DIGESTO ECONÔMICO, número 36, novembro 1947

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ECONOMICO ^OB OS auspícios oa ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO E 00 FEDERAÇÃO DO COMERCIO DO ESTADO DE SÃO PAULO

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O Plano Regional de Sanlos — Francisco Prestes Maia A Cidade Jardim — Luís dc Anhaia Melo

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Rconomia o Humanismo — Luís Cintra do Prado

34

Sistemas Tributários — Paulo Barbosa de Campos Filho Aspectos da Política Imigratória — L. A. Costa Pinto Portos e Navegação — Américo Barbosa de Oliveira

43 <6 53

História Econômica — Calógeras — Afonso Arinos de Melo Franco

$9

Idéias e Planos d© um Desembargador — Otávio Tarquínio de Sousa

93

Historiografia Açucareira no Século XVIII — José Honório Rodrigues

69

Fiação e Tecelagem em São Paulo na Era Colonial — Sérgio Buarque de Holanda

74

As Leis Econômicas — Loiiis Baudin

80

Balança de Pagamentos em Regime de Papel-Moeda — Gottfried voii Haberler . 89 A Siderurgia no Brasil — Pimcntel Gomes nuM. NO iiin i)i; jAM:inor

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94

Geografia das Comunicações Paulistas — Exploração do Litoral — Nelson Wemeck Sodré

93

O Problema da Alimentação e o Custo da Vida — José Bonifácio de Sousa Amaral 104 O Sábio Martius e o Pão de Mandioca — Américo Jacobina Lacombe

Jos

Outras Plantas da Borracha — Gastão Criils

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A Consciência Econômica de Quixote — Cândido Mota Filho Panorama Econômico — Redação

nj 119


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O DIGESTO ECONOMlCO ESTA' Ã VENDA

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Espírito Santo: Viuva Copolilo & Fi lhos, Rua Jerónlmo Monteiro, 261, Vitória.

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Piauí: Cláudio M. Tote. Teresina.

Rio do Janeiro: Fernando Chinaglia. Av. Picsidentc

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Vargas. 502, 19 o

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(Esq. Av. Rangel Pestana) Sede própria - Ed. Guarany tolofon»» 83-0791•23.0337 ^Tflls.: 2-8266, 2-6661 e 3-3591

Goiânia.

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João Lisboa, 114. São Luiz. Mato Grosso:

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Cia., Pça. da República. 20, Cuiaoá. Minas Gerais: Joaquim Moss Velloso. Avenida dos Andradas, 330, Belo Horizonte. Pará: Albano H. Martins & Cia., Tra

vessa Campos Sales, 05/89, Belém. Paraiba: Loja das Revistas, Rua Ba rão do Triunfo, 510-A, João Pessoa.

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Rio Grande do Sul: Sómento pai'a Por to Alegre: Octnvio Sagcbin, Rua 7 de Setembro, 709. Porto Alegro. Para loenis fora do Porto Alegro: Fernando Chinaglia, R. de Janeiro.

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PRODUTOS QUÍMICOS E PLÁSTICOS '^MONSANTO" A serviço da indústria...que serve à Humanidade •.. no mundo inteiro

Onde quer que o sr. observe as indústrias ao serviço do gcnero humano, ali achará os produtos químicos e plás ticos Monsanto ajudando a acelerar suas tarefas e a me lhorar os seus produtos.

Isso se aplica particularmente aos países da América do Sul e Central, onde grande número de novas indús trias estão sendo incrementadas. Cada ano que passa,

numa proporção maior do que no ano anterior,centenas

de produtos das dezoito fábricas Monsanto tem sido PARA

expedidos para esses países. Essa tendência continuou mesmo durante a guerra, a tal ponto que, no ano findo,

RÁDIO-AMADORES

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E MONTADORES

mais do dobro do volume de produtos Monsanto que usaram em 1941.

Com cinco grandes vantagens tObre quaisquer outros: 1. Caixa de imbuía, fino aca

Enquanto essas indústrias e nossa capacidade para servi-las continuarem progredindo, vislumbramos um futuro mais brilhante c próspero, como nunca se viu an teriormente em nossos dois gi*ande8 continentes.

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Monsanto JWá

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ligação. Outras miudezas.

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economia as vacas leiteiras exigem uma alimentação

de problemas d jjjfsso. Consulte-nos,semcomp Niangueiras

'^^"'anguSías^GoSyetr GòÒD#^t/VR ^rar^Smprtmldo, solda autógena máquinas lavar carros.e Bons preçode.

racional - farta, rica e bem equilibrada.

As "RAÇÕES CONCENTRADAS BRASIL" são cuidadosamente calculadas para a obtenção do má-. ximo rendimento dos seus animais, conservaudo-os Experimente-a hoje mesmo e nunca mais

'■ ^ I ?S>orat6n°.

espaço, tempo e

^^ança Com prazer. nossos técnicos

(Resp. Brenno M. de Andrade, eng.-apro.)

Pedidos à Caixa Postal, 1117 Produto da Refinadora de Óleos Brasil S/À _

São Paulo

Correias Transporta^r»s „,uitos problemas de

deixará de usa-la.

Rua Xavier de Toledo, 114 - Caixa Postal, 1117

Diversos

Este modernissimo lueio Ue transporte soluc^nar

fortes e sadios.

codoservjçi--

...miSTWA SAAVU*'*

estudarão a adaptaçao üe transportadoras Goodyeav industria yeav em sua indusvria. peça-nos nos sugestões. sugest es.

químicos e

i oib »

«tftHJow-aioswASii V*

Q» iaf^ahiolBastos COMÍRCIO S INDÚSTRIA

Rio de Janeiro; Rua Teâdlo Ottoni, 81 — Sdo Paulo: Rua Florêncio de Abreu, 367

feeio Horizonte: Rua Rio de Joneíro, 368 — Pôrto Alegre: Av. Júlio de Castiihos, 30


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•tôB* A -6 preciso

Ei técnica para

relas que

eite

fabricar cor-

e

longamente ao

que resistóm

destinam,

duro serviço a qu Mas não e ^enor

tii-ocínio

reias adequadas a

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tas duas tradas em^antag nosso e

planas ou

requerido ^^^^f^^cada caso.Es-

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to:correias Goody

expe-

em"V",elongos ano^ jnilhares riência na solu^ transmissão,

Nenhum criador joga fóra propositadamente o leite que produz em sua fazenda — porque leite é dinheiro

proveniente de trabalho contínuo e penoso.

Já pensou, entretanto-, em quantos latões de leite o senhor desperdiça simplesmente porque deixa de os produzir?

Lembre-se de que para produzirem com eficiência e

economia as vacas leiteiras exigem uma alimentação

de problemas d jjjfsso. Consulte-nos,semcomp Niangueiras

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'■ ^ I ?S>orat6n°.

espaço, tempo e

^^ança Com prazer. nossos técnicos

(Resp. Brenno M. de Andrade, eng.-apro.)

Pedidos à Caixa Postal, 1117 Produto da Refinadora de Óleos Brasil S/À _

São Paulo

Correias Transporta^r»s „,uitos problemas de

deixará de usa-la.

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Diversos

Este modernissimo lueio Ue transporte soluc^nar

fortes e sadios.

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/

B

J4

M Ê%-

Sentine/â \

V.

//

í\

Oi Protetores para Cheques TODD são

aentínelaa

ge-

guraa que evitam prejuízos, adulterações ou fraudes. Imprimem os valores dos cheques com tinta indelé

vel de impossível imitação

Mod. 33

Mod. 60

MUNCHEN

PROTETOR

PARA CHEQUES

EXTRA

DI?TRIBUIDOR>:5 EXCLUSIVOS

KELLER WEBER S.A.

E' UM

Móquinas Comerciais e Gráficas

AV. SAO JOAO, 314 / 320 • TELEFONE 4-4188 (RAMAIS) • S^O PAU O R. ARAÚJO PORTO ALEGRE, 64-A • TELEFONE 22.E054 • (RAMAiS)*

FIO

PAN »M •' Csií 'le /amigos

ú sá

PRODUTO

AMTARCTICA !!


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FIO

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PRODUTO

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DIKÜSTO EMÓMICO Publicado <ob ot auspícios da

Associação COMERCIALOE SãO PAULO

FEDERAÇÃO 00 COMÉRCIO 00 ESTADO DE SÃO PAULO Diretor Superintendente Auro Soaret de Moura Andrade Diretor:

O (P&amSL QleqUmaí (U SújniM

O UUHaO OOS NEGÓCIOS NUM PAHORIMA MENSIL

por Fhancisco Prestes Maia

O Digesto Eeouónüco publicará no próximo número: .MOHFÜGENÍA

IDA

C0NTEMP01V\N*EA Anhaía Melo.

ARC^UITETURA -

Luiz

de

O PLAXO REGIONAL DE SANTOS ~ Francisco Prestes Muiii,

Anlonio Contljo de Carvalho

O PROBLEMA MUNDIAL DA ECO NOMIA DE COMBUSTÍVEIS NA

CONFERÊNCIA DE HAIA - Gly-

O Digeaio Econômico, órgão de in formações econômicas e flnanceiPu^^^cado mensalmente pela Editôra Comercial Ltda.

con de Pai\'a.

A FÁBRICA NACIONAL DE MOTO RES — Francisco Sá Filho.

A direção não se responsabiliza

pelos dados cujas fontes estejam

A

EVOLUÇÃO

ECONÔMICA

iNo

devidamente citadas, nem pelos

BRASIL NOS TRANSPORTES FER

conceitos emitidos em artigos assi

ROVIÁRIOS — Américo Barbosa de

nados.

Oliveira.

CONCEITO E DETERMINAÇÃO DA Na transcrição de artigos pede-se citar

o

nome

do

D i ges 1 o

Econômico.

Aceita-se intercâmbio com publi trangeiras.

Dlgesto Econômico

Ano (simples) " (registrado)

Crf 30,00 CrS 36,00

Número do mês: Atrasado:

Cr$ 3.00 CrÇ 5.00

RedaçSo e Administração:

São Paulo

pital, maior do que lhe permitia supor o "'liinterland". E o sr. Nelson Werneck

Sodré, em artigo recente neste "Digesto",

ESTUDO

SOCIOLÓGICO

DAS

DEPOIS DAS DUAS GUERRAS - José Maria Belo.

A INDÚSTRIA DO PESCADO - An

tônio Renato Cago Nobre.

dade de São Paulo, inicia com o presen

te artigo uma exposição sôbre o desen volvimento da cidade e do pôrto de Santos.

Dada a relevância do assunto e

o prestígio do autor, a monografia ela borada pelo eminente paidista está desti nada à maior repercussão em toda o pais.

afirma que o desenvolvimento de Santos contraria o determinismo geográfico. DP" ■^ergimos de ambos, sendo que, ao me nos quanto à Capital, preferimos a ar sim, desde logo, uma cidade, o desen gumentação de Caio Prado Júnior em ar volvimento interior e uma tradição co tigo na Revista do Arquivo. mercial. As vias de comunicação são talvez o mais alto fator determinante da forma

ção e crescimento das cidades, e, como e.xpõe Demoulin, distribuem, relacionam,

sideravelmente no curso da história. Co

Viaduto Boa Vista, 87 - 7.o andar Tel. 3-7499 — Caixa Postal, 240-B

go, estranha o de.senvolviinento da ca

modelam as populações, e influem con

ERAS DE CRISE — L.A. Costa Pinto. ASSINATURAS:

tável geógrafo da Universidade de Chica

RENDA NACIONAL — prof. Mar-

jesus Cussiano Prados Arrarte. O

O porto de Santos resulta dum

cello Boldrini.

A CRISE MUNDIAL DE DÓLARES E O PLANO MARSHALL — prof.

cações congêneres nacionais e es

1

detemiinismo geográfico que se estende à capital paulista. Preston James, o no

O ilustre engenheiro dr. Francisco Prestes Maia, que com inexcedível brilho exer ceu as altas funções de prefeito- da ci

nhece-se, sobretudo, a importância dos

2 — Ao "achamento" de Cabral segui

ram-se di%'ersas e.xpedições de reconhe cimento e de incipiente colonização pre

ventiva, suscitadas principalmente pelos estabelecimentos

castellianos.

Talvez

mesmo mais numerosas que as expedi ções oficialrnente registradas, e que dei

ponto.s de transbordo e dos cruzamentos

xaram como testemunhos de sua pas

linhas de menor resistência ou de maior eficiência, sujeitas a certas condi

gredados.

ções naturais (ancoradouros, desfiladei-

Gonçalves e Gonçalo Coelho que chan-

prolongar no campo das atividades hu-

toii padrões ao longo da costa, entre os quais certamente o de Cananéia. Aqui, era Iguapc ou na illra Cardoso, deixou o

das estradas.

Estas, por sua vez, são

los, vales, espigões, etc.), que parecem

manãs um dos mais conhecidos princí

pios — real ou aparente que seja — da física.

Santos é, antes que tudo, um pôrto natural do Estado e da região paulista, a qual econòmicamente ultrapassa os li mites do país. O melhor abrigo ao sul do Rio de Janeiro teve utilização imedia ta na prisca era colonial, fundando as-

sagem, náufragos, aventureiros e de Em 1501 é a expedição de André

célebre "bacharel". Desta, viagem pa recem provir diversos nomes depois con sagrados, e que já figuram nos mapas

anbgos, como o de João Ruysch (Roma, 1508), que regista o "tio de São Vi

cente" e o rio de Cananor (barra ou canal de Cananéia). Em 1503 mencio

na-se o de Gonçalo Coelho, q„e trazia


DIKÜSTO EMÓMICO Publicado <ob ot auspícios da

Associação COMERCIALOE SãO PAULO

FEDERAÇÃO 00 COMÉRCIO 00 ESTADO DE SÃO PAULO Diretor Superintendente Auro Soaret de Moura Andrade Diretor:

O (P&amSL QleqUmaí (U SújniM

O UUHaO OOS NEGÓCIOS NUM PAHORIMA MENSIL

por Fhancisco Prestes Maia

O Digesto Eeouónüco publicará no próximo número: .MOHFÜGENÍA

IDA

C0NTEMP01V\N*EA Anhaía Melo.

ARC^UITETURA -

Luiz

de

O PLAXO REGIONAL DE SANTOS ~ Francisco Prestes Muiii,

Anlonio Contljo de Carvalho

O PROBLEMA MUNDIAL DA ECO NOMIA DE COMBUSTÍVEIS NA

CONFERÊNCIA DE HAIA - Gly-

O Digeaio Econômico, órgão de in formações econômicas e flnanceiPu^^^cado mensalmente pela Editôra Comercial Ltda.

con de Pai\'a.

A FÁBRICA NACIONAL DE MOTO RES — Francisco Sá Filho.

A direção não se responsabiliza

pelos dados cujas fontes estejam

A

EVOLUÇÃO

ECONÔMICA

iNo

devidamente citadas, nem pelos

BRASIL NOS TRANSPORTES FER

conceitos emitidos em artigos assi

ROVIÁRIOS — Américo Barbosa de

nados.

Oliveira.

CONCEITO E DETERMINAÇÃO DA Na transcrição de artigos pede-se citar

o

nome

do

D i ges 1 o

Econômico.

Aceita-se intercâmbio com publi trangeiras.

Dlgesto Econômico

Ano (simples) " (registrado)

Crf 30,00 CrS 36,00

Número do mês: Atrasado:

Cr$ 3.00 CrÇ 5.00

RedaçSo e Administração:

São Paulo

pital, maior do que lhe permitia supor o "'liinterland". E o sr. Nelson Werneck

Sodré, em artigo recente neste "Digesto",

ESTUDO

SOCIOLÓGICO

DAS

DEPOIS DAS DUAS GUERRAS - José Maria Belo.

A INDÚSTRIA DO PESCADO - An

tônio Renato Cago Nobre.

dade de São Paulo, inicia com o presen

te artigo uma exposição sôbre o desen volvimento da cidade e do pôrto de Santos.

Dada a relevância do assunto e

o prestígio do autor, a monografia ela borada pelo eminente paidista está desti nada à maior repercussão em toda o pais.

afirma que o desenvolvimento de Santos contraria o determinismo geográfico. DP" ■^ergimos de ambos, sendo que, ao me nos quanto à Capital, preferimos a ar sim, desde logo, uma cidade, o desen gumentação de Caio Prado Júnior em ar volvimento interior e uma tradição co tigo na Revista do Arquivo. mercial. As vias de comunicação são talvez o mais alto fator determinante da forma

ção e crescimento das cidades, e, como e.xpõe Demoulin, distribuem, relacionam,

sideravelmente no curso da história. Co

Viaduto Boa Vista, 87 - 7.o andar Tel. 3-7499 — Caixa Postal, 240-B

go, estranha o de.senvolviinento da ca

modelam as populações, e influem con

ERAS DE CRISE — L.A. Costa Pinto. ASSINATURAS:

tável geógrafo da Universidade de Chica

RENDA NACIONAL — prof. Mar-

jesus Cussiano Prados Arrarte. O

O porto de Santos resulta dum

cello Boldrini.

A CRISE MUNDIAL DE DÓLARES E O PLANO MARSHALL — prof.

cações congêneres nacionais e es

1

detemiinismo geográfico que se estende à capital paulista. Preston James, o no

O ilustre engenheiro dr. Francisco Prestes Maia, que com inexcedível brilho exer ceu as altas funções de prefeito- da ci

nhece-se, sobretudo, a importância dos

2 — Ao "achamento" de Cabral segui

ram-se di%'ersas e.xpedições de reconhe cimento e de incipiente colonização pre

ventiva, suscitadas principalmente pelos estabelecimentos

castellianos.

Talvez

mesmo mais numerosas que as expedi ções oficialrnente registradas, e que dei

ponto.s de transbordo e dos cruzamentos

xaram como testemunhos de sua pas

linhas de menor resistência ou de maior eficiência, sujeitas a certas condi

gredados.

ções naturais (ancoradouros, desfiladei-

Gonçalves e Gonçalo Coelho que chan-

prolongar no campo das atividades hu-

toii padrões ao longo da costa, entre os quais certamente o de Cananéia. Aqui, era Iguapc ou na illra Cardoso, deixou o

das estradas.

Estas, por sua vez, são

los, vales, espigões, etc.), que parecem

manãs um dos mais conhecidos princí

pios — real ou aparente que seja — da física.

Santos é, antes que tudo, um pôrto natural do Estado e da região paulista, a qual econòmicamente ultrapassa os li mites do país. O melhor abrigo ao sul do Rio de Janeiro teve utilização imedia ta na prisca era colonial, fundando as-

sagem, náufragos, aventureiros e de Em 1501 é a expedição de André

célebre "bacharel". Desta, viagem pa recem provir diversos nomes depois con sagrados, e que já figuram nos mapas

anbgos, como o de João Ruysch (Roma, 1508), que regista o "tio de São Vi

cente" e o rio de Cananor (barra ou canal de Cananéia). Em 1503 mencio

na-se o de Gonçalo Coelho, q„e trazia


Dicesto EcoNÓ^^co

18

Dicesto

Eco^*ó^^co

19

o célebre Vespuccío; de caminho en controu Cabral, que regressava das ín

cravos" dc Eugênio dc Castro. A 2^ dc janeiro dc 1522 cliega Martim Afon

(intérprete) cjue, de passagem se diga,

dias. Em 1508, véni Vicente lane/ Pin-

so, como capitão-mor e

induziu os recém-chegados a uma ex

sensi\'elmente e que b mar cobre agora

pedição em busca de escravos o metais preciosos, expedição que- redundou em

desastre total. Entre os espanhóis que habitaram Iguape merece especial men

o sitio da primitiva po\-oação. Os donos freqüentes, que a avenida e algumas propriedades marginais sofrem ainda ho je, coufirmam que a praia entre a ilha

ção Ruy Garcia de Mosquera, e.x-com-

do Sol (Porchat) e a ponte pên^ é

panheiro de Caboto, que viera do forte São Salvador, fundado pelos espanhóis

nuüto sujeita a tais ataques. Possivel

na embocadura do rio Solis ou da Prata.

tou

Com alguns companheiros aí estava fi xado", quando Martim Afon.so os in

apenas duma ressaca forte sobre cosas rudimentares e desprotegidas de enro-

timou e a outros moradores a abando

camentos.

governador,

zon e João Solis, que deixam sete c-aste-

acompanhado de seu irmão Pero Lopes

Ihanos no "rio dos Inocentes", pro\'àveI-

dc Sousa, auxiliar c escrivão da ar

mente assintilável à paragem de Cana-

mada.

néia. Em 151-3 menciona-se Lopes Bi-

xarda, que ^cva três índios ao rei; em

|anciro, (juc batizou com seu nome de finitivo, mas onde receou deixar colonos,

Depois dc demorar no Bio de

1515, de no\'0 Dias Solis; em 1516 e

diante da sanba dos tamoios. prop6s-.se

1526, Cristóvão Jacques; em 1519, Fernâo Magalhães, que tentava a primeira

civilizar <* lortalc-ccr o povoado nascen te. .Ampliou as construções: erigiu um

circiímnavcgaçã<r.

fortim, a igreja e edifícios públicos; ins

viçt) de Castela, desce até o Uruguai, encontrando Sebastião Caboto, que tam

talou um vigário; criou cargos civis; distribuiu terras e .semente.s; promoveu canaviais e o primeiro engenho do país.

bém ia atravessar o estreito de Maga

Foi a primeira vila e a célula mater de

lhães. Antônio Herrera refere que Diogo

São Pau'o.

Depois é Diogo Garcia que. ao ser-

Garcia estivera em São Vicente e no rio

dos Inocentes, onde um "bacharel por

I de passou segunda vez para embarcar tuguês" o provera de "refrescos" e aon

São Vicente era então tomado por um rio com tiés embocadnras (São Vicen

te, estuário atual e Bertioga), separadas

pelas ilhas "dc dentro" (São Vicente)

encomendas e devolver um "língua" que

o "de fora" (Santo Amaro). Aí Martim

emprestara.

Afonso encontrou Antônio Rodrigues e

•3 — Em 1530 passa Alonso de Santa

Cruz, que descreve no seu Islário a po pulação mista de São Vicente, o con-

jimto de 10 ou 12 casas, das quais uma dc pedra, e a abundância reinante. Ali já havia, assim, uma feitoria. É a

ram e tiveram contato com o bacharel,

São Vicente pré-afonsina,^ "pôrlo dc es

e com Francisco Cliaves, grande "língua"

verdadeiro

maremoto, mas

É fácil de compreender porque a

povoação se localizou naquele ponto: o

mentos.

Mais tarde deu de novo com os

local era dos mais aprazíveis, facilmente defensável contra os selvícolas (cercado

de mar, morros e inanguesais), senrãdo j de boas águas, prorido de pedreiras para construção.

A en.seada constituía um

primeiro ancoradouro, e o lagamar inter no, além da atual ponte-pênsd, outro absolutamente calmo. Uma coluna com

as lusas quinas demarca hoje, na pri

costados em São Vicente; voltou a Igua

meira, a estadia da esquadra de Martim

pe, onde morreu e consta estar enterrado

Afonso; na segunda restam os vestígios dos primeiros annazéns e o nome do

debaixo do arco cruzeiro da igreja de N. S. das Neves.

Martim Afonso trouxera consigo 400

"porto". As comunicações com o interior po

companheiros; com mulheres, ao dizer

diam fazer-se pelo canal que contorna

de alguns, o que nega Frei Gaspar. Entre êles grande cópia de fidalgos, mais legítimos e graduados, diz Capistrano, do que imaginam os próprios descen

posteriormente a i'ila.

dentes.

da barra, da comunicação com o interior

Uma autorização do governador a

Pedro Coes, em 1533, para remessa de escravos, revela que õsse tráfico era legal.

4 — Em 1542, dez anos depois da ins talação da vila, um pequeno cataclisma a destruiu, em particular a igreja e a

Casa do Concelho.

Os sinos e o pe

lourinho foram retirados dágua e a vila reconstruída pouco adiante. U

dum

Certamente receava um núcleo espa nhol tão perto. Resultou uma "gueira" entre Iguape e São Vicente, que foi sa queada, após o que Mosquera fugiu para a ilha de Santa Catarina e daí para o Prata; relacionado com o célebre governa

foi até o Peru em missão e, sempre tur bulento, participou de numerosos movi

havia trinta anos degredado nessa terra,

mente o desastre histórico não resul

narem o lugar e virem para São Vicente.

dor Cabeza de Vaca e seu sucessor Irala,

foão Kamalho. Em Cananéia, onde es teve por duas vezes, encontrou vários portugueses c espanhóis. Conta Pero Lopes, no sou diário, como ai aporta

Diz-se que a linha da enseadit mudou

5 — Todavia não era impossível pre ver o deslocamento do comércio e da

população, à vista de certas dificuldades e da defesa contra os piratas. Aliás na

queles tempos o procedimento das ex pedições regulares não diferia, muitas vêzes, da dos corsários, e sob esse ponto de vista, a epopéia marítima não ga nhava em cotejo com a epopéia das es

tradas, que foi o seu prolongamento histórico.

Por volta de 1545 estava outra povoa ção formada no canto NE da ilha. Co-


Dicesto EcoNÓ^^co

18

Dicesto

Eco^*ó^^co

19

o célebre Vespuccío; de caminho en controu Cabral, que regressava das ín

cravos" dc Eugênio dc Castro. A 2^ dc janeiro dc 1522 cliega Martim Afon

(intérprete) cjue, de passagem se diga,

dias. Em 1508, véni Vicente lane/ Pin-

so, como capitão-mor e

induziu os recém-chegados a uma ex

sensi\'elmente e que b mar cobre agora

pedição em busca de escravos o metais preciosos, expedição que- redundou em

desastre total. Entre os espanhóis que habitaram Iguape merece especial men

o sitio da primitiva po\-oação. Os donos freqüentes, que a avenida e algumas propriedades marginais sofrem ainda ho je, coufirmam que a praia entre a ilha

ção Ruy Garcia de Mosquera, e.x-com-

do Sol (Porchat) e a ponte pên^ é

panheiro de Caboto, que viera do forte São Salvador, fundado pelos espanhóis

nuüto sujeita a tais ataques. Possivel

na embocadura do rio Solis ou da Prata.

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Com alguns companheiros aí estava fi xado", quando Martim Afon.so os in

apenas duma ressaca forte sobre cosas rudimentares e desprotegidas de enro-

timou e a outros moradores a abando

camentos.

governador,

zon e João Solis, que deixam sete c-aste-

acompanhado de seu irmão Pero Lopes

Ihanos no "rio dos Inocentes", pro\'àveI-

dc Sousa, auxiliar c escrivão da ar

mente assintilável à paragem de Cana-

mada.

néia. Em 151-3 menciona-se Lopes Bi-

xarda, que ^cva três índios ao rei; em

|anciro, (juc batizou com seu nome de finitivo, mas onde receou deixar colonos,

Depois dc demorar no Bio de

1515, de no\'0 Dias Solis; em 1516 e

diante da sanba dos tamoios. prop6s-.se

1526, Cristóvão Jacques; em 1519, Fernâo Magalhães, que tentava a primeira

civilizar <* lortalc-ccr o povoado nascen te. .Ampliou as construções: erigiu um

circiímnavcgaçã<r.

fortim, a igreja e edifícios públicos; ins

viçt) de Castela, desce até o Uruguai, encontrando Sebastião Caboto, que tam

talou um vigário; criou cargos civis; distribuiu terras e .semente.s; promoveu canaviais e o primeiro engenho do país.

bém ia atravessar o estreito de Maga

Foi a primeira vila e a célula mater de

lhães. Antônio Herrera refere que Diogo

São Pau'o.

Depois é Diogo Garcia que. ao ser-

Garcia estivera em São Vicente e no rio

dos Inocentes, onde um "bacharel por

I de passou segunda vez para embarcar tuguês" o provera de "refrescos" e aon

São Vicente era então tomado por um rio com tiés embocadnras (São Vicen

te, estuário atual e Bertioga), separadas

pelas ilhas "dc dentro" (São Vicente)

encomendas e devolver um "língua" que

o "de fora" (Santo Amaro). Aí Martim

emprestara.

Afonso encontrou Antônio Rodrigues e

•3 — Em 1530 passa Alonso de Santa

Cruz, que descreve no seu Islário a po pulação mista de São Vicente, o con-

jimto de 10 ou 12 casas, das quais uma dc pedra, e a abundância reinante. Ali já havia, assim, uma feitoria. É a

ram e tiveram contato com o bacharel,

São Vicente pré-afonsina,^ "pôrlo dc es

e com Francisco Cliaves, grande "língua"

verdadeiro

maremoto, mas

É fácil de compreender porque a

povoação se localizou naquele ponto: o

mentos.

Mais tarde deu de novo com os

local era dos mais aprazíveis, facilmente defensável contra os selvícolas (cercado

de mar, morros e inanguesais), senrãdo j de boas águas, prorido de pedreiras para construção.

A en.seada constituía um

primeiro ancoradouro, e o lagamar inter no, além da atual ponte-pênsd, outro absolutamente calmo. Uma coluna com

as lusas quinas demarca hoje, na pri

costados em São Vicente; voltou a Igua

meira, a estadia da esquadra de Martim

pe, onde morreu e consta estar enterrado

Afonso; na segunda restam os vestígios dos primeiros annazéns e o nome do

debaixo do arco cruzeiro da igreja de N. S. das Neves.

Martim Afonso trouxera consigo 400

"porto". As comunicações com o interior po

companheiros; com mulheres, ao dizer

diam fazer-se pelo canal que contorna

de alguns, o que nega Frei Gaspar. Entre êles grande cópia de fidalgos, mais legítimos e graduados, diz Capistrano, do que imaginam os próprios descen

posteriormente a i'ila.

dentes.

da barra, da comunicação com o interior

Uma autorização do governador a

Pedro Coes, em 1533, para remessa de escravos, revela que õsse tráfico era legal.

4 — Em 1542, dez anos depois da ins talação da vila, um pequeno cataclisma a destruiu, em particular a igreja e a

Casa do Concelho.

Os sinos e o pe

lourinho foram retirados dágua e a vila reconstruída pouco adiante. U

dum

Certamente receava um núcleo espa nhol tão perto. Resultou uma "gueira" entre Iguape e São Vicente, que foi sa queada, após o que Mosquera fugiu para a ilha de Santa Catarina e daí para o Prata; relacionado com o célebre governa

foi até o Peru em missão e, sempre tur bulento, participou de numerosos movi

havia trinta anos degredado nessa terra,

mente o desastre histórico não resul

narem o lugar e virem para São Vicente.

dor Cabeza de Vaca e seu sucessor Irala,

foão Kamalho. Em Cananéia, onde es teve por duas vezes, encontrou vários portugueses c espanhóis. Conta Pero Lopes, no sou diário, como ai aporta

Diz-se que a linha da enseadit mudou

5 — Todavia não era impossível pre ver o deslocamento do comércio e da

população, à vista de certas dificuldades e da defesa contra os piratas. Aliás na

queles tempos o procedimento das ex pedições regulares não diferia, muitas vêzes, da dos corsários, e sob esse ponto de vista, a epopéia marítima não ga nhava em cotejo com a epopéia das es

tradas, que foi o seu prolongamento histórico.

Por volta de 1545 estava outra povoa ção formada no canto NE da ilha. Co-


20

Dicesto Econômico

locada mais ao fundo, era mais de fensável; cora efeito, tanto no canal cen^^1, como no da Bertioga, elevaram-se

21

DiGKsTo Econômico

o norte do Estado c a metrópole. Era

com João Ramanho era ine\ilável. O pa

assinalado por outeiros que o desenvol

a Brikioka (Bertioga). Para o comér

meira vila cie cima, quase um simples acampamento, ponto de partida de ex cursões e tropclias. Seria o valhacouto de aventureiros, temor de espanhóis e guaranis e, depois, dos jesuítas, que lhes espalharam a fama. Como esta correu, mesmo nos países

vimento urbano e portuário já desmon

cio interior o percurso fazía-se por em

não ibéricos, mostra, a título de e.xem-

tou: é a atual zona da Alfândega, Pa-

barcações ou canoas através do atual ancoradouro, depois atra\'és do Caneu, até atingir, no fundo desta bacia, a raiz

plo, êste trecho de Bernardin dc SaintPierre: "L'idée me vint que je poin-ais être chez les Paulistes, qui xdvaient aux envírons du Paraguay. A Ia \'érité

mia, a altivez e a influência de Ramalho,

c'étaient des brigands, qui infestaient ces contrées en piratant sur les lacs et ri-

Leonardo Nunes recusou-o à cerimôma

trilha dos Tupiniquins.

vières

comércio. Os interesses feridos natural

A travessia primiti\-a da Serra nimea foi cômoda. Ainda em 1585 Femáo

mais les Romains avaient commencé en

mente revoltavam-se e os padres indin-

Eiuope comme des voleurs, et cependant

dualiza\'am essa re\'olta em Ramalho e

Cardim a descrevia: "o caminho é taO

avaient formé une république digne de

seus filhos.

pequenas fortalezas, que podiam deter o inimigo. No novo local havia terreno sólido,

qnctá e Outeirinhos.

Aí, no interior

duma quadra da rua Xavier da Silveira, ainda se pode ver um resto da muralha antiquíssima, que o Plano Urbanístico propõe recobrir com

uma

pequena

cupola, redoma para uma das raras re-

inicialmente também o caminho predi leto das incursões índias. Havia fortins nas duas extremidades; num deles ser

viu como artilheiro Ilans Stadlen, em

cujo li\T<> (X557) figura diversas vêzes

da serra, então Pias.saguera Velha.* Ai começava a penosa ascensão ao planal to pelo primeiro caminho que houve, a

Íngreme que às vezes íamos pegando com as mãos". É verdade que a eco

O tráfico negro, a mancebia, a poliga tornaram-se objeto da preocupação e da campanha dos jesuítas, ora diplomática,

ora aberta.

O \-igário excomungara-o;

da missa; tôda a Ordem estorva\'a-lhe o

1'e.stime des sages". Martim Afonso, depois de cuidar de

7 - O padre Leonardo cliegara em 1549, já antevendo dois grandes objeti

vos.

mente sal, alguns tecidos, armas e po''

ral-planalto", fazer do planalto o futuro

penetração do sertão, talvez o ' estado jesuítico", que as missões exemplifica

Um, positivo — a catequese e a

celeiro, chave dos sertões e defesa contra

ram. Outro, negati\'0 — a luta contra a

os castelhanos, que subiam o Paraguai e o Paraná ou podiam vir mesmo do Peru.

escraxidão e João Ramalho. Com habi

o sertão e temia a vigilância real,

E fundou, por isso, a sua \nla, que foi a

"conimins" e na amizade dos seus pais;

esse, pelo menos, o aspecto imediato o região, e só os homens de visão petee'

primeira Piratininga, entregue também a

O planalto voltava-se p3'^

João Ramalho.

Nóbrega a ela alude

claramente em uma de suas cartas.

Ê

ccn\'erteram o próprio sócio de Rama lho, Fero Corrêa; captaram a confiança do no\'o e violento go\ emador Tomé de

a Piratininga pré-anchietana, que Frei Gaspar quis negar, e cuja situação exata

Sousa; a pretêxto de eAltar ataques dos

é controversa, provàvelinente no Guaré

minho que senda o acampamento de

física e fecundidade incrível Nóbrega e

(bairro da Luz).

Santo André; finalmente, como último

Tomé de Souza pintaram em suas cartas-

Mas os jesuítas tinham pontos de vista

Sobrevivente dum naufrágio ao que pa

firmes .sobre a escravatura.

rece anterior a 1510, estuante de ener

alguma transigência para o caso dos africano.s e das próprias "descidas" para fins piedosos de civilização e catequese (p. ex. no Norte, segundo Vieira e outros),

gia, adotara as leis da selva: praticou

para o interior, como São Vicente, a nova vila estava sobre o canal principal

indiscutível predomínio na povoação e

a poligamia e o tráfico negro. Gozava de

e (o que naquela época era importante) na região, o elemento mais ativo da feina extremidade meridional da Bertioga. toria, que mantinha um pequeno comer Êste canal era assaz freqüentado pela cio regular com o planalto. A multidão

Embora com

o fato é que relativamente aos pardos ameríndios eles contraria\'am francamen

te os interesses dos colonos, para o que

1

lidade procuraram apoio na educação dos

0 _ Martim Afonso te^■e por guia Jo®'' Ramalho, ao galgar a ParanapiacabaRamalho era o patriarca cuja fortaleza

cêntrica e num canal de difícil passagem

e era a via usual de comunicação com

governador.

São Vicente, entendeu muito bem a ne

biam as perspectivas futuras.

navegação colonial, de pequeno calado,

e vigiava-o ciosamente, aliás apoiado pelo

cessidade de constituir um binário "lito-

agrícolas.

por uma repartição federal ou linha de tiro, ó digna do maior cuidado. Mas a grande vantagem de Santos era a situação comercial: em vez de ex

de TAmérique;

litoral, utilizava-o quase como coisa sua,

nomia regional não compensaria nielli'

necer: ouro, índios e raros produtos

adiante a "casa do trem", hoje ocupada

rintérieur

como em Santo André, na sua povoação

jacente no caminho único de acesso ao

res obras; o planalto consumia quase so

voras, e, de seu lado, pouco podia fo'"'

líqulas do povoado de Brás Cubas. Mais

de

triarca, instalado tanto em São Vicente

índios, obtiveram o fechamento do ca

golpe, conseguiram ordens formais do go\'emador para a mudança da popula ção de Santo André para a nova vila,

que acabavam de fundar na colina do Colégio. Quanto à primeira Piratininga,

extinguiu-se sem mído nem vestígios, suplantada pela segunda. Martim Afonso não alcançara executar

dos filhos, as alianças indígenas, susten

traziam até alvarás reais de libertação.

o seu projeto de expansão interna, mas deixou a semente e o campo aplainado

tavam-lhe o prestígio.

