não correspon
der qualquer economia real; outras vezes são as alterações, reformas é re
a atração da casa própria.
sobradinho, com uma ha
bitação em cada andar, po
parações que se tomam difíceis devido a gênero de material e construção; nou
Aspectos Técnicos
dendo, em ambos os casos,
tros ainda é a duração mais reduzida,
as casas serem isoladas ou
ou a tendência às trincas e retrações, ou
gcminadas.
a insuficiência do isolamento térmico ou
Arquitetura — A habita ção econômica deve satis-
Os
economizam
construção,
fazér pelo menos a alguns
em
requisitos: sala comum; um a três dormitórios (um 'para o casal-cabeça e mais
renques
terreno
mas
e
perdem
aspecto e quanto ao
acesso ao quintalete. Fre
favorável aos insetos, cupins e baratas,
qüentemente, no caso de
riscos sérios de incêndio.
renques, êste acesso faz-se
um para os filhos de cada
acústico, o inconveniente que acaba por ser verificado. Certos tipos de madei ra apresentam duração menor, condição Acresce a circunstância da madeira
(stud-framlng); na Europa Central, a disposição horizontal das madeiras; na Suécia, a vertical; modernamente muitas
experiências e tentativas fazem-se com os placados ou "ply^vood", elegantes para interiores, mas ainda ineficazes^ nos exteriores, não obstante os consideráveis
aperfeiçoamentos.
Os metais, aços es
peciais, alumínios, etc., e os plásticos, das mais variadas composições, apenas
longinquamente prometem soluções ver
dadeiramente praticas e populares. Os moldados "in loco" e os premoldados, mesmo com material mais comum (con
cretos leves, terra, ferra-cimento) e fôr
mas ou maquinário mais ou menos ade quados e possantes, esforçam-se, por seu lado, procurando o sucesso antes na eficiência que na ciência.
A aparente facilidade destas xiltimas
soluções tem levado muitos leigos a una- ^
ginarem os mais engenhosos moldes e enchimentos, que na hora 'critica aca- ^ bam falhando porque não foram, pen sados os pormenores mais insignifican tes: ora são as peças ou muros que fendem, ora as fôrmas que desconjuntam, ora o maquinário, que não encontra ma
terial ou aplicação suficiente para lhes proporcionarem o funcionamento inten sivo e econômico.
Parece ser o caso
presente da máquina Le Toumeau, iufcportada em São Paulo. Atingindo ex tremos opostos, chegou-se a pensar re centemente na importação de casas ame ricanas montáveis, de madeira, com
por páteo ou alameda in
nacional menos resinosa e apropriada
mento sanitário interno ou
terna comum.
e, ao mesmo tempo, na volta à taipa e
imediatamente anexo, com banheiro ou chuveiro, ter-
agrupamento dos grandes
que outras de alta latitude, onde, a mais, o clima por si só já neutraliza as sevandijas pelos rigores hiberaais. Tais "chalets"
não lhe houvessem feito o processo.
sexo), cozinha, comparti-
raço de serviço (tanque e secadouro) ou uíjital. Nalguns planos, a cozinha reJuz-se a um recanto isolável da sala de estar; noutros, os dormitórios reduzem-
se a um único (casais sós); noutros fi
nalmente surgem pequenos anexos (ar
mários, terraços de repouso ou alpendres de entrada). Água corrente é conside
rada indispensável.
Outras exigências
O desenvolvimento e o
blocos começaram por es quemas geométricos, em busca ae efei
transformam-se
em
novos
"slums", agravando o problema futuro e
tos arquitetônicos interessantes. As con
veniências de insolação e armamento le-
vam hoje a disposições mais simples: em paralelo, nas direções preferíveis à vista da latitude, ventos e clima de cada cidade.
nem sequer economizando terreno por
que os riscos de fogo impõem maior es paçamento. As casas de madeira, de que recentemente aqui tanto se falou, são tradicionais no norte da Europa e
nos Estados Unidos. Neste país predo
A "arquitetura" evitará os estilos tra
dicionais, que complicam e encarecem,
jLl
mina o tipo de esqueleto com revesti
mento de estaque sôbre tela ou fasquias
grave humilliação do ufanismo indígena, ao adobe puro e simples, como se três mil anos, decorridos desde os caldeus,
A questão da escala é importante. Os programas de habitação popular devem visar grandes conjuntos e casas em sé rie.
A grande escala barateia a cons
trução pela quantidade e pela pai^o-
nização, e permite as vantagens urba nísticas de agrupamento e serviços
comuns.
30
DiGESTO
. Aü casas individuais
avulsas serão
niantídas colateralmente, a cargo de construtores também avulsos, apenas l>axa animar a propriedade particular.
Hojo alguns americanos defendem a concepção das casas de duração antes Umitada
que indefinida, prevendo a
obsolescência quer da construção, quer do bairro, quer do modo de vida, oentro dum prazo reduzido, como 20 anos.
Ainda não são evidentes as conseqüên cias práticas e pode-se desconfiar que a teoria vise apenas coonestar construções irderiores dalgumas indústrias interessa
das. Em compensação, outros pensam talvez mais acertadamente, que salvo os . casos de urgência real, a duração deve
subir a 50 e 60 anos, e que as previ-
^ soes urbanísticas é que a devem acom panhar, em vez de persistirem nos ">5 anos de ensinamento clássico.
A "quantidade" atinge-se multiplican
do as casas individuais ou elevando grande.s blocos. Êstes suscitam as maio res discussões, quanto à sua conveniên cia social. Parece-nos que no referen te as clas.ses menos favorecidas e educa
Econômico
não apresentam oiiginalidades arquite
za^-ões.
sagísticos. Ainda predominam, todavia,
tam tòdas as .suas despesas só com a
tônicas nem, por situados cm plena arca urbana, grandes tratamentos pai
Ulm já chegou a possuir 80%
da área da cidade; conhecem-se exem-
pl(}s dc cidades (lue praticamente enfren
os conjuntos de casas individuais nos
renda da.s suas terras e pastagens e com
bairros, quase sempre duma nionotoma desespcradora. Em Filadélfia, onde. ao contrário de Nova Iorque, a casa própria é a regra, numerosas empresas imobiliárias constróem e vendem ron ques após renques de sobradinhos de ti jolo aparente, enchendo bairros intei
o oroduto das suas florestas. Embora
ros e quadras cortadas pelas passagens de serviço, que, como é sabido, são ceracteristicas de.ssa cidade.
Menciona
mos esta cidade porque é um exemplo
de como podem as empresas privadas contribuir para a extensão da habitação pruria, mesmo sem favores oficiais. Os "sluins", quando a situação é paterminam pela substituição. Ê a tendência moderna, mas que suscita lesitações, por onerosa.
Enquanto a
cadência não se evidencia, quando
sejam exemplos raros e secundários, re velam uma orientação pouco explorada.
A
taxação
dida é mais teórica que
freqüente a taxação predial simultânea e contraditória, pois, no fundo, o mais
das vêzes, o objetivo social é mero pre
texto para desapêrto das fínanças muni
cipais. Parece-nos que não foi outro o
mente de ler um relatório do Federal
ção do aproveitamento do solo, com
Home Loan Bank Board sôbre o bairro e Waverley em Baltímore, com estudo
observância das neces.sidades reais. Os
mado, a não ser para edifícios baixos,
por exemplo de três pavimentes apenas;
líc®.
<3a habitação, além do
pecial nota; o custo do terreno e as
Vi.sitamos em Nova Iorque os conjun
condições do financiamento. Quanto a esta^ cabe consignar a forte influênwa dum prazo loneo e dum juro baixo. Quanto àquele, pode proporcionar opor tunidade a longos estudos. Os princi
tos dí? Gov. Smith House, Madison
pais processos de combater o preço dos
Peter Cooper, Harlem River, uns em
taxação territorial, no zoneamento e na
nos Estados Unidos a construção usual
é o e.squeleto metálico, com lages de concreto armado e paredes de alvenaria.
Village, East River, Stuyvesant Town, construção no lugar de antigos "slums", üUtro.s concluídos e em uso há muito. O funcionamento é simples e perfeito,
sem embaraços ou medidas forçadas;
terrenos consiste na Bodenpolitik, na retração dó crédito.
A primeira retira
grandes áreas da especulação, evita os arruamentos defeituosos ou prematuros,
faz revestir para a comunidade as valori-
município, talvez a mais pesada até hoje verificada no país. As avaliações nível de valores territoriais pela limita
arruamentos prematuros, distantes ou inaccessíveis, contribuem para altas fic
tícias, por criarem ilusões de próximo
povoamento. As utilizações mal re gulamentadas e excessivas elevam os preços do terreno; os preços altos, por sua vez, reclamam maior aproveitamen
a
área
verde,
proporção quanto
de a
tos autônomos, completos e "self-sustaining". Obe
mográficos, topográficos
e econômicos influem efe tivamente. Além disso, é
tanto
concepção de agrupamen
limites só os fatôres de
médias, comerciarios, funcionários, etc. Sob tal ponto de vista, pecava um pouco o, sob outros aspectos, grandioso
edmcio, há dois fatôres dignos de es
O que fcaracteriza hoje
real, pois além de certos
zoneamento concorre para manter certo
Várzea do Carmo. .Os nossos aparta
para
as ciaades-jardins é não
evolutivo, etc.), seguintes a um estudo
mentos terão estrutura de concreto ar
suficiente
justificar as canalizações públicas essenciais.
operário de categoria e para as classes
e recomendações deste gênero.
sidade
da terra ou sua transfe
fiscais, feitas para base de tributos, tam bém concorrem para a alta fictícia. O
e interessante projeto do lAPI na nossa
sas, disposição em conjuntos organizados, instalações e serviços centralizados, den
rencia a quem mellior o faça. A eficácia da me
priadas (certos melhoramentos, zoneamento, fiscalização, cooperação, plano
protundo das causas. Acabamos justa
entação tendo em vista a insolação e a %'entüação, recreio e amenidades diver
territorial
caso da recente reforma bibutária dêste
das, a inconveniência é inegável. Mas projetos adequados e uma organização perfeita os tornam admissíveis para o
A maior conquista moderna é a con-
N-icção da necessidade de melhores pla nos; agrupamento ralo, abundância de espaços li\'res e de vegetação, boa ori
visa apressar a utilização
apenas se Uie entrevêm os sintomas, o mal pode ser remediado ou retardado,
quase dirigido, mediante medidas apro
31
DioESTO Econômico
decem a planos e tama
nhos preestabelecidos. Os bairros e mas são zoneados rigorosamente nas varias
categorias (comercial central, comercial local ou. de bairro, residencial, industrial,
etc.) e sub-categorias, de modo a ser garantido um desenvolrimento harmô nico e serem preservados os \-alores. A proporção das zonas é determinada de modo às atividades e usos se completa
rem o mais justamente possível. Para que tais aglomerações gozem de tôdas as vantagens e progressos da nossa ci vilização, admite-se que deverão ter uma
população mínima de 50 a 100 mil ha bitantes, constituindo uma reação às
"megalópoles", hoje assaz atrapalhadas com os seus problemas de habitação, salubridade, transporte e recreio. Muito de teórico e arbitrário há evide^ntemente nestas concepções; a discussão sôbre a grandeza ideal das cidades vem desde
to da área, e assim cria-se um círculo •Aristóteles e Hume até os urbanistas de vicioso.
Um fator de resistência ao encareci-
mento, menos usado do que merece, é o controle mais severo das avaliações
nossos dias e nunca terão resposta de
finitiva.
O zoneamento estende-se às constru
ções, límitando-lhes as alturas, áreas ou
hipotecárias, que os inspetores bancários
volumes, determinando-lhes recuos e
poderiam impor aos estabelecimentos ou
gabaritos. Como o crescimento urbano acaba por
institutos emprestadores.
Passemos finalmente aos aspectos ur banísticos da Questão.
alterar as zonas naturais e até as regu-
lamentares, provocando o fenóPieno dos
30
DiGESTO
. Aü casas individuais
avulsas serão
niantídas colateralmente, a cargo de construtores também avulsos, apenas l>axa animar a propriedade particular.
Hojo alguns americanos defendem a concepção das casas de duração antes Umitada
que indefinida, prevendo a
obsolescência quer da construção, quer do bairro, quer do modo de vida, oentro dum prazo reduzido, como 20 anos.
Ainda não são evidentes as conseqüên cias práticas e pode-se desconfiar que a teoria vise apenas coonestar construções irderiores dalgumas indústrias interessa
das. Em compensação, outros pensam talvez mais acertadamente, que salvo os . casos de urgência real, a duração deve
subir a 50 e 60 anos, e que as previ-
^ soes urbanísticas é que a devem acom panhar, em vez de persistirem nos ">5 anos de ensinamento clássico.
A "quantidade" atinge-se multiplican
do as casas individuais ou elevando grande.s blocos. Êstes suscitam as maio res discussões, quanto à sua conveniên cia social. Parece-nos que no referen te as clas.ses menos favorecidas e educa
Econômico
não apresentam oiiginalidades arquite
za^-ões.
sagísticos. Ainda predominam, todavia,
tam tòdas as .suas despesas só com a
tônicas nem, por situados cm plena arca urbana, grandes tratamentos pai
Ulm já chegou a possuir 80%
da área da cidade; conhecem-se exem-
pl(}s dc cidades (lue praticamente enfren
os conjuntos de casas individuais nos
renda da.s suas terras e pastagens e com
bairros, quase sempre duma nionotoma desespcradora. Em Filadélfia, onde. ao contrário de Nova Iorque, a casa própria é a regra, numerosas empresas imobiliárias constróem e vendem ron ques após renques de sobradinhos de ti jolo aparente, enchendo bairros intei
o oroduto das suas florestas. Embora
ros e quadras cortadas pelas passagens de serviço, que, como é sabido, são ceracteristicas de.ssa cidade.
Menciona
mos esta cidade porque é um exemplo
de como podem as empresas privadas contribuir para a extensão da habitação pruria, mesmo sem favores oficiais. Os "sluins", quando a situação é paterminam pela substituição. Ê a tendência moderna, mas que suscita lesitações, por onerosa.
Enquanto a
cadência não se evidencia, quando
sejam exemplos raros e secundários, re velam uma orientação pouco explorada.
A
taxação
dida é mais teórica que
freqüente a taxação predial simultânea e contraditória, pois, no fundo, o mais
das vêzes, o objetivo social é mero pre
texto para desapêrto das fínanças muni
cipais. Parece-nos que não foi outro o
mente de ler um relatório do Federal
ção do aproveitamento do solo, com
Home Loan Bank Board sôbre o bairro e Waverley em Baltímore, com estudo
observância das neces.sidades reais. Os
mado, a não ser para edifícios baixos,
por exemplo de três pavimentes apenas;
líc®.
<3a habitação, além do
pecial nota; o custo do terreno e as
Vi.sitamos em Nova Iorque os conjun
condições do financiamento. Quanto a esta^ cabe consignar a forte influênwa dum prazo loneo e dum juro baixo. Quanto àquele, pode proporcionar opor tunidade a longos estudos. Os princi
tos dí? Gov. Smith House, Madison
pais processos de combater o preço dos
Peter Cooper, Harlem River, uns em
taxação territorial, no zoneamento e na
nos Estados Unidos a construção usual
é o e.squeleto metálico, com lages de concreto armado e paredes de alvenaria.
Village, East River, Stuyvesant Town, construção no lugar de antigos "slums", üUtro.s concluídos e em uso há muito. O funcionamento é simples e perfeito,
sem embaraços ou medidas forçadas;
terrenos consiste na Bodenpolitik, na retração dó crédito.
A primeira retira
grandes áreas da especulação, evita os arruamentos defeituosos ou prematuros,
faz revestir para a comunidade as valori-
município, talvez a mais pesada até hoje verificada no país. As avaliações nível de valores territoriais pela limita
arruamentos prematuros, distantes ou inaccessíveis, contribuem para altas fic
tícias, por criarem ilusões de próximo
povoamento. As utilizações mal re gulamentadas e excessivas elevam os preços do terreno; os preços altos, por sua vez, reclamam maior aproveitamen
a
área
verde,
proporção quanto
de a
tos autônomos, completos e "self-sustaining". Obe
mográficos, topográficos
e econômicos influem efe tivamente. Além disso, é
tanto
concepção de agrupamen
limites só os fatôres de
médias, comerciarios, funcionários, etc. Sob tal ponto de vista, pecava um pouco o, sob outros aspectos, grandioso
edmcio, há dois fatôres dignos de es
O que fcaracteriza hoje
real, pois além de certos
zoneamento concorre para manter certo
Várzea do Carmo. .Os nossos aparta
para
as ciaades-jardins é não
evolutivo, etc.), seguintes a um estudo
mentos terão estrutura de concreto ar
suficiente
justificar as canalizações públicas essenciais.
operário de categoria e para as classes
e recomendações deste gênero.
sidade
da terra ou sua transfe
fiscais, feitas para base de tributos, tam bém concorrem para a alta fictícia. O
e interessante projeto do lAPI na nossa
sas, disposição em conjuntos organizados, instalações e serviços centralizados, den
rencia a quem mellior o faça. A eficácia da me
priadas (certos melhoramentos, zoneamento, fiscalização, cooperação, plano
protundo das causas. Acabamos justa
entação tendo em vista a insolação e a %'entüação, recreio e amenidades diver
territorial
caso da recente reforma bibutária dêste
das, a inconveniência é inegável. Mas projetos adequados e uma organização perfeita os tornam admissíveis para o
A maior conquista moderna é a con-
N-icção da necessidade de melhores pla nos; agrupamento ralo, abundância de espaços li\'res e de vegetação, boa ori
visa apressar a utilização
apenas se Uie entrevêm os sintomas, o mal pode ser remediado ou retardado,
quase dirigido, mediante medidas apro
31
DioESTO Econômico
decem a planos e tama
nhos preestabelecidos. Os bairros e mas são zoneados rigorosamente nas varias
categorias (comercial central, comercial local ou. de bairro, residencial, industrial,
etc.) e sub-categorias, de modo a ser garantido um desenvolrimento harmô nico e serem preservados os \-alores. A proporção das zonas é determinada de modo às atividades e usos se completa
rem o mais justamente possível. Para que tais aglomerações gozem de tôdas as vantagens e progressos da nossa ci vilização, admite-se que deverão ter uma
população mínima de 50 a 100 mil ha bitantes, constituindo uma reação às
"megalópoles", hoje assaz atrapalhadas com os seus problemas de habitação, salubridade, transporte e recreio. Muito de teórico e arbitrário há evide^ntemente nestas concepções; a discussão sôbre a grandeza ideal das cidades vem desde
to da área, e assim cria-se um círculo •Aristóteles e Hume até os urbanistas de vicioso.
Um fator de resistência ao encareci-
mento, menos usado do que merece, é o controle mais severo das avaliações
nossos dias e nunca terão resposta de
finitiva.
O zoneamento estende-se às constru
ções, límitando-lhes as alturas, áreas ou
hipotecárias, que os inspetores bancários
volumes, determinando-lhes recuos e
poderiam impor aos estabelecimentos ou
gabaritos. Como o crescimento urbano acaba por
institutos emprestadores.
Passemos finalmente aos aspectos ur banísticos da Questão.
alterar as zonas naturais e até as regu-
lamentares, provocando o fenóPieno dos
32
Digesto Econômico 53
Dicesto Econóaíico
"siums" c dos "b;ighted districts" (bair
industrial c demográfica, na extensão
ros decadentes ou áreas em estado de
cada vez maior dos planos regionais,
transição), surgiu para remediá-lo a
nas cidades-jardins c satélites. Em Es
concepção da "umidade residencial" (neignteurhood-iinit). Ao passo que
panha 6 na Rússia surgiram sobre os
1886. A legislação foi completada em 1896 pela "Anerbenrecht", que estabele
mesmos princípios as cidades-lineares.
cia a transmissão da exploração integral
colonização agrícola alemã é uma co
a um único herdeiro. Após a primeira guerra mundial o lavrador alemão, mais
lonização camponesa, familiar, em terra
que são "ribbon-developmcnts" aperfei
a idéia da cidade-jardim aplica-se às imidades independentes ou isoladas, a
çoados.
da tmidade-residencial encontra emprego
esforço deva fracassar, algf) subsistirá
nos bairros e na amplifícação das gran
como exemplo e ensinamento de influ
des cidades.
ência inevitável.
Tivemos ocasião de reco
Embora muito de tôdo êste
Os relatórios Barlow
mendá-la, em particular, à cidade de
(1940) e da Great Britain Royal Com-
Campinas, cujas condições são as mais
mission on the Distribution of Indus
favoráveis.
trial Population (1941), entro outros, exemplificam as tendências modernas de descentralização das indústrias e, corres
Uma relativa novidade em matéria de
bairros jardins é o tipo Radbum, onde as ruas de tráfego passaram a ruas de
simples serviço; os "playgrounds" in
ternos emendaram-se, formando faixas verdes contínuas para pedestres e crian
pondentemente, das populações, e o pla nejamento cada vez mais extensivo.
Já foi apontada noutro ponto a aten ção dispensada à habitação popular ur bana, em contraste com a situação do
a rua. . As ruas residenciais são propor
trabalhador rural.
tínuas para baratear a terraplenagem e
predisposto a migração pelos encantos
cionalmente estreitas, curvas e descon
desanimar o grande tráfego com seus inconvenientes inseparáveis: pengo, po 0 niido Nos bairros mais modestos,
nuando projetados com unidade e per
tencentes a um mesmo instituto, muitas
mas podem ser .substituídas por simples «nresenta pequenos mconvenientes de ZUsos mas, em compensação, tambern
Sminhos de pedestres. Esta disposição • trens económicas e estéticas.
A
empreendedor
tímido
começou
em
que os seus \'izmhos
franceses, estava endividado; a desvalo rização do dinheiro salvou-lhe os bens
hipotecados, mas a especulação e as di ficuldades da época repuseram-no logo cm má situação. Em 1919 o "Reicnstag", sob a orientação do prof. Séring,
votou uma espécie de código de colo nização, a "Reicbssiedlugsgesetz" de 10 de março, pela qual os Estados deviam criar sociedades colonizadoras para a co
O problema rural
ças; e as habitações inverteram a posi
ção' habitual, olhando para os jardins posteriores e voltando os fundos para
tervcncionismo
locação de famílias • camponesas em lo
tes apropriados.
Estas sociedades go-
debelar o "chômage", animar a coloni
zação e promover a regularização dos rios e o mellioraraento das estradas.
A
própria e com instrumentos próprios. Excepcionalmente admite um ou dois assalariados, quando não há filhos vá lidos. O lote é proporcionado de acor do com os braços disponíveis; comu-
mente 17 liectares ou 7 alqueires pau
listas para 3 pessoas úteis, ou para um
camponês provido duma parelha de tiro. Esta e.xploração média anima a família prolífica; um domínio menor seria insu ficiente para sua subsistência; um maior seria excessivo e só lhe dificultaria o
pagamento do lote. Pouco menor é o
lote ótimo paulista, segundo conclusões dos melliqres conhecedíores do nosso Estado e da nossa imigração. Na colo
Não só contraste,
nização alemã, sempre se procura a cria
ção de novos "Erbhõfe", domínios he
como também atração sôbre êste, já
reditários indiNásíveis, assim subtraídos ao azares da sorte e aos caprichos do
e possibilidades da cidade. Tem-se aventado, por isso, incluir na solução
colono. O instituto era antigo, mas, se
antes o herdeiro de\âa pagar pesadas
copstruções também nas pequenas ci
dades e no campo. Casas nas cidade-
compensações aos irmãos, no Anerben
zinhas do interior nada adiantam no
recht" moderno a êles só ficava assegu
caso, pois, embora pequenas, estas não deixam de ser cidades.
por isso as casas rurais.
Consideremos
Parece-nos,
aqui, deparar um engano, porque o problema rural não é o da habitação,
zavam de certas preferências nas aqui sições territoriais e, inversamente, os do-
rado lugar na casa, certa assistência e o direito de colaborar na e.\-ploração. Esta legislação profundamente germânica fa vorece assim não o indivíduo,
a
mínios médios e grandes eram compe
família e a e.xploração agrícola.
Aos
derno acrescentou garantias de impenhorabilidade. O próprio arrendamento
I?"a1o?centual da ruas baixará de 2M
mas o da colonização.
ri 10% é menos.
forço de colonização, notável pelo pen
lidos, em certas condições, a constituirem sociedades capazes de proporcionar terras. Os objetivos eram gerais, eco
samento 6 pela organização, diferente por certo do caso brasileiro mas já mais
nômicos e sociais, e não respondiam sòmente a uma oportunidade passageira e
é \'edado se não tiver autorização espe
aproximado do caso paulista — diremos
acidental, como a lei de 1886. Por mo
um "Bnuer"; os outros camponeses sao
•
£a
Coube aos inglêses o maior esfor^, T^ínneiros urbanísticos, na segunda
Se do Sulo passado: Barry Parmoietou cidades-jardms; Unwm r!n "Nothing Gained econômica by Overcxowdmg aa pr^clbilidade w j.j ^ profetizou
Sem outro intuito que expor um es
duas palavras sôbre a colonização da Alemanha Ocidental na primeira metade
tivos políticos e militares o Leste era o
dêste século.
mais visado. A inflação, a especulação, e a inadaptabilidade dos militares à co
No fim do século passado era som bria a situação da agricultura na planí
lonização, não permitiram o sucesso es
rcdtndo a Sunlight, ilustraram as teses.
cie germano-polonesa, da qual as in dústrias drenavam braços e capitais. Por
quando o nacional-socialismo ascendeu ao poder e deu novo impulso à agricul
tando as oportunidades trazidas pela
motivos tanto econômicos, como estra
tura.
tégicos, fòrça era repovoá-la.
1931.
ttlnmas Morrow" i "pecto d(s cidades Lechtwarth e Welwyn, sutíoie os inglêses prosseguem, aprovei
^^uerra e .insistem na descentralização
Um ín-
perado.
A
situação
continuava má
A lei de "auxilio ao Leste" é de
Em 1933 sobe Hitler e surge
0 "programa Reinhardt", que pretende
característicos tradicionais o direito mo
cial
O proprietário dum "Erbhot e
simplesmente "Landwirte". O "Bauer precisa ser alemão reconhecidamente ca paz e honesto, sadio e de boa Judeus, amarelos e pretos são excluídos. Antigos lavradores são preferidos a an tigos soldados; e dentre todos, os ori ginários do Oeste progressista. _A neces sidade de completar a composição demo gráfica e econômica com alguns elemen
tos secundários (trabalhadores ou assa-
32
Digesto Econômico 53
Dicesto Econóaíico
"siums" c dos "b;ighted districts" (bair
industrial c demográfica, na extensão
ros decadentes ou áreas em estado de
cada vez maior dos planos regionais,
transição), surgiu para remediá-lo a
nas cidades-jardins c satélites. Em Es
concepção da "umidade residencial" (neignteurhood-iinit). Ao passo que
panha 6 na Rússia surgiram sobre os
1886. A legislação foi completada em 1896 pela "Anerbenrecht", que estabele
mesmos princípios as cidades-lineares.
cia a transmissão da exploração integral
colonização agrícola alemã é uma co
a um único herdeiro. Após a primeira guerra mundial o lavrador alemão, mais
lonização camponesa, familiar, em terra
que são "ribbon-developmcnts" aperfei
a idéia da cidade-jardim aplica-se às imidades independentes ou isoladas, a
çoados.
da tmidade-residencial encontra emprego
esforço deva fracassar, algf) subsistirá
nos bairros e na amplifícação das gran
como exemplo e ensinamento de influ
des cidades.
ência inevitável.
Tivemos ocasião de reco
Embora muito de tôdo êste
Os relatórios Barlow
mendá-la, em particular, à cidade de
(1940) e da Great Britain Royal Com-
Campinas, cujas condições são as mais
mission on the Distribution of Indus
favoráveis.
trial Population (1941), entro outros, exemplificam as tendências modernas de descentralização das indústrias e, corres
Uma relativa novidade em matéria de
bairros jardins é o tipo Radbum, onde as ruas de tráfego passaram a ruas de
simples serviço; os "playgrounds" in
ternos emendaram-se, formando faixas verdes contínuas para pedestres e crian
pondentemente, das populações, e o pla nejamento cada vez mais extensivo.
Já foi apontada noutro ponto a aten ção dispensada à habitação popular ur bana, em contraste com a situação do
a rua. . As ruas residenciais são propor
trabalhador rural.
tínuas para baratear a terraplenagem e
predisposto a migração pelos encantos
cionalmente estreitas, curvas e descon
desanimar o grande tráfego com seus inconvenientes inseparáveis: pengo, po 0 niido Nos bairros mais modestos,
nuando projetados com unidade e per
tencentes a um mesmo instituto, muitas
mas podem ser .substituídas por simples «nresenta pequenos mconvenientes de ZUsos mas, em compensação, tambern
Sminhos de pedestres. Esta disposição • trens económicas e estéticas.
A
empreendedor
tímido
começou
em
que os seus \'izmhos
franceses, estava endividado; a desvalo rização do dinheiro salvou-lhe os bens
hipotecados, mas a especulação e as di ficuldades da época repuseram-no logo cm má situação. Em 1919 o "Reicnstag", sob a orientação do prof. Séring,
votou uma espécie de código de colo nização, a "Reicbssiedlugsgesetz" de 10 de março, pela qual os Estados deviam criar sociedades colonizadoras para a co
O problema rural
ças; e as habitações inverteram a posi
ção' habitual, olhando para os jardins posteriores e voltando os fundos para
tervcncionismo
locação de famílias • camponesas em lo
tes apropriados.
Estas sociedades go-
debelar o "chômage", animar a coloni
zação e promover a regularização dos rios e o mellioraraento das estradas.
A
própria e com instrumentos próprios. Excepcionalmente admite um ou dois assalariados, quando não há filhos vá lidos. O lote é proporcionado de acor do com os braços disponíveis; comu-
mente 17 liectares ou 7 alqueires pau
listas para 3 pessoas úteis, ou para um
camponês provido duma parelha de tiro. Esta e.xploração média anima a família prolífica; um domínio menor seria insu ficiente para sua subsistência; um maior seria excessivo e só lhe dificultaria o
pagamento do lote. Pouco menor é o
lote ótimo paulista, segundo conclusões dos melliqres conhecedíores do nosso Estado e da nossa imigração. Na colo
Não só contraste,
nização alemã, sempre se procura a cria
ção de novos "Erbhõfe", domínios he
como também atração sôbre êste, já
reditários indiNásíveis, assim subtraídos ao azares da sorte e aos caprichos do
e possibilidades da cidade. Tem-se aventado, por isso, incluir na solução
colono. O instituto era antigo, mas, se
antes o herdeiro de\âa pagar pesadas
copstruções também nas pequenas ci
dades e no campo. Casas nas cidade-
compensações aos irmãos, no Anerben
zinhas do interior nada adiantam no
recht" moderno a êles só ficava assegu
caso, pois, embora pequenas, estas não deixam de ser cidades.
por isso as casas rurais.
Consideremos
Parece-nos,
aqui, deparar um engano, porque o problema rural não é o da habitação,
zavam de certas preferências nas aqui sições territoriais e, inversamente, os do-
rado lugar na casa, certa assistência e o direito de colaborar na e.\-ploração. Esta legislação profundamente germânica fa vorece assim não o indivíduo,
a
mínios médios e grandes eram compe
família e a e.xploração agrícola.
Aos
derno acrescentou garantias de impenhorabilidade. O próprio arrendamento
I?"a1o?centual da ruas baixará de 2M
mas o da colonização.
ri 10% é menos.
forço de colonização, notável pelo pen
lidos, em certas condições, a constituirem sociedades capazes de proporcionar terras. Os objetivos eram gerais, eco
samento 6 pela organização, diferente por certo do caso brasileiro mas já mais
nômicos e sociais, e não respondiam sòmente a uma oportunidade passageira e
é \'edado se não tiver autorização espe
aproximado do caso paulista — diremos
acidental, como a lei de 1886. Por mo
um "Bnuer"; os outros camponeses sao
•
£a
Coube aos inglêses o maior esfor^, T^ínneiros urbanísticos, na segunda
Se do Sulo passado: Barry Parmoietou cidades-jardms; Unwm r!n "Nothing Gained econômica by Overcxowdmg aa pr^clbilidade w j.j ^ profetizou
Sem outro intuito que expor um es
duas palavras sôbre a colonização da Alemanha Ocidental na primeira metade
tivos políticos e militares o Leste era o
dêste século.
mais visado. A inflação, a especulação, e a inadaptabilidade dos militares à co
No fim do século passado era som bria a situação da agricultura na planí
lonização, não permitiram o sucesso es
rcdtndo a Sunlight, ilustraram as teses.
cie germano-polonesa, da qual as in dústrias drenavam braços e capitais. Por
quando o nacional-socialismo ascendeu ao poder e deu novo impulso à agricul
tando as oportunidades trazidas pela
motivos tanto econômicos, como estra
tura.
tégicos, fòrça era repovoá-la.
1931.
ttlnmas Morrow" i "pecto d(s cidades Lechtwarth e Welwyn, sutíoie os inglêses prosseguem, aprovei
^^uerra e .insistem na descentralização
Um ín-
perado.
A
situação
continuava má
A lei de "auxilio ao Leste" é de
Em 1933 sobe Hitler e surge
0 "programa Reinhardt", que pretende
característicos tradicionais o direito mo
cial
O proprietário dum "Erbhot e
simplesmente "Landwirte". O "Bauer precisa ser alemão reconhecidamente ca paz e honesto, sadio e de boa Judeus, amarelos e pretos são excluídos. Antigos lavradores são preferidos a an tigos soldados; e dentre todos, os ori ginários do Oeste progressista. _A neces sidade de completar a composição demo gráfica e econômica com alguns elemen
tos secundários (trabalhadores ou assa-
Dicesto Econômico
34
lanados rurais; pequenos profissionais, como ferreiros, carpinteiros, etc.) provo cou o reconhecimento de outras situa
ra conseguiram-se economias sensíveis,
que foram reforçar os recursos para a e.xploração agrícola. As construções procuram adaptar-se ao meio e aos ma
ções complementares (Eigenheime; Heuerling). Além disso são ainda res peitadas grandes empresas pró.ximas que,
teriais locais; a granja, a casa e o está-
por qualquer motivo, sejam elementos
reunidos sob o mesmo teto.
complementares da vida da região e conc-orram para a estabilidade econômi ca geral. No seio do governo é o Ministério da
Agricultura e Alimentação que trata da
cmonização. O partido dominante pos suía um instituto para a Política Agrá
ria. A lei de 13 de setembro de 1933
criou ainda uma corporação que reúne tôda a agricultura alemã, associações de produtores, etc. com certos poderes reg^amentares sôbre os próprios membros. Uma de suas secções trata da coloniza
ção. Mas as realizações práticas, efeti vas, cabem a outras entidades: Comis sões Gerais de Colonização, sociedades
de interesse público, e sociedades pri vadas assistidas por organizações meno res, encarregadas de propaganda, estu
dos e publicações. Aquelas primeiras compram, retalham, preparam e finan ciam a exploração inicial com auxílio de
bancos. O objetivo é sempre a coloni zação, e nunca especulativo.
A questão da habitação encontrou sua solução por tentativas: afastada a cons
trução pelos próprios colonos, começouse pela construção completa por em preiteiros; depois foram reduzidas as pretensões, em regra excessivas do colo
no, e acabou-se por reduzir a obra ao
estrito indispensável à primeira ocupa ção. Até as portas internas eram deixa das para etapa posterior, e dessa manei
bulo são umas vezes isolados, outras A conclu
são gradual da acomodação ó recomen dada expressamente nas instnições ofi ciais de 1935.
A sociedade colonizado-
ra deve ainda preparar os edifícios ge rais da vida coniunal: escola, igreja, chafariz, edifício administrativo, etc., já não falando dos caminhos e pontiIhões indispensáveis. A colonização agrícola é obra social, nacional, racial, mas deve ser ^ambém econômica e.
O Problema do Pôrto de Santos por Nelson Werneck Sodré
lO Digesto Econômico tem a honra de agasalhor em suas colunas um trabalho do ilustre oficial do Exército Brasileiro e escritor Nehon Werneck Sodré, autor do "Panorama do 2." Império"; "História da Literatura Brasileira" e "Formação da Sociedade Brasileira". Abrange êsse trabalho a primeira parte do estudo referente à situação atual dos transportes entre São Paulo e Santos. ^ Em artigos posteriores, o A. estudará primeiro as alterações a introduzir no sistema atual de transportes para atender ao movimento portuário e, depois, a situação por-'
tudria propriamente e as alterações que deverá sofrúf jxira atender ao seu desenvolvimento ascensional.
pro
seus limites de superfície,
era natural, principalmente nos primei
pro blema afeta particular mente, mas o público em
paulista. Não houve, com o passar dos anos, desen
ros tempos, o auxílio oficial tinha de
geral, têm a sua atenção
ser predominante. Os primeiros recur sos necessíirios à exploração são grandes;
prêsa ao problema apresentado pelo pôr to de Santos, cujas condições já não
a sociedade auxilia, mas o interessado
satisfazem às necessidades do movimen
deve entrar com boa parte. Uma assis tência técnica e até religiosa acompa nha os primeiros anos do colono; conse
to de importação e exportação e aproxi
por isso mesmo, tender aos processos e tipos ordinários de financiamento. Como
lheiros ou consultores especializados, do
tados do maior tato, captam a confiança do colono e põem-no em contato com os agrônomos, construtores, etc. O próprio serviço domiciliar é por vezes objeto da solicitude duma assistente social
(Siedlungshelferin).
SÓ as classes NEM dutoras, a que o
mam-se de uma crise que estabelecerá o contraste com a expansão crescente da produção nacional, dependente daquele pôrto, e com o acúmulo de necessidades do mercado interno, detido pela guerra,
mas agora pôsto em seu pleno desenvol vimento.
Os antecedentes da crise são
bastante remotos, e firmam-se, sem du vida, na ausência de qualquer sistema
Em resumo, a colonização agrícola
de previsão, no decorrer do nosso desen
germânica, embora prossiga apenas um
volvimento econômico. Tal ausência de
esforço secular, é notável pelo seu es
previsão conduziu a que se estabelecesse a anomalia, hoje evidente, constituída pela articulação de um sistema de trans-^ portes que tomou São Paulo o centro
pírito, é um trabalho minucioso e fruto
duma larga experiência, entrosada com os
mais
variados
aspectos
da
vida
nacional.
distribuidor e coletor único, e Santos o
ponto isolado de contato de tôda uma estrutura de produção com os mercados externos.
Quando foram empreendidas as obras, de extraordinário vulto para o tempo,
O Tribunal Regional do Trabalho decidiu que "aos trabalhadores rurais^ por intermédio dos respectivos Sindicatos, assiste o direito de suscitar dissídios coletivos'*.
Especial para o "Digesto EcoNÓAaco'
que tomaram Santos um dos grandes portos do comércio internacional, a área econômica a que servia êsse pôrto esta
va em plena ascensão e se media, nos
tôda dentro do território
volvimento paralelo entre
o sistema portuário e o sistema de transDortes, e entre aquele e o da produção. Ã arritmia, inevitàvelmente, acabaria por estabelecer o quadro da crise em que nos debatemos. Se fôssemos, hoje, tra
çar a área econômica dependente do
pôrto único, verificaríamos que ela ul trapassa de muito os limites territoriais
paulistas, avançando para faixas diver sas, algumas limítrofes do Estado, outras bastante afastadas, entre estas a que
se oferece, como previsão, no altiplano boliviano, sem referir a do leste para guaio.
Se há zonas, nessa imensa área ser
vida por um só pôrto, cujo grau de desenvolvimento não atingiu ainda ní
vel digno de menção especial, há, por outro lado, dentro dela, zonas de densi dade e de ritmo ascensional incomuns.
A todas, entretanto, como há decênios, serye um pôrto que se mantém em con
dições de estabilidade, quando não de retrocesso, na sua função inestimável. E a todas continua a servir o centro dis
tribuidor de São Paulo, já de si conges
tionado por um surto industrial ur-
Dicesto Econômico
34
lanados rurais; pequenos profissionais, como ferreiros, carpinteiros, etc.) provo cou o reconhecimento de outras situa
ra conseguiram-se economias sensíveis,
que foram reforçar os recursos para a e.xploração agrícola. As construções procuram adaptar-se ao meio e aos ma
ções complementares (Eigenheime; Heuerling). Além disso são ainda res peitadas grandes empresas pró.ximas que,
teriais locais; a granja, a casa e o está-
por qualquer motivo, sejam elementos
reunidos sob o mesmo teto.
complementares da vida da região e conc-orram para a estabilidade econômi ca geral. No seio do governo é o Ministério da
Agricultura e Alimentação que trata da
cmonização. O partido dominante pos suía um instituto para a Política Agrá
ria. A lei de 13 de setembro de 1933
criou ainda uma corporação que reúne tôda a agricultura alemã, associações de produtores, etc. com certos poderes reg^amentares sôbre os próprios membros. Uma de suas secções trata da coloniza
ção. Mas as realizações práticas, efeti vas, cabem a outras entidades: Comis sões Gerais de Colonização, sociedades
de interesse público, e sociedades pri vadas assistidas por organizações meno res, encarregadas de propaganda, estu
dos e publicações. Aquelas primeiras compram, retalham, preparam e finan ciam a exploração inicial com auxílio de
bancos. O objetivo é sempre a coloni zação, e nunca especulativo.
A questão da habitação encontrou sua solução por tentativas: afastada a cons
trução pelos próprios colonos, começouse pela construção completa por em preiteiros; depois foram reduzidas as pretensões, em regra excessivas do colo
no, e acabou-se por reduzir a obra ao
estrito indispensável à primeira ocupa ção. Até as portas internas eram deixa das para etapa posterior, e dessa manei
bulo são umas vezes isolados, outras A conclu
são gradual da acomodação ó recomen dada expressamente nas instnições ofi ciais de 1935.
A sociedade colonizado-
ra deve ainda preparar os edifícios ge rais da vida coniunal: escola, igreja, chafariz, edifício administrativo, etc., já não falando dos caminhos e pontiIhões indispensáveis. A colonização agrícola é obra social, nacional, racial, mas deve ser ^ambém econômica e.
O Problema do Pôrto de Santos por Nelson Werneck Sodré
lO Digesto Econômico tem a honra de agasalhor em suas colunas um trabalho do ilustre oficial do Exército Brasileiro e escritor Nehon Werneck Sodré, autor do "Panorama do 2." Império"; "História da Literatura Brasileira" e "Formação da Sociedade Brasileira". Abrange êsse trabalho a primeira parte do estudo referente à situação atual dos transportes entre São Paulo e Santos. ^ Em artigos posteriores, o A. estudará primeiro as alterações a introduzir no sistema atual de transportes para atender ao movimento portuário e, depois, a situação por-'
tudria propriamente e as alterações que deverá sofrúf jxira atender ao seu desenvolvimento ascensional.
pro
seus limites de superfície,
era natural, principalmente nos primei
pro blema afeta particular mente, mas o público em
paulista. Não houve, com o passar dos anos, desen
ros tempos, o auxílio oficial tinha de
geral, têm a sua atenção
ser predominante. Os primeiros recur sos necessíirios à exploração são grandes;
prêsa ao problema apresentado pelo pôr to de Santos, cujas condições já não
a sociedade auxilia, mas o interessado
satisfazem às necessidades do movimen
deve entrar com boa parte. Uma assis tência técnica e até religiosa acompa nha os primeiros anos do colono; conse
to de importação e exportação e aproxi
por isso mesmo, tender aos processos e tipos ordinários de financiamento. Como
lheiros ou consultores especializados, do
tados do maior tato, captam a confiança do colono e põem-no em contato com os agrônomos, construtores, etc. O próprio serviço domiciliar é por vezes objeto da solicitude duma assistente social
(Siedlungshelferin).
SÓ as classes NEM dutoras, a que o
mam-se de uma crise que estabelecerá o contraste com a expansão crescente da produção nacional, dependente daquele pôrto, e com o acúmulo de necessidades do mercado interno, detido pela guerra,
mas agora pôsto em seu pleno desenvol vimento.
Os antecedentes da crise são
bastante remotos, e firmam-se, sem du vida, na ausência de qualquer sistema
Em resumo, a colonização agrícola
de previsão, no decorrer do nosso desen
germânica, embora prossiga apenas um
volvimento econômico. Tal ausência de
esforço secular, é notável pelo seu es
previsão conduziu a que se estabelecesse a anomalia, hoje evidente, constituída pela articulação de um sistema de trans-^ portes que tomou São Paulo o centro
pírito, é um trabalho minucioso e fruto
duma larga experiência, entrosada com os
mais
variados
aspectos
da
vida
nacional.
distribuidor e coletor único, e Santos o
ponto isolado de contato de tôda uma estrutura de produção com os mercados externos.
Quando foram empreendidas as obras, de extraordinário vulto para o tempo,
O Tribunal Regional do Trabalho decidiu que "aos trabalhadores rurais^ por intermédio dos respectivos Sindicatos, assiste o direito de suscitar dissídios coletivos'*.
Especial para o "Digesto EcoNÓAaco'
que tomaram Santos um dos grandes portos do comércio internacional, a área econômica a que servia êsse pôrto esta
va em plena ascensão e se media, nos
tôda dentro do território
volvimento paralelo entre
o sistema portuário e o sistema de transDortes, e entre aquele e o da produção. Ã arritmia, inevitàvelmente, acabaria por estabelecer o quadro da crise em que nos debatemos. Se fôssemos, hoje, tra
çar a área econômica dependente do
pôrto único, verificaríamos que ela ul trapassa de muito os limites territoriais
paulistas, avançando para faixas diver sas, algumas limítrofes do Estado, outras bastante afastadas, entre estas a que
se oferece, como previsão, no altiplano boliviano, sem referir a do leste para guaio.
Se há zonas, nessa imensa área ser
vida por um só pôrto, cujo grau de desenvolvimento não atingiu ainda ní
vel digno de menção especial, há, por outro lado, dentro dela, zonas de densi dade e de ritmo ascensional incomuns.
A todas, entretanto, como há decênios, serye um pôrto que se mantém em con
dições de estabilidade, quando não de retrocesso, na sua função inestimável. E a todas continua a servir o centro dis
tribuidor de São Paulo, já de si conges
tionado por um surto industrial ur-
36
Dicesto EcoKÓKnco
37
DiGESTo Econômico
por-se, entre o único centro distribuidor UiOtllUUlUUi
quadro particular dos transportes entre o pôrto e o planalto. Isso não importa, porém, em esquecer a importância dos
e coletor e o único pôrto, o formidável
transportes que carreiam a produção do
desnível marcado entre o planalto e o
interior para São Paulo, e sua dependên cia em relação aos que escoam essa pro dução para o pôrto, e trazem a corrente
1937* 1938
de importação.
1939
936.053
1940
647.887 453.786
bano de alto índice.
Agravando o as
pecto geral dêsse quadro, vemos interCllLiC
U
UillC^
litoral, de tal sorte que o funil por onde se escoa, e por onde sobe todo o movi mento, cada vez mais alto, do pôrto e da metrópole econômica, oferece um for midável obstáculo a qualquer tentativa no sentido de multiplicar as comunica
ções, eliminando-o, não só por exigên
Anos
O pôrto de Santos está articulado ao
1941
planalto por três vias, duas estradas de
1942
ferro e uma estrada de rodagem: a an
cias técnicas como pela imposição de in
tiga S.P.R., hoje Santos-Jundiaí, única
vestimentos extraordinários, que a po
entre o centro distribuidor e coletor e o
breza de capitais não enfrenta.
pôrto, articulada, em diversos pontos do
Não é o caso, entretanto, de se apre tado, como a única onde se pudesse
seu traçado, com todo o parque ferro
Novos planos
Velhos planos
974.680 986.710
1943
230.128 358.037
1944 1945 1946
773.245 701.027 1.105.727
^
sentar a região santista, na costa do Es
viário do interior paulista; a Estrada de Ferro Sorocabana, entre o pôrto e Mai-
construir pôrto apto a servir ao co mercio internacional, pois essa costa, particularmente na faixa nordeste, é funda mente recortada e embora a muralha da
rinque; e a via AncWeta, concluída no planalto, em acabamento de uma das
A capacidade dos planos inclinados não está, porém, esgotada, conforme ve
pistas na serra e prolongando-se, na bai xada, pela estrada velha. Estas três vias
rificaremos:
serra dela se aproxime, a ponto de debruçar-se, em vários trechos, sôbre o
oceano, oferece condições de traçado
mais fayoraveis_ do que as existentes en
chegaram, no momento, com sua capa cidade de transporte, a uma situação de
iiantos e Mainnque. Isso, que'se afi
rido qualquer acidente nos planos incli nados da Santos-Jundiaí, conforme já
dor e coletor único. O quadro angustioso do momento, entretanto, exige que se afaste a solução ideal para enfrentar, decisivamente, a solução de emergência^ imposta pelas condições atuais, quando a crise de capitais se soma, de maneira imperiosa, à crise, largamente prevista, do sistema de transportes e do porto de Santos.
Dada a íntima ligação entre o pro blema dos transportes e o problema portuário, convém verificar a atual si tuação daqueles, abandonando, desde logo, qualquer apreciação sôbre o seu quadro geral para nos firmarmos sôbre o
A E. F. Santos-Jundiqí, na sua linha
dupla, de Jundiaí a Paranapiacaba e de Piassaguéra a Santos, teria capacidade de transporte, mesmo no sistema de tração a vapor, para atender às exigências atuais
e futuras do pôrto, não fôsse o estrangu lamento no trecho da Sena, servido pe los novos e pelos velhos planos inclina dos. A sua capacidade de transporte, pois, está subordinada à dêsse trecho.
Nos últimos dez anos, o movimento de
mercadorias nesses planos foi o se guinte:
3.022.381
2.615.754 2.731.381 3.649.617 3.573.946 3.884.584
Retiàimento da E. F. Sorocabana
Apesar de ter, sôbre a Santos-Jundiaí, a vantagem de uma linha de sim
ples aderência, a verdade é que a Sorocabana só pôde movimen
tar, entre Santos e o planalto, cerca de 10% da tonelagem útil
transportada por aquela via fér rea.
Circunstancias várias contri-
buiram para essa anomalia, enfra quecendo a função que se espe-
der a tôda carga de importação e ex
Rendimento da Santos-Jundiaí
3.601.132
3.148.695
bal de 4.200.000 toneladas. (1) (2).
aconteceu, as outras não poderiam aten
portação, ainda que se esqueça não es tar a Sorocabana ligada a São Paulo senão através de Mairinque.
3.539.453 3.608.270
anual de 4.237.427, ou um valor glo
vimento do çôrto de Santos. Mantidas
em suas conoições atuais, uma vez ocor
gura, hoje, um sonho só realizável a
600 toneladas brutas, por hora, em cada
2.373.344
2.876.372 2.872.919 2.778.857
equilíbrio instável em relação ao mo
te Santos e Sao Paulo ou mesmo entre lonpo prazo, poderia, caso tívesse existi do previsão, estar em curso de realiza ção, com a dupla vantagem de resolver o problema do pôrto único, resolvendo também o problema do centro distribui
Nos novos planos é possível escoar
2.564.773 2.621.560 . 2.665.079 2.500.808 2.568.595 2.385.626
Total
ra\'a da extraordinária obra em
sentido.
Nos dois sentidos, e em vinte
preendida, depois de tantas controvér
horas de movimento, período diário que não deve ser excedido, poderiam ser es
sias, pelo eminente engenheiro Gaspar
coadas 24.000 toneladas brutas. Dedu
teressante frisar as seguintes:
zida a tonelagem total dos trens de pas
Ricardo. Entre tais circunstâncias é in
— não estar a linha da Sorocabana
sageiros, no seu horário em curso, que
ligada à capital, centro distribuidor e
é, sensivelmente, de 4.500 toneladas, restariam, para a tonelagem bruta de
coletor único;
— não estar o pôrto de Santos com
carga, 19.500 toneladas. Se empregar
pletamente aparehiado para a bitola mé
mos a taxa de utilização de 1945, que
trica da, Sorocabana; — restrição da circulação no acesso à ilha em que se situa o pôrto; — deficiência de tração e de combus
foi de 44%, teríamos 8.580 toneladas de
pêso útil, o que corresponderia a um movimento anual de 3.131.700 tonela
das. Tomando, para rendimento dos planos velhos, a falta de outros dados, a tonelagem útil alcançada em 1946,
tível.
de 1.105.727 toneladas, teríamos, para
1946, na linha Mairinque-Santos, atin
rendimento total da estrada, a tonelagem
giu 1.100 toneladas úteis, o que cor-
jriH Y
A média diária observada em quinze
meses, de agòsto de 1945 a outubro do
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Dicesto EcoKÓKnco
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DiGESTo Econômico
por-se, entre o único centro distribuidor UiOtllUUlUUi
quadro particular dos transportes entre o pôrto e o planalto. Isso não importa, porém, em esquecer a importância dos
e coletor e o único pôrto, o formidável
transportes que carreiam a produção do
desnível marcado entre o planalto e o
interior para São Paulo, e sua dependên cia em relação aos que escoam essa pro dução para o pôrto, e trazem a corrente
1937* 1938
de importação.
1939
936.053
1940
647.887 453.786
bano de alto índice.
Agravando o as
pecto geral dêsse quadro, vemos interCllLiC
U
UillC^
litoral, de tal sorte que o funil por onde se escoa, e por onde sobe todo o movi mento, cada vez mais alto, do pôrto e da metrópole econômica, oferece um for midável obstáculo a qualquer tentativa no sentido de multiplicar as comunica
ções, eliminando-o, não só por exigên
Anos
O pôrto de Santos está articulado ao
1941
planalto por três vias, duas estradas de
1942
ferro e uma estrada de rodagem: a an
cias técnicas como pela imposição de in
tiga S.P.R., hoje Santos-Jundiaí, única
vestimentos extraordinários, que a po
entre o centro distribuidor e coletor e o
breza de capitais não enfrenta.
pôrto, articulada, em diversos pontos do
Não é o caso, entretanto, de se apre tado, como a única onde se pudesse
seu traçado, com todo o parque ferro
Novos planos
Velhos planos
974.680 986.710
1943
230.128 358.037
1944 1945 1946
773.245 701.027 1.105.727
^
sentar a região santista, na costa do Es
viário do interior paulista; a Estrada de Ferro Sorocabana, entre o pôrto e Mai-
construir pôrto apto a servir ao co mercio internacional, pois essa costa, particularmente na faixa nordeste, é funda mente recortada e embora a muralha da
rinque; e a via AncWeta, concluída no planalto, em acabamento de uma das
A capacidade dos planos inclinados não está, porém, esgotada, conforme ve
pistas na serra e prolongando-se, na bai xada, pela estrada velha. Estas três vias
rificaremos:
serra dela se aproxime, a ponto de debruçar-se, em vários trechos, sôbre o
oceano, oferece condições de traçado
mais fayoraveis_ do que as existentes en
chegaram, no momento, com sua capa cidade de transporte, a uma situação de
iiantos e Mainnque. Isso, que'se afi
rido qualquer acidente nos planos incli nados da Santos-Jundiaí, conforme já
dor e coletor único. O quadro angustioso do momento, entretanto, exige que se afaste a solução ideal para enfrentar, decisivamente, a solução de emergência^ imposta pelas condições atuais, quando a crise de capitais se soma, de maneira imperiosa, à crise, largamente prevista, do sistema de transportes e do porto de Santos.
Dada a íntima ligação entre o pro blema dos transportes e o problema portuário, convém verificar a atual si tuação daqueles, abandonando, desde logo, qualquer apreciação sôbre o seu quadro geral para nos firmarmos sôbre o
A E. F. Santos-Jundiqí, na sua linha
dupla, de Jundiaí a Paranapiacaba e de Piassaguéra a Santos, teria capacidade de transporte, mesmo no sistema de tração a vapor, para atender às exigências atuais
e futuras do pôrto, não fôsse o estrangu lamento no trecho da Sena, servido pe los novos e pelos velhos planos inclina dos. A sua capacidade de transporte, pois, está subordinada à dêsse trecho.
Nos últimos dez anos, o movimento de
mercadorias nesses planos foi o se guinte:
3.022.381
2.615.754 2.731.381 3.649.617 3.573.946 3.884.584
Retiàimento da E. F. Sorocabana
Apesar de ter, sôbre a Santos-Jundiaí, a vantagem de uma linha de sim
ples aderência, a verdade é que a Sorocabana só pôde movimen
tar, entre Santos e o planalto, cerca de 10% da tonelagem útil
transportada por aquela via fér rea.
Circunstancias várias contri-
buiram para essa anomalia, enfra quecendo a função que se espe-
der a tôda carga de importação e ex
Rendimento da Santos-Jundiaí
3.601.132
3.148.695
bal de 4.200.000 toneladas. (1) (2).
aconteceu, as outras não poderiam aten
portação, ainda que se esqueça não es tar a Sorocabana ligada a São Paulo senão através de Mairinque.
3.539.453 3.608.270
anual de 4.237.427, ou um valor glo
vimento do çôrto de Santos. Mantidas
em suas conoições atuais, uma vez ocor
gura, hoje, um sonho só realizável a
600 toneladas brutas, por hora, em cada
2.373.344
2.876.372 2.872.919 2.778.857
equilíbrio instável em relação ao mo
te Santos e Sao Paulo ou mesmo entre lonpo prazo, poderia, caso tívesse existi do previsão, estar em curso de realiza ção, com a dupla vantagem de resolver o problema do pôrto único, resolvendo também o problema do centro distribui
Nos novos planos é possível escoar
2.564.773 2.621.560 . 2.665.079 2.500.808 2.568.595 2.385.626
Total
ra\'a da extraordinária obra em
sentido.
Nos dois sentidos, e em vinte
preendida, depois de tantas controvér
horas de movimento, período diário que não deve ser excedido, poderiam ser es
sias, pelo eminente engenheiro Gaspar
coadas 24.000 toneladas brutas. Dedu
teressante frisar as seguintes:
zida a tonelagem total dos trens de pas
Ricardo. Entre tais circunstâncias é in
— não estar a linha da Sorocabana
sageiros, no seu horário em curso, que
ligada à capital, centro distribuidor e
é, sensivelmente, de 4.500 toneladas, restariam, para a tonelagem bruta de
coletor único;
— não estar o pôrto de Santos com
carga, 19.500 toneladas. Se empregar
pletamente aparehiado para a bitola mé
mos a taxa de utilização de 1945, que
trica da, Sorocabana; — restrição da circulação no acesso à ilha em que se situa o pôrto; — deficiência de tração e de combus
foi de 44%, teríamos 8.580 toneladas de
pêso útil, o que corresponderia a um movimento anual de 3.131.700 tonela
das. Tomando, para rendimento dos planos velhos, a falta de outros dados, a tonelagem útil alcançada em 1946,
tível.
de 1.105.727 toneladas, teríamos, para
1946, na linha Mairinque-Santos, atin
rendimento total da estrada, a tonelagem
giu 1.100 toneladas úteis, o que cor-
jriH Y
A média diária observada em quinze
meses, de agòsto de 1945 a outubro do
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Digesto EcoNÓNaco Digesto Eco^*ó^aco aco
38
muito, visto como os dados mencionados
responde a um rendimento anual de 401.500 toneladas. Contudo, pela linha
se referem a um período anormal, quan
da Sorocabana, nas suas condições atuais,
do não havia caminhões em número su
poderiam correr 14 trens diários de mer
ficiente, nem ga.solina e óleo na medida
cadorias em cada sentido, com uma mé
das necessidades, além das restrições
dia de 280 toneladas brutas por trem,
comerciais decorrentes da guerra, e fo
o que corresponderia, na base de 52%
ram calcados sôbre a velha estrada. O
de conversão para o peso útil, a 145 to neladas, dando-nos um total de cerca
salto entre o movimento de 1945, da ordem de 268.000 toneladas anuais, e o
de 4.000 toneladas diárias. Deduzindo-
de 1946, da ordem de 824.000 tonela
se 100 toneladas diárias provenientes da
das por ano, mostra quanto influiu a
carga das estações da baixada, na linlia Santos-Juquiá, restariam 3.900 toneladas
transição para a economia de paz, livre
diárias, ou um total de 1.400.000 tone
ladas por ano.
de muitas das restrições impostas pelo conflito militar, no ritmo ascensional do
rendimento rodçviário. De qualquer manei ra, porém, mesmo nas circunstancias
de não poderem
os
caminhões
entrar
na
faixa
porto,
de
do
haver
veículos
número
¥
atuais
inferior
em
às
necessidades, de ser êsse
transporte
mais
oneroso do que o fer roviário, mas conside
rando, o que é possí
Refidimento da via Anchieta
vel, segundo informações do D.E.R.,
Segundo dados colhidos no D.S.T., foi o seguinte o movimento de cargas pela rodovia, entre 1939 e 1946:
forçoso é convir que o rendimento da rodovia não será inferior, nas anos pró
a entrada em tráfego da via Anchieta, ximos, a 1.000.000 de toneladas anuais.
(3) (4). Anos
i
da pelo ministro da Viação, tomando-se o máximo de um ano normal, o de 1913,
e passando-se por outros máximos, de anos também normais, e abandonadas
as quedas cuja causa está perfeitamente esclarecida, como as decorrentes dos mo vimentos internos de 1930 e 1932, a
curva de previsão do movimento por
tuário indica que já no ano proximo fu turo de 1948 talvez se verifique a marca de 6.600.000 toneladas, máximo admi tido como rendimento dos meios de
transporte, em suas atuais condições, para atenaer às necessidades do porto. (5). Embora não esteja perfeitamente en
quadrado nas finalidades deste artigo, e mister não esquecer as necessidades do transporte de passageiros, em ritmo cres cente entre São Paulo e Santos, visto que
tais necessidades repercutirão nas possi
bilidades do transporte de carga dos
meios atualmente empregados. ^ Êsse transporte é, no momento, deficiente, quer pela Santos-Jundiai, quer pela via rodoviária.
Naquela, porque a capaci
dade limite da Serra não permitiria au mentar o número de trens, nem mesmo o número de veículos. Nesta, em virtu
de da carência de meios de transporte,
auto, coletivos e de turismo, existente no momento.
e o planalto, nas suas condições atuais,
admitida, apenas, a entrada em tráfego da via Anclüeta, têm a capacidade assim
'contrastes, em extremo perturbadores da
Um confronto
Os meios de transporte, entre o porto 1939
comissão encarregada do estudo do pro blema de que estamos tratando, nomea
Nesta rápida revisão da atual situação dos transportes para atender ao movi mento do pôrto de Santos verificamos como a presente situação de equilíbrio,
Toneladas
t-
desse porto, estabelecido para estudos da
já de si tão cheia de problemas e de
1941 1942
219.000 319.000 371.000 307.000
discriminada:
E. F. Santos-Jundiaí .. 4.200.000 ton.
pode transitar para uma crise de mani
1943
129.000
E. F. Sorocabana .... 1.400.000 "
festa gravidade. Isso impõe, pois, seve
171.000 268.000 824.000
Via Anchieta
1940
1944 1945 1946
1.000.000 "
Total ' 6.600.000 " O movimento máximo do porto de Santos foi o do ano próximo findo de
Concluída a via Anchieta, é fora de
dúvida que êsSe movimento crescerá de
1946, quando atingiu a 4.803.376 to
neladas.
Num gráfico do movimento
vida econômica do Estado e do país,
ras, enérgicas e rápidas^ medidas, por parte dos órgãos responsáveis, a fim de que a situação prevista não nos encon tre totalmente desamparados. Nos limi
tes deste artigo não nos seria possível discutir ou mesmo examinar as diversas medidas necessárias e indispensáveis a
uma solução de emergência, compatíveis com a pobreza de capitais no momento
e a urgência na realização de obras des tinadas a solucionar, por algum tempo,
o problema. Em artigo futuro teremos oportunidade de examinar essas medidas para, finalmente, estudar a solução re mota, que a situação do momento não
nos permite atingir. Em seguida, entra remos na análise da situação do pôrto
propriamente. (6) (1) o coeficiente de aproveitamento do ano de 1916. de
permitiria au
mentai- 03 dados g-lobais aqui mencio.
nados, não alterando, em substância, as nossas considerações.
(2) Não se considerou ao forneci mento de vagões para atender às ne cessidades do pôrto em conseqüência do recebimento recente, por parte das es.
tradas, de material rodante, cujo au mento. em relação aos dados de 1946,
permite o abandono da consideração dessa circunstância.
(3) Não se consideram as partícula, ridades do transporte rodoviário, e suas
diferenças, em relação ao transporte ferroviário, o que exigiria todo um es tudo à parte. Tais particularidades, en tretanto, configurando vantagens, des vantagens e imposições por vêzes. nao alteram a ordem geral dos ar^mentos indicados.
(4) Sôbre o rendimento da via An chieta é interessante consultar o tra
balho do engenheiro Paulo Dutra da Silva: Santos e a vin Anchieta, (In
Boletim do Departamento de Estradas
de Rodagem, Ano XI, N.° 40, Julho de
1945), que me;nciona bases para o c^culo do rendimento de tráfego, donde
se pode retirar o rendimento em to-
nelagem, bem como certos necessidades
de variantes da rodovia, na baixada santista, necessárias à plena expansão do seu rendimento.
.
j
(5) No movimento total do pôrto de Santos há uma parcela que nao sobe
para o planalto. Tal parcela se apro. xima de 15% da importação e corres
pondo a cêrca de 10% do movimento total.
Náo deve, em todo caso, ser
considerada, em vista de corresponder a uma folga, por parte dos meios de
transporte, que é necessário seanpre
^"(S^^^^odos os 'dados e esclarecimentos
mencionados neste trabalho fomm obtu dos com pessoa inte^ante da Comissão incumbida do estudo dos problemas por
tuário e de transportes nêle indicados.
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Digesto EcoNÓNaco Digesto Eco^*ó^aco aco
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muito, visto como os dados mencionados
responde a um rendimento anual de 401.500 toneladas. Contudo, pela linha
se referem a um período anormal, quan
da Sorocabana, nas suas condições atuais,
do não havia caminhões em número su
poderiam correr 14 trens diários de mer
ficiente, nem ga.solina e óleo na medida
cadorias em cada sentido, com uma mé
das necessidades, além das restrições
dia de 280 toneladas brutas por trem,
comerciais decorrentes da guerra, e fo
o que corresponderia, na base de 52%
ram calcados sôbre a velha estrada. O
de conversão para o peso útil, a 145 to neladas, dando-nos um total de cerca
salto entre o movimento de 1945, da ordem de 268.000 toneladas anuais, e o
de 4.000 toneladas diárias. Deduzindo-
de 1946, da ordem de 824.000 tonela
se 100 toneladas diárias provenientes da
das por ano, mostra quanto influiu a
carga das estações da baixada, na linlia Santos-Juquiá, restariam 3.900 toneladas
transição para a economia de paz, livre
diárias, ou um total de 1.400.000 tone
ladas por ano.
de muitas das restrições impostas pelo conflito militar, no ritmo ascensional do
rendimento rodçviário. De qualquer manei ra, porém, mesmo nas circunstancias
de não poderem
os
caminhões
entrar
na
faixa
porto,
de
do
haver
veículos
número
¥
atuais
inferior
em
às
necessidades, de ser êsse
transporte
mais
oneroso do que o fer roviário, mas conside
rando, o que é possí
Refidimento da via Anchieta
vel, segundo informações do D.E.R.,
Segundo dados colhidos no D.S.T., foi o seguinte o movimento de cargas pela rodovia, entre 1939 e 1946:
forçoso é convir que o rendimento da rodovia não será inferior, nas anos pró
a entrada em tráfego da via Anchieta, ximos, a 1.000.000 de toneladas anuais.
(3) (4). Anos
i
da pelo ministro da Viação, tomando-se o máximo de um ano normal, o de 1913,
e passando-se por outros máximos, de anos também normais, e abandonadas
as quedas cuja causa está perfeitamente esclarecida, como as decorrentes dos mo vimentos internos de 1930 e 1932, a
curva de previsão do movimento por
tuário indica que já no ano proximo fu turo de 1948 talvez se verifique a marca de 6.600.000 toneladas, máximo admi tido como rendimento dos meios de
transporte, em suas atuais condições, para atenaer às necessidades do porto. (5). Embora não esteja perfeitamente en
quadrado nas finalidades deste artigo, e mister não esquecer as necessidades do transporte de passageiros, em ritmo cres cente entre São Paulo e Santos, visto que
tais necessidades repercutirão nas possi
bilidades do transporte de carga dos
meios atualmente empregados. ^ Êsse transporte é, no momento, deficiente, quer pela Santos-Jundiai, quer pela via rodoviária.
Naquela, porque a capaci
dade limite da Serra não permitiria au mentar o número de trens, nem mesmo o número de veículos. Nesta, em virtu
de da carência de meios de transporte,
auto, coletivos e de turismo, existente no momento.
e o planalto, nas suas condições atuais,
admitida, apenas, a entrada em tráfego da via Anclüeta, têm a capacidade assim
'contrastes, em extremo perturbadores da
Um confronto
Os meios de transporte, entre o porto 1939
comissão encarregada do estudo do pro blema de que estamos tratando, nomea
Nesta rápida revisão da atual situação dos transportes para atender ao movi mento do pôrto de Santos verificamos como a presente situação de equilíbrio,
Toneladas
t-
desse porto, estabelecido para estudos da
já de si tão cheia de problemas e de
1941 1942
219.000 319.000 371.000 307.000
discriminada:
E. F. Santos-Jundiaí .. 4.200.000 ton.
pode transitar para uma crise de mani
1943
129.000
E. F. Sorocabana .... 1.400.000 "
festa gravidade. Isso impõe, pois, seve
171.000 268.000 824.000
Via Anchieta
1940
1944 1945 1946
1.000.000 "
Total ' 6.600.000 " O movimento máximo do porto de Santos foi o do ano próximo findo de
Concluída a via Anchieta, é fora de
dúvida que êsSe movimento crescerá de
1946, quando atingiu a 4.803.376 to
neladas.
Num gráfico do movimento
vida econômica do Estado e do país,
ras, enérgicas e rápidas^ medidas, por parte dos órgãos responsáveis, a fim de que a situação prevista não nos encon tre totalmente desamparados. Nos limi
tes deste artigo não nos seria possível discutir ou mesmo examinar as diversas medidas necessárias e indispensáveis a
uma solução de emergência, compatíveis com a pobreza de capitais no momento
e a urgência na realização de obras des tinadas a solucionar, por algum tempo,
o problema. Em artigo futuro teremos oportunidade de examinar essas medidas para, finalmente, estudar a solução re mota, que a situação do momento não
nos permite atingir. Em seguida, entra remos na análise da situação do pôrto
propriamente. (6) (1) o coeficiente de aproveitamento do ano de 1916. de
permitiria au
mentai- 03 dados g-lobais aqui mencio.
nados, não alterando, em substância, as nossas considerações.
(2) Não se considerou ao forneci mento de vagões para atender às ne cessidades do pôrto em conseqüência do recebimento recente, por parte das es.
tradas, de material rodante, cujo au mento. em relação aos dados de 1946,
permite o abandono da consideração dessa circunstância.
(3) Não se consideram as partícula, ridades do transporte rodoviário, e suas
diferenças, em relação ao transporte ferroviário, o que exigiria todo um es tudo à parte. Tais particularidades, en tretanto, configurando vantagens, des vantagens e imposições por vêzes. nao alteram a ordem geral dos ar^mentos indicados.
(4) Sôbre o rendimento da via An chieta é interessante consultar o tra
balho do engenheiro Paulo Dutra da Silva: Santos e a vin Anchieta, (In
Boletim do Departamento de Estradas
de Rodagem, Ano XI, N.° 40, Julho de
1945), que me;nciona bases para o c^culo do rendimento de tráfego, donde
se pode retirar o rendimento em to-
nelagem, bem como certos necessidades
de variantes da rodovia, na baixada santista, necessárias à plena expansão do seu rendimento.
.
j
(5) No movimento total do pôrto de Santos há uma parcela que nao sobe
para o planalto. Tal parcela se apro. xima de 15% da importação e corres
pondo a cêrca de 10% do movimento total.
Náo deve, em todo caso, ser
considerada, em vista de corresponder a uma folga, por parte dos meios de
transporte, que é necessário seanpre
^"(S^^^^odos os 'dados e esclarecimentos
mencionados neste trabalho fomm obtu dos com pessoa inte^ante da Comissão incumbida do estudo dos problemas por
tuário e de transportes nêle indicados.
