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ECONOMICO SOB os auspícios Dn ASSOCIAÇKO COMERCIAL DE SÃO PAULO E DO FEDERACAO DO COMERCIO DO ESTADO DE SAO PAULO FW T» -
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PlaneiamcTilo e Governo Urbano — Lviiz de Anhaia Melo
O Dinbeiro, os Preços Internos e Internacionais e as Crises — Djacir Menezes - • ■
d®-
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O Algodão em São Paulo — Garibaldi Dantas
O Problema Nacional do Trigo — Edgai-d Teixeira Leite Cristianismo e Le Play — Louis Baudin
...
Protecionismo Alfandegário — Gottfried von Oração de Paraninfo — Davi Campista
Haborler
História Econômica — Comércio de Aves — Afonso Arinos de Melo Franco
Os Primeiros EngenHos Centrais do Brasil — José Honório Rodrigues Idéias e Intorêsses ■—-
Otávio
Tarquínio
de
Souza
O Algodão em São Paulo nos séculos XVI e XVII — Sérgio Buarque de Holanda Geografia das Comunicações Paulistas — O Litoral — Nelson Werneck Sodré . . . Defumação *5
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Econômico
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Maquiavel, Teórico da Política Burguesa Senac — Franci.sco Gai-cia Bastos
Panorama
do
Vida
— José Bonifácio de Sousa Amaral Cândido Mota Filho
Redação
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Norte: Luis Romlo,
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Goiânia.
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Isso se aplica particularmente aos países da América do Sul e Central, onde griuide número de novas indús trias estão sendo incrementadas. Cada ano que passa, numa proporção maior do que no ano anterior,centenas
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Endereço Telegráfico para Matriz e Filiais: "INDUSCOMIO"
Humanidade... no mundo inteiro
CAPITAL REALISADO FUNDO DE RESERVA FUNDO DE RESERVA LEGAL LUCROS EM SUSPENSO
Cr$ 100.000.000,00 CrS 95.000.000,00 CrS 6.427.503,30 CrS 7.109.675.()0
MATRIZ — São Paulo
Rua 15 de Novembro n. 289
Caixa Postal, 36 — Telefone: 2-3191
Onde quer que o sr. observe as iudúsirias ao serviço do gênero luiniano, ali adiará os produtos químicos c plás ticos Monsanlo ajudando a acelerar suas tarefas e a me lhorar os seus produtos.
Isso se aplica particularmente aos países da América do Sul e Central, onde griuide número de novas indús trias estão sendo incrementadas. Cada ano que passa, numa proporção maior do que no ano anterior,centenas
de produtos das dezoito fábricas Monsanlo têm sido expedidos para esses paises. Essa tendência continuou mesmo durante a guerra, a tal ponto que, no ano findo,
filiais
as indústrias da América do Sul e Central consiuniram
RIO DE JANEIRO
Rua l.o de Março n. 77
SANTOS
15 de Novembro n. 109 Tel. 23-1796 - Interurbano: LD.4 RuaTelefones: 2022 e 2485 Caixa Postal, 230
Caixa Postal, 89
mais do dobro do volume de produtos Monsanto que usaram em 1941.
Enquanto essas indústrias e nossa capacidade para servi-las continuarem progredindo, vislumbramos um
Americana — Amparo — Araraquara — Baurú — Bebedouro •— Botucatu — Birigui — Bragança Paulista — Cafelândia — Cam pinas — Caíanduva — Jaboticabal — Londrina — Marília — Olímpia de Caldas — Presidente Prudente — Ribeirão Carlos — São José do Rio Preto — São
Manuel — Tanabi — Taquaritinga — Tupã — Valparaizo — Valinhos.
futuro mais brilhante c próspero, como nunca se viu an teriormente em nossos dois grandes continentes. MONSANTO CHEMICAL COMPANY, 1700 South 2nd Street, St. Louis 4, Mo., E. U. A. e MONSANTO CHEMICALS, LTD., Victoria Station House, London, S. W. 1, Englond
Agentes: Brasil: Klingler, S. A., Anilinas e Produtos Químicos, São Paulo — Rio de Janeiro — Curitiba
CORRESPONDENTES NO PAÍS E NO ESTRANGEIRO
EIS
ALGUMAS INDUSTRIAS
SERVIDAS PELA MONSANTO
DIRETORIA:
Bebidas
Papel
Processamento químico Produtos alimentícios
Petróleo Farmacêutica
Leônidas Garcia Rosa — Diretor-Vice-Presidente
Produtos florestais Inseticidas
Plósticos
José da Silva Gordo — Diretor-Superintendente
Empacotamento Tintas, locas, vernizes
Te'xteis Tratamento de ógua
Numa de Oliveira — Diretor-Presidente
Theodoro Ouartim Barbosa e Francisco B. de Queirós Ferreira — Diretores-Gerentes.
PRODUTOS
QUÍMICOS
Curtume
A SERVIÇO DA INDUSTRIA..QUE SERVE A HUMANIDADE
Monsanto
■P
*!'
FORD
MOTOR
COMPANY
Dagenham
LIMITED INGLATERRA
Distribuidores exclusivos
Nenhum criador joga fóra propositadamente o leite
que produz em sua fazenda — porque leite é dinheiro proveniente de trabalho contínuo e penoso.
Já pensou, entretanto, em quantos latões de leite o
senhor desperdiça simplesmente porque deixa de os produzir?
Lembre-se de que P^ra produzirem com eficiência e
economia as vacas leiteiras exigem uma alimentação racionai - farta, rica e bem equilibrada.
As "RAÇÕES CONCENTRADAS BRASIL" são cuidadosamente calculadas para a obtenção do má ximo rendimento dos seus animais, conservaudo-os fortes e sadios.
Experimente-a hoje mesmo e nunca mais
deixará de usa-la.
V-
(Resp. Brenno M. úe Andrade, eng.-agro.)
Pedidos à Caixa Postal, 1117 Produto
da Refinadora
de. Óleos
Rua Xavier de Toledo, 114 •
Brasil
Loja e Escritório: RUA DAS PALMEIRAS, 315 Depart®. Agrícola — ALAMEDA NOTHMANN. 1234 S/À
Caixa Postal, 1117
UriNM)C<OuCUOS tRASU w
st
Oficina e Montagem: RUA VITORINO CARMILO. 1017
São Paulo
Fone: Escritório: 5-4842 — Fone: Oficina: 5-9556 '
SÃO PAULO
■P
*!'
FORD
MOTOR
COMPANY
Dagenham
LIMITED INGLATERRA
Distribuidores exclusivos
Nenhum criador joga fóra propositadamente o leite
que produz em sua fazenda — porque leite é dinheiro proveniente de trabalho contínuo e penoso.
Já pensou, entretanto, em quantos latões de leite o
senhor desperdiça simplesmente porque deixa de os produzir?
Lembre-se de que P^ra produzirem com eficiência e
economia as vacas leiteiras exigem uma alimentação racionai - farta, rica e bem equilibrada.
As "RAÇÕES CONCENTRADAS BRASIL" são cuidadosamente calculadas para a obtenção do má ximo rendimento dos seus animais, conservaudo-os fortes e sadios.
Experimente-a hoje mesmo e nunca mais
deixará de usa-la.
V-
(Resp. Brenno M. úe Andrade, eng.-agro.)
Pedidos à Caixa Postal, 1117 Produto
da Refinadora
de. Óleos
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Brasil
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UriNM)C<OuCUOS tRASU w
st
Oficina e Montagem: RUA VITORINO CARMILO. 1017
São Paulo
Fone: Escritório: 5-4842 — Fone: Oficina: 5-9556 '
SÃO PAULO
DIIIESTO ECdMm
(PícmeÇameitta e qsoLêfino. uh&xmx9-
★
O UUNDO DOS NE60CIOS NUM PANORAMA MENSAL
Publicado sob o* auspícios da
ASSOCIfiCflO COMERCIALDE SÃO PAULO
FEDERAÇÃO 00 COMÉRCIO 00 ESTADO DE SÃO PAULO Diretor Superintendente
Auro Soares de Moura Andrade Diretor:
Anlonlo Gonlijo de Carvalho
por Ltnz de Anhaia Melo
O Digesfo Econômico publicará no próximo número; AS
LEIS
ECONÔMICAS -
O ilustre professor Anlioia Melo mostra cnie a falta de um plano admini^raitoo leoa a muitos o desejo da tirania e o rejJÚdio da democracia, e que o planejamento para ser uma força só pode ser feito na base de uma participação popular.
Louis
Baudin.
O SÁBIO MABTIUS E O PÃO DE
MANDIOCA — Américo Jacobina Lacoinbe.
|S|Mes ?co°ôSc°a3
Dans une démocratie TUrbanisme
Urbanismo, define bem Jean Lebre-
ne pcut étre qu*une vaste oeuvre
coUective, qui demande Tadliésion
ton, ó "Ia remise en ordre du compléxe ville-campagne".
consciente et complete, Ia participation active de tout le peuple.
grandes males simultâneos: a de popula
II ne peut y avoir d*Urbanisme "imposé" dans un pays libre.
O PLANO REGIONAL DE SANTOS Francisco Prestes Maía.
Pierrc Vago: Français.
A CIDADE JARDIM — Luiz dc Anbaia
L'Urbanlsme
Melo.
fl^pifos "líjaf devidamente citadas, Ss
HISTÓRIA
nem pelS
®"^"idos em artigosS
Na transcrição de artigos pede-se citar
o
nome
do
Digeslo
Econômico.
cações congêneres nacionais e es
- Afonso
Arinos de Melo Franco.
BALANÇA DE PAGAMENTO EM RE
(registrado)
Cr$ 30.00 CrS 36,00
Número do mês:
CrS 3,00
Atrasado:
CrS 5,00
sas cidades está exigindo solução urgente, e todos sentem que a afitude
Viaduto Boa Vista, 67 - 7.o andar Tel. 3-7499 — Caixa Postal, 240-B São Paulo
urbano das pequenas cidades a estagna ção e decadência desses centros; e o das
metrópoles, a apoplexia da prosperida de.
Falsa prosperidade. O "bigger-city complex" é entre nos
nistração urbana brasileira, salvo raras
um verdadeiro culto nacional e aceito
€xeções, precisa ter fim.
sem maior exame.
A CARTA INTERNACIONAL DO CO —
Teotônio
Monteiro
de
ECONOMIA E HUMANISMO - Luiz CinlTa do Prado.
PAULISTAS — Nelson Wemeck Sodré.
FIAÇÃO E TECELAGEM EM SÃO PAULO NO PERÍODO COLONIAL
Sérgio Buarque de Holanda.
Os males provenientes de um cresci-
a escala humana e não a das possibili
€stá permitindo que, em todo o terri tório nacional, novos e gra-
de é organismo e não mecanismo. E não há vantagem em li vrar-se alguém da ditadura dos homens para cair na dita dura da máquina, igualmente
ves erros sejam diàriamente praticados.
O urbanismo propõe medi das de correção e outius de
dades técnicas, hoje ilimitadas. Cida
nefasta.
Um plano regional, bem es
prevenção.
Se as primeiras em regra custam muito
dinheiro, as segundas nada custam.
★
A escala da vida urbana deve ser
niento desordenado não são corrigidos, 6 a inércia das administrações municipais
Cònsisfcem em "fatores de orientação", Redação e Administração:
Sofre o homem do campo de isolamen to e abandono crônicos; sofre o homem
GIME DE PAPEL MOEDA - Gott-
GEOGRAFIA DAS COMUNICAÇÕES
Ano (simples)
problema do planejamento das nos
das cidades.
fried von Haberler.
trangeiras.
ASSINATURAS: Digesto Econômico
O
ção dos campos e o congestionamento
de "laisser-faire" que caracteriza a admi
MÉRCIO Barros.
Aceita-se intercâmbio com publi
ECONÔMICA
A ausência de plano é causa de dois
como as classifica o urbanista americano
Jaccb Crane, e evitam a repetição de erros que, justificáveis em outros tem pos, hoje são positivamente criminosos.
A base mínima de qualquer planeja mento é, hoje, regional.
tudado, tudo^ resolveria.
O grande sonho da humanidade, de uma vida mellior é perfeitamente reali
zável; preciso é, porém, que se dê ao urbanista a oportunidade de o provar. A Antigüidade teve as suas cidades religiosas; a Idade-Media, cidades prá ticas; o Renascimento e Barroco, cidades artísticas.
DIIIESTO ECdMm
(PícmeÇameitta e qsoLêfino. uh&xmx9-
★
O UUNDO DOS NE60CIOS NUM PANORAMA MENSAL
Publicado sob o* auspícios da
ASSOCIfiCflO COMERCIALDE SÃO PAULO
FEDERAÇÃO 00 COMÉRCIO 00 ESTADO DE SÃO PAULO Diretor Superintendente
Auro Soares de Moura Andrade Diretor:
Anlonlo Gonlijo de Carvalho
por Ltnz de Anhaia Melo
O Digesfo Econômico publicará no próximo número; AS
LEIS
ECONÔMICAS -
O ilustre professor Anlioia Melo mostra cnie a falta de um plano admini^raitoo leoa a muitos o desejo da tirania e o rejJÚdio da democracia, e que o planejamento para ser uma força só pode ser feito na base de uma participação popular.
Louis
Baudin.
O SÁBIO MABTIUS E O PÃO DE
MANDIOCA — Américo Jacobina Lacoinbe.
|S|Mes ?co°ôSc°a3
Dans une démocratie TUrbanisme
Urbanismo, define bem Jean Lebre-
ne pcut étre qu*une vaste oeuvre
coUective, qui demande Tadliésion
ton, ó "Ia remise en ordre du compléxe ville-campagne".
consciente et complete, Ia participation active de tout le peuple.
grandes males simultâneos: a de popula
II ne peut y avoir d*Urbanisme "imposé" dans un pays libre.
O PLANO REGIONAL DE SANTOS Francisco Prestes Maía.
Pierrc Vago: Français.
A CIDADE JARDIM — Luiz dc Anbaia
L'Urbanlsme
Melo.
fl^pifos "líjaf devidamente citadas, Ss
HISTÓRIA
nem pelS
®"^"idos em artigosS
Na transcrição de artigos pede-se citar
o
nome
do
Digeslo
Econômico.
cações congêneres nacionais e es
- Afonso
Arinos de Melo Franco.
BALANÇA DE PAGAMENTO EM RE
(registrado)
Cr$ 30.00 CrS 36,00
Número do mês:
CrS 3,00
Atrasado:
CrS 5,00
sas cidades está exigindo solução urgente, e todos sentem que a afitude
Viaduto Boa Vista, 67 - 7.o andar Tel. 3-7499 — Caixa Postal, 240-B São Paulo
urbano das pequenas cidades a estagna ção e decadência desses centros; e o das
metrópoles, a apoplexia da prosperida de.
Falsa prosperidade. O "bigger-city complex" é entre nos
nistração urbana brasileira, salvo raras
um verdadeiro culto nacional e aceito
€xeções, precisa ter fim.
sem maior exame.
A CARTA INTERNACIONAL DO CO —
Teotônio
Monteiro
de
ECONOMIA E HUMANISMO - Luiz CinlTa do Prado.
PAULISTAS — Nelson Wemeck Sodré.
FIAÇÃO E TECELAGEM EM SÃO PAULO NO PERÍODO COLONIAL
Sérgio Buarque de Holanda.
Os males provenientes de um cresci-
a escala humana e não a das possibili
€stá permitindo que, em todo o terri tório nacional, novos e gra-
de é organismo e não mecanismo. E não há vantagem em li vrar-se alguém da ditadura dos homens para cair na dita dura da máquina, igualmente
ves erros sejam diàriamente praticados.
O urbanismo propõe medi das de correção e outius de
dades técnicas, hoje ilimitadas. Cida
nefasta.
Um plano regional, bem es
prevenção.
Se as primeiras em regra custam muito
dinheiro, as segundas nada custam.
★
A escala da vida urbana deve ser
niento desordenado não são corrigidos, 6 a inércia das administrações municipais
Cònsisfcem em "fatores de orientação", Redação e Administração:
Sofre o homem do campo de isolamen to e abandono crônicos; sofre o homem
GIME DE PAPEL MOEDA - Gott-
GEOGRAFIA DAS COMUNICAÇÕES
Ano (simples)
problema do planejamento das nos
das cidades.
fried von Haberler.
trangeiras.
ASSINATURAS: Digesto Econômico
O
ção dos campos e o congestionamento
de "laisser-faire" que caracteriza a admi
MÉRCIO Barros.
Aceita-se intercâmbio com publi
ECONÔMICA
A ausência de plano é causa de dois
como as classifica o urbanista americano
Jaccb Crane, e evitam a repetição de erros que, justificáveis em outros tem pos, hoje são positivamente criminosos.
A base mínima de qualquer planeja mento é, hoje, regional.
tudado, tudo^ resolveria.
O grande sonho da humanidade, de uma vida mellior é perfeitamente reali
zável; preciso é, porém, que se dê ao urbanista a oportunidade de o provar. A Antigüidade teve as suas cidades religiosas; a Idade-Media, cidades prá ticas; o Renascimento e Barroco, cidades artísticas.
Dicesto Econóaoco
18
19
Dicesto Econômico
fôrças coletivas, e que ponha cm mar
cha, afinal, uma sociedade que dispõe de uma tecnologia magnífica mas que a usa de maneira suicida, contra si mesma.
Na falta do poder diretivo, que fi.xe os eixo.s diretores, a atititde dos go vernos é de avanços e recuos, marchas e contra-marchas, que nada i*esolvem e
tudo agravam.
século XX, e nas quais seja absoluta a os mecânicos e ImobUiários.
tamente definidas e que, por isso mes
ainda
a
confusão
do am-
E nenhum preço é demasiado quando se trata de obter ou preservar os ele
mentos essenciais a uma vida digna de
É preciso, portanto, organizar e arti cular a administração pública, de forma
traditórios e muitas vezes de demolição
que o mundo tecnológico criado pelo ho-
sumária dos anteriores. O judiciário, eni regra, é conservador em excesso.
.mem seja por êle eficientemente diri gido.
As leis são flores e não raízes da ci\'i-
ser vivida.
Mas, onde estão êsses planos? Quem dêles cogita?
Um quarto poder
Essa articulação se deve fazer crian
lização. O que se observa, porém, ó que há uma decalagem entre a necessi
do o "poder diretivo", que é, como
dade social e a expressão legal vigente,
acertadamente afirma Rexford Tugwell,
que perturba uma evolução necessária,
de um caos social".
a única porta aberta para se escapar
muitas vêzes.
A estrutura governamental tem que se adaptar à sociedade que deve servir^ O sistema tradicional de três pode-
res — executivo, legislativo e judiciário - harmônicos e independentes entre si,
não atende, de maneira satisfatória, às necessidades do mundo moderno, tecno lógico e social.' Êsse sistema não apresenta as carac
terísticas de estabilidade necessária mas
de adaptação pronta às flutuações e im previstos da sociedade moderna.
Legislativo e executivo sao de nature
za instável, sucedendo-se e renovando-se
engrenagem, e peça de importância fun damental diante da realidade social da era maquinista e tecnológica. Peça que mocrática dos governos, sintonizar as so com a estabilidade tradicional e a
seqüência necessária nas realizações de uma
era
de
movimento, deslocação,
transformação.
Essa peça 6 "um poder diretivo", que monize, em esforço unidirecional, as
Planejar Organizar Coordenar
Comandar e Controlar.
Se a organização é complexa, como a de um Govêmo, embora municipal, e
muito difícil que o administrador possa O poder diretivo ou "staff" e justa mente destinado a pre executivo, estender-lhe
é
a personalidade, mul tiplicar-lhe os meios de ação.
As funções "staff"
ou diretivas são as três primeiras das sete mencionadas:
e circunstâncias, a natureza e a tecno
Investigar,
logia, leis de seqüência causai e não
Prever e
disciplina rigorosa, baseada na investi í'».
Prever
administração, que
com precedentes. A técnica planológica diretiva é uma
trace os planos fundamentais, que har
Investigar
encher as lacunas do
tineiro, dispersivo; terá sôbre o legislativo a vantagem de não repre sentar facção, região ou partido político; sôbre o judiciário a de lidar com fatos
solicitações e o dinamismo do progres
As funções do administrador, segundo Fayol e Urwick, são as seguintes:
cutivo a vantagem de não ter que operar a traballio estafante, ro
consiga, sem prejuízo da expressão de
mo, escapa à "intuição" dos estadistas
cuidar de tudo,
Um poder diretivo terá sôbre o exe
Falta, evidentemente, uma peça nessa
A administração pública é hoje uma
amadores improvisados.
desejam a simplicidade da tirania. em prazos curtos, com programas con
tadual ou municipal.
que adotando orientações discordantes,
uão pode haver ação social eficaz e, por isso, muitos negam a democracia e
precedência dos valores humanos sobre
Assim se poderá obter um bom coe ficiente de segurança no "social management", seja de âmbito nacional, es
ciência com um corpo de regras perfei
Sem plano nada se realiza; sem plano
A nossa época deve ter as suas cida
ligência dos peritos.
A ciência da administração
hiente social.
des sociais, adequadas ao homem do
os recursos da técnica e a melhor inte
Pretendendo suprir essa falta, que to dos notam, criam-se conselhos, comis sões, institutos, autarquias, consultorias aumentam
I
gação cuidadosa dos fatos do passado e do presente, que deve empregar todos
Planejar.
É por isso que, como já notava Fayol, à medida que a administração se toma
Dicesto Econóaoco
18
19
Dicesto Econômico
fôrças coletivas, e que ponha cm mar
cha, afinal, uma sociedade que dispõe de uma tecnologia magnífica mas que a usa de maneira suicida, contra si mesma.
Na falta do poder diretivo, que fi.xe os eixo.s diretores, a atititde dos go vernos é de avanços e recuos, marchas e contra-marchas, que nada i*esolvem e
tudo agravam.
século XX, e nas quais seja absoluta a os mecânicos e ImobUiários.
tamente definidas e que, por isso mes
ainda
a
confusão
do am-
E nenhum preço é demasiado quando se trata de obter ou preservar os ele
mentos essenciais a uma vida digna de
É preciso, portanto, organizar e arti cular a administração pública, de forma
traditórios e muitas vezes de demolição
que o mundo tecnológico criado pelo ho-
sumária dos anteriores. O judiciário, eni regra, é conservador em excesso.
.mem seja por êle eficientemente diri gido.
As leis são flores e não raízes da ci\'i-
ser vivida.
Mas, onde estão êsses planos? Quem dêles cogita?
Um quarto poder
Essa articulação se deve fazer crian
lização. O que se observa, porém, ó que há uma decalagem entre a necessi
do o "poder diretivo", que é, como
dade social e a expressão legal vigente,
acertadamente afirma Rexford Tugwell,
que perturba uma evolução necessária,
de um caos social".
a única porta aberta para se escapar
muitas vêzes.
A estrutura governamental tem que se adaptar à sociedade que deve servir^ O sistema tradicional de três pode-
res — executivo, legislativo e judiciário - harmônicos e independentes entre si,
não atende, de maneira satisfatória, às necessidades do mundo moderno, tecno lógico e social.' Êsse sistema não apresenta as carac
terísticas de estabilidade necessária mas
de adaptação pronta às flutuações e im previstos da sociedade moderna.
Legislativo e executivo sao de nature
za instável, sucedendo-se e renovando-se
engrenagem, e peça de importância fun damental diante da realidade social da era maquinista e tecnológica. Peça que mocrática dos governos, sintonizar as so com a estabilidade tradicional e a
seqüência necessária nas realizações de uma
era
de
movimento, deslocação,
transformação.
Essa peça 6 "um poder diretivo", que monize, em esforço unidirecional, as
Planejar Organizar Coordenar
Comandar e Controlar.
Se a organização é complexa, como a de um Govêmo, embora municipal, e
muito difícil que o administrador possa O poder diretivo ou "staff" e justa mente destinado a pre executivo, estender-lhe
é
a personalidade, mul tiplicar-lhe os meios de ação.
As funções "staff"
ou diretivas são as três primeiras das sete mencionadas:
e circunstâncias, a natureza e a tecno
Investigar,
logia, leis de seqüência causai e não
Prever e
disciplina rigorosa, baseada na investi í'».
Prever
administração, que
com precedentes. A técnica planológica diretiva é uma
trace os planos fundamentais, que har
Investigar
encher as lacunas do
tineiro, dispersivo; terá sôbre o legislativo a vantagem de não repre sentar facção, região ou partido político; sôbre o judiciário a de lidar com fatos
solicitações e o dinamismo do progres
As funções do administrador, segundo Fayol e Urwick, são as seguintes:
cutivo a vantagem de não ter que operar a traballio estafante, ro
consiga, sem prejuízo da expressão de
mo, escapa à "intuição" dos estadistas
cuidar de tudo,
Um poder diretivo terá sôbre o exe
Falta, evidentemente, uma peça nessa
A administração pública é hoje uma
amadores improvisados.
desejam a simplicidade da tirania. em prazos curtos, com programas con
tadual ou municipal.
que adotando orientações discordantes,
uão pode haver ação social eficaz e, por isso, muitos negam a democracia e
precedência dos valores humanos sobre
Assim se poderá obter um bom coe ficiente de segurança no "social management", seja de âmbito nacional, es
ciência com um corpo de regras perfei
Sem plano nada se realiza; sem plano
A nossa época deve ter as suas cida
ligência dos peritos.
A ciência da administração
hiente social.
des sociais, adequadas ao homem do
os recursos da técnica e a melhor inte
Pretendendo suprir essa falta, que to dos notam, criam-se conselhos, comis sões, institutos, autarquias, consultorias aumentam
I
gação cuidadosa dos fatos do passado e do presente, que deve empregar todos
Planejar.
É por isso que, como já notava Fayol, à medida que a administração se toma
FT'"*:
Dicesto EcoNÓNnco
20
mais complexa são menos necessários
E é por intermédio da Comissão Con
conhecimentos de técnica especializada
sultiva do Plano, que o cidadão parti
por parte do chefe e passam a ser fun
cipa, orienta e luta pelo plano da sua
damentais a visão administrativa, expe
cidade.
riência, capacidade executiva, tato social
O dinheiro, os preços internos e os internacionais e as crises
Com pequenas variantes — e há cer
— qualidades necessárias para organizar,
ca de mil nas cidades americanas — a or
por DjAcm Menezes
coordenar, comandar e controlar.
ganização dessas comissões obedece às
(Prof. cat. da Universidade do Brasil)
normas fixadas na "Carta Municipal Mo delo" elaborada pela "National Munici pal League", de Nova York.
O professor Djacir Menezes, neste en saio de caráter doutrinário, escudado
Poder diretivo e govêrno urbano
função diretiva no govênio munici I palA deve agir através de dois órgãos
Sendo de sete o numero dc membros,
diferentes.
dor e mais cinco cidadãos representati
Dentro da própria estrutura munici pal deve haver um órgão, fora da rotina diária da administração, ao qual incum
vos e de notório saber dos múltiplos pro
técnica que interessam ao planejamento.
be a função "staff", junto do executivo.
Êsses cinco cidadãos são nomeados
É o órgão do Plano, ou do Urbanis mo, hierarquicamente superior a todos
em vasta bibliografia, cxatnina a teoria
xun dêles é o prefeito, outro um verea
blemas de ordem social, econômica e
pelo prefeito e os termos dos respec tivos mandatos são defazados, de for
dos preços e faz uma interpretação das crises econômicas.
j^UM encontro casual, há dias, entre es tudiosos de ciências sociais, todos
cular, de acordo com a disciplina a que habituara o espírito. Não apareceram
amigos da livre disponibilidade de espí rito e nenhum arrogado em proprietário
soluções definitivas e universais. Mes mo porque o universo provavelmente es peraria outras soluções. Entretanto, convinha trazer a questão a debate,
os outros departamentos municipais e
ma que a Comissão se renova mas há
dos assuntos em debate, — surdiu a in
subordinado diretamente ao chefe do
sempre uma maioria permanente.
dagação sôbre a relação existente entre os preços internos e os preços interna
cando tentativas de inteligências melhor
E como o plano deve ser expressão da vontade popular, forma plástica da
ter a "continuidade de orientação" den
cionais, no instante em que a conjuntura,
tro dos ciclos sucessivos de administra
alma coletiva, é indispensável um órgão
ções.
atingindo o auge, começa a infletir no sentido da depressão. Até que ponto
aparelhadas, nas páginas de uma revis ta especializada. Embora sem pretensão
de ligação entre administração e povo, que é a "Comissão Consultiva do Plano". Històricaménte, o planejamento das cidades foi da alçada de príncipes, pa triarcas, colonizadores, capitães de in
Organizado o plano, ou parte dele, pelo trabalho conjunto do "staff" e da Comissão, o processo é submetido à
executivo.
Isso é fundamental e se destina a man
aprovação da Câmara Municipal. Esta poderá emendar ou rejeitar o
dústria ou mesmo especuladores de ter
proposto, mas isto exige uma maioria de
renos.
dois terços da totalidade dos verea
O cidadão não participava da obra de planejamento; era beneficiário ou ví tima, nunca colaborador.
dores. SK * Sl;
Nossa sociedade atual é muito comple
xa; seu funcionamento regular depende
Hoje, a situação mudou. E só numa base de participação popular o planeja mento pode ser uma força vital na for
da sintonização de uma série de fatores e da subordinação inflexível dos inte
mação do mundo urbano moderno.
resses privados aos sociais.
ttns preços influiriam nos outros?
Co
mo enunciar aquelas interdependências, apontando os fatores determinantes? Até
onde a baixa interna dos preços, expri mindo a modificação no poder de com pra da moeda, teria correspondência no mercado e.xtemo? Por que ás vêzes os preços internos variavam no sentido con trário aos externos?
Como a teoria dós
de formular soluções, nem sequer enca
minhá-las, dispusemo-nos a escrever es
tas linhas, sem o propósito de justificar qualquer política. São reflexões feitas e enunciadas com o intuito honesto de
pesquisa da verdade — ou do que nos pareceu ser a verdade. * ÍÍ« *
Que o mecanismo da oferta e procura determine os preços — é uma afirmativa
preços se articularia com o problema, dentro de uma interpretação mais geral
que tem, para a economia acadêmica,
das crises econômicas?
todas as evidências de uma verdade
As perguntas tremendas foram formu ladas por um dos presentes, professor dé altos dotes intelectuais, com a tranqüili
axiomática.
dade de quem comunica que é tarde e
como "as leis fundamentais da Econo
Tais leis são apresentadas
nos compêndios e em tôda literatura pro duzida pelos economistas do liberalismo
afirma David Lilienthal, da T. V. A. —
Sem um órgão dnetivo, orientado para o futuro, não será possível estabelecer
is whetlier the people will fight for it — not simply whether they will accept ít, or approve it but whether they will
uma política social genuína, orientada pela técnica, recursos e circunstâncias da vida presente e não por e.xpedíentes
vai tomar o ônibus para casa. Com prudência, todos reconheceram a natu
mia política". É desnecessário fazer ci tações que alongariam o tema. Chegou-
reza complexa do problema, cada qual
fight for it".
de política partidária.
impressionado com um aspecto parti
se mesmo a dizer que as leis da oferta e procura estavam para a Ciência eco-
"The test of democratic planning —
FT'"*:
Dicesto EcoNÓNnco
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mais complexa são menos necessários
E é por intermédio da Comissão Con
conhecimentos de técnica especializada
sultiva do Plano, que o cidadão parti
por parte do chefe e passam a ser fun
cipa, orienta e luta pelo plano da sua
damentais a visão administrativa, expe
cidade.
riência, capacidade executiva, tato social
O dinheiro, os preços internos e os internacionais e as crises
Com pequenas variantes — e há cer
— qualidades necessárias para organizar,
ca de mil nas cidades americanas — a or
por DjAcm Menezes
coordenar, comandar e controlar.
ganização dessas comissões obedece às
(Prof. cat. da Universidade do Brasil)
normas fixadas na "Carta Municipal Mo delo" elaborada pela "National Munici pal League", de Nova York.
O professor Djacir Menezes, neste en saio de caráter doutrinário, escudado
Poder diretivo e govêrno urbano
função diretiva no govênio munici I palA deve agir através de dois órgãos
Sendo de sete o numero dc membros,
diferentes.
dor e mais cinco cidadãos representati
Dentro da própria estrutura munici pal deve haver um órgão, fora da rotina diária da administração, ao qual incum
vos e de notório saber dos múltiplos pro
técnica que interessam ao planejamento.
be a função "staff", junto do executivo.
Êsses cinco cidadãos são nomeados
É o órgão do Plano, ou do Urbanis mo, hierarquicamente superior a todos
em vasta bibliografia, cxatnina a teoria
xun dêles é o prefeito, outro um verea
blemas de ordem social, econômica e
pelo prefeito e os termos dos respec tivos mandatos são defazados, de for
dos preços e faz uma interpretação das crises econômicas.
j^UM encontro casual, há dias, entre es tudiosos de ciências sociais, todos
cular, de acordo com a disciplina a que habituara o espírito. Não apareceram
amigos da livre disponibilidade de espí rito e nenhum arrogado em proprietário
soluções definitivas e universais. Mes mo porque o universo provavelmente es peraria outras soluções. Entretanto, convinha trazer a questão a debate,
os outros departamentos municipais e
ma que a Comissão se renova mas há
dos assuntos em debate, — surdiu a in
subordinado diretamente ao chefe do
sempre uma maioria permanente.
dagação sôbre a relação existente entre os preços internos e os preços interna
cando tentativas de inteligências melhor
E como o plano deve ser expressão da vontade popular, forma plástica da
ter a "continuidade de orientação" den
cionais, no instante em que a conjuntura,
tro dos ciclos sucessivos de administra
alma coletiva, é indispensável um órgão
ções.
atingindo o auge, começa a infletir no sentido da depressão. Até que ponto
aparelhadas, nas páginas de uma revis ta especializada. Embora sem pretensão
de ligação entre administração e povo, que é a "Comissão Consultiva do Plano". Històricaménte, o planejamento das cidades foi da alçada de príncipes, pa triarcas, colonizadores, capitães de in
Organizado o plano, ou parte dele, pelo trabalho conjunto do "staff" e da Comissão, o processo é submetido à
executivo.
Isso é fundamental e se destina a man
aprovação da Câmara Municipal. Esta poderá emendar ou rejeitar o
dústria ou mesmo especuladores de ter
proposto, mas isto exige uma maioria de
renos.
dois terços da totalidade dos verea
O cidadão não participava da obra de planejamento; era beneficiário ou ví tima, nunca colaborador.
dores. SK * Sl;
Nossa sociedade atual é muito comple
xa; seu funcionamento regular depende
Hoje, a situação mudou. E só numa base de participação popular o planeja mento pode ser uma força vital na for
da sintonização de uma série de fatores e da subordinação inflexível dos inte
mação do mundo urbano moderno.
resses privados aos sociais.
ttns preços influiriam nos outros?
Co
mo enunciar aquelas interdependências, apontando os fatores determinantes? Até
onde a baixa interna dos preços, expri mindo a modificação no poder de com pra da moeda, teria correspondência no mercado e.xtemo? Por que ás vêzes os preços internos variavam no sentido con trário aos externos?
Como a teoria dós
de formular soluções, nem sequer enca
minhá-las, dispusemo-nos a escrever es
tas linhas, sem o propósito de justificar qualquer política. São reflexões feitas e enunciadas com o intuito honesto de
pesquisa da verdade — ou do que nos pareceu ser a verdade. * ÍÍ« *
Que o mecanismo da oferta e procura determine os preços — é uma afirmativa
preços se articularia com o problema, dentro de uma interpretação mais geral
que tem, para a economia acadêmica,
das crises econômicas?
todas as evidências de uma verdade
As perguntas tremendas foram formu ladas por um dos presentes, professor dé altos dotes intelectuais, com a tranqüili
axiomática.
dade de quem comunica que é tarde e
como "as leis fundamentais da Econo
Tais leis são apresentadas
nos compêndios e em tôda literatura pro duzida pelos economistas do liberalismo
afirma David Lilienthal, da T. V. A. —
Sem um órgão dnetivo, orientado para o futuro, não será possível estabelecer
is whetlier the people will fight for it — not simply whether they will accept ít, or approve it but whether they will
uma política social genuína, orientada pela técnica, recursos e circunstâncias da vida presente e não por e.xpedíentes
vai tomar o ônibus para casa. Com prudência, todos reconheceram a natu
mia política". É desnecessário fazer ci tações que alongariam o tema. Chegou-
reza complexa do problema, cada qual
fight for it".
de política partidária.
impressionado com um aspecto parti
se mesmo a dizer que as leis da oferta e procura estavam para a Ciência eco-
"The test of democratic planning —
nómica como as leis da gravitaçâo para a física — quando a física não sofrerá a revisão amplifícadcra da Relatividade. Compreende-se que o capitalismo nas
cente, todo êle volvido para a concorrên cia, exalçasse, através de seus mais emi nentes teóricos, as virtudes criadoras da
competição, dos móveis competitivos, dos instintos competitivos. E que fôssem construindo e consolidando os postula dos políticos e jurídicos necessários para assegurar o mecanismo exigido pelas fôrças que se expandiam dentro do quadro
acanhado das regulamentações feudais. Logo os espíritos superiormente dotados perceberam que a competição seria o fa tor central da nova economia que des pontava — 6 que realmente assumiu um
importante papel no processo de con centração da riqueza, com a extensão e aprofundamento das trocas, a forma ção das sociedades anônimas, o desen
23
Dicesto EcoNÓ^aco
DiCESTo EcoNÓ^^co
22
de de pensamento foram corolários qi'® serviam magnificamente aos "noví b"mines" para destruir a ordem feudal e seus privilégios. A livre concorrência desfraldou uma bandeira política que
ingônita das coisas se cristalizava nos postulados que o liberalismo econômico preparava e aperfeiçoava... A burgue sia comercial, forjando suas armas ideo lógicas, selava-as com o sainete da imu
des se abriam aos cientistas, pois a pres
são de fortes interesses envolvia os obje
tos da investigação.
Não se tratava, contudo, de desdenhar a Economia clássica; sua e.\periência era
produto de "longo trabalho teórico; —
centivou a combatividade das fòrçps qu®
tabilidade.
cresciam nos quadros da burguesiaCongregou os melhores espíritos do sé
não se verificavam as leis de oferta ope
cumpria "desenvolvê-la", enriquecendo-a
rando em tôda sua plenitude: pior para
culo XIX. Mas uma coisa era êsse'desenvolvimen
a realidade.
com ensinamentos que só poderiam ser adquiridos no exame das realidades-am bientes. Por que os clássicos se haviam _ impressionado com os problemas da pro
to da realidade econômica, dentro de condições
liistòricamente
r
definidas, ®
outra coisa os programas políticos e j^' rídicos que se formulavam. Assim, insuficiências da igualdade política e jn-
rídica eram agravadas pelas designfib dades econômicas, desaparecendo, p®^^
Na realidade econômica,
Na sociedade oride elas
reinassem, alcançar-so-ia o má.\imo hedo-
nístico, o sistema produziria o máximo de ,rendimento e equilíbrio social. Todos os erros eram procedentes dos desvios e contravenções àquelas leis. Êsses ra
dução?
Porque o produtor era o que
mais lhe reclamava a atenção, no capi
talismo mercantil. A reação subjetivista
ciocínios tiveram o cunho científico: e todos os outros eram considerados fru
do marginalismo tem seu significado: dá aos problemas do consumo a primazia.
tos da ignorância. Dai a tirania do pen
Tanto que surgiu nos países en\ que se atrasara o capitalismo (Áustria, Hun
necessidade, as belezas que a liberdade
samento ricardiano, de que fala Lord
garantia nos'programas.
Keynes. Ricardo pesou sobre o pensa
gria). Arredam-se os problemas que b-
mento econômico como a Santa Inqui
nham impressionado os clássicos.
sição, diz-nos êle.
É pitorescamente verdadeira a denominação que dá Lord Keynes aos dissi
Entretanto, o que parecia não se ocul tar aos olhos dos estudiosos, era a vai
volvimento industrial com a aplicação
dade das leis de oferta e procura na so ciedade moderna: os seus apologistas
das ciências da natureza, a criação dos
líricos, como Bastiat, ou frios e objeti
organismos de crédito reclamados pelos
vos, como Walras, se uniam na mes
Lentamente, porém, uma revisão foi-se
mercados nacionais crescentes.
ma convicção: tôdas as tentativas his
impondo à maioria dos economistas: e,
aceitam a tirania de Ricardo.
tóricas para abolir aquelas leis redunda
olhos abertos sôbre os acontecimentos,
porque admitiu a procura efetiva, na
ram em perturbações maiores. Os eco
compreenderam a necessidade de rees
acepção de Malthus, o prof. J. A. Hobson
nomistas então, levantando as faces sá bias da contemplação dessas leis, relem bravam a atitude fisiocrática, sorrindo • dos políticos que entendiam reformar le
truturar os ensinamentos teóricos em face
teve suas conferências cassadas na Uni versidade de Oxford. Parecia insen
a conceituaram sobre princípios insupe
gislativamente a ordem econômica: "natura non ímperatur nisi parendo".. - "
íntermczzo trágico, a própria economia acadêmica, através de representantes avi
ráveis e definitivos.
A natureza só se comanda obedecendo
sados, dotados de um sentido mais vital
tro dos limites traçados — e foram os
às suas leis. E a ordem social da rique
da realidade e menos ressequido em fórmulas, começou a enxergar novas leis reguladoras da produção em nível cartelizado, com as grandes unidades pro
heréticos que rasgaram novas perspecti
dutivas interessadas em mercados colo
O mercado tomou-se assim o centro
da vida econômica.
Nele pulsavam as
correntes mais poderosas de vida cole tiva. Suas leis seriam o ppnto de par
tida indispensável para os teóricos. E de tal forma julgaram superior a nova forma econômica sobre a anterior, que Atingia-se o que
havia de mais elevado na evolução hu
mana; 8 as leis da competição livre eram
za é, para êles, um prolongamento da
leis eternas, vincadas na alma humana
ordem natural da criação. Reaparecia o núcleo da.filosofia teológica. Os esforços humanos para alterar a ordem econômica estavam assim prelimi narmente condenados. Essa atitude agra
pelo Criador sob formas instinHvas, que vinham da própria natureza animal. Os
* sH
5!s
dentes da economia acadêmica: "econo mia herética".
do processo econômico e social que se estendeu ao período compreendido en tre as duas guerras mundiais. Nesse
Os heréticos não se con
finam naque'es horizontes fechados. Não Somente
sato duvidar disso. Era como suspeitar das leis da gravidade. E quem havia de defendè-lo depois? Lord Keynes. A Economia clássica se enfezava den
vas, com Gesell, com Hobson, com Sismondi, com Mar.x, e outros.
As discor-
dâncias de Malthus foram fecundas. Foi
ca seria expressão resultante do equilí brio das competições. Liberdade de
dava aos que fruíam as vantagens e pri vilégios já estabelecidos, em condições
pólios exigia outros estudos que não
então que os pacatos seguidores da linha ricardiana, congregados em hosanas às maravilhas da oferta e procura do modêlo tradicional, ouviram, assombrados, o
eram mais os estudos feitos pelos clássi
pontífice máximo da Economia moderna,
pessoa, liberdade de associação, liberda
històricamente definidas.
cos e neo-clássicos.
voltar-se para o sacro colégio ricardiano
mais altos atributos tinham o selo impe-
recível dessa origem. A ordem econômi
niais e em conquistas petrolíficas de po vos atrasados. O capitalismo de mono
A sabedoria
i.
Terríveis dificulda
nómica como as leis da gravitaçâo para a física — quando a física não sofrerá a revisão amplifícadcra da Relatividade. Compreende-se que o capitalismo nas
cente, todo êle volvido para a concorrên cia, exalçasse, através de seus mais emi nentes teóricos, as virtudes criadoras da
competição, dos móveis competitivos, dos instintos competitivos. E que fôssem construindo e consolidando os postula dos políticos e jurídicos necessários para assegurar o mecanismo exigido pelas fôrças que se expandiam dentro do quadro
acanhado das regulamentações feudais. Logo os espíritos superiormente dotados perceberam que a competição seria o fa tor central da nova economia que des pontava — 6 que realmente assumiu um
importante papel no processo de con centração da riqueza, com a extensão e aprofundamento das trocas, a forma ção das sociedades anônimas, o desen
23
Dicesto EcoNÓ^aco
DiCESTo EcoNÓ^^co
22
de de pensamento foram corolários qi'® serviam magnificamente aos "noví b"mines" para destruir a ordem feudal e seus privilégios. A livre concorrência desfraldou uma bandeira política que
ingônita das coisas se cristalizava nos postulados que o liberalismo econômico preparava e aperfeiçoava... A burgue sia comercial, forjando suas armas ideo lógicas, selava-as com o sainete da imu
des se abriam aos cientistas, pois a pres
são de fortes interesses envolvia os obje
tos da investigação.
Não se tratava, contudo, de desdenhar a Economia clássica; sua e.\periência era
produto de "longo trabalho teórico; —
centivou a combatividade das fòrçps qu®
tabilidade.
cresciam nos quadros da burguesiaCongregou os melhores espíritos do sé
não se verificavam as leis de oferta ope
cumpria "desenvolvê-la", enriquecendo-a
rando em tôda sua plenitude: pior para
culo XIX. Mas uma coisa era êsse'desenvolvimen
a realidade.
com ensinamentos que só poderiam ser adquiridos no exame das realidades-am bientes. Por que os clássicos se haviam _ impressionado com os problemas da pro
to da realidade econômica, dentro de condições
liistòricamente
r
definidas, ®
outra coisa os programas políticos e j^' rídicos que se formulavam. Assim, insuficiências da igualdade política e jn-
rídica eram agravadas pelas designfib dades econômicas, desaparecendo, p®^^
Na realidade econômica,
Na sociedade oride elas
reinassem, alcançar-so-ia o má.\imo hedo-
nístico, o sistema produziria o máximo de ,rendimento e equilíbrio social. Todos os erros eram procedentes dos desvios e contravenções àquelas leis. Êsses ra
dução?
Porque o produtor era o que
mais lhe reclamava a atenção, no capi
talismo mercantil. A reação subjetivista
ciocínios tiveram o cunho científico: e todos os outros eram considerados fru
do marginalismo tem seu significado: dá aos problemas do consumo a primazia.
tos da ignorância. Dai a tirania do pen
Tanto que surgiu nos países en\ que se atrasara o capitalismo (Áustria, Hun
necessidade, as belezas que a liberdade
samento ricardiano, de que fala Lord
garantia nos'programas.
Keynes. Ricardo pesou sobre o pensa
gria). Arredam-se os problemas que b-
mento econômico como a Santa Inqui
nham impressionado os clássicos.
sição, diz-nos êle.
É pitorescamente verdadeira a denominação que dá Lord Keynes aos dissi
Entretanto, o que parecia não se ocul tar aos olhos dos estudiosos, era a vai
volvimento industrial com a aplicação
dade das leis de oferta e procura na so ciedade moderna: os seus apologistas
das ciências da natureza, a criação dos
líricos, como Bastiat, ou frios e objeti
organismos de crédito reclamados pelos
vos, como Walras, se uniam na mes
Lentamente, porém, uma revisão foi-se
mercados nacionais crescentes.
ma convicção: tôdas as tentativas his
impondo à maioria dos economistas: e,
aceitam a tirania de Ricardo.
tóricas para abolir aquelas leis redunda
olhos abertos sôbre os acontecimentos,
porque admitiu a procura efetiva, na
ram em perturbações maiores. Os eco
compreenderam a necessidade de rees
acepção de Malthus, o prof. J. A. Hobson
nomistas então, levantando as faces sá bias da contemplação dessas leis, relem bravam a atitude fisiocrática, sorrindo • dos políticos que entendiam reformar le
truturar os ensinamentos teóricos em face
teve suas conferências cassadas na Uni versidade de Oxford. Parecia insen
a conceituaram sobre princípios insupe
gislativamente a ordem econômica: "natura non ímperatur nisi parendo".. - "
íntermczzo trágico, a própria economia acadêmica, através de representantes avi
ráveis e definitivos.
A natureza só se comanda obedecendo
sados, dotados de um sentido mais vital
tro dos limites traçados — e foram os
às suas leis. E a ordem social da rique
da realidade e menos ressequido em fórmulas, começou a enxergar novas leis reguladoras da produção em nível cartelizado, com as grandes unidades pro
heréticos que rasgaram novas perspecti
dutivas interessadas em mercados colo
O mercado tomou-se assim o centro
da vida econômica.
Nele pulsavam as
correntes mais poderosas de vida cole tiva. Suas leis seriam o ppnto de par
tida indispensável para os teóricos. E de tal forma julgaram superior a nova forma econômica sobre a anterior, que Atingia-se o que
havia de mais elevado na evolução hu
mana; 8 as leis da competição livre eram
za é, para êles, um prolongamento da
leis eternas, vincadas na alma humana
ordem natural da criação. Reaparecia o núcleo da.filosofia teológica. Os esforços humanos para alterar a ordem econômica estavam assim prelimi narmente condenados. Essa atitude agra
pelo Criador sob formas instinHvas, que vinham da própria natureza animal. Os
* sH
5!s
dentes da economia acadêmica: "econo mia herética".
do processo econômico e social que se estendeu ao período compreendido en tre as duas guerras mundiais. Nesse
Os heréticos não se con
finam naque'es horizontes fechados. Não Somente
sato duvidar disso. Era como suspeitar das leis da gravidade. E quem havia de defendè-lo depois? Lord Keynes. A Economia clássica se enfezava den
vas, com Gesell, com Hobson, com Sismondi, com Mar.x, e outros.
As discor-
dâncias de Malthus foram fecundas. Foi
ca seria expressão resultante do equilí brio das competições. Liberdade de
dava aos que fruíam as vantagens e pri vilégios já estabelecidos, em condições
pólios exigia outros estudos que não
então que os pacatos seguidores da linha ricardiana, congregados em hosanas às maravilhas da oferta e procura do modêlo tradicional, ouviram, assombrados, o
eram mais os estudos feitos pelos clássi
pontífice máximo da Economia moderna,
pessoa, liberdade de associação, liberda
històricamente definidas.
cos e neo-clássicos.
voltar-se para o sacro colégio ricardiano
mais altos atributos tinham o selo impe-
recível dessa origem. A ordem econômi
niais e em conquistas petrolíficas de po vos atrasados. O capitalismo de mono
A sabedoria
i.
Terríveis dificulda
r 24
J
Dicesto Econónhco
€ bradar que era tempo de sacudir a tirania de Ricardo! que Malthus já ha via suspeitado da insuficiência da pro cura, como estava conceituada pelos clás
sicos! e outros pontos mais.
Eis um dos grandes méritos de Keynes. Entreaberta a fresta, quebrado o encanto, os pioneiros das hostes acadê
micas saíram a tomar ares. Joan Robinson verificou, admirada,- as coincidências
do pensamento mais recente, na análi se dos ciclos, com certas afirmações mar-
prcconizadíus para solucionar desajustamentos, adstringíndo-se ao c.xanie das fôrças competitivas, são in.siificienlcs. Essa crítica abraça todos os remédios do:: monetarislas, isto c. daqueles que
vêem em preceitos de política nionetWa e bancária o meio de sanar as irregu
laridades e as crises do sistema capitali.sta.
Silvio Gescll, que Lord Keynes
zarra, cada qual lavrando a seu modo, com suas ferramentas, o seu trato de
terra, embora sem o vigor e a segu rança que o método científico poderia proporcionar. Mas a fecundidade da ter ra compensava um pouco as falhas dos
tamento das fôrças no mercado, são,
pois, fenômenos superficiais. Há causas profundas, que subjazem àquelas ma nifestações que vêm à tona no proces
iniríficas de xmia nova forma de dinhei
ro despido das funções de poupança. Não é por mera coincidência que nos
gou um socialismo baseado na circula ção.
Tende a atenuar a relação entre ambos. Quando baixam a.s vendas a crédito,
teorias de Gesell. Procurou apoiar suas
"meio de poupança" que introduz o de sequilíbrio, na sua opinião, pois dá ao capitaUsta a faculdade de retirar dinhei ro da circulação, de acumular poder de compra em su.spenso, comandando o
correntes dos estoques de mercadorias mercadorias provém pois das próprias mercadorias e não de seus possuidores — conjectura Gesell —, a procura, cm
Tais vendas a crédito também
Lord Keynes indicou as falJias das
sobem as quantidades dc
idéias sôbre as variações dos
mercadorias a serem troca
preços de modo mais com
das por dinheiro, os preços
plexo: sôbre a "taxa de re
tendem a declinar.
muneração dos fatores pro
Conclui
esse autor: a oferta de mer
cadorias por dinheiro tende ^ variar em função inversa
às vendas a crédito.
dutivos que entram no custo
marginal" e o "volume de emprêgo". As variações na procura têm grande influen
A alta dos preços estimu
cia sôbre os custos e sôbre
la o comerciante à compra. Quando se deprimem os pre-
o volume de emprêgo. Sòmente em regime de emprê
Ços, êle torna-se tímido: passa a retirar dinheiro da
circulação.
As reservas, os
entesouramentos
aumentam.
go pleno dos fatores produ tivos qualquer aumento da procura efetiva age imedia tamente sobre os preços pra
compensação, não está sujeita a lôda essa premência. O dinheiro surge como
E se o dinheiro já escasseava, ainda mais
elemento intermediário e sua estagna
antítese que o dinheiro conjuga numa
se aplicasse a teoria quantitativa da
unidade: a função de intermediário e a
moeda seria necessário:
ção nas caixas dos bancos, nos depósi tos particulares, i-esulta do fato de ser furtado ao seu papei de intercâmbio dos bens, ficando como "poupança". Tal
so de competição. As variações da ofer ta não se desprendem das relações que configuram socialmente o processo de
fenômeno se man festa nas modificações
criação das utilidades e serviços.
de preços, porque se alterou a pro
Eis porque, do plano da circulação de
dinheiro: as servidas pelas letras, diz
de de mercadorias em face do dinheiro.
que devem ser vendidas. A oferta de tão na própria produção e no seu nível
culação monetária, à cata das virtudes
cita apologòticamente Proudhon, que pre
está condicionada pela imposições de
técnico; as oscilações dos preços, refle xos daquelas condições através do ajus
alusão — e volve às ilusões sôbre a cir
Há uma margem de circulação de mercadorias que sc não processa pelo
cia é no sentido de diminuir a quantida
sell — e.xprime a procura de dinheiro e
As condições de oferta e procura es
vez niais esquivo".
agem sobre os preços: mas sua influên
lítica, que os perturba. -A:
em busca de um melhor ponto de apoio para seu raciocínio. Mas fica nessa
fico, foi um herético que atribuiu aos
instrumentos e o excesso de paixão po ❖
de influência, uma intensificação da ofer
ta, "que é a procura pelo dinheiro cada
ma. E tanto isso é verdade, que, %ez
por outra, Gesell alude à divisão social do trabalho, de que emanou o dinheiro,
Gesell.
proce.sso social da produção. Os preços são determinados pela ofer ta e procura; mas a oferta — argui Ge-
íjí
lor dos bons, reduzem as aquisições. Conseqüência; declínio da procura, au mento da oferta. Há, ne.ssu reciprocidade
trouxe à consideração do mundo cienti
defeitos do processo de íntcrcàmb o to |L xistas. E, em campo aberto, os econo- dos os grandes males existentes. O di B mistas de formação clássica, julgando nheiro é meio de permuta e meio dc W penetrar em terra virgem, — depararam poupança. É o fato de ser também
a terra revolta dos heréticos em alga
25
Dicesto EcoNÓ^^co
porção entre mercadorias e serviços e o
mercadorias, onde vigoram as leis de
dinheiro: a circulação monetária dimi
oferta e procura, temos de descer a pla nos mais profundos, a fim de destrinçar as relações mais íntimas, que aquelas manifestações mascaram. E as medidas
nuiu em relação ao estoque de bens. Maior quantidade de mercadoria é ofe
recida pelo dinheiro; e os detentores do dinheiro, pressentindo a hesitação no va-
escasso se torna.
Aqui se patenteia a
função de poupança. A visão insuficien
ticados e sôbre os salários, que variarão
na mesma proporção. Assim, para que a) existência de elasticidade perfei
te de Gesell não lhe dá a compreensão
ta da oferta durante o desem-
total do fenômeno que analisou. Essa
prêgo;
insuficiência procede de uma atitude metodológica: ele não parte do principio de que o problema ultrapassa a esfera da circulação, e que é nas relações hu manas, que configuram as trocas den tro do processo produtivo, estruturando
h) existência de perfeita inelasticidade da oferta ao atingir-se o em
interdependências entre os homens, que è preciso ir buscar as raízes do proble
Dadas essas condições, a teoria quan titativa seria enunciada como segue:
prêgo pleno; c) variação da procura efetiva na
mesma proporção que a-quanti dade de dinheiro.
r 24
J
Dicesto Econónhco
€ bradar que era tempo de sacudir a tirania de Ricardo! que Malthus já ha via suspeitado da insuficiência da pro cura, como estava conceituada pelos clás
sicos! e outros pontos mais.
Eis um dos grandes méritos de Keynes. Entreaberta a fresta, quebrado o encanto, os pioneiros das hostes acadê
micas saíram a tomar ares. Joan Robinson verificou, admirada,- as coincidências
do pensamento mais recente, na análi se dos ciclos, com certas afirmações mar-
prcconizadíus para solucionar desajustamentos, adstringíndo-se ao c.xanie das fôrças competitivas, são in.siificienlcs. Essa crítica abraça todos os remédios do:: monetarislas, isto c. daqueles que
vêem em preceitos de política nionetWa e bancária o meio de sanar as irregu
laridades e as crises do sistema capitali.sta.
Silvio Gescll, que Lord Keynes
zarra, cada qual lavrando a seu modo, com suas ferramentas, o seu trato de
terra, embora sem o vigor e a segu rança que o método científico poderia proporcionar. Mas a fecundidade da ter ra compensava um pouco as falhas dos
tamento das fôrças no mercado, são,
pois, fenômenos superficiais. Há causas profundas, que subjazem àquelas ma nifestações que vêm à tona no proces
iniríficas de xmia nova forma de dinhei
ro despido das funções de poupança. Não é por mera coincidência que nos
gou um socialismo baseado na circula ção.
Tende a atenuar a relação entre ambos. Quando baixam a.s vendas a crédito,
teorias de Gesell. Procurou apoiar suas
"meio de poupança" que introduz o de sequilíbrio, na sua opinião, pois dá ao capitaUsta a faculdade de retirar dinhei ro da circulação, de acumular poder de compra em su.spenso, comandando o
correntes dos estoques de mercadorias mercadorias provém pois das próprias mercadorias e não de seus possuidores — conjectura Gesell —, a procura, cm
Tais vendas a crédito também
Lord Keynes indicou as falJias das
sobem as quantidades dc
idéias sôbre as variações dos
mercadorias a serem troca
preços de modo mais com
das por dinheiro, os preços
plexo: sôbre a "taxa de re
tendem a declinar.
muneração dos fatores pro
Conclui
esse autor: a oferta de mer
cadorias por dinheiro tende ^ variar em função inversa
às vendas a crédito.
dutivos que entram no custo
marginal" e o "volume de emprêgo". As variações na procura têm grande influen
A alta dos preços estimu
cia sôbre os custos e sôbre
la o comerciante à compra. Quando se deprimem os pre-
o volume de emprêgo. Sòmente em regime de emprê
Ços, êle torna-se tímido: passa a retirar dinheiro da
circulação.
As reservas, os
entesouramentos
aumentam.
go pleno dos fatores produ tivos qualquer aumento da procura efetiva age imedia tamente sobre os preços pra
compensação, não está sujeita a lôda essa premência. O dinheiro surge como
E se o dinheiro já escasseava, ainda mais
elemento intermediário e sua estagna
antítese que o dinheiro conjuga numa
se aplicasse a teoria quantitativa da
unidade: a função de intermediário e a
moeda seria necessário:
ção nas caixas dos bancos, nos depósi tos particulares, i-esulta do fato de ser furtado ao seu papei de intercâmbio dos bens, ficando como "poupança". Tal
so de competição. As variações da ofer ta não se desprendem das relações que configuram socialmente o processo de
fenômeno se man festa nas modificações
criação das utilidades e serviços.
de preços, porque se alterou a pro
Eis porque, do plano da circulação de
dinheiro: as servidas pelas letras, diz
de de mercadorias em face do dinheiro.
que devem ser vendidas. A oferta de tão na própria produção e no seu nível
culação monetária, à cata das virtudes
cita apologòticamente Proudhon, que pre
está condicionada pela imposições de
técnico; as oscilações dos preços, refle xos daquelas condições através do ajus
alusão — e volve às ilusões sôbre a cir
Há uma margem de circulação de mercadorias que sc não processa pelo
cia é no sentido de diminuir a quantida
sell — e.xprime a procura de dinheiro e
As condições de oferta e procura es
vez niais esquivo".
agem sobre os preços: mas sua influên
lítica, que os perturba. -A:
em busca de um melhor ponto de apoio para seu raciocínio. Mas fica nessa
fico, foi um herético que atribuiu aos
instrumentos e o excesso de paixão po ❖
de influência, uma intensificação da ofer
ta, "que é a procura pelo dinheiro cada
ma. E tanto isso é verdade, que, %ez
por outra, Gesell alude à divisão social do trabalho, de que emanou o dinheiro,
Gesell.
proce.sso social da produção. Os preços são determinados pela ofer ta e procura; mas a oferta — argui Ge-
íjí
lor dos bons, reduzem as aquisições. Conseqüência; declínio da procura, au mento da oferta. Há, ne.ssu reciprocidade
trouxe à consideração do mundo cienti
defeitos do processo de íntcrcàmb o to |L xistas. E, em campo aberto, os econo- dos os grandes males existentes. O di B mistas de formação clássica, julgando nheiro é meio de permuta e meio dc W penetrar em terra virgem, — depararam poupança. É o fato de ser também
a terra revolta dos heréticos em alga
25
Dicesto EcoNÓ^^co
porção entre mercadorias e serviços e o
mercadorias, onde vigoram as leis de
dinheiro: a circulação monetária dimi
oferta e procura, temos de descer a pla nos mais profundos, a fim de destrinçar as relações mais íntimas, que aquelas manifestações mascaram. E as medidas
nuiu em relação ao estoque de bens. Maior quantidade de mercadoria é ofe
recida pelo dinheiro; e os detentores do dinheiro, pressentindo a hesitação no va-
escasso se torna.
Aqui se patenteia a
função de poupança. A visão insuficien
ticados e sôbre os salários, que variarão
na mesma proporção. Assim, para que a) existência de elasticidade perfei
te de Gesell não lhe dá a compreensão
ta da oferta durante o desem-
total do fenômeno que analisou. Essa
prêgo;
insuficiência procede de uma atitude metodológica: ele não parte do principio de que o problema ultrapassa a esfera da circulação, e que é nas relações hu manas, que configuram as trocas den tro do processo produtivo, estruturando
h) existência de perfeita inelasticidade da oferta ao atingir-se o em
interdependências entre os homens, que è preciso ir buscar as raízes do proble
Dadas essas condições, a teoria quan titativa seria enunciada como segue:
prêgo pleno; c) variação da procura efetiva na
mesma proporção que a-quanti dade de dinheiro.
Digesto EcoNó^^co
26
Durante o desemprego, as variações do
do analisou as variações da taxa de
nomia reflexa" (Gudin) começa a in-
plicando também a quantidade de moe da) nada significaria, desde que fosse
volume de emprego serão proporcionais
"composição orgânica do capital" e suas
à quantidade de dinheiro; ao atíngir-se
correlações com a taxa de lucro nas
fletir para a depressão que será irra diada das nações de "economia lider".
o emprôgo pleno, os preços variarão
diferentes indiistrias.
Os sintomas já estão à vista.
proporcionalmente à quantidade de di
nos como os investimentos, que a pou
nhecimento dos fenômenos cíclicos não
pança toma ixealiziiveis, sòmente são
deu ainda meios de ação capaz de diri ficientemente poderosos para que se
o nível geral de preços anteriores, —
neidade dos recursos produtivos, sua
condicionados pela poupança em regi me de emprego pleno: aqui está uma diferença essencial com os postulados
completa permutabilidade entre êles, a
da Economia clássica.
ouça a palavra dos estudiosos que falem apenas em nome da Ciência e do bem-
tribuição e consumo existentes, portanto
nheiro.
Entretanto, para esse enunciado sim
plificado, Keynes pressupôs a homoge
I
27
Digesto Econômico
Keynes mostra-
O ritmo dos in
mir os efeitos.
O co
Os interesses são su
As conseqüências infla
proporcional para todos os ingressos. Entretanto, se os preços Pa, Pb, Pc,. • Pn mudassem
em relação a Px,
Pz,... Pw, e admitindo que tais mudan ças se compensassem de forma a manter
tais variações afetariam a produção, dis o funcionamento do sistema.
Oro, na
proporcionalidade de remuneração dos
vestimentos decorre das remunerações
estar humano.
fatores que entram no custo marginal, o
que o capitalista e.spera obter: "a pou
cionárias da guerra eram inevitáveis, po
aumento da unidade de salário antes de
pança seria condição necessária, mas
rém atonuáveis.
o emprego pleno ser atingido etc.
tre nós teve várias origens, que nao
economia se adaptam mais ràpidamente,
A analise sugere a idéia da complexi dade das interdependências existentes no
não suficiente para a acumulação capi talista". Nas atividades produtivas do mundo moderno, jamais se reduziu o
cãbe discutir agora e aqui. As medidas adotadas exprimem, além do mais, um
o outros só muito tarde começam a acusar seus efeitos iniciais. O setor agrí
processo produtivo concretamente estu
"exército industrial de reserva" a zero:
sincero desconliecimento do mecanismo
cola marcha atrasadamente cm relaçao
A sua agravação en
inflação, os distúrbios se processam de sigualmente, porque certos setores da
aos efeitos indicados. Há certo coefi-
dado. O fato elementar é esse: a quan . o desemprego é fenômeno permanente. tidade de dinheiro atua sôbre a procura Portanto, como anotou Joan Robinson,
do formação dc preços.
efetiva; esta, crescendo, determina o au
Pietro, cm número passado desta Re
forças á busca de novo equilíbrio
vista ("Digesto Econômico", n.° 25,
e os mais retardados sofrem mais pre
mento do volume de emprêgo; "então,
a realidade está sempre longe dos mo delos fornecidos pelas teorias clássicas.
o nível de preços tende a ascender". Assim, há dupla ascensão: no volume de emprêgo e no nível de preços. A
o desequilíbrio entre os bens de produ
interação de todos esses fatôres é que di
As teorias do sub-consumo apontaram
Foi o que
mostrou, sucintamente; o sr. João di ano III).
É no mercado de câmbio que pri
ciente de retardamento nêsse jogo
6
juízos. Mas a importância do problema resido na consideração dos "preçH)S re
ção e os bens de consumo como "cau-
meiro se anuncia a atividade de um
lativos" e não, em primeiro lanço, no
sae
foco inflacionista: porque a oferta da
nível de preços.
Keynes vai indicar-nos as causas, entre outras, na desigualdade entre poupan ça e investimentos, a que se somam
moeda nacional se unifica e intensifica
A inflação já começou a declinar — mas porque as fôrças do sistema con duzem a isso, não como resultado de
influi sôbre a procura efetiva, fazendo-a
fatôres psicológicos (propensão para
cambial antecede a elevação dos preços.
crescer, e, concomitantemente, determi nando o aumento da unidade de custo
consumir, eficácia marginal do capital)Em todo caso, já observamos a seria
No interior do país, a dispersão do po der de compra retarda a reação dos
proporcional ao acréscimo da procura
tentativa para enquadrar os fenômenos
"preços". Ademais, é preciso levar em
efetiva.
estudados dentro de um panorama mais
conta a elasticidade das diversas mer
ficulta a análise do problema.
Mas
não existe estado inflacionário enquanto a elevação da quantidade de dinheiro
ífs * *
No pensamento de Keynes, em linhas gerais, o problema se apresenta sempre em ponto de vista funcional, como ex pressão de relações entre grandezas econômicas, cujas interdependências se esforça por e'ucidar. Com o emprêgo pleno dos recursos produtivos, qualquer investimento posterior exige mais traballio e ocasiona a alta de salários. Marx
havia pressentido aquelas relações, quan
causantes" das
crises
do
sistema.
largo, onde tratamos com variáveis macro-económicas. Não é possível, por tanto, abordar atualmente o nosso pro blema dos preços sem relacioná-los com:
naquele mercado, proporcionando um efeito mais sensível. A queda da taxa
convém discriminar bem dois conceitos
das mercadorias que constituem o vo
no mesmo sentido e proporcionalidade.
"terms of trade" - fôsse alterada des-
Assim, uma mudança geral e uniforme
favoràvelmente), "os efeitos resultan
no nível de preços (por exemplo, tòdas as mercadorias duplicam de preço, du
tes- sôbre o nível de preç"OS e sôbre os
é medido em fvmção do volume de mer
que nossa conjuntura de nação de "ccor
Agora aproximamo-nos de uma das
e os "preços relativos", que não variam
dade econômica (as crises); b) as conseqüências inflacionárias
Sabe-se que atingimos o 'momento em
uma de suas expressões.
Se tais produtos sofrerem diminuição nos seus preços em relação aos produtos principais de nossa importação, (noutras palavras: se a "relação de trocas" —
relevantes: o "nível de preços", que e.x-
prime o poder de compra da moeda e
* * Hí
Tal acon
-questões enunciadas. Çonsiderando-se nosso balanço de ex cadorias dentro do país, além de ou tros fatores importantes. Nessa altura, portação, atentemos no comportamento
a) os movimentos cíclicos da ativi
que seguiram à guerra mundial.
qualquer medida política.
tece nèsse momento da conjuntura. E
cadorias que o dinheiro pode adquirir,
lume maior da riqueza exportada.
preços relativos seriam independentes".
^
Digesto EcoNó^^co
26
Durante o desemprego, as variações do
do analisou as variações da taxa de
nomia reflexa" (Gudin) começa a in-
plicando também a quantidade de moe da) nada significaria, desde que fosse
volume de emprego serão proporcionais
"composição orgânica do capital" e suas
à quantidade de dinheiro; ao atíngir-se
correlações com a taxa de lucro nas
fletir para a depressão que será irra diada das nações de "economia lider".
o emprôgo pleno, os preços variarão
diferentes indiistrias.
Os sintomas já estão à vista.
proporcionalmente à quantidade de di
nos como os investimentos, que a pou
nhecimento dos fenômenos cíclicos não
pança toma ixealiziiveis, sòmente são
deu ainda meios de ação capaz de diri ficientemente poderosos para que se
o nível geral de preços anteriores, —
neidade dos recursos produtivos, sua
condicionados pela poupança em regi me de emprego pleno: aqui está uma diferença essencial com os postulados
completa permutabilidade entre êles, a
da Economia clássica.
ouça a palavra dos estudiosos que falem apenas em nome da Ciência e do bem-
tribuição e consumo existentes, portanto
nheiro.
Entretanto, para esse enunciado sim
plificado, Keynes pressupôs a homoge
I
27
Digesto Econômico
Keynes mostra-
O ritmo dos in
mir os efeitos.
O co
Os interesses são su
As conseqüências infla
proporcional para todos os ingressos. Entretanto, se os preços Pa, Pb, Pc,. • Pn mudassem
em relação a Px,
Pz,... Pw, e admitindo que tais mudan ças se compensassem de forma a manter
tais variações afetariam a produção, dis o funcionamento do sistema.
Oro, na
proporcionalidade de remuneração dos
vestimentos decorre das remunerações
estar humano.
fatores que entram no custo marginal, o
que o capitalista e.spera obter: "a pou
cionárias da guerra eram inevitáveis, po
aumento da unidade de salário antes de
pança seria condição necessária, mas
rém atonuáveis.
o emprego pleno ser atingido etc.
tre nós teve várias origens, que nao
economia se adaptam mais ràpidamente,
A analise sugere a idéia da complexi dade das interdependências existentes no
não suficiente para a acumulação capi talista". Nas atividades produtivas do mundo moderno, jamais se reduziu o
cãbe discutir agora e aqui. As medidas adotadas exprimem, além do mais, um
o outros só muito tarde começam a acusar seus efeitos iniciais. O setor agrí
processo produtivo concretamente estu
"exército industrial de reserva" a zero:
sincero desconliecimento do mecanismo
cola marcha atrasadamente cm relaçao
A sua agravação en
inflação, os distúrbios se processam de sigualmente, porque certos setores da
aos efeitos indicados. Há certo coefi-
dado. O fato elementar é esse: a quan . o desemprego é fenômeno permanente. tidade de dinheiro atua sôbre a procura Portanto, como anotou Joan Robinson,
do formação dc preços.
efetiva; esta, crescendo, determina o au
Pietro, cm número passado desta Re
forças á busca de novo equilíbrio
vista ("Digesto Econômico", n.° 25,
e os mais retardados sofrem mais pre
mento do volume de emprêgo; "então,
a realidade está sempre longe dos mo delos fornecidos pelas teorias clássicas.
o nível de preços tende a ascender". Assim, há dupla ascensão: no volume de emprêgo e no nível de preços. A
o desequilíbrio entre os bens de produ
interação de todos esses fatôres é que di
As teorias do sub-consumo apontaram
Foi o que
mostrou, sucintamente; o sr. João di ano III).
É no mercado de câmbio que pri
ciente de retardamento nêsse jogo
6
juízos. Mas a importância do problema resido na consideração dos "preçH)S re
ção e os bens de consumo como "cau-
meiro se anuncia a atividade de um
lativos" e não, em primeiro lanço, no
sae
foco inflacionista: porque a oferta da
nível de preços.
