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ECONOMlCO SOB OS Buspicios DB ASSOCIAÇAO COMERCIAL DE SAÜ PAULO toa FEDERAÇÃO DO COMERCIO DO ESTADO DE SAO PAULO
N IJ Í\1 A It i o PÀgt-
A» IXUSÕOB da Economia do Fóxca — Dario de Almeida Magalhães
CBpilali:tacao o Sognro do Vido sob o Aspecto Econômico e -
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O I»robloma do Pôrlo d© Sanlos — I^Jolson Womeuk Sodi©
Controle do Consvrmo o T<^orcado Negro
L.ou.is Baudin
O Visconde de Barnaibo Pelágio Lobo Rússia versos Estados Unidos José IMaria Belo /•/■• ••
Especulações Bolsistas no Sécnlo
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Prazeres
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A Nova Discriminação do Rendas e os Lsxac*.
fíuial no nin dr j^v^Fino^ \ DO
Fone
CAp-T'n<iIo;
História Econômica — A Modernização do Comori^o^^^^ Arlnos de Melo Franco
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Velho Comércio de EWroa — Otéeio Tarcidínio de Souza 1 ^ O Ubo da Borracha entre os Civilizados ° Américo jacobina Laeombe Origens da Indústria do Tecidos em Minas Oera . , joppert
33 98 1°®
Hovos Bumos da Política Bodoviôria
õnnha da IzeredT Coutitibo _
Economistas Brasileiros — D. Joso Joagn
Basílio Magalhães* 113
Mestres da Economia - - John Mavnard Kevnes - S Hareourt-Bivington
23-2208
72
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Doja* Viadulo P,ô^ Visl"' Fone 2-1414 Falirlcn c rscrlifirlo:
Oriente. 7r.n e ^ Fone 9-5241 JULHO
DE
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DItiESTO E4 O.XOMICO o "Digeslo Econômico" é publicado mensalmcnle pela Editora Comercial Lida., sob os auspícios da Associação Comercial de São Paulo e da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, Distribuidores no Brasil:
DISTRIBUIDORA EDITORIAL BRASILEIRA LTDA. Graça Aranha/ 81 — 12.o andar — Rio de Janeiro
Eaprêsa
deTransptrles Uritales lUa.
Representante na República Argentina:
INTER-PHENSA — Florida 229 — Buenos Aires — Argentina Representante em Portugal: ANTÔNIO DO CARMO JuNIOR
Rua Angelina Vidal. 92 — l.o Esq.
Firmas «lue anunciam
A Serviçal Ltda.
Addressograph Multiaraph do Brasil b/A.
neste número:
l-dhrira dc Cofre.s c Arquivos licruardini S/A.
Alves Azevedo S/A.
(ieiicral Motors do Brasil S/A.
Antônio Nofigueira
Ji.
Assumpção S/A.
Banco do Brasil S/A.
Banco^ Brasileiro de Descontos
Hossarie
Indústria laniuuciiticd Nacional Irmãos Carvalho — Rrprrvenfürôcs S/A.
Kliiiglcr S/A.
llll IIXIIHR
ESCRITÓRIOS CENTRAIS:
tia
■ Ao PAULO
»IO.»l,JANilRO
PARQUE D. PEDRO II, 1092 - Loja 1 (Esq. Av. Rangel Pestana) Sede própria - Ed. Guarany
Rys Marcfllo Dias, 12
bpirllo Salte.Z41 TililOBi MIM •
c a M rI Ria
T«lefon« 23-0791 e 23-0337
Tels.: 2-8266,. 2-6661 e 3-3591
itiEiRia nn* •
Banco Nacioiwl do Comércio de
L. Figueiredo S/A.
Sao Paulo S/A. Campana ò Cia.
I.ivraria Agir Ltda. Livraria FraucLsco Alves
I I I t R i >
Casa Benato Cipan
Marliiis Fadiga ò- Cia.
piiiiriiii
Cia. Di^ribuidora Geral "Erasmotor CiV/._ Mecanica e Importadora Sao Paulo
Cia. \íetalursica Barbará (..ta. Prado Cíxaves
Cia. S.K.F. do Brasil Rolamentos
Emprêsa b.E S de Transportes Urgentes Ltda.
Este Asiático Comércio e Nave gação Ltda.
Esteve Irmãos 6- Cia. Ltda Expresso Estrela de Prata
rí=^
Monsanfo Produtos Ç3f/fmíco5
awru-nrtRH
Nascimento ò- Filho.s Ltda. Organização "Ruf" Ltda.
iiiz II riH
Papelaria e Tipografia Andrcotti Bcfinaãora de Óleos Brasil S/A S. Magalhães Segurança Industrial — Cia. Na
nÇCSRCILIRS CMU It •
cional de Seguros
Simão Hact/ àr Cia. S/A. Indústria e Comércio Con córdia
Sociedade Paulista de Represen tações Ltda.
Thomaz Henriques ò- Cia. Ltda.
Sll llURtIM
tCONOMICOSI ISEGÜR
I I i 1 I 1 Ria
llirtim Itau*. <3 IlllíOBI H»
DE DOMICÍLIO A DOMICILIO
DItiESTO E4 O.XOMICO o "Digeslo Econômico" é publicado mensalmcnle pela Editora Comercial Lida., sob os auspícios da Associação Comercial de São Paulo e da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, Distribuidores no Brasil:
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Eaprêsa
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A Serviçal Ltda.
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Alves Azevedo S/A.
(ieiicral Motors do Brasil S/A.
Antônio Nofigueira
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Banco do Brasil S/A.
Banco^ Brasileiro de Descontos
Hossarie
Indústria laniuuciiticd Nacional Irmãos Carvalho — Rrprrvenfürôcs S/A.
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T«lefon« 23-0791 e 23-0337
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Banco Nacioiwl do Comércio de
L. Figueiredo S/A.
Sao Paulo S/A. Campana ò Cia.
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Marliiis Fadiga ò- Cia.
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Simão Hact/ àr Cia. S/A. Indústria e Comércio Con córdia
Sociedade Paulista de Represen tações Ltda.
Thomaz Henriques ò- Cia. Ltda.
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DE DOMICÍLIO A DOMICILIO
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Companhia Prado Chaves Exportadora CHUrSLER
FUNDADA EM 1887
Sede: S. Paulo - R. S. Bento, 197 - l.o - Capiíal: Cr$ 8.000.000,00 Filial: Santos — Rua Tuiuti, 49 — Reservas: Cr$ 14.000.000,00
Café - Algodão USINAS DE BENEFICIAMENTO
PECAS genuínas
OURINHOS (E. F. S.) COLINA (C. P.)
DA
/fiARGOi
MIRASSOL (E. F. a.) ANITAPOLIS
CHRYSLER
Importações Diversas
CORPORATION
Armazéns Gerais Prado Chaves S/A
Sede: S. Paulo - R. S. Bento, 197 - l.o - Capital CrS 5.000.000.00
Armazéns e Repiensagem: Avenida UM N.o 063-771 — São Paulo DESPACHOS; Ipiranga (SPR) Desvio PRADO CHAVES ARMAZÉNS EM: MIRASSOL
TANABI
Companhia Agrícola Fzda.S. Martinho
Sede: S. Paulo - R. S. Bento, 197 - l.o — Capital CrS 7.500.000,00
Café - Algodão - Cereais - Laranjas - Gado SÃO PAVIiO. BRASIL.
Usina de Açúcar (em montagem) Estação: MARTINHO PRADO (C* P.)
Caixa Postal, 243-B — Parque D. Pedro IL 208
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Companhia Prado Chaves Exportadora CHUrSLER
FUNDADA EM 1887
Sede: S. Paulo - R. S. Bento, 197 - l.o - Capiíal: Cr$ 8.000.000,00 Filial: Santos — Rua Tuiuti, 49 — Reservas: Cr$ 14.000.000,00
Café - Algodão USINAS DE BENEFICIAMENTO
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Importações Diversas
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Armazéns Gerais Prado Chaves S/A
Sede: S. Paulo - R. S. Bento, 197 - l.o - Capital CrS 5.000.000.00
Armazéns e Repiensagem: Avenida UM N.o 063-771 — São Paulo DESPACHOS; Ipiranga (SPR) Desvio PRADO CHAVES ARMAZÉNS EM: MIRASSOL
TANABI
Companhia Agrícola Fzda.S. Martinho
Sede: S. Paulo - R. S. Bento, 197 - l.o — Capital CrS 7.500.000,00
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Banco Brasileiro de Descontos, S/A Séde: Rua Alvares Penteado. 172-180 — SAO PAULO
CAPITAL CrS 30.000.000,00 — FUNDO DE RESERVA CrS 6.200.000,00
Balanço em 30 de Junho de 1947, compreendendo as operações da Matriz e das Agência** ATIVO
Empréstimo em C. Corrente 102 857 048.70 Títulos Descontados !!!!!!"!.'! ü ü ü] 214*02?!628.50 Agências no País 647.457.00 Correspondentes no País ; 5.701.763,90 Correspondentes no Exterior 8!860.676.70 Outros valores em moeda estrangeira . . njo 738 40 Outros Créditos ! ]!!!!!!!!!!!!! !!!! !!!!!! 22.934!oi2,oo AnSf" ApoUces e Obrigações Federais à ord. da Sup. da Moeda e do Crédito 2.414.900.00 1.093.622,90 Edifícios de uso do Banco ' «09 «oq 10 Móveis e UtensíUos .i;
1
Recuse experiências improdutivasAdote um sistema tontàbll apetteHoado e consagrado pela prática.
wSacS'
®
ijn:9o?.oS
C~L"3rrr™^ ^
A .
57.373.591,50
206.329.436,50
Em ep. a ord. da Sup. daBrasil S. eA do Crédito 24.618.356,80 Moeda 8.603.274,80 90.600.223.10 750.395.320.10
Capital
Fundo de'Resei^a 'Legal
30.000.000.00
C/C Sem Juros
Obrigações Diversas Agências no País Correspondente, no Pais
5.404.000.00 214.411.841,90 *
de Compensação: Valôr
^
onos pelo solpo AKprovou suo eficienclo
.UHotes
de firmas e repartições.
Os nossos peritos estão
^"[,^'contabiH-
dade RUF, em qualquer época..
116.188^174.30 1.181.876,80 ™
neira
OHTEM
RUF
HO lE HA HDERAHCA
Demonstrações sem compromisso.
75.020.297.90
' 4.898.992,60 3.451.810.20
Correspondentes no Exterior
í^ivideidtsTTagar" *
Comerciante como oo Industriai
796.000,00
^ C/C Sem Limite ^ C/c Limitada C/c de Aviso A Prazo Fixo
Eit o que a
paro introduzir na sua orgonizaçao
PASSIVO
Outras Reservas
^
RUF QRGnHizncRQ
Informações e
ORGAMIIAÇAO ne MECANIZADA tTDA.%
o, coNmoLs s com«.UDAn.
_
aisaoWv» 206.329.436.50 750.395.320,10
^iRETft Paulo, 8 (TeJúnior julho—deDiretor-Presidento; 1947. (a) José Alfredo de Al.meida _ Diretor Superintendente; (a) Amador Aguiar - Diretor-Gerente. (a) José Faria Basílio _ Contador (Registro n. 9.606).
tft.'o Ho'31ZONTÍ-it°:: dp.'c.,.16., 551
Banco Brasileiro de Descontos, S/A Séde: Rua Alvares Penteado. 172-180 — SAO PAULO
CAPITAL CrS 30.000.000,00 — FUNDO DE RESERVA CrS 6.200.000,00
Balanço em 30 de Junho de 1947, compreendendo as operações da Matriz e das Agência** ATIVO
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Eit o que a
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A: "í.
Og KÀTA
/. '
**»
>^
(Ptte TRANSPORTES Rua General Pedra, 34
Nenhum criador joga íóra propositadamente o leite que produz em sua fazenda — porque leite é dinheiro
RODOVIÁRIOS
Tel.: 43-0505 — RIO
DE DOMICILIO
proveniente de trabalho contínuo e penoso.
Já pensou; entretanto, em quantos latões de leite o senhor desperdiça simplesmente porque deixa de os
A DOMICILIO
produzir?
Lembre-se de que para produzirem com eficiência e
economia as vacas leiteiras exigem uma alimentação racional - farta, rica e bem equilibrada.
As "RAÇÕES CONCENTRADAS BRASIL" são cuidadosamente calculadas para a obtenção
má
ximo rendimento dos seus animais, conservando-os
Rua Mercúrio, 115 Tels.: 2-3229 - 2-4234
SÃO PAULO
fortes e sadios.
Experimente-a hoje mesmo e~nunca mais deixará de usa-la. (Resp. Brenco M. de Andrade, eng.-agro.)
Pedidos à Caixa Postal, 1117 Produto da Reflnadora de Óleos Brasil S/À Rua Xavier de Toledo, 114 - Caixa Postal, 1117
ai/lNAÜOAA-aCOS dUÓIl
São Paulo
Rua Antonio Prado, 55 SANTOS
V
Rua Chaves Barcelos, 123 Tel.: 6544 — Porto Alegre
^fíP/PB2» ^F.í^lÁliaA/Bfí' .-uvi,.'üi's
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I
2 mandamentos para
Ic
com saúde:
^BEBER AGUA CRISTALINA E PURA! COMER FRUTAS E SALADAS DE VERDURAS CRUAS CDH ABUNDANCIA! • Siga o exemplo de milhões de pessoas que em todo o mundo pro tegem a saúde com os esterilisa-
dores SALUSÍ Os esterílísadores SALUS csterlllsam scientifícamen-
te a agua, frutas e verduras, sem neutralisar-lhes a vitalidade, evi tando a transmissão do tifo e de outras moléstias perigosas. Ha um producto SALUS piTé cada fim,
NOSSAS
ESPECIALIDADES
9 CALÇADOS EM GERAL — Calçados de couro com solas de borracha, para homens, senhoras e crianças. Tênis e calçados
de lona para esportes e praia.' ARTEFATOS PARA CALÇADOS—Saltos c capas de borracha
filtros, velas, talhas, moríngues
para saltos. Solas de borracha para calçados de homens, senhoras
e saladeiras. SALUS! é o «im-
e crianças. Lençóis de borracha para solado. Virolas dc borra
bolo de pureza e saúde, de reco nhecida idoneidade scientrfica.
cha. Cortícitc para calçados de homens e crianças. Tira de hgação. Outras miudezas. ARTEFAT- S DE BORRACHA EM GERAL- Fios elásticos
de borracha de todos os tipos. Lençóis de borracha para fios,, para cintas elásticas e par.t hospitais. Tapetes de borracha, dcsintupidores para pia», pés de cadeira, pneumàdcos c cordõ»
para rodas de velocípedes, Pucaros, guamições de borracha para
pratos, rodas de borracha para balanças, revestimento dc rodas para fins industriais e mais uma infinidade de produtos de borracha-
rUBRiCilNTF.S DOS aFflMaDOS SOLTOS DE BORROCHII ★★★★★* ★A-**-*'******* ★★*★**★★★★★★ ★★★★★ TELEFONES: FÁBRICAS:
Salus
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Antonio Nogueira & Cia. Ltda. DEPOSITARIA CASA SALUS.RUA XAVIER DE TOLEDO,60.SAO PAULO RUA DA QUITANDA, 24 - RIO DE JANEIRO
Rua
Marajó, 136/158
Gerencia
Rua
Cesario Alvim, 297
ESCRITÓRIO:
Contodorlo — 9*3200 Escrifôrio •>— 9-3 200
Marajó, 136/158
Endereço Telegrófico:
R«
São Paulo t£TIINATI-C-1-6
— 9-3205
CAMPANA
MARCA
REGIS RADA
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aohita*. *«"01. latovTO*. attompot. corto iomino da Io* II, íomdat.to^bodoifot noAwOürfa^remanto* poro cocfa da covrot» paditfolritat flicOfddi*, ^racoi. o«Ac6t«. broco*. FarramartEo* {M'i> cotfot popaL aifaro*. aotoIKo*. incirunantoa da cicorQ^o. colibcoi, bvrlf a IrmOi.
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daro. rorlondo p iPÒ* da carbono da 0,06% o 0.65% avoaciola poro fobricocòo da «abrta». porolusot* oroma*, pragpi* porcoi»
#>*0* da froAunitiôO. angranogan*. ai«oi poio aiirodoi do ÍOf» 'O, irlar^sdio* poro con»lrac6o da móqulAp». , "BRÁS" — Rcro íobricocôo da molo* am ^ d» corboAo vOTEonde da 0.^5% o 1.05% com faòr da llHcio otA
0*5%. (0,50%). EtpaeioJ poro mofo* alico'do'*•fai*ot da* motos paro voieufa* om Qé*o\, attrodo* da íar'o« mobiUoi. comov coU cMat. o mòguEAo* ara garoL Aí4m tfe «sp^frfnOa odqwlrido «m lonoei «no» 0« trobofho • do rt^pf qvd dÍip«ftfam»B na fabrIcoçBo do» noiiot produ
to*. 0fe<oi eo qutt t«md* morocido o (onfionca • e proforèn cio do* no»*9t Inumoro* «Manto*, o* OfO* do nof*a fabrleofOo *fld controlodei per té<nlee» o*p«cio1l<ede*« o quo oom go>oiv AUA OUAUDADtl
NOSSOS PRODUTOS SlO TECHICBHEHTE PERFEITOS
.no mundo inteiro
Oiifle quer que o sr. observe as indiistrias ao serviço do gênero liuniano, ali achará os produtos químicos e plás ticos Monsanto ajudando a acelerar suas tarefas e a me lhorar os seus produtos.
Isso se aplica particularmente aos países da América do Sul c Central, onde grande número de novas indús trias estão sendo incrementadas. Cada ano que passa,
numa proporção maior do que no ano anterior, centenas de produlos das dezoito fábricas Moiisanto têm sido expedidos para esses países. Essa tendência continuou rncsmo durante a guerra, a tal ponto que, no ano findo, as indústrias da América do Sul e Central consumiram
mais do dobro do volume de produtos Monsanto que usaram em 1941.
Enquanto essas indústrias e nossa capacidade para servi-las continuarem progredindo, vislmnbramos um futuro mais brilhante c próspero, como nunca se viu an teriormente em nossos dois grandes continentes. MONSANTO CHEMICAL COMPANY, 1700 South 2nd Street,,
St. Louis 4, Mo., E. U. A. e MONSANTO CHEMICALS, LTD.* Victoria Station House, London, S. W. 1, England
Agantes: Brasil: Klingler, S. A.,|Anilinos e Produtos Químicos, São Paulo — Rio du Jauciro — Curitiba EIS ALGUMAS INDÚSTRIAS SERVIDASPELA MONSANTO
Pedidos dlrolomonte a
Bebidai
Pope!
Procesjomenio químico Produtos olimentíclo»
Petróleo
Produtos florestais Empocolamento
Plóilicos Curtume Texteii
Tintos, lacot, vernlzet
Tratamento de ógua
inseticidas SAO PAULO — RUA FLORENCIO DE ABREU. 210 — TELEFONE 2-718S RIO DE JANEIRO — RUA MAYRINK VEICA, 28 — LOJA — TELEFONE 23-165$ PUBRASIL
Farmacêutico
A SERVIÇO DA INDÚSTRIA..QUE SERVE A HUMANIDADE
PRODUTOS
QUÍMICOS
Monsanto
PRODUTOS químicos E PLÁSTICOS ^^MONSANTO" do mels oito quoHdado, a CIA. MCCHANICA £
IMPORTADORA OC SÃO PAUtO, etlò fabrU <ando em quolquer bífola no» tegulntc» tlpo»i
A serviço da indústria...que serve à Humanidade
*3SAC"^ Poro conttrvcòdt, noi aipac^í^cocôai c/i<ioTt do I.P.T. EB>3*37CA — E6>9-SOCA. « ao «ipaciítcocôd onaneono A$TM.A-T10.3P (Hacd G^oda) "BRAP* » Poro íafro«anta* edn »a6« da eerbono «ofiondo da 0.5S% a 1.25%. poto fohficoçòo da morialoi, motdaMai da tqt*
aohita*. *«"01. latovTO*. attompot. corto iomino da Io* II, íomdat.to^bodoifot noAwOürfa^remanto* poro cocfa da covrot» paditfolritat flicOfddi*, ^racoi. o«Ac6t«. broco*. FarramartEo* {M'i> cotfot popaL aifaro*. aotoIKo*. incirunantoa da cicorQ^o. colibcoi, bvrlf a IrmOi.
'^RAG" «— Popo larroraoAfo* dfiPtcoio*. com o tab« da COrbonq
0*15% O 1.10%* popo íobtkocAo da ancodot* podoi. Po*« oivocov diicQ* da opodo. picoraloi. clhbonco*. oJfonga*. otocKodob 'ocòai. folcat. ate "^RAM" Ppro flnt npcõMCPh datda o Mpp a«tro doca oa
daro. rorlondo p iPÒ* da carbono da 0,06% o 0.65% avoaciola poro fobricocòo da «abrta». porolusot* oroma*, pragpi* porcoi»
#>*0* da froAunitiôO. angranogan*. ai«oi poio aiirodoi do ÍOf» 'O, irlar^sdio* poro con»lrac6o da móqulAp». , "BRÁS" — Rcro íobricocôo da molo* am ^ d» corboAo vOTEonde da 0.^5% o 1.05% com faòr da llHcio otA
0*5%. (0,50%). EtpaeioJ poro mofo* alico'do'*•fai*ot da* motos paro voieufa* om Qé*o\, attrodo* da íar'o« mobiUoi. comov coU cMat. o mòguEAo* ara garoL Aí4m tfe «sp^frfnOa odqwlrido «m lonoei «no» 0« trobofho • do rt^pf qvd dÍip«ftfam»B na fabrIcoçBo do» noiiot produ
to*. 0fe<oi eo qutt t«md* morocido o (onfionca • e proforèn cio do* no»*9t Inumoro* «Manto*, o* OfO* do nof*a fabrleofOo *fld controlodei per té<nlee» o*p«cio1l<ede*« o quo oom go>oiv AUA OUAUDADtl
NOSSOS PRODUTOS SlO TECHICBHEHTE PERFEITOS
.no mundo inteiro
Oiifle quer que o sr. observe as indiistrias ao serviço do gênero liuniano, ali achará os produtos químicos e plás ticos Monsanto ajudando a acelerar suas tarefas e a me lhorar os seus produtos.
Isso se aplica particularmente aos países da América do Sul c Central, onde grande número de novas indús trias estão sendo incrementadas. Cada ano que passa,
numa proporção maior do que no ano anterior, centenas de produlos das dezoito fábricas Moiisanto têm sido expedidos para esses países. Essa tendência continuou rncsmo durante a guerra, a tal ponto que, no ano findo, as indústrias da América do Sul e Central consumiram
mais do dobro do volume de produtos Monsanto que usaram em 1941.
Enquanto essas indústrias e nossa capacidade para servi-las continuarem progredindo, vislmnbramos um futuro mais brilhante c próspero, como nunca se viu an teriormente em nossos dois grandes continentes. MONSANTO CHEMICAL COMPANY, 1700 South 2nd Street,,
St. Louis 4, Mo., E. U. A. e MONSANTO CHEMICALS, LTD.* Victoria Station House, London, S. W. 1, England
Agantes: Brasil: Klingler, S. A.,|Anilinos e Produtos Químicos, São Paulo — Rio du Jauciro — Curitiba EIS ALGUMAS INDÚSTRIAS SERVIDASPELA MONSANTO
Pedidos dlrolomonte a
Bebidai
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Produtos florestais Empocolamento
Plóilicos Curtume Texteii
Tintos, lacot, vernlzet
Tratamento de ógua
inseticidas SAO PAULO — RUA FLORENCIO DE ABREU. 210 — TELEFONE 2-718S RIO DE JANEIRO — RUA MAYRINK VEICA, 28 — LOJA — TELEFONE 23-165$ PUBRASIL
Farmacêutico
A SERVIÇO DA INDÚSTRIA..QUE SERVE A HUMANIDADE
PRODUTOS
QUÍMICOS
Monsanto
I
T l„
FIGUEIREDO
S.
A.
CArmajcens Gerais •> Despachos - llepresentações) Capital; Cr^ 15.000.000,00 Fandada em 1003
comissários de despachos AGENTES DE VAPORES AGENTES DE SEGUROS ARMAZÉNS GERAIS REPRENSAGEM DE ALGODAO
ROLUMENTOS PRRn RUTOMOVEIS
MATRIZ:
„'
,
SAO PAULO
Rua José Bonifácio, 209 - 6.° e 7° andares Caixa poslal 140? FILIAIS:
SANTOS
'
Rua General Gamara 168/l?G
PORTO ALEGRE
Rua dos Andradas 1646 Edifício CnUZEIRÜ DO SUL
Caixa poslal 13
Caixa poslal 1066
SALVADOR [Bahia] Avenida da França
Quando tiver de substituir rolamentos em automóveis, caminhões, etc., não
pense somente no preço, mas sim na
Edifício «CORRÊA RIBEIRO», 3.®
QUALIDADE. Escolha, portcmto, os
Caixa poslal ?93
rolamentos SKP que são os melhores sem serem coros!
ASSOCIADAS
E. Figueiredo [Rinj S/A Av. Rio Branco 66 ?4- 2.° Caixa postal 14n9
L. Figueiredo [Reciíe] S/A Rua do Bom Jesús 160 Caixa postal 6?1
Rio de Janeiro
Reciíe
L. Figueiredo [Rio] S/A . R. Benjamin Constant/ 1?1
L. Figueiredo [Rio] S/A Rua Carijós 408 - 1.®
Niterói
Belo Horizonte
COMPANHIA fll^r DO BRASIL
.^ ^ ROCaMENTOS;^^^^ PORTO AtE,G*E
SÃO PAULO
RIO DE JANEIRO
RECIFE
I
T l„
FIGUEIREDO
S.
A.
CArmajcens Gerais •> Despachos - llepresentações) Capital; Cr^ 15.000.000,00 Fandada em 1003
comissários de despachos AGENTES DE VAPORES AGENTES DE SEGUROS ARMAZÉNS GERAIS REPRENSAGEM DE ALGODAO
ROLUMENTOS PRRn RUTOMOVEIS
MATRIZ:
„'
,
SAO PAULO
Rua José Bonifácio, 209 - 6.° e 7° andares Caixa poslal 140? FILIAIS:
SANTOS
'
Rua General Gamara 168/l?G
PORTO ALEGRE
Rua dos Andradas 1646 Edifício CnUZEIRÜ DO SUL
Caixa poslal 13
Caixa poslal 1066
SALVADOR [Bahia] Avenida da França
Quando tiver de substituir rolamentos em automóveis, caminhões, etc., não
pense somente no preço, mas sim na
Edifício «CORRÊA RIBEIRO», 3.®
QUALIDADE. Escolha, portcmto, os
Caixa poslal ?93
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ASSOCIADAS
E. Figueiredo [Rinj S/A Av. Rio Branco 66 ?4- 2.° Caixa postal 14n9
L. Figueiredo [Reciíe] S/A Rua do Bom Jesús 160 Caixa postal 6?1
Rio de Janeiro
Reciíe
L. Figueiredo [Rio] S/A . R. Benjamin Constant/ 1?1
L. Figueiredo [Rio] S/A Rua Carijós 408 - 1.®
Niterói
Belo Horizonte
COMPANHIA fll^r DO BRASIL
.^ ^ ROCaMENTOS;^^^^ PORTO AtE,G*E
SÃO PAULO
RIO DE JANEIRO
RECIFE
PARA
Prensas Hidráulicas
RÁDIO-AMADORES E montadores
para moldagem e injeção materiais plásticos
Com cinco grandes vantagens sôbre quaisquer outros:
✩
l. Caixa de imbuía, fino aca
bamento,tamanho 37x49x24
Máqüínos de injeção de 4, 9, e 1ó onças
cm.
Prensas hidráulicos de 100, 200 e 300 toneladas
2. Unidade R. F. ligada e per
feitamente calibrada.
Prensas poro "tronsfer molding" de 100,
3. Mais fácil calibraçao final
200 e 300 toneladas
por meio da unidade. 4. Rendimento em O/C 100% 5. Alto-falante dinâmico 7",
✩ Produtos d a
tipo pesado.
Proporciona, assim, ótima qualidade, alto rendimento e o mais baixo preço da praça.
de
The
ei
HyDRAULIC
PRESS
Mount
MANUFACTURING
CO.
Gileod-Ohio — USA
REPRESENTANTE EXCLUSIVA PARA O BRASIL
MATRIZ - SÃO PAULO RESPONDE PELO QUE VENDE
z
í/iau^t/S^ODl/rOS tJU/MKOi
:sr
Telegramos; "COLOR"
A venda na Fábrica: Rua Rodolfo Miranda, 76 • Te!. 4-S121 e ns Loja Rádios Assumpção Ltda.: Av. Rangel Pestana, 1434 - Tel. 3-1343 PARA O INTERIOR CONTRA REMESSA DE CHEQUE PANWM ♦
CèiA* uc
Rua M o r t i m B u rc h o r d, 608
Coixo Postal, 1685 — Tel. 3-3154
,n LIAÍS
RIO
DE JANEIRO
Ruo Conselheiro Saraiva,16
CURITIBA
R. Mal. flor. Peixoto, 520
PARA
Prensas Hidráulicas
RÁDIO-AMADORES E montadores
para moldagem e injeção materiais plásticos
Com cinco grandes vantagens sôbre quaisquer outros:
✩
l. Caixa de imbuía, fino aca
bamento,tamanho 37x49x24
Máqüínos de injeção de 4, 9, e 1ó onças
cm.
Prensas hidráulicos de 100, 200 e 300 toneladas
2. Unidade R. F. ligada e per
feitamente calibrada.
Prensas poro "tronsfer molding" de 100,
3. Mais fácil calibraçao final
200 e 300 toneladas
por meio da unidade. 4. Rendimento em O/C 100% 5. Alto-falante dinâmico 7",
✩ Produtos d a
tipo pesado.
Proporciona, assim, ótima qualidade, alto rendimento e o mais baixo preço da praça.
de
The
ei
HyDRAULIC
PRESS
Mount
MANUFACTURING
CO.
Gileod-Ohio — USA
REPRESENTANTE EXCLUSIVA PARA O BRASIL
MATRIZ - SÃO PAULO RESPONDE PELO QUE VENDE
z
í/iau^t/S^ODl/rOS tJU/MKOi
:sr
Telegramos; "COLOR"
A venda na Fábrica: Rua Rodolfo Miranda, 76 • Te!. 4-S121 e ns Loja Rádios Assumpção Ltda.: Av. Rangel Pestana, 1434 - Tel. 3-1343 PARA O INTERIOR CONTRA REMESSA DE CHEQUE PANWM ♦
CèiA* uc
Rua M o r t i m B u rc h o r d, 608
Coixo Postal, 1685 — Tel. 3-3154
,n LIAÍS
RIO
DE JANEIRO
Ruo Conselheiro Saraiva,16
CURITIBA
R. Mal. flor. Peixoto, 520
O ESTEIO Produios de nossa fabricação
SALAME "' "* LINGÜIÇAS COPAS
PRESUNTOS
I
E
CARNE SALGADA
»iV13I A MATRIZ: CONCÓRDIA
RUA PAULA SOUZA, 287
Estado de Santa Catarina
Telefone: 6-2463 São Paulo
(via Marcelino Ramos)
DOS SEUS NEGÓCIOS
FILIAL:
Tenha seu escritório equipado com cofres, fichários, prensas,
portas fortes, mêsas, armários e móveis de aço em geral, fabri
cados pelos pioneiros do ramo ha 50 anos desfrutam a confiança
e preferência do público.
Agentes com Depósito em: Campinas
río de Janeiro:
BERTONI Rua Dr. 5; Costa Aguiar, 455 Fone: 3252
LOPES RAMOS & 39 Cia. Lida. Rua Acre, Fone: 23-5135
'BANHA SADIA" A QUE MAIS EXPORTAÇÃ TEM PARA AS REPÚBLICAS SUL-AMERICANAS.
IMaSCIME^IO & FILHOS LTDil. Dto. de V©ndas:
Pu-a Ouinrino Bucaiuva, 247 Fone 3 6008 PETTINATI
186
Escritório e Fábrica:
Rua Siqueira Bueno, 668 Fones: 9-1243 - 9-1245 • S Pa Io
O ESTEIO Produios de nossa fabricação
SALAME "' "* LINGÜIÇAS COPAS
PRESUNTOS
I
E
CARNE SALGADA
»iV13I A MATRIZ: CONCÓRDIA
RUA PAULA SOUZA, 287
Estado de Santa Catarina
Telefone: 6-2463 São Paulo
(via Marcelino Ramos)
DOS SEUS NEGÓCIOS
FILIAL:
Tenha seu escritório equipado com cofres, fichários, prensas,
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cados pelos pioneiros do ramo ha 50 anos desfrutam a confiança
e preferência do público.
Agentes com Depósito em: Campinas
río de Janeiro:
BERTONI Rua Dr. 5; Costa Aguiar, 455 Fone: 3252
LOPES RAMOS & 39 Cia. Lida. Rua Acre, Fone: 23-5135
'BANHA SADIA" A QUE MAIS EXPORTAÇÃ TEM PARA AS REPÚBLICAS SUL-AMERICANAS.
IMaSCIME^IO & FILHOS LTDil. Dto. de V©ndas:
Pu-a Ouinrino Bucaiuva, 247 Fone 3 6008 PETTINATI
186
Escritório e Fábrica:
Rua Siqueira Bueno, 668 Fones: 9-1243 - 9-1245 • S Pa Io
DlCm EMÓMICO düct, ScÁMJMnJLcu de
O yUHDO DOS NESOCIOS NUM PUNORAMS UENSll Publicado sob os auspícios da
por Dario de Almeida Magalhães
ASSOCIDQãO COMERCIALDE SAO PAULO
N°
FEDERACaO DO COMÉRCIO 00 ESTADO DE SÃO PAULO
Diretor:
no Uvro, — cuja leitura neste mundo desorientado e perplexo traz uma sensa ção raja e repousante. Êste livro tem
O Di^osto Econômico publicará no próximo número:
O Digeslo Econômico, órgão de In formações econômicas e financei-
P"^licado mensalmente pela
Editôra Comercial Ltda.
Louis Baudin.
GEOGRAFIA DAS COMUNICAÇÕES —
Nelson
Wemeck
pelos dados cujas fontes esteiam
O CAMINHO DA SERVIDÃO - Cân
devidamente citadas, nem pelS
nados.
dido Mota Filho.
HISTÓRIA ECONÔMICA DO IMPÉ RIO — Afonso Arinos de Melo Franco.
Na transcrição de artigos pede-se citar
o
nome
do
Econômico.
IRVINC FISHER: SEU PENSAMEN TO ECONÔMICO E SUA OBRA —
Digesto
Djacir Menezes.
^*Beãto
A Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es trangeiras.
GRANDE CRISE ECONÓMICOFINANCEIRA DO BRASIL EM FINS DO SÉCULO JfVII - Afonso d'E. Taunay.
ASSINATURAS; Digesto Econômico
(registrado) Número do mês: Atrasado:
crç 30,00
★
Crí 36,00 Cr$ 3.00
vidade de fixar jyreços máximos, para
concluir que o dirigismo empírico é uma mistificação política.
^ o seu autor se chama Henry Hazlitt, suntos econômicos, e, ao mesmo tempo,
seus segredos recônditos, e sem que se descubram os meios e os modos de de
crítico de arte de nota.
ter ou conduzir as forças tenebrosas que
^ estranha conjugação no mesmo es critor de conhecimentos sôbre matérias
os impulsionam implacàvelmente. O autor de "Economícs in one les
son" procura ver e analisar a economia e arte — provocou do desabusado H. L. que nos oprime e confunde com bom Mencken êste comentário: "é o único senso e integridade. O homem de sen petente economista, de capacidade prá
sibilidade e de consciência isenta revela o artista que acompanha discretamente o pesquisador quando êste se move em
tica © teórica, e um dos poucos econo mistas na história humana que se po
so, pôde ser louvado nestes termos pelo
dem realmente ler".
famoso F. A. Hayek, autor de "The
competente crítico de arte que eu já ouvi falar ser ao mesmo tempo um com
Essas qualidades complexas do autor explicam talvez o tom e a natureza da sua obra, destinada
Ano (simples)
do Hazlitt e mostra como é velha a no
tão diversas, senão chocantes — economia
Sodré.
conceitos emitidos em artigos^,
Dario de Almeida Magalhães resume,
com segurança e brilho, a notável obra
êste título: "Economics in one lesson",
.reputado jornalista, especialista em as
POUPANÇA E NACIONALIZAÇÃO PAULISTAS
responsabiliza
passado, publicou-se nos EstaUnidos um livro — um peque
Diretor Superintendente Auro Soares de Moura Andrade Anlonlo GonlIJo de Carvalho
Especial para o "Digesto Econômico'
principalmente
a
examinar e a interpretar, de maneira chã e modesta, alguns dos mais tormentosos problemas econômicos da nossa época terrivelmente complicada e incompreen sível, sobretudo no que diz respeito a
terreno tão árido e intrincado. Por is
road to serfdom": "diz precisamente as
coisas que mais precisam ser ditas e as diz com coragem e rara integridade ; e mereceu do grande romancista america no Louis Bromfield êste elogio: "Êste livro é o tônico de que o povo ameri
cano necessita para perder as ilusões de
que está sofrendo. Eu desejo que cada cidadão americano o leia. E' admirá
Cr? 5.00
tais problemas, que envolvem a vida co tidiana de todos, e aparecem aos olhos
Redação e Administração: Viaduto Boa Vista, 67 - 7.0 andar
do "homem comum", senão mesmo da
vel e simplesmente feito, e fundamental para qualquer concepção econômica se-
grande parte da elite social, como abso
gura".
Tal. 3-7499 — Caixa Postal, 240-B São Paulo
lutamente misteriosos,'como monstros in
decifráveis que a todos atormentam e devoram, sem que nada revelem dos h'. í 'tuiWv','
Henry Hazlitt, no prefácio do seu mo desto volume, diz precisamente que^ o seu trabalho é uma análise das ilusões
DlCm EMÓMICO düct, ScÁMJMnJLcu de
O yUHDO DOS NESOCIOS NUM PUNORAMS UENSll Publicado sob os auspícios da
por Dario de Almeida Magalhães
ASSOCIDQãO COMERCIALDE SAO PAULO
N°
FEDERACaO DO COMÉRCIO 00 ESTADO DE SÃO PAULO
Diretor:
no Uvro, — cuja leitura neste mundo desorientado e perplexo traz uma sensa ção raja e repousante. Êste livro tem
O Di^osto Econômico publicará no próximo número:
O Digeslo Econômico, órgão de In formações econômicas e financei-
P"^licado mensalmente pela
Editôra Comercial Ltda.
Louis Baudin.
GEOGRAFIA DAS COMUNICAÇÕES —
Nelson
Wemeck
pelos dados cujas fontes esteiam
O CAMINHO DA SERVIDÃO - Cân
devidamente citadas, nem pelS
nados.
dido Mota Filho.
HISTÓRIA ECONÔMICA DO IMPÉ RIO — Afonso Arinos de Melo Franco.
Na transcrição de artigos pede-se citar
o
nome
do
Econômico.
IRVINC FISHER: SEU PENSAMEN TO ECONÔMICO E SUA OBRA —
Digesto
Djacir Menezes.
^*Beãto
A Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es trangeiras.
GRANDE CRISE ECONÓMICOFINANCEIRA DO BRASIL EM FINS DO SÉCULO JfVII - Afonso d'E. Taunay.
ASSINATURAS; Digesto Econômico
(registrado) Número do mês: Atrasado:
crç 30,00
★
Crí 36,00 Cr$ 3.00
vidade de fixar jyreços máximos, para
concluir que o dirigismo empírico é uma mistificação política.
^ o seu autor se chama Henry Hazlitt, suntos econômicos, e, ao mesmo tempo,
seus segredos recônditos, e sem que se descubram os meios e os modos de de
crítico de arte de nota.
ter ou conduzir as forças tenebrosas que
^ estranha conjugação no mesmo es critor de conhecimentos sôbre matérias
os impulsionam implacàvelmente. O autor de "Economícs in one les
son" procura ver e analisar a economia e arte — provocou do desabusado H. L. que nos oprime e confunde com bom Mencken êste comentário: "é o único senso e integridade. O homem de sen petente economista, de capacidade prá
sibilidade e de consciência isenta revela o artista que acompanha discretamente o pesquisador quando êste se move em
tica © teórica, e um dos poucos econo mistas na história humana que se po
so, pôde ser louvado nestes termos pelo
dem realmente ler".
famoso F. A. Hayek, autor de "The
competente crítico de arte que eu já ouvi falar ser ao mesmo tempo um com
Essas qualidades complexas do autor explicam talvez o tom e a natureza da sua obra, destinada
Ano (simples)
do Hazlitt e mostra como é velha a no
tão diversas, senão chocantes — economia
Sodré.
conceitos emitidos em artigos^,
Dario de Almeida Magalhães resume,
com segurança e brilho, a notável obra
êste título: "Economics in one lesson",
.reputado jornalista, especialista em as
POUPANÇA E NACIONALIZAÇÃO PAULISTAS
responsabiliza
passado, publicou-se nos EstaUnidos um livro — um peque
Diretor Superintendente Auro Soares de Moura Andrade Anlonlo GonlIJo de Carvalho
Especial para o "Digesto Econômico'
principalmente
a
examinar e a interpretar, de maneira chã e modesta, alguns dos mais tormentosos problemas econômicos da nossa época terrivelmente complicada e incompreen sível, sobretudo no que diz respeito a
terreno tão árido e intrincado. Por is
road to serfdom": "diz precisamente as
coisas que mais precisam ser ditas e as diz com coragem e rara integridade ; e mereceu do grande romancista america no Louis Bromfield êste elogio: "Êste livro é o tônico de que o povo ameri
cano necessita para perder as ilusões de
que está sofrendo. Eu desejo que cada cidadão americano o leia. E' admirá
Cr? 5.00
tais problemas, que envolvem a vida co tidiana de todos, e aparecem aos olhos
Redação e Administração: Viaduto Boa Vista, 67 - 7.0 andar
do "homem comum", senão mesmo da
vel e simplesmente feito, e fundamental para qualquer concepção econômica se-
grande parte da elite social, como abso
gura".
Tal. 3-7499 — Caixa Postal, 240-B São Paulo
lutamente misteriosos,'como monstros in
decifráveis que a todos atormentam e devoram, sem que nada revelem dos h'. í 'tuiWv','
Henry Hazlitt, no prefácio do seu mo desto volume, diz precisamente que^ o seu trabalho é uma análise das ilusões
20
Digesto EcONÓ^aco
econômicas — das "economics fallacies" .caráter reacionário, e às vezes se.sur que últimamentfr se tomaram tão do preendem ao perceberem que estão re minantes a ponto de se transformarem petindo o mercantilismo do século XVII. quase numa nova ortodoxia, aceita e
aplicada hoje por quase todos os gover nos do mundo, nas smas políticas econô micas, todas marcadas pelos mesmos mé todos e objetivos essenciais. O autor não tem a veleidade de dizer coisas ori ginais, nem pretende que o seu livro íTurja ;çomp^,uíM-np\^ estreia no pensa
mento economico.
E como quer ser
entendido de tôda a gente, foge às "technícalities", destinadas a fechar o
assunto à curiosidade do grande público leigo.
Os seus guias, na sua exposição críti ca, são Frederic Bastiat, com o seu li-
Henry Hazlitt é imperturbável na sua
serena explanação, e só formula aque las conclusões que o simple.s senso co mum, um "unsophisticated common sen
so" ampara.
Nada de novidades sen-,
sacionais, ou de fantasias. O seu lema
c D de Adam Smith: "O que é prudên cia na conduta de cada família privada dificilmente poderá ser insensatez, na conduta de um grande reino".
Guiado por essa luz firme, o autor de
"Economics in one lesson" passa em re vista todas as grandes "místicas econô micas" dos nossos dias; entre outras es tas: a máquina como causa de desem
vro idoso de quase um século - "Ce quon voit et ce qu'on ne voit pas"- prego, os planos de obras públicas coi Philip Wickesteed, autor do "Common- mo meio de combate ao "chômage", o rense of Polítical Economy", também pleno emprôgo, as tarifas protetoras, a do outro século, e Ludwig von Mises paridade dos preços, a planificação da cujas obras principais "Socialism" "Om produção, a fixação dos preços pelo go.
nipotent Govemment" e "Bureaúcracy" deixaram influência visível no espírito e na orientação de Henry Hazlitt.
Com tais vinculações, o autor de "Eco nomics in one lesson" tem consciência de que os "novos economistas" - "the new
vêmo, o salário mínimo, a inflação. ■ £ a técnica singela de Henry Hazlitt des nuda cada um dêsse.s temas escabrosos disseca-os, impiedosamente, de forma a
neutralizar todo o efeito de sugestão que a propaganda arma, para forçar a distorsão na análise dêsses problemas
economists" — o fulminarão com a pe quando postos diante da opinião, ou, pecha de ser um "clássico"; um ortodoxo, los governos empenhados "à outrance"
uma múmia empalhada do "laissez-faire"'
um apologista servil do capitalismo; e' denuncia antecipadamente a crítica que
na defesa de uma política econômica,
ou pelos imensos interesses em conflito. tudo o que se diz no sóbrio lios arautos das idéias modernas lhe ati- , vroNem de que nos ocupamos estará certo,' raráo, para acentuar que os tais eco nem mesmo se impõe à convicção se nomistas que se presumem revolucioná quer de um leigo, com razoável espíri rios empregam métodos e chegam fre to crítico, ou de um amãdor na disci qüentemente a conclusões de profundo plina versada. Mas o resíduo de verda-
Digesto Econômico
de simples e .segura que fica do sua lei tura vale como repositório dc uma e.xperiência multisscciilar, honestamente re cordada, a zombar das e.vtruvaguncías e dos exotísmos das "experiências dirigi das" como remédios heróicos para as
mento do custo de mercadorias; merca
do negro.
A imposição oficial de preços só se
crises, que só encontram solução tran
pode verificar, obsen-a o autor, porque o poder de compra é maior do que o suprimento de mercadorias, isto é, a si tuação do mercado é anorrual. Nestas
sitória nas guerras, que, por sua vez, ge
condições, se se fixam preços menores
ram novas e cada vez mais portentosas crises. A análise de Henry Hazlitt re colhe, enfim, o "natural" que "reNoent
do que os que resultariam naturalmente da escassez, duas conseqüências advêm, forçosamente: a primeira, é o aumen
au galop" cada vez que se procura afas
to da procura, porque se a mercadoria
tá-lo do caminho.
SQ torna mais barata, mais gente é ca
Não haveria espaço aqui para uma
paz de comprá-la; a segunda, é a redu
súmula dos principais estudos que se
ção do suprimento, porque se as com
pras aumentam, reduzem-se
contêm em "Economics in one
lesson". Destes quero ape nas destacar um que versa
problema de intensa atualida de, e que é, de outro lado, bem expressivo, da natureza do livro de que damos notí
cia: é aquele que analisa u questão do "controle" dos preços das mercadorias e
serviços pelo govômo — a grande arma
na mesma proporção os esto-
'
ques dos fornecedores, e se a margem do lucro mingua, a
produção da mercadoria min gua igualmente, pelo desestímulü, e pela eliminação dos que produzem em condições menos fa voráveis — os "marginal producers". Dessa maneira, se nenhuma outra pro
com que se procura remediar a eco
vidência fòr tomada, a fixação dos pre
nomia de escassez e penúria dos nos
ços para determinadas mercadorias le
sos dias.
va ao agravamento da escassez dessas mesrhas mercadorias, ou seja, produz re
>
O escritor de "Economx-s in one les son" não discute a sabedoria da política
sultado oposto ao que a intervenção do
de fixação de preços em tempo de guer
governo buscou alcançar. E se o con
ra, porque reconhece que "tôda a eco nomia, na guerra total, é necessària-
trolo incide apenas sôbre algumas merca dorias básicas — as mais necessárias ao
mente dominada pelo Estado"; apenas mostra os resultados práticos desse con
trole, que é geralmente mantido por um
largo período, depois de terminada a lu ta armada. E estes resultados são for
çosamente os seguintes: domínio de tô da a economia; escassez cresceUte e au
consumo geral - o capital e a mão de obra, em suma, a atividade produtora se desloca para as outras mercadorias
que oferecem maior benefício, ou não estão sujeitas ao "controle", acentuando-se, dessa fonna, a queda progressiva da produção daquelas.
20
Digesto EcONÓ^aco
econômicas — das "economics fallacies" .caráter reacionário, e às vezes se.sur que últimamentfr se tomaram tão do preendem ao perceberem que estão re minantes a ponto de se transformarem petindo o mercantilismo do século XVII. quase numa nova ortodoxia, aceita e
aplicada hoje por quase todos os gover nos do mundo, nas smas políticas econô micas, todas marcadas pelos mesmos mé todos e objetivos essenciais. O autor não tem a veleidade de dizer coisas ori ginais, nem pretende que o seu livro íTurja ;çomp^,uíM-np\^ estreia no pensa
mento economico.
E como quer ser
entendido de tôda a gente, foge às "technícalities", destinadas a fechar o
assunto à curiosidade do grande público leigo.
Os seus guias, na sua exposição críti ca, são Frederic Bastiat, com o seu li-
Henry Hazlitt é imperturbável na sua
serena explanação, e só formula aque las conclusões que o simple.s senso co mum, um "unsophisticated common sen
so" ampara.
Nada de novidades sen-,
sacionais, ou de fantasias. O seu lema
c D de Adam Smith: "O que é prudên cia na conduta de cada família privada dificilmente poderá ser insensatez, na conduta de um grande reino".
Guiado por essa luz firme, o autor de
"Economics in one lesson" passa em re vista todas as grandes "místicas econô micas" dos nossos dias; entre outras es tas: a máquina como causa de desem
vro idoso de quase um século - "Ce quon voit et ce qu'on ne voit pas"- prego, os planos de obras públicas coi Philip Wickesteed, autor do "Common- mo meio de combate ao "chômage", o rense of Polítical Economy", também pleno emprôgo, as tarifas protetoras, a do outro século, e Ludwig von Mises paridade dos preços, a planificação da cujas obras principais "Socialism" "Om produção, a fixação dos preços pelo go.
nipotent Govemment" e "Bureaúcracy" deixaram influência visível no espírito e na orientação de Henry Hazlitt.
Com tais vinculações, o autor de "Eco nomics in one lesson" tem consciência de que os "novos economistas" - "the new
vêmo, o salário mínimo, a inflação. ■ £ a técnica singela de Henry Hazlitt des nuda cada um dêsse.s temas escabrosos disseca-os, impiedosamente, de forma a
neutralizar todo o efeito de sugestão que a propaganda arma, para forçar a distorsão na análise dêsses problemas
economists" — o fulminarão com a pe quando postos diante da opinião, ou, pecha de ser um "clássico"; um ortodoxo, los governos empenhados "à outrance"
uma múmia empalhada do "laissez-faire"'
um apologista servil do capitalismo; e' denuncia antecipadamente a crítica que
na defesa de uma política econômica,
ou pelos imensos interesses em conflito. tudo o que se diz no sóbrio lios arautos das idéias modernas lhe ati- , vroNem de que nos ocupamos estará certo,' raráo, para acentuar que os tais eco nem mesmo se impõe à convicção se nomistas que se presumem revolucioná quer de um leigo, com razoável espíri rios empregam métodos e chegam fre to crítico, ou de um amãdor na disci qüentemente a conclusões de profundo plina versada. Mas o resíduo de verda-
Digesto Econômico
de simples e .segura que fica do sua lei tura vale como repositório dc uma e.xperiência multisscciilar, honestamente re cordada, a zombar das e.vtruvaguncías e dos exotísmos das "experiências dirigi das" como remédios heróicos para as
mento do custo de mercadorias; merca
do negro.
A imposição oficial de preços só se
crises, que só encontram solução tran
pode verificar, obsen-a o autor, porque o poder de compra é maior do que o suprimento de mercadorias, isto é, a si tuação do mercado é anorrual. Nestas
sitória nas guerras, que, por sua vez, ge
condições, se se fixam preços menores
ram novas e cada vez mais portentosas crises. A análise de Henry Hazlitt re colhe, enfim, o "natural" que "reNoent
do que os que resultariam naturalmente da escassez, duas conseqüências advêm, forçosamente: a primeira, é o aumen
au galop" cada vez que se procura afas
to da procura, porque se a mercadoria
tá-lo do caminho.
SQ torna mais barata, mais gente é ca
Não haveria espaço aqui para uma
paz de comprá-la; a segunda, é a redu
súmula dos principais estudos que se
ção do suprimento, porque se as com
pras aumentam, reduzem-se
contêm em "Economics in one
lesson". Destes quero ape nas destacar um que versa
problema de intensa atualida de, e que é, de outro lado, bem expressivo, da natureza do livro de que damos notí
cia: é aquele que analisa u questão do "controle" dos preços das mercadorias e
serviços pelo govômo — a grande arma
na mesma proporção os esto-
'
ques dos fornecedores, e se a margem do lucro mingua, a
produção da mercadoria min gua igualmente, pelo desestímulü, e pela eliminação dos que produzem em condições menos fa voráveis — os "marginal producers". Dessa maneira, se nenhuma outra pro
com que se procura remediar a eco
vidência fòr tomada, a fixação dos pre
nomia de escassez e penúria dos nos
ços para determinadas mercadorias le
sos dias.
va ao agravamento da escassez dessas mesrhas mercadorias, ou seja, produz re
>
O escritor de "Economx-s in one les son" não discute a sabedoria da política
sultado oposto ao que a intervenção do
de fixação de preços em tempo de guer
governo buscou alcançar. E se o con
ra, porque reconhece que "tôda a eco nomia, na guerra total, é necessària-
trolo incide apenas sôbre algumas merca dorias básicas — as mais necessárias ao
mente dominada pelo Estado"; apenas mostra os resultados práticos desse con
trole, que é geralmente mantido por um
largo período, depois de terminada a lu ta armada. E estes resultados são for
çosamente os seguintes: domínio de tô da a economia; escassez cresceUte e au
consumo geral - o capital e a mão de obra, em suma, a atividade produtora se desloca para as outras mercadorias
que oferecem maior benefício, ou não estão sujeitas ao "controle", acentuando-se, dessa fonna, a queda progressiva da produção daquelas.
22
Para enfrentar a situação criada, o govêmo lança mão de medidas complementares: o racionamento, o controle de
custo da produção, o subsidio, a fixação universal de preços. O racionamento limita o consumo, mas não estimula a produção. O controle do custo de produção impõe o "controle" de todos os variados e múltiplos elementos que dela participam, o que aumenta a escassez de todos êsses elementos, e cria problemas ínsolúveis, pela variedade das
condições em que cada produtor traba lha, e, afinal, leva ao controle universal
dos preços. O subsídio à produção de algumas mercadorias básicas é outro re
curso de efeito ilusório: quem paga os subsídios é o consumidor, pelos tribu tos que o Estado coleta; e, a menos que a mercadoria subsidiada seja racionada, o consumidor que tiver maior poder eco nômico comprará maior quantidade, e
estará assim mais subsidiado que o mais pobre.
Se se racionam apenas algumas mer cadorias, o poder de compra dos consu midores os leva a adquirir em maior quantidade aquelas outras que existem
T
Digesto Econômico
— o mercado negro, que cresce às expensas do mercado legalmente procla mado como o mercado de preços fixos,
Outro apoio senão um sólido senso co
até que este se torne, efetivamente, "o
mum — sólido e natural — um "unsophis-
mercado", comenta Hazlitt.
E o mer
cado negro acarreta graves malefícios econômicos e morais, desestimulando as
verno.
De todos êsses arti/icialismos inope rantes só resulta xima realidade palpável
Sente-se bem que o autor
de "Economias in one lesson" não busca
e com èsse
do vendedor) enquanto què os outros
ricated common sense";
realmente produzidos.
Estimula-se e se
pera quem mais hábil e audaciosamen
te viola as leis, ou dispõe de mais fôrça para influir nas deliberações dos que di rigem a economia governamental.
E afinal, as dificuldades não mino
ram; ao contrário, agravam-se cada dia pois o aumento dos preços decorre da escassez de mercadorias e do excesso de dinheiro. A incompreensão e a revolta SC generarzam, no mal estar que se co
munica a todos, cada um julgando o "seu
caso", como produtor, um "caso espe cial", digno de tratamento também es pecial, e insubordinando-se ao suportar
como consumidor e como contribuinte' os ônus que o desequilíbrio universal
procuramos condensar nas suas linhas fundamentais), á respeito desse proble ma da fixação dos preços má.ximos pelo govêmo, é simples e aparentemente cor riqueiro; mas precisamente aí reside a sua força persuasiva, tanto mais pode rosa quanto se vê que as suas observa
ções são confirmadas pela
experiência
visita a Europa nestes tempos de contro
apoio desfaz o jôgo do ilusionismo e das mágicas econômicas que pretendem
by-night concerns".
recompensa a desonestidade, e mais pros
das crianças nas longas filas diante dos armazéns; um espetáculo familiar a quem
le de preços. Se o govêmo não de seja que só comprem os que chegam
tm economia de fartura,
ços "horizontalmente", explica Hazlitt; 6 a conseqüência natural é uma comple ilusório, — contraproducente. O raciocínio de Henry Hazlitt (que ta e ríg da regulamentação da economia, rian economy", na qual cada emprôsa e cada trabalhador estão à mercê do go
Universal.
grandes organizações produtoras, que vão cedendo lugar às pequenas empresas improvisadas e aventurosas, as — "fly-
à venda. A escassez assim se amplia e impõe, como frutos da crise e obriga a estender o "controle" de pre acarreia que se quis dar remédio, mais do
ou a formação de uma "petrificada eco nomia totalitária ~ "a petrified totalita-
23
Digesto Econômico
transformar uma economia de escassez
e
distribuir
iria s riqueziis, bens e salários do que os
O que está dito no estudo a que nos reportamos é o desenvolvimento dêstes claros comentários formulados por Ludwig von Mises no seu "Omnipotent Government": "Se o govêrno, sem um cor
respondente aumento da quantidade de mercadorias disponíveis, decreta que a
compra e a venda se devem fazer a um preço menor, e toma assim ilegal pedir ou pagar o preço do mercado potencial, o equilíbrio não subsistirá. Com o suprimeiro inalterado, haverá, então, mais
compradores potenciais, a saber, aquêles que não podem pagar o preço majorado, mas são capazes de comprar ao
preço oficialmente reduzido.
Haverá,
em conseqüência, compradores poten ciais que não podem comprar, mesmo que eles estejam prontos a pagar o pre ço fixado pelo govêmo, ou* mesmo um
preço mais alto. Porque o preço não será, daí por diante, o meio de separar aqueles compradores potenciais que po dem comprar, dos que não podem. Um principio diferente de separação entra a atuar. Os que "avançam" podem
comprar; os outros chegam atrasados. A visível expressão desse estado de coi sas é o espetáculo das donas de casa e
mais cedo (ou que são amigos pessoais
regressam à casa de mãos vazias, prec.sa regular a distribuição dos estoques disponíveis, ou seja, precisa introduzir alguma espécie de racionamento. Porém, os "preços-teto" jião só não aumentam o suprimento, mas o reduzem. Não ser\'eni assim aos fins a que as au toridades visam.
Ao contnuio, provo-
ciun um estado de coisas que c, do pon
to de vista do govêmo e da opinião pu blica, menos desejável do que o estado anterior que se quis corrigir. Se o go vêmo deseja tomar possível aos pobres diU" aos seus fillios mais leite, deve com
prar o leite pelo preço do mercado e vendê-lo aos pobres com perda, a um preço menor. A perda pode ser cober ta pelos impostos. Porém, se o gover no fixa simplesmente o preço do leite a
um preço menor do que o do mercado, o resultado será o contrário do que èle
pretendeu alcançar. Os produtores mar ginais, os que produzem a preços mais altos, para evitar prejuízos, se retiram do negócio de produzir e vender leite. Eles usarão suas. vacas e sua capacidade
em outras mais proveitosas atividades. Eles produzirão queijo, manteiga ou car ne. Haverá menos leite para os consu midores, e não mais. Então o gover
no terá que escolher entre duas alter nativas: ou desistir de fixar o preço do
leite, abrogando o seu decreto, ou adi-
22
Para enfrentar a situação criada, o govêmo lança mão de medidas complementares: o racionamento, o controle de
custo da produção, o subsidio, a fixação universal de preços. O racionamento limita o consumo, mas não estimula a produção. O controle do custo de produção impõe o "controle" de todos os variados e múltiplos elementos que dela participam, o que aumenta a escassez de todos êsses elementos, e cria problemas ínsolúveis, pela variedade das
condições em que cada produtor traba lha, e, afinal, leva ao controle universal
dos preços. O subsídio à produção de algumas mercadorias básicas é outro re
curso de efeito ilusório: quem paga os subsídios é o consumidor, pelos tribu tos que o Estado coleta; e, a menos que a mercadoria subsidiada seja racionada, o consumidor que tiver maior poder eco nômico comprará maior quantidade, e
estará assim mais subsidiado que o mais pobre.
Se se racionam apenas algumas mer cadorias, o poder de compra dos consu midores os leva a adquirir em maior quantidade aquelas outras que existem
T
Digesto Econômico
— o mercado negro, que cresce às expensas do mercado legalmente procla mado como o mercado de preços fixos,
Outro apoio senão um sólido senso co
até que este se torne, efetivamente, "o
mum — sólido e natural — um "unsophis-
mercado", comenta Hazlitt.
E o mer
cado negro acarreta graves malefícios econômicos e morais, desestimulando as
verno.
De todos êsses arti/icialismos inope rantes só resulta xima realidade palpável
Sente-se bem que o autor
de "Economias in one lesson" não busca
e com èsse
do vendedor) enquanto què os outros
ricated common sense";
realmente produzidos.
Estimula-se e se
pera quem mais hábil e audaciosamen
te viola as leis, ou dispõe de mais fôrça para influir nas deliberações dos que di rigem a economia governamental.
E afinal, as dificuldades não mino
ram; ao contrário, agravam-se cada dia pois o aumento dos preços decorre da escassez de mercadorias e do excesso de dinheiro. A incompreensão e a revolta SC generarzam, no mal estar que se co
munica a todos, cada um julgando o "seu
caso", como produtor, um "caso espe cial", digno de tratamento também es pecial, e insubordinando-se ao suportar
como consumidor e como contribuinte' os ônus que o desequilíbrio universal
procuramos condensar nas suas linhas fundamentais), á respeito desse proble ma da fixação dos preços má.ximos pelo govêmo, é simples e aparentemente cor riqueiro; mas precisamente aí reside a sua força persuasiva, tanto mais pode rosa quanto se vê que as suas observa
ções são confirmadas pela
experiência
visita a Europa nestes tempos de contro
apoio desfaz o jôgo do ilusionismo e das mágicas econômicas que pretendem
by-night concerns".
recompensa a desonestidade, e mais pros
das crianças nas longas filas diante dos armazéns; um espetáculo familiar a quem
le de preços. Se o govêmo não de seja que só comprem os que chegam
tm economia de fartura,
ços "horizontalmente", explica Hazlitt; 6 a conseqüência natural é uma comple ilusório, — contraproducente. O raciocínio de Henry Hazlitt (que ta e ríg da regulamentação da economia, rian economy", na qual cada emprôsa e cada trabalhador estão à mercê do go
Universal.
grandes organizações produtoras, que vão cedendo lugar às pequenas empresas improvisadas e aventurosas, as — "fly-
à venda. A escassez assim se amplia e impõe, como frutos da crise e obriga a estender o "controle" de pre acarreia que se quis dar remédio, mais do
ou a formação de uma "petrificada eco nomia totalitária ~ "a petrified totalita-
23
Digesto Econômico
transformar uma economia de escassez
e
distribuir
iria s riqueziis, bens e salários do que os
O que está dito no estudo a que nos reportamos é o desenvolvimento dêstes claros comentários formulados por Ludwig von Mises no seu "Omnipotent Government": "Se o govêrno, sem um cor
respondente aumento da quantidade de mercadorias disponíveis, decreta que a
compra e a venda se devem fazer a um preço menor, e toma assim ilegal pedir ou pagar o preço do mercado potencial, o equilíbrio não subsistirá. Com o suprimeiro inalterado, haverá, então, mais
compradores potenciais, a saber, aquêles que não podem pagar o preço majorado, mas são capazes de comprar ao
preço oficialmente reduzido.
Haverá,
em conseqüência, compradores poten ciais que não podem comprar, mesmo que eles estejam prontos a pagar o pre ço fixado pelo govêmo, ou* mesmo um
preço mais alto. Porque o preço não será, daí por diante, o meio de separar aqueles compradores potenciais que po dem comprar, dos que não podem. Um principio diferente de separação entra a atuar. Os que "avançam" podem
comprar; os outros chegam atrasados. A visível expressão desse estado de coi sas é o espetáculo das donas de casa e
mais cedo (ou que são amigos pessoais
regressam à casa de mãos vazias, prec.sa regular a distribuição dos estoques disponíveis, ou seja, precisa introduzir alguma espécie de racionamento. Porém, os "preços-teto" jião só não aumentam o suprimento, mas o reduzem. Não ser\'eni assim aos fins a que as au toridades visam.
Ao contnuio, provo-
ciun um estado de coisas que c, do pon
to de vista do govêmo e da opinião pu blica, menos desejável do que o estado anterior que se quis corrigir. Se o go vêmo deseja tomar possível aos pobres diU" aos seus fillios mais leite, deve com
prar o leite pelo preço do mercado e vendê-lo aos pobres com perda, a um preço menor. A perda pode ser cober ta pelos impostos. Porém, se o gover no fixa simplesmente o preço do leite a
um preço menor do que o do mercado, o resultado será o contrário do que èle
pretendeu alcançar. Os produtores mar ginais, os que produzem a preços mais altos, para evitar prejuízos, se retiram do negócio de produzir e vender leite. Eles usarão suas. vacas e sua capacidade
em outras mais proveitosas atividades. Eles produzirão queijo, manteiga ou car ne. Haverá menos leite para os consu midores, e não mais. Então o gover
no terá que escolher entre duas alter nativas: ou desistir de fixar o preço do
leite, abrogando o seu decreto, ou adi-
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Digesto Econômico
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Dicesto Econômico
va pela intervenção governamental. O imperador hesitou, pouco confiante no
tar a primeira uma segunda medida. Nes
munho convincente
te ultimo caso, o govèmo precisa fi\ar os preços dos fatores de produção ne
"economia dc fôrça", quv pode ser efi
se notabilizaram as tentativas desse gê
caz transitoriamente,
cessários à produção do leite em base
guerras (quando os poderes do govêmo
nero, se ó que as liouve. Afonso X, de resultado da interferência do Estado, se Espanha, tendo desvalorizado a moeda, gundo comenta o professor Leon Homo,
são praticamente absolutos, e os senti
decretou cm 1256 o preç-o máximo do
no lÍ\T0 em que esta história é contada
estipularam-se também por curto tem
dis et d'à present". Por fim, cedeu, pa
po preços máximos para prevenir a fo
ra estabelecer um preço máximo para tôdas as mercadorias, não sem admitir uma certa flexibilidade, a fim de aten der às condições diferentes das regiões
tal que evite a perda dos produtores marginais. Porem, o mesmo problema se repete em planos Ilimitados.
O su
primento dos fatores de produção neces sários à produção do leite cai, e de no vo o govêmo volta ao ponto de parti da, percebendo o insucesso de sua in terferência. Se ele teima em levar avan te o piano, deve ir sempre além. De
ve fixar os preços dos fatores de produ ção necessários à produção do leite. As sim, o govêmo é forçado a caminhar
da
inanidade da
por ocasião
das
mentos exaltados de patriotismo e de risco coletivo do povo permitem as meididas de restrição c de sacrifício) mas, em tempos de paz, não pode constituir
neralizou-se em todos os países atingi
dos pela conflagração a regulamenta ção, que permaneceu por al^um tempo,
"Os vários sistemas de controle (acor
do voluntário entre compradores e pro dutores, compras pelo govêmo, margem de lucro fi.xa, mínimo de preço para as
ces" — enquanto as necessidades físicas não exerçam pressão muito forte e
a moral é boa. Onde compradores afli,
fixaçao circular de preços e salários e nessa ordem geral de produzir aqueIas quantidades que o govêmo necLi-
nam violar a lei, o sistema fracassa e .se desenvolve a procura dos suprimen tos extra acima do preço máximo", jr acrescenta: "nenimm sistema de distri buição de abastecimento insuficiente mente apoiado por meios restritos
ga do capital e do trabalho para êles
e a correspondente queda do suprimen to das mercadorias que o govêmo con sidera especialmente importantes à satisfação das necessidades das mas sas
Êste quadro vivo, que todos percebe mos e sofremos, embora,, algumas vê-
me. Na primeira guerra mundial, ge
das ditaduras.
ços e salários estipulados. Nenhum ra mo de indústria pode ser omitido nesta
ta ter produzidas. Se alguns ramos são deixados livres, o resultado será a fu
pão. Durante o "Terror" (1793-1794), por miúdo — "Problemes sociaux de ja-
senão um recurso ruinoso e opressi\T5
cada vez mais, fixando preços de tôdas segurar !i produção e garantir o abãsteas mercadorias de consumo e de todos c'mcnto) tem ê.xito — diz Moritz Julius os fatôres de produção - humanos e Bonn, na "Encyclopedia of Social Scien-
""ÜTlu 7 ^a trabalhar cada produtor e trabalhador sob êsses pre
econômico da sociedade medie\'al não
tos ou famintos e especuladores combi
produção jamais terá sucesso".
A grande novidade de fi.xar preços máximos é velha, velhíssima. Bonn, no mesmo estudo da Encyclopedia citada lembra que as antigas leis célticas apre sentavam uma tábua de preços fixos, e que o episódio bíblico de José recorda
uma regulamentação indiret/ de preços. zes, sem atinar com as suas causas, tão O famoso édito do Imperador Dioelelúcídamente explicadas por von Mises, ciano (301 D.C.) representa uma das bem se poderia chamar de tragédia do mais antigas experiências de justo "con "controle" dos preços. E' um teste trole" geral de preços. No equilíbrio
produtoras e dos diversos mercados. As
em vários dêles, cessado o conflito; e
mercadorias tabeladas se agrupavam as
se tomaria permanente nas ditaduras, al
sim: produtos alimentares; matérias pri
mas; objetos fabricados; salários das profissões liberais e dos operários. Co- . política da valorização das mercadorias . mo se vê, quase uma planificação geral. em depressão. O imperador romano sabia, entretanto, ternando nos países democráticos com a
Se, entretanto, a lição da história va que ^laborar uma tarifa era fácil; a difi lesse à inquieta humanidade, sempre eni, culdade esta\'a em executá-la. Apelou
busca de panacéias para os seus males, para .a "boa vontade geral"; mas, "ad a experiência do Imperador Dioclecia- 'cautelam", estabeleceu para os violado no, realizada no terceiro século da era res áo édito a pena de morte. O re cristã, arrefeceria muito o entusiasmo
dos que acreditam nos efeitos milagro sos da regulamentação dos preços.
sultado real foi o encarecimento de tu-
d,d, a diminuição da produção e do comércio. Um historiador da época resu
Querendo pôr cobro à especulação, me,"hssim a melancólica história do Édi que se seguiu à grande agitação política to de Diocleciano: "Depois de muitas e social, lançou Diocleciano o seu "Édi to do Máximo", para conter a alta ver-
ruínas, a lei foi abandonada por força mesma das coisas".
táginosa do custo de vida. A sua objurAs ditaduras é que não dispensam o gatória contra os exploradores que esti "controle" preços, que é apenas um pulavam preços "quatro ou cinco vêzes aspecto do dos domínio da economia de for maiores do que o valor da mercadoria", c terrível. O Imperador e.xclama mes mo que "não há língua humana que se
ça. Como se governa o pensamento, se
governam, nos regifnens despóticos, o
ja capaz de exprimir todo o odioso dos estômago e o traballio; mesmo porque malefícios" causados por aquêles desal- um sistema político, qualquer que êle mados negociantes. A agiotagem com seja, precisa ser coerente e ordenado, e pletava a pilhagem da economia dos des a liberdade espiritual se choca com a favorecidos. A opinião pública ínsta- opressiva regulamentação econômica.
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*1
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va pela intervenção governamental. O imperador hesitou, pouco confiante no
tar a primeira uma segunda medida. Nes
munho convincente
te ultimo caso, o govèmo precisa fi\ar os preços dos fatores de produção ne
"economia dc fôrça", quv pode ser efi
se notabilizaram as tentativas desse gê
caz transitoriamente,
cessários à produção do leite em base
guerras (quando os poderes do govêmo
nero, se ó que as liouve. Afonso X, de resultado da interferência do Estado, se Espanha, tendo desvalorizado a moeda, gundo comenta o professor Leon Homo,
são praticamente absolutos, e os senti
decretou cm 1256 o preç-o máximo do
no lÍ\T0 em que esta história é contada
estipularam-se também por curto tem
dis et d'à present". Por fim, cedeu, pa
po preços máximos para prevenir a fo
ra estabelecer um preço máximo para tôdas as mercadorias, não sem admitir uma certa flexibilidade, a fim de aten der às condições diferentes das regiões
tal que evite a perda dos produtores marginais. Porem, o mesmo problema se repete em planos Ilimitados.
O su
primento dos fatores de produção neces sários à produção do leite cai, e de no vo o govêmo volta ao ponto de parti da, percebendo o insucesso de sua in terferência. Se ele teima em levar avan te o piano, deve ir sempre além. De
ve fixar os preços dos fatores de produ ção necessários à produção do leite. As sim, o govêmo é forçado a caminhar
da
inanidade da
por ocasião
das
mentos exaltados de patriotismo e de risco coletivo do povo permitem as meididas de restrição c de sacrifício) mas, em tempos de paz, não pode constituir
neralizou-se em todos os países atingi
dos pela conflagração a regulamenta ção, que permaneceu por al^um tempo,
"Os vários sistemas de controle (acor
do voluntário entre compradores e pro dutores, compras pelo govêmo, margem de lucro fi.xa, mínimo de preço para as
ces" — enquanto as necessidades físicas não exerçam pressão muito forte e
a moral é boa. Onde compradores afli,
fixaçao circular de preços e salários e nessa ordem geral de produzir aqueIas quantidades que o govêmo necLi-
nam violar a lei, o sistema fracassa e .se desenvolve a procura dos suprimen tos extra acima do preço máximo", jr acrescenta: "nenimm sistema de distri buição de abastecimento insuficiente mente apoiado por meios restritos
ga do capital e do trabalho para êles
e a correspondente queda do suprimen to das mercadorias que o govêmo con sidera especialmente importantes à satisfação das necessidades das mas sas
Êste quadro vivo, que todos percebe mos e sofremos, embora,, algumas vê-
me. Na primeira guerra mundial, ge
das ditaduras.
ços e salários estipulados. Nenhum ra mo de indústria pode ser omitido nesta
ta ter produzidas. Se alguns ramos são deixados livres, o resultado será a fu
pão. Durante o "Terror" (1793-1794), por miúdo — "Problemes sociaux de ja-
senão um recurso ruinoso e opressi\T5
cada vez mais, fixando preços de tôdas segurar !i produção e garantir o abãsteas mercadorias de consumo e de todos c'mcnto) tem ê.xito — diz Moritz Julius os fatôres de produção - humanos e Bonn, na "Encyclopedia of Social Scien-
""ÜTlu 7 ^a trabalhar cada produtor e trabalhador sob êsses pre
econômico da sociedade medie\'al não
tos ou famintos e especuladores combi
produção jamais terá sucesso".
A grande novidade de fi.xar preços máximos é velha, velhíssima. Bonn, no mesmo estudo da Encyclopedia citada lembra que as antigas leis célticas apre sentavam uma tábua de preços fixos, e que o episódio bíblico de José recorda
uma regulamentação indiret/ de preços. zes, sem atinar com as suas causas, tão O famoso édito do Imperador Dioelelúcídamente explicadas por von Mises, ciano (301 D.C.) representa uma das bem se poderia chamar de tragédia do mais antigas experiências de justo "con "controle" dos preços. E' um teste trole" geral de preços. No equilíbrio
produtoras e dos diversos mercados. As
em vários dêles, cessado o conflito; e
mercadorias tabeladas se agrupavam as
se tomaria permanente nas ditaduras, al
sim: produtos alimentares; matérias pri
mas; objetos fabricados; salários das profissões liberais e dos operários. Co- . política da valorização das mercadorias . mo se vê, quase uma planificação geral. em depressão. O imperador romano sabia, entretanto, ternando nos países democráticos com a
Se, entretanto, a lição da história va que ^laborar uma tarifa era fácil; a difi lesse à inquieta humanidade, sempre eni, culdade esta\'a em executá-la. Apelou
busca de panacéias para os seus males, para .a "boa vontade geral"; mas, "ad a experiência do Imperador Dioclecia- 'cautelam", estabeleceu para os violado no, realizada no terceiro século da era res áo édito a pena de morte. O re cristã, arrefeceria muito o entusiasmo
dos que acreditam nos efeitos milagro sos da regulamentação dos preços.
sultado real foi o encarecimento de tu-
d,d, a diminuição da produção e do comércio. Um historiador da época resu
Querendo pôr cobro à especulação, me,"hssim a melancólica história do Édi que se seguiu à grande agitação política to de Diocleciano: "Depois de muitas e social, lançou Diocleciano o seu "Édi to do Máximo", para conter a alta ver-
ruínas, a lei foi abandonada por força mesma das coisas".
táginosa do custo de vida. A sua objurAs ditaduras é que não dispensam o gatória contra os exploradores que esti "controle" preços, que é apenas um pulavam preços "quatro ou cinco vêzes aspecto do dos domínio da economia de for maiores do que o valor da mercadoria", c terrível. O Imperador e.xclama mes mo que "não há língua humana que se
ça. Como se governa o pensamento, se
governam, nos regifnens despóticos, o
ja capaz de exprimir todo o odioso dos estômago e o traballio; mesmo porque malefícios" causados por aquêles desal- um sistema político, qualquer que êle mados negociantes. A agiotagem com seja, precisa ser coerente e ordenado, e pletava a pilhagem da economia dos des a liberdade espiritual se choca com a favorecidos. A opinião pública ínsta- opressiva regulamentação econômica.
1 ^
*1
20
Digesto EcoNóxnco
seja est-i feita pelo povêmo, ou pelas
temos se tomou então necessária, e se
tros, e para fixar a justa margem de
entidades privadas poderosas.
verificou com cxito, sob a vigorosa pres
lucros.
O professor Blodgett. da Universida
de de IDínois, no seu livro "Compararive Economie Systems", editado em 1944, estuda o policiamento de preços,
do outro lado, acudiram às empresas
to das utilidades voltou a subir e o go
que operavam em condições desfavo ráveis. A interferência governamental se ampliou ao ponto de impor sistema
tal como o executam ou executaram as
tos. Apesar, porém, de todos os esfor
mais típicas ditaduras contemporâneas:
ços oficiais, os preços se elevaram, irremedíàvelmente, até que a guerra trou
a russa, a fascista e a nazista.
Na U.R.S.S., onde em 1939 o govêmo detinha 64^ do comércio de va rejo e as cooperativas 24^, segundo da dos oficiais, o problema tem um trata
mento sumário. "O controle" de pre ços é parte componente da
planificação econômica geral — . alguma coisa imposta
a
uma economia que normal mente se devesse desenvolver
de outra maneira" — assinala
o professor Blodgett. O fato de estar o preço acima ou abaixo do custo da produção não estimula nem prejudica a produção. Esta é determina
da coercitivamente pelos planificadores oficiais. O racio
namento do consumo é per manente, o que não evita que haja di ferenças sensíveis de preços entre os armazéns públicos e as lojas comerciais, e o aumento acentuado do custo da mer
cadoria se tenha assinalado de ano para ano, sob a pressão da grande inflação determinada pelas imensas despesas im
postas pela execução dos planos qüin qüenais.
Na Itália fascista, o controle de pre ços começou em 1927 com a estabiliza
ção da lira. A deflação'dos preços in-
Os subsídios governamentais,
são do poder ab.soluto. Em 1934, o cus verno fixou os preços de 21 mercado rias básicas, principalmente de alimen
xe o desequilíbrio profundo que flage la a Itália de boje, onde o grande, o verdadeiro mercado é o mercado negro. O regime nazista fez do "controle"
do preços uma política permanente, co menta Blodgett. E impondo à população alemã uma vida de extremo sacrifício, o Na cional Socialismo procurou dar ao problema alcance e senti do mais social do que econô mico. A regulamentação co..
37
DicESTO Econômico
de contabilidade uniforme nas indús trias, classificar as fábricas em essen ciais e não essenciais, e distribuir en
tre elas matérias primas e mão de obra,
como lhe parecesse melhor, operando fusões de empresas, ou fechando as que julgava dispensáveis.
Apesar de todo rigor e dessa tremen da disciplina, o controle de preços na Alemanha nazista — diz ainda Blodgett — não teve nenhum êxito apreciável; os preços subiram sempre; os comerciantes se viam, muitas vêzes, forçados a violar
aparecerão semelhantemente qualquer que seja o aparelhamento governamen tal de "controle" de preços impôsto a um sistema econômico no qual a rique
za produtiva é dè propriedade privada, e o manejo das indústrias e dos negócios está nas mãos de particulares à caça de proveitos". Nos Estados Unidos, na emergência
de guerra, desde janeiro de 1942 se es tabeleceu a polícia de preços, e o ra cionamento de certas mercadorias es
senciais, através do "Offíce of Price Administration" e "Ovilian Supply", as
duas agências que reuniam mais de tre zentos mil funcionários, parte voluntá
rios, parte estipendiados, e cuja interfe rência se ampliou gradativamente du rante :a luta armada, para conter o cus
a lei para viver, apesar da terrível poli
to dá Vida, abastecer a população civil
da secreta e das penalidades que iam até à morte, contribuindo essa severida-
e os ^)sércitos em luta. A taxação seve
dade paradoxalmente para aumentar os preços no mercado negro, pelo risco que
ra da'renda, os empréstimos públicos, a compreensão cívica do po^'0 e o esfôrço anti-inflacionista lograram reduzir ao
apresentava a sua prática; cs produto res procuravam produzir produtos no
países, a elevação do custo da vida. O
vos (que não estavam ainda incluídos entre aqueles cujos preços haviam sido
"mercado negro", entretanto, surgiu e cresceu gradativamente. Finda a con
flagração, a hostilidade ao "controle" de
ponto de se abolir, em julho de I935 a comissão fiscalizadora. Em 1936, to davia, a tendência à alta se manifes
fixados em 1936), porque para êssas produtos era possível obter preços mais vantajosos; a qualidade das mercadorias peorou, como meio de lhe reduzir o cus to e obter maior proveito na venda à
tou novamente determinando o resta
tarifa fixa.
cial, estão os aluguéis de casa, mais fá
, meçou em 1933, moderada mente; porém, em 1934
tôdas as mercadorias e servi ços comerciais estavam sujei tos à disciplina do govêmo
Apesar da mão férrea do po. der, os preços lentamente su
biam. Providências mais radicais fo ram tomadas com êxito transitório, ^
belecimento do órgão de "controle" com poderes amplíssimos. Várias me
didas foram postas em prática para atender à variedade de condições dos
produtores e á absorção das vantagens excessivas de uns em relação aos ou
Resumindo o resultado do imenso es-
fôrço governamental (através de decre tos, portarias, comissões, legiões de fun cionários), o prof. Blodgett copclxii: "Algumas, se não tôdas, das dificulda des da regulamentação que discutimos,
mínimo, em comparação com os outros
preços se manifestou vigorosa, e foram sendo excluídos de seu alcance quase
tôdas as mercadorias e serviços. Entre
as poucas vítimas do congelamento ofi cil' de se alcançarem na regulamenta
ção, porque casas não podem ser escon didas ou retiradas do mercado; apesar, disto, os abusos se registam, enquanto o
govêmo favorece um gigantesco plano de construções de moradias econômicas,
20
Digesto EcoNóxnco
seja est-i feita pelo povêmo, ou pelas
temos se tomou então necessária, e se
tros, e para fixar a justa margem de
entidades privadas poderosas.
verificou com cxito, sob a vigorosa pres
lucros.
O professor Blodgett. da Universida
de de IDínois, no seu livro "Compararive Economie Systems", editado em 1944, estuda o policiamento de preços,
do outro lado, acudiram às empresas
to das utilidades voltou a subir e o go
que operavam em condições desfavo ráveis. A interferência governamental se ampliou ao ponto de impor sistema
tal como o executam ou executaram as
tos. Apesar, porém, de todos os esfor
mais típicas ditaduras contemporâneas:
ços oficiais, os preços se elevaram, irremedíàvelmente, até que a guerra trou
a russa, a fascista e a nazista.
Na U.R.S.S., onde em 1939 o govêmo detinha 64^ do comércio de va rejo e as cooperativas 24^, segundo da dos oficiais, o problema tem um trata
mento sumário. "O controle" de pre ços é parte componente da
planificação econômica geral — . alguma coisa imposta
a
uma economia que normal mente se devesse desenvolver
de outra maneira" — assinala
o professor Blodgett. O fato de estar o preço acima ou abaixo do custo da produção não estimula nem prejudica a produção. Esta é determina
da coercitivamente pelos planificadores oficiais. O racio
namento do consumo é per manente, o que não evita que haja di ferenças sensíveis de preços entre os armazéns públicos e as lojas comerciais, e o aumento acentuado do custo da mer
cadoria se tenha assinalado de ano para ano, sob a pressão da grande inflação determinada pelas imensas despesas im
postas pela execução dos planos qüin qüenais.
Na Itália fascista, o controle de pre ços começou em 1927 com a estabiliza
ção da lira. A deflação'dos preços in-
Os subsídios governamentais,
são do poder ab.soluto. Em 1934, o cus verno fixou os preços de 21 mercado rias básicas, principalmente de alimen
xe o desequilíbrio profundo que flage la a Itália de boje, onde o grande, o verdadeiro mercado é o mercado negro. O regime nazista fez do "controle"
do preços uma política permanente, co menta Blodgett. E impondo à população alemã uma vida de extremo sacrifício, o Na cional Socialismo procurou dar ao problema alcance e senti do mais social do que econô mico. A regulamentação co..
37
DicESTO Econômico
de contabilidade uniforme nas indús trias, classificar as fábricas em essen ciais e não essenciais, e distribuir en
tre elas matérias primas e mão de obra,
como lhe parecesse melhor, operando fusões de empresas, ou fechando as que julgava dispensáveis.
Apesar de todo rigor e dessa tremen da disciplina, o controle de preços na Alemanha nazista — diz ainda Blodgett — não teve nenhum êxito apreciável; os preços subiram sempre; os comerciantes se viam, muitas vêzes, forçados a violar
aparecerão semelhantemente qualquer que seja o aparelhamento governamen tal de "controle" de preços impôsto a um sistema econômico no qual a rique
za produtiva é dè propriedade privada, e o manejo das indústrias e dos negócios está nas mãos de particulares à caça de proveitos". Nos Estados Unidos, na emergência
de guerra, desde janeiro de 1942 se es tabeleceu a polícia de preços, e o ra cionamento de certas mercadorias es
senciais, através do "Offíce of Price Administration" e "Ovilian Supply", as
duas agências que reuniam mais de tre zentos mil funcionários, parte voluntá
rios, parte estipendiados, e cuja interfe rência se ampliou gradativamente du rante :a luta armada, para conter o cus
a lei para viver, apesar da terrível poli
to dá Vida, abastecer a população civil
da secreta e das penalidades que iam até à morte, contribuindo essa severida-
e os ^)sércitos em luta. A taxação seve
dade paradoxalmente para aumentar os preços no mercado negro, pelo risco que
ra da'renda, os empréstimos públicos, a compreensão cívica do po^'0 e o esfôrço anti-inflacionista lograram reduzir ao
apresentava a sua prática; cs produto res procuravam produzir produtos no
países, a elevação do custo da vida. O
vos (que não estavam ainda incluídos entre aqueles cujos preços haviam sido
"mercado negro", entretanto, surgiu e cresceu gradativamente. Finda a con
flagração, a hostilidade ao "controle" de
ponto de se abolir, em julho de I935 a comissão fiscalizadora. Em 1936, to davia, a tendência à alta se manifes
fixados em 1936), porque para êssas produtos era possível obter preços mais vantajosos; a qualidade das mercadorias peorou, como meio de lhe reduzir o cus to e obter maior proveito na venda à
tou novamente determinando o resta
tarifa fixa.
cial, estão os aluguéis de casa, mais fá
, meçou em 1933, moderada mente; porém, em 1934
tôdas as mercadorias e servi ços comerciais estavam sujei tos à disciplina do govêmo
Apesar da mão férrea do po. der, os preços lentamente su
biam. Providências mais radicais fo ram tomadas com êxito transitório, ^
belecimento do órgão de "controle" com poderes amplíssimos. Várias me
didas foram postas em prática para atender à variedade de condições dos
produtores e á absorção das vantagens excessivas de uns em relação aos ou
Resumindo o resultado do imenso es-
fôrço governamental (através de decre tos, portarias, comissões, legiões de fun cionários), o prof. Blodgett copclxii: "Algumas, se não tôdas, das dificulda des da regulamentação que discutimos,
mínimo, em comparação com os outros
preços se manifestou vigorosa, e foram sendo excluídos de seu alcance quase
tôdas as mercadorias e serviços. Entre
as poucas vítimas do congelamento ofi cil' de se alcançarem na regulamenta
ção, porque casas não podem ser escon didas ou retiradas do mercado; apesar, disto, os abusos se registam, enquanto o
govêmo favorece um gigantesco plano de construções de moradias econômicas,
28
e já permitiu o aumento de 15% nos con
Dicesto Econômico
tratos de locação que se prorrogarem além de princípios de 1948.
que algumas pessoas chamam inconse qüentemente dc rotina e burocracia. Mas isto nos ajudou a resolver problemas de
Na Inglaterra, o seu heróico e emo
preços e salários de maneira a causar
cionante sacrifício coletivo em favor da
inveja a alguns outros países. Isto nos
liberdade humana — suportado estòicamente durante a guerra, com todas as privações sofridas pacientemente pela disciplina do seu povo incomparável — se prolongou, com a mesma severidade, após o restabelec mento da paz precária,
ajudará a resolver muitos problemas si milares que defrontaremos depois da
que o mundo atravessa, entre sobressal
tos permanentes. A ascensão ao poder do Partido Trabalhista, para e.recutar
uma reforma socialista, impôs aos ingle ses uma vida de sobriedade, de parci mônia e de austeridade monacal, em
que o "controle" dos preços é apenas um dos instrumentos oficiais de trans
formação social. E o povo, que quis esse sistema, escolhendo-o livremente nas
umas, ajuda com tal correção e compos tura a obra do governo que a Inglater ra é um dos poucos países do mundo em
que o "mercado negro" é ainda pelo menos extremamente discreto, recatado e reduzido.
Anunciando o rigoroso programa a ser desenvolvido no período de recons
trução do após-guerra, em discurso pro ferido em maio de 1943, em West
guerra. A escolha será entre o controle
e o caos. Não há meio de fugir a este dilema".
Sob regime socialista, como o que atualmente se ensaia na Inglaterra, com o p'eno domínio estatal da economia, a
regulamentação de preços é uma provi dência lógica e essencial. Se funciona bem com as liberdades políticas e se serve à produção e à riqueza coletiva c o que a experiência inglesa irá de monstrar.
29
DiGESTO Econômico
frutos desses entorpecentes deniagógicos e dêsses falsos "trucs" de prcstidigitação
respeitadas por uma fàtaUdade imposta pela força incontrastável dos fatos coti, dianos. •
econômica.
