DIGESTO ECONÔMICO, número 32, julho 1947

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ECONOMlCO SOB OS Buspicios DB ASSOCIAÇAO COMERCIAL DE SAÜ PAULO toa FEDERAÇÃO DO COMERCIO DO ESTADO DE SAO PAULO

N IJ Í\1 A It i o PÀgt-

A» IXUSÕOB da Economia do Fóxca — Dario de Almeida Magalhães

CBpilali:tacao o Sognro do Vido sob o Aspecto Econômico e -

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30 36

O I»robloma do Pôrlo d© Sanlos — I^Jolson Womeuk Sodi©

Controle do Consvrmo o T<^orcado Negro

L.ou.is Baudin

O Visconde de Barnaibo Pelágio Lobo Rússia versos Estados Unidos José IMaria Belo /•/■• ••

Especulações Bolsistas no Sécnlo

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Prazeres

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A Nova Discriminação do Rendas e os Lsxac*.

fíuial no nin dr j^v^Fino^ \ DO

Fone

CAp-T'n<iIo;

História Econômica — A Modernização do Comori^o^^^^ Arlnos de Melo Franco

Velho Comércio de EWroa — Otéeio Tarcidínio de Souza 1 ^ O Ubo da Borracha entre os Civilizados ° Américo jacobina Laeombe Origens da Indústria do Tecidos em Minas Oera . , joppert

33 98 1°®

Hovos Bumos da Política Bodoviôria

õnnha da IzeredT Coutitibo _

Economistas Brasileiros — D. Joso Joagn

Basílio Magalhães* 113

Mestres da Economia - - John Mavnard Kevnes - S Hareourt-Bivington

23-2208

72

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Doja* Viadulo P,ô^ Visl"' Fone 2-1414 Falirlcn c rscrlifirlo:

Oriente. 7r.n e ^ Fone 9-5241 JULHO

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DItiESTO E4 O.XOMICO o "Digeslo Econômico" é publicado mensalmcnle pela Editora Comercial Lida., sob os auspícios da Associação Comercial de São Paulo e da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, Distribuidores no Brasil:

DISTRIBUIDORA EDITORIAL BRASILEIRA LTDA. Graça Aranha/ 81 — 12.o andar — Rio de Janeiro

Eaprêsa

deTransptrles Uritales lUa.

Representante na República Argentina:

INTER-PHENSA — Florida 229 — Buenos Aires — Argentina Representante em Portugal: ANTÔNIO DO CARMO JuNIOR

Rua Angelina Vidal. 92 — l.o Esq.

Firmas «lue anunciam

A Serviçal Ltda.

Addressograph Multiaraph do Brasil b/A.

neste número:

l-dhrira dc Cofre.s c Arquivos licruardini S/A.

Alves Azevedo S/A.

(ieiicral Motors do Brasil S/A.

Antônio Nofigueira

Ji.

Assumpção S/A.

Banco do Brasil S/A.

Banco^ Brasileiro de Descontos

Hossarie

Indústria laniuuciiticd Nacional Irmãos Carvalho — Rrprrvenfürôcs S/A.

Kliiiglcr S/A.

llll IIXIIHR

ESCRITÓRIOS CENTRAIS:

tia

■ Ao PAULO

»IO.»l,JANilRO

PARQUE D. PEDRO II, 1092 - Loja 1 (Esq. Av. Rangel Pestana) Sede própria - Ed. Guarany

Rys Marcfllo Dias, 12

bpirllo Salte.Z41 TililOBi MIM •

c a M rI Ria

T«lefon« 23-0791 e 23-0337

Tels.: 2-8266,. 2-6661 e 3-3591

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Banco Nacioiwl do Comércio de

L. Figueiredo S/A.

Sao Paulo S/A. Campana ò Cia.

I.ivraria Agir Ltda. Livraria FraucLsco Alves

I I I t R i >

Casa Benato Cipan

Marliiis Fadiga ò- Cia.

piiiiriiii

Cia. Di^ribuidora Geral "Erasmotor CiV/._ Mecanica e Importadora Sao Paulo

Cia. \íetalursica Barbará (..ta. Prado Cíxaves

Cia. S.K.F. do Brasil Rolamentos

Emprêsa b.E S de Transportes Urgentes Ltda.

Este Asiático Comércio e Nave gação Ltda.

Esteve Irmãos 6- Cia. Ltda Expresso Estrela de Prata

rí=^

Monsanfo Produtos Ç3f/fmíco5

awru-nrtRH

Nascimento ò- Filho.s Ltda. Organização "Ruf" Ltda.

iiiz II riH

Papelaria e Tipografia Andrcotti Bcfinaãora de Óleos Brasil S/A S. Magalhães Segurança Industrial — Cia. Na

nÇCSRCILIRS CMU It •

cional de Seguros

Simão Hact/ àr Cia. S/A. Indústria e Comércio Con córdia

Sociedade Paulista de Represen tações Ltda.

Thomaz Henriques ò- Cia. Ltda.

Sll llURtIM

tCONOMICOSI ISEGÜR

I I i 1 I 1 Ria

llirtim Itau*. <3 IlllíOBI H»

DE DOMICÍLIO A DOMICILIO


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Companhia Prado Chaves Exportadora CHUrSLER

FUNDADA EM 1887

Sede: S. Paulo - R. S. Bento, 197 - l.o - Capiíal: Cr$ 8.000.000,00 Filial: Santos — Rua Tuiuti, 49 — Reservas: Cr$ 14.000.000,00

Café - Algodão USINAS DE BENEFICIAMENTO

PECAS genuínas

OURINHOS (E. F. S.) COLINA (C. P.)

DA

/fiARGOi

MIRASSOL (E. F. a.) ANITAPOLIS

CHRYSLER

Importações Diversas

CORPORATION

Armazéns Gerais Prado Chaves S/A

Sede: S. Paulo - R. S. Bento, 197 - l.o - Capital CrS 5.000.000.00

Armazéns e Repiensagem: Avenida UM N.o 063-771 — São Paulo DESPACHOS; Ipiranga (SPR) Desvio PRADO CHAVES ARMAZÉNS EM: MIRASSOL

TANABI

Companhia Agrícola Fzda.S. Martinho

Sede: S. Paulo - R. S. Bento, 197 - l.o — Capital CrS 7.500.000,00

Café - Algodão - Cereais - Laranjas - Gado SÃO PAVIiO. BRASIL.

Usina de Açúcar (em montagem) Estação: MARTINHO PRADO (C* P.)

Caixa Postal, 243-B — Parque D. Pedro IL 208

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Banco Brasileiro de Descontos, S/A Séde: Rua Alvares Penteado. 172-180 — SAO PAULO

CAPITAL CrS 30.000.000,00 — FUNDO DE RESERVA CrS 6.200.000,00

Balanço em 30 de Junho de 1947, compreendendo as operações da Matriz e das Agência** ATIVO

Empréstimo em C. Corrente 102 857 048.70 Títulos Descontados !!!!!!"!.'! ü ü ü] 214*02?!628.50 Agências no País 647.457.00 Correspondentes no País ; 5.701.763,90 Correspondentes no Exterior 8!860.676.70 Outros valores em moeda estrangeira . . njo 738 40 Outros Créditos ! ]!!!!!!!!!!!!! !!!! !!!!!! 22.934!oi2,oo AnSf" ApoUces e Obrigações Federais à ord. da Sup. da Moeda e do Crédito 2.414.900.00 1.093.622,90 Edifícios de uso do Banco ' «09 «oq 10 Móveis e UtensíUos .i;

1

Recuse experiências improdutivasAdote um sistema tontàbll apetteHoado e consagrado pela prática.

wSacS'

®

ijn:9o?.oS

C~L"3rrr™^ ^

A .

57.373.591,50

206.329.436,50

Em ep. a ord. da Sup. daBrasil S. eA do Crédito 24.618.356,80 Moeda 8.603.274,80 90.600.223.10 750.395.320.10

Capital

Fundo de'Resei^a 'Legal

30.000.000.00

C/C Sem Juros

Obrigações Diversas Agências no País Correspondente, no Pais

5.404.000.00 214.411.841,90 *

de Compensação: Valôr

^

onos pelo solpo AKprovou suo eficienclo

.UHotes

de firmas e repartições.

Os nossos peritos estão

^"[,^'contabiH-

dade RUF, em qualquer época..

116.188^174.30 1.181.876,80 ™

neira

OHTEM

RUF

HO lE HA HDERAHCA

Demonstrações sem compromisso.

75.020.297.90

' 4.898.992,60 3.451.810.20

Correspondentes no Exterior

í^ivideidtsTTagar" *

Comerciante como oo Industriai

796.000,00

^ C/C Sem Limite ^ C/c Limitada C/c de Aviso A Prazo Fixo

Eit o que a

paro introduzir na sua orgonizaçao

PASSIVO

Outras Reservas

^

RUF QRGnHizncRQ

Informações e

ORGAMIIAÇAO ne MECANIZADA tTDA.%

o, coNmoLs s com«.UDAn.

_

aisaoWv» 206.329.436.50 750.395.320,10

^iRETft Paulo, 8 (TeJúnior julho—deDiretor-Presidento; 1947. (a) José Alfredo de Al.meida _ Diretor Superintendente; (a) Amador Aguiar - Diretor-Gerente. (a) José Faria Basílio _ Contador (Registro n. 9.606).

tft.'o Ho'31ZONTÍ-it°:: dp.'c.,.16., 551


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A: "í.

Og KÀTA

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**»

>^

(Ptte TRANSPORTES Rua General Pedra, 34

Nenhum criador joga íóra propositadamente o leite que produz em sua fazenda — porque leite é dinheiro

RODOVIÁRIOS

Tel.: 43-0505 — RIO

DE DOMICILIO

proveniente de trabalho contínuo e penoso.

Já pensou; entretanto, em quantos latões de leite o senhor desperdiça simplesmente porque deixa de os

A DOMICILIO

produzir?

Lembre-se de que para produzirem com eficiência e

economia as vacas leiteiras exigem uma alimentação racional - farta, rica e bem equilibrada.

As "RAÇÕES CONCENTRADAS BRASIL" são cuidadosamente calculadas para a obtenção

ximo rendimento dos seus animais, conservando-os

Rua Mercúrio, 115 Tels.: 2-3229 - 2-4234

SÃO PAULO

fortes e sadios.

Experimente-a hoje mesmo e~nunca mais deixará de usa-la. (Resp. Brenco M. de Andrade, eng.-agro.)

Pedidos à Caixa Postal, 1117 Produto da Reflnadora de Óleos Brasil S/À Rua Xavier de Toledo, 114 - Caixa Postal, 1117

ai/lNAÜOAA-aCOS dUÓIl

São Paulo

Rua Antonio Prado, 55 SANTOS

V

Rua Chaves Barcelos, 123 Tel.: 6544 — Porto Alegre

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I

2 mandamentos para

Ic

com saúde:

^BEBER AGUA CRISTALINA E PURA! COMER FRUTAS E SALADAS DE VERDURAS CRUAS CDH ABUNDANCIA! • Siga o exemplo de milhões de pessoas que em todo o mundo pro tegem a saúde com os esterilisa-

dores SALUSÍ Os esterílísadores SALUS csterlllsam scientifícamen-

te a agua, frutas e verduras, sem neutralisar-lhes a vitalidade, evi tando a transmissão do tifo e de outras moléstias perigosas. Ha um producto SALUS piTé cada fim,

NOSSAS

ESPECIALIDADES

9 CALÇADOS EM GERAL — Calçados de couro com solas de borracha, para homens, senhoras e crianças. Tênis e calçados

de lona para esportes e praia.' ARTEFATOS PARA CALÇADOS—Saltos c capas de borracha

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e saladeiras. SALUS! é o «im-

e crianças. Lençóis de borracha para solado. Virolas dc borra

bolo de pureza e saúde, de reco nhecida idoneidade scientrfica.

cha. Cortícitc para calçados de homens e crianças. Tira de hgação. Outras miudezas. ARTEFAT- S DE BORRACHA EM GERAL- Fios elásticos

de borracha de todos os tipos. Lençóis de borracha para fios,, para cintas elásticas e par.t hospitais. Tapetes de borracha, dcsintupidores para pia», pés de cadeira, pneumàdcos c cordõ»

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pratos, rodas de borracha para balanças, revestimento dc rodas para fins industriais e mais uma infinidade de produtos de borracha-

rUBRiCilNTF.S DOS aFflMaDOS SOLTOS DE BORROCHII ★★★★★* ★A-**-*'******* ★★*★**★★★★★★ ★★★★★ TELEFONES: FÁBRICAS:

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Rua

Marajó, 136/158

Gerencia

Rua

Cesario Alvim, 297

ESCRITÓRIO:

Contodorlo — 9*3200 Escrifôrio •>— 9-3 200

Marajó, 136/158

Endereço Telegrófico:

São Paulo t£TIINATI-C-1-6

— 9-3205

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#>*0* da froAunitiôO. angranogan*. ai«oi poio aiirodoi do ÍOf» 'O, irlar^sdio* poro con»lrac6o da móqulAp». , "BRÁS" — Rcro íobricocôo da molo* am ^ d» corboAo vOTEonde da 0.^5% o 1.05% com faòr da llHcio otA

0*5%. (0,50%). EtpaeioJ poro mofo* alico'do'*•fai*ot da* motos paro voieufa* om Qé*o\, attrodo* da íar'o« mobiUoi. comov coU cMat. o mòguEAo* ara garoL Aí4m tfe «sp^frfnOa odqwlrido «m lonoei «no» 0« trobofho • do rt^pf qvd dÍip«ftfam»B na fabrIcoçBo do» noiiot produ

to*. 0fe<oi eo qutt t«md* morocido o (onfionca • e proforèn cio do* no»*9t Inumoro* «Manto*, o* OfO* do nof*a fabrleofOo *fld controlodei per té<nlee» o*p«cio1l<ede*« o quo oom go>oiv AUA OUAUDADtl

NOSSOS PRODUTOS SlO TECHICBHEHTE PERFEITOS

.no mundo inteiro

Oiifle quer que o sr. observe as indiistrias ao serviço do gênero liuniano, ali achará os produtos químicos e plás ticos Monsanto ajudando a acelerar suas tarefas e a me lhorar os seus produtos.

Isso se aplica particularmente aos países da América do Sul c Central, onde grande número de novas indús trias estão sendo incrementadas. Cada ano que passa,

numa proporção maior do que no ano anterior, centenas de produlos das dezoito fábricas Moiisanto têm sido expedidos para esses países. Essa tendência continuou rncsmo durante a guerra, a tal ponto que, no ano findo, as indústrias da América do Sul e Central consumiram

mais do dobro do volume de produtos Monsanto que usaram em 1941.

Enquanto essas indústrias e nossa capacidade para servi-las continuarem progredindo, vislmnbramos um futuro mais brilhante c próspero, como nunca se viu an teriormente em nossos dois grandes continentes. MONSANTO CHEMICAL COMPANY, 1700 South 2nd Street,,

St. Louis 4, Mo., E. U. A. e MONSANTO CHEMICALS, LTD.* Victoria Station House, London, S. W. 1, England

Agantes: Brasil: Klingler, S. A.,|Anilinos e Produtos Químicos, São Paulo — Rio du Jauciro — Curitiba EIS ALGUMAS INDÚSTRIAS SERVIDASPELA MONSANTO

Pedidos dlrolomonte a

Bebidai

Pope!

Procesjomenio químico Produtos olimentíclo»

Petróleo

Produtos florestais Empocolamento

Plóilicos Curtume Texteii

Tintos, lacot, vernlzet

Tratamento de ógua

inseticidas SAO PAULO — RUA FLORENCIO DE ABREU. 210 — TELEFONE 2-718S RIO DE JANEIRO — RUA MAYRINK VEICA, 28 — LOJA — TELEFONE 23-165$ PUBRASIL

Farmacêutico

A SERVIÇO DA INDÚSTRIA..QUE SERVE A HUMANIDADE

PRODUTOS

QUÍMICOS

Monsanto


PRODUTOS químicos E PLÁSTICOS ^^MONSANTO" do mels oito quoHdado, a CIA. MCCHANICA £

IMPORTADORA OC SÃO PAUtO, etlò fabrU <ando em quolquer bífola no» tegulntc» tlpo»i

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I

T l„

FIGUEIREDO

S.

A.

CArmajcens Gerais •> Despachos - llepresentações) Capital; Cr^ 15.000.000,00 Fandada em 1003

comissários de despachos AGENTES DE VAPORES AGENTES DE SEGUROS ARMAZÉNS GERAIS REPRENSAGEM DE ALGODAO

ROLUMENTOS PRRn RUTOMOVEIS

MATRIZ:

„'

,

SAO PAULO

Rua José Bonifácio, 209 - 6.° e 7° andares Caixa poslal 140? FILIAIS:

SANTOS

'

Rua General Gamara 168/l?G

PORTO ALEGRE

Rua dos Andradas 1646 Edifício CnUZEIRÜ DO SUL

Caixa poslal 13

Caixa poslal 1066

SALVADOR [Bahia] Avenida da França

Quando tiver de substituir rolamentos em automóveis, caminhões, etc., não

pense somente no preço, mas sim na

Edifício «CORRÊA RIBEIRO», 3.®

QUALIDADE. Escolha, portcmto, os

Caixa poslal ?93

rolamentos SKP que são os melhores sem serem coros!

ASSOCIADAS

E. Figueiredo [Rinj S/A Av. Rio Branco 66 ?4- 2.° Caixa postal 14n9

L. Figueiredo [Reciíe] S/A Rua do Bom Jesús 160 Caixa postal 6?1

Rio de Janeiro

Reciíe

L. Figueiredo [Rio] S/A . R. Benjamin Constant/ 1?1

L. Figueiredo [Rio] S/A Rua Carijós 408 - 1.®

Niterói

Belo Horizonte

COMPANHIA fll^r DO BRASIL

.^ ^ ROCaMENTOS;^^^^ PORTO AtE,G*E

SÃO PAULO

RIO DE JANEIRO

RECIFE


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PARA

Prensas Hidráulicas

RÁDIO-AMADORES E montadores

para moldagem e injeção materiais plásticos

Com cinco grandes vantagens sôbre quaisquer outros:

l. Caixa de imbuía, fino aca

bamento,tamanho 37x49x24

Máqüínos de injeção de 4, 9, e 1ó onças

cm.

Prensas hidráulicos de 100, 200 e 300 toneladas

2. Unidade R. F. ligada e per

feitamente calibrada.

Prensas poro "tronsfer molding" de 100,

3. Mais fácil calibraçao final

200 e 300 toneladas

por meio da unidade. 4. Rendimento em O/C 100% 5. Alto-falante dinâmico 7",

✩ Produtos d a

tipo pesado.

Proporciona, assim, ótima qualidade, alto rendimento e o mais baixo preço da praça.

de

The

ei

HyDRAULIC

PRESS

Mount

MANUFACTURING

CO.

Gileod-Ohio — USA

REPRESENTANTE EXCLUSIVA PARA O BRASIL

MATRIZ - SÃO PAULO RESPONDE PELO QUE VENDE

z

í/iau^t/S^ODl/rOS tJU/MKOi

:sr

Telegramos; "COLOR"

A venda na Fábrica: Rua Rodolfo Miranda, 76 • Te!. 4-S121 e ns Loja Rádios Assumpção Ltda.: Av. Rangel Pestana, 1434 - Tel. 3-1343 PARA O INTERIOR CONTRA REMESSA DE CHEQUE PANWM ♦

CèiA* uc

Rua M o r t i m B u rc h o r d, 608

Coixo Postal, 1685 — Tel. 3-3154

,n LIAÍS

RIO

DE JANEIRO

Ruo Conselheiro Saraiva,16

CURITIBA

R. Mal. flor. Peixoto, 520


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O ESTEIO Produios de nossa fabricação

SALAME "' "* LINGÜIÇAS COPAS

PRESUNTOS

I

E

CARNE SALGADA

»iV13I A MATRIZ: CONCÓRDIA

RUA PAULA SOUZA, 287

Estado de Santa Catarina

Telefone: 6-2463 São Paulo

(via Marcelino Ramos)

DOS SEUS NEGÓCIOS

FILIAL:

Tenha seu escritório equipado com cofres, fichários, prensas,

portas fortes, mêsas, armários e móveis de aço em geral, fabri

cados pelos pioneiros do ramo ha 50 anos desfrutam a confiança

e preferência do público.

Agentes com Depósito em: Campinas

río de Janeiro:

BERTONI Rua Dr. 5; Costa Aguiar, 455 Fone: 3252

LOPES RAMOS & 39 Cia. Lida. Rua Acre, Fone: 23-5135

'BANHA SADIA" A QUE MAIS EXPORTAÇÃ TEM PARA AS REPÚBLICAS SUL-AMERICANAS.

IMaSCIME^IO & FILHOS LTDil. Dto. de V©ndas:

Pu-a Ouinrino Bucaiuva, 247 Fone 3 6008 PETTINATI

186

Escritório e Fábrica:

Rua Siqueira Bueno, 668 Fones: 9-1243 - 9-1245 • S Pa Io


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DlCm EMÓMICO düct, ScÁMJMnJLcu de

O yUHDO DOS NESOCIOS NUM PUNORAMS UENSll Publicado sob os auspícios da

por Dario de Almeida Magalhães

ASSOCIDQãO COMERCIALDE SAO PAULO

FEDERACaO DO COMÉRCIO 00 ESTADO DE SÃO PAULO

Diretor:

no Uvro, — cuja leitura neste mundo desorientado e perplexo traz uma sensa ção raja e repousante. Êste livro tem

O Di^osto Econômico publicará no próximo número:

O Digeslo Econômico, órgão de In formações econômicas e financei-

P"^licado mensalmente pela

Editôra Comercial Ltda.

Louis Baudin.

GEOGRAFIA DAS COMUNICAÇÕES —

Nelson

Wemeck

pelos dados cujas fontes esteiam

O CAMINHO DA SERVIDÃO - Cân

devidamente citadas, nem pelS

nados.

dido Mota Filho.

HISTÓRIA ECONÔMICA DO IMPÉ RIO — Afonso Arinos de Melo Franco.

Na transcrição de artigos pede-se citar

o

nome

do

Econômico.

IRVINC FISHER: SEU PENSAMEN TO ECONÔMICO E SUA OBRA —

Digesto

Djacir Menezes.

^*Beãto

A Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es trangeiras.

GRANDE CRISE ECONÓMICOFINANCEIRA DO BRASIL EM FINS DO SÉCULO JfVII - Afonso d'E. Taunay.

ASSINATURAS; Digesto Econômico

(registrado) Número do mês: Atrasado:

crç 30,00

Crí 36,00 Cr$ 3.00

vidade de fixar jyreços máximos, para

concluir que o dirigismo empírico é uma mistificação política.

^ o seu autor se chama Henry Hazlitt, suntos econômicos, e, ao mesmo tempo,

seus segredos recônditos, e sem que se descubram os meios e os modos de de

crítico de arte de nota.

ter ou conduzir as forças tenebrosas que

^ estranha conjugação no mesmo es critor de conhecimentos sôbre matérias

os impulsionam implacàvelmente. O autor de "Economícs in one les

son" procura ver e analisar a economia e arte — provocou do desabusado H. L. que nos oprime e confunde com bom Mencken êste comentário: "é o único senso e integridade. O homem de sen petente economista, de capacidade prá

sibilidade e de consciência isenta revela o artista que acompanha discretamente o pesquisador quando êste se move em

tica © teórica, e um dos poucos econo mistas na história humana que se po

so, pôde ser louvado nestes termos pelo

dem realmente ler".

famoso F. A. Hayek, autor de "The

competente crítico de arte que eu já ouvi falar ser ao mesmo tempo um com

Essas qualidades complexas do autor explicam talvez o tom e a natureza da sua obra, destinada

Ano (simples)

do Hazlitt e mostra como é velha a no

tão diversas, senão chocantes — economia

Sodré.

conceitos emitidos em artigos^,

Dario de Almeida Magalhães resume,

com segurança e brilho, a notável obra

êste título: "Economics in one lesson",

.reputado jornalista, especialista em as

POUPANÇA E NACIONALIZAÇÃO PAULISTAS

responsabiliza

passado, publicou-se nos EstaUnidos um livro — um peque

Diretor Superintendente Auro Soares de Moura Andrade Anlonlo GonlIJo de Carvalho

Especial para o "Digesto Econômico'

principalmente

a

examinar e a interpretar, de maneira chã e modesta, alguns dos mais tormentosos problemas econômicos da nossa época terrivelmente complicada e incompreen sível, sobretudo no que diz respeito a

terreno tão árido e intrincado. Por is

road to serfdom": "diz precisamente as

coisas que mais precisam ser ditas e as diz com coragem e rara integridade ; e mereceu do grande romancista america no Louis Bromfield êste elogio: "Êste livro é o tônico de que o povo ameri

cano necessita para perder as ilusões de

que está sofrendo. Eu desejo que cada cidadão americano o leia. E' admirá

Cr? 5.00

tais problemas, que envolvem a vida co tidiana de todos, e aparecem aos olhos

Redação e Administração: Viaduto Boa Vista, 67 - 7.0 andar

do "homem comum", senão mesmo da

vel e simplesmente feito, e fundamental para qualquer concepção econômica se-

grande parte da elite social, como abso

gura".

Tal. 3-7499 — Caixa Postal, 240-B São Paulo

lutamente misteriosos,'como monstros in

decifráveis que a todos atormentam e devoram, sem que nada revelem dos h'. í 'tuiWv','

Henry Hazlitt, no prefácio do seu mo desto volume, diz precisamente que^ o seu trabalho é uma análise das ilusões


DlCm EMÓMICO düct, ScÁMJMnJLcu de

O yUHDO DOS NESOCIOS NUM PUNORAMS UENSll Publicado sob os auspícios da

por Dario de Almeida Magalhães

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Diretor:

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dido Mota Filho.

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Econômico.

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Digesto

Djacir Menezes.

^*Beãto

A Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es trangeiras.

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vidade de fixar jyreços máximos, para

concluir que o dirigismo empírico é uma mistificação política.

^ o seu autor se chama Henry Hazlitt, suntos econômicos, e, ao mesmo tempo,

seus segredos recônditos, e sem que se descubram os meios e os modos de de

crítico de arte de nota.

ter ou conduzir as forças tenebrosas que

^ estranha conjugação no mesmo es critor de conhecimentos sôbre matérias

os impulsionam implacàvelmente. O autor de "Economícs in one les

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so, pôde ser louvado nestes termos pelo

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Essas qualidades complexas do autor explicam talvez o tom e a natureza da sua obra, destinada

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tão diversas, senão chocantes — economia

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Dario de Almeida Magalhães resume,

com segurança e brilho, a notável obra

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POUPANÇA E NACIONALIZAÇÃO PAULISTAS

responsabiliza

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Diretor Superintendente Auro Soares de Moura Andrade Anlonlo GonlIJo de Carvalho

Especial para o "Digesto Econômico'

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lutamente misteriosos,'como monstros in

decifráveis que a todos atormentam e devoram, sem que nada revelem dos h'. í 'tuiWv','

Henry Hazlitt, no prefácio do seu mo desto volume, diz precisamente que^ o seu trabalho é uma análise das ilusões


20

Digesto EcONÓ^aco

econômicas — das "economics fallacies" .caráter reacionário, e às vezes se.sur que últimamentfr se tomaram tão do preendem ao perceberem que estão re minantes a ponto de se transformarem petindo o mercantilismo do século XVII. quase numa nova ortodoxia, aceita e

aplicada hoje por quase todos os gover nos do mundo, nas smas políticas econô micas, todas marcadas pelos mesmos mé todos e objetivos essenciais. O autor não tem a veleidade de dizer coisas ori ginais, nem pretende que o seu livro íTurja ;çomp^,uíM-np\^ estreia no pensa

mento economico.

E como quer ser

entendido de tôda a gente, foge às "technícalities", destinadas a fechar o

assunto à curiosidade do grande público leigo.

Os seus guias, na sua exposição críti ca, são Frederic Bastiat, com o seu li-

Henry Hazlitt é imperturbável na sua

serena explanação, e só formula aque las conclusões que o simple.s senso co mum, um "unsophisticated common sen

so" ampara.

Nada de novidades sen-,

sacionais, ou de fantasias. O seu lema

c D de Adam Smith: "O que é prudên cia na conduta de cada família privada dificilmente poderá ser insensatez, na conduta de um grande reino".

Guiado por essa luz firme, o autor de

"Economics in one lesson" passa em re vista todas as grandes "místicas econô micas" dos nossos dias; entre outras es tas: a máquina como causa de desem

vro idoso de quase um século - "Ce quon voit et ce qu'on ne voit pas"- prego, os planos de obras públicas coi Philip Wickesteed, autor do "Common- mo meio de combate ao "chômage", o rense of Polítical Economy", também pleno emprôgo, as tarifas protetoras, a do outro século, e Ludwig von Mises paridade dos preços, a planificação da cujas obras principais "Socialism" "Om produção, a fixação dos preços pelo go.

nipotent Govemment" e "Bureaúcracy" deixaram influência visível no espírito e na orientação de Henry Hazlitt.

Com tais vinculações, o autor de "Eco nomics in one lesson" tem consciência de que os "novos economistas" - "the new

vêmo, o salário mínimo, a inflação. ■ £ a técnica singela de Henry Hazlitt des nuda cada um dêsse.s temas escabrosos disseca-os, impiedosamente, de forma a

neutralizar todo o efeito de sugestão que a propaganda arma, para forçar a distorsão na análise dêsses problemas

economists" — o fulminarão com a pe quando postos diante da opinião, ou, pecha de ser um "clássico"; um ortodoxo, los governos empenhados "à outrance"

uma múmia empalhada do "laissez-faire"'

um apologista servil do capitalismo; e' denuncia antecipadamente a crítica que

na defesa de uma política econômica,

ou pelos imensos interesses em conflito. tudo o que se diz no sóbrio lios arautos das idéias modernas lhe ati- , vroNem de que nos ocupamos estará certo,' raráo, para acentuar que os tais eco nem mesmo se impõe à convicção se nomistas que se presumem revolucioná quer de um leigo, com razoável espíri rios empregam métodos e chegam fre to crítico, ou de um amãdor na disci qüentemente a conclusões de profundo plina versada. Mas o resíduo de verda-

Digesto Econômico

de simples e .segura que fica do sua lei tura vale como repositório dc uma e.xperiência multisscciilar, honestamente re cordada, a zombar das e.vtruvaguncías e dos exotísmos das "experiências dirigi das" como remédios heróicos para as

mento do custo de mercadorias; merca

do negro.

A imposição oficial de preços só se

crises, que só encontram solução tran

pode verificar, obsen-a o autor, porque o poder de compra é maior do que o suprimento de mercadorias, isto é, a si tuação do mercado é anorrual. Nestas

sitória nas guerras, que, por sua vez, ge

condições, se se fixam preços menores

ram novas e cada vez mais portentosas crises. A análise de Henry Hazlitt re colhe, enfim, o "natural" que "reNoent

do que os que resultariam naturalmente da escassez, duas conseqüências advêm, forçosamente: a primeira, é o aumen

au galop" cada vez que se procura afas

to da procura, porque se a mercadoria

tá-lo do caminho.

SQ torna mais barata, mais gente é ca

Não haveria espaço aqui para uma

paz de comprá-la; a segunda, é a redu

súmula dos principais estudos que se

ção do suprimento, porque se as com

pras aumentam, reduzem-se

contêm em "Economics in one

lesson". Destes quero ape nas destacar um que versa

problema de intensa atualida de, e que é, de outro lado, bem expressivo, da natureza do livro de que damos notí

cia: é aquele que analisa u questão do "controle" dos preços das mercadorias e

serviços pelo govômo — a grande arma

na mesma proporção os esto-

'

ques dos fornecedores, e se a margem do lucro mingua, a

produção da mercadoria min gua igualmente, pelo desestímulü, e pela eliminação dos que produzem em condições menos fa voráveis — os "marginal producers". Dessa maneira, se nenhuma outra pro

com que se procura remediar a eco

vidência fòr tomada, a fixação dos pre

nomia de escassez e penúria dos nos

ços para determinadas mercadorias le

sos dias.

va ao agravamento da escassez dessas mesrhas mercadorias, ou seja, produz re

>

O escritor de "Economx-s in one les son" não discute a sabedoria da política

sultado oposto ao que a intervenção do

de fixação de preços em tempo de guer

governo buscou alcançar. E se o con

ra, porque reconhece que "tôda a eco nomia, na guerra total, é necessària-

trolo incide apenas sôbre algumas merca dorias básicas — as mais necessárias ao

mente dominada pelo Estado"; apenas mostra os resultados práticos desse con

trole, que é geralmente mantido por um

largo período, depois de terminada a lu ta armada. E estes resultados são for

çosamente os seguintes: domínio de tô da a economia; escassez cresceUte e au

consumo geral - o capital e a mão de obra, em suma, a atividade produtora se desloca para as outras mercadorias

que oferecem maior benefício, ou não estão sujeitas ao "controle", acentuando-se, dessa fonna, a queda progressiva da produção daquelas.


20

Digesto EcONÓ^aco

econômicas — das "economics fallacies" .caráter reacionário, e às vezes se.sur que últimamentfr se tomaram tão do preendem ao perceberem que estão re minantes a ponto de se transformarem petindo o mercantilismo do século XVII. quase numa nova ortodoxia, aceita e

aplicada hoje por quase todos os gover nos do mundo, nas smas políticas econô micas, todas marcadas pelos mesmos mé todos e objetivos essenciais. O autor não tem a veleidade de dizer coisas ori ginais, nem pretende que o seu livro íTurja ;çomp^,uíM-np\^ estreia no pensa

mento economico.

E como quer ser

entendido de tôda a gente, foge às "technícalities", destinadas a fechar o

assunto à curiosidade do grande público leigo.

Os seus guias, na sua exposição críti ca, são Frederic Bastiat, com o seu li-

Henry Hazlitt é imperturbável na sua

serena explanação, e só formula aque las conclusões que o simple.s senso co mum, um "unsophisticated common sen

so" ampara.

Nada de novidades sen-,

sacionais, ou de fantasias. O seu lema

c D de Adam Smith: "O que é prudên cia na conduta de cada família privada dificilmente poderá ser insensatez, na conduta de um grande reino".

Guiado por essa luz firme, o autor de

"Economics in one lesson" passa em re vista todas as grandes "místicas econô micas" dos nossos dias; entre outras es tas: a máquina como causa de desem

vro idoso de quase um século - "Ce quon voit et ce qu'on ne voit pas"- prego, os planos de obras públicas coi Philip Wickesteed, autor do "Common- mo meio de combate ao "chômage", o rense of Polítical Economy", também pleno emprôgo, as tarifas protetoras, a do outro século, e Ludwig von Mises paridade dos preços, a planificação da cujas obras principais "Socialism" "Om produção, a fixação dos preços pelo go.

nipotent Govemment" e "Bureaúcracy" deixaram influência visível no espírito e na orientação de Henry Hazlitt.

Com tais vinculações, o autor de "Eco nomics in one lesson" tem consciência de que os "novos economistas" - "the new

vêmo, o salário mínimo, a inflação. ■ £ a técnica singela de Henry Hazlitt des nuda cada um dêsse.s temas escabrosos disseca-os, impiedosamente, de forma a

neutralizar todo o efeito de sugestão que a propaganda arma, para forçar a distorsão na análise dêsses problemas

economists" — o fulminarão com a pe quando postos diante da opinião, ou, pecha de ser um "clássico"; um ortodoxo, los governos empenhados "à outrance"

uma múmia empalhada do "laissez-faire"'

um apologista servil do capitalismo; e' denuncia antecipadamente a crítica que

na defesa de uma política econômica,

ou pelos imensos interesses em conflito. tudo o que se diz no sóbrio lios arautos das idéias modernas lhe ati- , vroNem de que nos ocupamos estará certo,' raráo, para acentuar que os tais eco nem mesmo se impõe à convicção se nomistas que se presumem revolucioná quer de um leigo, com razoável espíri rios empregam métodos e chegam fre to crítico, ou de um amãdor na disci qüentemente a conclusões de profundo plina versada. Mas o resíduo de verda-

Digesto Econômico

de simples e .segura que fica do sua lei tura vale como repositório dc uma e.xperiência multisscciilar, honestamente re cordada, a zombar das e.vtruvaguncías e dos exotísmos das "experiências dirigi das" como remédios heróicos para as

mento do custo de mercadorias; merca

do negro.

A imposição oficial de preços só se

crises, que só encontram solução tran

pode verificar, obsen-a o autor, porque o poder de compra é maior do que o suprimento de mercadorias, isto é, a si tuação do mercado é anorrual. Nestas

sitória nas guerras, que, por sua vez, ge

condições, se se fixam preços menores

ram novas e cada vez mais portentosas crises. A análise de Henry Hazlitt re colhe, enfim, o "natural" que "reNoent

do que os que resultariam naturalmente da escassez, duas conseqüências advêm, forçosamente: a primeira, é o aumen

au galop" cada vez que se procura afas

to da procura, porque se a mercadoria

tá-lo do caminho.

SQ torna mais barata, mais gente é ca

Não haveria espaço aqui para uma

paz de comprá-la; a segunda, é a redu

súmula dos principais estudos que se

ção do suprimento, porque se as com

pras aumentam, reduzem-se

contêm em "Economics in one

lesson". Destes quero ape nas destacar um que versa

problema de intensa atualida de, e que é, de outro lado, bem expressivo, da natureza do livro de que damos notí

cia: é aquele que analisa u questão do "controle" dos preços das mercadorias e

serviços pelo govômo — a grande arma

na mesma proporção os esto-

'

ques dos fornecedores, e se a margem do lucro mingua, a

produção da mercadoria min gua igualmente, pelo desestímulü, e pela eliminação dos que produzem em condições menos fa voráveis — os "marginal producers". Dessa maneira, se nenhuma outra pro

com que se procura remediar a eco

vidência fòr tomada, a fixação dos pre

nomia de escassez e penúria dos nos

ços para determinadas mercadorias le

sos dias.

va ao agravamento da escassez dessas mesrhas mercadorias, ou seja, produz re

>

O escritor de "Economx-s in one les son" não discute a sabedoria da política

sultado oposto ao que a intervenção do

de fixação de preços em tempo de guer

governo buscou alcançar. E se o con

ra, porque reconhece que "tôda a eco nomia, na guerra total, é necessària-

trolo incide apenas sôbre algumas merca dorias básicas — as mais necessárias ao

mente dominada pelo Estado"; apenas mostra os resultados práticos desse con

trole, que é geralmente mantido por um

largo período, depois de terminada a lu ta armada. E estes resultados são for

çosamente os seguintes: domínio de tô da a economia; escassez cresceUte e au

consumo geral - o capital e a mão de obra, em suma, a atividade produtora se desloca para as outras mercadorias

que oferecem maior benefício, ou não estão sujeitas ao "controle", acentuando-se, dessa fonna, a queda progressiva da produção daquelas.


22

Para enfrentar a situação criada, o govêmo lança mão de medidas complementares: o racionamento, o controle de

custo da produção, o subsidio, a fixação universal de preços. O racionamento limita o consumo, mas não estimula a produção. O controle do custo de produção impõe o "controle" de todos os variados e múltiplos elementos que dela participam, o que aumenta a escassez de todos êsses elementos, e cria problemas ínsolúveis, pela variedade das

condições em que cada produtor traba lha, e, afinal, leva ao controle universal

dos preços. O subsídio à produção de algumas mercadorias básicas é outro re

curso de efeito ilusório: quem paga os subsídios é o consumidor, pelos tribu tos que o Estado coleta; e, a menos que a mercadoria subsidiada seja racionada, o consumidor que tiver maior poder eco nômico comprará maior quantidade, e

estará assim mais subsidiado que o mais pobre.

Se se racionam apenas algumas mer cadorias, o poder de compra dos consu midores os leva a adquirir em maior quantidade aquelas outras que existem

T

Digesto Econômico

— o mercado negro, que cresce às expensas do mercado legalmente procla mado como o mercado de preços fixos,

Outro apoio senão um sólido senso co

até que este se torne, efetivamente, "o

mum — sólido e natural — um "unsophis-

mercado", comenta Hazlitt.

E o mer

cado negro acarreta graves malefícios econômicos e morais, desestimulando as

verno.

De todos êsses arti/icialismos inope rantes só resulta xima realidade palpável

Sente-se bem que o autor

de "Economias in one lesson" não busca

e com èsse

do vendedor) enquanto què os outros

ricated common sense";

realmente produzidos.

Estimula-se e se

pera quem mais hábil e audaciosamen

te viola as leis, ou dispõe de mais fôrça para influir nas deliberações dos que di rigem a economia governamental.

E afinal, as dificuldades não mino

ram; ao contrário, agravam-se cada dia pois o aumento dos preços decorre da escassez de mercadorias e do excesso de dinheiro. A incompreensão e a revolta SC generarzam, no mal estar que se co

munica a todos, cada um julgando o "seu

caso", como produtor, um "caso espe cial", digno de tratamento também es pecial, e insubordinando-se ao suportar

como consumidor e como contribuinte' os ônus que o desequilíbrio universal

procuramos condensar nas suas linhas fundamentais), á respeito desse proble ma da fixação dos preços má.ximos pelo govêmo, é simples e aparentemente cor riqueiro; mas precisamente aí reside a sua força persuasiva, tanto mais pode rosa quanto se vê que as suas observa

ções são confirmadas pela

experiência

visita a Europa nestes tempos de contro

apoio desfaz o jôgo do ilusionismo e das mágicas econômicas que pretendem

by-night concerns".

recompensa a desonestidade, e mais pros

das crianças nas longas filas diante dos armazéns; um espetáculo familiar a quem

le de preços. Se o govêmo não de seja que só comprem os que chegam

tm economia de fartura,

ços "horizontalmente", explica Hazlitt; 6 a conseqüência natural é uma comple ilusório, — contraproducente. O raciocínio de Henry Hazlitt (que ta e ríg da regulamentação da economia, rian economy", na qual cada emprôsa e cada trabalhador estão à mercê do go

Universal.

grandes organizações produtoras, que vão cedendo lugar às pequenas empresas improvisadas e aventurosas, as — "fly-

à venda. A escassez assim se amplia e impõe, como frutos da crise e obriga a estender o "controle" de pre acarreia que se quis dar remédio, mais do

ou a formação de uma "petrificada eco nomia totalitária ~ "a petrified totalita-

23

Digesto Econômico

transformar uma economia de escassez

e

distribuir

iria s riqueziis, bens e salários do que os

O que está dito no estudo a que nos reportamos é o desenvolvimento dêstes claros comentários formulados por Ludwig von Mises no seu "Omnipotent Government": "Se o govêrno, sem um cor

respondente aumento da quantidade de mercadorias disponíveis, decreta que a

compra e a venda se devem fazer a um preço menor, e toma assim ilegal pedir ou pagar o preço do mercado potencial, o equilíbrio não subsistirá. Com o suprimeiro inalterado, haverá, então, mais

compradores potenciais, a saber, aquêles que não podem pagar o preço majorado, mas são capazes de comprar ao

preço oficialmente reduzido.

Haverá,

em conseqüência, compradores poten ciais que não podem comprar, mesmo que eles estejam prontos a pagar o pre ço fixado pelo govêmo, ou* mesmo um

preço mais alto. Porque o preço não será, daí por diante, o meio de separar aqueles compradores potenciais que po dem comprar, dos que não podem. Um principio diferente de separação entra a atuar. Os que "avançam" podem

comprar; os outros chegam atrasados. A visível expressão desse estado de coi sas é o espetáculo das donas de casa e

mais cedo (ou que são amigos pessoais

regressam à casa de mãos vazias, prec.sa regular a distribuição dos estoques disponíveis, ou seja, precisa introduzir alguma espécie de racionamento. Porém, os "preços-teto" jião só não aumentam o suprimento, mas o reduzem. Não ser\'eni assim aos fins a que as au toridades visam.

Ao contnuio, provo-

ciun um estado de coisas que c, do pon

to de vista do govêmo e da opinião pu blica, menos desejável do que o estado anterior que se quis corrigir. Se o go vêmo deseja tomar possível aos pobres diU" aos seus fillios mais leite, deve com

prar o leite pelo preço do mercado e vendê-lo aos pobres com perda, a um preço menor. A perda pode ser cober ta pelos impostos. Porém, se o gover no fixa simplesmente o preço do leite a

um preço menor do que o do mercado, o resultado será o contrário do que èle

pretendeu alcançar. Os produtores mar ginais, os que produzem a preços mais altos, para evitar prejuízos, se retiram do negócio de produzir e vender leite. Eles usarão suas. vacas e sua capacidade

em outras mais proveitosas atividades. Eles produzirão queijo, manteiga ou car ne. Haverá menos leite para os consu midores, e não mais. Então o gover

no terá que escolher entre duas alter nativas: ou desistir de fixar o preço do

leite, abrogando o seu decreto, ou adi-


22

Para enfrentar a situação criada, o govêmo lança mão de medidas complementares: o racionamento, o controle de

custo da produção, o subsidio, a fixação universal de preços. O racionamento limita o consumo, mas não estimula a produção. O controle do custo de produção impõe o "controle" de todos os variados e múltiplos elementos que dela participam, o que aumenta a escassez de todos êsses elementos, e cria problemas ínsolúveis, pela variedade das

condições em que cada produtor traba lha, e, afinal, leva ao controle universal

dos preços. O subsídio à produção de algumas mercadorias básicas é outro re

curso de efeito ilusório: quem paga os subsídios é o consumidor, pelos tribu tos que o Estado coleta; e, a menos que a mercadoria subsidiada seja racionada, o consumidor que tiver maior poder eco nômico comprará maior quantidade, e

estará assim mais subsidiado que o mais pobre.

Se se racionam apenas algumas mer cadorias, o poder de compra dos consu midores os leva a adquirir em maior quantidade aquelas outras que existem

T

Digesto Econômico

— o mercado negro, que cresce às expensas do mercado legalmente procla mado como o mercado de preços fixos,

Outro apoio senão um sólido senso co

até que este se torne, efetivamente, "o

mum — sólido e natural — um "unsophis-

mercado", comenta Hazlitt.

E o mer

cado negro acarreta graves malefícios econômicos e morais, desestimulando as

verno.

De todos êsses arti/icialismos inope rantes só resulta xima realidade palpável

Sente-se bem que o autor

de "Economias in one lesson" não busca

e com èsse

do vendedor) enquanto què os outros

ricated common sense";

realmente produzidos.

Estimula-se e se

pera quem mais hábil e audaciosamen

te viola as leis, ou dispõe de mais fôrça para influir nas deliberações dos que di rigem a economia governamental.

E afinal, as dificuldades não mino

ram; ao contrário, agravam-se cada dia pois o aumento dos preços decorre da escassez de mercadorias e do excesso de dinheiro. A incompreensão e a revolta SC generarzam, no mal estar que se co

munica a todos, cada um julgando o "seu

caso", como produtor, um "caso espe cial", digno de tratamento também es pecial, e insubordinando-se ao suportar

como consumidor e como contribuinte' os ônus que o desequilíbrio universal

procuramos condensar nas suas linhas fundamentais), á respeito desse proble ma da fixação dos preços má.ximos pelo govêmo, é simples e aparentemente cor riqueiro; mas precisamente aí reside a sua força persuasiva, tanto mais pode rosa quanto se vê que as suas observa

ções são confirmadas pela

experiência

visita a Europa nestes tempos de contro

apoio desfaz o jôgo do ilusionismo e das mágicas econômicas que pretendem

by-night concerns".

recompensa a desonestidade, e mais pros

das crianças nas longas filas diante dos armazéns; um espetáculo familiar a quem

le de preços. Se o govêmo não de seja que só comprem os que chegam

tm economia de fartura,

ços "horizontalmente", explica Hazlitt; 6 a conseqüência natural é uma comple ilusório, — contraproducente. O raciocínio de Henry Hazlitt (que ta e ríg da regulamentação da economia, rian economy", na qual cada emprôsa e cada trabalhador estão à mercê do go

Universal.

grandes organizações produtoras, que vão cedendo lugar às pequenas empresas improvisadas e aventurosas, as — "fly-

à venda. A escassez assim se amplia e impõe, como frutos da crise e obriga a estender o "controle" de pre acarreia que se quis dar remédio, mais do

ou a formação de uma "petrificada eco nomia totalitária ~ "a petrified totalita-

23

Digesto Econômico

transformar uma economia de escassez

e

distribuir

iria s riqueziis, bens e salários do que os

O que está dito no estudo a que nos reportamos é o desenvolvimento dêstes claros comentários formulados por Ludwig von Mises no seu "Omnipotent Government": "Se o govêrno, sem um cor

respondente aumento da quantidade de mercadorias disponíveis, decreta que a

compra e a venda se devem fazer a um preço menor, e toma assim ilegal pedir ou pagar o preço do mercado potencial, o equilíbrio não subsistirá. Com o suprimeiro inalterado, haverá, então, mais

compradores potenciais, a saber, aquêles que não podem pagar o preço majorado, mas são capazes de comprar ao

preço oficialmente reduzido.

Haverá,

em conseqüência, compradores poten ciais que não podem comprar, mesmo que eles estejam prontos a pagar o pre ço fixado pelo govêmo, ou* mesmo um

preço mais alto. Porque o preço não será, daí por diante, o meio de separar aqueles compradores potenciais que po dem comprar, dos que não podem. Um principio diferente de separação entra a atuar. Os que "avançam" podem

comprar; os outros chegam atrasados. A visível expressão desse estado de coi sas é o espetáculo das donas de casa e

mais cedo (ou que são amigos pessoais

regressam à casa de mãos vazias, prec.sa regular a distribuição dos estoques disponíveis, ou seja, precisa introduzir alguma espécie de racionamento. Porém, os "preços-teto" jião só não aumentam o suprimento, mas o reduzem. Não ser\'eni assim aos fins a que as au toridades visam.

Ao contnuio, provo-

ciun um estado de coisas que c, do pon

to de vista do govêmo e da opinião pu blica, menos desejável do que o estado anterior que se quis corrigir. Se o go vêmo deseja tomar possível aos pobres diU" aos seus fillios mais leite, deve com

prar o leite pelo preço do mercado e vendê-lo aos pobres com perda, a um preço menor. A perda pode ser cober ta pelos impostos. Porém, se o gover no fixa simplesmente o preço do leite a

um preço menor do que o do mercado, o resultado será o contrário do que èle

pretendeu alcançar. Os produtores mar ginais, os que produzem a preços mais altos, para evitar prejuízos, se retiram do negócio de produzir e vender leite. Eles usarão suas. vacas e sua capacidade

em outras mais proveitosas atividades. Eles produzirão queijo, manteiga ou car ne. Haverá menos leite para os consu midores, e não mais. Então o gover

no terá que escolher entre duas alter nativas: ou desistir de fixar o preço do

leite, abrogando o seu decreto, ou adi-


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Digesto Econômico

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Dicesto Econômico

va pela intervenção governamental. O imperador hesitou, pouco confiante no

tar a primeira uma segunda medida. Nes

munho convincente

te ultimo caso, o govèmo precisa fi\ar os preços dos fatores de produção ne

"economia dc fôrça", quv pode ser efi

se notabilizaram as tentativas desse gê

caz transitoriamente,

cessários à produção do leite em base

guerras (quando os poderes do govêmo

nero, se ó que as liouve. Afonso X, de resultado da interferência do Estado, se Espanha, tendo desvalorizado a moeda, gundo comenta o professor Leon Homo,

são praticamente absolutos, e os senti

decretou cm 1256 o preç-o máximo do

no lÍ\T0 em que esta história é contada

estipularam-se também por curto tem

dis et d'à present". Por fim, cedeu, pa

po preços máximos para prevenir a fo

ra estabelecer um preço máximo para tôdas as mercadorias, não sem admitir uma certa flexibilidade, a fim de aten der às condições diferentes das regiões

tal que evite a perda dos produtores marginais. Porem, o mesmo problema se repete em planos Ilimitados.

O su

primento dos fatores de produção neces sários à produção do leite cai, e de no vo o govêmo volta ao ponto de parti da, percebendo o insucesso de sua in terferência. Se ele teima em levar avan te o piano, deve ir sempre além. De

ve fixar os preços dos fatores de produ ção necessários à produção do leite. As sim, o govêmo é forçado a caminhar

da

inanidade da

por ocasião

das

mentos exaltados de patriotismo e de risco coletivo do povo permitem as meididas de restrição c de sacrifício) mas, em tempos de paz, não pode constituir

neralizou-se em todos os países atingi

dos pela conflagração a regulamenta ção, que permaneceu por al^um tempo,

"Os vários sistemas de controle (acor

do voluntário entre compradores e pro dutores, compras pelo govêmo, margem de lucro fi.xa, mínimo de preço para as

ces" — enquanto as necessidades físicas não exerçam pressão muito forte e

a moral é boa. Onde compradores afli,

fixaçao circular de preços e salários e nessa ordem geral de produzir aqueIas quantidades que o govêmo necLi-

nam violar a lei, o sistema fracassa e .se desenvolve a procura dos suprimen tos extra acima do preço máximo", jr acrescenta: "nenimm sistema de distri buição de abastecimento insuficiente mente apoiado por meios restritos

ga do capital e do trabalho para êles

e a correspondente queda do suprimen to das mercadorias que o govêmo con sidera especialmente importantes à satisfação das necessidades das mas sas

Êste quadro vivo, que todos percebe mos e sofremos, embora,, algumas vê-

me. Na primeira guerra mundial, ge

das ditaduras.

ços e salários estipulados. Nenhum ra mo de indústria pode ser omitido nesta

ta ter produzidas. Se alguns ramos são deixados livres, o resultado será a fu

pão. Durante o "Terror" (1793-1794), por miúdo — "Problemes sociaux de ja-

senão um recurso ruinoso e opressi\T5

cada vez mais, fixando preços de tôdas segurar !i produção e garantir o abãsteas mercadorias de consumo e de todos c'mcnto) tem ê.xito — diz Moritz Julius os fatôres de produção - humanos e Bonn, na "Encyclopedia of Social Scien-

""ÜTlu 7 ^a trabalhar cada produtor e trabalhador sob êsses pre

econômico da sociedade medie\'al não

tos ou famintos e especuladores combi

produção jamais terá sucesso".

A grande novidade de fi.xar preços máximos é velha, velhíssima. Bonn, no mesmo estudo da Encyclopedia citada lembra que as antigas leis célticas apre sentavam uma tábua de preços fixos, e que o episódio bíblico de José recorda

uma regulamentação indiret/ de preços. zes, sem atinar com as suas causas, tão O famoso édito do Imperador Dioelelúcídamente explicadas por von Mises, ciano (301 D.C.) representa uma das bem se poderia chamar de tragédia do mais antigas experiências de justo "con "controle" dos preços. E' um teste trole" geral de preços. No equilíbrio

produtoras e dos diversos mercados. As

em vários dêles, cessado o conflito; e

mercadorias tabeladas se agrupavam as

se tomaria permanente nas ditaduras, al

sim: produtos alimentares; matérias pri

mas; objetos fabricados; salários das profissões liberais e dos operários. Co- . política da valorização das mercadorias . mo se vê, quase uma planificação geral. em depressão. O imperador romano sabia, entretanto, ternando nos países democráticos com a

Se, entretanto, a lição da história va que ^laborar uma tarifa era fácil; a difi lesse à inquieta humanidade, sempre eni, culdade esta\'a em executá-la. Apelou

busca de panacéias para os seus males, para .a "boa vontade geral"; mas, "ad a experiência do Imperador Dioclecia- 'cautelam", estabeleceu para os violado no, realizada no terceiro século da era res áo édito a pena de morte. O re cristã, arrefeceria muito o entusiasmo

dos que acreditam nos efeitos milagro sos da regulamentação dos preços.

sultado real foi o encarecimento de tu-

d,d, a diminuição da produção e do comércio. Um historiador da época resu

Querendo pôr cobro à especulação, me,"hssim a melancólica história do Édi que se seguiu à grande agitação política to de Diocleciano: "Depois de muitas e social, lançou Diocleciano o seu "Édi to do Máximo", para conter a alta ver-

ruínas, a lei foi abandonada por força mesma das coisas".

táginosa do custo de vida. A sua objurAs ditaduras é que não dispensam o gatória contra os exploradores que esti "controle" preços, que é apenas um pulavam preços "quatro ou cinco vêzes aspecto do dos domínio da economia de for maiores do que o valor da mercadoria", c terrível. O Imperador e.xclama mes mo que "não há língua humana que se

ça. Como se governa o pensamento, se

governam, nos regifnens despóticos, o

ja capaz de exprimir todo o odioso dos estômago e o traballio; mesmo porque malefícios" causados por aquêles desal- um sistema político, qualquer que êle mados negociantes. A agiotagem com seja, precisa ser coerente e ordenado, e pletava a pilhagem da economia dos des a liberdade espiritual se choca com a favorecidos. A opinião pública ínsta- opressiva regulamentação econômica.

1 ^

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Digesto Econômico

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Dicesto Econômico

va pela intervenção governamental. O imperador hesitou, pouco confiante no

tar a primeira uma segunda medida. Nes

munho convincente

te ultimo caso, o govèmo precisa fi\ar os preços dos fatores de produção ne

"economia dc fôrça", quv pode ser efi

se notabilizaram as tentativas desse gê

caz transitoriamente,

cessários à produção do leite em base

guerras (quando os poderes do govêmo

nero, se ó que as liouve. Afonso X, de resultado da interferência do Estado, se Espanha, tendo desvalorizado a moeda, gundo comenta o professor Leon Homo,

são praticamente absolutos, e os senti

decretou cm 1256 o preç-o máximo do

no lÍ\T0 em que esta história é contada

estipularam-se também por curto tem

dis et d'à present". Por fim, cedeu, pa

po preços máximos para prevenir a fo

ra estabelecer um preço máximo para tôdas as mercadorias, não sem admitir uma certa flexibilidade, a fim de aten der às condições diferentes das regiões

tal que evite a perda dos produtores marginais. Porem, o mesmo problema se repete em planos Ilimitados.

O su

primento dos fatores de produção neces sários à produção do leite cai, e de no vo o govêmo volta ao ponto de parti da, percebendo o insucesso de sua in terferência. Se ele teima em levar avan te o piano, deve ir sempre além. De

ve fixar os preços dos fatores de produ ção necessários à produção do leite. As sim, o govêmo é forçado a caminhar

da

inanidade da

por ocasião

das

mentos exaltados de patriotismo e de risco coletivo do povo permitem as meididas de restrição c de sacrifício) mas, em tempos de paz, não pode constituir

neralizou-se em todos os países atingi

dos pela conflagração a regulamenta ção, que permaneceu por al^um tempo,

"Os vários sistemas de controle (acor

do voluntário entre compradores e pro dutores, compras pelo govêmo, margem de lucro fi.xa, mínimo de preço para as

ces" — enquanto as necessidades físicas não exerçam pressão muito forte e

a moral é boa. Onde compradores afli,

fixaçao circular de preços e salários e nessa ordem geral de produzir aqueIas quantidades que o govêmo necLi-

nam violar a lei, o sistema fracassa e .se desenvolve a procura dos suprimen tos extra acima do preço máximo", jr acrescenta: "nenimm sistema de distri buição de abastecimento insuficiente mente apoiado por meios restritos

ga do capital e do trabalho para êles

e a correspondente queda do suprimen to das mercadorias que o govêmo con sidera especialmente importantes à satisfação das necessidades das mas sas

Êste quadro vivo, que todos percebe mos e sofremos, embora,, algumas vê-

me. Na primeira guerra mundial, ge

das ditaduras.

ços e salários estipulados. Nenhum ra mo de indústria pode ser omitido nesta

ta ter produzidas. Se alguns ramos são deixados livres, o resultado será a fu

pão. Durante o "Terror" (1793-1794), por miúdo — "Problemes sociaux de ja-

senão um recurso ruinoso e opressi\T5

cada vez mais, fixando preços de tôdas segurar !i produção e garantir o abãsteas mercadorias de consumo e de todos c'mcnto) tem ê.xito — diz Moritz Julius os fatôres de produção - humanos e Bonn, na "Encyclopedia of Social Scien-

""ÜTlu 7 ^a trabalhar cada produtor e trabalhador sob êsses pre

econômico da sociedade medie\'al não

tos ou famintos e especuladores combi

produção jamais terá sucesso".

A grande novidade de fi.xar preços máximos é velha, velhíssima. Bonn, no mesmo estudo da Encyclopedia citada lembra que as antigas leis célticas apre sentavam uma tábua de preços fixos, e que o episódio bíblico de José recorda

uma regulamentação indiret/ de preços. zes, sem atinar com as suas causas, tão O famoso édito do Imperador Dioelelúcídamente explicadas por von Mises, ciano (301 D.C.) representa uma das bem se poderia chamar de tragédia do mais antigas experiências de justo "con "controle" dos preços. E' um teste trole" geral de preços. No equilíbrio

produtoras e dos diversos mercados. As

em vários dêles, cessado o conflito; e

mercadorias tabeladas se agrupavam as

se tomaria permanente nas ditaduras, al

sim: produtos alimentares; matérias pri

mas; objetos fabricados; salários das profissões liberais e dos operários. Co- . política da valorização das mercadorias . mo se vê, quase uma planificação geral. em depressão. O imperador romano sabia, entretanto, ternando nos países democráticos com a

Se, entretanto, a lição da história va que ^laborar uma tarifa era fácil; a difi lesse à inquieta humanidade, sempre eni, culdade esta\'a em executá-la. Apelou

busca de panacéias para os seus males, para .a "boa vontade geral"; mas, "ad a experiência do Imperador Dioclecia- 'cautelam", estabeleceu para os violado no, realizada no terceiro século da era res áo édito a pena de morte. O re cristã, arrefeceria muito o entusiasmo

dos que acreditam nos efeitos milagro sos da regulamentação dos preços.

sultado real foi o encarecimento de tu-

d,d, a diminuição da produção e do comércio. Um historiador da época resu

Querendo pôr cobro à especulação, me,"hssim a melancólica história do Édi que se seguiu à grande agitação política to de Diocleciano: "Depois de muitas e social, lançou Diocleciano o seu "Édi to do Máximo", para conter a alta ver-

ruínas, a lei foi abandonada por força mesma das coisas".

táginosa do custo de vida. A sua objurAs ditaduras é que não dispensam o gatória contra os exploradores que esti "controle" preços, que é apenas um pulavam preços "quatro ou cinco vêzes aspecto do dos domínio da economia de for maiores do que o valor da mercadoria", c terrível. O Imperador e.xclama mes mo que "não há língua humana que se

ça. Como se governa o pensamento, se

governam, nos regifnens despóticos, o

ja capaz de exprimir todo o odioso dos estômago e o traballio; mesmo porque malefícios" causados por aquêles desal- um sistema político, qualquer que êle mados negociantes. A agiotagem com seja, precisa ser coerente e ordenado, e pletava a pilhagem da economia dos des a liberdade espiritual se choca com a favorecidos. A opinião pública ínsta- opressiva regulamentação econômica.

1 ^

*1


20

Digesto EcoNóxnco

seja est-i feita pelo povêmo, ou pelas

temos se tomou então necessária, e se

tros, e para fixar a justa margem de

entidades privadas poderosas.

verificou com cxito, sob a vigorosa pres

lucros.

O professor Blodgett. da Universida

de de IDínois, no seu livro "Compararive Economie Systems", editado em 1944, estuda o policiamento de preços,

do outro lado, acudiram às empresas

to das utilidades voltou a subir e o go

que operavam em condições desfavo ráveis. A interferência governamental se ampliou ao ponto de impor sistema

tal como o executam ou executaram as

tos. Apesar, porém, de todos os esfor

mais típicas ditaduras contemporâneas:

ços oficiais, os preços se elevaram, irremedíàvelmente, até que a guerra trou

a russa, a fascista e a nazista.

Na U.R.S.S., onde em 1939 o govêmo detinha 64^ do comércio de va rejo e as cooperativas 24^, segundo da dos oficiais, o problema tem um trata

mento sumário. "O controle" de pre ços é parte componente da

planificação econômica geral — . alguma coisa imposta

a

uma economia que normal mente se devesse desenvolver

de outra maneira" — assinala

o professor Blodgett. O fato de estar o preço acima ou abaixo do custo da produção não estimula nem prejudica a produção. Esta é determina

da coercitivamente pelos planificadores oficiais. O racio

namento do consumo é per manente, o que não evita que haja di ferenças sensíveis de preços entre os armazéns públicos e as lojas comerciais, e o aumento acentuado do custo da mer

cadoria se tenha assinalado de ano para ano, sob a pressão da grande inflação determinada pelas imensas despesas im

postas pela execução dos planos qüin qüenais.

Na Itália fascista, o controle de pre ços começou em 1927 com a estabiliza

ção da lira. A deflação'dos preços in-

Os subsídios governamentais,

são do poder ab.soluto. Em 1934, o cus verno fixou os preços de 21 mercado rias básicas, principalmente de alimen

xe o desequilíbrio profundo que flage la a Itália de boje, onde o grande, o verdadeiro mercado é o mercado negro. O regime nazista fez do "controle"

do preços uma política permanente, co menta Blodgett. E impondo à população alemã uma vida de extremo sacrifício, o Na cional Socialismo procurou dar ao problema alcance e senti do mais social do que econô mico. A regulamentação co..

37

DicESTO Econômico

de contabilidade uniforme nas indús trias, classificar as fábricas em essen ciais e não essenciais, e distribuir en

tre elas matérias primas e mão de obra,

como lhe parecesse melhor, operando fusões de empresas, ou fechando as que julgava dispensáveis.

Apesar de todo rigor e dessa tremen da disciplina, o controle de preços na Alemanha nazista — diz ainda Blodgett — não teve nenhum êxito apreciável; os preços subiram sempre; os comerciantes se viam, muitas vêzes, forçados a violar

aparecerão semelhantemente qualquer que seja o aparelhamento governamen tal de "controle" de preços impôsto a um sistema econômico no qual a rique

za produtiva é dè propriedade privada, e o manejo das indústrias e dos negócios está nas mãos de particulares à caça de proveitos". Nos Estados Unidos, na emergência

de guerra, desde janeiro de 1942 se es tabeleceu a polícia de preços, e o ra cionamento de certas mercadorias es

senciais, através do "Offíce of Price Administration" e "Ovilian Supply", as

duas agências que reuniam mais de tre zentos mil funcionários, parte voluntá

rios, parte estipendiados, e cuja interfe rência se ampliou gradativamente du rante :a luta armada, para conter o cus

a lei para viver, apesar da terrível poli

to dá Vida, abastecer a população civil

da secreta e das penalidades que iam até à morte, contribuindo essa severida-

e os ^)sércitos em luta. A taxação seve

dade paradoxalmente para aumentar os preços no mercado negro, pelo risco que

ra da'renda, os empréstimos públicos, a compreensão cívica do po^'0 e o esfôrço anti-inflacionista lograram reduzir ao

apresentava a sua prática; cs produto res procuravam produzir produtos no

países, a elevação do custo da vida. O

vos (que não estavam ainda incluídos entre aqueles cujos preços haviam sido

"mercado negro", entretanto, surgiu e cresceu gradativamente. Finda a con

flagração, a hostilidade ao "controle" de

ponto de se abolir, em julho de I935 a comissão fiscalizadora. Em 1936, to davia, a tendência à alta se manifes

fixados em 1936), porque para êssas produtos era possível obter preços mais vantajosos; a qualidade das mercadorias peorou, como meio de lhe reduzir o cus to e obter maior proveito na venda à

tou novamente determinando o resta

tarifa fixa.

cial, estão os aluguéis de casa, mais fá

, meçou em 1933, moderada mente; porém, em 1934

tôdas as mercadorias e servi ços comerciais estavam sujei tos à disciplina do govêmo

Apesar da mão férrea do po. der, os preços lentamente su

biam. Providências mais radicais fo ram tomadas com êxito transitório, ^

belecimento do órgão de "controle" com poderes amplíssimos. Várias me

didas foram postas em prática para atender à variedade de condições dos

produtores e á absorção das vantagens excessivas de uns em relação aos ou

Resumindo o resultado do imenso es-

fôrço governamental (através de decre tos, portarias, comissões, legiões de fun cionários), o prof. Blodgett copclxii: "Algumas, se não tôdas, das dificulda des da regulamentação que discutimos,

mínimo, em comparação com os outros

preços se manifestou vigorosa, e foram sendo excluídos de seu alcance quase

tôdas as mercadorias e serviços. Entre

as poucas vítimas do congelamento ofi cil' de se alcançarem na regulamenta

ção, porque casas não podem ser escon didas ou retiradas do mercado; apesar, disto, os abusos se registam, enquanto o

govêmo favorece um gigantesco plano de construções de moradias econômicas,


20

Digesto EcoNóxnco

seja est-i feita pelo povêmo, ou pelas

temos se tomou então necessária, e se

tros, e para fixar a justa margem de

entidades privadas poderosas.

verificou com cxito, sob a vigorosa pres

lucros.

O professor Blodgett. da Universida

de de IDínois, no seu livro "Compararive Economie Systems", editado em 1944, estuda o policiamento de preços,

do outro lado, acudiram às empresas

to das utilidades voltou a subir e o go

que operavam em condições desfavo ráveis. A interferência governamental se ampliou ao ponto de impor sistema

tal como o executam ou executaram as

tos. Apesar, porém, de todos os esfor

mais típicas ditaduras contemporâneas:

ços oficiais, os preços se elevaram, irremedíàvelmente, até que a guerra trou

a russa, a fascista e a nazista.

Na U.R.S.S., onde em 1939 o govêmo detinha 64^ do comércio de va rejo e as cooperativas 24^, segundo da dos oficiais, o problema tem um trata

mento sumário. "O controle" de pre ços é parte componente da

planificação econômica geral — . alguma coisa imposta

a

uma economia que normal mente se devesse desenvolver

de outra maneira" — assinala

o professor Blodgett. O fato de estar o preço acima ou abaixo do custo da produção não estimula nem prejudica a produção. Esta é determina

da coercitivamente pelos planificadores oficiais. O racio

namento do consumo é per manente, o que não evita que haja di ferenças sensíveis de preços entre os armazéns públicos e as lojas comerciais, e o aumento acentuado do custo da mer

cadoria se tenha assinalado de ano para ano, sob a pressão da grande inflação determinada pelas imensas despesas im

postas pela execução dos planos qüin qüenais.

Na Itália fascista, o controle de pre ços começou em 1927 com a estabiliza

ção da lira. A deflação'dos preços in-

Os subsídios governamentais,

são do poder ab.soluto. Em 1934, o cus verno fixou os preços de 21 mercado rias básicas, principalmente de alimen

xe o desequilíbrio profundo que flage la a Itália de boje, onde o grande, o verdadeiro mercado é o mercado negro. O regime nazista fez do "controle"

do preços uma política permanente, co menta Blodgett. E impondo à população alemã uma vida de extremo sacrifício, o Na cional Socialismo procurou dar ao problema alcance e senti do mais social do que econô mico. A regulamentação co..

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DicESTO Econômico

de contabilidade uniforme nas indús trias, classificar as fábricas em essen ciais e não essenciais, e distribuir en

tre elas matérias primas e mão de obra,

como lhe parecesse melhor, operando fusões de empresas, ou fechando as que julgava dispensáveis.

Apesar de todo rigor e dessa tremen da disciplina, o controle de preços na Alemanha nazista — diz ainda Blodgett — não teve nenhum êxito apreciável; os preços subiram sempre; os comerciantes se viam, muitas vêzes, forçados a violar

aparecerão semelhantemente qualquer que seja o aparelhamento governamen tal de "controle" de preços impôsto a um sistema econômico no qual a rique

za produtiva é dè propriedade privada, e o manejo das indústrias e dos negócios está nas mãos de particulares à caça de proveitos". Nos Estados Unidos, na emergência

de guerra, desde janeiro de 1942 se es tabeleceu a polícia de preços, e o ra cionamento de certas mercadorias es

senciais, através do "Offíce of Price Administration" e "Ovilian Supply", as

duas agências que reuniam mais de tre zentos mil funcionários, parte voluntá

rios, parte estipendiados, e cuja interfe rência se ampliou gradativamente du rante :a luta armada, para conter o cus

a lei para viver, apesar da terrível poli

to dá Vida, abastecer a população civil

da secreta e das penalidades que iam até à morte, contribuindo essa severida-

e os ^)sércitos em luta. A taxação seve

dade paradoxalmente para aumentar os preços no mercado negro, pelo risco que

ra da'renda, os empréstimos públicos, a compreensão cívica do po^'0 e o esfôrço anti-inflacionista lograram reduzir ao

apresentava a sua prática; cs produto res procuravam produzir produtos no

países, a elevação do custo da vida. O

vos (que não estavam ainda incluídos entre aqueles cujos preços haviam sido

"mercado negro", entretanto, surgiu e cresceu gradativamente. Finda a con

flagração, a hostilidade ao "controle" de

ponto de se abolir, em julho de I935 a comissão fiscalizadora. Em 1936, to davia, a tendência à alta se manifes

fixados em 1936), porque para êssas produtos era possível obter preços mais vantajosos; a qualidade das mercadorias peorou, como meio de lhe reduzir o cus to e obter maior proveito na venda à

tou novamente determinando o resta

tarifa fixa.

cial, estão os aluguéis de casa, mais fá

, meçou em 1933, moderada mente; porém, em 1934

tôdas as mercadorias e servi ços comerciais estavam sujei tos à disciplina do govêmo

Apesar da mão férrea do po. der, os preços lentamente su

biam. Providências mais radicais fo ram tomadas com êxito transitório, ^

belecimento do órgão de "controle" com poderes amplíssimos. Várias me

didas foram postas em prática para atender à variedade de condições dos

produtores e á absorção das vantagens excessivas de uns em relação aos ou

Resumindo o resultado do imenso es-

fôrço governamental (através de decre tos, portarias, comissões, legiões de fun cionários), o prof. Blodgett copclxii: "Algumas, se não tôdas, das dificulda des da regulamentação que discutimos,

mínimo, em comparação com os outros

preços se manifestou vigorosa, e foram sendo excluídos de seu alcance quase

tôdas as mercadorias e serviços. Entre

as poucas vítimas do congelamento ofi cil' de se alcançarem na regulamenta

ção, porque casas não podem ser escon didas ou retiradas do mercado; apesar, disto, os abusos se registam, enquanto o

govêmo favorece um gigantesco plano de construções de moradias econômicas,


28

e já permitiu o aumento de 15% nos con

Dicesto Econômico

tratos de locação que se prorrogarem além de princípios de 1948.

que algumas pessoas chamam inconse qüentemente dc rotina e burocracia. Mas isto nos ajudou a resolver problemas de

Na Inglaterra, o seu heróico e emo

preços e salários de maneira a causar

cionante sacrifício coletivo em favor da

inveja a alguns outros países. Isto nos

liberdade humana — suportado estòicamente durante a guerra, com todas as privações sofridas pacientemente pela disciplina do seu povo incomparável — se prolongou, com a mesma severidade, após o restabelec mento da paz precária,

ajudará a resolver muitos problemas si milares que defrontaremos depois da

que o mundo atravessa, entre sobressal

tos permanentes. A ascensão ao poder do Partido Trabalhista, para e.recutar

uma reforma socialista, impôs aos ingle ses uma vida de sobriedade, de parci mônia e de austeridade monacal, em

que o "controle" dos preços é apenas um dos instrumentos oficiais de trans

formação social. E o povo, que quis esse sistema, escolhendo-o livremente nas

umas, ajuda com tal correção e compos tura a obra do governo que a Inglater ra é um dos poucos países do mundo em

que o "mercado negro" é ainda pelo menos extremamente discreto, recatado e reduzido.

Anunciando o rigoroso programa a ser desenvolvido no período de recons

trução do após-guerra, em discurso pro ferido em maio de 1943, em West

guerra. A escolha será entre o controle

e o caos. Não há meio de fugir a este dilema".

Sob regime socialista, como o que atualmente se ensaia na Inglaterra, com o p'eno domínio estatal da economia, a

regulamentação de preços é uma provi dência lógica e essencial. Se funciona bem com as liberdades políticas e se serve à produção e à riqueza coletiva c o que a experiência inglesa irá de monstrar.

29

DiGESTO Econômico

frutos desses entorpecentes deniagógicos e dêsses falsos "trucs" de prcstidigitação

respeitadas por uma fàtaUdade imposta pela força incontrastável dos fatos coti, dianos. •

econômica.

O dirigismo manco e empírico é uma mistificação política, onerosa e anárqui ca. Agrava a crise que aparentemen te busca remediar, e dá apenas ilusões transitórias ao povo, deformado moral-, mente pela propaganda, cníiuanto a du ra è cruel realidade não o esmaga nas

suas tenazes inexoráveis. A regulamen

tação quando é seriamente conduzida pode servir para reforçar o sentimento

"

Os abusos do poder econômico devem ser combatidos e reprimidos; mas se os me os de combate adotados são ineptos,

c deixam impunes os seus autores, ao

invés de repressão, há estimulo à prá tica dos atos que sacrificam e oneram a coletividade, aiimentando-lhe as agruras

e as dificuldades, tanto mais penosas de

se suportarem quanto mais prolongadas, e maior o desencanto que traz a veri

de responsabilidade no seio da comu nhão; quando é somente desconjuntada e perturbadora, ao contrário, aumenta

ficação" dé que não se lhe açodem com

das autoridades, destinadas a serem des

as horaSí

outros remédios, senão aquêles mesmos

já experimentados, capazes apenas de o relaxamento e a improbidade, fomen sugerir ilusão fugaz, logp apagada e tando o desapreço às leis e às ordens vencida pela sombria realidade de tôdas

Enquanto o processo de reforma se

de.senvolve em ritmo lento, o inglês em prega as suas últimas reservas de

ciência e obstinação em suportar a aus teridade que os fados lhe impuseram

O lúcido depoimento que oferece John Chamberiain no seu estudo "Britain under planning", publicado na "Yale

^6^ 5-

view", revela que a fadiga já vai que brando a resistência prolongada do po_ vo das Ilhas Britânicas — que tudo deu em holocausto à própria dignidade.

Bromwich, e publicado no volume "Pros-

Que dizer do controle de preços em pects and. Policies", Herbert Morrison, países sem estrutura econômica estável depois de descrever a dura disciplina em regime permanente de "deficits" or econômica que as realidades impunham, çamentários crescentes, de reajustamenproclamou em termos francos: "Haverá tos de salários, de burocracia parasitária ."controle" de preços e de suprimentos e custosa, inflacionados por jactos con como durante a guerra. Isto significa tínuos de papel moeda, com uma grande dose de regulamentação go- de técnica e de mão de obra?deficiência A expe vemamental, uma grande dose daquilo riência revelou a cada um de nós os

O serviço de Estatística Econômica e Fínonccíra acobe de pubítcar o

do movii^nto hancârio do Brasil, de 31 de dezembro de 1945 a xgucl data de

FotZseguinte o movimento do mês de dezembro do ano fmdo em cruzeiros, refe rente a empréstimos, caixa e deoósito-.

E,n letras

on án9 fíKá OOO 00; OOoÕo; Sa elrr« leda coneme - Cri

a'Ja - Cr$ 33/85,739.000,00;

- Cr$ 15.282.192.000,00. As percentagens da caixa sao os seguinte .

a

Em relação aos depósitos à vista 11 0; em relação aos totais dos depósitos 8,5

e empréstimos em relação ao total dos depósitos 92,8.


28

e já permitiu o aumento de 15% nos con

Dicesto Econômico

tratos de locação que se prorrogarem além de princípios de 1948.

que algumas pessoas chamam inconse qüentemente dc rotina e burocracia. Mas isto nos ajudou a resolver problemas de

Na Inglaterra, o seu heróico e emo

preços e salários de maneira a causar

cionante sacrifício coletivo em favor da

inveja a alguns outros países. Isto nos

liberdade humana — suportado estòicamente durante a guerra, com todas as privações sofridas pacientemente pela disciplina do seu povo incomparável — se prolongou, com a mesma severidade, após o restabelec mento da paz precária,

ajudará a resolver muitos problemas si milares que defrontaremos depois da

que o mundo atravessa, entre sobressal

tos permanentes. A ascensão ao poder do Partido Trabalhista, para e.recutar

uma reforma socialista, impôs aos ingle ses uma vida de sobriedade, de parci mônia e de austeridade monacal, em

que o "controle" dos preços é apenas um dos instrumentos oficiais de trans

formação social. E o povo, que quis esse sistema, escolhendo-o livremente nas

umas, ajuda com tal correção e compos tura a obra do governo que a Inglater ra é um dos poucos países do mundo em

que o "mercado negro" é ainda pelo menos extremamente discreto, recatado e reduzido.

Anunciando o rigoroso programa a ser desenvolvido no período de recons

trução do após-guerra, em discurso pro ferido em maio de 1943, em West

guerra. A escolha será entre o controle

e o caos. Não há meio de fugir a este dilema".

Sob regime socialista, como o que atualmente se ensaia na Inglaterra, com o p'eno domínio estatal da economia, a

regulamentação de preços é uma provi dência lógica e essencial. Se funciona bem com as liberdades políticas e se serve à produção e à riqueza coletiva c o que a experiência inglesa irá de monstrar.

29

DiGESTO Econômico

frutos desses entorpecentes deniagógicos e dêsses falsos "trucs" de prcstidigitação

respeitadas por uma fàtaUdade imposta pela força incontrastável dos fatos coti, dianos. •

econômica.

O dirigismo manco e empírico é uma mistificação política, onerosa e anárqui ca. Agrava a crise que aparentemen te busca remediar, e dá apenas ilusões transitórias ao povo, deformado moral-, mente pela propaganda, cníiuanto a du ra è cruel realidade não o esmaga nas

suas tenazes inexoráveis. A regulamen

tação quando é seriamente conduzida pode servir para reforçar o sentimento

"

Os abusos do poder econômico devem ser combatidos e reprimidos; mas se os me os de combate adotados são ineptos,

c deixam impunes os seus autores, ao

invés de repressão, há estimulo à prá tica dos atos que sacrificam e oneram a coletividade, aiimentando-lhe as agruras

e as dificuldades, tanto mais penosas de

se suportarem quanto mais prolongadas, e maior o desencanto que traz a veri

de responsabilidade no seio da comu nhão; quando é somente desconjuntada e perturbadora, ao contrário, aumenta

ficação" dé que não se lhe açodem com

das autoridades, destinadas a serem des

as horaSí

outros remédios, senão aquêles mesmos

já experimentados, capazes apenas de o relaxamento e a improbidade, fomen sugerir ilusão fugaz, logp apagada e tando o desapreço às leis e às ordens vencida pela sombria realidade de tôdas

Enquanto o processo de reforma se

de.senvolve em ritmo lento, o inglês em prega as suas últimas reservas de

ciência e obstinação em suportar a aus teridade que os fados lhe impuseram

O lúcido depoimento que oferece John Chamberiain no seu estudo "Britain under planning", publicado na "Yale

^6^ 5-

view", revela que a fadiga já vai que brando a resistência prolongada do po_ vo das Ilhas Britânicas — que tudo deu em holocausto à própria dignidade.

Bromwich, e publicado no volume "Pros-

Que dizer do controle de preços em pects and. Policies", Herbert Morrison, países sem estrutura econômica estável depois de descrever a dura disciplina em regime permanente de "deficits" or econômica que as realidades impunham, çamentários crescentes, de reajustamenproclamou em termos francos: "Haverá tos de salários, de burocracia parasitária ."controle" de preços e de suprimentos e custosa, inflacionados por jactos con como durante a guerra. Isto significa tínuos de papel moeda, com uma grande dose de regulamentação go- de técnica e de mão de obra?deficiência A expe vemamental, uma grande dose daquilo riência revelou a cada um de nós os

O serviço de Estatística Econômica e Fínonccíra acobe de pubítcar o

do movii^nto hancârio do Brasil, de 31 de dezembro de 1945 a xgucl data de

FotZseguinte o movimento do mês de dezembro do ano fmdo em cruzeiros, refe rente a empréstimos, caixa e deoósito-.

E,n letras

on án9 fíKá OOO 00; OOoÕo; Sa elrr« leda coneme - Cri

a'Ja - Cr$ 33/85,739.000,00;

- Cr$ 15.282.192.000,00. As percentagens da caixa sao os seguinte .

a

Em relação aos depósitos à vista 11 0; em relação aos totais dos depósitos 8,5

e empréstimos em relação ao total dos depósitos 92,8.


31

Dicesto Econó>cco

Capitalização e Seguro de Vida sob o aspecto Econômico e Social

É também dêste ponto, na conjuga ção de tais fatores que nasce a gran

por Davi Campista Filho

de força a irradiar-se propiciamente

Especial paba o "Dicesto Econômico"

na economia do país, pois se o capi tal é "o trabalho cristalizado" na ex

pressão tanto louvada de Karl Marx,

A® soríedades de capitalização e dc

seguros de vida projetam larga e DaiA Campista Filho, no citar um autor que diz ter o seguro de vida por proveitosa influência na economia e clássico base a álgebra e a moral como coroa, riqueza do país. Essa irradiação fe- desenvolve o pensamento de que não há cundante e sancadora provém da pró ato de maior altruísmo do que praticar

pria natureza de suas operações, no conscientemente um sacrificío para que deduzir de uma equação, resvHaijdo do outrem colha os frutos. fato de tais emprêsas,- áó *cabo de alguns anos, acumularem consideráveis equilíbrio cósmico precisa-se desde

fundos e, notadamente, de sua hábil aplicação.

po

O grande número em amplitude as tronômica imprime ás operações ri

gorosa precisão, aquela exatidão que

que se transformem em grande massa, o que resulta da agregação de muitos. Entretanto, quando os valores se cn-

cofram. perdem então essa qualida

de, pois o entesouramento esteriliza no egoísmo do avarento.

Revela-se no ato de economia certo

altruísmo, e o espirito social que ani .\s emprêsas de capitalização ins crevem à frente de seus programas como destinadas a favorecer a econo

ma as atividades humanas nele se im

pregna, quando a simples economia encontra emprego, a aplicação vitali-

zadora que lhe abre ampla perspectiva

mia. O ato de economizar, ou pou

dem as necessáras relações. É mister que tudo se processe no "tempo" — o imprescindível estofo

pança, consiste em reservar uma rique

de. cooperação.

za tendo cm vista um consumo ulterior', assim considerado, segundo os economistas, um "consumo deferido".

mia como ato de abstenção, pois que trabalhar é agir e economizar é abs

Acontece quando os recursos de uma

pessoa são superiores às suas atuais necessidades, podendo uma parte ser

ções consiste em Capitalizar que, de

posta de lado em prevenção de neces

um modo genérico, é acrescer um ca

sidades futuras.

pital inicial por qualquer processo a

desenvolver-se no tempo e no espaço, e assim toda forma de acumulação é sistema de capitalizar.

Se o objetivo comum está na cons tituição de um capital, êste como todo produto, escveveu Gide — só pode re sultar dos dois fatores originários de toda produção — o "trabalho" e a

provém da matemática, a única ciên cia inteiramente exata. Graças à ma temática astronômica, podem-se cal cular os eclipses com milenar antece dência, sem receio de que os cálculos sejam falsos, desde que o sol, a lua e a terra guardem a mesma relação de massa e de distância. Nas opera

capitalização um mecanismo simples e do seguro de vida um complexo- me

ções do grande número, também êsse

canismo.

't

der e orientar os reflexos.

mínimos, apura-se tal virtude desde

que seus elementos estruturais guar

Capitalização e seguro de vida ~ as mais engenhosas modalidades de eco- para criações perduráveis. nomia — tém um objetivo comum de Entretanto, capitalização e seguro de previdência — a constituição de capi vida são instituições perfeitamente tais a que atingem por Caminhos pa distintas cujo fundamento das opera ralelos para realizações de forma diA condição dc viabilidade de ambas está no "gande número" e no "tem

êsse cristal oferece mil facetas à in teligência que lhes souber Compreen

pois todo capital tem seiva reprodu tiva que, se imperceptível nos valores

natureza". Dêste ponto partem as

linhas que diversificam as duas insti tuições de previdência para fazer da

O ato de poupança ou de economia,

"l'acte d'epargne", como disse Cor-

bier, corresponde a uma redução de despesas ou a um excedente de recur sos disponíveis, seja que o indivíduo comprima suas necessidades ou que os recursos lhe sejam superiores. Êsse

ato pela generalidade de seu conceito, será regular ou irregular, constante ou

não, útil ou inútil na variedade de suas formas. Por longo tempo preconiza ram-no os economistas Como a fonte única da fortuna e o meio exclusivo de salvação para as classes modestas. Em geral, a idéia de economizar vem associada à dc aplicação produtiva,

Outros condenaram o ato de econo

ter-se, e por isso seria incompreensí vel que um ato puramente negativo, uma mera abstenção pudesse "produ zir

As economias, entretanto, não

se

anemizam porque não se abstêm, ao

contrário, dinamizam-se pela aplica ção, pelas inversões e não permane cem inermes, trabalhando sob a dis-,

cipUna de orientação superior. E as sim deparamos a limpidez da verdade na afirmação de Courcelle-Seneuil — "Tepargue n'est qu*une forme du tra vai!".

Foi aí que a capitalização encontrou

seu motivo, tirando da mais simples

e rudimentar forma de previdência, um grande sentido. Grande sentido por seu manejo, pela ressonância que lhe der e pelos reflexos que puder es tender.