O conflito com os colonos e em especial

para Nóbrega (chegado ejn 1553) e An-

Fundara a pri-

M


20

Dicesto Econômico

locada mais ao fundo, era mais de fensável; cora efeito, tanto no canal cen^^1, como no da Bertioga, elevaram-se

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DiGKsTo Econômico

o norte do Estado c a metrópole. Era

com João Ramanho era ine\ilável. O pa

assinalado por outeiros que o desenvol

a Brikioka (Bertioga). Para o comér

meira vila cie cima, quase um simples acampamento, ponto de partida de ex cursões e tropclias. Seria o valhacouto de aventureiros, temor de espanhóis e guaranis e, depois, dos jesuítas, que lhes espalharam a fama. Como esta correu, mesmo nos países

vimento urbano e portuário já desmon

cio interior o percurso fazía-se por em

não ibéricos, mostra, a título de e.xem-

tou: é a atual zona da Alfândega, Pa-

barcações ou canoas através do atual ancoradouro, depois atra\'és do Caneu, até atingir, no fundo desta bacia, a raiz

plo, êste trecho de Bernardin dc SaintPierre: "L'idée me vint que je poin-ais être chez les Paulistes, qui xdvaient aux envírons du Paraguay. A Ia \'érité

mia, a altivez e a influência de Ramalho,

c'étaient des brigands, qui infestaient ces contrées en piratant sur les lacs et ri-

Leonardo Nunes recusou-o à cerimôma

trilha dos Tupiniquins.

vières

comércio. Os interesses feridos natural

A travessia primiti\-a da Serra nimea foi cômoda. Ainda em 1585 Femáo

mais les Romains avaient commencé en

mente revoltavam-se e os padres indin-

Eiuope comme des voleurs, et cependant

dualiza\'am essa re\'olta em Ramalho e

Cardim a descrevia: "o caminho é taO

avaient formé une république digne de

seus filhos.

pequenas fortalezas, que podiam deter o inimigo. No novo local havia terreno sólido,

qnctá e Outeirinhos.

Aí, no interior

duma quadra da rua Xavier da Silveira, ainda se pode ver um resto da muralha antiquíssima, que o Plano Urbanístico propõe recobrir com

uma

pequena

cupola, redoma para uma das raras re-

inicialmente também o caminho predi leto das incursões índias. Havia fortins nas duas extremidades; num deles ser

viu como artilheiro Ilans Stadlen, em

cujo li\T<> (X557) figura diversas vêzes

da serra, então Pias.saguera Velha.* Ai começava a penosa ascensão ao planal to pelo primeiro caminho que houve, a

Íngreme que às vezes íamos pegando com as mãos". É verdade que a eco

O tráfico negro, a mancebia, a poliga tornaram-se objeto da preocupação e da campanha dos jesuítas, ora diplomática,

ora aberta.

O \-igário excomungara-o;

da missa; tôda a Ordem estorva\'a-lhe o

1'e.stime des sages". Martim Afonso, depois de cuidar de

7 - O padre Leonardo cliegara em 1549, já antevendo dois grandes objeti

vos.

mente sal, alguns tecidos, armas e po''

ral-planalto", fazer do planalto o futuro

penetração do sertão, talvez o ' estado jesuítico", que as missões exemplifica

Um, positivo — a catequese e a

celeiro, chave dos sertões e defesa contra

ram. Outro, negati\'0 — a luta contra a

os castelhanos, que subiam o Paraguai e o Paraná ou podiam vir mesmo do Peru.

escraxidão e João Ramalho. Com habi

o sertão e temia a vigilância real,

E fundou, por isso, a sua \nla, que foi a

"conimins" e na amizade dos seus pais;

esse, pelo menos, o aspecto imediato o região, e só os homens de visão petee'

primeira Piratininga, entregue também a

O planalto voltava-se p3'^

João Ramalho.

Nóbrega a ela alude

claramente em uma de suas cartas.

Ê

ccn\'erteram o próprio sócio de Rama lho, Fero Corrêa; captaram a confiança do no\'o e violento go\ emador Tomé de

a Piratininga pré-anchietana, que Frei Gaspar quis negar, e cuja situação exata

Sousa; a pretêxto de eAltar ataques dos

é controversa, provàvelinente no Guaré

minho que senda o acampamento de

física e fecundidade incrível Nóbrega e

(bairro da Luz).

Santo André; finalmente, como último

Tomé de Souza pintaram em suas cartas-

Mas os jesuítas tinham pontos de vista

Sobrevivente dum naufrágio ao que pa

firmes .sobre a escravatura.

rece anterior a 1510, estuante de ener

alguma transigência para o caso dos africano.s e das próprias "descidas" para fins piedosos de civilização e catequese (p. ex. no Norte, segundo Vieira e outros),

gia, adotara as leis da selva: praticou

para o interior, como São Vicente, a nova vila estava sobre o canal principal

indiscutível predomínio na povoação e

a poligamia e o tráfico negro. Gozava de

e (o que naquela época era importante) na região, o elemento mais ativo da feina extremidade meridional da Bertioga. toria, que mantinha um pequeno comer Êste canal era assaz freqüentado pela cio regular com o planalto. A multidão

Embora com

o fato é que relativamente aos pardos ameríndios eles contraria\'am francamen

te os interesses dos colonos, para o que

1

lidade procuraram apoio na educação dos

0 _ Martim Afonso te^■e por guia Jo®'' Ramalho, ao galgar a ParanapiacabaRamalho era o patriarca cuja fortaleza

cêntrica e num canal de difícil passagem

e era a via usual de comunicação com

governador.

São Vicente, entendeu muito bem a ne

biam as perspectivas futuras.

navegação colonial, de pequeno calado,

e vigiava-o ciosamente, aliás apoiado pelo

cessidade de constituir um binário "lito-

agrícolas.

por uma repartição federal ou linha de tiro, ó digna do maior cuidado. Mas a grande vantagem de Santos era a situação comercial: em vez de ex

de TAmérique;

litoral, utilizava-o quase como coisa sua,

nomia regional não compensaria nielli'

necer: ouro, índios e raros produtos

adiante a "casa do trem", hoje ocupada

rintérieur

como em Santo André, na sua povoação

jacente no caminho único de acesso ao

res obras; o planalto consumia quase so

voras, e, de seu lado, pouco podia fo'"'

líqulas do povoado de Brás Cubas. Mais

de

triarca, instalado tanto em São Vicente

índios, obtiveram o fechamento do ca

golpe, conseguiram ordens formais do go\'emador para a mudança da popula ção de Santo André para a nova vila,

que acabavam de fundar na colina do Colégio. Quanto à primeira Piratininga,

extinguiu-se sem mído nem vestígios, suplantada pela segunda. Martim Afonso não alcançara executar

dos filhos, as alianças indígenas, susten

traziam até alvarás reais de libertação.

o seu projeto de expansão interna, mas deixou a semente e o campo aplainado

tavam-lhe o prestígio.

O conflito com os colonos e em especial

para Nóbrega (chegado ejn 1553) e An-

Fundara a pri-

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Digesto Econômico

22

Digesto Econômico

Anchicta era ainda simple.s noviço

do que resultou o nome de "camiiilio do Padre José". Mais tarde, sob o go\ êmo

tou aproximadainciite o traçado do Padre José. Mais tarde ainda, a "São Paulo Railway", ao concretizar a .sua concessão

num naufrágio em 1554.

os primeiros padres. Por isso Serafim Leite pretende que a carta em que èle

' A escollia do local da nova Píratininga ó atribuída sobretudo a Nóbrega. A

o noticia (30 de agôslo) é a verdadeira

quando os fatos da fundação se passa ram e, por ÍS.SO, a maioria dos historia dores, Vamhagen, Southey, Serafim Leite

certidão de idade de São Paulo.

etc., concedem a palma a Nóbrega. Pcln

clüi-ia.

Leonardo, de regresso, morreu

sua estratégia atendia a múltiplas consi

A ciência urhaní.stica que se costuma

derações: a) Promover a mudança do colégio de São Vicente, repondo os coru-

atribuir aos padres pelo sucesso atual, que veio coroar a escolha do local, me

inius no .seu meio familiar; b) facilitar

rece todavia uma ob.servação.

n defesíi contra os índios. As condições

dade o que houve foram numerosas po-

Na ver

aliás, quatro séculos depois, óbices ao

voações. das quais, por seleção natural, apenas algumas progrediram. A locali

acesso e desenvolvimento do centro ur

zação imediata, topognifica, numa colina

bano; c) facilitar a vida e a agricultura

de fácil defesa, ladeada de várzeas do-

locais favoráveis à defesa tornar-se-iam,

num meio de melhor clima e de terras

mináveis pela vista e pelo alcance de

mais abundantes; d) criar um centro de

tiro de armas rudimentares, era acertada,

irradiação portuguesa, quiçá concreti

mas intuitiva.

zar o sonho da república jesuítica, que Voltaire e, entre nós, Basílio Guimarães tanto exageraram. Frei Vicente do Sal-

pendia de conliecimentos mais precisos de tôda a região, certamente ainda falhos

vadíir (1627) assim exaltava a capita nia: "São os ares frios e temperados como os de Espanha, porque já estão fora da zona torrida.

Ê a terra mais

Quanto à localização geográfica, de na época. São Miguel, Guarulhos, Ibirapuera (Santo Amaro), Parnaíba, Carapicuíba. Maniçoba (Itu) e tantas outras, foram povoações de fortunas muito dife

mesmo motivo não recebeu anuência ge ral a idéia da Sociedade dos Amigos da Cidade, cm 1942, dum monumento a

Anchieta — fundador. Afonso Taunay propôs reunir, na mesma homenagem,

de Bernardo de Lorena, a "calçada" de muito melhores condições técnicas, ado

entre São Paulo e Santos, adotou por sua vez o traçado dos Tiipiniquins. Em am bos os casos os viajantes, depois de trans

Nunes, Manoel de Pai\-a e Tibiriçá, o

por a garganta da crista da serra, podiam

cacique fiel que ajudou a vida e a defesa

cliegar a Píratininga por terra ou por água, Neste segundo caso. desciam por canoa

da cidade. Outros, co mo Geraldo Ruffolo, re

clamaram a presença de

o Tamanduatcí ou o Ju-

João Ramallio. Èste, em bora sem intervenção di reta no episódio da con sagração da capela, con

rubatuba, hoje

vencionalmente

lina central pelo traça

primeiro conduzia à co- '

tomado

para a data da funda

do da "São Paulo Rail

ção, foi o elemento ver dadeiramente

forte

Rio

Grande, fonnador do atual rio Pinheiros. O

3

e

way" ou, pouco desvia-

dainente, pelo Lavapés,

criador, que deu c me

coleando os outeiros do

lhor do seu esforço, o

Cambucí, ou ainda pela entrada do Vergueiro. Vindo pelo Jurubatuba, deveria tomar o espigão

sadia, frèsca e de boas águas, e esta foi a primeira onde se fez assucar, donde se

rentes.

le\ou planta de cannas para as outras capitanias, posto que hoje se não dão tanto a fazê-lo quanto à lavoura do trigo, que se dá alli muito, e cevada e gran des vinhas, donde se colhem muitas pi

catequese e, ao mesmo tempo, fomiavam um sistema de defesa, permitindo rápida conjugação dessas populações amigas nos

fôrça biológica decisiva

de Vila Mariana ou o

momentos de perigo. Êsse sis-tcma foi

no desbravamento, e o

caminho Ibirapuera

pas de vinho. Outros se dão à criação

muito bem descrito por Baptista Pereira,

que sabemos de sua par

de \accas, que multiplicam muito. E

Como era natural criaram-se em tômo

aldeamentos, que recebiam a ação da

que todavia exagerou um pouco o lado

são as carnes mais gordas que há em

imaginativo, como já o fizera com as

Espanha, principalmente os cevados, que

"muralhas" do humilde burgo, figuradas

se cevam com

numa "maquete" conservada no Museu

milho zaburro e com

pinhões de grandes pinhais que há agres

do Ipiranga.

tes. tão farteis e viçosos que cada pinha

A primeira Píratininga definhara. Sob a pressão oficial e jesuítica. Santo An

é como itma botija, e cada pinhão,

depois de limpo, como uma casta nha ou bolota de Portugal. Cavalos,

dré fôra demolida. João Ramalho ace deu nobremente em colaborar na vida

há tantos que vale cada uni cinco ou

da segunda Píratininga, embora por certo

seis tostões. Mas o melhor de tudo é o

maguado, como indica a sua final reti

ouro".

rada e isolamento para os lados do Pa raíba,"em degredo" segundo sua própria

Nóbrega já estivera nos campos de Píratininga em 1553, quando aí deixara

expressão.

seu sangue e a sua des cendência na formação da nacionalidade. Foi a

ticipação cívica na iiltinia parte da vida permite-nos estar se

guros da sua nobreza de sentimentos. Em oposição, o jesuíta era antes o ele

entradas

(atual) — Caguassú iLuiz Antônio) — Piques. As por Santos vinham por as

sim dizer "por graridade" bater ein São Paulo. As linhas de comunica

mento moral e controlador.

ções com as outras zonas do Estado e do

Em resumo, num monumento verda deiramente artístico e sintético, basta

País meridional vêm igualmente ter ao

riam três figuras, do mais perfeito sim-

saía naturalmente pela garganta da Can

bolismo: o jesuíta (Anchieta ou Nóbre ga),' Ramalho e o índio auxiliar e fiel. 8 — O segundo caminho para o pla

çiço do Jaraguá, atravessai a o matogros-

mesmo ponto. A estrada dos Giiaiazes

tareira, que isola do resto da serra o ma-

so de Jundiaí e alcançava as "campinas"

nado por Anchieta, mas êste teve algu

de São Carlos (Campinas atual), onde mudava a formação geológica do terreno

ma parte na sua construção ou reforma,

a o fades geográfico. Em Campina- a

nalto não foi certamente feito ou orde


Digesto Econômico

22

Digesto Econômico

Anchicta era ainda simple.s noviço

do que resultou o nome de "camiiilio do Padre José". Mais tarde, sob o go\ êmo

tou aproximadainciite o traçado do Padre José. Mais tarde ainda, a "São Paulo Railway", ao concretizar a .sua concessão

num naufrágio em 1554.

os primeiros padres. Por isso Serafim Leite pretende que a carta em que èle

' A escollia do local da nova Píratininga ó atribuída sobretudo a Nóbrega. A

o noticia (30 de agôslo) é a verdadeira

quando os fatos da fundação se passa ram e, por ÍS.SO, a maioria dos historia dores, Vamhagen, Southey, Serafim Leite

certidão de idade de São Paulo.

etc., concedem a palma a Nóbrega. Pcln

clüi-ia.

Leonardo, de regresso, morreu

sua estratégia atendia a múltiplas consi

A ciência urhaní.stica que se costuma

derações: a) Promover a mudança do colégio de São Vicente, repondo os coru-

atribuir aos padres pelo sucesso atual, que veio coroar a escolha do local, me

inius no .seu meio familiar; b) facilitar

rece todavia uma ob.servação.

n defesíi contra os índios. As condições

dade o que houve foram numerosas po-

Na ver

aliás, quatro séculos depois, óbices ao

voações. das quais, por seleção natural, apenas algumas progrediram. A locali

acesso e desenvolvimento do centro ur

zação imediata, topognifica, numa colina

bano; c) facilitar a vida e a agricultura

de fácil defesa, ladeada de várzeas do-

locais favoráveis à defesa tornar-se-iam,

num meio de melhor clima e de terras

mináveis pela vista e pelo alcance de

mais abundantes; d) criar um centro de

tiro de armas rudimentares, era acertada,

irradiação portuguesa, quiçá concreti

mas intuitiva.

zar o sonho da república jesuítica, que Voltaire e, entre nós, Basílio Guimarães tanto exageraram. Frei Vicente do Sal-

pendia de conliecimentos mais precisos de tôda a região, certamente ainda falhos

vadíir (1627) assim exaltava a capita nia: "São os ares frios e temperados como os de Espanha, porque já estão fora da zona torrida.

Ê a terra mais

Quanto à localização geográfica, de na época. São Miguel, Guarulhos, Ibirapuera (Santo Amaro), Parnaíba, Carapicuíba. Maniçoba (Itu) e tantas outras, foram povoações de fortunas muito dife

mesmo motivo não recebeu anuência ge ral a idéia da Sociedade dos Amigos da Cidade, cm 1942, dum monumento a

Anchieta — fundador. Afonso Taunay propôs reunir, na mesma homenagem,

de Bernardo de Lorena, a "calçada" de muito melhores condições técnicas, ado

entre São Paulo e Santos, adotou por sua vez o traçado dos Tiipiniquins. Em am bos os casos os viajantes, depois de trans

Nunes, Manoel de Pai\-a e Tibiriçá, o

por a garganta da crista da serra, podiam

cacique fiel que ajudou a vida e a defesa

cliegar a Píratininga por terra ou por água, Neste segundo caso. desciam por canoa

da cidade. Outros, co mo Geraldo Ruffolo, re

clamaram a presença de

o Tamanduatcí ou o Ju-

João Ramallio. Èste, em bora sem intervenção di reta no episódio da con sagração da capela, con

rubatuba, hoje

vencionalmente

lina central pelo traça

primeiro conduzia à co- '

tomado

para a data da funda

do da "São Paulo Rail

ção, foi o elemento ver dadeiramente

forte

Rio

Grande, fonnador do atual rio Pinheiros. O

3

e

way" ou, pouco desvia-

dainente, pelo Lavapés,

criador, que deu c me

coleando os outeiros do

lhor do seu esforço, o

Cambucí, ou ainda pela entrada do Vergueiro. Vindo pelo Jurubatuba, deveria tomar o espigão

sadia, frèsca e de boas águas, e esta foi a primeira onde se fez assucar, donde se

rentes.

le\ou planta de cannas para as outras capitanias, posto que hoje se não dão tanto a fazê-lo quanto à lavoura do trigo, que se dá alli muito, e cevada e gran des vinhas, donde se colhem muitas pi

catequese e, ao mesmo tempo, fomiavam um sistema de defesa, permitindo rápida conjugação dessas populações amigas nos

fôrça biológica decisiva

de Vila Mariana ou o

momentos de perigo. Êsse sis-tcma foi

no desbravamento, e o

caminho Ibirapuera

pas de vinho. Outros se dão à criação

muito bem descrito por Baptista Pereira,

que sabemos de sua par

de \accas, que multiplicam muito. E

Como era natural criaram-se em tômo

aldeamentos, que recebiam a ação da

que todavia exagerou um pouco o lado

são as carnes mais gordas que há em

imaginativo, como já o fizera com as

Espanha, principalmente os cevados, que

"muralhas" do humilde burgo, figuradas

se cevam com

numa "maquete" conservada no Museu

milho zaburro e com

pinhões de grandes pinhais que há agres

do Ipiranga.

tes. tão farteis e viçosos que cada pinha

A primeira Píratininga definhara. Sob a pressão oficial e jesuítica. Santo An

é como itma botija, e cada pinhão,

depois de limpo, como uma casta nha ou bolota de Portugal. Cavalos,

dré fôra demolida. João Ramalho ace deu nobremente em colaborar na vida

há tantos que vale cada uni cinco ou

da segunda Píratininga, embora por certo

seis tostões. Mas o melhor de tudo é o

maguado, como indica a sua final reti

ouro".

rada e isolamento para os lados do Pa raíba,"em degredo" segundo sua própria

Nóbrega já estivera nos campos de Píratininga em 1553, quando aí deixara

expressão.

seu sangue e a sua des cendência na formação da nacionalidade. Foi a

ticipação cívica na iiltinia parte da vida permite-nos estar se

guros da sua nobreza de sentimentos. Em oposição, o jesuíta era antes o ele

entradas

(atual) — Caguassú iLuiz Antônio) — Piques. As por Santos vinham por as

sim dizer "por graridade" bater ein São Paulo. As linhas de comunica

mento moral e controlador.

ções com as outras zonas do Estado e do

Em resumo, num monumento verda deiramente artístico e sintético, basta

País meridional vêm igualmente ter ao

riam três figuras, do mais perfeito sim-

saía naturalmente pela garganta da Can

bolismo: o jesuíta (Anchieta ou Nóbre ga),' Ramalho e o índio auxiliar e fiel. 8 — O segundo caminho para o pla

çiço do Jaraguá, atravessai a o matogros-

mesmo ponto. A estrada dos Giiaiazes

tareira, que isola do resto da serra o ma-

so de Jundiaí e alcançava as "campinas"

nado por Anchieta, mas êste teve algu

de São Carlos (Campinas atual), onde mudava a formação geológica do terreno

ma parte na sua construção ou reforma,

a o fades geográfico. Em Campina- a

nalto não foi certamente feito ou orde


wr Dicesto Econômico

24

Dicesto

EcoNÓxnco

estrada deixava a zona arqueana e mon

Sul de Minas, pela garganta dc Ati-

pulosa e comerciante, entreposto de gran

tanhosa para penetrar na zona sedímen-

baia.

de quantidade de assucar, aguardente, tecidos de algodão, café, coirnme, tou

tária e levemente ondulada, mal coberta

de cerrados; por esta seguia, margeando o sopé do planalto mineiro, passando su cessivamente por Mogi, Casa Branca, Franc-a etc., quase todo.s antigos "pou sos", que se foram fazendo cidades. Mais tarde as estradas de ferro, em especial

a Mogiana, liaviam de seguir a mesma

Mas quanto à vila de São Vicente,

Vicente. Outro ramo vinha a São Paulo de Piratininga, mantendo-se no planalto,

entrada do sertão.

Paraná. Êste ramo prosseguia até SantosEra o mais marcado, porque servia ao

, curso terrestre; por isso era freqüentado o

I caminho do Facão, a cuja margem nas ceu Cunha, e descia-se a serra de Pa

rati, rota que ainda em 1932 as fòrças legais adotaram. Depois a preferência

passou para a diretriz de Bananal (ro

vai-vem freqüente das tribos, que desciajn anualmente, nas cstaçõe.s de frio o

de pesca. A estação ferroviária de ranapiacaba (antigo Alto da Serra) cof' responde à garganta superior; Piassag»'^' ra, ao pé da Serra, era o têrmo da des cida. Quando se abriu a e.strada do P'*' dre José, o ponto final passou para o Cubatão, perto do Cruzeiro Quinhentista, no dito "pôrto das Almadias" ou Vera

dovia) ou Barra do Piraí (Estrada de Ferro Central). Do lado de cá a estrada

Cruz.

tinha 'de largar o Paraíba na grande infle.vão que o caracteriza, e transpor a

O aspecto duma, coberta, dc madeira, nos foi preservada por gravura da épO"

serra divisóri<a do Tietê.

Mais tarde, a estrada venceu o

manguesal, os rios receberam pontes-

Isto feito, o

ca; o têrmo da viagem passou a ser a

trajeto acompanha este rio até São Paulo.

própria cidade de Santos. Eliminado e

O caminho do Sul tangencia a linha se-

transbordo, os povoados da raiz da Serra

paratriz das zonas arqueana e sedimen-

decairani, como era de esperar. A atual Via Anchieta paradoxalmente não seguiu o traçado do Padre José;

tária, de modo semelhante ao que su

cede com a Mogiana. Para ligar o Sul

Paulo é igualmente obrigatória. O cru

adotou outro vale mais a Oeste, o mes mo da estrada Mairinque-Santos, nu en

zamento das diretrizes Santos-Goiás e

costa oposta.

ao caminho do Rio, a passagem por São

dis: "a mais antiga da província, em ou tro tempo florente e famosa, hoje pouca coisa por causa de Santos, mais bem

situada para o comercio, que lhe roubou". Na primeira metade do século XIX,

a abertura dos portos, a independência política; a introdução do café,• prepara ram o desenvolvimento mais rápido do país e em particular de Santos. O grão precioso é a mola real e os cafezais

jmer(sos começaram a alongar-se em leque, a partir de certa distância da ca pital, requerendo escoamento. Na Ama

zônia a prosperidade efêmera da go

A rêde ferroviária e o pôrto de Santos foram os principais resultados do ciclo cafeeiro.

Em 1855 um decreto imperial autoriza\"a concessão a quem se propusesse realizar a ligação ferroviária entre San tos e Rio Claro.

Em 1856 o decreto

teve efeito com uma concessão ao grupo de Mauá, transferida depois à "São Paulo

Railway". Em 1867 os trilhos completa ram a ligação até o litoral. Em 1900 a

estrada é acrescida dos novos planos in clinados da serra, que ainda perduram. O segimdo impulso decisivo à cidade

ma elástica pouco mais deixou que dois

de Santos foi a construção do pôrto.

teatros e duas cidades encravadas na

Lei imperial de 1869 autorizou a cons

seiva.

trução de portos em todo o país me

No Nordeste, o ciclo do açúcar

traçou obras maiores, em especial uma

diante condições e favores determinados.

regular rede ferroviária. São Paulo, mer

Após alguns decretos especiais para San

cê de um período econômico mais forte

tos, que ficaram inoperantes, a concor rência de 1888 atribuiu a construção e uso do cais à sociedade de Pinto de Oli

veira, Cândido Gaffrée e Eduardo Guin-

le. O primeiro projeto de caís ■ não chegava a um quilômetro. Em 1892 foô-

inaugura-

os primei

ros^ 260 me-

9 — Santos, fundada por Brás Cubas

Rio de Janeiro-Sul era inevitàvelmente um ponto privilegiado de passagem e comércio, e por isso a povoaçâo ai im plantada teria certamente de prosperar.

abandonada pela navegação e pelo co

Outros caminhos, embora menos ca racterísticos, convergiam para o mesmo

fim do século XVI, jazia em letargo.

pontor um era o Tietê, via de penetra

Aires do Casal, ainda em 1817, descreve

ção para o NO; outro, acesso para o

dustriais.

Um ramo descia diretamente em Cana-

por onde passa a atual rodovia São Paulo-

naturalmente pelo vale do Paraíba, linha reta e plana, que aproveita as bacias terdárias do chamado norte paulista. Primitivamente convinha encurtar o per-

as colheitas do arroz e cafá abundantes".

cinho. Os navios carregam por pranchües

diretriz. A linlia Santos-São Paulo-Goiás é uma linha de menor resistência para a

As comunicações com o Rio faziam-se

para o cais. Os invernos são chuvosos e só

c prolongado, conseguiu fundar uma ri queza e uma civilização capazes de en frentar, no século que corre, a decadên cia do café, pelo desenvolvimento de ou tras fontes econômicas, agrícolas e in

Alguns desses caminhos eram ai>eiias antigos trilhos indígenas, dos quais o mais importante, o "dos Tupin quins , \inha desde o Paraguai, ao <ju«' se diz-

néia; dele se aproxima hoje o traçado Bvington para uma ferrovia Iguassu-Sáo

25

pouco depois de São Vicente, talvez por . 1545, cresceu lentamente. São Vicente,

mércio, perecia. A própria capital, no Santos como uma "vila considerável, po-

em 1909

completavam-

4.720 metros, ele vados hoje a cêrca

5.200. O pôrto ue Santos, por seu nio\'imento ou tone-

lagem, equipara-se ao do Rio.


wr Dicesto Econômico

24

Dicesto

EcoNÓxnco

estrada deixava a zona arqueana e mon

Sul de Minas, pela garganta dc Ati-

pulosa e comerciante, entreposto de gran

tanhosa para penetrar na zona sedímen-

baia.

de quantidade de assucar, aguardente, tecidos de algodão, café, coirnme, tou

tária e levemente ondulada, mal coberta

de cerrados; por esta seguia, margeando o sopé do planalto mineiro, passando su cessivamente por Mogi, Casa Branca, Franc-a etc., quase todo.s antigos "pou sos", que se foram fazendo cidades. Mais tarde as estradas de ferro, em especial

a Mogiana, liaviam de seguir a mesma

Mas quanto à vila de São Vicente,

Vicente. Outro ramo vinha a São Paulo de Piratininga, mantendo-se no planalto,

entrada do sertão.

Paraná. Êste ramo prosseguia até SantosEra o mais marcado, porque servia ao

, curso terrestre; por isso era freqüentado o

I caminho do Facão, a cuja margem nas ceu Cunha, e descia-se a serra de Pa

rati, rota que ainda em 1932 as fòrças legais adotaram. Depois a preferência

passou para a diretriz de Bananal (ro

vai-vem freqüente das tribos, que desciajn anualmente, nas cstaçõe.s de frio o

de pesca. A estação ferroviária de ranapiacaba (antigo Alto da Serra) cof' responde à garganta superior; Piassag»'^' ra, ao pé da Serra, era o têrmo da des cida. Quando se abriu a e.strada do P'*' dre José, o ponto final passou para o Cubatão, perto do Cruzeiro Quinhentista, no dito "pôrto das Almadias" ou Vera

dovia) ou Barra do Piraí (Estrada de Ferro Central). Do lado de cá a estrada

Cruz.

tinha 'de largar o Paraíba na grande infle.vão que o caracteriza, e transpor a

O aspecto duma, coberta, dc madeira, nos foi preservada por gravura da épO"

serra divisóri<a do Tietê.

Mais tarde, a estrada venceu o

manguesal, os rios receberam pontes-

Isto feito, o

ca; o têrmo da viagem passou a ser a

trajeto acompanha este rio até São Paulo.

própria cidade de Santos. Eliminado e

O caminho do Sul tangencia a linha se-

transbordo, os povoados da raiz da Serra

paratriz das zonas arqueana e sedimen-

decairani, como era de esperar. A atual Via Anchieta paradoxalmente não seguiu o traçado do Padre José;

tária, de modo semelhante ao que su

cede com a Mogiana. Para ligar o Sul

Paulo é igualmente obrigatória. O cru

adotou outro vale mais a Oeste, o mes mo da estrada Mairinque-Santos, nu en

zamento das diretrizes Santos-Goiás e

costa oposta.

ao caminho do Rio, a passagem por São

dis: "a mais antiga da província, em ou tro tempo florente e famosa, hoje pouca coisa por causa de Santos, mais bem

situada para o comercio, que lhe roubou". Na primeira metade do século XIX,

a abertura dos portos, a independência política; a introdução do café,• prepara ram o desenvolvimento mais rápido do país e em particular de Santos. O grão precioso é a mola real e os cafezais

jmer(sos começaram a alongar-se em leque, a partir de certa distância da ca pital, requerendo escoamento. Na Ama

zônia a prosperidade efêmera da go

A rêde ferroviária e o pôrto de Santos foram os principais resultados do ciclo cafeeiro.

Em 1855 um decreto imperial autoriza\"a concessão a quem se propusesse realizar a ligação ferroviária entre San tos e Rio Claro.

Em 1856 o decreto

teve efeito com uma concessão ao grupo de Mauá, transferida depois à "São Paulo

Railway". Em 1867 os trilhos completa ram a ligação até o litoral. Em 1900 a

estrada é acrescida dos novos planos in clinados da serra, que ainda perduram. O segimdo impulso decisivo à cidade

ma elástica pouco mais deixou que dois

de Santos foi a construção do pôrto.

teatros e duas cidades encravadas na

Lei imperial de 1869 autorizou a cons

seiva.

trução de portos em todo o país me

No Nordeste, o ciclo do açúcar

traçou obras maiores, em especial uma

diante condições e favores determinados.

regular rede ferroviária. São Paulo, mer

Após alguns decretos especiais para San

cê de um período econômico mais forte

tos, que ficaram inoperantes, a concor rência de 1888 atribuiu a construção e uso do cais à sociedade de Pinto de Oli

veira, Cândido Gaffrée e Eduardo Guin-

le. O primeiro projeto de caís ■ não chegava a um quilômetro. Em 1892 foô-

inaugura-

os primei

ros^ 260 me-

9 — Santos, fundada por Brás Cubas

Rio de Janeiro-Sul era inevitàvelmente um ponto privilegiado de passagem e comércio, e por isso a povoaçâo ai im plantada teria certamente de prosperar.

abandonada pela navegação e pelo co

Outros caminhos, embora menos ca racterísticos, convergiam para o mesmo

fim do século XVI, jazia em letargo.

pontor um era o Tietê, via de penetra

Aires do Casal, ainda em 1817, descreve

ção para o NO; outro, acesso para o

dustriais.

Um ramo descia diretamente em Cana-

por onde passa a atual rodovia São Paulo-

naturalmente pelo vale do Paraíba, linha reta e plana, que aproveita as bacias terdárias do chamado norte paulista. Primitivamente convinha encurtar o per-

as colheitas do arroz e cafá abundantes".

cinho. Os navios carregam por pranchües

diretriz. A linlia Santos-São Paulo-Goiás é uma linha de menor resistência para a

As comunicações com o Rio faziam-se

para o cais. Os invernos são chuvosos e só

c prolongado, conseguiu fundar uma ri queza e uma civilização capazes de en frentar, no século que corre, a decadên cia do café, pelo desenvolvimento de ou tras fontes econômicas, agrícolas e in

Alguns desses caminhos eram ai>eiias antigos trilhos indígenas, dos quais o mais importante, o "dos Tupin quins , \inha desde o Paraguai, ao <ju«' se diz-

néia; dele se aproxima hoje o traçado Bvington para uma ferrovia Iguassu-Sáo

25

pouco depois de São Vicente, talvez por . 1545, cresceu lentamente. São Vicente,

mércio, perecia. A própria capital, no Santos como uma "vila considerável, po-

em 1909

completavam-

4.720 metros, ele vados hoje a cêrca

5.200. O pôrto ue Santos, por seu nio\'imento ou tone-

lagem, equipara-se ao do Rio.


Dicesto Econômico

26

(?/cCade Q^hdiwt

.sinamento hoje, quando se torna a falar em dispersivas ligações São Paulo-São tinuava vítima das epidemias periódicas, Sebastião, Mogi-Santos, etc. Em 1945 a O terceiro impulso à cidade foi o sa

neamento.

Santos até essa época con

cjue, além dos prejuízos imediatos, des moralizavam o Estado no estrangeiro. As

ligação direta São Paulo-Santos ou, me

obras do cais iniciaram o saneamento em

lhor, Presidente Altíno-Evangelista de Sousa, por sinal sem que a Capital, preo

grande escala. Sendo a ação municipal impotente, o governo estadual, desde 1892, interveio no serviço de esgotos,

estilos, haja intervindo nessa causa para ela de tão transcendental importância.

Pela mesma época inicia-se a eletrifica ção da "São Paulo Railway", hoje San-

algumas medidas urbanísticas, que so-

tos-Jundiaí, brevemente Estrada Pdauá —

frenim diversas modificações após dis

luxo onomástico a contrastar com os

cussões muito brasileiras com a muni

"descuido.s" da expropriação. Em 1947

cipalidade e outros interessados.

inaugura-se a Via Anchieta.

bora limitados, esses complementos fo ram de grande utilidade.

Em período mais recente, finalmente, foram os acessos ferro e rodoviários o

objeto da atenção governamental. Em 1917 inaugurou-se, após refação, por iniciativa particular, a estrada do Ver

gueiro. Em 1935 iniciava-se o tráfego pela ligação Mairinque-Santos, da Es trada de Ferro Sorocabana, cujo traçado, aliás, merecia certa crítica de grande en-

O eminente engenheiro, professor Luís de Anhaia Melo, procura definir, com

a competência que lhe e peculiar, o que seja "cidade jardim" c como impedir a extensão dos limites urbanos.

cupada com padrões funcionais, coretos e

que teve o seu período decisivo cm 19051912, com o projeto e execução geral por Saturnino de Brito. O plano incluía

Em

ixir Lms de Anh/Ua Melo

Estrada Sorocabana inicia as obras da

O quinto impulso à cidade c ao pôrto esboça-se neste momento com o seu

"Howard's min was the English mind at its best; always in touch \vith the practícable, always in -sight of the ideal". Lewls Mumford

"The contínuance of the pre-war

iS nossas grandes cidades são im provisações, sem princípio di retor, sem adaptação à função, sem fim social definido.

São produtos naturais do capriclio de atividades indivi duais, orientadas para e pelo lucro.

É preciso, porém, colocar as condi ções materiais da vida urbana no nível

das aspirações espirituais da nossa ci■NÚlização.

Para isso se deve planejar de maneira inteligente,

aban

donando de vez o velho sistema — ou

melhor, falta dé sis tema

de

acrés

cimos indefinidos e

se cereal neste ano é agora estimada em 2.440.000.000 de'biishels", a menor que se verifica desde 1936.

A safra trificola é calculada, por aquêle Departamento, em 1.409.000.000 de

"busheW, constituindo ainda um recorde, embora ligeiramente inferior à estimativa do mês anterior.

A continuação dêsse estado de coisas,

Ê o defeituoso agenciamento das ci dades um dos principais responsáveis polo espírito anárquico e pela instabili dade social que reinam hoje no mundo. Não podemos recorrer apenas às meias medidas do passado e do pre

F. J. Osborn

doviárias circumadjacentes.

/ínc Unidos em asôsto findo, 256.000.000 de ''bushels" de milho A colheita dês-

de\'e rcmo\'er.

gligence".

tos, encara as questões fundamentais e de maior alcance econômico, da amplia ção do pôrto e das extensões ferro e ro

O Devartamento de Agricultura informa que o mau tempo custou aos Esta-

mediar males, cujas causas èle pode e diz Osbom, eqüivale a um suicídio na cional por negligência.

ramentos urbanísticos propriamente di

seguinte.

to .regional e liimlar a sua ação a re

drift of things would be nothing less than national suicide by ne-

"plano regional", que, além dos melho

É o que começaremos a ver no artigo

Um urbanista não pode ignorar os problemas fundamentais do planejamen

desordenados

na

periferia, e de um. custosíssimo

"ur

sente, em" matéria de reforma urbana,

e permitir que pequenos obstáculos fni.strem grandes objetivos.

Querer apenas corrigir os erros, reto cando os moldes atuais, agrava condi ções de vida já intoleráveis.

^ Nas grandes cidades americanas uma térça parte da população vive em distri

tos deteriorados (blighted areas) A conseqüência da deterioração é o cortiço, e a he rança

social

do,

N. morador do cortiço é a "criminal cnl•* ture".

Um estudo fei

banismo" cirúrgico

to em 1934, nas

nos centros super-

íla cidade de Cle-

congestionados.

areas deterioradas

veland, nos Esta-


Dicesto Econômico

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(?/cCade Q^hdiwt

.sinamento hoje, quando se torna a falar em dispersivas ligações São Paulo-São tinuava vítima das epidemias periódicas, Sebastião, Mogi-Santos, etc. Em 1945 a O terceiro impulso à cidade foi o sa

neamento.

Santos até essa época con

cjue, além dos prejuízos imediatos, des moralizavam o Estado no estrangeiro. As

ligação direta São Paulo-Santos ou, me

obras do cais iniciaram o saneamento em

lhor, Presidente Altíno-Evangelista de Sousa, por sinal sem que a Capital, preo

grande escala. Sendo a ação municipal impotente, o governo estadual, desde 1892, interveio no serviço de esgotos,

estilos, haja intervindo nessa causa para ela de tão transcendental importância.