O dirigismo manco e empírico é uma mistificação política, onerosa e anárqui ca. Agrava a crise que aparentemen te busca remediar, e dá apenas ilusões transitórias ao povo, deformado moral-, mente pela propaganda, cníiuanto a du ra è cruel realidade não o esmaga nas
suas tenazes inexoráveis. A regulamen
tação quando é seriamente conduzida pode servir para reforçar o sentimento
"
•
Os abusos do poder econômico devem ser combatidos e reprimidos; mas se os me os de combate adotados são ineptos,
c deixam impunes os seus autores, ao
invés de repressão, há estimulo à prá tica dos atos que sacrificam e oneram a coletividade, aiimentando-lhe as agruras
e as dificuldades, tanto mais penosas de
se suportarem quanto mais prolongadas, e maior o desencanto que traz a veri
de responsabilidade no seio da comu nhão; quando é somente desconjuntada e perturbadora, ao contrário, aumenta
ficação" dé que não se lhe açodem com
das autoridades, destinadas a serem des
as horaSí
outros remédios, senão aquêles mesmos
já experimentados, capazes apenas de o relaxamento e a improbidade, fomen sugerir ilusão fugaz, logp apagada e tando o desapreço às leis e às ordens vencida pela sombria realidade de tôdas
Enquanto o processo de reforma se
de.senvolve em ritmo lento, o inglês em prega as suas últimas reservas de
ciência e obstinação em suportar a aus teridade que os fados lhe impuseram
O lúcido depoimento que oferece John Chamberiain no seu estudo "Britain under planning", publicado na "Yale
^6^ 5-
view", revela que a fadiga já vai que brando a resistência prolongada do po_ vo das Ilhas Britânicas — que tudo deu em holocausto à própria dignidade.
Bromwich, e publicado no volume "Pros-
Que dizer do controle de preços em pects and. Policies", Herbert Morrison, países sem estrutura econômica estável depois de descrever a dura disciplina em regime permanente de "deficits" or econômica que as realidades impunham, çamentários crescentes, de reajustamenproclamou em termos francos: "Haverá tos de salários, de burocracia parasitária ."controle" de preços e de suprimentos e custosa, inflacionados por jactos con como durante a guerra. Isto significa tínuos de papel moeda, com uma grande dose de regulamentação go- de técnica e de mão de obra?deficiência A expe vemamental, uma grande dose daquilo riência revelou a cada um de nós os
O serviço de Estatística Econômica e Fínonccíra acobe de pubítcar o
do movii^nto hancârio do Brasil, de 31 de dezembro de 1945 a xgucl data de
FotZseguinte o movimento do mês de dezembro do ano fmdo em cruzeiros, refe rente a empréstimos, caixa e deoósito-.
E,n letras
on án9 fíKá OOO 00; OOoÕo; Sa elrr« leda coneme - Cri
a'Ja - Cr$ 33/85,739.000,00;
- Cr$ 15.282.192.000,00. As percentagens da caixa sao os seguinte .
a
Em relação aos depósitos à vista 11 0; em relação aos totais dos depósitos 8,5
e empréstimos em relação ao total dos depósitos 92,8.
28
e já permitiu o aumento de 15% nos con
Dicesto Econômico
tratos de locação que se prorrogarem além de princípios de 1948.
que algumas pessoas chamam inconse qüentemente dc rotina e burocracia. Mas isto nos ajudou a resolver problemas de
Na Inglaterra, o seu heróico e emo
preços e salários de maneira a causar
cionante sacrifício coletivo em favor da
inveja a alguns outros países. Isto nos
liberdade humana — suportado estòicamente durante a guerra, com todas as privações sofridas pacientemente pela disciplina do seu povo incomparável — se prolongou, com a mesma severidade, após o restabelec mento da paz precária,
ajudará a resolver muitos problemas si milares que defrontaremos depois da
que o mundo atravessa, entre sobressal
tos permanentes. A ascensão ao poder do Partido Trabalhista, para e.recutar
uma reforma socialista, impôs aos ingle ses uma vida de sobriedade, de parci mônia e de austeridade monacal, em
que o "controle" dos preços é apenas um dos instrumentos oficiais de trans
formação social. E o povo, que quis esse sistema, escolhendo-o livremente nas
umas, ajuda com tal correção e compos tura a obra do governo que a Inglater ra é um dos poucos países do mundo em
que o "mercado negro" é ainda pelo menos extremamente discreto, recatado e reduzido.
Anunciando o rigoroso programa a ser desenvolvido no período de recons
trução do após-guerra, em discurso pro ferido em maio de 1943, em West
guerra. A escolha será entre o controle
e o caos. Não há meio de fugir a este dilema".
Sob regime socialista, como o que atualmente se ensaia na Inglaterra, com o p'eno domínio estatal da economia, a
regulamentação de preços é uma provi dência lógica e essencial. Se funciona bem com as liberdades políticas e se serve à produção e à riqueza coletiva c o que a experiência inglesa irá de monstrar.
29
DiGESTO Econômico
frutos desses entorpecentes deniagógicos e dêsses falsos "trucs" de prcstidigitação
respeitadas por uma fàtaUdade imposta pela força incontrastável dos fatos coti, dianos. •
econômica.
O dirigismo manco e empírico é uma mistificação política, onerosa e anárqui ca. Agrava a crise que aparentemen te busca remediar, e dá apenas ilusões transitórias ao povo, deformado moral-, mente pela propaganda, cníiuanto a du ra è cruel realidade não o esmaga nas
suas tenazes inexoráveis. A regulamen
tação quando é seriamente conduzida pode servir para reforçar o sentimento
"
•
Os abusos do poder econômico devem ser combatidos e reprimidos; mas se os me os de combate adotados são ineptos,
c deixam impunes os seus autores, ao
invés de repressão, há estimulo à prá tica dos atos que sacrificam e oneram a coletividade, aiimentando-lhe as agruras
e as dificuldades, tanto mais penosas de
se suportarem quanto mais prolongadas, e maior o desencanto que traz a veri
de responsabilidade no seio da comu nhão; quando é somente desconjuntada e perturbadora, ao contrário, aumenta
ficação" dé que não se lhe açodem com
das autoridades, destinadas a serem des
as horaSí
outros remédios, senão aquêles mesmos
já experimentados, capazes apenas de o relaxamento e a improbidade, fomen sugerir ilusão fugaz, logp apagada e tando o desapreço às leis e às ordens vencida pela sombria realidade de tôdas
Enquanto o processo de reforma se
de.senvolve em ritmo lento, o inglês em prega as suas últimas reservas de
ciência e obstinação em suportar a aus teridade que os fados lhe impuseram
O lúcido depoimento que oferece John Chamberiain no seu estudo "Britain under planning", publicado na "Yale
^6^ 5-
view", revela que a fadiga já vai que brando a resistência prolongada do po_ vo das Ilhas Britânicas — que tudo deu em holocausto à própria dignidade.
Bromwich, e publicado no volume "Pros-
Que dizer do controle de preços em pects and. Policies", Herbert Morrison, países sem estrutura econômica estável depois de descrever a dura disciplina em regime permanente de "deficits" or econômica que as realidades impunham, çamentários crescentes, de reajustamenproclamou em termos francos: "Haverá tos de salários, de burocracia parasitária ."controle" de preços e de suprimentos e custosa, inflacionados por jactos con como durante a guerra. Isto significa tínuos de papel moeda, com uma grande dose de regulamentação go- de técnica e de mão de obra?deficiência A expe vemamental, uma grande dose daquilo riência revelou a cada um de nós os
O serviço de Estatística Econômica e Fínonccíra acobe de pubítcar o
do movii^nto hancârio do Brasil, de 31 de dezembro de 1945 a xgucl data de
FotZseguinte o movimento do mês de dezembro do ano fmdo em cruzeiros, refe rente a empréstimos, caixa e deoósito-.
E,n letras
on án9 fíKá OOO 00; OOoÕo; Sa elrr« leda coneme - Cri
a'Ja - Cr$ 33/85,739.000,00;
- Cr$ 15.282.192.000,00. As percentagens da caixa sao os seguinte .
a
Em relação aos depósitos à vista 11 0; em relação aos totais dos depósitos 8,5
e empréstimos em relação ao total dos depósitos 92,8.
31
Dicesto Econó>cco
Capitalização e Seguro de Vida sob o aspecto Econômico e Social
É também dêste ponto, na conjuga ção de tais fatores que nasce a gran
por Davi Campista Filho
de força a irradiar-se propiciamente
Especial paba o "Dicesto Econômico"
na economia do país, pois se o capi tal é "o trabalho cristalizado" na ex
pressão tanto louvada de Karl Marx,
A® soríedades de capitalização e dc
seguros de vida projetam larga e DaiA Campista Filho, no citar um autor que diz ter o seguro de vida por proveitosa influência na economia e clássico base a álgebra e a moral como coroa, riqueza do país. Essa irradiação fe- desenvolve o pensamento de que não há cundante e sancadora provém da pró ato de maior altruísmo do que praticar
pria natureza de suas operações, no conscientemente um sacrificío para que deduzir de uma equação, resvHaijdo do outrem colha os frutos. fato de tais emprêsas,- áó *cabo de alguns anos, acumularem consideráveis equilíbrio cósmico precisa-se desde
fundos e, notadamente, de sua hábil aplicação.
po
O grande número em amplitude as tronômica imprime ás operações ri
gorosa precisão, aquela exatidão que
que se transformem em grande massa, o que resulta da agregação de muitos. Entretanto, quando os valores se cn-
cofram. perdem então essa qualida
de, pois o entesouramento esteriliza no egoísmo do avarento.
Revela-se no ato de economia certo
altruísmo, e o espirito social que ani .\s emprêsas de capitalização ins crevem à frente de seus programas como destinadas a favorecer a econo
ma as atividades humanas nele se im
pregna, quando a simples economia encontra emprego, a aplicação vitali-
zadora que lhe abre ampla perspectiva
mia. O ato de economizar, ou pou
dem as necessáras relações. É mister que tudo se processe no "tempo" — o imprescindível estofo
pança, consiste em reservar uma rique
de. cooperação.
za tendo cm vista um consumo ulterior', assim considerado, segundo os economistas, um "consumo deferido".
mia como ato de abstenção, pois que trabalhar é agir e economizar é abs
Acontece quando os recursos de uma
pessoa são superiores às suas atuais necessidades, podendo uma parte ser
ções consiste em Capitalizar que, de
posta de lado em prevenção de neces
um modo genérico, é acrescer um ca
sidades futuras.
pital inicial por qualquer processo a
desenvolver-se no tempo e no espaço, e assim toda forma de acumulação é sistema de capitalizar.
Se o objetivo comum está na cons tituição de um capital, êste como todo produto, escveveu Gide — só pode re sultar dos dois fatores originários de toda produção — o "trabalho" e a
provém da matemática, a única ciên cia inteiramente exata. Graças à ma temática astronômica, podem-se cal cular os eclipses com milenar antece dência, sem receio de que os cálculos sejam falsos, desde que o sol, a lua e a terra guardem a mesma relação de massa e de distância. Nas opera
capitalização um mecanismo simples e do seguro de vida um complexo- me
ções do grande número, também êsse
canismo.
't
der e orientar os reflexos.
mínimos, apura-se tal virtude desde
que seus elementos estruturais guar
Capitalização e seguro de vida ~ as mais engenhosas modalidades de eco- para criações perduráveis. nomia — tém um objetivo comum de Entretanto, capitalização e seguro de previdência — a constituição de capi vida são instituições perfeitamente tais a que atingem por Caminhos pa distintas cujo fundamento das opera ralelos para realizações de forma diA condição dc viabilidade de ambas está no "gande número" e no "tem
êsse cristal oferece mil facetas à in teligência que lhes souber Compreen
pois todo capital tem seiva reprodu tiva que, se imperceptível nos valores
natureza". Dêste ponto partem as
linhas que diversificam as duas insti tuições de previdência para fazer da
O ato de poupança ou de economia,
"l'acte d'epargne", como disse Cor-
bier, corresponde a uma redução de despesas ou a um excedente de recur sos disponíveis, seja que o indivíduo comprima suas necessidades ou que os recursos lhe sejam superiores. Êsse
ato pela generalidade de seu conceito, será regular ou irregular, constante ou
não, útil ou inútil na variedade de suas formas. Por longo tempo preconiza ram-no os economistas Como a fonte única da fortuna e o meio exclusivo de salvação para as classes modestas. Em geral, a idéia de economizar vem associada à dc aplicação produtiva,
Outros condenaram o ato de econo
ter-se, e por isso seria incompreensí vel que um ato puramente negativo, uma mera abstenção pudesse "produ zir
As economias, entretanto, não
se
anemizam porque não se abstêm, ao
contrário, dinamizam-se pela aplica ção, pelas inversões e não permane cem inermes, trabalhando sob a dis-,
cipUna de orientação superior. E as sim deparamos a limpidez da verdade na afirmação de Courcelle-Seneuil — "Tepargue n'est qu*une forme du tra vai!".
Foi aí que a capitalização encontrou
seu motivo, tirando da mais simples
e rudimentar forma de previdência, um grande sentido. Grande sentido por seu manejo, pela ressonância que lhe der e pelos reflexos que puder es tender.
31
Dicesto Econó>cco
Capitalização e Seguro de Vida sob o aspecto Econômico e Social
É também dêste ponto, na conjuga ção de tais fatores que nasce a gran
por Davi Campista Filho
de força a irradiar-se propiciamente
Especial paba o "Dicesto Econômico"
na economia do país, pois se o capi tal é "o trabalho cristalizado" na ex
pressão tanto louvada de Karl Marx,
A® soríedades de capitalização e dc
seguros de vida projetam larga e DaiA Campista Filho, no citar um autor que diz ter o seguro de vida por proveitosa influência na economia e clássico base a álgebra e a moral como coroa, riqueza do país. Essa irradiação fe- desenvolve o pensamento de que não há cundante e sancadora provém da pró ato de maior altruísmo do que praticar
pria natureza de suas operações, no conscientemente um sacrificío para que deduzir de uma equação, resvHaijdo do outrem colha os frutos. fato de tais emprêsas,- áó *cabo de alguns anos, acumularem consideráveis equilíbrio cósmico precisa-se desde
fundos e, notadamente, de sua hábil aplicação.
po
O grande número em amplitude as tronômica imprime ás operações ri
gorosa precisão, aquela exatidão que
que se transformem em grande massa, o que resulta da agregação de muitos. Entretanto, quando os valores se cn-
cofram. perdem então essa qualida
de, pois o entesouramento esteriliza no egoísmo do avarento.
Revela-se no ato de economia certo
altruísmo, e o espirito social que ani .\s emprêsas de capitalização ins crevem à frente de seus programas como destinadas a favorecer a econo
ma as atividades humanas nele se im
pregna, quando a simples economia encontra emprego, a aplicação vitali-
zadora que lhe abre ampla perspectiva
mia. O ato de economizar, ou pou
dem as necessáras relações. É mister que tudo se processe no "tempo" — o imprescindível estofo
pança, consiste em reservar uma rique
de. cooperação.
za tendo cm vista um consumo ulterior', assim considerado, segundo os economistas, um "consumo deferido".
mia como ato de abstenção, pois que trabalhar é agir e economizar é abs
Acontece quando os recursos de uma
pessoa são superiores às suas atuais necessidades, podendo uma parte ser
ções consiste em Capitalizar que, de
posta de lado em prevenção de neces
um modo genérico, é acrescer um ca
sidades futuras.
pital inicial por qualquer processo a
desenvolver-se no tempo e no espaço, e assim toda forma de acumulação é sistema de capitalizar.
Se o objetivo comum está na cons tituição de um capital, êste como todo produto, escveveu Gide — só pode re sultar dos dois fatores originários de toda produção — o "trabalho" e a
provém da matemática, a única ciên cia inteiramente exata. Graças à ma temática astronômica, podem-se cal cular os eclipses com milenar antece dência, sem receio de que os cálculos sejam falsos, desde que o sol, a lua e a terra guardem a mesma relação de massa e de distância. Nas opera
capitalização um mecanismo simples e do seguro de vida um complexo- me
ções do grande número, também êsse
canismo.
't
der e orientar os reflexos.
mínimos, apura-se tal virtude desde
que seus elementos estruturais guar
Capitalização e seguro de vida ~ as mais engenhosas modalidades de eco- para criações perduráveis. nomia — tém um objetivo comum de Entretanto, capitalização e seguro de previdência — a constituição de capi vida são instituições perfeitamente tais a que atingem por Caminhos pa distintas cujo fundamento das opera ralelos para realizações de forma diA condição dc viabilidade de ambas está no "gande número" e no "tem
êsse cristal oferece mil facetas à in teligência que lhes souber Compreen
pois todo capital tem seiva reprodu tiva que, se imperceptível nos valores
natureza". Dêste ponto partem as
linhas que diversificam as duas insti tuições de previdência para fazer da
O ato de poupança ou de economia,
"l'acte d'epargne", como disse Cor-
bier, corresponde a uma redução de despesas ou a um excedente de recur sos disponíveis, seja que o indivíduo comprima suas necessidades ou que os recursos lhe sejam superiores. Êsse
ato pela generalidade de seu conceito, será regular ou irregular, constante ou
não, útil ou inútil na variedade de suas formas. Por longo tempo preconiza ram-no os economistas Como a fonte única da fortuna e o meio exclusivo de salvação para as classes modestas. Em geral, a idéia de economizar vem associada à dc aplicação produtiva,
Outros condenaram o ato de econo
ter-se, e por isso seria incompreensí vel que um ato puramente negativo, uma mera abstenção pudesse "produ zir
As economias, entretanto, não
se
anemizam porque não se abstêm, ao
contrário, dinamizam-se pela aplica ção, pelas inversões e não permane cem inermes, trabalhando sob a dis-,
cipUna de orientação superior. E as sim deparamos a limpidez da verdade na afirmação de Courcelle-Seneuil — "Tepargue n'est qu*une forme du tra vai!".
Foi aí que a capitalização encontrou
seu motivo, tirando da mais simples
e rudimentar forma de previdência, um grande sentido. Grande sentido por seu manejo, pela ressonância que lhe der e pelos reflexos que puder es tender.
33
32
Dicesto EcoNÓinco NÓ^QCO
O sistema finnceiro das empresas ,
de economia c, cm principio, extrema mente simples, pois consiste na for
mação de grande massa de fundos re
colhidos do público aos quais garante
boa gestão, para distribuir em época fixada àqueles que lhe confiaram as respectivas partes ou quotas, na con
»,
formidade das condições prefixadas. A capitalização em particular repousa sobre dados matemáticos; as
tabelas de juros compostos indicam o
f tempo necessário para formação ou /, reconstituição de um capital mediante .xont,ribuições periódicas ou única
iJ ■
Assenta^e aí a base técnica da ope-
, raçao, determinando a empresa a ta
tos concluídos pelas sociedades dc ca
pitalização com seus aderentes, a sor te intervém ímicamente cm tais ope rações, para fixar a época do reem-
l>ôl.so c não para determinar a quan tia estabelecida dc maneira uniforme para todos os suI)scritorcs.
A incerteza reinante sôbrc esses con tratos não impediu o desenvolvimento das operações, c quando cm 1907 a lei veio regulamentar a atividade das com panhias, encontrou uma grande se qüência dc desastres cm que muitas haviam caído. Se algumas tinham si do fundadas por pessoas bem inten
cionadas c honestas, ressentiam-se, en
"a de juros mediante a qual se deve
tretanto, dc má organização, por con fiarem que a boa vontade poderia su prir as regras imperativas c elementa res da aritmética, e outras procuravam ceu em França no fim do séculoapare pa,- preencher os claros que a proibição da aado como uma expressão tímida de loWia tinha deixado. Dess? origem suspeita em que os ■ mediante pequena entre alfpjmas pessoas, que contribuição se ins propósitos honestos se misturavam com as intenções delituosas, conseguiu ;'„ um capitalao a reembõiso antecipado de termo prometido, o que a capitalização, em poucos anos, al 1 ealizar a operação.
aç operava por meio de sorteios 3,4 cançar surpreendente êxito transfor . vezes ao ano. Êsses sorteios não tra- madas cm grandes centros de poten . Ziam ganho de um prêmio de loteria cialidade econômica e financeira. t pois simplesmente determinavam o ti'
tulo beneficiado com a amortização
antecipada do capital.
Despertava a capitalização, todavia acernmo combate, considerada cTomo astucioso processo para burlar a lei de 1836 que proibia as loterias. Até que a jurisprudência começou a fa zer luz sobre seu verdadeiro objetivo, deoidindo os t ribunaís que nos contra-
Nesse evoluir percorreu a capitaliza ção três decênios, enquanto o seguro levou quatro séculos ou mais para escoimar-se dos males de origem o empréstimo á grande aventura marí tima, a especulação, o jôgo e aposta. Entretanto, nenhuma sombra suspei-
tosa projetou o passado sobre o es
plendor das realizações presentes; tu
do serviu para caldear a experiência,
1
Digesto EcoNÓ^^co ]
guardando apenas o saiior de pecado
mister pois que a empresa lhe insuüe
original.
ânimo realizador. É quando entra eni
O
Brasil
foi
<lc
todos os países,
aquele cjuc acolheu a capitalização com melhores alvíssaras, pois a lei desti
nada a disciplinar-lhe as atividades
precedia-se tios mais venturosos au-
gúrios à sua implantação no pais. Nasceu assim
triunfante entre nós,
ao contrário do que sucedeu na Ar
gentina que para atingir á florescente situação atual, teve de enfrentar tenacissima resistência. Mas, aconteceu que no
país de tradicional c proclamada imprcvidência, compreendemos que
a capitalização viria de senvolver uma ação educativa' com seu pro
grama dc formação de pequenos capitais pelo aproveitam ento de quantias mínimas, dos desperdícios econômi
cos e, por assim fazer, teria uma irra diação coletora de que resultaria uma acumulação considerável de fundos ao fim dc certo tempo.
Entretanto, essa massa dc valores
não pode permanecer inerme, o que sé ria anti-económic'o e anti-social. Pois a técnica exige um rendimento mínimo a fim de que se possa efetivar a ope
ração de capitalizar, e por isso a lei vem indicar, por sua solidez e garan
tia, as aplicações reprodutivas. Tais indicações permanecem, todavia, na abstração do preceito legal, sendo
jôgo sua qualidade e idoneidade ad ministrativa que por inteligência, ha bilidade, visão c Uno profissional pre cisa dar equilíbrio às aplicações, com
pensando na variedade dos valore que emprega o teor de sua solidez. Encontra-se aí a fonte donde^ promana a influência da capitalização na economia pública, e nesse trabalho a reserva matemática haure toda sua potencialidade.
Vitalizando
quantias
mínimas quando arrec"a-
da para capitalizar indi vidualmente, desobrigase socialmente ao em
pregá-las, pois que^ põe à disposição da socieda de e da riqueza publica uma apreciável força criadora.
Embora se apontem
similaridade de apresentação e certo
paralelismo entre a capitalização e o seguro de vida, em virtude de assentarem-se ambos em princípio essencial idêntico, consistente na "capitaliza
ção coletiva", os traços de diversidade desdç logo se acentuam sob o aspecto da técnica. Esta, na capitalização, e
elementar, puramente aritmética, pois é mediante fórmulas rigorosas, ex pressas em números exatos que se es tabelecem os prêmios e as reservas.
Enquanto é muito mais complexa ••
•'
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_
lU/x
Á irrt-
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Dicesto EcoNÓinco NÓ^QCO
O sistema finnceiro das empresas ,
de economia c, cm principio, extrema mente simples, pois consiste na for
mação de grande massa de fundos re
colhidos do público aos quais garante
boa gestão, para distribuir em época fixada àqueles que lhe confiaram as respectivas partes ou quotas, na con
»,
formidade das condições prefixadas. A capitalização em particular repousa sobre dados matemáticos; as
tabelas de juros compostos indicam o
f tempo necessário para formação ou /, reconstituição de um capital mediante .xont,ribuições periódicas ou única
iJ ■
Assenta^e aí a base técnica da ope-
, raçao, determinando a empresa a ta
tos concluídos pelas sociedades dc ca
pitalização com seus aderentes, a sor te intervém ímicamente cm tais ope rações, para fixar a época do reem-
l>ôl.so c não para determinar a quan tia estabelecida dc maneira uniforme para todos os suI)scritorcs.
A incerteza reinante sôbrc esses con tratos não impediu o desenvolvimento das operações, c quando cm 1907 a lei veio regulamentar a atividade das com panhias, encontrou uma grande se qüência dc desastres cm que muitas haviam caído. Se algumas tinham si do fundadas por pessoas bem inten
cionadas c honestas, ressentiam-se, en
"a de juros mediante a qual se deve
tretanto, dc má organização, por con fiarem que a boa vontade poderia su prir as regras imperativas c elementa res da aritmética, e outras procuravam ceu em França no fim do séculoapare pa,- preencher os claros que a proibição da aado como uma expressão tímida de loWia tinha deixado. Dess? origem suspeita em que os ■ mediante pequena entre alfpjmas pessoas, que contribuição se ins propósitos honestos se misturavam com as intenções delituosas, conseguiu ;'„ um capitalao a reembõiso antecipado de termo prometido, o que a capitalização, em poucos anos, al 1 ealizar a operação.
aç operava por meio de sorteios 3,4 cançar surpreendente êxito transfor . vezes ao ano. Êsses sorteios não tra- madas cm grandes centros de poten . Ziam ganho de um prêmio de loteria cialidade econômica e financeira. t pois simplesmente determinavam o ti'
tulo beneficiado com a amortização
antecipada do capital.
Despertava a capitalização, todavia acernmo combate, considerada cTomo astucioso processo para burlar a lei de 1836 que proibia as loterias. Até que a jurisprudência começou a fa zer luz sobre seu verdadeiro objetivo, deoidindo os t ribunaís que nos contra-
Nesse evoluir percorreu a capitaliza ção três decênios, enquanto o seguro levou quatro séculos ou mais para escoimar-se dos males de origem o empréstimo á grande aventura marí tima, a especulação, o jôgo e aposta. Entretanto, nenhuma sombra suspei-
tosa projetou o passado sobre o es
plendor das realizações presentes; tu
do serviu para caldear a experiência,
1
Digesto EcoNÓ^^co ]
guardando apenas o saiior de pecado
mister pois que a empresa lhe insuüe
original.
ânimo realizador. É quando entra eni
O
Brasil
foi
<lc
todos os países,
aquele cjuc acolheu a capitalização com melhores alvíssaras, pois a lei desti
nada a disciplinar-lhe as atividades
precedia-se tios mais venturosos au-
gúrios à sua implantação no pais. Nasceu assim
triunfante entre nós,
ao contrário do que sucedeu na Ar
gentina que para atingir á florescente situação atual, teve de enfrentar tenacissima resistência. Mas, aconteceu que no
país de tradicional c proclamada imprcvidência, compreendemos que
a capitalização viria de senvolver uma ação educativa' com seu pro
grama dc formação de pequenos capitais pelo aproveitam ento de quantias mínimas, dos desperdícios econômi
cos e, por assim fazer, teria uma irra diação coletora de que resultaria uma acumulação considerável de fundos ao fim dc certo tempo.
Entretanto, essa massa dc valores
não pode permanecer inerme, o que sé ria anti-económic'o e anti-social. Pois a técnica exige um rendimento mínimo a fim de que se possa efetivar a ope
ração de capitalizar, e por isso a lei vem indicar, por sua solidez e garan
tia, as aplicações reprodutivas. Tais indicações permanecem, todavia, na abstração do preceito legal, sendo
jôgo sua qualidade e idoneidade ad ministrativa que por inteligência, ha bilidade, visão c Uno profissional pre cisa dar equilíbrio às aplicações, com
pensando na variedade dos valore que emprega o teor de sua solidez. Encontra-se aí a fonte donde^ promana a influência da capitalização na economia pública, e nesse trabalho a reserva matemática haure toda sua potencialidade.
Vitalizando
quantias
mínimas quando arrec"a-
da para capitalizar indi vidualmente, desobrigase socialmente ao em
pregá-las, pois que^ põe à disposição da socieda de e da riqueza publica uma apreciável força criadora.
Embora se apontem
similaridade de apresentação e certo
paralelismo entre a capitalização e o seguro de vida, em virtude de assentarem-se ambos em princípio essencial idêntico, consistente na "capitaliza
ção coletiva", os traços de diversidade desdç logo se acentuam sob o aspecto da técnica. Esta, na capitalização, e
elementar, puramente aritmética, pois é mediante fórmulas rigorosas, ex pressas em números exatos que se es tabelecem os prêmios e as reservas.
Enquanto é muito mais complexa ••
•'
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lU/x
Á irrt-
34
Digesto Econômico
prescindível a estatística, além disso, a tábua de mortalidade não oferece re sultados tão exatos — como os da ca
pitalização propriamente dita — pois
o número de mortes, podendo ser pre visto para cada ano, deparam-se, to davia, na previsão os "ecarts", isto é. a diferença verific'ada entre o que as
Disse um autor clássico que o se
guro de vida tinha como base a álge bra e a mora! como coroa. Pois não existe ato de mais belo altruísmo do que praticar um sacrifício para que outrem colha os frutos. Outro que está
tabelas indicam e o que na'realidade
na afeição do segurado ou, que do in teresse déste, seja que sôbre êle não
costuma
venham a pesar encargos.
acontecer.
No entanto, na capitalização o nú mero dos títulos a gozarem de amor
tização antecipada, está exatamente previsto c calculado.
K As companhias de seguros de yida
^têm por fim constituir capitais cujo
montante é previamente determinado e pagável a prazo prefixado. Distingue-sê da capitalização, porquanto a
formação do capital subscrito é certa, mesmo que o segurado faleça antes
da expiração do dontrato, enquanto no contrato de capitalização, a morte prematura do subscritor do título in terrompe a formação do capital.
Há mais de quarenta anos, o escri tor espanhol Miguel de Unamuno pre
faciando um livro sôbre seguro de vi da, citava o conceito de um pensador de que no plantar uma árvore havia
caricatura do seguro.
te
invariável.
Na
uniformidade
tura interceptou.
•
do
prêmio está compensada a progressi vidade
A fim de desenvolver essa grandio
do risco.
É, pois, para que a vida continue na
sa expressão de previdência em har
quela grande ou pequena expressão econômica, que o homem procura o
instituições de seguro de vida e de
moniosos engenhos de economia, as capitalização Concentram nas suas re
seguro.
A vida é um todo na eterna humani
servas matemáticas vultosos recursos
bloco em renovação constante — e a
dida na sua legítima razão de ser, co
transcende do interesse direto e pes soal de quem o leva a têrmo, se não existisse no homem o instinto da conservação da espécie tão forte como
vida
mo reserva para as responsabilidades
de sua própria conservação. "Não exis tiria espécie alguma animal, se seus crificar-se por suas crias
A significação moral do seguro ajusta-se a esse conceito com tanta mática atuarial.
certa expressão
econômica inerente
operação de capitalização, e, portanto, à sua existência que. o indivíduo con
talização não é nem uma ilusão nem
o resgatar aquilo que a morte prema
torna-se mais compreensível, se enten
Sem dúvida, é para sobrevivência de
condue Hemlard, o contrato de capi
ver do além túmulo para • prosseguir
genhoso e humano, estabelece para um risco progressivo, como é a proba bilidade de morte, uma taxa anualmen
enquanto outras açodem ao grande
ria, entre outros, aquele que plantou.
j se observa que o risco — elemento es-
receia qualquer sinistro. Por isso,
nem a hora", possibilitou o seguro vi
miza e reserva; o seguro de vida, en
E então, deduzia que — heroísmo se ria todo ato humano cujo objetivo
exatidão, como sua operação à mate
o prêmio não é a remuneração do ris co suportado pela companhia que não
giava porque não "sabia nem o dia
por isso o homem previdente econo
provindo daqueles que perseveram. A denominação de reserva matemática
contrato de capitalização. A dissemelhança continua a patentear-se quando
sencial do seguro, — não existe na
a enfraquecer e anular-se na velhice,
dade e o ente que desaparece não é senão uma partícula que se desagrega,
um ato heróico, porque não o goza
O seguro de vida, acentua Hemard, membros não fossem capazes de sa é uma operação na qual intervém a duração da vida humana, enquanto se melhante consideração é estranha ao
35
Dígksto Econômico
trata um seguro de vida.
A vida do homem é produtiva de rendimentos e na sua atividade está a fonte do sustento da família. Tudo
que existe sofre, entretanto, o des gaste do tempo, c a atividade tende
continua.
nos
em curso, dos contratos em vigor, ne
arrebata um ente querido, é tôda a
las refletindo com exatidão os com
No
entanto, quando a
morte
imensidade de uma afeição que senti
promissos da companhia para Com os
mos destruída pelo irreparável, e en tão nos surpreendemos que a vida con
subscritores de apólices ou os porta
tinue impassível e estranha à nossa
suas garantias. No vulto das reservas
dores de títulos que ali têm fundadas matemáticas mede-se a extensão das
dor.
Engenhou-se o seguro na concepção do grande bloco da vida, de modo que
a partícula que se \desagrega — no si nistro que acontece — desenvolve o
responsabilidades da emprêsa. É no trabalho de tais reservas que
se gera a fòrça benfazeja a irradiarse na economia pública. Promana das
mesmo processo de Constante renova
inversões de fundos, de suas hábeis
ção para que continue inalterável e exato o mecanismo das operações. E
bradas pelas administrações das em
no que fôr permissível para a vida continuar, no expressivo econômico daquele que desapareceu, o seguro en
aplicações indicadas por lei e equili presas.
Assim, estas instituições criadas pa ra a previdência individual promovem
controu pela ciência atuarial a forma
o bem estar social e para assim reali
de
zar, fecundam riquezas, estimulam as
realizá-lo.
Assim, ao homem previdente, àquê-
le que, na sabedoria das Escrituras, vi
atividades produtivas e fomentam o
progresso do país.
34
Digesto Econômico
prescindível a estatística, além disso, a tábua de mortalidade não oferece re sultados tão exatos — como os da ca
pitalização propriamente dita — pois
o número de mortes, podendo ser pre visto para cada ano, deparam-se, to davia, na previsão os "ecarts", isto é. a diferença verific'ada entre o que as
Disse um autor clássico que o se
guro de vida tinha como base a álge bra e a mora! como coroa. Pois não existe ato de mais belo altruísmo do que praticar um sacrifício para que outrem colha os frutos. Outro que está
tabelas indicam e o que na'realidade
na afeição do segurado ou, que do in teresse déste, seja que sôbre êle não
costuma
venham a pesar encargos.
acontecer.
No entanto, na capitalização o nú mero dos títulos a gozarem de amor
tização antecipada, está exatamente previsto c calculado.
K As companhias de seguros de yida
^têm por fim constituir capitais cujo
montante é previamente determinado e pagável a prazo prefixado. Distingue-sê da capitalização, porquanto a
formação do capital subscrito é certa, mesmo que o segurado faleça antes
da expiração do dontrato, enquanto no contrato de capitalização, a morte prematura do subscritor do título in terrompe a formação do capital.
Há mais de quarenta anos, o escri tor espanhol Miguel de Unamuno pre
faciando um livro sôbre seguro de vi da, citava o conceito de um pensador de que no plantar uma árvore havia
caricatura do seguro.
te
invariável.
Na
uniformidade
tura interceptou.
•
do
prêmio está compensada a progressi vidade
A fim de desenvolver essa grandio
do risco.
É, pois, para que a vida continue na
sa expressão de previdência em har
quela grande ou pequena expressão econômica, que o homem procura o
instituições de seguro de vida e de
moniosos engenhos de economia, as capitalização Concentram nas suas re
seguro.
A vida é um todo na eterna humani
servas matemáticas vultosos recursos
bloco em renovação constante — e a
dida na sua legítima razão de ser, co
transcende do interesse direto e pes soal de quem o leva a têrmo, se não existisse no homem o instinto da conservação da espécie tão forte como
vida
mo reserva para as responsabilidades
de sua própria conservação. "Não exis tiria espécie alguma animal, se seus crificar-se por suas crias
A significação moral do seguro ajusta-se a esse conceito com tanta mática atuarial.
certa expressão
econômica inerente
operação de capitalização, e, portanto, à sua existência que. o indivíduo con
talização não é nem uma ilusão nem
o resgatar aquilo que a morte prema
torna-se mais compreensível, se enten
Sem dúvida, é para sobrevivência de
condue Hemlard, o contrato de capi
ver do além túmulo para • prosseguir
genhoso e humano, estabelece para um risco progressivo, como é a proba bilidade de morte, uma taxa anualmen
enquanto outras açodem ao grande
ria, entre outros, aquele que plantou.
j se observa que o risco — elemento es-
receia qualquer sinistro. Por isso,
nem a hora", possibilitou o seguro vi
miza e reserva; o seguro de vida, en
E então, deduzia que — heroísmo se ria todo ato humano cujo objetivo
exatidão, como sua operação à mate
o prêmio não é a remuneração do ris co suportado pela companhia que não
giava porque não "sabia nem o dia
por isso o homem previdente econo
provindo daqueles que perseveram. A denominação de reserva matemática
contrato de capitalização. A dissemelhança continua a patentear-se quando
sencial do seguro, — não existe na
a enfraquecer e anular-se na velhice,
dade e o ente que desaparece não é senão uma partícula que se desagrega,
um ato heróico, porque não o goza
O seguro de vida, acentua Hemard, membros não fossem capazes de sa é uma operação na qual intervém a duração da vida humana, enquanto se melhante consideração é estranha ao
35
Dígksto Econômico
trata um seguro de vida.
A vida do homem é produtiva de rendimentos e na sua atividade está a fonte do sustento da família. Tudo
que existe sofre, entretanto, o des gaste do tempo, c a atividade tende
continua.
nos
em curso, dos contratos em vigor, ne
arrebata um ente querido, é tôda a
las refletindo com exatidão os com
No
entanto, quando a
morte
imensidade de uma afeição que senti
promissos da companhia para Com os
mos destruída pelo irreparável, e en tão nos surpreendemos que a vida con
subscritores de apólices ou os porta
tinue impassível e estranha à nossa
suas garantias. No vulto das reservas
dores de títulos que ali têm fundadas matemáticas mede-se a extensão das
dor.
Engenhou-se o seguro na concepção do grande bloco da vida, de modo que
a partícula que se \desagrega — no si nistro que acontece — desenvolve o
responsabilidades da emprêsa. É no trabalho de tais reservas que
se gera a fòrça benfazeja a irradiarse na economia pública. Promana das
mesmo processo de Constante renova
inversões de fundos, de suas hábeis
ção para que continue inalterável e exato o mecanismo das operações. E
bradas pelas administrações das em
no que fôr permissível para a vida continuar, no expressivo econômico daquele que desapareceu, o seguro en
aplicações indicadas por lei e equili presas.
Assim, estas instituições criadas pa ra a previdência individual promovem
controu pela ciência atuarial a forma
o bem estar social e para assim reali
de
zar, fecundam riquezas, estimulam as
realizá-lo.
Assim, ao homem previdente, àquê-
le que, na sabedoria das Escrituras, vi
atividades produtivas e fomentam o
progresso do país.
TT7^
O Problema do Porto de Santos por Nelson Werneck Sodré
Especial para o "Dicesto EcoNÓKnco'
O A., com êste artigo, finaliza o estudo do problema do pôrio de Santos. Faz um sumário da evolução da legislação portuária brasileira e do caso ;jflríicti7<jr do pôrto de Santos até a situação criada pela crise atual. Constitui esse estudo um precioso subsídio para a solução do angustiante problema. um alto estágio de civili
III
J^STTTOÁMOS, nos artigos passados, a
situação
dos transportes que servem ao pôrto santista, e a necessidade de seu reaparelha-
mento, a fim de que o problema espe cificamente portuário independa do com plemento indispensável do sistema de transportes, isto é, que qualquer crise
futura no pôrto, ou o prolongamento da crise atual, não possa ser atirada à res ponsabilidade da insuficiência dos trans
portes, como ja foi, confundindo proposi tadamente as coisas, para iludir uma si tuação que não pode prolongar-se sem
zação nas zonas tempera das. E liavia outros de terministas, que preten diam fixar as diretrizes da marcha civiJizadora através dos caminhos mais fá ceis, os vales favoráveis, os altiplanos de clima hospitaleiro, as largas bacias fluviais.
Se a civilização procura os caminhos mais fáceis, na verdade, ela, no caso brasileiro, operou uma singular inversão quando escolheu, para transpor a mura
lha da Serra do Mar, e penetrar o pia. nalto, donde se expandiria, a estreita e
os mais sérios prejuízos à economia pau
abrupta região santista. Porque não escolheram os homens do passado a fai
lista e brasileira.
xa litorânea do norte paulista, ou porque
O caso do pôrto santista, organizado ha quasi sessenta anos, representa um dos mais notáveis desmentidos a certa
corrente geográfica partidária de cego determinismo. Quando a geografia mo derna entrou a emancipar-se, efetiva mente, do cipoal descritivo em que vi via, e que tanto nos atribulou a todos
nos cursos colegiais, descaíu, ensoberbecída talvez pelas perspectivas de seus novos n^os, para uma orientação deter
minista singular. Havia os deterministas do clima, que afirmavam só ser viável
não optaram pela verdadeira porta con vidativa que se constituiu na bacia do Ribeira-Juquiá, onde a Serra do Mar
afastada mais de cem quilômetros da orla marítima, descai para esta em sucessivos degraus, facilitando a transpos çâo? Parece que alguma razão assis tia aos primeiros povoadores paulistas quando se fixaram em Cananéia e dai iniciaram o caminho do Paraguai.
O fato é, porém, que os tempos con cederam crescente importância ao nú cleo urbano de São Paulo, tomada, com
r
37
DiGESTo Econômico
o desenvolvimento econômico da lavou
ra cafecira e, depois, com o surto indus
ver os seus índices de riqueza. Assim sendo, áo passo que o pôrto amazonense
Nessa função, atraiu ela as comunica
se tornou obsoleto, o de Santos não cessou de receber melhoramentos. E,
ções, e .SC tornou o importante nó que
apesar de receber constantemente gran
agora é, donde partem ferrovias e rodo vias para todos os quadrantes do Estado e do país. Um porto, quando se tor
temente em estado de insuficiência, pára
nou necessário elevar a tal situação al
Legislação portuária
gum dos antigos ancoradouros paubslas, devia estar nas suas proximidades,
ro é coisa da segunda metade do século
trial, a metrópole que hoje conhecemos.
des melhoramentos, permaneceu constan atender as suas finalidades.
O desenvolvimento comercial brasilei
— e havia Santos, a pouco mais de se
passado. Até 1861, com raras e.xceções,
tenta quilômetros.
a nossa balança comercial sempre foi desfavorável, e a partir de 1862 é que
Santos, assim, que
brando qualquer determinismo geográfi co, tomou-se o pôrto paulista e, depois, o pôrto brasileiro por excelência.
Já tivemos oportunidade de afirmar que o café criou o seu próprio sistema de transportes, — todas as ferrovias que
se espalham pelo território paulista, e mesmo aquelas que já ultrapassaram os seus limites, fundaram-se nas disponibi
lidades de capitais proporcionadas pelo desenvolvimento
da
lavoura cafeeira.
Alem disso, buscaram terras propícias ao "rush" cafeeiro ou destinaram-se a ser
vir outras onde a rubiácea já estava im
plantada. Foi o café, ainda, que deter minou a necessidade da transformação
dos ancoradouros primitivos que possuía
mos em portos devidamente aparelliados. Outras riquezas tiveram finalidade idên tica, e foi assim que, nos últimos anos
do século passado, só havia, no Brasil, dois portos aparelhados, o de Santos, impulsionado pela riqueza cafeeira, e o de Manaus, impulsionado pela riqueza gomífera. A borracha, entretanto, des caíu de sua grandeza econômica, áo passo que o café continuou a desenvol
ela, apoiada no café, inverteu, normal mente, essa relação,- a tal ponto que, em 1864, nas vésperas do início da guer
ra contra Lopez, só o café exportado da\'a para cobrir, em valor, toda a im portação dêsse mesmo ano. Foi esse desenvolvimento agrícola in
tenso, acompanhado por uma série de fatores que quase sempre seguem o enri quecimento, que determinou a necessi dade da transformação dos antigos an
coradouros em portos organizados. Todo
o regime de trocas, entre nós, desde a época colonial, fizera-se através desses ancoradouros, e acompanhando, cm portância, a marcha territorial da rique za.
Foi assim que surgiram os portos
açucareiros do Recife e do Salvador, o
pôrto algodoeiro de S. Luís do Mara nhão, o pôrto do ouro no Rio de Ja neiro.
Firmando-se na região cenlro-
sul, desde o advento da mineração, a civilização brasileira exigiria, desde que o" desenvolvimento cafeeiro se operou
nessa mesma região, portos aparelhados, na costa entre o Rio e Cananeia. Não
TT7^
O Problema do Porto de Santos por Nelson Werneck Sodré
Especial para o "Dicesto EcoNÓKnco'
O A., com êste artigo, finaliza o estudo do problema do pôrio de Santos. Faz um sumário da evolução da legislação portuária brasileira e do caso ;jflríicti7<jr do pôrto de Santos até a situação criada pela crise atual. Constitui esse estudo um precioso subsídio para a solução do angustiante problema. um alto estágio de civili
III
J^STTTOÁMOS, nos artigos passados, a
situação
dos transportes que servem ao pôrto santista, e a necessidade de seu reaparelha-
mento, a fim de que o problema espe cificamente portuário independa do com plemento indispensável do sistema de transportes, isto é, que qualquer crise
futura no pôrto, ou o prolongamento da crise atual, não possa ser atirada à res ponsabilidade da insuficiência dos trans
portes, como ja foi, confundindo proposi tadamente as coisas, para iludir uma si tuação que não pode prolongar-se sem
zação nas zonas tempera das. E liavia outros de terministas, que preten diam fixar as diretrizes da marcha civiJizadora através dos caminhos mais fá ceis, os vales favoráveis, os altiplanos de clima hospitaleiro, as largas bacias fluviais.
Se a civilização procura os caminhos mais fáceis, na verdade, ela, no caso brasileiro, operou uma singular inversão quando escolheu, para transpor a mura
lha da Serra do Mar, e penetrar o pia. nalto, donde se expandiria, a estreita e
os mais sérios prejuízos à economia pau
abrupta região santista. Porque não escolheram os homens do passado a fai
lista e brasileira.
xa litorânea do norte paulista, ou porque
O caso do pôrto santista, organizado ha quasi sessenta anos, representa um dos mais notáveis desmentidos a certa
corrente geográfica partidária de cego determinismo. Quando a geografia mo derna entrou a emancipar-se, efetiva mente, do cipoal descritivo em que vi via, e que tanto nos atribulou a todos
nos cursos colegiais, descaíu, ensoberbecída talvez pelas perspectivas de seus novos n^os, para uma orientação deter
minista singular. Havia os deterministas do clima, que afirmavam só ser viável
não optaram pela verdadeira porta con vidativa que se constituiu na bacia do Ribeira-Juquiá, onde a Serra do Mar
afastada mais de cem quilômetros da orla marítima, descai para esta em sucessivos degraus, facilitando a transpos çâo? Parece que alguma razão assis tia aos primeiros povoadores paulistas quando se fixaram em Cananéia e dai iniciaram o caminho do Paraguai.
O fato é, porém, que os tempos con cederam crescente importância ao nú cleo urbano de São Paulo, tomada, com
r
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DiGESTo Econômico
o desenvolvimento econômico da lavou
ra cafecira e, depois, com o surto indus
ver os seus índices de riqueza. Assim sendo, áo passo que o pôrto amazonense
Nessa função, atraiu ela as comunica
se tornou obsoleto, o de Santos não cessou de receber melhoramentos. E,
ções, e .SC tornou o importante nó que
apesar de receber constantemente gran
agora é, donde partem ferrovias e rodo vias para todos os quadrantes do Estado e do país. Um porto, quando se tor
temente em estado de insuficiência, pára
nou necessário elevar a tal situação al
Legislação portuária
gum dos antigos ancoradouros paubslas, devia estar nas suas proximidades,
ro é coisa da segunda metade do século
trial, a metrópole que hoje conhecemos.
des melhoramentos, permaneceu constan atender as suas finalidades.
O desenvolvimento comercial brasilei
— e havia Santos, a pouco mais de se
passado. Até 1861, com raras e.xceções,
tenta quilômetros.
a nossa balança comercial sempre foi desfavorável, e a partir de 1862 é que
Santos, assim, que
brando qualquer determinismo geográfi co, tomou-se o pôrto paulista e, depois, o pôrto brasileiro por excelência.
Já tivemos oportunidade de afirmar que o café criou o seu próprio sistema de transportes, — todas as ferrovias que
se espalham pelo território paulista, e mesmo aquelas que já ultrapassaram os seus limites, fundaram-se nas disponibi
lidades de capitais proporcionadas pelo desenvolvimento
da
lavoura cafeeira.
Alem disso, buscaram terras propícias ao "rush" cafeeiro ou destinaram-se a ser
vir outras onde a rubiácea já estava im
plantada. Foi o café, ainda, que deter minou a necessidade da transformação
dos ancoradouros primitivos que possuía
mos em portos devidamente aparelliados. Outras riquezas tiveram finalidade idên tica, e foi assim que, nos últimos anos
do século passado, só havia, no Brasil, dois portos aparelhados, o de Santos, impulsionado pela riqueza cafeeira, e o de Manaus, impulsionado pela riqueza gomífera. A borracha, entretanto, des caíu de sua grandeza econômica, áo passo que o café continuou a desenvol
ela, apoiada no café, inverteu, normal mente, essa relação,- a tal ponto que, em 1864, nas vésperas do início da guer
ra contra Lopez, só o café exportado da\'a para cobrir, em valor, toda a im portação dêsse mesmo ano. Foi esse desenvolvimento agrícola in
tenso, acompanhado por uma série de fatores que quase sempre seguem o enri quecimento, que determinou a necessi dade da transformação dos antigos an
coradouros em portos organizados. Todo
o regime de trocas, entre nós, desde a época colonial, fizera-se através desses ancoradouros, e acompanhando, cm portância, a marcha territorial da rique za.
Foi assim que surgiram os portos
açucareiros do Recife e do Salvador, o
pôrto algodoeiro de S. Luís do Mara nhão, o pôrto do ouro no Rio de Ja neiro.
Firmando-se na região cenlro-
sul, desde o advento da mineração, a civilização brasileira exigiria, desde que o" desenvolvimento cafeeiro se operou
nessa mesma região, portos aparelhados, na costa entre o Rio e Cananeia. Não
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Dicesto Econômico
foi acompanhando a orla litorânea, e do
corrência para a construção do pôrto
lado interno da Serra do Mar, que o
de Santos, autorizou fôsse feito contrato,
café marchou para São Paulo?
para esse fim, com o proponente José Pinto de Oliveira e outros, com os quais
39
Dícesto Econômico
com que o govêmo atenderia, ou a ga rantias de juros que tivesse concedido, ou a despesas de portos cujas obras ti
ginário, se reservava o poder público o direito de encampar a concessão. Em
dezembro de 1922, já ^^encido aquêle
A preocupação da autoridade pública quanto ao aparelhamento portuário de-
o conselheiro Antônio da Silva Prado,
é, de que o próprio govêmo fôsse o fi
prazo, pois o capital reconhecido pelo govêmo federal como aplicado nas ins
nunciou-se precisamente nessa fase de
por parte do govêmo, firmou o aludido
nanciador. Essa taxa foi substituída, em
talações e aparelhamento do pôrto san-
expansão econômica. Já em 1866, o go
1934, pela cobrança de inipôsto adicio
tista elevava-se já a Cr$ 148.359.375,74,
verno concedia a Zôzimo Barroso e John
contrato, constiluindo-se a Empresa de Melhoramentos do Pôrto de Santos, da
nal de 10% sôbre os direitos aduaneiros,
havendo obras e realizações que, logo
James Foster permissão para construção e e.xploração de um pôrto na enseada de
firma Gaffré, Guinle & Cia. O regime da lei acima referida, entretanto, se pro
para o mesmo fim.
Mucuripe, na província do Ceará, pró
piciara contrato para as obras de Santos
ximo a Fortaleza, marco inicial da his
e de Manaus, não animara novos candi datos a outros portos. A lei do orçamento para 1887, de
tivessem seu custo reconhecido, eleva riam essa cifra a Cr$ 154.461.495,16. Ura ano depois o govêmo determinava o encerramento da conta de capital da
tória portuária brasileira.
Essa conces
são não foi aproveitada, porém, e a au
outubro do ano anterior, por isso mesmo, facultava ao govêmo ou torgar às empresas concessionárias
de portos "além das vantagens a que se refere a lei n.° 1.746, de
13 de outubro de 1869", a garan tia de juros e de amortização do
capital, para o que, nos portos toridade pública tentou, sucessivamente,
atrair capitais particulares para o em
preendimento, sob o regime de conces são. Em 1869, precisamente a 13 de
outubro, aparecia a lei n.° 1.740 que autorizava o govêmo a dar concessão
para construção e exploração de docas
e armazéns nos portos do Império. A lei não oferecia garantia de juros ou amortização e a tendência que ela fir mava era de que os concessionários en
contrassem na exploração portuária os recursos indispensáveis ao financiamen
to das obras. Não cessaram de aparecer candidatos a concessões portuárias, mas no terreno da realidade nada foi feito.
concedidos, seriam aplicadas, sôbre a importação e sôbre a exportação, taxas
"ad valorem" que, respectivamente, não deveriam exceder de 2% e 1%. Sob êsse regime é que se organizou a Companhia Docas do Rio de Janeiro, e foi êle tor nado extensivo, mais tarde, a todos os portos brasileiros, em seus detalhes, me nos, entretanto, no que se referia à
garantia de juros e amortização do capi tal empregado.
Entrou o govêmo federal, em 1903,
diretamente no setor do aparelhamento portuário, admitindo que as obras fôssem realizadas por administiração ou contrato e criou, então, uma taxa de 2%
Foi sob o regime da lei de 1869 que
ouro sôbre o valor da importação do
o governo imperial, depois de abrir con
estrangeiro, para constituição de fundos
vessem sido reahzadas por contrato, isto
A Companhia Docas de Snníos
O contraio originário da Companhia concessionária do pôrto de Santos espe
cificava a construção de pequeno trecho de cai.s, desde a rua Brás Cubas até o
extremo da ponte velha da "São Paulo Railway" e fixava o prazo de trinta e nove anos para a concessão. Em 1890, porém, ocorrendo a necessidade de pro longar o cais, acrescendo-o de mais 1.130 metros, ampliou o govêmo aquêle prazo para noventa anos e concedeu isen ção de impostos aduaneiros para os ma teriais necessários às construções decor
rentes e à exploração do serviço do
pôrto. Nova alteração no contrato foi feita, dois anos depois, decorrente de
concessionária em setembro de 1924.
Tal conta foi reaberta e reencerrada, outra vez, em 1936, abrindo-se a pri
meira conta de capital adicional. Em fins de 1945 e meados de 1946 j
o regime contratual da concessionária so
freu as alterações, ao nosso ver funda- | mentais, que se" marcaram, primeiro na
permissão para que a mesma arrecadasse a taxa de emergência referida pelo de
creto n.° 8.311, para financiar obras j no\'as e aquisições destinadas a novo ;
reaparelhamento do pôrto; segundo, na j extensão à concessionária da percepção ^
do produto do impòsto adicional de 10% novo pro^ongaijiento do cais e, em 1897, arrecadado na Alfândega santista, como tomava-se a concessionária obrigada a
tomar a .si os trabalhos de dragagem do pôrto, mediante indenização. Surgiu, depois, a modificação relativa à explora ção da fonte de energia elétrica do Ita-
tinga e fornecimento das sobras à cida de de Santos.
As demais merecerão
menção posterior.
Em janeiro de 1916 o govêmo fede ral fixou a data de 7 de novembro de
receita complementar do movimento. A situação atual do pôrto se concre
tiza na existência de uma extensão de cais de 5.171 metros, de 27 armazéns internos e de 25 externos, e do apare
lhamento portuário respectivo.
O ca
pital reconhecido eleva-se, agora, a Cr$ 275.164.955,00 e o ativo da empresa
atinge a Cr$ 469.061.744,10, conforme o último balanço. A renda bruta do tra
1912 para início do prazo decenal findo o qual, àe acôrdo com a lei de 1869, fego foi, no ano próximo findo, dc sob a qual fôra firmado o contrato ori Cr$ 244.135.294,10.
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Dicesto Econômico
foi acompanhando a orla litorânea, e do
corrência para a construção do pôrto
lado interno da Serra do Mar, que o
de Santos, autorizou fôsse feito contrato,
café marchou para São Paulo?
para esse fim, com o proponente José Pinto de Oliveira e outros, com os quais
39
Dícesto Econômico
com que o govêmo atenderia, ou a ga rantias de juros que tivesse concedido, ou a despesas de portos cujas obras ti
ginário, se reservava o poder público o direito de encampar a concessão. Em
dezembro de 1922, já ^^encido aquêle
A preocupação da autoridade pública quanto ao aparelhamento portuário de-
o conselheiro Antônio da Silva Prado,
é, de que o próprio govêmo fôsse o fi
prazo, pois o capital reconhecido pelo govêmo federal como aplicado nas ins
nunciou-se precisamente nessa fase de
por parte do govêmo, firmou o aludido
nanciador. Essa taxa foi substituída, em
talações e aparelhamento do pôrto san-
expansão econômica. Já em 1866, o go
1934, pela cobrança de inipôsto adicio
tista elevava-se já a Cr$ 148.359.375,74,
verno concedia a Zôzimo Barroso e John
contrato, constiluindo-se a Empresa de Melhoramentos do Pôrto de Santos, da
nal de 10% sôbre os direitos aduaneiros,
havendo obras e realizações que, logo
James Foster permissão para construção e e.xploração de um pôrto na enseada de
firma Gaffré, Guinle & Cia. O regime da lei acima referida, entretanto, se pro
para o mesmo fim.
Mucuripe, na província do Ceará, pró
piciara contrato para as obras de Santos
ximo a Fortaleza, marco inicial da his
e de Manaus, não animara novos candi datos a outros portos. A lei do orçamento para 1887, de
tivessem seu custo reconhecido, eleva riam essa cifra a Cr$ 154.461.495,16. Ura ano depois o govêmo determinava o encerramento da conta de capital da
tória portuária brasileira.
Essa conces
são não foi aproveitada, porém, e a au
outubro do ano anterior, por isso mesmo, facultava ao govêmo ou torgar às empresas concessionárias
de portos "além das vantagens a que se refere a lei n.° 1.746, de
13 de outubro de 1869", a garan tia de juros e de amortização do
capital, para o que, nos portos toridade pública tentou, sucessivamente,
atrair capitais particulares para o em
preendimento, sob o regime de conces são. Em 1869, precisamente a 13 de
outubro, aparecia a lei n.° 1.740 que autorizava o govêmo a dar concessão
para construção e exploração de docas
e armazéns nos portos do Império. A lei não oferecia garantia de juros ou amortização e a tendência que ela fir mava era de que os concessionários en
contrassem na exploração portuária os recursos indispensáveis ao financiamen
to das obras. Não cessaram de aparecer candidatos a concessões portuárias, mas no terreno da realidade nada foi feito.
concedidos, seriam aplicadas, sôbre a importação e sôbre a exportação, taxas
"ad valorem" que, respectivamente, não deveriam exceder de 2% e 1%. Sob êsse regime é que se organizou a Companhia Docas do Rio de Janeiro, e foi êle tor nado extensivo, mais tarde, a todos os portos brasileiros, em seus detalhes, me nos, entretanto, no que se referia à
garantia de juros e amortização do capi tal empregado.
Entrou o govêmo federal, em 1903,
diretamente no setor do aparelhamento portuário, admitindo que as obras fôssem realizadas por administiração ou contrato e criou, então, uma taxa de 2%
Foi sob o regime da lei de 1869 que
ouro sôbre o valor da importação do
o governo imperial, depois de abrir con
estrangeiro, para constituição de fundos
vessem sido reahzadas por contrato, isto
A Companhia Docas de Snníos
O contraio originário da Companhia concessionária do pôrto de Santos espe
cificava a construção de pequeno trecho de cai.s, desde a rua Brás Cubas até o
extremo da ponte velha da "São Paulo Railway" e fixava o prazo de trinta e nove anos para a concessão. Em 1890, porém, ocorrendo a necessidade de pro longar o cais, acrescendo-o de mais 1.130 metros, ampliou o govêmo aquêle prazo para noventa anos e concedeu isen ção de impostos aduaneiros para os ma teriais necessários às construções decor
rentes e à exploração do serviço do
pôrto. Nova alteração no contrato foi feita, dois anos depois, decorrente de
concessionária em setembro de 1924.
Tal conta foi reaberta e reencerrada, outra vez, em 1936, abrindo-se a pri
meira conta de capital adicional. Em fins de 1945 e meados de 1946 j
o regime contratual da concessionária so
freu as alterações, ao nosso ver funda- | mentais, que se" marcaram, primeiro na
permissão para que a mesma arrecadasse a taxa de emergência referida pelo de
creto n.° 8.311, para financiar obras j no\'as e aquisições destinadas a novo ;
reaparelhamento do pôrto; segundo, na j extensão à concessionária da percepção ^
do produto do impòsto adicional de 10% novo pro^ongaijiento do cais e, em 1897, arrecadado na Alfândega santista, como tomava-se a concessionária obrigada a
tomar a .si os trabalhos de dragagem do pôrto, mediante indenização. Surgiu, depois, a modificação relativa à explora ção da fonte de energia elétrica do Ita-
tinga e fornecimento das sobras à cida de de Santos.
As demais merecerão
menção posterior.
Em janeiro de 1916 o govêmo fede ral fixou a data de 7 de novembro de
receita complementar do movimento. A situação atual do pôrto se concre
tiza na existência de uma extensão de cais de 5.171 metros, de 27 armazéns internos e de 25 externos, e do apare
lhamento portuário respectivo.
O ca
pital reconhecido eleva-se, agora, a Cr$ 275.164.955,00 e o ativo da empresa
atinge a Cr$ 469.061.744,10, conforme o último balanço. A renda bruta do tra
1912 para início do prazo decenal findo o qual, àe acôrdo com a lei de 1869, fego foi, no ano próximo findo, dc sob a qual fôra firmado o contrato ori Cr$ 244.135.294,10.
'1^'
40
Dicesto EcoNó^^co
Crises portuárias
Um estudo do histórico da Compa
a efeito, contra tremenda oposição, a
mundo, particularmente no setor das
construção da linha da Sorocabana, en tre Mairinque c Santos, despendendo ne la cerca de trezentos mil conlo.s. Isto significa que a crise portuária deu um prejuízo capaz dc cobrir quase o dobro
trocas, em diversas épocas, mostra a rea
da construção de ferrovia de condições
nhia Docas de Santos, e do movimento
portuário, acompanhado do confronto
com a situação econômica do país e do
lidade de que jamais o porto santista esteve aparelhado para satisfazer as suas
finalidades. Uma coincidência, parti
dia.s que correm, e o aparelhamento pro- foi necessário prolongá-lo, estabelecengramadp, e que' vem sendo executado, do-se novo aditivo.. De reforma em pela concessionária, com financiamento reforma, de melhoramento em melhora que lhe c fornecido pela taxa referida mento, em quase sessenta anos de con cessão, chegamos a isto: pouco mais de DO decreto n.° 8.311, não estará, no cinco quilômetros de cais, guindastes pra2» em que pode estar pronto, em puxando porcentagem da carga prevista, condições de atender ao aumento pre vagões manobrados a alavanca, mano visto. Antes da guerra, o nioNamento má.ximo do pôrtp foi o do ano de 1939, bras ferroviária.s interrompendo a des e atingiu 4.296.035 toneladas. Veio o carga, descarga na faixa do cais, fila
técnicas particularmente difíceis e one rosas. Quando o porto se apro.ximava de
novo período dc crise, no fim da quarta década do século, teve lugar a derrocada eco
conflito, felizmente para a Companliia, e o movimento entrou em declínio. Em
normal das trocas, fixados cm gucrrsis p movírrientos armados ínfcmos.
1946, porém, atingia nível nunca visto; 4.826.439.
diato, e isso escondeu,
superior a sete milhões de toneladas,
movimento de carga indispensável ao
outra vez, as exalas
dentro de menos de dez anos.
Tudo
nosso comércio. Precisa sofrer^obras ra-<
proporções do desa-
indica, entretanto, que êssp total será ul trapassado. Para atender esse cresci
tantes do programa de abril do ano
mento acelerado, as obras de reapareIhamento, em vias de .execução, vão em
lhões de cruzeiros, mas aquelas que pos
ritmo vagaroso.
; vel crise portuária, e essa crise, transfc' rida peins évcntualiclades, com o conse
qüente decréscimo no comércio, prodllziu-se mais adiante, acarretando parü o pois, em particular paru São Paulo, um prejuízo estimado.em quinhentos milhões
de cruzeiros. Mais de um decênio após crise tão grave, o govêmo paulista levava
cava ter de atingir, dentro em pouco, níveis incompatíveis com o desapareIhamento portuário, irrompe a guerra cm 1939, descaindo aquêles níveis,
Não está ém condições de suportar o-
dicaís de aparelhamento, não as cons corrente, estimadas em quinlientos mi
O prolongamento do
sam transformá-lo em pôrto capaz de
cais ainda marcha nomialmente, mas a
atender as suas finalidades por alguns
construção dos "piors", de que há qua
lustros. Só uma solução administrativa
tro previstos, não traz esperança de me
poderá enfrentar tal problema, a en
lhores dias, visto que, deles, só o pn- campação, por parte do govêmo federal. rTjeiro está, ainda, em fase de concor
p, depois, o próprio Draeíl entra escondida pelos acontecimentos. Se veriíicarmo.s que o tráfego maríti
mo apenas c.slá se restabelecendo, após O maior conflito de todos os tempos, e
está apenas em crise de crescimento, de
N30 hà crísc portuária, a rigor, por que n lii.stóría do pórto dç Sanios é n
as coisas em escala grande, — e nao
história de uma crise piolongndo cm meio século, Nunca o pôrto e.steve apa
podemos cW^tciur so não tivermos por* uis iipiirelhaílfs, em partieul»r p"*-" «
relhado, e nfio há perspectivas, fiO mo
escoamento d» producãO cafpPÍr^
mento, do que o ostcjii, pata cnfrenlár
O recebimento das utilidades inclispensa-
ç<]nce.ssão, cm 1888, dois anos depois iyivií^ ; necessidade de um aditivo, nO contraio, pela necessidade de prolonga
tuaçHo do porto de Santos é grave. O seu aparelhamento atual não está ern
mento do cais. Construído ôsse prolon gamento, dois anos depois, outra vez,
condições de atender o movimento dos A
O Brasil, segundo todos esperamos,
rência.
a .situação que se avizinha. Iniciada a
mal vamos nos afastando doIS anos de .seu têrmo, podemos avaliar como a si-
WKkiú.V.:
As curvas de previsão in
dicam a posibilidade de um movimento
Sífuilc.lo anormal que se A primeira guerra mundial esccmdeu, culiíUto. te, — e, novamente, crise que so dlJuj
, pof uiM lustro, a incidência de formidá-
terrupção de escalas, fuga da cabota gem para o Rio de Janeiro... Santos é um pôrto. desaparelhado.
nômica de 1929, logo
Sem falar na cularmente feliz, para a concessionária, interrupção de suasjazia. atividades, por mo fez com que a arritmia entre o desen tivo da revolução constitucionalista, — volvimento do aparelhamento portuário quando o movimento voltava a adqui e o desenvolvimento da tonelagem a mo rir impulso ascendente, que tudo indi
tízou na intercorrência de fatôres cirf cunstanciais, perturbadores da marcha
imensa de navios, aumento de fretes, in
seguida do movimento armado do ano ime
parelhamento em que
vimentar ficasse, por diversas vêzes, obscurecida. Essa coincidência se concre-
41
Dicesto EcoNÓ^aco
mudança no ritmo econômico, — vistas
vels ao nosso desenvolvimento, Na si
tuação em que so encontra, O pôrln de Santos não ó uma peça de propu's"^'
iims uma pedra no nosso caminho, per turbando o ritmo da nossa evolução econômica.
'1^'
40
Dicesto EcoNó^^co
Crises portuárias
Um estudo do histórico da Compa
a efeito, contra tremenda oposição, a
mundo, particularmente no setor das
construção da linha da Sorocabana, en tre Mairinque c Santos, despendendo ne la cerca de trezentos mil conlo.s. Isto significa que a crise portuária deu um prejuízo capaz dc cobrir quase o dobro
trocas, em diversas épocas, mostra a rea
da construção de ferrovia de condições
nhia Docas de Santos, e do movimento
portuário, acompanhado do confronto
com a situação econômica do país e do
lidade de que jamais o porto santista esteve aparelhado para satisfazer as suas
finalidades. Uma coincidência, parti
dia.s que correm, e o aparelhamento pro- foi necessário prolongá-lo, estabelecengramadp, e que' vem sendo executado, do-se novo aditivo.. De reforma em pela concessionária, com financiamento reforma, de melhoramento em melhora que lhe c fornecido pela taxa referida mento, em quase sessenta anos de con cessão, chegamos a isto: pouco mais de DO decreto n.° 8.311, não estará, no cinco quilômetros de cais, guindastes pra2» em que pode estar pronto, em puxando porcentagem da carga prevista, condições de atender ao aumento pre vagões manobrados a alavanca, mano visto. Antes da guerra, o nioNamento má.ximo do pôrtp foi o do ano de 1939, bras ferroviária.s interrompendo a des e atingiu 4.296.035 toneladas. Veio o carga, descarga na faixa do cais, fila
técnicas particularmente difíceis e one rosas. Quando o porto se apro.ximava de
novo período dc crise, no fim da quarta década do século, teve lugar a derrocada eco
conflito, felizmente para a Companliia, e o movimento entrou em declínio. Em
normal das trocas, fixados cm gucrrsis p movírrientos armados ínfcmos.
1946, porém, atingia nível nunca visto; 4.826.439.
diato, e isso escondeu,
superior a sete milhões de toneladas,
movimento de carga indispensável ao
outra vez, as exalas
dentro de menos de dez anos.
Tudo
nosso comércio. Precisa sofrer^obras ra-<
proporções do desa-
indica, entretanto, que êssp total será ul trapassado. Para atender esse cresci
tantes do programa de abril do ano
mento acelerado, as obras de reapareIhamento, em vias de .execução, vão em
lhões de cruzeiros, mas aquelas que pos
ritmo vagaroso.
; vel crise portuária, e essa crise, transfc' rida peins évcntualiclades, com o conse
qüente decréscimo no comércio, prodllziu-se mais adiante, acarretando parü o pois, em particular paru São Paulo, um prejuízo estimado.em quinhentos milhões
de cruzeiros. Mais de um decênio após crise tão grave, o govêmo paulista levava
cava ter de atingir, dentro em pouco, níveis incompatíveis com o desapareIhamento portuário, irrompe a guerra cm 1939, descaindo aquêles níveis,
Não está ém condições de suportar o-
dicaís de aparelhamento, não as cons corrente, estimadas em quinlientos mi
O prolongamento do
sam transformá-lo em pôrto capaz de
cais ainda marcha nomialmente, mas a
atender as suas finalidades por alguns
construção dos "piors", de que há qua
lustros. Só uma solução administrativa
tro previstos, não traz esperança de me
poderá enfrentar tal problema, a en
lhores dias, visto que, deles, só o pn- campação, por parte do govêmo federal. rTjeiro está, ainda, em fase de concor
p, depois, o próprio Draeíl entra escondida pelos acontecimentos. Se veriíicarmo.s que o tráfego maríti
mo apenas c.slá se restabelecendo, após O maior conflito de todos os tempos, e
está apenas em crise de crescimento, de
N30 hà crísc portuária, a rigor, por que n lii.stóría do pórto dç Sanios é n
as coisas em escala grande, — e nao
história de uma crise piolongndo cm meio século, Nunca o pôrto e.steve apa
podemos cW^tciur so não tivermos por* uis iipiirelhaílfs, em partieul»r p"*-" «
relhado, e nfio há perspectivas, fiO mo
escoamento d» producãO cafpPÍr^
mento, do que o ostcjii, pata cnfrenlár
O recebimento das utilidades inclispensa-
ç<]nce.ssão, cm 1888, dois anos depois iyivií^ ; necessidade de um aditivo, nO contraio, pela necessidade de prolonga
tuaçHo do porto de Santos é grave. O seu aparelhamento atual não está ern
mento do cais. Construído ôsse prolon gamento, dois anos depois, outra vez,
condições de atender o movimento dos A
O Brasil, segundo todos esperamos,
rência.
a .situação que se avizinha. Iniciada a
mal vamos nos afastando doIS anos de .seu têrmo, podemos avaliar como a si-
WKkiú.V.:
As curvas de previsão in
dicam a posibilidade de um movimento
Sífuilc.lo anormal que se A primeira guerra mundial esccmdeu, culiíUto. te, — e, novamente, crise que so dlJuj
, pof uiM lustro, a incidência de formidá-
terrupção de escalas, fuga da cabota gem para o Rio de Janeiro... Santos é um pôrto. desaparelhado.
nômica de 1929, logo
Sem falar na cularmente feliz, para a concessionária, interrupção de suasjazia. atividades, por mo fez com que a arritmia entre o desen tivo da revolução constitucionalista, — volvimento do aparelhamento portuário quando o movimento voltava a adqui e o desenvolvimento da tonelagem a mo rir impulso ascendente, que tudo indi
tízou na intercorrência de fatôres cirf cunstanciais, perturbadores da marcha
imensa de navios, aumento de fretes, in
seguida do movimento armado do ano ime
parelhamento em que
vimentar ficasse, por diversas vêzes, obscurecida. Essa coincidência se concre-
41
Dicesto EcoNÓ^aco
mudança no ritmo econômico, — vistas
vels ao nosso desenvolvimento, Na si
tuação em que so encontra, O pôrln de Santos não ó uma peça de propu's"^'
iims uma pedra no nosso caminho, per turbando o ritmo da nossa evolução econômica.
43
Dicesto Econômico
gido — e um tanto misterioso por outro
zinhar cães e gatos para dar de comer à população. Não se chegou, entretanto, a usá-los porque a população, faminta, atirava-se sôl?re a carne c a devorava
— mercado negro.
crua. Em 1870-71, existiu um mercado
Controle do Consumo e Mercado Negro Conferência proferida pelo prof. Louls Baudin, a 18 de abril de na Faculdade de Direito
de São Pau o, e sob os auspícios do Instituto de Economia da As
sociação Comercial de São Paulo e da Federação do Comércio do
Mas, desde logo, observo uma circuns tância curiosa e estranha.
Quer nos trabalhos mundialmente co
nhecidos, quer nos cursos das nossas
Estado de São Paulo.
Faculdades, o consumo é tratado sem
Seja-me permitido agradecer-vos sr
presidente do Instituto de Economia, as palavras elogiosas que acabam de sei
proferidas. Foram dilas em língua es
trangeira. Mas elogios, não há quero
» neu-a
»
-
—
V4V que mamil1e
orem. Todavia nessas palavra? quero Quero ver ver sobretudo uma prova . da .... ^
pat,a com que me distinguis e que
sim-
muito me desvanece.
É com profunda emoção que me en contro entre vós depois de todos êsses
anos de ausência. E que anos... Quan
grande relevo, sempre re'egado para se gundo plano e últimos parágrafos. No entanto, é questão essencial, uma vez
que não existe produção sem consumo.
Tomem-se trabalhos contemporâneos notáveis. Muito pouca coisa se encontra
sobre o assunto. Em Charles Gide, por .. . ^ exemplio, ihá/ tópicos sôbre o consumo.
Mas tratam de luxo e de cooperativa. Agora, após termos oportunidade, du
rante a ocupação alemã, de fazer expe riências de todos os tipos sôbre o con
Pexa, não restando a parte da população
francos ouro, por peça. Era negócio tão
Um consumo desse gênero deve, en-^ tretanto, obedecer a um plano racional
lucrativo que se chegou a amestrar buldogues para matá-los. Durante êsse período o consumo subiu a 25.523 ratos. Foi um peribdo de crise pior que a da ocupação. Não tenho estatísticas da épo ca. Mas da minha parte posso dizer que conheço bem o que seja.
Não quero insistir sôbre o doloroso papel representado pela fome na lústória. Também não quero acusar a Pro vidência. Ha um provérbio que diz: "A má colheita provém de Deus e a
fome provém dos homens". digno de meditação.
É bem
O meu intuito, esta noite, é explicar
do cada vez mais o cerco, iam penetran
incrível que nada de novo se anote.
do até a nossa inquebrantável cidade de Paris, quantas vêzes não pensei em vosso país. na sua beleza e no seu pro-
tores deixar passar em silêncio o consu mo, quando é certo que o consumo di
— na primeira parte — o que foi, na França sob a ocupação, o "consumidor dirigido", isto é, aquele que se mante ve dentro da lei, submisso às regulamen tações, e em seguida — na segunda parte — falarei sôbre o tipo de consu
gresso. Era como uma lembrança, como ' uma esperança, como um sonho, quase
como um ideal que me aparecia. Hoje esse ideal, graças a todos vós, tornou-se uma realidade para que eu pudesse, do
mais íntimo do meu coração, vir agra decer-vos e pudesse, enfim, renovar ve lhas amizades e entretecer novas es peranças.
O assunto de que tratarei esta noite
é evidentemente um tanto triste por
• um dos seus aspectos — consumo diri-
Não se compreende como podem os au rigido existiu desde os tempos mais remotos. Na Idade Média o espectro da fome estava sempre presente. Ora
midor
refratário
às regulamentações.
o consumo dirigido é inseparável da
Esta segunda parte será mais importante
fome.
que a primeira.
Se repassarmos a história de Paris, do nosso Paris, veremos ter existido épocas, e não muito longínquas, em que o flage lo da fome nos fez padecer atrozmente. Citarei apenas duas datas.
No fim de
uma das guerras de religião, exatamente em 1590, puseram-se nas esquinas das ruas grandes caldeirões destinados a co-
De fato, o mecanismo do
preço não poderia atuar normalmente sem que uma parte da população fosse condenada a morrer de fome. Os pre ços fatalmente teriam subido como uma
de ratos, no prédio da Prefejtura da cidade, que os vendia ao preço de 2
sumo dirigido e o mercado negro, é
tas vêzes, enquanto os alemães, fechan
consumo.
Comecemos, pois, pelo caso particular do consumidor dirigido.
Note-se que, numa época de sofri mento, em que os alemães faziam cortes catastróficos nos produtos alimentícios, numa época em que a produção estava reduzidíssima por falta de tudo, era normal se recorresse a uma direção do
outra alternativa senão a morte.
em seus mínimos detalhes.
Com relação à alimentação, por exem
plo, em períodos normais e de superabundància, não se percebe a que ponto temos realmente necessidade de coisas
diferentes e em quantidades variáveis.
Os especialistas em alimentação, os nutricionistas, ensinam-nos os princípios
orgânicos da sua famosa trilogia, ou seja: das proteínas ou albuminasj dos lipóides ou graxos; e dos gUcídeos ou hidrates de carbono.
Mas o principal a se notar aqui é que as proteínas não se acumulam. Isto quer dizer o seguinte: Absorvendo o organis
mo proteínas em quantidade maior do que as suas necessidades (o organis mo humano necessita de uma grama de proteína por quilo de peso do corpo), não faz reservas, mas elimina o excesso.
Se, pois, no dia seguinte não receber proteínas para absorver, fica o organis mo em estado de carência.
A educação das donas de casa devia
ser feita tendo em rista estes princípios. Isto para a França é muito necessário.
Quando se fala em higiene alimentar, em plano racional de consumo, é preciso estabelecer tudo em função do aprovei tamento, de modo a se fornecer ao or-
43
Dicesto Econômico
gido — e um tanto misterioso por outro
zinhar cães e gatos para dar de comer à população. Não se chegou, entretanto, a usá-los porque a população, faminta, atirava-se sôl?re a carne c a devorava
— mercado negro.
crua. Em 1870-71, existiu um mercado
Controle do Consumo e Mercado Negro Conferência proferida pelo prof. Louls Baudin, a 18 de abril de na Faculdade de Direito
de São Pau o, e sob os auspícios do Instituto de Economia da As
sociação Comercial de São Paulo e da Federação do Comércio do
Mas, desde logo, observo uma circuns tância curiosa e estranha.
Quer nos trabalhos mundialmente co
nhecidos, quer nos cursos das nossas
Estado de São Paulo.
Faculdades, o consumo é tratado sem
Seja-me permitido agradecer-vos sr
presidente do Instituto de Economia, as palavras elogiosas que acabam de sei
proferidas. Foram dilas em língua es
trangeira. Mas elogios, não há quero
» neu-a
»
-
—
V4V que mamil1e
orem. Todavia nessas palavra? quero Quero ver ver sobretudo uma prova . da .... ^
pat,a com que me distinguis e que
sim-
muito me desvanece.
É com profunda emoção que me en contro entre vós depois de todos êsses
anos de ausência. E que anos... Quan
grande relevo, sempre re'egado para se gundo plano e últimos parágrafos. No entanto, é questão essencial, uma vez
que não existe produção sem consumo.
Tomem-se trabalhos contemporâneos notáveis. Muito pouca coisa se encontra
sobre o assunto. Em Charles Gide, por .. . ^ exemplio, ihá/ tópicos sôbre o consumo.
Mas tratam de luxo e de cooperativa. Agora, após termos oportunidade, du
rante a ocupação alemã, de fazer expe riências de todos os tipos sôbre o con
Pexa, não restando a parte da população
francos ouro, por peça. Era negócio tão
Um consumo desse gênero deve, en-^ tretanto, obedecer a um plano racional
lucrativo que se chegou a amestrar buldogues para matá-los. Durante êsse período o consumo subiu a 25.523 ratos. Foi um peribdo de crise pior que a da ocupação. Não tenho estatísticas da épo ca. Mas da minha parte posso dizer que conheço bem o que seja.
Não quero insistir sôbre o doloroso papel representado pela fome na lústória. Também não quero acusar a Pro vidência. Ha um provérbio que diz: "A má colheita provém de Deus e a
fome provém dos homens". digno de meditação.
É bem
O meu intuito, esta noite, é explicar
do cada vez mais o cerco, iam penetran
incrível que nada de novo se anote.
do até a nossa inquebrantável cidade de Paris, quantas vêzes não pensei em vosso país. na sua beleza e no seu pro-
tores deixar passar em silêncio o consu mo, quando é certo que o consumo di
— na primeira parte — o que foi, na França sob a ocupação, o "consumidor dirigido", isto é, aquele que se mante ve dentro da lei, submisso às regulamen tações, e em seguida — na segunda parte — falarei sôbre o tipo de consu
gresso. Era como uma lembrança, como ' uma esperança, como um sonho, quase
como um ideal que me aparecia. Hoje esse ideal, graças a todos vós, tornou-se uma realidade para que eu pudesse, do
mais íntimo do meu coração, vir agra decer-vos e pudesse, enfim, renovar ve lhas amizades e entretecer novas es peranças.
O assunto de que tratarei esta noite
é evidentemente um tanto triste por
• um dos seus aspectos — consumo diri-
Não se compreende como podem os au rigido existiu desde os tempos mais remotos. Na Idade Média o espectro da fome estava sempre presente. Ora
midor
refratário
às regulamentações.
o consumo dirigido é inseparável da
Esta segunda parte será mais importante
fome.
que a primeira.
Se repassarmos a história de Paris, do nosso Paris, veremos ter existido épocas, e não muito longínquas, em que o flage lo da fome nos fez padecer atrozmente. Citarei apenas duas datas.
No fim de
uma das guerras de religião, exatamente em 1590, puseram-se nas esquinas das ruas grandes caldeirões destinados a co-
De fato, o mecanismo do
preço não poderia atuar normalmente sem que uma parte da população fosse condenada a morrer de fome. Os pre ços fatalmente teriam subido como uma
de ratos, no prédio da Prefejtura da cidade, que os vendia ao preço de 2
sumo dirigido e o mercado negro, é
tas vêzes, enquanto os alemães, fechan
consumo.
Comecemos, pois, pelo caso particular do consumidor dirigido.
Note-se que, numa época de sofri mento, em que os alemães faziam cortes catastróficos nos produtos alimentícios, numa época em que a produção estava reduzidíssima por falta de tudo, era normal se recorresse a uma direção do
outra alternativa senão a morte.
em seus mínimos detalhes.
Com relação à alimentação, por exem
plo, em períodos normais e de superabundància, não se percebe a que ponto temos realmente necessidade de coisas
diferentes e em quantidades variáveis.
Os especialistas em alimentação, os nutricionistas, ensinam-nos os princípios
orgânicos da sua famosa trilogia, ou seja: das proteínas ou albuminasj dos lipóides ou graxos; e dos gUcídeos ou hidrates de carbono.
Mas o principal a se notar aqui é que as proteínas não se acumulam. Isto quer dizer o seguinte: Absorvendo o organis
mo proteínas em quantidade maior do que as suas necessidades (o organis mo humano necessita de uma grama de proteína por quilo de peso do corpo), não faz reservas, mas elimina o excesso.
Se, pois, no dia seguinte não receber proteínas para absorver, fica o organis mo em estado de carência.
A educação das donas de casa devia
ser feita tendo em rista estes princípios. Isto para a França é muito necessário.
Quando se fala em higiene alimentar, em plano racional de consumo, é preciso estabelecer tudo em função do aprovei tamento, de modo a se fornecer ao or-
44
ganismb alimentos de que necessita e nas quantidades assimiláveis.
Sabemos que o total dos alimentos
ingeridos deve fornecer uma certa quan tidade de calorias ao organismo. O nú mero de calorias necessárias varia, de acôrdo com a atividade do indivíduo, de 2.300 a 4.000 por dia.
Os números citados corresponderão ao limite mínimo que, segundo observações feitas, deve ser respeitado.
Que admirável gradação!
rc.spondcm à metade do mínimo neces
quantidade, etc.
sário.
Acresce ainda notar que os animais têm uma constituição particular. Mesmo que obtívéssemos todos êsses elementos e nas proporções requeridas, mesmo que tivéssemos a célebre pastilha de Berthelot, ainda assim não nos seria possível subsistir por nos faltar a alimentação de
mercados controlados, a elevação do
massa.
Esta alimentação de massa é
mentação aumentava assistia-se a uma
formada por alimentos que, embora inassímiláveis, podem produzir a sensação de
elevação automática do preço nos mer cados livres. Foi, por e.xemplo, o que
Lipóides 1.^ categoria: 67,5 grs. 2.^ categoria: 37 grs. 3.® categoria: 20 grs. Glicídeos
1.^ categoria: 470,5 grs. grs. grs.
2.'"^ categoria: 332 3." categoria: 198
Além disso êsses diferentes elementos
, homem A, isto é, adulto racionado', ca tegoria que existe na França.
Pois bem, sob a ocupação de 1942
■ ^ eis o racionamento de "proteínas, poi • dia", para essas três categorias: 1.® categoria: 99 grs. 2.® categoria: 66 grs. 3.^ categoria: 33 grs.
tavam êsses sais minerais:
Passando a outra classe de alimentos, temos o seguinte:
parecer muito seguros os dados citados.
Economia política, mas apenas de "ho mem racional"); 3.^ e,' enfim, a do
mercado lívTe reduzir-se cada vez mais.
de inflação e.xistem mercados livres e
Se considerarmos ainda que a qualida
memos apenas a média dos indivíduos
que a regulamentação se amplia vemos o
casos
de do pão era duvidosa, não nos devem
antes de 1940. Na França come-se em geral bem, havendo mesmo quem coma demasiadamente. Poderemos classificálos em três categorias, a saber: 1.^ a dos bons comedores: 2.a a do "homem economicus" ("economicus" aqui não está tomado no sentido que tem em
Há ainda
proteína absolutamente insuficiente. Cor-
alcançado I.ICQ calorias.
tuem tudo quanto o organismo precisa. Mas vejamos um outro exemplo. To
Sabemos que não é tudo.
Mas muito
menos admirável é o fato de represen tarem êsses mimeros uma quantidade de
prof. Balthazard, da Academia de Medi cina de Paris, em 1942-43 mal teríamos
- orgân COS a que me referi não consti
45
EcoNÓAnco
os sais minerais: fósforo, cálcio, etc. Fal
■jk No entanto, segundo os cálculos do
ti
Dicesto
Dicesto Eco^*6^aco
Os algarismos falam por si sós. isto é grave!
E
despendidos.
Nenhum
feridas
em
preço no mercado livre é tanto ma-s forte quanto mais restrita for a área do mercado livre".
É o mesmo fenômeno da água numa barragem.
Assim, pois, à medida que a regula
malmente.
400 frs. em começos
de mel que, de 15 frs. èm 1940, passou a de 1943.
ali
Além do que lhe
mentar nos encontrá
fornecia êsse mercado
vamos.
livre, socorria-se ain
insuficiência
dir-se-á:
ao
lado havia um mercado livrei
equilíbrios alimentares foi obser\'ado du
Sim, se
havia um mercado livTe, também deve ria haver leis econômicas atuando nesse
As
mercado livre.
vitaminas, indispensáveis à existência do
homem, são matérias infinitamente pe
E a primeira destas leis é a seguinte:
quenas que levam as letras mais co muns do alfabeto: A, B, C, etc., com
"O racionamento de fato atua como a taxação".
exceção das mais "extravagantes, que se
Ê evidente que o consumidor, que
As vitaminas também
necessita dos víveres de um mercado
faltavam-nos totalmente. Em virtude da falta do pão, do leite, não tínhamos a vitamina A, uma das mais importantes,
livre, cujos preços são muito elevados, há de reclamar pelo racionamento, pois, do contrário, será eliminado pela ele vação dos preços. E como os poderes públicos, para obedecerem a um plano dc conjunto, estão dispostos a atendê-los, intervém regulamentando. ,E à medida
dando como resultado carências orgâni cas muito graves sob a forma de pertur bações da visão, algumas vezes mesmo cegueira, formação de abcessos, etc.
l i%íl
"Quando em tempo
se deu com o quilo
Mas,
rante a ocupação.
chamam K e P.
Entra em jogo, então, a segunda lei,
que é a seguinte:
repleção e fazer com que todos os nossos órgãos funcionem nor
de
desses
Há ainda as famosas vitaminas.
descalcificação,
Eis em que estado
Mas não é tudo. Todos êsses ele mentos devem estar em uma certa rela ção, de acôrdo com a natureza dos es
forços
de
Havia então
da a população das grandes cidades da plantação das sireas dos pequenos jardins dos arredores e
dos gramados do Jardim Público de Paris.
Não era grande coisa.
Perfazia
tudo cerca de 35.000 hectares.
Lançava-se mão, também, dos coelhos
criados nos pátios das casas. Aliás essa
prática comprometia muito a higiene pú blica, pois a limpeza das coelheiras se fazia com grande dificuldade. Existiam ainda os pacotes, os paco tes de família, consistentes em supri
mentos que se trocavam diretamente de família para família. A entrega dêsses pacotes constituiu um dos aspectos característicos de Paris
44
ganismb alimentos de que necessita e nas quantidades assimiláveis.
Sabemos que o total dos alimentos
ingeridos deve fornecer uma certa quan tidade de calorias ao organismo. O nú mero de calorias necessárias varia, de acôrdo com a atividade do indivíduo, de 2.300 a 4.000 por dia.
Os números citados corresponderão ao limite mínimo que, segundo observações feitas, deve ser respeitado.
Que admirável gradação!
rc.spondcm à metade do mínimo neces
quantidade, etc.
sário.
Acresce ainda notar que os animais têm uma constituição particular. Mesmo que obtívéssemos todos êsses elementos e nas proporções requeridas, mesmo que tivéssemos a célebre pastilha de Berthelot, ainda assim não nos seria possível subsistir por nos faltar a alimentação de
mercados controlados, a elevação do
massa.
Esta alimentação de massa é
mentação aumentava assistia-se a uma
formada por alimentos que, embora inassímiláveis, podem produzir a sensação de
elevação automática do preço nos mer cados livres. Foi, por e.xemplo, o que
Lipóides 1.^ categoria: 67,5 grs. 2.^ categoria: 37 grs. 3.® categoria: 20 grs. Glicídeos
1.^ categoria: 470,5 grs. grs. grs.
2.'"^ categoria: 332 3." categoria: 198
Além disso êsses diferentes elementos
, homem A, isto é, adulto racionado', ca tegoria que existe na França.