Keynes vai indicar-nos as causas, entre outras, na desigualdade entre poupan ça e investimentos, a que se somam
moeda nacional se unifica e intensifica
A inflação já começou a declinar — mas porque as fôrças do sistema con duzem a isso, não como resultado de
influi sôbre a procura efetiva, fazendo-a
fatôres psicológicos (propensão para
cambial antecede a elevação dos preços.
crescer, e, concomitantemente, determi nando o aumento da unidade de custo
consumir, eficácia marginal do capital)Em todo caso, já observamos a seria
No interior do país, a dispersão do po der de compra retarda a reação dos
proporcional ao acréscimo da procura
tentativa para enquadrar os fenômenos
"preços". Ademais, é preciso levar em
efetiva.
estudados dentro de um panorama mais
conta a elasticidade das diversas mer
ficulta a análise do problema.
Mas
não existe estado inflacionário enquanto a elevação da quantidade de dinheiro
ífs * *
No pensamento de Keynes, em linhas gerais, o problema se apresenta sempre em ponto de vista funcional, como ex pressão de relações entre grandezas econômicas, cujas interdependências se esforça por e'ucidar. Com o emprêgo pleno dos recursos produtivos, qualquer investimento posterior exige mais traballio e ocasiona a alta de salários. Marx
havia pressentido aquelas relações, quan
causantes" das
crises
do
sistema.
largo, onde tratamos com variáveis macro-económicas. Não é possível, por tanto, abordar atualmente o nosso pro blema dos preços sem relacioná-los com:
naquele mercado, proporcionando um efeito mais sensível. A queda da taxa
convém discriminar bem dois conceitos
das mercadorias que constituem o vo
no mesmo sentido e proporcionalidade.
"terms of trade" - fôsse alterada des-
Assim, uma mudança geral e uniforme
favoràvelmente), "os efeitos resultan
no nível de preços (por exemplo, tòdas as mercadorias duplicam de preço, du
tes- sôbre o nível de preç"OS e sôbre os
é medido em fvmção do volume de mer
que nossa conjuntura de nação de "ccor
Agora aproximamo-nos de uma das
e os "preços relativos", que não variam
dade econômica (as crises); b) as conseqüências inflacionárias
Sabe-se que atingimos o 'momento em
uma de suas expressões.
Se tais produtos sofrerem diminuição nos seus preços em relação aos produtos principais de nossa importação, (noutras palavras: se a "relação de trocas" —
relevantes: o "nível de preços", que e.x-
prime o poder de compra da moeda e
* * Hí
Tal acon
-questões enunciadas. Çonsiderando-se nosso balanço de ex cadorias dentro do país, além de ou tros fatores importantes. Nessa altura, portação, atentemos no comportamento
a) os movimentos cíclicos da ativi
que seguiram à guerra mundial.
qualquer medida política.
tece nèsse momento da conjuntura. E
cadorias que o dinheiro pode adquirir,
lume maior da riqueza exportada.
preços relativos seriam independentes".
^
28
Dicesto Econômico
Ricardo, em c^ta a Malthus, em 1811, dizia que o "câmbio mede exatamente
a depreciação do dinheiro" (the exchange measures accurately the depreciation Of the currency") _ e assinalou, no fa moso artigo sôbre "High príce of bulüon , que a causa da depreciação do dinlieiro e elevação cambial residia no
mercados em que as informações são
de de mercadorias a mesma quantidade
baques exclamam frases otimistas sôbre
céleres, graças à organização de bolsas
em que tudo é mais lento c difícil. Na
que importava anteriormente. Mas de quem ó o prejuízo, neste caso? Do ex portador? Jamais. Êle também apro
ex-portação cresceu! Os querubins se calariam caso compreendessem os fenô
queles, a nivelação se faz de acordo
veita essa situação. O lucro que decor
menos à luz do mecanismo das trocas.
com as circunstâncias, o mercado mani
re dessa diferença de preços (quer dizer,
Porque é o trabalho nacional que está
festa determinada "velocidade de rea
a diferença entre os preços praticados
ção". Entre os dois extremos, há mna
no estrangeiro e os preços internos, de primidos pela inflação) é repartido entre
sendo dessangrado, processando-se a transferência da riqueza para mao de
uma fónnula esquemática.
o exportador nacional e o importador ou consumidor estrangeiro — esclarece Eugênio Gudin. Ambos, pois, se ir
de valores eficientíssímas.
Há outros
aumento de circulação promovida pelo gradação que resiste a uma interpreta Banco de Inglaterra. Dessa controvér- ção capaz de liarmoníza-los dentro de «a nasceram todos os argumentos cientilicos que alimentariam os economistas ate a primeira guerra mundial. Não lhe
foi trazida contribuição de maior valia.
I
Outro aspecto indispensável para boa compreensão do problema.
A maioria dos produtos tom o seu A teoria da paridade aquisitiva", de "ponto (isto é, o ponto Cassei, enunciada por volta de J918, em quedeo importação" preço ascendente merca yoia-se na tese de que o aumento de doria faculta a importação dadamercado dinheiro provoca a queda do câmbio. ria similar estrangeira) bem afastado do Embora falha e aproximativa, a teoria "ponto de exportação" (que c o ponto pretende explicar a "tendência" para o abaixo do qual e'a é exportada). Nesse
nivelamento inter-regional e internacio
nal dos preços. Os gastos de transportes embaraçam, desviam aquela tendência, que não se pode processar livremente.
Entre nações, aquelas despesas são agra
vadas com impostos aduaneiros, seguros variados, taxações sup'ementares, etc., oscilando segundo as políticas adotadas. A conquista dos mercados exige outra ordem de despesas que ficam subsumidas nos mesmos itens. Todas essas des
pesas devem somar uma importância que coloque a mercadoria ainda abaixo
do ponto de exportação", segundo ensi
cionário.
Cassei. Traité d'Économie politique'^ Ees Editions Domat-Montchrestien. ' 1929; Djacir Menezes. "Curso de Econ^a
Assim, ao sair do país uma maior quantidade de mercadorias, alguns bas-
Aires. 1936; Gudin.
Princípios de Eco
nomia Monetária, 2.® ed.. Agir,
'
Política", Liv. Freitas Bastos. Rio. R«'-
termediárias em grau de comercializa' ção internacional variável segundo as Quando aumentam
com o aperfeiçoamento das bolsas res
pectivas, um imperfeito paralelismo dos preços internos e externos tem mais possibiMdade de existir, se outros fatores não entram em jogo.
Se um pais tem sua moeda deprecia
moverem novas organizações de venda
da, sua "relação de trocas" com o es
em novos mercados, etc.
trangeiro toma-se desfavorável, — por
L.il.•.•
Money. Harcourt, Brace & Co., N.Y.. 1936, Silvio Gesoll, El Orden Econômico Nf*"' ral por Libremoneda y Librelierra, f. u. S*
mésticas; e também entre êsses dois polos há uma gama de mercadorias iD"
fator de diferenciação entre preços in
Há
ral Theory o£ Employment. Inloresí and
ção, isto é, a parte ativa e trabalhadora da nação, que viveu em regime de pri vação forçada, típica do estado infla-
das, há mercadorias inevitavelmente do
pesas anteriores de transporte, como
entretanto, extremamente incerto.
Nota — Para a argumentação e reflexões acima, baseamo-nos em: Kcynes,
vém ainda considerar que, ao lado de
circunstâncias.
Isso tudo é,
quem? quem pagou o prejuízo? A na
nacionais.
mercadorias altamente internaciona
condições de comercialização indicadas,
ciativa e espírito de empresa para pro
À custa de
poucos à custa da imensa maioria dos
causação" relativamente autônomas.
nais.
ternos e externos, a dificuldade e es cassez de informações e a falta de ini
manam no lucro obtido.
nossa conquista de mais mercados. A
intervalo, que pode ser grande para muitos bens, "os preços podem se'' muito desiguais, quer no interior do pais, quer no exterior, sem que se estabeleçam entre eles influências capazes de agir sentido nivelador". São duas "áreas de
nam os teoreraas das trocas internacio
Norman Angell acrescentou às des
29
Digesto Econômico
que passa a pagar com maior quantida-
A denominada "lei da lã", cujo projeto está sendo apreciado pc^o Congresso
norte-americano e que uma vez aprovado permitiria o aumento de 50% nos direitos alfandegários sôbre as importações de lã bruta e manufaturada, sopeu sério ata^
que que constitui uma condenação da parte de duas entidades do país. Ò Conselho N' acional do Comércio Exterior, que alega representar importante fração da "United States Export — Import Shipping Banking Insurance" e serviços
congêneres, telegrafou aos membros ao Congresso, transmitindo-lhes uma mensa^ gem em que pedia para que se opusessem à aprovação da merwionada lei.
28
Dicesto Econômico
Ricardo, em c^ta a Malthus, em 1811, dizia que o "câmbio mede exatamente
a depreciação do dinheiro" (the exchange measures accurately the depreciation Of the currency") _ e assinalou, no fa moso artigo sôbre "High príce of bulüon , que a causa da depreciação do dinlieiro e elevação cambial residia no
mercados em que as informações são
de de mercadorias a mesma quantidade
baques exclamam frases otimistas sôbre
céleres, graças à organização de bolsas
em que tudo é mais lento c difícil. Na
que importava anteriormente. Mas de quem ó o prejuízo, neste caso? Do ex portador? Jamais. Êle também apro
ex-portação cresceu! Os querubins se calariam caso compreendessem os fenô
queles, a nivelação se faz de acordo
veita essa situação. O lucro que decor
menos à luz do mecanismo das trocas.
com as circunstâncias, o mercado mani
re dessa diferença de preços (quer dizer,
Porque é o trabalho nacional que está
festa determinada "velocidade de rea
a diferença entre os preços praticados
ção". Entre os dois extremos, há mna
no estrangeiro e os preços internos, de primidos pela inflação) é repartido entre
sendo dessangrado, processando-se a transferência da riqueza para mao de
uma fónnula esquemática.
o exportador nacional e o importador ou consumidor estrangeiro — esclarece Eugênio Gudin. Ambos, pois, se ir
de valores eficientíssímas.
Há outros
aumento de circulação promovida pelo gradação que resiste a uma interpreta Banco de Inglaterra. Dessa controvér- ção capaz de liarmoníza-los dentro de «a nasceram todos os argumentos cientilicos que alimentariam os economistas ate a primeira guerra mundial. Não lhe
foi trazida contribuição de maior valia.
I
Outro aspecto indispensável para boa compreensão do problema.
A maioria dos produtos tom o seu A teoria da paridade aquisitiva", de "ponto (isto é, o ponto Cassei, enunciada por volta de J918, em quedeo importação" preço ascendente merca yoia-se na tese de que o aumento de doria faculta a importação dadamercado dinheiro provoca a queda do câmbio. ria similar estrangeira) bem afastado do Embora falha e aproximativa, a teoria "ponto de exportação" (que c o ponto pretende explicar a "tendência" para o abaixo do qual e'a é exportada). Nesse
nivelamento inter-regional e internacio
nal dos preços. Os gastos de transportes embaraçam, desviam aquela tendência, que não se pode processar livremente.
Entre nações, aquelas despesas são agra
vadas com impostos aduaneiros, seguros variados, taxações sup'ementares, etc., oscilando segundo as políticas adotadas. A conquista dos mercados exige outra ordem de despesas que ficam subsumidas nos mesmos itens. Todas essas des
pesas devem somar uma importância que coloque a mercadoria ainda abaixo
do ponto de exportação", segundo ensi
cionário.
Cassei. Traité d'Économie politique'^ Ees Editions Domat-Montchrestien. ' 1929; Djacir Menezes. "Curso de Econ^a
Assim, ao sair do país uma maior quantidade de mercadorias, alguns bas-
Aires. 1936; Gudin.
Princípios de Eco
nomia Monetária, 2.® ed.. Agir,
'
Política", Liv. Freitas Bastos. Rio. R«'-
termediárias em grau de comercializa' ção internacional variável segundo as Quando aumentam
com o aperfeiçoamento das bolsas res
pectivas, um imperfeito paralelismo dos preços internos e externos tem mais possibiMdade de existir, se outros fatores não entram em jogo.
Se um pais tem sua moeda deprecia
moverem novas organizações de venda
da, sua "relação de trocas" com o es
em novos mercados, etc.
trangeiro toma-se desfavorável, — por
L.il.•.•
Money. Harcourt, Brace & Co., N.Y.. 1936, Silvio Gesoll, El Orden Econômico Nf*"' ral por Libremoneda y Librelierra, f. u. S*
mésticas; e também entre êsses dois polos há uma gama de mercadorias iD"
fator de diferenciação entre preços in
Há
ral Theory o£ Employment. Inloresí and
ção, isto é, a parte ativa e trabalhadora da nação, que viveu em regime de pri vação forçada, típica do estado infla-
das, há mercadorias inevitavelmente do
pesas anteriores de transporte, como
entretanto, extremamente incerto.
Nota — Para a argumentação e reflexões acima, baseamo-nos em: Kcynes,
vém ainda considerar que, ao lado de
circunstâncias.
Isso tudo é,
quem? quem pagou o prejuízo? A na
nacionais.
mercadorias altamente internaciona
condições de comercialização indicadas,
ciativa e espírito de empresa para pro
À custa de
poucos à custa da imensa maioria dos
causação" relativamente autônomas.
nais.
ternos e externos, a dificuldade e es cassez de informações e a falta de ini
manam no lucro obtido.
nossa conquista de mais mercados. A
intervalo, que pode ser grande para muitos bens, "os preços podem se'' muito desiguais, quer no interior do pais, quer no exterior, sem que se estabeleçam entre eles influências capazes de agir sentido nivelador". São duas "áreas de
nam os teoreraas das trocas internacio
Norman Angell acrescentou às des
29
Digesto Econômico
que passa a pagar com maior quantida-
A denominada "lei da lã", cujo projeto está sendo apreciado pc^o Congresso
norte-americano e que uma vez aprovado permitiria o aumento de 50% nos direitos alfandegários sôbre as importações de lã bruta e manufaturada, sopeu sério ata^
que que constitui uma condenação da parte de duas entidades do país. Ò Conselho N' acional do Comércio Exterior, que alega representar importante fração da "United States Export — Import Shipping Banking Insurance" e serviços
congêneres, telegrafou aos membros ao Congresso, transmitindo-lhes uma mensa^ gem em que pedia para que se opusessem à aprovação da merwionada lei.
31
DicESTO Econômico
em São Paulo a níveis que mesmo os mais pessimistas não ousavam admitir
tempos atrás. E acima de tudo há crise de con-
consumo a registar ganhos conse
fonte de lucros razoáveis dos Ia vradores.
mo, traduzido em áreas progressivamen
te maiores e em continuado interesse A crise do algodão
^Ão pAtnx» atravessa atualmente séria
dos lavradores pelo cultivo do algodiio, a ponto de se ter cogitado mesmo de
restringir-lhe ó plantio, durante os anOS
Apesar dos preços
de guerra, quando os estoques se
no Interior, para o produto em bruto que interessa aos lavradores, serem os
acumulavam no país o as perspectiva internacionais dessa matéria-prima nao
mais elevados registrados nos últimos
eram julgadas seguras.
tempos, não se nota nenhum entusiasmo no ano corrente, mas, ao contrário, a
atmosfera predominante nos meios agrí
Hoje, perde a lavoura dinheiro, to mada a produção algodoeira em con junto, vendendo as colheitas a pr®^^
colas é de desânimo e desconfiança.
quase três vôzes acima dos anos
crise algodoeira.
A explicação dessa aparente anomalia reside exclusivamente no baixo rendi
mento das terras, não sòmente neste
ano, como nos dois imediatamente an
condições adversas do tempo, por falta
de braços nas épocas indicadas das
cional
épocas.
Essa é a causa da crise.
Em anos
passados a lavoura de algodão em São Paulo ganhava dinheiro vendendo al godão em caroço a menos de CrS 20,00 por arrôba. E por isso havia entusias
dimos.
A queda da produção por unidade
Enquanto subia o consumo, caia
Há três anos a média da produção não ultrapassava de vinte e um mi
cinco
anos atrás
crítica
que
era
tudo^
que escreveu especialmente para o ^ gesto Econômico", expõe, com absolu o conhecimento, a situação atual do algP dão em São Paulo e no mundo, e os
motivos por que êsse produto contiaua^ rã a ser um dos elementos básicos da ri
Essa afirmativa reoes-
te-se de particular oportunidade por estar em início a nova safra algodoeira de São Paulo
se
reu
A produção
nou a estação algodoeira, não mãos e em todos os países. Isso já é considerado deficiente.
Se a produção do hemisfério setentrional, que representa dois terços das safras mundiais, não correr a contento de agora em
mundial que antes de 1939 al
diante, o suprimento dessa maté
cançara trinta milhões de fardos, ainda se mantinha até 1944 em
ria-prima em muitos países im portantes ficará sensivelmente sa
redor de vinte e quatro milhões;
crificado.
o consumo mundial de cerca de vinte e nove milhões de fardos
disso, basta notar que nos Estados-Unidos o "carry-over" em 31
antes de 1939, caiu durante a
de julho último foi inferior a
guerra a menos de vinte mi-
2.500.000 fardos. E ainda por
Uiões. O comércio
cima de qualidades baixas. Mes internacional
de
Para se ter uma idéia
mo com a nova safra que ali já
algodão passou de treze a cator ze milhões de fardos por ano, no período anterior à guerra,
está plantada sensivelmente su
para menos de cinco milhões du
consumo interno, deixando pos sibilidades de sobras exportáveis
rante a conflagração mundial.
M.
Em 31 de julho
havia no mundo mais de dezoito milhões de fardos em tôdas as
onde
os anos de guerra.
competência, no último aríigo da
acumulados.
des conferências
dutores, apesar da atividade têx til intensa aí registada durante
O sr. Garibaldi Dantas, técnico de
ção, lançou-se mão dos estoques
próximo passado, quando termi
E havia motivos para isso. De fato, os estoques acumula vam-se nos grandes centros pro
0»*
Para atender
consumo maior do que a produ
quanto visasse à restrição da pro dução era bem recebido nas gran niam técnicos de todos os países.
correlata do braço, pelo encarecimen ^ e quase inexistência de fertilizantes, o ^ vou o custo de produção do algo
queza paulista.
há
julgada tão
cação das recomendações técnicas quan
godão em caroço em São Paulo não ultrapassou de 80 a 90 arrobas por al queire contra 130 e até 150 em outras
de fardes.
lhões de fardos.
colheitas, pela negligência na contlnuato à época de plantio, espaçamento e adubação, é fato incontestável que nas três últimas safras o rendimento do al
tarão mais de vinte e seis milhões
.
A posição algodoeira interna
maior expansão a que há pouco a
ç<ão de bons tratos culturais e na apli
tecidos de algodão do mundo gas
não tem, felizmente, razão de ser
A modificação da posição algodoeira internacional
Por falta de adubos, métodos
culturas, pelos estragos de pragas, pelas
cutivos, apesar das destruições de centros fabris da Europa e ÁsiaNo ano corrente, as fábricas de
a produção mundial.
de superfície em 1945, 1946 e 1 agravada pelo custo crescente das o culturais mais adequados, rotação de lidades empregadas na lavoura, pela teriores.
Essa crise de confiança, justi- ^ ficada 'pelas causas apontadas,
quando encarado o problema do ponto-de-vista internacional.
rante os anos de guerra. Com a ter minação do conflito, alargaram-se os
mercados algodoeiros, passando O
Hança nas vantagens da cultura algodoeira de São Paulo, como IV
Por isso, era justificado o pessimismo
dos meios algodoeiros internacionais du
:..-1 -X./ ■ ,
perior, não haverá algodão sufi ciente senão para atender ao
1
31
DicESTO Econômico
em São Paulo a níveis que mesmo os mais pessimistas não ousavam admitir
tempos atrás. E acima de tudo há crise de con-
consumo a registar ganhos conse
fonte de lucros razoáveis dos Ia vradores.
mo, traduzido em áreas progressivamen
te maiores e em continuado interesse A crise do algodão
^Ão pAtnx» atravessa atualmente séria
dos lavradores pelo cultivo do algodiio, a ponto de se ter cogitado mesmo de
restringir-lhe ó plantio, durante os anOS
Apesar dos preços
de guerra, quando os estoques se
no Interior, para o produto em bruto que interessa aos lavradores, serem os
acumulavam no país o as perspectiva internacionais dessa matéria-prima nao
mais elevados registrados nos últimos
eram julgadas seguras.
tempos, não se nota nenhum entusiasmo no ano corrente, mas, ao contrário, a
atmosfera predominante nos meios agrí
Hoje, perde a lavoura dinheiro, to mada a produção algodoeira em con junto, vendendo as colheitas a pr®^^
colas é de desânimo e desconfiança.
quase três vôzes acima dos anos
crise algodoeira.
A explicação dessa aparente anomalia reside exclusivamente no baixo rendi
mento das terras, não sòmente neste
ano, como nos dois imediatamente an
condições adversas do tempo, por falta
de braços nas épocas indicadas das
cional
épocas.
Essa é a causa da crise.
Em anos
passados a lavoura de algodão em São Paulo ganhava dinheiro vendendo al godão em caroço a menos de CrS 20,00 por arrôba. E por isso havia entusias
dimos.
A queda da produção por unidade
Enquanto subia o consumo, caia
Há três anos a média da produção não ultrapassava de vinte e um mi
cinco
anos atrás
crítica
que
era
tudo^
que escreveu especialmente para o ^ gesto Econômico", expõe, com absolu o conhecimento, a situação atual do algP dão em São Paulo e no mundo, e os
motivos por que êsse produto contiaua^ rã a ser um dos elementos básicos da ri
Essa afirmativa reoes-
te-se de particular oportunidade por estar em início a nova safra algodoeira de São Paulo
se
reu
A produção
nou a estação algodoeira, não mãos e em todos os países. Isso já é considerado deficiente.
Se a produção do hemisfério setentrional, que representa dois terços das safras mundiais, não correr a contento de agora em
mundial que antes de 1939 al
diante, o suprimento dessa maté
cançara trinta milhões de fardos, ainda se mantinha até 1944 em
ria-prima em muitos países im portantes ficará sensivelmente sa
redor de vinte e quatro milhões;
crificado.
o consumo mundial de cerca de vinte e nove milhões de fardos
disso, basta notar que nos Estados-Unidos o "carry-over" em 31
antes de 1939, caiu durante a
de julho último foi inferior a
guerra a menos de vinte mi-
2.500.000 fardos. E ainda por
Uiões. O comércio
cima de qualidades baixas. Mes internacional
de
Para se ter uma idéia
mo com a nova safra que ali já
algodão passou de treze a cator ze milhões de fardos por ano, no período anterior à guerra,
está plantada sensivelmente su
para menos de cinco milhões du
consumo interno, deixando pos sibilidades de sobras exportáveis
rante a conflagração mundial.
M.
Em 31 de julho
havia no mundo mais de dezoito milhões de fardos em tôdas as
onde
os anos de guerra.
competência, no último aríigo da
acumulados.
des conferências
dutores, apesar da atividade têx til intensa aí registada durante
O sr. Garibaldi Dantas, técnico de
ção, lançou-se mão dos estoques
próximo passado, quando termi
E havia motivos para isso. De fato, os estoques acumula vam-se nos grandes centros pro
0»*
Para atender
consumo maior do que a produ
quanto visasse à restrição da pro dução era bem recebido nas gran niam técnicos de todos os países.
correlata do braço, pelo encarecimen ^ e quase inexistência de fertilizantes, o ^ vou o custo de produção do algo
queza paulista.
há
julgada tão
cação das recomendações técnicas quan
godão em caroço em São Paulo não ultrapassou de 80 a 90 arrobas por al queire contra 130 e até 150 em outras
de fardes.
lhões de fardos.
colheitas, pela negligência na contlnuato à época de plantio, espaçamento e adubação, é fato incontestável que nas três últimas safras o rendimento do al
tarão mais de vinte e seis milhões
.
A posição algodoeira interna
maior expansão a que há pouco a
ç<ão de bons tratos culturais e na apli
tecidos de algodão do mundo gas
não tem, felizmente, razão de ser
A modificação da posição algodoeira internacional
Por falta de adubos, métodos
culturas, pelos estragos de pragas, pelas
cutivos, apesar das destruições de centros fabris da Europa e ÁsiaNo ano corrente, as fábricas de
a produção mundial.
de superfície em 1945, 1946 e 1 agravada pelo custo crescente das o culturais mais adequados, rotação de lidades empregadas na lavoura, pela teriores.
Essa crise de confiança, justi- ^ ficada 'pelas causas apontadas,
quando encarado o problema do ponto-de-vista internacional.
rante os anos de guerra. Com a ter minação do conflito, alargaram-se os
mercados algodoeiros, passando O
Hança nas vantagens da cultura algodoeira de São Paulo, como IV
Por isso, era justificado o pessimismo
dos meios algodoeiros internacionais du
:..-1 -X./ ■ ,
perior, não haverá algodão sufi ciente senão para atender ao
1
y DicESTO EcoNÓAnco
82
de no máximo dois a dois milhões e meio de fardos. Por isso, Já se fala com insis-
tência nos meios internacionais autori-
dc verificada a repetição de somas de algodão em trânsito. Des.sa maneira, o "carry-over" em julho de 1946,
zados em possível "fome de algodão".
dado antes como sendo de 7.500.000
De fato, acaba o "Bureau of Census", fardos aproximadamente, foi reduzido dos Estados Unidos, de concluir ds tra- agora a 7 325 901' balhos de apuração da posição estatísCom essas retificações e apurações,
rica do algodão naquele país até 31 de constata-se que o suprimento da estação
juUio último, data em que terminou a agora em curso, isto é, o suprimento estaçao 1946/47 e se iniciou a seguinte. do período de l'° d® agôsto de 1947 a De acordo com os dados recebidos re- 31 dg julho de 1948, será de apro.xicentemente no Brasil, o "carry-over"
madamente 14.000.000 de fardos con-
norte-americano, na citada data, era de
tra 16 000 ítOO no ano anterior.
Será
2.520.587 fardos, pràticamente, pois, o o mais fraco dos õlHmos vinte anos. que havíamos previsto em comentários Admitindo aue seja realmente esse o suantenores. Foi retificado o de igual data primento vejamos como se poderá dis-
^ estaçao anterior, o qual sofreu re- iribuir taí volume de algodão, na estação
duçao de quase 200.000 fardos, depois há pouco iniciada: SUPRIMENTO
I
JcTsu",""
u\ T d; importação de,..outros países
veio "Bureau
c; Produção da safra nova
^
2.520.587 250.000
^,
fardos "
11.840.000 " "14.610.587
distribuição a) Consumo do país no ano b) Exportação c) Algodão destruído
9.000.000 de fardos 2.500.000 50.000 Tf.550.000
"Carry-over" em 31/7/48 Os cálculos feitos acima não são exa
gerados.
A importação de outros paí
3.060.000 mamos a base menos volumosa de apenas
2.500.000 fardos; quanto ao consumo,
que alcançou na estação anterior • • •
ses também poderia ser ligeiramente al terada. Em conjunto, porém, não nos parece provável sensível modificação do suprimento do ano em curso. Quanto
"Joumal of Commerce" da data citada,
ainda à distribuição, foram tomadas as
sus", baixamo-lo para 9.000.000 de far
10.035.300 fardos, segundo adianta o com base em dados do "Bureau of Cen
pro\'idências mais moderadas. Assim é
dos.
que, no tocante à exportação, que na estação passada foi superior a 3.500.000
tanto, levantada já com todos os des contos prováveis, diante da situação di fícil por que passa o mundo, quanto à possibíMdade dos mercados consumido-
fardos, sem incluir os embarques do
exército para o Japão e Alemanha, to
A distribuição prevista foi, por
i
y DicESTO EcoNÓAnco
82
de no máximo dois a dois milhões e meio de fardos. Por isso, Já se fala com insis-
tência nos meios internacionais autori-
dc verificada a repetição de somas de algodão em trânsito. Des.sa maneira, o "carry-over" em julho de 1946,
zados em possível "fome de algodão".
dado antes como sendo de 7.500.000
De fato, acaba o "Bureau of Census", fardos aproximadamente, foi reduzido dos Estados Unidos, de concluir ds tra- agora a 7 325 901' balhos de apuração da posição estatísCom essas retificações e apurações,
rica do algodão naquele país até 31 de constata-se que o suprimento da estação
juUio último, data em que terminou a agora em curso, isto é, o suprimento estaçao 1946/47 e se iniciou a seguinte. do período de l'° d® agôsto de 1947 a De acordo com os dados recebidos re- 31 dg julho de 1948, será de apro.xicentemente no Brasil, o "carry-over"
madamente 14.000.000 de fardos con-
norte-americano, na citada data, era de
tra 16 000 ítOO no ano anterior.
Será
2.520.587 fardos, pràticamente, pois, o o mais fraco dos õlHmos vinte anos. que havíamos previsto em comentários Admitindo aue seja realmente esse o suantenores. Foi retificado o de igual data primento vejamos como se poderá dis-
^ estaçao anterior, o qual sofreu re- iribuir taí volume de algodão, na estação
duçao de quase 200.000 fardos, depois há pouco iniciada: SUPRIMENTO
I
JcTsu",""
u\ T d; importação de,..outros países
veio "Bureau
c; Produção da safra nova
^
2.520.587 250.000
^,
fardos "
11.840.000 " "14.610.587
distribuição a) Consumo do país no ano b) Exportação c) Algodão destruído
9.000.000 de fardos 2.500.000 50.000 Tf.550.000
"Carry-over" em 31/7/48 Os cálculos feitos acima não são exa
gerados.
A importação de outros paí
3.060.000 mamos a base menos volumosa de apenas
2.500.000 fardos; quanto ao consumo,
que alcançou na estação anterior • • •
ses também poderia ser ligeiramente al terada. Em conjunto, porém, não nos parece provável sensível modificação do suprimento do ano em curso. Quanto
"Joumal of Commerce" da data citada,
ainda à distribuição, foram tomadas as
sus", baixamo-lo para 9.000.000 de far
10.035.300 fardos, segundo adianta o com base em dados do "Bureau of Cen
pro\'idências mais moderadas. Assim é
dos.
que, no tocante à exportação, que na estação passada foi superior a 3.500.000
tanto, levantada já com todos os des contos prováveis, diante da situação di fícil por que passa o mundo, quanto à possibíMdade dos mercados consumido-
fardos, sem incluir os embarques do
exército para o Japão e Alemanha, to
A distribuição prevista foi, por
i
34
Digesto Econômico
res importarem algodão norte-america
dia e Egito, a falta de mão de obra cni
no, em regime livre, por falta de dóla
outros, a migração de braços do algodão
res.
para culturas -mais rendosas, como se tem observado no México, na Argentina
Levou-se igualmente em conta a
provável diminuição de consumo inter no nos Estados Unidos, em vista da
queda registada nos últimos meses da
e em certa escala no Brasil, as grandes secas na zona soviética de produção, as
estação anterior.
instáveis condições políticas da China,
Mesmo assim, espe
ra-se sejam ali consumidos mais de
tudo isso, aliado ao tempo desfavorável
9.000.000 de fardos.
na maioria dos países citados, durante as
Cora tais previsões, a conclusão .'ine vitável é que a posição estatística^ do a godão norte-americano, durante a es- • tação em curso, é boa, niesmo admi
tindo os embaraços recentes decorren
tes da situação financeira da Inglaterra
últimas colheitas, vem prejudicando sèriamente a produção algodoeira inter nacional.
■ Xémerosos de falta de matér"a-prima,
alguns países consumidores mais caute
losos, como a Inglaterra, tratam de for mar estoques de reserva e fomentar a Continente. De fato, se o que acima * expansão dessa lavoura nas colônias e expusemos fôr apurado, no decorrer dà domínios.
e suas repercu^Ões em outros países do
presente estação, o suprimento norte-
americano continuará pois. escasso, para um país que consome 9.000.000 a
10.000.000'de fardos e^ pretende ex
portar 4.000.ÒOO a 5.000.000, o "carryover" de apenas 3.0OÓ.000. de fardos não pode ser considerado excessivo. An-'
Se há cinco anos se recebia com sa
tisfação toda e qualquer proposta de res trição de área e produção mundiais, hoje encara-se com boa vontade qual quer medida oposta de fomento das colheitas.
É que o mundo começa a recear a estes, deverá ser interpretado como fraco, ' cãssez de algodão, em que pesem as se se levar em conta que,"apesar de o possibilidades de aumento da produção govêmo dos Estados Unidos ter con mundial de artigos sintéticos, concorren seguido forçar a venda e colocação da , tes em parte do algodão, mas também maior parte de seus estoques de péssima dificultados em sua expansão pel«i qualidade, graças à situação privilegia rência geral de celulose e carvão, as da que desfruta em vários mercados co bases dessa poderosa indústria inter mo o Japão, Alemanha e outros, ainda não é satisfatória a sua constituição,
nacional.
Se não há ainda sinais positivos de
tanto que o ágio para as boas qualida
"fome de a'godão" no mundo, para Ia
des continua muito acentuado, em re lação à base.
se marchará, caso não se tomem desde
Haverá falta de algodão no mundo? .
já providênci^ indispensáveis ao retor
no da produção algodoeira a seu ritmo normal, nos países onde essa atividade tem condições de êxito.
Se essa é a situação nos Estados Uni dos, não é diverso o que se passa em
O papel de São Paulo
outros centros produtores. A necessida de de produção de gêneros aMmentares
O sr. Henry Spielman, adido agrícola
em alguns países algodoeiros, como in-
do Consulado Geral dos Estados Unidos
liMi iklÊh-r
34
Digesto Econômico
res importarem algodão norte-america
dia e Egito, a falta de mão de obra cni
no, em regime livre, por falta de dóla
outros, a migração de braços do algodão
res.
para culturas -mais rendosas, como se tem observado no México, na Argentina
Levou-se igualmente em conta a
provável diminuição de consumo inter no nos Estados Unidos, em vista da
queda registada nos últimos meses da
e em certa escala no Brasil, as grandes secas na zona soviética de produção, as
estação anterior.
instáveis condições políticas da China,
Mesmo assim, espe
ra-se sejam ali consumidos mais de
tudo isso, aliado ao tempo desfavorável
9.000.000 de fardos.
na maioria dos países citados, durante as
Cora tais previsões, a conclusão .'ine vitável é que a posição estatística^ do a godão norte-americano, durante a es- • tação em curso, é boa, niesmo admi
tindo os embaraços recentes decorren
tes da situação financeira da Inglaterra
últimas colheitas, vem prejudicando sèriamente a produção algodoeira inter nacional.
■ Xémerosos de falta de matér"a-prima,
alguns países consumidores mais caute
losos, como a Inglaterra, tratam de for mar estoques de reserva e fomentar a Continente. De fato, se o que acima * expansão dessa lavoura nas colônias e expusemos fôr apurado, no decorrer dà domínios.
e suas repercu^Ões em outros países do
presente estação, o suprimento norte-
americano continuará pois. escasso, para um país que consome 9.000.000 a
10.000.000'de fardos e^ pretende ex
portar 4.000.ÒOO a 5.000.000, o "carryover" de apenas 3.0OÓ.000. de fardos não pode ser considerado excessivo. An-'
Se há cinco anos se recebia com sa
tisfação toda e qualquer proposta de res trição de área e produção mundiais, hoje encara-se com boa vontade qual quer medida oposta de fomento das colheitas.
É que o mundo começa a recear a estes, deverá ser interpretado como fraco, ' cãssez de algodão, em que pesem as se se levar em conta que,"apesar de o possibilidades de aumento da produção govêmo dos Estados Unidos ter con mundial de artigos sintéticos, concorren seguido forçar a venda e colocação da , tes em parte do algodão, mas também maior parte de seus estoques de péssima dificultados em sua expansão pel«i qualidade, graças à situação privilegia rência geral de celulose e carvão, as da que desfruta em vários mercados co bases dessa poderosa indústria inter mo o Japão, Alemanha e outros, ainda não é satisfatória a sua constituição,
nacional.
Se não há ainda sinais positivos de
tanto que o ágio para as boas qualida
"fome de a'godão" no mundo, para Ia
des continua muito acentuado, em re lação à base.
se marchará, caso não se tomem desde
Haverá falta de algodão no mundo? .
já providênci^ indispensáveis ao retor
no da produção algodoeira a seu ritmo normal, nos países onde essa atividade tem condições de êxito.
Se essa é a situação nos Estados Uni dos, não é diverso o que se passa em
O papel de São Paulo
outros centros produtores. A necessida de de produção de gêneros aMmentares
O sr. Henry Spielman, adido agrícola
em alguns países algodoeiros, como in-
do Consulado Geral dos Estados Unidos
liMi iklÊh-r
Digesxo Econômico
38
'
Dioesto Econômico
em São Paulo, descreveu há três anos um trabalho notável, denominado a re
ção algodoeira, como as usinas de bene-
É verdade que esse custo também subiu em nosso meio, pela queda anor
gião algodoeira paulista a de mais forte
ficiamento, as fábricas de óleo, de te
mal do rendimento das terras, conse
capacidade de expansão do mundo. A sua valiosa opinião tem bases reais
na continuação e na expansão da produ
qüente a condições desfavoráveis do
de escoamento de sua produção,
nizações de exportadores e comerciantes
tempo. Repetições de períodos tão de
por fenovias e rodovias, apresen tando ainda um pôrto que no ano passado, em meio a crise sem precedentes de congestionamento,
na expansão aqui registada no período
Com esse verdadeiro mundo de múltiplas
sastrosos, como o do último trienio não
facetas, todos vivendo à sombra gene
são comuns. Se bem que seja impossí
O que é necessário agora é vencer a
de mfiior fortiecedor de algodão do
rosa do algodão, com a cooperação e assistência mais entusiastas e diretas dos poderes públicos, pela reorganização e unificação de seus órgãos especializados o algodão não desaparecerá da vida
mundo no hemisfério meridional.
econômica de São Paulo ou não termi
três últimos anos de safras irregulares, para poder São Paulo voltar à posição
vel prever o tempo, tudo faz crer que poderemos ter anos melhores de agora em diante, com mais adequada distri buição de chuvas e plantio e cultivo das lavouras em condições mais apropriadas. São Paulo tem, pois, um grande fu turo algodoeiro, porque:
nará os seus dias gloriosos de fastígio Programa de oito pontos
Para se obter essa recuperação pa rece-nos aconselhável a adoção de um programa de oito pontos:
1) — Reestruturação e ampliação dos órgãos técnicos da Secretaria da
h
Agricultura responsáveis pela se leção e multiplicação de semen
tes, fiscalização de usinas, padro nização e classificação, defesa con tra as pragas, combate à erosão e fiscalização de adubos;
2) — Ampliação e facilitação do crédi to agrícola aos lavradores de al godão; 3) — Intensificação das práticas de adubação;
4) — Rotação das culturas;
5) — Aproveitamento racional das ter
e esplendor como cultura apagada e
1.° — Dispõe ainda da melhor organi
subsidiária, mas continuará como um dos mais fortes esteios da economia
zação algodoeira dc qualquer centro competidor, necessitando apenas reestruturá-la para voltar aos seus grandes dias de eficiên
de São Paulo.
Mais de um bilhão de cruzeiros acha-
se empregado em usinas, prensas, fábri
cas de óleo e outras instalações algo-
cia e entusiasmo;
doeiras, como armazéns, reprensadoras e prensas. Um exército vive e depende
2.® — Tem
ganização; outro exército o sustenta, no
trabaUio das lavouras disseminadas pelos quatro cantos de São Paulo. Se a crise é forte, após três a quatro
anos de safras minguadas, não é, entre tanto, suficiente, a nosso ver, para ani
se levantou, pelo esforço da técnica e do
intemaciona'. Subsíd os, assistência, cré
6) — Mecanização das lavouras;
ditos, preços mínimos, tudo quanto se
7) — Combate à erosão; 8) — Combate às pragas.
faz fora de São Paulo e do Brasil para impedir o deslocamento do eixo económ'co algodoeiro das antigas glebas
acentua-
racterísticos de fibra, enfardamento, classificação comercial, rendimento industrial, não encon
Porque, em última análise, quem vai decidir do futuro do algodão é o custo
clima
4.® — Porque possui algodões cujos ca
trabalho bandeirantes.
da produção, encarado em seu aspecto
e
hemisfério meridional;
quilar essa modelar organização que aqui
ras, através de métodos culturais
terras
damente favoráveis à exploração algodoeira; 3.® — Planta, cultiva e colhe algodão em períodos quando não há pràticamente outros grandes com petidores, pois é a maior zona produtora mundial localizada no
dêle na movimentação dessa grande or
adequados às atuais variedades-algodoe ras e às que forem criadas;
k' •
tram sérios competidores em qualquer parte do mundo; 5.® — Porque tem possibilidades reais de produzir a baixo custo, quan do melhoradas as condições de cultivo mecânico, adubação, co
O futuro do algodão em São Paulõ
para as terras mais novas de nosso meio,
lheita e beneficiamento de suas
Com esse programa, com a coopera
será debalde, se o custo de produção continuar ali mais elevado do que em
6.® — Porque dispõe de modelar rede
ção de tôdas as entidades interessadas
7.® — Porque tem facilidades especiais
cidos, as grandes reprensadoras, as orga
de 1930 a 1934.
crise de desconfiança e desânimo dos
algodão dotadas da mais moder na aparelhagem;
lavouras; de usinas de beneficiamento de
São Paulo. ■
CM-',
foi o que conseguiu 'embarcar mais algodão no mundo; 8.® — Porque já demonstrou sua capa cidade de e.xpansão e competi
ção
nos
mercados
mundiais,
quando os preços internacionais eram os mais baixos da Ixistória,
deslocando outros algodões de
mercados julgados privativos de sua
esfera
de
influência
e
ação;
9.® — Porque está conseguindo sobrexàver em meio à mais persistente
e injusta perseguição comercial de subsídios e "dumpings" de
que se tem lembrança na lüstória da luta pelos mercados mun diais;
10.® — Porque tem ainda pela frente possibilidades quase ine.xploradas, quando se lhe estenderem as vantagens amplas de financia mentos especiais, para a sua ex
ploração científica e racional e se empregarem métodos moder nos de cultivo mecânico, de de fesa das terras contra as erosões,
de colheita, beneficiamento, en-
fnrdamento ainda mais capri chosos de que os já em vigor. Uma lavoura que apresenta essas cre
denciais e ostenta tão poderoso patri mônio não pode falhar, porque se falliar é a derrota da própria técnica e da or ganização econômica.
Digesxo Econômico
38
'
Dioesto Econômico
em São Paulo, descreveu há três anos um trabalho notável, denominado a re
ção algodoeira, como as usinas de bene-
É verdade que esse custo também subiu em nosso meio, pela queda anor
gião algodoeira paulista a de mais forte
ficiamento, as fábricas de óleo, de te
mal do rendimento das terras, conse
capacidade de expansão do mundo. A sua valiosa opinião tem bases reais
na continuação e na expansão da produ
qüente a condições desfavoráveis do
de escoamento de sua produção,
nizações de exportadores e comerciantes
tempo. Repetições de períodos tão de
por fenovias e rodovias, apresen tando ainda um pôrto que no ano passado, em meio a crise sem precedentes de congestionamento,
na expansão aqui registada no período
Com esse verdadeiro mundo de múltiplas
sastrosos, como o do último trienio não
facetas, todos vivendo à sombra gene
são comuns. Se bem que seja impossí
O que é necessário agora é vencer a
de mfiior fortiecedor de algodão do
rosa do algodão, com a cooperação e assistência mais entusiastas e diretas dos poderes públicos, pela reorganização e unificação de seus órgãos especializados o algodão não desaparecerá da vida
mundo no hemisfério meridional.
econômica de São Paulo ou não termi
três últimos anos de safras irregulares, para poder São Paulo voltar à posição
vel prever o tempo, tudo faz crer que poderemos ter anos melhores de agora em diante, com mais adequada distri buição de chuvas e plantio e cultivo das lavouras em condições mais apropriadas. São Paulo tem, pois, um grande fu turo algodoeiro, porque:
nará os seus dias gloriosos de fastígio Programa de oito pontos
Para se obter essa recuperação pa rece-nos aconselhável a adoção de um programa de oito pontos:
1) — Reestruturação e ampliação dos órgãos técnicos da Secretaria da
h
Agricultura responsáveis pela se leção e multiplicação de semen
tes, fiscalização de usinas, padro nização e classificação, defesa con tra as pragas, combate à erosão e fiscalização de adubos;
2) — Ampliação e facilitação do crédi to agrícola aos lavradores de al godão; 3) — Intensificação das práticas de adubação;
4) — Rotação das culturas;
5) — Aproveitamento racional das ter
e esplendor como cultura apagada e
1.° — Dispõe ainda da melhor organi
subsidiária, mas continuará como um dos mais fortes esteios da economia
zação algodoeira dc qualquer centro competidor, necessitando apenas reestruturá-la para voltar aos seus grandes dias de eficiên
de São Paulo.
Mais de um bilhão de cruzeiros acha-
se empregado em usinas, prensas, fábri
cas de óleo e outras instalações algo-
cia e entusiasmo;
doeiras, como armazéns, reprensadoras e prensas. Um exército vive e depende
2.® — Tem
ganização; outro exército o sustenta, no
trabaUio das lavouras disseminadas pelos quatro cantos de São Paulo. Se a crise é forte, após três a quatro
anos de safras minguadas, não é, entre tanto, suficiente, a nosso ver, para ani
se levantou, pelo esforço da técnica e do
intemaciona'. Subsíd os, assistência, cré
6) — Mecanização das lavouras;
ditos, preços mínimos, tudo quanto se
7) — Combate à erosão; 8) — Combate às pragas.
faz fora de São Paulo e do Brasil para impedir o deslocamento do eixo económ'co algodoeiro das antigas glebas
acentua-
racterísticos de fibra, enfardamento, classificação comercial, rendimento industrial, não encon
Porque, em última análise, quem vai decidir do futuro do algodão é o custo
clima
4.® — Porque possui algodões cujos ca
trabalho bandeirantes.
da produção, encarado em seu aspecto
e
hemisfério meridional;
quilar essa modelar organização que aqui
ras, através de métodos culturais
terras
damente favoráveis à exploração algodoeira; 3.® — Planta, cultiva e colhe algodão em períodos quando não há pràticamente outros grandes com petidores, pois é a maior zona produtora mundial localizada no
dêle na movimentação dessa grande or
adequados às atuais variedades-algodoe ras e às que forem criadas;
k' •
tram sérios competidores em qualquer parte do mundo; 5.® — Porque tem possibilidades reais de produzir a baixo custo, quan do melhoradas as condições de cultivo mecânico, adubação, co
O futuro do algodão em São Paulõ
para as terras mais novas de nosso meio,
lheita e beneficiamento de suas
Com esse programa, com a coopera
será debalde, se o custo de produção continuar ali mais elevado do que em
6.® — Porque dispõe de modelar rede
ção de tôdas as entidades interessadas
7.® — Porque tem facilidades especiais
cidos, as grandes reprensadoras, as orga
de 1930 a 1934.
crise de desconfiança e desânimo dos
algodão dotadas da mais moder na aparelhagem;
lavouras; de usinas de beneficiamento de
São Paulo. ■
CM-',
foi o que conseguiu 'embarcar mais algodão no mundo; 8.® — Porque já demonstrou sua capa cidade de e.xpansão e competi
ção
nos
mercados
mundiais,
quando os preços internacionais eram os mais baixos da Ixistória,
deslocando outros algodões de
mercados julgados privativos de sua
esfera
de
influência
e
ação;
9.® — Porque está conseguindo sobrexàver em meio à mais persistente
e injusta perseguição comercial de subsídios e "dumpings" de
que se tem lembrança na lüstória da luta pelos mercados mun diais;
10.® — Porque tem ainda pela frente possibilidades quase ine.xploradas, quando se lhe estenderem as vantagens amplas de financia mentos especiais, para a sua ex
ploração científica e racional e se empregarem métodos moder nos de cultivo mecânico, de de fesa das terras contra as erosões,
de colheita, beneficiamento, en-
fnrdamento ainda mais capri chosos de que os já em vigor. Uma lavoura que apresenta essas cre
denciais e ostenta tão poderoso patri mônio não pode falhar, porque se falliar é a derrota da própria técnica e da or ganização econômica.
Dicesto Econômico
o fpfiMAèma mjcjUMjoJL cUx Viü^ por Edgabd Teixeira Leite
j^uNCA se apresentou com tanta clareza consumo atual do Brasil é de dezoito
com 72 grs. por dia. Se é precário, sob o aspecto "individual", é prccaríssimo, sob o aspecto "coletivo", o aspec
o problema nacional do trigo.
O
39
Insubstituível nos
vida de seu povo. "Isso só é possível
centros urbanos, pe'a facilidade de sua
industrializando, pois criando vacas e
comercialização, decorrente de sua sto-
ckagem, obtenção em todas as épocas
plantando trigo nunca alcançaremos êste objetivo", são afirmativas bem recentes
do ano, fabricação industrial, o seu suprimento não tem apenas efeitos de
selho de Economia da Argentina. E já
zado dos alimentos.
ordem "alimentar". Os de ordem "psi
dicam que, mesmo partindo do per ca pita de 27 quilos (hoje é de 16 a 17),
neste momento, estão proibidas, ao que parece, as importações de tecidos, na quele país, mostrando quanto seria alea tória a política de pretender basear a nossa questão al-mentar, subordinando-a à ingênua fórmula: trigo da Argentina — manufatura do Brasil. Já rimos o aspecto da quantidade. Examinemos o do preço. Como se sabe, o general
renta e cinco milhões de habitantes, es
haveria necessidade de intensificar o
Peron estabeleceu o "controle pelo go-
taria abastecido apenas por noventa dias
consumo de trigo entre nós, de 81% —
vêmo do sistema econômico da Nação",
na expressão textual de um dos seus co
cológica" são dos mais relevantes: a
história registra, em todos os tempos e
milhões de sacos de farinha, de cin
to de abastecimento.
qüenta quilos,.ou cerca de um milhão
que são escritas estas linhas, e.xame ri
e duzentas mil toneladas. Apenas cêrca de dez por cento são produzidas dentro
dentro de nossas fronteiras, havia, as
no desenvolvimento da desordem social.
de nossas fronteiras: Rio Grande, Santa
segurado apenas para trinta ou qua
Estudos recentes, bem conduzidos, in
Catarina e um pouco no Paraná. A pro dução destes Estados não é suficiente nem mesmo para seu abastecimento. O
de Miguel Miranda, presidente do Con
No momento em
goroso, em todo o país, verificou que, renta dias. E, com o já embarcado e em viagem, um grande país, com qua
em todos os países, o papel político da escassez de pão, como fator precípuo,
nosso principal fornecedor é a Argentina. As suas safras, que já atingiram a oito milhões de toneladas, são hoje de cêrca de 5.500.000 toneladas. O excedente
a cem. De tal modo sempre estivemos
para alcançarmos o nível considerado razoável de 2.400
laboradores
destinado aos mercados externos é apro ximadamente de 2.500.000 toneladas,
nesta dependência, que os órgãos ofi ciais e as organizações privadas, que
calorias.
ma na apresenta
lidam com ôste setor, a acreditam sa
das quais 1.250.000 são enviadas ao Brasil.
O nosso consumo
tisfatória e normal... porque poderia ser pior. Não é preciso insistir o que re
presentaria em fatôres, que podem sobrevir, na época
per capita ano, que já atingiu a 23 quilos (certos autores mencionara 27), é
hoje de perto de 18 qui los. Compare-se com o de outros povos:
Argentina
155. Estados Unidos 100, França 183, Suécia 220, e
ter-se-á a exata posição
alimentar do Brasil, que se
to
ção do plano qüinqüenal que
alimentação de 17
"era
para 34 quilos —
a afirmativa que
ainda muito abaixo
estaVa empregan do a economia di
das necessidades —
vivemos: greves de trans portes terrestres e maríti
p excedente de trigo argentino expor
mos, demoras de embar
ques, infortúnios no mar, mudança de orientação da política econômica nos paí ses exportadores e até con flitos
internacionais.
É
dinação" ao estrangeiro, em
da
relação ao mais generali-
ocidental,
mais
evidente a nossa "subor
O "Digesto EconÓJTiKO tem a honra de publicar êste trabalho de autoria do dr. Edgara Teixeira Leite, atual secretário da Agricultura, Indústria e Comércio do Estado do Rio de Janeiro e representante da Comissão Central do Preço no Conselho
Nacional do Trigo. O dr. Edgard Teixeira Leite é nome de projeção nos meios econômicos e financeiros do pais, antigo deputado federal e secretário da Fazenda
pelo Estado de Pernambuco, atual mesídente da Sociedade dos Amigos de Alberto Torres e vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura.
Afir
simples — o da
agitada e incerta em que
situa entre os mais baixos entre as nações da chama
civilização
siderações
De con
veremos que todo
injustificada
rigida, e por isso
tável mal daria para atender às nossas necessidades. Mas a nossa população cresce de um milhão por ano e também a sua capacidade aquisitiva, ao passo que decrcsceu a safra argentina. E ter-se-á chegado à primeira conclusão: á de, num futro bem próximo, não poder a Argentina — cujas safras dccres-
çeqi — suprir totalmente o nosso povo. Fica assim e'uc;dado o argumento tan
pressupunha ignorância ou maldade, e que estava respeitando as leis da oferta e da procmu, atuando com preços eco nômicos e não com preços políticos". A realidade é diversa. Organizado o Instituto Argentino de Promoção de In tercâmbio, cuja sigla é lAPI, está im
pondo para o trigo preços que discor dam dos vigentes no mercado intema-
cional. Fixando para o produtor o preço de 17 pesos, por 100 quilos de trigo,
tas vezes renovado, com boa fé e simpli cidade: a Argentina plantando trigo pa ra alimentar o Brasil e'o Brasil suprin
o lAPI vende ao "mundo actualmente
do a Argentina de artefatos de sua in
a Argentina está realizando vigorosa po
para comer", na frase de Peron, a preços crescentes de 30 pesos, 35 a 40, a 45, com perspectivas de novos aumen
lítica, visando elevar o "standard" de
tos para os "povos na miséria" — as
dústria, notadamente de tecidos.
Mas
en Ia miséria, que debe pedir muchas
veces, planideramente Io que necesita
Dicesto Econômico
o fpfiMAèma mjcjUMjoJL cUx Viü^ por Edgabd Teixeira Leite
j^uNCA se apresentou com tanta clareza consumo atual do Brasil é de dezoito
com 72 grs. por dia. Se é precário, sob o aspecto "individual", é prccaríssimo, sob o aspecto "coletivo", o aspec
o problema nacional do trigo.
O
39
Insubstituível nos
vida de seu povo. "Isso só é possível
centros urbanos, pe'a facilidade de sua
industrializando, pois criando vacas e
comercialização, decorrente de sua sto-
ckagem, obtenção em todas as épocas
plantando trigo nunca alcançaremos êste objetivo", são afirmativas bem recentes
do ano, fabricação industrial, o seu suprimento não tem apenas efeitos de
selho de Economia da Argentina. E já
zado dos alimentos.
ordem "alimentar". Os de ordem "psi
dicam que, mesmo partindo do per ca pita de 27 quilos (hoje é de 16 a 17),
neste momento, estão proibidas, ao que parece, as importações de tecidos, na quele país, mostrando quanto seria alea tória a política de pretender basear a nossa questão al-mentar, subordinando-a à ingênua fórmula: trigo da Argentina — manufatura do Brasil. Já rimos o aspecto da quantidade. Examinemos o do preço. Como se sabe, o general
renta e cinco milhões de habitantes, es
haveria necessidade de intensificar o
Peron estabeleceu o "controle pelo go-
taria abastecido apenas por noventa dias
consumo de trigo entre nós, de 81% —
vêmo do sistema econômico da Nação",
na expressão textual de um dos seus co
cológica" são dos mais relevantes: a
história registra, em todos os tempos e
milhões de sacos de farinha, de cin
to de abastecimento.
qüenta quilos,.ou cerca de um milhão
que são escritas estas linhas, e.xame ri
e duzentas mil toneladas. Apenas cêrca de dez por cento são produzidas dentro
dentro de nossas fronteiras, havia, as
no desenvolvimento da desordem social.
de nossas fronteiras: Rio Grande, Santa
segurado apenas para trinta ou qua
Estudos recentes, bem conduzidos, in
Catarina e um pouco no Paraná. A pro dução destes Estados não é suficiente nem mesmo para seu abastecimento. O
de Miguel Miranda, presidente do Con
No momento em
goroso, em todo o país, verificou que, renta dias. E, com o já embarcado e em viagem, um grande país, com qua
em todos os países, o papel político da escassez de pão, como fator precípuo,
nosso principal fornecedor é a Argentina. As suas safras, que já atingiram a oito milhões de toneladas, são hoje de cêrca de 5.500.000 toneladas. O excedente
a cem. De tal modo sempre estivemos
para alcançarmos o nível considerado razoável de 2.400
laboradores
destinado aos mercados externos é apro ximadamente de 2.500.000 toneladas,
nesta dependência, que os órgãos ofi ciais e as organizações privadas, que
calorias.
ma na apresenta
lidam com ôste setor, a acreditam sa
das quais 1.250.000 são enviadas ao Brasil.
O nosso consumo
tisfatória e normal... porque poderia ser pior. Não é preciso insistir o que re
presentaria em fatôres, que podem sobrevir, na época
per capita ano, que já atingiu a 23 quilos (certos autores mencionara 27), é
hoje de perto de 18 qui los. Compare-se com o de outros povos:
Argentina
155. Estados Unidos 100, França 183, Suécia 220, e
ter-se-á a exata posição
alimentar do Brasil, que se
to
ção do plano qüinqüenal que
alimentação de 17
"era
para 34 quilos —
a afirmativa que
ainda muito abaixo
estaVa empregan do a economia di
das necessidades —
vivemos: greves de trans portes terrestres e maríti
p excedente de trigo argentino expor
mos, demoras de embar
ques, infortúnios no mar, mudança de orientação da política econômica nos paí ses exportadores e até con flitos
internacionais.
É
dinação" ao estrangeiro, em
da
relação ao mais generali-
ocidental,
mais
evidente a nossa "subor
O "Digesto EconÓJTiKO tem a honra de publicar êste trabalho de autoria do dr. Edgara Teixeira Leite, atual secretário da Agricultura, Indústria e Comércio do Estado do Rio de Janeiro e representante da Comissão Central do Preço no Conselho
Nacional do Trigo. O dr. Edgard Teixeira Leite é nome de projeção nos meios econômicos e financeiros do pais, antigo deputado federal e secretário da Fazenda
pelo Estado de Pernambuco, atual mesídente da Sociedade dos Amigos de Alberto Torres e vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura.
Afir
simples — o da
agitada e incerta em que
situa entre os mais baixos entre as nações da chama
civilização
siderações
De con
veremos que todo
injustificada
rigida, e por isso
tável mal daria para atender às nossas necessidades. Mas a nossa população cresce de um milhão por ano e também a sua capacidade aquisitiva, ao passo que decrcsceu a safra argentina. E ter-se-á chegado à primeira conclusão: á de, num futro bem próximo, não poder a Argentina — cujas safras dccres-
çeqi — suprir totalmente o nosso povo. Fica assim e'uc;dado o argumento tan
pressupunha ignorância ou maldade, e que estava respeitando as leis da oferta e da procmu, atuando com preços eco nômicos e não com preços políticos". A realidade é diversa. Organizado o Instituto Argentino de Promoção de In tercâmbio, cuja sigla é lAPI, está im
pondo para o trigo preços que discor dam dos vigentes no mercado intema-
cional. Fixando para o produtor o preço de 17 pesos, por 100 quilos de trigo,
tas vezes renovado, com boa fé e simpli cidade: a Argentina plantando trigo pa ra alimentar o Brasil e'o Brasil suprin
o lAPI vende ao "mundo actualmente
do a Argentina de artefatos de sua in
a Argentina está realizando vigorosa po
para comer", na frase de Peron, a preços crescentes de 30 pesos, 35 a 40, a 45, com perspectivas de novos aumen
lítica, visando elevar o "standard" de
tos para os "povos na miséria" — as
dústria, notadamente de tecidos.
Mas
en Ia miséria, que debe pedir muchas
veces, planideramente Io que necesita
Í^TTT DrciiSTO
40
Econóküco 41
Dicesto Econômico
nações imprevidentes, que são obriga
tudo isso — leia-se o discurso do sub-se-
das a acratar, esgotando-se em san grias permanentes de sua economia. Neste momento, o Brasil está despen dendo cerca de duzentos cruzeiros por saco de farinha que consome: multi-
cretário de Agricultura, Cluyton Anderson, ao se encerrar a Conferência Inter
plique-se pelos dezessete milhões de seu consumo anual de importação estran
nacional de Cereais, há poucos dias, em Paris. Advertindo contra a desmedida
esperança de fornecimento de cereais dos Estados Unidos, diz: "Esta tendência
anti-realista parece consistir na crença
esta sangria: 2.500.000.000 a Cr$ 4,00 o quilo = 3.400.000.000,00. A farinha
de que os fornecimentos são ilimitados nos países exportadores e ao que diz respeito aos Estados Unidos, que não há
argentina hoje já nos está sendo vendida
limite prático à medida em que nosso
a Cr§ 215,00 o saco, na base de 40
país pode dispor de transporte e fun dos para exportação de cereais". Por isso pôde ser reservada para o Brasil quantidade insignificante, que não re
geira, e ter-se-á a quantia que atinge
pesos, 100 quilos de trigo. A próxi ma remessa, cujo preço subiu para 45 pesos, vai ser de Cr$ 238,00.
Temos
assim, partindo de bases seguras, outro elemento para examinar o problema na cional do trigo: o da impossibilidade de obtê-lo em quantidades suficientes e a preços razoáveis e com segurança de
suprimento. Na verdade, como é pú-
^ blico e notório, apesar do convênio as sinado com o Brasil, cancelou a Argen
presenta senão parcela mínima do nos so já precário consumo. Que nos valha esta lição, sobretudo sob um dos aspec
nos considerasse supridos de trigo (por noventa dias), ou porque efetivamen
já "atualmente" precário em quantidade e regularidade de suprimento como base
te não pudesse atender, pela escassez de sua safra. Em qualquer caso: aviso
o nosso povo.
mos receber, afirma-se, em largas quan
de país irmão.
não ser esquecida. Na verdade, os Estados Unidos estão colhendo uma das safras "records" de sua história: 385.173.200 hectolitros.
Apesar de
ços remuneradores, evitadas interferên
técnica, mas, também, antes, de ordem
organização dos mercados, o que se po
econômica. As da primeira categoria —
deria chamar, enfim, de "política nacio nal" do trigo, que está ainda por ser
isto é — o problema do "trigo nacio nal", já está satisfatoriamente resolvido: possibilidade de plantação, terras e varie dades adequadas, resistentes às ferru gens, e luna experiência mais que cen
cias que desanimem a lavoura, com a
resolrída, isto é, em "plano econômico
paralelo ao plano técnico".
É do que se deve cuidar, com o maior interesse e urgência, porque estamos
uma série de fatores: métodos de traba
diante de problema vital, que não é apenas econômico: é problema de de
lho e conhecimentos, trabalhadores trei
fesa nacional, no seu mais alto e comple
nados.
to sentido.
tenária de sua cultura, criando tôda
b) que o aspecto de intercâmbio
pitão que não cuidou" do famoso con ceito camoneano, volvemos nossas espe ranças para os Estados Unidos. Podería
ra grande e proveitosa lição, que deve ser aprendida e meditada, e sobretudo
— é indispensável que sejam preenchi das condições, não apenas de ordem
de abastecimento regular de pão para comercial, troca de trigo argentino por produtos manufaturados brasileiros, não pôde ser encarado nos seus estritos têrmos, em face da industrialização do gran
nlia daquele país, amigo e generoso.
produtor, e não ao intermediário; o da defesa do produto, pela garantia de pre
suficientemente esclarecido:
a) que não podemos contar, exclusi
Entretanto o que vai ocorrendo, encer
da produção; com o financiamento ao
Pôsto o problema em
vamente, com trigo de origem argentina,
tidades e a preços muito baratos, a fari-
cultura do trigo — em larga produção
comporta o da organização econômica
seus justos termos parece que ficou
das, que nos deveria fazer, ou porque
Então, porque agimos, como o "ca
estrangeiros, relativamente a um pro duto chave como o do trigo. Mas para fundarmos a grande agri
tos mais graves do problema: o da de fesa nacional.
tina duas remessas de 100.000 tonela
aos navegantes descuidados!
Mas o "problema nacional" do trigo
do abastecimento e da política de países
e) que o suprimento de trigo ame ricano, mesmo em face de grandes sa
Lord Lirüithsow, atual presidente em exercício da "Empire Cotton Growing
Corporation", degrau que o mundo está seriamente preocupado quanto ao supria mento de algodão. No ano anterior a colheita dos Estados Unidos, calculada em
fras, é precário, ainda quando não ocor
8.500.000 fardos, foi a menor desde 1921.
ram circunstâncias excepcionais, que im
de algodão do tipo norte-americano, colhido no Império Britânico e enviado ao
peçam o seu transporte:
Lancashire, constituiria uma economia de dólares, tendo êle apDnado a uma re
d) que os problemas número um de um povo — alimentação e defesa nacio nal — não podem estar na dependência
presentação da entidade que se avistaria com o ministro das Colônias britânicas, sr.
Declarou aquele titular na convenção anual da corporação, que cada fardo
Arthur Greech Joncs, para solicitar-lhe um amparo mais liberal aos gooernos co
loniais a fim de que possam eficientemente favorecer a produção do algodão «o Império Britânico.
Í^TTT DrciiSTO
40
Econóküco 41
Dicesto Econômico
nações imprevidentes, que são obriga
tudo isso — leia-se o discurso do sub-se-
das a acratar, esgotando-se em san grias permanentes de sua economia. Neste momento, o Brasil está despen dendo cerca de duzentos cruzeiros por saco de farinha que consome: multi-
cretário de Agricultura, Cluyton Anderson, ao se encerrar a Conferência Inter
plique-se pelos dezessete milhões de seu consumo anual de importação estran
nacional de Cereais, há poucos dias, em Paris. Advertindo contra a desmedida
esperança de fornecimento de cereais dos Estados Unidos, diz: "Esta tendência
anti-realista parece consistir na crença
esta sangria: 2.500.000.000 a Cr$ 4,00 o quilo = 3.400.000.000,00. A farinha
de que os fornecimentos são ilimitados nos países exportadores e ao que diz respeito aos Estados Unidos, que não há
argentina hoje já nos está sendo vendida
limite prático à medida em que nosso
a Cr§ 215,00 o saco, na base de 40
país pode dispor de transporte e fun dos para exportação de cereais". Por isso pôde ser reservada para o Brasil quantidade insignificante, que não re
geira, e ter-se-á a quantia que atinge
pesos, 100 quilos de trigo. A próxi ma remessa, cujo preço subiu para 45 pesos, vai ser de Cr$ 238,00.
Temos
assim, partindo de bases seguras, outro elemento para examinar o problema na cional do trigo: o da impossibilidade de obtê-lo em quantidades suficientes e a preços razoáveis e com segurança de
suprimento. Na verdade, como é pú-
^ blico e notório, apesar do convênio as sinado com o Brasil, cancelou a Argen
presenta senão parcela mínima do nos so já precário consumo. Que nos valha esta lição, sobretudo sob um dos aspec
nos considerasse supridos de trigo (por noventa dias), ou porque efetivamen
já "atualmente" precário em quantidade e regularidade de suprimento como base
te não pudesse atender, pela escassez de sua safra. Em qualquer caso: aviso
o nosso povo.
mos receber, afirma-se, em largas quan
de país irmão.
não ser esquecida. Na verdade, os Estados Unidos estão colhendo uma das safras "records" de sua história: 385.173.200 hectolitros.
Apesar de
ços remuneradores, evitadas interferên
técnica, mas, também, antes, de ordem
organização dos mercados, o que se po
econômica. As da primeira categoria —
deria chamar, enfim, de "política nacio nal" do trigo, que está ainda por ser
isto é — o problema do "trigo nacio nal", já está satisfatoriamente resolvido: possibilidade de plantação, terras e varie dades adequadas, resistentes às ferru gens, e luna experiência mais que cen
cias que desanimem a lavoura, com a
resolrída, isto é, em "plano econômico
paralelo ao plano técnico".
É do que se deve cuidar, com o maior interesse e urgência, porque estamos
uma série de fatores: métodos de traba
diante de problema vital, que não é apenas econômico: é problema de de
lho e conhecimentos, trabalhadores trei
fesa nacional, no seu mais alto e comple
nados.
to sentido.
tenária de sua cultura, criando tôda
b) que o aspecto de intercâmbio
pitão que não cuidou" do famoso con ceito camoneano, volvemos nossas espe ranças para os Estados Unidos. Podería
ra grande e proveitosa lição, que deve ser aprendida e meditada, e sobretudo
— é indispensável que sejam preenchi das condições, não apenas de ordem
de abastecimento regular de pão para comercial, troca de trigo argentino por produtos manufaturados brasileiros, não pôde ser encarado nos seus estritos têrmos, em face da industrialização do gran
nlia daquele país, amigo e generoso.
produtor, e não ao intermediário; o da defesa do produto, pela garantia de pre
suficientemente esclarecido:
a) que não podemos contar, exclusi
Entretanto o que vai ocorrendo, encer
da produção; com o financiamento ao
Pôsto o problema em
vamente, com trigo de origem argentina,
tidades e a preços muito baratos, a fari-
cultura do trigo — em larga produção
comporta o da organização econômica
seus justos termos parece que ficou
das, que nos deveria fazer, ou porque
Então, porque agimos, como o "ca
estrangeiros, relativamente a um pro duto chave como o do trigo. Mas para fundarmos a grande agri
tos mais graves do problema: o da de fesa nacional.
tina duas remessas de 100.000 tonela
aos navegantes descuidados!
Mas o "problema nacional" do trigo
do abastecimento e da política de países
e) que o suprimento de trigo ame ricano, mesmo em face de grandes sa
Lord Lirüithsow, atual presidente em exercício da "Empire Cotton Growing
Corporation", degrau que o mundo está seriamente preocupado quanto ao supria mento de algodão. No ano anterior a colheita dos Estados Unidos, calculada em
fras, é precário, ainda quando não ocor
8.500.000 fardos, foi a menor desde 1921.
ram circunstâncias excepcionais, que im
de algodão do tipo norte-americano, colhido no Império Britânico e enviado ao
peçam o seu transporte:
Lancashire, constituiria uma economia de dólares, tendo êle apDnado a uma re
d) que os problemas número um de um povo — alimentação e defesa nacio nal — não podem estar na dependência
presentação da entidade que se avistaria com o ministro das Colônias britânicas, sr.
Declarou aquele titular na convenção anual da corporação, que cada fardo
Arthur Greech Joncs, para solicitar-lhe um amparo mais liberal aos gooernos co
loniais a fim de que possam eficientemente favorecer a produção do algodão «o Império Britânico.
I*
tiiGESTO Econômico
O Cristianismo e Le Play
cédés d'exploitation et d'élaboration en usage dans les divers pays. A
43
pensée d'une réforme, ce n'est qu*à
cette fin il visita une fois le Dane-
Ia suite de Texpórience et en combinant les voies et moyens qu*il propo-
Conferência proferida pcio prof. Louis Baudin, antigo professor da
mark, une fois Ia Suède et Ia Nor-
se avec toutes les forces vives de Ia
Universidade de Viena e atual da de Harvard na cátedra dc Co
vège, trois fois Ia Russie, six fois TAn-
civilisation actuelle, sans prétendre
mércio Internacional, a 24 de abril de 1947, sob os auspícios da Caixa
gletcrre, deux fois TEspagne, trois
en étouffer ni en refoulcr le déve-
Econômica Federal de São Paulo.
fois ritalie, une fois Ia Moravie, Ia
loppement. Toutefois il a vu des plaies, il les a sondées, il a êru dé-
conferência de hoje difere das
mente abau^ada. Os olhos sumidos sob
já pronunciadas.
pesadas pálpebras.
Devo apre
Os braços pendi
sentar-vos hoje um grande ho
dos.
mem, coisa
Desde que quer exprimir um pensamen
afinal de contas
Parece absorvido em si mesmo.
se
to, tomar parte em uma discussão, o
Já tive ocasião de caracterizar o que
olhar transmuda-se, revelando pene tração e firmeza. Sua palavra e tôda
mais
ou
menos
rara
de
encontrar.
entendo por indivíduo de elite.
Usan
do o mesmo critério objetivamente e procurando, através dos tempos, uma ilustração para a tese sustentada, não poderia deixar de escolher Frederico Le Play.
Entre os seus contemporâneos, Le Play foi tido como um sábio. Para os pôs teres e particularmente para seus co-
menladores, continua sendo um homem de primeira plana, digno de.toda con sideração, mas algo misterioso, de di fícil qualificação. E os historiadores das
doutrinas, que são obrigados a enqua
drá-lo numa categoria, não sabem onde
inclui-lo. Por isso, às vêzes, apõem-lhe uma rubrica muito singular: a de "con
fessional", que não é um epíteto próprio à Economia.