Pela mesma época inicia-se a eletrifica ção da "São Paulo Railway", hoje San-

algumas medidas urbanísticas, que so-

tos-Jundiaí, brevemente Estrada Pdauá —

frenim diversas modificações após dis

luxo onomástico a contrastar com os

cussões muito brasileiras com a muni

"descuido.s" da expropriação. Em 1947

cipalidade e outros interessados.

inaugura-se a Via Anchieta.

bora limitados, esses complementos fo ram de grande utilidade.

Em período mais recente, finalmente, foram os acessos ferro e rodoviários o

objeto da atenção governamental. Em 1917 inaugurou-se, após refação, por iniciativa particular, a estrada do Ver

gueiro. Em 1935 iniciava-se o tráfego pela ligação Mairinque-Santos, da Es trada de Ferro Sorocabana, cujo traçado, aliás, merecia certa crítica de grande en-

O eminente engenheiro, professor Luís de Anhaia Melo, procura definir, com

a competência que lhe e peculiar, o que seja "cidade jardim" c como impedir a extensão dos limites urbanos.

cupada com padrões funcionais, coretos e

que teve o seu período decisivo cm 19051912, com o projeto e execução geral por Saturnino de Brito. O plano incluía

Em

ixir Lms de Anh/Ua Melo

Estrada Sorocabana inicia as obras da

O quinto impulso à cidade c ao pôrto esboça-se neste momento com o seu

"Howard's min was the English mind at its best; always in touch \vith the practícable, always in -sight of the ideal". Lewls Mumford

"The contínuance of the pre-war

iS nossas grandes cidades são im provisações, sem princípio di retor, sem adaptação à função, sem fim social definido.

São produtos naturais do capriclio de atividades indivi duais, orientadas para e pelo lucro.

É preciso, porém, colocar as condi ções materiais da vida urbana no nível

das aspirações espirituais da nossa ci■NÚlização.

Para isso se deve planejar de maneira inteligente,

aban

donando de vez o velho sistema — ou

melhor, falta dé sis tema

de

acrés

cimos indefinidos e

se cereal neste ano é agora estimada em 2.440.000.000 de'biishels", a menor que se verifica desde 1936.

A safra trificola é calculada, por aquêle Departamento, em 1.409.000.000 de

"busheW, constituindo ainda um recorde, embora ligeiramente inferior à estimativa do mês anterior.

A continuação dêsse estado de coisas,

Ê o defeituoso agenciamento das ci dades um dos principais responsáveis polo espírito anárquico e pela instabili dade social que reinam hoje no mundo. Não podemos recorrer apenas às meias medidas do passado e do pre

F. J. Osborn

doviárias circumadjacentes.

/ínc Unidos em asôsto findo, 256.000.000 de ''bushels" de milho A colheita dês-

de\'e rcmo\'er.

gligence".

tos, encara as questões fundamentais e de maior alcance econômico, da amplia ção do pôrto e das extensões ferro e ro

O Devartamento de Agricultura informa que o mau tempo custou aos Esta-

mediar males, cujas causas èle pode e diz Osbom, eqüivale a um suicídio na cional por negligência.

ramentos urbanísticos propriamente di

seguinte.

to .regional e liimlar a sua ação a re

drift of things would be nothing less than national suicide by ne-

"plano regional", que, além dos melho

É o que começaremos a ver no artigo

Um urbanista não pode ignorar os problemas fundamentais do planejamen

desordenados

na

periferia, e de um. custosíssimo

"ur

sente, em" matéria de reforma urbana,

e permitir que pequenos obstáculos fni.strem grandes objetivos.

Querer apenas corrigir os erros, reto cando os moldes atuais, agrava condi ções de vida já intoleráveis.

^ Nas grandes cidades americanas uma térça parte da população vive em distri

tos deteriorados (blighted areas) A conseqüência da deterioração é o cortiço, e a he rança

social

do,

N. morador do cortiço é a "criminal cnl•* ture".

Um estudo fei

banismo" cirúrgico

to em 1934, nas

nos centros super-

íla cidade de Cle-

congestionados.

areas deterioradas

veland, nos Esta-


....

Dicesto Econó.nuco

28

dos Unidos, demonstrou que em relação à área urbana total, a porcentagem de incêndios era 7 vè2es maior; de assas-

sínios era 8,5 vezes maior; de víòios sociais era 10,5 vezes maior; de delin

qüência juvenil era 2,7 vêzes maior; de filhos ilegítimos era 4,2 vezes maior; de tuberculosos era 5,0 vezes maior!

E o problema dos acidentes de au tomóveis?

As estatísticas americanas nos mos

\yn, fundada em 1920, paru população

DlGESTO EcONÓ^acO

29

final de 40.000 habitantes c contando

ideal ê que cada um trabalhe à distância de marcha a pé da residência. A distân

cívico não e.xiste, desintegrou-se pela pressão da massa aglomerada nos gran

hoje 20.000 pessoas. O plano do "Greater London" de 1944

cia que se percorre a pé, em marcha

des centros.

normal, é de cerca de 3 niillias, ou 4.800

prevê a construção de 10 cidades jardins,

metros por hora, o que eqüivale a 2.400

para a descentralização de 600.000 ha bitantes da atual população da grande metrópole londrina, a primeira das quais, Ongar, já está .sondo construída. O problema das grandes metrópo

metros em 30 niintitos e 1.200 metros

associação humana orça entre 35.000

em um quarto de hora. Não há neces sidade de transporte coletivo, mantidas

e 60.000 pessoas, distribuídas em uni

es.sas distancias.

pessoas cada uma.

les é diminuir a população, e não au

3. Qual é o tamanho da cidade que toma possível uma vida social plena? A aglomeração excessiva perturba a associação. Na.s grandes metrópoles a

A população ideal para o pleno de senvolvimento de todos os estímulos da

dades de vizinhança de 6.000 a 10.000

Essa população cabe dentro de um círculo de raio de uma milha, o que

corresponde ao exposto no item 2 desta

tram que em 18 anos de guerras pere

mentá-la.

ceram 353.347 cidadãos americanos, e

que nos últimos 18 anos de paz os auto

As "green-belt towns" americanas, Greenbelt, Greenbrook, Greenlülls e

O sociólogo

4. Como Impedir a extensão do.s li

móveis mataram 454.333 cidadãos!

Greendale — projetadas c construídas pela

americano Roberto Park defini" acerta-

mites urbanos além dessa distancia ra

A história da civiMzação nos diz que a cada época corresponde um estilo

"Resettlement Administration" no Govêr-

damente a metiopole como "iutí mosai-

zoável?

e quanto niaior a época histórica tanto

vida social desaparece.

justificação.

É essa justamente uma das funções da "rural belt" ou

no Roosevelt, não são pròpriamente ci dades jardins porque não são cidades

mais vigoroso e incisivo o seu estilo • industriais, de residência e trabalho. próprio. Os princípios da cidade jardim têm

Qual será o estilo da arquitetura ur

bana da nossa época? A cidade jardim. Mas o que é "cidade jardim"?

Êsse nome tem sido vítima dos mes

mos atentados que outros de igual apôlo espiritual e cultural, como: democracia, liberdade, civilização, vontade popular,

sagradáveis e mais inconve

quem os apresentou de maneira perfeita

nientes das cidades atuais é

foi um inglês, Ebenezer Howard, em livro

o que se chama desenvolvi

publicado em 1898 e depois em 1902,

mento em fita — "ribbon

sob o título "Garden Cities of To- Mor-

development" — ao longo

row".

Êsse livro é pouco conhecido e teve o destino comum dos clássicos, sendo

tros que tais.

mais respeitado e citado do que lido.

Para evitar essa exploração a "Garden

A sua tese está consubstanciada na de

Cities and Town — Planning Associa-

finição oficial de cidade jardim, já trans

tion" definiu de maneira precisa as ca

crita, e que vamos examinar.

"A Garden Cíty is a town, designed

Um dos aspectos mais de

origem histórica muito complexa, mas

livre manifestação do pensamento e ou

racterísticas da cidade jardim.

muralha verde.

1. "Garden-city" é cidade, e não

simples bairro jardim ou subúrbio resi

for healthy living and industry, of a size that makes possible a full measure of

dencial de uma metrópole qualquer.

Cidade é organismo e como tal é

das

CO de pequenos mundos que se tocam mas não se inteiqpenetram". As fôrças ecológicas, em ação no am

biente urbano, é que produzem essas constelações típicas de pessoas e insti tuições, com características definidas, e que são pequenos mundos que não ape nas se ignoram, mas se hostilizam aber

social life but not larger; surrounded by

um todo, de tamanho definido e defi

a rural belt; the whole of the land,

nitivo. É preciso ser planejada de iní

As populações das grandes cidades se

being in public ownership, or held in

cio, a fim de haver equilíbrio e harmo nia entre as quatro funções urbanas: re

cruzam, se encontram, se reúnem, mas não se conhecem.

trust for the community".

Há duas genuínas cidades jardins na Inglaterra e no mundo. Letchworth, fundada em 1903, para uma população final de 32.000 habi tantes e contando hoje 22.000; e Wel-

tamente.

sidência, trabalho, recreio, comunicação.

Mas "cidade" é um estado de espí

2. Quem nela mora,'nela trabalha.

rito, uma paj'ticipação consciente na

A proximidade de residência e indústria é fundamental para evitar os longos e penoso.s percursos para o ti'abalho. O

vias

de

comunicação.

Êsse desenvolvimento se es

vida comum.

E o metropolita é um

tende por quilômetros ao longo das es tradas, congestionando-as com habita ções de ínfima classe, desprovidas dos serviços essenciais a xmia vida decen te.

A cinta verde formada de terrenos

rurais, e que como tais devem ser per manentemente conser\'ados, e^^ta êsses inconvenientes.

E evita também que qualquer cen tro metropolitano vizinho envolva com os seus tentáculos a cidade jardim, que nesse caso ficaria reduzida a sim ples subúrbio de centro maior. Para exercer essa função de manei-

na eficaz essa cinta precisa ter quase

"taxpayer'' anônimo, sem obrigações pa

3 milhas de largura, cêrca de 5 qui

ra com a vida coletiva.

lômetros.

O sentimento


....

Dicesto Econó.nuco

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dos Unidos, demonstrou que em relação à área urbana total, a porcentagem de incêndios era 7 vè2es maior; de assas-

sínios era 8,5 vezes maior; de víòios sociais era 10,5 vezes maior; de delin

qüência juvenil era 2,7 vêzes maior; de filhos ilegítimos era 4,2 vezes maior; de tuberculosos era 5,0 vezes maior!

E o problema dos acidentes de au tomóveis?

As estatísticas americanas nos mos

\yn, fundada em 1920, paru população

DlGESTO EcONÓ^acO

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final de 40.000 habitantes c contando

ideal ê que cada um trabalhe à distância de marcha a pé da residência. A distân

cívico não e.xiste, desintegrou-se pela pressão da massa aglomerada nos gran

hoje 20.000 pessoas. O plano do "Greater London" de 1944

cia que se percorre a pé, em marcha

des centros.

normal, é de cerca de 3 niillias, ou 4.800

prevê a construção de 10 cidades jardins,

metros por hora, o que eqüivale a 2.400

para a descentralização de 600.000 ha bitantes da atual população da grande metrópole londrina, a primeira das quais, Ongar, já está .sondo construída. O problema das grandes metrópo

metros em 30 niintitos e 1.200 metros

associação humana orça entre 35.000

em um quarto de hora. Não há neces sidade de transporte coletivo, mantidas

e 60.000 pessoas, distribuídas em uni

es.sas distancias.

pessoas cada uma.

les é diminuir a população, e não au

3. Qual é o tamanho da cidade que toma possível uma vida social plena? A aglomeração excessiva perturba a associação. Na.s grandes metrópoles a

A população ideal para o pleno de senvolvimento de todos os estímulos da

dades de vizinhança de 6.000 a 10.000

Essa população cabe dentro de um círculo de raio de uma milha, o que

corresponde ao exposto no item 2 desta

tram que em 18 anos de guerras pere

mentá-la.

ceram 353.347 cidadãos americanos, e

que nos últimos 18 anos de paz os auto

As "green-belt towns" americanas, Greenbelt, Greenbrook, Greenlülls e

O sociólogo

4. Como Impedir a extensão do.s li

móveis mataram 454.333 cidadãos!

Greendale — projetadas c construídas pela

americano Roberto Park defini" acerta-

mites urbanos além dessa distancia ra

A história da civiMzação nos diz que a cada época corresponde um estilo

"Resettlement Administration" no Govêr-

damente a metiopole como "iutí mosai-

zoável?

e quanto niaior a época histórica tanto

vida social desaparece.

justificação.

É essa justamente uma das funções da "rural belt" ou

no Roosevelt, não são pròpriamente ci dades jardins porque não são cidades

mais vigoroso e incisivo o seu estilo • industriais, de residência e trabalho. próprio. Os princípios da cidade jardim têm

Qual será o estilo da arquitetura ur

bana da nossa época? A cidade jardim. Mas o que é "cidade jardim"?

Êsse nome tem sido vítima dos mes

mos atentados que outros de igual apôlo espiritual e cultural, como: democracia, liberdade, civilização, vontade popular,

sagradáveis e mais inconve

quem os apresentou de maneira perfeita

nientes das cidades atuais é

foi um inglês, Ebenezer Howard, em livro

o que se chama desenvolvi

publicado em 1898 e depois em 1902,

mento em fita — "ribbon

sob o título "Garden Cities of To- Mor-

development" — ao longo

row".

Êsse livro é pouco conhecido e teve o destino comum dos clássicos, sendo

tros que tais.

mais respeitado e citado do que lido.

Para evitar essa exploração a "Garden

A sua tese está consubstanciada na de

Cities and Town — Planning Associa-

finição oficial de cidade jardim, já trans

tion" definiu de maneira precisa as ca

crita, e que vamos examinar.

"A Garden Cíty is a town, designed

Um dos aspectos mais de

origem histórica muito complexa, mas

livre manifestação do pensamento e ou

racterísticas da cidade jardim.

muralha verde.

1. "Garden-city" é cidade, e não

simples bairro jardim ou subúrbio resi

for healthy living and industry, of a size that makes possible a full measure of

dencial de uma metrópole qualquer.

Cidade é organismo e como tal é

das

CO de pequenos mundos que se tocam mas não se inteiqpenetram". As fôrças ecológicas, em ação no am

biente urbano, é que produzem essas constelações típicas de pessoas e insti tuições, com características definidas, e que são pequenos mundos que não ape nas se ignoram, mas se hostilizam aber

social life but not larger; surrounded by

um todo, de tamanho definido e defi

a rural belt; the whole of the land,

nitivo. É preciso ser planejada de iní

As populações das grandes cidades se

being in public ownership, or held in

cio, a fim de haver equilíbrio e harmo nia entre as quatro funções urbanas: re

cruzam, se encontram, se reúnem, mas não se conhecem.

trust for the community".

Há duas genuínas cidades jardins na Inglaterra e no mundo. Letchworth, fundada em 1903, para uma população final de 32.000 habi tantes e contando hoje 22.000; e Wel-

tamente.

sidência, trabalho, recreio, comunicação.

Mas "cidade" é um estado de espí

2. Quem nela mora,'nela trabalha.

rito, uma paj'ticipação consciente na

A proximidade de residência e indústria é fundamental para evitar os longos e penoso.s percursos para o ti'abalho. O

vias

de

comunicação.

Êsse desenvolvimento se es

vida comum.

E o metropolita é um

tende por quilômetros ao longo das es tradas, congestionando-as com habita ções de ínfima classe, desprovidas dos serviços essenciais a xmia vida decen te.

A cinta verde formada de terrenos

rurais, e que como tais devem ser per manentemente conser\'ados, e^^ta êsses inconvenientes.

E evita também que qualquer cen tro metropolitano vizinho envolva com os seus tentáculos a cidade jardim, que nesse caso ficaria reduzida a sim ples subúrbio de centro maior. Para exercer essa função de manei-

na eficaz essa cinta precisa ter quase

"taxpayer'' anônimo, sem obrigações pa

3 milhas de largura, cêrca de 5 qui

ra com a vida coletiva.

lômetros.

O sentimento


DiCESTO ECONÜ.NflCO

80

De acordo cora a idéia original de

^benezcr Howard seriam precisos 6.000 acres (acre = 4.047 metros quadrados)

para uma cidade jardim. Desse total apenas 1.000 acres seriam ocupados pe las habitações e indústria e os restantes

longos aos intcrc.ssados.

A importância

de.ssa locação, reno\ ada e calculada cada cinco ou dcv. anos, é suficiente para a realização e niamitençâo dos .serviços pú

Economia 1.

5.000 formariam a zona rural ou cinta *

i'f:

nar o caminho errado de simples remen

tões relativas

leiros de "Economia e Humanismo", em

dos em uma estrutura lubana obsoleta, remendos que custam caríssimo para o

são de tal maneira conexos, que seu con

menor a valorização produzida no terre

no urbano pe'o aumento de população, desenvolvimento do comércio e indús

tria, realização de obras publicas e gran des reformas urbanas.

Essa valorização é caracteristicamente

um "unearned increment" porque não depende de esforço do proprietário mas

homem em

si mesmo

èle.

gos, humanistas e demais es

mais de um ponto do pais. As considerações, que se sesueni, po derão servir de contribuição

tudiosos. O presente trabalho,

para o conhecimento dos prin cípios que animam o movimen

entretanto, não vci"sará de mo

to. do espirito que preside ao

melhor.

do geral o tema das interpene-

seu dese-nvolvimento, dos mé

E o mcllior em matéria de geo-arquitctura é positivamente o menor, e não o

trações da Economia e do Hu

todos que norteiam suas liuhas

manismo; ma.s tratará especifi

de ação.

camente do movimento que tem esse nome, fundado nu

mano e social, dinâmico por

Planejar — afirma Keunetli Reid —

Não c

ao

contribuinte-, son \-antagem alguma para

é mudança inteligente e deliberada para

zação que .se produz na transformação

dcjqjcrtar a simples aproximação destes

fronto constitui um argumento aprecia do pelos economistas, sociólo

Ficam assim integradas as economias

do terreno rural em urbano.

interessantes pode

dois tênnos. Economia e Humanismo; o conjunto dos fatos económico.s e as ques

É preciso planejar de fato, e abando

riu^l e urbana, com mútuo proveito. o.. O dispositivo fundamental é que a terra seja mantida como propriedade Ninguém desconhece a imensa valori

refle.xões

Seguidores com'encidos do seu curso e simpatizantes enredados fora dele são os elementos que se estão agrupando e se instnúndo, para constituir núcleos brasi

nomia dos serviços públicos urbanos. A regra é: "Compactness wnthout overcrowding".

pública.

postulados básicos daquele moviineuto. Muitas

O urbani.smo oficial não pode ignorar êsse.s problema-s hmdamentais.

abastecimento da cidade com produtos da pequena lavoma e laticínios.

ciológica, elaborada a partir dos próprios

Tona.

:■«

A densidade de população .seria de 30 pessoas por acre (75 por hectare), o que parece elevado mas é exigido pela eco

Outra função da "Green-belt" é o

Humanismo

por L. Cintra do Prado

blicos c pura melhoria crescente do padrão da vida urbana.

verde.

e

maior.

II<á um grande "déficit" de habitações em todas as cidades. Só na cidade de

São Paulo esse "déficit" orça por 30.000 casas.

Is."»© corresponde a duas cidades jar

fundadores e dirigentes de "Econonüa e Humanismo", quando aqui veio desen

pósitos.

A organização que se está esboçando minicano Louis-Joseph Lebret. um dos

piritualmente, no ambiente risonho e

Para a coletividade deve, pois, rever ter; e o meio mais prático de fazê-lo é cornservar a terra como propriedade pú blica, arrendando os terreno.s por prazos

confortável da cidade jardim, ou sim

plesmente aumentar o rol das vítimas do caos metropolitano, a caminho do suicídio nacional por negligência.

«nik<Ap¥li^Nr

Nas imediações de Varsóvia já foi iniciada a construção de tratores. 17 fábricas participam dos trabalhos, sendo as seguintes as características do primeiro modelo-. 45 cavalos mecânicos e capacidade para puxar em média 4 arados.

não se reduz prontamente a

uma fórmula simples de de finição. que contenha implicitamente to dos os seus traços essenciais e permita assim inscrevê-lo, sem qualquer mal-en tendido, entre outras entidades ou orga nizações com alguma afinidade de pro

clusive o Brasil.

cada uma.

corresponde a trabalho coletivo.

to "Economia e Humanismo"

estendido a outros países, in

entre nós é fmto principalmente da vi sita feita em meados deste ano pelo do

120.000 cidadãos felizes, material e es

excelência, o próprio movimen

França, em 1941, e já , agora

dins, de cerca do 60.000 habitantes

É, pois, tempo de escolher entre fazer

Como todo fato hu

volver, na Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo, um curso sôbre

Economia Humana — no\a disciplina so

Não será fácil redigir-se uma exposi ção fiel, posto que sum;'uia, dum mo-

\imento empolgante por princípios ge-

Com o presente ensaio, o sr. Luís Cintra do Prado inicia a sua valiosa cnlabo"-'-~o para o nosso mensárlo. Professor d-e Física da Escola Politécnica da Universidüe de São Paulo, cadeira que conquistou após memorável concurso e cm cuia matéria

se tornou mestre, ex-diretor da aludida Escola e do Instituto de Engenharia o dr.

Luís Cintra do Prado ê membro da Academia Brasileira de Ciências^ Disrwndo de vasta cultura geral, musicista e compositor, escreveu várias monografias didáticas e

científicas oríginais. Esqiõe o professor Luís Cintra do Prado, neste artigo os prin cípios básicos e a significação serial do movimento "Economia e Humanismo'' re

centemente focalizado, entre nós, pelo padre Lebret, da Ordem dos Pregadores


DiCESTO ECONÜ.NflCO

80

De acordo cora a idéia original de

^benezcr Howard seriam precisos 6.000 acres (acre = 4.047 metros quadrados)

para uma cidade jardim. Desse total apenas 1.000 acres seriam ocupados pe las habitações e indústria e os restantes

longos aos intcrc.ssados.

A importância

de.ssa locação, reno\ ada e calculada cada cinco ou dcv. anos, é suficiente para a realização e niamitençâo dos .serviços pú

Economia 1.

5.000 formariam a zona rural ou cinta *

i'f:

nar o caminho errado de simples remen

tões relativas

leiros de "Economia e Humanismo", em

dos em uma estrutura lubana obsoleta, remendos que custam caríssimo para o

são de tal maneira conexos, que seu con

menor a valorização produzida no terre

no urbano pe'o aumento de população, desenvolvimento do comércio e indús

tria, realização de obras publicas e gran des reformas urbanas.

Essa valorização é caracteristicamente

um "unearned increment" porque não depende de esforço do proprietário mas

homem em

si mesmo

èle.

gos, humanistas e demais es

mais de um ponto do pais. As considerações, que se sesueni, po derão servir de contribuição

tudiosos. O presente trabalho,

para o conhecimento dos prin cípios que animam o movimen

entretanto, não vci"sará de mo

to. do espirito que preside ao

melhor.

do geral o tema das interpene-

seu dese-nvolvimento, dos mé

E o mcllior em matéria de geo-arquitctura é positivamente o menor, e não o

trações da Economia e do Hu

todos que norteiam suas liuhas

manismo; ma.s tratará especifi

de ação.

camente do movimento que tem esse nome, fundado nu

mano e social, dinâmico por

Planejar — afirma Keunetli Reid —

Não c

ao

contribuinte-, son \-antagem alguma para

é mudança inteligente e deliberada para

zação que .se produz na transformação

dcjqjcrtar a simples aproximação destes

fronto constitui um argumento aprecia do pelos economistas, sociólo

Ficam assim integradas as economias

do terreno rural em urbano.

interessantes pode

dois tênnos. Economia e Humanismo; o conjunto dos fatos económico.s e as ques

É preciso planejar de fato, e abando

riu^l e urbana, com mútuo proveito. o.. O dispositivo fundamental é que a terra seja mantida como propriedade Ninguém desconhece a imensa valori

refle.xões

Seguidores com'encidos do seu curso e simpatizantes enredados fora dele são os elementos que se estão agrupando e se instnúndo, para constituir núcleos brasi

nomia dos serviços públicos urbanos. A regra é: "Compactness wnthout overcrowding".

pública.

postulados básicos daquele moviineuto. Muitas

O urbani.smo oficial não pode ignorar êsse.s problema-s hmdamentais.

abastecimento da cidade com produtos da pequena lavoma e laticínios.

ciológica, elaborada a partir dos próprios

Tona.

:■«

A densidade de população .seria de 30 pessoas por acre (75 por hectare), o que parece elevado mas é exigido pela eco

Outra função da "Green-belt" é o

Humanismo

por L. Cintra do Prado

blicos c pura melhoria crescente do padrão da vida urbana.

verde.

e

maior.

II<á um grande "déficit" de habitações em todas as cidades. Só na cidade de

São Paulo esse "déficit" orça por 30.000 casas.

Is."»© corresponde a duas cidades jar

fundadores e dirigentes de "Econonüa e Humanismo", quando aqui veio desen

pósitos.

A organização que se está esboçando minicano Louis-Joseph Lebret. um dos

piritualmente, no ambiente risonho e

Para a coletividade deve, pois, rever ter; e o meio mais prático de fazê-lo é cornservar a terra como propriedade pú blica, arrendando os terreno.s por prazos

confortável da cidade jardim, ou sim

plesmente aumentar o rol das vítimas do caos metropolitano, a caminho do suicídio nacional por negligência.

«nik<Ap¥li^Nr

Nas imediações de Varsóvia já foi iniciada a construção de tratores. 17 fábricas participam dos trabalhos, sendo as seguintes as características do primeiro modelo-. 45 cavalos mecânicos e capacidade para puxar em média 4 arados.

não se reduz prontamente a

uma fórmula simples de de finição. que contenha implicitamente to dos os seus traços essenciais e permita assim inscrevê-lo, sem qualquer mal-en tendido, entre outras entidades ou orga nizações com alguma afinidade de pro

clusive o Brasil.

cada uma.

corresponde a trabalho coletivo.

to "Economia e Humanismo"

estendido a outros países, in

entre nós é fmto principalmente da vi sita feita em meados deste ano pelo do

120.000 cidadãos felizes, material e es

excelência, o próprio movimen

França, em 1941, e já , agora

dins, de cerca do 60.000 habitantes

É, pois, tempo de escolher entre fazer

Como todo fato hu

volver, na Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo, um curso sôbre

Economia Humana — no\a disciplina so

Não será fácil redigir-se uma exposi ção fiel, posto que sum;'uia, dum mo-

\imento empolgante por princípios ge-

Com o presente ensaio, o sr. Luís Cintra do Prado inicia a sua valiosa cnlabo"-'-~o para o nosso mensárlo. Professor d-e Física da Escola Politécnica da Universidüe de São Paulo, cadeira que conquistou após memorável concurso e cm cuia matéria

se tornou mestre, ex-diretor da aludida Escola e do Instituto de Engenharia o dr.

Luís Cintra do Prado ê membro da Academia Brasileira de Ciências^ Disrwndo de vasta cultura geral, musicista e compositor, escreveu várias monografias didáticas e

científicas oríginais. Esqiõe o professor Luís Cintra do Prado, neste artigo os prin cípios básicos e a significação serial do movimento "Economia e Humanismo'' re

centemente focalizado, entre nós, pelo padre Lebret, da Ordem dos Pregadores


Dígiusto

EcoNó^^co

reça às doutrinas clabofAdas sôbrc dados

rais e por seu conteúdo de ação renova dora e construtiva, quando a gente mes

mo não chegou ainda a esmiuçar o exa me de todos os seus escaninhos. É certo,

porém, que pelo dedo se conhece o gigante.

Quem deseje inteirar-se melhor do que

Convém .seja desde logo mencionado que "Economia e Humanismo" tem um fundo dc in.spiração cristã e, como tal, considera o hcimem um .ser cuja gran deza é sobretudo moral c espiritual, ul

trapassando assim a medida de todos os bens materiais por\'entura encontrados

ú "Economia e Humanismo", tem a pos

à sua disposição neste mundo. Contudo,

sibilidade de compulsar as ohras edita

"Economia e Humanismo" não desdenha

das por seus principais animadores, como as que vão referidas na lista anexa.

absolutamente esses elementos primários

Neste artigo, de resto, largos trechos

são parafraseados ou mesmo transcritos, como se verá dêsses trabalhos funda mentais.

2. A definição dos Estatutos.

P

Q3

Digesto Econômico

32

Ji^ta-se, em suma, de ovimento de opinião e

ão, tendo, por finaliristaurar eficazmente, vánas coletividades "anas, as condições ne

cessárias para que todos, e não somente

alguns, alcancem a mínima soma de bens indispensáveis a uma vida digna de homem, ao mesmo tempo que a pos sibilidade de um constante desenvolvi

mento de suas qualidades pessoais. Uma definição como esta é demasiadamente sintética; se deixa, com efeito, transpa recer a grandeza moral e material datarefa que "Economia e Humanismo"

pretende realizar no mundo (°), mal

permite, todavia, sejam entrevistas suas marcas características e distintivas.

Porque SC ^■ai tomando por demais evidente a ncces.sidade de uma renova

anícriores.

Nestes termos, "Economia e llumuni.s-

ção das estrutxuas. Com efeito, não se

ino" tem como expressão primária um

ria árduo de se demonstrar, à luz de al

agrupamento ilimitado de iudi\'íduos, ten

guns exemp'os instrutivos, como^ a orga

do por finalidade, como rezam os seus

nização do mundo se tomou paradoxal

Estatutos:

mente estranha às necessidades do ho mem e, em-certos casos, liostil mesmo

1-" — estudar, por inquérito e demai.s meios adequados de invc.sligação. as rea

à sua própria natureza.

O desenvolvimento da Técnica, a par

que determinam as condições efetivas da

lidades humanas, econômicas c sociais, em sua complexidade atual; 2." — pro\'Ocar, entre seus membros e

tir do último século, possibilitando mn

vida humana, considerando-os antes co

fora deles, trabalhos científicos suscep

mo as bases indispensáveis a uma exis tência digna de homem. Assinale-se também a relaç.ão natural

pliando extraordinàriamonte os meios de

tíveis de resultaren\ lia elaboração de uma doutrina econômica espiritualista, que recoloque a economia ao serviço

transporte e comunicução, inaugurou o

mente flexível que há entre scu.s princí

do homem; 3-" — suscitar, no seio das di\"ersas pro-

gresso material, coincidindo, aliás, com

pios e seus objetivos, aos quais simulta neamente se mantém fiel.

fissõe.s ou de certas regiões econômicas,

o adensamento das popu'ações. Mas tal evolução, porque não procurou

a promover a instauração da felicidade

técnicos e profissionais capazes de deter

de fato atender orgiànicamente ao bene

dos homens, "Economia e Humanismo"

minarem as condições concrota.s do Bem

Comum e susceptíveis, por isso, de to

fício do homem, resultou no gigantismo

não pode deixar de concebè-Ia, cm tese,

segundo os mais altos moldes que a in

marem parte nos .esforços, públicos ou

teligência é capaz de descobrir à luz da

privados, do reorganização econômica e

razão e da fé: o homem, considerado

profissional.

Determinado

sem desrespeito a qualquer dos títulos de sua grandeza. Daí certo número de postulados espiritualistas, que sustentam a trama do nio\âmento, como.balisas lu minosas e inabaláveis.

Mas, as sociedades humanas são orga nismos vivos que têm tido fisionomias

próprias nas diferentes etapas de sua evolução.

"Economia e Humanismo"

considera os problemas do homem tais como eles se apresentam em nossos dias. Fugindo ao risco das doutrinas empíri

3.

maior domínio das fôrças naturais e am

que se tem cliamado a "era industrial", com sua característica de imenso pro

econômico do mundo hodiemo.

Em nossos dias, os empreendimentos econômicos não funcionam para servir ao homem; os ritmos do trabalho, da

Dc-soqnilíbrio

No mundo moderno, graças íis facili

dades do comunicação que aproximaram as populaçõe.s e permitiram copioso in tercâmbio de conhecimentos sobro suas

produção e das trocas não se subordinam mais às necessidades humanas, ma.s obe

decem antes aos imperativos do lucro. Faz-se, em resumo, uma economia de

"proveito" e não dc "serviço". Nessas condições, a escala dos valo

condições de vida e de trabalho, o ho mem pôde verificar que muitas misérias

res encontra-se claramente invertida,

e dificuldades não devem ser considera

organismos econômicos, a fim de garan

das fatais ou inerentes ãs próprias condi ções da existência, mas resultam sim

plesmente da má gestão que se tem dado ao patrimônio comum.

É

o homem que se vê forçado a ser\ ii' aos tir sua subsistência. Um tal clima, es cusado dizê-lo, não é favorá\-eI ao fortalec mento da solidariedade; não se vi sando o verdadeiro bem comum, os

cas, procura manter-se em rigoroso con

Apercebendo-se de sua capacidade de

falando, o nome duplo "Economia e

tato com a realidade. Donde a segun da fidelidade, que diz respeito ao seu

interferir eficazmente na organização da

M ser tido como sujeito ou substantivo

próprio objeto e por obediência à qual

ja não se conforma com a incúria, a in

reconhece a necessidade de repensar sem

nas das concordiincias temporárias de

pre as soluções propostas, para aperfei

competência ou a malícia dos podero.SO.S em face dos problemas do bem-es

interêsses.

çoá-las constantemente, na proporção das

tar de todos e de cada um.

rivalidades, suas lutas de classe.s, suas

í*) Acreditamos que. gramàticalmen-

Humanismo", titulo do movimento, pos^ineular Segundo nos parece, tôda con cordância de verbo ou adjetivo, feita por hipótese no plural, tirana a fôrça das e^ressões referentes a Economia e Hum^ismo" que deve entender-se. no ca so vertente, como um diptico indivisível.

reações que a experiência concreta ofe-

vida coletiva, o homem contemporâneo

agrupamentos dos indivíduos e as alian ças dos povos não se alicerçam numa

sincera fraternidade, mas resultam ape E o mundo vai \ávendo coni as suas


Dígiusto

EcoNó^^co

reça às doutrinas clabofAdas sôbrc dados

rais e por seu conteúdo de ação renova dora e construtiva, quando a gente mes

mo não chegou ainda a esmiuçar o exa me de todos os seus escaninhos. É certo,

porém, que pelo dedo se conhece o gigante.

Quem deseje inteirar-se melhor do que

Convém .seja desde logo mencionado que "Economia e Humanismo" tem um fundo dc in.spiração cristã e, como tal, considera o hcimem um .ser cuja gran deza é sobretudo moral c espiritual, ul

trapassando assim a medida de todos os bens materiais por\'entura encontrados

ú "Economia e Humanismo", tem a pos

à sua disposição neste mundo. Contudo,

sibilidade de compulsar as ohras edita

"Economia e Humanismo" não desdenha

das por seus principais animadores, como as que vão referidas na lista anexa.

absolutamente esses elementos primários

Neste artigo, de resto, largos trechos

são parafraseados ou mesmo transcritos, como se verá dêsses trabalhos funda mentais.

2. A definição dos Estatutos.

P

Q3

Digesto Econômico

32

Ji^ta-se, em suma, de ovimento de opinião e

ão, tendo, por finaliristaurar eficazmente, vánas coletividades "anas, as condições ne

cessárias para que todos, e não somente

alguns, alcancem a mínima soma de bens indispensáveis a uma vida digna de homem, ao mesmo tempo que a pos sibilidade de um constante desenvolvi

mento de suas qualidades pessoais. Uma definição como esta é demasiadamente sintética; se deixa, com efeito, transpa recer a grandeza moral e material datarefa que "Economia e Humanismo"

pretende realizar no mundo (°), mal

permite, todavia, sejam entrevistas suas marcas características e distintivas.

Porque SC ^■ai tomando por demais evidente a ncces.sidade de uma renova

anícriores.

Nestes termos, "Economia e llumuni.s-

ção das estrutxuas. Com efeito, não se

ino" tem como expressão primária um

ria árduo de se demonstrar, à luz de al

agrupamento ilimitado de iudi\'íduos, ten

guns exemp'os instrutivos, como^ a orga

do por finalidade, como rezam os seus

nização do mundo se tomou paradoxal

Estatutos:

mente estranha às necessidades do ho mem e, em-certos casos, liostil mesmo

1-" — estudar, por inquérito e demai.s meios adequados de invc.sligação. as rea

à sua própria natureza.

O desenvolvimento da Técnica, a par

que determinam as condições efetivas da

lidades humanas, econômicas c sociais, em sua complexidade atual; 2." — pro\'Ocar, entre seus membros e

tir do último século, possibilitando mn

vida humana, considerando-os antes co

fora deles, trabalhos científicos suscep

mo as bases indispensáveis a uma exis tência digna de homem. Assinale-se também a relaç.ão natural

pliando extraordinàriamonte os meios de

tíveis de resultaren\ lia elaboração de uma doutrina econômica espiritualista, que recoloque a economia ao serviço

transporte e comunicução, inaugurou o

mente flexível que há entre scu.s princí

do homem; 3-" — suscitar, no seio das di\"ersas pro-

gresso material, coincidindo, aliás, com

pios e seus objetivos, aos quais simulta neamente se mantém fiel.

fissõe.s ou de certas regiões econômicas,

o adensamento das popu'ações. Mas tal evolução, porque não procurou

a promover a instauração da felicidade

técnicos e profissionais capazes de deter

de fato atender orgiànicamente ao bene

dos homens, "Economia e Humanismo"

minarem as condições concrota.s do Bem

Comum e susceptíveis, por isso, de to

fício do homem, resultou no gigantismo

não pode deixar de concebè-Ia, cm tese,

segundo os mais altos moldes que a in

marem parte nos .esforços, públicos ou

teligência é capaz de descobrir à luz da

privados, do reorganização econômica e

razão e da fé: o homem, considerado

profissional.

Determinado

sem desrespeito a qualquer dos títulos de sua grandeza. Daí certo número de postulados espiritualistas, que sustentam a trama do nio\âmento, como.balisas lu minosas e inabaláveis.

Mas, as sociedades humanas são orga nismos vivos que têm tido fisionomias

próprias nas diferentes etapas de sua evolução.