Pois bem, sob a ocupação de 1942
■ ^ eis o racionamento de "proteínas, poi • dia", para essas três categorias: 1.® categoria: 99 grs. 2.® categoria: 66 grs. 3.^ categoria: 33 grs.
tavam êsses sais minerais:
Passando a outra classe de alimentos, temos o seguinte:
parecer muito seguros os dados citados.
Economia política, mas apenas de "ho mem racional"); 3.^ e,' enfim, a do
mercado lívTe reduzir-se cada vez mais.
de inflação e.xistem mercados livres e
Se considerarmos ainda que a qualida
memos apenas a média dos indivíduos
que a regulamentação se amplia vemos o
casos
de do pão era duvidosa, não nos devem
antes de 1940. Na França come-se em geral bem, havendo mesmo quem coma demasiadamente. Poderemos classificálos em três categorias, a saber: 1.^ a dos bons comedores: 2.a a do "homem economicus" ("economicus" aqui não está tomado no sentido que tem em
Há ainda
proteína absolutamente insuficiente. Cor-
alcançado I.ICQ calorias.
tuem tudo quanto o organismo precisa. Mas vejamos um outro exemplo. To
Sabemos que não é tudo.
Mas muito
menos admirável é o fato de represen tarem êsses mimeros uma quantidade de
prof. Balthazard, da Academia de Medi cina de Paris, em 1942-43 mal teríamos
- orgân COS a que me referi não consti
45
EcoNÓAnco
os sais minerais: fósforo, cálcio, etc. Fal
■jk No entanto, segundo os cálculos do
ti
Dicesto
Dicesto Eco^*6^aco
Os algarismos falam por si sós. isto é grave!
E
despendidos.
Nenhum
feridas
em
preço no mercado livre é tanto ma-s forte quanto mais restrita for a área do mercado livre".
É o mesmo fenômeno da água numa barragem.
Assim, pois, à medida que a regula
malmente.
400 frs. em começos
de mel que, de 15 frs. èm 1940, passou a de 1943.
ali
Além do que lhe
mentar nos encontrá
fornecia êsse mercado
vamos.
livre, socorria-se ain
insuficiência
dir-se-á:
ao
lado havia um mercado livrei
equilíbrios alimentares foi obser\'ado du
Sim, se
havia um mercado livTe, também deve ria haver leis econômicas atuando nesse
As
mercado livre.
vitaminas, indispensáveis à existência do
homem, são matérias infinitamente pe
E a primeira destas leis é a seguinte:
quenas que levam as letras mais co muns do alfabeto: A, B, C, etc., com
"O racionamento de fato atua como a taxação".
exceção das mais "extravagantes, que se
Ê evidente que o consumidor, que
As vitaminas também
necessita dos víveres de um mercado
faltavam-nos totalmente. Em virtude da falta do pão, do leite, não tínhamos a vitamina A, uma das mais importantes,
livre, cujos preços são muito elevados, há de reclamar pelo racionamento, pois, do contrário, será eliminado pela ele vação dos preços. E como os poderes públicos, para obedecerem a um plano dc conjunto, estão dispostos a atendê-los, intervém regulamentando. ,E à medida
dando como resultado carências orgâni cas muito graves sob a forma de pertur bações da visão, algumas vezes mesmo cegueira, formação de abcessos, etc.
l i%íl
"Quando em tempo
se deu com o quilo
Mas,
rante a ocupação.
chamam K e P.
Entra em jogo, então, a segunda lei,
que é a seguinte:
repleção e fazer com que todos os nossos órgãos funcionem nor
de
desses
Há ainda as famosas vitaminas.
descalcificação,
Eis em que estado
Mas não é tudo. Todos êsses ele mentos devem estar em uma certa rela ção, de acôrdo com a natureza dos es
forços
de
Havia então
da a população das grandes cidades da plantação das sireas dos pequenos jardins dos arredores e
dos gramados do Jardim Público de Paris.
Não era grande coisa.
Perfazia
tudo cerca de 35.000 hectares.
Lançava-se mão, também, dos coelhos
criados nos pátios das casas. Aliás essa
prática comprometia muito a higiene pú blica, pois a limpeza das coelheiras se fazia com grande dificuldade. Existiam ainda os pacotes, os paco tes de família, consistentes em supri
mentos que se trocavam diretamente de família para família. A entrega dêsses pacotes constituiu um dos aspectos característicos de Paris
46
da ocupação.
DICESTO EC0NÓ3küC0
Um espetáculo de que
os parisienses jamais se esquecerão é
tânea. Existiram filas na revolução, na Rússia, a ponto de um bom observador
èsse desfile de carrinhos pelas grandes artérias vazias, para distribuição dos pa
"país da fila".
cotes a domicílio,.
Mas tudo isso causava aos parisien ses um enorme mal-estar. Principalmen
dêsse pais, C. Hoover, cognominá-la de Em Paris dístinguiam-se duas espé cies de fila.
cada vez mais acentuada. Eram as filas
para distribuição de cartões de racio namento do petróleo, do carvão, do calçado, da roupa, etc. Davam lugar ao aliás muito natural nessas circunstâncias.
preços. A substituição na fila de Touíouse, em 1942, para o abastecimento,
mavam-se às portas dos armazéns em
dificuldades, a situação era penosissima. Indivíduos como os intelectuais, poi exemplo, enfim todos aquêles melhor or ganizados socialmente falando, que es tão habituados a se servir apenas das
virtude da circun.stãncia de se abrirem
família na fila. Se a fila começava, poi
êstes apenas a certas horas e por tem po limitado. Aliás parece que os co merciantes tinham a sensação de que
exemplo, às duas horas da tarde, vinha em primeiro lugar o irmão mais moço;
tema.
Houve sérios acidentes em conseqüên cia de sub-alimentação em que foram vitimas estudantes, empregados no corriércio, etc. Vi muitos casos de falta de
memória, de desmaios,^ntre os estudan tes. Contadores cometiam erros de cál culo que nunca Uies ocorrera antes.
E tudo isso" não servia sequer para operar uma seleção racional entre os
consumidores, de modo a impedir o fun cionamento do mecan'smo dos preços. A prova de que esta seleção realmen te não bastava está na existência das filas, fenômeno que deveis conhecer
bem, ao menos pelo seu aspecto ex
essas filas, formadas nas calçadas, d"ante
êste cedia o lugar ao segundo, o segun do ao terceiro e assim por diante até
de seus estabelecimentos, lhes davam um
que chegasse a vez de vir o pai substi
certo prestígio, um ar de preferência... O público, no entanto, nem sempre con seguia ser servido, apesar de munido de
tuí-los e por último a mãe, n tia, a
cartão de racionamento.
O sistema de
distribuição era precário. Mas o público não desistia na convicção de que os que
O preço na fila dá uma idéia do custo. Há uma grande diversidade de
te para quem não soubesse sair-se das
sabiam mover-se nesse emaranhado sis
não é impossível tvaüar-se o seu custo, pois existia um preço para compra de lugar nas filas.
estabelecimento de um certo favoritismo, Um detalhe interessante a notar é o revesamento dos diferentes membros da
fontes legítimas, estavam irremediávelmente destinados a morrer de fome. Não
Uma, era a fila dos alimentos. For-
47
Dicesto Econômico
custava 40 frs. Na fila de Nice, para
compra de passagens de trem, 400 frs. Como vêem, são enormes as margens
entre os preços de substituição. A fila para passagens de estradas de ferro era uma das mais dramáticas, dada a re
Uma fila pitoresca era n fila de sur-
dução dos transportes. Como a venda das passagens começasse a ser feita, no verão, às 7 horas da manhã, a fila co meçava a se formar de véspera, as 5
prêsa. Via-se, por exemplo, um cami nhão parar diante de um armazém. Não
assim, a noite na Estação esperando
avó, etc.
horas da tarde.
As pessoas passavam,
se sabia o que trazia. Era uma surprôsa
a sua vez. Havia também pessoas que
chegavam primeiro eram mellior ser
talvez.
se incumbiam de distrair os ocupantes
vidos, levando ps últimos o pior pedaço. Devo confessar, entretanto, que cer
fila e muitas vêzes, com grande sur
da fila, fazendo cantatas com orquestras
presa geral, nada havia.
improvisadas.
tas parisienses acabaram por encontrar uma especial satisfação nessas filas. Era
o salão onde se discutiam as novidades, falsas ou verdadeiras. Existia apenas um perigo. Aliás às vêzes com dolorosas conseqüências. É que no calor dos co mentários, exaltando-se, levantavam a
voz. Não se apercebiam então da apro ximação de alguém que. de mansinho,
Começava então a formar-se a
Os estudantes também se divertiam
Mas, índagareis, não se poderiam proi
em formar fila. Paravam, por exemplo, diante de uma quitanda. Dentro de
bir as filas? De fato, em dado momen
poucos momentos lá estava uma cauda
nesse sentido. Não se tinha mais o di reito de entrar na fila senão meia hora antes da abertura do armazém. O resul tado foi desastroso. Quando se suprime
enorme sem que ninguém soubesse afi nal porque ali se postara. Éstes eram os aspectos pitorescos da fila.
to pensou-se nisso e baixou-se a ordem
um processo de seleção, logo surge ou tro para substituí-lo. Mas o sucedâneo improvisado deu resultados piores. As pessoas ficavam passeando pelas ime
A fila servia de complemento a êste sistema de economia dirigida em maté
lhes batia no ombro, convidando-as a acompanhá-lo à Polícia onde teriam de prestar declarações e de onde talvez
Mas, se refletirmos um pouco chega remos a ver o incalculável preço que lhe custava! Preço não puramente mo netário, mas um preço não aparente,
ria de alimentação. Não constitui ne nhuma inovação. Existe em tôdas as
nunca voltassem. Aquela momentânea alegria se apagava então.
que não podemos esquecer: a perda de tempo, a fadiga, os sacrifícios. Tudo a
diações dos armazéns, fazendo hora para entrar na fila. Ao soar o apito, precipi tavam-se em desabalada corrida para
'partes, seja para transporte, para ali mentos, vestuário ou o que quer que seja. É um processo de seleção espon-
quanto montará?!
o local da fila.
nistrativas, formadas nas escolas, nas
• A fila é um sistema de seleção muito
encontrões, . saindo muitas delas feri
repartições públicas, e de importância
primitivo. No entanto, se bem difícil,
das.
terior.
O segundo tipo era o das filas admi
Havia empurrões,
46
da ocupação.
DICESTO EC0NÓ3küC0
Um espetáculo de que
os parisienses jamais se esquecerão é
tânea. Existiram filas na revolução, na Rússia, a ponto de um bom observador
èsse desfile de carrinhos pelas grandes artérias vazias, para distribuição dos pa
"país da fila".
cotes a domicílio,.
Mas tudo isso causava aos parisien ses um enorme mal-estar. Principalmen
dêsse pais, C. Hoover, cognominá-la de Em Paris dístinguiam-se duas espé cies de fila.
cada vez mais acentuada. Eram as filas
para distribuição de cartões de racio namento do petróleo, do carvão, do calçado, da roupa, etc. Davam lugar ao aliás muito natural nessas circunstâncias.
preços. A substituição na fila de Touíouse, em 1942, para o abastecimento,
mavam-se às portas dos armazéns em
dificuldades, a situação era penosissima. Indivíduos como os intelectuais, poi exemplo, enfim todos aquêles melhor or ganizados socialmente falando, que es tão habituados a se servir apenas das
virtude da circun.stãncia de se abrirem
família na fila. Se a fila começava, poi
êstes apenas a certas horas e por tem po limitado. Aliás parece que os co merciantes tinham a sensação de que
exemplo, às duas horas da tarde, vinha em primeiro lugar o irmão mais moço;
tema.
Houve sérios acidentes em conseqüên cia de sub-alimentação em que foram vitimas estudantes, empregados no corriércio, etc. Vi muitos casos de falta de
memória, de desmaios,^ntre os estudan tes. Contadores cometiam erros de cál culo que nunca Uies ocorrera antes.
E tudo isso" não servia sequer para operar uma seleção racional entre os
consumidores, de modo a impedir o fun cionamento do mecan'smo dos preços. A prova de que esta seleção realmen te não bastava está na existência das filas, fenômeno que deveis conhecer
bem, ao menos pelo seu aspecto ex
essas filas, formadas nas calçadas, d"ante
êste cedia o lugar ao segundo, o segun do ao terceiro e assim por diante até
de seus estabelecimentos, lhes davam um
que chegasse a vez de vir o pai substi
certo prestígio, um ar de preferência... O público, no entanto, nem sempre con seguia ser servido, apesar de munido de
tuí-los e por último a mãe, n tia, a
cartão de racionamento.
O sistema de
distribuição era precário. Mas o público não desistia na convicção de que os que
O preço na fila dá uma idéia do custo. Há uma grande diversidade de
te para quem não soubesse sair-se das
sabiam mover-se nesse emaranhado sis
não é impossível tvaüar-se o seu custo, pois existia um preço para compra de lugar nas filas.
estabelecimento de um certo favoritismo, Um detalhe interessante a notar é o revesamento dos diferentes membros da
fontes legítimas, estavam irremediávelmente destinados a morrer de fome. Não
Uma, era a fila dos alimentos. For-
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Dicesto Econômico
custava 40 frs. Na fila de Nice, para
compra de passagens de trem, 400 frs. Como vêem, são enormes as margens
entre os preços de substituição. A fila para passagens de estradas de ferro era uma das mais dramáticas, dada a re
Uma fila pitoresca era n fila de sur-
dução dos transportes. Como a venda das passagens começasse a ser feita, no verão, às 7 horas da manhã, a fila co meçava a se formar de véspera, as 5
prêsa. Via-se, por exemplo, um cami nhão parar diante de um armazém. Não
assim, a noite na Estação esperando
avó, etc.
horas da tarde.
As pessoas passavam,
se sabia o que trazia. Era uma surprôsa
a sua vez. Havia também pessoas que
chegavam primeiro eram mellior ser
talvez.
se incumbiam de distrair os ocupantes
vidos, levando ps últimos o pior pedaço. Devo confessar, entretanto, que cer
fila e muitas vêzes, com grande sur
da fila, fazendo cantatas com orquestras
presa geral, nada havia.
improvisadas.
tas parisienses acabaram por encontrar uma especial satisfação nessas filas. Era
o salão onde se discutiam as novidades, falsas ou verdadeiras. Existia apenas um perigo. Aliás às vêzes com dolorosas conseqüências. É que no calor dos co mentários, exaltando-se, levantavam a
voz. Não se apercebiam então da apro ximação de alguém que. de mansinho,
Começava então a formar-se a
Os estudantes também se divertiam
Mas, índagareis, não se poderiam proi
em formar fila. Paravam, por exemplo, diante de uma quitanda. Dentro de
bir as filas? De fato, em dado momen
poucos momentos lá estava uma cauda
nesse sentido. Não se tinha mais o di reito de entrar na fila senão meia hora antes da abertura do armazém. O resul tado foi desastroso. Quando se suprime
enorme sem que ninguém soubesse afi nal porque ali se postara. Éstes eram os aspectos pitorescos da fila.
to pensou-se nisso e baixou-se a ordem
um processo de seleção, logo surge ou tro para substituí-lo. Mas o sucedâneo improvisado deu resultados piores. As pessoas ficavam passeando pelas ime
A fila servia de complemento a êste sistema de economia dirigida em maté
lhes batia no ombro, convidando-as a acompanhá-lo à Polícia onde teriam de prestar declarações e de onde talvez
Mas, se refletirmos um pouco chega remos a ver o incalculável preço que lhe custava! Preço não puramente mo netário, mas um preço não aparente,
ria de alimentação. Não constitui ne nhuma inovação. Existe em tôdas as
nunca voltassem. Aquela momentânea alegria se apagava então.
que não podemos esquecer: a perda de tempo, a fadiga, os sacrifícios. Tudo a
diações dos armazéns, fazendo hora para entrar na fila. Ao soar o apito, precipi tavam-se em desabalada corrida para
'partes, seja para transporte, para ali mentos, vestuário ou o que quer que seja. É um processo de seleção espon-
quanto montará?!
o local da fila.
nistrativas, formadas nas escolas, nas
• A fila é um sistema de seleção muito
encontrões, . saindo muitas delas feri
repartições públicas, e de importância
primitivo. No entanto, se bem difícil,
das.
terior.
O segundo tipo era o das filas admi
Havia empurrões,
48
Dicesto Econômico
Ê lima significativa ilustração das leis
econômicas e dos processos de seleção. Agora, o que vemos? Êsse consumi
dor descontente com todos os processos adotados, mas que, não obstante, não foi eliminado e não se conforma, como
tio, um parente afastado qualquer, resi
dente no campo. Localizado o parente, passava-se a tomar interôssc pela sua sorte. Procurava-se conseguir lhe fossem
vai agir? Dispõe de muitos sistemas, um dos quais será o das suas relações
feitas remessas de pacotes.
pessoais.
nada fácil, pois importava em uma série de pesquisas do mais alto interesse sôbre
O mecanismo do preço é uma mara
Desenvol
via-se uma tática de conquista, aliás
Examinemos agora um outro processo: o das "trocas" diretas.
1.
As trocas encontram a barreira
do racionamento.
Em tôdas as épocas
críticas as trocas sofrem um processo
de retificação. São as trocas retificadas da economia dirigida. Uma economia dirigida é sempre uma
economia simplificada.
Ê preciso ler
ponês, a fim de convence-lo a consen
sempre presente ao espírito ser impos sível dirigir uma economia, em maté
bera o indivíduo porque ejpste o ho
tir na venda de meia dúzia de ovos.
ria alimentar, porque um racionamento
mem anônimo na transação.
Falava-se do tempo, da terra, dos ami
nunca poderá ser estabelecido de forma
gos, da sua propriedade. .Indagava-se da sua saúde, dos filhos, e assim pouco a pouco ia-se chegando ao assunto prin cipal, à finalidade da visita. Era preciso
a atender às diferen
vilha que só se compreendeu bem sob a ocupação.
I
abastecimento era um problema terrível. Tinha-se de descobrir, a todo custo, um
49
Dicesto EcoNÓRnco
O mecanismo do preço li
Com os sistemas adotados voltou-se a um estádio em que as transações dei
xaram de ser anônimas. As relações pas saram a encetar-se de indivíduo para
indivíduo. Evidentemente sempre hou ve relaçõçs pessoais como, por exem plo, no caso do pequeno comerciante que tem um monopólio de fato.
Mas
o campo aí é relativamente limitado.
Sob a ocupação as relações pessoais tornaram-se muito estreitas, graças ao mecanismo da inscrição. O consumidor era obrigado a se inscrever com um co merciante. Ora, desejando ser servido,
procurava logo conquistar as boas gra ças do fornecedor.
A dona de casa
lançava mão de seu melhor sorriso para catívá-!o. Interessava-se pela família, procurava prestar-lhe pequenos serviços,
tudo com o intuito de obter vantagens, mais ou menos clandestinas, para o abastecimento da família.
• Estabeleceram-se também
relações
pessoais entre a cidade e o campo. Para as famílias numerosas, em particular, o
a melhor maneira de abordar o cam
para não falhar. É o que se chamava de "pesca" de relações pessoais. Uma
Não é só uma questão
sado era então obrigado a preencher
abster-se de manteiga
por êle tôdas estas pequenas tarefas que
sem que o organismo
são da alçada do comerciante. O custo
venha a sofrer com isso; há outros que,
de tudo isso era enorme.
ao contrário, podem adoecer. Há tam
das "solas dos sapatos" até n perda de tempo, bem inestimável para uma fa mília pequena.
O indivíduo, por e.xemp!o, que dis põe de certo número de "coupons" para sa
Ora é
de gôsto. Há diferen ças orgânicas. Há in divíduos que podem
de sacrifícios, desde a falta de descanso
rigida.
patos, mas não preci
vez encetadas as relações, obtido o que
que por força das circunstâncias passa ram a ser executadas diretamente pelos interessados, impono^o-Ihes toda sorte
necessário para satisfazer às suas neces sidades. É impossível, pois, impedir a retificação das trocas na economia di
sa de sapatos e, sim de chapéus, troca os seus "coupons" com alguém que não quei ra chapéu, mas pre cisa de sapatos, e as
se desejava, não estava findo o caso. O camponês não sabia fazer o pacote, não sabia escrever o endereço. O interes
mente, incumbem tôdas essas funções
Adapta a sua tabela à sua escala de preferências e procura obter o que julga
mamos de escala de
impossível e.xistir uma distribuição global.
Ao comerciante, normal
ferências. O que faz então? Retifica-a.
que em economia cha preferências.
comerciante.
recebe uma tabela de racionamento que não coincide com a sua escala de pre
ças pessoais, isto é, ao
muita arte, agir com muita argúcia
Foi, então, que se ficou compreen dendo bem a importância do papel do
Ora, numa economia dirigida o ra
cionamento é feito para a totalidade do grupo. Por conseguinte, cada indivíduo
sim por diante. 2. Vejamos agora
um segundo caso de
"
bém a questão de saúde, de resistência de acôrdo com o sexo, a idade. Nessas condições, como impor um pa drão de troca?
Digamos que eu me dirija, por exem plo, aos estudantes e lhes peça para me
apresentarem a sua escala de preferên cias.' Digamos que eu repita o mesmo
pedido a vários outros indivíduos. Pe los resultados obtidos verificarei que as
escalas de preferências variam de indi víduo para indivíduo.
retificação de trocas, muito mais gra\'e. Em certo momento as trocas passaram a ser feitas entre a cidade e o campo.
Isto é muito importante, ao mesmo tem
po que forneceu oportimidade para uma boa parte da população se transformar em turista.
Não tendo os moradores da cidade o
que trocar em espécie de forma a conse guir os alimentos de que tinham ne cessidade, começaram a voltar énlão as
suas vistas para o campo.
A formáção dèsses preços de. troca é muito interessante do ponto de vista
48
Dicesto Econômico
Ê lima significativa ilustração das leis
econômicas e dos processos de seleção. Agora, o que vemos? Êsse consumi
dor descontente com todos os processos adotados, mas que, não obstante, não foi eliminado e não se conforma, como
tio, um parente afastado qualquer, resi
dente no campo. Localizado o parente, passava-se a tomar interôssc pela sua sorte. Procurava-se conseguir lhe fossem
vai agir? Dispõe de muitos sistemas, um dos quais será o das suas relações
feitas remessas de pacotes.
pessoais.
nada fácil, pois importava em uma série de pesquisas do mais alto interesse sôbre
O mecanismo do preço é uma mara
Desenvol
via-se uma tática de conquista, aliás
Examinemos agora um outro processo: o das "trocas" diretas.
1.
As trocas encontram a barreira
do racionamento.
Em tôdas as épocas
críticas as trocas sofrem um processo
de retificação. São as trocas retificadas da economia dirigida. Uma economia dirigida é sempre uma
economia simplificada.
Ê preciso ler
ponês, a fim de convence-lo a consen
sempre presente ao espírito ser impos sível dirigir uma economia, em maté
bera o indivíduo porque ejpste o ho
tir na venda de meia dúzia de ovos.
ria alimentar, porque um racionamento
mem anônimo na transação.
Falava-se do tempo, da terra, dos ami
nunca poderá ser estabelecido de forma
gos, da sua propriedade. .Indagava-se da sua saúde, dos filhos, e assim pouco a pouco ia-se chegando ao assunto prin cipal, à finalidade da visita. Era preciso
a atender às diferen
vilha que só se compreendeu bem sob a ocupação.
I
abastecimento era um problema terrível. Tinha-se de descobrir, a todo custo, um
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Dicesto EcoNÓRnco
O mecanismo do preço li
Com os sistemas adotados voltou-se a um estádio em que as transações dei
xaram de ser anônimas. As relações pas saram a encetar-se de indivíduo para
indivíduo. Evidentemente sempre hou ve relaçõçs pessoais como, por exem plo, no caso do pequeno comerciante que tem um monopólio de fato.
Mas
o campo aí é relativamente limitado.
Sob a ocupação as relações pessoais tornaram-se muito estreitas, graças ao mecanismo da inscrição. O consumidor era obrigado a se inscrever com um co merciante. Ora, desejando ser servido,
procurava logo conquistar as boas gra ças do fornecedor.
A dona de casa
lançava mão de seu melhor sorriso para catívá-!o. Interessava-se pela família, procurava prestar-lhe pequenos serviços,
tudo com o intuito de obter vantagens, mais ou menos clandestinas, para o abastecimento da família.
• Estabeleceram-se também
relações
pessoais entre a cidade e o campo. Para as famílias numerosas, em particular, o
a melhor maneira de abordar o cam
para não falhar. É o que se chamava de "pesca" de relações pessoais. Uma
Não é só uma questão
sado era então obrigado a preencher
abster-se de manteiga
por êle tôdas estas pequenas tarefas que
sem que o organismo
são da alçada do comerciante. O custo
venha a sofrer com isso; há outros que,
de tudo isso era enorme.
ao contrário, podem adoecer. Há tam
das "solas dos sapatos" até n perda de tempo, bem inestimável para uma fa mília pequena.
O indivíduo, por e.xemp!o, que dis põe de certo número de "coupons" para sa
Ora é
de gôsto. Há diferen ças orgânicas. Há in divíduos que podem
de sacrifícios, desde a falta de descanso
rigida.
patos, mas não preci
vez encetadas as relações, obtido o que
que por força das circunstâncias passa ram a ser executadas diretamente pelos interessados, impono^o-Ihes toda sorte
necessário para satisfazer às suas neces sidades. É impossível, pois, impedir a retificação das trocas na economia di
sa de sapatos e, sim de chapéus, troca os seus "coupons" com alguém que não quei ra chapéu, mas pre cisa de sapatos, e as
se desejava, não estava findo o caso. O camponês não sabia fazer o pacote, não sabia escrever o endereço. O interes
mente, incumbem tôdas essas funções
Adapta a sua tabela à sua escala de preferências e procura obter o que julga
mamos de escala de
impossível e.xistir uma distribuição global.
Ao comerciante, normal
ferências. O que faz então? Retifica-a.
que em economia cha preferências.
comerciante.
recebe uma tabela de racionamento que não coincide com a sua escala de pre
ças pessoais, isto é, ao
muita arte, agir com muita argúcia
Foi, então, que se ficou compreen dendo bem a importância do papel do
Ora, numa economia dirigida o ra
cionamento é feito para a totalidade do grupo. Por conseguinte, cada indivíduo
sim por diante. 2. Vejamos agora
um segundo caso de
"
bém a questão de saúde, de resistência de acôrdo com o sexo, a idade. Nessas condições, como impor um pa drão de troca?
Digamos que eu me dirija, por exem plo, aos estudantes e lhes peça para me
apresentarem a sua escala de preferên cias.' Digamos que eu repita o mesmo
pedido a vários outros indivíduos. Pe los resultados obtidos verificarei que as
escalas de preferências variam de indi víduo para indivíduo.
retificação de trocas, muito mais gra\'e. Em certo momento as trocas passaram a ser feitas entre a cidade e o campo.
Isto é muito importante, ao mesmo tem
po que forneceu oportimidade para uma boa parte da população se transformar em turista.
Não tendo os moradores da cidade o
que trocar em espécie de forma a conse guir os alimentos de que tinham ne cessidade, começaram a voltar énlão as
suas vistas para o campo.
A formáção dèsses preços de. troca é muito interessante do ponto de vista
'í V, ;yi
50
Digesto EcoNÓiaco
da economia. Pode-se acreditar, à pri meira vista, que a teoria a se aplicai
camponeses davam preferencia ao cho
dois monopólios: o da compra e o da venda. Nessas condições o preç-o é in
feria a manteiga. Que fez? Cito os números exatos: Com uma ração de 250 grs. de chocolate obteve dos cam poneses uma libra de manteiga. Com essa libra de manteiga obteve, nu cida de, 375 grs. de cbocolute. Com êsse chocolate voltou ao campo e obteve uma
mites extremos, a saber: o limite supe rior em que uma das partes, o compra dor, renuncia à transação, e o inferior, em que renuncia a outra parte, o ven-
dedor. Entre êsses dois liimtes é ira-
possível prever-se o preço, pois há duas
^ condições subjetivas: impossibilidade de espera e habilidade das partes. Entre tanto, não é caso de monopólio bilateral
colate enquanto a gente da cidade pre
libra e meia de manteiga. De regresso à cidade conseguiu 550 grs. de choco
51
Dicesto Econômico
Há uma série de obscr\açõcs muito curosas:
Em dado momento a moeda reapa receu.
Mas exatamente isso prova que
teriais. No primeiro caso ora a troca de "coupons" por "coupons". No segun do caso, tínhamos a troca de "mercado rias" por "mercadorias". No terceiro caso a "mercadoria" passou a fazer parte
integrante da "troca", tomando-se ass m uma verdadeira moeda.
Em Paris e.xistia o que se chama de
late, etc.
Tudo isso é muito instrutivo. Há es
"bouillon
aii
Kub".
Consiste
mms
peculação quando liá disparidade, quan
Neste caso há discussões, há uma con
do há desnível dos preços e quando liá
para fazer sopa. Custavam esses "bouil-
venção coletiva, etc.
possibilidade de transporte.
lons" 2,50 frs. meia dúzia.
passaram a servir de moeda cada um
O que se observa, pois, é a existên cia habitual de trocas geogràficamente estabelecidas, isto é, localizadas era de terminados centros.
- Mesmo no caso da troca de cartões ou
coupons" êste costume manteve-se
inalterado. Dizia-se correntemente, por exemplo: Nos subúrbios do Norte tro
cam-se tantos quilos de açúcar por tantas garrafas de vinho. Obedecia-se
a uma certa norma. E aquele que se não .submetesse à norma era considerado como um fraudador. Graças a êsse julgamento de valor evitaram-se certas especulações.
Mas, vejamos como funcionou na França o mecanismo das trocas não mais localizadas geogràficamente.
Um jovem, por exemplo, que dispu-
nha de uma determinada ração de cho■ colute, sabia que havia uma diferenço
Natural
mente, o jovem do caso citado dispu nha de uma bicicleta e podia fazer essas viagens com relativa facilidade.
Para outras trocas havia bases esta belecidas.
Uma troca muito freqüente era, por exemplo, a de massas por garrafas de vinho. Tomando-se por base a ração
uma libra de massa seria trocada por 4 garrafas de vinho. Tomando-se por base o preço, seria trocada por uma garrafa de vinho. Mas se se tomasse por base calorias, devia ser trocada por 3 garrafas de vinho. Por êsse resulta do verifica-sé que a base era flutuante e, não obstante, a lei econômica con tinua a átuar.
Um centro de trocas de açúcar era a região do Norte, Esta região co meçou a ser sèriamente controlada. Ime
diatamente a taxa da "troca" mudou.
de uma certa* quantidade de cobre, de que tinha necessidade. A troca dessa natureza, portanto, não só foi considerada como legal mas até recomendada.
as trocas eram feitas entre coisas ma
cubos alimentícios que se põem na água
como, por ex., no caso dos salários.
,
Os
e a teoria do monopólio bilateral. Pràticaraente teremos de lançar mão de
determinado, pelo menos entre dois li
■, . í
de valor relativo entre a manteiga e o chocolate, no campo c na cidade.
■
Quando
começou a ser cotado a 50 cêntimos,
portanto, a 3 frs. a meia dúzia. O que aparece ai - é o valor suple mentar operado na mercadoria pela sua função monetiiria. Isto é muito interes
sante porque por êsse valor suplementar
podemos avaliar qual a mercadoria que pode, por exemplo, comportar um au mento de 50% em relação ao seu valor
:Í5
Chegamos, assim, ao "mercado negro", mercado em tôrao do qual se levanta tanta celeuma.
No entanto o mercado negro é vellio como o mundo.
Pode-se dizer mesmo
que sempre existiu, pelo menos nos pe ríodos difíceis.
É a reação típica do
indivíduo quando sub-alimentado. Existiu na Revolução, determinando o
aparec menlo da "Lei do Maximum . Existíu em 1917-1921, no momento do socalismo, no momento de Lenin. Chamou-se a êsse mercado negro de "ho mem do saco" porque o camponês vinha com um saco às costas.
É o império da lei da oferta e óa procura sôbre o mercado. Se tentarmos rechassá-la pela porta, entrará pela ja nela.
Êsse mercado negro, sob a ocupação, insisto em dizer, não foi fruto de uma
imoralidade particular.
Precisamos distinguir duas categorias
comercial.
São casos muito ilustrativos.
Não insisto em salientar o inconvenien
te dessa troca.
íj! _ ^
Realmente, parte da
população encontrava-se em situação penosíssima. ■ Mas os dirigentes, por sua
vez, viram com isso desaparecer uma
de mercado negro, divergentes entre si,
uma das quais geralmente é condenada pelos estrangeiros. A lei e a Igreja puseram-se de acor
do sôbre êste ponto: a lei francesa pelo decreto de 15 de março de 1942, e a
certa quantidade de produtos alimentí
Igreja, pelo seu Cardeal Siihard, arce bispo de Paris, baixando as instruções
ela mesma, para suas trocas. Por exem
de 13 de dezembro de 1941.
cios de que a administração necessitava, plo: em 1942 a admmistração ofereceu cinco litros de vinho contra a entrega
A lei francesa é mais ou menos con
cebida nos segumtes têrmos:
'í V, ;yi
50
Digesto EcoNÓiaco
da economia. Pode-se acreditar, à pri meira vista, que a teoria a se aplicai
camponeses davam preferencia ao cho
dois monopólios: o da compra e o da venda. Nessas condições o preç-o é in
feria a manteiga. Que fez? Cito os números exatos: Com uma ração de 250 grs. de chocolate obteve dos cam poneses uma libra de manteiga. Com essa libra de manteiga obteve, nu cida de, 375 grs. de cbocolute. Com êsse chocolate voltou ao campo e obteve uma
mites extremos, a saber: o limite supe rior em que uma das partes, o compra dor, renuncia à transação, e o inferior, em que renuncia a outra parte, o ven-
dedor. Entre êsses dois liimtes é ira-
possível prever-se o preço, pois há duas
^ condições subjetivas: impossibilidade de espera e habilidade das partes. Entre tanto, não é caso de monopólio bilateral
colate enquanto a gente da cidade pre
libra e meia de manteiga. De regresso à cidade conseguiu 550 grs. de choco
51
Dicesto Econômico
Há uma série de obscr\açõcs muito curosas:
Em dado momento a moeda reapa receu.
Mas exatamente isso prova que
teriais. No primeiro caso ora a troca de "coupons" por "coupons". No segun do caso, tínhamos a troca de "mercado rias" por "mercadorias". No terceiro caso a "mercadoria" passou a fazer parte
integrante da "troca", tomando-se ass m uma verdadeira moeda.
Em Paris e.xistia o que se chama de
late, etc.
Tudo isso é muito instrutivo. Há es
"bouillon
aii
Kub".
Consiste
mms
peculação quando liá disparidade, quan
Neste caso há discussões, há uma con
do há desnível dos preços e quando liá
para fazer sopa. Custavam esses "bouil-
venção coletiva, etc.
possibilidade de transporte.
lons" 2,50 frs. meia dúzia.
passaram a servir de moeda cada um
O que se observa, pois, é a existên cia habitual de trocas geogràficamente estabelecidas, isto é, localizadas era de terminados centros.
- Mesmo no caso da troca de cartões ou
coupons" êste costume manteve-se
inalterado. Dizia-se correntemente, por exemplo: Nos subúrbios do Norte tro
cam-se tantos quilos de açúcar por tantas garrafas de vinho. Obedecia-se
a uma certa norma. E aquele que se não .submetesse à norma era considerado como um fraudador. Graças a êsse julgamento de valor evitaram-se certas especulações.
Mas, vejamos como funcionou na França o mecanismo das trocas não mais localizadas geogràficamente.
Um jovem, por exemplo, que dispu-
nha de uma determinada ração de cho■ colute, sabia que havia uma diferenço
Natural
mente, o jovem do caso citado dispu nha de uma bicicleta e podia fazer essas viagens com relativa facilidade.
Para outras trocas havia bases esta belecidas.
Uma troca muito freqüente era, por exemplo, a de massas por garrafas de vinho. Tomando-se por base a ração
uma libra de massa seria trocada por 4 garrafas de vinho. Tomando-se por base o preço, seria trocada por uma garrafa de vinho. Mas se se tomasse por base calorias, devia ser trocada por 3 garrafas de vinho. Por êsse resulta do verifica-sé que a base era flutuante e, não obstante, a lei econômica con tinua a átuar.
Um centro de trocas de açúcar era a região do Norte, Esta região co meçou a ser sèriamente controlada. Ime
diatamente a taxa da "troca" mudou.
de uma certa* quantidade de cobre, de que tinha necessidade. A troca dessa natureza, portanto, não só foi considerada como legal mas até recomendada.
as trocas eram feitas entre coisas ma
cubos alimentícios que se põem na água
como, por ex., no caso dos salários.
,
Os
e a teoria do monopólio bilateral. Pràticaraente teremos de lançar mão de
determinado, pelo menos entre dois li
■, . í
de valor relativo entre a manteiga e o chocolate, no campo c na cidade.
■
Quando
começou a ser cotado a 50 cêntimos,
portanto, a 3 frs. a meia dúzia. O que aparece ai - é o valor suple mentar operado na mercadoria pela sua função monetiiria. Isto é muito interes
sante porque por êsse valor suplementar
podemos avaliar qual a mercadoria que pode, por exemplo, comportar um au mento de 50% em relação ao seu valor
:Í5
Chegamos, assim, ao "mercado negro", mercado em tôrao do qual se levanta tanta celeuma.
No entanto o mercado negro é vellio como o mundo.
Pode-se dizer mesmo
que sempre existiu, pelo menos nos pe ríodos difíceis.
É a reação típica do
indivíduo quando sub-alimentado. Existiu na Revolução, determinando o
aparec menlo da "Lei do Maximum . Existíu em 1917-1921, no momento do socalismo, no momento de Lenin. Chamou-se a êsse mercado negro de "ho mem do saco" porque o camponês vinha com um saco às costas.
É o império da lei da oferta e óa procura sôbre o mercado. Se tentarmos rechassá-la pela porta, entrará pela ja nela.
Êsse mercado negro, sob a ocupação, insisto em dizer, não foi fruto de uma
imoralidade particular.
Precisamos distinguir duas categorias
comercial.
São casos muito ilustrativos.
Não insisto em salientar o inconvenien
te dessa troca.
íj! _ ^
Realmente, parte da
população encontrava-se em situação penosíssima. ■ Mas os dirigentes, por sua
vez, viram com isso desaparecer uma
de mercado negro, divergentes entre si,
uma das quais geralmente é condenada pelos estrangeiros. A lei e a Igreja puseram-se de acor
do sôbre êste ponto: a lei francesa pelo decreto de 15 de março de 1942, e a
certa quantidade de produtos alimentí
Igreja, pelo seu Cardeal Siihard, arce bispo de Paris, baixando as instruções
ela mesma, para suas trocas. Por exem
de 13 de dezembro de 1941.
cios de que a administração necessitava, plo: em 1942 a admmistração ofereceu cinco litros de vinho contra a entrega
A lei francesa é mais ou menos con
cebida nos segumtes têrmos:
'í V, ;yi
50
Digesto EcoNÓiaco
da economia. Pode-se acreditar, à pri meira vista, que a teoria a se aplicai
camponeses davam preferencia ao cho
dois monopólios: o da compra e o da venda. Nessas condições o preç-o é in
feria a manteiga. Que fez? Cito os números exatos: Com uma ração de 250 grs. de chocolate obteve dos cam poneses uma libra de manteiga. Com essa libra de manteiga obteve, nu cida de, 375 grs. de cbocolute. Com êsse chocolate voltou ao campo e obteve uma
mites extremos, a saber: o limite supe rior em que uma das partes, o compra dor, renuncia à transação, e o inferior, em que renuncia a outra parte, o ven-
dedor. Entre êsses dois liimtes é ira-
possível prever-se o preço, pois há duas
^ condições subjetivas: impossibilidade de espera e habilidade das partes. Entre tanto, não é caso de monopólio bilateral
colate enquanto a gente da cidade pre
libra e meia de manteiga. De regresso à cidade conseguiu 550 grs. de choco
51
Dicesto Econômico
Há uma série de obscr\açõcs muito curosas:
Em dado momento a moeda reapa receu.
Mas exatamente isso prova que
teriais. No primeiro caso ora a troca de "coupons" por "coupons". No segun do caso, tínhamos a troca de "mercado rias" por "mercadorias". No terceiro caso a "mercadoria" passou a fazer parte
integrante da "troca", tomando-se ass m uma verdadeira moeda.
Em Paris e.xistia o que se chama de
late, etc.
Tudo isso é muito instrutivo. Há es
"bouillon
aii
Kub".
Consiste
mms
peculação quando liá disparidade, quan
Neste caso há discussões, há uma con
do há desnível dos preços e quando liá
para fazer sopa. Custavam esses "bouil-
venção coletiva, etc.
possibilidade de transporte.
lons" 2,50 frs. meia dúzia.
passaram a servir de moeda cada um
O que se observa, pois, é a existên cia habitual de trocas geogràficamente estabelecidas, isto é, localizadas era de terminados centros.
- Mesmo no caso da troca de cartões ou
coupons" êste costume manteve-se
inalterado. Dizia-se correntemente, por exemplo: Nos subúrbios do Norte tro
cam-se tantos quilos de açúcar por tantas garrafas de vinho. Obedecia-se
a uma certa norma. E aquele que se não .submetesse à norma era considerado como um fraudador. Graças a êsse julgamento de valor evitaram-se certas especulações.
Mas, vejamos como funcionou na França o mecanismo das trocas não mais localizadas geogràficamente.
Um jovem, por exemplo, que dispu-
nha de uma determinada ração de cho■ colute, sabia que havia uma diferenço
Natural
mente, o jovem do caso citado dispu nha de uma bicicleta e podia fazer essas viagens com relativa facilidade.
Para outras trocas havia bases esta belecidas.
Uma troca muito freqüente era, por exemplo, a de massas por garrafas de vinho. Tomando-se por base a ração
uma libra de massa seria trocada por 4 garrafas de vinho. Tomando-se por base o preço, seria trocada por uma garrafa de vinho. Mas se se tomasse por base calorias, devia ser trocada por 3 garrafas de vinho. Por êsse resulta do verifica-sé que a base era flutuante e, não obstante, a lei econômica con tinua a átuar.
Um centro de trocas de açúcar era a região do Norte, Esta região co meçou a ser sèriamente controlada. Ime
diatamente a taxa da "troca" mudou.
de uma certa* quantidade de cobre, de que tinha necessidade. A troca dessa natureza, portanto, não só foi considerada como legal mas até recomendada.
as trocas eram feitas entre coisas ma
cubos alimentícios que se põem na água
como, por ex., no caso dos salários.
,
Os
e a teoria do monopólio bilateral. Pràticaraente teremos de lançar mão de
determinado, pelo menos entre dois li
■, . í
de valor relativo entre a manteiga e o chocolate, no campo c na cidade.
■
Quando
começou a ser cotado a 50 cêntimos,
portanto, a 3 frs. a meia dúzia. O que aparece ai - é o valor suple mentar operado na mercadoria pela sua função monetiiria. Isto é muito interes
sante porque por êsse valor suplementar
podemos avaliar qual a mercadoria que pode, por exemplo, comportar um au mento de 50% em relação ao seu valor
:Í5
Chegamos, assim, ao "mercado negro", mercado em tôrao do qual se levanta tanta celeuma.
No entanto o mercado negro é vellio como o mundo.
Pode-se dizer mesmo
que sempre existiu, pelo menos nos pe ríodos difíceis.
É a reação típica do
indivíduo quando sub-alimentado. Existiu na Revolução, determinando o
aparec menlo da "Lei do Maximum . Existíu em 1917-1921, no momento do socalismo, no momento de Lenin. Chamou-se a êsse mercado negro de "ho mem do saco" porque o camponês vinha com um saco às costas.
É o império da lei da oferta e óa procura sôbre o mercado. Se tentarmos rechassá-la pela porta, entrará pela ja nela.
Êsse mercado negro, sob a ocupação, insisto em dizer, não foi fruto de uma
imoralidade particular.
Precisamos distinguir duas categorias
comercial.
São casos muito ilustrativos.
Não insisto em salientar o inconvenien
te dessa troca.
íj! _ ^
Realmente, parte da
população encontrava-se em situação penosíssima. ■ Mas os dirigentes, por sua
vez, viram com isso desaparecer uma
de mercado negro, divergentes entre si,
uma das quais geralmente é condenada pelos estrangeiros. A lei e a Igreja puseram-se de acor
do sôbre êste ponto: a lei francesa pelo decreto de 15 de março de 1942, e a
certa quantidade de produtos alimentí
Igreja, pelo seu Cardeal Siihard, arce bispo de Paris, baixando as instruções
ela mesma, para suas trocas. Por exem
de 13 de dezembro de 1941.
cios de que a administração necessitava, plo: em 1942 a admmistração ofereceu cinco litros de vinho contra a entrega
A lei francesa é mais ou menos con
cebida nos segumtes têrmos:
'í V, ;yi
50
Digesto EcoNÓiaco
da economia. Pode-se acreditar, à pri meira vista, que a teoria a se aplicai
camponeses davam preferencia ao cho
dois monopólios: o da compra e o da venda. Nessas condições o preç-o é in
feria a manteiga. Que fez? Cito os números exatos: Com uma ração de 250 grs. de chocolate obteve dos cam poneses uma libra de manteiga. Com essa libra de manteiga obteve, nu cida de, 375 grs. de cbocolute. Com êsse chocolate voltou ao campo e obteve uma
mites extremos, a saber: o limite supe rior em que uma das partes, o compra dor, renuncia à transação, e o inferior, em que renuncia a outra parte, o ven-
dedor. Entre êsses dois liimtes é ira-
possível prever-se o preço, pois há duas
^ condições subjetivas: impossibilidade de espera e habilidade das partes. Entre tanto, não é caso de monopólio bilateral
colate enquanto a gente da cidade pre
libra e meia de manteiga. De regresso à cidade conseguiu 550 grs. de choco
51
Dicesto Econômico
Há uma série de obscr\açõcs muito curosas:
Em dado momento a moeda reapa receu.
Mas exatamente isso prova que
teriais. No primeiro caso ora a troca de "coupons" por "coupons". No segun do caso, tínhamos a troca de "mercado rias" por "mercadorias". No terceiro caso a "mercadoria" passou a fazer parte
integrante da "troca", tomando-se ass m uma verdadeira moeda.
Em Paris e.xistia o que se chama de
late, etc.
Tudo isso é muito instrutivo. Há es
"bouillon
aii
Kub".
Consiste
mms
peculação quando liá disparidade, quan
Neste caso há discussões, há uma con
do há desnível dos preços e quando liá
para fazer sopa. Custavam esses "bouil-
venção coletiva, etc.
possibilidade de transporte.
lons" 2,50 frs. meia dúzia.
passaram a servir de moeda cada um
O que se observa, pois, é a existên cia habitual de trocas geogràficamente estabelecidas, isto é, localizadas era de terminados centros.
- Mesmo no caso da troca de cartões ou
coupons" êste costume manteve-se
inalterado. Dizia-se correntemente, por exemplo: Nos subúrbios do Norte tro
cam-se tantos quilos de açúcar por tantas garrafas de vinho. Obedecia-se
a uma certa norma. E aquele que se não .submetesse à norma era considerado como um fraudador. Graças a êsse julgamento de valor evitaram-se certas especulações.
Mas, vejamos como funcionou na França o mecanismo das trocas não mais localizadas geogràficamente.
Um jovem, por exemplo, que dispu-
nha de uma determinada ração de cho■ colute, sabia que havia uma diferenço
Natural
mente, o jovem do caso citado dispu nha de uma bicicleta e podia fazer essas viagens com relativa facilidade.
Para outras trocas havia bases esta belecidas.
Uma troca muito freqüente era, por exemplo, a de massas por garrafas de vinho. Tomando-se por base a ração
uma libra de massa seria trocada por 4 garrafas de vinho. Tomando-se por base o preço, seria trocada por uma garrafa de vinho. Mas se se tomasse por base calorias, devia ser trocada por 3 garrafas de vinho. Por êsse resulta do verifica-sé que a base era flutuante e, não obstante, a lei econômica con tinua a átuar.
Um centro de trocas de açúcar era a região do Norte, Esta região co meçou a ser sèriamente controlada. Ime
diatamente a taxa da "troca" mudou.
de uma certa* quantidade de cobre, de que tinha necessidade. A troca dessa natureza, portanto, não só foi considerada como legal mas até recomendada.
as trocas eram feitas entre coisas ma
cubos alimentícios que se põem na água
como, por ex., no caso dos salários.
,
Os
e a teoria do monopólio bilateral. Pràticaraente teremos de lançar mão de
determinado, pelo menos entre dois li
■, . í
de valor relativo entre a manteiga e o chocolate, no campo c na cidade.
■
Quando
começou a ser cotado a 50 cêntimos,
portanto, a 3 frs. a meia dúzia. O que aparece ai - é o valor suple mentar operado na mercadoria pela sua função monetiiria. Isto é muito interes
sante porque por êsse valor suplementar
podemos avaliar qual a mercadoria que pode, por exemplo, comportar um au mento de 50% em relação ao seu valor
:Í5
Chegamos, assim, ao "mercado negro", mercado em tôrao do qual se levanta tanta celeuma.
No entanto o mercado negro é vellio como o mundo.
Pode-se dizer mesmo
que sempre existiu, pelo menos nos pe ríodos difíceis.
É a reação típica do
indivíduo quando sub-alimentado. Existiu na Revolução, determinando o
aparec menlo da "Lei do Maximum . Existíu em 1917-1921, no momento do socalismo, no momento de Lenin. Chamou-se a êsse mercado negro de "ho mem do saco" porque o camponês vinha com um saco às costas.
É o império da lei da oferta e óa procura sôbre o mercado. Se tentarmos rechassá-la pela porta, entrará pela ja nela.
Êsse mercado negro, sob a ocupação, insisto em dizer, não foi fruto de uma
imoralidade particular.
Precisamos distinguir duas categorias
comercial.
São casos muito ilustrativos.
Não insisto em salientar o inconvenien
te dessa troca.
íj! _ ^
Realmente, parte da
população encontrava-se em situação penosíssima. ■ Mas os dirigentes, por sua
vez, viram com isso desaparecer uma
de mercado negro, divergentes entre si,
uma das quais geralmente é condenada pelos estrangeiros. A lei e a Igreja puseram-se de acor
do sôbre êste ponto: a lei francesa pelo decreto de 15 de março de 1942, e a
certa quantidade de produtos alimentí
Igreja, pelo seu Cardeal Siihard, arce bispo de Paris, baixando as instruções
ela mesma, para suas trocas. Por exem
de 13 de dezembro de 1941.
cios de que a administração necessitava, plo: em 1942 a admmistração ofereceu cinco litros de vinho contra a entrega
A lei francesa é mais ou menos con
cebida nos segumtes têrmos:
52
Dicjesto Econômico 53
Dicesto Econômico
"As prescrições legais
mativas que avaliam em 200 bilhões de
concernentes ao comércio dos produtos
1.® ponto;
francos o montante das suas operações.
declarações de estoque entrava também
mais lucrativo deixar de pescar e passa
O que devo dizer, entretanto, é o se guinte: Se esta base fôr exata, isto cor
no câmbio negro.
ram a viver da venda desses cartões no
respondeu a uma perda, para o Estado, de.cêrca de 60 bilhões de francos em impostos e ta.\as. Êste fato é gravíssi
pria negligência do consumidor. O fu
alimentícios necessários à vida obrigam a consciência". Evidentemente, em cons ciência, é preciso obedecer à lei. A lei
'
de 1942 diz expressamente que "todo aquele que fizer mercado negro com
fito de lucro, comprando, por e.xemplo, para revender, incorrerá nas sanções legais como defraudador".
2.® ponto; Mas, diz a lei: "As mo-
r ^®5tas operações extra-legais, que têm por fim procurar obter alguma provisão
suplementar julgada necesááría, justi-
ficam-se, a um tempo, pela sua dimi
nuta importância e pelas necessidades
da Vida". A autoridade as tolerará com
largueza e da mesma forina a religião
mo para uma nação que tem necessida de da sua receita.
O preço no mercado negro era muito variável, apresentando, num mesmo mo mento, uma disparidade espantosa; é um movimento geral, em períodos dc in
t
;
o comerciante que faz o mercado negro com intuito de lucro. Êste mercado é condenável.
Mas, há mães de família que, pre-
: cisando dar de comer a seus filhos fa mintos, vão comprar mantimentos no
; merpado negro, A lei não as pune. Não
, vendo nisso incpnveniente a Igreja absolve-as.
E qual. foi a fôrça dêsse mercado negro? É impossível saber. Há esti
mo, por exemplo que era muito pro curado, só existia em câmbio negro. Era vendido também no câmbio negro
houve o "mercado cinzento".
tudo o que provinha de cartões de ra cionamento inutilizados e corresponden
tolerado.
tes aos internados em hospitais, aos ve lhos, etc. Havia um grande mercado
cebeu de que o preço no mercado ne
O mercado cinzento era um mercado
Quando a municipalidade se aper
gro era elevado, mas que também tal- ' vez a taxação não tivesse sido estabele cida em bases equitativas, começou a
subia à medida que se reduzia o mer
barcos a motor recebiam cartões para
trava entre os limites desses dois pre
cado livre. Subia também à medida que
provisão de gasolina. Como a procura de gasolina era enorme acharam muito
ços; o fixado pelas autoridades e o do
flação.
Entre nós o preço no mercado negro
o temor de que os regulamentos admi- reforçava o controle, porque o preço no • mstrativos não se possam aplicar às mercado negro se forma também em circunstâncias particulares de um de- função do risco. Aumentando o risco sobe o preço. Aumentava do mesmo nio' terminado caso. do quando havia suprimentos suplemen Eis aí uma bela crlUca à economia
Mas é isso justamente que distingue as duas categorias de mercado negro, Existe uma regulamentação para punir
Enfim, para completar o quadro, devo dizer que ao lado do mercado negro
para cartões dessa natureza. No sul da França, por exemplo, deu-se o seguin te caso. Os pescadores possuidores de
' Essa tolerância serve para compensar a escasscavam as mercadorias. E o que i, • deficiência do racionamento. Sempre há é mais notável: subia mais quando se
dingida.
mercado negro.
Deve-se ainda levar em conta a pró
tares, 6 crescia quando decrescia a ra ção. Assim, por e.x., em princípios de
1943, quando a ração , da manteiga foi reduzida de 310 a 175 grs., o quilo da manteiga passou de 500 a 700 frs.
Havia muitas fontes de mercado negro.
É evidente que o excesso sôbre as reservas para o consumo próprio e da
tolerar um certo preço que se encon
mercado negro. Exemplo:
PREÇOS DO OUTONO DE 1942 Preço
Mercado
Mercado
tabelado
negro
cinzento
Tomates kg.
2.80 frs.
Melão
4.80 "
10 frs. 15 "
....
Evidentemente perguntar-se-á:
Que
6 frs. 8 "-
rências como a do caso que ficou céle
Ê muito fácil fazer crítica.
bre. É o seguinte: Em 1941 apareceu em um hotel de Paris um vagão de "ru-
No entanto devemos ponderar o se
tabaga", também conhecido pelo nOnie
pensar do sistema?
guinte: Em períodos difíceis é-se obri gado a dirigir o consumo e o mercado negro não pode dehxar de se estabele cer por tôda a parte.
Mas, se é fato que às vezes há real
de "nabo da Suécia", qúe é uma raiz que serve para alimentar porcos. Pois bem, como a safra de batatas tinha sido muito abundante nesse ano, os campo
neses acharam mais vantajoso alimentar
família entrava no câmbio negro. Natu
mente falta de mercadorias, outras vê-
os porcos com batatas e enx^iar o "ruta-
ralmente nessas reservas deve-se compu
baga" para a cidade. Se passarmos a examinar o custo de
nas quebras, no pêso, na qualidade. Essa fraude dos comerciantes era tole
zes essa falta é apenas aparente. Em Paris havia um mercado negro no Forte de Clignancourt. A população de Bru xelas que precisava de alguma coisa ia
rada pela administração. Tudo que os
à rua du Radis. .
tar o que os comerciantes tiravam
comerciantes podiam sonegar nas suas
Por vezes isso é desastroso sob muitos
aspectos; outras vêzes dá lugar a incoe
todo esse mecanismo verificaremos que foi enorme. Havia tôda uma organi^ção de funcionários, quase-funcionários, de sindicatos, sub-sindicatos, etc. Certos
negócios exigiam cerca de 281 declara-
52
Dicjesto Econômico 53
Dicesto Econômico
"As prescrições legais
mativas que avaliam em 200 bilhões de
concernentes ao comércio dos produtos
1.® ponto;
francos o montante das suas operações.
declarações de estoque entrava também
mais lucrativo deixar de pescar e passa
O que devo dizer, entretanto, é o se guinte: Se esta base fôr exata, isto cor
no câmbio negro.
ram a viver da venda desses cartões no
respondeu a uma perda, para o Estado, de.cêrca de 60 bilhões de francos em impostos e ta.\as. Êste fato é gravíssi
pria negligência do consumidor. O fu
alimentícios necessários à vida obrigam a consciência". Evidentemente, em cons ciência, é preciso obedecer à lei. A lei
'
de 1942 diz expressamente que "todo aquele que fizer mercado negro com
fito de lucro, comprando, por e.xemplo, para revender, incorrerá nas sanções legais como defraudador".
2.® ponto; Mas, diz a lei: "As mo-
r ^®5tas operações extra-legais, que têm por fim procurar obter alguma provisão
suplementar julgada necesááría, justi-
ficam-se, a um tempo, pela sua dimi
nuta importância e pelas necessidades
da Vida". A autoridade as tolerará com
largueza e da mesma forina a religião
mo para uma nação que tem necessida de da sua receita.
O preço no mercado negro era muito variável, apresentando, num mesmo mo mento, uma disparidade espantosa; é um movimento geral, em períodos dc in
t
;
o comerciante que faz o mercado negro com intuito de lucro. Êste mercado é condenável.
Mas, há mães de família que, pre-
: cisando dar de comer a seus filhos fa mintos, vão comprar mantimentos no
; merpado negro, A lei não as pune. Não
, vendo nisso incpnveniente a Igreja absolve-as.
E qual. foi a fôrça dêsse mercado negro? É impossível saber. Há esti
mo, por exemplo que era muito pro curado, só existia em câmbio negro. Era vendido também no câmbio negro
houve o "mercado cinzento".
tudo o que provinha de cartões de ra cionamento inutilizados e corresponden
tolerado.
tes aos internados em hospitais, aos ve lhos, etc. Havia um grande mercado
cebeu de que o preço no mercado ne
O mercado cinzento era um mercado
Quando a municipalidade se aper
gro era elevado, mas que também tal- ' vez a taxação não tivesse sido estabele cida em bases equitativas, começou a
subia à medida que se reduzia o mer
barcos a motor recebiam cartões para
trava entre os limites desses dois pre
cado livre. Subia também à medida que
provisão de gasolina. Como a procura de gasolina era enorme acharam muito
ços; o fixado pelas autoridades e o do
flação.
Entre nós o preço no mercado negro
o temor de que os regulamentos admi- reforçava o controle, porque o preço no • mstrativos não se possam aplicar às mercado negro se forma também em circunstâncias particulares de um de- função do risco. Aumentando o risco sobe o preço. Aumentava do mesmo nio' terminado caso. do quando havia suprimentos suplemen Eis aí uma bela crlUca à economia
Mas é isso justamente que distingue as duas categorias de mercado negro, Existe uma regulamentação para punir
Enfim, para completar o quadro, devo dizer que ao lado do mercado negro
para cartões dessa natureza. No sul da França, por exemplo, deu-se o seguin te caso. Os pescadores possuidores de
' Essa tolerância serve para compensar a escasscavam as mercadorias. E o que i, • deficiência do racionamento. Sempre há é mais notável: subia mais quando se
dingida.
mercado negro.
Deve-se ainda levar em conta a pró
tares, 6 crescia quando decrescia a ra ção. Assim, por e.x., em princípios de
1943, quando a ração , da manteiga foi reduzida de 310 a 175 grs., o quilo da manteiga passou de 500 a 700 frs.
Havia muitas fontes de mercado negro.
É evidente que o excesso sôbre as reservas para o consumo próprio e da
tolerar um certo preço que se encon
mercado negro. Exemplo:
PREÇOS DO OUTONO DE 1942 Preço
Mercado
Mercado
tabelado
negro
cinzento
Tomates kg.
2.80 frs.
Melão
4.80 "
10 frs. 15 "
....
Evidentemente perguntar-se-á:
Que
6 frs. 8 "-
rências como a do caso que ficou céle
Ê muito fácil fazer crítica.
bre. É o seguinte: Em 1941 apareceu em um hotel de Paris um vagão de "ru-
No entanto devemos ponderar o se
tabaga", também conhecido pelo nOnie
pensar do sistema?
guinte: Em períodos difíceis é-se obri gado a dirigir o consumo e o mercado negro não pode dehxar de se estabele cer por tôda a parte.
Mas, se é fato que às vezes há real
de "nabo da Suécia", qúe é uma raiz que serve para alimentar porcos. Pois bem, como a safra de batatas tinha sido muito abundante nesse ano, os campo
neses acharam mais vantajoso alimentar
família entrava no câmbio negro. Natu
mente falta de mercadorias, outras vê-
os porcos com batatas e enx^iar o "ruta-
ralmente nessas reservas deve-se compu
baga" para a cidade. Se passarmos a examinar o custo de
nas quebras, no pêso, na qualidade. Essa fraude dos comerciantes era tole
zes essa falta é apenas aparente. Em Paris havia um mercado negro no Forte de Clignancourt. A população de Bru xelas que precisava de alguma coisa ia
rada pela administração. Tudo que os
à rua du Radis. .
tar o que os comerciantes tiravam
comerciantes podiam sonegar nas suas
Por vezes isso é desastroso sob muitos
aspectos; outras vêzes dá lugar a incoe
todo esse mecanismo verificaremos que foi enorme. Havia tôda uma organi^ção de funcionários, quase-funcionários, de sindicatos, sub-sindicatos, etc. Certos
negócios exigiam cerca de 281 declara-
54
Dicesto Econômico
ções por ano, 41 registros, sem contar as inúmeras viagens a pé, de trem, de
botes, as idas e vindas de uma reparti ção à outra para preencher formalidades. Naturalmente as administrações não fo
ram feitas para o comércio ou para a indústria. Mas, enfim, tudo isso requeria um sem número de atos e práticas, nego ciações e contra-negociações que com plicavam muito a vida.
E quanto à qualidade? Como o .preço fixado era o mesmo tanto- para a boa mercadoria como para a má, o que acon
tecia? A boa mercadoria desaparecia e só reaparecia no mercado negro. Por esse sistema os comerciantes tor naram-se por assim dizer verdadeiros
funcionários: serxnam, controlavam, abu savam. E para agravar a situação havia
ainda a possibilidade de perda do "coupon", o que constituía uma verdadeira
tragédia, pois os "coupons" não se su bstituíam senão em parte e com muita demora.
Era uma verdadeira burocracia que funcionava assim ao lado da oficial. Mas o pior era a questão do consu
Levando, como uma namorada ansiosa,
devemos fazer dele um ideal. Devemos lutar para vê-lo desaparecer a fim de que se restabeleça o mecanismo do
cartas para o marido que lutava distante, feliz por poder sozinha dar conta de seus negócios, dc toda uma contabili dade complicada. Vê-la precipitando-se para o padeiro, o açougueiro, em busca das rações para a casa. Correndo às delegacias em busca de ordens espe ciais; c de lá para as repartições legali zando assinaturas, preenchendo formali
preço.
dades. As correrias ainda para as esta
Aliás, não .se pode responsabilizar o homem por tudo. O sistema é falho,
ções, onde ficava de pé, horas a fio nas filas, preocupada em voltar para
É verdade que os homens se adaptam aos sistemas. Mas os sistemas é que devem existir para os homens e não os homens para os sistemas. Não quero, todavia, terminar lúgubremente. Quero terminar em plena luz Contrariamente a todos os prognósti
levar a fome ao lar. E depois tinha ainda as cartas a escrever, os pacotes a fazer, a embrulhar, a' amarrar, a ex
pedir. Era um trabalho contínuo, sem sequer um instante de repouso, mesmo nos domingos!
Ê bem possível que reportando-se o historiador a este período, seja tomado de cólera.
Diante da fúria selvagem,
dos horrores cometidos, taKez suponha que a civilização falhou. Será tenta do, quem sabe, a maldizer esta época. Mas se atentar na silhueta da mulher
casa a fim de cuidar do alimento dos
francesa, emagrecida, fatigada, de sa
filhos e tratar dos inúmeros afazeres do
cola pendurada no braço, na fila do pão,
mésticos. Que de sacrifícios, de cami nhadas, de degraus a subir, de horas
da came, à porta do armazém, de prate leiras quase vazias, pálida mas sempre
intermináveis de espera, de paciência,
com um sorriso nos lábios, talvez se
tudo isso lhe custaval E a nenhum des
convença de que seria um vitupério con denar uma época que a conheceu.
ses serviços podia furtar-se porque seria
cos e graças em parte a esta necessidade
de vencer as dificuldades para buscar
■ 301
uma saída, não se conseguiu matar o espírito de iniciativa em França.
Se é verdade que, como sempre acon
O Conselho luler-americano dc Comércio e Produção, com sede em
deu, acaba de editar um trabalho técnico, em que se analisa o panorama
mento era drástico. Aliás era um cál culo muito difícil, jogando-se com coe
tece erii todos os períodos dolorosos e terríveis, os bons se tornam melhores e os maus piores, não é menos verdade também que ao lado de todos êsses de
ficientes de referências, etc. Sempre ti ve para mim que as repartições de gás e
ra admirável, que quero pôr em relevo
Latina", dá-nos trás aspectos sôbre o assunto. São os seguintes: ,. j Vantagens da industrialização, e situação industrial - estagio Ptual de (iesenvolvimento da América Latina e política de incremento; alterações econômicas, quanto aos efeitos da guerra sôbre a indústria e problemas correiatos. _ A obra divulgada pelo Conselho Inter-amerícano de Comercio e Produção
mo de eletricidade e gás, pois o raciona
luz deviam ser uma gloriosa extensão dos cursos de matemática.
Afinah devemos insistir no ponto de vista moral.
delongas levavam o consumidor a violar a lei.
Aliás era mesmo tolerado.
ploráveis exemplares surgiu uma figu Houve muita dedicação ao lado, cer
da América Latina, sugerindo ao mesmo tempo normas para resolver os decorrentes do desenv^vimento nuinufatureiro nesta parte do cortíinerite O estudo que se subordina ao título de "Desenvolvimento hmustnal na A
'
tamente, de violentos egoismos.
insere ainda um capítulo condensando em 60 recomendações as principais conclusões
• Mas sobrepujando a todos aí está a bela silhueta da dona de casa francesa
do temário anterior, referindo-se especificamente às seguintes questões:
a simples mãe de família, a modesta
Naturalmente todos êsses trâmites e
/ -
vos ricos, que sc instalavam como "parvenus" e que deram assunto para uma vasta literatura de teatro, provàvelmente já conhecida. Inútil, pois, insistir sôbre èsse aspecto.
Resumindo: Êsse consumo dirigido pode ser uma necessidade, mas jamais
55
DtGESTO Eco^'ó^^co
burguesa de Paris, que foi vencendo a árdua luta de todo êsse período. Era
Mas
preciso vê-la movímentando-se atrás de
o que era mais deplorável eram os no-
cartões de racionamento, de inscrições.
a) Indústria que devem ser incenHvadas em relaçao às necessidades de
cada país.
,.
. . , ,. ,
b) Medidas para resolver o desenvolvimento industrial.
c) PoUtica aconselhável para o período de transição à economia de paz, em . . . » Finalmente em anexo, são consignadas as resoluções atinentes ^ recomenda
especial as indústrias surgidas durante a guerra.
ções debatidas e aprovadas em diversos congressos e conferências de produção e comércio, realizadas pelos países americanos.
54
Dicesto Econômico
ções por ano, 41 registros, sem contar as inúmeras viagens a pé, de trem, de
botes, as idas e vindas de uma reparti ção à outra para preencher formalidades. Naturalmente as administrações não fo
ram feitas para o comércio ou para a indústria. Mas, enfim, tudo isso requeria um sem número de atos e práticas, nego ciações e contra-negociações que com plicavam muito a vida.
E quanto à qualidade? Como o .preço fixado era o mesmo tanto- para a boa mercadoria como para a má, o que acon
tecia? A boa mercadoria desaparecia e só reaparecia no mercado negro. Por esse sistema os comerciantes tor naram-se por assim dizer verdadeiros
funcionários: serxnam, controlavam, abu savam. E para agravar a situação havia
ainda a possibilidade de perda do "coupon", o que constituía uma verdadeira
tragédia, pois os "coupons" não se su bstituíam senão em parte e com muita demora.
Era uma verdadeira burocracia que funcionava assim ao lado da oficial. Mas o pior era a questão do consu
Levando, como uma namorada ansiosa,
devemos fazer dele um ideal. Devemos lutar para vê-lo desaparecer a fim de que se restabeleça o mecanismo do
cartas para o marido que lutava distante, feliz por poder sozinha dar conta de seus negócios, dc toda uma contabili dade complicada. Vê-la precipitando-se para o padeiro, o açougueiro, em busca das rações para a casa. Correndo às delegacias em busca de ordens espe ciais; c de lá para as repartições legali zando assinaturas, preenchendo formali
preço.
dades. As correrias ainda para as esta
Aliás, não .se pode responsabilizar o homem por tudo. O sistema é falho,
ções, onde ficava de pé, horas a fio nas filas, preocupada em voltar para
É verdade que os homens se adaptam aos sistemas. Mas os sistemas é que devem existir para os homens e não os homens para os sistemas. Não quero, todavia, terminar lúgubremente. Quero terminar em plena luz Contrariamente a todos os prognósti
levar a fome ao lar. E depois tinha ainda as cartas a escrever, os pacotes a fazer, a embrulhar, a' amarrar, a ex
pedir. Era um trabalho contínuo, sem sequer um instante de repouso, mesmo nos domingos!
Ê bem possível que reportando-se o historiador a este período, seja tomado de cólera.
Diante da fúria selvagem,
dos horrores cometidos, taKez suponha que a civilização falhou. Será tenta do, quem sabe, a maldizer esta época. Mas se atentar na silhueta da mulher
casa a fim de cuidar do alimento dos
francesa, emagrecida, fatigada, de sa
filhos e tratar dos inúmeros afazeres do
cola pendurada no braço, na fila do pão,
mésticos. Que de sacrifícios, de cami nhadas, de degraus a subir, de horas
da came, à porta do armazém, de prate leiras quase vazias, pálida mas sempre
intermináveis de espera, de paciência,
com um sorriso nos lábios, talvez se
tudo isso lhe custaval E a nenhum des
convença de que seria um vitupério con denar uma época que a conheceu.
ses serviços podia furtar-se porque seria
cos e graças em parte a esta necessidade
de vencer as dificuldades para buscar
■ 301
uma saída, não se conseguiu matar o espírito de iniciativa em França.
Se é verdade que, como sempre acon
O Conselho luler-americano dc Comércio e Produção, com sede em
deu, acaba de editar um trabalho técnico, em que se analisa o panorama
mento era drástico. Aliás era um cál culo muito difícil, jogando-se com coe
tece erii todos os períodos dolorosos e terríveis, os bons se tornam melhores e os maus piores, não é menos verdade também que ao lado de todos êsses de
ficientes de referências, etc. Sempre ti ve para mim que as repartições de gás e
ra admirável, que quero pôr em relevo
Latina", dá-nos trás aspectos sôbre o assunto. São os seguintes: ,. j Vantagens da industrialização, e situação industrial - estagio Ptual de (iesenvolvimento da América Latina e política de incremento; alterações econômicas, quanto aos efeitos da guerra sôbre a indústria e problemas correiatos. _ A obra divulgada pelo Conselho Inter-amerícano de Comercio e Produção
mo de eletricidade e gás, pois o raciona
luz deviam ser uma gloriosa extensão dos cursos de matemática.
Afinah devemos insistir no ponto de vista moral.
delongas levavam o consumidor a violar a lei.
Aliás era mesmo tolerado.
ploráveis exemplares surgiu uma figu Houve muita dedicação ao lado, cer
da América Latina, sugerindo ao mesmo tempo normas para resolver os decorrentes do desenv^vimento nuinufatureiro nesta parte do cortíinerite O estudo que se subordina ao título de "Desenvolvimento hmustnal na A
'
tamente, de violentos egoismos.
insere ainda um capítulo condensando em 60 recomendações as principais conclusões
• Mas sobrepujando a todos aí está a bela silhueta da dona de casa francesa
do temário anterior, referindo-se especificamente às seguintes questões:
a simples mãe de família, a modesta
Naturalmente todos êsses trâmites e
/ -
vos ricos, que sc instalavam como "parvenus" e que deram assunto para uma vasta literatura de teatro, provàvelmente já conhecida. Inútil, pois, insistir sôbre èsse aspecto.
Resumindo: Êsse consumo dirigido pode ser uma necessidade, mas jamais
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DtGESTO Eco^'ó^^co
burguesa de Paris, que foi vencendo a árdua luta de todo êsse período. Era
Mas
preciso vê-la movímentando-se atrás de
o que era mais deplorável eram os no-
cartões de racionamento, de inscrições.
a) Indústria que devem ser incenHvadas em relaçao às necessidades de
cada país.
,.
. . , ,. ,
b) Medidas para resolver o desenvolvimento industrial.
c) PoUtica aconselhável para o período de transição à economia de paz, em . . . » Finalmente em anexo, são consignadas as resoluções atinentes ^ recomenda
especial as indústrias surgidas durante a guerra.
ções debatidas e aprovadas em diversos congressos e conferências de produção e comércio, realizadas pelos países americanos.
57
Digesto EcoNÓ^aco
O Visconde de Parnaíba Paulista que, em visão ferroviária, emparelhou com Mauá ^'Colonização e (ransportes'% sen lema em I»72, continua como probit^ma de governo, até nossos dias por Pelágio Lobo
Especial para o "Dicesto EcoNÓNnco"
pm um dia, isso no correr de 1926, O sr. Pelágio Lobo descreve os princi' ouvir o dr. Ramos de Azevedo sôbre pais serviços prestados a nossa terra assunto de interêsse da Companhia Mo- pelo Visconde de Parnaíba, o grande giana de Estradas de Ferro, que me realizador, que Alcântara Machado clas
fôra confiado e para cujo debate o gran
de engenheiro me esperava em seu es critório, no edifício que tem o seu no me, situado à rua Boa Vista. A Com
panhia Mogiana tinha sede no 4.® pawmento — e ali ainda se acha - e o
engenheiro, que era seu diretor vicepresidente, ocupava outros andares, do 5.° para cima, com seu escritório técni co e emprêsas de construção que dirigia. Sala ampla, fartamente iluminada, com janelas que abriam para o nas cente, com uma vista panorâmica que abarca desde a Luz e Bom Retiro até o Brás, Penha, Ipiranga e Vila Prudente - cenário digno de um homem da sua larga visão. Enquanto tratávamos do nosso assunto, êle de um lado de uma
mesa de jacarandá que pertenceu ao
Barão de Iguape, eu do lado oposto,
sificava como uma das maiores vocações
de homem de Estado, que passaram pelo govêrno de São Paulo. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Aquela figura, com os traços típicos dos Queiroz Teles, era familiar a to
dos nós; a mim, apenas de efígie, pois existe um grande retrato a óleo dôsse 3.° Antônio de Queiroz Teles na sala
ênfases de ternura, que era o grande se-
grêdo da sua empolgante simpatia: — Foi êsse homem quem me deu
a mão, no princípio da minha vida.
Quem me pôs na primeira turma de construção da estrada — e o principal
responsável pela minha carreira de en genheiro..
E, após uma pausa, completando a
8.® filho do 2.® Antônio de Queiroz
Teles (Barão de Jundiaí) e neto de um outro Antônio de Queiroz Teles,
viário tão aguda como o Mauá, e adivi nhou o que seria a zona alta da Mo
giana muito antes que se pudesse imagi nar que lá iriam os trilhos de uma
gênies - recebeu desses ancestrais, com
Tive, desde êsse dia, minha curiosida de voltada paia a figura do Visconde e cuidei, nos primeiros vagares, de conhe cer melhor o que fôra êle, a fim de
os exemplos de trabalho e exação
buível ao reconhecimento que o arqui teto numero 1 de São Paulo lhe tribu tava — e o coração freqüentemente exa
ou morais do objeto de suas preferên cias. Mas o que encontrei foram dados
esparsos e pobres. A própria biografia escrita pelo probo e circunspecto Este vão Leão Bourroul, hoje difícil de se en
contrar, é coletânea de notas, informa
e num retrato suspenso da parede do
ração pelo que sabia da vida, dos traba lhos, da visão de estadista, da intensa
noticias de necrológio, com alguns tre
uma pergunta;
atividade do grande jundiaiano. E, ao perceber o interêsse com que
chos de relatórios e mensagens, sem um
com A interrogação - "Parnaíba?".
— "É — é o Parnaíba, o Anjo Bom desta casa".
meticulosa nos negócios da vida — do pai, o ânimo apariguador, tolerante, cor dato, e um extraordinário tino agrícola, uma aguda perspicácia para distinguir, à primeira vista, terras boas de terras de segunda; e do avÒ, o gênio de aven tura, a atração do sertão desconhecido
e bmto, que era então sòmente batido gera os méritos e valimentos intelectuais pelas filas de tropeiros que seguiam a
que no assunto, interrompeu-me com
Sabe de quem é esse retrato?" E a um assentimento meu, de cabeça,
português, dos Algarves, os quais se entroncaram em famílias paulistas, que viriam a ser árvores de egrégias pro-
estrada de ferro".
dos fundadores e um dos mais lúcidos presidentes; e era familiar a Ramos de
bem em frente, a ouvi-lo e a pôr mais mória daquele "anjo bom" da sua casa, atenção na sua bela e sugestiva figura carinho que andava misturado de admi
parece ter tido decisiva influência nas idéias e atividades de Antônio de Quei
"O Parnaíba teve uma visão de ferro
ver confirmado aquêle juízo, que me
Visconde. Sentia-se, no tom de voz e no calor das referências, o carinho com que o arquiteto insigne cultuava a me
5}5 * *
Recordarei, de início, — e êsse início
roz Teles que êle, nascido em Jundiaí,
parecia exagerado e em boa dose atri
panhia e por muitos elos afetivos que
cem mais incisivos dessa nobre figura.
nha atenção para um tema sedutor: —
da diretoria da Companhia Mogiana
o prendiam, desde moço, à figura do
ficaremos, por isso, e forçosamente, num resumo que fixe os traços que me pare
referência, como que a provocar a mi
emprôsa da qual foi êle o mais eficaz
Azevedo, pelo retrato que lhe fazia com
um tal estudo que exige largueza de espaço e abundância de informações;
ções e artigos de jornais ou mofinas
trilha dos últimos bandeirantes do sé culo XVIII. 0 1.® Antônio de Queiroz
Teles, que foi o segundo marido de
uma paulista do ramo Silva Prado, vergôntea da árvore dos Moraes (S. L. -7,®), tendo dela um único filho (que foi mais tarde o Barão de Jxmdiaí), apesar
de possuir lavoura de café em Jundiaí, na zona ventosa onde se estabelecera,
encadeamento ou estudo mais amplo,
largou dali para Mogi dos Campos (de pois Mogi Mirim), atraído pela ube^de
que só conhecia de retrato, acrescentou
des dominantes da vida do biografado.
Ramos de Azevedo com aquela voz autorizada e persuasiva, temperada por
Não é êste, evidentemente, o lugar para
airanchamento de uma futura fazenda.
eu ouvia as referências a um homem
■ que pusesse em relevo as duas ativida
dessas terras vermelhas e deu início ao
57
Digesto EcoNÓ^aco
O Visconde de Parnaíba Paulista que, em visão ferroviária, emparelhou com Mauá ^'Colonização e (ransportes'% sen lema em I»72, continua como probit^ma de governo, até nossos dias por Pelágio Lobo
Especial para o "Dicesto EcoNÓNnco"
pm um dia, isso no correr de 1926, O sr. Pelágio Lobo descreve os princi' ouvir o dr. Ramos de Azevedo sôbre pais serviços prestados a nossa terra assunto de interêsse da Companhia Mo- pelo Visconde de Parnaíba, o grande giana de Estradas de Ferro, que me realizador, que Alcântara Machado clas
fôra confiado e para cujo debate o gran
de engenheiro me esperava em seu es critório, no edifício que tem o seu no me, situado à rua Boa Vista. A Com
panhia Mogiana tinha sede no 4.® pawmento — e ali ainda se acha - e o
engenheiro, que era seu diretor vicepresidente, ocupava outros andares, do 5.° para cima, com seu escritório técni co e emprêsas de construção que dirigia. Sala ampla, fartamente iluminada, com janelas que abriam para o nas cente, com uma vista panorâmica que abarca desde a Luz e Bom Retiro até o Brás, Penha, Ipiranga e Vila Prudente - cenário digno de um homem da sua larga visão. Enquanto tratávamos do nosso assunto, êle de um lado de uma
mesa de jacarandá que pertenceu ao
Barão de Iguape, eu do lado oposto,
sificava como uma das maiores vocações
de homem de Estado, que passaram pelo govêrno de São Paulo. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Aquela figura, com os traços típicos dos Queiroz Teles, era familiar a to
dos nós; a mim, apenas de efígie, pois existe um grande retrato a óleo dôsse 3.° Antônio de Queiroz Teles na sala
ênfases de ternura, que era o grande se-
grêdo da sua empolgante simpatia: — Foi êsse homem quem me deu
a mão, no princípio da minha vida.
Quem me pôs na primeira turma de construção da estrada — e o principal
responsável pela minha carreira de en genheiro..
E, após uma pausa, completando a
8.® filho do 2.® Antônio de Queiroz
Teles (Barão de Jundiaí) e neto de um outro Antônio de Queiroz Teles,
viário tão aguda como o Mauá, e adivi nhou o que seria a zona alta da Mo
giana muito antes que se pudesse imagi nar que lá iriam os trilhos de uma
gênies - recebeu desses ancestrais, com
Tive, desde êsse dia, minha curiosida de voltada paia a figura do Visconde e cuidei, nos primeiros vagares, de conhe cer melhor o que fôra êle, a fim de
os exemplos de trabalho e exação
buível ao reconhecimento que o arqui teto numero 1 de São Paulo lhe tribu tava — e o coração freqüentemente exa
ou morais do objeto de suas preferên cias. Mas o que encontrei foram dados
esparsos e pobres. A própria biografia escrita pelo probo e circunspecto Este vão Leão Bourroul, hoje difícil de se en
contrar, é coletânea de notas, informa
e num retrato suspenso da parede do
ração pelo que sabia da vida, dos traba lhos, da visão de estadista, da intensa
noticias de necrológio, com alguns tre
uma pergunta;
atividade do grande jundiaiano. E, ao perceber o interêsse com que
chos de relatórios e mensagens, sem um
com A interrogação - "Parnaíba?".
— "É — é o Parnaíba, o Anjo Bom desta casa".
meticulosa nos negócios da vida — do pai, o ânimo apariguador, tolerante, cor dato, e um extraordinário tino agrícola, uma aguda perspicácia para distinguir, à primeira vista, terras boas de terras de segunda; e do avÒ, o gênio de aven tura, a atração do sertão desconhecido
e bmto, que era então sòmente batido gera os méritos e valimentos intelectuais pelas filas de tropeiros que seguiam a
que no assunto, interrompeu-me com
Sabe de quem é esse retrato?" E a um assentimento meu, de cabeça,
português, dos Algarves, os quais se entroncaram em famílias paulistas, que viriam a ser árvores de egrégias pro-
estrada de ferro".
dos fundadores e um dos mais lúcidos presidentes; e era familiar a Ramos de
bem em frente, a ouvi-lo e a pôr mais mória daquele "anjo bom" da sua casa, atenção na sua bela e sugestiva figura carinho que andava misturado de admi
parece ter tido decisiva influência nas idéias e atividades de Antônio de Quei
"O Parnaíba teve uma visão de ferro
ver confirmado aquêle juízo, que me
Visconde. Sentia-se, no tom de voz e no calor das referências, o carinho com que o arquiteto insigne cultuava a me
5}5 * *
Recordarei, de início, — e êsse início
roz Teles que êle, nascido em Jundiaí,
parecia exagerado e em boa dose atri
panhia e por muitos elos afetivos que
cem mais incisivos dessa nobre figura.
nha atenção para um tema sedutor: —
da diretoria da Companhia Mogiana
o prendiam, desde moço, à figura do
ficaremos, por isso, e forçosamente, num resumo que fixe os traços que me pare
referência, como que a provocar a mi
emprôsa da qual foi êle o mais eficaz
Azevedo, pelo retrato que lhe fazia com
um tal estudo que exige largueza de espaço e abundância de informações;
ções e artigos de jornais ou mofinas
trilha dos últimos bandeirantes do sé culo XVIII. 0 1.® Antônio de Queiroz
Teles, que foi o segundo marido de
uma paulista do ramo Silva Prado, vergôntea da árvore dos Moraes (S. L. -7,®), tendo dela um único filho (que foi mais tarde o Barão de Jxmdiaí), apesar
de possuir lavoura de café em Jundiaí, na zona ventosa onde se estabelecera,
encadeamento ou estudo mais amplo,
largou dali para Mogi dos Campos (de pois Mogi Mirim), atraído pela ube^de
que só conhecia de retrato, acrescentou
des dominantes da vida do biografado.
Ramos de Azevedo com aquela voz autorizada e persuasiva, temperada por
Não é êste, evidentemente, o lugar para
airanchamento de uma futura fazenda.
eu ouvia as referências a um homem
■ que pusesse em relevo as duas ativida
dessas terras vermelhas e deu início ao
58
Digesto Econômico
Ao regressar, numa de suas viagens, morreu afogado na travessia do Camandocaia.
O neto, que viria a ser o Visconde,
ouvindo narrar, em menino, aquelas peripécias da vida aventurosa e ousada
do avô, sentiu no sangue a voz de con quista daquele mesmo chão que o la vrador algarvio palmilhara e, volvidos anos, para ali se transportou e ali se
fixou, alargando as culturas da fazenda da Ressaca.
Por ali e pelo caminho em que
lamento, com uma influência crescente pela habilidade macia e a argúcia com que desarmava os mais recalcitrantes,
seu chão c vadeado os seus rios, e
tudo isso reforçado com o prestígio que
rais exageros condimentados pela fan
grangeara em Itu pela nobreza posta em
tasia.
vários passos da advocacia — trouxe para a política duas idéias altas e so-
deiras" que ia marcar a segunda metade
branceiras, perfeitamente conjugadas — atrair e estimular a imigração estrangei ra para o trabalho livre que, no futuro, "fatalmente tinha que substituir o tra balho escravo", e
levar o progres
uma
so ao coração do
capela do Bom Jesus das Posses
país sòbre os tri lhos de uma es trada de ferro.
se situava
da Ressaca, pas savam as tropas que se embre
59
Dicesto Econômico
rém, os 90 quilômetros iniciais e dado
ainda mais forte sòbre os que delas só
o plano para o segundo avanço de mais
tinham notícias de outiva, com os natu
90, o ambiente já comportava o projeto
Era um novo estilo de "ban
do século.
Quando, entretanto, se falou em dar início à construção de uma linha férrea
que, procurando, primeiramente, Mogi Mirim, depois Casa Branca c, deitando braços e ramais à direita para o Amparo e a Penha do Rio do Peixe, teria como
alvo o cerne goiano, através do Triân gulo Mineiro, o cometimento pareceu ar rôjo de malucos, que arrastaria a mn fracasso inevitável os capitais que nessa
O atraso que no
obra se empatassem.
tara no Interior
sem qualificá-lo de maluquice. E êle prosseguiu.
Verdade seja dita que, no governo da Província, naquele período inicial, en contrara êle o apoio de um dos espí ritos de mais aguda visão para os pro blemas de interesse público, que era
o mogiano João Teodoro Xavier, lente de direito, que fôra também um des bravador no campo das idéias, trazendo
para sua cátedra, na Academia, o racionalismo de Kant, em filosofia e a es
cola de Savigny, em direito romano.
João Teodoro, em arròjo e idéias pro
gressistas estava no mesmo plano de Queiroz Teles ■ e ambos se entendiam
nhavam pelo ser tão, rumando pa
por êle percorri
Queiroz Teles que então nem era ainda Barão, o muito menos Visconde,
do era confrange-
formou no bloco dos propagandistas que
iam, a cavalo, de fazenda em fazenda,
outro seu colega de Congregação, para
ra Goiás(os Cam
dor, devido, prin
pos dos Goiáses)
cipalmente, ao regime nocivo do
angariar subscrições de capital, numa pedintaria estafante, animando os es-
da Companhia Paulista, iniciada por
via Casa Branca e Franca do Im perador: e o menino pressentiu o fu turo daqueles rincões distantes, dada a feracídade espantosa das terras situa das entre o Mogi Guassu e o Pardo
rumo do nordeste paulista. Isso explica' o arrôjo do jovem fazendeiro que, for
trabalho e.scravo. A solução para êsse problema afigurava-se-lhe clara e sim ples: intensificar a imigração para o tra balho livre que, por si só, daria fim à escravidão, aliás já em declínio pela
quivos, esclarecendo os timoratos, do
vontade de muitos senhores.
o allciador de acionistas o seu prestígio
mado em direito, tendo exercido a advo
O decênio de 1860/70 marca o início
era quase complemento.da primeira, vol tou a afagar sua velha idéia da "entra
férreas, que provinham — uma da Côrte,
anos mais tarde, iria levar os trilhos da
São Paulo, serra acima. Êsse surto te ria que provocar outras mais ousados e o Interior passou a exercer uma fasci nação irresistível sôbre os que conheciam
cacia em Itu, e a atividade política, que de realização das nossas primeiras vias para o vale do Paraíba, rumo a São
da" pelo mesmo sertão ao qual, poucos Paulo, a outra de Santos, procurando Companhia Mogiana.
Filiado ao Partido Conservador, como tôda a sua gente, dotado de grande ati-
zonas longínquas, por terem pisado o
perfeitamente: com a mesma decisão com que dera mão forte a Falcão Filho, que prosseguisse na construção da linlia Saldanha Marinho, rumo ao Rio Claro
mando os turrões e acenando a todos
e São Carlos, visando Aiaraquara, em
com aquela novidade que alguns temiam e outros qualificavam de negócio arris
apoio entusiástico para que penetrasse
prestou a Antônio de Queiroz Teles
político e tôdas as energias, estimulado,
com os trilhos da outra via férrea os rincões distantes de que Mogi Mirim era o primeiro degrau.
além de Mogi Mirim., Lançados, po
Parnaíba, já com a comenda da Ordem
cado, senão precário; nisso empenhou
Ao inaugurar-se o primeiro trecho de aliás, pelo que tinha aquele plano de Campinas a Mogi, em 1875, com a pre grandioso, sedutor e arriscado. de S. M. o Imperador, Queiroz A princípio não teve êle nem jeito, sença Teles alcançou primeiro e magistral nem coragem de falar em trilhos alem triunfo, do qualumpartilliou o presidente de Mogi Mirim. O nome "Mogiana da Província: a presença de D. Pedro H induzia a acreditar que o avanço chega à inauguração significava o apoio notó ria apenas às barrancas do "Mogi rio ao plano de penetração e o futuro Guassu, 20 quilômetros, no máximo,
58
Digesto Econômico
Ao regressar, numa de suas viagens, morreu afogado na travessia do Camandocaia.
O neto, que viria a ser o Visconde,
ouvindo narrar, em menino, aquelas peripécias da vida aventurosa e ousada
do avô, sentiu no sangue a voz de con quista daquele mesmo chão que o la vrador algarvio palmilhara e, volvidos anos, para ali se transportou e ali se
fixou, alargando as culturas da fazenda da Ressaca.