À guisa de introdução traçarei, segun do os autores do tempo, o retrato de Le Play. Eis como o descreveu um
sua pessoa refetem uma calma interior
Hongrie, Ia Turquie d'Eiirope: il fit un grand voyage en Carinthie, dans le Tyrol: il traversa nombre de fois TAllemagne. Bref, Ia Scandinavie exceptée, il a yisitc a peu prós trois fois en moyenne chaque parlie de TEurope. Des missions spécialcs qui lui furent confiées par les gouvernements, par des souverains ou par
cou\Tir des dangers pour Tavenir et,
à certains égards, des príncipes de décadence, si Ton n'y avisait et si Fon n'y portait remède; et non seulement il averti, mais en savant, en.
homme pratique, muni de toutes les lumières de son temps et de tous les matériaux particuliers qu'il a rassemblés, au fait de tous les ingré-
oriunda de inabalável convicção".
de três puissants particuliers, le mi-
Vejamos agora o retrato psicológico que nos é dado por Samte-Beuve, e
rent à môme de faire des observa-
dients et les mobiles sociaux, sachant
tions comparées aprofondies, depuis Ia Belgique jusqu'aux confins de 1'Europe et dc VAsie; pas une forge importante ne lui a échappé: il a'eu a en diriger lui-même; il a eu dans
tous les rouages et tous les ressorts,
consta do tômo IX da obra intitulada "Nouveaux lundis":
"Esprit exact, sévère, pénétrant, exigeant avec lui-même, il ne négiigea rien de ce qui pouvait perfectionner son enseignement et faire avancer Ia science d'application a laquelle il s'était voué.
les usines de |'Oural jusqu'à 45.000 individus sous ses ordres, une véritable armée d'ouvriers.
L'im de ces hommes rares, chez qui
Au lieu de s'en tenir aux livres et
Ia conscience en tout est vm besoin
aux procedes en usage dans son pays, il voyagea et le fit avec ordre, mé-
grand plaisir comme Ia récompense
thode, en tenant note et registre de chaque observation, sans rien laisser d'inexploré ou d'étudié à demi. On prendra idée de Ia masse de notions precises ainsi amassées par lui et passées ensulte au creuset, pour
de première nécessité et dont le plus est dans Ia poursuite même d'un travail et dans Taccomplissement absolu d'une fonction". E mais adiante:
..."M. Le Play est d*une généra-
il propose des moyens précis de se corriger et de s'arrêter à temps".
A citação é um pouco longa. Faço-a ^ porqxre, saída da pena de Sante-Beuve, é realmente alguma coisa de extraor dinário. Encontramos aí também, sublinliado, na citação de xuna carta de Mon-
talembert, escrita a Augustin Cochin em 10 de outubro de 1864, o traço carac
terístico de Le Play, a sua coragem moral:
"Je hs le livre de Le Play et j'en suis émerveillé. II n'a pas paru de livre plus important et plus intéres- sant depuis le grand ouvrage de Toc-
tion toute nouvelle (Chamo a aten
quevíUe sur Ia Démocratie: et Le
ção sôbre esta observação, pois, cos
seu contemporâneo que o conheceu bem, em artigo escrito em 1882: "Le Play
en sachant que depuis 1829 jusqu'en 1853, c'est-à-dire pendant vingt-
tuma-se apresentá-lo, ao contrário, como antiquado em relação à sua
Play a le mérite d'avoir bícn plus de courage que Tocquevüle, qui n'a jamais osé braver un prejugé puis-
é um temperamento nervoso. Curvado,
quatre ans, il fit un voyage de six
época); il est rhomme de Ia société
sant... II faut que vous lui rendiez
magro, modestamente vestido. De pa lavra pronta de sentido, não fixa a atenção. Mas desde que o observemos impressiona-nos pela delicadeza dos seus
mois chaque année, et un voyage d'étude, non une toumée de plai-
modeme par excellence, nourri de sa
pleine justice, et que nous adoptions son livre comme notre programme,
traços. A fronte alta, descoberta, forte
ainsi dire, de son rigouxeux esprit,
Llhiver à Paris, il faisait sont
vie, élevé dans son progrès, dans ses sciences et dans leurs appUcations,
cours, et Tété venu, il partait pour aller vérifier sur les lieux les pro-
do Ia lignée des fils de Monge et
de détail, qui pourront être assez
de Berthollet; et, s*il a conçu Ia
nombreux".
sir.
sans nous" arrêter aux dissentiments
I*
tiiGESTO Econômico
O Cristianismo e Le Play
cédés d'exploitation et d'élaboration en usage dans les divers pays. A
43
pensée d'une réforme, ce n'est qu*à
cette fin il visita une fois le Dane-
Ia suite de Texpórience et en combinant les voies et moyens qu*il propo-
Conferência proferida pcio prof. Louis Baudin, antigo professor da
mark, une fois Ia Suède et Ia Nor-
se avec toutes les forces vives de Ia
Universidade de Viena e atual da de Harvard na cátedra dc Co
vège, trois fois Ia Russie, six fois TAn-
civilisation actuelle, sans prétendre
mércio Internacional, a 24 de abril de 1947, sob os auspícios da Caixa
gletcrre, deux fois TEspagne, trois
en étouffer ni en refoulcr le déve-
Econômica Federal de São Paulo.
fois ritalie, une fois Ia Moravie, Ia
loppement. Toutefois il a vu des plaies, il les a sondées, il a êru dé-
conferência de hoje difere das
mente abau^ada. Os olhos sumidos sob
já pronunciadas.
pesadas pálpebras.
Devo apre
Os braços pendi
sentar-vos hoje um grande ho
dos.
mem, coisa
Desde que quer exprimir um pensamen
afinal de contas
Parece absorvido em si mesmo.
se
to, tomar parte em uma discussão, o
Já tive ocasião de caracterizar o que
olhar transmuda-se, revelando pene tração e firmeza. Sua palavra e tôda
mais
ou
menos
rara
de
encontrar.
entendo por indivíduo de elite.
Usan
do o mesmo critério objetivamente e procurando, através dos tempos, uma ilustração para a tese sustentada, não poderia deixar de escolher Frederico Le Play.
Entre os seus contemporâneos, Le Play foi tido como um sábio. Para os pôs teres e particularmente para seus co-
menladores, continua sendo um homem de primeira plana, digno de.toda con sideração, mas algo misterioso, de di fícil qualificação. E os historiadores das
doutrinas, que são obrigados a enqua
drá-lo numa categoria, não sabem onde
inclui-lo. Por isso, às vêzes, apõem-lhe uma rubrica muito singular: a de "con
fessional", que não é um epíteto próprio à Economia.
À guisa de introdução traçarei, segun do os autores do tempo, o retrato de Le Play. Eis como o descreveu um
sua pessoa refetem uma calma interior
Hongrie, Ia Turquie d'Eiirope: il fit un grand voyage en Carinthie, dans le Tyrol: il traversa nombre de fois TAllemagne. Bref, Ia Scandinavie exceptée, il a yisitc a peu prós trois fois en moyenne chaque parlie de TEurope. Des missions spécialcs qui lui furent confiées par les gouvernements, par des souverains ou par
cou\Tir des dangers pour Tavenir et,
à certains égards, des príncipes de décadence, si Ton n'y avisait et si Fon n'y portait remède; et non seulement il averti, mais en savant, en.
homme pratique, muni de toutes les lumières de son temps et de tous les matériaux particuliers qu'il a rassemblés, au fait de tous les ingré-
oriunda de inabalável convicção".
de três puissants particuliers, le mi-
Vejamos agora o retrato psicológico que nos é dado por Samte-Beuve, e
rent à môme de faire des observa-
dients et les mobiles sociaux, sachant
tions comparées aprofondies, depuis Ia Belgique jusqu'aux confins de 1'Europe et dc VAsie; pas une forge importante ne lui a échappé: il a'eu a en diriger lui-même; il a eu dans
tous les rouages et tous les ressorts,
consta do tômo IX da obra intitulada "Nouveaux lundis":
"Esprit exact, sévère, pénétrant, exigeant avec lui-même, il ne négiigea rien de ce qui pouvait perfectionner son enseignement et faire avancer Ia science d'application a laquelle il s'était voué.
les usines de |'Oural jusqu'à 45.000 individus sous ses ordres, une véritable armée d'ouvriers.
L'im de ces hommes rares, chez qui
Au lieu de s'en tenir aux livres et
Ia conscience en tout est vm besoin
aux procedes en usage dans son pays, il voyagea et le fit avec ordre, mé-
grand plaisir comme Ia récompense
thode, en tenant note et registre de chaque observation, sans rien laisser d'inexploré ou d'étudié à demi. On prendra idée de Ia masse de notions precises ainsi amassées par lui et passées ensulte au creuset, pour
de première nécessité et dont le plus est dans Ia poursuite même d'un travail et dans Taccomplissement absolu d'une fonction". E mais adiante:
..."M. Le Play est d*une généra-
il propose des moyens précis de se corriger et de s'arrêter à temps".
A citação é um pouco longa. Faço-a ^ porqxre, saída da pena de Sante-Beuve, é realmente alguma coisa de extraor dinário. Encontramos aí também, sublinliado, na citação de xuna carta de Mon-
talembert, escrita a Augustin Cochin em 10 de outubro de 1864, o traço carac
terístico de Le Play, a sua coragem moral:
"Je hs le livre de Le Play et j'en suis émerveillé. II n'a pas paru de livre plus important et plus intéres- sant depuis le grand ouvrage de Toc-
tion toute nouvelle (Chamo a aten
quevíUe sur Ia Démocratie: et Le
ção sôbre esta observação, pois, cos
seu contemporâneo que o conheceu bem, em artigo escrito em 1882: "Le Play
en sachant que depuis 1829 jusqu'en 1853, c'est-à-dire pendant vingt-
tuma-se apresentá-lo, ao contrário, como antiquado em relação à sua
Play a le mérite d'avoir bícn plus de courage que Tocquevüle, qui n'a jamais osé braver un prejugé puis-
é um temperamento nervoso. Curvado,
quatre ans, il fit un voyage de six
época); il est rhomme de Ia société
sant... II faut que vous lui rendiez
magro, modestamente vestido. De pa lavra pronta de sentido, não fixa a atenção. Mas desde que o observemos impressiona-nos pela delicadeza dos seus
mois chaque année, et un voyage d'étude, non une toumée de plai-
modeme par excellence, nourri de sa
pleine justice, et que nous adoptions son livre comme notre programme,
traços. A fronte alta, descoberta, forte
ainsi dire, de son rigouxeux esprit,
Llhiver à Paris, il faisait sont
vie, élevé dans son progrès, dans ses sciences et dans leurs appUcations,
cours, et Tété venu, il partait pour aller vérifier sur les lieux les pro-
do Ia lignée des fils de Monge et
de détail, qui pourront être assez
de Berthollet; et, s*il a conçu Ia
nombreux".
sir.
sans nous" arrêter aux dissentiments
DiGESTO Econômico
44
O que admiro em Le Play é sobre tudo a coragem que lhe permite atacar de frente, sem embustes, a moral e os preconceitos do seu tempo. No geral rende-se homenagem à inteligência e ao
fazem os estudantes de hoje, ao Jardim de Luxemburgo. Encontrava-se com ou tros camaradas e estudantes do Quartier Latin. Punha-se a falar então, não
45
Digesto Econômico
Na Escola de Minas havia o hábito de
fazer com que os estudantes viajassem. Le Play começou a viajar como estu dante, continuando a fazê-lo depois que
pulações operárias, menos avançadas, pa recem mais felizes que outras. Seria uma lei fatal essa em virtude da qual
o homem, à medida que se eleva em civilização, parece menos satisfeito e
de questões científicas, mas de ques
saiu da escola. Visitou as minas de Lor-
saber, sem se levar em conta o caráter.
tões sociais.
contente da sua sorte?
É por este motivo que a apreciação de
vores do Jardim do Luxemburgo, junto
raine. Percorreu tòda a Europa, parte do Levante, os Países Baixos, a África.
Sainte-Beuve nos é particularmente sim
à Fonte de Nêmesis, foi que.Le Play
Conhecia muito bem a Europa. Percor
pática.
chegou à concepção a que me referi. Foi assim que travou relações com Mi-
reu a Escandinávia, a Europa Central, a
Abandonou a cátedra, pediu demissão para consagrar-se unicamente à ciência
Rússia várias vezes.
chel Chevalier e com Bastiat.
lho, bom no cavalo, falava seis línguas; foi úm grande viajor, com uma reser
social. Abandonar a cadeira de profes
Eis aí Le Play pintado física e psico logicamente.
E sob a sombra das ár
Êste
força de se ouvir falar de um autor
atravessava no momento uma crise mo ral. Foi assim que nasceu ao mesmo
quando já é célebre e, portanto, idoso, acaba-se por imaginar que o mesmo
tudo o reformador social. Por esta época
Veja-se, entretanto, o seguinte:
À
nunca teve mocidade. Ck)ncordo que há
tempo o físico, o matemático e sobre
queimou as mãos em uma explosão de
pessoas velhas desde o nascimento. Mas
laboratório.
êste não é o caso de Le Play. Lendose a correspondência de Le Play vê-se,
ter imóvel, durante um certo tempo,
ao contrário, que, na sua juventude, foi
como os demais rapazes, alegre, vivo
Viu-se forçado a se man
em seu quarto. Aproveitou a oportuni dade para meditar sobre as conversas mantidas com seus camaradas. Isto foi
clieio de bom humor. Em viagem que
em 1834, portanto, depois da Revo
fez à Espanha, vestiu-se à espanhola, de capa e sombrero, e cheio de espírito pôs-se a declamar: "Yo soy ei jefe de
lução de 1830. Não se faz sempre uma
Ia cabaUeria espanola".
Aí está o homem. Vejamos agora, rapidamente, a sua vida. Nasceu perto de Honfleur, na Baixa Normandia. Co
nheceu a paz e a calma no seio da
família de um agrimensor burguês. Estava também destinado a ser um bom
agrimensor rural. Mas a sorte decidiu de maneira diversa.
Encontrou certa
vez um amigo que, sabendo ser Le
Play bom em matemática, aconselhou-o a apresentar-se à Escola Politécnica. Aí distinguindo-se como uma pessoa bri
idéia exata dessa Revolução de 1830,
que nos parece secundária. Muitos es píritos conservadores desse tempo tinliam ficado vivamente impressionados
com os horrores da grande revolução de 1789 e com o que de fundamental e vital foi suprimido com a destruição do antigo regime. Pretendia-se, pois, com a Revolução de 1830 voltar ao passado, restabelecendo pura e simplesmente, por meio de autoridade direta, o que se
pudesse ressuscitar. Mas Le Play impressionara-se sobretudo com os horro res a que assistiu na Revolução de 1830 e essa impressão produziu-lhe um sen timento que jamais o abandonou duran
Era ótimo andari
va: não sei porque não visitou a Amé rica, o que ouso dizer, foi uma lacuna grave.
E sempre nas suas viagens
conduzia o pão da ciência: a técnica.
Le Play tomou então uma grave de cisão, que revela a sua coragem moral.
sor após ter alcançado o "standíng" a que chegou foi realmente um ato de bravura; a auto-disciplína que atingiu é heróica.
Tomou-se um educador do homem.
Resume-se em três palavras a finalida de visada: A paz social. Ins
Nomeado professor da Es cola de Minas, foi um gran
creve-se imediatamente como
de mestre e técnico de pri
grande adversário da luta de classe e, portanto, como indi
meira ordem.
Mas ao mes
mo tempo que estudava e
vidualista e liberal, conforme
fazia suas observações téc-
êle mesmo o disse.
O interessante em sua dou
nicad, estudava o homem.
Preocupava-se com o operá
trina é verificar-se não ser
rio. Redigiu observações de ordem social, por exemplo,
um professor ou apóstolo abs
êsse matemático, êsse físico, trato. Ao contrário estamos diante de um cientista com
nas suas célelDres "Memórias
sòbre o processo metalúrgico
"
empregado no País de Gales sôbre a fabricação do cobre". Ao lado das observações técnicas, julgadas boas pelos
especialistas, escreveu sobre as condições de vida dos fundidores do País de Gales,
comparando-as com as de outros lu
pleto. Busca exemplos, ilustrações, obser vações. Nada avança sem o apoio dos fatos.
Escreveu então sua famosa monogra fia: "Les ouvriers européens". É um trabalho coroado pela Academia de Ciências. Depois Le Play publicou sua
gares, o que é muito instrutivo. A Revolução de 1848 foi decisiva para
"Reforme sociale de France", em 18B4,
Le Play. Os graves problemas suscita
livro que teve seis edições sucessivas,
dos, as sombrias idéias geradas, fize-
durante a sua vida.
São trabalhos que se encontram, hoje,
lhante, entrou na Escola de Minas, em te toda a vida. Da mesma forma que 1827.'Lá começou a observar o mundo. Le Play, outros espíritos ilustres como Situava-se a Escola de Minas, como Benjamin Constant, Tocqueville, Royer-
ram-no supor que a humanidade enlou
ainda hoje, no Boulevard de Saint Mi- CoUard foram tomados da mesma im pressão ante os efeitos catastróficos da chel, no Quartíer Laün, Le Play, es Restauração.
quecera. Gom essa Revolução Le Play tem a visão da disparidade entre o pro gresso técnico e a moral. Porque não
nas bibliotecas, ao lado das obras sobre o Direito Civil, de Pothier, de Histoire Romaine, de Rollin. Mas é um traba
obstante essa técnica e êsse aperfeiçoa
lho que, no seu tempo, todo mundo
mento o homem, ou melhor, certas po
teve entre as mãos.
tudante, tinha o hábito de ir, como o
DiGESTO Econômico
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O que admiro em Le Play é sobre tudo a coragem que lhe permite atacar de frente, sem embustes, a moral e os preconceitos do seu tempo. No geral rende-se homenagem à inteligência e ao
fazem os estudantes de hoje, ao Jardim de Luxemburgo. Encontrava-se com ou tros camaradas e estudantes do Quartier Latin. Punha-se a falar então, não
45
Digesto Econômico
Na Escola de Minas havia o hábito de
fazer com que os estudantes viajassem. Le Play começou a viajar como estu dante, continuando a fazê-lo depois que
pulações operárias, menos avançadas, pa recem mais felizes que outras. Seria uma lei fatal essa em virtude da qual
o homem, à medida que se eleva em civilização, parece menos satisfeito e
de questões científicas, mas de ques
saiu da escola. Visitou as minas de Lor-
saber, sem se levar em conta o caráter.
tões sociais.
contente da sua sorte?
É por este motivo que a apreciação de
vores do Jardim do Luxemburgo, junto
raine. Percorreu tòda a Europa, parte do Levante, os Países Baixos, a África.
Sainte-Beuve nos é particularmente sim
à Fonte de Nêmesis, foi que.Le Play
Conhecia muito bem a Europa. Percor
pática.
chegou à concepção a que me referi. Foi assim que travou relações com Mi-
reu a Escandinávia, a Europa Central, a
Abandonou a cátedra, pediu demissão para consagrar-se unicamente à ciência
Rússia várias vezes.
chel Chevalier e com Bastiat.
lho, bom no cavalo, falava seis línguas; foi úm grande viajor, com uma reser
social. Abandonar a cadeira de profes
Eis aí Le Play pintado física e psico logicamente.
E sob a sombra das ár
Êste
força de se ouvir falar de um autor
atravessava no momento uma crise mo ral. Foi assim que nasceu ao mesmo
quando já é célebre e, portanto, idoso, acaba-se por imaginar que o mesmo
tudo o reformador social. Por esta época
Veja-se, entretanto, o seguinte:
À
nunca teve mocidade. Ck)ncordo que há
tempo o físico, o matemático e sobre
queimou as mãos em uma explosão de
pessoas velhas desde o nascimento. Mas
laboratório.
êste não é o caso de Le Play. Lendose a correspondência de Le Play vê-se,
ter imóvel, durante um certo tempo,
ao contrário, que, na sua juventude, foi
como os demais rapazes, alegre, vivo
Viu-se forçado a se man
em seu quarto. Aproveitou a oportuni dade para meditar sobre as conversas mantidas com seus camaradas. Isto foi
clieio de bom humor. Em viagem que
em 1834, portanto, depois da Revo
fez à Espanha, vestiu-se à espanhola, de capa e sombrero, e cheio de espírito pôs-se a declamar: "Yo soy ei jefe de
lução de 1830. Não se faz sempre uma
Ia cabaUeria espanola".
Aí está o homem. Vejamos agora, rapidamente, a sua vida. Nasceu perto de Honfleur, na Baixa Normandia. Co
nheceu a paz e a calma no seio da
família de um agrimensor burguês. Estava também destinado a ser um bom
agrimensor rural. Mas a sorte decidiu de maneira diversa.
Encontrou certa
vez um amigo que, sabendo ser Le
Play bom em matemática, aconselhou-o a apresentar-se à Escola Politécnica. Aí distinguindo-se como uma pessoa bri
idéia exata dessa Revolução de 1830,
que nos parece secundária. Muitos es píritos conservadores desse tempo tinliam ficado vivamente impressionados
com os horrores da grande revolução de 1789 e com o que de fundamental e vital foi suprimido com a destruição do antigo regime. Pretendia-se, pois, com a Revolução de 1830 voltar ao passado, restabelecendo pura e simplesmente, por meio de autoridade direta, o que se
pudesse ressuscitar. Mas Le Play impressionara-se sobretudo com os horro res a que assistiu na Revolução de 1830 e essa impressão produziu-lhe um sen timento que jamais o abandonou duran
Era ótimo andari
va: não sei porque não visitou a Amé rica, o que ouso dizer, foi uma lacuna grave.
E sempre nas suas viagens
conduzia o pão da ciência: a técnica.
Le Play tomou então uma grave de cisão, que revela a sua coragem moral.
sor após ter alcançado o "standíng" a que chegou foi realmente um ato de bravura; a auto-disciplína que atingiu é heróica.
Tomou-se um educador do homem.
Resume-se em três palavras a finalida de visada: A paz social. Ins
Nomeado professor da Es cola de Minas, foi um gran
creve-se imediatamente como
de mestre e técnico de pri
grande adversário da luta de classe e, portanto, como indi
meira ordem.
Mas ao mes
mo tempo que estudava e
vidualista e liberal, conforme
fazia suas observações téc-
êle mesmo o disse.
O interessante em sua dou
nicad, estudava o homem.
Preocupava-se com o operá
trina é verificar-se não ser
rio. Redigiu observações de ordem social, por exemplo,
um professor ou apóstolo abs
êsse matemático, êsse físico, trato. Ao contrário estamos diante de um cientista com
nas suas célelDres "Memórias
sòbre o processo metalúrgico
"
empregado no País de Gales sôbre a fabricação do cobre". Ao lado das observações técnicas, julgadas boas pelos
especialistas, escreveu sobre as condições de vida dos fundidores do País de Gales,
comparando-as com as de outros lu
pleto. Busca exemplos, ilustrações, obser vações. Nada avança sem o apoio dos fatos.
Escreveu então sua famosa monogra fia: "Les ouvriers européens". É um trabalho coroado pela Academia de Ciências. Depois Le Play publicou sua
gares, o que é muito instrutivo. A Revolução de 1848 foi decisiva para
"Reforme sociale de France", em 18B4,
Le Play. Os graves problemas suscita
livro que teve seis edições sucessivas,
dos, as sombrias idéias geradas, fize-
durante a sua vida.
São trabalhos que se encontram, hoje,
lhante, entrou na Escola de Minas, em te toda a vida. Da mesma forma que 1827.'Lá começou a observar o mundo. Le Play, outros espíritos ilustres como Situava-se a Escola de Minas, como Benjamin Constant, Tocqueville, Royer-
ram-no supor que a humanidade enlou
ainda hoje, no Boulevard de Saint Mi- CoUard foram tomados da mesma im pressão ante os efeitos catastróficos da chel, no Quartíer Laün, Le Play, es Restauração.
quecera. Gom essa Revolução Le Play tem a visão da disparidade entre o pro gresso técnico e a moral. Porque não
nas bibliotecas, ao lado das obras sobre o Direito Civil, de Pothier, de Histoire Romaine, de Rollin. Mas é um traba
obstante essa técnica e êsse aperfeiçoa
lho que, no seu tempo, todo mundo
mento o homem, ou melhor, certas po
teve entre as mãos.
tudante, tinha o hábito de ir, como o
46
Digesto Econômico
Sem as procurar, recebeu honrarias em sua época. Foi nomeado Comissário Geral da Exposição, em 1867. Pela
mesmo nos homens mais perfeitos. As
de Le Play são de ordem doutrinária.
Vejamos, pois, a aliança do técnico
47
Digesto Econômico
à primeira vista, parece não devia ter uti lizado por não se tratar de orçamen tos de famílias de operários.
É que
ocuparam em criar oportunidades de trabalho. E a pedido de Napoleão III
mo se estuda qualquer ciência: a física, a química, a matemática, a biologia
"operário" tem um sentido particular para Le Play. Quando fa^a de operário não quer dizer "assalariado". Para Le Play há uma diferença entre as duas
etc.
palavras. "Operário" é toda pessoa que
escreveu, em 1870, um pequeno livro que se chamou "L'organization du Tra-
É por isso que Divisia, outro matemá
tratando de proprietário. Por exemplo:
vaíl",
tico e também economista, chama Le
, Em 1870-71, sobrevindo a guerra, a
Play de "o Quesnay e o Walras da eco
Comuna ficou profundamente abalada.
nomia social".
Luta de nações, luta de classes. No fundo tudo se resume numa coisa: de-
o proprietário de um motor, que traba lha para si mesnio, é um operário se gundo Le Play. Faço essa observação, pois pode causar estranheza encontra
ser descoberta.
sespêro, fruto dos mesmos erros.
serão métodos exatos de observação, a
primeira vez criou uma Galeria de His tória do Trabalho, distribuindo prêmios ao bom trabalhador e a todos que se
Prossegue no seu aposlolado. Funda
a "União para a paz social" e publica sua revista: "La réforme sociale".
E
em seguida inicia uma ciência social um pouco diferente. Profundamente ca
tólico, não era ignorado por Leão XIII, que o nomeou Comendador de S. Gre-
gório. A doutrina de Le Play cons tituiu a base de grandes encíclicas.
5 de abril de 1882, não longe IdessaEm Escola de Minas, onde a sua carreira teve início, na "Place de Saínt
Sulpice", faleceu Le Play como bom francês e bom cristão, td. como deve morrer um homem que sempre obede ceu aos ditames da sua consciência.
Eis o breve histórico pelo qual quis começar esta exposição. Revela-nos uma
personalidade mais complexa do que é comum admitir-se em Le Play: A prin cípio, a aliança do técnico e do refor mador, a qual lhe dá um método. Em seguida, a aliança do católico e do
G do reformador.
Devemos estudar a ciência social co
Existe uma natureza de coisas sociais.
Essa natureza das coisas sociais deve Os meios a empregar
saber: a monografia e a história.
Passarei por este ponto rapidamente,
corrente.
Todo mundo o sabe.
Êste
um regime familiar, quer na agricul tura, quer na indústria. Na agricultu ra existiam os proprietários, que Niviam nas suas terras, comívendo com os cul tivadores.
Trabalhavam ao seu lado e
os compreendiam.
Nas corporações o mestre estava junto ao aprendiz, em companhia dos operários. Todavia Le Play não faz o elogio incondicional do antigo regime. Mante
ve-se sempre imparcial. Ao contrário
diz que, sob o antigo regime, ha\ia
grafia, cuja paternidade se atribui a Le Play.
Tourville e outros, aperfeiçoaram-no,
A monografia é o estudo pormenori zado de algumas unidades pertencentes
devassidões da côrte, a corrupção dos nobres, o absenteísmo dos senliores e a
"Quadro da Ciência Social", que é uma
à série investigada, suscetível de uma
extensão do de Le Play.
pois ninguém ignora o que seja a mono
criando o método conhecido como o
generalização. O processo é muito vivo.
Para poder realizar pesquisas sôbre
violência desusada na sua pena: são as
centralização burocrática, em particular
na época de Luís XIV. Critica sobretudo os métodos empregados por Colbert, de que Le Play não gosta.
O indivíduo é observado no seu meio,
questões mais íntimas, Le Play e seus
durante o curso de sua existência, de
díscipulos fizeram-se operários, viveram
modo a ser apreendido na sua comple
no meio dos camponeses, a fim de que
nalista deve-se ter bem em mente o
xidade humana.
as monografias fôssem mais exatas.
sentido dêsse qualificativo, que, no caso, não é o sentido comum. É tradiciona lista no sentido de que vai buscar a
Difere da estatística,
processo puramente quantitativo, que não retém senão pontos comuns a certo número, o maior número possível de in divíduos. Envolve um perigo: o da
molins e Jacques Valdin Demoville para a monografia e para a história. A história, para Le Play, é uma
generalização.
fonte profana.
É uma constatação de
velhos clichês.
Os historiadores nem
É preciso ter segurança
de se tratar de uma unidade represen
Podemos citar ainda os nomes de De-
Quando se diz que Le Play é tradicio
tradição o que convém. Não admite tudo o que vem do antigo regune, da mesma forma que não diz que tudo ai era falso. O antigo regime não foi de to
sempre se dão ao trabalho de examiná-
do. um mal.
los de perto a fim de verificar a sua
um bem. Não existem pontos absolutos
à luz com o "orçamento familiar", pelo
exatidão. Le Play é muito rigoroso para
na história.
qual se verifica a orientação da des
com os historiadores amadores.
berdade sistemática.
tativa da generalidade, do tipo.
É o princípio ativo que Le Play pôs pesa local.
terística da classe.
certas deficiências, que sempre existem,
ções sôbre pessoas desse gênero. A monografia tomou-se um método
gozes. É bem uma caricatura, diz-nos Le Play. O antagonismo, ao contrário, nasceu depois de 1789. Outrora existia
abusos graves, denunciando-os com uma
doutrina.
Aí estão os dois pontos sôbre os
rem-se, nas suas moriografias, observa
França, unicamente de vitimas e de al
método sofreu depois modificações. Continuadores de Le Play, como Henri de
individualista-liberal, que lhe dá uma
quais assentarei minha exposição. Jun tarei um quarto ponto, que revelará
tem atividade manual, mesmo em se
mo entre as classes. A população apa rece, antes de 1789, como composta, em
Constitui mesmo a carac
Exige, de modo
geral, que os orçamentos sejam orça
mentos de operários. Os operários são iriais acessíveis que as classes médias. Todavia usou de muito orçamento que,
Assim, referindo-se ao antigo regime
A revolução não foi só A revolução não foi a li
De inicio transformou o antigo re
êle se ensinava, no seu tempo, aos es colares. O antigo regime era apresen
gime. Esta é a tese capital de Le Play. Denuncia o que chama de "falsos dogmas" da Revolução. Por aí pode-
tado como um sistema de opressão per
ríios precisar o seu pensamento.
manente, opressão do povo e antagonis
primeiro lugar está a liberdade sistemá-
diz não ter correspondido ao que sôbre
Em
46
Digesto Econômico
Sem as procurar, recebeu honrarias em sua época. Foi nomeado Comissário Geral da Exposição, em 1867. Pela
mesmo nos homens mais perfeitos. As
de Le Play são de ordem doutrinária.
Vejamos, pois, a aliança do técnico
47
Digesto Econômico
à primeira vista, parece não devia ter uti lizado por não se tratar de orçamen tos de famílias de operários.
É que
ocuparam em criar oportunidades de trabalho. E a pedido de Napoleão III
mo se estuda qualquer ciência: a física, a química, a matemática, a biologia
"operário" tem um sentido particular para Le Play. Quando fa^a de operário não quer dizer "assalariado". Para Le Play há uma diferença entre as duas
etc.
palavras. "Operário" é toda pessoa que
escreveu, em 1870, um pequeno livro que se chamou "L'organization du Tra-
É por isso que Divisia, outro matemá
tratando de proprietário. Por exemplo:
vaíl",
tico e também economista, chama Le
, Em 1870-71, sobrevindo a guerra, a
Play de "o Quesnay e o Walras da eco
Comuna ficou profundamente abalada.
nomia social".
Luta de nações, luta de classes. No fundo tudo se resume numa coisa: de-
o proprietário de um motor, que traba lha para si mesnio, é um operário se gundo Le Play. Faço essa observação, pois pode causar estranheza encontra
ser descoberta.
sespêro, fruto dos mesmos erros.
serão métodos exatos de observação, a
primeira vez criou uma Galeria de His tória do Trabalho, distribuindo prêmios ao bom trabalhador e a todos que se
Prossegue no seu aposlolado. Funda
a "União para a paz social" e publica sua revista: "La réforme sociale".
E
em seguida inicia uma ciência social um pouco diferente. Profundamente ca
tólico, não era ignorado por Leão XIII, que o nomeou Comendador de S. Gre-
gório. A doutrina de Le Play cons tituiu a base de grandes encíclicas.
5 de abril de 1882, não longe IdessaEm Escola de Minas, onde a sua carreira teve início, na "Place de Saínt
Sulpice", faleceu Le Play como bom francês e bom cristão, td. como deve morrer um homem que sempre obede ceu aos ditames da sua consciência.
Eis o breve histórico pelo qual quis começar esta exposição. Revela-nos uma
personalidade mais complexa do que é comum admitir-se em Le Play: A prin cípio, a aliança do técnico e do refor mador, a qual lhe dá um método. Em seguida, a aliança do católico e do
G do reformador.
Devemos estudar a ciência social co
Existe uma natureza de coisas sociais.
Essa natureza das coisas sociais deve Os meios a empregar
saber: a monografia e a história.
Passarei por este ponto rapidamente,
corrente.
Todo mundo o sabe.
Êste
um regime familiar, quer na agricul tura, quer na indústria. Na agricultu ra existiam os proprietários, que Niviam nas suas terras, comívendo com os cul tivadores.
Trabalhavam ao seu lado e
os compreendiam.
Nas corporações o mestre estava junto ao aprendiz, em companhia dos operários. Todavia Le Play não faz o elogio incondicional do antigo regime. Mante
ve-se sempre imparcial. Ao contrário
diz que, sob o antigo regime, ha\ia
grafia, cuja paternidade se atribui a Le Play.
Tourville e outros, aperfeiçoaram-no,
A monografia é o estudo pormenori zado de algumas unidades pertencentes
devassidões da côrte, a corrupção dos nobres, o absenteísmo dos senliores e a
"Quadro da Ciência Social", que é uma
à série investigada, suscetível de uma
extensão do de Le Play.
pois ninguém ignora o que seja a mono
criando o método conhecido como o
generalização. O processo é muito vivo.
Para poder realizar pesquisas sôbre
violência desusada na sua pena: são as
centralização burocrática, em particular
na época de Luís XIV. Critica sobretudo os métodos empregados por Colbert, de que Le Play não gosta.
O indivíduo é observado no seu meio,
questões mais íntimas, Le Play e seus
durante o curso de sua existência, de
díscipulos fizeram-se operários, viveram
modo a ser apreendido na sua comple
no meio dos camponeses, a fim de que
nalista deve-se ter bem em mente o
xidade humana.
as monografias fôssem mais exatas.
sentido dêsse qualificativo, que, no caso, não é o sentido comum. É tradiciona lista no sentido de que vai buscar a
Difere da estatística,
processo puramente quantitativo, que não retém senão pontos comuns a certo número, o maior número possível de in divíduos. Envolve um perigo: o da
molins e Jacques Valdin Demoville para a monografia e para a história. A história, para Le Play, é uma
generalização.
fonte profana.
É uma constatação de
velhos clichês.
Os historiadores nem
É preciso ter segurança
de se tratar de uma unidade represen
Podemos citar ainda os nomes de De-
Quando se diz que Le Play é tradicio
tradição o que convém. Não admite tudo o que vem do antigo regune, da mesma forma que não diz que tudo ai era falso. O antigo regime não foi de to
sempre se dão ao trabalho de examiná-
do. um mal.
los de perto a fim de verificar a sua
um bem. Não existem pontos absolutos
à luz com o "orçamento familiar", pelo
exatidão. Le Play é muito rigoroso para
na história.
qual se verifica a orientação da des
com os historiadores amadores.
berdade sistemática.
tativa da generalidade, do tipo.
É o princípio ativo que Le Play pôs pesa local.
terística da classe.
certas deficiências, que sempre existem,
ções sôbre pessoas desse gênero. A monografia tomou-se um método
gozes. É bem uma caricatura, diz-nos Le Play. O antagonismo, ao contrário, nasceu depois de 1789. Outrora existia
abusos graves, denunciando-os com uma
doutrina.
Aí estão os dois pontos sôbre os
rem-se, nas suas moriografias, observa
França, unicamente de vitimas e de al
método sofreu depois modificações. Continuadores de Le Play, como Henri de
individualista-liberal, que lhe dá uma
quais assentarei minha exposição. Jun tarei um quarto ponto, que revelará
tem atividade manual, mesmo em se
mo entre as classes. A população apa rece, antes de 1789, como composta, em
Constitui mesmo a carac
Exige, de modo
geral, que os orçamentos sejam orça
mentos de operários. Os operários são iriais acessíveis que as classes médias. Todavia usou de muito orçamento que,
Assim, referindo-se ao antigo regime
A revolução não foi só A revolução não foi a li
De inicio transformou o antigo re
êle se ensinava, no seu tempo, aos es colares. O antigo regime era apresen
gime. Esta é a tese capital de Le Play. Denuncia o que chama de "falsos dogmas" da Revolução. Por aí pode-
tado como um sistema de opressão per
ríios precisar o seu pensamento.
manente, opressão do povo e antagonis
primeiro lugar está a liberdade sistemá-
diz não ter correspondido ao que sôbre
Em
48
Digesto Econômico
tica. É a primeira falha. No entanto Le Play diz-se liberal. Referindo-se a
toma posição. Os clássicos se lhe apre
Dunoyer, economista da primeira me
sentam, como ôle mesmo diz, como al
tade do século XIX, cem por cento li
guma coisa de fatal, de inevitável. Fa la-nos, em dado momento, de direito
beral, excessivamente irritante e violen
to em seus propósitos e que se manifes tou sôbre a Sociedade de Economia
Social, fundada por Le Play, conta como as coisas se passaram. Diz: "Du
noyer nos achou tão liberais que quis, em seguida, ser admitido entre nós". Portanto, Le Play se coloca entre os
Baptiste Say, mas ràpidamente.
Não
de propriedade individual. Não é ori ginal quando trata do assunto. Ao discutir as comunidades é mais in
teressante. boas críticas.
Cita-nos observações, faz Mas sôbre os fundamen
tos da propriedade nada bá. Quando nos fala de concorrência, de
liberais. Mas não é um liberal cego, fende-a bem. Ataca o monopólio. A pois rejeita a bberdade sistemática.
Posso dizer: é quasi um neo-bberal. Faz
distinção entre a liberdade sistemática, o anarquismo e o liberalismo.
Segundo falso dogma: a igualdade providencial. Neste ponto ataca Jean Jacques Rousseau, de maneira aliás mui
to gentil. Ataca também Tocqueville. ^ Tocquevil.e teve certos momentos de m depressão física. Atravessava nessa époW ca uma crise moral. Admitia certas idéias de igualitarismo necessário, que Le Play rejeitava com violência.
Terceiro falso dogma: o direito de re volta. Julga-o inadmissível. Diz Le Play: as revoluções nada melhoram. Não fazem senão modificar os abusos. O
crítica de Le Play é muito forte. Aqui também não é original. O aspecto econômico preocupa-o menos que o pro blema social.
Veremos o inconvenien
te disso.
Le Play edíficou sua doutrina por oposição aos falsos dogmas da Revolu
ção. Daí opor às liberdades absolutas, a moral e a religião. A igualdade pro videncial, a Iiierarquia. Ao direito de
tant e outros.
Passemos agora a examinar os fimda-
mentos da doutrina de Le Play. A doutrina de Le Play é social. Exis
49
no Decálogo, que é a regra, a lei.
A
tal ponto que se pode dizer que Le Play é um católico muito singular. Só £a2j alusão ao Djcoálogó, nunca ^ aos Santos Evangelhos. Para ele o Decálogo
é fundamental, por e.xemplo, quando examina o fator de produção que é o trabalho e a poupança. A maneira de Le Play conceber o trabalho é para nós alguma coisa de extraordinário.
A sua
fórmula é a seguinte: O fim supremo do trabalho é a virtude e não a riqueza.
Ê coisa desnorteante. Ler-se hoje em dia um lema como este é magnífico! É o grande tormento do individualismo, nu ma nova tonalidade.
mente não é economia.
Quero sublinhar, a propósito da con cepção familiar de Le Play, o seguinte: Le Play não procede por via de abstra ção ou de raciocínio dedutivo, teórico.
Não. Observa, fala de diferentes gêne ros de famiba: Há a princípio a família patriarcal. O pai conserva ao seu lado os filhos casados e exerce sôbre êles,
como sôbre seus filhos, uma autoridade
muito ampla. É o tipo de família que
viu entre os povos pastores do Oriente, entre os aldeões rus-
' sos e entre os povos eslavos da
virtude é utopia. Mas não devemos exagerar. Êste é o fim supremo, ou melhor, o ideal para Le Play.
Europa Central. Foi lá que constatou suas vantagens e in convenientes.
Observa a êste
propósito os erros, os grandes
Lendo-se o contexto ver-se-á que o fim imediato é um mí
nia certa medida. Para apresentar me-
nimo de bem-estar para o
Ihof a coisa, situa o indivíduo ao mes
triarcal. Êste tipo de comuni dade abafa a expansão de in
indivíduo.
dividualidades.
mo tempo diante de Deus, da família, e da sociedade. Esta a admirável cons
mal tendo a virtude como
trução de Le Play; A princípio diante de Deus: a religião e a moral. Eis o
ideal. É uma coisa até muito
que sua doutrina tem um aspecto con
fessional.
inconvenientes da família pa
Le Play não se colocava
bela. Não o estamos acusando quando dizemos que é coisa não encontrável em trabalhos sôbre economia.
Encontra-se um belo elogio sôbre a
Entretanto,
veja-se
bem:
Para além da família vê apa recer o indivíduo. Não ignorava
o
individuo, portanto.
Quando nos fala de família instável, cita-nos a população operária da Euro pa ocidental, submetida ao novo regime
poupança, em Le Play. Entende e de
manufatureiro. É muito comum também
monstra que a poupança atesta a exis
gue inteiramente a ciência técnica e a
entre as classes ricas de França, sob um
tência de um certo bem-estar. É neces
ciência moral, e mesmo contrapõe uma
sário testemunhar êsse bem-estar que,
conjunto de influências, entre as quais figura, em primeira plana, a divisão forçada de bens da herança.
A regra que apresenta, a qual distin
Le Play cuida do social, e apenas do
ses.' Mas o que interessa na poupan ça não é isso. A finalidade da pou
social.
Não se deve jamais inovar em moral
o investimento, como dizemos hoje em dia. A poupança tem a força de re primir paixões, de conter os apetites.
de economia. É muito grave. Sou obri
porque tudo foi dito. uma vez por tôdas.
gado a registrá-lo. De tempos a tem
Le Play refere-se aí ao Decálogo. Tôda a obra de Le Play está calcada
pos faz alusões a Adam Smith, a Jean
Le Play não ignorou o
busca de uma economia de
em particular, existe entre nós france
Não cuida
o indivíduo. indivíduo.
Essa
outra, é a seguinte: no domínio cientí
Não de economia.
conhecidas. A unidade é a família e não
Natural
fico e técnico as inovações são um bem, as invenções são fonte de progresso. No domínio moral as inovações são um mal.
te aqui um ponto que me desnorteia. A ê!e voltare' no fim desta exposição.
Coloquemos agora o indivíduo diante
da família. Suas concepções são muito
revolta, a autoridade, pelo menos nu-
que fez a grande Revolução? Simples primeiro fundamento da sociedade para mente transferiu a tirania do príncipe, passando-a à maioria. Não é original a Le Play. Ê por isso que se pode dizer idéia. Assim pensaram Benjamin Cons-
Dígesto Econômico
pança não é a acumulação de riquezas,
Eis o que interessa.
Sob êste
regime os filhos, não tendo que atender às necessidades dos parentes mais pró ximos, chegam ràpidamente a uma situa ção elevada, se dotados de capacidade.
Mas por outro lado, se se entregam ao vício estão mais ex-postos à miséria. O
inconveniente desse regime é, pois, criar
48
Digesto Econômico
tica. É a primeira falha. No entanto Le Play diz-se liberal. Referindo-se a
toma posição. Os clássicos se lhe apre
Dunoyer, economista da primeira me
sentam, como ôle mesmo diz, como al
tade do século XIX, cem por cento li
guma coisa de fatal, de inevitável. Fa la-nos, em dado momento, de direito
beral, excessivamente irritante e violen
to em seus propósitos e que se manifes tou sôbre a Sociedade de Economia
Social, fundada por Le Play, conta como as coisas se passaram. Diz: "Du
noyer nos achou tão liberais que quis, em seguida, ser admitido entre nós". Portanto, Le Play se coloca entre os
Baptiste Say, mas ràpidamente.
Não
de propriedade individual. Não é ori ginal quando trata do assunto. Ao discutir as comunidades é mais in
teressante. boas críticas.
Cita-nos observações, faz Mas sôbre os fundamen
tos da propriedade nada bá. Quando nos fala de concorrência, de
liberais. Mas não é um liberal cego, fende-a bem. Ataca o monopólio. A pois rejeita a bberdade sistemática.
Posso dizer: é quasi um neo-bberal. Faz
distinção entre a liberdade sistemática, o anarquismo e o liberalismo.
Segundo falso dogma: a igualdade providencial. Neste ponto ataca Jean Jacques Rousseau, de maneira aliás mui
to gentil. Ataca também Tocqueville. ^ Tocquevil.e teve certos momentos de m depressão física. Atravessava nessa époW ca uma crise moral. Admitia certas idéias de igualitarismo necessário, que Le Play rejeitava com violência.
Terceiro falso dogma: o direito de re volta. Julga-o inadmissível. Diz Le Play: as revoluções nada melhoram. Não fazem senão modificar os abusos. O
crítica de Le Play é muito forte. Aqui também não é original. O aspecto econômico preocupa-o menos que o pro blema social.
Veremos o inconvenien
te disso.
Le Play edíficou sua doutrina por oposição aos falsos dogmas da Revolu
ção. Daí opor às liberdades absolutas, a moral e a religião. A igualdade pro videncial, a Iiierarquia. Ao direito de
tant e outros.
Passemos agora a examinar os fimda-
mentos da doutrina de Le Play. A doutrina de Le Play é social. Exis
49
no Decálogo, que é a regra, a lei.
A
tal ponto que se pode dizer que Le Play é um católico muito singular. Só £a2j alusão ao Djcoálogó, nunca ^ aos Santos Evangelhos. Para ele o Decálogo
é fundamental, por e.xemplo, quando examina o fator de produção que é o trabalho e a poupança. A maneira de Le Play conceber o trabalho é para nós alguma coisa de extraordinário.
A sua
fórmula é a seguinte: O fim supremo do trabalho é a virtude e não a riqueza.
Ê coisa desnorteante. Ler-se hoje em dia um lema como este é magnífico! É o grande tormento do individualismo, nu ma nova tonalidade.
mente não é economia.
Quero sublinhar, a propósito da con cepção familiar de Le Play, o seguinte: Le Play não procede por via de abstra ção ou de raciocínio dedutivo, teórico.
Não. Observa, fala de diferentes gêne ros de famiba: Há a princípio a família patriarcal. O pai conserva ao seu lado os filhos casados e exerce sôbre êles,
como sôbre seus filhos, uma autoridade
muito ampla. É o tipo de família que
viu entre os povos pastores do Oriente, entre os aldeões rus-
' sos e entre os povos eslavos da
virtude é utopia. Mas não devemos exagerar. Êste é o fim supremo, ou melhor, o ideal para Le Play.
Europa Central. Foi lá que constatou suas vantagens e in convenientes.
Observa a êste
propósito os erros, os grandes
Lendo-se o contexto ver-se-á que o fim imediato é um mí
nia certa medida. Para apresentar me-
nimo de bem-estar para o
Ihof a coisa, situa o indivíduo ao mes
triarcal. Êste tipo de comuni dade abafa a expansão de in
indivíduo.
dividualidades.
mo tempo diante de Deus, da família, e da sociedade. Esta a admirável cons
mal tendo a virtude como
trução de Le Play; A princípio diante de Deus: a religião e a moral. Eis o
ideal. É uma coisa até muito
que sua doutrina tem um aspecto con
fessional.
inconvenientes da família pa
Le Play não se colocava
bela. Não o estamos acusando quando dizemos que é coisa não encontrável em trabalhos sôbre economia.
Encontra-se um belo elogio sôbre a
Entretanto,
veja-se
bem:
Para além da família vê apa recer o indivíduo. Não ignorava
o
individuo, portanto.
Quando nos fala de família instável, cita-nos a população operária da Euro pa ocidental, submetida ao novo regime
poupança, em Le Play. Entende e de
manufatureiro. É muito comum também
monstra que a poupança atesta a exis
gue inteiramente a ciência técnica e a
entre as classes ricas de França, sob um
tência de um certo bem-estar. É neces
ciência moral, e mesmo contrapõe uma
sário testemunhar êsse bem-estar que,
conjunto de influências, entre as quais figura, em primeira plana, a divisão forçada de bens da herança.
A regra que apresenta, a qual distin
Le Play cuida do social, e apenas do
ses.' Mas o que interessa na poupan ça não é isso. A finalidade da pou
social.
Não se deve jamais inovar em moral
o investimento, como dizemos hoje em dia. A poupança tem a força de re primir paixões, de conter os apetites.
de economia. É muito grave. Sou obri
porque tudo foi dito. uma vez por tôdas.
gado a registrá-lo. De tempos a tem
Le Play refere-se aí ao Decálogo. Tôda a obra de Le Play está calcada
pos faz alusões a Adam Smith, a Jean
Le Play não ignorou o
busca de uma economia de
em particular, existe entre nós france
Não cuida
o indivíduo. indivíduo.
Essa
outra, é a seguinte: no domínio cientí
Não de economia.
conhecidas. A unidade é a família e não
Natural
fico e técnico as inovações são um bem, as invenções são fonte de progresso. No domínio moral as inovações são um mal.
te aqui um ponto que me desnorteia. A ê!e voltare' no fim desta exposição.
Coloquemos agora o indivíduo diante
da família. Suas concepções são muito
revolta, a autoridade, pelo menos nu-
que fez a grande Revolução? Simples primeiro fundamento da sociedade para mente transferiu a tirania do príncipe, passando-a à maioria. Não é original a Le Play. Ê por isso que se pode dizer idéia. Assim pensaram Benjamin Cons-
Dígesto Econômico
pança não é a acumulação de riquezas,
Eis o que interessa.
Sob êste
regime os filhos, não tendo que atender às necessidades dos parentes mais pró ximos, chegam ràpidamente a uma situa ção elevada, se dotados de capacidade.
Mas por outro lado, se se entregam ao vício estão mais ex-postos à miséria. O
inconveniente desse regime é, pois, criar
Digesto Econômico
Dicesto Econômico
50
essa disparidade entre os membros de uma mesma família.
Finalmente, bá a família "souclie" ou
família tronco. Com esta concepção de família tronco, propõe a modificação da lei de sucessão, dando ao pai de famí
51
cunho renovador. É a propósito da sua concepção de autoridade social, qvie se ria a do pai de família, do chefe de emprêsa, ou seja, o estabelecimento das classes superiores. É grave o que nos
passava a um só herdeiro. É o direito de primogenitura. Le Play rejeita a conservação forçada em nome da liber
dade. Há o regime da partilha forçada,
lia a inteira liberdade de testar, de mo
que é o mais funesto por tender a des truir a autoridade paterna. É a causa da ruína e desagregação da maioria das
do que este possa instituir como princi
famílias.
pal herdeiro o filho a quem incumba
tudos de Le Play a respeito. Mostra que constituiu uma máquina de guerra
indivíduo e não de família?
de continuar sua obra. Se esta liberda
de lhe fosse concedida, o pai, na maio
nas mãos dos homens de Estado, e em
ria dos casos, escolheria para seu asso ciado, para continuar a sua obra, o filho
particular de Napoleão.
passagem onde Le Play deixa de lado o aspecto familiar e encara o aspecto
viu-se da herança forçada para assegurar
mais capaz.
seu poderio, graças à criação do mor-
Os outros receberiam um
diz: o problema social será resolvido por um pequeno número de homens su periores.
São muito interessantes- os es
Como?)
nota isso:
Napoleâo ser-
Então trata-se de
Vignes
"É curioso, diz.
Há uma
individual".
É verdade.
Mas Le Play está no
dote para se estabelecerem fora do lar
gado. Aliás em carta escrita por Napo
umbral do que se chama de teoria das
paterno, ou seriam instituídos pecúlios a seu favor, se preferissem conservar-se no
leão, a seu irmão José, rei de Nápoles, vêm expressamente declaradas as ra zões políticas que o levaram a promul gar o Código Civil. Há, finalmente, o
elites.
lar. Evidentemente é uma conciliação muito engenhosa entre o espírito de aventura de uns e o espírito caseiro de outros. Os exemplos abundam na Es candinávia, nos Apeninos, nos Altos Pirineus, na França.
Le Play escreveu sua "Réforme so-
vro belas páginas sôbre o papel da mu lher, sôbre o papel do pai de família, sôbre os filhos. Se o papel do soberano
é dirigir uma sociedade que não criou, o do pai é superior ao do soberano.
ro de indivíduos.
Volta então ao seu método, que é multo interessante também.
a concepção de Le Play é muito bela, embora não se possa dizer que seja
todo de ação, de relação entre as classes
Quanto à autoridade paterna faz com parações muito instrutivas. Num dos artigos da Constituição, promulgada na
te da sociedade. Nos termos em que Le
Play a considera o que existe é uma
Assembléia de 15 de março de 1846,
hierarquia.
constava que o direito do filho era
Há a hierarquia de pessoas, a prin cípio, e depois de profissões, menos co
cia pela herança. A propósito da heran ça há uma série de considerações em
Le Play. São famosos os tipos de su cessão: Há o tipo de conservação for
çada, pela qual o patrimônio da família
cular, nas forjas saonesas de Autrey-Lès Gray, de que nos pinta um magnífico quadro: o patrão é respeitado por todos
do enfraquecimento dos costumes e fu ato de discernimento e de amor.
Entre as gerações
é original. Viu o patronato funcionar, em parti
Com isso evitar-se-iam os males
bárbaros que se devem corrigir e moldar.
sucessivas a continuidade se estabele
lação de patronato. Mais uma vez não
da incessante mobilidade, que e causa
Le Play. Compara os filhos a pequenos
O filho merece menos consideração de
os operários; trata-os como um pai a seus filhas.
O patronato visa, numa certa medida, o bem-estar, Não é isto, entretanto, o
essencial.
Agora Le Play coloca o indivíduo dian
nhecida e menos curiosa.
À testa da hierarquia de pessoas es tão as autoridades sociais. Lastimo que Le
Play nãcr tenha comprovado a sua idéia. É neste ponto que se pretende im primir ao pensamento de Le Play o
É o mé
superiores e uma outra classe, é a re
me de sucessão no qual o pai pode dis por livremente, pelo menos da metade dos seus bens, embora tenha muitos fi
nesta para a fecundidade dos casamen tos, para as boas tradições domésticas. O ato superior que realiza o pai é um
igual ao dos pais.
concepções um pouco vagas de classe
sistema da liberdade testamentária. Aqui
lhos.
Ficou nessas
superior, formada por um certo núme
exata. Êsse sistema compreende o regi
ciale" em 1864. Encontramos nesse li
Não a constrói.
O patrão, diz-nos Le Play,
Estou
trões estão dispostos, em qualquer mo mento, a estabelecer um tal regime, nem
os operários a aceitá-lo.
Talvez seja
muito pessimista.
Sob influência de Le Play aparece ram na França as obras sociais. Graças
a ela vimos surgir no fim do grande quantidade de habitações rias, clínicas hospitalares, praças porte, por iniciativa dos patrões. Por aí se vê que a posteridade
século operá de es às vê-
zes é injusta com relação a Le Play. Dando aos patrões, na organização do
trabalho, o lugar de chefe, sublinha o interesse do patronato. Para que êste seja fecundo é preciso que haja estabili dade nos contratos. É preciso que a estabiüdade do operário na empresa seja assegurada. É preciso que haja um melhor conhecimento recíproco. Isto se estabelece graças a um contrato de longa duração.
Outro aspecto "apresentado por Le Play, de grande interêsse, sobretudo nas épocas de crise: a aliança entre o tra balho de fábrica e a terra. Desejava que todos os operários tivessem um quintal,
um jardim, a fim de que pudessem en
tregar-se a trabalhos de agricultura ou horticultura.
Escreve minuciosamente
sôbre as vantagens que adviriam aos
Eis aí
operários das cidades do cultivo de le gumes e da criação de abelhas. É o físiocrata dos operários.
uma concepção de patronato elevada e digna. O patrão deve dar o exemplo.
Vejamos agora a liierarquia das pes soas nas profissões. É a parte mais
É uma concepção muito boa, mas to
curiosa da obra de Le Play. Há escolas
tem por missão propagar entre os operá rios o conhecimento da ordem moral e
o respeito à lei e à família.
i
entanto, não se ilude. Diz-nos;
longe de acreditar que todos os pa
talmente rejeitada pela organização ope rária. É mesmo objeto de reprovação da parte do sindicato, que vê nela uma espécie de título de propriedade do pa trão sôbre cs operários. Le Play, no
de economia que salientaram a impor tância de certas atividades econômicas. Mas esta hierarquia não é estabelecida
por razões econômicas, como, por exem plo, o "produto líquido" na escola dos
Digesto Econômico
Dicesto Econômico
50
essa disparidade entre os membros de uma mesma família.
Finalmente, bá a família "souclie" ou
família tronco. Com esta concepção de família tronco, propõe a modificação da lei de sucessão, dando ao pai de famí
51
cunho renovador. É a propósito da sua concepção de autoridade social, qvie se ria a do pai de família, do chefe de emprêsa, ou seja, o estabelecimento das classes superiores. É grave o que nos
passava a um só herdeiro. É o direito de primogenitura. Le Play rejeita a conservação forçada em nome da liber
dade. Há o regime da partilha forçada,
lia a inteira liberdade de testar, de mo
que é o mais funesto por tender a des truir a autoridade paterna. É a causa da ruína e desagregação da maioria das
do que este possa instituir como princi
famílias.
pal herdeiro o filho a quem incumba
tudos de Le Play a respeito. Mostra que constituiu uma máquina de guerra
indivíduo e não de família?
de continuar sua obra. Se esta liberda
de lhe fosse concedida, o pai, na maio
nas mãos dos homens de Estado, e em
ria dos casos, escolheria para seu asso ciado, para continuar a sua obra, o filho
particular de Napoleão.
passagem onde Le Play deixa de lado o aspecto familiar e encara o aspecto
viu-se da herança forçada para assegurar
mais capaz.
seu poderio, graças à criação do mor-
Os outros receberiam um
diz: o problema social será resolvido por um pequeno número de homens su periores.
São muito interessantes- os es
Como?)
nota isso:
Napoleâo ser-
Então trata-se de
Vignes
"É curioso, diz.
Há uma
individual".
É verdade.
Mas Le Play está no
dote para se estabelecerem fora do lar
gado. Aliás em carta escrita por Napo
umbral do que se chama de teoria das
paterno, ou seriam instituídos pecúlios a seu favor, se preferissem conservar-se no
leão, a seu irmão José, rei de Nápoles, vêm expressamente declaradas as ra zões políticas que o levaram a promul gar o Código Civil. Há, finalmente, o
elites.
lar. Evidentemente é uma conciliação muito engenhosa entre o espírito de aventura de uns e o espírito caseiro de outros. Os exemplos abundam na Es candinávia, nos Apeninos, nos Altos Pirineus, na França.
Le Play escreveu sua "Réforme so-
vro belas páginas sôbre o papel da mu lher, sôbre o papel do pai de família, sôbre os filhos. Se o papel do soberano
é dirigir uma sociedade que não criou, o do pai é superior ao do soberano.
ro de indivíduos.
Volta então ao seu método, que é multo interessante também.
a concepção de Le Play é muito bela, embora não se possa dizer que seja
todo de ação, de relação entre as classes
Quanto à autoridade paterna faz com parações muito instrutivas. Num dos artigos da Constituição, promulgada na
te da sociedade. Nos termos em que Le
Play a considera o que existe é uma
Assembléia de 15 de março de 1846,
hierarquia.
constava que o direito do filho era
Há a hierarquia de pessoas, a prin cípio, e depois de profissões, menos co
cia pela herança. A propósito da heran ça há uma série de considerações em
Le Play. São famosos os tipos de su cessão: Há o tipo de conservação for
çada, pela qual o patrimônio da família
cular, nas forjas saonesas de Autrey-Lès Gray, de que nos pinta um magnífico quadro: o patrão é respeitado por todos
do enfraquecimento dos costumes e fu ato de discernimento e de amor.
Entre as gerações
é original. Viu o patronato funcionar, em parti
Com isso evitar-se-iam os males
bárbaros que se devem corrigir e moldar.
sucessivas a continuidade se estabele
lação de patronato. Mais uma vez não
da incessante mobilidade, que e causa
Le Play. Compara os filhos a pequenos
O filho merece menos consideração de
os operários; trata-os como um pai a seus filhas.
O patronato visa, numa certa medida, o bem-estar, Não é isto, entretanto, o
essencial.
Agora Le Play coloca o indivíduo dian
nhecida e menos curiosa.
À testa da hierarquia de pessoas es tão as autoridades sociais. Lastimo que Le
Play nãcr tenha comprovado a sua idéia. É neste ponto que se pretende im primir ao pensamento de Le Play o
É o mé
superiores e uma outra classe, é a re
me de sucessão no qual o pai pode dis por livremente, pelo menos da metade dos seus bens, embora tenha muitos fi
nesta para a fecundidade dos casamen tos, para as boas tradições domésticas. O ato superior que realiza o pai é um
igual ao dos pais.
concepções um pouco vagas de classe
sistema da liberdade testamentária. Aqui
lhos.
Ficou nessas
superior, formada por um certo núme
exata. Êsse sistema compreende o regi
ciale" em 1864. Encontramos nesse li
Não a constrói.
O patrão, diz-nos Le Play,
Estou
trões estão dispostos, em qualquer mo mento, a estabelecer um tal regime, nem
os operários a aceitá-lo.
Talvez seja
muito pessimista.
Sob influência de Le Play aparece ram na França as obras sociais. Graças
a ela vimos surgir no fim do grande quantidade de habitações rias, clínicas hospitalares, praças porte, por iniciativa dos patrões. Por aí se vê que a posteridade
século operá de es às vê-
zes é injusta com relação a Le Play. Dando aos patrões, na organização do
trabalho, o lugar de chefe, sublinha o interesse do patronato. Para que êste seja fecundo é preciso que haja estabili dade nos contratos. É preciso que a estabiüdade do operário na empresa seja assegurada. É preciso que haja um melhor conhecimento recíproco. Isto se estabelece graças a um contrato de longa duração.
Outro aspecto "apresentado por Le Play, de grande interêsse, sobretudo nas épocas de crise: a aliança entre o tra balho de fábrica e a terra. Desejava que todos os operários tivessem um quintal,
um jardim, a fim de que pudessem en
tregar-se a trabalhos de agricultura ou horticultura.
Escreve minuciosamente
sôbre as vantagens que adviriam aos
Eis aí
operários das cidades do cultivo de le gumes e da criação de abelhas. É o físiocrata dos operários.
uma concepção de patronato elevada e digna. O patrão deve dar o exemplo.
Vejamos agora a liierarquia das pes soas nas profissões. É a parte mais
É uma concepção muito boa, mas to
curiosa da obra de Le Play. Há escolas
tem por missão propagar entre os operá rios o conhecimento da ordem moral e
o respeito à lei e à família.
i
entanto, não se ilude. Diz-nos;
longe de acreditar que todos os pa
talmente rejeitada pela organização ope rária. É mesmo objeto de reprovação da parte do sindicato, que vê nela uma espécie de título de propriedade do pa trão sôbre cs operários. Le Play, no
de economia que salientaram a impor tância de certas atividades econômicas. Mas esta hierarquia não é estabelecida
por razões econômicas, como, por exem plo, o "produto líquido" na escola dos
Digesto EcoNó^^co
52
fisiocratas, mas por simples razões de ordem moral e social.
Põe também em primeira plana a
agricultura. A primeira atividade eco nômica é a agrícola. Por que? Porque harmoniza a família com o solo, asse
gura a sua independência, fornecendo meios de subsistência e, sobretudo, põe-
na ao abrigo da corrupção das cidades. Por questões de rendimento, de divi são do trabalho, da necessidade nacio
nal, depois da agricultura, vêm as minas. As minas prosperam quando o chefe é previdente. Quando não o fôr, pode rão apresentar resultados desfavoráveis do ponto de vista da estabilidade dos operários. Le Play desejava que as mi
nas fossem declaradas propriedade pri vada a fim de assegurar a continuida
de do trabalho. Le Play não era favo rável à nacionalização.
Depois das minas, vinham as manu faturas.
Estão ligadas ao solo.
São
propícias ao estabelecimento de famílias instáveis. Deveriam ser condenadas por Le Play, mas não o são. Mais uma vez
observamos êste traço peculiar ao espírito de Le Play.
Le Play nos diz que a manufatura é favorável à educação das individuali
dades eminentes. Eis a .concepção do indivíduo de elite que reaparece. Esta
preocupação curiosa, que sempre volta, admira-nos.
Surge agora o comércio. O comércio ó cosmopolita. Le Play entrega-se en tão a considerações sôbre o grande co mércio e o perigo de corrupção em vir tude das riquezas que acumula. O pe
queno comércio forneceu gerações de
riabalhadores liberais como os bascos, os asturianos, os tiroleses, os auvemhenses etc.
Em seguida vêm as profissões libe rais. Há aqui uma, regra interessante.
r
Quanto maior o número de membros das profissões liberais influentes e res ponsáveis, tanto mais agudas se acusam as divergências entre êles, isto e, tanto mais suscetíveis de grandeza ou de de cadência. Vejamos um e.^emplo (ouso dizer que Le Piay começa por um caso pouco apropriado: parece que não teve oportunidade de observar). O que nos
diz parece-nos um pouco singular. Co meça pelo guerreiro. Os homens de guerra, para Le Play são postos em pri meira plana. Não há disparidade en
53
DicESTO Econômico
rio. Não há aí meio termo: essa catego
uma excelente maneira de dar indepen
ria nos oferece e.xemplos de elevação ou
dência ao ensino superior. Há corpora
rebai-xamento.
ções de assistência.
É a propósito do Estado que Le Play afirma de novo seu individualismo.
O
individualismo é um princípio que o Es tado deve garantir. Serão atribuições
do Estado apenas aquelas que não pu derem ser preenchidas pelo indivíduo e
Critica estas por
que teme que êsse socorro regular ha bitue a quem o recebe a não trabalhar. Isto \iria agravar o pauperismo. Não deseja essas corporações porque são contTíurias á liberdade de trabalho. Aqui está de novo o liberal.
Cita a ordem.
Abordamos, afinal, a última parte,
tre êlcs, e isto porque se encontram
Declara-se contra o que hoje chamamos do economia dirigida. Na verdade, se há um intervencionismo em Le Play, como indicou meu amigo prof. Hugon,
que será muito curta. Sou obrigado a fazer algumas reservas a esta doutrina. É magnífica, impressio nante, majestosa. Os ensinamentos po
diante da morte. Le Play não fala na
é bem um intervencionismo*Çamiliar.
sitivos são numerosos: a moral, a fa
vida da casema; considera apenas o
momento da guerra.
Neste momento,
em presença da morte, são levados pela religião, o que me parece exagerado. Os professores surgem depois. Reú nem as aspirações do pai e do patrão. Premuniram-se contra a corrupção pelo
trabalho exigido pela busca da verdade. Como se dá com os guerreiros, não há disparidade entre os professores. A terceira categoria é a dos homens de letras e os artistas.
^
^
as outras coletividades.
Le Play só lida com agrupamentos co mo a família. Todos os demais agrupa mentos, julga-os suspeitos.
blico. Em virtude disso são suscetíveis de propagar tanto o bem quanto o ma.
Mas há um ensina
mento negativo: a debilidade da base econômica.
nidade nada adianta de interessante.
Le Play é um tipo de reformador so cial que não aprofunda a economia. Eis a prova: Não está na Reforma Social,
Estuda as associações corporativas de produção de 1848. Êste trabalho de Le
em outros escritos menos conhecidos.
As associações dividem-se em comu
nidades e corporações. Sôbre a comu
Play ó um dos mais interessantes que conheço sôbre o assunto, e admiràvel.mente feito.
Menciona em seguida as sociedades de
Exercem grande influência sobre pu
mília, a religião.
capital.
Desconfia dessas sociedades.
No entanto prestam serviços.
E cita
nem na Organização do Trabalho, mas
Le Play se aventura no plano da di nâmica, constrói a lei da evolução. Isso não é muito grave. Há outros que construíram, mais ou menos, leis de evolução. Basta citar Saint-Simon, Com-
Adam Smith. Efetivamente Adam Smith
te, Spencer. A evolução passou por certas etapas:
Diz-nos Le Play: Devemos tomar cui
nos conta como os bancos escoceses de
a era do pastoreio, a era da máquina; a
dado e mesmo temê-los. Os advogados podem ser agentes de moralização ou de desmoralização. Quanto aos médi
seu tempo conseguiram moralizar o pais
era do óleo. E Le Play não esquece da sua província na era do pastoreio.
cos e magistrados, há disparidade mo ral entre êles.
Se médicos e magistra
dos só se interessam pelos ganhos, lu cros e honrarias, são o pior dos flageles
para a sociedade. Mas se, ao contrário, se entregam à carreira com dedicação,
não consentindo em dar crédito a clien
te que não tivesse moralidade.
dade. Reduzem e limitam a responsa
bilidade. Há paginas que lembram as de Walter Lippmann. Le Play não é corporativista, embora seja muitas vezes tomado como tal. Cri
tica severamente as corporações.
são agentes do bem.
A quarta categoria é superior ou infe rior: a do homem de culto. Apresenta o
maior grau de disparidade: o padre, o homem de Estado ou o grande funcionáA.àái
Aí está alguma coisa tocante. Mais uma
Critica as formas anônimas de socie
vez sente-se que Le Play foi literalmen te subjugado pelo espetáculo das este pes da Rússia, delas não podendo des viar o olhar. Compreende-se: é a fasci
nação a que estão sujeitos todos os que viram o sertão, os pampas ou a puna, o
De
oceano ou o deserto, enfim tudo quanto
vemos fazer uma restrição: toma a pa
é para nós manifestação do infinito. Mas isso é poesia e não economia política.
lavra corporação no seu sentido medie val e, por isso, elogia as corporações de ensino superior por exemplo. O que é
Le Play apresenta uma regra espe cífica, pois não se esquece da base moral
Digesto EcoNó^^co
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fisiocratas, mas por simples razões de ordem moral e social.
Põe também em primeira plana a
agricultura. A primeira atividade eco nômica é a agrícola. Por que? Porque harmoniza a família com o solo, asse
gura a sua independência, fornecendo meios de subsistência e, sobretudo, põe-
na ao abrigo da corrupção das cidades. Por questões de rendimento, de divi são do trabalho, da necessidade nacio
nal, depois da agricultura, vêm as minas. As minas prosperam quando o chefe é previdente. Quando não o fôr, pode rão apresentar resultados desfavoráveis do ponto de vista da estabilidade dos operários. Le Play desejava que as mi
nas fossem declaradas propriedade pri vada a fim de assegurar a continuida
de do trabalho. Le Play não era favo rável à nacionalização.
Depois das minas, vinham as manu faturas.
Estão ligadas ao solo.
São
propícias ao estabelecimento de famílias instáveis. Deveriam ser condenadas por Le Play, mas não o são. Mais uma vez
observamos êste traço peculiar ao espírito de Le Play.
Le Play nos diz que a manufatura é favorável à educação das individuali
dades eminentes. Eis a .concepção do indivíduo de elite que reaparece. Esta
preocupação curiosa, que sempre volta, admira-nos.
Surge agora o comércio. O comércio ó cosmopolita. Le Play entrega-se en tão a considerações sôbre o grande co mércio e o perigo de corrupção em vir tude das riquezas que acumula. O pe
queno comércio forneceu gerações de
riabalhadores liberais como os bascos, os asturianos, os tiroleses, os auvemhenses etc.
Em seguida vêm as profissões libe rais. Há aqui uma, regra interessante.
r
Quanto maior o número de membros das profissões liberais influentes e res ponsáveis, tanto mais agudas se acusam as divergências entre êles, isto e, tanto mais suscetíveis de grandeza ou de de cadência. Vejamos um e.^emplo (ouso dizer que Le Piay começa por um caso pouco apropriado: parece que não teve oportunidade de observar). O que nos
diz parece-nos um pouco singular. Co meça pelo guerreiro. Os homens de guerra, para Le Play são postos em pri meira plana. Não há disparidade en
53
DicESTO Econômico
rio. Não há aí meio termo: essa catego
uma excelente maneira de dar indepen
ria nos oferece e.xemplos de elevação ou
dência ao ensino superior. Há corpora
rebai-xamento.
ções de assistência.
É a propósito do Estado que Le Play afirma de novo seu individualismo.
O
individualismo é um princípio que o Es tado deve garantir. Serão atribuições
do Estado apenas aquelas que não pu derem ser preenchidas pelo indivíduo e
Critica estas por
que teme que êsse socorro regular ha bitue a quem o recebe a não trabalhar. Isto \iria agravar o pauperismo. Não deseja essas corporações porque são contTíurias á liberdade de trabalho. Aqui está de novo o liberal.
Cita a ordem.
Abordamos, afinal, a última parte,
tre êlcs, e isto porque se encontram
Declara-se contra o que hoje chamamos do economia dirigida. Na verdade, se há um intervencionismo em Le Play, como indicou meu amigo prof. Hugon,
que será muito curta. Sou obrigado a fazer algumas reservas a esta doutrina. É magnífica, impressio nante, majestosa. Os ensinamentos po
diante da morte. Le Play não fala na
é bem um intervencionismo*Çamiliar.
sitivos são numerosos: a moral, a fa
vida da casema; considera apenas o
momento da guerra.