31

Dicesto Econó>cco

Capitalização e Seguro de Vida sob o aspecto Econômico e Social

É também dêste ponto, na conjuga ção de tais fatores que nasce a gran

por Davi Campista Filho

de força a irradiar-se propiciamente

Especial paba o "Dicesto Econômico"

na economia do país, pois se o capi tal é "o trabalho cristalizado" na ex

pressão tanto louvada de Karl Marx,

A® soríedades de capitalização e dc

seguros de vida projetam larga e DaiA Campista Filho, no citar um autor que diz ter o seguro de vida por proveitosa influência na economia e clássico base a álgebra e a moral como coroa, riqueza do país. Essa irradiação fe- desenvolve o pensamento de que não há cundante e sancadora provém da pró ato de maior altruísmo do que praticar

pria natureza de suas operações, no conscientemente um sacrificío para que deduzir de uma equação, resvHaijdo do outrem colha os frutos. fato de tais emprêsas,- áó *cabo de alguns anos, acumularem consideráveis equilíbrio cósmico precisa-se desde

fundos e, notadamente, de sua hábil aplicação.

po

O grande número em amplitude as tronômica imprime ás operações ri

gorosa precisão, aquela exatidão que

que se transformem em grande massa, o que resulta da agregação de muitos. Entretanto, quando os valores se cn-

cofram. perdem então essa qualida

de, pois o entesouramento esteriliza no egoísmo do avarento.

Revela-se no ato de economia certo

altruísmo, e o espirito social que ani .\s emprêsas de capitalização ins crevem à frente de seus programas como destinadas a favorecer a econo

ma as atividades humanas nele se im

pregna, quando a simples economia encontra emprego, a aplicação vitali-

zadora que lhe abre ampla perspectiva

mia. O ato de economizar, ou pou

dem as necessáras relações. É mister que tudo se processe no "tempo" — o imprescindível estofo

pança, consiste em reservar uma rique

de. cooperação.

za tendo cm vista um consumo ulterior', assim considerado, segundo os economistas, um "consumo deferido".

mia como ato de abstenção, pois que trabalhar é agir e economizar é abs

Acontece quando os recursos de uma

pessoa são superiores às suas atuais necessidades, podendo uma parte ser

ções consiste em Capitalizar que, de

posta de lado em prevenção de neces

um modo genérico, é acrescer um ca

sidades futuras.

pital inicial por qualquer processo a

desenvolver-se no tempo e no espaço, e assim toda forma de acumulação é sistema de capitalizar.

Se o objetivo comum está na cons tituição de um capital, êste como todo produto, escveveu Gide — só pode re sultar dos dois fatores originários de toda produção — o "trabalho" e a

provém da matemática, a única ciên cia inteiramente exata. Graças à ma temática astronômica, podem-se cal cular os eclipses com milenar antece dência, sem receio de que os cálculos sejam falsos, desde que o sol, a lua e a terra guardem a mesma relação de massa e de distância. Nas opera

capitalização um mecanismo simples e do seguro de vida um complexo- me

ções do grande número, também êsse

canismo.

't

der e orientar os reflexos.

mínimos, apura-se tal virtude desde

que seus elementos estruturais guar

Capitalização e seguro de vida ~ as mais engenhosas modalidades de eco- para criações perduráveis. nomia — tém um objetivo comum de Entretanto, capitalização e seguro de previdência — a constituição de capi vida são instituições perfeitamente tais a que atingem por Caminhos pa distintas cujo fundamento das opera ralelos para realizações de forma diA condição dc viabilidade de ambas está no "gande número" e no "tem

êsse cristal oferece mil facetas à in teligência que lhes souber Compreen

pois todo capital tem seiva reprodu tiva que, se imperceptível nos valores

natureza". Dêste ponto partem as

linhas que diversificam as duas insti tuições de previdência para fazer da

O ato de poupança ou de economia,

"l'acte d'epargne", como disse Cor-

bier, corresponde a uma redução de despesas ou a um excedente de recur sos disponíveis, seja que o indivíduo comprima suas necessidades ou que os recursos lhe sejam superiores. Êsse

ato pela generalidade de seu conceito, será regular ou irregular, constante ou

não, útil ou inútil na variedade de suas formas. Por longo tempo preconiza ram-no os economistas Como a fonte única da fortuna e o meio exclusivo de salvação para as classes modestas. Em geral, a idéia de economizar vem associada à dc aplicação produtiva,

Outros condenaram o ato de econo

ter-se, e por isso seria incompreensí vel que um ato puramente negativo, uma mera abstenção pudesse "produ zir

As economias, entretanto, não

se

anemizam porque não se abstêm, ao

contrário, dinamizam-se pela aplica ção, pelas inversões e não permane cem inermes, trabalhando sob a dis-,

cipUna de orientação superior. E as sim deparamos a limpidez da verdade na afirmação de Courcelle-Seneuil — "Tepargue n'est qu*une forme du tra vai!".

Foi aí que a capitalização encontrou

seu motivo, tirando da mais simples

e rudimentar forma de previdência, um grande sentido. Grande sentido por seu manejo, pela ressonância que lhe der e pelos reflexos que puder es tender.


33

32

Dicesto EcoNÓinco NÓ^QCO

O sistema finnceiro das empresas ,

de economia c, cm principio, extrema mente simples, pois consiste na for

mação de grande massa de fundos re

colhidos do público aos quais garante

boa gestão, para distribuir em época fixada àqueles que lhe confiaram as respectivas partes ou quotas, na con

»,

formidade das condições prefixadas. A capitalização em particular repousa sobre dados matemáticos; as

tabelas de juros compostos indicam o

f tempo necessário para formação ou /, reconstituição de um capital mediante .xont,ribuições periódicas ou única

iJ ■

Assenta^e aí a base técnica da ope-

, raçao, determinando a empresa a ta

tos concluídos pelas sociedades dc ca

pitalização com seus aderentes, a sor te intervém ímicamente cm tais ope rações, para fixar a época do reem-

l>ôl.so c não para determinar a quan tia estabelecida dc maneira uniforme para todos os suI)scritorcs.

A incerteza reinante sôbrc esses con tratos não impediu o desenvolvimento das operações, c quando cm 1907 a lei veio regulamentar a atividade das com panhias, encontrou uma grande se qüência dc desastres cm que muitas haviam caído. Se algumas tinham si do fundadas por pessoas bem inten

cionadas c honestas, ressentiam-se, en

"a de juros mediante a qual se deve

tretanto, dc má organização, por con fiarem que a boa vontade poderia su prir as regras imperativas c elementa res da aritmética, e outras procuravam ceu em França no fim do séculoapare pa,- preencher os claros que a proibição da aado como uma expressão tímida de loWia tinha deixado. Dess? origem suspeita em que os ■ mediante pequena entre alfpjmas pessoas, que contribuição se ins propósitos honestos se misturavam com as intenções delituosas, conseguiu ;'„ um capitalao a reembõiso antecipado de termo prometido, o que a capitalização, em poucos anos, al 1 ealizar a operação.

aç operava por meio de sorteios 3,4 cançar surpreendente êxito transfor . vezes ao ano. Êsses sorteios não tra- madas cm grandes centros de poten . Ziam ganho de um prêmio de loteria cialidade econômica e financeira. t pois simplesmente determinavam o ti'

tulo beneficiado com a amortização

antecipada do capital.

Despertava a capitalização, todavia acernmo combate, considerada cTomo astucioso processo para burlar a lei de 1836 que proibia as loterias. Até que a jurisprudência começou a fa zer luz sobre seu verdadeiro objetivo, deoidindo os t ribunaís que nos contra-

Nesse evoluir percorreu a capitaliza ção três decênios, enquanto o seguro levou quatro séculos ou mais para escoimar-se dos males de origem o empréstimo á grande aventura marí tima, a especulação, o jôgo e aposta. Entretanto, nenhuma sombra suspei-

tosa projetou o passado sobre o es

plendor das realizações presentes; tu

do serviu para caldear a experiência,

1

Digesto EcoNÓ^^co ]

guardando apenas o saiior de pecado

mister pois que a empresa lhe insuüe

original.

ânimo realizador. É quando entra eni

O

Brasil

foi

<lc

todos os países,

aquele cjuc acolheu a capitalização com melhores alvíssaras, pois a lei desti

nada a disciplinar-lhe as atividades

precedia-se tios mais venturosos au-

gúrios à sua implantação no pais. Nasceu assim

triunfante entre nós,

ao contrário do que sucedeu na Ar

gentina que para atingir á florescente situação atual, teve de enfrentar tenacissima resistência. Mas, aconteceu que no

país de tradicional c proclamada imprcvidência, compreendemos que

a capitalização viria de senvolver uma ação educativa' com seu pro

grama dc formação de pequenos capitais pelo aproveitam ento de quantias mínimas, dos desperdícios econômi

cos e, por assim fazer, teria uma irra diação coletora de que resultaria uma acumulação considerável de fundos ao fim dc certo tempo.

Entretanto, essa massa dc valores

não pode permanecer inerme, o que sé ria anti-económic'o e anti-social. Pois a técnica exige um rendimento mínimo a fim de que se possa efetivar a ope

ração de capitalizar, e por isso a lei vem indicar, por sua solidez e garan

tia, as aplicações reprodutivas. Tais indicações permanecem, todavia, na abstração do preceito legal, sendo

jôgo sua qualidade e idoneidade ad ministrativa que por inteligência, ha bilidade, visão c Uno profissional pre cisa dar equilíbrio às aplicações, com

pensando na variedade dos valore que emprega o teor de sua solidez. Encontra-se aí a fonte donde^ promana a influência da capitalização na economia pública, e nesse trabalho a reserva matemática haure toda sua potencialidade.

Vitalizando

quantias

mínimas quando arrec"a-

da para capitalizar indi vidualmente, desobrigase socialmente ao em

pregá-las, pois que^ põe à disposição da socieda de e da riqueza publica uma apreciável força criadora.

Embora se apontem

similaridade de apresentação e certo

paralelismo entre a capitalização e o seguro de vida, em virtude de assentarem-se ambos em princípio essencial idêntico, consistente na "capitaliza

ção coletiva", os traços de diversidade desdç logo se acentuam sob o aspecto da técnica. Esta, na capitalização, e

elementar, puramente aritmética, pois é mediante fórmulas rigorosas, ex pressas em números exatos que se es tabelecem os prêmios e as reservas.

Enquanto é muito mais complexa ••

•'

_

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lU/x

Á irrt-


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Dicesto EcoNÓinco NÓ^QCO

O sistema finnceiro das empresas ,

de economia c, cm principio, extrema mente simples, pois consiste na for

mação de grande massa de fundos re

colhidos do público aos quais garante

boa gestão, para distribuir em época fixada àqueles que lhe confiaram as respectivas partes ou quotas, na con

»,

formidade das condições prefixadas. A capitalização em particular repousa sobre dados matemáticos; as

tabelas de juros compostos indicam o

f tempo necessário para formação ou /, reconstituição de um capital mediante .xont,ribuições periódicas ou única

iJ ■

Assenta^e aí a base técnica da ope-

, raçao, determinando a empresa a ta

tos concluídos pelas sociedades dc ca

pitalização com seus aderentes, a sor te intervém ímicamente cm tais ope rações, para fixar a época do reem-

l>ôl.so c não para determinar a quan tia estabelecida dc maneira uniforme para todos os suI)scritorcs.

A incerteza reinante sôbrc esses con tratos não impediu o desenvolvimento das operações, c quando cm 1907 a lei veio regulamentar a atividade das com panhias, encontrou uma grande se qüência dc desastres cm que muitas haviam caído. Se algumas tinham si do fundadas por pessoas bem inten

cionadas c honestas, ressentiam-se, en

"a de juros mediante a qual se deve

tretanto, dc má organização, por con fiarem que a boa vontade poderia su prir as regras imperativas c elementa res da aritmética, e outras procuravam ceu em França no fim do séculoapare pa,- preencher os claros que a proibição da aado como uma expressão tímida de loWia tinha deixado. Dess? origem suspeita em que os ■ mediante pequena entre alfpjmas pessoas, que contribuição se ins propósitos honestos se misturavam com as intenções delituosas, conseguiu ;'„ um capitalao a reembõiso antecipado de termo prometido, o que a capitalização, em poucos anos, al 1 ealizar a operação.

aç operava por meio de sorteios 3,4 cançar surpreendente êxito transfor . vezes ao ano. Êsses sorteios não tra- madas cm grandes centros de poten . Ziam ganho de um prêmio de loteria cialidade econômica e financeira. t pois simplesmente determinavam o ti'

tulo beneficiado com a amortização

antecipada do capital.

Despertava a capitalização, todavia acernmo combate, considerada cTomo astucioso processo para burlar a lei de 1836 que proibia as loterias. Até que a jurisprudência começou a fa zer luz sobre seu verdadeiro objetivo, deoidindo os t ribunaís que nos contra-

Nesse evoluir percorreu a capitaliza ção três decênios, enquanto o seguro levou quatro séculos ou mais para escoimar-se dos males de origem o empréstimo á grande aventura marí tima, a especulação, o jôgo e aposta. Entretanto, nenhuma sombra suspei-

tosa projetou o passado sobre o es

plendor das realizações presentes; tu

do serviu para caldear a experiência,

1

Digesto EcoNÓ^^co ]

guardando apenas o saiior de pecado

mister pois que a empresa lhe insuüe

original.

ânimo realizador. É quando entra eni

O

Brasil

foi

<lc

todos os países,

aquele cjuc acolheu a capitalização com melhores alvíssaras, pois a lei desti

nada a disciplinar-lhe as atividades

precedia-se tios mais venturosos au-

gúrios à sua implantação no pais. Nasceu assim

triunfante entre nós,

ao contrário do que sucedeu na Ar

gentina que para atingir á florescente situação atual, teve de enfrentar tenacissima resistência. Mas, aconteceu que no

país de tradicional c proclamada imprcvidência, compreendemos que

a capitalização viria de senvolver uma ação educativa' com seu pro

grama dc formação de pequenos capitais pelo aproveitam ento de quantias mínimas, dos desperdícios econômi

cos e, por assim fazer, teria uma irra diação coletora de que resultaria uma acumulação considerável de fundos ao fim dc certo tempo.

Entretanto, essa massa dc valores

não pode permanecer inerme, o que sé ria anti-económic'o e anti-social. Pois a técnica exige um rendimento mínimo a fim de que se possa efetivar a ope

ração de capitalizar, e por isso a lei vem indicar, por sua solidez e garan

tia, as aplicações reprodutivas. Tais indicações permanecem, todavia, na abstração do preceito legal, sendo

jôgo sua qualidade e idoneidade ad ministrativa que por inteligência, ha bilidade, visão c Uno profissional pre cisa dar equilíbrio às aplicações, com

pensando na variedade dos valore que emprega o teor de sua solidez. Encontra-se aí a fonte donde^ promana a influência da capitalização na economia pública, e nesse trabalho a reserva matemática haure toda sua potencialidade.

Vitalizando

quantias

mínimas quando arrec"a-

da para capitalizar indi vidualmente, desobrigase socialmente ao em

pregá-las, pois que^ põe à disposição da socieda de e da riqueza publica uma apreciável força criadora.

Embora se apontem

similaridade de apresentação e certo

paralelismo entre a capitalização e o seguro de vida, em virtude de assentarem-se ambos em princípio essencial idêntico, consistente na "capitaliza

ção coletiva", os traços de diversidade desdç logo se acentuam sob o aspecto da técnica. Esta, na capitalização, e

elementar, puramente aritmética, pois é mediante fórmulas rigorosas, ex pressas em números exatos que se es tabelecem os prêmios e as reservas.

Enquanto é muito mais complexa ••

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Á irrt-


34

Digesto Econômico

prescindível a estatística, além disso, a tábua de mortalidade não oferece re sultados tão exatos — como os da ca

pitalização propriamente dita — pois

o número de mortes, podendo ser pre visto para cada ano, deparam-se, to davia, na previsão os "ecarts", isto é. a diferença verific'ada entre o que as

Disse um autor clássico que o se

guro de vida tinha como base a álge bra e a mora! como coroa. Pois não existe ato de mais belo altruísmo do que praticar um sacrifício para que outrem colha os frutos. Outro que está

tabelas indicam e o que na'realidade

na afeição do segurado ou, que do in teresse déste, seja que sôbre êle não

costuma

venham a pesar encargos.

acontecer.

No entanto, na capitalização o nú mero dos títulos a gozarem de amor

tização antecipada, está exatamente previsto c calculado.

K As companhias de seguros de yida

^têm por fim constituir capitais cujo

montante é previamente determinado e pagável a prazo prefixado. Distingue-sê da capitalização, porquanto a

formação do capital subscrito é certa, mesmo que o segurado faleça antes

da expiração do dontrato, enquanto no contrato de capitalização, a morte prematura do subscritor do título in terrompe a formação do capital.

Há mais de quarenta anos, o escri tor espanhol Miguel de Unamuno pre

faciando um livro sôbre seguro de vi da, citava o conceito de um pensador de que no plantar uma árvore havia

caricatura do seguro.

te

invariável.

Na

uniformidade

tura interceptou.

do

prêmio está compensada a progressi vidade

A fim de desenvolver essa grandio

do risco.

É, pois, para que a vida continue na

sa expressão de previdência em har

quela grande ou pequena expressão econômica, que o homem procura o

instituições de seguro de vida e de

moniosos engenhos de economia, as capitalização Concentram nas suas re

seguro.

A vida é um todo na eterna humani

servas matemáticas vultosos recursos

bloco em renovação constante — e a

dida na sua legítima razão de ser, co

transcende do interesse direto e pes soal de quem o leva a têrmo, se não existisse no homem o instinto da conservação da espécie tão forte como

vida

mo reserva para as responsabilidades

de sua própria conservação. "Não exis tiria espécie alguma animal, se seus crificar-se por suas crias

A significação moral do seguro ajusta-se a esse conceito com tanta mática atuarial.

certa expressão

econômica inerente

operação de capitalização, e, portanto, à sua existência que. o indivíduo con

talização não é nem uma ilusão nem

o resgatar aquilo que a morte prema

torna-se mais compreensível, se enten

Sem dúvida, é para sobrevivência de

condue Hemlard, o contrato de capi

ver do além túmulo para • prosseguir

genhoso e humano, estabelece para um risco progressivo, como é a proba bilidade de morte, uma taxa anualmen

enquanto outras açodem ao grande

ria, entre outros, aquele que plantou.

j se observa que o risco — elemento es-

receia qualquer sinistro. Por isso,

nem a hora", possibilitou o seguro vi

miza e reserva; o seguro de vida, en

E então, deduzia que — heroísmo se ria todo ato humano cujo objetivo

exatidão, como sua operação à mate

o prêmio não é a remuneração do ris co suportado pela companhia que não

giava porque não "sabia nem o dia

por isso o homem previdente econo

provindo daqueles que perseveram. A denominação de reserva matemática

contrato de capitalização. A dissemelhança continua a patentear-se quando

sencial do seguro, — não existe na

a enfraquecer e anular-se na velhice,

dade e o ente que desaparece não é senão uma partícula que se desagrega,

um ato heróico, porque não o goza

O seguro de vida, acentua Hemard, membros não fossem capazes de sa é uma operação na qual intervém a duração da vida humana, enquanto se melhante consideração é estranha ao

35

Dígksto Econômico

trata um seguro de vida.

A vida do homem é produtiva de rendimentos e na sua atividade está a fonte do sustento da família. Tudo

que existe sofre, entretanto, o des gaste do tempo, c a atividade tende

continua.

nos

em curso, dos contratos em vigor, ne

arrebata um ente querido, é tôda a

las refletindo com exatidão os com

No

entanto, quando a

morte

imensidade de uma afeição que senti

promissos da companhia para Com os

mos destruída pelo irreparável, e en tão nos surpreendemos que a vida con

subscritores de apólices ou os porta

tinue impassível e estranha à nossa

suas garantias. No vulto das reservas

dores de títulos que ali têm fundadas matemáticas mede-se a extensão das

dor.

Engenhou-se o seguro na concepção do grande bloco da vida, de modo que

a partícula que se \desagrega — no si nistro que acontece — desenvolve o

responsabilidades da emprêsa. É no trabalho de tais reservas que

se gera a fòrça benfazeja a irradiarse na economia pública. Promana das

mesmo processo de Constante renova

inversões de fundos, de suas hábeis

ção para que continue inalterável e exato o mecanismo das operações. E

bradas pelas administrações das em

no que fôr permissível para a vida continuar, no expressivo econômico daquele que desapareceu, o seguro en

aplicações indicadas por lei e equili presas.

Assim, estas instituições criadas pa ra a previdência individual promovem

controu pela ciência atuarial a forma

o bem estar social e para assim reali

de

zar, fecundam riquezas, estimulam as

realizá-lo.

Assim, ao homem previdente, àquê-

le que, na sabedoria das Escrituras, vi

atividades produtivas e fomentam o

progresso do país.


34

Digesto Econômico

prescindível a estatística, além disso, a tábua de mortalidade não oferece re sultados tão exatos — como os da ca

pitalização propriamente dita — pois

o número de mortes, podendo ser pre visto para cada ano, deparam-se, to davia, na previsão os "ecarts", isto é. a diferença verific'ada entre o que as

Disse um autor clássico que o se

guro de vida tinha como base a álge bra e a mora! como coroa. Pois não existe ato de mais belo altruísmo do que praticar um sacrifício para que outrem colha os frutos. Outro que está

tabelas indicam e o que na'realidade

na afeição do segurado ou, que do in teresse déste, seja que sôbre êle não

costuma

venham a pesar encargos.

acontecer.

No entanto, na capitalização o nú mero dos títulos a gozarem de amor

tização antecipada, está exatamente previsto c calculado.

K As companhias de seguros de yida

^têm por fim constituir capitais cujo

montante é previamente determinado e pagável a prazo prefixado. Distingue-sê da capitalização, porquanto a

formação do capital subscrito é certa, mesmo que o segurado faleça antes

da expiração do dontrato, enquanto no contrato de capitalização, a morte prematura do subscritor do título in terrompe a formação do capital.

Há mais de quarenta anos, o escri tor espanhol Miguel de Unamuno pre

faciando um livro sôbre seguro de vi da, citava o conceito de um pensador de que no plantar uma árvore havia

caricatura do seguro.

te

invariável.

Na

uniformidade

tura interceptou.

do

prêmio está compensada a progressi vidade

A fim de desenvolver essa grandio

do risco.

É, pois, para que a vida continue na

sa expressão de previdência em har

quela grande ou pequena expressão econômica, que o homem procura o

instituições de seguro de vida e de

moniosos engenhos de economia, as capitalização Concentram nas suas re

seguro.

A vida é um todo na eterna humani

servas matemáticas vultosos recursos

bloco em renovação constante — e a

dida na sua legítima razão de ser, co

transcende do interesse direto e pes soal de quem o leva a têrmo, se não existisse no homem o instinto da conservação da espécie tão forte como

vida

mo reserva para as responsabilidades

de sua própria conservação. "Não exis tiria espécie alguma animal, se seus crificar-se por suas crias

A significação moral do seguro ajusta-se a esse conceito com tanta mática atuarial.

certa expressão

econômica inerente

operação de capitalização, e, portanto, à sua existência que. o indivíduo con

talização não é nem uma ilusão nem

o resgatar aquilo que a morte prema

torna-se mais compreensível, se enten

Sem dúvida, é para sobrevivência de

condue Hemlard, o contrato de capi

ver do além túmulo para • prosseguir

genhoso e humano, estabelece para um risco progressivo, como é a proba bilidade de morte, uma taxa anualmen

enquanto outras açodem ao grande

ria, entre outros, aquele que plantou.

j se observa que o risco — elemento es-

receia qualquer sinistro. Por isso,

nem a hora", possibilitou o seguro vi

miza e reserva; o seguro de vida, en

E então, deduzia que — heroísmo se ria todo ato humano cujo objetivo

exatidão, como sua operação à mate

o prêmio não é a remuneração do ris co suportado pela companhia que não

giava porque não "sabia nem o dia

por isso o homem previdente econo

provindo daqueles que perseveram. A denominação de reserva matemática

contrato de capitalização. A dissemelhança continua a patentear-se quando

sencial do seguro, — não existe na

a enfraquecer e anular-se na velhice,

dade e o ente que desaparece não é senão uma partícula que se desagrega,

um ato heróico, porque não o goza

O seguro de vida, acentua Hemard, membros não fossem capazes de sa é uma operação na qual intervém a duração da vida humana, enquanto se melhante consideração é estranha ao

35

Dígksto Econômico

trata um seguro de vida.

A vida do homem é produtiva de rendimentos e na sua atividade está a fonte do sustento da família. Tudo

que existe sofre, entretanto, o des gaste do tempo, c a atividade tende

continua.

nos

em curso, dos contratos em vigor, ne

arrebata um ente querido, é tôda a

las refletindo com exatidão os com

No

entanto, quando a

morte

imensidade de uma afeição que senti

promissos da companhia para Com os

mos destruída pelo irreparável, e en tão nos surpreendemos que a vida con

subscritores de apólices ou os porta

tinue impassível e estranha à nossa

suas garantias. No vulto das reservas

dores de títulos que ali têm fundadas matemáticas mede-se a extensão das

dor.

Engenhou-se o seguro na concepção do grande bloco da vida, de modo que

a partícula que se \desagrega — no si nistro que acontece — desenvolve o

responsabilidades da emprêsa. É no trabalho de tais reservas que

se gera a fòrça benfazeja a irradiarse na economia pública. Promana das

mesmo processo de Constante renova

inversões de fundos, de suas hábeis

ção para que continue inalterável e exato o mecanismo das operações. E

bradas pelas administrações das em

no que fôr permissível para a vida continuar, no expressivo econômico daquele que desapareceu, o seguro en

aplicações indicadas por lei e equili presas.

Assim, estas instituições criadas pa ra a previdência individual promovem

controu pela ciência atuarial a forma

o bem estar social e para assim reali

de

zar, fecundam riquezas, estimulam as

realizá-lo.

Assim, ao homem previdente, àquê-

le que, na sabedoria das Escrituras, vi

atividades produtivas e fomentam o

progresso do país.


TT7^

O Problema do Porto de Santos por Nelson Werneck Sodré

Especial para o "Dicesto EcoNÓKnco'

O A., com êste artigo, finaliza o estudo do problema do pôrio de Santos. Faz um sumário da evolução da legislação portuária brasileira e do caso ;jflríicti7<jr do pôrto de Santos até a situação criada pela crise atual. Constitui esse estudo um precioso subsídio para a solução do angustiante problema. um alto estágio de civili

III

J^STTTOÁMOS, nos artigos passados, a

situação

dos transportes que servem ao pôrto santista, e a necessidade de seu reaparelha-

mento, a fim de que o problema espe cificamente portuário independa do com plemento indispensável do sistema de transportes, isto é, que qualquer crise

futura no pôrto, ou o prolongamento da crise atual, não possa ser atirada à res ponsabilidade da insuficiência dos trans

portes, como ja foi, confundindo proposi tadamente as coisas, para iludir uma si tuação que não pode prolongar-se sem

zação nas zonas tempera das. E liavia outros de terministas, que preten diam fixar as diretrizes da marcha civiJizadora através dos caminhos mais fá ceis, os vales favoráveis, os altiplanos de clima hospitaleiro, as largas bacias fluviais.

Se a civilização procura os caminhos mais fáceis, na verdade, ela, no caso brasileiro, operou uma singular inversão quando escolheu, para transpor a mura

lha da Serra do Mar, e penetrar o pia. nalto, donde se expandiria, a estreita e

os mais sérios prejuízos à economia pau

abrupta região santista. Porque não escolheram os homens do passado a fai

lista e brasileira.

xa litorânea do norte paulista, ou porque

O caso do pôrto santista, organizado ha quasi sessenta anos, representa um dos mais notáveis desmentidos a certa

corrente geográfica partidária de cego determinismo. Quando a geografia mo derna entrou a emancipar-se, efetiva mente, do cipoal descritivo em que vi via, e que tanto nos atribulou a todos

nos cursos colegiais, descaíu, ensoberbecída talvez pelas perspectivas de seus novos n^os, para uma orientação deter

minista singular. Havia os deterministas do clima, que afirmavam só ser viável

não optaram pela verdadeira porta con vidativa que se constituiu na bacia do Ribeira-Juquiá, onde a Serra do Mar

afastada mais de cem quilômetros da orla marítima, descai para esta em sucessivos degraus, facilitando a transpos çâo? Parece que alguma razão assis tia aos primeiros povoadores paulistas quando se fixaram em Cananéia e dai iniciaram o caminho do Paraguai.

O fato é, porém, que os tempos con cederam crescente importância ao nú cleo urbano de São Paulo, tomada, com

r

37

DiGESTo Econômico

o desenvolvimento econômico da lavou

ra cafecira e, depois, com o surto indus

ver os seus índices de riqueza. Assim sendo, áo passo que o pôrto amazonense

Nessa função, atraiu ela as comunica

se tornou obsoleto, o de Santos não cessou de receber melhoramentos. E,

ções, e .SC tornou o importante nó que

apesar de receber constantemente gran

agora é, donde partem ferrovias e rodo vias para todos os quadrantes do Estado e do país. Um porto, quando se tor

temente em estado de insuficiência, pára

nou necessário elevar a tal situação al

Legislação portuária

gum dos antigos ancoradouros paubslas, devia estar nas suas proximidades,

ro é coisa da segunda metade do século

trial, a metrópole que hoje conhecemos.

des melhoramentos, permaneceu constan atender as suas finalidades.

O desenvolvimento comercial brasilei

— e havia Santos, a pouco mais de se

passado. Até 1861, com raras e.xceções,

tenta quilômetros.

a nossa balança comercial sempre foi desfavorável, e a partir de 1862 é que

Santos, assim, que

brando qualquer determinismo geográfi co, tomou-se o pôrto paulista e, depois, o pôrto brasileiro por excelência.

Já tivemos oportunidade de afirmar que o café criou o seu próprio sistema de transportes, — todas as ferrovias que

se espalham pelo território paulista, e mesmo aquelas que já ultrapassaram os seus limites, fundaram-se nas disponibi

lidades de capitais proporcionadas pelo desenvolvimento

da

lavoura cafeeira.

Alem disso, buscaram terras propícias ao "rush" cafeeiro ou destinaram-se a ser

vir outras onde a rubiácea já estava im

plantada. Foi o café, ainda, que deter minou a necessidade da transformação

dos ancoradouros primitivos que possuía

mos em portos devidamente aparelliados. Outras riquezas tiveram finalidade idên tica, e foi assim que, nos últimos anos

do século passado, só havia, no Brasil, dois portos aparelhados, o de Santos, impulsionado pela riqueza cafeeira, e o de Manaus, impulsionado pela riqueza gomífera. A borracha, entretanto, des caíu de sua grandeza econômica, áo passo que o café continuou a desenvol

ela, apoiada no café, inverteu, normal mente, essa relação,- a tal ponto que, em 1864, nas vésperas do início da guer

ra contra Lopez, só o café exportado da\'a para cobrir, em valor, toda a im portação dêsse mesmo ano. Foi esse desenvolvimento agrícola in

tenso, acompanhado por uma série de fatores que quase sempre seguem o enri quecimento, que determinou a necessi dade da transformação dos antigos an

coradouros em portos organizados. Todo

o regime de trocas, entre nós, desde a época colonial, fizera-se através desses ancoradouros, e acompanhando, cm portância, a marcha territorial da rique za.

Foi assim que surgiram os portos

açucareiros do Recife e do Salvador, o

pôrto algodoeiro de S. Luís do Mara nhão, o pôrto do ouro no Rio de Ja neiro.

Firmando-se na região cenlro-

sul, desde o advento da mineração, a civilização brasileira exigiria, desde que o" desenvolvimento cafeeiro se operou

nessa mesma região, portos aparelhados, na costa entre o Rio e Cananeia. Não


TT7^

O Problema do Porto de Santos por Nelson Werneck Sodré

Especial para o "Dicesto EcoNÓKnco'

O A., com êste artigo, finaliza o estudo do problema do pôrio de Santos. Faz um sumário da evolução da legislação portuária brasileira e do caso ;jflríicti7<jr do pôrto de Santos até a situação criada pela crise atual. Constitui esse estudo um precioso subsídio para a solução do angustiante problema. um alto estágio de civili

III

J^STTTOÁMOS, nos artigos passados, a

situação

dos transportes que servem ao pôrto santista, e a necessidade de seu reaparelha-

mento, a fim de que o problema espe cificamente portuário independa do com plemento indispensável do sistema de transportes, isto é, que qualquer crise

futura no pôrto, ou o prolongamento da crise atual, não possa ser atirada à res ponsabilidade da insuficiência dos trans

portes, como ja foi, confundindo proposi tadamente as coisas, para iludir uma si tuação que não pode prolongar-se sem

zação nas zonas tempera das. E liavia outros de terministas, que preten diam fixar as diretrizes da marcha civiJizadora através dos caminhos mais fá ceis, os vales favoráveis, os altiplanos de clima hospitaleiro, as largas bacias fluviais.

Se a civilização procura os caminhos mais fáceis, na verdade, ela, no caso brasileiro, operou uma singular inversão quando escolheu, para transpor a mura

lha da Serra do Mar, e penetrar o pia. nalto, donde se expandiria, a estreita e

os mais sérios prejuízos à economia pau

abrupta região santista. Porque não escolheram os homens do passado a fai

lista e brasileira.

xa litorânea do norte paulista, ou porque

O caso do pôrto santista, organizado ha quasi sessenta anos, representa um dos mais notáveis desmentidos a certa

corrente geográfica partidária de cego determinismo. Quando a geografia mo derna entrou a emancipar-se, efetiva mente, do cipoal descritivo em que vi via, e que tanto nos atribulou a todos

nos cursos colegiais, descaíu, ensoberbecída talvez pelas perspectivas de seus novos n^os, para uma orientação deter

minista singular. Havia os deterministas do clima, que afirmavam só ser viável

não optaram pela verdadeira porta con vidativa que se constituiu na bacia do Ribeira-Juquiá, onde a Serra do Mar

afastada mais de cem quilômetros da orla marítima, descai para esta em sucessivos degraus, facilitando a transpos çâo? Parece que alguma razão assis tia aos primeiros povoadores paulistas quando se fixaram em Cananéia e dai iniciaram o caminho do Paraguai.

O fato é, porém, que os tempos con cederam crescente importância ao nú cleo urbano de São Paulo, tomada, com

r

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DiGESTo Econômico

o desenvolvimento econômico da lavou

ra cafecira e, depois, com o surto indus

ver os seus índices de riqueza. Assim sendo, áo passo que o pôrto amazonense

Nessa função, atraiu ela as comunica

se tornou obsoleto, o de Santos não cessou de receber melhoramentos. E,

ções, e .SC tornou o importante nó que

apesar de receber constantemente gran

agora é, donde partem ferrovias e rodo vias para todos os quadrantes do Estado e do país. Um porto, quando se tor

temente em estado de insuficiência, pára

nou necessário elevar a tal situação al

Legislação portuária

gum dos antigos ancoradouros paubslas, devia estar nas suas proximidades,

ro é coisa da segunda metade do século

trial, a metrópole que hoje conhecemos.

des melhoramentos, permaneceu constan atender as suas finalidades.

O desenvolvimento comercial brasilei

— e havia Santos, a pouco mais de se

passado. Até 1861, com raras e.xceções,

tenta quilômetros.

a nossa balança comercial sempre foi desfavorável, e a partir de 1862 é que

Santos, assim, que

brando qualquer determinismo geográfi co, tomou-se o pôrto paulista e, depois, o pôrto brasileiro por excelência.

Já tivemos oportunidade de afirmar que o café criou o seu próprio sistema de transportes, — todas as ferrovias que

se espalham pelo território paulista, e mesmo aquelas que já ultrapassaram os seus limites, fundaram-se nas disponibi

lidades de capitais proporcionadas pelo desenvolvimento

da

lavoura cafeeira.

Alem disso, buscaram terras propícias ao "rush" cafeeiro ou destinaram-se a ser

vir outras onde a rubiácea já estava im

plantada. Foi o café, ainda, que deter minou a necessidade da transformação

dos ancoradouros primitivos que possuía

mos em portos devidamente aparelliados. Outras riquezas tiveram finalidade idên tica, e foi assim que, nos últimos anos

do século passado, só havia, no Brasil, dois portos aparelhados, o de Santos, impulsionado pela riqueza cafeeira, e o de Manaus, impulsionado pela riqueza gomífera. A borracha, entretanto, des caíu de sua grandeza econômica, áo passo que o café continuou a desenvol

ela, apoiada no café, inverteu, normal mente, essa relação,- a tal ponto que, em 1864, nas vésperas do início da guer

ra contra Lopez, só o café exportado da\'a para cobrir, em valor, toda a im portação dêsse mesmo ano. Foi esse desenvolvimento agrícola in

tenso, acompanhado por uma série de fatores que quase sempre seguem o enri quecimento, que determinou a necessi dade da transformação dos antigos an

coradouros em portos organizados. Todo

o regime de trocas, entre nós, desde a época colonial, fizera-se através desses ancoradouros, e acompanhando, cm portância, a marcha territorial da rique za.

Foi assim que surgiram os portos

açucareiros do Recife e do Salvador, o

pôrto algodoeiro de S. Luís do Mara nhão, o pôrto do ouro no Rio de Ja neiro.

Firmando-se na região cenlro-

sul, desde o advento da mineração, a civilização brasileira exigiria, desde que o" desenvolvimento cafeeiro se operou

nessa mesma região, portos aparelhados, na costa entre o Rio e Cananeia. Não


38

Dicesto Econômico

foi acompanhando a orla litorânea, e do

corrência para a construção do pôrto

lado interno da Serra do Mar, que o

de Santos, autorizou fôsse feito contrato,

café marchou para São Paulo?

para esse fim, com o proponente José Pinto de Oliveira e outros, com os quais

39

Dícesto Econômico

com que o govêmo atenderia, ou a ga rantias de juros que tivesse concedido, ou a despesas de portos cujas obras ti

ginário, se reservava o poder público o direito de encampar a concessão. Em

dezembro de 1922, já ^^encido aquêle

A preocupação da autoridade pública quanto ao aparelhamento portuário de-

o conselheiro Antônio da Silva Prado,

é, de que o próprio govêmo fôsse o fi

prazo, pois o capital reconhecido pelo govêmo federal como aplicado nas ins

nunciou-se precisamente nessa fase de

por parte do govêmo, firmou o aludido

nanciador. Essa taxa foi substituída, em

talações e aparelhamento do pôrto san-

expansão econômica. Já em 1866, o go

1934, pela cobrança de inipôsto adicio

tista elevava-se já a Cr$ 148.359.375,74,

verno concedia a Zôzimo Barroso e John

contrato, constiluindo-se a Empresa de Melhoramentos do Pôrto de Santos, da

nal de 10% sôbre os direitos aduaneiros,

havendo obras e realizações que, logo

James Foster permissão para construção e e.xploração de um pôrto na enseada de

firma Gaffré, Guinle & Cia. O regime da lei acima referida, entretanto, se pro

para o mesmo fim.

Mucuripe, na província do Ceará, pró

piciara contrato para as obras de Santos

ximo a Fortaleza, marco inicial da his

e de Manaus, não animara novos candi datos a outros portos. A lei do orçamento para 1887, de

tivessem seu custo reconhecido, eleva riam essa cifra a Cr$ 154.461.495,16. Ura ano depois o govêmo determinava o encerramento da conta de capital da

tória portuária brasileira.

Essa conces

são não foi aproveitada, porém, e a au

outubro do ano anterior, por isso mesmo, facultava ao govêmo ou torgar às empresas concessionárias

de portos "além das vantagens a que se refere a lei n.° 1.746, de

13 de outubro de 1869", a garan tia de juros e de amortização do

capital, para o que, nos portos toridade pública tentou, sucessivamente,

atrair capitais particulares para o em

preendimento, sob o regime de conces são. Em 1869, precisamente a 13 de

outubro, aparecia a lei n.° 1.740 que autorizava o govêmo a dar concessão

para construção e exploração de docas

e armazéns nos portos do Império. A lei não oferecia garantia de juros ou amortização e a tendência que ela fir mava era de que os concessionários en

contrassem na exploração portuária os recursos indispensáveis ao financiamen

to das obras. Não cessaram de aparecer candidatos a concessões portuárias, mas no terreno da realidade nada foi feito.

concedidos, seriam aplicadas, sôbre a importação e sôbre a exportação, taxas

"ad valorem" que, respectivamente, não deveriam exceder de 2% e 1%. Sob êsse regime é que se organizou a Companhia Docas do Rio de Janeiro, e foi êle tor nado extensivo, mais tarde, a todos os portos brasileiros, em seus detalhes, me nos, entretanto, no que se referia à

garantia de juros e amortização do capi tal empregado.

Entrou o govêmo federal, em 1903,

diretamente no setor do aparelhamento portuário, admitindo que as obras fôssem realizadas por administiração ou contrato e criou, então, uma taxa de 2%

Foi sob o regime da lei de 1869 que

ouro sôbre o valor da importação do

o governo imperial, depois de abrir con

estrangeiro, para constituição de fundos

vessem sido reahzadas por contrato, isto

A Companhia Docas de Snníos

O contraio originário da Companhia concessionária do pôrto de Santos espe

cificava a construção de pequeno trecho de cai.s, desde a rua Brás Cubas até o

extremo da ponte velha da "São Paulo Railway" e fixava o prazo de trinta e nove anos para a concessão. Em 1890, porém, ocorrendo a necessidade de pro longar o cais, acrescendo-o de mais 1.130 metros, ampliou o govêmo aquêle prazo para noventa anos e concedeu isen ção de impostos aduaneiros para os ma teriais necessários às construções decor

rentes e à exploração do serviço do

pôrto. Nova alteração no contrato foi feita, dois anos depois, decorrente de

concessionária em setembro de 1924.

Tal conta foi reaberta e reencerrada, outra vez, em 1936, abrindo-se a pri

meira conta de capital adicional. Em fins de 1945 e meados de 1946 j

o regime contratual da concessionária so

freu as alterações, ao nosso ver funda- | mentais, que se" marcaram, primeiro na

permissão para que a mesma arrecadasse a taxa de emergência referida pelo de

creto n.° 8.311, para financiar obras j no\'as e aquisições destinadas a novo ;

reaparelhamento do pôrto; segundo, na j extensão à concessionária da percepção ^

do produto do impòsto adicional de 10% novo pro^ongaijiento do cais e, em 1897, arrecadado na Alfândega santista, como tomava-se a concessionária obrigada a

tomar a .si os trabalhos de dragagem do pôrto, mediante indenização. Surgiu, depois, a modificação relativa à explora ção da fonte de energia elétrica do Ita-

tinga e fornecimento das sobras à cida de de Santos.

As demais merecerão

menção posterior.

Em janeiro de 1916 o govêmo fede ral fixou a data de 7 de novembro de

receita complementar do movimento. A situação atual do pôrto se concre

tiza na existência de uma extensão de cais de 5.171 metros, de 27 armazéns internos e de 25 externos, e do apare

lhamento portuário respectivo.

O ca

pital reconhecido eleva-se, agora, a Cr$ 275.164.955,00 e o ativo da empresa

atinge a Cr$ 469.061.744,10, conforme o último balanço. A renda bruta do tra

1912 para início do prazo decenal findo o qual, àe acôrdo com a lei de 1869, fego foi, no ano próximo findo, dc sob a qual fôra firmado o contrato ori Cr$ 244.135.294,10.


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Dicesto Econômico

foi acompanhando a orla litorânea, e do

corrência para a construção do pôrto

lado interno da Serra do Mar, que o

de Santos, autorizou fôsse feito contrato,

café marchou para São Paulo?

para esse fim, com o proponente José Pinto de Oliveira e outros, com os quais

39

Dícesto Econômico

com que o govêmo atenderia, ou a ga rantias de juros que tivesse concedido, ou a despesas de portos cujas obras ti

ginário, se reservava o poder público o direito de encampar a concessão. Em

dezembro de 1922, já ^^encido aquêle

A preocupação da autoridade pública quanto ao aparelhamento portuário de-

o conselheiro Antônio da Silva Prado,

é, de que o próprio govêmo fôsse o fi

prazo, pois o capital reconhecido pelo govêmo federal como aplicado nas ins

nunciou-se precisamente nessa fase de

por parte do govêmo, firmou o aludido

nanciador. Essa taxa foi substituída, em

talações e aparelhamento do pôrto san-

expansão econômica. Já em 1866, o go

1934, pela cobrança de inipôsto adicio

tista elevava-se já a Cr$ 148.359.375,74,

verno concedia a Zôzimo Barroso e John

contrato, constiluindo-se a Empresa de Melhoramentos do Pôrto de Santos, da

nal de 10% sôbre os direitos aduaneiros,

havendo obras e realizações que, logo

James Foster permissão para construção e e.xploração de um pôrto na enseada de

firma Gaffré, Guinle & Cia. O regime da lei acima referida, entretanto, se pro

para o mesmo fim.

Mucuripe, na província do Ceará, pró

piciara contrato para as obras de Santos

ximo a Fortaleza, marco inicial da his

e de Manaus, não animara novos candi datos a outros portos. A lei do orçamento para 1887, de

tivessem seu custo reconhecido, eleva riam essa cifra a Cr$ 154.461.495,16. Ura ano depois o govêmo determinava o encerramento da conta de capital da

tória portuária brasileira.

Essa conces

são não foi aproveitada, porém, e a au

outubro do ano anterior, por isso mesmo, facultava ao govêmo ou torgar às empresas concessionárias

de portos "além das vantagens a que se refere a lei n.° 1.746, de

13 de outubro de 1869", a garan tia de juros e de amortização do

capital, para o que, nos portos toridade pública tentou, sucessivamente,

atrair capitais particulares para o em

preendimento, sob o regime de conces são. Em 1869, precisamente a 13 de

outubro, aparecia a lei n.° 1.740 que autorizava o govêmo a dar concessão

para construção e exploração de docas

e armazéns nos portos do Império. A lei não oferecia garantia de juros ou amortização e a tendência que ela fir mava era de que os concessionários en

contrassem na exploração portuária os recursos indispensáveis ao financiamen

to das obras. Não cessaram de aparecer candidatos a concessões portuárias, mas no terreno da realidade nada foi feito.

concedidos, seriam aplicadas, sôbre a importação e sôbre a exportação, taxas

"ad valorem" que, respectivamente, não deveriam exceder de 2% e 1%. Sob êsse regime é que se organizou a Companhia Docas do Rio de Janeiro, e foi êle tor nado extensivo, mais tarde, a todos os portos brasileiros, em seus detalhes, me nos, entretanto, no que se referia à

garantia de juros e amortização do capi tal empregado.

Entrou o govêmo federal, em 1903,

diretamente no setor do aparelhamento portuário, admitindo que as obras fôssem realizadas por administiração ou contrato e criou, então, uma taxa de 2%

Foi sob o regime da lei de 1869 que

ouro sôbre o valor da importação do

o governo imperial, depois de abrir con

estrangeiro, para constituição de fundos

vessem sido reahzadas por contrato, isto

A Companhia Docas de Snníos

O contraio originário da Companhia concessionária do pôrto de Santos espe

cificava a construção de pequeno trecho de cai.s, desde a rua Brás Cubas até o

extremo da ponte velha da "São Paulo Railway" e fixava o prazo de trinta e nove anos para a concessão. Em 1890, porém, ocorrendo a necessidade de pro longar o cais, acrescendo-o de mais 1.130 metros, ampliou o govêmo aquêle prazo para noventa anos e concedeu isen ção de impostos aduaneiros para os ma teriais necessários às construções decor

rentes e à exploração do serviço do

pôrto. Nova alteração no contrato foi feita, dois anos depois, decorrente de

concessionária em setembro de 1924.

Tal conta foi reaberta e reencerrada, outra vez, em 1936, abrindo-se a pri

meira conta de capital adicional. Em fins de 1945 e meados de 1946 j

o regime contratual da concessionária so

freu as alterações, ao nosso ver funda- | mentais, que se" marcaram, primeiro na

permissão para que a mesma arrecadasse a taxa de emergência referida pelo de

creto n.° 8.311, para financiar obras j no\'as e aquisições destinadas a novo ;

reaparelhamento do pôrto; segundo, na j extensão à concessionária da percepção ^

do produto do impòsto adicional de 10% novo pro^ongaijiento do cais e, em 1897, arrecadado na Alfândega santista, como tomava-se a concessionária obrigada a

tomar a .si os trabalhos de dragagem do pôrto, mediante indenização. Surgiu, depois, a modificação relativa à explora ção da fonte de energia elétrica do Ita-

tinga e fornecimento das sobras à cida de de Santos.

As demais merecerão

menção posterior.

Em janeiro de 1916 o govêmo fede ral fixou a data de 7 de novembro de

receita complementar do movimento. A situação atual do pôrto se concre

tiza na existência de uma extensão de cais de 5.171 metros, de 27 armazéns internos e de 25 externos, e do apare

lhamento portuário respectivo.

O ca

pital reconhecido eleva-se, agora, a Cr$ 275.164.955,00 e o ativo da empresa

atinge a Cr$ 469.061.744,10, conforme o último balanço. A renda bruta do tra

1912 para início do prazo decenal findo o qual, àe acôrdo com a lei de 1869, fego foi, no ano próximo findo, dc sob a qual fôra firmado o contrato ori Cr$ 244.135.294,10.


'1^'

40

Dicesto EcoNó^^co

Crises portuárias

Um estudo do histórico da Compa

a efeito, contra tremenda oposição, a

mundo, particularmente no setor das

construção da linha da Sorocabana, en tre Mairinque c Santos, despendendo ne la cerca de trezentos mil conlo.s. Isto significa que a crise portuária deu um prejuízo capaz dc cobrir quase o dobro

trocas, em diversas épocas, mostra a rea

da construção de ferrovia de condições

nhia Docas de Santos, e do movimento

portuário, acompanhado do confronto

com a situação econômica do país e do

lidade de que jamais o porto santista esteve aparelhado para satisfazer as suas

finalidades. Uma coincidência, parti

dia.s que correm, e o aparelhamento pro- foi necessário prolongá-lo, estabelecengramadp, e que' vem sendo executado, do-se novo aditivo.. De reforma em pela concessionária, com financiamento reforma, de melhoramento em melhora que lhe c fornecido pela taxa referida mento, em quase sessenta anos de con cessão, chegamos a isto: pouco mais de DO decreto n.° 8.311, não estará, no cinco quilômetros de cais, guindastes pra2» em que pode estar pronto, em puxando porcentagem da carga prevista, condições de atender ao aumento pre vagões manobrados a alavanca, mano visto. Antes da guerra, o nioNamento má.ximo do pôrtp foi o do ano de 1939, bras ferroviária.s interrompendo a des e atingiu 4.296.035 toneladas. Veio o carga, descarga na faixa do cais, fila

técnicas particularmente difíceis e one rosas. Quando o porto se apro.ximava de

novo período dc crise, no fim da quarta década do século, teve lugar a derrocada eco

conflito, felizmente para a Companliia, e o movimento entrou em declínio. Em

normal das trocas, fixados cm gucrrsis p movírrientos armados ínfcmos.

1946, porém, atingia nível nunca visto; 4.826.439.

diato, e isso escondeu,

superior a sete milhões de toneladas,

movimento de carga indispensável ao

outra vez, as exalas

dentro de menos de dez anos.

Tudo

nosso comércio. Precisa sofrer^obras ra-<

proporções do desa-

indica, entretanto, que êssp total será ul trapassado. Para atender esse cresci

tantes do programa de abril do ano

mento acelerado, as obras de reapareIhamento, em vias de .execução, vão em

lhões de cruzeiros, mas aquelas que pos

ritmo vagaroso.

; vel crise portuária, e essa crise, transfc' rida peins évcntualiclades, com o conse

qüente decréscimo no comércio, prodllziu-se mais adiante, acarretando parü o pois, em particular paru São Paulo, um prejuízo estimado.em quinhentos milhões

de cruzeiros. Mais de um decênio após crise tão grave, o govêmo paulista levava

cava ter de atingir, dentro em pouco, níveis incompatíveis com o desapareIhamento portuário, irrompe a guerra cm 1939, descaindo aquêles níveis,

Não está ém condições de suportar o-

dicaís de aparelhamento, não as cons corrente, estimadas em quinlientos mi

O prolongamento do

sam transformá-lo em pôrto capaz de

cais ainda marcha nomialmente, mas a

atender as suas finalidades por alguns

construção dos "piors", de que há qua

lustros. Só uma solução administrativa

tro previstos, não traz esperança de me

poderá enfrentar tal problema, a en

lhores dias, visto que, deles, só o pn- campação, por parte do govêmo federal. rTjeiro está, ainda, em fase de concor

p, depois, o próprio Draeíl entra escondida pelos acontecimentos. Se veriíicarmo.s que o tráfego maríti

mo apenas c.slá se restabelecendo, após O maior conflito de todos os tempos, e

está apenas em crise de crescimento, de

N30 hà crísc portuária, a rigor, por que n lii.stóría do pórto dç Sanios é n

as coisas em escala grande, — e nao

história de uma crise piolongndo cm meio século, Nunca o pôrto e.steve apa

podemos cW^tciur so não tivermos por* uis iipiirelhaílfs, em partieul»r p"*-" «

relhado, e nfio há perspectivas, fiO mo

escoamento d» producãO cafpPÍr^

mento, do que o ostcjii, pata cnfrenlár

O recebimento das utilidades inclispensa-

ç<]nce.ssão, cm 1888, dois anos depois iyivií^ ; necessidade de um aditivo, nO contraio, pela necessidade de prolonga

tuaçHo do porto de Santos é grave. O seu aparelhamento atual não está ern

mento do cais. Construído ôsse prolon gamento, dois anos depois, outra vez,

condições de atender o movimento dos A

O Brasil, segundo todos esperamos,

rência.

a .situação que se avizinha. Iniciada a

mal vamos nos afastando doIS anos de .seu têrmo, podemos avaliar como a si-

WKkiú.V.:

As curvas de previsão in

dicam a posibilidade de um movimento

Sífuilc.lo anormal que se A primeira guerra mundial esccmdeu, culiíUto. te, — e, novamente, crise que so dlJuj

, pof uiM lustro, a incidência de formidá-

terrupção de escalas, fuga da cabota gem para o Rio de Janeiro... Santos é um pôrto. desaparelhado.

nômica de 1929, logo

Sem falar na cularmente feliz, para a concessionária, interrupção de suasjazia. atividades, por mo fez com que a arritmia entre o desen tivo da revolução constitucionalista, — volvimento do aparelhamento portuário quando o movimento voltava a adqui e o desenvolvimento da tonelagem a mo rir impulso ascendente, que tudo indi

tízou na intercorrência de fatôres cirf cunstanciais, perturbadores da marcha

imensa de navios, aumento de fretes, in

seguida do movimento armado do ano ime

parelhamento em que

vimentar ficasse, por diversas vêzes, obscurecida. Essa coincidência se concre-

41

Dicesto EcoNÓ^aco

mudança no ritmo econômico, — vistas

vels ao nosso desenvolvimento, Na si

tuação em que so encontra, O pôrln de Santos não ó uma peça de propu's"^'

iims uma pedra no nosso caminho, per turbando o ritmo da nossa evolução econômica.


'1^'

40

Dicesto EcoNó^^co

Crises portuárias

Um estudo do histórico da Compa

a efeito, contra tremenda oposição, a

mundo, particularmente no setor das

construção da linha da Sorocabana, en tre Mairinque c Santos, despendendo ne la cerca de trezentos mil conlo.s. Isto significa que a crise portuária deu um prejuízo capaz dc cobrir quase o dobro

trocas, em diversas épocas, mostra a rea

da construção de ferrovia de condições

nhia Docas de Santos, e do movimento

portuário, acompanhado do confronto

com a situação econômica do país e do

lidade de que jamais o porto santista esteve aparelhado para satisfazer as suas

finalidades. Uma coincidência, parti

dia.s que correm, e o aparelhamento pro- foi necessário prolongá-lo, estabelecengramadp, e que' vem sendo executado, do-se novo aditivo.. De reforma em pela concessionária, com financiamento reforma, de melhoramento em melhora que lhe c fornecido pela taxa referida mento, em quase sessenta anos de con cessão, chegamos a isto: pouco mais de DO decreto n.° 8.311, não estará, no cinco quilômetros de cais, guindastes pra2» em que pode estar pronto, em puxando porcentagem da carga prevista, condições de atender ao aumento pre vagões manobrados a alavanca, mano visto. Antes da guerra, o nioNamento má.ximo do pôrtp foi o do ano de 1939, bras ferroviária.s interrompendo a des e atingiu 4.296.035 toneladas. Veio o carga, descarga na faixa do cais, fila

técnicas particularmente difíceis e one rosas. Quando o porto se apro.ximava de

novo período dc crise, no fim da quarta década do século, teve lugar a derrocada eco

conflito, felizmente para a Companliia, e o movimento entrou em declínio. Em

normal das trocas, fixados cm gucrrsis p movírrientos armados ínfcmos.

1946, porém, atingia nível nunca visto; 4.826.439.

diato, e isso escondeu,

superior a sete milhões de toneladas,

movimento de carga indispensável ao

outra vez, as exalas

dentro de menos de dez anos.

Tudo

nosso comércio. Precisa sofrer^obras ra-<

proporções do desa-

indica, entretanto, que êssp total será ul trapassado. Para atender esse cresci

tantes do programa de abril do ano

mento acelerado, as obras de reapareIhamento, em vias de .execução, vão em

lhões de cruzeiros, mas aquelas que pos

ritmo vagaroso.

; vel crise portuária, e essa crise, transfc' rida peins évcntualiclades, com o conse

qüente decréscimo no comércio, prodllziu-se mais adiante, acarretando parü o pois, em particular paru São Paulo, um prejuízo estimado.em quinhentos milhões

de cruzeiros. Mais de um decênio após crise tão grave, o govêmo paulista levava

cava ter de atingir, dentro em pouco, níveis incompatíveis com o desapareIhamento portuário, irrompe a guerra cm 1939, descaindo aquêles níveis,

Não está ém condições de suportar o-

dicaís de aparelhamento, não as cons corrente, estimadas em quinlientos mi

O prolongamento do

sam transformá-lo em pôrto capaz de

cais ainda marcha nomialmente, mas a

atender as suas finalidades por alguns

construção dos "piors", de que há qua

lustros. Só uma solução administrativa

tro previstos, não traz esperança de me

poderá enfrentar tal problema, a en

lhores dias, visto que, deles, só o pn- campação, por parte do govêmo federal. rTjeiro está, ainda, em fase de concor

p, depois, o próprio Draeíl entra escondida pelos acontecimentos. Se veriíicarmo.s que o tráfego maríti

mo apenas c.slá se restabelecendo, após O maior conflito de todos os tempos, e

está apenas em crise de crescimento, de

N30 hà crísc portuária, a rigor, por que n lii.stóría do pórto dç Sanios é n

as coisas em escala grande, — e nao

história de uma crise piolongndo cm meio século, Nunca o pôrto e.steve apa

podemos cW^tciur so não tivermos por* uis iipiirelhaílfs, em partieul»r p"*-" «

relhado, e nfio há perspectivas, fiO mo

escoamento d» producãO cafpPÍr^

mento, do que o ostcjii, pata cnfrenlár

O recebimento das utilidades inclispensa-

ç<]nce.ssão, cm 1888, dois anos depois iyivií^ ; necessidade de um aditivo, nO contraio, pela necessidade de prolonga

tuaçHo do porto de Santos é grave. O seu aparelhamento atual não está ern

mento do cais. Construído ôsse prolon gamento, dois anos depois, outra vez,

condições de atender o movimento dos A

O Brasil, segundo todos esperamos,

rência.

a .situação que se avizinha. Iniciada a

mal vamos nos afastando doIS anos de .seu têrmo, podemos avaliar como a si-

WKkiú.V.:

As curvas de previsão in

dicam a posibilidade de um movimento

Sífuilc.lo anormal que se A primeira guerra mundial esccmdeu, culiíUto. te, — e, novamente, crise que so dlJuj

, pof uiM lustro, a incidência de formidá-

terrupção de escalas, fuga da cabota gem para o Rio de Janeiro... Santos é um pôrto. desaparelhado.

nômica de 1929, logo

Sem falar na cularmente feliz, para a concessionária, interrupção de suasjazia. atividades, por mo fez com que a arritmia entre o desen tivo da revolução constitucionalista, — volvimento do aparelhamento portuário quando o movimento voltava a adqui e o desenvolvimento da tonelagem a mo rir impulso ascendente, que tudo indi

tízou na intercorrência de fatôres cirf cunstanciais, perturbadores da marcha

imensa de navios, aumento de fretes, in

seguida do movimento armado do ano ime

parelhamento em que

vimentar ficasse, por diversas vêzes, obscurecida. Essa coincidência se concre-

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Dicesto EcoNÓ^aco

mudança no ritmo econômico, — vistas

vels ao nosso desenvolvimento, Na si

tuação em que so encontra, O pôrln de Santos não ó uma peça de propu's"^'

iims uma pedra no nosso caminho, per turbando o ritmo da nossa evolução econômica.


43

Dicesto Econômico

gido — e um tanto misterioso por outro

zinhar cães e gatos para dar de comer à população. Não se chegou, entretanto, a usá-los porque a população, faminta, atirava-se sôl?re a carne c a devorava

— mercado negro.

crua. Em 1870-71, existiu um mercado

Controle do Consumo e Mercado Negro Conferência proferida pelo prof. Louls Baudin, a 18 de abril de na Faculdade de Direito

de São Pau o, e sob os auspícios do Instituto de Economia da As

sociação Comercial de São Paulo e da Federação do Comércio do

Mas, desde logo, observo uma circuns tância curiosa e estranha.

Quer nos trabalhos mundialmente co

nhecidos, quer nos cursos das nossas

Estado de São Paulo.

Faculdades, o consumo é tratado sem

Seja-me permitido agradecer-vos sr

presidente do Instituto de Economia, as palavras elogiosas que acabam de sei

proferidas. Foram dilas em língua es

trangeira. Mas elogios, não há quero

» neu-a

»

-

V4V que mamil1e

orem. Todavia nessas palavra? quero Quero ver ver sobretudo uma prova . da .... ^

pat,a com que me distinguis e que

sim-

muito me desvanece.

É com profunda emoção que me en contro entre vós depois de todos êsses

anos de ausência. E que anos... Quan

grande relevo, sempre re'egado para se gundo plano e últimos parágrafos. No entanto, é questão essencial, uma vez

que não existe produção sem consumo.

Tomem-se trabalhos contemporâneos notáveis. Muito pouca coisa se encontra

sobre o assunto. Em Charles Gide, por .. . ^ exemplio, ihá/ tópicos sôbre o consumo.

Mas tratam de luxo e de cooperativa. Agora, após termos oportunidade, du

rante a ocupação alemã, de fazer expe riências de todos os tipos sôbre o con

Pexa, não restando a parte da população

francos ouro, por peça. Era negócio tão

Um consumo desse gênero deve, en-^ tretanto, obedecer a um plano racional

lucrativo que se chegou a amestrar buldogues para matá-los. Durante êsse período o consumo subiu a 25.523 ratos. Foi um peribdo de crise pior que a da ocupação. Não tenho estatísticas da épo ca. Mas da minha parte posso dizer que conheço bem o que seja.

Não quero insistir sôbre o doloroso papel representado pela fome na lústória. Também não quero acusar a Pro vidência. Ha um provérbio que diz: "A má colheita provém de Deus e a

fome provém dos homens". digno de meditação.

É bem

O meu intuito, esta noite, é explicar

do cada vez mais o cerco, iam penetran

incrível que nada de novo se anote.

do até a nossa inquebrantável cidade de Paris, quantas vêzes não pensei em vosso país. na sua beleza e no seu pro-

tores deixar passar em silêncio o consu mo, quando é certo que o consumo di

— na primeira parte — o que foi, na França sob a ocupação, o "consumidor dirigido", isto é, aquele que se mante ve dentro da lei, submisso às regulamen tações, e em seguida — na segunda parte — falarei sôbre o tipo de consu

gresso. Era como uma lembrança, como ' uma esperança, como um sonho, quase

como um ideal que me aparecia. Hoje esse ideal, graças a todos vós, tornou-se uma realidade para que eu pudesse, do

mais íntimo do meu coração, vir agra decer-vos e pudesse, enfim, renovar ve lhas amizades e entretecer novas es peranças.

O assunto de que tratarei esta noite

é evidentemente um tanto triste por

• um dos seus aspectos — consumo diri-

Não se compreende como podem os au rigido existiu desde os tempos mais remotos. Na Idade Média o espectro da fome estava sempre presente. Ora

midor

refratário

às regulamentações.

o consumo dirigido é inseparável da

Esta segunda parte será mais importante

fome.

que a primeira.

Se repassarmos a história de Paris, do nosso Paris, veremos ter existido épocas, e não muito longínquas, em que o flage lo da fome nos fez padecer atrozmente. Citarei apenas duas datas.

No fim de

uma das guerras de religião, exatamente em 1590, puseram-se nas esquinas das ruas grandes caldeirões destinados a co-

De fato, o mecanismo do

preço não poderia atuar normalmente sem que uma parte da população fosse condenada a morrer de fome. Os pre ços fatalmente teriam subido como uma

de ratos, no prédio da Prefejtura da cidade, que os vendia ao preço de 2

sumo dirigido e o mercado negro, é

tas vêzes, enquanto os alemães, fechan

consumo.

Comecemos, pois, pelo caso particular do consumidor dirigido.

Note-se que, numa época de sofri mento, em que os alemães faziam cortes catastróficos nos produtos alimentícios, numa época em que a produção estava reduzidíssima por falta de tudo, era normal se recorresse a uma direção do

outra alternativa senão a morte.

em seus mínimos detalhes.

Com relação à alimentação, por exem

plo, em períodos normais e de superabundància, não se percebe a que ponto temos realmente necessidade de coisas

diferentes e em quantidades variáveis.

Os especialistas em alimentação, os nutricionistas, ensinam-nos os princípios

orgânicos da sua famosa trilogia, ou seja: das proteínas ou albuminasj dos lipóides ou graxos; e dos gUcídeos ou hidrates de carbono.

Mas o principal a se notar aqui é que as proteínas não se acumulam. Isto quer dizer o seguinte: Absorvendo o organis

mo proteínas em quantidade maior do que as suas necessidades (o organis mo humano necessita de uma grama de proteína por quilo de peso do corpo), não faz reservas, mas elimina o excesso.

Se, pois, no dia seguinte não receber proteínas para absorver, fica o organis mo em estado de carência.

A educação das donas de casa devia

ser feita tendo em rista estes princípios. Isto para a França é muito necessário.

Quando se fala em higiene alimentar, em plano racional de consumo, é preciso estabelecer tudo em função do aprovei tamento, de modo a se fornecer ao or-


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Dicesto Econômico

gido — e um tanto misterioso por outro

zinhar cães e gatos para dar de comer à população. Não se chegou, entretanto, a usá-los porque a população, faminta, atirava-se sôl?re a carne c a devorava

— mercado negro.

crua. Em 1870-71, existiu um mercado

Controle do Consumo e Mercado Negro Conferência proferida pelo prof. Louls Baudin, a 18 de abril de na Faculdade de Direito

de São Pau o, e sob os auspícios do Instituto de Economia da As

sociação Comercial de São Paulo e da Federação do Comércio do

Mas, desde logo, observo uma circuns tância curiosa e estranha.

Quer nos trabalhos mundialmente co

nhecidos, quer nos cursos das nossas

Estado de São Paulo.

Faculdades, o consumo é tratado sem

Seja-me permitido agradecer-vos sr

presidente do Instituto de Economia, as palavras elogiosas que acabam de sei

proferidas. Foram dilas em língua es

trangeira. Mas elogios, não há quero

» neu-a

»

-

V4V que mamil1e

orem. Todavia nessas palavra? quero Quero ver ver sobretudo uma prova . da .... ^

pat,a com que me distinguis e que

sim-

muito me desvanece.

É com profunda emoção que me en contro entre vós depois de todos êsses

anos de ausência. E que anos... Quan

grande relevo, sempre re'egado para se gundo plano e últimos parágrafos. No entanto, é questão essencial, uma vez

que não existe produção sem consumo.

Tomem-se trabalhos contemporâneos notáveis. Muito pouca coisa se encontra

sobre o assunto. Em Charles Gide, por .. . ^ exemplio, ihá/ tópicos sôbre o consumo.

Mas tratam de luxo e de cooperativa. Agora, após termos oportunidade, du

rante a ocupação alemã, de fazer expe riências de todos os tipos sôbre o con

Pexa, não restando a parte da população

francos ouro, por peça. Era negócio tão

Um consumo desse gênero deve, en-^ tretanto, obedecer a um plano racional

lucrativo que se chegou a amestrar buldogues para matá-los. Durante êsse período o consumo subiu a 25.523 ratos. Foi um peribdo de crise pior que a da ocupação. Não tenho estatísticas da épo ca. Mas da minha parte posso dizer que conheço bem o que seja.

Não quero insistir sôbre o doloroso papel representado pela fome na lústória. Também não quero acusar a Pro vidência. Ha um provérbio que diz: "A má colheita provém de Deus e a

fome provém dos homens". digno de meditação.

É bem

O meu intuito, esta noite, é explicar

do cada vez mais o cerco, iam penetran

incrível que nada de novo se anote.

do até a nossa inquebrantável cidade de Paris, quantas vêzes não pensei em vosso país. na sua beleza e no seu pro-

tores deixar passar em silêncio o consu mo, quando é certo que o consumo di

— na primeira parte — o que foi, na França sob a ocupação, o "consumidor dirigido", isto é, aquele que se mante ve dentro da lei, submisso às regulamen tações, e em seguida — na segunda parte — falarei sôbre o tipo de consu

gresso. Era como uma lembrança, como ' uma esperança, como um sonho, quase

como um ideal que me aparecia. Hoje esse ideal, graças a todos vós, tornou-se uma realidade para que eu pudesse, do

mais íntimo do meu coração, vir agra decer-vos e pudesse, enfim, renovar ve lhas amizades e entretecer novas es peranças.

O assunto de que tratarei esta noite

é evidentemente um tanto triste por

• um dos seus aspectos — consumo diri-

Não se compreende como podem os au rigido existiu desde os tempos mais remotos. Na Idade Média o espectro da fome estava sempre presente. Ora

midor

refratário

às regulamentações.

o consumo dirigido é inseparável da

Esta segunda parte será mais importante

fome.

que a primeira.

Se repassarmos a história de Paris, do nosso Paris, veremos ter existido épocas, e não muito longínquas, em que o flage lo da fome nos fez padecer atrozmente. Citarei apenas duas datas.

No fim de

uma das guerras de religião, exatamente em 1590, puseram-se nas esquinas das ruas grandes caldeirões destinados a co-

De fato, o mecanismo do

preço não poderia atuar normalmente sem que uma parte da população fosse condenada a morrer de fome. Os pre ços fatalmente teriam subido como uma

de ratos, no prédio da Prefejtura da cidade, que os vendia ao preço de 2

sumo dirigido e o mercado negro, é

tas vêzes, enquanto os alemães, fechan

consumo.

Comecemos, pois, pelo caso particular do consumidor dirigido.

Note-se que, numa época de sofri mento, em que os alemães faziam cortes catastróficos nos produtos alimentícios, numa época em que a produção estava reduzidíssima por falta de tudo, era normal se recorresse a uma direção do

outra alternativa senão a morte.

em seus mínimos detalhes.

Com relação à alimentação, por exem

plo, em períodos normais e de superabundància, não se percebe a que ponto temos realmente necessidade de coisas

diferentes e em quantidades variáveis.

Os especialistas em alimentação, os nutricionistas, ensinam-nos os princípios

orgânicos da sua famosa trilogia, ou seja: das proteínas ou albuminasj dos lipóides ou graxos; e dos gUcídeos ou hidrates de carbono.

Mas o principal a se notar aqui é que as proteínas não se acumulam. Isto quer dizer o seguinte: Absorvendo o organis

mo proteínas em quantidade maior do que as suas necessidades (o organis mo humano necessita de uma grama de proteína por quilo de peso do corpo), não faz reservas, mas elimina o excesso.

Se, pois, no dia seguinte não receber proteínas para absorver, fica o organis mo em estado de carência.

A educação das donas de casa devia

ser feita tendo em rista estes princípios. Isto para a França é muito necessário.

Quando se fala em higiene alimentar, em plano racional de consumo, é preciso estabelecer tudo em função do aprovei tamento, de modo a se fornecer ao or-


44

ganismb alimentos de que necessita e nas quantidades assimiláveis.

Sabemos que o total dos alimentos

ingeridos deve fornecer uma certa quan tidade de calorias ao organismo. O nú mero de calorias necessárias varia, de acôrdo com a atividade do indivíduo, de 2.300 a 4.000 por dia.

Os números citados corresponderão ao limite mínimo que, segundo observações feitas, deve ser respeitado.

Que admirável gradação!

rc.spondcm à metade do mínimo neces

quantidade, etc.

sário.

Acresce ainda notar que os animais têm uma constituição particular. Mesmo que obtívéssemos todos êsses elementos e nas proporções requeridas, mesmo que tivéssemos a célebre pastilha de Berthelot, ainda assim não nos seria possível subsistir por nos faltar a alimentação de

mercados controlados, a elevação do

massa.

Esta alimentação de massa é

mentação aumentava assistia-se a uma

formada por alimentos que, embora inassímiláveis, podem produzir a sensação de

elevação automática do preço nos mer cados livres. Foi, por e.xemplo, o que

Lipóides 1.^ categoria: 67,5 grs. 2.^ categoria: 37 grs. 3.® categoria: 20 grs. Glicídeos

1.^ categoria: 470,5 grs. grs. grs.

2.'"^ categoria: 332 3." categoria: 198

Além disso êsses diferentes elementos

, homem A, isto é, adulto racionado', ca tegoria que existe na França.

Pois bem, sob a ocupação de 1942

■ ^ eis o racionamento de "proteínas, poi • dia", para essas três categorias: 1.® categoria: 99 grs. 2.® categoria: 66 grs. 3.^ categoria: 33 grs.

tavam êsses sais minerais:

Passando a outra classe de alimentos, temos o seguinte:

parecer muito seguros os dados citados.

Economia política, mas apenas de "ho mem racional"); 3.^ e,' enfim, a do

mercado lívTe reduzir-se cada vez mais.

de inflação e.xistem mercados livres e

Se considerarmos ainda que a qualida

memos apenas a média dos indivíduos

que a regulamentação se amplia vemos o

casos

de do pão era duvidosa, não nos devem

antes de 1940. Na França come-se em geral bem, havendo mesmo quem coma demasiadamente. Poderemos classificálos em três categorias, a saber: 1.^ a dos bons comedores: 2.a a do "homem economicus" ("economicus" aqui não está tomado no sentido que tem em

Há ainda

proteína absolutamente insuficiente. Cor-

alcançado I.ICQ calorias.

tuem tudo quanto o organismo precisa. Mas vejamos um outro exemplo. To

Sabemos que não é tudo.

Mas muito

menos admirável é o fato de represen tarem êsses mimeros uma quantidade de

prof. Balthazard, da Academia de Medi cina de Paris, em 1942-43 mal teríamos

- orgân COS a que me referi não consti

45

EcoNÓAnco

os sais minerais: fósforo, cálcio, etc. Fal

■jk No entanto, segundo os cálculos do

ti

Dicesto

Dicesto Eco^*6^aco

Os algarismos falam por si sós. isto é grave!

E

despendidos.

Nenhum

feridas

em

preço no mercado livre é tanto ma-s forte quanto mais restrita for a área do mercado livre".

É o mesmo fenômeno da água numa barragem.

Assim, pois, à medida que a regula

malmente.

400 frs. em começos

de mel que, de 15 frs. èm 1940, passou a de 1943.

ali

Além do que lhe

mentar nos encontrá

fornecia êsse mercado

vamos.

livre, socorria-se ain

insuficiência

dir-se-á:

ao

lado havia um mercado livrei

equilíbrios alimentares foi obser\'ado du

Sim, se

havia um mercado livTe, também deve ria haver leis econômicas atuando nesse

As

mercado livre.

vitaminas, indispensáveis à existência do

homem, são matérias infinitamente pe

E a primeira destas leis é a seguinte:

quenas que levam as letras mais co muns do alfabeto: A, B, C, etc., com

"O racionamento de fato atua como a taxação".

exceção das mais "extravagantes, que se

Ê evidente que o consumidor, que

As vitaminas também

necessita dos víveres de um mercado

faltavam-nos totalmente. Em virtude da falta do pão, do leite, não tínhamos a vitamina A, uma das mais importantes,

livre, cujos preços são muito elevados, há de reclamar pelo racionamento, pois, do contrário, será eliminado pela ele vação dos preços. E como os poderes públicos, para obedecerem a um plano dc conjunto, estão dispostos a atendê-los, intervém regulamentando. ,E à medida

dando como resultado carências orgâni cas muito graves sob a forma de pertur bações da visão, algumas vezes mesmo cegueira, formação de abcessos, etc.

l i%íl

"Quando em tempo

se deu com o quilo

Mas,

rante a ocupação.

chamam K e P.

Entra em jogo, então, a segunda lei,

que é a seguinte:

repleção e fazer com que todos os nossos órgãos funcionem nor

de

desses

Há ainda as famosas vitaminas.

descalcificação,

Eis em que estado

Mas não é tudo. Todos êsses ele mentos devem estar em uma certa rela ção, de acôrdo com a natureza dos es

forços

de

Havia então

da a população das grandes cidades da plantação das sireas dos pequenos jardins dos arredores e

dos gramados do Jardim Público de Paris.

Não era grande coisa.

Perfazia

tudo cerca de 35.000 hectares.

Lançava-se mão, também, dos coelhos

criados nos pátios das casas. Aliás essa

prática comprometia muito a higiene pú blica, pois a limpeza das coelheiras se fazia com grande dificuldade. Existiam ainda os pacotes, os paco tes de família, consistentes em supri

mentos que se trocavam diretamente de família para família. A entrega dêsses pacotes constituiu um dos aspectos característicos de Paris


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ganismb alimentos de que necessita e nas quantidades assimiláveis.

Sabemos que o total dos alimentos

ingeridos deve fornecer uma certa quan tidade de calorias ao organismo. O nú mero de calorias necessárias varia, de acôrdo com a atividade do indivíduo, de 2.300 a 4.000 por dia.

Os números citados corresponderão ao limite mínimo que, segundo observações feitas, deve ser respeitado.

Que admirável gradação!

rc.spondcm à metade do mínimo neces

quantidade, etc.

sário.

Acresce ainda notar que os animais têm uma constituição particular. Mesmo que obtívéssemos todos êsses elementos e nas proporções requeridas, mesmo que tivéssemos a célebre pastilha de Berthelot, ainda assim não nos seria possível subsistir por nos faltar a alimentação de

mercados controlados, a elevação do

massa.

Esta alimentação de massa é

mentação aumentava assistia-se a uma

formada por alimentos que, embora inassímiláveis, podem produzir a sensação de

elevação automática do preço nos mer cados livres. Foi, por e.xemplo, o que

Lipóides 1.^ categoria: 67,5 grs. 2.^ categoria: 37 grs. 3.® categoria: 20 grs. Glicídeos

1.^ categoria: 470,5 grs. grs. grs.

2.'"^ categoria: 332 3." categoria: 198

Além disso êsses diferentes elementos

, homem A, isto é, adulto racionado', ca tegoria que existe na França.

Pois bem, sob a ocupação de 1942

■ ^ eis o racionamento de "proteínas, poi • dia", para essas três categorias: 1.® categoria: 99 grs. 2.® categoria: 66 grs. 3.^ categoria: 33 grs.

tavam êsses sais minerais:

Passando a outra classe de alimentos, temos o seguinte:

parecer muito seguros os dados citados.

Economia política, mas apenas de "ho mem racional"); 3.^ e,' enfim, a do

mercado lívTe reduzir-se cada vez mais.

de inflação e.xistem mercados livres e

Se considerarmos ainda que a qualida

memos apenas a média dos indivíduos

que a regulamentação se amplia vemos o

casos

de do pão era duvidosa, não nos devem

antes de 1940. Na França come-se em geral bem, havendo mesmo quem coma demasiadamente. Poderemos classificálos em três categorias, a saber: 1.^ a dos bons comedores: 2.a a do "homem economicus" ("economicus" aqui não está tomado no sentido que tem em

Há ainda

proteína absolutamente insuficiente. Cor-

alcançado I.ICQ calorias.

tuem tudo quanto o organismo precisa. Mas vejamos um outro exemplo. To

Sabemos que não é tudo.

Mas muito

menos admirável é o fato de represen tarem êsses mimeros uma quantidade de

prof. Balthazard, da Academia de Medi cina de Paris, em 1942-43 mal teríamos

- orgân COS a que me referi não consti

45

EcoNÓAnco

os sais minerais: fósforo, cálcio, etc. Fal

■jk No entanto, segundo os cálculos do

ti

Dicesto

Dicesto Eco^*6^aco

Os algarismos falam por si sós. isto é grave!

E

despendidos.

Nenhum

feridas

em

preço no mercado livre é tanto ma-s forte quanto mais restrita for a área do mercado livre".

É o mesmo fenômeno da água numa barragem.

Assim, pois, à medida que a regula

malmente.

400 frs. em começos

de mel que, de 15 frs. èm 1940, passou a de 1943.

ali

Além do que lhe

mentar nos encontrá

fornecia êsse mercado

vamos.

livre, socorria-se ain

insuficiência

dir-se-á:

ao

lado havia um mercado livrei

equilíbrios alimentares foi obser\'ado du

Sim, se

havia um mercado livTe, também deve ria haver leis econômicas atuando nesse

As

mercado livre.

vitaminas, indispensáveis à existência do

homem, são matérias infinitamente pe

E a primeira destas leis é a seguinte:

quenas que levam as letras mais co muns do alfabeto: A, B, C, etc., com

"O racionamento de fato atua como a taxação".

exceção das mais "extravagantes, que se

Ê evidente que o consumidor, que

As vitaminas também

necessita dos víveres de um mercado

faltavam-nos totalmente. Em virtude da falta do pão, do leite, não tínhamos a vitamina A, uma das mais importantes,

livre, cujos preços são muito elevados, há de reclamar pelo racionamento, pois, do contrário, será eliminado pela ele vação dos preços. E como os poderes públicos, para obedecerem a um plano dc conjunto, estão dispostos a atendê-los, intervém regulamentando. ,E à medida

dando como resultado carências orgâni cas muito graves sob a forma de pertur bações da visão, algumas vezes mesmo cegueira, formação de abcessos, etc.

l i%íl

"Quando em tempo

se deu com o quilo

Mas,

rante a ocupação.

chamam K e P.

Entra em jogo, então, a segunda lei,

que é a seguinte:

repleção e fazer com que todos os nossos órgãos funcionem nor

de

desses

Há ainda as famosas vitaminas.

descalcificação,

Eis em que estado

Mas não é tudo. Todos êsses ele mentos devem estar em uma certa rela ção, de acôrdo com a natureza dos es

forços

de

Havia então

da a população das grandes cidades da plantação das sireas dos pequenos jardins dos arredores e

dos gramados do Jardim Público de Paris.

Não era grande coisa.

Perfazia

tudo cerca de 35.000 hectares.

Lançava-se mão, também, dos coelhos

criados nos pátios das casas. Aliás essa

prática comprometia muito a higiene pú blica, pois a limpeza das coelheiras se fazia com grande dificuldade. Existiam ainda os pacotes, os paco tes de família, consistentes em supri

mentos que se trocavam diretamente de família para família. A entrega dêsses pacotes constituiu um dos aspectos característicos de Paris


46

da ocupação.

DICESTO EC0NÓ3küC0

Um espetáculo de que

os parisienses jamais se esquecerão é

tânea. Existiram filas na revolução, na Rússia, a ponto de um bom observador

èsse desfile de carrinhos pelas grandes artérias vazias, para distribuição dos pa

"país da fila".

cotes a domicílio,.

Mas tudo isso causava aos parisien ses um enorme mal-estar. Principalmen

dêsse pais, C. Hoover, cognominá-la de Em Paris dístinguiam-se duas espé cies de fila.

cada vez mais acentuada. Eram as filas

para distribuição de cartões de racio namento do petróleo, do carvão, do calçado, da roupa, etc. Davam lugar ao aliás muito natural nessas circunstâncias.

preços. A substituição na fila de Touíouse, em 1942, para o abastecimento,

mavam-se às portas dos armazéns em

dificuldades, a situação era penosissima. Indivíduos como os intelectuais, poi exemplo, enfim todos aquêles melhor or ganizados socialmente falando, que es tão habituados a se servir apenas das

virtude da circun.stãncia de se abrirem

família na fila. Se a fila começava, poi

êstes apenas a certas horas e por tem po limitado. Aliás parece que os co merciantes tinham a sensação de que

exemplo, às duas horas da tarde, vinha em primeiro lugar o irmão mais moço;

tema.

Houve sérios acidentes em conseqüên cia de sub-alimentação em que foram vitimas estudantes, empregados no corriércio, etc. Vi muitos casos de falta de

memória, de desmaios,^ntre os estudan tes. Contadores cometiam erros de cál culo que nunca Uies ocorrera antes.

E tudo isso" não servia sequer para operar uma seleção racional entre os

consumidores, de modo a impedir o fun cionamento do mecan'smo dos preços. A prova de que esta seleção realmen te não bastava está na existência das filas, fenômeno que deveis conhecer

bem, ao menos pelo seu aspecto ex

essas filas, formadas nas calçadas, d"ante

êste cedia o lugar ao segundo, o segun do ao terceiro e assim por diante até

de seus estabelecimentos, lhes davam um

que chegasse a vez de vir o pai substi

certo prestígio, um ar de preferência... O público, no entanto, nem sempre con seguia ser servido, apesar de munido de

tuí-los e por último a mãe, n tia, a

cartão de racionamento.

O sistema de

distribuição era precário. Mas o público não desistia na convicção de que os que

O preço na fila dá uma idéia do custo. Há uma grande diversidade de

te para quem não soubesse sair-se das

sabiam mover-se nesse emaranhado sis

não é impossível tvaüar-se o seu custo, pois existia um preço para compra de lugar nas filas.

estabelecimento de um certo favoritismo, Um detalhe interessante a notar é o revesamento dos diferentes membros da

fontes legítimas, estavam irremediávelmente destinados a morrer de fome. Não

Uma, era a fila dos alimentos. For-

47

Dicesto Econômico

custava 40 frs. Na fila de Nice, para

compra de passagens de trem, 400 frs. Como vêem, são enormes as margens

entre os preços de substituição. A fila para passagens de estradas de ferro era uma das mais dramáticas, dada a re

Uma fila pitoresca era n fila de sur-

dução dos transportes. Como a venda das passagens começasse a ser feita, no verão, às 7 horas da manhã, a fila co meçava a se formar de véspera, as 5

prêsa. Via-se, por exemplo, um cami nhão parar diante de um armazém. Não

assim, a noite na Estação esperando

avó, etc.

horas da tarde.

As pessoas passavam,

se sabia o que trazia. Era uma surprôsa

a sua vez. Havia também pessoas que

chegavam primeiro eram mellior ser

talvez.

se incumbiam de distrair os ocupantes

vidos, levando ps últimos o pior pedaço. Devo confessar, entretanto, que cer

fila e muitas vêzes, com grande sur

da fila, fazendo cantatas com orquestras

presa geral, nada havia.

improvisadas.

tas parisienses acabaram por encontrar uma especial satisfação nessas filas. Era

o salão onde se discutiam as novidades, falsas ou verdadeiras. Existia apenas um perigo. Aliás às vêzes com dolorosas conseqüências. É que no calor dos co mentários, exaltando-se, levantavam a

voz. Não se apercebiam então da apro ximação de alguém que. de mansinho,

Começava então a formar-se a

Os estudantes também se divertiam

Mas, índagareis, não se poderiam proi

em formar fila. Paravam, por exemplo, diante de uma quitanda. Dentro de

bir as filas? De fato, em dado momen

poucos momentos lá estava uma cauda

nesse sentido. Não se tinha mais o di reito de entrar na fila senão meia hora antes da abertura do armazém. O resul tado foi desastroso. Quando se suprime

enorme sem que ninguém soubesse afi nal porque ali se postara. Éstes eram os aspectos pitorescos da fila.

to pensou-se nisso e baixou-se a ordem

um processo de seleção, logo surge ou tro para substituí-lo. Mas o sucedâneo improvisado deu resultados piores. As pessoas ficavam passeando pelas ime

A fila servia de complemento a êste sistema de economia dirigida em maté

lhes batia no ombro, convidando-as a acompanhá-lo à Polícia onde teriam de prestar declarações e de onde talvez

Mas, se refletirmos um pouco chega remos a ver o incalculável preço que lhe custava! Preço não puramente mo netário, mas um preço não aparente,

ria de alimentação. Não constitui ne nhuma inovação. Existe em tôdas as

nunca voltassem. Aquela momentânea alegria se apagava então.

que não podemos esquecer: a perda de tempo, a fadiga, os sacrifícios. Tudo a

diações dos armazéns, fazendo hora para entrar na fila. Ao soar o apito, precipi tavam-se em desabalada corrida para

'partes, seja para transporte, para ali mentos, vestuário ou o que quer que seja. É um processo de seleção espon-

quanto montará?!

o local da fila.

nistrativas, formadas nas escolas, nas

• A fila é um sistema de seleção muito

encontrões, . saindo muitas delas feri

repartições públicas, e de importância

primitivo. No entanto, se bem difícil,

das.

terior.

O segundo tipo era o das filas admi

Havia empurrões,


46

da ocupação.

DICESTO EC0NÓ3küC0

Um espetáculo de que

os parisienses jamais se esquecerão é

tânea. Existiram filas na revolução, na Rússia, a ponto de um bom observador

èsse desfile de carrinhos pelas grandes artérias vazias, para distribuição dos pa

"país da fila".

cotes a domicílio,.