Por ali e pelo caminho em que
lamento, com uma influência crescente pela habilidade macia e a argúcia com que desarmava os mais recalcitrantes,
seu chão c vadeado os seus rios, e
tudo isso reforçado com o prestígio que
rais exageros condimentados pela fan
grangeara em Itu pela nobreza posta em
tasia.
vários passos da advocacia — trouxe para a política duas idéias altas e so-
deiras" que ia marcar a segunda metade
branceiras, perfeitamente conjugadas — atrair e estimular a imigração estrangei ra para o trabalho livre que, no futuro, "fatalmente tinha que substituir o tra balho escravo", e
levar o progres
uma
so ao coração do
capela do Bom Jesus das Posses
país sòbre os tri lhos de uma es trada de ferro.
se situava
da Ressaca, pas savam as tropas que se embre
59
Dicesto Econômico
rém, os 90 quilômetros iniciais e dado
ainda mais forte sòbre os que delas só
o plano para o segundo avanço de mais
tinham notícias de outiva, com os natu
90, o ambiente já comportava o projeto
Era um novo estilo de "ban
do século.
Quando, entretanto, se falou em dar início à construção de uma linha férrea
que, procurando, primeiramente, Mogi Mirim, depois Casa Branca c, deitando braços e ramais à direita para o Amparo e a Penha do Rio do Peixe, teria como
alvo o cerne goiano, através do Triân gulo Mineiro, o cometimento pareceu ar rôjo de malucos, que arrastaria a mn fracasso inevitável os capitais que nessa
O atraso que no
obra se empatassem.
tara no Interior
sem qualificá-lo de maluquice. E êle prosseguiu.
Verdade seja dita que, no governo da Província, naquele período inicial, en contrara êle o apoio de um dos espí ritos de mais aguda visão para os pro blemas de interesse público, que era
o mogiano João Teodoro Xavier, lente de direito, que fôra também um des bravador no campo das idéias, trazendo
para sua cátedra, na Academia, o racionalismo de Kant, em filosofia e a es
cola de Savigny, em direito romano.
João Teodoro, em arròjo e idéias pro
gressistas estava no mesmo plano de Queiroz Teles ■ e ambos se entendiam
nhavam pelo ser tão, rumando pa
por êle percorri
Queiroz Teles que então nem era ainda Barão, o muito menos Visconde,
do era confrange-
formou no bloco dos propagandistas que
iam, a cavalo, de fazenda em fazenda,
outro seu colega de Congregação, para
ra Goiás(os Cam
dor, devido, prin
pos dos Goiáses)
cipalmente, ao regime nocivo do
angariar subscrições de capital, numa pedintaria estafante, animando os es-
da Companhia Paulista, iniciada por
via Casa Branca e Franca do Im perador: e o menino pressentiu o fu turo daqueles rincões distantes, dada a feracídade espantosa das terras situa das entre o Mogi Guassu e o Pardo
rumo do nordeste paulista. Isso explica' o arrôjo do jovem fazendeiro que, for
trabalho e.scravo. A solução para êsse problema afigurava-se-lhe clara e sim ples: intensificar a imigração para o tra balho livre que, por si só, daria fim à escravidão, aliás já em declínio pela
quivos, esclarecendo os timoratos, do
vontade de muitos senhores.
o allciador de acionistas o seu prestígio
mado em direito, tendo exercido a advo
O decênio de 1860/70 marca o início
era quase complemento.da primeira, vol tou a afagar sua velha idéia da "entra
férreas, que provinham — uma da Côrte,
anos mais tarde, iria levar os trilhos da
São Paulo, serra acima. Êsse surto te ria que provocar outras mais ousados e o Interior passou a exercer uma fasci nação irresistível sôbre os que conheciam
cacia em Itu, e a atividade política, que de realização das nossas primeiras vias para o vale do Paraíba, rumo a São
da" pelo mesmo sertão ao qual, poucos Paulo, a outra de Santos, procurando Companhia Mogiana.
Filiado ao Partido Conservador, como tôda a sua gente, dotado de grande ati-
zonas longínquas, por terem pisado o
perfeitamente: com a mesma decisão com que dera mão forte a Falcão Filho, que prosseguisse na construção da linlia Saldanha Marinho, rumo ao Rio Claro
mando os turrões e acenando a todos
e São Carlos, visando Aiaraquara, em
com aquela novidade que alguns temiam e outros qualificavam de negócio arris
apoio entusiástico para que penetrasse
prestou a Antônio de Queiroz Teles
político e tôdas as energias, estimulado,
com os trilhos da outra via férrea os rincões distantes de que Mogi Mirim era o primeiro degrau.
além de Mogi Mirim., Lançados, po
Parnaíba, já com a comenda da Ordem
cado, senão precário; nisso empenhou
Ao inaugurar-se o primeiro trecho de aliás, pelo que tinha aquele plano de Campinas a Mogi, em 1875, com a pre grandioso, sedutor e arriscado. de S. M. o Imperador, Queiroz A princípio não teve êle nem jeito, sença Teles alcançou primeiro e magistral nem coragem de falar em trilhos alem triunfo, do qualumpartilliou o presidente de Mogi Mirim. O nome "Mogiana da Província: a presença de D. Pedro H induzia a acreditar que o avanço chega à inauguração significava o apoio notó ria apenas às barrancas do "Mogi rio ao plano de penetração e o futuro Guassu, 20 quilômetros, no máximo,
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60
de Cristo, se atirou a êsse plano com dobrada energia: em 1878 chegava a Casa Branca e 5 anos mais tarde atin
gia o Ribeirão Preto, rumo à ante-sala
do sertão goiano que era Franca do Imperador.
De meados de 1878-1879 andou o gran de pioneiro ferroviário em viagem pela Europa e, num período de 14 meses, pondo-se em contacto com os núcleos
europeus das cidades e zonas agrícolas nmis adiantadas, foi colhendo informa
Digesto Econóbíico
Foi êsse, durante muito tempo, o ca
minho que os moços, mesmo quando formados, seguiam no início da vida profissional — o trabalho gratuito, conio praticantes". E foi a essa designação que Ramos de Azevedo aludira, ao de
O traçado, na parte técnica, fôra atri
tátícâ era do engenheiro.
Vilares, Francisco de Paula Ramos de Azeyedo e Teófilo de Oliveira.
Os primeiros desses núcleos foram os
certamente, o gôsto pela profissão; aban
<liata da escravatura, Pamaíba — como,
lonos no govêmo de seu substituto, O
nio Prado — propugnava a extinção gra
sob a égide de nomes ilustres no nosso
gue novo e novas energias para o cal-
procurava assentar os alicerces da nossa
economia agrícola baseada no trabalho livre.
Deve-se, aliás, recordar que o exem plo da colonização por elementos euro-
conselheiro Rodrigues Alves, e colocados
patriciado agrícola — Barão de Jundiaí, Rodrigo Silva e Antônio Prado. Êsses núcleos eram prorinciais; com o apoio de Antônio Prado, quando Ministro da Agricultura, obteve Pamaíba \a criação de 3 núcleos pelo Governo Geral - os
concluído em 1878 na Universidade de
conjugado a outro — o da colonização das zonas desbravadas e fixação do colono agrícola em núcleos oficiais ou em fazendas particulares. Visava com isso aquele pioneiro fixar na terra bra sileira o colono estrangeiro, num nú cleo familiar prolífico, que traria san
diaí, Porto Feliz e Ribeirão Preto, estes três últimos oferecidos á escolha dos co
<le resto, as figuras culminantes do seu Partido, entre as quais Cotegipe e Antô
Gand.
deamento da raça que aqui se estava No corpo dos primeiros engenheiros forjando. e transportes eram da construção figuravam três jovens, que os dados doImigração binômio no qual o Visconde estavam inscritos na categoria de "pra ticantes", com a anotação "sem ven cimento algum" - e eram Eduardo
tie Indaiatuba na sua fazenda "Sete
terras de vários padrões.
vidade na exploração dos terrenos e primeiros planos de construção adveio,
A idéia, que então principiava a fa zer-se realidade, de conquista do "hinterland" pela Unha férrea, entrava nos planos de Pamaíba como um elemento
num traçado de extremas dificuldades' levou os trilhos da Mogiana na direção que Queiroz Teles lhe indicara; a estra tégia era do bacharel, mas a reaUzação
nos núcleos já então inaugurados em
lho, no eixo da Cia. Paulista, mais tarde completados por três outros, em Jun-
* * *
Lisboa que, mais tarde, levaria a Oeste
dor Vergueiro, na sua fazenda "Ibicaba", próxima de Limeira e pelo Visconde Não obstante pertencesse ao Partido Conservador, que resistiu à formula lit)eral e republicana da extinção ime-
mão" no princípio da carreira. Da ati
Miguel Ribeiro Lisboa, da escola de Teófilo Otoni, que deu à estrada Pe dro II, hoje Central do Brasil, a confi guração de primeira e autorizada escola dos nossos primeiros e mais ilustres en-
de Mmas, de Sítio a S. João dei Rey,
com a viiigem e as primeiras instalações, pudessem instalar-se em terra própria,
Quedas", próxima de Campinas.
clarar que Pamaíba Die havia "dado a
buição exclusiva do engenheiro Joaquim
gei^eiros ferroviários. O engenheiro
Peus selecionados entre agricultores já fóra dado, em São Paulo, pelo Sena-
de Canas, no vale do Paraíba e Casca
donando a carreira militar para a qual ções e conhecimentos que, ao regressar, enveredara no início, Ramos de Azeve iria pôr em prática no seu país, ini do, logo depois, com o impulso protetor ciando a propaganda do trabalho livre de Pamaíba, seguia para a Bélgica, e acenando com a feracidade das terras para fazer o seu curso de engenliaria, do oeste em que a produção era muito
maior do que nos campos europeus.
61
INCESTO Econômico
de SanfAna, São Caetano e São Ber
nardo. O que foram todos eles como focos de irradiação de cultura, riqueza
regime de trabalho até então ado
e progresso não é preciso acentuar. Nos seus primeiros 3 anos de govêmo da Província, com essa orientação escla
tado.
recida e firme e com o contingente po
dual, que evitaria uma crise brusca no Para isso dava êle o e.xemplo
melhor, alforriando a quase totalidade dos seus escravos.
E proclamava, com
deroso da Associação Promotora de Imi
gração, dirigida por Martinico Prado,
sabedo^a, que o próprio interêsse do, Nicolau de Souza Queiroz e Rafael de trabalho produtivo levaria futuramente Aguiar Paes de Barros, já se menciona os senhores recalcitrantes a essa solu
ção. A admissão de imigrantes deveria ser feita, de preferência, no seu enten
der — e os decênios seguintes lhe deram inteira razão — em grandes fazendas, com o trabalho organizado, a fim de que os colonos estrangeiros se habituassem com o novo "habitat" e adquirissem a
prática necessária, até que, mais tarde, libertos dos compromissos que assumiam
vam cifras de mais de 20.000 imigran tes fixados definitivamente em terra bra sileira.
E, para que os "indianistas", visioná rios do lirismo de Alencar, que acre ditavam, românticamente, na lealdade inata e no amor ao trabalho dos nossos
aborígenes, não lhe increpassem os ma les da extinção de tribos ainda existen
tes, organizou — e foi o primeiro admi-
1
60
de Cristo, se atirou a êsse plano com dobrada energia: em 1878 chegava a Casa Branca e 5 anos mais tarde atin
gia o Ribeirão Preto, rumo à ante-sala
do sertão goiano que era Franca do Imperador.
De meados de 1878-1879 andou o gran de pioneiro ferroviário em viagem pela Europa e, num período de 14 meses, pondo-se em contacto com os núcleos
europeus das cidades e zonas agrícolas nmis adiantadas, foi colhendo informa
Digesto Econóbíico
Foi êsse, durante muito tempo, o ca
minho que os moços, mesmo quando formados, seguiam no início da vida profissional — o trabalho gratuito, conio praticantes". E foi a essa designação que Ramos de Azevedo aludira, ao de
O traçado, na parte técnica, fôra atri
tátícâ era do engenheiro.
Vilares, Francisco de Paula Ramos de Azeyedo e Teófilo de Oliveira.
Os primeiros desses núcleos foram os
certamente, o gôsto pela profissão; aban
<liata da escravatura, Pamaíba — como,
lonos no govêmo de seu substituto, O
nio Prado — propugnava a extinção gra
sob a égide de nomes ilustres no nosso
gue novo e novas energias para o cal-
procurava assentar os alicerces da nossa
economia agrícola baseada no trabalho livre.
Deve-se, aliás, recordar que o exem plo da colonização por elementos euro-
conselheiro Rodrigues Alves, e colocados
patriciado agrícola — Barão de Jundiaí, Rodrigo Silva e Antônio Prado. Êsses núcleos eram prorinciais; com o apoio de Antônio Prado, quando Ministro da Agricultura, obteve Pamaíba \a criação de 3 núcleos pelo Governo Geral - os
concluído em 1878 na Universidade de
conjugado a outro — o da colonização das zonas desbravadas e fixação do colono agrícola em núcleos oficiais ou em fazendas particulares. Visava com isso aquele pioneiro fixar na terra bra sileira o colono estrangeiro, num nú cleo familiar prolífico, que traria san
diaí, Porto Feliz e Ribeirão Preto, estes três últimos oferecidos á escolha dos co
<le resto, as figuras culminantes do seu Partido, entre as quais Cotegipe e Antô
Gand.
deamento da raça que aqui se estava No corpo dos primeiros engenheiros forjando. e transportes eram da construção figuravam três jovens, que os dados doImigração binômio no qual o Visconde estavam inscritos na categoria de "pra ticantes", com a anotação "sem ven cimento algum" - e eram Eduardo
tie Indaiatuba na sua fazenda "Sete
terras de vários padrões.
vidade na exploração dos terrenos e primeiros planos de construção adveio,
A idéia, que então principiava a fa zer-se realidade, de conquista do "hinterland" pela Unha férrea, entrava nos planos de Pamaíba como um elemento
num traçado de extremas dificuldades' levou os trilhos da Mogiana na direção que Queiroz Teles lhe indicara; a estra tégia era do bacharel, mas a reaUzação
nos núcleos já então inaugurados em
lho, no eixo da Cia. Paulista, mais tarde completados por três outros, em Jun-
* * *
Lisboa que, mais tarde, levaria a Oeste
dor Vergueiro, na sua fazenda "Ibicaba", próxima de Limeira e pelo Visconde Não obstante pertencesse ao Partido Conservador, que resistiu à formula lit)eral e republicana da extinção ime-
mão" no princípio da carreira. Da ati
Miguel Ribeiro Lisboa, da escola de Teófilo Otoni, que deu à estrada Pe dro II, hoje Central do Brasil, a confi guração de primeira e autorizada escola dos nossos primeiros e mais ilustres en-
de Mmas, de Sítio a S. João dei Rey,
com a viiigem e as primeiras instalações, pudessem instalar-se em terra própria,
Quedas", próxima de Campinas.
clarar que Pamaíba Die havia "dado a
buição exclusiva do engenheiro Joaquim
gei^eiros ferroviários. O engenheiro
Peus selecionados entre agricultores já fóra dado, em São Paulo, pelo Sena-
de Canas, no vale do Paraíba e Casca
donando a carreira militar para a qual ções e conhecimentos que, ao regressar, enveredara no início, Ramos de Azeve iria pôr em prática no seu país, ini do, logo depois, com o impulso protetor ciando a propaganda do trabalho livre de Pamaíba, seguia para a Bélgica, e acenando com a feracidade das terras para fazer o seu curso de engenliaria, do oeste em que a produção era muito
maior do que nos campos europeus.
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INCESTO Econômico
de SanfAna, São Caetano e São Ber
nardo. O que foram todos eles como focos de irradiação de cultura, riqueza
regime de trabalho até então ado
e progresso não é preciso acentuar. Nos seus primeiros 3 anos de govêmo da Província, com essa orientação escla
tado.
recida e firme e com o contingente po
dual, que evitaria uma crise brusca no Para isso dava êle o e.xemplo
melhor, alforriando a quase totalidade dos seus escravos.
E proclamava, com
deroso da Associação Promotora de Imi
gração, dirigida por Martinico Prado,
sabedo^a, que o próprio interêsse do, Nicolau de Souza Queiroz e Rafael de trabalho produtivo levaria futuramente Aguiar Paes de Barros, já se menciona os senhores recalcitrantes a essa solu
ção. A admissão de imigrantes deveria ser feita, de preferência, no seu enten
der — e os decênios seguintes lhe deram inteira razão — em grandes fazendas, com o trabalho organizado, a fim de que os colonos estrangeiros se habituassem com o novo "habitat" e adquirissem a
prática necessária, até que, mais tarde, libertos dos compromissos que assumiam
vam cifras de mais de 20.000 imigran tes fixados definitivamente em terra bra sileira.
E, para que os "indianistas", visioná rios do lirismo de Alencar, que acre ditavam, românticamente, na lealdade inata e no amor ao trabalho dos nossos
aborígenes, não lhe increpassem os ma les da extinção de tribos ainda existen
tes, organizou — e foi o primeiro admi-
tm
62
r.
»' 'T-
Dicesto Econômico
nistrador paulista a fazê-lo — um ser viço de Ciitequese e civilização dos ín dios localizados entre os vales do Tietê
e do Paranapanema, sertão bruto que começava a ser varado pelos primeiros povoadóres, ainda não contaminados da praga dos "grileiros".
Como complemepto do plano de imi gração em grande escala lançou o Vis
conde o projeto, logo após .levado a execução, da construção de uma Hospedaria de Imigrantes. O terreno, esco-
M Ihido como mais adequado, um ano W antes (1865) pelos drs. Rafael Paes de
Barros e Nicolau de Souza Queiroz, pelo qual o Tesouro pagou 17 contos, e que ainda hoje serve de sede à nossa Es
cola de Aeronáutica, com as amplas construções ali feitas no espaço de ano e meio por decisão desassombrada do
Visconde de Pamaíba, foi o primeiro te to, em terra paulista, de mais de um mi
lhão de imigrantes estrangeiros, que tan tos foram os colonos voluntários ou esti-
pendiados que vieram para cá. Não fôsse a visão desses liomens de govêmo e
líderes da nossa economia, não podería-
•seguia o avanço com aumento de tráfego
dc ano para ano, .sentindo despertar o zona de prodigiosa uberdade que era a de Ribeirão Preto, antiga vila de Entre Rios e por ela passando rumo ao Rio Grande.
No encerramento do seu relatório de
presidente da Província, de 1887, tra
çando a perspectiva do plano geral que viera pertinazmente realizando, e quan do a linha já ia 50 quilômetros além da Franca, procurando o "porto do Jagua ra", na freguesia de Santo Antônio da Rifaina, em território mineiro, escreveu:
"Chegada ao Jaguara, a estrada irá se internando pelo Triângulo Mineiro em demanda da barranca do Para-
naíba. Podemos, portanto, prever o tempo, não mui longe, cm que o sibilo da locomotiva da Mogiana acor dará os ecos dos remotos sertões de Goiás, levando o progresso e a abun
e animado.s de ambição legítima para aqui trouxeram, * * *
.
Quando Antônio de Queiroz Teles dei
xou a presidência da Mogiana, para assumir a presidência da Província, entragando a gestão da Companhia ao
; Barão de Jaguara, contava a estrada
. 370 quilômetros de linha férrea, e pros-
lava nos planos dc nossa defesa estraté gica desde a guerra do Paraguai. São interessantes as observações que,
sôbre tal indagação, apresentou a direlor.a da Cia. Mogiana, em seu relató rio de 2/3/1881, com as assinaturas dos diretores — Barão do Pamaíba (presi dente), Joaqtiim Ferreira de Camargo Andrade, João Ataliba Nogueira, Joa
quim Pinto dc Araújo Cintra e Zeforino
gens resultantes do traçado, sobres saindo a da navegabilidade de parte dos rios Paranaíba, Araguaia e al
guns afluentes, e ao mesmo tempo foram lembrados os meios julgados os
únicos pratícá\'eis para realização des
oferta, indigitando que a estrada para Mato Grosso se fizesse, não no mmo
"O traçado nele indicado terá de
apontado na consulta oficial, mas pelo Triângulo e pelo Sul dc Goiás, para onde a Mogiana se estendia. "... Como sabeis, a questãp da cons trução dc uma estrada de ferro para Mato Grosso tem ocupado a atenção do Govôrno Geral nestes últimos tem
pos. Há 4 anos, mais ou menos, já as diversas Companhias de estrada
Vicente".
matéria.
aos votos do Governo que nisso se fazia
memorial foram expostas as \'anta-
te grande cometimento.
de ferro dirigiram memoriais a unia
intérprete dos anseios.de uma parte da população das Províncias longínquas.
povoada de Mato Grosso, denomi nada, pelo ,finado Barão de Melgaço — território cuiabano. Num
da Costa Guimarães: era uma contra-
dância àquelas paragens que foram teatro dos feitos homéricos dos povoadores da antiga Capitania de São
O estilo era pomposo, ao gòsto da .; mos ostentar, nestes dias e nestes tempos, época, mas atestava que a construção da a pujança que o trabalho e a inteligên linha de uma empresa particular atendia cia de tantas levas de estrangeiros sadios
63
Dicesto Econômico
Comissão nomeada pelo mesmo Go
vêmo para dar parecer sôbre esta "A vossa Diretoria igualmente re
sofrer, porém, importantes modifica ções. A corrente de opinião já se inclina a favor do prolongamento de nossa estrada até Mato Grosso".
Dessa corajosa Diretoria, o mais auda cioso era, sem dúvida, o seu presidente. E era, principalmente, quem punira sua visão de ferroviário a serviço de um
patriotismo de estadista que alcançava o que seria o cerne do pais, situado no altiplano goiano, 50 anos mais tarde. Essa visão e a coragem de expô-la e realizá-la recomendam o nome do Vis conde de Pamaíba ao reconhecimento
dos brasileiros. E estão a confirmar o juí zo de Ramos de Azevedo; "O Pamaíba so, atravessando o sul das provín • teve uma visão de ferroviário tão aguda
presentou mostrando as vantagens de "prolongar a sua linha a Mato Gros
cias de Minas e Goiás" e a parte
como o Barão de Mauá'.
Aliás, em dezembro de 1880 o Govêmo da Província, transmitindo aviso do Mi
nistério da Agricultura, consultara a .Cia.
Paulista e a Mogiana sôbre a possível aceitação e condições de prolongamento de uma linha que, "de Araraquara e Sant'Ana do Pamaíba, atingisse o Estado de Mato Grosso". Essa ligação es-
A rn^ierância Cafeeira âc São Salvador está discutindo, ao ganda, relacionado com ó aumento de consumo da bebida.
«e «nuncto,
um aumento de cota correspondente a cada país produtor para o fundo de pr p -
tm
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r.
»' 'T-
Dicesto Econômico
nistrador paulista a fazê-lo — um ser viço de Ciitequese e civilização dos ín dios localizados entre os vales do Tietê
e do Paranapanema, sertão bruto que começava a ser varado pelos primeiros povoadóres, ainda não contaminados da praga dos "grileiros".
Como complemepto do plano de imi gração em grande escala lançou o Vis
conde o projeto, logo após .levado a execução, da construção de uma Hospedaria de Imigrantes. O terreno, esco-
M Ihido como mais adequado, um ano W antes (1865) pelos drs. Rafael Paes de
Barros e Nicolau de Souza Queiroz, pelo qual o Tesouro pagou 17 contos, e que ainda hoje serve de sede à nossa Es
cola de Aeronáutica, com as amplas construções ali feitas no espaço de ano e meio por decisão desassombrada do
Visconde de Pamaíba, foi o primeiro te to, em terra paulista, de mais de um mi
lhão de imigrantes estrangeiros, que tan tos foram os colonos voluntários ou esti-
pendiados que vieram para cá. Não fôsse a visão desses liomens de govêmo e
líderes da nossa economia, não podería-
•seguia o avanço com aumento de tráfego
dc ano para ano, .sentindo despertar o zona de prodigiosa uberdade que era a de Ribeirão Preto, antiga vila de Entre Rios e por ela passando rumo ao Rio Grande.
No encerramento do seu relatório de
presidente da Província, de 1887, tra
çando a perspectiva do plano geral que viera pertinazmente realizando, e quan do a linha já ia 50 quilômetros além da Franca, procurando o "porto do Jagua ra", na freguesia de Santo Antônio da Rifaina, em território mineiro, escreveu:
"Chegada ao Jaguara, a estrada irá se internando pelo Triângulo Mineiro em demanda da barranca do Para-
naíba. Podemos, portanto, prever o tempo, não mui longe, cm que o sibilo da locomotiva da Mogiana acor dará os ecos dos remotos sertões de Goiás, levando o progresso e a abun
e animado.s de ambição legítima para aqui trouxeram, * * *
.
Quando Antônio de Queiroz Teles dei
xou a presidência da Mogiana, para assumir a presidência da Província, entragando a gestão da Companhia ao
; Barão de Jaguara, contava a estrada
. 370 quilômetros de linha férrea, e pros-
lava nos planos dc nossa defesa estraté gica desde a guerra do Paraguai. São interessantes as observações que,
sôbre tal indagação, apresentou a direlor.a da Cia. Mogiana, em seu relató rio de 2/3/1881, com as assinaturas dos diretores — Barão do Pamaíba (presi dente), Joaqtiim Ferreira de Camargo Andrade, João Ataliba Nogueira, Joa
quim Pinto dc Araújo Cintra e Zeforino
gens resultantes do traçado, sobres saindo a da navegabilidade de parte dos rios Paranaíba, Araguaia e al
guns afluentes, e ao mesmo tempo foram lembrados os meios julgados os
únicos pratícá\'eis para realização des
oferta, indigitando que a estrada para Mato Grosso se fizesse, não no mmo
"O traçado nele indicado terá de
apontado na consulta oficial, mas pelo Triângulo e pelo Sul dc Goiás, para onde a Mogiana se estendia. "... Como sabeis, a questãp da cons trução dc uma estrada de ferro para Mato Grosso tem ocupado a atenção do Govôrno Geral nestes últimos tem
pos. Há 4 anos, mais ou menos, já as diversas Companhias de estrada
Vicente".
matéria.
aos votos do Governo que nisso se fazia
memorial foram expostas as \'anta-
te grande cometimento.
de ferro dirigiram memoriais a unia
intérprete dos anseios.de uma parte da população das Províncias longínquas.
povoada de Mato Grosso, denomi nada, pelo ,finado Barão de Melgaço — território cuiabano. Num
da Costa Guimarães: era uma contra-
dância àquelas paragens que foram teatro dos feitos homéricos dos povoadores da antiga Capitania de São
O estilo era pomposo, ao gòsto da .; mos ostentar, nestes dias e nestes tempos, época, mas atestava que a construção da a pujança que o trabalho e a inteligên linha de uma empresa particular atendia cia de tantas levas de estrangeiros sadios
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Dicesto Econômico
Comissão nomeada pelo mesmo Go
vêmo para dar parecer sôbre esta "A vossa Diretoria igualmente re
sofrer, porém, importantes modifica ções. A corrente de opinião já se inclina a favor do prolongamento de nossa estrada até Mato Grosso".
Dessa corajosa Diretoria, o mais auda cioso era, sem dúvida, o seu presidente. E era, principalmente, quem punira sua visão de ferroviário a serviço de um
patriotismo de estadista que alcançava o que seria o cerne do pais, situado no altiplano goiano, 50 anos mais tarde. Essa visão e a coragem de expô-la e realizá-la recomendam o nome do Vis conde de Pamaíba ao reconhecimento
dos brasileiros. E estão a confirmar o juí zo de Ramos de Azevedo; "O Pamaíba so, atravessando o sul das provín • teve uma visão de ferroviário tão aguda
presentou mostrando as vantagens de "prolongar a sua linha a Mato Gros
cias de Minas e Goiás" e a parte
como o Barão de Mauá'.
Aliás, em dezembro de 1880 o Govêmo da Província, transmitindo aviso do Mi
nistério da Agricultura, consultara a .Cia.
Paulista e a Mogiana sôbre a possível aceitação e condições de prolongamento de uma linha que, "de Araraquara e Sant'Ana do Pamaíba, atingisse o Estado de Mato Grosso". Essa ligação es-
A rn^ierância Cafeeira âc São Salvador está discutindo, ao ganda, relacionado com ó aumento de consumo da bebida.
«e «nuncto,
um aumento de cota correspondente a cada país produtor para o fundo de pr p -
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Dicesto Econômico
Rússia versus Estados Unidos por José Maria Belo
Especial para o "Dígesto Econômico'
O sr. José Maria Belo, com dados estatísticos, mostra, nesse interessante artigo, o que falta à ditadura de Moscou para se colocar no nível da grande nação
i
norte-americana ou mesmo, da Inglaterra, da França e da Alemanha, no período anterior à guerra
lória nos campos de batallia, firmavam
como uma espécie de ópera-bufa, e
nas nações civilizadas o radiante domí
exaltado na desvairada tirania do nazis
nio dos regimes de justiça e de liber dade... Os princípios do Presidente Wilson, que tinham na organização da Liga das Nações a sua suprema expres são, afastariam, por indefinido tempo, o terrível espectro da guerra.
mo germânico. A humanidade marcava apenas um compasso de espera para nova
Provàvelmente, não conheceram ja mais os homens e os povos uma fase de tão confiadas esperanças, de tão vivo
flitos armados, bem secundários na pers pectiva histórica, comparados com as duas catástrofes que o imperialismo ale
européias, no qual entrariam no começo do século atual, como poderosos par ceiros, os Estados Unidos e o Japão, bastou, bem ou mal, para assegurar
assina estas linhas demorou-se na Euro
pa quase todo o ano de 1919; contami-
fronteiras econômicas, e o Japão in cubava pacientemente, à espera da hora que lhe parecesse mais oportuna, os
rios países que percorreu; pôde assistir
seus sonhos de pan-asiatismo... ^ ^ unificação da Alemanha sobre a derrota
viu com os próprios olhos a humilhação
da França em 1870 começou a tomar-se
Estado da Europa quiseram ver. Quan
mão fez deflagrar: guerra da Criméia, do, afinal, foram forçados a abrir os guerra franco-prussiana, hispano- olhos, nada mais podiam fazer senão 5— — f-—-, guerra guerra nispanoamencana, guerra dos Boers, guerra acertar a guerra do Kaiser e dos íj' I russo-japonesa, guerra russo-iaponesa, guerra dos dos Bálcãs Rnloãs, e sem i Kers.. prussianos. Sofreu o mundo quase Ií; contar, é claro, com as pequenas guer cinco anos de torturas da primeira guerras coloniais e a grande luta civil dos Estados Unidos, a mais sangrenta de tôdas. O jôgo das grandes potências
quentes, da guerra que findara. Quem
curavam conlentar-se com as próprias
o grande perigo, que raros homens de
9^® realmente lhe alcançou toda a
face; totalitária, portanto, pelo menos, no sentido dà extensão. Mas Guilher me II e os seus comparsas foram bati dos. As democracias do Ocidente ven ciam as autocracias dos Impérios Cen trais; porém muito mais do que a vii ItiÉH
Ainda uma vez, a Alemanha e seus
rio, entretanto, de 1919 o fim da guerra
A
incerteza, tao freqüentemente angus- Aliança da Alemanha, Áustria-Huneria
o mundo ocidental um longo período de paz, perturbado apenas por alguns con
dade. Uma imensa e implacável guerra
cixil dentro da guerra internacional..•
diatamente ao armistício de 1918.
começar quase faziam esquecidas as marcas ainda tão trágicas, ainda tão
Ic" da França e Inglaterra e a aliança franco-russa. Os Estados Unidos pro
extensão, mas também no da intensi
entusiasmo, como a que se seguiu ime
jyADA pode frisar mélhor a situação de certo equilíbrio de fôrças. A Tríplice Y. ri# « O e_ Itáli a, opunham-se a "Entente Cordia-
mais sòmenfe totalitária no sentido da
satélites foram esmagados. Ao contrá
certeza dos dias incomparáveis que iam
tiosa, Sü. 0116 que 06^3 pesa sôbre çAKrâ a o humanidad_le desde que cessou a tremenda luta con tra as antigas "Potências do Eixo", do que comparar um instante os dois "après guerre" de 1919 e de 1945. Fecha do o ciclo histórico das guerras da Re volução Francesa e de Napoleão, viveu
guerra. Esta veio, como vinte e cinco anos antes, da mesma Alemanha, e não
nou-se do ambiente de otimismo de vá
não pareceu, mesmo aos mais otimistas,
o sinal do início de um longo período de paz. Nenhum transbordamento eufórico sacudiu as almas opressas por tantos
anos de sangue e de heroísmos e de mi sérias sem nome. Encerrada a luta mi litar, começa\'a a luta diplomática, como
sempre sucedeu, mas em têrmos comple
com o seu cartão de jornalista brasileiro
tamente novos, pois o mais descuidado
à assinatura do Tratado de Versalhes;
dos homens sentia bem que só por um
dos dois obscuros delegados alemães a
porém as suas chancelas sôbre a derrota da sua orgulhosa pátria; estremeceu com
a apóstrofe desdenhosa de Clemenceau; vibrou como todo o mundo no delírio das ruas de Paris no dia da Vitória...
milagre de compreensão recíproca po deriam entender-se os vencedores. E êste milagre desgraçadamente não se verificou e ninguém sabe se ainda sera
possível verificar-se. Depois de 1919, sem embargo dos erros do Tratado o Versalhes, feito por estadistas que nao
Quem poderia duvidar da Era Nova que quiseram ou não puderam libertar-se se iniciava para a história da civilização? preconceitos das próprias formações, era - Todos nós, gente de mais de quarenta absurdo imaginar-se um choque fatal en e cinco anos, temos presente na memó ria o rápido e doloroso desengano. Es camoteava-se depressa a vitória das de mocracias; o Estado bolchevista da Rús sia encontrava a sua perfeita réplica,
pela selvageria dos métodos, no totalita rismo da Direita, ensaiado na Itália,
tre as grandes potências triunfantes, In
glaterra. França e Estados Unidos. So
bre divergências secundárias que as se
parassem, unia-as na preser\'ação da paz
a identídade de cultura ou de civiliza
ção; os novos incendiários do mundo encontrar-se-iam, por definição mesmo.
63
Dicesto Econômico
Rússia versus Estados Unidos por José Maria Belo
Especial para o "Dígesto Econômico'
O sr. José Maria Belo, com dados estatísticos, mostra, nesse interessante artigo, o que falta à ditadura de Moscou para se colocar no nível da grande nação
i
norte-americana ou mesmo, da Inglaterra, da França e da Alemanha, no período anterior à guerra
lória nos campos de batallia, firmavam
como uma espécie de ópera-bufa, e
nas nações civilizadas o radiante domí
exaltado na desvairada tirania do nazis
nio dos regimes de justiça e de liber dade... Os princípios do Presidente Wilson, que tinham na organização da Liga das Nações a sua suprema expres são, afastariam, por indefinido tempo, o terrível espectro da guerra.
mo germânico. A humanidade marcava apenas um compasso de espera para nova
Provàvelmente, não conheceram ja mais os homens e os povos uma fase de tão confiadas esperanças, de tão vivo
flitos armados, bem secundários na pers pectiva histórica, comparados com as duas catástrofes que o imperialismo ale
européias, no qual entrariam no começo do século atual, como poderosos par ceiros, os Estados Unidos e o Japão, bastou, bem ou mal, para assegurar
assina estas linhas demorou-se na Euro
pa quase todo o ano de 1919; contami-
fronteiras econômicas, e o Japão in cubava pacientemente, à espera da hora que lhe parecesse mais oportuna, os
rios países que percorreu; pôde assistir
seus sonhos de pan-asiatismo... ^ ^ unificação da Alemanha sobre a derrota
viu com os próprios olhos a humilhação
da França em 1870 começou a tomar-se
Estado da Europa quiseram ver. Quan
mão fez deflagrar: guerra da Criméia, do, afinal, foram forçados a abrir os guerra franco-prussiana, hispano- olhos, nada mais podiam fazer senão 5— — f-—-, guerra guerra nispanoamencana, guerra dos Boers, guerra acertar a guerra do Kaiser e dos íj' I russo-japonesa, guerra russo-iaponesa, guerra dos dos Bálcãs Rnloãs, e sem i Kers.. prussianos. Sofreu o mundo quase Ií; contar, é claro, com as pequenas guer cinco anos de torturas da primeira guerras coloniais e a grande luta civil dos Estados Unidos, a mais sangrenta de tôdas. O jôgo das grandes potências
quentes, da guerra que findara. Quem
curavam conlentar-se com as próprias
o grande perigo, que raros homens de
9^® realmente lhe alcançou toda a
face; totalitária, portanto, pelo menos, no sentido dà extensão. Mas Guilher me II e os seus comparsas foram bati dos. As democracias do Ocidente ven ciam as autocracias dos Impérios Cen trais; porém muito mais do que a vii ItiÉH
Ainda uma vez, a Alemanha e seus
rio, entretanto, de 1919 o fim da guerra
A
incerteza, tao freqüentemente angus- Aliança da Alemanha, Áustria-Huneria
o mundo ocidental um longo período de paz, perturbado apenas por alguns con
dade. Uma imensa e implacável guerra
cixil dentro da guerra internacional..•
diatamente ao armistício de 1918.
começar quase faziam esquecidas as marcas ainda tão trágicas, ainda tão
Ic" da França e Inglaterra e a aliança franco-russa. Os Estados Unidos pro
extensão, mas também no da intensi
entusiasmo, como a que se seguiu ime
jyADA pode frisar mélhor a situação de certo equilíbrio de fôrças. A Tríplice Y. ri# « O e_ Itáli a, opunham-se a "Entente Cordia-
mais sòmenfe totalitária no sentido da
satélites foram esmagados. Ao contrá
certeza dos dias incomparáveis que iam
tiosa, Sü. 0116 que 06^3 pesa sôbre çAKrâ a o humanidad_le desde que cessou a tremenda luta con tra as antigas "Potências do Eixo", do que comparar um instante os dois "après guerre" de 1919 e de 1945. Fecha do o ciclo histórico das guerras da Re volução Francesa e de Napoleão, viveu
guerra. Esta veio, como vinte e cinco anos antes, da mesma Alemanha, e não
nou-se do ambiente de otimismo de vá
não pareceu, mesmo aos mais otimistas,
o sinal do início de um longo período de paz. Nenhum transbordamento eufórico sacudiu as almas opressas por tantos
anos de sangue e de heroísmos e de mi sérias sem nome. Encerrada a luta mi litar, começa\'a a luta diplomática, como
sempre sucedeu, mas em têrmos comple
com o seu cartão de jornalista brasileiro
tamente novos, pois o mais descuidado
à assinatura do Tratado de Versalhes;
dos homens sentia bem que só por um
dos dois obscuros delegados alemães a
porém as suas chancelas sôbre a derrota da sua orgulhosa pátria; estremeceu com
a apóstrofe desdenhosa de Clemenceau; vibrou como todo o mundo no delírio das ruas de Paris no dia da Vitória...
milagre de compreensão recíproca po deriam entender-se os vencedores. E êste milagre desgraçadamente não se verificou e ninguém sabe se ainda sera
possível verificar-se. Depois de 1919, sem embargo dos erros do Tratado o Versalhes, feito por estadistas que nao
Quem poderia duvidar da Era Nova que quiseram ou não puderam libertar-se se iniciava para a história da civilização? preconceitos das próprias formações, era - Todos nós, gente de mais de quarenta absurdo imaginar-se um choque fatal en e cinco anos, temos presente na memó ria o rápido e doloroso desengano. Es camoteava-se depressa a vitória das de mocracias; o Estado bolchevista da Rús sia encontrava a sua perfeita réplica,
pela selvageria dos métodos, no totalita rismo da Direita, ensaiado na Itália,
tre as grandes potências triunfantes, In
glaterra. França e Estados Unidos. So
bre divergências secundárias que as se
parassem, unia-as na preser\'ação da paz
a identídade de cultura ou de civiliza
ção; os novos incendiários do mundo encontrar-se-iam, por definição mesmo.
Cíi
Digesto EcoNÓNnco
do outro lado da corrente entre os gran
pirações ideológicas da ci\ ilização cristã,
história
des vencidos de 1918. Tal exatamente o
e Moscou, símbolo de um mundo b:lr-
f^ue aconteceu. A Alemanha pôde pre
parar, sôbre o comodismo e o egoísmo
baro, muito mais asiático do que euro peu? Eis a interrogação que não pu
(guerra da Independência, guerra da Secessão, guerra contra a Espanha) lem
das democracias ocidentais, a calamida
demos evitar no .silêncio dos nossos pen
de que acabou por reduzi-la à maior
degradação da história de um povo, que tão loucamente se sobrestimou...
Muito diverso é o panorama aberto
militar da
América do Norte
bremos os dois formidáveis exemplos de
guerra, no dia em que desesperarem dos
totalitarismo russo e a democracia norle-americana. Desde que se converteu no
processos diplomáticos. Sôbre a Rússia é inútil tentar qualquer divugação. As
Rússia nos apareceu sempre como uma
Os
América e do Extremo Oriente reduziu-
mentos de ê.xito: em 1870 contra a França descuidada e corrompida de Na. poleão 111, e em I9I4 e 1939 contra a maior parte do mundo. Acertaram uma vez e perderam duas, o que talvez lhes sir\-a de ensinamento para muitas gerações.. Há, pois, sempre um complexo de con
rão cegamente às deliberações dos seus de novo Brest-Litowsk. . .
dições preparatórias, a começar pdas
russos (alguém poderá abrir uma cortina
amda terá de lutar para readquirir a sua assinalada posição no concêrío di-
p!omático. A própria Inglaterra, com balida pelos seus heróicos esforços na gur ra, quando sozinha resistiu às ar
mas do nazismo e mostrava o caminho da vitória final, é forçada a voltar-se so
psicológicas, que precipitam o recurso às armas. Existirá, acaso, êste estudo de
espírito entre os russos e entre os norte-americanos? Os inquéritos procedidos bretudo para os prementes problemas da pelas organizações especializadas em cosua vida interna e da existência do sèu .'hêr a média da opinião pública ameri vastíssimo Império. Assim, pois, em não nos oferecem resultados posí. foco na ameaçadora arena restam, em cana tivos, se é que tais resultados possam ja verdade, a Rússia e os Estados Unidos. mais ser alcançavéis. Um povo livre e É inútil tentarmos disfarçar em palavras, rico como o dos Estados Unidos, com que não nos iludem a nós mesmos, a todos os requisitos, portanto, para a pos impressão que nos deixa o espetáculo sível "felicidade" coletiva, há de ser contemporâneo, que é o do formidável
dueío entre as duas nações de maior potenc.al militar e econômico: a demo cracia norte- americana e a tirania russà. fCas a que desfecho próximo ou distante poderá levar o antagonismo entre Was
hington, imagem — pouco importam os seus defeitos intrínsecos — das as
Ê sob êste a'"peclo
quem parte para uma asentura.
suas imensas massr.; humanas obedece
guTra de Hitler e manchada pelo cola-
de industrialização.
pressupor que os americanos procura riam resistir à terceira "poussée" píiríi ^
e economicamente com os melhores ele-
boracionismo de Vichy, muito/ tempo
Pressupõe, portanto, além ua
"chair a canon", a mais formidável po tencialidade econômica, o mais alto grau
samentos. Evidentemente, nenhum Es
oito potências principais, da Europa, da
se realmente a três: Rússia, Inglaterra
espécie.
tado que não seja dominado por loucos varridos faz deflagrar uma guerra como
Direita. O jôgo outrora entre sete ou
c Estados Unidos. A França, vencida na
dinheiro e de recursos materiais de tçda
sua capacidade de iinpro\'isação militar nas duas guerras mundiais. Estulto, i)ois,
alemães provocaram-na em setenta anos três vêzcs quando .se supuseram militar
com o triunfo sôbre o totalitarismo da
»
67
Digesto EcoNÓ\nco
senhores. Passivamente, pois, caminha rão para o abismo, sem mais os perigos res
militares
competiria
Aos escrito
dizer,
tanto
quanto Ibes seja permitido conhecer os recursos militares dos americanos e dos
qualquer sobre os mistérios de Mo.scou?), quais os melhores elementos de triunfo que neles sc contêm. Qualquer um de nós, simples "mirone" da política in ternacional,
tem livre a fantasia para
traçar sôbre uma Carta da Europa as linhas do domínio e da infiltração bol-
chevista. Imaginamos, por exemplo, que a Riissia possa contar desde o pri meiro momento, por bom bu por mal,
que seria curioso indagar dos recur;os de que podem dispor reciprocamente o século passado em grande potência, a
incógnita, subestimada por vêzes, po rém mais freqüentemente sobrestímada. Foi batida na Criméia pelos fran ceses e ingleses. Conheceu a derrota na
guerra contra o Japao. Mas existi^.m sempre explicações: eram a inépcia e a
corrupção do regime autocráti/o dos czares, os grandes culpados. Em 1914, quando as hordas germânicas marcha vam sôbre a Bélgica e a França, as me
lhores esperanças iiniversa:s voltavam-: e
para o rôlo compressor da Rússia sôbre as planícies da Prússia Oriental. Ilusões
em breve frustradas, não apenas pelo
ímpeto dos exércitos alemães mas pela revolução bolchevista. Na segunda guer ra mundial, realmente, a capacidade he róica de resistência dos russos fez re
com todas as nações vizinhas, já sob as
fluir o invasor estrangeiro para que se invertesse a situação. Todavia, parece
suas garras ou sob a sua terrível sombra.
ainda muito cedo para se dizer até que
naturalmente, anti-belicoso. Mas esta presunção tem, é claro, intransponiveis
Há ainda a mais tremenda dos incóg
ponto a Rússia poderia retomar a ofen
nitas — a bomba atômica.
siva \'itoriosa que expulsou os exercites
limites. Quando ele se convence de que
das duas cidades japonesas bastam para
a sua pátria se encontra em perigo, se
nos horrorizar. . .
As amostras
toma tão guerreiro quanto qualquer ou tro da Europa, secularmente fadada ao destino trágico das batalhas. Para não
incerto, das possibilidades militares e das
evocar um passado mais distante na
porânea é urn sorvedourò sem fim de
■>'. /t.:' .lA',
Entretanto, deixemos êste campo, tao alianças políticas.
A guerra contem
V.
alemães do seu território sem o au.\i.!J
^ireto dos seus aliados ingleses e, sobre
tudo, norte-americanos. Cometendo o maior erro da sua monstruosa política,
a guerra simultânea nas frentes do Oci dente e do Oriente, Hitler condenava-se
Cíi
Digesto EcoNÓNnco
do outro lado da corrente entre os gran
pirações ideológicas da ci\ ilização cristã,
história
des vencidos de 1918. Tal exatamente o
e Moscou, símbolo de um mundo b:lr-
f^ue aconteceu. A Alemanha pôde pre
parar, sôbre o comodismo e o egoísmo
baro, muito mais asiático do que euro peu? Eis a interrogação que não pu
(guerra da Independência, guerra da Secessão, guerra contra a Espanha) lem
das democracias ocidentais, a calamida
demos evitar no .silêncio dos nossos pen
de que acabou por reduzi-la à maior
degradação da história de um povo, que tão loucamente se sobrestimou...
Muito diverso é o panorama aberto
militar da
América do Norte
bremos os dois formidáveis exemplos de
guerra, no dia em que desesperarem dos
totalitarismo russo e a democracia norle-americana. Desde que se converteu no
processos diplomáticos. Sôbre a Rússia é inútil tentar qualquer divugação. As
Rússia nos apareceu sempre como uma
Os
América e do Extremo Oriente reduziu-
mentos de ê.xito: em 1870 contra a França descuidada e corrompida de Na. poleão 111, e em I9I4 e 1939 contra a maior parte do mundo. Acertaram uma vez e perderam duas, o que talvez lhes sir\-a de ensinamento para muitas gerações.. Há, pois, sempre um complexo de con
rão cegamente às deliberações dos seus de novo Brest-Litowsk. . .
dições preparatórias, a começar pdas
russos (alguém poderá abrir uma cortina
amda terá de lutar para readquirir a sua assinalada posição no concêrío di-
p!omático. A própria Inglaterra, com balida pelos seus heróicos esforços na gur ra, quando sozinha resistiu às ar
mas do nazismo e mostrava o caminho da vitória final, é forçada a voltar-se so
psicológicas, que precipitam o recurso às armas. Existirá, acaso, êste estudo de
espírito entre os russos e entre os norte-americanos? Os inquéritos procedidos bretudo para os prementes problemas da pelas organizações especializadas em cosua vida interna e da existência do sèu .'hêr a média da opinião pública ameri vastíssimo Império. Assim, pois, em não nos oferecem resultados posí. foco na ameaçadora arena restam, em cana tivos, se é que tais resultados possam ja verdade, a Rússia e os Estados Unidos. mais ser alcançavéis. Um povo livre e É inútil tentarmos disfarçar em palavras, rico como o dos Estados Unidos, com que não nos iludem a nós mesmos, a todos os requisitos, portanto, para a pos impressão que nos deixa o espetáculo sível "felicidade" coletiva, há de ser contemporâneo, que é o do formidável
dueío entre as duas nações de maior potenc.al militar e econômico: a demo cracia norte- americana e a tirania russà. fCas a que desfecho próximo ou distante poderá levar o antagonismo entre Was
hington, imagem — pouco importam os seus defeitos intrínsecos — das as
Ê sob êste a'"peclo
quem parte para uma asentura.
suas imensas massr.; humanas obedece
guTra de Hitler e manchada pelo cola-
de industrialização.
pressupor que os americanos procura riam resistir à terceira "poussée" píiríi ^
e economicamente com os melhores ele-
boracionismo de Vichy, muito/ tempo
Pressupõe, portanto, além ua
"chair a canon", a mais formidável po tencialidade econômica, o mais alto grau
samentos. Evidentemente, nenhum Es
oito potências principais, da Europa, da
se realmente a três: Rússia, Inglaterra
espécie.
tado que não seja dominado por loucos varridos faz deflagrar uma guerra como
Direita. O jôgo outrora entre sete ou
c Estados Unidos. A França, vencida na
dinheiro e de recursos materiais de tçda
sua capacidade de iinpro\'isação militar nas duas guerras mundiais. Estulto, i)ois,
alemães provocaram-na em setenta anos três vêzcs quando .se supuseram militar
com o triunfo sôbre o totalitarismo da
»
67
Digesto EcoNÓ\nco
senhores. Passivamente, pois, caminha rão para o abismo, sem mais os perigos res
militares
competiria
Aos escrito
dizer,
tanto
quanto Ibes seja permitido conhecer os recursos militares dos americanos e dos
qualquer sobre os mistérios de Mo.scou?), quais os melhores elementos de triunfo que neles sc contêm. Qualquer um de nós, simples "mirone" da política in ternacional,
tem livre a fantasia para
traçar sôbre uma Carta da Europa as linhas do domínio e da infiltração bol-
chevista. Imaginamos, por exemplo, que a Riissia possa contar desde o pri meiro momento, por bom bu por mal,
que seria curioso indagar dos recur;os de que podem dispor reciprocamente o século passado em grande potência, a
incógnita, subestimada por vêzes, po rém mais freqüentemente sobrestímada. Foi batida na Criméia pelos fran ceses e ingleses. Conheceu a derrota na
guerra contra o Japao. Mas existi^.m sempre explicações: eram a inépcia e a
corrupção do regime autocráti/o dos czares, os grandes culpados. Em 1914, quando as hordas germânicas marcha vam sôbre a Bélgica e a França, as me
lhores esperanças iiniversa:s voltavam-: e
para o rôlo compressor da Rússia sôbre as planícies da Prússia Oriental. Ilusões
em breve frustradas, não apenas pelo
ímpeto dos exércitos alemães mas pela revolução bolchevista. Na segunda guer ra mundial, realmente, a capacidade he róica de resistência dos russos fez re
com todas as nações vizinhas, já sob as
fluir o invasor estrangeiro para que se invertesse a situação. Todavia, parece
suas garras ou sob a sua terrível sombra.
ainda muito cedo para se dizer até que
naturalmente, anti-belicoso. Mas esta presunção tem, é claro, intransponiveis
Há ainda a mais tremenda dos incóg
ponto a Rússia poderia retomar a ofen
nitas — a bomba atômica.
siva \'itoriosa que expulsou os exercites
limites. Quando ele se convence de que
das duas cidades japonesas bastam para
a sua pátria se encontra em perigo, se
nos horrorizar. . .
As amostras
toma tão guerreiro quanto qualquer ou tro da Europa, secularmente fadada ao destino trágico das batalhas. Para não
incerto, das possibilidades militares e das
evocar um passado mais distante na
porânea é urn sorvedourò sem fim de
■>'. /t.:' .lA',
Entretanto, deixemos êste campo, tao alianças políticas.
A guerra contem
V.
alemães do seu território sem o au.\i.!J
^ireto dos seus aliados ingleses e, sobre
tudo, norte-americanos. Cometendo o maior erro da sua monstruosa política,
a guerra simultânea nas frentes do Oci dente e do Oriente, Hitler condenava-se
68
DiGESTO ECONÓAflCO
prèviamente ao mais catastrófico dos de sastres.
Os algarismos divulgados do plano qüinqüenal soviético para 1946-1950
dão-nos uma idéia aproximativa do po I
tencial econômico da Rússia, convindo ter sempre em conta dois pontos essen ciais: a situação do país antes de 1917,
isto é, antes dos "Ten Days that shook the "World", e as devastações da última guerra,
toneladas para o ano de 1950, contra a de 600 milhões atuais dos Estados Uni dos, a de 270 milhões da Alemanha no período da guerra c a de 220 milhões
contra os 21 e 29 quilos respectivamen
e a de 10 milhões da França. Pelo pla
mente o fracasso,
guenra. Crise penosa também da pe
no qüinqüenal, a produção de cobre deve
lava, segundo a Revista francesa da qual foram colhidos alguns dados acima trans critos, que numerosos bens de consumo eram tão ordinários que o público se recusava a comprá-los,,.
aumentar de 60^, a de alumínio de 100%,
a do magnésio de 170%, a de níquel de 90%, a de chumbo de 160%, a de zinco
de 150%, a de estanho de 170%, Quer
tilidades, 20 milhões de russos se en
produção de metais não ferruginosos na Rússia, ou, em outros termos, que vasto
I
■ i
de Moscou a fazer para reconquistar o
tempo perdido. Vejamos, por exemplo, alguns índices tidos como mais decisivos no julgamento da capacidade econômica
de qualquer país, começando pelo petróleo, ^'nervo da guerra" contemporânea. Propõe-se a U.R.S.S. a produar, em 1950, 35,4 milhões de toneladas contra os 36 milhões de 1941, quando ela se
colocava no terceiro lugar entre os gran des produtores mundiais, depois dos Es tados Unidos e da Venezuela, que for neceram, em 1945, respectivamente,
244,5, milhões e 47,1 milhões. As dis
ponibilidades da "preciosa essência" pa recem menores do que descontavam os
técnicos comunistas, atingindo apenas a oitava parte das americanas. A situa ção melhora quanto á hulha, com a extração calculada em 250 milhões de
Inglaterra e Dinamarca. Carência geral, por exemplo, de açúcar; em 1950, o consumidor russo dar-se-á por muito feliz se puder dispor de 12 quilos anuais,
ousaria a mais ligeira crítica ou restrição à ditadura vermelha, proclama aberta
as destruições da invasão de Hitier. Basta lembrar que, ao têrmo das hos
.
dos Estados Unidos, Alemanha, França,
número que será elevado talvez a 6 milhões no ano corrente. Sôbre a qua
data em 19,5 milhões de toneladas contra a de 28,53 milhões dos Estados Unidos
^ baixo o nível de vida, e enormes foram
•
hectare é muito mais baixo do que o
lidade dos produtos industriais da Rús sia, a própria impreqsa local, que não
çava a exploraç-ão industrial, sendo muito
contraram sem abrigo, e que era neces
Os Estados Unidos entregaram ao con sumo, em 1941, 4.500.000 automóveis,
da Inglaterra em 1938, A produção de ferro bruto é estimada para a mesma
Na era dos czares, mal come-
sário reconstruir inteiramente a bacia do Donetz, fornecedora de 57^ do carvão nacional, Muito, pois, tem o governo
69
DicEsTo Econômico
dizer isto que bem inferior ainda é a
é o caminlio a percorrer para a pari dade com os Estados Unidos,,.
Não menos áspera a marcha para a industrialização, modôlo ocidental, ©u especialmente, norte-americano, O va lor total da produção industrial deverá aumentar de 48% até 1950, quando no
O "Izvestia" assina
O desenvolvimento agrícola da Rússia soviética tem sido sempre mais difícil e mais lento do que o industrial. Pe los cálculos oficiais, a renda liqüida da U.R.S.S. deverá quadruplicar em 1950 sôbre 1932, enquanto que no mesmo
te da Alemanha e da França antes da cuária.
Estimativa otimista de 65 mi
lhões de cabeças de gado bovino para 1950, contra os 63 milhões de 1938, reduzidos pela invasão estrangeira, em
1945, a 47 milhões. Mecanização da lavoura exigindo ainda um grande es forço, por parte do govêmo comunista. Não basta no entanto — sabiam o consellieiro Acácio e tantas outras eminen
tes figuras — produzir; é necessário fazer circular a produção, A rêde ferroviária
período o da agricultura deverá apenas
russa é ainda muito deficiente era rela
duplicar. Os dirigentes soviéticos luta ram por muitos anos com a resistência, um pouco à maneira de Gandhi, dos camponeses contra o coletivismo agrário.
ção à imensidade do país. Aos 52,000
dos Unidos cresceu, sôbre 1935/39, de
Mal vencida a crise, verificou-se a inva
68%, A produção de aço bruto, por
são germânica,
exemplo, é avaliada em 25,4 milhões de toneladas, a comparar com os 86 mi lhões fornecidos pela América do Norte em 1946,,, O governo russo empres
vastadas as regiões mais férteis, como a
quilômetros de 1914 foram somados pe los dirigentes soriéticos 42.000 de vias novas, Existem, pois, na vastidão da U.R.S.S. 90,000 quilômetros de linlias férreas contra os 300.000 aproximados dos Estados Unidos e os 68.000 da Ale
Ucrânia, do país. Calcula-se que o ren dimento agrícola de 1945 foi apenas su
Rússia européia. De pequena importân
perior ao de 1932 no apogeu da crise
ta extrema importância ao desenvolvi
da coletivização. Em 1950 a produção
cia relativa os transportes ferroviários e rodoviários; a tonelagem da frota flu
mento da energia elétrica, calculada em 82 bilhões de kwts para 1950, O con sumo da corrente elétrica nos Estados Unidos regula 200 bilhões de kwts e na
do campo será superior no máximo de
primeiro semestre de 1946, a dos Esta
Foram totalmente de
27% à de 1940, Ê verdade que as ane-
manha, doze vêzes menor do que a
vial está calculada para 1950 em 2,300,000 toneladas, quando só a nave
xações de guerra (Repúblicas Bálticas, Carélia, Moldávia, Prússia Oriental etc.)
gação fluvial do Reno dispunha, antes
Grã Bretanha, 35 bilhões... Um outro
fizeram crescer de 10% a área das terras
índice: Moscou tem como grande fina lidade atingir em quatro anos a fabrica
cultivadas (106 milhões de hectares para
A sua frota marítima, atualmente de 1,3 milhões de toneladas, atingirá, no
ção de 400.000 veículos motorizados.
1950, contra 94,4 milhões em 1913); mas, por outro lado, o rendimento por
da guerra, de 8 milhões de toneladas, têrmo do plano qüinqüenal, 3,6 milhões, menos de 5% da tonelagem mundial.
68
DiGESTO ECONÓAflCO
prèviamente ao mais catastrófico dos de sastres.
Os algarismos divulgados do plano qüinqüenal soviético para 1946-1950
dão-nos uma idéia aproximativa do po I
tencial econômico da Rússia, convindo ter sempre em conta dois pontos essen ciais: a situação do país antes de 1917,
isto é, antes dos "Ten Days that shook the "World", e as devastações da última guerra,
toneladas para o ano de 1950, contra a de 600 milhões atuais dos Estados Uni dos, a de 270 milhões da Alemanha no período da guerra c a de 220 milhões
contra os 21 e 29 quilos respectivamen
e a de 10 milhões da França. Pelo pla
mente o fracasso,
guenra. Crise penosa também da pe
no qüinqüenal, a produção de cobre deve
lava, segundo a Revista francesa da qual foram colhidos alguns dados acima trans critos, que numerosos bens de consumo eram tão ordinários que o público se recusava a comprá-los,,.
aumentar de 60^, a de alumínio de 100%,
a do magnésio de 170%, a de níquel de 90%, a de chumbo de 160%, a de zinco
de 150%, a de estanho de 170%, Quer
tilidades, 20 milhões de russos se en
produção de metais não ferruginosos na Rússia, ou, em outros termos, que vasto
I
■ i
de Moscou a fazer para reconquistar o
tempo perdido. Vejamos, por exemplo, alguns índices tidos como mais decisivos no julgamento da capacidade econômica
de qualquer país, começando pelo petróleo, ^'nervo da guerra" contemporânea. Propõe-se a U.R.S.S. a produar, em 1950, 35,4 milhões de toneladas contra os 36 milhões de 1941, quando ela se
colocava no terceiro lugar entre os gran des produtores mundiais, depois dos Es tados Unidos e da Venezuela, que for neceram, em 1945, respectivamente,
244,5, milhões e 47,1 milhões. As dis
ponibilidades da "preciosa essência" pa recem menores do que descontavam os
técnicos comunistas, atingindo apenas a oitava parte das americanas. A situa ção melhora quanto á hulha, com a extração calculada em 250 milhões de
Inglaterra e Dinamarca. Carência geral, por exemplo, de açúcar; em 1950, o consumidor russo dar-se-á por muito feliz se puder dispor de 12 quilos anuais,
ousaria a mais ligeira crítica ou restrição à ditadura vermelha, proclama aberta
as destruições da invasão de Hitier. Basta lembrar que, ao têrmo das hos
.
dos Estados Unidos, Alemanha, França,
número que será elevado talvez a 6 milhões no ano corrente. Sôbre a qua
data em 19,5 milhões de toneladas contra a de 28,53 milhões dos Estados Unidos
^ baixo o nível de vida, e enormes foram
•
hectare é muito mais baixo do que o
lidade dos produtos industriais da Rús sia, a própria impreqsa local, que não
çava a exploraç-ão industrial, sendo muito
contraram sem abrigo, e que era neces
Os Estados Unidos entregaram ao con sumo, em 1941, 4.500.000 automóveis,
da Inglaterra em 1938, A produção de ferro bruto é estimada para a mesma
Na era dos czares, mal come-
sário reconstruir inteiramente a bacia do Donetz, fornecedora de 57^ do carvão nacional, Muito, pois, tem o governo
69
DicEsTo Econômico
dizer isto que bem inferior ainda é a
é o caminlio a percorrer para a pari dade com os Estados Unidos,,.
Não menos áspera a marcha para a industrialização, modôlo ocidental, ©u especialmente, norte-americano, O va lor total da produção industrial deverá aumentar de 48% até 1950, quando no
O "Izvestia" assina
O desenvolvimento agrícola da Rússia soviética tem sido sempre mais difícil e mais lento do que o industrial. Pe los cálculos oficiais, a renda liqüida da U.R.S.S. deverá quadruplicar em 1950 sôbre 1932, enquanto que no mesmo
te da Alemanha e da França antes da cuária.
Estimativa otimista de 65 mi
lhões de cabeças de gado bovino para 1950, contra os 63 milhões de 1938, reduzidos pela invasão estrangeira, em
1945, a 47 milhões. Mecanização da lavoura exigindo ainda um grande es forço, por parte do govêmo comunista. Não basta no entanto — sabiam o consellieiro Acácio e tantas outras eminen
tes figuras — produzir; é necessário fazer circular a produção, A rêde ferroviária
período o da agricultura deverá apenas
russa é ainda muito deficiente era rela
duplicar. Os dirigentes soviéticos luta ram por muitos anos com a resistência, um pouco à maneira de Gandhi, dos camponeses contra o coletivismo agrário.
ção à imensidade do país. Aos 52,000
dos Unidos cresceu, sôbre 1935/39, de
Mal vencida a crise, verificou-se a inva
68%, A produção de aço bruto, por
são germânica,
exemplo, é avaliada em 25,4 milhões de toneladas, a comparar com os 86 mi lhões fornecidos pela América do Norte em 1946,,, O governo russo empres
vastadas as regiões mais férteis, como a
quilômetros de 1914 foram somados pe los dirigentes soriéticos 42.000 de vias novas, Existem, pois, na vastidão da U.R.S.S. 90,000 quilômetros de linlias férreas contra os 300.000 aproximados dos Estados Unidos e os 68.000 da Ale
Ucrânia, do país. Calcula-se que o ren dimento agrícola de 1945 foi apenas su
Rússia européia. De pequena importân
perior ao de 1932 no apogeu da crise
ta extrema importância ao desenvolvi
da coletivização. Em 1950 a produção
cia relativa os transportes ferroviários e rodoviários; a tonelagem da frota flu
mento da energia elétrica, calculada em 82 bilhões de kwts para 1950, O con sumo da corrente elétrica nos Estados Unidos regula 200 bilhões de kwts e na
do campo será superior no máximo de
primeiro semestre de 1946, a dos Esta
Foram totalmente de
27% à de 1940, Ê verdade que as ane-
manha, doze vêzes menor do que a
vial está calculada para 1950 em 2,300,000 toneladas, quando só a nave
xações de guerra (Repúblicas Bálticas, Carélia, Moldávia, Prússia Oriental etc.)
gação fluvial do Reno dispunha, antes
Grã Bretanha, 35 bilhões... Um outro
fizeram crescer de 10% a área das terras
índice: Moscou tem como grande fina lidade atingir em quatro anos a fabrica
cultivadas (106 milhões de hectares para
A sua frota marítima, atualmente de 1,3 milhões de toneladas, atingirá, no
ção de 400.000 veículos motorizados.
1950, contra 94,4 milhões em 1913); mas, por outro lado, o rendimento por
da guerra, de 8 milhões de toneladas, têrmo do plano qüinqüenal, 3,6 milhões, menos de 5% da tonelagem mundial.
-wr 70
Dicesto Econóaago
Potência marítima, pois, de segunda
patos e de um par de meias...
ordem...
1950, a produção de calçados, elevada,
Nos planos qüinqüenais da Rússia os
Em
teòricamente, a 240 milhões, melhorará
chamados bens de consumo ocupam sem pre lugares secundários; o que interessa,
um pouco a tremenda penúria... O próprio material humano (e nos re
sobretudo, é a produção industrial e, es
gimes comunistas torna-se perfeita a e.x-
pecialmente, a das indústrias de guerra. Mais vale fabricar canliões do que man
contra a crise da mão de obra, princi
teiga, dizia Hitler e repeliria Stalin... Os habitantes da federação soviética de
urbanas como nas rurais. Foi enorme a
pressão...) é escasso.
A Rússia lula
vem resignar-se, pois, ao mais modesto
ceifa da guerra. O número de operá rios o ano passado era calculado em
a 1.300.000 toneladas para mais de
pouco superior aos algarismos ideali
zados pelos russos.
46 horas do padrão socialízante, que as
de habitantes dos Estados Unidos, um Outro têrmo de
comparação: enquanto um francês con
democracias "capitalistas" adotaram sem
sumia, antes da guerra, 39 quilos de carne, 6 de manteiga e 1 de gordura
necessidade de revoluções...
por ano, ap consumidor russo cabiam res
pectivamente 6 quilos, 1,200 hg. e 1,7 kg. A situação é ainda mais desfa vorável quanto aos artigos manufatu
rados. Segundo o plano qüinqüenal, em 1950, as fábricas russas deverão produ zir. 4.686 milhões de metros de tecidos
de algodão, 159 milhões de tecidos de lã e 141 milhões de tecidos de sêda. A industria têxtil norte-americana for nece atualmente a média de 9 bilhões
firmar-lhe o domínio da terra e do mar
minhos etc. Não faltam pessimistas (se rão sòmcntc pc.ssiinislas?) para pensar
e dos ares por alguns séculos... Afi
que na hora cm que se julgar com as maiores possibilidades de êxito, Stalin repetirá a lição de Hitler: desencadeará
pri\'ilégios de Berlim, e aparecerão sem os contemporizadores de boa ou, mesmo,
a terceira guerra mundial, que possa
de ma fé, com ou sem guarda-clmva..•
nal, os maníacos de grandeza não eram
pre nas democracias os apaziguadores e
£
27 milhões, quando o governo julga imprescindíveis 50 milhões. Daí, a po lítica de estímulo por todos os meios à produção, a começar pelo aumento de salário e das horas de trabalho. Sema na de 56 horas, em vez da de 48 e
mesma produção foi para os 140 milhões
tender, um dia, barrar-lhe os seus ca
palmente especializada, nas indústrias
dos níveis de consumo. Um exemplo: para 1950 a produção de carne atingirá 200 milhões de habitantes; em 1946, a
Dicesto Econômico
Muitos índices das "realidades" pre sente e futura da Rússia deixamos de
A partir de 15 de jtdho a Grü-Breíonha será obrigada a pagar as mercadorias
lembrar nesta rápida resenha, para não abusar de algarismos. Cremos, todavia, que os transcritos nos dão idéia do que
os vendedores não podiam utilizar o crédito conseqüente, se não nos países em
falta à ditadura de Moscou para colo car-se no nível dos Estados Unidos ou mesmo, da Inglaterra, da França e da Alemanha no período anterior à guerra
tribuídos entre os países membros dôsse Império, ò medida das suas necessidades. Ora, os Estados Unidos estabeleceram como condição para o empréstimo concedido
Mas, convém não esquecer as vantagens que ela leva no seu jôgo de cartas mar cadas: trabalho escravo, marcha avas
de jardas (jarda = OmgK) de tecidos de algodão e 600 milhões de tecidos de lã. Nesta relação de consumo de teci
saladora .sôbre as nações vizinhas (in dústrias alemãs na zona entregue ã
dos, a República Soviética está aquém
Zeiss de lena, trabalham quase cento
ocupação soviética, como a das Usinas
do próprio Brasil, de consumo reconhe por cento para os novos patrões), inscidamente pobre. Em 1946, o cidadão . tigação de greves e de convulsões so russo podia dispor de "meio par" de sa- ciais nas democracias, que possam pre,•.1 I.
que comprar no Exterior, na moeda reclamada pelos fornecedores.
Desde o início da guerra a Inglaterra pagava apenas em libras esterlinas e
que tivesse curso aquela moeda. Por isso, muitos dôles, particulannente a índia e o Egito, foram acumulando saldos cm Londres. Além disso, os dólares corres pondentes à exportação do Império Britânico para os Estados Unidos eram dis d Grã-Bretanha em ■julho último a cassação daquela prática,^ a fim de que os men cionados países pudessem utilizar livremente as somas devidas pela Grã-Bretanha, para comprar aos E.U.A.
A Grã-Bretanha, entretanto, não pode reembolsar de uma so vez a enorme
dívida correspondente a 5 biliões de libras esterlinas, nem tampouco pode efetuar êsse reembolso em moeda tõò procurada atualmente, coino o. dólar. Por esse ■niottvo, resolveu, primeiramente, obter grande redução daquela divida, considerando qu
a vitória úneficiou igualmente os seus credores; em segundo lu^ar, procurará reem bolsar o débito restante em parcelas escalonadas num grande numero de anos. Es
pera-se vara breve a realização, em Londres, de conversações corn os mais impor tantes credores do Reino Unido, aos quais seria proposta n aceitaçao daquelas con
dições, ou então o próprio reembólso em prazo de tal maneira dilatado que se paria quase irrealizáv^.
-wr 70
Dicesto Econóaago
Potência marítima, pois, de segunda
patos e de um par de meias...
ordem...
1950, a produção de calçados, elevada,
Nos planos qüinqüenais da Rússia os
Em
teòricamente, a 240 milhões, melhorará
chamados bens de consumo ocupam sem pre lugares secundários; o que interessa,
um pouco a tremenda penúria... O próprio material humano (e nos re
sobretudo, é a produção industrial e, es
gimes comunistas torna-se perfeita a e.x-
pecialmente, a das indústrias de guerra. Mais vale fabricar canliões do que man
contra a crise da mão de obra, princi
teiga, dizia Hitler e repeliria Stalin... Os habitantes da federação soviética de
urbanas como nas rurais. Foi enorme a
pressão...) é escasso.
A Rússia lula
vem resignar-se, pois, ao mais modesto
ceifa da guerra. O número de operá rios o ano passado era calculado em
a 1.300.000 toneladas para mais de
pouco superior aos algarismos ideali
zados pelos russos.
46 horas do padrão socialízante, que as
de habitantes dos Estados Unidos, um Outro têrmo de
comparação: enquanto um francês con
democracias "capitalistas" adotaram sem
sumia, antes da guerra, 39 quilos de carne, 6 de manteiga e 1 de gordura
necessidade de revoluções...
por ano, ap consumidor russo cabiam res
pectivamente 6 quilos, 1,200 hg. e 1,7 kg. A situação é ainda mais desfa vorável quanto aos artigos manufatu
rados. Segundo o plano qüinqüenal, em 1950, as fábricas russas deverão produ zir. 4.686 milhões de metros de tecidos
de algodão, 159 milhões de tecidos de lã e 141 milhões de tecidos de sêda. A industria têxtil norte-americana for nece atualmente a média de 9 bilhões
firmar-lhe o domínio da terra e do mar
minhos etc. Não faltam pessimistas (se rão sòmcntc pc.ssiinislas?) para pensar
e dos ares por alguns séculos... Afi
que na hora cm que se julgar com as maiores possibilidades de êxito, Stalin repetirá a lição de Hitler: desencadeará
pri\'ilégios de Berlim, e aparecerão sem os contemporizadores de boa ou, mesmo,
a terceira guerra mundial, que possa
de ma fé, com ou sem guarda-clmva..•
nal, os maníacos de grandeza não eram
pre nas democracias os apaziguadores e
£
27 milhões, quando o governo julga imprescindíveis 50 milhões. Daí, a po lítica de estímulo por todos os meios à produção, a começar pelo aumento de salário e das horas de trabalho. Sema na de 56 horas, em vez da de 48 e
mesma produção foi para os 140 milhões
tender, um dia, barrar-lhe os seus ca
palmente especializada, nas indústrias
dos níveis de consumo. Um exemplo: para 1950 a produção de carne atingirá 200 milhões de habitantes; em 1946, a
Dicesto Econômico
Muitos índices das "realidades" pre sente e futura da Rússia deixamos de
A partir de 15 de jtdho a Grü-Breíonha será obrigada a pagar as mercadorias
lembrar nesta rápida resenha, para não abusar de algarismos. Cremos, todavia, que os transcritos nos dão idéia do que
os vendedores não podiam utilizar o crédito conseqüente, se não nos países em
falta à ditadura de Moscou para colo car-se no nível dos Estados Unidos ou mesmo, da Inglaterra, da França e da Alemanha no período anterior à guerra
tribuídos entre os países membros dôsse Império, ò medida das suas necessidades. Ora, os Estados Unidos estabeleceram como condição para o empréstimo concedido
Mas, convém não esquecer as vantagens que ela leva no seu jôgo de cartas mar cadas: trabalho escravo, marcha avas
de jardas (jarda = OmgK) de tecidos de algodão e 600 milhões de tecidos de lã. Nesta relação de consumo de teci
saladora .sôbre as nações vizinhas (in dústrias alemãs na zona entregue ã
dos, a República Soviética está aquém
Zeiss de lena, trabalham quase cento
ocupação soviética, como a das Usinas
do próprio Brasil, de consumo reconhe por cento para os novos patrões), inscidamente pobre. Em 1946, o cidadão . tigação de greves e de convulsões so russo podia dispor de "meio par" de sa- ciais nas democracias, que possam pre,•.1 I.
que comprar no Exterior, na moeda reclamada pelos fornecedores.
Desde o início da guerra a Inglaterra pagava apenas em libras esterlinas e
que tivesse curso aquela moeda. Por isso, muitos dôles, particulannente a índia e o Egito, foram acumulando saldos cm Londres. Além disso, os dólares corres pondentes à exportação do Império Britânico para os Estados Unidos eram dis d Grã-Bretanha em ■julho último a cassação daquela prática,^ a fim de que os men cionados países pudessem utilizar livremente as somas devidas pela Grã-Bretanha, para comprar aos E.U.A.
A Grã-Bretanha, entretanto, não pode reembolsar de uma so vez a enorme
dívida correspondente a 5 biliões de libras esterlinas, nem tampouco pode efetuar êsse reembolso em moeda tõò procurada atualmente, coino o. dólar. Por esse ■niottvo, resolveu, primeiramente, obter grande redução daquela divida, considerando qu
a vitória úneficiou igualmente os seus credores; em segundo lu^ar, procurará reem bolsar o débito restante em parcelas escalonadas num grande numero de anos. Es
pera-se vara breve a realização, em Londres, de conversações corn os mais impor tantes credores do Reino Unido, aos quais seria proposta n aceitaçao daquelas con
dições, ou então o próprio reembólso em prazo de tal maneira dilatado que se paria quase irrealizáv^.
Ff»s:
73
DicESTO Econômico
Especulações Bolsistas no Século XVII por José Honório Rodrigües
viendo el negocio de Ias acciones, su
Especial para o "Digesto Económco"
origen su ethimologia, su realidad, su juego y su enredo". Foi impresso em
O sr. José Honório Rodrigues faz um resumo, com interessantes cotnentários, da obra
Amsterdam, no ano de 1688.
rara de Joseph de Ia Vega, da qual só se conheciam quatro exemplares, e aue constitui fonte preciosa para o estudo da BÔlsa de Amsterdam e a evolução da
A extrema raridade da edição original,
técnica bolsista moderna.
^ primeira Bôlsa no inundo em que se cotaram ações de Companhias e sô-
bre as mesmas se especulou foi a Bôlsa
de Amsterdam. Logo no princípio do século XVU, em 1602, fundava-se na Holanda a Companhia das índias Orien
tais, mediante subscrição popular e com privilégio do comércio das índias, du rante vinte e um anos. Após o encerra
mércio e sua Bôlsa, em que a especulação de ações possuía aspectos nitida mente modernos — e que antes do fin
dar desse século se convertera num mer
cado internacional de valores —, provo cou o aparecimento de um escrito inte-
1
ressantíssimo, de autoria de Joseph de Ia Vega, filho do judeu espanhol Isaac
'
Penso. Êste, depois de ver-se em liber
mento da lista de subscritores das ações, dade das prisões inquisitoriais espanho no valor nominal de 500 e 3000 florins, las, viera para a Holanda, onde se dedi-
pessoas que não tinham podido adqui ri-las, levadas por uma "opinião" favo rável dos prospectos da Companhia, des
cara ao comércio. Dos seus dez filhos seis mulheres e quatro homens, todos
de que não podiam consegui-las ao par
clusive Joseph, nascido em 1650 ou 1651, bom conhecedor do espanhol e do hebreu, escritor das duas Knguas,
e desejando a tôda fôrça obtê-las, co meçaram a oferecer um prêmio sôbre o seu preço que, em poucos dias, subiu de 14-16^.
Nada indica que os fundadores da Companhia das índias Orientais tives sem tencionado projetar a Bôlsa de Ams terdam no círculo de seus fins e interôs-
ses.
Mas, conforme nota Ehrenberg,
logo se evidenciou que a Bôlsa e a Com-
panliia tinham a maior importância uma para a outra.
A intensa atividade comercial de Ams terdam, a primeira cidade fora da Itá
lia no século XVII, com sua importan te instituição bancária, seu enorme co
os varões se tomaram comerciantes, in
membro e secretário da "Academia dos Floridos". Durante a maior parte de sua vida Joseph de Ia Vfega, que tam bém se assinava Joseph Felix Penso adotando ora o apelido da mãe ora o do pai, residiu em Amsterdam, onde morreu no ano 5453 do calendário he
braico, conforme se lê em sua lápide fu nerária, ou seja por volta do ano 1693.
A obra de Joseph de Ia Vega que aqui nos interessa é a intitulada "Confu-
sion de confusiones. Diálogos curiosos entre un philosopho agudo, un mercader
discreto y un accionista erudito, descri-
engenho para tecer êstes Diálogos, que espera grangeiem o título de curiosos: "El primero entretener el ocio, con al-
gun deleyte que no desdore Io modesto. El segundo, descrivir (para los que no
da qual só se conheciam quatro exem plares, um na Biblioteca Real de Haia,
Io exercitan) un negocio que es el mas
um na Biblioteca da Sinagoga da Co munidade Porluguesa-Israelita de Ams
Europa. Y el tercero, pintar con el pin-
real, y útil que se conoce oy en Ia zel de Ia verdad Ias estratagemas con
terdam, outra na Biblioteca da Univer
que Io tratan los tahures que Io desdo-
sidade de Gottingen e finalmente a
ran, para que á unos sirva de delicia,
quarta na Biblioteca da Universidade de Aken, fez com que o Arquivo Económi-
á otros de advertência, y a muchos de
co-Histórico Holandês, sociedade funda
da em 1914, com sede em Haia, decidisse
empreender a sua tradução em holandês e sua publicação nas duas línguas.
escarmiento".
Analisando êstes motivos, o introdutor
da edição holandesa diz que possivel mente êles não foram os únicos que le varam o autor a escrever sua obra. Isso
se depreende do fato dêle ter escrito em espanhol que. de modo geral, não erudita se consubstanciou na edição bi língüe da obra de Joseph de Ia Vega, era compreendido por seus concidadãos com uma magnífica introdução do dr. cristãos e que, assim, não poderiam lê-la. O benemérito esfôrço dessa sociedade
M. F. J. Smith e tradução do dr. G. J. Geers (Haia, Martinus Nijhoff, 1939). Na introdução á tradução holandesa,
Parece claro que êle pretendeu diri
gir-se a um grupo restrito de pessoas, às quais quis transmitir um conhecimen
o dr. Smith explica que o motivo do empreendimento está em que êste livro
to real do negócio.
não só é a primeira obra que descreve
judeus se ocupava com o comércio das
inteiramente a Bôlsa de Amsterdam no
ações e para muitos dêles êsse negócio
século XVII como, ao que até agora se
era como um !í%to aberto, e se Joseph
conhece, é a primeira que faz uma des crição circunstanciada dos processos, ma
de Ia Vega quisesse dirigir-se aos cris tãos ter-se-ia servido do holandês. O
nipulações e maquinações bolsistas que
dr. M. F. J. Smith levanta então a hi
Em Amsterdam, grande número de
ali se empregaram.
pótese de que o intuito do autor foi
Além do ponto de vista histórico, o livro apresenta também a maior impor tância do ponto de vista econômico, pois nos dá a conhecer a técnica bolsista já muitíssimo desenvolvida naquela época.
esclarecer seus patrícios no exterior e
observa que justamente ao tempo do aparecimento da "Confusion de confu siones" haviam ido para Londres tantos
judeus da Holanda que sua colônia era conhecida como a dos "Judeus de No prólogo de sua obra, Joseph de Ia ali Amcipr/^nm". Dela faziam parte dois
Vega diz que três motivos teve o seu
Ff»s:
73
DicESTO Econômico
Especulações Bolsistas no Século XVII por José Honório Rodrigües
viendo el negocio de Ias acciones, su
Especial para o "Digesto Económco"
origen su ethimologia, su realidad, su juego y su enredo". Foi impresso em
O sr. José Honório Rodrigues faz um resumo, com interessantes cotnentários, da obra
Amsterdam, no ano de 1688.
rara de Joseph de Ia Vega, da qual só se conheciam quatro exemplares, e aue constitui fonte preciosa para o estudo da BÔlsa de Amsterdam e a evolução da
A extrema raridade da edição original,
técnica bolsista moderna.
^ primeira Bôlsa no inundo em que se cotaram ações de Companhias e sô-
bre as mesmas se especulou foi a Bôlsa
de Amsterdam. Logo no princípio do século XVU, em 1602, fundava-se na Holanda a Companhia das índias Orien
tais, mediante subscrição popular e com privilégio do comércio das índias, du rante vinte e um anos. Após o encerra
mércio e sua Bôlsa, em que a especulação de ações possuía aspectos nitida mente modernos — e que antes do fin
dar desse século se convertera num mer
cado internacional de valores —, provo cou o aparecimento de um escrito inte-
1
ressantíssimo, de autoria de Joseph de Ia Vega, filho do judeu espanhol Isaac
'
Penso. Êste, depois de ver-se em liber
mento da lista de subscritores das ações, dade das prisões inquisitoriais espanho no valor nominal de 500 e 3000 florins, las, viera para a Holanda, onde se dedi-
pessoas que não tinham podido adqui ri-las, levadas por uma "opinião" favo rável dos prospectos da Companhia, des
cara ao comércio. Dos seus dez filhos seis mulheres e quatro homens, todos
de que não podiam consegui-las ao par
clusive Joseph, nascido em 1650 ou 1651, bom conhecedor do espanhol e do hebreu, escritor das duas Knguas,
e desejando a tôda fôrça obtê-las, co meçaram a oferecer um prêmio sôbre o seu preço que, em poucos dias, subiu de 14-16^.
Nada indica que os fundadores da Companhia das índias Orientais tives sem tencionado projetar a Bôlsa de Ams terdam no círculo de seus fins e interôs-
ses.
Mas, conforme nota Ehrenberg,
logo se evidenciou que a Bôlsa e a Com-
panliia tinham a maior importância uma para a outra.
A intensa atividade comercial de Ams terdam, a primeira cidade fora da Itá
lia no século XVII, com sua importan te instituição bancária, seu enorme co
os varões se tomaram comerciantes, in
membro e secretário da "Academia dos Floridos". Durante a maior parte de sua vida Joseph de Ia Vfega, que tam bém se assinava Joseph Felix Penso adotando ora o apelido da mãe ora o do pai, residiu em Amsterdam, onde morreu no ano 5453 do calendário he
braico, conforme se lê em sua lápide fu nerária, ou seja por volta do ano 1693.
A obra de Joseph de Ia Vega que aqui nos interessa é a intitulada "Confu-
sion de confusiones. Diálogos curiosos entre un philosopho agudo, un mercader
discreto y un accionista erudito, descri-
engenho para tecer êstes Diálogos, que espera grangeiem o título de curiosos: "El primero entretener el ocio, con al-
gun deleyte que no desdore Io modesto. El segundo, descrivir (para los que no
da qual só se conheciam quatro exem plares, um na Biblioteca Real de Haia,
Io exercitan) un negocio que es el mas
um na Biblioteca da Sinagoga da Co munidade Porluguesa-Israelita de Ams
Europa. Y el tercero, pintar con el pin-
real, y útil que se conoce oy en Ia zel de Ia verdad Ias estratagemas con
terdam, outra na Biblioteca da Univer
que Io tratan los tahures que Io desdo-
sidade de Gottingen e finalmente a
ran, para que á unos sirva de delicia,
quarta na Biblioteca da Universidade de Aken, fez com que o Arquivo Económi-
á otros de advertência, y a muchos de
co-Histórico Holandês, sociedade funda
da em 1914, com sede em Haia, decidisse
empreender a sua tradução em holandês e sua publicação nas duas línguas.
escarmiento".
Analisando êstes motivos, o introdutor
da edição holandesa diz que possivel mente êles não foram os únicos que le varam o autor a escrever sua obra. Isso
se depreende do fato dêle ter escrito em espanhol que. de modo geral, não erudita se consubstanciou na edição bi língüe da obra de Joseph de Ia Vega, era compreendido por seus concidadãos com uma magnífica introdução do dr. cristãos e que, assim, não poderiam lê-la. O benemérito esfôrço dessa sociedade
M. F. J. Smith e tradução do dr. G. J. Geers (Haia, Martinus Nijhoff, 1939). Na introdução á tradução holandesa,
Parece claro que êle pretendeu diri
gir-se a um grupo restrito de pessoas, às quais quis transmitir um conhecimen
o dr. Smith explica que o motivo do empreendimento está em que êste livro
to real do negócio.
não só é a primeira obra que descreve
judeus se ocupava com o comércio das
inteiramente a Bôlsa de Amsterdam no
ações e para muitos dêles êsse negócio
século XVII como, ao que até agora se
era como um !í%to aberto, e se Joseph
conhece, é a primeira que faz uma des crição circunstanciada dos processos, ma
de Ia Vega quisesse dirigir-se aos cris tãos ter-se-ia servido do holandês. O
nipulações e maquinações bolsistas que
dr. M. F. J. Smith levanta então a hi
Em Amsterdam, grande número de
ali se empregaram.
pótese de que o intuito do autor foi
Além do ponto de vista histórico, o livro apresenta também a maior impor tância do ponto de vista econômico, pois nos dá a conhecer a técnica bolsista já muitíssimo desenvolvida naquela época.
esclarecer seus patrícios no exterior e
observa que justamente ao tempo do aparecimento da "Confusion de confu siones" haviam ido para Londres tantos
judeus da Holanda que sua colônia era conhecida como a dos "Judeus de No prólogo de sua obra, Joseph de Ia ali Amcipr/^nm". Dela faziam parte dois
Vega diz que três motivos teve o seu
74
Dicesto EcoNÓiaco
irmãos de Joseph de Ia Vega, a saber
7o
DrcESTo Econômico
real e o mais falso que tem a Europa, o mais nobre e o niuís infame que co
elas valerão mais com a volta de navios
esse gênero é árvore e os hebreus lhe
E' também
da Índia ou com a paz que volte a im
chamam fôrca, vendo-se afogados com
digno de nota que justamente no ano da
nhece o mundo, o mais fino e o mais
publicação do livro, em 1688, Macaulay
perar na Europa), tornando a vendê-la
grosseiro quo exerce o orbe: mapa de ciências e epítome de enredos, pedra de
quando seu preço aumenta, se acer dinheiro de contado e receosos das no
as partidas e enforcados pelo dinlreiro, procuram que pendam dêsse tronco como Absalão e que morram como Adão por essa ár\'ore. nista clrnma atenção dos seus interlo
Da\id e Raphael Penso.
registra, em sua "História da Inglater ra , que a maior parte dos negócios de
ações caiu nas mãos dos judeus. E em
Londres assinala-se, até hoje, um siste ma que lembra fortemente aquele que se empregou em Amslerdam no século XVII.
É assim mais que provável, segundo o dr. Smith, que o livro de Joseph de Ia Vega tivesse influído no mercado a termo lon
drino. Em uma mono grafia publicada em 1934 sôbre o Banco de Amster-
m
toque dos atentos e pedra de túmulo dos atrevidos. E às perguntas ansiosas
tam em seu cálculo, ou compram com
dos outros dois sobre tão enigmático
vidades ou mudanças tornam a vendê-la no mesmo instante, a prazo longo (caso
negócio, o Acionista diz que se trata das
cm *que se costuma dar mais por ela),
ações, que são partes do capital de uma Companhia que os negociantes ho landeses formaram no ano dc 1602 e que cuidam dela três classes de pessoas-
contentando-se com o lucro que lhes
grangcia o desembôlso, sem querer con trapor o maior adiantamento ao maior perigo, mas ganhar pouco e ganhar se
uns como príncipes, ou tros como mercadores e os
guramente.
ultimes como jogadores.
fazer-se terceiros dc seus aumentos, in
Os primeiros vivem co
Os últimos, como jogadores, procuram
Ainda nesse diálogo primeiro o Acio
cutores para as chamadas "opções", que são uns prêmios ou quantidades que se dão para assegurar as partidas ou con quistar os adiantamentos, os quais ser\em dc velas para navegar felizes nas bonanças e de âncoras para navegar se guros nas tormentas.