Neste momento,
em presença da morte, são levados pela religião, o que me parece exagerado. Os professores surgem depois. Reú nem as aspirações do pai e do patrão. Premuniram-se contra a corrupção pelo
trabalho exigido pela busca da verdade. Como se dá com os guerreiros, não há disparidade entre os professores. A terceira categoria é a dos homens de letras e os artistas.
^
^
as outras coletividades.
Le Play só lida com agrupamentos co mo a família. Todos os demais agrupa mentos, julga-os suspeitos.
blico. Em virtude disso são suscetíveis de propagar tanto o bem quanto o ma.
Mas há um ensina
mento negativo: a debilidade da base econômica.
nidade nada adianta de interessante.
Le Play é um tipo de reformador so cial que não aprofunda a economia. Eis a prova: Não está na Reforma Social,
Estuda as associações corporativas de produção de 1848. Êste trabalho de Le
em outros escritos menos conhecidos.
As associações dividem-se em comu
nidades e corporações. Sôbre a comu
Play ó um dos mais interessantes que conheço sôbre o assunto, e admiràvel.mente feito.
Menciona em seguida as sociedades de
Exercem grande influência sobre pu
mília, a religião.
capital.
Desconfia dessas sociedades.
No entanto prestam serviços.
E cita
nem na Organização do Trabalho, mas
Le Play se aventura no plano da di nâmica, constrói a lei da evolução. Isso não é muito grave. Há outros que construíram, mais ou menos, leis de evolução. Basta citar Saint-Simon, Com-
Adam Smith. Efetivamente Adam Smith
te, Spencer. A evolução passou por certas etapas:
Diz-nos Le Play: Devemos tomar cui
nos conta como os bancos escoceses de
a era do pastoreio, a era da máquina; a
dado e mesmo temê-los. Os advogados podem ser agentes de moralização ou de desmoralização. Quanto aos médi
seu tempo conseguiram moralizar o pais
era do óleo. E Le Play não esquece da sua província na era do pastoreio.
cos e magistrados, há disparidade mo ral entre êles.
Se médicos e magistra
dos só se interessam pelos ganhos, lu cros e honrarias, são o pior dos flageles
para a sociedade. Mas se, ao contrário, se entregam à carreira com dedicação,
não consentindo em dar crédito a clien
te que não tivesse moralidade.
dade. Reduzem e limitam a responsa
bilidade. Há paginas que lembram as de Walter Lippmann. Le Play não é corporativista, embora seja muitas vezes tomado como tal. Cri
tica severamente as corporações.
são agentes do bem.
A quarta categoria é superior ou infe rior: a do homem de culto. Apresenta o
maior grau de disparidade: o padre, o homem de Estado ou o grande funcionáA.àái
Aí está alguma coisa tocante. Mais uma
Critica as formas anônimas de socie
vez sente-se que Le Play foi literalmen te subjugado pelo espetáculo das este pes da Rússia, delas não podendo des viar o olhar. Compreende-se: é a fasci
nação a que estão sujeitos todos os que viram o sertão, os pampas ou a puna, o
De
oceano ou o deserto, enfim tudo quanto
vemos fazer uma restrição: toma a pa
é para nós manifestação do infinito. Mas isso é poesia e não economia política.
lavra corporação no seu sentido medie val e, por isso, elogia as corporações de ensino superior por exemplo. O que é
Le Play apresenta uma regra espe cífica, pois não se esquece da base moral
Dicesto Econômico
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e nos diz: a felicidade dos homens é
aquilo que êles concebem na moralida
As idéias de Le Play serviram à re dação da encíclica "Rerum Novarum",
de; diminui à medida que se afastam da
de Leão XIII. Êste criou em Roma um
região boreal.
círculo de estudos sociais, onde se en
Indago; que gênero de moralidade po lar é essa? Os habitantes das regiões mais afastadas do Equador, para cima ou para baixo, são mais morais? Serão mais morais por estarem frigorificados? Ê que o frio mata os apetites e as pai xões: os homens, então, são morais. Mas,
se, ao contrário, se aproximam do Equa dor, deixam de ser morais.
No entan
to, aqueles que guardam sua moralidade
sabendo resistir às tentações das grandes cidades é que na verdade são morais.
Creio que Le Play não compreendeu a questão e acabou por nos propor um ideal muito difícil de se aceitar.
Opõe a felicidade, na miséria, à imo ralidade, na prosperidade. O seu ideal é o polo. Os lapões, dentro das suas tocas geladas, são o protótipo da feli cidade.
Isto é falso.
Insisto sobre o perigo de teses sociais, cujas bases econômicas são insuficien
tes. E insisto porque é muito freqüente, em nossos dias, submeterem-se a elas espíritos os mais generosos. Le Play é por conseguinte muito ins
trutivo, tanto pelas suas falhas como pe las suas qualidades.
por CoTTimiED VON IlADERLEn
contrava Monsenhor Mermillot, bispo de
Friburgo, o qual voltando à Suíça, em 1843, fundou a União Católica Corporativista, tendo La Tour du Pin, amigo e
discípulo de Le Play, como propagador das suas idéias. Por intermédio daquele as idéias de Le Play foram até Roma e
0 pnoDLEMA do prote
bita do liberabsmo. Mas,
a grande crise de 1870 agiu como um fator de regressão nessa tendên
cionismo a'fandegário remonta a origens muito antigas. Já os mercantiistas defendiam a idéia da auto-sufi-
cia voltando o continente eiuopeu ao
se tomaram conhecidas e, por isso, en
ciôncia nacional e da proteção das eco-
protecionismo alfandegário; com o movi
contram-se em grande parte na encíclica
nom as nacionais contra a concorrência
mento de unificação alemã a doutrina
estrangeira. Em oposição a esta idéia levantou-se a fisiocracia proclamando a
da economia nacional começou a ganhar
"Renim N^arum". Termino citando o próprio Le Play, em Suas conclusões da Reforma Social.
Eis o que nos diz: "Procurando no in quérito o ponto de partida das refor mas, não devemos esquecer que o conhe cimento dos princípios é difícil e ficará estéril sem a virtude que se dedica a aplicá-los.
Devemos contar mais com
os exemplos do que com os preceitos. Propaguemos o sentimento da honra pela prática do dever; o espírito de indepen
dência, pela temperança e o trabalho; a* harmonia social pelo amor do próximo e a tolerância. Virtude, honra, tole rância. Eis as palavras que amaremos
liberdade de empreendimento e de co mércio e, se não quisermos recuar mais no tempo, poderemos fazer datar de
terreno e, principalmente, a partir de 1867 êste protecionismo desenvolveu-se cada vez mais conser\'ando-se, apenas, como defensores do livre cambismo a
então esta oposição entre liberais e pro tecionistas que se exprimem, na política internacional, principalmente por duas correntes: os ingleses a proclamarem a
Inglaterra, Bélgica e Holanda. Esta trí plice reação, porém, após a guerra de
liberdade completa do comércio, após a
um protecionismo cada vez maior.
revolução industrial, e o continente eu
ropeu, liderado
principalmente
pela
França, a aceitar a proteção. Os JEstados Unidos com a sua própria
independência iniciou a política de "selfpreservation" e, de então para cá, con
ver repetidas freqüentemente pela bôca
tinuou num caminho francamente prote
de muitas pessoas". Para nós, historiadores de doutrina, Le
nante cm 1890.
cionista alcançando seu ponto culmi Neste meio tempo a
1914 e 1918 iria ser anulada e o quadro
que se viu a partir de então foi o de^
A conferênc a preliminar para a orga-^ nização internacional de comércio e em-
prêgo, realizada em Genebra, permitiu concretizar a existência desse protecio
nismo generalizado evidenciando, ao mes mo tempo, a oposição entre a teoria económ ca e a prática comercial. Ve rifica-se, hoje, que os homens de ciência, estudando a teoria do comércio interna
Inglaterra, procurando estabelecer acor
cional, alinham argumentos no sentido
dos comerciais de caráter liberal, con
de mostrar os benefícios dò livre cam
bismo, mas os políticos e os homens de negócio, quase sem exceção em todo
Não digo socialismo cristão. Socialismo cristão é contradição nos termos. Digo
teia o individualismo para a moralização e moraliza-o. Dôste ponto de vista mere ce ocupar um lugar entre os grandes
seguia fazer com que a França, a Ale manha, a Itál'a entrassem para a ór
seres que orientaram os destinos dos
cristianismo social.
povos.
O "Digesto Econômico" tem a honra de publicar a conferência sôhre "Protecionis mo Alfandegário" que o professor Gottfried Haherler, da Universidade de Harvard,
Chego à minha conclusão: Compreender-se-á porque Le Play está, em larga escala, na origem do cristianismo social.
Play se situa em plena encruzilhada da história das doutrinas econômicas. Nor
onde leciona "Comércio Internacional , realizou em 19 de agosto no Instituto de
Economia da Associação Comercial de São Paulo, a convite do dr. Brasília Ma
chado Neto. No próximo número publicaremos a conferência que proferiu sôbre ''Balança de pagamento em regitne papel-moeda". O prof. Haberler, autor de várias obras sôbre economia, goza de renome universal. "Comércio Internacional" e "Prosperidade e Depressão" são os livros da sua autoria que tiveram inaior repercussão nos nossos meios intelectuais.
Dicesto Econômico
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e nos diz: a felicidade dos homens é
aquilo que êles concebem na moralida
As idéias de Le Play serviram à re dação da encíclica "Rerum Novarum",
de; diminui à medida que se afastam da
de Leão XIII. Êste criou em Roma um
região boreal.
círculo de estudos sociais, onde se en
Indago; que gênero de moralidade po lar é essa? Os habitantes das regiões mais afastadas do Equador, para cima ou para baixo, são mais morais? Serão mais morais por estarem frigorificados? Ê que o frio mata os apetites e as pai xões: os homens, então, são morais. Mas,
se, ao contrário, se aproximam do Equa dor, deixam de ser morais.
No entan
to, aqueles que guardam sua moralidade
sabendo resistir às tentações das grandes cidades é que na verdade são morais.
Creio que Le Play não compreendeu a questão e acabou por nos propor um ideal muito difícil de se aceitar.
Opõe a felicidade, na miséria, à imo ralidade, na prosperidade. O seu ideal é o polo. Os lapões, dentro das suas tocas geladas, são o protótipo da feli cidade.
Isto é falso.
Insisto sobre o perigo de teses sociais, cujas bases econômicas são insuficien
tes. E insisto porque é muito freqüente, em nossos dias, submeterem-se a elas espíritos os mais generosos. Le Play é por conseguinte muito ins
trutivo, tanto pelas suas falhas como pe las suas qualidades.
por CoTTimiED VON IlADERLEn
contrava Monsenhor Mermillot, bispo de
Friburgo, o qual voltando à Suíça, em 1843, fundou a União Católica Corporativista, tendo La Tour du Pin, amigo e
discípulo de Le Play, como propagador das suas idéias. Por intermédio daquele as idéias de Le Play foram até Roma e
0 pnoDLEMA do prote
bita do liberabsmo. Mas,
a grande crise de 1870 agiu como um fator de regressão nessa tendên
cionismo a'fandegário remonta a origens muito antigas. Já os mercantiistas defendiam a idéia da auto-sufi-
cia voltando o continente eiuopeu ao
se tomaram conhecidas e, por isso, en
ciôncia nacional e da proteção das eco-
protecionismo alfandegário; com o movi
contram-se em grande parte na encíclica
nom as nacionais contra a concorrência
mento de unificação alemã a doutrina
estrangeira. Em oposição a esta idéia levantou-se a fisiocracia proclamando a
da economia nacional começou a ganhar
"Renim N^arum". Termino citando o próprio Le Play, em Suas conclusões da Reforma Social.
Eis o que nos diz: "Procurando no in quérito o ponto de partida das refor mas, não devemos esquecer que o conhe cimento dos princípios é difícil e ficará estéril sem a virtude que se dedica a aplicá-los.
Devemos contar mais com
os exemplos do que com os preceitos. Propaguemos o sentimento da honra pela prática do dever; o espírito de indepen
dência, pela temperança e o trabalho; a* harmonia social pelo amor do próximo e a tolerância. Virtude, honra, tole rância. Eis as palavras que amaremos
liberdade de empreendimento e de co mércio e, se não quisermos recuar mais no tempo, poderemos fazer datar de
terreno e, principalmente, a partir de 1867 êste protecionismo desenvolveu-se cada vez mais conser\'ando-se, apenas, como defensores do livre cambismo a
então esta oposição entre liberais e pro tecionistas que se exprimem, na política internacional, principalmente por duas correntes: os ingleses a proclamarem a
Inglaterra, Bélgica e Holanda. Esta trí plice reação, porém, após a guerra de
liberdade completa do comércio, após a
um protecionismo cada vez maior.
revolução industrial, e o continente eu
ropeu, liderado
principalmente
pela
França, a aceitar a proteção. Os JEstados Unidos com a sua própria
independência iniciou a política de "selfpreservation" e, de então para cá, con
ver repetidas freqüentemente pela bôca
tinuou num caminho francamente prote
de muitas pessoas". Para nós, historiadores de doutrina, Le
nante cm 1890.
cionista alcançando seu ponto culmi Neste meio tempo a
1914 e 1918 iria ser anulada e o quadro
que se viu a partir de então foi o de^
A conferênc a preliminar para a orga-^ nização internacional de comércio e em-
prêgo, realizada em Genebra, permitiu concretizar a existência desse protecio
nismo generalizado evidenciando, ao mes mo tempo, a oposição entre a teoria económ ca e a prática comercial. Ve rifica-se, hoje, que os homens de ciência, estudando a teoria do comércio interna
Inglaterra, procurando estabelecer acor
cional, alinham argumentos no sentido
dos comerciais de caráter liberal, con
de mostrar os benefícios dò livre cam
bismo, mas os políticos e os homens de negócio, quase sem exceção em todo
Não digo socialismo cristão. Socialismo cristão é contradição nos termos. Digo
teia o individualismo para a moralização e moraliza-o. Dôste ponto de vista mere ce ocupar um lugar entre os grandes
seguia fazer com que a França, a Ale manha, a Itál'a entrassem para a ór
seres que orientaram os destinos dos
cristianismo social.
povos.
O "Digesto Econômico" tem a honra de publicar a conferência sôhre "Protecionis mo Alfandegário" que o professor Gottfried Haherler, da Universidade de Harvard,
Chego à minha conclusão: Compreender-se-á porque Le Play está, em larga escala, na origem do cristianismo social.
Play se situa em plena encruzilhada da história das doutrinas econômicas. Nor
onde leciona "Comércio Internacional , realizou em 19 de agosto no Instituto de
Economia da Associação Comercial de São Paulo, a convite do dr. Brasília Ma
chado Neto. No próximo número publicaremos a conferência que proferiu sôbre ''Balança de pagamento em regitne papel-moeda". O prof. Haberler, autor de várias obras sôbre economia, goza de renome universal. "Comércio Internacional" e "Prosperidade e Depressão" são os livros da sua autoria que tiveram inaior repercussão nos nossos meios intelectuais.
...
j , 11,.
Digesto EcoNÓ\nco
o mundo, denunciam a impossibilidade
prátíca de aplicação da teoria, defen dendo a política econômica de proteção alfandegária.
Surge, então, o problema: por que,
fandegário é uma defesa necessária por que, pelo imposto, o país de indústria nascente consegue igualar o custo do produto estrangeiro ap nacional, passan do o mesmo a ser vendido em igualdade
fica nas mãos do comerciante não ha
cia das suas produções, impedindo a
vendo certeza da possibilidade da pro
concorrência de similares estrangeiros. Isto é muito natural, pois, nos momen
emprego dos lucros obtidos.
tos de depressão, a queda dos preços no mercado interno faz com que os pro dutores se voltem para o mercado in
de condições, sendo até mais interessan
protecionismo alfandegário? Responder a esta questão é o que procuraremos
te haver uma ligeira vantagem a favor do
fazer.
O segundo caso de proteção alfande gária admissível é o de defesa de um monópolio naciona'. Pode-se dar o caso
ternacional na esperança de uma re cuperação, sendo a baixa dos seus preços um estímulo para que o importador es trangeiro absorva quantidades maiores
de um determinado país conseguir um
de produtos do país, cujos preços bai
monopólio de produção de determinado produto, podendo êle suprir todo o mer
xaram. A única forma cie impedir esta
senvolvimento industrial não se fez, no mundo, uniformemente, e sim com uma
cado interno; no caso de concorrentes
produção do país considerado é o esta
estrangeiros que possam oferecer o mes mo produto, o governo poderá defender
belecimento de uma barreira alfande
A primeira delas é a de defesa e encora jamento das indústrias nascentes. O de
diversidade de ritmo e diferença de ori gem, no tempo, de país para país. Al guns países pioneiros puderam desen
volver, sem entraves, o seu parque in
Inaturais, dos fatôres. de produção que dustrial, tirando proveito dos recursos
produto nacional.
o seu monopólio chegando mesmo ate
a proibição da entrada do similar estran geiro. Êste é o caso típico do Brasil na produção cafeeira. A proteção ao mono
maior absorção que poria em perigo a gária.
Após 1931 esta proteção alfandegária mediante tarifa deixou de ser importante visto terem sido criados outros meios
mercados, estabelecendo-se, então, a di visão do mundo entre países de estru tura industrial e países de estrutura
posição de direitos de exportação, quan
mais sérios e mais complexos de prote ção — as quotas de importação, os con troles de câmbio, os acordos de "clea-
do o Estado, procura obter recursos sem
ring''.
agrícola ou, quando muito, de minera
impor quotas de sacrifício para que a
mental entre a proteção estabelecida pelo sistema de quotas e a estabelecida pelo
maior quantidade do produto não provo
sistema de tarifas. Nesta última, o ren
lhes permitiram construir indústrias na
cionais potentes e com elas conquistar
pólio poder-se-á fazer, também, pela im
vação de preços no mercado interno)
glaterra, em 1930, elevando as tarifas, para garantir o mínimo de sobrevivên
no momento, atual tem-se acelerado o
Três são as exceções que admitem a existência do protecionismo alfandegário.
57
Dicesto Econômico
56
dução nacional ser beneficiada com o
São os particulares que se enriquecem, muitas vêzes até com prejuízo daquela. Um fato curioso que deve ser obser vado é a diferença de posição tomada nestes últimos cinqüenta anos pelos paí ses- seguintes: E.stados Unidos e Ingla terra. O primeiro tendo, graças ao pro»^ tecionismo, expandido ao máximo as suas
fôrças produtivas encontrou-se, gradativamente, na posição de grande fornece dor do mundo, principalmente após as duas grandes guerras que prejudicaram, enormemente, todo o parque produtor europeu, principalmente o inglês. Pode,
assim, passar da posição de defensor do protecionismo para a de paladino do li vre câmbio. Em oposição, a Inglaterra, após haver tentado sem sucesso res
que a queda dos preços no mercado
dimento dá tarifa vai para o Tesouro
de organizar seu parque industrial, ain
exterior e pode ainda, em outro caso, quando se tratar de ganhar mercado
tabelecer a posição inteniacicnal da li bra esterlina, passou a adotar uma polí tica protecionista, abandonando o livre câmbio. Hoje cliega até a estabelecer monopólios de importação pelo sistema de compras diretas. O governo inglês
Nacional, fornecendo ao Estado recur
realiza compras diretas nos países ex
da que contando com bases reais de
externo e encorajar a produção nacional,
portadores e distribui depois o produto
existência, vão entrar em concorrência
mantendo o monopólio, estabelecer prê
com as nações já desenvolvidas indus trialmente não podendo com elas lutar
mios à exportação que barateiem o
sos que lhe permitem exercer, mediante créditos, prêmios à produção e assistên cia técnica e econômica,.uma política efetiva de proteção direta à produção
custo no exterior e difundam a venda
nacional.
uma vez que não possuem o mesmo
do produto.
do estabelecimento
ção, fornecedores de víveres e matérias-
primas, em troca de produtos manufatu rados. Estas últimas nações, no desejo
aparelhamento e a mesma experiência; sua mão de obra é mais cara e o seu
custo de produção é mais elevado. Ass m sendo, os países industrialmente de senvolvidos têm a possibilidade de colo
car produtos iguais aos nacionais a pre ços mais baixos e, por vêzes, terão inte resse em fazê-lo, para não perder mer cado. Neste caso, o protecionismo al
grande sacrifício para os produtores do artigo monopolizado; pode até mesmo
Por fim, há uma terceira forma de
fensável de produção alfandegária: quando um país diante de uma depres são internacional sente que sua econo
mia pode sofrer repercussão da crise ex terior, poderá, por meio de barreiras al fandegárias, evitar que a sua economia se torne sensível ao ocorrido fora.
Foi
o que fizeram os Estados Unidos e In
Há, entretanto, uma diferença funda
monopolizado, por-preços tabelados, aos comerciantes no mercado interno. Além
disso estabeleceu quotas de exportação
No caso
de quotas e' con
I
e
4»
acordos
bilate-
rai.s. Nos Estados
trole de câmbio a
Unidos,
diferença de pre ços provocada por êste regime (uma
Hull, que tem si do o principal res ponsável pela mu
vez que, em ambos
dança da política
Cordell
os casos, a conse-
comercial
qitóncia é uma ele
americana, apoian-
norte-
...
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Digesto EcoNÓ\nco
o mundo, denunciam a impossibilidade
prátíca de aplicação da teoria, defen dendo a política econômica de proteção alfandegária.
Surge, então, o problema: por que,
fandegário é uma defesa necessária por que, pelo imposto, o país de indústria nascente consegue igualar o custo do produto estrangeiro ap nacional, passan do o mesmo a ser vendido em igualdade
fica nas mãos do comerciante não ha
cia das suas produções, impedindo a
vendo certeza da possibilidade da pro
concorrência de similares estrangeiros. Isto é muito natural, pois, nos momen
emprego dos lucros obtidos.
tos de depressão, a queda dos preços no mercado interno faz com que os pro dutores se voltem para o mercado in
de condições, sendo até mais interessan
protecionismo alfandegário? Responder a esta questão é o que procuraremos
te haver uma ligeira vantagem a favor do
fazer.
O segundo caso de proteção alfande gária admissível é o de defesa de um monópolio naciona'. Pode-se dar o caso
ternacional na esperança de uma re cuperação, sendo a baixa dos seus preços um estímulo para que o importador es trangeiro absorva quantidades maiores
de um determinado país conseguir um
de produtos do país, cujos preços bai
monopólio de produção de determinado produto, podendo êle suprir todo o mer
xaram. A única forma cie impedir esta
senvolvimento industrial não se fez, no mundo, uniformemente, e sim com uma
cado interno; no caso de concorrentes
produção do país considerado é o esta
estrangeiros que possam oferecer o mes mo produto, o governo poderá defender
belecimento de uma barreira alfande
A primeira delas é a de defesa e encora jamento das indústrias nascentes. O de
diversidade de ritmo e diferença de ori gem, no tempo, de país para país. Al guns países pioneiros puderam desen
volver, sem entraves, o seu parque in
Inaturais, dos fatôres. de produção que dustrial, tirando proveito dos recursos
produto nacional.
o seu monopólio chegando mesmo ate
a proibição da entrada do similar estran geiro. Êste é o caso típico do Brasil na produção cafeeira. A proteção ao mono
maior absorção que poria em perigo a gária.
Após 1931 esta proteção alfandegária mediante tarifa deixou de ser importante visto terem sido criados outros meios
mercados, estabelecendo-se, então, a di visão do mundo entre países de estru tura industrial e países de estrutura
posição de direitos de exportação, quan
mais sérios e mais complexos de prote ção — as quotas de importação, os con troles de câmbio, os acordos de "clea-
do o Estado, procura obter recursos sem
ring''.
agrícola ou, quando muito, de minera
impor quotas de sacrifício para que a
mental entre a proteção estabelecida pelo sistema de quotas e a estabelecida pelo
maior quantidade do produto não provo
sistema de tarifas. Nesta última, o ren
lhes permitiram construir indústrias na
cionais potentes e com elas conquistar
pólio poder-se-á fazer, também, pela im
vação de preços no mercado interno)
glaterra, em 1930, elevando as tarifas, para garantir o mínimo de sobrevivên
no momento, atual tem-se acelerado o
Três são as exceções que admitem a existência do protecionismo alfandegário.
57
Dicesto Econômico
56
dução nacional ser beneficiada com o
São os particulares que se enriquecem, muitas vêzes até com prejuízo daquela. Um fato curioso que deve ser obser vado é a diferença de posição tomada nestes últimos cinqüenta anos pelos paí ses- seguintes: E.stados Unidos e Ingla terra. O primeiro tendo, graças ao pro»^ tecionismo, expandido ao máximo as suas
fôrças produtivas encontrou-se, gradativamente, na posição de grande fornece dor do mundo, principalmente após as duas grandes guerras que prejudicaram, enormemente, todo o parque produtor europeu, principalmente o inglês. Pode,
assim, passar da posição de defensor do protecionismo para a de paladino do li vre câmbio. Em oposição, a Inglaterra, após haver tentado sem sucesso res
que a queda dos preços no mercado
dimento dá tarifa vai para o Tesouro
de organizar seu parque industrial, ain
exterior e pode ainda, em outro caso, quando se tratar de ganhar mercado
tabelecer a posição inteniacicnal da li bra esterlina, passou a adotar uma polí tica protecionista, abandonando o livre câmbio. Hoje cliega até a estabelecer monopólios de importação pelo sistema de compras diretas. O governo inglês
Nacional, fornecendo ao Estado recur
realiza compras diretas nos países ex
da que contando com bases reais de
externo e encorajar a produção nacional,
portadores e distribui depois o produto
existência, vão entrar em concorrência
mantendo o monopólio, estabelecer prê
com as nações já desenvolvidas indus trialmente não podendo com elas lutar
mios à exportação que barateiem o
sos que lhe permitem exercer, mediante créditos, prêmios à produção e assistên cia técnica e econômica,.uma política efetiva de proteção direta à produção
custo no exterior e difundam a venda
nacional.
uma vez que não possuem o mesmo
do produto.
do estabelecimento
ção, fornecedores de víveres e matérias-
primas, em troca de produtos manufatu rados. Estas últimas nações, no desejo
aparelhamento e a mesma experiência; sua mão de obra é mais cara e o seu
custo de produção é mais elevado. Ass m sendo, os países industrialmente de senvolvidos têm a possibilidade de colo
car produtos iguais aos nacionais a pre ços mais baixos e, por vêzes, terão inte resse em fazê-lo, para não perder mer cado. Neste caso, o protecionismo al
grande sacrifício para os produtores do artigo monopolizado; pode até mesmo
Por fim, há uma terceira forma de
fensável de produção alfandegária: quando um país diante de uma depres são internacional sente que sua econo
mia pode sofrer repercussão da crise ex terior, poderá, por meio de barreiras al fandegárias, evitar que a sua economia se torne sensível ao ocorrido fora.
Foi
o que fizeram os Estados Unidos e In
Há, entretanto, uma diferença funda
monopolizado, por-preços tabelados, aos comerciantes no mercado interno. Além
disso estabeleceu quotas de exportação
No caso
de quotas e' con
I
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4»
acordos
bilate-
rai.s. Nos Estados
trole de câmbio a
Unidos,
diferença de pre ços provocada por êste regime (uma
Hull, que tem si do o principal res ponsável pela mu
vez que, em ambos
dança da política
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os casos, a conse-
comercial
qitóncia é uma ele
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Digesto EcoNÓRnco
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as suas indústrias, produzir cm série e a baixo custo, encontram-se, hoje, diante
encontra, mesmo internamente, unanimi
demais países do mundo. A nação nor
mércio internacional, defende o aban
dade de pontos de vista e, no exterior,
te-americana encontra-se numa posição
dono da política de proteção em todo O
de tal volume de produção que reconhe
tem que lutar com uma grande resis
privilegiada podendo bastar-se a si pró
cem a impossibilidade de uma absorção quase total pelo mercado interno e
tência por parte dos outros países que
pria, possuindo todos os recursos capa
ou querem desenvolver suas economias
vêem-se obrigados não só a manter os mercados estrangeiros ja criados como também a expandí-Ios e conseguir, na me
o parque produtor destruído pe^a guerra,
zes de lhe permitir viver quase indepen dendo da produção e do comércio das demais partes do mundo, muito embora
tentando restabelecer, assim, a sua es
venha a sofrer com isto uma contração
trutura econômica de ante-guerra. Por
êste motivo é que o projeto de Carta
da sua produção industrial. Talvez, com exceção da Rússia, seja o único país que
Internacional de Comércio, em poucos itens, estabelece o princípio geral das
tenha chegado à situação de auto-sufi-
do-se nos argumentos da teoria do co mundo e o restabelecimento do liberalis mo alfandegário; por isso, viu-se a na ção norte-americana negociar, em Gene
bra, grandes reduções tarifárias, apoiando-se nas próprias cláusulas da Carta Econômica do Atlântico.
O esforço da América do Norte em favor do restabelecimento do livre câm
bio vai mais longe, não se limita à po lítica comercial tarifária; pelo acordo de Bretton Woods criaram-se O Fundo Mo netário Internacional e o Banco Inter
nacional de Reconstrução e Desenvolvi
mento cuja finalidade é a de liberar o
controle de câmbio e garantir uma rela tiva estabilidade monetária internacio
nal que facilite as trocas e impeça vio lentas flutuações cambiais.
Êstes dois
organismos agiriam como órgãos complementares da Organização Internacio nal de Comércio e permitiriam, ao mun
do, abandonar a política de proteção em favor da maior facilidade das trocas in ternacionais.
Estas propostas, porém, têm provoca do reação compreensível e inevitável
principalmente por parte dos países no vos, que aspiram desenvolver á sua eco
nomia e criar indústrias próprias capa zes de dar maior estabilidade a sua
estrutura econômica e maior grau de independência em relação às economias alienígenas.
dida do possível, novos compradores. Os agricultores, porém, afirmam ser hoje o protecionismo aIfandegár:o na Amé rica do Norte mais necessário que nun
ciência econômica. Já o resto do mun
ca, uma vez que a concorrência interna cional ali se manifestando provocará a decadência da [agricultura norte-ame
reduções tarifárias e da volta gradativa
do ou não tem uma estrutura industrial
ao liberalismo econômico. Mas, se guem-se a estas afirmações claras e con
que lhe permita o pleno aproveitamento
ricana, visto como o custo de produ
cisas páginas e páginas de restrições, de exceções à regra geral, de tal modo que
ção agrícola é, ali, muito ma:s e.evado que o dos países não industrializados, de estrutura eminentemente agrícola. O trabalhador rural na América do Norte habituando-se, cada dia mais, a um pa drão de vida elevado , vai exigindo salá rios altos e a indústria, absorvendo gran de número de braços, causou a escassez
de mão de obra agrícola provocando, também, grande elevação dos salários. Apesar da mecanização da lavoura permitíi um aumento de rendimento do
trabalho e apesar, ainda, dos aperfeiçoa
jeto é que a Conferência Internacional
das matérias-primas no caso de países novos, ou então, principa'mente no caso de países europeus, o seu parque in dustrial se acha destruído pela guerra; quase todos eles não possuem a va.st{-
de Comércio, em conjunto, chegou a
dão territorial e a diversificação de re
êste resultado: qualquer nação, em polí
cursos e de clima que permitem à Amé
a impressão que se tein ao ler êste pro
tica comercial internacional, pode fazer o que quiser, deixando, é claro, aos de mais países o direito de fazer o mes
rica do Norte ser, se necessiírio, auto-
fomecedora da própria indústria. Os demais, portanto, precisam do inter- 1
câmbio comercial para viver, visto se-'
mo.
Seja dito para terminar que o pro
rem interdependentes e, no estado atual
blema do re.stabelecimento do comércio
da economia do mundo, todos eles ne
internacional não é hoje tão importante para os Estados Unidos, quanto para os
cessitam recursos que a nação americana lhes pode fornecer.
mentos técnicos e das pesquisas agro
nômicas permitirem a expansão da pro dução agrícola, representa o salário a maior parcela do custo de produção na agricultura. Os salários de países de base agrícola, com um nível de vida mais baixo, são multo menores que os
Não se deve pensar, porém, que a oposição à proposta norte-americana de liberdade de comércio existe apenas no âmbito internacional. Dentro da pró pria América do Norte, existem duas cor rentes, úma pró e outra contra o livre
norte-americanos e, além disto, suas moe
cambismo.
dução agrícola dos Estados Unidos.
Os industriais norte-ameri
nacionais, quando novos, ou reconstruir
das, mais fracas que o dólar, tomam possível maior importação norte-ameri cana de produtos agrícolas estrangeiros e a colocação dos mesmos, a preços bai xos, no mercado interno, matando a pro
canos, tendo conseguido desenvolver sua
Êste é o panorama: A América' do
produção em grande escala, concentrar
Norte, pioneira do livre cambismo, não
As embaixadas e legações dos Estados Unidos em 18 países foram advertidas para que previnam os governos estrangeiros de que as exportações norte-americanas
de cereais serão reduzidas pelo menos de 10%, no presente ano agrícola. Essa diminuição, segundo se anuncia oficialmente, ó o resultado de um "dé ficit^' verificado nas colheitas, em relação às estimativas feitas. ^
Os preços dos cereais no mercado de Chicago estão subindo diàriarti^f}te, den tro do limite permitido de 10 centavos por "bushel". Outros níveis elevaram-se hoje acima do record& atingido durante a última crise mundial de alimentos, no inverno passado.
TTT
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as suas indústrias, produzir cm série e a baixo custo, encontram-se, hoje, diante
encontra, mesmo internamente, unanimi
demais países do mundo. A nação nor
mércio internacional, defende o aban
dade de pontos de vista e, no exterior,
te-americana encontra-se numa posição
dono da política de proteção em todo O
de tal volume de produção que reconhe
tem que lutar com uma grande resis
privilegiada podendo bastar-se a si pró
cem a impossibilidade de uma absorção quase total pelo mercado interno e
tência por parte dos outros países que
pria, possuindo todos os recursos capa
ou querem desenvolver suas economias
vêem-se obrigados não só a manter os mercados estrangeiros ja criados como também a expandí-Ios e conseguir, na me
o parque produtor destruído pe^a guerra,
zes de lhe permitir viver quase indepen dendo da produção e do comércio das demais partes do mundo, muito embora
tentando restabelecer, assim, a sua es
venha a sofrer com isto uma contração
trutura econômica de ante-guerra. Por
êste motivo é que o projeto de Carta
da sua produção industrial. Talvez, com exceção da Rússia, seja o único país que
Internacional de Comércio, em poucos itens, estabelece o princípio geral das
tenha chegado à situação de auto-sufi-
do-se nos argumentos da teoria do co mundo e o restabelecimento do liberalis mo alfandegário; por isso, viu-se a na ção norte-americana negociar, em Gene
bra, grandes reduções tarifárias, apoiando-se nas próprias cláusulas da Carta Econômica do Atlântico.
O esforço da América do Norte em favor do restabelecimento do livre câm
bio vai mais longe, não se limita à po lítica comercial tarifária; pelo acordo de Bretton Woods criaram-se O Fundo Mo netário Internacional e o Banco Inter
nacional de Reconstrução e Desenvolvi
mento cuja finalidade é a de liberar o
controle de câmbio e garantir uma rela tiva estabilidade monetária internacio
nal que facilite as trocas e impeça vio lentas flutuações cambiais.
Êstes dois
organismos agiriam como órgãos complementares da Organização Internacio nal de Comércio e permitiriam, ao mun
do, abandonar a política de proteção em favor da maior facilidade das trocas in ternacionais.
Estas propostas, porém, têm provoca do reação compreensível e inevitável
principalmente por parte dos países no vos, que aspiram desenvolver á sua eco
nomia e criar indústrias próprias capa zes de dar maior estabilidade a sua
estrutura econômica e maior grau de independência em relação às economias alienígenas.
dida do possível, novos compradores. Os agricultores, porém, afirmam ser hoje o protecionismo aIfandegár:o na Amé rica do Norte mais necessário que nun
ciência econômica. Já o resto do mun
ca, uma vez que a concorrência interna cional ali se manifestando provocará a decadência da [agricultura norte-ame
reduções tarifárias e da volta gradativa
do ou não tem uma estrutura industrial
ao liberalismo econômico. Mas, se guem-se a estas afirmações claras e con
que lhe permita o pleno aproveitamento
ricana, visto como o custo de produ
cisas páginas e páginas de restrições, de exceções à regra geral, de tal modo que
ção agrícola é, ali, muito ma:s e.evado que o dos países não industrializados, de estrutura eminentemente agrícola. O trabalhador rural na América do Norte habituando-se, cada dia mais, a um pa drão de vida elevado , vai exigindo salá rios altos e a indústria, absorvendo gran de número de braços, causou a escassez
de mão de obra agrícola provocando, também, grande elevação dos salários. Apesar da mecanização da lavoura permitíi um aumento de rendimento do
trabalho e apesar, ainda, dos aperfeiçoa
jeto é que a Conferência Internacional
das matérias-primas no caso de países novos, ou então, principa'mente no caso de países europeus, o seu parque in dustrial se acha destruído pela guerra; quase todos eles não possuem a va.st{-
de Comércio, em conjunto, chegou a
dão territorial e a diversificação de re
êste resultado: qualquer nação, em polí
cursos e de clima que permitem à Amé
a impressão que se tein ao ler êste pro
tica comercial internacional, pode fazer o que quiser, deixando, é claro, aos de mais países o direito de fazer o mes
rica do Norte ser, se necessiírio, auto-
fomecedora da própria indústria. Os demais, portanto, precisam do inter- 1
câmbio comercial para viver, visto se-'
mo.
Seja dito para terminar que o pro
rem interdependentes e, no estado atual
blema do re.stabelecimento do comércio
da economia do mundo, todos eles ne
internacional não é hoje tão importante para os Estados Unidos, quanto para os
cessitam recursos que a nação americana lhes pode fornecer.
mentos técnicos e das pesquisas agro
nômicas permitirem a expansão da pro dução agrícola, representa o salário a maior parcela do custo de produção na agricultura. Os salários de países de base agrícola, com um nível de vida mais baixo, são multo menores que os
Não se deve pensar, porém, que a oposição à proposta norte-americana de liberdade de comércio existe apenas no âmbito internacional. Dentro da pró pria América do Norte, existem duas cor rentes, úma pró e outra contra o livre
norte-americanos e, além disto, suas moe
cambismo.
dução agrícola dos Estados Unidos.
Os industriais norte-ameri
nacionais, quando novos, ou reconstruir
das, mais fracas que o dólar, tomam possível maior importação norte-ameri cana de produtos agrícolas estrangeiros e a colocação dos mesmos, a preços bai xos, no mercado interno, matando a pro
canos, tendo conseguido desenvolver sua
Êste é o panorama: A América' do
produção em grande escala, concentrar
Norte, pioneira do livre cambismo, não
As embaixadas e legações dos Estados Unidos em 18 países foram advertidas para que previnam os governos estrangeiros de que as exportações norte-americanas
de cereais serão reduzidas pelo menos de 10%, no presente ano agrícola. Essa diminuição, segundo se anuncia oficialmente, ó o resultado de um "dé ficit^' verificado nas colheitas, em relação às estimativas feitas. ^
Os preços dos cereais no mercado de Chicago estão subindo diàriarti^f}te, den tro do limite permitido de 10 centavos por "bushel". Outros níveis elevaram-se hoje acima do record& atingido durante a última crise mundial de alimentos, no inverno passado.
f
Digesto Econômico
Oração de paraninfo Davi Campista
prece, está no ensino da mocidade.
O
lavrador dêste chão de\ia amanhá-lo de
joelhos. Crêde que me acho realmente Sob esta impressão, como se ao rece-
ber dos braços da minha companheira
Há, diz o orador, por enfre as ale grias saudáveis desta cerimônia, em que a inteligência e o coração solenizam o seu aperfeiçoamento pelo trabalho, algu ma coisa que está a pedir o amparo da vossa simpatia e o bálsamo do vosso perdão.
É a presença do orador naquela tri buna onde mais se aclara e avigora a
mas em flor abertas ao orvalho vivifican-
te da palavra dos mestres, à doçura dos
filho recém-nascido, uma voz in
ferior mo segredasse: Purifica teu há
conselhos, à luz bendita da ciência e
lito, que lhe vai insuflar a vida ou a
do dever.
morte".
O orador tem o vivo sentimento das
Se o orador não podo dar aos seus
responsabilidades que lhe pesam naquele momento em que se congratula com os seus jovens ouvintes pelo encerramento
Ouvintes as fulgurações de uma palavra que os seduza, o respeito que deve à
feliz dos seus trabalhos escolares.
pureza do espírito juvenil dêles, asseSora a absoluta sinceridade com que lhes
morte; daquele ser cujas mãos Deus quis erguessem as nossas para as primeiras orações e cujo sorriso é uma aurora de
esperança". gem
Vereis sempre a sua ima
quando sentirdes um bom im
pulso no coração, o desejo de enxugar uma lágrima, de partir o vosso pão com o faminto.
Homens — a vossa consciência a re
fletirá 8 é a. consciência que deveis to mar como guia inseparável, como inspiradora constante dos vossos atos.
Ela
vos afastará do mal, diz o orador, como
um anjo tutelar, como aquêle anjo mudo da tragédia formosa de d'Annunzio. Conheçais a "Fillia de Jorio?" É uma pobre mulher amaldiçoada pela supersti ção e perseguida por homens ébrios de sol e de vinho. Refugia-se em um lar
Ê a tarefa de um missionário do bem,
fala, despreocupado de tudo o que não seja fortalecê-los no sentimento do de-
ficência quis estender-se até a humil dade do orador' para dar-lhe o imerecido
tão grave e tão fecunda qne, em circuns tâncias semelhantes, inspirou ao chefe da mentalidade brasileira estas frases ^^pi" dares; "Quando a minha tarefa deste
realce daquele instante.
momento se me antollia sob esta feição,
tivo da inteligência dos seus discípulos,
alguma coisa passa por mim como de cima, religiosamente. A fronte do sacer
mas continuar e aperfeiçoar a tarefa
dote se verga para o cálice consagra do. A do lavrador para a terra. A do
ros tempos da vida, lhes formam o co ração e o caráter.
ó filha do infortúnio, presa da miséria.
que espalha o grão da verdade, para o
expulsar entregando-a aos seus perse guidores. Então Aligi avança para a
consciência da sua fraqueza, vencida pela espontânea generosidade das congrega
ções do instituto Granbery, cuja muni-
Mas não podia o orador optar pelo si lêncio, fugir ao apêlo que lhe vinha da
quele centro luminoso de educação, da
quela terra em que desabrocham vito riosas todas as fôrças vivas do Éstado, daquela cidade risonha e culta que o
e na prática do bem.
Êsse é também o papel da escola, ijue não deve cuidar somente
do
cul
abençoada das mães, que, nos primei
orador revê e encontra sempre entre as
E todos os três receberam ordens sacras.
A meiga influência dessa obra do mais santo amor há de perdurar na sua alma, que a guardará para sempre — como
mais caras recordações da sua meninice.
Todos concorrem para a fecundação divi
num sólido envólucro, semelhante àquê-
E aquela era a mais nobre das tribu
sulco soaberto nas consciências novas.
na do universo.
A hóstia, o arado, a
les cristais do Oriente em que dorme o
nas, o púlpito do educador, erguido ali
palavra, correspondem aos três sacerdó
puro espírito das rosas mortas.
como num templo, num sacrário de es
cios do Senhor. Mas a suprema santi-
uma gota da sua divina essência para perfumar-lhes a existência inteira, se
peranças que era aquele conjunto de al
ficação da linguagem humana, abaixo da
Bastará
jam quais forem as vicissitudes e os
Em cumprimento a um plano traçado pela direção do "Digesto Econômico" de divulgar trabalhos inéditos ou inteiramente desconhecidos (&■ geração atual, ela borados por brasileiros ilustres, a nossa revista divulga, neste número, a notável ora ção proferida pelo insigne estadista Davi Moretzsohn Campista, como paraninfo da turma de bacharelandos do Ginásio Granheru, na cidade de Juiz de Fora, em 6 de junho de 1905. Embora não se trate de discurso escrito, graças à habilidade de um taquígrafo, pôde, apesar de ser uma torrente a palavra de Campina, fazer-se
um apanJuido completo da formosíssima oração. Não se revestem só de encan tadora forma essas páginas, até hoje em seu todo conservadas inéditas. Os conceitos que emifiu sobre educação^ e democracia são atuais e poderiam ser subscritos pelos nossos mais eminentes políticos e educadores. Constitui ainda uma homenagem d memória do extraordinário homem público, considerado, em consenso unânime, como uma das maiores figuras que atuaram no Parlamento Brasileiro.
sofrimentos que o futuro lhes reserva. É o germen que crescerá com éles. A
onde se celebram as bodas de Aligi, o
pastor e suplica que a protejam. Mas a condenada não deve encontrar acolhida;
Resiste brandamente aos que a querem
vítima desvairada e levanta sobre ela o
seu cajado de pastor. Vai feri-la. Su bitamente para, cai de joelhos em gesto de adoração e atira para longe a arma.
É que êle vira ao lado da "Filha de Jorio", ■ protegendo-a com a sua doce tristeza, um anjo mudo que chorava e olhava-o fixamente.
vida tempestuosa e sofredora de Lord
L'angelo muto ho visto che piangeva
Byron, prendeu-a Castelar em grande
Che lacrimava e mi guardava fissol Pois beml Quando um mau movimen
parte às desventuras maternas, às desgra ças que a fatalidade lhe colocara junto ao
berço. "Faltaram-lhe, dizia êle, as pu ras carícias daquele ser que Deus en viou junto ao berço para que, ao abrir os olhos, oculte sob as asas do seu amor
tôda a obscurldade do horizonte em
que vamos batalhar para conquistar ,a
to se apoderar de vós, diz o orador,
quando sentirdes fraquear o vosso âni mo numa tendência para o mal, parai e olhai para diante de vós: vereis o anjo mudo da vossa consciência, cujo olhar,
velado por lágrimas silenciosas, vos fará recuar e restituirá à vossa alma abala-
f
Digesto Econômico
Oração de paraninfo Davi Campista
prece, está no ensino da mocidade.
O
lavrador dêste chão de\ia amanhá-lo de
joelhos. Crêde que me acho realmente Sob esta impressão, como se ao rece-
ber dos braços da minha companheira
Há, diz o orador, por enfre as ale grias saudáveis desta cerimônia, em que a inteligência e o coração solenizam o seu aperfeiçoamento pelo trabalho, algu ma coisa que está a pedir o amparo da vossa simpatia e o bálsamo do vosso perdão.
É a presença do orador naquela tri buna onde mais se aclara e avigora a
mas em flor abertas ao orvalho vivifican-
te da palavra dos mestres, à doçura dos
filho recém-nascido, uma voz in
ferior mo segredasse: Purifica teu há
conselhos, à luz bendita da ciência e
lito, que lhe vai insuflar a vida ou a
do dever.
morte".
O orador tem o vivo sentimento das
Se o orador não podo dar aos seus
responsabilidades que lhe pesam naquele momento em que se congratula com os seus jovens ouvintes pelo encerramento
Ouvintes as fulgurações de uma palavra que os seduza, o respeito que deve à
feliz dos seus trabalhos escolares.
pureza do espírito juvenil dêles, asseSora a absoluta sinceridade com que lhes
morte; daquele ser cujas mãos Deus quis erguessem as nossas para as primeiras orações e cujo sorriso é uma aurora de
esperança". gem
Vereis sempre a sua ima
quando sentirdes um bom im
pulso no coração, o desejo de enxugar uma lágrima, de partir o vosso pão com o faminto.
Homens — a vossa consciência a re
fletirá 8 é a. consciência que deveis to mar como guia inseparável, como inspiradora constante dos vossos atos.
Ela
vos afastará do mal, diz o orador, como
um anjo tutelar, como aquêle anjo mudo da tragédia formosa de d'Annunzio. Conheçais a "Fillia de Jorio?" É uma pobre mulher amaldiçoada pela supersti ção e perseguida por homens ébrios de sol e de vinho. Refugia-se em um lar
Ê a tarefa de um missionário do bem,
fala, despreocupado de tudo o que não seja fortalecê-los no sentimento do de-
ficência quis estender-se até a humil dade do orador' para dar-lhe o imerecido
tão grave e tão fecunda qne, em circuns tâncias semelhantes, inspirou ao chefe da mentalidade brasileira estas frases ^^pi" dares; "Quando a minha tarefa deste
realce daquele instante.
momento se me antollia sob esta feição,
tivo da inteligência dos seus discípulos,
alguma coisa passa por mim como de cima, religiosamente. A fronte do sacer
mas continuar e aperfeiçoar a tarefa
dote se verga para o cálice consagra do. A do lavrador para a terra. A do
ros tempos da vida, lhes formam o co ração e o caráter.
ó filha do infortúnio, presa da miséria.
que espalha o grão da verdade, para o
expulsar entregando-a aos seus perse guidores. Então Aligi avança para a
consciência da sua fraqueza, vencida pela espontânea generosidade das congrega
ções do instituto Granbery, cuja muni-
Mas não podia o orador optar pelo si lêncio, fugir ao apêlo que lhe vinha da
quele centro luminoso de educação, da
quela terra em que desabrocham vito riosas todas as fôrças vivas do Éstado, daquela cidade risonha e culta que o
e na prática do bem.
Êsse é também o papel da escola, ijue não deve cuidar somente
do
cul
abençoada das mães, que, nos primei
orador revê e encontra sempre entre as
E todos os três receberam ordens sacras.
A meiga influência dessa obra do mais santo amor há de perdurar na sua alma, que a guardará para sempre — como
mais caras recordações da sua meninice.
Todos concorrem para a fecundação divi
num sólido envólucro, semelhante àquê-
E aquela era a mais nobre das tribu
sulco soaberto nas consciências novas.
na do universo.
A hóstia, o arado, a
les cristais do Oriente em que dorme o
nas, o púlpito do educador, erguido ali
palavra, correspondem aos três sacerdó
puro espírito das rosas mortas.
como num templo, num sacrário de es
cios do Senhor. Mas a suprema santi-
uma gota da sua divina essência para perfumar-lhes a existência inteira, se
peranças que era aquele conjunto de al
ficação da linguagem humana, abaixo da
Bastará
jam quais forem as vicissitudes e os
Em cumprimento a um plano traçado pela direção do "Digesto Econômico" de divulgar trabalhos inéditos ou inteiramente desconhecidos (&■ geração atual, ela borados por brasileiros ilustres, a nossa revista divulga, neste número, a notável ora ção proferida pelo insigne estadista Davi Moretzsohn Campista, como paraninfo da turma de bacharelandos do Ginásio Granheru, na cidade de Juiz de Fora, em 6 de junho de 1905. Embora não se trate de discurso escrito, graças à habilidade de um taquígrafo, pôde, apesar de ser uma torrente a palavra de Campina, fazer-se
um apanJuido completo da formosíssima oração. Não se revestem só de encan tadora forma essas páginas, até hoje em seu todo conservadas inéditas. Os conceitos que emifiu sobre educação^ e democracia são atuais e poderiam ser subscritos pelos nossos mais eminentes políticos e educadores. Constitui ainda uma homenagem d memória do extraordinário homem público, considerado, em consenso unânime, como uma das maiores figuras que atuaram no Parlamento Brasileiro.
sofrimentos que o futuro lhes reserva. É o germen que crescerá com éles. A
onde se celebram as bodas de Aligi, o
pastor e suplica que a protejam. Mas a condenada não deve encontrar acolhida;
Resiste brandamente aos que a querem
vítima desvairada e levanta sobre ela o
seu cajado de pastor. Vai feri-la. Su bitamente para, cai de joelhos em gesto de adoração e atira para longe a arma.
É que êle vira ao lado da "Filha de Jorio", ■ protegendo-a com a sua doce tristeza, um anjo mudo que chorava e olhava-o fixamente.
vida tempestuosa e sofredora de Lord
L'angelo muto ho visto che piangeva
Byron, prendeu-a Castelar em grande
Che lacrimava e mi guardava fissol Pois beml Quando um mau movimen
parte às desventuras maternas, às desgra ças que a fatalidade lhe colocara junto ao
berço. "Faltaram-lhe, dizia êle, as pu ras carícias daquele ser que Deus en viou junto ao berço para que, ao abrir os olhos, oculte sob as asas do seu amor
tôda a obscurldade do horizonte em
que vamos batalhar para conquistar ,a
to se apoderar de vós, diz o orador,
quando sentirdes fraquear o vosso âni mo numa tendência para o mal, parai e olhai para diante de vós: vereis o anjo mudo da vossa consciência, cujo olhar,
velado por lágrimas silenciosas, vos fará recuar e restituirá à vossa alma abala-
Digesto Econômico
Digesto Econónoco
62
da a noção do bem, do amor e do per
dão, das coisas puras e elevadas. O triunfo da consciência é a mais no
bre e a mais fecunda das vitórias; sig
63
ter que o façam com desvelo, porque
que a ordem natural impõe e até a ciên cia justifica. Se tiverdes mérito e puderdes subir além daquilo a que se chamou — so
a principal missão da^escola, em uma de mocracia, não é formar letrados nem
trate de interessar o homem nos negó
cientistas — é formar cidadãos.
cios do seu país. A indiferença política é fonte dos
Todo o
nifica o império do homem sôbre si
berania dos inferiores — vereis colear
homem digno de ser considerado mem
mesmo — o maior e o mais real dos im
em tômo do vosso renome a serpente do
bro de uma democracia, diz um con
périos. E não pareça que é sempre fácil conquistá-lo. É cheia de tentações e cheia de espinhos a estrada que nos
o vosso esforço.
conduz ao futuro. "Lemos e admiramos",
aparências, parecendo que transpirais a
E assim, sob a superfície calma das
diz Lubbock, "os heróis da antigüidade,
felicidade e o orgulho dos vossos triun
mas cada um de nós terá na vida ba
fes, ocultareis um coração dilacerado, uma alma opressa que lentamente se
talhas comparáveis às de Maratona e das Termópilas; cada um de nós encon tra a esfinge à margem do caminho; a cada um de nós, como a Hércules, será proposta a escolha entre o vício e a vir
tude; somos livres como Páris de confe
rir o prêmio a Vênus, a Juno ou a Minerva".
A mais bem formada das almas va-cila
freqüentemente quando flagelada pelos desenganos e pelos sofrimentos. A resignação é, sem dúvida, uma vir
tude cristã; mas a dor profunda inspira a revolta, dita a represália e sufoca o . perdão. Quantas vezes, diz o orador, na vossa vida de homens e de cidadãos tereis de sorver o fel das injustiças mais amar
temporâneo, deve começar por ser um
despeito e misturar a sua peçonha com
aprendiz de cidadão; êsse aprendizado
ainda em \'ias de elaboração. Para ro-
bustecer aquela concorrem certamente
Esta, assim
orientada, fornecerá a
pensamentos e sentimentos em que se
É o momento de reagirdes, de recon-
quistardes o império sôbre vós mes nítida dos vossos deveras, a solidez in-
quebrantável das vossas virtudes cívicas. Há de salvar-vos a fé, a fé religiosa, a
fé moral profunda, a fé no futuro gran dioso desta pátria, na solidariedade hu mana para o bem.
A fé religiosa é o melhor dos bálsamos para as feridas morais, a mai§ pura
consolação que aos sofrimentos se de
tor de coesão do Estado moderno.
bater a democracia nas suas bases; é
Re
Para a doce figura de Cristo, cuja
Hoje, é com ciêiicia que se tenta com com
as leis da rida- que se procura
lítica pelo meio mais capaz de bem
demonstrar a inanidade das idéias igua litárias e a pura fantasia dos sonhos da
fortalecê-la.
fraternidade.
Sabe-se que o melhor da história da
Ouve-se dizer que da época atual já
Grécia foi o produto de uma educação verdadeiramente nacional. "Sparta", diz um escritòr, "com a legislação de Licur-
se descortina bem próximo o futuro que
go, Tebas no tempo de Pelópidas e de
feriores, vencidas necessàriamente na
Epaminondas, fizeram de seus filhos
cidadãos e soldados capazes de elevar a
luta da concorrência vital. O imperia lismo é a cristalização política desta
sua pátria".
tendência.
"Mais feliz ainda, Atenas preparou
param.
doutrinas cujos alicerces parecem indestrutí\'eis por isso que se os vai buscar na fatalidade das leis naturais.
nossa, ó estreitar os laços de imião po
estéril a fé consoladora, a consciência
a corrente do pessimismo contemporâneo e o triunfo aparente do absolutismo de
apoia a consciência nacional. Mais do que a raça, a língua e outros elementos, é a consciência nacional o primeiro fa vigorá-la em uma federação como a
mos, de opordes ao ceticismo invasor e
maiores males, sobretudo para uma jo vem nação cuja feição definitiva está
será mesmo a essência da educação.
base psicológica que é a comunidade de
ensombra na dúvida e no desgosto.
É a educação que forma o caráter de uma nacionalidade, educação era que se
ao mesmo tempo os heróis de Maratona,
pertencerá exclusivamente às raças fortes
que se hão de expandir à custa das in
E já tememos nós outros, havermos
feito jus ao diploma de raça incompe tente, de povo insusceti\'el de organiza
gas, de emulações pèrfidamente interes-
imagem as nações já elevam no | cimo de Salamina
seiras, de provações cruciantes a que
das suas fronteiras como um símbolo de
res para as peças de Ésquilo, de Só-
tereis de impor silêncio que tanto mais
fraternidade', convergem o olhar nublado de tòdas as angústias, o fervor de todas as súplicas, o alvorôço de todas as almas agitadas — dos humildes aos poderosos, emparelhados na dor, nivelados pelas
focles, de Eurípides, admiradores e mo
ção estável, incapaz de Iniciativas fe cundas, a contrastar com a opulenta exu
lágrimas.
sangram quanto menos se revelaml
Como homens públicos o vosso patrio tismo mais sincero há de ser visto atra
vés dos vossos interesses reais ou supos tos; as vossas intenções desfiguradas pela malícia, os vossos atos interpretados des-
favoràvelmente pela exegese sofistica da
política subalterna. Se fordes fracos no manejo de armas
iguais às que vos ferem, sereis abando
Sereis bons se tiverdes a fe cristã. Ao lado dêsse tesoura, continua o ora
dor, onde ireis buscar a noção dos vossos
nados como inúteis porque é preciso
eliminar os fracos. É o realismo trágico
vossos mestres néatse caminho, e é mis
delos para Fídias e Praxíteles. Os filó
berância de um imenso território que
sofos punham na mesma linha a moral, a política e a educação. Mesmo com o
deve ser entregue pela fôrça irredud-
estoicismo, a filosofia não se limita à
vel das coisas.
cidade; quer formar cidadãos do uni verso e proclama que todos os homens são, por nàtmeza, iguais, livres e ir
resistência, das nossas forças assimiladoras, estamos a ver perigos temerosos na
mãos. Os romanos tiveram pela família
locahzaçao, em nosso seio, de massas
uma forte educação cujo fim era prin cipalmente despertar o amor da pátria". Dignos de imitação são êstes e iguais exemplos que a história nos fornece.
deveres morais, é necessário que formeis um outro onde se condensem os vossos deveres de cidadãos. Guiar-vos-ão os
e de Platéa, os espectado
L ...
atrai as melhores atividades e a elas
E duvidosos das nossas condições de
oriundas das chamadas raças superiores. Sem dúvida que o conjunto de carac
teres físicos e morais, transmitidos de ge ração em geração e fixados, pela here-
Digesto Econômico
Digesto Econónoco
62
da a noção do bem, do amor e do per
dão, das coisas puras e elevadas. O triunfo da consciência é a mais no
bre e a mais fecunda das vitórias; sig
63
ter que o façam com desvelo, porque
que a ordem natural impõe e até a ciên cia justifica. Se tiverdes mérito e puderdes subir além daquilo a que se chamou — so
a principal missão da^escola, em uma de mocracia, não é formar letrados nem
trate de interessar o homem nos negó
cientistas — é formar cidadãos.
cios do seu país. A indiferença política é fonte dos
Todo o
nifica o império do homem sôbre si
berania dos inferiores — vereis colear
homem digno de ser considerado mem
mesmo — o maior e o mais real dos im
em tômo do vosso renome a serpente do
bro de uma democracia, diz um con
périos. E não pareça que é sempre fácil conquistá-lo. É cheia de tentações e cheia de espinhos a estrada que nos
o vosso esforço.
conduz ao futuro. "Lemos e admiramos",
aparências, parecendo que transpirais a
E assim, sob a superfície calma das
diz Lubbock, "os heróis da antigüidade,
felicidade e o orgulho dos vossos triun
mas cada um de nós terá na vida ba
fes, ocultareis um coração dilacerado, uma alma opressa que lentamente se
talhas comparáveis às de Maratona e das Termópilas; cada um de nós encon tra a esfinge à margem do caminho; a cada um de nós, como a Hércules, será proposta a escolha entre o vício e a vir
tude; somos livres como Páris de confe
rir o prêmio a Vênus, a Juno ou a Minerva".
A mais bem formada das almas va-cila
freqüentemente quando flagelada pelos desenganos e pelos sofrimentos. A resignação é, sem dúvida, uma vir
tude cristã; mas a dor profunda inspira a revolta, dita a represália e sufoca o . perdão. Quantas vezes, diz o orador, na vossa vida de homens e de cidadãos tereis de sorver o fel das injustiças mais amar
temporâneo, deve começar por ser um
despeito e misturar a sua peçonha com
aprendiz de cidadão; êsse aprendizado
ainda em \'ias de elaboração. Para ro-
bustecer aquela concorrem certamente
Esta, assim
orientada, fornecerá a
pensamentos e sentimentos em que se
É o momento de reagirdes, de recon-
quistardes o império sôbre vós mes nítida dos vossos deveras, a solidez in-
quebrantável das vossas virtudes cívicas. Há de salvar-vos a fé, a fé religiosa, a
fé moral profunda, a fé no futuro gran dioso desta pátria, na solidariedade hu mana para o bem.
A fé religiosa é o melhor dos bálsamos para as feridas morais, a mai§ pura
consolação que aos sofrimentos se de
tor de coesão do Estado moderno.
bater a democracia nas suas bases; é
Re
Para a doce figura de Cristo, cuja
Hoje, é com ciêiicia que se tenta com com
as leis da rida- que se procura
lítica pelo meio mais capaz de bem
demonstrar a inanidade das idéias igua litárias e a pura fantasia dos sonhos da
fortalecê-la.
fraternidade.
Sabe-se que o melhor da história da
Ouve-se dizer que da época atual já
Grécia foi o produto de uma educação verdadeiramente nacional. "Sparta", diz um escritòr, "com a legislação de Licur-
se descortina bem próximo o futuro que
go, Tebas no tempo de Pelópidas e de
feriores, vencidas necessàriamente na
Epaminondas, fizeram de seus filhos
cidadãos e soldados capazes de elevar a
luta da concorrência vital. O imperia lismo é a cristalização política desta
sua pátria".
tendência.
"Mais feliz ainda, Atenas preparou
param.
doutrinas cujos alicerces parecem indestrutí\'eis por isso que se os vai buscar na fatalidade das leis naturais.
nossa, ó estreitar os laços de imião po
estéril a fé consoladora, a consciência
a corrente do pessimismo contemporâneo e o triunfo aparente do absolutismo de
apoia a consciência nacional. Mais do que a raça, a língua e outros elementos, é a consciência nacional o primeiro fa vigorá-la em uma federação como a
mos, de opordes ao ceticismo invasor e
maiores males, sobretudo para uma jo vem nação cuja feição definitiva está
será mesmo a essência da educação.
base psicológica que é a comunidade de
ensombra na dúvida e no desgosto.
É a educação que forma o caráter de uma nacionalidade, educação era que se
ao mesmo tempo os heróis de Maratona,
pertencerá exclusivamente às raças fortes
que se hão de expandir à custa das in
E já tememos nós outros, havermos
feito jus ao diploma de raça incompe tente, de povo insusceti\'el de organiza
gas, de emulações pèrfidamente interes-
imagem as nações já elevam no | cimo de Salamina
seiras, de provações cruciantes a que
das suas fronteiras como um símbolo de
res para as peças de Ésquilo, de Só-
tereis de impor silêncio que tanto mais
fraternidade', convergem o olhar nublado de tòdas as angústias, o fervor de todas as súplicas, o alvorôço de todas as almas agitadas — dos humildes aos poderosos, emparelhados na dor, nivelados pelas
focles, de Eurípides, admiradores e mo
ção estável, incapaz de Iniciativas fe cundas, a contrastar com a opulenta exu
lágrimas.
sangram quanto menos se revelaml
Como homens públicos o vosso patrio tismo mais sincero há de ser visto atra
vés dos vossos interesses reais ou supos tos; as vossas intenções desfiguradas pela malícia, os vossos atos interpretados des-
favoràvelmente pela exegese sofistica da
política subalterna. Se fordes fracos no manejo de armas
iguais às que vos ferem, sereis abando
Sereis bons se tiverdes a fe cristã. Ao lado dêsse tesoura, continua o ora
dor, onde ireis buscar a noção dos vossos
nados como inúteis porque é preciso
eliminar os fracos. É o realismo trágico
vossos mestres néatse caminho, e é mis
delos para Fídias e Praxíteles. Os filó
berância de um imenso território que
sofos punham na mesma linha a moral, a política e a educação. Mesmo com o
deve ser entregue pela fôrça irredud-
estoicismo, a filosofia não se limita à
vel das coisas.
cidade; quer formar cidadãos do uni verso e proclama que todos os homens são, por nàtmeza, iguais, livres e ir
resistência, das nossas forças assimiladoras, estamos a ver perigos temerosos na
mãos. Os romanos tiveram pela família
locahzaçao, em nosso seio, de massas
uma forte educação cujo fim era prin cipalmente despertar o amor da pátria". Dignos de imitação são êstes e iguais exemplos que a história nos fornece.
deveres morais, é necessário que formeis um outro onde se condensem os vossos deveres de cidadãos. Guiar-vos-ão os
e de Platéa, os espectado
L ...
atrai as melhores atividades e a elas
E duvidosos das nossas condições de
oriundas das chamadas raças superiores. Sem dúvida que o conjunto de carac
teres físicos e morais, transmitidos de ge ração em geração e fixados, pela here-
ni»^
Digesto Econômico
64
Digesto Econômico
dítariedade, influi no caráter de um
ram o tesouro e os impostos aumenta
povo.
ram de mais de 60%".
Mas, visto de perto, o dogma
das raças tem muito de vulnerável.
Exagera-se o seu valor e esse abuso insinua-se, alastra-se nos espíritos, re vestindo as aparências e a inflexibilidade de uma verdade científica.
Daí, diz
emérito publicista, a freqüência nos es
Isto era escrito
cinco anos depois de proclamada a Repúb'ica. Aí temos pois delapidações do tesouro por causa da raça; aumento de imposto por causa da raça e tudo por que essa raça não possui instituições po líticas correspondentes a sua índole.
tudos históricos de considerações sôbre
Entretanto, instituições libérrimas sob
o "gênio das raças"; afirmações de que
a forma federativa como as da Suíça,
os germanos têm no sangue a necessidade
conseguem governar com felicidade gru pos de raças diversas unidos com van tagem em uma só democracia.
da independência, que os semitas têm o cérebro monoteísta, que, hereditàriamente, o homem de sangue latino ama a uni
dade, tem imaginação mas não tem
É curioso, observar que outro escri tor da mesma escola, o conhecido soció
energia nem perseverança. A vulgarização destas teses leva à
logo Lilienfeld, em um estudo sôbre a
crença de que â questão da raça supera a tôdas, que os povos valem o que vale a sua raça, e em suma, que ó des tino das nações é determinado pelo va lor da sua composição étnica. Se houvermos de aceitar o absolutis-
mo da doutrina e sobretudo as aplicações que dela fazem diversos teoristas ao nosso povo, seríamos levados a descrer
das nossas instituições, do nosso futuro e
encerrarmo-nos numa resignação que
nem a ciência, nem a experiência justi ficam.
Le Bon, por ex., parte do princípio de que o caráter de uma raça não é susce tível de ser modificado pela educação; é elemento fundamental indestrutível que permite diferenciar a constituição mental dos povos.
E, tratando-se do
Brasil, pontifica textualmente o seguinte; "Seria interessante saber-se a' que fi
evolução das formas políticas, parece
' Mas os antropologistas nem mesmo estão de acôrdo sôbre a significação so cial desta última distinção.
"Os gregos antigos, inquire Tarde, eram mais dolicocéfalos do que os gre
da na classe dos Eupátridas. Em Roma, a incorporação freqüen to dos povos vencidos infundiu sangue
gos modernos? Ignora-se. Em todo o
novo na classe dos patrícios pela admis
caso, não é licito prender-se a decadên
são no Senado de nobres famílias estran
cia da Grécia à diminuição da dolicoceíalia". Êsse
mesmo
autor invoca
contra
a
distinção absoluta das raças — a prodi
giosa transformação do Japão separada
geiras. Mais tarde, quando desapare ceram as barreiras entre o patriciato e a plebe, tôdas as distinções de origem se confundiram e o nonre de romano ser
viu para designar uma categoria de
em menos de uma
pessoas que não
geração pela assi
tinham de comum
milação dos exem
senão
plos da
número de direitos
Europa,
um
certo
afirmar que as condições do meio bra
desde o armamen
sileiro, os antecedentes das raças que o
to e o
vestuário
Em Esparta, a
habitaram e ainda em parte o povoam,
até às indústrias, às
raça conquísladora
são francamente favoráveis à instituição
artes e aos costu
da mais pura democracia.
mes. Além de tudo
dos Dóricos con servou melhor e
"Ainda hoje, diz ele, as tribos que ha bitam o interior do Brasil, apresentam
embriões de pequenas republicas verda
o tipo se modifica
mais longamente a
por um conjunto de
sua pureza. Mas,
circunstâncias
por
dependentes da ra
chefes temporários escolhidos entre os
ça em si.
principais da tribo".
anglo-saxônio
elementos
O tipo
Estados Unidos al tera-se ' evidente
doutrinas.
mente e sem cru-
predisposição étnica não decorre necessa
zaménto,
riamente o gônio de um povo. Tôdas as
observa Novicow.
estra-
nhos, enfraqueceu-
nos
nos conduz a aparente rigidez de tais A verdade é que de uma
não haver querido receber
in
deiramente democráticas, governados por
Vê-se, pois, a que conclusões diversas
políticos.
se
e
acabou
por extinguir-se. A realidade da raça
não se poderia en
c o in o
contrar senão em
Em uma mesma nação há pois su
uma região isolada cujos habitantes vi
periores ê inferiores; a constituição men
vessem afastados de tôda a comunica
tal média se formará pela educação e dela surgirá lenta mas seguramente a
ção com o estrange ro e portanto em um
nhuma relação entre raça e nação. A
estado de civilização inferior.
antroposociologia, acrescenta Bouglé, não
consciência nacional.
energias mentais as \'erdadeiras criado ras da personalidade de um povo. A história nos mostra como o predomínio,
nações são mestiças, diz Gobineau, cem vêzes mestiças.
Hoje não existe, escreve Topinard, ne
cariam reduzidas as instituições democrá
confimde mais a raça com a nação, mas
Os gregos da Ática se gabavam de
ticas dos Estados Unidos, transportadas
no interior das próprias nações espera
ser autóctones e ac^edita^'am que es-
para uma raça inferior. O Brasil, ado
distinguir por meio de medidas pre cisas os tipos antropològicamente diferen
póhtâneattiente haviam surgido do solo,
rais para raças sem energia e sem von
tes. Não se falará mais em raça anglo-
que a obscuridade dos tempos primitivos
tade, sucumbiu à decadência e à anarquia. Os chefes do govêmo delapida-
saxônia, na raça latina, etc., mas em
permitia áo orgulho ateniense, mas uma
raça braquicéfala e dolicocéfala.
lénda sem base. Incessantes cruzamen
tando essas instituições demasiado libe
na classe dos escravos, dos libertos, dos openírios e dos comerciantes, mas ain
narra um publicista..
Era uma lenda
tos se haviam realizado, não sòmente
São as
a superioridade, a chefia da civilização tem passado de uns para outros povos.
As jovens nações do novo mundo competirá um dia o cetro - que já se desloca. Prepararmo-nos para êsse fu turo, principaimente pela educação do
ni»^
Digesto Econômico
64
Digesto Econômico
dítariedade, influi no caráter de um
ram o tesouro e os impostos aumenta
povo.
ram de mais de 60%".
Mas, visto de perto, o dogma
das raças tem muito de vulnerável.
Exagera-se o seu valor e esse abuso insinua-se, alastra-se nos espíritos, re vestindo as aparências e a inflexibilidade de uma verdade científica.
Daí, diz
emérito publicista, a freqüência nos es
Isto era escrito
cinco anos depois de proclamada a Repúb'ica. Aí temos pois delapidações do tesouro por causa da raça; aumento de imposto por causa da raça e tudo por que essa raça não possui instituições po líticas correspondentes a sua índole.
tudos históricos de considerações sôbre
Entretanto, instituições libérrimas sob
o "gênio das raças"; afirmações de que
a forma federativa como as da Suíça,
os germanos têm no sangue a necessidade
conseguem governar com felicidade gru pos de raças diversas unidos com van tagem em uma só democracia.
da independência, que os semitas têm o cérebro monoteísta, que, hereditàriamente, o homem de sangue latino ama a uni
dade, tem imaginação mas não tem
É curioso, observar que outro escri tor da mesma escola, o conhecido soció
energia nem perseverança. A vulgarização destas teses leva à
logo Lilienfeld, em um estudo sôbre a
crença de que â questão da raça supera a tôdas, que os povos valem o que vale a sua raça, e em suma, que ó des tino das nações é determinado pelo va lor da sua composição étnica. Se houvermos de aceitar o absolutis-
mo da doutrina e sobretudo as aplicações que dela fazem diversos teoristas ao nosso povo, seríamos levados a descrer
das nossas instituições, do nosso futuro e
encerrarmo-nos numa resignação que
nem a ciência, nem a experiência justi ficam.