"Economia e Humanismo"

considera os problemas do homem tais como eles se apresentam em nossos dias. Fugindo ao risco das doutrinas empíri

3.

maior domínio das fôrças naturais e am

que se tem cliamado a "era industrial", com sua característica de imenso pro

econômico do mundo hodiemo.

Em nossos dias, os empreendimentos econômicos não funcionam para servir ao homem; os ritmos do trabalho, da

Dc-soqnilíbrio

No mundo moderno, graças íis facili

dades do comunicação que aproximaram as populaçõe.s e permitiram copioso in tercâmbio de conhecimentos sobro suas

produção e das trocas não se subordinam mais às necessidades humanas, ma.s obe

decem antes aos imperativos do lucro. Faz-se, em resumo, uma economia de

"proveito" e não dc "serviço". Nessas condições, a escala dos valo

condições de vida e de trabalho, o ho mem pôde verificar que muitas misérias

res encontra-se claramente invertida,

e dificuldades não devem ser considera

organismos econômicos, a fim de garan

das fatais ou inerentes ãs próprias condi ções da existência, mas resultam sim

plesmente da má gestão que se tem dado ao patrimônio comum.

É

o homem que se vê forçado a ser\ ii' aos tir sua subsistência. Um tal clima, es cusado dizê-lo, não é favorá\-eI ao fortalec mento da solidariedade; não se vi sando o verdadeiro bem comum, os

cas, procura manter-se em rigoroso con

Apercebendo-se de sua capacidade de

falando, o nome duplo "Economia e

tato com a realidade. Donde a segun da fidelidade, que diz respeito ao seu

interferir eficazmente na organização da

M ser tido como sujeito ou substantivo

próprio objeto e por obediência à qual

ja não se conforma com a incúria, a in

reconhece a necessidade de repensar sem

nas das concordiincias temporárias de

pre as soluções propostas, para aperfei

competência ou a malícia dos podero.SO.S em face dos problemas do bem-es

interêsses.

çoá-las constantemente, na proporção das

tar de todos e de cada um.

rivalidades, suas lutas de classe.s, suas

í*) Acreditamos que. gramàticalmen-

Humanismo", titulo do movimento, pos^ineular Segundo nos parece, tôda con cordância de verbo ou adjetivo, feita por hipótese no plural, tirana a fôrça das e^ressões referentes a Economia e Hum^ismo" que deve entender-se. no ca so vertente, como um diptico indivisível.

reações que a experiência concreta ofe-

vida coletiva, o homem contemporâneo

agrupamentos dos indivíduos e as alian ças dos povos não se alicerçam numa

sincera fraternidade, mas resultam ape E o mundo vai \ávendo coni as suas


DicICSTO Ec()NÓM[C(,

34

35

Dicesto Econóauco

cada povo, por dentro, nu paz social e

trinária em face dos problemas do lui-

cpie facilito a paz entre os po\os, em vez de turbá-la som tréguas. Perante o

A doutrina dêsses princípios, que se con

lização cios centros de produção e de moradia; operando unia refusão, em con

insuces.so cias rofnas c a vaga torren-

sideram fundamentados com certeza, diz

cial das inovações, cumpre descobrir

respeito ao espírito e à pessoa humana,

junto, das legislações e das instituições

normas novas para a ação coletiva, cum pre lançar novas bases para a ordem

comunidade, ao trabalho e à cooperação,

"A própria reforma dos costumes, que a muitos parece a mais essencial, é im

universal.

íY poupança e ao progresso.

possível sem a tran.sformação dos cen

cessidades coletixas e pessoais, o espírito

tros de vida e sem a reforma das insti tuições.

dos homens deve altcar-se até a inteli

"É mister suprimir-se a imensa má quina de fabricar o proletariado ou, mais

mundial. Longo do capitular diante da complexidade das técnicas c das estnitu-

exatamente, a imensa mácjuina de fa

ras, 'onge de resignar-se a suportar a lei

se apresenta não como um edifício amea

bricar uma burguesia egoísta, um funcio-

do dinheiro ou a lei da fôrça, deve o

ritual do homem; poderíamos acrescentar

çado de ruína, mas antes como um or

naiismo estreito, um proletariado em re

homcnn moderno crescer intelectualmen

intrigas políticas, soas guerras inloi na

cionais, porque as relações não sc har monizam pe'.o preceito do mútuo serviço. Tomíi#am-se instáveis os equilíbrios

sociais. E o próprio homem se desfigu rou. Porquanto seu "equilíbrio interior

depende profundamente do meio em que vive, tornou-se estranho à sua na tureza; necessidades e gostos fictícios nele se desenvolveram; supremo sinal de decadência, êle chegou ao ponto de que rer seu próprio mal!" {M — p. 12). 4.

Necessiclade de turui revolução.

Em face dêsse mundo moderno, que

cios cosliiiovs, cias relações entre pes.soas, entre profissões, entre povos; efetuando a transformação e determinando a loca

intcmacionais.

»

"Para visar a melhor satisfação das ne

gência da vocação humana e da situação

mem em si e das coletividades humanas.

aos bens c aos valores, à família e ã

Pela adesão que esteja disposto a dar a esses princípios, conscientemente e sin ceramente, poderá qualquer um verifi car o grau de ligação que é capaz de ter com o n^o^^mento "Economia e Hu

manismo". Já nos referimos, de passa gem, ao reconhecimento da parte espi

ganismo doente, a tarefa que se im põe é limpidamente bosquejada nos se

te, tecnicamente, moralmente, espiritual mente, a fim de se reassenhorear do seu

agora, sempre a título exemplificati\'o, algumas poucas "manchcttes", respigadas à margem das citadas "Positions-

guintes parágrafos das "Positions-Clefs"

destino" (PC — pp. 5/6).

Clefs":

Antes de tudo o mais, deve o homem

de "Economia e Humanismo".

"À medida que se acentuam o malestar social e o desequilíbrio econômico,

retomar consciência de sua verdadeira

as iniciativas particulares multiplicam

mem senão o produtor e o consumidor, o

grandeza.

"Não havendo visto no ho

"Desconhecer a Deus, espírito primei

ro, é mutilar-se, pois a natureza não esgota nossos anseios; é votar-se ao deses pero. — O trabalho é a valorização do

seus esforços, os partidos os projetos de

capitalismo construiu um mundo desu

Uni\'erso; é um dever social. Por seu es

reforma, e os Estados suas intervenções,

mano; não tendo reconhecido no homem

todavia sem chegar a restabelecer a con

sua substância espiritual, o marxismo exa

forço coordenado, os homens devem ele\'ar-se, não se explorar mutuamente. Pa ra,além do capitalismo e da estalização, situa-se a cooperação, geradora do equ> Hbrio; realizada na justiça e no respeito

cerba os desejos humanos, sem probabi

córdia, nem suprimir a sub-alimentação

de numerosas camadas de população, nem abolir a condição proletária. "Não basta, com efeito, que simples

campos; o imenso empreendimento de

mente .se restaure o revestimento de um

construir na feiúra; a imensa barragem

prédio em condições de ruir. São pre

urbana contra a vida.

volta, inclusive sub-proletários desiimanizados; a imensa bomba de sugar os

lidades de vir a satisfazô-los"; por não 'evarem na devida conta a natureza do

agricultura e a indústria; entre a produ

homem, "o individualismo e o estatísmo procuram em vão o princípio de seu equi'íbrio" (OC — p. 165). É preciso urgentemente refazer as esIvuturas, eis um ponto pacífico; porém, c preciso refazê-las na justa e exata

quadros de vida econômica e política, a

ção o a distribuição; os campos e a ci

"medida do homem".

serem experimentados e adotados por etapas. Em outros termos, trata-se de

dade; o proletariado e a burguesia; en

cisas novas estruturas de trabalho, de

produção, de relações sociais. Faz-se mister planejar antecipadamente novos

preparar, dirigir e realizar uma revolução

que não' deverá consistir numa s mples

mudança de governos, com o remendo das velha.s instituições.

"É uma revolução total que se im

põe, envolvendo a reforma dos espíritos.

"Diante das oposições permanentes e dolorosas cio mundo moderno; entre a

tre a autarquia e os intercâmbios; os

5.

Os planos de Economia^e Humanismo

das complementaridades, ela se chama "comunidade". —A família e uma co

munidade natural cujas leis fundamen tais não cabe aos poderes públicos modi ficar; ela existe para a criança e por esta

é responsável; deve ser fecunda e educa dora. — O progresso material é querido por Deus, por-estar a serviço do progres so moral; é pro\'eitoso para todos, sobre tudo os humildes.

O verdadeiro pro

países menores e os maiores; os países pobres e os países ricos; os países gas tos e os países jovens; entre democracia

Para delinear novos rumos para o por

sos ao mesmo tempo, progresso mate

e ditadura,' direito e força, lealdade e

vir da humanidade, "Economia e Hu

rial, moral, cultural, espiritiial, sobrena

propaganda — é preciso meditar e pre

manismo" parlo de vários princípios di retores, os quais fixam sua posição dou-

tural; é ü equilibriu cnlro os progressos bierarquizados..."

parar um regime novo que estabilize

gresso é a resultante de todos os progres


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34

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Dicesto Econóauco

cada povo, por dentro, nu paz social e

trinária em face dos problemas do lui-

cpie facilito a paz entre os po\os, em vez de turbá-la som tréguas. Perante o

A doutrina dêsses princípios, que se con

lização cios centros de produção e de moradia; operando unia refusão, em con

insuces.so cias rofnas c a vaga torren-

sideram fundamentados com certeza, diz

cial das inovações, cumpre descobrir

respeito ao espírito e à pessoa humana,

junto, das legislações e das instituições

normas novas para a ação coletiva, cum pre lançar novas bases para a ordem

comunidade, ao trabalho e à cooperação,

"A própria reforma dos costumes, que a muitos parece a mais essencial, é im

universal.

íY poupança e ao progresso.

possível sem a tran.sformação dos cen

cessidades coletixas e pessoais, o espírito

tros de vida e sem a reforma das insti tuições.

dos homens deve altcar-se até a inteli

"É mister suprimir-se a imensa má quina de fabricar o proletariado ou, mais

mundial. Longo do capitular diante da complexidade das técnicas c das estnitu-

exatamente, a imensa mácjuina de fa

ras, 'onge de resignar-se a suportar a lei

se apresenta não como um edifício amea

bricar uma burguesia egoísta, um funcio-

do dinheiro ou a lei da fôrça, deve o

ritual do homem; poderíamos acrescentar

çado de ruína, mas antes como um or

naiismo estreito, um proletariado em re

homcnn moderno crescer intelectualmen

intrigas políticas, soas guerras inloi na

cionais, porque as relações não sc har monizam pe'.o preceito do mútuo serviço. Tomíi#am-se instáveis os equilíbrios

sociais. E o próprio homem se desfigu rou. Porquanto seu "equilíbrio interior

depende profundamente do meio em que vive, tornou-se estranho à sua na tureza; necessidades e gostos fictícios nele se desenvolveram; supremo sinal de decadência, êle chegou ao ponto de que rer seu próprio mal!" {M — p. 12). 4.

Necessiclade de turui revolução.

Em face dêsse mundo moderno, que

cios cosliiiovs, cias relações entre pes.soas, entre profissões, entre povos; efetuando a transformação e determinando a loca

intcmacionais.

»

"Para visar a melhor satisfação das ne

gência da vocação humana e da situação

mem em si e das coletividades humanas.

aos bens c aos valores, à família e ã

Pela adesão que esteja disposto a dar a esses princípios, conscientemente e sin ceramente, poderá qualquer um verifi car o grau de ligação que é capaz de ter com o n^o^^mento "Economia e Hu

manismo". Já nos referimos, de passa gem, ao reconhecimento da parte espi

ganismo doente, a tarefa que se im põe é limpidamente bosquejada nos se

te, tecnicamente, moralmente, espiritual mente, a fim de se reassenhorear do seu

agora, sempre a título exemplificati\'o, algumas poucas "manchcttes", respigadas à margem das citadas "Positions-

guintes parágrafos das "Positions-Clefs"

destino" (PC — pp. 5/6).

Clefs":

Antes de tudo o mais, deve o homem

de "Economia e Humanismo".

"À medida que se acentuam o malestar social e o desequilíbrio econômico,

retomar consciência de sua verdadeira

as iniciativas particulares multiplicam

mem senão o produtor e o consumidor, o

grandeza.

"Não havendo visto no ho

"Desconhecer a Deus, espírito primei

ro, é mutilar-se, pois a natureza não esgota nossos anseios; é votar-se ao deses pero. — O trabalho é a valorização do

seus esforços, os partidos os projetos de

capitalismo construiu um mundo desu

Uni\'erso; é um dever social. Por seu es

reforma, e os Estados suas intervenções,

mano; não tendo reconhecido no homem

todavia sem chegar a restabelecer a con

sua substância espiritual, o marxismo exa

forço coordenado, os homens devem ele\'ar-se, não se explorar mutuamente. Pa ra,além do capitalismo e da estalização, situa-se a cooperação, geradora do equ> Hbrio; realizada na justiça e no respeito

cerba os desejos humanos, sem probabi

córdia, nem suprimir a sub-alimentação

de numerosas camadas de população, nem abolir a condição proletária. "Não basta, com efeito, que simples

campos; o imenso empreendimento de

mente .se restaure o revestimento de um

construir na feiúra; a imensa barragem

prédio em condições de ruir. São pre

urbana contra a vida.

volta, inclusive sub-proletários desiimanizados; a imensa bomba de sugar os

lidades de vir a satisfazô-los"; por não 'evarem na devida conta a natureza do

agricultura e a indústria; entre a produ

homem, "o individualismo e o estatísmo procuram em vão o princípio de seu equi'íbrio" (OC — p. 165). É preciso urgentemente refazer as esIvuturas, eis um ponto pacífico; porém, c preciso refazê-las na justa e exata

quadros de vida econômica e política, a

ção o a distribuição; os campos e a ci

"medida do homem".

serem experimentados e adotados por etapas. Em outros termos, trata-se de

dade; o proletariado e a burguesia; en

cisas novas estruturas de trabalho, de

produção, de relações sociais. Faz-se mister planejar antecipadamente novos

preparar, dirigir e realizar uma revolução

que não' deverá consistir numa s mples

mudança de governos, com o remendo das velha.s instituições.

"É uma revolução total que se im

põe, envolvendo a reforma dos espíritos.

"Diante das oposições permanentes e dolorosas cio mundo moderno; entre a

tre a autarquia e os intercâmbios; os

5.

Os planos de Economia^e Humanismo

das complementaridades, ela se chama "comunidade". —A família e uma co

munidade natural cujas leis fundamen tais não cabe aos poderes públicos modi ficar; ela existe para a criança e por esta

é responsável; deve ser fecunda e educa dora. — O progresso material é querido por Deus, por-estar a serviço do progres so moral; é pro\'eitoso para todos, sobre tudo os humildes.

O verdadeiro pro

países menores e os maiores; os países pobres e os países ricos; os países gas tos e os países jovens; entre democracia

Para delinear novos rumos para o por

sos ao mesmo tempo, progresso mate

e ditadura,' direito e força, lealdade e

vir da humanidade, "Economia e Hu

rial, moral, cultural, espiritiial, sobrena

propaganda — é preciso meditar e pre

manismo" parlo de vários princípios di retores, os quais fixam sua posição dou-

tural; é ü equilibriu cnlro os progressos bierarquizados..."

parar um regime novo que estabilize

gresso é a resultante de todos os progres


I

■v vw

^!-«|.i.^t-^ 36

Diciisro

E assim por diante.

A partir dos seus postulados doutriná

rios,

Economia éP Humanismo" Humanícmo" trata ♦ rnfn de f\í> Economia

planejar a reconstituição dos quadros de

vida e de trabalho, conforme um sis tema próprio, espécie de arcabouço -de uma revolução económico-social, elabora do em relação estreita com os dados au

feridos de um sereno balanço das reali

dades concretas. Tal sistema c fruto dc

discussões entre estudiosos c, por isso mesmo que precede as novas estruturas

entrevistas, fica sujeito a revisões opor tunas.

Finalmente,, a execução dos planos

pode ser prèviamente

tódica de formas novas de as.sociaçáo c

de

novos

nhando

esti'os

"Economia

de

e obedecendo

vida, à

acompa

reforma

dos

costumei".

"É provável que a incompreensão ou os egoísmos dos homens e das facções

hajam de rctarclá-Ia muitas xèzes.

É

possível mesmo (jue (ila fracasse c (jue,

b •— investigar as causas diretas e in

tão, com relativa segurança,, elaborar e

diretas dessa infelicidade real; c — intcr\'ir para atenuar ou suprimir

propor as soluções. Esta base geral do moHmento rece

tais causas, fazendo-o pela estreita cola

beu, entre nós, aos 26 de julho último,

boração de grande número de pessoas

a denominação de "Sagmacs" — socie dade para a análise gráfica c mecanográfica aplicada aos complexos sociais. A justificação dèstc nome pode Ic-

que trabalhem dc coração unanime, já que ó bom sabida a incficiCmcia dos homens

isolados,

cm

tarefas

desse

após alguns progressos parciais, no pior dos caos. . ." (PC — p. 69).

ambicionada.

dos gráficos na expressão e sinopse dos

sado o seu surto, recaia então o mundo,

E.sta última perspectiva, posto qim sombria, serve para acentuar que a ins tauração

cio

bem

co

mum, como realida de duradoura, supõe o

respeito da

liberdade

humana.

e

Entremcntes, a revo

aguarda deve começar por bai-xo, pelo jôgo de

res, por grupos de ho

ir-sc-á

fazendo

pelo esfórço dos melho mens do mesmo pen

"equipes" animadas do mesmo espírito, aceitan

samento, decididos A transformar o mundo

do a mesma doutrina, procedendo consoante o mesmo método, "equi pes" que hajam tomado

dentro do cpie é con creto,

daquilo

possível, do

o

que e

acompanhan desenrolar

dos

acontecimentos.

6.

derá alargar o seu setor de ação" (PC

tentativa,

- p. 73).

traça um programa metódico:

e

Humanismo"

A reestruturação do mundo não pode rá processar-se instantáneamente: por

mens- concretos de nosso tempo, nas

mais depressa que se inicie, poderá es

condições em que se encontram enqua

tender-se por sôbre várias gerações, se

drados nas diversas sociedades ou comu

não sobre mais de um século. "Não há

de fazer-se pela cólera cega e pelo der

nidades de que são membros (não os problemas do homem abstrato dos flló-

ramamento de sangue, mas sim por eta

pas, num longo trabalho de reconstiução

a — estudar

a

infelicidade

dos ho

São bem conhecidas as ^'antagens

resultados numéricos.

esforços positivos o construtores.

manismo" vale-se largamente desta téc

A

"Economia e Hu

ação se prolonga c se completa: a — procurando o cpie falta à felici

nica, a i«meçar pelos diagranias carte-

dade dos homens de no.sso tempo; b — investigando os meios dc encami

recurso próprio, para traduzir os resul

c — ajudando-os praticamente a atin gi-la (MEH - p. 125). Não se visa, pois, vagamente a feli cidade "dos homens", mas a felicidade

"desses homens" que encontramos em nosso caminho.

São estes que nos fa

zem compreender a infcMcidadc genera

sianos c polares ordinários.

Mas, como

tados de seus principais inquéritos, uti liza diagramas monográficos especiais, patentes Lebret, os quais possuem in-

contestàvelmonte uma grande força de || expressão.

Êsses diagramas, concebidos com enge nho e perícia, "representam uma nova

técnica para a análise dos fatos econômi cos e sociais, para a medida dos equilí-

situação deles é que podemos influ"r efi

brios o das tendências, para a previsão das incidências dos acontecimentos politi-

cazmente, pois que estão ein no^so ca

cos o das evoluções econômicas sôbre a

minho; se o fizermos, estaremos promo vendo, de modo progressivo, o desapa

v'da dos homens, ofício por oficio, indus tria por indústria, território por território, o assim por diante (GM II — p. 89).

lizada das multidões humanas.

Sobre a

Daí a existência de um centro de es

Para levar por diante essa indeclinável

to.

ser meras lulas negativas, mas sobretudo

recimento de todos os infelizes.

Sagnuics.

"Economia

Os esforços não devem

nhá-los à fclic'dadc;

lução

mana, para ne'es introduzir a Justiça. À medida que cada qual fôr adquirin do mais experiência e mais domínio, po

37

Er:í>N<>Miro

^'a^-nos, nesta altura, a uma digressão intereí:sante com respeito a alguns a.spcctos originais desta parte bá.sica do movimen

havendo a loucura dos homens parali

Humani.smo", "a revo lução que o mundo

por encargo setores restrilòs chi vida hu

D H'iiST(>

gênero. Todavia, a infcMcidade (pie se deseja re mover .só importa dc fato como o revor.so de uma fc'ícidade legitimamente

tica de ação, que cons titui a parte política do Para

Ecü^•«')^uco

c de legi-slação, com experiiucnlação me

regulada por uma tá movimento.

PIIW I* ' ^ .gr 1*

Sobre uma única folha, uma linha si

tudos, para efetuar pesquisas e análise.s

nuosa, cujas inflexões resumem as in

.sobre as realidades humanas, econômicas

formações colhidas sôbre um dctenui-

c sociais.

nado objeto, fornece uma apreciação ge

"Economia e Humanismo" não

pretende descer aprioristicamente dos princípios gerais, porém abstratos, para ensaiar empiricamente os meios de aten

ral e segura sôbre o valor e o equilíbrio caso, conforme a nota de mérito impu

.sofos, ou do homem do passado, cujo

der aos problemas da vida humana. Mas, antes de tudo, procura conhecer bem, tão cientificamente quanto possível, os cljernentos qualitativos e quantitativos

estudo é considerado subsidiário);

que compõem essas realidades, para en

grama, bem como a disposição das fai-

do objeto.

A forma e a posição dessa

linha indicatriz é determinada, cm cada tada

aos

diversos

dos no objeto.

atributos considera

Os números índices,

de que depende o aspecto final do dia


I

■v vw

^!-«|.i.^t-^ 36

Diciisro

E assim por diante.

A partir dos seus postulados doutriná

rios,

Economia éP Humanismo" Humanícmo" trata ♦ rnfn de f\í> Economia

planejar a reconstituição dos quadros de

vida e de trabalho, conforme um sis tema próprio, espécie de arcabouço -de uma revolução económico-social, elabora do em relação estreita com os dados au

feridos de um sereno balanço das reali

dades concretas. Tal sistema c fruto dc

discussões entre estudiosos c, por isso mesmo que precede as novas estruturas

entrevistas, fica sujeito a revisões opor tunas.

Finalmente,, a execução dos planos

pode ser prèviamente

tódica de formas novas de as.sociaçáo c

de

novos

nhando

esti'os

"Economia

de

e obedecendo

vida, à

acompa

reforma

dos

costumei".

"É provável que a incompreensão ou os egoísmos dos homens e das facções

hajam de rctarclá-Ia muitas xèzes.

É

possível mesmo (jue (ila fracasse c (jue,

b •— investigar as causas diretas e in

tão, com relativa segurança,, elaborar e

diretas dessa infelicidade real; c — intcr\'ir para atenuar ou suprimir

propor as soluções. Esta base geral do moHmento rece

tais causas, fazendo-o pela estreita cola

beu, entre nós, aos 26 de julho último,

boração de grande número de pessoas

a denominação de "Sagmacs" — socie dade para a análise gráfica c mecanográfica aplicada aos complexos sociais. A justificação dèstc nome pode Ic-

que trabalhem dc coração unanime, já que ó bom sabida a incficiCmcia dos homens

isolados,

cm

tarefas

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após alguns progressos parciais, no pior dos caos. . ." (PC — p. 69).

ambicionada.

dos gráficos na expressão e sinopse dos

sado o seu surto, recaia então o mundo,

E.sta última perspectiva, posto qim sombria, serve para acentuar que a ins tauração

cio

bem

co

mum, como realida de duradoura, supõe o

respeito da

liberdade

humana.

e

Entremcntes, a revo

aguarda deve começar por bai-xo, pelo jôgo de

res, por grupos de ho

ir-sc-á

fazendo

pelo esfórço dos melho mens do mesmo pen

"equipes" animadas do mesmo espírito, aceitan

samento, decididos A transformar o mundo

do a mesma doutrina, procedendo consoante o mesmo método, "equi pes" que hajam tomado

dentro do cpie é con creto,

daquilo

possível, do

o

que e

acompanhan desenrolar

dos

acontecimentos.

6.

derá alargar o seu setor de ação" (PC

tentativa,

- p. 73).

traça um programa metódico:

e

Humanismo"

A reestruturação do mundo não pode rá processar-se instantáneamente: por

mens- concretos de nosso tempo, nas

mais depressa que se inicie, poderá es

condições em que se encontram enqua

tender-se por sôbre várias gerações, se

drados nas diversas sociedades ou comu

não sobre mais de um século. "Não há

de fazer-se pela cólera cega e pelo der

nidades de que são membros (não os problemas do homem abstrato dos flló-

ramamento de sangue, mas sim por eta

pas, num longo trabalho de reconstiução

a — estudar

a

infelicidade

dos ho

São bem conhecidas as ^'antagens

resultados numéricos.

esforços positivos o construtores.

manismo" vale-se largamente desta téc

A

"Economia e Hu

ação se prolonga c se completa: a — procurando o cpie falta à felici

nica, a i«meçar pelos diagranias carte-

dade dos homens de no.sso tempo; b — investigando os meios dc encami

recurso próprio, para traduzir os resul

c — ajudando-os praticamente a atin gi-la (MEH - p. 125). Não se visa, pois, vagamente a feli cidade "dos homens", mas a felicidade

"desses homens" que encontramos em nosso caminho.

São estes que nos fa

zem compreender a infcMcidadc genera

sianos c polares ordinários.

Mas, como

tados de seus principais inquéritos, uti liza diagramas monográficos especiais, patentes Lebret, os quais possuem in-

contestàvelmonte uma grande força de || expressão.

Êsses diagramas, concebidos com enge nho e perícia, "representam uma nova

técnica para a análise dos fatos econômi cos e sociais, para a medida dos equilí-

situação deles é que podemos influ"r efi

brios o das tendências, para a previsão das incidências dos acontecimentos politi-

cazmente, pois que estão ein no^so ca

cos o das evoluções econômicas sôbre a

minho; se o fizermos, estaremos promo vendo, de modo progressivo, o desapa

v'da dos homens, ofício por oficio, indus tria por indústria, território por território, o assim por diante (GM II — p. 89).

lizada das multidões humanas.

Sobre a

Daí a existência de um centro de es

Para levar por diante essa indeclinável

to.

ser meras lulas negativas, mas sobretudo

recimento de todos os infelizes.

Sagnuics.

"Economia

Os esforços não devem

nhá-los à fclic'dadc;

lução

mana, para ne'es introduzir a Justiça. À medida que cada qual fôr adquirin do mais experiência e mais domínio, po

37

Er:í>N<>Miro

^'a^-nos, nesta altura, a uma digressão intereí:sante com respeito a alguns a.spcctos originais desta parte bá.sica do movimen

havendo a loucura dos homens parali

Humani.smo", "a revo lução que o mundo

por encargo setores restrilòs chi vida hu

D H'iiST(>

gênero. Todavia, a infcMcidade (pie se deseja re mover .só importa dc fato como o revor.so de uma fc'ícidade legitimamente

tica de ação, que cons titui a parte política do Para

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c de legi-slação, com experiiucnlação me

regulada por uma tá movimento.

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Sobre uma única folha, uma linha si

tudos, para efetuar pesquisas e análise.s

nuosa, cujas inflexões resumem as in

.sobre as realidades humanas, econômicas

formações colhidas sôbre um dctenui-

c sociais.

nado objeto, fornece uma apreciação ge

"Economia e Humanismo" não

pretende descer aprioristicamente dos princípios gerais, porém abstratos, para ensaiar empiricamente os meios de aten

ral e segura sôbre o valor e o equilíbrio caso, conforme a nota de mérito impu

.sofos, ou do homem do passado, cujo

der aos problemas da vida humana. Mas, antes de tudo, procura conhecer bem, tão cientificamente quanto possível, os cljernentos qualitativos e quantitativos

estudo é considerado subsidiário);

que compõem essas realidades, para en

grama, bem como a disposição das fai-

do objeto.

A forma e a posição dessa

linha indicatriz é determinada, cm cada tada

aos

diversos

dos no objeto.

atributos considera

Os números índices,

de que depende o aspecto final do dia


*-r^*r < Dicesto

Dicesto Econômico

xas correspondentes aos vários atributos, são escolhidos de tal modo que os êxitos

e boas qualidades são figurados por um alargamento, os insucessos c deficiências por uma retração com respeito a uma

linha media; por uma disposição aná

criança ou adolescente), a análise dos

discutidas nas obras básicas de seus fun

dadores c dirigentes. Podemos adaptar

tica da composição humana e do equilí brio econômico das cidades c das regiões;

o estudo do seu equilíbrio cultural, espor tivo, sanitário, administrativo, cultuai. Na verdade, os elementos muito diver sos que são corrétamente reunidos em

ifói^a sinótica, nesses diagramas origi

nais, poderiam ser subestimados ou mes

mo passar despercebidos, emprcgandose os processos mecanográficos habituais.

Pôr tal método de análise dos "comple xos sociais" e pelo apèrfciçoamento in troduzido na transposição dos dados es tatísticos, pode-se recobrir toda a ativi dade humana, nfio diremos de alto-a-baixo, mas precisamente de baixo para ci ma, pois que os registros devem ser

feitos a partir dos comple.xos profissio nais e geográficos de base, por locahdade ou pequena região (GM II — pp 90-91). 7.

A inscrição dos núcleos brasileiros.

Vem a propósito referirmos que aqui no Brasil o movimento "Economia e-

Humanismo" está sendo lançado numa

fase de relativo adiantamento. Não par timos do marco zero, tendo de criar

métodos de pesquisa dos fatos e modelos de expressão mais adequada-para inter IÉU»..v.

A miserlcórdUi c a Economia

O mim-

materialista, nega, as próprias razões do As análises dos comp'cxos

seu progresso: é uma miséria uiii\'er'

econômicos e sociais, proces.sacla.s segundo os mé

sal.

todos de "Economia e PIumanismo' perniitem como

lanço objetivo na situação da imensa família humana, a começar pelos

que "medir", com relativa precisão, o Par-

mcns do seu caminho", fica inquieto e angustiado. Sente seus devores para

tindo-.se do princípio de que todo ho mem, em ípialqucr camada .social, tem

com a coletividade. Poderá decidir-se a lutar contra a miséria dos liomens, seus

necessidade dc um mínimo dc saúde, de

irmãos.

grau das infelicicladvs humanas.

ao nosso meio os quadros de organização f{ue sou tirocínio confirmou.

nificado da cultiuti em seral.

do contemporâneo, por e.vcessivamcnte

Ilmnaiui.

meiras doutrinas para sistematizar uma

lares, das moradias, dos ba'rros, assim co

S9

Econômico

ação renovadora. Grande parte deste lrabal])0 pioneiro já foi feito em França o a nós outros, no Brasil, c outorgada a imensa vantagem de aproN-eilar a valio sa experiência do movimenlo francês. Podemos reler as doutrinas gerais de "Economia c Humanismo", expostas e

ções agrícolas, dos centros urbanos; a crí

8.

pretação dos resultados. Não temos que definir princípios, nem elaborar as pri

loga, ficam patentes os cquilíbrios c os desequilíbrios. Tais diagramas facilitam a análise das pessoas (homem, mulher, moço, moça,

mo a análise das empresas, das explora

i.pj'«ijiyfm

nutrição, vestuário, alojamento, seguran

Podemos

servir-nos de seus instrumentos patentea

Quem teve ocasião de dar um ba

Assim SC desperta a vocação da mise

ça, instrução, dcscanço, superação — os

ricórdia.

diagramas revelam como é pequena a

O sentido etimológico desta

porcentagem dos homens de nosso tempo,

pa'avra está bem de acordo com a inter pretação que lhe consagrou o Evaiige

plexos bunianos, econômicos o sociais, na

que acedem efetivamente a todos êsses

lho; fazer misericórdia é passar a nuse- ^

fôrma particular com que se apresentam

mínimos.

dos de análi.se gráfica, para dcsen\olvimento dc no.ssos estudos sobre os com

Por c.xemplo, o proletariado por defi nição é o conjunto cios trabalhadores sem

aqui no Brasil. Podemos encher-nos do

zê"o e de entusiasmo coinpulsando rela tórios sôbrc notáveis experiências de con tato com as misérias humanas, tais co

ria dos outros para o próprio coração- ||| No mundo de hoje, a misericórdia m-

cultura e sem segurança; é. portanto,

dividuàl, a que se pode e.vercer de pes soa a pessoa, mostra-se ineficaz; ahvia

uma turba numerosa que carece de con

de falo uma miséria durante alguns ins

mo vários equipista.s nô-las transmitem,

dições indispensáveis a uma vida ver

em obras documentárias do mais alto va

dadeiramente

lor como testemunhos da \ida contempo rânea. E —• porque não dize-lo também?

meios, falta a capacidade de apanhar

tantes, porém sem debelar suas causas; é radicahnente insuficiente. Para ata car de cheio as infelicklades dos ho

plenamente a realidade das coisas (co

mens, a misericórdia eficaz há de visar a

que "Economia e Humanismo" tem obti

dadores não fazem segredo das dificul

dades e da incompreensão que acompa nharam seus passos iniciais. (®°) (*■*')

São

particularmente

instrutivos,

entre outros, os seguintes trabalhos, que contêm aplicações es])cciais dos princí pios de

"Economia

e

Humanismo", e da

ordem comunitária preconizada: Artaud, M. "Le métier d'agriculteur".

Bouillo, J. N. "L'expérience pédagogique de Moutiers". Dubois, A. "Structures nouvelles dans Tentreprise". Gatheron,

Lõwe,

M.

J.

R.

M.

"Le

"Les

pain

et

dockers

ror".

de

Mar-

seille".

Voisin, P. "Une politique de riiabitat" XXX.

São

"La

todas

communauté Boismondeau",

obras

editadas

nomie et Humanisme".

por

"Eco-

Em

outros

mo entre os nossos "caipiras") ou para

— podemos animar-nos com os resultados

do em França, já que os próprios fun

humana.

í

desmascarar a demagogia dos maus políticos. Quantos homens não che gam sequer a conceber um programa honesto de vida, por falta de um equi líbrio moral e espiritual!

A sulj-nutri-

supressão de suas causas, sempre mais proiimdas e mais extensas (MEH —p.8)E s porque "Economia e Humanismo" procura, pela análise c "conjuntura" dos complexos, descobrir os motivos últi mos das misérias hümanas, assim como

ção é mais generalizada do que pa

as razões de ser dos relativos sucessos.

rece; mesmo onde há recursos suficientes,

Procedendo ab estudo crítico das situa

ela existe por ignorância da a'imentação mais adequada ou por impossibili dade de con.segui-la pràticamente. No seio da burguesia, a abundância dos bens materiais contrasta muitas vezes com a

estreiteza do espírito. Os estudos são quase sempre excessivamente técnicos e

especializados;

nota-se a míngua da

cultura humanista, o estudo do homem

em si, que permitiria adquirir-se o sig

ções reais, pôde categorizar as neco.ssida-

des e estruturar uma hierarquia dos bens.

Há os bens "prinubios" ou osscnc'aÍs,

necessários à conservação da vida, ou à sua dignidade. Os bens "secundários" o

"terciáiios" vêm depois, são os qu® servem o homem, mas dos quais êle poderia prescindir; bens que lhe assegu

ram mais satisfação à existência, sem


*-r^*r < Dicesto

Dicesto Econômico

xas correspondentes aos vários atributos, são escolhidos de tal modo que os êxitos

e boas qualidades são figurados por um alargamento, os insucessos c deficiências por uma retração com respeito a uma

linha media; por uma disposição aná

criança ou adolescente), a análise dos

discutidas nas obras básicas de seus fun

dadores c dirigentes. Podemos adaptar

tica da composição humana e do equilí brio econômico das cidades c das regiões;

o estudo do seu equilíbrio cultural, espor tivo, sanitário, administrativo, cultuai. Na verdade, os elementos muito diver sos que são corrétamente reunidos em

ifói^a sinótica, nesses diagramas origi

nais, poderiam ser subestimados ou mes

mo passar despercebidos, emprcgandose os processos mecanográficos habituais.

Pôr tal método de análise dos "comple xos sociais" e pelo apèrfciçoamento in troduzido na transposição dos dados es tatísticos, pode-se recobrir toda a ativi dade humana, nfio diremos de alto-a-baixo, mas precisamente de baixo para ci ma, pois que os registros devem ser

feitos a partir dos comple.xos profissio nais e geográficos de base, por locahdade ou pequena região (GM II — pp 90-91). 7.

A inscrição dos núcleos brasileiros.

Vem a propósito referirmos que aqui no Brasil o movimento "Economia e-

Humanismo" está sendo lançado numa

fase de relativo adiantamento. Não par timos do marco zero, tendo de criar

métodos de pesquisa dos fatos e modelos de expressão mais adequada-para inter IÉU»..v.