41
Dicesto Econónhco .■ 1
.K3Í-:
1 ilr» Ilinterlnnd Ilrasileiro
quando o médico inglôs Tomás Cockrano, em novembro de 1840, obteve autorização para organizar uma compa nhia, com capital de 8.000 contos, des
A Mogtana, estrada pioneira. Vm decreto notável do Govêrno Provisório de IIIOO
tinado a construir uma estrada de ferro
por Pelácio Lobo
(Advogado e jornalista. Consultor jurí dico da Cia. Mogiana de Estradas de
que seria a Central do Brasil
Especial para o
I
Ferro).
1
"desde o município da Côrte até
'Digesto Econónuco'
tocar na província de São Paulo,
conquista' do "hínterland" brasileiro * e a penetração desse mundo ainda
não bem medido que é a área que se estende para além do Rio Grande, rumo de Minas, Goiás e Mato Grosso, come
çaram, como sabem todos, pelas bandei
O flufor, festejado cronista dos fastos acadêmicos, focalisa com mão de mestre o papel cjue Antônio de Queiroz Teles, o'Parnatba", e Francisco CUcerio de sempenharam, com a Mogiana, na con quista do "hínterland brasileiro".
inacreditável, ao extremo nordeste do Brasil e às lindes extremas de Mato Grosso com a Bolívia.
No século XIX não bavia mais ban
deira, 0 por isso não havia penetração do interior, senão pelos cargueiros e pontas de tropa que iam de São Paulo
ou da Corte para algumas zonas de Minas, chegando raramente ao Brasil Central.
A São Paulo, que iniciara essa pene tração com a incoercível brutalidade de
algumas daquelas expedições dos ho
hoje se acham.
A preocupação do Govêmo, inspiradora daquele decreto, proveio, ao que se pode seguramente concluir, das agi tações da Revolução Farroupilha que fazia temer riscos maiores se, no futuro contínuasse o Rio Grande do Sul tão
distanciado, por terra, de comunicações com a Côrte e tão perigosamente unido à Banda Oriental que do Brasil se des
dinheiro que melhor ficaria em outras
aplicações.
Felizmente para o Brasil
passando a serra em logar azado, to cando nas margens do Paraíba, e se
tinham fé divinatória no nosso surto
guindo pelos municípios de Pirahy, Barra
Mansa, Rezende e
Campo
Belo".
nicas c|ue, mais
plantaram as nossas divisas extremas, a facão e arcabuz, nos lugares onde airida
que, com o exemplo dessa subscrição, fosse o público levado a empate de um contávamos, na nossa gente, com xisio-
nado foi maior do que as dificuldades téc
embora dêle tivessem partido os grupos atrevidos de furadores de sertão que
uma empresa dessas, assim como temia
atraves.sando o município cie Iguassú,
a dificuldade cnie teve do vencer no Se
ras paulistas, saídas à cata de ouro e
ao apresamento de índios, indo algumas delas, por um prodígio, até hoje quasi
nómica do país e as incertezas daquele tentamen, temia arriscar dinheiro do Tesouro na composição do capital de
nários arrojados, que viam mais longe e econômico, a ser estimulado pelas estra das de ferro. Por isso, anos mais tarde, os Mauá, os Otoni, os Cockrane, e na
Côrte, os Saldanha Marinho, _Ma>'nnk, Maylaskí e Queiroz Teles, em São Paulo, afrontaram riscos e dificuldades e deram início a essa nova
era de progresso que foi, não ape
tarde, a resistên cia enfrentaria na
nas criadora do
construção.
urna mentalidade
Bernardo Perei
nova, mas incen-
ra de Vasconce
los, grande voz e uma das maiores
cabeças que dirigiram cs negó
tivadora do pro
M
gresso rural do
i
país, e o mais
.
eficiente elo de
cios do Império
apro.vimação
naquela, primeira
consolidação es
e tormentosa fa
piritual grande
se,
talvez
por
e
desta Pátria,
isso, descrente da
até então dividi
nossa
da em zonas dis
breve res
mens de calças de couro, estava reser vado o trabalho maior de iniciar, na se-
tacara, passando a gravitar em outra
órbita política.
tauração econômica, contrariou obstina
tantes e completamente isoladas umas
gimda metade dêsse século, a conquista
Após a promulgação do decreto 100, de 31 de outubro de 1835, assinado por
damente a construção de vias férreas.
das outras.
Em 1843, na Comissão de Fazenda do
complementar e definitiva do sertão com as suas estradas de ferro. Não esque
çamos que se deve a Diogo Antônio Feijü, paulistano, nascido na rua que tem o seu nome, o primeiro diploma le
gal de oferta de concessão de linhas férreas que pusessem em comunicação a Côrte com as províncias de Minas Ge
Feijó e pelo Visconde de Abaeté, Antô
nio Paulino Limpo de Abreu, um longo permdo decorreu, sem qualquer reali zação de traçado ferroviário. E os go vernos que sucederam ao do bravio Regente mostraram-se radicalmente con
trários à ligação das províncias com a
rais e Rio Grancle do Sul, passando, ine-
Côrte através de estradas de ferro.
vitàvelmente, por São Paulo.
pensamento dos governantes, não obs tante a argúcia política de muitos dêles, já ficava atrás da iniciativa e do arrôjo dos particulares. Baste lembrar que,
Nesse
decreto, que tem o número 1(X), não é,
contudo, nem ao menos citado o nosso
Estado que, então, valia pouco, muito
O
Senado deu parecer contrário à conces são de linhas férreas para o sul e, até,
Enquanto a Central, após grandes vicissitudes lançava seus tríílios do Rio do Janeiro até* Belém (1858) e de Be
para o território de Minas, que era o do
lém até Piraí (1864), abrindo um braço
seu Rstado. C. B. Otoni, em sua Auto
para Minas e outro para Cachoeira, em chão paulista (1870/80), de São Paulo
biografia, acentua a má vontade de Ber nardo de Vasconcelos que, em 1849, ain da repetia, referindo-se aos visionários
lançavam-se os trilhos de uma linlia de
dessas construções
e Taubate (de 1873 em diante) e ope-
encontro para Mogi das Cruzes, Jacareí
"Construam... Os trens carregarão
rava-se a ligação de Santos com Jun-
no dia- 1.° do mês tudo o que ha no
diaí, passando pela Capital (1855 a 1868), detendo-se em Jundiaí a estra da inglesa, quando sua concessão a ha bilitava a chegar ao Rio Claro. Foi por essa época que a Paulista e a Mogiana
interior, para transportar, e ficarão ociosos 29 dias".
O velho Vasconcelos, conservador fer
renho, preocupado com a exaustão eco-
41
Dicesto Econónhco .■ 1
.K3Í-:
1 ilr» Ilinterlnnd Ilrasileiro
quando o médico inglôs Tomás Cockrano, em novembro de 1840, obteve autorização para organizar uma compa nhia, com capital de 8.000 contos, des
A Mogtana, estrada pioneira. Vm decreto notável do Govêrno Provisório de IIIOO
tinado a construir uma estrada de ferro
por Pelácio Lobo
(Advogado e jornalista. Consultor jurí dico da Cia. Mogiana de Estradas de
que seria a Central do Brasil
Especial para o
I
Ferro).
1
"desde o município da Côrte até
'Digesto Econónuco'
tocar na província de São Paulo,
conquista' do "hínterland" brasileiro * e a penetração desse mundo ainda
não bem medido que é a área que se estende para além do Rio Grande, rumo de Minas, Goiás e Mato Grosso, come
çaram, como sabem todos, pelas bandei
O flufor, festejado cronista dos fastos acadêmicos, focalisa com mão de mestre o papel cjue Antônio de Queiroz Teles, o'Parnatba", e Francisco CUcerio de sempenharam, com a Mogiana, na con quista do "hínterland brasileiro".
inacreditável, ao extremo nordeste do Brasil e às lindes extremas de Mato Grosso com a Bolívia.
No século XIX não bavia mais ban
deira, 0 por isso não havia penetração do interior, senão pelos cargueiros e pontas de tropa que iam de São Paulo
ou da Corte para algumas zonas de Minas, chegando raramente ao Brasil Central.
A São Paulo, que iniciara essa pene tração com a incoercível brutalidade de
algumas daquelas expedições dos ho
hoje se acham.
A preocupação do Govêmo, inspiradora daquele decreto, proveio, ao que se pode seguramente concluir, das agi tações da Revolução Farroupilha que fazia temer riscos maiores se, no futuro contínuasse o Rio Grande do Sul tão
distanciado, por terra, de comunicações com a Côrte e tão perigosamente unido à Banda Oriental que do Brasil se des
dinheiro que melhor ficaria em outras
aplicações.
Felizmente para o Brasil
passando a serra em logar azado, to cando nas margens do Paraíba, e se
tinham fé divinatória no nosso surto
guindo pelos municípios de Pirahy, Barra
Mansa, Rezende e
Campo
Belo".
nicas c|ue, mais
plantaram as nossas divisas extremas, a facão e arcabuz, nos lugares onde airida
que, com o exemplo dessa subscrição, fosse o público levado a empate de um contávamos, na nossa gente, com xisio-
nado foi maior do que as dificuldades téc
embora dêle tivessem partido os grupos atrevidos de furadores de sertão que
uma empresa dessas, assim como temia
atraves.sando o município cie Iguassú,
a dificuldade cnie teve do vencer no Se
ras paulistas, saídas à cata de ouro e
ao apresamento de índios, indo algumas delas, por um prodígio, até hoje quasi
nómica do país e as incertezas daquele tentamen, temia arriscar dinheiro do Tesouro na composição do capital de
nários arrojados, que viam mais longe e econômico, a ser estimulado pelas estra das de ferro. Por isso, anos mais tarde, os Mauá, os Otoni, os Cockrane, e na
Côrte, os Saldanha Marinho, _Ma>'nnk, Maylaskí e Queiroz Teles, em São Paulo, afrontaram riscos e dificuldades e deram início a essa nova
era de progresso que foi, não ape
tarde, a resistên cia enfrentaria na
nas criadora do
construção.
urna mentalidade
Bernardo Perei
nova, mas incen-
ra de Vasconce
los, grande voz e uma das maiores
cabeças que dirigiram cs negó
tivadora do pro
M
gresso rural do
i
país, e o mais
.
eficiente elo de
cios do Império
apro.vimação
naquela, primeira
consolidação es
e tormentosa fa
piritual grande
se,
talvez
por
e
desta Pátria,
isso, descrente da
até então dividi
nossa
da em zonas dis
breve res
mens de calças de couro, estava reser vado o trabalho maior de iniciar, na se-
tacara, passando a gravitar em outra
órbita política.
tauração econômica, contrariou obstina
tantes e completamente isoladas umas
gimda metade dêsse século, a conquista
Após a promulgação do decreto 100, de 31 de outubro de 1835, assinado por
damente a construção de vias férreas.
das outras.
Em 1843, na Comissão de Fazenda do
complementar e definitiva do sertão com as suas estradas de ferro. Não esque
çamos que se deve a Diogo Antônio Feijü, paulistano, nascido na rua que tem o seu nome, o primeiro diploma le
gal de oferta de concessão de linhas férreas que pusessem em comunicação a Côrte com as províncias de Minas Ge
Feijó e pelo Visconde de Abaeté, Antô
nio Paulino Limpo de Abreu, um longo permdo decorreu, sem qualquer reali zação de traçado ferroviário. E os go vernos que sucederam ao do bravio Regente mostraram-se radicalmente con
trários à ligação das províncias com a
rais e Rio Grancle do Sul, passando, ine-
Côrte através de estradas de ferro.
vitàvelmente, por São Paulo.
pensamento dos governantes, não obs tante a argúcia política de muitos dêles, já ficava atrás da iniciativa e do arrôjo dos particulares. Baste lembrar que,
Nesse
decreto, que tem o número 1(X), não é,
contudo, nem ao menos citado o nosso
Estado que, então, valia pouco, muito
O
Senado deu parecer contrário à conces são de linhas férreas para o sul e, até,
Enquanto a Central, após grandes vicissitudes lançava seus tríílios do Rio do Janeiro até* Belém (1858) e de Be
para o território de Minas, que era o do
lém até Piraí (1864), abrindo um braço
seu Rstado. C. B. Otoni, em sua Auto
para Minas e outro para Cachoeira, em chão paulista (1870/80), de São Paulo
biografia, acentua a má vontade de Ber nardo de Vasconcelos que, em 1849, ain da repetia, referindo-se aos visionários
lançavam-se os trilhos de uma linlia de
dessas construções
e Taubate (de 1873 em diante) e ope-
encontro para Mogi das Cruzes, Jacareí
"Construam... Os trens carregarão
rava-se a ligação de Santos com Jun-
no dia- 1.° do mês tudo o que ha no
diaí, passando pela Capital (1855 a 1868), detendo-se em Jundiaí a estra da inglesa, quando sua concessão a ha bilitava a chegar ao Rio Claro. Foi por essa época que a Paulista e a Mogiana
interior, para transportar, e ficarão ociosos 29 dias".
O velho Vasconcelos, conservador fer
renho, preocupado com a exaustão eco-
43
Dicesto Ecokómico DiGESTO
42
Econômico
apareceram a figurar entre as demais
(1876/81), cortando a zona do Ribeirão
organizações ferroviárias, com capital in-
Preto — sem contar os ramais que desse
teeralmente brasileiro, a primeira obten
tronco iam brotando, para Itapira e
do a concessão de Jundiaí a Campinas
Pinhal.
e Rio Claro, mmo a São Carlos e Ara-
Ç Visconde de Parnaíba, que possuía visão larga de estadista, não enxergava
raquara, e a secunda, com o plano atre
^
vidíssimo de ligar Campinas a Mogi
a zona feracíssima de Ribeirão Preto
Mirim e Casa Branca e, desta às barran
simplesmente como magno celeiro de café, capaz de assegurar o cometimento atirava. Circundado por uma pleiade de paulistas tão corajosos como ele, consideravam ôsses pioneiros a zona
cas do Rio Grande, passando por São Simâo e Franca. * * *
Ficou, desde então, mais ou menos
delineado o setor em que cada uma das vias férreas paulistas lançaria seus tri
lhos: a Sorocabana para o sudoeste, à esquerda do Tietê, ou rumo do Estado do Paraná; a Paulista à direita do rio-
da terra roxa apurada como primeiro de
grau e ponto de apoio para a investida
ela iria varar em três pontos e cortar num quarto, para o norte, além do Rio
travam no Ministério de Obras Públi
Grande. Para esse trabalho contaram as vias
avançada que outro Visconde, o de Pôrto Seguro, em julho de 1887, condensara
exímios engenheiros americanos Charles Garnet e os irmãos Ellison, que galga ram a Serra com a linha de simples ade
rência, até hôje considerada magistral.
Dessa escola provieram líerculano Pena, Francisco Pereira Passos, João Gomes do Vai, Severino Chagas, Henrique
Scheid e Joaquim Miguel Ribeiro Lis
Souza Aranha, o dr. Antônio Pinheiro
de Ulhòa Cintra, (Barão de Jaguara),
na Constituinte de 1890, para funda mento de uma emenda subscrita pelo deputado paulista Joaquim de Souza Mursa e pelos catarinenses Lauro Mül-
ler e Felipe Sclimídt, emenda que convertida no art. 3.° da Constituição de
larga e segura visão, suficiente para fazer o renome de um estadista.
comendadores Zeferino da Costa Guima
rães e Antônio Manoel Proença. Os en
genheiros da construção e imediatos su cessores do engenheiro Lisboa, drs. Ma
dowski, apoiaram valiosamente a grande
trilhos da nova estrada ao cerne do
tinuação para Casa Branca e o desen volvimento para São Simão e Franca
em comunicação direta e fácil com São
território pátrio e desbravá-lo, pondo-o
Paulo e, assim, contribuindo para asse-
Grosso, por uma extensa linha férrea que, de Catalão para oeste, passaria por Coxim, rumo de Cuiabá e São Luiz de
o futuro Distrito Federal, seria, pelos
irradiação de vias férreas e fluviais, como varetas de um leque, para todo os qua-
drantes, como o rumo dominante de São Paulo a Catalão e de Catalão, através
de Mato Grosso, para as fronteiras da Bolívia e, pelo eixo do Araguaia, para Em 1888 faleceu o Visconde de Par
naíba, que, desde dois anos antes, fôra substituído na diretoria pelo dr. Jorge Tibifiçá, seu genro. A idéia estava, po rém, em marcha e não parou. Procla
mada a República entrava para o Go verno Provisório um chefe político de tivera sempre afetuosa intimidade, in-
nlia, de Campinas a Mogi-Mírim e ramal do Amparo (1872/75), sua con
Oeste de Minas; ao Norte, através de linhas fluviais pelo Araguaia; e a Mato
largos planos desse decreto, o centro de
central da República, uma área de
tas 6 associá-los ao projeto de levar os
pela Mogiana; a Minas por uma via férrea que seria, mais tarde, a E. F.
O planalto central, em Goiás, próximo do quadrilátero que ia ser reservado para
Campinas que, com o Visconde de Par
14.400 quilômetros quadrados, "para
Nele vem e.xposto o plano de ligar
Catalão, no sul de Goiás, a São Paulo,
Cáceres.
1891, atnbuiu à União, no planalto
sedo da futura Capital Federal", O mérito de Parnaíba foi empofgar tratado pelo 1.° presidente da Compa / nhia Mogiana, dr. Antônio de Queiroz com seu entusiasmo o espírito timorato Teles, mais tarde Visconde de Parnaíba, ou cauteloso de companheiros e acionis
um decreto, o de n.° 862, de 16 de outubro de 1890, que pode ser aponta do entre os nossos diplomas de mais
Joaquim Quirino dos Santos, os Barões
numa mdicação vibrante ao propor a mudança da Capital do Império para
o coraçao do Brasil, isto é, o Planalto dc Goias. Essa proposta, com tropos üteranos ao gosto da época, serviu aliás
çou, com os abalizados engenheiros do seu Ministério, as linhas principais de
de Ataliba Nogueira e de Ibitinga, os
cas do Império sugestões para essa
boa. Foi este último o engenheiro con
Eara dirigir os trabalhos e início da nova
primeiras diretorias c dos que lhes su cederam — o coronel José Egidio de
metro de bitola a lança de arremésso
deste, comprimida na faixa entre o Mogi e as fronteiras de Minas, fronteiras que
E. F. D. Pedro II, com a lição viva dos
em gavetas e pastas da repartição, tra
obra dessa penetração.
J. Kibeiro Lisboa que via na linha de 1
A conquista não era, certamente, idéia ongmal do primeiro presidente da Mopana, pois desde data remota se encon
ne Cristiano Otoni pôde compor na
do antigos estudos e projetes que jaziam
O piano encontrou um corajoso e in dispensável apoio dos companheiros das
coadjuvaçao entusiástica do engenheiro
Mogi-guassu; e a Mogiana à direita
modelo inglês, outros, a maioria, províndos da magnífica escola que o insig-
neiros aa^ Mogiana. Assún, aproveitan
mica e espiritual do país.
noel da Silva Mendes e Alexandre Bro-
para a conquista do Brasil-Central.
nheiros nacionais, alguns formados sob
fundo, pela sua intimidade com os pio
rumo ao centro do Brasil. Nesse plano, sem duvida atrevido, teve Parnaíba a
-eixo das Bandeiras e à esquerda do
férreas com o primeiro corpo de enge
gurar, na mesma obra, a influência cres cente da Província e a unidade econô
naíba, através de todas as lutas, manteressando-se por todos esses estudos e
projetos: era Francisco Glicério. Glicério assume em março de 1890 o
Ministério da Agricultura, apôs o rompi mento do ministro Demétrio Ribeiro com
Rui Barbosa e o marechal Deodoro.
O
rábula de Campinas tratou, sem demora,
de prosseguir no plano de penetração do "hinterland" goiano, que conhecia a
o Norte.
Sintetizemos as concessões que o de creto 862 formulou na realização desse
plano que, na época, foi tachado de criação da fantasia de Glicério, sonho irrealízável e que iria prestar-se a "ne
gociatas" (I) —: 1.0 — À C. Mogiana o prolongamen
to de Jaguara, na margem do Rio Grande, até a ciáade de Catalão, em Goiás, passando por Uberaba e Uberabinha, no Triângulo Mineiro; 2° — Ao Banco União de São Paulo
uma ligação que, partindo da anterior concessão da Mogia
na, entre Uberaba e São Pedro de Uberabinlia (hoje Uberlân dia), se dirija à vila de Coxim,
43
Dicesto Ecokómico DiGESTO
42
Econômico
apareceram a figurar entre as demais
(1876/81), cortando a zona do Ribeirão
organizações ferroviárias, com capital in-
Preto — sem contar os ramais que desse
teeralmente brasileiro, a primeira obten
tronco iam brotando, para Itapira e
do a concessão de Jundiaí a Campinas
Pinhal.
e Rio Claro, mmo a São Carlos e Ara-
Ç Visconde de Parnaíba, que possuía visão larga de estadista, não enxergava
raquara, e a secunda, com o plano atre
^
vidíssimo de ligar Campinas a Mogi
a zona feracíssima de Ribeirão Preto
Mirim e Casa Branca e, desta às barran
simplesmente como magno celeiro de café, capaz de assegurar o cometimento atirava. Circundado por uma pleiade de paulistas tão corajosos como ele, consideravam ôsses pioneiros a zona
cas do Rio Grande, passando por São Simâo e Franca. * * *
Ficou, desde então, mais ou menos
delineado o setor em que cada uma das vias férreas paulistas lançaria seus tri
lhos: a Sorocabana para o sudoeste, à esquerda do Tietê, ou rumo do Estado do Paraná; a Paulista à direita do rio-
da terra roxa apurada como primeiro de
grau e ponto de apoio para a investida
ela iria varar em três pontos e cortar num quarto, para o norte, além do Rio
travam no Ministério de Obras Públi
Grande. Para esse trabalho contaram as vias
avançada que outro Visconde, o de Pôrto Seguro, em julho de 1887, condensara
exímios engenheiros americanos Charles Garnet e os irmãos Ellison, que galga ram a Serra com a linha de simples ade
rência, até hôje considerada magistral.
Dessa escola provieram líerculano Pena, Francisco Pereira Passos, João Gomes do Vai, Severino Chagas, Henrique
Scheid e Joaquim Miguel Ribeiro Lis
Souza Aranha, o dr. Antônio Pinheiro
de Ulhòa Cintra, (Barão de Jaguara),
na Constituinte de 1890, para funda mento de uma emenda subscrita pelo deputado paulista Joaquim de Souza Mursa e pelos catarinenses Lauro Mül-
ler e Felipe Sclimídt, emenda que convertida no art. 3.° da Constituição de
larga e segura visão, suficiente para fazer o renome de um estadista.
comendadores Zeferino da Costa Guima
rães e Antônio Manoel Proença. Os en
genheiros da construção e imediatos su cessores do engenheiro Lisboa, drs. Ma
dowski, apoiaram valiosamente a grande
trilhos da nova estrada ao cerne do
tinuação para Casa Branca e o desen volvimento para São Simão e Franca
em comunicação direta e fácil com São
território pátrio e desbravá-lo, pondo-o
Paulo e, assim, contribuindo para asse-
Grosso, por uma extensa linha férrea que, de Catalão para oeste, passaria por Coxim, rumo de Cuiabá e São Luiz de
o futuro Distrito Federal, seria, pelos
irradiação de vias férreas e fluviais, como varetas de um leque, para todo os qua-
drantes, como o rumo dominante de São Paulo a Catalão e de Catalão, através
de Mato Grosso, para as fronteiras da Bolívia e, pelo eixo do Araguaia, para Em 1888 faleceu o Visconde de Par
naíba, que, desde dois anos antes, fôra substituído na diretoria pelo dr. Jorge Tibifiçá, seu genro. A idéia estava, po rém, em marcha e não parou. Procla
mada a República entrava para o Go verno Provisório um chefe político de tivera sempre afetuosa intimidade, in-
nlia, de Campinas a Mogi-Mírim e ramal do Amparo (1872/75), sua con
Oeste de Minas; ao Norte, através de linhas fluviais pelo Araguaia; e a Mato
largos planos desse decreto, o centro de
central da República, uma área de
tas 6 associá-los ao projeto de levar os
pela Mogiana; a Minas por uma via férrea que seria, mais tarde, a E. F.
O planalto central, em Goiás, próximo do quadrilátero que ia ser reservado para
Campinas que, com o Visconde de Par
14.400 quilômetros quadrados, "para
Nele vem e.xposto o plano de ligar
Catalão, no sul de Goiás, a São Paulo,
Cáceres.
1891, atnbuiu à União, no planalto
sedo da futura Capital Federal", O mérito de Parnaíba foi empofgar tratado pelo 1.° presidente da Compa / nhia Mogiana, dr. Antônio de Queiroz com seu entusiasmo o espírito timorato Teles, mais tarde Visconde de Parnaíba, ou cauteloso de companheiros e acionis
um decreto, o de n.° 862, de 16 de outubro de 1890, que pode ser aponta do entre os nossos diplomas de mais
Joaquim Quirino dos Santos, os Barões
numa mdicação vibrante ao propor a mudança da Capital do Império para
o coraçao do Brasil, isto é, o Planalto dc Goias. Essa proposta, com tropos üteranos ao gosto da época, serviu aliás
çou, com os abalizados engenheiros do seu Ministério, as linhas principais de
de Ataliba Nogueira e de Ibitinga, os
cas do Império sugestões para essa
boa. Foi este último o engenheiro con
Eara dirigir os trabalhos e início da nova
primeiras diretorias c dos que lhes su cederam — o coronel José Egidio de
metro de bitola a lança de arremésso
deste, comprimida na faixa entre o Mogi e as fronteiras de Minas, fronteiras que
E. F. D. Pedro II, com a lição viva dos
em gavetas e pastas da repartição, tra
obra dessa penetração.
J. Kibeiro Lisboa que via na linha de 1
A conquista não era, certamente, idéia ongmal do primeiro presidente da Mopana, pois desde data remota se encon
ne Cristiano Otoni pôde compor na
do antigos estudos e projetes que jaziam
O piano encontrou um corajoso e in dispensável apoio dos companheiros das
coadjuvaçao entusiástica do engenheiro
Mogi-guassu; e a Mogiana à direita
modelo inglês, outros, a maioria, províndos da magnífica escola que o insig-
neiros aa^ Mogiana. Assún, aproveitan
mica e espiritual do país.
noel da Silva Mendes e Alexandre Bro-
para a conquista do Brasil-Central.
nheiros nacionais, alguns formados sob
fundo, pela sua intimidade com os pio
rumo ao centro do Brasil. Nesse plano, sem duvida atrevido, teve Parnaíba a
-eixo das Bandeiras e à esquerda do
férreas com o primeiro corpo de enge
gurar, na mesma obra, a influência cres cente da Província e a unidade econô
naíba, através de todas as lutas, manteressando-se por todos esses estudos e
projetos: era Francisco Glicério. Glicério assume em março de 1890 o
Ministério da Agricultura, apôs o rompi mento do ministro Demétrio Ribeiro com
Rui Barbosa e o marechal Deodoro.
O
rábula de Campinas tratou, sem demora,
de prosseguir no plano de penetração do "hinterland" goiano, que conhecia a
o Norte.
Sintetizemos as concessões que o de creto 862 formulou na realização desse
plano que, na época, foi tachado de criação da fantasia de Glicério, sonho irrealízável e que iria prestar-se a "ne
gociatas" (I) —: 1.0 — À C. Mogiana o prolongamen
to de Jaguara, na margem do Rio Grande, até a ciáade de Catalão, em Goiás, passando por Uberaba e Uberabinha, no Triângulo Mineiro; 2° — Ao Banco União de São Paulo
uma ligação que, partindo da anterior concessão da Mogia
na, entre Uberaba e São Pedro de Uberabinlia (hoje Uberlân dia), se dirija à vila de Coxim,
44
Digesto Econômico
no Estado de Mato Grosso,
passando abaixo da foz do rio Meia Ponte, em Goiás:;
para baixo até atingir a Cen tral do Brasil, "entre as esta ções de Comércio e Barra
Nacional ou a de Palmas.
Eram ainda outorgadas concessões para a navegação dos rios das Mortes e
Araguaia, para completar esse plano de intercomunicações.
Mansa, além de uma linha \%V.
Das concessões descritas só a Compa
nhia Mogiana realizou a sua, levando 0 ramal de Catalão a Uberaba, Ubera-
racatú, de modo a poder utili
ultima estação, ponto extremo do seu
zar a respectiva navegação";
4.® — Ao engenheiro Francisco Murtinho e ao Banco Construtor —
uma via férrea que, "partindo
de Catalão e passando pelas cidades de Goiás, Cuiabá, São Luiz de Cáceres e lugar nave gável no rio Guaporé, termi ne no Estado de Mato Grosso, em ponto limítrofe com a Bo
lívia, devendo servir à navega ção do Araguaia e do Rio das Mortes";
5.° — Ao engenheiro Vicente Alves de Paula Pessoa e a Francisco
Mendes da Rocha — uma es
trada de ferro que, partindo também do Catalão, se diri
gisse a Palmas, ou ponto ini cial, mais adequado para a navegação do rio Maranhão, em Goiás;
6* — Ao engenheiro Joaquim Rodri gues de Moraes Jardim — nma
estrada de ferro que, partindo de Patos ou de Alcobaça, na margem do Tocantins, termi
binha e Araguari, e inaugurando esta tronco, a 15 de novembro de 1890, q^uando Glicério, no fastígio da sua es1 P. n R. F. Mas em Araguari, as 21 brigadas cio a 789 quilômetros de Campinas, portanto a quase 900 quilômetros de São Paulo, a Mogiana estacou. A linha do Cata-, lao era deficitária pois a zona por ela servida só dava tímidos prenúncios do que viria ser mais tarde.
Dos demais
concessionários nenhum levou a cabo as
linhas descritas que, se realizadas, fa riam de Catalão, no altiplano goiano, o poderoso centro de um sistema de co
municações sôbre trilhos e sobre água, e teriam há muito integrado o planalto central do país no seu centro econômi co que é São Paulo. Das outras linhas
mencionadas naquele gigantesco plano a que Glicerio ligou o seu nome, algumas
ra boliviana, não pela ligação GoiásCuiabá-Cáceres, acima do grande pan
tanal, mas por Campo Grande-Pôrto Esperança-Corumbá, abaixo daquela linha e cortando, em grande parte, a zona
Mogiana, através do Triângulo Mineiro, foi obra de arrôjo, sem imediata remu
neração. A linha dava "deficits" que, até seis anos atrás, eram cobertos com
a renda do tronco e ramais situados em território paulista.
Sô agora essa precária situação se mo dificou; as zonas que a Mogiana trouxe
para a órbita de São Paulo, a princípio política e socialmente, depois, em co municações regulares de mais de 50 anos, para os negócios e transações de que São Paulo é o foco — é hoje zona opulenta em plena expansão. É fácil e cômodo falar agora, como já se fala, em intensificar essas ligações, porque o prin
cipal já está feito — a via térrea pio neira desbravou o caminho, estimulou a
produção, aumentou os cabedais da zona, deu-Uie essa alta expressão de ci vilização e cultura que é o transporte diário regular, num incessante intercâm bio de mercadorias, pessoas e idéias. A êsse trabalho ligaram-se, com es
pecial destaque, os nomes dos dois pau-
45
listas - Antônio de Queiroz Teles, o "Pamaíba", como era chamado, pela sua
idéia fixa, quase mania, de levar, como levou a Mogiana à margem do rio goiano-mineiro que lhe deu o tít\ilo nobiliárquico; e Francisco Glicério, que deu forma legal ao vasto plano de intercomunicação do Brasil Central com os seus maiores centros populosos.
A esses dois, um que fez da idéia longamente sonhada um dos capítulos de reauzação da emprêsa que fundou e
presidiu; outro que deu o apoio de um diploma legal a essa idéia — deve associar-se o nome de Joaquim Miguel Ribeiro Lisboa, vergôntea ilustre da es cola de engenheiros de Teófilo Otoni, que, desde o lançamento dos primeiros trilhos da Mogiana, defendeu com bra vura e insuperável mestria'os seus direi tos ligados ao privilégio da zona do seu traçado e forneceu dados técnicos,
seguros e claros para essa investida nimo ao longínquo e, então, pouco co nhecido Triângulo Mineiro.
A rota foi seguida escrupulosamente
pelas administrações que às primeiras se sucederam; e, no corpo técnico foram passando outros profissionais — Silva Mendes, BrodowsKi, Cândido" Gomide, Rebouças, Penido, Stevenson — que, não
apenas conservaram a estrada em plena eliciência, reforçando suas instalações o melhorando seus serviços, mas conso
lidaram, cada um em sua parte, o re
nome e prestígio de que já pode ufa nar-se, sem rodeios, a grande família dos nossos engenheiros ferroviários.
foram realizadas muito mais tarde, em partes, pelo Govêmo federal, depois do
fracasso ou da desistência dos empresá rios.
O cometimento não oferecia re
tribuição imediata e sô o Tesouro Na
cional poderia enfrentá-lo.
Datam de
um vintênio os entroncamentos da Oeste
proximidades, à margem do
do Minas em Uberaba, via Araxá e da E. F. Goiás em Araguari; desta esta ção da Mogiana a linha federal aban
mesmo rio; de uma Hnha de
dona o rumo de Catalão, indicado no
nasse na Praia da Rainha, ou
pela Noroeste db Brasil, estrada federal que, seguindo o Tiêle, procura a frontei
A penetração do centro do pais pela
Mogiana, "passando pelo Ara-
xá ou suas proximidades", e "do outro lado para o rio Pa-
so foi feita, 15 a 20 anos mais tarde,
pantanosa.
* * *
que, do ponto que fosse acha
do conveniente, procurasse a
Ipameri, Campos Formoso e a nova Ca pital, Goiânia. A ligação com Mato Gros
estrada e a cidade de Pôrto
dões, para cima até atingir a encontraria com a Mogiana e
decreto de 1890 e procura outro, de
de Belém atingisse a estrada do ponto terminal da mesma
mento da sua estação de Per
cidade do Catalão, na qual se
navegação no Tocantins que, de ferro mencionada, e de uma outra linha de navegação
30 — À Companhia Estrada de Fer ro Oeste de Minas o prolonga
Digesto Econômico
Informa o Serviço de Economia Rural do Ministério da Aericultura que, se
gundo dados fornecidos pela agência de Sergipe, êsse Estado embarcou para diver sos pontos do país 188.874 fardos de couros e peles de animais domésticos, pesan do 415.206 quilos líquidos, no total de Cr$ 7.431.253,60.
44
Digesto Econômico
no Estado de Mato Grosso,
passando abaixo da foz do rio Meia Ponte, em Goiás:;
para baixo até atingir a Cen tral do Brasil, "entre as esta ções de Comércio e Barra
Nacional ou a de Palmas.
Eram ainda outorgadas concessões para a navegação dos rios das Mortes e
Araguaia, para completar esse plano de intercomunicações.
Mansa, além de uma linha \%V.
Das concessões descritas só a Compa
nhia Mogiana realizou a sua, levando 0 ramal de Catalão a Uberaba, Ubera-
racatú, de modo a poder utili
ultima estação, ponto extremo do seu
zar a respectiva navegação";
4.® — Ao engenheiro Francisco Murtinho e ao Banco Construtor —
uma via férrea que, "partindo
de Catalão e passando pelas cidades de Goiás, Cuiabá, São Luiz de Cáceres e lugar nave gável no rio Guaporé, termi ne no Estado de Mato Grosso, em ponto limítrofe com a Bo
lívia, devendo servir à navega ção do Araguaia e do Rio das Mortes";
5.° — Ao engenheiro Vicente Alves de Paula Pessoa e a Francisco
Mendes da Rocha — uma es
trada de ferro que, partindo também do Catalão, se diri
gisse a Palmas, ou ponto ini cial, mais adequado para a navegação do rio Maranhão, em Goiás;
6* — Ao engenheiro Joaquim Rodri gues de Moraes Jardim — nma
estrada de ferro que, partindo de Patos ou de Alcobaça, na margem do Tocantins, termi
binha e Araguari, e inaugurando esta tronco, a 15 de novembro de 1890, q^uando Glicério, no fastígio da sua es1 P. n R. F. Mas em Araguari, as 21 brigadas cio a 789 quilômetros de Campinas, portanto a quase 900 quilômetros de São Paulo, a Mogiana estacou. A linha do Cata-, lao era deficitária pois a zona por ela servida só dava tímidos prenúncios do que viria ser mais tarde.
Dos demais
concessionários nenhum levou a cabo as
linhas descritas que, se realizadas, fa riam de Catalão, no altiplano goiano, o poderoso centro de um sistema de co
municações sôbre trilhos e sobre água, e teriam há muito integrado o planalto central do país no seu centro econômi co que é São Paulo. Das outras linhas
mencionadas naquele gigantesco plano a que Glicerio ligou o seu nome, algumas
ra boliviana, não pela ligação GoiásCuiabá-Cáceres, acima do grande pan
tanal, mas por Campo Grande-Pôrto Esperança-Corumbá, abaixo daquela linha e cortando, em grande parte, a zona
Mogiana, através do Triângulo Mineiro, foi obra de arrôjo, sem imediata remu
neração. A linha dava "deficits" que, até seis anos atrás, eram cobertos com
a renda do tronco e ramais situados em território paulista.
Sô agora essa precária situação se mo dificou; as zonas que a Mogiana trouxe
para a órbita de São Paulo, a princípio política e socialmente, depois, em co municações regulares de mais de 50 anos, para os negócios e transações de que São Paulo é o foco — é hoje zona opulenta em plena expansão. É fácil e cômodo falar agora, como já se fala, em intensificar essas ligações, porque o prin
cipal já está feito — a via térrea pio neira desbravou o caminho, estimulou a
produção, aumentou os cabedais da zona, deu-Uie essa alta expressão de ci vilização e cultura que é o transporte diário regular, num incessante intercâm bio de mercadorias, pessoas e idéias. A êsse trabalho ligaram-se, com es
pecial destaque, os nomes dos dois pau-
45
listas - Antônio de Queiroz Teles, o "Pamaíba", como era chamado, pela sua
idéia fixa, quase mania, de levar, como levou a Mogiana à margem do rio goiano-mineiro que lhe deu o tít\ilo nobiliárquico; e Francisco Glicério, que deu forma legal ao vasto plano de intercomunicação do Brasil Central com os seus maiores centros populosos.
A esses dois, um que fez da idéia longamente sonhada um dos capítulos de reauzação da emprêsa que fundou e
presidiu; outro que deu o apoio de um diploma legal a essa idéia — deve associar-se o nome de Joaquim Miguel Ribeiro Lisboa, vergôntea ilustre da es cola de engenheiros de Teófilo Otoni, que, desde o lançamento dos primeiros trilhos da Mogiana, defendeu com bra vura e insuperável mestria'os seus direi tos ligados ao privilégio da zona do seu traçado e forneceu dados técnicos,
seguros e claros para essa investida nimo ao longínquo e, então, pouco co nhecido Triângulo Mineiro.
A rota foi seguida escrupulosamente
pelas administrações que às primeiras se sucederam; e, no corpo técnico foram passando outros profissionais — Silva Mendes, BrodowsKi, Cândido" Gomide, Rebouças, Penido, Stevenson — que, não
apenas conservaram a estrada em plena eliciência, reforçando suas instalações o melhorando seus serviços, mas conso
lidaram, cada um em sua parte, o re
nome e prestígio de que já pode ufa nar-se, sem rodeios, a grande família dos nossos engenheiros ferroviários.
foram realizadas muito mais tarde, em partes, pelo Govêmo federal, depois do
fracasso ou da desistência dos empresá rios.
O cometimento não oferecia re
tribuição imediata e sô o Tesouro Na
cional poderia enfrentá-lo.
Datam de
um vintênio os entroncamentos da Oeste
proximidades, à margem do
do Minas em Uberaba, via Araxá e da E. F. Goiás em Araguari; desta esta ção da Mogiana a linha federal aban
mesmo rio; de uma Hnha de
dona o rumo de Catalão, indicado no
nasse na Praia da Rainha, ou
pela Noroeste db Brasil, estrada federal que, seguindo o Tiêle, procura a frontei
A penetração do centro do pais pela
Mogiana, "passando pelo Ara-
xá ou suas proximidades", e "do outro lado para o rio Pa-
so foi feita, 15 a 20 anos mais tarde,
pantanosa.
* * *
que, do ponto que fosse acha
do conveniente, procurasse a
Ipameri, Campos Formoso e a nova Ca pital, Goiânia. A ligação com Mato Gros
estrada e a cidade de Pôrto
dões, para cima até atingir a encontraria com a Mogiana e
decreto de 1890 e procura outro, de
de Belém atingisse a estrada do ponto terminal da mesma
mento da sua estação de Per
cidade do Catalão, na qual se
navegação no Tocantins que, de ferro mencionada, e de uma outra linha de navegação
30 — À Companhia Estrada de Fer ro Oeste de Minas o prolonga
Digesto Econômico
Informa o Serviço de Economia Rural do Ministério da Aericultura que, se
gundo dados fornecidos pela agência de Sergipe, êsse Estado embarcou para diver sos pontos do país 188.874 fardos de couros e peles de animais domésticos, pesan do 415.206 quilos líquidos, no total de Cr$ 7.431.253,60.
47
Digesto Econóadco
'Jjeohia Sjcanómica da SegxVia por Davi Campista Filho A vida desenvolve-se através de uma
série infinita de riscos, e a atividade
do homem nas relações com seus seme
lhantes oferece continuamente ensejos que o expõem a perigos iminentes sôbre
1
sua pessoa e bens. Cresce a ci\iüzação material, escreveu George Ríppert, exi gindo como resgate o sacrifício de 'vidas I humanas ou a mutilação de corpostniismo deduzido dos elementos fome^ I cidos pelas estatísticas, sôbre o que re^ Presentam construção alguns quilometeos dea estradas de de ferro, a extraçao do carvão ou um ano de circula
ção de automóveis. Seria iníquo deixar entregues à fatalidade tantas vítimas, sem cogitar-se dos meios de reparação para atenuar o-inevitável.
Assim, desse acbntecímento imprevis to no qual a antiga filosofia reconhe cia o princípio de destruição imanente
à natureza de todas as coisas, surgia a
idéia do risco como provinda das mrças cegas dos elementos.
♦
Os homens, porém não se abandona
ram à sabedoria do Eclesiaste de que tudo acaba em desilusão e poeira — e em todos os tempos uniram-se para
Leroy-Bcaulieu, situaram-no entre os fenômenos do consumo — "un prelevement sur les consommations courantes",
influência se manifesta na produção, dis tribuição e circulação de riquezas.
O objeto do seguro em todos os seus ramos é o risco, isto é, o perigo em
Especial para o "Digesto Econômico"
pois consistia na operação que procura va restituir ao segurado, mediante a indenização, a coisa consumida.
A solidariedade humana, geratriz do
C. Gide viu no seguro uma forma de
O seguro concebe-se por fôrça de
economia, como "consumo deferido",
e.xistência do risco, pois é contra as
principio de "associação" — lei uni
seguida a certo evento de um dano econômico avaliá\'el.
conseqüências de sua realização deno
versal que .se patenteia ao agruparem-se os homens para a luta, como para levar ? . ,trabalho esforço in j?vidual — fez o superior clima queaofecundou
isto é, aquele que o e.spírito previdente
seguro, surgindo, assím, da conjun ção de aspirações, e sacrifícios comuns. A associação, de início instintiva en
nheçam que o seguro não tem função produtiva, não lhe negam influencia
mio, o risco que pesa sôbre ela para o segurador que o toma a seu cargo em
na organização da produção. Os fenômenos de produção, distribui ção, circulação e consumo de riquezas
certo acontecimento, cuja realização gera
tre os homens e nos próprios animais,
passou a coercitiva sob a forma do tra
transporta a tempos futuros para aten
minada sinistro, que o indivíduo se pre-
der
cauciona.
a
necessidades
imprevistas, en
quanto escritores alemães, embora reco
E a operação consiste em
transferir, mediante a paga de um prê virtude de sua organização técnica.
O risco significa a eventualidade de
balho escravo nas velhas civilizações, ^oram por homens acorrentados uns aos
desenvolvem-se em ritmo continuado e,
a obrigação do segurador em indenizar
constituindo as quatro províncias em que
o prejuízo verificado.
rirt
se divide a ciência econômica, são estas
interdependentes, uma existindo em fun
Em sua verdadeira essência, escreveu Federico Chessa, o risco é um conceito
construíram as pirâmides
^os remadores jungidos batiamOseus emos, das galeras. ca-
mter coercitivo de associação transforlídirl 1® Média em uma mutuatardp produção, mais livrp p empresa^ dos associação contratual tempos modernos,
nn^ uma f"P"?!nto os habitantesdedesolicíariedade uma cidade que em
ção da outra.
Ora, o seguro é a ope
ração de cobertura de riscos, que exis-, tem nas diversas fases dos fenômenos
econômicos, e, portanto, seu lugar esta
incorpora-se à materialidade dos bens
em todos os setores da economia.
para os quais se contratou o seguro,
Hí *
o "homo economicus" ao transformar
reparaçao de um mal maior que apara um reSmcão° sacrifícios
os objetos do mundo exterior em utili dades, precisa de segurança no rendi
vlTnTT 1 XIV as primeiras ® Aparece ram no século socieda-
guardar sua ação contra possíveis per turbações nocivas. Toda transformação
deles viesse acontecer, fez despertar a
abstrato que diz respeito à probabilida de de verificar-se o evento danoso. Na técnica asseguiadora, geralmente o risco
mento de seu trabalho, como de res
principalmente nos seguros de incêndio ê transportes. Na realidade, entretanto, o objeto eco nômico e jurídico do seguro é constituí do do perigo abstrato pendente sôbre os bens segurados, e da probabilidade de verificar-se o dano que se receia. (1).
É diante da probabilidade que o risco
conquista do bem estar e da felicidade,
econômica deriva do nascer e acabar,
representar, ou mellior, da probabilida
como para defesa contra os males que
desenvolvendo-se, por is.so, o processo
de do sinistro, que o segurador fixa o
o ameaçassem.
produtivo no tempo e no espaço.
prêmio, preço mediante o qual êle assu
Entre o momento em que se inicia^ a transformação da matéria prima e aquele
me a responsabilidade pela indenização
Todo ser para desenvolver-se e atingir à sua finalidade tem necessidade de so correr-se do mundo exterior em busca de
certos elementos, e a "necessidade" en
*
*
Divergiram os economistas sôbre qual
a posição do segwo nos departamentos da Economia Política. Muitos, como
em que se obtém o produto concluído,
Herdeiro de um grande nume, Davi
espaço qualquer processo produtivo não
Lampista Filho honra as tradições de espiritualidade do seu ilustre pai. Espe
se subtrai à ação perturbadora de ele mentos imprevistos ou imprevisíveis que
cialista, e dos maiores, em matéria de
jxiderão afetar a produção a ponto de
seguro, o distinto escritor brindou . a
tomá-la incerta.
nossa revista com interessante e valioso
Cada ação econômica tem inerente um elemento aleatório — o risco — cuja
gendra no homem o "desejo" que des perta o "esforço" para obtenção de objetos cuja posse Die traz satisfação,
como lhe causa sofrimentos, sua priva ção. Essa necessidade do homem, disse Gide, é o motor de toda atividade eco
nômica e, por isso, o ponto de partida da ciência econômica.
medeia um espaço de tempo maior ou
menor segundo a natureza do ato criador. Assim, no desenvolver no tempo e no
artigo.que a seguir publicapxos.
— ou preço de venda da sanidade de que precisa o segurado que lhe compra a "descarga" dos riscos transferidos. O risco pressupõe uma "eventualida de", isto é, um acontecimento que pode ser
econômicamente "vantajoso", ou
econòmicamente "desfavorável", preva lecendo geralmente neste sentido. A idéia de eventualidade repele tanto a de (1) F. Chessa — La teoria Econô mica dei Rischio e delle Assicurazioni,
47
Digesto Econóadco
'Jjeohia Sjcanómica da SegxVia por Davi Campista Filho A vida desenvolve-se através de uma
série infinita de riscos, e a atividade
do homem nas relações com seus seme
lhantes oferece continuamente ensejos que o expõem a perigos iminentes sôbre
1
sua pessoa e bens. Cresce a ci\iüzação material, escreveu George Ríppert, exi gindo como resgate o sacrifício de 'vidas I humanas ou a mutilação de corpostniismo deduzido dos elementos fome^ I cidos pelas estatísticas, sôbre o que re^ Presentam construção alguns quilometeos dea estradas de de ferro, a extraçao do carvão ou um ano de circula
ção de automóveis. Seria iníquo deixar entregues à fatalidade tantas vítimas, sem cogitar-se dos meios de reparação para atenuar o-inevitável.
Assim, desse acbntecímento imprevis to no qual a antiga filosofia reconhe cia o princípio de destruição imanente
à natureza de todas as coisas, surgia a
idéia do risco como provinda das mrças cegas dos elementos.
♦
Os homens, porém não se abandona
ram à sabedoria do Eclesiaste de que tudo acaba em desilusão e poeira — e em todos os tempos uniram-se para
Leroy-Bcaulieu, situaram-no entre os fenômenos do consumo — "un prelevement sur les consommations courantes",
influência se manifesta na produção, dis tribuição e circulação de riquezas.
O objeto do seguro em todos os seus ramos é o risco, isto é, o perigo em
Especial para o "Digesto Econômico"
pois consistia na operação que procura va restituir ao segurado, mediante a indenização, a coisa consumida.
A solidariedade humana, geratriz do
C. Gide viu no seguro uma forma de
O seguro concebe-se por fôrça de
economia, como "consumo deferido",
e.xistência do risco, pois é contra as
principio de "associação" — lei uni
seguida a certo evento de um dano econômico avaliá\'el.
conseqüências de sua realização deno
versal que .se patenteia ao agruparem-se os homens para a luta, como para levar ? . ,trabalho esforço in j?vidual — fez o superior clima queaofecundou
isto é, aquele que o e.spírito previdente
seguro, surgindo, assím, da conjun ção de aspirações, e sacrifícios comuns. A associação, de início instintiva en
nheçam que o seguro não tem função produtiva, não lhe negam influencia
mio, o risco que pesa sôbre ela para o segurador que o toma a seu cargo em
na organização da produção. Os fenômenos de produção, distribui ção, circulação e consumo de riquezas
certo acontecimento, cuja realização gera
tre os homens e nos próprios animais,
passou a coercitiva sob a forma do tra
transporta a tempos futuros para aten
minada sinistro, que o indivíduo se pre-
der
cauciona.
a
necessidades
imprevistas, en
quanto escritores alemães, embora reco
E a operação consiste em
transferir, mediante a paga de um prê virtude de sua organização técnica.
O risco significa a eventualidade de
balho escravo nas velhas civilizações, ^oram por homens acorrentados uns aos
desenvolvem-se em ritmo continuado e,
a obrigação do segurador em indenizar
constituindo as quatro províncias em que
o prejuízo verificado.
rirt
se divide a ciência econômica, são estas
interdependentes, uma existindo em fun
Em sua verdadeira essência, escreveu Federico Chessa, o risco é um conceito
construíram as pirâmides
^os remadores jungidos batiamOseus emos, das galeras. ca-
mter coercitivo de associação transforlídirl 1® Média em uma mutuatardp produção, mais livrp p empresa^ dos associação contratual tempos modernos,
nn^ uma f"P"?!nto os habitantesdedesolicíariedade uma cidade que em
ção da outra.
Ora, o seguro é a ope
ração de cobertura de riscos, que exis-, tem nas diversas fases dos fenômenos
econômicos, e, portanto, seu lugar esta
incorpora-se à materialidade dos bens
em todos os setores da economia.
para os quais se contratou o seguro,
Hí *
o "homo economicus" ao transformar
reparaçao de um mal maior que apara um reSmcão° sacrifícios
os objetos do mundo exterior em utili dades, precisa de segurança no rendi
vlTnTT 1 XIV as primeiras ® Aparece ram no século socieda-
guardar sua ação contra possíveis per turbações nocivas. Toda transformação
deles viesse acontecer, fez despertar a
abstrato que diz respeito à probabilida de de verificar-se o evento danoso. Na técnica asseguiadora, geralmente o risco
mento de seu trabalho, como de res
principalmente nos seguros de incêndio ê transportes. Na realidade, entretanto, o objeto eco nômico e jurídico do seguro é constituí do do perigo abstrato pendente sôbre os bens segurados, e da probabilidade de verificar-se o dano que se receia. (1).
É diante da probabilidade que o risco
conquista do bem estar e da felicidade,
econômica deriva do nascer e acabar,
representar, ou mellior, da probabilida
como para defesa contra os males que
desenvolvendo-se, por is.so, o processo
de do sinistro, que o segurador fixa o
o ameaçassem.
produtivo no tempo e no espaço.
prêmio, preço mediante o qual êle assu
Entre o momento em que se inicia^ a transformação da matéria prima e aquele
me a responsabilidade pela indenização
Todo ser para desenvolver-se e atingir à sua finalidade tem necessidade de so correr-se do mundo exterior em busca de
certos elementos, e a "necessidade" en
*
*
Divergiram os economistas sôbre qual
a posição do segwo nos departamentos da Economia Política. Muitos, como
em que se obtém o produto concluído,
Herdeiro de um grande nume, Davi
espaço qualquer processo produtivo não
Lampista Filho honra as tradições de espiritualidade do seu ilustre pai. Espe
se subtrai à ação perturbadora de ele mentos imprevistos ou imprevisíveis que
cialista, e dos maiores, em matéria de
jxiderão afetar a produção a ponto de
seguro, o distinto escritor brindou . a
tomá-la incerta.
nossa revista com interessante e valioso
Cada ação econômica tem inerente um elemento aleatório — o risco — cuja
gendra no homem o "desejo" que des perta o "esforço" para obtenção de objetos cuja posse Die traz satisfação,
como lhe causa sofrimentos, sua priva ção. Essa necessidade do homem, disse Gide, é o motor de toda atividade eco
nômica e, por isso, o ponto de partida da ciência econômica.
medeia um espaço de tempo maior ou
menor segundo a natureza do ato criador. Assim, no desenvolver no tempo e no
artigo.que a seguir publicapxos.
— ou preço de venda da sanidade de que precisa o segurado que lhe compra a "descarga" dos riscos transferidos. O risco pressupõe uma "eventualida de", isto é, um acontecimento que pode ser
econômicamente "vantajoso", ou
econòmicamente "desfavorável", preva lecendo geralmente neste sentido. A idéia de eventualidade repele tanto a de (1) F. Chessa — La teoria Econô mica dei Rischio e delle Assicurazioni,
^rr'
48
Digesto Econômico
impossibilidade como de certeza, pois o sjeguro gòmente (se compreende para fatos possíveis que poderão acontecer ou não.
Esta incerteza é o elemento
característico do risco, a "alea" em que incorre aquele que inicia ou leva a têrmo um empreendimento econômico. Distingue Hemard que a incerteza
não deve ser entendida no sentido abso
luto, porém como incerteza econômica, pois ordinariamente considehi-se fato' incerto aquele que se não produz exata mente segundo a previsão humana; en tretanto êle é economicamente incerto quando, embora consista em aconteci mento certo, sua realização é que sobre vém em ocasião incerta e imprevista
engenhosa e eficaz da previdência enc<mtra-se no seguro, cuja estrutura cientihca e potencialidade que lhe insufla ? grandes a acessibiJidade de seunúmeros, custo, como permitem o meio do prover a uma necessidade even-
mal antecipadamente suspeitada empres tando segtódade às coisas e atos hu manos (3).
Desde o momento da conclusão de seu contrato, o segurado fica a coberto os eventos de um futuro incerto que iho poderão criar necessidades deter minadas ou nao.
gundade,dedesempenhando o seguro uma ^çao vigilância econômica, não ^ndo a importância contraída senão a ^bertura contra um mal econômico pendente. Desta sorte, o seguro se imincerto. O que há de eventual não é nrotP?^° elemento de preservação e a morte, porém a época em que se Sca cimilar.tanto na produção e Por isso, se entende que há
risco porq^ue a eventualidade deverá pro duzir-se durante um certo período (2). Eventualidade exprime, outrossim, ò caráter fortuito na produção do aconte cimento que se não confunde com acaso. * * *
Os riscos têm uma única conseqüên cia, a lesão econômica que se manifesta no ferir um patrimônio, como em cessar ou diminuir de um rendimento.
A realização do risco faz surgir uma necessidade pecuniária. Por isso, se
gundo disse Hemard — "todo risco cons titui uma eventualidade ,que provoca uma necessidade" que poderá realizar-se ou não. Entretanto, por ser pressen
tida tal necessidade, ela toma-se presen te, E a satisfação das necessidades
eventuais, obtemo-la por meio da previ dência qne vê em uma exigência ^tura uma exigência imediata. A forma mais j. Hemard — Theorie et P. des (2) Tens. V. 1 n.o 44. Ass.
^umo das S°quezar
acontecido em uma
O bem'ff.
valor desaparecido.
nertT ín Sma lesão segurado sSIsSura suDsütm a
ridade à conjunção — capital trabalho —
Consistindo o seguro na divisão má xima dos riscos, opera-se a trituração
que resulta em crescimento da produção. Áí o seguro aparece como elemento do
custo da produção, pois o industrial paga o preço da garantia que adquire, in cluindo nas despesas gerais da produção. Dêste modo, claramente se conclui que o seguro não representa fator de pro dução, porém a conservação e fortale cimento dos fatôres de produção, sôbre
cujo desenvolvimento influí considerà-
dêstes mediante o resseguro, permitin do gue o conjunto de segurados suporte o pêso do sinistro de maneira absoluta mente insensível.
No preço aue paga o segurado pela garantia que Ine vende o segurador, está
compreendida sua quota na participação indenizadora, resultado automàticamen-
to obtido pela aplicação do princípio de mutualidade em operação de grande número.
não criadora, aparece ao menos como
fecundante de riquezas.
que imprime à solvabilidade futura do
Não é de se considerar que o seguro
devedor, incentivando ainda mais o cré
realize um consumo improdutivo, além
dito publico 8 privado pela movimenta
do caso do segurado que recolhe os re
ção que opera sôbre capitais considerá
sultados da reparação do sinistro, pois, em qualquer hipótese, será sempre um consumo reprodutivo. Se o seguro visa a substituição de um
créditos especializados tais como o agrí cola, em que o seguro rural desempe
capital por e.xposto a perigos, eventuais, quer dizer que seu fim ó conservá-lo e a atividade criadora recupera, assim, suas forças reprodutivas, restabelecendo
^e receia produzindo no patrimônio do materialidade do obietolesão, nor
do acontecimento danoso".
Relativamente à circulação das' rique zas, o seguro desenvolve ação vantajo sa em favor do crédito, pela confiança
A função econômica do seguro, se
não constitui um fator de
riqucM ím
^larmente para aquêle que for vitima
tais ejbmentos.
®
49
trabalho, o seguro não só o conserva como aumenta. Traz, portanto, segu
velmente pela eliminação dos riscos ou anulação de prejuízos pendentes sôbre
Conauista assim uma situação de se-
Tal como significa a morte no segu ro de vida, que consistindo em aconte cimento tatal absolutamente certo sò mente adquire a peculiaridade do 'risco pelo momento em que sobrevém que é
realiza.
Digesto Econômico
veis. Principalmente com referência aos nha função essencial ao seu estabele cimento. * * *
A função econômica do seguro ofere
em seu estado anterior os bens destruí
dos ou desaparecidos. Portanto, não
sua expressão econômica, por isso con-
deve ser entendido
Patnmonial do segurado. Sua economia desenvolve-se. por tanto, para conservar e equilibrar.
É de considerar-se, todavia, a gran de mfluencm que o seguro exerce sôbre
entretanto
características
diversas,
como consumo improdutivo o prêmio
acompanhando a distinção fundamental e.xistente entre os seguros de coisas —
pago por aquele que não sofreu sinis
"contrato de indenização" — e o seguro
tro. Em primeiro lugar, porque o prê
servanáo o ritmo dos negó^os e a inte-
ço
do vida, — "contrato de constituição de
mio ó o preço da seguridade adquirida
capitais",
cuja ação, como já dissemos, é de
O objetivo dos seguros de coisas con siste na reparação de prejuízos determi
incontestável influência na produção. Além do mais, é consoante o espírito
nados pelo sinistro, recompondo uma si
social que se encara a função econômi
tuação econòmicamente perturbada, na
a produção , pois que atua indubitàvelniente sôbre seus dois fatôres - ca
ca do seguro, e não atrav& do ângulo
conformidade da importância segurada.
de visão de um segurado isoladamente.
Enquanto no seguro de \ida, verifica-se
pital e trabalho. Evita as perdas que
solidariedade humana já transpareciam
possam acontecer ao capital, recompon-
na observação de Leroy-Beaulieu — "o seguro distribuindo o sinistro sôbre um
O sentido social e a expressão de
do-o mediante a indenização, e pela confiança e firmeza que imprime ao (3)
grande número de indivíduos de um mesmo grupo, aumenta o pêso do sinis
J. Hemard. ob. cit. V n.o 17.
tro para todo grupo, mas o alivia sin-
A
a formação de capital a ser pago aos beneficiários do segurado "post-mortem", ou a si próprio em caso de sobre
vivência à determinada época. A natureza jurídica do seguro de vida definitivamente se analisa, disse
Weens, em uma promessa de capital.
C.
^rr'
48
Digesto Econômico
impossibilidade como de certeza, pois o sjeguro gòmente (se compreende para fatos possíveis que poderão acontecer ou não.
Esta incerteza é o elemento
característico do risco, a "alea" em que incorre aquele que inicia ou leva a têrmo um empreendimento econômico. Distingue Hemard que a incerteza
não deve ser entendida no sentido abso
luto, porém como incerteza econômica, pois ordinariamente considehi-se fato' incerto aquele que se não produz exata mente segundo a previsão humana; en tretanto êle é economicamente incerto quando, embora consista em aconteci mento certo, sua realização é que sobre vém em ocasião incerta e imprevista
engenhosa e eficaz da previdência enc<mtra-se no seguro, cuja estrutura cientihca e potencialidade que lhe insufla ? grandes a acessibiJidade de seunúmeros, custo, como permitem o meio do prover a uma necessidade even-
mal antecipadamente suspeitada empres tando segtódade às coisas e atos hu manos (3).
Desde o momento da conclusão de seu contrato, o segurado fica a coberto os eventos de um futuro incerto que iho poderão criar necessidades deter minadas ou nao.
gundade,dedesempenhando o seguro uma ^çao vigilância econômica, não ^ndo a importância contraída senão a ^bertura contra um mal econômico pendente. Desta sorte, o seguro se imincerto. O que há de eventual não é nrotP?^° elemento de preservação e a morte, porém a época em que se Sca cimilar.tanto na produção e Por isso, se entende que há
risco porq^ue a eventualidade deverá pro duzir-se durante um certo período (2). Eventualidade exprime, outrossim, ò caráter fortuito na produção do aconte cimento que se não confunde com acaso. * * *
Os riscos têm uma única conseqüên cia, a lesão econômica que se manifesta no ferir um patrimônio, como em cessar ou diminuir de um rendimento.
A realização do risco faz surgir uma necessidade pecuniária. Por isso, se
gundo disse Hemard — "todo risco cons titui uma eventualidade ,que provoca uma necessidade" que poderá realizar-se ou não. Entretanto, por ser pressen
tida tal necessidade, ela toma-se presen te, E a satisfação das necessidades
eventuais, obtemo-la por meio da previ dência qne vê em uma exigência ^tura uma exigência imediata. A forma mais j. Hemard — Theorie et P. des (2) Tens. V. 1 n.o 44. Ass.
^umo das S°quezar
acontecido em uma
O bem'ff.
valor desaparecido.
nertT ín Sma lesão segurado sSIsSura suDsütm a
ridade à conjunção — capital trabalho —
Consistindo o seguro na divisão má xima dos riscos, opera-se a trituração
que resulta em crescimento da produção. Áí o seguro aparece como elemento do
custo da produção, pois o industrial paga o preço da garantia que adquire, in cluindo nas despesas gerais da produção. Dêste modo, claramente se conclui que o seguro não representa fator de pro dução, porém a conservação e fortale cimento dos fatôres de produção, sôbre
cujo desenvolvimento influí considerà-
dêstes mediante o resseguro, permitin do gue o conjunto de segurados suporte o pêso do sinistro de maneira absoluta mente insensível.
No preço aue paga o segurado pela garantia que Ine vende o segurador, está
compreendida sua quota na participação indenizadora, resultado automàticamen-
to obtido pela aplicação do princípio de mutualidade em operação de grande número.
não criadora, aparece ao menos como
fecundante de riquezas.
que imprime à solvabilidade futura do
Não é de se considerar que o seguro
devedor, incentivando ainda mais o cré
realize um consumo improdutivo, além
dito publico 8 privado pela movimenta
do caso do segurado que recolhe os re
ção que opera sôbre capitais considerá
sultados da reparação do sinistro, pois, em qualquer hipótese, será sempre um consumo reprodutivo. Se o seguro visa a substituição de um
créditos especializados tais como o agrí cola, em que o seguro rural desempe
capital por e.xposto a perigos, eventuais, quer dizer que seu fim ó conservá-lo e a atividade criadora recupera, assim, suas forças reprodutivas, restabelecendo
^e receia produzindo no patrimônio do materialidade do obietolesão, nor
do acontecimento danoso".
Relativamente à circulação das' rique zas, o seguro desenvolve ação vantajo sa em favor do crédito, pela confiança
A função econômica do seguro, se
não constitui um fator de
riqucM ím
^larmente para aquêle que for vitima
tais ejbmentos.
®
49
trabalho, o seguro não só o conserva como aumenta. Traz, portanto, segu
velmente pela eliminação dos riscos ou anulação de prejuízos pendentes sôbre
Conauista assim uma situação de se-
Tal como significa a morte no segu ro de vida, que consistindo em aconte cimento tatal absolutamente certo sò mente adquire a peculiaridade do 'risco pelo momento em que sobrevém que é
realiza.
Digesto Econômico
veis. Principalmente com referência aos nha função essencial ao seu estabele cimento. * * *
A função econômica do seguro ofere
em seu estado anterior os bens destruí
dos ou desaparecidos. Portanto, não
sua expressão econômica, por isso con-
deve ser entendido
Patnmonial do segurado. Sua economia desenvolve-se. por tanto, para conservar e equilibrar.
É de considerar-se, todavia, a gran de mfluencm que o seguro exerce sôbre
entretanto
características
diversas,
como consumo improdutivo o prêmio
acompanhando a distinção fundamental e.xistente entre os seguros de coisas —
pago por aquele que não sofreu sinis
"contrato de indenização" — e o seguro
tro. Em primeiro lugar, porque o prê
servanáo o ritmo dos negó^os e a inte-
ço
do vida, — "contrato de constituição de
mio ó o preço da seguridade adquirida
capitais",
cuja ação, como já dissemos, é de
O objetivo dos seguros de coisas con siste na reparação de prejuízos determi
incontestável influência na produção. Além do mais, é consoante o espírito
nados pelo sinistro, recompondo uma si
social que se encara a função econômi
tuação econòmicamente perturbada, na
a produção , pois que atua indubitàvelniente sôbre seus dois fatôres - ca
ca do seguro, e não atrav& do ângulo
conformidade da importância segurada.
de visão de um segurado isoladamente.
Enquanto no seguro de \ida, verifica-se
pital e trabalho. Evita as perdas que
solidariedade humana já transpareciam
possam acontecer ao capital, recompon-
na observação de Leroy-Beaulieu — "o seguro distribuindo o sinistro sôbre um
O sentido social e a expressão de
do-o mediante a indenização, e pela confiança e firmeza que imprime ao (3)
grande número de indivíduos de um mesmo grupo, aumenta o pêso do sinis
J. Hemard. ob. cit. V n.o 17.
tro para todo grupo, mas o alivia sin-
A
a formação de capital a ser pago aos beneficiários do segurado "post-mortem", ou a si próprio em caso de sobre
vivência à determinada época. A natureza jurídica do seguro de vida definitivamente se analisa, disse
Weens, em uma promessa de capital.
C.
m Dicesto Econômico
50
A época etn que o acontecimento previsto se realiza é que constituí a alea contratual que vem efetivar a
promessa no pagamento do capital. Nes
sa época incerta, interrompe-se o curso
de uma capitalização, fundamento da
rado, enquanto no seguro de vida Ilie Assim, a função econômica do seguro
opera de modo diverso, ora impedindo
(1840-1929)
um empobrecimento mediante a indeni zação, ora produzindo um enriqueci
A propósito do seu primeiro centenário
estrutura do seguro de vida, consoante
mento pelo capital instituído.
a expressão de Planiol de que o risco é 'Tarret prematuré d'une thésaurisation
tanto para defesa de seus ben.s existen
en cours".
O risco no seguro de coisas produz
um desfalque no patrimônio do segu
Antônio da Silva Prado
traz um acréscimo.
por José Honório Rodrigues
A ambos prove o homem previdente,
Especial para o "Digesto Econômico"
tes, como para acautelar o futuro da fa
mília com a instituição de um capital
José Honório Rodrigues, o erudito historia dor brasileiro, nesse artigo descreve os prin
destinado a suprir sua ação produtiva interromp da pela realização do risco.
cipais serviços prestados pelo Conselheiro Antônio Prado a São Paulo e ao Brasil e
traça um interessante paralelo entre a sua
figura de homem público, hoje muito rara
I
VVÍiS'
Brasil, e a de Mauá, uma das maiores expressões da era do industrialismo.
o ST. Sdvw Tones, que chefwu a missão de técnicos brasileiros que a pedido do Gocêrno do Mextco fo, aquele país para colaborar com as autoridades^Cais
]Va história econômica e política do
e de viagem à Europa poderiam ter
. Brasil do início da era industrial,
Zssalígem ^ ^
Antônio da Silva Prado, ocupa um lugar
matado em sua alma os ardores de se nhor rural. Esta fidelidade e êste amor
<>'drevista a propósito
M^tco pode ser cormderada efetwamente uma calamidcãe pública. Como deve
saber, o Governo Mexicano pedtu auxilio, tanto ao Brasil como aos E.U A. e à Argentina. Assim, três eram as delegações existentes naquele vais"
"A princípio - prosseguiu - havia o propósito de se sar^ifiear grarule parte
dos rebanhos mexicanos.
i
f-,
"Esta era a opinião dos penicos americanos devendo ser cremado em se
administrativa e política bastaria por si
aos interêsses do campo patenteiam, sem dúvida, uma grande e forte per
só para consagrá-lo, tal a renovação de
sonalidade.
singular.
Inicial^nte declarou s.s.: "A epidemia de febre aftosa que irrompeu no
i-
O exame de sua atividade
métodos, a capacidade de gerir e a decidida vocação pelos empreendimentos
materiais que sempre revelou nos altos postos a que foi chamado. Sua própria
vida particular mostra como, desde
Desbrava o Oeste, como homem enér
gico e resignado às primeiras lutas, ini cia a plantação em zonas até então con sideradas de criação, inteiramente im próprias para o café, e consegue, com sua pertinácia, esfôrço, inteligência e de
guida todo o gado abatido Opinamos, porem, em contrário, achando que era
moço, manifestou qualidades de inicia
mais razoável, mais aconselhável e mais humana a vacinação intensiva. Isto é o que se está fazendo com ótimo resultado".
tiva e capacidade realmente invulgares.
dicação, transformá-las em novas e ricas
Presenteado logo no início de sua car reira com uma grande extensão de ter ras do Oeste Paulista, Antônio Prado, sem hesitação, começa logo a desbravar a mataria que lhe ofereceram, e ao con
áreas de cafezal.
O repórter desejou saber, no caso de sair vencedor o ponto de vista dos técni cos americanos, qual a quantidade de gado que deveria, calculadamente, ser sacrifi cada, ao que s.s. respondeu: "Mais de um milhão de bovinos deveria desaparecer nesse caso. Era pre
ciso a está altura ferir o ponto nevrálgico da questão. Houve, em meia à calami dade pública que invadiu o México, uma estranha intenção de se afirmar como ■ de origem brasileira o virus do terrível mal. Isso apenas porque aquela Nação comprou em nosso país alguns reprodutores da raça zebu. "O virus A., que foi constatado no gado mexicano, não existe no Brasil. Êle é de origem européia. Os exames foram feitos na Suíça, por técnicos absoluta mente insuspeitos. Dessa foima, o assunto não merece mais comentários.