Le Bon, por ex., parte do princípio de que o caráter de uma raça não é susce tível de ser modificado pela educação; é elemento fundamental indestrutível que permite diferenciar a constituição mental dos povos.
E, tratando-se do
Brasil, pontifica textualmente o seguinte; "Seria interessante saber-se a' que fi
evolução das formas políticas, parece
' Mas os antropologistas nem mesmo estão de acôrdo sôbre a significação so cial desta última distinção.
"Os gregos antigos, inquire Tarde, eram mais dolicocéfalos do que os gre
da na classe dos Eupátridas. Em Roma, a incorporação freqüen to dos povos vencidos infundiu sangue
gos modernos? Ignora-se. Em todo o
novo na classe dos patrícios pela admis
caso, não é licito prender-se a decadên
são no Senado de nobres famílias estran
cia da Grécia à diminuição da dolicoceíalia". Êsse
mesmo
autor invoca
contra
a
distinção absoluta das raças — a prodi
giosa transformação do Japão separada
geiras. Mais tarde, quando desapare ceram as barreiras entre o patriciato e a plebe, tôdas as distinções de origem se confundiram e o nonre de romano ser
viu para designar uma categoria de
em menos de uma
pessoas que não
geração pela assi
tinham de comum
milação dos exem
senão
plos da
número de direitos
Europa,
um
certo
afirmar que as condições do meio bra
desde o armamen
sileiro, os antecedentes das raças que o
to e o
vestuário
Em Esparta, a
habitaram e ainda em parte o povoam,
até às indústrias, às
raça conquísladora
são francamente favoráveis à instituição
artes e aos costu
da mais pura democracia.
mes. Além de tudo
dos Dóricos con servou melhor e
"Ainda hoje, diz ele, as tribos que ha bitam o interior do Brasil, apresentam
embriões de pequenas republicas verda
o tipo se modifica
mais longamente a
por um conjunto de
sua pureza. Mas,
circunstâncias
por
dependentes da ra
chefes temporários escolhidos entre os
ça em si.
principais da tribo".
anglo-saxônio
elementos
O tipo
Estados Unidos al tera-se ' evidente
doutrinas.
mente e sem cru-
predisposição étnica não decorre necessa
zaménto,
riamente o gônio de um povo. Tôdas as
observa Novicow.
estra-
nhos, enfraqueceu-
nos
nos conduz a aparente rigidez de tais A verdade é que de uma
não haver querido receber
in
deiramente democráticas, governados por
Vê-se, pois, a que conclusões diversas
políticos.
se
e
acabou
por extinguir-se. A realidade da raça
não se poderia en
c o in o
contrar senão em
Em uma mesma nação há pois su
uma região isolada cujos habitantes vi
periores ê inferiores; a constituição men
vessem afastados de tôda a comunica
tal média se formará pela educação e dela surgirá lenta mas seguramente a
ção com o estrange ro e portanto em um
nhuma relação entre raça e nação. A
estado de civilização inferior.
antroposociologia, acrescenta Bouglé, não
consciência nacional.
energias mentais as \'erdadeiras criado ras da personalidade de um povo. A história nos mostra como o predomínio,
nações são mestiças, diz Gobineau, cem vêzes mestiças.
Hoje não existe, escreve Topinard, ne
cariam reduzidas as instituições democrá
confimde mais a raça com a nação, mas
Os gregos da Ática se gabavam de
ticas dos Estados Unidos, transportadas
no interior das próprias nações espera
ser autóctones e ac^edita^'am que es-
para uma raça inferior. O Brasil, ado
distinguir por meio de medidas pre cisas os tipos antropològicamente diferen
póhtâneattiente haviam surgido do solo,
rais para raças sem energia e sem von
tes. Não se falará mais em raça anglo-
que a obscuridade dos tempos primitivos
tade, sucumbiu à decadência e à anarquia. Os chefes do govêmo delapida-
saxônia, na raça latina, etc., mas em
permitia áo orgulho ateniense, mas uma
raça braquicéfala e dolicocéfala.
lénda sem base. Incessantes cruzamen
tando essas instituições demasiado libe
na classe dos escravos, dos libertos, dos openírios e dos comerciantes, mas ain
narra um publicista..
Era uma lenda
tos se haviam realizado, não sòmente
São as
a superioridade, a chefia da civilização tem passado de uns para outros povos.
As jovens nações do novo mundo competirá um dia o cetro - que já se desloca. Prepararmo-nos para êsse fu turo, principaimente pela educação do
Digesto Econômico
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67
DICESTO EcoNÓNnco
mática, eterna como as leis que re
não ó a única obreira do progresso e
caráter e da vontade, é o dever do
idéia e de inclinações comuns a tôdas
presente. Diz-se que a hora do inundo
as sociedades inteligentes. Dêsse modo
gem as revoluções planetárias. Desigual
nem sempre o produz. Em certas cir
é o da luta no terreno econômico e aí
de pensar comum, junto a um modo de
dade e seleção são condições do pro
cunstâncias favorece a sobrerivência de
viver idêntico, resulta uma maneira aná
gresso.
tipos reconhecidamente inferiores; por
melhor se apura o valor da capacidade de uma raça. E uma corrente de opi
Entretanto a fantasia triunfa; e êsse o
outro lado, tipos considerados geralmen
loga de sentir que, de geraçao em ge ração, apaga o cunho hereditário ou
fato que ressalta da primeir.i observa
mente em virtude das atenuações que
Se tal inferioridade
primado das raças. O intemacionalismo comercial e indus
ção, do primeiro olhar lançado sôbre a
evolução por que passaram e passam as
sofre nesta ou naquela espécie a con
existe é errôneo pretender-se encontrarlhe a origem em uma tara da raça.
instituições dos povos cultos. Como árvores agitadas pelo vento, na frase de um publicista, vemo-las tôdas curvadas na mesma direção pela impe tuosa rajada. O direito se transforma; em vez. do direito arcaico que vivia de
corrência dos indivíduos.
intemacionalismo científico criou uma
distinções, temos a igualdade jurídica, a igualdade perante a lei. A igualda
das circunstâncias. "Um lobo", pergxm-
de política impõe-se ao lado da civil.
cordeiro para a vitória nas lutas da
A pirâmide da soberania está invertida: em vez de uma autoridade que desce do
chado, rico de pastagens: êle morrerá
nião contemporânea afirma a inferiorida
de dos latinos, senhores ainda da imagi nação e da arte.
Não é preciso recuar muito no tempo para que nos mostre a história períodos em que inferiores eram as raças rivais.
Goethe, em 1829, dizia que, enquanto os alemães se atormentavam com a so
lução de problemas filosóficos, riam-se
dêles os ingleses com a sua grande ra zão prática e ganhavam o mundo. Wolf
refere o caso do viajante Campe em 1790, característico do apreço em que eram tidos os alemães. Estavam então em França e foi um dia à assembléia na
cional. Entre as coisas recebidas, encon
trava-se um livro dedicado à assembléia, livro sôbre navegação, escrito e enviado por um alemão. Quando o secretário pronunciou a palavra "alemão", a as sembléia disparou na gargalhada. Para
aquêles senhores era tão ridículo que um alemão escrevesse um livro sôbre navegação como se um groenlandês ou
um hotentote^ escrevesse um livro sôbre ópera.
trial operou primeiro êsse resultado; o mentalidade quase idêntica. Vê-se pois o va'or que têm certas sentenças condenatórias da nossa raça, da nossa capacidade nacional, quer no terreno da atividade econômica, quer no
da vida e da organização política. É indispensável afastar êsse espanta lho do caminho da nossa mocidade, li
bertá-la de preconceitos que são uma fonte de desânimo e dar-lhe a consciên
cia da sua perfeita idoneidade para con duzir a nossa pátria ao futuro a que temos o direito e o dever de aspirar.
O futuro, diz Guyãu, há de ser feito
por nós e dependerá do modo pelo qual houvermos educado as gerações novas.
, A instrução bem orientada e sòlidamente baseada, isenta de prejuízos e de sectarismo, fará dos nossos jovens pa trícios homens do seu tempo, amigos
da liberdade, da justiça e da ordem, defensores conscientes da democracia,
dessa democracia de que são filhos e
te como superiores sobrevi\'em exata Não são ra
ros na natureza casos em que os seres
se elevam e melhoram pelo au.\ílio mú tuo e não esmagando-se uns aos outros.
A superioridade e a capacidade são, aliás, coisas relativas. Tudo depende ta Le Dantec, "é mais apto do que um vida?
Colocai o lobo em terreno fe
senhor aos seus subordinados, temos uma
de fome; o cordeiro, pelo contrario,
autoridade que sobe do povo aos .seus
prosperará.
funcionários.
lobo? Não, certamente. Se introduzir- ^ mos o lobo no cercado em que está o cordeiro, êste será devorado. Ha qua- V
Por outro lado, a solidariedade hu
mana enlaça as nações; o século está
impregnado de humanitarismo. esta tendência
contraria
as
Nem
doutrinas
científicas senão quando estas se satu ram de um naturalismo "à outrance"
que conduz a analogias biológicas abso
É este mais apto que o
lidades reputadas como inferiores e das quais se originam inesperadas van tagens. Assim, em certas illias da Ocea nia, são os insetos desprovidos de asas, que sobrevivem porque estão menos ex
lutas e escurecem o que há de especial
postos dos que os que . voam a serem
e de variável no mundo humano.
arrastados ao mar pelas violências do
Sem dúvida que, neste como no mun
vento".
Dir-se-ia até que as próprias
do animal, a hereditariedade, a divisão
leis naturais instituem a associação, a
cooperação, a fraternidade, como for ças ímpulsoras do progresso. Seleção e
Entretanto a Alemanha entra hoje na frota comercial do mundo com uma por
que incontestávelmente se infiltra em tô
do trabalho e a disputa dos alimentos são fenômenos constantes.
centagem muitas vezes superior à da França e,^em muitos pontos, leva van
das as instituições atuais. Excessos da
sociologia naturalista, tendo como ali
Mas no seu
próprio domínio exclusivo — o da bio logia, diz um naturalista, estas leis com que se pretênde acorrentar o entusias mo democrático, já não são leis de bronze. Diz-se que o combate universal
auxílio mútuo, "struggle for life" e fra
Dizem
é condição da vida e do progresso que
cial, adverte que na sua teoria não se
pela boca de Hamon que a ordem social
se forma do triunfo dos mais fortes e
deve tomar a expressão — luta pela vida
dos mais capazes. O antagonismo existe
— em sentido absoluto e exclusivo. Co
cerce certas leis da vida, alias menos
tagem à Inglaterra. O comércio de Ve
inflexíveis do que parece, sorriem da
neza foi célebre e sabe-se o que valeu
idéia igualitária como de uma fantasia,
Portugal no mar. A civilização ocidental mobiliza cada vez mais os indivíduos, mistura-os em
sem dúvida sedutora, mas frágil e efemera como tôdas as fantasias.
agrupamentos diferentes e aproxima os
repousa na desigualdade que não se
povos mais afastados. Êsse entrelaça
pode destruir porque é inseparável da
mento produz um fundo de cultura, de
raça, invariável como as verdades mate-
por tôda a parte na natureza.
ternidade parecem coisas inconciliáveis na vida.
Rigorosamente não são.
O
próprio Darwin, de cujas doutrinas se faz hoje tão larga aplicação à vida so
Mostra,
mo exemplos observam os naturalistas
porém, um escritor que a luta pela vida
que, por vêzes, certas espécies destina-
Digesto Econômico
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mática, eterna como as leis que re
não ó a única obreira do progresso e
caráter e da vontade, é o dever do
idéia e de inclinações comuns a tôdas
presente. Diz-se que a hora do inundo
as sociedades inteligentes. Dêsse modo
gem as revoluções planetárias. Desigual
nem sempre o produz. Em certas cir
é o da luta no terreno econômico e aí
de pensar comum, junto a um modo de
dade e seleção são condições do pro
cunstâncias favorece a sobrerivência de
viver idêntico, resulta uma maneira aná
gresso.
tipos reconhecidamente inferiores; por
melhor se apura o valor da capacidade de uma raça. E uma corrente de opi
Entretanto a fantasia triunfa; e êsse o
outro lado, tipos considerados geralmen
loga de sentir que, de geraçao em ge ração, apaga o cunho hereditário ou
fato que ressalta da primeir.i observa
mente em virtude das atenuações que
Se tal inferioridade
primado das raças. O intemacionalismo comercial e indus
ção, do primeiro olhar lançado sôbre a
evolução por que passaram e passam as
sofre nesta ou naquela espécie a con
existe é errôneo pretender-se encontrarlhe a origem em uma tara da raça.
instituições dos povos cultos. Como árvores agitadas pelo vento, na frase de um publicista, vemo-las tôdas curvadas na mesma direção pela impe tuosa rajada. O direito se transforma; em vez. do direito arcaico que vivia de
corrência dos indivíduos.
intemacionalismo científico criou uma
distinções, temos a igualdade jurídica, a igualdade perante a lei. A igualda
das circunstâncias. "Um lobo", pergxm-
de política impõe-se ao lado da civil.
cordeiro para a vitória nas lutas da
A pirâmide da soberania está invertida: em vez de uma autoridade que desce do
chado, rico de pastagens: êle morrerá
nião contemporânea afirma a inferiorida
de dos latinos, senhores ainda da imagi nação e da arte.
Não é preciso recuar muito no tempo para que nos mostre a história períodos em que inferiores eram as raças rivais.
Goethe, em 1829, dizia que, enquanto os alemães se atormentavam com a so
lução de problemas filosóficos, riam-se
dêles os ingleses com a sua grande ra zão prática e ganhavam o mundo. Wolf
refere o caso do viajante Campe em 1790, característico do apreço em que eram tidos os alemães. Estavam então em França e foi um dia à assembléia na
cional. Entre as coisas recebidas, encon
trava-se um livro dedicado à assembléia, livro sôbre navegação, escrito e enviado por um alemão. Quando o secretário pronunciou a palavra "alemão", a as sembléia disparou na gargalhada. Para
aquêles senhores era tão ridículo que um alemão escrevesse um livro sôbre navegação como se um groenlandês ou
um hotentote^ escrevesse um livro sôbre ópera.
trial operou primeiro êsse resultado; o mentalidade quase idêntica. Vê-se pois o va'or que têm certas sentenças condenatórias da nossa raça, da nossa capacidade nacional, quer no terreno da atividade econômica, quer no
da vida e da organização política. É indispensável afastar êsse espanta lho do caminho da nossa mocidade, li
bertá-la de preconceitos que são uma fonte de desânimo e dar-lhe a consciên
cia da sua perfeita idoneidade para con duzir a nossa pátria ao futuro a que temos o direito e o dever de aspirar.
O futuro, diz Guyãu, há de ser feito
por nós e dependerá do modo pelo qual houvermos educado as gerações novas.
, A instrução bem orientada e sòlidamente baseada, isenta de prejuízos e de sectarismo, fará dos nossos jovens pa trícios homens do seu tempo, amigos
da liberdade, da justiça e da ordem, defensores conscientes da democracia,
dessa democracia de que são filhos e
te como superiores sobrevi\'em exata Não são ra
ros na natureza casos em que os seres
se elevam e melhoram pelo au.\ílio mú tuo e não esmagando-se uns aos outros.
A superioridade e a capacidade são, aliás, coisas relativas. Tudo depende ta Le Dantec, "é mais apto do que um vida?
Colocai o lobo em terreno fe
senhor aos seus subordinados, temos uma
de fome; o cordeiro, pelo contrario,
autoridade que sobe do povo aos .seus
prosperará.
funcionários.
lobo? Não, certamente. Se introduzir- ^ mos o lobo no cercado em que está o cordeiro, êste será devorado. Ha qua- V
Por outro lado, a solidariedade hu
mana enlaça as nações; o século está
impregnado de humanitarismo. esta tendência
contraria
as
Nem
doutrinas
científicas senão quando estas se satu ram de um naturalismo "à outrance"
que conduz a analogias biológicas abso
É este mais apto que o
lidades reputadas como inferiores e das quais se originam inesperadas van tagens. Assim, em certas illias da Ocea nia, são os insetos desprovidos de asas, que sobrevivem porque estão menos ex
lutas e escurecem o que há de especial
postos dos que os que . voam a serem
e de variável no mundo humano.
arrastados ao mar pelas violências do
Sem dúvida que, neste como no mun
vento".
Dir-se-ia até que as próprias
do animal, a hereditariedade, a divisão
leis naturais instituem a associação, a
cooperação, a fraternidade, como for ças ímpulsoras do progresso. Seleção e
Entretanto a Alemanha entra hoje na frota comercial do mundo com uma por
que incontestávelmente se infiltra em tô
do trabalho e a disputa dos alimentos são fenômenos constantes.
centagem muitas vezes superior à da França e,^em muitos pontos, leva van
das as instituições atuais. Excessos da
sociologia naturalista, tendo como ali
Mas no seu
próprio domínio exclusivo — o da bio logia, diz um naturalista, estas leis com que se pretênde acorrentar o entusias mo democrático, já não são leis de bronze. Diz-se que o combate universal
auxílio mútuo, "struggle for life" e fra
Dizem
é condição da vida e do progresso que
cial, adverte que na sua teoria não se
pela boca de Hamon que a ordem social
se forma do triunfo dos mais fortes e
deve tomar a expressão — luta pela vida
dos mais capazes. O antagonismo existe
— em sentido absoluto e exclusivo. Co
cerce certas leis da vida, alias menos
tagem à Inglaterra. O comércio de Ve
inflexíveis do que parece, sorriem da
neza foi célebre e sabe-se o que valeu
idéia igualitária como de uma fantasia,
Portugal no mar. A civilização ocidental mobiliza cada vez mais os indivíduos, mistura-os em
sem dúvida sedutora, mas frágil e efemera como tôdas as fantasias.
agrupamentos diferentes e aproxima os
repousa na desigualdade que não se
povos mais afastados. Êsse entrelaça
pode destruir porque é inseparável da
mento produz um fundo de cultura, de
raça, invariável como as verdades mate-
por tôda a parte na natureza.
ternidade parecem coisas inconciliáveis na vida.
Rigorosamente não são.
O
próprio Darwin, de cujas doutrinas se faz hoje tão larga aplicação à vida so
Mostra,
mo exemplos observam os naturalistas
porém, um escritor que a luta pela vida
que, por vêzes, certas espécies destina-
DiCESTo Econômico
Se ps pacíficos herbívoros, diz Houssave,
a personificação do índúndiialismo ex cessivo, é dado por publicistas como o mal generalizado das gerações atuais.
são mais prósperos que os carnívoros e
Assim é, observa um crítico, que o ar-
se multiplicam por milhares — é porque
rivismo brutal que anseia pelo sucesso a todo o custo e por todos os meios, o
das a servirem de alimento a outras, ti
ram vantagens exatamente desse fato.
o homem tomou a direção dos rebanhos; lucraram em servi-lo.
Ha esporos de cogumelos incapazes dc germinar enquanto a sua membrana não
fôr amolecida e digerida pelo estômago dos herbívoros.
Os insetos não são os
parasitas das flores por isso que lhes roubam o suco? Entretanto são também
seus benfeitores por isso que lhes propa gam o pó^én. A organização de es forços. a sociabilidade não são fenôme nos desconhecidos entre os animais. Assim, mesmo nos domínios da bio logia, a fraternidade não é uma fanta
sia.^ Tome-se agora êsse organismo es pecial que é a sociedade humana e ver-se-á que as leis da natureza não são feitas para condenarem as aspirações de mocráticas nem o moral da solidarie dade. ^
Apregoam-se as vantagens dc individuabsmo, os seus triunfos em todas as manifestações da atividade social; e à
fôrça de repetir-se o vocábulo chega-se a dar-lhe a significação de um sêco
egoísmo, a e.vpressão de um antagonis mo real entre o indivíduo e a sociedade como se não houvesse possibilidade de uma justa harmonia entre os dois têrmos.
diletantismo estético pronto sempre a sacrificar sentimentos humanitíirios à be
leza de um gesto, o orgulho aristocráti co de casta que recusa altivamente às massas populares o direito à cultura e à felicidade, o anarquismo "literário" e a "decadência" moderna — pretendem haurir autoridade nas doutrinas de Níe
tzche. Ela divinizou a vontade sobera
69
Dicesto EcoNÓmco
vidade — tais são os dois fatores do pro blema da educação. No indi\ íduo, é necessário educar a vontade ao lado da
inteligência, armá-la para as lutas do futuro. "Para melhor apoiar os fracos, é preciso que sejais fortes, dizia um ora Paris".
rada do novo século, destinadas a au
Tenhamos a coragem dc dizer que
há duas espécies do solidariedade: a boa e a má, a verdadeira e a falsa.
A
primeira consiste em fazer o mais que se pode em benefício dos outros. Esta é excelente; praticá-la com tôdas as for ças.
A outra consiste em esperar que
quanto mais se isola, e elevou como ideal supremo a figura do super-homem, estranha criação que, na frase de um
confiai dela.
de si próprio. É contra esses desvios que o solida-
pécie de solidariedade nada vale; des Contai, antes c acima
de tudo, com as vossas próprias forças, com a vossa energia, com a vossa von tade.
Esforçai-vos por saberdes querer. Educar o indivíduo fazendo-o forte,
não para o egoísmo ou para o isolamen to, mas para a verdadeira solidariedade,
rismo nos põe em guarda; restitue-nos à terra, liga-nos aos nossos semelhantes e mostra que não fomos feitos para nos
é educar o homem moderno consciente
fugirmos uns aos outros nem para nos
Já alguém, referindo-se ao progresso
esmagarmos. "O solidarismo nos ajuda a opor às fórmulas aristocráticas, atro-
da mutualidade, notou que a caracterís tica dominante nos últimos períodos do século que passou era o de haver sido
fiantes e dissolventes do individualis
intenso do que no século extinto. Pelo contrário, novas e maiores maravilhas já se deixam entre\'er nesta primeira alvo
na do homem forte, tanto mais poderoso
e homem de presa desejoso de elevar-se acima das massas para elevar-se acima
cia, da indústria e da arte, sej"a menos
dor aos alunos do Lycée Condorcct, em
os outros façam tudo por nós; essa es
escritor, é um misto de ambicioso e de esteta, de dominador e de artista, poeta
Não é que venha a diminuir a parte da inteligência na obra e nas ações humanas, nem que o progresso da ciên
de seus deveres sociais, filhos das idéias
e dos sentimentos do seu tempo.
mentar em proporção cada vez maior o
opulento capital que a mentalidade hu mana acumulou.
Mas é que o amor, a paz e a bon dade, penetram cada vez mais nas cons
ciências, purificam os espíritos e ele vam os corações. A sociedade moderna
já não elimina brutalmente os fracos nem abandona os desventurados; pelo
contrário, ampara-os. Vede por toda a parte os admiráveis progressos da as sistência como obrigação social nas suas
diversas modalidades.
j|
Ela estende a mão protetora à cria- " tura que a sorte feriu no berço; acom
panha-a na vida; socorre-a na enfermi dade e dá-lhe arrimo na velhice.
Os
fracos, os defeituosos, já não são con denados como repelentes parasitas! —
"Mens sana in corpore sano" é sem dú vida o ideal.
Mas um corpo franziu;)
e doentio pode abrigar o gênio de um Pascal proveitoso à sociedade inteira. A ciência, por seu lado, melhora a sorte dos infelizes, alÍNÍa os sofrimen
um século muito humano.
treito, do culto" intensivo do eu, são fórmulas anti-sociais que não têm apoio
mo", diz Bengli, "um individualismo de mocrático, princípio fecundo de união e de ação sociais cuja divisa não será mais "cada um para si'', mas "cada um por todos e todos por cada um", e cujo
a e'etricidade, suprimiu as distâncias. Quiseram chamá-lo- o século da , en
fias e das,religiões. - Sem falar do seu
genharia; "entretanto", dizia ■ Waldeck-
fundamento moral, ela tem um funda
As fórmulas desse individualismo es e não têm sanção nas leis da natureza.
domínio marcaria a vitória definitiva
Ê entretanto em nome destas que se
natureza pròpriamente humana sobre ^
lhes abre caminho e elas vão constituindo
natureza animal". Para a realização des
uma prática mental como se realmente a sociedade não fosse feita senão para
se ideal a educação não terá somente
ò indivíduo forte.
indivíduo, mas assegurar o progresso re
O caso de Níetzche, apontado geral mente, e talvez sem grande reação, como
gular da sociedade e o aperfeiçoamento da inteira espécie. Indivíduo e coleti
por fim dirigir o desenvolvimento do
tos e rasga um dilatado horizonte de
No domínio da ciência realizou es
pantosos progressos; descobriu o vapor,
esperanças.
"A tristeza da condição humana", diz Dastre, "é o tema constante das filoso
Rousseau, "deveriam apelidá-lo século
mento físico proveniente de quatro cau
da mutualidade".
sas: a imperfeição física ou desarmonia da- natureza, a moléstia, a velliice, a
Herdeiro dêsse im
pulso, continuador eficaz dessa evolu ção, eu creio, diz o orador, que o século
morte. Quanto à moléstia, não é uma
atual será principalmente, o. século do
esperança quimérica predizer que a
coração.
ciência a vencerá. A medicina, libcr-
' "
DiCESTo Econômico
Se ps pacíficos herbívoros, diz Houssave,
a personificação do índúndiialismo ex cessivo, é dado por publicistas como o mal generalizado das gerações atuais.
são mais prósperos que os carnívoros e
Assim é, observa um crítico, que o ar-
se multiplicam por milhares — é porque
rivismo brutal que anseia pelo sucesso a todo o custo e por todos os meios, o
das a servirem de alimento a outras, ti
ram vantagens exatamente desse fato.
o homem tomou a direção dos rebanhos; lucraram em servi-lo.
Ha esporos de cogumelos incapazes dc germinar enquanto a sua membrana não
fôr amolecida e digerida pelo estômago dos herbívoros.
Os insetos não são os
parasitas das flores por isso que lhes roubam o suco? Entretanto são também
seus benfeitores por isso que lhes propa gam o pó^én. A organização de es forços. a sociabilidade não são fenôme nos desconhecidos entre os animais. Assim, mesmo nos domínios da bio logia, a fraternidade não é uma fanta
sia.^ Tome-se agora êsse organismo es pecial que é a sociedade humana e ver-se-á que as leis da natureza não são feitas para condenarem as aspirações de mocráticas nem o moral da solidarie dade. ^
Apregoam-se as vantagens dc individuabsmo, os seus triunfos em todas as manifestações da atividade social; e à
fôrça de repetir-se o vocábulo chega-se a dar-lhe a significação de um sêco
egoísmo, a e.vpressão de um antagonis mo real entre o indivíduo e a sociedade como se não houvesse possibilidade de uma justa harmonia entre os dois têrmos.
diletantismo estético pronto sempre a sacrificar sentimentos humanitíirios à be
leza de um gesto, o orgulho aristocráti co de casta que recusa altivamente às massas populares o direito à cultura e à felicidade, o anarquismo "literário" e a "decadência" moderna — pretendem haurir autoridade nas doutrinas de Níe
tzche. Ela divinizou a vontade sobera
69
Dicesto EcoNÓmco
vidade — tais são os dois fatores do pro blema da educação. No indi\ íduo, é necessário educar a vontade ao lado da
inteligência, armá-la para as lutas do futuro. "Para melhor apoiar os fracos, é preciso que sejais fortes, dizia um ora Paris".
rada do novo século, destinadas a au
Tenhamos a coragem dc dizer que
há duas espécies do solidariedade: a boa e a má, a verdadeira e a falsa.
A
primeira consiste em fazer o mais que se pode em benefício dos outros. Esta é excelente; praticá-la com tôdas as for ças.
A outra consiste em esperar que
quanto mais se isola, e elevou como ideal supremo a figura do super-homem, estranha criação que, na frase de um
confiai dela.
de si próprio. É contra esses desvios que o solida-
pécie de solidariedade nada vale; des Contai, antes c acima
de tudo, com as vossas próprias forças, com a vossa energia, com a vossa von tade.
Esforçai-vos por saberdes querer. Educar o indivíduo fazendo-o forte,
não para o egoísmo ou para o isolamen to, mas para a verdadeira solidariedade,
rismo nos põe em guarda; restitue-nos à terra, liga-nos aos nossos semelhantes e mostra que não fomos feitos para nos
é educar o homem moderno consciente
fugirmos uns aos outros nem para nos
Já alguém, referindo-se ao progresso
esmagarmos. "O solidarismo nos ajuda a opor às fórmulas aristocráticas, atro-
da mutualidade, notou que a caracterís tica dominante nos últimos períodos do século que passou era o de haver sido
fiantes e dissolventes do individualis
intenso do que no século extinto. Pelo contrário, novas e maiores maravilhas já se deixam entre\'er nesta primeira alvo
na do homem forte, tanto mais poderoso
e homem de presa desejoso de elevar-se acima das massas para elevar-se acima
cia, da indústria e da arte, sej"a menos
dor aos alunos do Lycée Condorcct, em
os outros façam tudo por nós; essa es
escritor, é um misto de ambicioso e de esteta, de dominador e de artista, poeta
Não é que venha a diminuir a parte da inteligência na obra e nas ações humanas, nem que o progresso da ciên
de seus deveres sociais, filhos das idéias
e dos sentimentos do seu tempo.
mentar em proporção cada vez maior o
opulento capital que a mentalidade hu mana acumulou.
Mas é que o amor, a paz e a bon dade, penetram cada vez mais nas cons
ciências, purificam os espíritos e ele vam os corações. A sociedade moderna
já não elimina brutalmente os fracos nem abandona os desventurados; pelo
contrário, ampara-os. Vede por toda a parte os admiráveis progressos da as sistência como obrigação social nas suas
diversas modalidades.
j|
Ela estende a mão protetora à cria- " tura que a sorte feriu no berço; acom
panha-a na vida; socorre-a na enfermi dade e dá-lhe arrimo na velhice.
Os
fracos, os defeituosos, já não são con denados como repelentes parasitas! —
"Mens sana in corpore sano" é sem dú vida o ideal.
Mas um corpo franziu;)
e doentio pode abrigar o gênio de um Pascal proveitoso à sociedade inteira. A ciência, por seu lado, melhora a sorte dos infelizes, alÍNÍa os sofrimen
um século muito humano.
treito, do culto" intensivo do eu, são fórmulas anti-sociais que não têm apoio
mo", diz Bengli, "um individualismo de mocrático, princípio fecundo de união e de ação sociais cuja divisa não será mais "cada um para si'', mas "cada um por todos e todos por cada um", e cujo
a e'etricidade, suprimiu as distâncias. Quiseram chamá-lo- o século da , en
fias e das,religiões. - Sem falar do seu
genharia; "entretanto", dizia ■ Waldeck-
fundamento moral, ela tem um funda
As fórmulas desse individualismo es e não têm sanção nas leis da natureza.
domínio marcaria a vitória definitiva
Ê entretanto em nome destas que se
natureza pròpriamente humana sobre ^
lhes abre caminho e elas vão constituindo
natureza animal". Para a realização des
uma prática mental como se realmente a sociedade não fosse feita senão para
se ideal a educação não terá somente
ò indivíduo forte.
indivíduo, mas assegurar o progresso re
O caso de Níetzche, apontado geral mente, e talvez sem grande reação, como
gular da sociedade e o aperfeiçoamento da inteira espécie. Indivíduo e coleti
por fim dirigir o desenvolvimento do
tos e rasga um dilatado horizonte de
No domínio da ciência realizou es
pantosos progressos; descobriu o vapor,
esperanças.
"A tristeza da condição humana", diz Dastre, "é o tema constante das filoso
Rousseau, "deveriam apelidá-lo século
mento físico proveniente de quatro cau
da mutualidade".
sas: a imperfeição física ou desarmonia da- natureza, a moléstia, a velliice, a
Herdeiro dêsse im
pulso, continuador eficaz dessa evolu ção, eu creio, diz o orador, que o século
morte. Quanto à moléstia, não é uma
atual será principalmente, o. século do
esperança quimérica predizer que a
coração.
ciência a vencerá. A medicina, libcr-
' "
70
Dicesto EcoKÓ\nco
tada da atitude contemplativa que con
pois da desordem — a ordem; depois dos
servou durante séculos, iniciou a luta
meios violentos — os tribunais.
e a vitória se esboça. A moléstia já não
A arbitragem tende a substituir a
é a potência misteriosa a que não era possível escapar. Pasteur deu-lhe um corpo". Quanto à velhice, os moder
guerra, já bem se percebem os primeiros
nos estudos científicos deixam entrever, mais ou menos claramente, uma evo
lução normal da existência que a toma ra mais longa e isenta, pelo menos, da degenerescência' senil.
Se agora volvermos o olhar para ou tros aspectos da existência, para a vida econômica por exemplo, onde mais in tensa é a luta e onde o conflito de in-
teresses da lugar aos mais graves prob emas soc.a.s dos nossos dias, veremos que a sol.danedade, a cooperação, cada ve2 mais larga e háunfante, opera a har-
morna, abranda a luta.
"Toda a forma cooperativa", diz um publicista, e a solução de um conflito Que e a cooperativa de consumo senão a
solução do conflito entre o comprador 6 o vendedor? Que é a sociedade de crédito senão a supressão do conflito
msfg^/a €coMómfe<y
alvores dessa manhã benéfica.
Comércio dc animais
Todo és.se conjunto de fatos vitorio sos, influindo sôbre a consciência de uma nação jovem e inteligente, diz o
orador, educada na democracia e praticando-a com amor, perm'te-nas pre
por Afonso Aiunos de Melo Fixancc
dizer o futuro de grandeza e de felici
contemporâneos que percorrem, nas OiStabelas estatísticas, as cifras referentes
dade para a pátria, futuro de que se-
à nossa exportação de produtos de ori
rei.s vós, meu.s jovens amigos, os esfor
gem animal, nem sempre se recordam de como é antigo, no Brasil, este comér
çados obreiros.
Que os vossos mestres
se compenetrem da vossa e da sua missão. A ê'es eu direi: interessai os
cio exportador.
vossos discípulos na vida e no progres-
nossa vida, não tinha êle nenhum re'êvo
.so da sua pátria.
especial no quadro das atividades eco nômicas. Tanto assim que um historia dor do tômo de Caio Prado Júnior, dos
Mas evitai aprecia
ções sobre as coisas do dia em que a pequena política se envolve. Não quei rais aferir os governos pelo ideal da república, porque as repúblicas ideais são como as estrelas, na frase de Bacon; estão altas de mais para darem luz.
Aos representantes dos diversos cultos,
lha bastante ao verdadeiro, dentro da
qual, entre árvores alinhadas, divisamos ^
(1500-1530), na sua excelente "Histó
feitassem os mapas do Brasil com pa
de comércio ancilar, de pouca monta,
aproxima uns dos outros mais do que
destinado à satisfação de certa necessi
a.ssalariado?"
sôbre aquilo que nos separa.
dade de luxo e pitoresco, então como agora sempre presente entre os homens. Mas a verdade é que, por pouco consi derável que tenha sido este comércio dentro do volume e do valor global da
se batem ainda. Mas é incontestável também que a obra da paz universal a substituição das armas pela justiça inter nacional, organiza-se com vigor. Êsse é a'iás o fruto de uma evolução natural
que os pubhcistas assinalam tanto na or dem das relações privadas como no círculo das relações internacionais. De
pois da pura vingança: — o direito; de
a auréola das vossas pr meiras vitórias, direi:
Trabalhai sempre. Trabalhai pela ver dade, com a fé; pela liberdade, com a ordem; pela solidariedade, com o amor; pela república, com todas as energias do vosso caráter, com os ar
dores do vosso coração, com a fôrça ge nerosa do vosso braço.
Sois o futuro. Recebei as simpatias e
as homenagens do meu declínio.
pagaios e araras coloridas e brilhantes. Possuo dois mapas antigos do Brasil, de autoria de famosos cartógrafos, um de 1588, desenhado por Jodocus Hondius e outro sem data, mas poste
rior àquêle, assinado por Henricus Hon dius, se não me engano filho do pri meiro. Os dois mapas são ornados com
exportação, não é desprezível a sua pre
papagaios, sendo que o de Jodocus exi
sença na nossa vida econômica, quan
be também um tucano, figurando as duas aves sôbre um quadro muito bo
do examinada em detalhe. Por outro lado o comércio de animais teve influên cia em outros setores da nossa História,
nito, colocado no ângulo inferior do de senho, e que representa um grupo de
principalmente na fôrça sugestiva com que contribuiu, no Velho Mundo, para despertar a atenção pública sôbre o
índios 6 índias entregues a diversasocupações. A bela ave brasileira chegou a dar
Brasil.
o seu nome à tena. Como se sabe o embaixador de Veneza em Lisboa, Lorenzo Crético, descrevendo em 1501 o
Esta sugestão transparece nas repre
sentações gráficas e em outros elementos.
' 'liiJiiiüt
Daí por diante, até o fim do século XVI, era comum que os cartógrafos en
união de todos; insisti sôbre o que nos
"Na vida política é fato que as nações
três enormes papagaios.
ria Econômica".
a sociedade de produção senão a eli minação do conflito entre o patrão e o
A vós, meus amigos, conclui o ora
de uma terra cujo contorno se asseme
quer menciona o comércio de animais quando trata da fase do pau brasil
A exportação de peles, mamíferos e aves corresponderia assim a xima espécie
dor, que volveis ao lar com o sorriso e
No primeiro mapa do Brasil, que se en contra no planisfério de Cantino, feito em 1502, figura o nosso país na forma
mais eminentes que possuimos, nem se
eu pediria com Picavet: formando o homem e o cidadão, tornai mais fácil a
É a solidariedade, a fraternidade que
descreve, com a graça que lhe é peculiar, o que foi o comércio da ave que che gou a dar o sett nome à nossa terra.
Sem dúvida, nos primeiros tempos da
entre o capitalista e o devedor? Que é
ganham terreno.
O sr. Ajoxxso Arittos de Melo Franco
70
Dicesto EcoKÓ\nco
tada da atitude contemplativa que con
pois da desordem — a ordem; depois dos
servou durante séculos, iniciou a luta
meios violentos — os tribunais.
e a vitória se esboça. A moléstia já não
A arbitragem tende a substituir a
é a potência misteriosa a que não era possível escapar. Pasteur deu-lhe um corpo". Quanto à velhice, os moder
guerra, já bem se percebem os primeiros
nos estudos científicos deixam entrever, mais ou menos claramente, uma evo
lução normal da existência que a toma ra mais longa e isenta, pelo menos, da degenerescência' senil.
Se agora volvermos o olhar para ou tros aspectos da existência, para a vida econômica por exemplo, onde mais in tensa é a luta e onde o conflito de in-
teresses da lugar aos mais graves prob emas soc.a.s dos nossos dias, veremos que a sol.danedade, a cooperação, cada ve2 mais larga e háunfante, opera a har-
morna, abranda a luta.
"Toda a forma cooperativa", diz um publicista, e a solução de um conflito Que e a cooperativa de consumo senão a
solução do conflito entre o comprador 6 o vendedor? Que é a sociedade de crédito senão a supressão do conflito
msfg^/a €coMómfe<y
alvores dessa manhã benéfica.
Comércio dc animais
Todo és.se conjunto de fatos vitorio sos, influindo sôbre a consciência de uma nação jovem e inteligente, diz o
orador, educada na democracia e praticando-a com amor, perm'te-nas pre
por Afonso Aiunos de Melo Fixancc
dizer o futuro de grandeza e de felici
contemporâneos que percorrem, nas OiStabelas estatísticas, as cifras referentes
dade para a pátria, futuro de que se-
à nossa exportação de produtos de ori
rei.s vós, meu.s jovens amigos, os esfor
gem animal, nem sempre se recordam de como é antigo, no Brasil, este comér
çados obreiros.
Que os vossos mestres
se compenetrem da vossa e da sua missão. A ê'es eu direi: interessai os
cio exportador.
vossos discípulos na vida e no progres-
nossa vida, não tinha êle nenhum re'êvo
.so da sua pátria.
especial no quadro das atividades eco nômicas. Tanto assim que um historia dor do tômo de Caio Prado Júnior, dos
Mas evitai aprecia
ções sobre as coisas do dia em que a pequena política se envolve. Não quei rais aferir os governos pelo ideal da república, porque as repúblicas ideais são como as estrelas, na frase de Bacon; estão altas de mais para darem luz.
Aos representantes dos diversos cultos,
lha bastante ao verdadeiro, dentro da
qual, entre árvores alinhadas, divisamos ^
(1500-1530), na sua excelente "Histó
feitassem os mapas do Brasil com pa
de comércio ancilar, de pouca monta,
aproxima uns dos outros mais do que
destinado à satisfação de certa necessi
a.ssalariado?"
sôbre aquilo que nos separa.
dade de luxo e pitoresco, então como agora sempre presente entre os homens. Mas a verdade é que, por pouco consi derável que tenha sido este comércio dentro do volume e do valor global da
se batem ainda. Mas é incontestável também que a obra da paz universal a substituição das armas pela justiça inter nacional, organiza-se com vigor. Êsse é a'iás o fruto de uma evolução natural
que os pubhcistas assinalam tanto na or dem das relações privadas como no círculo das relações internacionais. De
pois da pura vingança: — o direito; de
a auréola das vossas pr meiras vitórias, direi:
Trabalhai sempre. Trabalhai pela ver dade, com a fé; pela liberdade, com a ordem; pela solidariedade, com o amor; pela república, com todas as energias do vosso caráter, com os ar
dores do vosso coração, com a fôrça ge nerosa do vosso braço.
Sois o futuro. Recebei as simpatias e
as homenagens do meu declínio.
pagaios e araras coloridas e brilhantes. Possuo dois mapas antigos do Brasil, de autoria de famosos cartógrafos, um de 1588, desenhado por Jodocus Hondius e outro sem data, mas poste
rior àquêle, assinado por Henricus Hon dius, se não me engano filho do pri meiro. Os dois mapas são ornados com
exportação, não é desprezível a sua pre
papagaios, sendo que o de Jodocus exi
sença na nossa vida econômica, quan
be também um tucano, figurando as duas aves sôbre um quadro muito bo
do examinada em detalhe. Por outro lado o comércio de animais teve influên cia em outros setores da nossa História,
nito, colocado no ângulo inferior do de senho, e que representa um grupo de
principalmente na fôrça sugestiva com que contribuiu, no Velho Mundo, para despertar a atenção pública sôbre o
índios 6 índias entregues a diversasocupações. A bela ave brasileira chegou a dar
Brasil.
o seu nome à tena. Como se sabe o embaixador de Veneza em Lisboa, Lorenzo Crético, descrevendo em 1501 o
Esta sugestão transparece nas repre
sentações gráficas e em outros elementos.
' 'liiJiiiüt
Daí por diante, até o fim do século XVI, era comum que os cartógrafos en
união de todos; insisti sôbre o que nos
"Na vida política é fato que as nações
três enormes papagaios.
ria Econômica".
a sociedade de produção senão a eli minação do conflito entre o patrão e o
A vós, meus amigos, conclui o ora
de uma terra cujo contorno se asseme
quer menciona o comércio de animais quando trata da fase do pau brasil
A exportação de peles, mamíferos e aves corresponderia assim a xima espécie
dor, que volveis ao lar com o sorriso e
No primeiro mapa do Brasil, que se en contra no planisfério de Cantino, feito em 1502, figura o nosso país na forma
mais eminentes que possuimos, nem se
eu pediria com Picavet: formando o homem e o cidadão, tornai mais fácil a
É a solidariedade, a fraternidade que
descreve, com a graça que lhe é peculiar, o que foi o comércio da ave que che gou a dar o sett nome à nossa terra.
Sem dúvida, nos primeiros tempos da
entre o capitalista e o devedor? Que é
ganham terreno.
O sr. Ajoxxso Arittos de Melo Franco
Digesto Econômico 72
73
Digesto Econômico
regresso de Cabral, a que assistira, diz:
Descobriu uma terra nova a que cha mam dos Papagaios". A partir de Cabral te
mos notícias freqüentes
culto da Natureza uma fábula fasci nante.
mas entusiásticos.
ções escritas e até na arte sacra deco
levava 3.000 peles de onça, 600 papa
rativa, como vemos exemplos cm certas igrejas da época, multiplicavam-se ao
gaios e cerca de 300 macacos e sa-
Fala do bico disfor
me em comparação com o corpo e da
mfutivilhosa plumagem- Antes dêle. de navegadores que trans aliás, o bom André Thevet, no livro portam consigo papagaios, "Singularités de Ia Franca Antarlique", ,,,
macacos, gatos do mato, ® outros animais para
vende-los na Europa.
O famoso regimento da Nau Bretoa,
publicado por Vambagen na primeira História, documento datado de 1511, em um capítulo especial
carlas ^^uintes doifttos e ^ peça. y;;ir -t tre do.so gatos e um sagui^ e sSoTIs
peças, o p.loto dois gatos e cinco sagmns e três papagaios e oito tuins e são dezoito peças, Domingos carpinteiro três macacos e dois gatos e são cinco peças"
Somente o Barão de Saint Blancard,
denominado "Jardin ot Cabinct Poétique" comemora o tucano cm versos ruins
já tinha fornecido informações sòbre o tucano, inclusive a de que ele era "sur
em princípios do século XVI carregou
Nas estampas, nos mapas, nas descri
lado das figuras de índios nus, as do bichos estranhos Brasil.
vindos da
terra
do
no Brasil uma nau, "La Pelerine", que
güins! Terra dos papagaios e tucanos, terra
dos macacos e sagüins, terra do Bra sil...
Ia coste de Ia murine Ia plus freqüente marchandisé".
Ainda no século XVIII vemos viajan
tes. como o ilustre La Condamíne, preo
cupados com as aves do Brasil. Alude ao processo de que os selvagens se utilizavam para mudar as cores das penas, coisa que ja se fazia no século XVI, segundo Ferdinand Denis, e que
"í.
V
se continua a fazer, no depoimento de Koch-Grünberg.
i
Os macacos eram outro genero muito
utilizado naquele primitivo comércio de exportação.
etc. A enumeração é longa e seguida Thevet, referindo-se a certa espécie de avaliaçao, com cálculo de pagamen- dêles, diz que já eram tão freqüentes to dos direitos devidos ao rei na Europa que se dispensava de descre Ê interessante notar-se como naquela Marot, em 1537, tentando ri época recuada ji faziam os portugueses vê-los. dicularizar um desafeto, chama-o de
perfeita diferença entre os símios° alu dindo separadamente a macacos 'e saguins e entre os psitacídios, estabelecen
saguim. As damas elegantes da côrte, os "mignons" efeminados de Henrique III de Valois nunca se privavam do pra
do a mesma distinção entre papagaios e
zer vaidoso de passear com os macaqui
tuins.
nhos do Brasil.
O papagaio do Brasil, difundido pe^a Europa, em várias das suas 70 espécies foi celebrado em livros de grandes es critores, como Erasmo de Roterdam e
Locke, e temos inúmeros depoimentos de como era estimado pelos franceses.
O tucano era outra ave de alta valia, pela beleza da sua plumagem e estranlia forma do bico.
Um medíocre poeta de princípios do século XVII, Paul Contant, num livro
Dados recentemente publicados revelam que, durante a estação de 1946-Í947, a pesca de baleia no Oceano Antártico atingiu a 933.800 barris de,Óleo e de es-
permacete. Na estação anterior, a produção fora de 496.780 barris.
As casas nobres ou as dos comercian
tes enriquecidos com o trafico de além-
Sete expedições se realizaram para êsse fim na última estação, sendo de seis o número corre.-ípondente à anterior. As principais razões para a melhoria foram as
mar ostentavam desde o século XVI, fre
seguintes: existência de maior número de navios em cada expedição; aperfeiçoamen
qüentemente, araras, micos e mnraca-
tos introduzidos tanto nos navios como nos respectivos equipamentos; e, por último,
jáfi, juntamente com escravos índios.
a circunstância de tôdas as expedições terem podido, iniciar a estação no tempo
Eram
devido.
amostras de um
mundo novo,
observadas com ingênua curiosidade. Tudo evocava uma vida misteriosa e
distante, uma vida natural e fabulosa ao mesmo tempo, pois a imagmaçao desabusada do Renascimento fazia do
A produção, por baleia, na última estação foi de 117 barris, sendo de apenas 100 o número correspondente à estação anterior. Dêste modo, regista-se acréscimo
de 17 por cento.
Ao preço aproximado de cem libras por tondada, os 933.'800
barris {representando cêrca de 150 mil toneladas) devem custar 15 milhões de libras.
Digesto Econômico 72
73
Digesto Econômico
regresso de Cabral, a que assistira, diz:
Descobriu uma terra nova a que cha mam dos Papagaios". A partir de Cabral te
mos notícias freqüentes
culto da Natureza uma fábula fasci nante.
mas entusiásticos.
ções escritas e até na arte sacra deco
levava 3.000 peles de onça, 600 papa
rativa, como vemos exemplos cm certas igrejas da época, multiplicavam-se ao
gaios e cerca de 300 macacos e sa-
Fala do bico disfor
me em comparação com o corpo e da
mfutivilhosa plumagem- Antes dêle. de navegadores que trans aliás, o bom André Thevet, no livro portam consigo papagaios, "Singularités de Ia Franca Antarlique", ,,,
macacos, gatos do mato, ® outros animais para
vende-los na Europa.
O famoso regimento da Nau Bretoa,
publicado por Vambagen na primeira História, documento datado de 1511, em um capítulo especial
carlas ^^uintes doifttos e ^ peça. y;;ir -t tre do.so gatos e um sagui^ e sSoTIs
peças, o p.loto dois gatos e cinco sagmns e três papagaios e oito tuins e são dezoito peças, Domingos carpinteiro três macacos e dois gatos e são cinco peças"
Somente o Barão de Saint Blancard,
denominado "Jardin ot Cabinct Poétique" comemora o tucano cm versos ruins
já tinha fornecido informações sòbre o tucano, inclusive a de que ele era "sur
em princípios do século XVI carregou
Nas estampas, nos mapas, nas descri
lado das figuras de índios nus, as do bichos estranhos Brasil.
vindos da
terra
do
no Brasil uma nau, "La Pelerine", que
güins! Terra dos papagaios e tucanos, terra
dos macacos e sagüins, terra do Bra sil...
Ia coste de Ia murine Ia plus freqüente marchandisé".
Ainda no século XVIII vemos viajan
tes. como o ilustre La Condamíne, preo
cupados com as aves do Brasil. Alude ao processo de que os selvagens se utilizavam para mudar as cores das penas, coisa que ja se fazia no século XVI, segundo Ferdinand Denis, e que
"í.
V
se continua a fazer, no depoimento de Koch-Grünberg.
i
Os macacos eram outro genero muito
utilizado naquele primitivo comércio de exportação.
etc. A enumeração é longa e seguida Thevet, referindo-se a certa espécie de avaliaçao, com cálculo de pagamen- dêles, diz que já eram tão freqüentes to dos direitos devidos ao rei na Europa que se dispensava de descre Ê interessante notar-se como naquela Marot, em 1537, tentando ri época recuada ji faziam os portugueses vê-los. dicularizar um desafeto, chama-o de
perfeita diferença entre os símios° alu dindo separadamente a macacos 'e saguins e entre os psitacídios, estabelecen
saguim. As damas elegantes da côrte, os "mignons" efeminados de Henrique III de Valois nunca se privavam do pra
do a mesma distinção entre papagaios e
zer vaidoso de passear com os macaqui
tuins.
nhos do Brasil.
O papagaio do Brasil, difundido pe^a Europa, em várias das suas 70 espécies foi celebrado em livros de grandes es critores, como Erasmo de Roterdam e
Locke, e temos inúmeros depoimentos de como era estimado pelos franceses.
O tucano era outra ave de alta valia, pela beleza da sua plumagem e estranlia forma do bico.
Um medíocre poeta de princípios do século XVII, Paul Contant, num livro
Dados recentemente publicados revelam que, durante a estação de 1946-Í947, a pesca de baleia no Oceano Antártico atingiu a 933.800 barris de,Óleo e de es-
permacete. Na estação anterior, a produção fora de 496.780 barris.
As casas nobres ou as dos comercian
tes enriquecidos com o trafico de além-
Sete expedições se realizaram para êsse fim na última estação, sendo de seis o número corre.-ípondente à anterior. As principais razões para a melhoria foram as
mar ostentavam desde o século XVI, fre
seguintes: existência de maior número de navios em cada expedição; aperfeiçoamen
qüentemente, araras, micos e mnraca-
tos introduzidos tanto nos navios como nos respectivos equipamentos; e, por último,
jáfi, juntamente com escravos índios.
a circunstância de tôdas as expedições terem podido, iniciar a estação no tempo
Eram
devido.
amostras de um
mundo novo,
observadas com ingênua curiosidade. Tudo evocava uma vida misteriosa e
distante, uma vida natural e fabulosa ao mesmo tempo, pois a imagmaçao desabusada do Renascimento fazia do
A produção, por baleia, na última estação foi de 117 barris, sendo de apenas 100 o número correspondente à estação anterior. Dêste modo, regista-se acréscimo
de 17 por cento.
Ao preço aproximado de cem libras por tondada, os 933.'800
barris {representando cêrca de 150 mil toneladas) devem custar 15 milhões de libras.
DiCESTo Econômico
Os primeiros engenhos centrais no Brasil por José IIoNÓnio Rodrigues
¥á se escreveu que desde 1820, com o espírito industrial que se espalhou
O sr. José Hoiwrio Rodrigues, que já
pelo mundo e com a Independência, a
a História do Açúcar, descreve neste ar
antiga cultura açucareira, que de 1686
tigo os primórdios da iniciativa privada
a 1812 caira 90!^, volta a reaparecer.
de caráter nitidamente capitalista tm economia açucareira da nossa terra.
Basta examinarmos as cifras para que
nos prometeu uma obra de fôlego sóbrc
saltem aos nossos olhos as razões do en
tusiasmo gerador das novas e grandes fábricas.
i
A exportação do açúcar, que fôra de 120 milhões de libras em 1820, subira a 165 milhões e quinhentas mil libras em 1833-34 e, num crescimento contí nuo, atingira em 1874 a 306.571 mil
libras.
É ôste o algarismo mais àlto
antes que se introduzissem melhoramen tos essenciais, antes que a ação dos re
contos; o dinheiro abundava e uma su bida extraordinária teve lugar nos pre
ços das ações de quase tôdas as companliias. Daí a criação de novos bancos, e, com a criação de um banco de emis
são, o papel moeda abundante de que carecia a especulação.
formadores abalasse a rotina tão obe
A nova pauta alfandegária protecio nista decretada por Alves Branco favo
decida ainda durante o século XIX.
recia os inícios de nossa industrialização.
Tudo estava a indicar a reforma do sistema de produção, a fim de alcan çar-se ainda maior rendimento. Com a extinção do tráfico negro mudara-se in
A partír de 1850, começam a organizarse as corporações industriais.
teiramente a face de todas as coisas na agricutura, no comércio e na indústria
ou de interesse puramente industrial,
conforme notou Joaquim Nabuco. Os ca
blica.
pitais que eram empregados nessas ilíci
tas transações afluirara à praça, do que resultou uma baixa considerável nos des-
1
Os engenhos centrais eram vistos não
como um problema de simples utilidade mas como uma medida de ordem pú Êles constituíam uma aspiração
social da época. A sua introdução li
75
çava nos mercados os trabalhadores es
nas. Nèáse decreto se determinava tam
trangeiros, li\Tes do senhor e da rotina
bém que os acionistas dos engenhos centrais que obtivessem capitais a juros
secular,,e a divisão do trabalho, urgen se, separando-se o trabalho do produtor
de 7% poderiam emprestar até 10!? das quantias tomadas à taxa de'8% aos plan
da atividade do la\Tadür.
tadores e fornecedores de cana.
As dispendiosas instalações dos apa relhos e maquinismos aperfeiçoados não podiam ser feitas pelos lavradores isola
Novo decreto, de n.° 8.357, em de zembro de 1881, bai-xou outro regula
damente, salvo raras e.xceções, e daí adveio a necessidade das associações de
tido o juro de 1% e no qual se incluíam, entre os favores concedidos pelo Estado, o direito de desapropriação, o uso de
temente reclamada, começava a fazer-
agricultores e capitalistas para a reali zação das grandes fábricas centrais, on de o pessoal técnico e habilitado labo rava o produto que era levado pelo agri
cultor. A consciência capitalista, desper tada pela sedução de grandes negócios,
mento, em que continuava a ser garan
madeira, das terras devolutas, a isen
ção de direitos de importação sobre a maquinar'ia, a preferência para a aqui sição de terrenos devolutos. Estabele ciam-se todos os detalhes sôbre os re
arrisca-se a empreendimentos audacio sos. Os engenhos centrais surgem como
querimentos de concessão e dispunha-se que as companhias que tivessem sede
inxiativa capitalista, nacional ou estran
fora do país nomeariam um represen
geira. Londres, então o principal mer cado exportador de capitais, vai desem penhar papel importante neste como em
tante com todos os poderes precisos
outros vários setores da vida econômica brasileira.
para tratar e resolver no Império, dire tamente com o governo, as questões provenientes do contrato. Dos trinta mil contos destinados ao
Assim como as estradas de ferro, os
financiamento pelo Estado, oito mil
engenhos centrais nasceram sob o signo da garantia de juros. Pé'o decreto n.°
caberiam a Pernambuco, seis mil e cem à Bahia, cinco mil e seiscentos ao Rio
2.687, de 6 de novembro de 1875, o
de Janeiro, dois mil a Sergipe e mil e
govômo ficou autorizado a garantir juros de 7% ao ano até o capital realizado de trinta mil contos às companhias que se
novecentos a São Paulo, e quantias sem
propusessem estabelecer engenhos-cen-
rou até dezembro de 1888, quando foi expedido novo Regulamento, que, em
pre decrescentes às outras províncias
produtoras de açúcar. Êsse regime du
gou-se à utilização das estradas de ferro
trais para fabricar açúcar de cana, me
e do trabalhador livre. A imigração lan-
diante o emprêgo de aparelhos e proces sos modernos os mais aperfeiçoados. Para a obtenção dessas garantias se riam, preferidas as Companhias que, ten do já celebrado, ajustes com as admi nistrações provinciais, mostrassem, peran
linhas gerais, assegurava aos acionistas
te o Governo Imperial, que se achavam
tores e lavradores.
associadas aos proprietários agrícolas do lugar onde pretendiam estabelecer o engenho-central, com a segurança do for necimento da quantidade precisa de ca-
era na base de sete mil e quinhentos contos para Pernambuco, seis mil para a Bahia, cinco mil para o Rio de Janeiro,
dos engenhos centrais as mesmas ga rantias e privilégios. O juro a que to mavam emprestado baixara, entretanto,
a e era mantida a taxa de 8% para os empréstimos que fizessem aos produ O financiamento
três mil para Sergipe, mil e nOA'ecentos
DiCESTo Econômico
Os primeiros engenhos centrais no Brasil por José IIoNÓnio Rodrigues
¥á se escreveu que desde 1820, com o espírito industrial que se espalhou
O sr. José Hoiwrio Rodrigues, que já
pelo mundo e com a Independência, a
a História do Açúcar, descreve neste ar
antiga cultura açucareira, que de 1686
tigo os primórdios da iniciativa privada
a 1812 caira 90!^, volta a reaparecer.
de caráter nitidamente capitalista tm economia açucareira da nossa terra.
Basta examinarmos as cifras para que
nos prometeu uma obra de fôlego sóbrc
saltem aos nossos olhos as razões do en
tusiasmo gerador das novas e grandes fábricas.
i
A exportação do açúcar, que fôra de 120 milhões de libras em 1820, subira a 165 milhões e quinhentas mil libras em 1833-34 e, num crescimento contí nuo, atingira em 1874 a 306.571 mil
libras.
É ôste o algarismo mais àlto
antes que se introduzissem melhoramen tos essenciais, antes que a ação dos re
contos; o dinheiro abundava e uma su bida extraordinária teve lugar nos pre
ços das ações de quase tôdas as companliias. Daí a criação de novos bancos, e, com a criação de um banco de emis
são, o papel moeda abundante de que carecia a especulação.
formadores abalasse a rotina tão obe
A nova pauta alfandegária protecio nista decretada por Alves Branco favo
decida ainda durante o século XIX.
recia os inícios de nossa industrialização.
Tudo estava a indicar a reforma do sistema de produção, a fim de alcan çar-se ainda maior rendimento. Com a extinção do tráfico negro mudara-se in
A partír de 1850, começam a organizarse as corporações industriais.
teiramente a face de todas as coisas na agricutura, no comércio e na indústria
ou de interesse puramente industrial,
conforme notou Joaquim Nabuco. Os ca
blica.
pitais que eram empregados nessas ilíci
tas transações afluirara à praça, do que resultou uma baixa considerável nos des-
1
Os engenhos centrais eram vistos não
como um problema de simples utilidade mas como uma medida de ordem pú Êles constituíam uma aspiração
social da época. A sua introdução li
75
çava nos mercados os trabalhadores es
nas. Nèáse decreto se determinava tam
trangeiros, li\Tes do senhor e da rotina
bém que os acionistas dos engenhos centrais que obtivessem capitais a juros
secular,,e a divisão do trabalho, urgen se, separando-se o trabalho do produtor
de 7% poderiam emprestar até 10!? das quantias tomadas à taxa de'8% aos plan
da atividade do la\Tadür.
tadores e fornecedores de cana.
As dispendiosas instalações dos apa relhos e maquinismos aperfeiçoados não podiam ser feitas pelos lavradores isola
Novo decreto, de n.° 8.357, em de zembro de 1881, bai-xou outro regula
damente, salvo raras e.xceções, e daí adveio a necessidade das associações de
tido o juro de 1% e no qual se incluíam, entre os favores concedidos pelo Estado, o direito de desapropriação, o uso de
temente reclamada, começava a fazer-
agricultores e capitalistas para a reali zação das grandes fábricas centrais, on de o pessoal técnico e habilitado labo rava o produto que era levado pelo agri
cultor. A consciência capitalista, desper tada pela sedução de grandes negócios,
mento, em que continuava a ser garan
madeira, das terras devolutas, a isen
ção de direitos de importação sobre a maquinar'ia, a preferência para a aqui sição de terrenos devolutos. Estabele ciam-se todos os detalhes sôbre os re
arrisca-se a empreendimentos audacio sos. Os engenhos centrais surgem como
querimentos de concessão e dispunha-se que as companhias que tivessem sede
inxiativa capitalista, nacional ou estran
fora do país nomeariam um represen
geira. Londres, então o principal mer cado exportador de capitais, vai desem penhar papel importante neste como em
tante com todos os poderes precisos
outros vários setores da vida econômica brasileira.
para tratar e resolver no Império, dire tamente com o governo, as questões provenientes do contrato. Dos trinta mil contos destinados ao
Assim como as estradas de ferro, os
financiamento pelo Estado, oito mil
engenhos centrais nasceram sob o signo da garantia de juros. Pé'o decreto n.°
caberiam a Pernambuco, seis mil e cem à Bahia, cinco mil e seiscentos ao Rio
2.687, de 6 de novembro de 1875, o
de Janeiro, dois mil a Sergipe e mil e
govômo ficou autorizado a garantir juros de 7% ao ano até o capital realizado de trinta mil contos às companhias que se
novecentos a São Paulo, e quantias sem
propusessem estabelecer engenhos-cen-
rou até dezembro de 1888, quando foi expedido novo Regulamento, que, em
pre decrescentes às outras províncias
produtoras de açúcar. Êsse regime du
gou-se à utilização das estradas de ferro
trais para fabricar açúcar de cana, me
e do trabalhador livre. A imigração lan-
diante o emprêgo de aparelhos e proces sos modernos os mais aperfeiçoados. Para a obtenção dessas garantias se riam, preferidas as Companhias que, ten do já celebrado, ajustes com as admi nistrações provinciais, mostrassem, peran
linhas gerais, assegurava aos acionistas
te o Governo Imperial, que se achavam
tores e lavradores.
associadas aos proprietários agrícolas do lugar onde pretendiam estabelecer o engenho-central, com a segurança do for necimento da quantidade precisa de ca-
era na base de sete mil e quinhentos contos para Pernambuco, seis mil para a Bahia, cinco mil para o Rio de Janeiro,
dos engenhos centrais as mesmas ga rantias e privilégios. O juro a que to mavam emprestado baixara, entretanto,
a e era mantida a taxa de 8% para os empréstimos que fizessem aos produ O financiamento
três mil para Sergipe, mil e nOA'ecentos
n
77
Dicesto Econômico
Dicesto Econômico
76
estabelecimento de engenhos centrais no
do álcool de cana pelo sistema de di
para São Paulo e daí em diante em quantias decrescentes para as outras fusão. O engenho central a ser cons províncias.
-
,
Essa legislação, visando estimular a
truído, o Aírises, deveria ter capacida
de para trabalhar trezentas toneladas
município de São Cristóvão, à margem do Rio Vaza-Barris, e em Riachuelo, no
dês a fundação de dois engenhos cen trais na Paraíba e em Sergipe. Calcula-
víx-SG a renda líquida provável em
município de Laranjeira. Em Alagoas,
421:225$400, mas tal estimativa parece
a primeira companhia para a fundação de dois engenhos centrais foi fundada em 1882 pelo dr. Possidónio de Carva
ter sido excedida.
organização de engenhos centrais, au
do cana e a usiiia de Barcelos, a ser
mentava o entusiasmo pelo empreendi mento e despertava o desejo de refazer-se o sistema antiquado de produção. O primeiro engenho central constituídp com capitais brasileiros foi o Quissamã, cujos estatutos foram aprovados em
transformada, duzentas toneladas. Algumas vezes, mesmo sem obter do governo a garantia de juros, tentavam negociantes ou engenheiros organizar companhias destinadas ao estabeleci mento de engenhos centrais. O gover
6 de novembro de 1875. O primeiro a
no se limitava, então, a conceder de
ser constituido com capitais ingleses foi o Engenho Araruama, em 1880, de pro
terminados favores, permitidos pelo de
toneladas de cana e fabricar anualmen
Empresa Açucareira do Grão Pará desti
creto n.° 8.357, de 1881, sem assu
te, no mínimo, 750 toneladas de açúcar. Em Pernambuco, a província mais con
nada a construir um engenho central no município de Garapé-Mirim.
priedade da The Rio de Janeiro Central Sugar Factories.
1
De 1880 em diante surgem várias iniciativas novas. Em 1884 a The Rio
de Janeiro Central Sugar Factories com
pra também o Engenho Central de Man-
mir nenhíima responsabilidade pela fu tura concessão de garantia de juros. A iniciativa dos engenhos centrais ga nhava adesões em tôda parte e os insu cessos não faziam desanimar os novos
garatiba e a firma The London and Brazilian Sugar Factories compra os en genhos centrais de Muriaé, Itaboraí, São
empreendedores.
João da Barra. A The São Paulo Cen
belecido as fábricas centrais, decidiu di vidi-las em três distritos; Pernambuco,
tral Sugar Factory of Brazil adquire, em São Paulo, o Engenho Central de Capivari. Entre 1800 e 1884 organizam-se tam
bém várias fábricas centrais de origem exclusivamente nacional. Em São Paulo
fundam-se os Engenhos Lorena, Piraci caba, Porto Feliz, Tietê e Taubaté. Só
o capital realizado pelos engenhos de Lorena, Porto Feliz, Piracicaba e Capi vari e o das usinas de Monte Alegre, Araraquara e outros estabelecimentos congêneres de menor importância era
Desejando o Govêrno amparar as pro
víncias açucareiras onde se haviam esta
Bahia e Rio de Janeiro, compreendendo o primeiro as províncias do Pará, Mara nhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pa raíba e Pernambuco, o segundo as pro
víncias de Sergipe, Alagoas, Espirito Santo e Baliia e o terceiro as do Rio
de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e o Município Neutro (atual Distrito Federal).
geralmente orçado em seis mil contos.
Na Bahia, a Dennis Blair & Compa nhia obteve, em 1881, garantia de juros a 6% sôbre o capital de 5.600 contos para o estabelecimento de oito 'enge
No Rio de Janeiro fundavam-se tam
nhos centrais e outras companlüas obti-
bém diversos engenhos centrais e em
1888 a Companlüa Agrícola de Campos
obtinha garantia de juros de 8% sôbre o capital de 750 contos, durante quinze anos, para o estabelecimento de um en genho destinado ao fabrico do açúcar e
nham igual privilégio. Na Província de Sergipe o primeiro engenho central foi
No Ceará, presume-se que o primeiro
nário do arrasamento do Morro do Se
ongeiiho central foi fundado no muni cípio de Mecejana e no Maranhão no município de Monção, no vale do Pin-
nado, obtendo também João Henrique
daré.
Costard garantia de juros de 6% para
pregaram grandes capitais para o esta
a construção de um engenho que tivesse
belecimento de engenhos centrais, desde
a capacidade de moer diáriamente 150
18 de janeiro de 1877 organizara-se a
lho Moreira, que havia sido concessio
templada na distribuição do credito fe
No Pará, onde os ingleses em
Quanto às proNÓncias ao sul de São
deral, a iniciativa teve acollúda ime
Pau'o somente a do Paraná inicia a em
diata.
Os quatro primeiros engenhos
presa central de coordenação da atiW-
centrais construídos foram os de Pal-
mares. Cabo, Agua Preta e Escada, se guidos de muitos outros. Exerceram ai atividades a Centi'al Sugar Factories of
dade industrial e agrícola. Desde 18 í9 organizara-se aí uma companhia cen tral açucareira, que de\'eria fundar um engenho central na freguesia de N. S.
Brazil, a North Brazilian Sugar Facto
do Rosário, no município de Paranagua.
ries, a Nazareth Central Sugar Factory
Nessas terras as canas davam 7% de sacarose e os incorporadores esperavam que com o emprego do novo apare
of Brazil.
Nas outras províncias mais para o norte, o estabelecimento do primeiro en
genho central na Paraíba data de 1882. Em 1887 incorporava-se uma sociedade de mil e quinhentos contos tendo por objetivo o estabelecimento de dois enge nhos centrais: um no município de La
ranjeira, em Sergipe, e outro na capi tal da Paraíba. O capital de 1.032.000 florins, equivalente a 756:800§460 réis, fôrã levantado em Amsterdam. Gozava
da isenção dos direitos de entrada para os materiais importados do estrangeiro
e da garantia de juros de 6% durante vinte anos sôbre o capital de 1.200 con tos." Assim, déve-se ao capital neerlan-
fimdado no Município de Maroim, com
garantia de juros, pelo comendador Fran cisco de Paula Mayrlnck e pela mesma data idêntica garantia era dada para o
li Jíi!JÉI>4iÍí^iM ■
lho de repressão elas dariam ainda mais, sem aumento de trabalho e de tempo.
Havia na região grande quantidade de madeiras, boa aguada e um consumo
de açúcar e aguardente avaliado em mil contos de réis. -O predomínio do en
genho de pau movido por bois e os primitivos alambiques é que não per mitiam o aproveitamento da vasta e crescida cu'tura de canas.
Essa ein traços rapidíssimos a lústória da origem da iniciatiya individual de caráter tipicamente capitalista na econo mia açucareira do Brasil.
n
77
Dicesto Econômico
Dicesto Econômico
76
estabelecimento de engenhos centrais no
do álcool de cana pelo sistema de di
para São Paulo e daí em diante em quantias decrescentes para as outras fusão. O engenho central a ser cons províncias.
-
,
Essa legislação, visando estimular a
truído, o Aírises, deveria ter capacida
de para trabalhar trezentas toneladas
município de São Cristóvão, à margem do Rio Vaza-Barris, e em Riachuelo, no
dês a fundação de dois engenhos cen trais na Paraíba e em Sergipe. Calcula-
víx-SG a renda líquida provável em
município de Laranjeira. Em Alagoas,
421:225$400, mas tal estimativa parece
a primeira companhia para a fundação de dois engenhos centrais foi fundada em 1882 pelo dr. Possidónio de Carva
ter sido excedida.
organização de engenhos centrais, au
do cana e a usiiia de Barcelos, a ser
mentava o entusiasmo pelo empreendi mento e despertava o desejo de refazer-se o sistema antiquado de produção. O primeiro engenho central constituídp com capitais brasileiros foi o Quissamã, cujos estatutos foram aprovados em
transformada, duzentas toneladas. Algumas vezes, mesmo sem obter do governo a garantia de juros, tentavam negociantes ou engenheiros organizar companhias destinadas ao estabeleci mento de engenhos centrais. O gover
6 de novembro de 1875. O primeiro a
no se limitava, então, a conceder de
ser constituido com capitais ingleses foi o Engenho Araruama, em 1880, de pro
terminados favores, permitidos pelo de
toneladas de cana e fabricar anualmen
Empresa Açucareira do Grão Pará desti
creto n.° 8.357, de 1881, sem assu
te, no mínimo, 750 toneladas de açúcar. Em Pernambuco, a província mais con
nada a construir um engenho central no município de Garapé-Mirim.
priedade da The Rio de Janeiro Central Sugar Factories.