Mas tudo isso causava aos parisien ses um enorme mal-estar. Principalmen

dêsse pais, C. Hoover, cognominá-la de Em Paris dístinguiam-se duas espé cies de fila.

cada vez mais acentuada. Eram as filas

para distribuição de cartões de racio namento do petróleo, do carvão, do calçado, da roupa, etc. Davam lugar ao aliás muito natural nessas circunstâncias.

preços. A substituição na fila de Touíouse, em 1942, para o abastecimento,

mavam-se às portas dos armazéns em

dificuldades, a situação era penosissima. Indivíduos como os intelectuais, poi exemplo, enfim todos aquêles melhor or ganizados socialmente falando, que es tão habituados a se servir apenas das

virtude da circun.stãncia de se abrirem

família na fila. Se a fila começava, poi

êstes apenas a certas horas e por tem po limitado. Aliás parece que os co merciantes tinham a sensação de que

exemplo, às duas horas da tarde, vinha em primeiro lugar o irmão mais moço;

tema.

Houve sérios acidentes em conseqüên cia de sub-alimentação em que foram vitimas estudantes, empregados no corriércio, etc. Vi muitos casos de falta de

memória, de desmaios,^ntre os estudan tes. Contadores cometiam erros de cál culo que nunca Uies ocorrera antes.

E tudo isso" não servia sequer para operar uma seleção racional entre os

consumidores, de modo a impedir o fun cionamento do mecan'smo dos preços. A prova de que esta seleção realmen te não bastava está na existência das filas, fenômeno que deveis conhecer

bem, ao menos pelo seu aspecto ex

essas filas, formadas nas calçadas, d"ante

êste cedia o lugar ao segundo, o segun do ao terceiro e assim por diante até

de seus estabelecimentos, lhes davam um

que chegasse a vez de vir o pai substi

certo prestígio, um ar de preferência... O público, no entanto, nem sempre con seguia ser servido, apesar de munido de

tuí-los e por último a mãe, n tia, a

cartão de racionamento.

O sistema de

distribuição era precário. Mas o público não desistia na convicção de que os que

O preço na fila dá uma idéia do custo. Há uma grande diversidade de

te para quem não soubesse sair-se das

sabiam mover-se nesse emaranhado sis

não é impossível tvaüar-se o seu custo, pois existia um preço para compra de lugar nas filas.

estabelecimento de um certo favoritismo, Um detalhe interessante a notar é o revesamento dos diferentes membros da

fontes legítimas, estavam irremediávelmente destinados a morrer de fome. Não

Uma, era a fila dos alimentos. For-

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Dicesto Econômico

custava 40 frs. Na fila de Nice, para

compra de passagens de trem, 400 frs. Como vêem, são enormes as margens

entre os preços de substituição. A fila para passagens de estradas de ferro era uma das mais dramáticas, dada a re

Uma fila pitoresca era n fila de sur-

dução dos transportes. Como a venda das passagens começasse a ser feita, no verão, às 7 horas da manhã, a fila co meçava a se formar de véspera, as 5

prêsa. Via-se, por exemplo, um cami nhão parar diante de um armazém. Não

assim, a noite na Estação esperando

avó, etc.

horas da tarde.

As pessoas passavam,

se sabia o que trazia. Era uma surprôsa

a sua vez. Havia também pessoas que

chegavam primeiro eram mellior ser

talvez.

se incumbiam de distrair os ocupantes

vidos, levando ps últimos o pior pedaço. Devo confessar, entretanto, que cer

fila e muitas vêzes, com grande sur

da fila, fazendo cantatas com orquestras

presa geral, nada havia.

improvisadas.

tas parisienses acabaram por encontrar uma especial satisfação nessas filas. Era

o salão onde se discutiam as novidades, falsas ou verdadeiras. Existia apenas um perigo. Aliás às vêzes com dolorosas conseqüências. É que no calor dos co mentários, exaltando-se, levantavam a

voz. Não se apercebiam então da apro ximação de alguém que. de mansinho,

Começava então a formar-se a

Os estudantes também se divertiam

Mas, índagareis, não se poderiam proi

em formar fila. Paravam, por exemplo, diante de uma quitanda. Dentro de

bir as filas? De fato, em dado momen

poucos momentos lá estava uma cauda

nesse sentido. Não se tinha mais o di reito de entrar na fila senão meia hora antes da abertura do armazém. O resul tado foi desastroso. Quando se suprime

enorme sem que ninguém soubesse afi nal porque ali se postara. Éstes eram os aspectos pitorescos da fila.

to pensou-se nisso e baixou-se a ordem

um processo de seleção, logo surge ou tro para substituí-lo. Mas o sucedâneo improvisado deu resultados piores. As pessoas ficavam passeando pelas ime

A fila servia de complemento a êste sistema de economia dirigida em maté

lhes batia no ombro, convidando-as a acompanhá-lo à Polícia onde teriam de prestar declarações e de onde talvez

Mas, se refletirmos um pouco chega remos a ver o incalculável preço que lhe custava! Preço não puramente mo netário, mas um preço não aparente,

ria de alimentação. Não constitui ne nhuma inovação. Existe em tôdas as

nunca voltassem. Aquela momentânea alegria se apagava então.

que não podemos esquecer: a perda de tempo, a fadiga, os sacrifícios. Tudo a

diações dos armazéns, fazendo hora para entrar na fila. Ao soar o apito, precipi tavam-se em desabalada corrida para

'partes, seja para transporte, para ali mentos, vestuário ou o que quer que seja. É um processo de seleção espon-

quanto montará?!

o local da fila.

nistrativas, formadas nas escolas, nas

• A fila é um sistema de seleção muito

encontrões, . saindo muitas delas feri

repartições públicas, e de importância

primitivo. No entanto, se bem difícil,

das.

terior.

O segundo tipo era o das filas admi

Havia empurrões,


48

Dicesto Econômico

Ê lima significativa ilustração das leis

econômicas e dos processos de seleção. Agora, o que vemos? Êsse consumi

dor descontente com todos os processos adotados, mas que, não obstante, não foi eliminado e não se conforma, como

tio, um parente afastado qualquer, resi

dente no campo. Localizado o parente, passava-se a tomar interôssc pela sua sorte. Procurava-se conseguir lhe fossem

vai agir? Dispõe de muitos sistemas, um dos quais será o das suas relações

feitas remessas de pacotes.

pessoais.

nada fácil, pois importava em uma série de pesquisas do mais alto interesse sôbre

O mecanismo do preço é uma mara

Desenvol

via-se uma tática de conquista, aliás

Examinemos agora um outro processo: o das "trocas" diretas.

1.

As trocas encontram a barreira

do racionamento.

Em tôdas as épocas

críticas as trocas sofrem um processo

de retificação. São as trocas retificadas da economia dirigida. Uma economia dirigida é sempre uma

economia simplificada.

Ê preciso ler

ponês, a fim de convence-lo a consen

sempre presente ao espírito ser impos sível dirigir uma economia, em maté

bera o indivíduo porque ejpste o ho

tir na venda de meia dúzia de ovos.

ria alimentar, porque um racionamento

mem anônimo na transação.

Falava-se do tempo, da terra, dos ami

nunca poderá ser estabelecido de forma

gos, da sua propriedade. .Indagava-se da sua saúde, dos filhos, e assim pouco a pouco ia-se chegando ao assunto prin cipal, à finalidade da visita. Era preciso

a atender às diferen

vilha que só se compreendeu bem sob a ocupação.

I

abastecimento era um problema terrível. Tinha-se de descobrir, a todo custo, um

49

Dicesto EcoNÓRnco

O mecanismo do preço li

Com os sistemas adotados voltou-se a um estádio em que as transações dei

xaram de ser anônimas. As relações pas saram a encetar-se de indivíduo para

indivíduo. Evidentemente sempre hou ve relaçõçs pessoais como, por exem plo, no caso do pequeno comerciante que tem um monopólio de fato.

Mas

o campo aí é relativamente limitado.

Sob a ocupação as relações pessoais tornaram-se muito estreitas, graças ao mecanismo da inscrição. O consumidor era obrigado a se inscrever com um co merciante. Ora, desejando ser servido,

procurava logo conquistar as boas gra ças do fornecedor.

A dona de casa

lançava mão de seu melhor sorriso para catívá-!o. Interessava-se pela família, procurava prestar-lhe pequenos serviços,

tudo com o intuito de obter vantagens, mais ou menos clandestinas, para o abastecimento da família.

• Estabeleceram-se também

relações

pessoais entre a cidade e o campo. Para as famílias numerosas, em particular, o

a melhor maneira de abordar o cam

para não falhar. É o que se chamava de "pesca" de relações pessoais. Uma

Não é só uma questão

sado era então obrigado a preencher

abster-se de manteiga

por êle tôdas estas pequenas tarefas que

sem que o organismo

são da alçada do comerciante. O custo

venha a sofrer com isso; há outros que,

de tudo isso era enorme.

ao contrário, podem adoecer. Há tam

das "solas dos sapatos" até n perda de tempo, bem inestimável para uma fa mília pequena.

O indivíduo, por e.xemp!o, que dis põe de certo número de "coupons" para sa

Ora é

de gôsto. Há diferen ças orgânicas. Há in divíduos que podem

de sacrifícios, desde a falta de descanso

rigida.

patos, mas não preci

vez encetadas as relações, obtido o que

que por força das circunstâncias passa ram a ser executadas diretamente pelos interessados, impono^o-Ihes toda sorte

necessário para satisfazer às suas neces sidades. É impossível, pois, impedir a retificação das trocas na economia di

sa de sapatos e, sim de chapéus, troca os seus "coupons" com alguém que não quei ra chapéu, mas pre cisa de sapatos, e as

se desejava, não estava findo o caso. O camponês não sabia fazer o pacote, não sabia escrever o endereço. O interes

mente, incumbem tôdas essas funções

Adapta a sua tabela à sua escala de preferências e procura obter o que julga

mamos de escala de

impossível e.xistir uma distribuição global.

Ao comerciante, normal

ferências. O que faz então? Retifica-a.

que em economia cha preferências.

comerciante.

recebe uma tabela de racionamento que não coincide com a sua escala de pre

ças pessoais, isto é, ao

muita arte, agir com muita argúcia

Foi, então, que se ficou compreen dendo bem a importância do papel do

Ora, numa economia dirigida o ra

cionamento é feito para a totalidade do grupo. Por conseguinte, cada indivíduo

sim por diante. 2. Vejamos agora

um segundo caso de

"

bém a questão de saúde, de resistência de acôrdo com o sexo, a idade. Nessas condições, como impor um pa drão de troca?

Digamos que eu me dirija, por exem plo, aos estudantes e lhes peça para me

apresentarem a sua escala de preferên cias.' Digamos que eu repita o mesmo

pedido a vários outros indivíduos. Pe los resultados obtidos verificarei que as

escalas de preferências variam de indi víduo para indivíduo.

retificação de trocas, muito mais gra\'e. Em certo momento as trocas passaram a ser feitas entre a cidade e o campo.

Isto é muito importante, ao mesmo tem

po que forneceu oportimidade para uma boa parte da população se transformar em turista.

Não tendo os moradores da cidade o

que trocar em espécie de forma a conse guir os alimentos de que tinham ne cessidade, começaram a voltar énlão as

suas vistas para o campo.

A formáção dèsses preços de. troca é muito interessante do ponto de vista


48

Dicesto Econômico

Ê lima significativa ilustração das leis

econômicas e dos processos de seleção. Agora, o que vemos? Êsse consumi

dor descontente com todos os processos adotados, mas que, não obstante, não foi eliminado e não se conforma, como

tio, um parente afastado qualquer, resi

dente no campo. Localizado o parente, passava-se a tomar interôssc pela sua sorte. Procurava-se conseguir lhe fossem

vai agir? Dispõe de muitos sistemas, um dos quais será o das suas relações

feitas remessas de pacotes.

pessoais.

nada fácil, pois importava em uma série de pesquisas do mais alto interesse sôbre

O mecanismo do preço é uma mara

Desenvol

via-se uma tática de conquista, aliás

Examinemos agora um outro processo: o das "trocas" diretas.

1.

As trocas encontram a barreira

do racionamento.

Em tôdas as épocas

críticas as trocas sofrem um processo

de retificação. São as trocas retificadas da economia dirigida. Uma economia dirigida é sempre uma

economia simplificada.

Ê preciso ler

ponês, a fim de convence-lo a consen

sempre presente ao espírito ser impos sível dirigir uma economia, em maté

bera o indivíduo porque ejpste o ho

tir na venda de meia dúzia de ovos.

ria alimentar, porque um racionamento

mem anônimo na transação.

Falava-se do tempo, da terra, dos ami

nunca poderá ser estabelecido de forma

gos, da sua propriedade. .Indagava-se da sua saúde, dos filhos, e assim pouco a pouco ia-se chegando ao assunto prin cipal, à finalidade da visita. Era preciso

a atender às diferen

vilha que só se compreendeu bem sob a ocupação.

I

abastecimento era um problema terrível. Tinha-se de descobrir, a todo custo, um

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Dicesto EcoNÓRnco

O mecanismo do preço li

Com os sistemas adotados voltou-se a um estádio em que as transações dei

xaram de ser anônimas. As relações pas saram a encetar-se de indivíduo para

indivíduo. Evidentemente sempre hou ve relaçõçs pessoais como, por exem plo, no caso do pequeno comerciante que tem um monopólio de fato.

Mas

o campo aí é relativamente limitado.

Sob a ocupação as relações pessoais tornaram-se muito estreitas, graças ao mecanismo da inscrição. O consumidor era obrigado a se inscrever com um co merciante. Ora, desejando ser servido,

procurava logo conquistar as boas gra ças do fornecedor.

A dona de casa

lançava mão de seu melhor sorriso para catívá-!o. Interessava-se pela família, procurava prestar-lhe pequenos serviços,

tudo com o intuito de obter vantagens, mais ou menos clandestinas, para o abastecimento da família.

• Estabeleceram-se também

relações

pessoais entre a cidade e o campo. Para as famílias numerosas, em particular, o

a melhor maneira de abordar o cam

para não falhar. É o que se chamava de "pesca" de relações pessoais. Uma

Não é só uma questão

sado era então obrigado a preencher

abster-se de manteiga

por êle tôdas estas pequenas tarefas que

sem que o organismo

são da alçada do comerciante. O custo

venha a sofrer com isso; há outros que,

de tudo isso era enorme.

ao contrário, podem adoecer. Há tam

das "solas dos sapatos" até n perda de tempo, bem inestimável para uma fa mília pequena.

O indivíduo, por e.xemp!o, que dis põe de certo número de "coupons" para sa

Ora é

de gôsto. Há diferen ças orgânicas. Há in divíduos que podem

de sacrifícios, desde a falta de descanso

rigida.

patos, mas não preci

vez encetadas as relações, obtido o que

que por força das circunstâncias passa ram a ser executadas diretamente pelos interessados, impono^o-Ihes toda sorte

necessário para satisfazer às suas neces sidades. É impossível, pois, impedir a retificação das trocas na economia di

sa de sapatos e, sim de chapéus, troca os seus "coupons" com alguém que não quei ra chapéu, mas pre cisa de sapatos, e as

se desejava, não estava findo o caso. O camponês não sabia fazer o pacote, não sabia escrever o endereço. O interes

mente, incumbem tôdas essas funções

Adapta a sua tabela à sua escala de preferências e procura obter o que julga

mamos de escala de

impossível e.xistir uma distribuição global.

Ao comerciante, normal

ferências. O que faz então? Retifica-a.

que em economia cha preferências.

comerciante.

recebe uma tabela de racionamento que não coincide com a sua escala de pre

ças pessoais, isto é, ao

muita arte, agir com muita argúcia

Foi, então, que se ficou compreen dendo bem a importância do papel do

Ora, numa economia dirigida o ra

cionamento é feito para a totalidade do grupo. Por conseguinte, cada indivíduo

sim por diante. 2. Vejamos agora

um segundo caso de

"

bém a questão de saúde, de resistência de acôrdo com o sexo, a idade. Nessas condições, como impor um pa drão de troca?

Digamos que eu me dirija, por exem plo, aos estudantes e lhes peça para me

apresentarem a sua escala de preferên cias.' Digamos que eu repita o mesmo

pedido a vários outros indivíduos. Pe los resultados obtidos verificarei que as

escalas de preferências variam de indi víduo para indivíduo.

retificação de trocas, muito mais gra\'e. Em certo momento as trocas passaram a ser feitas entre a cidade e o campo.

Isto é muito importante, ao mesmo tem

po que forneceu oportimidade para uma boa parte da população se transformar em turista.

Não tendo os moradores da cidade o

que trocar em espécie de forma a conse guir os alimentos de que tinham ne cessidade, começaram a voltar énlão as

suas vistas para o campo.

A formáção dèsses preços de. troca é muito interessante do ponto de vista


'í V, ;yi

50

Digesto EcoNÓiaco

da economia. Pode-se acreditar, à pri meira vista, que a teoria a se aplicai

camponeses davam preferencia ao cho

dois monopólios: o da compra e o da venda. Nessas condições o preç-o é in

feria a manteiga. Que fez? Cito os números exatos: Com uma ração de 250 grs. de chocolate obteve dos cam poneses uma libra de manteiga. Com essa libra de manteiga obteve, nu cida de, 375 grs. de cbocolute. Com êsse chocolate voltou ao campo e obteve uma

mites extremos, a saber: o limite supe rior em que uma das partes, o compra dor, renuncia à transação, e o inferior, em que renuncia a outra parte, o ven-

dedor. Entre êsses dois liimtes é ira-

possível prever-se o preço, pois há duas

^ condições subjetivas: impossibilidade de espera e habilidade das partes. Entre tanto, não é caso de monopólio bilateral

colate enquanto a gente da cidade pre

libra e meia de manteiga. De regresso à cidade conseguiu 550 grs. de choco

51

Dicesto Econômico

Há uma série de obscr\açõcs muito curosas:

Em dado momento a moeda reapa receu.

Mas exatamente isso prova que

teriais. No primeiro caso ora a troca de "coupons" por "coupons". No segun do caso, tínhamos a troca de "mercado rias" por "mercadorias". No terceiro caso a "mercadoria" passou a fazer parte

integrante da "troca", tomando-se ass m uma verdadeira moeda.

Em Paris e.xistia o que se chama de

late, etc.

Tudo isso é muito instrutivo. Há es

"bouillon

aii

Kub".

Consiste

mms

peculação quando liá disparidade, quan

Neste caso há discussões, há uma con

do há desnível dos preços e quando liá

para fazer sopa. Custavam esses "bouil-

venção coletiva, etc.

possibilidade de transporte.

lons" 2,50 frs. meia dúzia.

passaram a servir de moeda cada um

O que se observa, pois, é a existên cia habitual de trocas geogràficamente estabelecidas, isto é, localizadas era de terminados centros.

- Mesmo no caso da troca de cartões ou

coupons" êste costume manteve-se

inalterado. Dizia-se correntemente, por exemplo: Nos subúrbios do Norte tro

cam-se tantos quilos de açúcar por tantas garrafas de vinho. Obedecia-se

a uma certa norma. E aquele que se não .submetesse à norma era considerado como um fraudador. Graças a êsse julgamento de valor evitaram-se certas especulações.

Mas, vejamos como funcionou na França o mecanismo das trocas não mais localizadas geogràficamente.

Um jovem, por exemplo, que dispu-

nha de uma determinada ração de cho■ colute, sabia que havia uma diferenço

Natural

mente, o jovem do caso citado dispu nha de uma bicicleta e podia fazer essas viagens com relativa facilidade.

Para outras trocas havia bases esta belecidas.

Uma troca muito freqüente era, por exemplo, a de massas por garrafas de vinho. Tomando-se por base a ração

uma libra de massa seria trocada por 4 garrafas de vinho. Tomando-se por base o preço, seria trocada por uma garrafa de vinho. Mas se se tomasse por base calorias, devia ser trocada por 3 garrafas de vinho. Por êsse resulta do verifica-sé que a base era flutuante e, não obstante, a lei econômica con tinua a átuar.

Um centro de trocas de açúcar era a região do Norte, Esta região co meçou a ser sèriamente controlada. Ime

diatamente a taxa da "troca" mudou.

de uma certa* quantidade de cobre, de que tinha necessidade. A troca dessa natureza, portanto, não só foi considerada como legal mas até recomendada.

as trocas eram feitas entre coisas ma

cubos alimentícios que se põem na água

como, por ex., no caso dos salários.

,

Os

e a teoria do monopólio bilateral. Pràticaraente teremos de lançar mão de

determinado, pelo menos entre dois li

■, . í

de valor relativo entre a manteiga e o chocolate, no campo c na cidade.

Quando

começou a ser cotado a 50 cêntimos,

portanto, a 3 frs. a meia dúzia. O que aparece ai - é o valor suple mentar operado na mercadoria pela sua função monetiiria. Isto é muito interes

sante porque por êsse valor suplementar

podemos avaliar qual a mercadoria que pode, por exemplo, comportar um au mento de 50% em relação ao seu valor

:Í5

Chegamos, assim, ao "mercado negro", mercado em tôrao do qual se levanta tanta celeuma.

No entanto o mercado negro é vellio como o mundo.

Pode-se dizer mesmo

que sempre existiu, pelo menos nos pe ríodos difíceis.

É a reação típica do

indivíduo quando sub-alimentado. Existiu na Revolução, determinando o

aparec menlo da "Lei do Maximum . Existíu em 1917-1921, no momento do socalismo, no momento de Lenin. Chamou-se a êsse mercado negro de "ho mem do saco" porque o camponês vinha com um saco às costas.

É o império da lei da oferta e óa procura sôbre o mercado. Se tentarmos rechassá-la pela porta, entrará pela ja nela.

Êsse mercado negro, sob a ocupação, insisto em dizer, não foi fruto de uma

imoralidade particular.

Precisamos distinguir duas categorias

comercial.

São casos muito ilustrativos.

Não insisto em salientar o inconvenien

te dessa troca.

íj! _ ^

Realmente, parte da

população encontrava-se em situação penosíssima. ■ Mas os dirigentes, por sua

vez, viram com isso desaparecer uma

de mercado negro, divergentes entre si,

uma das quais geralmente é condenada pelos estrangeiros. A lei e a Igreja puseram-se de acor

do sôbre êste ponto: a lei francesa pelo decreto de 15 de março de 1942, e a

certa quantidade de produtos alimentí

Igreja, pelo seu Cardeal Siihard, arce bispo de Paris, baixando as instruções

ela mesma, para suas trocas. Por exem

de 13 de dezembro de 1941.

cios de que a administração necessitava, plo: em 1942 a admmistração ofereceu cinco litros de vinho contra a entrega

A lei francesa é mais ou menos con

cebida nos segumtes têrmos:


'í V, ;yi

50

Digesto EcoNÓiaco

da economia. Pode-se acreditar, à pri meira vista, que a teoria a se aplicai

camponeses davam preferencia ao cho

dois monopólios: o da compra e o da venda. Nessas condições o preç-o é in

feria a manteiga. Que fez? Cito os números exatos: Com uma ração de 250 grs. de chocolate obteve dos cam poneses uma libra de manteiga. Com essa libra de manteiga obteve, nu cida de, 375 grs. de cbocolute. Com êsse chocolate voltou ao campo e obteve uma

mites extremos, a saber: o limite supe rior em que uma das partes, o compra dor, renuncia à transação, e o inferior, em que renuncia a outra parte, o ven-

dedor. Entre êsses dois liimtes é ira-

possível prever-se o preço, pois há duas

^ condições subjetivas: impossibilidade de espera e habilidade das partes. Entre tanto, não é caso de monopólio bilateral

colate enquanto a gente da cidade pre

libra e meia de manteiga. De regresso à cidade conseguiu 550 grs. de choco

51

Dicesto Econômico

Há uma série de obscr\açõcs muito curosas:

Em dado momento a moeda reapa receu.

Mas exatamente isso prova que

teriais. No primeiro caso ora a troca de "coupons" por "coupons". No segun do caso, tínhamos a troca de "mercado rias" por "mercadorias". No terceiro caso a "mercadoria" passou a fazer parte

integrante da "troca", tomando-se ass m uma verdadeira moeda.

Em Paris e.xistia o que se chama de

late, etc.

Tudo isso é muito instrutivo. Há es

"bouillon

aii

Kub".

Consiste

mms

peculação quando liá disparidade, quan

Neste caso há discussões, há uma con

do há desnível dos preços e quando liá

para fazer sopa. Custavam esses "bouil-

venção coletiva, etc.

possibilidade de transporte.

lons" 2,50 frs. meia dúzia.

passaram a servir de moeda cada um

O que se observa, pois, é a existên cia habitual de trocas geogràficamente estabelecidas, isto é, localizadas era de terminados centros.

- Mesmo no caso da troca de cartões ou

coupons" êste costume manteve-se

inalterado. Dizia-se correntemente, por exemplo: Nos subúrbios do Norte tro

cam-se tantos quilos de açúcar por tantas garrafas de vinho. Obedecia-se

a uma certa norma. E aquele que se não .submetesse à norma era considerado como um fraudador. Graças a êsse julgamento de valor evitaram-se certas especulações.

Mas, vejamos como funcionou na França o mecanismo das trocas não mais localizadas geogràficamente.

Um jovem, por exemplo, que dispu-

nha de uma determinada ração de cho■ colute, sabia que havia uma diferenço

Natural

mente, o jovem do caso citado dispu nha de uma bicicleta e podia fazer essas viagens com relativa facilidade.

Para outras trocas havia bases esta belecidas.

Uma troca muito freqüente era, por exemplo, a de massas por garrafas de vinho. Tomando-se por base a ração

uma libra de massa seria trocada por 4 garrafas de vinho. Tomando-se por base o preço, seria trocada por uma garrafa de vinho. Mas se se tomasse por base calorias, devia ser trocada por 3 garrafas de vinho. Por êsse resulta do verifica-sé que a base era flutuante e, não obstante, a lei econômica con tinua a átuar.

Um centro de trocas de açúcar era a região do Norte, Esta região co meçou a ser sèriamente controlada. Ime

diatamente a taxa da "troca" mudou.

de uma certa* quantidade de cobre, de que tinha necessidade. A troca dessa natureza, portanto, não só foi considerada como legal mas até recomendada.

as trocas eram feitas entre coisas ma

cubos alimentícios que se põem na água

como, por ex., no caso dos salários.

,

Os

e a teoria do monopólio bilateral. Pràticaraente teremos de lançar mão de

determinado, pelo menos entre dois li

■, . í

de valor relativo entre a manteiga e o chocolate, no campo c na cidade.

Quando

começou a ser cotado a 50 cêntimos,

portanto, a 3 frs. a meia dúzia. O que aparece ai - é o valor suple mentar operado na mercadoria pela sua função monetiiria. Isto é muito interes

sante porque por êsse valor suplementar

podemos avaliar qual a mercadoria que pode, por exemplo, comportar um au mento de 50% em relação ao seu valor

:Í5

Chegamos, assim, ao "mercado negro", mercado em tôrao do qual se levanta tanta celeuma.

No entanto o mercado negro é vellio como o mundo.

Pode-se dizer mesmo

que sempre existiu, pelo menos nos pe ríodos difíceis.

É a reação típica do

indivíduo quando sub-alimentado. Existiu na Revolução, determinando o

aparec menlo da "Lei do Maximum . Existíu em 1917-1921, no momento do socalismo, no momento de Lenin. Chamou-se a êsse mercado negro de "ho mem do saco" porque o camponês vinha com um saco às costas.

É o império da lei da oferta e óa procura sôbre o mercado. Se tentarmos rechassá-la pela porta, entrará pela ja nela.

Êsse mercado negro, sob a ocupação, insisto em dizer, não foi fruto de uma

imoralidade particular.

Precisamos distinguir duas categorias

comercial.

São casos muito ilustrativos.

Não insisto em salientar o inconvenien

te dessa troca.

íj! _ ^

Realmente, parte da

população encontrava-se em situação penosíssima. ■ Mas os dirigentes, por sua

vez, viram com isso desaparecer uma

de mercado negro, divergentes entre si,

uma das quais geralmente é condenada pelos estrangeiros. A lei e a Igreja puseram-se de acor

do sôbre êste ponto: a lei francesa pelo decreto de 15 de março de 1942, e a

certa quantidade de produtos alimentí

Igreja, pelo seu Cardeal Siihard, arce bispo de Paris, baixando as instruções

ela mesma, para suas trocas. Por exem

de 13 de dezembro de 1941.

cios de que a administração necessitava, plo: em 1942 a admmistração ofereceu cinco litros de vinho contra a entrega

A lei francesa é mais ou menos con

cebida nos segumtes têrmos:


'í V, ;yi

50

Digesto EcoNÓiaco

da economia. Pode-se acreditar, à pri meira vista, que a teoria a se aplicai

camponeses davam preferencia ao cho

dois monopólios: o da compra e o da venda. Nessas condições o preç-o é in

feria a manteiga. Que fez? Cito os números exatos: Com uma ração de 250 grs. de chocolate obteve dos cam poneses uma libra de manteiga. Com essa libra de manteiga obteve, nu cida de, 375 grs. de cbocolute. Com êsse chocolate voltou ao campo e obteve uma

mites extremos, a saber: o limite supe rior em que uma das partes, o compra dor, renuncia à transação, e o inferior, em que renuncia a outra parte, o ven-

dedor. Entre êsses dois liimtes é ira-

possível prever-se o preço, pois há duas

^ condições subjetivas: impossibilidade de espera e habilidade das partes. Entre tanto, não é caso de monopólio bilateral

colate enquanto a gente da cidade pre

libra e meia de manteiga. De regresso à cidade conseguiu 550 grs. de choco

51

Dicesto Econômico

Há uma série de obscr\açõcs muito curosas:

Em dado momento a moeda reapa receu.

Mas exatamente isso prova que

teriais. No primeiro caso ora a troca de "coupons" por "coupons". No segun do caso, tínhamos a troca de "mercado rias" por "mercadorias". No terceiro caso a "mercadoria" passou a fazer parte

integrante da "troca", tomando-se ass m uma verdadeira moeda.

Em Paris e.xistia o que se chama de

late, etc.

Tudo isso é muito instrutivo. Há es

"bouillon

aii

Kub".

Consiste

mms

peculação quando liá disparidade, quan

Neste caso há discussões, há uma con

do há desnível dos preços e quando liá

para fazer sopa. Custavam esses "bouil-

venção coletiva, etc.

possibilidade de transporte.

lons" 2,50 frs. meia dúzia.

passaram a servir de moeda cada um

O que se observa, pois, é a existên cia habitual de trocas geogràficamente estabelecidas, isto é, localizadas era de terminados centros.

- Mesmo no caso da troca de cartões ou

coupons" êste costume manteve-se

inalterado. Dizia-se correntemente, por exemplo: Nos subúrbios do Norte tro

cam-se tantos quilos de açúcar por tantas garrafas de vinho. Obedecia-se

a uma certa norma. E aquele que se não .submetesse à norma era considerado como um fraudador. Graças a êsse julgamento de valor evitaram-se certas especulações.

Mas, vejamos como funcionou na França o mecanismo das trocas não mais localizadas geogràficamente.

Um jovem, por exemplo, que dispu-

nha de uma determinada ração de cho■ colute, sabia que havia uma diferenço

Natural

mente, o jovem do caso citado dispu nha de uma bicicleta e podia fazer essas viagens com relativa facilidade.

Para outras trocas havia bases esta belecidas.

Uma troca muito freqüente era, por exemplo, a de massas por garrafas de vinho. Tomando-se por base a ração

uma libra de massa seria trocada por 4 garrafas de vinho. Tomando-se por base o preço, seria trocada por uma garrafa de vinho. Mas se se tomasse por base calorias, devia ser trocada por 3 garrafas de vinho. Por êsse resulta do verifica-sé que a base era flutuante e, não obstante, a lei econômica con tinua a átuar.

Um centro de trocas de açúcar era a região do Norte, Esta região co meçou a ser sèriamente controlada. Ime

diatamente a taxa da "troca" mudou.

de uma certa* quantidade de cobre, de que tinha necessidade. A troca dessa natureza, portanto, não só foi considerada como legal mas até recomendada.

as trocas eram feitas entre coisas ma

cubos alimentícios que se põem na água

como, por ex., no caso dos salários.

,

Os

e a teoria do monopólio bilateral. Pràticaraente teremos de lançar mão de

determinado, pelo menos entre dois li

■, . í

de valor relativo entre a manteiga e o chocolate, no campo c na cidade.

Quando

começou a ser cotado a 50 cêntimos,

portanto, a 3 frs. a meia dúzia. O que aparece ai - é o valor suple mentar operado na mercadoria pela sua função monetiiria. Isto é muito interes

sante porque por êsse valor suplementar

podemos avaliar qual a mercadoria que pode, por exemplo, comportar um au mento de 50% em relação ao seu valor

:Í5

Chegamos, assim, ao "mercado negro", mercado em tôrao do qual se levanta tanta celeuma.

No entanto o mercado negro é vellio como o mundo.

Pode-se dizer mesmo

que sempre existiu, pelo menos nos pe ríodos difíceis.

É a reação típica do

indivíduo quando sub-alimentado. Existiu na Revolução, determinando o

aparec menlo da "Lei do Maximum . Existíu em 1917-1921, no momento do socalismo, no momento de Lenin. Chamou-se a êsse mercado negro de "ho mem do saco" porque o camponês vinha com um saco às costas.

É o império da lei da oferta e óa procura sôbre o mercado. Se tentarmos rechassá-la pela porta, entrará pela ja nela.

Êsse mercado negro, sob a ocupação, insisto em dizer, não foi fruto de uma

imoralidade particular.

Precisamos distinguir duas categorias

comercial.

São casos muito ilustrativos.

Não insisto em salientar o inconvenien

te dessa troca.

íj! _ ^

Realmente, parte da

população encontrava-se em situação penosíssima. ■ Mas os dirigentes, por sua

vez, viram com isso desaparecer uma

de mercado negro, divergentes entre si,

uma das quais geralmente é condenada pelos estrangeiros. A lei e a Igreja puseram-se de acor

do sôbre êste ponto: a lei francesa pelo decreto de 15 de março de 1942, e a

certa quantidade de produtos alimentí

Igreja, pelo seu Cardeal Siihard, arce bispo de Paris, baixando as instruções

ela mesma, para suas trocas. Por exem

de 13 de dezembro de 1941.

cios de que a administração necessitava, plo: em 1942 a admmistração ofereceu cinco litros de vinho contra a entrega

A lei francesa é mais ou menos con

cebida nos segumtes têrmos:


'í V, ;yi

50

Digesto EcoNÓiaco

da economia. Pode-se acreditar, à pri meira vista, que a teoria a se aplicai

camponeses davam preferencia ao cho

dois monopólios: o da compra e o da venda. Nessas condições o preç-o é in

feria a manteiga. Que fez? Cito os números exatos: Com uma ração de 250 grs. de chocolate obteve dos cam poneses uma libra de manteiga. Com essa libra de manteiga obteve, nu cida de, 375 grs. de cbocolute. Com êsse chocolate voltou ao campo e obteve uma

mites extremos, a saber: o limite supe rior em que uma das partes, o compra dor, renuncia à transação, e o inferior, em que renuncia a outra parte, o ven-

dedor. Entre êsses dois liimtes é ira-

possível prever-se o preço, pois há duas

^ condições subjetivas: impossibilidade de espera e habilidade das partes. Entre tanto, não é caso de monopólio bilateral

colate enquanto a gente da cidade pre

libra e meia de manteiga. De regresso à cidade conseguiu 550 grs. de choco

51

Dicesto Econômico

Há uma série de obscr\açõcs muito curosas:

Em dado momento a moeda reapa receu.

Mas exatamente isso prova que

teriais. No primeiro caso ora a troca de "coupons" por "coupons". No segun do caso, tínhamos a troca de "mercado rias" por "mercadorias". No terceiro caso a "mercadoria" passou a fazer parte

integrante da "troca", tomando-se ass m uma verdadeira moeda.

Em Paris e.xistia o que se chama de

late, etc.

Tudo isso é muito instrutivo. Há es

"bouillon

aii

Kub".

Consiste

mms

peculação quando liá disparidade, quan

Neste caso há discussões, há uma con

do há desnível dos preços e quando liá

para fazer sopa. Custavam esses "bouil-

venção coletiva, etc.

possibilidade de transporte.

lons" 2,50 frs. meia dúzia.

passaram a servir de moeda cada um

O que se observa, pois, é a existên cia habitual de trocas geogràficamente estabelecidas, isto é, localizadas era de terminados centros.

- Mesmo no caso da troca de cartões ou

coupons" êste costume manteve-se

inalterado. Dizia-se correntemente, por exemplo: Nos subúrbios do Norte tro

cam-se tantos quilos de açúcar por tantas garrafas de vinho. Obedecia-se

a uma certa norma. E aquele que se não .submetesse à norma era considerado como um fraudador. Graças a êsse julgamento de valor evitaram-se certas especulações.

Mas, vejamos como funcionou na França o mecanismo das trocas não mais localizadas geogràficamente.

Um jovem, por exemplo, que dispu-

nha de uma determinada ração de cho■ colute, sabia que havia uma diferenço

Natural

mente, o jovem do caso citado dispu nha de uma bicicleta e podia fazer essas viagens com relativa facilidade.

Para outras trocas havia bases esta belecidas.

Uma troca muito freqüente era, por exemplo, a de massas por garrafas de vinho. Tomando-se por base a ração

uma libra de massa seria trocada por 4 garrafas de vinho. Tomando-se por base o preço, seria trocada por uma garrafa de vinho. Mas se se tomasse por base calorias, devia ser trocada por 3 garrafas de vinho. Por êsse resulta do verifica-sé que a base era flutuante e, não obstante, a lei econômica con tinua a átuar.

Um centro de trocas de açúcar era a região do Norte, Esta região co meçou a ser sèriamente controlada. Ime

diatamente a taxa da "troca" mudou.

de uma certa* quantidade de cobre, de que tinha necessidade. A troca dessa natureza, portanto, não só foi considerada como legal mas até recomendada.

as trocas eram feitas entre coisas ma

cubos alimentícios que se põem na água

como, por ex., no caso dos salários.

,

Os

e a teoria do monopólio bilateral. Pràticaraente teremos de lançar mão de

determinado, pelo menos entre dois li

■, . í

de valor relativo entre a manteiga e o chocolate, no campo c na cidade.

Quando

começou a ser cotado a 50 cêntimos,

portanto, a 3 frs. a meia dúzia. O que aparece ai - é o valor suple mentar operado na mercadoria pela sua função monetiiria. Isto é muito interes

sante porque por êsse valor suplementar

podemos avaliar qual a mercadoria que pode, por exemplo, comportar um au mento de 50% em relação ao seu valor

:Í5

Chegamos, assim, ao "mercado negro", mercado em tôrao do qual se levanta tanta celeuma.

No entanto o mercado negro é vellio como o mundo.

Pode-se dizer mesmo

que sempre existiu, pelo menos nos pe ríodos difíceis.

É a reação típica do

indivíduo quando sub-alimentado. Existiu na Revolução, determinando o

aparec menlo da "Lei do Maximum . Existíu em 1917-1921, no momento do socalismo, no momento de Lenin. Chamou-se a êsse mercado negro de "ho mem do saco" porque o camponês vinha com um saco às costas.

É o império da lei da oferta e óa procura sôbre o mercado. Se tentarmos rechassá-la pela porta, entrará pela ja nela.

Êsse mercado negro, sob a ocupação, insisto em dizer, não foi fruto de uma

imoralidade particular.

Precisamos distinguir duas categorias

comercial.

São casos muito ilustrativos.

Não insisto em salientar o inconvenien

te dessa troca.

íj! _ ^

Realmente, parte da

população encontrava-se em situação penosíssima. ■ Mas os dirigentes, por sua

vez, viram com isso desaparecer uma

de mercado negro, divergentes entre si,

uma das quais geralmente é condenada pelos estrangeiros. A lei e a Igreja puseram-se de acor

do sôbre êste ponto: a lei francesa pelo decreto de 15 de março de 1942, e a

certa quantidade de produtos alimentí

Igreja, pelo seu Cardeal Siihard, arce bispo de Paris, baixando as instruções

ela mesma, para suas trocas. Por exem

de 13 de dezembro de 1941.

cios de que a administração necessitava, plo: em 1942 a admmistração ofereceu cinco litros de vinho contra a entrega

A lei francesa é mais ou menos con

cebida nos segumtes têrmos:


52

Dicjesto Econômico 53

Dicesto Econômico

"As prescrições legais

mativas que avaliam em 200 bilhões de

concernentes ao comércio dos produtos

1.® ponto;

francos o montante das suas operações.

declarações de estoque entrava também

mais lucrativo deixar de pescar e passa

O que devo dizer, entretanto, é o se guinte: Se esta base fôr exata, isto cor

no câmbio negro.

ram a viver da venda desses cartões no

respondeu a uma perda, para o Estado, de.cêrca de 60 bilhões de francos em impostos e ta.\as. Êste fato é gravíssi

pria negligência do consumidor. O fu

alimentícios necessários à vida obrigam a consciência". Evidentemente, em cons ciência, é preciso obedecer à lei. A lei

'

de 1942 diz expressamente que "todo aquele que fizer mercado negro com

fito de lucro, comprando, por e.xemplo, para revender, incorrerá nas sanções legais como defraudador".

2.® ponto; Mas, diz a lei: "As mo-

r ^®5tas operações extra-legais, que têm por fim procurar obter alguma provisão

suplementar julgada necesááría, justi-

ficam-se, a um tempo, pela sua dimi

nuta importância e pelas necessidades

da Vida". A autoridade as tolerará com

largueza e da mesma forina a religião

mo para uma nação que tem necessida de da sua receita.

O preço no mercado negro era muito variável, apresentando, num mesmo mo mento, uma disparidade espantosa; é um movimento geral, em períodos dc in

t

;

o comerciante que faz o mercado negro com intuito de lucro. Êste mercado é condenável.

Mas, há mães de família que, pre-

: cisando dar de comer a seus filhos fa mintos, vão comprar mantimentos no

; merpado negro, A lei não as pune. Não

, vendo nisso incpnveniente a Igreja absolve-as.

E qual. foi a fôrça dêsse mercado negro? É impossível saber. Há esti

mo, por exemplo que era muito pro curado, só existia em câmbio negro. Era vendido também no câmbio negro

houve o "mercado cinzento".

tudo o que provinha de cartões de ra cionamento inutilizados e corresponden

tolerado.

tes aos internados em hospitais, aos ve lhos, etc. Havia um grande mercado

cebeu de que o preço no mercado ne

O mercado cinzento era um mercado

Quando a municipalidade se aper

gro era elevado, mas que também tal- ' vez a taxação não tivesse sido estabele cida em bases equitativas, começou a

subia à medida que se reduzia o mer

barcos a motor recebiam cartões para

trava entre os limites desses dois pre

cado livre. Subia também à medida que

provisão de gasolina. Como a procura de gasolina era enorme acharam muito

ços; o fixado pelas autoridades e o do

flação.

Entre nós o preço no mercado negro

o temor de que os regulamentos admi- reforçava o controle, porque o preço no • mstrativos não se possam aplicar às mercado negro se forma também em circunstâncias particulares de um de- função do risco. Aumentando o risco sobe o preço. Aumentava do mesmo nio' terminado caso. do quando havia suprimentos suplemen Eis aí uma bela crlUca à economia

Mas é isso justamente que distingue as duas categorias de mercado negro, Existe uma regulamentação para punir

Enfim, para completar o quadro, devo dizer que ao lado do mercado negro

para cartões dessa natureza. No sul da França, por exemplo, deu-se o seguin te caso. Os pescadores possuidores de

' Essa tolerância serve para compensar a escasscavam as mercadorias. E o que i, • deficiência do racionamento. Sempre há é mais notável: subia mais quando se

dingida.

mercado negro.

Deve-se ainda levar em conta a pró

tares, 6 crescia quando decrescia a ra ção. Assim, por e.x., em princípios de

1943, quando a ração , da manteiga foi reduzida de 310 a 175 grs., o quilo da manteiga passou de 500 a 700 frs.

Havia muitas fontes de mercado negro.

É evidente que o excesso sôbre as reservas para o consumo próprio e da

tolerar um certo preço que se encon

mercado negro. Exemplo:

PREÇOS DO OUTONO DE 1942 Preço

Mercado

Mercado

tabelado

negro

cinzento

Tomates kg.

2.80 frs.

Melão

4.80 "

10 frs. 15 "

....

Evidentemente perguntar-se-á:

Que

6 frs. 8 "-

rências como a do caso que ficou céle

Ê muito fácil fazer crítica.

bre. É o seguinte: Em 1941 apareceu em um hotel de Paris um vagão de "ru-

No entanto devemos ponderar o se

tabaga", também conhecido pelo nOnie

pensar do sistema?

guinte: Em períodos difíceis é-se obri gado a dirigir o consumo e o mercado negro não pode dehxar de se estabele cer por tôda a parte.

Mas, se é fato que às vezes há real

de "nabo da Suécia", qúe é uma raiz que serve para alimentar porcos. Pois bem, como a safra de batatas tinha sido muito abundante nesse ano, os campo

neses acharam mais vantajoso alimentar

família entrava no câmbio negro. Natu

mente falta de mercadorias, outras vê-

os porcos com batatas e enx^iar o "ruta-

ralmente nessas reservas deve-se compu

baga" para a cidade. Se passarmos a examinar o custo de

nas quebras, no pêso, na qualidade. Essa fraude dos comerciantes era tole

zes essa falta é apenas aparente. Em Paris havia um mercado negro no Forte de Clignancourt. A população de Bru xelas que precisava de alguma coisa ia

rada pela administração. Tudo que os

à rua du Radis. .

tar o que os comerciantes tiravam

comerciantes podiam sonegar nas suas

Por vezes isso é desastroso sob muitos

aspectos; outras vêzes dá lugar a incoe

todo esse mecanismo verificaremos que foi enorme. Havia tôda uma organi^ção de funcionários, quase-funcionários, de sindicatos, sub-sindicatos, etc. Certos

negócios exigiam cerca de 281 declara-


52

Dicjesto Econômico 53

Dicesto Econômico

"As prescrições legais

mativas que avaliam em 200 bilhões de

concernentes ao comércio dos produtos

1.® ponto;

francos o montante das suas operações.

declarações de estoque entrava também

mais lucrativo deixar de pescar e passa

O que devo dizer, entretanto, é o se guinte: Se esta base fôr exata, isto cor

no câmbio negro.

ram a viver da venda desses cartões no

respondeu a uma perda, para o Estado, de.cêrca de 60 bilhões de francos em impostos e ta.\as. Êste fato é gravíssi

pria negligência do consumidor. O fu

alimentícios necessários à vida obrigam a consciência". Evidentemente, em cons ciência, é preciso obedecer à lei. A lei

'

de 1942 diz expressamente que "todo aquele que fizer mercado negro com

fito de lucro, comprando, por e.xemplo, para revender, incorrerá nas sanções legais como defraudador".

2.® ponto; Mas, diz a lei: "As mo-

r ^®5tas operações extra-legais, que têm por fim procurar obter alguma provisão

suplementar julgada necesááría, justi-

ficam-se, a um tempo, pela sua dimi

nuta importância e pelas necessidades

da Vida". A autoridade as tolerará com

largueza e da mesma forina a religião

mo para uma nação que tem necessida de da sua receita.

O preço no mercado negro era muito variável, apresentando, num mesmo mo mento, uma disparidade espantosa; é um movimento geral, em períodos dc in

t

;

o comerciante que faz o mercado negro com intuito de lucro. Êste mercado é condenável.

Mas, há mães de família que, pre-

: cisando dar de comer a seus filhos fa mintos, vão comprar mantimentos no

; merpado negro, A lei não as pune. Não

, vendo nisso incpnveniente a Igreja absolve-as.

E qual. foi a fôrça dêsse mercado negro? É impossível saber. Há esti

mo, por exemplo que era muito pro curado, só existia em câmbio negro. Era vendido também no câmbio negro

houve o "mercado cinzento".

tudo o que provinha de cartões de ra cionamento inutilizados e corresponden

tolerado.

tes aos internados em hospitais, aos ve lhos, etc. Havia um grande mercado

cebeu de que o preço no mercado ne

O mercado cinzento era um mercado

Quando a municipalidade se aper

gro era elevado, mas que também tal- ' vez a taxação não tivesse sido estabele cida em bases equitativas, começou a

subia à medida que se reduzia o mer

barcos a motor recebiam cartões para

trava entre os limites desses dois pre

cado livre. Subia também à medida que

provisão de gasolina. Como a procura de gasolina era enorme acharam muito

ços; o fixado pelas autoridades e o do

flação.

Entre nós o preço no mercado negro

o temor de que os regulamentos admi- reforçava o controle, porque o preço no • mstrativos não se possam aplicar às mercado negro se forma também em circunstâncias particulares de um de- função do risco. Aumentando o risco sobe o preço. Aumentava do mesmo nio' terminado caso. do quando havia suprimentos suplemen Eis aí uma bela crlUca à economia

Mas é isso justamente que distingue as duas categorias de mercado negro, Existe uma regulamentação para punir

Enfim, para completar o quadro, devo dizer que ao lado do mercado negro

para cartões dessa natureza. No sul da França, por exemplo, deu-se o seguin te caso. Os pescadores possuidores de

' Essa tolerância serve para compensar a escasscavam as mercadorias. E o que i, • deficiência do racionamento. Sempre há é mais notável: subia mais quando se

dingida.

mercado negro.

Deve-se ainda levar em conta a pró

tares, 6 crescia quando decrescia a ra ção. Assim, por e.x., em princípios de

1943, quando a ração , da manteiga foi reduzida de 310 a 175 grs., o quilo da manteiga passou de 500 a 700 frs.

Havia muitas fontes de mercado negro.

É evidente que o excesso sôbre as reservas para o consumo próprio e da

tolerar um certo preço que se encon

mercado negro. Exemplo:

PREÇOS DO OUTONO DE 1942 Preço

Mercado

Mercado

tabelado

negro

cinzento

Tomates kg.

2.80 frs.

Melão

4.80 "

10 frs. 15 "

....

Evidentemente perguntar-se-á:

Que

6 frs. 8 "-

rências como a do caso que ficou céle

Ê muito fácil fazer crítica.

bre. É o seguinte: Em 1941 apareceu em um hotel de Paris um vagão de "ru-

No entanto devemos ponderar o se

tabaga", também conhecido pelo nOnie

pensar do sistema?

guinte: Em períodos difíceis é-se obri gado a dirigir o consumo e o mercado negro não pode dehxar de se estabele cer por tôda a parte.

Mas, se é fato que às vezes há real

de "nabo da Suécia", qúe é uma raiz que serve para alimentar porcos. Pois bem, como a safra de batatas tinha sido muito abundante nesse ano, os campo

neses acharam mais vantajoso alimentar

família entrava no câmbio negro. Natu

mente falta de mercadorias, outras vê-

os porcos com batatas e enx^iar o "ruta-

ralmente nessas reservas deve-se compu

baga" para a cidade. Se passarmos a examinar o custo de

nas quebras, no pêso, na qualidade. Essa fraude dos comerciantes era tole

zes essa falta é apenas aparente. Em Paris havia um mercado negro no Forte de Clignancourt. A população de Bru xelas que precisava de alguma coisa ia

rada pela administração. Tudo que os

à rua du Radis. .

tar o que os comerciantes tiravam

comerciantes podiam sonegar nas suas

Por vezes isso é desastroso sob muitos

aspectos; outras vêzes dá lugar a incoe

todo esse mecanismo verificaremos que foi enorme. Havia tôda uma organi^ção de funcionários, quase-funcionários, de sindicatos, sub-sindicatos, etc. Certos

negócios exigiam cerca de 281 declara-


54

Dicesto Econômico

ções por ano, 41 registros, sem contar as inúmeras viagens a pé, de trem, de

botes, as idas e vindas de uma reparti ção à outra para preencher formalidades. Naturalmente as administrações não fo

ram feitas para o comércio ou para a indústria. Mas, enfim, tudo isso requeria um sem número de atos e práticas, nego ciações e contra-negociações que com plicavam muito a vida.

E quanto à qualidade? Como o .preço fixado era o mesmo tanto- para a boa mercadoria como para a má, o que acon

tecia? A boa mercadoria desaparecia e só reaparecia no mercado negro. Por esse sistema os comerciantes tor naram-se por assim dizer verdadeiros

funcionários: serxnam, controlavam, abu savam. E para agravar a situação havia

ainda a possibilidade de perda do "coupon", o que constituía uma verdadeira

tragédia, pois os "coupons" não se su bstituíam senão em parte e com muita demora.

Era uma verdadeira burocracia que funcionava assim ao lado da oficial. Mas o pior era a questão do consu

Levando, como uma namorada ansiosa,

devemos fazer dele um ideal. Devemos lutar para vê-lo desaparecer a fim de que se restabeleça o mecanismo do

cartas para o marido que lutava distante, feliz por poder sozinha dar conta de seus negócios, dc toda uma contabili dade complicada. Vê-la precipitando-se para o padeiro, o açougueiro, em busca das rações para a casa. Correndo às delegacias em busca de ordens espe ciais; c de lá para as repartições legali zando assinaturas, preenchendo formali

preço.

dades. As correrias ainda para as esta

Aliás, não .se pode responsabilizar o homem por tudo. O sistema é falho,

ções, onde ficava de pé, horas a fio nas filas, preocupada em voltar para

É verdade que os homens se adaptam aos sistemas. Mas os sistemas é que devem existir para os homens e não os homens para os sistemas. Não quero, todavia, terminar lúgubremente. Quero terminar em plena luz Contrariamente a todos os prognósti

levar a fome ao lar. E depois tinha ainda as cartas a escrever, os pacotes a fazer, a embrulhar, a' amarrar, a ex

pedir. Era um trabalho contínuo, sem sequer um instante de repouso, mesmo nos domingos!

Ê bem possível que reportando-se o historiador a este período, seja tomado de cólera.

Diante da fúria selvagem,

dos horrores cometidos, taKez suponha que a civilização falhou. Será tenta do, quem sabe, a maldizer esta época. Mas se atentar na silhueta da mulher

casa a fim de cuidar do alimento dos

francesa, emagrecida, fatigada, de sa

filhos e tratar dos inúmeros afazeres do

cola pendurada no braço, na fila do pão,

mésticos. Que de sacrifícios, de cami nhadas, de degraus a subir, de horas

da came, à porta do armazém, de prate leiras quase vazias, pálida mas sempre

intermináveis de espera, de paciência,

com um sorriso nos lábios, talvez se

tudo isso lhe custaval E a nenhum des

convença de que seria um vitupério con denar uma época que a conheceu.

ses serviços podia furtar-se porque seria

cos e graças em parte a esta necessidade

de vencer as dificuldades para buscar

■ 301

uma saída, não se conseguiu matar o espírito de iniciativa em França.

Se é verdade que, como sempre acon

O Conselho luler-americano dc Comércio e Produção, com sede em

deu, acaba de editar um trabalho técnico, em que se analisa o panorama

mento era drástico. Aliás era um cál culo muito difícil, jogando-se com coe

tece erii todos os períodos dolorosos e terríveis, os bons se tornam melhores e os maus piores, não é menos verdade também que ao lado de todos êsses de

ficientes de referências, etc. Sempre ti ve para mim que as repartições de gás e

ra admirável, que quero pôr em relevo

Latina", dá-nos trás aspectos sôbre o assunto. São os seguintes: ,. j Vantagens da industrialização, e situação industrial - estagio Ptual de (iesenvolvimento da América Latina e política de incremento; alterações econômicas, quanto aos efeitos da guerra sôbre a indústria e problemas correiatos. _ A obra divulgada pelo Conselho Inter-amerícano de Comercio e Produção

mo de eletricidade e gás, pois o raciona

luz deviam ser uma gloriosa extensão dos cursos de matemática.

Afinah devemos insistir no ponto de vista moral.

delongas levavam o consumidor a violar a lei.

Aliás era mesmo tolerado.

ploráveis exemplares surgiu uma figu Houve muita dedicação ao lado, cer

da América Latina, sugerindo ao mesmo tempo normas para resolver os decorrentes do desenv^vimento nuinufatureiro nesta parte do cortíinerite O estudo que se subordina ao título de "Desenvolvimento hmustnal na A

'

tamente, de violentos egoismos.

insere ainda um capítulo condensando em 60 recomendações as principais conclusões

• Mas sobrepujando a todos aí está a bela silhueta da dona de casa francesa

do temário anterior, referindo-se especificamente às seguintes questões:

a simples mãe de família, a modesta

Naturalmente todos êsses trâmites e

/ -

vos ricos, que sc instalavam como "parvenus" e que deram assunto para uma vasta literatura de teatro, provàvelmente já conhecida. Inútil, pois, insistir sôbre èsse aspecto.

Resumindo: Êsse consumo dirigido pode ser uma necessidade, mas jamais

55

DtGESTO Eco^'ó^^co

burguesa de Paris, que foi vencendo a árdua luta de todo êsse período. Era

Mas

preciso vê-la movímentando-se atrás de

o que era mais deplorável eram os no-

cartões de racionamento, de inscrições.

a) Indústria que devem ser incenHvadas em relaçao às necessidades de

cada país.

,.

. . , ,. ,

b) Medidas para resolver o desenvolvimento industrial.

c) PoUtica aconselhável para o período de transição à economia de paz, em . . . » Finalmente em anexo, são consignadas as resoluções atinentes ^ recomenda

especial as indústrias surgidas durante a guerra.

ções debatidas e aprovadas em diversos congressos e conferências de produção e comércio, realizadas pelos países americanos.


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Dicesto Econômico

ções por ano, 41 registros, sem contar as inúmeras viagens a pé, de trem, de

botes, as idas e vindas de uma reparti ção à outra para preencher formalidades. Naturalmente as administrações não fo

ram feitas para o comércio ou para a indústria. Mas, enfim, tudo isso requeria um sem número de atos e práticas, nego ciações e contra-negociações que com plicavam muito a vida.

E quanto à qualidade? Como o .preço fixado era o mesmo tanto- para a boa mercadoria como para a má, o que acon

tecia? A boa mercadoria desaparecia e só reaparecia no mercado negro. Por esse sistema os comerciantes tor naram-se por assim dizer verdadeiros

funcionários: serxnam, controlavam, abu savam. E para agravar a situação havia

ainda a possibilidade de perda do "coupon", o que constituía uma verdadeira

tragédia, pois os "coupons" não se su bstituíam senão em parte e com muita demora.

Era uma verdadeira burocracia que funcionava assim ao lado da oficial. Mas o pior era a questão do consu

Levando, como uma namorada ansiosa,

devemos fazer dele um ideal. Devemos lutar para vê-lo desaparecer a fim de que se restabeleça o mecanismo do

cartas para o marido que lutava distante, feliz por poder sozinha dar conta de seus negócios, dc toda uma contabili dade complicada. Vê-la precipitando-se para o padeiro, o açougueiro, em busca das rações para a casa. Correndo às delegacias em busca de ordens espe ciais; c de lá para as repartições legali zando assinaturas, preenchendo formali

preço.

dades. As correrias ainda para as esta

Aliás, não .se pode responsabilizar o homem por tudo. O sistema é falho,

ções, onde ficava de pé, horas a fio nas filas, preocupada em voltar para

É verdade que os homens se adaptam aos sistemas. Mas os sistemas é que devem existir para os homens e não os homens para os sistemas. Não quero, todavia, terminar lúgubremente. Quero terminar em plena luz Contrariamente a todos os prognósti

levar a fome ao lar. E depois tinha ainda as cartas a escrever, os pacotes a fazer, a embrulhar, a' amarrar, a ex

pedir. Era um trabalho contínuo, sem sequer um instante de repouso, mesmo nos domingos!

Ê bem possível que reportando-se o historiador a este período, seja tomado de cólera.

Diante da fúria selvagem,

dos horrores cometidos, taKez suponha que a civilização falhou. Será tenta do, quem sabe, a maldizer esta época. Mas se atentar na silhueta da mulher

casa a fim de cuidar do alimento dos

francesa, emagrecida, fatigada, de sa

filhos e tratar dos inúmeros afazeres do

cola pendurada no braço, na fila do pão,

mésticos. Que de sacrifícios, de cami nhadas, de degraus a subir, de horas

da came, à porta do armazém, de prate leiras quase vazias, pálida mas sempre

intermináveis de espera, de paciência,

com um sorriso nos lábios, talvez se

tudo isso lhe custaval E a nenhum des

convença de que seria um vitupério con denar uma época que a conheceu.

ses serviços podia furtar-se porque seria

cos e graças em parte a esta necessidade

de vencer as dificuldades para buscar

■ 301

uma saída, não se conseguiu matar o espírito de iniciativa em França.

Se é verdade que, como sempre acon

O Conselho luler-americano dc Comércio e Produção, com sede em

deu, acaba de editar um trabalho técnico, em que se analisa o panorama

mento era drástico. Aliás era um cál culo muito difícil, jogando-se com coe

tece erii todos os períodos dolorosos e terríveis, os bons se tornam melhores e os maus piores, não é menos verdade também que ao lado de todos êsses de

ficientes de referências, etc. Sempre ti ve para mim que as repartições de gás e

ra admirável, que quero pôr em relevo

Latina", dá-nos trás aspectos sôbre o assunto. São os seguintes: ,. j Vantagens da industrialização, e situação industrial - estagio Ptual de (iesenvolvimento da América Latina e política de incremento; alterações econômicas, quanto aos efeitos da guerra sôbre a indústria e problemas correiatos. _ A obra divulgada pelo Conselho Inter-amerícano de Comercio e Produção

mo de eletricidade e gás, pois o raciona

luz deviam ser uma gloriosa extensão dos cursos de matemática.

Afinah devemos insistir no ponto de vista moral.

delongas levavam o consumidor a violar a lei.

Aliás era mesmo tolerado.

ploráveis exemplares surgiu uma figu Houve muita dedicação ao lado, cer

da América Latina, sugerindo ao mesmo tempo normas para resolver os decorrentes do desenv^vimento nuinufatureiro nesta parte do cortíinerite O estudo que se subordina ao título de "Desenvolvimento hmustnal na A

'

tamente, de violentos egoismos.

insere ainda um capítulo condensando em 60 recomendações as principais conclusões

• Mas sobrepujando a todos aí está a bela silhueta da dona de casa francesa

do temário anterior, referindo-se especificamente às seguintes questões:

a simples mãe de família, a modesta

Naturalmente todos êsses trâmites e

/ -

vos ricos, que sc instalavam como "parvenus" e que deram assunto para uma vasta literatura de teatro, provàvelmente já conhecida. Inútil, pois, insistir sôbre èsse aspecto.

Resumindo: Êsse consumo dirigido pode ser uma necessidade, mas jamais

55

DtGESTO Eco^'ó^^co

burguesa de Paris, que foi vencendo a árdua luta de todo êsse período. Era

Mas

preciso vê-la movímentando-se atrás de

o que era mais deplorável eram os no-

cartões de racionamento, de inscrições.

a) Indústria que devem ser incenHvadas em relaçao às necessidades de

cada país.

,.

. . , ,. ,

b) Medidas para resolver o desenvolvimento industrial.

c) PoUtica aconselhável para o período de transição à economia de paz, em . . . » Finalmente em anexo, são consignadas as resoluções atinentes ^ recomenda

especial as indústrias surgidas durante a guerra.

ções debatidas e aprovadas em diversos congressos e conferências de produção e comércio, realizadas pelos países americanos.


57

Digesto EcoNÓ^aco

O Visconde de Parnaíba Paulista que, em visão ferroviária, emparelhou com Mauá ^'Colonização e (ransportes'% sen lema em I»72, continua como probit^ma de governo, até nossos dias por Pelágio Lobo

Especial para o "Dicesto EcoNÓNnco"

pm um dia, isso no correr de 1926, O sr. Pelágio Lobo descreve os princi' ouvir o dr. Ramos de Azevedo sôbre pais serviços prestados a nossa terra assunto de interêsse da Companhia Mo- pelo Visconde de Parnaíba, o grande giana de Estradas de Ferro, que me realizador, que Alcântara Machado clas

fôra confiado e para cujo debate o gran

de engenheiro me esperava em seu es critório, no edifício que tem o seu no me, situado à rua Boa Vista. A Com

panhia Mogiana tinha sede no 4.® pawmento — e ali ainda se acha - e o

engenheiro, que era seu diretor vicepresidente, ocupava outros andares, do 5.° para cima, com seu escritório técni co e emprêsas de construção que dirigia. Sala ampla, fartamente iluminada, com janelas que abriam para o nas cente, com uma vista panorâmica que abarca desde a Luz e Bom Retiro até o Brás, Penha, Ipiranga e Vila Prudente - cenário digno de um homem da sua larga visão. Enquanto tratávamos do nosso assunto, êle de um lado de uma

mesa de jacarandá que pertenceu ao

Barão de Iguape, eu do lado oposto,

sificava como uma das maiores vocações

de homem de Estado, que passaram pelo govêrno de São Paulo. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Aquela figura, com os traços típicos dos Queiroz Teles, era familiar a to

dos nós; a mim, apenas de efígie, pois existe um grande retrato a óleo dôsse 3.° Antônio de Queiroz Teles na sala

ênfases de ternura, que era o grande se-

grêdo da sua empolgante simpatia: — Foi êsse homem quem me deu

a mão, no princípio da minha vida.

Quem me pôs na primeira turma de construção da estrada — e o principal

responsável pela minha carreira de en genheiro..

E, após uma pausa, completando a

8.® filho do 2.® Antônio de Queiroz

Teles (Barão de Jundiaí) e neto de um outro Antônio de Queiroz Teles,

viário tão aguda como o Mauá, e adivi nhou o que seria a zona alta da Mo

giana muito antes que se pudesse imagi nar que lá iriam os trilhos de uma

gênies - recebeu desses ancestrais, com

Tive, desde êsse dia, minha curiosida de voltada paia a figura do Visconde e cuidei, nos primeiros vagares, de conhe cer melhor o que fôra êle, a fim de

os exemplos de trabalho e exação

buível ao reconhecimento que o arqui teto numero 1 de São Paulo lhe tribu tava — e o coração freqüentemente exa

ou morais do objeto de suas preferên cias. Mas o que encontrei foram dados

esparsos e pobres. A própria biografia escrita pelo probo e circunspecto Este vão Leão Bourroul, hoje difícil de se en

contrar, é coletânea de notas, informa

e num retrato suspenso da parede do

ração pelo que sabia da vida, dos traba lhos, da visão de estadista, da intensa

noticias de necrológio, com alguns tre

uma pergunta;

atividade do grande jundiaiano. E, ao perceber o interêsse com que

chos de relatórios e mensagens, sem um

com A interrogação - "Parnaíba?".

— "É — é o Parnaíba, o Anjo Bom desta casa".

meticulosa nos negócios da vida — do pai, o ânimo apariguador, tolerante, cor dato, e um extraordinário tino agrícola, uma aguda perspicácia para distinguir, à primeira vista, terras boas de terras de segunda; e do avÒ, o gênio de aven tura, a atração do sertão desconhecido

e bmto, que era então sòmente batido gera os méritos e valimentos intelectuais pelas filas de tropeiros que seguiam a

que no assunto, interrompeu-me com

Sabe de quem é esse retrato?" E a um assentimento meu, de cabeça,

português, dos Algarves, os quais se entroncaram em famílias paulistas, que viriam a ser árvores de egrégias pro-

estrada de ferro".

dos fundadores e um dos mais lúcidos presidentes; e era familiar a Ramos de

bem em frente, a ouvi-lo e a pôr mais mória daquele "anjo bom" da sua casa, atenção na sua bela e sugestiva figura carinho que andava misturado de admi

parece ter tido decisiva influência nas idéias e atividades de Antônio de Quei

"O Parnaíba teve uma visão de ferro

ver confirmado aquêle juízo, que me

Visconde. Sentia-se, no tom de voz e no calor das referências, o carinho com que o arquiteto insigne cultuava a me

5}5 * *

Recordarei, de início, — e êsse início

roz Teles que êle, nascido em Jundiaí,

parecia exagerado e em boa dose atri

panhia e por muitos elos afetivos que

cem mais incisivos dessa nobre figura.

nha atenção para um tema sedutor: —

da diretoria da Companhia Mogiana

o prendiam, desde moço, à figura do

ficaremos, por isso, e forçosamente, num resumo que fixe os traços que me pare

referência, como que a provocar a mi

emprôsa da qual foi êle o mais eficaz

Azevedo, pelo retrato que lhe fazia com

um tal estudo que exige largueza de espaço e abundância de informações;

ções e artigos de jornais ou mofinas

trilha dos últimos bandeirantes do sé culo XVIII. 0 1.® Antônio de Queiroz

Teles, que foi o segundo marido de

uma paulista do ramo Silva Prado, vergôntea da árvore dos Moraes (S. L. -7,®), tendo dela um único filho (que foi mais tarde o Barão de Jxmdiaí), apesar

de possuir lavoura de café em Jundiaí, na zona ventosa onde se estabelecera,

encadeamento ou estudo mais amplo,

largou dali para Mogi dos Campos (de pois Mogi Mirim), atraído pela ube^de

que só conhecia de retrato, acrescentou

des dominantes da vida do biografado.

Ramos de Azevedo com aquela voz autorizada e persuasiva, temperada por

Não é êste, evidentemente, o lugar para

airanchamento de uma futura fazenda.

eu ouvia as referências a um homem

■ que pusesse em relevo as duas ativida

dessas terras vermelhas e deu início ao


57

Digesto EcoNÓ^aco

O Visconde de Parnaíba Paulista que, em visão ferroviária, emparelhou com Mauá ^'Colonização e (ransportes'% sen lema em I»72, continua como probit^ma de governo, até nossos dias por Pelágio Lobo

Especial para o "Dicesto EcoNÓNnco"

pm um dia, isso no correr de 1926, O sr. Pelágio Lobo descreve os princi' ouvir o dr. Ramos de Azevedo sôbre pais serviços prestados a nossa terra assunto de interêsse da Companhia Mo- pelo Visconde de Parnaíba, o grande giana de Estradas de Ferro, que me realizador, que Alcântara Machado clas

fôra confiado e para cujo debate o gran

de engenheiro me esperava em seu es critório, no edifício que tem o seu no me, situado à rua Boa Vista. A Com

panhia Mogiana tinha sede no 4.® pawmento — e ali ainda se acha - e o

engenheiro, que era seu diretor vicepresidente, ocupava outros andares, do 5.° para cima, com seu escritório técni co e emprêsas de construção que dirigia. Sala ampla, fartamente iluminada, com janelas que abriam para o nas cente, com uma vista panorâmica que abarca desde a Luz e Bom Retiro até o Brás, Penha, Ipiranga e Vila Prudente - cenário digno de um homem da sua larga visão. Enquanto tratávamos do nosso assunto, êle de um lado de uma

mesa de jacarandá que pertenceu ao

Barão de Iguape, eu do lado oposto,

sificava como uma das maiores vocações

de homem de Estado, que passaram pelo govêrno de São Paulo. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Aquela figura, com os traços típicos dos Queiroz Teles, era familiar a to

dos nós; a mim, apenas de efígie, pois existe um grande retrato a óleo dôsse 3.° Antônio de Queiroz Teles na sala

ênfases de ternura, que era o grande se-

grêdo da sua empolgante simpatia: — Foi êsse homem quem me deu

a mão, no princípio da minha vida.

Quem me pôs na primeira turma de construção da estrada — e o principal

responsável pela minha carreira de en genheiro..

E, após uma pausa, completando a

8.® filho do 2.® Antônio de Queiroz

Teles (Barão de Jundiaí) e neto de um outro Antônio de Queiroz Teles,

viário tão aguda como o Mauá, e adivi nhou o que seria a zona alta da Mo

giana muito antes que se pudesse imagi nar que lá iriam os trilhos de uma

gênies - recebeu desses ancestrais, com

Tive, desde êsse dia, minha curiosida de voltada paia a figura do Visconde e cuidei, nos primeiros vagares, de conhe cer melhor o que fôra êle, a fim de

os exemplos de trabalho e exação

buível ao reconhecimento que o arqui teto numero 1 de São Paulo lhe tribu tava — e o coração freqüentemente exa

ou morais do objeto de suas preferên cias. Mas o que encontrei foram dados

esparsos e pobres. A própria biografia escrita pelo probo e circunspecto Este vão Leão Bourroul, hoje difícil de se en

contrar, é coletânea de notas, informa

e num retrato suspenso da parede do

ração pelo que sabia da vida, dos traba lhos, da visão de estadista, da intensa

noticias de necrológio, com alguns tre

uma pergunta;

atividade do grande jundiaiano. E, ao perceber o interêsse com que

chos de relatórios e mensagens, sem um

com A interrogação - "Parnaíba?".

— "É — é o Parnaíba, o Anjo Bom desta casa".

meticulosa nos negócios da vida — do pai, o ânimo apariguador, tolerante, cor dato, e um extraordinário tino agrícola, uma aguda perspicácia para distinguir, à primeira vista, terras boas de terras de segunda; e do avÒ, o gênio de aven tura, a atração do sertão desconhecido

e bmto, que era então sòmente batido gera os méritos e valimentos intelectuais pelas filas de tropeiros que seguiam a

que no assunto, interrompeu-me com

Sabe de quem é esse retrato?" E a um assentimento meu, de cabeça,

português, dos Algarves, os quais se entroncaram em famílias paulistas, que viriam a ser árvores de egrégias pro-

estrada de ferro".

dos fundadores e um dos mais lúcidos presidentes; e era familiar a Ramos de

bem em frente, a ouvi-lo e a pôr mais mória daquele "anjo bom" da sua casa, atenção na sua bela e sugestiva figura carinho que andava misturado de admi

parece ter tido decisiva influência nas idéias e atividades de Antônio de Quei

"O Parnaíba teve uma visão de ferro

ver confirmado aquêle juízo, que me

Visconde. Sentia-se, no tom de voz e no calor das referências, o carinho com que o arquiteto insigne cultuava a me

5}5 * *

Recordarei, de início, — e êsse início

roz Teles que êle, nascido em Jundiaí,

parecia exagerado e em boa dose atri

panhia e por muitos elos afetivos que

cem mais incisivos dessa nobre figura.

nha atenção para um tema sedutor: —

da diretoria da Companhia Mogiana

o prendiam, desde moço, à figura do

ficaremos, por isso, e forçosamente, num resumo que fixe os traços que me pare

referência, como que a provocar a mi

emprôsa da qual foi êle o mais eficaz

Azevedo, pelo retrato que lhe fazia com

um tal estudo que exige largueza de espaço e abundância de informações;

ções e artigos de jornais ou mofinas

trilha dos últimos bandeirantes do sé culo XVIII. 0 1.® Antônio de Queiroz

Teles, que foi o segundo marido de

uma paulista do ramo Silva Prado, vergôntea da árvore dos Moraes (S. L. -7,®), tendo dela um único filho (que foi mais tarde o Barão de Jxmdiaí), apesar

de possuir lavoura de café em Jundiaí, na zona ventosa onde se estabelecera,

encadeamento ou estudo mais amplo,

largou dali para Mogi dos Campos (de pois Mogi Mirim), atraído pela ube^de

que só conhecia de retrato, acrescentou

des dominantes da vida do biografado.

Ramos de Azevedo com aquela voz autorizada e persuasiva, temperada por

Não é êste, evidentemente, o lugar para

airanchamento de uma futura fazenda.

eu ouvia as referências a um homem

■ que pusesse em relevo as duas ativida

dessas terras vermelhas e deu início ao


58

Digesto Econômico

Ao regressar, numa de suas viagens, morreu afogado na travessia do Camandocaia.

O neto, que viria a ser o Visconde,

ouvindo narrar, em menino, aquelas peripécias da vida aventurosa e ousada

do avô, sentiu no sangue a voz de con quista daquele mesmo chão que o la vrador algarvio palmilhara e, volvidos anos, para ali se transportou e ali se

fixou, alargando as culturas da fazenda da Ressaca.

Por ali e pelo caminho em que

lamento, com uma influência crescente pela habilidade macia e a argúcia com que desarmava os mais recalcitrantes,

seu chão c vadeado os seus rios, e

tudo isso reforçado com o prestígio que

rais exageros condimentados pela fan

grangeara em Itu pela nobreza posta em

tasia.

vários passos da advocacia — trouxe para a política duas idéias altas e so-

deiras" que ia marcar a segunda metade

branceiras, perfeitamente conjugadas — atrair e estimular a imigração estrangei ra para o trabalho livre que, no futuro, "fatalmente tinha que substituir o tra balho escravo", e

levar o progres

uma

so ao coração do

capela do Bom Jesus das Posses

país sòbre os tri lhos de uma es trada de ferro.

se situava

da Ressaca, pas savam as tropas que se embre

59

Dicesto Econômico

rém, os 90 quilômetros iniciais e dado

ainda mais forte sòbre os que delas só

o plano para o segundo avanço de mais

tinham notícias de outiva, com os natu

90, o ambiente já comportava o projeto

Era um novo estilo de "ban

do século.

Quando, entretanto, se falou em dar início à construção de uma linha férrea

que, procurando, primeiramente, Mogi Mirim, depois Casa Branca c, deitando braços e ramais à direita para o Amparo e a Penha do Rio do Peixe, teria como

alvo o cerne goiano, através do Triân gulo Mineiro, o cometimento pareceu ar rôjo de malucos, que arrastaria a mn fracasso inevitável os capitais que nessa

O atraso que no

obra se empatassem.

tara no Interior

sem qualificá-lo de maluquice. E êle prosseguiu.

Verdade seja dita que, no governo da Província, naquele período inicial, en contrara êle o apoio de um dos espí ritos de mais aguda visão para os pro blemas de interesse público, que era

o mogiano João Teodoro Xavier, lente de direito, que fôra também um des bravador no campo das idéias, trazendo

para sua cátedra, na Academia, o racionalismo de Kant, em filosofia e a es

cola de Savigny, em direito romano.

João Teodoro, em arròjo e idéias pro

gressistas estava no mesmo plano de Queiroz Teles ■ e ambos se entendiam

nhavam pelo ser tão, rumando pa

por êle percorri

Queiroz Teles que então nem era ainda Barão, o muito menos Visconde,

do era confrange-

formou no bloco dos propagandistas que

iam, a cavalo, de fazenda em fazenda,

outro seu colega de Congregação, para

ra Goiás(os Cam

dor, devido, prin

pos dos Goiáses)

cipalmente, ao regime nocivo do

angariar subscrições de capital, numa pedintaria estafante, animando os es-

da Companhia Paulista, iniciada por

via Casa Branca e Franca do Im perador: e o menino pressentiu o fu turo daqueles rincões distantes, dada a feracídade espantosa das terras situa das entre o Mogi Guassu e o Pardo

rumo do nordeste paulista. Isso explica' o arrôjo do jovem fazendeiro que, for

trabalho e.scravo. A solução para êsse problema afigurava-se-lhe clara e sim ples: intensificar a imigração para o tra balho livre que, por si só, daria fim à escravidão, aliás já em declínio pela

quivos, esclarecendo os timoratos, do

vontade de muitos senhores.

o allciador de acionistas o seu prestígio

mado em direito, tendo exercido a advo

O decênio de 1860/70 marca o início

era quase complemento.da primeira, vol tou a afagar sua velha idéia da "entra

férreas, que provinham — uma da Côrte,

anos mais tarde, iria levar os trilhos da

São Paulo, serra acima. Êsse surto te ria que provocar outras mais ousados e o Interior passou a exercer uma fasci nação irresistível sôbre os que conheciam

cacia em Itu, e a atividade política, que de realização das nossas primeiras vias para o vale do Paraíba, rumo a São

da" pelo mesmo sertão ao qual, poucos Paulo, a outra de Santos, procurando Companhia Mogiana.

Filiado ao Partido Conservador, como tôda a sua gente, dotado de grande ati-

zonas longínquas, por terem pisado o

perfeitamente: com a mesma decisão com que dera mão forte a Falcão Filho, que prosseguisse na construção da linlia Saldanha Marinho, rumo ao Rio Claro

mando os turrões e acenando a todos

e São Carlos, visando Aiaraquara, em

com aquela novidade que alguns temiam e outros qualificavam de negócio arris

apoio entusiástico para que penetrasse

prestou a Antônio de Queiroz Teles

político e tôdas as energias, estimulado,

com os trilhos da outra via férrea os rincões distantes de que Mogi Mirim era o primeiro degrau.

além de Mogi Mirim., Lançados, po

Parnaíba, já com a comenda da Ordem

cado, senão precário; nisso empenhou

Ao inaugurar-se o primeiro trecho de aliás, pelo que tinha aquele plano de Campinas a Mogi, em 1875, com a pre grandioso, sedutor e arriscado. de S. M. o Imperador, Queiroz A princípio não teve êle nem jeito, sença Teles alcançou primeiro e magistral nem coragem de falar em trilhos alem triunfo, do qualumpartilliou o presidente de Mogi Mirim. O nome "Mogiana da Província: a presença de D. Pedro H induzia a acreditar que o avanço chega à inauguração significava o apoio notó ria apenas às barrancas do "Mogi rio ao plano de penetração e o futuro Guassu, 20 quilômetros, no máximo,


58

Digesto Econômico

Ao regressar, numa de suas viagens, morreu afogado na travessia do Camandocaia.

O neto, que viria a ser o Visconde,

ouvindo narrar, em menino, aquelas peripécias da vida aventurosa e ousada

do avô, sentiu no sangue a voz de con quista daquele mesmo chão que o la vrador algarvio palmilhara e, volvidos anos, para ali se transportou e ali se

fixou, alargando as culturas da fazenda da Ressaca.

Por ali e pelo caminho em que

lamento, com uma influência crescente pela habilidade macia e a argúcia com que desarmava os mais recalcitrantes,

seu chão c vadeado os seus rios, e

tudo isso reforçado com o prestígio que

rais exageros condimentados pela fan

grangeara em Itu pela nobreza posta em

tasia.

vários passos da advocacia — trouxe para a política duas idéias altas e so-

deiras" que ia marcar a segunda metade

branceiras, perfeitamente conjugadas — atrair e estimular a imigração estrangei ra para o trabalho livre que, no futuro, "fatalmente tinha que substituir o tra balho escravo", e

levar o progres

uma

so ao coração do

capela do Bom Jesus das Posses

país sòbre os tri lhos de uma es trada de ferro.

se situava

da Ressaca, pas savam as tropas que se embre

59

Dicesto Econômico

rém, os 90 quilômetros iniciais e dado

ainda mais forte sòbre os que delas só

o plano para o segundo avanço de mais

tinham notícias de outiva, com os natu

90, o ambiente já comportava o projeto

Era um novo estilo de "ban

do século.

Quando, entretanto, se falou em dar início à construção de uma linha férrea

que, procurando, primeiramente, Mogi Mirim, depois Casa Branca c, deitando braços e ramais à direita para o Amparo e a Penha do Rio do Peixe, teria como

alvo o cerne goiano, através do Triân gulo Mineiro, o cometimento pareceu ar rôjo de malucos, que arrastaria a mn fracasso inevitável os capitais que nessa

O atraso que no

obra se empatassem.

tara no Interior

sem qualificá-lo de maluquice. E êle prosseguiu.

Verdade seja dita que, no governo da Província, naquele período inicial, en contrara êle o apoio de um dos espí ritos de mais aguda visão para os pro blemas de interesse público, que era

o mogiano João Teodoro Xavier, lente de direito, que fôra também um des bravador no campo das idéias, trazendo

para sua cátedra, na Academia, o racionalismo de Kant, em filosofia e a es

cola de Savigny, em direito romano.

João Teodoro, em arròjo e idéias pro

gressistas estava no mesmo plano de Queiroz Teles ■ e ambos se entendiam

nhavam pelo ser tão, rumando pa

por êle percorri

Queiroz Teles que então nem era ainda Barão, o muito menos Visconde,

do era confrange-

formou no bloco dos propagandistas que

iam, a cavalo, de fazenda em fazenda,

outro seu colega de Congregação, para

ra Goiás(os Cam

dor, devido, prin

pos dos Goiáses)

cipalmente, ao regime nocivo do

angariar subscrições de capital, numa pedintaria estafante, animando os es-

da Companhia Paulista, iniciada por

via Casa Branca e Franca do Im perador: e o menino pressentiu o fu turo daqueles rincões distantes, dada a feracídade espantosa das terras situa das entre o Mogi Guassu e o Pardo

rumo do nordeste paulista. Isso explica' o arrôjo do jovem fazendeiro que, for

trabalho e.scravo. A solução para êsse problema afigurava-se-lhe clara e sim ples: intensificar a imigração para o tra balho livre que, por si só, daria fim à escravidão, aliás já em declínio pela

quivos, esclarecendo os timoratos, do

vontade de muitos senhores.

o allciador de acionistas o seu prestígio

mado em direito, tendo exercido a advo

O decênio de 1860/70 marca o início

era quase complemento.da primeira, vol tou a afagar sua velha idéia da "entra

férreas, que provinham — uma da Côrte,

anos mais tarde, iria levar os trilhos da

São Paulo, serra acima. Êsse surto te ria que provocar outras mais ousados e o Interior passou a exercer uma fasci nação irresistível sôbre os que conheciam

cacia em Itu, e a atividade política, que de realização das nossas primeiras vias para o vale do Paraíba, rumo a São

da" pelo mesmo sertão ao qual, poucos Paulo, a outra de Santos, procurando Companhia Mogiana.

Filiado ao Partido Conservador, como tôda a sua gente, dotado de grande ati-

zonas longínquas, por terem pisado o

perfeitamente: com a mesma decisão com que dera mão forte a Falcão Filho, que prosseguisse na construção da linlia Saldanha Marinho, rumo ao Rio Claro

mando os turrões e acenando a todos

e São Carlos, visando Aiaraquara, em

com aquela novidade que alguns temiam e outros qualificavam de negócio arris

apoio entusiástico para que penetrasse

prestou a Antônio de Queiroz Teles

político e tôdas as energias, estimulado,

com os trilhos da outra via férrea os rincões distantes de que Mogi Mirim era o primeiro degrau.

além de Mogi Mirim., Lançados, po

Parnaíba, já com a comenda da Ordem

cado, senão precário; nisso empenhou

Ao inaugurar-se o primeiro trecho de aliás, pelo que tinha aquele plano de Campinas a Mogi, em 1875, com a pre grandioso, sedutor e arriscado. de S. M. o Imperador, Queiroz A princípio não teve êle nem jeito, sença Teles alcançou primeiro e magistral nem coragem de falar em trilhos alem triunfo, do qualumpartilliou o presidente de Mogi Mirim. O nome "Mogiana da Província: a presença de D. Pedro H induzia a acreditar que o avanço chega à inauguração significava o apoio notó ria apenas às barrancas do "Mogi rio ao plano de penetração e o futuro Guassu, 20 quilômetros, no máximo,


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de Cristo, se atirou a êsse plano com dobrada energia: em 1878 chegava a Casa Branca e 5 anos mais tarde atin

gia o Ribeirão Preto, rumo à ante-sala

do sertão goiano que era Franca do Imperador.

De meados de 1878-1879 andou o gran de pioneiro ferroviário em viagem pela Europa e, num período de 14 meses, pondo-se em contacto com os núcleos

europeus das cidades e zonas agrícolas nmis adiantadas, foi colhendo informa

Digesto Econóbíico

Foi êsse, durante muito tempo, o ca

minho que os moços, mesmo quando formados, seguiam no início da vida profissional — o trabalho gratuito, conio praticantes". E foi a essa designação que Ramos de Azevedo aludira, ao de

O traçado, na parte técnica, fôra atri

tátícâ era do engenheiro.

Vilares, Francisco de Paula Ramos de Azeyedo e Teófilo de Oliveira.

Os primeiros desses núcleos foram os

certamente, o gôsto pela profissão; aban

<liata da escravatura, Pamaíba — como,

lonos no govêmo de seu substituto, O

nio Prado — propugnava a extinção gra

sob a égide de nomes ilustres no nosso

gue novo e novas energias para o cal-

procurava assentar os alicerces da nossa

economia agrícola baseada no trabalho livre.

Deve-se, aliás, recordar que o exem plo da colonização por elementos euro-

conselheiro Rodrigues Alves, e colocados

patriciado agrícola — Barão de Jundiaí, Rodrigo Silva e Antônio Prado. Êsses núcleos eram prorinciais; com o apoio de Antônio Prado, quando Ministro da Agricultura, obteve Pamaíba \a criação de 3 núcleos pelo Governo Geral - os

concluído em 1878 na Universidade de

conjugado a outro — o da colonização das zonas desbravadas e fixação do colono agrícola em núcleos oficiais ou em fazendas particulares. Visava com isso aquele pioneiro fixar na terra bra sileira o colono estrangeiro, num nú cleo familiar prolífico, que traria san

diaí, Porto Feliz e Ribeirão Preto, estes três últimos oferecidos á escolha dos co

<le resto, as figuras culminantes do seu Partido, entre as quais Cotegipe e Antô

Gand.

deamento da raça que aqui se estava No corpo dos primeiros engenheiros forjando. e transportes eram da construção figuravam três jovens, que os dados doImigração binômio no qual o Visconde estavam inscritos na categoria de "pra ticantes", com a anotação "sem ven cimento algum" - e eram Eduardo

tie Indaiatuba na sua fazenda "Sete

terras de vários padrões.

vidade na exploração dos terrenos e primeiros planos de construção adveio,

A idéia, que então principiava a fa zer-se realidade, de conquista do "hinterland" pela Unha férrea, entrava nos planos de Pamaíba como um elemento

num traçado de extremas dificuldades' levou os trilhos da Mogiana na direção que Queiroz Teles lhe indicara; a estra tégia era do bacharel, mas a reaUzação

nos núcleos já então inaugurados em

lho, no eixo da Cia. Paulista, mais tarde completados por três outros, em Jun-

* * *

Lisboa que, mais tarde, levaria a Oeste

dor Vergueiro, na sua fazenda "Ibicaba", próxima de Limeira e pelo Visconde Não obstante pertencesse ao Partido Conservador, que resistiu à formula lit)eral e republicana da extinção ime-

mão" no princípio da carreira. Da ati

Miguel Ribeiro Lisboa, da escola de Teófilo Otoni, que deu à estrada Pe dro II, hoje Central do Brasil, a confi guração de primeira e autorizada escola dos nossos primeiros e mais ilustres en-

de Mmas, de Sítio a S. João dei Rey,

com a viiigem e as primeiras instalações, pudessem instalar-se em terra própria,

Quedas", próxima de Campinas.

clarar que Pamaíba Die havia "dado a

buição exclusiva do engenheiro Joaquim

gei^eiros ferroviários. O engenheiro

Peus selecionados entre agricultores já fóra dado, em São Paulo, pelo Sena-

de Canas, no vale do Paraíba e Casca

donando a carreira militar para a qual ções e conhecimentos que, ao regressar, enveredara no início, Ramos de Azeve iria pôr em prática no seu país, ini do, logo depois, com o impulso protetor ciando a propaganda do trabalho livre de Pamaíba, seguia para a Bélgica, e acenando com a feracidade das terras para fazer o seu curso de engenliaria, do oeste em que a produção era muito

maior do que nos campos europeus.