"O fato é que deixamos o México numa fase de vacinações intensivas dos seus
rebanhos nas zonqs afetadas, de acordo com o ponto de vista da técnica brasilei ra", concluiu. ,
seguir vencê-la, dominá-la e convertê-la, num espaço de vinte anos, numa fa zenda de 600.000 pés de café, a Santa Veridiana, prova realmente que não era um moço vulgar êste que, aos vinte e seis anos, bacharel, rico e viajado, em preende tal aventura. Mesmo se consi derarmos que toda sua infância se pas sara no meio de lavouras de cana, ain da assim os anos da Corte, de São Paulo
A Fazenda Santa Ve
ridiana foi um modêlo para outros fa zendeiros.
Mas a transformação de Antônio Pra
do em CTande senhor rural se opera o
se com^eta com a Fazenda S. Martinho que funda, com o pai e o irmãOj em 1889, e que se toma, rapidamente, na maior plantação de café existente no Brasil, com 3.300.000 cafeeiros.
Representando os interêsses dos gran des senhores rurais na fase final da de
cadência dessa classe, até então a diri
gente dos negócios públicos no Brasil, Antônio Prado não se deixou submergir
m Dicesto Econômico
50
A época etn que o acontecimento previsto se realiza é que constituí a alea contratual que vem efetivar a
promessa no pagamento do capital. Nes
sa época incerta, interrompe-se o curso
de uma capitalização, fundamento da
rado, enquanto no seguro de vida Ilie Assim, a função econômica do seguro
opera de modo diverso, ora impedindo
(1840-1929)
um empobrecimento mediante a indeni zação, ora produzindo um enriqueci
A propósito do seu primeiro centenário
estrutura do seguro de vida, consoante
mento pelo capital instituído.
a expressão de Planiol de que o risco é 'Tarret prematuré d'une thésaurisation
tanto para defesa de seus ben.s existen
en cours".
O risco no seguro de coisas produz
um desfalque no patrimônio do segu
Antônio da Silva Prado
traz um acréscimo.
por José Honório Rodrigues
A ambos prove o homem previdente,
Especial para o "Digesto Econômico"
tes, como para acautelar o futuro da fa
mília com a instituição de um capital
José Honório Rodrigues, o erudito historia dor brasileiro, nesse artigo descreve os prin
destinado a suprir sua ação produtiva interromp da pela realização do risco.
cipais serviços prestados pelo Conselheiro Antônio Prado a São Paulo e ao Brasil e
traça um interessante paralelo entre a sua
figura de homem público, hoje muito rara
I
VVÍiS'
Brasil, e a de Mauá, uma das maiores expressões da era do industrialismo.
o ST. Sdvw Tones, que chefwu a missão de técnicos brasileiros que a pedido do Gocêrno do Mextco fo, aquele país para colaborar com as autoridades^Cais
]Va história econômica e política do
e de viagem à Europa poderiam ter
. Brasil do início da era industrial,
Zssalígem ^ ^
Antônio da Silva Prado, ocupa um lugar
matado em sua alma os ardores de se nhor rural. Esta fidelidade e êste amor
<>'drevista a propósito
M^tco pode ser cormderada efetwamente uma calamidcãe pública. Como deve
saber, o Governo Mexicano pedtu auxilio, tanto ao Brasil como aos E.U A. e à Argentina. Assim, três eram as delegações existentes naquele vais"
"A princípio - prosseguiu - havia o propósito de se sar^ifiear grarule parte
dos rebanhos mexicanos.
i
f-,
"Esta era a opinião dos penicos americanos devendo ser cremado em se
administrativa e política bastaria por si
aos interêsses do campo patenteiam, sem dúvida, uma grande e forte per
só para consagrá-lo, tal a renovação de
sonalidade.
singular.
Inicial^nte declarou s.s.: "A epidemia de febre aftosa que irrompeu no
i-
O exame de sua atividade
métodos, a capacidade de gerir e a decidida vocação pelos empreendimentos
materiais que sempre revelou nos altos postos a que foi chamado. Sua própria
vida particular mostra como, desde
Desbrava o Oeste, como homem enér
gico e resignado às primeiras lutas, ini cia a plantação em zonas até então con sideradas de criação, inteiramente im próprias para o café, e consegue, com sua pertinácia, esfôrço, inteligência e de
guida todo o gado abatido Opinamos, porem, em contrário, achando que era
moço, manifestou qualidades de inicia
mais razoável, mais aconselhável e mais humana a vacinação intensiva. Isto é o que se está fazendo com ótimo resultado".
tiva e capacidade realmente invulgares.
dicação, transformá-las em novas e ricas
Presenteado logo no início de sua car reira com uma grande extensão de ter ras do Oeste Paulista, Antônio Prado, sem hesitação, começa logo a desbravar a mataria que lhe ofereceram, e ao con
áreas de cafezal.
O repórter desejou saber, no caso de sair vencedor o ponto de vista dos técni cos americanos, qual a quantidade de gado que deveria, calculadamente, ser sacrifi cada, ao que s.s. respondeu: "Mais de um milhão de bovinos deveria desaparecer nesse caso. Era pre
ciso a está altura ferir o ponto nevrálgico da questão. Houve, em meia à calami dade pública que invadiu o México, uma estranha intenção de se afirmar como ■ de origem brasileira o virus do terrível mal. Isso apenas porque aquela Nação comprou em nosso país alguns reprodutores da raça zebu. "O virus A., que foi constatado no gado mexicano, não existe no Brasil. Êle é de origem européia. Os exames foram feitos na Suíça, por técnicos absoluta mente insuspeitos. Dessa foima, o assunto não merece mais comentários.
"O fato é que deixamos o México numa fase de vacinações intensivas dos seus
rebanhos nas zonqs afetadas, de acordo com o ponto de vista da técnica brasilei ra", concluiu. ,
seguir vencê-la, dominá-la e convertê-la, num espaço de vinte anos, numa fa zenda de 600.000 pés de café, a Santa Veridiana, prova realmente que não era um moço vulgar êste que, aos vinte e seis anos, bacharel, rico e viajado, em preende tal aventura. Mesmo se consi derarmos que toda sua infância se pas sara no meio de lavouras de cana, ain da assim os anos da Corte, de São Paulo
A Fazenda Santa Ve
ridiana foi um modêlo para outros fa zendeiros.
Mas a transformação de Antônio Pra
do em CTande senhor rural se opera o
se com^eta com a Fazenda S. Martinho que funda, com o pai e o irmãOj em 1889, e que se toma, rapidamente, na maior plantação de café existente no Brasil, com 3.300.000 cafeeiros.
Representando os interêsses dos gran des senhores rurais na fase final da de
cadência dessa classe, até então a diri
gente dos negócios públicos no Brasil, Antônio Prado não se deixou submergir
Dicesto Econômico
52
coni o novo estado de coisas.
A Abo
lição não o surpreendeu, nem o matou. Percebeu, desde cedo, a natural substi tuição do trabalho escravo pelo livre e
foi ele próprio dos primeiros a pleiteá-la. Incentivou a imigração, alertou os se nhores rurais, promoveu, em 1887, a
reunião dos proprietários de escravos
que se comprometiam a libertá-los, par
ticipou do gabinete João Alfredo que aboliu a escravidão e foi o redator do
projeto inicial de que resultou a Lei de 13 de Maio.
Acompanhou inteligentemente a trans
formação radical por que passava o país. De senhor rural e representante da aris tocracia rural que se assentava no criatorio,^ na cana e no café, passou a ser
um típico exemplar da nova classe diri gente que, a partir de 1850, iniciara sua
ascensão. Fundador, já em 1878, da Companh a Paulista de Estrada de Ferro presidente de 1889 a 1920 do Banco
do Comércio e Indústria de S. Paulo, instituidor, em 1895, da Vidraria Santa
Marina e do Curtume de Água Branca, e era 1910 do Frigorífico de Barretes, Antônio Prado não foi abatido nem der
rotado pela radical evolução econômica e de classe que se operou então. Pelo contrário, manteve-se tal qual. Assim como antes representara o patriarcado
rural, logo figura como um dos maiores e melhores modelos 'dos mais autênti
cos empreendedores industriais. da nossa vida econômica.
Mauá, por exemplo, que é sempre lembrado como uma das maiores ex
53
Dicesto Econômico
com o trabalho livre ao mesmo tempo que fundava, antes do apogeu da crise, instituições como a Companhia Paulista do Estradas de Ferro; e ainda porque, na verdade, não representou, como Mauá, interesses econômicos estrangeiros, mas, pelo contrário, formou com capitais na cionais as principais empresas que ini
lista, decidindo o caso da imigração ita
Ao lado da notícia biográfica aí se
liana em 1920, reformando a ilumina
alinham excelentes estudos e ensaios sô-
ciou ou dirigiu.
Agricultura e na Prefeitura de S. Paulo, promovendo a imigração, solucionando problemas dc transporte, introduzindo o
Prado" (São Paulo, 1946), que é uma coletânea de discursos, artigos, comen tários e noticiário publicados na impren sa brasileira na passagem do primeiro
bonde elétrico, lançando as bases da in
centenário de seu nascimento, ocorrido
dústria frigorífica, eletrificando a Pau
em 26 de fevereiro de 1940.
atividades c iniciativas no Ministério da
ção pública com a luz elétrica em vez
bre o homem e seu papel na história
Basta lembrar sobre isto sua atitude
do gás, promovendo a melhor e.vplora-
econômica, política e social, especial
quando da resolução de eletrificar o tron co principal da Paulista. Antônio Prado
ção do porto de Santos, constituem, na verdade, uma real e enorme quota à
drade, Pedro Galmon, Tobias Monteiro,
concitou todos os brasileiros acionistas à
civilização material do Brasil.
Assembléia Geral, que devia decidir da quela medida, de vez que os represen tantes da parte do 'capital inglês a ela
Pode-se dizer que o papel de Antônio
Afonso d'E. Taunay, Ayrosa Galvão,
Prado na vida social e econômica do
C. A. Monteiro de Barros e E\'erardo
Brasil não é a de um nome ou de um
Valim Pereira de Souza.
verbo; cabe-lhe bem aquêle lugar que uma escolar de Matthew Amolá assina
sentativos da era industrial, de empreen
lou a uma das partes da sentença: se
dimento audacioso da iniciativa priva
so opunham.
Já muitos anos antes,
quando dirigira o Ministério da Agri cultura, tivera a patriótica coragem de rever todos os contratos das companhias inglêsas, verificando que muita.s delas, abusando da "bona fide" do Govêmo
brasLeiro, pretendiam não explorar o
tráfego das estradas de ferro, mas sim explorar sua construção. No Relatório de 1886, apresentado ao Prado propunha' a
modificação do sistema adotado para os
novos contratos, sujeitando os projetos e orçamentos das companhias concessio-
nànas à revisão dos engenheiros do go vêmo e tomando obrigatória a revisão
geral dos contratos ainda em vigor,
Há, assim, dois fatos em sua vida que o colocam, em relação a outros em preendedores iniciais de nossa era inj suagrande destaque; a capa cidade de transformação lenta e se
pressões da era do industrialismo, não pode oferecer, como Antônio Prado, este gura de senhor rural em senhor da in espetáculo constante de piijança econó-' dustria e do capitalispio, e o caráter tipi camente brasileiro desta transformação, mica, de habilidade de gerência admi nistrativa, de inteligência e riqueza de feita e urdida com capitais brasileiros. Antônio Prado não esteve jamais a ser personalidade. A figura de Antônio Pra viço de interêsses estrangeiros. do é original e rara porque enfrentou a tempestade de uma crise no plano na Político realizador, preocupado com cional que destruiu a muitos, porque, os progressos materiais, tão úteis ao
mente os assinados por Navarro de An M. Paulo Filho, Francisco Monlevade,
Gomo um dos exemplares mais repre
uma palavra não é um verbo, um nome
da, Antônio Prado merece um mais lon
ou um adjetivo, entra na peneira co mum, que é o advérbio. A êle, tão
go e mais documentado exame. A histó
modesto, cabe modificar o verbo, o ad
jetivo e, às vezes, o substantivo ou pro
nece quase inexplorada parcialmente por que não tem sido inteiramente reconhe
nome.
cida como história e, parcialmente, por
Pois bem, Antônio Prado foi
ria econômica e social do Brasil perma
São Paulo, promovendo seu progresso e
que muito material de história econômi ca tem sido impiedosamente destruído. Empreendimentos como o do Banco do
induzindo seu rápido crescimento, como um fruto característico que foi da era
Companhia Paulista mereciam um es
industrial que começa a se esboçar pela
tudo mais largo e completo, tal a impor tância que ambas, no crédito e no trans
uma espécie de advérbio, que modifi cou a paisagem econômica ,e social de
segunda metade do século XIX. Deve-se, pois, ver mais como lem brança às novas gerações, dos serviços e
da capacidade de Antônio Prado do que
Comércio e Indústria de S. Paulo e da
porte, exerceram no impulso progressivo
e na formação do capitalismo no Brasil. Antônio Prado foi um precursor, um
vro que amigos e admiradores do grande
grande e corajoso iniciador, cuja his tória é, em grande parte, a própria his
homem acabam de pubhcar, o "1.° Gen-
tória econômica de São Paulo e do
tenário do Conselheiro Antônio da Silva
Brasil de 1860 a 1930.
como remenioração dos seus atos, o li
Comentando as eleições municipais realizadas no Chile, o vespertino "La Época" diz que os resultados do pleito repudiaram o comunismo de maneira
vindo de um período de vida econômi
desenvolvimento do Brasil, pertenceu,
ca completamente diferente, foi capaz de adaptar-se às novas condições surgidas
como Teófilo Otoní, a uma categoria
indubitável. Êsse comentário é encimado pelo titulo:
de homens muito raros no Brasil. Suas
Internacional".
"Comunismo — Câncer
" ^
Dicesto Econômico
52
coni o novo estado de coisas.
A Abo
lição não o surpreendeu, nem o matou. Percebeu, desde cedo, a natural substi tuição do trabalho escravo pelo livre e
foi ele próprio dos primeiros a pleiteá-la. Incentivou a imigração, alertou os se nhores rurais, promoveu, em 1887, a
reunião dos proprietários de escravos
que se comprometiam a libertá-los, par
ticipou do gabinete João Alfredo que aboliu a escravidão e foi o redator do
projeto inicial de que resultou a Lei de 13 de Maio.
Acompanhou inteligentemente a trans
formação radical por que passava o país. De senhor rural e representante da aris tocracia rural que se assentava no criatorio,^ na cana e no café, passou a ser
um típico exemplar da nova classe diri gente que, a partir de 1850, iniciara sua
ascensão. Fundador, já em 1878, da Companh a Paulista de Estrada de Ferro presidente de 1889 a 1920 do Banco
do Comércio e Indústria de S. Paulo, instituidor, em 1895, da Vidraria Santa
Marina e do Curtume de Água Branca, e era 1910 do Frigorífico de Barretes, Antônio Prado não foi abatido nem der
rotado pela radical evolução econômica e de classe que se operou então. Pelo contrário, manteve-se tal qual. Assim como antes representara o patriarcado
rural, logo figura como um dos maiores e melhores modelos 'dos mais autênti
cos empreendedores industriais. da nossa vida econômica.
Mauá, por exemplo, que é sempre lembrado como uma das maiores ex
53
Dicesto Econômico
com o trabalho livre ao mesmo tempo que fundava, antes do apogeu da crise, instituições como a Companhia Paulista do Estradas de Ferro; e ainda porque, na verdade, não representou, como Mauá, interesses econômicos estrangeiros, mas, pelo contrário, formou com capitais na cionais as principais empresas que ini
lista, decidindo o caso da imigração ita
Ao lado da notícia biográfica aí se
liana em 1920, reformando a ilumina
alinham excelentes estudos e ensaios sô-
ciou ou dirigiu.
Agricultura e na Prefeitura de S. Paulo, promovendo a imigração, solucionando problemas dc transporte, introduzindo o
Prado" (São Paulo, 1946), que é uma coletânea de discursos, artigos, comen tários e noticiário publicados na impren sa brasileira na passagem do primeiro
bonde elétrico, lançando as bases da in
centenário de seu nascimento, ocorrido
dústria frigorífica, eletrificando a Pau
em 26 de fevereiro de 1940.
atividades c iniciativas no Ministério da
ção pública com a luz elétrica em vez
bre o homem e seu papel na história
Basta lembrar sobre isto sua atitude
do gás, promovendo a melhor e.vplora-
econômica, política e social, especial
quando da resolução de eletrificar o tron co principal da Paulista. Antônio Prado
ção do porto de Santos, constituem, na verdade, uma real e enorme quota à
drade, Pedro Galmon, Tobias Monteiro,
concitou todos os brasileiros acionistas à
civilização material do Brasil.
Assembléia Geral, que devia decidir da quela medida, de vez que os represen tantes da parte do 'capital inglês a ela
Pode-se dizer que o papel de Antônio
Afonso d'E. Taunay, Ayrosa Galvão,
Prado na vida social e econômica do
C. A. Monteiro de Barros e E\'erardo
Brasil não é a de um nome ou de um
Valim Pereira de Souza.
verbo; cabe-lhe bem aquêle lugar que uma escolar de Matthew Amolá assina
sentativos da era industrial, de empreen
lou a uma das partes da sentença: se
dimento audacioso da iniciativa priva
so opunham.
Já muitos anos antes,
quando dirigira o Ministério da Agri cultura, tivera a patriótica coragem de rever todos os contratos das companhias inglêsas, verificando que muita.s delas, abusando da "bona fide" do Govêmo
brasLeiro, pretendiam não explorar o
tráfego das estradas de ferro, mas sim explorar sua construção. No Relatório de 1886, apresentado ao Prado propunha' a
modificação do sistema adotado para os
novos contratos, sujeitando os projetos e orçamentos das companhias concessio-
nànas à revisão dos engenheiros do go vêmo e tomando obrigatória a revisão
geral dos contratos ainda em vigor,
Há, assim, dois fatos em sua vida que o colocam, em relação a outros em preendedores iniciais de nossa era inj suagrande destaque; a capa cidade de transformação lenta e se
pressões da era do industrialismo, não pode oferecer, como Antônio Prado, este gura de senhor rural em senhor da in espetáculo constante de piijança econó-' dustria e do capitalispio, e o caráter tipi camente brasileiro desta transformação, mica, de habilidade de gerência admi nistrativa, de inteligência e riqueza de feita e urdida com capitais brasileiros. Antônio Prado não esteve jamais a ser personalidade. A figura de Antônio Pra viço de interêsses estrangeiros. do é original e rara porque enfrentou a tempestade de uma crise no plano na Político realizador, preocupado com cional que destruiu a muitos, porque, os progressos materiais, tão úteis ao
mente os assinados por Navarro de An M. Paulo Filho, Francisco Monlevade,
Gomo um dos exemplares mais repre
uma palavra não é um verbo, um nome
da, Antônio Prado merece um mais lon
ou um adjetivo, entra na peneira co mum, que é o advérbio. A êle, tão
go e mais documentado exame. A histó
modesto, cabe modificar o verbo, o ad
jetivo e, às vezes, o substantivo ou pro
nece quase inexplorada parcialmente por que não tem sido inteiramente reconhe
nome.
cida como história e, parcialmente, por
Pois bem, Antônio Prado foi
ria econômica e social do Brasil perma
São Paulo, promovendo seu progresso e
que muito material de história econômi ca tem sido impiedosamente destruído. Empreendimentos como o do Banco do
induzindo seu rápido crescimento, como um fruto característico que foi da era
Companhia Paulista mereciam um es
industrial que começa a se esboçar pela
tudo mais largo e completo, tal a impor tância que ambas, no crédito e no trans
uma espécie de advérbio, que modifi cou a paisagem econômica ,e social de
segunda metade do século XIX. Deve-se, pois, ver mais como lem brança às novas gerações, dos serviços e
da capacidade de Antônio Prado do que
Comércio e Indústria de S. Paulo e da
porte, exerceram no impulso progressivo
e na formação do capitalismo no Brasil. Antônio Prado foi um precursor, um
vro que amigos e admiradores do grande
grande e corajoso iniciador, cuja his tória é, em grande parte, a própria his
homem acabam de pubhcar, o "1.° Gen-
tória econômica de São Paulo e do
tenário do Conselheiro Antônio da Silva
Brasil de 1860 a 1930.
como remenioração dos seus atos, o li
Comentando as eleições municipais realizadas no Chile, o vespertino "La Época" diz que os resultados do pleito repudiaram o comunismo de maneira
vindo de um período de vida econômi
desenvolvimento do Brasil, pertenceu,
ca completamente diferente, foi capaz de adaptar-se às novas condições surgidas
como Teófilo Otoní, a uma categoria
indubitável. Êsse comentário é encimado pelo titulo:
de homens muito raros no Brasil. Suas
Internacional".
"Comunismo — Câncer
" ^
r ,
Digesto
portação do algodão. Os preciosos "Diá
^eoHémfc&
logos das Grandezas do Brasil", 'obra composta em 1618, ao se referir à gente marítima diz que vem aos portos com
Alguns dados sôbre o algodfio colonial
suas naus carregadas de produtos euro
peus que deixavam na terra e volviam "com cargas de açúcares, pau do Brasil
por Afonso Arinos de
Especial para o
Melo Franco
"Digesto Econômico'
^ origem do algodão como a do
"bombix". Apresada a nau pelos
açúcar (êste outro produto bá
guarda-costas lusos nas cercanias
sico da nossa economia) perde-se na escuridão dos tempos. Sabe
de Espanha, moveu Saint-Blancard um processo contra Pero Lo
mos que há mais de milênio e meio êle era manufaturado na ín nismo clássico.
g largamente conhecido, espalhado Na Idade Média foi também
pela Europa nas estradas dos cru zados. E a Renascença encon
trou-o como um dos produtos de mais ativo comércio das cidades italianas.
Por esta época o seu emprêgo cada vez mais difundido encon
trava oposição séria dos interessa dos no comércio da lã, sobretudo
na Europa ocidental. Talvez por isto mesmo, tendo a sua importa
\
tigo algodão nacional.
No arrolamento da carga, in
clui o processo "tricenta quintalla
O preço era de dois mil réis a arroba, que dava bastante lucro ao produtor e
catorum ad rationem decem du-
catorum pro quinlallo", o que transposto do latim bárbaro, logo se vê serem trezentos quintais de bombix, ao valor de dez ducados
valia o dôbro. Era verdade, contudo, que, nos últimos tempos, notava-se acen
por quintal. A verdadeira carac terização desta mercadoria ainda
O acondicionamento era em sacos, à
dústria de tecidos a encontrar su
não é muito firme. "Os trezen*■9® "bombicis" seriam
cedâneos ou a prover-se em outras fontes de matérias primas.
gen à margem do documento que pela primeira vez publicava. Ou-
ção dificultada, começou a in
godão".
bombicis valloris trium mille du-
também ao revendedor, pois em Lisboa tuada tendência para a baixa.
o emprêgo da malvácea na tecelagem,
rudimento de indústria de tecidos.
tando a lã.
O historiador americano A.B. Cox dá
setecentista, que êle chama a "revolução
industrial na manufatura nlgodoeira". De meados até fins do século XVIII o
emprêgo do algodão pelas fábricas in
glesas mais do que duplicava em cada dez anos.
Não é de admirar, pois, que aumen
tássemos tanto as nossas exportações para Lisboa, de onde, como sempre, os pro dutos brasileiros eram recambiados para Londres.
E, acompanhando o surto expansionista da indústria inglesa, continuou o
produto brasileiro o seu progresso no século XIX.
Nos primeiros anos da passada centú
ria o centro principal da cultura algodoeira foi o Nordeste.
prova de água. Detalhe interessante é ainda veiculado por Brandônio, que de monstra já existir, então, no Brasil, um
algodão", anota o mestre Vamlia-
aumentou consideràvelmente na Europa
outros subsídios para êste movimento
que andam à roda e passando sôbre eles o algodão larga uma parte, que é a por onde se mete a semente e pela outra vai lançando por entre os eixos o al
preciosos dados > sôbre o mais an
ro, e isto porque naquela época é que concorrendo e até certo ponto suplan
"Usam de uma invenção de dois eixos
gen na primeira edição , da "His tória Geral", é que nos fornece
século XVIII que o algodão se tomou artigo importante do comércio brasilei
Já se achava, então, bastante adianta do o cultivo da planta. Informa Brandônío nos "Diálogos" que no Brasil se co lhia grande quantidade de algodão. Co problema de se separar a semente da fibra. Havia para isto um separador tôsco, que Brandônio também descreve:
pes, a quem acusava de ser cau
Afirma mesmo o douto historiador da
nossa economia que foi exatamente no
e algodões para o reino".'
lhido e retirado o capullio, restava o
sador dos seus prejuízos. Êste processo, publicado por Varnha-
dia e que era utilizado no Medi terrâneo ainda nas eras do hele-
55
EcoNÓNaco
O excelente livro
do inglês Henri Koster fornece-nos vá rios subsídios para a história do algo
dão naquele período e naquela zona.
Koster, que viajou de Pernambuco ao
Diz
Maranhão entre 1809 e 1815, dá tanta
o'e: "E com isto me parece que tenho
importância ao comércio do algodão que uma das poucas gravuras do seu livro
A primeira notícia que se tem da exportação do algodão brasi
tms não estão muito convictos dis
dito o que basta dos algodões, dos quais também neste Brasil se faz muito bom
representa um aspecto do transporte do
leiro aparece de envolta com o
tosse algodão, mas algum suce dâneo, cujo emprêgo os france
pano de serviço".
produto enfardado, a lombo de cavalo.
O século XVIII, longe de presenciar à diminuição do comércio algodoeiro, as sistiu, ao contrário, à sua expansão. Em
buco mais importante do que a própria
episódio do barão de Saint-Blancard.
Êste capitalista francês armara uma nau, "La Pelerine", e a en viara ao comércio de escambo nas
costas brasileiras. O capitão da nau fundou um fortim no litoral
pernambucano, em 1531, e volveu
to.
Sugerem que talvez não
ses ^ estavam
tentando
ensaiar.
Possivelmente al^ma espécie de
1777
paína, ou uma das qualidades de Brasil o nome da malvácea uti-
em quinto lugar na escala das exporta-
líssíma (algodão bravo, algodão
çõe.': brasileiras, em seguida ao açúcar,
do brejo), embora nada tenham a
à Europa carregado de mercado
ver com ela.
rias inclusive de trezentos quin tais de um produto chamado
Em princípios do século XVII, já se talava francamente na ex-
(segundo informa um documen
to citado por Roberto Simonsen na sua "História Econômica"), o algodão ri nha
plantas que ainda trazem no
preciosa tomou-se hoje para Pernam cana de açúcar, em virtude dos pedi
dos consideráveis que os mercados da Grã-Bretanha fazem do algodão desta capitania e das adjacentes. O algodão
se plantava longe da costa, principal
aos couros, tabaco, e cacau, e acima já
mente nas cercanias de Limoeiro e Bom
cem contos cada um.
era semelhante ao descrito por Bran-
do pau brasil. Aliás estes seis produtos eram os únicos que e.xcediam à cifra de
J
No texto diz o seguinte: "Esta planta
Jardim.
O processo de separação dos caroços
r ,
Digesto
portação do algodão. Os preciosos "Diá
^eoHémfc&
logos das Grandezas do Brasil", 'obra composta em 1618, ao se referir à gente marítima diz que vem aos portos com
Alguns dados sôbre o algodfio colonial
suas naus carregadas de produtos euro
peus que deixavam na terra e volviam "com cargas de açúcares, pau do Brasil
por Afonso Arinos de
Especial para o
Melo Franco
"Digesto Econômico'
^ origem do algodão como a do
"bombix". Apresada a nau pelos
açúcar (êste outro produto bá
guarda-costas lusos nas cercanias
sico da nossa economia) perde-se na escuridão dos tempos. Sabe
de Espanha, moveu Saint-Blancard um processo contra Pero Lo
mos que há mais de milênio e meio êle era manufaturado na ín nismo clássico.
g largamente conhecido, espalhado Na Idade Média foi também
pela Europa nas estradas dos cru zados. E a Renascença encon
trou-o como um dos produtos de mais ativo comércio das cidades italianas.
Por esta época o seu emprêgo cada vez mais difundido encon
trava oposição séria dos interessa dos no comércio da lã, sobretudo
na Europa ocidental. Talvez por isto mesmo, tendo a sua importa
\
tigo algodão nacional.
No arrolamento da carga, in
clui o processo "tricenta quintalla
O preço era de dois mil réis a arroba, que dava bastante lucro ao produtor e
catorum ad rationem decem du-
catorum pro quinlallo", o que transposto do latim bárbaro, logo se vê serem trezentos quintais de bombix, ao valor de dez ducados
valia o dôbro. Era verdade, contudo, que, nos últimos tempos, notava-se acen
por quintal. A verdadeira carac terização desta mercadoria ainda
O acondicionamento era em sacos, à
dústria de tecidos a encontrar su
não é muito firme. "Os trezen*■9® "bombicis" seriam
cedâneos ou a prover-se em outras fontes de matérias primas.
gen à margem do documento que pela primeira vez publicava. Ou-
ção dificultada, começou a in
godão".
bombicis valloris trium mille du-
também ao revendedor, pois em Lisboa tuada tendência para a baixa.
o emprêgo da malvácea na tecelagem,
rudimento de indústria de tecidos.
tando a lã.
O historiador americano A.B. Cox dá
setecentista, que êle chama a "revolução
industrial na manufatura nlgodoeira". De meados até fins do século XVIII o
emprêgo do algodão pelas fábricas in
glesas mais do que duplicava em cada dez anos.
Não é de admirar, pois, que aumen
tássemos tanto as nossas exportações para Lisboa, de onde, como sempre, os pro dutos brasileiros eram recambiados para Londres.
E, acompanhando o surto expansionista da indústria inglesa, continuou o
produto brasileiro o seu progresso no século XIX.
Nos primeiros anos da passada centú
ria o centro principal da cultura algodoeira foi o Nordeste.
prova de água. Detalhe interessante é ainda veiculado por Brandônio, que de monstra já existir, então, no Brasil, um
algodão", anota o mestre Vamlia-
aumentou consideràvelmente na Europa
outros subsídios para êste movimento
que andam à roda e passando sôbre eles o algodão larga uma parte, que é a por onde se mete a semente e pela outra vai lançando por entre os eixos o al
preciosos dados > sôbre o mais an
ro, e isto porque naquela época é que concorrendo e até certo ponto suplan
"Usam de uma invenção de dois eixos
gen na primeira edição , da "His tória Geral", é que nos fornece
século XVIII que o algodão se tomou artigo importante do comércio brasilei
Já se achava, então, bastante adianta do o cultivo da planta. Informa Brandônío nos "Diálogos" que no Brasil se co lhia grande quantidade de algodão. Co problema de se separar a semente da fibra. Havia para isto um separador tôsco, que Brandônio também descreve:
pes, a quem acusava de ser cau
Afirma mesmo o douto historiador da
nossa economia que foi exatamente no
e algodões para o reino".'
lhido e retirado o capullio, restava o
sador dos seus prejuízos. Êste processo, publicado por Varnha-
dia e que era utilizado no Medi terrâneo ainda nas eras do hele-
55
EcoNÓNaco
O excelente livro
do inglês Henri Koster fornece-nos vá rios subsídios para a história do algo
dão naquele período e naquela zona.
Koster, que viajou de Pernambuco ao
Diz
Maranhão entre 1809 e 1815, dá tanta
o'e: "E com isto me parece que tenho
importância ao comércio do algodão que uma das poucas gravuras do seu livro
A primeira notícia que se tem da exportação do algodão brasi
tms não estão muito convictos dis
dito o que basta dos algodões, dos quais também neste Brasil se faz muito bom
representa um aspecto do transporte do
leiro aparece de envolta com o
tosse algodão, mas algum suce dâneo, cujo emprêgo os france
pano de serviço".
produto enfardado, a lombo de cavalo.
O século XVIII, longe de presenciar à diminuição do comércio algodoeiro, as sistiu, ao contrário, à sua expansão. Em
buco mais importante do que a própria
episódio do barão de Saint-Blancard.
Êste capitalista francês armara uma nau, "La Pelerine", e a en viara ao comércio de escambo nas
costas brasileiras. O capitão da nau fundou um fortim no litoral
pernambucano, em 1531, e volveu
to.
Sugerem que talvez não
ses ^ estavam
tentando
ensaiar.
Possivelmente al^ma espécie de
1777
paína, ou uma das qualidades de Brasil o nome da malvácea uti-
em quinto lugar na escala das exporta-
líssíma (algodão bravo, algodão
çõe.': brasileiras, em seguida ao açúcar,
do brejo), embora nada tenham a
à Europa carregado de mercado
ver com ela.
rias inclusive de trezentos quin tais de um produto chamado
Em princípios do século XVII, já se talava francamente na ex-
(segundo informa um documen
to citado por Roberto Simonsen na sua "História Econômica"), o algodão ri nha
plantas que ainda trazem no
preciosa tomou-se hoje para Pernam cana de açúcar, em virtude dos pedi
dos consideráveis que os mercados da Grã-Bretanha fazem do algodão desta capitania e das adjacentes. O algodão
se plantava longe da costa, principal
aos couros, tabaco, e cacau, e acima já
mente nas cercanias de Limoeiro e Bom
cem contos cada um.
era semelhante ao descrito por Bran-
do pau brasil. Aliás estes seis produtos eram os únicos que e.xcediam à cifra de
J
No texto diz o seguinte: "Esta planta
Jardim.
O processo de separação dos caroços
■. 56
dônio dois séculos antes.
Pouco- se ti
cros com a exploração eram considerá
veis, principalmente para o algodão de
Pernambuco, reputado, com
justiça,
o melhor. Segundo Koster a e.xportação nordestina subiu sempre, passando de 26.000 fardos em 1808 a 65.000 em 1813.
Koster pretende que à proporção que se desciá para o Sul o algodão ia peorando de qualidade, mas esta opinião não era partilhada pelo seu patrício mesma época
(1809) viajou por Minas Gerais.
Referindo-se à região que fica a Oeste cio no Jequitinhonha, Mawe informa ter visto por ali muito algodão, o qual ri valizava em qualidade com o de Per
nambuco. O algodão descia em tropas
cesso engenhoso sem dúvida, mas que não era tão perfeito.
Saint-Hilaire des
creve cuidadosamente ôste processo.
Interessante era também a forma de
,•
O ilustre Saint-Hilaíre, sem dúvida o
melhor cronista estrangeiro da fase colo nial, apresenta em dois dos seus livros
outros interessantes elementos para a Jiistória do algodão no Brasil central.
Para êle o melhor algodão .de Minas era de Pessanha, procurado por com pradores que vinham de longe. Como sempre exato e minucioso, o sábio fran
cês se demora em descrever os maquinismos empregados na separação das se
mentes e na cardagem do algodão. O • mecanismo separador era bem diferente do usado no Norte, e parecia ter sido
Quanto à car
dagem, não havendo os pentes especiais de metal em uso na Europa, o traba lho era aqui feito por meio de nm pro-
DE
64
por SÉRGIO Buarque de Hollanda Especial para o "Digesto Ecoxómico"
bern ou mal, conseguia diminuir consi-
O autor estuda, com proficiência e brilho, as conse-
pluma colocado dentro das bruacas de couro, preparando-o assim para a carga nas tropas de mulas. Quando vemos hoje as formidáveis prensas modernas
condições sociais e financeiras do Brasil, mostrando
como os capitais deixados em disponibilidade pela lei Eusébio de Queiroz provocaram uma radical trans
nossos avós.
É
deràvelmente o volume do algodão em
quências da extinção do tráfico negreiro sôhre as formação na paisagem econômica do país.
sentimos como que uma espccie de ternura por estes toscos engenhos dos
A intrujice nacional da qual ainda
nao conseguiram se libertar alguns seto-
guns negociantes usavam colocar cor pos estranhos no fundo dos sacos para aumentar-lhes o peso. Mas contra
na mesa dos senhores.
CRISE
aparelho complicado de madeira que,
acondicionado em sacos de couro, sus pensos a cangalhas de forma especial bricavam tecidos com o algodão colhido, desde a tela grosseira para uso dos ne-^ gros, até o pano mais fino, empregado
A
Novas, onde, aliás, era do primeira qua lidade a malvácea. A pren.sa era um
de mulas para o Rio, fazendo três e às vezes quatro meses de viagem. Vinha Na região de S. João dei Rei também havia plantações, sendo que ali se fa
DA LEI EUSÉB'ÍO:.
se prensar o algodão usada em Minas
7 comércio fim geral depende aliás da elevação e docujonível de
importado do Levante.
• •
Dicesto EcoNÓAaco
nha progredido neste particular. Os lu
•iv-
i ••
cultura, já então se manifestava.
Al
em 1851 que se inicia entre nós o
movimento regular de constituição das sociedades anônimas. Na mesma
data precisamente surge o "segundo"
Banco do Brasil, que três anos mais
tarde se reorganiza sob novos moldes, com unidade e monopólio das emissões.
Em 1852 inaugura-se a primeira linha
telegráfica na cidade do liio de Janeiro.
ciativa privada; a abreviação e incre
mento dos negócios, favorecidos pela ra pidez maior na circulação de noticias; o estabelecimento, enfim, de meios de
transporte modernos entre os centros de produção agrícola e as grandes praças comerciais do Império, são algumas das conseqüências mais decisivas de tais su cessos.
Seria inútil acrescentar que a'
jsto se tomou uma medida bastante sá bia. Forçou-se cada produtor estampar
Em 1853 funda-se o Banco Rural e Hi-
fiotecário que, sem desfrutar dos privi-
riqueza oriunda dos novos tipos de es peculação, que êles vieram a provocar,
égios do Banco do Brasil, pagará divi
tendia a ampliar-se, de certo modo, não
lucros, o que correspondia a provar a sua desonestidade. Esta informação de üaint-Hilaire é confirmada pela gravura
dendos muito mais avultados.
só à margem, mas também, e sobretudo,
a sua marca na parte externa dos envó-
Em 1854
abre-se ao tráfego a primeira linha de estradas de ferro do país — os 14 qui
à custa das tradicionais atividades agrá
Seria muito desejável que o govêmo
de São Paulo, começa a construir-se em 1855.
rias. Pode-se mesmo dizer que o cami nho aberto por essas transformações só poderá levar lògicamente a uma liquida ção mais ou menos rápida de nossa velha herança rural e colonial, ou seja da riqueza que se funda no emprêgo
culturais, instituísse museus históricos
Nesse breve quatriênio — de 1851 a
do braço escravo e na exploração ex-
1855 — criam-se, assim, em seqüência
refenda de Koster, aonde se vê, com ereito, que saco de couro traz uma micial bem visível na parte superior.
paulista, através dos seus departamentos destinados a testesmunhar, para esta e
as vindouras gerações, o trabalho dos nossos antepassados. O tempo em que somente se glorifícavam figuras e fato.s guerreiros já foi transposto. Hoje é altamente educativo o processo de se glo-
rificar o trabalho. Um museu agrícola,
que recolhesse os restos ainda existentes
lômetros e meio entre o pôrto de Mauá
e a estação de Fragozo. A segunda, que
irá ligar a Côrte à capital da província
quase vertiginosa, os elementos básicos de uma radical transformação na paisa
gem económ"ca brasileira.
Ê bem pro
vável que nenhuma outra fase de nossa história nacional, nem mesmo depois de
Íroclamada a República, se tenha reveido tão intensamente fértil em realiza
dos engenhos de açúcar, das máquinas
ções materiais de ampla ressonância. A organização e expansão do crédito ban
uma das belas casas da cxutura brasi
cário, literalmente inexistente desde 1829, e o. conseqüente estímulo à ini
de café, das prensas de algodão, seria leira.
tensi\'a e perdulária das terras de la voura.
Não é por simples coincidência crono
lógica que um período de excepcional
vitalidade dos negócios e que se desen volve sob a direção e em proveito de especuladores sem raízes rurais, tenha
ocorrido nos anos que se seguem ime diatamente ao primeiro passo dado para a abolição da escravidão, ou seja a su pressão do tráfico negreiro.
■. 56
dônio dois séculos antes.
Pouco- se ti
cros com a exploração eram considerá
veis, principalmente para o algodão de
Pernambuco, reputado, com
justiça,
o melhor. Segundo Koster a e.xportação nordestina subiu sempre, passando de 26.000 fardos em 1808 a 65.000 em 1813.
Koster pretende que à proporção que se desciá para o Sul o algodão ia peorando de qualidade, mas esta opinião não era partilhada pelo seu patrício mesma época
(1809) viajou por Minas Gerais.
Referindo-se à região que fica a Oeste cio no Jequitinhonha, Mawe informa ter visto por ali muito algodão, o qual ri valizava em qualidade com o de Per
nambuco. O algodão descia em tropas
cesso engenhoso sem dúvida, mas que não era tão perfeito.
Saint-Hilaire des
creve cuidadosamente ôste processo.
Interessante era também a forma de
,•
O ilustre Saint-Hilaíre, sem dúvida o
melhor cronista estrangeiro da fase colo nial, apresenta em dois dos seus livros
outros interessantes elementos para a Jiistória do algodão no Brasil central.
Para êle o melhor algodão .de Minas era de Pessanha, procurado por com pradores que vinham de longe. Como sempre exato e minucioso, o sábio fran
cês se demora em descrever os maquinismos empregados na separação das se
mentes e na cardagem do algodão. O • mecanismo separador era bem diferente do usado no Norte, e parecia ter sido
Quanto à car
dagem, não havendo os pentes especiais de metal em uso na Europa, o traba lho era aqui feito por meio de nm pro-
DE
64
por SÉRGIO Buarque de Hollanda Especial para o "Digesto Ecoxómico"
bern ou mal, conseguia diminuir consi-
O autor estuda, com proficiência e brilho, as conse-
pluma colocado dentro das bruacas de couro, preparando-o assim para a carga nas tropas de mulas. Quando vemos hoje as formidáveis prensas modernas
condições sociais e financeiras do Brasil, mostrando
como os capitais deixados em disponibilidade pela lei Eusébio de Queiroz provocaram uma radical trans
nossos avós.
É
deràvelmente o volume do algodão em
quências da extinção do tráfico negreiro sôhre as formação na paisagem econômica do país.
sentimos como que uma espccie de ternura por estes toscos engenhos dos
A intrujice nacional da qual ainda
nao conseguiram se libertar alguns seto-
guns negociantes usavam colocar cor pos estranhos no fundo dos sacos para aumentar-lhes o peso. Mas contra
na mesa dos senhores.
CRISE
aparelho complicado de madeira que,
acondicionado em sacos de couro, sus pensos a cangalhas de forma especial bricavam tecidos com o algodão colhido, desde a tela grosseira para uso dos ne-^ gros, até o pano mais fino, empregado
A
Novas, onde, aliás, era do primeira qua lidade a malvácea. A pren.sa era um
de mulas para o Rio, fazendo três e às vezes quatro meses de viagem. Vinha Na região de S. João dei Rei também havia plantações, sendo que ali se fa
DA LEI EUSÉB'ÍO:.
se prensar o algodão usada em Minas
7 comércio fim geral depende aliás da elevação e docujonível de
importado do Levante.
• •
Dicesto EcoNÓAaco
nha progredido neste particular. Os lu
•iv-
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cultura, já então se manifestava.
Al
em 1851 que se inicia entre nós o
movimento regular de constituição das sociedades anônimas. Na mesma
data precisamente surge o "segundo"
Banco do Brasil, que três anos mais
tarde se reorganiza sob novos moldes, com unidade e monopólio das emissões.
Em 1852 inaugura-se a primeira linha
telegráfica na cidade do liio de Janeiro.
ciativa privada; a abreviação e incre
mento dos negócios, favorecidos pela ra pidez maior na circulação de noticias; o estabelecimento, enfim, de meios de
transporte modernos entre os centros de produção agrícola e as grandes praças comerciais do Império, são algumas das conseqüências mais decisivas de tais su cessos.
Seria inútil acrescentar que a'
jsto se tomou uma medida bastante sá bia. Forçou-se cada produtor estampar
Em 1853 funda-se o Banco Rural e Hi-
fiotecário que, sem desfrutar dos privi-
riqueza oriunda dos novos tipos de es peculação, que êles vieram a provocar,
égios do Banco do Brasil, pagará divi
tendia a ampliar-se, de certo modo, não
lucros, o que correspondia a provar a sua desonestidade. Esta informação de üaint-Hilaire é confirmada pela gravura
dendos muito mais avultados.
só à margem, mas também, e sobretudo,
a sua marca na parte externa dos envó-
Em 1854
abre-se ao tráfego a primeira linha de estradas de ferro do país — os 14 qui
à custa das tradicionais atividades agrá
Seria muito desejável que o govêmo
de São Paulo, começa a construir-se em 1855.
rias. Pode-se mesmo dizer que o cami nho aberto por essas transformações só poderá levar lògicamente a uma liquida ção mais ou menos rápida de nossa velha herança rural e colonial, ou seja da riqueza que se funda no emprêgo
culturais, instituísse museus históricos
Nesse breve quatriênio — de 1851 a
do braço escravo e na exploração ex-
1855 — criam-se, assim, em seqüência
refenda de Koster, aonde se vê, com ereito, que saco de couro traz uma micial bem visível na parte superior.
paulista, através dos seus departamentos destinados a testesmunhar, para esta e
as vindouras gerações, o trabalho dos nossos antepassados. O tempo em que somente se glorifícavam figuras e fato.s guerreiros já foi transposto. Hoje é altamente educativo o processo de se glo-
rificar o trabalho. Um museu agrícola,
que recolhesse os restos ainda existentes
lômetros e meio entre o pôrto de Mauá
e a estação de Fragozo. A segunda, que
irá ligar a Côrte à capital da província
quase vertiginosa, os elementos básicos de uma radical transformação na paisa
gem económ"ca brasileira.
Ê bem pro
vável que nenhuma outra fase de nossa história nacional, nem mesmo depois de
Íroclamada a República, se tenha reveido tão intensamente fértil em realiza
dos engenhos de açúcar, das máquinas
ções materiais de ampla ressonância. A organização e expansão do crédito ban
uma das belas casas da cxutura brasi
cário, literalmente inexistente desde 1829, e o. conseqüente estímulo à ini
de café, das prensas de algodão, seria leira.
tensi\'a e perdulária das terras de la voura.
Não é por simples coincidência crono
lógica que um período de excepcional
vitalidade dos negócios e que se desen volve sob a direção e em proveito de especuladores sem raízes rurais, tenha
ocorrido nos anos que se seguem ime diatamente ao primeiro passo dado para a abolição da escravidão, ou seja a su pressão do tráfico negreiro.
Dicesto Econômico
58
Primeiro passo e, sem dúvida, o mais
decisivo e verdadeiramente heróico, ten do-se em conta a trama complexa de in teresses mercantis poderosos, e não só
de interesses como de paixões nacionais
que a carência de mão de obra pode ria produzir. Por outro lado, a circunstância de se
rem principalmente portuguesas, não bra sileiras, as grandes fortunas formadas à
e prejuízos fundamente arrai^Tados, que a lei Eusébio de Queiroz iria golpear de
sombra do comércio negrciro, tendia a
face.
vos e, por conseguinte, em favor de um governo disposto a enfrentá-la sem
Servindo-se da coleção de do
cumentos parlamentares britânicos sujei tos à epígrafe "Slave Trade". pôde Calógeras compor um quadro verdadeira
mente impressionante do que foram en
tão, as resistências e recalcitrâncias'Em mais de uma ocasião, a revolta suscitada pela violência dos cruzeiros ingleses de
repressão, que chegavam a apresar na-
mobilizar contra a introdução de escra hesitações, toda a descendência ainda
numerosa dos caramurus da Regência. E sabe-se que o nativismo lusófobo che
gou a representar, direta e indiretamen te, uma ponderável influência no movi mento para a supressão do tráfico.
Os interessados no negócio tinham lo grado organizar uma extensa rêde de precauções que sal• ;
.
vaguardassem
o
e.xercício
relhamento, puderam os interessados no
tráfico promover, mesmo e principalmen
te depois de 1845 — o ano do "Bill
"Acompanhei com vivo interesse a so
lução dêsse grave problema; compreendi que o contrabando não podia reerguerse, desde que a "vontade nacional" es
Aberdeen" —, um comércio cada vez
tava ao lado do ministério que decre
mais lucrativo e que os transformaria em verdadeiros magnatas das finanças do Império. Pode-se bem estimar a im
tava a supressão do tráfico. Reunir os capitais que se Ndam repentinamente des
portância do golpe representado pela lei Eusébio de Queiroz consideranao que
naquele ano de 1845 o total de negros importados fôra de 19.463; em 1846 de 50.324; em 1847, de 56.172; em 1848
locados de ilícito comércio e fazê-lo con
vergir a um centro onde pudesse ir ali mentar as forças produtivas do país, foi o pensamento que me surgiu na mente, ao ter a certeza de que aquele fato era irrevogável" (2). Pode-se assim dizer que, das cinzas
Desenvolvendo um sistema apurado de sinais e avisos
se assinala neste último ano resulta, aliás,
do tráfico negreiro, iria surgir uma era de aparato sem precedentes em nossa
não só da aprovação da lei Eusébio de
história comercial.
costeiros para indicar qual
Queiroz, que é de 4 de setembro, como
transformação súbita pode ser forneci
aa intensiiicação das atividades britâni
do pelas cifras relativas ao comércio exterior do Império, Até 1850, nessas
cionando jornais, subornando ção política ou policial aos
adversários, julgaram asse gurada para sempre a pró pria impunidade, assim como a invulnerabilidade das suas transações. "Conforme a
-vios brasileiros dentro dos nossos portos, pôde fortalecer de algum modo a cor rente de opinião favorável ao prossegui
classe do navio, por 800§000 a 1:000$000 se arranjavam papéis brasileiros e portu gueses exigidos pelos regulamentos, a
mento do tráfico, fazendo apelo aos sen timentos patrióticos do povo. Não fal tou, além disso, o constante argumento
fim de se realizarem as viagens. Voltan do da costa da África, e após o desem
dos partidários eternos do "statu-quo", dos que, temerosos do futuro incerto e
barco com sinal de moléstia a bordo.
barque da carga humana, entrava o
Por 500$000, o oficial de saúde passa
insondável, só querem, a qualquer custo,
va o atestado comprobatório, e o navio
o repouso permanente das instituições.
ia fazer quarentena no distrito de Santa
um mal inevitável em todo o caso di minuto, se comparado à miséria geral
comprava seu silêncio (1). Não é para admirar se, com esse apa-
de 60.000; em 1849, de 54.000 e em
funcionários, estimulando, por todos os modos, a persegui
algum tempo, seria, na peor Iiipótese,
na proximidade da ilha Raza, e que o faroleiro o fôssc visitar: por 200$000 se
aproveitamento de tais recursos na or ganização de um grande instituto de cré dito. Mauá, promotor da iniciativa, es creverá, quase trinta anos mais tarde, em sua "Exposição aos Credores":
1850, de 23.000. A queda súbita que
quer perigo a aproximação
Êstes eram, naturalmente, de parecer que
rar no fundeadouro costumeiro. Aconte
cia, por vêzes, que o negreiro pairasse
59
franco de suas atividades.
aos navios negreírns, subven
em país novo e mal povoado como o Brasu, a importação de negros, por mais
Digesto EcoNó^^co
Rita, cujo juiz de paz era sócio dos in fratores. Removiam-se, entãò, todos os
sinais denunciadores do transporte de negros, e por 600$000 se adquiria nova
carta de saúde, limpa desta vez. Assim purificado de culpa, o navio ia anco-
cas de repressão ao tráfico. A eficiência das medidas adotadas re
flete-se no fato de, já em 1851, terem entrado no país apenas 3.287 negros, e 700 em 1852. Depois disso, só se verifi
caram dois pequenos desembarques: o de Serinhaem, em Pernambuco, e o de São
Mateus, no Espírito Santo, que resulta
O termômetro dessa
importações jamais tinham chegado a atingir a soma dè sessenta mil contos. Entretanto, no exercício de 1850-51 al cançam, de um salto, 76.918:000$000, 6 no de 1851-52, 92.860:000$000. De
então por diante, até 1864, registam-se alguns decUnios que, contudo, não afe
ram na apreensão, por parte das autori
tam a tendência geral para o progressivo
dades, de mais de quinhentos africanos. Essa extinção de um comércio que constituirá a origem de algumas das
aumento de quantidade e valores, con forme pode atestar o seguinte quadro:
maiores e mais sèlidas fortunas brasilei
ras do tempo deveria forçosamente dei xar em disponibilidade os capitais até então comprometidos na importação de negros. A possibilidade de interessá-los firmemente em outros ramos de negó
cios não escapou a alguns espíritos escla recidos.
A própria fundação do Banco
do Brasil de 1851 está, segundo parece, relacionada com um plano deliberado de (1) Pandiá Calógeras, A Política Ex terior do Império, III, Da Eogcncla it Queda do Rosas (S. Paulo, 1933), p. 362.
1852-1853
87.332:000$000
1853-1854 1854-1855
85.839:000$000 85.171:0003000
1855-1856
92.779:0008000
1856-1857
125.227:000$000
1857-1858
130.264:0008000
1858-1859 1859-1860
127.268:0008000 113.028:0008000
1860-1861 1861-1862 1862-1863 1863-1864
123.720:0008000 110.531:0008000 99.163:0008000 124.200:0008000
(2) "Visconde de Mauá, Autobicçraflo
(Rio de Jaineiro, 1942), p. 123.
Dicesto Econômico
58
Primeiro passo e, sem dúvida, o mais
decisivo e verdadeiramente heróico, ten do-se em conta a trama complexa de in teresses mercantis poderosos, e não só
de interesses como de paixões nacionais
que a carência de mão de obra pode ria produzir. Por outro lado, a circunstância de se
rem principalmente portuguesas, não bra sileiras, as grandes fortunas formadas à
e prejuízos fundamente arrai^Tados, que a lei Eusébio de Queiroz iria golpear de
sombra do comércio negrciro, tendia a
face.
vos e, por conseguinte, em favor de um governo disposto a enfrentá-la sem
Servindo-se da coleção de do
cumentos parlamentares britânicos sujei tos à epígrafe "Slave Trade". pôde Calógeras compor um quadro verdadeira
mente impressionante do que foram en
tão, as resistências e recalcitrâncias'Em mais de uma ocasião, a revolta suscitada pela violência dos cruzeiros ingleses de
repressão, que chegavam a apresar na-
mobilizar contra a introdução de escra hesitações, toda a descendência ainda
numerosa dos caramurus da Regência. E sabe-se que o nativismo lusófobo che
gou a representar, direta e indiretamen te, uma ponderável influência no movi mento para a supressão do tráfico.
Os interessados no negócio tinham lo grado organizar uma extensa rêde de precauções que sal• ;
.
vaguardassem
o
e.xercício
relhamento, puderam os interessados no
tráfico promover, mesmo e principalmen
te depois de 1845 — o ano do "Bill
"Acompanhei com vivo interesse a so
lução dêsse grave problema; compreendi que o contrabando não podia reerguerse, desde que a "vontade nacional" es
Aberdeen" —, um comércio cada vez
tava ao lado do ministério que decre
mais lucrativo e que os transformaria em verdadeiros magnatas das finanças do Império. Pode-se bem estimar a im
tava a supressão do tráfico. Reunir os capitais que se Ndam repentinamente des
portância do golpe representado pela lei Eusébio de Queiroz consideranao que
naquele ano de 1845 o total de negros importados fôra de 19.463; em 1846 de 50.324; em 1847, de 56.172; em 1848
locados de ilícito comércio e fazê-lo con
vergir a um centro onde pudesse ir ali mentar as forças produtivas do país, foi o pensamento que me surgiu na mente, ao ter a certeza de que aquele fato era irrevogável" (2). Pode-se assim dizer que, das cinzas
Desenvolvendo um sistema apurado de sinais e avisos
se assinala neste último ano resulta, aliás,
do tráfico negreiro, iria surgir uma era de aparato sem precedentes em nossa
não só da aprovação da lei Eusébio de
história comercial.
costeiros para indicar qual
Queiroz, que é de 4 de setembro, como
transformação súbita pode ser forneci
aa intensiiicação das atividades britâni
do pelas cifras relativas ao comércio exterior do Império, Até 1850, nessas
cionando jornais, subornando ção política ou policial aos
adversários, julgaram asse gurada para sempre a pró pria impunidade, assim como a invulnerabilidade das suas transações. "Conforme a
-vios brasileiros dentro dos nossos portos, pôde fortalecer de algum modo a cor rente de opinião favorável ao prossegui
classe do navio, por 800§000 a 1:000$000 se arranjavam papéis brasileiros e portu gueses exigidos pelos regulamentos, a
mento do tráfico, fazendo apelo aos sen timentos patrióticos do povo. Não fal tou, além disso, o constante argumento
fim de se realizarem as viagens. Voltan do da costa da África, e após o desem
dos partidários eternos do "statu-quo", dos que, temerosos do futuro incerto e
barco com sinal de moléstia a bordo.
barque da carga humana, entrava o
Por 500$000, o oficial de saúde passa
insondável, só querem, a qualquer custo,
va o atestado comprobatório, e o navio
o repouso permanente das instituições.
ia fazer quarentena no distrito de Santa
um mal inevitável em todo o caso di minuto, se comparado à miséria geral
comprava seu silêncio (1). Não é para admirar se, com esse apa-
de 60.000; em 1849, de 54.000 e em
funcionários, estimulando, por todos os modos, a persegui
algum tempo, seria, na peor Iiipótese,
na proximidade da ilha Raza, e que o faroleiro o fôssc visitar: por 200$000 se
aproveitamento de tais recursos na or ganização de um grande instituto de cré dito. Mauá, promotor da iniciativa, es creverá, quase trinta anos mais tarde, em sua "Exposição aos Credores":
1850, de 23.000. A queda súbita que
quer perigo a aproximação
Êstes eram, naturalmente, de parecer que
rar no fundeadouro costumeiro. Aconte
cia, por vêzes, que o negreiro pairasse
59
franco de suas atividades.
aos navios negreírns, subven
em país novo e mal povoado como o Brasu, a importação de negros, por mais
Digesto EcoNó^^co
Rita, cujo juiz de paz era sócio dos in fratores. Removiam-se, entãò, todos os
sinais denunciadores do transporte de negros, e por 600$000 se adquiria nova
carta de saúde, limpa desta vez. Assim purificado de culpa, o navio ia anco-
cas de repressão ao tráfico. A eficiência das medidas adotadas re
flete-se no fato de, já em 1851, terem entrado no país apenas 3.287 negros, e 700 em 1852. Depois disso, só se verifi
caram dois pequenos desembarques: o de Serinhaem, em Pernambuco, e o de São
Mateus, no Espírito Santo, que resulta
O termômetro dessa
importações jamais tinham chegado a atingir a soma dè sessenta mil contos. Entretanto, no exercício de 1850-51 al cançam, de um salto, 76.918:000$000, 6 no de 1851-52, 92.860:000$000. De
então por diante, até 1864, registam-se alguns decUnios que, contudo, não afe
ram na apreensão, por parte das autori
tam a tendência geral para o progressivo
dades, de mais de quinhentos africanos. Essa extinção de um comércio que constituirá a origem de algumas das
aumento de quantidade e valores, con forme pode atestar o seguinte quadro:
maiores e mais sèlidas fortunas brasilei
ras do tempo deveria forçosamente dei xar em disponibilidade os capitais até então comprometidos na importação de negros. A possibilidade de interessá-los firmemente em outros ramos de negó
cios não escapou a alguns espíritos escla recidos.
A própria fundação do Banco
do Brasil de 1851 está, segundo parece, relacionada com um plano deliberado de (1) Pandiá Calógeras, A Política Ex terior do Império, III, Da Eogcncla it Queda do Rosas (S. Paulo, 1933), p. 362.
1852-1853
87.332:000$000
1853-1854 1854-1855
85.839:000$000 85.171:0003000
1855-1856
92.779:0008000
1856-1857
125.227:000$000
1857-1858
130.264:0008000
1858-1859 1859-1860
127.268:0008000 113.028:0008000
1860-1861 1861-1862 1862-1863 1863-1864
123.720:0008000 110.531:0008000 99.163:0008000 124.200:0008000
(2) "Visconde de Mauá, Autobicçraflo
(Rio de Jaineiro, 1942), p. 123.
■■ ■
60
r.
Dicesto Econômico
movimento comercial da praça do Rio
"Antes bons negros da costa d'África, para felicidade sua e nossa, a despeito do tòda a mórbida filantropia britânica,
de Janeiro depois de abolido o tráfico,
que e.squecida de sua própria casa deixa
nota como nos exercícios de 1850-51 e
ultrapassou a dos exercícios de 1848-49
morrer de fome o pobre irmão branco, escravo sem senhor que dele .se compa deça, e hipócrita ou estólida chora, ex
e 1849-50 em 59.043:000$000. O mes
posta ao ridículo da verdadeira filantro
mo, pòsto que em menor escala, ocorre
pia, o fado do nosso escravo feliz. Antes
com as exportações, que cresceram num
bons negros da costa d'África para cul tivar os nossos campos férteis do que
Sebastíão Ferreira Soares, assinalando
as gigantescas proporções que tomara o
1851-52 a soma global das importações
total de 11.498:000$000 (3).
A ânsia de enriquecimento, favorecida pelas facilidades de crédito, contaminou
logo todas as classes sociais e foi uma
wr
Dicesto Econômico
61
segundo observava' um deputado em
Não é de admirar se essas preven-
1854, na Assembléia Provincial, sendo "inimigos capitais das propriedades imó
çes 8 rancores tenham contribuído para o caráter drástico da lei 15'erTaz de agos
veis, se lembraram disto como meio de converterem essas propriedades em ca
to de 1860 que, pretendendo combater
pitais..
os abusos de crédito, ajudou a preci
pitar a tremenda crise comercial de 1864,
(4).
a primeira, desde a Independência, que não constitui fruto exclusivo de como
(4) Anais da Assembléia Xeg-lslatlva Provincial de Sao Paulo. 1854 (São
ções políticas internas ou reflexo de cri
Paulo, 1927), p. 225.
ses européias e norte-americanas.
todas as tetéias da rua do Ouvidor, do que vestidos de um conto e quinhentos mil reis para as nossas muiliercs; do que .aranjas a quatro vinténs cada uma em
um país que as produz quase espontâneamente, do que milho e arroz, e quase t^do que se necessita para o .sustento da vida humana, do estrangeiro, do que
tmaimentc emprôsas mal avisadas, muito
aiern das legítimas fôrças do país, as
í^.
; /
quais, perturbando as relações da socie-
produzindo uma deslocação de
trabalho, têm promovido mais que tudo
a escassez e alto preço de todos os viveres".
Ao otimismo infrene dos que, sob o J FY. ' -iV ■■ à,
regime da ampla liberdade de crédito
.
alcançavam riquezas rápidas, correspon da a perplexidade e o descontentamento
I
,
^
*, ; I,
\•
aos lavradores que tinham sido mais du
ramente atingidos pela cessação do trá-
tico. A instabilidade daquelas fortunas,
que ao menor sôpro contrário se desfa ziam, pareceu freqüentemente dar razão
das características desse período de "prosperidade". O fato constituía singu lar novidade no país e, pelas suas conse qüências, muitas vêzes desastrosas, che garia a alarmar os homens cautelosos. Num depoimento citado por Nabuco, e que vem no Relatório da Comissão de . Inquérito sobre a Crise de 1864, lê-se
este expressivo desabafo do espírito con servador diante dos costumes novos in
troduzidos com a febre de especulações: (3) Dr.
Sebastião
Ferreira
Soares
Elementos de Estatística-, I. (Rio 4© Janeiro, J§65), pp. 171.172.
aos nostálgicos do velho Brasil rural e patriarcal. Eram dois mundos distintos que se hostilizavam com rancor cres cente. Os próprios fazendeiros endivi
dados pelo recurso constante aos povoa dos, onde se proviam de escravos para as suas lavouras, não viam muitas vezes
sem desconfiança os remédios que, sob a capa de curar doenças momentâneas, pareciam uma permanente ameaça aos fundamentos tradicionais de seu prestí
Um artÍ2o publicado r\a revista "The Lamp", editada pela "Standard Oil Company", de Nova Jersey, assegura que os Estados Unidos poderão obter
fasolina de boa qualidade para atender suas necessidades nos três mil anos vin-
ouros, utilizando-se de metade dos depósitos de carvão declarados, caso se es gotem as reservas de petróleo e gás natural.
Diz o articulista que isso poderá ser feito simplesmente, sintetizando gasolina com emprôgo de carvão, coisa aue não se faz presentemente porque exige o dispêndio de 30 centavos por gatão, ao passo que a gasolina obtida do petróleo custa apenas 22 centavos.
certo projeto de criação de um banco
Os Estados Unidos possuem uma reserva de carvão avaliada em mais de três trilhões de toneladas, inclusive antracite e Unhüo e, se metade dessa reserva fôsse empregada para obtenção de gasolina daria cêrca de três e meio milhões de
rural e hipotecário. É que os socialistas.
tambores.
gio.
Em São Paulo chegou-se mesmo
a falar em socialismo a propósito de
i
li
■■ ■
60
r.
Dicesto Econômico
movimento comercial da praça do Rio
"Antes bons negros da costa d'África, para felicidade sua e nossa, a despeito do tòda a mórbida filantropia britânica,
de Janeiro depois de abolido o tráfico,
que e.squecida de sua própria casa deixa
nota como nos exercícios de 1850-51 e
ultrapassou a dos exercícios de 1848-49
morrer de fome o pobre irmão branco, escravo sem senhor que dele .se compa deça, e hipócrita ou estólida chora, ex
e 1849-50 em 59.043:000$000. O mes
posta ao ridículo da verdadeira filantro
mo, pòsto que em menor escala, ocorre
pia, o fado do nosso escravo feliz. Antes
com as exportações, que cresceram num
bons negros da costa d'África para cul tivar os nossos campos férteis do que
Sebastíão Ferreira Soares, assinalando
as gigantescas proporções que tomara o
1851-52 a soma global das importações
total de 11.498:000$000 (3).
A ânsia de enriquecimento, favorecida pelas facilidades de crédito, contaminou
logo todas as classes sociais e foi uma
wr
Dicesto Econômico
61
segundo observava' um deputado em
Não é de admirar se essas preven-
1854, na Assembléia Provincial, sendo "inimigos capitais das propriedades imó
çes 8 rancores tenham contribuído para o caráter drástico da lei 15'erTaz de agos
veis, se lembraram disto como meio de converterem essas propriedades em ca
to de 1860 que, pretendendo combater
pitais..
os abusos de crédito, ajudou a preci
pitar a tremenda crise comercial de 1864,
(4).
a primeira, desde a Independência, que não constitui fruto exclusivo de como
(4) Anais da Assembléia Xeg-lslatlva Provincial de Sao Paulo. 1854 (São
ções políticas internas ou reflexo de cri
Paulo, 1927), p. 225.
ses européias e norte-americanas.
todas as tetéias da rua do Ouvidor, do que vestidos de um conto e quinhentos mil reis para as nossas muiliercs; do que .aranjas a quatro vinténs cada uma em
um país que as produz quase espontâneamente, do que milho e arroz, e quase t^do que se necessita para o .sustento da vida humana, do estrangeiro, do que
tmaimentc emprôsas mal avisadas, muito
aiern das legítimas fôrças do país, as
í^.
; /
quais, perturbando as relações da socie-
produzindo uma deslocação de
trabalho, têm promovido mais que tudo
a escassez e alto preço de todos os viveres".
Ao otimismo infrene dos que, sob o J FY. ' -iV ■■ à,
regime da ampla liberdade de crédito
.
alcançavam riquezas rápidas, correspon da a perplexidade e o descontentamento
I
,
^
*, ; I,
\•
aos lavradores que tinham sido mais du
ramente atingidos pela cessação do trá-
tico. A instabilidade daquelas fortunas,
que ao menor sôpro contrário se desfa ziam, pareceu freqüentemente dar razão
das características desse período de "prosperidade". O fato constituía singu lar novidade no país e, pelas suas conse qüências, muitas vêzes desastrosas, che garia a alarmar os homens cautelosos. Num depoimento citado por Nabuco, e que vem no Relatório da Comissão de . Inquérito sobre a Crise de 1864, lê-se
este expressivo desabafo do espírito con servador diante dos costumes novos in
troduzidos com a febre de especulações: (3) Dr.
Sebastião
Ferreira
Soares
Elementos de Estatística-, I. (Rio 4© Janeiro, J§65), pp. 171.172.
aos nostálgicos do velho Brasil rural e patriarcal. Eram dois mundos distintos que se hostilizavam com rancor cres cente. Os próprios fazendeiros endivi
dados pelo recurso constante aos povoa dos, onde se proviam de escravos para as suas lavouras, não viam muitas vezes
sem desconfiança os remédios que, sob a capa de curar doenças momentâneas, pareciam uma permanente ameaça aos fundamentos tradicionais de seu prestí
Um artÍ2o publicado r\a revista "The Lamp", editada pela "Standard Oil Company", de Nova Jersey, assegura que os Estados Unidos poderão obter
fasolina de boa qualidade para atender suas necessidades nos três mil anos vin-
ouros, utilizando-se de metade dos depósitos de carvão declarados, caso se es gotem as reservas de petróleo e gás natural.
Diz o articulista que isso poderá ser feito simplesmente, sintetizando gasolina com emprôgo de carvão, coisa aue não se faz presentemente porque exige o dispêndio de 30 centavos por gatão, ao passo que a gasolina obtida do petróleo custa apenas 22 centavos.
certo projeto de criação de um banco
Os Estados Unidos possuem uma reserva de carvão avaliada em mais de três trilhões de toneladas, inclusive antracite e Unhüo e, se metade dessa reserva fôsse empregada para obtenção de gasolina daria cêrca de três e meio milhões de
rural e hipotecário. É que os socialistas.
tambores.
gio.
Em São Paulo chegou-se mesmo
a falar em socialismo a propósito de
i
li
l- PPI*i DiCESTo Econômico
/7 Proteção ao flcionista e
a estabilidade das Emprêsas por S. SOAHBS DE Faiua
TWo mício das sociedades por ações, o
fator predonünante de sua adoção foi o principio -.da irresponsabilidade, ou
melhor: o da limitação da responsabili dade ao valor das ações. Era isso o que seduzia e impressionava cs asso ciados, porque os punha a coberto dos riscos e incertezas, muito comuns na vida das empresas. Nem por isso no
entanto, se desatavam dos laços sociais Permanecia no grupo reduzido ou lüni' tado de acionistas a "affectio societatis" o intuitus personnae", embora sem à intensidade com que se manifestavam nas outras formas de sociedade, qual a de responsabilidade solidária.
Mas essa situação seria insustentável
e tornar-se-ía bastarda, quando, em pleno apogeu da era capitalista, se constituiram as grandes sociedades anônimas. Os acionistas, pelo seu número, não mais se intercomunicavam, e longe de ater-se à empresa, prestando-lhe a sua anima
ção e o seu concurso, dela se despren diam e, progressivamente, no dizer de
Baudouin-Bugnet, habituou-se a pro curar somente, nas relações sociais, a
confirmação de um dividendo, cuja con ferência alimentava suas satisfações pes
EsreciAL PABA o "Digesto Econômico" Por outro lado, as negociações nas bolsas fizeram nascer o interesse espe
culativo, muito embora esse fato não
importasse no desaparecimento de acio nistas, ainda dominados pelo espírito de colaboração. Se entregavam à socieda de o seu dinheiro, nem por isso dela se
ção inicial, à adoção de providências estatutárias e legislativas, que dificul tavam a alienação das ações, e que de notavam
um
acentuado
reCTesso
ao
"intuitos personnae", nas sociedades anô
videndos, desfazendo-se dos títulos, em
nimas, embora timidamente esboçado. Êsse movimento foi assinalado por De-
especulações nas bolsas, sempre que uma alta, provocada ou ocasional, lhes des
cional de Direito Comparado, de 1937,
perte o apetite de lucro, desligando-se da empresa, a que se não achava preso
"refcnt en sens inversa le chemin qu'el-
pela "affectio societatis". Observa ar gutamente o já citado Baudouin-Bugnet que uma tal deformação da concepção primitiva da "affectio societatis" devia,
cugis, quando, no Congresso Interna
asseverou que as sociedades por ações les avaient parcouni pendant le periode liberale".