1
De 1880 em diante surgem várias iniciativas novas. Em 1884 a The Rio
de Janeiro Central Sugar Factories com
pra também o Engenho Central de Man-
mir nenhíima responsabilidade pela fu tura concessão de garantia de juros. A iniciativa dos engenhos centrais ga nhava adesões em tôda parte e os insu cessos não faziam desanimar os novos
garatiba e a firma The London and Brazilian Sugar Factories compra os en genhos centrais de Muriaé, Itaboraí, São
empreendedores.
João da Barra. A The São Paulo Cen
belecido as fábricas centrais, decidiu di vidi-las em três distritos; Pernambuco,
tral Sugar Factory of Brazil adquire, em São Paulo, o Engenho Central de Capivari. Entre 1800 e 1884 organizam-se tam
bém várias fábricas centrais de origem exclusivamente nacional. Em São Paulo
fundam-se os Engenhos Lorena, Piraci caba, Porto Feliz, Tietê e Taubaté. Só
o capital realizado pelos engenhos de Lorena, Porto Feliz, Piracicaba e Capi vari e o das usinas de Monte Alegre, Araraquara e outros estabelecimentos congêneres de menor importância era
Desejando o Govêrno amparar as pro
víncias açucareiras onde se haviam esta
Bahia e Rio de Janeiro, compreendendo o primeiro as províncias do Pará, Mara nhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pa raíba e Pernambuco, o segundo as pro
víncias de Sergipe, Alagoas, Espirito Santo e Baliia e o terceiro as do Rio
de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e o Município Neutro (atual Distrito Federal).
geralmente orçado em seis mil contos.
Na Bahia, a Dennis Blair & Compa nhia obteve, em 1881, garantia de juros a 6% sôbre o capital de 5.600 contos para o estabelecimento de oito 'enge
No Rio de Janeiro fundavam-se tam
nhos centrais e outras companlüas obti-
bém diversos engenhos centrais e em
1888 a Companlüa Agrícola de Campos
obtinha garantia de juros de 8% sôbre o capital de 750 contos, durante quinze anos, para o estabelecimento de um en genho destinado ao fabrico do açúcar e
nham igual privilégio. Na Província de Sergipe o primeiro engenho central foi
No Ceará, presume-se que o primeiro
nário do arrasamento do Morro do Se
ongeiiho central foi fundado no muni cípio de Mecejana e no Maranhão no município de Monção, no vale do Pin-
nado, obtendo também João Henrique
daré.
Costard garantia de juros de 6% para
pregaram grandes capitais para o esta
a construção de um engenho que tivesse
belecimento de engenhos centrais, desde
a capacidade de moer diáriamente 150
18 de janeiro de 1877 organizara-se a
lho Moreira, que havia sido concessio
templada na distribuição do credito fe
No Pará, onde os ingleses em
Quanto às proNÓncias ao sul de São
deral, a iniciativa teve acollúda ime
Pau'o somente a do Paraná inicia a em
diata.
Os quatro primeiros engenhos
presa central de coordenação da atiW-
centrais construídos foram os de Pal-
mares. Cabo, Agua Preta e Escada, se guidos de muitos outros. Exerceram ai atividades a Centi'al Sugar Factories of
dade industrial e agrícola. Desde 18 í9 organizara-se aí uma companhia cen tral açucareira, que de\'eria fundar um engenho central na freguesia de N. S.
Brazil, a North Brazilian Sugar Facto
do Rosário, no município de Paranagua.
ries, a Nazareth Central Sugar Factory
Nessas terras as canas davam 7% de sacarose e os incorporadores esperavam que com o emprego do novo apare
of Brazil.
Nas outras províncias mais para o norte, o estabelecimento do primeiro en
genho central na Paraíba data de 1882. Em 1887 incorporava-se uma sociedade de mil e quinhentos contos tendo por objetivo o estabelecimento de dois enge nhos centrais: um no município de La
ranjeira, em Sergipe, e outro na capi tal da Paraíba. O capital de 1.032.000 florins, equivalente a 756:800§460 réis, fôrã levantado em Amsterdam. Gozava
da isenção dos direitos de entrada para os materiais importados do estrangeiro
e da garantia de juros de 6% durante vinte anos sôbre o capital de 1.200 con tos." Assim, déve-se ao capital neerlan-
fimdado no Município de Maroim, com
garantia de juros, pelo comendador Fran cisco de Paula Mayrlnck e pela mesma data idêntica garantia era dada para o
li Jíi!JÉI>4iÍí^iM ■
lho de repressão elas dariam ainda mais, sem aumento de trabalho e de tempo.
Havia na região grande quantidade de madeiras, boa aguada e um consumo
de açúcar e aguardente avaliado em mil contos de réis. -O predomínio do en
genho de pau movido por bois e os primitivos alambiques é que não per mitiam o aproveitamento da vasta e crescida cu'tura de canas.
Essa ein traços rapidíssimos a lústória da origem da iniciatiya individual de caráter tipicamente capitalista na econo mia açucareira do Brasil.
79
Digesto Econômico
bispo o proibira de confessar e, apu-
Idéias e interésses
rando-se que o pobre frade aprendera
por Otávio Tauquínio de Sousa
con\ávência de padres italianos, vindos de Goa pela nau Belém, e hospedados no hospício da Palma, ordenou D. Fer nando José de Portugal que os mesmos missionários voltassem para bordo da nau surta no porto e dela não saissem sem
Joaquim Nabuco afirmou que pelas al turas de 1866, isto é, já na segunda metade do século XIX, a sociedade bra sileira tinha tanta consciência da "ano malia da escravidão como do movimen
O ST. Otávio Torqtiínio de Sousa swtcnta, neste -primoroso artigo, que mui tas das lutas políticas travadas no perío
to da Terra . De tal maneira aquela
do da regência, com a aparência de
condicionara a formação do país, esti
pugnas de idéias, não eram senão ma
vara na raiz de tôdas as suas aüvidades
nobras de escravistas e traficantes.
econômicas e lhe marcara os mais pro
I
tima e contrária à religião, ou ao menos
só legítima se os escravos haviam sido
cravos eqüivalia a não ser ser
tomados em guerra justa. E
vido. Por isso, possúiam-nos
tão convencido estava de sua
giosas, oficiais mecânicos e
simples donos de pequenas boticas.
Mas houve em diferentes ocasiões
quem
encarasse
a
escravidão como uma anomalia, como um crime, como um pecado e até co mo um êrro político e econômico. Em
1T94, D. Fernando José de Portugal, governador da Bahia, comunicava para' Lisboa, ao ministro Martinho de Melo e Castro, grave ocorrência: um frade
capuchinho, padre frei José de Bolonha "tivera o desacordo e indiscreção" de se
guir a respeito de escravos opinião capaz de inquietar a consciência dos habitantes
da capitania, acarretando do mesmo pas
o governador, "consciência sumamente
minguando-lhe
porém
lógicos".
Talentos, conhecimentos, consciência
pra-os "a pessoas autorizadas para os venderem, debaixo dos oUios e consen
timento do Príncipe", e "exigir de um
particular, quando compra qualquer mercadoria", que se informe antes don de ela provém, seria "aniquilar toda e qualquer espécie de comércio". Aí está o escravo como simples mer
cadoria e a sua compra tida como uma forma de comércio tão regular como
qualquer outra.
A gravidade da falta
e subsistência" do sistema colonial. Pôsto
barcado para Lisboa, com proibição de saltar em terra sem ordem expressa do governo da metrópole, já antes o arce-
...
.1.1.. 'A>
ga-se sem lucro, sendo o seu sustento o mais vil, o seu vestido o mais grosseiro, e o seu repouso sôbre alguma taboa dura quando não é sobre a mesma terra fria... no serviço o quer seu senhor li
geiro como o cervo, robusto como o boi, sofrido como o jumento... nada para o descanso, tudo para o trab^io...
nada para os misteres e uso próprio, tudo para os lucros e interesse alheio . Ao tempo em que o padre Rocha exercia a profissão de advogado na Ba
hia, muito padeciam os pretos escravos.
Conta-nos êle que em fazendas, enge inumanos qüe a primeira hospedagem que lhes faziam era o açoite ''sem mais causa que a vontade própria". Surras
domiciliário da cidade da Bahia e nela antes de ter o humilde capuchinho, com
averiguada. Quem compra escravos, assevera ele, com-
pouco mais do que o bruto... trabalha sem descanso, lida sem sossego, e fati-
dre Manuel Ribeiro Rocha, "lisbonense,
festa do Espírito Santo vários senhores de engenho, os obri
gou a entrar nessa indagação, ao parecer do futuro marquês de Aguiar impossível de ser
homem: ...tanto desce que fica sendo
escrupulosa concorriam na pessoa do pa advogado". Em 1758, trinta e seis anos
cdriietida por frei José de Bolonha de terminou a sua expulsão da Bahia. Em
do Deus", frei José de Bolonha se per
Não lhe faltava, como notou
opinião que, confessando pela
so "conseqüências funestas à conservação que "homem virtuoso e zeloso do serviço
vidão".
"maiores talentos e conhecimentos teo
suadira de que a escravidão era ilegí
ços nem pernas; não ter es
as pessoas de condição mais diversa, padres e ordens reli
autorização positiva. Eis os vexames a
que se submeteu frei José de Bolonha por ler percebido a "anomalia da escra escrupulosa",
fundos aspectos da vida social - que a sua monstruosidade se disfarçara a pon to de quase passar despercebida. Não ter escravos no Brasil era não ter bra
doutrinas tão erradas e perigosas na
aqueles incômodos que são contrários e repugnantes à natureza e condição do
nhos e lavras minerais havia senhores tao
tão simpática leviandade, aflorado a ' preventivas, como advertência a negros matéria melindrosa, padre Rocha a exa minara com toda a sutileza de um ver
dadeiro doutor.
Seu livro intitulado
"Ethiope resgatado, empenhado, susten tado, corrigido, instruido e libertado" constitui "discurso teológico-jurídico" no qual se estabelece o modo de comerciar, haver e possuir vàlidamente os pretos cativos africanos e as obrigações que
correm a quem dêles se servir. Bas tante prudente para lograr as licenças do Santo Ofício, do Ordinário e do
Paço, _nem Jíor isso manifesta menos o seu horror à abominável instituição e
perde o lugar a que faz jus de um dos maiores precursores da libertação dos escravos. No "argumento e razão da obra", espécie de prólogo ou prefácio, diz de parfda que não há maior infeli cidade do que ser escravo, nela reuni das "tôdas aquelas misérias e todos
menos submissos. A isto chama pitores camente o autor de "O Etliiope resga
tado" de "teologia rural" e, apoiado em Sêneca, lembra que os escravos são também homens, são companheiros e
amigos, visto que "nasceram da mesma sorte que os senhores, gozam do mesmo ceu, da mesma respiração e da mesma vida". Só faltou ao gentio Sêneca, adian ta Rocha, dizer "que têem o mesmo Pai no ceu e tiveram o mesmo Redentor na terra e com o preço do mesmo sangue
de Jesus Cristo foram libertados da in fame escravidão de Satanaz".
Contra
os castigos aviltantes, contra a prática de picar as nádegas dos escravos, apos-
trofa o padre-advogado: "transformados já em lobos e ursos estão no meio dêsses matos, por essas fazendas, enge nhos e lavras minerais os homens ou
nâo-homens que tal fazem... este fu-
79
Digesto Econômico
bispo o proibira de confessar e, apu-
Idéias e interésses
rando-se que o pobre frade aprendera
por Otávio Tauquínio de Sousa
con\ávência de padres italianos, vindos de Goa pela nau Belém, e hospedados no hospício da Palma, ordenou D. Fer nando José de Portugal que os mesmos missionários voltassem para bordo da nau surta no porto e dela não saissem sem
Joaquim Nabuco afirmou que pelas al turas de 1866, isto é, já na segunda metade do século XIX, a sociedade bra sileira tinha tanta consciência da "ano malia da escravidão como do movimen
O ST. Otávio Torqtiínio de Sousa swtcnta, neste -primoroso artigo, que mui tas das lutas políticas travadas no perío
to da Terra . De tal maneira aquela
do da regência, com a aparência de
condicionara a formação do país, esti
pugnas de idéias, não eram senão ma
vara na raiz de tôdas as suas aüvidades
nobras de escravistas e traficantes.
econômicas e lhe marcara os mais pro
I
tima e contrária à religião, ou ao menos
só legítima se os escravos haviam sido
cravos eqüivalia a não ser ser
tomados em guerra justa. E
vido. Por isso, possúiam-nos
tão convencido estava de sua
giosas, oficiais mecânicos e
simples donos de pequenas boticas.
Mas houve em diferentes ocasiões
quem
encarasse
a
escravidão como uma anomalia, como um crime, como um pecado e até co mo um êrro político e econômico. Em
1T94, D. Fernando José de Portugal, governador da Bahia, comunicava para' Lisboa, ao ministro Martinho de Melo e Castro, grave ocorrência: um frade
capuchinho, padre frei José de Bolonha "tivera o desacordo e indiscreção" de se
guir a respeito de escravos opinião capaz de inquietar a consciência dos habitantes
da capitania, acarretando do mesmo pas
o governador, "consciência sumamente
minguando-lhe
porém
lógicos".
Talentos, conhecimentos, consciência
pra-os "a pessoas autorizadas para os venderem, debaixo dos oUios e consen
timento do Príncipe", e "exigir de um
particular, quando compra qualquer mercadoria", que se informe antes don de ela provém, seria "aniquilar toda e qualquer espécie de comércio". Aí está o escravo como simples mer
cadoria e a sua compra tida como uma forma de comércio tão regular como
qualquer outra.
A gravidade da falta
e subsistência" do sistema colonial. Pôsto
barcado para Lisboa, com proibição de saltar em terra sem ordem expressa do governo da metrópole, já antes o arce-
...
.1.1.. 'A>
ga-se sem lucro, sendo o seu sustento o mais vil, o seu vestido o mais grosseiro, e o seu repouso sôbre alguma taboa dura quando não é sobre a mesma terra fria... no serviço o quer seu senhor li
geiro como o cervo, robusto como o boi, sofrido como o jumento... nada para o descanso, tudo para o trab^io...
nada para os misteres e uso próprio, tudo para os lucros e interesse alheio . Ao tempo em que o padre Rocha exercia a profissão de advogado na Ba
hia, muito padeciam os pretos escravos.
Conta-nos êle que em fazendas, enge inumanos qüe a primeira hospedagem que lhes faziam era o açoite ''sem mais causa que a vontade própria". Surras
domiciliário da cidade da Bahia e nela antes de ter o humilde capuchinho, com
averiguada. Quem compra escravos, assevera ele, com-
pouco mais do que o bruto... trabalha sem descanso, lida sem sossego, e fati-
dre Manuel Ribeiro Rocha, "lisbonense,
festa do Espírito Santo vários senhores de engenho, os obri
gou a entrar nessa indagação, ao parecer do futuro marquês de Aguiar impossível de ser
homem: ...tanto desce que fica sendo
escrupulosa concorriam na pessoa do pa advogado". Em 1758, trinta e seis anos
cdriietida por frei José de Bolonha de terminou a sua expulsão da Bahia. Em
do Deus", frei José de Bolonha se per
Não lhe faltava, como notou
opinião que, confessando pela
so "conseqüências funestas à conservação que "homem virtuoso e zeloso do serviço
vidão".
"maiores talentos e conhecimentos teo
suadira de que a escravidão era ilegí
ços nem pernas; não ter es
as pessoas de condição mais diversa, padres e ordens reli
autorização positiva. Eis os vexames a
que se submeteu frei José de Bolonha por ler percebido a "anomalia da escra escrupulosa",
fundos aspectos da vida social - que a sua monstruosidade se disfarçara a pon to de quase passar despercebida. Não ter escravos no Brasil era não ter bra
doutrinas tão erradas e perigosas na
aqueles incômodos que são contrários e repugnantes à natureza e condição do
nhos e lavras minerais havia senhores tao
tão simpática leviandade, aflorado a ' preventivas, como advertência a negros matéria melindrosa, padre Rocha a exa minara com toda a sutileza de um ver
dadeiro doutor.
Seu livro intitulado
"Ethiope resgatado, empenhado, susten tado, corrigido, instruido e libertado" constitui "discurso teológico-jurídico" no qual se estabelece o modo de comerciar, haver e possuir vàlidamente os pretos cativos africanos e as obrigações que
correm a quem dêles se servir. Bas tante prudente para lograr as licenças do Santo Ofício, do Ordinário e do
Paço, _nem Jíor isso manifesta menos o seu horror à abominável instituição e
perde o lugar a que faz jus de um dos maiores precursores da libertação dos escravos. No "argumento e razão da obra", espécie de prólogo ou prefácio, diz de parfda que não há maior infeli cidade do que ser escravo, nela reuni das "tôdas aquelas misérias e todos
menos submissos. A isto chama pitores camente o autor de "O Etliiope resga
tado" de "teologia rural" e, apoiado em Sêneca, lembra que os escravos são também homens, são companheiros e
amigos, visto que "nasceram da mesma sorte que os senhores, gozam do mesmo ceu, da mesma respiração e da mesma vida". Só faltou ao gentio Sêneca, adian ta Rocha, dizer "que têem o mesmo Pai no ceu e tiveram o mesmo Redentor na terra e com o preço do mesmo sangue
de Jesus Cristo foram libertados da in fame escravidão de Satanaz".
Contra
os castigos aviltantes, contra a prática de picar as nádegas dos escravos, apos-
trofa o padre-advogado: "transformados já em lobos e ursos estão no meio dêsses matos, por essas fazendas, enge nhos e lavras minerais os homens ou
nâo-homens que tal fazem... este fu-
80
Dicesto EcoNÓMtco
í"or, esta braveza, esta sanha e esta cruel
dade degenera dc Iiumana e passa já a ferina.. Homens não, feras, bmque depois de açoitarem os negros
cauterizavam as feridas com pingos dc
l^cre derretido, martirizando o escravo, é nosso irmão e nosso próximo". E certo que nem todos os senhores
regular é a inviolabilidade dc- qual quer espécie de propriedade... Pa triotas, vossas propriedades ainda as mais opugnantes ao ideal de justiça serão sa gradas". Por muito que possa escandalizar hoje
Dioesto EcoNÓ^cco
81 %
mória dos benefícios políticos do govôr-
no de'-hei Nosso Senhor D. João VI",
a propriedade foi sancionada para bem de todos... Não é o direito de proprie
em 1818, embora com laivos racistas,
dade que querem defender, é o di
também se manifestara contra o trá
reito da fôrça... se a lei deve defender
fico.
a propriedade, muito mais deve defender
Mas ninguém, como José Bonifácio,
a liberdade pessoal dos homens, que não
compasslvos ou menos duros. Mas esse
a posição assumida pelo governo repu blicano de 1817, o certo c que ela de corria do próprio fundamento da rexDlução pernambucana — revolução de al guns idealistas do feiüo dos padres João
^ a, a lhes lembrar que os negros catl-
picamente burgueses e cítadinos como
sem dúvida os motivos de piedade reli
Domingos José Martins, mas acima de tudo revolução dos grandes proprietários
no trabalho escravo; e tão subversivo era
giosa e convicção filosófica que outros já haviam invocado; a infâmia do tráfi
territoriais do nordeste brasileiro, ávi
o ilustre Andrada como o humilde capu chinho frei José de Bolonha. Um e ou
co surge em tôda a sua crueza e os
dos de se libertarem do monopólio da
tro contrariavam os interesses mais ime
malefícios da escravidão em impressio
diatos da classe em cujo benefício pre-
nante seqüência: a degradação dos cos tumes públicos e privados, o luxo e a
cipuamente se processava a emancipa
procediam assim com os escravos. Mui-
os, na Bahia e em outros lugares, eram
iscurso teológico-jurídico do padre Ro-
icc
irmãos e seus próximos, pregação subversiva,
mn '
°outra, escravo propriedade conão mudariam de
ÂnhT quando lhes^ começa senhores de en genho
» nao mais em nome de princí
ram a contrariar os interésses
Ribeiro e Tenório, de elementos mais ti
metrópole.
Ao tempo da Independên
tomou posição em docimiento da impor
podem ser propriedade de ninguém..."
tância de sua "Repre-sentação à Assem bléia Geral Constituinte e Legislativa do Império sôbre a escravatura". Há um acento ao mesmo tempo simples e grave
Como o piedoso autor do "Ethiope resgatado", José Bonifácio lembrava que "os negros são homens como nós". Pe rigosa opinião num momento em que a
nas palavras andradinas.
economia brasileira descansa\ a em cheio
Nelas estão
ção política do Brasil — a dos proprietá rios mrais, classe dirigente durante todo
cia, os problemas da e.xtinção
corrupção no lugar da civilizi\ção e da
pios evangélicos e religiosos, mas de doutrinas filosóficas e
do tráfico e da abolição da es cravidão voltariam de novo a
imensos cabedais malbaratados na com
econômicas. Vale a pena re
debate, provocados em grande parte pela campanha movida em toda a parte pelos ingleses. Alguns dos homens mais es
o Império e larga parte do período re publicano. Frei José de Bolonha fôra ex
pra de negros, as perdas consideráveis
pulso do Brasil e enviado para Lisboa.
cordar o que aconteceu du rante o movimento republica no de 1817, em Pernambuco. Em meio de grandes reivindi-
/cações liberais, nada se decidira acêrca
da libertação dos escravos, o que não impediu a circulação de boatos em tal sentido. E logo veio uma esclarecedora proclamação do govêmo republicano: "A suspeita tem-se insinuado nos proprietá rios rurais: êles crêem que a benéfica
tendência da presente liberal revolução tem por fim a emancipação indistinta
dos homens de cor e escravos. O go verno lhes perdoa uma suspeita que o honra. Nutrido em sentimentos gene rosos não pode jamais acreditar que os homens por mais ou menos tostados de
generassem do original tipo de igual dade: mas está igualmente convenci do que a base de toda a sociedade
clarecidos de então, de ma
neira explícita e por. motivos mais ou rhenos generosos, já se tinham convencido da necessidade de medidas a
respeito: José da Silva Lisboa, Antônio Rodrigues Veloso de Oliveira, Martim
Francisco, Domingos Alves Branco Muniz Barreto, José Bonifácio.
Martim
Francisco, em memória sobre uma via
indústria, o atraso da agricultura, os com
os
escravos
doentes ou
mortos.
"Como poderá haver uma Constituição liberal e duradoura em país continua mente habitado por uma multidão imen sa de escravos brutos e inimigos?" — interroga José Bonifácio. E não te mendo "os urros do sórdido interesse", propõe que se dê à "grande obra" da
A José Bonifácio tocaria destino seme
lhante: um longo e duro exílio, o afas tamento para sempre do exercício de funções públicas. O Primeiro Reinado,
a despeito das imposições britânicas, pa ralisou o nio%âmento em favor do tra
balho livre, mantendo o tráfico de afri canos e fortalecendo a escravidão.
Não
abolição da escravatura um sentido de
haveria grandes mudanças com a chama
"expiação de crimes e pecados velhos". Uma novidade, porém, palpita na "Re
republicana da Regência. Não obstante
presentação" — o c'amor em nome da
a lei de 7 de novembro de 1831, que
da república provisória ou experiência
gem científica feita eni 1803, espan
"justiça sócia'".
Não mais a caridade-
tava-se com os castigos e mau trato in
declarava livres todos os escravos vin
apenas; não mais a justiça segundo o conceito tradicional, mas a justiça social,
dos de fora do Império e impunha pe nas aos seus importadores, a Regên
base e fundamento da comavência en
cia nada pôde fazer contra a escravidão,
fligidos à "desgraçada raça africana", aludindo à "injustiça de um tráfico tão vergonhoso para a humanidade"; Veloso
tro homens livres.
de Oliveira em 1814, quando chanceler
çado ou coerente do que os republi
da Relação do Maranhão, estudando a
em pura perda todo o coração nos com
canos de 1817, proclama sem temor:
agricultura e a colonização do Brasil,
•.. dirão talvez que se favorecerdes a liberdade dos escravos será atacar a propriedade. Não vos iludais, senhores.
promissos assumidos nesse particular.
defendera planos de extinção do tráfico e da escravidão; Silva Lisboa,, na "Me-
Muito mais avan
Homens como Feijó e Evaristo puseram
Só havia entre nós efetivamente organi zado e de longa data o trabalho servil e, salvo alguns espíritos mais lúcidos, a
80
Dicesto EcoNÓMtco
í"or, esta braveza, esta sanha e esta cruel
dade degenera dc Iiumana e passa já a ferina.. Homens não, feras, bmque depois de açoitarem os negros
cauterizavam as feridas com pingos dc
l^cre derretido, martirizando o escravo, é nosso irmão e nosso próximo". E certo que nem todos os senhores
regular é a inviolabilidade dc- qual quer espécie de propriedade... Pa triotas, vossas propriedades ainda as mais opugnantes ao ideal de justiça serão sa gradas". Por muito que possa escandalizar hoje
Dioesto EcoNÓ^cco
81 %
mória dos benefícios políticos do govôr-
no de'-hei Nosso Senhor D. João VI",
a propriedade foi sancionada para bem de todos... Não é o direito de proprie
em 1818, embora com laivos racistas,
dade que querem defender, é o di
também se manifestara contra o trá
reito da fôrça... se a lei deve defender
fico.
a propriedade, muito mais deve defender
Mas ninguém, como José Bonifácio,
a liberdade pessoal dos homens, que não
compasslvos ou menos duros. Mas esse
a posição assumida pelo governo repu blicano de 1817, o certo c que ela de corria do próprio fundamento da rexDlução pernambucana — revolução de al guns idealistas do feiüo dos padres João
^ a, a lhes lembrar que os negros catl-
picamente burgueses e cítadinos como
sem dúvida os motivos de piedade reli
Domingos José Martins, mas acima de tudo revolução dos grandes proprietários
no trabalho escravo; e tão subversivo era
giosa e convicção filosófica que outros já haviam invocado; a infâmia do tráfi
territoriais do nordeste brasileiro, ávi
o ilustre Andrada como o humilde capu chinho frei José de Bolonha. Um e ou
co surge em tôda a sua crueza e os
dos de se libertarem do monopólio da
tro contrariavam os interesses mais ime
malefícios da escravidão em impressio
diatos da classe em cujo benefício pre-
nante seqüência: a degradação dos cos tumes públicos e privados, o luxo e a
cipuamente se processava a emancipa
procediam assim com os escravos. Mui-
os, na Bahia e em outros lugares, eram
iscurso teológico-jurídico do padre Ro-
icc
irmãos e seus próximos, pregação subversiva,
mn '
°outra, escravo propriedade conão mudariam de
ÂnhT quando lhes^ começa senhores de en genho
» nao mais em nome de princí
ram a contrariar os interésses
Ribeiro e Tenório, de elementos mais ti
metrópole.
Ao tempo da Independên
tomou posição em docimiento da impor
podem ser propriedade de ninguém..."
tância de sua "Repre-sentação à Assem bléia Geral Constituinte e Legislativa do Império sôbre a escravatura". Há um acento ao mesmo tempo simples e grave
Como o piedoso autor do "Ethiope resgatado", José Bonifácio lembrava que "os negros são homens como nós". Pe rigosa opinião num momento em que a
nas palavras andradinas.
economia brasileira descansa\ a em cheio
Nelas estão
ção política do Brasil — a dos proprietá rios mrais, classe dirigente durante todo
cia, os problemas da e.xtinção
corrupção no lugar da civilizi\ção e da
pios evangélicos e religiosos, mas de doutrinas filosóficas e
do tráfico e da abolição da es cravidão voltariam de novo a
imensos cabedais malbaratados na com
econômicas. Vale a pena re
debate, provocados em grande parte pela campanha movida em toda a parte pelos ingleses. Alguns dos homens mais es
o Império e larga parte do período re publicano. Frei José de Bolonha fôra ex
pra de negros, as perdas consideráveis
pulso do Brasil e enviado para Lisboa.
cordar o que aconteceu du rante o movimento republica no de 1817, em Pernambuco. Em meio de grandes reivindi-
/cações liberais, nada se decidira acêrca
da libertação dos escravos, o que não impediu a circulação de boatos em tal sentido. E logo veio uma esclarecedora proclamação do govêmo republicano: "A suspeita tem-se insinuado nos proprietá rios rurais: êles crêem que a benéfica
tendência da presente liberal revolução tem por fim a emancipação indistinta
dos homens de cor e escravos. O go verno lhes perdoa uma suspeita que o honra. Nutrido em sentimentos gene rosos não pode jamais acreditar que os homens por mais ou menos tostados de
generassem do original tipo de igual dade: mas está igualmente convenci do que a base de toda a sociedade
clarecidos de então, de ma
neira explícita e por. motivos mais ou rhenos generosos, já se tinham convencido da necessidade de medidas a
respeito: José da Silva Lisboa, Antônio Rodrigues Veloso de Oliveira, Martim
Francisco, Domingos Alves Branco Muniz Barreto, José Bonifácio.
Martim
Francisco, em memória sobre uma via
indústria, o atraso da agricultura, os com
os
escravos
doentes ou
mortos.
"Como poderá haver uma Constituição liberal e duradoura em país continua mente habitado por uma multidão imen sa de escravos brutos e inimigos?" — interroga José Bonifácio. E não te mendo "os urros do sórdido interesse", propõe que se dê à "grande obra" da
A José Bonifácio tocaria destino seme
lhante: um longo e duro exílio, o afas tamento para sempre do exercício de funções públicas. O Primeiro Reinado,
a despeito das imposições britânicas, pa ralisou o nio%âmento em favor do tra
balho livre, mantendo o tráfico de afri canos e fortalecendo a escravidão.
Não
abolição da escravatura um sentido de
haveria grandes mudanças com a chama
"expiação de crimes e pecados velhos". Uma novidade, porém, palpita na "Re
republicana da Regência. Não obstante
presentação" — o c'amor em nome da
a lei de 7 de novembro de 1831, que
da república provisória ou experiência
gem científica feita eni 1803, espan
"justiça sócia'".
Não mais a caridade-
tava-se com os castigos e mau trato in
declarava livres todos os escravos vin
apenas; não mais a justiça segundo o conceito tradicional, mas a justiça social,
dos de fora do Império e impunha pe nas aos seus importadores, a Regên
base e fundamento da comavência en
cia nada pôde fazer contra a escravidão,
fligidos à "desgraçada raça africana", aludindo à "injustiça de um tráfico tão vergonhoso para a humanidade"; Veloso
tro homens livres.
de Oliveira em 1814, quando chanceler
çado ou coerente do que os republi
da Relação do Maranhão, estudando a
em pura perda todo o coração nos com
canos de 1817, proclama sem temor:
agricultura e a colonização do Brasil,
•.. dirão talvez que se favorecerdes a liberdade dos escravos será atacar a propriedade. Não vos iludais, senhores.
promissos assumidos nesse particular.
defendera planos de extinção do tráfico e da escravidão; Silva Lisboa,, na "Me-
Muito mais avan
Homens como Feijó e Evaristo puseram
Só havia entre nós efetivamente organi zado e de longa data o trabalho servil e, salvo alguns espíritos mais lúcidos, a
Dicesto Econômico
82
de imigração européia, difíceis sob vá rios aspectos e mal conduzidas, nao
oligarquia conservadora ou partido "saquarema", acobertavam os comercian tes de gado humano c levavam a ridí culo os planos de colonização branca,
seduziam os homens práticos. O traba
tachando de "liberalão", "republicano"
lhador que se adaptara às condições do
e de "comunista" quem quer que se
Brasil era o negro, o escravo africano. Se ass'm pensavam os fazendeiros e senhores de engenho, bem se imagina o ponto de vista dos indivíduos que fa ziam o comércio de pretos, os famosos
batesse pela repressão ao tráfico. Con
opinião geral ligava à abolição da escra vidão a ruína do país.
As tentativas
OflLQODflOEmSflOPffULO
MOS SÉCULOS XVI E XVII por SÉRGIO Buarque de Holanda
siderável deve ter sido a parte dos contraband stas de africanos e seus prote
tores políticos no malogro da regência
M carta de agôsto de 1549, endereça da da Bahia ao Padre Mestre Simão,
dígenas que praticam a tecelagem de rede, o recurso quase exclusivo a téc
negreiros.
de Feijó. Na grande lavoura encontra ria o seu maior apoio o partido do "re
encarecia Nóbrega a necessidade de vi rem pessoas que soubessem tecer algo
nicas adventícias, e já se notou que estas desaparecem entre as tribos estremes
Sob a aparência de disputa de idéias e princípios políticos, muitas das lutas
gresso", vitorioso em 1837, com a queda do padre paulista. Entre 1830 e 1839
dão, "que cá há muito". E sugeria ao
de convívio com ci\'iIizados (1).
mesmo tempo algum petitório de roupa
processo de fabrico assinalado na Ama
zônia por Knoch-Grünberg é, em essên cia, o mesmo que tive ocasião de teste munhar pessoalmente entre tecedeiras
O
da era regencial não passaram de mano
entrariam no Brasil mais de quatrocentos
para se cobrirem os novos convertidos:
bras dos senhores de escravos e dos traficantes, seus associados. Nada con
mil escravos. O tráfico só terminaria na
"ao menos uiria camisa a cada mulher,
década de 1850, depois de todas as hu milhações que os britânicos nos impu
pela honestidade da religião crista, por que vêm todas a esta cidade à missa
de rede de Cuiabá e Sorocaba. A apa
seram, e a escravidão, por doze anos
apenas, não enveredou pelo século XX
aos domingos e festas, que faz muita devoção e vêm resando as orações que
relhagem usada, o modo de produção, o próprio vocabulário técnico dessas te
a dentro. Muito custaram a triunfar o
lhes ensinamos e não parece honesto
cedeiras filiam-se claramente à primi
padre Rocha, frei Bolonha, Jose Boni
estarem nuas entre os cristãos na igreja
tiva indústria portuguesa.
fácio e outros sonhadores dessa marca.
e quando as ensinamos". Nove anos mais tarde, conforme outras
que compõem o seu tear vertical só sei de uma peça, a que serve para dividir
cartas jesuíticas, já existia pelo menos
em duas séries os fios do urdume, cuja
seguiu Feijó quando regente, na cam panha que pretendeu desenvolver con
h tra aqueles que o seu ministro José Iná cio Borges chamou de "infames contra
bandistas de escravos".
Os elementos
mais poderosos, que iriam constituir a
um tecelão índio com seu tear numa
Das partes
designação — "bariti" em Cuiabá, "bu-
das alde as baianas, tendo aprendido o
ruchê" em Sorocaba — pode sugerir in
ofício por iniciativa dos padres.
fluência indígena.
Ou
tros seguiram-lhe o exemplo, e o cui
dado que antes punham todos nos fes tejos bestiais de carne humana e tam bém nas guerras e cerimônias gentílicas,
aplicavam-no agora em plantar algodão, fiarem-no e vestirem-se. Em 1562, leva
As rêdes de algodão de que se ser
viam a princípio os índios da costa do Brasil seriam feitas de fios trançados,
não tramados. E é às dêste tipo que \
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
da da Bahia, introduzia-se a indvistria
Ap&soT de tsf sido ujn dos países cuja economia menos sofreu com a gticfTO,
o Uruguai está começando a sentir os seus efeitos. Entre os problemas económicosociais mais prementes, que estão exigindo pronta solução destacam-se: regula rização do abastecimento de gêneros alimentícios, em particular da carne e do trigo; contenção da expansão dos meios de pagamentos e da inflação de preços
correspondentes; solução dos conflitos trabalhistas resultantes do desequilíbrio entre 03 preços e os salários; equilíbrio orçamentário com a eliminação dos "déficit^ que se vêm produzindo, embora o constante aumento da receita pública.
têxtil nas aldeias do Espírito Santo. Tais depoimentos ajudam a desfazer a crença ainda muito generalizada de que nossos indígenas do litoral, que como
o historiador Sérgio Buarque de Holan da, que atualmente dirige com proficiên cia o Museu Paulista e preside a Asso
se sabe utilizavam o algodão em varia
de São Paulo, no artigo escrito esjjecial-
dos misteres, inclusive na fiação, co
mente para a nossa revista, mostra que
nhecessem qualquer sistema de tecela
o progresso do cultivo do algodão, co mo nenhum outro produto tropical, dependeu da existência de maquinismos e métodos de elaboração adequados.
gem antes dos primeiros contactos com
o europeu. Não deixa de ser signifi cativo ainda hoje, nos nossos grupos in
ciação Brasileira de Escritores, secção
Dicesto Econômico
82
de imigração européia, difíceis sob vá rios aspectos e mal conduzidas, nao
oligarquia conservadora ou partido "saquarema", acobertavam os comercian tes de gado humano c levavam a ridí culo os planos de colonização branca,
seduziam os homens práticos. O traba
tachando de "liberalão", "republicano"
lhador que se adaptara às condições do
e de "comunista" quem quer que se
Brasil era o negro, o escravo africano. Se ass'm pensavam os fazendeiros e senhores de engenho, bem se imagina o ponto de vista dos indivíduos que fa ziam o comércio de pretos, os famosos
batesse pela repressão ao tráfico. Con
opinião geral ligava à abolição da escra vidão a ruína do país.
As tentativas
OflLQODflOEmSflOPffULO
MOS SÉCULOS XVI E XVII por SÉRGIO Buarque de Holanda
siderável deve ter sido a parte dos contraband stas de africanos e seus prote
tores políticos no malogro da regência
M carta de agôsto de 1549, endereça da da Bahia ao Padre Mestre Simão,
dígenas que praticam a tecelagem de rede, o recurso quase exclusivo a téc
negreiros.
de Feijó. Na grande lavoura encontra ria o seu maior apoio o partido do "re
encarecia Nóbrega a necessidade de vi rem pessoas que soubessem tecer algo
nicas adventícias, e já se notou que estas desaparecem entre as tribos estremes
Sob a aparência de disputa de idéias e princípios políticos, muitas das lutas
gresso", vitorioso em 1837, com a queda do padre paulista. Entre 1830 e 1839
dão, "que cá há muito". E sugeria ao
de convívio com ci\'iIizados (1).
mesmo tempo algum petitório de roupa
processo de fabrico assinalado na Ama
zônia por Knoch-Grünberg é, em essên cia, o mesmo que tive ocasião de teste munhar pessoalmente entre tecedeiras
O
da era regencial não passaram de mano
entrariam no Brasil mais de quatrocentos
para se cobrirem os novos convertidos:
bras dos senhores de escravos e dos traficantes, seus associados. Nada con
mil escravos. O tráfico só terminaria na
"ao menos uiria camisa a cada mulher,
década de 1850, depois de todas as hu milhações que os britânicos nos impu
pela honestidade da religião crista, por que vêm todas a esta cidade à missa
de rede de Cuiabá e Sorocaba. A apa
seram, e a escravidão, por doze anos
apenas, não enveredou pelo século XX
aos domingos e festas, que faz muita devoção e vêm resando as orações que
relhagem usada, o modo de produção, o próprio vocabulário técnico dessas te
a dentro. Muito custaram a triunfar o
lhes ensinamos e não parece honesto
cedeiras filiam-se claramente à primi
padre Rocha, frei Bolonha, Jose Boni
estarem nuas entre os cristãos na igreja
tiva indústria portuguesa.
fácio e outros sonhadores dessa marca.
e quando as ensinamos". Nove anos mais tarde, conforme outras
que compõem o seu tear vertical só sei de uma peça, a que serve para dividir
cartas jesuíticas, já existia pelo menos
em duas séries os fios do urdume, cuja
seguiu Feijó quando regente, na cam panha que pretendeu desenvolver con
h tra aqueles que o seu ministro José Iná cio Borges chamou de "infames contra
bandistas de escravos".
Os elementos
mais poderosos, que iriam constituir a
um tecelão índio com seu tear numa
Das partes
designação — "bariti" em Cuiabá, "bu-
das alde as baianas, tendo aprendido o
ruchê" em Sorocaba — pode sugerir in
ofício por iniciativa dos padres.
fluência indígena.
Ou
tros seguiram-lhe o exemplo, e o cui
dado que antes punham todos nos fes tejos bestiais de carne humana e tam bém nas guerras e cerimônias gentílicas,
aplicavam-no agora em plantar algodão, fiarem-no e vestirem-se. Em 1562, leva
As rêdes de algodão de que se ser
viam a princípio os índios da costa do Brasil seriam feitas de fios trançados,
não tramados. E é às dêste tipo que \
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
da da Bahia, introduzia-se a indvistria
Ap&soT de tsf sido ujn dos países cuja economia menos sofreu com a gticfTO,
o Uruguai está começando a sentir os seus efeitos. Entre os problemas económicosociais mais prementes, que estão exigindo pronta solução destacam-se: regula rização do abastecimento de gêneros alimentícios, em particular da carne e do trigo; contenção da expansão dos meios de pagamentos e da inflação de preços
correspondentes; solução dos conflitos trabalhistas resultantes do desequilíbrio entre 03 preços e os salários; equilíbrio orçamentário com a eliminação dos "déficit^ que se vêm produzindo, embora o constante aumento da receita pública.
têxtil nas aldeias do Espírito Santo. Tais depoimentos ajudam a desfazer a crença ainda muito generalizada de que nossos indígenas do litoral, que como
o historiador Sérgio Buarque de Holan da, que atualmente dirige com proficiên cia o Museu Paulista e preside a Asso
se sabe utilizavam o algodão em varia
de São Paulo, no artigo escrito esjjecial-
dos misteres, inclusive na fiação, co
mente para a nossa revista, mostra que
nhecessem qualquer sistema de tecela
o progresso do cultivo do algodão, co mo nenhum outro produto tropical, dependeu da existência de maquinismos e métodos de elaboração adequados.
gem antes dos primeiros contactos com
o europeu. Não deixa de ser signifi cativo ainda hoje, nos nossos grupos in
ciação Brasileira de Escritores, secção
Digesto Económ^
84
se
refere
Nóbrega,
aparentemente,
quando, em carta escrita no ano de 1561 ao Geral da Companhia de Jesus,
afirma que, sendo elas as camas da terra, não se alcan^vam com facilidade em
De Buenos Aires sabe-se com seguran
ça que veio para São Vicente em 1587 uma enorme partida de pano de algodão de Tucumã remetida pelo bispo Fran cisco Vitória, o mesmo que no ano ante
São Vicente por serem caras, mas po diam vir de outras capitanias, "onde
cedente recolhera em San Miguel e
Santiago — por meios compulsivos, di-
são muito baratas".
z-am as más línguas — trinta carretas de
Em que época teriam vindo para o
tecidos a fim de envia-los àquele pôrtoí
Brasil os primeiros teares de rede? Nos inventários paulistas conhecidos, ôles não aparecem expressamente menciona
Tem essa remessa a particularidade de ser a primeira de produto "argentino
dos antes de 1729, mas é pouco ve
sua fundação (2).
rossímil que até então os moradores
da capitania dependessem nesse parti cular da indústria indígena. Quanto aos
de tecer pano, ôstes já existem segura
mente, em São Paulo, desde o século
idos camaristas da vila para que só se XVI. Ê de 1578, com efeito, a ordem
teçam panos de acordo com a marca do
mar, isto é, que tenham três palmos e meio de largura.
Mas a indústria de tecidos ainda seria incipiente e escassa nesse período. Por
isso, "põr haver na terra pouco pano de algodão", deliberam os oficiais da Câmara que o tecido grosso seja ven
dido a duzentos réis a vara e o delgado a duzentos e quarenta.
Decidem mais
que ninguém venda o quintal de algo dão "em caroço, enxuto e bem acondi-
cionado" por mais de dois mil réis, e ainda, que não vendam para fora da vila sem licença especial, Esta última
resolução aplica-se não sòmente ao al
godão bruto como aos tecidos: "nenhua pessoa venda pano de algodão para fora
embarcada em Buenos Aires desde a
A taxa estipulada em 1585 pela Ga mara de São Paulo mantêm-na os ofi ciais oito anos mais tarde para os panos
tecidos: duzentos réis a vara, mas desta
vez sem discriminação de qualidade. As
avaliações consignadas nos inventários revelam, em todo caso, oscilação apre
ciável nos preços, refletindo talvez irre gularidade no abastecimento do produto, que não dependeria unicamente do plantio local. Num inventário de 1597 encontramos o valor de 3$200 para o
quintal de algodão em caroço; meia arrôba do limpo é orçada no ano de 1593 em 1$200, o que eqüivale a nada
menos do que 9$600 para o quintal. Neste caso, entretanto, a divergência
só à primeira vista pode parecer excessi va: na realidade duas arrôbas de algodão
em caroço davam, de ordinário, meia do produto limpo. E é preciso considerar o tempo e trabalho consumidos na lim
85
Digesto EcoNó^^co
ser oito vezes maior, pois dois indivíduos manejando o aparellio limpavam em vinte e quatro horas duas arrôbas de al godão em caroço (3). Não está provado, entretanto, que essa
máquina existisse no planalto paulista durante o período que nos ocupa. O primeiro inventário em que ela ocorre é o de Henrique da Cunha Machado, e traz a data de 1680. É verdade que o autor anônimo dos "Diálogos das Gran
1608
1$000
1613
$500
1615
$500 $500 $400
1616
1619 1620
$320
1622 (qualidade inferior)
$300
1628 1631 1635
$400
1636
$400 $480 $320
dezas do Brasil" regista a presença des
1637
S320
se tipo de escaroçador nas capitanias do norte já durante as primeiras décadas
1638
$480 $500 $480 $400
Num inventário de 1598, o de Isa bel Félix, cpm sítio no Tejuguaçu, en
contramos o preço de quatrocentos réis para uma arrôba menos seis ou oito arratéis de algodão, o que concorda aproximadamente coni a taxa oficial de dois mil réis para o quintal.
1640 1641
do século XVII.
Mas em
outros textos, de 1599 e 1600 respecti
vamente, registam-se os preços de oitocentos e de seíscentos e quarenta réis para a arrôba. É a partir dessa época aparentemen te, que se intensificam as plantações no planalto, e em 1606 os camaristas de São Paulo já poderão escrever ao dona tário que em sua capitania "há muito algodão". Êsse fato reflete-se aos pou
1642 1644 1646 1649 1650
§400
$320 $320 $400
As avaliações variavam algumas xèzcs de acôrdo com a qualidade do produto. Assim é que as três arrôbas deixadas por Antônio Cubas de Macedo em 1622 são vendidas à razão de trezentos reis
cada uma, "por ser ruim". E num mes mo inventário datado, êste, de 1654, fi
guram quarenta e duas arrôbas de al godão bom a um cruzado a arrôba, e ou tras tantas "de somenos" a doze vinténs.
O produto inferior não seria utilizado
cos no declínio e estabilização dos pre
na tecelagem, mas de preferência na fa
ços, que depois do segundo decênio do
bricação de outros objetos, tais como
século oscilam apenas entre uma pataca
pavios de vela, rêdes de pescar, fios de sapateiro, franjas ou varandas de rede
peza. Calculou-se que uma pesssoa, trabalhando um dia inteiro sem auxilio
e quatrocentos e oitenta ou quinhentos
de máquina, não chegava a produzir
em caroço, conforme se pode ver no
etc. Serviriam além disso para acolchoar os célebres gibões estofados dos
quadro abaixo, organizado de acordo
bandeirantes, que consumiam, os maio
com avaliações constantes de inventá
res, até oito arratéis de algodão, e os outros, os "escupiletes", destinados a
da vila sem primeiro o trazer à Gamara
mais de um arratel de algodão livre de
pera se fazer diligência se no povo é
sementes.
mister".
de madeira, importado da Ásia, que prevaleceu no Brasil até fins do período
É mais do que provável que a carên cia dêsse produto fosse em parte com
r
Com o rústico descaroçador
colonial e ainda em nossos dias se en
pensada com a importação de outras ca contra esporadicamente em lugares do pitanias e também de fora do Brasil. interior, o rendimento do trabalho podia
réis no máximo por arrôba de algodão
rios seisCentistas (4):
resguardar apenas o busto e o ventre, 1600 1606
$640 $480
1607
$800
seis arratéis ou pouco menos.
O valor do pano tecido, que em 1585 6 em 1596 fôra taxado pelo Conselho
Digesto Económ^
84
se
refere
Nóbrega,
aparentemente,
quando, em carta escrita no ano de 1561 ao Geral da Companhia de Jesus,
afirma que, sendo elas as camas da terra, não se alcan^vam com facilidade em
De Buenos Aires sabe-se com seguran
ça que veio para São Vicente em 1587 uma enorme partida de pano de algodão de Tucumã remetida pelo bispo Fran cisco Vitória, o mesmo que no ano ante
São Vicente por serem caras, mas po diam vir de outras capitanias, "onde
cedente recolhera em San Miguel e
Santiago — por meios compulsivos, di-
são muito baratas".
z-am as más línguas — trinta carretas de
Em que época teriam vindo para o
tecidos a fim de envia-los àquele pôrtoí
Brasil os primeiros teares de rede? Nos inventários paulistas conhecidos, ôles não aparecem expressamente menciona
Tem essa remessa a particularidade de ser a primeira de produto "argentino
dos antes de 1729, mas é pouco ve
sua fundação (2).
rossímil que até então os moradores
da capitania dependessem nesse parti cular da indústria indígena. Quanto aos
de tecer pano, ôstes já existem segura
mente, em São Paulo, desde o século
idos camaristas da vila para que só se XVI. Ê de 1578, com efeito, a ordem
teçam panos de acordo com a marca do
mar, isto é, que tenham três palmos e meio de largura.
Mas a indústria de tecidos ainda seria incipiente e escassa nesse período. Por
isso, "põr haver na terra pouco pano de algodão", deliberam os oficiais da Câmara que o tecido grosso seja ven
dido a duzentos réis a vara e o delgado a duzentos e quarenta.
Decidem mais
que ninguém venda o quintal de algo dão "em caroço, enxuto e bem acondi-
cionado" por mais de dois mil réis, e ainda, que não vendam para fora da vila sem licença especial, Esta última
resolução aplica-se não sòmente ao al
godão bruto como aos tecidos: "nenhua pessoa venda pano de algodão para fora
embarcada em Buenos Aires desde a
A taxa estipulada em 1585 pela Ga mara de São Paulo mantêm-na os ofi ciais oito anos mais tarde para os panos
tecidos: duzentos réis a vara, mas desta
vez sem discriminação de qualidade. As
avaliações consignadas nos inventários revelam, em todo caso, oscilação apre
ciável nos preços, refletindo talvez irre gularidade no abastecimento do produto, que não dependeria unicamente do plantio local. Num inventário de 1597 encontramos o valor de 3$200 para o
quintal de algodão em caroço; meia arrôba do limpo é orçada no ano de 1593 em 1$200, o que eqüivale a nada
menos do que 9$600 para o quintal. Neste caso, entretanto, a divergência
só à primeira vista pode parecer excessi va: na realidade duas arrôbas de algodão
em caroço davam, de ordinário, meia do produto limpo. E é preciso considerar o tempo e trabalho consumidos na lim
85
Digesto EcoNó^^co
ser oito vezes maior, pois dois indivíduos manejando o aparellio limpavam em vinte e quatro horas duas arrôbas de al godão em caroço (3). Não está provado, entretanto, que essa
máquina existisse no planalto paulista durante o período que nos ocupa. O primeiro inventário em que ela ocorre é o de Henrique da Cunha Machado, e traz a data de 1680. É verdade que o autor anônimo dos "Diálogos das Gran
1608
1$000
1613
$500
1615
$500 $500 $400
1616
1619 1620
$320
1622 (qualidade inferior)
$300
1628 1631 1635
$400
1636
$400 $480 $320
dezas do Brasil" regista a presença des
1637
S320
se tipo de escaroçador nas capitanias do norte já durante as primeiras décadas
1638
$480 $500 $480 $400
Num inventário de 1598, o de Isa bel Félix, cpm sítio no Tejuguaçu, en
contramos o preço de quatrocentos réis para uma arrôba menos seis ou oito arratéis de algodão, o que concorda aproximadamente coni a taxa oficial de dois mil réis para o quintal.
1640 1641
do século XVII.
Mas em
outros textos, de 1599 e 1600 respecti
vamente, registam-se os preços de oitocentos e de seíscentos e quarenta réis para a arrôba. É a partir dessa época aparentemen te, que se intensificam as plantações no planalto, e em 1606 os camaristas de São Paulo já poderão escrever ao dona tário que em sua capitania "há muito algodão". Êsse fato reflete-se aos pou
1642 1644 1646 1649 1650
§400
$320 $320 $400
As avaliações variavam algumas xèzcs de acôrdo com a qualidade do produto. Assim é que as três arrôbas deixadas por Antônio Cubas de Macedo em 1622 são vendidas à razão de trezentos reis
cada uma, "por ser ruim". E num mes mo inventário datado, êste, de 1654, fi
guram quarenta e duas arrôbas de al godão bom a um cruzado a arrôba, e ou tras tantas "de somenos" a doze vinténs.
O produto inferior não seria utilizado
cos no declínio e estabilização dos pre
na tecelagem, mas de preferência na fa
ços, que depois do segundo decênio do
bricação de outros objetos, tais como
século oscilam apenas entre uma pataca
pavios de vela, rêdes de pescar, fios de sapateiro, franjas ou varandas de rede
peza. Calculou-se que uma pesssoa, trabalhando um dia inteiro sem auxilio
e quatrocentos e oitenta ou quinhentos
de máquina, não chegava a produzir
em caroço, conforme se pode ver no
etc. Serviriam além disso para acolchoar os célebres gibões estofados dos
quadro abaixo, organizado de acordo
bandeirantes, que consumiam, os maio
com avaliações constantes de inventá
res, até oito arratéis de algodão, e os outros, os "escupiletes", destinados a
da vila sem primeiro o trazer à Gamara
mais de um arratel de algodão livre de
pera se fazer diligência se no povo é
sementes.
mister".
de madeira, importado da Ásia, que prevaleceu no Brasil até fins do período
É mais do que provável que a carên cia dêsse produto fosse em parte com
r
Com o rústico descaroçador
colonial e ainda em nossos dias se en
pensada com a importação de outras ca contra esporadicamente em lugares do pitanias e também de fora do Brasil. interior, o rendimento do trabalho podia
réis no máximo por arrôba de algodão
rios seisCentistas (4):
resguardar apenas o busto e o ventre, 1600 1606
$640 $480
1607
$800
seis arratéis ou pouco menos.
O valor do pano tecido, que em 1585 6 em 1596 fôra taxado pelo Conselho
86
Dicesto Econômico
em duzentos réis a vara, corresponde de perto ao do algodãó em caroço. Quando este, em 1613, é avaliado em quinhentos réis a arroba, aquele se vende a sete
gente de serviço. A tecelagem compete,
vinténs a vara. Por volta de 1641, quando o algodão está a um cruzado
portugueses, ofício pouco limpo e sem
godão e em outro, de 1685, mil e cin qüenta e oito varas. Domingos Fernan
primor.
des, o fundador de Itu, tem em casa, no
ou, quando muito, a quatrocentos e oi tenta reis, o tecido custa quatro vin téns e um tostão (enquanto o pano im portado, de linho, se vende a 1$600 a vara). E em 1681 descerá a setenta e
cinco reis e a quatro vinténs, quando a arrôba de algodão bruto vale apenas du zentos e quarenta réis.
O pano tinto alcança naturalmente
mais do quatro árvores e vem citado
por isso, a esta gente, e por ser, entre
A lavoura algodoeira acompanha a expansão do povoamento no planalto e cresce cora ela. Quase todos os sítios da roça têm seu pequeno algodoal, tão pequeno em certos casos que um dêles
o de João Gomes, em Mogi, não conta
pois um descaroçador pode ser construí
do por qualquer carpinteiro e um tear vale, quando muito, o que valem dez
ano de 1652, três teares pelo menos,
arrobas de algodão bruto, mas sobretudo
onde labutam escravos e administrados.
o processo demorado, fastidioso e fati-
não obstante seu clima úmido e incons
E nos de Guilherme Pompeu de Almei da há, em 1658, mil varas de pano pertencentes a Pedro Dias Leite.
gante que requer a indústria, mesmo ha
tante.
Especialmente na Embuaçavo e
na Moóca. Transposto o Tietê, as plan
tações acompanham-lhe as margens, so
Repete-se com esses magnatas do al godão o que se dá, em muito maior es
bretudo rio abaixÔ, e também as dos
brasil, a gra. Os mais zelosos não deiantes de lançar-lhe a tintura, para que antes com sumagre. Tudo isso contribuí
nas o que determina, nesse caso, a con
centração não é o custo do maquinismo,
Nos primeiros tempos planta-se nos
xanam de umar o tecido com alumen
para elevar-lhe o custo.
cabo, com uma porcentagem regular do próprio pano que assim fabricam. Ape
próprios arredores da vila de São Paulo,
matena corante importada: o anil, o
sendo o pano de côr preta, tratá-lo-íam
próprio e o alheio. Isso c.xplica que num inventário de 1674 figurem novecentas e sessenta varas de pano de al
ma necessidade caseira ou para vestir a
seus tributários como o Pinheiros, o Co
E
bons lucros fazendo tecer o algodão
no inventário. Mas há de dar para algu
preços maiores por exigir emprégo de
nao se estragasse ou desbotasse.
87
Digesto Econômico
vendo mão de obra numerosa e dispo
nível. A verdade é que de nenhum produto tropical se pode dizer, tanto como do algodão, que os progressos no
seu cultivo dependeram estreitamente
tia e, em partes, o Jaguarí. Em Parnaíba são assinalados algodoais no sítio
cala, com os potentados do açúcar, quando concentram no seu engenho a moagem da cana de todos os lavradores
da existência de maquinismos adequados
de Belchior Carneiro desde 1607, de
da vizinhança. Recebem o algodão em
feiçoados. Métodos e maquinismos que
zoito anos antes de fundar-se a rila;
caroço e encarregam-se da limpeza, car-
só dois séculos mais tarde principiariam
no Ururaí em 1624 nas terras de Matias do Oliveira e Marcos Fernandes; em
da, fiação, tecelagem, pagando-se, ao
a surgir entre nós.
c de métodos de elaboração mais aper
1620 na área de Mogl das Cruzes. Ao lado dos canaviais, dos milharais,
até mesmo dos trigais, que ocupam o melhor da atividade rural dos moradores,
o papel do algodão, ao menos na pri meira metade do século, é praticamente
insignificante. Só em um ou outro in ventário da época se encontram, entre
os bens deixados, mais de seis arrobas de algodão, e essa mesma
quantidade é excepcional. A partir de 1650 mais ou me nos é que começam a surgir
f
produções mais avultadas. Certo inventário de 1668 as
sinala quarenta e quatro arrôbas; sessenta e quatro é
quanto apresenta outro, de 1670; e em um de 1693 chegam-se a registar noventa e quatrol Nem todos dispõem de teares, de modo que alguns
proprietários devem auferir
O jornal "Financial Times" publicou uma notícia segundo a qual o Brasil em pregará dois milhões de libras esterlinas, de seus saldos acumulados em Londres, na compra definitiva de três emprêsas subsidiárias da "Brazil Raihoay Company" De acordo com essa informação o negócio foi anunciado pela Comissão de portadores de títulos da "Brazil Railway". É óbvio, todavia, que a (geração de pende de aprovação do Congresso brasileiro. As três emprêsas incncionadas, que já haviam sido anteriormente expropriadas pelo govêmo hrasüelro, são as seguintes-, "Southern Brazil Lumber and Colonization Company"; "Companhia de Indiisirias Brasileiras de Papel" e "Emprôsa de Armazéns Frigoríficos".
86
Dicesto Econômico
em duzentos réis a vara, corresponde de perto ao do algodãó em caroço. Quando este, em 1613, é avaliado em quinhentos réis a arroba, aquele se vende a sete
gente de serviço. A tecelagem compete,
vinténs a vara. Por volta de 1641, quando o algodão está a um cruzado
portugueses, ofício pouco limpo e sem
godão e em outro, de 1685, mil e cin qüenta e oito varas. Domingos Fernan
primor.
des, o fundador de Itu, tem em casa, no
ou, quando muito, a quatrocentos e oi tenta reis, o tecido custa quatro vin téns e um tostão (enquanto o pano im portado, de linho, se vende a 1$600 a vara). E em 1681 descerá a setenta e
cinco reis e a quatro vinténs, quando a arrôba de algodão bruto vale apenas du zentos e quarenta réis.
O pano tinto alcança naturalmente
mais do quatro árvores e vem citado
por isso, a esta gente, e por ser, entre
A lavoura algodoeira acompanha a expansão do povoamento no planalto e cresce cora ela. Quase todos os sítios da roça têm seu pequeno algodoal, tão pequeno em certos casos que um dêles
o de João Gomes, em Mogi, não conta
pois um descaroçador pode ser construí
do por qualquer carpinteiro e um tear vale, quando muito, o que valem dez
ano de 1652, três teares pelo menos,
arrobas de algodão bruto, mas sobretudo
onde labutam escravos e administrados.
o processo demorado, fastidioso e fati-
não obstante seu clima úmido e incons
E nos de Guilherme Pompeu de Almei da há, em 1658, mil varas de pano pertencentes a Pedro Dias Leite.
gante que requer a indústria, mesmo ha
tante.
Especialmente na Embuaçavo e
na Moóca. Transposto o Tietê, as plan
tações acompanham-lhe as margens, so
Repete-se com esses magnatas do al godão o que se dá, em muito maior es
bretudo rio abaixÔ, e também as dos
brasil, a gra. Os mais zelosos não deiantes de lançar-lhe a tintura, para que antes com sumagre. Tudo isso contribuí
nas o que determina, nesse caso, a con
centração não é o custo do maquinismo,
Nos primeiros tempos planta-se nos
xanam de umar o tecido com alumen
para elevar-lhe o custo.
cabo, com uma porcentagem regular do próprio pano que assim fabricam. Ape
próprios arredores da vila de São Paulo,
matena corante importada: o anil, o
sendo o pano de côr preta, tratá-lo-íam
próprio e o alheio. Isso c.xplica que num inventário de 1674 figurem novecentas e sessenta varas de pano de al
ma necessidade caseira ou para vestir a
seus tributários como o Pinheiros, o Co
E
bons lucros fazendo tecer o algodão
no inventário. Mas há de dar para algu
preços maiores por exigir emprégo de
nao se estragasse ou desbotasse.
87
Digesto Econômico
vendo mão de obra numerosa e dispo
nível. A verdade é que de nenhum produto tropical se pode dizer, tanto como do algodão, que os progressos no
seu cultivo dependeram estreitamente
tia e, em partes, o Jaguarí. Em Parnaíba são assinalados algodoais no sítio
cala, com os potentados do açúcar, quando concentram no seu engenho a moagem da cana de todos os lavradores
da existência de maquinismos adequados
de Belchior Carneiro desde 1607, de
da vizinhança. Recebem o algodão em
feiçoados. Métodos e maquinismos que
zoito anos antes de fundar-se a rila;
caroço e encarregam-se da limpeza, car-
só dois séculos mais tarde principiariam
no Ururaí em 1624 nas terras de Matias do Oliveira e Marcos Fernandes; em
da, fiação, tecelagem, pagando-se, ao
a surgir entre nós.
c de métodos de elaboração mais aper
1620 na área de Mogl das Cruzes. Ao lado dos canaviais, dos milharais,
até mesmo dos trigais, que ocupam o melhor da atividade rural dos moradores,
o papel do algodão, ao menos na pri meira metade do século, é praticamente
insignificante. Só em um ou outro in ventário da época se encontram, entre
os bens deixados, mais de seis arrobas de algodão, e essa mesma
quantidade é excepcional. A partir de 1650 mais ou me nos é que começam a surgir
f
produções mais avultadas. Certo inventário de 1668 as
sinala quarenta e quatro arrôbas; sessenta e quatro é
quanto apresenta outro, de 1670; e em um de 1693 chegam-se a registar noventa e quatrol Nem todos dispõem de teares, de modo que alguns
proprietários devem auferir
O jornal "Financial Times" publicou uma notícia segundo a qual o Brasil em pregará dois milhões de libras esterlinas, de seus saldos acumulados em Londres, na compra definitiva de três emprêsas subsidiárias da "Brazil Raihoay Company" De acordo com essa informação o negócio foi anunciado pela Comissão de portadores de títulos da "Brazil Railway". É óbvio, todavia, que a (geração de pende de aprovação do Congresso brasileiro. As três emprêsas incncionadas, que já haviam sido anteriormente expropriadas pelo govêmo hrasüelro, são as seguintes-, "Southern Brazil Lumber and Colonization Company"; "Companhia de Indiisirias Brasileiras de Papel" e "Emprôsa de Armazéns Frigoríficos".
Digesto EcoNÓ^^co
Geografia das Comunicações Paulistas
89
da, oferecc-sc como acesso dc importân
quiá que, até Periiibe, margeia á cosia.
cia indiscutível, cujo aproveitamento fu
III — o liloral
A "Zona arenosa", pois, da barra do
turo, com a transformação de Cananéia
Ribeira, exclusive, ao avanço do Monga-
por Nelson Werneck Sodbé
em porto aparelhado, não deverá tardar
guá, em meio ã praia Grande, não ofe
muito. A foz do Ribeira, por outio lado,
rece condições de acesso ao interior, nem
é a porta de um sistema fluvial cujas condições de navegabilidade estão com provadas pelo uso, servindo a uma região
de abordagem, fazendo-se a circulação
rica, em constante progresso, e que pe
zona santista. .
diferentes faixas do litoral paulista são condicionadas, de um lado pelo maior ou menor afastamento entre a
Serra do Mar e o oceano, de outro, como cojiseqüêncía, pela existência ou não de uma zona de baixada entre a
Serra e a orla marítima. É assim que,
O sr. Nelson Werneck Sodré, em séu
terceiro artigo referente às comunicações paulistas, examina o litoral do Estado
e as condições que oferece, do aspecto ferroviário e rodoviário.
na parte sulina, correspondente ao tre
cho do desenvolvimento daquela Serra entre os limites paranaenses e a reffião
de Piedade, onde tem o nome de Paranapiacaba, existe a baixada intermediá-
A "Zona illiada" é uma porta gigan
no sentido transversal unicamente, à
beira do oceano, gravitando tôda para a
netra fundamente, graças ao afastamen to da Serra do Mar nessa região, no território paulista. A "Zona ilhada", pois, entre a barra de Ararapira e a foz do Ribeira, inclusive, apresenta-se com
senvolve-se a "Zona baixa santista". Cor
uma importância muito grande, na geo
ção da bai.xada santista, nesta compreen
grafia do litoral do Estado.
didas as ilhas de Santo Amaro e de
Da ponta de Mongaguú ã ponta da Enseada, além da barra da Bertioga, de
responde i\ aproximação entre a Serra do Már e o oceano, com a faixa de transi
tesca, — sua hospitalidade à navegação é notória e histórica. Quatro barras, de sul para norte, oferecem-se à aborda gem: a de Ararapira, na ponta da illia
beira-Juquiá se estreita, partida pela ir
faixa da praia Grande ao norte do avan
rupção isolada mas significativa da Ser
do Cardoso; a de Cananéia, entre esta
ra dos Itatins, encontra-se a segunda zona litorânea, de longas praias rasas, numa costa lisa de recortes, sem ensea
águas, cora os rios em constante comuni
ilha e a Comprida; a de Icaparra, entre esta última e a de Iguape; e a da foz do Ribeira. Separando as ilhas, entre si ou
ço de Mongaguá, e se desenvolve, atin gindo a região das ilhas, pelas praias de S. Vicente, prolongando-se com a do Guarujá e as de menores proporções
das, sem reentrâncias, cuja única des-
de Santo Amaro, Pernambuco, Perequê, ,
cação, no quadro mais firme de um sistema fluvial dependente da costa, todo
do continente, vemos os canais maríti mos chamados, curiosamente. Mar de
continmdade de vulto figura-se apenas da região dos Itatins, quando a Serra
tôdas, desde Guarujá, na orla oceânica
se aproxima do oceano.
Nesta "Zona
da ilha de Santo Amaro. A característi
arenosa" encontram-se, de Santos para o sul, as praias sucessivas: a Grande,
ca mais importante da "Zona baixa san
na do Ribeira-Juquiá. À proporção que
a Serra se aproxima da região saotista avizinha-se da costa, - à baixada se es treita, em conseqüência, e perde as suas características, com a confusão das
voltado para ela, em cursos de pequena Ararapira, Mar de Itapitangui, Mar de extensão e destituídos de aptidão para a' Cananéia, Mar do Cubatão e Mar de navegação.
Isso vai corresponder, na
orla marítima, em conjunto:
— no primeiro trecho, de baixada franca mas indecisa nas suas linhas, a uma zona ilhada, com a formação mon
tanhosa da ilha do Cardoso, a baixa ilha de Cananéia, a ilha mista de bai xada e morraria de Iguape, tudo fecha
do pe!a longa restinga da ilha Com prida.
— no segundo trecho, quando a bai
xada se apresenta firme e semeada de contrafortes, a uma costa baixa e are nosa, com longuíssimas praias, de fraca declividade e pouco propícias à aborda gem de embarcações.
Iguape. Um só obstáculo se apresenta á navegação, na extensa "Zona ilhada": o tombo das águas, causado, no interior dêsses canais, pelos desníveis das marés.
Na faixa em que a baixada do Ri-
S. Vicente.
Começa, no sul, com a
Grande, Pinheiros, Camburi e Prainha,
tista" é o sistema de canais, num dos
com quarenta e quatro quilômetros, até
quais se encrava o maior pôrto brasilei
a foz do rio Itanliaen; a de Peruíbe,
ro. As obras aí levantadas, os constantes
com vinte e cinco quilômetros, até a
Se a entrada de Icaparra vem sendo, pro gressivamente, aterrada pelo aluvião car reado no Valo Orando, canal que a
barra do rio do mesmo nomo; e, depois
trabalhos de dragagem do canal santista, o futuro aproveitamento da costa de Ita-
da irrupção dos Itatins, as praias do
pema e do canal da Bertioga para am
Una e da Juréa, separadas pela ponta
mão do homem, há mais de um século,
dôste último nome, cada uma da ordem
pliação da faixa de cais, a intensa humanização da baixada santista, a importân
abriu, tornando Iguape uma ilha, — e se a barra de Ararapira só se presta à pequena navegação, as duas outras en
dos vinte quilômetros. São estas praias duras e largas,
cia das comuriicações que já ligam êsse porto ao pla
prestando-se ao tráfego de
nalto, tudo indica a zona em
tradas, a da foz do Ribeira e a da
viaturas, na baixa maré, mas sem ancoradouros, sem aces sos, e sem articulação com o interior, fazendo-se tôda a
questão como a mais impor tante do litoral paulista. Suas
circulação no sentido trans
radouro, as comunicações pe-
barra de Cananéia, esta particularmente, apresentam-se favoráveis a quem pre tenda abordar a costa sulina.
Protegida, a última, pelos anteparos naturais das ilhas do Cardoso e Compri-
versal, pelas próprias praias, ou pela ferrovia Santos-Ju-
condições naturais e artifi
ciais de abordagem e anco^^trantes já e.xistentes, dão-
lhe um relêvo singular na
Digesto EcoNÓ^^co
Geografia das Comunicações Paulistas
89
da, oferecc-sc como acesso dc importân
quiá que, até Periiibe, margeia á cosia.
cia indiscutível, cujo aproveitamento fu
III — o liloral
A "Zona arenosa", pois, da barra do
turo, com a transformação de Cananéia
Ribeira, exclusive, ao avanço do Monga-
por Nelson Werneck Sodbé
em porto aparelhado, não deverá tardar
guá, em meio ã praia Grande, não ofe
muito. A foz do Ribeira, por outio lado,
rece condições de acesso ao interior, nem
é a porta de um sistema fluvial cujas condições de navegabilidade estão com provadas pelo uso, servindo a uma região
de abordagem, fazendo-se a circulação
rica, em constante progresso, e que pe
zona santista. .
diferentes faixas do litoral paulista são condicionadas, de um lado pelo maior ou menor afastamento entre a
Serra do Mar e o oceano, de outro, como cojiseqüêncía, pela existência ou não de uma zona de baixada entre a
Serra e a orla marítima. É assim que,
O sr. Nelson Werneck Sodré, em séu
terceiro artigo referente às comunicações paulistas, examina o litoral do Estado
e as condições que oferece, do aspecto ferroviário e rodoviário.
na parte sulina, correspondente ao tre
cho do desenvolvimento daquela Serra entre os limites paranaenses e a reffião
de Piedade, onde tem o nome de Paranapiacaba, existe a baixada intermediá-
A "Zona illiada" é uma porta gigan
no sentido transversal unicamente, à
beira do oceano, gravitando tôda para a
netra fundamente, graças ao afastamen to da Serra do Mar nessa região, no território paulista. A "Zona ilhada", pois, entre a barra de Ararapira e a foz do Ribeira, inclusive, apresenta-se com
senvolve-se a "Zona baixa santista". Cor
uma importância muito grande, na geo
ção da bai.xada santista, nesta compreen
grafia do litoral do Estado.
didas as ilhas de Santo Amaro e de
Da ponta de Mongaguú ã ponta da Enseada, além da barra da Bertioga, de
responde i\ aproximação entre a Serra do Már e o oceano, com a faixa de transi
tesca, — sua hospitalidade à navegação é notória e histórica. Quatro barras, de sul para norte, oferecem-se à aborda gem: a de Ararapira, na ponta da illia
beira-Juquiá se estreita, partida pela ir
faixa da praia Grande ao norte do avan
rupção isolada mas significativa da Ser
do Cardoso; a de Cananéia, entre esta
ra dos Itatins, encontra-se a segunda zona litorânea, de longas praias rasas, numa costa lisa de recortes, sem ensea
águas, cora os rios em constante comuni
ilha e a Comprida; a de Icaparra, entre esta última e a de Iguape; e a da foz do Ribeira. Separando as ilhas, entre si ou
ço de Mongaguá, e se desenvolve, atin gindo a região das ilhas, pelas praias de S. Vicente, prolongando-se com a do Guarujá e as de menores proporções
das, sem reentrâncias, cuja única des-
de Santo Amaro, Pernambuco, Perequê, ,
cação, no quadro mais firme de um sistema fluvial dependente da costa, todo
do continente, vemos os canais maríti mos chamados, curiosamente. Mar de
continmdade de vulto figura-se apenas da região dos Itatins, quando a Serra
tôdas, desde Guarujá, na orla oceânica
se aproxima do oceano.