Explica o Acionista que as ações es
tão presentemente ao preço de 580, por exemplo, mas que lhe parece que pela
mo príncipes da renda,
dam, antes, portanto, da
ventando umas rodas em que almejaram estabelecer as de suas fortunas. Êstes
gozando cada ano a re
compram uma ou vinte partidas, que
volta dos navios da índia e por outras
edição holandesa da "Confusion de confusio-
partição das ações que tem em sua conta, seja
circunstâncias favoráveis elas irão muito
nes", J. G. van Dilien,
se chamam um Regimento, e cliegando o dia vinte do mês (que c o tempo em
anterior de M. F. J.
deixadas por seus ante cessores, seja compradas
que devem recebê-las) não tem mais que três modos de desincumbir-se: tor
comprar partidas efetivas, mas chega-se aos que dizem que tomam essas opções
com seu dinlieiro. A ês-
Smith,
nar a vendê-las pelo que valem, com
e pergunta-lhes quanto querem para fi
tes poucos importa que as ações valham mais ou
perda ou lucro do que custaram, empe nhá-las em mãos dos que podem fome-
carem obrigados a entregar-Uie cada par tida a 600, até tal prazo. Ajustado o prê
mio, a transação se efetua e o que sobe de 600 representa lucro, e o que bai
louvando-se em trabalho publicado
em
1919, dizia: "No que concerne às ações, o sis
tema de negociá-las para o futuro parece ter sido
introduzido na Bôlsa de Londres pelos fins do século XVII, por judeus por tugueses, de Amsterdam". Admitiu, as sim, a tese antes esboçada por Smith, a que ele veio depois dar novos e mais poderosos argumentos.
Mas ouçamos o próprio Josepli de Ia Vega. No primeiro diálogo, o Acionista diz ao Filósofo e ao Mercador que éles nada sabem, pois não têm conhecimento , _
menos, porque não sendo
cer-lhe 4/5 do seu valor sôbre as mes
seu intento vendê-las mas
mas (o que fazem sem o menor descré
apenas ir recebendo o
dito os mais ricos), ou, ainda, mandam colocá-las em sua conta, pagando-as em
fruto — pois este tesouro se assemelha a uma árvore que produz cada ano seus frutos —, o fato de valerem muito só lhes serve de gosto imaginário, conside rando (como acontece na realidade)
que no caso de quererem vendê-las po dem obter por elas aquele alto preço Os segundos, como mercadores, ou compram uma partida (que são 500
libras) ew mandam-na transportar «.iuiiopuiuir para para a ü
de um negocio enigmático que é o mais sua conta (por serem de opinião que
banco, o que não podem fazer senão os
muito poderosos, de vez que um Regi mento custa hoje • mais de cem mi! ducados.
mais alto.
Não se dispõe, porém, a
xa não lhe serve de ânsia para o juí zo, nem de inquietude para a honra, nem de sobressalto para o sossego. Se
chegando pouco mais ou menos a 600, êle muda de opinião e acha que não e
tudo tão favorável como julgava, \"en<le
Chega, assim, o prazo, e faltando-lhes
as partidas sem perigo, porque tudo que
a possibilidade de recebê-las ou empe nhá-las, são obrigados a vendê-las. Os que estão ao par do jogo conhecem essa
a dinheiro está obrigado a entregar-lhe
precisão e abatem no preço, a fim do
baixa é lucro. E como o que recebeu
as partidas ao preço combinado, ainda que elas subam mais do que isso, o
conseguir comprar por menos. E como que comprou a têrmo não pode sentir
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Dicesto EcoNÓiaco
irmãos de Joseph de Ia Vega, a saber
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DrcESTo Econômico
real e o mais falso que tem a Europa, o mais nobre e o niuís infame que co
elas valerão mais com a volta de navios
esse gênero é árvore e os hebreus lhe
E' também
da Índia ou com a paz que volte a im
chamam fôrca, vendo-se afogados com
digno de nota que justamente no ano da
nhece o mundo, o mais fino e o mais
publicação do livro, em 1688, Macaulay
perar na Europa), tornando a vendê-la
grosseiro quo exerce o orbe: mapa de ciências e epítome de enredos, pedra de
quando seu preço aumenta, se acer dinheiro de contado e receosos das no
as partidas e enforcados pelo dinlreiro, procuram que pendam dêsse tronco como Absalão e que morram como Adão por essa ár\'ore. nista clrnma atenção dos seus interlo
Da\id e Raphael Penso.
registra, em sua "História da Inglater ra , que a maior parte dos negócios de
ações caiu nas mãos dos judeus. E em
Londres assinala-se, até hoje, um siste ma que lembra fortemente aquele que se empregou em Amslerdam no século XVII.
É assim mais que provável, segundo o dr. Smith, que o livro de Joseph de Ia Vega tivesse influído no mercado a termo lon
drino. Em uma mono grafia publicada em 1934 sôbre o Banco de Amster-
m
toque dos atentos e pedra de túmulo dos atrevidos. E às perguntas ansiosas
tam em seu cálculo, ou compram com
dos outros dois sobre tão enigmático
vidades ou mudanças tornam a vendê-la no mesmo instante, a prazo longo (caso
negócio, o Acionista diz que se trata das
cm *que se costuma dar mais por ela),
ações, que são partes do capital de uma Companhia que os negociantes ho landeses formaram no ano dc 1602 e que cuidam dela três classes de pessoas-
contentando-se com o lucro que lhes
grangcia o desembôlso, sem querer con trapor o maior adiantamento ao maior perigo, mas ganhar pouco e ganhar se
uns como príncipes, ou tros como mercadores e os
guramente.
ultimes como jogadores.
fazer-se terceiros dc seus aumentos, in
Os primeiros vivem co
Os últimos, como jogadores, procuram
Ainda nesse diálogo primeiro o Acio
cutores para as chamadas "opções", que são uns prêmios ou quantidades que se dão para assegurar as partidas ou con quistar os adiantamentos, os quais ser\em dc velas para navegar felizes nas bonanças e de âncoras para navegar se guros nas tormentas.
Explica o Acionista que as ações es
tão presentemente ao preço de 580, por exemplo, mas que lhe parece que pela
mo príncipes da renda,
dam, antes, portanto, da
ventando umas rodas em que almejaram estabelecer as de suas fortunas. Êstes
gozando cada ano a re
compram uma ou vinte partidas, que
volta dos navios da índia e por outras
edição holandesa da "Confusion de confusio-
partição das ações que tem em sua conta, seja
circunstâncias favoráveis elas irão muito
nes", J. G. van Dilien,
se chamam um Regimento, e cliegando o dia vinte do mês (que c o tempo em
anterior de M. F. J.
deixadas por seus ante cessores, seja compradas
que devem recebê-las) não tem mais que três modos de desincumbir-se: tor
comprar partidas efetivas, mas chega-se aos que dizem que tomam essas opções
com seu dinlieiro. A ês-
Smith,
nar a vendê-las pelo que valem, com
e pergunta-lhes quanto querem para fi
tes poucos importa que as ações valham mais ou
perda ou lucro do que custaram, empe nhá-las em mãos dos que podem fome-
carem obrigados a entregar-Uie cada par tida a 600, até tal prazo. Ajustado o prê
mio, a transação se efetua e o que sobe de 600 representa lucro, e o que bai
louvando-se em trabalho publicado
em
1919, dizia: "No que concerne às ações, o sis
tema de negociá-las para o futuro parece ter sido
introduzido na Bôlsa de Londres pelos fins do século XVII, por judeus por tugueses, de Amsterdam". Admitiu, as sim, a tese antes esboçada por Smith, a que ele veio depois dar novos e mais poderosos argumentos.
Mas ouçamos o próprio Josepli de Ia Vega. No primeiro diálogo, o Acionista diz ao Filósofo e ao Mercador que éles nada sabem, pois não têm conhecimento , _
menos, porque não sendo
cer-lhe 4/5 do seu valor sôbre as mes
seu intento vendê-las mas
mas (o que fazem sem o menor descré
apenas ir recebendo o
dito os mais ricos), ou, ainda, mandam colocá-las em sua conta, pagando-as em
fruto — pois este tesouro se assemelha a uma árvore que produz cada ano seus frutos —, o fato de valerem muito só lhes serve de gosto imaginário, conside rando (como acontece na realidade)
que no caso de quererem vendê-las po dem obter por elas aquele alto preço Os segundos, como mercadores, ou compram uma partida (que são 500
libras) ew mandam-na transportar «.iuiiopuiuir para para a ü
de um negocio enigmático que é o mais sua conta (por serem de opinião que
banco, o que não podem fazer senão os
muito poderosos, de vez que um Regi mento custa hoje • mais de cem mi! ducados.
mais alto.
Não se dispõe, porém, a
xa não lhe serve de ânsia para o juí zo, nem de inquietude para a honra, nem de sobressalto para o sossego. Se
chegando pouco mais ou menos a 600, êle muda de opinião e acha que não e
tudo tão favorável como julgava, \"en<le
Chega, assim, o prazo, e faltando-lhes
as partidas sem perigo, porque tudo que
a possibilidade de recebê-las ou empe nhá-las, são obrigados a vendê-las. Os que estão ao par do jogo conhecem essa
a dinheiro está obrigado a entregar-lhe
precisão e abatem no preço, a fim do
baixa é lucro. E como o que recebeu
as partidas ao preço combinado, ainda que elas subam mais do que isso, o
conseguir comprar por menos. E como que comprou a têrmo não pode sentir
I I. I,'"l 76
Dicesto Econômico
outra perda que a da opção nem chorar outro castigo que o do prêmio. O pró prio modo do negócio pode fazer-se
(girando ao contrário) se se pensa que as pções vão baixar, dando-se então prê
A terceira é que os adiantamentos dos
acionistas são tesouros de duendes, por que ora são carvões ora diamantes, ora
lágrimas da aurora ora lágrimas. A quarta e que aquêle que deseja mios em lugar de entregar a receber e, confiando na sorte, comprando no in enriquecer nesse negócio precisa ter pa tervalo sôbre elas.
. No segundo diálogo, o Acionista en
sina aos seus interlocutores que as ações têm três estímulos para subir e outros três para baixar; o estado da índia, a
disposição da Europa e o jogo dos acio-
ciência e dinheiro, porque como há tão pouca firmeza nos preços e menor fun
damento nas novidades, aquêle que sabe tolerar os golpes sem logo pasmar dos contrastes, sendo como os leões que respondem aos trovões com rugidos q não como a corça que em face dêles
nistas. O acionista arguto desvela-se em ter correspondências na índia, a fim de
fica absorta, é preciso que esperando
glaterra ou de qualquer outra via se
ganhe.
se estâo adiantados os empregos da Com
tos a serem ridículos, governando-se uns
I que lhe possam avisar por meio da In
ali se goza da tranqüilidade desejada,
vença e que tendo dinheiro para esperar Essas mesmas alterações obrigam mui
panhia, se foram favoráveis os negócios por sonhos, outros por agouros, uns por que ela realizou no Japão, na Pérsia e
ilusões, aqueles por caprichos e inúme
na China, quantos navios saem para a
ros por quimeras.
pátm, SC trazem grande carga g Sü Veill
/7?í/íf<l êêpOOlflria, a fim dt;. poí Ínc|(p
...FMrmílÇÔCS, saberem so devem comprar
vender.
Mo, ,md„
O.S rip^ócips nutrtrl priiç.-,
açfjps .se realizavam «Khd ei l3.n!.',L>U), {1 fllje
ÜS flilliiengos cliamavjini v ciUtor denomina "Damo", p nit Bólsn.
Nfi príniüini do dez ãs dnzf p ..d gg," gundn du doze íVs duas. A Bôlsu é uiiià onde os jogadores terem adoíado certo, pequena praça rodeada de pilurps e maxímn.s que, se núo fôsscm tão repeti
77
Digesto EcoNÓKnco
cente freqüentar as rodas e molestar-se com os empurrões, os ultrajes e os
gritos, e para escusar-se de descomposturas fogem dos circos. Porém há outros que assistem continuamente aos
mais desenvoltas as vozes, mais pene
congressos (como fazem os jogadores), levados pelo desejo dc não pagar corre tagem, pelo gozo de dar palmadinhas, que uns recebem a contragosto e ou
trantes as injúrias, mais ridículas as
tros dão com prazer, para conseguirem
é um homem como uma torre" e que
dos corretores que sempre os estão ven
tem "tanto de nariz".
do mais meio por cento, para conhecer
que não compreende como se introdu
como está disposto o jôgo, se há muitos
ziu essa frase, mas que sendo o nariz
compradores e vendedores e procurar penetrar seus intentes, com o que se jul
o que distingue um homem de outro (e por isso os hebreus intitulam de uma mesma maneira à cara e ao nariz, por
ser êste que forma aquela), vozeia o corretor que o seu homem tem um gran de nariz para significar que êle é um grande homem. Pergunta outro "se e
vender essas ações dos acionistas.
O
primeiro é a transportar logo, o que significa ir à suntuosa casa que tem a Companhia e mandar passar a partida
homem de vida e morte", afirma outro
para sim Gonta, piiaando-a ÍPgp.
ou que "é o pilar da Bôlsa". jJA alguns corretores que são colo^áàos pelo " que chamam
o eain-
uma pessoa .sõbrc o dííl 5^
das, não deixariam dc ser discretas
assinala, em cujos dias 20 e 25 se cluviíu" entregar as ações e liquidar os adioniumentos. Para estas últimas par-
ações não se deve dar conselho a nin
guém, porque onde está encantado; o acerto mal pode Iiizir aíroso o conselho. A segunda é que não há ganhar e
arrepender-se, porque uma enguia deslisa quando menos se espera, e é pru dente gozar o que se-^iode. sem esperar estabilidades ocasionais ou constâncias da Fortuna.
nela os mercadores como cm uma bôlsa ja pelas diligências que cada um fuz
Diz o Acionista
ninguém agirá melhor do que êles. Há também tre.s modos de comprar e
c vendeniio sòt)ro o dia 25. O terceiro
A pl-ímcira 6 a de que em matéria de
palmadas. E quando eles querem dizer que foi uma pessoa de muita segurança que lhes deu a ordem, apregoam "que
gam tão destros no ofício que pensam
«01., pof ve„,, grandes acideilb.,, do
elmma-.se assim já por cnccrrareni-se
Quando se zangam dois corretores (a que os italianos chamam "sensali", que significa "mosquitos", ao ajustar uma partida, porque falta a %'eneraçâo, são
é a prazo longo, pura o mèS QH® so
que "é o primeiro homem do mundo",
jurados, ppl'' 'que iião IH^gOpinr por S113 pRittP- sno iitüh
(lldos a tei-tn iiúmeTO, que não pode dilatatlo scnflO Gíu oeúsino cie mortê ou
de algum favor bem us,sln!dftdo, que
tidas cachem os corretores uns contra
podo suceder muito mras vézoSi B híí
de aí encher a sua.
tos que se vendem impressos, coin as
outros a que clmmam de zangues, por
Os que vivem como príncipes das rendas conservam-se também no negó
cláusulas e condições que são as ordiná
entenderem os primeiros que ê.sies lhes
rias do negócio, e como estão eill branco os nomes, meses, dias e preços, não há mais que encher os espaços em branco,
geral o trato e tão geral o negÓClO, qu® apesar de luiVCT inúmeros corretores to
ficando todos os detalhes assentados;
dos ganham e todos viveiTl, sem que
para que não haja dúvida sôbre O que ge conclui nem disscnção sôbre o que
precisem ser salteadores que comelB para matar, nem caçadores que matam
se concorda.
para comer.
cio com a gravidade de príncipes, limi tando-se a dar suas ordens aos corre tores; dos que negociam como merca
dores, alguns há que ao dar suas or dens aos corretores se assemelham à elusso dos príncipes, considerando indô-
usurpam o seu niol.
Mus aqui é
I I. I,'"l 76
Dicesto Econômico
outra perda que a da opção nem chorar outro castigo que o do prêmio. O pró prio modo do negócio pode fazer-se
(girando ao contrário) se se pensa que as pções vão baixar, dando-se então prê
A terceira é que os adiantamentos dos
acionistas são tesouros de duendes, por que ora são carvões ora diamantes, ora
lágrimas da aurora ora lágrimas. A quarta e que aquêle que deseja mios em lugar de entregar a receber e, confiando na sorte, comprando no in enriquecer nesse negócio precisa ter pa tervalo sôbre elas.
. No segundo diálogo, o Acionista en
sina aos seus interlocutores que as ações têm três estímulos para subir e outros três para baixar; o estado da índia, a
disposição da Europa e o jogo dos acio-
ciência e dinheiro, porque como há tão pouca firmeza nos preços e menor fun
damento nas novidades, aquêle que sabe tolerar os golpes sem logo pasmar dos contrastes, sendo como os leões que respondem aos trovões com rugidos q não como a corça que em face dêles
nistas. O acionista arguto desvela-se em ter correspondências na índia, a fim de
fica absorta, é preciso que esperando
glaterra ou de qualquer outra via se
ganhe.
se estâo adiantados os empregos da Com
tos a serem ridículos, governando-se uns
I que lhe possam avisar por meio da In
ali se goza da tranqüilidade desejada,
vença e que tendo dinheiro para esperar Essas mesmas alterações obrigam mui
panhia, se foram favoráveis os negócios por sonhos, outros por agouros, uns por que ela realizou no Japão, na Pérsia e
ilusões, aqueles por caprichos e inúme
na China, quantos navios saem para a
ros por quimeras.
pátm, SC trazem grande carga g Sü Veill
/7?í/íf<l êêpOOlflria, a fim dt;. poí Ínc|(p
...FMrmílÇÔCS, saberem so devem comprar
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Mo, ,md„
O.S rip^ócips nutrtrl priiç.-,
açfjps .se realizavam «Khd ei l3.n!.',L>U), {1 fllje
ÜS flilliiengos cliamavjini v ciUtor denomina "Damo", p nit Bólsn.
Nfi príniüini do dez ãs dnzf p ..d gg," gundn du doze íVs duas. A Bôlsu é uiiià onde os jogadores terem adoíado certo, pequena praça rodeada de pilurps e maxímn.s que, se núo fôsscm tão repeti
77
Digesto EcoNÓKnco
cente freqüentar as rodas e molestar-se com os empurrões, os ultrajes e os
gritos, e para escusar-se de descomposturas fogem dos circos. Porém há outros que assistem continuamente aos
mais desenvoltas as vozes, mais pene
congressos (como fazem os jogadores), levados pelo desejo dc não pagar corre tagem, pelo gozo de dar palmadinhas, que uns recebem a contragosto e ou
trantes as injúrias, mais ridículas as
tros dão com prazer, para conseguirem
é um homem como uma torre" e que
dos corretores que sempre os estão ven
tem "tanto de nariz".
do mais meio por cento, para conhecer
que não compreende como se introdu
como está disposto o jôgo, se há muitos
ziu essa frase, mas que sendo o nariz
compradores e vendedores e procurar penetrar seus intentes, com o que se jul
o que distingue um homem de outro (e por isso os hebreus intitulam de uma mesma maneira à cara e ao nariz, por
ser êste que forma aquela), vozeia o corretor que o seu homem tem um gran de nariz para significar que êle é um grande homem. Pergunta outro "se e
vender essas ações dos acionistas.
O
primeiro é a transportar logo, o que significa ir à suntuosa casa que tem a Companhia e mandar passar a partida
homem de vida e morte", afirma outro
para sim Gonta, piiaando-a ÍPgp.
ou que "é o pilar da Bôlsa". jJA alguns corretores que são colo^áàos pelo " que chamam
o eain-
uma pessoa .sõbrc o dííl 5^
das, não deixariam dc ser discretas
assinala, em cujos dias 20 e 25 se cluviíu" entregar as ações e liquidar os adioniumentos. Para estas últimas par-
ações não se deve dar conselho a nin
guém, porque onde está encantado; o acerto mal pode Iiizir aíroso o conselho. A segunda é que não há ganhar e
arrepender-se, porque uma enguia deslisa quando menos se espera, e é pru dente gozar o que se-^iode. sem esperar estabilidades ocasionais ou constâncias da Fortuna.
nela os mercadores como cm uma bôlsa ja pelas diligências que cada um fuz
Diz o Acionista
ninguém agirá melhor do que êles. Há também tre.s modos de comprar e
c vendeniio sòt)ro o dia 25. O terceiro
A pl-ímcira 6 a de que em matéria de
palmadas. E quando eles querem dizer que foi uma pessoa de muita segurança que lhes deu a ordem, apregoam "que
gam tão destros no ofício que pensam
«01., pof ve„,, grandes acideilb.,, do
elmma-.se assim já por cnccrrareni-se
Quando se zangam dois corretores (a que os italianos chamam "sensali", que significa "mosquitos", ao ajustar uma partida, porque falta a %'eneraçâo, são
é a prazo longo, pura o mèS QH® so
que "é o primeiro homem do mundo",
jurados, ppl'' 'que iião IH^gOpinr por S113 pRittP- sno iitüh
(lldos a tei-tn iiúmeTO, que não pode dilatatlo scnflO Gíu oeúsino cie mortê ou
de algum favor bem us,sln!dftdo, que
tidas cachem os corretores uns contra
podo suceder muito mras vézoSi B híí
de aí encher a sua.
tos que se vendem impressos, coin as
outros a que clmmam de zangues, por
Os que vivem como príncipes das rendas conservam-se também no negó
cláusulas e condições que são as ordiná
entenderem os primeiros que ê.sies lhes
rias do negócio, e como estão eill branco os nomes, meses, dias e preços, não há mais que encher os espaços em branco,
geral o trato e tão geral o negÓClO, qu® apesar de luiVCT inúmeros corretores to
ficando todos os detalhes assentados;
dos ganham e todos viveiTl, sem que
para que não haja dúvida sôbre O que ge conclui nem disscnção sôbre o que
precisem ser salteadores que comelB para matar, nem caçadores que matam
se concorda.
para comer.
cio com a gravidade de príncipes, limi tando-se a dar suas ordens aos corre tores; dos que negociam como merca
dores, alguns há que ao dar suas or dens aos corretores se assemelham à elusso dos príncipes, considerando indô-
usurpam o seu niol.
Mus aqui é
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Dicesto Econóndco
Algiins mancebos reconheceram ser m-iíto extenso o jôgo das ações ordiná-
No quarto diálogo, o Acionista diz que vai revelar o mais especulativo do5
r.as (também chamadas "grossas" ou "grandes") e procuraram estabelecer
enredos e o mais intrincado desses la
birintos. E conta cpic enquanto as ações
luii jogo mais moderado de ações, com o
da Companhia das índias Orientais são
títido de "pequenas", em que cada
vend-das a 370, as da Companhia das índias Ocidentais, que havia sido fun dada cm 1621 c que explorara o comér
sidência da Câmara dos Deputados, com larga experiência das coisas públicas, escreveu para o "Digesto Econômico" um estudo de intcrêsse palpitante sôbrc a situação dos Estados cm face da novo discriminação de rendas.
cio do Brasil durante o domínio holan dês, não valiam mais que 75. - E des venda então a seus interlocutores mil
IT.ma federação sc caraclerizix, princi-
pa*mente, pelos recursos que são da
dos Municípios, discríminando-se impos tos locais, bem garantídos.
estratagemas e astúc.as cjue .são empre gados na Bolsa para se conseguir melhor
dos às Unidaaes Federadas. Compreen de-se que assim seja porque os admi
criminadas, as rendas municipais e ele
êxito, descendo aos mais variados deta lhes. Poucos são o.s corretores desinte
sibilidades
ponto que baixa ou que sobe não vale mais que um "ducaton". E assim foram
instituídas, no ano de 1683, as "ações
de ducaton", para cujo efeito, funda mento e clareza, elegeram \im homem que, com o título de caixeiro geral,
anotasse tôdas as partidas que se compra:sem ou vendessem em um livro, sem
■-utro contrato que o da palavra, nem outra obrigação que a do testemunho,
l aga-se a essa pessoa uma placa poj
[ arte, de cada partida que escreve, e qu_- não assenta antes de perguntar aos contratantes se estão conformes. Nego
ressados que recebendo uma grande or dem se limitam realmente a o\ecutá-'a como receberam e a ganhar apenas a corretagem, ganhando monos, mas sendo
mais limpo e mais seguro o que ga-
cia-se poucas vezes por prazo maior do ' nham. Outros pretendem grangear opulências, guardando as partidas a seu que um mês. E aumentou tanto nestei cinco anos — o autor escreve em 1688 risco e realizando especulações por sua — tal emprego, que é raro o sexo qut própria conta antes de executar a of. não o exercita, sem exceção de velhos, dem que receberam. A propó.sito dos meninos e mulheres. Assim, pelo cami- processos que vão pela Bôlsa, o Acionis nho que se visou minorar o perigo, veio ta lembra então a.s palavras de Jeremias-
a tornar-se mais comum o dano, pois
logo chegou a tal excesso essa ocupação
que se negociaram Regimentos ou vinte
partidas como se fôssem insigníficânbias.
■
A causa de enredarem-se quase todos em tão imensa quantidade é a ambição de comprarem algumas partidas das
ações grandes para vendê-las em pe quenas (por valerem no princípio do m.s ma^s estas que aquelas).
"Guarde-se cada um de seu compa
nheiro, não confie ninguém cm seu irmão, porque não há irmão que não engane, nem companheiro que não en rede".
Como se vê, o livro de Josejjli de Ia Vega é fonte de primeira importância para o estudo da Bôlsa de Amsterdam e para traçar-se a evolução da técnica bolsista moderna, que tem suas raízes na especulação que ali se levou a efeito no século XVn.
A mw DISCRIAllIVAÇ^O DE BE\DAS E OS ESTADOS Espkclvl paua o "Digesto Econômico''
por OtO PUAZliUKS
Oto Prazeres, o conhecido jornalista c antigo nxembro da Conxissão dos Negócios Estaduais, que há mais de trinta anos exerce as altas funções de secretário da Pre
nistradores terão maior ou menor pos administrativas,
ou
mesmo
A Constituição de 1937 manteve, ois-
vou os Municípios a um grande papel
político, quer na eleição do Presidente
encargos políticos, segundo os recursos
da Repúb'ica, quer na eleição dos mem
que dispuserem.
bros do Parlamento Nacional.
Assim bom entenderam os nossos pri meiros constituintes republicanos, em
ano passado despiu os Municípios de
1890, quando tra\'aram o grande com
bate sôbre o regime que estavam edificando
em
torno
da
discriminação de
rendas.
Foi a propósito dessa discriminação que se encontraram frente à frente, em luta acérrima, o.s que deseja\'am uma União pouco poderosa e Estados fortes e os que pensavam de maneira contrária. Os federalistas radicais teriam venci
do brilhantemente se não fòsse a entrada
na liça de Rui Barbosa, que era favo rável a um federalismo moderado.
Do
outro lado, os combatentes eram dirigi
dos por Júlio do Castilhos e Leopoldo de Bulhões.
Venceram os moderados e a Repúbli ca viveu não poucas décadas sob o re
gime adotado.
A Constituição de 1934
não modificou de muito a situação e a de 1937 caminhou no .sentido de um
maior
unitarismo,
muito
embora
con-
traditòriamente conservasse para os Es tados os direitos implícitos. Administrativamente, os Estados, pela
A lei básica de 18 de setembro do
tais direitos ou intervençõís políticas: mas deu-lhes muito mais rendas, com sacrifício dos tesouros estaduais e, mes mo, do federal.
Vamos ter, portanto., desde que o país tenha completado a sua constitucioualização e estejam em função todos os ór gãos estaduais e municipais, — ura novo
tipo de federação, uma nova espécie
de autonomia administrativa, com altas
posições para os Municípios e sensível baixa nas funções e competência admi nistrativa dos Estados.
Devido aos novos vencimentos fixacL-s
para os funcionários públicos, os Esta
dos viram os respectivos orçamentos mui
to sobrecarregados, sendo assinalados vultosos "deficits".
Mesmo que fòsse mantida, portanto,
a \igente discriminação de rendas, os cofres dos Estados, salvo poucas exce
ções. não poderiam custear os servi ços que constituem atualmente encargos seus.
Constítiíição de 1934, continuaram com
Imagine-se o resultado sabendo-se oue os Estados perderão muitas das rendas
os mesmos poderes; mas começou-se a definir de maneira prática a autonomia
rendas tributárias vantajosamente, por-
atuais e que não poderão criar novas
78
Dicesto Econóndco
Algiins mancebos reconheceram ser m-iíto extenso o jôgo das ações ordiná-
No quarto diálogo, o Acionista diz que vai revelar o mais especulativo do5
r.as (também chamadas "grossas" ou "grandes") e procuraram estabelecer
enredos e o mais intrincado desses la
birintos. E conta cpic enquanto as ações
luii jogo mais moderado de ações, com o
da Companhia das índias Orientais são
títido de "pequenas", em que cada
vend-das a 370, as da Companhia das índias Ocidentais, que havia sido fun dada cm 1621 c que explorara o comér
sidência da Câmara dos Deputados, com larga experiência das coisas públicas, escreveu para o "Digesto Econômico" um estudo de intcrêsse palpitante sôbrc a situação dos Estados cm face da novo discriminação de rendas.
cio do Brasil durante o domínio holan dês, não valiam mais que 75. - E des venda então a seus interlocutores mil
IT.ma federação sc caraclerizix, princi-
pa*mente, pelos recursos que são da
dos Municípios, discríminando-se impos tos locais, bem garantídos.
estratagemas e astúc.as cjue .são empre gados na Bolsa para se conseguir melhor
dos às Unidaaes Federadas. Compreen de-se que assim seja porque os admi
criminadas, as rendas municipais e ele
êxito, descendo aos mais variados deta lhes. Poucos são o.s corretores desinte
sibilidades
ponto que baixa ou que sobe não vale mais que um "ducaton". E assim foram
instituídas, no ano de 1683, as "ações
de ducaton", para cujo efeito, funda mento e clareza, elegeram \im homem que, com o título de caixeiro geral,
anotasse tôdas as partidas que se compra:sem ou vendessem em um livro, sem
■-utro contrato que o da palavra, nem outra obrigação que a do testemunho,
l aga-se a essa pessoa uma placa poj
[ arte, de cada partida que escreve, e qu_- não assenta antes de perguntar aos contratantes se estão conformes. Nego
ressados que recebendo uma grande or dem se limitam realmente a o\ecutá-'a como receberam e a ganhar apenas a corretagem, ganhando monos, mas sendo
mais limpo e mais seguro o que ga-
cia-se poucas vezes por prazo maior do ' nham. Outros pretendem grangear opulências, guardando as partidas a seu que um mês. E aumentou tanto nestei cinco anos — o autor escreve em 1688 risco e realizando especulações por sua — tal emprego, que é raro o sexo qut própria conta antes de executar a of. não o exercita, sem exceção de velhos, dem que receberam. A propó.sito dos meninos e mulheres. Assim, pelo cami- processos que vão pela Bôlsa, o Acionis nho que se visou minorar o perigo, veio ta lembra então a.s palavras de Jeremias-
a tornar-se mais comum o dano, pois
logo chegou a tal excesso essa ocupação
que se negociaram Regimentos ou vinte
partidas como se fôssem insigníficânbias.
■
A causa de enredarem-se quase todos em tão imensa quantidade é a ambição de comprarem algumas partidas das
ações grandes para vendê-las em pe quenas (por valerem no princípio do m.s ma^s estas que aquelas).
"Guarde-se cada um de seu compa
nheiro, não confie ninguém cm seu irmão, porque não há irmão que não engane, nem companheiro que não en rede".
Como se vê, o livro de Josejjli de Ia Vega é fonte de primeira importância para o estudo da Bôlsa de Amsterdam e para traçar-se a evolução da técnica bolsista moderna, que tem suas raízes na especulação que ali se levou a efeito no século XVn.
A mw DISCRIAllIVAÇ^O DE BE\DAS E OS ESTADOS Espkclvl paua o "Digesto Econômico''
por OtO PUAZliUKS
Oto Prazeres, o conhecido jornalista c antigo nxembro da Conxissão dos Negócios Estaduais, que há mais de trinta anos exerce as altas funções de secretário da Pre
nistradores terão maior ou menor pos administrativas,
ou
mesmo
A Constituição de 1937 manteve, ois-
vou os Municípios a um grande papel
político, quer na eleição do Presidente
encargos políticos, segundo os recursos
da Repúb'ica, quer na eleição dos mem
que dispuserem.
bros do Parlamento Nacional.
Assim bom entenderam os nossos pri meiros constituintes republicanos, em
ano passado despiu os Municípios de
1890, quando tra\'aram o grande com
bate sôbre o regime que estavam edificando
em
torno
da
discriminação de
rendas.
Foi a propósito dessa discriminação que se encontraram frente à frente, em luta acérrima, o.s que deseja\'am uma União pouco poderosa e Estados fortes e os que pensavam de maneira contrária. Os federalistas radicais teriam venci
do brilhantemente se não fòsse a entrada
na liça de Rui Barbosa, que era favo rável a um federalismo moderado.
Do
outro lado, os combatentes eram dirigi
dos por Júlio do Castilhos e Leopoldo de Bulhões.
Venceram os moderados e a Repúbli ca viveu não poucas décadas sob o re
gime adotado.
A Constituição de 1934
não modificou de muito a situação e a de 1937 caminhou no .sentido de um
maior
unitarismo,
muito
embora
con-
traditòriamente conservasse para os Es tados os direitos implícitos. Administrativamente, os Estados, pela
A lei básica de 18 de setembro do
tais direitos ou intervençõís políticas: mas deu-lhes muito mais rendas, com sacrifício dos tesouros estaduais e, mes mo, do federal.
Vamos ter, portanto., desde que o país tenha completado a sua constitucioualização e estejam em função todos os ór gãos estaduais e municipais, — ura novo
tipo de federação, uma nova espécie
de autonomia administrativa, com altas
posições para os Municípios e sensível baixa nas funções e competência admi nistrativa dos Estados.
Devido aos novos vencimentos fixacL-s
para os funcionários públicos, os Esta
dos viram os respectivos orçamentos mui
to sobrecarregados, sendo assinalados vultosos "deficits".
Mesmo que fòsse mantida, portanto,
a \igente discriminação de rendas, os cofres dos Estados, salvo poucas exce
ções. não poderiam custear os servi ços que constituem atualmente encargos seus.
Constítiíição de 1934, continuaram com
Imagine-se o resultado sabendo-se oue os Estados perderão muitas das rendas
os mesmos poderes; mas começou-se a definir de maneira prática a autonomia
rendas tributárias vantajosamente, por-
atuais e que não poderão criar novas
OiCESTo Econômico 80
81
DrcESTo Econónoco
que todo e qualquer impôsto novo
es
tadual que fôr estabelecido terá que ser
dividido com a União e os Municípios, ficando os cofres estaduais apenas com 40% e sendo seu o ônus da arrecadação. Acompanhando de perto a vida dos Estados e dos Municípios, como membro da Comissão dos Negócios Estaduais desde a sua fundação em princípios de 1939, dei o meu depoimento a alguns constituintes que estavam mais de perto incumbidos da parte de discriminação
de rendas.
Infelizmente, os fatos por
mim citados não foram tomados na de
vida consideração e só muito tarde se
perceberam os constituintes em aprêço
situação em que iam ficar os Estados,
com a discriminação de rendas por êles preferida.
Daí nasceu o dispositivo transitório com que se procura cataplasmar a doença...
Mais adiante descerei a minúcias, pois devo começar mostiíando aquilo que se me afigura o êrro principm. O Brasil é um" dos raríssimos países que discriminam impostos na lei básica. A Constituição do Império, o Ato Adi cional e outras leis não ordinárias ado taram uma certa dose de federalismo na matéria. ..
Entretanto, a distribuição de impostos não deve ter, e hoje mais do que ontem, em face da vertiginosidade da vida con temporânea, a rigidez de uma lei cons
titucional, de difícil modificação.
A
lei de impostos deve ser maleável às alterações rápidas e oportunas. 'A Comissão Constitucional do Itama-
rati, em 1933, da qual tive a honra de ser secretário geral, sentiu bem a ne
cessidade dessa maleabilidade e com
binou tal necessidade com a tradição brasileira.
É assim que manteve a discriminação de rendas na Constituição mas desde
constitucional o possibilita\a o estudo de alterações numa lei ordinária.
A Constituição de 1934 .seguiu cami nho diverso, mas ainda assim leve o cuidado de incluir no seu te.xlo um dis-
Sositivo declarando que a discriminação e rendas seria revista no prazo dc dois
contribuir com 10Í5 do imposto de ren da para os orçamentos immicipais. Pelo mesmo Ato Adicional, podeni ser
mantida a cobrança dc impostos que se
Conforme se vê, por estas ligeiras transcrições, a Constituinte teve receio
da nova discriminação de rendas e tra tou de atenuar os seus efeitos nos exer
não incluam na competência dos gover
cícios mais próximos.
nos dos Estados que atualmente os arre
cadam. Dêsse dispositivo decorrerá, for
Depois, arreceou-se dos próprios re ceios e pôs dentro do próprio Ato Adicio
çosamente, uma bi-tributação.
nal um novo adicional, declarando que
Como se vê, um imposto que fôr, pela
anos, ficando o Senado incumbido de um estudo sobre a matéria e da elabo
nova discriminação de rendas, dos cofres
ração da reforma.
dos Municípios,ou da União, poderá e
breve para os dispositivos que marcam
deverá ser cobrado por uma dessas En
prazos para a discriminação dc rendas".
Dada a sitriação mundial, os consti tuintes de 1946 deveriam reser\ar-se uma maior quantidade de cautela ao
tratar do assunto, oiie exigia uma es
pera imposta pela economia brasileira, tão profundamente a'tcrada. Êsses cons
tituintes, porém, embora revelando do ses de valor, em inteligência e cultura, não tinham, na sua grande maioria, o
traquejo da coisa pública. Fizeram, por tanto, uma profunda alteração na dis tribuição de rendas, sem estudo algum dos encargos deixados às Entidades Pú blicas e galvanizaram a distribuição com
tidades Públicas; mas, se estiver sendo
cobrado até aqni pelos Estados, estes
continuarão a cobrança durante o prazo de quatro anos.
Declara a Constituição que — "quando a arrecadação estadual dc impostos, sal vo a do impòslo de exportação, exce Capital, o total das rendas locais de
cícios diversos a mesma discriminação.
nicípio, anualmente, trinta por cento do excesso referido".
O Ato Adicional manda que êsse pre
nado.
20% e assim por diante até o rim do
ensaio por partes, uma vez que não mais poderia ser alterado o sistema
somente resoluções seguras, há três aspecto,s diversos:
qualquer natm-cza, o Estado dará ao Mu
der, em Município que não seja o da
uma rigidez sem par. Só uma reforma constitucional pode alterar o discrimi
prazos determinados, numa espécie de
Verifica-se, pois, que em matéria tão importante e que deveria admitir tão Primeiro — uma discriminação rígida o profunda, no texto da constituição, discriminação que dei.\a os Estados em precária situação; Segundo — Reparte em prazos ou exer
ceito seja cumprido em dez anos, isto é,
Sentiram depois que haviam seguido ca minho errado ou perigoso e procuraram' então, aplicar ou usar a nova discrimi nação de rendas por estágios, dentro de
— "a lei federal ou estadual, confor
me o caso, poderá estabelecer prazo mais
no primeiro ano, o Estado entregará ao Município 10% do excesso, no segundo, prazo.
Terceiro — Recua dessa repartição,
permitindo que leis ordinárias, federais ou estaduais alterem os prazos e conse
qüentemente suprimam ou modifiquem o "quantum" e a cobrança dos tribu tos.
Inclui-se, portanto, uma grande dose de incerteza na certeza rigiaíssima que
4ÀkffCM9ÀÇ4'é ÍMPêSté saâit€ V€NkAS i C0l^SfCNAÇ0'€S N0 £S7AP0 P€ SÃ0 0AUL0 d0
< I UI
Daí o original "Ato Adicional",
apareceu no próprio momento eni que
li
'yyue
era promulgada a Constituição, c(mio uma espécie de "post scriptum". ..
Os versados no orçamento da União nas rendas federais, desde logo salien
n s c0 lia
áâlrU ■* t*€at
56.3 CAHTAL
zeiros aos Municípios de um momento
para outro.' O Ato declara que a entrega
logo possibilitou uma revisão de cinco em cinco anos. O prazo era longo para
começará em 1948 e que neste ano fi
o viver de hoje, mas tirava a rigidez
mente em 1949, a União será forçada a
íta
Cof.itài
taram que os cofres do país não pode riam suportar a entrega de uma quan tia superior a trezentos milhões de cru
À
-r
/
cará reduzida à metade da quantia. So AÍiÜr-JiiwJ íjã.itÊ.'í nV'..'íl,.
tAPiTAL
é
OiCESTo Econômico 80
81
DrcESTo Econónoco
que todo e qualquer impôsto novo
es
tadual que fôr estabelecido terá que ser
dividido com a União e os Municípios, ficando os cofres estaduais apenas com 40% e sendo seu o ônus da arrecadação. Acompanhando de perto a vida dos Estados e dos Municípios, como membro da Comissão dos Negócios Estaduais desde a sua fundação em princípios de 1939, dei o meu depoimento a alguns constituintes que estavam mais de perto incumbidos da parte de discriminação
de rendas.
Infelizmente, os fatos por
mim citados não foram tomados na de
vida consideração e só muito tarde se
perceberam os constituintes em aprêço
situação em que iam ficar os Estados,
com a discriminação de rendas por êles preferida.
Daí nasceu o dispositivo transitório com que se procura cataplasmar a doença...
Mais adiante descerei a minúcias, pois devo começar mostiíando aquilo que se me afigura o êrro principm. O Brasil é um" dos raríssimos países que discriminam impostos na lei básica. A Constituição do Império, o Ato Adi cional e outras leis não ordinárias ado taram uma certa dose de federalismo na matéria. ..
Entretanto, a distribuição de impostos não deve ter, e hoje mais do que ontem, em face da vertiginosidade da vida con temporânea, a rigidez de uma lei cons
titucional, de difícil modificação.
A
lei de impostos deve ser maleável às alterações rápidas e oportunas. 'A Comissão Constitucional do Itama-
rati, em 1933, da qual tive a honra de ser secretário geral, sentiu bem a ne
cessidade dessa maleabilidade e com
binou tal necessidade com a tradição brasileira.
É assim que manteve a discriminação de rendas na Constituição mas desde
constitucional o possibilita\a o estudo de alterações numa lei ordinária.
A Constituição de 1934 .seguiu cami nho diverso, mas ainda assim leve o cuidado de incluir no seu te.xlo um dis-
Sositivo declarando que a discriminação e rendas seria revista no prazo dc dois
contribuir com 10Í5 do imposto de ren da para os orçamentos immicipais. Pelo mesmo Ato Adicional, podeni ser
mantida a cobrança dc impostos que se
Conforme se vê, por estas ligeiras transcrições, a Constituinte teve receio
da nova discriminação de rendas e tra tou de atenuar os seus efeitos nos exer
não incluam na competência dos gover
cícios mais próximos.
nos dos Estados que atualmente os arre
cadam. Dêsse dispositivo decorrerá, for
Depois, arreceou-se dos próprios re ceios e pôs dentro do próprio Ato Adicio
çosamente, uma bi-tributação.
nal um novo adicional, declarando que
Como se vê, um imposto que fôr, pela
anos, ficando o Senado incumbido de um estudo sobre a matéria e da elabo
nova discriminação de rendas, dos cofres
ração da reforma.
dos Municípios,ou da União, poderá e
breve para os dispositivos que marcam
deverá ser cobrado por uma dessas En
prazos para a discriminação dc rendas".
Dada a sitriação mundial, os consti tuintes de 1946 deveriam reser\ar-se uma maior quantidade de cautela ao
tratar do assunto, oiie exigia uma es
pera imposta pela economia brasileira, tão profundamente a'tcrada. Êsses cons
tituintes, porém, embora revelando do ses de valor, em inteligência e cultura, não tinham, na sua grande maioria, o
traquejo da coisa pública. Fizeram, por tanto, uma profunda alteração na dis tribuição de rendas, sem estudo algum dos encargos deixados às Entidades Pú blicas e galvanizaram a distribuição com
tidades Públicas; mas, se estiver sendo
cobrado até aqni pelos Estados, estes
continuarão a cobrança durante o prazo de quatro anos.
Declara a Constituição que — "quando a arrecadação estadual dc impostos, sal vo a do impòslo de exportação, exce Capital, o total das rendas locais de
cícios diversos a mesma discriminação.
nicípio, anualmente, trinta por cento do excesso referido".
O Ato Adicional manda que êsse pre
nado.
20% e assim por diante até o rim do
ensaio por partes, uma vez que não mais poderia ser alterado o sistema
somente resoluções seguras, há três aspecto,s diversos:
qualquer natm-cza, o Estado dará ao Mu
der, em Município que não seja o da
uma rigidez sem par. Só uma reforma constitucional pode alterar o discrimi
prazos determinados, numa espécie de
Verifica-se, pois, que em matéria tão importante e que deveria admitir tão Primeiro — uma discriminação rígida o profunda, no texto da constituição, discriminação que dei.\a os Estados em precária situação; Segundo — Reparte em prazos ou exer
ceito seja cumprido em dez anos, isto é,
Sentiram depois que haviam seguido ca minho errado ou perigoso e procuraram' então, aplicar ou usar a nova discrimi nação de rendas por estágios, dentro de
— "a lei federal ou estadual, confor
me o caso, poderá estabelecer prazo mais
no primeiro ano, o Estado entregará ao Município 10% do excesso, no segundo, prazo.
Terceiro — Recua dessa repartição,
permitindo que leis ordinárias, federais ou estaduais alterem os prazos e conse
qüentemente suprimam ou modifiquem o "quantum" e a cobrança dos tribu tos.
Inclui-se, portanto, uma grande dose de incerteza na certeza rigiaíssima que
4ÀkffCM9ÀÇ4'é ÍMPêSté saâit€ V€NkAS i C0l^SfCNAÇ0'€S N0 £S7AP0 P€ SÃ0 0AUL0 d0
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Daí o original "Ato Adicional",
apareceu no próprio momento eni que
li
'yyue
era promulgada a Constituição, c(mio uma espécie de "post scriptum". ..
Os versados no orçamento da União nas rendas federais, desde logo salien
n s c0 lia
áâlrU ■* t*€at
56.3 CAHTAL
zeiros aos Municípios de um momento
para outro.' O Ato declara que a entrega
logo possibilitou uma revisão de cinco em cinco anos. O prazo era longo para
começará em 1948 e que neste ano fi
o viver de hoje, mas tirava a rigidez
mente em 1949, a União será forçada a
íta
Cof.itài
taram que os cofres do país não pode riam suportar a entrega de uma quan tia superior a trezentos milhões de cru
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cará reduzida à metade da quantia. So AÍiÜr-JiiwJ íjã.itÊ.'í nV'..'íl,.
tAPiTAL
é
Dií;i-;.srí) Ef-ONÓMico '
os constituintes de 1946 deram à ques tão de discriminação de rendas.
Vo temos, porém, à questão da bi-tributação, cxcmplifcando de modo pre ciso.
Como se sabe, o imposto de indústrias e profissões é hoje cobrado pelo Estado e pelo Município, cabendo metade do produto a cada uma dessas Entidades Políticas. O lançamento compete ao Es tado.
A Constituição de .setembro do
ano findo declara que o Estado continua rá ou, melhor, todos os Estados conti nuarão até 1950 com direito à cobran
ça dos impostos que cobravam à data
da constituição — "mesmo que o tributo tenha sido atribuído à União ou aos Municípios".
I
ser compelido a pagar o mesmo tributo
O imposto de vendas e consignações estava, por assiní dizer, pedindo uma medida especial na lei básica e não
seria demais ou inconstitucional a in
tervenção da União na matéria, porque o referido imposto afeta de maneira ín tima o comércio entre os Estados e a lei que traça as suas normas gerais é federal.
Pelo menos deveriam ser afastadas as
dúvidas que existem sobre a cobrança desse impôsto, a tal ponto que o Supremo Tribunal Federal varia a cada passo de jurisprudência na sua aplicação. No seu país de origem, o impôsto de vendas e con.signações é chamado, com
falo de não haver papel com que pu dessem desempenhar as .suas ativida
iia Comissão dos Negócios Estaduais ~
No projeto de Constituição de São Paulo, li um artigo dc louvável intenção
cargos que até atjuj são custeados pelos
Há vinte anos passados iniciou-se um movimento de dimiuuição lenta do pes soal, sem demissões. Logo em seguida, porém, em novo impulso mais forte, o
cofres estaduais.
aumento voltou e dessa vez com um»
procurando isentar do impôsto cm apre
Aliás, a questão orçamentária, em to do o país, não poderá jamais ser encara da com segurança de solução — enciuan-
grande agrav-açáo de vencimentos... Se os Estados ficarem seriamente pre
o número de venda.s...
IDcssa manelni,
gêneros de uso índispensá\'el chegam a pagar até nove \v'/cs o impôsto antes dc chegar á.s mão,s do consuiniclor.
ço os gêneros de primeira necessidade e
as mais prestantes utilidades. .O pro pósito do artigo é do gênero dos que
imenso Brasil,há funcionários em dema
mercadoria e prejudicará aos interesses paulistas.
sia, ultrapassando de muito as necessi
No momento atual, o impôsto de ven que estas já satisfizeram o pagamento e nos Estados, estão aiicnas os distribui
dores.
Havendo esses distribuidores, o
Estado que recebe e consome a merca
doria não pode cobrar o impôsto, de acòrdo com decisões do Supremo Tri bunal Federal. Os compradores bate
Por toda a parte deste
dades reais do serviço e nada deixando
para o custeio do material.
Verifica-se até um paradoxo: ao mesmo tempo que se aumenta o pessoal diminui-se o mate
rial, isto é, o indispensável para que os nomeados tenham o que fazer ou pos sam fazer alguma coisa...
Recentemente, foi publicado o que acontecia numa repartição em que ha
via dezenas de funcionários inativos pelo
des...
judicados — e com certeza ficarão na
arrecadação de rendas, passando certos encargos para os Municípios, terão de
passar também não poucos funcionários e, então, ver-se-ã aplicada em pes.soal a renda que foi passada para os cofres municipais...
Tudo isto significa que não se apre senta em condições de vida longa a dis criminação de rendas contida na Consti tuição de 18 de setembro do ano passa do, exigindo a lição de uma rápida ex periência profundas alterações. Esperemos.
ram à porta da mais alta corporação judiciária do país alegando que o im posto já estava pago no Estado de ori
gem, isto é, em São Paulo e tiveram ganho de causa.
Se, portanto, São Pau^o deixar de e.xigir o tributo nem por i.s.so a mercadoria de primeira necessidade será beneficiada Ao contrário, será mais pesadamente tri
butada porque São Paulo cobra muito
menos do que vários outros Estados que são seus fregueses.
Não se trata aqui de se saber se é justo ou injusto o fato; mas tão somen
te o de salientar que o fato existe e que,
Não tenho outra pretensão com este
^íbuto.
to não fòr resolvida a preliminar relati
tar que, se aprovado, não beneficiará a
à razão de 8% sobre o preço notado no documento, 6% na segunda, A% na tercei ções, as mercadorias ficam livres do
não atribuir aos Municípios certos en
va ao pessoal.
razão, de "imposto pirâmide", porque na primeira venda é cobrado o impôsto Nas demais transa
OS Estados não terão outro recurso se
maior aprêço merecem; mas devo salien
existindo, o nobre intuito dos legisladcre.s paulistas ficará prejudicado e esse prejuízo atingirá à receita do Estado.
ra, 2% na quarta.
83
No meu inode.slo modo de cnlencler,
Conseguintemente, os Estados poderão que importam mercadorias paulistas por
uma vez e meia...
Econômico
ilustrado pela observação que mo pro porcionaram o;t{) ano.s de permanência
No Brasil, à falta de uma fiscalização
eficiente, cobra-se sempre, seja qual fôr
das não pode ser cobrado pelos Estados
continuar a cobrar a metade a que atualmente têm direito do imposto de mdústr;as e profissões e aos Municípios é lícito exigir o mesmo imposto na sua totalidade. O contribuinte, pois, poderá
Dicesto
artigo, senão de expor dúvidas sôbre a permanência du presente discriminação
de rendas, mesmo aplicada por etapas, segundo o dispositivo do Ato Adicional.
Informações oficiosas recebidas do Paraná dizem que ali existem, à espera de transporte, cêrca de 400 mil sacas de cereais cm geral, dos quais 45 mil de
feijão de I." qualidade, financiados pelo Plano de Emergência do Banco do Brasil. Além desses produtos, também aguarda transporte grande quantidade de algodão, ramie, café, madeira c outros gêneros.
Em palestra sôbre o assunto com a reportagem, o senador Artur Santos, dflquele Estado, disse que a solução de emergência no Paraná seria a permissão para que os comboios da Sorocabana entrassem pela São Paulo-Paranó, até Londrina,
a fim de transportar aquôle volume enorme de gêneros e outros produtos que estão
se deteriorando nos páteos das estações ferroviárias ou à margem do leito das estradas, enquanto os centros consumidores sofrem a escassez.
jj
Dií;i-;.srí) Ef-ONÓMico '
os constituintes de 1946 deram à ques tão de discriminação de rendas.
Vo temos, porém, à questão da bi-tributação, cxcmplifcando de modo pre ciso.
Como se sabe, o imposto de indústrias e profissões é hoje cobrado pelo Estado e pelo Município, cabendo metade do produto a cada uma dessas Entidades Políticas. O lançamento compete ao Es tado.
A Constituição de .setembro do
ano findo declara que o Estado continua rá ou, melhor, todos os Estados conti nuarão até 1950 com direito à cobran
ça dos impostos que cobravam à data
da constituição — "mesmo que o tributo tenha sido atribuído à União ou aos Municípios".
I
ser compelido a pagar o mesmo tributo
O imposto de vendas e consignações estava, por assiní dizer, pedindo uma medida especial na lei básica e não
seria demais ou inconstitucional a in
tervenção da União na matéria, porque o referido imposto afeta de maneira ín tima o comércio entre os Estados e a lei que traça as suas normas gerais é federal.
Pelo menos deveriam ser afastadas as
dúvidas que existem sobre a cobrança desse impôsto, a tal ponto que o Supremo Tribunal Federal varia a cada passo de jurisprudência na sua aplicação. No seu país de origem, o impôsto de vendas e con.signações é chamado, com
falo de não haver papel com que pu dessem desempenhar as .suas ativida
iia Comissão dos Negócios Estaduais ~
No projeto de Constituição de São Paulo, li um artigo dc louvável intenção
cargos que até atjuj são custeados pelos
Há vinte anos passados iniciou-se um movimento de dimiuuição lenta do pes soal, sem demissões. Logo em seguida, porém, em novo impulso mais forte, o
cofres estaduais.
aumento voltou e dessa vez com um»
procurando isentar do impôsto cm apre
Aliás, a questão orçamentária, em to do o país, não poderá jamais ser encara da com segurança de solução — enciuan-
grande agrav-açáo de vencimentos... Se os Estados ficarem seriamente pre
o número de venda.s...
IDcssa manelni,
gêneros de uso índispensá\'el chegam a pagar até nove \v'/cs o impôsto antes dc chegar á.s mão,s do consuiniclor.
ço os gêneros de primeira necessidade e
as mais prestantes utilidades. .O pro pósito do artigo é do gênero dos que
imenso Brasil,há funcionários em dema
mercadoria e prejudicará aos interesses paulistas.
sia, ultrapassando de muito as necessi
No momento atual, o impôsto de ven que estas já satisfizeram o pagamento e nos Estados, estão aiicnas os distribui
dores.
Havendo esses distribuidores, o
Estado que recebe e consome a merca
doria não pode cobrar o impôsto, de acòrdo com decisões do Supremo Tri bunal Federal. Os compradores bate
Por toda a parte deste
dades reais do serviço e nada deixando
para o custeio do material.
Verifica-se até um paradoxo: ao mesmo tempo que se aumenta o pessoal diminui-se o mate
rial, isto é, o indispensável para que os nomeados tenham o que fazer ou pos sam fazer alguma coisa...
Recentemente, foi publicado o que acontecia numa repartição em que ha
via dezenas de funcionários inativos pelo
des...
judicados — e com certeza ficarão na
arrecadação de rendas, passando certos encargos para os Municípios, terão de
passar também não poucos funcionários e, então, ver-se-ã aplicada em pes.soal a renda que foi passada para os cofres municipais...
Tudo isto significa que não se apre senta em condições de vida longa a dis criminação de rendas contida na Consti tuição de 18 de setembro do ano passa do, exigindo a lição de uma rápida ex periência profundas alterações. Esperemos.
ram à porta da mais alta corporação judiciária do país alegando que o im posto já estava pago no Estado de ori
gem, isto é, em São Paulo e tiveram ganho de causa.
Se, portanto, São Pau^o deixar de e.xigir o tributo nem por i.s.so a mercadoria de primeira necessidade será beneficiada Ao contrário, será mais pesadamente tri
butada porque São Paulo cobra muito
menos do que vários outros Estados que são seus fregueses.
Não se trata aqui de se saber se é justo ou injusto o fato; mas tão somen
te o de salientar que o fato existe e que,
Não tenho outra pretensão com este
^íbuto.
to não fòr resolvida a preliminar relati
tar que, se aprovado, não beneficiará a
à razão de 8% sobre o preço notado no documento, 6% na segunda, A% na tercei ções, as mercadorias ficam livres do
não atribuir aos Municípios certos en
va ao pessoal.
razão, de "imposto pirâmide", porque na primeira venda é cobrado o impôsto Nas demais transa
OS Estados não terão outro recurso se
maior aprêço merecem; mas devo salien
existindo, o nobre intuito dos legisladcre.s paulistas ficará prejudicado e esse prejuízo atingirá à receita do Estado.
ra, 2% na quarta.
83
No meu inode.slo modo de cnlencler,
Conseguintemente, os Estados poderão que importam mercadorias paulistas por
uma vez e meia...
Econômico
ilustrado pela observação que mo pro porcionaram o;t{) ano.s de permanência
No Brasil, à falta de uma fiscalização
eficiente, cobra-se sempre, seja qual fôr
das não pode ser cobrado pelos Estados
continuar a cobrar a metade a que atualmente têm direito do imposto de mdústr;as e profissões e aos Municípios é lícito exigir o mesmo imposto na sua totalidade. O contribuinte, pois, poderá
Dicesto
artigo, senão de expor dúvidas sôbre a permanência du presente discriminação
de rendas, mesmo aplicada por etapas, segundo o dispositivo do Ato Adicional.
Informações oficiosas recebidas do Paraná dizem que ali existem, à espera de transporte, cêrca de 400 mil sacas de cereais cm geral, dos quais 45 mil de
feijão de I." qualidade, financiados pelo Plano de Emergência do Banco do Brasil. Além desses produtos, também aguarda transporte grande quantidade de algodão, ramie, café, madeira c outros gêneros.
Em palestra sôbre o assunto com a reportagem, o senador Artur Santos, dflquele Estado, disse que a solução de emergência no Paraná seria a permissão para que os comboios da Sorocabana entrassem pela São Paulo-Paranó, até Londrina,
a fim de transportar aquôle volume enorme de gêneros e outros produtos que estão
se deteriorando nos páteos das estações ferroviárias ou à margem do leito das estradas, enquanto os centros consumidores sofrem a escassez.
jj
í V*
85
Digesto Econóncico
iy.
^fs/ÍSffa €roffcmfea A Modernização do lomércio
por Afonso Anixos de Melo Fhanco
Especial pada o "Digesto Econónuco'
O A. descreve, com almndüncia de dedos, como, em fins do século XVIII, era atrasado o comércio português, e conclui que, se a Inglaterra deu o tom ao co mércio do Brasil Reino, foi a Frat^a o modêlo seguido lui modernização do comércio imperial. fins do século XVIII o comércio
as "ricas saias de tissos ejgalacés" de
Diz, entre outras coisas, o Marquês, neste documento publicado no tômo 4
dência, o que lhes chegaxTi pelas frotas, cuja arribada periódica era conhecida-
da Revista do
Histórico: "A
Transferiam, assim, o mais depressa que
maior parte da.s pes.soas a que aqui
podiam, as cargas que lhes eram consig nadas aos seus compradores do interior,
Instituto
(no Rio) SC dá o nome de comerciantes
oada são que uns símplices comissários isto é, não ha casas que tenham compa nhias estabelecidas... A única casa que ainda hoje se conserva na regra de co merciante é a de Francisco de Araújo Pereira, com a sociedade de seus primos e de alguns outros socios em Europa. Aqueles negociantes que aqui passam
brasileiro, geralmente exercido por fi lhos de Portugal, exibia o atraso e a
que também fala o admirável Critilo.
Leão, Manuel da Costa
rotina do modêlo reinei.
Relativamente grande era, com efeito,
já naquele tempo, o comércio de impor tação de mercadorias estrangeiras, para consumo das mais altas classes da popu
Cardoso, José Caetano Alves e alguns outros,
O grande poeta Tomás Antônio Gon<1^6 viveu no Brasil por aquela
época, (embora o atual ocupante da cadeira que traz o seu nome na Acade mia de Letras, o tenha dado, no dis
curso de posse, como representante da centúria anterior...) assim descreve, numa das famosas "Cartas Clúlenas", o que era uma venda da capitania de Mi nas, a mais rica do país: "Enquanto os tabemeiros ajuntavam Imenso cabedal em poucos anos Sem terem, nas tabemas fedorentas. Outros mais sortimentos que não fossem Os queijos, a cachaça, o negro fumo E, sôbre as prateleiras, poucos frascos...
Eram em casas totalmente desprovi das de higiene e confôrto que se faziam, também, os outros negócios, além dos referentes ao queijo, à cachaça e ao negro fumo. Em lojas semelhantes, ou pouco melhores, é que se vendiam as "vermelhas capas de galões cobertas",
lação. O estimado Vilhena, numa das suas Cartas famosas, refere que em mais
por
mais ricos, como Braz Carneiro
também negociantes, e aos clientes par ticulares da praça. Está logo a ver-se
que tal sistema não exigia lojas atraentes nem consideráveis. Bem pouco precisa vam elas diferir das tabemas descritas
por Critilo.
A vinda da corte, com a abertura dos portos, marcou a independência comer cial do Brasil, a qual precedeu assim, de alguns lustres, a nossa independência política. A Inglaterra estava en
queza no maior comércio
tão em plena ascensão da sua etapa de conquista
de
industrial e econômica do
têm constituido a sua ri comissões...
Estes
de 2.000 contos de mercadorias impor tadas de Portugal pela Bahia em 1798,
homens, ainda que têm
mundo, e o nosso país
de fundo e são honrados
foi um dos maiores cam-
apenas 450 provinham originàriamente
e verdadeiros, não posso
do Reino. Todo o resto — que era o
considerar as suas casas
mais — provinha de fabricação européia e asiática, fora de Portugal. No pôrto
como casas de comércio,
do Rio a situação era semelhante, em
O que é esta profissão, que eles nem co
bora com quantidades maiores de mer cadoria. Tôda esta importação exigiria
rios, nem sabem o modo regular da sua
um aparelhamento comercial relativa mente considerável. Não era, no en
tanto, o que se dava. O comércio por tuguês, ronceiro e tardo, não tinha ca
'
porque é preciso saber que eles ignoram nhecem os livros que lhes são necessá escrituração".
^ V^ú.\;'vx
pos de experiência deste processo. Uma das primeiras con
seqüências foi a transformação do co mércio, com a rápida modemização dos seus processos e instalações. Os
escritores
contemporâneos
são
unânimes em testemunhar tal transfor
Lavradio examina proficientemente aa nefastas conseqüências de todo êste
mação.
Vejamos alguns dos seus de
poimentos. Um dos mais interessantes é o de
pacidade para se organizar.
atraso. Em primeiro lugar, agindo sem pre como comissários, os comerciantes
Sôbre êsto assunto possuímos uma pre ciosa informação do Marquês do Lavra-
recebendo sempre as mesmas coisas que
dio, no longo relatório em que, como
os mesmos comitentes lhes mandavam
lien". Lembram^ os escritores que a população do Rio orçava, na chegada da
de uso, deu ao seu sucessor, d. Luís de
da Europa.
côrte, por cinqüenta mil almas, e que
Vasconcelos e Sousa, uma idéia geral
sas fixas de instalação, tratavam de ven
menos de dez anos depois, isto é, em
da situação da Colônia em 1779.
der rapidamente, às vêzes com antece-
1817, já atingia a cento e dez mil. Sò-
do Rio nunca variavam os seus estoques,
Depois, para evitar despe
Spix e Martius, contido no volume pri meiro do esplêndido "Reise in Brasi-
í V*
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Digesto Econóncico
iy.
^fs/ÍSffa €roffcmfea A Modernização do lomércio
por Afonso Anixos de Melo Fhanco
Especial pada o "Digesto Econónuco'
O A. descreve, com almndüncia de dedos, como, em fins do século XVIII, era atrasado o comércio português, e conclui que, se a Inglaterra deu o tom ao co mércio do Brasil Reino, foi a Frat^a o modêlo seguido lui modernização do comércio imperial. fins do século XVIII o comércio
as "ricas saias de tissos ejgalacés" de
Diz, entre outras coisas, o Marquês, neste documento publicado no tômo 4
dência, o que lhes chegaxTi pelas frotas, cuja arribada periódica era conhecida-
da Revista do
Histórico: "A
Transferiam, assim, o mais depressa que
maior parte da.s pes.soas a que aqui
podiam, as cargas que lhes eram consig nadas aos seus compradores do interior,
Instituto
(no Rio) SC dá o nome de comerciantes
oada são que uns símplices comissários isto é, não ha casas que tenham compa nhias estabelecidas... A única casa que ainda hoje se conserva na regra de co merciante é a de Francisco de Araújo Pereira, com a sociedade de seus primos e de alguns outros socios em Europa. Aqueles negociantes que aqui passam
brasileiro, geralmente exercido por fi lhos de Portugal, exibia o atraso e a
que também fala o admirável Critilo.
Leão, Manuel da Costa
rotina do modêlo reinei.
Relativamente grande era, com efeito,
já naquele tempo, o comércio de impor tação de mercadorias estrangeiras, para consumo das mais altas classes da popu
Cardoso, José Caetano Alves e alguns outros,
O grande poeta Tomás Antônio Gon<1^6 viveu no Brasil por aquela
época, (embora o atual ocupante da cadeira que traz o seu nome na Acade mia de Letras, o tenha dado, no dis
curso de posse, como representante da centúria anterior...) assim descreve, numa das famosas "Cartas Clúlenas", o que era uma venda da capitania de Mi nas, a mais rica do país: "Enquanto os tabemeiros ajuntavam Imenso cabedal em poucos anos Sem terem, nas tabemas fedorentas. Outros mais sortimentos que não fossem Os queijos, a cachaça, o negro fumo E, sôbre as prateleiras, poucos frascos...
Eram em casas totalmente desprovi das de higiene e confôrto que se faziam, também, os outros negócios, além dos referentes ao queijo, à cachaça e ao negro fumo. Em lojas semelhantes, ou pouco melhores, é que se vendiam as "vermelhas capas de galões cobertas",
lação. O estimado Vilhena, numa das suas Cartas famosas, refere que em mais
por
mais ricos, como Braz Carneiro
também negociantes, e aos clientes par ticulares da praça. Está logo a ver-se
que tal sistema não exigia lojas atraentes nem consideráveis. Bem pouco precisa vam elas diferir das tabemas descritas
por Critilo.
A vinda da corte, com a abertura dos portos, marcou a independência comer cial do Brasil, a qual precedeu assim, de alguns lustres, a nossa independência política. A Inglaterra estava en
queza no maior comércio
tão em plena ascensão da sua etapa de conquista
de
industrial e econômica do
têm constituido a sua ri comissões...
Estes
de 2.000 contos de mercadorias impor tadas de Portugal pela Bahia em 1798,
homens, ainda que têm
mundo, e o nosso país
de fundo e são honrados
foi um dos maiores cam-
apenas 450 provinham originàriamente
e verdadeiros, não posso
do Reino. Todo o resto — que era o
considerar as suas casas
mais — provinha de fabricação européia e asiática, fora de Portugal. No pôrto
como casas de comércio,
do Rio a situação era semelhante, em
O que é esta profissão, que eles nem co
bora com quantidades maiores de mer cadoria. Tôda esta importação exigiria
rios, nem sabem o modo regular da sua
um aparelhamento comercial relativa mente considerável. Não era, no en
tanto, o que se dava. O comércio por tuguês, ronceiro e tardo, não tinha ca
'
porque é preciso saber que eles ignoram nhecem os livros que lhes são necessá escrituração".
^ V^ú.\;'vx
pos de experiência deste processo. Uma das primeiras con
seqüências foi a transformação do co mércio, com a rápida modemização dos seus processos e instalações. Os
escritores
contemporâneos
são
unânimes em testemunhar tal transfor
Lavradio examina proficientemente aa nefastas conseqüências de todo êste
mação.
Vejamos alguns dos seus de
poimentos. Um dos mais interessantes é o de
pacidade para se organizar.
atraso. Em primeiro lugar, agindo sem pre como comissários, os comerciantes
Sôbre êsto assunto possuímos uma pre ciosa informação do Marquês do Lavra-
recebendo sempre as mesmas coisas que
dio, no longo relatório em que, como
os mesmos comitentes lhes mandavam
lien". Lembram^ os escritores que a população do Rio orçava, na chegada da
de uso, deu ao seu sucessor, d. Luís de
da Europa.
côrte, por cinqüenta mil almas, e que
Vasconcelos e Sousa, uma idéia geral
sas fixas de instalação, tratavam de ven
menos de dez anos depois, isto é, em
da situação da Colônia em 1779.
der rapidamente, às vêzes com antece-
1817, já atingia a cento e dez mil. Sò-
do Rio nunca variavam os seus estoques,
Depois, para evitar despe
Spix e Martius, contido no volume pri meiro do esplêndido "Reise in Brasi-
.'"'íí-
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Dir.ESTo Econó.xuco
Dicesto Econômico
mente portugueses tinham vindo vinte e quatro mil. Além dêles afluíam à capital do Brasil multidões de ingleses,
Dos Estados Unidos, as velas de espcrmacetc (que começavam a substítuii as de cêra, cada vez mais caras, e usa
franceses, holandeses, alemães e italia
das imoderadamcnle nas cerimônias re
nos, numerosos dos quais se estabele
ligiosas), sabão, cereais c couros.
ciam como comerciantes.
Como se vê, graças à abertura dos
Pode-se bem avaliar, com tantos con correntes civilizados e de diversas ori-:
gens, até que ponto se transformou o antigo e retrógrado sistema dos lojistas lusitanos. Spix e Martius observam com grande acuidade a profunda revolução que a nossa independência comercial {a
expressão é dêles, "Selbstandígkeit des brasilianischen Handels") traria em be
e as pequenas ca.sas de comércio, ingle sas.
Parece que o sistema de balcão
87
com moslruários requintados, os cabelei reiros, restaurantes, confeitarias, tantos
corrido; as prateleiras em forma de es
locais graciosos que enchem a crônica do
tantes, onde SC empilhavam meticulosa
Império, à medida que avança o século no rolar do tempo. Assim como a Inglaterra deu o tom ao comércio do Brasil-Reino, a França foi de certo modo o modelo seguido na mo dernização do cíomércio imperial. Estávamos então ainda longe da atual
mente as fazendas; us altas bancas para os livros da escrita comercial o até cer
portos, os habitantes do Brasil puderam
tos detalhes, como a tesoura amarrada
pôr-sc em contacto com mercadorias pro
à corrente (ainda hoje se encontra em
duzidas em tôda a Eurfjpa, e isto sem os entraves do monopólio intermediário português, que tudo encarecia e difi
casas mais conservadoras), tudo isto nos
terá vindo da tradição inglesa. Um pouco depois ó que começ^ou a
cultava.
e avassaladora influência norte-america
se fazer sentir a influência francesa. En
na, tão típica da nova era repu
tão foram as lojas de luxo, as vitrinas
blicana.
Ainda outro fato .ocorria. Em virtude
da liberação do comércio brasileiro e da
nefício do Brasil e em prejuízo de Por diminuição dos negócios cm Lisboa, por tugal. Da Metrqpole chegavam, quase, causa das guerras napoleônicas, muitas
somente produtos alimentares.
Da In
casas reinois que faziam tráfico com a
glaterra, (cuja situação era de incontes tável privilégio, depois do tratado de
índia e a China vieram se estabelecer
1810 que colocou a Grã Bretanha em
maciças de porcelana oriental que intro
posição ímpar no comércio brasileiro, mesmo em relação a Portugal), vinham tecidos e fazendas de tôda espécie, ar tigos de porcelana, ferro, cobre e ou tros metais, artigos navais, pólvora e
duziram no uso diário de família as lindas peças que tantos de nós ainda
"munições, cerveja, manteiga salgada etc. De França, artigos de luxo, jóias, mó
no Rio. Datam de então as importações
conhecemos nas casas dos avós e q^g agora são vendidas isoladamente a preço de raridade.
A Inglaterra ditava as modas ao co
mércio. Debret observa o fato a pro
"A Grã-Bretanha defronta grave situação econômica", declarou Stafford Cripps, presidente do Board of Trade", ao inaugurar a campanha em favor da "Batalha pela produção".
"Bònxente o esforço combinado do govêrno, dos industriais e dos operários poderá ■çermitir que se enfrente a situação". O orador, em seguida lançou três
"slogans": "Lutemos com tôdas as nossas fôrças", "Trabalhar ou viver sem o ne cessário" e "A tenacidade britânica fbi desafiada". Stafford Cripps salientou em seguida que a economia britânica teve de en frentar três males-. 1.°) — produção in.su/icienfe de carvão; 2.°) — exportações in suficientes, que não atendem às necessidades da importação; e 3.°) — deficiente
veis, candelabros, pinturas, livros, cris tais finí).s, licores do quallclacle, vlnllOS C frutas cristalizadas, todas as delica dezas habituais cuni que a.doce França servia ao corpo e ao espírito. Da Ho
dei Rcí c Saint'Hiluirc cm lojas sorlidns
landa, papel, cerveja e uma certa gene
preços da Europa, como observa dcsá-
de março do ano passado. Alem disso, acentuou, durante as duas primeiras sema nas de abril, em conseqüência dos festejos da Páscoa, a produção acusou redüÇÕCS
bra, bebida forte qua gozava de grande estimação por ser tida como dinréllca nflfjUcJeíí clinias tropicais. Da Áustria re'ógios, agulhas, freios, flanelas, pro
lentadamente o diplomata Mulor num ofício ao seu govôrno, rocolbido por Al
a população se entregava a desperdícios inadinis.dveis. Exprimiu a esperança de
pósito (Ias lojas clt! calçados. Luccoclc onconlra iiiercudorias Inglôsns em s.
em várias cidades. É verdade quo tudo bastante caro, em comparação com os
berto Rangel.
dutos químicos. Da Alemanha chega
Um desses viajantes (nãp me lembro de momento qual) salienta a semellum-
vam panos de linho e produtos de vidro. ,
çu entre o interior do uma loja brasileira
distribuição da mão do obra.
importantes.
ütafford Cripps acrescentou ainda que, apesar da insuficiência da produção,
que o público seguirá os conselhos uo SCntido de reduzir o con.s(mo de tahacOS Qm 25%.
Refcríndo-se às relações comerciais ongfo-russas, o presidente do "Board of Trade" disse que esperava que os negociações entaboJadas pelo sr. liarold Wilson, em Moscou, teriam como resultado o real desenvolvimento do comércio entre OS
dois países.
.'"'íí-
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Dir.ESTo Econó.xuco
Dicesto Econômico
mente portugueses tinham vindo vinte e quatro mil. Além dêles afluíam à capital do Brasil multidões de ingleses,
Dos Estados Unidos, as velas de espcrmacetc (que começavam a substítuii as de cêra, cada vez mais caras, e usa
franceses, holandeses, alemães e italia
das imoderadamcnle nas cerimônias re
nos, numerosos dos quais se estabele
ligiosas), sabão, cereais c couros.
ciam como comerciantes.
Como se vê, graças à abertura dos
Pode-se bem avaliar, com tantos con correntes civilizados e de diversas ori-:
gens, até que ponto se transformou o antigo e retrógrado sistema dos lojistas lusitanos. Spix e Martius observam com grande acuidade a profunda revolução que a nossa independência comercial {a
expressão é dêles, "Selbstandígkeit des brasilianischen Handels") traria em be
e as pequenas ca.sas de comércio, ingle sas.
Parece que o sistema de balcão
87
com moslruários requintados, os cabelei reiros, restaurantes, confeitarias, tantos
corrido; as prateleiras em forma de es
locais graciosos que enchem a crônica do
tantes, onde SC empilhavam meticulosa
Império, à medida que avança o século no rolar do tempo. Assim como a Inglaterra deu o tom ao comércio do Brasil-Reino, a França foi de certo modo o modelo seguido na mo dernização do cíomércio imperial. Estávamos então ainda longe da atual
mente as fazendas; us altas bancas para os livros da escrita comercial o até cer
portos, os habitantes do Brasil puderam
tos detalhes, como a tesoura amarrada
pôr-sc em contacto com mercadorias pro
à corrente (ainda hoje se encontra em
duzidas em tôda a Eurfjpa, e isto sem os entraves do monopólio intermediário português, que tudo encarecia e difi
casas mais conservadoras), tudo isto nos
terá vindo da tradição inglesa. Um pouco depois ó que começ^ou a
cultava.
e avassaladora influência norte-america
se fazer sentir a influência francesa. En
na, tão típica da nova era repu
tão foram as lojas de luxo, as vitrinas
blicana.
Ainda outro fato .ocorria. Em virtude
da liberação do comércio brasileiro e da
nefício do Brasil e em prejuízo de Por diminuição dos negócios cm Lisboa, por tugal. Da Metrqpole chegavam, quase, causa das guerras napoleônicas, muitas
somente produtos alimentares.
Da In
casas reinois que faziam tráfico com a
glaterra, (cuja situação era de incontes tável privilégio, depois do tratado de
índia e a China vieram se estabelecer
1810 que colocou a Grã Bretanha em
maciças de porcelana oriental que intro
posição ímpar no comércio brasileiro, mesmo em relação a Portugal), vinham tecidos e fazendas de tôda espécie, ar tigos de porcelana, ferro, cobre e ou tros metais, artigos navais, pólvora e
duziram no uso diário de família as lindas peças que tantos de nós ainda
"munições, cerveja, manteiga salgada etc. De França, artigos de luxo, jóias, mó
no Rio. Datam de então as importações
conhecemos nas casas dos avós e q^g agora são vendidas isoladamente a preço de raridade.
A Inglaterra ditava as modas ao co
mércio. Debret observa o fato a pro
"A Grã-Bretanha defronta grave situação econômica", declarou Stafford Cripps, presidente do Board of Trade", ao inaugurar a campanha em favor da "Batalha pela produção".
"Bònxente o esforço combinado do govêrno, dos industriais e dos operários poderá ■çermitir que se enfrente a situação". O orador, em seguida lançou três
"slogans": "Lutemos com tôdas as nossas fôrças", "Trabalhar ou viver sem o ne cessário" e "A tenacidade britânica fbi desafiada". Stafford Cripps salientou em seguida que a economia britânica teve de en frentar três males-. 1.°) — produção in.su/icienfe de carvão; 2.°) — exportações in suficientes, que não atendem às necessidades da importação; e 3.°) — deficiente
veis, candelabros, pinturas, livros, cris tais finí).s, licores do quallclacle, vlnllOS C frutas cristalizadas, todas as delica dezas habituais cuni que a.doce França servia ao corpo e ao espírito. Da Ho
dei Rcí c Saint'Hiluirc cm lojas sorlidns
landa, papel, cerveja e uma certa gene
preços da Europa, como observa dcsá-
de março do ano passado. Alem disso, acentuou, durante as duas primeiras sema nas de abril, em conseqüência dos festejos da Páscoa, a produção acusou redüÇÕCS
bra, bebida forte qua gozava de grande estimação por ser tida como dinréllca nflfjUcJeíí clinias tropicais. Da Áustria re'ógios, agulhas, freios, flanelas, pro
lentadamente o diplomata Mulor num ofício ao seu govôrno, rocolbido por Al
a população se entregava a desperdícios inadinis.dveis. Exprimiu a esperança de
pósito (Ias lojas clt! calçados. Luccoclc onconlra iiiercudorias Inglôsns em s.
em várias cidades. É verdade quo tudo bastante caro, em comparação com os
berto Rangel.
dutos químicos. Da Alemanha chega
Um desses viajantes (nãp me lembro de momento qual) salienta a semellum-
vam panos de linho e produtos de vidro. ,
çu entre o interior do uma loja brasileira
distribuição da mão do obra.
importantes.
ütafford Cripps acrescentou ainda que, apesar da insuficiência da produção,
que o público seguirá os conselhos uo SCntido de reduzir o con.s(mo de tahacOS Qm 25%.
Refcríndo-se às relações comerciais ongfo-russas, o presidente do "Board of Trade" disse que esperava que os negociações entaboJadas pelo sr. liarold Wilson, em Moscou, teriam como resultado o real desenvolvimento do comércio entre OS
dois países.
. V •
89
Dicesto Econômico
>
Velho comércio de livros por Otávio Taiiquínio dk Sousa Especial papa o "Dicesto Econômico"
Otávio Tarquínio de Sousa, neste artigo
de tanto interêsse pela soma de jatos narrados, desenvolve o tema de que só nas últimas décadas começaram os livros a constituir objeto de comércio.
livros só começaram a constituir objeto de comércio nas últimas dé
Sim, livros havia na colônia portu guesa da América, com alguns poucsjs letrados aqui perdidos, em mãos dos
xandre, do Pará, teria em 1760 mais de
ceição, cujos pareceres mereceram, su
dois mi!; a da casa-colégio da Vigia mil e dez na me.sma época. Só no Es
bindo o trabalho ao Paço, a concordân
cheiravam a tinta fresca os primeiros
exagero calcular por ocasião do golpe
exemplares quando contra a obra do je suíta se ergueram ordens terminantes de
de Pombal em mais de doze mil o total
dos livros dos jesuítas. Dos seus colé gios saíram, ainda no século XVI, alguns dos primeiros escritores do Brasil, como D simpático Vicente Rodrigues Palha, de
juizes para cá de.spachados e cm poder
pois frei Vicente do Salvador, com a sua "História do Brasil", madrugada do
do rcligio.sos diversos.
De livros e dc
sentimento nativista e, mais tarde, para
letras cuidaram para logo os jesuítas e os seus colégios e escolas passaram a
só mencionar um nome entre tantos, o
exercer
considerável
influencia.
Em
cia de Fr. Manoel Guilherme, ainda
tado do Maranhão e Grão Pará, não será
gigante Antônio Vieira. Colégios e bibliotecas fundaram os jesuítas do Brasil, mas é mister não tirar conclusões apressadas. O governo
confisco e destruição. Por acaso sobra
ram uns poucos volumes, que iriam dor mir talvez ignorados e virgens durante quase um século, até que Fr. Veloso. o sábio botânico, autor da "Flora" Flumi
nense", fizesse publicar um extrato de "Cultura e Opulência".. em 1800. A
segunda edição completa, na verdade a primeira, só apareceria em 1837, no
Rio de Janeiro, executada por Junius de Villeneuve, graças aos cuidados de Jose
as outras colônias da América, o Brasil foi condenado durante cerca de trôs
1555, o padre Luís da Grã escrevia para Portugal pedindo livros e estes pouco depois chegavam. Naquela época, já
da mctropóle tinha medo dos livros; não
séculos a um regime de quase total pri
se lia na Bahia a "Eneida". Vinte anos '
os temiam menos as autoridades eclesiás
crito por jesuítas, bem se calculará que as obras impressas viviam espionadas e
cadas coloniais.
Mais infeliz do que
vação de obras impressas.
Aliás, as
rudes tarefas iniciais não exigiriam gran des bibliotecas nem permitiriam lazeres para leituras. Mas o certo é que des de o começo houve livros no Brasil. Já no século XVI viveram entre nós a'guns escritores, como Pero de Ma galhães Gandavo, Gabriel Soares de Sousa e o autor dos "Diálogos das Gran
dezas do Brasil". Será crível que o hu manista Gandavo, amigo de Camões, não tivesse consigo um só livro quando por aqui andou? Também, Gabriel Soa
res de Sousa, tendo vivido dezessete anos no Brasil, onde casou e foi senhor de
engenho, acaso não. possuiria livros? E o autor dos "Diálogos das Grandezas do Brasil", provavelmente o cristão novo Ambrósio Fernandes Brandão, • homem culto como revela a sua obra?
Silvestre Rebelo,
Se tal acontecia com um livro es
mais tarde, cm 1575, colavam grau os
ticas.
primeiros bacharéis em filosofia.
os impressos em Portugal estavam na
vigiadas como inimigos temerosos. Não
claro que sem livros, poucos embora, não poderia haver bacharéis. Os livros
dependência de rigorosa e tríplice cen
obstante, chegavam livros ao Brasil des
sura.
vinham feitos da metrópole e eram tam
pelo Santo Ofício e pelo Ordinário, eram
tinados aos conventos e seminários, vi nham na bagagem dos magistrados car-
bém escritos ou traduzidos aqui, mas
ainda submetidos à autoridade real e,
tapácios de jurisprudência e alguns clás
sempre impressos lá. Em 1585 seguia
só depois de conferidos e taxados, clr-
sicos latinos, lá uma vez ou outra, dissi
para Roma o pedido para se publicar
cuíavam impressos com as licenças ne cessárias. E ainda assim às vezes depois de todos os exames, despertava-se o zêlo
leitura pouco edificante. Em 1720, no
a "Doutrina Cristã", do padre Marcos
Jorge, que Leonardo do Vale adaptam
Nenhum se imprimia no Brasil e
Os originais, lidos e esmiuçados
à língua tupi, e licença ainda para se imprimir o "Dicionário da Língua Bra-
intransigente dos que queriam o Brasil
süica". Irradiando continuamente a sua ação, crescendo em prestígio e força, os jesuítas organizaram nas suas casas de
servil.
ensino as primeiras bibliotecas brasilei ras e algumas teriam não só numerosos livros, como livros de qualidade. A do colégio do Maranhão ostentava cinco mil volumes; a do colégio de Santo Ale-
mantido para sempre na sua condição
Foi' o caso, por exemplo, do
mulados entre peças de roupa, livros de Pará, os jesuítas compraram ao Ouvidor Geral, que provàvelmente regressava a Portugal e evitava o pagamento do frete de torna-viagem, mais de cem volumes,
grande livro de André João Antonil (João Antônio Andreoni, S. J.) "Cultu ra e Opulência do Brasil por suas dro
por 600§000. Vê-se por aí que naquele
gas e minas".
Brasil um caso extraordinário de triun
Impresso em 1711, em
tempo, como hoje, os livros eram caros. No decorrer do século XVÍII houve no
OHcio, encarnado em Fr. Paulo de S.
fo literário: as sucessivas edições do "Peregrino da América", de Nuno Mar
Boaventura e em Fr. Manoel da Con-
ques Pereira. O mérito intrínseco dêsse
seguida à censura vigilante do Santo
. V •
89
Dicesto Econômico
>
Velho comércio de livros por Otávio Taiiquínio dk Sousa Especial papa o "Dicesto Econômico"
Otávio Tarquínio de Sousa, neste artigo
de tanto interêsse pela soma de jatos narrados, desenvolve o tema de que só nas últimas décadas começaram os livros a constituir objeto de comércio.
livros só começaram a constituir objeto de comércio nas últimas dé
Sim, livros havia na colônia portu guesa da América, com alguns poucsjs letrados aqui perdidos, em mãos dos
xandre, do Pará, teria em 1760 mais de
ceição, cujos pareceres mereceram, su
dois mi!; a da casa-colégio da Vigia mil e dez na me.sma época. Só no Es
bindo o trabalho ao Paço, a concordân
cheiravam a tinta fresca os primeiros
exagero calcular por ocasião do golpe
exemplares quando contra a obra do je suíta se ergueram ordens terminantes de
de Pombal em mais de doze mil o total
dos livros dos jesuítas. Dos seus colé gios saíram, ainda no século XVI, alguns dos primeiros escritores do Brasil, como D simpático Vicente Rodrigues Palha, de
juizes para cá de.spachados e cm poder
pois frei Vicente do Salvador, com a sua "História do Brasil", madrugada do
do rcligio.sos diversos.
De livros e dc
sentimento nativista e, mais tarde, para
letras cuidaram para logo os jesuítas e os seus colégios e escolas passaram a
só mencionar um nome entre tantos, o
exercer
considerável
influencia.
Em
cia de Fr. Manoel Guilherme, ainda
tado do Maranhão e Grão Pará, não será
gigante Antônio Vieira. Colégios e bibliotecas fundaram os jesuítas do Brasil, mas é mister não tirar conclusões apressadas. O governo
confisco e destruição. Por acaso sobra
ram uns poucos volumes, que iriam dor mir talvez ignorados e virgens durante quase um século, até que Fr. Veloso. o sábio botânico, autor da "Flora" Flumi
nense", fizesse publicar um extrato de "Cultura e Opulência".. em 1800. A
segunda edição completa, na verdade a primeira, só apareceria em 1837, no
Rio de Janeiro, executada por Junius de Villeneuve, graças aos cuidados de Jose
as outras colônias da América, o Brasil foi condenado durante cerca de trôs
1555, o padre Luís da Grã escrevia para Portugal pedindo livros e estes pouco depois chegavam. Naquela época, já
da mctropóle tinha medo dos livros; não
séculos a um regime de quase total pri
se lia na Bahia a "Eneida". Vinte anos '
os temiam menos as autoridades eclesiás
crito por jesuítas, bem se calculará que as obras impressas viviam espionadas e
cadas coloniais.
Mais infeliz do que
vação de obras impressas.
Aliás, as
rudes tarefas iniciais não exigiriam gran des bibliotecas nem permitiriam lazeres para leituras. Mas o certo é que des de o começo houve livros no Brasil. Já no século XVI viveram entre nós a'guns escritores, como Pero de Ma galhães Gandavo, Gabriel Soares de Sousa e o autor dos "Diálogos das Gran
dezas do Brasil". Será crível que o hu manista Gandavo, amigo de Camões, não tivesse consigo um só livro quando por aqui andou? Também, Gabriel Soa
res de Sousa, tendo vivido dezessete anos no Brasil, onde casou e foi senhor de
engenho, acaso não. possuiria livros? E o autor dos "Diálogos das Grandezas do Brasil", provavelmente o cristão novo Ambrósio Fernandes Brandão, • homem culto como revela a sua obra?
Silvestre Rebelo,
Se tal acontecia com um livro es
mais tarde, cm 1575, colavam grau os
ticas.
primeiros bacharéis em filosofia.
os impressos em Portugal estavam na
vigiadas como inimigos temerosos. Não
claro que sem livros, poucos embora, não poderia haver bacharéis. Os livros
dependência de rigorosa e tríplice cen
obstante, chegavam livros ao Brasil des
sura.
vinham feitos da metrópole e eram tam
pelo Santo Ofício e pelo Ordinário, eram
tinados aos conventos e seminários, vi nham na bagagem dos magistrados car-
bém escritos ou traduzidos aqui, mas
ainda submetidos à autoridade real e,
tapácios de jurisprudência e alguns clás
sempre impressos lá. Em 1585 seguia
só depois de conferidos e taxados, clr-
sicos latinos, lá uma vez ou outra, dissi
para Roma o pedido para se publicar
cuíavam impressos com as licenças ne cessárias. E ainda assim às vezes depois de todos os exames, despertava-se o zêlo
leitura pouco edificante. Em 1720, no
a "Doutrina Cristã", do padre Marcos
Jorge, que Leonardo do Vale adaptam
Nenhum se imprimia no Brasil e
Os originais, lidos e esmiuçados
à língua tupi, e licença ainda para se imprimir o "Dicionário da Língua Bra-
intransigente dos que queriam o Brasil
süica". Irradiando continuamente a sua ação, crescendo em prestígio e força, os jesuítas organizaram nas suas casas de
servil.
ensino as primeiras bibliotecas brasilei ras e algumas teriam não só numerosos livros, como livros de qualidade. A do colégio do Maranhão ostentava cinco mil volumes; a do colégio de Santo Ale-
mantido para sempre na sua condição
Foi' o caso, por exemplo, do
mulados entre peças de roupa, livros de Pará, os jesuítas compraram ao Ouvidor Geral, que provàvelmente regressava a Portugal e evitava o pagamento do frete de torna-viagem, mais de cem volumes,
grande livro de André João Antonil (João Antônio Andreoni, S. J.) "Cultu ra e Opulência do Brasil por suas dro
por 600§000. Vê-se por aí que naquele
gas e minas".