A miserlcórdUi c a Economia

O mim-

materialista, nega, as próprias razões do As análises dos comp'cxos

seu progresso: é uma miséria uiii\'er'

econômicos e sociais, proces.sacla.s segundo os mé

sal.

todos de "Economia e PIumanismo' perniitem como

lanço objetivo na situação da imensa família humana, a começar pelos

que "medir", com relativa precisão, o Par-

mcns do seu caminho", fica inquieto e angustiado. Sente seus devores para

tindo-.se do princípio de que todo ho mem, em ípialqucr camada .social, tem

com a coletividade. Poderá decidir-se a lutar contra a miséria dos liomens, seus

necessidade dc um mínimo dc saúde, de

irmãos.

grau das infelicicladvs humanas.

ao nosso meio os quadros de organização f{ue sou tirocínio confirmou.

nificado da cultiuti em seral.

do contemporâneo, por e.vcessivamcnte

Ilmnaiui.

meiras doutrinas para sistematizar uma

lares, das moradias, dos ba'rros, assim co

S9

Econômico

ação renovadora. Grande parte deste lrabal])0 pioneiro já foi feito em França o a nós outros, no Brasil, c outorgada a imensa vantagem de aproN-eilar a valio sa experiência do movimenlo francês. Podemos reler as doutrinas gerais de "Economia c Humanismo", expostas e

ções agrícolas, dos centros urbanos; a crí

8.

pretação dos resultados. Não temos que definir princípios, nem elaborar as pri

loga, ficam patentes os cquilíbrios c os desequilíbrios. Tais diagramas facilitam a análise das pessoas (homem, mulher, moço, moça,

mo a análise das empresas, das explora

i.pj'«ijiyfm

nutrição, vestuário, alojamento, seguran

Podemos

servir-nos de seus instrumentos patentea

Quem teve ocasião de dar um ba

Assim SC desperta a vocação da mise

ça, instrução, dcscanço, superação — os

ricórdia.

diagramas revelam como é pequena a

O sentido etimológico desta

porcentagem dos homens de nosso tempo,

pa'avra está bem de acordo com a inter pretação que lhe consagrou o Evaiige

plexos bunianos, econômicos o sociais, na

que acedem efetivamente a todos êsses

lho; fazer misericórdia é passar a nuse- ^

fôrma particular com que se apresentam

mínimos.

dos de análi.se gráfica, para dcsen\olvimento dc no.ssos estudos sobre os com

Por c.xemplo, o proletariado por defi nição é o conjunto cios trabalhadores sem

aqui no Brasil. Podemos encher-nos do

zê"o e de entusiasmo coinpulsando rela tórios sôbrc notáveis experiências de con tato com as misérias humanas, tais co

ria dos outros para o próprio coração- ||| No mundo de hoje, a misericórdia m-

cultura e sem segurança; é. portanto,

dividuàl, a que se pode e.vercer de pes soa a pessoa, mostra-se ineficaz; ahvia

uma turba numerosa que carece de con

de falo uma miséria durante alguns ins

mo vários equipista.s nô-las transmitem,

dições indispensáveis a uma vida ver

em obras documentárias do mais alto va

dadeiramente

lor como testemunhos da \ida contempo rânea. E —• porque não dize-lo também?

meios, falta a capacidade de apanhar

tantes, porém sem debelar suas causas; é radicahnente insuficiente. Para ata car de cheio as infelicklades dos ho

plenamente a realidade das coisas (co

mens, a misericórdia eficaz há de visar a

que "Economia e Humanismo" tem obti

dadores não fazem segredo das dificul

dades e da incompreensão que acompa nharam seus passos iniciais. (®°) (*■*')

São

particularmente

instrutivos,

entre outros, os seguintes trabalhos, que contêm aplicações es])cciais dos princí pios de

"Economia

e

Humanismo", e da

ordem comunitária preconizada: Artaud, M. "Le métier d'agriculteur".

Bouillo, J. N. "L'expérience pédagogique de Moutiers". Dubois, A. "Structures nouvelles dans Tentreprise". Gatheron,

Lõwe,

M.

J.

R.

M.

"Le

"Les

pain

et

dockers

ror".

de

Mar-

seille".

Voisin, P. "Une politique de riiabitat" XXX.

São

"La

todas

communauté Boismondeau",

obras

editadas

nomie et Humanisme".

por

"Eco-

Em

outros

mo entre os nossos "caipiras") ou para

— podemos animar-nos com os resultados

do em França, já que os próprios fun

humana.

í

desmascarar a demagogia dos maus políticos. Quantos homens não che gam sequer a conceber um programa honesto de vida, por falta de um equi líbrio moral e espiritual!

A sulj-nutri-

supressão de suas causas, sempre mais proiimdas e mais extensas (MEH —p.8)E s porque "Economia e Humanismo" procura, pela análise c "conjuntura" dos complexos, descobrir os motivos últi mos das misérias hümanas, assim como

ção é mais generalizada do que pa

as razões de ser dos relativos sucessos.

rece; mesmo onde há recursos suficientes,

Procedendo ab estudo crítico das situa

ela existe por ignorância da a'imentação mais adequada ou por impossibili dade de con.segui-la pràticamente. No seio da burguesia, a abundância dos bens materiais contrasta muitas vezes com a

estreiteza do espírito. Os estudos são quase sempre excessivamente técnicos e

especializados;

nota-se a míngua da

cultura humanista, o estudo do homem

em si, que permitiria adquirir-se o sig

ções reais, pôde categorizar as neco.ssida-

des e estruturar uma hierarquia dos bens.

Há os bens "prinubios" ou osscnc'aÍs,

necessários à conservação da vida, ou à sua dignidade. Os bens "secundários" o

"terciáiios" vêm depois, são os qu® servem o homem, mas dos quais êle poderia prescindir; bens que lhe assegu

ram mais satisfação à existência, sem


Dicrsto EcoNÓ>aco

iO

Drot:sTí>

que privado deles tivesse de perecer: satisfazem necessidades de facilidade ou

de confôrtp, necessidade de invenção e

mens para crescer pela aceitação do es

verdadeiro cristão: pelo contnirio, lodo aquele que sc rctcza numa po.sição egoís

de progresso, necessidade de máxima uti

forço penoso e do sofrimento". (PC —

ta, só por i.s.so já abandona o plano di

lização da natureza, necessidade de contínua superação (OC — p. 173). Êste conceito de hierarquização dos bens constitui uma das pedras angulares da "Economia Humana", que é o reen-

p. 24).

vino, deixa dc ser fiel ao Cristianismo.

direitamento da escala dos valores, a

mens novos, ambiciosos de prestar ser

saber, a Economia a serviço do Homem.

viços, que ponham sua felicidade no de

Toda sociedade deve assegurar aos seus membros os bens primários, de que

sempenho de tarefas difíceis; homens que tenham consciência dc .se engran

outrem sem retribuí-lo por

todos necessitam. E a distribuição dos

decer seriindo ao bem comum, dc se

ninguém aceitaria cpiahpier

divíduos, lançados para in

enriquecer cm valores humanos mesmo

privilégio sem uma corres

tentá-la. Mas, "Economia e

bens, em geral, produzidos em massa tão extensa quanto possível, deve ser

feita conforme a ordem de urgência das necessidades e não segundo a hierarquia das capacidades de pagamento (M — p. 19). É a substituição da economia do proveito pela economia da necessidade

W (OC-p. 176). ^ Iríamos muito longe se, neste tópico, fossemos dar mesmo um simples apa

'

!

Econômico

\'erdadeíraincnlc. Será mister, pürtanlo> em qualquer hipótese, preparar os ho

nhado dos princípios de uma economia hmriana e das luminosas perspectíva.s da

ordem comunitária que ela propõe para reforma das estruturas capitalistas. Todavia, um comentário ainda sv faz

"Tanto assim, (pie não luueria proble 9.

Tarefa para criatãos.

A reconstrução do mundo supòe "ho

ficando pobres em valores que se medem por moeda" (OC — p. 184). É uma forma avançada de solidane-

dade humana, que requer, por parte de seus militantes, um "itinerário pessoal e vivo" através das misérias e dificulda

des do próximo. Na vanguarda da revo lução que se impõe, para melhorar as condições dos homens, há um lugar na

ra uma vida integral. Mais do que isso,

quer atender ao fato de que todo ho mem traz consigo um anseio de plenitu de, um ideal de superação dc si mesmo, quo não deve morrer sufocado peh^

blemas de rcNolução, se os cristãos fos

adversidade das condições ambientes. A tarefa de meMioria tia luunanldadi',

sem assaz numerosos no mundo c "se

dc luta constante contra os elementos

f()ssem assaz cristãos": pois, ninguém

que procuram diminui-la c rebaixá-la,

mas sociais, (piestücs de estruturas, pro

é uma dessas tarefas que fa zem sentir-se a pequenez de qualquer agnipamento de in

aceitaria dc vi\cr à custa dc outros

tantos

benefícios,

pondente prestação dc servi

Humanismo", consciente da

ços, ninguém açambarcaria riqueza alguma exclusivamen te para si, ninguém havia de

força de seus postulados e confiante no esforço dos ho

mens de boa-vontade, é oti

mista quanto à efícacia de

querer desfrutar segurança sem a simultânea copartici-

sua ação.

Constitue um campo aber to a todos os que lealmente

pação dos outros" (CM I — p. 91).

Na abnegação dc si mesmo, na de

KKJ -

U

lUUUd

UO

_7 ^

desejem instaurar neste mundo a maior

turalmente indicado para os cristãos. Hasta lembrar a palavra dc Cristo: m/sc-

fesa dos humildes, no devotamento aos

soma de bens materiais, morais, cultu

infelizes, no culto da verdade, na cria

rais, espirituais e sobrenaturais, para ofe

reor .super turbam.

ção da confiança miitua, no zelo da se

gurança pessoal e familiar, os verdadei

recerem a tôda a imensa família hu mana, numa atmosfera de equilíbrio, a

Os cristãos deste século XX devem

mister, para acentuar uma das marcas

tomar posição no mundo ein marcha,

ros cristãos lançam as bases sólidas das

justa oportunidade de ascender polo me

cujas tendências não podem vogar a

distintivas de "Economia e Humanismo".

mercê de torças cegas. Pois são êles os depositários da plena verdade, a qual

comunidades humanas hierarquizadas, os alicerces duma ordem jurídica estável, os fundamentos da paz duradoura. Ao mundo estreitado pelas facilidades de

nos a um nível de rida verdadeiramente digno do homem.

"Ê ilusório pensar-se que, após haver escapado às faltas que resultam da pés

vai muito a'ém dos horizontes entreaber-

Que a semente lançada no Velho Con

tinente, em plena tragédia da segunda

sima gestão atual do patrimônio comum,

tos pelos reformadores materialistas. O

ficarão os homens a salvo de todas as

comunicação e e.xtremamente dúadido,

guerra mundial, possa germinar depres

patrimônio inestimável de segurança, que

só êles trazem um princípio valioso de

sa entre nós, nesta terra ainda em for

dificuldades, de todos os sofrimentos e

tem o Cristianismo para a apreciação do

unidade: a adesão à verdade e a co

mação, onde já há tantos males acumu

da morte.

mundo e das coisas, deveria fazer que

lados, reclamando soluções urgentes, e

tempos.

Os progressos da racionali

zação do trabalho e os progressos da

em tôrno dos cristãos se agrupassem

justiça poderão diminuir a dor dos ho

os outros, idealistas, para conseguirem

munhão no amor (GM I — p. 70). Eis porque "Economia e Humanismo" muito espera da colaboração decidida

mens, porém não aniquilá-la. Aliás, no

juntos uma melhoria durável da hu

dos cristãos.

estado atual da humanidade, ninguém atinge à vida superior sem passar pela dor. Quem não houver sofrido, com batido, suportado não terá adquirido o

manidade.

soal ou coletivo, dos meios de produ

domínio de si mesmo, não é homem

ção, não constituem problemas para o

A justa repartição dos trabalhos e dos

10.

Fecho

na qual há também o constante prenun

cio 6 a firme esperança de melhores BIBLIOGRAFIA

bens-de-consumo, o uso cquitutlvo, pes "Economia e Humanismo" visa uma

ascensão de tôda a humanidade. Quer dar a todos um mínimo de condições pa

Dubois, A. — Gatheron, J. M. — Lebret, L. J. — Loew, M. R. — Moos, M. F. — Moreux, R. — Perroux. F.


Dicrsto EcoNÓ>aco

iO

Drot:sTí>

que privado deles tivesse de perecer: satisfazem necessidades de facilidade ou

de confôrtp, necessidade de invenção e

mens para crescer pela aceitação do es

verdadeiro cristão: pelo contnirio, lodo aquele que sc rctcza numa po.sição egoís

de progresso, necessidade de máxima uti

forço penoso e do sofrimento". (PC —

ta, só por i.s.so já abandona o plano di

lização da natureza, necessidade de contínua superação (OC — p. 173). Êste conceito de hierarquização dos bens constitui uma das pedras angulares da "Economia Humana", que é o reen-

p. 24).

vino, deixa dc ser fiel ao Cristianismo.

direitamento da escala dos valores, a

mens novos, ambiciosos de prestar ser

saber, a Economia a serviço do Homem.

viços, que ponham sua felicidade no de

Toda sociedade deve assegurar aos seus membros os bens primários, de que

sempenho de tarefas difíceis; homens que tenham consciência dc .se engran

outrem sem retribuí-lo por

todos necessitam. E a distribuição dos

decer seriindo ao bem comum, dc se

ninguém aceitaria cpiahpier

divíduos, lançados para in

enriquecer cm valores humanos mesmo

privilégio sem uma corres

tentá-la. Mas, "Economia e

bens, em geral, produzidos em massa tão extensa quanto possível, deve ser

feita conforme a ordem de urgência das necessidades e não segundo a hierarquia das capacidades de pagamento (M — p. 19). É a substituição da economia do proveito pela economia da necessidade

W (OC-p. 176). ^ Iríamos muito longe se, neste tópico, fossemos dar mesmo um simples apa

'

!

Econômico

\'erdadeíraincnlc. Será mister, pürtanlo> em qualquer hipótese, preparar os ho

nhado dos princípios de uma economia hmriana e das luminosas perspectíva.s da

ordem comunitária que ela propõe para reforma das estruturas capitalistas. Todavia, um comentário ainda sv faz

"Tanto assim, (pie não luueria proble 9.

Tarefa para criatãos.

A reconstrução do mundo supòe "ho

ficando pobres em valores que se medem por moeda" (OC — p. 184). É uma forma avançada de solidane-

dade humana, que requer, por parte de seus militantes, um "itinerário pessoal e vivo" através das misérias e dificulda

des do próximo. Na vanguarda da revo lução que se impõe, para melhorar as condições dos homens, há um lugar na

ra uma vida integral. Mais do que isso,

quer atender ao fato de que todo ho mem traz consigo um anseio de plenitu de, um ideal de superação dc si mesmo, quo não deve morrer sufocado peh^

blemas de rcNolução, se os cristãos fos

adversidade das condições ambientes. A tarefa de meMioria tia luunanldadi',

sem assaz numerosos no mundo c "se

dc luta constante contra os elementos

f()ssem assaz cristãos": pois, ninguém

que procuram diminui-la c rebaixá-la,

mas sociais, (piestücs de estruturas, pro

é uma dessas tarefas que fa zem sentir-se a pequenez de qualquer agnipamento de in

aceitaria dc vi\cr à custa dc outros

tantos

benefícios,

pondente prestação dc servi

Humanismo", consciente da

ços, ninguém açambarcaria riqueza alguma exclusivamen te para si, ninguém havia de

força de seus postulados e confiante no esforço dos ho

mens de boa-vontade, é oti

mista quanto à efícacia de

querer desfrutar segurança sem a simultânea copartici-

sua ação.

Constitue um campo aber to a todos os que lealmente

pação dos outros" (CM I — p. 91).

Na abnegação dc si mesmo, na de

KKJ -

U

lUUUd

UO

_7 ^

desejem instaurar neste mundo a maior

turalmente indicado para os cristãos. Hasta lembrar a palavra dc Cristo: m/sc-

fesa dos humildes, no devotamento aos

soma de bens materiais, morais, cultu

infelizes, no culto da verdade, na cria

rais, espirituais e sobrenaturais, para ofe

reor .super turbam.

ção da confiança miitua, no zelo da se

gurança pessoal e familiar, os verdadei

recerem a tôda a imensa família hu mana, numa atmosfera de equilíbrio, a

Os cristãos deste século XX devem

mister, para acentuar uma das marcas

tomar posição no mundo ein marcha,

ros cristãos lançam as bases sólidas das

justa oportunidade de ascender polo me

cujas tendências não podem vogar a

distintivas de "Economia e Humanismo".

mercê de torças cegas. Pois são êles os depositários da plena verdade, a qual

comunidades humanas hierarquizadas, os alicerces duma ordem jurídica estável, os fundamentos da paz duradoura. Ao mundo estreitado pelas facilidades de

nos a um nível de rida verdadeiramente digno do homem.

"Ê ilusório pensar-se que, após haver escapado às faltas que resultam da pés

vai muito a'ém dos horizontes entreaber-

Que a semente lançada no Velho Con

tinente, em plena tragédia da segunda

sima gestão atual do patrimônio comum,

tos pelos reformadores materialistas. O

ficarão os homens a salvo de todas as

comunicação e e.xtremamente dúadido,

guerra mundial, possa germinar depres

patrimônio inestimável de segurança, que

só êles trazem um princípio valioso de

sa entre nós, nesta terra ainda em for

dificuldades, de todos os sofrimentos e

tem o Cristianismo para a apreciação do

unidade: a adesão à verdade e a co

mação, onde já há tantos males acumu

da morte.

mundo e das coisas, deveria fazer que

lados, reclamando soluções urgentes, e

tempos.

Os progressos da racionali

zação do trabalho e os progressos da

em tôrno dos cristãos se agrupassem

justiça poderão diminuir a dor dos ho

os outros, idealistas, para conseguirem

munhão no amor (GM I — p. 70). Eis porque "Economia e Humanismo" muito espera da colaboração decidida

mens, porém não aniquilá-la. Aliás, no

juntos uma melhoria durável da hu

dos cristãos.

estado atual da humanidade, ninguém atinge à vida superior sem passar pela dor. Quem não houver sofrido, com batido, suportado não terá adquirido o

manidade.

soal ou coletivo, dos meios de produ

domínio de si mesmo, não é homem

ção, não constituem problemas para o

A justa repartição dos trabalhos e dos

10.

Fecho

na qual há também o constante prenun

cio 6 a firme esperança de melhores BIBLIOGRAFIA

bens-de-consumo, o uso cquitutlvo, pes "Economia e Humanismo" visa uma

ascensão de tôda a humanidade. Quer dar a todos um mínimo de condições pa

Dubois, A. — Gatheron, J. M. — Lebret, L. J. — Loew, M. R. — Moos, M. F. — Moreux, R. — Perroux. F.


DunCSTO

— Thíbon, G. "Manifcslc d'Économíe et Humanísme".

E & H,

ano 1, n.° especial, Fev. Mars (1942), pp. 1-22 (Referido no texto pela inicial M). Lebret, L. J. "A Economia Humana". Curso professado na Escola LivTc de Sociologia e Política de

São Paulo. Edição mimeográfica (1947). (CEH).

Idem. "Guide du militant". CoUection Economie et Humanismo, Paris-

L'Arbresle (1946). Tomo I, 1.58 p. Tomo II, 184 p. Lebret, L. J. e Desroches, H. Ch. "La

métliode d'Economie et Humanisme". E & H, ano 3, n.° 12, Mars-

Avril ( 1944). (MEH).

Kc:()NÓMlCO

pp.

SISTEMAS

121-134.

Lebret, L. J. "Príncipes pour raction". Economie et Ilumaiiisme, L'Ar-

breslc (1945), 108 p.

Lebret, L. J. c Desroches. II. Ch. "Refaire les tissus". E ôr H, ano 4, n." 18, Mars-A\TÍl (1945). pp113-133.

Lebret, L. J. e Gatheron, J. M. "L'ordrc communautairc. Príncipes et

perspectives d'une economie humaino". E & H, ano 2, n.'' 6,

Mars-Avril (1943), pp. 161-262 (OC).

.xxx. "Positions-Clefs". E &H, ano 5, n.''

23, Jan-Fév. (1946), pp- 1-84 (PC).

I. — Em matéria de organização fi

nanceira, ü ideal seria que cada Estado, no constituir a.s suas fontes de receita

tema", no definir dos léxicos, não" é

plano recentemente anunciado. Assim e que a cifra mensal de exportações de alt^odão deverá atingir 7 milhões

Filho, no artigo que ora publicamos, estuda as relações entre os sistenuis tri

como a que fez, por exemplo, Pescatore, de submeter a legislação tributária a di

retrizes dertuídas de uma legislação ^ mais alfa, qual a que é imposta pela ^

ordem natural das coisas. Deu-lhe, aliás,

o genial autor da "Lógica dei Diritto o

significativo título de "Lógica delle Im

diferentes tributos para a svistcntação e

posto", esclarecendo que tinha por in

fortalecimento do ei-ário, isso mesmo rea-

tuito expor os princípios de D.rcito, le-

lizas.scm numa perfeita sintonia, diri gindo-se, vale dizer, aos mesmos obje-

gig'ação, economia social e ordenação dos tributos, que da referida "Lógica"

tivo.s, tanto de índole financeira, como

defuiriam.

ainda econômicos, sociais e políticos.

haver em matéria tributária...

Um sistema assim, porém, não en

cidade com os renresentanfes patronais e operários da indústria nlfiodoeira, aos quais explicou o pope. que desempenharão no incremento das exportações, previsto no

O professor Paulo Barbosa de Campos

(de parte, é bem cie ver, as chamadas butários federal c locais, apontando tnrendas patrimoniais), somente recorres convenientes do regtnie de pluralidade se à decretação de tributos que uns aos vidente entre iiéí. outros, nas suas incidências, se comple tassem, jamais onerando, a títulos seme o lugar e as condiç.ões econômicas, de lhantes, üs mesmos objetos e, o que mocráticas, políticas e sociais de cada ainda mais importaria, harinonizando-se, povo" (Principü di politica, diritto e também, nos seus próprios efeitos e na . scienza dellc finanze, p. 34). turais repercussões recíprocas. Ter-se-ia, Precisamente porisso, assumem o ça« assim', algo que realmente merecesse o ráter de mòras locubvações teóricas, ou nome de "sistema" tributário, pois "si.s- de quase devaneio subjetivo, tentativas, apenas "combinação de partes entre si coordenadas para certo resultado" (Cân dido de Figueiredo), mas é também "união ou en'acc de princípio.s" (Morais c Frei Domingos Vieira), requ-sito que também se verificaria se, convergindo os

SíV Staffoid Cnpps, previdente da Câmara do Comércio, entrevistou-se ne.sta

TRIBUTÁRIOS

por Paulo Baubosa de Campos Filho

contra exemplo na realidade. Na co nhecida expressão de Mac Cullocli, ci tado por Veiga Fhho (Ciência das Fi nanças, § 42), "aquele que espera ver

Como se lógica pudesse

2. •— A essa natural contingência, de

não poder,reahz;ir-se, na prática, verda deiro sistema tiàbutário, não poderia,

evidentemente, ter fugido o nosso Brasil.

E não fugiu. Uma noção de quanto

urh sistema perfeito de impostos, espera

houve de arbilTibio na formação das nos

e meio de toneladas em meados de 1948 e 9.100.000 em fins dâsle ano, ou um acréscimo de 70% com relação às exportações de 1945.

o que não é, não foi, nem há de ser

Os esforços dos industriais devem concentrar-se nos produtos altamente manu faturados, que podem ser vendidos no estrant^eiro a preços mais elevados que os a.ríigos semi-acabados. O presidente da Câmara do Comércio adiaritou que, graças à renrf^anização da

sas fontes tributárias, tè-la-á quem con sulte, entre outros, o já citado Veiga

em Grioziotti, quando lembra que os

mão-de-ohra_ e do ccpiinamento, vode-se ohler um aumento de cinqüenta por cento

na produção. O problema imediato não é constituído pela falta de mercadof Exterior, ituis precisamente pela diminuta produção do país.

nunca".

E a razão disso encontrámo-la

Filho, na parte em que descreve o re

sistemas financeiros "não .são criações ar

gime tr butário do Brasil quando coló-

bitrárias dos homens políticos, nem tão

nià.

pouco, dos estudiosos, mas, na sua maior

acentua ele, reportando-se a Batista de Oliveira — que o próprio erário régio, "durante o tempo de sua gestão, nun-

parte, o produto de condições históricas,

pelo que variam de acordo com o tempo,

Era esse regime tão vicioso —


DunCSTO

— Thíbon, G. "Manifcslc d'Économíe et Humanísme".

E & H,

ano 1, n.° especial, Fev. Mars (1942), pp. 1-22 (Referido no texto pela inicial M). Lebret, L. J. "A Economia Humana". Curso professado na Escola LivTc de Sociologia e Política de

São Paulo. Edição mimeográfica (1947). (CEH).

Idem. "Guide du militant". CoUection Economie et Humanismo, Paris-

L'Arbresle (1946). Tomo I, 1.58 p. Tomo II, 184 p. Lebret, L. J. e Desroches, H. Ch. "La

métliode d'Economie et Humanisme". E & H, ano 3, n.° 12, Mars-

Avril ( 1944). (MEH).

Kc:()NÓMlCO

pp.

SISTEMAS

121-134.

Lebret, L. J. "Príncipes pour raction". Economie et Ilumaiiisme, L'Ar-

breslc (1945), 108 p.

Lebret, L. J. c Desroches. II. Ch. "Refaire les tissus". E ôr H, ano 4, n." 18, Mars-A\TÍl (1945). pp113-133.

Lebret, L. J. e Gatheron, J. M. "L'ordrc communautairc. Príncipes et

perspectives d'une economie humaino". E & H, ano 2, n.'' 6,

Mars-Avril (1943), pp. 161-262 (OC).

.xxx. "Positions-Clefs". E &H, ano 5, n.''

23, Jan-Fév. (1946), pp- 1-84 (PC).

I. — Em matéria de organização fi

nanceira, ü ideal seria que cada Estado, no constituir a.s suas fontes de receita

tema", no definir dos léxicos, não" é

plano recentemente anunciado. Assim e que a cifra mensal de exportações de alt^odão deverá atingir 7 milhões

Filho, no artigo que ora publicamos, estuda as relações entre os sistenuis tri

como a que fez, por exemplo, Pescatore, de submeter a legislação tributária a di

retrizes dertuídas de uma legislação ^ mais alfa, qual a que é imposta pela ^

ordem natural das coisas. Deu-lhe, aliás,

o genial autor da "Lógica dei Diritto o

significativo título de "Lógica delle Im

diferentes tributos para a svistcntação e

posto", esclarecendo que tinha por in

fortalecimento do ei-ário, isso mesmo rea-

tuito expor os princípios de D.rcito, le-

lizas.scm numa perfeita sintonia, diri gindo-se, vale dizer, aos mesmos obje-

gig'ação, economia social e ordenação dos tributos, que da referida "Lógica"

tivo.s, tanto de índole financeira, como

defuiriam.

ainda econômicos, sociais e políticos.

haver em matéria tributária...

Um sistema assim, porém, não en

cidade com os renresentanfes patronais e operários da indústria nlfiodoeira, aos quais explicou o pope. que desempenharão no incremento das exportações, previsto no

O professor Paulo Barbosa de Campos

(de parte, é bem cie ver, as chamadas butários federal c locais, apontando tnrendas patrimoniais), somente recorres convenientes do regtnie de pluralidade se à decretação de tributos que uns aos vidente entre iiéí. outros, nas suas incidências, se comple tassem, jamais onerando, a títulos seme o lugar e as condiç.ões econômicas, de lhantes, üs mesmos objetos e, o que mocráticas, políticas e sociais de cada ainda mais importaria, harinonizando-se, povo" (Principü di politica, diritto e também, nos seus próprios efeitos e na . scienza dellc finanze, p. 34). turais repercussões recíprocas. Ter-se-ia, Precisamente porisso, assumem o ça« assim', algo que realmente merecesse o ráter de mòras locubvações teóricas, ou nome de "sistema" tributário, pois "si.s- de quase devaneio subjetivo, tentativas, apenas "combinação de partes entre si coordenadas para certo resultado" (Cân dido de Figueiredo), mas é também "união ou en'acc de princípio.s" (Morais c Frei Domingos Vieira), requ-sito que também se verificaria se, convergindo os

SíV Staffoid Cnpps, previdente da Câmara do Comércio, entrevistou-se ne.sta

TRIBUTÁRIOS

por Paulo Baubosa de Campos Filho

contra exemplo na realidade. Na co nhecida expressão de Mac Cullocli, ci tado por Veiga Fhho (Ciência das Fi nanças, § 42), "aquele que espera ver

Como se lógica pudesse

2. •— A essa natural contingência, de

não poder,reahz;ir-se, na prática, verda deiro sistema tiàbutário, não poderia,

evidentemente, ter fugido o nosso Brasil.

E não fugiu. Uma noção de quanto

urh sistema perfeito de impostos, espera

houve de arbilTibio na formação das nos

e meio de toneladas em meados de 1948 e 9.100.000 em fins dâsle ano, ou um acréscimo de 70% com relação às exportações de 1945.

o que não é, não foi, nem há de ser

Os esforços dos industriais devem concentrar-se nos produtos altamente manu faturados, que podem ser vendidos no estrant^eiro a preços mais elevados que os a.ríigos semi-acabados. O presidente da Câmara do Comércio adiaritou que, graças à renrf^anização da

sas fontes tributárias, tè-la-á quem con sulte, entre outros, o já citado Veiga

em Grioziotti, quando lembra que os

mão-de-ohra_ e do ccpiinamento, vode-se ohler um aumento de cinqüenta por cento

na produção. O problema imediato não é constituído pela falta de mercadof Exterior, ituis precisamente pela diminuta produção do país.

nunca".

E a razão disso encontrámo-la

Filho, na parte em que descreve o re

sistemas financeiros "não .são criações ar

gime tr butário do Brasil quando coló-

bitrárias dos homens políticos, nem tão

nià.

pouco, dos estudiosos, mas, na sua maior

acentua ele, reportando-se a Batista de Oliveira — que o próprio erário régio, "durante o tempo de sua gestão, nun-

parte, o produto de condições históricas,

pelo que variam de acordo com o tempo,

Era esse regime tão vicioso —


wm 44

Dioesto

ca soube o que arrecadou nem o que

Econômico

habilitada

butários, .sob o qiuil lemos vivido, isso, sob certo aspecto, é um mal. Afastada, com efeito, a possibilidade de um só sistema, com as qualidades

para dar um balanço regülar de suas li mitadas transações de receber e pagar"

ideais a que de coméç-o nos referimos, o que se segue na ordem natural das pre

(ob. cit. p. 209). De contribuições sem

ferencias c ainda

conta, "criadas, lançadas e arrecadadas, sem método, ordem, uniformidade, ou

mesmo que eivado das inevitáveis im perfeições próprias das coisas Imim-

sistema, nas diversas províncias desde os mais remotos tempos da Colônia", foi que se estruturou — assinala Amaro

nas.

nha à disposição, de um só poder tri-

Cavalcanti (Elementos de Finanças, p. 239) — o quadro tributário do Império,

perior disciplinução jurídico-udministrativa, todos os tributos de possível arreca

despendeu em todo o Brasil; e, o que ainda mais maraviUia, nenhuma das jun tas

de fazenda

se

achava

um

sistema

DrCESTO

único,

Ef^ONÓMICO

mos é marcada pluralidade de sistemas

esse incentivo depende eni grande parte

tributários, uui dc''es, o federal, a se-

dc favores fiscais só eonccssíveis pelos

estender a todo o leriitóiio do País,

Municípios?

outros, os estadnai.s, a .se limitarem às I ndas dos - vinte Estados e outros, afi nal, circun.screvendo-se às áreas meno

Reflita o leitor sobre os e.xemplos apresentados (que não são, aliás, os ún-"cos, nem os melhores) e verá que

res de algims milhares de Mrmicípios. Pense-se, itm pouco, na desencontrada

não exageramos quando, sob certo as

gestão de todos èsscs sistemas por gover

pecto, reputamos um mal o regime de

de quando datam os primeiros esforços

dação no País.

Só assim se toma pos

Bem analisada, a'iás, a nossa organiza

lio sentido de se racionahzarem as nos

sível, parece-nos a nós, retirar dos di

ção tributária, o que temos ó a atribui

versos tributos dos quais se constitua a receita pública, as virtualidades de que são capazes, nem só como fonte de re ceita (a unidade, por outro lado, sim plifica o aparelho arrecadador), como ainda — o que é de particular impor

ção, a poderes tributantes distintos, de

plurahdade de sistemas, que caracteriza a nossa organização tributária. Não se suponha, entretanto — impõe-se aqui a ad\'ertência — preferíssemos nós, à discriminação de rendas vigente, ou tro dos possíveis modos de piu-tilha do poder de tributar entre os Governos cen tral e locais. Acreditamos mesmo que é o melhor de todos êles e que corres

partes concretas de um possível sistema

ponde a indeclinável exigência do pró

tributário único, com todos os incon

prio regime federativo. Onde, pois, a solução? — A nosso ver,

tância — como meio de se alcançarem

Governo da União, no intuito de favo

os fins econômicos, sociais e políticos,

recer determinada indústria, que seja de interesse nacional, imponha maiores

tributário, que melhor entrosem o exer cício, pelos referidos governos, das suas faculdades legislativas. Já o dissemos noutro trabalho, e aqui o repetimos.

tarifas aos produtos similares estrangei ros. Não poderá essa política do Go-

nas pela atribuição de todos os tribu

vêrno

tos a um só Govêmo, como também, e

sas finanças. Separado o orçamento ge ral do provincial — êsse o primeiro pas so no sentido da ordenação — esbo-

çou-se, na lei de 183õ, uma primeira discriminação de rendas entre o Covêmo Imperial e os das Províncias, enu merando o referido diploma legislativo as imposições que integravam a recei

ta geral, de modo a ficarem para as Províncias todas as demais. Tão res tritas, porém — a explicação é ainda de-

Veiga Filho — foram as fontes de recei

nos entre si diferentes, dotados, ade

Um regime, acentuemos, que po

mais, de ampla autonomia legislati\a pela própria Constituição, c difícil não será concluir que longe nos achamos do ideal em tão importante assunto.

butante, ou submeta a uma só e su

venientes daí resultantes.

Alguns exemplos porão em evidência tais inconvenientes. Suponhamos que o

a que também se proponha o poder público. Num só sistema, aliás, ainda que constituído de numerosos tributos, ou porisso mesmo que integrado por

central

ver-se

contrariada, na

i

na adoção de normas gerais de direito

Unidade de sistema não se obtém ape

ta deixadas aos governos provinciais, que

lun grande número deles, é que fôru

prática, pelo govêmo do Município em

até melhor, pela imiforme utilização de

se viram êstes na necessidade de nem

possível melhor encontrar os clá.ssicos requisitos da produtividade e da elastici

qüe situado o estabelecimento industrial,

les por parte dos diferentes go\'emos,

com o sujeitá-lo a maiores tributos imo

pelos quais estejam dispersos.

dade, tão necessários, este sobretudo, ao bom funcionamento das finanças públicas. Ora, entre nós, competente a União

biliários, ou de indústrias e profissões? Como, noutro exemplo, poderá o Go

só agravar tributos existentes, como de recorrer à decretação de novos.

E o

que daí resultou foi confusão ainda maior, que só começou a ser desfeita quando aclarados os quadros tributá rios da União e dos Estados, pela pri meira Constituição republicana. 3. — Mas essa, como as posteriores

discriminações, se por um lado parece

que corresponderam aos fins a que fo ram destinadas, aplainando dificuldades,

dissipando dúvidas e removendo causas de conflitos, por outro instituíram e consolidaram, no País, o complexo re

gime de pluralidade de sistemas tri

para decretar e arrecadar certos e deter minados tributos (importação, consumo,

renda, etc.); competentes os Estados para o lançamento e arrecadação de

i

*

determinados outros (vendas c consigna

ções, transmissão de propriedade, ex portação, etc.); e competentes, por fim. os Municípios para decretar e auferir ou tros ainda (predial e territorial urbanos, licença, diversões públicas, indústrias e profissões, etc.) — o que realmente te-

A

A nova Constituição, aliás, deu ao

vêmo Federal, como é de sua alçada,

Govêmo da União competência piua le gislar sôbre "normas gerais de direito

criar um clima desfavorável a certas di

fínanceiro" (artigo 5.® n.® XV, letra h),

versões ilícitas, ou favorecer atividades

que lhe pareçam dignas de proteção,

competência que não exclui a legisla ção estadual .supletiva ou complemen

se as melhores armas para tanto, que

tar (arHgo 6.°).

seriam o aumento ou a diminuição de impostos, não lhe estão imediatamen

dispositivo, d"sse Pontes de Miranda que

te ao alcance, por pertencerem dito.s im postos a outros poderes tributantes? Co mo podei-á, ainda num terceiro exem plo, incentivar o mesmo Govêrno as constmções de casas de moradia, se

Referindo-se a esse

ê'e oferece margem para obra de gênio, de quem "busque a linha adequada en tre o interêsse nacional e o interesse

regional, local, das finanças". Não es

tará na aplicação dêle o remédio para "os inconvenientes que apontamos?


wm 44

Dioesto

ca soube o que arrecadou nem o que

Econômico

habilitada

butários, .sob o qiuil lemos vivido, isso, sob certo aspecto, é um mal. Afastada, com efeito, a possibilidade de um só sistema, com as qualidades

para dar um balanço regülar de suas li mitadas transações de receber e pagar"

ideais a que de coméç-o nos referimos, o que se segue na ordem natural das pre

(ob. cit. p. 209). De contribuições sem

ferencias c ainda

conta, "criadas, lançadas e arrecadadas, sem método, ordem, uniformidade, ou

mesmo que eivado das inevitáveis im perfeições próprias das coisas Imim-

sistema, nas diversas províncias desde os mais remotos tempos da Colônia", foi que se estruturou — assinala Amaro

nas.

nha à disposição, de um só poder tri-

Cavalcanti (Elementos de Finanças, p. 239) — o quadro tributário do Império,

perior disciplinução jurídico-udministrativa, todos os tributos de possível arreca

despendeu em todo o Brasil; e, o que ainda mais maraviUia, nenhuma das jun tas

de fazenda

se

achava

um

sistema

DrCESTO

único,

Ef^ONÓMICO

mos é marcada pluralidade de sistemas

esse incentivo depende eni grande parte

tributários, uui dc''es, o federal, a se-

dc favores fiscais só eonccssíveis pelos

estender a todo o leriitóiio do País,

Municípios?

outros, os estadnai.s, a .se limitarem às I ndas dos - vinte Estados e outros, afi nal, circun.screvendo-se às áreas meno

Reflita o leitor sobre os e.xemplos apresentados (que não são, aliás, os ún-"cos, nem os melhores) e verá que

res de algims milhares de Mrmicípios. Pense-se, itm pouco, na desencontrada

não exageramos quando, sob certo as

gestão de todos èsscs sistemas por gover

pecto, reputamos um mal o regime de

de quando datam os primeiros esforços

dação no País.