61

INCESTO Econômico

de SanfAna, São Caetano e São Ber

nardo. O que foram todos eles como focos de irradiação de cultura, riqueza

regime de trabalho até então ado

e progresso não é preciso acentuar. Nos seus primeiros 3 anos de govêmo da Província, com essa orientação escla

tado.

recida e firme e com o contingente po

dual, que evitaria uma crise brusca no Para isso dava êle o e.xemplo

melhor, alforriando a quase totalidade dos seus escravos.

E proclamava, com

deroso da Associação Promotora de Imi

gração, dirigida por Martinico Prado,

sabedo^a, que o próprio interêsse do, Nicolau de Souza Queiroz e Rafael de trabalho produtivo levaria futuramente Aguiar Paes de Barros, já se menciona os senhores recalcitrantes a essa solu

ção. A admissão de imigrantes deveria ser feita, de preferência, no seu enten

der — e os decênios seguintes lhe deram inteira razão — em grandes fazendas, com o trabalho organizado, a fim de que os colonos estrangeiros se habituassem com o novo "habitat" e adquirissem a

prática necessária, até que, mais tarde, libertos dos compromissos que assumiam

vam cifras de mais de 20.000 imigran tes fixados definitivamente em terra bra sileira.

E, para que os "indianistas", visioná rios do lirismo de Alencar, que acre ditavam, românticamente, na lealdade inata e no amor ao trabalho dos nossos

aborígenes, não lhe increpassem os ma les da extinção de tribos ainda existen

tes, organizou — e foi o primeiro admi-


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de Cristo, se atirou a êsse plano com dobrada energia: em 1878 chegava a Casa Branca e 5 anos mais tarde atin

gia o Ribeirão Preto, rumo à ante-sala

do sertão goiano que era Franca do Imperador.

De meados de 1878-1879 andou o gran de pioneiro ferroviário em viagem pela Europa e, num período de 14 meses, pondo-se em contacto com os núcleos

europeus das cidades e zonas agrícolas nmis adiantadas, foi colhendo informa

Digesto Econóbíico

Foi êsse, durante muito tempo, o ca

minho que os moços, mesmo quando formados, seguiam no início da vida profissional — o trabalho gratuito, conio praticantes". E foi a essa designação que Ramos de Azevedo aludira, ao de

O traçado, na parte técnica, fôra atri

tátícâ era do engenheiro.

Vilares, Francisco de Paula Ramos de Azeyedo e Teófilo de Oliveira.

Os primeiros desses núcleos foram os

certamente, o gôsto pela profissão; aban

<liata da escravatura, Pamaíba — como,

lonos no govêmo de seu substituto, O

nio Prado — propugnava a extinção gra

sob a égide de nomes ilustres no nosso

gue novo e novas energias para o cal-

procurava assentar os alicerces da nossa

economia agrícola baseada no trabalho livre.

Deve-se, aliás, recordar que o exem plo da colonização por elementos euro-

conselheiro Rodrigues Alves, e colocados

patriciado agrícola — Barão de Jundiaí, Rodrigo Silva e Antônio Prado. Êsses núcleos eram prorinciais; com o apoio de Antônio Prado, quando Ministro da Agricultura, obteve Pamaíba \a criação de 3 núcleos pelo Governo Geral - os

concluído em 1878 na Universidade de

conjugado a outro — o da colonização das zonas desbravadas e fixação do colono agrícola em núcleos oficiais ou em fazendas particulares. Visava com isso aquele pioneiro fixar na terra bra sileira o colono estrangeiro, num nú cleo familiar prolífico, que traria san

diaí, Porto Feliz e Ribeirão Preto, estes três últimos oferecidos á escolha dos co

<le resto, as figuras culminantes do seu Partido, entre as quais Cotegipe e Antô

Gand.

deamento da raça que aqui se estava No corpo dos primeiros engenheiros forjando. e transportes eram da construção figuravam três jovens, que os dados doImigração binômio no qual o Visconde estavam inscritos na categoria de "pra ticantes", com a anotação "sem ven cimento algum" - e eram Eduardo

tie Indaiatuba na sua fazenda "Sete

terras de vários padrões.

vidade na exploração dos terrenos e primeiros planos de construção adveio,

A idéia, que então principiava a fa zer-se realidade, de conquista do "hinterland" pela Unha férrea, entrava nos planos de Pamaíba como um elemento

num traçado de extremas dificuldades' levou os trilhos da Mogiana na direção que Queiroz Teles lhe indicara; a estra tégia era do bacharel, mas a reaUzação

nos núcleos já então inaugurados em

lho, no eixo da Cia. Paulista, mais tarde completados por três outros, em Jun-

* * *

Lisboa que, mais tarde, levaria a Oeste

dor Vergueiro, na sua fazenda "Ibicaba", próxima de Limeira e pelo Visconde Não obstante pertencesse ao Partido Conservador, que resistiu à formula lit)eral e republicana da extinção ime-

mão" no princípio da carreira. Da ati

Miguel Ribeiro Lisboa, da escola de Teófilo Otoni, que deu à estrada Pe dro II, hoje Central do Brasil, a confi guração de primeira e autorizada escola dos nossos primeiros e mais ilustres en-

de Mmas, de Sítio a S. João dei Rey,

com a viiigem e as primeiras instalações, pudessem instalar-se em terra própria,

Quedas", próxima de Campinas.

clarar que Pamaíba Die havia "dado a

buição exclusiva do engenheiro Joaquim

gei^eiros ferroviários. O engenheiro

Peus selecionados entre agricultores já fóra dado, em São Paulo, pelo Sena-

de Canas, no vale do Paraíba e Casca

donando a carreira militar para a qual ções e conhecimentos que, ao regressar, enveredara no início, Ramos de Azeve iria pôr em prática no seu país, ini do, logo depois, com o impulso protetor ciando a propaganda do trabalho livre de Pamaíba, seguia para a Bélgica, e acenando com a feracidade das terras para fazer o seu curso de engenliaria, do oeste em que a produção era muito

maior do que nos campos europeus.

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INCESTO Econômico

de SanfAna, São Caetano e São Ber

nardo. O que foram todos eles como focos de irradiação de cultura, riqueza

regime de trabalho até então ado

e progresso não é preciso acentuar. Nos seus primeiros 3 anos de govêmo da Província, com essa orientação escla

tado.

recida e firme e com o contingente po

dual, que evitaria uma crise brusca no Para isso dava êle o e.xemplo

melhor, alforriando a quase totalidade dos seus escravos.

E proclamava, com

deroso da Associação Promotora de Imi

gração, dirigida por Martinico Prado,

sabedo^a, que o próprio interêsse do, Nicolau de Souza Queiroz e Rafael de trabalho produtivo levaria futuramente Aguiar Paes de Barros, já se menciona os senhores recalcitrantes a essa solu

ção. A admissão de imigrantes deveria ser feita, de preferência, no seu enten

der — e os decênios seguintes lhe deram inteira razão — em grandes fazendas, com o trabalho organizado, a fim de que os colonos estrangeiros se habituassem com o novo "habitat" e adquirissem a

prática necessária, até que, mais tarde, libertos dos compromissos que assumiam

vam cifras de mais de 20.000 imigran tes fixados definitivamente em terra bra sileira.

E, para que os "indianistas", visioná rios do lirismo de Alencar, que acre ditavam, românticamente, na lealdade inata e no amor ao trabalho dos nossos

aborígenes, não lhe increpassem os ma les da extinção de tribos ainda existen

tes, organizou — e foi o primeiro admi-


tm

62

r.

»' 'T-

Dicesto Econômico

nistrador paulista a fazê-lo — um ser viço de Ciitequese e civilização dos ín dios localizados entre os vales do Tietê

e do Paranapanema, sertão bruto que começava a ser varado pelos primeiros povoadóres, ainda não contaminados da praga dos "grileiros".

Como complemepto do plano de imi gração em grande escala lançou o Vis

conde o projeto, logo após .levado a execução, da construção de uma Hospedaria de Imigrantes. O terreno, esco-

M Ihido como mais adequado, um ano W antes (1865) pelos drs. Rafael Paes de

Barros e Nicolau de Souza Queiroz, pelo qual o Tesouro pagou 17 contos, e que ainda hoje serve de sede à nossa Es

cola de Aeronáutica, com as amplas construções ali feitas no espaço de ano e meio por decisão desassombrada do

Visconde de Pamaíba, foi o primeiro te to, em terra paulista, de mais de um mi

lhão de imigrantes estrangeiros, que tan tos foram os colonos voluntários ou esti-

pendiados que vieram para cá. Não fôsse a visão desses liomens de govêmo e

líderes da nossa economia, não podería-

•seguia o avanço com aumento de tráfego

dc ano para ano, .sentindo despertar o zona de prodigiosa uberdade que era a de Ribeirão Preto, antiga vila de Entre Rios e por ela passando rumo ao Rio Grande.

No encerramento do seu relatório de

presidente da Província, de 1887, tra

çando a perspectiva do plano geral que viera pertinazmente realizando, e quan do a linha já ia 50 quilômetros além da Franca, procurando o "porto do Jagua ra", na freguesia de Santo Antônio da Rifaina, em território mineiro, escreveu:

"Chegada ao Jaguara, a estrada irá se internando pelo Triângulo Mineiro em demanda da barranca do Para-

naíba. Podemos, portanto, prever o tempo, não mui longe, cm que o sibilo da locomotiva da Mogiana acor dará os ecos dos remotos sertões de Goiás, levando o progresso e a abun

e animado.s de ambição legítima para aqui trouxeram, * * *

.

Quando Antônio de Queiroz Teles dei

xou a presidência da Mogiana, para assumir a presidência da Província, entragando a gestão da Companhia ao

; Barão de Jaguara, contava a estrada

. 370 quilômetros de linha férrea, e pros-

lava nos planos dc nossa defesa estraté gica desde a guerra do Paraguai. São interessantes as observações que,

sôbre tal indagação, apresentou a direlor.a da Cia. Mogiana, em seu relató rio de 2/3/1881, com as assinaturas dos diretores — Barão do Pamaíba (presi dente), Joaqtiim Ferreira de Camargo Andrade, João Ataliba Nogueira, Joa

quim Pinto dc Araújo Cintra e Zeforino

gens resultantes do traçado, sobres saindo a da navegabilidade de parte dos rios Paranaíba, Araguaia e al

guns afluentes, e ao mesmo tempo foram lembrados os meios julgados os

únicos pratícá\'eis para realização des

oferta, indigitando que a estrada para Mato Grosso se fizesse, não no mmo

"O traçado nele indicado terá de

apontado na consulta oficial, mas pelo Triângulo e pelo Sul dc Goiás, para onde a Mogiana se estendia. "... Como sabeis, a questãp da cons trução dc uma estrada de ferro para Mato Grosso tem ocupado a atenção do Govôrno Geral nestes últimos tem

pos. Há 4 anos, mais ou menos, já as diversas Companhias de estrada

Vicente".

matéria.

aos votos do Governo que nisso se fazia

memorial foram expostas as \'anta-

te grande cometimento.

de ferro dirigiram memoriais a unia

intérprete dos anseios.de uma parte da população das Províncias longínquas.

povoada de Mato Grosso, denomi nada, pelo ,finado Barão de Melgaço — território cuiabano. Num

da Costa Guimarães: era uma contra-

dância àquelas paragens que foram teatro dos feitos homéricos dos povoadores da antiga Capitania de São

O estilo era pomposo, ao gòsto da .; mos ostentar, nestes dias e nestes tempos, época, mas atestava que a construção da a pujança que o trabalho e a inteligên linha de uma empresa particular atendia cia de tantas levas de estrangeiros sadios

63

Dicesto Econômico

Comissão nomeada pelo mesmo Go

vêmo para dar parecer sôbre esta "A vossa Diretoria igualmente re

sofrer, porém, importantes modifica ções. A corrente de opinião já se inclina a favor do prolongamento de nossa estrada até Mato Grosso".

Dessa corajosa Diretoria, o mais auda cioso era, sem dúvida, o seu presidente. E era, principalmente, quem punira sua visão de ferroviário a serviço de um

patriotismo de estadista que alcançava o que seria o cerne do pais, situado no altiplano goiano, 50 anos mais tarde. Essa visão e a coragem de expô-la e realizá-la recomendam o nome do Vis conde de Pamaíba ao reconhecimento

dos brasileiros. E estão a confirmar o juí zo de Ramos de Azevedo; "O Pamaíba so, atravessando o sul das provín • teve uma visão de ferroviário tão aguda

presentou mostrando as vantagens de "prolongar a sua linha a Mato Gros

cias de Minas e Goiás" e a parte

como o Barão de Mauá'.

Aliás, em dezembro de 1880 o Govêmo da Província, transmitindo aviso do Mi

nistério da Agricultura, consultara a .Cia.

Paulista e a Mogiana sôbre a possível aceitação e condições de prolongamento de uma linha que, "de Araraquara e Sant'Ana do Pamaíba, atingisse o Estado de Mato Grosso". Essa ligação es-

A rn^ierância Cafeeira âc São Salvador está discutindo, ao ganda, relacionado com ó aumento de consumo da bebida.

«e «nuncto,

um aumento de cota correspondente a cada país produtor para o fundo de pr p -


tm

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r.

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Dicesto Econômico

nistrador paulista a fazê-lo — um ser viço de Ciitequese e civilização dos ín dios localizados entre os vales do Tietê

e do Paranapanema, sertão bruto que começava a ser varado pelos primeiros povoadóres, ainda não contaminados da praga dos "grileiros".

Como complemepto do plano de imi gração em grande escala lançou o Vis

conde o projeto, logo após .levado a execução, da construção de uma Hospedaria de Imigrantes. O terreno, esco-

M Ihido como mais adequado, um ano W antes (1865) pelos drs. Rafael Paes de

Barros e Nicolau de Souza Queiroz, pelo qual o Tesouro pagou 17 contos, e que ainda hoje serve de sede à nossa Es

cola de Aeronáutica, com as amplas construções ali feitas no espaço de ano e meio por decisão desassombrada do

Visconde de Pamaíba, foi o primeiro te to, em terra paulista, de mais de um mi

lhão de imigrantes estrangeiros, que tan tos foram os colonos voluntários ou esti-

pendiados que vieram para cá. Não fôsse a visão desses liomens de govêmo e

líderes da nossa economia, não podería-

•seguia o avanço com aumento de tráfego

dc ano para ano, .sentindo despertar o zona de prodigiosa uberdade que era a de Ribeirão Preto, antiga vila de Entre Rios e por ela passando rumo ao Rio Grande.

No encerramento do seu relatório de

presidente da Província, de 1887, tra

çando a perspectiva do plano geral que viera pertinazmente realizando, e quan do a linha já ia 50 quilômetros além da Franca, procurando o "porto do Jagua ra", na freguesia de Santo Antônio da Rifaina, em território mineiro, escreveu:

"Chegada ao Jaguara, a estrada irá se internando pelo Triângulo Mineiro em demanda da barranca do Para-

naíba. Podemos, portanto, prever o tempo, não mui longe, cm que o sibilo da locomotiva da Mogiana acor dará os ecos dos remotos sertões de Goiás, levando o progresso e a abun

e animado.s de ambição legítima para aqui trouxeram, * * *

.

Quando Antônio de Queiroz Teles dei

xou a presidência da Mogiana, para assumir a presidência da Província, entragando a gestão da Companhia ao

; Barão de Jaguara, contava a estrada

. 370 quilômetros de linha férrea, e pros-

lava nos planos dc nossa defesa estraté gica desde a guerra do Paraguai. São interessantes as observações que,

sôbre tal indagação, apresentou a direlor.a da Cia. Mogiana, em seu relató rio de 2/3/1881, com as assinaturas dos diretores — Barão do Pamaíba (presi dente), Joaqtiim Ferreira de Camargo Andrade, João Ataliba Nogueira, Joa

quim Pinto dc Araújo Cintra e Zeforino

gens resultantes do traçado, sobres saindo a da navegabilidade de parte dos rios Paranaíba, Araguaia e al

guns afluentes, e ao mesmo tempo foram lembrados os meios julgados os

únicos pratícá\'eis para realização des

oferta, indigitando que a estrada para Mato Grosso se fizesse, não no mmo

"O traçado nele indicado terá de

apontado na consulta oficial, mas pelo Triângulo e pelo Sul dc Goiás, para onde a Mogiana se estendia. "... Como sabeis, a questãp da cons trução dc uma estrada de ferro para Mato Grosso tem ocupado a atenção do Govôrno Geral nestes últimos tem

pos. Há 4 anos, mais ou menos, já as diversas Companhias de estrada

Vicente".

matéria.

aos votos do Governo que nisso se fazia

memorial foram expostas as \'anta-

te grande cometimento.

de ferro dirigiram memoriais a unia

intérprete dos anseios.de uma parte da população das Províncias longínquas.

povoada de Mato Grosso, denomi nada, pelo ,finado Barão de Melgaço — território cuiabano. Num

da Costa Guimarães: era uma contra-

dância àquelas paragens que foram teatro dos feitos homéricos dos povoadores da antiga Capitania de São

O estilo era pomposo, ao gòsto da .; mos ostentar, nestes dias e nestes tempos, época, mas atestava que a construção da a pujança que o trabalho e a inteligên linha de uma empresa particular atendia cia de tantas levas de estrangeiros sadios

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Dicesto Econômico

Comissão nomeada pelo mesmo Go

vêmo para dar parecer sôbre esta "A vossa Diretoria igualmente re

sofrer, porém, importantes modifica ções. A corrente de opinião já se inclina a favor do prolongamento de nossa estrada até Mato Grosso".

Dessa corajosa Diretoria, o mais auda cioso era, sem dúvida, o seu presidente. E era, principalmente, quem punira sua visão de ferroviário a serviço de um

patriotismo de estadista que alcançava o que seria o cerne do pais, situado no altiplano goiano, 50 anos mais tarde. Essa visão e a coragem de expô-la e realizá-la recomendam o nome do Vis conde de Pamaíba ao reconhecimento

dos brasileiros. E estão a confirmar o juí zo de Ramos de Azevedo; "O Pamaíba so, atravessando o sul das provín • teve uma visão de ferroviário tão aguda

presentou mostrando as vantagens de "prolongar a sua linha a Mato Gros

cias de Minas e Goiás" e a parte

como o Barão de Mauá'.

Aliás, em dezembro de 1880 o Govêmo da Província, transmitindo aviso do Mi

nistério da Agricultura, consultara a .Cia.

Paulista e a Mogiana sôbre a possível aceitação e condições de prolongamento de uma linha que, "de Araraquara e Sant'Ana do Pamaíba, atingisse o Estado de Mato Grosso". Essa ligação es-

A rn^ierância Cafeeira âc São Salvador está discutindo, ao ganda, relacionado com ó aumento de consumo da bebida.

«e «nuncto,

um aumento de cota correspondente a cada país produtor para o fundo de pr p -


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Dicesto Econômico

Rússia versus Estados Unidos por José Maria Belo

Especial para o "Dígesto Econômico'

O sr. José Maria Belo, com dados estatísticos, mostra, nesse interessante artigo, o que falta à ditadura de Moscou para se colocar no nível da grande nação

i

norte-americana ou mesmo, da Inglaterra, da França e da Alemanha, no período anterior à guerra

lória nos campos de batallia, firmavam

como uma espécie de ópera-bufa, e

nas nações civilizadas o radiante domí

exaltado na desvairada tirania do nazis

nio dos regimes de justiça e de liber dade... Os princípios do Presidente Wilson, que tinham na organização da Liga das Nações a sua suprema expres são, afastariam, por indefinido tempo, o terrível espectro da guerra.

mo germânico. A humanidade marcava apenas um compasso de espera para nova

Provàvelmente, não conheceram ja mais os homens e os povos uma fase de tão confiadas esperanças, de tão vivo

flitos armados, bem secundários na pers pectiva histórica, comparados com as duas catástrofes que o imperialismo ale

européias, no qual entrariam no começo do século atual, como poderosos par ceiros, os Estados Unidos e o Japão, bastou, bem ou mal, para assegurar

assina estas linhas demorou-se na Euro

pa quase todo o ano de 1919; contami-

fronteiras econômicas, e o Japão in cubava pacientemente, à espera da hora que lhe parecesse mais oportuna, os

rios países que percorreu; pôde assistir

seus sonhos de pan-asiatismo... ^ ^ unificação da Alemanha sobre a derrota

viu com os próprios olhos a humilhação

da França em 1870 começou a tomar-se

Estado da Europa quiseram ver. Quan

mão fez deflagrar: guerra da Criméia, do, afinal, foram forçados a abrir os guerra franco-prussiana, hispano- olhos, nada mais podiam fazer senão 5— — f-—-, guerra guerra nispanoamencana, guerra dos Boers, guerra acertar a guerra do Kaiser e dos íj' I russo-japonesa, guerra russo-iaponesa, guerra dos dos Bálcãs Rnloãs, e sem i Kers.. prussianos. Sofreu o mundo quase Ií; contar, é claro, com as pequenas guer cinco anos de torturas da primeira guerras coloniais e a grande luta civil dos Estados Unidos, a mais sangrenta de tôdas. O jôgo das grandes potências

quentes, da guerra que findara. Quem

curavam conlentar-se com as próprias

o grande perigo, que raros homens de

9^® realmente lhe alcançou toda a

face; totalitária, portanto, pelo menos, no sentido dà extensão. Mas Guilher me II e os seus comparsas foram bati dos. As democracias do Ocidente ven ciam as autocracias dos Impérios Cen trais; porém muito mais do que a vii ItiÉH

Ainda uma vez, a Alemanha e seus

rio, entretanto, de 1919 o fim da guerra

A

incerteza, tao freqüentemente angus- Aliança da Alemanha, Áustria-Huneria

o mundo ocidental um longo período de paz, perturbado apenas por alguns con

dade. Uma imensa e implacável guerra

cixil dentro da guerra internacional..•

diatamente ao armistício de 1918.

começar quase faziam esquecidas as marcas ainda tão trágicas, ainda tão

Ic" da França e Inglaterra e a aliança franco-russa. Os Estados Unidos pro

extensão, mas também no da intensi

entusiasmo, como a que se seguiu ime

jyADA pode frisar mélhor a situação de certo equilíbrio de fôrças. A Tríplice Y. ri# « O e_ Itáli a, opunham-se a "Entente Cordia-

mais sòmenfe totalitária no sentido da

satélites foram esmagados. Ao contrá

certeza dos dias incomparáveis que iam

tiosa, Sü. 0116 que 06^3 pesa sôbre çAKrâ a o humanidad_le desde que cessou a tremenda luta con tra as antigas "Potências do Eixo", do que comparar um instante os dois "après guerre" de 1919 e de 1945. Fecha do o ciclo histórico das guerras da Re volução Francesa e de Napoleão, viveu

guerra. Esta veio, como vinte e cinco anos antes, da mesma Alemanha, e não

nou-se do ambiente de otimismo de vá

não pareceu, mesmo aos mais otimistas,

o sinal do início de um longo período de paz. Nenhum transbordamento eufórico sacudiu as almas opressas por tantos

anos de sangue e de heroísmos e de mi sérias sem nome. Encerrada a luta mi litar, começa\'a a luta diplomática, como

sempre sucedeu, mas em têrmos comple

com o seu cartão de jornalista brasileiro

tamente novos, pois o mais descuidado

à assinatura do Tratado de Versalhes;

dos homens sentia bem que só por um

dos dois obscuros delegados alemães a

porém as suas chancelas sôbre a derrota da sua orgulhosa pátria; estremeceu com

a apóstrofe desdenhosa de Clemenceau; vibrou como todo o mundo no delírio das ruas de Paris no dia da Vitória...

milagre de compreensão recíproca po deriam entender-se os vencedores. E êste milagre desgraçadamente não se verificou e ninguém sabe se ainda sera

possível verificar-se. Depois de 1919, sem embargo dos erros do Tratado o Versalhes, feito por estadistas que nao

Quem poderia duvidar da Era Nova que quiseram ou não puderam libertar-se se iniciava para a história da civilização? preconceitos das próprias formações, era - Todos nós, gente de mais de quarenta absurdo imaginar-se um choque fatal en e cinco anos, temos presente na memó ria o rápido e doloroso desengano. Es camoteava-se depressa a vitória das de mocracias; o Estado bolchevista da Rús sia encontrava a sua perfeita réplica,

pela selvageria dos métodos, no totalita rismo da Direita, ensaiado na Itália,

tre as grandes potências triunfantes, In

glaterra. França e Estados Unidos. So

bre divergências secundárias que as se

parassem, unia-as na preser\'ação da paz

a identídade de cultura ou de civiliza

ção; os novos incendiários do mundo encontrar-se-iam, por definição mesmo.


63

Dicesto Econômico

Rússia versus Estados Unidos por José Maria Belo

Especial para o "Dígesto Econômico'

O sr. José Maria Belo, com dados estatísticos, mostra, nesse interessante artigo, o que falta à ditadura de Moscou para se colocar no nível da grande nação

i

norte-americana ou mesmo, da Inglaterra, da França e da Alemanha, no período anterior à guerra

lória nos campos de batallia, firmavam

como uma espécie de ópera-bufa, e

nas nações civilizadas o radiante domí

exaltado na desvairada tirania do nazis

nio dos regimes de justiça e de liber dade... Os princípios do Presidente Wilson, que tinham na organização da Liga das Nações a sua suprema expres são, afastariam, por indefinido tempo, o terrível espectro da guerra.

mo germânico. A humanidade marcava apenas um compasso de espera para nova

Provàvelmente, não conheceram ja mais os homens e os povos uma fase de tão confiadas esperanças, de tão vivo

flitos armados, bem secundários na pers pectiva histórica, comparados com as duas catástrofes que o imperialismo ale

européias, no qual entrariam no começo do século atual, como poderosos par ceiros, os Estados Unidos e o Japão, bastou, bem ou mal, para assegurar

assina estas linhas demorou-se na Euro

pa quase todo o ano de 1919; contami-

fronteiras econômicas, e o Japão in cubava pacientemente, à espera da hora que lhe parecesse mais oportuna, os

rios países que percorreu; pôde assistir

seus sonhos de pan-asiatismo... ^ ^ unificação da Alemanha sobre a derrota

viu com os próprios olhos a humilhação

da França em 1870 começou a tomar-se

Estado da Europa quiseram ver. Quan

mão fez deflagrar: guerra da Criméia, do, afinal, foram forçados a abrir os guerra franco-prussiana, hispano- olhos, nada mais podiam fazer senão 5— — f-—-, guerra guerra nispanoamencana, guerra dos Boers, guerra acertar a guerra do Kaiser e dos íj' I russo-japonesa, guerra russo-iaponesa, guerra dos dos Bálcãs Rnloãs, e sem i Kers.. prussianos. Sofreu o mundo quase Ií; contar, é claro, com as pequenas guer cinco anos de torturas da primeira guerras coloniais e a grande luta civil dos Estados Unidos, a mais sangrenta de tôdas. O jôgo das grandes potências

quentes, da guerra que findara. Quem

curavam conlentar-se com as próprias

o grande perigo, que raros homens de

9^® realmente lhe alcançou toda a

face; totalitária, portanto, pelo menos, no sentido dà extensão. Mas Guilher me II e os seus comparsas foram bati dos. As democracias do Ocidente ven ciam as autocracias dos Impérios Cen trais; porém muito mais do que a vii ItiÉH

Ainda uma vez, a Alemanha e seus

rio, entretanto, de 1919 o fim da guerra

A

incerteza, tao freqüentemente angus- Aliança da Alemanha, Áustria-Huneria

o mundo ocidental um longo período de paz, perturbado apenas por alguns con

dade. Uma imensa e implacável guerra

cixil dentro da guerra internacional..•

diatamente ao armistício de 1918.

começar quase faziam esquecidas as marcas ainda tão trágicas, ainda tão

Ic" da França e Inglaterra e a aliança franco-russa. Os Estados Unidos pro

extensão, mas também no da intensi

entusiasmo, como a que se seguiu ime

jyADA pode frisar mélhor a situação de certo equilíbrio de fôrças. A Tríplice Y. ri# « O e_ Itáli a, opunham-se a "Entente Cordia-

mais sòmenfe totalitária no sentido da

satélites foram esmagados. Ao contrá

certeza dos dias incomparáveis que iam

tiosa, Sü. 0116 que 06^3 pesa sôbre çAKrâ a o humanidad_le desde que cessou a tremenda luta con tra as antigas "Potências do Eixo", do que comparar um instante os dois "après guerre" de 1919 e de 1945. Fecha do o ciclo histórico das guerras da Re volução Francesa e de Napoleão, viveu

guerra. Esta veio, como vinte e cinco anos antes, da mesma Alemanha, e não

nou-se do ambiente de otimismo de vá

não pareceu, mesmo aos mais otimistas,

o sinal do início de um longo período de paz. Nenhum transbordamento eufórico sacudiu as almas opressas por tantos

anos de sangue e de heroísmos e de mi sérias sem nome. Encerrada a luta mi litar, começa\'a a luta diplomática, como

sempre sucedeu, mas em têrmos comple

com o seu cartão de jornalista brasileiro

tamente novos, pois o mais descuidado

à assinatura do Tratado de Versalhes;

dos homens sentia bem que só por um

dos dois obscuros delegados alemães a

porém as suas chancelas sôbre a derrota da sua orgulhosa pátria; estremeceu com

a apóstrofe desdenhosa de Clemenceau; vibrou como todo o mundo no delírio das ruas de Paris no dia da Vitória...

milagre de compreensão recíproca po deriam entender-se os vencedores. E êste milagre desgraçadamente não se verificou e ninguém sabe se ainda sera

possível verificar-se. Depois de 1919, sem embargo dos erros do Tratado o Versalhes, feito por estadistas que nao

Quem poderia duvidar da Era Nova que quiseram ou não puderam libertar-se se iniciava para a história da civilização? preconceitos das próprias formações, era - Todos nós, gente de mais de quarenta absurdo imaginar-se um choque fatal en e cinco anos, temos presente na memó ria o rápido e doloroso desengano. Es camoteava-se depressa a vitória das de mocracias; o Estado bolchevista da Rús sia encontrava a sua perfeita réplica,

pela selvageria dos métodos, no totalita rismo da Direita, ensaiado na Itália,

tre as grandes potências triunfantes, In

glaterra. França e Estados Unidos. So

bre divergências secundárias que as se

parassem, unia-as na preser\'ação da paz

a identídade de cultura ou de civiliza

ção; os novos incendiários do mundo encontrar-se-iam, por definição mesmo.


Cíi

Digesto EcoNÓNnco

do outro lado da corrente entre os gran

pirações ideológicas da ci\ ilização cristã,

história

des vencidos de 1918. Tal exatamente o

e Moscou, símbolo de um mundo b:lr-

f^ue aconteceu. A Alemanha pôde pre

parar, sôbre o comodismo e o egoísmo

baro, muito mais asiático do que euro peu? Eis a interrogação que não pu

(guerra da Independência, guerra da Secessão, guerra contra a Espanha) lem

das democracias ocidentais, a calamida

demos evitar no .silêncio dos nossos pen

de que acabou por reduzi-la à maior

degradação da história de um povo, que tão loucamente se sobrestimou...

Muito diverso é o panorama aberto

militar da

América do Norte

bremos os dois formidáveis exemplos de

guerra, no dia em que desesperarem dos

totalitarismo russo e a democracia norle-americana. Desde que se converteu no

processos diplomáticos. Sôbre a Rússia é inútil tentar qualquer divugação. As

Rússia nos apareceu sempre como uma

Os

América e do Extremo Oriente reduziu-

mentos de ê.xito: em 1870 contra a França descuidada e corrompida de Na. poleão 111, e em I9I4 e 1939 contra a maior parte do mundo. Acertaram uma vez e perderam duas, o que talvez lhes sir\-a de ensinamento para muitas gerações.. Há, pois, sempre um complexo de con

rão cegamente às deliberações dos seus de novo Brest-Litowsk. . .

dições preparatórias, a começar pdas

russos (alguém poderá abrir uma cortina

amda terá de lutar para readquirir a sua assinalada posição no concêrío di-

p!omático. A própria Inglaterra, com balida pelos seus heróicos esforços na gur ra, quando sozinha resistiu às ar

mas do nazismo e mostrava o caminho da vitória final, é forçada a voltar-se so

psicológicas, que precipitam o recurso às armas. Existirá, acaso, êste estudo de

espírito entre os russos e entre os norte-americanos? Os inquéritos procedidos bretudo para os prementes problemas da pelas organizações especializadas em cosua vida interna e da existência do sèu .'hêr a média da opinião pública ameri vastíssimo Império. Assim, pois, em não nos oferecem resultados posí. foco na ameaçadora arena restam, em cana tivos, se é que tais resultados possam ja verdade, a Rússia e os Estados Unidos. mais ser alcançavéis. Um povo livre e É inútil tentarmos disfarçar em palavras, rico como o dos Estados Unidos, com que não nos iludem a nós mesmos, a todos os requisitos, portanto, para a pos impressão que nos deixa o espetáculo sível "felicidade" coletiva, há de ser contemporâneo, que é o do formidável

dueío entre as duas nações de maior potenc.al militar e econômico: a demo cracia norte- americana e a tirania russà. fCas a que desfecho próximo ou distante poderá levar o antagonismo entre Was

hington, imagem — pouco importam os seus defeitos intrínsecos — das as

Ê sob êste a'"peclo

quem parte para uma asentura.

suas imensas massr.; humanas obedece

guTra de Hitler e manchada pelo cola-

de industrialização.

pressupor que os americanos procura riam resistir à terceira "poussée" píiríi ^

e economicamente com os melhores ele-

boracionismo de Vichy, muito/ tempo

Pressupõe, portanto, além ua

"chair a canon", a mais formidável po tencialidade econômica, o mais alto grau

samentos. Evidentemente, nenhum Es

oito potências principais, da Europa, da

se realmente a três: Rússia, Inglaterra

espécie.

tado que não seja dominado por loucos varridos faz deflagrar uma guerra como

Direita. O jôgo outrora entre sete ou

c Estados Unidos. A França, vencida na

dinheiro e de recursos materiais de tçda

sua capacidade de iinpro\'isação militar nas duas guerras mundiais. Estulto, i)ois,

alemães provocaram-na em setenta anos três vêzcs quando .se supuseram militar

com o triunfo sôbre o totalitarismo da

»

67

Digesto EcoNÓ\nco

senhores. Passivamente, pois, caminha rão para o abismo, sem mais os perigos res

militares

competiria

Aos escrito

dizer,

tanto

quanto Ibes seja permitido conhecer os recursos militares dos americanos e dos

qualquer sobre os mistérios de Mo.scou?), quais os melhores elementos de triunfo que neles sc contêm. Qualquer um de nós, simples "mirone" da política in ternacional,

tem livre a fantasia para

traçar sôbre uma Carta da Europa as linhas do domínio e da infiltração bol-

chevista. Imaginamos, por exemplo, que a Riissia possa contar desde o pri meiro momento, por bom bu por mal,

que seria curioso indagar dos recur;os de que podem dispor reciprocamente o século passado em grande potência, a

incógnita, subestimada por vêzes, po rém mais freqüentemente sobrestímada. Foi batida na Criméia pelos fran ceses e ingleses. Conheceu a derrota na

guerra contra o Japao. Mas existi^.m sempre explicações: eram a inépcia e a

corrupção do regime autocráti/o dos czares, os grandes culpados. Em 1914, quando as hordas germânicas marcha vam sôbre a Bélgica e a França, as me

lhores esperanças iiniversa:s voltavam-: e

para o rôlo compressor da Rússia sôbre as planícies da Prússia Oriental. Ilusões

em breve frustradas, não apenas pelo

ímpeto dos exércitos alemães mas pela revolução bolchevista. Na segunda guer ra mundial, realmente, a capacidade he róica de resistência dos russos fez re

com todas as nações vizinhas, já sob as

fluir o invasor estrangeiro para que se invertesse a situação. Todavia, parece

suas garras ou sob a sua terrível sombra.

ainda muito cedo para se dizer até que

naturalmente, anti-belicoso. Mas esta presunção tem, é claro, intransponiveis

Há ainda a mais tremenda dos incóg

ponto a Rússia poderia retomar a ofen

nitas — a bomba atômica.

siva \'itoriosa que expulsou os exercites

limites. Quando ele se convence de que

das duas cidades japonesas bastam para

a sua pátria se encontra em perigo, se

nos horrorizar. . .

As amostras

toma tão guerreiro quanto qualquer ou tro da Europa, secularmente fadada ao destino trágico das batalhas. Para não

incerto, das possibilidades militares e das

evocar um passado mais distante na

porânea é urn sorvedourò sem fim de

■>'. /t.:' .lA',

Entretanto, deixemos êste campo, tao alianças políticas.

A guerra contem

V.

alemães do seu território sem o au.\i.!J

^ireto dos seus aliados ingleses e, sobre

tudo, norte-americanos. Cometendo o maior erro da sua monstruosa política,

a guerra simultânea nas frentes do Oci dente e do Oriente, Hitler condenava-se


Cíi

Digesto EcoNÓNnco

do outro lado da corrente entre os gran

pirações ideológicas da ci\ ilização cristã,

história

des vencidos de 1918. Tal exatamente o

e Moscou, símbolo de um mundo b:lr-

f^ue aconteceu. A Alemanha pôde pre

parar, sôbre o comodismo e o egoísmo

baro, muito mais asiático do que euro peu? Eis a interrogação que não pu

(guerra da Independência, guerra da Secessão, guerra contra a Espanha) lem

das democracias ocidentais, a calamida

demos evitar no .silêncio dos nossos pen

de que acabou por reduzi-la à maior

degradação da história de um povo, que tão loucamente se sobrestimou...

Muito diverso é o panorama aberto

militar da

América do Norte

bremos os dois formidáveis exemplos de

guerra, no dia em que desesperarem dos

totalitarismo russo e a democracia norle-americana. Desde que se converteu no

processos diplomáticos. Sôbre a Rússia é inútil tentar qualquer divugação. As

Rússia nos apareceu sempre como uma

Os

América e do Extremo Oriente reduziu-

mentos de ê.xito: em 1870 contra a França descuidada e corrompida de Na. poleão 111, e em I9I4 e 1939 contra a maior parte do mundo. Acertaram uma vez e perderam duas, o que talvez lhes sir\-a de ensinamento para muitas gerações.. Há, pois, sempre um complexo de con

rão cegamente às deliberações dos seus de novo Brest-Litowsk. . .

dições preparatórias, a começar pdas

russos (alguém poderá abrir uma cortina

amda terá de lutar para readquirir a sua assinalada posição no concêrío di-

p!omático. A própria Inglaterra, com balida pelos seus heróicos esforços na gur ra, quando sozinha resistiu às ar

mas do nazismo e mostrava o caminho da vitória final, é forçada a voltar-se so

psicológicas, que precipitam o recurso às armas. Existirá, acaso, êste estudo de

espírito entre os russos e entre os norte-americanos? Os inquéritos procedidos bretudo para os prementes problemas da pelas organizações especializadas em cosua vida interna e da existência do sèu .'hêr a média da opinião pública ameri vastíssimo Império. Assim, pois, em não nos oferecem resultados posí. foco na ameaçadora arena restam, em cana tivos, se é que tais resultados possam ja verdade, a Rússia e os Estados Unidos. mais ser alcançavéis. Um povo livre e É inútil tentarmos disfarçar em palavras, rico como o dos Estados Unidos, com que não nos iludem a nós mesmos, a todos os requisitos, portanto, para a pos impressão que nos deixa o espetáculo sível "felicidade" coletiva, há de ser contemporâneo, que é o do formidável

dueío entre as duas nações de maior potenc.al militar e econômico: a demo cracia norte- americana e a tirania russà. fCas a que desfecho próximo ou distante poderá levar o antagonismo entre Was

hington, imagem — pouco importam os seus defeitos intrínsecos — das as

Ê sob êste a'"peclo

quem parte para uma asentura.

suas imensas massr.; humanas obedece

guTra de Hitler e manchada pelo cola-

de industrialização.

pressupor que os americanos procura riam resistir à terceira "poussée" píiríi ^

e economicamente com os melhores ele-

boracionismo de Vichy, muito/ tempo

Pressupõe, portanto, além ua

"chair a canon", a mais formidável po tencialidade econômica, o mais alto grau

samentos. Evidentemente, nenhum Es

oito potências principais, da Europa, da

se realmente a três: Rússia, Inglaterra

espécie.

tado que não seja dominado por loucos varridos faz deflagrar uma guerra como

Direita. O jôgo outrora entre sete ou

c Estados Unidos. A França, vencida na

dinheiro e de recursos materiais de tçda

sua capacidade de iinpro\'isação militar nas duas guerras mundiais. Estulto, i)ois,

alemães provocaram-na em setenta anos três vêzcs quando .se supuseram militar

com o triunfo sôbre o totalitarismo da

»

67

Digesto EcoNÓ\nco

senhores. Passivamente, pois, caminha rão para o abismo, sem mais os perigos res

militares

competiria

Aos escrito

dizer,

tanto

quanto Ibes seja permitido conhecer os recursos militares dos americanos e dos

qualquer sobre os mistérios de Mo.scou?), quais os melhores elementos de triunfo que neles sc contêm. Qualquer um de nós, simples "mirone" da política in ternacional,

tem livre a fantasia para

traçar sôbre uma Carta da Europa as linhas do domínio e da infiltração bol-

chevista. Imaginamos, por exemplo, que a Riissia possa contar desde o pri meiro momento, por bom bu por mal,

que seria curioso indagar dos recur;os de que podem dispor reciprocamente o século passado em grande potência, a

incógnita, subestimada por vêzes, po rém mais freqüentemente sobrestímada. Foi batida na Criméia pelos fran ceses e ingleses. Conheceu a derrota na

guerra contra o Japao. Mas existi^.m sempre explicações: eram a inépcia e a

corrupção do regime autocráti/o dos czares, os grandes culpados. Em 1914, quando as hordas germânicas marcha vam sôbre a Bélgica e a França, as me

lhores esperanças iiniversa:s voltavam-: e

para o rôlo compressor da Rússia sôbre as planícies da Prússia Oriental. Ilusões

em breve frustradas, não apenas pelo

ímpeto dos exércitos alemães mas pela revolução bolchevista. Na segunda guer ra mundial, realmente, a capacidade he róica de resistência dos russos fez re

com todas as nações vizinhas, já sob as

fluir o invasor estrangeiro para que se invertesse a situação. Todavia, parece

suas garras ou sob a sua terrível sombra.

ainda muito cedo para se dizer até que

naturalmente, anti-belicoso. Mas esta presunção tem, é claro, intransponiveis

Há ainda a mais tremenda dos incóg

ponto a Rússia poderia retomar a ofen

nitas — a bomba atômica.

siva \'itoriosa que expulsou os exercites

limites. Quando ele se convence de que

das duas cidades japonesas bastam para

a sua pátria se encontra em perigo, se

nos horrorizar. . .

As amostras

toma tão guerreiro quanto qualquer ou tro da Europa, secularmente fadada ao destino trágico das batalhas. Para não

incerto, das possibilidades militares e das

evocar um passado mais distante na

porânea é urn sorvedourò sem fim de

■>'. /t.:' .lA',

Entretanto, deixemos êste campo, tao alianças políticas.

A guerra contem

V.

alemães do seu território sem o au.\i.!J

^ireto dos seus aliados ingleses e, sobre

tudo, norte-americanos. Cometendo o maior erro da sua monstruosa política,

a guerra simultânea nas frentes do Oci dente e do Oriente, Hitler condenava-se


68

DiGESTO ECONÓAflCO

prèviamente ao mais catastrófico dos de sastres.

Os algarismos divulgados do plano qüinqüenal soviético para 1946-1950

dão-nos uma idéia aproximativa do po I

tencial econômico da Rússia, convindo ter sempre em conta dois pontos essen ciais: a situação do país antes de 1917,

isto é, antes dos "Ten Days that shook the "World", e as devastações da última guerra,

toneladas para o ano de 1950, contra a de 600 milhões atuais dos Estados Uni dos, a de 270 milhões da Alemanha no período da guerra c a de 220 milhões

contra os 21 e 29 quilos respectivamen

e a de 10 milhões da França. Pelo pla

mente o fracasso,

guenra. Crise penosa também da pe

no qüinqüenal, a produção de cobre deve

lava, segundo a Revista francesa da qual foram colhidos alguns dados acima trans critos, que numerosos bens de consumo eram tão ordinários que o público se recusava a comprá-los,,.

aumentar de 60^, a de alumínio de 100%,

a do magnésio de 170%, a de níquel de 90%, a de chumbo de 160%, a de zinco

de 150%, a de estanho de 170%, Quer

tilidades, 20 milhões de russos se en

produção de metais não ferruginosos na Rússia, ou, em outros termos, que vasto

I

■ i

de Moscou a fazer para reconquistar o

tempo perdido. Vejamos, por exemplo, alguns índices tidos como mais decisivos no julgamento da capacidade econômica

de qualquer país, começando pelo petróleo, ^'nervo da guerra" contemporânea. Propõe-se a U.R.S.S. a produar, em 1950, 35,4 milhões de toneladas contra os 36 milhões de 1941, quando ela se

colocava no terceiro lugar entre os gran des produtores mundiais, depois dos Es tados Unidos e da Venezuela, que for neceram, em 1945, respectivamente,

244,5, milhões e 47,1 milhões. As dis

ponibilidades da "preciosa essência" pa recem menores do que descontavam os

técnicos comunistas, atingindo apenas a oitava parte das americanas. A situa ção melhora quanto á hulha, com a extração calculada em 250 milhões de

Inglaterra e Dinamarca. Carência geral, por exemplo, de açúcar; em 1950, o consumidor russo dar-se-á por muito feliz se puder dispor de 12 quilos anuais,

ousaria a mais ligeira crítica ou restrição à ditadura vermelha, proclama aberta

as destruições da invasão de Hitier. Basta lembrar que, ao têrmo das hos

.

dos Estados Unidos, Alemanha, França,

número que será elevado talvez a 6 milhões no ano corrente. Sôbre a qua

data em 19,5 milhões de toneladas contra a de 28,53 milhões dos Estados Unidos

^ baixo o nível de vida, e enormes foram

hectare é muito mais baixo do que o

lidade dos produtos industriais da Rús sia, a própria impreqsa local, que não

çava a exploraç-ão industrial, sendo muito

contraram sem abrigo, e que era neces

Os Estados Unidos entregaram ao con sumo, em 1941, 4.500.000 automóveis,

da Inglaterra em 1938, A produção de ferro bruto é estimada para a mesma

Na era dos czares, mal come-

sário reconstruir inteiramente a bacia do Donetz, fornecedora de 57^ do carvão nacional, Muito, pois, tem o governo

69

DicEsTo Econômico

dizer isto que bem inferior ainda é a

é o caminlio a percorrer para a pari dade com os Estados Unidos,,.

Não menos áspera a marcha para a industrialização, modôlo ocidental, ©u especialmente, norte-americano, O va lor total da produção industrial deverá aumentar de 48% até 1950, quando no

O "Izvestia" assina

O desenvolvimento agrícola da Rússia soviética tem sido sempre mais difícil e mais lento do que o industrial. Pe los cálculos oficiais, a renda liqüida da U.R.S.S. deverá quadruplicar em 1950 sôbre 1932, enquanto que no mesmo

te da Alemanha e da França antes da cuária.

Estimativa otimista de 65 mi

lhões de cabeças de gado bovino para 1950, contra os 63 milhões de 1938, reduzidos pela invasão estrangeira, em

1945, a 47 milhões. Mecanização da lavoura exigindo ainda um grande es forço, por parte do govêmo comunista. Não basta no entanto — sabiam o consellieiro Acácio e tantas outras eminen

tes figuras — produzir; é necessário fazer circular a produção, A rêde ferroviária

período o da agricultura deverá apenas

russa é ainda muito deficiente era rela

duplicar. Os dirigentes soviéticos luta ram por muitos anos com a resistência, um pouco à maneira de Gandhi, dos camponeses contra o coletivismo agrário.

ção à imensidade do país. Aos 52,000

dos Unidos cresceu, sôbre 1935/39, de

Mal vencida a crise, verificou-se a inva

68%, A produção de aço bruto, por

são germânica,

exemplo, é avaliada em 25,4 milhões de toneladas, a comparar com os 86 mi lhões fornecidos pela América do Norte em 1946,,, O governo russo empres

vastadas as regiões mais férteis, como a

quilômetros de 1914 foram somados pe los dirigentes soriéticos 42.000 de vias novas, Existem, pois, na vastidão da U.R.S.S. 90,000 quilômetros de linlias férreas contra os 300.000 aproximados dos Estados Unidos e os 68.000 da Ale

Ucrânia, do país. Calcula-se que o ren dimento agrícola de 1945 foi apenas su

Rússia européia. De pequena importân

perior ao de 1932 no apogeu da crise

ta extrema importância ao desenvolvi

da coletivização. Em 1950 a produção

cia relativa os transportes ferroviários e rodoviários; a tonelagem da frota flu

mento da energia elétrica, calculada em 82 bilhões de kwts para 1950, O con sumo da corrente elétrica nos Estados Unidos regula 200 bilhões de kwts e na

do campo será superior no máximo de

primeiro semestre de 1946, a dos Esta

Foram totalmente de

27% à de 1940, Ê verdade que as ane-

manha, doze vêzes menor do que a

vial está calculada para 1950 em 2,300,000 toneladas, quando só a nave

xações de guerra (Repúblicas Bálticas, Carélia, Moldávia, Prússia Oriental etc.)

gação fluvial do Reno dispunha, antes

Grã Bretanha, 35 bilhões... Um outro

fizeram crescer de 10% a área das terras

índice: Moscou tem como grande fina lidade atingir em quatro anos a fabrica

cultivadas (106 milhões de hectares para

A sua frota marítima, atualmente de 1,3 milhões de toneladas, atingirá, no

ção de 400.000 veículos motorizados.

1950, contra 94,4 milhões em 1913); mas, por outro lado, o rendimento por

da guerra, de 8 milhões de toneladas, têrmo do plano qüinqüenal, 3,6 milhões, menos de 5% da tonelagem mundial.


68

DiGESTO ECONÓAflCO

prèviamente ao mais catastrófico dos de sastres.

Os algarismos divulgados do plano qüinqüenal soviético para 1946-1950

dão-nos uma idéia aproximativa do po I

tencial econômico da Rússia, convindo ter sempre em conta dois pontos essen ciais: a situação do país antes de 1917,

isto é, antes dos "Ten Days that shook the "World", e as devastações da última guerra,

toneladas para o ano de 1950, contra a de 600 milhões atuais dos Estados Uni dos, a de 270 milhões da Alemanha no período da guerra c a de 220 milhões

contra os 21 e 29 quilos respectivamen

e a de 10 milhões da França. Pelo pla

mente o fracasso,

guenra. Crise penosa também da pe

no qüinqüenal, a produção de cobre deve

lava, segundo a Revista francesa da qual foram colhidos alguns dados acima trans critos, que numerosos bens de consumo eram tão ordinários que o público se recusava a comprá-los,,.

aumentar de 60^, a de alumínio de 100%,

a do magnésio de 170%, a de níquel de 90%, a de chumbo de 160%, a de zinco

de 150%, a de estanho de 170%, Quer

tilidades, 20 milhões de russos se en

produção de metais não ferruginosos na Rússia, ou, em outros termos, que vasto

I

■ i

de Moscou a fazer para reconquistar o

tempo perdido. Vejamos, por exemplo, alguns índices tidos como mais decisivos no julgamento da capacidade econômica

de qualquer país, começando pelo petróleo, ^'nervo da guerra" contemporânea. Propõe-se a U.R.S.S. a produar, em 1950, 35,4 milhões de toneladas contra os 36 milhões de 1941, quando ela se

colocava no terceiro lugar entre os gran des produtores mundiais, depois dos Es tados Unidos e da Venezuela, que for neceram, em 1945, respectivamente,

244,5, milhões e 47,1 milhões. As dis

ponibilidades da "preciosa essência" pa recem menores do que descontavam os

técnicos comunistas, atingindo apenas a oitava parte das americanas. A situa ção melhora quanto á hulha, com a extração calculada em 250 milhões de

Inglaterra e Dinamarca. Carência geral, por exemplo, de açúcar; em 1950, o consumidor russo dar-se-á por muito feliz se puder dispor de 12 quilos anuais,

ousaria a mais ligeira crítica ou restrição à ditadura vermelha, proclama aberta

as destruições da invasão de Hitier. Basta lembrar que, ao têrmo das hos

.

dos Estados Unidos, Alemanha, França,

número que será elevado talvez a 6 milhões no ano corrente. Sôbre a qua

data em 19,5 milhões de toneladas contra a de 28,53 milhões dos Estados Unidos

^ baixo o nível de vida, e enormes foram

hectare é muito mais baixo do que o

lidade dos produtos industriais da Rús sia, a própria impreqsa local, que não

çava a exploraç-ão industrial, sendo muito

contraram sem abrigo, e que era neces

Os Estados Unidos entregaram ao con sumo, em 1941, 4.500.000 automóveis,

da Inglaterra em 1938, A produção de ferro bruto é estimada para a mesma

Na era dos czares, mal come-

sário reconstruir inteiramente a bacia do Donetz, fornecedora de 57^ do carvão nacional, Muito, pois, tem o governo

69

DicEsTo Econômico

dizer isto que bem inferior ainda é a

é o caminlio a percorrer para a pari dade com os Estados Unidos,,.

Não menos áspera a marcha para a industrialização, modôlo ocidental, ©u especialmente, norte-americano, O va lor total da produção industrial deverá aumentar de 48% até 1950, quando no

O "Izvestia" assina

O desenvolvimento agrícola da Rússia soviética tem sido sempre mais difícil e mais lento do que o industrial. Pe los cálculos oficiais, a renda liqüida da U.R.S.S. deverá quadruplicar em 1950 sôbre 1932, enquanto que no mesmo

te da Alemanha e da França antes da cuária.

Estimativa otimista de 65 mi

lhões de cabeças de gado bovino para 1950, contra os 63 milhões de 1938, reduzidos pela invasão estrangeira, em

1945, a 47 milhões. Mecanização da lavoura exigindo ainda um grande es forço, por parte do govêmo comunista. Não basta no entanto — sabiam o consellieiro Acácio e tantas outras eminen

tes figuras — produzir; é necessário fazer circular a produção, A rêde ferroviária

período o da agricultura deverá apenas

russa é ainda muito deficiente era rela

duplicar. Os dirigentes soviéticos luta ram por muitos anos com a resistência, um pouco à maneira de Gandhi, dos camponeses contra o coletivismo agrário.

ção à imensidade do país. Aos 52,000

dos Unidos cresceu, sôbre 1935/39, de

Mal vencida a crise, verificou-se a inva

68%, A produção de aço bruto, por

são germânica,

exemplo, é avaliada em 25,4 milhões de toneladas, a comparar com os 86 mi lhões fornecidos pela América do Norte em 1946,,, O governo russo empres

vastadas as regiões mais férteis, como a

quilômetros de 1914 foram somados pe los dirigentes soriéticos 42.000 de vias novas, Existem, pois, na vastidão da U.R.S.S. 90,000 quilômetros de linlias férreas contra os 300.000 aproximados dos Estados Unidos e os 68.000 da Ale

Ucrânia, do país. Calcula-se que o ren dimento agrícola de 1945 foi apenas su

Rússia européia. De pequena importân

perior ao de 1932 no apogeu da crise

ta extrema importância ao desenvolvi

da coletivização. Em 1950 a produção

cia relativa os transportes ferroviários e rodoviários; a tonelagem da frota flu

mento da energia elétrica, calculada em 82 bilhões de kwts para 1950, O con sumo da corrente elétrica nos Estados Unidos regula 200 bilhões de kwts e na

do campo será superior no máximo de

primeiro semestre de 1946, a dos Esta

Foram totalmente de

27% à de 1940, Ê verdade que as ane-

manha, doze vêzes menor do que a

vial está calculada para 1950 em 2,300,000 toneladas, quando só a nave

xações de guerra (Repúblicas Bálticas, Carélia, Moldávia, Prússia Oriental etc.)

gação fluvial do Reno dispunha, antes

Grã Bretanha, 35 bilhões... Um outro

fizeram crescer de 10% a área das terras

índice: Moscou tem como grande fina lidade atingir em quatro anos a fabrica

cultivadas (106 milhões de hectares para

A sua frota marítima, atualmente de 1,3 milhões de toneladas, atingirá, no

ção de 400.000 veículos motorizados.

1950, contra 94,4 milhões em 1913); mas, por outro lado, o rendimento por

da guerra, de 8 milhões de toneladas, têrmo do plano qüinqüenal, 3,6 milhões, menos de 5% da tonelagem mundial.


-wr 70

Dicesto Econóaago

Potência marítima, pois, de segunda

patos e de um par de meias...

ordem...

1950, a produção de calçados, elevada,

Nos planos qüinqüenais da Rússia os

Em

teòricamente, a 240 milhões, melhorará

chamados bens de consumo ocupam sem pre lugares secundários; o que interessa,

um pouco a tremenda penúria... O próprio material humano (e nos re

sobretudo, é a produção industrial e, es

gimes comunistas torna-se perfeita a e.x-

pecialmente, a das indústrias de guerra. Mais vale fabricar canliões do que man

contra a crise da mão de obra, princi

teiga, dizia Hitler e repeliria Stalin... Os habitantes da federação soviética de

urbanas como nas rurais. Foi enorme a

pressão...) é escasso.

A Rússia lula

vem resignar-se, pois, ao mais modesto

ceifa da guerra. O número de operá rios o ano passado era calculado em

a 1.300.000 toneladas para mais de

pouco superior aos algarismos ideali

zados pelos russos.

46 horas do padrão socialízante, que as

de habitantes dos Estados Unidos, um Outro têrmo de

comparação: enquanto um francês con

democracias "capitalistas" adotaram sem

sumia, antes da guerra, 39 quilos de carne, 6 de manteiga e 1 de gordura

necessidade de revoluções...

por ano, ap consumidor russo cabiam res

pectivamente 6 quilos, 1,200 hg. e 1,7 kg. A situação é ainda mais desfa vorável quanto aos artigos manufatu

rados. Segundo o plano qüinqüenal, em 1950, as fábricas russas deverão produ zir. 4.686 milhões de metros de tecidos

de algodão, 159 milhões de tecidos de lã e 141 milhões de tecidos de sêda. A industria têxtil norte-americana for nece atualmente a média de 9 bilhões

firmar-lhe o domínio da terra e do mar

minhos etc. Não faltam pessimistas (se rão sòmcntc pc.ssiinislas?) para pensar

e dos ares por alguns séculos... Afi

que na hora cm que se julgar com as maiores possibilidades de êxito, Stalin repetirá a lição de Hitler: desencadeará

pri\'ilégios de Berlim, e aparecerão sem os contemporizadores de boa ou, mesmo,

a terceira guerra mundial, que possa

de ma fé, com ou sem guarda-clmva..•

nal, os maníacos de grandeza não eram

pre nas democracias os apaziguadores e

£

27 milhões, quando o governo julga imprescindíveis 50 milhões. Daí, a po lítica de estímulo por todos os meios à produção, a começar pelo aumento de salário e das horas de trabalho. Sema na de 56 horas, em vez da de 48 e

mesma produção foi para os 140 milhões

tender, um dia, barrar-lhe os seus ca

palmente especializada, nas indústrias

dos níveis de consumo. Um exemplo: para 1950 a produção de carne atingirá 200 milhões de habitantes; em 1946, a

Dicesto Econômico

Muitos índices das "realidades" pre sente e futura da Rússia deixamos de

A partir de 15 de jtdho a Grü-Breíonha será obrigada a pagar as mercadorias

lembrar nesta rápida resenha, para não abusar de algarismos. Cremos, todavia, que os transcritos nos dão idéia do que

os vendedores não podiam utilizar o crédito conseqüente, se não nos países em

falta à ditadura de Moscou para colo car-se no nível dos Estados Unidos ou mesmo, da Inglaterra, da França e da Alemanha no período anterior à guerra

tribuídos entre os países membros dôsse Império, ò medida das suas necessidades. Ora, os Estados Unidos estabeleceram como condição para o empréstimo concedido

Mas, convém não esquecer as vantagens que ela leva no seu jôgo de cartas mar cadas: trabalho escravo, marcha avas

de jardas (jarda = OmgK) de tecidos de algodão e 600 milhões de tecidos de lã. Nesta relação de consumo de teci

saladora .sôbre as nações vizinhas (in dústrias alemãs na zona entregue ã

dos, a República Soviética está aquém

Zeiss de lena, trabalham quase cento

ocupação soviética, como a das Usinas

do próprio Brasil, de consumo reconhe por cento para os novos patrões), inscidamente pobre. Em 1946, o cidadão . tigação de greves e de convulsões so russo podia dispor de "meio par" de sa- ciais nas democracias, que possam pre,•.1 I.

que comprar no Exterior, na moeda reclamada pelos fornecedores.

Desde o início da guerra a Inglaterra pagava apenas em libras esterlinas e

que tivesse curso aquela moeda. Por isso, muitos dôles, particulannente a índia e o Egito, foram acumulando saldos cm Londres. Além disso, os dólares corres pondentes à exportação do Império Britânico para os Estados Unidos eram dis d Grã-Bretanha em ■julho último a cassação daquela prática,^ a fim de que os men cionados países pudessem utilizar livremente as somas devidas pela Grã-Bretanha, para comprar aos E.U.A.

A Grã-Bretanha, entretanto, não pode reembolsar de uma so vez a enorme

dívida correspondente a 5 biliões de libras esterlinas, nem tampouco pode efetuar êsse reembolso em moeda tõò procurada atualmente, coino o. dólar. Por esse ■niottvo, resolveu, primeiramente, obter grande redução daquela divida, considerando qu

a vitória úneficiou igualmente os seus credores; em segundo lu^ar, procurará reem bolsar o débito restante em parcelas escalonadas num grande numero de anos. Es

pera-se vara breve a realização, em Londres, de conversações corn os mais impor tantes credores do Reino Unido, aos quais seria proposta n aceitaçao daquelas con

dições, ou então o próprio reembólso em prazo de tal maneira dilatado que se paria quase irrealizáv^.


-wr 70

Dicesto Econóaago

Potência marítima, pois, de segunda

patos e de um par de meias...

ordem...

1950, a produção de calçados, elevada,

Nos planos qüinqüenais da Rússia os

Em

teòricamente, a 240 milhões, melhorará

chamados bens de consumo ocupam sem pre lugares secundários; o que interessa,

um pouco a tremenda penúria... O próprio material humano (e nos re

sobretudo, é a produção industrial e, es

gimes comunistas torna-se perfeita a e.x-

pecialmente, a das indústrias de guerra. Mais vale fabricar canliões do que man

contra a crise da mão de obra, princi

teiga, dizia Hitler e repeliria Stalin... Os habitantes da federação soviética de

urbanas como nas rurais. Foi enorme a

pressão...) é escasso.

A Rússia lula

vem resignar-se, pois, ao mais modesto

ceifa da guerra. O número de operá rios o ano passado era calculado em

a 1.300.000 toneladas para mais de

pouco superior aos algarismos ideali

zados pelos russos.

46 horas do padrão socialízante, que as

de habitantes dos Estados Unidos, um Outro têrmo de

comparação: enquanto um francês con

democracias "capitalistas" adotaram sem

sumia, antes da guerra, 39 quilos de carne, 6 de manteiga e 1 de gordura

necessidade de revoluções...

por ano, ap consumidor russo cabiam res

pectivamente 6 quilos, 1,200 hg. e 1,7 kg. A situação é ainda mais desfa vorável quanto aos artigos manufatu

rados. Segundo o plano qüinqüenal, em 1950, as fábricas russas deverão produ zir. 4.686 milhões de metros de tecidos

de algodão, 159 milhões de tecidos de lã e 141 milhões de tecidos de sêda. A industria têxtil norte-americana for nece atualmente a média de 9 bilhões

firmar-lhe o domínio da terra e do mar

minhos etc. Não faltam pessimistas (se rão sòmcntc pc.ssiinislas?) para pensar

e dos ares por alguns séculos... Afi

que na hora cm que se julgar com as maiores possibilidades de êxito, Stalin repetirá a lição de Hitler: desencadeará

pri\'ilégios de Berlim, e aparecerão sem os contemporizadores de boa ou, mesmo,

a terceira guerra mundial, que possa

de ma fé, com ou sem guarda-clmva..•

nal, os maníacos de grandeza não eram

pre nas democracias os apaziguadores e

£

27 milhões, quando o governo julga imprescindíveis 50 milhões. Daí, a po lítica de estímulo por todos os meios à produção, a começar pelo aumento de salário e das horas de trabalho. Sema na de 56 horas, em vez da de 48 e

mesma produção foi para os 140 milhões

tender, um dia, barrar-lhe os seus ca

palmente especializada, nas indústrias

dos níveis de consumo. Um exemplo: para 1950 a produção de carne atingirá 200 milhões de habitantes; em 1946, a

Dicesto Econômico

Muitos índices das "realidades" pre sente e futura da Rússia deixamos de

A partir de 15 de jtdho a Grü-Breíonha será obrigada a pagar as mercadorias

lembrar nesta rápida resenha, para não abusar de algarismos. Cremos, todavia, que os transcritos nos dão idéia do que

os vendedores não podiam utilizar o crédito conseqüente, se não nos países em

falta à ditadura de Moscou para colo car-se no nível dos Estados Unidos ou mesmo, da Inglaterra, da França e da Alemanha no período anterior à guerra

tribuídos entre os países membros dôsse Império, ò medida das suas necessidades. Ora, os Estados Unidos estabeleceram como condição para o empréstimo concedido

Mas, convém não esquecer as vantagens que ela leva no seu jôgo de cartas mar cadas: trabalho escravo, marcha avas

de jardas (jarda = OmgK) de tecidos de algodão e 600 milhões de tecidos de lã. Nesta relação de consumo de teci

saladora .sôbre as nações vizinhas (in dústrias alemãs na zona entregue ã

dos, a República Soviética está aquém

Zeiss de lena, trabalham quase cento

ocupação soviética, como a das Usinas

do próprio Brasil, de consumo reconhe por cento para os novos patrões), inscidamente pobre. Em 1946, o cidadão . tigação de greves e de convulsões so russo podia dispor de "meio par" de sa- ciais nas democracias, que possam pre,•.1 I.

que comprar no Exterior, na moeda reclamada pelos fornecedores.

Desde o início da guerra a Inglaterra pagava apenas em libras esterlinas e

que tivesse curso aquela moeda. Por isso, muitos dôles, particulannente a índia e o Egito, foram acumulando saldos cm Londres. Além disso, os dólares corres pondentes à exportação do Império Britânico para os Estados Unidos eram dis d Grã-Bretanha em ■julho último a cassação daquela prática,^ a fim de que os men cionados países pudessem utilizar livremente as somas devidas pela Grã-Bretanha, para comprar aos E.U.A.

A Grã-Bretanha, entretanto, não pode reembolsar de uma so vez a enorme

dívida correspondente a 5 biliões de libras esterlinas, nem tampouco pode efetuar êsse reembolso em moeda tõò procurada atualmente, coino o. dólar. Por esse ■niottvo, resolveu, primeiramente, obter grande redução daquela divida, considerando qu

a vitória úneficiou igualmente os seus credores; em segundo lu^ar, procurará reem bolsar o débito restante em parcelas escalonadas num grande numero de anos. Es

pera-se vara breve a realização, em Londres, de conversações corn os mais impor tantes credores do Reino Unido, aos quais seria proposta n aceitaçao daquelas con

dições, ou então o próprio reembólso em prazo de tal maneira dilatado que se paria quase irrealizáv^.


Ff»s:

73

DicESTO Econômico

Especulações Bolsistas no Século XVII por José Honório Rodrigües

viendo el negocio de Ias acciones, su

Especial para o "Digesto Económco"

origen su ethimologia, su realidad, su juego y su enredo". Foi impresso em

O sr. José Honório Rodrigues faz um resumo, com interessantes cotnentários, da obra

Amsterdam, no ano de 1688.

rara de Joseph de Ia Vega, da qual só se conheciam quatro exemplares, e aue constitui fonte preciosa para o estudo da BÔlsa de Amsterdam e a evolução da

A extrema raridade da edição original,

técnica bolsista moderna.

^ primeira Bôlsa no inundo em que se cotaram ações de Companhias e sô-

bre as mesmas se especulou foi a Bôlsa

de Amsterdam. Logo no princípio do século XVU, em 1602, fundava-se na Holanda a Companhia das índias Orien

tais, mediante subscrição popular e com privilégio do comércio das índias, du rante vinte e um anos. Após o encerra

mércio e sua Bôlsa, em que a especulação de ações possuía aspectos nitida mente modernos — e que antes do fin

dar desse século se convertera num mer

cado internacional de valores —, provo cou o aparecimento de um escrito inte-

1

ressantíssimo, de autoria de Joseph de Ia Vega, filho do judeu espanhol Isaac

'

Penso. Êste, depois de ver-se em liber

mento da lista de subscritores das ações, dade das prisões inquisitoriais espanho no valor nominal de 500 e 3000 florins, las, viera para a Holanda, onde se dedi-

pessoas que não tinham podido adqui ri-las, levadas por uma "opinião" favo rável dos prospectos da Companhia, des

cara ao comércio. Dos seus dez filhos seis mulheres e quatro homens, todos

de que não podiam consegui-las ao par

clusive Joseph, nascido em 1650 ou 1651, bom conhecedor do espanhol e do hebreu, escritor das duas Knguas,

e desejando a tôda fôrça obtê-las, co meçaram a oferecer um prêmio sôbre o seu preço que, em poucos dias, subiu de 14-16^.

Nada indica que os fundadores da Companhia das índias Orientais tives sem tencionado projetar a Bôlsa de Ams terdam no círculo de seus fins e interôs-

ses.

Mas, conforme nota Ehrenberg,

logo se evidenciou que a Bôlsa e a Com-

panliia tinham a maior importância uma para a outra.

A intensa atividade comercial de Ams terdam, a primeira cidade fora da Itá

lia no século XVII, com sua importan te instituição bancária, seu enorme co

os varões se tomaram comerciantes, in

membro e secretário da "Academia dos Floridos". Durante a maior parte de sua vida Joseph de Ia Vfega, que tam bém se assinava Joseph Felix Penso adotando ora o apelido da mãe ora o do pai, residiu em Amsterdam, onde morreu no ano 5453 do calendário he

braico, conforme se lê em sua lápide fu nerária, ou seja por volta do ano 1693.

A obra de Joseph de Ia Vega que aqui nos interessa é a intitulada "Confu-

sion de confusiones. Diálogos curiosos entre un philosopho agudo, un mercader

discreto y un accionista erudito, descri-

engenho para tecer êstes Diálogos, que espera grangeiem o título de curiosos: "El primero entretener el ocio, con al-

gun deleyte que no desdore Io modesto. El segundo, descrivir (para los que no

da qual só se conheciam quatro exem plares, um na Biblioteca Real de Haia,

Io exercitan) un negocio que es el mas

um na Biblioteca da Sinagoga da Co munidade Porluguesa-Israelita de Ams

Europa. Y el tercero, pintar con el pin-

real, y útil que se conoce oy en Ia zel de Ia verdad Ias estratagemas con

terdam, outra na Biblioteca da Univer

que Io tratan los tahures que Io desdo-

sidade de Gottingen e finalmente a

ran, para que á unos sirva de delicia,

quarta na Biblioteca da Universidade de Aken, fez com que o Arquivo Económi-

á otros de advertência, y a muchos de

co-Histórico Holandês, sociedade funda

da em 1914, com sede em Haia, decidisse

empreender a sua tradução em holandês e sua publicação nas duas línguas.

escarmiento".

Analisando êstes motivos, o introdutor

da edição holandesa diz que possivel mente êles não foram os únicos que le varam o autor a escrever sua obra. Isso

se depreende do fato dêle ter escrito em espanhol que. de modo geral, não erudita se consubstanciou na edição bi língüe da obra de Joseph de Ia Vega, era compreendido por seus concidadãos com uma magnífica introdução do dr. cristãos e que, assim, não poderiam lê-la. O benemérito esfôrço dessa sociedade

M. F. J. Smith e tradução do dr. G. J. Geers (Haia, Martinus Nijhoff, 1939). Na introdução á tradução holandesa,

Parece claro que êle pretendeu diri

gir-se a um grupo restrito de pessoas, às quais quis transmitir um conhecimen

o dr. Smith explica que o motivo do empreendimento está em que êste livro

to real do negócio.

não só é a primeira obra que descreve

judeus se ocupava com o comércio das

inteiramente a Bôlsa de Amsterdam no

ações e para muitos dêles êsse negócio

século XVII como, ao que até agora se

era como um !í%to aberto, e se Joseph

conhece, é a primeira que faz uma des crição circunstanciada dos processos, ma

de Ia Vega quisesse dirigir-se aos cris tãos ter-se-ia servido do holandês. O

nipulações e maquinações bolsistas que

dr. M. F. J. Smith levanta então a hi

Em Amsterdam, grande número de

ali se empregaram.

pótese de que o intuito do autor foi

Além do ponto de vista histórico, o livro apresenta também a maior impor tância do ponto de vista econômico, pois nos dá a conhecer a técnica bolsista já muitíssimo desenvolvida naquela época.

esclarecer seus patrícios no exterior e

observa que justamente ao tempo do aparecimento da "Confusion de confu siones" haviam ido para Londres tantos

judeus da Holanda que sua colônia era conhecida como a dos "Judeus de No prólogo de sua obra, Joseph de Ia ali Amcipr/^nm". Dela faziam parte dois

Vega diz que três motivos teve o seu


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DicESTO Econômico

Especulações Bolsistas no Século XVII por José Honório Rodrigües

viendo el negocio de Ias acciones, su

Especial para o "Digesto Económco"

origen su ethimologia, su realidad, su juego y su enredo". Foi impresso em

O sr. José Honório Rodrigues faz um resumo, com interessantes cotnentários, da obra

Amsterdam, no ano de 1688.

rara de Joseph de Ia Vega, da qual só se conheciam quatro exemplares, e aue constitui fonte preciosa para o estudo da BÔlsa de Amsterdam e a evolução da

A extrema raridade da edição original,

técnica bolsista moderna.

^ primeira Bôlsa no inundo em que se cotaram ações de Companhias e sô-

bre as mesmas se especulou foi a Bôlsa

de Amsterdam. Logo no princípio do século XVU, em 1602, fundava-se na Holanda a Companhia das índias Orien

tais, mediante subscrição popular e com privilégio do comércio das índias, du rante vinte e um anos. Após o encerra

mércio e sua Bôlsa, em que a especulação de ações possuía aspectos nitida mente modernos — e que antes do fin

dar desse século se convertera num mer

cado internacional de valores —, provo cou o aparecimento de um escrito inte-

1

ressantíssimo, de autoria de Joseph de Ia Vega, filho do judeu espanhol Isaac

'

Penso. Êste, depois de ver-se em liber

mento da lista de subscritores das ações, dade das prisões inquisitoriais espanho no valor nominal de 500 e 3000 florins, las, viera para a Holanda, onde se dedi-

pessoas que não tinham podido adqui ri-las, levadas por uma "opinião" favo rável dos prospectos da Companhia, des

cara ao comércio. Dos seus dez filhos seis mulheres e quatro homens, todos

de que não podiam consegui-las ao par

clusive Joseph, nascido em 1650 ou 1651, bom conhecedor do espanhol e do hebreu, escritor das duas Knguas,

e desejando a tôda fôrça obtê-las, co meçaram a oferecer um prêmio sôbre o seu preço que, em poucos dias, subiu de 14-16^.

Nada indica que os fundadores da Companhia das índias Orientais tives sem tencionado projetar a Bôlsa de Ams terdam no círculo de seus fins e interôs-

ses.

Mas, conforme nota Ehrenberg,

logo se evidenciou que a Bôlsa e a Com-

panliia tinham a maior importância uma para a outra.

A intensa atividade comercial de Ams terdam, a primeira cidade fora da Itá

lia no século XVII, com sua importan te instituição bancária, seu enorme co

os varões se tomaram comerciantes, in

membro e secretário da "Academia dos Floridos". Durante a maior parte de sua vida Joseph de Ia Vfega, que tam bém se assinava Joseph Felix Penso adotando ora o apelido da mãe ora o do pai, residiu em Amsterdam, onde morreu no ano 5453 do calendário he

braico, conforme se lê em sua lápide fu nerária, ou seja por volta do ano 1693.

A obra de Joseph de Ia Vega que aqui nos interessa é a intitulada "Confu-

sion de confusiones. Diálogos curiosos entre un philosopho agudo, un mercader

discreto y un accionista erudito, descri-

engenho para tecer êstes Diálogos, que espera grangeiem o título de curiosos: "El primero entretener el ocio, con al-

gun deleyte que no desdore Io modesto. El segundo, descrivir (para los que no

da qual só se conheciam quatro exem plares, um na Biblioteca Real de Haia,

Io exercitan) un negocio que es el mas

um na Biblioteca da Sinagoga da Co munidade Porluguesa-Israelita de Ams

Europa. Y el tercero, pintar con el pin-

real, y útil que se conoce oy en Ia zel de Ia verdad Ias estratagemas con

terdam, outra na Biblioteca da Univer

que Io tratan los tahures que Io desdo-

sidade de Gottingen e finalmente a

ran, para que á unos sirva de delicia,

quarta na Biblioteca da Universidade de Aken, fez com que o Arquivo Económi-

á otros de advertência, y a muchos de

co-Histórico Holandês, sociedade funda

da em 1914, com sede em Haia, decidisse

empreender a sua tradução em holandês e sua publicação nas duas línguas.

escarmiento".

Analisando êstes motivos, o introdutor

da edição holandesa diz que possivel mente êles não foram os únicos que le varam o autor a escrever sua obra. Isso

se depreende do fato dêle ter escrito em espanhol que. de modo geral, não erudita se consubstanciou na edição bi língüe da obra de Joseph de Ia Vega, era compreendido por seus concidadãos com uma magnífica introdução do dr. cristãos e que, assim, não poderiam lê-la. O benemérito esfôrço dessa sociedade

M. F. J. Smith e tradução do dr. G. J. Geers (Haia, Martinus Nijhoff, 1939). Na introdução á tradução holandesa,

Parece claro que êle pretendeu diri

gir-se a um grupo restrito de pessoas, às quais quis transmitir um conhecimen

o dr. Smith explica que o motivo do empreendimento está em que êste livro

to real do negócio.

não só é a primeira obra que descreve

judeus se ocupava com o comércio das

inteiramente a Bôlsa de Amsterdam no

ações e para muitos dêles êsse negócio

século XVII como, ao que até agora se

era como um !í%to aberto, e se Joseph

conhece, é a primeira que faz uma des crição circunstanciada dos processos, ma

de Ia Vega quisesse dirigir-se aos cris tãos ter-se-ia servido do holandês. O

nipulações e maquinações bolsistas que

dr. M. F. J. Smith levanta então a hi

Em Amsterdam, grande número de

ali se empregaram.

pótese de que o intuito do autor foi

Além do ponto de vista histórico, o livro apresenta também a maior impor tância do ponto de vista econômico, pois nos dá a conhecer a técnica bolsista já muitíssimo desenvolvida naquela época.

esclarecer seus patrícios no exterior e

observa que justamente ao tempo do aparecimento da "Confusion de confu siones" haviam ido para Londres tantos

judeus da Holanda que sua colônia era conhecida como a dos "Judeus de No prólogo de sua obra, Joseph de Ia ali Amcipr/^nm". Dela faziam parte dois

Vega diz que três motivos teve o seu


74

Dicesto EcoNÓiaco

irmãos de Joseph de Ia Vega, a saber

7o

DrcESTo Econômico

real e o mais falso que tem a Europa, o mais nobre e o niuís infame que co

elas valerão mais com a volta de navios

esse gênero é árvore e os hebreus lhe

E' também

da Índia ou com a paz que volte a im

chamam fôrca, vendo-se afogados com

digno de nota que justamente no ano da

nhece o mundo, o mais fino e o mais

publicação do livro, em 1688, Macaulay

perar na Europa), tornando a vendê-la

grosseiro quo exerce o orbe: mapa de ciências e epítome de enredos, pedra de

quando seu preço aumenta, se acer dinheiro de contado e receosos das no

as partidas e enforcados pelo dinlreiro, procuram que pendam dêsse tronco como Absalão e que morram como Adão por essa ár\'ore. nista clrnma atenção dos seus interlo

Da\id e Raphael Penso.

registra, em sua "História da Inglater ra , que a maior parte dos negócios de

ações caiu nas mãos dos judeus. E em

Londres assinala-se, até hoje, um siste ma que lembra fortemente aquele que se empregou em Amslerdam no século XVII.

É assim mais que provável, segundo o dr. Smith, que o livro de Joseph de Ia Vega tivesse influído no mercado a termo lon

drino. Em uma mono grafia publicada em 1934 sôbre o Banco de Amster-

m

toque dos atentos e pedra de túmulo dos atrevidos. E às perguntas ansiosas

tam em seu cálculo, ou compram com

dos outros dois sobre tão enigmático

vidades ou mudanças tornam a vendê-la no mesmo instante, a prazo longo (caso

negócio, o Acionista diz que se trata das

cm *que se costuma dar mais por ela),

ações, que são partes do capital de uma Companhia que os negociantes ho landeses formaram no ano dc 1602 e que cuidam dela três classes de pessoas-

contentando-se com o lucro que lhes

grangcia o desembôlso, sem querer con trapor o maior adiantamento ao maior perigo, mas ganhar pouco e ganhar se

uns como príncipes, ou tros como mercadores e os

guramente.

ultimes como jogadores.

fazer-se terceiros dc seus aumentos, in

Os primeiros vivem co

Os últimos, como jogadores, procuram

Ainda nesse diálogo primeiro o Acio

cutores para as chamadas "opções", que são uns prêmios ou quantidades que se dão para assegurar as partidas ou con quistar os adiantamentos, os quais ser\em dc velas para navegar felizes nas bonanças e de âncoras para navegar se guros nas tormentas.

Explica o Acionista que as ações es

tão presentemente ao preço de 580, por exemplo, mas que lhe parece que pela

mo príncipes da renda,

dam, antes, portanto, da

ventando umas rodas em que almejaram estabelecer as de suas fortunas. Êstes

gozando cada ano a re

compram uma ou vinte partidas, que

volta dos navios da índia e por outras

edição holandesa da "Confusion de confusio-

partição das ações que tem em sua conta, seja

circunstâncias favoráveis elas irão muito

nes", J. G. van Dilien,

se chamam um Regimento, e cliegando o dia vinte do mês (que c o tempo em

anterior de M. F. J.

deixadas por seus ante cessores, seja compradas

que devem recebê-las) não tem mais que três modos de desincumbir-se: tor

comprar partidas efetivas, mas chega-se aos que dizem que tomam essas opções

com seu dinlieiro. A ês-

Smith,

nar a vendê-las pelo que valem, com

e pergunta-lhes quanto querem para fi

tes poucos importa que as ações valham mais ou

perda ou lucro do que custaram, empe nhá-las em mãos dos que podem fome-

carem obrigados a entregar-Uie cada par tida a 600, até tal prazo. Ajustado o prê

mio, a transação se efetua e o que sobe de 600 representa lucro, e o que bai

louvando-se em trabalho publicado

em

1919, dizia: "No que concerne às ações, o sis

tema de negociá-las para o futuro parece ter sido

introduzido na Bôlsa de Londres pelos fins do século XVII, por judeus por tugueses, de Amsterdam". Admitiu, as sim, a tese antes esboçada por Smith, a que ele veio depois dar novos e mais poderosos argumentos.

Mas ouçamos o próprio Josepli de Ia Vega. No primeiro diálogo, o Acionista diz ao Filósofo e ao Mercador que éles nada sabem, pois não têm conhecimento , _

menos, porque não sendo

cer-lhe 4/5 do seu valor sôbre as mes

seu intento vendê-las mas

mas (o que fazem sem o menor descré

apenas ir recebendo o

dito os mais ricos), ou, ainda, mandam colocá-las em sua conta, pagando-as em

fruto — pois este tesouro se assemelha a uma árvore que produz cada ano seus frutos —, o fato de valerem muito só lhes serve de gosto imaginário, conside rando (como acontece na realidade)

que no caso de quererem vendê-las po dem obter por elas aquele alto preço Os segundos, como mercadores, ou compram uma partida (que são 500

libras) ew mandam-na transportar «.iuiiopuiuir para para a ü

de um negocio enigmático que é o mais sua conta (por serem de opinião que

banco, o que não podem fazer senão os

muito poderosos, de vez que um Regi mento custa hoje • mais de cem mi! ducados.

mais alto.

Não se dispõe, porém, a

xa não lhe serve de ânsia para o juí zo, nem de inquietude para a honra, nem de sobressalto para o sossego. Se

chegando pouco mais ou menos a 600, êle muda de opinião e acha que não e

tudo tão favorável como julgava, \"en<le

Chega, assim, o prazo, e faltando-lhes

as partidas sem perigo, porque tudo que

a possibilidade de recebê-las ou empe nhá-las, são obrigados a vendê-las. Os que estão ao par do jogo conhecem essa

a dinheiro está obrigado a entregar-lhe

precisão e abatem no preço, a fim do

baixa é lucro. E como o que recebeu

as partidas ao preço combinado, ainda que elas subam mais do que isso, o

conseguir comprar por menos. E como que comprou a têrmo não pode sentir


74

Dicesto EcoNÓiaco

irmãos de Joseph de Ia Vega, a saber

7o

DrcESTo Econômico

real e o mais falso que tem a Europa, o mais nobre e o niuís infame que co

elas valerão mais com a volta de navios

esse gênero é árvore e os hebreus lhe

E' também

da Índia ou com a paz que volte a im

chamam fôrca, vendo-se afogados com

digno de nota que justamente no ano da

nhece o mundo, o mais fino e o mais

publicação do livro, em 1688, Macaulay

perar na Europa), tornando a vendê-la

grosseiro quo exerce o orbe: mapa de ciências e epítome de enredos, pedra de

quando seu preço aumenta, se acer dinheiro de contado e receosos das no

as partidas e enforcados pelo dinlreiro, procuram que pendam dêsse tronco como Absalão e que morram como Adão por essa ár\'ore. nista clrnma atenção dos seus interlo

Da\id e Raphael Penso.

registra, em sua "História da Inglater ra , que a maior parte dos negócios de

ações caiu nas mãos dos judeus. E em

Londres assinala-se, até hoje, um siste ma que lembra fortemente aquele que se empregou em Amslerdam no século XVII.

É assim mais que provável, segundo o dr. Smith, que o livro de Joseph de Ia Vega tivesse influído no mercado a termo lon

drino. Em uma mono grafia publicada em 1934 sôbre o Banco de Amster-

m

toque dos atentos e pedra de túmulo dos atrevidos. E às perguntas ansiosas

tam em seu cálculo, ou compram com

dos outros dois sobre tão enigmático

vidades ou mudanças tornam a vendê-la no mesmo instante, a prazo longo (caso

negócio, o Acionista diz que se trata das

cm *que se costuma dar mais por ela),

ações, que são partes do capital de uma Companhia que os negociantes ho landeses formaram no ano dc 1602 e que cuidam dela três classes de pessoas-

contentando-se com o lucro que lhes

grangcia o desembôlso, sem querer con trapor o maior adiantamento ao maior perigo, mas ganhar pouco e ganhar se

uns como príncipes, ou tros como mercadores e os

guramente.

ultimes como jogadores.

fazer-se terceiros dc seus aumentos, in

Os primeiros vivem co

Os últimos, como jogadores, procuram

Ainda nesse diálogo primeiro o Acio

cutores para as chamadas "opções", que são uns prêmios ou quantidades que se dão para assegurar as partidas ou con quistar os adiantamentos, os quais ser\em dc velas para navegar felizes nas bonanças e de âncoras para navegar se guros nas tormentas.