Brasil um caso extraordinário de triun
Impresso em 1711, em
tempo, como hoje, os livros eram caros. No decorrer do século XVÍII houve no
OHcio, encarnado em Fr. Paulo de S.
fo literário: as sucessivas edições do "Peregrino da América", de Nuno Mar
Boaventura e em Fr. Manoel da Con-
ques Pereira. O mérito intrínseco dêsse
seguida à censura vigilante do Santo
90
Drr.ESTo Econômico
livro parece diminuto e a sua leitura
biblioteca, como o còncgo Luís Vieira
agora, de tão enfadonha, tomou-se quase impossível. Escrito na Bahia e pronto
da Silva, juntando Condülac c Monfes-
pará o prelo desde 1725, caberia a Ma noel Nunes Viana, fazendeiro nas mar
gens do Carinhanha e espécie de cau dilho e mecenas das brenhas do Brasil
colonial, levá-lo no original para Lisboa, onde foi publicado pela primeira vez 1728. Três anos depois apareceu a segunda edição, seguida da terceira cm quarta em 1760 e da quinta
em 1765.
Livro apreciadíssimo pelos
nossos escassos leitores setecentistas, em
parelhava-se com "Lavatório da Cons
quieu, a Enciclopédia, Mably e numero.sas obras dc ciências naturais, his tória, geografia, viagens, dicion;irios, um tratado de doenças vcncrcas, ao todo uns setecentos volumes reunidos em Mi
nas Gerais.
Outros conjurados ilustres
seriam donos dc muíto.s livros que apa receram nos scque.stros ou foram em
tempo inutilizados.
No Rio, pela mesma época, e logo depois, havia gente ávida por livros e interessadíssima nos acontecimentos da
ciência", "Segredos da Natureza", "Fê-
Revolução da França.
nix Renascida", "Retiro dos Cuidados",
Literária" instalada em 1786, em con
"Florinda", "Cristais da Alma" e outros
tinuação à "Academia Científica", dis-
tão ou mais sensaborões do que êlc.
Na "Sociedade
farçava-.sc pelas acuras de 1794, tunida-
mento embora, um clube de jacübinos. Nas últimas décadas do século XVIII, Ao padre José de Oliveira, orguni.siu Jn gruçu.s ao surto da filosofia da IluslraçÚO e aos sucessos da emancipação norte- Sé, afigurava-se que "meio Rio d(í ja americana e da Revolução Francesa
obras impressas de todos os gêneros conseguiram abrir brechas no cêrco obs curantista da colônia. Livros heterodo
xos, livros que afrontaram ou desdenha ram censuras e licenças prévias , trans puseram os mares e vieram saciar a
curiosidade intelectual de ouvidores, advogados, médicos, padres e frades. A
independência americana impressionou
neiro eslava perdido e liberlino". lj. bertíno e perdido por leituras de livros
proibidos. Silva Alvarenga, figura primaciaL dentre os "franceses" ou "liber
tinos" do Rio, foi aperreado pelo desem bargador Antônio Diniz da Cruz e Silva nos interrogatórios da devassa, sob a acusação dc "posse e uso" dos livros de Mably e Raynal. O do primeiro autor confessou Alvarenga ser realmente seu comprado a um marinheiro, na ignorân
fundamente os homens da Conjuração cia de que sustentasse doutrinas opostas Mineira de 1789. O maior de todos pela sinceridade e intrepidez - Tiraden-
tes - embora de cultura primária, pos suía um livro em francês, que mal tra duzia, com "A coleção das Leis Consti tutivas dos Estados Unidos da Ámé.rica". E havia quem tivesse magnífica
aos governos monárquicos; quanto ao
de Raynal lhe fora emprestado por Mariano José Pereira da Fonseca. Tão hi
pócrita ou dissimulado era Alvarenga, como o juiz-poeta autor de "O Hissope", que provàvelmente lera as obras conde
nadas. Mariano Fonseca, o futuro Ma-
Dioesto Econômico r
91
ricá, não negou que fosse dono do livro de Raynal, mas disse que nunca o lera, tal como Alvarenga. Mero recurso de defesa dc "libertinos" que se atiravam
contra as idéias novas enveredou pela perseguição aos intelectuais. Que es pécie de li\T0s, pois, exporiam as livra rias do seu tempo? Livros bem pensan
com ânsia a esses e outros livros e tam
tes, li\Tos neutros, livros frívolos, a fo lhinha de cada ano, o "Lí%to de Carlos
bém a papéis e gazetas, vendidos nos cais de desembarque, às escondidas, por marinheiros ingleses. Tiradentes, nas suas \-iagens ao Rio, em 1788, para pedir ao Senado da Câ
Magno", o "Almocreve de Petas". Só mais tarde, quando a família real portuguesa veio estabelecer-se no Brasil é que a situação se transformou. Atra
mara o serviço de canalização do cór
vés de marchas e contra-marchas, "os
rego Catele ou Laranjeiras e do rio An-
nbomináxT^is princípios franceses", como
daraí ou Maracanã e tramar a revolu
os tachará D. Rodrigo de Sousa Coutinho, atenuada sem dúvida a virulência
ção com que sonhava, "andou buscan
do pelas livrarias uns livros que tra tavam do levante dos Ingleses" — diz no seu depoimento de 30 de junho de 1789 o pildru José Lopes de Oliveira. Já haveria iiiiis, em 1788, "livrarias" nü lUo, isto é, casas onde se vendiam Hvrus.
O "Almanaque da Cidade do Río clc Janeiro" de 1792 menciona uma única livraria; o de 1794, também apenas uma; o de 1799, duas. Não encontraria por certo Tiradentes as obras que buscava
revolucionária, foram sendo aceitos e
adotados. É certo que, já depois da abertura dos portos, de instalada no Rio a Impressão Regia e de circular a "Ga zeta do Rio", a provisão de 14 de outu-
hni de 1808 ordenava aos juizes da al fândega que admitissem a dcspíicho livros ou papéis impressos .sem qnr lhes fôsse apresentada a licença do Desembargo do .Paço. De seu lado, o Inten dente Geral da Polícia Paulo Fernandes
Viana baixava o edital de 30 de maio de 1809 determinando que os asnsos, anúncios e notícias de Iíntos à venda, ria vendê-las. Prelos não havia no Bra sil e a pequena oficina de Antônio Isi-^ estrangeiros ou nacionais, só fossem puacerca da independência norte-ameri
cana: não era permitido e ninguém ousa
doro da Fon.seca, aberta com o consen timento de Gomes Freire de Andrade,
durara muito pouco. Os livros que se
blicados depois da aprovação policial.
I
^
Mas a verdade é que os tempos eram j, outro.s.
Bastaria citar o exemplo do
"Correio Brasiliensc", do grande Hí- 1 pólito da Costa, que, apesar dc proi não dispensavam as "licenças necessá rias". Se vice-reis como o marques de bido algum tempo no Rio de Janeiro, vendiam no Rio. vinham de Lisboa e
de qualquer maneira estimularam aqui
nunca dei.xou de circular e de ser Ud" até pela roda mais íntima do príncipe re
as ciências e as artes (Vasconcelos ani
gente D. João. Dos prelos antes desti
mou as pesquisas botânicas de Frei Ve-
nados à Secretaria dos Negócios Estran geiros e Guerra começaram a sair aqui
Lavradio e Luís de Vasconcelos e Sousa
loso), já o conde de Rezende, em luta
90
Drr.ESTo Econômico
livro parece diminuto e a sua leitura
biblioteca, como o còncgo Luís Vieira
agora, de tão enfadonha, tomou-se quase impossível. Escrito na Bahia e pronto
da Silva, juntando Condülac c Monfes-
pará o prelo desde 1725, caberia a Ma noel Nunes Viana, fazendeiro nas mar
gens do Carinhanha e espécie de cau dilho e mecenas das brenhas do Brasil
colonial, levá-lo no original para Lisboa, onde foi publicado pela primeira vez 1728. Três anos depois apareceu a segunda edição, seguida da terceira cm quarta em 1760 e da quinta
em 1765.
Livro apreciadíssimo pelos
nossos escassos leitores setecentistas, em
parelhava-se com "Lavatório da Cons
quieu, a Enciclopédia, Mably e numero.sas obras dc ciências naturais, his tória, geografia, viagens, dicion;irios, um tratado de doenças vcncrcas, ao todo uns setecentos volumes reunidos em Mi
nas Gerais.
Outros conjurados ilustres
seriam donos dc muíto.s livros que apa receram nos scque.stros ou foram em
tempo inutilizados.
No Rio, pela mesma época, e logo depois, havia gente ávida por livros e interessadíssima nos acontecimentos da
ciência", "Segredos da Natureza", "Fê-
Revolução da França.
nix Renascida", "Retiro dos Cuidados",
Literária" instalada em 1786, em con
"Florinda", "Cristais da Alma" e outros
tinuação à "Academia Científica", dis-
tão ou mais sensaborões do que êlc.
Na "Sociedade
farçava-.sc pelas acuras de 1794, tunida-
mento embora, um clube de jacübinos. Nas últimas décadas do século XVIII, Ao padre José de Oliveira, orguni.siu Jn gruçu.s ao surto da filosofia da IluslraçÚO e aos sucessos da emancipação norte- Sé, afigurava-se que "meio Rio d(í ja americana e da Revolução Francesa
obras impressas de todos os gêneros conseguiram abrir brechas no cêrco obs curantista da colônia. Livros heterodo
xos, livros que afrontaram ou desdenha ram censuras e licenças prévias , trans puseram os mares e vieram saciar a
curiosidade intelectual de ouvidores, advogados, médicos, padres e frades. A
independência americana impressionou
neiro eslava perdido e liberlino". lj. bertíno e perdido por leituras de livros
proibidos. Silva Alvarenga, figura primaciaL dentre os "franceses" ou "liber
tinos" do Rio, foi aperreado pelo desem bargador Antônio Diniz da Cruz e Silva nos interrogatórios da devassa, sob a acusação dc "posse e uso" dos livros de Mably e Raynal. O do primeiro autor confessou Alvarenga ser realmente seu comprado a um marinheiro, na ignorân
fundamente os homens da Conjuração cia de que sustentasse doutrinas opostas Mineira de 1789. O maior de todos pela sinceridade e intrepidez - Tiraden-
tes - embora de cultura primária, pos suía um livro em francês, que mal tra duzia, com "A coleção das Leis Consti tutivas dos Estados Unidos da Ámé.rica". E havia quem tivesse magnífica
aos governos monárquicos; quanto ao
de Raynal lhe fora emprestado por Mariano José Pereira da Fonseca. Tão hi
pócrita ou dissimulado era Alvarenga, como o juiz-poeta autor de "O Hissope", que provàvelmente lera as obras conde
nadas. Mariano Fonseca, o futuro Ma-
Dioesto Econômico r
91
ricá, não negou que fosse dono do livro de Raynal, mas disse que nunca o lera, tal como Alvarenga. Mero recurso de defesa dc "libertinos" que se atiravam
contra as idéias novas enveredou pela perseguição aos intelectuais. Que es pécie de li\T0s, pois, exporiam as livra rias do seu tempo? Livros bem pensan
com ânsia a esses e outros livros e tam
tes, li\Tos neutros, livros frívolos, a fo lhinha de cada ano, o "Lí%to de Carlos
bém a papéis e gazetas, vendidos nos cais de desembarque, às escondidas, por marinheiros ingleses. Tiradentes, nas suas \-iagens ao Rio, em 1788, para pedir ao Senado da Câ
Magno", o "Almocreve de Petas". Só mais tarde, quando a família real portuguesa veio estabelecer-se no Brasil é que a situação se transformou. Atra
mara o serviço de canalização do cór
vés de marchas e contra-marchas, "os
rego Catele ou Laranjeiras e do rio An-
nbomináxT^is princípios franceses", como
daraí ou Maracanã e tramar a revolu
os tachará D. Rodrigo de Sousa Coutinho, atenuada sem dúvida a virulência
ção com que sonhava, "andou buscan
do pelas livrarias uns livros que tra tavam do levante dos Ingleses" — diz no seu depoimento de 30 de junho de 1789 o pildru José Lopes de Oliveira. Já haveria iiiiis, em 1788, "livrarias" nü lUo, isto é, casas onde se vendiam Hvrus.
O "Almanaque da Cidade do Río clc Janeiro" de 1792 menciona uma única livraria; o de 1794, também apenas uma; o de 1799, duas. Não encontraria por certo Tiradentes as obras que buscava
revolucionária, foram sendo aceitos e
adotados. É certo que, já depois da abertura dos portos, de instalada no Rio a Impressão Regia e de circular a "Ga zeta do Rio", a provisão de 14 de outu-
hni de 1808 ordenava aos juizes da al fândega que admitissem a dcspíicho livros ou papéis impressos .sem qnr lhes fôsse apresentada a licença do Desembargo do .Paço. De seu lado, o Inten dente Geral da Polícia Paulo Fernandes
Viana baixava o edital de 30 de maio de 1809 determinando que os asnsos, anúncios e notícias de Iíntos à venda, ria vendê-las. Prelos não havia no Bra sil e a pequena oficina de Antônio Isi-^ estrangeiros ou nacionais, só fossem puacerca da independência norte-ameri
cana: não era permitido e ninguém ousa
doro da Fon.seca, aberta com o consen timento de Gomes Freire de Andrade,
durara muito pouco. Os livros que se
blicados depois da aprovação policial.
I
^
Mas a verdade é que os tempos eram j, outro.s.
Bastaria citar o exemplo do
"Correio Brasiliensc", do grande Hí- 1 pólito da Costa, que, apesar dc proi não dispensavam as "licenças necessá rias". Se vice-reis como o marques de bido algum tempo no Rio de Janeiro, vendiam no Rio. vinham de Lisboa e
de qualquer maneira estimularam aqui
nunca dei.xou de circular e de ser Ud" até pela roda mais íntima do príncipe re
as ciências e as artes (Vasconcelos ani
gente D. João. Dos prelos antes desti
mou as pesquisas botânicas de Frei Ve-
nados à Secretaria dos Negócios Estran geiros e Guerra começaram a sair aqui
Lavradio e Luís de Vasconcelos e Sousa
loso), já o conde de Rezende, em luta
92
Digesto Ecosóxflco
li\Tos e mais livros: ainda em 1808, de
francês Tollenarc, desembarcado no Re
imprensa c de pensamento.
José da Silva Lisboa, "Obser\'ações so
cife em fins de 1816, espantou-se ao no
prelos, jornais, livros.
bre a abertura dos portos do Brasil", e tar o interôs.se dos frade.s, em cujo con sermões de vários pregadores; em 1810, vento jantou, por assuntos europeus eparalém de vários folhetos, *'Obser\'ações ticu'armentc pela revolução de sua terra. sobre a franqueza das fábricas e indús / Os pernambucanos mais cultos conhe trias" e "Refutações das declamações contra o comércio inglês", do mesmo Lisboa, e "Roteiro da cidade do Mara
nhão ao Rio de Janeiro", de Silva Belfort; em 1811, o "Roteiro da cidade da
Santa Mar;á de Belém do Grão Pará
pelo rio Tocantins", de Oliveira Bastos, traduções de Voltaire, Bemardin
de
fanático por Condorcet e pela crença no
Torres e Costa.
progres.so humano.
de jornais c livrarias. Em I82I, apare ceram doze jornais, dezoito em 1822. Um desenvolvimento igualmente rápido
do século XVIII (1798) a frustrada con
juração baiana demonstrara a rapidez da propagação do pensamento político que delito de "francesia" se viram acusados muitos baianos, inclusive trabalhadores manuais. Dentre os implicados na ma
cânica" de Francoeur (1813), da "Eco nomia Política Moderna", de Herrensch-
wand, às monografias especializadas de Navarro de Andrade e Correia Picanço, à "Corografia Brasílica", de Aires do Ca
sal e às "Memórias Históricas do Rio de Janeiro", de monsenhor Pizárro, sem
falar nas "Preleções Filosóficas", de ^ilvestre Pinheiro Ferreira, no poema "As sunção" de frei Francisco de S-. Carlos
e na revista "O Patriota", cujo título por si só revelava o alcance quase revolu cionário da transferência da côrte lusa para a colônia americana.
O movimento republicano de 1817, em
Pernambuco, longamente preparado pela ação subterrânea da maçonaria, deixou claro o progresso que.as nova^ doutrinas política^ tinham feito, através das leitu ras dos livros que as propagavam. O
a de Silva Porto e Cia., a de Santos e
de Zeferino Vito de Meireles e a de
Nos últimos anos
Do
lograda insurreição havia quem possuís se lívro.s, como Hermógenes Francisco de Aguilar, Cipriano Barata c Miiniz Bar reto, o primeiro, dono de vinte e sete volumes, notadamcnte do "Diccionaire Philosophique" de Voltaire e de um vo cabulário francês, o segundo, do se tenta e quatro volumes, destacando-se as obras de Condillac, tratados de histó ria natural, de química, de física, de medicina, de matemática e de metafí sica, e o último, da "Nouvelle Héloise"
de Rousseau e de uma obra de Volney
Maior foi o número
atingiria a difu.são dos livros. Em 1813, a despeito da estada da Côrte, haveria no Rio apenas duas livrarias, ambas de
dos Latoeiros n.° 12; na rua da Ajuda n.° 102, defronte do convento que os
maiores de quarenta anos ainda conhe ceram, li\TOS religiosos; nas lojas de Vera Cniz e Cia.. Moreira, na rua da
Quitanda n.® 36, obras de Bossuet e de La Fontaine; e na rua das Violas n.° 25, e na rua Nova do Senado n.® 57, e na rua dos Arcos n.° 41.
Nem todos esses vendedores de 1í%tos
seriam pròpriamente livreiros, como hoje, bert Bourgeois. Pois em 1821 já se com um negócio especializado; vendiam contavam pelo menos nove lojas de li os artigos mais variados vindos da In vros: de Manoel Joaquim da Silva Porto, glaterra e da França, vendiam drogas, e na rua da Quitanda, dc Antônio José
remédios infalíveis e também Iútos, a
Rebelo, no largo do Destêrro n.® 87, de
mercadoria da moda num país que aca bara de emancipar-se e estava lançando
Jerônimo Gonçalves Guimarães, na rua do Sabão n.® 357, de João Batista dos
as bases de suas instituições. Até numa
Santos, na rua da Cadeia, de Francisco
loja de couros da rua de São Pedro,
Luís Saturnino da Veiga, na rua da Alfândega n.° 395, de Paulo Martin, na rua da Quitanda, de Cipriano José de
"defronte dá estakgem que foi do ca
Carvalho, de Francisco Nicolau Man-
pitão Manoel José Ribeiro da Silva", havia li^aos para vender. O leiloeiro J-
J. Dodsworth anunciava os últimos nú
dillo, e mais a da rua Direita n.® 60,
meros do "Correio Brasiliense" embar
defronte do Arsenal, que vendia folhe tos com o.s discursos pronunciados nas
cados em Liverpool. Líntos usados, li vros de segunda mão eram oferecidos em anúncios nos jornais, principalmente no "Diário do Rio de Janeiro". Tão
Todos ou quase todos êsses livros tinham
Côrtes de Lisboa. Dois anos mais tarde,
em 1823, proclamada a Independência,
mente e contra eles e seus possuidores se voltou o rigor das autoridades. Mas estava soando a hora em que as barrei ras se despedaçariam. A revolução cons-
e aberta a Assembléia Constituinte, no-
assegurar aos brasileiros a liberdade de
diam livros, obnís francesas sobre me
franceses — Paul Martin Fils e Jean Ro-
sido introduzidos no Brasil fraudulenta
titucionalista do Porto, em 1820, com as suas conseqüências contraditórias, viria
e Joaquim Antônio de Oliveira, na rua da Quitanda n.® 115. Também se ven
tipografias: a Nova Tipografia e a Ti dicina, cirurgia, história, literatura, ar pografia de Moreira c Carcez; em 1822, tes, ciências, jimsprudència etc., na rua Sousa, a do "Diário do Rio de Janeiro",
José Basílio da Gama, e outros menos
vários assuntos, desde as traduções da "Álgebra" de Lacroix (1812), da "Me
Em 1821 montaram-se no Rio duas
ciam os filósofos do .século XVIII, e um
enformara a Revolução Francesa.
importantes. Em anos subseqüentes con-
Surgiriam
deles, o padre João Ribeiro, pareda
Sa nt Pierre e Delille, o "Uraguay" de I tinuaram a ser publicados livros sôbrê
93
Dícesto Econômico
va.s lojas venderiam a mercadoria antes censurada, vigiada ou proibida — livros,
livros de política, de literatura, de filo sofia, livros graves e frívolos, livros de tôda a ordem.
Ê o que faziam José
Antônio da Silva, na rua Direita n.° 112,
promissor se apresentava o negócio de livros que, ainda em 1823, o livreiro Francisco Luís Saturnino da Veiga, que vendia um tanto promiscuamente obras de Aristóteles e de Silvestre Pinheiro Ferreira, desejando casar-se pela segun da vez, emancipava os fiilios para que
92
Digesto Ecosóxflco
li\Tos e mais livros: ainda em 1808, de
francês Tollenarc, desembarcado no Re
imprensa c de pensamento.
José da Silva Lisboa, "Obser\'ações so
cife em fins de 1816, espantou-se ao no
prelos, jornais, livros.
bre a abertura dos portos do Brasil", e tar o interôs.se dos frade.s, em cujo con sermões de vários pregadores; em 1810, vento jantou, por assuntos europeus eparalém de vários folhetos, *'Obser\'ações ticu'armentc pela revolução de sua terra. sobre a franqueza das fábricas e indús / Os pernambucanos mais cultos conhe trias" e "Refutações das declamações contra o comércio inglês", do mesmo Lisboa, e "Roteiro da cidade do Mara
nhão ao Rio de Janeiro", de Silva Belfort; em 1811, o "Roteiro da cidade da
Santa Mar;á de Belém do Grão Pará
pelo rio Tocantins", de Oliveira Bastos, traduções de Voltaire, Bemardin
de
fanático por Condorcet e pela crença no
Torres e Costa.
progres.so humano.
de jornais c livrarias. Em I82I, apare ceram doze jornais, dezoito em 1822. Um desenvolvimento igualmente rápido
do século XVIII (1798) a frustrada con
juração baiana demonstrara a rapidez da propagação do pensamento político que delito de "francesia" se viram acusados muitos baianos, inclusive trabalhadores manuais. Dentre os implicados na ma
cânica" de Francoeur (1813), da "Eco nomia Política Moderna", de Herrensch-
wand, às monografias especializadas de Navarro de Andrade e Correia Picanço, à "Corografia Brasílica", de Aires do Ca
sal e às "Memórias Históricas do Rio de Janeiro", de monsenhor Pizárro, sem
falar nas "Preleções Filosóficas", de ^ilvestre Pinheiro Ferreira, no poema "As sunção" de frei Francisco de S-. Carlos
e na revista "O Patriota", cujo título por si só revelava o alcance quase revolu cionário da transferência da côrte lusa para a colônia americana.
O movimento republicano de 1817, em
Pernambuco, longamente preparado pela ação subterrânea da maçonaria, deixou claro o progresso que.as nova^ doutrinas política^ tinham feito, através das leitu ras dos livros que as propagavam. O
a de Silva Porto e Cia., a de Santos e
de Zeferino Vito de Meireles e a de
Nos últimos anos
Do
lograda insurreição havia quem possuís se lívro.s, como Hermógenes Francisco de Aguilar, Cipriano Barata c Miiniz Bar reto, o primeiro, dono de vinte e sete volumes, notadamcnte do "Diccionaire Philosophique" de Voltaire e de um vo cabulário francês, o segundo, do se tenta e quatro volumes, destacando-se as obras de Condillac, tratados de histó ria natural, de química, de física, de medicina, de matemática e de metafí sica, e o último, da "Nouvelle Héloise"
de Rousseau e de uma obra de Volney
Maior foi o número
atingiria a difu.são dos livros. Em 1813, a despeito da estada da Côrte, haveria no Rio apenas duas livrarias, ambas de
dos Latoeiros n.° 12; na rua da Ajuda n.° 102, defronte do convento que os
maiores de quarenta anos ainda conhe ceram, li\TOS religiosos; nas lojas de Vera Cniz e Cia.. Moreira, na rua da
Quitanda n.® 36, obras de Bossuet e de La Fontaine; e na rua das Violas n.° 25, e na rua Nova do Senado n.® 57, e na rua dos Arcos n.° 41.
Nem todos esses vendedores de 1í%tos
seriam pròpriamente livreiros, como hoje, bert Bourgeois. Pois em 1821 já se com um negócio especializado; vendiam contavam pelo menos nove lojas de li os artigos mais variados vindos da In vros: de Manoel Joaquim da Silva Porto, glaterra e da França, vendiam drogas, e na rua da Quitanda, dc Antônio José
remédios infalíveis e também Iútos, a
Rebelo, no largo do Destêrro n.® 87, de
mercadoria da moda num país que aca bara de emancipar-se e estava lançando
Jerônimo Gonçalves Guimarães, na rua do Sabão n.® 357, de João Batista dos
as bases de suas instituições. Até numa
Santos, na rua da Cadeia, de Francisco
loja de couros da rua de São Pedro,
Luís Saturnino da Veiga, na rua da Alfândega n.° 395, de Paulo Martin, na rua da Quitanda, de Cipriano José de
"defronte dá estakgem que foi do ca
Carvalho, de Francisco Nicolau Man-
pitão Manoel José Ribeiro da Silva", havia li^aos para vender. O leiloeiro J-
J. Dodsworth anunciava os últimos nú
dillo, e mais a da rua Direita n.® 60,
meros do "Correio Brasiliense" embar
defronte do Arsenal, que vendia folhe tos com o.s discursos pronunciados nas
cados em Liverpool. Líntos usados, li vros de segunda mão eram oferecidos em anúncios nos jornais, principalmente no "Diário do Rio de Janeiro". Tão
Todos ou quase todos êsses livros tinham
Côrtes de Lisboa. Dois anos mais tarde,
em 1823, proclamada a Independência,
mente e contra eles e seus possuidores se voltou o rigor das autoridades. Mas estava soando a hora em que as barrei ras se despedaçariam. A revolução cons-
e aberta a Assembléia Constituinte, no-
assegurar aos brasileiros a liberdade de
diam livros, obnís francesas sobre me
franceses — Paul Martin Fils e Jean Ro-
sido introduzidos no Brasil fraudulenta
titucionalista do Porto, em 1820, com as suas conseqüências contraditórias, viria
e Joaquim Antônio de Oliveira, na rua da Quitanda n.® 115. Também se ven
tipografias: a Nova Tipografia e a Ti dicina, cirurgia, história, literatura, ar pografia de Moreira c Carcez; em 1822, tes, ciências, jimsprudència etc., na rua Sousa, a do "Diário do Rio de Janeiro",
José Basílio da Gama, e outros menos
vários assuntos, desde as traduções da "Álgebra" de Lacroix (1812), da "Me
Em 1821 montaram-se no Rio duas
ciam os filósofos do .século XVIII, e um
enformara a Revolução Francesa.
importantes. Em anos subseqüentes con-
Surgiriam
deles, o padre João Ribeiro, pareda
Sa nt Pierre e Delille, o "Uraguay" de I tinuaram a ser publicados livros sôbrê
93
Dícesto Econômico
va.s lojas venderiam a mercadoria antes censurada, vigiada ou proibida — livros,
livros de política, de literatura, de filo sofia, livros graves e frívolos, livros de tôda a ordem.
Ê o que faziam José
Antônio da Silva, na rua Direita n.° 112,
promissor se apresentava o negócio de livros que, ainda em 1823, o livreiro Francisco Luís Saturnino da Veiga, que vendia um tanto promiscuamente obras de Aristóteles e de Silvestre Pinheiro Ferreira, desejando casar-se pela segun da vez, emancipava os fiilios para que
94
Dicesto Econômico
95 '
DlCESTO Econónuco
êstes abrissem uma nova casa sob a
com a livraria da rua da Quitanda e
ceses fonnando o seu pecúlio na ven
sileiros e o maior de todos — Machado
firma João Pedro da Veiga e Cia.
indo Evaristo estabcIeccr-se na rua dos
da de livros e voltando para a França
Pescadores n.° 49, na loja que ganha
nunca esquecida: foi por exemplo o caso de Crcmièro e de Bompard. Por
de Assis. Brasileiros, como a partir da era regencial o humilde tipógrafo Fran
Essa livraria recém-fundada mudou
do balcão da rua da Alfândega n° 395
ria celebridade como centro de reunião
para o da ma da Quitanda esquina de
e conversa de alguns dos homens mais
São Pedro dos irmãos João Pedro e Eva-
inteligentes do tempo.
risto da Veiga, êste destinado a desem-
de volta da sessão da Câmara dos Depu
penTiar dentro de alguns anos papel da maior importância na ^ida política do Brasil, mas sempre prêso ao seu negó
tados, recebia amigos e correligionários,
cio de livros.
A 29 de Outubro de
1823 anunciavam os irmãos Veiga "por preços cômodos" obras de Bentham e
o "Cours de Politique Constitutionel-
le", em oito volumes, de Benjamin Constant. Não causaria surpresa, pois, que na Constituição outorgada a 25 de março de 1824 fôsse tão marcada
a influência do autor de "Adolphe". Obras de Benjamin Constant, de Ben
tham, de Blackstone, de Foy, de Ga-
nhill, de Ricardo, de Sismonde, de Say - para não alongar a lista - forma
vam o ciibedal de cultura política dos homens que atuavam no governo, no parlamento e na imprensa do Primei ro Reinado. Êsses e muitos outros li vros doutrinadores do liberalismo triunfante e do constitucionalismo avassalador já não precisavam entrar no
Brasil às escondidas, como os seus pre cursores do iséculo XVIII; eram ex postos à venda publicamente, anuncia
Nela, Evaristo,
comentava os acontecimentos, escrevia
Veiga e Cia. Franceses que mais tarde
pesara durante os tempos coloniais; a
"Aurora Fluminense" pertencera ao fran cês João Batista Bompard e em a maior do quantas então existiam. Possivelmen te, depois que passou à propriedade de Evaristo, deixou de vender "os verda
seriam seguidos nu tão francesa má do Ouvidor pelos Gamier, agentes de irra diação das letras do seu país e que edi tariam alguns dos grandes escritores bra
liberdade política trouxera a liberdade nrercial antes por assim dizer jamais exercida no Brasil.
deiros purgantes e vomitóríos Le Roy"
blica e Estatística, poetas vários, Sá de Miranda, um Telômaco em inglês e ita liano. Principalmente livros versando matéria política, uma vez que esta, no melhor sentido, tudo avassalara, e a indiferença a tal respeito era considera da "a mais funesta de todas as enfer midades morais".
1827, separaram-se, ficando João Pedro
da n.° 156, Ogier, Planclier etc. Fran-
primeiro imperador, que os irmãos Vei ga, ligados sempre por uma amizade
dos livros e com ela uma atividade co-
anunciados por Bompard no "Diário do Rio de Janeiro". Mas expunha as obras de Montesquieu, Rousseau o Beccaria a grande mistificação literária sob o no me de Ossian, livros sôbre os Estados Unidos e sua organização constitucio nal, sôbre a revolução espanhola, sôbre Economia Política, Administração Pú
das mais firmes, quatro anos depois, em
Negócio tão considerável se foi tor nando o comércio de livros no Rio do
dor n.° 113, como os já citados João Pedro da Veiga e Cia. e Evaristo da
do Rocio o ponto de encontro dos es critores e políticos mais em evidência e seria o primeiro editor nacional. Es tava longe a censura que sobre ós livros
A loja do redator da
artigos e cartas.
Além de Bompard, sucedido por Eva risto, e do pioneiro Paul Martin, empe nharam-se nessa época no comércio de livros ou em oficinas tipográficas outros franceses, como M. S. Cremíère, nego ciando em obras de medicina, Cogez, com estabelecimento na rua da Quitan
dos nos jornais.
tugueses ou brasileiros, como Coutinho e Agra, estabelecidos na rua do Ouvi
cisco de PaxUa Brito, também poeta ç
jornalista, que faria de sua loja no largo
Cêrcn de quatro milhões de carneiros c cordeiros, o que corresponde a ufíui quinta parte dos rebanhos, foram perdidos no princípio dêste ano, a mawr pane enterrados sob nevadas. Apresentando êsses dados, o ministro inglês da Agrico •' »
Tom WiUiaim,'declarou que as perdas sofridas consiitmam verdadeira catástrofe, que afetará o abastecimento de carne durante alguns anos. "Em 1947 - declarou Tom WiUiams -a imlústriajeve ani"punquerquj
acredito que, com o apoio devido, os agricultores ganharao a parttda
ao auxíd financeiro garantido pelo govÔrno, o mimstro da ^gn^tura fent^ que, na sua opinião,^ nenhum outro govêrno cncararm o problema com matOT """^'Tnvenio e a. inundações custarão à Grá-Bretarrha 1%% do çonsmno anual de batatas e do trigo, segundo revelou o Ministério da Ahmeniaçao.
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Dicesto Econômico
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DlCESTO Econónuco
êstes abrissem uma nova casa sob a
com a livraria da rua da Quitanda e
ceses fonnando o seu pecúlio na ven
sileiros e o maior de todos — Machado
firma João Pedro da Veiga e Cia.
indo Evaristo estabcIeccr-se na rua dos
da de livros e voltando para a França
Pescadores n.° 49, na loja que ganha
nunca esquecida: foi por exemplo o caso de Crcmièro e de Bompard. Por
de Assis. Brasileiros, como a partir da era regencial o humilde tipógrafo Fran
Essa livraria recém-fundada mudou
do balcão da rua da Alfândega n° 395
ria celebridade como centro de reunião
para o da ma da Quitanda esquina de
e conversa de alguns dos homens mais
São Pedro dos irmãos João Pedro e Eva-
inteligentes do tempo.
risto da Veiga, êste destinado a desem-
de volta da sessão da Câmara dos Depu
penTiar dentro de alguns anos papel da maior importância na ^ida política do Brasil, mas sempre prêso ao seu negó
tados, recebia amigos e correligionários,
cio de livros.
A 29 de Outubro de
1823 anunciavam os irmãos Veiga "por preços cômodos" obras de Bentham e
o "Cours de Politique Constitutionel-
le", em oito volumes, de Benjamin Constant. Não causaria surpresa, pois, que na Constituição outorgada a 25 de março de 1824 fôsse tão marcada
a influência do autor de "Adolphe". Obras de Benjamin Constant, de Ben
tham, de Blackstone, de Foy, de Ga-
nhill, de Ricardo, de Sismonde, de Say - para não alongar a lista - forma
vam o ciibedal de cultura política dos homens que atuavam no governo, no parlamento e na imprensa do Primei ro Reinado. Êsses e muitos outros li vros doutrinadores do liberalismo triunfante e do constitucionalismo avassalador já não precisavam entrar no
Brasil às escondidas, como os seus pre cursores do iséculo XVIII; eram ex postos à venda publicamente, anuncia
Nela, Evaristo,
comentava os acontecimentos, escrevia
Veiga e Cia. Franceses que mais tarde
pesara durante os tempos coloniais; a
"Aurora Fluminense" pertencera ao fran cês João Batista Bompard e em a maior do quantas então existiam. Possivelmen te, depois que passou à propriedade de Evaristo, deixou de vender "os verda
seriam seguidos nu tão francesa má do Ouvidor pelos Gamier, agentes de irra diação das letras do seu país e que edi tariam alguns dos grandes escritores bra
liberdade política trouxera a liberdade nrercial antes por assim dizer jamais exercida no Brasil.
deiros purgantes e vomitóríos Le Roy"
blica e Estatística, poetas vários, Sá de Miranda, um Telômaco em inglês e ita liano. Principalmente livros versando matéria política, uma vez que esta, no melhor sentido, tudo avassalara, e a indiferença a tal respeito era considera da "a mais funesta de todas as enfer midades morais".
1827, separaram-se, ficando João Pedro
da n.° 156, Ogier, Planclier etc. Fran-
primeiro imperador, que os irmãos Vei ga, ligados sempre por uma amizade
dos livros e com ela uma atividade co-
anunciados por Bompard no "Diário do Rio de Janeiro". Mas expunha as obras de Montesquieu, Rousseau o Beccaria a grande mistificação literária sob o no me de Ossian, livros sôbre os Estados Unidos e sua organização constitucio nal, sôbre a revolução espanhola, sôbre Economia Política, Administração Pú
das mais firmes, quatro anos depois, em
Negócio tão considerável se foi tor nando o comércio de livros no Rio do
dor n.° 113, como os já citados João Pedro da Veiga e Cia. e Evaristo da
do Rocio o ponto de encontro dos es critores e políticos mais em evidência e seria o primeiro editor nacional. Es tava longe a censura que sobre ós livros
A loja do redator da
artigos e cartas.
Além de Bompard, sucedido por Eva risto, e do pioneiro Paul Martin, empe nharam-se nessa época no comércio de livros ou em oficinas tipográficas outros franceses, como M. S. Cremíère, nego ciando em obras de medicina, Cogez, com estabelecimento na rua da Quitan
dos nos jornais.
tugueses ou brasileiros, como Coutinho e Agra, estabelecidos na rua do Ouvi
cisco de PaxUa Brito, também poeta ç
jornalista, que faria de sua loja no largo
Cêrcn de quatro milhões de carneiros c cordeiros, o que corresponde a ufíui quinta parte dos rebanhos, foram perdidos no princípio dêste ano, a mawr pane enterrados sob nevadas. Apresentando êsses dados, o ministro inglês da Agrico •' »
Tom WiUiaim,'declarou que as perdas sofridas consiitmam verdadeira catástrofe, que afetará o abastecimento de carne durante alguns anos. "Em 1947 - declarou Tom WiUiams -a imlústriajeve ani"punquerquj
acredito que, com o apoio devido, os agricultores ganharao a parttda
ao auxíd financeiro garantido pelo govÔrno, o mimstro da ^gn^tura fent^ que, na sua opinião,^ nenhum outro govêrno cncararm o problema com matOT """^'Tnvenio e a. inundações custarão à Grá-Bretarrha 1%% do çonsmno anual de batatas e do trigo, segundo revelou o Ministério da Ahmeniaçao.
/■'Si
Dicesto
í-tl uso da borratha enlre os civilizados por Gastão CniA-s
Prosseguindo a série dos artigos sôbre a Amazônia, Gasião Cruls, depois de tra tar do "Uso da borracha entre os índios", escreve, com a graça e a vivacidade de
Especial papa o *'Dice.sto EcoNÓ^fIco"
Em artigo anterior, tivemos ocasião de
di2«.'r que foi entre os índios americanos, principalmente os du região amazônica,
estilo que lhe são peculiares, sobre o
que O.S colonizadores europeus tnwaram
seu uso entre os civilizados.
conhecimento com a borracha e apren deram a tirar partido das suas proprie dades impermeabilizantes, já aproveita das por aqueles sôbre os seus rudimen
Twain disse de uma feita que
quando viu pela primeira vez a plan ta da borracha, a árvore, provavelmen te, estava fora de estação, pois que não ostentava nos seus galhos nem galodias nem suspensórios.
No seu gracejo não deixou de ser
bastante modesto o inesgotável humoris ta americano. Se êle quisesse ter visto a seringueira em pleno período de fruti
tares tecidos.
E tanto é assim que o.s padres missio
nários entraram logo a preparar capas e outros agasalhos à prova dágua, com que melhor afrontassem as violentas in
tempéries locais. E foi assim que tam bém nasceram as primeiras botas e sa
estilos.
Entretanto, tudo isso não se conseguiu num só dia e bem lentos e dificultosos foram os passos iniciais nesse ramo da indústria até que a matéria bruta, isto é, o látex das héveas adquirisse todas as qualidades que o tomam sem similar
para o fabrico de inúmeros produtos.
Um dos primeiros beneficiamentos operados sôbre a borracha, foi a sua
de Boston.
dissolução na essência de alcatrão, reali
Daí por diante, sempre em quantida
zada por Charles Mackintosch, em 1825,
des crescentes, amiudaram-se as remes
e que muito facilitou a indústria das
sas dessa mercadoria das longínquas flo
roupas impermeabilizadas. Mas, até então, ainda não pudera ser
restas amazônicas até os portos de Nova Iorque e Salém. Todo ésse calçado, en
corrigido um dos mais graves defeitos
tretanto, era feito da maneira mais pri
apresentados pela goma elástica e que
mitiva possível.
eram as alterações da sua viscosidade por
Sobre toscos moldes de
pau, recobertos dc um induto de argila,
influência da temperatura. Assim é que,
iam sendo passadas sucessivas camadas
por ação do frio, ela se tomava extre
de borracha, que se coagulavam ao fogo,
mamente dura e, por ação do calor, de
por meio de defumação. Quando o sa pato estava conformado e suas paredes haviam conseguido certa espessura, era pôsto a secai*, depois do que, para mais fàcilmcnte retirá-lo da fôrma, quebra va-se o revestimento de argila.
Priestiey, em 1770, lhe liavia assinalado
outro préstimo, mostrando que servia para apagar os traços de lápis.
De fato, já foram computadas em mais de 30.000 as utilidades da goma artefatos diferentes, se dêstes se fizer uma separação por tamanhos, côres e
gosto, foram descarregados nas docas
fôssem aproveitadas as suas qualidades impermeabilizantes, já o químico inglês
de Natal, cujos ramos vergassem ao pêso da mais variegada mostra de objetos.
B. F. Goodrich com ela prepara 36.642
bico fino e douradas com incrível mau
Diga-se que antes que da borracha
ficação e tal como prefigurava a sua fantasia, teria que ter diante dos olhos uma descomunal e espalhafatosa árvore
elástica e só a Companhia Americana
Econômico
Data
mesmo dai o seu nome inglês "índia rubber', conservado até hoje, e que não patos de borracha. A princípio, apenas para atender às necessidades individuaiá; mais tarde, já aproveitadas como pro duto de exportação, aliás, a primeira maneira por que a borracha apareceu
se limita apenas a caracterizar os bas-
masiadamente pegajosa.
Foi Charles.
Goodyear quem resolveu êsse problema, pela sua combinação com c enxòfre, e
que era o passo decisivo para a grande descoberta de Hancock: a "vulcanização"
do produto, isto é, a possibilidade de tomar permanente a sua elasticidade. A partir desta data, 1842, a borracha entra na sua fase de grande industriali zação. principalmente depois que, em 1890, Dunlop descobriu o pneumático e o século XX passa a ser o século do au tomóvel e do aeroplano. E não será preciso acrescentar mais
nada quando se disser que num auto móvel moderno entram de 280 a 330 acessórios de borracha e montam a 400 as peças de igual matéria até que um
tonetes de goma elástica indispensável a quem escreve ou desenha, mas generali zou-se também como designação do pró
aeroolano de dois motores esteja comple
prio produto natural.
tamente pronto.
nos mercados exteriores.
Sim, porque se já pelo meado do sé culo XVIII, D. José I, rei de Portugal, se^ metia em toscas sapatrancas de bor
racha, que lhe eram enviadas de presen
O ministro da Viação, de acordo com o parecer do Departamento Nacional
de Estradas de Ferro e na forma pedida pela Cia. Ferroviária São Paulo-Goiás, aprovou o orçamento na importância dc Cr$ 2.181.293,10, para substituição de
trilhos daquela ferrovia entre Monte Azul e Luís Barreto, e homologou a despesa
te por súditos brasileiros, foi só em
de Cr$ 1.192.453,00, verificada sôbre o valor do orçamento aprovado em 7 de
1823 que 500 pares de galochas, de
viço de substituição dos trilhos no trecho de Bebedouro a Monte Azul.
novembro do 1934, do govêrno do Estado de São Paulo, relativo, também, a ser
/■'Si
Dicesto
í-tl uso da borratha enlre os civilizados por Gastão CniA-s
Prosseguindo a série dos artigos sôbre a Amazônia, Gasião Cruls, depois de tra tar do "Uso da borracha entre os índios", escreve, com a graça e a vivacidade de
Especial papa o *'Dice.sto EcoNÓ^fIco"
Em artigo anterior, tivemos ocasião de
di2«.'r que foi entre os índios americanos, principalmente os du região amazônica,
estilo que lhe são peculiares, sobre o
que O.S colonizadores europeus tnwaram
seu uso entre os civilizados.
conhecimento com a borracha e apren deram a tirar partido das suas proprie dades impermeabilizantes, já aproveita das por aqueles sôbre os seus rudimen
Twain disse de uma feita que
quando viu pela primeira vez a plan ta da borracha, a árvore, provavelmen te, estava fora de estação, pois que não ostentava nos seus galhos nem galodias nem suspensórios.
No seu gracejo não deixou de ser
bastante modesto o inesgotável humoris ta americano. Se êle quisesse ter visto a seringueira em pleno período de fruti
tares tecidos.
E tanto é assim que o.s padres missio
nários entraram logo a preparar capas e outros agasalhos à prova dágua, com que melhor afrontassem as violentas in
tempéries locais. E foi assim que tam bém nasceram as primeiras botas e sa
estilos.
Entretanto, tudo isso não se conseguiu num só dia e bem lentos e dificultosos foram os passos iniciais nesse ramo da indústria até que a matéria bruta, isto é, o látex das héveas adquirisse todas as qualidades que o tomam sem similar
para o fabrico de inúmeros produtos.
Um dos primeiros beneficiamentos operados sôbre a borracha, foi a sua
de Boston.
dissolução na essência de alcatrão, reali
Daí por diante, sempre em quantida
zada por Charles Mackintosch, em 1825,
des crescentes, amiudaram-se as remes
e que muito facilitou a indústria das
sas dessa mercadoria das longínquas flo
roupas impermeabilizadas. Mas, até então, ainda não pudera ser
restas amazônicas até os portos de Nova Iorque e Salém. Todo ésse calçado, en
corrigido um dos mais graves defeitos
tretanto, era feito da maneira mais pri
apresentados pela goma elástica e que
mitiva possível.
eram as alterações da sua viscosidade por
Sobre toscos moldes de
pau, recobertos dc um induto de argila,
influência da temperatura. Assim é que,
iam sendo passadas sucessivas camadas
por ação do frio, ela se tomava extre
de borracha, que se coagulavam ao fogo,
mamente dura e, por ação do calor, de
por meio de defumação. Quando o sa pato estava conformado e suas paredes haviam conseguido certa espessura, era pôsto a secai*, depois do que, para mais fàcilmcnte retirá-lo da fôrma, quebra va-se o revestimento de argila.
Priestiey, em 1770, lhe liavia assinalado
outro préstimo, mostrando que servia para apagar os traços de lápis.
De fato, já foram computadas em mais de 30.000 as utilidades da goma artefatos diferentes, se dêstes se fizer uma separação por tamanhos, côres e
gosto, foram descarregados nas docas
fôssem aproveitadas as suas qualidades impermeabilizantes, já o químico inglês
de Natal, cujos ramos vergassem ao pêso da mais variegada mostra de objetos.
B. F. Goodrich com ela prepara 36.642
bico fino e douradas com incrível mau
Diga-se que antes que da borracha
ficação e tal como prefigurava a sua fantasia, teria que ter diante dos olhos uma descomunal e espalhafatosa árvore
elástica e só a Companhia Americana
Econômico
Data
mesmo dai o seu nome inglês "índia rubber', conservado até hoje, e que não patos de borracha. A princípio, apenas para atender às necessidades individuaiá; mais tarde, já aproveitadas como pro duto de exportação, aliás, a primeira maneira por que a borracha apareceu
se limita apenas a caracterizar os bas-
masiadamente pegajosa.
Foi Charles.
Goodyear quem resolveu êsse problema, pela sua combinação com c enxòfre, e
que era o passo decisivo para a grande descoberta de Hancock: a "vulcanização"
do produto, isto é, a possibilidade de tomar permanente a sua elasticidade. A partir desta data, 1842, a borracha entra na sua fase de grande industriali zação. principalmente depois que, em 1890, Dunlop descobriu o pneumático e o século XX passa a ser o século do au tomóvel e do aeroplano. E não será preciso acrescentar mais
nada quando se disser que num auto móvel moderno entram de 280 a 330 acessórios de borracha e montam a 400 as peças de igual matéria até que um
tonetes de goma elástica indispensável a quem escreve ou desenha, mas generali zou-se também como designação do pró
aeroolano de dois motores esteja comple
prio produto natural.
tamente pronto.
nos mercados exteriores.
Sim, porque se já pelo meado do sé culo XVIII, D. José I, rei de Portugal, se^ metia em toscas sapatrancas de bor
racha, que lhe eram enviadas de presen
O ministro da Viação, de acordo com o parecer do Departamento Nacional
de Estradas de Ferro e na forma pedida pela Cia. Ferroviária São Paulo-Goiás, aprovou o orçamento na importância dc Cr$ 2.181.293,10, para substituição de
trilhos daquela ferrovia entre Monte Azul e Luís Barreto, e homologou a despesa
te por súditos brasileiros, foi só em
de Cr$ 1.192.453,00, verificada sôbre o valor do orçamento aprovado em 7 de
1823 que 500 pares de galochas, de
viço de substituição dos trilhos no trecho de Bebedouro a Monte Azul.
novembro do 1934, do govêrno do Estado de São Paulo, relativo, também, a ser
Digesto
Econômico
de 1.® df abril de 1808.
Origens da Indústria de Tecidos em Minas Gerais
99
Antes disso
j^o período que vai da proclamação da
O A. examina as várias tentativos de or-
liberdade de indústria a 1.° de abril
ganizítção fabril cm Minas Gerais c em
não é provável que se tivesse permitido sequer a entrada dos tais exemplares de máquinas de tecelagem. Na sua conversiição com Sainl'Hilairc, o padre não fixou a data dc sua chegada, nem mes
traços rápidos descreve os principais
mo se referiu, prudentemente, à causa
por Américo Jacobina Lacombe
de 1808, até ao domínio da manufatura
inglesa, que derivou do tratado de 1810, várias tentativas de organização fabril surgiram em Minas Gerais. O precursor dêste movimento foi o
venerando in
Especial paha o "Digesto Econónoco"
serviços prestados a sua terra pelo pai
de seu exílio. Limitou-se a dizer que "tendo passado algum tempo em Portu gal", de lá trouxera máquinas, etc. (4).
do mordomo do Imperador Pedro II, que atendeu ao avelo do venerando pa dre inconfidente Manuel Podrinttes da Costa, o
verdadeiro
precursor
dessa
Também se referiu com pessimismo
iniciativa.
confidente padre Manuel Rodrigues da
aos seus comprov incianos o padre Ro
Costa. A êle se refere Saint'Hilaire_|na sua primeira viagem a Minas (1). Dele
no Registro Velho, perto de Barbacena,
ouviu o sábio viajante, no Registro Ve lho, que havia trazido de Portugal "má
chegando até a fornecer fardamento pa ra o corpo de polícia do Rio de Janei
quinas próprias para tecer o linho e fa
ro" (2).
zer diversos outros tecidos, que convi dara todos a virem ver essas máquinas e a construir outras semelhantes, mas
que ninguém se aproveitou desse ofere cimento; que tinha inutilmente dado
parte ao govêmo dos seus projetos de in crementar, na província de Minas, as
artes úteis; não recebera resposta, nem
estimulo . Todavia, o padre Rodrigues da Costa fabricara, para seu uso, algu mas peças, que Saint'Hilairé julgou re-
da Fazenda, benemerêncías notáveis pra
ticadas pelo ilustre progenitor. (5). Serrira por 44 anoá nas diversas pra
ças da milícia até atingir o posto de coronel, tendo sido o criador do regi mento de Santa Luzia. Antes disso, co
mandara o de Paracatu, a cem léguas de distância da sua residência, nunca tendo faltado aos deveras. Constavam nos li\TOS da briosa corporação, que tantos elogios mereceu de SaintT-Iilaíre, muitas
provas do seu grande espírito público.
drigues da Costa ao declarar que "nin
Fardara à sua custa o Regimento, quan
guém" se aproveitou do oferecimento que fez para que vies sem ver as máquinas
do êsle teve ordem de partir para o Sul, contribuindo,
além
disso, com 2:500$000
outras
para as despesas da
rece muito claro na história da tenta
De dois vultos, pelo
guerra. Fòra "fazen deiro de agricultura",
tiva do padre-inconfidente. Segundo dá
menos, sabemos que
senhor de engenho,
a entender
aderiram, com
e
Há um ponto, porém, que. não pa
o
autor
construírem
semelhantes.
das "Efemérides
comerciante em gros
entu
so e possuía "uma das principais lavras
siasmo, ao apelo do
Mineiras" (3) o ' padre Rodrigues da
dessa data, já que se desconhece a sen
velho sacerdote. Um deles foi o coronel Antônio Barbosa da
tença dos eclesiásticos envolvidos na con juração, julgados em processo a parte, no Reino. Por aquela' época não pode
Silva, pai do conselheiro general Paulo Barbosa da Silva, mordomo do impera
aberta a sua bôlsa para as necessidades
dor D. Pedro II e de muitos outros
contribuições em dinheiro para as ne
Costa teria voltado a Minas em cerca de
1802. Será difícil averiguar a exatidão
do país". O govêmo encontrara
sempre
públicas. Além de inúmeras e valiosas
ria êle tentar a introdução de filatórios
fi'hos notáveis entre os quais o comen
cessidades do Estado, sendo grande mi-
Essas experiências, a que o inconfi dente se referia tão desalentadoramente,
òm Minas, estando em pleno vigor o
dador Antônio Barbosa da Silva, que se
alvará de 5 de janeiro de 1785, que
transferiu
nerador de salitre, ofereceu, de uma vez, cem arrobas dêste produto para o
tiveram, porém, grande efeito moral. E
ordenou fossem extintas todas as fábri-
numerosa e ilustre família.
gulares.
parece mesmo que tivçram extensão bem
cas, manufaturas ou teares de qualquer
para
Bananal, constituindo
Êste coronel Antônio Barbosa da .Silva
maior do que fazia crer, modestamente,
natureza, exceptuadas sòmente as des
não foi um nome que se confunda com
o bom do sacerdote. Pelo menos em re cente estudo acêrca do assunto, afir ma-se que "ao regressar à Pátria, e sem
tinadas à produção de fazendas grossas
a multidão de aventureiros que acorre ram a Minas pelo seu tempo. Quando,
atender à sua condição de suspeito", o ex-inconfidente "empregou sua fortuna em "fábricas de tecidos de lã e algodão",
de algodão, para uso dos negros. Mas
apôs sua morte, Paulo Barbosa requei ao govêrno o paganiénto da mercê a que os seus serviços haviam feito jus, consegue justificar, perante o Conselho
se a sua volta se -deu em 1808, como
querem outros, neste caso a sua ini ciativa de trazer os maquiriismos já seria
conseqüência da boa nova do alvará ,
início da fábrica real, instalada na La
goa Rodrigo de Freitas.
Franqueara,
outrossim, ao povo, suas matas e minas
de salitre. Serviu à República, em vá rias ocasiões, como vereador, ou ainda,
como Juiz Ordinário, Juiz de Órfãos e Almotacé. (6).
Nesta justificação, recheada de do cumentos, Paulo Barbosa reivindica, en-
Digesto
Econômico
de 1.® df abril de 1808.
Origens da Indústria de Tecidos em Minas Gerais
99
Antes disso
j^o período que vai da proclamação da
O A. examina as várias tentativos de or-
liberdade de indústria a 1.° de abril
ganizítção fabril cm Minas Gerais c em
não é provável que se tivesse permitido sequer a entrada dos tais exemplares de máquinas de tecelagem. Na sua conversiição com Sainl'Hilairc, o padre não fixou a data dc sua chegada, nem mes
traços rápidos descreve os principais
mo se referiu, prudentemente, à causa
por Américo Jacobina Lacombe
de 1808, até ao domínio da manufatura
inglesa, que derivou do tratado de 1810, várias tentativas de organização fabril surgiram em Minas Gerais. O precursor dêste movimento foi o
venerando in
Especial paha o "Digesto Econónoco"
serviços prestados a sua terra pelo pai
de seu exílio. Limitou-se a dizer que "tendo passado algum tempo em Portu gal", de lá trouxera máquinas, etc. (4).
do mordomo do Imperador Pedro II, que atendeu ao avelo do venerando pa dre inconfidente Manuel Podrinttes da Costa, o
verdadeiro
precursor
dessa
Também se referiu com pessimismo
iniciativa.
confidente padre Manuel Rodrigues da
aos seus comprov incianos o padre Ro
Costa. A êle se refere Saint'Hilaire_|na sua primeira viagem a Minas (1). Dele
no Registro Velho, perto de Barbacena,
ouviu o sábio viajante, no Registro Ve lho, que havia trazido de Portugal "má
chegando até a fornecer fardamento pa ra o corpo de polícia do Rio de Janei
quinas próprias para tecer o linho e fa
ro" (2).
zer diversos outros tecidos, que convi dara todos a virem ver essas máquinas e a construir outras semelhantes, mas
que ninguém se aproveitou desse ofere cimento; que tinha inutilmente dado
parte ao govêmo dos seus projetos de in crementar, na província de Minas, as
artes úteis; não recebera resposta, nem
estimulo . Todavia, o padre Rodrigues da Costa fabricara, para seu uso, algu mas peças, que Saint'Hilairé julgou re-
da Fazenda, benemerêncías notáveis pra
ticadas pelo ilustre progenitor. (5). Serrira por 44 anoá nas diversas pra
ças da milícia até atingir o posto de coronel, tendo sido o criador do regi mento de Santa Luzia. Antes disso, co
mandara o de Paracatu, a cem léguas de distância da sua residência, nunca tendo faltado aos deveras. Constavam nos li\TOS da briosa corporação, que tantos elogios mereceu de SaintT-Iilaíre, muitas
provas do seu grande espírito público.
drigues da Costa ao declarar que "nin
Fardara à sua custa o Regimento, quan
guém" se aproveitou do oferecimento que fez para que vies sem ver as máquinas
do êsle teve ordem de partir para o Sul, contribuindo,
além
disso, com 2:500$000
outras
para as despesas da
rece muito claro na história da tenta
De dois vultos, pelo
guerra. Fòra "fazen deiro de agricultura",
tiva do padre-inconfidente. Segundo dá
menos, sabemos que
senhor de engenho,
a entender
aderiram, com
e
Há um ponto, porém, que. não pa
o
autor
construírem
semelhantes.
das "Efemérides
comerciante em gros
entu
so e possuía "uma das principais lavras
siasmo, ao apelo do
Mineiras" (3) o ' padre Rodrigues da
dessa data, já que se desconhece a sen
velho sacerdote. Um deles foi o coronel Antônio Barbosa da
tença dos eclesiásticos envolvidos na con juração, julgados em processo a parte, no Reino. Por aquela' época não pode
Silva, pai do conselheiro general Paulo Barbosa da Silva, mordomo do impera
aberta a sua bôlsa para as necessidades
dor D. Pedro II e de muitos outros
contribuições em dinheiro para as ne
Costa teria voltado a Minas em cerca de
1802. Será difícil averiguar a exatidão
do país". O govêmo encontrara
sempre
públicas. Além de inúmeras e valiosas
ria êle tentar a introdução de filatórios
fi'hos notáveis entre os quais o comen
cessidades do Estado, sendo grande mi-
Essas experiências, a que o inconfi dente se referia tão desalentadoramente,
òm Minas, estando em pleno vigor o
dador Antônio Barbosa da Silva, que se
alvará de 5 de janeiro de 1785, que
transferiu
nerador de salitre, ofereceu, de uma vez, cem arrobas dêste produto para o
tiveram, porém, grande efeito moral. E
ordenou fossem extintas todas as fábri-
numerosa e ilustre família.
gulares.
parece mesmo que tivçram extensão bem
cas, manufaturas ou teares de qualquer
para
Bananal, constituindo
Êste coronel Antônio Barbosa da .Silva
maior do que fazia crer, modestamente,
natureza, exceptuadas sòmente as des
não foi um nome que se confunda com
o bom do sacerdote. Pelo menos em re cente estudo acêrca do assunto, afir ma-se que "ao regressar à Pátria, e sem
tinadas à produção de fazendas grossas
a multidão de aventureiros que acorre ram a Minas pelo seu tempo. Quando,
atender à sua condição de suspeito", o ex-inconfidente "empregou sua fortuna em "fábricas de tecidos de lã e algodão",
de algodão, para uso dos negros. Mas
apôs sua morte, Paulo Barbosa requei ao govêrno o paganiénto da mercê a que os seus serviços haviam feito jus, consegue justificar, perante o Conselho
se a sua volta se -deu em 1808, como
querem outros, neste caso a sua ini ciativa de trazer os maquiriismos já seria
conseqüência da boa nova do alvará ,
início da fábrica real, instalada na La
goa Rodrigo de Freitas.
Franqueara,
outrossim, ao povo, suas matas e minas
de salitre. Serviu à República, em vá rias ocasiões, como vereador, ou ainda,
como Juiz Ordinário, Juiz de Órfãos e Almotacé. (6).
Nesta justificação, recheada de do cumentos, Paulo Barbosa reivindica, en-
Djcesto Econômico
ico
tão, para o pai, a grande glória de um dos pioneiros da indústria de tecidos
cipe muito apreciara as mesmas amos
tras e "muito benignamente as aceitou".
Dicesto
Econômico
101
obterem quem os ensinasse, fui servido pela minha imediata e Real Resolução
tivos a essa indústria sabarense que, no
de 16 de novembro do ano passado, to mada em consulta da Real Junta do
de Souza Coutinho, conde de Linhares:
dizer do conde de Linhares, ia tão adian tada no ano de 1810. Nos termos da
gação dêstc Estado do Brasil e Domí
em Minas. O principal documento, neste
sentido, é a seguinte carta do grande ministro de D. João que foi D. Rodrigo
Não se encontram outros dados rela
Comércio, Agricultura, Fábricas, Nave
Que estas pequenas notas sòbre uma
fase efêmera, mas importantíssima, da história industrial do Brasil, despertem algum interesse por parte dos estudiosos do passado. Nos inventários do fim do século XVIII e início do XIX jazem, certamente, muitos dados para a cons- } tnição da imagem desse período de ;
"Tendo recebido a carta de V. Mcè.,
justificação que vimos examinando, o
nios Ultramarinos, ordenar que a essa
digo, carta que V.Mcê me dirigiu na
coronel Antônio Barbosa, "tendo ordem
dita Capitania fosse enviado um mestre
data de 30 de outubro do ano p.p-> não
(sic) para promover as artes e fábri
fabricante de tecidos à custa do cofre
transição da história mineira a que se j
posso deixar de ser muito sensível ao
cas, fez plantar linho, "mandou vir da Europa artistas", e fez tecer linho. lãs,
da mesma Real Junta e com o venci
referia Afonso Arinos de Melo Franco, ; ainda recentemente, (8) entre o desa
algodões lisos e lavrados, das quais as primeiras peças foram presentes ao Rei".
mesmo cofre, afim de ensinar a todas as
oferecimento que V.Mcê me fazia de algumas amostras de tecidos e outros
produtos da indústria "que se acha tão adiantada nessa vila de Sabará".
Trata-se, como se vê, de um em
mento de 600 rs. por dia, pagos pelo pessoas que tenham estabelecido tea
nimo pela decadência da mineração e | o despertar da agricultura e da indús
res".
tria que vão caracterizar o século XDC.
Êste mestre enviado a Minas, segun do se vê da mesma provisão, que é bas tante longa, foi José Lopes, e devia fi
(1) A. de Saint'Hilaire: "Viagem pe
Mas não querendo, de modo algum,
preendimento industrial de certo vulto,
alterar o constante sistema que sempre observei durante o tempo que tenho tido a honra de achar-me empregado no ministério, não será estranho que, em
com agricultura adequada c contrato d€ técnicos especializados. Infelizmente não temos elementos para saber quanto terá durado. Ao tempo da morte do coronel,
car de baixo da vigilância dos ouvidores, a fim de que trab:il!iasse com assiduida
agradecendo mui sinceramente a V.Mcê a sua obsequiosa lembrança, deixe de aceitar o presente, que me enviava, de
em 1817, já não existia. Ao menos não
de e se não tomasse inútil a despesa
há referência alguma a respeito no seu
que com êlc se ia fazer. De outro industrial de tecidos, dêstes
vendo acrescentar que, respondendo eu
Restaria, também, examinar até que
isto mesmo ao dr. Manuel Bemardes
curioso inventário.
tempos heróicos da tecelagem no Brasil,
las Províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais". (Trad. cie Ciado Ribeiro de Lessa). S. Paulo, 1938 I, 112.
(2) Paulo Tamm: "A Fíunília Mascarenhas e a Indústria Têxtil em
Minas".
Belo Horizonte, 19-40.
P. 303.
mara, por quem me foi entregue a sua
ponto a boa impressão causada ao govêrno pelos resultados da iniciativa sa barense influiu para a deliberação de
dita carta, ele se lembrou de oferecer a
franco auxílio ao movimento industrial,
Ribeiro, sogro do visconde de Caeté, e,
consubstanciado no envio a Minas de
pois, antepassado do eminentíssimo car
técnicos especializados. É o que se ve
deal Vasconcelos Mota.
rifica na seguinte provisão, regia de 11 de maio de 1813, dirigida ao governador
tado, entre 1808 e 1811, na fazenda do
nuscritos da Bib. Nacional. C. 64-
Rio São João, município de Santa Bár bara, havia iniciado, igualmente, a cul tura do linho e do algodão e construído
17). (6-) Certidões da Milícia de Minas c
Pereira da Veiga, médico da Real Câ
S.A.R. o Príncipe Regente N. S., o mesmo que V.Mcê me destinava, jul gando que seria digno da curiosidade de S.A.R. ver "o adiantamento da in
dústria dessa parte do Brasil" e pelo mesmo doutor saberá V.Mcê o resulta
do da sua deliberação, que estimarei me reça a Sua Real Aprovação.
Palácio do Rio de Janeiro, em 11 de Janeiro de 1811".
de Minás (7):
"... querendo socorrer, com auxílio positivo e eficaz, "aquelas manufaturas que se há principiado nessa capitania" e
que se não podem elevar à desejada per
sei que se ocupa o incansável pesqui
(3) Xavier da Veiga: "Efemérides Mi
sador mineiro sr. Salomão de Vasconce
neiras".
los. Trata-se do coronel João da Mota
118.
O coronel Ri
beiro, segundo informa o historiador ci
filalórios.
Isto mesmo demonstrará Salomão de
feição pela falta que há de mestres e
Vasconcelos em memória histórica que,
E realmente, por carta do dito dr.
fabricantes que as hajam de dirigir, ali
tanto pelo assunto, quanto pelo valoi
Manuel Bemardes Pereira da Veiga, o
viando os empreendedores de parte da
que empresta sempre aos seus trabalhos,
coronel Barbosa veio a saber que o Prín
despesa, que lhes seria necessário para
aguardamos com a mais viva ansiedade.
Ouro Preto, 1897 — II.
(4) Loc. cit. (5) Sentença de Justificação pelo Tri bunal do Conselho da Fazenda a favor do Tenente Paulo Barbosa
da Silva — 1820. (Secção de Ma
Atestado do conde de Palma. Foi testemunha do Tenente Paulo Bar
bosa, entre outros, Francisco de
Meio Franco, "que vive com seu pai, médico da Real Câmara de S. M.";
(7) Paulo Tamm: Op. cit. p. 306. (8) Digesto Econômico, n.° 29 — IV - 1947 - P. 53.
Djcesto Econômico
ico
tão, para o pai, a grande glória de um dos pioneiros da indústria de tecidos
cipe muito apreciara as mesmas amos
tras e "muito benignamente as aceitou".
Dicesto
Econômico
101
obterem quem os ensinasse, fui servido pela minha imediata e Real Resolução
tivos a essa indústria sabarense que, no
de 16 de novembro do ano passado, to mada em consulta da Real Junta do
de Souza Coutinho, conde de Linhares:
dizer do conde de Linhares, ia tão adian tada no ano de 1810. Nos termos da
gação dêstc Estado do Brasil e Domí
em Minas. O principal documento, neste
sentido, é a seguinte carta do grande ministro de D. João que foi D. Rodrigo
Não se encontram outros dados rela
Comércio, Agricultura, Fábricas, Nave
Que estas pequenas notas sòbre uma
fase efêmera, mas importantíssima, da história industrial do Brasil, despertem algum interesse por parte dos estudiosos do passado. Nos inventários do fim do século XVIII e início do XIX jazem, certamente, muitos dados para a cons- } tnição da imagem desse período de ;
"Tendo recebido a carta de V. Mcè.,
justificação que vimos examinando, o
nios Ultramarinos, ordenar que a essa
digo, carta que V.Mcê me dirigiu na
coronel Antônio Barbosa, "tendo ordem
dita Capitania fosse enviado um mestre
data de 30 de outubro do ano p.p-> não
(sic) para promover as artes e fábri
fabricante de tecidos à custa do cofre
transição da história mineira a que se j
posso deixar de ser muito sensível ao
cas, fez plantar linho, "mandou vir da Europa artistas", e fez tecer linho. lãs,
da mesma Real Junta e com o venci
referia Afonso Arinos de Melo Franco, ; ainda recentemente, (8) entre o desa
algodões lisos e lavrados, das quais as primeiras peças foram presentes ao Rei".
mesmo cofre, afim de ensinar a todas as
oferecimento que V.Mcê me fazia de algumas amostras de tecidos e outros
produtos da indústria "que se acha tão adiantada nessa vila de Sabará".
Trata-se, como se vê, de um em
mento de 600 rs. por dia, pagos pelo pessoas que tenham estabelecido tea
nimo pela decadência da mineração e | o despertar da agricultura e da indús
res".
tria que vão caracterizar o século XDC.
Êste mestre enviado a Minas, segun do se vê da mesma provisão, que é bas tante longa, foi José Lopes, e devia fi
(1) A. de Saint'Hilaire: "Viagem pe
Mas não querendo, de modo algum,
preendimento industrial de certo vulto,
alterar o constante sistema que sempre observei durante o tempo que tenho tido a honra de achar-me empregado no ministério, não será estranho que, em
com agricultura adequada c contrato d€ técnicos especializados. Infelizmente não temos elementos para saber quanto terá durado. Ao tempo da morte do coronel,
car de baixo da vigilância dos ouvidores, a fim de que trab:il!iasse com assiduida
agradecendo mui sinceramente a V.Mcê a sua obsequiosa lembrança, deixe de aceitar o presente, que me enviava, de
em 1817, já não existia. Ao menos não
de e se não tomasse inútil a despesa
há referência alguma a respeito no seu
que com êlc se ia fazer. De outro industrial de tecidos, dêstes
vendo acrescentar que, respondendo eu
Restaria, também, examinar até que
isto mesmo ao dr. Manuel Bemardes
curioso inventário.
tempos heróicos da tecelagem no Brasil,
las Províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais". (Trad. cie Ciado Ribeiro de Lessa). S. Paulo, 1938 I, 112.
(2) Paulo Tamm: "A Fíunília Mascarenhas e a Indústria Têxtil em
Minas".
Belo Horizonte, 19-40.
P. 303.
mara, por quem me foi entregue a sua
ponto a boa impressão causada ao govêrno pelos resultados da iniciativa sa barense influiu para a deliberação de
dita carta, ele se lembrou de oferecer a
franco auxílio ao movimento industrial,
Ribeiro, sogro do visconde de Caeté, e,
consubstanciado no envio a Minas de
pois, antepassado do eminentíssimo car
técnicos especializados. É o que se ve
deal Vasconcelos Mota.
rifica na seguinte provisão, regia de 11 de maio de 1813, dirigida ao governador
tado, entre 1808 e 1811, na fazenda do
nuscritos da Bib. Nacional. C. 64-
Rio São João, município de Santa Bár bara, havia iniciado, igualmente, a cul tura do linho e do algodão e construído
17). (6-) Certidões da Milícia de Minas c
Pereira da Veiga, médico da Real Câ
S.A.R. o Príncipe Regente N. S., o mesmo que V.Mcê me destinava, jul gando que seria digno da curiosidade de S.A.R. ver "o adiantamento da in
dústria dessa parte do Brasil" e pelo mesmo doutor saberá V.Mcê o resulta
do da sua deliberação, que estimarei me reça a Sua Real Aprovação.
Palácio do Rio de Janeiro, em 11 de Janeiro de 1811".
de Minás (7):
"... querendo socorrer, com auxílio positivo e eficaz, "aquelas manufaturas que se há principiado nessa capitania" e
que se não podem elevar à desejada per
sei que se ocupa o incansável pesqui
(3) Xavier da Veiga: "Efemérides Mi
sador mineiro sr. Salomão de Vasconce
neiras".
los. Trata-se do coronel João da Mota
118.
O coronel Ri
beiro, segundo informa o historiador ci
filalórios.
Isto mesmo demonstrará Salomão de
feição pela falta que há de mestres e
Vasconcelos em memória histórica que,
E realmente, por carta do dito dr.
fabricantes que as hajam de dirigir, ali
tanto pelo assunto, quanto pelo valoi
Manuel Bemardes Pereira da Veiga, o
viando os empreendedores de parte da
que empresta sempre aos seus trabalhos,
coronel Barbosa veio a saber que o Prín
despesa, que lhes seria necessário para
aguardamos com a mais viva ansiedade.
Ouro Preto, 1897 — II.
(4) Loc. cit. (5) Sentença de Justificação pelo Tri bunal do Conselho da Fazenda a favor do Tenente Paulo Barbosa
da Silva — 1820. (Secção de Ma
Atestado do conde de Palma. Foi testemunha do Tenente Paulo Bar
bosa, entre outros, Francisco de
Meio Franco, "que vive com seu pai, médico da Real Câmara de S. M.";
(7) Paulo Tamm: Op. cit. p. 306. (8) Digesto Econômico, n.° 29 — IV - 1947 - P. 53.
^W|p^i^f^';j;vf,'7,'''!y.*i* .
»TSfí
Dicesto
Econômico
103
' i
dos
Romanos,
de
muitos
milhares de
Novos Rumos da Política Rodoviária
quilômetros, irradiando do sul da Euro pa para o norte, cslcndcndo-se à Ásia ocidental c ao norte da África, avan
Brasileira
çando quase sempre em tangentes extensissimas, passando sobre os alagados
em aterros consolidados, galgando as Professor NÍaurício [oppeht
Especial paua o "Digesto Econômico"
montanhas
cm
cortes
e aterros forte
mente amparados, varando as gargantas por meio dc túneis ainda hoje cm trá
Palestra realizada na Associação Comer cial cie São Paulo, em 26 de abril de
1947, pelo professor Maurício Joppert da Silva, ex-Ministro da Viação e Obras
Públicas, por ocasião da Primeira Reu nião das Administrações fíocíooíííftfls. ♦♦♦♦♦♦♦♦*♦•••<»»■■»■»»»<♦»♦»»»»»<»»«
^EjAM as minhas primeiras palavras uma expressão de agradecimentos muito sinceros à distinção que me é conferida de falar perante a Associação Comer cial de São Paulo cujo nome se acha
ligado à história de grandes problemas
construídos, ajustando-se com boas con dições tccnica.s à topografia mais ou me
nos caprichosa dos terrenos, abundantes e seguramente orientados, que tomaram possível os grandes impérios no passa do e as grandes nações na época em que vivemos.
Apesar de quatro séculos e meio que decorrem da nossa descoberta até hoje
na palavra autorizada dos seus maiores
vido de equipamento para orientar os
vultos.
aviões; só a estrada de ferro se manteve em linha, embora com um atraso que
o meu nome a uma instituição cujo de
variava de um mínimo de 2 horas a um
senvolvimento dará ao Brasil, dentro de alguns anos, um impulso de progresso
máximo de 12.
cação, interpretando os ensinamentos da história da civilização. Com efeito, fo ram os caminhos, bem traçados e bem
Lembrei-me
então
de
Euclides
da
Cunha, abrigado em uma capuaba de pau a pique, na margem do Turvo, em uma noite de Novembro de 1901, ao
longo da estrada do Taboado e pus-me a evocar o esplendor da rede rodoviária «••••••••#•««*••••
convenientemente os 500 km da nossa
i
rodovia que liga o Rio de Janeiro a São Paulo, as duas maiores cidades do >
Brasil, sentimo-nos Immilhados em pre
sença daquela grandeza, velha de 20 séculos.
Além da fai.\a de rodagem propria mente dita em dois acostamentos laterais,
.
submissão e domínio da Dácia. A cons trução de tais estradas obedecia, como se sabe, a uma técnica bem estudada e
passagem de pedestres que podiam des- ;
passaram, deixando-as incólumes. E di
Achava-me, há poucos dias, em uma estação de águas do Estado de Minas
revestida, sem interrupção, passando pela I Argélia e indo até Marrocos, com um i desenvolvimento de 2.300 km! E quan- ; do pensamos que ainda não revestimos
cada um com a metade da largura da '
de viação e nesse particular estamos, por assim dizer, ensaiando os primeiros passos.
De Car-
tago, por exemplo, partia uma estrada 1
construída no reinado de Trajano, para
tica sistemática no preparar a nossa rede
pendente, não temos adotado uma polí
quando sobreveio uma quinzena de chu vas: as estradas de rodagem tornaram-se intransitáveis e o tráfego por elas cessou praticamente; o aeroporto, mal drenado, encharcou, ficando impraticável, despro
material, espiritual e social que só os estudiosos prevêm com a justa signifi
núbio, com vinte pilares de alvenaria e mais dc um cjuilómetro de extensão,
cuidadosamente executada, para que a superfície de rolamento não cedesse sob o peso de um tráfego intenso e pudesse
c de mais de um século de nação inde
nacionais, que fez estudar, promovendo a respeito uma -discussão ampla e pug nando, afinai, pela realização das solu•ções vencedoras. Essa atitude, inspira da num alto espírito patriótico, faz des te recinto um verdadeiro templo de ci vismo, onde a engenharia tem brilhado
Quis o destino que eu pudesse ligar
fego e transpondo os rios com obras gi gantescas notáveis, como aoucla famosa ponte das Portas de Ferro, sobre o Da
romanas, mesmo nas colônias.
desafiar os séculos que por elas também
zem os cronistas cjuc nunca interrompiam
a passagem, por mais ásperas e variáveis
que fossem as condições do clima das regiões atravessadas. Avançando para o norte, transpuseram os Alpes nas me lhores gargantas e espalliaram-se pela
primeira, as vias romanas penniliam a cansar em bancos confortáveis, dispostos
em intervalos curtos. O tráfego era bem mais intenso do que a princípio se pode
supor. Com efeito, percorriam-nas em grande quantidade os correios imperiais,
viajando rapidamente entre países dis
tantes; depois as legiões que em pontos
longínquos dilatavam as fronteiras e as seguravam a integridade do Império e, finalmente, uma grande atividade mer cantil da metrópole com as colônias. O turismo está longe de ser uma criação
Baviera, pela Renãnia e pela Gália e
da facilidade dos transportes modernos
nos dias que correm muitas delas estão
AnÜguidade através das estradas exce
dernos, suportando os mais aperfeiçoados
lentes do Império Romano. Existem numerosos testemunhos da freqüência
integradas nos sistemas rodoviários mo
e poderosos modelos da indústria auto-
m^ilística, como outrora suportaram as quádrigas, as legiões inumeráveis, os car ros dos mercadores e a passagem dos viajantes e turistas.
Só na
época
Napoleônica voltou a
Europa a adquirir um desenvolvimento
da sua rede rodoviária comparável ao do tempo dos Romanos e muitos países
que outrora fizeram parte do Império Romano, possuem hoje meios de comu nicação muito mais precários. ..
O que
i
porque èle se praticou largamente na
com que se realizavam as viagens de tu ristas, assim como do comércio que se fazia para explorá-los — como ainda
hoje — e do iibuso dos guias contrata-
dos. Visitar Atenas e Tróia era índice de
;
bas egípcia, nos colossos de Memnon,
,
boa cultura e muitas inscrições de via- j jantes encontradas nas sepulturas de Te- , nos monumentos de Phile e na primeira catarata do Nilo, atestam que o Egito
era tão visitado pelos Romanos de outrora como hoje, na época das empresas
surpreende ainda em nossos dias, além
de turismo.
da solidez da infraestrutura e do revesti mento, é a extensão que tiveram as vias
Era essa rede colossal de caminhos bem construídos e bem conservados que
l i I
' '
^W|p^i^f^';j;vf,'7,'''!y.*i* .
»TSfí
Dicesto
Econômico
103
' i
dos
Romanos,
de
muitos
milhares de
Novos Rumos da Política Rodoviária
quilômetros, irradiando do sul da Euro pa para o norte, cslcndcndo-se à Ásia ocidental c ao norte da África, avan
Brasileira
çando quase sempre em tangentes extensissimas, passando sobre os alagados
em aterros consolidados, galgando as Professor NÍaurício [oppeht
Especial paua o "Digesto Econômico"
montanhas
cm
cortes
e aterros forte
mente amparados, varando as gargantas por meio dc túneis ainda hoje cm trá
Palestra realizada na Associação Comer cial cie São Paulo, em 26 de abril de
1947, pelo professor Maurício Joppert da Silva, ex-Ministro da Viação e Obras
Públicas, por ocasião da Primeira Reu nião das Administrações fíocíooíííftfls. ♦♦♦♦♦♦♦♦*♦•••<»»■■»■»»»<♦»♦»»»»»<»»«
^EjAM as minhas primeiras palavras uma expressão de agradecimentos muito sinceros à distinção que me é conferida de falar perante a Associação Comer cial de São Paulo cujo nome se acha
ligado à história de grandes problemas
construídos, ajustando-se com boas con dições tccnica.s à topografia mais ou me
nos caprichosa dos terrenos, abundantes e seguramente orientados, que tomaram possível os grandes impérios no passa do e as grandes nações na época em que vivemos.
Apesar de quatro séculos e meio que decorrem da nossa descoberta até hoje
na palavra autorizada dos seus maiores
vido de equipamento para orientar os
vultos.
aviões; só a estrada de ferro se manteve em linha, embora com um atraso que
o meu nome a uma instituição cujo de
variava de um mínimo de 2 horas a um
senvolvimento dará ao Brasil, dentro de alguns anos, um impulso de progresso
máximo de 12.
cação, interpretando os ensinamentos da história da civilização. Com efeito, fo ram os caminhos, bem traçados e bem
Lembrei-me
então
de
Euclides
da
Cunha, abrigado em uma capuaba de pau a pique, na margem do Turvo, em uma noite de Novembro de 1901, ao
longo da estrada do Taboado e pus-me a evocar o esplendor da rede rodoviária «••••••••#•««*••••
convenientemente os 500 km da nossa
i
rodovia que liga o Rio de Janeiro a São Paulo, as duas maiores cidades do >
Brasil, sentimo-nos Immilhados em pre
sença daquela grandeza, velha de 20 séculos.
Além da fai.\a de rodagem propria mente dita em dois acostamentos laterais,
.
submissão e domínio da Dácia. A cons trução de tais estradas obedecia, como se sabe, a uma técnica bem estudada e
passagem de pedestres que podiam des- ;
passaram, deixando-as incólumes. E di
Achava-me, há poucos dias, em uma estação de águas do Estado de Minas
revestida, sem interrupção, passando pela I Argélia e indo até Marrocos, com um i desenvolvimento de 2.300 km! E quan- ; do pensamos que ainda não revestimos
cada um com a metade da largura da '
de viação e nesse particular estamos, por assim dizer, ensaiando os primeiros passos.
De Car-
tago, por exemplo, partia uma estrada 1
construída no reinado de Trajano, para
tica sistemática no preparar a nossa rede
pendente, não temos adotado uma polí
quando sobreveio uma quinzena de chu vas: as estradas de rodagem tornaram-se intransitáveis e o tráfego por elas cessou praticamente; o aeroporto, mal drenado, encharcou, ficando impraticável, despro
material, espiritual e social que só os estudiosos prevêm com a justa signifi
núbio, com vinte pilares de alvenaria e mais dc um cjuilómetro de extensão,
cuidadosamente executada, para que a superfície de rolamento não cedesse sob o peso de um tráfego intenso e pudesse
c de mais de um século de nação inde
nacionais, que fez estudar, promovendo a respeito uma -discussão ampla e pug nando, afinai, pela realização das solu•ções vencedoras. Essa atitude, inspira da num alto espírito patriótico, faz des te recinto um verdadeiro templo de ci vismo, onde a engenharia tem brilhado
Quis o destino que eu pudesse ligar
fego e transpondo os rios com obras gi gantescas notáveis, como aoucla famosa ponte das Portas de Ferro, sobre o Da
romanas, mesmo nas colônias.
desafiar os séculos que por elas também
zem os cronistas cjuc nunca interrompiam
a passagem, por mais ásperas e variáveis
que fossem as condições do clima das regiões atravessadas. Avançando para o norte, transpuseram os Alpes nas me lhores gargantas e espalliaram-se pela
primeira, as vias romanas penniliam a cansar em bancos confortáveis, dispostos
em intervalos curtos. O tráfego era bem mais intenso do que a princípio se pode
supor. Com efeito, percorriam-nas em grande quantidade os correios imperiais,
viajando rapidamente entre países dis
tantes; depois as legiões que em pontos
longínquos dilatavam as fronteiras e as seguravam a integridade do Império e, finalmente, uma grande atividade mer cantil da metrópole com as colônias. O turismo está longe de ser uma criação
Baviera, pela Renãnia e pela Gália e
da facilidade dos transportes modernos
nos dias que correm muitas delas estão
AnÜguidade através das estradas exce
dernos, suportando os mais aperfeiçoados
lentes do Império Romano. Existem numerosos testemunhos da freqüência
integradas nos sistemas rodoviários mo
e poderosos modelos da indústria auto-
m^ilística, como outrora suportaram as quádrigas, as legiões inumeráveis, os car ros dos mercadores e a passagem dos viajantes e turistas.
Só na
época
Napoleônica voltou a
Europa a adquirir um desenvolvimento
da sua rede rodoviária comparável ao do tempo dos Romanos e muitos países
que outrora fizeram parte do Império Romano, possuem hoje meios de comu nicação muito mais precários. ..
O que
i
porque èle se praticou largamente na
com que se realizavam as viagens de tu ristas, assim como do comércio que se fazia para explorá-los — como ainda
hoje — e do iibuso dos guias contrata-
dos. Visitar Atenas e Tróia era índice de
;
bas egípcia, nos colossos de Memnon,
,
boa cultura e muitas inscrições de via- j jantes encontradas nas sepulturas de Te- , nos monumentos de Phile e na primeira catarata do Nilo, atestam que o Egito
era tão visitado pelos Romanos de outrora como hoje, na época das empresas
surpreende ainda em nossos dias, além
de turismo.
da solidez da infraestrutura e do revesti mento, é a extensão que tiveram as vias
Era essa rede colossal de caminhos bem construídos e bem conservados que
l i I
' '
.\
Dicksto
Económioí
D1CE.STO Ecí)Nómico
105
A experiência veio mo.strar que assim não era e quando surgiu o automobi
parelhagem de todo o material de ria permanente e de tração.
lismo — libertando a velocidade dos tri
País que só agora começa a e-xplorar seriamente um car\'ão de pedra de qua
lhos — como disse Euclides da Cunha,
nova era se abriu para repetir a Histó
lidade inferior, o Brasil adotou locomo tivas de lenha na maior extensão da sua
ria da CÍNílização do dois mil anos pas
rodo ferroriária e vai, assim, de\astatido
sados.
acelemdímiente as suas matas.
as
rodovias foram
retomadas e
uma
Na Europa as rodagens recor
nossas florestas do planalto são escassas
rendo ou auxiliando, e os caminhos dos Romanos, muitos ainda com os revesti
o a madeira já vai laltando, mesmo para Grande parte do nosso interior está sujei
v-amentc cm Iráfcgo e foram restabeleci
to a esliagens prolongadas que reduzem a produção da terra, definham o gado
das'algumas passagens pelas gargantas
do Império Romano porque era por
ela que se fazia sentir a autoridade
da administração central sôbre as po pulações longínquas.
A circulação
da;; notícias, as trocas comerciais, o
deslocamento dos viajantes e das le giões, representavam a seiva no siste ma circulatório do Império que fez a sua grandeza durante tantos séculos.
Nos países da América, descober tos e colonizados nos Tempos Moder nos, as estradas de rodagem foram
precedidas dos caminhos de penetra ção, articulados com as linhas natu rais de navegação. Com o crescer da
nhores abastados, às diligên cias que constituíam o meio comum de se viajar, e aos carros de carga. Mesmo aqui no Brasil a es
a substituição inadiável dos dormentes.
mentos por ê!cs deixados, entraram nofamosas das montanhas.
assegurava a existência e o prestígio
Mas as
taram as estradas de ferro, ou concor
Os Estados Unidos com um território
relativamente fácil para o traçado de
pelo enfraquecimento das pastagens e se agravam à medida que as matas vão sendo abatidas. O plano de regulariza
estradas, cobriram-so do rodovias, ao
ção c aproveitamento integral das nossas
mesmo tempo que aumentavam desme
águas, para a agricultura, para a nave gação, para as indústrias e para a pro dução de energia elétrica, tem que ser
didamente a suu extensão ferroviária.
trada União e Indústria, com
Os revestimentos se aperfeiçoaram para
147 quilômetros entre Petró-
tráfegos cada -vez mais pesados c o auto
poÜs e Juiz de Fora e a es
móvel evoluiu a ponto de hoje concorrer
feito e posto em execução imediatamen te, porque do contrário entregaremos as
trada da Graciosa, no Paraná,
com o trem de ferro, mesmo em distiui-
gerações futuras um país e.xausto, quasi
entre Antonina e Curitiba são
cias longas e mercadorias de baixo valor. E foi, sem dúvida, essa abundiincia do
um senii-deserto.
exemplos desta política entre nós, talvez únicos na época. A primeira deve-se a Mariano Procópio que construiu uma excelente estrada com um bom traçado, com os recursos mais
A construção de estradas de rodagem
vias de comunicação um dos fatòres de
no Brasil ficou praticamente paralisada
cisivos que lhes permitinmi aumentar o
até o go\'êmo do eminente dr. \\^asl"iing-
ritmo da .sua produção além de qual-
auer expectativa e vencerem com o poer da sua indústria a 2.*^ Cuerra Uni-
ton Luís que com a sua célebre frase —
"governar é abrir estradas" — fez a sín
tese de um programa. Os brasileiros haviam perdiclo o hábito de viajar pelas
colonização melhoraram-se alguns de
simples.
les, embora precariamente, a princí
ferro fez pensar no momento
exceções são encontradas aqui no Estado
possuíamos, mal saiam das cidades. Os
que a locomotiva tomaria con ta de todos os transportes ter
de São Paulo — as poucas estradas de
do Rio de Janeiro nem mesmo a Petio-
ferro que o Brasil construiu neste sé
polis podiam ir sem arriscar a integrida
restres e aqui, como nos Es
culo das ferrovias, obedeceram a condi
de da sua suspensão. O dr. Wasliington
tados Unidos em muito maior escala, vastas extensões de es
ções técnicas muito precárias: seguiram
pio, porque muito não permitiam a
fraca densidade da população, a po breza econômica das regiões atraves sadas, a extensão enorme dos terri
tórios.
Mais tarde, com o aumento
da população, o desenvolvimento da agricultura e a exploração de certas riquezas do solo que foram descober tas, ampliaram-se os caminhos com
O advento das estradas de
ver.sal.
Com
muito raras exceções — e as
pelo interior, contornando os contrafor-
rodovias e os poucos automóveis qu®
Luis fez construir as estradas do Rio
de Janeiro para São Paulo e para Petr^
tradas de rodagem e de vias
tes, alongarido-se em serpenteies desne-
polis, a segunda quase toda revestida de
navegáveis foram abandonadas.
ce.ssàriamente, com raios de curvas e.xí-
concreto. Inaugurou-as, continuando as sim como presidente da República a
guos e rampas exageradas.