Na Itália, o grande Vivante dera o
alarme, quanto ao perigo de serem as
fatalmente, traduzir-se nos fatos, e de
sua vocação moral.
inverter "de fond en comble" o con
trangeiro, submetendo a indústria nacio
ceito jurídico inicial.
nal a um estado de sujeição. Os estran
Isto, porém, se verificava nas socie dades de projeção limitada. Não podia prevalecer nas típicas sociedades da era capitalista, que concentravam enormes capitais e os sugavam de tõdas as eco nomias, nacioníU e internacional, que
exerciam uma grande força, que se ex pandia pelo mundo inteiro, tão grandes e tão poderosas que sua administração, na assertiva de Walter Ratenau, ultra passava o domínio do trabalho e das
trocas, o encargo do govômo de um peQueno Estado, e não se demoraria em
igualar ou exceder mesmo o de um grande Estado.
I^i o aparecimento do acionista, des ligado da empresa, sem outra preocupa ção que não a de perceber dividendos,
nuer. son role et son effort ]usqu'à ne plus être, en fin de compte, q'une sorte de rentíer éventuel".
pagar as suas ações.
tion d'actionnaíre Tassocié a vu- dimi-
permanentes e constantes, que, embora com a noção diluída de cooperação so cial, não podem ser incluídos naquela categoria que Müller-Erzbach batizou de "acionistas nômades", cuja única preocupação é a colheita de pingues di
desintegravam por inteiro, não lhe re cusando, na expressão do mesmo Bugnet,
juIgando-se feliz, no dizer de Bender, por ver limitado o seu risco e cm possuir um direito de crédito sôbre a repar tição dos lucros e liquidação do ativo, não tendo outra obrigação, senão a de
soais: 'Tar le moyen terme de Ia situa-
63
São acionistas
O "Digesto Econômico" tem a honra dc publicar ôste trabalho - pnra o qual
Em verdade, se o acionista não se
sociedades dominadas pelo interesse es geiros, que as dominarem, escrevia êle
considera mais como proprietário de uma
num célebre ti^abalho sob o título "La
parcela, mesmo insignificante do negó cio, ao qual confiou os seus capitais,
Difesa Nazionalle Delle Società per Azioni": "possono farei mancare qualche
não será, evidentemente, mais o direito
ramo d'industria o qualque macnina o
de co-proprietário que regulará, auto-
qualque prodotto speciale e tenerci in
màticamente, as relações entre os acio
uno stato di crônica dipendenza, che
nistas e a sociedade propriamente dita,
può divenire disastroso in tempo di guerra, e in tempi normali può metterci, con minacce di ricatti e di inaspri-
"mais seulement un droit de créance
que ceux-ci sont susceptibles d'exercer à Tégard de celle-là". O acionista des piu-se, por inteiro, das vestes de asso ciado, 8 só como um resíduo da concep
ção primitiva se encontra ainda um ter ceiro grupo, que Lachmann menciona como uma entidade virtualmente desa
parecida, que só pertence ao passado, o grupo que permanece fiel à idéia de co-propriedade, e ao interesse aue se
pode (ft)ter, participando da vida da em
presa. Ao revés ao que afirma Lach mann, essa categoria de acionista sub siste, principalmente depois que se acen tuaram os perigos da excessiva desper-
menti fiscali, in uno stato di soggezione che può ripercuotersi sulla independenza politica". E, fazendo a diagnose do mal e insi nuando os remédios, pôs em destaque a observação, que reputou mais origi
nal e mais penetrante, submetendo-a ao exame dos interessados: para salvar a
sociedade anônima da corrupção que desacredita a função, e afugenta as
economias, é necessária a transformação
das ações que ora circulam livremente, sob a forma anônima ao portador, em títulos nominativos, não podendo exer
sonalização do acionista, da grande con
cer o direito de voto os acionistas que
chamamos a atenção dos nossos leitores — ao ilustre dr. Sebastião Soares de Faria,
centração de capitais, das especulações
não tivessem os seus nomes .inscritos nos
professor de Direito Judiciário Civil da Faculdade dc Direito dc São Fatiln e antigo professor de Economia Política da extinta Universidade de São Paulo. O prof.
em grande escala, que as facilidades da
livros sociais, com seis meses de ante
transmissão das ações ao portador pos sibilitavam, perigos que ameaçavam a
cedência.
estabilidade na direção das emprêsas e, o que é mais, a própria economia nacio
é de natureza pessoal: foi assim no di
nal, e que levaram à volta à cohceitua-
mum; o é ainda nas formas mais simples
Soares de Faria é autor de notáveis obras jurídicas, como: "Investigação de piUértíidaã^', "Concordata Preventiva", "Concordata Terminativa", "Abuso do Ratão
Sociai" e "ônus de prova".
.. .
láütíÉÉto
1 .«KM -
O vínculo social, pontificava o Mestre, reito romano, no direito medieval e co- •
l- PPI*i DiCESTo Econômico
/7 Proteção ao flcionista e
a estabilidade das Emprêsas por S. SOAHBS DE Faiua
TWo mício das sociedades por ações, o
fator predonünante de sua adoção foi o principio -.da irresponsabilidade, ou
melhor: o da limitação da responsabili dade ao valor das ações. Era isso o que seduzia e impressionava cs asso ciados, porque os punha a coberto dos riscos e incertezas, muito comuns na vida das empresas. Nem por isso no
entanto, se desatavam dos laços sociais Permanecia no grupo reduzido ou lüni' tado de acionistas a "affectio societatis" o intuitus personnae", embora sem à intensidade com que se manifestavam nas outras formas de sociedade, qual a de responsabilidade solidária.
Mas essa situação seria insustentável
e tornar-se-ía bastarda, quando, em pleno apogeu da era capitalista, se constituiram as grandes sociedades anônimas. Os acionistas, pelo seu número, não mais se intercomunicavam, e longe de ater-se à empresa, prestando-lhe a sua anima
ção e o seu concurso, dela se despren diam e, progressivamente, no dizer de
Baudouin-Bugnet, habituou-se a pro curar somente, nas relações sociais, a
confirmação de um dividendo, cuja con ferência alimentava suas satisfações pes
EsreciAL PABA o "Digesto Econômico" Por outro lado, as negociações nas bolsas fizeram nascer o interesse espe
culativo, muito embora esse fato não
importasse no desaparecimento de acio nistas, ainda dominados pelo espírito de colaboração. Se entregavam à socieda de o seu dinheiro, nem por isso dela se
ção inicial, à adoção de providências estatutárias e legislativas, que dificul tavam a alienação das ações, e que de notavam
um
acentuado
reCTesso
ao
"intuitos personnae", nas sociedades anô
videndos, desfazendo-se dos títulos, em
nimas, embora timidamente esboçado. Êsse movimento foi assinalado por De-
especulações nas bolsas, sempre que uma alta, provocada ou ocasional, lhes des
cional de Direito Comparado, de 1937,
perte o apetite de lucro, desligando-se da empresa, a que se não achava preso
"refcnt en sens inversa le chemin qu'el-
pela "affectio societatis". Observa ar gutamente o já citado Baudouin-Bugnet que uma tal deformação da concepção primitiva da "affectio societatis" devia,
cugis, quando, no Congresso Interna
asseverou que as sociedades por ações les avaient parcouni pendant le periode liberale".
Na Itália, o grande Vivante dera o
alarme, quanto ao perigo de serem as
fatalmente, traduzir-se nos fatos, e de
sua vocação moral.
inverter "de fond en comble" o con
trangeiro, submetendo a indústria nacio
ceito jurídico inicial.
nal a um estado de sujeição. Os estran
Isto, porém, se verificava nas socie dades de projeção limitada. Não podia prevalecer nas típicas sociedades da era capitalista, que concentravam enormes capitais e os sugavam de tõdas as eco nomias, nacioníU e internacional, que
exerciam uma grande força, que se ex pandia pelo mundo inteiro, tão grandes e tão poderosas que sua administração, na assertiva de Walter Ratenau, ultra passava o domínio do trabalho e das
trocas, o encargo do govômo de um peQueno Estado, e não se demoraria em
igualar ou exceder mesmo o de um grande Estado.
I^i o aparecimento do acionista, des ligado da empresa, sem outra preocupa ção que não a de perceber dividendos,
nuer. son role et son effort ]usqu'à ne plus être, en fin de compte, q'une sorte de rentíer éventuel".
pagar as suas ações.
tion d'actionnaíre Tassocié a vu- dimi-
permanentes e constantes, que, embora com a noção diluída de cooperação so cial, não podem ser incluídos naquela categoria que Müller-Erzbach batizou de "acionistas nômades", cuja única preocupação é a colheita de pingues di
desintegravam por inteiro, não lhe re cusando, na expressão do mesmo Bugnet,
juIgando-se feliz, no dizer de Bender, por ver limitado o seu risco e cm possuir um direito de crédito sôbre a repar tição dos lucros e liquidação do ativo, não tendo outra obrigação, senão a de
soais: 'Tar le moyen terme de Ia situa-
63
São acionistas
O "Digesto Econômico" tem a honra dc publicar ôste trabalho - pnra o qual
Em verdade, se o acionista não se
sociedades dominadas pelo interesse es geiros, que as dominarem, escrevia êle
considera mais como proprietário de uma
num célebre ti^abalho sob o título "La
parcela, mesmo insignificante do negó cio, ao qual confiou os seus capitais,
Difesa Nazionalle Delle Società per Azioni": "possono farei mancare qualche
não será, evidentemente, mais o direito
ramo d'industria o qualque macnina o
de co-proprietário que regulará, auto-
qualque prodotto speciale e tenerci in
màticamente, as relações entre os acio
uno stato di crônica dipendenza, che
nistas e a sociedade propriamente dita,
può divenire disastroso in tempo di guerra, e in tempi normali può metterci, con minacce di ricatti e di inaspri-
"mais seulement un droit de créance
que ceux-ci sont susceptibles d'exercer à Tégard de celle-là". O acionista des piu-se, por inteiro, das vestes de asso ciado, 8 só como um resíduo da concep
ção primitiva se encontra ainda um ter ceiro grupo, que Lachmann menciona como uma entidade virtualmente desa
parecida, que só pertence ao passado, o grupo que permanece fiel à idéia de co-propriedade, e ao interesse aue se
pode (ft)ter, participando da vida da em
presa. Ao revés ao que afirma Lach mann, essa categoria de acionista sub siste, principalmente depois que se acen tuaram os perigos da excessiva desper-
menti fiscali, in uno stato di soggezione che può ripercuotersi sulla independenza politica". E, fazendo a diagnose do mal e insi nuando os remédios, pôs em destaque a observação, que reputou mais origi
nal e mais penetrante, submetendo-a ao exame dos interessados: para salvar a
sociedade anônima da corrupção que desacredita a função, e afugenta as
economias, é necessária a transformação
das ações que ora circulam livremente, sob a forma anônima ao portador, em títulos nominativos, não podendo exer
sonalização do acionista, da grande con
cer o direito de voto os acionistas que
chamamos a atenção dos nossos leitores — ao ilustre dr. Sebastião Soares de Faria,
centração de capitais, das especulações
não tivessem os seus nomes .inscritos nos
professor de Direito Judiciário Civil da Faculdade dc Direito dc São Fatiln e antigo professor de Economia Política da extinta Universidade de São Paulo. O prof.
em grande escala, que as facilidades da
livros sociais, com seis meses de ante
transmissão das ações ao portador pos sibilitavam, perigos que ameaçavam a
cedência.
estabilidade na direção das emprêsas e, o que é mais, a própria economia nacio
é de natureza pessoal: foi assim no di
nal, e que levaram à volta à cohceitua-
mum; o é ainda nas formas mais simples
Soares de Faria é autor de notáveis obras jurídicas, como: "Investigação de piUértíidaã^', "Concordata Preventiva", "Concordata Terminativa", "Abuso do Ratão
Sociai" e "ônus de prova".
.. .
láütíÉÉto
1 .«KM -
O vínculo social, pontificava o Mestre, reito romano, no direito medieval e co- •
Digesto Econômico
64
de sociedade, em nome coletivo ou em
Kemgesellscbaft
comandita, e se-lo-á sempre porq^ue êsse
Grossaktionare", sugerindo meios de pro
vinculo traz consigo uma série de obri gações e de garantias pessoais, que uma pessoa não pode prestar em lugar de outra. Por isso é regra, nesta matéria,
teção à estabilidade social e à perma
que um sócio não pode ceder a sua
ciedade deve a sua existência, o seu
quota sem o consentimento de todos os outros sócios.
Mas, no regular as sociedades anôni mas, para favorecer os interêsses de quem especula nas bôlsas, deu-se um
verantwortungsvolter
nência nos postos de direção dos acio nistas verdadeiros, do acionista-sócio, a
quem, na generalidade dos casos, a so desenvolvimento e o seu apogeu.
Ao contrário do que sustenta Lach-
mann, para Müller-Erzbach, a existência de um tal acionista não é um mito, e o
pulo raicíd., "si saltò a tal punto che
direito, a bem da economia nacional, não
nolH,
os acionistas de uma grande sociedade
sol"
so deUa societa, ma potè farzi senza
nemmeno dargU notizia%osicS oua^ non conosce i suoi azioAísU TneUe r£e vede p=. Io pii
-
Não se
possibilidade de di^
.
rigir uma socieda-
- ,
de. anônima tanto
^
a cem sócios, ho mens provectos de
negócio, quanto a um especulador que, com um contrato
de reporte, se assenhoreou, provisòriamente, de uma grande quantidade de
ações.
Aos primeiros, que são os verdadeiros interessados, se poderia conceder, em bora com certas precauções, uma influ-
ênci^a preponderante na administração,
conferindo-lhes iim direito de voto; ao
segundo deveriam ser negadas as prer
cia e acuidade o problema, encarando-o
rogativas que são próprias do acionista,
principalmente pelo lado da existência, numa emprêsa, de dois tipos de acio
enquanto participa da formação da von
tade social, porque nulo ou quase nulo
foi MüUer-Erzbach, no seu livro "Um-
é nêle o interesse em vista do qual o legislador lhe outorgou tais direitos. Ser-lhe-ão conferidos, em compensação,
gestalhmg der Aktiengesellchaft zur
outros direitos mais em consonância com
nistas, um que se não desprendeu da
qualidade de sócio e outro o "nômade",
I. -!
!.1>.
tcmar parto na empresa. E.ssa ublação não será sentida por um tal acionista,
gere.
e serv-rá para impedir que os bancos,
saram na Alemanha, e que antecederam
que têm em custodia suas ações, exer citem, no seu prónrio interêsse, sem
a sua nova lei das sociedades anônimas,
ri.sco nem perigo, o seu direito de voto.
Nas grandes discussões que se proces veio à tona de novo a questão: o acio nista nômade, o acionista que não tem
poderes de decisão que nada justifica?
ranza dei titolari
Quem estudou com grande proficiên
quase se esvaeceu o seu interesse em
de é gravosa mas é necessária e apela para a experiência americana das ações "doubly liability", análogas às que su
Não poderá, com a sua indiferença, con
sa proporcionar a
alienação.
lor das ações, ponto que julga essencialíssimo; reconhece que a responsabilida
possibilidade de participar nos lucros
passo que nos outros se subverteu, o
,
hora, por outro privava as sociedades de um título atraente pelas facilidades de
A primeira consistia em privar o acio
nista rendeiro, o pequeno acionista que ió se preocupa com a colocação do seu capital, do direito de voto, dado que
dendos e uma preferência na liquidação,
que o direito pos
Não nos parece que seja essa a solu ção para os males e os perigos aponta dos, porque, se por um lado preveni ria os assaltos e as surprêsas de última
brecarregaria de uma responsabilidade objetiva, limitada, porém, ao duplo va
com o que teria tudo o que deseja: a
bem estar das so ciedades anônimas
fatti compiuti".
teção, esta "elite" de acionistas se so
interêsses distintos e diversos, de vez que nuns o interesse societário é forte, ao
compadece com o
ia Società ne abbia notízia altro cbe a
a sua qualidade de conferidor de capital e especulador na bôVsa. Propôs Müner-Erzbach duas soluções.
outro interêsse na emprêsa que não o dc receber os dividendos que ela lhe propicia, pode continuar a dispor de
interêsses.
cambfare clandes tinamente, alFimprowiso, senza che
.65
Em compensação dessa perda, ser-lhe-ia assegurado um privilégio sôbre os divi
possível, a ésta dúplice variedade de
delle azioni può
Digesto Econômico
vididos em dois grandes grupos com
anônima se acham, há muito tempo, di
direito deve adequar-se, tanto quanto
as^nre°quT''' ° brio mal seguro, está sempre ex posto às surprêsas e às conjuras "dí borsa o di banca, perchè Ia maggio-
pode deixar de protegê-lo. Desde que
P
..tó---.
das grandes empresas, um investimento
correr para a subversão do programa
líquido, a possibilidade de auferir os
útil, previamente delineado e satisfatòriamente e.\ecutado pela sociedade, e ser a causa, arrastado pela especulação ou pela aquisição maciça dos seus tí tulos, da introdução da concorrência ou
lucros decorrentes dos aumentos de va
lor de suas ações, nas especulações bol
sistas. É o apêlo às ações privilegiadas Gomo meio de evitar a intromissão na
vida social de elementos espúrios, que muitas vezes, por golpes de audácia ou por maioria ocasional, conseguem apo
derar-se dos seus postos de comando, alijando os fundadores, os esteios da sua nroSperidade e sctopondo a emprêsa ao domínio de trustes nacionais ou estrangeiros, de combinações financeiras que,
não raro, levam os que lhe serviram de instrumento a despojarem-se dos seus títulos desvalorizados, em seu benefício.
da desordem na vida da sociedade? Nas
discussões que se realizaram na "Acade mia de Direito Alemão", informa Baudouin-Bugnet, êsses temas foram aven
tados, e posta a interrogação cruciante. Esses acionistas nômades poderão con tinuar a dispor de poderes de decisão
que nada justifica? O principio da con versão de todos os títulos ao portador
em títulos noWnativos, abraçado por Vivante, foi para logo desprezado. Por
Para êsse recurso também apelou Vi-
que seria contrariar, automàticamente, os
vante, e a medida encontrou apoio e consagração em várias legislações, inclu sive na nossa, como teremos ocasião de
principais caracteres dos valores mobiliiirios que são sobretudo elementos de
verificar*. A parte mais interessante po rém das sugestões de Müller-Erzbach está na garantia eficaz que resultaria d? coriferênciá a um décimo sòmente
dtí capital do direito de voto, repartido por 20 ou 25 açõ.es de grande valor, ri
fortuna fàcilmente cessíveis e realizáveis
com rapidez. Essa imposição seria fon te de sérias perturbações, de incalculá veis dificuldades para os estabelecimen tos financeiros, que atingiria, de ricochete, as próprias sociedades. Foi, por isso, formulada uma concep
gorosamente nqihínarivas e não negcc.ráveik na bôlsa,'só' transmissíveis por
ção que se insprava nas idéias de
átò público, nos casos eventualmente ne-
ples de dois grupos de acionistas; um a que competia a administração, titulares
cessãHós., Còmó cdnriapesO a esta pro .í-.u,
-U.iL
Müller-Erzbach: a criação pura e sim
Digesto Econômico
64
de sociedade, em nome coletivo ou em
Kemgesellscbaft
comandita, e se-lo-á sempre porq^ue êsse
Grossaktionare", sugerindo meios de pro
vinculo traz consigo uma série de obri gações e de garantias pessoais, que uma pessoa não pode prestar em lugar de outra. Por isso é regra, nesta matéria,
teção à estabilidade social e à perma
que um sócio não pode ceder a sua
ciedade deve a sua existência, o seu
quota sem o consentimento de todos os outros sócios.
Mas, no regular as sociedades anôni mas, para favorecer os interêsses de quem especula nas bôlsas, deu-se um
verantwortungsvolter
nência nos postos de direção dos acio nistas verdadeiros, do acionista-sócio, a
quem, na generalidade dos casos, a so desenvolvimento e o seu apogeu.
Ao contrário do que sustenta Lach-
mann, para Müller-Erzbach, a existência de um tal acionista não é um mito, e o
pulo raicíd., "si saltò a tal punto che
direito, a bem da economia nacional, não
nolH,
os acionistas de uma grande sociedade
sol"
so deUa societa, ma potè farzi senza
nemmeno dargU notizia%osicS oua^ non conosce i suoi azioAísU TneUe r£e vede p=. Io pii
-
Não se
possibilidade de di^
.
rigir uma socieda-
- ,
de. anônima tanto
^
a cem sócios, ho mens provectos de
negócio, quanto a um especulador que, com um contrato
de reporte, se assenhoreou, provisòriamente, de uma grande quantidade de
ações.
Aos primeiros, que são os verdadeiros interessados, se poderia conceder, em bora com certas precauções, uma influ-
ênci^a preponderante na administração,
conferindo-lhes iim direito de voto; ao
segundo deveriam ser negadas as prer
cia e acuidade o problema, encarando-o
rogativas que são próprias do acionista,
principalmente pelo lado da existência, numa emprêsa, de dois tipos de acio
enquanto participa da formação da von
tade social, porque nulo ou quase nulo
foi MüUer-Erzbach, no seu livro "Um-
é nêle o interesse em vista do qual o legislador lhe outorgou tais direitos. Ser-lhe-ão conferidos, em compensação,
gestalhmg der Aktiengesellchaft zur
outros direitos mais em consonância com
nistas, um que se não desprendeu da
qualidade de sócio e outro o "nômade",
I. -!
!.1>.
tcmar parto na empresa. E.ssa ublação não será sentida por um tal acionista,
gere.
e serv-rá para impedir que os bancos,
saram na Alemanha, e que antecederam
que têm em custodia suas ações, exer citem, no seu prónrio interêsse, sem
a sua nova lei das sociedades anônimas,
ri.sco nem perigo, o seu direito de voto.
Nas grandes discussões que se proces veio à tona de novo a questão: o acio nista nômade, o acionista que não tem
poderes de decisão que nada justifica?
ranza dei titolari
Quem estudou com grande proficiên
quase se esvaeceu o seu interesse em
de é gravosa mas é necessária e apela para a experiência americana das ações "doubly liability", análogas às que su
Não poderá, com a sua indiferença, con
sa proporcionar a
alienação.
lor das ações, ponto que julga essencialíssimo; reconhece que a responsabilida
possibilidade de participar nos lucros
passo que nos outros se subverteu, o
,
hora, por outro privava as sociedades de um título atraente pelas facilidades de
A primeira consistia em privar o acio
nista rendeiro, o pequeno acionista que ió se preocupa com a colocação do seu capital, do direito de voto, dado que
dendos e uma preferência na liquidação,
que o direito pos
Não nos parece que seja essa a solu ção para os males e os perigos aponta dos, porque, se por um lado preveni ria os assaltos e as surprêsas de última
brecarregaria de uma responsabilidade objetiva, limitada, porém, ao duplo va
com o que teria tudo o que deseja: a
bem estar das so ciedades anônimas
fatti compiuti".
teção, esta "elite" de acionistas se so
interêsses distintos e diversos, de vez que nuns o interesse societário é forte, ao
compadece com o
ia Società ne abbia notízia altro cbe a
a sua qualidade de conferidor de capital e especulador na bôVsa. Propôs Müner-Erzbach duas soluções.
outro interêsse na emprêsa que não o dc receber os dividendos que ela lhe propicia, pode continuar a dispor de
interêsses.
cambfare clandes tinamente, alFimprowiso, senza che
.65
Em compensação dessa perda, ser-lhe-ia assegurado um privilégio sôbre os divi
possível, a ésta dúplice variedade de
delle azioni può
Digesto Econômico
vididos em dois grandes grupos com
anônima se acham, há muito tempo, di
direito deve adequar-se, tanto quanto
as^nre°quT''' ° brio mal seguro, está sempre ex posto às surprêsas e às conjuras "dí borsa o di banca, perchè Ia maggio-
pode deixar de protegê-lo. Desde que
P
..tó---.
das grandes empresas, um investimento
correr para a subversão do programa
líquido, a possibilidade de auferir os
útil, previamente delineado e satisfatòriamente e.\ecutado pela sociedade, e ser a causa, arrastado pela especulação ou pela aquisição maciça dos seus tí tulos, da introdução da concorrência ou
lucros decorrentes dos aumentos de va
lor de suas ações, nas especulações bol
sistas. É o apêlo às ações privilegiadas Gomo meio de evitar a intromissão na
vida social de elementos espúrios, que muitas vezes, por golpes de audácia ou por maioria ocasional, conseguem apo
derar-se dos seus postos de comando, alijando os fundadores, os esteios da sua nroSperidade e sctopondo a emprêsa ao domínio de trustes nacionais ou estrangeiros, de combinações financeiras que,
não raro, levam os que lhe serviram de instrumento a despojarem-se dos seus títulos desvalorizados, em seu benefício.
da desordem na vida da sociedade? Nas
discussões que se realizaram na "Acade mia de Direito Alemão", informa Baudouin-Bugnet, êsses temas foram aven
tados, e posta a interrogação cruciante. Esses acionistas nômades poderão con tinuar a dispor de poderes de decisão
que nada justifica? O principio da con versão de todos os títulos ao portador
em títulos noWnativos, abraçado por Vivante, foi para logo desprezado. Por
Para êsse recurso também apelou Vi-
que seria contrariar, automàticamente, os
vante, e a medida encontrou apoio e consagração em várias legislações, inclu sive na nossa, como teremos ocasião de
principais caracteres dos valores mobiliiirios que são sobretudo elementos de
verificar*. A parte mais interessante po rém das sugestões de Müller-Erzbach está na garantia eficaz que resultaria d? coriferênciá a um décimo sòmente
dtí capital do direito de voto, repartido por 20 ou 25 açõ.es de grande valor, ri
fortuna fàcilmente cessíveis e realizáveis
com rapidez. Essa imposição seria fon te de sérias perturbações, de incalculá veis dificuldades para os estabelecimen tos financeiros, que atingiria, de ricochete, as próprias sociedades. Foi, por isso, formulada uma concep
gorosamente nqihínarivas e não negcc.ráveik na bôlsa,'só' transmissíveis por
ção que se insprava nas idéias de
átò público, nos casos eventualmente ne-
ples de dois grupos de acionistas; um a que competia a administração, titulares
cessãHós., Còmó cdnriapesO a esta pro .í-.u,
-U.iL
Müller-Erzbach: a criação pura e sim
Mmm
I
WWW^'
Dicesto Econômico
66
de ações de direção, e outro constituí do por acionistas sem direito de voto. A distinção repousava na duração da posse dos títulos, e em função dela se estabelecia.
Segundo esse conceito, continua Baudouin-Bugnet, os acionistas administra dores disporiam de títulos dum valor no minal elevado, nominativos, com direi
MVWV
67
DIGESTO ECONÓ^0CO
venu qu*au droit de vote". (Baudouin-
sam da sociedade, e nela sô procuram obter bons di\idcndos sem participação
Bugnet, Les Sociétés par actions en Alemagnc, pg. 85). Nossa lei, seguindo as pegadas de outras legislações, adotara as ações pre ferenciais, pelo decreto n.° 21.536, de
ativa
c constante na vida social, as
aç-ões do prioridade se colocam entre as ações comuns e as obrigações. Quando
privadas do direito de voto, a sua emis
15 de junho de 1932, vedando o voto
são não altera a situação dos antigos
plural, como na lei de 37 fez a Alema nha. Mas, precavida e acertadamente, não estabeleceu proporção, limitando-se a permitir que o capital das sociedades
acionistas, nem afeta a posição de seus admini.stradores.
A vida social não so
da presa apetecida. Por todos esses mo tivos seria necessária a permissão do voto plural, com as limitações e garan tias que a experiência do seu emprego aconselha, tendo em \'ista que ele a) assegura a estabilidade na dire ção técnica e adininistratÍN^a da empre sa, condição ind'spensável ao seu desenvolrimento;
E, para contrabalançar, tão equitati-
anônimas podia ser em parte constituí do por ações preferenciais dc uma ou mais classes, ações que, por fôrça do
vamente quanto possível, as vantagens
frerá abalos, nem haverá perigo dc uma ruptura violenta na sua orientação. Os que as adquirirem não terão outra mira eme não a da colocação segura o ren dosa do seu capital. Não serão espe
disposto no § 3.° ao art. 1.", poderiam
culadores, nem concorrentes, e.spiando a
c) 6 um instrumento de primeira or
ser privadas do direito
dem na luta entre o elemento técnico
e os especuladores que aspiram a hege
to de voto, ao passo que os outros se
riam portadores de títulos de valor no minal inferior, sem direito de voto, tí
tulos francamente negociáveis nas bolsas. materiais suscetíveis de
serem concedidas, po deria ser concedido um
dividendo
preferencial
às ações ao portador, seguido de um dividen
do geral para todos os títulos, e completado, às ações nominativas,
de voto. Acontece, po rém, que o decreto 2627, reproduzindo a
nistradas, é recurso mais convinhável
monia;
que o apêlo às obrigações. Porque estas
permissão,
lamentàvel-
tem o inconveniente de impedir, para
d) favorece o aumento de capital, assegurando os dirigentes receosos de
mente, sem justificativa
o futuro, maiores possibilidades de cré dito, e importam numa dívida, resgatá-
vel a prazo certo, e em prêmios, que
até a metade do capi
deverão ser satisfeitos, improrrogàvel-
tal social, consoante o
mente nos seus vencimentos.
disposto no § único ao
desde que as condições
Pode acontecer, também, que a so
art. 9.°, que sóa: "a
da emprêsa o permitis
ciedade já tenha contraído empréstimos daquela natureza e não tenha outro meio para fazer face ao seu desenvolvi
emissão de ações prefe
sem.
renciais sem direito de
A concepção, inspira
voto não pode ultrapas
mento e às exigências da sua vida finan
da na tese de Müller-
sar a metade do capital
Erzbach, era engenho
ceira, que não o de apelar para o au
social".
sa e sedutora, mas não
mento de capital, para o duplo ou ti-iplo
Fechando
dràstica-
do existente.
O recurso as ações de
foi adotada, devido pos
mente
às
sivelmente ao clima po
prioridade ou preferenciais é restrito, no
ações com voto plural,
sistema da nossa lei que, servilmente,
o
recurso
que era quase desconhecido na Alema
lítico, que então envolvia a Alemanha, impregnada do "fuhrer prinzip", que
nha, antes do período da inflação, e
envolvia também as emprêsas. E a lei
nesta época foram admitidas, sobretudo
de 30 de janeiro de 1937 repeliu, como a nossa, o voto plural e estabeleceu as
ações de prioridade. Mas não repeliu o voto plural de modo absoluto, pois
fundadoras de sociedades, contra a in geiros, a nossa lei, por acréscimo, restrin
o bem da sociedade ou os interesses
reito a voto.
Ton admet parfaitement Temission d'actions privilégiées quant à Ia répartition des benéficas: on considère que leurs
porteurs "attachent plus de prix au re-
tendo a válvula de segurança da lei ale mã de 37, que, embora fulminando, e sem razão, o voto plural, o permitiiT em casos especiais, terá que recorrer às
fluencia domínadora dos capitais estran
da Economia Nacional o exigirem. "Si le vote plural est supprimé, par contre
sem indagação de nossas conveniências, se adstringiu a outros diplomas legisla tivos. Não pode ir além da metade do capital social. Nessas condi/ções, não
pondo a mira em garantir às famílias
giu a possibilidade do emprego, em larga escala,^ das ações preferenciais, sem di
abriu a orecha para a sua adoção, se
quenas emprêsas, quando ameaçadas de injusta absorção, resistirem vàlidamente;
hora do assalto à presa cobiçada. Para as sociedades, bem geridas e bem admi
alguma ponderosa, li mitou a possibilidade
enfim, por um dividen do adicional, reservado
b) fa\'orece a concentração indus trial, permitindo, por outro lado, às pe
ações comuns e, assim, sujeitarcm-se os
Não é necessário insistir nas vantagens que propicia à vida econômica das so
ciedades tal espécie de ações. Consa grando o fenômeno indisputável da exis-
tência de acionistas, que se desinteres
üJk.
serem absorridos ou eliminados;
e) assegura às indústrias e às socie dades em geral o seu "caráter nacio nal": "rimportanza dí ciò non sfugge ad alcuno, quando si pensi che Tegemo-
nia dello Stato può trovarsi legata a
quella dell'industria" (N. Elèna, "Le Azíoni con voto plurimo"). Persistindo, porém, a repulsa à ado ção do voto plurimo, mesmo nos casos
e para as finalidades apontadas, a des
peito de ser um fato, decorrente da evolução histórica das sociedades anô
nimas, que, no geral, não mais predo mina nelas a vontade da maioria do ca
pital, mas a de um pequeno número de acionistas, verdadeiros sócios (veja-se Haussman, Vem Aktienwesen und Aktienrecht, e Goldsmidt — Recenti TendenZ0 nel Diritto Delia Società Anônima),
será acertado propugnar pela re\'0gação do § único do art. 80 do Decreto 2627.
seus administradores à pa.ssagem para
De tal forma, poderão as sociedades,
mãos cubiçosas do fruto do seu tiaba-
com direção estável, para as quais não é
Iho constante, honrado e profícuo. Ven cerá o simples especulador ou o concor rente pronto a colhêr o resultado dos esforços e a situação de prosperidade
um mito o acionista da fase inicial, premunir-se contra tentativas de absorção,
e possibilidade de perder o predomínio na condução dos negócios sociais.
Mmm
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Dicesto Econômico
66
de ações de direção, e outro constituí do por acionistas sem direito de voto. A distinção repousava na duração da posse dos títulos, e em função dela se estabelecia.
Segundo esse conceito, continua Baudouin-Bugnet, os acionistas administra dores disporiam de títulos dum valor no minal elevado, nominativos, com direi
MVWV
67
DIGESTO ECONÓ^0CO
venu qu*au droit de vote". (Baudouin-
sam da sociedade, e nela sô procuram obter bons di\idcndos sem participação
Bugnet, Les Sociétés par actions en Alemagnc, pg. 85). Nossa lei, seguindo as pegadas de outras legislações, adotara as ações pre ferenciais, pelo decreto n.° 21.536, de
ativa
c constante na vida social, as
aç-ões do prioridade se colocam entre as ações comuns e as obrigações. Quando
privadas do direito de voto, a sua emis
15 de junho de 1932, vedando o voto
são não altera a situação dos antigos
plural, como na lei de 37 fez a Alema nha. Mas, precavida e acertadamente, não estabeleceu proporção, limitando-se a permitir que o capital das sociedades
acionistas, nem afeta a posição de seus admini.stradores.
A vida social não so
da presa apetecida. Por todos esses mo tivos seria necessária a permissão do voto plural, com as limitações e garan tias que a experiência do seu emprego aconselha, tendo em \'ista que ele a) assegura a estabilidade na dire ção técnica e adininistratÍN^a da empre sa, condição ind'spensável ao seu desenvolrimento;
E, para contrabalançar, tão equitati-
anônimas podia ser em parte constituí do por ações preferenciais dc uma ou mais classes, ações que, por fôrça do
vamente quanto possível, as vantagens
frerá abalos, nem haverá perigo dc uma ruptura violenta na sua orientação. Os que as adquirirem não terão outra mira eme não a da colocação segura o ren dosa do seu capital. Não serão espe
disposto no § 3.° ao art. 1.", poderiam
culadores, nem concorrentes, e.spiando a
c) 6 um instrumento de primeira or
ser privadas do direito
dem na luta entre o elemento técnico
e os especuladores que aspiram a hege
to de voto, ao passo que os outros se
riam portadores de títulos de valor no minal inferior, sem direito de voto, tí
tulos francamente negociáveis nas bolsas. materiais suscetíveis de
serem concedidas, po deria ser concedido um
dividendo
preferencial
às ações ao portador, seguido de um dividen
do geral para todos os títulos, e completado, às ações nominativas,
de voto. Acontece, po rém, que o decreto 2627, reproduzindo a
nistradas, é recurso mais convinhável
monia;
que o apêlo às obrigações. Porque estas
permissão,
lamentàvel-
tem o inconveniente de impedir, para
d) favorece o aumento de capital, assegurando os dirigentes receosos de
mente, sem justificativa
o futuro, maiores possibilidades de cré dito, e importam numa dívida, resgatá-
vel a prazo certo, e em prêmios, que
até a metade do capi
deverão ser satisfeitos, improrrogàvel-
tal social, consoante o
mente nos seus vencimentos.
disposto no § único ao
desde que as condições
Pode acontecer, também, que a so
art. 9.°, que sóa: "a
da emprêsa o permitis
ciedade já tenha contraído empréstimos daquela natureza e não tenha outro meio para fazer face ao seu desenvolvi
emissão de ações prefe
sem.
renciais sem direito de
A concepção, inspira
voto não pode ultrapas
mento e às exigências da sua vida finan
da na tese de Müller-
sar a metade do capital
Erzbach, era engenho
ceira, que não o de apelar para o au
social".
sa e sedutora, mas não
mento de capital, para o duplo ou ti-iplo
Fechando
dràstica-
do existente.
O recurso as ações de
foi adotada, devido pos
mente
às
sivelmente ao clima po
prioridade ou preferenciais é restrito, no
ações com voto plural,
sistema da nossa lei que, servilmente,
o
recurso
que era quase desconhecido na Alema
lítico, que então envolvia a Alemanha, impregnada do "fuhrer prinzip", que
nha, antes do período da inflação, e
envolvia também as emprêsas. E a lei
nesta época foram admitidas, sobretudo
de 30 de janeiro de 1937 repeliu, como a nossa, o voto plural e estabeleceu as
ações de prioridade. Mas não repeliu o voto plural de modo absoluto, pois
fundadoras de sociedades, contra a in geiros, a nossa lei, por acréscimo, restrin
o bem da sociedade ou os interesses
reito a voto.
Ton admet parfaitement Temission d'actions privilégiées quant à Ia répartition des benéficas: on considère que leurs
porteurs "attachent plus de prix au re-
tendo a válvula de segurança da lei ale mã de 37, que, embora fulminando, e sem razão, o voto plural, o permitiiT em casos especiais, terá que recorrer às
fluencia domínadora dos capitais estran
da Economia Nacional o exigirem. "Si le vote plural est supprimé, par contre
sem indagação de nossas conveniências, se adstringiu a outros diplomas legisla tivos. Não pode ir além da metade do capital social. Nessas condi/ções, não
pondo a mira em garantir às famílias
giu a possibilidade do emprego, em larga escala,^ das ações preferenciais, sem di
abriu a orecha para a sua adoção, se
quenas emprêsas, quando ameaçadas de injusta absorção, resistirem vàlidamente;
hora do assalto à presa cobiçada. Para as sociedades, bem geridas e bem admi
alguma ponderosa, li mitou a possibilidade
enfim, por um dividen do adicional, reservado
b) fa\'orece a concentração indus trial, permitindo, por outro lado, às pe
ações comuns e, assim, sujeitarcm-se os
Não é necessário insistir nas vantagens que propicia à vida econômica das so
ciedades tal espécie de ações. Consa grando o fenômeno indisputável da exis-
tência de acionistas, que se desinteres
üJk.
serem absorridos ou eliminados;
e) assegura às indústrias e às socie dades em geral o seu "caráter nacio nal": "rimportanza dí ciò non sfugge ad alcuno, quando si pensi che Tegemo-
nia dello Stato può trovarsi legata a
quella dell'industria" (N. Elèna, "Le Azíoni con voto plurimo"). Persistindo, porém, a repulsa à ado ção do voto plurimo, mesmo nos casos
e para as finalidades apontadas, a des
peito de ser um fato, decorrente da evolução histórica das sociedades anô
nimas, que, no geral, não mais predo mina nelas a vontade da maioria do ca
pital, mas a de um pequeno número de acionistas, verdadeiros sócios (veja-se Haussman, Vem Aktienwesen und Aktienrecht, e Goldsmidt — Recenti TendenZ0 nel Diritto Delia Società Anônima),
será acertado propugnar pela re\'0gação do § único do art. 80 do Decreto 2627.
seus administradores à pa.ssagem para
De tal forma, poderão as sociedades,
mãos cubiçosas do fruto do seu tiaba-
com direção estável, para as quais não é
Iho constante, honrado e profícuo. Ven cerá o simples especulador ou o concor rente pronto a colhêr o resultado dos esforços e a situação de prosperidade
um mito o acionista da fase inicial, premunir-se contra tentativas de absorção,
e possibilidade de perder o predomínio na condução dos negócios sociais.
'f -nfíi Digesto
ALEIAS E armações por Americo Jacobina Lacombe
Especial para o Digesto Econômico
69
Econômico
"Entram na Baía muitas em o mês de
tratadores evidencia-se com a relação
Maio, ique é o primeiro do inverno na quelas partes, onde andam até o fim de dezembro, que se vão: e neste tempo de inverno, que reina até o mês de
dão idéia dos recursos de que dispu
agôsto, parem as fêmeas u abrigada da
dos bens incorporados ao patrimônio quando da e.xtinção do contrato. A ex tensão dos bens e a riqueza das alfaias nham os arrematantes. (11).
^ coloração do óleo de baleia, capí-
sòmente de lulas, que cheiram a almís-
T j - Wortante nossa "História Industrial , pertencedehoje a um passa-
cav, de certos detritos de sua digestão extrai-se o . perfume precioso que se
no mar largo, e trazem aqui os filhos, depois que parem, três e quatro meses,
boa, celebrou .novo contrato, incluindo
chama o "âmbar gris". Por isso são também ativamente nerseguidos. Desses
quo eles têm disposição para seguirem as mães pelo mar largo; e neste tempo
O prazo era de 12 anos e a quantia
do remoto (1). parece que aqui não, cabe aquela tao divulgada pedia de
nossa histona. econômica, - a de consem série de aventuras, ^ e lógica de nmn uma estruturacoerente adequada (2) defesa
coSoT'' Peío menos, valha-nos o So resultL^?^ °
%mais mteíras.
gigantes, cujo tamanno já diminuiu, passar-se-á à arraia miúda e será a vez
das orcas, dos marsuínos e dos golfi nhos" (3). Na nossa terra não se travou senão
um combate, e muito secundário, dessa insensata campanha universal contra uma raça de bons e úteis gigantes.
No Brasil encontraram os portugueses uma freqüência inaudita de
Nunca se apa-
garam de nossa memória as páginas impressíonàntes de Edmond Perrier sôbre a desÜTiiçao das baleias: "as baleias desaparecem"... explica o sá bio francês; "a caça desen freada, de que sãò vítimas, em
r7~—
'-'r—-. "' ' , ^ '
'- v; ■ A ■; -
"
que não e certo ter sido encontrada desde o fim do século XVIII. Che
gara, em breve, a vez da baleia Sarda, ou de Biscaia, sôbre a qual se atiram encamiçadamente os pescadores"... "Os grandes cetáceos estão, pois, ameaçados por tôda parte, de próxi ma extinção. Os cachalotes, tão grandes quanto as maiores baleias, têm as quei xadas inferiores providas de dentes e de-
fendem-se melhor; mas têm a desgraça de fornecer também óleo, espermacete (de que se fazem velas transparentes) e pgsos. Além disso, como se alimentam
nossa costa. As principais referências,
colecionou-as Viei-
ra Fazenda.
Ó Santo Pe.
Ancliieta e seus companheiros regalavam-se vendo, das jane las dos cubículos do colégio
pouco tempo terá liquidado
completo suas espécies, pois há diversas. A maior, a mais bela, a baleia verdadeira, baleia da Groenlândia, de tal maneira se tornou rara que não é mais caçada; talvez se tenha exterminado, já
baleias em quase tôda a
da Bahia, as baleias "andar
:
,.
' •
saltando", "tantas e tão grandes que ó para ver". "E por tôda a costa há muitas", acres centa; (4).
Gabriel Soares de Sousa, no "Tratado Descritivo do Brasil em 1587", (5) fornece curiosas minúcias da vida das
baleias na baía de Todos os Santos;
terra da Bahia pela tormenta que faz
anual de 80 mil cruzados. (12). Apes^
qual fazem grandes estrondos no mar. E em quanto as baleias andam na
mento aas armações; apesar dos prejuí
Baía", continua o minucioso autor, "fóge
o peixe do meio dela para os baixos e recôncavos onde elas não podem andar,
as quais ás vôzes, pelo irem seguindo, dão em seco". (6). Um certo biscainho chamado Pedro
do Urecha foi, segundo Vamhagen, o introdulor da indústria da pesca da ba leia no Brasil, (7) trazendo, para isso,
dois barcos e alguma gente de Biscaia, em
1003.
O nosso primeiro lústoriador, Frei Vi cente do Salvador, descreve de modo
Mvo e empolgante a pesca da baleia, ta'. como se fazia em seus dias na baía
de Todos os Santos. (8). Os lucros apreciáveis fizeram
com
que em poucos anos entrasse o "azeite ae peixe" na lista dos produtos arrema
tados, rendendo para a fazenda real, não se
sabe ao
certo se em 1639 ou
1644.
Por sinal que do contrato das
pagamento do bispo, cônegos e bene
ficiados da Catoaral do Rio de Ja-
pesquisador
honesto
valiosa obra histórica.
e
seguro,
com
Na direção da
Casa Rui, templo que os brasileiros ve
neram, Américo Jacobina Lacombe está
as armações da Balúa e Rio de Janeiro.
tornam as fêmeas a emprenhar, em a
baleias retirava-se a verba necessária ao
Américo Jacobina Lacombe, atual dire tor da "Casa Rui Barbosa", é um
Em 1.® de abril de 1765, Inácio Pedro
Quintela cora sete negociantes de Lis
neiro. Os próprios governadores, por essa mesma verba, recebiam uma parte de seus vencimentos. (9). Um dos contratadores mais felizes des
se próspero negócio foi Brás de Pina, (10; riquíssimo proprietário na cidade e em Irajá, e benemérito construtor, a
das despesas smltosas e de restabeleci
zos com a invasão espanhola em Santa
Catarina, ganharam Quintela e seus só cios uma quantia apreciável: em doze anos de contrato — quatro milhões de cruzados. Só na armação da Piedade recolheram-se 523 baleiasl
Calculava-
se
baleia
o
rendimento
de
cada
em
1:000$Q00, com dezesseis pipas de azei te a 320 réis a medida, e barbatana a
5$000 a arroba, e deduzida a despesa de I36$000 por pipa.
Um segundo contrato não foi menos feliz do que o primeiro, apesar de se ter elevado o pagamento a 100.000 cru zados. No terceiro contrato, arrematado
por 120.000 cruzados por ano, come çou a declinar o lucro; a pesca excedia ao nascimento dos baleotes.
Ao fim do
prazo, a 4 de abril de 1801, foi extinto o monopólio e ordenada a venda dus armações, avaliadas em 116t854$139. Não se tendo conseguido obter tal preço foram elas, após a independência, in
corporadas ao Datrimônio nacional, como acima já foi dito. Uma determinação . de 1.° de junho de 1816 mandou entre
gar à administração particular essa ex
ploração, mediante o pagamento do 21:000$000 por ano.
Mas o negócio se
desvalorizava dia a dia.
O inventário
das armações feito em 1816 acusava sò mente um valor de 111:663$620.
To
dos êstes dados são extraídos de uma
empreendendo, com segurança, critério e gôsto artístico, a divulgação da monu
sua custa, do cais que teve seu nome e
memória escrita por Jacinto Jorge dos
mental obra do glorioso patrício.
pos Mineiros". A prosperidade dos con
Santos Correia em 11 de março de 1820, 6 aproveitada por Fizarro. (13).
'aiit.
que foi depois substituído pelo de "Cais
>
'f -nfíi Digesto
ALEIAS E armações por Americo Jacobina Lacombe
Especial para o Digesto Econômico
69
Econômico
"Entram na Baía muitas em o mês de
tratadores evidencia-se com a relação
Maio, ique é o primeiro do inverno na quelas partes, onde andam até o fim de dezembro, que se vão: e neste tempo de inverno, que reina até o mês de
dão idéia dos recursos de que dispu
agôsto, parem as fêmeas u abrigada da
dos bens incorporados ao patrimônio quando da e.xtinção do contrato. A ex tensão dos bens e a riqueza das alfaias nham os arrematantes. (11).
^ coloração do óleo de baleia, capí-
sòmente de lulas, que cheiram a almís-
T j - Wortante nossa "História Industrial , pertencedehoje a um passa-
cav, de certos detritos de sua digestão extrai-se o . perfume precioso que se
no mar largo, e trazem aqui os filhos, depois que parem, três e quatro meses,
boa, celebrou .novo contrato, incluindo
chama o "âmbar gris". Por isso são também ativamente nerseguidos. Desses
quo eles têm disposição para seguirem as mães pelo mar largo; e neste tempo
O prazo era de 12 anos e a quantia
do remoto (1). parece que aqui não, cabe aquela tao divulgada pedia de
nossa histona. econômica, - a de consem série de aventuras, ^ e lógica de nmn uma estruturacoerente adequada (2) defesa
coSoT'' Peío menos, valha-nos o So resultL^?^ °
%mais mteíras.
gigantes, cujo tamanno já diminuiu, passar-se-á à arraia miúda e será a vez
das orcas, dos marsuínos e dos golfi nhos" (3). Na nossa terra não se travou senão
um combate, e muito secundário, dessa insensata campanha universal contra uma raça de bons e úteis gigantes.
No Brasil encontraram os portugueses uma freqüência inaudita de
Nunca se apa-
garam de nossa memória as páginas impressíonàntes de Edmond Perrier sôbre a desÜTiiçao das baleias: "as baleias desaparecem"... explica o sá bio francês; "a caça desen freada, de que sãò vítimas, em
r7~—
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'- v; ■ A ■; -
"
que não e certo ter sido encontrada desde o fim do século XVIII. Che
gara, em breve, a vez da baleia Sarda, ou de Biscaia, sôbre a qual se atiram encamiçadamente os pescadores"... "Os grandes cetáceos estão, pois, ameaçados por tôda parte, de próxi ma extinção. Os cachalotes, tão grandes quanto as maiores baleias, têm as quei xadas inferiores providas de dentes e de-
fendem-se melhor; mas têm a desgraça de fornecer também óleo, espermacete (de que se fazem velas transparentes) e pgsos. Além disso, como se alimentam
nossa costa. As principais referências,
colecionou-as Viei-
ra Fazenda.
Ó Santo Pe.
Ancliieta e seus companheiros regalavam-se vendo, das jane las dos cubículos do colégio
pouco tempo terá liquidado
completo suas espécies, pois há diversas. A maior, a mais bela, a baleia verdadeira, baleia da Groenlândia, de tal maneira se tornou rara que não é mais caçada; talvez se tenha exterminado, já
baleias em quase tôda a
da Bahia, as baleias "andar
:
,.
' •
saltando", "tantas e tão grandes que ó para ver". "E por tôda a costa há muitas", acres centa; (4).
Gabriel Soares de Sousa, no "Tratado Descritivo do Brasil em 1587", (5) fornece curiosas minúcias da vida das
baleias na baía de Todos os Santos;
terra da Bahia pela tormenta que faz
anual de 80 mil cruzados. (12). Apes^
qual fazem grandes estrondos no mar. E em quanto as baleias andam na
mento aas armações; apesar dos prejuí
Baía", continua o minucioso autor, "fóge
o peixe do meio dela para os baixos e recôncavos onde elas não podem andar,
as quais ás vôzes, pelo irem seguindo, dão em seco". (6). Um certo biscainho chamado Pedro
do Urecha foi, segundo Vamhagen, o introdulor da indústria da pesca da ba leia no Brasil, (7) trazendo, para isso,
dois barcos e alguma gente de Biscaia, em
1003.
O nosso primeiro lústoriador, Frei Vi cente do Salvador, descreve de modo
Mvo e empolgante a pesca da baleia, ta'. como se fazia em seus dias na baía
de Todos os Santos. (8). Os lucros apreciáveis fizeram
com
que em poucos anos entrasse o "azeite ae peixe" na lista dos produtos arrema
tados, rendendo para a fazenda real, não se
sabe ao
certo se em 1639 ou
1644.
Por sinal que do contrato das
pagamento do bispo, cônegos e bene
ficiados da Catoaral do Rio de Ja-
pesquisador
honesto
valiosa obra histórica.
e
seguro,
com
Na direção da
Casa Rui, templo que os brasileiros ve
neram, Américo Jacobina Lacombe está
as armações da Balúa e Rio de Janeiro.
tornam as fêmeas a emprenhar, em a
baleias retirava-se a verba necessária ao
Américo Jacobina Lacombe, atual dire tor da "Casa Rui Barbosa", é um
Em 1.® de abril de 1765, Inácio Pedro
Quintela cora sete negociantes de Lis
neiro. Os próprios governadores, por essa mesma verba, recebiam uma parte de seus vencimentos. (9). Um dos contratadores mais felizes des
se próspero negócio foi Brás de Pina, (10; riquíssimo proprietário na cidade e em Irajá, e benemérito construtor, a
das despesas smltosas e de restabeleci
zos com a invasão espanhola em Santa
Catarina, ganharam Quintela e seus só cios uma quantia apreciável: em doze anos de contrato — quatro milhões de cruzados. Só na armação da Piedade recolheram-se 523 baleiasl
Calculava-
se
baleia
o
rendimento
de
cada
em
1:000$Q00, com dezesseis pipas de azei te a 320 réis a medida, e barbatana a
5$000 a arroba, e deduzida a despesa de I36$000 por pipa.
Um segundo contrato não foi menos feliz do que o primeiro, apesar de se ter elevado o pagamento a 100.000 cru zados. No terceiro contrato, arrematado
por 120.000 cruzados por ano, come çou a declinar o lucro; a pesca excedia ao nascimento dos baleotes.
Ao fim do
prazo, a 4 de abril de 1801, foi extinto o monopólio e ordenada a venda dus armações, avaliadas em 116t854$139. Não se tendo conseguido obter tal preço foram elas, após a independência, in
corporadas ao Datrimônio nacional, como acima já foi dito. Uma determinação . de 1.° de junho de 1816 mandou entre
gar à administração particular essa ex
ploração, mediante o pagamento do 21:000$000 por ano.
Mas o negócio se
desvalorizava dia a dia.
O inventário
das armações feito em 1816 acusava sò mente um valor de 111:663$620.
To
dos êstes dados são extraídos de uma
empreendendo, com segurança, critério e gôsto artístico, a divulgação da monu
sua custa, do cais que teve seu nome e
memória escrita por Jacinto Jorge dos
mental obra do glorioso patrício.
pos Mineiros". A prosperidade dos con
Santos Correia em 11 de março de 1820, 6 aproveitada por Fizarro. (13).
'aiit.
que foi depois substituído pelo de "Cais
>
70
Não dispomos de dados suficientes para calcular o valor da exportação dos produtos da baleia durante o período dos contratos.
A correspondência dos
governadores do Arquivo Nacional, po rém, que constitui um manancial pre ciosíssimo de informações, à espera de
uma pesquisa sistemática, contém dados do maior interesse. Uma carta do Conde
de Resende, em 1791, por exemplo, ci
tada por Vieira Fazenda, comunica que pelo navio "Santo Antônio, Olinda e
Senhor do Bonfim", cujo mestre era Ma
nuel Correia Santiago, enviava 734 pipas de azeite de baleia de 180 medidas em 753 vasilhas e 176 quintais de bar
batana, em 64 embrulhos! (14). A decadência da indústria não foi re pentina. Ainda vegetou durante muitos anos.
Em 1819 Martius teve
parte dôste artigo, preparado aqui e nas
duzidas.
outras armações brasileiras, é consumi
farinha cada 10 dias. O baleote, cuja prisão acarreta a de sua mãe, pertence
do^ no país, ou é empregado nos arse
ao arpoador.
catrão.
São péssimas porém as informações ministradas por Seidler, quanto a Santa Catarina, cêrca de 10 anos depois. (18).
Costuma a gente do povo fa
bricar com êle um sabão gorduroso que, entretanto, comunica à roupa um cheiro
A Armação das Baleias ficava a 7 lé
desagradável.
O resto desse azeite é exportado, so bretudo para a Inglaterra e França, on
o mercenário alemão com seu batalhão.
O estado das instalações era de comple
se uma canada, na ocasião de nossa
lhes rendera por ano a soma de 400.000
agosto e setembro se apresentam em
estada, por 700 ou 750 rs.". (15).
Em nota, que só aparece na edição
piastras cspanlíolas. Os amplos edifícios, onde agora aquartelavam os soldados,
são ípescadas é limitado, devido a não
Piraja (16) refere-se o autor ainda à
eram a moradia dos arpoadores; debai.xo
existirem baleeiros suficientes para a
extração de espermacete, de uma cavi
do antigo assoalho havia grandes abó-
perseguição.
dade própria na cabeça do cachalote,
badas de alvenaria, onde se guardava o
nota revela o seu desconhecimento das
para o Rio de Janeiro, on
azeite das baleias até que houvesse
grandezas da indústria no passado.
de já existia uma fábrica
quantidade bastante para embarcar nos
dêste produto. Da mesma época, de
navios". "É um fenômeno natural im
pressionante, mas muito sabido, que as
de 12-13 de julho de 1904.
1818, é a viva descrição
oaleias mudam seu "habitat" cada vez
que a transcrição feita na "Revista do
de L. F. Tollenare, trans crita por F. Denis no pre
agora, nessa armação, em vez das 400
,
mais em direção ao polo sul, tanto que a 500 baleias anuais, só se pescam 6 a 8, de modo que, há muito tempo, aquelas abóbadas não se enchem"...
O empolgante espetáculo
da pesca e transporte da baleia na baía
cie Todos os Santos constituía, como sua nota de esporte e de bravura.
da Bahia (onde as refinações se acham
em 1818, foram pescadas 230 baleias. 7n vende-se em pedaços de 4 a tos mil ré"s.
2.000 arrobas de carne; se se pode cal
daria lucros muito consideráveis", con
tinua Martius; "náo é de admirar que
o azeite de peixe brasileiro seja tido como muito inferior ao azeite prepa rado nas refinações do norte da Europa, não só pela sua côr parda mais escura, como por conter pedaços de toucinho
Grande
administrador vitalício e matar a fome
aos negros arquivellios e incapazes de
aualquer trabalho, o govêmo, intimi-
ado pelo aspecto econômico, deixou de importar-se com a armação e parece
/i ' porção edaseiscenbaleia rende, às vezes, quinhentos
de Santa Catarina e no Rio Grande do
da indústria, em maior escala, e com o
chegasse para pagar devidamente o
No ano passado, informa Tollenare,
Sul". "É fora de dúvida que esse ramo
emprego de adequados aparelhamentos,
"Como ultimamente o rendimento não
ali se vê, um espetáculo pitoresco com
sileiros pescam-nas de junho a agosto, e refinam o azeite nas fábricas e armações
ro, Bertioga (perto de Santos), na Ilha
cia de Caravelas e chegam, por fim, em
completo, em novembro.
cioso livro "Brésil". (17).
São Bento), em Itaparica, Rio de Janei
baleias emigram para o norte e só re gressam no início da primavera. Apa recem, primeiramente, a alguma distân
dos reis de Portugal"... "antigamente
portável mau cheiro".
na Barra, entre o mar e a Capela de
ceíta ocasião, foram rebocadas, para uma só estação, 13 baleias em 36 horas. Todos os anos, e.xplica a citada nota, ao começar o inverno no Polo Sul, essas
em pipas de 60 a 70 canadas. Vendia-
pestavam o ar com insu
em grande quantidade e os baleeiros bra
o ano era de 300 a 400. Não ha\áa falta de mercadoria. Basta referir que, em
to abandono. "Esta Armação", e.xplica o autor, "outrora propriedade particular
baleia e numerosos crâ nios e costelas, "que em-
que até o Rio da Prata", continua o
e cinco na ilha de Itaparica. O núme ro médio de cetáceos pescados durante
costuma-sc exportar o "azeite de peixe"
Itaparica, na Bahia, diver
e pelo cheiro desagradável.
guas da capital quando nela se instalou
de é utilizado nas fábricas de tecidos e para a purificação do enxofre. Da Bahia
sas fábricas de azeite de
grande sábio bávaro, "aparecem baleias
Paga-se-Uies uma quarta de
nais portugueses para o preparo do al-
ocasião de encontrar em
"Desde o Cabo S. Ro
71
Digesto Econômico
Digesto Econômico
firmemente resolvido a deixar decair
completamente esta improdutiva insta
Se uma baleia fornece
lação".
cular em cada baleia 25 pipas a 5 fran
E assim se manteve a indústria da
meados de maio, desaparecendo, por
Em julho,
tm quantidade que o número das que O otimismo do autor da
(1) Vieira Fazenda: Crônica n"'A Notícia" Preferi
mos citar a publicação no jornal, por Instituto
Histórico" sob
o
titulo
de
"Memórias e Antiqualhas do Rio de Janeiro", Tômo 88, p. 392, é infiel quanto às datas e .quanto ao texto. (2) J. F. Normano: "Evolução Econômi ca do Brasil" — Ed. Brasileira — S. Paulo. 1939, p. 23. (3) Edmond Perrier: "A Travers le Mon
de Vivant" — Paris, 1919, p. 135.
(4) "Informação da Província do Brasil para nosso Padre". (1585)) - (in Car
tas. Informações, Fragmentos Históri cos e Sermões. Ed. Acad. Brasil. 1933,
p. 429).
(5) Cap. CXXV — Ed. Brasiliana. S. Pau lo, 1938, p. 327,
(6) "Tratado Descritivo do Brasil" em 1587 — Ed. com. por Varnhagen — S. Paulo, 1938, p. 327.
cos a canada; a carne pode ser calculada em 3-000 francos; isto tudo nos dá um total de 11.750 francos, o que corres ponde a 4.000 cruzados aproximadamen
culo XIX, enquanto deperecia no sul.
Geral do Brasil" — 3.a ed. Int. — S.
Em 1913, segundo uma nota da "Re vista Americana", (19) a pesca da ba
Paulo, s. d. 11, p. 71. Pedro de Urecha teve em recompensa levar 2 na
te, ou 1:600$000 réis.
leia estava limitada a uma área com
baleia no norte, no correr de todo o sé
Cada armação,
continua êle, arma ordinàriamente qua
tro chalupas, e a pesca de uma baleia cobre todas as despesas. As gratifica ções dadas aos pescadores são muito re-
preendida entre Açu da Torre, a 12° de lat. sul, a Caravelas, a 18° de lat. sul. Havia, então, 13 estações baleeiras; oito nos arredores da cidade da Baliia
-mÍl -
(7) Visconde de Pôrto-Seguro:
"História
vios carregados de azeite sem pagar direitos.
(8) "História do BrasU" — Ed. Rev. Capistrano de Abreu — S. Paulo, 1918, p. 397.
(9) V. Vieira Fazenda: loc. cit.
70
Não dispomos de dados suficientes para calcular o valor da exportação dos produtos da baleia durante o período dos contratos.
A correspondência dos
governadores do Arquivo Nacional, po rém, que constitui um manancial pre ciosíssimo de informações, à espera de
uma pesquisa sistemática, contém dados do maior interesse. Uma carta do Conde
de Resende, em 1791, por exemplo, ci
tada por Vieira Fazenda, comunica que pelo navio "Santo Antônio, Olinda e
Senhor do Bonfim", cujo mestre era Ma
nuel Correia Santiago, enviava 734 pipas de azeite de baleia de 180 medidas em 753 vasilhas e 176 quintais de bar
batana, em 64 embrulhos! (14). A decadência da indústria não foi re pentina. Ainda vegetou durante muitos anos.
Em 1819 Martius teve
parte dôste artigo, preparado aqui e nas
duzidas.
outras armações brasileiras, é consumi
farinha cada 10 dias. O baleote, cuja prisão acarreta a de sua mãe, pertence
do^ no país, ou é empregado nos arse
ao arpoador.
catrão.
São péssimas porém as informações ministradas por Seidler, quanto a Santa Catarina, cêrca de 10 anos depois. (18).
Costuma a gente do povo fa
bricar com êle um sabão gorduroso que, entretanto, comunica à roupa um cheiro
A Armação das Baleias ficava a 7 lé
desagradável.
O resto desse azeite é exportado, so bretudo para a Inglaterra e França, on
o mercenário alemão com seu batalhão.
O estado das instalações era de comple
se uma canada, na ocasião de nossa
lhes rendera por ano a soma de 400.000
agosto e setembro se apresentam em
estada, por 700 ou 750 rs.". (15).
Em nota, que só aparece na edição
piastras cspanlíolas. Os amplos edifícios, onde agora aquartelavam os soldados,
são ípescadas é limitado, devido a não
Piraja (16) refere-se o autor ainda à
eram a moradia dos arpoadores; debai.xo
existirem baleeiros suficientes para a
extração de espermacete, de uma cavi
do antigo assoalho havia grandes abó-
perseguição.
dade própria na cabeça do cachalote,
badas de alvenaria, onde se guardava o
nota revela o seu desconhecimento das
para o Rio de Janeiro, on
azeite das baleias até que houvesse
grandezas da indústria no passado.
de já existia uma fábrica
quantidade bastante para embarcar nos
dêste produto. Da mesma época, de
navios". "É um fenômeno natural im
pressionante, mas muito sabido, que as
de 12-13 de julho de 1904.
1818, é a viva descrição
oaleias mudam seu "habitat" cada vez
que a transcrição feita na "Revista do
de L. F. Tollenare, trans crita por F. Denis no pre
agora, nessa armação, em vez das 400
,
mais em direção ao polo sul, tanto que a 500 baleias anuais, só se pescam 6 a 8, de modo que, há muito tempo, aquelas abóbadas não se enchem"...
O empolgante espetáculo
da pesca e transporte da baleia na baía
cie Todos os Santos constituía, como sua nota de esporte e de bravura.
da Bahia (onde as refinações se acham
em 1818, foram pescadas 230 baleias. 7n vende-se em pedaços de 4 a tos mil ré"s.
2.000 arrobas de carne; se se pode cal
daria lucros muito consideráveis", con
tinua Martius; "náo é de admirar que
o azeite de peixe brasileiro seja tido como muito inferior ao azeite prepa rado nas refinações do norte da Europa, não só pela sua côr parda mais escura, como por conter pedaços de toucinho
Grande
administrador vitalício e matar a fome
aos negros arquivellios e incapazes de
aualquer trabalho, o govêmo, intimi-
ado pelo aspecto econômico, deixou de importar-se com a armação e parece
/i ' porção edaseiscenbaleia rende, às vezes, quinhentos
de Santa Catarina e no Rio Grande do
da indústria, em maior escala, e com o
chegasse para pagar devidamente o
No ano passado, informa Tollenare,
Sul". "É fora de dúvida que esse ramo
emprego de adequados aparelhamentos,
"Como ultimamente o rendimento não
ali se vê, um espetáculo pitoresco com
sileiros pescam-nas de junho a agosto, e refinam o azeite nas fábricas e armações
ro, Bertioga (perto de Santos), na Ilha
cia de Caravelas e chegam, por fim, em
completo, em novembro.
cioso livro "Brésil". (17).
São Bento), em Itaparica, Rio de Janei
baleias emigram para o norte e só re gressam no início da primavera. Apa recem, primeiramente, a alguma distân
dos reis de Portugal"... "antigamente
portável mau cheiro".
na Barra, entre o mar e a Capela de
ceíta ocasião, foram rebocadas, para uma só estação, 13 baleias em 36 horas. Todos os anos, e.xplica a citada nota, ao começar o inverno no Polo Sul, essas
em pipas de 60 a 70 canadas. Vendia-
pestavam o ar com insu
em grande quantidade e os baleeiros bra
o ano era de 300 a 400. Não ha\áa falta de mercadoria. Basta referir que, em
to abandono. "Esta Armação", e.xplica o autor, "outrora propriedade particular
baleia e numerosos crâ nios e costelas, "que em-
que até o Rio da Prata", continua o
e cinco na ilha de Itaparica. O núme ro médio de cetáceos pescados durante
costuma-sc exportar o "azeite de peixe"
Itaparica, na Bahia, diver
e pelo cheiro desagradável.
guas da capital quando nela se instalou
de é utilizado nas fábricas de tecidos e para a purificação do enxofre. Da Bahia
sas fábricas de azeite de
grande sábio bávaro, "aparecem baleias
Paga-se-Uies uma quarta de
nais portugueses para o preparo do al-
ocasião de encontrar em
"Desde o Cabo S. Ro
71
Digesto Econômico
Digesto Econômico
firmemente resolvido a deixar decair
completamente esta improdutiva insta
Se uma baleia fornece
lação".
cular em cada baleia 25 pipas a 5 fran
E assim se manteve a indústria da
meados de maio, desaparecendo, por
Em julho,
tm quantidade que o número das que O otimismo do autor da
(1) Vieira Fazenda: Crônica n"'A Notícia" Preferi
mos citar a publicação no jornal, por Instituto
Histórico" sob
o
titulo
de
"Memórias e Antiqualhas do Rio de Janeiro", Tômo 88, p. 392, é infiel quanto às datas e .quanto ao texto. (2) J. F. Normano: "Evolução Econômi ca do Brasil" — Ed. Brasileira — S. Paulo. 1939, p. 23. (3) Edmond Perrier: "A Travers le Mon
de Vivant" — Paris, 1919, p. 135.
(4) "Informação da Província do Brasil para nosso Padre". (1585)) - (in Car
tas. Informações, Fragmentos Históri cos e Sermões. Ed. Acad. Brasil. 1933,
p. 429).
(5) Cap. CXXV — Ed. Brasiliana. S. Pau lo, 1938, p. 327,
(6) "Tratado Descritivo do Brasil" em 1587 — Ed. com. por Varnhagen — S. Paulo, 1938, p. 327.
cos a canada; a carne pode ser calculada em 3-000 francos; isto tudo nos dá um total de 11.750 francos, o que corres ponde a 4.000 cruzados aproximadamen
culo XIX, enquanto deperecia no sul.
Geral do Brasil" — 3.a ed. Int. — S.
Em 1913, segundo uma nota da "Re vista Americana", (19) a pesca da ba
Paulo, s. d. 11, p. 71. Pedro de Urecha teve em recompensa levar 2 na
te, ou 1:600$000 réis.
leia estava limitada a uma área com
baleia no norte, no correr de todo o sé
Cada armação,
continua êle, arma ordinàriamente qua
tro chalupas, e a pesca de uma baleia cobre todas as despesas. As gratifica ções dadas aos pescadores são muito re-
preendida entre Açu da Torre, a 12° de lat. sul, a Caravelas, a 18° de lat. sul. Havia, então, 13 estações baleeiras; oito nos arredores da cidade da Baliia
-mÍl -
(7) Visconde de Pôrto-Seguro:
"História
vios carregados de azeite sem pagar direitos.
(8) "História do BrasU" — Ed. Rev. Capistrano de Abreu — S. Paulo, 1918, p. 397.
(9) V. Vieira Fazenda: loc. cit.
72
DiGESTo Econômico
(10) Id. "Notícia". 20. VH. 1904.
Província de S. Pedro" (Apêndice:
nómicas" da Academia Real de Ciên cias de Lisboa (1790), vol. II. 388. cal cula que só no ano de 1775 foram arpoadas 500 baleias, no contrato de Sta. Catarina, e avaliou o rendimen to de cada baleia em 400S000.
Resumo Histórico da Prov. de Santa
(15) J. B. von Spix e C. F. P. von Mar-
ni) Luís de França Almeida e Sá: "Sec-
ç3o do Tombamento dos Próprios Na cionais" — Rev. Inst. Hist. T. 62.