Explica o Acionista que as ações es

tão presentemente ao preço de 580, por exemplo, mas que lhe parece que pela

mo príncipes da renda,

dam, antes, portanto, da

ventando umas rodas em que almejaram estabelecer as de suas fortunas. Êstes

gozando cada ano a re

compram uma ou vinte partidas, que

volta dos navios da índia e por outras

edição holandesa da "Confusion de confusio-

partição das ações que tem em sua conta, seja

circunstâncias favoráveis elas irão muito

nes", J. G. van Dilien,

se chamam um Regimento, e cliegando o dia vinte do mês (que c o tempo em

anterior de M. F. J.

deixadas por seus ante cessores, seja compradas

que devem recebê-las) não tem mais que três modos de desincumbir-se: tor

comprar partidas efetivas, mas chega-se aos que dizem que tomam essas opções

com seu dinlieiro. A ês-

Smith,

nar a vendê-las pelo que valem, com

e pergunta-lhes quanto querem para fi

tes poucos importa que as ações valham mais ou

perda ou lucro do que custaram, empe nhá-las em mãos dos que podem fome-

carem obrigados a entregar-Uie cada par tida a 600, até tal prazo. Ajustado o prê

mio, a transação se efetua e o que sobe de 600 representa lucro, e o que bai

louvando-se em trabalho publicado

em

1919, dizia: "No que concerne às ações, o sis

tema de negociá-las para o futuro parece ter sido

introduzido na Bôlsa de Londres pelos fins do século XVII, por judeus por tugueses, de Amsterdam". Admitiu, as sim, a tese antes esboçada por Smith, a que ele veio depois dar novos e mais poderosos argumentos.

Mas ouçamos o próprio Josepli de Ia Vega. No primeiro diálogo, o Acionista diz ao Filósofo e ao Mercador que éles nada sabem, pois não têm conhecimento , _

menos, porque não sendo

cer-lhe 4/5 do seu valor sôbre as mes

seu intento vendê-las mas

mas (o que fazem sem o menor descré

apenas ir recebendo o

dito os mais ricos), ou, ainda, mandam colocá-las em sua conta, pagando-as em

fruto — pois este tesouro se assemelha a uma árvore que produz cada ano seus frutos —, o fato de valerem muito só lhes serve de gosto imaginário, conside rando (como acontece na realidade)

que no caso de quererem vendê-las po dem obter por elas aquele alto preço Os segundos, como mercadores, ou compram uma partida (que são 500

libras) ew mandam-na transportar «.iuiiopuiuir para para a ü

de um negocio enigmático que é o mais sua conta (por serem de opinião que

banco, o que não podem fazer senão os

muito poderosos, de vez que um Regi mento custa hoje • mais de cem mi! ducados.

mais alto.

Não se dispõe, porém, a

xa não lhe serve de ânsia para o juí zo, nem de inquietude para a honra, nem de sobressalto para o sossego. Se

chegando pouco mais ou menos a 600, êle muda de opinião e acha que não e

tudo tão favorável como julgava, \"en<le

Chega, assim, o prazo, e faltando-lhes

as partidas sem perigo, porque tudo que

a possibilidade de recebê-las ou empe nhá-las, são obrigados a vendê-las. Os que estão ao par do jogo conhecem essa

a dinheiro está obrigado a entregar-lhe

precisão e abatem no preço, a fim do

baixa é lucro. E como o que recebeu

as partidas ao preço combinado, ainda que elas subam mais do que isso, o

conseguir comprar por menos. E como que comprou a têrmo não pode sentir


I I. I,'"l 76

Dicesto Econômico

outra perda que a da opção nem chorar outro castigo que o do prêmio. O pró prio modo do negócio pode fazer-se

(girando ao contrário) se se pensa que as pções vão baixar, dando-se então prê

A terceira é que os adiantamentos dos

acionistas são tesouros de duendes, por que ora são carvões ora diamantes, ora

lágrimas da aurora ora lágrimas. A quarta e que aquêle que deseja mios em lugar de entregar a receber e, confiando na sorte, comprando no in enriquecer nesse negócio precisa ter pa tervalo sôbre elas.

. No segundo diálogo, o Acionista en

sina aos seus interlocutores que as ações têm três estímulos para subir e outros três para baixar; o estado da índia, a

disposição da Europa e o jogo dos acio-

ciência e dinheiro, porque como há tão pouca firmeza nos preços e menor fun

damento nas novidades, aquêle que sabe tolerar os golpes sem logo pasmar dos contrastes, sendo como os leões que respondem aos trovões com rugidos q não como a corça que em face dêles

nistas. O acionista arguto desvela-se em ter correspondências na índia, a fim de

fica absorta, é preciso que esperando

glaterra ou de qualquer outra via se

ganhe.

se estâo adiantados os empregos da Com

tos a serem ridículos, governando-se uns

I que lhe possam avisar por meio da In

ali se goza da tranqüilidade desejada,

vença e que tendo dinheiro para esperar Essas mesmas alterações obrigam mui

panhia, se foram favoráveis os negócios por sonhos, outros por agouros, uns por que ela realizou no Japão, na Pérsia e

ilusões, aqueles por caprichos e inúme

na China, quantos navios saem para a

ros por quimeras.

pátm, SC trazem grande carga g Sü Veill

/7?í/íf<l êêpOOlflria, a fim dt;. poí Ínc|(p

...FMrmílÇÔCS, saberem so devem comprar

vender.

Mo, ,md„

O.S rip^ócips nutrtrl priiç.-,

açfjps .se realizavam «Khd ei l3.n!.',L>U), {1 fllje

ÜS flilliiengos cliamavjini v ciUtor denomina "Damo", p nit Bólsn.

Nfi príniüini do dez ãs dnzf p ..d gg," gundn du doze íVs duas. A Bôlsu é uiiià onde os jogadores terem adoíado certo, pequena praça rodeada de pilurps e maxímn.s que, se núo fôsscm tão repeti

77

Digesto EcoNÓKnco

cente freqüentar as rodas e molestar-se com os empurrões, os ultrajes e os

gritos, e para escusar-se de descomposturas fogem dos circos. Porém há outros que assistem continuamente aos

mais desenvoltas as vozes, mais pene

congressos (como fazem os jogadores), levados pelo desejo dc não pagar corre tagem, pelo gozo de dar palmadinhas, que uns recebem a contragosto e ou

trantes as injúrias, mais ridículas as

tros dão com prazer, para conseguirem

é um homem como uma torre" e que

dos corretores que sempre os estão ven

tem "tanto de nariz".

do mais meio por cento, para conhecer

que não compreende como se introdu

como está disposto o jôgo, se há muitos

ziu essa frase, mas que sendo o nariz

compradores e vendedores e procurar penetrar seus intentes, com o que se jul

o que distingue um homem de outro (e por isso os hebreus intitulam de uma mesma maneira à cara e ao nariz, por

ser êste que forma aquela), vozeia o corretor que o seu homem tem um gran de nariz para significar que êle é um grande homem. Pergunta outro "se e

vender essas ações dos acionistas.

O

primeiro é a transportar logo, o que significa ir à suntuosa casa que tem a Companhia e mandar passar a partida

homem de vida e morte", afirma outro

para sim Gonta, piiaando-a ÍPgp.

ou que "é o pilar da Bôlsa". jJA alguns corretores que são colo^áàos pelo " que chamam

o eain-

uma pessoa .sõbrc o dííl 5^

das, não deixariam dc ser discretas

assinala, em cujos dias 20 e 25 se cluviíu" entregar as ações e liquidar os adioniumentos. Para estas últimas par-

ações não se deve dar conselho a nin

guém, porque onde está encantado; o acerto mal pode Iiizir aíroso o conselho. A segunda é que não há ganhar e

arrepender-se, porque uma enguia deslisa quando menos se espera, e é pru dente gozar o que se-^iode. sem esperar estabilidades ocasionais ou constâncias da Fortuna.

nela os mercadores como cm uma bôlsa ja pelas diligências que cada um fuz

Diz o Acionista

ninguém agirá melhor do que êles. Há também tre.s modos de comprar e

c vendeniio sòt)ro o dia 25. O terceiro

A pl-ímcira 6 a de que em matéria de

palmadas. E quando eles querem dizer que foi uma pessoa de muita segurança que lhes deu a ordem, apregoam "que

gam tão destros no ofício que pensam

«01., pof ve„,, grandes acideilb.,, do

elmma-.se assim já por cnccrrareni-se

Quando se zangam dois corretores (a que os italianos chamam "sensali", que significa "mosquitos", ao ajustar uma partida, porque falta a %'eneraçâo, são

é a prazo longo, pura o mèS QH® so

que "é o primeiro homem do mundo",

jurados, ppl'' 'que iião IH^gOpinr por S113 pRittP- sno iitüh

(lldos a tei-tn iiúmeTO, que não pode dilatatlo scnflO Gíu oeúsino cie mortê ou

de algum favor bem us,sln!dftdo, que

tidas cachem os corretores uns contra

podo suceder muito mras vézoSi B híí

de aí encher a sua.

tos que se vendem impressos, coin as

outros a que clmmam de zangues, por

Os que vivem como príncipes das rendas conservam-se também no negó

cláusulas e condições que são as ordiná

entenderem os primeiros que ê.sies lhes

rias do negócio, e como estão eill branco os nomes, meses, dias e preços, não há mais que encher os espaços em branco,

geral o trato e tão geral o negÓClO, qu® apesar de luiVCT inúmeros corretores to

ficando todos os detalhes assentados;

dos ganham e todos viveiTl, sem que

para que não haja dúvida sôbre O que ge conclui nem disscnção sôbre o que

precisem ser salteadores que comelB para matar, nem caçadores que matam

se concorda.

para comer.

cio com a gravidade de príncipes, limi tando-se a dar suas ordens aos corre tores; dos que negociam como merca

dores, alguns há que ao dar suas or dens aos corretores se assemelham à elusso dos príncipes, considerando indô-

usurpam o seu niol.

Mus aqui é


I I. I,'"l 76

Dicesto Econômico

outra perda que a da opção nem chorar outro castigo que o do prêmio. O pró prio modo do negócio pode fazer-se

(girando ao contrário) se se pensa que as pções vão baixar, dando-se então prê

A terceira é que os adiantamentos dos

acionistas são tesouros de duendes, por que ora são carvões ora diamantes, ora

lágrimas da aurora ora lágrimas. A quarta e que aquêle que deseja mios em lugar de entregar a receber e, confiando na sorte, comprando no in enriquecer nesse negócio precisa ter pa tervalo sôbre elas.

. No segundo diálogo, o Acionista en

sina aos seus interlocutores que as ações têm três estímulos para subir e outros três para baixar; o estado da índia, a

disposição da Europa e o jogo dos acio-

ciência e dinheiro, porque como há tão pouca firmeza nos preços e menor fun

damento nas novidades, aquêle que sabe tolerar os golpes sem logo pasmar dos contrastes, sendo como os leões que respondem aos trovões com rugidos q não como a corça que em face dêles

nistas. O acionista arguto desvela-se em ter correspondências na índia, a fim de

fica absorta, é preciso que esperando

glaterra ou de qualquer outra via se

ganhe.

se estâo adiantados os empregos da Com

tos a serem ridículos, governando-se uns

I que lhe possam avisar por meio da In

ali se goza da tranqüilidade desejada,

vença e que tendo dinheiro para esperar Essas mesmas alterações obrigam mui

panhia, se foram favoráveis os negócios por sonhos, outros por agouros, uns por que ela realizou no Japão, na Pérsia e

ilusões, aqueles por caprichos e inúme

na China, quantos navios saem para a

ros por quimeras.

pátm, SC trazem grande carga g Sü Veill

/7?í/íf<l êêpOOlflria, a fim dt;. poí Ínc|(p

...FMrmílÇÔCS, saberem so devem comprar

vender.

Mo, ,md„

O.S rip^ócips nutrtrl priiç.-,

açfjps .se realizavam «Khd ei l3.n!.',L>U), {1 fllje

ÜS flilliiengos cliamavjini v ciUtor denomina "Damo", p nit Bólsn.

Nfi príniüini do dez ãs dnzf p ..d gg," gundn du doze íVs duas. A Bôlsu é uiiià onde os jogadores terem adoíado certo, pequena praça rodeada de pilurps e maxímn.s que, se núo fôsscm tão repeti

77

Digesto EcoNÓKnco

cente freqüentar as rodas e molestar-se com os empurrões, os ultrajes e os

gritos, e para escusar-se de descomposturas fogem dos circos. Porém há outros que assistem continuamente aos

mais desenvoltas as vozes, mais pene

congressos (como fazem os jogadores), levados pelo desejo dc não pagar corre tagem, pelo gozo de dar palmadinhas, que uns recebem a contragosto e ou

trantes as injúrias, mais ridículas as

tros dão com prazer, para conseguirem

é um homem como uma torre" e que

dos corretores que sempre os estão ven

tem "tanto de nariz".

do mais meio por cento, para conhecer

que não compreende como se introdu

como está disposto o jôgo, se há muitos

ziu essa frase, mas que sendo o nariz

compradores e vendedores e procurar penetrar seus intentes, com o que se jul

o que distingue um homem de outro (e por isso os hebreus intitulam de uma mesma maneira à cara e ao nariz, por

ser êste que forma aquela), vozeia o corretor que o seu homem tem um gran de nariz para significar que êle é um grande homem. Pergunta outro "se e

vender essas ações dos acionistas.

O

primeiro é a transportar logo, o que significa ir à suntuosa casa que tem a Companhia e mandar passar a partida

homem de vida e morte", afirma outro

para sim Gonta, piiaando-a ÍPgp.

ou que "é o pilar da Bôlsa". jJA alguns corretores que são colo^áàos pelo " que chamam

o eain-

uma pessoa .sõbrc o dííl 5^

das, não deixariam dc ser discretas

assinala, em cujos dias 20 e 25 se cluviíu" entregar as ações e liquidar os adioniumentos. Para estas últimas par-

ações não se deve dar conselho a nin

guém, porque onde está encantado; o acerto mal pode Iiizir aíroso o conselho. A segunda é que não há ganhar e

arrepender-se, porque uma enguia deslisa quando menos se espera, e é pru dente gozar o que se-^iode. sem esperar estabilidades ocasionais ou constâncias da Fortuna.

nela os mercadores como cm uma bôlsa ja pelas diligências que cada um fuz

Diz o Acionista

ninguém agirá melhor do que êles. Há também tre.s modos de comprar e

c vendeniio sòt)ro o dia 25. O terceiro

A pl-ímcira 6 a de que em matéria de

palmadas. E quando eles querem dizer que foi uma pessoa de muita segurança que lhes deu a ordem, apregoam "que

gam tão destros no ofício que pensam

«01., pof ve„,, grandes acideilb.,, do

elmma-.se assim já por cnccrrareni-se

Quando se zangam dois corretores (a que os italianos chamam "sensali", que significa "mosquitos", ao ajustar uma partida, porque falta a %'eneraçâo, são

é a prazo longo, pura o mèS QH® so

que "é o primeiro homem do mundo",

jurados, ppl'' 'que iião IH^gOpinr por S113 pRittP- sno iitüh

(lldos a tei-tn iiúmeTO, que não pode dilatatlo scnflO Gíu oeúsino cie mortê ou

de algum favor bem us,sln!dftdo, que

tidas cachem os corretores uns contra

podo suceder muito mras vézoSi B híí

de aí encher a sua.

tos que se vendem impressos, coin as

outros a que clmmam de zangues, por

Os que vivem como príncipes das rendas conservam-se também no negó

cláusulas e condições que são as ordiná

entenderem os primeiros que ê.sies lhes

rias do negócio, e como estão eill branco os nomes, meses, dias e preços, não há mais que encher os espaços em branco,

geral o trato e tão geral o negÓClO, qu® apesar de luiVCT inúmeros corretores to

ficando todos os detalhes assentados;

dos ganham e todos viveiTl, sem que

para que não haja dúvida sôbre O que ge conclui nem disscnção sôbre o que

precisem ser salteadores que comelB para matar, nem caçadores que matam

se concorda.

para comer.

cio com a gravidade de príncipes, limi tando-se a dar suas ordens aos corre tores; dos que negociam como merca

dores, alguns há que ao dar suas or dens aos corretores se assemelham à elusso dos príncipes, considerando indô-

usurpam o seu niol.

Mus aqui é


78

Dicesto Econóndco

Algiins mancebos reconheceram ser m-iíto extenso o jôgo das ações ordiná-

No quarto diálogo, o Acionista diz que vai revelar o mais especulativo do5

r.as (também chamadas "grossas" ou "grandes") e procuraram estabelecer

enredos e o mais intrincado desses la

birintos. E conta cpic enquanto as ações

luii jogo mais moderado de ações, com o

da Companhia das índias Orientais são

títido de "pequenas", em que cada

vend-das a 370, as da Companhia das índias Ocidentais, que havia sido fun dada cm 1621 c que explorara o comér

sidência da Câmara dos Deputados, com larga experiência das coisas públicas, escreveu para o "Digesto Econômico" um estudo de intcrêsse palpitante sôbrc a situação dos Estados cm face da novo discriminação de rendas.

cio do Brasil durante o domínio holan dês, não valiam mais que 75. - E des venda então a seus interlocutores mil

IT.ma federação sc caraclerizix, princi-

pa*mente, pelos recursos que são da

dos Municípios, discríminando-se impos tos locais, bem garantídos.

estratagemas e astúc.as cjue .são empre gados na Bolsa para se conseguir melhor

dos às Unidaaes Federadas. Compreen de-se que assim seja porque os admi

criminadas, as rendas municipais e ele

êxito, descendo aos mais variados deta lhes. Poucos são o.s corretores desinte

sibilidades

ponto que baixa ou que sobe não vale mais que um "ducaton". E assim foram

instituídas, no ano de 1683, as "ações

de ducaton", para cujo efeito, funda mento e clareza, elegeram \im homem que, com o título de caixeiro geral,

anotasse tôdas as partidas que se compra:sem ou vendessem em um livro, sem

■-utro contrato que o da palavra, nem outra obrigação que a do testemunho,

l aga-se a essa pessoa uma placa poj

[ arte, de cada partida que escreve, e qu_- não assenta antes de perguntar aos contratantes se estão conformes. Nego

ressados que recebendo uma grande or dem se limitam realmente a o\ecutá-'a como receberam e a ganhar apenas a corretagem, ganhando monos, mas sendo

mais limpo e mais seguro o que ga-

cia-se poucas vezes por prazo maior do ' nham. Outros pretendem grangear opulências, guardando as partidas a seu que um mês. E aumentou tanto nestei cinco anos — o autor escreve em 1688 risco e realizando especulações por sua — tal emprego, que é raro o sexo qut própria conta antes de executar a of. não o exercita, sem exceção de velhos, dem que receberam. A propó.sito dos meninos e mulheres. Assim, pelo cami- processos que vão pela Bôlsa, o Acionis nho que se visou minorar o perigo, veio ta lembra então a.s palavras de Jeremias-

a tornar-se mais comum o dano, pois

logo chegou a tal excesso essa ocupação

que se negociaram Regimentos ou vinte

partidas como se fôssem insigníficânbias.

A causa de enredarem-se quase todos em tão imensa quantidade é a ambição de comprarem algumas partidas das

ações grandes para vendê-las em pe quenas (por valerem no princípio do m.s ma^s estas que aquelas).

"Guarde-se cada um de seu compa

nheiro, não confie ninguém cm seu irmão, porque não há irmão que não engane, nem companheiro que não en rede".

Como se vê, o livro de Josejjli de Ia Vega é fonte de primeira importância para o estudo da Bôlsa de Amsterdam e para traçar-se a evolução da técnica bolsista moderna, que tem suas raízes na especulação que ali se levou a efeito no século XVn.

A mw DISCRIAllIVAÇ^O DE BE\DAS E OS ESTADOS Espkclvl paua o "Digesto Econômico''

por OtO PUAZliUKS

Oto Prazeres, o conhecido jornalista c antigo nxembro da Conxissão dos Negócios Estaduais, que há mais de trinta anos exerce as altas funções de secretário da Pre

nistradores terão maior ou menor pos administrativas,

ou

mesmo

A Constituição de 1937 manteve, ois-

vou os Municípios a um grande papel

político, quer na eleição do Presidente

encargos políticos, segundo os recursos

da Repúb'ica, quer na eleição dos mem

que dispuserem.

bros do Parlamento Nacional.

Assim bom entenderam os nossos pri meiros constituintes republicanos, em

ano passado despiu os Municípios de

1890, quando tra\'aram o grande com

bate sôbre o regime que estavam edificando

em

torno

da

discriminação de

rendas.

Foi a propósito dessa discriminação que se encontraram frente à frente, em luta acérrima, o.s que deseja\'am uma União pouco poderosa e Estados fortes e os que pensavam de maneira contrária. Os federalistas radicais teriam venci

do brilhantemente se não fòsse a entrada

na liça de Rui Barbosa, que era favo rável a um federalismo moderado.

Do

outro lado, os combatentes eram dirigi

dos por Júlio do Castilhos e Leopoldo de Bulhões.

Venceram os moderados e a Repúbli ca viveu não poucas décadas sob o re

gime adotado.

A Constituição de 1934

não modificou de muito a situação e a de 1937 caminhou no .sentido de um

maior

unitarismo,

muito

embora

con-

traditòriamente conservasse para os Es tados os direitos implícitos. Administrativamente, os Estados, pela

A lei básica de 18 de setembro do

tais direitos ou intervençõís políticas: mas deu-lhes muito mais rendas, com sacrifício dos tesouros estaduais e, mes mo, do federal.

Vamos ter, portanto., desde que o país tenha completado a sua constitucioualização e estejam em função todos os ór gãos estaduais e municipais, — ura novo

tipo de federação, uma nova espécie

de autonomia administrativa, com altas

posições para os Municípios e sensível baixa nas funções e competência admi nistrativa dos Estados.

Devido aos novos vencimentos fixacL-s

para os funcionários públicos, os Esta

dos viram os respectivos orçamentos mui

to sobrecarregados, sendo assinalados vultosos "deficits".

Mesmo que fòsse mantida, portanto,

a \igente discriminação de rendas, os cofres dos Estados, salvo poucas exce

ções. não poderiam custear os servi ços que constituem atualmente encargos seus.

Constítiíição de 1934, continuaram com

Imagine-se o resultado sabendo-se oue os Estados perderão muitas das rendas

os mesmos poderes; mas começou-se a definir de maneira prática a autonomia

rendas tributárias vantajosamente, por-

atuais e que não poderão criar novas


78

Dicesto Econóndco

Algiins mancebos reconheceram ser m-iíto extenso o jôgo das ações ordiná-

No quarto diálogo, o Acionista diz que vai revelar o mais especulativo do5

r.as (também chamadas "grossas" ou "grandes") e procuraram estabelecer

enredos e o mais intrincado desses la

birintos. E conta cpic enquanto as ações

luii jogo mais moderado de ações, com o

da Companhia das índias Orientais são

títido de "pequenas", em que cada

vend-das a 370, as da Companhia das índias Ocidentais, que havia sido fun dada cm 1621 c que explorara o comér

sidência da Câmara dos Deputados, com larga experiência das coisas públicas, escreveu para o "Digesto Econômico" um estudo de intcrêsse palpitante sôbrc a situação dos Estados cm face da novo discriminação de rendas.

cio do Brasil durante o domínio holan dês, não valiam mais que 75. - E des venda então a seus interlocutores mil

IT.ma federação sc caraclerizix, princi-

pa*mente, pelos recursos que são da

dos Municípios, discríminando-se impos tos locais, bem garantídos.

estratagemas e astúc.as cjue .são empre gados na Bolsa para se conseguir melhor

dos às Unidaaes Federadas. Compreen de-se que assim seja porque os admi

criminadas, as rendas municipais e ele

êxito, descendo aos mais variados deta lhes. Poucos são o.s corretores desinte

sibilidades

ponto que baixa ou que sobe não vale mais que um "ducaton". E assim foram

instituídas, no ano de 1683, as "ações

de ducaton", para cujo efeito, funda mento e clareza, elegeram \im homem que, com o título de caixeiro geral,

anotasse tôdas as partidas que se compra:sem ou vendessem em um livro, sem

■-utro contrato que o da palavra, nem outra obrigação que a do testemunho,

l aga-se a essa pessoa uma placa poj

[ arte, de cada partida que escreve, e qu_- não assenta antes de perguntar aos contratantes se estão conformes. Nego

ressados que recebendo uma grande or dem se limitam realmente a o\ecutá-'a como receberam e a ganhar apenas a corretagem, ganhando monos, mas sendo

mais limpo e mais seguro o que ga-

cia-se poucas vezes por prazo maior do ' nham. Outros pretendem grangear opulências, guardando as partidas a seu que um mês. E aumentou tanto nestei cinco anos — o autor escreve em 1688 risco e realizando especulações por sua — tal emprego, que é raro o sexo qut própria conta antes de executar a of. não o exercita, sem exceção de velhos, dem que receberam. A propó.sito dos meninos e mulheres. Assim, pelo cami- processos que vão pela Bôlsa, o Acionis nho que se visou minorar o perigo, veio ta lembra então a.s palavras de Jeremias-

a tornar-se mais comum o dano, pois

logo chegou a tal excesso essa ocupação

que se negociaram Regimentos ou vinte

partidas como se fôssem insigníficânbias.

A causa de enredarem-se quase todos em tão imensa quantidade é a ambição de comprarem algumas partidas das

ações grandes para vendê-las em pe quenas (por valerem no princípio do m.s ma^s estas que aquelas).

"Guarde-se cada um de seu compa

nheiro, não confie ninguém cm seu irmão, porque não há irmão que não engane, nem companheiro que não en rede".

Como se vê, o livro de Josejjli de Ia Vega é fonte de primeira importância para o estudo da Bôlsa de Amsterdam e para traçar-se a evolução da técnica bolsista moderna, que tem suas raízes na especulação que ali se levou a efeito no século XVn.

A mw DISCRIAllIVAÇ^O DE BE\DAS E OS ESTADOS Espkclvl paua o "Digesto Econômico''

por OtO PUAZliUKS

Oto Prazeres, o conhecido jornalista c antigo nxembro da Conxissão dos Negócios Estaduais, que há mais de trinta anos exerce as altas funções de secretário da Pre

nistradores terão maior ou menor pos administrativas,

ou

mesmo

A Constituição de 1937 manteve, ois-

vou os Municípios a um grande papel

político, quer na eleição do Presidente

encargos políticos, segundo os recursos

da Repúb'ica, quer na eleição dos mem

que dispuserem.

bros do Parlamento Nacional.

Assim bom entenderam os nossos pri meiros constituintes republicanos, em

ano passado despiu os Municípios de

1890, quando tra\'aram o grande com

bate sôbre o regime que estavam edificando

em

torno

da

discriminação de

rendas.

Foi a propósito dessa discriminação que se encontraram frente à frente, em luta acérrima, o.s que deseja\'am uma União pouco poderosa e Estados fortes e os que pensavam de maneira contrária. Os federalistas radicais teriam venci

do brilhantemente se não fòsse a entrada

na liça de Rui Barbosa, que era favo rável a um federalismo moderado.

Do

outro lado, os combatentes eram dirigi

dos por Júlio do Castilhos e Leopoldo de Bulhões.

Venceram os moderados e a Repúbli ca viveu não poucas décadas sob o re

gime adotado.

A Constituição de 1934

não modificou de muito a situação e a de 1937 caminhou no .sentido de um

maior

unitarismo,

muito

embora

con-

traditòriamente conservasse para os Es tados os direitos implícitos. Administrativamente, os Estados, pela

A lei básica de 18 de setembro do

tais direitos ou intervençõís políticas: mas deu-lhes muito mais rendas, com sacrifício dos tesouros estaduais e, mes mo, do federal.

Vamos ter, portanto., desde que o país tenha completado a sua constitucioualização e estejam em função todos os ór gãos estaduais e municipais, — ura novo

tipo de federação, uma nova espécie

de autonomia administrativa, com altas

posições para os Municípios e sensível baixa nas funções e competência admi nistrativa dos Estados.

Devido aos novos vencimentos fixacL-s

para os funcionários públicos, os Esta

dos viram os respectivos orçamentos mui

to sobrecarregados, sendo assinalados vultosos "deficits".

Mesmo que fòsse mantida, portanto,

a \igente discriminação de rendas, os cofres dos Estados, salvo poucas exce

ções. não poderiam custear os servi ços que constituem atualmente encargos seus.

Constítiíição de 1934, continuaram com

Imagine-se o resultado sabendo-se oue os Estados perderão muitas das rendas

os mesmos poderes; mas começou-se a definir de maneira prática a autonomia

rendas tributárias vantajosamente, por-

atuais e que não poderão criar novas


OiCESTo Econômico 80

81

DrcESTo Econónoco

que todo e qualquer impôsto novo

es

tadual que fôr estabelecido terá que ser

dividido com a União e os Municípios, ficando os cofres estaduais apenas com 40% e sendo seu o ônus da arrecadação. Acompanhando de perto a vida dos Estados e dos Municípios, como membro da Comissão dos Negócios Estaduais desde a sua fundação em princípios de 1939, dei o meu depoimento a alguns constituintes que estavam mais de perto incumbidos da parte de discriminação

de rendas.

Infelizmente, os fatos por

mim citados não foram tomados na de

vida consideração e só muito tarde se

perceberam os constituintes em aprêço

situação em que iam ficar os Estados,

com a discriminação de rendas por êles preferida.

Daí nasceu o dispositivo transitório com que se procura cataplasmar a doença...

Mais adiante descerei a minúcias, pois devo começar mostiíando aquilo que se me afigura o êrro principm. O Brasil é um" dos raríssimos países que discriminam impostos na lei básica. A Constituição do Império, o Ato Adi cional e outras leis não ordinárias ado taram uma certa dose de federalismo na matéria. ..

Entretanto, a distribuição de impostos não deve ter, e hoje mais do que ontem, em face da vertiginosidade da vida con temporânea, a rigidez de uma lei cons

titucional, de difícil modificação.

A

lei de impostos deve ser maleável às alterações rápidas e oportunas. 'A Comissão Constitucional do Itama-

rati, em 1933, da qual tive a honra de ser secretário geral, sentiu bem a ne

cessidade dessa maleabilidade e com

binou tal necessidade com a tradição brasileira.

É assim que manteve a discriminação de rendas na Constituição mas desde

constitucional o possibilita\a o estudo de alterações numa lei ordinária.

A Constituição de 1934 .seguiu cami nho diverso, mas ainda assim leve o cuidado de incluir no seu te.xlo um dis-

Sositivo declarando que a discriminação e rendas seria revista no prazo dc dois

contribuir com 10Í5 do imposto de ren da para os orçamentos immicipais. Pelo mesmo Ato Adicional, podeni ser

mantida a cobrança dc impostos que se

Conforme se vê, por estas ligeiras transcrições, a Constituinte teve receio

da nova discriminação de rendas e tra tou de atenuar os seus efeitos nos exer

não incluam na competência dos gover

cícios mais próximos.

nos dos Estados que atualmente os arre

cadam. Dêsse dispositivo decorrerá, for

Depois, arreceou-se dos próprios re ceios e pôs dentro do próprio Ato Adicio

çosamente, uma bi-tributação.

nal um novo adicional, declarando que

Como se vê, um imposto que fôr, pela

anos, ficando o Senado incumbido de um estudo sobre a matéria e da elabo

nova discriminação de rendas, dos cofres

ração da reforma.

dos Municípios,ou da União, poderá e

breve para os dispositivos que marcam

deverá ser cobrado por uma dessas En

prazos para a discriminação dc rendas".

Dada a sitriação mundial, os consti tuintes de 1946 deveriam reser\ar-se uma maior quantidade de cautela ao

tratar do assunto, oiie exigia uma es

pera imposta pela economia brasileira, tão profundamente a'tcrada. Êsses cons

tituintes, porém, embora revelando do ses de valor, em inteligência e cultura, não tinham, na sua grande maioria, o

traquejo da coisa pública. Fizeram, por tanto, uma profunda alteração na dis tribuição de rendas, sem estudo algum dos encargos deixados às Entidades Pú blicas e galvanizaram a distribuição com

tidades Públicas; mas, se estiver sendo

cobrado até aqni pelos Estados, estes

continuarão a cobrança durante o prazo de quatro anos.

Declara a Constituição que — "quando a arrecadação estadual dc impostos, sal vo a do impòslo de exportação, exce Capital, o total das rendas locais de

cícios diversos a mesma discriminação.

nicípio, anualmente, trinta por cento do excesso referido".

O Ato Adicional manda que êsse pre

nado.

20% e assim por diante até o rim do

ensaio por partes, uma vez que não mais poderia ser alterado o sistema

somente resoluções seguras, há três aspecto,s diversos:

qualquer natm-cza, o Estado dará ao Mu

der, em Município que não seja o da

uma rigidez sem par. Só uma reforma constitucional pode alterar o discrimi

prazos determinados, numa espécie de

Verifica-se, pois, que em matéria tão importante e que deveria admitir tão Primeiro — uma discriminação rígida o profunda, no texto da constituição, discriminação que dei.\a os Estados em precária situação; Segundo — Reparte em prazos ou exer

ceito seja cumprido em dez anos, isto é,

Sentiram depois que haviam seguido ca minho errado ou perigoso e procuraram' então, aplicar ou usar a nova discrimi nação de rendas por estágios, dentro de

— "a lei federal ou estadual, confor

me o caso, poderá estabelecer prazo mais

no primeiro ano, o Estado entregará ao Município 10% do excesso, no segundo, prazo.

Terceiro — Recua dessa repartição,

permitindo que leis ordinárias, federais ou estaduais alterem os prazos e conse

qüentemente suprimam ou modifiquem o "quantum" e a cobrança dos tribu tos.

Inclui-se, portanto, uma grande dose de incerteza na certeza rigiaíssima que

4ÀkffCM9ÀÇ4'é ÍMPêSté saâit€ V€NkAS i C0l^SfCNAÇ0'€S N0 £S7AP0 P€ SÃ0 0AUL0 d0

< I UI

Daí o original "Ato Adicional",

apareceu no próprio momento eni que

li

'yyue

era promulgada a Constituição, c(mio uma espécie de "post scriptum". ..

Os versados no orçamento da União nas rendas federais, desde logo salien

n s c0 lia

áâlrU ■* t*€at

56.3 CAHTAL

zeiros aos Municípios de um momento

para outro.' O Ato declara que a entrega

logo possibilitou uma revisão de cinco em cinco anos. O prazo era longo para

começará em 1948 e que neste ano fi

o viver de hoje, mas tirava a rigidez

mente em 1949, a União será forçada a

íta

Cof.itài

taram que os cofres do país não pode riam suportar a entrega de uma quan tia superior a trezentos milhões de cru

À

-r

/

cará reduzida à metade da quantia. So AÍiÜr-JiiwJ íjã.itÊ.'í nV'..'íl,.

tAPiTAL

é


OiCESTo Econômico 80

81

DrcESTo Econónoco

que todo e qualquer impôsto novo

es

tadual que fôr estabelecido terá que ser

dividido com a União e os Municípios, ficando os cofres estaduais apenas com 40% e sendo seu o ônus da arrecadação. Acompanhando de perto a vida dos Estados e dos Municípios, como membro da Comissão dos Negócios Estaduais desde a sua fundação em princípios de 1939, dei o meu depoimento a alguns constituintes que estavam mais de perto incumbidos da parte de discriminação

de rendas.

Infelizmente, os fatos por

mim citados não foram tomados na de

vida consideração e só muito tarde se

perceberam os constituintes em aprêço

situação em que iam ficar os Estados,

com a discriminação de rendas por êles preferida.

Daí nasceu o dispositivo transitório com que se procura cataplasmar a doença...

Mais adiante descerei a minúcias, pois devo começar mostiíando aquilo que se me afigura o êrro principm. O Brasil é um" dos raríssimos países que discriminam impostos na lei básica. A Constituição do Império, o Ato Adi cional e outras leis não ordinárias ado taram uma certa dose de federalismo na matéria. ..

Entretanto, a distribuição de impostos não deve ter, e hoje mais do que ontem, em face da vertiginosidade da vida con temporânea, a rigidez de uma lei cons

titucional, de difícil modificação.

A

lei de impostos deve ser maleável às alterações rápidas e oportunas. 'A Comissão Constitucional do Itama-

rati, em 1933, da qual tive a honra de ser secretário geral, sentiu bem a ne

cessidade dessa maleabilidade e com

binou tal necessidade com a tradição brasileira.

É assim que manteve a discriminação de rendas na Constituição mas desde

constitucional o possibilita\a o estudo de alterações numa lei ordinária.

A Constituição de 1934 .seguiu cami nho diverso, mas ainda assim leve o cuidado de incluir no seu te.xlo um dis-

Sositivo declarando que a discriminação e rendas seria revista no prazo dc dois

contribuir com 10Í5 do imposto de ren da para os orçamentos immicipais. Pelo mesmo Ato Adicional, podeni ser

mantida a cobrança dc impostos que se

Conforme se vê, por estas ligeiras transcrições, a Constituinte teve receio

da nova discriminação de rendas e tra tou de atenuar os seus efeitos nos exer

não incluam na competência dos gover

cícios mais próximos.

nos dos Estados que atualmente os arre

cadam. Dêsse dispositivo decorrerá, for

Depois, arreceou-se dos próprios re ceios e pôs dentro do próprio Ato Adicio

çosamente, uma bi-tributação.

nal um novo adicional, declarando que

Como se vê, um imposto que fôr, pela

anos, ficando o Senado incumbido de um estudo sobre a matéria e da elabo

nova discriminação de rendas, dos cofres

ração da reforma.

dos Municípios,ou da União, poderá e

breve para os dispositivos que marcam

deverá ser cobrado por uma dessas En

prazos para a discriminação dc rendas".

Dada a sitriação mundial, os consti tuintes de 1946 deveriam reser\ar-se uma maior quantidade de cautela ao

tratar do assunto, oiie exigia uma es

pera imposta pela economia brasileira, tão profundamente a'tcrada. Êsses cons

tituintes, porém, embora revelando do ses de valor, em inteligência e cultura, não tinham, na sua grande maioria, o

traquejo da coisa pública. Fizeram, por tanto, uma profunda alteração na dis tribuição de rendas, sem estudo algum dos encargos deixados às Entidades Pú blicas e galvanizaram a distribuição com

tidades Públicas; mas, se estiver sendo

cobrado até aqni pelos Estados, estes

continuarão a cobrança durante o prazo de quatro anos.

Declara a Constituição que — "quando a arrecadação estadual dc impostos, sal vo a do impòslo de exportação, exce Capital, o total das rendas locais de

cícios diversos a mesma discriminação.

nicípio, anualmente, trinta por cento do excesso referido".

O Ato Adicional manda que êsse pre

nado.

20% e assim por diante até o rim do

ensaio por partes, uma vez que não mais poderia ser alterado o sistema

somente resoluções seguras, há três aspecto,s diversos:

qualquer natm-cza, o Estado dará ao Mu

der, em Município que não seja o da

uma rigidez sem par. Só uma reforma constitucional pode alterar o discrimi

prazos determinados, numa espécie de

Verifica-se, pois, que em matéria tão importante e que deveria admitir tão Primeiro — uma discriminação rígida o profunda, no texto da constituição, discriminação que dei.\a os Estados em precária situação; Segundo — Reparte em prazos ou exer

ceito seja cumprido em dez anos, isto é,

Sentiram depois que haviam seguido ca minho errado ou perigoso e procuraram' então, aplicar ou usar a nova discrimi nação de rendas por estágios, dentro de

— "a lei federal ou estadual, confor

me o caso, poderá estabelecer prazo mais

no primeiro ano, o Estado entregará ao Município 10% do excesso, no segundo, prazo.

Terceiro — Recua dessa repartição,

permitindo que leis ordinárias, federais ou estaduais alterem os prazos e conse

qüentemente suprimam ou modifiquem o "quantum" e a cobrança dos tribu tos.

Inclui-se, portanto, uma grande dose de incerteza na certeza rigiaíssima que

4ÀkffCM9ÀÇ4'é ÍMPêSté saâit€ V€NkAS i C0l^SfCNAÇ0'€S N0 £S7AP0 P€ SÃ0 0AUL0 d0

< I UI

Daí o original "Ato Adicional",

apareceu no próprio momento eni que

li

'yyue

era promulgada a Constituição, c(mio uma espécie de "post scriptum". ..

Os versados no orçamento da União nas rendas federais, desde logo salien

n s c0 lia

áâlrU ■* t*€at

56.3 CAHTAL

zeiros aos Municípios de um momento

para outro.' O Ato declara que a entrega

logo possibilitou uma revisão de cinco em cinco anos. O prazo era longo para

começará em 1948 e que neste ano fi

o viver de hoje, mas tirava a rigidez

mente em 1949, a União será forçada a

íta

Cof.itài

taram que os cofres do país não pode riam suportar a entrega de uma quan tia superior a trezentos milhões de cru

À

-r

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cará reduzida à metade da quantia. So AÍiÜr-JiiwJ íjã.itÊ.'í nV'..'íl,.

tAPiTAL

é


Dií;i-;.srí) Ef-ONÓMico '

os constituintes de 1946 deram à ques tão de discriminação de rendas.

Vo temos, porém, à questão da bi-tributação, cxcmplifcando de modo pre ciso.

Como se sabe, o imposto de indústrias e profissões é hoje cobrado pelo Estado e pelo Município, cabendo metade do produto a cada uma dessas Entidades Políticas. O lançamento compete ao Es tado.

A Constituição de .setembro do

ano findo declara que o Estado continua rá ou, melhor, todos os Estados conti nuarão até 1950 com direito à cobran

ça dos impostos que cobravam à data

da constituição — "mesmo que o tributo tenha sido atribuído à União ou aos Municípios".

I

ser compelido a pagar o mesmo tributo

O imposto de vendas e consignações estava, por assiní dizer, pedindo uma medida especial na lei básica e não

seria demais ou inconstitucional a in

tervenção da União na matéria, porque o referido imposto afeta de maneira ín tima o comércio entre os Estados e a lei que traça as suas normas gerais é federal.

Pelo menos deveriam ser afastadas as

dúvidas que existem sobre a cobrança desse impôsto, a tal ponto que o Supremo Tribunal Federal varia a cada passo de jurisprudência na sua aplicação. No seu país de origem, o impôsto de vendas e con.signações é chamado, com

falo de não haver papel com que pu dessem desempenhar as .suas ativida

iia Comissão dos Negócios Estaduais ~

No projeto de Constituição de São Paulo, li um artigo dc louvável intenção

cargos que até atjuj são custeados pelos

Há vinte anos passados iniciou-se um movimento de dimiuuição lenta do pes soal, sem demissões. Logo em seguida, porém, em novo impulso mais forte, o

cofres estaduais.

aumento voltou e dessa vez com um»

procurando isentar do impôsto cm apre

Aliás, a questão orçamentária, em to do o país, não poderá jamais ser encara da com segurança de solução — enciuan-

grande agrav-açáo de vencimentos... Se os Estados ficarem seriamente pre

o número de venda.s...

IDcssa manelni,

gêneros de uso índispensá\'el chegam a pagar até nove \v'/cs o impôsto antes dc chegar á.s mão,s do consuiniclor.

ço os gêneros de primeira necessidade e

as mais prestantes utilidades. .O pro pósito do artigo é do gênero dos que

imenso Brasil,há funcionários em dema

mercadoria e prejudicará aos interesses paulistas.

sia, ultrapassando de muito as necessi

No momento atual, o impôsto de ven que estas já satisfizeram o pagamento e nos Estados, estão aiicnas os distribui

dores.

Havendo esses distribuidores, o

Estado que recebe e consome a merca

doria não pode cobrar o impôsto, de acòrdo com decisões do Supremo Tri bunal Federal. Os compradores bate

Por toda a parte deste

dades reais do serviço e nada deixando

para o custeio do material.

Verifica-se até um paradoxo: ao mesmo tempo que se aumenta o pessoal diminui-se o mate

rial, isto é, o indispensável para que os nomeados tenham o que fazer ou pos sam fazer alguma coisa...

Recentemente, foi publicado o que acontecia numa repartição em que ha

via dezenas de funcionários inativos pelo

des...

judicados — e com certeza ficarão na

arrecadação de rendas, passando certos encargos para os Municípios, terão de

passar também não poucos funcionários e, então, ver-se-ã aplicada em pes.soal a renda que foi passada para os cofres municipais...

Tudo isto significa que não se apre senta em condições de vida longa a dis criminação de rendas contida na Consti tuição de 18 de setembro do ano passa do, exigindo a lição de uma rápida ex periência profundas alterações. Esperemos.

ram à porta da mais alta corporação judiciária do país alegando que o im posto já estava pago no Estado de ori

gem, isto é, em São Paulo e tiveram ganho de causa.

Se, portanto, São Pau^o deixar de e.xigir o tributo nem por i.s.so a mercadoria de primeira necessidade será beneficiada Ao contrário, será mais pesadamente tri

butada porque São Paulo cobra muito

menos do que vários outros Estados que são seus fregueses.

Não se trata aqui de se saber se é justo ou injusto o fato; mas tão somen

te o de salientar que o fato existe e que,

Não tenho outra pretensão com este

^íbuto.

to não fòr resolvida a preliminar relati

tar que, se aprovado, não beneficiará a

à razão de 8% sobre o preço notado no documento, 6% na segunda, A% na tercei ções, as mercadorias ficam livres do

não atribuir aos Municípios certos en

va ao pessoal.

razão, de "imposto pirâmide", porque na primeira venda é cobrado o impôsto Nas demais transa

OS Estados não terão outro recurso se

maior aprêço merecem; mas devo salien

existindo, o nobre intuito dos legisladcre.s paulistas ficará prejudicado e esse prejuízo atingirá à receita do Estado.

ra, 2% na quarta.

83

No meu inode.slo modo de cnlencler,

Conseguintemente, os Estados poderão que importam mercadorias paulistas por

uma vez e meia...

Econômico

ilustrado pela observação que mo pro porcionaram o;t{) ano.s de permanência

No Brasil, à falta de uma fiscalização

eficiente, cobra-se sempre, seja qual fôr

das não pode ser cobrado pelos Estados

continuar a cobrar a metade a que atualmente têm direito do imposto de mdústr;as e profissões e aos Municípios é lícito exigir o mesmo imposto na sua totalidade. O contribuinte, pois, poderá

Dicesto

artigo, senão de expor dúvidas sôbre a permanência du presente discriminação

de rendas, mesmo aplicada por etapas, segundo o dispositivo do Ato Adicional.

Informações oficiosas recebidas do Paraná dizem que ali existem, à espera de transporte, cêrca de 400 mil sacas de cereais cm geral, dos quais 45 mil de

feijão de I." qualidade, financiados pelo Plano de Emergência do Banco do Brasil. Além desses produtos, também aguarda transporte grande quantidade de algodão, ramie, café, madeira c outros gêneros.

Em palestra sôbre o assunto com a reportagem, o senador Artur Santos, dflquele Estado, disse que a solução de emergência no Paraná seria a permissão para que os comboios da Sorocabana entrassem pela São Paulo-Paranó, até Londrina,

a fim de transportar aquôle volume enorme de gêneros e outros produtos que estão

se deteriorando nos páteos das estações ferroviárias ou à margem do leito das estradas, enquanto os centros consumidores sofrem a escassez.

jj


Dií;i-;.srí) Ef-ONÓMico '

os constituintes de 1946 deram à ques tão de discriminação de rendas.

Vo temos, porém, à questão da bi-tributação, cxcmplifcando de modo pre ciso.

Como se sabe, o imposto de indústrias e profissões é hoje cobrado pelo Estado e pelo Município, cabendo metade do produto a cada uma dessas Entidades Políticas. O lançamento compete ao Es tado.

A Constituição de .setembro do

ano findo declara que o Estado continua rá ou, melhor, todos os Estados conti nuarão até 1950 com direito à cobran

ça dos impostos que cobravam à data

da constituição — "mesmo que o tributo tenha sido atribuído à União ou aos Municípios".

I

ser compelido a pagar o mesmo tributo

O imposto de vendas e consignações estava, por assiní dizer, pedindo uma medida especial na lei básica e não

seria demais ou inconstitucional a in

tervenção da União na matéria, porque o referido imposto afeta de maneira ín tima o comércio entre os Estados e a lei que traça as suas normas gerais é federal.

Pelo menos deveriam ser afastadas as

dúvidas que existem sobre a cobrança desse impôsto, a tal ponto que o Supremo Tribunal Federal varia a cada passo de jurisprudência na sua aplicação. No seu país de origem, o impôsto de vendas e con.signações é chamado, com

falo de não haver papel com que pu dessem desempenhar as .suas ativida

iia Comissão dos Negócios Estaduais ~

No projeto de Constituição de São Paulo, li um artigo dc louvável intenção

cargos que até atjuj são custeados pelos

Há vinte anos passados iniciou-se um movimento de dimiuuição lenta do pes soal, sem demissões. Logo em seguida, porém, em novo impulso mais forte, o

cofres estaduais.

aumento voltou e dessa vez com um»

procurando isentar do impôsto cm apre

Aliás, a questão orçamentária, em to do o país, não poderá jamais ser encara da com segurança de solução — enciuan-

grande agrav-açáo de vencimentos... Se os Estados ficarem seriamente pre

o número de venda.s...

IDcssa manelni,

gêneros de uso índispensá\'el chegam a pagar até nove \v'/cs o impôsto antes dc chegar á.s mão,s do consuiniclor.

ço os gêneros de primeira necessidade e

as mais prestantes utilidades. .O pro pósito do artigo é do gênero dos que

imenso Brasil,há funcionários em dema

mercadoria e prejudicará aos interesses paulistas.

sia, ultrapassando de muito as necessi

No momento atual, o impôsto de ven que estas já satisfizeram o pagamento e nos Estados, estão aiicnas os distribui

dores.

Havendo esses distribuidores, o

Estado que recebe e consome a merca

doria não pode cobrar o impôsto, de acòrdo com decisões do Supremo Tri bunal Federal. Os compradores bate

Por toda a parte deste

dades reais do serviço e nada deixando

para o custeio do material.

Verifica-se até um paradoxo: ao mesmo tempo que se aumenta o pessoal diminui-se o mate

rial, isto é, o indispensável para que os nomeados tenham o que fazer ou pos sam fazer alguma coisa...

Recentemente, foi publicado o que acontecia numa repartição em que ha

via dezenas de funcionários inativos pelo

des...

judicados — e com certeza ficarão na

arrecadação de rendas, passando certos encargos para os Municípios, terão de

passar também não poucos funcionários e, então, ver-se-ã aplicada em pes.soal a renda que foi passada para os cofres municipais...

Tudo isto significa que não se apre senta em condições de vida longa a dis criminação de rendas contida na Consti tuição de 18 de setembro do ano passa do, exigindo a lição de uma rápida ex periência profundas alterações. Esperemos.

ram à porta da mais alta corporação judiciária do país alegando que o im posto já estava pago no Estado de ori

gem, isto é, em São Paulo e tiveram ganho de causa.

Se, portanto, São Pau^o deixar de e.xigir o tributo nem por i.s.so a mercadoria de primeira necessidade será beneficiada Ao contrário, será mais pesadamente tri

butada porque São Paulo cobra muito

menos do que vários outros Estados que são seus fregueses.

Não se trata aqui de se saber se é justo ou injusto o fato; mas tão somen

te o de salientar que o fato existe e que,

Não tenho outra pretensão com este

^íbuto.

to não fòr resolvida a preliminar relati

tar que, se aprovado, não beneficiará a

à razão de 8% sobre o preço notado no documento, 6% na segunda, A% na tercei ções, as mercadorias ficam livres do

não atribuir aos Municípios certos en

va ao pessoal.

razão, de "imposto pirâmide", porque na primeira venda é cobrado o impôsto Nas demais transa

OS Estados não terão outro recurso se

maior aprêço merecem; mas devo salien

existindo, o nobre intuito dos legisladcre.s paulistas ficará prejudicado e esse prejuízo atingirá à receita do Estado.

ra, 2% na quarta.

83

No meu inode.slo modo de cnlencler,

Conseguintemente, os Estados poderão que importam mercadorias paulistas por

uma vez e meia...

Econômico

ilustrado pela observação que mo pro porcionaram o;t{) ano.s de permanência

No Brasil, à falta de uma fiscalização

eficiente, cobra-se sempre, seja qual fôr

das não pode ser cobrado pelos Estados

continuar a cobrar a metade a que atualmente têm direito do imposto de mdústr;as e profissões e aos Municípios é lícito exigir o mesmo imposto na sua totalidade. O contribuinte, pois, poderá

Dicesto

artigo, senão de expor dúvidas sôbre a permanência du presente discriminação

de rendas, mesmo aplicada por etapas, segundo o dispositivo do Ato Adicional.

Informações oficiosas recebidas do Paraná dizem que ali existem, à espera de transporte, cêrca de 400 mil sacas de cereais cm geral, dos quais 45 mil de

feijão de I." qualidade, financiados pelo Plano de Emergência do Banco do Brasil. Além desses produtos, também aguarda transporte grande quantidade de algodão, ramie, café, madeira c outros gêneros.

Em palestra sôbre o assunto com a reportagem, o senador Artur Santos, dflquele Estado, disse que a solução de emergência no Paraná seria a permissão para que os comboios da Sorocabana entrassem pela São Paulo-Paranó, até Londrina,

a fim de transportar aquôle volume enorme de gêneros e outros produtos que estão

se deteriorando nos páteos das estações ferroviárias ou à margem do leito das estradas, enquanto os centros consumidores sofrem a escassez.

jj


í V*

85

Digesto Econóncico

iy.

^fs/ÍSffa €roffcmfea A Modernização do lomércio

por Afonso Anixos de Melo Fhanco

Especial pada o "Digesto Econónuco'

O A. descreve, com almndüncia de dedos, como, em fins do século XVIII, era atrasado o comércio português, e conclui que, se a Inglaterra deu o tom ao co mércio do Brasil Reino, foi a Frat^a o modêlo seguido lui modernização do comércio imperial. fins do século XVIII o comércio

as "ricas saias de tissos ejgalacés" de

Diz, entre outras coisas, o Marquês, neste documento publicado no tômo 4

dência, o que lhes chegaxTi pelas frotas, cuja arribada periódica era conhecida-

da Revista do

Histórico: "A

Transferiam, assim, o mais depressa que

maior parte da.s pes.soas a que aqui

podiam, as cargas que lhes eram consig nadas aos seus compradores do interior,

Instituto

(no Rio) SC dá o nome de comerciantes

oada são que uns símplices comissários isto é, não ha casas que tenham compa nhias estabelecidas... A única casa que ainda hoje se conserva na regra de co merciante é a de Francisco de Araújo Pereira, com a sociedade de seus primos e de alguns outros socios em Europa. Aqueles negociantes que aqui passam

brasileiro, geralmente exercido por fi lhos de Portugal, exibia o atraso e a

que também fala o admirável Critilo.

Leão, Manuel da Costa

rotina do modêlo reinei.

Relativamente grande era, com efeito,

já naquele tempo, o comércio de impor tação de mercadorias estrangeiras, para consumo das mais altas classes da popu

Cardoso, José Caetano Alves e alguns outros,

O grande poeta Tomás Antônio Gon<1^6 viveu no Brasil por aquela

época, (embora o atual ocupante da cadeira que traz o seu nome na Acade mia de Letras, o tenha dado, no dis

curso de posse, como representante da centúria anterior...) assim descreve, numa das famosas "Cartas Clúlenas", o que era uma venda da capitania de Mi nas, a mais rica do país: "Enquanto os tabemeiros ajuntavam Imenso cabedal em poucos anos Sem terem, nas tabemas fedorentas. Outros mais sortimentos que não fossem Os queijos, a cachaça, o negro fumo E, sôbre as prateleiras, poucos frascos...

Eram em casas totalmente desprovi das de higiene e confôrto que se faziam, também, os outros negócios, além dos referentes ao queijo, à cachaça e ao negro fumo. Em lojas semelhantes, ou pouco melhores, é que se vendiam as "vermelhas capas de galões cobertas",

lação. O estimado Vilhena, numa das suas Cartas famosas, refere que em mais

por

mais ricos, como Braz Carneiro

também negociantes, e aos clientes par ticulares da praça. Está logo a ver-se

que tal sistema não exigia lojas atraentes nem consideráveis. Bem pouco precisa vam elas diferir das tabemas descritas

por Critilo.

A vinda da corte, com a abertura dos portos, marcou a independência comer cial do Brasil, a qual precedeu assim, de alguns lustres, a nossa independência política. A Inglaterra estava en

queza no maior comércio

tão em plena ascensão da sua etapa de conquista

de

industrial e econômica do

têm constituido a sua ri comissões...

Estes

de 2.000 contos de mercadorias impor tadas de Portugal pela Bahia em 1798,

homens, ainda que têm

mundo, e o nosso país

de fundo e são honrados

foi um dos maiores cam-

apenas 450 provinham originàriamente

e verdadeiros, não posso

do Reino. Todo o resto — que era o

considerar as suas casas

mais — provinha de fabricação européia e asiática, fora de Portugal. No pôrto

como casas de comércio,

do Rio a situação era semelhante, em

O que é esta profissão, que eles nem co

bora com quantidades maiores de mer cadoria. Tôda esta importação exigiria

rios, nem sabem o modo regular da sua

um aparelhamento comercial relativa mente considerável. Não era, no en

tanto, o que se dava. O comércio por tuguês, ronceiro e tardo, não tinha ca

'

porque é preciso saber que eles ignoram nhecem os livros que lhes são necessá escrituração".

^ V^ú.\;'vx

pos de experiência deste processo. Uma das primeiras con

seqüências foi a transformação do co mércio, com a rápida modemização dos seus processos e instalações. Os

escritores

contemporâneos

são

unânimes em testemunhar tal transfor

Lavradio examina proficientemente aa nefastas conseqüências de todo êste

mação.

Vejamos alguns dos seus de

poimentos. Um dos mais interessantes é o de

pacidade para se organizar.

atraso. Em primeiro lugar, agindo sem pre como comissários, os comerciantes

Sôbre êsto assunto possuímos uma pre ciosa informação do Marquês do Lavra-

recebendo sempre as mesmas coisas que

dio, no longo relatório em que, como

os mesmos comitentes lhes mandavam

lien". Lembram^ os escritores que a população do Rio orçava, na chegada da

de uso, deu ao seu sucessor, d. Luís de

da Europa.

côrte, por cinqüenta mil almas, e que

Vasconcelos e Sousa, uma idéia geral

sas fixas de instalação, tratavam de ven

menos de dez anos depois, isto é, em

da situação da Colônia em 1779.

der rapidamente, às vêzes com antece-

1817, já atingia a cento e dez mil. Sò-

do Rio nunca variavam os seus estoques,

Depois, para evitar despe

Spix e Martius, contido no volume pri meiro do esplêndido "Reise in Brasi-


í V*

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Digesto Econóncico

iy.

^fs/ÍSffa €roffcmfea A Modernização do lomércio

por Afonso Anixos de Melo Fhanco

Especial pada o "Digesto Econónuco'

O A. descreve, com almndüncia de dedos, como, em fins do século XVIII, era atrasado o comércio português, e conclui que, se a Inglaterra deu o tom ao co mércio do Brasil Reino, foi a Frat^a o modêlo seguido lui modernização do comércio imperial. fins do século XVIII o comércio

as "ricas saias de tissos ejgalacés" de

Diz, entre outras coisas, o Marquês, neste documento publicado no tômo 4

dência, o que lhes chegaxTi pelas frotas, cuja arribada periódica era conhecida-

da Revista do

Histórico: "A

Transferiam, assim, o mais depressa que

maior parte da.s pes.soas a que aqui

podiam, as cargas que lhes eram consig nadas aos seus compradores do interior,

Instituto

(no Rio) SC dá o nome de comerciantes

oada são que uns símplices comissários isto é, não ha casas que tenham compa nhias estabelecidas... A única casa que ainda hoje se conserva na regra de co merciante é a de Francisco de Araújo Pereira, com a sociedade de seus primos e de alguns outros socios em Europa. Aqueles negociantes que aqui passam

brasileiro, geralmente exercido por fi lhos de Portugal, exibia o atraso e a

que também fala o admirável Critilo.

Leão, Manuel da Costa

rotina do modêlo reinei.

Relativamente grande era, com efeito,

já naquele tempo, o comércio de impor tação de mercadorias estrangeiras, para consumo das mais altas classes da popu

Cardoso, José Caetano Alves e alguns outros,

O grande poeta Tomás Antônio Gon<1^6 viveu no Brasil por aquela

época, (embora o atual ocupante da cadeira que traz o seu nome na Acade mia de Letras, o tenha dado, no dis

curso de posse, como representante da centúria anterior...) assim descreve, numa das famosas "Cartas Clúlenas", o que era uma venda da capitania de Mi nas, a mais rica do país: "Enquanto os tabemeiros ajuntavam Imenso cabedal em poucos anos Sem terem, nas tabemas fedorentas. Outros mais sortimentos que não fossem Os queijos, a cachaça, o negro fumo E, sôbre as prateleiras, poucos frascos...

Eram em casas totalmente desprovi das de higiene e confôrto que se faziam, também, os outros negócios, além dos referentes ao queijo, à cachaça e ao negro fumo. Em lojas semelhantes, ou pouco melhores, é que se vendiam as "vermelhas capas de galões cobertas",

lação. O estimado Vilhena, numa das suas Cartas famosas, refere que em mais

por

mais ricos, como Braz Carneiro

também negociantes, e aos clientes par ticulares da praça. Está logo a ver-se

que tal sistema não exigia lojas atraentes nem consideráveis. Bem pouco precisa vam elas diferir das tabemas descritas

por Critilo.

A vinda da corte, com a abertura dos portos, marcou a independência comer cial do Brasil, a qual precedeu assim, de alguns lustres, a nossa independência política. A Inglaterra estava en

queza no maior comércio

tão em plena ascensão da sua etapa de conquista

de

industrial e econômica do

têm constituido a sua ri comissões...

Estes

de 2.000 contos de mercadorias impor tadas de Portugal pela Bahia em 1798,

homens, ainda que têm

mundo, e o nosso país

de fundo e são honrados

foi um dos maiores cam-

apenas 450 provinham originàriamente

e verdadeiros, não posso

do Reino. Todo o resto — que era o

considerar as suas casas

mais — provinha de fabricação européia e asiática, fora de Portugal. No pôrto

como casas de comércio,

do Rio a situação era semelhante, em

O que é esta profissão, que eles nem co

bora com quantidades maiores de mer cadoria. Tôda esta importação exigiria

rios, nem sabem o modo regular da sua

um aparelhamento comercial relativa mente considerável. Não era, no en

tanto, o que se dava. O comércio por tuguês, ronceiro e tardo, não tinha ca

'

porque é preciso saber que eles ignoram nhecem os livros que lhes são necessá escrituração".

^ V^ú.\;'vx

pos de experiência deste processo. Uma das primeiras con

seqüências foi a transformação do co mércio, com a rápida modemização dos seus processos e instalações. Os

escritores

contemporâneos

são

unânimes em testemunhar tal transfor

Lavradio examina proficientemente aa nefastas conseqüências de todo êste

mação.

Vejamos alguns dos seus de

poimentos. Um dos mais interessantes é o de

pacidade para se organizar.

atraso. Em primeiro lugar, agindo sem pre como comissários, os comerciantes

Sôbre êsto assunto possuímos uma pre ciosa informação do Marquês do Lavra-

recebendo sempre as mesmas coisas que

dio, no longo relatório em que, como

os mesmos comitentes lhes mandavam

lien". Lembram^ os escritores que a população do Rio orçava, na chegada da

de uso, deu ao seu sucessor, d. Luís de

da Europa.

côrte, por cinqüenta mil almas, e que

Vasconcelos e Sousa, uma idéia geral

sas fixas de instalação, tratavam de ven

menos de dez anos depois, isto é, em

da situação da Colônia em 1779.

der rapidamente, às vêzes com antece-

1817, já atingia a cento e dez mil. Sò-

do Rio nunca variavam os seus estoques,

Depois, para evitar despe

Spix e Martius, contido no volume pri meiro do esplêndido "Reise in Brasi-


.'"'íí-

86

Dir.ESTo Econó.xuco

Dicesto Econômico

mente portugueses tinham vindo vinte e quatro mil. Além dêles afluíam à capital do Brasil multidões de ingleses,

Dos Estados Unidos, as velas de espcrmacetc (que começavam a substítuii as de cêra, cada vez mais caras, e usa

franceses, holandeses, alemães e italia

das imoderadamcnle nas cerimônias re

nos, numerosos dos quais se estabele

ligiosas), sabão, cereais c couros.

ciam como comerciantes.

Como se vê, graças à abertura dos

Pode-se bem avaliar, com tantos con correntes civilizados e de diversas ori-:

gens, até que ponto se transformou o antigo e retrógrado sistema dos lojistas lusitanos. Spix e Martius observam com grande acuidade a profunda revolução que a nossa independência comercial {a

expressão é dêles, "Selbstandígkeit des brasilianischen Handels") traria em be

e as pequenas ca.sas de comércio, ingle sas.

Parece que o sistema de balcão

87

com moslruários requintados, os cabelei reiros, restaurantes, confeitarias, tantos

corrido; as prateleiras em forma de es

locais graciosos que enchem a crônica do

tantes, onde SC empilhavam meticulosa

Império, à medida que avança o século no rolar do tempo. Assim como a Inglaterra deu o tom ao comércio do Brasil-Reino, a França foi de certo modo o modelo seguido na mo dernização do cíomércio imperial. Estávamos então ainda longe da atual

mente as fazendas; us altas bancas para os livros da escrita comercial o até cer

portos, os habitantes do Brasil puderam

tos detalhes, como a tesoura amarrada

pôr-sc em contacto com mercadorias pro

à corrente (ainda hoje se encontra em

duzidas em tôda a Eurfjpa, e isto sem os entraves do monopólio intermediário português, que tudo encarecia e difi

casas mais conservadoras), tudo isto nos

terá vindo da tradição inglesa. Um pouco depois ó que começ^ou a

cultava.

e avassaladora influência norte-america

se fazer sentir a influência francesa. En

na, tão típica da nova era repu

tão foram as lojas de luxo, as vitrinas

blicana.

Ainda outro fato .ocorria. Em virtude

da liberação do comércio brasileiro e da

nefício do Brasil e em prejuízo de Por diminuição dos negócios cm Lisboa, por tugal. Da Metrqpole chegavam, quase, causa das guerras napoleônicas, muitas

somente produtos alimentares.

Da In

casas reinois que faziam tráfico com a

glaterra, (cuja situação era de incontes tável privilégio, depois do tratado de

índia e a China vieram se estabelecer

1810 que colocou a Grã Bretanha em

maciças de porcelana oriental que intro

posição ímpar no comércio brasileiro, mesmo em relação a Portugal), vinham tecidos e fazendas de tôda espécie, ar tigos de porcelana, ferro, cobre e ou tros metais, artigos navais, pólvora e

duziram no uso diário de família as lindas peças que tantos de nós ainda

"munições, cerveja, manteiga salgada etc. De França, artigos de luxo, jóias, mó

no Rio. Datam de então as importações

conhecemos nas casas dos avós e q^g agora são vendidas isoladamente a preço de raridade.

A Inglaterra ditava as modas ao co

mércio. Debret observa o fato a pro

"A Grã-Bretanha defronta grave situação econômica", declarou Stafford Cripps, presidente do Board of Trade", ao inaugurar a campanha em favor da "Batalha pela produção".

"Bònxente o esforço combinado do govêrno, dos industriais e dos operários poderá ■çermitir que se enfrente a situação". O orador, em seguida lançou três

"slogans": "Lutemos com tôdas as nossas fôrças", "Trabalhar ou viver sem o ne cessário" e "A tenacidade britânica fbi desafiada". Stafford Cripps salientou em seguida que a economia britânica teve de en frentar três males-. 1.°) — produção in.su/icienfe de carvão; 2.°) — exportações in suficientes, que não atendem às necessidades da importação; e 3.°) — deficiente

veis, candelabros, pinturas, livros, cris tais finí).s, licores do quallclacle, vlnllOS C frutas cristalizadas, todas as delica dezas habituais cuni que a.doce França servia ao corpo e ao espírito. Da Ho

dei Rcí c Saint'Hiluirc cm lojas sorlidns

landa, papel, cerveja e uma certa gene

preços da Europa, como observa dcsá-

de março do ano passado. Alem disso, acentuou, durante as duas primeiras sema nas de abril, em conseqüência dos festejos da Páscoa, a produção acusou redüÇÕCS

bra, bebida forte qua gozava de grande estimação por ser tida como dinréllca nflfjUcJeíí clinias tropicais. Da Áustria re'ógios, agulhas, freios, flanelas, pro

lentadamente o diplomata Mulor num ofício ao seu govôrno, rocolbido por Al

a população se entregava a desperdícios inadinis.dveis. Exprimiu a esperança de

pósito (Ias lojas clt! calçados. Luccoclc onconlra iiiercudorias Inglôsns em s.

em várias cidades. É verdade quo tudo bastante caro, em comparação com os

berto Rangel.

dutos químicos. Da Alemanha chega

Um desses viajantes (nãp me lembro de momento qual) salienta a semellum-

vam panos de linho e produtos de vidro. ,

çu entre o interior do uma loja brasileira

distribuição da mão do obra.

importantes.

ütafford Cripps acrescentou ainda que, apesar da insuficiência da produção,

que o público seguirá os conselhos uo SCntido de reduzir o con.s(mo de tahacOS Qm 25%.

Refcríndo-se às relações comerciais ongfo-russas, o presidente do "Board of Trade" disse que esperava que os negociações entaboJadas pelo sr. liarold Wilson, em Moscou, teriam como resultado o real desenvolvimento do comércio entre OS

dois países.


.'"'íí-

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Dir.ESTo Econó.xuco

Dicesto Econômico

mente portugueses tinham vindo vinte e quatro mil. Além dêles afluíam à capital do Brasil multidões de ingleses,

Dos Estados Unidos, as velas de espcrmacetc (que começavam a substítuii as de cêra, cada vez mais caras, e usa

franceses, holandeses, alemães e italia

das imoderadamcnle nas cerimônias re

nos, numerosos dos quais se estabele

ligiosas), sabão, cereais c couros.

ciam como comerciantes.

Como se vê, graças à abertura dos

Pode-se bem avaliar, com tantos con correntes civilizados e de diversas ori-:

gens, até que ponto se transformou o antigo e retrógrado sistema dos lojistas lusitanos. Spix e Martius observam com grande acuidade a profunda revolução que a nossa independência comercial {a

expressão é dêles, "Selbstandígkeit des brasilianischen Handels") traria em be

e as pequenas ca.sas de comércio, ingle sas.

Parece que o sistema de balcão

87

com moslruários requintados, os cabelei reiros, restaurantes, confeitarias, tantos

corrido; as prateleiras em forma de es

locais graciosos que enchem a crônica do

tantes, onde SC empilhavam meticulosa

Império, à medida que avança o século no rolar do tempo. Assim como a Inglaterra deu o tom ao comércio do Brasil-Reino, a França foi de certo modo o modelo seguido na mo dernização do cíomércio imperial. Estávamos então ainda longe da atual

mente as fazendas; us altas bancas para os livros da escrita comercial o até cer

portos, os habitantes do Brasil puderam

tos detalhes, como a tesoura amarrada

pôr-sc em contacto com mercadorias pro

à corrente (ainda hoje se encontra em

duzidas em tôda a Eurfjpa, e isto sem os entraves do monopólio intermediário português, que tudo encarecia e difi

casas mais conservadoras), tudo isto nos

terá vindo da tradição inglesa. Um pouco depois ó que começ^ou a

cultava.

e avassaladora influência norte-america

se fazer sentir a influência francesa. En

na, tão típica da nova era repu

tão foram as lojas de luxo, as vitrinas

blicana.

Ainda outro fato .ocorria. Em virtude

da liberação do comércio brasileiro e da

nefício do Brasil e em prejuízo de Por diminuição dos negócios cm Lisboa, por tugal. Da Metrqpole chegavam, quase, causa das guerras napoleônicas, muitas

somente produtos alimentares.

Da In

casas reinois que faziam tráfico com a

glaterra, (cuja situação era de incontes tável privilégio, depois do tratado de

índia e a China vieram se estabelecer

1810 que colocou a Grã Bretanha em

maciças de porcelana oriental que intro

posição ímpar no comércio brasileiro, mesmo em relação a Portugal), vinham tecidos e fazendas de tôda espécie, ar tigos de porcelana, ferro, cobre e ou tros metais, artigos navais, pólvora e

duziram no uso diário de família as lindas peças que tantos de nós ainda

"munições, cerveja, manteiga salgada etc. De França, artigos de luxo, jóias, mó

no Rio. Datam de então as importações

conhecemos nas casas dos avós e q^g agora são vendidas isoladamente a preço de raridade.

A Inglaterra ditava as modas ao co

mércio. Debret observa o fato a pro

"A Grã-Bretanha defronta grave situação econômica", declarou Stafford Cripps, presidente do Board of Trade", ao inaugurar a campanha em favor da "Batalha pela produção".

"Bònxente o esforço combinado do govêrno, dos industriais e dos operários poderá ■çermitir que se enfrente a situação". O orador, em seguida lançou três

"slogans": "Lutemos com tôdas as nossas fôrças", "Trabalhar ou viver sem o ne cessário" e "A tenacidade britânica fbi desafiada". Stafford Cripps salientou em seguida que a economia britânica teve de en frentar três males-. 1.°) — produção in.su/icienfe de carvão; 2.°) — exportações in suficientes, que não atendem às necessidades da importação; e 3.°) — deficiente

veis, candelabros, pinturas, livros, cris tais finí).s, licores do quallclacle, vlnllOS C frutas cristalizadas, todas as delica dezas habituais cuni que a.doce França servia ao corpo e ao espírito. Da Ho

dei Rcí c Saint'Hiluirc cm lojas sorlidns

landa, papel, cerveja e uma certa gene

preços da Europa, como observa dcsá-

de março do ano passado. Alem disso, acentuou, durante as duas primeiras sema nas de abril, em conseqüência dos festejos da Páscoa, a produção acusou redüÇÕCS

bra, bebida forte qua gozava de grande estimação por ser tida como dinréllca nflfjUcJeíí clinias tropicais. Da Áustria re'ógios, agulhas, freios, flanelas, pro

lentadamente o diplomata Mulor num ofício ao seu govôrno, rocolbido por Al

a população se entregava a desperdícios inadinis.dveis. Exprimiu a esperança de

pósito (Ias lojas clt! calçados. Luccoclc onconlra iiiercudorias Inglôsns em s.

em várias cidades. É verdade quo tudo bastante caro, em comparação com os

berto Rangel.

dutos químicos. Da Alemanha chega

Um desses viajantes (nãp me lembro de momento qual) salienta a semellum-

vam panos de linho e produtos de vidro. ,

çu entre o interior do uma loja brasileira

distribuição da mão do obra.

importantes.

ütafford Cripps acrescentou ainda que, apesar da insuficiência da produção,

que o público seguirá os conselhos uo SCntido de reduzir o con.s(mo de tahacOS Qm 25%.

Refcríndo-se às relações comerciais ongfo-russas, o presidente do "Board of Trade" disse que esperava que os negociações entaboJadas pelo sr. liarold Wilson, em Moscou, teriam como resultado o real desenvolvimento do comércio entre OS

dois países.


. V •

89

Dicesto Econômico

>

Velho comércio de livros por Otávio Taiiquínio dk Sousa Especial papa o "Dicesto Econômico"

Otávio Tarquínio de Sousa, neste artigo

de tanto interêsse pela soma de jatos narrados, desenvolve o tema de que só nas últimas décadas começaram os livros a constituir objeto de comércio.

livros só começaram a constituir objeto de comércio nas últimas dé

Sim, livros havia na colônia portu guesa da América, com alguns poucsjs letrados aqui perdidos, em mãos dos

xandre, do Pará, teria em 1760 mais de

ceição, cujos pareceres mereceram, su

dois mi!; a da casa-colégio da Vigia mil e dez na me.sma época. Só no Es

bindo o trabalho ao Paço, a concordân

cheiravam a tinta fresca os primeiros

exagero calcular por ocasião do golpe

exemplares quando contra a obra do je suíta se ergueram ordens terminantes de

de Pombal em mais de doze mil o total

dos livros dos jesuítas. Dos seus colé gios saíram, ainda no século XVI, alguns dos primeiros escritores do Brasil, como D simpático Vicente Rodrigues Palha, de

juizes para cá de.spachados e cm poder

pois frei Vicente do Salvador, com a sua "História do Brasil", madrugada do

do rcligio.sos diversos.

De livros e dc

sentimento nativista e, mais tarde, para

letras cuidaram para logo os jesuítas e os seus colégios e escolas passaram a

só mencionar um nome entre tantos, o

exercer

considerável

influencia.

Em

cia de Fr. Manoel Guilherme, ainda

tado do Maranhão e Grão Pará, não será

gigante Antônio Vieira. Colégios e bibliotecas fundaram os jesuítas do Brasil, mas é mister não tirar conclusões apressadas. O governo

confisco e destruição. Por acaso sobra

ram uns poucos volumes, que iriam dor mir talvez ignorados e virgens durante quase um século, até que Fr. Veloso. o sábio botânico, autor da "Flora" Flumi

nense", fizesse publicar um extrato de "Cultura e Opulência".. em 1800. A

segunda edição completa, na verdade a primeira, só apareceria em 1837, no

Rio de Janeiro, executada por Junius de Villeneuve, graças aos cuidados de Jose

as outras colônias da América, o Brasil foi condenado durante cerca de trôs

1555, o padre Luís da Grã escrevia para Portugal pedindo livros e estes pouco depois chegavam. Naquela época, já

da mctropóle tinha medo dos livros; não

séculos a um regime de quase total pri

se lia na Bahia a "Eneida". Vinte anos '

os temiam menos as autoridades eclesiás

crito por jesuítas, bem se calculará que as obras impressas viviam espionadas e

cadas coloniais.

Mais infeliz do que

vação de obras impressas.

Aliás, as

rudes tarefas iniciais não exigiriam gran des bibliotecas nem permitiriam lazeres para leituras. Mas o certo é que des de o começo houve livros no Brasil. Já no século XVI viveram entre nós a'guns escritores, como Pero de Ma galhães Gandavo, Gabriel Soares de Sousa e o autor dos "Diálogos das Gran

dezas do Brasil". Será crível que o hu manista Gandavo, amigo de Camões, não tivesse consigo um só livro quando por aqui andou? Também, Gabriel Soa

res de Sousa, tendo vivido dezessete anos no Brasil, onde casou e foi senhor de

engenho, acaso não. possuiria livros? E o autor dos "Diálogos das Grandezas do Brasil", provavelmente o cristão novo Ambrósio Fernandes Brandão, • homem culto como revela a sua obra?

Silvestre Rebelo,

Se tal acontecia com um livro es

mais tarde, cm 1575, colavam grau os

ticas.

primeiros bacharéis em filosofia.

os impressos em Portugal estavam na

vigiadas como inimigos temerosos. Não

claro que sem livros, poucos embora, não poderia haver bacharéis. Os livros

dependência de rigorosa e tríplice cen

obstante, chegavam livros ao Brasil des

sura.

vinham feitos da metrópole e eram tam

pelo Santo Ofício e pelo Ordinário, eram

tinados aos conventos e seminários, vi nham na bagagem dos magistrados car-

bém escritos ou traduzidos aqui, mas

ainda submetidos à autoridade real e,

tapácios de jurisprudência e alguns clás

sempre impressos lá. Em 1585 seguia

só depois de conferidos e taxados, clr-

sicos latinos, lá uma vez ou outra, dissi

para Roma o pedido para se publicar

cuíavam impressos com as licenças ne cessárias. E ainda assim às vezes depois de todos os exames, despertava-se o zêlo

leitura pouco edificante. Em 1720, no

a "Doutrina Cristã", do padre Marcos

Jorge, que Leonardo do Vale adaptam

Nenhum se imprimia no Brasil e

Os originais, lidos e esmiuçados

à língua tupi, e licença ainda para se imprimir o "Dicionário da Língua Bra-

intransigente dos que queriam o Brasil

süica". Irradiando continuamente a sua ação, crescendo em prestígio e força, os jesuítas organizaram nas suas casas de

servil.

ensino as primeiras bibliotecas brasilei ras e algumas teriam não só numerosos livros, como livros de qualidade. A do colégio do Maranhão ostentava cinco mil volumes; a do colégio de Santo Ale-

mantido para sempre na sua condição

Foi' o caso, por exemplo, do

mulados entre peças de roupa, livros de Pará, os jesuítas compraram ao Ouvidor Geral, que provàvelmente regressava a Portugal e evitava o pagamento do frete de torna-viagem, mais de cem volumes,

grande livro de André João Antonil (João Antônio Andreoni, S. J.) "Cultu ra e Opulência do Brasil por suas dro

por 600§000. Vê-se por aí que naquele

gas e minas".

Brasil um caso extraordinário de triun

Impresso em 1711, em

tempo, como hoje, os livros eram caros. No decorrer do século XVÍII houve no

OHcio, encarnado em Fr. Paulo de S.

fo literário: as sucessivas edições do "Peregrino da América", de Nuno Mar

Boaventura e em Fr. Manoel da Con-

ques Pereira. O mérito intrínseco dêsse

seguida à censura vigilante do Santo


. V •

89

Dicesto Econômico

>

Velho comércio de livros por Otávio Taiiquínio dk Sousa Especial papa o "Dicesto Econômico"

Otávio Tarquínio de Sousa, neste artigo

de tanto interêsse pela soma de jatos narrados, desenvolve o tema de que só nas últimas décadas começaram os livros a constituir objeto de comércio.

livros só começaram a constituir objeto de comércio nas últimas dé

Sim, livros havia na colônia portu guesa da América, com alguns poucsjs letrados aqui perdidos, em mãos dos

xandre, do Pará, teria em 1760 mais de

ceição, cujos pareceres mereceram, su

dois mi!; a da casa-colégio da Vigia mil e dez na me.sma época. Só no Es

bindo o trabalho ao Paço, a concordân

cheiravam a tinta fresca os primeiros

exagero calcular por ocasião do golpe

exemplares quando contra a obra do je suíta se ergueram ordens terminantes de

de Pombal em mais de doze mil o total

dos livros dos jesuítas. Dos seus colé gios saíram, ainda no século XVI, alguns dos primeiros escritores do Brasil, como D simpático Vicente Rodrigues Palha, de

juizes para cá de.spachados e cm poder

pois frei Vicente do Salvador, com a sua "História do Brasil", madrugada do

do rcligio.sos diversos.

De livros e dc

sentimento nativista e, mais tarde, para

letras cuidaram para logo os jesuítas e os seus colégios e escolas passaram a

só mencionar um nome entre tantos, o

exercer

considerável

influencia.

Em

cia de Fr. Manoel Guilherme, ainda

tado do Maranhão e Grão Pará, não será

gigante Antônio Vieira. Colégios e bibliotecas fundaram os jesuítas do Brasil, mas é mister não tirar conclusões apressadas. O governo

confisco e destruição. Por acaso sobra

ram uns poucos volumes, que iriam dor mir talvez ignorados e virgens durante quase um século, até que Fr. Veloso. o sábio botânico, autor da "Flora" Flumi

nense", fizesse publicar um extrato de "Cultura e Opulência".. em 1800. A

segunda edição completa, na verdade a primeira, só apareceria em 1837, no

Rio de Janeiro, executada por Junius de Villeneuve, graças aos cuidados de Jose

as outras colônias da América, o Brasil foi condenado durante cerca de trôs

1555, o padre Luís da Grã escrevia para Portugal pedindo livros e estes pouco depois chegavam. Naquela época, já

da mctropóle tinha medo dos livros; não

séculos a um regime de quase total pri

se lia na Bahia a "Eneida". Vinte anos '

os temiam menos as autoridades eclesiás

crito por jesuítas, bem se calculará que as obras impressas viviam espionadas e

cadas coloniais.

Mais infeliz do que

vação de obras impressas.

Aliás, as

rudes tarefas iniciais não exigiriam gran des bibliotecas nem permitiriam lazeres para leituras. Mas o certo é que des de o começo houve livros no Brasil. Já no século XVI viveram entre nós a'guns escritores, como Pero de Ma galhães Gandavo, Gabriel Soares de Sousa e o autor dos "Diálogos das Gran

dezas do Brasil". Será crível que o hu manista Gandavo, amigo de Camões, não tivesse consigo um só livro quando por aqui andou? Também, Gabriel Soa

res de Sousa, tendo vivido dezessete anos no Brasil, onde casou e foi senhor de

engenho, acaso não. possuiria livros? E o autor dos "Diálogos das Grandezas do Brasil", provavelmente o cristão novo Ambrósio Fernandes Brandão, • homem culto como revela a sua obra?

Silvestre Rebelo,

Se tal acontecia com um livro es

mais tarde, cm 1575, colavam grau os

ticas.

primeiros bacharéis em filosofia.

os impressos em Portugal estavam na

vigiadas como inimigos temerosos. Não

claro que sem livros, poucos embora, não poderia haver bacharéis. Os livros

dependência de rigorosa e tríplice cen

obstante, chegavam livros ao Brasil des

sura.

vinham feitos da metrópole e eram tam

pelo Santo Ofício e pelo Ordinário, eram

tinados aos conventos e seminários, vi nham na bagagem dos magistrados car-

bém escritos ou traduzidos aqui, mas

ainda submetidos à autoridade real e,

tapácios de jurisprudência e alguns clás

sempre impressos lá. Em 1585 seguia

só depois de conferidos e taxados, clr-

sicos latinos, lá uma vez ou outra, dissi

para Roma o pedido para se publicar

cuíavam impressos com as licenças ne cessárias. E ainda assim às vezes depois de todos os exames, despertava-se o zêlo

leitura pouco edificante. Em 1720, no

a "Doutrina Cristã", do padre Marcos

Jorge, que Leonardo do Vale adaptam

Nenhum se imprimia no Brasil e

Os originais, lidos e esmiuçados

à língua tupi, e licença ainda para se imprimir o "Dicionário da Língua Bra-

intransigente dos que queriam o Brasil

süica". Irradiando continuamente a sua ação, crescendo em prestígio e força, os jesuítas organizaram nas suas casas de

servil.

ensino as primeiras bibliotecas brasilei ras e algumas teriam não só numerosos livros, como livros de qualidade. A do colégio do Maranhão ostentava cinco mil volumes; a do colégio de Santo Ale-

mantido para sempre na sua condição

Foi' o caso, por exemplo, do

mulados entre peças de roupa, livros de Pará, os jesuítas compraram ao Ouvidor Geral, que provàvelmente regressava a Portugal e evitava o pagamento do frete de torna-viagem, mais de cem volumes,

grande livro de André João Antonil (João Antônio Andreoni, S. J.) "Cultu ra e Opulência do Brasil por suas dro

por 600§000. Vê-se por aí que naquele

gas e minas".

Brasil um caso extraordinário de triun

Impresso em 1711, em

tempo, como hoje, os livros eram caros. No decorrer do século XVÍII houve no

OHcio, encarnado em Fr. Paulo de S.

fo literário: as sucessivas edições do "Peregrino da América", de Nuno Mar

Boaventura e em Fr. Manoel da Con-

ques Pereira. O mérito intrínseco dêsse

seguida à censura vigilante do Santo


90

Drr.ESTo Econômico

livro parece diminuto e a sua leitura

biblioteca, como o còncgo Luís Vieira

agora, de tão enfadonha, tomou-se quase impossível. Escrito na Bahia e pronto

da Silva, juntando Condülac c Monfes-

pará o prelo desde 1725, caberia a Ma noel Nunes Viana, fazendeiro nas mar

gens do Carinhanha e espécie de cau dilho e mecenas das brenhas do Brasil

colonial, levá-lo no original para Lisboa, onde foi publicado pela primeira vez 1728. Três anos depois apareceu a segunda edição, seguida da terceira cm quarta em 1760 e da quinta

em 1765.

Livro apreciadíssimo pelos

nossos escassos leitores setecentistas, em

parelhava-se com "Lavatório da Cons

quieu, a Enciclopédia, Mably e numero.sas obras dc ciências naturais, his tória, geografia, viagens, dicion;irios, um tratado de doenças vcncrcas, ao todo uns setecentos volumes reunidos em Mi

nas Gerais.

Outros conjurados ilustres

seriam donos dc muíto.s livros que apa receram nos scque.stros ou foram em

tempo inutilizados.

No Rio, pela mesma época, e logo depois, havia gente ávida por livros e interessadíssima nos acontecimentos da

ciência", "Segredos da Natureza", "Fê-

Revolução da França.

nix Renascida", "Retiro dos Cuidados",

Literária" instalada em 1786, em con

"Florinda", "Cristais da Alma" e outros

tinuação à "Academia Científica", dis-

tão ou mais sensaborões do que êlc.