Enquanto
penetraram regiões aespovoadas ou sem
política que já adotara no Governo de
melhores condições técnicas, sendo
valor
São Paulo.
aproveitadas as vias aquáticas e re gularizadas. As estradas de maior tráfego foram revestidas com os ma
pouco foram notados mas desde que a ás nossas estradas de ferro revelaram-se
enquanto se processou a época triste das
teriais e os métodos preconizados na
incapazes e vivem asfixiando o desenvol
sindicâncias, as estradas recém-construi-
época para permitirem xuna viagem mais cômoda às carruagens dos se
lação completa nos traçados e uma rea-
econômico,
tais
inconvenientes
produção surgiu e a população cresceu, vimento nacional, exigindo uma remode
Com a re\'olução de 1930 o surto rodoviário cessou durante alguns anos e das e abandonadas sem
conservação
peoraram consideràvelmente, tomando-se
.\
Dicksto
Económioí
D1CE.STO Ecí)Nómico
105
A experiência veio mo.strar que assim não era e quando surgiu o automobi
parelhagem de todo o material de ria permanente e de tração.
lismo — libertando a velocidade dos tri
País que só agora começa a e-xplorar seriamente um car\'ão de pedra de qua
lhos — como disse Euclides da Cunha,
nova era se abriu para repetir a Histó
lidade inferior, o Brasil adotou locomo tivas de lenha na maior extensão da sua
ria da CÍNílização do dois mil anos pas
rodo ferroriária e vai, assim, de\astatido
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acelemdímiente as suas matas.
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rodovias foram
retomadas e
uma
Na Europa as rodagens recor
nossas florestas do planalto são escassas
rendo ou auxiliando, e os caminhos dos Romanos, muitos ainda com os revesti
o a madeira já vai laltando, mesmo para Grande parte do nosso interior está sujei
v-amentc cm Iráfcgo e foram restabeleci
to a esliagens prolongadas que reduzem a produção da terra, definham o gado
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do Império Romano porque era por
ela que se fazia sentir a autoridade
da administração central sôbre as po pulações longínquas.
A circulação
da;; notícias, as trocas comerciais, o
deslocamento dos viajantes e das le giões, representavam a seiva no siste ma circulatório do Império que fez a sua grandeza durante tantos séculos.
Nos países da América, descober tos e colonizados nos Tempos Moder nos, as estradas de rodagem foram
precedidas dos caminhos de penetra ção, articulados com as linhas natu rais de navegação. Com o crescer da
nhores abastados, às diligên cias que constituíam o meio comum de se viajar, e aos carros de carga. Mesmo aqui no Brasil a es
a substituição inadiável dos dormentes.
mentos por ê!cs deixados, entraram nofamosas das montanhas.
assegurava a existência e o prestígio
Mas as
taram as estradas de ferro, ou concor
Os Estados Unidos com um território
relativamente fácil para o traçado de
pelo enfraquecimento das pastagens e se agravam à medida que as matas vão sendo abatidas. O plano de regulariza
estradas, cobriram-so do rodovias, ao
ção c aproveitamento integral das nossas
mesmo tempo que aumentavam desme
águas, para a agricultura, para a nave gação, para as indústrias e para a pro dução de energia elétrica, tem que ser
didamente a suu extensão ferroviária.
trada União e Indústria, com
Os revestimentos se aperfeiçoaram para
147 quilômetros entre Petró-
tráfegos cada -vez mais pesados c o auto
poÜs e Juiz de Fora e a es
móvel evoluiu a ponto de hoje concorrer
feito e posto em execução imediatamen te, porque do contrário entregaremos as
trada da Graciosa, no Paraná,
com o trem de ferro, mesmo em distiui-
gerações futuras um país e.xausto, quasi
entre Antonina e Curitiba são
cias longas e mercadorias de baixo valor. E foi, sem dúvida, essa abundiincia do
um senii-deserto.
exemplos desta política entre nós, talvez únicos na época. A primeira deve-se a Mariano Procópio que construiu uma excelente estrada com um bom traçado, com os recursos mais
A construção de estradas de rodagem
vias de comunicação um dos fatòres de
no Brasil ficou praticamente paralisada
cisivos que lhes permitinmi aumentar o
até o go\'êmo do eminente dr. \\^asl"iing-
ritmo da .sua produção além de qual-
auer expectativa e vencerem com o poer da sua indústria a 2.*^ Cuerra Uni-
ton Luís que com a sua célebre frase —
"governar é abrir estradas" — fez a sín
tese de um programa. Os brasileiros haviam perdiclo o hábito de viajar pelas
colonização melhoraram-se alguns de
simples.
les, embora precariamente, a princí
ferro fez pensar no momento
exceções são encontradas aqui no Estado
possuíamos, mal saiam das cidades. Os
que a locomotiva tomaria con ta de todos os transportes ter
de São Paulo — as poucas estradas de
do Rio de Janeiro nem mesmo a Petio-
ferro que o Brasil construiu neste sé
polis podiam ir sem arriscar a integrida
restres e aqui, como nos Es
culo das ferrovias, obedeceram a condi
de da sua suspensão. O dr. Wasliington
tados Unidos em muito maior escala, vastas extensões de es
ções técnicas muito precárias: seguiram
pio, porque muito não permitiam a
fraca densidade da população, a po breza econômica das regiões atraves sadas, a extensão enorme dos terri
tórios.
Mais tarde, com o aumento
da população, o desenvolvimento da agricultura e a exploração de certas riquezas do solo que foram descober tas, ampliaram-se os caminhos com
O advento das estradas de
ver.sal.
Com
muito raras exceções — e as
pelo interior, contornando os contrafor-
rodovias e os poucos automóveis qu®
Luis fez construir as estradas do Rio
de Janeiro para São Paulo e para Petr^
tradas de rodagem e de vias
tes, alongarido-se em serpenteies desne-
polis, a segunda quase toda revestida de
navegáveis foram abandonadas.
ce.ssàriamente, com raios de curvas e.xí-
concreto. Inaugurou-as, continuando as sim como presidente da República a
guos e rampas exageradas.
Enquanto
penetraram regiões aespovoadas ou sem
política que já adotara no Governo de
melhores condições técnicas, sendo
valor
São Paulo.
aproveitadas as vias aquáticas e re gularizadas. As estradas de maior tráfego foram revestidas com os ma
pouco foram notados mas desde que a ás nossas estradas de ferro revelaram-se
enquanto se processou a época triste das
teriais e os métodos preconizados na
incapazes e vivem asfixiando o desenvol
sindicâncias, as estradas recém-construi-
época para permitirem xuna viagem mais cômoda às carruagens dos se
lação completa nos traçados e uma rea-
econômico,
tais
inconvenientes
produção surgiu e a população cresceu, vimento nacional, exigindo uma remode
Com a re\'olução de 1930 o surto rodoviário cessou durante alguns anos e das e abandonadas sem
conservação
peoraram consideràvelmente, tomando-se
Dicesto 106
DICE.STO
algumas intransitáveis.
No govêmo do
dr. Washington Luis fôra criada a Co missão Federal das Estradas de Roda
gem, dirigida pelo nptável engenheiro Timóteo Penteado; foi ela mantida du
rante a primeira ditadura e no governo constitucional que lhe sucedeu, até 1937,
quando se criou o Departamento Na cional de Estradas de Rodagem por lei do Congresso, que aprovou projeto apre sentado e defendido pelo ilustre brasi leiro e então deputado dr. Carlos Luz. A criação do D.N.E.R., cujo primei ro diretor foi o dr. Yédo Fiúza, repre senta sem dúvida um passo à frente na
sistematização da política rodoviária en-
fre nós e consolidava-se assim a primeira miciativa do presidente Washington Luis. O seu trabalho foi intenso e efi ciente, tendo ele reunido um grupo de moços que se especializaram em assun-
So o estudo do Piano Rodoviánofazendo-se Nacional de 1943 nnr
fe tSida:
® t\ F o
Comissão assim cònsH-
1 Fiúza,da diretor do D N Comissão; bachal
® rei Sevenno Moura Carneiro, secretário-
tes de duas ou mais rodovias.
extensão
total
prevista
era de
35.906 km.
Públicas, cm Novembro de 1945, sabia
que os transportes não andavam bem no Brasil e conhecia as causas do mal. Imediatamente voUci-mc pura esse setor
da pasta, indo buscar na direção das
Por sua vez os Estados da União or
ganizaram os seus programas e os ataca ram com recursos prój^rios, sendo justo
salientar os esforços feitos nesse sentido por São Paulo com a construção da via
Anhangiiera e da via Anchieta que aca ba de ser inaugurada e que marca o início de uma nova época na técnica da
construção de carretciras no Brasil, pelo Rio Grande do Sul, por Minas Corais e
pelo Estado do Rio de Janeiro que cons truiu, sob a direção do dr. Saturnino
Estradas de Rodagem do Estado do Rio
de Janeiro o dr. Saturnino Braga, cuja formação profissional eu acompanho des
te estudei com o meu digno chefe de Gabinete, eng. Francisco de Assis Ba-
síiio, a constituição de uma comissão, composta de membros já iniciados no assunto e que em poucos dias pudesse
preparar o plano da autonomia do D.NE.R., funcionando com recursos pró
prios.
Esta Comissão, nomeada pela
de a Escola, meu velho amigo, livre-do-
Portaria n.° 1075 de 19/12/1945, fun
cente da minha cadeira na Escola Na
cionou sob a presidência do diretor
cional de Engenharia e meu ex-assis-
tcnte, para cntrcgar-lhc o Departamento Nacional dc Estradas de Rodagem. Em
poucos dias estava aprovado o seu Re gimento pelo decreto 20.164 de 7/12/45 e conseguidos os créditos necessários
Francisco Saturnino Braga e reuniu o
que o Brasil possuía de mais apurado na técnica rodoviária e cujos nomes relem bro com a maior satisfação:
Eng. Francisco Satxurimo Braga, pre sidente; tenente-coronel Artur Levy; te nente-coronel Niso de Vianna ^IoDte-
Braga, uma rede apreciável de estradas especial o plano rodoviário que o dr.
zuma; eng. Gumercindo Penteado, o pioneiro da autonomia pela qual lutara muitos anos; eng. Clovis Pestana, atua
Luís Vieira executou no nordeste, ligado ao plano geral de Obras contra as Sêcas,
do Mattos; eng. José Pedro.Escobari
bem traçadas.
Não se pode deixar sem um destaque
Ministro da Viação; eng. José Soares outro rodoviário dedicado e de atuaça
integrado entretanto no Plano Rodoviá
sincera e competente; dr. Paulo Ba-
rio Nacional e onde sobressai, como li-
mos, representando o Ministério da ha
nha mestra, a TransnordesHna. entre Feira de Santana e a cidade de For
zenda.
O que foi o trabalho desta Conus-
taleza.
É justo reconhecer que o D.N.E.R.
são poderá ajuizar-se lembrando que o
presentante do Ministério da Aerondutí
trabalhou bastante sob a direção do dr. Yêdo Fiúza, lançando diversas estradas
reorganizou o Departanieu-
presentante do E M. do Exército; éng Francisco Gonçalves de Aguiar, reprfsentante da I.F.O.C.S.• en? j Xavier Carneiro de Albuquerque repre"
bem construídas e em boas condições
corone aviador Lysias Rodríguef íel
ca; major Renato Bittencourt Erigido re
sentante do D.N.P.N.; eng.%rge Leal
Burlamaqm, representante do D N E , F.; eng. Emídio de Moraes Vieira " re" ( presentante do D.A.S.P e ena \/tA • . Mameiros Fernandes Silva, representan-
i te do Mmisteno da Viação.
1
III — Ligações entre ponto.s importan A
EcoNÓ^^co
Econó.nuco
O plano foi apresentado áo Ministro
j Mendonça Lima em Novembro de I943
, e compreendia três grupos de rodovias a saber:
I — Rodovias longitudinais, aproxima damente na direção norte-sul; II — Rodovias transversais, sensivelmente na direção leste-oeste e
d^ecreto-lei n.° 8.463 que to Nacional de Estradas de
Rodagem, tomando-o au
técnicas, apresentando em Outubro de
tônomo e criando o Fundo
1945 a Rio-Bahia em adiantada cons trução. Lutava, porem, o D.N.E.R. com os empecilhos conhecidos da admi nistração federal, a nossa desanimadora
"viscosidade burocráHca", que assalta e
liquida todas as iniciativas, por mais que elas atendam ao interesse nacional.
O
D.N.E.R., criado em 1937, estava em Novembro de 1945 sem o Regimento que lhe devia controlar o funcionamento.
Fora elaborado um projeto pelo Depar tamento, projeto que encalhara', porém, no D.A.S.P. por pequenas questões de detalhes e lá ficara esquecido. Senhores, eu sou. professor de uma
cadeira que se enquadra no grupo da
Engenharia dos Transportes e ao assu mir o Ministério da Viação e Obras
Rodo\aário, foi assinado para atender a pagamentos de serviços que se achavam em grande atraso; a nova vida começou mas era preciso do tar o Departamento dos meios necessá
rios para que êle pudesse ser útil ao Brasil como os tempos novos o exigiam. As tentativas de autonomia vinham de
cogitações longínquas, datando de cer ca de 15 anos, mas por motivos que não vem a propósito examinar haviam fra cassado ou sido adiadas.
Em reunião
pelo presidente José Linhares a 27 e
dezembro seguinte. Nesses poucos dia
ficou terminado o estudo de assunto de
tanta complexidade o que mostra que os membros da Comissão já o haviam
longamente meditado, não havendo di
ficuidades em acertar certas questões de detalhes. , O decreto 8.463, de 27 de dezembro
de 1945, já foi minuciosamente aprecia do nesta Reunião por Gumercindo Pen
convocada pelo ilustre general Gil Cas
teado em sua palestra, no dia 21, poj
telo Branco, então chefe da Casa Mi
ocasião da Sessão Inaugural. Como vi
litar do exmo. sr. presidente da Repú blica, tratou-se do assunto e senti que
mos, o Departamento Nacional de Es tradas de Rodagem ficou constituído dos
o momento era favorável. Imediatamen
seguintes órgãos:
Dicesto 106
DICE.STO
algumas intransitáveis.
No govêmo do
dr. Washington Luis fôra criada a Co missão Federal das Estradas de Roda
gem, dirigida pelo nptável engenheiro Timóteo Penteado; foi ela mantida du
rante a primeira ditadura e no governo constitucional que lhe sucedeu, até 1937,
quando se criou o Departamento Na cional de Estradas de Rodagem por lei do Congresso, que aprovou projeto apre sentado e defendido pelo ilustre brasi leiro e então deputado dr. Carlos Luz. A criação do D.N.E.R., cujo primei ro diretor foi o dr. Yédo Fiúza, repre senta sem dúvida um passo à frente na
sistematização da política rodoviária en-
fre nós e consolidava-se assim a primeira miciativa do presidente Washington Luis. O seu trabalho foi intenso e efi ciente, tendo ele reunido um grupo de moços que se especializaram em assun-
So o estudo do Piano Rodoviánofazendo-se Nacional de 1943 nnr
fe tSida:
® t\ F o
Comissão assim cònsH-
1 Fiúza,da diretor do D N Comissão; bachal
® rei Sevenno Moura Carneiro, secretário-
tes de duas ou mais rodovias.
extensão
total
prevista
era de
35.906 km.
Públicas, cm Novembro de 1945, sabia
que os transportes não andavam bem no Brasil e conhecia as causas do mal. Imediatamente voUci-mc pura esse setor
da pasta, indo buscar na direção das
Por sua vez os Estados da União or
ganizaram os seus programas e os ataca ram com recursos prój^rios, sendo justo
salientar os esforços feitos nesse sentido por São Paulo com a construção da via
Anhangiiera e da via Anchieta que aca ba de ser inaugurada e que marca o início de uma nova época na técnica da
construção de carretciras no Brasil, pelo Rio Grande do Sul, por Minas Corais e
pelo Estado do Rio de Janeiro que cons truiu, sob a direção do dr. Saturnino
Estradas de Rodagem do Estado do Rio
de Janeiro o dr. Saturnino Braga, cuja formação profissional eu acompanho des
te estudei com o meu digno chefe de Gabinete, eng. Francisco de Assis Ba-
síiio, a constituição de uma comissão, composta de membros já iniciados no assunto e que em poucos dias pudesse
preparar o plano da autonomia do D.NE.R., funcionando com recursos pró
prios.
Esta Comissão, nomeada pela
de a Escola, meu velho amigo, livre-do-
Portaria n.° 1075 de 19/12/1945, fun
cente da minha cadeira na Escola Na
cionou sob a presidência do diretor
cional de Engenharia e meu ex-assis-
tcnte, para cntrcgar-lhc o Departamento Nacional dc Estradas de Rodagem. Em
poucos dias estava aprovado o seu Re gimento pelo decreto 20.164 de 7/12/45 e conseguidos os créditos necessários
Francisco Saturnino Braga e reuniu o
que o Brasil possuía de mais apurado na técnica rodoviária e cujos nomes relem bro com a maior satisfação:
Eng. Francisco Satxurimo Braga, pre sidente; tenente-coronel Artur Levy; te nente-coronel Niso de Vianna ^IoDte-
Braga, uma rede apreciável de estradas especial o plano rodoviário que o dr.
zuma; eng. Gumercindo Penteado, o pioneiro da autonomia pela qual lutara muitos anos; eng. Clovis Pestana, atua
Luís Vieira executou no nordeste, ligado ao plano geral de Obras contra as Sêcas,
do Mattos; eng. José Pedro.Escobari
bem traçadas.
Não se pode deixar sem um destaque
Ministro da Viação; eng. José Soares outro rodoviário dedicado e de atuaça
integrado entretanto no Plano Rodoviá
sincera e competente; dr. Paulo Ba-
rio Nacional e onde sobressai, como li-
mos, representando o Ministério da ha
nha mestra, a TransnordesHna. entre Feira de Santana e a cidade de For
zenda.
O que foi o trabalho desta Conus-
taleza.
É justo reconhecer que o D.N.E.R.
são poderá ajuizar-se lembrando que o
presentante do Ministério da Aerondutí
trabalhou bastante sob a direção do dr. Yêdo Fiúza, lançando diversas estradas
reorganizou o Departanieu-
presentante do E M. do Exército; éng Francisco Gonçalves de Aguiar, reprfsentante da I.F.O.C.S.• en? j Xavier Carneiro de Albuquerque repre"
bem construídas e em boas condições
corone aviador Lysias Rodríguef íel
ca; major Renato Bittencourt Erigido re
sentante do D.N.P.N.; eng.%rge Leal
Burlamaqm, representante do D N E , F.; eng. Emídio de Moraes Vieira " re" ( presentante do D.A.S.P e ena \/tA • . Mameiros Fernandes Silva, representan-
i te do Mmisteno da Viação.
1
III — Ligações entre ponto.s importan A
EcoNÓ^^co
Econó.nuco
O plano foi apresentado áo Ministro
j Mendonça Lima em Novembro de I943
, e compreendia três grupos de rodovias a saber:
I — Rodovias longitudinais, aproxima damente na direção norte-sul; II — Rodovias transversais, sensivelmente na direção leste-oeste e
d^ecreto-lei n.° 8.463 que to Nacional de Estradas de
Rodagem, tomando-o au
técnicas, apresentando em Outubro de
tônomo e criando o Fundo
1945 a Rio-Bahia em adiantada cons trução. Lutava, porem, o D.N.E.R. com os empecilhos conhecidos da admi nistração federal, a nossa desanimadora
"viscosidade burocráHca", que assalta e
liquida todas as iniciativas, por mais que elas atendam ao interesse nacional.
O
D.N.E.R., criado em 1937, estava em Novembro de 1945 sem o Regimento que lhe devia controlar o funcionamento.
Fora elaborado um projeto pelo Depar tamento, projeto que encalhara', porém, no D.A.S.P. por pequenas questões de detalhes e lá ficara esquecido. Senhores, eu sou. professor de uma
cadeira que se enquadra no grupo da
Engenharia dos Transportes e ao assu mir o Ministério da Viação e Obras
Rodo\aário, foi assinado para atender a pagamentos de serviços que se achavam em grande atraso; a nova vida começou mas era preciso do tar o Departamento dos meios necessá
rios para que êle pudesse ser útil ao Brasil como os tempos novos o exigiam. As tentativas de autonomia vinham de
cogitações longínquas, datando de cer ca de 15 anos, mas por motivos que não vem a propósito examinar haviam fra cassado ou sido adiadas.
Em reunião
pelo presidente José Linhares a 27 e
dezembro seguinte. Nesses poucos dia
ficou terminado o estudo de assunto de
tanta complexidade o que mostra que os membros da Comissão já o haviam
longamente meditado, não havendo di
ficuidades em acertar certas questões de detalhes. , O decreto 8.463, de 27 de dezembro
de 1945, já foi minuciosamente aprecia do nesta Reunião por Gumercindo Pen
convocada pelo ilustre general Gil Cas
teado em sua palestra, no dia 21, poj
telo Branco, então chefe da Casa Mi
ocasião da Sessão Inaugural. Como vi
litar do exmo. sr. presidente da Repú blica, tratou-se do assunto e senti que
mos, o Departamento Nacional de Es tradas de Rodagem ficou constituído dos
o momento era favorável. Imediatamen
seguintes órgãos:
Digesto
108
I — Órgãos deliberativos, a saber: a) Conselno Rodoviário e b) Conselho Executivo.
II — Órgão fiscal que é a Delegação de Controle.
III — Órgãos Executivos, em número de quatro: a) Diretoria Geral; b) Di visões e Serviços Técnicos; c) Procura doria Judicial e d) Serviço de Adminis tração.
Entre as novidades introduzidas por
êle figuram, em primeiro lugar, os aois órgãos deliberativos, isto é, o Conse lho Rodoviário e o Conselho Executivo.
O primeiro é o órgão legislativo da nossa técnica rodoviária, pois a ôle cabe a aprovação dos planos rodoviários Es
taduais e as modificações a introduzir no Nacional, assim como o estabeleci mento das condições técnicas das es
tradas, a deliberação sôbre os progra
mas anuais de trabalho e respectivos orçamentos e a distribuição do Fundo _ Rodoviário, entre as principais atribuiK çoes. Ao segundo, composto do pessoal pr interno do D.N.E.R., competem as de
sces sôbre o funcionamento do mesmo Departamento, na execução dos progra
mas estabelecidos e tem o propósito de por em contato os chefes de serviço que ncam assim conjugados na responsabili dade do sucesso ou insucesso da atua ção do Departamento. O Conselho Rodoviário exercerá na
vida rodoviária do Brasil uma ação de cisiva e precisava ser constituído de re presentantes das diversas entidades in teressadas nesse problema. Na sua com posição figuram pois:
a) um Presidente; b) um representan te do Estado Maior do Exército; c) um representante do Ministério do Trabalho
Indústria e Comércio; d) um represen tante do Ministério da Fazenda; e) um ' representante do Ministério da Agricul tura; f) um representante da Federação Brasileira de Engenheiros; g) um repre sentante da Escola Nacional de Enge nharia da Universidade do Brasil; e
Econômico
T
DíCESTO ECONÓNaco
109
h) o Diretor Geral do Departamento, como membro nato.
Os representantes dos Ministérios e da
Escola Nacional de Engenharia são por êles indicados e nomeados pelo presi dente da República; o da Federação
Brasileira dc Engenheiros é eleito por Quanto ao presidente do
três anos.
Conselho, diz o § 1.° do Art. 4.® do de creto-lei n.° 8.463:
"O Presidente deverá ser engenhei ro civil de reconhecida competência e idoneidade, estranho aos quadros do funcionalismo federal, dc livre es
colha do presidente da República". Para esse pôsto foi nomeado, sem
convite prévio, o engenheiro Gumorcindo Penteado porque na atual geração de rodoviários brasileiros
ele
estava
na
turalmente indicado para ocupá-lo, pois tem sido um colaborador constante e
decisivo da nossa legislação de carreteiras nos últimos anos. A seu respeito disse o nosso prezado colega, NeLson
Ottoní de Rezende, em discurso pro nunciado no Automóvel Clube de São Paulo, a 9 de março de 1946, resu
mindo a sua atuação nesse particular:
deral, traçada no Plano Rodoviário Na-
tado o parcial enRcnheiro Yôdo Z.1; após ter apn.norado os seus co nhecimentos, na citnra constante e observação acurada, do assunto rodoviano, cooperou com o ministro Maurício Joppert na estruturação do Decreto 8.463 de 27 de dezembro de I Mo, sem d"'' da o coroamento dos
esforços dc uma fração de engenhcjros, da qual faço parte
"
ciona!.
Ao apresentar à consideração do pre.sidente José Linhares o te.xto do decreto-lei, que mais tarde tomou o núinwo 8.403, eu tinha a conricçao profunda, senhores, de que ia dar ao problema rodoviário brasileiro a solução que me lhor consultava os interesses nacionais.
E sua c-xcelência o aprovou, assinando-o, na certeza de que praticava um dos atos mais nicritórios do seu Govêmo. Inspi-
ravam-me os e.xemplos de outros países,
os quais o da Argentina é dos e, senhores, que entre Nelson J.*"" Ottoni de Rezende não exagerou mais eloqüentes e interessantes para nos
a atuaçao de Gumercmdo Penteado na fclaboraçao do decrcto-lci 8.463- ao con trário, ficou aquém do que cHi real mente foi. O ministro da ViaçTio nada mais fez do q"e encaminhar para a
efetivação uma tendência da mentalidade
rodo^aria do seu pais, paru cuja forma-
ç-áo Gumcrcindo l enteado fôra um dos maiores cooperaclores.
Outra novidade do decreto-lei 8 463 introduzida nas normas administrativas bra-sileiras, foi a instituição do Fundo Rodoviário Nacional, pelo • recolhimento
porque a sua lei de riação, em vigor desde janeiro de 1933, tem numerosos
pontos de contato com o nosso decretolei 8.463. O eminente colega argentino,
engenheiro e professor Juan ^ Aj^stin Valle, em sua brilhante conferência do dia 23 no Instituto de Engenharia de São Paulo, mostrou-nos os notáveis re
sultados que teve no seu país a aplica
ção da autonomia administrativa e tinanceira da viação rodoviilria, autonomia
que lhe deu hoje um lugar de priori dade indiscutível na rede de carretei-
ao Banco do Brasij, cm conta especial, à ordem e disposição do D.N.E.R., da
ras sul-americanas. Não podemos debcar
ferença: o marechal fez, em 1836, um regulamento para "ESTRADAS"
cido sôbre combustíveis e lubrificantes
trabalho surpreendente que realizaram
da Província de São Paulo, sem criar
zidos no país. A receita do D.N.E.R. çcrá formada ]Jor 40% do Fundo Rodo viário Nacional, sendo os 60% restantes
"Foi o marechal Daniel Pedro Müller de nossos dia.s, com uma di
recursos permanentes, contando ape nas com "um conselho central para tudo o que fôr relativo a objeto Estradas".
"Cumercindo Penteado, após ter cooperado em um maçudo e comple to projeto de um Departamento Au tônomo de Estradas de Rodagem,
renda do imposto único federal que' in
líquidos minerais, importados ou produ distribuídos pelos Estados nas seguintes
de apresentar aos colegas rodo\iários ar
gentinos as nossas congratulações pelo e em especial ao nosso amigo professor Juan Agustin Valle, um dos grandes sol dados da batalha que conquistou o seu país a legislação de janeiro de 1933 e uma das maiores figuras sul-ame
bases: 36% proporcionalmente ao consu mo de combustíveis e lubrificantes lí
ricanas da técnica de construção de es
quidos; 12% proporcionalmente à popu lação e 12% proporcionalmente à super
Os engenheiros brasileiros são muito gratos ao professor Valle pelas suas ge
fície.
nerosas palavras de aplauso e pelos co
tradas de rodagem.
encravado e morto no Senado Fe
Restítui, assim, o Governo Federal aos
mentários à textura do decreto 8.463,
deral, não obstante a defesa do sena
Estados o imposto que ê'cs pagam sôbre
sobretudo pela sua sinceridade e pela
os combustíveis e lubrificantes líquidos que consomem, ficando, porém, essa res
sua notável experiência na matéria que
trabalhado com o ministro José Amé rico no sentido de desenvolver e ori
tituição sujeita a normas estabelecidas
entar, para ramos felizes, o problema rodoviário; após ter, silenciosamente,
pelo decreto em apreço e que importam
em todos os seus campos de estudos
tica rodoviária dos Estados com a Fe-
dor Paulo Moraes Barros; após ter
nunia articulação harmoniosa da polí
llie dá uma autoridade excepcional. Muitos dos pontos sôbre os quais ver sou a sua justa apreciação, foram ante riormente motivo da cogitação pelos membros componentes da Comissão que
Digesto
108
I — Órgãos deliberativos, a saber: a) Conselno Rodoviário e b) Conselho Executivo.
II — Órgão fiscal que é a Delegação de Controle.
III — Órgãos Executivos, em número de quatro: a) Diretoria Geral; b) Di visões e Serviços Técnicos; c) Procura doria Judicial e d) Serviço de Adminis tração.
Entre as novidades introduzidas por
êle figuram, em primeiro lugar, os aois órgãos deliberativos, isto é, o Conse lho Rodoviário e o Conselho Executivo.
O primeiro é o órgão legislativo da nossa técnica rodoviária, pois a ôle cabe a aprovação dos planos rodoviários Es
taduais e as modificações a introduzir no Nacional, assim como o estabeleci mento das condições técnicas das es
tradas, a deliberação sôbre os progra
mas anuais de trabalho e respectivos orçamentos e a distribuição do Fundo _ Rodoviário, entre as principais atribuiK çoes. Ao segundo, composto do pessoal pr interno do D.N.E.R., competem as de
sces sôbre o funcionamento do mesmo Departamento, na execução dos progra
mas estabelecidos e tem o propósito de por em contato os chefes de serviço que ncam assim conjugados na responsabili dade do sucesso ou insucesso da atua ção do Departamento. O Conselho Rodoviário exercerá na
vida rodoviária do Brasil uma ação de cisiva e precisava ser constituído de re presentantes das diversas entidades in teressadas nesse problema. Na sua com posição figuram pois:
a) um Presidente; b) um representan te do Estado Maior do Exército; c) um representante do Ministério do Trabalho
Indústria e Comércio; d) um represen tante do Ministério da Fazenda; e) um ' representante do Ministério da Agricul tura; f) um representante da Federação Brasileira de Engenheiros; g) um repre sentante da Escola Nacional de Enge nharia da Universidade do Brasil; e
Econômico
T
DíCESTO ECONÓNaco
109
h) o Diretor Geral do Departamento, como membro nato.
Os representantes dos Ministérios e da
Escola Nacional de Engenharia são por êles indicados e nomeados pelo presi dente da República; o da Federação
Brasileira dc Engenheiros é eleito por Quanto ao presidente do
três anos.
Conselho, diz o § 1.° do Art. 4.® do de creto-lei n.° 8.463:
"O Presidente deverá ser engenhei ro civil de reconhecida competência e idoneidade, estranho aos quadros do funcionalismo federal, dc livre es
colha do presidente da República". Para esse pôsto foi nomeado, sem
convite prévio, o engenheiro Gumorcindo Penteado porque na atual geração de rodoviários brasileiros
ele
estava
na
turalmente indicado para ocupá-lo, pois tem sido um colaborador constante e
decisivo da nossa legislação de carreteiras nos últimos anos. A seu respeito disse o nosso prezado colega, NeLson
Ottoní de Rezende, em discurso pro nunciado no Automóvel Clube de São Paulo, a 9 de março de 1946, resu
mindo a sua atuação nesse particular:
deral, traçada no Plano Rodoviário Na-
tado o parcial enRcnheiro Yôdo Z.1; após ter apn.norado os seus co nhecimentos, na citnra constante e observação acurada, do assunto rodoviano, cooperou com o ministro Maurício Joppert na estruturação do Decreto 8.463 de 27 de dezembro de I Mo, sem d"'' da o coroamento dos
esforços dc uma fração de engenhcjros, da qual faço parte
"
ciona!.
Ao apresentar à consideração do pre.sidente José Linhares o te.xto do decreto-lei, que mais tarde tomou o núinwo 8.403, eu tinha a conricçao profunda, senhores, de que ia dar ao problema rodoviário brasileiro a solução que me lhor consultava os interesses nacionais.
E sua c-xcelência o aprovou, assinando-o, na certeza de que praticava um dos atos mais nicritórios do seu Govêmo. Inspi-
ravam-me os e.xemplos de outros países,
os quais o da Argentina é dos e, senhores, que entre Nelson J.*"" Ottoni de Rezende não exagerou mais eloqüentes e interessantes para nos
a atuaçao de Gumercmdo Penteado na fclaboraçao do decrcto-lci 8.463- ao con trário, ficou aquém do que cHi real mente foi. O ministro da ViaçTio nada mais fez do q"e encaminhar para a
efetivação uma tendência da mentalidade
rodo^aria do seu pais, paru cuja forma-
ç-áo Gumcrcindo l enteado fôra um dos maiores cooperaclores.
Outra novidade do decreto-lei 8 463 introduzida nas normas administrativas bra-sileiras, foi a instituição do Fundo Rodoviário Nacional, pelo • recolhimento
porque a sua lei de riação, em vigor desde janeiro de 1933, tem numerosos
pontos de contato com o nosso decretolei 8.463. O eminente colega argentino,
engenheiro e professor Juan ^ Aj^stin Valle, em sua brilhante conferência do dia 23 no Instituto de Engenharia de São Paulo, mostrou-nos os notáveis re
sultados que teve no seu país a aplica
ção da autonomia administrativa e tinanceira da viação rodoviilria, autonomia
que lhe deu hoje um lugar de priori dade indiscutível na rede de carretei-
ao Banco do Brasij, cm conta especial, à ordem e disposição do D.N.E.R., da
ras sul-americanas. Não podemos debcar
ferença: o marechal fez, em 1836, um regulamento para "ESTRADAS"
cido sôbre combustíveis e lubrificantes
trabalho surpreendente que realizaram
da Província de São Paulo, sem criar
zidos no país. A receita do D.N.E.R. çcrá formada ]Jor 40% do Fundo Rodo viário Nacional, sendo os 60% restantes
"Foi o marechal Daniel Pedro Müller de nossos dia.s, com uma di
recursos permanentes, contando ape nas com "um conselho central para tudo o que fôr relativo a objeto Estradas".
"Cumercindo Penteado, após ter cooperado em um maçudo e comple to projeto de um Departamento Au tônomo de Estradas de Rodagem,
renda do imposto único federal que' in
líquidos minerais, importados ou produ distribuídos pelos Estados nas seguintes
de apresentar aos colegas rodo\iários ar
gentinos as nossas congratulações pelo e em especial ao nosso amigo professor Juan Agustin Valle, um dos grandes sol dados da batalha que conquistou o seu país a legislação de janeiro de 1933 e uma das maiores figuras sul-ame
bases: 36% proporcionalmente ao consu mo de combustíveis e lubrificantes lí
ricanas da técnica de construção de es
quidos; 12% proporcionalmente à popu lação e 12% proporcionalmente à super
Os engenheiros brasileiros são muito gratos ao professor Valle pelas suas ge
fície.
nerosas palavras de aplauso e pelos co
tradas de rodagem.
encravado e morto no Senado Fe
Restítui, assim, o Governo Federal aos
mentários à textura do decreto 8.463,
deral, não obstante a defesa do sena
Estados o imposto que ê'cs pagam sôbre
sobretudo pela sua sinceridade e pela
os combustíveis e lubrificantes líquidos que consomem, ficando, porém, essa res
sua notável experiência na matéria que
trabalhado com o ministro José Amé rico no sentido de desenvolver e ori
tituição sujeita a normas estabelecidas
entar, para ramos felizes, o problema rodoviário; após ter, silenciosamente,
pelo decreto em apreço e que importam
em todos os seus campos de estudos
tica rodoviária dos Estados com a Fe-
dor Paulo Moraes Barros; após ter
nunia articulação harmoniosa da polí
llie dá uma autoridade excepcional. Muitos dos pontos sôbre os quais ver sou a sua justa apreciação, foram ante riormente motivo da cogitação pelos membros componentes da Comissão que
Dioesto ECO.NÓMtCO
110
estudou a m'nula do decreto brasileiro;
esta Comissão, porém, precisou levar em conta os hábitos e as tradições das nos sas normas administrativas, sem o que o
fácil o foi daí que irradiaram depois
f)ara o interior cujas regiões adjacentes oram colonizando, obrigando-nos mais
tarde, depois da independência, à cons
novo regime se tomaria impraticável en
trução de estradas de ferro ou de roda
tre nós.
plo do país irmão e com esse exemplo
gem, com traçados onerosos e de difícil conservação c cujas condições técnicas, precárias para a época de hoje, precisam ser melhoradas. São Paido já deu um brilhante exemplo, fazendo descer a Sorocabana pelo valo do Cubalão com rampas c raios de curva admissíveis para um grande tráfego e onde os engenhei
procurarão resgatar o tempo perdido,
ros patricios construíram as mais arro
trabalhando afincadamente para dotarem
jadas obras de concreto armado. Entretanto, alguns vales existem de
Um detalhe apenas mostra
como são diferentes as coisas nos dois
países: os engenheiros brasileiros tive
ram que lutar mais doze anos do que os argentinos para conseguirem a sua autonomia rodoviária. Entretanto alcan
çaram-na e têm agora o brilhante exem
o Brasil, com a rapidez permitida pelos seus recursos financeiros e materiais, das grandes vias traçadas no Plano Rodoviá
muito mais fácil penetração, onde os ca
minhos terrestres alcançariam o planalto
rio Nacional e das res
em rampa suave, evitan
pectivas ligações princi pais. Sabem, porém, que
do as subidas e descidas
alternadas que atualmen-.
com isso a sua tarefa não
to caracterizam as- estra
estará terminada porque
das que partem do Rio, de Santos, de Paranaguá
o progresso da Nação,
do qual são os constru
ou de São Francisco. Re-
tores obscuros, estará sempre a fazer-lhes no vas exigências e a recla
firO-me, por exemplo, aos vales do rio Doce e do
Ribeira de Iguape, aban donados até lioje em vir
mar novos aperfeiçoamen tos e extensões da rede rodoviária.
_A configuração topográfica do Brasil não é das mais favoráveis ao traçado de caminhos que de um planalto aciden tado, recortado de montanhas ásperas entre vales extensos e diversamente ori
tude das suas cíifíceis co municações com o mar;
melhorado, porém, o acesso marítimo das suas embocaduras, a civilização en contrará o caminho desimpedido para ò planalto de Minas, de São Paulo e do
entados, encontram para chegar ao li toral do Atlântico, a leste, o paredão a
Paraná.
prumo da Serra do Mar. Sabemos bem
ingratos da nossa profissão, mas o re
o que nos tem custado galgar a sua
vertente marítima em demanda das gar gantas escondidas, dificuldade tanto mais agravada por uma distribuição das cida
des do litoral que obedeceu somente às marítima
facilidades de comunicação
com a metrópole portuguesa na época colonial. Com efeito, os, portugueses
Concordamos que, na realida
de, tais problemas de hidráulica fiúviomarítima são dos mais dispendiosos e curso moderno dos laboratórios de hi
dráulica aplicada, onde as diversas so luções são ensaiadas, antes de adotadas definitivamente, oferece hoje uma quase garantia de sucesso. Por maiores que sejam as dificuldades técnicas temos a certeza de que êsses trabalhos hão de se
procuraram de preferência para locali
fazer, em futuro próximo, por uma ne cessidade imperiosa da economia nacio
zar os seus estabelecimentos marítimos
nal.
os bons portos, de acesso naturalmente
Di<"-Kvro EcoNÓNnco
Com efeito, o vale do rio Doce,
por si referto de riquezas naturais da
costas e descendo aos vales, contornando
« O vale do RÜK.ira d. Iguale nítu-
raJmcnlc navegável c ja navegado ofe recendo^
pois. condições de decliv'idade suaves, ; c lamoso , ••••' noloo pelos seus recursos minerais, pela fertilidade das mas terras terras onde se mieiou uma flores
3 bastante
cente colonização de agricultores e nor éle chegarão facilmente ao mar os nrodutos abundantes das torras do sul de São Paulo e do norte do Paraná
A comunicação do Ribeira dè'lguane
cs contrafortes e trepando às gargantas elevadas. Hoje o problema das suas condições técnicas é mais sério porque o tráfego é mais pesado e mais intenso,
as superfícies de rolamento exigem cui dados especiais, controlados por labora tórios bem equipados. Haja vista o sacrifício que acaba de fazer São Paulo, projetando e construin do a ria Anchieta cuja repercussão na economia do Estado se fará sentir de
com o oceano Atlântico faz-se através de uma baixada litorânea recortada de
modo notável. Essa estrada que o exmo. sr. govemador Adhcmar de Barros teve
estendem desde Iguape até prãticamente à baía de Antonina, no Estado do Para
gurar a 22 do corrente, marca uma época na nossa técnica rodoviária, não
lagoas c dc canais profundos que se
a vcntxira de iniciar a construção e inau
pelas suas condições favoráveis de ná, necessitando a ligação, apenas de só traçado ^ como porque fez uso para con da sua infraestnitura dos re presença dos benefícios que produzirá. solidação cursos mais modernos da mecânica dos Dominando esse vasto lagamar, surge a c das fundações. Os nossos colegas histórica cidade de Cananéia que está solos que a levaram a termo, sob a direção
am canal rc1ali\'amente pequeno, em
fadada a ser _o entreposto marítimo de uma das regiões mais bom dotadas do
Brasil. Êsse grande surto irromperá no dia em que se abrir a franca navegação a barra de Cananeia como a abertura da barra do canal do Norte, no Estado
do Rio Grande do Sul, permitiu, por assim dizer, o brilhante progresso desse Estado que, do outro modo, estaria
condenado a ser tributário do pôrto de
Montevidéu. Desviei-me um pouco dos assuntos ro
doviários pròpriamente ditos, empolga
do pela questão^ dos _transportes nacio
nais, dos quais eles são um caso parti cular. Mas volto às rodovias que dei xaram de ser apenas uma rêde subsi
diária das estradas de ferro para adqui rirem em nossos dias uma individuali
proficiente de Ariovaldo Viana e de Dario de Castro Bueno, fizeram uma
obra digna dos maiores louvores e escre veram os seus nomes nos Anais da téc nica rodoviária brasileira.
Um país sem transporte, senhores,
está prisioneiro da civilização dentro de si mesmo e nada pode aspirar além da vida dos campos. Todas as atiridades da rida moderna estão baseadas numa
rêde de caminhos, permanentes e fá ceis, onde as rodovias sobressaem dispu tando a prioridade às estradas de ferro. Nelson
Ottoni de
Rezende, na sua
palestra já citada do Automóvel Clube de São Paulo, traçou por assim dizer o catecismo da propaganda a se fazer
para educar rodoriàriamente as diversas classes da sociedade, dizendo-se a cada
dade própria como meio de transporte terrestre independente, a ser articulado uma: Ao economista e banqüeiro ou ao ca corn os outros sistemas. Cresceram, po rém, as suas responsabilidades: não é pitalista: "The road to economv". Ê mais bastante que elas "ofereçam uma um axioma triunfante nos Estados Unidos. ■ rolamento adaptada á to-,
1< pografia do terreno, evitando terraplena-
j gcns e obras de arte, subindo às en
Ao Govêmo:
administração.
Sem estradas não há
Dioesto ECO.NÓMtCO
110
estudou a m'nula do decreto brasileiro;
esta Comissão, porém, precisou levar em conta os hábitos e as tradições das nos sas normas administrativas, sem o que o
fácil o foi daí que irradiaram depois
f)ara o interior cujas regiões adjacentes oram colonizando, obrigando-nos mais
tarde, depois da independência, à cons
novo regime se tomaria impraticável en
trução de estradas de ferro ou de roda
tre nós.
plo do país irmão e com esse exemplo
gem, com traçados onerosos e de difícil conservação c cujas condições técnicas, precárias para a época de hoje, precisam ser melhoradas. São Paido já deu um brilhante exemplo, fazendo descer a Sorocabana pelo valo do Cubalão com rampas c raios de curva admissíveis para um grande tráfego e onde os engenhei
procurarão resgatar o tempo perdido,
ros patricios construíram as mais arro
trabalhando afincadamente para dotarem
jadas obras de concreto armado. Entretanto, alguns vales existem de
Um detalhe apenas mostra
como são diferentes as coisas nos dois
países: os engenheiros brasileiros tive
ram que lutar mais doze anos do que os argentinos para conseguirem a sua autonomia rodoviária. Entretanto alcan
çaram-na e têm agora o brilhante exem
o Brasil, com a rapidez permitida pelos seus recursos financeiros e materiais, das grandes vias traçadas no Plano Rodoviá
muito mais fácil penetração, onde os ca
minhos terrestres alcançariam o planalto
rio Nacional e das res
em rampa suave, evitan
pectivas ligações princi pais. Sabem, porém, que
do as subidas e descidas
alternadas que atualmen-.
com isso a sua tarefa não
to caracterizam as- estra
estará terminada porque
das que partem do Rio, de Santos, de Paranaguá
o progresso da Nação,
do qual são os constru
ou de São Francisco. Re-
tores obscuros, estará sempre a fazer-lhes no vas exigências e a recla
firO-me, por exemplo, aos vales do rio Doce e do
Ribeira de Iguape, aban donados até lioje em vir
mar novos aperfeiçoamen tos e extensões da rede rodoviária.
_A configuração topográfica do Brasil não é das mais favoráveis ao traçado de caminhos que de um planalto aciden tado, recortado de montanhas ásperas entre vales extensos e diversamente ori
tude das suas cíifíceis co municações com o mar;
melhorado, porém, o acesso marítimo das suas embocaduras, a civilização en contrará o caminho desimpedido para ò planalto de Minas, de São Paulo e do
entados, encontram para chegar ao li toral do Atlântico, a leste, o paredão a
Paraná.
prumo da Serra do Mar. Sabemos bem
ingratos da nossa profissão, mas o re
o que nos tem custado galgar a sua
vertente marítima em demanda das gar gantas escondidas, dificuldade tanto mais agravada por uma distribuição das cida
des do litoral que obedeceu somente às marítima
facilidades de comunicação
com a metrópole portuguesa na época colonial. Com efeito, os, portugueses
Concordamos que, na realida
de, tais problemas de hidráulica fiúviomarítima são dos mais dispendiosos e curso moderno dos laboratórios de hi
dráulica aplicada, onde as diversas so luções são ensaiadas, antes de adotadas definitivamente, oferece hoje uma quase garantia de sucesso. Por maiores que sejam as dificuldades técnicas temos a certeza de que êsses trabalhos hão de se
procuraram de preferência para locali
fazer, em futuro próximo, por uma ne cessidade imperiosa da economia nacio
zar os seus estabelecimentos marítimos
nal.
os bons portos, de acesso naturalmente
Di<"-Kvro EcoNÓNnco
Com efeito, o vale do rio Doce,
por si referto de riquezas naturais da
costas e descendo aos vales, contornando
« O vale do RÜK.ira d. Iguale nítu-
raJmcnlc navegável c ja navegado ofe recendo^
pois. condições de decliv'idade suaves, ; c lamoso , ••••' noloo pelos seus recursos minerais, pela fertilidade das mas terras terras onde se mieiou uma flores
3 bastante
cente colonização de agricultores e nor éle chegarão facilmente ao mar os nrodutos abundantes das torras do sul de São Paulo e do norte do Paraná
A comunicação do Ribeira dè'lguane
cs contrafortes e trepando às gargantas elevadas. Hoje o problema das suas condições técnicas é mais sério porque o tráfego é mais pesado e mais intenso,
as superfícies de rolamento exigem cui dados especiais, controlados por labora tórios bem equipados. Haja vista o sacrifício que acaba de fazer São Paulo, projetando e construin do a ria Anchieta cuja repercussão na economia do Estado se fará sentir de
com o oceano Atlântico faz-se através de uma baixada litorânea recortada de
modo notável. Essa estrada que o exmo. sr. govemador Adhcmar de Barros teve
estendem desde Iguape até prãticamente à baía de Antonina, no Estado do Para
gurar a 22 do corrente, marca uma época na nossa técnica rodoviária, não
lagoas c dc canais profundos que se
a vcntxira de iniciar a construção e inau
pelas suas condições favoráveis de ná, necessitando a ligação, apenas de só traçado ^ como porque fez uso para con da sua infraestnitura dos re presença dos benefícios que produzirá. solidação cursos mais modernos da mecânica dos Dominando esse vasto lagamar, surge a c das fundações. Os nossos colegas histórica cidade de Cananéia que está solos que a levaram a termo, sob a direção
am canal rc1ali\'amente pequeno, em
fadada a ser _o entreposto marítimo de uma das regiões mais bom dotadas do
Brasil. Êsse grande surto irromperá no dia em que se abrir a franca navegação a barra de Cananeia como a abertura da barra do canal do Norte, no Estado
do Rio Grande do Sul, permitiu, por assim dizer, o brilhante progresso desse Estado que, do outro modo, estaria
condenado a ser tributário do pôrto de
Montevidéu. Desviei-me um pouco dos assuntos ro
doviários pròpriamente ditos, empolga
do pela questão^ dos _transportes nacio
nais, dos quais eles são um caso parti cular. Mas volto às rodovias que dei xaram de ser apenas uma rêde subsi
diária das estradas de ferro para adqui rirem em nossos dias uma individuali
proficiente de Ariovaldo Viana e de Dario de Castro Bueno, fizeram uma
obra digna dos maiores louvores e escre veram os seus nomes nos Anais da téc nica rodoviária brasileira.
Um país sem transporte, senhores,
está prisioneiro da civilização dentro de si mesmo e nada pode aspirar além da vida dos campos. Todas as atiridades da rida moderna estão baseadas numa
rêde de caminhos, permanentes e fá ceis, onde as rodovias sobressaem dispu tando a prioridade às estradas de ferro. Nelson
Ottoni de
Rezende, na sua
palestra já citada do Automóvel Clube de São Paulo, traçou por assim dizer o catecismo da propaganda a se fazer
para educar rodoriàriamente as diversas classes da sociedade, dizendo-se a cada
dade própria como meio de transporte terrestre independente, a ser articulado uma: Ao economista e banqüeiro ou ao ca corn os outros sistemas. Cresceram, po rém, as suas responsabilidades: não é pitalista: "The road to economv". Ê mais bastante que elas "ofereçam uma um axioma triunfante nos Estados Unidos. ■ rolamento adaptada á to-,
1< pografia do terreno, evitando terraplena-
j gcns e obras de arte, subindo às en
Ao Govêmo:
administração.
Sem estradas não há
Digesto Econômico
112
Ao ferroviário, ao marítimo e ao agri
cultor:
Ê um absurdo haver agricul
mas cuja preocupação diária as conduz
tura e comércio sem rodovias; pode ha
objetivo 6 criar uma espécie de cons
ver sem estradas de ferro, mas não
ciência nacional rodoviária, uma onda
sem estradas de rodagem. Ao médico, ao advogado e ao cientis ta; Repitamos a frase dos Irmãos da Clínica Mayo: "É impossível dar assis
de opinião que impeça a qualquer admi
tência e combater a dor sem estradas
de rodagem, o que seria possível embora sem qualquer outro meio de transporte". A imprensa: Lembremos que o mag
qual o Brasil não se poderá desenvolver. trações Rodoviárias é um dos primeiros as questões fundamentais que ela está
de Estados, secretiirios de Viação, pre-
de rodagem não há imprensa, pois por
feito.s, chefes de Serviços e engenheiros
ela chega o jornal diário ao leitor".
da especialidade, destaca-se um notá
estradas de rodagem não pode haver conforto espiritual".
Aos pais de família: Lembremos que o Brasil tem 80% de analfabetos e só a
estrada de rodagem pode levar o pro
fessor ou transportar a criança".
aos jovens nascidos no guan» te Aoda povo, ditadura fascista, às vitimas das
vel espírito de colaboração nacional, perdendo o problema da construção de rodovias entre nós o caráter regional que até então o mantinha afastado das arbitrariedades federais, para tomar o
feitio de um problema brasileiro,- pela solução do qual todos se esforçam. Eu destaco, portanto, no decreto-lei 8.463, além das vantagens já apontadas no do mínio da técnica e da economia, ainda
D. José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutínho ^Ão obstante a justa ressalva exarada
porém era-lhe superior em talentos e na
por João Francisco Lisboa (à pág.
variedade dos conliecimentos; pois p
do vol. IIX de suas "Obras"), no
bispo ostenta em suas obras profundas
tocante à atitude complacente de d. José
noções, não só de direito de governo e
Joaquim da Cunha de Azeredo Coutí nho com relação ao alvará de 5 de ja neiro de 1785 (felizmente revogado pelo
de economia política, como de vánas ciências, incluindo a mecânica; também
493
decreto de 1." de abril de 1808 do prín-
cipe-regente d. João), pelo qual d.
esta: a de ser um elo a mais, afirmando
ria I ordenou "a memorável destruição
a unidade nacional pela conjugação har moniosa de interesses para a grandeza da pátria comum.
de tôdas as nossas fábricas", o insigne
açúcar e de todos os generos de primeira necessida de: Lembremos que. se houvesse estra das de rodagem, issç não aconteceria". E terminando, senhores, eu propunha, As classes mlitares e navais: Lembre se me fôsse permitido,jjue esta Reunião mos das tog^as dos afundamentos do prestasse uma homenagem especial aos Afonso Pena do "Araraquara" e tan homens que, pelo seu grande espírito
tos outros, onde tantos brasileiros foram mortos, mais para garantir a ligação
II
benefícios do decreto-lci 8.463; entre
reso%endo, assistida por governadores
Lembremos o que
Especial para o "Digesto Econômico"
Senhores, esta Reunião das Adminis
"Sem estradas
aos espiritualistas:
por Basíuo Magalhães
dessa política que ora se inicia e sem a
sa Americana, afirmou:
disse o Metropolitano de Chicago: "Sem
Brasileiros
nistrador inadvertido recuar futuramente
nata Hearst, no Congresso da Impren
Às igrejas, aos bispos, aos padres e
Economistas
a rumos de cogitação diferentes; o seu
gurar iconogràficamente na "História ge
ragem, apesar de algumas perseguições, contra a Mesa da Consciência, pelos di
ral do Brasil" do competente e austero
reitos do soberano ao padroado das or
Vamhagen (vejam-se as págs, 14-17 do vol. V da 8.^ ed. integral), o qual o co locou entre os poucos patriotas e gran
(págs. 80-84), cogitando de Pemambu- ^ co, recenseia "o benéfico influxo, que ^
fliho da terra goitacá bem mereceu fi
do norte com o sul, sacrifício desneces
público e patriotismo, usaram da sua autoridade momentânea e do seu pres tígio para abrir à política rodoviária
sário se houvesse a rodovia Rio-Balúa.
brasileira os novos rumos que aqui co
ca será excessivo todo o reconliecimento
memoramos: eu quero referir-me ao expresidente, ministro José Linliares, ao general Gil Castelo Branco e ao enge-\ nheiro civil, Francisco de Assis BasíUo,
do Brasil". Em poucas palavras o vis conde de Pôrto-Seguro exprimiu, logo adiante, o juízo que lhe mereceu o nosso
Ao Govêrno atual: Que os planos de emergência de nada valerão se não hou ver caminhões, pneumáticos -e estradas para o seu carreamento às futurosas câ maras de expurgos".
Essa propaganda é necessária, não só
des pensadores, "a cuja memória nun
na ocasião o chefe do Gabinente do mi
egrégio patrício: " O bispo Azeredo
nistro da Viação e de cuja colaboração
Coutínho foi também grande advogado
eficiente e convicta, para vencer as di
do desenvolvimento da indústria e co
entre as classes mais desfavorecidas de
ficuldades da rotina, eu posso dar o
cultura como mesmo nas mais elevadas
mais completo testemunho.
se ocupou do problema da navegação aérea. Pugnou, em seus escritos, pela abolição, que conseguiu, do monopólio do sal, 6 (com José Bonifácio) pela da pesca das baleias, e, com exemplar co
mércio do Brasil. Em firmeza de cará ter e virtudes, não era inferior a Cairu;
dens militares..."
E. pouco alem
resultou à capitania tôda, da presença nela do ativo e ilustrado bispo Azeredo Coutinho, que, tomando posse do báculo em 1798, veio a reunir às funções epis
copais as de diretor-geral dos estudos da capitania e até as de governador in terino dela e de presidente da sua Junta
de Fazenda". E deixa expor, "no acento
sincero de um velho septuagenário, diri gindo-se ao soberano", os serviços pres-
!
Digesto Econômico
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Ao ferroviário, ao marítimo e ao agri
cultor:
Ê um absurdo haver agricul
mas cuja preocupação diária as conduz
tura e comércio sem rodovias; pode ha
objetivo 6 criar uma espécie de cons
ver sem estradas de ferro, mas não
ciência nacional rodoviária, uma onda
sem estradas de rodagem. Ao médico, ao advogado e ao cientis ta; Repitamos a frase dos Irmãos da Clínica Mayo: "É impossível dar assis
de opinião que impeça a qualquer admi
tência e combater a dor sem estradas
de rodagem, o que seria possível embora sem qualquer outro meio de transporte". A imprensa: Lembremos que o mag
qual o Brasil não se poderá desenvolver. trações Rodoviárias é um dos primeiros as questões fundamentais que ela está
de Estados, secretiirios de Viação, pre-
de rodagem não há imprensa, pois por
feito.s, chefes de Serviços e engenheiros
ela chega o jornal diário ao leitor".
da especialidade, destaca-se um notá
estradas de rodagem não pode haver conforto espiritual".
Aos pais de família: Lembremos que o Brasil tem 80% de analfabetos e só a
estrada de rodagem pode levar o pro
fessor ou transportar a criança".
aos jovens nascidos no guan» te Aoda povo, ditadura fascista, às vitimas das
vel espírito de colaboração nacional, perdendo o problema da construção de rodovias entre nós o caráter regional que até então o mantinha afastado das arbitrariedades federais, para tomar o
feitio de um problema brasileiro,- pela solução do qual todos se esforçam. Eu destaco, portanto, no decreto-lei 8.463, além das vantagens já apontadas no do mínio da técnica e da economia, ainda
D. José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutínho ^Ão obstante a justa ressalva exarada
porém era-lhe superior em talentos e na
por João Francisco Lisboa (à pág.
variedade dos conliecimentos; pois p
do vol. IIX de suas "Obras"), no
bispo ostenta em suas obras profundas
tocante à atitude complacente de d. José
noções, não só de direito de governo e
Joaquim da Cunha de Azeredo Coutí nho com relação ao alvará de 5 de ja neiro de 1785 (felizmente revogado pelo
de economia política, como de vánas ciências, incluindo a mecânica; também
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decreto de 1." de abril de 1808 do prín-
cipe-regente d. João), pelo qual d.
esta: a de ser um elo a mais, afirmando
ria I ordenou "a memorável destruição
a unidade nacional pela conjugação har moniosa de interesses para a grandeza da pátria comum.
de tôdas as nossas fábricas", o insigne
açúcar e de todos os generos de primeira necessida de: Lembremos que. se houvesse estra das de rodagem, issç não aconteceria". E terminando, senhores, eu propunha, As classes mlitares e navais: Lembre se me fôsse permitido,jjue esta Reunião mos das tog^as dos afundamentos do prestasse uma homenagem especial aos Afonso Pena do "Araraquara" e tan homens que, pelo seu grande espírito
tos outros, onde tantos brasileiros foram mortos, mais para garantir a ligação
II
benefícios do decreto-lci 8.463; entre
reso%endo, assistida por governadores
Lembremos o que
Especial para o "Digesto Econômico"
Senhores, esta Reunião das Adminis
"Sem estradas
aos espiritualistas:
por Basíuo Magalhães
dessa política que ora se inicia e sem a
sa Americana, afirmou:
disse o Metropolitano de Chicago: "Sem
Brasileiros
nistrador inadvertido recuar futuramente
nata Hearst, no Congresso da Impren
Às igrejas, aos bispos, aos padres e
Economistas
a rumos de cogitação diferentes; o seu
gurar iconogràficamente na "História ge
ragem, apesar de algumas perseguições, contra a Mesa da Consciência, pelos di
ral do Brasil" do competente e austero
reitos do soberano ao padroado das or
Vamhagen (vejam-se as págs, 14-17 do vol. V da 8.^ ed. integral), o qual o co locou entre os poucos patriotas e gran
(págs. 80-84), cogitando de Pemambu- ^ co, recenseia "o benéfico influxo, que ^
fliho da terra goitacá bem mereceu fi
do norte com o sul, sacrifício desneces
público e patriotismo, usaram da sua autoridade momentânea e do seu pres tígio para abrir à política rodoviária
sário se houvesse a rodovia Rio-Balúa.
brasileira os novos rumos que aqui co
ca será excessivo todo o reconliecimento
memoramos: eu quero referir-me ao expresidente, ministro José Linliares, ao general Gil Castelo Branco e ao enge-\ nheiro civil, Francisco de Assis BasíUo,
do Brasil". Em poucas palavras o vis conde de Pôrto-Seguro exprimiu, logo adiante, o juízo que lhe mereceu o nosso
Ao Govêrno atual: Que os planos de emergência de nada valerão se não hou ver caminhões, pneumáticos -e estradas para o seu carreamento às futurosas câ maras de expurgos".
Essa propaganda é necessária, não só
des pensadores, "a cuja memória nun
na ocasião o chefe do Gabinente do mi
egrégio patrício: " O bispo Azeredo
nistro da Viação e de cuja colaboração
Coutínho foi também grande advogado
eficiente e convicta, para vencer as di
do desenvolvimento da indústria e co
entre as classes mais desfavorecidas de
ficuldades da rotina, eu posso dar o
cultura como mesmo nas mais elevadas
mais completo testemunho.
se ocupou do problema da navegação aérea. Pugnou, em seus escritos, pela abolição, que conseguiu, do monopólio do sal, 6 (com José Bonifácio) pela da pesca das baleias, e, com exemplar co
mércio do Brasil. Em firmeza de cará ter e virtudes, não era inferior a Cairu;
dens militares..."
E. pouco alem
resultou à capitania tôda, da presença nela do ativo e ilustrado bispo Azeredo Coutinho, que, tomando posse do báculo em 1798, veio a reunir às funções epis
copais as de diretor-geral dos estudos da capitania e até as de governador in terino dela e de presidente da sua Junta
de Fazenda". E deixa expor, "no acento
sincero de um velho septuagenário, diri gindo-se ao soberano", os serviços pres-
!
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hk
^
Dicesií) Econômico
H4
Dícesto Econômico
115
que constam da "Cópia da carta que a Sua Magestade o Senhor Rei D. João VI
Morais, a qual .se malrimuiiiou com Se bastião da Cunha Coutinho Rangel, ca
ração à coroa cia viltimn capitania brasi
rioca (descendente dos Buenos de São
leira".
(seado Prínclpe-Rcgcnte de Portugal)
Paulo e aparentado com os Azeredo-Cou-
taclos à sua pátria pelo sábio antíste, e
escreveu o bispo de Elvas, em 1816"
tinhos), senhor de engenhos c persona
(Londres, 1817). Nesse documento au-
lidade de alto prestígio na terra goitacá.
to-biográfico é que se acham consigna
Do distinto e abastado casal foi que pro veio José Joaquint da Cunha de Aze
dos os melhoramentos devidos pela cul tura inte'ectua! da nossa pátria ao seu douto e operoso filho. Pouco faltando para atingir aos 80
anos, expirou, todavia, .sem haver po dido assistir à definitiva emancipação política de sua pátria, já então reino,
mas ainda fazendo parte da monarquia trial lusitana. Pertenceu, portanto, como Alexandre de Gusmão ao período colo nial, maugrado o Bra.sii não mais de vesse ser considerado "colônia" desde o decreto de 16 de dezembro de 1815.
redo Coutinho. Primogênito, tomou-se o suces.sor do pai no "morgadio dos Azeredos", o qual não se confundia com o
dos seü.s ilustres parentes, também por tadores do cognome Azcrcdo-Coutinho, porquanto o dêste.s era o "morgadio de
José escolheu para membros da mesma,
Como as.scgura Joaipiim José Pedro
com a missão especial de se encarrega
Lope.s (págs. 106-107 do vol. VII, 1845j da "Rev. cio Inst. Hist. c Geogr. Bras.",
rem da refomia da universidade de
que transcreveu a biografia inserta na
d. Francisco de Lemos de Faria Pereira
Coimbra, dois patrícios nossos, os irmãos
"Gazeta Universal" de 27 dc setembro
Coutinho (c>onde de Arganil) e João Pe
de 1821), foi na capital do Estado do Brasil cjuc José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho "aprendeu as primei ras letras, gramática, retórica e belasletras, filosofia c teologia, mostrando tal aptidão e perspicácia em todos os estu
reira Ramos de Azeredo Coutinho.
A
êsses eruditos fluminenses deveram-se:
o "Compêndio histórico do est-ado da universidade de Coimbra, no tempo da invasão dos denominados jesuítas e dos
Marapicu", no termo de Iguaçu. Em 1747, a Câmara Municipal da vila
dos. que sempre mereceu particular es
de Sâo-Salvador incorporou na coroa a
tres; em lugar de entreter, como muitos, as horas vagas do estudo em ócio ou travessuras cia mocidade, deu-se ao agradá
estragos feitos nas ciências, nos profes sores e diretores que as regiam, pelas maquinações e publicações dos novos estatutos por eles fabricados" (Lisboa, 1772), grosso volume publicado em no me da Junta de Providência Literária; e
vel entretenimento da música, e con
os "Estatutos da Universidade de Coim
seguiu tocar, com bastante destreza, al
capitania dc Campos-dos-Goitaca.scs, até então pertencente aos Assccus (porém
só em 1752 comprada aos mesmos pelo Nasceu a 8 de setembro de 1742, no- rei d. José), e, em conseqüência de se distrito da então vila de São-Salvador melhante ato, houve ali, no ano seguinte, (fundada em 29 de maio de 1677, tendo unia tremenda conflagração, na qual retomado o nome batísmal do 1.® visconde fulgiu a figura patriótica e intrépida de de A.sseca, Salvador Correia de Sá e
"Enciclopédia", o grande ministro de d.
tima e distinção de todos os seus mes
Não nos conta o
bra" (Lisboa, 1772, em tré.s tomos), nos quais também colaborou José Mon
seu citado biógrafo qual o colégio onde
teiro da Rocha, encarregado da parte
o menino campista^ cursou tantas maté
relativa às ciências naturais.
guns instrumeiitD.s".
Havendo perdido os pais en\ 1768,
rias, sendo do acreditarrse tenha sido
Benevides), da Capitania de Campos-dos-
Benta Pereira, a quem não faltou o decisivo apoio de sua fillia Mariana Bar
Goitacases, e faleceu em Lisboa, a 12
reto e dos irmãos desta, Manuel e Fran
pulsos do Brasil em 1759. Como quer
Coutinho assumiu pessoahnente a ge.stão
cisco Manhães Barreto.
que seja, acrescenta J. J- P- Lopes:
do morgadio de que era titular, exer-
A exemplo de outros proprietários de fazendas e engenhos, retirau-.se dali, em 1748, com tôda a sua família, para a cidade do Rio-de-Janeiro, Sebastião da Cunha Coutinho Rangel, que não ficou
"Acabados os seus estudo.s, passou a via jar por todas as terras daquela região até Minas-Gcrais, não como estéril via jante, mas como filósofo observador, fa
de setembro de 1821.
Naquela donatária dos Assecas, o.s goitacases e os coropós, estes vencidos por aqueles, passaram a denominar-se con juntamente "coroados", tendo concorri
do eficazmente para a pacificação dos mesmos o capitão-mor Domingos Álva res Pessanlia (proprietário da vasta fa
zenda de Santa-Cruz, em cuja capela
de braços cruzados ante aquela sanguinosa tragédia, visto como foi ele, segun do Alberto Ribeiro Lamego (veja-se "O
de Santa-Rita foi batizado seu depois
homem e o brejo", pág. 74), "o advoga
célebre neto) e seu filho, o benemérito
Irmã deste
do dos campistas", tendo ido a Lisboa expor "a el-rei toda a calamidade, mais
clérigo era d. Isabel Sebastíana Roso de
uma vez suplicando a definitiva incorpo-
padre Ângelo Pessanha.
o dos jesuítas, pois estes só foram ex
zendo seus apontamentos do que julga va mais notável".
Criada em 1770, pelo "marquês-rei" (como Camilo Castelo-Branco chamou,
com acôrto, a Pombal), sob a direção do imortal estadista presidência do car deal da Cunha, a Junta de Providência Literária, destinada a substituir em Por tugal a influência do loiolismo pela da
José Joaquim da Cunha de Azeredo cendo-a apenas durante sete anos. Sem
esposa e filhos, como também, provàvelmente, sem a preocupação de acumu lar maior fortuna pecuniária mediante a
exploração das terras que lhe pertenciam, — não tardou a dominá-lo o desejo de aperfeiçoar os seus conhecimentos inte lectuais, volando-se, mercê dos mes
mos, à carreira eclesiástica. Renunciando a todos os seus direitos
sôbre o vinculo que possuía na terra flu minense, o "morgadio dos Azeredos", em favor de seu irmão Sebastião da
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Dicesií) Econômico
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Dícesto Econômico
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que constam da "Cópia da carta que a Sua Magestade o Senhor Rei D. João VI
Morais, a qual .se malrimuiiiou com Se bastião da Cunha Coutinho Rangel, ca
ração à coroa cia viltimn capitania brasi
rioca (descendente dos Buenos de São
leira".
(seado Prínclpe-Rcgcnte de Portugal)
Paulo e aparentado com os Azeredo-Cou-
taclos à sua pátria pelo sábio antíste, e
escreveu o bispo de Elvas, em 1816"
tinhos), senhor de engenhos c persona
(Londres, 1817). Nesse documento au-
lidade de alto prestígio na terra goitacá.
to-biográfico é que se acham consigna
Do distinto e abastado casal foi que pro veio José Joaquint da Cunha de Aze
dos os melhoramentos devidos pela cul tura inte'ectua! da nossa pátria ao seu douto e operoso filho. Pouco faltando para atingir aos 80
anos, expirou, todavia, .sem haver po dido assistir à definitiva emancipação política de sua pátria, já então reino,
mas ainda fazendo parte da monarquia trial lusitana. Pertenceu, portanto, como Alexandre de Gusmão ao período colo nial, maugrado o Bra.sii não mais de vesse ser considerado "colônia" desde o decreto de 16 de dezembro de 1815.
redo Coutinho. Primogênito, tomou-se o suces.sor do pai no "morgadio dos Azeredos", o qual não se confundia com o
dos seü.s ilustres parentes, também por tadores do cognome Azcrcdo-Coutinho, porquanto o dêste.s era o "morgadio de
José escolheu para membros da mesma,
Como as.scgura Joaipiim José Pedro
com a missão especial de se encarrega
Lope.s (págs. 106-107 do vol. VII, 1845j da "Rev. cio Inst. Hist. c Geogr. Bras.",
rem da refomia da universidade de
que transcreveu a biografia inserta na
d. Francisco de Lemos de Faria Pereira
Coimbra, dois patrícios nossos, os irmãos
"Gazeta Universal" de 27 dc setembro
Coutinho (c>onde de Arganil) e João Pe
de 1821), foi na capital do Estado do Brasil cjuc José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho "aprendeu as primei ras letras, gramática, retórica e belasletras, filosofia c teologia, mostrando tal aptidão e perspicácia em todos os estu
reira Ramos de Azeredo Coutinho.
A
êsses eruditos fluminenses deveram-se:
o "Compêndio histórico do est-ado da universidade de Coimbra, no tempo da invasão dos denominados jesuítas e dos
Marapicu", no termo de Iguaçu. Em 1747, a Câmara Municipal da vila
dos. que sempre mereceu particular es
de Sâo-Salvador incorporou na coroa a
tres; em lugar de entreter, como muitos, as horas vagas do estudo em ócio ou travessuras cia mocidade, deu-se ao agradá
estragos feitos nas ciências, nos profes sores e diretores que as regiam, pelas maquinações e publicações dos novos estatutos por eles fabricados" (Lisboa, 1772), grosso volume publicado em no me da Junta de Providência Literária; e
vel entretenimento da música, e con
os "Estatutos da Universidade de Coim
seguiu tocar, com bastante destreza, al
capitania dc Campos-dos-Goitaca.scs, até então pertencente aos Assccus (porém
só em 1752 comprada aos mesmos pelo Nasceu a 8 de setembro de 1742, no- rei d. José), e, em conseqüência de se distrito da então vila de São-Salvador melhante ato, houve ali, no ano seguinte, (fundada em 29 de maio de 1677, tendo unia tremenda conflagração, na qual retomado o nome batísmal do 1.® visconde fulgiu a figura patriótica e intrépida de de A.sseca, Salvador Correia de Sá e
"Enciclopédia", o grande ministro de d.
tima e distinção de todos os seus mes
Não nos conta o
bra" (Lisboa, 1772, em tré.s tomos), nos quais também colaborou José Mon
seu citado biógrafo qual o colégio onde
teiro da Rocha, encarregado da parte
o menino campista^ cursou tantas maté
relativa às ciências naturais.
guns instrumeiitD.s".
Havendo perdido os pais en\ 1768,
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Benevides), da Capitania de Campos-dos-
Benta Pereira, a quem não faltou o decisivo apoio de sua fillia Mariana Bar
Goitacases, e faleceu em Lisboa, a 12
reto e dos irmãos desta, Manuel e Fran
pulsos do Brasil em 1759. Como quer
Coutinho assumiu pessoahnente a ge.stão
cisco Manhães Barreto.
que seja, acrescenta J. J- P- Lopes:
do morgadio de que era titular, exer-
A exemplo de outros proprietários de fazendas e engenhos, retirau-.se dali, em 1748, com tôda a sua família, para a cidade do Rio-de-Janeiro, Sebastião da Cunha Coutinho Rangel, que não ficou
"Acabados os seus estudo.s, passou a via jar por todas as terras daquela região até Minas-Gcrais, não como estéril via jante, mas como filósofo observador, fa
de setembro de 1821.
Naquela donatária dos Assecas, o.s goitacases e os coropós, estes vencidos por aqueles, passaram a denominar-se con juntamente "coroados", tendo concorri
do eficazmente para a pacificação dos mesmos o capitão-mor Domingos Álva res Pessanlia (proprietário da vasta fa
zenda de Santa-Cruz, em cuja capela
de braços cruzados ante aquela sanguinosa tragédia, visto como foi ele, segun do Alberto Ribeiro Lamego (veja-se "O
de Santa-Rita foi batizado seu depois
homem e o brejo", pág. 74), "o advoga
célebre neto) e seu filho, o benemérito
Irmã deste
do dos campistas", tendo ido a Lisboa expor "a el-rei toda a calamidade, mais
clérigo era d. Isabel Sebastíana Roso de
uma vez suplicando a definitiva incorpo-
padre Ângelo Pessanha.
o dos jesuítas, pois estes só foram ex
zendo seus apontamentos do que julga va mais notável".
Criada em 1770, pelo "marquês-rei" (como Camilo Castelo-Branco chamou,
com acôrto, a Pombal), sob a direção do imortal estadista presidência do car deal da Cunha, a Junta de Providência Literária, destinada a substituir em Por tugal a influência do loiolismo pela da
José Joaquim da Cunha de Azeredo cendo-a apenas durante sete anos. Sem
esposa e filhos, como também, provàvelmente, sem a preocupação de acumu lar maior fortuna pecuniária mediante a
exploração das terras que lhe pertenciam, — não tardou a dominá-lo o desejo de aperfeiçoar os seus conhecimentos inte lectuais, volando-se, mercê dos mes
mos, à carreira eclesiástica. Renunciando a todos os seus direitos
sôbre o vinculo que possuía na terra flu minense, o "morgadio dos Azeredos", em favor de seu irmão Sebastião da
Dicesto
116
Econômico
'•
para Portugal em 1775. Era o conde de Arganíl, seu consanguíneo, quem ainda reitorava (e o fez
estudos", acrescentando J. J. P. Lopes,
da casa real e coronel da cavalaria mi-
bciana do Río-de-Janeíro), embarcou
117
Econóauco
1
exigência obtivesse dispensa por ato da rainha, do que havia precedentes na quele tribunal. ■" A isso respondeu éle, dignamente, "que não pretendia dispensa em matéria de
Cunha de Azeredo Coutinho (fidalgo
Dicesto
obtido da coroa c.xonerar-se do bispado
fôsse e.scolhido outro brasileiro, recaindo
latutos do recolhimento de Nossa-Senhora-da-G!ória do lugar da Boa-Vísta de Pernambuco", ambos publicados em Lisboa (1798). Assim, mal tomou pos
no cônego José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho a nomeação, logo apro vada pelo papa Pio VI. Conforme expõe o episódio o padre
se, a 29 de dezembro de 1798, pessoal mente, do sólio episcopal (no qual se conservou apenas até 5 de jullio de 1802), cogitou de aparelliar e inaugurar
Heliodoro Pires, em sua monografia inserta às págs. 781-810 do vol. I dos "Anais do 1.® Congresso de História
os referidos estabelecimentos de educa
de Olinda, em 1793, e, para seu suces
sor. entendeu o príncipe-regente d. João
por muitos anos, até ao em que o colheu
que com razão !hc enaltece o nobre
a morte) a Universidade de Coimbra.
gesto:
Nela imediatamente admitido, pois já se havia habilitado em filosofia e teologia na capital brasileira, José Joaquim da charelando-se em direito canônico, base
ir outra x-ez para a Universidade, donde saira havia anos; freqüentou o sexto ano acadêmico, no fim do qual fez luzidíssiinos atos, e recebeu o grau de licencia do, que a lei mandava tivessem os elei tos para deputados do Santo-Oficio".
da missão sacerdotal, a que aspirava, c para a qual recebeu logo as ordens exi gidas pela Igreja Católica. Tal era, po rém, a sua avidez de boa cultura espiri
De tão espinhoso mandato desempe nhou-se por cerca de dez anos (17841794), e foi nessa época que, sofrendo Portugal a repercussão da Grande Crise
pelo filho de d. Maria I, de ser criado um seminário em Olinda. E daí resultou um dos seus mais notáveis, serviços à
Ocidental, isto é, da revolução francesa
cultura brasileira.
Cunha de Azeredo Coutinho cursou ali
especialmente os estudos jurídicos, ba-
tual, que não se contentou com aquele diploma universitário, porquanto segun-
1^ do relata J, J. p. Lopes, continuou ali o seu preparo científico "e na história
natural, na física experimental e na química, sobressaiu sempre, de modo que se compraziam os lentes em lhe dar
louvor, e os condiscípulos e contemporâ neos em tributar estima e respeito a um colega, que era exemplar no comporta mento e tão abalisado em seus estudos". Graças à influência do conde de Ar-
gánil, mereceu de d. Maria I o lugar de arcediago da'catedral do Rio-de-Janeiro; mas, ocorrendo logo uma vaga de deputado do Santo-Ofício de Lisboa, entendeu a soberana de preenchê-la com
o nosso patrício. Exigia tal cargo um grau acadêmico mais elevado que o de bacharel, e o cônego José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho foi aconse-
IJiadr^ por amigos a que de semelhante
"E, com efeito, tratou logo de
de 1789, a qual ia alterar tão profunda mente u face do inundo cultural, —
revelou o nosso eminente patrício a sua ampla capacidade de economista, escla
recido pela "Enciclopédia" e pelos cíen' tistas abeberados na obra imperecível de Diderot e d'Alembert.
Datam, com efei
to, de 179Í, 1794 e 1796, respectiva mente, os três trabalhos seus, "Memó
ria sôbre o preço do açúcar", "Ensaio econômico
sôbre
o
comércio
de Por
tugal e suas colônias" e "Análise sobre a justiça do comércio do resgate dos es
cravos da costa da África", dos quais farei adiante mais detida apreciação, e que o exalçaram irnediataniente, no juí zo dos contemporâneos competentes, à categoria de aproveitado discípulo de Quesnay, Turgot e Adam Smith.
Mas d. fr. Diogo de Jesus Jardim (na tural de Sabará,
Minas-Cerais)
havia
Nacional",
relutou
o
ínclito filho da
terra goitacá em empunhar o báculo da
mencionada diocese pernambucana, só o aceitando ante o compromisso, assumido
ção, os melhores ate então aparecidos no Brasil, e que constituiram, no dizer de Oliveira Lima, uma "ruptura com a tra
dição jesuítica do ensino colonial". Tão influenciado estava o espírito do insigne
antiste pelas idéias da "Enciclopédia" (já aproveitadas por seus dois parentes, atrás citados, na reforma pombalina da Universidade de Coimbra), que não só
logrou obter do govêmo da metrópole
Antes de sair de Portugal, conseguiu
a criação das cadeiras de aritmética,
fôsse expedido o ato régio, datado de 22 de março de 1794, pelo qual passaram à propriedade da sé catedral do bispado pernambucano o colégio, igreja e alfaias que haviam sido confiscados em Olinda
agôsto de 1799), encarregando-se a inspeção-geral do ensino aos governadores e
aos jesuítas em 1759, constando do de creto da doação que a mesma se desti nava a "um semüiário de educação da
mocidade".
Sagrado na capital portu
guesa, a 25 de janeiro de 1795, empos sou-se, a 6 de agôsto de 1798, por pro
curação, no cargo episcopal. Foi ainda lá que redigiu e fez imprimir os regula mentos e respectivos programas dos dois institutos de ensino que, em boa hora, tinha resolvido instalar na capitania bra
sileira, celebrizitda pela epopéia da ex
pulsão dos holandeses:
"Estatutos do
seminário episcopal de Nossa-Senhora-da-Graça da cidade de Olinda" e "Es-
geometria e trigonometria na capitania de Pernambuco (carta-régia de 19 de
bispos, como ainda tomou obrigatória
no Seminário de Olinda a aprendizagem
de física, química, mineralogia, botâ nica e desenho. E, assim, o excelente
instituto, onde também eram admitidos moços que não se destinavam à vida sa cerdotal, começou a ensinar (pondera-o acertadamente Gilberto Freire, em seu
livro "Sobrados e mucambos") ' as ciên
cias úteis que tomassem o rapaz mais
apto a corresponder às necessidades do
meio brasileiro, cuja transição do patriar-
calismo agrário para um tipo de vida mais urbana e mais industrial exigia ori
entadores, técnicos bem instruídos...",
instaurando igualmente "o estudo dos
Dicesto
116
Econômico
'•
para Portugal em 1775. Era o conde de Arganíl, seu consanguíneo, quem ainda reitorava (e o fez
estudos", acrescentando J. J. P. Lopes,
da casa real e coronel da cavalaria mi-
bciana do Río-de-Janeíro), embarcou
117
Econóauco
1
exigência obtivesse dispensa por ato da rainha, do que havia precedentes na quele tribunal. ■" A isso respondeu éle, dignamente, "que não pretendia dispensa em matéria de
Cunha de Azeredo Coutinho (fidalgo
Dicesto
obtido da coroa c.xonerar-se do bispado
fôsse e.scolhido outro brasileiro, recaindo
latutos do recolhimento de Nossa-Senhora-da-G!ória do lugar da Boa-Vísta de Pernambuco", ambos publicados em Lisboa (1798). Assim, mal tomou pos
no cônego José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho a nomeação, logo apro vada pelo papa Pio VI. Conforme expõe o episódio o padre
se, a 29 de dezembro de 1798, pessoal mente, do sólio episcopal (no qual se conservou apenas até 5 de jullio de 1802), cogitou de aparelliar e inaugurar
Heliodoro Pires, em sua monografia inserta às págs. 781-810 do vol. I dos "Anais do 1.® Congresso de História
os referidos estabelecimentos de educa
de Olinda, em 1793, e, para seu suces
sor. entendeu o príncipe-regente d. João
por muitos anos, até ao em que o colheu
que com razão !hc enaltece o nobre
a morte) a Universidade de Coimbra.
gesto:
Nela imediatamente admitido, pois já se havia habilitado em filosofia e teologia na capital brasileira, José Joaquim da charelando-se em direito canônico, base
ir outra x-ez para a Universidade, donde saira havia anos; freqüentou o sexto ano acadêmico, no fim do qual fez luzidíssiinos atos, e recebeu o grau de licencia do, que a lei mandava tivessem os elei tos para deputados do Santo-Oficio".
da missão sacerdotal, a que aspirava, c para a qual recebeu logo as ordens exi gidas pela Igreja Católica. Tal era, po rém, a sua avidez de boa cultura espiri
De tão espinhoso mandato desempe nhou-se por cerca de dez anos (17841794), e foi nessa época que, sofrendo Portugal a repercussão da Grande Crise
pelo filho de d. Maria I, de ser criado um seminário em Olinda. E daí resultou um dos seus mais notáveis, serviços à
Ocidental, isto é, da revolução francesa
cultura brasileira.
Cunha de Azeredo Coutinho cursou ali
especialmente os estudos jurídicos, ba-
tual, que não se contentou com aquele diploma universitário, porquanto segun-
1^ do relata J, J. p. Lopes, continuou ali o seu preparo científico "e na história
natural, na física experimental e na química, sobressaiu sempre, de modo que se compraziam os lentes em lhe dar
louvor, e os condiscípulos e contemporâ neos em tributar estima e respeito a um colega, que era exemplar no comporta mento e tão abalisado em seus estudos". Graças à influência do conde de Ar-
gánil, mereceu de d. Maria I o lugar de arcediago da'catedral do Rio-de-Janeiro; mas, ocorrendo logo uma vaga de deputado do Santo-Ofício de Lisboa, entendeu a soberana de preenchê-la com
o nosso patrício. Exigia tal cargo um grau acadêmico mais elevado que o de bacharel, e o cônego José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho foi aconse-
IJiadr^ por amigos a que de semelhante
"E, com efeito, tratou logo de
de 1789, a qual ia alterar tão profunda mente u face do inundo cultural, —
revelou o nosso eminente patrício a sua ampla capacidade de economista, escla
recido pela "Enciclopédia" e pelos cíen' tistas abeberados na obra imperecível de Diderot e d'Alembert.
Datam, com efei
to, de 179Í, 1794 e 1796, respectiva mente, os três trabalhos seus, "Memó
ria sôbre o preço do açúcar", "Ensaio econômico
sôbre
o
comércio
de Por
tugal e suas colônias" e "Análise sobre a justiça do comércio do resgate dos es
cravos da costa da África", dos quais farei adiante mais detida apreciação, e que o exalçaram irnediataniente, no juí zo dos contemporâneos competentes, à categoria de aproveitado discípulo de Quesnay, Turgot e Adam Smith.
Mas d. fr. Diogo de Jesus Jardim (na tural de Sabará,
Minas-Cerais)
havia
Nacional",
relutou
o
ínclito filho da
terra goitacá em empunhar o báculo da
mencionada diocese pernambucana, só o aceitando ante o compromisso, assumido
ção, os melhores ate então aparecidos no Brasil, e que constituiram, no dizer de Oliveira Lima, uma "ruptura com a tra
dição jesuítica do ensino colonial". Tão influenciado estava o espírito do insigne
antiste pelas idéias da "Enciclopédia" (já aproveitadas por seus dois parentes, atrás citados, na reforma pombalina da Universidade de Coimbra), que não só
logrou obter do govêmo da metrópole
Antes de sair de Portugal, conseguiu
a criação das cadeiras de aritmética,
fôsse expedido o ato régio, datado de 22 de março de 1794, pelo qual passaram à propriedade da sé catedral do bispado pernambucano o colégio, igreja e alfaias que haviam sido confiscados em Olinda
agôsto de 1799), encarregando-se a inspeção-geral do ensino aos governadores e
aos jesuítas em 1759, constando do de creto da doação que a mesma se desti nava a "um semüiário de educação da
mocidade".
Sagrado na capital portu
guesa, a 25 de janeiro de 1795, empos sou-se, a 6 de agôsto de 1798, por pro
curação, no cargo episcopal. Foi ainda lá que redigiu e fez imprimir os regula mentos e respectivos programas dos dois institutos de ensino que, em boa hora, tinha resolvido instalar na capitania bra
sileira, celebrizitda pela epopéia da ex
pulsão dos holandeses:
"Estatutos do
seminário episcopal de Nossa-Senhora-da-Graça da cidade de Olinda" e "Es-
geometria e trigonometria na capitania de Pernambuco (carta-régia de 19 de
bispos, como ainda tomou obrigatória
no Seminário de Olinda a aprendizagem
de física, química, mineralogia, botâ nica e desenho. E, assim, o excelente
instituto, onde também eram admitidos moços que não se destinavam à vida sa cerdotal, começou a ensinar (pondera-o acertadamente Gilberto Freire, em seu
livro "Sobrados e mucambos") ' as ciên
cias úteis que tomassem o rapaz mais
apto a corresponder às necessidades do
meio brasileiro, cuja transição do patriar-
calismo agrário para um tipo de vida mais urbana e mais industrial exigia ori
entadores, técnicos bem instruídos...",
instaurando igualmente "o estudo dos
Diof-sto Econômico
O distinto clérigo fluminense, que se problemas econômicos, criados pela mi
transcrição dos mc.smos às págs. 81-8^
neração, pela industrialização, pelo de
do vol. V da 3.*'' cd. -integral da "His tória geral do Brasil" de Varnhagen) na
havia revelado tão hábil estadista na capitania de Pernambuco, deixou as nos
clínio-da economia baseada simplesmente na monocultura ou no monopólio". Se
exposição dos serviços então prestados
gundo a asserção de Fernando de Aze
à nossa pátria e feita em carta ao seo
sas plagas á.5 de julho de 1802. Quando velejou para u metrópole, já estava transferido pelo príncipe-regente, em
vedo ("A cultura brasileira", pág. 327),
soberano.
carta autógrafa de 25 de fevereiro do
"a geração educada no Seminário de Olinda, que se tomou o foco de irradia
ção das idéias liberais, foi a brigada dc choque da nova ordem européia no Bra sil, e tal influência exerceu no preparo e na direção da revolução pernambuca na de 1817, que esta se pode considerar estreitamente ligada, pelas suas raízes, àquele instituto, devido à difusão das
idéias liberais". Se, conforme Capistrano de Abreu, "sem Azeredo Coutinho, não surg:ria a geração idealista de 1817", o Seminário de Olinda também serviu
119
Diofsto Econômico
118
Blake registrou a existência de "uma
dito ano, para a diocese de Miranda-e-
coleção de escritos de vários autores* ^
Bragança, da qual havia feito desistência
qual foi "A gratidão pernambucana ao
o respectivo ocupante. Antes de partir
uma das suas mais.afamadas obras in telectuais.
Mal o mencionado requerimento saiu dos prelos, com o comprido título de "Alegação jurídica, na qual se mostra que são do padroado da coroa, e não da ordem militar de Cristo, as igrejas,
dignidades e benefícios dos bispados do Cabo do Bojador para o sul, cm que se compreendem os bispados de Cabo-
seu benfeitor, o cxmo. e revmo. sr. d.
do Brasil, escolheu pessoa idônea para
Vcrdc, São-Tomé, Angola, Brasil, índia,
José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho, bispo de Elvas, cm outio
governar o aludido bispado lusitano em seu nome, até que pudesse empossar-se no mesmo. Mas, apenas pôs os pés em
até a China" (Lisboa, 1804), foram mandados recolher (isto é, ficaram im
tempo de Pernambuco. — O. d. e c. os sócios da
Li.sboa, aconteceu o mais singular dos fatos: o antiste de Miranda-c-Bragança '•desistiu da desistência", o que tornou
Academia Pernambucana
e os alunos do Seminário Olindensc" (Lisboa, 1808).
Como esclareceu o
sem efeito a nomeação do levita brasilei
padre Heliodoro Pires, cm .seu estudo sôbre o referido antiste, a antologia
ro, e a Mesa de Consciência e Ordens,
se caracterizou pela grande
inteirada de achar-se o nosso patrício na capital portuguesa, declarou vacante a
pedidos de divulgação) os exemplares da mesma, por previsão de 20 de junho do mesmo ano. Alguns, entretanto, ha viam sido entregues ao público, e a Mesa de Consciência e Ordens julgou de bom alvitre dar a lume, após longo espaço
Reis Curado, Manuel dos Reis Cura
bido daquela sé catedral, — que o refe
de tempo, documentada contradita ao trabalho do nosso patrício. Fraca foi essa resposta, mandada estampar pelo aludido tribunal, e d. José Joaquim da
do e padre Manuel de Sousa Magalhães, tendo .só este lucubrado quatro sonetos e
rido tribunal considerava como uma igreja das Ordens, — assumisse o gover
u dissecá-la e pulverizá-la, num \olume
odes pindáricas. Unia vez que os 1787. Foi o dito capitão-general subs duas historiadores da nossa literatura não de tituído, em 29 de dezembro de 1798, ram matrícula em seus compêndios a ne
no do bispado pernambucano. Insurgíndo-se contra a usurpação, que
(raríssimo, porém que tive a fortuna de possuir, encadernado com a menciona
a Mesa de Consciência e Ordens fazia da
para preparar, consoante Oliveira Lima,
a independência.brasileira.