(12) Visconde de S. Leopoldo: "Anais da Catarina) Rio, 1946, p. 347; daí ex
tlus:
"Viagem pelo Brasil",
prom. pelo Instituto Histórico Brasi
drigues: "Traços da Economia Social
leiro. Rio, 1938, II. p. 272.
do
Brasil
Colonial". Rio
1935. p. 291. V. igualmente Simon-
Bahia" — Excertos da obra "Reise
Paulo. 1937, II. 211.
in Brasilien". por Plrajá da Silva e
Araújo: "Memórias Históricas do Rio
de Janeiro" — Rio. 1820-22
(14) "Publicações do Arquivo Público Na-
I"'relativamente 1901. Pág. XXVà (Varios r documentos pesca da baleia), José Bonifácio de
Andrada e Silva nas "Memórias Eco-
Especial para o "Digesto Econômico"
O estudo, que ora publicamos, de autoria do ilustre histo riador Otávio Tarqutuio de Sousa, mostra a influencia exer
(16) Von Spix e von Martíus: "Através da
sen: "Hist. Econômica do Brasil". S
(13) José de Sousa Azevedo Pizarro e
por Otávio Tarquínio de Sousa
trad,
traiu seus dados F. Contreiras Ro e Política
COVICRCIUTE DO TIMra M l\OEPE\l
cida por um homem de negócios como tantos outros, nos destinos da política brasileira. Descreve os feitos de Fran cisco de Sierra y Mariscai, um português de origem espa nhola, personagem ainda pouco conhecida.
Paulo Wolf. 2.a ed. Bahia. 1928. p. 47. (If) Paris, 1837, p. 237. (18) Carl Seidler: "Dez anos no Brasil". —
Trad. e notas do Gen, B. Klinger e pref. e notas do Coronel Paula Ci dade. (Biblioteca Histórica Brasileira
— S. Paulo, 1941. p. 229). (19) "Ano rV", n. 3. Março de 1913. p. 371.
ro e propunha medidas con
Douco SC sabe de Francisco
cretas, entre as quais supri mentos às tropas e navios
^ do Sierra y Mariscai. Por tuguês de origem espanhola?
que se encontravam ainda
Parece que sim, à vista dos apelidos de família. Nego
'
ciante rico, armador, dono de
navios que faziam comercio entro as praças de Lisboa, Bahia, Rio o Montevidéu — é o que se
aAuunauo
aa
inuusina
lexin
porém, do que os planos do mercador despeitado serão as suas opi
pode concluir sem temeridade de certos
niões acerca da Sociedade brasileira na
trechos do escrito que deixou sob o tí tulo "Idéias Gerais sôbre a Revolução do Brasil e suas Conseqüências" (1), espécie de memória ou relatório apresen
que Mariscai um tanto enfaticamente
tado ao governo português (datado de
Noticia-se que os círculos econômicos oficiais da cidade de Nanquim mos tram-se cada vez mais alarmados em face da rápida expansão da indústria têxtil japonesa após a gueira. Essa industria é uma das poucas de que o Japão foi autorizado a conservar. As fábricas têxteis da China sofrem ainda as sramles consequenctas dos danos causados pela guerra e teme-se que os produtos têxteis japo
'
em Monterideu, fomecimentos de, embarcações, etc. Muito mais interessante,
Lisboa, 10 de novembro de 1823), com
época, e as causas, por ele vislumbradas, determinantes de nossa emancipação. O chama de idéias gerais sôbre a revolu ção do Brasil tem o sabor da observa ção pessoal e direta de quem, contem
o fim de sugerir planos e meios para
plando a vida brasileira, soube discer
forçar a volta do Brasil à comunhão da monarquia lusa.
nir alguns dos seus traços mais carac terísticos, de preferência as mazelas do
É de alcance meramente acadêmico
trabalho servíl.
Estudando a educação
neses voltem a invadir os mercados do longínquo Oriente inclusive o mercado
apurar se os alvitres de Mariscai pode
dos brasileiros, afirma que havia perfei
chinês e a controlar o comercio têxtil como acontecia antes da guerra.
riam ou não modificar de qualquer ma neira o rumo dos sucessos de nossa In
ta igualdade entre ricos e pobres quanto
dependência. Movido por interêsses sa crificados, é natural que acreditasse no
cidos pela extrema sensibilidade das
bom êxito de tais projetos.
Por outro
da infância, se depravaN'am, começan
lado, ao tempo em que os formulava,
b tendencioso liberalismo português en trara em colapso com a dissolução dás
Eação. De sua parte, os filhos dos po
Côrtes e não faltaria em Portugal quem
ternura viscosa, não aprendiam geral
Huang Yuan Pin, destacado membro do Comitê de Política Econômica do
governo que formulou medidas econômicas de emergência divulgadas em fevereiro ultimo, advertiu contra os perigos da pressão renovada da competência japonesa que poderia agravar ainda mais a situação das indústrias têxteis na China. Èle demon^rou que o Japão possui três milhões de fusos e a possibilidade de duplicar dito número sob o patrocínio do general Douglas Mc Arthur. A China, por seu
lado, conta sòmente com um milhão e quatrocentos mil fusos. Huang (q)ôs-se enèrgicamente à efetivação da proposta do general Mac Arthur, proposta que exclui a maquinaria têxtil japonesa das reparações de guerra. E afirmou que tal desejo dos japoneses de conservar a indústria têxtil é um
indicio de que cultivam ainda a arnbição de desencadear novo ataque contra a China, pelo menos no campo econômico
à maneira de tratar as crianças. Amole-
mães, os filhos dos ricos, apenas saídos do uma existência de ociosidade e dissi-
res, criados também ao influxo da uma
tivesse confiança na viabilidade de ex
mente ofício algum e passavam a viver
pedições militares contra o Brasil ou na
como cortesãos e parasitas dos mais
eficácia de negociações mais ou menos
abastados. Já se vê que, ao falar de brasileiros pobres, Mariscai não incluía os escravos, nascidos para o trabalho
cavilosas. (1)
Mariscai estava nesse núme-
Anais da Biblioteca Nacional —
volH. XDIII-rV.
como bestas de carga.
72
DiGESTo Econômico
(10) Id. "Notícia". 20. VH. 1904.
Província de S. Pedro" (Apêndice:
nómicas" da Academia Real de Ciên cias de Lisboa (1790), vol. II. 388. cal cula que só no ano de 1775 foram arpoadas 500 baleias, no contrato de Sta. Catarina, e avaliou o rendimen to de cada baleia em 400S000.
Resumo Histórico da Prov. de Santa
(15) J. B. von Spix e C. F. P. von Mar-
ni) Luís de França Almeida e Sá: "Sec-
ç3o do Tombamento dos Próprios Na cionais" — Rev. Inst. Hist. T. 62.
(12) Visconde de S. Leopoldo: "Anais da Catarina) Rio, 1946, p. 347; daí ex
tlus:
"Viagem pelo Brasil",
prom. pelo Instituto Histórico Brasi
drigues: "Traços da Economia Social
leiro. Rio, 1938, II. p. 272.
do
Brasil
Colonial". Rio
1935. p. 291. V. igualmente Simon-
Bahia" — Excertos da obra "Reise
Paulo. 1937, II. 211.
in Brasilien". por Plrajá da Silva e
Araújo: "Memórias Históricas do Rio
de Janeiro" — Rio. 1820-22
(14) "Publicações do Arquivo Público Na-
I"'relativamente 1901. Pág. XXVà (Varios r documentos pesca da baleia), José Bonifácio de
Andrada e Silva nas "Memórias Eco-
Especial para o "Digesto Econômico"
O estudo, que ora publicamos, de autoria do ilustre histo riador Otávio Tarqutuio de Sousa, mostra a influencia exer
(16) Von Spix e von Martíus: "Através da
sen: "Hist. Econômica do Brasil". S
(13) José de Sousa Azevedo Pizarro e
por Otávio Tarquínio de Sousa
trad,
traiu seus dados F. Contreiras Ro e Política
COVICRCIUTE DO TIMra M l\OEPE\l
cida por um homem de negócios como tantos outros, nos destinos da política brasileira. Descreve os feitos de Fran cisco de Sierra y Mariscai, um português de origem espa nhola, personagem ainda pouco conhecida.
Paulo Wolf. 2.a ed. Bahia. 1928. p. 47. (If) Paris, 1837, p. 237. (18) Carl Seidler: "Dez anos no Brasil". —
Trad. e notas do Gen, B. Klinger e pref. e notas do Coronel Paula Ci dade. (Biblioteca Histórica Brasileira
— S. Paulo, 1941. p. 229). (19) "Ano rV", n. 3. Março de 1913. p. 371.
ro e propunha medidas con
Douco SC sabe de Francisco
cretas, entre as quais supri mentos às tropas e navios
^ do Sierra y Mariscai. Por tuguês de origem espanhola?
que se encontravam ainda
Parece que sim, à vista dos apelidos de família. Nego
'
ciante rico, armador, dono de
navios que faziam comercio entro as praças de Lisboa, Bahia, Rio o Montevidéu — é o que se
aAuunauo
aa
inuusina
lexin
porém, do que os planos do mercador despeitado serão as suas opi
pode concluir sem temeridade de certos
niões acerca da Sociedade brasileira na
trechos do escrito que deixou sob o tí tulo "Idéias Gerais sôbre a Revolução do Brasil e suas Conseqüências" (1), espécie de memória ou relatório apresen
que Mariscai um tanto enfaticamente
tado ao governo português (datado de
Noticia-se que os círculos econômicos oficiais da cidade de Nanquim mos tram-se cada vez mais alarmados em face da rápida expansão da indústria têxtil japonesa após a gueira. Essa industria é uma das poucas de que o Japão foi autorizado a conservar. As fábricas têxteis da China sofrem ainda as sramles consequenctas dos danos causados pela guerra e teme-se que os produtos têxteis japo
'
em Monterideu, fomecimentos de, embarcações, etc. Muito mais interessante,
Lisboa, 10 de novembro de 1823), com
época, e as causas, por ele vislumbradas, determinantes de nossa emancipação. O chama de idéias gerais sôbre a revolu ção do Brasil tem o sabor da observa ção pessoal e direta de quem, contem
o fim de sugerir planos e meios para
plando a vida brasileira, soube discer
forçar a volta do Brasil à comunhão da monarquia lusa.
nir alguns dos seus traços mais carac terísticos, de preferência as mazelas do
É de alcance meramente acadêmico
trabalho servíl.
Estudando a educação
neses voltem a invadir os mercados do longínquo Oriente inclusive o mercado
apurar se os alvitres de Mariscai pode
dos brasileiros, afirma que havia perfei
chinês e a controlar o comercio têxtil como acontecia antes da guerra.
riam ou não modificar de qualquer ma neira o rumo dos sucessos de nossa In
ta igualdade entre ricos e pobres quanto
dependência. Movido por interêsses sa crificados, é natural que acreditasse no
cidos pela extrema sensibilidade das
bom êxito de tais projetos.
Por outro
da infância, se depravaN'am, começan
lado, ao tempo em que os formulava,
b tendencioso liberalismo português en trara em colapso com a dissolução dás
Eação. De sua parte, os filhos dos po
Côrtes e não faltaria em Portugal quem
ternura viscosa, não aprendiam geral
Huang Yuan Pin, destacado membro do Comitê de Política Econômica do
governo que formulou medidas econômicas de emergência divulgadas em fevereiro ultimo, advertiu contra os perigos da pressão renovada da competência japonesa que poderia agravar ainda mais a situação das indústrias têxteis na China. Èle demon^rou que o Japão possui três milhões de fusos e a possibilidade de duplicar dito número sob o patrocínio do general Douglas Mc Arthur. A China, por seu
lado, conta sòmente com um milhão e quatrocentos mil fusos. Huang (q)ôs-se enèrgicamente à efetivação da proposta do general Mac Arthur, proposta que exclui a maquinaria têxtil japonesa das reparações de guerra. E afirmou que tal desejo dos japoneses de conservar a indústria têxtil é um
indicio de que cultivam ainda a arnbição de desencadear novo ataque contra a China, pelo menos no campo econômico
à maneira de tratar as crianças. Amole-
mães, os filhos dos ricos, apenas saídos do uma existência de ociosidade e dissi-
res, criados também ao influxo da uma
tivesse confiança na viabilidade de ex
mente ofício algum e passavam a viver
pedições militares contra o Brasil ou na
como cortesãos e parasitas dos mais
eficácia de negociações mais ou menos
abastados. Já se vê que, ao falar de brasileiros pobres, Mariscai não incluía os escravos, nascidos para o trabalho
cavilosas. (1)
Mariscai estava nesse núme-
Anais da Biblioteca Nacional —
volH. XDIII-rV.
como bestas de carga.
nfWTT
74
Digesto Econômico
Os brasileiros pobres não amavam os ofícios mecânicos, ocupação própria do escravo negro e do português desampa rado.
Vários são na verdade os depoi
mentos em tal sentido de viajantes es
trangeiros, espantados ao notarem que o brasileiro de origem humilde, inclusive o antigo escravo, se exercia ofício me
cânico, dava-se ao luxo de possuir tam
bém ele um escravo para lhe carregar as ferramentas.
Havia nos centros urba
nos, em princípios do século XIX, nu merosas pessoas sem profissão definida,
em grande parte mulatos, nos quais a turbulência rivalizava com a exaltação nativista. Em contraste, os portugueses de condição modesta sujeitavam-se a
qua.quer trabalho e Mariscai entoa um hino ao arrojo e à tenacidade desses seus patrícios. Desembarcados aqui sem vin tém, dormindo as primeiras noites nas portas das ÍCTejas, buscavam avidamente ; emprego e, à custa de economias força.. das, conseguiam reunir grandes cabe dais, grangear consideração e até casar
em famílias ricas e de nome. Chega vam de mãos abanando e acabavam opu lentos. Era tudo, porque, como subli nha o judicíoso mercador, só havia no Brasil uma categoria — a do dinheiro.
E esses portugueses endinheirados passa vam a ser alvo do ódio dos brasileiros
remissos e com fumos de fídalguia, que, não querendo trabalhar, descobriam um meio fácil de ficar ricos: o "transtorno
mento reino! e os proprietários rurais, campando de aristocratas, onerados de dívidas, já com um sentimento nacional formado e permeáveis a influências da ideologia revolucionária dc 1789.
Ma
riscai pressentiu também êsse a.specto ca
pital do processo de nossa emancipação, mostrando-nos o Brasil de 1822 divi dido em três partidos — o europeu, o
aristocrata e o democrata. O primeiro
era o dos portugueses do comércio e da
a'ta administração; o segundo, o dos se-
O Brasil e Portugal não morre
na baiana de 1798 (Mariscai chama-a "Francesia da Baliía") e no surto per
sivamente os interesses comerciais da
Grã-Bretanha.
A despeito disso, nem
das latentes reivindicações revolucioná
rias. Êrro profundo, que o nosso arma
nistros O.S atos tachados de "monstruoso.s"; nem só desvantagens tivemos. Não se afasta muito da verdade o re
outros homens do continente europeu;
ainda que vão de mama não amam outro país que a Inglaterra. Não se casam; não comem nem bebem senão o que é
aranha por toda
^asperaçao de devedores freqüente
nação deve temer
dos aristocratas" da Bahia às vésperas
da Independência. De cêrca de qui
nhentos engenhos lá existentes, segundo •
o seu calculo poucos não deveriam aos
portugueses do comércio a quem hipo tecavam a.s safras. Era situação análo
ga a que determinara havia mais de um
^culo. em Pernambuco, o choque entre
Malgrado a forma simplista. Mariscai não deixou de entrever algumas das cau
ra e o comercio credor.
sas econômicas e sociais do movimento
cio de 1810 com a Grã-Bretanha, Ma riscai a^ola-o também como uma das
Olfnda e Recife, entre a lavoura devedoGrande inimigo do tratado de comér
ção da família real portuguesa conse guiu modificar a face dos sucessos, an tecipando por atos do governo muitas
ao impor ao príncipe D. João e seus mi-,
voluções. Como essa gente que nada tinha a perder, os senhores de engenho detestavam os homens ricos e poderosos do partido europeu ou português e jun tavam aos anseios de melhores dias e ao
como exemplo a situação
nambucano de 1817. Mas a translada
tudo correu como imaginava Strangford
nada tmha a perder", presa fácil de re
mente insolváveis. Por isso. na hora de cisiva, cs proprietários territoriais fize ram causa comum com o povo e dele se serviram para atingir seus objetivos. Ma-
ramente na conjuração mineira de 1789,
nuando a ininterrupta tradição da polí tica expansionista inglesa em detrimen to de Portugal, compendiaram exclu
trato psicológico dos inglêse.s, no seu en tão viçoso imperialismo, esboçado por
geral", isto é, a revolução, para "despo jar os europeus de suas r^uezas".
emancipador brasileiro. Bem se perce
ções.
ram, mas os tratados de 1810, conti
nhores de engenho e de alguns empregados pubhcos e eclesiásticos; o terceiro; o do povo em geral", da gente "que
ardor paWótíco dos democratas a sua
75
Digesto Econômico
Mariscai: "os ingleses não são como os
inglês. São uma
parte;
qualquer
mais um escritó
rio
inglês
todas
as
que peças
de artilharia in
glesas.
Eu co
nheço ingleses no Rio
de
Janeiro
que mandam lavar e engomar a roupa na Inglaterra". Devorando o diriheiro brasileiro, desembarcando aqui sapatos,
roupas, móveis e até caixões de defun to, introduziram "o luxo, o falso laxo
que encobre a miséria geral". Ê obser
vação que coincide com a de José Boni fácio, ao regressar em 1819, depois de longa ausência: "No Brasil há um luxo grosseiro a par de infinitas privações de cousas necessárias".
dor denomina de quixotismo político, foi a conquista da Banda Oriental; com isso o Brasil trouxe a revolução para dentro de casa. O contacto com a turbulência
plaüna só poderia ter conseqüências de
sastrosas. Aliás, no seu entender, o povo
paulista se parecia muito com o riograndense e ambos com o do^ Rio da
Prata. Bastante cético quanto à subsis tência da imidade brasileira, caso Por tugal perdesse aqui o predomí nio, notava Ma riscai ser no Bra
sil o "espirito de pro\âncialismo mais forte que em parte alguma do mundo". En
tendendo que se devia
conservar
tudo quanto de bom tivesse feito a re volução, "que não procedia de pessoas, mas sim de cousas", queria a imprensa
"dirigida", naturalmente para cercear a ação dos "propagadores das teorias abs tratas da soberania do povo". Homem de negócios acima de tudo, sustentando não ser "o Estado outra
cousa que uma grande casa de comér cio", meditara bastante sôbre assuntos
políticos e não se esquecia de sugerir os pontos básicos de um largo programa para quando o Brasil volvesse à união
be no seu aranzel o eco dos conflitos <3e interesses entre os naturais da terra,
causas da revolução do Brasil, imputan-
do-lhe calamitosos efeitos: "depois" dêste
Menos destituídas de agudeza não parecem as anotações de Sierra y Ma
na parte que se compunha de gente ain
tratado eu tenho visto nas vizinhanças
riscai sobre o movimento pròpriamente
da socialmente indefinida, de posição
do Rio de Janeiro vilas reduzidas a ruí
político da Independência e a repercus
instável, egressos da escravidão, indiví
nas ^e desertas; o mesmo acontece no
são de acontecimentos estrangeiros. Para
duos desocupados das cidades ou dos
Recôncavo da Bahia. Êste tratado deu
ôle "as revoluções se pegam como a
educação moral e científica. O exemplo
clãs rurais e os portugueses do comér
a morte ao Brasil e a Portugal". Gran
sama",
de tantos frades libertários e de costu
cio, detentores da riqueza. Maiores en
des devem ter sido os prejuízos do ar mador Mariscai para avançar tais asser-
nário se instalou na segunda metade do
tretanto eram os choques entre esse ele-
No Brasil o espírito revolucio
século XVIII, manifestando-se mais cla-
com Portugal. Um dos primeiros era a extinção das ordens monásticas, aprovei
tado o patrimônio delas em obras de mes pouco austeros levava-o a conside
rar os conventos lugares de "desmorali-
nfWTT
74
Digesto Econômico
Os brasileiros pobres não amavam os ofícios mecânicos, ocupação própria do escravo negro e do português desampa rado.
Vários são na verdade os depoi
mentos em tal sentido de viajantes es
trangeiros, espantados ao notarem que o brasileiro de origem humilde, inclusive o antigo escravo, se exercia ofício me
cânico, dava-se ao luxo de possuir tam
bém ele um escravo para lhe carregar as ferramentas.
Havia nos centros urba
nos, em princípios do século XIX, nu merosas pessoas sem profissão definida,
em grande parte mulatos, nos quais a turbulência rivalizava com a exaltação nativista. Em contraste, os portugueses de condição modesta sujeitavam-se a
qua.quer trabalho e Mariscai entoa um hino ao arrojo e à tenacidade desses seus patrícios. Desembarcados aqui sem vin tém, dormindo as primeiras noites nas portas das ÍCTejas, buscavam avidamente ; emprego e, à custa de economias força.. das, conseguiam reunir grandes cabe dais, grangear consideração e até casar
em famílias ricas e de nome. Chega vam de mãos abanando e acabavam opu lentos. Era tudo, porque, como subli nha o judicíoso mercador, só havia no Brasil uma categoria — a do dinheiro.
E esses portugueses endinheirados passa vam a ser alvo do ódio dos brasileiros
remissos e com fumos de fídalguia, que, não querendo trabalhar, descobriam um meio fácil de ficar ricos: o "transtorno
mento reino! e os proprietários rurais, campando de aristocratas, onerados de dívidas, já com um sentimento nacional formado e permeáveis a influências da ideologia revolucionária dc 1789.
Ma
riscai pressentiu também êsse a.specto ca
pital do processo de nossa emancipação, mostrando-nos o Brasil de 1822 divi dido em três partidos — o europeu, o
aristocrata e o democrata. O primeiro
era o dos portugueses do comércio e da
a'ta administração; o segundo, o dos se-
O Brasil e Portugal não morre
na baiana de 1798 (Mariscai chama-a "Francesia da Baliía") e no surto per
sivamente os interesses comerciais da
Grã-Bretanha.
A despeito disso, nem
das latentes reivindicações revolucioná
rias. Êrro profundo, que o nosso arma
nistros O.S atos tachados de "monstruoso.s"; nem só desvantagens tivemos. Não se afasta muito da verdade o re
outros homens do continente europeu;
ainda que vão de mama não amam outro país que a Inglaterra. Não se casam; não comem nem bebem senão o que é
aranha por toda
^asperaçao de devedores freqüente
nação deve temer
dos aristocratas" da Bahia às vésperas
da Independência. De cêrca de qui
nhentos engenhos lá existentes, segundo •
o seu calculo poucos não deveriam aos
portugueses do comércio a quem hipo tecavam a.s safras. Era situação análo
ga a que determinara havia mais de um
^culo. em Pernambuco, o choque entre
Malgrado a forma simplista. Mariscai não deixou de entrever algumas das cau
ra e o comercio credor.
sas econômicas e sociais do movimento
cio de 1810 com a Grã-Bretanha, Ma riscai a^ola-o também como uma das
Olfnda e Recife, entre a lavoura devedoGrande inimigo do tratado de comér
ção da família real portuguesa conse guiu modificar a face dos sucessos, an tecipando por atos do governo muitas
ao impor ao príncipe D. João e seus mi-,
voluções. Como essa gente que nada tinha a perder, os senhores de engenho detestavam os homens ricos e poderosos do partido europeu ou português e jun tavam aos anseios de melhores dias e ao
como exemplo a situação
nambucano de 1817. Mas a translada
tudo correu como imaginava Strangford
nada tmha a perder", presa fácil de re
mente insolváveis. Por isso. na hora de cisiva, cs proprietários territoriais fize ram causa comum com o povo e dele se serviram para atingir seus objetivos. Ma-
ramente na conjuração mineira de 1789,
nuando a ininterrupta tradição da polí tica expansionista inglesa em detrimen to de Portugal, compendiaram exclu
trato psicológico dos inglêse.s, no seu en tão viçoso imperialismo, esboçado por
geral", isto é, a revolução, para "despo jar os europeus de suas r^uezas".
emancipador brasileiro. Bem se perce
ções.
ram, mas os tratados de 1810, conti
nhores de engenho e de alguns empregados pubhcos e eclesiásticos; o terceiro; o do povo em geral", da gente "que
ardor paWótíco dos democratas a sua
75
Digesto Econômico
Mariscai: "os ingleses não são como os
inglês. São uma
parte;
qualquer
mais um escritó
rio
inglês
todas
as
que peças
de artilharia in
glesas.
Eu co
nheço ingleses no Rio
de
Janeiro
que mandam lavar e engomar a roupa na Inglaterra". Devorando o diriheiro brasileiro, desembarcando aqui sapatos,
roupas, móveis e até caixões de defun to, introduziram "o luxo, o falso laxo
que encobre a miséria geral". Ê obser
vação que coincide com a de José Boni fácio, ao regressar em 1819, depois de longa ausência: "No Brasil há um luxo grosseiro a par de infinitas privações de cousas necessárias".
dor denomina de quixotismo político, foi a conquista da Banda Oriental; com isso o Brasil trouxe a revolução para dentro de casa. O contacto com a turbulência
plaüna só poderia ter conseqüências de
sastrosas. Aliás, no seu entender, o povo
paulista se parecia muito com o riograndense e ambos com o do^ Rio da
Prata. Bastante cético quanto à subsis tência da imidade brasileira, caso Por tugal perdesse aqui o predomí nio, notava Ma riscai ser no Bra
sil o "espirito de pro\âncialismo mais forte que em parte alguma do mundo". En
tendendo que se devia
conservar
tudo quanto de bom tivesse feito a re volução, "que não procedia de pessoas, mas sim de cousas", queria a imprensa
"dirigida", naturalmente para cercear a ação dos "propagadores das teorias abs tratas da soberania do povo". Homem de negócios acima de tudo, sustentando não ser "o Estado outra
cousa que uma grande casa de comér cio", meditara bastante sôbre assuntos
políticos e não se esquecia de sugerir os pontos básicos de um largo programa para quando o Brasil volvesse à união
be no seu aranzel o eco dos conflitos <3e interesses entre os naturais da terra,
causas da revolução do Brasil, imputan-
do-lhe calamitosos efeitos: "depois" dêste
Menos destituídas de agudeza não parecem as anotações de Sierra y Ma
na parte que se compunha de gente ain
tratado eu tenho visto nas vizinhanças
riscai sobre o movimento pròpriamente
da socialmente indefinida, de posição
do Rio de Janeiro vilas reduzidas a ruí
político da Independência e a repercus
instável, egressos da escravidão, indiví
nas ^e desertas; o mesmo acontece no
são de acontecimentos estrangeiros. Para
duos desocupados das cidades ou dos
Recôncavo da Bahia. Êste tratado deu
ôle "as revoluções se pegam como a
educação moral e científica. O exemplo
clãs rurais e os portugueses do comér
a morte ao Brasil e a Portugal". Gran
sama",
de tantos frades libertários e de costu
cio, detentores da riqueza. Maiores en
des devem ter sido os prejuízos do ar mador Mariscai para avançar tais asser-
nário se instalou na segunda metade do
tretanto eram os choques entre esse ele-
No Brasil o espírito revolucio
século XVIII, manifestando-se mais cla-
com Portugal. Um dos primeiros era a extinção das ordens monásticas, aprovei
tado o patrimônio delas em obras de mes pouco austeros levava-o a conside
rar os conventos lugares de "desmorali-
76
Digesto Econômico
zação e revoluções". As tran.sformações
tenças. A sociedade brasileira da épo
üue o Brasil sofrerá depois da chegada
ca parecia ,ao comerciante moralista de
da família real não agradavam positi vamente a Sierra y Mariscai: as comuni cações com o resto do mundo, a termina
ção do monopólio do comércio portu guês, a influência inglêsa e o aflu.\o de negociantes das várias nacionalidades — tudo isso atentava contra a sua ortodo
xia de mercador luso, Para começar vida nova ou voltar à antiga era preciso- "aca bar com o tratado de 1810 e não fazer
mais tratados com nenhuma nação". Ma
riscai julgava que só se devia permitir a estrangeiro abrir loja depois de dez anos de domicílio ou de casado no pais. Em lupótese alguma, porém, "casas de consignação nem escritório pú
blico Mais radical ainda, queria a expulsão dos estrangeiros "sem capital
nível muito^ baixo e as revoluções en contravam incentivo na ignorância, po breza e aviltamento gerais. Absolutista,
I^e^ciante possivelmente interessado
no txahco de negros, não alimentava Manscal qualquer idéia mais ou menos hu manitária acerca da abolição do infame comercio e sugeria apenas uma importa
ção selecionada de escravos. Numa posição antípoda à de José Bonifácio, que
considerava os negros "homens como exclusão dos aviltar escra vos j de qualquerpela ofício, para nãó as artes.
Impressionante, mas corroborando ou
tros documentos sobre a administração da Justiça nos tempos coloniais e bem mais tarde, é o que diz Mariscai sôbre "os crimes da magistratura no Brasil, ca pazes por si só de revolucionar o infer
no". Tirania judiciária, labirinto do fôro e das ações, bizantinismo das leis, ao
lado da mais desbragada corrupção — eis o pavoroso quadro. Na Bahia, por exemplo, os juizes tinham um agente notório, conhecido por "canal dos Mi nistros , que tratava e vendia as sen
€rl$ 100,00 |>or U filhos
por José Luiz de Alm^a
corcunda^ ou pé de chumbo, como se
EspzciAu PARA o "Digesto Econômico"
Nogueiha PonTo
cuzia então, tendo os brasileiros cm sua
grande maioria na conta de frívolos,
5.731.100,00 de abónos familiares, o que sienífica, por ano, um ônus para a
preguiçosos, inconstantes e imorais, pre conizava um governo "concentrado, ilus trado e vigoroso", um despotismo ilus
"iVtí Früíiçü, vnquanto a mi)r!a'ií!tu-ic- in
Fazenda Nacional de Cr$ 68.7/3.200,00.
trado como o pombalino. "Em virtude
faniil global era de 70 por in:!. Ilidade infojitil eiiire a populoetl' ooe v
beneficia dos ahonos e//i op^ .i < . ol.o por mil (Paulo Sá — "A/moios /'•n/uHo-
Essa situação, porém, não pode per
da escravatura, educação, clima e posi
ção topográfica", não convinha o sistema
constitucional, causador de alarme entre os
proprietários do Brasil".
Cumpre acentuar que os proprietários alarmados com a revolução liberal não roram os endividados senhores de en
propno ou indústria útil", partícSS- genho,^ muitos deles seduzidos pelas di mente mgleses e franceses, que eram vulgações de Mably e Raynal: foram os portugueses do comércio. O sistema
revolucionários por excelência.
■ ■ SALARIO FAMILIAR LJ
constitucional na sua essência já ani mara o sonho dos mineiros de 1789, dos ®
®
pernambucanos
® todos eles ostentavam um in-
rr-.v'V
A questão do salário familiar está no-
vãmente na ordem do dia.^ A Cons tituição, prevendo o amparo às famílias numerosas e o salário mínimo para o
trabalhador e sua família, subverte nossa
escravidão, até dias bem próximos de nós.
para dar corpo a êsse preceito consti
mais de 8 filhos, e ganhasse quantia
correm atrás de um oper^o". Por esse motivo, com os altos salários que estão sendo pagos, não sente o trabalhador dificuldades em prover à subsistência de sua família e pouco se preocupa com a
adoção de algum sistema de salurio fa miliar.
aos encargos de sua família, receberia
Não nos esqueçamos, porém, de que a crise se aproxima a passos rápidos. Essa
do Estado um auxilio de Cr$ 100,00 por mês Para cada filho excedente de oito,
sete ou de oito em oito anos abala a
absolutamente insuficiente para atender
receberia mais Cr§ 20,00. Assim asse
misteriosa crise cíclica que de sete em economia de todos os países - e que
gurava a lei aos sete primeiros fillios do
aquele sábio José do Egito profetizara interpretando o sonho do Faraó, sobre
fome em curto prazo e aos outros, a
as sete vacas gordas e as sete vacas ma
trabalhador o direito de morrerem de prazo mais longo.
^
Essa ridícula proteção ainda permane ce em vigor. Mas, pasmem agora ape sar de tôdas as formalidades burocráti
gras - já faz sentir seus prenúncios e ninguém se ilude sôbre sua extensão e ■ profundidade. Toma-se premente, portanto, que se ^
cas exigidas do trabalhador, apesar da
dê eficácia à norma de proteção à fa
apesar da insignificância do abono con
legislação atual, em que o Estado se rev^a mais somitíco ainda do que a pró
pouca divulgação que a lei tem tido,
cedido, ainda assim, em janeiro de 1946, "A* *
que o mercado consumidor absorve tudo quanto se lhe apresente, em que as na ções que estiveram diretamente envolvi das na guerra compram muito e vendem pouco — em resumo neste período do do lado do trabalhador. Ê a época, como diria Cobdem, em que "dois patrões
Em verdade, já a Carta de 1937 pre via o amparo às famílias numerosas e,
miliar, em virtude do qual todo traba lhador que tivesse família numerosa, como tal considerada a composta de
Até a abolição da
industrias novas da noite para o dia, em
a matéria.
jado o Brasil e estudado os/seus habi-
ta que fundaram.
No momento atual de hiper-
"boom", para usar a e.\-pressão america na, a lei da oferta e da procura está
tucional, instituiu o governo o abono fa
antes conhecerá como eu que poucos brasileiros há qpe não amem a indepen® odeiem e detestem os europeus portugueses a um grau tal que toca o. anatismo". E isso a despeito de ser a sua^ população "um mistifório de cas tas , Inúteis e ociosos, pois, os planos, conselhos e divagações de Francisco de Sierra y Mariscm. O Brasil não volà sujeição de Portugal. Sua ifioo. passando se tomara em io22,^ o poderirrevogável político para as mãos dos proprietáüríos territoriais até o tim do Império liberal e escravocra
durar.
-emprêgo em que surgem atividades e
atual política de salários e impõe ao le gislador ordinário sérios estudos sôbre
coniundivel cunho nativista e mesmo na
cional. O próprio Mariscai confessa em ermos iniludíveis; "o que tenha via
Oh que gente prolifera!
50.989 trabalhadores, sustentando
440.412 filhos luenores, receberam Cr$
mília do trabalhador, modificando-se a
pria U.R.S.S., que concede o abono a partir do sétimo filho...
76
Digesto Econômico
zação e revoluções". As tran.sformações
tenças. A sociedade brasileira da épo
üue o Brasil sofrerá depois da chegada
ca parecia ,ao comerciante moralista de
da família real não agradavam positi vamente a Sierra y Mariscai: as comuni cações com o resto do mundo, a termina
ção do monopólio do comércio portu guês, a influência inglêsa e o aflu.\o de negociantes das várias nacionalidades — tudo isso atentava contra a sua ortodo
xia de mercador luso, Para começar vida nova ou voltar à antiga era preciso- "aca bar com o tratado de 1810 e não fazer
mais tratados com nenhuma nação". Ma
riscai julgava que só se devia permitir a estrangeiro abrir loja depois de dez anos de domicílio ou de casado no pais. Em lupótese alguma, porém, "casas de consignação nem escritório pú
blico Mais radical ainda, queria a expulsão dos estrangeiros "sem capital
nível muito^ baixo e as revoluções en contravam incentivo na ignorância, po breza e aviltamento gerais. Absolutista,
I^e^ciante possivelmente interessado
no txahco de negros, não alimentava Manscal qualquer idéia mais ou menos hu manitária acerca da abolição do infame comercio e sugeria apenas uma importa
ção selecionada de escravos. Numa posição antípoda à de José Bonifácio, que
considerava os negros "homens como exclusão dos aviltar escra vos j de qualquerpela ofício, para nãó as artes.
Impressionante, mas corroborando ou
tros documentos sobre a administração da Justiça nos tempos coloniais e bem mais tarde, é o que diz Mariscai sôbre "os crimes da magistratura no Brasil, ca pazes por si só de revolucionar o infer
no". Tirania judiciária, labirinto do fôro e das ações, bizantinismo das leis, ao
lado da mais desbragada corrupção — eis o pavoroso quadro. Na Bahia, por exemplo, os juizes tinham um agente notório, conhecido por "canal dos Mi nistros , que tratava e vendia as sen
€rl$ 100,00 |>or U filhos
por José Luiz de Alm^a
corcunda^ ou pé de chumbo, como se
EspzciAu PARA o "Digesto Econômico"
Nogueiha PonTo
cuzia então, tendo os brasileiros cm sua
grande maioria na conta de frívolos,
5.731.100,00 de abónos familiares, o que sienífica, por ano, um ônus para a
preguiçosos, inconstantes e imorais, pre conizava um governo "concentrado, ilus trado e vigoroso", um despotismo ilus
"iVtí Früíiçü, vnquanto a mi)r!a'ií!tu-ic- in
Fazenda Nacional de Cr$ 68.7/3.200,00.
trado como o pombalino. "Em virtude
faniil global era de 70 por in:!. Ilidade infojitil eiiire a populoetl' ooe v
beneficia dos ahonos e//i op^ .i < . ol.o por mil (Paulo Sá — "A/moios /'•n/uHo-
Essa situação, porém, não pode per
da escravatura, educação, clima e posi
ção topográfica", não convinha o sistema
constitucional, causador de alarme entre os
proprietários do Brasil".
Cumpre acentuar que os proprietários alarmados com a revolução liberal não roram os endividados senhores de en
propno ou indústria útil", partícSS- genho,^ muitos deles seduzidos pelas di mente mgleses e franceses, que eram vulgações de Mably e Raynal: foram os portugueses do comércio. O sistema
revolucionários por excelência.
■ ■ SALARIO FAMILIAR LJ
constitucional na sua essência já ani mara o sonho dos mineiros de 1789, dos ®
®
pernambucanos
® todos eles ostentavam um in-
rr-.v'V
A questão do salário familiar está no-
vãmente na ordem do dia.^ A Cons tituição, prevendo o amparo às famílias numerosas e o salário mínimo para o
trabalhador e sua família, subverte nossa
escravidão, até dias bem próximos de nós.
para dar corpo a êsse preceito consti
mais de 8 filhos, e ganhasse quantia
correm atrás de um oper^o". Por esse motivo, com os altos salários que estão sendo pagos, não sente o trabalhador dificuldades em prover à subsistência de sua família e pouco se preocupa com a
adoção de algum sistema de salurio fa miliar.
aos encargos de sua família, receberia
Não nos esqueçamos, porém, de que a crise se aproxima a passos rápidos. Essa
do Estado um auxilio de Cr$ 100,00 por mês Para cada filho excedente de oito,
sete ou de oito em oito anos abala a
absolutamente insuficiente para atender
receberia mais Cr§ 20,00. Assim asse
misteriosa crise cíclica que de sete em economia de todos os países - e que
gurava a lei aos sete primeiros fillios do
aquele sábio José do Egito profetizara interpretando o sonho do Faraó, sobre
fome em curto prazo e aos outros, a
as sete vacas gordas e as sete vacas ma
trabalhador o direito de morrerem de prazo mais longo.
^
Essa ridícula proteção ainda permane ce em vigor. Mas, pasmem agora ape sar de tôdas as formalidades burocráti
gras - já faz sentir seus prenúncios e ninguém se ilude sôbre sua extensão e ■ profundidade. Toma-se premente, portanto, que se ^
cas exigidas do trabalhador, apesar da
dê eficácia à norma de proteção à fa
apesar da insignificância do abono con
legislação atual, em que o Estado se rev^a mais somitíco ainda do que a pró
pouca divulgação que a lei tem tido,
cedido, ainda assim, em janeiro de 1946, "A* *
que o mercado consumidor absorve tudo quanto se lhe apresente, em que as na ções que estiveram diretamente envolvi das na guerra compram muito e vendem pouco — em resumo neste período do do lado do trabalhador. Ê a época, como diria Cobdem, em que "dois patrões
Em verdade, já a Carta de 1937 pre via o amparo às famílias numerosas e,
miliar, em virtude do qual todo traba lhador que tivesse família numerosa, como tal considerada a composta de
Até a abolição da
industrias novas da noite para o dia, em
a matéria.
jado o Brasil e estudado os/seus habi-
ta que fundaram.
No momento atual de hiper-
"boom", para usar a e.\-pressão america na, a lei da oferta e da procura está
tucional, instituiu o governo o abono fa
antes conhecerá como eu que poucos brasileiros há qpe não amem a indepen® odeiem e detestem os europeus portugueses a um grau tal que toca o. anatismo". E isso a despeito de ser a sua^ população "um mistifório de cas tas , Inúteis e ociosos, pois, os planos, conselhos e divagações de Francisco de Sierra y Mariscm. O Brasil não volà sujeição de Portugal. Sua ifioo. passando se tomara em io22,^ o poderirrevogável político para as mãos dos proprietáüríos territoriais até o tim do Império liberal e escravocra
durar.
-emprêgo em que surgem atividades e
atual política de salários e impõe ao le gislador ordinário sérios estudos sôbre
coniundivel cunho nativista e mesmo na
cional. O próprio Mariscai confessa em ermos iniludíveis; "o que tenha via
Oh que gente prolifera!
50.989 trabalhadores, sustentando
440.412 filhos luenores, receberam Cr$
mília do trabalhador, modificando-se a
pria U.R.S.S., que concede o abono a partir do sétimo filho...
78
Digesto Econóaoco
Controvérsias sôbre a saMrio familiar
so o salario familiar, e não só a todo ser-
Que vem a ser "salário familiar"?
viço de igual valor deve corresponder salano igual, sem distinção,das qualida des e condições das pessoas que o pres
O salário familiar, dentro dos seus
rigorosos termos, é o pagamento ao tra
balhador de uma quantia necessária ao seu sustento e ao de sua família.
- De acordo com os princípios da jus tiça comutativa, isso constitui uma aber
ração. O salário é contraprestação do serviço prestado e só assim se deve
:'J 'IV% balhador considerá-lo. Ora, nãooué ter o fato trater mulher proledomais ,í ou menos numerosa que há de influir
ftI "^,q"^"tidade ou naêsse qualidade seu trabalho e, portanto, fator nãodeinteI ressa ao empregador e não pode influir
IL
remuneração do serviço presta^
Como diz G. C. Ruttem, O. p
V e^ondo o ponto de vista dos adversános da tese do salário familiar, os par tidários dessa idéia confundem duas coi^ sas distintas; o trabalho pessoal locado
peJo operário ao patr<ão, trabalho que é
inseparável da pessoa do operário- e ser este, também, chefe de família. O pri, meíro fato, o da prestação do trabalho constitui, evidentemente, um título da , remuneração. O segundo, ser o operário pai de família, é e.xtrínseco ou es-
j tranho ao contrato dé trabalho. Só o primeiro titulo estabelece entre o operá-
tem, como deve haver uma relação di reta entre serviço prestado e salário pago.
( proveniente de ser o operário pai de fa• mília, nenhuma permuta ou relação cria
/ entre o patrão e o operário.
'
Êsse argumento, à primeira vista írres-
i; pondível, prevaleceu durante todo o pe-
^ ríodo de liberalismo exacerbado e só
; cedeu frente aos argumentos invocados \ pela Igreja Católica. A idéia de con
trato de trabalho pressupõe permuta e relação direta entre serviço prestado e salário pago.
Portanto, diante desse
critério, não é mesmo possível justíficar(1) "La Doctrine Sociale de 1'Eg-Use".
ta, lhe seja dada uma remuneração in
coloque o observador. Do ponto de vista do patrão, será a mesma quantia
rudimentares do sua subsistência.
A
grande oferta de braços, porém, coloca o trabalhador cm situação de não poder discutir livremente com o detentor do
me a primazia é o social e não o jurí
gão ao qual tenha sido delegada essa
mutativa perde dia a <ha sua impor tância em face dos princípios mais altos
o empregador o salário, se não o justo,
cias de ordem social, demográfica, eugenica e econômica que cercam o salano
a quantia equivalente, de acordo com
pelo menos o indispensável à vida do
Realmente: para um traalnador casado e com prole numerosa mii cruzeiros mensais não é a mesma coisa que para um trabalhador solteiro Q para haver salário igual, já que o di nheiro representa apenas possibilidades cie um determinado padrão de vida, necessano seria que aquele recebesse al gumas vezes mais do que este.
indivíduo.
Êsse sutil argumento, porém, não lo grou acolhida no pensamento dos doutrinadores e, durante todo. o século pas-
sl próprio e de sua família.
c a maior mortalidade
tali^d ^°"i"Sada com a queda da na^ irak
Católica lançou
argumentos em defesa do
n e Combatendo idéiatal dedeve que or. trabalho mercadoria e acomo ser ^atado^ abre a Igreja novos cam pos de visão do problema e o analisa com maior realismo.
Os seus argumentos, em resumo, são os seguintes:
É um direito indeclinável do homem, ^
o de manter a sua vida e por êsse dever
natural não lhe é lícito, quando sòmente disponha do produto de seu trabamo como meio de subsistência, admi
tir que, em troca dos serviços que pres-
Surge, assim, a idéia do salário fami liar c a convicção de sua justiça deita sólida raízes no pensamento universal. O aspecto do prolnema que então assu
A intervenção do Estado, ou do or-
independentemente da con
^^sistimos, como conseqüência de um liberalismo econômico sem entranhas a queda contínua dos salários, a miséria das classes obreiras, a dissolução da fa-
familiar
Qual a solução? atribuição, na ordem social e econômi ca, substituindo a pessoa do empregado, à sua revelia, para fi.xar diretamente com
dição do empregado, já para este será
Justiça e conveniência do salário
suficiente para atender às necessidades
capital, a.s condições do seu trabalho.
' o cpso, porém, A deresposta se perguntar: que o salário igual?" será dife rente, conforme a posição em que se
; rio e o patrão uma permuta real, fun
il damento de uma obrigação recíproca ■ e.vigível em estrita justiça. O segundo]
79
DiGESTO Econômico
Mas,
outra
obrigação
tem o homem na ordem
dico. A idéia contratual e de justiça co
da justiça distributiva e das conveniên familiar.
.i •
Do ponto de rista social, interessa e muito que o traballiador possa prover à subsistência de sua família, pois só as
natural: a de perpetuar a
sim poderá a nação contar com futuras gerações* nu
espécie e, para cumprir êsse imperativo, deve o operário dispor de um sa
merosas e aptas para o tra
balho e eliminar um dos
lário tal que Uie permita
fatores que, em 25% dos
atender às necessidades de
casos, segundo Beveridge, acarreta a miséria da famí
Dois fatos existem, ex
lia operária. Também o problema de
plica Mons. Pottíer: "a existência do operário e o
mográfico encontra solução
seu casamento. O primei
na medida, pois a restrição
ro independe da sua von tade; o segundo promana
voluntária à natalidade de
corre, em grande parte, de
da sua livre escolha; am
dificuldades de ordem fi
bos, porém, são conformes
nanceira.
à ordem natural e desta /
senador
procedem. Êstes dois fa
tos, uma vez estabelecidos, dão origem em virtude da própria natureza das coisas
ao duplo dever: de manter a própria
existência e de prover ao sustento da família. Ora, para o operário cumprir
êsse duplo dever, a natureza lhe ofere ce um meio único: o salário ganho em troca do seu trabalho. Em virtude por
tanto de lei natural, êsse salário deve. '
pelo menos, bastar para o cumprimento dos referidos deveres". (2). (2) "La Morale Catholique et les
Questlons Sociales D'aujourd'hui"
Assim é que o
François
Saint-
-Maur, citado por Paulo Sá, mostra que enquanto a
natalidade francesa geral
era de 28,6, a natalidade das classes be
neficiadas pelos abonos atingia a 46,5%,
o que representa um aumento de 6-%.
Esse argumento de ordem demográ fica avultou, principalmente, nos países totalitários e assistimos então a urna de
turpação das finalidades do sahúio mmiliar, especialmente na Itália e na Alemanha, pela concessão de premms
às famílias numerosas e por cUver^s outras modalidades de incentivo à nata
lidade.
78
Digesto Econóaoco
Controvérsias sôbre a saMrio familiar
so o salario familiar, e não só a todo ser-
Que vem a ser "salário familiar"?
viço de igual valor deve corresponder salano igual, sem distinção,das qualida des e condições das pessoas que o pres
O salário familiar, dentro dos seus
rigorosos termos, é o pagamento ao tra
balhador de uma quantia necessária ao seu sustento e ao de sua família.
- De acordo com os princípios da jus tiça comutativa, isso constitui uma aber
ração. O salário é contraprestação do serviço prestado e só assim se deve
:'J 'IV% balhador considerá-lo. Ora, nãooué ter o fato trater mulher proledomais ,í ou menos numerosa que há de influir
ftI "^,q"^"tidade ou naêsse qualidade seu trabalho e, portanto, fator nãodeinteI ressa ao empregador e não pode influir
IL
remuneração do serviço presta^
Como diz G. C. Ruttem, O. p
V e^ondo o ponto de vista dos adversános da tese do salário familiar, os par tidários dessa idéia confundem duas coi^ sas distintas; o trabalho pessoal locado
peJo operário ao patr<ão, trabalho que é
inseparável da pessoa do operário- e ser este, também, chefe de família. O pri, meíro fato, o da prestação do trabalho constitui, evidentemente, um título da , remuneração. O segundo, ser o operário pai de família, é e.xtrínseco ou es-
j tranho ao contrato dé trabalho. Só o primeiro titulo estabelece entre o operá-
tem, como deve haver uma relação di reta entre serviço prestado e salário pago.
( proveniente de ser o operário pai de fa• mília, nenhuma permuta ou relação cria
/ entre o patrão e o operário.
'
Êsse argumento, à primeira vista írres-
i; pondível, prevaleceu durante todo o pe-
^ ríodo de liberalismo exacerbado e só
; cedeu frente aos argumentos invocados \ pela Igreja Católica. A idéia de con
trato de trabalho pressupõe permuta e relação direta entre serviço prestado e salário pago.
Portanto, diante desse
critério, não é mesmo possível justíficar(1) "La Doctrine Sociale de 1'Eg-Use".
ta, lhe seja dada uma remuneração in
coloque o observador. Do ponto de vista do patrão, será a mesma quantia
rudimentares do sua subsistência.
A
grande oferta de braços, porém, coloca o trabalhador cm situação de não poder discutir livremente com o detentor do
me a primazia é o social e não o jurí
gão ao qual tenha sido delegada essa
mutativa perde dia a <ha sua impor tância em face dos princípios mais altos
o empregador o salário, se não o justo,
cias de ordem social, demográfica, eugenica e econômica que cercam o salano
a quantia equivalente, de acordo com
pelo menos o indispensável à vida do
Realmente: para um traalnador casado e com prole numerosa mii cruzeiros mensais não é a mesma coisa que para um trabalhador solteiro Q para haver salário igual, já que o di nheiro representa apenas possibilidades cie um determinado padrão de vida, necessano seria que aquele recebesse al gumas vezes mais do que este.
indivíduo.
Êsse sutil argumento, porém, não lo grou acolhida no pensamento dos doutrinadores e, durante todo. o século pas-
sl próprio e de sua família.
c a maior mortalidade
tali^d ^°"i"Sada com a queda da na^ irak
Católica lançou
argumentos em defesa do
n e Combatendo idéiatal dedeve que or. trabalho mercadoria e acomo ser ^atado^ abre a Igreja novos cam pos de visão do problema e o analisa com maior realismo.
Os seus argumentos, em resumo, são os seguintes:
É um direito indeclinável do homem, ^
o de manter a sua vida e por êsse dever
natural não lhe é lícito, quando sòmente disponha do produto de seu trabamo como meio de subsistência, admi
tir que, em troca dos serviços que pres-
Surge, assim, a idéia do salário fami liar c a convicção de sua justiça deita sólida raízes no pensamento universal. O aspecto do prolnema que então assu
A intervenção do Estado, ou do or-
independentemente da con
^^sistimos, como conseqüência de um liberalismo econômico sem entranhas a queda contínua dos salários, a miséria das classes obreiras, a dissolução da fa-
familiar
Qual a solução? atribuição, na ordem social e econômi ca, substituindo a pessoa do empregado, à sua revelia, para fi.xar diretamente com
dição do empregado, já para este será
Justiça e conveniência do salário
suficiente para atender às necessidades
capital, a.s condições do seu trabalho.
' o cpso, porém, A deresposta se perguntar: que o salário igual?" será dife rente, conforme a posição em que se
; rio e o patrão uma permuta real, fun
il damento de uma obrigação recíproca ■ e.vigível em estrita justiça. O segundo]
79
DiGESTO Econômico
Mas,
outra
obrigação
tem o homem na ordem
dico. A idéia contratual e de justiça co
da justiça distributiva e das conveniên familiar.
.i •
Do ponto de rista social, interessa e muito que o traballiador possa prover à subsistência de sua família, pois só as
natural: a de perpetuar a
sim poderá a nação contar com futuras gerações* nu
espécie e, para cumprir êsse imperativo, deve o operário dispor de um sa
merosas e aptas para o tra
balho e eliminar um dos
lário tal que Uie permita
fatores que, em 25% dos
atender às necessidades de
casos, segundo Beveridge, acarreta a miséria da famí
Dois fatos existem, ex
lia operária. Também o problema de
plica Mons. Pottíer: "a existência do operário e o
mográfico encontra solução
seu casamento. O primei
na medida, pois a restrição
ro independe da sua von tade; o segundo promana
voluntária à natalidade de
corre, em grande parte, de
da sua livre escolha; am
dificuldades de ordem fi
bos, porém, são conformes
nanceira.
à ordem natural e desta /
senador
procedem. Êstes dois fa
tos, uma vez estabelecidos, dão origem em virtude da própria natureza das coisas
ao duplo dever: de manter a própria
existência e de prover ao sustento da família. Ora, para o operário cumprir
êsse duplo dever, a natureza lhe ofere ce um meio único: o salário ganho em troca do seu trabalho. Em virtude por
tanto de lei natural, êsse salário deve. '
pelo menos, bastar para o cumprimento dos referidos deveres". (2). (2) "La Morale Catholique et les
Questlons Sociales D'aujourd'hui"
Assim é que o
François
Saint-
-Maur, citado por Paulo Sá, mostra que enquanto a
natalidade francesa geral
era de 28,6, a natalidade das classes be
neficiadas pelos abonos atingia a 46,5%,
o que representa um aumento de 6-%.
Esse argumento de ordem demográ fica avultou, principalmente, nos países totalitários e assistimos então a urna de
turpação das finalidades do sahúio mmiliar, especialmente na Itália e na Alemanha, pela concessão de premms
às famílias numerosas e por cUver^s outras modalidades de incentivo à nata
lidade.
80
Dicesto EcoNÓNnco
O aspecto eugênico tem ainda contri buído para que a idéia do salário fa miliar ganhe terreno dia a dia. Mor mente no Brasil, em que a mortalida
de infantil alcança a cifra absurda de cerca do 402, esse aspecto deve merecer a maior, atenção. Comparando esses da
dos com os relativos às cidades ameri canas em que a mortalidade é de 86 e
4% - diz Paulo Sá - "só nos resta contessar a vergonha de uma situação que
brada aos céus". Ora, a concessão de salano familiar contribui de maneira decisiva para a queda da mortalidade mfanhl, sabido como é que ela resulta
quanto maíon fôsse o número de pes
tno . F nalmentc, muitos estudiosos do
assunto julgavam preferível distinguir nitidamente o salário-contraprcstação de semço, do auxílio para .sustento da fami la, atribuído o ônus do salário fa miliar, nao aos empregados, individual mente, inas sim a tôda a classe patronal ou à coletividade, sob forma de "abonos familiares".
° salário fa^
elevação do nnr?A
pulação
pela aquisitivointernoda ^^o-
Mod^lidades de salário familiar
Salário Familiar Absoluto
uns entenL.j::rot,sine
dis-
bastante elevado para nue n nT - ®
pudesse sustentar famí]ia^em i„ve™ç™
mo familiar, o Estado teria de substituir diretamente o indivíduo no contrato de
ti"aba'ho. Ou melhor, o capitalista que necessitasse um operário para sua indús
muito acima da média, o salário fami
tria, teria de solicitá-lo diretamente do
liar absoluto torna-se insuficiente.
Estado e não poderia recusar-se a acei
A conjugação desse sistema com o"
tar o que lhe fosse indicado, pelo fato
dos abonos familiares, corno sucede na
de manter o mesmo família numerosa,
Nova Zelândia, corrige uma das injusti
í
81
ças: a dó trabalhador que recebe "a
devendo, por conseqüência, receber um salário alto, superior à sua capacidade
menos", mas não alcança o trabalhador
de produção.
Duas conseqüências, porém, adviriam
O sistema tem, além disso, o incon
desse sistema: a) aumento no custo da
veniente de habituar o trabalhador sol
vida c, consequentemente, redução no salário real; b) uma situação de desi gualdade no preço de custo de indús
teiro a um padrão melhor de vida, pa drão esse que não mais poderá manter ao con.stituir família, fazendo, assim,
trias congêneres, conforme fôsse maior
desaparecer praticamente a vantagem do
ou menor o número de pessoas, cujo
correspondente à subsistência do trabarisco!'^rf família", bem velhice como ose riscos de acidentes, moléstias, é o salário mínimo que
.salário familiar.
sustento estivesse a cargo de cada uma
empmgad"or"?'"
elimina alguns dos inconvenientes do
ma cuja precariedade tão bem conhe
salário familiar absoluto, pois benefician
cemos.
°
partidários do salário ar absoluto que a condição normal
do homem é a de chefe de família e
^ todos deve ser assegurada f« f ^^n^aneração bastante para o susfamília média, independen temente da momentânea situação de cada
n!dn
logo se diwdiram em tr/í! tintas os partidários dn
para o tiabalhador do prole numerosa,
que recebe "a mais".
familiar absoluto, adotado
responder,^não ao como às necessidades
de .serviço, recebem,
também, uma parcela correspondente à sua hipotética família. Ao passo que
o que SC chama "salário familiar rcla-
O salário familiar absoluto é o nreda e insuficiente, da falta de higiene e socorros médicos, frutos da miséria da! classes operárias. Para se constatar a uma das cláusulas do Código Social de infli^ncia beriéfica que nesse setor tem Mahnes, se diz que "o .salário vital
miliar é,^o^^setor
contraprestação
soas da família de cada operário. Ê
^ Ignorância, da alimentação inadequa
Ç5o do mer!a?o
Dicesto EcoNó^^co
1926 combiIiàre«! n? de abonos famif^ece sistema consideráveis desvantado custo"rhf avulta a elevação m-ín rir. V ^
dores
encarecimento da
Proveito dos trabalha-
delas.
Salário Familiar Relativo
O regime de salário familiar relativo
O primeiro impasse estaria soluciona
do nos países de economia dirigida pela proibição do aumento de preços, siste
do cada operário de per si, permite o
A diversidade do custo de produção,
ajuste do salário à situação especial de cada um no que concerne à sua família. Fica dessa forma eliminada a injustiça "de se distribuir o igual pelo diferente",
entretanto, não poderia ser resolvida tão fàcilmente. Sempre haveria indústrias arcando com maior ônus decorrente do salário familiar, dada a extrema dificul
como diz Paulo Sá.
dade de se repartir com igualdade o
Vejamos, porém, na prática, como se comportaria esse sistema:
ônus decorrente da aplicação dêsse sis
Suponhamos que o Estado compila o
detentor do capital a pagar o salário fa miliar relativo aos seus operários; um sa'ário tanto mais alto quanto maior seja o número de pessoas cujo sustento esteja a cargo do operário. Seria fazer o mesmo que fêz o urso fardineíro: ati-
tema.
Vemos, daí, que o sistema de salário familiar relativo, embora teòricamentc
justo no que diz respeito à justiça distributiva, não seria viável na prática. Ahôno familiar
a ebvacão°ri '''' da situaçao de cada operário de per®" família nn„To ^tevaçao dos preços quase que
liquidar de vez uma mosca importuna
e, do salano familiar absoluto"
que teimava em pousar na testa de seu
familiar, em que se atende, tanto à
amigo...
justiça comutativa como à distribuüva.
Sao os_partidár.os dos salários altos, isto Ou tros, partíndo da idéia de que o saláno deve bastar para o sustento da famí lia operária de acôrdo com suas neces sidades, entendiam que o patrão deveria pagar um salário tanto mais elevado
So'ma?s
rando-jhe pesada pedra à cabeça para O industrial somente contra
di?so, há sempre uma injustiça /.. sistema. Tomada como base a famiüa média, de dois, três ou quatro fi-
taria para seu ser\'iço operários solteiros ou de pequenas famílias e a miséria ha
ihos, conforme o país, todos os trabalha dores solteiros receberiam mais do que
operárias numerosas.
necessitam, pois além do seu salário-
veria de bater às portas das famílias Intervindo na ordem econômica e so
cial para a imposição do salário míni-
Surge então, como corretivo aos ma
les dos dois sistemas, a idéia do abôno
O salário continua a ser pago como ri gorosa contraprestação de serviço, den
tro do principio de salário igual para trabalho iguaj^ e o trabalhador recebe, pela sua qualidade de chefe de família,
um determinado abôno proporcional às
80
Dicesto EcoNÓNnco
O aspecto eugênico tem ainda contri buído para que a idéia do salário fa miliar ganhe terreno dia a dia. Mor mente no Brasil, em que a mortalida
de infantil alcança a cifra absurda de cerca do 402, esse aspecto deve merecer a maior, atenção. Comparando esses da
dos com os relativos às cidades ameri canas em que a mortalidade é de 86 e
4% - diz Paulo Sá - "só nos resta contessar a vergonha de uma situação que
brada aos céus". Ora, a concessão de salano familiar contribui de maneira decisiva para a queda da mortalidade mfanhl, sabido como é que ela resulta
quanto maíon fôsse o número de pes
tno . F nalmentc, muitos estudiosos do
assunto julgavam preferível distinguir nitidamente o salário-contraprcstação de semço, do auxílio para .sustento da fami la, atribuído o ônus do salário fa miliar, nao aos empregados, individual mente, inas sim a tôda a classe patronal ou à coletividade, sob forma de "abonos familiares".
° salário fa^
elevação do nnr?A
pulação
pela aquisitivointernoda ^^o-
Mod^lidades de salário familiar
Salário Familiar Absoluto
uns entenL.j::rot,sine
dis-
bastante elevado para nue n nT - ®
pudesse sustentar famí]ia^em i„ve™ç™
mo familiar, o Estado teria de substituir diretamente o indivíduo no contrato de
ti"aba'ho. Ou melhor, o capitalista que necessitasse um operário para sua indús
muito acima da média, o salário fami
tria, teria de solicitá-lo diretamente do
liar absoluto torna-se insuficiente.
Estado e não poderia recusar-se a acei
A conjugação desse sistema com o"
tar o que lhe fosse indicado, pelo fato
dos abonos familiares, corno sucede na
de manter o mesmo família numerosa,
Nova Zelândia, corrige uma das injusti
í
81
ças: a dó trabalhador que recebe "a
devendo, por conseqüência, receber um salário alto, superior à sua capacidade
menos", mas não alcança o trabalhador
de produção.
Duas conseqüências, porém, adviriam
O sistema tem, além disso, o incon
desse sistema: a) aumento no custo da
veniente de habituar o trabalhador sol
vida c, consequentemente, redução no salário real; b) uma situação de desi gualdade no preço de custo de indús
teiro a um padrão melhor de vida, pa drão esse que não mais poderá manter ao con.stituir família, fazendo, assim,
trias congêneres, conforme fôsse maior
desaparecer praticamente a vantagem do
ou menor o número de pessoas, cujo
correspondente à subsistência do trabarisco!'^rf família", bem velhice como ose riscos de acidentes, moléstias, é o salário mínimo que
.salário familiar.
sustento estivesse a cargo de cada uma
empmgad"or"?'"
elimina alguns dos inconvenientes do
ma cuja precariedade tão bem conhe
salário familiar absoluto, pois benefician
cemos.
°
partidários do salário ar absoluto que a condição normal
do homem é a de chefe de família e
^ todos deve ser assegurada f« f ^^n^aneração bastante para o susfamília média, independen temente da momentânea situação de cada
n!dn
logo se diwdiram em tr/í! tintas os partidários dn
para o tiabalhador do prole numerosa,
que recebe "a mais".
familiar absoluto, adotado
responder,^não ao como às necessidades
de .serviço, recebem,
também, uma parcela correspondente à sua hipotética família. Ao passo que
o que SC chama "salário familiar rcla-
O salário familiar absoluto é o nreda e insuficiente, da falta de higiene e socorros médicos, frutos da miséria da! classes operárias. Para se constatar a uma das cláusulas do Código Social de infli^ncia beriéfica que nesse setor tem Mahnes, se diz que "o .salário vital
miliar é,^o^^setor
contraprestação
soas da família de cada operário. Ê
^ Ignorância, da alimentação inadequa
Ç5o do mer!a?o
Dicesto EcoNó^^co
1926 combiIiàre«! n? de abonos famif^ece sistema consideráveis desvantado custo"rhf avulta a elevação m-ín rir. V ^
dores
encarecimento da
Proveito dos trabalha-
delas.
Salário Familiar Relativo
O regime de salário familiar relativo
O primeiro impasse estaria soluciona
do nos países de economia dirigida pela proibição do aumento de preços, siste
do cada operário de per si, permite o
A diversidade do custo de produção,
ajuste do salário à situação especial de cada um no que concerne à sua família. Fica dessa forma eliminada a injustiça "de se distribuir o igual pelo diferente",
entretanto, não poderia ser resolvida tão fàcilmente. Sempre haveria indústrias arcando com maior ônus decorrente do salário familiar, dada a extrema dificul
como diz Paulo Sá.
dade de se repartir com igualdade o
Vejamos, porém, na prática, como se comportaria esse sistema:
ônus decorrente da aplicação dêsse sis
Suponhamos que o Estado compila o
detentor do capital a pagar o salário fa miliar relativo aos seus operários; um sa'ário tanto mais alto quanto maior seja o número de pessoas cujo sustento esteja a cargo do operário. Seria fazer o mesmo que fêz o urso fardineíro: ati-
tema.
Vemos, daí, que o sistema de salário familiar relativo, embora teòricamentc
justo no que diz respeito à justiça distributiva, não seria viável na prática. Ahôno familiar
a ebvacão°ri '''' da situaçao de cada operário de per®" família nn„To ^tevaçao dos preços quase que
liquidar de vez uma mosca importuna
e, do salano familiar absoluto"
que teimava em pousar na testa de seu
familiar, em que se atende, tanto à
amigo...
justiça comutativa como à distribuüva.
Sao os_partidár.os dos salários altos, isto Ou tros, partíndo da idéia de que o saláno deve bastar para o sustento da famí lia operária de acôrdo com suas neces sidades, entendiam que o patrão deveria pagar um salário tanto mais elevado
So'ma?s
rando-jhe pesada pedra à cabeça para O industrial somente contra
di?so, há sempre uma injustiça /.. sistema. Tomada como base a famiüa média, de dois, três ou quatro fi-
taria para seu ser\'iço operários solteiros ou de pequenas famílias e a miséria ha
ihos, conforme o país, todos os trabalha dores solteiros receberiam mais do que
operárias numerosas.
necessitam, pois além do seu salário-
veria de bater às portas das famílias Intervindo na ordem econômica e so
cial para a imposição do salário míni-
Surge então, como corretivo aos ma
les dos dois sistemas, a idéia do abôno
O salário continua a ser pago como ri gorosa contraprestação de serviço, den
tro do principio de salário igual para trabalho iguaj^ e o trabalhador recebe, pela sua qualidade de chefe de família,
um determinado abôno proporcional às
Digesto Econômico
Dicesto Econômico
82
mesmo sucedendo em Portugal e na Hungria. A terceira modalidade, pagamento do "abôno familiar" pelo Estado, foi a ado tada pela Nova Zelândia — o país pre
mente; b) o pagamento por institutos
suas necessidades, pago, ou pelo Es
para os quais contribuíssem empregado
tado ou por caixas ou institutos.
res, empregados e o Estado; c) o paga
Êsse sistema oferece tôdas as vanta
gens e nenhum dos inconvenientes dos outros dois e parece ser a solução defini
mento pelo Estado.
A primeira dessas modalidades tem sido adotada com
tiva para o problema. Ha, porém, uma série de questões li gadas ao abono familiar que merecem ser analisadas.
Uma delas é a de se saber quem deve
pagar o abono familiar. Se se preten desse que cada empregador pagasse o abôno a cada um de seus empregados, cairíamos no salário familiar relativo, com todos os seus inconvenientes de
ordem pratica. Foi o que sucedeu, por exemplo, como nos dá notícia Paulo
de operihios — e é o existente no Brasil.
pessoas, não serão necessários Cr§ ...
notar as legislações da França e da Bél gica que quase atingiram a perfeição. Em linhas gerais, o sistema é o seguinte:
Nesse ponto — e só nesse ponto —
2.000,00 para uma de quatro pessoas, pois determinadas despesas do lar, como
a legislação brasileira sobre abôno fami liar merece elogios. Realmente, inte ressa não só aos empregados e aos em pregadores, mas principalmente à cole
verifica-se o número total de pessoas
cuja subsistência depende da classe ope rária e apura-se então a média de pes soas que cada operário sustenta. Co
tividade inteira e portanto ao Estado, que a população do território aumente
nhecida a quantia nccessílria ao sustento de cada pessoa, multiplica-se essa quan tia pelo número médio de pessoas que
decrescente, pagando-se, por exemplo:
Algumas legislações, entretanto, ado
lheres e crianças, proporcionar-lhes ali
tam o sistema mais simples de uma
mentação adequada, educação e relativo
quota fbca por pessoa da família operá ria, qualquer que seja o seu número. Finalmente, outras legislações — e en tre estas se incluem a da Bélgica e a da França — preferem, embora desvirtuan
de compensação" que pagará os abonos
do país.
da população e conseqüente progresso
Cabe, portanto, ao Estado prover à subsistência das famílias operárias.
É essa também a opinião de Paulo Sá,
do a finalidade do abôno familiar, con verter essa medida em um incentivo à
grande conhecedor da matéria, que afir
natalidade, concedendo-se abonõs pro
rários sustentando três milhões de pes
ma: "O pagamento pelo Estado é uma
soas e que o sustento de cada pessoa acarrete uma despesa de Cr$ 200,00 por
lho, tido e criado, e um beneficio feito
gressivos e crescentes de acordo com o número de pessoas da família. Na Bél gica, por exemplo, pela lei de 1936,
mês. Portanto, cada empregador re colherá à "caixa de compensação" Cr$
h sociedade, que a sociedade, por seu
.concede-se um abôno diário de 0,40
mandatário comum, o Estado, retribua
600,00 por operário que tiver.
êsse benefício".
francos belgas para o primeiro filho, ao passo que para o quinto filho e para
dado país existam um milhão de ope
um de seus empregados. Como era na
Nessas condições, o sistema mais pre ciso seria o da concessão de um abôno
Cr$ 300,00 pela mulher, mais Cr$ 200,00 pelo primeiro filho, mais Cr$ 150,00 pelo segundo filho, e assim por diante.
confôrto, para meílioria da raça, aumento
Exemplificando: suponhamos que num
pessoas aa família.
nefícios ae uma infância sadia e prepa rada para a luta pela vida. Interessa ao Estado e não apenas a empregadores
destes. O recolhimento é feito a uma "caixa
de acordo com o número de pessoas de
aluguel de casa, por exemplo, são inva riáveis, Qualquer que seja o número de
e que as gerações futuras gozem dos be
e empregados, afastar das fábricas mu
cada família operária.
por filho menor de 14 anos de cada
pita". Se Cr§ 1.000,00 são suficientes para a despesa de uma família de duas
grande nvimero de países, sendo de se
gados, qualquer que seja a condição
1 ri' eieiio pe^a Cia. T* Umao Fabril icvuua do Rio d.Grande
É sabido que, quanto maior seja a família, menor será a despesa "per ca
cursor de todos os mo\'imcntos em favor
gadores rccolliem tantas vêzes essa quantia quantos sejam os seus empre
do Sul que concedia Cr$ 1,00 por dia,
deve ser pago, ou melhor, em que pro porção o pagamento deve ser feito.
real proveito em
cada trabalhador sustenta e os empre
Sa, com a^ tentativa isolada de concessao de abono familiar, levada a efeito
83
solução natural e apropriada. Se o fi
Quanto aos meios de
que o Estado deve lançar mão para
cada um dos subsequentes se concede
atender a êsse encargo, a solução brasi
3,80 francos belgas. Também na Fran
tas forem as pessoas cujo sustento esteja
leira pajrece ser satisfatória: impôsto
ça, nas indústrias de Paris, se concede,
a seu cargo.
adicional sobre a renda para os soltei
para o primeiro filho, 60 francos men sais, ao passo que o abôno passa a ser
Os operários receberão da "caixa" o abôno de tantas vezes Cr$ 200,00 quan
concessão de abôno familiar a seis mi
ros ou casais sem filhos. É claro que ampliando-se o campo de aplicação dos
lhões de empregados, por trezentos mil
abonos, só êsse recurso seria insuficiente
tude da elevação de seus custos de pro
empregadores.
dução que a colocava em situação de in ferioridade perante seus concorrentes. • Afastada a idéia do pagamento do
ou então esmagaria os contribuintes acarretando, muitas vêzes, graves injus
quais contribuam empregadores, em pregados e o Estado, é o sistema adota do pela Itália e muito se assemelha ao
tiças, como no caso de mulheres sol teiras ou de casais estéreis. Nesse caso, deve o Estado reservar de sua receita
um dos países mais densamente povoa
abono pelos empregadores diretamente a
dos nossos institutos de previdência so
cial. No CMe, só empregadores e em
ordinária uma parcela para completar o necessário ao pagamento dos abonos. Outro problema ligado à concessão de
dos do mundo.
seus empregados, três soluções se apre sentaram: a) o pagamento do abôno
A aplicação do abôno familiar, como arma demográfica, é, aliás, confirma
abôno familiar é o de se saber quanto
da na lei italiana de 1937, na qual se
tural, dado o afluxo de empregados dc família numerosa para essa empresa, não pôde ela manter o sistema em vir
UAI VLUáiiV/XlkVy
CL
pela classe dos empregadores, conjunta
Êsse sistema, na França, permite a
O pagamento por instituições para as
pregados contribuem para a "Caja de Previsión de Empleados Particulares", o
Á
de 200 francos para cada filho exce dente de quatro. Na França, país de baixa natalidade, ainda se admite êsse
incentivo à proliferação. O que não se compreende é o motivo pelo qual idên
tico processo foi adotado na Bélgica,
Digesto Econômico
Dicesto Econômico
82
mesmo sucedendo em Portugal e na Hungria. A terceira modalidade, pagamento do "abôno familiar" pelo Estado, foi a ado tada pela Nova Zelândia — o país pre
mente; b) o pagamento por institutos
suas necessidades, pago, ou pelo Es
para os quais contribuíssem empregado
tado ou por caixas ou institutos.
res, empregados e o Estado; c) o paga
Êsse sistema oferece tôdas as vanta
gens e nenhum dos inconvenientes dos outros dois e parece ser a solução defini
mento pelo Estado.