Nesta "Zona
da ilha de Santo Amaro. A característi
arenosa" encontram-se, de Santos para o sul, as praias sucessivas: a Grande,
ca mais importante da "Zona baixa san
na do Ribeira-Juquiá. À proporção que
a Serra se aproxima da região saotista avizinha-se da costa, - à baixada se es treita, em conseqüência, e perde as suas características, com a confusão das
voltado para ela, em cursos de pequena Ararapira, Mar de Itapitangui, Mar de extensão e destituídos de aptidão para a' Cananéia, Mar do Cubatão e Mar de navegação.
Isso vai corresponder, na
orla marítima, em conjunto:
— no primeiro trecho, de baixada franca mas indecisa nas suas linhas, a uma zona ilhada, com a formação mon
tanhosa da ilha do Cardoso, a baixa ilha de Cananéia, a ilha mista de bai xada e morraria de Iguape, tudo fecha
do pe!a longa restinga da ilha Com prida.
— no segundo trecho, quando a bai
xada se apresenta firme e semeada de contrafortes, a uma costa baixa e are nosa, com longuíssimas praias, de fraca declividade e pouco propícias à aborda gem de embarcações.
Iguape. Um só obstáculo se apresenta á navegação, na extensa "Zona ilhada": o tombo das águas, causado, no interior dêsses canais, pelos desníveis das marés.
Na faixa em que a baixada do Ri-
S. Vicente.
Começa, no sul, com a
Grande, Pinheiros, Camburi e Prainha,
tista" é o sistema de canais, num dos
com quarenta e quatro quilômetros, até
quais se encrava o maior pôrto brasilei
a foz do rio Itanliaen; a de Peruíbe,
ro. As obras aí levantadas, os constantes
com vinte e cinco quilômetros, até a
Se a entrada de Icaparra vem sendo, pro gressivamente, aterrada pelo aluvião car reado no Valo Orando, canal que a
barra do rio do mesmo nomo; e, depois
trabalhos de dragagem do canal santista, o futuro aproveitamento da costa de Ita-
da irrupção dos Itatins, as praias do
pema e do canal da Bertioga para am
Una e da Juréa, separadas pela ponta
mão do homem, há mais de um século,
dôste último nome, cada uma da ordem
pliação da faixa de cais, a intensa humanização da baixada santista, a importân
abriu, tornando Iguape uma ilha, — e se a barra de Ararapira só se presta à pequena navegação, as duas outras en
dos vinte quilômetros. São estas praias duras e largas,
cia das comuriicações que já ligam êsse porto ao pla
prestando-se ao tráfego de
nalto, tudo indica a zona em
tradas, a da foz do Ribeira e a da
viaturas, na baixa maré, mas sem ancoradouros, sem aces sos, e sem articulação com o interior, fazendo-se tôda a
questão como a mais impor tante do litoral paulista. Suas
circulação no sentido trans
radouro, as comunicações pe-
barra de Cananéia, esta particularmente, apresentam-se favoráveis a quem pre tenda abordar a costa sulina.
Protegida, a última, pelos anteparos naturais das ilhas do Cardoso e Compri-
versal, pelas próprias praias, ou pela ferrovia Santos-Ju-
condições naturais e artifi
ciais de abordagem e anco^^trantes já e.xistentes, dão-
lhe um relêvo singular na
'! mmfi Dxgesto EcoNÓ^^co
90
Digesto Econômico
roçadas, junto à costa, para um e ou
"costeiras", Itaguaré, Guaratuba, Boracéa, a maior. Una, Juquií, Baleia,
tro lado, a articulação existente com a
Camburi, Saí, Buiçucanga, Maresias,
se sucedem, quase sem interrupção. Em seguida à barra do rio Juqueriquere
baixada do Ribeira-Juquiá, pela ferro
Toque-Toque, Gaelá, Barequessaba, S.
apresenta-se a ampla enseada do Cara-
via que liga a cidade de Juquíá a San tos, apenas fazem avultar essa impor
Sebastião c S. Francisco são, em regra,
guatatuba e, mais ao norte, as praias de Massaguassú, de Mococa e de Taba-
geografia regional. As facilidades para
sôbre o oceano.
Essas dobras de costa
91
da ação dos ventos e de sua fraca de-
clividade.
As outras baías, entretanto,
fornecem ancoradouros próprios à cabo tagem. A baixada do Juqueriquere, logo em seguida ao pôrto de S. Sebastião e bastante próxima do centro urbano de
do Mar e o oceano, deixando uma es
moles, bravías, dc tombo, difíceis ao acesso, íngremes e fundas. As mais e.xtensas, Boracéa c Guaratuba, com oito quilômetros, não fogem à regra. As areias impedem a formação de barras,
fundas baías do Mar Virado, da Forta
treita zona de baixada, isolada e cheia
na foz dos rios, e represam suas águas,
leza e do Flamengo, protcg'da.s por
de mangues, que se firma à proporção que se afasta da orla marítima. Vai desde a ponta da Enseada à barra nor te do canal que separa a ilha de S. Se
que se estendem na baixada. O mar, por sua vez, nesse trecho da costa, é
"costeiras" que penetram fundo no oceano. Seguem-se as praias das Toni-
da", pois, não oferece vantagens à
compatí\'el com
bastião do continente, inclusive. Trata-
abordagem e à penetração, mas tem a singularidade de apresentar, graças ao levantamento da ilha de S. Sebastião,
as
tância.
A quarta faixa do litoral paulista cor responde à aproximação entre a Serra
se de uma costa pouco recortada a
que, na extremidade da zona, o porto de S. Sebastião, criado pelo anteparo da ilha do mesmo nome e pèlas condi ções do canal que a separa do conti
habitualmente difícil.
linga, além das menores, encravadas na
Caraguatatuba, entretanto, oferece-se co
exte;isa "costeira" que se apresenta com
mo uma aberta natural na muralha da
a Serra da Lagoa. Vèm depois as pro
Serra do Mar, a quem cuide em pene trar para o planalto.
Nessa entrada
natural, segundo estudos já feitos, deve estender-se a ferro\'ia que servirá ao pôrto de S. Sebastião, uma vez construí
A "Zona dobra
do, em
escala
necessidades,
a desde que a orientação seja a
o porto do mesmo nome, com excelen
de se ligar esse porto ao centro
tes condições naturais, superiores às de
nente, dá um relevo especial. "Zona dobrada" porque montanhosa, com a Ser ra vizinha do oceano, sem recortes acen tuados e, por isso mesmo, sem ancoradouros, com praias muito diferentes das
Santos e das melhores do mundo, dada
coletor è distri
a profundidade do canal e a proteção fornecida pela ilha. As . obras iniciais de aparelhamento, aí existentes, com um píer e um cáís com armazém, serão pro-
buidor
da "Zona arenosa", curtas, estreitas, man
melhor, talvez um dos grandes portos brasileiros, como as suas condições na turais indicam e a necessidade acabará
sas algumas, outras bravas, descaindo
quase todas bruscamente, semeada de "costeiras" e fragmentada por rios cur
tos, encachoeirados, o Itaguaré, o Guaratuba, o Una-Cubatão, o Sai, o Grande,
sinuosos na estreita baixada, mas rasos e sensíveis à maré, sem condições de
do litoral paulista.
No caso de se
núcleos urbanos do vale do Paraí
ba, a tendência
será transpor a Serra face a Caragua nhas e Grande e a extensa baía de Uba-
tuba. Mas ao norte, além de pequenas praias, apresentam-se as de Itamumbuca
navegabilidade, deixando tôda a zona
A "Zona recortada", configurada pela
proximidade entre a Serra do Mar e o
sem entradas para o interior, isolada
oceano e pela inexistência de baixada, _ ^
e do Poruba, a que se seguem as baías de Ubatubamirím e de Picinguaba. Daí por diante estendem-se pequenas praias desprotegidas e "costeiras" agrestes, até
dêle e somente debruçada sôbre o mar, — salvo casos isolados e de pouca ex com a facilidade relativa das roçadas pressão, — apresenta-se desde a barra nróximo à costa, mas suficientemente norte do canal de S. Sebastião até o
bastadas, da ordem de cinco quilôme
tros, para fugir aos mangues e ao curso inferior dos rios.
,
As sucessivas praias, da ponta da En
seada ao canal de S. Sebasüão geral mente curtas, estreitas e isoladas por
a inflexão que configura, nos "fjords"
limite entre os Estados de São Paulo e
de Parati, a entrada sul da enorme baía
do Rio de Janeiro. É uma zona rica em enseadas, em abrigos naturais, forte mente dentada, com profundas reentrân-
Na zona em apreço o porto mais fa vorável é o de Ubatuba, de vez que a
cias, protegidas pela aproximação dos contrafortes da Serra, que se debruçam
São
pretender ligar o pôrto a um dos
vàvelmente continuadas, tornando o porto
por exigir. A penetração ao interior, porém, para servir ao porto, será feita pouco mais ao norte, já na ultima zona
de
Paulo.
da ilha Grande, já território fluminense.
enseada de Caraguatatuba, com os seus doze quilômetros de praia, se ressente
tatuba, onde foi ela já transposta por rodovia de condições técnicas excelentes, que procura S. José dos Campos, por
Paraibuna".
De qualquer forma, a re
gião S. Sebastíão-Caraguatatuba, inter mediária entre duas zonas bem distintas
do litoral, apresenta-se como porta de acesso ao interior, com duas direções, a
de Mogi das Cruzes, pelo vale do Ju queriquere, e a de S. José dos Campos, transpondo a Serra do Mar, esta já ser
vida por rodovia. Neste último caso, há que considerar os trabalhos de apro
veitamento de energia hidrelétrica, pro jetados para a região de Caraguatatuba.
'! mmfi Dxgesto EcoNÓ^^co
90
Digesto Econômico
roçadas, junto à costa, para um e ou
"costeiras", Itaguaré, Guaratuba, Boracéa, a maior. Una, Juquií, Baleia,
tro lado, a articulação existente com a
Camburi, Saí, Buiçucanga, Maresias,
se sucedem, quase sem interrupção. Em seguida à barra do rio Juqueriquere
baixada do Ribeira-Juquiá, pela ferro
Toque-Toque, Gaelá, Barequessaba, S.
apresenta-se a ampla enseada do Cara-
via que liga a cidade de Juquíá a San tos, apenas fazem avultar essa impor
Sebastião c S. Francisco são, em regra,
guatatuba e, mais ao norte, as praias de Massaguassú, de Mococa e de Taba-
geografia regional. As facilidades para
sôbre o oceano.
Essas dobras de costa
91
da ação dos ventos e de sua fraca de-
clividade.
As outras baías, entretanto,
fornecem ancoradouros próprios à cabo tagem. A baixada do Juqueriquere, logo em seguida ao pôrto de S. Sebastião e bastante próxima do centro urbano de
do Mar e o oceano, deixando uma es
moles, bravías, dc tombo, difíceis ao acesso, íngremes e fundas. As mais e.xtensas, Boracéa c Guaratuba, com oito quilômetros, não fogem à regra. As areias impedem a formação de barras,
fundas baías do Mar Virado, da Forta
treita zona de baixada, isolada e cheia
na foz dos rios, e represam suas águas,
leza e do Flamengo, protcg'da.s por
de mangues, que se firma à proporção que se afasta da orla marítima. Vai desde a ponta da Enseada à barra nor te do canal que separa a ilha de S. Se
que se estendem na baixada. O mar, por sua vez, nesse trecho da costa, é
"costeiras" que penetram fundo no oceano. Seguem-se as praias das Toni-
da", pois, não oferece vantagens à
compatí\'el com
bastião do continente, inclusive. Trata-
abordagem e à penetração, mas tem a singularidade de apresentar, graças ao levantamento da ilha de S. Sebastião,
as
tância.
A quarta faixa do litoral paulista cor responde à aproximação entre a Serra
se de uma costa pouco recortada a
que, na extremidade da zona, o porto de S. Sebastião, criado pelo anteparo da ilha do mesmo nome e pèlas condi ções do canal que a separa do conti
habitualmente difícil.
linga, além das menores, encravadas na
Caraguatatuba, entretanto, oferece-se co
exte;isa "costeira" que se apresenta com
mo uma aberta natural na muralha da
a Serra da Lagoa. Vèm depois as pro
Serra do Mar, a quem cuide em pene trar para o planalto.
Nessa entrada
natural, segundo estudos já feitos, deve estender-se a ferro\'ia que servirá ao pôrto de S. Sebastião, uma vez construí
A "Zona dobra
do, em
escala
necessidades,
a desde que a orientação seja a
o porto do mesmo nome, com excelen
de se ligar esse porto ao centro
tes condições naturais, superiores às de
nente, dá um relevo especial. "Zona dobrada" porque montanhosa, com a Ser ra vizinha do oceano, sem recortes acen tuados e, por isso mesmo, sem ancoradouros, com praias muito diferentes das
Santos e das melhores do mundo, dada
coletor è distri
a profundidade do canal e a proteção fornecida pela ilha. As . obras iniciais de aparelhamento, aí existentes, com um píer e um cáís com armazém, serão pro-
buidor
da "Zona arenosa", curtas, estreitas, man
melhor, talvez um dos grandes portos brasileiros, como as suas condições na turais indicam e a necessidade acabará
sas algumas, outras bravas, descaindo
quase todas bruscamente, semeada de "costeiras" e fragmentada por rios cur
tos, encachoeirados, o Itaguaré, o Guaratuba, o Una-Cubatão, o Sai, o Grande,
sinuosos na estreita baixada, mas rasos e sensíveis à maré, sem condições de
do litoral paulista.
No caso de se
núcleos urbanos do vale do Paraí
ba, a tendência
será transpor a Serra face a Caragua nhas e Grande e a extensa baía de Uba-
tuba. Mas ao norte, além de pequenas praias, apresentam-se as de Itamumbuca
navegabilidade, deixando tôda a zona
A "Zona recortada", configurada pela
proximidade entre a Serra do Mar e o
sem entradas para o interior, isolada
oceano e pela inexistência de baixada, _ ^
e do Poruba, a que se seguem as baías de Ubatubamirím e de Picinguaba. Daí por diante estendem-se pequenas praias desprotegidas e "costeiras" agrestes, até
dêle e somente debruçada sôbre o mar, — salvo casos isolados e de pouca ex com a facilidade relativa das roçadas pressão, — apresenta-se desde a barra nróximo à costa, mas suficientemente norte do canal de S. Sebastião até o
bastadas, da ordem de cinco quilôme
tros, para fugir aos mangues e ao curso inferior dos rios.
,
As sucessivas praias, da ponta da En
seada ao canal de S. Sebasüão geral mente curtas, estreitas e isoladas por
a inflexão que configura, nos "fjords"
limite entre os Estados de São Paulo e
de Parati, a entrada sul da enorme baía
do Rio de Janeiro. É uma zona rica em enseadas, em abrigos naturais, forte mente dentada, com profundas reentrân-
Na zona em apreço o porto mais fa vorável é o de Ubatuba, de vez que a
cias, protegidas pela aproximação dos contrafortes da Serra, que se debruçam
São
pretender ligar o pôrto a um dos
vàvelmente continuadas, tornando o porto
por exigir. A penetração ao interior, porém, para servir ao porto, será feita pouco mais ao norte, já na ultima zona
de
Paulo.
da ilha Grande, já território fluminense.
enseada de Caraguatatuba, com os seus doze quilômetros de praia, se ressente
tatuba, onde foi ela já transposta por rodovia de condições técnicas excelentes, que procura S. José dos Campos, por
Paraibuna".
De qualquer forma, a re
gião S. Sebastíão-Caraguatatuba, inter mediária entre duas zonas bem distintas
do litoral, apresenta-se como porta de acesso ao interior, com duas direções, a
de Mogi das Cruzes, pelo vale do Ju queriquere, e a de S. José dos Campos, transpondo a Serra do Mar, esta já ser
vida por rodovia. Neste último caso, há que considerar os trabalhos de apro
veitamento de energia hidrelétrica, pro jetados para a região de Caraguatatuba.
Digesto Econômico
02
A ligação de Ubatuba ao planalto, na região do vale do Paraíba, demandaria a transposição de dois vales, do Paraibuna e do Paraitinga e tres divisores, um
deles a própria Serra do Mar. A impo sição do terreno, face à diminuta impor tância econômica atual do antigo gran de porto cafeeiro, já deu a solução ra-
zoável, com a construção da rodoria
Ubatuba-Caraguatatuba, em curso no momento, a cpial, uma vez completada, fixará imi trecho grande de roçada, jun to à costa, de S. Sebastião a Ubatuba,
por Caraguatatuba, articulado à pene trante Caraguatatuba- Paraibuna-S. José dos Campos.
DEFUMAÇAO DA
BORRACHA
por Gastão Crvís VI
artigo anterior, N'ogueiro já de volta
deixamos o serin à bôca da estrada,
depois de ter passado para o seu balde o látex recolhido nas tíjelinhas.
Sem
O sr.
Gastão Cruls informa que o
látex é defunuido no dia em que
é colhido, antes de ser processada a stta coagulaçõo.
perda de tempo e antes que êsse látex se coagule espontaneamente, o trabalha dor amazonense dirige-se, então, para a
Notícias de Buenos Aires, publicadas com destaque pela imprensa local, i»- ,
■formando que o j?r. Miguel Miranda pretenderia forçar a Grã-Bretatiha a cccier quanto à conversibilidade do esterlino, não causaram surpresa aos círculos respon sáveis de Londres nem abalaram a convicção de que a aquisição das ferrovias e emprêsas de bondes de propriedade britânica, por parte da Argentina, será efetua da apenas com ligeiro atraso.
.
Os aludidos círculos considerain como certo algurn acôrdo com a Arganiina
sôbre o esterlino, pois a outra alternativa seria uma situação inconcebível, no qual não haveria comércio algum entre aquêle pais de um lado, e a Grã-Bretanha e tôda a área da libra do outro.
Salienta-se que uma suspensão breve e parcial do intercâmbio prejttdicario ambas as nações, porquanto a carne congelada, ao contrário da enlatada, não pode ser armazenada indefinidamente. A Inglaterra ê o -maior mercado para a cqriw frigorificada, mas está disposta a reduzir ainda mais as rações da população, a fim de não se sujeitar a qualquer chantagem. Concordam, porém, com a indicações dadas pelo sr. Miranda, no sentido ao que a questão proüàvelmente será resolvida dentro em breve.
pequena barraca ou tapiri, a que já fizemos referência, situada em ponto bem próximo, e onde vai proceder à defumação do produto. Ai, quase sem pre, êle terá alguém — a mulher ou um filho — que o auxilie na penosa e lenta operação, que lhe pedirá mais algumas horas de trabalho, num ambiente e.xíguo, escuro, e de ar quase irrespirável, pois
que continuamente carregado de uma sufocante fumaceira.
É mesmo condi
ção indispensável ao bom êxito do tra balho que a barraca seja pequenina e bem fechada, apenas aberta na frente, para que nela a fumaça se condense com vantagem.
No centro dessa barraca já está ar mado o "defumadòr".
Êste
consiste
num forno ou caldeira, buraco aberto
no clião e no qual, entre duas pedras, se vai fazer o fogo, a princípio com las cas e gravetos de qualquer madeira e, depois, para que se desprenda bastan te fumaça, queimando cavacos de paus especiais, como o pau darco, a maçaranduba, itaúba, breu, abiu ou cumani,
mas, preferentemente, côcos de alguma? palmeiras: uauaçu, inajá, tucumã, murumuru, açaí e, sobretudo, urucuri.
Ser;
vem também para o mesmo fim as cascas de côcos da Bahia, os troncos de
algumas palmeiras, como miritl e açaí e,
em geral, todos os paus verdes, especial mente os resinosos e aqueles que, ao
queimar, desenvolvem grande quantida de de calor. Aliás o seringueiro expe rimentado tem bom faro para a escolha dêsse material, pois não são poucas as
madeiras, como a paracaúba, que, ,fa-
Digesto Econômico
02
A ligação de Ubatuba ao planalto, na região do vale do Paraíba, demandaria a transposição de dois vales, do Paraibuna e do Paraitinga e tres divisores, um
deles a própria Serra do Mar. A impo sição do terreno, face à diminuta impor tância econômica atual do antigo gran de porto cafeeiro, já deu a solução ra-
zoável, com a construção da rodoria
Ubatuba-Caraguatatuba, em curso no momento, a cpial, uma vez completada, fixará imi trecho grande de roçada, jun to à costa, de S. Sebastião a Ubatuba,
por Caraguatatuba, articulado à pene trante Caraguatatuba- Paraibuna-S. José dos Campos.
DEFUMAÇAO DA
BORRACHA
por Gastão Crvís VI
artigo anterior, N'ogueiro já de volta
deixamos o serin à bôca da estrada,
depois de ter passado para o seu balde o látex recolhido nas tíjelinhas.
Sem
O sr.
Gastão Cruls informa que o
látex é defunuido no dia em que
é colhido, antes de ser processada a stta coagulaçõo.
perda de tempo e antes que êsse látex se coagule espontaneamente, o trabalha dor amazonense dirige-se, então, para a
Notícias de Buenos Aires, publicadas com destaque pela imprensa local, i»- ,
■formando que o j?r. Miguel Miranda pretenderia forçar a Grã-Bretatiha a cccier quanto à conversibilidade do esterlino, não causaram surpresa aos círculos respon sáveis de Londres nem abalaram a convicção de que a aquisição das ferrovias e emprêsas de bondes de propriedade britânica, por parte da Argentina, será efetua da apenas com ligeiro atraso.
.
Os aludidos círculos considerain como certo algurn acôrdo com a Arganiina
sôbre o esterlino, pois a outra alternativa seria uma situação inconcebível, no qual não haveria comércio algum entre aquêle pais de um lado, e a Grã-Bretanha e tôda a área da libra do outro.
Salienta-se que uma suspensão breve e parcial do intercâmbio prejttdicario ambas as nações, porquanto a carne congelada, ao contrário da enlatada, não pode ser armazenada indefinidamente. A Inglaterra ê o -maior mercado para a cqriw frigorificada, mas está disposta a reduzir ainda mais as rações da população, a fim de não se sujeitar a qualquer chantagem. Concordam, porém, com a indicações dadas pelo sr. Miranda, no sentido ao que a questão proüàvelmente será resolvida dentro em breve.
pequena barraca ou tapiri, a que já fizemos referência, situada em ponto bem próximo, e onde vai proceder à defumação do produto. Ai, quase sem pre, êle terá alguém — a mulher ou um filho — que o auxilie na penosa e lenta operação, que lhe pedirá mais algumas horas de trabalho, num ambiente e.xíguo, escuro, e de ar quase irrespirável, pois
que continuamente carregado de uma sufocante fumaceira.
É mesmo condi
ção indispensável ao bom êxito do tra balho que a barraca seja pequenina e bem fechada, apenas aberta na frente, para que nela a fumaça se condense com vantagem.
No centro dessa barraca já está ar mado o "defumadòr".
Êste
consiste
num forno ou caldeira, buraco aberto
no clião e no qual, entre duas pedras, se vai fazer o fogo, a princípio com las cas e gravetos de qualquer madeira e, depois, para que se desprenda bastan te fumaça, queimando cavacos de paus especiais, como o pau darco, a maçaranduba, itaúba, breu, abiu ou cumani,
mas, preferentemente, côcos de alguma? palmeiras: uauaçu, inajá, tucumã, murumuru, açaí e, sobretudo, urucuri.
Ser;
vem também para o mesmo fim as cascas de côcos da Bahia, os troncos de
algumas palmeiras, como miritl e açaí e,
em geral, todos os paus verdes, especial mente os resinosos e aqueles que, ao
queimar, desenvolvem grande quantida de de calor. Aliás o seringueiro expe rimentado tem bom faro para a escolha dêsse material, pois não são poucas as
madeiras, como a paracaúba, que, ,fa-
Digesto EcoNÓxnco
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Digesto Econômico
grande bloco, cujo peso pode ir de 40 a 60 quilos. A esses blocos, de formato
zendo um fogo muito forte, defumam a borracha apenas por fora.
do tiver de ser transferido para o ca vador, é de uso revestí-la de uma li
Feito o forno e aceso o fogo, sôbre ele é colocado o boião, espécie de cha
geira camada de argila, que será que
mais ou menos elipsóíde, dá-se o nome
brada no momento oportuno.
de "pelos", pois que a borracha neles se vai dispondo por camadas, como se fòra mesmo uma longa pele enrolada
Diga-se
miné cônica, metálica, com a abertura
que em certas regiões o cavador é
menor virada para cima, mas que po
também chamado "taniboca".
de ser sumariamente substituída por uma
lata de querosene, voltada de boca para baixo e na qual foi feito um furo cir
cular no fundo. Certos seringueiros usam como boião uma peça de argila que tem na base, na parte que assenta
Logo que o seringueiro chega à bar raca, passa para uma bacia de fôlha
sôbre si mesma.
de flandres, com uns 80 cm. de diâ
lhar desde o início até o fim da opera
metro, o leite que trouxera no balde e, se a operação não é logo iniciada, to ma o cuidado de mantê-lo sôbre um
foguinho ligeiro. A seguir, depois que o forno já foi aceso c a fumaça co meça a se desprender bem viva pela
Há seringueiros que preferem traba ção com um cavador único, talhado em forma de remo, o que os poupa ao
trabalho de passar posteriormente o pe
forquilhas, está disposto um pau ro-
soa que o ajuda, vai derramando, por
liço, a que dão o nome de sarilho, e que servirá de ponto de apoio a outro
meio de uma cuia, pequenas quanti
queno bloco de goma para o cava dor roliço. Mas, nesses casos, a pele é sempre muito menor, com peso que não irá além de 5 a 8 quilos e, para retirá-la da extremidade espatulada, faz-se-lhe uma incisão acompanhando uma das
dades de látex na extremidade mais
bordas cortantes do instrumento.
sôbre o forno, a forma de abóbada, e é encimada por um tubo curto; a cha
miné. À pequena altura do boião, des cansando horizontalmente sôbre duas
pau, também roliço, o cavador, com uns 5 a 6 centímetros de diâmetro, êste
manejado pelo operador, e em cuja ex tremidade vai ser feita a coagulação e
defumação da borracha. O seringueiro,
boca do boião, êle, ou melhor a pes
larga do tal pau em forma de remo e êste é logo levado ao calor e a fu maça, até que o látex se coagule, o que não tarda a se dar. Imediata mente, nova dose de goma e derrama da sôbre a primeira, e outra vez toma
entretanto, só come
o instrumento à bô-
çará a trabalhar com o cavador, rolando-o
ca cib boião, para
que o calor e a fu
sôbre o sarilho, de
maça ajam também
pois que já tiver uma certa quantida
sôbre esta. E assim, sucessivamente, até
de de borracha coa
que já se tenha for
coagulação até aquêle em que chega às mãos do comprador, quase 50%.
À borracha coagulada a tempo e bem defumada é que se dá o nome de "fina . Chama-se "entre-fina" àquela já me nos valorizada, porque preparada com
menos rigor. Por "semambi" é conhe cida a borracha de qualidade inferior, que • não sofreu defumação e cuja coa gulação se operou espontaneamente so
bre o próprio tronco das seringueiras,
depois que as tije'inhas foram retiradas; ou ainda aquela que ficou como resto
no fundo das próprias tijelinhas, do balde e da bacia. Essa borracha, que
representa 20% do látex recolhido, mas que pode chegar até 40% se o serin
gueiro for desidloso, encontra, contudo,
colocação no mercado e, por isso, nunca
deixa de ser aproveitada.
O látex, colhido num dia, há-de ser
Prontas uma ou mais "peles", o se
defumado nesse mesmo dia, antes que
ringueiro leva-as ao barracão central,
se processe a sua coagulação. Todavia,
que é o ponto de afluência de todas as
sôbre a mesma "pele" começada num
atividades do seringal. O barracão, on
dia, pode prosseguir o trabalho nos dias subseqüentes, até que ■ o bloco atinja
de mora o seringalista ou quem o re
o tamanho e o peso desejados. O látex,
presenta, aloja freqüentemente um ar mazém mais ou menos bem provido, que
já depois de coagulado e defumado, ain
prove a tòdas as necessidades dos traba
da conserva a sua côr branca.
lhadores locais. Por isso, é quase sem
Entre
tanto, pela ação do tempo, e da dissecação, a superfície das "peles" adquire 'uma tonalidade escura, quase preta. Re
pre uma enorme casa, toda feita de ma deira, situada à beira do rio, em ponto
adrede escolhido e onde possa dispor de bom pôrto, para os serviços de carga e descarga. É por ésse mesmo pôrto que
gulada e condensa
mado, na pá do pe
tirado do cavador, o bloco de borracha
da sob a forma es
queno remo, por su
férica na ponta de
perposição de cama
é exposto ao ar, sôbre um girau e, aí, depois de bem seco perde bastante em
se escoará toda a borracha para os gran
outro pau, êste sem
das
peso. Não raro, desde o momento da
des mercados de Belém e de Manaus.
de leite, uma
pequena
bola
de
pre menor, de forma espatulada ou, me lhor, de um peque
borracha maciça. Então esta bola é
no remo, de arestas cortantes. Para que
retirada da pá do remo e espetada na
o bloco de borra
ponta do cavador,
cha seja mais fàcil-
onde
mente
retirado
da
pá dêsse remo, quari-
operação
Sepundo fontes dignas de todo crédito, a decisão do gooêrno argentino, de suspender os embarques de carne em conserva para a Grã-Bretanha, é uma medida
vai prosseguir até
de caráter provisório, destinada tão só a forçar a Inglaterra a solver ràpidamente os problemas resultantes da suspensão da conversibilidade do esterlino.
a
que se obtenha um
Digesto EcoNÓxnco
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Digesto Econômico
grande bloco, cujo peso pode ir de 40 a 60 quilos. A esses blocos, de formato
zendo um fogo muito forte, defumam a borracha apenas por fora.
do tiver de ser transferido para o ca vador, é de uso revestí-la de uma li
Feito o forno e aceso o fogo, sôbre ele é colocado o boião, espécie de cha
geira camada de argila, que será que
mais ou menos elipsóíde, dá-se o nome
brada no momento oportuno.
de "pelos", pois que a borracha neles se vai dispondo por camadas, como se fòra mesmo uma longa pele enrolada
Diga-se
miné cônica, metálica, com a abertura
que em certas regiões o cavador é
menor virada para cima, mas que po
também chamado "taniboca".
de ser sumariamente substituída por uma
lata de querosene, voltada de boca para baixo e na qual foi feito um furo cir
cular no fundo. Certos seringueiros usam como boião uma peça de argila que tem na base, na parte que assenta
Logo que o seringueiro chega à bar raca, passa para uma bacia de fôlha
sôbre si mesma.
de flandres, com uns 80 cm. de diâ
lhar desde o início até o fim da opera
metro, o leite que trouxera no balde e, se a operação não é logo iniciada, to ma o cuidado de mantê-lo sôbre um
foguinho ligeiro. A seguir, depois que o forno já foi aceso c a fumaça co meça a se desprender bem viva pela
Há seringueiros que preferem traba ção com um cavador único, talhado em forma de remo, o que os poupa ao
trabalho de passar posteriormente o pe
forquilhas, está disposto um pau ro-
soa que o ajuda, vai derramando, por
liço, a que dão o nome de sarilho, e que servirá de ponto de apoio a outro
meio de uma cuia, pequenas quanti
queno bloco de goma para o cava dor roliço. Mas, nesses casos, a pele é sempre muito menor, com peso que não irá além de 5 a 8 quilos e, para retirá-la da extremidade espatulada, faz-se-lhe uma incisão acompanhando uma das
dades de látex na extremidade mais
bordas cortantes do instrumento.
sôbre o forno, a forma de abóbada, e é encimada por um tubo curto; a cha
miné. À pequena altura do boião, des cansando horizontalmente sôbre duas
pau, também roliço, o cavador, com uns 5 a 6 centímetros de diâmetro, êste
manejado pelo operador, e em cuja ex tremidade vai ser feita a coagulação e
defumação da borracha. O seringueiro,
boca do boião, êle, ou melhor a pes
larga do tal pau em forma de remo e êste é logo levado ao calor e a fu maça, até que o látex se coagule, o que não tarda a se dar. Imediata mente, nova dose de goma e derrama da sôbre a primeira, e outra vez toma
entretanto, só come
o instrumento à bô-
çará a trabalhar com o cavador, rolando-o
ca cib boião, para
que o calor e a fu
sôbre o sarilho, de
maça ajam também
pois que já tiver uma certa quantida
sôbre esta. E assim, sucessivamente, até
de de borracha coa
que já se tenha for
coagulação até aquêle em que chega às mãos do comprador, quase 50%.
À borracha coagulada a tempo e bem defumada é que se dá o nome de "fina . Chama-se "entre-fina" àquela já me nos valorizada, porque preparada com
menos rigor. Por "semambi" é conhe cida a borracha de qualidade inferior, que • não sofreu defumação e cuja coa gulação se operou espontaneamente so
bre o próprio tronco das seringueiras,
depois que as tije'inhas foram retiradas; ou ainda aquela que ficou como resto
no fundo das próprias tijelinhas, do balde e da bacia. Essa borracha, que
representa 20% do látex recolhido, mas que pode chegar até 40% se o serin
gueiro for desidloso, encontra, contudo,
colocação no mercado e, por isso, nunca
deixa de ser aproveitada.
O látex, colhido num dia, há-de ser
Prontas uma ou mais "peles", o se
defumado nesse mesmo dia, antes que
ringueiro leva-as ao barracão central,
se processe a sua coagulação. Todavia,
que é o ponto de afluência de todas as
sôbre a mesma "pele" começada num
atividades do seringal. O barracão, on
dia, pode prosseguir o trabalho nos dias subseqüentes, até que ■ o bloco atinja
de mora o seringalista ou quem o re
o tamanho e o peso desejados. O látex,
presenta, aloja freqüentemente um ar mazém mais ou menos bem provido, que
já depois de coagulado e defumado, ain
prove a tòdas as necessidades dos traba
da conserva a sua côr branca.
lhadores locais. Por isso, é quase sem
Entre
tanto, pela ação do tempo, e da dissecação, a superfície das "peles" adquire 'uma tonalidade escura, quase preta. Re
pre uma enorme casa, toda feita de ma deira, situada à beira do rio, em ponto
adrede escolhido e onde possa dispor de bom pôrto, para os serviços de carga e descarga. É por ésse mesmo pôrto que
gulada e condensa
mado, na pá do pe
tirado do cavador, o bloco de borracha
da sob a forma es
queno remo, por su
férica na ponta de
perposição de cama
é exposto ao ar, sôbre um girau e, aí, depois de bem seco perde bastante em
se escoará toda a borracha para os gran
outro pau, êste sem
das
peso. Não raro, desde o momento da
des mercados de Belém e de Manaus.
de leite, uma
pequena
bola
de
pre menor, de forma espatulada ou, me lhor, de um peque
borracha maciça. Então esta bola é
no remo, de arestas cortantes. Para que
retirada da pá do remo e espetada na
o bloco de borra
ponta do cavador,
cha seja mais fàcil-
onde
mente
retirado
da
pá dêsse remo, quari-
operação
Sepundo fontes dignas de todo crédito, a decisão do gooêrno argentino, de suspender os embarques de carne em conserva para a Grã-Bretanha, é uma medida
vai prosseguir até
de caráter provisório, destinada tão só a forçar a Inglaterra a solver ràpidamente os problemas resultantes da suspensão da conversibilidade do esterlino.
a
que se obtenha um
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Dicesto Econômico
O problema do abastecimento
Bebemos 179 gramas de leite por dia. Estamos longe da "dose ótima de urn litro" preconizada pelos cientistas ame
e o custo de vida
ricanos e mesmo da "dose mmima de
por José Bonifácio de Sousa Amaral II
O sr. José Bonifácio de Sousa Amaral,
neste segundo artigo do série que esió
j^o Brasil o problema alimentar ainda
escrevendo para o "Digesto Econômico",
reclama estudos cujos elementos de vem ser fornecidos por inquéritos.
analisa, com gráficos e tabelas, os inqué
Por enquanto, os nossos estudos ali-
mentares são deficientes, apesar de con tarmos com uma literatura abundante e valiosa.
O conliecimento das condições eco
ritos realizados no Estado de São Paulo, sôhre as deficiências das condições eco
nômicas e os Juíbitos alimentares da po pulação brasileira, com uso restrito da carne e do leite.
populações nacionais e das respectivas classes nos diversos Estados do país ain da depende de pesquisas e de inquéritos. No Estado de São Paulo, que se pode
86 famílias de classe média, num total
considerar o mais bem alimentado da
Educação" de setembro de 1935; o ter
União em face da sua grande produção lizado em 1924 pelo dr. Mário Cardim
ceiro do mesmo ano foi realizado pelo prof. Horace B. Davies auxiluido pelo' Instituto de Educação e o de Higiene. Foram estudadas 221 famílias de ope
e cujos dados apenas conhecemos por
rárias de 39 bairros da Capital.
conhecimento, nove inquéritos: um rea
citação, não nos tendo sido possível obter o método e os pormenores técni cos dè sua realização; e oito, realizados de 1935 a 1942.
Em 1935 realizaram-se na Capital paulista três inquéritos: um sob a orien tação do dr. G. H. de Paula Sousa e ela borado pelos srs. drs. Pedro Egídio de
Em 1937-38 o professor Samuel H.
hov^Tie, então diretor da Sub-Divisao de Documentação Social e Estatistícas Mu nicipais, promoveu um inquérito sobre
% litro".
As frutas e verduras figuram com ex cessiva modéstia em nosso cardápio.
a alimentação dos lixeiros da Pre eitura.
A ingestão diária de ciálcio apura da por nós é de 0,717 gramas, muito inferior à de 1,50 gramas aconselhada por Mac-Lester. A de ferro 0,0168,
Nesse inquérito ficou demonstrada a "predominância de arroz, pão, baetas e açúcar, um escasso consumo de .eite e carne e ausência de frutas e ver uras
boa se não houvesse deficiência de cál
na dieta dêsses openírios. Mesmo o consumo de leite estava abaixo ^ ção recomendada pela lei ® ° mínimo. Assim, enquanto esta lei pres
cio, que é um economizador de ferro. Consumo mode.sto de vitaminas A e C.
Estes defeitos desapareceriam se usás semos fartamente o leite, as frutas fres
creve 200 gramas diárias de c^e por
cas e as verduras.
pessoa", o lixeiro paulistano só consu mia 95,2 gramas. De leite, a lei pres creve 250 gramas diárias, o dietólogo prof. Josué de Castro prescreve 400 gra mas, enquanto o lixeiro, na reahdade,
prof. A. de Almeida Júnior, abrangendo de 872 pessoas, sendo seus resultados publicados nos "Arquívo.s do Instituto de
mílias é de 2$822; no intemato 1$505;
a média geral 2$081. Quanto maior a família menor o gasto "per capita". O leite é excessivamente caro enjre
proteínas animais e de cálcio, o que sig
xos padrões de nutrição.
seqüentemente a produção, a melhora e
porção que as classes estudadas eram de
o barateamento do lei-
salários mais altos.
te, dos ovos, das frutas
"Comemos em média 200 gramas de
carne por dia (carne de vaca, presunto,
letiva, o professor pri mário tem um grande
rentes classes, num total de l.OS^pes-
salsichas, carnes verdes).
papel a desempenhar".
dose se mantenha, dadas as vantagens
giene e na Revista do Arquivo Muni cipal vol. XVII; outro, realizado pelo
da alimentação cárnea e a modicidade do seu preço entre nós.
dual diário constam do
\
quadro n.° 1 a seguir, de onde se depreende a
e das verduras. Na so
média de São Paulo foram as seguintes:
no Boletim n." 58 do Instituto de Hi
as dietas de 793 famílias com 5.053
pessoas de diferentes categorias sociais. As taxas apuradas de consumo indivi
deficiência de cálcio e
lução desse importante
Carvalho e A. de Ulhôa Cintra, conhe
Não há inconvenientes em que essa
nal Feminino, e junto às famílias das
respectivas alunas. Foram pesquisadas
Precisamos incrementar o uso e con
leite". Esta restrição desaparecia i\ pro As conclusões do prof. Almeida Ju-
rintendência do Ensino Profissional, sob a orientação do dr. Francisco Pompeo do Amaral. Foi promorido com o au xílio das dietistas do Instituto Profissio
teínas-came custam $800, igual quan
O inquérito Paula Sousa, atrás referi do, apurou um consumo insuficiente de
nior relativas à aUmentação da classe
O maior inquérito realizado em Sao
Paulo sôbre alimentação foi o da Sup^
Em São Paulo, se 100 gramas de pro-
tidade de proteínas-leite custa 2$400. A combinação feijão com farinha — alimento quase exclusivo de boa parte da população rural, constitui, econômi ca e fisiològicamente, um dos mais bai
nifica um "restrito uso de carnes e de
consome apenas 106,3 gramas.
nós. Nos Estados Unidos, custando a caloria-came 100, a caloria-Ieite custa 63.
cido como inquérito do Instituto de Hi giene. Abrangeu 305 famílias, de dife soas. Seus resultados foram publicados
melhoria das rendas.
A despesa diária por pessoa nas fa
nômicas e dos hábitos alimentares das
agro-pecuária, só houve, de que tivemos
de cereais e pão nas famílias mais po bres, condição que desaparecia com a
de proteínas animais,
problema de higiene co
excesso de liidratos de carbono, considerável "déficit" de vitaminas,
segunda declara o ori
Davies também obser
entador técnico em suas conclusões. Por êsses
vou, no seu inquérito, o uso mais freqüente
.
1 - Al -
.
97
Dicesto Econômico
O problema do abastecimento
Bebemos 179 gramas de leite por dia. Estamos longe da "dose ótima de urn litro" preconizada pelos cientistas ame
e o custo de vida
ricanos e mesmo da "dose mmima de
por José Bonifácio de Sousa Amaral II
O sr. José Bonifácio de Sousa Amaral,
neste segundo artigo do série que esió
j^o Brasil o problema alimentar ainda
escrevendo para o "Digesto Econômico",
reclama estudos cujos elementos de vem ser fornecidos por inquéritos.
analisa, com gráficos e tabelas, os inqué
Por enquanto, os nossos estudos ali-
mentares são deficientes, apesar de con tarmos com uma literatura abundante e valiosa.
O conliecimento das condições eco
ritos realizados no Estado de São Paulo, sôhre as deficiências das condições eco
nômicas e os Juíbitos alimentares da po pulação brasileira, com uso restrito da carne e do leite.
populações nacionais e das respectivas classes nos diversos Estados do país ain da depende de pesquisas e de inquéritos. No Estado de São Paulo, que se pode
86 famílias de classe média, num total
considerar o mais bem alimentado da
Educação" de setembro de 1935; o ter
União em face da sua grande produção lizado em 1924 pelo dr. Mário Cardim
ceiro do mesmo ano foi realizado pelo prof. Horace B. Davies auxiluido pelo' Instituto de Educação e o de Higiene. Foram estudadas 221 famílias de ope
e cujos dados apenas conhecemos por
rárias de 39 bairros da Capital.
conhecimento, nove inquéritos: um rea
citação, não nos tendo sido possível obter o método e os pormenores técni cos dè sua realização; e oito, realizados de 1935 a 1942.
Em 1935 realizaram-se na Capital paulista três inquéritos: um sob a orien tação do dr. G. H. de Paula Sousa e ela borado pelos srs. drs. Pedro Egídio de
Em 1937-38 o professor Samuel H.
hov^Tie, então diretor da Sub-Divisao de Documentação Social e Estatistícas Mu nicipais, promoveu um inquérito sobre
% litro".
As frutas e verduras figuram com ex cessiva modéstia em nosso cardápio.
a alimentação dos lixeiros da Pre eitura.
A ingestão diária de ciálcio apura da por nós é de 0,717 gramas, muito inferior à de 1,50 gramas aconselhada por Mac-Lester. A de ferro 0,0168,
Nesse inquérito ficou demonstrada a "predominância de arroz, pão, baetas e açúcar, um escasso consumo de .eite e carne e ausência de frutas e ver uras
boa se não houvesse deficiência de cál
na dieta dêsses openírios. Mesmo o consumo de leite estava abaixo ^ ção recomendada pela lei ® ° mínimo. Assim, enquanto esta lei pres
cio, que é um economizador de ferro. Consumo mode.sto de vitaminas A e C.
Estes defeitos desapareceriam se usás semos fartamente o leite, as frutas fres
creve 200 gramas diárias de c^e por
cas e as verduras.
pessoa", o lixeiro paulistano só consu mia 95,2 gramas. De leite, a lei pres creve 250 gramas diárias, o dietólogo prof. Josué de Castro prescreve 400 gra mas, enquanto o lixeiro, na reahdade,
prof. A. de Almeida Júnior, abrangendo de 872 pessoas, sendo seus resultados publicados nos "Arquívo.s do Instituto de
mílias é de 2$822; no intemato 1$505;
a média geral 2$081. Quanto maior a família menor o gasto "per capita". O leite é excessivamente caro enjre
proteínas animais e de cálcio, o que sig
xos padrões de nutrição.
seqüentemente a produção, a melhora e
porção que as classes estudadas eram de
o barateamento do lei-
salários mais altos.
te, dos ovos, das frutas
"Comemos em média 200 gramas de
carne por dia (carne de vaca, presunto,
letiva, o professor pri mário tem um grande
rentes classes, num total de l.OS^pes-
salsichas, carnes verdes).
papel a desempenhar".
dose se mantenha, dadas as vantagens
giene e na Revista do Arquivo Muni cipal vol. XVII; outro, realizado pelo
da alimentação cárnea e a modicidade do seu preço entre nós.
dual diário constam do
\
quadro n.° 1 a seguir, de onde se depreende a
e das verduras. Na so
média de São Paulo foram as seguintes:
no Boletim n." 58 do Instituto de Hi
as dietas de 793 famílias com 5.053
pessoas de diferentes categorias sociais. As taxas apuradas de consumo indivi
deficiência de cálcio e
lução desse importante
Carvalho e A. de Ulhôa Cintra, conhe
Não há inconvenientes em que essa
nal Feminino, e junto às famílias das
respectivas alunas. Foram pesquisadas
Precisamos incrementar o uso e con
leite". Esta restrição desaparecia i\ pro As conclusões do prof. Almeida Ju-
rintendência do Ensino Profissional, sob a orientação do dr. Francisco Pompeo do Amaral. Foi promorido com o au xílio das dietistas do Instituto Profissio
teínas-came custam $800, igual quan
O inquérito Paula Sousa, atrás referi do, apurou um consumo insuficiente de
nior relativas à aUmentação da classe
O maior inquérito realizado em Sao
Paulo sôbre alimentação foi o da Sup^
Em São Paulo, se 100 gramas de pro-
tidade de proteínas-leite custa 2$400. A combinação feijão com farinha — alimento quase exclusivo de boa parte da população rural, constitui, econômi ca e fisiològicamente, um dos mais bai
nifica um "restrito uso de carnes e de
consome apenas 106,3 gramas.
nós. Nos Estados Unidos, custando a caloria-came 100, a caloria-Ieite custa 63.
cido como inquérito do Instituto de Hi giene. Abrangeu 305 famílias, de dife soas. Seus resultados foram publicados
melhoria das rendas.
A despesa diária por pessoa nas fa
nômicas e dos hábitos alimentares das
agro-pecuária, só houve, de que tivemos
de cereais e pão nas famílias mais po bres, condição que desaparecia com a
de proteínas animais,
problema de higiene co
excesso de liidratos de carbono, considerável "déficit" de vitaminas,
segunda declara o ori
Davies também obser
entador técnico em suas conclusões. Por êsses
vou, no seu inquérito, o uso mais freqüente
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Digesto Econômico DicESTO EcoNóiaco
98
QUADRO N.° 2 dados o consumo individual diário de
proteínas resultante da ração-média apu rada foi de 82 gramas, e a de proteínas animais 27,8 gramas. A taxa global de proteínas conveniente seria,' em média,
conforme admite, 87,5 — 96,6 grs., e a de proteínas animais 43,8 — 49,8 apuradas dos diversos elementos nutri tivos que foram as seguintes:
Proteínas (Quant. global
QUADRO N.® 1
dr. F. Pompêo do Amaral, na Superintendência do Ensino Profissional
Número de pessoas que o inquérito abrange: 5.053 Número de famílias: 793
Resultados: Consumo médio diário por pessoa em gramas
9
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Queijo
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Açúcar
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calórico: 2.888,9 calorias
Feita a redução dessas taxas alimentares aos diversos elementos indispensáveis
à conservação do equilíbrio fisiológico, temos os dados do quadro abaixo:
Cifras Convetuentes
Gorduras Hidrocarbonados
27,800 69,200 465,800
Cloreto de sódio Potássio
14,255 3,956
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Quantidades de alimentos contidas nas substâncias Teferid<is no quadro n. 1
grs., bem acima, portanto, das ta.\as
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Deficiência de todas as
vitaminas.
Os resultados dos inquéritos supra re-
b' os métodos de elaboração dos dados
A comparação não é perfeita porque os campos de pesquisas foram diferentes
lente, o que, infelizmente, não ocorreu nos demivis inquéritos.
feridos foram inclusos no quadro n.° 3 seguinte, em comparação com as dietas indicadas pela lei do salário mínimo e pelo prof. Josué de Castro.
não foram os mesmos, Uns apresentaram consumo médio, outros mediano e dois estabeleceram como unidade consumidora o adulto-equiva-
99
Digesto Econômico DicESTO EcoNóiaco
98
QUADRO N.° 2 dados o consumo individual diário de
proteínas resultante da ração-média apu rada foi de 82 gramas, e a de proteínas animais 27,8 gramas. A taxa global de proteínas conveniente seria,' em média,
conforme admite, 87,5 — 96,6 grs., e a de proteínas animais 43,8 — 49,8 apuradas dos diversos elementos nutri tivos que foram as seguintes:
Proteínas (Quant. global
QUADRO N.® 1
dr. F. Pompêo do Amaral, na Superintendência do Ensino Profissional
Número de pessoas que o inquérito abrange: 5.053 Número de famílias: 793
Resultados: Consumo médio diário por pessoa em gramas
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Óleo de caroço de algodão ..
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Queijo
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calórico: 2.888,9 calorias
Feita a redução dessas taxas alimentares aos diversos elementos indispensáveis
à conservação do equilíbrio fisiológico, temos os dados do quadro abaixo:
Cifras Convetuentes
Gorduras Hidrocarbonados
27,800 69,200 465,800
Cloreto de sódio Potássio
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Resultados Encontrados
82,000 gramas
(Prot. animais
Ração média do paulistano, segundo um inquérito procedido sob a orientação do
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Quantidades de alimentos contidas nas substâncias Teferid<is no quadro n. 1
grs., bem acima, portanto, das ta.\as
0,1 -
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6.000 U.I. 600 1.800
S.B.Unid.
Excesso de hidrocarbonados.
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600 S.B.Unid.
' Observações: Deficiência de proteínas, especialmente animais. gorduras.
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Deficiência de
Deficiência de todas as
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Os resultados dos inquéritos supra re-
b' os métodos de elaboração dos dados
A comparação não é perfeita porque os campos de pesquisas foram diferentes
lente, o que, infelizmente, não ocorreu nos demivis inquéritos.
feridos foram inclusos no quadro n.° 3 seguinte, em comparação com as dietas indicadas pela lei do salário mínimo e pelo prof. Josué de Castro.
não foram os mesmos, Uns apresentaram consumo médio, outros mediano e dois estabeleceram como unidade consumidora o adulto-equiva-
Digesto Econômico
101
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Dirigido pelo economista prof. Gustavo
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tados de São Paulo, Minas Gerais, Es-
1939, publicado em 1940. Za^ecki, e executado por seus auxiliares técnicos, drs. Carlos Nóbrega Duarte,
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dústria e Comercio, em dezembro de Sj
3§
paulistanos, em face da ração-tipo, con siderada essencial pelo decreto-lei n.° 399 de 30 de abril de 1938, para os Es
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Inquérito Diretoria
Lei do Salário Mínimo 1.
Frutas (banana) Legumes Leite
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102
Por esse quadro se verifica que a ali mentação principal do operário paulista investigado é constituída de pão, banana e arroz, sendo que a ração de banana
está abaixo da quantidade tipo. Em todos os demais alimentos o seu consumo é deficitário, salvo em ba
nha. De açúcar, o "déficit" é de 30%, de batata 100%, de café 1,5%, de came
cêrca de 80%, de feijão 72%, de legumes 95%, de leite e manteiga 100%, de massas 37%, de ovos 100%.
Analisando essa alimentação nas fichas
de 87 famílias, únicas que responderam
de modo inteligível entre as 600 mqueridas, os autores da pesquisa chegaram à conclusão de que mais de 80% se
alimentavam insuficientemente de carne, feijão, legumes, raízes, tubérculos, leite e laticínios, etc., e recomendaram o ensi
no de dietética desde a escola primária. Dos inquéritos realizados na Capital, foi esse o que apresentou conclusões mais impressionantes. Êsses operários vivem ao que se vê das cifras apuradas, num regime de fome. Resta inquerir a mor talidade infantil nessa classe, a sua mor
talidade por tuberculose e a duração média de seus indivíduos, para ter-se
mais clara noção da sua indigência ali mentar.
O oitavo inquérito de que tivemos co nhecimento no Estado de São Paulo foi
realizado na zona rural de Rio Preto,
Dicesto Econónüco
Dicesto Econômico
dr. Murilo N. Pacheco, engenheiro, es tudioso de Sociologia, e dirigente da
103
gosto, o leite é para os doentes e as crianças. Ausência completa de frutos
QUADRO N.° 5
propriedade. Outros pontos da zona foram também pesquisados com o auxílio dos srs. dr.
A alimentação na zona rural de Rio
o legumes. Quem quiser assistir a um
Preto
espetáculo interessante, abra a porteira de um pomar à garotada de uma fazen
Jorge Carneiro de Campos, médico, la vrador e prefeito municipal de Monte
da. Há ura assalto ruidoso. Se as ár-
\'ores forem poucas, nem os pomos %'erConsumo diá
Aprazível; Sebastião de Almeida Olivei
rio médio por
ra, historiador e folclorísta em Tanabi; Alimentos
Dario de Jesus, escritor e escrivão de paz cm Ribeirão Claro; e Natal Kurilci,
pes.soa em gramas
lavrador em Vila Magda".
des escaparão. Aquela gula não é o pecado bíblico, é a fome específica da alimentação errada. Não se engana im punemente o estômago". Sôbre essa desconsoladora conclu
são, o autor refere que ao menos um
A população pesquisada constituía-se de 402 pessoas distribuídas' em 74 fa mílias, com média de 5,5 pessoas por
107,00 237,00
1. Açúcar 2. Arroz
3. Banha (1)
família, sendo do sexo masculino 209
(52%) e do feminino 193 (48%). Essas pessoas foram divididas em gru pos de idades, sendo 8% de 2 anos para'
67,00
4. Café (pó)
50,00
5. Came
49,00
(de trigo
motivo de alegria êsse inquérito lhe pro porcionou e foi o escasso uso de e.xcitantes (álcool e fumo). A quota de i excitantes era de 2%. Apenas 15 famílias (20%) consumiam bebidas alcoólicas.
217,00
As 59 restantes não o usavam. Nas 74 fa
pesa de tabaco por família importava em
mílias, 66 fumavam e 8 não.
A des
menos, 13% entre 2 c 7 anos, 19% entre 7
6. Farinha (de milho (de mandioca
e 14 anos, 54% de 14 a 50 anos e 4% de mais de 50 anos.
7. Feijão
4,50 13,00 117,00
8. Fubá
20,00
9. Leite
0,09 17,00
as conclusões de oito inquéritos realiza
32,00
Infelizmente foram só oito, e apenas um no interior do Estado, onde urgia a
A despesa de cada uma dessas famí
lias atinge em média 344 cruzeiros re
10. Mandioca 11. Massas 12. Ovos
partidos em 66,9% para alimentação,
17,4 % para vestuário, 7,3% para farmá cia, 1,4% para médico, 1,2% para luz, 2,6% para excitantes e 3,2% para di
13. Pão (2) 14. Sal (3)
0,12 —
20,00
versos.
Na zona loiral a moradia é gratuita
^1) — Toucinho.
assim como a lenha e o café. Os colonos
(2) — Já incluído no consumo de fari nha de trigo, por ser o pão de
o empregados têm permissão para criar aves, e limitadamente gado bovino, ca
sob a direção do dr. A. Tavares de
prino e suíno, o que aumenta a sua
Almeida. "O campo central de suas indagações foi a fazenda São José, em
renda, em média, de 44 cruzeiros men
Mirassol, centro da zona chamada Alta
sais por famílias, sem incluir casa que corresponde a uma economia de mais de
Araraquarense. Os dados foram ali co
30 cruzeiros mensais.
lhidos cuidadosamente, em questionário referente aos anos de 1939 e 1940, pelo
O consumo médio alimentar apurado nesse inquérito foi o seguinte:
fabricação doméstica.
dos no Estado de São Paulo.
promoção de outros que nos dessem pormenores da alimentação de tôdas as zonas e tanto de populações urbanas co mo rurais. Se a zona de Rio Preto, que é nova e rica, apresenta quadro tão la mentável, que não se passará nas cha
madas zonas pobres, onde as popula ções vegetam?
informa:
O problema alimentar visto do seu aspecto fisiológico, seria facilmente re solvido pela educação alimentar de um lado e pe'a produção, de outro. Mas êsse aspecto é apenas metade do problema. Não basta produzir e abastecer o mer
mos neste trabalho, é manifesta a carên
cado; é necessário que os preços de
cia de alimentos protetores. A carne entra no cardápio apenas para dar o
sitiva dos consumidores. Temos visto,
(S) — Superior ao consumo urbano, pela neces.sidade de salgar carnes de criações abatidas.
Concluindo, o autor deste inquérito "Nas tabelas que oferece
J,
Cr$ 6,31 ou 1,8%. Ai ficam relatadas "á vol d'oiseau"
venda não excedam a capacidade aqui
I
I"
102
Por esse quadro se verifica que a ali mentação principal do operário paulista investigado é constituída de pão, banana e arroz, sendo que a ração de banana
está abaixo da quantidade tipo. Em todos os demais alimentos o seu consumo é deficitário, salvo em ba
nha. De açúcar, o "déficit" é de 30%, de batata 100%, de café 1,5%, de came
cêrca de 80%, de feijão 72%, de legumes 95%, de leite e manteiga 100%, de massas 37%, de ovos 100%.
Analisando essa alimentação nas fichas
de 87 famílias, únicas que responderam
de modo inteligível entre as 600 mqueridas, os autores da pesquisa chegaram à conclusão de que mais de 80% se
alimentavam insuficientemente de carne, feijão, legumes, raízes, tubérculos, leite e laticínios, etc., e recomendaram o ensi
no de dietética desde a escola primária. Dos inquéritos realizados na Capital, foi esse o que apresentou conclusões mais impressionantes. Êsses operários vivem ao que se vê das cifras apuradas, num regime de fome. Resta inquerir a mor talidade infantil nessa classe, a sua mor
talidade por tuberculose e a duração média de seus indivíduos, para ter-se
mais clara noção da sua indigência ali mentar.
O oitavo inquérito de que tivemos co nhecimento no Estado de São Paulo foi
realizado na zona rural de Rio Preto,
Dicesto Econónüco
Dicesto Econômico
dr. Murilo N. Pacheco, engenheiro, es tudioso de Sociologia, e dirigente da
103
gosto, o leite é para os doentes e as crianças. Ausência completa de frutos
QUADRO N.° 5
propriedade. Outros pontos da zona foram também pesquisados com o auxílio dos srs. dr.
A alimentação na zona rural de Rio
o legumes. Quem quiser assistir a um
Preto
espetáculo interessante, abra a porteira de um pomar à garotada de uma fazen
Jorge Carneiro de Campos, médico, la vrador e prefeito municipal de Monte
da. Há ura assalto ruidoso. Se as ár-
\'ores forem poucas, nem os pomos %'erConsumo diá
Aprazível; Sebastião de Almeida Olivei
rio médio por
ra, historiador e folclorísta em Tanabi; Alimentos
Dario de Jesus, escritor e escrivão de paz cm Ribeirão Claro; e Natal Kurilci,
pes.soa em gramas
lavrador em Vila Magda".
des escaparão. Aquela gula não é o pecado bíblico, é a fome específica da alimentação errada. Não se engana im punemente o estômago". Sôbre essa desconsoladora conclu
são, o autor refere que ao menos um
A população pesquisada constituía-se de 402 pessoas distribuídas' em 74 fa mílias, com média de 5,5 pessoas por
107,00 237,00
1. Açúcar 2. Arroz
3. Banha (1)
família, sendo do sexo masculino 209
(52%) e do feminino 193 (48%). Essas pessoas foram divididas em gru pos de idades, sendo 8% de 2 anos para'
67,00
4. Café (pó)
50,00
5. Came
49,00
(de trigo
motivo de alegria êsse inquérito lhe pro porcionou e foi o escasso uso de e.xcitantes (álcool e fumo). A quota de i excitantes era de 2%. Apenas 15 famílias (20%) consumiam bebidas alcoólicas.
217,00
As 59 restantes não o usavam. Nas 74 fa
pesa de tabaco por família importava em
mílias, 66 fumavam e 8 não.
A des
menos, 13% entre 2 c 7 anos, 19% entre 7
6. Farinha (de milho (de mandioca
e 14 anos, 54% de 14 a 50 anos e 4% de mais de 50 anos.
7. Feijão
4,50 13,00 117,00
8. Fubá
20,00
9. Leite
0,09 17,00
as conclusões de oito inquéritos realiza
32,00
Infelizmente foram só oito, e apenas um no interior do Estado, onde urgia a
A despesa de cada uma dessas famí
lias atinge em média 344 cruzeiros re
10. Mandioca 11. Massas 12. Ovos
partidos em 66,9% para alimentação,
17,4 % para vestuário, 7,3% para farmá cia, 1,4% para médico, 1,2% para luz, 2,6% para excitantes e 3,2% para di
13. Pão (2) 14. Sal (3)
0,12 —
20,00
versos.
Na zona loiral a moradia é gratuita
^1) — Toucinho.
assim como a lenha e o café. Os colonos
(2) — Já incluído no consumo de fari nha de trigo, por ser o pão de
o empregados têm permissão para criar aves, e limitadamente gado bovino, ca
sob a direção do dr. A. Tavares de
prino e suíno, o que aumenta a sua
Almeida. "O campo central de suas indagações foi a fazenda São José, em
renda, em média, de 44 cruzeiros men
Mirassol, centro da zona chamada Alta
sais por famílias, sem incluir casa que corresponde a uma economia de mais de
Araraquarense. Os dados foram ali co
30 cruzeiros mensais.
lhidos cuidadosamente, em questionário referente aos anos de 1939 e 1940, pelo
O consumo médio alimentar apurado nesse inquérito foi o seguinte:
fabricação doméstica.
dos no Estado de São Paulo.
promoção de outros que nos dessem pormenores da alimentação de tôdas as zonas e tanto de populações urbanas co mo rurais. Se a zona de Rio Preto, que é nova e rica, apresenta quadro tão la mentável, que não se passará nas cha
madas zonas pobres, onde as popula ções vegetam?
informa:
O problema alimentar visto do seu aspecto fisiológico, seria facilmente re solvido pela educação alimentar de um lado e pe'a produção, de outro. Mas êsse aspecto é apenas metade do problema. Não basta produzir e abastecer o mer
mos neste trabalho, é manifesta a carên
cado; é necessário que os preços de
cia de alimentos protetores. A carne entra no cardápio apenas para dar o
sitiva dos consumidores. Temos visto,
(S) — Superior ao consumo urbano, pela neces.sidade de salgar carnes de criações abatidas.
Concluindo, o autor deste inquérito "Nas tabelas que oferece
J,
Cr$ 6,31 ou 1,8%. Ai ficam relatadas "á vol d'oiseau"
venda não excedam a capacidade aqui
104
Dicesto Econômico
freqüentemente alimentos de primeira necessidade serem exportados para o es
não sendo mais possível corrigir o "dé ficit" alimentar, mesmo porque, ainda
trangeiro, onde o nível de preços é mais atraente para os produtores e interme
que uma parte da produção tenha fica
diários. E, ainda que os preços inter nos, ulteriormente, se elevem ao nível
dos de fora, o produto nacional, de con
sumo indispensável e de produção anual limitada, já esta fora de nossas fronteiras.
do no país, seu preço elevado pela es cassez impede a generalização do con sumo pelas classes de menores recursos. Êste assunto merece amplas conside
rações, que deixaremos para próximo
AUTORES E LIVROS Maqiiiavcl, teórico da política borgaesn por CÂNDIDO Mota Filho "Decomendo a leitura da obra de Oskar
vê-lo como sacerdote. Seu espírito, além
Von Wertheimer sôbre Maquiavel, na
disso, formara-se na observação e não
edição da Livraria Globo. O livro foi escrito diante das atribulações da moder
na política européia. Para Wertbeimer,
artigo.
talvez a nossa época, essencialmente po
lítica, seja capaz de reconhecer a verda de a respeito do famoso secretário florentino.
Para Wertheimer, Maquiavel é um
no dogma. Parte da critica da socieda de, como Lutero da interpretação pessoal da Bíbha.
Observou a cidade, suas ruas, suas ^
praças, cheias de povo, seus portos cheios de barcos, seu comércio cheio de
negócios, seus governos cheios de rivali dades e incompreensões. Observou o
homem típico do Renascimento italiano, "homem novo", aquele homem que fazia muito embora odiasse várias manifesta
ções de seu tempo. Tirou êle suas idéias
políticas não sòmente da História, mas também de sua própria época.
trihiÜÍ
Suífo anuncwu oficialmente que deixou de cunhar e dis-
enrJn n ^ francos, OS quais nos últimos anos esiaoam mercado negro. Até fins de agôsto, aquô:e es«ím milhões milhnp'! df n "em ^ maior mocdasparte do aludido metal, novara valorfora de do 1 húião 500 de ^irnn francos contrabandeadas país. e As compT^ eram financiadas principalmente com dólares, em con6cqiiónc\(i do
Z
Ao mesmo tempo, o nível impôsto aos membros do Fundo Monetário Inter
nacional foi mantido apesar do pedido geral de acréscimo, o que inf-uiu na majo ração das cotaçoes dos títulos de mineração aurífera. Nas ultimas semanas,^ a liquidação dos valores em dólares para a compra do
mencionado metal, na Suíça, tornou-se tão ampla que se verificou brusca queda na cotaçao daquela moeda.
^
Um comunicado oficial refere-se aos seguintes motivos, para justificar a deci
são do Banco Nacional:
r
i
>
1. Até agora as moedas de ouro circulavam com o escopo de absorver as
quantidades que se estavam acumulando, em resultado da balança monetária atica
da Suíça, impedindo, assim, indesejável inflação do volume em circulação. 2. Os recentes acontecimentos monetários em numerosos países motivaram grande aumento na procura do ouro e sendo a Suíça a única nação que o vomlia ao povo em geral, tornou-se um ponto focai da procura, de tal forma que as moedas emitidas pelo Banco Nacional passaram a ser um instrumento de especulação inter nacional e contrabando.
3. Embora permitindo a satisfação das legítimas exigências do comércio ín-
ternacional e de certas indústrias do país, foi imprescindívM, em favor do inicrêsse futuro do comércio de • exportação nacional, fazer cessar tais abusos e canalizar o fluxo de ouro do mencionado banco.
Wertheimer é alemão lido em Hegel
e, para êle, a política, no sentido mais amplo da palavra, é a determinação trá gica da nossa era. Mesmo dentro dôsse sentido trágico e
portanto de uma interpretação, podemos sentir a fôrça e o significado de Maquia vel, como teórico da política burguesa. Êle, de fato, se encarregou de inter
pretar a novidade política do Renasci mento e essa novidade era, sem dúvida,
um Borgia ou um Celini, um Miguel Ângelo ou um Júlio 11.
A cidade é um livro político que e e
lê todos os dias. Ela revela, nos confU- m
tos entre os prós e os contras, a germi- ^ nação dos novos interesses. Viu o povo exaltado e fanático, aclamando o incon
formado Savonarola e, logo a seguir, levando-o vencido à fogueira do sacri fício.
Maquiavel rompe com a clericalizaçâo da política e procura estabelecer novos fundamentos para a ordem social, dan do assim as linhas gerais do Estado bur
guês, isto é, os fundamentos de um Estado feito de baixo para cima, do
dais, mas nos Medicis e nos Fuggars.
O pensador florentino enxerga a so ciedade em decomposição pela Eiuopa
de seu tempo. Como os Medicis, surge do nada.
Atrás dele não havia tradi
ção ou passado.
Nasceu numa família
modesta e habitava uma casinha modes
ta, numa rua modesta.
Em casa encontrara o equilíbrio bur
guês, oposto às loucuras do mundo. Um pai legista, que desejava vê-lo advoga do e uma mãe piedosa que desejava
j
^
a burguesia. Êle não vislumbra valor a^gum autêntico nas velhas figuras feu E êle mesmo vem das improvisações
1
povo para as instituições do povo. e, principalmente, pela Italia, martirizada por conflitos, revoluções e guerras. Não há mais um sentido político no
jôgo das competições. Por isso Maquia vel só pensa politicamente. "Nenhum outro pensador envolveu tanto a política na vida dos homens, quanto Maquiavel! Sua doutrina política é, diz Wertlieimer, acima de tudo, a política do homem".
104
Dicesto Econômico
freqüentemente alimentos de primeira necessidade serem exportados para o es
não sendo mais possível corrigir o "dé ficit" alimentar, mesmo porque, ainda
trangeiro, onde o nível de preços é mais atraente para os produtores e interme
que uma parte da produção tenha fica
diários. E, ainda que os preços inter nos, ulteriormente, se elevem ao nível
dos de fora, o produto nacional, de con
sumo indispensável e de produção anual limitada, já esta fora de nossas fronteiras.
do no país, seu preço elevado pela es cassez impede a generalização do con sumo pelas classes de menores recursos. Êste assunto merece amplas conside
rações, que deixaremos para próximo
AUTORES E LIVROS Maqiiiavcl, teórico da política borgaesn por CÂNDIDO Mota Filho "Decomendo a leitura da obra de Oskar
vê-lo como sacerdote. Seu espírito, além
Von Wertheimer sôbre Maquiavel, na
disso, formara-se na observação e não
edição da Livraria Globo. O livro foi escrito diante das atribulações da moder
na política européia. Para Wertbeimer,
artigo.
talvez a nossa época, essencialmente po
lítica, seja capaz de reconhecer a verda de a respeito do famoso secretário florentino.
Para Wertheimer, Maquiavel é um
no dogma. Parte da critica da socieda de, como Lutero da interpretação pessoal da Bíbha.
Observou a cidade, suas ruas, suas ^
praças, cheias de povo, seus portos cheios de barcos, seu comércio cheio de
negócios, seus governos cheios de rivali dades e incompreensões. Observou o
homem típico do Renascimento italiano, "homem novo", aquele homem que fazia muito embora odiasse várias manifesta
ções de seu tempo. Tirou êle suas idéias
políticas não sòmente da História, mas também de sua própria época.
trihiÜÍ
Suífo anuncwu oficialmente que deixou de cunhar e dis-
enrJn n ^ francos, OS quais nos últimos anos esiaoam mercado negro. Até fins de agôsto, aquô:e es«ím milhões milhnp'! df n "em ^ maior mocdasparte do aludido metal, novara valorfora de do 1 húião 500 de ^irnn francos contrabandeadas país. e As compT^ eram financiadas principalmente com dólares, em con6cqiiónc\(i do
Z
Ao mesmo tempo, o nível impôsto aos membros do Fundo Monetário Inter
nacional foi mantido apesar do pedido geral de acréscimo, o que inf-uiu na majo ração das cotaçoes dos títulos de mineração aurífera. Nas ultimas semanas,^ a liquidação dos valores em dólares para a compra do
mencionado metal, na Suíça, tornou-se tão ampla que se verificou brusca queda na cotaçao daquela moeda.
^
Um comunicado oficial refere-se aos seguintes motivos, para justificar a deci
são do Banco Nacional:
r
i
>
1. Até agora as moedas de ouro circulavam com o escopo de absorver as
quantidades que se estavam acumulando, em resultado da balança monetária atica
da Suíça, impedindo, assim, indesejável inflação do volume em circulação. 2. Os recentes acontecimentos monetários em numerosos países motivaram grande aumento na procura do ouro e sendo a Suíça a única nação que o vomlia ao povo em geral, tornou-se um ponto focai da procura, de tal forma que as moedas emitidas pelo Banco Nacional passaram a ser um instrumento de especulação inter nacional e contrabando.
3. Embora permitindo a satisfação das legítimas exigências do comércio ín-
ternacional e de certas indústrias do país, foi imprescindívM, em favor do inicrêsse futuro do comércio de • exportação nacional, fazer cessar tais abusos e canalizar o fluxo de ouro do mencionado banco.
Wertheimer é alemão lido em Hegel
e, para êle, a política, no sentido mais amplo da palavra, é a determinação trá gica da nossa era. Mesmo dentro dôsse sentido trágico e
portanto de uma interpretação, podemos sentir a fôrça e o significado de Maquia vel, como teórico da política burguesa. Êle, de fato, se encarregou de inter
pretar a novidade política do Renasci mento e essa novidade era, sem dúvida,
um Borgia ou um Celini, um Miguel Ângelo ou um Júlio 11.