Só assim se toma pos

Bem analisada, a'iás, a nossa organiza

lio sentido de se racionahzarem as nos

sível, parece-nos a nós, retirar dos di

ção tributária, o que temos ó a atribui

versos tributos dos quais se constitua a receita pública, as virtualidades de que são capazes, nem só como fonte de re ceita (a unidade, por outro lado, sim plifica o aparelho arrecadador), como ainda — o que é de particular impor

ção, a poderes tributantes distintos, de

plurahdade de sistemas, que caracteriza a nossa organização tributária. Não se suponha, entretanto — impõe-se aqui a ad\'ertência — preferíssemos nós, à discriminação de rendas vigente, ou tro dos possíveis modos de piu-tilha do poder de tributar entre os Governos cen tral e locais. Acreditamos mesmo que é o melhor de todos êles e que corres

partes concretas de um possível sistema

ponde a indeclinável exigência do pró

tributário único, com todos os incon

prio regime federativo. Onde, pois, a solução? — A nosso ver,

tância — como meio de se alcançarem

Governo da União, no intuito de favo

os fins econômicos, sociais e políticos,

recer determinada indústria, que seja de interesse nacional, imponha maiores

tributário, que melhor entrosem o exer cício, pelos referidos governos, das suas faculdades legislativas. Já o dissemos noutro trabalho, e aqui o repetimos.

tarifas aos produtos similares estrangei ros. Não poderá essa política do Go-

nas pela atribuição de todos os tribu

vêrno

tos a um só Govêmo, como também, e

sas finanças. Separado o orçamento ge ral do provincial — êsse o primeiro pas so no sentido da ordenação — esbo-

çou-se, na lei de 183õ, uma primeira discriminação de rendas entre o Covêmo Imperial e os das Províncias, enu merando o referido diploma legislativo as imposições que integravam a recei

ta geral, de modo a ficarem para as Províncias todas as demais. Tão res tritas, porém — a explicação é ainda de-

Veiga Filho — foram as fontes de recei

nos entre si diferentes, dotados, ade

Um regime, acentuemos, que po

mais, de ampla autonomia legislati\a pela própria Constituição, c difícil não será concluir que longe nos achamos do ideal em tão importante assunto.

butante, ou submeta a uma só e su

venientes daí resultantes.

Alguns exemplos porão em evidência tais inconvenientes. Suponhamos que o

a que também se proponha o poder público. Num só sistema, aliás, ainda que constituído de numerosos tributos, ou porisso mesmo que integrado por

central

ver-se

contrariada, na

i

na adoção de normas gerais de direito

Unidade de sistema não se obtém ape

ta deixadas aos governos provinciais, que

lun grande número deles, é que fôru

prática, pelo govêmo do Município em

até melhor, pela imiforme utilização de

se viram êstes na necessidade de nem

possível melhor encontrar os clá.ssicos requisitos da produtividade e da elastici

qüe situado o estabelecimento industrial,

les por parte dos diferentes go\'emos,

com o sujeitá-lo a maiores tributos imo

pelos quais estejam dispersos.

dade, tão necessários, este sobretudo, ao bom funcionamento das finanças públicas. Ora, entre nós, competente a União

biliários, ou de indústrias e profissões? Como, noutro exemplo, poderá o Go

só agravar tributos existentes, como de recorrer à decretação de novos.

E o

que daí resultou foi confusão ainda maior, que só começou a ser desfeita quando aclarados os quadros tributá rios da União e dos Estados, pela pri meira Constituição republicana. 3. — Mas essa, como as posteriores

discriminações, se por um lado parece

que corresponderam aos fins a que fo ram destinadas, aplainando dificuldades,

dissipando dúvidas e removendo causas de conflitos, por outro instituíram e consolidaram, no País, o complexo re

gime de pluralidade de sistemas tri

para decretar e arrecadar certos e deter minados tributos (importação, consumo,

renda, etc.); competentes os Estados para o lançamento e arrecadação de

i

*

determinados outros (vendas c consigna

ções, transmissão de propriedade, ex portação, etc.); e competentes, por fim. os Municípios para decretar e auferir ou tros ainda (predial e territorial urbanos, licença, diversões públicas, indústrias e profissões, etc.) — o que realmente te-

A

A nova Constituição, aliás, deu ao

vêmo Federal, como é de sua alçada,

Govêmo da União competência piua le gislar sôbre "normas gerais de direito

criar um clima desfavorável a certas di

fínanceiro" (artigo 5.® n.® XV, letra h),

versões ilícitas, ou favorecer atividades

que lhe pareçam dignas de proteção,

competência que não exclui a legisla ção estadual .supletiva ou complemen

se as melhores armas para tanto, que

tar (arHgo 6.°).

seriam o aumento ou a diminuição de impostos, não lhe estão imediatamen

dispositivo, d"sse Pontes de Miranda que

te ao alcance, por pertencerem dito.s im postos a outros poderes tributantes? Co mo podei-á, ainda num terceiro exem plo, incentivar o mesmo Govêrno as constmções de casas de moradia, se

Referindo-se a esse

ê'e oferece margem para obra de gênio, de quem "busque a linha adequada en tre o interêsse nacional e o interesse

regional, local, das finanças". Não es

tará na aplicação dêle o remédio para "os inconvenientes que apontamos?


Dlülrvsro iiCONÓMICl)

Jí6.i[íect(9i6. da (PaUtLca Vmicf.fiatáUa por L. A. Costa Pinto

(clu Uni\er.si(ladf do Brasil)

,^^^^OLÍTiCA imigratória continua

preocupando os interessados ,e os que são, ou julgam ser, entendidos: os pri meiros "agem", legislam, os segundos "pensam" e estudam sôbre os problemas de imigração e, lamentà\elmente, os

dois esforços — como em quase todos os setores da política social brasileira — ra

ramente estão sincronizados, quando so não opõem diametralmente.

E neste

ponto, ao que parece, aquilo que o pro fessor Lynd chamou "the gap belween

the scholar and the practical man" apre senta-se com seus termos invertidos pois sao os homens práticos que ostão com a cabeça cheia de devaneios sôbre o as sunto...

As discussões sobre a política imigra tória brasileira — como, de resto, ocor reu em quase todos os países da Amé rica Latina — que precederam e acom

panharam a ap icação de medidas prá ticas objetivando sua efetivação, pare cem tôdas part r da preliminar de que os portos europeus estão abarrotados de

excedentes demográficos, prontos a dei xarem a pátria para virem recomeçar a vida no paraíso brasileiro. País novo, em crescimento, despovoado e rico, terra da -fortuna, do futuro e da felicidade, seria o Brasil a obsessão, o "Shangri-lá", com que vivem sonhando* os famintos.

c sfarrapado.s, subnutridos e, segundo al

emigração para a América do Sul ijue so pensa c discute sòbrc qual o mcMior imigrante, quantos dêles precisamos, os exames c testes que deverão sofrer para só escolhermos os que nos interessam, os serviços e verbas nece.ssárias para lidar com eles, os efeitos que sua presença

guns, os oprimidos camponeses europeus,

causará cm no.ssa economia e socieda

de.siludidos de suas pátrias, expulsos do "velho" continente pelos "novos" bár

dência européia"... tudo numa abun

baros que por lá se instalaram.

Para

dourar esta pí'ula .sempre se acrescenta

que, além de tudo, as gerações adultas da Europa moderna já lá não encon-.

Iram, para si e para seus descendentes, um lugar onde viver, pois enquanto a população cresce o território não .se

acresce... Imaginando que a Europa c um celeiro de imigrantes e que esta mos vivendo o "século da América", hou ve uma autoridade latino-americana que

calculou em 7 milhões o número de eu

ropeus que emigrarão para a América nos próximos dez anosl Consciente ou inconscientemente, com

tintas mais ou menos carregadas, esse é, sem dúvida, o panorama lírico da situa ção socio-demográfica

que tem

em

de, o cuidado em defender nossa "ascen

dância dc detalhes que faz honra à ima ginação nacional. Costuma-se pensar cm tudo isso menos na validez daquela preliminar fundamental que é o que pre cisa ser discutido: qual a conjuntura de mográfica da Europa cm nossos dias?

Sua população está em crescimento ou em declínio?

Qual a política social e

demográfica adotada pelos diversos paí ses europeus nessa quadra da história? Numa palavra: existe mesmo esse imi grante fantástico de que tanto se fala

\'erdade, porém, é bem outra c os in

sucessos parciais da transferência clc "D.P.'s" para o Brasil — que aqui en

traram pela mesma porta por onde .saí ram os tripulantes do "Graf Spee"... — já estão começando a semear no espírito dos mais crédulos o germe da suspeita de que ê.sses "deslocados" são quase um

perigo e que a Europa- dos nossos dias taVez esteja na fase menos favorável a emigração de tôda sua história. A ana lise mais atenta das tendências demográ-

f cas no continente europeu consolida, irrefutavelmente, êsse ponto de vista.

Os aspectos fundamentais da situação

demográfica do \'elho mundo, onde se

imagina estejam colocadas as fontes de exportação demográfica para o Brasil, foram anteriormente estudados por nós, em colaboração com o professor Jacques Lambert, da Universidade de Lyon, cm trabalho de maior fôlego. Resumiremos

A consideração superficial do problema resulta em imaginar que os pequenos

aqui algumas das concHisões atingidas e alguns dos novos dados surgidos no campo estudado e que, de resto, só fi

contingentes de "deslocados de guerra",

zeram confirmar as pre\'i.sões fonnuladas

artificialmente criados pela cessação das

em 1944 (2), e cujas evidências parece não terem sido levada.s em consideração

o que ninguém ainda viu?

hostilidades em 1945 e pela política con traditória das forças de ocupação, pela

pela opinião predominante na política

sobre imigração no Brasil. Outros de

redistribuição dos prisioneiros de guerra

imigratória brasileira.

finem melhor a situação arrematando: "sempre foi assim", ou então: "na Amé rica do Norte foi assim", que nesses dias que passam, aos ouvidos dos espíritos

nha (1) e ainda pelas rees-

mente a maior"a dos que hoje discutem

simples, soa como fortíssimo argumento.

É ainda partindo da preliminar este reotipada de que existem na Europa

populações e governos interessados na

O sienatàrio du presente artigo, lente da Faculdade Nacional de Filosofia e da Facwdade Nacional ae Ciências Econômicas, da Universidade do Brasil, é o autor do livro "Problèmes Dénwgraphiques Contemporains". em colaboração com o profes sor Jacques Lambert e de numerosos estudos de sociologia, espalhados na imprensa e nas revistas do país. Ê escritor especializado na matéria versada neste ensaio.

truturações sociais determi-,

Basta ler o anle-projeto de lei que se prepara para entrar em discussão no Parlamento e a respectiva

nadas

exposição de motivos para

e dos trabalhadores escra

vos levados para a A^emapelo

aparecimento ^

de novos regimes políticos — respondem afirmativa mente àquela pergunta. A

\'erificar que, apesar dos progressos — vegetativos, digamos assim — feitos em


Dlülrvsro iiCONÓMICl)

Jí6.i[íect(9i6. da (PaUtLca Vmicf.fiatáUa por L. A. Costa Pinto

(clu Uni\er.si(ladf do Brasil)

,^^^^OLÍTiCA imigratória continua

preocupando os interessados ,e os que são, ou julgam ser, entendidos: os pri meiros "agem", legislam, os segundos "pensam" e estudam sôbre os problemas de imigração e, lamentà\elmente, os

dois esforços — como em quase todos os setores da política social brasileira — ra

ramente estão sincronizados, quando so não opõem diametralmente.

E neste

ponto, ao que parece, aquilo que o pro fessor Lynd chamou "the gap belween

the scholar and the practical man" apre senta-se com seus termos invertidos pois sao os homens práticos que ostão com a cabeça cheia de devaneios sôbre o as sunto...

As discussões sobre a política imigra tória brasileira — como, de resto, ocor reu em quase todos os países da Amé rica Latina — que precederam e acom

panharam a ap icação de medidas prá ticas objetivando sua efetivação, pare cem tôdas part r da preliminar de que os portos europeus estão abarrotados de

excedentes demográficos, prontos a dei xarem a pátria para virem recomeçar a vida no paraíso brasileiro. País novo, em crescimento, despovoado e rico, terra da -fortuna, do futuro e da felicidade, seria o Brasil a obsessão, o "Shangri-lá", com que vivem sonhando* os famintos.

c sfarrapado.s, subnutridos e, segundo al

emigração para a América do Sul ijue so pensa c discute sòbrc qual o mcMior imigrante, quantos dêles precisamos, os exames c testes que deverão sofrer para só escolhermos os que nos interessam, os serviços e verbas nece.ssárias para lidar com eles, os efeitos que sua presença

guns, os oprimidos camponeses europeus,

causará cm no.ssa economia e socieda

de.siludidos de suas pátrias, expulsos do "velho" continente pelos "novos" bár

dência européia"... tudo numa abun

baros que por lá se instalaram.

Para

dourar esta pí'ula .sempre se acrescenta

que, além de tudo, as gerações adultas da Europa moderna já lá não encon-.

Iram, para si e para seus descendentes, um lugar onde viver, pois enquanto a população cresce o território não .se

acresce... Imaginando que a Europa c um celeiro de imigrantes e que esta mos vivendo o "século da América", hou ve uma autoridade latino-americana que

calculou em 7 milhões o número de eu

ropeus que emigrarão para a América nos próximos dez anosl Consciente ou inconscientemente, com

tintas mais ou menos carregadas, esse é, sem dúvida, o panorama lírico da situa ção socio-demográfica

que tem

em

de, o cuidado em defender nossa "ascen

dância dc detalhes que faz honra à ima ginação nacional. Costuma-se pensar cm tudo isso menos na validez daquela preliminar fundamental que é o que pre cisa ser discutido: qual a conjuntura de mográfica da Europa cm nossos dias?

Sua população está em crescimento ou em declínio?

Qual a política social e

demográfica adotada pelos diversos paí ses europeus nessa quadra da história? Numa palavra: existe mesmo esse imi grante fantástico de que tanto se fala

\'erdade, porém, é bem outra c os in

sucessos parciais da transferência clc "D.P.'s" para o Brasil — que aqui en

traram pela mesma porta por onde .saí ram os tripulantes do "Graf Spee"... — já estão começando a semear no espírito dos mais crédulos o germe da suspeita de que ê.sses "deslocados" são quase um

perigo e que a Europa- dos nossos dias taVez esteja na fase menos favorável a emigração de tôda sua história. A ana lise mais atenta das tendências demográ-

f cas no continente europeu consolida, irrefutavelmente, êsse ponto de vista.

Os aspectos fundamentais da situação

demográfica do \'elho mundo, onde se

imagina estejam colocadas as fontes de exportação demográfica para o Brasil, foram anteriormente estudados por nós, em colaboração com o professor Jacques Lambert, da Universidade de Lyon, cm trabalho de maior fôlego. Resumiremos

A consideração superficial do problema resulta em imaginar que os pequenos

aqui algumas das concHisões atingidas e alguns dos novos dados surgidos no campo estudado e que, de resto, só fi

contingentes de "deslocados de guerra",

zeram confirmar as pre\'i.sões fonnuladas

artificialmente criados pela cessação das

em 1944 (2), e cujas evidências parece não terem sido levada.s em consideração

o que ninguém ainda viu?

hostilidades em 1945 e pela política con traditória das forças de ocupação, pela

pela opinião predominante na política

sobre imigração no Brasil. Outros de

redistribuição dos prisioneiros de guerra

imigratória brasileira.

finem melhor a situação arrematando: "sempre foi assim", ou então: "na Amé rica do Norte foi assim", que nesses dias que passam, aos ouvidos dos espíritos

nha (1) e ainda pelas rees-

mente a maior"a dos que hoje discutem

simples, soa como fortíssimo argumento.

É ainda partindo da preliminar este reotipada de que existem na Europa

populações e governos interessados na

O sienatàrio du presente artigo, lente da Faculdade Nacional de Filosofia e da Facwdade Nacional ae Ciências Econômicas, da Universidade do Brasil, é o autor do livro "Problèmes Dénwgraphiques Contemporains". em colaboração com o profes sor Jacques Lambert e de numerosos estudos de sociologia, espalhados na imprensa e nas revistas do país. Ê escritor especializado na matéria versada neste ensaio.

truturações sociais determi-,

Basta ler o anle-projeto de lei que se prepara para entrar em discussão no Parlamento e a respectiva

nadas

exposição de motivos para

e dos trabalhadores escra

vos levados para a A^emapelo

aparecimento ^

de novos regimes políticos — respondem afirmativa mente àquela pergunta. A

\'erificar que, apesar dos progressos — vegetativos, digamos assim — feitos em


48

Digesio EcoNÓs,aco

relação ao que havia até hoje sô])re a matéria — o ponto de partida da análise

nhccemos, parece ler esclarecido alguns aspectos da opinião sôbre o assunto que

está sempre refletindo a noção falsa e estereotipada de que o continente euro peu apresenta os excessos demográficos

tèin alguns grupos diretamente interes

que se pretende introduzir no Brasil.

Como é tão freqüente em legislação sòbre matéria técnica, o projeto ora em discussão fundamenta-se em dois pon

vem passar - imagina-se esgotado o assunto. Abstrai-so inteiramente da aná-

hse a questão de saber onde estão os imigrantes e sôbre a abstração ergue-se

o resto, constrói-se a legislação, «iam.se os serviços e distribuem-se as verbas. O imigrante, porém, continua esse fan tasma que até hoje não veio aos nossos portos e, muito menos, aos nossos cam

pos... Os "deslocados" que aqui che garam, usando óculos escuros de turista

gamos assim, pois que, na realidade,

importada. Mais uma ncz, porém, ao que parece, a "estaca zero" do inqué

ção cstaxa diminuindo, pois cada gera ção reproduzida era menor do que a geração rcprodntora, criando, pela pre sença desses-índices aparentemente con

em franco cleclinio, em parte encoberto

traditórios, dificuldades inúmeras para

talhe já levou um mestre da envergadura do professor Warren Thoi3ip.son a es tranhar essa insistência com que fri

rito esteve além da(]uela (juestão funda

sôbre o" assunto em quatro, das seguinte: Deo Brasil ser res

tabelecida no após-giierra?

Quais as

"raças" preferidas? (É nossa a aspa -

C. P.). Pergunta-se ainda se a imigra ção deve obedecer a um plano, quais

as linhas deste plano, as conseqüências

prováveis da imigração sobre a agricul tura, a indústria, os sahirios e lucros, o

nível de vida do povo brasileiro. (3) Não resta a menor dúvida, como tudo

isso está a provar, que a ideologia da política imigratória que atualmente pre domina no Brasil, nos círculos oficiais

fora dêles, tem sido extremamente e vesHndo ".short", concedendo suspeitas como eufórica que diz respeito às possibi entrevistas sôbre os mais graves proble lidades denoemigração da Europa. Usan mas internacionais do momento, e des

crevendo em detalhes o modo como es

do essa concepção como hipótese veja

caparam à justíça de seus países, que

firma quando comparada com os traços

êles traíram durante a guerra — êstes "deslocados", êstes sim, nós os vemos nos cab.eçalhos dos jornais: recusando

salários baixos, rejeitando tarefas pesa das, escolhendo regiões de clima ameno,

discriminando os serviços que aceitam^ ironizando com os que querem torná-los

agricultores. .. O inquérito sobre política imigratória realizado em 194.5 pelo Instituto de

ta.\a de natalidade: a queda relativamen

significa\'a o aparecimento dc excessos

feitas no questionário podem ser resumidas quais a primeira é a \'erá a imigração pura

dos os crivos de seleção pelos quais de

nascimentos oc()rrido.s não era suficiente

sados no prob'ema por .sua condição dc empregadores pro\á\eis da mão de obra

é o balanço dos critérios de seleção a que êsses futuros imigrantes devem ser submetidos. Isto feito - estabelecida a

necessidade de imigrantes e multiplica

49

te maior da primeira criaxa excessos de nascimentos puramente estatísticos, di

argumentos que justificam a necessida

de do país receber imigrantes, o segundo

Econômico

para garantir, no mínimo, uma popula ção e.stacionávia. Noutras .]iala\Tas, isto

menta!, que c a situação social e demo gráfica dos países donde se e.spcra que venham imigrantes. As treze perguntas

tos centrais: o primeiro é o balanço dos

Dígesto

mos, sumàriamentc, até onde ela se con

de nascimentos em países cuj:i popula

a determinação dc uma política demo gráfica uniforme, ou para estabelecer

acôrdo de opiniões entre grupos e cor

pe'a crítica do professor Thompson (4),

das: enquanto que, de um lado, se re

Economia da Associação Comercial de

gistrava um excesso anual de .nii.scimentos sôbre óbitos, observava-se, de outro

São Paulo, pelo resumo que dele co-

lado, que em cada geração o número de

tão evidente por si mesmo. Honrados

média da vida davam a im

'-r

pressão do existir o perigo

t-V

•-

de uma próxima supeiqiopulação. Muito especialmente o fato das popuhições da Europa ocidental se carac

terizarem • por uma composição de idade.s em que os adultos estavam fortemente representados — o que dimi nuía, por conseqüência, a probabilidade de morte — dava a muitos

a impressão de que o perigo a evitar era o excesso dé população.

E nesse

sentido agiram não poucas nações, per mitindo e às vezes estimulando uma po lítica de restrição da natalidade.

com a única exceção talvez da Holanda, apre.sentava duas tendências bcni níti das, ambas estatisticamente comprova

Nossa insistência em destacar esse de

situação demográfica.' - O declínio das taxas de mortalidade e o prolongamento da duração

fato, porém, hoje demonstrado de modo

te depois da primeira guerra mundial,

mortalidade diminuir também.

samos um a.specto do problema que aos seus olhos de técnico renoniado parece

dominantes e característicos da atual

A população da Europa ocidental, des

à obser\'ação superficial pelo fato cia

rentes interes.sadas em influir sôbre a

conjuntura demográfica européia.

de o começo deste século e especialmen

também a taxa dc nascimentos estava

O

continuamos julgando, porém, que os próprios devaneios sôbre ã emigração européia que enchem a cabeça de mui tos técnicos e da quase totalidade de leigos que opinam sôbre o assunto no Brasil 6 na América Latina — vem con

irretorquível para os . técnicos embora

firmar nossa opinião de que uma polí tica demográfica bem dirigida carece

ainda pouco convincente para muitos

muito ainda do apoio esclarecido da de-

leigos, é que essa diminuição constante

mografia pura. aos olhos da qual êsses

da natalidade já chegara a um ponto,

pormenores ressaltam de maneira funda

para muitos países, em que a taxa de

mental.

reprodução era menor do que o mínimo necessário, não para aumentar, mas ao menos para que a população se man tivesse eslacionária. Diminuíam simultàncamente a taxa de mortalidade e u

Em alguns países -

- exemplos extremos onde o fenômeno é mais antigo - a verdadeira situação de

mográfica revelou-se por inteiro, e em primeiro lugar, quando tais países come-


48

Digesio EcoNÓs,aco

relação ao que havia até hoje sô])re a matéria — o ponto de partida da análise

nhccemos, parece ler esclarecido alguns aspectos da opinião sôbre o assunto que

está sempre refletindo a noção falsa e estereotipada de que o continente euro peu apresenta os excessos demográficos

tèin alguns grupos diretamente interes

que se pretende introduzir no Brasil.

Como é tão freqüente em legislação sòbre matéria técnica, o projeto ora em discussão fundamenta-se em dois pon

vem passar - imagina-se esgotado o assunto. Abstrai-so inteiramente da aná-

hse a questão de saber onde estão os imigrantes e sôbre a abstração ergue-se

o resto, constrói-se a legislação, «iam.se os serviços e distribuem-se as verbas. O imigrante, porém, continua esse fan tasma que até hoje não veio aos nossos portos e, muito menos, aos nossos cam

pos... Os "deslocados" que aqui che garam, usando óculos escuros de turista

gamos assim, pois que, na realidade,

importada. Mais uma ncz, porém, ao que parece, a "estaca zero" do inqué

ção cstaxa diminuindo, pois cada gera ção reproduzida era menor do que a geração rcprodntora, criando, pela pre sença desses-índices aparentemente con

em franco cleclinio, em parte encoberto

traditórios, dificuldades inúmeras para

talhe já levou um mestre da envergadura do professor Warren Thoi3ip.son a es tranhar essa insistência com que fri

rito esteve além da(]uela (juestão funda

sôbre o" assunto em quatro, das seguinte: Deo Brasil ser res

tabelecida no após-giierra?

Quais as

"raças" preferidas? (É nossa a aspa -

C. P.). Pergunta-se ainda se a imigra ção deve obedecer a um plano, quais

as linhas deste plano, as conseqüências

prováveis da imigração sobre a agricul tura, a indústria, os sahirios e lucros, o

nível de vida do povo brasileiro. (3) Não resta a menor dúvida, como tudo

isso está a provar, que a ideologia da política imigratória que atualmente pre domina no Brasil, nos círculos oficiais

fora dêles, tem sido extremamente e vesHndo ".short", concedendo suspeitas como eufórica que diz respeito às possibi entrevistas sôbre os mais graves proble lidades denoemigração da Europa. Usan mas internacionais do momento, e des

crevendo em detalhes o modo como es

do essa concepção como hipótese veja

caparam à justíça de seus países, que

firma quando comparada com os traços

êles traíram durante a guerra — êstes "deslocados", êstes sim, nós os vemos nos cab.eçalhos dos jornais: recusando

salários baixos, rejeitando tarefas pesa das, escolhendo regiões de clima ameno,

discriminando os serviços que aceitam^ ironizando com os que querem torná-los

agricultores. .. O inquérito sobre política imigratória realizado em 194.5 pelo Instituto de

ta.\a de natalidade: a queda relativamen

significa\'a o aparecimento dc excessos

feitas no questionário podem ser resumidas quais a primeira é a \'erá a imigração pura

dos os crivos de seleção pelos quais de

nascimentos oc()rrido.s não era suficiente

sados no prob'ema por .sua condição dc empregadores pro\á\eis da mão de obra

é o balanço dos critérios de seleção a que êsses futuros imigrantes devem ser submetidos. Isto feito - estabelecida a

necessidade de imigrantes e multiplica

49

te maior da primeira criaxa excessos de nascimentos puramente estatísticos, di

argumentos que justificam a necessida

de do país receber imigrantes, o segundo

Econômico

para garantir, no mínimo, uma popula ção e.stacionávia. Noutras .]iala\Tas, isto

menta!, que c a situação social e demo gráfica dos países donde se e.spcra que venham imigrantes. As treze perguntas

tos centrais: o primeiro é o balanço dos

Dígesto

mos, sumàriamentc, até onde ela se con

de nascimentos em países cuj:i popula

a determinação dc uma política demo gráfica uniforme, ou para estabelecer

acôrdo de opiniões entre grupos e cor

pe'a crítica do professor Thompson (4),

das: enquanto que, de um lado, se re

Economia da Associação Comercial de

gistrava um excesso anual de .nii.scimentos sôbre óbitos, observava-se, de outro

São Paulo, pelo resumo que dele co-

lado, que em cada geração o número de

tão evidente por si mesmo. Honrados

média da vida davam a im

'-r

pressão do existir o perigo

t-V

•-

de uma próxima supeiqiopulação. Muito especialmente o fato das popuhições da Europa ocidental se carac

terizarem • por uma composição de idade.s em que os adultos estavam fortemente representados — o que dimi nuía, por conseqüência, a probabilidade de morte — dava a muitos

a impressão de que o perigo a evitar era o excesso dé população.

E nesse

sentido agiram não poucas nações, per mitindo e às vezes estimulando uma po lítica de restrição da natalidade.

com a única exceção talvez da Holanda, apre.sentava duas tendências bcni níti das, ambas estatisticamente comprova

Nossa insistência em destacar esse de

situação demográfica.' - O declínio das taxas de mortalidade e o prolongamento da duração

fato, porém, hoje demonstrado de modo

te depois da primeira guerra mundial,

mortalidade diminuir também.

samos um a.specto do problema que aos seus olhos de técnico renoniado parece

dominantes e característicos da atual

A população da Europa ocidental, des

à obser\'ação superficial pelo fato cia

rentes interes.sadas em influir sôbre a

conjuntura demográfica européia.

de o começo deste século e especialmen

também a taxa dc nascimentos estava

O

continuamos julgando, porém, que os próprios devaneios sôbre ã emigração européia que enchem a cabeça de mui tos técnicos e da quase totalidade de leigos que opinam sôbre o assunto no Brasil 6 na América Latina — vem con

irretorquível para os . técnicos embora

firmar nossa opinião de que uma polí tica demográfica bem dirigida carece

ainda pouco convincente para muitos

muito ainda do apoio esclarecido da de-

leigos, é que essa diminuição constante

mografia pura. aos olhos da qual êsses

da natalidade já chegara a um ponto,

pormenores ressaltam de maneira funda

para muitos países, em que a taxa de

mental.

reprodução era menor do que o mínimo necessário, não para aumentar, mas ao menos para que a população se man tivesse eslacionária. Diminuíam simultàncamente a taxa de mortalidade e u

Em alguns países -

- exemplos extremos onde o fenômeno é mais antigo - a verdadeira situação de

mográfica revelou-se por inteiro, e em primeiro lugar, quando tais países come-


Dicbsto Econômico

inorlalidadc. na segunda guerra, nu par

51

OtCRSTO Econômico

te não ninbilizíida da população. Neste

Se cntri» a.s duas últimas guerras a emi gração na Europa oriental aumentou

sentido pode-se afirmar que todas as populações cUropéias .saíram da última

muito comparada com a emigração nos países ocidentais é cpio para além do

cém inaugurados na Europa oriental.

Para essa situação demográfica dra

guerra com .seu potencial dc reprodu

Danúbio houve um aumento efetivo de

de 1914, os maiores contingentes migra

mática, produto da pressão das relações

ção reduzido tanto do ponto dc vista

população, e especialmente de popula

sociais sôbre os fenômenos demográfi cos, marchavam outros países, inclusi ve os Estados Unidos, nas vésperas da

absoluto quanto do ponto dc vista rela

ções rurais, que apresentavam ta.xas de

tivo.

reprodução acima do "rep'acement le vei", enquanto perduravam, na organi

tórios e que tinlmm ta-xas de reprodução elevadas, estão pondo em vigor valiosa experiência sociológica que está demoii.s-

çaram a apresentar uma taxa cie cresci mento negativa, isto c, cjuando come çou a haver, em cada ano, um número maior de óbitos do que de nascimentos.

segunda guerra mundial: para uma si

Não só os adultos fiue morreram

entre 1939-1945 foram, cm regra, as

crianças nascidas nos anos deficitários dc 1914-1919 mas também as gerações de

tuação em que a população, crescendo aparentemente porque se morria menos, declinava efetivamente porque se nas

jovens que estão entrando agora na ida de adulta mais fecunda são menores em

zação social da economia agrícola da queles países, relações de produção de tod.) inc.mnpatíveis com a absorção dês^;cs excedentes de nascimentos, que for

cia ainda menos.

número do que as anteriores, pois foram

çavam a emigração.

Quando envelhecer

aquela parte da população adulta des

gerações nascidas num período de gran

ses países, aumentando a taxa de morta

de restrição de nascimentos.

atuais da população do continente euro

lidade, se acaso uma política de eleva ção intensiva da fertilidade não começar

Como sempre acontece os anos de após-guenra são extraordinariamente fe

peu esclarece a natureza e os objeti vos da po'ítica demográfica que estão

cundos, pela ocorrência de nascimen

adotando no momento os diversos países

a produzir seus frutos e a- Europa não "economizar" sua população, as massas

demográficas desses países tenderão a

um rápido, e cada vez mais rápido, deperecimento. (5) Esta, em traços rápidos, a situação de

mográfica da Europa quando começou a guerra de 1939. Durante a viltima guerra, ao que parece, a queda da na talidade foi menor do que dmante a

primeira guerra mundial. Houve mesmo a preocupação, por parte de alguns go vernos, de estimular a natalidade para evitar as "hollow classes" verificadas em

1914-1918. Apesar disso todos os paí ses que não tiveram seus serviços esta-

i(ísticos desmantelados o cujos dados

conhecemos, acusaram quedas variáveis nas taxas de natalidade nos anos de

guerra e, também, é lógico, mortalida de maior.

Como sempre acontece, diminuíram na

população desses países aquelas classes de idade em que a fertilidade é maior. Isto ocorreu, embora a diminuição re lativa tenha sido menor do que na

última guerra, em função clc uma maior

Êsse quadro básico das tendências

Esta última \'ia, por outro lado, é .sôbre a qual fazem ênfase os governos re

Nesses países, de onde viidiam, depoiS

trando inclusive, a importância que

apresenta a e.xpansão planificada de

■ seus regimes econômicos para a absor ção interna de seus saldos demográfi

cos sem o recurso da emigração quase

forçada de antes da guerra.

No que diz respeito aos países da Europa meridional também não perdu ram, nos nossos dias, todos os fatores que contribuu-am, no passado, para a

importância de seus contingentes emi- ■ grados para o Brasil. A Itaüa resiste ao

tos que normalmente deviam ter sobre-

c que, dentro das variedades locais, têm

vindo nos anos de guerra e que, pur causa dela, foram adiados. Mas êsse "boom" de nascimentos que precede e

de comum o fato de procurarem promo

máximo à exportação demognifíca, segun

ver o aumento da fertilidade e dos in

do declarou e.xplicilamente o chefe da

crementos demográficos e desestimular, senão proibir, as perdas demográficas.

imigrantes e que voltou sem nenhum

se segue a tôdas as guerras é fenôme no comum e de causa perfeitamente identificada.

Não autorizam, por isso

rnesmo, nem sequer algumas manifesta ções otimistas que nos vem da Europa, quanto mais os devaneios correntes na América Latina sôbre excessos derno-

gráficos nos países europeus. Tudo in dica que, nos próximos anos, as taxas de natalidade retomarão em alguns países

"as tendências de pré-guerra até qne se comecem a fazer sentir os efeitos da política demográfica estimulante qu^

acaso esteja sendo posta em vigor atual mente êm cada país, paralelamente as medidas de reconstrução econômica e

reorganização social. A distribuição geográfica desses carac

missão argentina que foi ate lá recrutar

Os países do ocidente europeu e-os es candinavos estão hoje empenhados numa

acôrdo assinado. AFnuiçaea Checoslo

política fortemente populacionlsla; a U.R.S.S., segundo Lorímer, inaugurou ainda durante a guerra a política mais fortemente populacionista que a histó ria jamais conheceu; outros países, como" a França e a Checoslováquia, estão pon do em vigor uma política imigratória

cs contingentes disponíveis de trabalha

que tem por objetivos preencher seus

váquia, por outro lado, estuo canalizando dores italianos, já tendo recebido, aquê-

les dois países, quase meio milhão de imigrantes peninsulares. De resto o imigrante italiano de hoje provém, prin cipalmente, das regiões industriais do norte, semidestruidas pelos bombardeios aéreos durante a guerra. Èsses imigrántes não somente pedem contratos a curto prazo para trabalharem fora do país, pois seu governo precisará deles

"deficíts" demográficos, criando gera ções que substituam a.s atuais gerações de adi\ltos e jovens, procurando ao mesmo tempo resolver seus problemas imediatos, quantitativos e qualitativos, de Cíuência de mão de obra. E paralela

trial progredir, como também, em paí ses como o Brasil que estabelecem quo

mente, todos êles, com maior ou menor

tas ocupacionai.s, êles só poderão in

à proporção que a reconstrução indus

terísticos demográficos tem sido um dos

determinação e vigor, põem em prá

gressar em pequena esca'a pois que

fatores fundamentais no determinar as

tica uma política social que visa dimi

variações, no espaço e no tempo, dos focos principais de emigração européia.

nuir a pressão exercida sôbre a popula

aqui são preferidos os agricultores. A suspensão, em Portugal, da saída

ção por relações econômicas obsoletas.

de emigrantes ainda parece um fato


Dicbsto Econômico

inorlalidadc. na segunda guerra, nu par

51

OtCRSTO Econômico

te não ninbilizíida da população. Neste

Se cntri» a.s duas últimas guerras a emi gração na Europa oriental aumentou

sentido pode-se afirmar que todas as populações cUropéias .saíram da última

muito comparada com a emigração nos países ocidentais é cpio para além do

cém inaugurados na Europa oriental.

Para essa situação demográfica dra

guerra com .seu potencial dc reprodu

Danúbio houve um aumento efetivo de

de 1914, os maiores contingentes migra

mática, produto da pressão das relações

ção reduzido tanto do ponto dc vista

população, e especialmente de popula

sociais sôbre os fenômenos demográfi cos, marchavam outros países, inclusi ve os Estados Unidos, nas vésperas da

absoluto quanto do ponto dc vista rela

ções rurais, que apresentavam ta.xas de

tivo.

reprodução acima do "rep'acement le vei", enquanto perduravam, na organi

tórios e que tinlmm ta-xas de reprodução elevadas, estão pondo em vigor valiosa experiência sociológica que está demoii.s-

çaram a apresentar uma taxa cie cresci mento negativa, isto c, cjuando come çou a haver, em cada ano, um número maior de óbitos do que de nascimentos.

segunda guerra mundial: para uma si

Não só os adultos fiue morreram

entre 1939-1945 foram, cm regra, as

crianças nascidas nos anos deficitários dc 1914-1919 mas também as gerações de

tuação em que a população, crescendo aparentemente porque se morria menos, declinava efetivamente porque se nas

jovens que estão entrando agora na ida de adulta mais fecunda são menores em

zação social da economia agrícola da queles países, relações de produção de tod.) inc.mnpatíveis com a absorção dês^;cs excedentes de nascimentos, que for

cia ainda menos.

número do que as anteriores, pois foram

çavam a emigração.

Quando envelhecer

aquela parte da população adulta des

gerações nascidas num período de gran

ses países, aumentando a taxa de morta

de restrição de nascimentos.

atuais da população do continente euro

lidade, se acaso uma política de eleva ção intensiva da fertilidade não começar

Como sempre acontece os anos de após-guenra são extraordinariamente fe

peu esclarece a natureza e os objeti vos da po'ítica demográfica que estão

cundos, pela ocorrência de nascimen

adotando no momento os diversos países

a produzir seus frutos e a- Europa não "economizar" sua população, as massas

demográficas desses países tenderão a

um rápido, e cada vez mais rápido, deperecimento. (5) Esta, em traços rápidos, a situação de

mográfica da Europa quando começou a guerra de 1939. Durante a viltima guerra, ao que parece, a queda da na talidade foi menor do que dmante a

primeira guerra mundial. Houve mesmo a preocupação, por parte de alguns go vernos, de estimular a natalidade para evitar as "hollow classes" verificadas em

1914-1918. Apesar disso todos os paí ses que não tiveram seus serviços esta-

i(ísticos desmantelados o cujos dados

conhecemos, acusaram quedas variáveis nas taxas de natalidade nos anos de

guerra e, também, é lógico, mortalida de maior.