A primeira dessas modalidades tem sido adotada com
tiva para o problema. Ha, porém, uma série de questões li gadas ao abono familiar que merecem ser analisadas.
Uma delas é a de se saber quem deve
pagar o abono familiar. Se se preten desse que cada empregador pagasse o abôno a cada um de seus empregados, cairíamos no salário familiar relativo, com todos os seus inconvenientes de
ordem pratica. Foi o que sucedeu, por exemplo, como nos dá notícia Paulo
de operihios — e é o existente no Brasil.
pessoas, não serão necessários Cr§ ...
notar as legislações da França e da Bél gica que quase atingiram a perfeição. Em linhas gerais, o sistema é o seguinte:
Nesse ponto — e só nesse ponto —
2.000,00 para uma de quatro pessoas, pois determinadas despesas do lar, como
a legislação brasileira sobre abôno fami liar merece elogios. Realmente, inte ressa não só aos empregados e aos em pregadores, mas principalmente à cole
verifica-se o número total de pessoas
cuja subsistência depende da classe ope rária e apura-se então a média de pes soas que cada operário sustenta. Co
tividade inteira e portanto ao Estado, que a população do território aumente
nhecida a quantia nccessílria ao sustento de cada pessoa, multiplica-se essa quan tia pelo número médio de pessoas que
decrescente, pagando-se, por exemplo:
Algumas legislações, entretanto, ado
lheres e crianças, proporcionar-lhes ali
tam o sistema mais simples de uma
mentação adequada, educação e relativo
quota fbca por pessoa da família operá ria, qualquer que seja o seu número. Finalmente, outras legislações — e en tre estas se incluem a da Bélgica e a da França — preferem, embora desvirtuan
de compensação" que pagará os abonos
do país.
da população e conseqüente progresso
Cabe, portanto, ao Estado prover à subsistência das famílias operárias.
É essa também a opinião de Paulo Sá,
do a finalidade do abôno familiar, con verter essa medida em um incentivo à
grande conhecedor da matéria, que afir
natalidade, concedendo-se abonõs pro
rários sustentando três milhões de pes
ma: "O pagamento pelo Estado é uma
soas e que o sustento de cada pessoa acarrete uma despesa de Cr$ 200,00 por
lho, tido e criado, e um beneficio feito
gressivos e crescentes de acordo com o número de pessoas da família. Na Bél gica, por exemplo, pela lei de 1936,
mês. Portanto, cada empregador re colherá à "caixa de compensação" Cr$
h sociedade, que a sociedade, por seu
.concede-se um abôno diário de 0,40
mandatário comum, o Estado, retribua
600,00 por operário que tiver.
êsse benefício".
francos belgas para o primeiro filho, ao passo que para o quinto filho e para
dado país existam um milhão de ope
um de seus empregados. Como era na
Nessas condições, o sistema mais pre ciso seria o da concessão de um abôno
Cr$ 300,00 pela mulher, mais Cr$ 200,00 pelo primeiro filho, mais Cr$ 150,00 pelo segundo filho, e assim por diante.
confôrto, para meílioria da raça, aumento
Exemplificando: suponhamos que num
pessoas aa família.
nefícios ae uma infância sadia e prepa rada para a luta pela vida. Interessa ao Estado e não apenas a empregadores
destes. O recolhimento é feito a uma "caixa
de acordo com o número de pessoas de
aluguel de casa, por exemplo, são inva riáveis, Qualquer que seja o número de
e que as gerações futuras gozem dos be
e empregados, afastar das fábricas mu
cada família operária.
por filho menor de 14 anos de cada
pita". Se Cr§ 1.000,00 são suficientes para a despesa de uma família de duas
grande nvimero de países, sendo de se
gados, qualquer que seja a condição
1 ri' eieiio pe^a Cia. T* Umao Fabril icvuua do Rio d.Grande
É sabido que, quanto maior seja a família, menor será a despesa "per ca
cursor de todos os mo\'imcntos em favor
gadores rccolliem tantas vêzes essa quantia quantos sejam os seus empre
do Sul que concedia Cr$ 1,00 por dia,
deve ser pago, ou melhor, em que pro porção o pagamento deve ser feito.
real proveito em
cada trabalhador sustenta e os empre
Sa, com a^ tentativa isolada de concessao de abono familiar, levada a efeito
83
solução natural e apropriada. Se o fi
Quanto aos meios de
que o Estado deve lançar mão para
cada um dos subsequentes se concede
atender a êsse encargo, a solução brasi
3,80 francos belgas. Também na Fran
tas forem as pessoas cujo sustento esteja
leira pajrece ser satisfatória: impôsto
ça, nas indústrias de Paris, se concede,
a seu cargo.
adicional sobre a renda para os soltei
para o primeiro filho, 60 francos men sais, ao passo que o abôno passa a ser
Os operários receberão da "caixa" o abôno de tantas vezes Cr$ 200,00 quan
concessão de abôno familiar a seis mi
ros ou casais sem filhos. É claro que ampliando-se o campo de aplicação dos
lhões de empregados, por trezentos mil
abonos, só êsse recurso seria insuficiente
tude da elevação de seus custos de pro
empregadores.
dução que a colocava em situação de in ferioridade perante seus concorrentes. • Afastada a idéia do pagamento do
ou então esmagaria os contribuintes acarretando, muitas vêzes, graves injus
quais contribuam empregadores, em pregados e o Estado, é o sistema adota do pela Itália e muito se assemelha ao
tiças, como no caso de mulheres sol teiras ou de casais estéreis. Nesse caso, deve o Estado reservar de sua receita
um dos países mais densamente povoa
abono pelos empregadores diretamente a
dos nossos institutos de previdência so
cial. No CMe, só empregadores e em
ordinária uma parcela para completar o necessário ao pagamento dos abonos. Outro problema ligado à concessão de
dos do mundo.
seus empregados, três soluções se apre sentaram: a) o pagamento do abôno
A aplicação do abôno familiar, como arma demográfica, é, aliás, confirma
abôno familiar é o de se saber quanto
da na lei italiana de 1937, na qual se
tural, dado o afluxo de empregados dc família numerosa para essa empresa, não pôde ela manter o sistema em vir
UAI VLUáiiV/XlkVy
CL
pela classe dos empregadores, conjunta
Êsse sistema, na França, permite a
O pagamento por instituições para as
pregados contribuem para a "Caja de Previsión de Empleados Particulares", o
Á
de 200 francos para cada filho exce dente de quatro. Na França, país de baixa natalidade, ainda se admite êsse
incentivo à proliferação. O que não se compreende é o motivo pelo qual idên
tico processo foi adotado na Bélgica,
Dicesto Econômico
Dicesto Econômico
84
salienta, como menciona Estanislau Fischlowitz, que não se trata senão da "consagração do princípio do salário farniliar como instrumento eficaz do au
pagamento ao trabalhador adulto.
A Constituição de 1940 consertou êsse estado de coisas.
Consertou mal, mas
consertou. Pois, ao mesmo tempo que impõe ao Estado o dever dc amparar as
mento demográfico da nação, assim como de medida de justiça social".
famílias numerosas, institui o salário mí
A situação brasileira
te o programa da Igreja Católica, tão
85
A
mo porque a Constituição impõe ao Es
rigor, ésse salário mínimo só deveria ser obrigatório para o trabalhador do sexo masculino, já que, na ordem natural das
tado o dever de proteger as famílias nu
coisas, cabe ao homem o sustento da
família. Isso, porém, teria, como conse-
nimo familiar absoluto.
Quènciii, a substituição cada vez maior
Segue nossa Constituição precisamen
do homem pela mulher nas atividades
bem exposta por G. C. Rutten, O. P. era
em que a resistência ou a fôrça física
A situação brasileira atual, no que
sua obra "La doctrine socíale de TEgli-
não lôssein indispensáveis.
concerne à intervenção do Estado na fixação dos salários (sem falarmos em
so", na qual interpreta e explica as en-
determinados tipos de salário propor
gesimo Anno".
cional), é a seguinte:
ciclicas
De acordo, portanto, com a Constitui
O salário mínimo vital fLxado em lei
ção, deveriam ser levantadas estatísticas
corresponde ao estritamente necessário
para se saber qual o número médio de
para o operário se sustentar a sí próprio.
pessoas da família operária (e nessa ex
Em cada região do país, as Comissões de Salário Mínimo avaliaram o mínimo que uma pessoa pode dispender com ali
pressão incluimos todos os assalariados)
e quanto despende cada família média
mentação, habitação, vestuário, higiene e transporte e da soma dessas parcelas, sem nenhuma sobra, resultou o salário
nimo fixado de acôrdo com essa despesa. O regime de abôno familiar deveria ser
mínimo local.
Portanto, êsse salário mínimo pressu
põe o trabalhador solteiro sem filhos, o
i
2 — A seguir, caberia a órgãos espe-
Rcrum Novarum" e "Quadrá-
que nao está conforme à ordem natu ral das coisas. Nenhum auxílio se con-
cede a famüia operária, a menos que,
O regime, como íá foi exposto, é in conveniente, não só por encarecer de masiado a mão de obra, como porque
obriga o empregador a pagar a operá
abono, segue-se que a família operária
à sua hipotética família, o que não en contra justificativa nos princípios da jus-
O legislador brasileiro, provàvelmcn-
ou inválidos, a partir do primeiro, ou ainda de dependentes inválidos que o
perativo constitucional, respeitado o prin cípio de justiça comutativa, já converti do em preceito da Constituição que manda pagar salário igual para traba lho igual e eliminada uma das causas
trabalhador sustentasse, de acôrdo com
da mortalidade infantil, incentivando o
as despesas que, sucessivamente, cada
aumento da população, favorecido o aperfeiçoamento físico, moral e intelec tual das gerações futuras, em proveito
acarretasse.
do homem de amanhã.
absoluto.
como ]d foi dito de início, esta se com punha de mais de oito fühos. Como o operário não pode começar pelo oitavo nmo, para receber os Cr$ 100,00 do esta ao mteiro desamparo.
nimo, deduzindo-se do total a quantia do-se, como abono, a diferença. Por essa forma, estaria atendido im
veria abranger tôda a coletividade, mes-
média já coberta pelo salário familiar
se-ia a quantia que deveria receber se seus proventos fossem os do salário mí
mo de despesa que cada filho, sucessi vamente, acarretaria para o trabalhador. 3 — De posse dêsse elemento o Esta do concederia o ubôno na proporção do
4 — O sistema de abôno familiar de
número de membros fôsse superior à
ao limite mínimo de salário, seria feito sempre pela diferença, isto é, calcular-
por ele efetivamente percebida e pagan-
um
instituído para as famílias operárias cujo
5 — Finalmente, o pagamento do abô no, aos que tiverem proventos superiores
cializado.s investigar o acréscimo míni
número de filhos menores dc 14 anos
com seu sustento, sendo o salário mí
merosas, sem cogitar da condição do seu chefe.
r
rios solteiros e, sem filhos quantia que corresponde, em parte, a contraprestação de trabalho, mas, também, em parte, , tiça distributiva.
te, mspirou-se no exemplo da Nova Ze
lândia e de outros países, em que o abono começa a ser concedido a partir do segundo ou terceiro filho, esquecen do-se de que, nesses países, o salário mínimo já é salário familiar absoluto, isto é, já foi calculado para atender às
Solução para o problema no Brasil . Tendo em conta o regime constitu cional e procurando quanto possível amenizar os inconvenientes que êle ofe
rece, entendemos que a solução para o
necessidades de uma família média.
salário familiar no Brasil seria a se
Ou então inspirou-se na "avançadíssima" legislação da Rússia Soviética que, um pouco mais magnânima do que a.
fixado, em cada região do país, de
guinte:
1 — O salário familiar absoluto seria
acôrdo com o indispensável à manuten
brasileira, concede o abôno a partir do
ção de "duas" pessoas (marido e mu
sétimo filho...
lher) e seria o mínimo admitido como -v',i i' J
A produção de "rayon" e "ntjlon", na Inglaterra, durante o niês de feo8' reiro, diminuiu de treze milhões de libras-pêso, relativamente d média mensal de 17 milhões e meio, obtida nos quatro meses precedentes. A menor produção de fevereiro representa uma baixa de 22% em relação a janeiro.
Dicesto Econômico
Dicesto Econômico
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salienta, como menciona Estanislau Fischlowitz, que não se trata senão da "consagração do princípio do salário farniliar como instrumento eficaz do au
pagamento ao trabalhador adulto.
A Constituição de 1940 consertou êsse estado de coisas.
Consertou mal, mas
consertou. Pois, ao mesmo tempo que impõe ao Estado o dever dc amparar as
mento demográfico da nação, assim como de medida de justiça social".
famílias numerosas, institui o salário mí
A situação brasileira
te o programa da Igreja Católica, tão
85
A
mo porque a Constituição impõe ao Es
rigor, ésse salário mínimo só deveria ser obrigatório para o trabalhador do sexo masculino, já que, na ordem natural das
tado o dever de proteger as famílias nu
coisas, cabe ao homem o sustento da
família. Isso, porém, teria, como conse-
nimo familiar absoluto.
Quènciii, a substituição cada vez maior
Segue nossa Constituição precisamen
do homem pela mulher nas atividades
bem exposta por G. C. Rutten, O. P. era
em que a resistência ou a fôrça física
A situação brasileira atual, no que
sua obra "La doctrine socíale de TEgli-
não lôssein indispensáveis.
concerne à intervenção do Estado na fixação dos salários (sem falarmos em
so", na qual interpreta e explica as en-
determinados tipos de salário propor
gesimo Anno".
cional), é a seguinte:
ciclicas
De acordo, portanto, com a Constitui
O salário mínimo vital fLxado em lei
ção, deveriam ser levantadas estatísticas
corresponde ao estritamente necessário
para se saber qual o número médio de
para o operário se sustentar a sí próprio.
pessoas da família operária (e nessa ex
Em cada região do país, as Comissões de Salário Mínimo avaliaram o mínimo que uma pessoa pode dispender com ali
pressão incluimos todos os assalariados)
e quanto despende cada família média
mentação, habitação, vestuário, higiene e transporte e da soma dessas parcelas, sem nenhuma sobra, resultou o salário
nimo fixado de acôrdo com essa despesa. O regime de abôno familiar deveria ser
mínimo local.
Portanto, êsse salário mínimo pressu
põe o trabalhador solteiro sem filhos, o
i
2 — A seguir, caberia a órgãos espe-
Rcrum Novarum" e "Quadrá-
que nao está conforme à ordem natu ral das coisas. Nenhum auxílio se con-
cede a famüia operária, a menos que,
O regime, como íá foi exposto, é in conveniente, não só por encarecer de masiado a mão de obra, como porque
obriga o empregador a pagar a operá
abono, segue-se que a família operária
à sua hipotética família, o que não en contra justificativa nos princípios da jus-
O legislador brasileiro, provàvelmcn-
ou inválidos, a partir do primeiro, ou ainda de dependentes inválidos que o
perativo constitucional, respeitado o prin cípio de justiça comutativa, já converti do em preceito da Constituição que manda pagar salário igual para traba lho igual e eliminada uma das causas
trabalhador sustentasse, de acôrdo com
da mortalidade infantil, incentivando o
as despesas que, sucessivamente, cada
aumento da população, favorecido o aperfeiçoamento físico, moral e intelec tual das gerações futuras, em proveito
acarretasse.
do homem de amanhã.
absoluto.
como ]d foi dito de início, esta se com punha de mais de oito fühos. Como o operário não pode começar pelo oitavo nmo, para receber os Cr$ 100,00 do esta ao mteiro desamparo.
nimo, deduzindo-se do total a quantia do-se, como abono, a diferença. Por essa forma, estaria atendido im
veria abranger tôda a coletividade, mes-
média já coberta pelo salário familiar
se-ia a quantia que deveria receber se seus proventos fossem os do salário mí
mo de despesa que cada filho, sucessi vamente, acarretaria para o trabalhador. 3 — De posse dêsse elemento o Esta do concederia o ubôno na proporção do
4 — O sistema de abôno familiar de
número de membros fôsse superior à
ao limite mínimo de salário, seria feito sempre pela diferença, isto é, calcular-
por ele efetivamente percebida e pagan-
um
instituído para as famílias operárias cujo
5 — Finalmente, o pagamento do abô no, aos que tiverem proventos superiores
cializado.s investigar o acréscimo míni
número de filhos menores dc 14 anos
com seu sustento, sendo o salário mí
merosas, sem cogitar da condição do seu chefe.
r
rios solteiros e, sem filhos quantia que corresponde, em parte, a contraprestação de trabalho, mas, também, em parte, , tiça distributiva.
te, mspirou-se no exemplo da Nova Ze
lândia e de outros países, em que o abono começa a ser concedido a partir do segundo ou terceiro filho, esquecen do-se de que, nesses países, o salário mínimo já é salário familiar absoluto, isto é, já foi calculado para atender às
Solução para o problema no Brasil . Tendo em conta o regime constitu cional e procurando quanto possível amenizar os inconvenientes que êle ofe
rece, entendemos que a solução para o
necessidades de uma família média.
salário familiar no Brasil seria a se
Ou então inspirou-se na "avançadíssima" legislação da Rússia Soviética que, um pouco mais magnânima do que a.
fixado, em cada região do país, de
guinte:
1 — O salário familiar absoluto seria
acôrdo com o indispensável à manuten
brasileira, concede o abôno a partir do
ção de "duas" pessoas (marido e mu
sétimo filho...
lher) e seria o mínimo admitido como -v',i i' J
A produção de "rayon" e "ntjlon", na Inglaterra, durante o niês de feo8' reiro, diminuiu de treze milhões de libras-pêso, relativamente d média mensal de 17 milhões e meio, obtida nos quatro meses precedentes. A menor produção de fevereiro representa uma baixa de 22% em relação a janeiro.
DiGESTo EcoNÓ>nco
tada tribo dos Omagua ou Cambeba,
dica à e.xtração do látex. "Seringalista",
do grupo tupi-guarani. Acuna, o relator da viagem de Pedro
o dono ou e.xplorador de um seringal.
Teixeira, de Quito a Belém, em 1639,
direita do alto Amazonas, coube a uti
já a esses índios se reporta e fala do
lização da borracha para vários fins.
emprego que entre os mesmos se fa
zia do leite pegajoso de algumas plan tas.
O uso da Borracha
entre os índios
-"VSSí»**^
por Gastão Crxju
conseguiam a melhor seiva, por inci-
sões abertas no seu tronco. Pelo menos,
tica entre os selvícolas americanos.
mórias da Academia de Ciências de
século XVII, narra episódios ocorridos
Pari.s". Esclareça-se, porém, que quan do ainda no Peru, em 1736, já o geógra fo francês havia remetido à alucíida
Merece ser assinalado que esse jôgo de bola pareceu coisa tão nova e inte
sejam amostras de borracha.
ressante aos olhos dos conquistadores
universalmente conhecidas. A primeira
descobertas três e quatro séculos depois,
África, em 1860.
Ora, Colombo, já na sua segunda hSh'"a Hispamola" de osentão, nativos do Haiti, brinca
vam com bolas de uma substância elásüca. Pouco depois, essas mesmas bolas eram ^contradas no México, conforme
relatam Pedro Martyr d'Anglúera, Sahagun, Oviedo e outros cronistas do tempo. Todavia, quem primeiro parece ter empregado a palavra "goma", espanholÍMndo o termo "gumua" ou "gumaua" com que os indígenas designa vam as pelas ocas e extremamente leves, fabricadas com uma matéria vegetal, foi Herrera, na sua "História Geral das
índias" que, embora só publicada no .-
conhecimento e o apreço da goma elá^
que o seu jôgo estava espalhado por. grande número de tribos situadas, por vêzes, em pontos muito distantes. Já
da borracha aos índios americanos C, entre estes, principalmente, aos que
como aconteceu na Ásia, em 1798, e na
seus principais difusores. Aliás, tomando à bola, nenhum outro objetivo teria concorrido tanto para o
comunicação incerta, cm 1751, nas "Me
Especial para o "Digesto Econômico"
que, logo nas primeiras décadas após a descoberta, alguns dos seus jogadores foram levados à Europa. Assim, confor
Na bacia do Orenoco, segundo o Pa
dre Gumilla, os Otomaco, que também cultivavam um jôgo de bola, foram cs
c isso o que informa La Condamine, em
desde 1492.
nas arbustos e cipós - estas só foram
Academia alguns rolos de resina ou As designações Omagua tomaram-se transformando-se em "cautchu", serviu
E
o citamos no Haiti e no México. Nor-
denskiold aponta-o no Chaco.
Paul
Elu-enreich, no Xingu, ^hurch, no rus. Im Thum, na Guiana Inglesa.
Rondon e Roquette-Pinto, no chapadão
mato-grossense. O curioso é que nesse jôgo, que não deixa de ser um precursor
para nomear o leite das seringueiras; e
do "foot-ball" escocês, nenhuma tribo
a segunda, "hevé", para distinguir um
se sen'e dos pés. ^ Uns índios esperam
me citação de Afonso Arinos de Mello
gênero de Euforbiáceas, as "Héveas",
Franco, "o Embaixador de Veneza à
em que estão compreendidas as melho
corte de Carlos V viu, em Sevilli^, al
res fornecedoras de ,goma e que abran
faixa elástica; ainda .outros, sobre a
guns meninos selvagens jogando às ca
cabeça, como aquêles ágeis Pareci, que
beçadas e rebatendo com as costas uma
ge uma vintena de espécies diferentes. Os Omagua, talvez devido à excelên
grande bola, do tamanho de um melão".
cia do produto de que dispunham, leva
Roosevelt e levaram o grande Presiden
Se nada sabemos ao certo, pode-se
ram mais longe as aplicações da borra
te a apelidar tal pugna de "headball",
cha. Assim, raziam faixas e ligas elás
ou bola de cabeça, confonne se poderá
Êresumir, entretanto, que de qualidade astante inferior havia de ser a borra
cha empregada na confecção de tais bolas. Provàvelmente, a seiva de qual
quer mangabeira, do gênero "Hancornia". É que a pátria das verdadeiras plantas gomíferas — grandes árvores em que circula abundante látex — está na
Amazônia. E, na verdade, foi aí que a borracha revelou vários préstimos, de
que tão inteligentemente se soube apro veitar o gentio local, sobretudo a adian-
N XXJCXXXX XXX-C.XX XX XXXXXXX X5CXXXX KXX X >C /C X
XXX X
Gastão Cruls, o grande estilista, nesse artigo mostra quanto o mundo deve o conhecimento e o uso da borracha aos índios americanos, e entre êstes, prin cipalmente, aos que habitavam a região amazônica.
k
ou "jevé" o nome da árvore da qual
0 mundo deve o conhecimento e o uso habitavam a região amazônica. Se, em outras partes do globo, também existem plantas produtoras de goma — aliás ape
y.
"Cauchú" seria o nome que os
Omagua davam a esse produto e "hevé"
Mas não só aos Omagua, da margem
a bola no ombro; outros, sobre a pare de do ventre, então protegida por uma tanta admiração causaram a Theodor
ticas, impermeabilizavam os seus teci
ver no seu interessante livro "Through
dos, ainda rudimentares, e, principal
the Brazilian Wildemess", recentemente
mente, inventaram as seringas e bombas
traduzido para a nossa língua.
que aspiravam por conta própria, dis
pensando o au.\ílio de êmbolos e pistões. Esta última descoberta foi tão no
tável e de tal modo impressionou os
Êsse jôgo iá merecera a atenção do General Rondon, quando do seu pri meiro contacto com aquêles mesmos ín dios'^ Pareci, em 1909; e foi o nosso
portugueses que, entre êles, a árvore da borracha passou a ser conhecida por
grande sertanista quem quis proporcio
"pau de seringa", ou simplesmente "se
Presidente dos Estados Unidos, ao tem
ringa", ou ainda "seringueira".
Tais
nar tão original espetáculo ao então
po em que ambos iam explorar o rio
nomes se mantêm até hoje e ainda se
Ba Dúviaa, hoje rio Roosevelt.
desdobraram em outros designativos cor rentes. "Seringal" é o lote de terreno em que, por plantio ou espontaneamen
De acordo com Rondon, parece caber aos índios Pareci o invento de tal jôgo.
Aliás, isso se confiima no próprio no
te, se reúnem muitos pés de hévea.
me que o desporto tem entre êles:
"Seringueiro", o indivíduo que se de
"Matianá-Ariti, isto é, "jôgo de Pareci".
DiGESTo EcoNÓ>nco
tada tribo dos Omagua ou Cambeba,
dica à e.xtração do látex. "Seringalista",
do grupo tupi-guarani. Acuna, o relator da viagem de Pedro
o dono ou e.xplorador de um seringal.
Teixeira, de Quito a Belém, em 1639,
direita do alto Amazonas, coube a uti
já a esses índios se reporta e fala do
lização da borracha para vários fins.
emprego que entre os mesmos se fa
zia do leite pegajoso de algumas plan tas.
O uso da Borracha
entre os índios
-"VSSí»**^
por Gastão Crxju
conseguiam a melhor seiva, por inci-
sões abertas no seu tronco. Pelo menos,
tica entre os selvícolas americanos.
mórias da Academia de Ciências de
século XVII, narra episódios ocorridos
Pari.s". Esclareça-se, porém, que quan do ainda no Peru, em 1736, já o geógra fo francês havia remetido à alucíida
Merece ser assinalado que esse jôgo de bola pareceu coisa tão nova e inte
sejam amostras de borracha.
ressante aos olhos dos conquistadores
universalmente conhecidas. A primeira
descobertas três e quatro séculos depois,
África, em 1860.
Ora, Colombo, já na sua segunda hSh'"a Hispamola" de osentão, nativos do Haiti, brinca
vam com bolas de uma substância elásüca. Pouco depois, essas mesmas bolas eram ^contradas no México, conforme
relatam Pedro Martyr d'Anglúera, Sahagun, Oviedo e outros cronistas do tempo. Todavia, quem primeiro parece ter empregado a palavra "goma", espanholÍMndo o termo "gumua" ou "gumaua" com que os indígenas designa vam as pelas ocas e extremamente leves, fabricadas com uma matéria vegetal, foi Herrera, na sua "História Geral das
índias" que, embora só publicada no .-
conhecimento e o apreço da goma elá^
que o seu jôgo estava espalhado por. grande número de tribos situadas, por vêzes, em pontos muito distantes. Já
da borracha aos índios americanos C, entre estes, principalmente, aos que
como aconteceu na Ásia, em 1798, e na
seus principais difusores. Aliás, tomando à bola, nenhum outro objetivo teria concorrido tanto para o
comunicação incerta, cm 1751, nas "Me
Especial para o "Digesto Econômico"
que, logo nas primeiras décadas após a descoberta, alguns dos seus jogadores foram levados à Europa. Assim, confor
Na bacia do Orenoco, segundo o Pa
dre Gumilla, os Otomaco, que também cultivavam um jôgo de bola, foram cs
c isso o que informa La Condamine, em
desde 1492.
nas arbustos e cipós - estas só foram
Academia alguns rolos de resina ou As designações Omagua tomaram-se transformando-se em "cautchu", serviu
E
o citamos no Haiti e no México. Nor-
denskiold aponta-o no Chaco.
Paul
Elu-enreich, no Xingu, ^hurch, no rus. Im Thum, na Guiana Inglesa.
Rondon e Roquette-Pinto, no chapadão
mato-grossense. O curioso é que nesse jôgo, que não deixa de ser um precursor
para nomear o leite das seringueiras; e
do "foot-ball" escocês, nenhuma tribo
a segunda, "hevé", para distinguir um
se sen'e dos pés. ^ Uns índios esperam
me citação de Afonso Arinos de Mello
gênero de Euforbiáceas, as "Héveas",
Franco, "o Embaixador de Veneza à
em que estão compreendidas as melho
corte de Carlos V viu, em Sevilli^, al
res fornecedoras de ,goma e que abran
faixa elástica; ainda .outros, sobre a
guns meninos selvagens jogando às ca
cabeça, como aquêles ágeis Pareci, que
beçadas e rebatendo com as costas uma
ge uma vintena de espécies diferentes. Os Omagua, talvez devido à excelên
grande bola, do tamanho de um melão".
cia do produto de que dispunham, leva
Roosevelt e levaram o grande Presiden
Se nada sabemos ao certo, pode-se
ram mais longe as aplicações da borra
te a apelidar tal pugna de "headball",
cha. Assim, raziam faixas e ligas elás
ou bola de cabeça, confonne se poderá
Êresumir, entretanto, que de qualidade astante inferior havia de ser a borra
cha empregada na confecção de tais bolas. Provàvelmente, a seiva de qual
quer mangabeira, do gênero "Hancornia". É que a pátria das verdadeiras plantas gomíferas — grandes árvores em que circula abundante látex — está na
Amazônia. E, na verdade, foi aí que a borracha revelou vários préstimos, de
que tão inteligentemente se soube apro veitar o gentio local, sobretudo a adian-
N XXJCXXXX XXX-C.XX XX XXXXXXX X5CXXXX KXX X >C /C X
XXX X
Gastão Cruls, o grande estilista, nesse artigo mostra quanto o mundo deve o conhecimento e o uso da borracha aos índios americanos, e entre êstes, prin cipalmente, aos que habitavam a região amazônica.
k
ou "jevé" o nome da árvore da qual
0 mundo deve o conhecimento e o uso habitavam a região amazônica. Se, em outras partes do globo, também existem plantas produtoras de goma — aliás ape
y.
"Cauchú" seria o nome que os
Omagua davam a esse produto e "hevé"
Mas não só aos Omagua, da margem
a bola no ombro; outros, sobre a pare de do ventre, então protegida por uma tanta admiração causaram a Theodor
ticas, impermeabilizavam os seus teci
ver no seu interessante livro "Through
dos, ainda rudimentares, e, principal
the Brazilian Wildemess", recentemente
mente, inventaram as seringas e bombas
traduzido para a nossa língua.
que aspiravam por conta própria, dis
pensando o au.\ílio de êmbolos e pistões. Esta última descoberta foi tão no
tável e de tal modo impressionou os
Êsse jôgo iá merecera a atenção do General Rondon, quando do seu pri meiro contacto com aquêles mesmos ín dios'^ Pareci, em 1909; e foi o nosso
portugueses que, entre êles, a árvore da borracha passou a ser conhecida por
grande sertanista quem quis proporcio
"pau de seringa", ou simplesmente "se
Presidente dos Estados Unidos, ao tem
ringa", ou ainda "seringueira".
Tais
nar tão original espetáculo ao então
po em que ambos iam explorar o rio
nomes se mantêm até hoje e ainda se
Ba Dúviaa, hoje rio Roosevelt.
desdobraram em outros designativos cor rentes. "Seringal" é o lote de terreno em que, por plantio ou espontaneamen
De acordo com Rondon, parece caber aos índios Pareci o invento de tal jôgo.
Aliás, isso se confiima no próprio no
te, se reúnem muitos pés de hévea.
me que o desporto tem entre êles:
"Seringueiro", o indivíduo que se de
"Matianá-Ariti, isto é, "jôgo de Pareci".
nr'"'
DICESTO ECONÓ^GCO 88
Digesto Econômico
I, Diga-se que "Ariti" ou "Cabixi" é a
I
designação de um dos grupos da txibo
I
Pareci. O êtnógraro Barbosa de Faria dá-lVif» a f1f-?nnminnf»ãn r]<a "Zicunati" dá-lhe denominação de
■\
ouvida
também
dos
mesmos
índios.
t'.
Não diz, entretanto, o que significa essa
Ij
palavra. Sem dúvida, tal designação lhe é dada por qualquer outro grupo dos Pareci.
fvf
i'
As bolas u.sadas no jogo são feitas
sobre um pedaço de madeira, ligeiramente côncava, sôbre a qual os índios 1 -T—1 uh maios vao depositando finas Qe Hu«ti sucessivas camadiàs de leite de mangabeira. Depois
^ de seca, pela ação do ar, essa película é A dobrada e reunida pelas bordas, mas de tal modo que, mantida aberta num ponto, possa ser ulteriormente insufla
da e então fechada.
Feito
E agora, para terminar, citemos dois
instrumentos indígenas em que a goma elástica tem também a sua aplicação, embora o couro possa substituí-la às vezes.
Em primeiro lugar, referiremo-
nos às vaquetas com que se toca o trocano", o grande tambor de madei ra, bastante freqüente em trilhos do
alto Amazonas. Ê que e.ssas \'aquetas qu^ase sempre têm a sua extremidade inferior, aquela que é mais e.spe.ssada, revestida de uma camada de látex.
quando, sôbre a tal tampa, se dão fortes pancadas com um macête.
tremidades.
Quanto ao cambarizu, consiste num cilindro ôco de palmeira, que é colocado numa cova, aberta no chão, com um
metro de profundidade.
zia e age como caixa de ressonância, No cam
barizu a propagação do som se faz atra vés do solo e já houve quem dissesse
que a constituição geológica do vale amazônico, muito rochosa, facilita esse
O cilindro é
gênero de transmissões. O índio, depois
cbeio até o meio com uma mistura de
de vibrar o couro e de dizer o que
pedaços de pau e de carvão. A outra metade, até a parte superior do apare
aproximando o ouvido do mesmo tam
lhe, que é fecliada com uma tampa
po, que, assim, ora serve de emissor,
circular de borracha ou couro, fica va
ora de receptor.
quer, aguarda a resposta longínqua,
co o "cambarizu", original telégrafo sem
fio, usado pelos índios Catuquinaru, do rio Juruá, também no alto Amazonas. Aliás, o trocano, além de ser um instru mento de guerra e de alar
passa-se a regularizar-lhe
me, também serve para os
•>,
e robustecer-lhe a superfície,
'
índios se comunicarem a dis tância, entretcndo mesmo
por meio de outras camadas
;
de látex. A bola quase nun-
-
conversações.
^•
ca tem mais de 9 a 10 centí-
'
um longo cilindro de pau,
}
metros de diâmetro e meio centímetro de espessura.
'
cipós ou embiras, descidos de qualquer pau, e que cs alceiam pelas suas ex
Igualmente, a borracha é empregada I^ra fazer o tampo com que é fecha-
isto, e já conseguida a esfera
^
89
peça
Trata-se
inteiriça, cortada
de no
à
W-j-i*
Vtw
i
tronco de uma árvore e que, por meio de entalhe aberto
Eis como se realiza a par
no seu sentido longitudinal,
tida:
ó esvaziado interiormente, de
Num amplo terreno retan
tal modo que ôle fique ape nas constituído por uma pe
gular, os jogadores dispõemse em duas equipes de 8, 10 ou 15 indivíduos, sendo
/)' ,!
que ambas são capitaneadas por um che fe. A luta é de três pontos, contados sempre que um jogador perde a bola ar
,.
rente à casca. Muito de pro
pósito, essa madeira não é desbastada
com a mesma regularidade em tôda a
remessada pelo adversário. A bola só po de ser rebatida às cabeçadas. Quando se defrontam destros jogadores, há 'pas ses que se prolongam por muito tempo sem que a bola, sempre no ar, e rico-
guem, em geral, duas notas, mais altas ou mais graves, conforme a fôrça da
vez ao solo.
Roosevelt maravilhou-se da agilidade
mais fina ali, variará o som desprendi
do -pelo tambor, quando batido pelas ^ vaquetas.
De cada trocano se conse
pancada e, como quase todas as tribos, possuem dois trocanos, que emitem sons
com que muitos índios, para não per derem uma jogada, lançavam-se violen
diversos, estabelecem-se convenções per
tamente ao cnão, de cara
geralmente dois metros de comprimento
cosida
à
í,
quena camada de cerne ade-
extensão do cilindro e, assim, confor me se apresente mais espêssa aqui, ou
chetando de testa a testa, venha uma só
t
mitindo uma conversa. Os trocanos têm
terra, mas sem que aparecessem depois
por 6 centímetros de diâmetro. Dispos
de nariz esborrachado e pingando san
tos liorizontalmente, ficam sempre a al
gue.
guns centímetros do solo, suspensos por
A produção de carros e caminhões nos Estados Unidos, durante os últimos mêses, alcançou cifras mais elevadas do cfue as estabelecidas nas previsões indus
triais.' Caso seja possível manter-se êste ritmo de prodxição e não advenham novos movimentos paredistas, é de se supor que as fábricas ■ americanas de auto móveis e caminhões atinjam a produção de 5 milhões de unidades em ^947. Nesta hipótese, as quotas, estabelecidas para o Brasil serão mais elevadas do que havia sido previsto.
Esta informação, prestada à imprensa pelo Sr. K. Orberg, gerente geral da Ford Motor Compantj em São Paulo, autoriza a esperança de que a importação
de novos automóveis e caminhões pelo Brasil esteja mais próxima das necessida des da nação do que era possível supor. Entretanto, informa ainda- o Sr. Orberg, embora as presentes condições autorizem otimismo, a procura é tão grande que o equilíbrio do mercado só poderá ser inteiramente restabelecido no decorrer de 1948.
nr'"'
DICESTO ECONÓ^GCO 88
Digesto Econômico
I, Diga-se que "Ariti" ou "Cabixi" é a
I
designação de um dos grupos da txibo
I
Pareci. O êtnógraro Barbosa de Faria dá-lVif» a f1f-?nnminnf»ãn r]<a "Zicunati" dá-lhe denominação de
■\
ouvida
também
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mesmos
índios.
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Não diz, entretanto, o que significa essa
Ij
palavra. Sem dúvida, tal designação lhe é dada por qualquer outro grupo dos Pareci.
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As bolas u.sadas no jogo são feitas
sobre um pedaço de madeira, ligeiramente côncava, sôbre a qual os índios 1 -T—1 uh maios vao depositando finas Qe Hu«ti sucessivas camadiàs de leite de mangabeira. Depois
^ de seca, pela ação do ar, essa película é A dobrada e reunida pelas bordas, mas de tal modo que, mantida aberta num ponto, possa ser ulteriormente insufla
da e então fechada.
Feito
E agora, para terminar, citemos dois
instrumentos indígenas em que a goma elástica tem também a sua aplicação, embora o couro possa substituí-la às vezes.
Em primeiro lugar, referiremo-
nos às vaquetas com que se toca o trocano", o grande tambor de madei ra, bastante freqüente em trilhos do
alto Amazonas. Ê que e.ssas \'aquetas qu^ase sempre têm a sua extremidade inferior, aquela que é mais e.spe.ssada, revestida de uma camada de látex.
quando, sôbre a tal tampa, se dão fortes pancadas com um macête.
tremidades.
Quanto ao cambarizu, consiste num cilindro ôco de palmeira, que é colocado numa cova, aberta no chão, com um
metro de profundidade.
zia e age como caixa de ressonância, No cam
barizu a propagação do som se faz atra vés do solo e já houve quem dissesse
que a constituição geológica do vale amazônico, muito rochosa, facilita esse
O cilindro é
gênero de transmissões. O índio, depois
cbeio até o meio com uma mistura de
de vibrar o couro e de dizer o que
pedaços de pau e de carvão. A outra metade, até a parte superior do apare
aproximando o ouvido do mesmo tam
lhe, que é fecliada com uma tampa
po, que, assim, ora serve de emissor,
circular de borracha ou couro, fica va
ora de receptor.
quer, aguarda a resposta longínqua,
co o "cambarizu", original telégrafo sem
fio, usado pelos índios Catuquinaru, do rio Juruá, também no alto Amazonas. Aliás, o trocano, além de ser um instru mento de guerra e de alar
passa-se a regularizar-lhe
me, também serve para os
•>,
e robustecer-lhe a superfície,
'
índios se comunicarem a dis tância, entretcndo mesmo
por meio de outras camadas
;
de látex. A bola quase nun-
-
conversações.
^•
ca tem mais de 9 a 10 centí-
'
um longo cilindro de pau,
}
metros de diâmetro e meio centímetro de espessura.
'
cipós ou embiras, descidos de qualquer pau, e que cs alceiam pelas suas ex
Igualmente, a borracha é empregada I^ra fazer o tampo com que é fecha-
isto, e já conseguida a esfera
^
89
peça
Trata-se
inteiriça, cortada
de no
à
W-j-i*
Vtw
i
tronco de uma árvore e que, por meio de entalhe aberto
Eis como se realiza a par
no seu sentido longitudinal,
tida:
ó esvaziado interiormente, de
Num amplo terreno retan
tal modo que ôle fique ape nas constituído por uma pe
gular, os jogadores dispõemse em duas equipes de 8, 10 ou 15 indivíduos, sendo
/)' ,!
que ambas são capitaneadas por um che fe. A luta é de três pontos, contados sempre que um jogador perde a bola ar
,.
rente à casca. Muito de pro
pósito, essa madeira não é desbastada
com a mesma regularidade em tôda a
remessada pelo adversário. A bola só po de ser rebatida às cabeçadas. Quando se defrontam destros jogadores, há 'pas ses que se prolongam por muito tempo sem que a bola, sempre no ar, e rico-
guem, em geral, duas notas, mais altas ou mais graves, conforme a fôrça da
vez ao solo.
Roosevelt maravilhou-se da agilidade
mais fina ali, variará o som desprendi
do -pelo tambor, quando batido pelas ^ vaquetas.
De cada trocano se conse
pancada e, como quase todas as tribos, possuem dois trocanos, que emitem sons
com que muitos índios, para não per derem uma jogada, lançavam-se violen
diversos, estabelecem-se convenções per
tamente ao cnão, de cara
geralmente dois metros de comprimento
cosida
à
í,
quena camada de cerne ade-
extensão do cilindro e, assim, confor me se apresente mais espêssa aqui, ou
chetando de testa a testa, venha uma só
t
mitindo uma conversa. Os trocanos têm
terra, mas sem que aparecessem depois
por 6 centímetros de diâmetro. Dispos
de nariz esborrachado e pingando san
tos liorizontalmente, ficam sempre a al
gue.
guns centímetros do solo, suspensos por
A produção de carros e caminhões nos Estados Unidos, durante os últimos mêses, alcançou cifras mais elevadas do cfue as estabelecidas nas previsões indus
triais.' Caso seja possível manter-se êste ritmo de prodxição e não advenham novos movimentos paredistas, é de se supor que as fábricas ■ americanas de auto móveis e caminhões atinjam a produção de 5 milhões de unidades em ^947. Nesta hipótese, as quotas, estabelecidas para o Brasil serão mais elevadas do que havia sido previsto.
Esta informação, prestada à imprensa pelo Sr. K. Orberg, gerente geral da Ford Motor Compantj em São Paulo, autoriza a esperança de que a importação
de novos automóveis e caminhões pelo Brasil esteja mais próxima das necessida des da nação do que era possível supor. Entretanto, informa ainda- o Sr. Orberg, embora as presentes condições autorizem otimismo, a procura é tão grande que o equilíbrio do mercado só poderá ser inteiramente restabelecido no decorrer de 1948.
DiGESTO ECONÓKDCO
'Perspectivas do Çomércio p Internacional , ^
dução e o consumo se realizam em con dições satisfatórias, tendendo a man ter-se em ritmo adequado. Um nível
nos mesmos índices, em períodos de dxiração irregular. As primeiras constituem o processo
estável de ocupação c um funcionamen to regular do processo de repartição da
normal da rida econômica e, na sua
cros, juros) asseguram não só um pa
qualidade de fenômenos cíclicos, hariam sido pressentidas desde tempos remotos, como se pode ver na interpretação dada pelo astuto José aos sonhos de Faraó,
drão elevado de vida, como ainda a
relativos às sete vacas gordas e às sete
possibilidade de poupança para novos
vacas magras, sendo de notar-se que a própria duração do ciclo está mencionacm com surpreendente aproximação de
riqueza, através das diversas formas de
I - Equilíbrio Econômico. - II - Guerras e flutuações econômica^ - III - O desemprôgo e a sua prevenção. - IV - A^nferência Internacional de Comércio e Em
réditos (renda da terra, salários, lu
prego. - V - Outras peças do plano geral. - VI. Difi culdade a transpor. - VII - Conclusões.
investimentos.
ÇJoNFEsso que venho a esta tribuna possuído de algum temor. Tem ela - sido freqüentada antes por vultos emi nentes da cultura brasileira, E ainda agora aguarda, no desenvolvimento de
plano em boa hora empreendido pelo Instinto de Economia desta Associação
a pa avra autorizada de Louis Baudin
grai^e mestre da Faculdade de Direito de Fans.
na qualidade de consul-
tor jurídico e assistente técnico desta entidade de classe, fui envolvido nos re centes estudos promovidos pelas Na ções Unidas, em tomo do comércio in ternacional, tendo já participado, como integrante da Delegação brasileira, da
primeira reunião preparatória da Confe-
rência Internacional de Comércio e Em prego, realizada há poucos meses efn
Londres, e estando agora em vésperas de partir, na mesma quaUdade, para a segunda reunião dessa Conferência, a instalar-se dentro de dois dias em Genebra.
Pareceu-me, portanto, azado o momen
to para uma divulgação do trabalho que se vem realizando, assim como dos
propósitos visados, e das razões deter minantes de um esforço, em escala mun
dial, no sentido de se obter, por meio da expansão do comércio, uma soma crescente de felicidade para os homens.
Aí está, porque, sem a pretensão de nivelar-me com antecessores e sucesso
res nesta,tribuna, aqui me encontro para
falar-vos, na certeza de que havereis de suprir com a vossa inteligência as minhas muitas deficiências.
campo da Economia. Sua conceituação é sempre sujeita a uma certa relativida de. Nunca ôle foi perfeito, nem o será. Na realidade, o desenvolvimento dá vida
econômica se processa sempre entre flu tuações em que se sucedem fases de
prosperidade e depre.s.são, que guardam entre si, em tempos normais, uma certa
regularidade não só na duração, como na intensidade.
Se, tal como se pode
fazer com o corpo humano, para a
I-
obtenção dos eletro-cardiogramas, fôsse
Equilíbrio econômico
Para bem poder penetrar no tema que me propus — "Perspectivas, do co
mércio internacional" — espero que me sejam permitidas algumas considerações introdutórias.
O problema nuclear da Economia, quando olhada a vida econômica de um
plano muito geral, é o da concordância
entre a oferta e a procura de bens e de serviços, de modo a poder ser lograda uma situação de aproximado equilíbrio. Tudo mais repousa sôbre esse funda mento. Quando há o equilíbrio, a pro-
•rZt^rriTl P 1 o Instituto de Economia da Associação ZroLò,nndo " í® <^° Comércio do Estado de São Paula 5^ Cxíncia das f Finanças da Faculdade do seu programa cultural, o professor ^ de Direitodededifusão São Paulo, Teotônio AíonUeiro de Barros Ftlho, realizou na sede daquela entidade, no dia 8 do abril, com
Itfande &xüo e perante ótima assistência, sob a presidência do dr. Brasília Machado' teto, uma conferência sôbre "Perspectivas do Comércio Internacional". O "Digesto Econômico" senie-se honrado de publicar o notável trabalho. Á nà
L I I II í i''íÍftiirtÍÉ*ÍífifcVi-4ÉtoÉÍfalÍ^^
Mas não nos deixemos iludir com o
sentido do vocábulo "equilíbrio", no
ilii i<''ili^rtÍMÉrÍl >4^
possível ligar o agregado social a um aparelho que llie registrasse o ritmo das atividade.s econômicas, seria de esperar-
se que o gráfico resultante viesse a anresentar-se sob a forma de uma linha
sinuosa. Chamaríamos, então, perío dos de equilíbrio àqueles durante os quais as curvas da linha conservassem
verdade no texto bíblico, tal é a sabe
doria dos Livros Santos (1).
As segundas, isto é, as de duração irregular, caracterizadas por oscilações violentas, revelam, ao contrário, uma
quebra da normalidade e autorizam a diagnose de um estado mórbido, para o qual concorrem, muitas vezes, além de causas pròpriamente econômicas, trau mas sociais ou cataclismos físicos, cum
prindo destacar, entre os primeiros, as guerras.
Ate o século XVIII, o equilíbrio eco nômico se revestia de um caráter mais
estático, porque menores eram os limi tes de variação dos dados sôbre os quais renousava. Mas, a partir de então, veio se" tomando cada vez mais dinâmico, em face da crescente avolumação e va-
riabilidade daqueles dados, bem como do papel preaominante da poupança, ràpidamente acumulada nas economias
uma certa regularidade. Fases de dese
industriais, e transformada, por força
quilíbrio seriam as que apresentassem no
do poder de concentração que lhe é
gráfico uma sensível ou violenta desconformidade entre as curvas referidas.
Sem pretensão de classificar, e dei xando de lado as variações meramente
estacionais, podemos, pois, distinguir bem claramente, despindo o assunto das
suas complexidades, dois tipos de flu tuações econômicas. De um lado, aque
las que guardam uma certa regularida de e periodicidade, refletindo-se na prá
peculiar, nos grandes capitais dos nos sos dias.
Justifica-se, pois, o grande interês.se que o estudo das flutuações econômicas vem despertando entre os especialistas, principalmente nestes últimos trinta anos. Abundante literatura foi publicada nes
se período, formulando-se varias hipóte ses explicativas. Em setembro de 1930, a Assembléia da Sociedade das Nações
tica em moderadas alterações nos índi
resolveu cometer ao grande economista
ces de preços. De outro lado, as que não apresentam essas características e
ter as teorias já apresentadas a um exa
se revelam através de violentos saltos
me crítico, a fim de, conforme escre-
Gottfried Haberler a tarefa de subme
DiGESTO ECONÓKDCO
'Perspectivas do Çomércio p Internacional , ^
dução e o consumo se realizam em con dições satisfatórias, tendendo a man ter-se em ritmo adequado. Um nível
nos mesmos índices, em períodos de dxiração irregular. As primeiras constituem o processo
estável de ocupação c um funcionamen to regular do processo de repartição da
normal da rida econômica e, na sua
cros, juros) asseguram não só um pa
qualidade de fenômenos cíclicos, hariam sido pressentidas desde tempos remotos, como se pode ver na interpretação dada pelo astuto José aos sonhos de Faraó,
drão elevado de vida, como ainda a
relativos às sete vacas gordas e às sete
possibilidade de poupança para novos
vacas magras, sendo de notar-se que a própria duração do ciclo está mencionacm com surpreendente aproximação de
riqueza, através das diversas formas de
I - Equilíbrio Econômico. - II - Guerras e flutuações econômica^ - III - O desemprôgo e a sua prevenção. - IV - A^nferência Internacional de Comércio e Em
réditos (renda da terra, salários, lu
prego. - V - Outras peças do plano geral. - VI. Difi culdade a transpor. - VII - Conclusões.
investimentos.
ÇJoNFEsso que venho a esta tribuna possuído de algum temor. Tem ela - sido freqüentada antes por vultos emi nentes da cultura brasileira, E ainda agora aguarda, no desenvolvimento de
plano em boa hora empreendido pelo Instinto de Economia desta Associação
a pa avra autorizada de Louis Baudin
grai^e mestre da Faculdade de Direito de Fans.
na qualidade de consul-
tor jurídico e assistente técnico desta entidade de classe, fui envolvido nos re centes estudos promovidos pelas Na ções Unidas, em tomo do comércio in ternacional, tendo já participado, como integrante da Delegação brasileira, da
primeira reunião preparatória da Confe-
rência Internacional de Comércio e Em prego, realizada há poucos meses efn
Londres, e estando agora em vésperas de partir, na mesma quaUdade, para a segunda reunião dessa Conferência, a instalar-se dentro de dois dias em Genebra.
Pareceu-me, portanto, azado o momen
to para uma divulgação do trabalho que se vem realizando, assim como dos
propósitos visados, e das razões deter minantes de um esforço, em escala mun
dial, no sentido de se obter, por meio da expansão do comércio, uma soma crescente de felicidade para os homens.
Aí está, porque, sem a pretensão de nivelar-me com antecessores e sucesso
res nesta,tribuna, aqui me encontro para
falar-vos, na certeza de que havereis de suprir com a vossa inteligência as minhas muitas deficiências.
campo da Economia. Sua conceituação é sempre sujeita a uma certa relativida de. Nunca ôle foi perfeito, nem o será. Na realidade, o desenvolvimento dá vida
econômica se processa sempre entre flu tuações em que se sucedem fases de
prosperidade e depre.s.são, que guardam entre si, em tempos normais, uma certa
regularidade não só na duração, como na intensidade.
Se, tal como se pode
fazer com o corpo humano, para a
I-
obtenção dos eletro-cardiogramas, fôsse
Equilíbrio econômico
Para bem poder penetrar no tema que me propus — "Perspectivas, do co
mércio internacional" — espero que me sejam permitidas algumas considerações introdutórias.
O problema nuclear da Economia, quando olhada a vida econômica de um
plano muito geral, é o da concordância
entre a oferta e a procura de bens e de serviços, de modo a poder ser lograda uma situação de aproximado equilíbrio. Tudo mais repousa sôbre esse funda mento. Quando há o equilíbrio, a pro-
•rZt^rriTl P 1 o Instituto de Economia da Associação ZroLò,nndo " í® <^° Comércio do Estado de São Paula 5^ Cxíncia das f Finanças da Faculdade do seu programa cultural, o professor ^ de Direitodededifusão São Paulo, Teotônio AíonUeiro de Barros Ftlho, realizou na sede daquela entidade, no dia 8 do abril, com
Itfande &xüo e perante ótima assistência, sob a presidência do dr. Brasília Machado' teto, uma conferência sôbre "Perspectivas do Comércio Internacional". O "Digesto Econômico" senie-se honrado de publicar o notável trabalho. Á nà
L I I II í i''íÍftiirtÍÉ*ÍífifcVi-4ÉtoÉÍfalÍ^^
Mas não nos deixemos iludir com o
sentido do vocábulo "equilíbrio", no
ilii i<''ili^rtÍMÉrÍl >4^
possível ligar o agregado social a um aparelho que llie registrasse o ritmo das atividade.s econômicas, seria de esperar-
se que o gráfico resultante viesse a anresentar-se sob a forma de uma linha
sinuosa. Chamaríamos, então, perío dos de equilíbrio àqueles durante os quais as curvas da linha conservassem
verdade no texto bíblico, tal é a sabe
doria dos Livros Santos (1).
As segundas, isto é, as de duração irregular, caracterizadas por oscilações violentas, revelam, ao contrário, uma
quebra da normalidade e autorizam a diagnose de um estado mórbido, para o qual concorrem, muitas vezes, além de causas pròpriamente econômicas, trau mas sociais ou cataclismos físicos, cum
prindo destacar, entre os primeiros, as guerras.
Ate o século XVIII, o equilíbrio eco nômico se revestia de um caráter mais
estático, porque menores eram os limi tes de variação dos dados sôbre os quais renousava. Mas, a partir de então, veio se" tomando cada vez mais dinâmico, em face da crescente avolumação e va-
riabilidade daqueles dados, bem como do papel preaominante da poupança, ràpidamente acumulada nas economias
uma certa regularidade. Fases de dese
industriais, e transformada, por força
quilíbrio seriam as que apresentassem no
do poder de concentração que lhe é
gráfico uma sensível ou violenta desconformidade entre as curvas referidas.
Sem pretensão de classificar, e dei xando de lado as variações meramente
estacionais, podemos, pois, distinguir bem claramente, despindo o assunto das
suas complexidades, dois tipos de flu tuações econômicas. De um lado, aque
las que guardam uma certa regularida de e periodicidade, refletindo-se na prá
peculiar, nos grandes capitais dos nos sos dias.
Justifica-se, pois, o grande interês.se que o estudo das flutuações econômicas vem despertando entre os especialistas, principalmente nestes últimos trinta anos. Abundante literatura foi publicada nes
se período, formulando-se varias hipóte ses explicativas. Em setembro de 1930, a Assembléia da Sociedade das Nações
tica em moderadas alterações nos índi
resolveu cometer ao grande economista
ces de preços. De outro lado, as que não apresentam essas características e
ter as teorias já apresentadas a um exa
se revelam através de violentos saltos
me crítico, a fim de, conforme escre-
Gottfried Haberler a tarefa de subme
92
Digísto
veu Loveday (2), "passá-las pelo crivo,
completá-las em caso de necessidade, e observar como se comportam em conta
to com os fatos".
A primeira edição
da obra de Haberler veio a lume em
-
francês e em inglês no ano de 1937,
sendo logo seguida por duas outras am-
'i 'i
piladas, em 1939 e 1941, havendo traduções em japonês, espanhol e sueco. Trabalho de tôlego, ondo se examinam e criticam, com vasta cópia de material
informativo, todas as anteriores mani-
'
festações científicas sobre o assunto, e ao qual o autor, na terceira edição acrescentou um novo ponto de vista, ó livro de Haberler enfeixa admiràvel-
sultante do conflito mundial de 1914, sabe-se que a guerra é uma poderosa' ,■
e tremenda causa de flutuações económicas, afetando não só os behgerantes, mas
;
ela se conservaram alheios.
t.j
A análise equilíbrio economico geral,revela tantoque naso economias na-
^
'
também as economias dos países que a .
cionais como na internacional, depende
essencialmente, como acentua Jean Les-
cure, de equilíbrios componentes em dois setores principais; o dos bens de consumo e o dos bens de produção. No primeiro deles, a procura é definida pelos ingressos dos consumidores; no
segundo, pelos réditos capitalizados, ou seja, pelas reservas destinadas ao desen
volvimento da produção, com a ocupa■ ção 6 o alojamento das gerações que surgem (5).
Á superveniência de uma guerra afeta
fundamentalmente os dois setores.
O da
produção dos bens diretos, nos países em luta, tende a uma contração, restrin-
Digesto Econômico
93
truições, cuja restauração e.xija ainda por
algum tempo materiais pesados, as in
das restritivas e de defesa de umas na
derão retomar o seu ritmo natural.
alguns países buscam o isolamento, dei-
Tor
na-se necessário sanear a moeda, quasi
sempre depreciada, e reconduzir o cré
dito às suas proporções normais, orien-
^ndência para alta do preços. Passa o
produção dos bens do consumo corrente, cuja escassez se sente. Voltando da
a capacidade da oferta, criando uma
Estado a ser o principal comprador, fa
zendo enormes encomendas tanto ás in dustrias de bens de consumo, como às
entre os bens de consumo e os ingres
mservas capitalizadas. Para fazer face as comnras de material, e às outras ne
cessidades da guerra, lança o Estado mao de todos os recursos possíveis, pre sentes e futuros: impostos em ascensão, empréstimos internos e externos, a curto e a longo prazo, tomados a bancos par ticulares e aos de emissão, fazendo cres cer o meio circulante e criando, assim, dentro de situação inflatória, uma outra causa de alta de preços. Escasseia a idao de obra, porque o Estado mobiliza omens válidos em muito grande nú mero. Com isto, sobem os salários, oca
sionando o aumento dos custos de prouçao e, consequentemente, o dos preços e venda. Em resumo: produção a rit
mo acelerado, regime de pleno emprê-
tando-se os investimentos no sentido da
luta, homens em grande número preci sam ser reabsorvidos por uma atividade
produtora restringida tanto no volume, como na velocidade, criando-se o proble ma da desocupação.
Pairam ameaças
sérias sobre o padrão de vida, porque embora tenha aproveitado a alguns in dividualmente, a guerra terá ocasionado
procura de bens. A não ser que o país tenha sido campo de batalha e, conse quentemente, haja sofrido graves des-
contingentamentos, quotas, controle cam bial rígido, barreiras alfandegárias, acor
dos bilaterais e demais proridências denotadoras dc uma geral perturbação da ordem econômica mundial.
Êsse foi o
quadro da fase depressiva do ciclo pro vocado pela guerra de 1914. Nem a economia norte-americana con
seguiu escapar aos efeitos descrito.s, ape sar da sua supcrcapitalização e da cir cunstancia favorá\'el de se ha\'erem tor
te considerada. Mostrou a observação dos fatos eco
dito e da sua eficiência produtiva, os maiores fautores da reconstnição dos paí ses devastados pela guerra. Embora a
nômicos do período de entre-guerras que as dificuldades internas dos países com batentes tendem a irradiar-se.
O em
pobrecimento resultante da luta dimi nui a procura de certos tipos de bens nos mercados internacionais, afetando as
sim a oferta dos países neutros, que se vêem sem escoadouro para a sua pro dução de tais bens. Entram as nações em competição para o restabelecimento da primitiva posição dos mercados, alte rada durante o curso das operações bé licas, impondo-se destarte a necessida
Excedentes de mercadorias forçam a si
situação de paz. Restringe-se imediata mente a ação do Estado no campo da
.\ando-se iludir pelo sonho da auto-suficiência, agravando com esse erro a situação geral, enquanto outros envertvdam pelo caminho das discriminações,
nado os Estados Unidos, através do cré
des semelhanças com a fase ascendente,
sempre reajustar a vida econômica à
da contaminação dos males econômicos,
mento da economia, quando globalmen
balanças de pagamentos, ^ gerando difi
ou de prosperidade, do ciclo econômico. Mas, cessada a tormenta, é preciso
ções contra outras. Procurando livrar-se
o mal estar de quasi todos e o arraz^a-
go, meio circulante em crescimento, preços em alta, — eis o quadro que a ^erra desenha, enquanto duram as hos
tilidades (6). Há aí, como .se vê, gran
prazo, para a bai.\a. De todo este qua dro de complicações surgem as medi
dústrias dc bens de produção e as pesa das terão de pensar, desde logo, na re conversão. As de bens de consumo po
Em ambos os setore.s, a procura excede
sos individuais, de um lado; e de outro lado, entre os bens de produção e as
tihcamente investigado, e também atra vés de dolorosa verificação prática re
;
sadas, rapidamente cresce e se transforma, para o fornecimento de material bélico, entrando em ri tmo acelerado.
ideia5^ de Keynes (3), dispensando assim üfp-, rererencia a maior bibliografia (4). Guerras e flutuações econômicas
,
Enqpanto isto, o setor dos bens de pro dução, representado pelas indústrias pe
industrias pesadas. A economia pública se hipertrofia. Rompe-se o equilíbrio
i Ora, em face do que hoje está cien-
I
gindo-se os consumos correntes, adotando-so uma série de medidas de raciona mento , controle de preços e de estoques.
mente a matéria, inclusive as recentes
- II ~
L
Econômico
de de novos reajustamentos.
por tal circunstancia, que manteve por viírios anos ainda ativa a procura de bens produzidos na América do Norte,
nem por isso deixou ela de se manifes tar, tendo inicio na crise de 1929, com
tôda a seqüela dolorosa que se conhece, na qual avultou um desemprego que
átingiu a cêrca de 13 milhõe.s de indi
víduos, afetando-lhes o nível de rida e
obrigando a nação a tremendos esforços recuperadores,
Os débitos
públicos internacionais atuam sôbre as culdades de ordem monetária e cambial.
tuação, procurando colocar-se através de
"dumpings" e outras formas de concor rência desleal.
fa.se depressiva tivesse .sido retardada
A inflação, que domi
na em vários países, desmantela o meca
nismo da formação dos preços, que con tinuam a apresentar ainda por algum tempo oscilações de envergadura, em bora sob rima tendência geral, a longo
- 111 -
O desemprêgo e a sua prevenção
Sob o ponto de vista da felicidade in dividual, entre todas as manifestações da
depressão econômica, a mais temível e dolorosa ó o desemprego. Èle atinge a um grande número, no seio da socieda de. E, num requinte de injustiça, vai ferir sempre os economicamente mais fracos.
Retirando a milhões de homens
o;; seus meios de subsistência, cria pro blemas sociais e políticos da maior gra-
92
Digísto
veu Loveday (2), "passá-las pelo crivo,
completá-las em caso de necessidade, e observar como se comportam em conta
to com os fatos".
A primeira edição
da obra de Haberler veio a lume em
-
francês e em inglês no ano de 1937,
sendo logo seguida por duas outras am-
'i 'i
piladas, em 1939 e 1941, havendo traduções em japonês, espanhol e sueco. Trabalho de tôlego, ondo se examinam e criticam, com vasta cópia de material
informativo, todas as anteriores mani-
'
festações científicas sobre o assunto, e ao qual o autor, na terceira edição acrescentou um novo ponto de vista, ó livro de Haberler enfeixa admiràvel-
sultante do conflito mundial de 1914, sabe-se que a guerra é uma poderosa' ,■
e tremenda causa de flutuações económicas, afetando não só os behgerantes, mas
;
ela se conservaram alheios.
t.j
A análise equilíbrio economico geral,revela tantoque naso economias na-
^
'
também as economias dos países que a .
cionais como na internacional, depende
essencialmente, como acentua Jean Les-
cure, de equilíbrios componentes em dois setores principais; o dos bens de consumo e o dos bens de produção. No primeiro deles, a procura é definida pelos ingressos dos consumidores; no
segundo, pelos réditos capitalizados, ou seja, pelas reservas destinadas ao desen
volvimento da produção, com a ocupa■ ção 6 o alojamento das gerações que surgem (5).
Á superveniência de uma guerra afeta
fundamentalmente os dois setores.
O da
produção dos bens diretos, nos países em luta, tende a uma contração, restrin-
Digesto Econômico
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truições, cuja restauração e.xija ainda por
algum tempo materiais pesados, as in
das restritivas e de defesa de umas na
derão retomar o seu ritmo natural.
alguns países buscam o isolamento, dei-
Tor
na-se necessário sanear a moeda, quasi
sempre depreciada, e reconduzir o cré
dito às suas proporções normais, orien-
^ndência para alta do preços. Passa o
produção dos bens do consumo corrente, cuja escassez se sente. Voltando da
a capacidade da oferta, criando uma
Estado a ser o principal comprador, fa
zendo enormes encomendas tanto ás in dustrias de bens de consumo, como às
entre os bens de consumo e os ingres
mservas capitalizadas. Para fazer face as comnras de material, e às outras ne
cessidades da guerra, lança o Estado mao de todos os recursos possíveis, pre sentes e futuros: impostos em ascensão, empréstimos internos e externos, a curto e a longo prazo, tomados a bancos par ticulares e aos de emissão, fazendo cres cer o meio circulante e criando, assim, dentro de situação inflatória, uma outra causa de alta de preços. Escasseia a idao de obra, porque o Estado mobiliza omens válidos em muito grande nú mero. Com isto, sobem os salários, oca
sionando o aumento dos custos de prouçao e, consequentemente, o dos preços e venda. Em resumo: produção a rit
mo acelerado, regime de pleno emprê-
tando-se os investimentos no sentido da
luta, homens em grande número preci sam ser reabsorvidos por uma atividade
produtora restringida tanto no volume, como na velocidade, criando-se o proble ma da desocupação.
Pairam ameaças
sérias sobre o padrão de vida, porque embora tenha aproveitado a alguns in dividualmente, a guerra terá ocasionado
procura de bens. A não ser que o país tenha sido campo de batalha e, conse quentemente, haja sofrido graves des-
contingentamentos, quotas, controle cam bial rígido, barreiras alfandegárias, acor
dos bilaterais e demais proridências denotadoras dc uma geral perturbação da ordem econômica mundial.
Êsse foi o
quadro da fase depressiva do ciclo pro vocado pela guerra de 1914. Nem a economia norte-americana con
seguiu escapar aos efeitos descrito.s, ape sar da sua supcrcapitalização e da cir cunstancia favorá\'el de se ha\'erem tor
te considerada. Mostrou a observação dos fatos eco
dito e da sua eficiência produtiva, os maiores fautores da reconstnição dos paí ses devastados pela guerra. Embora a
nômicos do período de entre-guerras que as dificuldades internas dos países com batentes tendem a irradiar-se.
O em
pobrecimento resultante da luta dimi nui a procura de certos tipos de bens nos mercados internacionais, afetando as
sim a oferta dos países neutros, que se vêem sem escoadouro para a sua pro dução de tais bens. Entram as nações em competição para o restabelecimento da primitiva posição dos mercados, alte rada durante o curso das operações bé licas, impondo-se destarte a necessida
Excedentes de mercadorias forçam a si
situação de paz. Restringe-se imediata mente a ação do Estado no campo da
.\ando-se iludir pelo sonho da auto-suficiência, agravando com esse erro a situação geral, enquanto outros envertvdam pelo caminho das discriminações,
nado os Estados Unidos, através do cré
des semelhanças com a fase ascendente,
sempre reajustar a vida econômica à
da contaminação dos males econômicos,
mento da economia, quando globalmen
balanças de pagamentos, ^ gerando difi
ou de prosperidade, do ciclo econômico. Mas, cessada a tormenta, é preciso
ções contra outras. Procurando livrar-se
o mal estar de quasi todos e o arraz^a-
go, meio circulante em crescimento, preços em alta, — eis o quadro que a ^erra desenha, enquanto duram as hos
tilidades (6). Há aí, como .se vê, gran
prazo, para a bai.\a. De todo este qua dro de complicações surgem as medi
dústrias dc bens de produção e as pesa das terão de pensar, desde logo, na re conversão. As de bens de consumo po
Em ambos os setore.s, a procura excede
sos individuais, de um lado; e de outro lado, entre os bens de produção e as
tihcamente investigado, e também atra vés de dolorosa verificação prática re
;
sadas, rapidamente cresce e se transforma, para o fornecimento de material bélico, entrando em ri tmo acelerado.
ideia5^ de Keynes (3), dispensando assim üfp-, rererencia a maior bibliografia (4). Guerras e flutuações econômicas
,
Enqpanto isto, o setor dos bens de pro dução, representado pelas indústrias pe
industrias pesadas. A economia pública se hipertrofia. Rompe-se o equilíbrio
i Ora, em face do que hoje está cien-
I
gindo-se os consumos correntes, adotando-so uma série de medidas de raciona mento , controle de preços e de estoques.
mente a matéria, inclusive as recentes
- II ~
L
Econômico
de de novos reajustamentos.
por tal circunstancia, que manteve por viírios anos ainda ativa a procura de bens produzidos na América do Norte,
nem por isso deixou ela de se manifes tar, tendo inicio na crise de 1929, com
tôda a seqüela dolorosa que se conhece, na qual avultou um desemprego que
átingiu a cêrca de 13 milhõe.s de indi
víduos, afetando-lhes o nível de rida e
obrigando a nação a tremendos esforços recuperadores,
Os débitos
públicos internacionais atuam sôbre as culdades de ordem monetária e cambial.
tuação, procurando colocar-se através de
"dumpings" e outras formas de concor rência desleal.
fa.se depressiva tivesse .sido retardada
A inflação, que domi
na em vários países, desmantela o meca
nismo da formação dos preços, que con tinuam a apresentar ainda por algum tempo oscilações de envergadura, em bora sob rima tendência geral, a longo
- 111 -
O desemprêgo e a sua prevenção
Sob o ponto de vista da felicidade in dividual, entre todas as manifestações da
depressão econômica, a mais temível e dolorosa ó o desemprego. Èle atinge a um grande número, no seio da socieda de. E, num requinte de injustiça, vai ferir sempre os economicamente mais fracos.