Quatro dias após a chegada do novo bispo a Olinda, deixava o govêmo de, Pernambuco d. Tomás José de Melo,
que do mesmo se havia empossado em
por uma junta triunviral da quíi' faziam
parte o bispo, o ouvidor-geral e o inten
dente da Marinha. E, em conseqüência disso, d. José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho exerceu simultanea mente a direção da sua diocese e a adminstração política do Leão-do^Norte. Como, por fôrça desta, houvesse funcio nado como presidente da Junta da Fa
zenda Real (criada pela carta-régía de
cópia de
poemetos, da lavra de Antônio Lourenço da Silva, Francisco de Sales dos
diocese de Olinda, detenninando ao ca
Cunha de Azeredo Coutinho não tardou
da "Alegação jurídica") ao qual apli sua jurisdição episcopal o do padroado cou o prudente princípio "Audiétur et
nhum sodalício espiritual surto no Leãocomeços do XIX, o sobredilo escritor
da coroa (confundido por ela com o pa droado da Ordem de Cristo), d. José
altera pars": o "Comentário para a in teligência das bulas e documentos que
cearense achou asado indagar das datas
Joaquim da Cunha de Azeredo Couti-
de fundação e duração, assim como do
nlio não só ordenou ao seu substituto
o rev. dr. Dionísio Miguel Leitão Cou tinho juntou à sua "Refutação contra a
legal (o deão Manuel Xavier Carneiro da Cunha) não admitisse intrusão al guma do cabido olindensc no bispado
cios do Cabo do Bojador paru o sul", sôbre a jurisdição dos bispos ultramari
de que ninfbi era o titular, como.dirigiu
nos, sôbre o senhorio e domínio das con de ültramar etc." (Lisboa, 1808), com
um mapa dos limites dos padroados; o
-do-Norle em fins do século XVIII e
influxo de tal grêmio na atividade inte lectual do norte do nosso^^aís. Mas náo logrou apurar nada disso, nem se, como me parece cxurial, tenha sido Azeredo Coutinho o criador ou o inspirador e
\
10 de abril de 1769) e como diretor-
animador • da
Academia Pernam
ao soberano uma vigorosa e fundamen tada petição, a quíd veio a constituir,
geral dos estudos de Pernambuco, teve de abrir quatro capítulos (vej'a-se a
bucana, ao tempo em que regeu o bis
com outros escritos da mesma oriundos.
dita
pado de Olinda.
alegação jurídica das igrejas e benefí
quistas, sôbre ai jurisdição do Conselho
Diof-sto Econômico
O distinto clérigo fluminense, que se problemas econômicos, criados pela mi
transcrição dos mc.smos às págs. 81-8^
neração, pela industrialização, pelo de
do vol. V da 3.*'' cd. -integral da "His tória geral do Brasil" de Varnhagen) na
havia revelado tão hábil estadista na capitania de Pernambuco, deixou as nos
clínio-da economia baseada simplesmente na monocultura ou no monopólio". Se
exposição dos serviços então prestados
gundo a asserção de Fernando de Aze
à nossa pátria e feita em carta ao seo
sas plagas á.5 de julho de 1802. Quando velejou para u metrópole, já estava transferido pelo príncipe-regente, em
vedo ("A cultura brasileira", pág. 327),
soberano.
carta autógrafa de 25 de fevereiro do
"a geração educada no Seminário de Olinda, que se tomou o foco de irradia
ção das idéias liberais, foi a brigada dc choque da nova ordem européia no Bra sil, e tal influência exerceu no preparo e na direção da revolução pernambuca na de 1817, que esta se pode considerar estreitamente ligada, pelas suas raízes, àquele instituto, devido à difusão das
idéias liberais". Se, conforme Capistrano de Abreu, "sem Azeredo Coutinho, não surg:ria a geração idealista de 1817", o Seminário de Olinda também serviu
119
Diofsto Econômico
118
Blake registrou a existência de "uma
dito ano, para a diocese de Miranda-e-
coleção de escritos de vários autores* ^
Bragança, da qual havia feito desistência
qual foi "A gratidão pernambucana ao
o respectivo ocupante. Antes de partir
uma das suas mais.afamadas obras in telectuais.
Mal o mencionado requerimento saiu dos prelos, com o comprido título de "Alegação jurídica, na qual se mostra que são do padroado da coroa, e não da ordem militar de Cristo, as igrejas,
dignidades e benefícios dos bispados do Cabo do Bojador para o sul, cm que se compreendem os bispados de Cabo-
seu benfeitor, o cxmo. e revmo. sr. d.
do Brasil, escolheu pessoa idônea para
Vcrdc, São-Tomé, Angola, Brasil, índia,
José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho, bispo de Elvas, cm outio
governar o aludido bispado lusitano em seu nome, até que pudesse empossar-se no mesmo. Mas, apenas pôs os pés em
até a China" (Lisboa, 1804), foram mandados recolher (isto é, ficaram im
tempo de Pernambuco. — O. d. e c. os sócios da
Li.sboa, aconteceu o mais singular dos fatos: o antiste de Miranda-c-Bragança '•desistiu da desistência", o que tornou
Academia Pernambucana
e os alunos do Seminário Olindensc" (Lisboa, 1808).
Como esclareceu o
sem efeito a nomeação do levita brasilei
padre Heliodoro Pires, cm .seu estudo sôbre o referido antiste, a antologia
ro, e a Mesa de Consciência e Ordens,
se caracterizou pela grande
inteirada de achar-se o nosso patrício na capital portuguesa, declarou vacante a
pedidos de divulgação) os exemplares da mesma, por previsão de 20 de junho do mesmo ano. Alguns, entretanto, ha viam sido entregues ao público, e a Mesa de Consciência e Ordens julgou de bom alvitre dar a lume, após longo espaço
Reis Curado, Manuel dos Reis Cura
bido daquela sé catedral, — que o refe
de tempo, documentada contradita ao trabalho do nosso patrício. Fraca foi essa resposta, mandada estampar pelo aludido tribunal, e d. José Joaquim da
do e padre Manuel de Sousa Magalhães, tendo .só este lucubrado quatro sonetos e
rido tribunal considerava como uma igreja das Ordens, — assumisse o gover
u dissecá-la e pulverizá-la, num \olume
odes pindáricas. Unia vez que os 1787. Foi o dito capitão-general subs duas historiadores da nossa literatura não de tituído, em 29 de dezembro de 1798, ram matrícula em seus compêndios a ne
no do bispado pernambucano. Insurgíndo-se contra a usurpação, que
(raríssimo, porém que tive a fortuna de possuir, encadernado com a menciona
a Mesa de Consciência e Ordens fazia da
para preparar, consoante Oliveira Lima,
a independência.brasileira.
Quatro dias após a chegada do novo bispo a Olinda, deixava o govêmo de, Pernambuco d. Tomás José de Melo,
que do mesmo se havia empossado em
por uma junta triunviral da quíi' faziam
parte o bispo, o ouvidor-geral e o inten
dente da Marinha. E, em conseqüência disso, d. José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho exerceu simultanea mente a direção da sua diocese e a adminstração política do Leão-do^Norte. Como, por fôrça desta, houvesse funcio nado como presidente da Junta da Fa
zenda Real (criada pela carta-régía de
cópia de
poemetos, da lavra de Antônio Lourenço da Silva, Francisco de Sales dos
diocese de Olinda, detenninando ao ca
Cunha de Azeredo Coutinho não tardou
da "Alegação jurídica") ao qual apli sua jurisdição episcopal o do padroado cou o prudente princípio "Audiétur et
nhum sodalício espiritual surto no Leãocomeços do XIX, o sobredilo escritor
da coroa (confundido por ela com o pa droado da Ordem de Cristo), d. José
altera pars": o "Comentário para a in teligência das bulas e documentos que
cearense achou asado indagar das datas
Joaquim da Cunha de Azeredo Couti-
de fundação e duração, assim como do
nlio não só ordenou ao seu substituto
o rev. dr. Dionísio Miguel Leitão Cou tinho juntou à sua "Refutação contra a
legal (o deão Manuel Xavier Carneiro da Cunha) não admitisse intrusão al guma do cabido olindensc no bispado
cios do Cabo do Bojador paru o sul", sôbre a jurisdição dos bispos ultramari
de que ninfbi era o titular, como.dirigiu
nos, sôbre o senhorio e domínio das con de ültramar etc." (Lisboa, 1808), com
um mapa dos limites dos padroados; o
-do-Norle em fins do século XVIII e
influxo de tal grêmio na atividade inte lectual do norte do nosso^^aís. Mas náo logrou apurar nada disso, nem se, como me parece cxurial, tenha sido Azeredo Coutinho o criador ou o inspirador e
\
10 de abril de 1769) e como diretor-
animador • da
Academia Pernam
ao soberano uma vigorosa e fundamen tada petição, a quíd veio a constituir,
geral dos estudos de Pernambuco, teve de abrir quatro capítulos (vej'a-se a
bucana, ao tempo em que regeu o bis
com outros escritos da mesma oriundos.
dita
pado de Olinda.
alegação jurídica das igrejas e benefí
quistas, sôbre ai jurisdição do Conselho
^ ff I II I1VI4JI Dicesto Econômico
120
1 ..
• /.'
121
Dic.i-:sto Econômico a êsse decisivo revide juntou integral mente a dita "Refutação", apondo-lhe ao rodapé das páginas, onde se tomaram imprescindíveis, muitas anotações, reve-
ladoras do preparo seguro que possuía do complexo assunto o ex-bispo de Olin da,' que não deslustraya o curso jurí dico da Universidade de Coimbra, onde,
como se disse atrás, conquistara o grau de licenciado. Como era de esperar, essa nova obra do nosso patrício foi tam bém condenada pelo governo lusitano, e, como informa o bibliógrafo Inocêncio Francisco da Silva, foram mandados re
colher todos os exemplares dela, "ex-vi" de uma ordem régia de 1810.
Enquanto se agitou essa grave ques tão, ocorrera a vaga do bispado de
Elvas, porquanto o seu títular, d. José da Costa Torres, havia sido elevado a
p em 1806 fora ocupar aquela mitra o egré
gio filho de Campos-dos-Goitacases, cujas obras levadas ao conhecimento do papa rt de í 16 de janeiro do sobredito ^logiedas.ano. em cai^
A luta entre a Mesa de Consciência e Ordens a o a„ti„e nascido na terra
de Santa-Cmz deu oportunidade a que fossem matraqueadas contra a intensa abvidade deste em Pernambuco umas tantas mtxigas, as quais tratou êle de
, destruir prontamente. Dai a publicação de dois novos folhetos de sua lavra. O
! primeiro foi a "Informação dada ao Ministro de Estado dos Negócios da
: Fazenda, d. Rodrigo de Souza Coutinho" (Lisboa, 1808), dando cònta da política e da situação.económico-financeira da capitania de Pernambuco, du
l
rante a sua gestão udministrativu dc 1799 a 1802, assim como do que fizera com relação ao progresso do ensino ali. O
segundo intitulou-se "Defesa de d. José Joaquim da Cunha dc Azeredo Coutinho, sendo governador interino da ca pitania de Pernambuco" (Lisboa, 1808), e no mesmo, juntando-lhc muitos do cumentos, referiu tudo quanto realizou na antiga donatária de Duarte Coelho, como bispo e governador interino, como diretor-geral dos estudos e presidente da Junta da Fazenda Real.
Essa importante "Defesa", como de clarou mais tarde o próprio patrício
nosso (veja-se a pág. 83 do vol. V da 3.® ed. integral da "História geral do Bj^asil" de Vamhagen), "também se mandou suprimir, para (jue se não fi zesse pública a horrorosa dilapidação que ali (em Pernambuco) se fazia da Fazenda Real".
Mas e.s,sa "Defesa" foi
reproduzida pelo insigne brasileiro, em
sua "Cópia da c£?rta que a Sua Magestade o Senhor Rei D. João VI (sendo Príncipe-Regente de Portugal) escreveu o bispo de Elvas" (Londres, 1817); e, não olvidado da famosa questão com a Mesa de Consciência e Ordens, a pro pósito dos padroados lusitanos, fez ain
da sair dos prelos a sua "Cópia da aná lise da bu'a do Santo Padre Júlio III, de 30 de dezembro de 1550, que consti tui o padrão dos reis de Portugal a res peito da união, consolidação e incorpora ção dos mestrados das ordens militares
com os reinos de Portugal — E.scríta em 1816" (Londres, 1818). Não foram pe quenos tais impressos, pois chegaram, respectivamente, a 136 e 307 páginas.
Narra J. j_ p ^opes o muito que fi cou devendo a diocese de Elvas ao seu
de maio daquele mesmo ano, para o ^
árduo pôsto de Inquisidor-Geral do R®'^ j
intrépido e abnegado pastor brasileiro, no, incumbindo-o também de presidir a ; sobretxido durante as invasões sucessi
junta encarregada do exame do esta o e (
vas das tropas de Napoleão Bonaparte melhoramento temporal das ordens re J _ em Portugal. Não lhe faltaram desgos ligiosas. Achava-se no desempenho de tão ele tos, quer aquém, quer além-mar, no
exercício do cargo de príncipe da Igreja. vadas comissões, quando a sua provín Nestas regiões cis-atlàntícas, teve êle gra
cia natal o elegeu um dos seus repre
ve contenda, na qual triunfou cabal- sentantes nas Cortes Gerais e Constituin-
•mente, com uma irmandade da matriz recifense de Santo-António (veja-se o
tes da Nação Portuguesa, oriundas da i
revolução de 1820 no berço
'
episódio documentadamente exposto pelo Henriques. Infortunosamente, não pôde padre Heliodoro Pires, em seu já citado então prestar à pátria os novos seniços ^ que esta esperava de tão aprimora a ca
trabalho biográfico), e em nossa inetrópole tentou baldadamente, suscitandoIhes a animadversão, qn^
pacidade intelectual, porque, havendo to- j mado posse de sua-curul, a 10 de se
de 1821, na referida assembléia, . massem os ecIesiásHcos do seu cabido tembro a morte dois dias depois. com os preceitos e disciplina, estabeleci jazendo oatésurpreendeu agora em terra portuguesa dos na Constituição do Bispado ar as cinzas do insigne brasileiro. . que se façix idéia nítida do como sabia Já é tempo, entretanto, de serem en êle cumprir os seus altos deveres, asta carados de d. José Joaquim ler os seus escritos seguintes: Respos da Cunhaosdeescritos Azeredo Coutinho no pon ...
tas dadas por d. José Joaquim da Cun la
de Azeredo Coutinho, bispo de E vas,
então bispo de Pernambuco, às propos tas feitas por alguns párocos desta lO cese" (Lisboa, 1808); e "Exortações pas
.
I
to de vista em que, graças aos mesmos,
merece êle o relevante lugar de ter sido um dos primeiros mestres da economia luso-brasileira.
em 1615 a expressão "econo- ^ torais do bispo de Elvas aos seus dioce miaCriada política" Montchrétien, os seus ^ sanos, aos quais recomenda a defesa a primeiros frutosporapreciáveis o Déreligião, da pátria e do trono (Lis ca, tail de la Franca" (1697) foram e o "Factum 1811).
Escolhido por d. João VI, janeiro de 1818, para a mitra e e]
de la France" (1707), de Boisguillebert, '
seguidos da "Dime royale" (1707), de Vauban, obras que não tardaram a so
(ambicionada pelas pingues rendas que frer um verdadeiro "auto-de-fé", pois proporcionava), não só recusou a trans ousaram pregar a necessidade de serem ferència, como pediu ao soberano que os impostos e taxas também pela : "o aliviasse do pêso da administração pagos nobreza e pelo clero, e não exclusiva episcopal". E assim veio a acontecer, porquanto o monarca o nomeou, em 13
mente pelos camponeses entregues ao
^ ff I II I1VI4JI Dicesto Econômico
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121
Dic.i-:sto Econômico a êsse decisivo revide juntou integral mente a dita "Refutação", apondo-lhe ao rodapé das páginas, onde se tomaram imprescindíveis, muitas anotações, reve-
ladoras do preparo seguro que possuía do complexo assunto o ex-bispo de Olin da,' que não deslustraya o curso jurí dico da Universidade de Coimbra, onde,
como se disse atrás, conquistara o grau de licenciado. Como era de esperar, essa nova obra do nosso patrício foi tam bém condenada pelo governo lusitano, e, como informa o bibliógrafo Inocêncio Francisco da Silva, foram mandados re
colher todos os exemplares dela, "ex-vi" de uma ordem régia de 1810.
Enquanto se agitou essa grave ques tão, ocorrera a vaga do bispado de
Elvas, porquanto o seu títular, d. José da Costa Torres, havia sido elevado a
p em 1806 fora ocupar aquela mitra o egré
gio filho de Campos-dos-Goitacases, cujas obras levadas ao conhecimento do papa rt de í 16 de janeiro do sobredito ^logiedas.ano. em cai^
A luta entre a Mesa de Consciência e Ordens a o a„ti„e nascido na terra
de Santa-Cmz deu oportunidade a que fossem matraqueadas contra a intensa abvidade deste em Pernambuco umas tantas mtxigas, as quais tratou êle de
, destruir prontamente. Dai a publicação de dois novos folhetos de sua lavra. O
! primeiro foi a "Informação dada ao Ministro de Estado dos Negócios da
: Fazenda, d. Rodrigo de Souza Coutinho" (Lisboa, 1808), dando cònta da política e da situação.económico-financeira da capitania de Pernambuco, du
l
rante a sua gestão udministrativu dc 1799 a 1802, assim como do que fizera com relação ao progresso do ensino ali. O
segundo intitulou-se "Defesa de d. José Joaquim da Cunha dc Azeredo Coutinho, sendo governador interino da ca pitania de Pernambuco" (Lisboa, 1808), e no mesmo, juntando-lhc muitos do cumentos, referiu tudo quanto realizou na antiga donatária de Duarte Coelho, como bispo e governador interino, como diretor-geral dos estudos e presidente da Junta da Fazenda Real.
Essa importante "Defesa", como de clarou mais tarde o próprio patrício
nosso (veja-se a pág. 83 do vol. V da 3.® ed. integral da "História geral do Bj^asil" de Vamhagen), "também se mandou suprimir, para (jue se não fi zesse pública a horrorosa dilapidação que ali (em Pernambuco) se fazia da Fazenda Real".
Mas e.s,sa "Defesa" foi
reproduzida pelo insigne brasileiro, em
sua "Cópia da c£?rta que a Sua Magestade o Senhor Rei D. João VI (sendo Príncipe-Regente de Portugal) escreveu o bispo de Elvas" (Londres, 1817); e, não olvidado da famosa questão com a Mesa de Consciência e Ordens, a pro pósito dos padroados lusitanos, fez ain
da sair dos prelos a sua "Cópia da aná lise da bu'a do Santo Padre Júlio III, de 30 de dezembro de 1550, que consti tui o padrão dos reis de Portugal a res peito da união, consolidação e incorpora ção dos mestrados das ordens militares
com os reinos de Portugal — E.scríta em 1816" (Londres, 1818). Não foram pe quenos tais impressos, pois chegaram, respectivamente, a 136 e 307 páginas.
Narra J. j_ p ^opes o muito que fi cou devendo a diocese de Elvas ao seu
de maio daquele mesmo ano, para o ^
árduo pôsto de Inquisidor-Geral do R®'^ j
intrépido e abnegado pastor brasileiro, no, incumbindo-o também de presidir a ; sobretxido durante as invasões sucessi
junta encarregada do exame do esta o e (
vas das tropas de Napoleão Bonaparte melhoramento temporal das ordens re J _ em Portugal. Não lhe faltaram desgos ligiosas. Achava-se no desempenho de tão ele tos, quer aquém, quer além-mar, no
exercício do cargo de príncipe da Igreja. vadas comissões, quando a sua provín Nestas regiões cis-atlàntícas, teve êle gra
cia natal o elegeu um dos seus repre
ve contenda, na qual triunfou cabal- sentantes nas Cortes Gerais e Constituin-
•mente, com uma irmandade da matriz recifense de Santo-António (veja-se o
tes da Nação Portuguesa, oriundas da i
revolução de 1820 no berço
'
episódio documentadamente exposto pelo Henriques. Infortunosamente, não pôde padre Heliodoro Pires, em seu já citado então prestar à pátria os novos seniços ^ que esta esperava de tão aprimora a ca
trabalho biográfico), e em nossa inetrópole tentou baldadamente, suscitandoIhes a animadversão, qn^
pacidade intelectual, porque, havendo to- j mado posse de sua-curul, a 10 de se
de 1821, na referida assembléia, . massem os ecIesiásHcos do seu cabido tembro a morte dois dias depois. com os preceitos e disciplina, estabeleci jazendo oatésurpreendeu agora em terra portuguesa dos na Constituição do Bispado ar as cinzas do insigne brasileiro. . que se façix idéia nítida do como sabia Já é tempo, entretanto, de serem en êle cumprir os seus altos deveres, asta carados de d. José Joaquim ler os seus escritos seguintes: Respos da Cunhaosdeescritos Azeredo Coutinho no pon ...
tas dadas por d. José Joaquim da Cun la
de Azeredo Coutinho, bispo de E vas,
então bispo de Pernambuco, às propos tas feitas por alguns párocos desta lO cese" (Lisboa, 1808); e "Exortações pas
.
I
to de vista em que, graças aos mesmos,
merece êle o relevante lugar de ter sido um dos primeiros mestres da economia luso-brasileira.
em 1615 a expressão "econo- ^ torais do bispo de Elvas aos seus dioce miaCriada política" Montchrétien, os seus ^ sanos, aos quais recomenda a defesa a primeiros frutosporapreciáveis o Déreligião, da pátria e do trono (Lis ca, tail de la Franca" (1697) foram e o "Factum 1811).
Escolhido por d. João VI, janeiro de 1818, para a mitra e e]
de la France" (1707), de Boisguillebert, '
seguidos da "Dime royale" (1707), de Vauban, obras que não tardaram a so
(ambicionada pelas pingues rendas que frer um verdadeiro "auto-de-fé", pois proporcionava), não só recusou a trans ousaram pregar a necessidade de serem ferència, como pediu ao soberano que os impostos e taxas também pela : "o aliviasse do pêso da administração pagos nobreza e pelo clero, e não exclusiva episcopal". E assim veio a acontecer, porquanto o monarca o nomeou, em 13
mente pelos camponeses entregues ao
imT
Dicestí) Econômico 122
123
Dice-sto Econômico
aproveitamento da gleba. Mas em mea
ter sido em conseqüência da Grande
Karl Murbard,(Hamburgo, 1808). Ano tado, corrigido e aumentado pelo autor,
de ser declarada livre a pesca das ba leias), aproveito o ensejo para relembrar
dos do século XVIII, — a centúria que mereceu o qualificativo de "excepcio-
Crise Ocidental que se descobriu ein
teve segunda edição, devida à Acade
1806 (Napoleão Bonaparte oferecera
mia Real das Ciências de Lisboa, en^
para isso o prêmio de um milhão de
1816. O substancioso trabalho de Aze
redo Coutinho divide-se em duas partes, tratando na primeira do Brasil e na
cipe-regente, depois d. João VI: "Sem
outra dos interêsses de Portugal em suas demais colônias. Essa obra, — que pa
conciliei com a Igreja e com o Estado
esses os fanaís da nova escola econômi
francos) o processo prático dc fabrica ção do açúcar de beterraba. Preocupa do com a intranqüilidade dos negocian tes daquela mercadoria em Portugal, o Senado da Câmara de Lisboa cogitou de pôr na mesma um preço fixo. Foi
um dos mais meritórios servi^-os aqui prestados pelo inolvidável filho de Campos-dos-Goitacases. Êle próprio assim o revelou em sua já citada carm ao prin-
ca, a qual assentou já em bases racio
quando se discutia na referida assenA
i• ; I ■
nal", por causa da "Enciclopédia", — um dos colaboradores dela, Quesnay (médico de Luís XV), publicou o seu "Tableau économíque" (1758), segui
I
do da "Physiocratie" (1768) do seu discípulo Dupont de Némours. E foram
I
nais as suas novas idéias.
Ao contrá
rio dos "mercantilistas" da centúria an terior, que viam no entesouramento do
ouro e da prata o engrandecimento ma terial das nações, os "fisiocratas" do
século XVIII pregavam, e com sobeja
tenteou ao mundo adiantado as opulências do nosso país, até então mantidas em rigorosa reserva por parte da metró
derramar uma pinga de sangue, re
quatro nações de índios rebelados, que há mais de vinte anos se achavam em
guerra contra os portugueses". E a quem desejar minúcias dêsse importante
blé.'u semelhante requerimento, que o
pole, ciosa do seu monopólio, — foi
nosso ilustre patrício, ex-senhor dc en genho em sua terra natal, traçou o alu
con.siderada por Sílvio Romero a mais
sucesso é suficiente colhê-las das "In
prima das oriundas da pena do nosso
dido trabalho, "cm.que mostrou os pre
eminente patrício e, ainda, a que deu inicio, em Portugal, aos autênticos es
formações sôbre os índios bárbaros dos sertões de Pernambuco — Ofício do bis
juízos que isto causaria à nação e o quanto seria iitil aos ínlerês.ses dela que
po de Olinda, acompanhado de várias
em
cartas", às págs. 103-119 do tomo XLVI
se deixasse toda a liberdade ao comér
sua magnífica "História da literatura
(parte 1.^) da "Rev. do Insl. Hist. e
bolos dela, e que a verdadeira riqueza
cio do dito gênero". E, por efeito de tão sabia oposição, a medida proposta
Brasileira", assim disse êle:
Geogr. Brasileiro".
r e beneficiadas por sua transformação in dustrial. Esposadas por Turgot, essas teorias apareceram pouco depois reunidas na obra de Adam Smith, "Ensaio
pela edílidade ulisíponense não logrou
razão, que o ouro e a prata não eram a
verdadeira riqueza, mas apenas os "sím-
tudos
econômicos.
Resumindo-a
"Aqui, as
Outro imenso benefício, que a nossa ™ pátria ficou devendo ao seu operoso fi
idéias capitais do bispo escritor são: aproveitar os inúmeros gados desperdi çados pela carestia do sal, acabando com o monopólio e privilégio do comér cio deste pela Fazenda- Real; desenvol
lho, foi a extinção do monopólio do sal, mantido por mais de um século pelo govêrno da metrópole, pois que, estabele
ver a marinha mercante da metrópole e
cido em 1690, só cessou em. 1801. O
da colônia; ativar a indústria da pesca,
caso do produto marinho, necesssüio à
aproveitando nesta o elemento indígena,
alimentação do homem e à criação do
O "Ensaio econômico sôbre o comér
como meio de civilizá-lo; utilizar a nos
gado, dá para encher um grosso \'olu-
e pela inteligência do homem, e cogitou cio de Portugal e suas colônias" (Lis ; igualmente da representação da riqueza boa, 1794), logo que foi divulgado na
sa riqueza florestal; encorajar as manu faturas, menos as de luxo; etc.". No
^ era a das utilidades extraídas da terra
sobre a riqueza das nações" (1776) . onde o escritor escocês mostrou que a terra e a indústria são as fontes da ri queza, sem cessar produzida pelo braço
pelos seus valores intrínsecos e extrínsecos. Nessa bíblia da nova era econômi
ca foi que hauriu o nosso ínclito patrí cio as teorias expostas nos trabalhos de
o beneplácito de d. Maria I. Foi essa monografia que abriu ao culto fluminen.se as portas da Academia Real das Ciên
cias de Lisboa, em cujas "Memórias" (pág.s. 381-391 do tomo III, 1791) foi imediatamente publicada.
Europa pelo mencionado cenáculo, con quistou aplausos de competentes críticos alienígenas, tendo sido analisado na "Décade Philosophique, Littéraire et Politi-
vou fazer uma sumária apreciação. que" (n. 22) e na "Monthly Review" (de agosto de 1803), e, além de vertido A "Memória sobre o preço do açú para o ipglês (1807), apareceu também
car" resultou das perturbações causadas
em alemão e francês na obra de Link,
no comércio de semelhante produto pela "Voyage en Portugal", havendo mereci Revolução Francesa de 1789. Sabe-se do mais uma tradução tudesca, por D.
k
me com a sua tumultuaria história no
te-se que, referindo-se ao fomento da
Brasil colonial. Para pôr termo ao odio so privilégio metropolitano, muito con
nossa indústria fabril, já se arrependia
correu o "Ensaio econômico sôbre o co
do apoio moral que havia dado ao al mércio de Portugal e suas colônias", as vará de 5 de janeiro de 1785, de d. segurando o padre Heliodoro Pires, em Maria I.
A propósito da excelente sugestão para
que se empregasse a atividade pacifica •dos nossos silvícolas na piscicultura (êle
;secundou a José Bonifácio no sentido
seu referido esbôço biográfico, que "cabe a Azeredo Coutinho o titulo glorioso de
ter-se batido pela extinção do monopó lio do sal e haver alcançado o seu grande desideratum".
imT
Dicestí) Econômico 122
123
Dice-sto Econômico
aproveitamento da gleba. Mas em mea
ter sido em conseqüência da Grande
Karl Murbard,(Hamburgo, 1808). Ano tado, corrigido e aumentado pelo autor,
de ser declarada livre a pesca das ba leias), aproveito o ensejo para relembrar
dos do século XVIII, — a centúria que mereceu o qualificativo de "excepcio-
Crise Ocidental que se descobriu ein
teve segunda edição, devida à Acade
1806 (Napoleão Bonaparte oferecera
mia Real das Ciências de Lisboa, en^
para isso o prêmio de um milhão de
1816. O substancioso trabalho de Aze
redo Coutinho divide-se em duas partes, tratando na primeira do Brasil e na
cipe-regente, depois d. João VI: "Sem
outra dos interêsses de Portugal em suas demais colônias. Essa obra, — que pa
conciliei com a Igreja e com o Estado
esses os fanaís da nova escola econômi
francos) o processo prático dc fabrica ção do açúcar de beterraba. Preocupa do com a intranqüilidade dos negocian tes daquela mercadoria em Portugal, o Senado da Câmara de Lisboa cogitou de pôr na mesma um preço fixo. Foi
um dos mais meritórios servi^-os aqui prestados pelo inolvidável filho de Campos-dos-Goitacases. Êle próprio assim o revelou em sua já citada carm ao prin-
ca, a qual assentou já em bases racio
quando se discutia na referida assenA
i• ; I ■
nal", por causa da "Enciclopédia", — um dos colaboradores dela, Quesnay (médico de Luís XV), publicou o seu "Tableau économíque" (1758), segui
I
do da "Physiocratie" (1768) do seu discípulo Dupont de Némours. E foram
I
nais as suas novas idéias.
Ao contrá
rio dos "mercantilistas" da centúria an terior, que viam no entesouramento do
ouro e da prata o engrandecimento ma terial das nações, os "fisiocratas" do
século XVIII pregavam, e com sobeja
tenteou ao mundo adiantado as opulências do nosso país, até então mantidas em rigorosa reserva por parte da metró
derramar uma pinga de sangue, re
quatro nações de índios rebelados, que há mais de vinte anos se achavam em
guerra contra os portugueses". E a quem desejar minúcias dêsse importante
blé.'u semelhante requerimento, que o
pole, ciosa do seu monopólio, — foi
nosso ilustre patrício, ex-senhor dc en genho em sua terra natal, traçou o alu
con.siderada por Sílvio Romero a mais
sucesso é suficiente colhê-las das "In
prima das oriundas da pena do nosso
dido trabalho, "cm.que mostrou os pre
eminente patrício e, ainda, a que deu inicio, em Portugal, aos autênticos es
formações sôbre os índios bárbaros dos sertões de Pernambuco — Ofício do bis
juízos que isto causaria à nação e o quanto seria iitil aos ínlerês.ses dela que
po de Olinda, acompanhado de várias
em
cartas", às págs. 103-119 do tomo XLVI
se deixasse toda a liberdade ao comér
sua magnífica "História da literatura
(parte 1.^) da "Rev. do Insl. Hist. e
bolos dela, e que a verdadeira riqueza
cio do dito gênero". E, por efeito de tão sabia oposição, a medida proposta
Brasileira", assim disse êle:
Geogr. Brasileiro".
r e beneficiadas por sua transformação in dustrial. Esposadas por Turgot, essas teorias apareceram pouco depois reunidas na obra de Adam Smith, "Ensaio
pela edílidade ulisíponense não logrou
razão, que o ouro e a prata não eram a
verdadeira riqueza, mas apenas os "sím-
tudos
econômicos.
Resumindo-a
"Aqui, as
Outro imenso benefício, que a nossa ™ pátria ficou devendo ao seu operoso fi
idéias capitais do bispo escritor são: aproveitar os inúmeros gados desperdi çados pela carestia do sal, acabando com o monopólio e privilégio do comér cio deste pela Fazenda- Real; desenvol
lho, foi a extinção do monopólio do sal, mantido por mais de um século pelo govêrno da metrópole, pois que, estabele
ver a marinha mercante da metrópole e
cido em 1690, só cessou em. 1801. O
da colônia; ativar a indústria da pesca,
caso do produto marinho, necesssüio à
aproveitando nesta o elemento indígena,
alimentação do homem e à criação do
O "Ensaio econômico sôbre o comér
como meio de civilizá-lo; utilizar a nos
gado, dá para encher um grosso \'olu-
e pela inteligência do homem, e cogitou cio de Portugal e suas colônias" (Lis ; igualmente da representação da riqueza boa, 1794), logo que foi divulgado na
sa riqueza florestal; encorajar as manu faturas, menos as de luxo; etc.". No
^ era a das utilidades extraídas da terra
sobre a riqueza das nações" (1776) . onde o escritor escocês mostrou que a terra e a indústria são as fontes da ri queza, sem cessar produzida pelo braço
pelos seus valores intrínsecos e extrínsecos. Nessa bíblia da nova era econômi
ca foi que hauriu o nosso ínclito patrí cio as teorias expostas nos trabalhos de
o beneplácito de d. Maria I. Foi essa monografia que abriu ao culto fluminen.se as portas da Academia Real das Ciên
cias de Lisboa, em cujas "Memórias" (pág.s. 381-391 do tomo III, 1791) foi imediatamente publicada.
Europa pelo mencionado cenáculo, con quistou aplausos de competentes críticos alienígenas, tendo sido analisado na "Décade Philosophique, Littéraire et Politi-
vou fazer uma sumária apreciação. que" (n. 22) e na "Monthly Review" (de agosto de 1803), e, além de vertido A "Memória sobre o preço do açú para o ipglês (1807), apareceu também
car" resultou das perturbações causadas
em alemão e francês na obra de Link,
no comércio de semelhante produto pela "Voyage en Portugal", havendo mereci Revolução Francesa de 1789. Sabe-se do mais uma tradução tudesca, por D.
k
me com a sua tumultuaria história no
te-se que, referindo-se ao fomento da
Brasil colonial. Para pôr termo ao odio so privilégio metropolitano, muito con
nossa indústria fabril, já se arrependia
correu o "Ensaio econômico sôbre o co
do apoio moral que havia dado ao al mércio de Portugal e suas colônias", as vará de 5 de janeiro de 1785, de d. segurando o padre Heliodoro Pires, em Maria I.
A propósito da excelente sugestão para
que se empregasse a atividade pacifica •dos nossos silvícolas na piscicultura (êle
;secundou a José Bonifácio no sentido
seu referido esbôço biográfico, que "cabe a Azeredo Coutinho o titulo glorioso de
ter-se batido pela extinção do monopó lio do sal e haver alcançado o seu grande desideratum".
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Dicesto Econômico
Dicesto
Econômico
125
I
j j
Em começos de 1796, agitou o parla-
quais umas permitem a escravidão dos
mente da Grã-Bretanha a questão do tráfico de africanos, reduzidos a cativeiro
prelos da África c outras proíbem a
j pelas nações etiropéias, colonizadoras do i
Novo-Mundo.
j
mesmo ano, d. José Joaquim da Cunha
Foi por isso que, no
de Azeredo Coutinho deu a lume a sua
"Análise sôbre a justiça do comércio
escravidão dos índios do Brasil", serviu
de arma, embora ineficaz, aos adversá
rios do representante da Inglaterra, lord Castlereagh, quando êste, no Con gresso do Viena do 1815, conseguiu fa zer passar a sua proposta para a su
j do resgate dos escravos da costa da pressão do tráfico. E o mais deplorável j Áfeica . Para maior divulgação na Eu- c que, — já alguns anos após a nossa
(
é já perdido para o ouro". Guarda-lhe o autógrafo o nosso Instituto Histórico. Assevera B'ake que êsse opúsculo, des de que se tornou conhecido na Inglater ra, provocou ali "pomposos elogios ao autor pelos homens mais competentes". Ha, todavia, notícia de outros escritos
do de Car\'aIho) que "os apóstolos, tra tando da escravidão, nunca disseram que ^
ela era contra a religião". Isso compc- ,
liu o enidito jesuíta, padre Rafael Galánti (leia-se a púg. 43 de suas ^'Biogra fias de brasileiros ilustres") a opinar ' sôbre êle o seguinte: • "Deixou-nos um
seus, que envolvem matéria econômi
bom número de obras estimadas, porem
ca: o "Problema sôbre a direção dos balões aerostáticos" (inserto no "In
de espirito pouco religioso. Basta dizer que êle defendia o tráfico dos negros, que a Igreja condenava". Blake inteira-nos ainda (pág. 279 cio
/^p^> teve ela uma edição em francês
lei de 7 de novembro de 1831 (assinada
1
em 1798), e outra, alguns anos depois,
"Carta aos redatores do "Investigador"
I
em inglês (iondres, 1807), além da se-
pelo padre Diogo Antônio Feijô, então ministro da Justiça), a qual declarara
sôbre os limites do Brasil e sôbre o au
livres todos os indivíduos reduzido.s a
vol. IV do seu "Dicionário bibliográfi
mento no valor da moeda"; a esta dá Blake ainda outra denominação, admitindo-a como saída em folheto (sem a
co brasileiro") da existência, em certa .
I (aparecida na capita) da Grã-Bretanha
I gunda em, português (Lisboa, 1808), I
revista e aumentada pelo autor. É fá-
' cil compreender que, se obedecesse aos ,
preceitos inflexíveis da sua excelsa reli-
j gião. não devia o antiste brasileiro de, fender aquele inominável crime contra a
cativeiro, vindos de fora do inijiério, — ainda aparecesse um conterrâneo do bis po Azeredo Coutinho, reproduzindo-lhe as idéias num folheto anônimo, intitu lado "Memória sôbre o comércio dos
vestigador Português" dc Londres) e a
designação de lugar e de daty): Có pia da proposta feita ao bispo de Per nambuco, etc., e da resposta que te
"Coleção de manuscritos", de alguns trabalhos históricos do fecimdo campis
ta, que também se preocupou com a repercussão da guerra de sucessão ao trono espanhol, da qual resultaram os tremendos assaltos de dois corsários i
I civilização humana; mas em seu espí-
escravos, em que sc pretende mostrar
deu ao "Investigador Português sôbre
que êste tráfego é para êlcs antes ura
f
natural dos Campos-de-Coitacases" (Rio,
limites do Brasil pela parte do sul . franceses à capital do Estado do BrasilTendo d. [osé Joaquim da Cunha de Citam-se ali duas monografias suas so Azeredo Coutinho feito implicitamente bre aquele mesmo assunto: "Memória a sua resispiscência, quanto à aquiescên sôbre a entrada dos franceses no Rio-de-| cia ao alvará de 5 de janeiro de 1785. Janeiro, no princípio do século passado ; ; de d. Maria I, do qual resultou a des- , e "Memória lida na Academia Real das
Í. rito preponderaram exclusivamente as econômicas, pois o a que ele visou foi salvar a prosperidade material das colonias do hemisfério ocidental
1 principalmente o Brasil, sua pátria. Naj que.e tempo, não se cogitava de subs
tituir, nos países, tropicais, o braço gra
bem do que um mal — Escrita por x.\x 1838).
O iiltimo estudo do nosso patrício, no tocante a assuntos econômicos, foi o "Discurso sôbre o estado atual das mi
tuito do preto pelo braço livre e remu
nas do Brasil" (Lisboa, 1804), impresso
titular do morgadio dos Azeredos, da
cias de Lisboa, e que foi reproduzido no "Investigador Português" de Londres
tado de que a abolição do tráfico acar retaria imediatamente a ruína da nossa lavoura. O seu trabalho, ao qual ane xou, na edição de 1808, - certamente
e no tômo LXI (1898) da "Rev. do Inst.
nerado do branco, de sorte que o ex-
opulenta gleba campista, estava capaci
para deixar melhor colocada a sua qua lidade de príncipe da Igreja, - um novo escrito, a ."Concordância das leis de Portugal e das bulas pontifícias, das
por ordem da Academia Real das Ciên
Hist. e Geogr. Brasileiro". Dividiu-o o autor em quatro partes, consagrando as duas últimas "aos meios de se facili tarem as descobertas de história natmal
e dos tesouros, que encerram as colô nias de Portugal, e aos meios de se aproveitarem as produções e a agricul tura do continente das minas, que, aliás.
tioaição da. nossa incipiente indústria fa
Ciências, em que se refutam as asserções
bril, - é ,de lamentar não se houvesse de mr. Thomas, no seu "Elogio ao al também penitenciado publicamente e mirante Duguay-Trouin", e de outros
em tempo hábil, das idéias retrogradas
escritores franceses que louvam a pru
que sustentara no tocante à escraMza dência do mesmo almirante na tomada ção dos negros da África. O "ilustre eco da praça do Rio-de-Janeiro" (inserta no nomista" (conforme o qualifitmi o ba tômo'l, ns. 13 a 18, das "Memórias Lu rão do Rio-Branco, em suas Efemen- sitanas"). des brasileiras"), cogitando mais do'en Eis aí quem foi, ao aspecto intelectual, •
*
riquecimento de sua pátria do que da e, mais particularmente, como mestre da fidelidade à doutrina de que era , gra economia luso-brasileira, o nosso indes-i duado prosélito, chegou ao ponto de lembrável patrício d. José Joaquim daafirmar %eja-se a pág. 365 do vol. da Cunha de Azeredo Coutinho. 1
"Bibliotéca exótico-brasileira" de AUre-
124
Dicesto Econômico
Dicesto
Econômico
125
I
j j
Em começos de 1796, agitou o parla-
quais umas permitem a escravidão dos
mente da Grã-Bretanha a questão do tráfico de africanos, reduzidos a cativeiro
prelos da África c outras proíbem a
j pelas nações etiropéias, colonizadoras do i
Novo-Mundo.
j
mesmo ano, d. José Joaquim da Cunha
Foi por isso que, no
de Azeredo Coutinho deu a lume a sua
"Análise sôbre a justiça do comércio
escravidão dos índios do Brasil", serviu
de arma, embora ineficaz, aos adversá
rios do representante da Inglaterra, lord Castlereagh, quando êste, no Con gresso do Viena do 1815, conseguiu fa zer passar a sua proposta para a su
j do resgate dos escravos da costa da pressão do tráfico. E o mais deplorável j Áfeica . Para maior divulgação na Eu- c que, — já alguns anos após a nossa
(
é já perdido para o ouro". Guarda-lhe o autógrafo o nosso Instituto Histórico. Assevera B'ake que êsse opúsculo, des de que se tornou conhecido na Inglater ra, provocou ali "pomposos elogios ao autor pelos homens mais competentes". Ha, todavia, notícia de outros escritos
do de Car\'aIho) que "os apóstolos, tra tando da escravidão, nunca disseram que ^
ela era contra a religião". Isso compc- ,
liu o enidito jesuíta, padre Rafael Galánti (leia-se a púg. 43 de suas ^'Biogra fias de brasileiros ilustres") a opinar ' sôbre êle o seguinte: • "Deixou-nos um
seus, que envolvem matéria econômi
bom número de obras estimadas, porem
ca: o "Problema sôbre a direção dos balões aerostáticos" (inserto no "In
de espirito pouco religioso. Basta dizer que êle defendia o tráfico dos negros, que a Igreja condenava". Blake inteira-nos ainda (pág. 279 cio
/^p^> teve ela uma edição em francês
lei de 7 de novembro de 1831 (assinada
1
em 1798), e outra, alguns anos depois,
"Carta aos redatores do "Investigador"
I
em inglês (iondres, 1807), além da se-
pelo padre Diogo Antônio Feijô, então ministro da Justiça), a qual declarara
sôbre os limites do Brasil e sôbre o au
livres todos os indivíduos reduzido.s a
vol. IV do seu "Dicionário bibliográfi
mento no valor da moeda"; a esta dá Blake ainda outra denominação, admitindo-a como saída em folheto (sem a
co brasileiro") da existência, em certa .
I (aparecida na capita) da Grã-Bretanha
I gunda em, português (Lisboa, 1808), I
revista e aumentada pelo autor. É fá-
' cil compreender que, se obedecesse aos ,
preceitos inflexíveis da sua excelsa reli-
j gião. não devia o antiste brasileiro de, fender aquele inominável crime contra a
cativeiro, vindos de fora do inijiério, — ainda aparecesse um conterrâneo do bis po Azeredo Coutinho, reproduzindo-lhe as idéias num folheto anônimo, intitu lado "Memória sôbre o comércio dos
vestigador Português" dc Londres) e a
designação de lugar e de daty): Có pia da proposta feita ao bispo de Per nambuco, etc., e da resposta que te
"Coleção de manuscritos", de alguns trabalhos históricos do fecimdo campis
ta, que também se preocupou com a repercussão da guerra de sucessão ao trono espanhol, da qual resultaram os tremendos assaltos de dois corsários i
I civilização humana; mas em seu espí-
escravos, em que sc pretende mostrar
deu ao "Investigador Português sôbre
que êste tráfego é para êlcs antes ura
f
natural dos Campos-de-Coitacases" (Rio,
limites do Brasil pela parte do sul . franceses à capital do Estado do BrasilTendo d. [osé Joaquim da Cunha de Citam-se ali duas monografias suas so Azeredo Coutinho feito implicitamente bre aquele mesmo assunto: "Memória a sua resispiscência, quanto à aquiescên sôbre a entrada dos franceses no Rio-de-| cia ao alvará de 5 de janeiro de 1785. Janeiro, no princípio do século passado ; ; de d. Maria I, do qual resultou a des- , e "Memória lida na Academia Real das
Í. rito preponderaram exclusivamente as econômicas, pois o a que ele visou foi salvar a prosperidade material das colonias do hemisfério ocidental
1 principalmente o Brasil, sua pátria. Naj que.e tempo, não se cogitava de subs
tituir, nos países, tropicais, o braço gra
bem do que um mal — Escrita por x.\x 1838).
O iiltimo estudo do nosso patrício, no tocante a assuntos econômicos, foi o "Discurso sôbre o estado atual das mi
tuito do preto pelo braço livre e remu
nas do Brasil" (Lisboa, 1804), impresso
titular do morgadio dos Azeredos, da
cias de Lisboa, e que foi reproduzido no "Investigador Português" de Londres
tado de que a abolição do tráfico acar retaria imediatamente a ruína da nossa lavoura. O seu trabalho, ao qual ane xou, na edição de 1808, - certamente
e no tômo LXI (1898) da "Rev. do Inst.
nerado do branco, de sorte que o ex-
opulenta gleba campista, estava capaci
para deixar melhor colocada a sua qua lidade de príncipe da Igreja, - um novo escrito, a ."Concordância das leis de Portugal e das bulas pontifícias, das
por ordem da Academia Real das Ciên
Hist. e Geogr. Brasileiro". Dividiu-o o autor em quatro partes, consagrando as duas últimas "aos meios de se facili tarem as descobertas de história natmal
e dos tesouros, que encerram as colô nias de Portugal, e aos meios de se aproveitarem as produções e a agricul tura do continente das minas, que, aliás.
tioaição da. nossa incipiente indústria fa
Ciências, em que se refutam as asserções
bril, - é ,de lamentar não se houvesse de mr. Thomas, no seu "Elogio ao al também penitenciado publicamente e mirante Duguay-Trouin", e de outros
em tempo hábil, das idéias retrogradas
escritores franceses que louvam a pru
que sustentara no tocante à escraMza dência do mesmo almirante na tomada ção dos negros da África. O "ilustre eco da praça do Rio-de-Janeiro" (inserta no nomista" (conforme o qualifitmi o ba tômo'l, ns. 13 a 18, das "Memórias Lu rão do Rio-Branco, em suas Efemen- sitanas"). des brasileiras"), cogitando mais do'en Eis aí quem foi, ao aspecto intelectual, •
*
riquecimento de sua pátria do que da e, mais particularmente, como mestre da fidelidade à doutrina de que era , gra economia luso-brasileira, o nosso indes-i duado prosélito, chegou ao ponto de lembrável patrício d. José Joaquim daafirmar %eja-se a pág. 365 do vol. da Cunha de Azeredo Coutinho. 1
"Bibliotéca exótico-brasileira" de AUre-
127
DicivSto Econômico
0 .M£iTltBni í;í:«\Si:í Johri Maynard Keynes Suas obras e seus princípios por 5. Harcourt-RIvington (Membro da Sociedade Real de Eco nomia de Londres)
para o "Oígesto Econômico")
perdidas. Nem se pode duvidar que esía e.xpcriência deve modificar a psico logia social quanto à prática de econo-
estão mal colocadas ou mal organizadas
mias c investimentos. "Tudo quanto fòra considerado ma'S sólido, provou se-
Estados Unidos também, muitos .seto
Aquele que não. gastou,
res importantes do trabalho foram capa zes de tirar vantagem da situação, naO
nem especulou, que fez a provisão para
só para obter salários equi\'aléntes ao
sua família, aquêle que mais estritamen
novo poder aquisitivo como para asse
-lo menos".
te ob.servou a moral, fundada nos prin
cípios respeitáveis da sabedoria, aquele —'
nossa era econômica perturbada.
sofreu as suas mais nefastas visitas .
e realizar isso, como no caso da Gra
O ideal do au
de dos preços", que as guerras mun diais destruíram. Em sua análise das calamidades eco
flação e da deflação, e suas conseqüên
P ° "lustre"Tratado economista Prefacio do seu famoso sôbrenoa
. "O efeito da guerra e da política mo netária que a seguiu, privou de gran de parte de seu valor real a riqueza dos
era incitar e apontar o caminho para a reforma dos sistemas de circulação, os quais, a seu ver, viriam contrariar a
tendência para as flutuações, herança da
tos do depauperamento da classe média, mo.s tantas boas iniciativas, acarretarão lentamente uma decadência da Ciência
rie, sobre Lord Keynes, estarão lem-
O objerivo do livro de Lord Keynes
nômica da iniciadva humana. "Os efei
às grandes guerras, um dos resulta
cias na civilização moderna. Relatando sua influência maléfica, êle escreveu:
instabilidade do valor da moeda.
seqüências dêsse modo de ^'er desastroso, repercutiriam largamente na esfera eco
em tôda a Europa, classe à qual deve-
demente da evolução e efeitos da in
declarou que o desemprêgo, a perda
Keynes asseverou, então, que as con
nômicas que se tem seguido sempre dos não mais considerado de pouca importância, Keynes ocupou-se gran
brusca de economias, jui^tamente com o prevalecimento de especuladores e apro veitadores, provém, em larga escala, da
nado com uma diminuição das horas
de trabalho (e inclusive da produção)
a deflação, restabelecendo a "estabilida
Reforma Monetária", publicado em 1923
gurar sua melhora efetiva, tudo combi
que, de fato, menos cortejou a Fortuna,
tor era abolir não só a inflação, como
Qs leitores do artigo anterior, desta sé
para melhorar sua posição. Mas. na Grã Bretanha, a qualquer custo, e nos
o da Arte".
Mostrando os efeitos específicos das flutuações do meio circulante. Keynes es creveu: - "Quando há inflação, a n-
Bretanha, riuma ocasião em que a ri queza total da comunidade sofria um decréscimo".
Contudo, diz Keynes, a mais cliocanle
conseqüência da inflação "é a injustiça feita àqueles que, em boa fé, aplicaram suas economias em títulos (como apóliêes da dívida pública, etc.), mais do que em coisas". "A inflação não so diminuiu a capacidade para economizar, como "destruiu a atmosfera de confian
ça que é a condição essencial para que
haja economia". Assim, ela prejudica a
queza é distribuída de forma desfaN'o- acumulação do capital, especialmente nos rável aos pequenos invesHdores, muito países novos, em que há grande neces
investidores. A perda foi tão rápida, tão entremeada de outros prejuízos, na oca sião da sua ocorrência, que a sua intei
benéfica aos capitalistas e, provàve men sidade de recursos para desenvolver seu te, nas condições industriais de hoje. be potencial latente. M néfica, também, à maioria dos operaAo afirmar que a deflação, ou uina^ rio.s". Como quase todos pensam, ahas, qxieda nos preços, é a antítese da infla
ra medida não é ainda avaliada espe cificamente. Ela efetuou, contudo, uma profunda mudança na posição relativa
çüo, Keynes acrescenta: — Tem si o um lugar comum nos livros clássicos de Economia, que os salários tendem a nao
ção, Keynes declarou que as conseqüên cias daquela serão ine\'itàvelmente o re-,
europeu, as economias que a classe mé
de que o salário real dos trabalhadores
tivo. Assim como a inflação estimula a
dia havia aplicado, anteriormente à guer
diminui durante o período de ascensão
ra, em títulos, hipotecas ou depósitos bancários, foram quase que totalmente
dos preços. Isto foi verdadeiro no passa
das diferentes classes.
No continente
a respeito deste último efeito da mfla-
acompanhar os preços, como resultado
do e pode .ser verdadeiro ainda agora, em certas categorias de trabalho que
verso das flutuações desta, das quais re sulta um decréscimo do poder aquisi
produção (proporcionando lucros ines perados e fora do comum às indústrias), a deflação acarreta o desemprêgo (pois
a queda dos preços, com os prejuízos
127
DicivSto Econômico
0 .M£iTltBni í;í:«\Si:í Johri Maynard Keynes Suas obras e seus princípios por 5. Harcourt-RIvington (Membro da Sociedade Real de Eco nomia de Londres)
para o "Oígesto Econômico")
perdidas. Nem se pode duvidar que esía e.xpcriência deve modificar a psico logia social quanto à prática de econo-
estão mal colocadas ou mal organizadas
mias c investimentos. "Tudo quanto fòra considerado ma'S sólido, provou se-
Estados Unidos também, muitos .seto
Aquele que não. gastou,
res importantes do trabalho foram capa zes de tirar vantagem da situação, naO
nem especulou, que fez a provisão para
só para obter salários equi\'aléntes ao
sua família, aquêle que mais estritamen
novo poder aquisitivo como para asse
-lo menos".
te ob.servou a moral, fundada nos prin
cípios respeitáveis da sabedoria, aquele —'
nossa era econômica perturbada.
sofreu as suas mais nefastas visitas .
e realizar isso, como no caso da Gra
O ideal do au
de dos preços", que as guerras mun diais destruíram. Em sua análise das calamidades eco
flação e da deflação, e suas conseqüên
P ° "lustre"Tratado economista Prefacio do seu famoso sôbrenoa
. "O efeito da guerra e da política mo netária que a seguiu, privou de gran de parte de seu valor real a riqueza dos
era incitar e apontar o caminho para a reforma dos sistemas de circulação, os quais, a seu ver, viriam contrariar a
tendência para as flutuações, herança da
tos do depauperamento da classe média, mo.s tantas boas iniciativas, acarretarão lentamente uma decadência da Ciência
rie, sobre Lord Keynes, estarão lem-
O objerivo do livro de Lord Keynes
nômica da iniciadva humana. "Os efei
às grandes guerras, um dos resulta
cias na civilização moderna. Relatando sua influência maléfica, êle escreveu:
instabilidade do valor da moeda.
seqüências dêsse modo de ^'er desastroso, repercutiriam largamente na esfera eco
em tôda a Europa, classe à qual deve-
demente da evolução e efeitos da in
declarou que o desemprêgo, a perda
Keynes asseverou, então, que as con
nômicas que se tem seguido sempre dos não mais considerado de pouca importância, Keynes ocupou-se gran
brusca de economias, jui^tamente com o prevalecimento de especuladores e apro veitadores, provém, em larga escala, da
nado com uma diminuição das horas
de trabalho (e inclusive da produção)
a deflação, restabelecendo a "estabilida
Reforma Monetária", publicado em 1923
gurar sua melhora efetiva, tudo combi
que, de fato, menos cortejou a Fortuna,
tor era abolir não só a inflação, como
Qs leitores do artigo anterior, desta sé
para melhorar sua posição. Mas. na Grã Bretanha, a qualquer custo, e nos
o da Arte".
Mostrando os efeitos específicos das flutuações do meio circulante. Keynes es creveu: - "Quando há inflação, a n-
Bretanha, riuma ocasião em que a ri queza total da comunidade sofria um decréscimo".
Contudo, diz Keynes, a mais cliocanle
conseqüência da inflação "é a injustiça feita àqueles que, em boa fé, aplicaram suas economias em títulos (como apóliêes da dívida pública, etc.), mais do que em coisas". "A inflação não so diminuiu a capacidade para economizar, como "destruiu a atmosfera de confian
ça que é a condição essencial para que
haja economia". Assim, ela prejudica a
queza é distribuída de forma desfaN'o- acumulação do capital, especialmente nos rável aos pequenos invesHdores, muito países novos, em que há grande neces
investidores. A perda foi tão rápida, tão entremeada de outros prejuízos, na oca sião da sua ocorrência, que a sua intei
benéfica aos capitalistas e, provàve men sidade de recursos para desenvolver seu te, nas condições industriais de hoje. be potencial latente. M néfica, também, à maioria dos operaAo afirmar que a deflação, ou uina^ rio.s". Como quase todos pensam, ahas, qxieda nos preços, é a antítese da infla
ra medida não é ainda avaliada espe cificamente. Ela efetuou, contudo, uma profunda mudança na posição relativa
çüo, Keynes acrescenta: — Tem si o um lugar comum nos livros clássicos de Economia, que os salários tendem a nao
ção, Keynes declarou que as conseqüên cias daquela serão ine\'itàvelmente o re-,
europeu, as economias que a classe mé
de que o salário real dos trabalhadores
tivo. Assim como a inflação estimula a
dia havia aplicado, anteriormente à guer
diminui durante o período de ascensão
ra, em títulos, hipotecas ou depósitos bancários, foram quase que totalmente
dos preços. Isto foi verdadeiro no passa
das diferentes classes.
No continente
a respeito deste último efeito da mfla-
acompanhar os preços, como resultado
do e pode .ser verdadeiro ainda agora, em certas categorias de trabalho que
verso das flutuações desta, das quais re sulta um decréscimo do poder aquisi
produção (proporcionando lucros ines perados e fora do comum às indústrias), a deflação acarreta o desemprêgo (pois
a queda dos preços, com os prejuízos
128
Dicksto Econômico
dela decorrentes para a produção indus trial, a enfraquecerá). Do mesmo mo
do que a inflação é danosa aos investi
dores e credores, assim a deflação é injusta aos devedores.
Todavia, os efeitos da deflação não são tão acentuados quanto os da infla
ção, argumenta Keynes, primeiro porque os devedores estão em mellior posição para se protegerem contra o resultado da
deflação do que os investidores em se proteger dos resultados da inflação, e,
I em segundo lugar, o traballio pode meI lhor se proteger contra um excesso de
Dicesto Econômico
nar desneccssiiria a desastrosa reação para se trazer o nie^fo circulante ao seu
valor normal? Keynes pensa que não.
p lyz-i), porque "mais deprimente é o de^ semprêgo num inundo empobrecido do ■ que o desapontamento dos que usu fruem renda". Dessa forma, Lord KevI nes. como Ricardo, acredita que depois
Finanças jogar com o "standard" da moeda, em detrimento do povo, e elevar
que tivemos, que as pessoas cautelosas
Em todo caso, conclui Kejmes, não há como fugir a «uma "circulação diri gida" nas atuais condições financeiras,
dogma obsoleto, que já teve seu valor
queiramos ou não. Podemos não ler um
estivesse na dependência do Ministério das Finanças ou dos Bancos de Estado. A atual situação proporcionou à igno
padrão adequado. No atual mundo de papel moeda e créditos bancários con
versíveis em ouro, não importa o fato de
rância e à frivclidade dos homens de
que o "valor do ouro em si" dependa
Enquanto os economistas dorinitam, en
Estado "uma oportunidade ampla de pro
da política dos Bancos centrais.
torpecidos por um sonho acadêmico de
vocar ruinosas conseqüências no campo
cem ano.s-, surgiram no mundo real, como
econômico". Percebe-se que o nível ge
De acordo com os princípios comba tidos por Keynes, o valor unihírio do
por obra de um mau duende, — e sem pre mais potentes do que bons — os Ministérios das Finanças".
ral da educação econômica e financeira
de um Parlamento de Bancos.
Que, então, poderia ser feito?
A
mo pode D meio circulante ser manHdo
idéia de Keynes é de que poderia haver
hvre de flutuação, para cima ou para baixo?. Estas são as te.ses às quais Key-
a estabilidade do valor estimativo do
"artigos essenciais" ou mercadorias que
tério das Finanças. Êste é um funda
êle comprará, o • qual, assim, estabele
são, de qualquer modo, claras à capaci dade dos banqueiros e homens de Es f
h
tado. Os padrões não metálicos com os quais temos feito experiência, não tem passado senão de ensaios científicos, logo
4
comprará — e não a estabilidade do pa
I
cerá um padrão objetivo de valor, a adoção, pelas autoridades, de uma ta bela oficial, elaborada de forma a regis
trar o preço de um "padrão de mercado rias", padrão esse adotado como valor,
so, involuntariamente adotado, como re
no sentido de que poderiam empregar todos os recursos para prevenir um mo
sultado da taxação inflacionista de guer
vimento de preços que ultrapasse os li
abandonados.
meio circulante - ou seja, estabilidade
verno deve, quando necessário, variar o Será a volta para o "padrão, ouro" valor do padrão ouro. O meio circulan uma cura para a inflação e assim tor te poderia, então, ser "dirigido", sendo
isso, seria necessário derrubar o Minis
mento razoável para hesitações. Mas, ceria uma relação entre os preços e os M e.xperiências em que nos baseamos salários. "Inspirará confiança e forne
daquilo- que a unidade de circulação
drão ouro. Para conseguir isso, o go
permite inovações exeqüíveis e seguras: chegamos então à conclusão de que. para
meio circulante poderia não ser o artifi cialmente relacionado com a quantidade de ouro que poderá comprar, nias o real mente relacionado com a quantidade de
dos nossos estadistas e banqueiros não
ouro estão decididos a aceitá-lo somen
I
ria".
cesso".
em outros tempos. Os defensores do an
tico e compelido a acatar os conselhos
nes se dedicou no. últüno capítulo do seu "Tratado sôbre a Reforma Monetá
das, derivadas da inflação, Keynes es
apreciariam um valor padrão que não
I deriam ser evitadas".
, guir uma medida estável de valor? Co
muitas outras questões de menor necessi
dade social e que realizamos com su
"É natural, depois das experiências
Mas admite que "é mais fácil convir te como um "monarca constitucional",, que tanto a mflaçao como a deflação po- despojado do seu antigo poder despó"Mas, como? Como se poderia conse-
cutado em tempos normais. Não creio que a regulamentação do padrão mone tário seja essencialmente mais difícil que
as rendas através de taxações absur creve sôbre éste risco:
Por esta.s- razões, acrescenta Keynes, de um grave período de inflação, é me lhor a desvalorização, até a volta ao os advogados da restauração do padrúp
mvel primiHvo, do que forçar a deflação
mento do desastre. Mas não podemos
afirmar que isto aconteça quando exe
sabem quão fácil é para os ministros das
1 dinheiro nos bons tempos do que o baixo tigo "standard" não observam, declara i emprego nos maus tempos. Assim diz Keynes, quão remoto éle e.stá agora de I Keynes, "a ^eflação é peor (se excep- espírito e dos imperativos da nossa era. toarmos a inflação exagerada, qual q Alemanha, em
o seu valor controlado pelo Estado de acordo com as necessidades nacionais.
Respondendo ao temor daqueles que
Êlc encara o padrão ouro como uma bárbara relíquia". "Todos nós, escre veu, desde o presidente do Banco da Inglaterra, estamo.s, agora, interessados primacialmente em preservar a estabili dade dos negócios, dos preços e do em prego, e não estamos assim, quando a escolha nos é obrigatória, deliberados a sacrificar todas es.sas considerações a um
129
Foram um último recur
ra, quando as finanças do Estado esta
mites normais de uma pequena porcen-
vam arruinadas, ou quando a situação
tagem, justamente como se fez, antes da
mente, nestas circunstâncias, tais prati
guerra de 1914-18, o emprego de to dos os recursos para prevenir um movi
cas foram o prelúdio e o acompanha
mento no preço do ouro além de uma
não apresentava outra saída. Natural
128
Dicksto Econômico
dela decorrentes para a produção indus trial, a enfraquecerá). Do mesmo mo
do que a inflação é danosa aos investi
dores e credores, assim a deflação é injusta aos devedores.
Todavia, os efeitos da deflação não são tão acentuados quanto os da infla
ção, argumenta Keynes, primeiro porque os devedores estão em mellior posição para se protegerem contra o resultado da
deflação do que os investidores em se proteger dos resultados da inflação, e,
I em segundo lugar, o traballio pode meI lhor se proteger contra um excesso de
Dicesto Econômico
nar desneccssiiria a desastrosa reação para se trazer o nie^fo circulante ao seu
valor normal? Keynes pensa que não.
p lyz-i), porque "mais deprimente é o de^ semprêgo num inundo empobrecido do ■ que o desapontamento dos que usu fruem renda". Dessa forma, Lord KevI nes. como Ricardo, acredita que depois
Finanças jogar com o "standard" da moeda, em detrimento do povo, e elevar
que tivemos, que as pessoas cautelosas
Em todo caso, conclui Kejmes, não há como fugir a «uma "circulação diri gida" nas atuais condições financeiras,
dogma obsoleto, que já teve seu valor
queiramos ou não. Podemos não ler um
estivesse na dependência do Ministério das Finanças ou dos Bancos de Estado. A atual situação proporcionou à igno
padrão adequado. No atual mundo de papel moeda e créditos bancários con
versíveis em ouro, não importa o fato de
rância e à frivclidade dos homens de
que o "valor do ouro em si" dependa
Enquanto os economistas dorinitam, en
Estado "uma oportunidade ampla de pro
da política dos Bancos centrais.
torpecidos por um sonho acadêmico de
vocar ruinosas conseqüências no campo
cem ano.s-, surgiram no mundo real, como
econômico". Percebe-se que o nível ge
De acordo com os princípios comba tidos por Keynes, o valor unihírio do
por obra de um mau duende, — e sem pre mais potentes do que bons — os Ministérios das Finanças".
ral da educação econômica e financeira
de um Parlamento de Bancos.
Que, então, poderia ser feito?
A
mo pode D meio circulante ser manHdo
idéia de Keynes é de que poderia haver
hvre de flutuação, para cima ou para baixo?. Estas são as te.ses às quais Key-
a estabilidade do valor estimativo do
"artigos essenciais" ou mercadorias que
tério das Finanças. Êste é um funda
êle comprará, o • qual, assim, estabele
são, de qualquer modo, claras à capaci dade dos banqueiros e homens de Es f
h
tado. Os padrões não metálicos com os quais temos feito experiência, não tem passado senão de ensaios científicos, logo
4
comprará — e não a estabilidade do pa
I
cerá um padrão objetivo de valor, a adoção, pelas autoridades, de uma ta bela oficial, elaborada de forma a regis
trar o preço de um "padrão de mercado rias", padrão esse adotado como valor,
so, involuntariamente adotado, como re
no sentido de que poderiam empregar todos os recursos para prevenir um mo
sultado da taxação inflacionista de guer
vimento de preços que ultrapasse os li
abandonados.
meio circulante - ou seja, estabilidade
verno deve, quando necessário, variar o Será a volta para o "padrão, ouro" valor do padrão ouro. O meio circulan uma cura para a inflação e assim tor te poderia, então, ser "dirigido", sendo
isso, seria necessário derrubar o Minis
mento razoável para hesitações. Mas, ceria uma relação entre os preços e os M e.xperiências em que nos baseamos salários. "Inspirará confiança e forne
daquilo- que a unidade de circulação
drão ouro. Para conseguir isso, o go
permite inovações exeqüíveis e seguras: chegamos então à conclusão de que. para
meio circulante poderia não ser o artifi cialmente relacionado com a quantidade de ouro que poderá comprar, nias o real mente relacionado com a quantidade de
dos nossos estadistas e banqueiros não
ouro estão decididos a aceitá-lo somen
I
ria".
cesso".
em outros tempos. Os defensores do an
tico e compelido a acatar os conselhos
nes se dedicou no. últüno capítulo do seu "Tratado sôbre a Reforma Monetá
das, derivadas da inflação, Keynes es
apreciariam um valor padrão que não
I deriam ser evitadas".
, guir uma medida estável de valor? Co
muitas outras questões de menor necessi
dade social e que realizamos com su
"É natural, depois das experiências
Mas admite que "é mais fácil convir te como um "monarca constitucional",, que tanto a mflaçao como a deflação po- despojado do seu antigo poder despó"Mas, como? Como se poderia conse-
cutado em tempos normais. Não creio que a regulamentação do padrão mone tário seja essencialmente mais difícil que
as rendas através de taxações absur creve sôbre éste risco:
Por esta.s- razões, acrescenta Keynes, de um grave período de inflação, é me lhor a desvalorização, até a volta ao os advogados da restauração do padrúp
mvel primiHvo, do que forçar a deflação
mento do desastre. Mas não podemos
afirmar que isto aconteça quando exe
sabem quão fácil é para os ministros das
1 dinheiro nos bons tempos do que o baixo tigo "standard" não observam, declara i emprego nos maus tempos. Assim diz Keynes, quão remoto éle e.stá agora de I Keynes, "a ^eflação é peor (se excep- espírito e dos imperativos da nossa era. toarmos a inflação exagerada, qual q Alemanha, em
o seu valor controlado pelo Estado de acordo com as necessidades nacionais.
Respondendo ao temor daqueles que
Êlc encara o padrão ouro como uma bárbara relíquia". "Todos nós, escre veu, desde o presidente do Banco da Inglaterra, estamo.s, agora, interessados primacialmente em preservar a estabili dade dos negócios, dos preços e do em prego, e não estamos assim, quando a escolha nos é obrigatória, deliberados a sacrificar todas es.sas considerações a um
129
Foram um último recur
ra, quando as finanças do Estado esta
mites normais de uma pequena porcen-
vam arruinadas, ou quando a situação
tagem, justamente como se fez, antes da
mente, nestas circunstâncias, tais prati
guerra de 1914-18, o emprego de to dos os recursos para prevenir um movi
cas foram o prelúdio e o acompanha
mento no preço do ouro além de uma
não apresentava outra saída. Natural
Dícesto Dioksto
130
determinada porcentagem. A compo sição exata do padrão de mercadorias
poderia ser modificada de tempos em tempos, de acordo com as mutações, na importância econômica relativa, de seus vários componentes". Em todos os casos "as atuais oscila
ções nos preços devem, naturalmente, ser o alvo mais visado; mas, a capacidade de emprego, o volume da produção, a solicitação efetiva de crédito sentida pe los Bancos, as taxas e juros dos investi
131
Econômico
Econômico
inev4tá\el'', mas "não chegamos, ainda,
\'ez, o direito de variar, no caso de uma
o
a um ponto em que esse "dirigismo"
grande divergência entre a libra e o dó
Keynes sabia que o valor da libra es terlina, sob e.ssas antigas condições, era invariá\'í'' e ora o padrão seguro em tArno do qual o valor da.s outras circulações era estabelecido e mantido. Sabia, tam
possa .ser confiado a uma "simples" auto ridade. O melhor que podemos fazer, por conseguinte, é termos "duas" cir culações "dirigidas", a libra e o dólar, com uma cx)laboração tão cerrada quanto possível entre os alvos e os métodos de
bém, que as finança.s, no mundo, eram firmadas justamente cm razão dc uma
"O ideal é uma cooperação íntima entre o
Tratando da diretriz que cada pais
"livTe circulação" da libra esterlina, de
"Federal Reserve Board" e o Banco da
poderá, com vantagens, seguir Keynes
valor "bona fido" tanto externa quanto internamente e pela qual a circulação do.s outros países poderia ser encadeada.
diz: "Talvpz o Império Britânico (com exceção do Canadá) e os países da Eu ropa adotassem a libra como padrão, ao cada um teria liberdade de escolha,
maior
centro
banciirio
dc
todo
mundo.
direção desses dois meios circulantes".
lar), mantendo a estabilidade pelo acúmulo de ouro em seus Bancos, para
fazer face às flutuações periódicas e
usando outros métodos para regular o volume do poder de compra e, assim, manter um nível relativamente estável
de preços através de longos períodos .•
comércio exterior e o nível das trocas
Essa circulação era, no exterior, a força do Ministério das Finança.s. Seu \alor
Inglaterra, em resultado da qual a es tabilidade dos preços e das trocas po deria ser conseguida ao mesmo tempo. Mas eu sugiro que é mais prático e mais sábio que isso aconteça sem experiên
estrangeiras, tudo deve ser considerado.
não dependia das condições sociais ou
cias ou mútua vantagem, e sem que um
"O ponto principal é que o objetivo das
econômicas somente da Inglaterra, nem
lado se ate ao outro. Uma colaboração
pois, com o progresso da cultura e da
da fanta.sia do.s controladorc.s das taxas.
em bases não livres para ambos os lados, é abrir caminho para dissenções, espe cialmente porque a retenç-ão de dólares envolve prontamente o pesado ônus de
compreensão, tão perfeito que uma har
mentos de-vários tipos, o T.uxo de di nheiro na circula"ção, as estatísticas do
autoridades, perseguido por todos os meios capazes de alcanç-á-io, seja a esta
Por uma centena de anos essa circulação
bilidade do.s preços".
independentemente controlada foi o es
Todavia, ainda que Keynes tenha advogado uma "circulação dirigida" dc um valor a ser fixado pelo Estado e "regulado pelo Ministério das Finanças", nota-se que ele não era insensível ao
risco e ao abuso dêsses poderes por au toridades ínescrupulosas, que poderiam, para ocultar sua delinqüência, incluindo crimes de ação e omissão, interferir in devidamente no valor e na estabilida de do meio circulante nacional.
Êle
não poderia desprezar o fato de que iirç organismo financeiro, "independente" do
Ministério e livre do seu poder, poderia ser menos perigoso aos interêsses pú blicos. Tinha pleno conhecimento dos trabalhos que, sob o antigo sistema do Banco da Inglaterra (antes de ter estado diretamente sob o controle do Govêmo, em
1914), fizeram
de
Londres
o
cudo das finanças do mundo. Ela era,
por assim dizer, a enseada na qual os navios poderiam ancorar com segurança.
enterrar ouro desnecessário".
Enquanto esse porto permaneceu intac to, os meios circulantes puderam manter sua posição relativamente protegida dos perigos das tempestades financeiras in ternacionais. Keynes sabia, talvez mais que ninguém, que a primeira guerra mundial havia danificado êsse porto das finanças e que êle deveria ser reparado por uma conti-ação na flutuação, pra ticada pelos estadísta.s, a qual ninguém poderia seguramente prever ou medir, desde que se tratava apenas de um expediente.
pergunta Keynes, seguiriam as outras na
Foi a consideração de todos esses fa-
tn.s que levou Keynes a e.screver: "Atin gimos a um- estágio da evolução da moeda no qual a "circulação dirigida é
Que corrente, em tais circunstâncias,
passo que o Canadá e os demais países das Américas adotariam o dólar.
Mas
monia seria estabelecida entre os dois, a escolha seria indiferente".
Tudo isso foi escrito por John May-
nard Keynes em 1922, sôbre as catás trofes econômicas em evolução durante
a primeira guerra mundial. Citanio-Io
ções?... questão que o ilustre autor do
tão minuciosamente aqui, porque isto
"Tratado sobre a Reforma Monetária"
tem grande aplicação aos problemas ori
procura responder no final de sua su gestão.
Concluindo seu Tratado, que
marcou época, escreveu:
undos da segunda guerra mundial, que
repercutiu ainda mais profundamente na estrutura econômica e social da civiliza
"Não há provàvehnente países, a nao ção. Trabalhar em favor das reformas ser a Grã Bretanha e os Estados Unidos, que advogou, através dos tumultuosos que pudessem justificar um empreendi anos da segunda guerra mundial e de mento para estabelecer um "standard" pois, tal foi a extraordinária atividade de independente. O caminho mais sábio se Lord Keynes. E, tão árdua foi a tarefa, ria êsses outros países basearem seu que lhe abreviou grandemente a vida. Keynes foi "vítima de guerra" como meio circulante em libras ou em dólares,
por meio de um padrão de troca, fi xando suas permutas em termos de um ou de outro (embora rescrvando-se, tal-
.
os soldados que tombaram no serviço ativo, ou os civis mortos pelas bombas nazistas e nipônicas. A posteridade re-
4
Dícesto Dioksto
130
determinada porcentagem. A compo sição exata do padrão de mercadorias
poderia ser modificada de tempos em tempos, de acordo com as mutações, na importância econômica relativa, de seus vários componentes". Em todos os casos "as atuais oscila
ções nos preços devem, naturalmente, ser o alvo mais visado; mas, a capacidade de emprego, o volume da produção, a solicitação efetiva de crédito sentida pe los Bancos, as taxas e juros dos investi
131
Econômico
Econômico
inev4tá\el'', mas "não chegamos, ainda,
\'ez, o direito de variar, no caso de uma
o
a um ponto em que esse "dirigismo"
grande divergência entre a libra e o dó
Keynes sabia que o valor da libra es terlina, sob e.ssas antigas condições, era invariá\'í'' e ora o padrão seguro em tArno do qual o valor da.s outras circulações era estabelecido e mantido. Sabia, tam
possa .ser confiado a uma "simples" auto ridade. O melhor que podemos fazer, por conseguinte, é termos "duas" cir culações "dirigidas", a libra e o dólar, com uma cx)laboração tão cerrada quanto possível entre os alvos e os métodos de
bém, que as finança.s, no mundo, eram firmadas justamente cm razão dc uma
"O ideal é uma cooperação íntima entre o
Tratando da diretriz que cada pais
"livTe circulação" da libra esterlina, de
"Federal Reserve Board" e o Banco da
poderá, com vantagens, seguir Keynes
valor "bona fido" tanto externa quanto internamente e pela qual a circulação do.s outros países poderia ser encadeada.
diz: "Talvpz o Império Britânico (com exceção do Canadá) e os países da Eu ropa adotassem a libra como padrão, ao cada um teria liberdade de escolha,
maior
centro
banciirio
dc
todo
mundo.
direção desses dois meios circulantes".
lar), mantendo a estabilidade pelo acúmulo de ouro em seus Bancos, para
fazer face às flutuações periódicas e
usando outros métodos para regular o volume do poder de compra e, assim, manter um nível relativamente estável
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comércio exterior e o nível das trocas
Essa circulação era, no exterior, a força do Ministério das Finança.s. Seu \alor
Inglaterra, em resultado da qual a es tabilidade dos preços e das trocas po deria ser conseguida ao mesmo tempo. Mas eu sugiro que é mais prático e mais sábio que isso aconteça sem experiên
estrangeiras, tudo deve ser considerado.
não dependia das condições sociais ou
cias ou mútua vantagem, e sem que um
"O ponto principal é que o objetivo das
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lado se ate ao outro. Uma colaboração
pois, com o progresso da cultura e da
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em bases não livres para ambos os lados, é abrir caminho para dissenções, espe cialmente porque a retenç-ão de dólares envolve prontamente o pesado ônus de
compreensão, tão perfeito que uma har
mentos de-vários tipos, o T.uxo de di nheiro na circula"ção, as estatísticas do
autoridades, perseguido por todos os meios capazes de alcanç-á-io, seja a esta
Por uma centena de anos essa circulação
bilidade do.s preços".
independentemente controlada foi o es
Todavia, ainda que Keynes tenha advogado uma "circulação dirigida" dc um valor a ser fixado pelo Estado e "regulado pelo Ministério das Finanças", nota-se que ele não era insensível ao
risco e ao abuso dêsses poderes por au toridades ínescrupulosas, que poderiam, para ocultar sua delinqüência, incluindo crimes de ação e omissão, interferir in devidamente no valor e na estabilida de do meio circulante nacional.
Êle
não poderia desprezar o fato de que iirç organismo financeiro, "independente" do
Ministério e livre do seu poder, poderia ser menos perigoso aos interêsses pú blicos. Tinha pleno conhecimento dos trabalhos que, sob o antigo sistema do Banco da Inglaterra (antes de ter estado diretamente sob o controle do Govêmo, em
1914), fizeram
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Londres
o
cudo das finanças do mundo. Ela era,
por assim dizer, a enseada na qual os navios poderiam ancorar com segurança.
enterrar ouro desnecessário".
Enquanto esse porto permaneceu intac to, os meios circulantes puderam manter sua posição relativamente protegida dos perigos das tempestades financeiras in ternacionais. Keynes sabia, talvez mais que ninguém, que a primeira guerra mundial havia danificado êsse porto das finanças e que êle deveria ser reparado por uma conti-ação na flutuação, pra ticada pelos estadísta.s, a qual ninguém poderia seguramente prever ou medir, desde que se tratava apenas de um expediente.
pergunta Keynes, seguiriam as outras na
Foi a consideração de todos esses fa-
tn.s que levou Keynes a e.screver: "Atin gimos a um- estágio da evolução da moeda no qual a "circulação dirigida é
Que corrente, em tais circunstâncias,
passo que o Canadá e os demais países das Américas adotariam o dólar.
Mas
monia seria estabelecida entre os dois, a escolha seria indiferente".
Tudo isso foi escrito por John May-
nard Keynes em 1922, sôbre as catás trofes econômicas em evolução durante
a primeira guerra mundial. Citanio-Io
ções?... questão que o ilustre autor do
tão minuciosamente aqui, porque isto
"Tratado sobre a Reforma Monetária"
tem grande aplicação aos problemas ori
procura responder no final de sua su gestão.
Concluindo seu Tratado, que
marcou época, escreveu:
undos da segunda guerra mundial, que
repercutiu ainda mais profundamente na estrutura econômica e social da civiliza
"Não há provàvehnente países, a nao ção. Trabalhar em favor das reformas ser a Grã Bretanha e os Estados Unidos, que advogou, através dos tumultuosos que pudessem justificar um empreendi anos da segunda guerra mundial e de mento para estabelecer um "standard" pois, tal foi a extraordinária atividade de independente. O caminho mais sábio se Lord Keynes. E, tão árdua foi a tarefa, ria êsses outros países basearem seu que lhe abreviou grandemente a vida. Keynes foi "vítima de guerra" como meio circulante em libras ou em dólares,
por meio de um padrão de troca, fi xando suas permutas em termos de um ou de outro (embora rescrvando-se, tal-
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os soldados que tombaram no serviço ativo, ou os civis mortos pelas bombas nazistas e nipônicas. A posteridade re-
4
>■»*
Dicesto EcoNÓMice
132
mas como um grande economista que se bateu, sob circunstâncias particularmen
pre^-os e em relacioná-los com os salá rios, para que, até os mais pobres, pu dessem assegurar-se do essencial para a
te adversas, em favor da estabilidade dos
vida.
verencíará sua memória, não só como tal,
CaMINHflO ENGUICflDO #
'
i*
No *■" último número do Kuj
'Boletim da Associação dos Químicos", o vrof. C. M»-
Martraireas publicam lon^o sôbrefinais o situação àa tndv^na^ alcooleira ao terminarem hostilidades. ' Nastrabalho conclusões os autores morram que a fabricação de álcool, particularmente do álcool de beterraba, i*õo obstaiUe as dtficuldacles e as destruições provocadas pela nuerra, constitui indústria os níveis de antesd da mwrra, tão logo os condições econômicas permitam à agricultura fornecer-lhe mat%ia pritno. ]
£
I •
.
■
.
no
',—
inclusive, afirmar não wj/tíc
t^S fTr
u-c.
ÜZ refere a° utilização
cod ^oduzhT
uuia
do
e
aeter. combustível detcrmhmram a adoção cumousiivet
fabris. OsÊsleresultados esforço foiobtidos pnrticlarmentc vapor. vermitefh
.s
frre^ondTr H^id^Z
Um caminhão encostado na c.strada pode representar
«
um considerável Iranstôrno em seus negócios. Não
representadas pelo ã-
arrisque a segurança de seus transportes com peças tia procedência duvidosa;i/Fenha presente ,que as pe
«Oüos cons/rupõ&s ainda não deu os resultados esperados-
eriPir condições atuais, ^ uma j destilariaT^ ^ equipada tecnicamente, que induzir a lavoura a reformar
Zdt^rtL'lo7'Tstfn' c/« Alpum Atores indd
ças legítimas G. M. são "Jeilas de encomenda" para
á prldução de plcntas utilij^^ioi problema agrícoUi que técnico.
seu carro ~ e saem mais baralai I Para sua segu
rança, exija peças legítimas G. M I
'1 } ate t' o *total 4. f de j^^^^^^ram possíveis inteurtulas nos próxihios anos, produções deI álcool 17 milhõescomo de hectotUros, por 7 milhões de hccto-
'' 7-í dfhftt ''"77,"■ 3 'nfhões de heciolitros de álcool de topiJmho U
.T r 'números parecem, no entanto, o S tnilhões de hectolltros de á o" coõla ml tdtco stntetxco. Tats excessivos aos autores, à^s tomando tornarulo em em consideração conMderação as as possibUldades anricoUts e^ técnicas, calculam entre Ta l mdhoes de hectohtros a produção de ãlcootde origem agrícola. Mesmo êslcs rc/'TJ e, sobretudo, a criaçãoleuando-se%m conta que ampliação-vagar. das culturas agrícolas de novas, se realiza coma bastante 7
,,
^
lexe-rexsaill.,
j.
IH> UniUIllU,
(ST.
"O uicuui ue ungem agricuia.
iviesmo esícs fC-
aprovados
ACESSOmOS
Quanto ao álcool pietílico de síntese, as passibilidades são evidentemente maio res. se trata de produto estritamente industrial, os resultados possíveis serão função das margens de preço e das disponibilidades de mão de obra para a extração
PRODUTO DA
dos combustíveis mínercis que alimentarão essa nova indústria.
1.
LEGITIMAS
GENERAL MOTORS
^ ' vil
>■»*
Dicesto EcoNÓMice
132
mas como um grande economista que se bateu, sob circunstâncias particularmen
pre^-os e em relacioná-los com os salá rios, para que, até os mais pobres, pu dessem assegurar-se do essencial para a
te adversas, em favor da estabilidade dos
vida.
verencíará sua memória, não só como tal,
CaMINHflO ENGUICflDO #
'
i*
No *■" último número do Kuj
'Boletim da Associação dos Químicos", o vrof. C. M»-
Martraireas publicam lon^o sôbrefinais o situação àa tndv^na^ alcooleira ao terminarem hostilidades. ' Nastrabalho conclusões os autores morram que a fabricação de álcool, particularmente do álcool de beterraba, i*õo obstaiUe as dtficuldacles e as destruições provocadas pela nuerra, constitui indústria os níveis de antesd da mwrra, tão logo os condições econômicas permitam à agricultura fornecer-lhe mat%ia pritno. ]
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fabris. OsÊsleresultados esforço foiobtidos pnrticlarmentc vapor. vermitefh
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Um caminhão encostado na c.strada pode representar
«
um considerável Iranstôrno em seus negócios. Não
representadas pelo ã-
arrisque a segurança de seus transportes com peças tia procedência duvidosa;i/Fenha presente ,que as pe
«Oüos cons/rupõ&s ainda não deu os resultados esperados-
eriPir condições atuais, ^ uma j destilariaT^ ^ equipada tecnicamente, que induzir a lavoura a reformar
Zdt^rtL'lo7'Tstfn' c/« Alpum Atores indd
ças legítimas G. M. são "Jeilas de encomenda" para
á prldução de plcntas utilij^^ioi problema agrícoUi que técnico.
seu carro ~ e saem mais baralai I Para sua segu
rança, exija peças legítimas G. M I
'1 } ate t' o *total 4. f de j^^^^^^ram possíveis inteurtulas nos próxihios anos, produções deI álcool 17 milhõescomo de hectotUros, por 7 milhões de hccto-
'' 7-í dfhftt ''"77,"■ 3 'nfhões de heciolitros de álcool de topiJmho U
.T r 'números parecem, no entanto, o S tnilhões de hectolltros de á o" coõla ml tdtco stntetxco. Tats excessivos aos autores, à^s tomando tornarulo em em consideração conMderação as as possibUldades anricoUts e^ técnicas, calculam entre Ta l mdhoes de hectohtros a produção de ãlcootde origem agrícola. Mesmo êslcs rc/'TJ e, sobretudo, a criaçãoleuando-se%m conta que ampliação-vagar. das culturas agrícolas de novas, se realiza coma bastante 7
,,
^
lexe-rexsaill.,
j.
IH> UniUIllU,
(ST.
"O uicuui ue ungem agricuia.
iviesmo esícs fC-
aprovados
ACESSOmOS
Quanto ao álcool pietílico de síntese, as passibilidades são evidentemente maio res. se trata de produto estritamente industrial, os resultados possíveis serão função das margens de preço e das disponibilidades de mão de obra para a extração
PRODUTO DA
dos combustíveis mínercis que alimentarão essa nova indústria.
1.
LEGITIMAS
GENERAL MOTORS
^ ' vil
Banco Nacional do Comércio
DUPLICADOR
de São Paulo, S/A.
MULTILITH
Addressograph A marca pioneira
Inimitável
—
Inigualável
MULTIGRAPH
CAPITAL REALIZADO
CRS 50.000.000,00
FUNDOS DE RESERVA
CRS 10.850.000,00
Máquinas de endereçar de vários
OPERAÇÕES BANCÁRIAS EM GERAL
modelos manuais e elétricos.
A Instalação ideal — Simplicida de e economia — O mais moder
COBRANÇAS
no, rápido e perfeito processo de
DESCONTOS
CÂMBIO
CirculareS/
Boletins.
Impressos
simples.
Depósitos em contas correntes e a prazo-fixo
Àssignaturas. etc.
Impressão
ções de serviço — Das mais sim ples às mais complexas.
reprodução de:
CAUÇÕES
Adaptáveis a tôdas as organiza
em
papel
comum
e
Serviço gratuito de
orientação e consulta por técnicos de organização.
lai
IBI
nas duas faces
Perfeitas oficinas de gravação de
Correspondentes em todas as praças do Pais e no exterior.
RUA BOA VISTA, n.c 124 — END. TELEGR.: "BANCIONAL' CAIXA POSTAL, 2568 SÃO PAULO
BRASIL
*
Informações
e
Demonstrações:
Addressograph Multigraph do Brasil,S/A Rua Libero Badaró, 39 — l.o
chapas e assistência mecânica.
Peça Informações na:
Addressograph Mul-
tigraph do Brasil,S/A Rua Libero Badaró. 39 — l.o Tels.: 3-4078 e 3-4339
Tels.: 3-4078 e 3-4339
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de grande parte dos corpos com que viveu desde a formação do mundo. Ainda a.ssim o ferro está cm estado de impurcün. Derenus
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mente no» lingotes provindo.» dos forno». Ai' comeca o árduo labor di.» lolxiralórius. com suas rciortas. fornos, cadinhos, reativos, cien
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tistas, médicos, farmocéiilico-», técnico», obrei-
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que entrarão na.» fórmula» dcsunadas a salvagüordo de nossa saúde. Assisto o alguma
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