Como sempre acontece, diminuíram na

população desses países aquelas classes de idade em que a fertilidade é maior. Isto ocorreu, embora a diminuição re lativa tenha sido menor do que na

última guerra, em função clc uma maior

Êsse quadro básico das tendências

Esta última \'ia, por outro lado, é .sôbre a qual fazem ênfase os governos re

Nesses países, de onde viidiam, depoiS

trando inclusive, a importância que

apresenta a e.xpansão planificada de

■ seus regimes econômicos para a absor ção interna de seus saldos demográfi

cos sem o recurso da emigração quase

forçada de antes da guerra.

No que diz respeito aos países da Europa meridional também não perdu ram, nos nossos dias, todos os fatores que contribuu-am, no passado, para a

importância de seus contingentes emi- ■ grados para o Brasil. A Itaüa resiste ao

tos que normalmente deviam ter sobre-

c que, dentro das variedades locais, têm

vindo nos anos de guerra e que, pur causa dela, foram adiados. Mas êsse "boom" de nascimentos que precede e

de comum o fato de procurarem promo

máximo à exportação demognifíca, segun

ver o aumento da fertilidade e dos in

do declarou e.xplicilamente o chefe da

crementos demográficos e desestimular, senão proibir, as perdas demográficas.

imigrantes e que voltou sem nenhum

se segue a tôdas as guerras é fenôme no comum e de causa perfeitamente identificada.

Não autorizam, por isso

rnesmo, nem sequer algumas manifesta ções otimistas que nos vem da Europa, quanto mais os devaneios correntes na América Latina sôbre excessos derno-

gráficos nos países europeus. Tudo in dica que, nos próximos anos, as taxas de natalidade retomarão em alguns países

"as tendências de pré-guerra até qne se comecem a fazer sentir os efeitos da política demográfica estimulante qu^

acaso esteja sendo posta em vigor atual mente êm cada país, paralelamente as medidas de reconstrução econômica e

reorganização social. A distribuição geográfica desses carac

missão argentina que foi ate lá recrutar

Os países do ocidente europeu e-os es candinavos estão hoje empenhados numa

acôrdo assinado. AFnuiçaea Checoslo

política fortemente populacionlsla; a U.R.S.S., segundo Lorímer, inaugurou ainda durante a guerra a política mais fortemente populacionista que a histó ria jamais conheceu; outros países, como" a França e a Checoslováquia, estão pon do em vigor uma política imigratória

cs contingentes disponíveis de trabalha

que tem por objetivos preencher seus

váquia, por outro lado, estuo canalizando dores italianos, já tendo recebido, aquê-

les dois países, quase meio milhão de imigrantes peninsulares. De resto o imigrante italiano de hoje provém, prin cipalmente, das regiões industriais do norte, semidestruidas pelos bombardeios aéreos durante a guerra. Èsses imigrántes não somente pedem contratos a curto prazo para trabalharem fora do país, pois seu governo precisará deles

"deficíts" demográficos, criando gera ções que substituam a.s atuais gerações de adi\ltos e jovens, procurando ao mesmo tempo resolver seus problemas imediatos, quantitativos e qualitativos, de Cíuência de mão de obra. E paralela

trial progredir, como também, em paí ses como o Brasil que estabelecem quo

mente, todos êles, com maior ou menor

tas ocupacionai.s, êles só poderão in

à proporção que a reconstrução indus

terísticos demográficos tem sido um dos

determinação e vigor, põem em prá

gressar em pequena esca'a pois que

fatores fundamentais no determinar as

tica uma política social que visa dimi

variações, no espaço e no tempo, dos focos principais de emigração européia.

nuir a pressão exercida sôbre a popula

aqui são preferidos os agricultores. A suspensão, em Portugal, da saída

ção por relações econômicas obsoletas.

de emigrantes ainda parece um fato


"-m Dicksto

cxtraorclinárit) para muila gente, apesar de ter sicli) decretada pouco depois da divulgação dos resultados do último recenseamento realizado naquele país — o que não ocorreu, por certo, por mera

coincidência.

A alegação oficia! justi ficando a medida foi a de que o pais precisava "salvaguardar seu potencial humano" e ainda assim há os" que acred tam na vinda em massa de imigrantes portugueses. A capacidade emigratória de Portugal já há anos vem diminuindo,

muito embora a política popu'acionista que está implícita na suspensão da emi gração possa vir a criar problemas não

menos graves de natureza •social, eco

nômica e política num país de territó rio pequeno e de economia atrasada co- -

mo Portugal — que conseguiu realizar a maravilha de ser o único império colo-

^ nial semi-colonial que o mundo conhece...

Econó.nüCo

preconceitos, c pnaiso que se conclua com realismo que, nesta (piadra do sé

culo, a imigração c recurso de terceira

ou quarta ordem na escala daqueles de que é preciso lançar mão com urgên- _ cia para povoar os países latino-america nos, desenvolver sua economia, estimu

lar sua industrialização c fazê-'üs dar o

grande salto da encruzilhada obscura em (jue se encontram para o futuro pro missor que têm cm potencial. É preciso que cessem .os de\'aneios sôbre a imigração, pura que se não pen.se que êlcs só pretendem mistificar ou

tros e mais graves problemas, c, princi palmente, as outras soluções de que carecem.

55t

Nada indica, portanto, à luz dessa breve análise demográfica, que ainda perdure o grande ciclo de exportação 'humana que, no último século, euro peizou o mundo. Pondo de lado os

por AMÚnico BAnnosA de Oliveira

O Brasil PossuiNDo tada o tão grande

topografia aciden

vês das tarifas, custear a sua conserva

extensão de co.stas

ção, bem como a remuneração e a amor

marítimas, a na\egação de cabotagem entre os diversos sistemas de transporte.

tização do capital nelas investido. No Brasil, esse preceito econômico tem sido geralmente menosprezado na

Repousa o valor econômico da via marí

e.xecução de obras marítimas.

deverá exercer .sejnpre função de relevo tima na peculiaridade de permitir o des

• A regra, entre nós, é acreditar em ful

locamento de grandes cargas através de estrada.s qne não exigem dispêndio de

minante progresso como conseqüência

construção e manutenção, bastando ao

transportador escolher embarcaç^õés de características adc-

NOTAS

1) Vd. Evigene M. Kuliseher.

míentos de poblacion cn Europa" (B.l. T.), 1044, e J. B. Schechtman. "European Population Transfers". (194P).

2) Vd. J. Lambert et L. A. Costa Pinto. -At

Portos e Navegação

dos melhoramentos projetados c fechar os

olhos às realidades da economia nacional. Mostram entretanto nossas estatísticas que o ritmo de in cremento do tráfe

quada.s. Tais característi

go não tem corres

cas só podem ser

pondido às espe

fixadas, é evidente,

ranças, dai \'er-

".Problèmes Démogiaphiques Contempo-

tendo cm

vista as

mo-nos diante da

rains". (1045). 3) Vd. João Pacheco

rotas planejadas c

impossibilidade de

Chaves,

Ção para a Lavoura". Digesto Econômi co, junho de 1947, pág. 64 e ss.

as

cond"ções

de

manter o equilíbrio

acesso e de acos-

econômico de mui

f Vd. "American Sociological Revi^ew".

tagerri aos portos

tos empreendimen

5) Vd. Lambert et Costa Pinto, id. ibia.,

de escala previs

tos, pois a ínfima

"Passim" e G. Myrdal, "Population. a

tos.

tonelagem das car

Vol. 11, n.o 6. Dec. 1946, pág. 7(30-761.

Problem for Democracy", (1940.

Por mais elementares que pareçam

essas considerações, o fato é que entre nós não tem sido fácil sua aplicação. É claro que a subordinação às condi ções naturais não é irremediável; tem

limites, de vez que a técnica pode modi

Anunciú-se que a exportação de automóveis britânicos atinpiu nível recorde em

julho ultimo, com o embarque de 13.000 veículos representando 60 por cento centu mais que a cifra muxinui obtida antes do euerra. O valor daauelas remessas foi de cêrca de 3.600.000 esterlinos.

'

ficá-la, sempre que a economia do servi ço der margem para tal. A margem econômica para obras dessa natureza decorre sempre do volume do tráfego, poi.s os usuários terão de, atra-

gas a movimentar não pode suportar as despesas com a remuneraç^ e a amor tização do capital invertido e, às vêze.s, nem mesmo com a simples conservação" das instalações. O "déficit" então toma-se regra.

A

manutenção cai. O serviço piora e passa a entravar o lento progresso que se. x-i-

nha processando. Embora registremos no Brasil alguns

empreendimentos portuários econòinica-

Entre as unidades remetidas para o Exterior se incluíam 5.400 caminhões co Digesto Econômico" tem o prazer de contar com um novo colaborador, ele

merciais e industriais.

O

Metade da produção automobilística da Grã-Bretanha, no aludido môs, desti nou-se ao mercado estrangeiro. De acôrdo com as recentes diretivas do govêrno,

mento de projeção cultural no país: o dr. Américo Barbosa de Oliveira. Alto fun

essa média deverá ser aumentada para 70%. \

cionário da Divisão Técnica do Conselho de Águas e Energia, o ilustre engenheiro

ó autor do valioso livro "Desenvolvimento Pfanificado da Economia Brasileira".


"-m Dicksto

cxtraorclinárit) para muila gente, apesar de ter sicli) decretada pouco depois da divulgação dos resultados do último recenseamento realizado naquele país — o que não ocorreu, por certo, por mera

coincidência.

A alegação oficia! justi ficando a medida foi a de que o pais precisava "salvaguardar seu potencial humano" e ainda assim há os" que acred tam na vinda em massa de imigrantes portugueses. A capacidade emigratória de Portugal já há anos vem diminuindo,

muito embora a política popu'acionista que está implícita na suspensão da emi gração possa vir a criar problemas não

menos graves de natureza •social, eco

nômica e política num país de territó rio pequeno e de economia atrasada co- -

mo Portugal — que conseguiu realizar a maravilha de ser o único império colo-

^ nial semi-colonial que o mundo conhece...

Econó.nüCo

preconceitos, c pnaiso que se conclua com realismo que, nesta (piadra do sé

culo, a imigração c recurso de terceira

ou quarta ordem na escala daqueles de que é preciso lançar mão com urgên- _ cia para povoar os países latino-america nos, desenvolver sua economia, estimu

lar sua industrialização c fazê-'üs dar o

grande salto da encruzilhada obscura em (jue se encontram para o futuro pro missor que têm cm potencial. É preciso que cessem .os de\'aneios sôbre a imigração, pura que se não pen.se que êlcs só pretendem mistificar ou

tros e mais graves problemas, c, princi palmente, as outras soluções de que carecem.

55t

Nada indica, portanto, à luz dessa breve análise demográfica, que ainda perdure o grande ciclo de exportação 'humana que, no último século, euro peizou o mundo. Pondo de lado os

por AMÚnico BAnnosA de Oliveira

O Brasil PossuiNDo tada o tão grande

topografia aciden

vês das tarifas, custear a sua conserva

extensão de co.stas

ção, bem como a remuneração e a amor

marítimas, a na\egação de cabotagem entre os diversos sistemas de transporte.

tização do capital nelas investido. No Brasil, esse preceito econômico tem sido geralmente menosprezado na

Repousa o valor econômico da via marí

e.xecução de obras marítimas.

deverá exercer .sejnpre função de relevo tima na peculiaridade de permitir o des

• A regra, entre nós, é acreditar em ful

locamento de grandes cargas através de estrada.s qne não exigem dispêndio de

minante progresso como conseqüência

construção e manutenção, bastando ao

transportador escolher embarcaç^õés de características adc-

NOTAS

1) Vd. Evigene M. Kuliseher.

míentos de poblacion cn Europa" (B.l. T.), 1044, e J. B. Schechtman. "European Population Transfers". (194P).

2) Vd. J. Lambert et L. A. Costa Pinto. -At

Portos e Navegação

dos melhoramentos projetados c fechar os

olhos às realidades da economia nacional. Mostram entretanto nossas estatísticas que o ritmo de in cremento do tráfe

quada.s. Tais característi

go não tem corres

cas só podem ser

pondido às espe

fixadas, é evidente,

ranças, dai \'er-

".Problèmes Démogiaphiques Contempo-

tendo cm

vista as

mo-nos diante da

rains". (1045). 3) Vd. João Pacheco

rotas planejadas c

impossibilidade de

Chaves,

Ção para a Lavoura". Digesto Econômi co, junho de 1947, pág. 64 e ss.

as

cond"ções

de

manter o equilíbrio

acesso e de acos-

econômico de mui

f Vd. "American Sociological Revi^ew".

tagerri aos portos

tos empreendimen

5) Vd. Lambert et Costa Pinto, id. ibia.,

de escala previs

tos, pois a ínfima

"Passim" e G. Myrdal, "Population. a

tos.

tonelagem das car

Vol. 11, n.o 6. Dec. 1946, pág. 7(30-761.

Problem for Democracy", (1940.

Por mais elementares que pareçam

essas considerações, o fato é que entre nós não tem sido fácil sua aplicação. É claro que a subordinação às condi ções naturais não é irremediável; tem

limites, de vez que a técnica pode modi

Anunciú-se que a exportação de automóveis britânicos atinpiu nível recorde em

julho ultimo, com o embarque de 13.000 veículos representando 60 por cento centu mais que a cifra muxinui obtida antes do euerra. O valor daauelas remessas foi de cêrca de 3.600.000 esterlinos.

'

ficá-la, sempre que a economia do servi ço der margem para tal. A margem econômica para obras dessa natureza decorre sempre do volume do tráfego, poi.s os usuários terão de, atra-

gas a movimentar não pode suportar as despesas com a remuneraç^ e a amor tização do capital invertido e, às vêze.s, nem mesmo com a simples conservação" das instalações. O "déficit" então toma-se regra.

A

manutenção cai. O serviço piora e passa a entravar o lento progresso que se. x-i-

nha processando. Embora registremos no Brasil alguns

empreendimentos portuários econòinica-

Entre as unidades remetidas para o Exterior se incluíam 5.400 caminhões co Digesto Econômico" tem o prazer de contar com um novo colaborador, ele

merciais e industriais.

O

Metade da produção automobilística da Grã-Bretanha, no aludido môs, desti nou-se ao mercado estrangeiro. De acôrdo com as recentes diretivas do govêrno,

mento de projeção cultural no país: o dr. Américo Barbosa de Oliveira. Alto fun

essa média deverá ser aumentada para 70%. \

cionário da Divisão Técnica do Conselho de Águas e Energia, o ilustre engenheiro

ó autor do valioso livro "Desenvolvimento Pfanificado da Economia Brasileira".


-■.Wl

DinnsTo

5-t

mcnle bem sucedidos, entre os quais

Santos se destaca, devemos reconhecer, realizamos obras imprudentes tanto no

que toca ao aparelhamento dos portos como ao dimensionamento dos canais de acesso.

\ política racional teria sido a de adotar tipos de navios adequados às condições naturais de nossos portos en

Econômico

üiGK-sTo

em relação às de outros |)aises c mes mo a.ssim nossos serviços são dcFicitá-

iros, e por isso incoordcnados, desor

nó*; nos maiores portos é da ordem de

há onze portos com nunimcnto superior

(piatro milhões.

a 10 mi hõcs de toneladas (°)

Quadro n." 1

O confronto do Brasil com os Esta

MOVIMENTO CEIUL DE MERCADORIAS EM TONELADAS

dos Unidos nem sempre pode ser fe to com acerto, pois, embora este seja país

ANO DE 1939 Porto.',-

novo como o nosso, são tais as diferen

ças de recursos naturais que, as vôzes,

7>>n5.

é flagrantemente injusto o paralcio. No

Manaus

nomia nacional para fomentar o tráfego, até que o volume dêste atingisse um

caso do movimento portuário, enlrelanto,

parece tolerável o confronto, pois^ hu

São Luís

vulto capaz de justificar economicamente o aprofundamento dos canais, o eficien te aparelhamento .para carga e descar

fatôres atenuantes das causas de erro,

ga e outros melhoramentos. Nüs países novos em que se verifi cam maiores índices de progresso, de

brasileira e a diferença entre as re( es

circulação de riquezas e de movimento pcrtiiário, os governos sempre se preo

terno brasileiro e a inferioridade de nos sos sLstemag terrestres e fluviais e

cuparam com êsses problemas da orga Brasil temos de abandonar as tradicio

nais atitudes oriundas do sistema pelo

qual fomos colonizados e que nos vem , convertendo pouco a pouco nunia comunidaáe de sub-produtores, sub-consumidores e. . . sub-transportadores. Como resultado dessa evolução, verifi camos, no âmbito do tráfego marítimo,

quo nossas taxas portuárias são elevadas

Nos Estados Unidos

ganizados, irregulares.

quanto cuidávamos de expandir a eco

nização social da produção; também no

Bcc-m

externo em relação ao total da produção

de transporte terrestre dos dois^ países. A porcentagem maior do comércio ex ^ concentra

136.726 34.680

Tom.

Bahia Ilhciis Vitória

Rio de Janeiro

629..5.53 127.162 180.486

... . . . ..

3.8.50.547 4.296.028

Fortaleza Natal . . . . Cabedelo

189.330 59.343

Santos

Paranaguá

204.261

109.807

João Pessoa

10.411

São Francisco Imbituba R"o Grande

-117.291 497.419

] .077.611

. . .

210.030

. .

71.446

Diante de tais algarismos vemos que O.S imperativos econômicos nos aconse lham a utilização das condições naturais

tam movimento superior a um

Nos Estados Unidos M

mais de quarenta portos nestas condi

O movimento registrado entre

mm^a

. .

Portos

Porto Alegre Pe'otas

259.399

. . . .

1.780.420 236.048

Movimento total de mercadorias nos portos do Brasil =r 15.409.195 toneladas

mente quatro portos nacionais

TMVm

630.652

Aracaju

mo assim, nosso tráfego é tão reduzi o que não comporta obras de melhoramen to que noutros países são corriqueiras. Como Vemos pelo quadro n.°

ções.

203.538

Recife Maceió

ção do nosso movimento portuário;

de toneladas.

. . . . . .

Çamocim

como o maior peso do nosso comércio

transporte contribuem

55

Ec;(íN<')^^co

í

de maneira nenhuma deve ser interpre tada como argumento para justificar o • abandono dos melhoramentos já intro

de no.ssos portos até limites máximos, exigindo isso organização de frotas es pecializadas para cada rota, bem como o estabelecimento de linhas regionais coletoras, dotadas de barcos pequenos. E não devemos esquecer que para as embarcações de tipos menores a prática universal preconiza ainda a utilização

duzidos em nossos porto.s, como \imos

da madeira.

lução é restabelecer o equilíbrio eco

Isso sucede até mesmo nos

durante anos a fio, a ponto de possuir mos hoje portos inacessíveis, praticamen te, como Ilhéus ou Aracaju c outros, seriamente açoreados, como Santos, Pa

ranaguá, Nata!, Laguna, Imbituba etc. Qualquer recuo neste particular seria

üm nivelamento por bai.\o quando a so

países dotados de rcVidas indústrias me

nômico dos serviços pelo alto, isto é,

talúrgicas. Nos Estados Unidos, por exemplo, de um total de 27.500 navios,

melhorando a utilização das instalações

existentes

tráfego.

em

1939,

22.000 eram de

madeira.

que possuímos, mediante incremento do

Para \'erificannos a urgência da solu

Entre nós há estudos objetivos sôbre embarcações de madeira por vários auto res, entre os qifais se conta o Almirante

ção aqui proposta, basta verificar a san

Thiers Fleming.

transportes.

A ênfase com que salientamos a im

portância de limitar o vulto das obras,

gria crescente que os "deficits" produ zem no erário público sob a rubrica de É certo que essa "receita" de fomen

tar tráfego não pode ser "a\iada" fà-


-■.Wl

DinnsTo

5-t

mcnle bem sucedidos, entre os quais

Santos se destaca, devemos reconhecer, realizamos obras imprudentes tanto no

que toca ao aparelhamento dos portos como ao dimensionamento dos canais de acesso.

\ política racional teria sido a de adotar tipos de navios adequados às condições naturais de nossos portos en

Econômico

üiGK-sTo

em relação às de outros |)aises c mes mo a.ssim nossos serviços são dcFicitá-

iros, e por isso incoordcnados, desor

nó*; nos maiores portos é da ordem de

há onze portos com nunimcnto superior

(piatro milhões.

a 10 mi hõcs de toneladas (°)

Quadro n." 1

O confronto do Brasil com os Esta

MOVIMENTO CEIUL DE MERCADORIAS EM TONELADAS

dos Unidos nem sempre pode ser fe to com acerto, pois, embora este seja país

ANO DE 1939 Porto.',-

novo como o nosso, são tais as diferen

ças de recursos naturais que, as vôzes,

7>>n5.

é flagrantemente injusto o paralcio. No

Manaus

nomia nacional para fomentar o tráfego, até que o volume dêste atingisse um

caso do movimento portuário, enlrelanto,

parece tolerável o confronto, pois^ hu

São Luís

vulto capaz de justificar economicamente o aprofundamento dos canais, o eficien te aparelhamento .para carga e descar

fatôres atenuantes das causas de erro,

ga e outros melhoramentos. Nüs países novos em que se verifi cam maiores índices de progresso, de

brasileira e a diferença entre as re( es

circulação de riquezas e de movimento pcrtiiário, os governos sempre se preo

terno brasileiro e a inferioridade de nos sos sLstemag terrestres e fluviais e

cuparam com êsses problemas da orga Brasil temos de abandonar as tradicio

nais atitudes oriundas do sistema pelo

qual fomos colonizados e que nos vem , convertendo pouco a pouco nunia comunidaáe de sub-produtores, sub-consumidores e. . . sub-transportadores. Como resultado dessa evolução, verifi camos, no âmbito do tráfego marítimo,

quo nossas taxas portuárias são elevadas

Nos Estados Unidos

ganizados, irregulares.

quanto cuidávamos de expandir a eco

nização social da produção; também no

Bcc-m

externo em relação ao total da produção

de transporte terrestre dos dois^ países. A porcentagem maior do comércio ex ^ concentra

136.726 34.680

Tom.

Bahia Ilhciis Vitória

Rio de Janeiro

629..5.53 127.162 180.486

... . . . ..

3.8.50.547 4.296.028

Fortaleza Natal . . . . Cabedelo

189.330 59.343

Santos

Paranaguá

204.261

109.807

João Pessoa

10.411

São Francisco Imbituba R"o Grande

-117.291 497.419

] .077.611

. . .

210.030

. .

71.446

Diante de tais algarismos vemos que O.S imperativos econômicos nos aconse lham a utilização das condições naturais

tam movimento superior a um

Nos Estados Unidos M

mais de quarenta portos nestas condi

O movimento registrado entre

mm^a

. .

Portos

Porto Alegre Pe'otas

259.399

. . . .

1.780.420 236.048

Movimento total de mercadorias nos portos do Brasil =r 15.409.195 toneladas

mente quatro portos nacionais

TMVm

630.652

Aracaju

mo assim, nosso tráfego é tão reduzi o que não comporta obras de melhoramen to que noutros países são corriqueiras. Como Vemos pelo quadro n.°

ções.

203.538

Recife Maceió

ção do nosso movimento portuário;

de toneladas.

. . . . . .

Çamocim

como o maior peso do nosso comércio

transporte contribuem

55

Ec;(íN<')^^co

í

de maneira nenhuma deve ser interpre tada como argumento para justificar o • abandono dos melhoramentos já intro

de no.ssos portos até limites máximos, exigindo isso organização de frotas es pecializadas para cada rota, bem como o estabelecimento de linhas regionais coletoras, dotadas de barcos pequenos. E não devemos esquecer que para as embarcações de tipos menores a prática universal preconiza ainda a utilização

duzidos em nossos porto.s, como \imos

da madeira.

lução é restabelecer o equilíbrio eco

Isso sucede até mesmo nos

durante anos a fio, a ponto de possuir mos hoje portos inacessíveis, praticamen te, como Ilhéus ou Aracaju c outros, seriamente açoreados, como Santos, Pa

ranaguá, Nata!, Laguna, Imbituba etc. Qualquer recuo neste particular seria

üm nivelamento por bai.\o quando a so

países dotados de rcVidas indústrias me

nômico dos serviços pelo alto, isto é,

talúrgicas. Nos Estados Unidos, por exemplo, de um total de 27.500 navios,

melhorando a utilização das instalações

existentes

tráfego.

em

1939,

22.000 eram de

madeira.

que possuímos, mediante incremento do

Para \'erificannos a urgência da solu

Entre nós há estudos objetivos sôbre embarcações de madeira por vários auto res, entre os qifais se conta o Almirante

ção aqui proposta, basta verificar a san

Thiers Fleming.

transportes.

A ênfase com que salientamos a im

portância de limitar o vulto das obras,

gria crescente que os "deficits" produ zem no erário público sob a rubrica de É certo que essa "receita" de fomen

tar tráfego não pode ser "a\iada" fà-


DiCF.^o

Econômico

Digesto Econômico

56

cilmente — nem poderíamos neste artigo

mais alto coeficiente clc utilização pos

abordar matéria tão complexa — dese

sível, além de magnífica técnica de nio-

jamos apenas acentuar que na raiz dos

\imentação de cargas.

ma'es que afligem não sòinente nossos

Assim, o firmo sucesso t-conómico do

stTxiços portuários, mas priiicipalnienlc

oniprcondinu-nto asscnla\a >ia sua or

os ferroviários, está o míninui fuxo dos

ganização racionai, graças à cpial sempre trafegou com onibarcações bem projtHa-

transportes. Voltemos, entretanto, ao nosso tema

das para suas linhas, em conlra.ste in;»r-

para examinar aspectos referentes ao ma

cantc com os oinpreenclimenlos do go

terial flutuante.

vêrno, operando frota heterogênea, cons

Em matéria de tipos de embarcação,

tituída de navios obsoletos de segunda

a apreciação de nossa política passada

e terceira mão, dc exploração antiecor

não é nada confortadora.

Salvo algumas realizações inteligen tes registradas em várias épocas, entre

as quais merecem menção as de "LageLamport & Halt" e as do Governo do

Bio Grande do Sul (1937), o restante, principalmente no âmbito das iniciativas

do Govêrno Federal, é uma sucessão de dísiates de tal natureza que bem me receriam uma investigação de caráter económico-político-administrativo.

A Companhia Lamport Ho!t, da qual

Antônio Lage era representante, aten dendo às dificuladdes das barras de Pa

ranaguá, São Francisco, Itajaí, Florianó

nómica c de cáracterísticas inadequa

das aos nossos portos. Sem dúvida, tantos fatores negativos tinham de acarretar baixíssimo.s coefici

entes de utilização, pois o ca'ado dema siado impedia muitos navios de tomarem carga completa; a obsolência causjiva

freqüentes paralisações para consertos;

a hetcrogeiieidadc alongava os períodos dc reparos, por d ficuldades dc ordem técnica; a deficiência do equipamento de bordo de movimentação de cargas, pro

vocava grandes demoras nos portos; as máquinas, por antiquadas, acarretavam

dispêndios enormes dc combustível e

polis, R-o Grande, Pelotas e Porto Ale gre, de longa data promoveu estudos

não permitiam desenvolver velocidade

técnicos que permitiram projetar um ex

Êsses erros técnicos eram de tal modo patentes, as críticas de tal modo claras e

celente tipo de navio, cujo padrão ficou Somente mais tarde, - quando o movimento marítimo foi cres sendo o Itapaci.

cendo, as barras e os canais foram sen

satisfatória.

insistentes, e as sugestões para reorga nização tão lúcidas e reiteradas, que,

do dragados e balisados pelo Govêrno,

dificilmente, poderemos atribuir apenas à ignorância ou à di.splicôncia a sucessão

a einbarcação-tipo pôde ser aumentada.

de tantos erros.

Foi então adotado o padrão Itaquatiá. Ma s tarde ainda, após as obras do porto do Rio Grande, e depois do aumento de

secção dos canais internos para Pelotas e Porto A'egre, pôde ser introduzido o tipo Itaité. Toda a frota ora dotada de equipa mentos padronizados e modernos. Os navios tinham boa marcha, oferecendo o

Remetemos o tema aos estudiosos de

nossa administração pública, de nossa política e de nossa economia. A pista a seguir seria investigar as atividades e

as ligações dos grupos ^aos quais devia interessar a manutenção da empresa do govêrno — a emprê.sa padrão em maté ria tarifária — em estado sistcmàtiea-

Deixemos porém as divngações e vol

nação ineptamente... para não perse

guir objetivos de lucro.

temos aos fatos.

É subido que quanto maior o navio,

É* claro que o transporte marítimo

menor será o seu custo unitário e seu

pode ser operado pelo govênio com fre

custeio por tonelada, mas não podemos

tes abaixo do custo, se ficarem demons

esquecer a limitação imposta pelas condi ções naturais das costas sob pena de in

tradas as grandes vantagens sociais e econômicos trazidas ao país por seu in

verter-se a proposição acima. Ora, en

termédio.

quanto fòr mantida a política dc aquisi

pode servir de justificativa para o des prezo cias bases racionais de operação, sob pena de empobrecer a coletividade

ção cie barcos de segunda mão e de ope ração cie navios obsoletos caracterízada-

Mas essa circunstância não

mente antieconômicos, não há reorganiza ção aclmini.sliati\'a capaz de sal\'ar da in-

brasileira.

eoordenação e da ruína a marinha mer

cm 1939, a situação dos nossos trans-

Com ü advento da guerra mundial

cante oficial, apesar dos altos fretes que ' portes marítimos agravou-se seriamente, oneram a economia coletiva. Debalde .sc

passando a perturbar de modo lamen-

tem experimentado vários regimes admi nistrativos. Enquanto as bases técnicas forem desprezadas não pode haver equi

í' 1 viria tável toda an vida brasileira.

líbrio econômico: daí a triste história económico-fínaiiceira do Loide e a mul

tiplicidade de regimes jurídicos que têm sido experimentados. (*") E que dizer, então, daquela difundi da filosofia que justifica a situação e afirma

não

dever

o

Loide

Brasileiro

"perseguir objetivos de lucro"? Não vamos sustentar que o Loide deve escravizar-se às finalidades de lu

cro, mas também não devemos afirmar

que êle deve queimar os recursos da

menle deficitário. .a.- ...A--

De fato, nossa Marinha Mercante ar

cou com as sobrecargas tremendas do

transporte do carvão e a perda de 39 unidades em conseqüência de tprpedeamentos e acidentes.

'

A sobrecarga do carr-ão pode ser esanrinada pelos algarismos seguintes: em

J939 o vomme de nossa importação de carvao for de 1.382.471 toneladas transportado quase todo por bandeiras estiangenas. e a extração de garvão na-

acnal atingia a 1.046.975 toneladas Em 1943 nossa importação tini,a caído


DiCF.^o

Econômico

Digesto Econômico

56

cilmente — nem poderíamos neste artigo

mais alto coeficiente clc utilização pos

abordar matéria tão complexa — dese

sível, além de magnífica técnica de nio-

jamos apenas acentuar que na raiz dos

\imentação de cargas.

ma'es que afligem não sòinente nossos

Assim, o firmo sucesso t-conómico do

stTxiços portuários, mas priiicipalnienlc

oniprcondinu-nto asscnla\a >ia sua or

os ferroviários, está o míninui fuxo dos

ganização racionai, graças à cpial sempre trafegou com onibarcações bem projtHa-

transportes. Voltemos, entretanto, ao nosso tema

das para suas linhas, em conlra.ste in;»r-

para examinar aspectos referentes ao ma

cantc com os oinpreenclimenlos do go

terial flutuante.

vêrno, operando frota heterogênea, cons

Em matéria de tipos de embarcação,

tituída de navios obsoletos de segunda

a apreciação de nossa política passada

e terceira mão, dc exploração antiecor

não é nada confortadora.

Salvo algumas realizações inteligen tes registradas em várias épocas, entre

as quais merecem menção as de "LageLamport & Halt" e as do Governo do

Bio Grande do Sul (1937), o restante, principalmente no âmbito das iniciativas

do Govêrno Federal, é uma sucessão de dísiates de tal natureza que bem me receriam uma investigação de caráter económico-político-administrativo.

A Companhia Lamport Ho!t, da qual

Antônio Lage era representante, aten dendo às dificuladdes das barras de Pa

ranaguá, São Francisco, Itajaí, Florianó

nómica c de cáracterísticas inadequa

das aos nossos portos. Sem dúvida, tantos fatores negativos tinham de acarretar baixíssimo.s coefici

entes de utilização, pois o ca'ado dema siado impedia muitos navios de tomarem carga completa; a obsolência causjiva

freqüentes paralisações para consertos;

a hetcrogeiieidadc alongava os períodos dc reparos, por d ficuldades dc ordem técnica; a deficiência do equipamento de bordo de movimentação de cargas, pro

vocava grandes demoras nos portos; as máquinas, por antiquadas, acarretavam

dispêndios enormes dc combustível e

polis, R-o Grande, Pelotas e Porto Ale gre, de longa data promoveu estudos

não permitiam desenvolver velocidade

técnicos que permitiram projetar um ex

Êsses erros técnicos eram de tal modo patentes, as críticas de tal modo claras e

celente tipo de navio, cujo padrão ficou Somente mais tarde, - quando o movimento marítimo foi cres sendo o Itapaci.

cendo, as barras e os canais foram sen

satisfatória.

insistentes, e as sugestões para reorga nização tão lúcidas e reiteradas, que,

do dragados e balisados pelo Govêrno,

dificilmente, poderemos atribuir apenas à ignorância ou à di.splicôncia a sucessão

a einbarcação-tipo pôde ser aumentada.

de tantos erros.

Foi então adotado o padrão Itaquatiá. Ma s tarde ainda, após as obras do porto do Rio Grande, e depois do aumento de

secção dos canais internos para Pelotas e Porto A'egre, pôde ser introduzido o tipo Itaité. Toda a frota ora dotada de equipa mentos padronizados e modernos. Os navios tinham boa marcha, oferecendo o

Remetemos o tema aos estudiosos de

nossa administração pública, de nossa política e de nossa economia. A pista a seguir seria investigar as atividades e

as ligações dos grupos ^aos quais devia interessar a manutenção da empresa do govêrno — a emprê.sa padrão em maté ria tarifária — em estado sistcmàtiea-

Deixemos porém as divngações e vol

nação ineptamente... para não perse

guir objetivos de lucro.

temos aos fatos.

É subido que quanto maior o navio,

É* claro que o transporte marítimo

menor será o seu custo unitário e seu

pode ser operado pelo govênio com fre

custeio por tonelada, mas não podemos

tes abaixo do custo, se ficarem demons

esquecer a limitação imposta pelas condi ções naturais das costas sob pena de in

tradas as grandes vantagens sociais e econômicos trazidas ao país por seu in

verter-se a proposição acima. Ora, en

termédio.

quanto fòr mantida a política dc aquisi

pode servir de justificativa para o des prezo cias bases racionais de operação, sob pena de empobrecer a coletividade

ção cie barcos de segunda mão e de ope ração cie navios obsoletos caracterízada-

Mas essa circunstância não

mente antieconômicos, não há reorganiza ção aclmini.sliati\'a capaz de sal\'ar da in-

brasileira.

eoordenação e da ruína a marinha mer

cm 1939, a situação dos nossos trans-

Com ü advento da guerra mundial

cante oficial, apesar dos altos fretes que ' portes marítimos agravou-se seriamente, oneram a economia coletiva. Debalde .sc

passando a perturbar de modo lamen-

tem experimentado vários regimes admi nistrativos. Enquanto as bases técnicas forem desprezadas não pode haver equi

í' 1 viria tável toda an vida brasileira.

líbrio econômico: daí a triste história económico-fínaiiceira do Loide e a mul

tiplicidade de regimes jurídicos que têm sido experimentados. (*") E que dizer, então, daquela difundi da filosofia que justifica a situação e afirma

não

dever

o

Loide

Brasileiro

"perseguir objetivos de lucro"? Não vamos sustentar que o Loide deve escravizar-se às finalidades de lu

cro, mas também não devemos afirmar

que êle deve queimar os recursos da

menle deficitário. .a.- ...A--

De fato, nossa Marinha Mercante ar

cou com as sobrecargas tremendas do

transporte do carvão e a perda de 39 unidades em conseqüência de tprpedeamentos e acidentes.

'

A sobrecarga do carr-ão pode ser esanrinada pelos algarismos seguintes: em

J939 o vomme de nossa importação de carvao for de 1.382.471 toneladas transportado quase todo por bandeiras estiangenas. e a extração de garvão na-

acnal atingia a 1.046.975 toneladas Em 1943 nossa importação tini,a caído


■Vi,

Dícksto Econ()mico

58

paru 587.423 toneladas e nossa produ Paru

atender

a

ès.se

acréscimo

Na fixação de tipos adequados dc embarcação, as condições naturais das

ção subira a 2.034.311 toneladas. de

?)(S7.336 toneladas foi desviado para o serviço do carvão grande número de va

nossas costas e portos são fatores que,

pores, com prejuízo do transporte dc açúcar e de sal do Nordeste, bem como

mia, aos quais fizemos menção.

dos gêneros de subsistência de Pôrto Alegre, para não falar no trágico isola mento a que ficou reduzida a .Amazônia.

Quanto aos porto.s, estamos assistindo no após-guerra a uma retomada dos

dos navios, totalizando cêrca de 1.50.000

::erviços de con.ser\'ação. Ê evidente, en tretanto, que não devemos esperar me lhoras acentuadas na organização dos nosso.s tran.sportcs niarítinios, enquanto

toneladas, teremos 1.200.000 toneladas,

a produção, o. comércio e o consumo do

Sc ca'cularmos a capacidade anual de

transporte perdida com o afundamento

na hipótese de fazerem os navios qua tro viagens redondas no ano.