Na "Sociedade

farçava-.sc pelas acuras de 1794, tunida-

mento embora, um clube de jacübinos. Nas últimas décadas do século XVIII, Ao padre José de Oliveira, orguni.siu Jn gruçu.s ao surto da filosofia da IluslraçÚO e aos sucessos da emancipação norte- Sé, afigurava-se que "meio Rio d(í ja americana e da Revolução Francesa

obras impressas de todos os gêneros conseguiram abrir brechas no cêrco obs curantista da colônia. Livros heterodo

xos, livros que afrontaram ou desdenha ram censuras e licenças prévias , trans puseram os mares e vieram saciar a

curiosidade intelectual de ouvidores, advogados, médicos, padres e frades. A

independência americana impressionou

neiro eslava perdido e liberlino". lj. bertíno e perdido por leituras de livros

proibidos. Silva Alvarenga, figura primaciaL dentre os "franceses" ou "liber

tinos" do Rio, foi aperreado pelo desem bargador Antônio Diniz da Cruz e Silva nos interrogatórios da devassa, sob a acusação dc "posse e uso" dos livros de Mably e Raynal. O do primeiro autor confessou Alvarenga ser realmente seu comprado a um marinheiro, na ignorân

fundamente os homens da Conjuração cia de que sustentasse doutrinas opostas Mineira de 1789. O maior de todos pela sinceridade e intrepidez - Tiraden-

tes - embora de cultura primária, pos suía um livro em francês, que mal tra duzia, com "A coleção das Leis Consti tutivas dos Estados Unidos da Ámé.rica". E havia quem tivesse magnífica

aos governos monárquicos; quanto ao

de Raynal lhe fora emprestado por Mariano José Pereira da Fonseca. Tão hi

pócrita ou dissimulado era Alvarenga, como o juiz-poeta autor de "O Hissope", que provàvelmente lera as obras conde

nadas. Mariano Fonseca, o futuro Ma-

Dioesto Econômico r

91

ricá, não negou que fosse dono do livro de Raynal, mas disse que nunca o lera, tal como Alvarenga. Mero recurso de defesa dc "libertinos" que se atiravam

contra as idéias novas enveredou pela perseguição aos intelectuais. Que es pécie de li\T0s, pois, exporiam as livra rias do seu tempo? Livros bem pensan

com ânsia a esses e outros livros e tam

tes, li\Tos neutros, livros frívolos, a fo lhinha de cada ano, o "Lí%to de Carlos

bém a papéis e gazetas, vendidos nos cais de desembarque, às escondidas, por marinheiros ingleses. Tiradentes, nas suas \-iagens ao Rio, em 1788, para pedir ao Senado da Câ

Magno", o "Almocreve de Petas". Só mais tarde, quando a família real portuguesa veio estabelecer-se no Brasil é que a situação se transformou. Atra

mara o serviço de canalização do cór

vés de marchas e contra-marchas, "os

rego Catele ou Laranjeiras e do rio An-

nbomináxT^is princípios franceses", como

daraí ou Maracanã e tramar a revolu

os tachará D. Rodrigo de Sousa Coutinho, atenuada sem dúvida a virulência

ção com que sonhava, "andou buscan

do pelas livrarias uns livros que tra tavam do levante dos Ingleses" — diz no seu depoimento de 30 de junho de 1789 o pildru José Lopes de Oliveira. Já haveria iiiiis, em 1788, "livrarias" nü lUo, isto é, casas onde se vendiam Hvrus.

O "Almanaque da Cidade do Río clc Janeiro" de 1792 menciona uma única livraria; o de 1794, também apenas uma; o de 1799, duas. Não encontraria por certo Tiradentes as obras que buscava

revolucionária, foram sendo aceitos e

adotados. É certo que, já depois da abertura dos portos, de instalada no Rio a Impressão Regia e de circular a "Ga zeta do Rio", a provisão de 14 de outu-

hni de 1808 ordenava aos juizes da al fândega que admitissem a dcspíicho livros ou papéis impressos .sem qnr lhes fôsse apresentada a licença do Desembargo do .Paço. De seu lado, o Inten dente Geral da Polícia Paulo Fernandes

Viana baixava o edital de 30 de maio de 1809 determinando que os asnsos, anúncios e notícias de Iíntos à venda, ria vendê-las. Prelos não havia no Bra sil e a pequena oficina de Antônio Isi-^ estrangeiros ou nacionais, só fossem puacerca da independência norte-ameri

cana: não era permitido e ninguém ousa

doro da Fon.seca, aberta com o consen timento de Gomes Freire de Andrade,

durara muito pouco. Os livros que se

blicados depois da aprovação policial.

I

^

Mas a verdade é que os tempos eram j, outro.s.

Bastaria citar o exemplo do

"Correio Brasiliensc", do grande Hí- 1 pólito da Costa, que, apesar dc proi não dispensavam as "licenças necessá rias". Se vice-reis como o marques de bido algum tempo no Rio de Janeiro, vendiam no Rio. vinham de Lisboa e

de qualquer maneira estimularam aqui

nunca dei.xou de circular e de ser Ud" até pela roda mais íntima do príncipe re

as ciências e as artes (Vasconcelos ani

gente D. João. Dos prelos antes desti

mou as pesquisas botânicas de Frei Ve-

nados à Secretaria dos Negócios Estran geiros e Guerra começaram a sair aqui

Lavradio e Luís de Vasconcelos e Sousa

loso), já o conde de Rezende, em luta


90

Drr.ESTo Econômico

livro parece diminuto e a sua leitura

biblioteca, como o còncgo Luís Vieira

agora, de tão enfadonha, tomou-se quase impossível. Escrito na Bahia e pronto

da Silva, juntando Condülac c Monfes-

pará o prelo desde 1725, caberia a Ma noel Nunes Viana, fazendeiro nas mar

gens do Carinhanha e espécie de cau dilho e mecenas das brenhas do Brasil

colonial, levá-lo no original para Lisboa, onde foi publicado pela primeira vez 1728. Três anos depois apareceu a segunda edição, seguida da terceira cm quarta em 1760 e da quinta

em 1765.

Livro apreciadíssimo pelos

nossos escassos leitores setecentistas, em

parelhava-se com "Lavatório da Cons

quieu, a Enciclopédia, Mably e numero.sas obras dc ciências naturais, his tória, geografia, viagens, dicion;irios, um tratado de doenças vcncrcas, ao todo uns setecentos volumes reunidos em Mi

nas Gerais.

Outros conjurados ilustres

seriam donos dc muíto.s livros que apa receram nos scque.stros ou foram em

tempo inutilizados.

No Rio, pela mesma época, e logo depois, havia gente ávida por livros e interessadíssima nos acontecimentos da

ciência", "Segredos da Natureza", "Fê-

Revolução da França.

nix Renascida", "Retiro dos Cuidados",

Literária" instalada em 1786, em con

"Florinda", "Cristais da Alma" e outros

tinuação à "Academia Científica", dis-

tão ou mais sensaborões do que êlc.

Na "Sociedade

farçava-.sc pelas acuras de 1794, tunida-

mento embora, um clube de jacübinos. Nas últimas décadas do século XVIII, Ao padre José de Oliveira, orguni.siu Jn gruçu.s ao surto da filosofia da IluslraçÚO e aos sucessos da emancipação norte- Sé, afigurava-se que "meio Rio d(í ja americana e da Revolução Francesa

obras impressas de todos os gêneros conseguiram abrir brechas no cêrco obs curantista da colônia. Livros heterodo

xos, livros que afrontaram ou desdenha ram censuras e licenças prévias , trans puseram os mares e vieram saciar a

curiosidade intelectual de ouvidores, advogados, médicos, padres e frades. A

independência americana impressionou

neiro eslava perdido e liberlino". lj. bertíno e perdido por leituras de livros

proibidos. Silva Alvarenga, figura primaciaL dentre os "franceses" ou "liber

tinos" do Rio, foi aperreado pelo desem bargador Antônio Diniz da Cruz e Silva nos interrogatórios da devassa, sob a acusação dc "posse e uso" dos livros de Mably e Raynal. O do primeiro autor confessou Alvarenga ser realmente seu comprado a um marinheiro, na ignorân

fundamente os homens da Conjuração cia de que sustentasse doutrinas opostas Mineira de 1789. O maior de todos pela sinceridade e intrepidez - Tiraden-

tes - embora de cultura primária, pos suía um livro em francês, que mal tra duzia, com "A coleção das Leis Consti tutivas dos Estados Unidos da Ámé.rica". E havia quem tivesse magnífica

aos governos monárquicos; quanto ao

de Raynal lhe fora emprestado por Mariano José Pereira da Fonseca. Tão hi

pócrita ou dissimulado era Alvarenga, como o juiz-poeta autor de "O Hissope", que provàvelmente lera as obras conde

nadas. Mariano Fonseca, o futuro Ma-

Dioesto Econômico r

91

ricá, não negou que fosse dono do livro de Raynal, mas disse que nunca o lera, tal como Alvarenga. Mero recurso de defesa dc "libertinos" que se atiravam

contra as idéias novas enveredou pela perseguição aos intelectuais. Que es pécie de li\T0s, pois, exporiam as livra rias do seu tempo? Livros bem pensan

com ânsia a esses e outros livros e tam

tes, li\Tos neutros, livros frívolos, a fo lhinha de cada ano, o "Lí%to de Carlos

bém a papéis e gazetas, vendidos nos cais de desembarque, às escondidas, por marinheiros ingleses. Tiradentes, nas suas \-iagens ao Rio, em 1788, para pedir ao Senado da Câ

Magno", o "Almocreve de Petas". Só mais tarde, quando a família real portuguesa veio estabelecer-se no Brasil é que a situação se transformou. Atra

mara o serviço de canalização do cór

vés de marchas e contra-marchas, "os

rego Catele ou Laranjeiras e do rio An-

nbomináxT^is princípios franceses", como

daraí ou Maracanã e tramar a revolu

os tachará D. Rodrigo de Sousa Coutinho, atenuada sem dúvida a virulência

ção com que sonhava, "andou buscan

do pelas livrarias uns livros que tra tavam do levante dos Ingleses" — diz no seu depoimento de 30 de junho de 1789 o pildru José Lopes de Oliveira. Já haveria iiiiis, em 1788, "livrarias" nü lUo, isto é, casas onde se vendiam Hvrus.

O "Almanaque da Cidade do Río clc Janeiro" de 1792 menciona uma única livraria; o de 1794, também apenas uma; o de 1799, duas. Não encontraria por certo Tiradentes as obras que buscava

revolucionária, foram sendo aceitos e

adotados. É certo que, já depois da abertura dos portos, de instalada no Rio a Impressão Regia e de circular a "Ga zeta do Rio", a provisão de 14 de outu-

hni de 1808 ordenava aos juizes da al fândega que admitissem a dcspíicho livros ou papéis impressos .sem qnr lhes fôsse apresentada a licença do Desembargo do .Paço. De seu lado, o Inten dente Geral da Polícia Paulo Fernandes

Viana baixava o edital de 30 de maio de 1809 determinando que os asnsos, anúncios e notícias de Iíntos à venda, ria vendê-las. Prelos não havia no Bra sil e a pequena oficina de Antônio Isi-^ estrangeiros ou nacionais, só fossem puacerca da independência norte-ameri

cana: não era permitido e ninguém ousa

doro da Fon.seca, aberta com o consen timento de Gomes Freire de Andrade,

durara muito pouco. Os livros que se

blicados depois da aprovação policial.

I

^

Mas a verdade é que os tempos eram j, outro.s.

Bastaria citar o exemplo do

"Correio Brasiliensc", do grande Hí- 1 pólito da Costa, que, apesar dc proi não dispensavam as "licenças necessá rias". Se vice-reis como o marques de bido algum tempo no Rio de Janeiro, vendiam no Rio. vinham de Lisboa e

de qualquer maneira estimularam aqui

nunca dei.xou de circular e de ser Ud" até pela roda mais íntima do príncipe re

as ciências e as artes (Vasconcelos ani

gente D. João. Dos prelos antes desti

mou as pesquisas botânicas de Frei Ve-

nados à Secretaria dos Negócios Estran geiros e Guerra começaram a sair aqui

Lavradio e Luís de Vasconcelos e Sousa

loso), já o conde de Rezende, em luta


92

Digesto Ecosóxflco

li\Tos e mais livros: ainda em 1808, de

francês Tollenarc, desembarcado no Re

imprensa c de pensamento.

José da Silva Lisboa, "Obser\'ações so

cife em fins de 1816, espantou-se ao no

prelos, jornais, livros.

bre a abertura dos portos do Brasil", e tar o interôs.se dos frade.s, em cujo con sermões de vários pregadores; em 1810, vento jantou, por assuntos europeus eparalém de vários folhetos, *'Obser\'ações ticu'armentc pela revolução de sua terra. sobre a franqueza das fábricas e indús / Os pernambucanos mais cultos conhe trias" e "Refutações das declamações contra o comércio inglês", do mesmo Lisboa, e "Roteiro da cidade do Mara

nhão ao Rio de Janeiro", de Silva Belfort; em 1811, o "Roteiro da cidade da

Santa Mar;á de Belém do Grão Pará

pelo rio Tocantins", de Oliveira Bastos, traduções de Voltaire, Bemardin

de

fanático por Condorcet e pela crença no

Torres e Costa.

progres.so humano.

de jornais c livrarias. Em I82I, apare ceram doze jornais, dezoito em 1822. Um desenvolvimento igualmente rápido

do século XVIII (1798) a frustrada con

juração baiana demonstrara a rapidez da propagação do pensamento político que delito de "francesia" se viram acusados muitos baianos, inclusive trabalhadores manuais. Dentre os implicados na ma

cânica" de Francoeur (1813), da "Eco nomia Política Moderna", de Herrensch-

wand, às monografias especializadas de Navarro de Andrade e Correia Picanço, à "Corografia Brasílica", de Aires do Ca

sal e às "Memórias Históricas do Rio de Janeiro", de monsenhor Pizárro, sem

falar nas "Preleções Filosóficas", de ^ilvestre Pinheiro Ferreira, no poema "As sunção" de frei Francisco de S-. Carlos

e na revista "O Patriota", cujo título por si só revelava o alcance quase revolu cionário da transferência da côrte lusa para a colônia americana.

O movimento republicano de 1817, em

Pernambuco, longamente preparado pela ação subterrânea da maçonaria, deixou claro o progresso que.as nova^ doutrinas política^ tinham feito, através das leitu ras dos livros que as propagavam. O

a de Silva Porto e Cia., a de Santos e

de Zeferino Vito de Meireles e a de

Nos últimos anos

Do

lograda insurreição havia quem possuís se lívro.s, como Hermógenes Francisco de Aguilar, Cipriano Barata c Miiniz Bar reto, o primeiro, dono de vinte e sete volumes, notadamcnte do "Diccionaire Philosophique" de Voltaire e de um vo cabulário francês, o segundo, do se tenta e quatro volumes, destacando-se as obras de Condillac, tratados de histó ria natural, de química, de física, de medicina, de matemática e de metafí sica, e o último, da "Nouvelle Héloise"

de Rousseau e de uma obra de Volney

Maior foi o número

atingiria a difu.são dos livros. Em 1813, a despeito da estada da Côrte, haveria no Rio apenas duas livrarias, ambas de

dos Latoeiros n.° 12; na rua da Ajuda n.° 102, defronte do convento que os

maiores de quarenta anos ainda conhe ceram, li\TOS religiosos; nas lojas de Vera Cniz e Cia.. Moreira, na rua da

Quitanda n.® 36, obras de Bossuet e de La Fontaine; e na rua das Violas n.° 25, e na rua Nova do Senado n.® 57, e na rua dos Arcos n.° 41.

Nem todos esses vendedores de 1í%tos

seriam pròpriamente livreiros, como hoje, bert Bourgeois. Pois em 1821 já se com um negócio especializado; vendiam contavam pelo menos nove lojas de li os artigos mais variados vindos da In vros: de Manoel Joaquim da Silva Porto, glaterra e da França, vendiam drogas, e na rua da Quitanda, dc Antônio José

remédios infalíveis e também Iútos, a

Rebelo, no largo do Destêrro n.® 87, de

mercadoria da moda num país que aca bara de emancipar-se e estava lançando

Jerônimo Gonçalves Guimarães, na rua do Sabão n.® 357, de João Batista dos

as bases de suas instituições. Até numa

Santos, na rua da Cadeia, de Francisco

loja de couros da rua de São Pedro,

Luís Saturnino da Veiga, na rua da Alfândega n.° 395, de Paulo Martin, na rua da Quitanda, de Cipriano José de

"defronte dá estakgem que foi do ca

Carvalho, de Francisco Nicolau Man-

pitão Manoel José Ribeiro da Silva", havia li^aos para vender. O leiloeiro J-

J. Dodsworth anunciava os últimos nú

dillo, e mais a da rua Direita n.® 60,

meros do "Correio Brasiliense" embar

defronte do Arsenal, que vendia folhe tos com o.s discursos pronunciados nas

cados em Liverpool. Líntos usados, li vros de segunda mão eram oferecidos em anúncios nos jornais, principalmente no "Diário do Rio de Janeiro". Tão

Todos ou quase todos êsses livros tinham

Côrtes de Lisboa. Dois anos mais tarde,

em 1823, proclamada a Independência,

mente e contra eles e seus possuidores se voltou o rigor das autoridades. Mas estava soando a hora em que as barrei ras se despedaçariam. A revolução cons-

e aberta a Assembléia Constituinte, no-

assegurar aos brasileiros a liberdade de

diam livros, obnís francesas sobre me

franceses — Paul Martin Fils e Jean Ro-

sido introduzidos no Brasil fraudulenta

titucionalista do Porto, em 1820, com as suas conseqüências contraditórias, viria

e Joaquim Antônio de Oliveira, na rua da Quitanda n.® 115. Também se ven

tipografias: a Nova Tipografia e a Ti dicina, cirurgia, história, literatura, ar pografia de Moreira c Carcez; em 1822, tes, ciências, jimsprudència etc., na rua Sousa, a do "Diário do Rio de Janeiro",

José Basílio da Gama, e outros menos

vários assuntos, desde as traduções da "Álgebra" de Lacroix (1812), da "Me

Em 1821 montaram-se no Rio duas

ciam os filósofos do .século XVIII, e um

enformara a Revolução Francesa.

importantes. Em anos subseqüentes con-

Surgiriam

deles, o padre João Ribeiro, pareda

Sa nt Pierre e Delille, o "Uraguay" de I tinuaram a ser publicados livros sôbrê

93

Dícesto Econômico

va.s lojas venderiam a mercadoria antes censurada, vigiada ou proibida — livros,

livros de política, de literatura, de filo sofia, livros graves e frívolos, livros de tôda a ordem.

Ê o que faziam José

Antônio da Silva, na rua Direita n.° 112,

promissor se apresentava o negócio de livros que, ainda em 1823, o livreiro Francisco Luís Saturnino da Veiga, que vendia um tanto promiscuamente obras de Aristóteles e de Silvestre Pinheiro Ferreira, desejando casar-se pela segun da vez, emancipava os fiilios para que


92

Digesto Ecosóxflco

li\Tos e mais livros: ainda em 1808, de

francês Tollenarc, desembarcado no Re

imprensa c de pensamento.

José da Silva Lisboa, "Obser\'ações so

cife em fins de 1816, espantou-se ao no

prelos, jornais, livros.

bre a abertura dos portos do Brasil", e tar o interôs.se dos frade.s, em cujo con sermões de vários pregadores; em 1810, vento jantou, por assuntos europeus eparalém de vários folhetos, *'Obser\'ações ticu'armentc pela revolução de sua terra. sobre a franqueza das fábricas e indús / Os pernambucanos mais cultos conhe trias" e "Refutações das declamações contra o comércio inglês", do mesmo Lisboa, e "Roteiro da cidade do Mara

nhão ao Rio de Janeiro", de Silva Belfort; em 1811, o "Roteiro da cidade da

Santa Mar;á de Belém do Grão Pará

pelo rio Tocantins", de Oliveira Bastos, traduções de Voltaire, Bemardin

de

fanático por Condorcet e pela crença no

Torres e Costa.

progres.so humano.

de jornais c livrarias. Em I82I, apare ceram doze jornais, dezoito em 1822. Um desenvolvimento igualmente rápido

do século XVIII (1798) a frustrada con

juração baiana demonstrara a rapidez da propagação do pensamento político que delito de "francesia" se viram acusados muitos baianos, inclusive trabalhadores manuais. Dentre os implicados na ma

cânica" de Francoeur (1813), da "Eco nomia Política Moderna", de Herrensch-

wand, às monografias especializadas de Navarro de Andrade e Correia Picanço, à "Corografia Brasílica", de Aires do Ca

sal e às "Memórias Históricas do Rio de Janeiro", de monsenhor Pizárro, sem

falar nas "Preleções Filosóficas", de ^ilvestre Pinheiro Ferreira, no poema "As sunção" de frei Francisco de S-. Carlos

e na revista "O Patriota", cujo título por si só revelava o alcance quase revolu cionário da transferência da côrte lusa para a colônia americana.

O movimento republicano de 1817, em

Pernambuco, longamente preparado pela ação subterrânea da maçonaria, deixou claro o progresso que.as nova^ doutrinas política^ tinham feito, através das leitu ras dos livros que as propagavam. O

a de Silva Porto e Cia., a de Santos e

de Zeferino Vito de Meireles e a de

Nos últimos anos

Do

lograda insurreição havia quem possuís se lívro.s, como Hermógenes Francisco de Aguilar, Cipriano Barata c Miiniz Bar reto, o primeiro, dono de vinte e sete volumes, notadamcnte do "Diccionaire Philosophique" de Voltaire e de um vo cabulário francês, o segundo, do se tenta e quatro volumes, destacando-se as obras de Condillac, tratados de histó ria natural, de química, de física, de medicina, de matemática e de metafí sica, e o último, da "Nouvelle Héloise"

de Rousseau e de uma obra de Volney

Maior foi o número

atingiria a difu.são dos livros. Em 1813, a despeito da estada da Côrte, haveria no Rio apenas duas livrarias, ambas de

dos Latoeiros n.° 12; na rua da Ajuda n.° 102, defronte do convento que os

maiores de quarenta anos ainda conhe ceram, li\TOS religiosos; nas lojas de Vera Cniz e Cia.. Moreira, na rua da

Quitanda n.® 36, obras de Bossuet e de La Fontaine; e na rua das Violas n.° 25, e na rua Nova do Senado n.® 57, e na rua dos Arcos n.° 41.

Nem todos esses vendedores de 1í%tos

seriam pròpriamente livreiros, como hoje, bert Bourgeois. Pois em 1821 já se com um negócio especializado; vendiam contavam pelo menos nove lojas de li os artigos mais variados vindos da In vros: de Manoel Joaquim da Silva Porto, glaterra e da França, vendiam drogas, e na rua da Quitanda, dc Antônio José

remédios infalíveis e também Iútos, a

Rebelo, no largo do Destêrro n.® 87, de

mercadoria da moda num país que aca bara de emancipar-se e estava lançando

Jerônimo Gonçalves Guimarães, na rua do Sabão n.® 357, de João Batista dos

as bases de suas instituições. Até numa

Santos, na rua da Cadeia, de Francisco

loja de couros da rua de São Pedro,

Luís Saturnino da Veiga, na rua da Alfândega n.° 395, de Paulo Martin, na rua da Quitanda, de Cipriano José de

"defronte dá estakgem que foi do ca

Carvalho, de Francisco Nicolau Man-

pitão Manoel José Ribeiro da Silva", havia li^aos para vender. O leiloeiro J-

J. Dodsworth anunciava os últimos nú

dillo, e mais a da rua Direita n.® 60,

meros do "Correio Brasiliense" embar

defronte do Arsenal, que vendia folhe tos com o.s discursos pronunciados nas

cados em Liverpool. Líntos usados, li vros de segunda mão eram oferecidos em anúncios nos jornais, principalmente no "Diário do Rio de Janeiro". Tão

Todos ou quase todos êsses livros tinham

Côrtes de Lisboa. Dois anos mais tarde,

em 1823, proclamada a Independência,

mente e contra eles e seus possuidores se voltou o rigor das autoridades. Mas estava soando a hora em que as barrei ras se despedaçariam. A revolução cons-

e aberta a Assembléia Constituinte, no-

assegurar aos brasileiros a liberdade de

diam livros, obnís francesas sobre me

franceses — Paul Martin Fils e Jean Ro-

sido introduzidos no Brasil fraudulenta

titucionalista do Porto, em 1820, com as suas conseqüências contraditórias, viria

e Joaquim Antônio de Oliveira, na rua da Quitanda n.® 115. Também se ven

tipografias: a Nova Tipografia e a Ti dicina, cirurgia, história, literatura, ar pografia de Moreira c Carcez; em 1822, tes, ciências, jimsprudència etc., na rua Sousa, a do "Diário do Rio de Janeiro",

José Basílio da Gama, e outros menos

vários assuntos, desde as traduções da "Álgebra" de Lacroix (1812), da "Me

Em 1821 montaram-se no Rio duas

ciam os filósofos do .século XVIII, e um

enformara a Revolução Francesa.

importantes. Em anos subseqüentes con-

Surgiriam

deles, o padre João Ribeiro, pareda

Sa nt Pierre e Delille, o "Uraguay" de I tinuaram a ser publicados livros sôbrê

93

Dícesto Econômico

va.s lojas venderiam a mercadoria antes censurada, vigiada ou proibida — livros,

livros de política, de literatura, de filo sofia, livros graves e frívolos, livros de tôda a ordem.

Ê o que faziam José

Antônio da Silva, na rua Direita n.° 112,

promissor se apresentava o negócio de livros que, ainda em 1823, o livreiro Francisco Luís Saturnino da Veiga, que vendia um tanto promiscuamente obras de Aristóteles e de Silvestre Pinheiro Ferreira, desejando casar-se pela segun da vez, emancipava os fiilios para que


94

Dicesto Econômico

95 '

DlCESTO Econónuco

êstes abrissem uma nova casa sob a

com a livraria da rua da Quitanda e

ceses fonnando o seu pecúlio na ven

sileiros e o maior de todos — Machado

firma João Pedro da Veiga e Cia.

indo Evaristo estabcIeccr-se na rua dos

da de livros e voltando para a França

Pescadores n.° 49, na loja que ganha

nunca esquecida: foi por exemplo o caso de Crcmièro e de Bompard. Por

de Assis. Brasileiros, como a partir da era regencial o humilde tipógrafo Fran

Essa livraria recém-fundada mudou

do balcão da rua da Alfândega n° 395

ria celebridade como centro de reunião

para o da ma da Quitanda esquina de

e conversa de alguns dos homens mais

São Pedro dos irmãos João Pedro e Eva-

inteligentes do tempo.

risto da Veiga, êste destinado a desem-

de volta da sessão da Câmara dos Depu

penTiar dentro de alguns anos papel da maior importância na ^ida política do Brasil, mas sempre prêso ao seu negó

tados, recebia amigos e correligionários,

cio de livros.

A 29 de Outubro de

1823 anunciavam os irmãos Veiga "por preços cômodos" obras de Bentham e

o "Cours de Politique Constitutionel-

le", em oito volumes, de Benjamin Constant. Não causaria surpresa, pois, que na Constituição outorgada a 25 de março de 1824 fôsse tão marcada

a influência do autor de "Adolphe". Obras de Benjamin Constant, de Ben

tham, de Blackstone, de Foy, de Ga-

nhill, de Ricardo, de Sismonde, de Say - para não alongar a lista - forma

vam o ciibedal de cultura política dos homens que atuavam no governo, no parlamento e na imprensa do Primei ro Reinado. Êsses e muitos outros li vros doutrinadores do liberalismo triunfante e do constitucionalismo avassalador já não precisavam entrar no

Brasil às escondidas, como os seus pre cursores do iséculo XVIII; eram ex postos à venda publicamente, anuncia

Nela, Evaristo,

comentava os acontecimentos, escrevia

Veiga e Cia. Franceses que mais tarde

pesara durante os tempos coloniais; a

"Aurora Fluminense" pertencera ao fran cês João Batista Bompard e em a maior do quantas então existiam. Possivelmen te, depois que passou à propriedade de Evaristo, deixou de vender "os verda

seriam seguidos nu tão francesa má do Ouvidor pelos Gamier, agentes de irra diação das letras do seu país e que edi tariam alguns dos grandes escritores bra

liberdade política trouxera a liberdade nrercial antes por assim dizer jamais exercida no Brasil.

deiros purgantes e vomitóríos Le Roy"

blica e Estatística, poetas vários, Sá de Miranda, um Telômaco em inglês e ita liano. Principalmente livros versando matéria política, uma vez que esta, no melhor sentido, tudo avassalara, e a indiferença a tal respeito era considera da "a mais funesta de todas as enfer midades morais".

1827, separaram-se, ficando João Pedro

da n.° 156, Ogier, Planclier etc. Fran-

primeiro imperador, que os irmãos Vei ga, ligados sempre por uma amizade

dos livros e com ela uma atividade co-

anunciados por Bompard no "Diário do Rio de Janeiro". Mas expunha as obras de Montesquieu, Rousseau o Beccaria a grande mistificação literária sob o no me de Ossian, livros sôbre os Estados Unidos e sua organização constitucio nal, sôbre a revolução espanhola, sôbre Economia Política, Administração Pú

das mais firmes, quatro anos depois, em

Negócio tão considerável se foi tor nando o comércio de livros no Rio do

dor n.° 113, como os já citados João Pedro da Veiga e Cia. e Evaristo da

do Rocio o ponto de encontro dos es critores e políticos mais em evidência e seria o primeiro editor nacional. Es tava longe a censura que sobre ós livros

A loja do redator da

artigos e cartas.

Além de Bompard, sucedido por Eva risto, e do pioneiro Paul Martin, empe nharam-se nessa época no comércio de livros ou em oficinas tipográficas outros franceses, como M. S. Cremíère, nego ciando em obras de medicina, Cogez, com estabelecimento na rua da Quitan

dos nos jornais.

tugueses ou brasileiros, como Coutinho e Agra, estabelecidos na rua do Ouvi

cisco de PaxUa Brito, também poeta ç

jornalista, que faria de sua loja no largo

Cêrcn de quatro milhões de carneiros c cordeiros, o que corresponde a ufíui quinta parte dos rebanhos, foram perdidos no princípio dêste ano, a mawr pane enterrados sob nevadas. Apresentando êsses dados, o ministro inglês da Agrico •' »

Tom WiUiaim,'declarou que as perdas sofridas consiitmam verdadeira catástrofe, que afetará o abastecimento de carne durante alguns anos. "Em 1947 - declarou Tom WiUiams -a imlústriajeve ani"punquerquj

acredito que, com o apoio devido, os agricultores ganharao a parttda

ao auxíd financeiro garantido pelo govÔrno, o mimstro da ^gn^tura fent^ que, na sua opinião,^ nenhum outro govêrno cncararm o problema com matOT """^'Tnvenio e a. inundações custarão à Grá-Bretarrha 1%% do çonsmno anual de batatas e do trigo, segundo revelou o Ministério da Ahmeniaçao.


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Dicesto Econômico

95 '

DlCESTO Econónuco

êstes abrissem uma nova casa sob a

com a livraria da rua da Quitanda e

ceses fonnando o seu pecúlio na ven

sileiros e o maior de todos — Machado

firma João Pedro da Veiga e Cia.

indo Evaristo estabcIeccr-se na rua dos

da de livros e voltando para a França

Pescadores n.° 49, na loja que ganha

nunca esquecida: foi por exemplo o caso de Crcmièro e de Bompard. Por

de Assis. Brasileiros, como a partir da era regencial o humilde tipógrafo Fran

Essa livraria recém-fundada mudou

do balcão da rua da Alfândega n° 395

ria celebridade como centro de reunião

para o da ma da Quitanda esquina de

e conversa de alguns dos homens mais

São Pedro dos irmãos João Pedro e Eva-

inteligentes do tempo.

risto da Veiga, êste destinado a desem-

de volta da sessão da Câmara dos Depu

penTiar dentro de alguns anos papel da maior importância na ^ida política do Brasil, mas sempre prêso ao seu negó

tados, recebia amigos e correligionários,

cio de livros.

A 29 de Outubro de

1823 anunciavam os irmãos Veiga "por preços cômodos" obras de Bentham e

o "Cours de Politique Constitutionel-

le", em oito volumes, de Benjamin Constant. Não causaria surpresa, pois, que na Constituição outorgada a 25 de março de 1824 fôsse tão marcada

a influência do autor de "Adolphe". Obras de Benjamin Constant, de Ben

tham, de Blackstone, de Foy, de Ga-

nhill, de Ricardo, de Sismonde, de Say - para não alongar a lista - forma

vam o ciibedal de cultura política dos homens que atuavam no governo, no parlamento e na imprensa do Primei ro Reinado. Êsses e muitos outros li vros doutrinadores do liberalismo triunfante e do constitucionalismo avassalador já não precisavam entrar no

Brasil às escondidas, como os seus pre cursores do iséculo XVIII; eram ex postos à venda publicamente, anuncia

Nela, Evaristo,

comentava os acontecimentos, escrevia

Veiga e Cia. Franceses que mais tarde

pesara durante os tempos coloniais; a

"Aurora Fluminense" pertencera ao fran cês João Batista Bompard e em a maior do quantas então existiam. Possivelmen te, depois que passou à propriedade de Evaristo, deixou de vender "os verda

seriam seguidos nu tão francesa má do Ouvidor pelos Gamier, agentes de irra diação das letras do seu país e que edi tariam alguns dos grandes escritores bra

liberdade política trouxera a liberdade nrercial antes por assim dizer jamais exercida no Brasil.

deiros purgantes e vomitóríos Le Roy"

blica e Estatística, poetas vários, Sá de Miranda, um Telômaco em inglês e ita liano. Principalmente livros versando matéria política, uma vez que esta, no melhor sentido, tudo avassalara, e a indiferença a tal respeito era considera da "a mais funesta de todas as enfer midades morais".

1827, separaram-se, ficando João Pedro

da n.° 156, Ogier, Planclier etc. Fran-

primeiro imperador, que os irmãos Vei ga, ligados sempre por uma amizade

dos livros e com ela uma atividade co-

anunciados por Bompard no "Diário do Rio de Janeiro". Mas expunha as obras de Montesquieu, Rousseau o Beccaria a grande mistificação literária sob o no me de Ossian, livros sôbre os Estados Unidos e sua organização constitucio nal, sôbre a revolução espanhola, sôbre Economia Política, Administração Pú

das mais firmes, quatro anos depois, em

Negócio tão considerável se foi tor nando o comércio de livros no Rio do

dor n.° 113, como os já citados João Pedro da Veiga e Cia. e Evaristo da

do Rocio o ponto de encontro dos es critores e políticos mais em evidência e seria o primeiro editor nacional. Es tava longe a censura que sobre ós livros

A loja do redator da

artigos e cartas.

Além de Bompard, sucedido por Eva risto, e do pioneiro Paul Martin, empe nharam-se nessa época no comércio de livros ou em oficinas tipográficas outros franceses, como M. S. Cremíère, nego ciando em obras de medicina, Cogez, com estabelecimento na rua da Quitan

dos nos jornais.

tugueses ou brasileiros, como Coutinho e Agra, estabelecidos na rua do Ouvi

cisco de PaxUa Brito, também poeta ç

jornalista, que faria de sua loja no largo

Cêrcn de quatro milhões de carneiros c cordeiros, o que corresponde a ufíui quinta parte dos rebanhos, foram perdidos no princípio dêste ano, a mawr pane enterrados sob nevadas. Apresentando êsses dados, o ministro inglês da Agrico •' »

Tom WiUiaim,'declarou que as perdas sofridas consiitmam verdadeira catástrofe, que afetará o abastecimento de carne durante alguns anos. "Em 1947 - declarou Tom WiUiams -a imlústriajeve ani"punquerquj

acredito que, com o apoio devido, os agricultores ganharao a parttda

ao auxíd financeiro garantido pelo govÔrno, o mimstro da ^gn^tura fent^ que, na sua opinião,^ nenhum outro govêrno cncararm o problema com matOT """^'Tnvenio e a. inundações custarão à Grá-Bretarrha 1%% do çonsmno anual de batatas e do trigo, segundo revelou o Ministério da Ahmeniaçao.


/■'Si

Dicesto

í-tl uso da borratha enlre os civilizados por Gastão CniA-s

Prosseguindo a série dos artigos sôbre a Amazônia, Gasião Cruls, depois de tra tar do "Uso da borracha entre os índios", escreve, com a graça e a vivacidade de

Especial papa o *'Dice.sto EcoNÓ^fIco"

Em artigo anterior, tivemos ocasião de

di2«.'r que foi entre os índios americanos, principalmente os du região amazônica,

estilo que lhe são peculiares, sobre o

que O.S colonizadores europeus tnwaram

seu uso entre os civilizados.

conhecimento com a borracha e apren deram a tirar partido das suas proprie dades impermeabilizantes, já aproveita das por aqueles sôbre os seus rudimen

Twain disse de uma feita que

quando viu pela primeira vez a plan ta da borracha, a árvore, provavelmen te, estava fora de estação, pois que não ostentava nos seus galhos nem galodias nem suspensórios.

No seu gracejo não deixou de ser

bastante modesto o inesgotável humoris ta americano. Se êle quisesse ter visto a seringueira em pleno período de fruti

tares tecidos.

E tanto é assim que o.s padres missio

nários entraram logo a preparar capas e outros agasalhos à prova dágua, com que melhor afrontassem as violentas in

tempéries locais. E foi assim que tam bém nasceram as primeiras botas e sa

estilos.

Entretanto, tudo isso não se conseguiu num só dia e bem lentos e dificultosos foram os passos iniciais nesse ramo da indústria até que a matéria bruta, isto é, o látex das héveas adquirisse todas as qualidades que o tomam sem similar

para o fabrico de inúmeros produtos.

Um dos primeiros beneficiamentos operados sôbre a borracha, foi a sua

de Boston.

dissolução na essência de alcatrão, reali

Daí por diante, sempre em quantida

zada por Charles Mackintosch, em 1825,

des crescentes, amiudaram-se as remes

e que muito facilitou a indústria das

sas dessa mercadoria das longínquas flo

roupas impermeabilizadas. Mas, até então, ainda não pudera ser

restas amazônicas até os portos de Nova Iorque e Salém. Todo ésse calçado, en

corrigido um dos mais graves defeitos

tretanto, era feito da maneira mais pri

apresentados pela goma elástica e que

mitiva possível.

eram as alterações da sua viscosidade por

Sobre toscos moldes de

pau, recobertos dc um induto de argila,

influência da temperatura. Assim é que,

iam sendo passadas sucessivas camadas

por ação do frio, ela se tomava extre

de borracha, que se coagulavam ao fogo,

mamente dura e, por ação do calor, de

por meio de defumação. Quando o sa pato estava conformado e suas paredes haviam conseguido certa espessura, era pôsto a secai*, depois do que, para mais fàcilmcnte retirá-lo da fôrma, quebra va-se o revestimento de argila.

Priestiey, em 1770, lhe liavia assinalado

outro préstimo, mostrando que servia para apagar os traços de lápis.

De fato, já foram computadas em mais de 30.000 as utilidades da goma artefatos diferentes, se dêstes se fizer uma separação por tamanhos, côres e

gosto, foram descarregados nas docas

fôssem aproveitadas as suas qualidades impermeabilizantes, já o químico inglês

de Natal, cujos ramos vergassem ao pêso da mais variegada mostra de objetos.

B. F. Goodrich com ela prepara 36.642

bico fino e douradas com incrível mau

Diga-se que antes que da borracha

ficação e tal como prefigurava a sua fantasia, teria que ter diante dos olhos uma descomunal e espalhafatosa árvore

elástica e só a Companhia Americana

Econômico

Data

mesmo dai o seu nome inglês "índia rubber', conservado até hoje, e que não patos de borracha. A princípio, apenas para atender às necessidades individuaiá; mais tarde, já aproveitadas como pro duto de exportação, aliás, a primeira maneira por que a borracha apareceu

se limita apenas a caracterizar os bas-

masiadamente pegajosa.

Foi Charles.

Goodyear quem resolveu êsse problema, pela sua combinação com c enxòfre, e

que era o passo decisivo para a grande descoberta de Hancock: a "vulcanização"

do produto, isto é, a possibilidade de tomar permanente a sua elasticidade. A partir desta data, 1842, a borracha entra na sua fase de grande industriali zação. principalmente depois que, em 1890, Dunlop descobriu o pneumático e o século XX passa a ser o século do au tomóvel e do aeroplano. E não será preciso acrescentar mais

nada quando se disser que num auto móvel moderno entram de 280 a 330 acessórios de borracha e montam a 400 as peças de igual matéria até que um

tonetes de goma elástica indispensável a quem escreve ou desenha, mas generali zou-se também como designação do pró

aeroolano de dois motores esteja comple

prio produto natural.

tamente pronto.

nos mercados exteriores.

Sim, porque se já pelo meado do sé culo XVIII, D. José I, rei de Portugal, se^ metia em toscas sapatrancas de bor

racha, que lhe eram enviadas de presen

O ministro da Viação, de acordo com o parecer do Departamento Nacional

de Estradas de Ferro e na forma pedida pela Cia. Ferroviária São Paulo-Goiás, aprovou o orçamento na importância dc Cr$ 2.181.293,10, para substituição de

trilhos daquela ferrovia entre Monte Azul e Luís Barreto, e homologou a despesa

te por súditos brasileiros, foi só em

de Cr$ 1.192.453,00, verificada sôbre o valor do orçamento aprovado em 7 de

1823 que 500 pares de galochas, de

viço de substituição dos trilhos no trecho de Bebedouro a Monte Azul.

novembro do 1934, do govêrno do Estado de São Paulo, relativo, também, a ser


/■'Si

Dicesto

í-tl uso da borratha enlre os civilizados por Gastão CniA-s

Prosseguindo a série dos artigos sôbre a Amazônia, Gasião Cruls, depois de tra tar do "Uso da borracha entre os índios", escreve, com a graça e a vivacidade de

Especial papa o *'Dice.sto EcoNÓ^fIco"

Em artigo anterior, tivemos ocasião de

di2«.'r que foi entre os índios americanos, principalmente os du região amazônica,

estilo que lhe são peculiares, sobre o

que O.S colonizadores europeus tnwaram

seu uso entre os civilizados.

conhecimento com a borracha e apren deram a tirar partido das suas proprie dades impermeabilizantes, já aproveita das por aqueles sôbre os seus rudimen

Twain disse de uma feita que

quando viu pela primeira vez a plan ta da borracha, a árvore, provavelmen te, estava fora de estação, pois que não ostentava nos seus galhos nem galodias nem suspensórios.

No seu gracejo não deixou de ser

bastante modesto o inesgotável humoris ta americano. Se êle quisesse ter visto a seringueira em pleno período de fruti

tares tecidos.

E tanto é assim que o.s padres missio

nários entraram logo a preparar capas e outros agasalhos à prova dágua, com que melhor afrontassem as violentas in

tempéries locais. E foi assim que tam bém nasceram as primeiras botas e sa

estilos.

Entretanto, tudo isso não se conseguiu num só dia e bem lentos e dificultosos foram os passos iniciais nesse ramo da indústria até que a matéria bruta, isto é, o látex das héveas adquirisse todas as qualidades que o tomam sem similar

para o fabrico de inúmeros produtos.

Um dos primeiros beneficiamentos operados sôbre a borracha, foi a sua

de Boston.

dissolução na essência de alcatrão, reali

Daí por diante, sempre em quantida

zada por Charles Mackintosch, em 1825,

des crescentes, amiudaram-se as remes

e que muito facilitou a indústria das

sas dessa mercadoria das longínquas flo

roupas impermeabilizadas. Mas, até então, ainda não pudera ser

restas amazônicas até os portos de Nova Iorque e Salém. Todo ésse calçado, en

corrigido um dos mais graves defeitos

tretanto, era feito da maneira mais pri

apresentados pela goma elástica e que

mitiva possível.

eram as alterações da sua viscosidade por

Sobre toscos moldes de

pau, recobertos dc um induto de argila,

influência da temperatura. Assim é que,

iam sendo passadas sucessivas camadas

por ação do frio, ela se tomava extre

de borracha, que se coagulavam ao fogo,

mamente dura e, por ação do calor, de

por meio de defumação. Quando o sa pato estava conformado e suas paredes haviam conseguido certa espessura, era pôsto a secai*, depois do que, para mais fàcilmcnte retirá-lo da fôrma, quebra va-se o revestimento de argila.

Priestiey, em 1770, lhe liavia assinalado

outro préstimo, mostrando que servia para apagar os traços de lápis.

De fato, já foram computadas em mais de 30.000 as utilidades da goma artefatos diferentes, se dêstes se fizer uma separação por tamanhos, côres e

gosto, foram descarregados nas docas

fôssem aproveitadas as suas qualidades impermeabilizantes, já o químico inglês

de Natal, cujos ramos vergassem ao pêso da mais variegada mostra de objetos.

B. F. Goodrich com ela prepara 36.642

bico fino e douradas com incrível mau

Diga-se que antes que da borracha

ficação e tal como prefigurava a sua fantasia, teria que ter diante dos olhos uma descomunal e espalhafatosa árvore

elástica e só a Companhia Americana

Econômico

Data

mesmo dai o seu nome inglês "índia rubber', conservado até hoje, e que não patos de borracha. A princípio, apenas para atender às necessidades individuaiá; mais tarde, já aproveitadas como pro duto de exportação, aliás, a primeira maneira por que a borracha apareceu

se limita apenas a caracterizar os bas-

masiadamente pegajosa.

Foi Charles.

Goodyear quem resolveu êsse problema, pela sua combinação com c enxòfre, e

que era o passo decisivo para a grande descoberta de Hancock: a "vulcanização"

do produto, isto é, a possibilidade de tomar permanente a sua elasticidade. A partir desta data, 1842, a borracha entra na sua fase de grande industriali zação. principalmente depois que, em 1890, Dunlop descobriu o pneumático e o século XX passa a ser o século do au tomóvel e do aeroplano. E não será preciso acrescentar mais

nada quando se disser que num auto móvel moderno entram de 280 a 330 acessórios de borracha e montam a 400 as peças de igual matéria até que um

tonetes de goma elástica indispensável a quem escreve ou desenha, mas generali zou-se também como designação do pró

aeroolano de dois motores esteja comple

prio produto natural.

tamente pronto.

nos mercados exteriores.

Sim, porque se já pelo meado do sé culo XVIII, D. José I, rei de Portugal, se^ metia em toscas sapatrancas de bor

racha, que lhe eram enviadas de presen

O ministro da Viação, de acordo com o parecer do Departamento Nacional

de Estradas de Ferro e na forma pedida pela Cia. Ferroviária São Paulo-Goiás, aprovou o orçamento na importância dc Cr$ 2.181.293,10, para substituição de

trilhos daquela ferrovia entre Monte Azul e Luís Barreto, e homologou a despesa

te por súditos brasileiros, foi só em

de Cr$ 1.192.453,00, verificada sôbre o valor do orçamento aprovado em 7 de

1823 que 500 pares de galochas, de

viço de substituição dos trilhos no trecho de Bebedouro a Monte Azul.

novembro do 1934, do govêrno do Estado de São Paulo, relativo, também, a ser


Digesto

Econômico

de 1.® df abril de 1808.

Origens da Indústria de Tecidos em Minas Gerais

99

Antes disso

j^o período que vai da proclamação da

O A. examina as várias tentativos de or-

liberdade de indústria a 1.° de abril

ganizítção fabril cm Minas Gerais c em

não é provável que se tivesse permitido sequer a entrada dos tais exemplares de máquinas de tecelagem. Na sua conversiição com Sainl'Hilairc, o padre não fixou a data dc sua chegada, nem mes

traços rápidos descreve os principais

mo se referiu, prudentemente, à causa

por Américo Jacobina Lacombe

de 1808, até ao domínio da manufatura

inglesa, que derivou do tratado de 1810, várias tentativas de organização fabril surgiram em Minas Gerais. O precursor dêste movimento foi o

venerando in

Especial paha o "Digesto Econónoco"

serviços prestados a sua terra pelo pai

de seu exílio. Limitou-se a dizer que "tendo passado algum tempo em Portu gal", de lá trouxera máquinas, etc. (4).

do mordomo do Imperador Pedro II, que atendeu ao avelo do venerando pa dre inconfidente Manuel Podrinttes da Costa, o

verdadeiro

precursor

dessa

Também se referiu com pessimismo

iniciativa.

confidente padre Manuel Rodrigues da

aos seus comprov incianos o padre Ro

Costa. A êle se refere Saint'Hilaire_|na sua primeira viagem a Minas (1). Dele

no Registro Velho, perto de Barbacena,

ouviu o sábio viajante, no Registro Ve lho, que havia trazido de Portugal "má

chegando até a fornecer fardamento pa ra o corpo de polícia do Rio de Janei

quinas próprias para tecer o linho e fa

ro" (2).

zer diversos outros tecidos, que convi dara todos a virem ver essas máquinas e a construir outras semelhantes, mas

que ninguém se aproveitou desse ofere cimento; que tinha inutilmente dado

parte ao govêmo dos seus projetos de in crementar, na província de Minas, as

artes úteis; não recebera resposta, nem

estimulo . Todavia, o padre Rodrigues da Costa fabricara, para seu uso, algu mas peças, que Saint'Hilairé julgou re-

da Fazenda, benemerêncías notáveis pra

ticadas pelo ilustre progenitor. (5). Serrira por 44 anoá nas diversas pra

ças da milícia até atingir o posto de coronel, tendo sido o criador do regi mento de Santa Luzia. Antes disso, co

mandara o de Paracatu, a cem léguas de distância da sua residência, nunca tendo faltado aos deveras. Constavam nos li\TOS da briosa corporação, que tantos elogios mereceu de SaintT-Iilaíre, muitas

provas do seu grande espírito público.

drigues da Costa ao declarar que "nin

Fardara à sua custa o Regimento, quan

guém" se aproveitou do oferecimento que fez para que vies sem ver as máquinas

do êsle teve ordem de partir para o Sul, contribuindo,

além

disso, com 2:500$000

outras

para as despesas da

rece muito claro na história da tenta

De dois vultos, pelo

guerra. Fòra "fazen deiro de agricultura",

tiva do padre-inconfidente. Segundo dá

menos, sabemos que

senhor de engenho,

a entender

aderiram, com

e

Há um ponto, porém, que. não pa

o

autor

construírem

semelhantes.

das "Efemérides

comerciante em gros

entu

so e possuía "uma das principais lavras

siasmo, ao apelo do

Mineiras" (3) o ' padre Rodrigues da

dessa data, já que se desconhece a sen

velho sacerdote. Um deles foi o coronel Antônio Barbosa da

tença dos eclesiásticos envolvidos na con juração, julgados em processo a parte, no Reino. Por aquela' época não pode

Silva, pai do conselheiro general Paulo Barbosa da Silva, mordomo do impera

aberta a sua bôlsa para as necessidades

dor D. Pedro II e de muitos outros

contribuições em dinheiro para as ne

Costa teria voltado a Minas em cerca de

1802. Será difícil averiguar a exatidão

do país". O govêmo encontrara

sempre

públicas. Além de inúmeras e valiosas

ria êle tentar a introdução de filatórios

fi'hos notáveis entre os quais o comen

cessidades do Estado, sendo grande mi-

Essas experiências, a que o inconfi dente se referia tão desalentadoramente,

òm Minas, estando em pleno vigor o

dador Antônio Barbosa da Silva, que se

alvará de 5 de janeiro de 1785, que

transferiu

nerador de salitre, ofereceu, de uma vez, cem arrobas dêste produto para o

tiveram, porém, grande efeito moral. E

ordenou fossem extintas todas as fábri-

numerosa e ilustre família.

gulares.

parece mesmo que tivçram extensão bem

cas, manufaturas ou teares de qualquer

para

Bananal, constituindo

Êste coronel Antônio Barbosa da .Silva

maior do que fazia crer, modestamente,

natureza, exceptuadas sòmente as des

não foi um nome que se confunda com

o bom do sacerdote. Pelo menos em re cente estudo acêrca do assunto, afir ma-se que "ao regressar à Pátria, e sem

tinadas à produção de fazendas grossas

a multidão de aventureiros que acorre ram a Minas pelo seu tempo. Quando,

atender à sua condição de suspeito", o ex-inconfidente "empregou sua fortuna em "fábricas de tecidos de lã e algodão",

de algodão, para uso dos negros. Mas

apôs sua morte, Paulo Barbosa requei ao govêrno o paganiénto da mercê a que os seus serviços haviam feito jus, consegue justificar, perante o Conselho

se a sua volta se -deu em 1808, como

querem outros, neste caso a sua ini ciativa de trazer os maquiriismos já seria

conseqüência da boa nova do alvará ,

início da fábrica real, instalada na La

goa Rodrigo de Freitas.

Franqueara,

outrossim, ao povo, suas matas e minas

de salitre. Serviu à República, em vá rias ocasiões, como vereador, ou ainda,

como Juiz Ordinário, Juiz de Órfãos e Almotacé. (6).

Nesta justificação, recheada de do cumentos, Paulo Barbosa reivindica, en-


Digesto

Econômico

de 1.® df abril de 1808.

Origens da Indústria de Tecidos em Minas Gerais

99

Antes disso

j^o período que vai da proclamação da

O A. examina as várias tentativos de or-

liberdade de indústria a 1.° de abril

ganizítção fabril cm Minas Gerais c em

não é provável que se tivesse permitido sequer a entrada dos tais exemplares de máquinas de tecelagem. Na sua conversiição com Sainl'Hilairc, o padre não fixou a data dc sua chegada, nem mes

traços rápidos descreve os principais

mo se referiu, prudentemente, à causa

por Américo Jacobina Lacombe

de 1808, até ao domínio da manufatura

inglesa, que derivou do tratado de 1810, várias tentativas de organização fabril surgiram em Minas Gerais. O precursor dêste movimento foi o

venerando in

Especial paha o "Digesto Econónoco"

serviços prestados a sua terra pelo pai

de seu exílio. Limitou-se a dizer que "tendo passado algum tempo em Portu gal", de lá trouxera máquinas, etc. (4).

do mordomo do Imperador Pedro II, que atendeu ao avelo do venerando pa dre inconfidente Manuel Podrinttes da Costa, o

verdadeiro

precursor

dessa

Também se referiu com pessimismo

iniciativa.

confidente padre Manuel Rodrigues da

aos seus comprov incianos o padre Ro

Costa. A êle se refere Saint'Hilaire_|na sua primeira viagem a Minas (1). Dele

no Registro Velho, perto de Barbacena,

ouviu o sábio viajante, no Registro Ve lho, que havia trazido de Portugal "má

chegando até a fornecer fardamento pa ra o corpo de polícia do Rio de Janei

quinas próprias para tecer o linho e fa

ro" (2).

zer diversos outros tecidos, que convi dara todos a virem ver essas máquinas e a construir outras semelhantes, mas

que ninguém se aproveitou desse ofere cimento; que tinha inutilmente dado

parte ao govêmo dos seus projetos de in crementar, na província de Minas, as

artes úteis; não recebera resposta, nem

estimulo . Todavia, o padre Rodrigues da Costa fabricara, para seu uso, algu mas peças, que Saint'Hilairé julgou re-

da Fazenda, benemerêncías notáveis pra

ticadas pelo ilustre progenitor. (5). Serrira por 44 anoá nas diversas pra

ças da milícia até atingir o posto de coronel, tendo sido o criador do regi mento de Santa Luzia. Antes disso, co

mandara o de Paracatu, a cem léguas de distância da sua residência, nunca tendo faltado aos deveras. Constavam nos li\TOS da briosa corporação, que tantos elogios mereceu de SaintT-Iilaíre, muitas

provas do seu grande espírito público.

drigues da Costa ao declarar que "nin

Fardara à sua custa o Regimento, quan

guém" se aproveitou do oferecimento que fez para que vies sem ver as máquinas

do êsle teve ordem de partir para o Sul, contribuindo,

além

disso, com 2:500$000

outras

para as despesas da

rece muito claro na história da tenta

De dois vultos, pelo

guerra. Fòra "fazen deiro de agricultura",

tiva do padre-inconfidente. Segundo dá

menos, sabemos que

senhor de engenho,

a entender

aderiram, com

e

Há um ponto, porém, que. não pa

o

autor

construírem

semelhantes.

das "Efemérides

comerciante em gros

entu

so e possuía "uma das principais lavras

siasmo, ao apelo do

Mineiras" (3) o ' padre Rodrigues da

dessa data, já que se desconhece a sen

velho sacerdote. Um deles foi o coronel Antônio Barbosa da

tença dos eclesiásticos envolvidos na con juração, julgados em processo a parte, no Reino. Por aquela' época não pode

Silva, pai do conselheiro general Paulo Barbosa da Silva, mordomo do impera

aberta a sua bôlsa para as necessidades

dor D. Pedro II e de muitos outros

contribuições em dinheiro para as ne

Costa teria voltado a Minas em cerca de

1802. Será difícil averiguar a exatidão

do país". O govêmo encontrara

sempre

públicas. Além de inúmeras e valiosas

ria êle tentar a introdução de filatórios

fi'hos notáveis entre os quais o comen

cessidades do Estado, sendo grande mi-

Essas experiências, a que o inconfi dente se referia tão desalentadoramente,

òm Minas, estando em pleno vigor o

dador Antônio Barbosa da Silva, que se

alvará de 5 de janeiro de 1785, que

transferiu

nerador de salitre, ofereceu, de uma vez, cem arrobas dêste produto para o

tiveram, porém, grande efeito moral. E

ordenou fossem extintas todas as fábri-

numerosa e ilustre família.

gulares.

parece mesmo que tivçram extensão bem

cas, manufaturas ou teares de qualquer

para

Bananal, constituindo

Êste coronel Antônio Barbosa da .Silva

maior do que fazia crer, modestamente,

natureza, exceptuadas sòmente as des

não foi um nome que se confunda com

o bom do sacerdote. Pelo menos em re cente estudo acêrca do assunto, afir ma-se que "ao regressar à Pátria, e sem

tinadas à produção de fazendas grossas

a multidão de aventureiros que acorre ram a Minas pelo seu tempo. Quando,

atender à sua condição de suspeito", o ex-inconfidente "empregou sua fortuna em "fábricas de tecidos de lã e algodão",

de algodão, para uso dos negros. Mas

apôs sua morte, Paulo Barbosa requei ao govêrno o paganiénto da mercê a que os seus serviços haviam feito jus, consegue justificar, perante o Conselho

se a sua volta se -deu em 1808, como

querem outros, neste caso a sua ini ciativa de trazer os maquiriismos já seria

conseqüência da boa nova do alvará ,

início da fábrica real, instalada na La

goa Rodrigo de Freitas.

Franqueara,

outrossim, ao povo, suas matas e minas

de salitre. Serviu à República, em vá rias ocasiões, como vereador, ou ainda,

como Juiz Ordinário, Juiz de Órfãos e Almotacé. (6).

Nesta justificação, recheada de do cumentos, Paulo Barbosa reivindica, en-


Djcesto Econômico

ico

tão, para o pai, a grande glória de um dos pioneiros da indústria de tecidos

cipe muito apreciara as mesmas amos

tras e "muito benignamente as aceitou".

Dicesto

Econômico

101

obterem quem os ensinasse, fui servido pela minha imediata e Real Resolução

tivos a essa indústria sabarense que, no

de 16 de novembro do ano passado, to mada em consulta da Real Junta do

de Souza Coutinho, conde de Linhares:

dizer do conde de Linhares, ia tão adian tada no ano de 1810. Nos termos da

gação dêstc Estado do Brasil e Domí

em Minas. O principal documento, neste

sentido, é a seguinte carta do grande ministro de D. João que foi D. Rodrigo

Não se encontram outros dados rela

Comércio, Agricultura, Fábricas, Nave

Que estas pequenas notas sòbre uma

fase efêmera, mas importantíssima, da história industrial do Brasil, despertem algum interesse por parte dos estudiosos do passado. Nos inventários do fim do século XVIII e início do XIX jazem, certamente, muitos dados para a cons- } tnição da imagem desse período de ;

"Tendo recebido a carta de V. Mcè.,

justificação que vimos examinando, o

nios Ultramarinos, ordenar que a essa

digo, carta que V.Mcê me dirigiu na

coronel Antônio Barbosa, "tendo ordem

dita Capitania fosse enviado um mestre

data de 30 de outubro do ano p.p-> não

(sic) para promover as artes e fábri

fabricante de tecidos à custa do cofre

transição da história mineira a que se j

posso deixar de ser muito sensível ao

cas, fez plantar linho, "mandou vir da Europa artistas", e fez tecer linho. lãs,

da mesma Real Junta e com o venci

referia Afonso Arinos de Melo Franco, ; ainda recentemente, (8) entre o desa

algodões lisos e lavrados, das quais as primeiras peças foram presentes ao Rei".

mesmo cofre, afim de ensinar a todas as

oferecimento que V.Mcê me fazia de algumas amostras de tecidos e outros

produtos da indústria "que se acha tão adiantada nessa vila de Sabará".

Trata-se, como se vê, de um em

mento de 600 rs. por dia, pagos pelo pessoas que tenham estabelecido tea

nimo pela decadência da mineração e | o despertar da agricultura e da indús

res".

tria que vão caracterizar o século XDC.

Êste mestre enviado a Minas, segun do se vê da mesma provisão, que é bas tante longa, foi José Lopes, e devia fi

(1) A. de Saint'Hilaire: "Viagem pe

Mas não querendo, de modo algum,

preendimento industrial de certo vulto,

alterar o constante sistema que sempre observei durante o tempo que tenho tido a honra de achar-me empregado no ministério, não será estranho que, em

com agricultura adequada c contrato d€ técnicos especializados. Infelizmente não temos elementos para saber quanto terá durado. Ao tempo da morte do coronel,

car de baixo da vigilância dos ouvidores, a fim de que trab:il!iasse com assiduida

agradecendo mui sinceramente a V.Mcê a sua obsequiosa lembrança, deixe de aceitar o presente, que me enviava, de

em 1817, já não existia. Ao menos não

de e se não tomasse inútil a despesa

há referência alguma a respeito no seu

que com êlc se ia fazer. De outro industrial de tecidos, dêstes

vendo acrescentar que, respondendo eu

Restaria, também, examinar até que

isto mesmo ao dr. Manuel Bemardes

curioso inventário.

tempos heróicos da tecelagem no Brasil,

las Províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais". (Trad. cie Ciado Ribeiro de Lessa). S. Paulo, 1938 I, 112.

(2) Paulo Tamm: "A Fíunília Mascarenhas e a Indústria Têxtil em

Minas".

Belo Horizonte, 19-40.

P. 303.

mara, por quem me foi entregue a sua

ponto a boa impressão causada ao govêrno pelos resultados da iniciativa sa barense influiu para a deliberação de

dita carta, ele se lembrou de oferecer a

franco auxílio ao movimento industrial,

Ribeiro, sogro do visconde de Caeté, e,

consubstanciado no envio a Minas de

pois, antepassado do eminentíssimo car

técnicos especializados. É o que se ve

deal Vasconcelos Mota.

rifica na seguinte provisão, regia de 11 de maio de 1813, dirigida ao governador

tado, entre 1808 e 1811, na fazenda do

nuscritos da Bib. Nacional. C. 64-

Rio São João, município de Santa Bár bara, havia iniciado, igualmente, a cul tura do linho e do algodão e construído

17). (6-) Certidões da Milícia de Minas c

Pereira da Veiga, médico da Real Câ

S.A.R. o Príncipe Regente N. S., o mesmo que V.Mcê me destinava, jul gando que seria digno da curiosidade de S.A.R. ver "o adiantamento da in

dústria dessa parte do Brasil" e pelo mesmo doutor saberá V.Mcê o resulta

do da sua deliberação, que estimarei me reça a Sua Real Aprovação.

Palácio do Rio de Janeiro, em 11 de Janeiro de 1811".

de Minás (7):

"... querendo socorrer, com auxílio positivo e eficaz, "aquelas manufaturas que se há principiado nessa capitania" e

que se não podem elevar à desejada per

sei que se ocupa o incansável pesqui

(3) Xavier da Veiga: "Efemérides Mi

sador mineiro sr. Salomão de Vasconce

neiras".

los. Trata-se do coronel João da Mota

118.

O coronel Ri

beiro, segundo informa o historiador ci

filalórios.

Isto mesmo demonstrará Salomão de

feição pela falta que há de mestres e

Vasconcelos em memória histórica que,

E realmente, por carta do dito dr.

fabricantes que as hajam de dirigir, ali

tanto pelo assunto, quanto pelo valoi

Manuel Bemardes Pereira da Veiga, o

viando os empreendedores de parte da

que empresta sempre aos seus trabalhos,

coronel Barbosa veio a saber que o Prín

despesa, que lhes seria necessário para

aguardamos com a mais viva ansiedade.

Ouro Preto, 1897 — II.

(4) Loc. cit. (5) Sentença de Justificação pelo Tri bunal do Conselho da Fazenda a favor do Tenente Paulo Barbosa

da Silva — 1820. (Secção de Ma

Atestado do conde de Palma. Foi testemunha do Tenente Paulo Bar

bosa, entre outros, Francisco de

Meio Franco, "que vive com seu pai, médico da Real Câmara de S. M.";

(7) Paulo Tamm: Op. cit. p. 306. (8) Digesto Econômico, n.° 29 — IV - 1947 - P. 53.


Djcesto Econômico

ico

tão, para o pai, a grande glória de um dos pioneiros da indústria de tecidos

cipe muito apreciara as mesmas amos

tras e "muito benignamente as aceitou".

Dicesto

Econômico

101

obterem quem os ensinasse, fui servido pela minha imediata e Real Resolução

tivos a essa indústria sabarense que, no

de 16 de novembro do ano passado, to mada em consulta da Real Junta do

de Souza Coutinho, conde de Linhares:

dizer do conde de Linhares, ia tão adian tada no ano de 1810. Nos termos da

gação dêstc Estado do Brasil e Domí

em Minas. O principal documento, neste

sentido, é a seguinte carta do grande ministro de D. João que foi D. Rodrigo

Não se encontram outros dados rela

Comércio, Agricultura, Fábricas, Nave

Que estas pequenas notas sòbre uma

fase efêmera, mas importantíssima, da história industrial do Brasil, despertem algum interesse por parte dos estudiosos do passado. Nos inventários do fim do século XVIII e início do XIX jazem, certamente, muitos dados para a cons- } tnição da imagem desse período de ;

"Tendo recebido a carta de V. Mcè.,

justificação que vimos examinando, o

nios Ultramarinos, ordenar que a essa

digo, carta que V.Mcê me dirigiu na

coronel Antônio Barbosa, "tendo ordem

dita Capitania fosse enviado um mestre

data de 30 de outubro do ano p.p-> não

(sic) para promover as artes e fábri

fabricante de tecidos à custa do cofre

transição da história mineira a que se j

posso deixar de ser muito sensível ao

cas, fez plantar linho, "mandou vir da Europa artistas", e fez tecer linho. lãs,

da mesma Real Junta e com o venci

referia Afonso Arinos de Melo Franco, ; ainda recentemente, (8) entre o desa

algodões lisos e lavrados, das quais as primeiras peças foram presentes ao Rei".

mesmo cofre, afim de ensinar a todas as

oferecimento que V.Mcê me fazia de algumas amostras de tecidos e outros

produtos da indústria "que se acha tão adiantada nessa vila de Sabará".

Trata-se, como se vê, de um em

mento de 600 rs. por dia, pagos pelo pessoas que tenham estabelecido tea

nimo pela decadência da mineração e | o despertar da agricultura e da indús

res".

tria que vão caracterizar o século XDC.

Êste mestre enviado a Minas, segun do se vê da mesma provisão, que é bas tante longa, foi José Lopes, e devia fi

(1) A. de Saint'Hilaire: "Viagem pe

Mas não querendo, de modo algum,

preendimento industrial de certo vulto,

alterar o constante sistema que sempre observei durante o tempo que tenho tido a honra de achar-me empregado no ministério, não será estranho que, em

com agricultura adequada c contrato d€ técnicos especializados. Infelizmente não temos elementos para saber quanto terá durado. Ao tempo da morte do coronel,

car de baixo da vigilância dos ouvidores, a fim de que trab:il!iasse com assiduida

agradecendo mui sinceramente a V.Mcê a sua obsequiosa lembrança, deixe de aceitar o presente, que me enviava, de

em 1817, já não existia. Ao menos não

de e se não tomasse inútil a despesa

há referência alguma a respeito no seu

que com êlc se ia fazer. De outro industrial de tecidos, dêstes

vendo acrescentar que, respondendo eu

Restaria, também, examinar até que

isto mesmo ao dr. Manuel Bemardes

curioso inventário.

tempos heróicos da tecelagem no Brasil,

las Províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais". (Trad. cie Ciado Ribeiro de Lessa). S. Paulo, 1938 I, 112.

(2) Paulo Tamm: "A Fíunília Mascarenhas e a Indústria Têxtil em

Minas".

Belo Horizonte, 19-40.

P. 303.

mara, por quem me foi entregue a sua

ponto a boa impressão causada ao govêrno pelos resultados da iniciativa sa barense influiu para a deliberação de

dita carta, ele se lembrou de oferecer a

franco auxílio ao movimento industrial,

Ribeiro, sogro do visconde de Caeté, e,

consubstanciado no envio a Minas de

pois, antepassado do eminentíssimo car

técnicos especializados. É o que se ve

deal Vasconcelos Mota.

rifica na seguinte provisão, regia de 11 de maio de 1813, dirigida ao governador

tado, entre 1808 e 1811, na fazenda do

nuscritos da Bib. Nacional. C. 64-

Rio São João, município de Santa Bár bara, havia iniciado, igualmente, a cul tura do linho e do algodão e construído

17). (6-) Certidões da Milícia de Minas c

Pereira da Veiga, médico da Real Câ

S.A.R. o Príncipe Regente N. S., o mesmo que V.Mcê me destinava, jul gando que seria digno da curiosidade de S.A.R. ver "o adiantamento da in

dústria dessa parte do Brasil" e pelo mesmo doutor saberá V.Mcê o resulta

do da sua deliberação, que estimarei me reça a Sua Real Aprovação.

Palácio do Rio de Janeiro, em 11 de Janeiro de 1811".

de Minás (7):

"... querendo socorrer, com auxílio positivo e eficaz, "aquelas manufaturas que se há principiado nessa capitania" e

que se não podem elevar à desejada per

sei que se ocupa o incansável pesqui

(3) Xavier da Veiga: "Efemérides Mi

sador mineiro sr. Salomão de Vasconce

neiras".

los. Trata-se do coronel João da Mota

118.

O coronel Ri

beiro, segundo informa o historiador ci

filalórios.

Isto mesmo demonstrará Salomão de

feição pela falta que há de mestres e

Vasconcelos em memória histórica que,

E realmente, por carta do dito dr.

fabricantes que as hajam de dirigir, ali

tanto pelo assunto, quanto pelo valoi

Manuel Bemardes Pereira da Veiga, o

viando os empreendedores de parte da

que empresta sempre aos seus trabalhos,

coronel Barbosa veio a saber que o Prín

despesa, que lhes seria necessário para

aguardamos com a mais viva ansiedade.

Ouro Preto, 1897 — II.

(4) Loc. cit. (5) Sentença de Justificação pelo Tri bunal do Conselho da Fazenda a favor do Tenente Paulo Barbosa

da Silva — 1820. (Secção de Ma

Atestado do conde de Palma. Foi testemunha do Tenente Paulo Bar

bosa, entre outros, Francisco de

Meio Franco, "que vive com seu pai, médico da Real Câmara de S. M.";

(7) Paulo Tamm: Op. cit. p. 306. (8) Digesto Econômico, n.° 29 — IV - 1947 - P. 53.


^W|p^i^f^';j;vf,'7,'''!y.*i* .

»TSfí

Dicesto

Econômico

103

' i

dos

Romanos,

de

muitos

milhares de

Novos Rumos da Política Rodoviária

quilômetros, irradiando do sul da Euro pa para o norte, cslcndcndo-se à Ásia ocidental c ao norte da África, avan

Brasileira

çando quase sempre em tangentes extensissimas, passando sobre os alagados

em aterros consolidados, galgando as Professor NÍaurício [oppeht

Especial paua o "Digesto Econômico"

montanhas

cm

cortes

e aterros forte

mente amparados, varando as gargantas por meio dc túneis ainda hoje cm trá

Palestra realizada na Associação Comer cial cie São Paulo, em 26 de abril de

1947, pelo professor Maurício Joppert da Silva, ex-Ministro da Viação e Obras

Públicas, por ocasião da Primeira Reu nião das Administrações fíocíooíííftfls. ♦♦♦♦♦♦♦♦*♦•••<»»■■»■»»»<♦»♦»»»»»<»»«

^EjAM as minhas primeiras palavras uma expressão de agradecimentos muito sinceros à distinção que me é conferida de falar perante a Associação Comer cial de São Paulo cujo nome se acha

ligado à história de grandes problemas

construídos, ajustando-se com boas con dições tccnica.s à topografia mais ou me

nos caprichosa dos terrenos, abundantes e seguramente orientados, que tomaram possível os grandes impérios no passa do e as grandes nações na época em que vivemos.

Apesar de quatro séculos e meio que decorrem da nossa descoberta até hoje

na palavra autorizada dos seus maiores

vido de equipamento para orientar os

vultos.

aviões; só a estrada de ferro se manteve em linha, embora com um atraso que

o meu nome a uma instituição cujo de

variava de um mínimo de 2 horas a um

senvolvimento dará ao Brasil, dentro de alguns anos, um impulso de progresso

máximo de 12.

cação, interpretando os ensinamentos da história da civilização. Com efeito, fo ram os caminhos, bem traçados e bem

Lembrei-me

então

de

Euclides

da

Cunha, abrigado em uma capuaba de pau a pique, na margem do Turvo, em uma noite de Novembro de 1901, ao

longo da estrada do Taboado e pus-me a evocar o esplendor da rede rodoviária «••••••••#•««*••••

convenientemente os 500 km da nossa

i

rodovia que liga o Rio de Janeiro a São Paulo, as duas maiores cidades do >

Brasil, sentimo-nos Immilhados em pre

sença daquela grandeza, velha de 20 séculos.

Além da fai.\a de rodagem propria mente dita em dois acostamentos laterais,

.

submissão e domínio da Dácia. A cons trução de tais estradas obedecia, como se sabe, a uma técnica bem estudada e

passagem de pedestres que podiam des- ;

passaram, deixando-as incólumes. E di

Achava-me, há poucos dias, em uma estação de águas do Estado de Minas

revestida, sem interrupção, passando pela I Argélia e indo até Marrocos, com um i desenvolvimento de 2.300 km! E quan- ; do pensamos que ainda não revestimos

cada um com a metade da largura da '

de viação e nesse particular estamos, por assim dizer, ensaiando os primeiros passos.

De Car-

tago, por exemplo, partia uma estrada 1

construída no reinado de Trajano, para

tica sistemática no preparar a nossa rede

pendente, não temos adotado uma polí

quando sobreveio uma quinzena de chu vas: as estradas de rodagem tornaram-se intransitáveis e o tráfego por elas cessou praticamente; o aeroporto, mal drenado, encharcou, ficando impraticável, despro

material, espiritual e social que só os estudiosos prevêm com a justa signifi

núbio, com vinte pilares de alvenaria e mais dc um cjuilómetro de extensão,

cuidadosamente executada, para que a superfície de rolamento não cedesse sob o peso de um tráfego intenso e pudesse

c de mais de um século de nação inde

nacionais, que fez estudar, promovendo a respeito uma -discussão ampla e pug nando, afinai, pela realização das solu•ções vencedoras. Essa atitude, inspira da num alto espírito patriótico, faz des te recinto um verdadeiro templo de ci vismo, onde a engenharia tem brilhado

Quis o destino que eu pudesse ligar

fego e transpondo os rios com obras gi gantescas notáveis, como aoucla famosa ponte das Portas de Ferro, sobre o Da

romanas, mesmo nas colônias.

desafiar os séculos que por elas também

zem os cronistas cjuc nunca interrompiam

a passagem, por mais ásperas e variáveis

que fossem as condições do clima das regiões atravessadas. Avançando para o norte, transpuseram os Alpes nas me lhores gargantas e espalliaram-se pela

primeira, as vias romanas penniliam a cansar em bancos confortáveis, dispostos

em intervalos curtos. O tráfego era bem mais intenso do que a princípio se pode

supor. Com efeito, percorriam-nas em grande quantidade os correios imperiais,

viajando rapidamente entre países dis

tantes; depois as legiões que em pontos

longínquos dilatavam as fronteiras e as seguravam a integridade do Império e, finalmente, uma grande atividade mer cantil da metrópole com as colônias. O turismo está longe de ser uma criação

Baviera, pela Renãnia e pela Gália e

da facilidade dos transportes modernos

nos dias que correm muitas delas estão

AnÜguidade através das estradas exce

dernos, suportando os mais aperfeiçoados

lentes do Império Romano. Existem numerosos testemunhos da freqüência

integradas nos sistemas rodoviários mo

e poderosos modelos da indústria auto-

m^ilística, como outrora suportaram as quádrigas, as legiões inumeráveis, os car ros dos mercadores e a passagem dos viajantes e turistas.

Só na

época

Napoleônica voltou a

Europa a adquirir um desenvolvimento

da sua rede rodoviária comparável ao do tempo dos Romanos e muitos países

que outrora fizeram parte do Império Romano, possuem hoje meios de comu nicação muito mais precários. ..

O que

i

porque èle se praticou largamente na

com que se realizavam as viagens de tu ristas, assim como do comércio que se fazia para explorá-los — como ainda

hoje — e do iibuso dos guias contrata-

dos. Visitar Atenas e Tróia era índice de

;

bas egípcia, nos colossos de Memnon,

,

boa cultura e muitas inscrições de via- j jantes encontradas nas sepulturas de Te- , nos monumentos de Phile e na primeira catarata do Nilo, atestam que o Egito

era tão visitado pelos Romanos de outrora como hoje, na época das empresas

surpreende ainda em nossos dias, além

de turismo.

da solidez da infraestrutura e do revesti mento, é a extensão que tiveram as vias

Era essa rede colossal de caminhos bem construídos e bem conservados que

l i I

' '


^W|p^i^f^';j;vf,'7,'''!y.*i* .

»TSfí

Dicesto

Econômico

103

' i

dos

Romanos,

de

muitos

milhares de

Novos Rumos da Política Rodoviária

quilômetros, irradiando do sul da Euro pa para o norte, cslcndcndo-se à Ásia ocidental c ao norte da África, avan

Brasileira

çando quase sempre em tangentes extensissimas, passando sobre os alagados

em aterros consolidados, galgando as Professor NÍaurício [oppeht

Especial paua o "Digesto Econômico"

montanhas

cm

cortes

e aterros forte

mente amparados, varando as gargantas por meio dc túneis ainda hoje cm trá

Palestra realizada na Associação Comer cial cie São Paulo, em 26 de abril de

1947, pelo professor Maurício Joppert da Silva, ex-Ministro da Viação e Obras

Públicas, por ocasião da Primeira Reu nião das Administrações fíocíooíííftfls. ♦♦♦♦♦♦♦♦*♦•••<»»■■»■»»»<♦»♦»»»»»<»»«

^EjAM as minhas primeiras palavras uma expressão de agradecimentos muito sinceros à distinção que me é conferida de falar perante a Associação Comer cial de São Paulo cujo nome se acha

ligado à história de grandes problemas

construídos, ajustando-se com boas con dições tccnica.s à topografia mais ou me

nos caprichosa dos terrenos, abundantes e seguramente orientados, que tomaram possível os grandes impérios no passa do e as grandes nações na época em que vivemos.

Apesar de quatro séculos e meio que decorrem da nossa descoberta até hoje

na palavra autorizada dos seus maiores

vido de equipamento para orientar os

vultos.

aviões; só a estrada de ferro se manteve em linha, embora com um atraso que

o meu nome a uma instituição cujo de

variava de um mínimo de 2 horas a um

senvolvimento dará ao Brasil, dentro de alguns anos, um impulso de progresso

máximo de 12.

cação, interpretando os ensinamentos da história da civilização. Com efeito, fo ram os caminhos, bem traçados e bem

Lembrei-me

então

de

Euclides

da

Cunha, abrigado em uma capuaba de pau a pique, na margem do Turvo, em uma noite de Novembro de 1901, ao

longo da estrada do Taboado e pus-me a evocar o esplendor da rede rodoviária «••••••••#•««*••••

convenientemente os 500 km da nossa

i

rodovia que liga o Rio de Janeiro a São Paulo, as duas maiores cidades do >

Brasil, sentimo-nos Immilhados em pre

sença daquela grandeza, velha de 20 séculos.

Além da fai.\a de rodagem propria mente dita em dois acostamentos laterais,

.

submissão e domínio da Dácia. A cons trução de tais estradas obedecia, como se sabe, a uma técnica bem estudada e

passagem de pedestres que podiam des- ;

passaram, deixando-as incólumes. E di

Achava-me, há poucos dias, em uma estação de águas do Estado de Minas

revestida, sem interrupção, passando pela I Argélia e indo até Marrocos, com um i desenvolvimento de 2.300 km! E quan- ; do pensamos que ainda não revestimos

cada um com a metade da largura da '

de viação e nesse particular estamos, por assim dizer, ensaiando os primeiros passos.

De Car-

tago, por exemplo, partia uma estrada 1

construída no reinado de Trajano, para

tica sistemática no preparar a nossa rede

pendente, não temos adotado uma polí

quando sobreveio uma quinzena de chu vas: as estradas de rodagem tornaram-se intransitáveis e o tráfego por elas cessou praticamente; o aeroporto, mal drenado, encharcou, ficando impraticável, despro

material, espiritual e social que só os estudiosos prevêm com a justa signifi

núbio, com vinte pilares de alvenaria e mais dc um cjuilómetro de extensão,

cuidadosamente executada, para que a superfície de rolamento não cedesse sob o peso de um tráfego intenso e pudesse

c de mais de um século de nação inde

nacionais, que fez estudar, promovendo a respeito uma -discussão ampla e pug nando, afinai, pela realização das solu•ções vencedoras. Essa atitude, inspira da num alto espírito patriótico, faz des te recinto um verdadeiro templo de ci vismo, onde a engenharia tem brilhado

Quis o destino que eu pudesse ligar

fego e transpondo os rios com obras gi gantescas notáveis, como aoucla famosa ponte das Portas de Ferro, sobre o Da

romanas, mesmo nas colônias.

desafiar os séculos que por elas também

zem os cronistas cjuc nunca interrompiam

a passagem, por mais ásperas e variáveis

que fossem as condições do clima das regiões atravessadas. Avançando para o norte, transpuseram os Alpes nas me lhores gargantas e espalliaram-se pela

primeira, as vias romanas penniliam a cansar em bancos confortáveis, dispostos

em intervalos curtos. O tráfego era bem mais intenso do que a princípio se pode

supor. Com efeito, percorriam-nas em grande quantidade os correios imperiais,

viajando rapidamente entre países dis

tantes; depois as legiões que em pontos

longínquos dilatavam as fronteiras e as seguravam a integridade do Império e, finalmente, uma grande atividade mer cantil da metrópole com as colônias. O turismo está longe de ser uma criação

Baviera, pela Renãnia e pela Gália e

da facilidade dos transportes modernos

nos dias que correm muitas delas estão

AnÜguidade através das estradas exce

dernos, suportando os mais aperfeiçoados

lentes do Império Romano. Existem numerosos testemunhos da freqüência

integradas nos sistemas rodoviários mo

e poderosos modelos da indústria auto-

m^ilística, como outrora suportaram as quádrigas, as legiões inumeráveis, os car ros dos mercadores e a passagem dos viajantes e turistas.

Só na

época

Napoleônica voltou a

Europa a adquirir um desenvolvimento

da sua rede rodoviária comparável ao do tempo dos Romanos e muitos países

que outrora fizeram parte do Império Romano, possuem hoje meios de comu nicação muito mais precários. ..

O que

i

porque èle se praticou largamente na

com que se realizavam as viagens de tu ristas, assim como do comércio que se fazia para explorá-los — como ainda

hoje — e do iibuso dos guias contrata-

dos. Visitar Atenas e Tróia era índice de

;

bas egípcia, nos colossos de Memnon,

,

boa cultura e muitas inscrições de via- j jantes encontradas nas sepulturas de Te- , nos monumentos de Phile e na primeira catarata do Nilo, atestam que o Egito

era tão visitado pelos Romanos de outrora como hoje, na época das empresas

surpreende ainda em nossos dias, além

de turismo.

da solidez da infraestrutura e do revesti mento, é a extensão que tiveram as vias

Era essa rede colossal de caminhos bem construídos e bem conservados que

l i I

' '


.\

Dicksto

Económioí

D1CE.STO Ecí)Nómico

105

A experiência veio mo.strar que assim não era e quando surgiu o automobi

parelhagem de todo o material de ria permanente e de tração.

lismo — libertando a velocidade dos tri

País que só agora começa a e-xplorar seriamente um car\'ão de pedra de qua

lhos — como disse Euclides da Cunha,

nova era se abriu para repetir a Histó

lidade inferior, o Brasil adotou locomo tivas de lenha na maior extensão da sua

ria da CÍNílização do dois mil anos pas

rodo ferroriária e vai, assim, de\astatido

sados.

acelemdímiente as suas matas.

as

rodovias foram

retomadas e

uma

Na Europa as rodagens recor

nossas florestas do planalto são escassas

rendo ou auxiliando, e os caminhos dos Romanos, muitos ainda com os revesti

o a madeira já vai laltando, mesmo para Grande parte do nosso interior está sujei

v-amentc cm Iráfcgo e foram restabeleci

to a esliagens prolongadas que reduzem a produção da terra, definham o gado

das'algumas passagens pelas gargantas

do Império Romano porque era por

ela que se fazia sentir a autoridade

da administração central sôbre as po pulações longínquas.

A circulação

da;; notícias, as trocas comerciais, o

deslocamento dos viajantes e das le giões, representavam a seiva no siste ma circulatório do Império que fez a sua grandeza durante tantos séculos.

Nos países da América, descober tos e colonizados nos Tempos Moder nos, as estradas de rodagem foram

precedidas dos caminhos de penetra ção, articulados com as linhas natu rais de navegação. Com o crescer da

nhores abastados, às diligên cias que constituíam o meio comum de se viajar, e aos carros de carga. Mesmo aqui no Brasil a es

a substituição inadiável dos dormentes.

mentos por ê!cs deixados, entraram nofamosas das montanhas.

assegurava a existência e o prestígio

Mas as

taram as estradas de ferro, ou concor

Os Estados Unidos com um território

relativamente fácil para o traçado de

pelo enfraquecimento das pastagens e se agravam à medida que as matas vão sendo abatidas. O plano de regulariza

estradas, cobriram-so do rodovias, ao

ção c aproveitamento integral das nossas

mesmo tempo que aumentavam desme

águas, para a agricultura, para a nave gação, para as indústrias e para a pro dução de energia elétrica, tem que ser

didamente a suu extensão ferroviária.

trada União e Indústria, com

Os revestimentos se aperfeiçoaram para

147 quilômetros entre Petró-

tráfegos cada -vez mais pesados c o auto

poÜs e Juiz de Fora e a es

móvel evoluiu a ponto de hoje concorrer

feito e posto em execução imediatamen te, porque do contrário entregaremos as

trada da Graciosa, no Paraná,

com o trem de ferro, mesmo em distiui-

gerações futuras um país e.xausto, quasi

entre Antonina e Curitiba são

cias longas e mercadorias de baixo valor. E foi, sem dúvida, essa abundiincia do

um senii-deserto.

exemplos desta política entre nós, talvez únicos na época. A primeira deve-se a Mariano Procópio que construiu uma excelente estrada com um bom traçado, com os recursos mais

A construção de estradas de rodagem

vias de comunicação um dos fatòres de

no Brasil ficou praticamente paralisada

cisivos que lhes permitinmi aumentar o

até o go\'êmo do eminente dr. \\^asl"iing-

ritmo da .sua produção além de qual-

auer expectativa e vencerem com o poer da sua indústria a 2.*^ Cuerra Uni-

ton Luís que com a sua célebre frase —

"governar é abrir estradas" — fez a sín

tese de um programa. Os brasileiros haviam perdiclo o hábito de viajar pelas

colonização melhoraram-se alguns de

simples.

les, embora precariamente, a princí

ferro fez pensar no momento

exceções são encontradas aqui no Estado

possuíamos, mal saiam das cidades. Os

que a locomotiva tomaria con ta de todos os transportes ter

de São Paulo — as poucas estradas de

do Rio de Janeiro nem mesmo a Petio-

ferro que o Brasil construiu neste sé

polis podiam ir sem arriscar a integrida

restres e aqui, como nos Es

culo das ferrovias, obedeceram a condi

de da sua suspensão. O dr. Wasliington

tados Unidos em muito maior escala, vastas extensões de es

ções técnicas muito precárias: seguiram

pio, porque muito não permitiam a

fraca densidade da população, a po breza econômica das regiões atraves sadas, a extensão enorme dos terri

tórios.

Mais tarde, com o aumento

da população, o desenvolvimento da agricultura e a exploração de certas riquezas do solo que foram descober tas, ampliaram-se os caminhos com

O advento das estradas de

ver.sal.

Com

muito raras exceções — e as

pelo interior, contornando os contrafor-

rodovias e os poucos automóveis qu®

Luis fez construir as estradas do Rio

de Janeiro para São Paulo e para Petr^

tradas de rodagem e de vias

tes, alongarido-se em serpenteies desne-

polis, a segunda quase toda revestida de

navegáveis foram abandonadas.

ce.ssàriamente, com raios de curvas e.xí-

concreto. Inaugurou-as, continuando as sim como presidente da República a

guos e rampas exageradas.

Enquanto

penetraram regiões aespovoadas ou sem

política que já adotara no Governo de

melhores condições técnicas, sendo

valor

São Paulo.

aproveitadas as vias aquáticas e re gularizadas. As estradas de maior tráfego foram revestidas com os ma

pouco foram notados mas desde que a ás nossas estradas de ferro revelaram-se

enquanto se processou a época triste das

teriais e os métodos preconizados na

incapazes e vivem asfixiando o desenvol

sindicâncias, as estradas recém-construi-

época para permitirem xuna viagem mais cômoda às carruagens dos se

lação completa nos traçados e uma rea-

econômico,

tais

inconvenientes

produção surgiu e a população cresceu, vimento nacional, exigindo uma remode

Com a re\'olução de 1930 o surto rodoviário cessou durante alguns anos e das e abandonadas sem

conservação

peoraram consideràvelmente, tomando-se


.\

Dicksto

Económioí

D1CE.STO Ecí)Nómico

105

A experiência veio mo.strar que assim não era e quando surgiu o automobi

parelhagem de todo o material de ria permanente e de tração.

lismo — libertando a velocidade dos tri

País que só agora começa a e-xplorar seriamente um car\'ão de pedra de qua

lhos — como disse Euclides da Cunha,

nova era se abriu para repetir a Histó

lidade inferior, o Brasil adotou locomo tivas de lenha na maior extensão da sua

ria da CÍNílização do dois mil anos pas

rodo ferroriária e vai, assim, de\astatido

sados.

acelemdímiente as suas matas.

as

rodovias foram

retomadas e

uma

Na Europa as rodagens recor

nossas florestas do planalto são escassas

rendo ou auxiliando, e os caminhos dos Romanos, muitos ainda com os revesti

o a madeira já vai laltando, mesmo para Grande parte do nosso interior está sujei

v-amentc cm Iráfcgo e foram restabeleci

to a esliagens prolongadas que reduzem a produção da terra, definham o gado

das'algumas passagens pelas gargantas

do Império Romano porque era por

ela que se fazia sentir a autoridade

da administração central sôbre as po pulações longínquas.