Retirando a milhões de homens
o;; seus meios de subsistência, cria pro blemas sociais e políticos da maior gra-
V
' Vr
.>
Dicesto Econômico
94
guerra de que a Humanidade tem no
Já em abril de 1943, a Delegação Es pecial, nomeada ainda pela antiga So
simples possibilidade do seu advento
tícia. Por ser justamente a maior, ela alterou, como nenhuma outra antes, o
ciedade das Nações para fazer um re latório sôbre as medidas capazes de im
constitui um motivo permanente de inse
equilíbrio econômico nacional dos povos
pedir ou do atenuar as depressões eco
gurança sobre o dia de amanhã.
De
C O internacional. Riquezas incomensu-
nômicas, apresentava âs Nações Unidas
resto, a queda da procura efetiva de mão de obra em qualquer país, especial
ráveis e milhões de vidas se perderam. Durante seis anos, a produção e as de
o seu trabalho.
vídade, sendo um dos responsáveis pri
mários pela inquietação das massas. Mesmo antes de surgir na prática, a
Ora, pouco faz que terminou a maior
Nesse documento, pre-,
mente nos de economia altamente desen
mais atividades económica.s sofreram os
venindo os espíritos contra o provável advento, depois da guerra, de "um fal
volvida, representa real ameaça à eco
desvios e as distorsões reclamadas pelas
so realismo que não leva em conta a
necessidades da luta.
repercussão cias políticas nacionais sô
nomia dos demais, particularmente à da queles que mantêm mais estreito inter
câmbio com o afetado pelo mal.
E para o mundo, de um modo geral,
uma onda de desemprego, abrangendo vários países, com a correlata redução dos padrões de vida, corresponde tam
quíuquer pais é uma questão de in
teresse internacional.
— Será possível à Humanidade atenuar-
de uma ação concertada no plano in concebidos com o propósito de levar
tendência para a corrupção dos costu
É no sentido da consecução dêsse objetivo que estão voltados, neste moir^nto, os esforços do Conselho Eco nômico e Social das Nações Unidas.
tal deve ser curado. As formas do se guro social não têm indicação, senão como um remédio transitório, a ser mi
"A obtenção e a manutenção de níveis elevados de produção, de em
de nomes eminentes, tendo ainda con
Delegação, que era presidida por Sir
pecialista Gottfried Haberler, afirmava:
túrbios da estrutura econômica, e como
lêm as seguintes palavras finais;
Fredcrick Phillips, e que se compunha
meno.s, o mais daninho deles, o desem
encontra sua razão de ser nos dis
da Conferência de Comércio e Emprêgo,
em Londres, à guisa de contribuição, um substancioso documento em que se
depressão que vai ser o consectário eco nômico de tantas perdas. Surge, então, a pergunta angustiosa:
lhe os efeitos, procurando evitar, pelo
Houve, durante certo tempo, a crença de que o desemprego seria um mal so cial, a ser tratado através de formas assistenciaís. Hoje, entretanto, êle é considerado essencialmente econômico,
o das idéias da classe, ofereceu â pri meira reunião do Comitê Preparatório
bre os interesses dos outros países", a
bém a um retrocesso cultural e moral, porque reduz o ritmo do progresso e mes e para o crime.
No seio do próprio comércio, não é
outro o pensamento dominante. A Câ mara de Comércio Internacional,^ ór gão máximo de expressão dos interesses
esperar, como coisa certa, o advento da
tado, ha última fase de seus trabalhos, com a assistência técnica do grande es
da civilização, trazendo consigo uma
I
Agora devemos
95
DiGESTO Econômico
prego em massa?
Foi precisamente para promover o con certo^ de medidas fundadas na teoria ^onomica e na experiência que aquêle
"Uma ação independente, da par te de cada país, para assegurar o
emprego integral dos meios de pro dução e a estabilidade econômica fa lharia inevitàvelmente ao seu fim, e
ó da mais alta importância que as políticas nacionais sejam coordena
Unidos, manifestada em fins do
das na base de um plano internacio nal concertado, apoiada e favorecida, cada uma dessas políticas, pelas de
comercio internacional, entre os quais o
No mesmo sentido manifestou-se Sir
Conselho, aceitando a iniciativa dos Es-
1945, convocou, no princípio de 1946, os 18 principais países participantes do
mais". (7).
prêgo, e de condições de \'ida em Na ausência
ternacional, os pro.gramas nacionais
o emprêgo ao máximo não podem ter êxito e, sem um aumento do co mércio e das trocas internacionais, as
possibilidades de melhorar as con-
'dições de vida no plano nacional são limitadas. Cada govêmo deverá, pois, executar os programas que haja ado tado para resolver o problema do emprêgo em seu território, sem per der de vista o bem estar do.s outros
países e a prosperidade crescente do comércio internacional. Por intermé
dio de instituições apropriadas, os
atenuar as dores, enquanto se age sôbre as causas verdadeiras com o propósito
Preparatório de uma Conferência Inter
Stafford Cripps, responsável pelo "Board of Trade", ao abrir, no dia 15 de outu
dc climiná-Ias. O obreiro desemprega do, normalmente, o que deseja não é
movesse^m as providências necessárias a
reunião do Comitê Preparatório da Con
tos cíclicos, e tomar em conjimto
"í^^®"piente combate ao mal. Tais pro videncias, depois de planejadas, serão objeto de exame e deliberação por parte de uma reunião plenária da Conferên
ferência de Comércio e Emprêgo, em Londres, trabalhos êsses de que par
compromissos que permitam assegu rar a definição de políticas comer
ticipamos:
nistrado ^ipenas com fim de sanar ou
uma pensão do Estado, mas sim traba
lho, através do qual há de ganliar, para si e para os seus, sem qualquer senti mento de humilhação, o necessário para uma subsistência digna. Ao resolver, portanto, o problema da reconversão da economia de guerra à de paz, cumpre ter-se em vista, antes
de tudo e acima de tudo, soluções que evitem ou reduzam a proporções míni mas esse flagelo. Voltar à normalidade da vida econômica, dando a todos traba
lho, eis o objetivo supremo.
Brasil, para que, constituídos em Comitê nacional de Comércio ê Emprego, pro-
cia, a realizar-se ainda este ano, pos
governos deverão coordenar suas po líticas de emprêgo, favorecer os pro
bro do ano passado, os trabalhos da 1."
gramas de eliminação dos movimen
"É para eliminar o perigo de uma volta a êsse caótico estado de coisas
ciais tendentes a atingir uma esta
bilidade econômica mundial" (9). Daí se vê que um primeiro ponto
pacífico nas providências de combate à
sivelmente.
— disse o ministro do Comércio da
.Bem andou a Organização das Na ções Unidas, ao colocar o problema
Inglaterra, referindo-se ao período de
depressão e ao desemprègo é o de que
entre-guerras — que agora se propõe uma nova concepção, segundo a qual
elas de^'em ser executadas num esforço
num plano internacional.
Com o de-
senvol^/imento dos transportes e das co
a maneira como cada país regula o
municações, o mundo caminha ràpidamente para a constituição de uma ver
seu próprio comércio areta às outras nações que com êle mantêm rela
dadeira unidade econômica, no seio da qual a interação dos fenômenos se faz septiy çada vez mais plenamente.
ções; e isto hoje é equivalente a di zer-se que afeta a todos, cs outros países (8).
de conjunto, por todos os países, ou ao menos pelo maior número dèles, me diante medidas concertadas no plano in
ternacional, sob pena de *não se poder chegar a resultados satisfatórios.
Passemos agora a um segundo ponto, que também surge como assentado en-
V
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.>
Dicesto Econômico
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guerra de que a Humanidade tem no
Já em abril de 1943, a Delegação Es pecial, nomeada ainda pela antiga So
simples possibilidade do seu advento
tícia. Por ser justamente a maior, ela alterou, como nenhuma outra antes, o
ciedade das Nações para fazer um re latório sôbre as medidas capazes de im
constitui um motivo permanente de inse
equilíbrio econômico nacional dos povos
pedir ou do atenuar as depressões eco
gurança sobre o dia de amanhã.
De
C O internacional. Riquezas incomensu-
nômicas, apresentava âs Nações Unidas
resto, a queda da procura efetiva de mão de obra em qualquer país, especial
ráveis e milhões de vidas se perderam. Durante seis anos, a produção e as de
o seu trabalho.
vídade, sendo um dos responsáveis pri
mários pela inquietação das massas. Mesmo antes de surgir na prática, a
Ora, pouco faz que terminou a maior
Nesse documento, pre-,
mente nos de economia altamente desen
mais atividades económica.s sofreram os
venindo os espíritos contra o provável advento, depois da guerra, de "um fal
volvida, representa real ameaça à eco
desvios e as distorsões reclamadas pelas
so realismo que não leva em conta a
necessidades da luta.
repercussão cias políticas nacionais sô
nomia dos demais, particularmente à da queles que mantêm mais estreito inter
câmbio com o afetado pelo mal.
E para o mundo, de um modo geral,
uma onda de desemprego, abrangendo vários países, com a correlata redução dos padrões de vida, corresponde tam
quíuquer pais é uma questão de in
teresse internacional.
— Será possível à Humanidade atenuar-
de uma ação concertada no plano in concebidos com o propósito de levar
tendência para a corrupção dos costu
É no sentido da consecução dêsse objetivo que estão voltados, neste moir^nto, os esforços do Conselho Eco nômico e Social das Nações Unidas.
tal deve ser curado. As formas do se guro social não têm indicação, senão como um remédio transitório, a ser mi
"A obtenção e a manutenção de níveis elevados de produção, de em
de nomes eminentes, tendo ainda con
Delegação, que era presidida por Sir
pecialista Gottfried Haberler, afirmava:
túrbios da estrutura econômica, e como
lêm as seguintes palavras finais;
Fredcrick Phillips, e que se compunha
meno.s, o mais daninho deles, o desem
encontra sua razão de ser nos dis
da Conferência de Comércio e Emprêgo,
em Londres, à guisa de contribuição, um substancioso documento em que se
depressão que vai ser o consectário eco nômico de tantas perdas. Surge, então, a pergunta angustiosa:
lhe os efeitos, procurando evitar, pelo
Houve, durante certo tempo, a crença de que o desemprego seria um mal so cial, a ser tratado através de formas assistenciaís. Hoje, entretanto, êle é considerado essencialmente econômico,
o das idéias da classe, ofereceu â pri meira reunião do Comitê Preparatório
bre os interesses dos outros países", a
bém a um retrocesso cultural e moral, porque reduz o ritmo do progresso e mes e para o crime.
No seio do próprio comércio, não é
outro o pensamento dominante. A Câ mara de Comércio Internacional,^ ór gão máximo de expressão dos interesses
esperar, como coisa certa, o advento da
tado, ha última fase de seus trabalhos, com a assistência técnica do grande es
da civilização, trazendo consigo uma
I
Agora devemos
95
DiGESTO Econômico
prego em massa?
Foi precisamente para promover o con certo^ de medidas fundadas na teoria ^onomica e na experiência que aquêle
"Uma ação independente, da par te de cada país, para assegurar o
emprego integral dos meios de pro dução e a estabilidade econômica fa lharia inevitàvelmente ao seu fim, e
ó da mais alta importância que as políticas nacionais sejam coordena
Unidos, manifestada em fins do
das na base de um plano internacio nal concertado, apoiada e favorecida, cada uma dessas políticas, pelas de
comercio internacional, entre os quais o
No mesmo sentido manifestou-se Sir
Conselho, aceitando a iniciativa dos Es-
1945, convocou, no princípio de 1946, os 18 principais países participantes do
mais". (7).
prêgo, e de condições de \'ida em Na ausência
ternacional, os pro.gramas nacionais
o emprêgo ao máximo não podem ter êxito e, sem um aumento do co mércio e das trocas internacionais, as
possibilidades de melhorar as con-
'dições de vida no plano nacional são limitadas. Cada govêmo deverá, pois, executar os programas que haja ado tado para resolver o problema do emprêgo em seu território, sem per der de vista o bem estar do.s outros
países e a prosperidade crescente do comércio internacional. Por intermé
dio de instituições apropriadas, os
atenuar as dores, enquanto se age sôbre as causas verdadeiras com o propósito
Preparatório de uma Conferência Inter
Stafford Cripps, responsável pelo "Board of Trade", ao abrir, no dia 15 de outu
dc climiná-Ias. O obreiro desemprega do, normalmente, o que deseja não é
movesse^m as providências necessárias a
reunião do Comitê Preparatório da Con
tos cíclicos, e tomar em conjimto
"í^^®"piente combate ao mal. Tais pro videncias, depois de planejadas, serão objeto de exame e deliberação por parte de uma reunião plenária da Conferên
ferência de Comércio e Emprêgo, em Londres, trabalhos êsses de que par
compromissos que permitam assegu rar a definição de políticas comer
ticipamos:
nistrado ^ipenas com fim de sanar ou
uma pensão do Estado, mas sim traba
lho, através do qual há de ganliar, para si e para os seus, sem qualquer senti mento de humilhação, o necessário para uma subsistência digna. Ao resolver, portanto, o problema da reconversão da economia de guerra à de paz, cumpre ter-se em vista, antes
de tudo e acima de tudo, soluções que evitem ou reduzam a proporções míni mas esse flagelo. Voltar à normalidade da vida econômica, dando a todos traba
lho, eis o objetivo supremo.
Brasil, para que, constituídos em Comitê nacional de Comércio ê Emprego, pro-
cia, a realizar-se ainda este ano, pos
governos deverão coordenar suas po líticas de emprêgo, favorecer os pro
bro do ano passado, os trabalhos da 1."
gramas de eliminação dos movimen
"É para eliminar o perigo de uma volta a êsse caótico estado de coisas
ciais tendentes a atingir uma esta
bilidade econômica mundial" (9). Daí se vê que um primeiro ponto
pacífico nas providências de combate à
sivelmente.
— disse o ministro do Comércio da
.Bem andou a Organização das Na ções Unidas, ao colocar o problema
Inglaterra, referindo-se ao período de
depressão e ao desemprègo é o de que
entre-guerras — que agora se propõe uma nova concepção, segundo a qual
elas de^'em ser executadas num esforço
num plano internacional.
Com o de-
senvol^/imento dos transportes e das co
a maneira como cada país regula o
municações, o mundo caminha ràpidamente para a constituição de uma ver
seu próprio comércio areta às outras nações que com êle mantêm rela
dadeira unidade econômica, no seio da qual a interação dos fenômenos se faz septiy çada vez mais plenamente.
ções; e isto hoje é equivalente a di zer-se que afeta a todos, cs outros países (8).
de conjunto, por todos os países, ou ao menos pelo maior número dèles, me diante medidas concertadas no plano in
ternacional, sob pena de *não se poder chegar a resultados satisfatórios.
Passemos agora a um segundo ponto, que também surge como assentado en-
Digesto Econômico
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97^
Digesto Econômico
tre técnicos e doutrinadores. Na opi nião destes últimos, a solução do pro blema do retorno da economia de guer ra à de paz, sem os males do desempre go e com atenuação ou mesmo elimi
esfôrço honesto e compreensivo, promo ver a absorção pelo consumo mundial de tôda essa massa imensa de bens pro duzidos, pondo-a ao alcance de todos, cm condições favoráveis, nos vários qua-
nação dos efeitos depressivos, consiste
clrantes da Terra.
em manter, em tempo de paz, na medi
da do possível, os mesmos níveis eleva dos de produção e de ocupação dos fa
tores, atingidos durante a guerra (10). Conseguido isto em cada país, não só
como defesa da situação interna, mas também como dever de solidariedade
humana no plano internacional, ficará
amortecida a depressão, conjurar-se-á ó desemprego, asse^^rando-se a estabilida de do padrão de vida. Ou, para usar
de uma linguagem mais técnica; man-
;
»
I
ter-se-ao em alto nível o ingresso real produzido o^ ingresso real consumido e um elevado índice de ocupação, incluside mao de obra, de modo que, preseivados esses elementos essenciais da estabilidade, cujo perecimento Haberler
^nsidera como a própria configuração
. ,depressão, estamuito ou não surgirá, ou virá atenuada de (11).
Mas essa solução do problema apresem dúvida, graves dificuldades de ordem prática, no momento de ser executada. Está claro que, depois de feita a reconversão, se as indústrias de todos os povos tiverem de continuar a
funcionar, em época de paz, dentro do mesmo ritmo acelerado que mantiveram
durante a guerra, e com o mesmo nível
de ocupação dos fatores, a conseqüência será uma pletora de bens produzidos, ameaçando^ uma crise de superprodução, que poderá acarretar, com a queda dos preços de venda abaixo dos níveis de custo, justamente o fenômeno do desem prego que se visa evitar.
Diante desta grave dificuldade, cujo afastamento é essencial para o êxito da solução lembrada, é que se voltam es perançosamente as vistas, neste momen
Mas para que o ComcTcio possa assu■ inir plenamente a responsabilidade do papei que lhe toca, neste conjunlo de
"dumping"; o açambarcumento e outras
dêste século.
manobras lesivas do legitimo interesse do consumidor. Também tais práticas,
Seu objetivo fundamental é assentar medidas que libertem o Comércio dos tropeços a QU6 ainda há pouco me re feri, quer de origem pública, quer de
tanto da Indústria como do Comércio,
precisam ser estudadas pelas nações, em mútuo entendimento, a fim de encontra
rem, em medidas concertadas entre go
levar a cabo, com êxito, uma tarefa de
vernos, a necessiiria repressão.
ta' envergadura, não lhe basta o simples
obra reconstrutora foi, desde antes do
fase depressiva do após-guerra. Tem ela ainda o propósito de procurar man ter c desenvmver o poder de compra e a procura efetiva de bens, não só atra vés das pro\ádências destinadas ao pro gresso econômico dos países menos evo-
fim da guerra, bem compreendida pelos
Uiídos, mas também promovendo uma
ria ainda que se removam os óbices en-
A Conferência Internacional de
torpecedores da sua ação, os entraves
Comércio e Emprêgo
pratica a fim de assegurar, tanto no seio das economias nacionais, como no olano internacional, um poder de compra ele vado e uma procura efetiva de bens.
mércio para bem realizar sua missão na
Os tropeços que perturbam o comér cio provêm ora de atos e providências governamentais, ora do práticas viciosas
e condenáveis da Indústria e do próprio Ocmércio. Entre os primeiros, podem-se mencionar as tarifas excessivamente ele
poderá desempenhar a parte que lhe cabe no conjunto mais amplo de provi
dências para a reorganização do mundo V, especialmente, para a prevenção da
própria razão de ser. Torna-se necessá
que lhe cerceiam os movimentos, e que medidas adequadas sejam postas em
ordem privada, aparelhando-o para uma ação altamente dinâmica, através da qual
- IV -
estimulo do fito de lucro, que é a sua
Esta necessidade de aparelhar o Co
aliados.
Já a Carta do Atlântico, de 14 de
melhor distribuição • nacional e mundial da riqueza.
nizava "a mais completa colaboração
Na primeira reunião do Comitê Pre paratório, realizada em Londres em ou
entre todas as nações no campo eco
tubro e novembro do ano passado, da
agôsto de 1941, no seu item V, preco nômico, com o fim de garantir a todos
melhores padrões de trabalho, progresso
qual participou o Brasil com uma Dele gação a que tivemos a honra de perten
vadas; os tratamentos discriminatórios;
econômico c segurança social" (12).
cer, foram lançados os primeiros linea-
certos tipos de acordos bilaterais entre governos, que quebram uma necessária
Esta idéia geral aparece desdobrada e precisada no documento institucional das
harmonia c violam, às vêzes, as leis naturais; controle rígido do câmbio; os
Nações Unidas, firmado em São Fran
mentos de uma "Carta Internacional do Comércio" e, ao mesmo tempo, os de uma "Organização Internacional do Co
cisco, a 26 de junho de 1945, onde se lê:
mércio".
contingentamentos; os subsídios à expor
tação; as quotas; as formalidades admi nistrativas injustificadamente exageradas e desnecessariamente burocratizadas; os rigores acentuados que dificultam o trân
sito das pessoas, especialmente o dos
"Com o propósito de criar condições
lam os principais problemas relacionados
amistosas entre as nações, baseadas
se uma linha doutrinária mais ou menos
no princípio da igualdade "de direitos
representantes comerciais, aos quais se Todos estes entraves são
pleno emprego, e condições de pro gresso e desenvolvimento econômico
deveriam dar facilidades adequadas à matéria a ser discutida e resoKida atra
vés de largo entendimento entre as na ções. Como práticas viciosas da Indús tria e do próprio Comércio, podem-se mencionar as formas nocivas das combi
cio. A êste caberá, através de uma ex
unicamente o falseamento do processo normal da formação dos preços, com
Na primeira — na Carta — se rera-
de estabilidade e bem estar, que são necessárias às relações pacíficas e
e no de auto-deterniinação dos po vos, as Nações Unidas promoverão: a) mais altos padrões de vida,
nações de emprêsas privadas, visando
Li-
quias econômicas, implantadas na Euro pa em princípios do segundo quartel
esforços contra a depressão, c consiga
to, para a ação e o papel do Comér
pansão Dimça dantes atingida, de um
de concorrência desleal, notadamente o
objetivos monopoHsticos; os vários tipos
e social" (13).
Destarte, a Conferência Internacional de Comércio e Emprêgo, cujos trabalhos preparatórios se encontram agora em
curso, não é senão ã fase executória de idéias adotadas, desde algum tempo, pe
com a expansão cio Comércio, seguindonéo-liberal que, sem excluir a interven
ção estatal, entretanto a reduz a limites compatíveis com o exercício de uma forte iniciativa privada, adotando-se a cláusula incondicional de nação mais fa vorecida e condenando-se, de um modo geral, tôdas as práticas restritivas, a con corrência desleal, os tratamentos dis criminatórios, as formas monopolisticas nocivas, as formalidades administrativas
exageradas, tudo com o propósito de aasentarem-se normas de uma Política Co
los países que se coligaram na guerra
mercial capaz de assegurar ao mundo
contra as ditaduras políticas e as autar
uma alta atividade econômica, com In-
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Digesto Econômico
tre técnicos e doutrinadores. Na opi nião destes últimos, a solução do pro blema do retorno da economia de guer ra à de paz, sem os males do desempre go e com atenuação ou mesmo elimi
esfôrço honesto e compreensivo, promo ver a absorção pelo consumo mundial de tôda essa massa imensa de bens pro duzidos, pondo-a ao alcance de todos, cm condições favoráveis, nos vários qua-
nação dos efeitos depressivos, consiste
clrantes da Terra.
em manter, em tempo de paz, na medi
da do possível, os mesmos níveis eleva dos de produção e de ocupação dos fa
tores, atingidos durante a guerra (10). Conseguido isto em cada país, não só
como defesa da situação interna, mas também como dever de solidariedade
humana no plano internacional, ficará
amortecida a depressão, conjurar-se-á ó desemprego, asse^^rando-se a estabilida de do padrão de vida. Ou, para usar
de uma linguagem mais técnica; man-
;
»
I
ter-se-ao em alto nível o ingresso real produzido o^ ingresso real consumido e um elevado índice de ocupação, incluside mao de obra, de modo que, preseivados esses elementos essenciais da estabilidade, cujo perecimento Haberler
^nsidera como a própria configuração
. ,depressão, estamuito ou não surgirá, ou virá atenuada de (11).
Mas essa solução do problema apresem dúvida, graves dificuldades de ordem prática, no momento de ser executada. Está claro que, depois de feita a reconversão, se as indústrias de todos os povos tiverem de continuar a
funcionar, em época de paz, dentro do mesmo ritmo acelerado que mantiveram
durante a guerra, e com o mesmo nível
de ocupação dos fatores, a conseqüência será uma pletora de bens produzidos, ameaçando^ uma crise de superprodução, que poderá acarretar, com a queda dos preços de venda abaixo dos níveis de custo, justamente o fenômeno do desem prego que se visa evitar.
Diante desta grave dificuldade, cujo afastamento é essencial para o êxito da solução lembrada, é que se voltam es perançosamente as vistas, neste momen
Mas para que o ComcTcio possa assu■ inir plenamente a responsabilidade do papei que lhe toca, neste conjunlo de
"dumping"; o açambarcumento e outras
dêste século.
manobras lesivas do legitimo interesse do consumidor. Também tais práticas,
Seu objetivo fundamental é assentar medidas que libertem o Comércio dos tropeços a QU6 ainda há pouco me re feri, quer de origem pública, quer de
tanto da Indústria como do Comércio,
precisam ser estudadas pelas nações, em mútuo entendimento, a fim de encontra
rem, em medidas concertadas entre go
levar a cabo, com êxito, uma tarefa de
vernos, a necessiiria repressão.
ta' envergadura, não lhe basta o simples
obra reconstrutora foi, desde antes do
fase depressiva do após-guerra. Tem ela ainda o propósito de procurar man ter c desenvmver o poder de compra e a procura efetiva de bens, não só atra vés das pro\ádências destinadas ao pro gresso econômico dos países menos evo-
fim da guerra, bem compreendida pelos
Uiídos, mas também promovendo uma
ria ainda que se removam os óbices en-
A Conferência Internacional de
torpecedores da sua ação, os entraves
Comércio e Emprêgo
pratica a fim de assegurar, tanto no seio das economias nacionais, como no olano internacional, um poder de compra ele vado e uma procura efetiva de bens.
mércio para bem realizar sua missão na
Os tropeços que perturbam o comér cio provêm ora de atos e providências governamentais, ora do práticas viciosas
e condenáveis da Indústria e do próprio Ocmércio. Entre os primeiros, podem-se mencionar as tarifas excessivamente ele
poderá desempenhar a parte que lhe cabe no conjunto mais amplo de provi
dências para a reorganização do mundo V, especialmente, para a prevenção da
própria razão de ser. Torna-se necessá
que lhe cerceiam os movimentos, e que medidas adequadas sejam postas em
ordem privada, aparelhando-o para uma ação altamente dinâmica, através da qual
- IV -
estimulo do fito de lucro, que é a sua
Esta necessidade de aparelhar o Co
aliados.
Já a Carta do Atlântico, de 14 de
melhor distribuição • nacional e mundial da riqueza.
nizava "a mais completa colaboração
Na primeira reunião do Comitê Pre paratório, realizada em Londres em ou
entre todas as nações no campo eco
tubro e novembro do ano passado, da
agôsto de 1941, no seu item V, preco nômico, com o fim de garantir a todos
melhores padrões de trabalho, progresso
qual participou o Brasil com uma Dele gação a que tivemos a honra de perten
vadas; os tratamentos discriminatórios;
econômico c segurança social" (12).
cer, foram lançados os primeiros linea-
certos tipos de acordos bilaterais entre governos, que quebram uma necessária
Esta idéia geral aparece desdobrada e precisada no documento institucional das
harmonia c violam, às vêzes, as leis naturais; controle rígido do câmbio; os
Nações Unidas, firmado em São Fran
mentos de uma "Carta Internacional do Comércio" e, ao mesmo tempo, os de uma "Organização Internacional do Co
cisco, a 26 de junho de 1945, onde se lê:
mércio".
contingentamentos; os subsídios à expor
tação; as quotas; as formalidades admi nistrativas injustificadamente exageradas e desnecessariamente burocratizadas; os rigores acentuados que dificultam o trân
sito das pessoas, especialmente o dos
"Com o propósito de criar condições
lam os principais problemas relacionados
amistosas entre as nações, baseadas
se uma linha doutrinária mais ou menos
no princípio da igualdade "de direitos
representantes comerciais, aos quais se Todos estes entraves são
pleno emprego, e condições de pro gresso e desenvolvimento econômico
deveriam dar facilidades adequadas à matéria a ser discutida e resoKida atra
vés de largo entendimento entre as na ções. Como práticas viciosas da Indús tria e do próprio Comércio, podem-se mencionar as formas nocivas das combi
cio. A êste caberá, através de uma ex
unicamente o falseamento do processo normal da formação dos preços, com
Na primeira — na Carta — se rera-
de estabilidade e bem estar, que são necessárias às relações pacíficas e
e no de auto-deterniinação dos po vos, as Nações Unidas promoverão: a) mais altos padrões de vida,
nações de emprêsas privadas, visando
Li-
quias econômicas, implantadas na Euro pa em princípios do segundo quartel
esforços contra a depressão, c consiga
to, para a ação e o papel do Comér
pansão Dimça dantes atingida, de um
de concorrência desleal, notadamente o
objetivos monopoHsticos; os vários tipos
e social" (13).
Destarte, a Conferência Internacional de Comércio e Emprêgo, cujos trabalhos preparatórios se encontram agora em
curso, não é senão ã fase executória de idéias adotadas, desde algum tempo, pe
com a expansão cio Comércio, seguindonéo-liberal que, sem excluir a interven
ção estatal, entretanto a reduz a limites compatíveis com o exercício de uma forte iniciativa privada, adotando-se a cláusula incondicional de nação mais fa vorecida e condenando-se, de um modo geral, tôdas as práticas restritivas, a con corrência desleal, os tratamentos dis criminatórios, as formas monopolisticas nocivas, as formalidades administrativas
exageradas, tudo com o propósito de aasentarem-se normas de uma Política Co
los países que se coligaram na guerra
mercial capaz de assegurar ao mundo
contra as ditaduras políticas e as autar
uma alta atividade econômica, com In-
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DrcKSTo Econünuco
dices satisfatórios de emprego e de pro cura efetiva.
Por seu lado, a "Organização Interna cional do Comércio", destinada a ser um
departamento das Nações Unidas, en-
carregar-se-á de velar pela e.xecução da Carta, tomando medidas necessárias à
sua efetivação, fazendo-a respeitar e
Dit:E.STO
Econômico
vada pela Conferência J'lcnária a "Carta IntemacionuI do Comércio" e
assento i-m llretlon Woods no ano de
dispositivos adotados pela "Carta", uma
criada a "Organização Internacional do Comércio", deverá estender-se a
19-lí. inslituín, a 22 de julho, o "Banco
estabilidade ou aumento do poder de
Internacional di- Reconstrução e Desen
compra mundial e a pujança da procura
volvimento" e o "Fundo Monetário In lernacional".
efetiva de bens, elementos que, como já referimos, .são essenciais à ação do Co
todas as 5.3 Naç-ões Unidas.
Compreende-se pelo exposto a magni tude da larcfa que a Conferência está
Ao Banco compele auxiliar a recon.s-
tniçãc) do.s- jDaíses membros, que tenham
mercio.
sofrido tle.struições ou (]ue hajam ficado
mediante o exame das queixas levadas
com a sua economia arruinada, facilitan
Dificuldades a transpor
ao seu conhecimento e devidamente apu
realizando. Ela traça as normas posi Direito Comercial Internacional — que
- VI -
tivas de um novo ramo do Direilo — O se vai incorporar ás legislações dos di
ao atendimi-nlo das necessidades de tem
procurando reprimir as suas violações, radas.
Antes de se encerrar a reunião de Londres, ficou ainda assentado:
a)_ que se designasse uma Co missão de Redação para funcionar em
Washington, entre 20 de janeiro e 25 de fevereiro deste ano, e organi zar, com base na matéria discutida
CqS'^'^p'' P"nieira reunião do "cfrl o projeto da pLz Internacional do JJessa Comissão de Redação, que efeüvamente funcionou e se desin-
cumbm no prazo marcado, fizeram
parte todos os países membros do Comitê Preparatório, inclusive o Bra-
b) que o Comitê Preparatório no vamente se reunisse em Genebra, a 8
de abril de 1947, data essa prorroga
da para o dia 10, a fim de tomar co nhecimento dos projetos elaborados
pela Comissão de Redação, completando-os, retocando-os e preparandoos aehnitívamente para a sua apresen tação a Conferência Plenária, que de vera ter lugar ainda êste ano;
5)
reunião de Genebra,
alem do exame dos projetos referidos, se levassem a cabo, entre os 18 mem
bros do Comitê Preparatório, que são os principais países interessados no
Comercio Inlernacional, negociações de tarifas, em base de reciprocidade, estipuladas em tratado multilateral, visando facilitar a expansão do Co mércio. Êsse tratado, uma vez apro.Lw
versos países e que vai ler, na "Organi zação Internacional do Coinércio", das
Nações^ Unidas, o seu instrumento de aplicação e de controle. Ao mesmo tem po, ela^ arma o Comércio dos meios de expansão necessários ao cumprimento de
sua tarefa já por nós ajmnlada, no pia no geral de reorganização do mundo para uma era mais feliz.
Não^ cabo dentro do título que encatrabalho uma pormenorização
dos dispositivos da "Carta Internacional
do Comércio".
Nem ela seria agora
oportuna, uma vez que e.xislc tão só um
projeto, sujeito ainda a modificações pos sivelmente substanciais. Limitei-me, por ISSO, a apontar-lhe as diretrizes doutri
nárias e os temas principais que aborda. Espero, entretanto, poder voltar ainda o vossa presença, quando aquele documento estiver reduzido à sua forma ehmtiva, para então fazer dêle uma
do também a reconversão da produção
po do paz. Cabe-lhe ainda fomentiu: e completar os investimentos pura propó sitos produtivos, assim como apoiar um
adecpiado erescim<mto do Comércio In ternacional e o equilíbrio, a longo pmzo, das balanças de pagamento. Tudo isto a fim de cpie os paísc.s assistidos possam
Não se suponha, entretanto, que tudo vá sendo feito sem uma série de graves dificuldades a vencer.
A noção clássica da Soberania, como
poder incontrastável, constitui um pri meiro embaraço, dc natureza jurídica e política. Ainda não ganhou definitiva mente os espíritos a convicção de que
aumentar a sua produtividade, elevar o
boje vivemos dentro de "Um Mundo
padrão de vida e molhorar as condições
Só" (16), no qual as distancias foram reduzidas a ponto de superar a.s fan
de trabalho (14).
Enquanto isto, o Fundo tem o pro pósito mais c.specializado de facilitar a
tasias relativamente recentes de Júlio
solução cie problemas puramente mone
percussão dos fatos nacionais no plano
tários o cambiais, proporcionando, aos
internacional, e tendendo a unificar cada
Veme, acentuando poderosameute a re
países cjue disso precisem, os meios de
vez mais o gênero humano em estreita
atender ràpiclainento às dificuldades de
comunhão, e.specialmente no terreno eco
suas balanças do pagamento, resultan
nômico. Por isso mesmo as coletixãda-
tes da escassez do moedas nacionai.s, nas transações de Comércio lutemacional. Objetiva a ação do Fundo impedir osci lações cambiais bruscas e excedentes de
de.s nacionais continuam a opor certas
certo.s limites, criando assim uma situa
resistências às tentativas para o estabe lecimento de nonnas superpostas às so-
beraiiias e à criação do qualquer órgão internacional encarregado de aplicá-las. Bem se compreende, destarte, quanto é
analise circunstanciada.
ção de estabilidade propícia ao desen volvimento das operações comerciais. Os
delicada e complexa a fixação de tais
V -
propósitos que \'isa realizar, manifesta
normas e a estruturação de tais órgãos.
dos nos itens I a VI do artigo I do seu Estatuto, interessam sobremaneira ao Co
E.stou convencido de que uma nova e
mércio Internacional e deverão ter deci siva influência, no sentido de facilitar a
tualista de Rousseau (17), com o pro
Outras peças do plano f^eral possais ter uma completa
ideia da amplitude da ação empreendi
da contra a depressão e o desemprego,
ê.ste o cumprimento de .sua alta missão,
^nvem recordar-vos que a Carta e a
no'plano geral reconstrutor (15).
Crganização Internacional do Comércio nao serão organismos isolados, destina dos a uma ação desamparada. Elas inte gram um todo maior, constitutivo de um
bate ao mal. A "Conferência Monetária e Finan
ceira" das Nações Unida,s, que teve
i.4iÍ
pósito de aju.stá-la, no plano internacio nal, ao convívio das naçõe.s, seria de grande proveito para a Ilunianidade. , Más esta dificuldade de ordem geral
A existência, aciui apenas aflorada, destes doi.s institutos, votada a uma efi
não é a única. Tem sido necessário su
caz participação no combate ao mal, ó
perar outras, de origens diversas.
de molde a fortalecer as esperanças ge
vasto mecanismo de prevenção e com
generalizixda leitima da teoria contra-
Enquanto estava funcionando em Lon-.
rais no êxito da ação con|unla (pie se está empreendendo e nas possibilidades de expansão do Comércio Internacional,
ções gerais nos Estados Uni(Íos, para
porque tende a promover, ao lado dos
a reno\"ação do Congresso.
dres a primeira reunião do Comitê Pre
paratório da Conferência, houve elei Como se
7?^
08
DrcKSTo Econünuco
dices satisfatórios de emprego e de pro cura efetiva.
Por seu lado, a "Organização Interna cional do Comércio", destinada a ser um
departamento das Nações Unidas, en-
carregar-se-á de velar pela e.xecução da Carta, tomando medidas necessárias à
sua efetivação, fazendo-a respeitar e
Dit:E.STO
Econômico
vada pela Conferência J'lcnária a "Carta IntemacionuI do Comércio" e
assento i-m llretlon Woods no ano de
dispositivos adotados pela "Carta", uma
criada a "Organização Internacional do Comércio", deverá estender-se a
19-lí. inslituín, a 22 de julho, o "Banco
estabilidade ou aumento do poder de
Internacional di- Reconstrução e Desen
compra mundial e a pujança da procura
volvimento" e o "Fundo Monetário In lernacional".
efetiva de bens, elementos que, como já referimos, .são essenciais à ação do Co
todas as 5.3 Naç-ões Unidas.
Compreende-se pelo exposto a magni tude da larcfa que a Conferência está
Ao Banco compele auxiliar a recon.s-
tniçãc) do.s- jDaíses membros, que tenham
mercio.
sofrido tle.struições ou (]ue hajam ficado
mediante o exame das queixas levadas
com a sua economia arruinada, facilitan
Dificuldades a transpor
ao seu conhecimento e devidamente apu
realizando. Ela traça as normas posi Direito Comercial Internacional — que
- VI -
tivas de um novo ramo do Direilo — O se vai incorporar ás legislações dos di
ao atendimi-nlo das necessidades de tem
procurando reprimir as suas violações, radas.
Antes de se encerrar a reunião de Londres, ficou ainda assentado:
a)_ que se designasse uma Co missão de Redação para funcionar em
Washington, entre 20 de janeiro e 25 de fevereiro deste ano, e organi zar, com base na matéria discutida
CqS'^'^p'' P"nieira reunião do "cfrl o projeto da pLz Internacional do JJessa Comissão de Redação, que efeüvamente funcionou e se desin-
cumbm no prazo marcado, fizeram
parte todos os países membros do Comitê Preparatório, inclusive o Bra-
b) que o Comitê Preparatório no vamente se reunisse em Genebra, a 8
de abril de 1947, data essa prorroga
da para o dia 10, a fim de tomar co nhecimento dos projetos elaborados
pela Comissão de Redação, completando-os, retocando-os e preparandoos aehnitívamente para a sua apresen tação a Conferência Plenária, que de vera ter lugar ainda êste ano;
5)
reunião de Genebra,
alem do exame dos projetos referidos, se levassem a cabo, entre os 18 mem
bros do Comitê Preparatório, que são os principais países interessados no
Comercio Inlernacional, negociações de tarifas, em base de reciprocidade, estipuladas em tratado multilateral, visando facilitar a expansão do Co mércio. Êsse tratado, uma vez apro.Lw
versos países e que vai ler, na "Organi zação Internacional do Coinércio", das
Nações^ Unidas, o seu instrumento de aplicação e de controle. Ao mesmo tem po, ela^ arma o Comércio dos meios de expansão necessários ao cumprimento de
sua tarefa já por nós ajmnlada, no pia no geral de reorganização do mundo para uma era mais feliz.
Não^ cabo dentro do título que encatrabalho uma pormenorização
dos dispositivos da "Carta Internacional
do Comércio".
Nem ela seria agora
oportuna, uma vez que e.xislc tão só um
projeto, sujeito ainda a modificações pos sivelmente substanciais. Limitei-me, por ISSO, a apontar-lhe as diretrizes doutri
nárias e os temas principais que aborda. Espero, entretanto, poder voltar ainda o vossa presença, quando aquele documento estiver reduzido à sua forma ehmtiva, para então fazer dêle uma
do também a reconversão da produção
po do paz. Cabe-lhe ainda fomentiu: e completar os investimentos pura propó sitos produtivos, assim como apoiar um
adecpiado erescim<mto do Comércio In ternacional e o equilíbrio, a longo pmzo, das balanças de pagamento. Tudo isto a fim de cpie os paísc.s assistidos possam
Não se suponha, entretanto, que tudo vá sendo feito sem uma série de graves dificuldades a vencer.
A noção clássica da Soberania, como
poder incontrastável, constitui um pri meiro embaraço, dc natureza jurídica e política. Ainda não ganhou definitiva mente os espíritos a convicção de que
aumentar a sua produtividade, elevar o
boje vivemos dentro de "Um Mundo
padrão de vida e molhorar as condições
Só" (16), no qual as distancias foram reduzidas a ponto de superar a.s fan
de trabalho (14).
Enquanto isto, o Fundo tem o pro pósito mais c.specializado de facilitar a
tasias relativamente recentes de Júlio
solução cie problemas puramente mone
percussão dos fatos nacionais no plano
tários o cambiais, proporcionando, aos
internacional, e tendendo a unificar cada
Veme, acentuando poderosameute a re
países cjue disso precisem, os meios de
vez mais o gênero humano em estreita
atender ràpiclainento às dificuldades de
comunhão, e.specialmente no terreno eco
suas balanças do pagamento, resultan
nômico. Por isso mesmo as coletixãda-
tes da escassez do moedas nacionai.s, nas transações de Comércio lutemacional. Objetiva a ação do Fundo impedir osci lações cambiais bruscas e excedentes de
de.s nacionais continuam a opor certas
certo.s limites, criando assim uma situa
resistências às tentativas para o estabe lecimento de nonnas superpostas às so-
beraiiias e à criação do qualquer órgão internacional encarregado de aplicá-las. Bem se compreende, destarte, quanto é
analise circunstanciada.
ção de estabilidade propícia ao desen volvimento das operações comerciais. Os
delicada e complexa a fixação de tais
V -
propósitos que \'isa realizar, manifesta
normas e a estruturação de tais órgãos.
dos nos itens I a VI do artigo I do seu Estatuto, interessam sobremaneira ao Co
E.stou convencido de que uma nova e
mércio Internacional e deverão ter deci siva influência, no sentido de facilitar a
tualista de Rousseau (17), com o pro
Outras peças do plano f^eral possais ter uma completa
ideia da amplitude da ação empreendi
da contra a depressão e o desemprego,
ê.ste o cumprimento de .sua alta missão,
^nvem recordar-vos que a Carta e a
no'plano geral reconstrutor (15).
Crganização Internacional do Comércio nao serão organismos isolados, destina dos a uma ação desamparada. Elas inte gram um todo maior, constitutivo de um
bate ao mal. A "Conferência Monetária e Finan
ceira" das Nações Unida,s, que teve
i.4iÍ
pósito de aju.stá-la, no plano internacio nal, ao convívio das naçõe.s, seria de grande proveito para a Ilunianidade. , Más esta dificuldade de ordem geral
A existência, aciui apenas aflorada, destes doi.s institutos, votada a uma efi
não é a única. Tem sido necessário su
caz participação no combate ao mal, ó
perar outras, de origens diversas.
de molde a fortalecer as esperanças ge
vasto mecanismo de prevenção e com
generalizixda leitima da teoria contra-
Enquanto estava funcionando em Lon-.
rais no êxito da ação con|unla (pie se está empreendendo e nas possibilidades de expansão do Comércio Internacional,
ções gerais nos Estados Uni(Íos, para
porque tende a promover, ao lado dos
a reno\"ação do Congresso.
dres a primeira reunião do Comitê Pre
paratório da Conferência, houve elei Como se
fF 100
Dicesto Econômico
101
Dicesto Econômico
Carta e os bons resultados que .se pos
grosso econômico e a expansãq indus
sam esperar dos entendimentos tarifiírios.
trial das naçõc.s que ainda não atin
Por outro lado, o.s ingleses também têm .seus problemas. Como se sabe, os
giram a plenilaidc, por não poderem elas, em regime mais ou menos livrc-cambista,
Conclusões
sob a orientação do grande e saudoso
membros da Comunidade Rrilànica apli
Roosevelt e de Cordel Hull, essa polí
cam entre si, em matéria aTandegária,
concorrer com as outras já completament<; industrializadas. Esta preocupação
A esta altura vejo que não é possível abusar mais da vossa capacidade de
sabe, foram vitoriosos os Republicanos, cuja orientação fortemente protecionista dominou a política tarifária norte-ame ricana, até o momento em que, em 1934,
tica virou dc bôrco, procurando enve
um tratamento preferencial, conliecido
redar num sentido mais liberal, com o
correntemente como o "Regime das Pre
"Reciprocai Trade Agreements Act", que investiu o Presidente da República, até o ano de 1948, de poderes suficien
tes paia negociar reduções de tarifas até
o limite de 50%, independentemente de
autorização e aprovação do Congresso. E é destes poderes que Truman está se utilizando para as atuais negociações
da Conferência'', inclusive as que vão ser feitos agora em Genebra. No entanto, vi toriosos no pleito, voltaram os Republi
ferências Imperiais". En(|uanto traba lhávamos em Londres, na primeira reu nião do Comitê Preparatório, scntia-se
claramente, através de opiniões manifestíidas na Imprensa c pelas associações de classe interessadas, que há uma séria resistência ao abandono de tal regime. Ora, a conservação das Preferências Im periais dificilmente pode ser conciliada com o princípio da reciprocidade e com a cláusula incondicional de nação mais
canos a carga, com os seus pontos de vista protecionistas. Taft, uma das fi
favorecida, que são as diretrizes domi
guras cen^ais entre ê!es, fez de público mcisiva.s declarações, nas quais afirmou que os Estados Unidos não deveriam re
e isso mais certo, quanto é verdade que,
duzir quaisquer tarifas e que muitas de
suas industrias estavam, até mesmo, re clamando maior proteção. No Senado também surgiram reflexos dessa orienta ção. E tem .sido necessário ao pre sidente Trumam entender-se com os seus adversários políticos, no sentido de obter que a política econômica externa dos
Estados Unidos encontre apoio nos dois grandes partidos em que se divide a nação. Parece que isto foi conseguido. Mas o preço de tal apoio, segundo fontes bem informadas, teria sido o compromis so assumido pelo Presidente de obter a inserção na Carta Internacional do Co
mércio de cláusula escapatória, que per mita ao Governo Norte-Americano de clarar sem efeito concessões tarifárias
outorgadas, desde que, mediante pare cer de uma Comissão Especial, se verifi que serem as mesmas nocivas a algum ramo de atividade econômica nacional.
nantes nas negociações em curso. Tanto
assaltou desde logo o espírito de muitas das Delegações presentes à reunião de
atenção e da vossa nímia gentileza aqui . comparecendo. Dei-vos, num plano ge ral, as impressões sôbre o que me tem
Londres. E do trabalho delas, inclusi ve da nossa, resultou a adoção, no pro
sido facultado observar, relatando-vos o
jeto, de uma série de medidas tenden tes a amparar e a assegurar o desenvol
blemas do Comércio Internacional e das
vimento econômico e a industrialização
matérias com êle relacionadas.
dos países menos avançados, aumentan-
que vem sendo feito em tomo dos pro
Importa, pois, concluir. E vou fazê-lo
do-lhes a capacidade de produzir e tam
articuladamente, condensando o essencial
bém a procura efetiva, medidas essas
do que foi exposto:
que constituem a matéria do Capítulo IV do referido projeto, agora já redigi do em Washington, com base nas deli
berações de Londres. Tais providências, utilizadas em concordímcia com o que
1 — Terminada a guerra, dados práti cos e científicos nos autorizam a espe
rar, embora sem determinação de tem po, um período de depressão econômi ca, que será de grande intensidade, se
dispõem os artigos I tanto dos Estatutos
não lôr convenientemente providenciada a sua atenuação;
rios membros que apenas nominalmente
do Fundo Monetário, como do Banco Internacional dc Reconstrução e Desen
não são soberanos, porque na realidade
volvimento, conciliam, dentro do possí
do sistemàticamente preparado pelas Na
na Comunidade Britânica, existem vá
2 — Um conjunto de medidas esta sen
constituem, cada um deles, nação inde
vel, os interesses em presença, sem ne
ções Unidas, através de seus órgãos es
pendente e forte tanto no terreno polí
cessidade de recurso a lutas alfandegá rias. Além disso, uma cláusula escapa
nômeno e ao seu pior aspecto, que é o
tico, como no econômico. Exemplos dis so são o Canadá, a Austrália, a Nova
Zelândia, a União Sul-Africana. Terá, assim, de ser enôontrada a fórmula que ressalve os interesses em jogo.
Isto, entretanto, ainda não é tudo.
Como já ficou dito, a "Carta Interna cional do Comércio" está informada dou-
Wnàriamente, no projeto, pela idéia néoliberal e, conseauentemente, por um Uyre-canibismo, a*inda que mitigado. Por
isso, uma vez aprovada e vigente, ela irá proporcionar ensejo a uma ação mui
tória, prudentemente consignada, auto
riza qualquer país a tomar medidas de defesa de .sua estabilidade econômica,
sempre que a situação criada na eco nomia interna de outro país venha a pô-la em risco. Destarte se vem procurando conciliar situações, com um máximo de transi
gência e com uma grande compreensão dos imperativos da nora mundial. En tretanto, apesar da boa vontade que a
pecializados, para fazer face a esse fe
desemprego;
3 — Desse conjunto faz parte mna
grande expansão do Comércio Interna cional, ao qual competirá a tarefa de as
segurar escoadouros para a pletora de bens resultantes da reconversão da eco
nomia de guerra à de paz, sem dimi
nuição dos índices de produção e dos
níveis de emprêgo, condição essencial
para que possa ser mantido padrão de vida àevado e uma situação de bem estar geral;
to mais sensível da lei de divisão do
todos anima, tais são as dificuldades a remover em negociações tarifárias, que
trabalho. Ora, sendo bastante diversos
abrangem Inicialmente 18 países, e que
Comércio Internacional visam justamen- '
os graus de desenvolvimento econômi
posteriormente deverão estender-se a 53
te proporcionar a êste o ambiente e os
co em que se encontram os países empe
nações, que não nos deveremos surpre
nhados nas negociações da Conferência,
4 — A "Carta" e a "Organização" do |
mefos adequados a atingir o dinamismo
tão somente na adoção de uma trégua
necessário à realização de sua impor- ; tanto parte no plano geral traçado.
alfandegária de alguns anos, até que, em situação mundial já mais normalizada, se
concessões tarifárias recíprocas, que es- ]
ender se elas, em Genebra, redundarem
A ser isto exato, bem se compreende que
nns já muito avançados, outros regular mente, e outros ainda em relativo atraso,
uma tal faculdade terá de ser extensiva
poderia resultar que a aplicação da
aos demais países contratantes, enfra
"Carta" viesse a redundar na manuten
possa resolver com maior facilidade e,
ção dêsse "statu-quo", impedindo o pro-
talvez, com mais acerto.
quecendo sobremaneira a autoridade da
- VII -
5 — Entre êsses meios, avultam as
tão sendo negociadas e que redimda- i râo, ou em reduções de direitos, feitas \
I
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Dicesto Econômico
Carta e os bons resultados que .se pos
grosso econômico e a expansãq indus
sam esperar dos entendimentos tarifiírios.
trial das naçõc.s que ainda não atin
Por outro lado, o.s ingleses também têm .seus problemas. Como se sabe, os
giram a plenilaidc, por não poderem elas, em regime mais ou menos livrc-cambista,
Conclusões
sob a orientação do grande e saudoso
membros da Comunidade Rrilànica apli
Roosevelt e de Cordel Hull, essa polí
cam entre si, em matéria aTandegária,
concorrer com as outras já completament<; industrializadas. Esta preocupação
A esta altura vejo que não é possível abusar mais da vossa capacidade de
sabe, foram vitoriosos os Republicanos, cuja orientação fortemente protecionista dominou a política tarifária norte-ame ricana, até o momento em que, em 1934,
tica virou dc bôrco, procurando enve
um tratamento preferencial, conliecido
redar num sentido mais liberal, com o
correntemente como o "Regime das Pre
"Reciprocai Trade Agreements Act", que investiu o Presidente da República, até o ano de 1948, de poderes suficien
tes paia negociar reduções de tarifas até
o limite de 50%, independentemente de
autorização e aprovação do Congresso. E é destes poderes que Truman está se utilizando para as atuais negociações
da Conferência'', inclusive as que vão ser feitos agora em Genebra. No entanto, vi toriosos no pleito, voltaram os Republi
ferências Imperiais". En(|uanto traba lhávamos em Londres, na primeira reu nião do Comitê Preparatório, scntia-se
claramente, através de opiniões manifestíidas na Imprensa c pelas associações de classe interessadas, que há uma séria resistência ao abandono de tal regime. Ora, a conservação das Preferências Im periais dificilmente pode ser conciliada com o princípio da reciprocidade e com a cláusula incondicional de nação mais
canos a carga, com os seus pontos de vista protecionistas. Taft, uma das fi
favorecida, que são as diretrizes domi
guras cen^ais entre ê!es, fez de público mcisiva.s declarações, nas quais afirmou que os Estados Unidos não deveriam re
e isso mais certo, quanto é verdade que,
duzir quaisquer tarifas e que muitas de
suas industrias estavam, até mesmo, re clamando maior proteção. No Senado também surgiram reflexos dessa orienta ção. E tem .sido necessário ao pre sidente Trumam entender-se com os seus adversários políticos, no sentido de obter que a política econômica externa dos
Estados Unidos encontre apoio nos dois grandes partidos em que se divide a nação. Parece que isto foi conseguido. Mas o preço de tal apoio, segundo fontes bem informadas, teria sido o compromis so assumido pelo Presidente de obter a inserção na Carta Internacional do Co
mércio de cláusula escapatória, que per mita ao Governo Norte-Americano de clarar sem efeito concessões tarifárias
outorgadas, desde que, mediante pare cer de uma Comissão Especial, se verifi que serem as mesmas nocivas a algum ramo de atividade econômica nacional.
nantes nas negociações em curso. Tanto
assaltou desde logo o espírito de muitas das Delegações presentes à reunião de
atenção e da vossa nímia gentileza aqui . comparecendo. Dei-vos, num plano ge ral, as impressões sôbre o que me tem
Londres. E do trabalho delas, inclusi ve da nossa, resultou a adoção, no pro
sido facultado observar, relatando-vos o
jeto, de uma série de medidas tenden tes a amparar e a assegurar o desenvol
blemas do Comércio Internacional e das
vimento econômico e a industrialização
matérias com êle relacionadas.
dos países menos avançados, aumentan-
que vem sendo feito em tomo dos pro
Importa, pois, concluir. E vou fazê-lo
do-lhes a capacidade de produzir e tam
articuladamente, condensando o essencial
bém a procura efetiva, medidas essas
do que foi exposto:
que constituem a matéria do Capítulo IV do referido projeto, agora já redigi do em Washington, com base nas deli
berações de Londres. Tais providências, utilizadas em concordímcia com o que
1 — Terminada a guerra, dados práti cos e científicos nos autorizam a espe
rar, embora sem determinação de tem po, um período de depressão econômi ca, que será de grande intensidade, se
dispõem os artigos I tanto dos Estatutos
não lôr convenientemente providenciada a sua atenuação;
rios membros que apenas nominalmente
do Fundo Monetário, como do Banco Internacional dc Reconstrução e Desen
não são soberanos, porque na realidade
volvimento, conciliam, dentro do possí
do sistemàticamente preparado pelas Na
na Comunidade Britânica, existem vá
2 — Um conjunto de medidas esta sen
constituem, cada um deles, nação inde
vel, os interesses em presença, sem ne
ções Unidas, através de seus órgãos es
pendente e forte tanto no terreno polí
cessidade de recurso a lutas alfandegá rias. Além disso, uma cláusula escapa
nômeno e ao seu pior aspecto, que é o
tico, como no econômico. Exemplos dis so são o Canadá, a Austrália, a Nova
Zelândia, a União Sul-Africana. Terá, assim, de ser enôontrada a fórmula que ressalve os interesses em jogo.
Isto, entretanto, ainda não é tudo.
Como já ficou dito, a "Carta Interna cional do Comércio" está informada dou-
Wnàriamente, no projeto, pela idéia néoliberal e, conseauentemente, por um Uyre-canibismo, a*inda que mitigado. Por
isso, uma vez aprovada e vigente, ela irá proporcionar ensejo a uma ação mui
tória, prudentemente consignada, auto
riza qualquer país a tomar medidas de defesa de .sua estabilidade econômica,
sempre que a situação criada na eco nomia interna de outro país venha a pô-la em risco. Destarte se vem procurando conciliar situações, com um máximo de transi
gência e com uma grande compreensão dos imperativos da nora mundial. En tretanto, apesar da boa vontade que a
pecializados, para fazer face a esse fe
desemprego;
3 — Desse conjunto faz parte mna
grande expansão do Comércio Interna cional, ao qual competirá a tarefa de as
segurar escoadouros para a pletora de bens resultantes da reconversão da eco
nomia de guerra à de paz, sem dimi
nuição dos índices de produção e dos
níveis de emprêgo, condição essencial
para que possa ser mantido padrão de vida àevado e uma situação de bem estar geral;
to mais sensível da lei de divisão do
todos anima, tais são as dificuldades a remover em negociações tarifárias, que
trabalho. Ora, sendo bastante diversos
abrangem Inicialmente 18 países, e que
Comércio Internacional visam justamen- '
os graus de desenvolvimento econômi
posteriormente deverão estender-se a 53
te proporcionar a êste o ambiente e os
co em que se encontram os países empe
nações, que não nos deveremos surpre
nhados nas negociações da Conferência,
4 — A "Carta" e a "Organização" do |
mefos adequados a atingir o dinamismo
tão somente na adoção de uma trégua
necessário à realização de sua impor- ; tanto parte no plano geral traçado.
alfandegária de alguns anos, até que, em situação mundial já mais normalizada, se
concessões tarifárias recíprocas, que es- ]
ender se elas, em Genebra, redundarem
A ser isto exato, bem se compreende que
nns já muito avançados, outros regular mente, e outros ainda em relativo atraso,
uma tal faculdade terá de ser extensiva
poderia resultar que a aplicação da
aos demais países contratantes, enfra
"Carta" viesse a redundar na manuten
possa resolver com maior facilidade e,
ção dêsse "statu-quo", impedindo o pro-
talvez, com mais acerto.
quecendo sobremaneira a autoridade da
- VII -
5 — Entre êsses meios, avultam as
tão sendo negociadas e que redimda- i râo, ou em reduções de direitos, feitas \
I
102
DiCESTo Econômico Dicesyo
sem prejiiizt) do desenvolvimento econoI . mico dos países menos avançados, ou em uma trégua aduaneira de alguns anos;
papel. Êsses homens terão de agir me
6 — A tendência geral dominante, no
lucro, mas também iinl)iiíd()s de um
cstmpO doutrinário, é a de um néo-liberalismo executado com prudência e in
na, desenvolvendo ao máximo os seus
Guerre à TEcononiie de Pai.\" —
teligência destinado a libertar, dentro
empreendimentos c as sua.s energias, na
Rapnoil de Ia Delcgation chargée dc I étiide des dcpressions eco nomiques. Edição da S. D. N.. Genebra, 1943, vol. I, pgs. 7-8.
de limites razoáveis, õ mundo dos ne-
\ gócios das freqüentes e, por vezes, per-
^ turbadoras intervenções do poder pú blico;
7 — Tudo indica que as proridêncüis tomadas e as que estão em estudo são efetivamente capazes de assegurar um pujante surto de exmnsão ao Comércio
Internacional, se os homens de negócios souberem utihzá-Ias convenientemente; 8 -Mas expansão resultará duvida, umadessa intensa competição emsem to-
dos os mercados. Assim, é condição
^.•sscncial, para a sobrevivência dc quafs- k B quer atividades econômicas, e, portanto ^para a manutenção dos mesmos índi ces de produção e de emprego - ou para o .seu aumento
que sejam estú
pidas e executadas, desde logo, medi-
p das tendentes a reduzir os custos, atra-
jl
ves de melhorias técnicas e de racionali zação, limitando-.se também, no interês-se dos próprios produtores o coinercian-
mens, niu) \ciiha
103
Econômico
a ficar abaixo do seu
6 — |can Lescure — Op. cit, condensação das pags. 2, 3, 10, 22, 24,
xidos nao e.vcíiLsivamcnte iielo fito de
12
U.N.O. Handbook", by Andrew
Boyd, edição de The Pllot Frcss,
25, 26.
grande espírito dc solidariedade huma
7 — "Lc Passage dc rEconomie de
certeza do que, a.ssim fazendo, estarão
contribuindo conscientemente para o êxi to^ do coinliate á depressão, tjiie poderá P"!" ^"'n risco ü bem estar de milhões cie
London, 1946, pg. 167.
5^3 ,.
tion and Development", in "An-
nual Report of the Treasurx'" (U.S.A.), fiscal year cnded june 30, 1945. Pag. 361, article I, .
o Rei, dando boas vindas às De
legações à Conferência de Co
Comércio o incontestável direito chi lem
169.
Axticles of Agreemeut for an International Bank for Reconstmc-
pronunciado em nome de S. M.
Mas tanibcmi assiste aos homens do
Charter of llic Unilcd Nalions. in
"The U.N.O. Handbook" cit. pg.
y — Sir Stafford Cripps — Discurso
indivíduos no mundo inteiro.
The Atluntic Charlcr, in "Thc
brar aos responsáveis mimcliais pela or dem política o dever c|ue lhes incum be cU;, por sua vez, não desapontarem a
no dia 15 de outubro de 1946,
publicado na imprensa londrina
Articles of Agreemeut for an In-
e.xpectativa da opinião pública. A êles
no dia 16 do mesmo mês. ' 9 — Documento E/PC/T/C.1/16, de
"Annual Report of the Treasur)'"
mércio e Emprego, em Londres,
toca também um papel essencial, no en contro das soluções adequadas para as
di\'ergências ideológicas e políticas que
13 dc novembro de 1946, da pri meira reunião do Comitê Prepa
ainda turvam o ambiente, de modo a
ratório da Conferência Intemacio-
se conseguir um real desarmamento dos
nai de Comércio e Emprêgo, em
e.spiritos, sem o que o Mundo não entrará verdadeiramente no gozo da laz, imico ambiente em que o Comér-
Londres.
. 10 — "Le passage de rEconomie de
itens I to VI.
Wendell Willkie - "Um Mundo
Só", trad. de Monteiro Lobato." 1 Cia. Eit. Nacional, 1943.
17
J. T. RouSxSeau — "O Contmto So
246/7.
Cultura.
na Série Sociológica.
Edições
S. Paulo, 1944.
te.s, as margens de lucro. BI13UOGRAFIA:
Vamos para uma situação que pode ser muito grave. Desta' vez entretanto _, o mundo não vai ser colhido de sur-
>• . presa pela depressão de após-guerra
1 — Gênesis, cap. 41. 2 — LoVeday, prólogo ao livro de GottJ,
, porque a ciência e a prática já conhe cem a natureza e a evolução do fenô
meno, estando em condições de oporIhe resi.stcncias mais ou menos atenuadoras, desde que o elemento humano, pela
I' .sua energia, constância na ação e espí rito publico, bem como pólo seu sernso de 1," solidariedade, saiba colocar-se à altura
j das necessidades da hora que vamos viver.
{ ' Tendo a seu cargo missão de tal mag-
Ínitude e repercussão nas ordens eco
nômica e social, é preciso que o Comér,cio Internacional, através de seus ho
.,V/
x-x-
XJU
tned Haberler, adiante citado.
~
M. Kcyncs — "Teoria general
de Ia ocupación, el interés y ei dínero", eclição cío Fondo de Cul tura Econômica, México, 1943.
^ ~ Gottfried Haberler — "Prospcridad y Deprcsion", edição do Fondo de Cultura Econômica, México.
1",'
' 1942.
•5 — Jean Lescure — "Guerre et Crises
Economiques face au Chõmage", edição da Libníirie Generale de
Droit
ot
1944, pg,
lurisprudence, ParlSy
1,
(U.S.A.) cit, pg. 342, article I,
ciai cial ou Os Princípios de Direitos . Políticos", trad. de B. L. Viana,
11 — Gottfried Haberler, op. cit. pgs.
conquista o manutenção da Felicidade.
temational Monetarx' Fund,- in
op. cit. pg. 7.
Gucne à rEconomie de Paix",
cio poderá levar a born têrmo o encar go que lhe é atribuído, na obra do re
itens I to V.
,-
Segundo lelegraimi procedente de Washington, o Depurtainenlo dc Agricul tura norte-americano anunciou que foi destinada uma quota de emergência de 20 milhões de libras de farinha de trigo para o Brasil, a fim de serem utilizadas nas escolas e instituições oficiais de São Paulo. Essa quota de farinha de trigo
será exportada de acôrdn com as normas comerciais normais.
102
DiCESTo Econômico Dicesyo
sem prejiiizt) do desenvolvimento econoI . mico dos países menos avançados, ou em uma trégua aduaneira de alguns anos;
papel. Êsses homens terão de agir me
6 — A tendência geral dominante, no
lucro, mas também iinl)iiíd()s de um
cstmpO doutrinário, é a de um néo-liberalismo executado com prudência e in
na, desenvolvendo ao máximo os seus
Guerre à TEcononiie de Pai.\" —
teligência destinado a libertar, dentro
empreendimentos c as sua.s energias, na
Rapnoil de Ia Delcgation chargée dc I étiide des dcpressions eco nomiques. Edição da S. D. N.. Genebra, 1943, vol. I, pgs. 7-8.
de limites razoáveis, õ mundo dos ne-
\ gócios das freqüentes e, por vezes, per-
^ turbadoras intervenções do poder pú blico;
7 — Tudo indica que as proridêncüis tomadas e as que estão em estudo são efetivamente capazes de assegurar um pujante surto de exmnsão ao Comércio
Internacional, se os homens de negócios souberem utihzá-Ias convenientemente; 8 -Mas expansão resultará duvida, umadessa intensa competição emsem to-
dos os mercados. Assim, é condição
^.•sscncial, para a sobrevivência dc quafs- k B quer atividades econômicas, e, portanto ^para a manutenção dos mesmos índi ces de produção e de emprego - ou para o .seu aumento
que sejam estú
pidas e executadas, desde logo, medi-
p das tendentes a reduzir os custos, atra-
jl
ves de melhorias técnicas e de racionali zação, limitando-.se também, no interês-se dos próprios produtores o coinercian-
mens, niu) \ciiha
103
Econômico
a ficar abaixo do seu
6 — |can Lescure — Op. cit, condensação das pags. 2, 3, 10, 22, 24,
xidos nao e.vcíiLsivamcnte iielo fito de
12
U.N.O. Handbook", by Andrew
Boyd, edição de The Pllot Frcss,
25, 26.
grande espírito dc solidariedade huma
7 — "Lc Passage dc rEconomie de
certeza do que, a.ssim fazendo, estarão
contribuindo conscientemente para o êxi to^ do coinliate á depressão, tjiie poderá P"!" ^"'n risco ü bem estar de milhões cie
London, 1946, pg. 167.
5^3 ,.
tion and Development", in "An-
nual Report of the Treasurx'" (U.S.A.), fiscal year cnded june 30, 1945. Pag. 361, article I, .
o Rei, dando boas vindas às De
legações à Conferência de Co
Comércio o incontestável direito chi lem
169.
Axticles of Agreemeut for an International Bank for Reconstmc-
pronunciado em nome de S. M.
Mas tanibcmi assiste aos homens do
Charter of llic Unilcd Nalions. in
"The U.N.O. Handbook" cit. pg.
y — Sir Stafford Cripps — Discurso
indivíduos no mundo inteiro.
The Atluntic Charlcr, in "Thc
brar aos responsáveis mimcliais pela or dem política o dever c|ue lhes incum be cU;, por sua vez, não desapontarem a
no dia 15 de outubro de 1946,
publicado na imprensa londrina
Articles of Agreemeut for an In-
e.xpectativa da opinião pública. A êles
no dia 16 do mesmo mês. ' 9 — Documento E/PC/T/C.1/16, de
"Annual Report of the Treasur)'"
mércio e Emprego, em Londres,
toca também um papel essencial, no en contro das soluções adequadas para as
di\'ergências ideológicas e políticas que
13 dc novembro de 1946, da pri meira reunião do Comitê Prepa
ainda turvam o ambiente, de modo a
ratório da Conferência Intemacio-
se conseguir um real desarmamento dos
nai de Comércio e Emprêgo, em
e.spiritos, sem o que o Mundo não entrará verdadeiramente no gozo da laz, imico ambiente em que o Comér-
Londres.
. 10 — "Le passage de rEconomie de
itens I to VI.
Wendell Willkie - "Um Mundo
Só", trad. de Monteiro Lobato." 1 Cia. Eit. Nacional, 1943.
17
J. T. RouSxSeau — "O Contmto So
246/7.
Cultura.
na Série Sociológica.
Edições
S. Paulo, 1944.
te.s, as margens de lucro. BI13UOGRAFIA:
Vamos para uma situação que pode ser muito grave. Desta' vez entretanto _, o mundo não vai ser colhido de sur-
>• . presa pela depressão de após-guerra
1 — Gênesis, cap. 41. 2 — LoVeday, prólogo ao livro de GottJ,
, porque a ciência e a prática já conhe cem a natureza e a evolução do fenô
meno, estando em condições de oporIhe resi.stcncias mais ou menos atenuadoras, desde que o elemento humano, pela
I' .sua energia, constância na ação e espí rito publico, bem como pólo seu sernso de 1," solidariedade, saiba colocar-se à altura
j das necessidades da hora que vamos viver.
{ ' Tendo a seu cargo missão de tal mag-
Ínitude e repercussão nas ordens eco
nômica e social, é preciso que o Comér,cio Internacional, através de seus ho
.,V/
x-x-
XJU
tned Haberler, adiante citado.
~
M. Kcyncs — "Teoria general
de Ia ocupación, el interés y ei dínero", eclição cío Fondo de Cul tura Econômica, México, 1943.
^ ~ Gottfried Haberler — "Prospcridad y Deprcsion", edição do Fondo de Cultura Econômica, México.
1",'
' 1942.
•5 — Jean Lescure — "Guerre et Crises
Economiques face au Chõmage", edição da Libníirie Generale de
Droit
ot
1944, pg,
lurisprudence, ParlSy
1,
(U.S.A.) cit, pg. 342, article I,
ciai cial ou Os Princípios de Direitos . Políticos", trad. de B. L. Viana,
11 — Gottfried Haberler, op. cit. pgs.
conquista o manutenção da Felicidade.
temational Monetarx' Fund,- in
op. cit. pg. 7.
Gucne à rEconomie de Paix",
cio poderá levar a born têrmo o encar go que lhe é atribuído, na obra do re
itens I to V.
,-
Segundo lelegraimi procedente de Washington, o Depurtainenlo dc Agricul tura norte-americano anunciou que foi destinada uma quota de emergência de 20 milhões de libras de farinha de trigo para o Brasil, a fim de serem utilizadas nas escolas e instituições oficiais de São Paulo. Essa quota de farinha de trigo
será exportada de acôrdn com as normas comerciais normais.