A cidade é um livro político que e e
lê todos os dias. Ela revela, nos confU- m
tos entre os prós e os contras, a germi- ^ nação dos novos interesses. Viu o povo exaltado e fanático, aclamando o incon
formado Savonarola e, logo a seguir, levando-o vencido à fogueira do sacri fício.
Maquiavel rompe com a clericalizaçâo da política e procura estabelecer novos fundamentos para a ordem social, dan do assim as linhas gerais do Estado bur
guês, isto é, os fundamentos de um Estado feito de baixo para cima, do
dais, mas nos Medicis e nos Fuggars.
O pensador florentino enxerga a so ciedade em decomposição pela Eiuopa
de seu tempo. Como os Medicis, surge do nada.
Atrás dele não havia tradi
ção ou passado.
Nasceu numa família
modesta e habitava uma casinha modes
ta, numa rua modesta.
Em casa encontrara o equilíbrio bur
guês, oposto às loucuras do mundo. Um pai legista, que desejava vê-lo advoga do e uma mãe piedosa que desejava
j
^
a burguesia. Êle não vislumbra valor a^gum autêntico nas velhas figuras feu E êle mesmo vem das improvisações
1
povo para as instituições do povo. e, principalmente, pela Italia, martirizada por conflitos, revoluções e guerras. Não há mais um sentido político no
jôgo das competições. Por isso Maquia vel só pensa politicamente. "Nenhum outro pensador envolveu tanto a política na vida dos homens, quanto Maquiavel! Sua doutrina política é, diz Wertlieimer, acima de tudo, a política do homem".
100
Digesto EcoNó.Nnco
Nesse reencontro com o homem, en
quanto homem, inicia Maquiavel a sua
doutrinação. Como burguês, parte de uma desconfiança e de uma concepção pessimista da vida. Só mesmo um bur
guês do Renascimento, um intelectual ti
picamente burguês poderia escrever que "quase sempre é melhor deixar-se ven cer pela força do que pelo mêdo da fôrça".
O antropocentrismo maquiavélico é amargo e triste. O homem desentende-
se de seu semelhante, pela ambiç-ão in
satisfeita, porque, dentro dêle mora, co mo em
rochedo
agreste, Êle
A política aproveita a ambição para
parece
não passou de um profeta desarmado? Daí a sua frase terrível, filha de seu
da vida, como os sucessos de Jacob Fug-
"fortuna" e muito menos "\irtíi".
gars ou de Lourenço o Magnífico. ■"O Príncipe" de Maquiavel, diz Laski,
como Lutero também não é a verdade.
mem novo de sua época.
Sabe o que
encoberta. Quem trabalha para êle, no palco dos acontécünentos, é o homem de
francamente materialista, sem o estôrvo
cáme e osso, com suas qualidades e de feitos, o homem como animal político,
tempo, do tempo de Heriquc VIII, Fran cisco I, Carlos V, César Borgia: — "Deus ama aos homens fortes porque sempre casüga os impotentes por intermédio dos poderosos". (Vida de Castmccio). Escreveu "O Príncipe" e os "Comentários
sobre
Tito
pode ser muito bem o retrato do ho quer; é cruel servindo o seu ideal.
quando já tinham perecido governos republicanos.
arraizadas nos costumes medievais.
do t-U TEWO
diante de um pintor. "Mas,
êsse quadro se reveste de cores pouco amáveis, porque Maquiavel não encon
tra sorrisos na política, que tem por campo a realidade efetiva, a realidade tal qual se desenrola.
A política, para êle, traduzindo os de sentendimentos humanos, é ação e não
pensamento. No fundo de todo homem
de ação há um político. E em todo po
tomado sob o critério da utilidade".
potismo é filho predileto da
Croce tem razão, ao estudar o papel
anarquia e que a falsifica ção do homem pelo homem,
político de Maquiavel, em dizer que êle representa um novo momento do es
a simulação institucional acumulam, em forma insu
pírito humano: — o econômico e o uti
litário que, na vida das nações, cor responde ao político. Êle é, com efeito, o pensamento da burguesia em marcha. Sofrendo inúme ras interpretações, aqui amigo da liber dade, ali amigo da tirania, êle era,
perável, os desentendimentos humanos. A pompa e o formalismo não são elementos para
esconder uma realidade e a tirania surge
não como prova de fôilça, mas como prova
de fraqueza e de envilecimento coletivo.
acima de tudo, favorável à política co mo a ciência da oportunidade.
A Itália estava anarquizada e san
grenta e seu povo perdera a noção da liberdade.
A
vitalidade é a pedra angular de seu método para conceber o poder, também
Percebe, com a decomposi ção da autoridade, que des
serve,
É
de qualquer das vaidades mundanas
Lirio"
os
posar
pério. .." E acrescenta: — "Quem dese jar conhecer o que os escritores Untcs dis seram, obser\'em o que dizem de Catilina",
submissa e prestadia... Gerardo Marone diz que "o Príncipe é um retrato em que cada máxima é uma pince
Quinhentos
embasbacados com a extensão de seu im
■àe fortalczíi que por mais armada c defendida que se apresente, é sempre conquistável. A vida política, para êle, é o sucesso
despertar de forças telúricas,
lada; toda a política
Êste deixa
possibilidade para todos, uma espécie
dade armada com espada de fogo. Por que fracassou Savonaroia senão porque
encara o quadro histórico de
a inteligência
107
<ie ser um privilégio, para tomar-se uma
losófica, mas a verdade atuante, a ver
seu tempo, como o de um
que
Digesto Econômico ca como luta pelo poder.
vencer as fraquezas e as transigèncias. A verdade política não é a verdade fi
uma ave de rapina.
i
\»
Para êle, o poder, diante do mimdo
No entanto, antes havia a
fôrça religiosa, o poder divino dos prín cipes que enchiam de fecundos resulta-* dos a vida histórica dos povos, como
A política, que se faz pela "fortuna" e pela "\irtú" é pois a tradução de uma realidade.
Sem essa realidade não ha
Maquiavel não pode ser a verdade, Mas êle desvenda uma região que estava
que sabe manejar a razão e a fôrça. Anibas as atividades são necessárias,
porque o homem é psicològicamente uma espécie de centauro, um ser que e fôr ça animal e racional ao mesmo tempo.
É bem certo que o príncipe deve agir pela lei, porque a lei é própria do ho mem e a fôrça é própria das feras, é impotente.. .
A prudência, a fôrça, a desconfiança, a ambição, o êxito, a mentira são armas
necessárias para ordem, para a ordem burguesa, que se materializa no Estado. Maquiavel acentua que esses elementos negativos podem servir para a tranqüi lidade da República, como o espírito tumultuário da República romana, — a
novo, é conseqüência da compreensão de uma realidade social. O político é um homem que compreende o sentido
para revelar, no mundo clássico, uma
desunião da plebe e Senado serviram
da vida coletiva e, com isso, consegue
realidade construtiva.
pios, crenças, idéias, acontecimentos são
quando Péricles fazia promessas durante a guerra do Peloponeso.
apenas pretextos para a ação. Plomem virtuoso seria Lourenço o Magnífico,
pairar a'to sobre as ondas dos aconteci mentos. O príncipe não vale por ser
jamais esquecia do valor da liberdade,
Maquiavel, como pensador político,
príncipe, mas pela capacidade que tem
era um filósofo das coisas visíveis.
porque era tão só um homem de ação.
função de seu cargo, conhecendo de per
Sem virtude alguma era o pobre Píer
de sustentar o poder, utilizando-se da ãstúcia 8 da virtude. "Que ninguém se
Solderini, alcaide de Florença que, muito embora honesto e nobre, por inércia e
to as condições humanas de seu tempo, deixava a burguesia falar pelo seu gênio. . • O liberalismo toma forma singular em
inépcia, deixou perder a República.
engane, escreveu êle, com a glória de César, celebrado ao máximo pelos escri tores; porque aquêles que o elogiam
seu pensamento, quando define a polítí-
estão corrompidos por sua fortuna ou
lítico há um homem de ação.
Princí
Em
líiaMi
s
Mas esta surge em cena, quando aquela »
Maquiavel, que tanto fala\'a na fôrça, porque o arguto mundo da burguesia apoiava-se, ao mesmo tempo, na fôrça e na liberdade.
"Levantava, diz Wertliei-
mer, diante dos grandes senhores da
época o grito da liberdade, de uma li berdade que a Itália já não conhecia desde os tempos romanos".
100
Digesto EcoNó.Nnco
Nesse reencontro com o homem, en
quanto homem, inicia Maquiavel a sua
doutrinação. Como burguês, parte de uma desconfiança e de uma concepção pessimista da vida. Só mesmo um bur
guês do Renascimento, um intelectual ti
picamente burguês poderia escrever que "quase sempre é melhor deixar-se ven cer pela força do que pelo mêdo da fôrça".
O antropocentrismo maquiavélico é amargo e triste. O homem desentende-
se de seu semelhante, pela ambiç-ão in
satisfeita, porque, dentro dêle mora, co mo em
rochedo
agreste, Êle
A política aproveita a ambição para
parece
não passou de um profeta desarmado? Daí a sua frase terrível, filha de seu
da vida, como os sucessos de Jacob Fug-
"fortuna" e muito menos "\irtíi".
gars ou de Lourenço o Magnífico. ■"O Príncipe" de Maquiavel, diz Laski,
como Lutero também não é a verdade.
mem novo de sua época.
Sabe o que
encoberta. Quem trabalha para êle, no palco dos acontécünentos, é o homem de
francamente materialista, sem o estôrvo
cáme e osso, com suas qualidades e de feitos, o homem como animal político,
tempo, do tempo de Heriquc VIII, Fran cisco I, Carlos V, César Borgia: — "Deus ama aos homens fortes porque sempre casüga os impotentes por intermédio dos poderosos". (Vida de Castmccio). Escreveu "O Príncipe" e os "Comentários
sobre
Tito
pode ser muito bem o retrato do ho quer; é cruel servindo o seu ideal.
quando já tinham perecido governos republicanos.
arraizadas nos costumes medievais.
do t-U TEWO
diante de um pintor. "Mas,
êsse quadro se reveste de cores pouco amáveis, porque Maquiavel não encon
tra sorrisos na política, que tem por campo a realidade efetiva, a realidade tal qual se desenrola.
A política, para êle, traduzindo os de sentendimentos humanos, é ação e não
pensamento. No fundo de todo homem
de ação há um político. E em todo po
tomado sob o critério da utilidade".
potismo é filho predileto da
Croce tem razão, ao estudar o papel
anarquia e que a falsifica ção do homem pelo homem,
político de Maquiavel, em dizer que êle representa um novo momento do es
a simulação institucional acumulam, em forma insu
pírito humano: — o econômico e o uti
litário que, na vida das nações, cor responde ao político. Êle é, com efeito, o pensamento da burguesia em marcha. Sofrendo inúme ras interpretações, aqui amigo da liber dade, ali amigo da tirania, êle era,
perável, os desentendimentos humanos. A pompa e o formalismo não são elementos para
esconder uma realidade e a tirania surge
não como prova de fôilça, mas como prova
de fraqueza e de envilecimento coletivo.
acima de tudo, favorável à política co mo a ciência da oportunidade.
A Itália estava anarquizada e san
grenta e seu povo perdera a noção da liberdade.
A
vitalidade é a pedra angular de seu método para conceber o poder, também
Percebe, com a decomposi ção da autoridade, que des
serve,
É
de qualquer das vaidades mundanas
Lirio"
os
posar
pério. .." E acrescenta: — "Quem dese jar conhecer o que os escritores Untcs dis seram, obser\'em o que dizem de Catilina",
submissa e prestadia... Gerardo Marone diz que "o Príncipe é um retrato em que cada máxima é uma pince
Quinhentos
embasbacados com a extensão de seu im
■àe fortalczíi que por mais armada c defendida que se apresente, é sempre conquistável. A vida política, para êle, é o sucesso
despertar de forças telúricas,
lada; toda a política
Êste deixa
possibilidade para todos, uma espécie
dade armada com espada de fogo. Por que fracassou Savonaroia senão porque
encara o quadro histórico de
a inteligência
107
<ie ser um privilégio, para tomar-se uma
losófica, mas a verdade atuante, a ver
seu tempo, como o de um
que
Digesto Econômico ca como luta pelo poder.
vencer as fraquezas e as transigèncias. A verdade política não é a verdade fi
uma ave de rapina.
i
\»
Para êle, o poder, diante do mimdo
No entanto, antes havia a
fôrça religiosa, o poder divino dos prín cipes que enchiam de fecundos resulta-* dos a vida histórica dos povos, como
A política, que se faz pela "fortuna" e pela "\irtú" é pois a tradução de uma realidade.
Sem essa realidade não ha
Maquiavel não pode ser a verdade, Mas êle desvenda uma região que estava
que sabe manejar a razão e a fôrça. Anibas as atividades são necessárias,
porque o homem é psicològicamente uma espécie de centauro, um ser que e fôr ça animal e racional ao mesmo tempo.
É bem certo que o príncipe deve agir pela lei, porque a lei é própria do ho mem e a fôrça é própria das feras, é impotente.. .
A prudência, a fôrça, a desconfiança, a ambição, o êxito, a mentira são armas
necessárias para ordem, para a ordem burguesa, que se materializa no Estado. Maquiavel acentua que esses elementos negativos podem servir para a tranqüi lidade da República, como o espírito tumultuário da República romana, — a
novo, é conseqüência da compreensão de uma realidade social. O político é um homem que compreende o sentido
para revelar, no mundo clássico, uma
desunião da plebe e Senado serviram
da vida coletiva e, com isso, consegue
realidade construtiva.
pios, crenças, idéias, acontecimentos são
quando Péricles fazia promessas durante a guerra do Peloponeso.
apenas pretextos para a ação. Plomem virtuoso seria Lourenço o Magnífico,
pairar a'to sobre as ondas dos aconteci mentos. O príncipe não vale por ser
jamais esquecia do valor da liberdade,
Maquiavel, como pensador político,
príncipe, mas pela capacidade que tem
era um filósofo das coisas visíveis.
porque era tão só um homem de ação.
função de seu cargo, conhecendo de per
Sem virtude alguma era o pobre Píer
de sustentar o poder, utilizando-se da ãstúcia 8 da virtude. "Que ninguém se
Solderini, alcaide de Florença que, muito embora honesto e nobre, por inércia e
to as condições humanas de seu tempo, deixava a burguesia falar pelo seu gênio. . • O liberalismo toma forma singular em
inépcia, deixou perder a República.
engane, escreveu êle, com a glória de César, celebrado ao máximo pelos escri tores; porque aquêles que o elogiam
seu pensamento, quando define a polítí-
estão corrompidos por sua fortuna ou
lítico há um homem de ação.
Princí
Em
líiaMi
s
Mas esta surge em cena, quando aquela »
Maquiavel, que tanto fala\'a na fôrça, porque o arguto mundo da burguesia apoiava-se, ao mesmo tempo, na fôrça e na liberdade.
"Levantava, diz Wertliei-
mer, diante dos grandes senhores da
época o grito da liberdade, de uma li berdade que a Itália já não conhecia desde os tempos romanos".
f*'
- "p-
100
DiGESTo Econômico
classes produtoras tiveram em mira, não só a aprcnd'2y\gem e a especialização dos
SEV/IC. (JM/l ODRA DE APREIVOIZIGEM E iVPERFEUOlMEIVTO PAR/l O COMEREIARIO
seus colaboradores, assim como também o levantamento moral da massa comer-
por Francisco Garcia Bastos
ciária; assim é que; ao par de uma ins trução básica moderna, o estudo de ma térias técnicas e a prática de métodos
Diretor da i^sociação Comercial de São Paulo, o autor, em recente palestra no Idorf', teve oportunidade de fazer um apanhado do signifmado e do plano do SENAC — o Serviço Nacional de Aprendiza gem Comercial , em São Paulo, de cujo Conselho Regional é membro. ^oNviDADOs a tomar parte, em mais uma das úteis iniciativas do "IDORT' aqui estamos, procurando contribuir com
o nosso modesto trabalho, na Jornada da Produção.
Representantes que somos, das classes
produtoras, reconhecemos a necessidade de investigação, divulgação e debate dos nossos problemas econômicos, incenti vando e procurando por todos os meios
amparar, melhorar e aumentar a produ ção nacional, como único meio de conse guirmos a prosperidade e a valorização do trabalhador brasileiro.
As quatro colunas mestras que susten
tam a economia de um povo são: produ ção, circulação, distribuição e consumo.
As classes produtoras, no conclave de Teresópohs, estudaram a fundo os nos sos problemas econômicos e além de
recomendações e planos econômicos, preconizaram como meio de equilíbrio
social a melhoria de situação dos empre gados, pela instituição de ensino espe cializado, que consistiria num nivela
mento cultural como base e aperfeiçoa mento técnico como fim.
Ao comércio, à indústria e à lavoura, foi recomendado um estudo profundo das condições de instrução dos seus
auxíliares, para que as classes patro nais, cada uma no seu setor, recomen
comerciais, foi estudado com muito ca
rinho um programa para a formação so cial adequada à nossa mocidade, com
Assim é que, atendendo aos reclamos dos comerciantes, o poder público, pelo Decreto
Federal n.° 8.621
preendendo instrução moral e cívica, di reitos e deveres dos empregados, recrea
de 10 de
ção etc.
janeiro de 1946, criou o Serviço Nacio
O interessante é notarmos a modali
nal de Aprendizagem Comercial, abre
dade de ensino adotado.
viadamente chamado "SENAC", e ou
O menor comerciário é recrutado nas
torgou à Confederação Nacional do Co
casas comerc'ais, na proporção de um para dez empregados, ficando o comer
mércio o direito de cobrar dos comer ciantes uma determinada taxa, com a fi-
nahdade de ministrar a aprendizagem comercial em todo o País.
Vamos, portanto, apreciar e analisar a vida do SENAC Paulista, baseados na
experiência que tivemos, do seu pri meiro ano de existência.
No entanto, o SENAC não cuidará só dos* menores.
porém à noite, ou em horário fora do expediente de trabaUio. Findos os cursos de aprendizagem, para
menores ou para maiores, com grau de instrução melhorada, poderão então in gressar nos cursos de especialização, que pela sua finalidade prática, esperamos, virão atender.às necessidades, fornecen do ao comércio elementos mais capazes,
com um preparo técnico adequado, e uma formação sócia', mais equilibrada. Criamos inicialmente os cursos de es
pecialização de: Balconistas de Tecidos, Balconistas de Ferragens, Balconistas de Calçados, Caixa-Tesoureiro e Arqiii\-ista,
ciante obrigado a permitir ao menor fre
6 os cursos de treinamento de Taquigra-
qüentar os cursos do SENAC, durante o período regulamentar de trabalho. Ini
fia e Datilografia.
cialmente, instituímos o horário de 8 às
nores na Capital e três no Interior, nas
11 horas da manhã, e e.xceto aos sába
cidades de Ribeirão Preto, Santos e
dos, a fim de o menor não perder o
Campinas.
cuj'a fundação começou com uma esco
la, é o campo fértil para uma iniciativa desta natureza.
Cerca de 1.500 a'unos comerciários foram
submete-se a uma prova de se
.
leção, e depois de aprovado é
-
de aprendizagem, que são
para o primeiro ano, consideramos
\V
tivo, é composto de cinco comercian tes, de um répresentante do Ministério da Educação, de um representante do Ministério do Trabalho e do D!retor-Ge-
os
resultados
iniciais
bastante satisfatórios, por ini-
dois: Praticante de Comércio,
para aquêle que exerce a sua
matriculados nos cur-
sos SENAC, e como amostra
encaminhado para os cursos
Em julho do ano passado, foi organi zado e instalado o Conselho Regional do SENAC, que como órgão delibera
d
Já instalámos quatro escolas para me
contato diário com a casa onde trabalha. Matriculado o menor, êle
São Paulo, esta magnífica metrópole,
Os maiores terão as mes
mas oportunidades de ensino gratuito,
^
ciarmos no campo do ensino a nossa ação social.
função na loja ou expediente
'
externo, e. Praticante de Es critório, para aquêle que tem a sua atividade empregada no escritório
'
Julgamos, portanto, merecer
a colaboração de todos a obra em que estamos empenhados, porque melhorando o nível cultural do
ral do Departamento Regional do SE NAC. O Diretor-Geral é quem dirige o Departamento Regional, órgão executi
ou serviço correlato.
nosso povo, daremos um grande passo à frente.
vo das deliberações do Conselho. Iniciamos as nossas atividades, com o
Se o menor, pelo seu estudo ou dis cernimento, não tem um preparo sufi ciente, ou como comparação, pelo menos
dassem aos poderes competentes um
estudo, planejamento e organização dos nossos serviços, para, uma vez organi
meio prático, eficiente e rápido, para a
zada a nossa base, iniciássemos as nos
melhoria do nível de instrução técnica
sas investigações no campo propriamen
dos seus auxíliares.
te do ensino, objetivo do SENAC. As
equivalente ao curso primário, êle deve
■■
fu
As classes produtoras, que tanto têm contribuído para o nosso engrandecimento, entrando no campo do ensino,
rá permanecer o tempo suficiente no
estão dando uma demonstração dos seus
curso preparatório, para que haja um nivelamento, entre todos aqueles que freqüentarem os cursos de aprendizagem.
trabalhadores, tudo fazendo para que um clima de confiança volte a reinar, ft
propósitos, de estreita união com os
f*'
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DiGESTo Econômico
classes produtoras tiveram em mira, não só a aprcnd'2y\gem e a especialização dos
SEV/IC. (JM/l ODRA DE APREIVOIZIGEM E iVPERFEUOlMEIVTO PAR/l O COMEREIARIO
seus colaboradores, assim como também o levantamento moral da massa comer-
por Francisco Garcia Bastos
ciária; assim é que; ao par de uma ins trução básica moderna, o estudo de ma térias técnicas e a prática de métodos
Diretor da i^sociação Comercial de São Paulo, o autor, em recente palestra no Idorf', teve oportunidade de fazer um apanhado do signifmado e do plano do SENAC — o Serviço Nacional de Aprendiza gem Comercial , em São Paulo, de cujo Conselho Regional é membro. ^oNviDADOs a tomar parte, em mais uma das úteis iniciativas do "IDORT' aqui estamos, procurando contribuir com
o nosso modesto trabalho, na Jornada da Produção.
Representantes que somos, das classes
produtoras, reconhecemos a necessidade de investigação, divulgação e debate dos nossos problemas econômicos, incenti vando e procurando por todos os meios
amparar, melhorar e aumentar a produ ção nacional, como único meio de conse guirmos a prosperidade e a valorização do trabalhador brasileiro.
As quatro colunas mestras que susten
tam a economia de um povo são: produ ção, circulação, distribuição e consumo.
As classes produtoras, no conclave de Teresópohs, estudaram a fundo os nos sos problemas econômicos e além de
recomendações e planos econômicos, preconizaram como meio de equilíbrio
social a melhoria de situação dos empre gados, pela instituição de ensino espe cializado, que consistiria num nivela
mento cultural como base e aperfeiçoa mento técnico como fim.
Ao comércio, à indústria e à lavoura, foi recomendado um estudo profundo das condições de instrução dos seus
auxíliares, para que as classes patro nais, cada uma no seu setor, recomen
comerciais, foi estudado com muito ca
rinho um programa para a formação so cial adequada à nossa mocidade, com
Assim é que, atendendo aos reclamos dos comerciantes, o poder público, pelo Decreto
Federal n.° 8.621
preendendo instrução moral e cívica, di reitos e deveres dos empregados, recrea
de 10 de
ção etc.
janeiro de 1946, criou o Serviço Nacio
O interessante é notarmos a modali
nal de Aprendizagem Comercial, abre
dade de ensino adotado.
viadamente chamado "SENAC", e ou
O menor comerciário é recrutado nas
torgou à Confederação Nacional do Co
casas comerc'ais, na proporção de um para dez empregados, ficando o comer
mércio o direito de cobrar dos comer ciantes uma determinada taxa, com a fi-
nahdade de ministrar a aprendizagem comercial em todo o País.
Vamos, portanto, apreciar e analisar a vida do SENAC Paulista, baseados na
experiência que tivemos, do seu pri meiro ano de existência.
No entanto, o SENAC não cuidará só dos* menores.
porém à noite, ou em horário fora do expediente de trabaUio. Findos os cursos de aprendizagem, para
menores ou para maiores, com grau de instrução melhorada, poderão então in gressar nos cursos de especialização, que pela sua finalidade prática, esperamos, virão atender.às necessidades, fornecen do ao comércio elementos mais capazes,
com um preparo técnico adequado, e uma formação sócia', mais equilibrada. Criamos inicialmente os cursos de es
pecialização de: Balconistas de Tecidos, Balconistas de Ferragens, Balconistas de Calçados, Caixa-Tesoureiro e Arqiii\-ista,
ciante obrigado a permitir ao menor fre
6 os cursos de treinamento de Taquigra-
qüentar os cursos do SENAC, durante o período regulamentar de trabalho. Ini
fia e Datilografia.
cialmente, instituímos o horário de 8 às
nores na Capital e três no Interior, nas
11 horas da manhã, e e.xceto aos sába
cidades de Ribeirão Preto, Santos e
dos, a fim de o menor não perder o
Campinas.
cuj'a fundação começou com uma esco
la, é o campo fértil para uma iniciativa desta natureza.
Cerca de 1.500 a'unos comerciários foram
submete-se a uma prova de se
.
leção, e depois de aprovado é
-
de aprendizagem, que são
para o primeiro ano, consideramos
\V
tivo, é composto de cinco comercian tes, de um répresentante do Ministério da Educação, de um representante do Ministério do Trabalho e do D!retor-Ge-
os
resultados
iniciais
bastante satisfatórios, por ini-
dois: Praticante de Comércio,
para aquêle que exerce a sua
matriculados nos cur-
sos SENAC, e como amostra
encaminhado para os cursos
Em julho do ano passado, foi organi zado e instalado o Conselho Regional do SENAC, que como órgão delibera
d
Já instalámos quatro escolas para me
contato diário com a casa onde trabalha. Matriculado o menor, êle
São Paulo, esta magnífica metrópole,
Os maiores terão as mes
mas oportunidades de ensino gratuito,
^
ciarmos no campo do ensino a nossa ação social.
função na loja ou expediente
'
externo, e. Praticante de Es critório, para aquêle que tem a sua atividade empregada no escritório
'
Julgamos, portanto, merecer
a colaboração de todos a obra em que estamos empenhados, porque melhorando o nível cultural do
ral do Departamento Regional do SE NAC. O Diretor-Geral é quem dirige o Departamento Regional, órgão executi
ou serviço correlato.
nosso povo, daremos um grande passo à frente.
vo das deliberações do Conselho. Iniciamos as nossas atividades, com o
Se o menor, pelo seu estudo ou dis cernimento, não tem um preparo sufi ciente, ou como comparação, pelo menos
dassem aos poderes competentes um
estudo, planejamento e organização dos nossos serviços, para, uma vez organi
meio prático, eficiente e rápido, para a
zada a nossa base, iniciássemos as nos
melhoria do nível de instrução técnica
sas investigações no campo propriamen
dos seus auxíliares.
te do ensino, objetivo do SENAC. As
equivalente ao curso primário, êle deve
■■
fu
As classes produtoras, que tanto têm contribuído para o nosso engrandecimento, entrando no campo do ensino,
rá permanecer o tempo suficiente no
estão dando uma demonstração dos seus
curso preparatório, para que haja um nivelamento, entre todos aqueles que freqüentarem os cursos de aprendizagem.
trabalhadores, tudo fazendo para que um clima de confiança volte a reinar, ft
propósitos, de estreita união com os
110
DrcESTO
PMORAMA ECON.OMICÜ
fim de conseguirmos a tão almejada paz
lasse, também, da melhoria da técni
social.
ca cultural dos nossos co'aboradores.
N<ão pretendemos fazer qualquer con corrência aos estabelecimentos de en
sino existentes, tanto é que, estando o
menor convocado, fazendo qualquer cur so para a função adequada que exerce não será interrompido o seu estudo, fi cando isento, por estar fazendo um curso
para função adequada.
Ao contrário,
em nosso programa, procuraremos cola
borar e amparar as escolas existentes, in centivando o aparecimento de outras onde forem necessárias.
h
Econômico
Daremos bô'sas de estudos aos comer-
ciários que mais se distinguirem para
cursarem as escolas técnicas de comércio e os c^sos superiores de Contabilidade e Atuária e de Ciências Econômicas. . Prêmios de viagem e bolsas de estudos no exterior serão a atração máxima, co mo concessões especiais, sempre basea
das no merecimento pessoal.
Ê portanto muito oportuno, que na jornada da produção do IDORT se fa-
O nosso espírito de brasilidade está
posto à prova e os brasileiros de todos os quadranles acham-se empenhados nesta obra meritória.
Queremos salientar cm São Paulo o nòmo de Brasílio Machado Neto que, com o seu espírito brilhante e empreen dedor, foi dos primeiros a abraçar a idéia, e reatizá-la de maneira prática e
construtiva, pois já este ano teremos os primeiros alunos com os seus cursos terminados, tanto os menores, nos cursos
de aprendizagem, como cs maiores, nos cursos rápidos, de especialização. Que outros sigam o bom exemplo, para vermos muito breve o levantamento mo
ral e intelectual da nossa mocidade, e
que todos, de mãos dadas, conjuguem os seus esforços, para o sempre crescente aumento da nossa produção e para a
completa felicidade da comunidade bra sileira.
A Comissão federal de pesquisas econômicas da Suíça, em relatóno atinente à ^ desde o jmnto de vista da economia mundial, a dema^a ainda preponderante de produtos agrícolas é todavia um dos principais apoios da mi esfcmi imlustrial, a situação do mercado se modifica somente pouco a pouco.
situação econômica uo fim do segundo trinwstre de 1947 coi^tata
Na Suíça como no exterior, obseroam-se ultimamente tensões crescentes na evolu ção conjuntural, quer dizer, um antagonismo entre as
trôgradL. O índice dos preços por atacado aumentou
e de 4 3% no decurso dc um ano. O índice do custo de vula subiu de 2,4% duwnte o segundo trimestre e de 5% em relação a junho de 1946. Os salanos na
da cimtrução cresceram de 1,2% e S,2% respectivamente durante os mesmos pertOihs de tZvo taxas atuais sobrepassam 8,4% osgraças saláriosà reais de agosto Êsses iZesAs aumentos de salários foram depossíveis atividade da dc 1939^ fr"So sempre extraordinliamente intenso. Os YJZJrZZ próximo mantêm-se geralmente favoráveis. O nmm?ro ZeíTre-
Ztorgadas testemunha o desejo persistente de edificar.
■ílete-% na situação sempre tensa do mercado de trabalho. O movim..nto o
Z-
mércio varejista ultrapassou, mês por mês, em proporçoes ^ Zs reMos coircspLdentes ao ano anterior. Aumentou,variando em valor,entre de \<3%
Znte o vdnieiro semestre. As necessidades acrescidas de meios de vidas à «ersisfeníe prosiyeridade econômica e à alta do nwel de preços e > alTto» ^deSu. do bolanço do banco emtor „ cm. nu» circulação jiduciária. Medidas de esterüizaçao foram tomadas a fim de cvit um tJvo acrescimento. Na esfera, das finanças publicas, Zireitas alfandegárias do segundo frimestre alcançaram a importância de 109 Ihões de francos, a maior que em tempo algum foi registrada durante um
De aârdo ZZm as contas àos cantões para 1946, o produto dos 'fopostos aumenta de 5Q milhões de francos de 1945 para 1946 e alcançou a qiumtia de 518 mdho^ No seu conjunto, a situação econômica da Smça caractenzo-se, ainda, pela pr . peridade.
O relatório anual da direção central do Fundo Monetário Internacional, pu blicado, trouxe à luz problemas graves e
imediatos, relativos ao financiamento dos
As exportações da Grã-Bretaryha em abril atingiram 82.700.000 libras esterlinas mais do que no mês anterior. Foi o volume mais elevado do ano. Considerando-se
o número de dias de trabalho, representa, segundo o Ministério do Comércio, 98X do de 1938.
Os gêneros alimenticios, as bebidas e o fumo contrihuiram com inais de me" fade do total. Os três maiores mercados, no primeiro trimestre, ainda foram ín dia Britânica, África do Sul e Austrália. O excesso das importações sôbre as ex portações elevou-se de 109.000.000 de esterlinos no terceiro trimestre do ano passado para 116.400.000 esterlinos no primeiro trimestre dêste ano.
pagamentos internacionais. Revelou ain da que o Fundo se vê impossibilitado pafA resoVei^ tais dificuldades, tanto quanto o Banco Internacional, cujo re latório também foi divulgado. Confirma-se assim a versão bastante
conhecida de que o Fundo, a menos que
seja reorganizado, não é um organismo destinado a fazer face à crise atuah Idêntico conceito se faz em relação ao
Banco Internacional, cujo escopo essen cial são os trabalhos de rotina.
A coin
cidência de estarem presentes em Lon dres tantos peritos financeiros dá uma
oportunidade para que as discussões se
jam dirigidas num sentido mais realista. O relatório do Fundo Monetário In
ternacional revela o seguinte, entre ou tras coisas;
^> ^
110
DrcESTO
PMORAMA ECON.OMICÜ
fim de conseguirmos a tão almejada paz
lasse, também, da melhoria da técni
social.
ca cultural dos nossos co'aboradores.
N<ão pretendemos fazer qualquer con corrência aos estabelecimentos de en
sino existentes, tanto é que, estando o
menor convocado, fazendo qualquer cur so para a função adequada que exerce não será interrompido o seu estudo, fi cando isento, por estar fazendo um curso
para função adequada.
Ao contrário,
em nosso programa, procuraremos cola
borar e amparar as escolas existentes, in centivando o aparecimento de outras onde forem necessárias.
h
Econômico
Daremos bô'sas de estudos aos comer-
ciários que mais se distinguirem para
cursarem as escolas técnicas de comércio e os c^sos superiores de Contabilidade e Atuária e de Ciências Econômicas. . Prêmios de viagem e bolsas de estudos no exterior serão a atração máxima, co mo concessões especiais, sempre basea
das no merecimento pessoal.
Ê portanto muito oportuno, que na jornada da produção do IDORT se fa-
O nosso espírito de brasilidade está
posto à prova e os brasileiros de todos os quadranles acham-se empenhados nesta obra meritória.
Queremos salientar cm São Paulo o nòmo de Brasílio Machado Neto que, com o seu espírito brilhante e empreen dedor, foi dos primeiros a abraçar a idéia, e reatizá-la de maneira prática e
construtiva, pois já este ano teremos os primeiros alunos com os seus cursos terminados, tanto os menores, nos cursos
de aprendizagem, como cs maiores, nos cursos rápidos, de especialização. Que outros sigam o bom exemplo, para vermos muito breve o levantamento mo
ral e intelectual da nossa mocidade, e
que todos, de mãos dadas, conjuguem os seus esforços, para o sempre crescente aumento da nossa produção e para a
completa felicidade da comunidade bra sileira.
A Comissão federal de pesquisas econômicas da Suíça, em relatóno atinente à ^ desde o jmnto de vista da economia mundial, a dema^a ainda preponderante de produtos agrícolas é todavia um dos principais apoios da mi esfcmi imlustrial, a situação do mercado se modifica somente pouco a pouco.
situação econômica uo fim do segundo trinwstre de 1947 coi^tata
Na Suíça como no exterior, obseroam-se ultimamente tensões crescentes na evolu ção conjuntural, quer dizer, um antagonismo entre as
trôgradL. O índice dos preços por atacado aumentou
e de 4 3% no decurso dc um ano. O índice do custo de vula subiu de 2,4% duwnte o segundo trimestre e de 5% em relação a junho de 1946. Os salanos na
da cimtrução cresceram de 1,2% e S,2% respectivamente durante os mesmos pertOihs de tZvo taxas atuais sobrepassam 8,4% osgraças saláriosà reais de agosto Êsses iZesAs aumentos de salários foram depossíveis atividade da dc 1939^ fr"So sempre extraordinliamente intenso. Os YJZJrZZ próximo mantêm-se geralmente favoráveis. O nmm?ro ZeíTre-
Ztorgadas testemunha o desejo persistente de edificar.
■ílete-% na situação sempre tensa do mercado de trabalho. O movim..nto o
Z-
mércio varejista ultrapassou, mês por mês, em proporçoes ^ Zs reMos coircspLdentes ao ano anterior. Aumentou,variando em valor,entre de \<3%
Znte o vdnieiro semestre. As necessidades acrescidas de meios de vidas à «ersisfeníe prosiyeridade econômica e à alta do nwel de preços e > alTto» ^deSu. do bolanço do banco emtor „ cm. nu» circulação jiduciária. Medidas de esterüizaçao foram tomadas a fim de cvit um tJvo acrescimento. Na esfera, das finanças publicas, Zireitas alfandegárias do segundo frimestre alcançaram a importância de 109 Ihões de francos, a maior que em tempo algum foi registrada durante um
De aârdo ZZm as contas àos cantões para 1946, o produto dos 'fopostos aumenta de 5Q milhões de francos de 1945 para 1946 e alcançou a qiumtia de 518 mdho^ No seu conjunto, a situação econômica da Smça caractenzo-se, ainda, pela pr . peridade.
O relatório anual da direção central do Fundo Monetário Internacional, pu blicado, trouxe à luz problemas graves e
imediatos, relativos ao financiamento dos
As exportações da Grã-Bretaryha em abril atingiram 82.700.000 libras esterlinas mais do que no mês anterior. Foi o volume mais elevado do ano. Considerando-se
o número de dias de trabalho, representa, segundo o Ministério do Comércio, 98X do de 1938.
Os gêneros alimenticios, as bebidas e o fumo contrihuiram com inais de me" fade do total. Os três maiores mercados, no primeiro trimestre, ainda foram ín dia Britânica, África do Sul e Austrália. O excesso das importações sôbre as ex portações elevou-se de 109.000.000 de esterlinos no terceiro trimestre do ano passado para 116.400.000 esterlinos no primeiro trimestre dêste ano.
pagamentos internacionais. Revelou ain da que o Fundo se vê impossibilitado pafA resoVei^ tais dificuldades, tanto quanto o Banco Internacional, cujo re latório também foi divulgado. Confirma-se assim a versão bastante
conhecida de que o Fundo, a menos que
seja reorganizado, não é um organismo destinado a fazer face à crise atuah Idêntico conceito se faz em relação ao
Banco Internacional, cujo escopo essen cial são os trabalhos de rotina.
A coin
cidência de estarem presentes em Lon dres tantos peritos financeiros dá uma
oportunidade para que as discussões se
jam dirigidas num sentido mais realista. O relatório do Fundo Monetário In
ternacional revela o seguinte, entre ou tras coisas;
^> ^
112
Para financiar as importações feitas nos Estados Unidos, pelos demais países,
Dicesto Econômico
economia mundial estão perdendo rapi
de libras-ouro ao Banco Federal de Re
damente os recursos comerc ais.
serva de Nova York.
foram usados cêrca de 1.800.000.000
Indubitavelmente, a solução do proble
de dólares das reservas em ouro e em
ma está na produção, mas isso depende ' da política adotada pelos governos, para
dólares durante o ano de 1946 e mais
2.300.000.000 de dólares no primeiro semestre do corrente ano. Embora parte dêsse total tenha sido coberta pelas úl timas produções auríferas, as reservas
monetárias das outras nações são insu ficientes para contrabalançar o "défi
cit" da balança de pagamento com os E. U. A.
Enquanto as reservas da África do
Sul e alguns países neutros da Europa ^ sao hoje muito maiores que antes da ^ guerra, as da maior parte dôles são muito mferiores.
As reservas fora da Rússia e Estados Unidos estão mais ou menos no nível anterior ao conflito, mas na América do Sul, Suíça e África do Sul aumentaram sensivelmente, ao passo que em nume rosas outras nações ficaram reduzidas.
Simultaneamente, a alta de preços dimi nuiu o poder aquisitivo de quase todos
pôr cobro à inflação interna. Por extrema coincidência, o relatório
é apresentado oficiahnente uo sr. Ilugh Dalton na qualidade de presidente do Fundo Monetário Internacional, duran
te o ano que tennina com a reunião atual. Assim dizemos porque s. s. é o m"nistro do Tesouro da Grã-Bretanha e
um dos poucos economistas mundiais que negam esta conexão entre a inflação
Hs * íH
Informa-so que estão esgotados os
provocaria dificuldades em face da rea lidade. Revelou que há certas disposi ções no acôrdo sôbre o Fundo Monetá
rio, com o escopo de contrabalançar tais contingências. Acrescentou que "ainda
to, pelo Banco do Brasil, de tôdas as compras da França naquele país. Em
tannos com essas contingências no pas
decorrência, serão interrompidas as aqui
não tivemos oportunidade de nos defronsado, mas poderemos tê-la no futuro".
sições de café, tecidos, algodão, couro, fumo e outros artigos que o mercado
si! * *
francês vinha efetuando no Brasil. O coronel Edmundo de Macedo Soa * *
res e Silva, governador fluminense, en
viou mensagem à Assembléia Legisla
do sr. Dalton poderá ser provada com os Informa-se que era sessão secreta, na
tiva do Estado, solicitando aumento de
comissão conjunta do Fundo Monetário
50% no bnposto de Vendas e Consigna
O aludido documento faz breves re
Internacional e do Banco Internacional,
ções.
ferências í\ prata e afirma que o co
foi recomendada a admissão da Finlândia
mércio com o ouro tem sido reduzido
ao quadro de países-membros das duas
em virtude da fragilidade do mercado
instituições. Dessarte, será a primeira
O Tesouro britânico anunciou que o
intemaciónal, concentrado no momento
nação, pertencente à esfera de influên cia soviética a participar das atividades
Fundo Monetário Internacional concor dou em fornecer 60 milhões de dólares
das aludidas organizações. A recomendação, entretanto, depende
troca de libras esterlinas.
próximo outono.
em Nova York, onde o Fundo Interna
cional recebeu maior quantidade de me
tes da conflagração atingiam
a enviar o excesso para Londres e pro
de ratificação por parte dos departamen
vocar a redistribuição de seus depósitos,
tos governamentais competentes. Ao in dicarem a Finlândia, o sr. F. A. dos
além de 1.800.000.000; as maiores re-
tir uma política do organismo destinada
se dêsse fato a suspensão do financiamen
créditos franceses no Brasil, originando-
os países. As reservas européias que an 5.200.000.000 de dólares, hoje não vão
do Monetário, disse ser certo não exis
à manutenção do câmbio vigente, o que
interna e o "déficit" externo. A teoria
resultados do orçamento britânico no
lis
Digesto Econômico
tal que poderia manter, sendo obrigado
^
s5«
à Grã-Bretanha nos próximos dias, em * * Hí
I
duções se verificaram na Holanda e ha
de acôrdo com os estatutos.
í
França.
o sr. Douglas O. Abbot, do Canadá, es
ciou o reinicio parcial das transações em
;
elevação dos níveis e a manutenção do
restrições nas importações não podem prejudicar diretamente o comércio.
tipularam em 38 milhões de dólares a
A última assembléia da reunião é des
cota daquele país para o Banco Inter
esterlinos e a emissão, a partir de se tembro, de licenças de importação, inter
]
Com o decréscimo de suas posses, a
restante das reservas de ouro, a Ingla! terra e os países da Europa podem ago
I
;
ra pagar apenas 25% das importações que
Finalmente, o relatório afirma que as
tinada à conversibilidade do esterlino,
nacional.
porém, já foi inutilizada pelos aconteci
soma igual para o Fundo Monetário; es
mentos verificados depois da organização
sas contribuições serão pagas em ouro, ao câmbio corrente. Outra recomendação foi o aumento da
realizavam normalmente antes da heca
do relatório. A integração completa da
tombe.
libra no sistema multilateral mundial de
Para alguns governos a balança do es terlino é ainda importante, embora no
pagamentos será facilitada pela regulari zação do problema das balanças de es
presente o seu uso esteja bastante limi tado.
O relatório do Fundo Monetário re
conhece que algumas nações-chave na
Santos Filho, representante do Brasil, e
terlinos com o Exterior. * *
O Tesouro Britânico anunciou que o
Banco da Inglaterra vendeu 20 milhões
Ademais, deverá subscrever
cota do Irã, a qual deverá passar de 25
para 35 milhões de dólares. A contri buição do Egito também sofrerá majo ração, de 45 para 60 milhões de dólares. . O sr. Camille Gutt, representante da Bélgica e diretor-administrativo do Fun
I
O Banco Central da Atgentína anun
rompidas há cêrca de 15 dias, quando a Inglaterra decidiu suspender a con versibilidade da libra.
Esclareceu o aludido estabelecimento
de credito que a concessão possuía "ca ráter o mais temporário possível", de pendendo do prosseguimento do exame da situação, resultante daquela inicia tiva da Grã-Bretanha.
As operações com a libra esterlina so
frerão, no entanto, as seguintes restrições:
112
Para financiar as importações feitas nos Estados Unidos, pelos demais países,
Dicesto Econômico
economia mundial estão perdendo rapi
de libras-ouro ao Banco Federal de Re
damente os recursos comerc ais.
serva de Nova York.
foram usados cêrca de 1.800.000.000
Indubitavelmente, a solução do proble
de dólares das reservas em ouro e em
ma está na produção, mas isso depende ' da política adotada pelos governos, para
dólares durante o ano de 1946 e mais
2.300.000.000 de dólares no primeiro semestre do corrente ano. Embora parte dêsse total tenha sido coberta pelas úl timas produções auríferas, as reservas
monetárias das outras nações são insu ficientes para contrabalançar o "défi
cit" da balança de pagamento com os E. U. A.
Enquanto as reservas da África do
Sul e alguns países neutros da Europa ^ sao hoje muito maiores que antes da ^ guerra, as da maior parte dôles são muito mferiores.
As reservas fora da Rússia e Estados Unidos estão mais ou menos no nível anterior ao conflito, mas na América do Sul, Suíça e África do Sul aumentaram sensivelmente, ao passo que em nume rosas outras nações ficaram reduzidas.
Simultaneamente, a alta de preços dimi nuiu o poder aquisitivo de quase todos
pôr cobro à inflação interna. Por extrema coincidência, o relatório
é apresentado oficiahnente uo sr. Ilugh Dalton na qualidade de presidente do Fundo Monetário Internacional, duran
te o ano que tennina com a reunião atual. Assim dizemos porque s. s. é o m"nistro do Tesouro da Grã-Bretanha e
um dos poucos economistas mundiais que negam esta conexão entre a inflação
Hs * íH
Informa-so que estão esgotados os
provocaria dificuldades em face da rea lidade. Revelou que há certas disposi ções no acôrdo sôbre o Fundo Monetá
rio, com o escopo de contrabalançar tais contingências. Acrescentou que "ainda
to, pelo Banco do Brasil, de tôdas as compras da França naquele país. Em
tannos com essas contingências no pas
decorrência, serão interrompidas as aqui
não tivemos oportunidade de nos defronsado, mas poderemos tê-la no futuro".
sições de café, tecidos, algodão, couro, fumo e outros artigos que o mercado
si! * *
francês vinha efetuando no Brasil. O coronel Edmundo de Macedo Soa * *
res e Silva, governador fluminense, en
viou mensagem à Assembléia Legisla
do sr. Dalton poderá ser provada com os Informa-se que era sessão secreta, na
tiva do Estado, solicitando aumento de
comissão conjunta do Fundo Monetário
50% no bnposto de Vendas e Consigna
O aludido documento faz breves re
Internacional e do Banco Internacional,
ções.
ferências í\ prata e afirma que o co
foi recomendada a admissão da Finlândia
mércio com o ouro tem sido reduzido
ao quadro de países-membros das duas
em virtude da fragilidade do mercado
instituições. Dessarte, será a primeira
O Tesouro britânico anunciou que o
intemaciónal, concentrado no momento
nação, pertencente à esfera de influên cia soviética a participar das atividades
Fundo Monetário Internacional concor dou em fornecer 60 milhões de dólares
das aludidas organizações. A recomendação, entretanto, depende
troca de libras esterlinas.
próximo outono.
em Nova York, onde o Fundo Interna
cional recebeu maior quantidade de me
tes da conflagração atingiam
a enviar o excesso para Londres e pro
de ratificação por parte dos departamen
vocar a redistribuição de seus depósitos,
tos governamentais competentes. Ao in dicarem a Finlândia, o sr. F. A. dos
além de 1.800.000.000; as maiores re-
tir uma política do organismo destinada
se dêsse fato a suspensão do financiamen
créditos franceses no Brasil, originando-
os países. As reservas européias que an 5.200.000.000 de dólares, hoje não vão
do Monetário, disse ser certo não exis
à manutenção do câmbio vigente, o que
interna e o "déficit" externo. A teoria
resultados do orçamento britânico no
lis
Digesto Econômico
tal que poderia manter, sendo obrigado
^
s5«
à Grã-Bretanha nos próximos dias, em * * Hí
I
duções se verificaram na Holanda e ha
de acôrdo com os estatutos.
í
França.
o sr. Douglas O. Abbot, do Canadá, es
ciou o reinicio parcial das transações em
;
elevação dos níveis e a manutenção do
restrições nas importações não podem prejudicar diretamente o comércio.
tipularam em 38 milhões de dólares a
A última assembléia da reunião é des
cota daquele país para o Banco Inter
esterlinos e a emissão, a partir de se tembro, de licenças de importação, inter
]
Com o decréscimo de suas posses, a
restante das reservas de ouro, a Ingla! terra e os países da Europa podem ago
I
;
ra pagar apenas 25% das importações que
Finalmente, o relatório afirma que as
tinada à conversibilidade do esterlino,
nacional.
porém, já foi inutilizada pelos aconteci
soma igual para o Fundo Monetário; es
mentos verificados depois da organização
sas contribuições serão pagas em ouro, ao câmbio corrente. Outra recomendação foi o aumento da
realizavam normalmente antes da heca
do relatório. A integração completa da
tombe.
libra no sistema multilateral mundial de
Para alguns governos a balança do es terlino é ainda importante, embora no
pagamentos será facilitada pela regulari zação do problema das balanças de es
presente o seu uso esteja bastante limi tado.
O relatório do Fundo Monetário re
conhece que algumas nações-chave na
Santos Filho, representante do Brasil, e
terlinos com o Exterior. * *
O Tesouro Britânico anunciou que o
Banco da Inglaterra vendeu 20 milhões
Ademais, deverá subscrever
cota do Irã, a qual deverá passar de 25
para 35 milhões de dólares. A contri buição do Egito também sofrerá majo ração, de 45 para 60 milhões de dólares. . O sr. Camille Gutt, representante da Bélgica e diretor-administrativo do Fun
I
O Banco Central da Atgentína anun
rompidas há cêrca de 15 dias, quando a Inglaterra decidiu suspender a con versibilidade da libra.
Esclareceu o aludido estabelecimento
de credito que a concessão possuía "ca ráter o mais temporário possível", de pendendo do prosseguimento do exame da situação, resultante daquela inicia tiva da Grã-Bretanha.
As operações com a libra esterlina so
frerão, no entanto, as seguintes restrições:
Digesto Econômico
.114
Digesto Econónuco
produto contrabalançarão qualquer de
MERCADO OFICIAL — Compras à vista de libras, lucros das exportações
créscimo estacionai nos preços da came,
para a Inglaterra e vendas futuras de li
durante o outono.
bras ou a dinheiro, para pagamentos de 5}:
importações daquele país.
í}: *
éitiitidas pelo govêmo militar aliado de ocupação): 300.285; Bilhetes do Esta do: 7.348.090.000 liras. Total da cir culação: 548.767.773.535 liras.
As licenças de importação a serem
Reduções dnisticas nas rações alimentares da Grã-Bretanha, inclusive a di minuição da ração de came do equix-a-
emitidas valerão apenas durante 15 dias
lente de um "shilling" e dois pence para
para certos produtos medicinais, indus
8 pence apenas, serão apresentadas pelo
os regulamentos vigentes.
triais e químicos, petróleos e derivados,
ministro da Alimentação, John Strachey,
inseticidas e outros.
na reunião extraordinária do Gabinete,
O Banco Central da Argentina divul
segundo anuncia o jornal conservador
gou aviso, segundo o qual na hipótese
"Sunday Graphic". As rações de came para crianças se riam rebaixadas de 7 pence para 5 e, além disso, seriam também reduzidas
de não serem essas licenças usadas, es-
i tarão seus possuidores sujeitos à multa de 20% sobre o valor delas. íjí
❖
as rações de manteiga, chá, toucinho, queijo e, possivelmente, de ovos — acres centa aquêle órgão.
O sr. Correia e Castro, ministro da ;!:
Fazenda, submeteu à consideração do
Hs
Conselho Federal de Comércio Exterior
o processo em que o Centro e a Federa ção das Indústrias do Estado de São Paulo pedem sejam removidas, por parte do governo argentino, as dificuldades
As importações francesas de carvão alcançaram, na semana de 13 a 19 de julho último, 420.492 toneladas, o que representa um aumento de 7% em rela
criadas com a suspensão de vendas de
ção à semana anterior.
cambiais para importação de tecidos de
O maior aumento até hoje registrado foi nas importações provenientes do Rur, que passaram do 53.721 para 70.589
algodão produzidos e fabricados no Brasil.
toneladas. * *
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos informou que não há
Foram as seguintes as importações pro cedentes de outros países: E. U. A.,
cessidades internas da nação, presumm-
do-se que tal fato prejudicará as expor tações.
Revelou, ainda, que a extrema carên
cia de milho não se fará sentir até a
primavera, mas os elevados preços desse
:i<
Essa noticia provocou
sério alarma entre as indústrias automo
bilísticas as quais fizeram observar que tuada em bloco, pro\'ocaria uma grave crise na indústria italiana, cuja produção
:!í
O Banco Nacional Sueco reiniciou as
compras de esterlinos da área do esterli no, em conseqüência dos novos acordos anglo-suecos sobre pagamentos. A me dida não abrange, contudo, os Estados Unidos ou outros países, que habitual mente pagam à Suécia em dólares. íjc :K
neladas; Polônia, 11.054, toneladas. Hs
*
Foram publicados os dados relativos à circulação monetária na Itália a 30 de abril próximo passado, que são os se
guintes: liras do Banco da Itália: .... 460.404.383.250; Liras "Am" (Liras
anual é presentemente de apenas poucos milhares. Propuseram, portanto, que as
sobras aliadas sejam vendidas no Ex terior particularmente à Suíça, que já
adquiriu 10.000 veículos dessa origem. * * *
No último trimestre, o fornecimento
governamental, na Polônia, de sementes,
o Ministério da Agricultura do Brasil já distribuiu em diversos Estados cêrca
adubos artificiais e aparelhagens mecâ
de 80 mil enxadas especialmente fabri
nicas, além da concessão de créditos, aumentou de volume. Enquanto que em
cadas em São Paulo, com características
semelhantes às inglesas. Para o Sul as
1945, somou 30.000.000 e em 1946
remessas foram feitas em caminhões,
93
evitando-se, assim, as demoras dó tráfego
mestre se elevou a 63.150.000 dóla
milliões de dólares, naquele tri
res, isto é, 65% do ano anterior. A estes
ferroviário.
Como é difícil a obtenção de praça
em Santos, quanto ao transporte marí timo para o Norte do país, aquele Minis
números devem-se acrescentar ainda os fornecimentos da UNRRA. * *
tério resolveu que as remessas para as regiões setentrionais sejam feitas por via terrestre, de São Paulo a esta capital,
O restabelecimento do "mercado li
onde serão embarcadas.
vre" nas indústrias de lã norte-america
No corrente mês, o suprimento de en xadas deverá atingir o número de cem
troles do govêmo, motivou um dos maio
mil unidades.
res surtos do comércio respectivo nos
nas, com a recente eliminação dos con
últimos anos.
215.261 toneladas; Bélgica, 16.658 to
esperanças de que a safra de milho seja
suficiente para cobrir o mínimo das ne
tado de funcionamento, prontos para se
rem vendidos.
a venda de tais veículos, caso seja efe
MERCADO LIVRE — Vendas de li
bras para pagamentos, de acôrdo com
115
*
Hí
O Presidente da ARAR, departamen to oficial encarregado da venda das so
O sr. C. Bigelow, secretario da "Bos ton Wool Trade Association", declarou
que, com a eliminação dos controles ofi
ciais, ao lado da falta do produto no
bras de guerra cedidas à Itália), prof.
Exterior, a procura da lã dos E. U. A.
Ernesto Rossi, anunciou que além dos 99.300 veículos automóveis já vendidos, existem ainda nos campos de armaze namento do seu departamento cêrca de 50.000 dêsses veículos em perfeito es-
tomou o mercado extremamente ativo.
Durante a guerra, o governo controlou a indústria de lã em bruto, mas êsses controles foram removidos em 15 de
abril.
Quanto ao programa de com-
Digesto Econômico
.114
Digesto Econónuco
produto contrabalançarão qualquer de
MERCADO OFICIAL — Compras à vista de libras, lucros das exportações
créscimo estacionai nos preços da came,
para a Inglaterra e vendas futuras de li
durante o outono.
bras ou a dinheiro, para pagamentos de 5}:
importações daquele país.
í}: *
éitiitidas pelo govêmo militar aliado de ocupação): 300.285; Bilhetes do Esta do: 7.348.090.000 liras. Total da cir culação: 548.767.773.535 liras.
As licenças de importação a serem
Reduções dnisticas nas rações alimentares da Grã-Bretanha, inclusive a di minuição da ração de came do equix-a-
emitidas valerão apenas durante 15 dias
lente de um "shilling" e dois pence para
para certos produtos medicinais, indus
8 pence apenas, serão apresentadas pelo
os regulamentos vigentes.
triais e químicos, petróleos e derivados,
ministro da Alimentação, John Strachey,
inseticidas e outros.
na reunião extraordinária do Gabinete,
O Banco Central da Argentina divul
segundo anuncia o jornal conservador
gou aviso, segundo o qual na hipótese
"Sunday Graphic". As rações de came para crianças se riam rebaixadas de 7 pence para 5 e, além disso, seriam também reduzidas
de não serem essas licenças usadas, es-
i tarão seus possuidores sujeitos à multa de 20% sobre o valor delas. íjí
❖
as rações de manteiga, chá, toucinho, queijo e, possivelmente, de ovos — acres centa aquêle órgão.
O sr. Correia e Castro, ministro da ;!:
Fazenda, submeteu à consideração do
Hs
Conselho Federal de Comércio Exterior
o processo em que o Centro e a Federa ção das Indústrias do Estado de São Paulo pedem sejam removidas, por parte do governo argentino, as dificuldades
As importações francesas de carvão alcançaram, na semana de 13 a 19 de julho último, 420.492 toneladas, o que representa um aumento de 7% em rela
criadas com a suspensão de vendas de
ção à semana anterior.
cambiais para importação de tecidos de
O maior aumento até hoje registrado foi nas importações provenientes do Rur, que passaram do 53.721 para 70.589
algodão produzidos e fabricados no Brasil.
toneladas. * *
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos informou que não há
Foram as seguintes as importações pro cedentes de outros países: E. U. A.,
cessidades internas da nação, presumm-
do-se que tal fato prejudicará as expor tações.
Revelou, ainda, que a extrema carên
cia de milho não se fará sentir até a
primavera, mas os elevados preços desse
:i<
Essa noticia provocou
sério alarma entre as indústrias automo
bilísticas as quais fizeram observar que tuada em bloco, pro\'ocaria uma grave crise na indústria italiana, cuja produção
:!í
O Banco Nacional Sueco reiniciou as
compras de esterlinos da área do esterli no, em conseqüência dos novos acordos anglo-suecos sobre pagamentos. A me dida não abrange, contudo, os Estados Unidos ou outros países, que habitual mente pagam à Suécia em dólares. íjc :K
neladas; Polônia, 11.054, toneladas. Hs
*
Foram publicados os dados relativos à circulação monetária na Itália a 30 de abril próximo passado, que são os se
guintes: liras do Banco da Itália: .... 460.404.383.250; Liras "Am" (Liras
anual é presentemente de apenas poucos milhares. Propuseram, portanto, que as
sobras aliadas sejam vendidas no Ex terior particularmente à Suíça, que já
adquiriu 10.000 veículos dessa origem. * * *
No último trimestre, o fornecimento
governamental, na Polônia, de sementes,
o Ministério da Agricultura do Brasil já distribuiu em diversos Estados cêrca
adubos artificiais e aparelhagens mecâ
de 80 mil enxadas especialmente fabri
nicas, além da concessão de créditos, aumentou de volume. Enquanto que em
cadas em São Paulo, com características
semelhantes às inglesas. Para o Sul as
1945, somou 30.000.000 e em 1946
remessas foram feitas em caminhões,
93
evitando-se, assim, as demoras dó tráfego
mestre se elevou a 63.150.000 dóla
milliões de dólares, naquele tri
res, isto é, 65% do ano anterior. A estes
ferroviário.
Como é difícil a obtenção de praça
em Santos, quanto ao transporte marí timo para o Norte do país, aquele Minis
números devem-se acrescentar ainda os fornecimentos da UNRRA. * *
tério resolveu que as remessas para as regiões setentrionais sejam feitas por via terrestre, de São Paulo a esta capital,
O restabelecimento do "mercado li
onde serão embarcadas.
vre" nas indústrias de lã norte-america
No corrente mês, o suprimento de en xadas deverá atingir o número de cem
troles do govêmo, motivou um dos maio
mil unidades.
res surtos do comércio respectivo nos
nas, com a recente eliminação dos con
últimos anos.
215.261 toneladas; Bélgica, 16.658 to
esperanças de que a safra de milho seja
suficiente para cobrir o mínimo das ne
tado de funcionamento, prontos para se
rem vendidos.
a venda de tais veículos, caso seja efe
MERCADO LIVRE — Vendas de li
bras para pagamentos, de acôrdo com
115
*
Hí
O Presidente da ARAR, departamen to oficial encarregado da venda das so
O sr. C. Bigelow, secretario da "Bos ton Wool Trade Association", declarou
que, com a eliminação dos controles ofi
ciais, ao lado da falta do produto no
bras de guerra cedidas à Itália), prof.
Exterior, a procura da lã dos E. U. A.
Ernesto Rossi, anunciou que além dos 99.300 veículos automóveis já vendidos, existem ainda nos campos de armaze namento do seu departamento cêrca de 50.000 dêsses veículos em perfeito es-
tomou o mercado extremamente ativo.
Durante a guerra, o governo controlou a indústria de lã em bruto, mas êsses controles foram removidos em 15 de
abril.
Quanto ao programa de com-
Digesto Econômico
116
pras do governo, a legislação respecti va está agora sendo apreciada pelo Se
câmbio de menrcadorías 17.000.000 de dólares
no valor de
Por fôrça desse acôrdo, cujo prazo é
nado.
O ST. Bigelow adiantou que a indús tria tem maiores vantagens vendendo ao
comércio que aos órgãos oficiais, cujas compras muitas vêzes acarretam grandes despesas ao vendedor. O presente surto no comércio de lã promete perdurar por muito tempo.
VEinS QUE SIMBOLIZAM
de um ano, a Polônia fornecerá matérias-
primas para a indústria búlgara, além de produtos químicos, peças de locomo tivas e outros materiais, em troca de
fumo, peles e madeiras. if: * *
Esboça-se, nos círculos algodoeiros iní}S * *
O relatório do Departamento de Agri cultura sobre a situação do trigo in forma que "embora as perspectivas de grandes quantidades para a exportação sejam favoráveis, especialmente nos Es tados Unidos e Canadá, os atuais indí
cios são de que durante o próximo ano a procura estrapgeira excederá novamen
te à quantidade disponível para exporta-
glêses, movimento em favor do desen volvimento das plantações de algodão no Sudão e África Oriental Britânica.
A
produção algodoeira daquela região po derá, segundo os técnicos da "Empire Cotton Association", ser duplicada era
dois ou três anos, o que permitirá à In glaterra economizar quarenta milhões de dólares nas compras feitas aos Estados Unidos. Acredita-se que o assunto será discutido pelo Ministério Colonial, du
I 1
rante o próximo mês. O relatório revela também que, se
Se o govêmo adotar o projeto, sua
gundo todos os indícios, as colheitas no Hemisfério Ocidental serão melhores que
execução será provavelmente confiada
as normais, apresentando-se melhores
concessões no Sudão terminam em 1950.
perspectivas nos Estados Unidos e pio res, na Europa.
As colheitas no continente emopeu,
ao "Sudan Plantations S^dicat", cujas * * *
Conduzindo mais de 90.000 cachos
com exceção das da União Soviética, se
de bananas, para Buenos Aires, e par®
rão "outra vez bastante inferiores à mé
Antuérpia, zarparam do porto quatro na
dia de 1.670 milhões de "bushels" de
vios, dos quais dois suecos, um norte-
antes da guerra e até 10 ou mais por cento menores que as de 1946, as quais
americano e um finlandês.
ascenderam a 1.350 milhões de "bu.s-
Para Antuérpia, o "Peru" conduziu 15.824 cachos, pesando 326.538 quilos,
hels".
e o "Venezuela", 18.622 cachos, com
Quando o sr. começar a encontrar dificuldade nas partidas e notar maior consumo de combus tível, mande verificar aa velas de seu auto.
Se estas estiverem gastas ou cansadas, troqueas Jogo por velas A. C. — e uma nova era começará para seu carro 1 Exija as legítimas
um peso de 382.252 quilos. :}! * *
A Bulgária assinou tratado comercial com a Polônia, determinando o inter-
. Para Buenos Aires, o "Dei Norte",
4.000 cachos, pesando 80.000 quilos, e o "Navígator"-, transportou 54.984 ca chos, com um peso de 1.099.680 quilos.
VELAS PRODUTO DA GENERAL MOTORS
AC
•'VJ
Digesto Econômico
116
pras do governo, a legislação respecti va está agora sendo apreciada pelo Se
câmbio de menrcadorías 17.000.000 de dólares
no valor de
Por fôrça desse acôrdo, cujo prazo é
nado.
O ST. Bigelow adiantou que a indús tria tem maiores vantagens vendendo ao
comércio que aos órgãos oficiais, cujas compras muitas vêzes acarretam grandes despesas ao vendedor. O presente surto no comércio de lã promete perdurar por muito tempo.
VEinS QUE SIMBOLIZAM
de um ano, a Polônia fornecerá matérias-
primas para a indústria búlgara, além de produtos químicos, peças de locomo tivas e outros materiais, em troca de
fumo, peles e madeiras. if: * *
Esboça-se, nos círculos algodoeiros iní}S * *
O relatório do Departamento de Agri cultura sobre a situação do trigo in forma que "embora as perspectivas de grandes quantidades para a exportação sejam favoráveis, especialmente nos Es tados Unidos e Canadá, os atuais indí
cios são de que durante o próximo ano a procura estrapgeira excederá novamen
te à quantidade disponível para exporta-
glêses, movimento em favor do desen volvimento das plantações de algodão no Sudão e África Oriental Britânica.
A
produção algodoeira daquela região po derá, segundo os técnicos da "Empire Cotton Association", ser duplicada era
dois ou três anos, o que permitirá à In glaterra economizar quarenta milhões de dólares nas compras feitas aos Estados Unidos. Acredita-se que o assunto será discutido pelo Ministério Colonial, du
I 1
rante o próximo mês. O relatório revela também que, se
Se o govêmo adotar o projeto, sua
gundo todos os indícios, as colheitas no Hemisfério Ocidental serão melhores que
execução será provavelmente confiada
as normais, apresentando-se melhores
concessões no Sudão terminam em 1950.
perspectivas nos Estados Unidos e pio res, na Europa.
As colheitas no continente emopeu,
ao "Sudan Plantations S^dicat", cujas * * *
Conduzindo mais de 90.000 cachos
com exceção das da União Soviética, se
de bananas, para Buenos Aires, e par®
rão "outra vez bastante inferiores à mé
Antuérpia, zarparam do porto quatro na
dia de 1.670 milhões de "bushels" de
vios, dos quais dois suecos, um norte-
antes da guerra e até 10 ou mais por cento menores que as de 1946, as quais
americano e um finlandês.
ascenderam a 1.350 milhões de "bu.s-
Para Antuérpia, o "Peru" conduziu 15.824 cachos, pesando 326.538 quilos,
hels".
e o "Venezuela", 18.622 cachos, com
Quando o sr. começar a encontrar dificuldade nas partidas e notar maior consumo de combus tível, mande verificar aa velas de seu auto.
Se estas estiverem gastas ou cansadas, troqueas Jogo por velas A. C. — e uma nova era começará para seu carro 1 Exija as legítimas
um peso de 382.252 quilos. :}! * *
A Bulgária assinou tratado comercial com a Polônia, determinando o inter-
. Para Buenos Aires, o "Dei Norte",
4.000 cachos, pesando 80.000 quilos, e o "Navígator"-, transportou 54.984 ca chos, com um peso de 1.099.680 quilos.
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OFICINAS,
INDUSTRIAS,
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E LAVOURA.
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Bobinas Meissner e Douglas — Teste para válvulas — Osciladores Capacimetros — Ohm'Meter — Material Elétrico. ACEITAMOS PEDIDOS PELO REEMBOLSO.
MERCUDORIAS DE BOA QUALIDADE POR PREÇOS MÚDICOS
Rua Libero Badaró, 472 - Telefone, 2-2374 • C. FoslaL 1003 SÃO PAULO
BANCO DO BRASIL S/A RUA ÁLVARES PENTEADO N.o 112 SÃO PAULO
COBRANÇAS — DEPÓSITOS — EMPRÉSTIMOS — CÂMBIO — CUSTÓDIA — ORDENS DE PAGAMENTO — CRÉDITO AGRÍCOLA E INDUSTRIAL — CARTEIRA DE FINANCIAMENTO.
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Limitados (limite de Cr$ 100.000,00) . . .
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Depósitos de Aviso Prévio: 90 dias 60 dias 30 dias
4%% a.a. 4 % a.a. 3%% a.a.
Contas a Prazo Fixo, com Pagamento mensal de Juros: 6 mêses
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12 mêses
Serviços que oferecemos: Organização de sociedodes comerciali, industriais, civis. Contratos, distrotos, modificações de Firmas, coope
rativas e todos os serviços nas Juntas Comerciais e legalizoção perante todas as Repartições Publicas, Municipais, Estadoais e Federais.
REQUEREMOS PROTEÇÃO DA PROPRIEDADE
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A SERVIÇAL LTDA.
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INDUSTRIAL, COMERCIAL E CÍVEL PARAt Marcas de industria, de Co mercio ou de Exportação.
Nomes Comerciais.
Insígnias
Comerciais.
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Titules de estabelecimentoi.
Privilegies de Invenção. Licenças de preparados Far macêuticos,
Sinais de Propaganda. de Propaganda.
Frases
veterinários,
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ticidas, desiníectantes. Analises de bebidas, comestíveis, etc.
CONSULTE-NOS SEM COMPROMISSO
A SERVIÇAL LTDA. S. Paulo: Rua Direita, 64 - 3." - Tels. 2-13934 e 3-3831 - C. Postais 3631 e 1421
R. Janeiro: Av. Aportcio Borges, 207-12.® pov. - Tel. 42-9285 - C. Postal 3384
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lidade, fazendo uma visita à nossa
fábrica ou pedindo a presença d»
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Ofi sorfeios sõo realizados no Oífimo dia úHl de cado mâs, no solõo nobre do Liceu Literário Português, à rua Sen. Dantas, 118*1.^ andor. VALOR DOS títulos LIQUIDADOS EM SORTEIO ATE 31/t2/46
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MAIS DE CR$ 41.500.000,00
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Vendas a prestações em pequenos e grandes lotes pela
Aiitomobilistas
CIA. DE TERRAS NORTE DO PARAHA
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Inscrição N.® 12 no Registro Geral de Imóveis da Comarca
Engrenagens — Rolamentos — Acessórios
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de Londrina, na íorma do Deercto-Lei N.° J07Q, de 1S~9-1S38
Vantajosa produção de: CAFS, CEREAIS, FUMO,
sempre encontrada na seção de Varejo da
ALGODÃO, CANA DE AÇÚCAR, MANDIOCA. TRIGO. etc. Estrada de ferro — Ótimas estradas de rodagem Esplendido serviço rodoviário
Agência Principal e Centro de Administração Londrina
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Séde em Sâo Paulo, Rua S. Bento, 329 - 8.® andar - Cai3:a Postal 2771
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►íí'
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nuF DRGRHlZftÇnO
fv. .
Folha de pagamento
O "Dicesto Econômico", já no terceiro flno de
pelo processo RuF
tima vida fecunda, é hoje leitura obrígaftíria poro todos os estudiosos. Contando entre seus colaboradores figuras das
SlgníHca a escrifuração
mais notáveis, no meio cultural hrasüeiro, cada um de seus
simultânea de:
• Folh-a de pagamento • Envelope e recibo
números é um repositório precioso dos mais variados estu .
dos, de economia, finanças, sociologia, geografia humana, história. Pela sua originalidade e profundeza, muitos desses
w Conta individual do empreg Os formulários serão
às necessidades de sua ernp
e o processo introduzid
ensaios abrem novas clareiras, nas matérias versadas, revelando-nos aspéctos instispeitados nos problemas Cfue afloram.
P
nossos peritos.
Informações e Demonstrações sem promisso
Ernesto Leme
(Professor da Faculdade de Direito
ORGnHizncüo „ com-o-. com»."""
de São Paulo)
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Brò°HO?"zONTETrdo; C..n6.,
Gráfica São Josá — Rua Galvão Bueno. 230 -- Telefone 6-4812 - SSo Paulc
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