A circulação

da;; notícias, as trocas comerciais, o

deslocamento dos viajantes e das le giões, representavam a seiva no siste ma circulatório do Império que fez a sua grandeza durante tantos séculos.

Nos países da América, descober tos e colonizados nos Tempos Moder nos, as estradas de rodagem foram

precedidas dos caminhos de penetra ção, articulados com as linhas natu rais de navegação. Com o crescer da

nhores abastados, às diligên cias que constituíam o meio comum de se viajar, e aos carros de carga. Mesmo aqui no Brasil a es

a substituição inadiável dos dormentes.

mentos por ê!cs deixados, entraram nofamosas das montanhas.

assegurava a existência e o prestígio

Mas as

taram as estradas de ferro, ou concor

Os Estados Unidos com um território

relativamente fácil para o traçado de

pelo enfraquecimento das pastagens e se agravam à medida que as matas vão sendo abatidas. O plano de regulariza

estradas, cobriram-so do rodovias, ao

ção c aproveitamento integral das nossas

mesmo tempo que aumentavam desme

águas, para a agricultura, para a nave gação, para as indústrias e para a pro dução de energia elétrica, tem que ser

didamente a suu extensão ferroviária.

trada União e Indústria, com

Os revestimentos se aperfeiçoaram para

147 quilômetros entre Petró-

tráfegos cada -vez mais pesados c o auto

poÜs e Juiz de Fora e a es

móvel evoluiu a ponto de hoje concorrer

feito e posto em execução imediatamen te, porque do contrário entregaremos as

trada da Graciosa, no Paraná,

com o trem de ferro, mesmo em distiui-

gerações futuras um país e.xausto, quasi

entre Antonina e Curitiba são

cias longas e mercadorias de baixo valor. E foi, sem dúvida, essa abundiincia do

um senii-deserto.

exemplos desta política entre nós, talvez únicos na época. A primeira deve-se a Mariano Procópio que construiu uma excelente estrada com um bom traçado, com os recursos mais

A construção de estradas de rodagem

vias de comunicação um dos fatòres de

no Brasil ficou praticamente paralisada

cisivos que lhes permitinmi aumentar o

até o go\'êmo do eminente dr. \\^asl"iing-

ritmo da .sua produção além de qual-

auer expectativa e vencerem com o poer da sua indústria a 2.*^ Cuerra Uni-

ton Luís que com a sua célebre frase —

"governar é abrir estradas" — fez a sín

tese de um programa. Os brasileiros haviam perdiclo o hábito de viajar pelas

colonização melhoraram-se alguns de

simples.

les, embora precariamente, a princí

ferro fez pensar no momento

exceções são encontradas aqui no Estado

possuíamos, mal saiam das cidades. Os

que a locomotiva tomaria con ta de todos os transportes ter

de São Paulo — as poucas estradas de

do Rio de Janeiro nem mesmo a Petio-

ferro que o Brasil construiu neste sé

polis podiam ir sem arriscar a integrida

restres e aqui, como nos Es

culo das ferrovias, obedeceram a condi

de da sua suspensão. O dr. Wasliington

tados Unidos em muito maior escala, vastas extensões de es

ções técnicas muito precárias: seguiram

pio, porque muito não permitiam a

fraca densidade da população, a po breza econômica das regiões atraves sadas, a extensão enorme dos terri

tórios.

Mais tarde, com o aumento

da população, o desenvolvimento da agricultura e a exploração de certas riquezas do solo que foram descober tas, ampliaram-se os caminhos com

O advento das estradas de

ver.sal.

Com

muito raras exceções — e as

pelo interior, contornando os contrafor-

rodovias e os poucos automóveis qu®

Luis fez construir as estradas do Rio

de Janeiro para São Paulo e para Petr^

tradas de rodagem e de vias

tes, alongarido-se em serpenteies desne-

polis, a segunda quase toda revestida de

navegáveis foram abandonadas.

ce.ssàriamente, com raios de curvas e.xí-

concreto. Inaugurou-as, continuando as sim como presidente da República a

guos e rampas exageradas.

Enquanto

penetraram regiões aespovoadas ou sem

política que já adotara no Governo de

melhores condições técnicas, sendo

valor

São Paulo.

aproveitadas as vias aquáticas e re gularizadas. As estradas de maior tráfego foram revestidas com os ma

pouco foram notados mas desde que a ás nossas estradas de ferro revelaram-se

enquanto se processou a época triste das

teriais e os métodos preconizados na

incapazes e vivem asfixiando o desenvol

sindicâncias, as estradas recém-construi-

época para permitirem xuna viagem mais cômoda às carruagens dos se

lação completa nos traçados e uma rea-

econômico,

tais

inconvenientes

produção surgiu e a população cresceu, vimento nacional, exigindo uma remode

Com a re\'olução de 1930 o surto rodoviário cessou durante alguns anos e das e abandonadas sem

conservação

peoraram consideràvelmente, tomando-se


Dicesto 106

DICE.STO

algumas intransitáveis.

No govêmo do

dr. Washington Luis fôra criada a Co missão Federal das Estradas de Roda

gem, dirigida pelo nptável engenheiro Timóteo Penteado; foi ela mantida du

rante a primeira ditadura e no governo constitucional que lhe sucedeu, até 1937,

quando se criou o Departamento Na cional de Estradas de Rodagem por lei do Congresso, que aprovou projeto apre sentado e defendido pelo ilustre brasi leiro e então deputado dr. Carlos Luz. A criação do D.N.E.R., cujo primei ro diretor foi o dr. Yédo Fiúza, repre senta sem dúvida um passo à frente na

sistematização da política rodoviária en-

fre nós e consolidava-se assim a primeira miciativa do presidente Washington Luis. O seu trabalho foi intenso e efi ciente, tendo ele reunido um grupo de moços que se especializaram em assun-

So o estudo do Piano Rodoviánofazendo-se Nacional de 1943 nnr

fe tSida:

® t\ F o

Comissão assim cònsH-

1 Fiúza,da diretor do D N Comissão; bachal

® rei Sevenno Moura Carneiro, secretário-

tes de duas ou mais rodovias.

extensão

total

prevista

era de

35.906 km.

Públicas, cm Novembro de 1945, sabia

que os transportes não andavam bem no Brasil e conhecia as causas do mal. Imediatamente voUci-mc pura esse setor

da pasta, indo buscar na direção das

Por sua vez os Estados da União or

ganizaram os seus programas e os ataca ram com recursos prój^rios, sendo justo

salientar os esforços feitos nesse sentido por São Paulo com a construção da via

Anhangiiera e da via Anchieta que aca ba de ser inaugurada e que marca o início de uma nova época na técnica da

construção de carretciras no Brasil, pelo Rio Grande do Sul, por Minas Corais e

pelo Estado do Rio de Janeiro que cons truiu, sob a direção do dr. Saturnino

Estradas de Rodagem do Estado do Rio

de Janeiro o dr. Saturnino Braga, cuja formação profissional eu acompanho des

te estudei com o meu digno chefe de Gabinete, eng. Francisco de Assis Ba-

síiio, a constituição de uma comissão, composta de membros já iniciados no assunto e que em poucos dias pudesse

preparar o plano da autonomia do D.NE.R., funcionando com recursos pró

prios.

Esta Comissão, nomeada pela

de a Escola, meu velho amigo, livre-do-

Portaria n.° 1075 de 19/12/1945, fun

cente da minha cadeira na Escola Na

cionou sob a presidência do diretor

cional de Engenharia e meu ex-assis-

tcnte, para cntrcgar-lhc o Departamento Nacional dc Estradas de Rodagem. Em

poucos dias estava aprovado o seu Re gimento pelo decreto 20.164 de 7/12/45 e conseguidos os créditos necessários

Francisco Saturnino Braga e reuniu o

que o Brasil possuía de mais apurado na técnica rodoviária e cujos nomes relem bro com a maior satisfação:

Eng. Francisco Satxurimo Braga, pre sidente; tenente-coronel Artur Levy; te nente-coronel Niso de Vianna ^IoDte-

Braga, uma rede apreciável de estradas especial o plano rodoviário que o dr.

zuma; eng. Gumercindo Penteado, o pioneiro da autonomia pela qual lutara muitos anos; eng. Clovis Pestana, atua

Luís Vieira executou no nordeste, ligado ao plano geral de Obras contra as Sêcas,

do Mattos; eng. José Pedro.Escobari

bem traçadas.

Não se pode deixar sem um destaque

Ministro da Viação; eng. José Soares outro rodoviário dedicado e de atuaça

integrado entretanto no Plano Rodoviá

sincera e competente; dr. Paulo Ba-

rio Nacional e onde sobressai, como li-

mos, representando o Ministério da ha

nha mestra, a TransnordesHna. entre Feira de Santana e a cidade de For

zenda.

O que foi o trabalho desta Conus-

taleza.

É justo reconhecer que o D.N.E.R.

são poderá ajuizar-se lembrando que o

presentante do Ministério da Aerondutí

trabalhou bastante sob a direção do dr. Yêdo Fiúza, lançando diversas estradas

reorganizou o Departanieu-

presentante do E M. do Exército; éng Francisco Gonçalves de Aguiar, reprfsentante da I.F.O.C.S.• en? j Xavier Carneiro de Albuquerque repre"

bem construídas e em boas condições

corone aviador Lysias Rodríguef íel

ca; major Renato Bittencourt Erigido re

sentante do D.N.P.N.; eng.%rge Leal

Burlamaqm, representante do D N E , F.; eng. Emídio de Moraes Vieira " re" ( presentante do D.A.S.P e ena \/tA • . Mameiros Fernandes Silva, representan-

i te do Mmisteno da Viação.

1

III — Ligações entre ponto.s importan A

EcoNÓ^^co

Econó.nuco

O plano foi apresentado áo Ministro

j Mendonça Lima em Novembro de I943

, e compreendia três grupos de rodovias a saber:

I — Rodovias longitudinais, aproxima damente na direção norte-sul; II — Rodovias transversais, sensivelmente na direção leste-oeste e

d^ecreto-lei n.° 8.463 que to Nacional de Estradas de

Rodagem, tomando-o au

técnicas, apresentando em Outubro de

tônomo e criando o Fundo

1945 a Rio-Bahia em adiantada cons trução. Lutava, porem, o D.N.E.R. com os empecilhos conhecidos da admi nistração federal, a nossa desanimadora

"viscosidade burocráHca", que assalta e

liquida todas as iniciativas, por mais que elas atendam ao interesse nacional.

O

D.N.E.R., criado em 1937, estava em Novembro de 1945 sem o Regimento que lhe devia controlar o funcionamento.

Fora elaborado um projeto pelo Depar tamento, projeto que encalhara', porém, no D.A.S.P. por pequenas questões de detalhes e lá ficara esquecido. Senhores, eu sou. professor de uma

cadeira que se enquadra no grupo da

Engenharia dos Transportes e ao assu mir o Ministério da Viação e Obras

Rodo\aário, foi assinado para atender a pagamentos de serviços que se achavam em grande atraso; a nova vida começou mas era preciso do tar o Departamento dos meios necessá

rios para que êle pudesse ser útil ao Brasil como os tempos novos o exigiam. As tentativas de autonomia vinham de

cogitações longínquas, datando de cer ca de 15 anos, mas por motivos que não vem a propósito examinar haviam fra cassado ou sido adiadas.

Em reunião

pelo presidente José Linhares a 27 e

dezembro seguinte. Nesses poucos dia

ficou terminado o estudo de assunto de

tanta complexidade o que mostra que os membros da Comissão já o haviam

longamente meditado, não havendo di

ficuidades em acertar certas questões de detalhes. , O decreto 8.463, de 27 de dezembro

de 1945, já foi minuciosamente aprecia do nesta Reunião por Gumercindo Pen

convocada pelo ilustre general Gil Cas

teado em sua palestra, no dia 21, poj

telo Branco, então chefe da Casa Mi

ocasião da Sessão Inaugural. Como vi

litar do exmo. sr. presidente da Repú blica, tratou-se do assunto e senti que

mos, o Departamento Nacional de Es tradas de Rodagem ficou constituído dos

o momento era favorável. Imediatamen

seguintes órgãos:


Dicesto 106

DICE.STO

algumas intransitáveis.

No govêmo do

dr. Washington Luis fôra criada a Co missão Federal das Estradas de Roda

gem, dirigida pelo nptável engenheiro Timóteo Penteado; foi ela mantida du

rante a primeira ditadura e no governo constitucional que lhe sucedeu, até 1937,

quando se criou o Departamento Na cional de Estradas de Rodagem por lei do Congresso, que aprovou projeto apre sentado e defendido pelo ilustre brasi leiro e então deputado dr. Carlos Luz. A criação do D.N.E.R., cujo primei ro diretor foi o dr. Yédo Fiúza, repre senta sem dúvida um passo à frente na

sistematização da política rodoviária en-

fre nós e consolidava-se assim a primeira miciativa do presidente Washington Luis. O seu trabalho foi intenso e efi ciente, tendo ele reunido um grupo de moços que se especializaram em assun-

So o estudo do Piano Rodoviánofazendo-se Nacional de 1943 nnr

fe tSida:

® t\ F o

Comissão assim cònsH-

1 Fiúza,da diretor do D N Comissão; bachal

® rei Sevenno Moura Carneiro, secretário-

tes de duas ou mais rodovias.

extensão

total

prevista

era de

35.906 km.

Públicas, cm Novembro de 1945, sabia

que os transportes não andavam bem no Brasil e conhecia as causas do mal. Imediatamente voUci-mc pura esse setor

da pasta, indo buscar na direção das

Por sua vez os Estados da União or

ganizaram os seus programas e os ataca ram com recursos prój^rios, sendo justo

salientar os esforços feitos nesse sentido por São Paulo com a construção da via

Anhangiiera e da via Anchieta que aca ba de ser inaugurada e que marca o início de uma nova época na técnica da

construção de carretciras no Brasil, pelo Rio Grande do Sul, por Minas Corais e

pelo Estado do Rio de Janeiro que cons truiu, sob a direção do dr. Saturnino

Estradas de Rodagem do Estado do Rio

de Janeiro o dr. Saturnino Braga, cuja formação profissional eu acompanho des

te estudei com o meu digno chefe de Gabinete, eng. Francisco de Assis Ba-

síiio, a constituição de uma comissão, composta de membros já iniciados no assunto e que em poucos dias pudesse

preparar o plano da autonomia do D.NE.R., funcionando com recursos pró

prios.

Esta Comissão, nomeada pela

de a Escola, meu velho amigo, livre-do-

Portaria n.° 1075 de 19/12/1945, fun

cente da minha cadeira na Escola Na

cionou sob a presidência do diretor

cional de Engenharia e meu ex-assis-

tcnte, para cntrcgar-lhc o Departamento Nacional dc Estradas de Rodagem. Em

poucos dias estava aprovado o seu Re gimento pelo decreto 20.164 de 7/12/45 e conseguidos os créditos necessários

Francisco Saturnino Braga e reuniu o

que o Brasil possuía de mais apurado na técnica rodoviária e cujos nomes relem bro com a maior satisfação:

Eng. Francisco Satxurimo Braga, pre sidente; tenente-coronel Artur Levy; te nente-coronel Niso de Vianna ^IoDte-

Braga, uma rede apreciável de estradas especial o plano rodoviário que o dr.

zuma; eng. Gumercindo Penteado, o pioneiro da autonomia pela qual lutara muitos anos; eng. Clovis Pestana, atua

Luís Vieira executou no nordeste, ligado ao plano geral de Obras contra as Sêcas,

do Mattos; eng. José Pedro.Escobari

bem traçadas.

Não se pode deixar sem um destaque

Ministro da Viação; eng. José Soares outro rodoviário dedicado e de atuaça

integrado entretanto no Plano Rodoviá

sincera e competente; dr. Paulo Ba-

rio Nacional e onde sobressai, como li-

mos, representando o Ministério da ha

nha mestra, a TransnordesHna. entre Feira de Santana e a cidade de For

zenda.

O que foi o trabalho desta Conus-

taleza.

É justo reconhecer que o D.N.E.R.

são poderá ajuizar-se lembrando que o

presentante do Ministério da Aerondutí

trabalhou bastante sob a direção do dr. Yêdo Fiúza, lançando diversas estradas

reorganizou o Departanieu-

presentante do E M. do Exército; éng Francisco Gonçalves de Aguiar, reprfsentante da I.F.O.C.S.• en? j Xavier Carneiro de Albuquerque repre"

bem construídas e em boas condições

corone aviador Lysias Rodríguef íel

ca; major Renato Bittencourt Erigido re

sentante do D.N.P.N.; eng.%rge Leal

Burlamaqm, representante do D N E , F.; eng. Emídio de Moraes Vieira " re" ( presentante do D.A.S.P e ena \/tA • . Mameiros Fernandes Silva, representan-

i te do Mmisteno da Viação.

1

III — Ligações entre ponto.s importan A

EcoNÓ^^co

Econó.nuco

O plano foi apresentado áo Ministro

j Mendonça Lima em Novembro de I943

, e compreendia três grupos de rodovias a saber:

I — Rodovias longitudinais, aproxima damente na direção norte-sul; II — Rodovias transversais, sensivelmente na direção leste-oeste e

d^ecreto-lei n.° 8.463 que to Nacional de Estradas de

Rodagem, tomando-o au

técnicas, apresentando em Outubro de

tônomo e criando o Fundo

1945 a Rio-Bahia em adiantada cons trução. Lutava, porem, o D.N.E.R. com os empecilhos conhecidos da admi nistração federal, a nossa desanimadora

"viscosidade burocráHca", que assalta e

liquida todas as iniciativas, por mais que elas atendam ao interesse nacional.

O

D.N.E.R., criado em 1937, estava em Novembro de 1945 sem o Regimento que lhe devia controlar o funcionamento.

Fora elaborado um projeto pelo Depar tamento, projeto que encalhara', porém, no D.A.S.P. por pequenas questões de detalhes e lá ficara esquecido. Senhores, eu sou. professor de uma

cadeira que se enquadra no grupo da

Engenharia dos Transportes e ao assu mir o Ministério da Viação e Obras

Rodo\aário, foi assinado para atender a pagamentos de serviços que se achavam em grande atraso; a nova vida começou mas era preciso do tar o Departamento dos meios necessá

rios para que êle pudesse ser útil ao Brasil como os tempos novos o exigiam. As tentativas de autonomia vinham de

cogitações longínquas, datando de cer ca de 15 anos, mas por motivos que não vem a propósito examinar haviam fra cassado ou sido adiadas.

Em reunião

pelo presidente José Linhares a 27 e

dezembro seguinte. Nesses poucos dia

ficou terminado o estudo de assunto de

tanta complexidade o que mostra que os membros da Comissão já o haviam

longamente meditado, não havendo di

ficuidades em acertar certas questões de detalhes. , O decreto 8.463, de 27 de dezembro

de 1945, já foi minuciosamente aprecia do nesta Reunião por Gumercindo Pen

convocada pelo ilustre general Gil Cas

teado em sua palestra, no dia 21, poj

telo Branco, então chefe da Casa Mi

ocasião da Sessão Inaugural. Como vi

litar do exmo. sr. presidente da Repú blica, tratou-se do assunto e senti que

mos, o Departamento Nacional de Es tradas de Rodagem ficou constituído dos

o momento era favorável. Imediatamen

seguintes órgãos:


Digesto

108

I — Órgãos deliberativos, a saber: a) Conselno Rodoviário e b) Conselho Executivo.

II — Órgão fiscal que é a Delegação de Controle.

III — Órgãos Executivos, em número de quatro: a) Diretoria Geral; b) Di visões e Serviços Técnicos; c) Procura doria Judicial e d) Serviço de Adminis tração.

Entre as novidades introduzidas por

êle figuram, em primeiro lugar, os aois órgãos deliberativos, isto é, o Conse lho Rodoviário e o Conselho Executivo.

O primeiro é o órgão legislativo da nossa técnica rodoviária, pois a ôle cabe a aprovação dos planos rodoviários Es

taduais e as modificações a introduzir no Nacional, assim como o estabeleci mento das condições técnicas das es

tradas, a deliberação sôbre os progra

mas anuais de trabalho e respectivos orçamentos e a distribuição do Fundo _ Rodoviário, entre as principais atribuiK çoes. Ao segundo, composto do pessoal pr interno do D.N.E.R., competem as de

sces sôbre o funcionamento do mesmo Departamento, na execução dos progra

mas estabelecidos e tem o propósito de por em contato os chefes de serviço que ncam assim conjugados na responsabili dade do sucesso ou insucesso da atua ção do Departamento. O Conselho Rodoviário exercerá na

vida rodoviária do Brasil uma ação de cisiva e precisava ser constituído de re presentantes das diversas entidades in teressadas nesse problema. Na sua com posição figuram pois:

a) um Presidente; b) um representan te do Estado Maior do Exército; c) um representante do Ministério do Trabalho

Indústria e Comércio; d) um represen tante do Ministério da Fazenda; e) um ' representante do Ministério da Agricul tura; f) um representante da Federação Brasileira de Engenheiros; g) um repre sentante da Escola Nacional de Enge nharia da Universidade do Brasil; e

Econômico

T

DíCESTO ECONÓNaco

109

h) o Diretor Geral do Departamento, como membro nato.

Os representantes dos Ministérios e da

Escola Nacional de Engenharia são por êles indicados e nomeados pelo presi dente da República; o da Federação

Brasileira dc Engenheiros é eleito por Quanto ao presidente do

três anos.

Conselho, diz o § 1.° do Art. 4.® do de creto-lei n.° 8.463:

"O Presidente deverá ser engenhei ro civil de reconhecida competência e idoneidade, estranho aos quadros do funcionalismo federal, dc livre es

colha do presidente da República". Para esse pôsto foi nomeado, sem

convite prévio, o engenheiro Gumorcindo Penteado porque na atual geração de rodoviários brasileiros

ele

estava

na

turalmente indicado para ocupá-lo, pois tem sido um colaborador constante e

decisivo da nossa legislação de carreteiras nos últimos anos. A seu respeito disse o nosso prezado colega, NeLson

Ottoní de Rezende, em discurso pro nunciado no Automóvel Clube de São Paulo, a 9 de março de 1946, resu

mindo a sua atuação nesse particular:

deral, traçada no Plano Rodoviário Na-

tado o parcial enRcnheiro Yôdo Z.1; após ter apn.norado os seus co nhecimentos, na citnra constante e observação acurada, do assunto rodoviano, cooperou com o ministro Maurício Joppert na estruturação do Decreto 8.463 de 27 de dezembro de I Mo, sem d"'' da o coroamento dos

esforços dc uma fração de engenhcjros, da qual faço parte

"

ciona!.

Ao apresentar à consideração do pre.sidente José Linhares o te.xto do decreto-lei, que mais tarde tomou o núinwo 8.403, eu tinha a conricçao profunda, senhores, de que ia dar ao problema rodoviário brasileiro a solução que me lhor consultava os interesses nacionais.

E sua c-xcelência o aprovou, assinando-o, na certeza de que praticava um dos atos mais nicritórios do seu Govêmo. Inspi-

ravam-me os e.xemplos de outros países,

os quais o da Argentina é dos e, senhores, que entre Nelson J.*"" Ottoni de Rezende não exagerou mais eloqüentes e interessantes para nos

a atuaçao de Gumercmdo Penteado na fclaboraçao do decrcto-lci 8.463- ao con trário, ficou aquém do que cHi real mente foi. O ministro da ViaçTio nada mais fez do q"e encaminhar para a

efetivação uma tendência da mentalidade

rodo^aria do seu pais, paru cuja forma-

ç-áo Gumcrcindo l enteado fôra um dos maiores cooperaclores.

Outra novidade do decreto-lei 8 463 introduzida nas normas administrativas bra-sileiras, foi a instituição do Fundo Rodoviário Nacional, pelo • recolhimento

porque a sua lei de riação, em vigor desde janeiro de 1933, tem numerosos

pontos de contato com o nosso decretolei 8.463. O eminente colega argentino,

engenheiro e professor Juan ^ Aj^stin Valle, em sua brilhante conferência do dia 23 no Instituto de Engenharia de São Paulo, mostrou-nos os notáveis re

sultados que teve no seu país a aplica

ção da autonomia administrativa e tinanceira da viação rodoviilria, autonomia

que lhe deu hoje um lugar de priori dade indiscutível na rede de carretei-

ao Banco do Brasij, cm conta especial, à ordem e disposição do D.N.E.R., da

ras sul-americanas. Não podemos debcar

ferença: o marechal fez, em 1836, um regulamento para "ESTRADAS"

cido sôbre combustíveis e lubrificantes

trabalho surpreendente que realizaram

da Província de São Paulo, sem criar

zidos no país. A receita do D.N.E.R. çcrá formada ]Jor 40% do Fundo Rodo viário Nacional, sendo os 60% restantes

"Foi o marechal Daniel Pedro Müller de nossos dia.s, com uma di

recursos permanentes, contando ape nas com "um conselho central para tudo o que fôr relativo a objeto Estradas".

"Cumercindo Penteado, após ter cooperado em um maçudo e comple to projeto de um Departamento Au tônomo de Estradas de Rodagem,

renda do imposto único federal que' in

líquidos minerais, importados ou produ distribuídos pelos Estados nas seguintes

de apresentar aos colegas rodo\iários ar

gentinos as nossas congratulações pelo e em especial ao nosso amigo professor Juan Agustin Valle, um dos grandes sol dados da batalha que conquistou o seu país a legislação de janeiro de 1933 e uma das maiores figuras sul-ame

bases: 36% proporcionalmente ao consu mo de combustíveis e lubrificantes lí

ricanas da técnica de construção de es

quidos; 12% proporcionalmente à popu lação e 12% proporcionalmente à super

Os engenheiros brasileiros são muito gratos ao professor Valle pelas suas ge

fície.

nerosas palavras de aplauso e pelos co

tradas de rodagem.

encravado e morto no Senado Fe

Restítui, assim, o Governo Federal aos

mentários à textura do decreto 8.463,

deral, não obstante a defesa do sena

Estados o imposto que ê'cs pagam sôbre

sobretudo pela sua sinceridade e pela

os combustíveis e lubrificantes líquidos que consomem, ficando, porém, essa res

sua notável experiência na matéria que

trabalhado com o ministro José Amé rico no sentido de desenvolver e ori

tituição sujeita a normas estabelecidas

entar, para ramos felizes, o problema rodoviário; após ter, silenciosamente,

pelo decreto em apreço e que importam

em todos os seus campos de estudos

tica rodoviária dos Estados com a Fe-

dor Paulo Moraes Barros; após ter

nunia articulação harmoniosa da polí

llie dá uma autoridade excepcional. Muitos dos pontos sôbre os quais ver sou a sua justa apreciação, foram ante riormente motivo da cogitação pelos membros componentes da Comissão que


Digesto

108

I — Órgãos deliberativos, a saber: a) Conselno Rodoviário e b) Conselho Executivo.

II — Órgão fiscal que é a Delegação de Controle.

III — Órgãos Executivos, em número de quatro: a) Diretoria Geral; b) Di visões e Serviços Técnicos; c) Procura doria Judicial e d) Serviço de Adminis tração.

Entre as novidades introduzidas por

êle figuram, em primeiro lugar, os aois órgãos deliberativos, isto é, o Conse lho Rodoviário e o Conselho Executivo.

O primeiro é o órgão legislativo da nossa técnica rodoviária, pois a ôle cabe a aprovação dos planos rodoviários Es

taduais e as modificações a introduzir no Nacional, assim como o estabeleci mento das condições técnicas das es

tradas, a deliberação sôbre os progra

mas anuais de trabalho e respectivos orçamentos e a distribuição do Fundo _ Rodoviário, entre as principais atribuiK çoes. Ao segundo, composto do pessoal pr interno do D.N.E.R., competem as de

sces sôbre o funcionamento do mesmo Departamento, na execução dos progra

mas estabelecidos e tem o propósito de por em contato os chefes de serviço que ncam assim conjugados na responsabili dade do sucesso ou insucesso da atua ção do Departamento. O Conselho Rodoviário exercerá na

vida rodoviária do Brasil uma ação de cisiva e precisava ser constituído de re presentantes das diversas entidades in teressadas nesse problema. Na sua com posição figuram pois:

a) um Presidente; b) um representan te do Estado Maior do Exército; c) um representante do Ministério do Trabalho

Indústria e Comércio; d) um represen tante do Ministério da Fazenda; e) um ' representante do Ministério da Agricul tura; f) um representante da Federação Brasileira de Engenheiros; g) um repre sentante da Escola Nacional de Enge nharia da Universidade do Brasil; e

Econômico

T

DíCESTO ECONÓNaco

109

h) o Diretor Geral do Departamento, como membro nato.

Os representantes dos Ministérios e da

Escola Nacional de Engenharia são por êles indicados e nomeados pelo presi dente da República; o da Federação

Brasileira dc Engenheiros é eleito por Quanto ao presidente do

três anos.

Conselho, diz o § 1.° do Art. 4.® do de creto-lei n.° 8.463:

"O Presidente deverá ser engenhei ro civil de reconhecida competência e idoneidade, estranho aos quadros do funcionalismo federal, dc livre es

colha do presidente da República". Para esse pôsto foi nomeado, sem

convite prévio, o engenheiro Gumorcindo Penteado porque na atual geração de rodoviários brasileiros

ele

estava

na

turalmente indicado para ocupá-lo, pois tem sido um colaborador constante e

decisivo da nossa legislação de carreteiras nos últimos anos. A seu respeito disse o nosso prezado colega, NeLson

Ottoní de Rezende, em discurso pro nunciado no Automóvel Clube de São Paulo, a 9 de março de 1946, resu

mindo a sua atuação nesse particular:

deral, traçada no Plano Rodoviário Na-

tado o parcial enRcnheiro Yôdo Z.1; após ter apn.norado os seus co nhecimentos, na citnra constante e observação acurada, do assunto rodoviano, cooperou com o ministro Maurício Joppert na estruturação do Decreto 8.463 de 27 de dezembro de I Mo, sem d"'' da o coroamento dos

esforços dc uma fração de engenhcjros, da qual faço parte

"

ciona!.

Ao apresentar à consideração do pre.sidente José Linhares o te.xto do decreto-lei, que mais tarde tomou o núinwo 8.403, eu tinha a conricçao profunda, senhores, de que ia dar ao problema rodoviário brasileiro a solução que me lhor consultava os interesses nacionais.

E sua c-xcelência o aprovou, assinando-o, na certeza de que praticava um dos atos mais nicritórios do seu Govêmo. Inspi-

ravam-me os e.xemplos de outros países,

os quais o da Argentina é dos e, senhores, que entre Nelson J.*"" Ottoni de Rezende não exagerou mais eloqüentes e interessantes para nos

a atuaçao de Gumercmdo Penteado na fclaboraçao do decrcto-lci 8.463- ao con trário, ficou aquém do que cHi real mente foi. O ministro da ViaçTio nada mais fez do q"e encaminhar para a

efetivação uma tendência da mentalidade

rodo^aria do seu pais, paru cuja forma-

ç-áo Gumcrcindo l enteado fôra um dos maiores cooperaclores.

Outra novidade do decreto-lei 8 463 introduzida nas normas administrativas bra-sileiras, foi a instituição do Fundo Rodoviário Nacional, pelo • recolhimento

porque a sua lei de riação, em vigor desde janeiro de 1933, tem numerosos

pontos de contato com o nosso decretolei 8.463. O eminente colega argentino,

engenheiro e professor Juan ^ Aj^stin Valle, em sua brilhante conferência do dia 23 no Instituto de Engenharia de São Paulo, mostrou-nos os notáveis re

sultados que teve no seu país a aplica

ção da autonomia administrativa e tinanceira da viação rodoviilria, autonomia

que lhe deu hoje um lugar de priori dade indiscutível na rede de carretei-

ao Banco do Brasij, cm conta especial, à ordem e disposição do D.N.E.R., da

ras sul-americanas. Não podemos debcar

ferença: o marechal fez, em 1836, um regulamento para "ESTRADAS"

cido sôbre combustíveis e lubrificantes

trabalho surpreendente que realizaram

da Província de São Paulo, sem criar

zidos no país. A receita do D.N.E.R. çcrá formada ]Jor 40% do Fundo Rodo viário Nacional, sendo os 60% restantes

"Foi o marechal Daniel Pedro Müller de nossos dia.s, com uma di

recursos permanentes, contando ape nas com "um conselho central para tudo o que fôr relativo a objeto Estradas".

"Cumercindo Penteado, após ter cooperado em um maçudo e comple to projeto de um Departamento Au tônomo de Estradas de Rodagem,

renda do imposto único federal que' in

líquidos minerais, importados ou produ distribuídos pelos Estados nas seguintes

de apresentar aos colegas rodo\iários ar

gentinos as nossas congratulações pelo e em especial ao nosso amigo professor Juan Agustin Valle, um dos grandes sol dados da batalha que conquistou o seu país a legislação de janeiro de 1933 e uma das maiores figuras sul-ame

bases: 36% proporcionalmente ao consu mo de combustíveis e lubrificantes lí

ricanas da técnica de construção de es

quidos; 12% proporcionalmente à popu lação e 12% proporcionalmente à super

Os engenheiros brasileiros são muito gratos ao professor Valle pelas suas ge

fície.

nerosas palavras de aplauso e pelos co

tradas de rodagem.

encravado e morto no Senado Fe

Restítui, assim, o Governo Federal aos

mentários à textura do decreto 8.463,

deral, não obstante a defesa do sena

Estados o imposto que ê'cs pagam sôbre

sobretudo pela sua sinceridade e pela

os combustíveis e lubrificantes líquidos que consomem, ficando, porém, essa res

sua notável experiência na matéria que

trabalhado com o ministro José Amé rico no sentido de desenvolver e ori

tituição sujeita a normas estabelecidas

entar, para ramos felizes, o problema rodoviário; após ter, silenciosamente,

pelo decreto em apreço e que importam

em todos os seus campos de estudos

tica rodoviária dos Estados com a Fe-

dor Paulo Moraes Barros; após ter

nunia articulação harmoniosa da polí

llie dá uma autoridade excepcional. Muitos dos pontos sôbre os quais ver sou a sua justa apreciação, foram ante riormente motivo da cogitação pelos membros componentes da Comissão que


Dioesto ECO.NÓMtCO

110

estudou a m'nula do decreto brasileiro;

esta Comissão, porém, precisou levar em conta os hábitos e as tradições das nos sas normas administrativas, sem o que o

fácil o foi daí que irradiaram depois

f)ara o interior cujas regiões adjacentes oram colonizando, obrigando-nos mais

tarde, depois da independência, à cons

novo regime se tomaria impraticável en

trução de estradas de ferro ou de roda

tre nós.

plo do país irmão e com esse exemplo

gem, com traçados onerosos e de difícil conservação c cujas condições técnicas, precárias para a época de hoje, precisam ser melhoradas. São Paido já deu um brilhante exemplo, fazendo descer a Sorocabana pelo valo do Cubalão com rampas c raios de curva admissíveis para um grande tráfego e onde os engenhei

procurarão resgatar o tempo perdido,

ros patricios construíram as mais arro

trabalhando afincadamente para dotarem

jadas obras de concreto armado. Entretanto, alguns vales existem de

Um detalhe apenas mostra

como são diferentes as coisas nos dois

países: os engenheiros brasileiros tive

ram que lutar mais doze anos do que os argentinos para conseguirem a sua autonomia rodoviária. Entretanto alcan

çaram-na e têm agora o brilhante exem

o Brasil, com a rapidez permitida pelos seus recursos financeiros e materiais, das grandes vias traçadas no Plano Rodoviá

muito mais fácil penetração, onde os ca

minhos terrestres alcançariam o planalto

rio Nacional e das res

em rampa suave, evitan

pectivas ligações princi pais. Sabem, porém, que

do as subidas e descidas

alternadas que atualmen-.

com isso a sua tarefa não

to caracterizam as- estra

estará terminada porque

das que partem do Rio, de Santos, de Paranaguá

o progresso da Nação,

do qual são os constru

ou de São Francisco. Re-

tores obscuros, estará sempre a fazer-lhes no vas exigências e a recla

firO-me, por exemplo, aos vales do rio Doce e do

Ribeira de Iguape, aban donados até lioje em vir

mar novos aperfeiçoamen tos e extensões da rede rodoviária.

_A configuração topográfica do Brasil não é das mais favoráveis ao traçado de caminhos que de um planalto aciden tado, recortado de montanhas ásperas entre vales extensos e diversamente ori

tude das suas cíifíceis co municações com o mar;

melhorado, porém, o acesso marítimo das suas embocaduras, a civilização en contrará o caminho desimpedido para ò planalto de Minas, de São Paulo e do

entados, encontram para chegar ao li toral do Atlântico, a leste, o paredão a

Paraná.

prumo da Serra do Mar. Sabemos bem

ingratos da nossa profissão, mas o re

o que nos tem custado galgar a sua

vertente marítima em demanda das gar gantas escondidas, dificuldade tanto mais agravada por uma distribuição das cida

des do litoral que obedeceu somente às marítima

facilidades de comunicação

com a metrópole portuguesa na época colonial. Com efeito, os, portugueses

Concordamos que, na realida

de, tais problemas de hidráulica fiúviomarítima são dos mais dispendiosos e curso moderno dos laboratórios de hi

dráulica aplicada, onde as diversas so luções são ensaiadas, antes de adotadas definitivamente, oferece hoje uma quase garantia de sucesso. Por maiores que sejam as dificuldades técnicas temos a certeza de que êsses trabalhos hão de se

procuraram de preferência para locali

fazer, em futuro próximo, por uma ne cessidade imperiosa da economia nacio

zar os seus estabelecimentos marítimos

nal.

os bons portos, de acesso naturalmente

Di<"-Kvro EcoNÓNnco

Com efeito, o vale do rio Doce,

por si referto de riquezas naturais da

costas e descendo aos vales, contornando

« O vale do RÜK.ira d. Iguale nítu-

raJmcnlc navegável c ja navegado ofe recendo^

pois. condições de decliv'idade suaves, ; c lamoso , ••••' noloo pelos seus recursos minerais, pela fertilidade das mas terras terras onde se mieiou uma flores

3 bastante

cente colonização de agricultores e nor éle chegarão facilmente ao mar os nrodutos abundantes das torras do sul de São Paulo e do norte do Paraná

A comunicação do Ribeira dè'lguane

cs contrafortes e trepando às gargantas elevadas. Hoje o problema das suas condições técnicas é mais sério porque o tráfego é mais pesado e mais intenso,

as superfícies de rolamento exigem cui dados especiais, controlados por labora tórios bem equipados. Haja vista o sacrifício que acaba de fazer São Paulo, projetando e construin do a ria Anchieta cuja repercussão na economia do Estado se fará sentir de

com o oceano Atlântico faz-se através de uma baixada litorânea recortada de

modo notável. Essa estrada que o exmo. sr. govemador Adhcmar de Barros teve

estendem desde Iguape até prãticamente à baía de Antonina, no Estado do Para

gurar a 22 do corrente, marca uma época na nossa técnica rodoviária, não

lagoas c dc canais profundos que se

a vcntxira de iniciar a construção e inau

pelas suas condições favoráveis de ná, necessitando a ligação, apenas de só traçado ^ como porque fez uso para con da sua infraestnitura dos re presença dos benefícios que produzirá. solidação cursos mais modernos da mecânica dos Dominando esse vasto lagamar, surge a c das fundações. Os nossos colegas histórica cidade de Cananéia que está solos que a levaram a termo, sob a direção

am canal rc1ali\'amente pequeno, em

fadada a ser _o entreposto marítimo de uma das regiões mais bom dotadas do

Brasil. Êsse grande surto irromperá no dia em que se abrir a franca navegação a barra de Cananeia como a abertura da barra do canal do Norte, no Estado

do Rio Grande do Sul, permitiu, por assim dizer, o brilhante progresso desse Estado que, do outro modo, estaria

condenado a ser tributário do pôrto de

Montevidéu. Desviei-me um pouco dos assuntos ro

doviários pròpriamente ditos, empolga

do pela questão^ dos _transportes nacio

nais, dos quais eles são um caso parti cular. Mas volto às rodovias que dei xaram de ser apenas uma rêde subsi

diária das estradas de ferro para adqui rirem em nossos dias uma individuali

proficiente de Ariovaldo Viana e de Dario de Castro Bueno, fizeram uma

obra digna dos maiores louvores e escre veram os seus nomes nos Anais da téc nica rodoviária brasileira.

Um país sem transporte, senhores,

está prisioneiro da civilização dentro de si mesmo e nada pode aspirar além da vida dos campos. Todas as atiridades da rida moderna estão baseadas numa

rêde de caminhos, permanentes e fá ceis, onde as rodovias sobressaem dispu tando a prioridade às estradas de ferro. Nelson

Ottoni de

Rezende, na sua

palestra já citada do Automóvel Clube de São Paulo, traçou por assim dizer o catecismo da propaganda a se fazer

para educar rodoriàriamente as diversas classes da sociedade, dizendo-se a cada

dade própria como meio de transporte terrestre independente, a ser articulado uma: Ao economista e banqüeiro ou ao ca corn os outros sistemas. Cresceram, po rém, as suas responsabilidades: não é pitalista: "The road to economv". Ê mais bastante que elas "ofereçam uma um axioma triunfante nos Estados Unidos. ■ rolamento adaptada á to-,

1< pografia do terreno, evitando terraplena-

j gcns e obras de arte, subindo às en

Ao Govêmo:

administração.

Sem estradas não há


Dioesto ECO.NÓMtCO

110

estudou a m'nula do decreto brasileiro;

esta Comissão, porém, precisou levar em conta os hábitos e as tradições das nos sas normas administrativas, sem o que o

fácil o foi daí que irradiaram depois

f)ara o interior cujas regiões adjacentes oram colonizando, obrigando-nos mais

tarde, depois da independência, à cons

novo regime se tomaria impraticável en

trução de estradas de ferro ou de roda

tre nós.

plo do país irmão e com esse exemplo

gem, com traçados onerosos e de difícil conservação c cujas condições técnicas, precárias para a época de hoje, precisam ser melhoradas. São Paido já deu um brilhante exemplo, fazendo descer a Sorocabana pelo valo do Cubalão com rampas c raios de curva admissíveis para um grande tráfego e onde os engenhei

procurarão resgatar o tempo perdido,

ros patricios construíram as mais arro

trabalhando afincadamente para dotarem

jadas obras de concreto armado. Entretanto, alguns vales existem de

Um detalhe apenas mostra

como são diferentes as coisas nos dois

países: os engenheiros brasileiros tive

ram que lutar mais doze anos do que os argentinos para conseguirem a sua autonomia rodoviária. Entretanto alcan

çaram-na e têm agora o brilhante exem

o Brasil, com a rapidez permitida pelos seus recursos financeiros e materiais, das grandes vias traçadas no Plano Rodoviá

muito mais fácil penetração, onde os ca

minhos terrestres alcançariam o planalto

rio Nacional e das res

em rampa suave, evitan

pectivas ligações princi pais. Sabem, porém, que

do as subidas e descidas

alternadas que atualmen-.

com isso a sua tarefa não

to caracterizam as- estra

estará terminada porque

das que partem do Rio, de Santos, de Paranaguá

o progresso da Nação,

do qual são os constru

ou de São Francisco. Re-

tores obscuros, estará sempre a fazer-lhes no vas exigências e a recla

firO-me, por exemplo, aos vales do rio Doce e do

Ribeira de Iguape, aban donados até lioje em vir

mar novos aperfeiçoamen tos e extensões da rede rodoviária.

_A configuração topográfica do Brasil não é das mais favoráveis ao traçado de caminhos que de um planalto aciden tado, recortado de montanhas ásperas entre vales extensos e diversamente ori

tude das suas cíifíceis co municações com o mar;

melhorado, porém, o acesso marítimo das suas embocaduras, a civilização en contrará o caminho desimpedido para ò planalto de Minas, de São Paulo e do

entados, encontram para chegar ao li toral do Atlântico, a leste, o paredão a

Paraná.

prumo da Serra do Mar. Sabemos bem

ingratos da nossa profissão, mas o re

o que nos tem custado galgar a sua

vertente marítima em demanda das gar gantas escondidas, dificuldade tanto mais agravada por uma distribuição das cida

des do litoral que obedeceu somente às marítima

facilidades de comunicação

com a metrópole portuguesa na época colonial. Com efeito, os, portugueses

Concordamos que, na realida

de, tais problemas de hidráulica fiúviomarítima são dos mais dispendiosos e curso moderno dos laboratórios de hi

dráulica aplicada, onde as diversas so luções são ensaiadas, antes de adotadas definitivamente, oferece hoje uma quase garantia de sucesso. Por maiores que sejam as dificuldades técnicas temos a certeza de que êsses trabalhos hão de se

procuraram de preferência para locali

fazer, em futuro próximo, por uma ne cessidade imperiosa da economia nacio

zar os seus estabelecimentos marítimos

nal.

os bons portos, de acesso naturalmente

Di<"-Kvro EcoNÓNnco

Com efeito, o vale do rio Doce,

por si referto de riquezas naturais da

costas e descendo aos vales, contornando

« O vale do RÜK.ira d. Iguale nítu-

raJmcnlc navegável c ja navegado ofe recendo^

pois. condições de decliv'idade suaves, ; c lamoso , ••••' noloo pelos seus recursos minerais, pela fertilidade das mas terras terras onde se mieiou uma flores

3 bastante

cente colonização de agricultores e nor éle chegarão facilmente ao mar os nrodutos abundantes das torras do sul de São Paulo e do norte do Paraná

A comunicação do Ribeira dè'lguane

cs contrafortes e trepando às gargantas elevadas. Hoje o problema das suas condições técnicas é mais sério porque o tráfego é mais pesado e mais intenso,

as superfícies de rolamento exigem cui dados especiais, controlados por labora tórios bem equipados. Haja vista o sacrifício que acaba de fazer São Paulo, projetando e construin do a ria Anchieta cuja repercussão na economia do Estado se fará sentir de

com o oceano Atlântico faz-se através de uma baixada litorânea recortada de

modo notável. Essa estrada que o exmo. sr. govemador Adhcmar de Barros teve

estendem desde Iguape até prãticamente à baía de Antonina, no Estado do Para

gurar a 22 do corrente, marca uma época na nossa técnica rodoviária, não

lagoas c dc canais profundos que se

a vcntxira de iniciar a construção e inau

pelas suas condições favoráveis de ná, necessitando a ligação, apenas de só traçado ^ como porque fez uso para con da sua infraestnitura dos re presença dos benefícios que produzirá. solidação cursos mais modernos da mecânica dos Dominando esse vasto lagamar, surge a c das fundações. Os nossos colegas histórica cidade de Cananéia que está solos que a levaram a termo, sob a direção

am canal rc1ali\'amente pequeno, em

fadada a ser _o entreposto marítimo de uma das regiões mais bom dotadas do

Brasil. Êsse grande surto irromperá no dia em que se abrir a franca navegação a barra de Cananeia como a abertura da barra do canal do Norte, no Estado

do Rio Grande do Sul, permitiu, por assim dizer, o brilhante progresso desse Estado que, do outro modo, estaria

condenado a ser tributário do pôrto de

Montevidéu. Desviei-me um pouco dos assuntos ro

doviários pròpriamente ditos, empolga

do pela questão^ dos _transportes nacio

nais, dos quais eles são um caso parti cular. Mas volto às rodovias que dei xaram de ser apenas uma rêde subsi

diária das estradas de ferro para adqui rirem em nossos dias uma individuali

proficiente de Ariovaldo Viana e de Dario de Castro Bueno, fizeram uma

obra digna dos maiores louvores e escre veram os seus nomes nos Anais da téc nica rodoviária brasileira.

Um país sem transporte, senhores,

está prisioneiro da civilização dentro de si mesmo e nada pode aspirar além da vida dos campos. Todas as atiridades da rida moderna estão baseadas numa

rêde de caminhos, permanentes e fá ceis, onde as rodovias sobressaem dispu tando a prioridade às estradas de ferro. Nelson

Ottoni de

Rezende, na sua

palestra já citada do Automóvel Clube de São Paulo, traçou por assim dizer o catecismo da propaganda a se fazer

para educar rodoriàriamente as diversas classes da sociedade, dizendo-se a cada

dade própria como meio de transporte terrestre independente, a ser articulado uma: Ao economista e banqüeiro ou ao ca corn os outros sistemas. Cresceram, po rém, as suas responsabilidades: não é pitalista: "The road to economv". Ê mais bastante que elas "ofereçam uma um axioma triunfante nos Estados Unidos. ■ rolamento adaptada á to-,

1< pografia do terreno, evitando terraplena-

j gcns e obras de arte, subindo às en

Ao Govêmo:

administração.

Sem estradas não há


Digesto Econômico

112

Ao ferroviário, ao marítimo e ao agri

cultor:

Ê um absurdo haver agricul

mas cuja preocupação diária as conduz

tura e comércio sem rodovias; pode ha

objetivo 6 criar uma espécie de cons

ver sem estradas de ferro, mas não

ciência nacional rodoviária, uma onda

sem estradas de rodagem. Ao médico, ao advogado e ao cientis ta; Repitamos a frase dos Irmãos da Clínica Mayo: "É impossível dar assis

de opinião que impeça a qualquer admi

tência e combater a dor sem estradas

de rodagem, o que seria possível embora sem qualquer outro meio de transporte". A imprensa: Lembremos que o mag

qual o Brasil não se poderá desenvolver. trações Rodoviárias é um dos primeiros as questões fundamentais que ela está

de Estados, secretiirios de Viação, pre-

de rodagem não há imprensa, pois por

feito.s, chefes de Serviços e engenheiros

ela chega o jornal diário ao leitor".

da especialidade, destaca-se um notá

estradas de rodagem não pode haver conforto espiritual".

Aos pais de família: Lembremos que o Brasil tem 80% de analfabetos e só a

estrada de rodagem pode levar o pro

fessor ou transportar a criança".

aos jovens nascidos no guan» te Aoda povo, ditadura fascista, às vitimas das

vel espírito de colaboração nacional, perdendo o problema da construção de rodovias entre nós o caráter regional que até então o mantinha afastado das arbitrariedades federais, para tomar o

feitio de um problema brasileiro,- pela solução do qual todos se esforçam. Eu destaco, portanto, no decreto-lei 8.463, além das vantagens já apontadas no do mínio da técnica e da economia, ainda

D. José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutínho ^Ão obstante a justa ressalva exarada

porém era-lhe superior em talentos e na

por João Francisco Lisboa (à pág.

variedade dos conliecimentos; pois p

do vol. IIX de suas "Obras"), no

bispo ostenta em suas obras profundas

tocante à atitude complacente de d. José

noções, não só de direito de governo e

Joaquim da Cunha de Azeredo Coutí nho com relação ao alvará de 5 de ja neiro de 1785 (felizmente revogado pelo

de economia política, como de vánas ciências, incluindo a mecânica; também

493

decreto de 1." de abril de 1808 do prín-

cipe-regente d. João), pelo qual d.

esta: a de ser um elo a mais, afirmando

ria I ordenou "a memorável destruição

a unidade nacional pela conjugação har moniosa de interesses para a grandeza da pátria comum.

de tôdas as nossas fábricas", o insigne

açúcar e de todos os generos de primeira necessida de: Lembremos que. se houvesse estra das de rodagem, issç não aconteceria". E terminando, senhores, eu propunha, As classes mlitares e navais: Lembre se me fôsse permitido,jjue esta Reunião mos das tog^as dos afundamentos do prestasse uma homenagem especial aos Afonso Pena do "Araraquara" e tan homens que, pelo seu grande espírito

tos outros, onde tantos brasileiros foram mortos, mais para garantir a ligação

II

benefícios do decreto-lci 8.463; entre

reso%endo, assistida por governadores

Lembremos o que

Especial para o "Digesto Econômico"

Senhores, esta Reunião das Adminis

"Sem estradas

aos espiritualistas:

por Basíuo Magalhães

dessa política que ora se inicia e sem a

sa Americana, afirmou:

disse o Metropolitano de Chicago: "Sem

Brasileiros

nistrador inadvertido recuar futuramente

nata Hearst, no Congresso da Impren

Às igrejas, aos bispos, aos padres e

Economistas

a rumos de cogitação diferentes; o seu

gurar iconogràficamente na "História ge

ragem, apesar de algumas perseguições, contra a Mesa da Consciência, pelos di

ral do Brasil" do competente e austero

reitos do soberano ao padroado das or

Vamhagen (vejam-se as págs, 14-17 do vol. V da 8.^ ed. integral), o qual o co locou entre os poucos patriotas e gran

(págs. 80-84), cogitando de Pemambu- ^ co, recenseia "o benéfico influxo, que ^

fliho da terra goitacá bem mereceu fi

do norte com o sul, sacrifício desneces

público e patriotismo, usaram da sua autoridade momentânea e do seu pres tígio para abrir à política rodoviária

sário se houvesse a rodovia Rio-Balúa.

brasileira os novos rumos que aqui co

ca será excessivo todo o reconliecimento

memoramos: eu quero referir-me ao expresidente, ministro José Linliares, ao general Gil Castelo Branco e ao enge-\ nheiro civil, Francisco de Assis BasíUo,

do Brasil". Em poucas palavras o vis conde de Pôrto-Seguro exprimiu, logo adiante, o juízo que lhe mereceu o nosso

Ao Govêrno atual: Que os planos de emergência de nada valerão se não hou ver caminhões, pneumáticos -e estradas para o seu carreamento às futurosas câ maras de expurgos".

Essa propaganda é necessária, não só

des pensadores, "a cuja memória nun

na ocasião o chefe do Gabinente do mi

egrégio patrício: " O bispo Azeredo

nistro da Viação e de cuja colaboração

Coutínho foi também grande advogado

eficiente e convicta, para vencer as di

do desenvolvimento da indústria e co

entre as classes mais desfavorecidas de

ficuldades da rotina, eu posso dar o

cultura como mesmo nas mais elevadas

mais completo testemunho.

se ocupou do problema da navegação aérea. Pugnou, em seus escritos, pela abolição, que conseguiu, do monopólio do sal, 6 (com José Bonifácio) pela da pesca das baleias, e, com exemplar co

mércio do Brasil. Em firmeza de cará ter e virtudes, não era inferior a Cairu;

dens militares..."

E. pouco alem

resultou à capitania tôda, da presença nela do ativo e ilustrado bispo Azeredo Coutinho, que, tomando posse do báculo em 1798, veio a reunir às funções epis

copais as de diretor-geral dos estudos da capitania e até as de governador in terino dela e de presidente da sua Junta

de Fazenda". E deixa expor, "no acento

sincero de um velho septuagenário, diri gindo-se ao soberano", os serviços pres-

!


Digesto Econômico

112

Ao ferroviário, ao marítimo e ao agri

cultor:

Ê um absurdo haver agricul

mas cuja preocupação diária as conduz

tura e comércio sem rodovias; pode ha

objetivo 6 criar uma espécie de cons

ver sem estradas de ferro, mas não

ciência nacional rodoviária, uma onda

sem estradas de rodagem. Ao médico, ao advogado e ao cientis ta; Repitamos a frase dos Irmãos da Clínica Mayo: "É impossível dar assis

de opinião que impeça a qualquer admi

tência e combater a dor sem estradas

de rodagem, o que seria possível embora sem qualquer outro meio de transporte". A imprensa: Lembremos que o mag

qual o Brasil não se poderá desenvolver. trações Rodoviárias é um dos primeiros as questões fundamentais que ela está

de Estados, secretiirios de Viação, pre-

de rodagem não há imprensa, pois por

feito.s, chefes de Serviços e engenheiros

ela chega o jornal diário ao leitor".

da especialidade, destaca-se um notá

estradas de rodagem não pode haver conforto espiritual".

Aos pais de família: Lembremos que o Brasil tem 80% de analfabetos e só a

estrada de rodagem pode levar o pro

fessor ou transportar a criança".

aos jovens nascidos no guan» te Aoda povo, ditadura fascista, às vitimas das

vel espírito de colaboração nacional, perdendo o problema da construção de rodovias entre nós o caráter regional que até então o mantinha afastado das arbitrariedades federais, para tomar o

feitio de um problema brasileiro,- pela solução do qual todos se esforçam. Eu destaco, portanto, no decreto-lei 8.463, além das vantagens já apontadas no do mínio da técnica e da economia, ainda

D. José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutínho ^Ão obstante a justa ressalva exarada

porém era-lhe superior em talentos e na

por João Francisco Lisboa (à pág.

variedade dos conliecimentos; pois p

do vol. IIX de suas "Obras"), no

bispo ostenta em suas obras profundas

tocante à atitude complacente de d. José

noções, não só de direito de governo e

Joaquim da Cunha de Azeredo Coutí nho com relação ao alvará de 5 de ja neiro de 1785 (felizmente revogado pelo

de economia política, como de vánas ciências, incluindo a mecânica; também

493

decreto de 1." de abril de 1808 do prín-

cipe-regente d. João), pelo qual d.

esta: a de ser um elo a mais, afirmando

ria I ordenou "a memorável destruição

a unidade nacional pela conjugação har moniosa de interesses para a grandeza da pátria comum.

de tôdas as nossas fábricas", o insigne

açúcar e de todos os generos de primeira necessida de: Lembremos que. se houvesse estra das de rodagem, issç não aconteceria". E terminando, senhores, eu propunha, As classes mlitares e navais: Lembre se me fôsse permitido,jjue esta Reunião mos das tog^as dos afundamentos do prestasse uma homenagem especial aos Afonso Pena do "Araraquara" e tan homens que, pelo seu grande espírito

tos outros, onde tantos brasileiros foram mortos, mais para garantir a ligação

II

benefícios do decreto-lci 8.463; entre

reso%endo, assistida por governadores

Lembremos o que

Especial para o "Digesto Econômico"

Senhores, esta Reunião das Adminis

"Sem estradas

aos espiritualistas:

por Basíuo Magalhães

dessa política que ora se inicia e sem a

sa Americana, afirmou:

disse o Metropolitano de Chicago: "Sem

Brasileiros

nistrador inadvertido recuar futuramente

nata Hearst, no Congresso da Impren

Às igrejas, aos bispos, aos padres e

Economistas

a rumos de cogitação diferentes; o seu

gurar iconogràficamente na "História ge

ragem, apesar de algumas perseguições, contra a Mesa da Consciência, pelos di

ral do Brasil" do competente e austero

reitos do soberano ao padroado das or

Vamhagen (vejam-se as págs, 14-17 do vol. V da 8.^ ed. integral), o qual o co locou entre os poucos patriotas e gran

(págs. 80-84), cogitando de Pemambu- ^ co, recenseia "o benéfico influxo, que ^

fliho da terra goitacá bem mereceu fi

do norte com o sul, sacrifício desneces

público e patriotismo, usaram da sua autoridade momentânea e do seu pres tígio para abrir à política rodoviária

sário se houvesse a rodovia Rio-Balúa.

brasileira os novos rumos que aqui co

ca será excessivo todo o reconliecimento

memoramos: eu quero referir-me ao expresidente, ministro José Linliares, ao general Gil Castelo Branco e ao enge-\ nheiro civil, Francisco de Assis BasíUo,

do Brasil". Em poucas palavras o vis conde de Pôrto-Seguro exprimiu, logo adiante, o juízo que lhe mereceu o nosso

Ao Govêrno atual: Que os planos de emergência de nada valerão se não hou ver caminhões, pneumáticos -e estradas para o seu carreamento às futurosas câ maras de expurgos".

Essa propaganda é necessária, não só

des pensadores, "a cuja memória nun

na ocasião o chefe do Gabinente do mi

egrégio patrício: " O bispo Azeredo

nistro da Viação e de cuja colaboração

Coutínho foi também grande advogado

eficiente e convicta, para vencer as di

do desenvolvimento da indústria e co

entre as classes mais desfavorecidas de

ficuldades da rotina, eu posso dar o

cultura como mesmo nas mais elevadas

mais completo testemunho.

se ocupou do problema da navegação aérea. Pugnou, em seus escritos, pela abolição, que conseguiu, do monopólio do sal, 6 (com José Bonifácio) pela da pesca das baleias, e, com exemplar co

mércio do Brasil. Em firmeza de cará ter e virtudes, não era inferior a Cairu;

dens militares..."

E. pouco alem

resultou à capitania tôda, da presença nela do ativo e ilustrado bispo Azeredo Coutinho, que, tomando posse do báculo em 1798, veio a reunir às funções epis

copais as de diretor-geral dos estudos da capitania e até as de governador in terino dela e de presidente da sua Junta

de Fazenda". E deixa expor, "no acento

sincero de um velho septuagenário, diri gindo-se ao soberano", os serviços pres-

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Dicesií) Econômico

H4

Dícesto Econômico

115

que constam da "Cópia da carta que a Sua Magestade o Senhor Rei D. João VI

Morais, a qual .se malrimuiiiou com Se bastião da Cunha Coutinho Rangel, ca

ração à coroa cia viltimn capitania brasi

rioca (descendente dos Buenos de São

leira".

(seado Prínclpe-Rcgcnte de Portugal)

Paulo e aparentado com os Azeredo-Cou-

taclos à sua pátria pelo sábio antíste, e

escreveu o bispo de Elvas, em 1816"

tinhos), senhor de engenhos c persona

(Londres, 1817). Nesse documento au-

lidade de alto prestígio na terra goitacá.

to-biográfico é que se acham consigna

Do distinto e abastado casal foi que pro veio José Joaquint da Cunha de Aze

dos os melhoramentos devidos pela cul tura inte'ectua! da nossa pátria ao seu douto e operoso filho. Pouco faltando para atingir aos 80

anos, expirou, todavia, .sem haver po dido assistir à definitiva emancipação política de sua pátria, já então reino,

mas ainda fazendo parte da monarquia trial lusitana. Pertenceu, portanto, como Alexandre de Gusmão ao período colo nial, maugrado o Bra.sii não mais de vesse ser considerado "colônia" desde o decreto de 16 de dezembro de 1815.

redo Coutinho. Primogênito, tomou-se o suces.sor do pai no "morgadio dos Azeredos", o qual não se confundia com o

dos seü.s ilustres parentes, também por tadores do cognome Azcrcdo-Coutinho, porquanto o dêste.s era o "morgadio de

José escolheu para membros da mesma,

Como as.scgura Joaipiim José Pedro

com a missão especial de se encarrega

Lope.s (págs. 106-107 do vol. VII, 1845j da "Rev. cio Inst. Hist. c Geogr. Bras.",

rem da refomia da universidade de

que transcreveu a biografia inserta na

d. Francisco de Lemos de Faria Pereira

Coimbra, dois patrícios nossos, os irmãos

"Gazeta Universal" de 27 dc setembro

Coutinho (c>onde de Arganil) e João Pe

de 1821), foi na capital do Estado do Brasil cjuc José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho "aprendeu as primei ras letras, gramática, retórica e belasletras, filosofia c teologia, mostrando tal aptidão e perspicácia em todos os estu

reira Ramos de Azeredo Coutinho.

A

êsses eruditos fluminenses deveram-se:

o "Compêndio histórico do est-ado da universidade de Coimbra, no tempo da invasão dos denominados jesuítas e dos

Marapicu", no termo de Iguaçu. Em 1747, a Câmara Municipal da vila

dos. que sempre mereceu particular es

de Sâo-Salvador incorporou na coroa a

tres; em lugar de entreter, como muitos, as horas vagas do estudo em ócio ou travessuras cia mocidade, deu-se ao agradá

estragos feitos nas ciências, nos profes sores e diretores que as regiam, pelas maquinações e publicações dos novos estatutos por eles fabricados" (Lisboa, 1772), grosso volume publicado em no me da Junta de Providência Literária; e

vel entretenimento da música, e con

os "Estatutos da Universidade de Coim

seguiu tocar, com bastante destreza, al

capitania dc Campos-dos-Goitaca.scs, até então pertencente aos Assccus (porém

só em 1752 comprada aos mesmos pelo Nasceu a 8 de setembro de 1742, no- rei d. José), e, em conseqüência de se distrito da então vila de São-Salvador melhante ato, houve ali, no ano seguinte, (fundada em 29 de maio de 1677, tendo unia tremenda conflagração, na qual retomado o nome batísmal do 1.® visconde fulgiu a figura patriótica e intrépida de de A.sseca, Salvador Correia de Sá e

"Enciclopédia", o grande ministro de d.

tima e distinção de todos os seus mes

Não nos conta o

bra" (Lisboa, 1772, em tré.s tomos), nos quais também colaborou José Mon

seu citado biógrafo qual o colégio onde

teiro da Rocha, encarregado da parte

o menino campista^ cursou tantas maté

relativa às ciências naturais.

guns instrumeiitD.s".

Havendo perdido os pais en\ 1768,

rias, sendo do acreditarrse tenha sido

Benevides), da Capitania de Campos-dos-

Benta Pereira, a quem não faltou o decisivo apoio de sua fillia Mariana Bar

Goitacases, e faleceu em Lisboa, a 12

reto e dos irmãos desta, Manuel e Fran

pulsos do Brasil em 1759. Como quer

Coutinho assumiu pessoahnente a ge.stão

cisco Manhães Barreto.

que seja, acrescenta J. J- P- Lopes:

do morgadio de que era titular, exer-

A exemplo de outros proprietários de fazendas e engenhos, retirau-.se dali, em 1748, com tôda a sua família, para a cidade do Rio-de-Janeiro, Sebastião da Cunha Coutinho Rangel, que não ficou

"Acabados os seus estudo.s, passou a via jar por todas as terras daquela região até Minas-Gcrais, não como estéril via jante, mas como filósofo observador, fa

de setembro de 1821.

Naquela donatária dos Assecas, o.s goitacases e os coropós, estes vencidos por aqueles, passaram a denominar-se con juntamente "coroados", tendo concorri

do eficazmente para a pacificação dos mesmos o capitão-mor Domingos Álva res Pessanlia (proprietário da vasta fa

zenda de Santa-Cruz, em cuja capela

de braços cruzados ante aquela sanguinosa tragédia, visto como foi ele, segun do Alberto Ribeiro Lamego (veja-se "O

de Santa-Rita foi batizado seu depois

homem e o brejo", pág. 74), "o advoga

célebre neto) e seu filho, o benemérito

Irmã deste

do dos campistas", tendo ido a Lisboa expor "a el-rei toda a calamidade, mais

clérigo era d. Isabel Sebastíana Roso de

uma vez suplicando a definitiva incorpo-

padre Ângelo Pessanha.

o dos jesuítas, pois estes só foram ex

zendo seus apontamentos do que julga va mais notável".

Criada em 1770, pelo "marquês-rei" (como Camilo Castelo-Branco chamou,

com acôrto, a Pombal), sob a direção do imortal estadista presidência do car deal da Cunha, a Junta de Providência Literária, destinada a substituir em Por tugal a influência do loiolismo pela da

José Joaquim da Cunha de Azeredo cendo-a apenas durante sete anos. Sem

esposa e filhos, como também, provàvelmente, sem a preocupação de acumu lar maior fortuna pecuniária mediante a

exploração das terras que lhe pertenciam, — não tardou a dominá-lo o desejo de aperfeiçoar os seus conhecimentos inte lectuais, volando-se, mercê dos mes

mos, à carreira eclesiástica. Renunciando a todos os seus direitos

sôbre o vinculo que possuía na terra flu minense, o "morgadio dos Azeredos", em favor de seu irmão Sebastião da


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Dicesií) Econômico

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Dícesto Econômico

115

que constam da "Cópia da carta que a Sua Magestade o Senhor Rei D. João VI

Morais, a qual .se malrimuiiiou com Se bastião da Cunha Coutinho Rangel, ca

ração à coroa cia viltimn capitania brasi

rioca (descendente dos Buenos de São

leira".

(seado Prínclpe-Rcgcnte de Portugal)

Paulo e aparentado com os Azeredo-Cou-

taclos à sua pátria pelo sábio antíste, e

escreveu o bispo de Elvas, em 1816"

tinhos), senhor de engenhos c persona

(Londres, 1817). Nesse documento au-

lidade de alto prestígio na terra goitacá.

to-biográfico é que se acham consigna

Do distinto e abastado casal foi que pro veio José Joaquint da Cunha de Aze

dos os melhoramentos devidos pela cul tura inte'ectua! da nossa pátria ao seu douto e operoso filho. Pouco faltando para atingir aos 80

anos, expirou, todavia, .sem haver po dido assistir à definitiva emancipação política de sua pátria, já então reino,

mas ainda fazendo parte da monarquia trial lusitana. Pertenceu, portanto, como Alexandre de Gusmão ao período colo nial, maugrado o Bra.sii não mais de vesse ser considerado "colônia" desde o decreto de 16 de dezembro de 1815.

redo Coutinho. Primogênito, tomou-se o suces.sor do pai no "morgadio dos Azeredos", o qual não se confundia com o

dos seü.s ilustres parentes, também por tadores do cognome Azcrcdo-Coutinho, porquanto o dêste.s era o "morgadio de

José escolheu para membros da mesma,

Como as.scgura Joaipiim José Pedro

com a missão especial de se encarrega

Lope.s (págs. 106-107 do vol. VII, 1845j da "Rev. cio Inst. Hist. c Geogr. Bras.",

rem da refomia da universidade de

que transcreveu a biografia inserta na

d. Francisco de Lemos de Faria Pereira

Coimbra, dois patrícios nossos, os irmãos

"Gazeta Universal" de 27 dc setembro

Coutinho (c>onde de Arganil) e João Pe

de 1821), foi na capital do Estado do Brasil cjuc José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho "aprendeu as primei ras letras, gramática, retórica e belasletras, filosofia c teologia, mostrando tal aptidão e perspicácia em todos os estu

reira Ramos de Azeredo Coutinho.

A

êsses eruditos fluminenses deveram-se:

o "Compêndio histórico do est-ado da universidade de Coimbra, no tempo da invasão dos denominados jesuítas e dos

Marapicu", no termo de Iguaçu. Em 1747, a Câmara Municipal da vila

dos. que sempre mereceu particular es

de Sâo-Salvador incorporou na coroa a

tres; em lugar de entreter, como muitos, as horas vagas do estudo em ócio ou travessuras cia mocidade, deu-se ao agradá

estragos feitos nas ciências, nos profes sores e diretores que as regiam, pelas maquinações e publicações dos novos estatutos por eles fabricados" (Lisboa, 1772), grosso volume publicado em no me da Junta de Providência Literária; e

vel entretenimento da música, e con

os "Estatutos da Universidade de Coim

seguiu tocar, com bastante destreza, al

capitania dc Campos-dos-Goitaca.scs, até então pertencente aos Assccus (porém

só em 1752 comprada aos mesmos pelo Nasceu a 8 de setembro de 1742, no- rei d. José), e, em conseqüência de se distrito da então vila de São-Salvador melhante ato, houve ali, no ano seguinte, (fundada em 29 de maio de 1677, tendo unia tremenda conflagração, na qual retomado o nome batísmal do 1.® visconde fulgiu a figura patriótica e intrépida de de A.sseca, Salvador Correia de Sá e

"Enciclopédia", o grande ministro de d.

tima e distinção de todos os seus mes

Não nos conta o

bra" (Lisboa, 1772, em tré.s tomos), nos quais também colaborou José Mon

seu citado biógrafo qual o colégio onde

teiro da Rocha, encarregado da parte

o menino campista^ cursou tantas maté

relativa às ciências naturais.

guns instrumeiitD.s".

Havendo perdido os pais en\ 1768,

rias, sendo do acreditarrse tenha sido

Benevides), da Capitania de Campos-dos-

Benta Pereira, a quem não faltou o decisivo apoio de sua fillia Mariana Bar

Goitacases, e faleceu em Lisboa, a 12

reto e dos irmãos desta, Manuel e Fran

pulsos do Brasil em 1759. Como quer

Coutinho assumiu pessoahnente a ge.stão

cisco Manhães Barreto.

que seja, acrescenta J. J- P- Lopes:

do morgadio de que era titular, exer-

A exemplo de outros proprietários de fazendas e engenhos, retirau-.se dali, em 1748, com tôda a sua família, para a cidade do Rio-de-Janeiro, Sebastião da Cunha Coutinho Rangel, que não ficou

"Acabados os seus estudo.s, passou a via jar por todas as terras daquela região até Minas-Gcrais, não como estéril via jante, mas como filósofo observador, fa

de setembro de 1821.

Naquela donatária dos Assecas, o.s goitacases e os coropós, estes vencidos por aqueles, passaram a denominar-se con juntamente "coroados", tendo concorri

do eficazmente para a pacificação dos mesmos o capitão-mor Domingos Álva res Pessanlia (proprietário da vasta fa

zenda de Santa-Cruz, em cuja capela

de braços cruzados ante aquela sanguinosa tragédia, visto como foi ele, segun do Alberto Ribeiro Lamego (veja-se "O

de Santa-Rita foi batizado seu depois

homem e o brejo", pág. 74), "o advoga

célebre neto) e seu filho, o benemérito

Irmã deste

do dos campistas", tendo ido a Lisboa expor "a el-rei toda a calamidade, mais

clérigo era d. Isabel Sebastíana Roso de

uma vez suplicando a definitiva incorpo-

padre Ângelo Pessanha.

o dos jesuítas, pois estes só foram ex

zendo seus apontamentos do que julga va mais notável".

Criada em 1770, pelo "marquês-rei" (como Camilo Castelo-Branco chamou,

com acôrto, a Pombal), sob a direção do imortal estadista presidência do car deal da Cunha, a Junta de Providência Literária, destinada a substituir em Por tugal a influência do loiolismo pela da

José Joaquim da Cunha de Azeredo cendo-a apenas durante sete anos. Sem

esposa e filhos, como também, provàvelmente, sem a preocupação de acumu lar maior fortuna pecuniária mediante a

exploração das terras que lhe pertenciam, — não tardou a dominá-lo o desejo de aperfeiçoar os seus conhecimentos inte lectuais, volando-se, mercê dos mes

mos, à carreira eclesiástica. Renunciando a todos os seus direitos

sôbre o vinculo que possuía na terra flu minense, o "morgadio dos Azeredos", em favor de seu irmão Sebastião da


Dicesto

116

Econômico

'•

para Portugal em 1775. Era o conde de Arganíl, seu consanguíneo, quem ainda reitorava (e o fez

estudos", acrescentando J. J. P. Lopes,

da casa real e coronel da cavalaria mi-

bciana do Río-de-Janeíro), embarcou

117

Econóauco

1

exigência obtivesse dispensa por ato da rainha, do que havia precedentes na quele tribunal. ■" A isso respondeu éle, dignamente, "que não pretendia dispensa em matéria de

Cunha de Azeredo Coutinho (fidalgo

Dicesto

obtido da coroa c.xonerar-se do bispado

fôsse e.scolhido outro brasileiro, recaindo

latutos do recolhimento de Nossa-Senhora-da-G!ória do lugar da Boa-Vísta de Pernambuco", ambos publicados em Lisboa (1798). Assim, mal tomou pos

no cônego José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho a nomeação, logo apro vada pelo papa Pio VI. Conforme expõe o episódio o padre

se, a 29 de dezembro de 1798, pessoal mente, do sólio episcopal (no qual se conservou apenas até 5 de jullio de 1802), cogitou de aparelliar e inaugurar

Heliodoro Pires, em sua monografia inserta às págs. 781-810 do vol. I dos "Anais do 1.® Congresso de História

os referidos estabelecimentos de educa

de Olinda, em 1793, e, para seu suces

sor. entendeu o príncipe-regente d. João

por muitos anos, até ao em que o colheu

que com razão !hc enaltece o nobre

a morte) a Universidade de Coimbra.

gesto:

Nela imediatamente admitido, pois já se havia habilitado em filosofia e teologia na capital brasileira, José Joaquim da charelando-se em direito canônico, base

ir outra x-ez para a Universidade, donde saira havia anos; freqüentou o sexto ano acadêmico, no fim do qual fez luzidíssiinos atos, e recebeu o grau de licencia do, que a lei mandava tivessem os elei tos para deputados do Santo-Oficio".

da missão sacerdotal, a que aspirava, c para a qual recebeu logo as ordens exi gidas pela Igreja Católica. Tal era, po rém, a sua avidez de boa cultura espiri

De tão espinhoso mandato desempe nhou-se por cerca de dez anos (17841794), e foi nessa época que, sofrendo Portugal a repercussão da Grande Crise

pelo filho de d. Maria I, de ser criado um seminário em Olinda. E daí resultou um dos seus mais notáveis, serviços à

Ocidental, isto é, da revolução francesa

cultura brasileira.

Cunha de Azeredo Coutinho cursou ali

especialmente os estudos jurídicos, ba-

tual, que não se contentou com aquele diploma universitário, porquanto segun-

1^ do relata J, J. p. Lopes, continuou ali o seu preparo científico "e na história

natural, na física experimental e na química, sobressaiu sempre, de modo que se compraziam os lentes em lhe dar

louvor, e os condiscípulos e contemporâ neos em tributar estima e respeito a um colega, que era exemplar no comporta mento e tão abalisado em seus estudos". Graças à influência do conde de Ar-

gánil, mereceu de d. Maria I o lugar de arcediago da'catedral do Rio-de-Janeiro; mas, ocorrendo logo uma vaga de deputado do Santo-Ofício de Lisboa, entendeu a soberana de preenchê-la com

o nosso patrício. Exigia tal cargo um grau acadêmico mais elevado que o de bacharel, e o cônego José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho foi aconse-

IJiadr^ por amigos a que de semelhante

"E, com efeito, tratou logo de

de 1789, a qual ia alterar tão profunda mente u face do inundo cultural, —

revelou o nosso eminente patrício a sua ampla capacidade de economista, escla

recido pela "Enciclopédia" e pelos cíen' tistas abeberados na obra imperecível de Diderot e d'Alembert.

Datam, com efei

to, de 179Í, 1794 e 1796, respectiva mente, os três trabalhos seus, "Memó

ria sôbre o preço do açúcar", "Ensaio econômico

sôbre

o

comércio

de Por

tugal e suas colônias" e "Análise sobre a justiça do comércio do resgate dos es

cravos da costa da África", dos quais farei adiante mais detida apreciação, e que o exalçaram irnediataniente, no juí zo dos contemporâneos competentes, à categoria de aproveitado discípulo de Quesnay, Turgot e Adam Smith.

Mas d. fr. Diogo de Jesus Jardim (na tural de Sabará,

Minas-Cerais)

havia

Nacional",

relutou

o

ínclito filho da

terra goitacá em empunhar o báculo da

mencionada diocese pernambucana, só o aceitando ante o compromisso, assumido

ção, os melhores ate então aparecidos no Brasil, e que constituiram, no dizer de Oliveira Lima, uma "ruptura com a tra

dição jesuítica do ensino colonial". Tão influenciado estava o espírito do insigne

antiste pelas idéias da "Enciclopédia" (já aproveitadas por seus dois parentes, atrás citados, na reforma pombalina da Universidade de Coimbra), que não só

logrou obter do govêmo da metrópole

Antes de sair de Portugal, conseguiu

a criação das cadeiras de aritmética,

fôsse expedido o ato régio, datado de 22 de março de 1794, pelo qual passaram à propriedade da sé catedral do bispado pernambucano o colégio, igreja e alfaias que haviam sido confiscados em Olinda

agôsto de 1799), encarregando-se a inspeção-geral do ensino aos governadores e

aos jesuítas em 1759, constando do de creto da doação que a mesma se desti nava a "um semüiário de educação da

mocidade".

Sagrado na capital portu

guesa, a 25 de janeiro de 1795, empos sou-se, a 6 de agôsto de 1798, por pro

curação, no cargo episcopal. Foi ainda lá que redigiu e fez imprimir os regula mentos e respectivos programas dos dois institutos de ensino que, em boa hora, tinha resolvido instalar na capitania bra

sileira, celebrizitda pela epopéia da ex

pulsão dos holandeses:

"Estatutos do

seminário episcopal de Nossa-Senhora-da-Graça da cidade de Olinda" e "Es-

geometria e trigonometria na capitania de Pernambuco (carta-régia de 19 de

bispos, como ainda tomou obrigatória

no Seminário de Olinda a aprendizagem

de física, química, mineralogia, botâ nica e desenho. E, assim, o excelente

instituto, onde também eram admitidos moços que não se destinavam à vida sa cerdotal, começou a ensinar (pondera-o acertadamente Gilberto Freire, em seu

livro "Sobrados e mucambos") ' as ciên

cias úteis que tomassem o rapaz mais

apto a corresponder às necessidades do

meio brasileiro, cuja transição do patriar-

calismo agrário para um tipo de vida mais urbana e mais industrial exigia ori

entadores, técnicos bem instruídos...",

instaurando igualmente "o estudo dos


Dicesto

116

Econômico

'•

para Portugal em 1775. Era o conde de Arganíl, seu consanguíneo, quem ainda reitorava (e o fez

estudos", acrescentando J. J. P. Lopes,

da casa real e coronel da cavalaria mi-

bciana do Río-de-Janeíro), embarcou

117

Econóauco

1

exigência obtivesse dispensa por ato da rainha, do que havia precedentes na quele tribunal. ■" A isso respondeu éle, dignamente, "que não pretendia dispensa em matéria de

Cunha de Azeredo Coutinho (fidalgo

Dicesto

obtido da coroa c.xonerar-se do bispado

fôsse e.scolhido outro brasileiro, recaindo

latutos do recolhimento de Nossa-Senhora-da-G!ória do lugar da Boa-Vísta de Pernambuco", ambos publicados em Lisboa (1798). Assim, mal tomou pos

no cônego José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho a nomeação, logo apro vada pelo papa Pio VI. Conforme expõe o episódio o padre

se, a 29 de dezembro de 1798, pessoal mente, do sólio episcopal (no qual se conservou apenas até 5 de jullio de 1802), cogitou de aparelliar e inaugurar

Heliodoro Pires, em sua monografia inserta às págs. 781-810 do vol. I dos "Anais do 1.® Congresso de História

os referidos estabelecimentos de educa

de Olinda, em 1793, e, para seu suces

sor. entendeu o príncipe-regente d. João

por muitos anos, até ao em que o colheu

que com razão !hc enaltece o nobre

a morte) a Universidade de Coimbra.

gesto:

Nela imediatamente admitido, pois já se havia habilitado em filosofia e teologia na capital brasileira, José Joaquim da charelando-se em direito canônico, base

ir outra x-ez para a Universidade, donde saira havia anos; freqüentou o sexto ano acadêmico, no fim do qual fez luzidíssiinos atos, e recebeu o grau de licencia do, que a lei mandava tivessem os elei tos para deputados do Santo-Oficio".

da missão sacerdotal, a que aspirava, c para a qual recebeu logo as ordens exi gidas pela Igreja Católica. Tal era, po rém, a sua avidez de boa cultura espiri

De tão espinhoso mandato desempe nhou-se por cerca de dez anos (17841794), e foi nessa época que, sofrendo Portugal a repercussão da Grande Crise

pelo filho de d. Maria I, de ser criado um seminário em Olinda. E daí resultou um dos seus mais notáveis, serviços à

Ocidental, isto é, da revolução francesa

cultura brasileira.

Cunha de Azeredo Coutinho cursou ali

especialmente os estudos jurídicos, ba-

tual, que não se contentou com aquele diploma universitário, porquanto segun-

1^ do relata J, J. p. Lopes, continuou ali o seu preparo científico "e na história

natural, na física experimental e na química, sobressaiu sempre, de modo que se compraziam os lentes em lhe dar

louvor, e os condiscípulos e contemporâ neos em tributar estima e respeito a um colega, que era exemplar no comporta mento e tão abalisado em seus estudos". Graças à influência do conde de Ar-

gánil, mereceu de d. Maria I o lugar de arcediago da'catedral do Rio-de-Janeiro; mas, ocorrendo logo uma vaga de deputado do Santo-Ofício de Lisboa, entendeu a soberana de preenchê-la com

o nosso patrício. Exigia tal cargo um grau acadêmico mais elevado que o de bacharel, e o cônego José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho foi aconse-

IJiadr^ por amigos a que de semelhante

"E, com efeito, tratou logo de

de 1789, a qual ia alterar tão profunda mente u face do inundo cultural, —

revelou o nosso eminente patrício a sua ampla capacidade de economista, escla

recido pela "Enciclopédia" e pelos cíen' tistas abeberados na obra imperecível de Diderot e d'Alembert.

Datam, com efei

to, de 179Í, 1794 e 1796, respectiva mente, os três trabalhos seus, "Memó

ria sôbre o preço do açúcar", "Ensaio econômico

sôbre

o

comércio

de Por

tugal e suas colônias" e "Análise sobre a justiça do comércio do resgate dos es

cravos da costa da África", dos quais farei adiante mais detida apreciação, e que o exalçaram irnediataniente, no juí zo dos contemporâneos competentes, à categoria de aproveitado discípulo de Quesnay, Turgot e Adam Smith.

Mas d. fr. Diogo de Jesus Jardim (na tural de Sabará,

Minas-Cerais)

havia

Nacional",

relutou

o

ínclito filho da

terra goitacá em empunhar o báculo da

mencionada diocese pernambucana, só o aceitando ante o compromisso, assumido

ção, os melhores ate então aparecidos no Brasil, e que constituiram, no dizer de Oliveira Lima, uma "ruptura com a tra

dição jesuítica do ensino colonial". Tão influenciado estava o espírito do insigne

antiste pelas idéias da "Enciclopédia" (já aproveitadas por seus dois parentes, atrás citados, na reforma pombalina da Universidade de Coimbra), que não só

logrou obter do govêmo da metrópole

Antes de sair de Portugal, conseguiu

a criação das cadeiras de aritmética,

fôsse expedido o ato régio, datado de 22 de março de 1794, pelo qual passaram à propriedade da sé catedral do bispado pernambucano o colégio, igreja e alfaias que haviam sido confiscados em Olinda

agôsto de 1799), encarregando-se a inspeção-geral do ensino aos governadores e

aos jesuítas em 1759, constando do de creto da doação que a mesma se desti nava a "um semüiário de educação da

mocidade".

Sagrado na capital portu

guesa, a 25 de janeiro de 1795, empos sou-se, a 6 de agôsto de 1798, por pro

curação, no cargo episcopal. Foi ainda lá que redigiu e fez imprimir os regula mentos e respectivos programas dos dois institutos de ensino que, em boa hora, tinha resolvido instalar na capitania bra

sileira, celebrizitda pela epopéia da ex

pulsão dos holandeses:

"Estatutos do

seminário episcopal de Nossa-Senhora-da-Graça da cidade de Olinda" e "Es-

geometria e trigonometria na capitania de Pernambuco (carta-régia de 19 de

bispos, como ainda tomou obrigatória

no Seminário de Olinda a aprendizagem

de física, química, mineralogia, botâ nica e desenho. E, assim, o excelente

instituto, onde também eram admitidos moços que não se destinavam à vida sa cerdotal, começou a ensinar (pondera-o acertadamente Gilberto Freire, em seu

livro "Sobrados e mucambos") ' as ciên

cias úteis que tomassem o rapaz mais

apto a corresponder às necessidades do

meio brasileiro, cuja transição do patriar-

calismo agrário para um tipo de vida mais urbana e mais industrial exigia ori

entadores, técnicos bem instruídos...",

instaurando igualmente "o estudo dos


Diof-sto Econômico

O distinto clérigo fluminense, que se problemas econômicos, criados pela mi

transcrição dos mc.smos às págs. 81-8^

neração, pela industrialização, pelo de

do vol. V da 3.*'' cd. -integral da "His tória geral do Brasil" de Varnhagen) na

havia revelado tão hábil estadista na capitania de Pernambuco, deixou as nos

clínio-da economia baseada simplesmente na monocultura ou no monopólio". Se

exposição dos serviços então prestados

gundo a asserção de Fernando de Aze

à nossa pátria e feita em carta ao seo

sas plagas á.5 de julho de 1802. Quando velejou para u metrópole, já estava transferido pelo príncipe-regente, em

vedo ("A cultura brasileira", pág. 327),

soberano.

carta autógrafa de 25 de fevereiro do

"a geração educada no Seminário de Olinda, que se tomou o foco de irradia

ção das idéias liberais, foi a brigada dc choque da nova ordem européia no Bra sil, e tal influência exerceu no preparo e na direção da revolução pernambuca na de 1817, que esta se pode considerar estreitamente ligada, pelas suas raízes, àquele instituto, devido à difusão das

idéias liberais". Se, conforme Capistrano de Abreu, "sem Azeredo Coutinho, não surg:ria a geração idealista de 1817", o Seminário de Olinda também serviu

119

Diofsto Econômico

118

Blake registrou a existência de "uma

dito ano, para a diocese de Miranda-e-

coleção de escritos de vários autores* ^

Bragança, da qual havia feito desistência

qual foi "A gratidão pernambucana ao

o respectivo ocupante. Antes de partir

uma das suas mais.afamadas obras in telectuais.