105
DiCESTO Econômico
no cálculo de um legislador, na argu
mentação de um advogado, na cultura
AUTORES E LIVROS
de um juiz, na ciência e na prática, deve haver sempre o sinal do conheci
As|»ectos jnridicos do eapUaliNmo miiderno por CÂNDIDO Mota Filho "ÜSTE é o título da
*^obra
de Georges Ripert, na tradução
portuguesa de Gilda
cos. Não precisamos trazer aqui o mes Especial paua o "Dioicsto Econó.mico"
mo exemplo lembrado por Ihering, de
escola de Viena, capi taneada por Kclsen, com a doutrina do di
geu do capitalismo e para outros ja entramos em seu período crepuscular. Sentimos, porém, que estamos, desta ou daquela maneira, numa fase de trans
Shylock, do "Mercador de Veneza", de
formação e mudança ou naauilo que se
Shakcspeare, onde o pretexto de um em préstimo proporciona uma disputa sobre
chama \ailgarmente de crise do capitalis mo.
a validade contratual e também debates
to de um jurista, como Georges Ripert,
■em tômo dos fundamentos da autoridade
reito puro.
dicados cultores estamos na fase do apo
Numa hora assim trepidante para
o processo do capitalismo, o depoimen
da lei. A todo instante estamos sentindo
chega na hora.
fornecesse ao tecnismo
sem o contacto* com a vida.
lho é bem cuidada.
obra, que envolve um
iiuídico um sentido mais metodológico do que essencial, não fal
flito das pretensões humanas, como a de Shylock exigindo o pedaço de carne de
dos mais graves pro
taram numerosos dis
blemas atuais e pelo
cípulos para renovar o
autor da obra, um dos
conceito
mais ilustres pensado res que conhece a cultura jurídica.
construído como uma ciência ilhada e com
G. de Azevedo, edi tada pela Livraria Freitas Bastos.
O trabalho, desde logo, chama a nossa atenção pelo título da
I
mento positivo cios fenômenos econômi
A economia tem passado por \'árias
fases e hoje conforme os seus mais de
Foi, se não me engano, o néo-kan-
teano Stammler um dos juristas que teve a preocupação e a coragem de colocar
diante dos olhos o problema da eco nomia e do direito, como problema fun
Muito
embora
o
pensamento de Kclsen
do
alargamento das pretensões econômicas,
nos para o caminho da justiça.
os mestres do direito, na sua maioria, continuaram firmes nos rumos tradicio
nais, incapazes de superar o formalismo dominante. Para êles o direito sô deve
ria falar a lingua do direito, o direito devia manter-se, sem contaminações, como uma ciência rigorosamente norma tiva.
Quando, depois de várias tentativas
para a revelação de um mais amplo cam po para a ciência jurídica, surgiam as obra.s que pleiteavam o reconhecimento do direito natural ou mesmo do direito
social, vinha conter essa marcha, ou pelo Hienos, vinha com intuito de contê-la, a
assim de conduzir os interesses huma
O direito como idéia ou como fato, como princípio ou como acontecimento, como filosotia ou como ciência, não
pode efetivamente respirar dentro dessa estreita bitola técnica, sob pena de re nunciar a sua própria razão de existir.
O direito, cuidando principalmente de
organizar, de definir capacidades de ad quirir e de gozar, de amparar e garan to os valores em troca, de cimentar as formas de cooperação social, não pode desconhecer de maneira alguma, no seu aspecto conceituai e histórico, a reali
dade econômica. E quando dizemos o direito, falamos do jurista na sua mis são de cultuar o direito.
Não há economia sem direito, como não há direito sem economia.
Assim,
néfica e agradável.
Agora, com o prestígio reconhecido e
proclamado do economismo e com essa
transfiguração
manter o antagonismo entre a realida
caprichosa arquitel"ura mental, incapaz
tual. quer em seu empenho de assegurar
circunstancias sociais.
Temos que essa deturpação da doutrina do mestre de Viena só serve para r
O li\T0 niante%e o
seu encanto e com êle a sua exatidao.
íi vfda em comum, ele precisa, realmen te, de abastecer-se dos conflitos ocasio
nados pelas condições humanas e pelas
processos fundamentais da vida social.
A tradução de seu interessante traba
Vem prefaciado pelo ministro Filadelto 'Azevedo, uma das glórias da nossa cuF tura jurídica, que nos apresenta Ripe" com muita graça e sabedoria. Tudo isso
Antônio, Quer em seu aspecto contra
material próprio, indiferente assim aos
de e a lei e para fazer do direito uma
Ela se
alimenta de fatos, purifica-se no con
direito,
damental da filosofia do direito. Apesar das investidas do marxismo, apesar do apesar das freqüentes preocupações para substituir uma civilização jiurídica por uma civilização econômica, o fato é que
que não é possível a ciência do direito,
da
ordem
econômica,
mais necessário ainda se toma para o jurista o conhecimento da fisionomia econômica do direito.
Os nossos inte-
rê,sses cm jogo são interêsses condicio nados às conquistas consecutivas que a civilização oferece. As novas formas
de relações humanas não só exigem sem
pre uma revisão de linha no campo do uireito, como ainda uma modernização de sua técnica.
A sociedade atual, pelos inventos, pela
máquina, pelo industrialismo enfim, :apresenta-se • dentro de ura'quadro eco nômico desnorteante e que procura tam
bém sua solução lógica através do direi to.
E o direito, que é, de um certo
modo, uma ciência destinada a colocar oada coisa em seu lugar, precisa tomar conhecimento dessas transformações para
pacificá-las e conservá-las, enquanto ne cessárias à continuidade do equilíbrio social. [
faz da leitura do livro xuna leitura be
Depois dela, fíça-
nos a vontade de repetir a leitura, pnn-
cipalmente pelo que sugere e desperta.
Estudando as etapas do capitalisrno,
principalmente na França, a partir d^
1789 com a revolução, mostra como ele
se expandiu à custa do regime da liber dade, e como, pára êle, só essa liber
dade não bastava e tanto assim
criou, para a sua própria defesa, anteparo legal que, em certos pontos, estava em oposição com o.s ideai-s re-
voluciontlrios. "A liberdade, diz Ripert, tudo permitia, mas não dava nada"Faltava, na realidade, ao capitali.snio um conjunto de instituições e regras
permitissem reunir e utilizar os capitai-S que assegurassem ao detentor de cap»' tais a preponderância na vida econômica e mesmo na rida política, que dessem
produção e à repartição das riquezas o
primeiro lugar no espírito dos homens,
Era necessário portanto, para o pr°'
gresso capitalista, para a sua preppi}* derância, que êle vencesse uma serie de resistências e o sistema de leis, inspi'
rados no quadro rural da época, quasi inocente ainda diante dos problemas da industrialização.
105
DiCESTO Econômico
no cálculo de um legislador, na argu
mentação de um advogado, na cultura
AUTORES E LIVROS
de um juiz, na ciência e na prática, deve haver sempre o sinal do conheci
As|»ectos jnridicos do eapUaliNmo miiderno por CÂNDIDO Mota Filho "ÜSTE é o título da
*^obra
de Georges Ripert, na tradução
portuguesa de Gilda
cos. Não precisamos trazer aqui o mes Especial paua o "Dioicsto Econó.mico"
mo exemplo lembrado por Ihering, de
escola de Viena, capi taneada por Kclsen, com a doutrina do di
geu do capitalismo e para outros ja entramos em seu período crepuscular. Sentimos, porém, que estamos, desta ou daquela maneira, numa fase de trans
Shylock, do "Mercador de Veneza", de
formação e mudança ou naauilo que se
Shakcspeare, onde o pretexto de um em préstimo proporciona uma disputa sobre
chama \ailgarmente de crise do capitalis mo.
a validade contratual e também debates
to de um jurista, como Georges Ripert,
■em tômo dos fundamentos da autoridade
reito puro.
dicados cultores estamos na fase do apo
Numa hora assim trepidante para
o processo do capitalismo, o depoimen
da lei. A todo instante estamos sentindo
chega na hora.
fornecesse ao tecnismo
sem o contacto* com a vida.
lho é bem cuidada.
obra, que envolve um
iiuídico um sentido mais metodológico do que essencial, não fal
flito das pretensões humanas, como a de Shylock exigindo o pedaço de carne de
dos mais graves pro
taram numerosos dis
blemas atuais e pelo
cípulos para renovar o
autor da obra, um dos
conceito
mais ilustres pensado res que conhece a cultura jurídica.
construído como uma ciência ilhada e com
G. de Azevedo, edi tada pela Livraria Freitas Bastos.
O trabalho, desde logo, chama a nossa atenção pelo título da
I
mento positivo cios fenômenos econômi
A economia tem passado por \'árias
fases e hoje conforme os seus mais de
Foi, se não me engano, o néo-kan-
teano Stammler um dos juristas que teve a preocupação e a coragem de colocar
diante dos olhos o problema da eco nomia e do direito, como problema fun
Muito
embora
o
pensamento de Kclsen
do
alargamento das pretensões econômicas,
nos para o caminho da justiça.
os mestres do direito, na sua maioria, continuaram firmes nos rumos tradicio
nais, incapazes de superar o formalismo dominante. Para êles o direito sô deve
ria falar a lingua do direito, o direito devia manter-se, sem contaminações, como uma ciência rigorosamente norma tiva.
Quando, depois de várias tentativas
para a revelação de um mais amplo cam po para a ciência jurídica, surgiam as obra.s que pleiteavam o reconhecimento do direito natural ou mesmo do direito
social, vinha conter essa marcha, ou pelo Hienos, vinha com intuito de contê-la, a
assim de conduzir os interesses huma
O direito como idéia ou como fato, como princípio ou como acontecimento, como filosotia ou como ciência, não
pode efetivamente respirar dentro dessa estreita bitola técnica, sob pena de re nunciar a sua própria razão de existir.
O direito, cuidando principalmente de
organizar, de definir capacidades de ad quirir e de gozar, de amparar e garan to os valores em troca, de cimentar as formas de cooperação social, não pode desconhecer de maneira alguma, no seu aspecto conceituai e histórico, a reali
dade econômica. E quando dizemos o direito, falamos do jurista na sua mis são de cultuar o direito.
Não há economia sem direito, como não há direito sem economia.
Assim,
néfica e agradável.
Agora, com o prestígio reconhecido e
proclamado do economismo e com essa
transfiguração
manter o antagonismo entre a realida
caprichosa arquitel"ura mental, incapaz
tual. quer em seu empenho de assegurar
circunstancias sociais.
Temos que essa deturpação da doutrina do mestre de Viena só serve para r
O li\T0 niante%e o
seu encanto e com êle a sua exatidao.
íi vfda em comum, ele precisa, realmen te, de abastecer-se dos conflitos ocasio
nados pelas condições humanas e pelas
processos fundamentais da vida social.
A tradução de seu interessante traba
Vem prefaciado pelo ministro Filadelto 'Azevedo, uma das glórias da nossa cuF tura jurídica, que nos apresenta Ripe" com muita graça e sabedoria. Tudo isso
Antônio, Quer em seu aspecto contra
material próprio, indiferente assim aos
de e a lei e para fazer do direito uma
Ela se
alimenta de fatos, purifica-se no con
direito,
damental da filosofia do direito. Apesar das investidas do marxismo, apesar do apesar das freqüentes preocupações para substituir uma civilização jiurídica por uma civilização econômica, o fato é que
que não é possível a ciência do direito,
da
ordem
econômica,
mais necessário ainda se toma para o jurista o conhecimento da fisionomia econômica do direito.
Os nossos inte-
rê,sses cm jogo são interêsses condicio nados às conquistas consecutivas que a civilização oferece. As novas formas
de relações humanas não só exigem sem
pre uma revisão de linha no campo do uireito, como ainda uma modernização de sua técnica.
A sociedade atual, pelos inventos, pela
máquina, pelo industrialismo enfim, :apresenta-se • dentro de ura'quadro eco nômico desnorteante e que procura tam
bém sua solução lógica através do direi to.
E o direito, que é, de um certo
modo, uma ciência destinada a colocar oada coisa em seu lugar, precisa tomar conhecimento dessas transformações para
pacificá-las e conservá-las, enquanto ne cessárias à continuidade do equilíbrio social. [
faz da leitura do livro xuna leitura be
Depois dela, fíça-
nos a vontade de repetir a leitura, pnn-
cipalmente pelo que sugere e desperta.
Estudando as etapas do capitalisrno,
principalmente na França, a partir d^
1789 com a revolução, mostra como ele
se expandiu à custa do regime da liber dade, e como, pára êle, só essa liber
dade não bastava e tanto assim
criou, para a sua própria defesa, anteparo legal que, em certos pontos, estava em oposição com o.s ideai-s re-
voluciontlrios. "A liberdade, diz Ripert, tudo permitia, mas não dava nada"Faltava, na realidade, ao capitali.snio um conjunto de instituições e regras
permitissem reunir e utilizar os capitai-S que assegurassem ao detentor de cap»' tais a preponderância na vida econômica e mesmo na rida política, que dessem
produção e à repartição das riquezas o
primeiro lugar no espírito dos homens,
Era necessário portanto, para o pr°'
gresso capitalista, para a sua preppi}* derância, que êle vencesse uma serie de resistências e o sistema de leis, inspi'
rados no quadro rural da época, quasi inocente ainda diante dos problemas da industrialização.
lOf)
Drcivsro
Coorgcs Hipert níio cansa em repetir qual o verdadeiro papel do direito em tudo isso.
Sem direito não haveria ca
pitalismo. "O capitalismo, diz êle, jacta-
se de di/.er que nada pede, que simples mente lhe basta a liberdade; apraz-sc
em repetir: deixai fazer; nada poderia fazer se o legislador não lhe tivesse dado
<m permitido lançar mão dos meios pró prios à concentração e à exploração dos capitais. O direito comum não lhe bas
tava.
!.
Criou seu próprio direito".
E essa criação é sempre contínua. As
•I
Com i.sso, surgiu nas entranhas da vida
dtica e, com isso, toma-se uma força oculta que exerce o seu poderio sôbre os eleitores e governantes, pela Bôlsa, o
Í>| publicidade. Naturalmente com os olhos
li;
a imprensa, o rádio, o teatro, a
íí
^^/■ança, Ripert a queda de míiiisterios sob \iu a alta repentina
||
'}
do câmbio ou a baixa clesas-
nou-se a única finalidade da \ida.
Restringiu Ripert o .sou i^studo ao
ceniuio da sociedade francesa.
nou-a can dois períodos.
E.vami-
O primeiro O se
gundo começa no fim do século XIX. primeiro mostra o predomínio da bur
dentro do uma aliança \isivol entre a econmnia e a política. No segundo, com c sutragio univer.sal, pela consagração das assernblcias eletivas, através da Con.s1 de 1875, definem-se melhor noH.s orças sociais, surgem os sindicatos
•
O capitalismo,
assim o possível caminlio do apaziguamento com a demo-
cracía, ambas como fruto da vitória co-
Í mum, no século XIX.
Assim, o capitalismo afirmou-se na
i
phitocracia e a democracia no socialis-
♦
mo, criando um desentendimento.
Essa marcha guerreira é devida, para Ripert. ao fim que o capitalismo tem imediatamente em vista, que é o lucro ilimitado pelo hábil manejo do capital.
•são cia .sociedade capitalista.
A socie
dade. anônima torna-sc um instrumento
maravilhoso criado pelo capitalismo mo
derno para coletar a ccoiKimia em favor da fundação c cia e.xploraçüo das empre sas.
cul.^ sob o domínio dos juristas.
Não • '
conseguem, porém."^ 'A palavra direito, ensina Ripert, vera de "direcliun".
O direito dirige as
ações lumianas. Se é preciso dirigir a economia, os economistas terão sem dú
Outro invento de monta do capitalis mo, com o amparo e intervenção do di reito, é a in.slituição dos "títulos" e das "conta.s". É, contando com o direito
vida de dizer porque c para que fim, mas somente os juristas poderão dizer
que se transfoniia, através de relações
como uma condição de vida. Êle é. de fato, como lembra Ihering, o sal que conseiva a came .social. O que é ne
econômicas, o direito de propriedade. E, em nossos dias. diante das crises sucessiva.s e dessas transfigurações funda
por que regras e sanções".
É cpie o direito acompanha a vida,
cessário, no tumulto revolucionário dos
mentais surge o dlrigisnu), isto é, a
nossos dias, é compreender a iiiU-qire-
economia dirigida. Pelo simples fato de falarmos em economia dirigida, entra
des.sa compreensão, ter sempre em apre-
mos, diz Ripert. no domínio do direito. Os economistas não gostam de confes
sá-lo. Qneroriani bem ser dirigistas sem
tação dos valores da vida c. dentro
|
ço, como diz Ripert. que "a obra do ju-
1 , j'
rista é a única que fica quando o tu-
multo das revoluções se aplaca".
opo.sição ao capita-
penúria.
Com isso, o
a o se torna, cada vez mais, inter-
-. . .Vvífí,
descanso, nc.sse sentido.
A atividade legi.slafiva torna-se
trariá-Ia, a.s forças populares,
u própria índole democrática
Econômico
• Na primeira fase há abundância
pitalismo de não prevenir nem remediar as crises. O exemplo do comunismo russo, o dos pai-
Essa mterferência política do capitalismo tem, para con-
DiGKbTo
bníb^^^""^ ü Confederação Geral do Trasocialismo aparece como
trosa da Bôlsa.
na sua marcha, não procurou
p
queza para o gôzo ou o poderio tor
intensa. O Parlamento cede niesmo ao governo o poder le-
da sociedade.
J
.sociedade igualitária é a única .superiori dade reconhecida. A coinjuisla da ri
guesia detendo a ritjueza e o poder,
pre.sa e amparado no dinheiro, procura, para garanür-se, imiscuir-se na vida po-
jJ
A fortuna numa
recem, porque a atividade capitalista
Bk u capitalismo, com o grandes proporções, seu espírito de em-
, !■
empresiirio-capitalista.
compreende todo o .século XIX.
pletamentc novas.
^
Daí a situação predominante ein Fran ça. Há mai.s de um .século ((uc caja francês adquire a mentalidade do co merciante ou, do modo mais largo, do
soluções sempre provocam novos problemas. As dificuldades jamais desapaprogressiva e refomiadora, cria sempre condições econômicas e políticas com-
I
Ecionómico
gisladvo.
1'
Recrimina-.se o ca
se.ç ^ autoritários, perturba os espíritos.
Sonlia-se com uma
nova forma de economia.
E
chegamos ao atual instante, bido é contradição.
• E tôda essa luta se torna positiva no carnpo do direito, no afã legislativo e no espirito de confiança na capacidade de legalização de novas conquistas. _ As conquistas jurídicas do capitalismo são abundantes. A .sociedade por ações chega a marcar luna época. Ela é o fato mais importante para a compreen-
Oa corretores de oçúcar, "Lamhorn and Co" declararam que seus a{i,enfcs em Cuba calculam que a colheita de cana de açtiaar najquôJc pais c superior, iiêste ano, ao de 192.5.
Segando os referidos agentes, a nroçluçfío da presente i
safra atingirá a 6.137 mil toneladas. O reóorde anterior, de 1925, foi de 5.894 „
mil toneladas.
A produção de 1946 foi de 4.476 mil toneladas.
' kTL
lOf)
Drcivsro
Coorgcs Hipert níio cansa em repetir qual o verdadeiro papel do direito em tudo isso.
Sem direito não haveria ca
pitalismo. "O capitalismo, diz êle, jacta-
se de di/.er que nada pede, que simples mente lhe basta a liberdade; apraz-sc
em repetir: deixai fazer; nada poderia fazer se o legislador não lhe tivesse dado
<m permitido lançar mão dos meios pró prios à concentração e à exploração dos capitais. O direito comum não lhe bas
tava.
!.
Criou seu próprio direito".
E essa criação é sempre contínua. As
•I
Com i.sso, surgiu nas entranhas da vida
dtica e, com isso, toma-se uma força oculta que exerce o seu poderio sôbre os eleitores e governantes, pela Bôlsa, o
Í>| publicidade. Naturalmente com os olhos
li;
a imprensa, o rádio, o teatro, a
íí
^^/■ança, Ripert a queda de míiiisterios sob \iu a alta repentina
||
'}
do câmbio ou a baixa clesas-
nou-se a única finalidade da \ida.
Restringiu Ripert o .sou i^studo ao
ceniuio da sociedade francesa.
nou-a can dois períodos.
E.vami-
O primeiro O se
gundo começa no fim do século XIX. primeiro mostra o predomínio da bur
dentro do uma aliança \isivol entre a econmnia e a política. No segundo, com c sutragio univer.sal, pela consagração das assernblcias eletivas, através da Con.s1 de 1875, definem-se melhor noH.s orças sociais, surgem os sindicatos
•
O capitalismo,
assim o possível caminlio do apaziguamento com a demo-
cracía, ambas como fruto da vitória co-
Í mum, no século XIX.
Assim, o capitalismo afirmou-se na
i
phitocracia e a democracia no socialis-
♦
mo, criando um desentendimento.
Essa marcha guerreira é devida, para Ripert. ao fim que o capitalismo tem imediatamente em vista, que é o lucro ilimitado pelo hábil manejo do capital.
•são cia .sociedade capitalista.
A socie
dade. anônima torna-sc um instrumento
maravilhoso criado pelo capitalismo mo
derno para coletar a ccoiKimia em favor da fundação c cia e.xploraçüo das empre sas.
cul.^ sob o domínio dos juristas.
Não • '
conseguem, porém."^ 'A palavra direito, ensina Ripert, vera de "direcliun".
O direito dirige as
ações lumianas. Se é preciso dirigir a economia, os economistas terão sem dú
Outro invento de monta do capitalis mo, com o amparo e intervenção do di reito, é a in.slituição dos "títulos" e das "conta.s". É, contando com o direito
vida de dizer porque c para que fim, mas somente os juristas poderão dizer
que se transfoniia, através de relações
como uma condição de vida. Êle é. de fato, como lembra Ihering, o sal que conseiva a came .social. O que é ne
econômicas, o direito de propriedade. E, em nossos dias. diante das crises sucessiva.s e dessas transfigurações funda
por que regras e sanções".
É cpie o direito acompanha a vida,
cessário, no tumulto revolucionário dos
mentais surge o dlrigisnu), isto é, a
nossos dias, é compreender a iiiU-qire-
economia dirigida. Pelo simples fato de falarmos em economia dirigida, entra
des.sa compreensão, ter sempre em apre-
mos, diz Ripert. no domínio do direito. Os economistas não gostam de confes
sá-lo. Qneroriani bem ser dirigistas sem
tação dos valores da vida c. dentro
|
ço, como diz Ripert. que "a obra do ju-
1 , j'
rista é a única que fica quando o tu-
multo das revoluções se aplaca".
opo.sição ao capita-
penúria.
Com isso, o
a o se torna, cada vez mais, inter-
-. . .Vvífí,
descanso, nc.sse sentido.
A atividade legi.slafiva torna-se
trariá-Ia, a.s forças populares,
u própria índole democrática
Econômico
• Na primeira fase há abundância
pitalismo de não prevenir nem remediar as crises. O exemplo do comunismo russo, o dos pai-
Essa mterferência política do capitalismo tem, para con-
DiGKbTo
bníb^^^""^ ü Confederação Geral do Trasocialismo aparece como
trosa da Bôlsa.
na sua marcha, não procurou
p
queza para o gôzo ou o poderio tor
intensa. O Parlamento cede niesmo ao governo o poder le-
da sociedade.
J
.sociedade igualitária é a única .superiori dade reconhecida. A coinjuisla da ri
guesia detendo a ritjueza e o poder,
pre.sa e amparado no dinheiro, procura, para garanür-se, imiscuir-se na vida po-
jJ
A fortuna numa
recem, porque a atividade capitalista
Bk u capitalismo, com o grandes proporções, seu espírito de em-
, !■
empresiirio-capitalista.
compreende todo o .século XIX.
pletamentc novas.
^
Daí a situação predominante ein Fran ça. Há mai.s de um .século ((uc caja francês adquire a mentalidade do co merciante ou, do modo mais largo, do
soluções sempre provocam novos problemas. As dificuldades jamais desapaprogressiva e refomiadora, cria sempre condições econômicas e políticas com-
I
Ecionómico
gisladvo.
1'
Recrimina-.se o ca
se.ç ^ autoritários, perturba os espíritos.
Sonlia-se com uma
nova forma de economia.
E
chegamos ao atual instante, bido é contradição.
• E tôda essa luta se torna positiva no carnpo do direito, no afã legislativo e no espirito de confiança na capacidade de legalização de novas conquistas. _ As conquistas jurídicas do capitalismo são abundantes. A .sociedade por ações chega a marcar luna época. Ela é o fato mais importante para a compreen-
Oa corretores de oçúcar, "Lamhorn and Co" declararam que seus a{i,enfcs em Cuba calculam que a colheita de cana de açtiaar najquôJc pais c superior, iiêste ano, ao de 192.5.
Segando os referidos agentes, a nroçluçfío da presente i
safra atingirá a 6.137 mil toneladas. O reóorde anterior, de 1925, foi de 5.894 „
mil toneladas.
A produção de 1946 foi de 4.476 mil toneladas.
' kTL
Dir.ESTO
MESTRES Dii ECONOMIA Thorstein Vebien Príncipe dos Economista Satíricos
por 5. Harcourt-Rivlngton (Membro do Sociedade Peal de Eco nomia de Londresj
seu país de origem. Seu lógico c moderno sucessor foi Thorstein Vebien, cida
dão americano de descendência norue"■"^sa, cuja sátira era tão delicada quão
ji^ante. Em seu trabalho mais conhe
cido expôs ele os defeitos e as fraquezas da natureza humana com um gênio que lhe daria aos escritos imortalidade, a despeito de seu sabor.
Vebien, embora amargo em suas
ironias, era humano e um grande moralista. Escreveu sua obra prima numa ocasião em que a América co
família real dos Economistas Satíri_ COS é pequena, pois os economistas sao, ^a de regra, investigadores desapai
xonados que comentam os fatos e julgam as leis econômicas e sua natureza sem
qualquer parcialidade ou emoção. Êles
não expõem discretamente as fraquezas da natureza humana, nem desprezam os sistemas economicos que o homem, no
curso de sua evolução, teceu na comple xa tela da civilização. O rei dos Eco nomistas Satíricos foi Tom Paine, cida dão norte-amerfcano nascido na Inglater ra, que, escrevendo para incitar os colo nos americanos à rebelião, em seu fa
a
se
tomar
o
maior produtor de artigos manufaturaaos do universo, e quando havia uma elite de industriais multi-milionários' e
outros americanos super-ricos que vi-
P^^"l
esplendor e ostentação sem
Vebien analisou a tática americana de azer dinheiro e verificou que a sua fílosoiia era construída sobre um natural imperativo do homem. Êle viu clara mente o que o embaixador americano Uavies implicou em seu comentário sô'^^^^rdsmo, quando escreveu em
Missão em Moscou":
Passará ainda imiilo tempo antes que
os dirigentes da Universidade ficaraia
Rússia Soviética, com seus dirigentes go
Economia e, sobretudo, a sua fuga atra
munista
com a dignidade e respeitabilidade^
esto Estado "capitalista-socialista" da zando o "bancjuctc" de secreto deleite e pode», evoluirá para uma sociedade co "self-iess".
Vebien
satirizou esses "instintos da
naturezii Iminana" com um sabor que tomam seus escritos característicos. Sua
tese era uma crítica sutil o irônica dô "homem econômico" como primeiro o
(Especial para o "Dígesto Econômico")
meçava justamente
iÜ9
EcoNÓ^aco
"O regime bol-
enevista está constantemente ameaçado
pelo fato de que não pode destruir os
retratou Adam Smith.
Seu estilo é acre
à primeira vista, mas á medida que nos familiarizamos com suas obras e pene tramos no sou verdadeiro espírito, acha mos suas tiradas sardônicas de sabor pi cante e de leitura agradável.
Thorstein Vebien nasceu em Wiscon-
sin, nos Estados Unidos, no ano de 1857, filho de um carpinteiro norue-
guôs imigrante. Graduou-se pelo "Car-
leton Collegc" em 1880, e mais tarde
estudou filosofia e assuntos correlatos
nas Universidades de Yale e Comell.
Em Yale obteve grau de doutor em filo
sofia em 1884 e em Comell bacharelouse em Economia. Tornou-se lente de Economia Política na recém-fundada
dicionais dos professores universitiuios. De 1906 a 1909 foi professor de Eco nomia da Universidade de Stanford e a
partir de 1911, durante sete anos, le
cionou essa matéria na Universidade de
Missouri.
Transferiu-se finalmente para
Nova Iorque, para ser, de 1918 em dian te, professor da "New School of Social
Research" dessa cidade. Durante mais ou menos dez anos foi também editor-supe-
rintendente do "Joumal of Politícal Economy". Faleceu em Menlo Park, fômia, em 1929, dois anos depois de haver ultrapassado o limite tradicional humano dos setenta anos de idade.
Outras obras de Vebien, além de seu maior trabalho "Teoria da Classe Ocio
sa", foram:
"Teoria do Empreendi
mento nos Negócios" (1904), tinto do Trabalho Eficiente
"A Alemanha e a Revolução Industoai
(1915), "A mais alta ciência na Amé rica" (1918), "A Natureza da Pff f
mente a professor assistente.
"Investímentos e a Situação das ^tes
do depois promovido a instrutor e final Em 1889, quando jiinda professor em Chicago, sua obra clássica e mais co nhecida, "Teoria da Classe Ociosa", foi publicada. Suas opiniões heterodo.xas
Termos da sua Perpetuação
Industriais" (1919), "O
cia na Civilização Moderna
(IJ-ib
"Engenheiros e o Sistema Price" (1921), "Posse do Ausente e Empresas Comer
causaram sensação e o livro foi reedi
ciais" (1924) e seus póstumos "Ensaios
tado quatro vezes (1902-1905-1908 e
sôbre nossa Ordem Atual" publicados
1911) e finalmente revisto por Vebien
em 1912.
^"no^ prefácio da "Teoria da Classe
A obra grangeou a estima
popular e uma nova edição era publica
Ociosa" Vebien traçou o objetyo do
da em 1918, reeditada em 1919 e 1922. Em 1931, a "Teoria da Classe Ociosa"
o lugar e o valor da classe ociosa como
livro como "um inquérito para discutir
foi publicada numa edição comum, de grande saída, pois já se tomara uma
fator econômico na vida moderna {is o
obra clássica da literatura econômica e
independente e culta que vi\e princi palmente da renda de sua fortima e
.social.
homem", atacou irônica e amargamente
nervoso e físico do homem e são a re
lizado as'inais significativas investigações
os ministros e o controle econômico de
sultante de forças atávicas seculares.
de sua carreira acadêmica. Dizia-se que
berdade" e em seu livro "Os direitos do
vés do Atlântico com itma senhora de moral duvidosa não estava de acordo
Universidade de Chicago em 1893, sen
instintos da' natureza humana, no que respeita ao seu egoísmo. Êstes instintos estão ocultos no organismo glandular,
moso panfleto "Uma causa para a li
escandiüizíidos com a sua heresia em
Entrementes, o Autor perdeu sua
cátedra em Chicago.
Dêste pôsto foi
êle demitido em 1906, depois de ter rea
é, vida do fim do século XiX). A classe ociosa compreende, a seu ver, a classe outro.s investimentos e não os milioná
rios industriais que dedicam suas horas de sngília à administração de enormes
Dir.ESTO
MESTRES Dii ECONOMIA Thorstein Vebien Príncipe dos Economista Satíricos
por 5. Harcourt-Rivlngton (Membro do Sociedade Peal de Eco nomia de Londresj
seu país de origem. Seu lógico c moderno sucessor foi Thorstein Vebien, cida
dão americano de descendência norue"■"^sa, cuja sátira era tão delicada quão
ji^ante. Em seu trabalho mais conhe
cido expôs ele os defeitos e as fraquezas da natureza humana com um gênio que lhe daria aos escritos imortalidade, a despeito de seu sabor.
Vebien, embora amargo em suas
ironias, era humano e um grande moralista. Escreveu sua obra prima numa ocasião em que a América co
família real dos Economistas Satíri_ COS é pequena, pois os economistas sao, ^a de regra, investigadores desapai
xonados que comentam os fatos e julgam as leis econômicas e sua natureza sem
qualquer parcialidade ou emoção. Êles
não expõem discretamente as fraquezas da natureza humana, nem desprezam os sistemas economicos que o homem, no
curso de sua evolução, teceu na comple xa tela da civilização. O rei dos Eco nomistas Satíricos foi Tom Paine, cida dão norte-amerfcano nascido na Inglater ra, que, escrevendo para incitar os colo nos americanos à rebelião, em seu fa
a
se
tomar
o
maior produtor de artigos manufaturaaos do universo, e quando havia uma elite de industriais multi-milionários' e
outros americanos super-ricos que vi-
P^^"l
esplendor e ostentação sem
Vebien analisou a tática americana de azer dinheiro e verificou que a sua fílosoiia era construída sobre um natural imperativo do homem. Êle viu clara mente o que o embaixador americano Uavies implicou em seu comentário sô'^^^^rdsmo, quando escreveu em
Missão em Moscou":
Passará ainda imiilo tempo antes que
os dirigentes da Universidade ficaraia
Rússia Soviética, com seus dirigentes go
Economia e, sobretudo, a sua fuga atra
munista
com a dignidade e respeitabilidade^
esto Estado "capitalista-socialista" da zando o "bancjuctc" de secreto deleite e pode», evoluirá para uma sociedade co "self-iess".
Vebien
satirizou esses "instintos da
naturezii Iminana" com um sabor que tomam seus escritos característicos. Sua
tese era uma crítica sutil o irônica dô "homem econômico" como primeiro o
(Especial para o "Dígesto Econômico")
meçava justamente
iÜ9
EcoNÓ^aco
"O regime bol-
enevista está constantemente ameaçado
pelo fato de que não pode destruir os
retratou Adam Smith.
Seu estilo é acre
à primeira vista, mas á medida que nos familiarizamos com suas obras e pene tramos no sou verdadeiro espírito, acha mos suas tiradas sardônicas de sabor pi cante e de leitura agradável.
Thorstein Vebien nasceu em Wiscon-
sin, nos Estados Unidos, no ano de 1857, filho de um carpinteiro norue-
guôs imigrante. Graduou-se pelo "Car-
leton Collegc" em 1880, e mais tarde
estudou filosofia e assuntos correlatos
nas Universidades de Yale e Comell.
Em Yale obteve grau de doutor em filo
sofia em 1884 e em Comell bacharelouse em Economia. Tornou-se lente de Economia Política na recém-fundada
dicionais dos professores universitiuios. De 1906 a 1909 foi professor de Eco nomia da Universidade de Stanford e a
partir de 1911, durante sete anos, le
cionou essa matéria na Universidade de
Missouri.
Transferiu-se finalmente para
Nova Iorque, para ser, de 1918 em dian te, professor da "New School of Social
Research" dessa cidade. Durante mais ou menos dez anos foi também editor-supe-
rintendente do "Joumal of Politícal Economy". Faleceu em Menlo Park, fômia, em 1929, dois anos depois de haver ultrapassado o limite tradicional humano dos setenta anos de idade.
Outras obras de Vebien, além de seu maior trabalho "Teoria da Classe Ocio
sa", foram:
"Teoria do Empreendi
mento nos Negócios" (1904), tinto do Trabalho Eficiente
"A Alemanha e a Revolução Industoai
(1915), "A mais alta ciência na Amé rica" (1918), "A Natureza da Pff f
mente a professor assistente.
"Investímentos e a Situação das ^tes
do depois promovido a instrutor e final Em 1889, quando jiinda professor em Chicago, sua obra clássica e mais co nhecida, "Teoria da Classe Ociosa", foi publicada. Suas opiniões heterodo.xas
Termos da sua Perpetuação
Industriais" (1919), "O
cia na Civilização Moderna
(IJ-ib
"Engenheiros e o Sistema Price" (1921), "Posse do Ausente e Empresas Comer
causaram sensação e o livro foi reedi
ciais" (1924) e seus póstumos "Ensaios
tado quatro vezes (1902-1905-1908 e
sôbre nossa Ordem Atual" publicados
1911) e finalmente revisto por Vebien
em 1912.
^"no^ prefácio da "Teoria da Classe
A obra grangeou a estima
popular e uma nova edição era publica
Ociosa" Vebien traçou o objetyo do
da em 1918, reeditada em 1919 e 1922. Em 1931, a "Teoria da Classe Ociosa"
o lugar e o valor da classe ociosa como
livro como "um inquérito para discutir
foi publicada numa edição comum, de grande saída, pois já se tomara uma
fator econômico na vida moderna {is o
obra clássica da literatura econômica e
independente e culta que vi\e princi palmente da renda de sua fortima e
.social.
homem", atacou irônica e amargamente
nervoso e físico do homem e são a re
lizado as'inais significativas investigações
os ministros e o controle econômico de
sultante de forças atávicas seculares.
de sua carreira acadêmica. Dizia-se que
berdade" e em seu livro "Os direitos do
vés do Atlântico com itma senhora de moral duvidosa não estava de acordo
Universidade de Chicago em 1893, sen
instintos da' natureza humana, no que respeita ao seu egoísmo. Êstes instintos estão ocultos no organismo glandular,
moso panfleto "Uma causa para a li
escandiüizíidos com a sua heresia em
Entrementes, o Autor perdeu sua
cátedra em Chicago.
Dêste pôsto foi
êle demitido em 1906, depois de ter rea
é, vida do fim do século XiX). A classe ociosa compreende, a seu ver, a classe outro.s investimentos e não os milioná
rios industriais que dedicam suas horas de sngília à administração de enormes
T^-
110
fábric-as, e dispõem dc pouco tempo de Jazer, embora • sejam, na maior parte, muito mais ric-os do que a culta "classe ociosa''.
A tese da "Teoria du Cla.ssc Ociosa"
é tão simples quanto os postulados do ''homem econômico" com que Adam Smith edificou sua monumental obra "Riqueza das Nações". Ela é, em re
sumo, a de que as pessoas com rendi mentos superiores ao nível comum de
subsistência, em todas as épocas não despendem seus rendimentos em acniisi ções puramente proveitosas: desperidem
«ma parte, de acordo com sua posição .«ocal, na aqucsição de coi.sas que ve nham a dar aos scu.s semelhantes a im
DiGKSio Econômico
Mas tão depressa rpiauto uma pi-ssoa laz novas aquisições e .sc acoslimia aas novos padriães de rinucz.a r<'.su!t;mtcs da quelas. o novo nível deixa dc oferecerme uma satisfação apre< ià\ehncntc maior
do que a (jm- JIh- .projiorcionuva o anÉ constante a tendência dc fazer
com (iiic o ní\c-' jiccimlário atual .se converta em ponto dc parli<la dc uni novo aumento tie riuiicza; e. por .sua vez, isto dá um outro nível de siificièn-
c uma nova classificação pccuniá-
na do indivíduo coin|)arado com seus
dc Vebleo não foi descrever a fraqueza da natureza
humana comum a todas
as classes acima do nível de subsistência.
Suas setas foram especialmente dirigidas
(como o título dc sen livro mostra)
para a classe rica, independente e culta que cie descreve nas seguintes palavras: "A classe ociosa está, em grande parte,
superior, em comjiaração com o resto da comunidade, no que respeita á força
gências econômicas (jue prevalecem em
tôda comunidade indiistrial moderna e
Ç'O, normal, viverá ein um estado de
e_esta vasta ostentação de „.L. ga.sto que ile sat^^ insati.sfaçao crônica com sou quinhão
'Uual; e, quando haja alcançado o que SC pode denominar dc nível pecuniário
,
nui fraqvioza du natureza humana. To davia, o principal objetivo do trabalho
protegida contra a pressão daq^uelas exi
Encpianto a c:ompaiação lhe fòr cla
picuotis consumption" e é esta
Ei.s ai, satirizada por uma jiena bri lhante. a filosofia do "lumieni económiclíocanle. talvez, mus baseada nu-
vizmhos. O fim visado com a acmmi-
ramente desfavorável, o indivíduo iné-
altamente organizada. As exigências da
luta pelos meio.s de vida tão menos for tes para esta classe que para qualquer outra; o como consecjucncia desta posi
ção privilegiada, deveríamos esperar, teòricainenlc, que aquela fosse uma das classes sociais c|i!C menos respondesse ás
exigências dc um desenvolvimento xilte-
^'E^abelecído o desenvolvimento di industria, a posse da riqueza tornou-se á base convencional da estima. Fez sè
normal da coniuniclade, ou de siia clas.se centro da comunidade, essa insatisfação crônica cederá lugar a um esforço in
situação indii.stvial modificada pela situaçã<j. A classe ociosa é a classe conser
neeessano po.ssin-la em certo í^rau pari •se üoz^r dc uma reputação honrosa na
cessante destinado, a criar nm intervalo
vadora.
comunidade. Tomou-.se indispensável acumular adquirir propriedade.s com o objetivo de. conservar o bom nome pes soal. As proezas e façanha.s podem ainda continuar sendo a ba.se da outor ga da mais alta estima pessoal, embora a posse âa riqueza venha a ser, hoje em dia, a base da reputação e dc uma si tuação social impecável. Assim, ela se converte em requisito des.su complacên
cia que denominamos re.speito próprio Em qualquer comunidade onde os bens são possuídos em separado, o indivíduo necessita, para sua tranqüilidade montai, possuir uma parcela de bens tão grande como a parte que cabe a oiitro.s com os
quaí.s está acostumado a classificar-se; e é extremamente agradável possuir algo mais que êles".
cada vez maior entre ele c
esse nível médio. A comparação ajirecia iva do valor não pode chegar, niinca, • ser tao favorável ao indivíduo que a '12, que êste não dc'.scj'e colocar-se ein Mn plano ainda mai.s elevado em rela-
çao a seii.s competidores, na luta pela
111
Econômico
laçao consiste- <ni alcançar um grau pecuniária".
k
DiGEsTt»
ríor das instituições e reajuste de uma As exigências da situação eco
nômica geral dn comunidade não aluam de modo direto nem sem dificuldades sôbre os membros desta classe. Não se
lhes exige que mudem seus liábitcs de vida c suas concepções teóricas do mun do exterior para se adaptarem aos im
perativos de uma nova técnica industrial,
Veblcn deeluni irônicamente: "O con-
.servantisnío, sendo um característico da
classe elevada, é decoroso; adquiriu um corto valor honorífico ou decorativo".
Por outro lado: "a inovução, sendo um
fenômeno da clas.se inferior, é vulgar".
Mas êle não pensa que o desejo para mudar venha das mais baixas classes,
pois afirma que: "os infinitamente polires e todas as" pessoas cujas energias são inteiramente aosorvidas na luta quo
tidiana pela existência, são conseivadoras, porque não podem dar-se ao tra-
baÚio de pensar no dia de amanhã". "A acumulação de riquezas^ no extre mo superior da escala pecuniária implica em privações no extremo inferior". Argumentando com esta premissa. Veblen discorda da Lei de Pareto sôbre
a pirâmide da sociedade Inunana, que
declara que as rendas de fôda.s as clas.se.s "movem-se em uníssxino" — tudo
pani cima ou tudo para baixo.
Isto
significa que á medida que os ricos se tornam mais ricos e numerosos, os po
bres se tomam menos pobres e em
menor número: uma lei que as estatís
ticas de imposto sobre a renda de todos o.s países confirmam. Veblen declara: "a instituição de uma classe ociosa age lio sentido de tomar conservadoras as
classes inferiores, ao privá-las, até onda seja possível, do.s meios de subsistência, tornando-as incapazes do esforço^ exi
gido para a aprendizagem e adoção de
leputaçao pecuniária".
sob pena de perderem suas proprieda
novos hábitos mentais".
f'ci que venha natureza do problema, dia .saciar-sc jamais oé de, fiqiieza em qualquer exemplo
des, já que não constituem parte or gânica da comunidade industrial, em
classe ociosa" encerram em si o defeito
individual e é evidente que a satisfação o desejo médio geral de ri(|ucza está
todo o sentido da palavra. Por essa razãiv, essas exigências não produiem com
(ira de tcãda possibilidade. Por ampla,
ociosa, aquele grau de inconformismo
cquitaliva que seja a sua dis
tribuição, nenhum aumento geral da ri queza da comunidade pode a vançar um passo no sentido de saciar esta necessi-
dime cujo fundamento é o desejo indi vidual de exceder aós demais na acumu lação de bens".
facilidade, entre os membros da classe com a ordem existente, que pode levar
As afirmações de Veblen sôbre "a comum a todos os satíricos, que. para
dar forma às suas críticas irônicas, de vem, inevitavelmente, selecionar apenas
os futos que envolvem o seu ponto de \'ista.
Êles não podem ser imparciais,
qualquer grupo de homens a abandonar
pois o juízo sereno refrearia, quando
as concepções e métodos de vida que tenham chegado a ser habituais para
muito, os seus impiil-sos. Houvesse Ve blen, sem ressentimentos ou tendências,
êles. A fujiç<ão da classe ociosa na evo
lução social consiste em retardar o mo vimento e.em conservar o obsoleto".
e.xaminado os característicos da classe
ociosa e teria chegado à mesma conclu são do grande escritor socialista H. G-
T^-
110
fábric-as, e dispõem dc pouco tempo de Jazer, embora • sejam, na maior parte, muito mais ric-os do que a culta "classe ociosa''.
A tese da "Teoria du Cla.ssc Ociosa"
é tão simples quanto os postulados do ''homem econômico" com que Adam Smith edificou sua monumental obra "Riqueza das Nações". Ela é, em re
sumo, a de que as pessoas com rendi mentos superiores ao nível comum de
subsistência, em todas as épocas não despendem seus rendimentos em acniisi ções puramente proveitosas: desperidem
«ma parte, de acordo com sua posição .«ocal, na aqucsição de coi.sas que ve nham a dar aos scu.s semelhantes a im
DiGKSio Econômico
Mas tão depressa rpiauto uma pi-ssoa laz novas aquisições e .sc acoslimia aas novos padriães de rinucz.a r<'.su!t;mtcs da quelas. o novo nível deixa dc oferecerme uma satisfação apre< ià\ehncntc maior
do que a (jm- JIh- .projiorcionuva o anÉ constante a tendência dc fazer
com (iiic o ní\c-' jiccimlário atual .se converta em ponto dc parli<la dc uni novo aumento tie riuiicza; e. por .sua vez, isto dá um outro nível de siificièn-
c uma nova classificação pccuniá-
na do indivíduo coin|)arado com seus
dc Vebleo não foi descrever a fraqueza da natureza
humana comum a todas
as classes acima do nível de subsistência.
Suas setas foram especialmente dirigidas
(como o título dc sen livro mostra)
para a classe rica, independente e culta que cie descreve nas seguintes palavras: "A classe ociosa está, em grande parte,
superior, em comjiaração com o resto da comunidade, no que respeita á força
gências econômicas (jue prevalecem em
tôda comunidade indiistrial moderna e
Ç'O, normal, viverá ein um estado de
e_esta vasta ostentação de „.L. ga.sto que ile sat^^ insati.sfaçao crônica com sou quinhão
'Uual; e, quando haja alcançado o que SC pode denominar dc nível pecuniário
,
nui fraqvioza du natureza humana. To davia, o principal objetivo do trabalho
protegida contra a pressão daq^uelas exi
Encpianto a c:ompaiação lhe fòr cla
picuotis consumption" e é esta
Ei.s ai, satirizada por uma jiena bri lhante. a filosofia do "lumieni económiclíocanle. talvez, mus baseada nu-
vizmhos. O fim visado com a acmmi-
ramente desfavorável, o indivíduo iné-
altamente organizada. As exigências da
luta pelos meio.s de vida tão menos for tes para esta classe que para qualquer outra; o como consecjucncia desta posi
ção privilegiada, deveríamos esperar, teòricainenlc, que aquela fosse uma das classes sociais c|i!C menos respondesse ás
exigências dc um desenvolvimento xilte-
^'E^abelecído o desenvolvimento di industria, a posse da riqueza tornou-se á base convencional da estima. Fez sè
normal da coniuniclade, ou de siia clas.se centro da comunidade, essa insatisfação crônica cederá lugar a um esforço in
situação indii.stvial modificada pela situaçã<j. A classe ociosa é a classe conser
neeessano po.ssin-la em certo í^rau pari •se üoz^r dc uma reputação honrosa na
cessante destinado, a criar nm intervalo
vadora.
comunidade. Tomou-.se indispensável acumular adquirir propriedade.s com o objetivo de. conservar o bom nome pes soal. As proezas e façanha.s podem ainda continuar sendo a ba.se da outor ga da mais alta estima pessoal, embora a posse âa riqueza venha a ser, hoje em dia, a base da reputação e dc uma si tuação social impecável. Assim, ela se converte em requisito des.su complacên
cia que denominamos re.speito próprio Em qualquer comunidade onde os bens são possuídos em separado, o indivíduo necessita, para sua tranqüilidade montai, possuir uma parcela de bens tão grande como a parte que cabe a oiitro.s com os
quaí.s está acostumado a classificar-se; e é extremamente agradável possuir algo mais que êles".
cada vez maior entre ele c
esse nível médio. A comparação ajirecia iva do valor não pode chegar, niinca, • ser tao favorável ao indivíduo que a '12, que êste não dc'.scj'e colocar-se ein Mn plano ainda mai.s elevado em rela-
çao a seii.s competidores, na luta pela
111
Econômico
laçao consiste- <ni alcançar um grau pecuniária".
k
DiGEsTt»
ríor das instituições e reajuste de uma As exigências da situação eco
nômica geral dn comunidade não aluam de modo direto nem sem dificuldades sôbre os membros desta classe. Não se
lhes exige que mudem seus liábitcs de vida c suas concepções teóricas do mun do exterior para se adaptarem aos im
perativos de uma nova técnica industrial,
Veblcn deeluni irônicamente: "O con-
.servantisnío, sendo um característico da
classe elevada, é decoroso; adquiriu um corto valor honorífico ou decorativo".
Por outro lado: "a inovução, sendo um
fenômeno da clas.se inferior, é vulgar".
Mas êle não pensa que o desejo para mudar venha das mais baixas classes,
pois afirma que: "os infinitamente polires e todas as" pessoas cujas energias são inteiramente aosorvidas na luta quo
tidiana pela existência, são conseivadoras, porque não podem dar-se ao tra-
baÚio de pensar no dia de amanhã". "A acumulação de riquezas^ no extre mo superior da escala pecuniária implica em privações no extremo inferior". Argumentando com esta premissa. Veblen discorda da Lei de Pareto sôbre
a pirâmide da sociedade Inunana, que
declara que as rendas de fôda.s as clas.se.s "movem-se em uníssxino" — tudo
pani cima ou tudo para baixo.
Isto
significa que á medida que os ricos se tornam mais ricos e numerosos, os po
bres se tomam menos pobres e em
menor número: uma lei que as estatís
ticas de imposto sobre a renda de todos o.s países confirmam. Veblen declara: "a instituição de uma classe ociosa age lio sentido de tomar conservadoras as
classes inferiores, ao privá-las, até onda seja possível, do.s meios de subsistência, tornando-as incapazes do esforço^ exi
gido para a aprendizagem e adoção de
leputaçao pecuniária".
sob pena de perderem suas proprieda
novos hábitos mentais".
f'ci que venha natureza do problema, dia .saciar-sc jamais oé de, fiqiieza em qualquer exemplo
des, já que não constituem parte or gânica da comunidade industrial, em
classe ociosa" encerram em si o defeito
individual e é evidente que a satisfação o desejo médio geral de ri(|ucza está
todo o sentido da palavra. Por essa razãiv, essas exigências não produiem com
(ira de tcãda possibilidade. Por ampla,
ociosa, aquele grau de inconformismo
cquitaliva que seja a sua dis
tribuição, nenhum aumento geral da ri queza da comunidade pode a vançar um passo no sentido de saciar esta necessi-
dime cujo fundamento é o desejo indi vidual de exceder aós demais na acumu lação de bens".
facilidade, entre os membros da classe com a ordem existente, que pode levar
As afirmações de Veblen sôbre "a comum a todos os satíricos, que. para
dar forma às suas críticas irônicas, de vem, inevitavelmente, selecionar apenas
os futos que envolvem o seu ponto de \'ista.
Êles não podem ser imparciais,
qualquer grupo de homens a abandonar
pois o juízo sereno refrearia, quando
as concepções e métodos de vida que tenham chegado a ser habituais para
muito, os seus impiil-sos. Houvesse Ve blen, sem ressentimentos ou tendências,
êles. A fujiç<ão da classe ociosa na evo
lução social consiste em retardar o mo vimento e.em conservar o obsoleto".
e.xaminado os característicos da classe
ociosa e teria chegado à mesma conclu são do grande escritor socialista H. G-
V
fí*
112
DicESTO Econômico
Wells, que em sua autobiografia escre-
Foram èles que abriram o caminho para
veu:
a igualdade humana, não sob a forma
"Ê uma de minhas convicções mais
firmes que a civilização moderna foi ge
de uma democracia de proletários insa-
rada e fomentada pelos povos relativa
Hsfeitos, mas sob um mundo de homens de bem, .sem a carência de uma camada
mente independentes e prósperos, a pe
inferior".
quena nobreza, as pessoas bem nascidas e os burgueses, que se mostraram visi
velmente importantes nas campanhas do século XVI, introduzindo um novo ele
mento à arquitetura das cidades e es palhando casas de campo, "chateaux" e
vilas, de um modo regular, pelas re
giões. Nestas casas de campo, ao abrigo de seus parques e muros, os homens
podiam falar pensar e escrever, em sua ociosidade. Criaram as escolas púbücas
Veblen admitiu, a contragosto, que as reações da "classe ociosa" contra a ino vação podem ser salutares. "Pode ser
exata a opinião — declara, — do ponto de vista tantas vêzes expressado, de que, sem essa resistência importante e coerente oferecida pelas classes conser
vadoras acomodadas, a inovação e a experimentação sociai.s precipitariam a comunidade numa sitòação insustentável
e intolerável, o único resultado possível em que haveria descontentes e uma rea
ção desastrosa. O efeito do interesse pecumário e dos hábito.s mentais pecuniá rios sobre o desenvolvimento das insti
tuições pode ser observado cm leis e
demandar tempo exaustivo. Muitos não ha duvida degeneraram para uma'vida
vacmsa e indigna, mas urS número Zt
sações pecuniárias e o investimento de cíipitais. Portanto, a direção dada ao
hteratura dos séculos XVII e XVIII Seus salões, bibliotecas, suas coleções dè
desenvolvimento das instituições eco
conservaram no
século XIX uma atmosfera de indaga
da insubordinação e dignidade pessoal
I
elevou-se de 46.443, em 1944, para 99.361, em I945, jveste ano importou dor Estados Unidos 110 automóveis e 8.000 caminhões e ônibus, no total de cêrca ds 14 bilhões e 200 milhões de cruzeiros. Em 1937, quando a importação atingiu o máximo, foram adquiridos 14.000 carros pora passageiros. A média de 1940-47
foi de 13.000 automóveis e 11.602 caminhões e ônibus. A estimativa atual assegura que aquêle país necessita imediatamente de 35.000 a 38.000 unidades. Os caminhões são mais aconselhados porque contribuiriam paro aliviar a grande crise de transporte. Os compradores brasileiros preferem produtos de procedància norte-americana.
Acima do Brasil, em 1946, na ordem decrescente dos países possuidores de veículos motorizados, estavam Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, União Sovié tica, Austrália, União Sul Africana, França e Argentina. A Nova Zelândia possui idêntica quantidade de carros que o Brasil- O México, Espanha, Itália e Alemanha têm mais de 100.000 carros registrados, incluindo-se os de passeio, carga e transporte.
convenções destinadas a proteger a se
gurança da propriedade e o cumprimen to dos contratos, a facilidade das tran
S, Pm interessado e curio so em culüvar e proteger a ciência ea
ções tranqüilas, de serena e determina
O Brasil figura em uono lugar no jjanorama internacional quanto ao número dc automóveu} existentes em seu território. A quantidade de veículos licei\ciados
nômicas pela influencia da classe ociosa,
tem considerável importância industrial. Evidentemente apreensivo de que sua ironia ferina tivesse efeito desagradável om seus leitores, Veblen, na conclusão
l^oi reaberta a Conferência Internacio
nal do Trigo, que reúne delegados de 41 nações e suspendera os trabalhos para as férias da Páscoa.
Acredita-se que a Argentina esteja de
cidida a não modificar seu ponto de ximo de venda para o trigo. Contudo, as negociações para a reda
tonos e galerias de pintura, as maneiras
agosto.
quanto nos é caro em nossa moderna civilização... Foi muito mais através
da curiosidade e liberdade de pensarnento e empreendimento desses homens
independentes do que através de outras influências que a indústria e a organi zação econômica moderna evoluíram o
suficiente para abolir, por fim,"a neces sidade imperiosa de uma classe servil.
rentes da vida quotidiana, ou pelo que pode parecer às vezes como sendo ex
cessiva liberdade no manejo de fenórnenos vulgares, cujo lugar íntimo na
vida dos homens os escudou, frequenteniente, contra o estudo econômico". Sua
saüra é, em todo caso, um tanto ana
crônica nos tempos atuais, pois a clas se que êle ironizou tornou-se virtualmen
te inexistente pela rapacidade da mo derna taxação.
Fica as
portação desse produto.
acôrdo internacional, fixando preço má
curso, devendo ser ratificado pelos paí
elegantes, a boa redaçao e quase tudo
exportação de frutas frescas.
sim revogada a portaria assinada a 7 de março último, a qual proibia a ex
vista relativo à não conclusão de um
de estehca estável e modelo intelectual' do prefácio de seu livro "Teoria da Fora dessas casas, vieram: a Sociedade fiasse Ociosa", escreveu: "é de esperar que ninguém tenba seu senso lite Real (de cientistas), o século das in venções, os primeiros museus, labora- rário ou sua dignidade científica ofen didos por haver recorrido a fatos cor
O • Ministro da Fazenda assinou em
1." de abril uma portaria liberando a
ção de um projeto de acordo estão em
ses participantes, antes de 1.° de julho, a fim de entrar em vigor em 1.° de
Espera-se que durante êsse tempo a Argentina reconsidere a sua decisão.
* ítí
A produção de tecidos de algodão nos
Estados Unidos, durante o prinieiro tri mestre de 1947, foi estimada em 2 bi
lhões e 526 milíiões de jardas, contra 3 bilhões e 400 milhões no trimestre pre cedente. •t *
A direção da Central do Brasil comu Hí *
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos calculou a colheita de
trigo de inverno de 1947 em 973.047.000 alqueires, cifra que repre senta 100 milhões de alqueires mais que a colheita recorde do ano passado.
nicou a todas as suas agências que são inteiramente livres os despachos de mu das, sementes, tubérculos e demais pro
dutos agrícolas, nas zonas servidas pela referida ferrovia, exceto quando se tratar de mudas e pseudo bulbos de bananei ras que saírem do Estado de São Paulo
para outros Estados da União.
V
fí*
112
DicESTO Econômico
Wells, que em sua autobiografia escre-
Foram èles que abriram o caminho para
veu:
a igualdade humana, não sob a forma
"Ê uma de minhas convicções mais
firmes que a civilização moderna foi ge
de uma democracia de proletários insa-
rada e fomentada pelos povos relativa
Hsfeitos, mas sob um mundo de homens de bem, .sem a carência de uma camada
mente independentes e prósperos, a pe
inferior".
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I
elevou-se de 46.443, em 1944, para 99.361, em I945, jveste ano importou dor Estados Unidos 110 automóveis e 8.000 caminhões e ônibus, no total de cêrca ds 14 bilhões e 200 milhões de cruzeiros. Em 1937, quando a importação atingiu o máximo, foram adquiridos 14.000 carros pora passageiros. A média de 1940-47
foi de 13.000 automóveis e 11.602 caminhões e ônibus. A estimativa atual assegura que aquêle país necessita imediatamente de 35.000 a 38.000 unidades. Os caminhões são mais aconselhados porque contribuiriam paro aliviar a grande crise de transporte. Os compradores brasileiros preferem produtos de procedància norte-americana.
Acima do Brasil, em 1946, na ordem decrescente dos países possuidores de veículos motorizados, estavam Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, União Sovié tica, Austrália, União Sul Africana, França e Argentina. A Nova Zelândia possui idêntica quantidade de carros que o Brasil- O México, Espanha, Itália e Alemanha têm mais de 100.000 carros registrados, incluindo-se os de passeio, carga e transporte.
convenções destinadas a proteger a se
gurança da propriedade e o cumprimen to dos contratos, a facilidade das tran
S, Pm interessado e curio so em culüvar e proteger a ciência ea
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O Brasil figura em uono lugar no jjanorama internacional quanto ao número dc automóveu} existentes em seu território. A quantidade de veículos licei\ciados
nômicas pela influencia da classe ociosa,
tem considerável importância industrial. Evidentemente apreensivo de que sua ironia ferina tivesse efeito desagradável om seus leitores, Veblen, na conclusão
l^oi reaberta a Conferência Internacio
nal do Trigo, que reúne delegados de 41 nações e suspendera os trabalhos para as férias da Páscoa.
Acredita-se que a Argentina esteja de
cidida a não modificar seu ponto de ximo de venda para o trigo. Contudo, as negociações para a reda
tonos e galerias de pintura, as maneiras
agosto.
quanto nos é caro em nossa moderna civilização... Foi muito mais através
da curiosidade e liberdade de pensarnento e empreendimento desses homens
independentes do que através de outras influências que a indústria e a organi zação econômica moderna evoluíram o
suficiente para abolir, por fim,"a neces sidade imperiosa de uma classe servil.
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vida dos homens os escudou, frequenteniente, contra o estudo econômico". Sua
saüra é, em todo caso, um tanto ana
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Fica as
portação desse produto.
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vista relativo à não conclusão de um
de estehca estável e modelo intelectual' do prefácio de seu livro "Teoria da Fora dessas casas, vieram: a Sociedade fiasse Ociosa", escreveu: "é de esperar que ninguém tenba seu senso lite Real (de cientistas), o século das in venções, os primeiros museus, labora- rário ou sua dignidade científica ofen didos por haver recorrido a fatos cor
O • Ministro da Fazenda assinou em
1." de abril uma portaria liberando a
ção de um projeto de acordo estão em
ses participantes, antes de 1.° de julho, a fim de entrar em vigor em 1.° de
Espera-se que durante êsse tempo a Argentina reconsidere a sua decisão.
* ítí
A produção de tecidos de algodão nos
Estados Unidos, durante o prinieiro tri mestre de 1947, foi estimada em 2 bi
lhões e 526 milíiões de jardas, contra 3 bilhões e 400 milhões no trimestre pre cedente. •t *
A direção da Central do Brasil comu Hí *
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos calculou a colheita de
trigo de inverno de 1947 em 973.047.000 alqueires, cifra que repre senta 100 milhões de alqueires mais que a colheita recorde do ano passado.
nicou a todas as suas agências que são inteiramente livres os despachos de mu das, sementes, tubérculos e demais pro
dutos agrícolas, nas zonas servidas pela referida ferrovia, exceto quando se tratar de mudas e pseudo bulbos de bananei ras que saírem do Estado de São Paulo
para outros Estados da União.
114
Dtgesto Ecososaco
As rações cie came na Hulanda serão
diminuídas cm conseqüência do decrés-
' cãmo das importações dèssé produto, por falta de câmbio estrangeiro. I
O "Nationale Rotterdam.sclie Courant",
que divulgou esta noticia, acrescentou
âue as rucj-õcs seriam reduzidas, depois a Páscoa, de 250 para 200 gramas e
<jue, provàvelmcnte, uma nova redução,
desta vez para 150 gramas, se iinponi durante o próximo verão.
Segundo despachos de Porto Alegre -U, o comício atacadista daquela capital esta enfrentando difícil situação, devido
a enorme quantidade de duplicatas "en-
cosudas ultimamente, por motivo das restrições do crédito bancário. Essa
navegação fluvial,,.0 lacuslrc de peque
is embarcações' no interior do país. a fim de proporcionar, aos agricultores mar ginais do.s rios c lagos, o transporte dos respccli\-os produtos de maneira regu lar. a preços baixos. A .sugestão do titular da Viaçâo visa
PARE
•••
incentivar a jirodução c abastecer de
gcneros alimentícios as populações das cidadc.s.
*
Segundo informações da Divisão do
Defesa Sanitária Vegetal do Ministério
da Agricultura, iniciou-se no dia 27 de niarço findo a exportação de laranjas, da pre.sente safra do Estado do Rio. D exame revelou fruta boa, embora
-^J
com ligeira mancha.s de olcocolose. cau-
sadas pelas coloração artificial. A par
ae de íeus seus representantes-vendedores. suspenderam as viagens
tida con.stou de 1.500 caixas c foi em
barcada pela firma Exportadores de Ba nanas Reunidos, da praça de Santos,
h
eom destino a Buenos Aires.
o 70
a aumentar para CrS
A Federação Colombiana dc Produ
tores de Café não confirmou a informação
serviço telegráfico iSLrtS Ri"ck^ Jane.ro, São Panlo e Santos
procedente do Rio de Janeiro e .segundo a qual fóru resolvida a adesão à polítí-
eu adotada pelo Brasil, quanto à suspendas exportaçõe.s de café para os
E.U.A.
a. Federação a.ssegura que
o funcioiiainento perfeito dos freios hidráulicos é ple
namente garantido pelo óleo DeJeo Super 9, que fonciona pcifeitumente sob temperaturu.s elevadas e não ataca a borracha, nem os metais. Para sua completa segurança, .identifique o produto legítimo pelas palavras **Stiper 9", em vermelho, na lata. Al
Oleo
continuarão as exportaçõe.?, ma.s será exi
Segundo as primeiras estatísticas ofi-
cjais, a safra de algodão da Argentina
gida a aceitação dos preços fixados por Bogotá.
para o ano agrícola de 1946-47 foi
f, orçada em 78.400 toneladas, représen^ tando um aumento de 27,1% sóbre á safra anterior. * «
O ministro da Viação encaminhou ao
presidente da República exposição de motivos, (acompanhada de projeto-lei, estabelecendo normas para simplificar a
:\t
«
, Segundo relação recebida pelo Minísteriò da Agricultura, chegaram a portos brasileiros, dentro do plano governa mental dc'aquisição de máquinas agrí colas estrangeiras para revenda aos pro dutores: 81 tratores, 40 grades de dis cos, 60 arados, 25 cultivadores, 22 se-
meadeiras, 7 triUiadeiras, 4 batedeiras,
2 arrancadores e 2 plantadeiras.
Pelco SUPER 9 PRODUTO
GENERAL
DA
MOTORS
114
Dtgesto Ecososaco
As rações cie came na Hulanda serão
diminuídas cm conseqüência do decrés-
' cãmo das importações dèssé produto, por falta de câmbio estrangeiro. I
O "Nationale Rotterdam.sclie Courant",
que divulgou esta noticia, acrescentou
âue as rucj-õcs seriam reduzidas, depois a Páscoa, de 250 para 200 gramas e
<jue, provàvelmcnte, uma nova redução,
desta vez para 150 gramas, se iinponi durante o próximo verão.
Segundo despachos de Porto Alegre -U, o comício atacadista daquela capital esta enfrentando difícil situação, devido
a enorme quantidade de duplicatas "en-
cosudas ultimamente, por motivo das restrições do crédito bancário. Essa
navegação fluvial,,.0 lacuslrc de peque
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PARE
•••
incentivar a jirodução c abastecer de
gcneros alimentícios as populações das cidadc.s.
*
Segundo informações da Divisão do
Defesa Sanitária Vegetal do Ministério
da Agricultura, iniciou-se no dia 27 de niarço findo a exportação de laranjas, da pre.sente safra do Estado do Rio. D exame revelou fruta boa, embora
-^J
com ligeira mancha.s de olcocolose. cau-
sadas pelas coloração artificial. A par
ae de íeus seus representantes-vendedores. suspenderam as viagens
tida con.stou de 1.500 caixas c foi em
barcada pela firma Exportadores de Ba nanas Reunidos, da praça de Santos,
h
eom destino a Buenos Aires.
o 70
a aumentar para CrS
A Federação Colombiana dc Produ
tores de Café não confirmou a informação
serviço telegráfico iSLrtS Ri"ck^ Jane.ro, São Panlo e Santos
procedente do Rio de Janeiro e .segundo a qual fóru resolvida a adesão à polítí-
eu adotada pelo Brasil, quanto à suspendas exportaçõe.s de café para os
E.U.A.
a. Federação a.ssegura que
o funcioiiainento perfeito dos freios hidráulicos é ple
namente garantido pelo óleo DeJeo Super 9, que fonciona pcifeitumente sob temperaturu.s elevadas e não ataca a borracha, nem os metais. Para sua completa segurança, .identifique o produto legítimo pelas palavras **Stiper 9", em vermelho, na lata. Al
Oleo
continuarão as exportaçõe.?, ma.s será exi
Segundo as primeiras estatísticas ofi-
cjais, a safra de algodão da Argentina
gida a aceitação dos preços fixados por Bogotá.
para o ano agrícola de 1946-47 foi
f, orçada em 78.400 toneladas, représen^ tando um aumento de 27,1% sóbre á safra anterior. * «
O ministro da Viação encaminhou ao
presidente da República exposição de motivos, (acompanhada de projeto-lei, estabelecendo normas para simplificar a
:\t
«
, Segundo relação recebida pelo Minísteriò da Agricultura, chegaram a portos brasileiros, dentro do plano governa mental dc'aquisição de máquinas agrí colas estrangeiras para revenda aos pro dutores: 81 tratores, 40 grades de dis cos, 60 arados, 25 cultivadores, 22 se-
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Telefone, 2-6299 — End. Telegr.: ODELOT
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R. 15 de Novembro, 200 — 9.** andar
Salas 6-7-8-9 — S. PAULO
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Automóveis e Caminhões
A SERVIÇAL LTDA.
F o R D
Serviços que oferecemos: Organizoçõo de sociedades comercialsi industriais, civis. Contratos, distrotos, modíFicoçôes de Firmas, coopa-
rotivas e todos os serviços nos Juntas Comerciais e legalização
Concessionários
perante todas as Repartições Publicas, Municipais, Esfadoaii e Federais.
Alexandre Hornstein & Cli- Ll^ SÃO
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Eícrilórlo. Vendas e Olfchias:
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POSTAL.
2840
REQUEREMOS PROTEÇÃO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL, COMERCIAL E CÍVEL PARA: Marcas de Industria, de Co-
Títulos de estabelecimentos.
nrtercio ou de Exportação.
Privilégios de Invenção.
Nomes Comerciais, insígnias
Licenças de preparados far
Comerciais.
macêuticos, veterinários, Inse
Sinais de Propaganda. Frases
ticidas, desinFectontes. Analises
de Propaganda.
de bebidas, comestíveis, etc.
CONSULTE-NOS SEM COMPROMISSO
A SERVlCAL LTDA. S. Paulo: Rua Direita,64 - 3.° - Tels. 2-8934 e 3-3831 • C. Postais 3631 e 1421
R.Janeiro: Av.Aparíclo Borges,207-12.® pov. -Tel. 42-9285 - C. Postal 3384
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Companhia Xaclonal de Mineração e Força S/A Ferro — Tungstènio — Estanho — Trióxido de
Tungstênio
S.MAGALHÃES&GIA.
Minas de Carvão, Estanho e Tungstênio.
"'^ÇÃO -
DIRETORES:
Dr. Fábio da Silva Prado, Dr. Horácio Rodrigues e Dr, Jorge Alves de Lima.
Sede: Rua Barão de Itapetininga, 93 - QP andar
Fundada em 1920 f
MATRIZ: Rua Senador Feijó, 30 - SANTOS FILHAIS ÇM SÃO PAULO, RIO DE JANEIRO E RECIFE
Horacio Rodrigues & Cia. Repre..„t.ç5es. Impor,açi„.Exp„rta,i„, MinarasHo representantes DE:
The UnUad Slate. PU,i„, Carf Coa.papy, I„c. _ U.S.A. Raase! Playing Card Company J„o. _ u s A Aufhauser Brother, Corporatíon — USA Hartley's (Stoke-on-Trent) Ltd. __ I„gUterra
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DISTRIBUIDORES dos Produtos de Fèrro e Aço da CIA. SIDERÚRGICA NACIONAL Rua Barão de Itapetininga, 93 . 6.^
O^£nato. Qajeíhs. Rua Sebastião Pereira, 20 — Telefone: 5-33409 — São Paulo (Brasil)
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Livraria Francisco Alves
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FUNDADA EM 1854
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Editora Paulo de Azevedo Ltda.
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PAPELARIA e
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TIPOGRAFIA
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Rua Teixeira Leite, 274 - São Paulo a' Travesso da Rua Lavopés Pettinaü-lflS
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