Mal o mencionado requerimento saiu dos prelos, com o comprido título de "Alegação jurídica, na qual se mostra que são do padroado da coroa, e não da ordem militar de Cristo, as igrejas,

dignidades e benefícios dos bispados do Cabo do Bojador para o sul, cm que se compreendem os bispados de Cabo-

seu benfeitor, o cxmo. e revmo. sr. d.

do Brasil, escolheu pessoa idônea para

Vcrdc, São-Tomé, Angola, Brasil, índia,

José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho, bispo de Elvas, cm outio

governar o aludido bispado lusitano em seu nome, até que pudesse empossar-se no mesmo. Mas, apenas pôs os pés em

até a China" (Lisboa, 1804), foram mandados recolher (isto é, ficaram im

tempo de Pernambuco. — O. d. e c. os sócios da

Li.sboa, aconteceu o mais singular dos fatos: o antiste de Miranda-c-Bragança '•desistiu da desistência", o que tornou

Academia Pernambucana

e os alunos do Seminário Olindensc" (Lisboa, 1808).

Como esclareceu o

sem efeito a nomeação do levita brasilei

padre Heliodoro Pires, cm .seu estudo sôbre o referido antiste, a antologia

ro, e a Mesa de Consciência e Ordens,

se caracterizou pela grande

inteirada de achar-se o nosso patrício na capital portuguesa, declarou vacante a

pedidos de divulgação) os exemplares da mesma, por previsão de 20 de junho do mesmo ano. Alguns, entretanto, ha viam sido entregues ao público, e a Mesa de Consciência e Ordens julgou de bom alvitre dar a lume, após longo espaço

Reis Curado, Manuel dos Reis Cura

bido daquela sé catedral, — que o refe

de tempo, documentada contradita ao trabalho do nosso patrício. Fraca foi essa resposta, mandada estampar pelo aludido tribunal, e d. José Joaquim da

do e padre Manuel de Sousa Magalhães, tendo .só este lucubrado quatro sonetos e

rido tribunal considerava como uma igreja das Ordens, — assumisse o gover

u dissecá-la e pulverizá-la, num \olume

odes pindáricas. Unia vez que os 1787. Foi o dito capitão-general subs duas historiadores da nossa literatura não de tituído, em 29 de dezembro de 1798, ram matrícula em seus compêndios a ne

no do bispado pernambucano. Insurgíndo-se contra a usurpação, que

(raríssimo, porém que tive a fortuna de possuir, encadernado com a menciona

a Mesa de Consciência e Ordens fazia da

para preparar, consoante Oliveira Lima,

a independência.brasileira.

Quatro dias após a chegada do novo bispo a Olinda, deixava o govêmo de, Pernambuco d. Tomás José de Melo,

que do mesmo se havia empossado em

por uma junta triunviral da quíi' faziam

parte o bispo, o ouvidor-geral e o inten

dente da Marinha. E, em conseqüência disso, d. José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho exerceu simultanea mente a direção da sua diocese e a adminstração política do Leão-do^Norte. Como, por fôrça desta, houvesse funcio nado como presidente da Junta da Fa

zenda Real (criada pela carta-régía de

cópia de

poemetos, da lavra de Antônio Lourenço da Silva, Francisco de Sales dos

diocese de Olinda, detenninando ao ca

Cunha de Azeredo Coutinho não tardou

da "Alegação jurídica") ao qual apli sua jurisdição episcopal o do padroado cou o prudente princípio "Audiétur et

nhum sodalício espiritual surto no Leãocomeços do XIX, o sobredilo escritor

da coroa (confundido por ela com o pa droado da Ordem de Cristo), d. José

altera pars": o "Comentário para a in teligência das bulas e documentos que

cearense achou asado indagar das datas

Joaquim da Cunha de Azeredo Couti-

de fundação e duração, assim como do

nlio não só ordenou ao seu substituto

o rev. dr. Dionísio Miguel Leitão Cou tinho juntou à sua "Refutação contra a

legal (o deão Manuel Xavier Carneiro da Cunha) não admitisse intrusão al guma do cabido olindensc no bispado

cios do Cabo do Bojador paru o sul", sôbre a jurisdição dos bispos ultramari

de que ninfbi era o titular, como.dirigiu

nos, sôbre o senhorio e domínio das con de ültramar etc." (Lisboa, 1808), com

um mapa dos limites dos padroados; o

-do-Norle em fins do século XVIII e

influxo de tal grêmio na atividade inte lectual do norte do nosso^^aís. Mas náo logrou apurar nada disso, nem se, como me parece cxurial, tenha sido Azeredo Coutinho o criador ou o inspirador e

\

10 de abril de 1769) e como diretor-

animador • da

Academia Pernam

ao soberano uma vigorosa e fundamen tada petição, a quíd veio a constituir,

geral dos estudos de Pernambuco, teve de abrir quatro capítulos (vej'a-se a

bucana, ao tempo em que regeu o bis

com outros escritos da mesma oriundos.

dita

pado de Olinda.

alegação jurídica das igrejas e benefí

quistas, sôbre ai jurisdição do Conselho


Diof-sto Econômico

O distinto clérigo fluminense, que se problemas econômicos, criados pela mi

transcrição dos mc.smos às págs. 81-8^

neração, pela industrialização, pelo de

do vol. V da 3.*'' cd. -integral da "His tória geral do Brasil" de Varnhagen) na

havia revelado tão hábil estadista na capitania de Pernambuco, deixou as nos

clínio-da economia baseada simplesmente na monocultura ou no monopólio". Se

exposição dos serviços então prestados

gundo a asserção de Fernando de Aze

à nossa pátria e feita em carta ao seo

sas plagas á.5 de julho de 1802. Quando velejou para u metrópole, já estava transferido pelo príncipe-regente, em

vedo ("A cultura brasileira", pág. 327),

soberano.

carta autógrafa de 25 de fevereiro do

"a geração educada no Seminário de Olinda, que se tomou o foco de irradia

ção das idéias liberais, foi a brigada dc choque da nova ordem européia no Bra sil, e tal influência exerceu no preparo e na direção da revolução pernambuca na de 1817, que esta se pode considerar estreitamente ligada, pelas suas raízes, àquele instituto, devido à difusão das

idéias liberais". Se, conforme Capistrano de Abreu, "sem Azeredo Coutinho, não surg:ria a geração idealista de 1817", o Seminário de Olinda também serviu

119

Diofsto Econômico

118

Blake registrou a existência de "uma

dito ano, para a diocese de Miranda-e-

coleção de escritos de vários autores* ^

Bragança, da qual havia feito desistência

qual foi "A gratidão pernambucana ao

o respectivo ocupante. Antes de partir

uma das suas mais.afamadas obras in telectuais.

Mal o mencionado requerimento saiu dos prelos, com o comprido título de "Alegação jurídica, na qual se mostra que são do padroado da coroa, e não da ordem militar de Cristo, as igrejas,

dignidades e benefícios dos bispados do Cabo do Bojador para o sul, cm que se compreendem os bispados de Cabo-

seu benfeitor, o cxmo. e revmo. sr. d.

do Brasil, escolheu pessoa idônea para

Vcrdc, São-Tomé, Angola, Brasil, índia,

José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho, bispo de Elvas, cm outio

governar o aludido bispado lusitano em seu nome, até que pudesse empossar-se no mesmo. Mas, apenas pôs os pés em

até a China" (Lisboa, 1804), foram mandados recolher (isto é, ficaram im

tempo de Pernambuco. — O. d. e c. os sócios da

Li.sboa, aconteceu o mais singular dos fatos: o antiste de Miranda-c-Bragança '•desistiu da desistência", o que tornou

Academia Pernambucana

e os alunos do Seminário Olindensc" (Lisboa, 1808).

Como esclareceu o

sem efeito a nomeação do levita brasilei

padre Heliodoro Pires, cm .seu estudo sôbre o referido antiste, a antologia

ro, e a Mesa de Consciência e Ordens,

se caracterizou pela grande

inteirada de achar-se o nosso patrício na capital portuguesa, declarou vacante a

pedidos de divulgação) os exemplares da mesma, por previsão de 20 de junho do mesmo ano. Alguns, entretanto, ha viam sido entregues ao público, e a Mesa de Consciência e Ordens julgou de bom alvitre dar a lume, após longo espaço

Reis Curado, Manuel dos Reis Cura

bido daquela sé catedral, — que o refe

de tempo, documentada contradita ao trabalho do nosso patrício. Fraca foi essa resposta, mandada estampar pelo aludido tribunal, e d. José Joaquim da

do e padre Manuel de Sousa Magalhães, tendo .só este lucubrado quatro sonetos e

rido tribunal considerava como uma igreja das Ordens, — assumisse o gover

u dissecá-la e pulverizá-la, num \olume

odes pindáricas. Unia vez que os 1787. Foi o dito capitão-general subs duas historiadores da nossa literatura não de tituído, em 29 de dezembro de 1798, ram matrícula em seus compêndios a ne

no do bispado pernambucano. Insurgíndo-se contra a usurpação, que

(raríssimo, porém que tive a fortuna de possuir, encadernado com a menciona

a Mesa de Consciência e Ordens fazia da

para preparar, consoante Oliveira Lima,

a independência.brasileira.

Quatro dias após a chegada do novo bispo a Olinda, deixava o govêmo de, Pernambuco d. Tomás José de Melo,

que do mesmo se havia empossado em

por uma junta triunviral da quíi' faziam

parte o bispo, o ouvidor-geral e o inten

dente da Marinha. E, em conseqüência disso, d. José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho exerceu simultanea mente a direção da sua diocese e a adminstração política do Leão-do^Norte. Como, por fôrça desta, houvesse funcio nado como presidente da Junta da Fa

zenda Real (criada pela carta-régía de

cópia de

poemetos, da lavra de Antônio Lourenço da Silva, Francisco de Sales dos

diocese de Olinda, detenninando ao ca

Cunha de Azeredo Coutinho não tardou

da "Alegação jurídica") ao qual apli sua jurisdição episcopal o do padroado cou o prudente princípio "Audiétur et

nhum sodalício espiritual surto no Leãocomeços do XIX, o sobredilo escritor

da coroa (confundido por ela com o pa droado da Ordem de Cristo), d. José

altera pars": o "Comentário para a in teligência das bulas e documentos que

cearense achou asado indagar das datas

Joaquim da Cunha de Azeredo Couti-

de fundação e duração, assim como do

nlio não só ordenou ao seu substituto

o rev. dr. Dionísio Miguel Leitão Cou tinho juntou à sua "Refutação contra a

legal (o deão Manuel Xavier Carneiro da Cunha) não admitisse intrusão al guma do cabido olindensc no bispado

cios do Cabo do Bojador paru o sul", sôbre a jurisdição dos bispos ultramari

de que ninfbi era o titular, como.dirigiu

nos, sôbre o senhorio e domínio das con de ültramar etc." (Lisboa, 1808), com

um mapa dos limites dos padroados; o

-do-Norle em fins do século XVIII e

influxo de tal grêmio na atividade inte lectual do norte do nosso^^aís. Mas náo logrou apurar nada disso, nem se, como me parece cxurial, tenha sido Azeredo Coutinho o criador ou o inspirador e

\

10 de abril de 1769) e como diretor-

animador • da

Academia Pernam

ao soberano uma vigorosa e fundamen tada petição, a quíd veio a constituir,

geral dos estudos de Pernambuco, teve de abrir quatro capítulos (vej'a-se a

bucana, ao tempo em que regeu o bis

com outros escritos da mesma oriundos.

dita

pado de Olinda.

alegação jurídica das igrejas e benefí

quistas, sôbre ai jurisdição do Conselho


^ ff I II I1VI4JI Dicesto Econômico

120

1 ..

• /.'

121

Dic.i-:sto Econômico a êsse decisivo revide juntou integral mente a dita "Refutação", apondo-lhe ao rodapé das páginas, onde se tomaram imprescindíveis, muitas anotações, reve-

ladoras do preparo seguro que possuía do complexo assunto o ex-bispo de Olin da,' que não deslustraya o curso jurí dico da Universidade de Coimbra, onde,

como se disse atrás, conquistara o grau de licenciado. Como era de esperar, essa nova obra do nosso patrício foi tam bém condenada pelo governo lusitano, e, como informa o bibliógrafo Inocêncio Francisco da Silva, foram mandados re

colher todos os exemplares dela, "ex-vi" de uma ordem régia de 1810.

Enquanto se agitou essa grave ques tão, ocorrera a vaga do bispado de

Elvas, porquanto o seu títular, d. José da Costa Torres, havia sido elevado a

p em 1806 fora ocupar aquela mitra o egré

gio filho de Campos-dos-Goitacases, cujas obras levadas ao conhecimento do papa rt de í 16 de janeiro do sobredito ^logiedas.ano. em cai^

A luta entre a Mesa de Consciência e Ordens a o a„ti„e nascido na terra

de Santa-Cmz deu oportunidade a que fossem matraqueadas contra a intensa abvidade deste em Pernambuco umas tantas mtxigas, as quais tratou êle de

, destruir prontamente. Dai a publicação de dois novos folhetos de sua lavra. O

! primeiro foi a "Informação dada ao Ministro de Estado dos Negócios da

: Fazenda, d. Rodrigo de Souza Coutinho" (Lisboa, 1808), dando cònta da política e da situação.económico-financeira da capitania de Pernambuco, du

l

rante a sua gestão udministrativu dc 1799 a 1802, assim como do que fizera com relação ao progresso do ensino ali. O

segundo intitulou-se "Defesa de d. José Joaquim da Cunha dc Azeredo Coutinho, sendo governador interino da ca pitania de Pernambuco" (Lisboa, 1808), e no mesmo, juntando-lhc muitos do cumentos, referiu tudo quanto realizou na antiga donatária de Duarte Coelho, como bispo e governador interino, como diretor-geral dos estudos e presidente da Junta da Fazenda Real.

Essa importante "Defesa", como de clarou mais tarde o próprio patrício

nosso (veja-se a pág. 83 do vol. V da 3.® ed. integral da "História geral do Bj^asil" de Vamhagen), "também se mandou suprimir, para (jue se não fi zesse pública a horrorosa dilapidação que ali (em Pernambuco) se fazia da Fazenda Real".

Mas e.s,sa "Defesa" foi

reproduzida pelo insigne brasileiro, em

sua "Cópia da c£?rta que a Sua Magestade o Senhor Rei D. João VI (sendo Príncipe-Regente de Portugal) escreveu o bispo de Elvas" (Londres, 1817); e, não olvidado da famosa questão com a Mesa de Consciência e Ordens, a pro pósito dos padroados lusitanos, fez ain

da sair dos prelos a sua "Cópia da aná lise da bu'a do Santo Padre Júlio III, de 30 de dezembro de 1550, que consti tui o padrão dos reis de Portugal a res peito da união, consolidação e incorpora ção dos mestrados das ordens militares

com os reinos de Portugal — E.scríta em 1816" (Londres, 1818). Não foram pe quenos tais impressos, pois chegaram, respectivamente, a 136 e 307 páginas.

Narra J. j_ p ^opes o muito que fi cou devendo a diocese de Elvas ao seu

de maio daquele mesmo ano, para o ^

árduo pôsto de Inquisidor-Geral do R®'^ j

intrépido e abnegado pastor brasileiro, no, incumbindo-o também de presidir a ; sobretxido durante as invasões sucessi

junta encarregada do exame do esta o e (

vas das tropas de Napoleão Bonaparte melhoramento temporal das ordens re J _ em Portugal. Não lhe faltaram desgos ligiosas. Achava-se no desempenho de tão ele tos, quer aquém, quer além-mar, no

exercício do cargo de príncipe da Igreja. vadas comissões, quando a sua provín Nestas regiões cis-atlàntícas, teve êle gra

cia natal o elegeu um dos seus repre

ve contenda, na qual triunfou cabal- sentantes nas Cortes Gerais e Constituin-

•mente, com uma irmandade da matriz recifense de Santo-António (veja-se o

tes da Nação Portuguesa, oriundas da i

revolução de 1820 no berço

'

episódio documentadamente exposto pelo Henriques. Infortunosamente, não pôde padre Heliodoro Pires, em seu já citado então prestar à pátria os novos seniços ^ que esta esperava de tão aprimora a ca

trabalho biográfico), e em nossa inetrópole tentou baldadamente, suscitandoIhes a animadversão, qn^

pacidade intelectual, porque, havendo to- j mado posse de sua-curul, a 10 de se

de 1821, na referida assembléia, . massem os ecIesiásHcos do seu cabido tembro a morte dois dias depois. com os preceitos e disciplina, estabeleci jazendo oatésurpreendeu agora em terra portuguesa dos na Constituição do Bispado ar as cinzas do insigne brasileiro. . que se façix idéia nítida do como sabia Já é tempo, entretanto, de serem en êle cumprir os seus altos deveres, asta carados de d. José Joaquim ler os seus escritos seguintes: Respos da Cunhaosdeescritos Azeredo Coutinho no pon ...

tas dadas por d. José Joaquim da Cun la

de Azeredo Coutinho, bispo de E vas,

então bispo de Pernambuco, às propos tas feitas por alguns párocos desta lO cese" (Lisboa, 1808); e "Exortações pas

.

I

to de vista em que, graças aos mesmos,

merece êle o relevante lugar de ter sido um dos primeiros mestres da economia luso-brasileira.

em 1615 a expressão "econo- ^ torais do bispo de Elvas aos seus dioce miaCriada política" Montchrétien, os seus ^ sanos, aos quais recomenda a defesa a primeiros frutosporapreciáveis o Déreligião, da pátria e do trono (Lis ca, tail de la Franca" (1697) foram e o "Factum 1811).

Escolhido por d. João VI, janeiro de 1818, para a mitra e e]

de la France" (1707), de Boisguillebert, '

seguidos da "Dime royale" (1707), de Vauban, obras que não tardaram a so

(ambicionada pelas pingues rendas que frer um verdadeiro "auto-de-fé", pois proporcionava), não só recusou a trans ousaram pregar a necessidade de serem ferència, como pediu ao soberano que os impostos e taxas também pela : "o aliviasse do pêso da administração pagos nobreza e pelo clero, e não exclusiva episcopal". E assim veio a acontecer, porquanto o monarca o nomeou, em 13

mente pelos camponeses entregues ao


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ladoras do preparo seguro que possuía do complexo assunto o ex-bispo de Olin da,' que não deslustraya o curso jurí dico da Universidade de Coimbra, onde,

como se disse atrás, conquistara o grau de licenciado. Como era de esperar, essa nova obra do nosso patrício foi tam bém condenada pelo governo lusitano, e, como informa o bibliógrafo Inocêncio Francisco da Silva, foram mandados re

colher todos os exemplares dela, "ex-vi" de uma ordem régia de 1810.

Enquanto se agitou essa grave ques tão, ocorrera a vaga do bispado de

Elvas, porquanto o seu títular, d. José da Costa Torres, havia sido elevado a

p em 1806 fora ocupar aquela mitra o egré

gio filho de Campos-dos-Goitacases, cujas obras levadas ao conhecimento do papa rt de í 16 de janeiro do sobredito ^logiedas.ano. em cai^

A luta entre a Mesa de Consciência e Ordens a o a„ti„e nascido na terra

de Santa-Cmz deu oportunidade a que fossem matraqueadas contra a intensa abvidade deste em Pernambuco umas tantas mtxigas, as quais tratou êle de

, destruir prontamente. Dai a publicação de dois novos folhetos de sua lavra. O

! primeiro foi a "Informação dada ao Ministro de Estado dos Negócios da

: Fazenda, d. Rodrigo de Souza Coutinho" (Lisboa, 1808), dando cònta da política e da situação.económico-financeira da capitania de Pernambuco, du

l

rante a sua gestão udministrativu dc 1799 a 1802, assim como do que fizera com relação ao progresso do ensino ali. O

segundo intitulou-se "Defesa de d. José Joaquim da Cunha dc Azeredo Coutinho, sendo governador interino da ca pitania de Pernambuco" (Lisboa, 1808), e no mesmo, juntando-lhc muitos do cumentos, referiu tudo quanto realizou na antiga donatária de Duarte Coelho, como bispo e governador interino, como diretor-geral dos estudos e presidente da Junta da Fazenda Real.

Essa importante "Defesa", como de clarou mais tarde o próprio patrício

nosso (veja-se a pág. 83 do vol. V da 3.® ed. integral da "História geral do Bj^asil" de Vamhagen), "também se mandou suprimir, para (jue se não fi zesse pública a horrorosa dilapidação que ali (em Pernambuco) se fazia da Fazenda Real".

Mas e.s,sa "Defesa" foi

reproduzida pelo insigne brasileiro, em

sua "Cópia da c£?rta que a Sua Magestade o Senhor Rei D. João VI (sendo Príncipe-Regente de Portugal) escreveu o bispo de Elvas" (Londres, 1817); e, não olvidado da famosa questão com a Mesa de Consciência e Ordens, a pro pósito dos padroados lusitanos, fez ain

da sair dos prelos a sua "Cópia da aná lise da bu'a do Santo Padre Júlio III, de 30 de dezembro de 1550, que consti tui o padrão dos reis de Portugal a res peito da união, consolidação e incorpora ção dos mestrados das ordens militares

com os reinos de Portugal — E.scríta em 1816" (Londres, 1818). Não foram pe quenos tais impressos, pois chegaram, respectivamente, a 136 e 307 páginas.

Narra J. j_ p ^opes o muito que fi cou devendo a diocese de Elvas ao seu

de maio daquele mesmo ano, para o ^

árduo pôsto de Inquisidor-Geral do R®'^ j

intrépido e abnegado pastor brasileiro, no, incumbindo-o também de presidir a ; sobretxido durante as invasões sucessi

junta encarregada do exame do esta o e (

vas das tropas de Napoleão Bonaparte melhoramento temporal das ordens re J _ em Portugal. Não lhe faltaram desgos ligiosas. Achava-se no desempenho de tão ele tos, quer aquém, quer além-mar, no

exercício do cargo de príncipe da Igreja. vadas comissões, quando a sua provín Nestas regiões cis-atlàntícas, teve êle gra

cia natal o elegeu um dos seus repre

ve contenda, na qual triunfou cabal- sentantes nas Cortes Gerais e Constituin-

•mente, com uma irmandade da matriz recifense de Santo-António (veja-se o

tes da Nação Portuguesa, oriundas da i

revolução de 1820 no berço

'

episódio documentadamente exposto pelo Henriques. Infortunosamente, não pôde padre Heliodoro Pires, em seu já citado então prestar à pátria os novos seniços ^ que esta esperava de tão aprimora a ca

trabalho biográfico), e em nossa inetrópole tentou baldadamente, suscitandoIhes a animadversão, qn^

pacidade intelectual, porque, havendo to- j mado posse de sua-curul, a 10 de se

de 1821, na referida assembléia, . massem os ecIesiásHcos do seu cabido tembro a morte dois dias depois. com os preceitos e disciplina, estabeleci jazendo oatésurpreendeu agora em terra portuguesa dos na Constituição do Bispado ar as cinzas do insigne brasileiro. . que se façix idéia nítida do como sabia Já é tempo, entretanto, de serem en êle cumprir os seus altos deveres, asta carados de d. José Joaquim ler os seus escritos seguintes: Respos da Cunhaosdeescritos Azeredo Coutinho no pon ...

tas dadas por d. José Joaquim da Cun la

de Azeredo Coutinho, bispo de E vas,

então bispo de Pernambuco, às propos tas feitas por alguns párocos desta lO cese" (Lisboa, 1808); e "Exortações pas

.

I

to de vista em que, graças aos mesmos,

merece êle o relevante lugar de ter sido um dos primeiros mestres da economia luso-brasileira.

em 1615 a expressão "econo- ^ torais do bispo de Elvas aos seus dioce miaCriada política" Montchrétien, os seus ^ sanos, aos quais recomenda a defesa a primeiros frutosporapreciáveis o Déreligião, da pátria e do trono (Lis ca, tail de la Franca" (1697) foram e o "Factum 1811).

Escolhido por d. João VI, janeiro de 1818, para a mitra e e]

de la France" (1707), de Boisguillebert, '

seguidos da "Dime royale" (1707), de Vauban, obras que não tardaram a so

(ambicionada pelas pingues rendas que frer um verdadeiro "auto-de-fé", pois proporcionava), não só recusou a trans ousaram pregar a necessidade de serem ferència, como pediu ao soberano que os impostos e taxas também pela : "o aliviasse do pêso da administração pagos nobreza e pelo clero, e não exclusiva episcopal". E assim veio a acontecer, porquanto o monarca o nomeou, em 13

mente pelos camponeses entregues ao


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Dicestí) Econômico 122

123

Dice-sto Econômico

aproveitamento da gleba. Mas em mea

ter sido em conseqüência da Grande

Karl Murbard,(Hamburgo, 1808). Ano tado, corrigido e aumentado pelo autor,

de ser declarada livre a pesca das ba leias), aproveito o ensejo para relembrar

dos do século XVIII, — a centúria que mereceu o qualificativo de "excepcio-

Crise Ocidental que se descobriu ein

teve segunda edição, devida à Acade

1806 (Napoleão Bonaparte oferecera

mia Real das Ciências de Lisboa, en^

para isso o prêmio de um milhão de

1816. O substancioso trabalho de Aze

redo Coutinho divide-se em duas partes, tratando na primeira do Brasil e na

cipe-regente, depois d. João VI: "Sem

outra dos interêsses de Portugal em suas demais colônias. Essa obra, — que pa

conciliei com a Igreja e com o Estado

esses os fanaís da nova escola econômi

francos) o processo prático dc fabrica ção do açúcar de beterraba. Preocupa do com a intranqüilidade dos negocian tes daquela mercadoria em Portugal, o Senado da Câmara de Lisboa cogitou de pôr na mesma um preço fixo. Foi

um dos mais meritórios servi^-os aqui prestados pelo inolvidável filho de Campos-dos-Goitacases. Êle próprio assim o revelou em sua já citada carm ao prin-

ca, a qual assentou já em bases racio

quando se discutia na referida assenA

i• ; I ■

nal", por causa da "Enciclopédia", — um dos colaboradores dela, Quesnay (médico de Luís XV), publicou o seu "Tableau économíque" (1758), segui

I

do da "Physiocratie" (1768) do seu discípulo Dupont de Némours. E foram

I

nais as suas novas idéias.

Ao contrá

rio dos "mercantilistas" da centúria an terior, que viam no entesouramento do

ouro e da prata o engrandecimento ma terial das nações, os "fisiocratas" do

século XVIII pregavam, e com sobeja

tenteou ao mundo adiantado as opulências do nosso país, até então mantidas em rigorosa reserva por parte da metró

derramar uma pinga de sangue, re

quatro nações de índios rebelados, que há mais de vinte anos se achavam em

guerra contra os portugueses". E a quem desejar minúcias dêsse importante

blé.'u semelhante requerimento, que o

pole, ciosa do seu monopólio, — foi

nosso ilustre patrício, ex-senhor dc en genho em sua terra natal, traçou o alu

con.siderada por Sílvio Romero a mais

sucesso é suficiente colhê-las das "In

prima das oriundas da pena do nosso

dido trabalho, "cm.que mostrou os pre

eminente patrício e, ainda, a que deu inicio, em Portugal, aos autênticos es

formações sôbre os índios bárbaros dos sertões de Pernambuco — Ofício do bis

juízos que isto causaria à nação e o quanto seria iitil aos ínlerês.ses dela que

po de Olinda, acompanhado de várias

em

cartas", às págs. 103-119 do tomo XLVI

se deixasse toda a liberdade ao comér

sua magnífica "História da literatura

(parte 1.^) da "Rev. do Insl. Hist. e

bolos dela, e que a verdadeira riqueza

cio do dito gênero". E, por efeito de tão sabia oposição, a medida proposta

Brasileira", assim disse êle:

Geogr. Brasileiro".

r e beneficiadas por sua transformação in dustrial. Esposadas por Turgot, essas teorias apareceram pouco depois reunidas na obra de Adam Smith, "Ensaio

pela edílidade ulisíponense não logrou

razão, que o ouro e a prata não eram a

verdadeira riqueza, mas apenas os "sím-

tudos

econômicos.

Resumindo-a

"Aqui, as

Outro imenso benefício, que a nossa ™ pátria ficou devendo ao seu operoso fi

idéias capitais do bispo escritor são: aproveitar os inúmeros gados desperdi çados pela carestia do sal, acabando com o monopólio e privilégio do comér cio deste pela Fazenda- Real; desenvol

lho, foi a extinção do monopólio do sal, mantido por mais de um século pelo govêrno da metrópole, pois que, estabele

ver a marinha mercante da metrópole e

cido em 1690, só cessou em. 1801. O

da colônia; ativar a indústria da pesca,

caso do produto marinho, necesssüio à

aproveitando nesta o elemento indígena,

alimentação do homem e à criação do

O "Ensaio econômico sôbre o comér

como meio de civilizá-lo; utilizar a nos

gado, dá para encher um grosso \'olu-

e pela inteligência do homem, e cogitou cio de Portugal e suas colônias" (Lis ; igualmente da representação da riqueza boa, 1794), logo que foi divulgado na

sa riqueza florestal; encorajar as manu faturas, menos as de luxo; etc.". No

^ era a das utilidades extraídas da terra

sobre a riqueza das nações" (1776) . onde o escritor escocês mostrou que a terra e a indústria são as fontes da ri queza, sem cessar produzida pelo braço

pelos seus valores intrínsecos e extrínsecos. Nessa bíblia da nova era econômi

ca foi que hauriu o nosso ínclito patrí cio as teorias expostas nos trabalhos de

o beneplácito de d. Maria I. Foi essa monografia que abriu ao culto fluminen.se as portas da Academia Real das Ciên

cias de Lisboa, em cujas "Memórias" (pág.s. 381-391 do tomo III, 1791) foi imediatamente publicada.

Europa pelo mencionado cenáculo, con quistou aplausos de competentes críticos alienígenas, tendo sido analisado na "Décade Philosophique, Littéraire et Politi-

vou fazer uma sumária apreciação. que" (n. 22) e na "Monthly Review" (de agosto de 1803), e, além de vertido A "Memória sobre o preço do açú para o ipglês (1807), apareceu também

car" resultou das perturbações causadas

em alemão e francês na obra de Link,

no comércio de semelhante produto pela "Voyage en Portugal", havendo mereci Revolução Francesa de 1789. Sabe-se do mais uma tradução tudesca, por D.

k

me com a sua tumultuaria história no

te-se que, referindo-se ao fomento da

Brasil colonial. Para pôr termo ao odio so privilégio metropolitano, muito con

nossa indústria fabril, já se arrependia

correu o "Ensaio econômico sôbre o co

do apoio moral que havia dado ao al mércio de Portugal e suas colônias", as vará de 5 de janeiro de 1785, de d. segurando o padre Heliodoro Pires, em Maria I.

A propósito da excelente sugestão para

que se empregasse a atividade pacifica •dos nossos silvícolas na piscicultura (êle

;secundou a José Bonifácio no sentido

seu referido esbôço biográfico, que "cabe a Azeredo Coutinho o titulo glorioso de

ter-se batido pela extinção do monopó lio do sal e haver alcançado o seu grande desideratum".


imT

Dicestí) Econômico 122

123

Dice-sto Econômico

aproveitamento da gleba. Mas em mea

ter sido em conseqüência da Grande

Karl Murbard,(Hamburgo, 1808). Ano tado, corrigido e aumentado pelo autor,

de ser declarada livre a pesca das ba leias), aproveito o ensejo para relembrar

dos do século XVIII, — a centúria que mereceu o qualificativo de "excepcio-

Crise Ocidental que se descobriu ein

teve segunda edição, devida à Acade

1806 (Napoleão Bonaparte oferecera

mia Real das Ciências de Lisboa, en^

para isso o prêmio de um milhão de

1816. O substancioso trabalho de Aze

redo Coutinho divide-se em duas partes, tratando na primeira do Brasil e na

cipe-regente, depois d. João VI: "Sem

outra dos interêsses de Portugal em suas demais colônias. Essa obra, — que pa

conciliei com a Igreja e com o Estado

esses os fanaís da nova escola econômi

francos) o processo prático dc fabrica ção do açúcar de beterraba. Preocupa do com a intranqüilidade dos negocian tes daquela mercadoria em Portugal, o Senado da Câmara de Lisboa cogitou de pôr na mesma um preço fixo. Foi

um dos mais meritórios servi^-os aqui prestados pelo inolvidável filho de Campos-dos-Goitacases. Êle próprio assim o revelou em sua já citada carm ao prin-

ca, a qual assentou já em bases racio

quando se discutia na referida assenA

i• ; I ■

nal", por causa da "Enciclopédia", — um dos colaboradores dela, Quesnay (médico de Luís XV), publicou o seu "Tableau économíque" (1758), segui

I

do da "Physiocratie" (1768) do seu discípulo Dupont de Némours. E foram

I

nais as suas novas idéias.

Ao contrá

rio dos "mercantilistas" da centúria an terior, que viam no entesouramento do

ouro e da prata o engrandecimento ma terial das nações, os "fisiocratas" do

século XVIII pregavam, e com sobeja

tenteou ao mundo adiantado as opulências do nosso país, até então mantidas em rigorosa reserva por parte da metró

derramar uma pinga de sangue, re

quatro nações de índios rebelados, que há mais de vinte anos se achavam em

guerra contra os portugueses". E a quem desejar minúcias dêsse importante

blé.'u semelhante requerimento, que o

pole, ciosa do seu monopólio, — foi

nosso ilustre patrício, ex-senhor dc en genho em sua terra natal, traçou o alu

con.siderada por Sílvio Romero a mais

sucesso é suficiente colhê-las das "In

prima das oriundas da pena do nosso

dido trabalho, "cm.que mostrou os pre

eminente patrício e, ainda, a que deu inicio, em Portugal, aos autênticos es

formações sôbre os índios bárbaros dos sertões de Pernambuco — Ofício do bis

juízos que isto causaria à nação e o quanto seria iitil aos ínlerês.ses dela que

po de Olinda, acompanhado de várias

em

cartas", às págs. 103-119 do tomo XLVI

se deixasse toda a liberdade ao comér

sua magnífica "História da literatura

(parte 1.^) da "Rev. do Insl. Hist. e

bolos dela, e que a verdadeira riqueza

cio do dito gênero". E, por efeito de tão sabia oposição, a medida proposta

Brasileira", assim disse êle:

Geogr. Brasileiro".

r e beneficiadas por sua transformação in dustrial. Esposadas por Turgot, essas teorias apareceram pouco depois reunidas na obra de Adam Smith, "Ensaio

pela edílidade ulisíponense não logrou

razão, que o ouro e a prata não eram a

verdadeira riqueza, mas apenas os "sím-

tudos

econômicos.

Resumindo-a

"Aqui, as

Outro imenso benefício, que a nossa ™ pátria ficou devendo ao seu operoso fi

idéias capitais do bispo escritor são: aproveitar os inúmeros gados desperdi çados pela carestia do sal, acabando com o monopólio e privilégio do comér cio deste pela Fazenda- Real; desenvol

lho, foi a extinção do monopólio do sal, mantido por mais de um século pelo govêrno da metrópole, pois que, estabele

ver a marinha mercante da metrópole e

cido em 1690, só cessou em. 1801. O

da colônia; ativar a indústria da pesca,

caso do produto marinho, necesssüio à

aproveitando nesta o elemento indígena,

alimentação do homem e à criação do

O "Ensaio econômico sôbre o comér

como meio de civilizá-lo; utilizar a nos

gado, dá para encher um grosso \'olu-

e pela inteligência do homem, e cogitou cio de Portugal e suas colônias" (Lis ; igualmente da representação da riqueza boa, 1794), logo que foi divulgado na

sa riqueza florestal; encorajar as manu faturas, menos as de luxo; etc.". No

^ era a das utilidades extraídas da terra

sobre a riqueza das nações" (1776) . onde o escritor escocês mostrou que a terra e a indústria são as fontes da ri queza, sem cessar produzida pelo braço

pelos seus valores intrínsecos e extrínsecos. Nessa bíblia da nova era econômi

ca foi que hauriu o nosso ínclito patrí cio as teorias expostas nos trabalhos de

o beneplácito de d. Maria I. Foi essa monografia que abriu ao culto fluminen.se as portas da Academia Real das Ciên

cias de Lisboa, em cujas "Memórias" (pág.s. 381-391 do tomo III, 1791) foi imediatamente publicada.

Europa pelo mencionado cenáculo, con quistou aplausos de competentes críticos alienígenas, tendo sido analisado na "Décade Philosophique, Littéraire et Politi-

vou fazer uma sumária apreciação. que" (n. 22) e na "Monthly Review" (de agosto de 1803), e, além de vertido A "Memória sobre o preço do açú para o ipglês (1807), apareceu também

car" resultou das perturbações causadas

em alemão e francês na obra de Link,

no comércio de semelhante produto pela "Voyage en Portugal", havendo mereci Revolução Francesa de 1789. Sabe-se do mais uma tradução tudesca, por D.

k

me com a sua tumultuaria história no

te-se que, referindo-se ao fomento da

Brasil colonial. Para pôr termo ao odio so privilégio metropolitano, muito con

nossa indústria fabril, já se arrependia

correu o "Ensaio econômico sôbre o co

do apoio moral que havia dado ao al mércio de Portugal e suas colônias", as vará de 5 de janeiro de 1785, de d. segurando o padre Heliodoro Pires, em Maria I.

A propósito da excelente sugestão para

que se empregasse a atividade pacifica •dos nossos silvícolas na piscicultura (êle

;secundou a José Bonifácio no sentido

seu referido esbôço biográfico, que "cabe a Azeredo Coutinho o titulo glorioso de

ter-se batido pela extinção do monopó lio do sal e haver alcançado o seu grande desideratum".


124

Dicesto Econômico

Dicesto

Econômico

125

I

j j

Em começos de 1796, agitou o parla-

quais umas permitem a escravidão dos

mente da Grã-Bretanha a questão do tráfico de africanos, reduzidos a cativeiro

prelos da África c outras proíbem a

j pelas nações etiropéias, colonizadoras do i

Novo-Mundo.

j

mesmo ano, d. José Joaquim da Cunha

Foi por isso que, no

de Azeredo Coutinho deu a lume a sua

"Análise sôbre a justiça do comércio

escravidão dos índios do Brasil", serviu

de arma, embora ineficaz, aos adversá

rios do representante da Inglaterra, lord Castlereagh, quando êste, no Con gresso do Viena do 1815, conseguiu fa zer passar a sua proposta para a su

j do resgate dos escravos da costa da pressão do tráfico. E o mais deplorável j Áfeica . Para maior divulgação na Eu- c que, — já alguns anos após a nossa

(

é já perdido para o ouro". Guarda-lhe o autógrafo o nosso Instituto Histórico. Assevera B'ake que êsse opúsculo, des de que se tornou conhecido na Inglater ra, provocou ali "pomposos elogios ao autor pelos homens mais competentes". Ha, todavia, notícia de outros escritos

do de Car\'aIho) que "os apóstolos, tra tando da escravidão, nunca disseram que ^

ela era contra a religião". Isso compc- ,

liu o enidito jesuíta, padre Rafael Galánti (leia-se a púg. 43 de suas ^'Biogra fias de brasileiros ilustres") a opinar ' sôbre êle o seguinte: • "Deixou-nos um

seus, que envolvem matéria econômi

bom número de obras estimadas, porem

ca: o "Problema sôbre a direção dos balões aerostáticos" (inserto no "In

de espirito pouco religioso. Basta dizer que êle defendia o tráfico dos negros, que a Igreja condenava". Blake inteira-nos ainda (pág. 279 cio

/^p^> teve ela uma edição em francês

lei de 7 de novembro de 1831 (assinada

1

em 1798), e outra, alguns anos depois,

"Carta aos redatores do "Investigador"

I

em inglês (iondres, 1807), além da se-

pelo padre Diogo Antônio Feijô, então ministro da Justiça), a qual declarara

sôbre os limites do Brasil e sôbre o au

livres todos os indivíduos reduzido.s a

vol. IV do seu "Dicionário bibliográfi

mento no valor da moeda"; a esta dá Blake ainda outra denominação, admitindo-a como saída em folheto (sem a

co brasileiro") da existência, em certa .

I (aparecida na capita) da Grã-Bretanha

I gunda em, português (Lisboa, 1808), I

revista e aumentada pelo autor. É fá-

' cil compreender que, se obedecesse aos ,

preceitos inflexíveis da sua excelsa reli-

j gião. não devia o antiste brasileiro de, fender aquele inominável crime contra a

cativeiro, vindos de fora do inijiério, — ainda aparecesse um conterrâneo do bis po Azeredo Coutinho, reproduzindo-lhe as idéias num folheto anônimo, intitu lado "Memória sôbre o comércio dos

vestigador Português" dc Londres) e a

designação de lugar e de daty): Có pia da proposta feita ao bispo de Per nambuco, etc., e da resposta que te

"Coleção de manuscritos", de alguns trabalhos históricos do fecimdo campis

ta, que também se preocupou com a repercussão da guerra de sucessão ao trono espanhol, da qual resultaram os tremendos assaltos de dois corsários i

I civilização humana; mas em seu espí-

escravos, em que sc pretende mostrar

deu ao "Investigador Português sôbre

que êste tráfego é para êlcs antes ura

f

natural dos Campos-de-Coitacases" (Rio,

limites do Brasil pela parte do sul . franceses à capital do Estado do BrasilTendo d. [osé Joaquim da Cunha de Citam-se ali duas monografias suas so Azeredo Coutinho feito implicitamente bre aquele mesmo assunto: "Memória a sua resispiscência, quanto à aquiescên sôbre a entrada dos franceses no Rio-de-| cia ao alvará de 5 de janeiro de 1785. Janeiro, no princípio do século passado ; ; de d. Maria I, do qual resultou a des- , e "Memória lida na Academia Real das

Í. rito preponderaram exclusivamente as econômicas, pois o a que ele visou foi salvar a prosperidade material das colonias do hemisfério ocidental

1 principalmente o Brasil, sua pátria. Naj que.e tempo, não se cogitava de subs

tituir, nos países, tropicais, o braço gra

bem do que um mal — Escrita por x.\x 1838).

O iiltimo estudo do nosso patrício, no tocante a assuntos econômicos, foi o "Discurso sôbre o estado atual das mi

tuito do preto pelo braço livre e remu

nas do Brasil" (Lisboa, 1804), impresso

titular do morgadio dos Azeredos, da

cias de Lisboa, e que foi reproduzido no "Investigador Português" de Londres

tado de que a abolição do tráfico acar retaria imediatamente a ruína da nossa lavoura. O seu trabalho, ao qual ane xou, na edição de 1808, - certamente

e no tômo LXI (1898) da "Rev. do Inst.

nerado do branco, de sorte que o ex-

opulenta gleba campista, estava capaci

para deixar melhor colocada a sua qua lidade de príncipe da Igreja, - um novo escrito, a ."Concordância das leis de Portugal e das bulas pontifícias, das

por ordem da Academia Real das Ciên

Hist. e Geogr. Brasileiro". Dividiu-o o autor em quatro partes, consagrando as duas últimas "aos meios de se facili tarem as descobertas de história natmal

e dos tesouros, que encerram as colô nias de Portugal, e aos meios de se aproveitarem as produções e a agricul tura do continente das minas, que, aliás.

tioaição da. nossa incipiente indústria fa

Ciências, em que se refutam as asserções

bril, - é ,de lamentar não se houvesse de mr. Thomas, no seu "Elogio ao al também penitenciado publicamente e mirante Duguay-Trouin", e de outros

em tempo hábil, das idéias retrogradas

escritores franceses que louvam a pru

que sustentara no tocante à escraMza dência do mesmo almirante na tomada ção dos negros da África. O "ilustre eco da praça do Rio-de-Janeiro" (inserta no nomista" (conforme o qualifitmi o ba tômo'l, ns. 13 a 18, das "Memórias Lu rão do Rio-Branco, em suas Efemen- sitanas"). des brasileiras"), cogitando mais do'en Eis aí quem foi, ao aspecto intelectual, •

*

riquecimento de sua pátria do que da e, mais particularmente, como mestre da fidelidade à doutrina de que era , gra economia luso-brasileira, o nosso indes-i duado prosélito, chegou ao ponto de lembrável patrício d. José Joaquim daafirmar %eja-se a pág. 365 do vol. da Cunha de Azeredo Coutinho. 1

"Bibliotéca exótico-brasileira" de AUre-


124

Dicesto Econômico

Dicesto

Econômico

125

I

j j

Em começos de 1796, agitou o parla-

quais umas permitem a escravidão dos

mente da Grã-Bretanha a questão do tráfico de africanos, reduzidos a cativeiro

prelos da África c outras proíbem a

j pelas nações etiropéias, colonizadoras do i

Novo-Mundo.

j

mesmo ano, d. José Joaquim da Cunha

Foi por isso que, no

de Azeredo Coutinho deu a lume a sua

"Análise sôbre a justiça do comércio

escravidão dos índios do Brasil", serviu

de arma, embora ineficaz, aos adversá

rios do representante da Inglaterra, lord Castlereagh, quando êste, no Con gresso do Viena do 1815, conseguiu fa zer passar a sua proposta para a su

j do resgate dos escravos da costa da pressão do tráfico. E o mais deplorável j Áfeica . Para maior divulgação na Eu- c que, — já alguns anos após a nossa

(

é já perdido para o ouro". Guarda-lhe o autógrafo o nosso Instituto Histórico. Assevera B'ake que êsse opúsculo, des de que se tornou conhecido na Inglater ra, provocou ali "pomposos elogios ao autor pelos homens mais competentes". Ha, todavia, notícia de outros escritos

do de Car\'aIho) que "os apóstolos, tra tando da escravidão, nunca disseram que ^

ela era contra a religião". Isso compc- ,

liu o enidito jesuíta, padre Rafael Galánti (leia-se a púg. 43 de suas ^'Biogra fias de brasileiros ilustres") a opinar ' sôbre êle o seguinte: • "Deixou-nos um

seus, que envolvem matéria econômi

bom número de obras estimadas, porem

ca: o "Problema sôbre a direção dos balões aerostáticos" (inserto no "In

de espirito pouco religioso. Basta dizer que êle defendia o tráfico dos negros, que a Igreja condenava". Blake inteira-nos ainda (pág. 279 cio

/^p^> teve ela uma edição em francês

lei de 7 de novembro de 1831 (assinada

1

em 1798), e outra, alguns anos depois,

"Carta aos redatores do "Investigador"

I

em inglês (iondres, 1807), além da se-

pelo padre Diogo Antônio Feijô, então ministro da Justiça), a qual declarara

sôbre os limites do Brasil e sôbre o au

livres todos os indivíduos reduzido.s a

vol. IV do seu "Dicionário bibliográfi

mento no valor da moeda"; a esta dá Blake ainda outra denominação, admitindo-a como saída em folheto (sem a

co brasileiro") da existência, em certa .

I (aparecida na capita) da Grã-Bretanha

I gunda em, português (Lisboa, 1808), I

revista e aumentada pelo autor. É fá-

' cil compreender que, se obedecesse aos ,

preceitos inflexíveis da sua excelsa reli-

j gião. não devia o antiste brasileiro de, fender aquele inominável crime contra a

cativeiro, vindos de fora do inijiério, — ainda aparecesse um conterrâneo do bis po Azeredo Coutinho, reproduzindo-lhe as idéias num folheto anônimo, intitu lado "Memória sôbre o comércio dos

vestigador Português" dc Londres) e a

designação de lugar e de daty): Có pia da proposta feita ao bispo de Per nambuco, etc., e da resposta que te

"Coleção de manuscritos", de alguns trabalhos históricos do fecimdo campis

ta, que também se preocupou com a repercussão da guerra de sucessão ao trono espanhol, da qual resultaram os tremendos assaltos de dois corsários i

I civilização humana; mas em seu espí-

escravos, em que sc pretende mostrar

deu ao "Investigador Português sôbre

que êste tráfego é para êlcs antes ura

f

natural dos Campos-de-Coitacases" (Rio,

limites do Brasil pela parte do sul . franceses à capital do Estado do BrasilTendo d. [osé Joaquim da Cunha de Citam-se ali duas monografias suas so Azeredo Coutinho feito implicitamente bre aquele mesmo assunto: "Memória a sua resispiscência, quanto à aquiescên sôbre a entrada dos franceses no Rio-de-| cia ao alvará de 5 de janeiro de 1785. Janeiro, no princípio do século passado ; ; de d. Maria I, do qual resultou a des- , e "Memória lida na Academia Real das

Í. rito preponderaram exclusivamente as econômicas, pois o a que ele visou foi salvar a prosperidade material das colonias do hemisfério ocidental

1 principalmente o Brasil, sua pátria. Naj que.e tempo, não se cogitava de subs

tituir, nos países, tropicais, o braço gra

bem do que um mal — Escrita por x.\x 1838).

O iiltimo estudo do nosso patrício, no tocante a assuntos econômicos, foi o "Discurso sôbre o estado atual das mi

tuito do preto pelo braço livre e remu

nas do Brasil" (Lisboa, 1804), impresso

titular do morgadio dos Azeredos, da

cias de Lisboa, e que foi reproduzido no "Investigador Português" de Londres

tado de que a abolição do tráfico acar retaria imediatamente a ruína da nossa lavoura. O seu trabalho, ao qual ane xou, na edição de 1808, - certamente

e no tômo LXI (1898) da "Rev. do Inst.

nerado do branco, de sorte que o ex-

opulenta gleba campista, estava capaci

para deixar melhor colocada a sua qua lidade de príncipe da Igreja, - um novo escrito, a ."Concordância das leis de Portugal e das bulas pontifícias, das

por ordem da Academia Real das Ciên

Hist. e Geogr. Brasileiro". Dividiu-o o autor em quatro partes, consagrando as duas últimas "aos meios de se facili tarem as descobertas de história natmal

e dos tesouros, que encerram as colô nias de Portugal, e aos meios de se aproveitarem as produções e a agricul tura do continente das minas, que, aliás.

tioaição da. nossa incipiente indústria fa

Ciências, em que se refutam as asserções

bril, - é ,de lamentar não se houvesse de mr. Thomas, no seu "Elogio ao al também penitenciado publicamente e mirante Duguay-Trouin", e de outros

em tempo hábil, das idéias retrogradas

escritores franceses que louvam a pru

que sustentara no tocante à escraMza dência do mesmo almirante na tomada ção dos negros da África. O "ilustre eco da praça do Rio-de-Janeiro" (inserta no nomista" (conforme o qualifitmi o ba tômo'l, ns. 13 a 18, das "Memórias Lu rão do Rio-Branco, em suas Efemen- sitanas"). des brasileiras"), cogitando mais do'en Eis aí quem foi, ao aspecto intelectual, •

*

riquecimento de sua pátria do que da e, mais particularmente, como mestre da fidelidade à doutrina de que era , gra economia luso-brasileira, o nosso indes-i duado prosélito, chegou ao ponto de lembrável patrício d. José Joaquim daafirmar %eja-se a pág. 365 do vol. da Cunha de Azeredo Coutinho. 1

"Bibliotéca exótico-brasileira" de AUre-


127

DicivSto Econômico

0 .M£iTltBni í;í:«\Si:í Johri Maynard Keynes Suas obras e seus princípios por 5. Harcourt-RIvington (Membro da Sociedade Real de Eco nomia de Londres)

para o "Oígesto Econômico")

perdidas. Nem se pode duvidar que esía e.xpcriência deve modificar a psico logia social quanto à prática de econo-

estão mal colocadas ou mal organizadas

mias c investimentos. "Tudo quanto fòra considerado ma'S sólido, provou se-

Estados Unidos também, muitos .seto

Aquele que não. gastou,

res importantes do trabalho foram capa zes de tirar vantagem da situação, naO

nem especulou, que fez a provisão para

só para obter salários equi\'aléntes ao

sua família, aquêle que mais estritamen

novo poder aquisitivo como para asse

-lo menos".

te ob.servou a moral, fundada nos prin

cípios respeitáveis da sabedoria, aquele —'

nossa era econômica perturbada.

sofreu as suas mais nefastas visitas .

e realizar isso, como no caso da Gra

O ideal do au

de dos preços", que as guerras mun diais destruíram. Em sua análise das calamidades eco

flação e da deflação, e suas conseqüên

P ° "lustre"Tratado economista Prefacio do seu famoso sôbrenoa

. "O efeito da guerra e da política mo netária que a seguiu, privou de gran de parte de seu valor real a riqueza dos

era incitar e apontar o caminho para a reforma dos sistemas de circulação, os quais, a seu ver, viriam contrariar a

tendência para as flutuações, herança da

tos do depauperamento da classe média, mo.s tantas boas iniciativas, acarretarão lentamente uma decadência da Ciência

rie, sobre Lord Keynes, estarão lem-

O objerivo do livro de Lord Keynes

nômica da iniciadva humana. "Os efei

às grandes guerras, um dos resulta

cias na civilização moderna. Relatando sua influência maléfica, êle escreveu:

instabilidade do valor da moeda.

seqüências dêsse modo de ^'er desastroso, repercutiriam largamente na esfera eco

em tôda a Europa, classe à qual deve-

demente da evolução e efeitos da in

declarou que o desemprêgo, a perda

Keynes asseverou, então, que as con

nômicas que se tem seguido sempre dos não mais considerado de pouca importância, Keynes ocupou-se gran

brusca de economias, jui^tamente com o prevalecimento de especuladores e apro veitadores, provém, em larga escala, da

nado com uma diminuição das horas

de trabalho (e inclusive da produção)

a deflação, restabelecendo a "estabilida

Reforma Monetária", publicado em 1923

gurar sua melhora efetiva, tudo combi

que, de fato, menos cortejou a Fortuna,

tor era abolir não só a inflação, como

Qs leitores do artigo anterior, desta sé

para melhorar sua posição. Mas. na Grã Bretanha, a qualquer custo, e nos

o da Arte".

Mostrando os efeitos específicos das flutuações do meio circulante. Keynes es creveu: - "Quando há inflação, a n-

Bretanha, riuma ocasião em que a ri queza total da comunidade sofria um decréscimo".

Contudo, diz Keynes, a mais cliocanle

conseqüência da inflação "é a injustiça feita àqueles que, em boa fé, aplicaram suas economias em títulos (como apóliêes da dívida pública, etc.), mais do que em coisas". "A inflação não so diminuiu a capacidade para economizar, como "destruiu a atmosfera de confian

ça que é a condição essencial para que

haja economia". Assim, ela prejudica a

queza é distribuída de forma desfaN'o- acumulação do capital, especialmente nos rável aos pequenos invesHdores, muito países novos, em que há grande neces

investidores. A perda foi tão rápida, tão entremeada de outros prejuízos, na oca sião da sua ocorrência, que a sua intei

benéfica aos capitalistas e, provàve men sidade de recursos para desenvolver seu te, nas condições industriais de hoje. be potencial latente. M néfica, também, à maioria dos operaAo afirmar que a deflação, ou uina^ rio.s". Como quase todos pensam, ahas, qxieda nos preços, é a antítese da infla

ra medida não é ainda avaliada espe cificamente. Ela efetuou, contudo, uma profunda mudança na posição relativa

çüo, Keynes acrescenta: — Tem si o um lugar comum nos livros clássicos de Economia, que os salários tendem a nao

ção, Keynes declarou que as conseqüên cias daquela serão ine\'itàvelmente o re-,

europeu, as economias que a classe mé

de que o salário real dos trabalhadores

tivo. Assim como a inflação estimula a

dia havia aplicado, anteriormente à guer

diminui durante o período de ascensão

ra, em títulos, hipotecas ou depósitos bancários, foram quase que totalmente

dos preços. Isto foi verdadeiro no passa

das diferentes classes.

No continente

a respeito deste último efeito da mfla-

acompanhar os preços, como resultado

do e pode .ser verdadeiro ainda agora, em certas categorias de trabalho que

verso das flutuações desta, das quais re sulta um decréscimo do poder aquisi

produção (proporcionando lucros ines perados e fora do comum às indústrias), a deflação acarreta o desemprêgo (pois

a queda dos preços, com os prejuízos


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DicivSto Econômico

0 .M£iTltBni í;í:«\Si:í Johri Maynard Keynes Suas obras e seus princípios por 5. Harcourt-RIvington (Membro da Sociedade Real de Eco nomia de Londres)

para o "Oígesto Econômico")

perdidas. Nem se pode duvidar que esía e.xpcriência deve modificar a psico logia social quanto à prática de econo-

estão mal colocadas ou mal organizadas

mias c investimentos. "Tudo quanto fòra considerado ma'S sólido, provou se-

Estados Unidos também, muitos .seto

Aquele que não. gastou,

res importantes do trabalho foram capa zes de tirar vantagem da situação, naO

nem especulou, que fez a provisão para

só para obter salários equi\'aléntes ao

sua família, aquêle que mais estritamen

novo poder aquisitivo como para asse

-lo menos".

te ob.servou a moral, fundada nos prin

cípios respeitáveis da sabedoria, aquele —'

nossa era econômica perturbada.

sofreu as suas mais nefastas visitas .

e realizar isso, como no caso da Gra

O ideal do au

de dos preços", que as guerras mun diais destruíram. Em sua análise das calamidades eco

flação e da deflação, e suas conseqüên

P ° "lustre"Tratado economista Prefacio do seu famoso sôbrenoa

. "O efeito da guerra e da política mo netária que a seguiu, privou de gran de parte de seu valor real a riqueza dos

era incitar e apontar o caminho para a reforma dos sistemas de circulação, os quais, a seu ver, viriam contrariar a

tendência para as flutuações, herança da

tos do depauperamento da classe média, mo.s tantas boas iniciativas, acarretarão lentamente uma decadência da Ciência

rie, sobre Lord Keynes, estarão lem-

O objerivo do livro de Lord Keynes

nômica da iniciadva humana. "Os efei

às grandes guerras, um dos resulta

cias na civilização moderna. Relatando sua influência maléfica, êle escreveu:

instabilidade do valor da moeda.

seqüências dêsse modo de ^'er desastroso, repercutiriam largamente na esfera eco

em tôda a Europa, classe à qual deve-

demente da evolução e efeitos da in

declarou que o desemprêgo, a perda

Keynes asseverou, então, que as con

nômicas que se tem seguido sempre dos não mais considerado de pouca importância, Keynes ocupou-se gran

brusca de economias, jui^tamente com o prevalecimento de especuladores e apro veitadores, provém, em larga escala, da

nado com uma diminuição das horas

de trabalho (e inclusive da produção)

a deflação, restabelecendo a "estabilida

Reforma Monetária", publicado em 1923

gurar sua melhora efetiva, tudo combi

que, de fato, menos cortejou a Fortuna,

tor era abolir não só a inflação, como

Qs leitores do artigo anterior, desta sé

para melhorar sua posição. Mas. na Grã Bretanha, a qualquer custo, e nos

o da Arte".

Mostrando os efeitos específicos das flutuações do meio circulante. Keynes es creveu: - "Quando há inflação, a n-

Bretanha, riuma ocasião em que a ri queza total da comunidade sofria um decréscimo".

Contudo, diz Keynes, a mais cliocanle

conseqüência da inflação "é a injustiça feita àqueles que, em boa fé, aplicaram suas economias em títulos (como apóliêes da dívida pública, etc.), mais do que em coisas". "A inflação não so diminuiu a capacidade para economizar, como "destruiu a atmosfera de confian

ça que é a condição essencial para que

haja economia". Assim, ela prejudica a

queza é distribuída de forma desfaN'o- acumulação do capital, especialmente nos rável aos pequenos invesHdores, muito países novos, em que há grande neces

investidores. A perda foi tão rápida, tão entremeada de outros prejuízos, na oca sião da sua ocorrência, que a sua intei

benéfica aos capitalistas e, provàve men sidade de recursos para desenvolver seu te, nas condições industriais de hoje. be potencial latente. M néfica, também, à maioria dos operaAo afirmar que a deflação, ou uina^ rio.s". Como quase todos pensam, ahas, qxieda nos preços, é a antítese da infla

ra medida não é ainda avaliada espe cificamente. Ela efetuou, contudo, uma profunda mudança na posição relativa

çüo, Keynes acrescenta: — Tem si o um lugar comum nos livros clássicos de Economia, que os salários tendem a nao

ção, Keynes declarou que as conseqüên cias daquela serão ine\'itàvelmente o re-,

europeu, as economias que a classe mé

de que o salário real dos trabalhadores

tivo. Assim como a inflação estimula a

dia havia aplicado, anteriormente à guer

diminui durante o período de ascensão

ra, em títulos, hipotecas ou depósitos bancários, foram quase que totalmente

dos preços. Isto foi verdadeiro no passa

das diferentes classes.

No continente

a respeito deste último efeito da mfla-

acompanhar os preços, como resultado

do e pode .ser verdadeiro ainda agora, em certas categorias de trabalho que

verso das flutuações desta, das quais re sulta um decréscimo do poder aquisi

produção (proporcionando lucros ines perados e fora do comum às indústrias), a deflação acarreta o desemprêgo (pois

a queda dos preços, com os prejuízos


128

Dicksto Econômico

dela decorrentes para a produção indus trial, a enfraquecerá). Do mesmo mo

do que a inflação é danosa aos investi

dores e credores, assim a deflação é injusta aos devedores.

Todavia, os efeitos da deflação não são tão acentuados quanto os da infla

ção, argumenta Keynes, primeiro porque os devedores estão em mellior posição para se protegerem contra o resultado da

deflação do que os investidores em se proteger dos resultados da inflação, e,

I em segundo lugar, o traballio pode meI lhor se proteger contra um excesso de

Dicesto Econômico

nar desneccssiiria a desastrosa reação para se trazer o nie^fo circulante ao seu

valor normal? Keynes pensa que não.

p lyz-i), porque "mais deprimente é o de^ semprêgo num inundo empobrecido do ■ que o desapontamento dos que usu fruem renda". Dessa forma, Lord KevI nes. como Ricardo, acredita que depois

Finanças jogar com o "standard" da moeda, em detrimento do povo, e elevar

que tivemos, que as pessoas cautelosas

Em todo caso, conclui Kejmes, não há como fugir a «uma "circulação diri gida" nas atuais condições financeiras,

dogma obsoleto, que já teve seu valor

queiramos ou não. Podemos não ler um

estivesse na dependência do Ministério das Finanças ou dos Bancos de Estado. A atual situação proporcionou à igno

padrão adequado. No atual mundo de papel moeda e créditos bancários con

versíveis em ouro, não importa o fato de

rância e à frivclidade dos homens de

que o "valor do ouro em si" dependa

Enquanto os economistas dorinitam, en

Estado "uma oportunidade ampla de pro

da política dos Bancos centrais.

torpecidos por um sonho acadêmico de

vocar ruinosas conseqüências no campo

cem ano.s-, surgiram no mundo real, como

econômico". Percebe-se que o nível ge

De acordo com os princípios comba tidos por Keynes, o valor unihírio do

por obra de um mau duende, — e sem pre mais potentes do que bons — os Ministérios das Finanças".

ral da educação econômica e financeira

de um Parlamento de Bancos.

Que, então, poderia ser feito?

A

mo pode D meio circulante ser manHdo

idéia de Keynes é de que poderia haver

hvre de flutuação, para cima ou para baixo?. Estas são as te.ses às quais Key-

a estabilidade do valor estimativo do

"artigos essenciais" ou mercadorias que

tério das Finanças. Êste é um funda

êle comprará, o • qual, assim, estabele

são, de qualquer modo, claras à capaci dade dos banqueiros e homens de Es f

h

tado. Os padrões não metálicos com os quais temos feito experiência, não tem passado senão de ensaios científicos, logo

4

comprará — e não a estabilidade do pa

I

cerá um padrão objetivo de valor, a adoção, pelas autoridades, de uma ta bela oficial, elaborada de forma a regis

trar o preço de um "padrão de mercado rias", padrão esse adotado como valor,

so, involuntariamente adotado, como re

no sentido de que poderiam empregar todos os recursos para prevenir um mo

sultado da taxação inflacionista de guer

vimento de preços que ultrapasse os li

abandonados.

meio circulante - ou seja, estabilidade

verno deve, quando necessário, variar o Será a volta para o "padrão, ouro" valor do padrão ouro. O meio circulan uma cura para a inflação e assim tor te poderia, então, ser "dirigido", sendo

isso, seria necessário derrubar o Minis

mento razoável para hesitações. Mas, ceria uma relação entre os preços e os M e.xperiências em que nos baseamos salários. "Inspirará confiança e forne

daquilo- que a unidade de circulação

drão ouro. Para conseguir isso, o go

permite inovações exeqüíveis e seguras: chegamos então à conclusão de que. para

meio circulante poderia não ser o artifi cialmente relacionado com a quantidade de ouro que poderá comprar, nias o real mente relacionado com a quantidade de

dos nossos estadistas e banqueiros não

ouro estão decididos a aceitá-lo somen

I

ria".

cesso".

em outros tempos. Os defensores do an

tico e compelido a acatar os conselhos

nes se dedicou no. últüno capítulo do seu "Tratado sôbre a Reforma Monetá

das, derivadas da inflação, Keynes es

apreciariam um valor padrão que não

I deriam ser evitadas".

, guir uma medida estável de valor? Co

muitas outras questões de menor necessi

dade social e que realizamos com su

"É natural, depois das experiências

Mas admite que "é mais fácil convir te como um "monarca constitucional",, que tanto a mflaçao como a deflação po- despojado do seu antigo poder despó"Mas, como? Como se poderia conse-

cutado em tempos normais. Não creio que a regulamentação do padrão mone tário seja essencialmente mais difícil que

as rendas através de taxações absur creve sôbre éste risco:

Por esta.s- razões, acrescenta Keynes, de um grave período de inflação, é me lhor a desvalorização, até a volta ao os advogados da restauração do padrúp

mvel primiHvo, do que forçar a deflação

mento do desastre. Mas não podemos

afirmar que isto aconteça quando exe

sabem quão fácil é para os ministros das

1 dinheiro nos bons tempos do que o baixo tigo "standard" não observam, declara i emprego nos maus tempos. Assim diz Keynes, quão remoto éle e.stá agora de I Keynes, "a ^eflação é peor (se excep- espírito e dos imperativos da nossa era. toarmos a inflação exagerada, qual q Alemanha, em

o seu valor controlado pelo Estado de acordo com as necessidades nacionais.

Respondendo ao temor daqueles que

Êlc encara o padrão ouro como uma bárbara relíquia". "Todos nós, escre veu, desde o presidente do Banco da Inglaterra, estamo.s, agora, interessados primacialmente em preservar a estabili dade dos negócios, dos preços e do em prego, e não estamos assim, quando a escolha nos é obrigatória, deliberados a sacrificar todas es.sas considerações a um

129

Foram um último recur

ra, quando as finanças do Estado esta

mites normais de uma pequena porcen-

vam arruinadas, ou quando a situação

tagem, justamente como se fez, antes da

mente, nestas circunstâncias, tais prati

guerra de 1914-18, o emprego de to dos os recursos para prevenir um movi

cas foram o prelúdio e o acompanha

mento no preço do ouro além de uma

não apresentava outra saída. Natural


128

Dicksto Econômico

dela decorrentes para a produção indus trial, a enfraquecerá). Do mesmo mo

do que a inflação é danosa aos investi

dores e credores, assim a deflação é injusta aos devedores.

Todavia, os efeitos da deflação não são tão acentuados quanto os da infla

ção, argumenta Keynes, primeiro porque os devedores estão em mellior posição para se protegerem contra o resultado da

deflação do que os investidores em se proteger dos resultados da inflação, e,

I em segundo lugar, o traballio pode meI lhor se proteger contra um excesso de

Dicesto Econômico

nar desneccssiiria a desastrosa reação para se trazer o nie^fo circulante ao seu

valor normal? Keynes pensa que não.

p lyz-i), porque "mais deprimente é o de^ semprêgo num inundo empobrecido do ■ que o desapontamento dos que usu fruem renda". Dessa forma, Lord KevI nes. como Ricardo, acredita que depois

Finanças jogar com o "standard" da moeda, em detrimento do povo, e elevar

que tivemos, que as pessoas cautelosas

Em todo caso, conclui Kejmes, não há como fugir a «uma "circulação diri gida" nas atuais condições financeiras,

dogma obsoleto, que já teve seu valor

queiramos ou não. Podemos não ler um

estivesse na dependência do Ministério das Finanças ou dos Bancos de Estado. A atual situação proporcionou à igno

padrão adequado. No atual mundo de papel moeda e créditos bancários con

versíveis em ouro, não importa o fato de

rância e à frivclidade dos homens de

que o "valor do ouro em si" dependa

Enquanto os economistas dorinitam, en

Estado "uma oportunidade ampla de pro

da política dos Bancos centrais.

torpecidos por um sonho acadêmico de

vocar ruinosas conseqüências no campo

cem ano.s-, surgiram no mundo real, como

econômico". Percebe-se que o nível ge

De acordo com os princípios comba tidos por Keynes, o valor unihírio do

por obra de um mau duende, — e sem pre mais potentes do que bons — os Ministérios das Finanças".

ral da educação econômica e financeira

de um Parlamento de Bancos.

Que, então, poderia ser feito?

A

mo pode D meio circulante ser manHdo

idéia de Keynes é de que poderia haver

hvre de flutuação, para cima ou para baixo?. Estas são as te.ses às quais Key-

a estabilidade do valor estimativo do

"artigos essenciais" ou mercadorias que

tério das Finanças. Êste é um funda

êle comprará, o • qual, assim, estabele

são, de qualquer modo, claras à capaci dade dos banqueiros e homens de Es f

h

tado. Os padrões não metálicos com os quais temos feito experiência, não tem passado senão de ensaios científicos, logo

4

comprará — e não a estabilidade do pa

I

cerá um padrão objetivo de valor, a adoção, pelas autoridades, de uma ta bela oficial, elaborada de forma a regis

trar o preço de um "padrão de mercado rias", padrão esse adotado como valor,

so, involuntariamente adotado, como re

no sentido de que poderiam empregar todos os recursos para prevenir um mo

sultado da taxação inflacionista de guer

vimento de preços que ultrapasse os li

abandonados.

meio circulante - ou seja, estabilidade

verno deve, quando necessário, variar o Será a volta para o "padrão, ouro" valor do padrão ouro. O meio circulan uma cura para a inflação e assim tor te poderia, então, ser "dirigido", sendo

isso, seria necessário derrubar o Minis

mento razoável para hesitações. Mas, ceria uma relação entre os preços e os M e.xperiências em que nos baseamos salários. "Inspirará confiança e forne

daquilo- que a unidade de circulação

drão ouro. Para conseguir isso, o go

permite inovações exeqüíveis e seguras: chegamos então à conclusão de que. para

meio circulante poderia não ser o artifi cialmente relacionado com a quantidade de ouro que poderá comprar, nias o real mente relacionado com a quantidade de

dos nossos estadistas e banqueiros não

ouro estão decididos a aceitá-lo somen

I

ria".

cesso".

em outros tempos. Os defensores do an

tico e compelido a acatar os conselhos

nes se dedicou no. últüno capítulo do seu "Tratado sôbre a Reforma Monetá

das, derivadas da inflação, Keynes es

apreciariam um valor padrão que não

I deriam ser evitadas".

, guir uma medida estável de valor? Co

muitas outras questões de menor necessi

dade social e que realizamos com su

"É natural, depois das experiências

Mas admite que "é mais fácil convir te como um "monarca constitucional",, que tanto a mflaçao como a deflação po- despojado do seu antigo poder despó"Mas, como? Como se poderia conse-

cutado em tempos normais. Não creio que a regulamentação do padrão mone tário seja essencialmente mais difícil que

as rendas através de taxações absur creve sôbre éste risco:

Por esta.s- razões, acrescenta Keynes, de um grave período de inflação, é me lhor a desvalorização, até a volta ao os advogados da restauração do padrúp

mvel primiHvo, do que forçar a deflação

mento do desastre. Mas não podemos

afirmar que isto aconteça quando exe

sabem quão fácil é para os ministros das

1 dinheiro nos bons tempos do que o baixo tigo "standard" não observam, declara i emprego nos maus tempos. Assim diz Keynes, quão remoto éle e.stá agora de I Keynes, "a ^eflação é peor (se excep- espírito e dos imperativos da nossa era. toarmos a inflação exagerada, qual q Alemanha, em

o seu valor controlado pelo Estado de acordo com as necessidades nacionais.

Respondendo ao temor daqueles que

Êlc encara o padrão ouro como uma bárbara relíquia". "Todos nós, escre veu, desde o presidente do Banco da Inglaterra, estamo.s, agora, interessados primacialmente em preservar a estabili dade dos negócios, dos preços e do em prego, e não estamos assim, quando a escolha nos é obrigatória, deliberados a sacrificar todas es.sas considerações a um

129

Foram um último recur

ra, quando as finanças do Estado esta

mites normais de uma pequena porcen-

vam arruinadas, ou quando a situação

tagem, justamente como se fez, antes da

mente, nestas circunstâncias, tais prati

guerra de 1914-18, o emprego de to dos os recursos para prevenir um movi

cas foram o prelúdio e o acompanha

mento no preço do ouro além de uma

não apresentava outra saída. Natural


Dícesto Dioksto

130

determinada porcentagem. A compo sição exata do padrão de mercadorias

poderia ser modificada de tempos em tempos, de acordo com as mutações, na importância econômica relativa, de seus vários componentes". Em todos os casos "as atuais oscila

ções nos preços devem, naturalmente, ser o alvo mais visado; mas, a capacidade de emprego, o volume da produção, a solicitação efetiva de crédito sentida pe los Bancos, as taxas e juros dos investi

131

Econômico

Econômico

inev4tá\el'', mas "não chegamos, ainda,

\'ez, o direito de variar, no caso de uma

o

a um ponto em que esse "dirigismo"

grande divergência entre a libra e o dó

Keynes sabia que o valor da libra es terlina, sob e.ssas antigas condições, era invariá\'í'' e ora o padrão seguro em tArno do qual o valor da.s outras circulações era estabelecido e mantido. Sabia, tam

possa .ser confiado a uma "simples" auto ridade. O melhor que podemos fazer, por conseguinte, é termos "duas" cir culações "dirigidas", a libra e o dólar, com uma cx)laboração tão cerrada quanto possível entre os alvos e os métodos de

bém, que as finança.s, no mundo, eram firmadas justamente cm razão dc uma

"O ideal é uma cooperação íntima entre o

Tratando da diretriz que cada pais

"livTe circulação" da libra esterlina, de

"Federal Reserve Board" e o Banco da

poderá, com vantagens, seguir Keynes

valor "bona fido" tanto externa quanto internamente e pela qual a circulação do.s outros países poderia ser encadeada.

diz: "Talvpz o Império Britânico (com exceção do Canadá) e os países da Eu ropa adotassem a libra como padrão, ao cada um teria liberdade de escolha,

maior

centro

banciirio

dc

todo

mundo.

direção desses dois meios circulantes".

lar), mantendo a estabilidade pelo acúmulo de ouro em seus Bancos, para

fazer face às flutuações periódicas e

usando outros métodos para regular o volume do poder de compra e, assim, manter um nível relativamente estável

de preços através de longos períodos .•

comércio exterior e o nível das trocas

Essa circulação era, no exterior, a força do Ministério das Finança.s. Seu \alor

Inglaterra, em resultado da qual a es tabilidade dos preços e das trocas po deria ser conseguida ao mesmo tempo. Mas eu sugiro que é mais prático e mais sábio que isso aconteça sem experiên

estrangeiras, tudo deve ser considerado.

não dependia das condições sociais ou

cias ou mútua vantagem, e sem que um

"O ponto principal é que o objetivo das

econômicas somente da Inglaterra, nem

lado se ate ao outro. Uma colaboração

pois, com o progresso da cultura e da

da fanta.sia do.s controladorc.s das taxas.

em bases não livres para ambos os lados, é abrir caminho para dissenções, espe cialmente porque a retenç-ão de dólares envolve prontamente o pesado ônus de

compreensão, tão perfeito que uma har

mentos de-vários tipos, o T.uxo de di nheiro na circula"ção, as estatísticas do

autoridades, perseguido por todos os meios capazes de alcanç-á-io, seja a esta

Por uma centena de anos essa circulação

bilidade do.s preços".

independentemente controlada foi o es

Todavia, ainda que Keynes tenha advogado uma "circulação dirigida" dc um valor a ser fixado pelo Estado e "regulado pelo Ministério das Finanças", nota-se que ele não era insensível ao

risco e ao abuso dêsses poderes por au toridades ínescrupulosas, que poderiam, para ocultar sua delinqüência, incluindo crimes de ação e omissão, interferir in devidamente no valor e na estabilida de do meio circulante nacional.

Êle

não poderia desprezar o fato de que iirç organismo financeiro, "independente" do

Ministério e livre do seu poder, poderia ser menos perigoso aos interêsses pú blicos. Tinha pleno conhecimento dos trabalhos que, sob o antigo sistema do Banco da Inglaterra (antes de ter estado diretamente sob o controle do Govêmo, em

1914), fizeram

de

Londres

o

cudo das finanças do mundo. Ela era,

por assim dizer, a enseada na qual os navios poderiam ancorar com segurança.

enterrar ouro desnecessário".

Enquanto esse porto permaneceu intac to, os meios circulantes puderam manter sua posição relativamente protegida dos perigos das tempestades financeiras in ternacionais. Keynes sabia, talvez mais que ninguém, que a primeira guerra mundial havia danificado êsse porto das finanças e que êle deveria ser reparado por uma conti-ação na flutuação, pra ticada pelos estadísta.s, a qual ninguém poderia seguramente prever ou medir, desde que se tratava apenas de um expediente.

pergunta Keynes, seguiriam as outras na

Foi a consideração de todos esses fa-

tn.s que levou Keynes a e.screver: "Atin gimos a um- estágio da evolução da moeda no qual a "circulação dirigida é

Que corrente, em tais circunstâncias,

passo que o Canadá e os demais países das Américas adotariam o dólar.

Mas

monia seria estabelecida entre os dois, a escolha seria indiferente".

Tudo isso foi escrito por John May-

nard Keynes em 1922, sôbre as catás trofes econômicas em evolução durante

a primeira guerra mundial. Citanio-Io

ções?... questão que o ilustre autor do

tão minuciosamente aqui, porque isto

"Tratado sobre a Reforma Monetária"

tem grande aplicação aos problemas ori

procura responder no final de sua su gestão.

Concluindo seu Tratado, que

marcou época, escreveu:

undos da segunda guerra mundial, que

repercutiu ainda mais profundamente na estrutura econômica e social da civiliza

"Não há provàvehnente países, a nao ção. Trabalhar em favor das reformas ser a Grã Bretanha e os Estados Unidos, que advogou, através dos tumultuosos que pudessem justificar um empreendi anos da segunda guerra mundial e de mento para estabelecer um "standard" pois, tal foi a extraordinária atividade de independente. O caminho mais sábio se Lord Keynes. E, tão árdua foi a tarefa, ria êsses outros países basearem seu que lhe abreviou grandemente a vida. Keynes foi "vítima de guerra" como meio circulante em libras ou em dólares,

por meio de um padrão de troca, fi xando suas permutas em termos de um ou de outro (embora rescrvando-se, tal-

.

os soldados que tombaram no serviço ativo, ou os civis mortos pelas bombas nazistas e nipônicas. A posteridade re-

4


Dícesto Dioksto

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determinada porcentagem. A compo sição exata do padrão de mercadorias

poderia ser modificada de tempos em tempos, de acordo com as mutações, na importância econômica relativa, de seus vários componentes". Em todos os casos "as atuais oscila

ções nos preços devem, naturalmente, ser o alvo mais visado; mas, a capacidade de emprego, o volume da produção, a solicitação efetiva de crédito sentida pe los Bancos, as taxas e juros dos investi

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Econômico

Econômico

inev4tá\el'', mas "não chegamos, ainda,

\'ez, o direito de variar, no caso de uma

o

a um ponto em que esse "dirigismo"

grande divergência entre a libra e o dó

Keynes sabia que o valor da libra es terlina, sob e.ssas antigas condições, era invariá\'í'' e ora o padrão seguro em tArno do qual o valor da.s outras circulações era estabelecido e mantido. Sabia, tam

possa .ser confiado a uma "simples" auto ridade. O melhor que podemos fazer, por conseguinte, é termos "duas" cir culações "dirigidas", a libra e o dólar, com uma cx)laboração tão cerrada quanto possível entre os alvos e os métodos de

bém, que as finança.s, no mundo, eram firmadas justamente cm razão dc uma

"O ideal é uma cooperação íntima entre o

Tratando da diretriz que cada pais

"livTe circulação" da libra esterlina, de

"Federal Reserve Board" e o Banco da

poderá, com vantagens, seguir Keynes

valor "bona fido" tanto externa quanto internamente e pela qual a circulação do.s outros países poderia ser encadeada.

diz: "Talvpz o Império Britânico (com exceção do Canadá) e os países da Eu ropa adotassem a libra como padrão, ao cada um teria liberdade de escolha,

maior

centro

banciirio

dc

todo

mundo.

direção desses dois meios circulantes".

lar), mantendo a estabilidade pelo acúmulo de ouro em seus Bancos, para

fazer face às flutuações periódicas e

usando outros métodos para regular o volume do poder de compra e, assim, manter um nível relativamente estável

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comércio exterior e o nível das trocas

Essa circulação era, no exterior, a força do Ministério das Finança.s. Seu \alor

Inglaterra, em resultado da qual a es tabilidade dos preços e das trocas po deria ser conseguida ao mesmo tempo. Mas eu sugiro que é mais prático e mais sábio que isso aconteça sem experiên

estrangeiras, tudo deve ser considerado.

não dependia das condições sociais ou

cias ou mútua vantagem, e sem que um

"O ponto principal é que o objetivo das

econômicas somente da Inglaterra, nem

lado se ate ao outro. Uma colaboração

pois, com o progresso da cultura e da

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em bases não livres para ambos os lados, é abrir caminho para dissenções, espe cialmente porque a retenç-ão de dólares envolve prontamente o pesado ônus de

compreensão, tão perfeito que uma har

mentos de-vários tipos, o T.uxo de di nheiro na circula"ção, as estatísticas do

autoridades, perseguido por todos os meios capazes de alcanç-á-io, seja a esta

Por uma centena de anos essa circulação

bilidade do.s preços".

independentemente controlada foi o es

Todavia, ainda que Keynes tenha advogado uma "circulação dirigida" dc um valor a ser fixado pelo Estado e "regulado pelo Ministério das Finanças", nota-se que ele não era insensível ao

risco e ao abuso dêsses poderes por au toridades ínescrupulosas, que poderiam, para ocultar sua delinqüência, incluindo crimes de ação e omissão, interferir in devidamente no valor e na estabilida de do meio circulante nacional.

Êle

não poderia desprezar o fato de que iirç organismo financeiro, "independente" do

Ministério e livre do seu poder, poderia ser menos perigoso aos interêsses pú blicos. Tinha pleno conhecimento dos trabalhos que, sob o antigo sistema do Banco da Inglaterra (antes de ter estado diretamente sob o controle do Govêmo, em

1914), fizeram

de

Londres

o

cudo das finanças do mundo. Ela era,

por assim dizer, a enseada na qual os navios poderiam ancorar com segurança.

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Enquanto esse porto permaneceu intac to, os meios circulantes puderam manter sua posição relativamente protegida dos perigos das tempestades financeiras in ternacionais. Keynes sabia, talvez mais que ninguém, que a primeira guerra mundial havia danificado êsse porto das finanças e que êle deveria ser reparado por uma conti-ação na flutuação, pra ticada pelos estadísta.s, a qual ninguém poderia seguramente prever ou medir, desde que se tratava apenas de um expediente.

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Foi a consideração de todos esses fa-

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Que corrente, em tais circunstâncias,

passo que o Canadá e os demais países das Américas adotariam o dólar.

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monia seria estabelecida entre os dois, a escolha seria indiferente".

Tudo isso foi escrito por John May-

nard Keynes em 1922, sôbre as catás trofes econômicas em evolução durante

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tão minuciosamente aqui, porque isto

"Tratado sobre a Reforma Monetária"

tem grande aplicação aos problemas ori

procura responder no final de sua su gestão.

Concluindo seu Tratado, que

marcou época, escreveu:

undos da segunda guerra mundial, que

repercutiu ainda mais profundamente na estrutura econômica e social da civiliza

"Não há provàvehnente países, a nao ção. Trabalhar em favor das reformas ser a Grã Bretanha e os Estados Unidos, que advogou, através dos tumultuosos que pudessem justificar um empreendi anos da segunda guerra mundial e de mento para estabelecer um "standard" pois, tal foi a extraordinária atividade de independente. O caminho mais sábio se Lord Keynes. E, tão árdua foi a tarefa, ria êsses outros países basearem seu que lhe abreviou grandemente a vida. Keynes foi "vítima de guerra" como meio circulante em libras ou em dólares,

por meio de um padrão de troca, fi xando suas permutas em termos de um ou de outro (embora rescrvando-se, tal-

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os soldados que tombaram no serviço ativo, ou os civis mortos pelas bombas nazistas e nipônicas. A posteridade re-

4


>■»*

Dicesto EcoNÓMice

132

mas como um grande economista que se bateu, sob circunstâncias particularmen

pre^-os e em relacioná-los com os salá rios, para que, até os mais pobres, pu dessem assegurar-se do essencial para a

te adversas, em favor da estabilidade dos

vida.

verencíará sua memória, não só como tal,

CaMINHflO ENGUICflDO #

'

i*

No *■" último número do Kuj

'Boletim da Associação dos Químicos", o vrof. C. M»-

Martraireas publicam lon^o sôbrefinais o situação àa tndv^na^ alcooleira ao terminarem hostilidades. ' Nastrabalho conclusões os autores morram que a fabricação de álcool, particularmente do álcool de beterraba, i*õo obstaiUe as dtficuldacles e as destruições provocadas pela nuerra, constitui indústria os níveis de antesd da mwrra, tão logo os condições econômicas permitam à agricultura fornecer-lhe mat%ia pritno. ]

£

I •

.

.

no

',—

inclusive, afirmar não wj/tíc

t^S fTr

u-c.

ÜZ refere a° utilização

cod ^oduzhT

uuia

do

e

aeter. combustível detcrmhmram a adoção cumousiivet

fabris. OsÊsleresultados esforço foiobtidos pnrticlarmentc vapor. vermitefh

.s

frre^ondTr H^id^Z

Um caminhão encostado na c.strada pode representar

«

um considerável Iranstôrno em seus negócios. Não

representadas pelo ã-

arrisque a segurança de seus transportes com peças tia procedência duvidosa;i/Fenha presente ,que as pe

«Oüos cons/rupõ&s ainda não deu os resultados esperados-

eriPir condições atuais, ^ uma j destilariaT^ ^ equipada tecnicamente, que induzir a lavoura a reformar

Zdt^rtL'lo7'Tstfn' c/« Alpum Atores indd

ças legítimas G. M. são "Jeilas de encomenda" para

á prldução de plcntas utilij^^ioi problema agrícoUi que técnico.

seu carro ~ e saem mais baralai I Para sua segu

rança, exija peças legítimas G. M I

'1 } ate t' o *total 4. f de j^^^^^^ram possíveis inteurtulas nos próxihios anos, produções deI álcool 17 milhõescomo de hectotUros, por 7 milhões de hccto-

'' 7-í dfhftt ''"77,"■ 3 'nfhões de heciolitros de álcool de topiJmho U

.T r 'números parecem, no entanto, o S tnilhões de hectolltros de á o" coõla ml tdtco stntetxco. Tats excessivos aos autores, à^s tomando tornarulo em em consideração conMderação as as possibUldades anricoUts e^ técnicas, calculam entre Ta l mdhoes de hectohtros a produção de ãlcootde origem agrícola. Mesmo êslcs rc/'TJ e, sobretudo, a criaçãoleuando-se%m conta que ampliação-vagar. das culturas agrícolas de novas, se realiza coma bastante 7

,,

^

lexe-rexsaill.,

j.

IH> UniUIllU,

(ST.

"O uicuui ue ungem agricuia.

iviesmo esícs fC-

aprovados

ACESSOmOS

Quanto ao álcool pietílico de síntese, as passibilidades são evidentemente maio res. se trata de produto estritamente industrial, os resultados possíveis serão função das margens de preço e das disponibilidades de mão de obra para a extração

PRODUTO DA

dos combustíveis mínercis que alimentarão essa nova indústria.

1.

LEGITIMAS

GENERAL MOTORS

^ ' vil


>■»*

Dicesto EcoNÓMice

132

mas como um grande economista que se bateu, sob circunstâncias particularmen

pre^-os e em relacioná-los com os salá rios, para que, até os mais pobres, pu dessem assegurar-se do essencial para a

te adversas, em favor da estabilidade dos

vida.

verencíará sua memória, não só como tal,

CaMINHflO ENGUICflDO #

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Martraireas publicam lon^o sôbrefinais o situação àa tndv^na^ alcooleira ao terminarem hostilidades. ' Nastrabalho conclusões os autores morram que a fabricação de álcool, particularmente do álcool de beterraba, i*õo obstaiUe as dtficuldacles e as destruições provocadas pela nuerra, constitui indústria os níveis de antesd da mwrra, tão logo os condições econômicas permitam à agricultura fornecer-lhe mat%ia pritno. ]

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.T r 'números parecem, no entanto, o S tnilhões de hectolltros de á o" coõla ml tdtco stntetxco. Tats excessivos aos autores, à^s tomando tornarulo em em consideração conMderação as as possibUldades anricoUts e^ técnicas, calculam entre Ta l mdhoes de hectohtros a produção de ãlcootde origem agrícola. Mesmo êslcs rc/'TJ e, sobretudo, a criaçãoleuando-se%m conta que ampliação-vagar. das culturas agrícolas de novas, se realiza coma bastante 7

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modelos manuais e elétricos.

A Instalação ideal — Simplicida de e economia — O mais moder

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ções de serviço — Das mais sim ples às mais complexas.

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