A soma dessa capacidade perdida por

de ser considerada a responsável única

cas do nosso movimento ferroviário e

pelo colapso dolorosíssimo verificado em

portuário oferecem séries de trinta ou

nossos serviços de navegação durante a

quarenta anos que demonstram a as-

guerra e cujas conseqüências, sôbre a

serção.

produção estamos sentindo e ainda sen

por Afonso Arinos de Melo Franco

O üT. Afonso Arinos de Melo Franco focaliza, nesta crônica, o sifinificado das Irâs ohras clássicas dc Calógeras, referentes à diplomacia, finanças e riquezas mi nerais do Brasil: "Política Exterior do Império", "La Politique Monétaire du BrésiV c "As Minas do Brasil e sim Legislação".

Além destas, são obras imprescindíveis aos estudiosos dos coisas páblicas: "Problemas de govômo", "Problemas de Administração", "Res Nostra" e "Formaçau

povo brasileiro permanecerem nos ín

Essa contingência, entretanto, não po-

tivemos de enfrentar.

Cnlôfícraí)

Histórica do Brasil".

fimos níveis cm que e.stão.

Sabemos que uma sólida economia requer um bom aparelho de circulação de riquezas, mas devemos lembrar tam bém que não basta organizar os trans portes para promover o desenvolvimen to das forças produtivas. . As estatísti

afundamento com o excedente da produ ção do carvão nacional nos dá "grosso modo" idéia do do "déficit" "déficit rnund que

^eoMcmteCk

iio Brasil, de\em exercer muito maior

influência do que noutros países, devido àquê'es característicos dc nossa econo

Calógeras 6 o estadista que soube aliar o saber teórico à capacidade realizadora.

A sua obra é uma verdadeira ènciclopédia brasileira.

^ 21 de abril não marca luto nacional apenas pelo enforcamento do Tira-

que fiz dos três livros referido.s dc Ca lógeras, "A Política Exterior do Impé

Também nesse dia, perdemos

rio", "La Politique Monétaire du Bré-

Calógeras. Antônio Gontijo de Carvalho, seu grande amigo, com a compreensão exemplar da amizade, que possui, amigo

sil" o "As Minas do Brasil e sua Legis%-

dentes.

ção", foi uma leitura árdua e.minuciosa, levada a cabo em épocas diversas, não

cuja lealdade vai além da morte, promo

por passatempo nem por sede dc ilus

veu

tração, mas na vagarosa procura de ele mentos que servissem a trabalhos que

um

movimento

comemorativo

ém

que a atividade do órgão central de con

Os algarismo.s a seguir referem-se ao

trole da marinha mercante contribuiu

para acentuar os incomensuráveis prejuí

Nova York — 63 milhões. FiIadèJtia, 27. Houston. 23. São Francisco. 23, L.üs

zos trazidos à produção, ao comércio e

Angeles, 20 etc. (Statistical Abstract

tôrno da memória daquele em quem po deremos ver a maior organização de es tadista que "gamais possuiu o Brasil. Calógeras é o único brasileiro sôbre cuja ação e capacidade pessoais pode

of United Statcs, 1941).

riam dar motivo a uma verdadeira cole

das citadas, pois não apenas^se absorve

ção dos mais variados ensaios, de cará ter político e administrativo.

o que o autor quis dizer, como também se julga, pelo conhecimento pessoal que já se leva do assunto, o quanto êle teve

tiremos para o futuro. É insofismável

a milhões de consumidores nesse período. Após o conflito as perspectivas quanto ao critério de aquisição de navios pare cem indicar ligeira melhoria, pois os jor nais têm noticiado a encomenda de uni

dades novas para a marinha mercante nacional. Cabem, entretanto, ainda al

gumas reservas quanto ao critério de escolha dos tipos de navios que esta mos comprando.

(')

A tonelada das estatísticas

nas é de 2000 libras, ou soja 907.2 Kg.

movimento portuário do ano cie ijjj:

) Fundado nos primeiros tempos da República, transformado em socieda de anônima no ano seguinte, entrou

em liquidação oito anos depois.

Re

Três dos seus livros são obras verda

nasce cinco anos mais tarde como so,

ciedado em comandita. volta depois a sociedade anônima, tendo o Gover no como acionista. Dois anos depois

deiramente clássicas, em setores tão di ferentes da administração, como a di

é entregue ao Banco do Braõil cortjo pagamento de dívidas e a seguir ê explorado como Patrimônio Nacional.

plomacia, as finanças e as atividades li

gadas à exploração das riquezas minerais.

Em 1921 constitui-sé novamente em sociedade anônima e. em 1937, volta

Posso dar a êste respeito um teste

munho pessoal, que será talvez signifi

a ser Patrimônio Nacional, receben do anualmente vultosa subvenção.

cativo, não pelo valor do julgamento em si, mas pelas circunstâncias em que ele foi formulado.

«iilÉ

Na.verdade, a leitura

eu próprio estava realizando. E é só cm semelhantes leituras que se pode avaliar tôda a importância, tôda a ri

queza de conteúdo de obras da natureza

de ler e trabalhar para chegar àqueles resultados. E, neste ponto, a impressão que me ficou da gigantesca capacidade de trabalho de Calógeras foi verHginosa. No curso de História da Economia Brasileira, dada na saudosa Universida de do Distrito Federal, utilizei o estudo sobre a mineração do Brasil, durante semanas. Na biografia do Marechal Ca-


■Vi,

Dícksto Econ()mico

58

paru 587.423 toneladas e nossa produ Paru

atender

a

ès.se

acréscimo

Na fixação de tipos adequados dc embarcação, as condições naturais das

ção subira a 2.034.311 toneladas. de

?)(S7.336 toneladas foi desviado para o serviço do carvão grande número de va

nossas costas e portos são fatores que,

pores, com prejuízo do transporte dc açúcar e de sal do Nordeste, bem como

mia, aos quais fizemos menção.

dos gêneros de subsistência de Pôrto Alegre, para não falar no trágico isola mento a que ficou reduzida a .Amazônia.

Quanto aos porto.s, estamos assistindo no após-guerra a uma retomada dos

dos navios, totalizando cêrca de 1.50.000

::erviços de con.ser\'ação. Ê evidente, en tretanto, que não devemos esperar me lhoras acentuadas na organização dos nosso.s tran.sportcs niarítinios, enquanto

toneladas, teremos 1.200.000 toneladas,

a produção, o. comércio e o consumo do

Sc ca'cularmos a capacidade anual de

transporte perdida com o afundamento

na hipótese de fazerem os navios qua tro viagens redondas no ano.

A soma dessa capacidade perdida por

de ser considerada a responsável única

cas do nosso movimento ferroviário e

pelo colapso dolorosíssimo verificado em

portuário oferecem séries de trinta ou

nossos serviços de navegação durante a

quarenta anos que demonstram a as-

guerra e cujas conseqüências, sôbre a

serção.

produção estamos sentindo e ainda sen

por Afonso Arinos de Melo Franco

O üT. Afonso Arinos de Melo Franco focaliza, nesta crônica, o sifinificado das Irâs ohras clássicas dc Calógeras, referentes à diplomacia, finanças e riquezas mi nerais do Brasil: "Política Exterior do Império", "La Politique Monétaire du BrésiV c "As Minas do Brasil e sim Legislação".

Além destas, são obras imprescindíveis aos estudiosos dos coisas páblicas: "Problemas de govômo", "Problemas de Administração", "Res Nostra" e "Formaçau

povo brasileiro permanecerem nos ín

Essa contingência, entretanto, não po-

tivemos de enfrentar.

Cnlôfícraí)

Histórica do Brasil".

fimos níveis cm que e.stão.

Sabemos que uma sólida economia requer um bom aparelho de circulação de riquezas, mas devemos lembrar tam bém que não basta organizar os trans portes para promover o desenvolvimen to das forças produtivas. . As estatísti

afundamento com o excedente da produ ção do carvão nacional nos dá "grosso modo" idéia do do "déficit" "déficit rnund que

^eoMcmteCk

iio Brasil, de\em exercer muito maior

influência do que noutros países, devido àquê'es característicos dc nossa econo

Calógeras 6 o estadista que soube aliar o saber teórico à capacidade realizadora.

A sua obra é uma verdadeira ènciclopédia brasileira.

^ 21 de abril não marca luto nacional apenas pelo enforcamento do Tira-

que fiz dos três livros referido.s dc Ca lógeras, "A Política Exterior do Impé

Também nesse dia, perdemos

rio", "La Politique Monétaire du Bré-

Calógeras. Antônio Gontijo de Carvalho, seu grande amigo, com a compreensão exemplar da amizade, que possui, amigo

sil" o "As Minas do Brasil e sua Legis%-

dentes.

ção", foi uma leitura árdua e.minuciosa, levada a cabo em épocas diversas, não

cuja lealdade vai além da morte, promo

por passatempo nem por sede dc ilus

veu

tração, mas na vagarosa procura de ele mentos que servissem a trabalhos que

um

movimento

comemorativo

ém

que a atividade do órgão central de con

Os algarismo.s a seguir referem-se ao

trole da marinha mercante contribuiu

para acentuar os incomensuráveis prejuí

Nova York — 63 milhões. FiIadèJtia, 27. Houston. 23. São Francisco. 23, L.üs

zos trazidos à produção, ao comércio e

Angeles, 20 etc. (Statistical Abstract

tôrno da memória daquele em quem po deremos ver a maior organização de es tadista que "gamais possuiu o Brasil. Calógeras é o único brasileiro sôbre cuja ação e capacidade pessoais pode

of United Statcs, 1941).

riam dar motivo a uma verdadeira cole

das citadas, pois não apenas^se absorve

ção dos mais variados ensaios, de cará ter político e administrativo.

o que o autor quis dizer, como também se julga, pelo conhecimento pessoal que já se leva do assunto, o quanto êle teve

tiremos para o futuro. É insofismável

a milhões de consumidores nesse período. Após o conflito as perspectivas quanto ao critério de aquisição de navios pare cem indicar ligeira melhoria, pois os jor nais têm noticiado a encomenda de uni

dades novas para a marinha mercante nacional. Cabem, entretanto, ainda al

gumas reservas quanto ao critério de escolha dos tipos de navios que esta mos comprando.

(')

A tonelada das estatísticas

nas é de 2000 libras, ou soja 907.2 Kg.

movimento portuário do ano cie ijjj:

) Fundado nos primeiros tempos da República, transformado em socieda de anônima no ano seguinte, entrou

em liquidação oito anos depois.

Re

Três dos seus livros são obras verda

nasce cinco anos mais tarde como so,

ciedado em comandita. volta depois a sociedade anônima, tendo o Gover no como acionista. Dois anos depois

deiramente clássicas, em setores tão di ferentes da administração, como a di

é entregue ao Banco do Braõil cortjo pagamento de dívidas e a seguir ê explorado como Patrimônio Nacional.

plomacia, as finanças e as atividades li

gadas à exploração das riquezas minerais.

Em 1921 constitui-sé novamente em sociedade anônima e. em 1937, volta

Posso dar a êste respeito um teste

munho pessoal, que será talvez signifi

a ser Patrimônio Nacional, receben do anualmente vultosa subvenção.

cativo, não pelo valor do julgamento em si, mas pelas circunstâncias em que ele foi formulado.

«iilÉ

Na.verdade, a leitura

eu próprio estava realizando. E é só cm semelhantes leituras que se pode avaliar tôda a importância, tôda a ri

queza de conteúdo de obras da natureza

de ler e trabalhar para chegar àqueles resultados. E, neste ponto, a impressão que me ficou da gigantesca capacidade de trabalho de Calógeras foi verHginosa. No curso de História da Economia Brasileira, dada na saudosa Universida de do Distrito Federal, utilizei o estudo sobre a mineração do Brasil, durante semanas. Na biografia do Marechal Ca-


Dígksto Econômico

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DK;t:sTo

I£< hinó?.i k:o

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"A Política Exterior do Império" e.xcede muito o âmbito cronológico que o seu títxilo sugere. Dc fato, Irata-sc de

so. Mas o.s estudiosos, que já não eram

cia. E, na História do Banco do Brasi',

tim extenso painel de história dip*omútiea, que revive, mais ou menos sintèli-

Quantos dêles hoje em* dia haverá, ca pazes já não direi de escrever o livro

líbrio, haveria de trazer ao Brasil "mui

que tinha em preparo, vali-me largamen te da tese que êle dedicou à nossa evo

camentc, conforme o interesse do assun to pura o leitor brasileiro, os aconteci

básico de Calógeras, mas, polo menos, dc conceder-lhe a leitura meditada que

tas moléstias infantis", específicas do Continente, e das quais o Império o ti

mentos, desde o início da nossa x kla co

ê'e merece?

nha preservado.

lado, herói da Císplatína, apoiei-mc bas tante no panorama que Calógeras traça da nossa política exterior, no período que precedeu e sucedeu à Independên

lução monetária.

Êstc último livro pode encontrar um rival no tratado de Amaro Cavalcanti

Kcbre "O meio circulante nacional", ri

xa' talvez superior, porque n trabalho dc Calógeras, preparado exclusivamente dentro do programa de uma tese a ser relatada na Conferência Pananiericana

de Buenos Aires, não podia ter a extenr.ia expositivu nem a preocupação teó rica do profundo estudo do Ministro da

Fazenda do segundo governo Rotlrigues AVes. Mas, dentro do propósito mar cado pelo programa aprovado na Ter

ceira Conferência, o livro de Ca'ógeras espanta pela formidável densidade dos fatos re ferentes à nos.sa evolu

ção financeira, acumulado.s eni pouco mais dc

quinhentas páginas. Aliás Ca'ógeras era, provavel mente, o único estadista

do paí.s em condições de

lonial, e mesmo até mais longe, pois traça um útil esboço da vida diplomá

tica portuguesa. Também èsle livro re cebeu, embora indiretamente, o estímulo dc Rio Branco.

Conta Calógeras, nn

prefácio, que foi muito além do plano

muito freqüente.s no tempo de Calóge ras, tornam-se

cada

vez mais raros.

aquela verdade tão picantemente enun ciada por Nabuco, segundo a qual a República, no espaço talvez longo de adaptação e criação do seu próprio equi

"As Minas do Brasil" é, a meu ver, o

Para rematar contarei uma historiela

terceiro atestado da vigorosa capacidade

sobre Calógeras, que me foi contada por

intelectual do estadista Calógeras. Do grande estadista democrático, que ele foi. Ainda aqui seu propósito era o dc facilitar a tarefa lcgislati\'a, e diante de

meu pai, amigo dêle desde os primeiros anos da República, em Ouro Preto.

Creio que ela define bem a delicadezii moral e sentimental que coexistia em

marcado ao ,seu trabalho pelo Instituto

monumentos como êstc Iíxto, não nos

Ca'ógeras com a força intelectual, co

Histórico, a que destinava a te.-^e liisíórica, porque tc\'e cm xásta aparelhar os

resta senão sorrir diante das audaciosas

mo se dá com todos os autênticos gran

afirmativas do que pretendem apresen

des homens.

legisladores brasi'e ros du República para o debate consciente dos assuntos vindos

tar os congressos brasileiros como ajun tamentos ilícitos de palradores dissipa

do governo Rodrigues Alves, em que o

do Itamarati.

dos e imbecis. Quem matou entre nós o

poder foi exercido pelo honrado Delfim

Legislativo foi o Executivo. Isto é, o Legislativo Federal se abastardou na medida em que o Executivo Federal, através da República, foi intervindo ca

Moreira, Melo Franco tomou-se, de fato, uma espécie de Primeiro Ministro. O

Observara Calógeras a

deficiência dos congressistas nesse terre

no, desde o tempo em que Rio Branco, do seu gabinete atulluulo

de papeis, lançaxa sôbre

Ministro mineiro durante o segun

Více-Presidente em exercício, já adoenta

do e pouco conhecedor do meio federal, pois vix^era qua.se sempre em Minas,

as Câmaras "informes e

da vez mais estreitamente na sua com

pareceics, esclarecimentos

posição o na sua atuação.

O processo

confiax'a e descansava na lealdade e na

ln'sk)iicos de consc lios de

oleitoral pouca influência teve nisto,

experiência do seu auxiliar. Eleito Epi-

governo". Morto o ba rão, perdida e.sta fonte

porquanto nunca o Legislativo foi mais

tácio Pessoa presidente, a política minei

alto, mais digno, mais eficiente que no

ra, que manlivera e.xemplar imparciali

do ensinamentos, sonha

tempo em que a base eleitoral era mais

dade antes e durante o pleito, continuou

Calógeras reunir ein li-

em discreto afastamento, e Melo Franco,

fazer a obra como foi

xTO tóda a nossa evolu

feita,

ção diplomática, de for

ignara, isto' é, no tempo do Império, desde o seu início. A razão é que os Imperadores e os Regentes se esforça

ma a auxihar os re.spon-

vam por governar de acordo com as

que tanto influirá no govêmo, recolheuse praticamente à vida privada, durante a^gum tempo, sobretudo para evitar as

Qàmaras, mas num acôrdo que não

intrigas que sempre se fomiam em tais

Existe uma carta

dêle a Gastão da Cunha

queixando-se do esfôrço intelectual dispendido, que o deixou à

sáveís pela política ex terna. E não há dúvida que o fez, nos

significava a sujeição destas.

Com a

ocasiões. Um dia seguia ele para Minas,

beira do esgotamento nervoso. Também

três mac"ços volumes, publicados dois

República isto também sucedeu enquan-

e estava inteiramente só na estação, como

não era para menos. Leopoldo de Bu

pela Revista do Instituto e um pe a

•to os seus chefes trouxeram a mentali

lhões, Ministro da Fazenda, transmitira-

dade do Império. Não é a tôa que a

bom mineiro, vinte minutos antes de sair o noturno. Nisto, do outro lado do

última grande geração da Câmara foi o

páteo, entra um trem especial, que con

famoso "Jardim da Infância", do tempo de Afonso Pena. Não se veja, aqui, ne nhuma afirmação de monarquisiiio, pois

volta de umas manobras realizadas fora

dias, estava com o seu Iínto não sòinen-

Editora Nacional. Que tenha sido útil é mais discutível Isto depende da ca pacidade do leitor, de enfrentar aqueles calhamaços, que o autor chama corajo samente "resumos", e que, na verdade,

te c.scríto, mas também impresso e pu-

o são, desde que nos coloquemos, como

bhcado!

ele diz, no ponto de vista do estudio-

lhe à última hora o convite do atarefado e desordenado Rio Branco. E o ter

rível Calógeras, no espaço de noventa

sou não só republicano como anti-monar-

quista convicto. Desejo apenas salientar

duzia Calógeras, Ministro da Guerra, de

do Rio. Disse-me meu pai que hesitou

sobre se devia ir cumprimentá-lo, mas decidiu que não. Calógeras descera de


Dígksto Econômico

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DK;t:sTo

I£< hinó?.i k:o

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"A Política Exterior do Império" e.xcede muito o âmbito cronológico que o seu títxilo sugere. Dc fato, Irata-sc de

so. Mas o.s estudiosos, que já não eram

cia. E, na História do Banco do Brasi',

tim extenso painel de história dip*omútiea, que revive, mais ou menos sintèli-

Quantos dêles hoje em* dia haverá, ca pazes já não direi de escrever o livro

líbrio, haveria de trazer ao Brasil "mui

que tinha em preparo, vali-me largamen te da tese que êle dedicou à nossa evo

camentc, conforme o interesse do assun to pura o leitor brasileiro, os aconteci

básico de Calógeras, mas, polo menos, dc conceder-lhe a leitura meditada que

tas moléstias infantis", específicas do Continente, e das quais o Império o ti

mentos, desde o início da nossa x kla co

ê'e merece?

nha preservado.

lado, herói da Císplatína, apoiei-mc bas tante no panorama que Calógeras traça da nossa política exterior, no período que precedeu e sucedeu à Independên

lução monetária.

Êstc último livro pode encontrar um rival no tratado de Amaro Cavalcanti

Kcbre "O meio circulante nacional", ri

xa' talvez superior, porque n trabalho dc Calógeras, preparado exclusivamente dentro do programa de uma tese a ser relatada na Conferência Pananiericana

de Buenos Aires, não podia ter a extenr.ia expositivu nem a preocupação teó rica do profundo estudo do Ministro da

Fazenda do segundo governo Rotlrigues AVes. Mas, dentro do propósito mar cado pelo programa aprovado na Ter

ceira Conferência, o livro de Ca'ógeras espanta pela formidável densidade dos fatos re ferentes à nos.sa evolu

ção financeira, acumulado.s eni pouco mais dc

quinhentas páginas. Aliás Ca'ógeras era, provavel mente, o único estadista

do paí.s em condições de

lonial, e mesmo até mais longe, pois traça um útil esboço da vida diplomá

tica portuguesa. Também èsle livro re cebeu, embora indiretamente, o estímulo dc Rio Branco.

Conta Calógeras, nn

prefácio, que foi muito além do plano

muito freqüente.s no tempo de Calóge ras, tornam-se

cada

vez mais raros.

aquela verdade tão picantemente enun ciada por Nabuco, segundo a qual a República, no espaço talvez longo de adaptação e criação do seu próprio equi

"As Minas do Brasil" é, a meu ver, o

Para rematar contarei uma historiela

terceiro atestado da vigorosa capacidade

sobre Calógeras, que me foi contada por

intelectual do estadista Calógeras. Do grande estadista democrático, que ele foi. Ainda aqui seu propósito era o dc facilitar a tarefa lcgislati\'a, e diante de

meu pai, amigo dêle desde os primeiros anos da República, em Ouro Preto.

Creio que ela define bem a delicadezii moral e sentimental que coexistia em

marcado ao ,seu trabalho pelo Instituto

monumentos como êstc Iíxto, não nos

Ca'ógeras com a força intelectual, co

Histórico, a que destinava a te.-^e liisíórica, porque tc\'e cm xásta aparelhar os

resta senão sorrir diante das audaciosas

mo se dá com todos os autênticos gran

afirmativas do que pretendem apresen

des homens.

legisladores brasi'e ros du República para o debate consciente dos assuntos vindos

tar os congressos brasileiros como ajun tamentos ilícitos de palradores dissipa

do governo Rodrigues Alves, em que o

do Itamarati.

dos e imbecis. Quem matou entre nós o

poder foi exercido pelo honrado Delfim

Legislativo foi o Executivo. Isto é, o Legislativo Federal se abastardou na medida em que o Executivo Federal, através da República, foi intervindo ca

Moreira, Melo Franco tomou-se, de fato, uma espécie de Primeiro Ministro. O

Observara Calógeras a

deficiência dos congressistas nesse terre

no, desde o tempo em que Rio Branco, do seu gabinete atulluulo

de papeis, lançaxa sôbre

Ministro mineiro durante o segun

Více-Presidente em exercício, já adoenta

do e pouco conhecedor do meio federal, pois vix^era qua.se sempre em Minas,

as Câmaras "informes e

da vez mais estreitamente na sua com

pareceics, esclarecimentos

posição o na sua atuação.

O processo

confiax'a e descansava na lealdade e na

ln'sk)iicos de consc lios de

oleitoral pouca influência teve nisto,

experiência do seu auxiliar. Eleito Epi-

governo". Morto o ba rão, perdida e.sta fonte

porquanto nunca o Legislativo foi mais

tácio Pessoa presidente, a política minei

alto, mais digno, mais eficiente que no

ra, que manlivera e.xemplar imparciali

do ensinamentos, sonha

tempo em que a base eleitoral era mais

dade antes e durante o pleito, continuou

Calógeras reunir ein li-

em discreto afastamento, e Melo Franco,

fazer a obra como foi

xTO tóda a nossa evolu

feita,

ção diplomática, de for

ignara, isto' é, no tempo do Império, desde o seu início. A razão é que os Imperadores e os Regentes se esforça

ma a auxihar os re.spon-

vam por governar de acordo com as

que tanto influirá no govêmo, recolheuse praticamente à vida privada, durante a^gum tempo, sobretudo para evitar as

Qàmaras, mas num acôrdo que não

intrigas que sempre se fomiam em tais

Existe uma carta

dêle a Gastão da Cunha

queixando-se do esfôrço intelectual dispendido, que o deixou à

sáveís pela política ex terna. E não há dúvida que o fez, nos

significava a sujeição destas.

Com a

ocasiões. Um dia seguia ele para Minas,

beira do esgotamento nervoso. Também

três mac"ços volumes, publicados dois

República isto também sucedeu enquan-

e estava inteiramente só na estação, como

não era para menos. Leopoldo de Bu

pela Revista do Instituto e um pe a

•to os seus chefes trouxeram a mentali

lhões, Ministro da Fazenda, transmitira-

dade do Império. Não é a tôa que a

bom mineiro, vinte minutos antes de sair o noturno. Nisto, do outro lado do

última grande geração da Câmara foi o

páteo, entra um trem especial, que con

famoso "Jardim da Infância", do tempo de Afonso Pena. Não se veja, aqui, ne nhuma afirmação de monarquisiiio, pois

volta de umas manobras realizadas fora

dias, estava com o seu Iínto não sòinen-

Editora Nacional. Que tenha sido útil é mais discutível Isto depende da ca pacidade do leitor, de enfrentar aqueles calhamaços, que o autor chama corajo samente "resumos", e que, na verdade,

te c.scríto, mas também impresso e pu-

o são, desde que nos coloquemos, como

bhcado!

ele diz, no ponto de vista do estudio-

lhe à última hora o convite do atarefado e desordenado Rio Branco. E o ter

rível Calógeras, no espaço de noventa

sou não só republicano como anti-monar-

quista convicto. Desejo apenas salientar

duzia Calógeras, Ministro da Guerra, de

do Rio. Disse-me meu pai que hesitou

sobre se devia ir cumprimentá-lo, mas decidiu que não. Calógeras descera de


I .UlUJWiil hi i , Djgesto ECONÓ^UCO

62

dóliTiã e botas, um pequeno clucote na

gências políticas não impediram o abra

mão, os bigodes em riste, cercado de oficiais de alta patente, inclusive france

ço afetuoso dos velhos companheiros, Calógeras pagava aqui, na mesma moe

ses, nos seus \'istüsos uniformes, e todo

da, aliás, uin antigo gc.sto do jovem

ele respirava prestígio e autoridade. Meu pai, que conhecera tantos momen tos parecidos, o espiava sorrindo da porta do seu vagão. Mas breve o sorri

promotor do Ouro Preto, Afrànio de Melo Franco, que, da tribuna do Minis tério PúbMco, pedira a absoKição de uni engenheiro da sna idade, chamado Pan-

so se fundia^^em ternura. É que Calógcras, que o vira desde o outro lado, já

diá Ca'ógcras, rapaz meio rixento, que andara a desancar com o guarda-chu

atravessava a estação de braços abertos, para estreitar o seu "Fanicd", como ele

sara atirar um limão de cheiro no sen

não se esquecia de dizer. E as diver

va um bcldrocgas carnavalesco, que ou

so'ene fraque, novo em folha...

Idéias e planos de um desembargador por Otávio Taiiquínio ue Sou.sa

JJkniiíe os deputados dc São

do-se formado em direito eni

1779, depois de haver cursa do também a Faculdade dc

Paulo à As.sembléia Cons

tituinte dc 1823 ha\-ia a^guma.s das mai.s ilu.stres figuras do Brasil dc c-ntão.

Filosofia. Contemporâneo, en tre outros, de Silva Alvarenga,

A maior de

tôdas — ranjam os dentes os

de Alexandre Rodrigues Fer

seus póstumos inimigos pe.s-

reira, de José Vieira Couto, de José da Stb'a Lisboa, de Antô

soais — era seiny sombra de

dúvida José Bonifácio. Quanto ã segunda, não faltará quem aponte outro Andrada — Antônio Carlos.

Mas

essa colocação bem pode ser disputada

nbrtl com uma soma equivalente a 10.500 toneladas

No exportados 54.397 fardos, pesando 10.457.843 qndoji, rio valor de Cr S 102.036.266,00. Os principais portos de destino foram Cdtinui,

Brasileiro, Anderson Clayton e Cia. Ltda., Esteve, Irmdos à- Cia. Lida., E. F. Saad ir Cia., Cia. Prado Chaves Exportadora, Mc Faden ir Cia. Ltda., Woolcy ò

Cia. Ltda., Braziliun Warrant Cq. Limited e Exportadora e Importadora Atlas S. A. n. menciO}iaao penoao jot-.iinier 15.673 lo.u/o volu A exportação de subprodutos 7JO no mencionado período fni-.línter mes

pesaiulo 3.094.102 quilos, no valor do Cr § 17.549.484,00; resíduos, 2.486 eoHnter, 1.205 fardos, nesando 240.056 quilos, no valor de Cr $ 652.778.00 e^^picUios {al

lumes, jjfisuituu lumes, pesando '±ou.A3-± 496.294 tjuuuc,, quilos, no no vaior valor de de Cr Cr § § 2.651. 2.651.131,00; loi.UU; ourra borra de ue

godão e Ixnter), nada. Os portos de de.stino foram Liverponl, Gênova, Manchestcr, ilavre, Nova York, Suíça e Roterdã.

Desde 1." de março, exportámos 1.57.087 fardos, pesando 30.036.266 qni.os, no valor de Cr $ 327.104.260,00.

na velha universidade pelo marquês de ||

ção — um Campos Vergueiro, um Mar-

1'ombal. Posto que viesse a seguir a chamada carreira das letras, servindo

tim Francisco, um Pauhi Sousa, um José Arouclie de Toledo Bendon, um Antônio Rodrigues Veloso de Oliveira. Dc todos,

filosofia, não limitado à filosofia racional o moral, mas abrangendo a filosofia na

por clix crsos paulistas, nato's ou de ado

A exporlação^ de algodão em pluma pelo pôrto de Santos nos últimos 13 apresenta oscilações acentuadas. Em maio de 1946 foi de cê,-ca de 36 mil tondodcf', alcançou ju.ho, 00o'7on<lr non 1 agosto, 26.000; setembro, 28 OCOoutubro,respectivamente: (piase 30.000; noeembro 20.000; dezembro 30.000. Em janeiro de 1947 revelou melhoras com côrca de 33.000 tone.adas; em fevereiro desceu para perto de 28.000; em miitço a queda se consolidou com menos de 20.000 toneladas para aparecer no més de

nio de Morais Silva, de Fran

cisco de Melo Franco, logrou os benefí cios da reforma do ensino introduzida

o último será o menos falado, o que não se impôs à consagração da posteridade

nos cargos da magistratura, o curso de tural, as ciências experimentais, com

e tem o nome quase completamente es

museu, jardim, observatório e gabinete de pe.squisas, estimuhu--lhe-ia o gòsto do

quecido.

conhecimento da natureza e dos assuntos

Valeria a pena egtudar as causas de

certos olviclos históricos; porque homens de indubltável valor vão para o limbo, enquanto outros, de menos porte, con tinuam em pleno foco. Será culpa deles mesmos, conseqüência de feitio pessoal mais retraído ou da auto-crítica que os

científicos.

Veloso, como vários outros

XXXXXXXX XXXXXXXXXXJtXXXXX

o ilustre historiador Otávio Tarqutnio de Sousa trata, no presente artigo, do ma

gistrado paulista Antônio Rodrigues Veloso de Oliveira, até hoje esipiecido do

caracterizou? Estarão e.squecidos, muna

grande público.

e.spécie de prêmio negativo da medéstia,

desembargador se revistam do ufanismo

porque desdenharam da própria g'ór a? Essas razões talvez expliquem o pequeno

que era um dos característicos do rei

lugar concedido até agora na história da cultura brasileira a um

homem como

Embora as idéias do

nado de D. João VI, as memórias que legou aos pósteros revelam inteligência atilada e segura visão de governo. Pro

Antônio Rodrigues de Oliveira. Quem,

cura assim o "Digesto Econômico" dar

fora de um reduzido grupo de estudiosos do passado, lembra o seu nome? Em 1773 já estava Veloso de Oliveira

cumprimento ao programa que se traçou de fazer ressurgir figuras pouco estu

em Coimbra, a estudar matemática, ten

brasileira.

dadas e que foram uteh à coletividade


I .UlUJWiil hi i , Djgesto ECONÓ^UCO

62

dóliTiã e botas, um pequeno clucote na

gências políticas não impediram o abra

mão, os bigodes em riste, cercado de oficiais de alta patente, inclusive france

ço afetuoso dos velhos companheiros, Calógeras pagava aqui, na mesma moe

ses, nos seus \'istüsos uniformes, e todo

da, aliás, uin antigo gc.sto do jovem

ele respirava prestígio e autoridade. Meu pai, que conhecera tantos momen tos parecidos, o espiava sorrindo da porta do seu vagão. Mas breve o sorri

promotor do Ouro Preto, Afrànio de Melo Franco, que, da tribuna do Minis tério PúbMco, pedira a absoKição de uni engenheiro da sna idade, chamado Pan-

so se fundia^^em ternura. É que Calógcras, que o vira desde o outro lado, já

diá Ca'ógcras, rapaz meio rixento, que andara a desancar com o guarda-chu

atravessava a estação de braços abertos, para estreitar o seu "Fanicd", como ele

sara atirar um limão de cheiro no sen

não se esquecia de dizer. E as diver

va um bcldrocgas carnavalesco, que ou

so'ene fraque, novo em folha...

Idéias e planos de um desembargador por Otávio Taiiquínio ue Sou.sa

JJkniiíe os deputados dc São

do-se formado em direito eni

1779, depois de haver cursa do também a Faculdade dc

Paulo à As.sembléia Cons

tituinte dc 1823 ha\-ia a^guma.s das mai.s ilu.stres figuras do Brasil dc c-ntão.

Filosofia. Contemporâneo, en tre outros, de Silva Alvarenga,

A maior de

tôdas — ranjam os dentes os

de Alexandre Rodrigues Fer

seus póstumos inimigos pe.s-

reira, de José Vieira Couto, de José da Stb'a Lisboa, de Antô

soais — era seiny sombra de

dúvida José Bonifácio. Quanto ã segunda, não faltará quem aponte outro Andrada — Antônio Carlos.

Mas

essa colocação bem pode ser disputada

nbrtl com uma soma equivalente a 10.500 toneladas

No exportados 54.397 fardos, pesando 10.457.843 qndoji, rio valor de Cr S 102.036.266,00. Os principais portos de destino foram Cdtinui,

Brasileiro, Anderson Clayton e Cia. Ltda., Esteve, Irmdos à- Cia. Lida., E. F. Saad ir Cia., Cia. Prado Chaves Exportadora, Mc Faden ir Cia. Ltda., Woolcy ò

Cia. Ltda., Braziliun Warrant Cq. Limited e Exportadora e Importadora Atlas S. A. n. menciO}iaao penoao jot-.iinier 15.673 lo.u/o volu A exportação de subprodutos 7JO no mencionado período fni-.línter mes

pesaiulo 3.094.102 quilos, no valor do Cr § 17.549.484,00; resíduos, 2.486 eoHnter, 1.205 fardos, nesando 240.056 quilos, no valor de Cr $ 652.778.00 e^^picUios {al

lumes, jjfisuituu lumes, pesando '±ou.A3-± 496.294 tjuuuc,, quilos, no no vaior valor de de Cr Cr § § 2.651. 2.651.131,00; loi.UU; ourra borra de ue

godão e Ixnter), nada. Os portos de de.stino foram Liverponl, Gênova, Manchestcr, ilavre, Nova York, Suíça e Roterdã.

Desde 1." de março, exportámos 1.57.087 fardos, pesando 30.036.266 qni.os, no valor de Cr $ 327.104.260,00.

na velha universidade pelo marquês de ||

ção — um Campos Vergueiro, um Mar-

1'ombal. Posto que viesse a seguir a chamada carreira das letras, servindo

tim Francisco, um Pauhi Sousa, um José Arouclie de Toledo Bendon, um Antônio Rodrigues Veloso de Oliveira. Dc todos,

filosofia, não limitado à filosofia racional o moral, mas abrangendo a filosofia na

por clix crsos paulistas, nato's ou de ado

A exporlação^ de algodão em pluma pelo pôrto de Santos nos últimos 13 apresenta oscilações acentuadas. Em maio de 1946 foi de cê,-ca de 36 mil tondodcf', alcançou ju.ho, 00o'7on<lr non 1 agosto, 26.000; setembro, 28 OCOoutubro,respectivamente: (piase 30.000; noeembro 20.000; dezembro 30.000. Em janeiro de 1947 revelou melhoras com côrca de 33.000 tone.adas; em fevereiro desceu para perto de 28.000; em miitço a queda se consolidou com menos de 20.000 toneladas para aparecer no més de

nio de Morais Silva, de Fran

cisco de Melo Franco, logrou os benefí cios da reforma do ensino introduzida

o último será o menos falado, o que não se impôs à consagração da posteridade

nos cargos da magistratura, o curso de tural, as ciências experimentais, com

e tem o nome quase completamente es

museu, jardim, observatório e gabinete de pe.squisas, estimuhu--lhe-ia o gòsto do

quecido.

conhecimento da natureza e dos assuntos

Valeria a pena egtudar as causas de

certos olviclos históricos; porque homens de indubltável valor vão para o limbo, enquanto outros, de menos porte, con tinuam em pleno foco. Será culpa deles mesmos, conseqüência de feitio pessoal mais retraído ou da auto-crítica que os

científicos.

Veloso, como vários outros

XXXXXXXX XXXXXXXXXXJtXXXXX

o ilustre historiador Otávio Tarqutnio de Sousa trata, no presente artigo, do ma

gistrado paulista Antônio Rodrigues Veloso de Oliveira, até hoje esipiecido do

caracterizou? Estarão e.squecidos, muna

grande público.

e.spécie de prêmio negativo da medéstia,

desembargador se revistam do ufanismo

porque desdenharam da própria g'ór a? Essas razões talvez expliquem o pequeno

que era um dos característicos do rei

lugar concedido até agora na história da cultura brasileira a um

homem como

Embora as idéias do

nado de D. João VI, as memórias que legou aos pósteros revelam inteligência atilada e segura visão de governo. Pro

Antônio Rodrigues de Oliveira. Quem,

cura assim o "Digesto Econômico" dar

fora de um reduzido grupo de estudiosos do passado, lembra o seu nome? Em 1773 já estava Veloso de Oliveira

cumprimento ao programa que se traçou de fazer ressurgir figuras pouco estu

em Coimbra, a estudar matemática, ten

brasileira.

dadas e que foram uteh à coletividade


Diorsto Eco^*ó^^^o

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65

DiOR.sro Er^oNÓMico

brasileiros do tempo, iiao seria apenas iim juiz ou um funcionário, estreitamente

rele, ocupou lambem os ócios cio juiz

muitos outros peixes, entre os quais o

com

mais

bacalhau; cm seguida, o estabelecimento

das indústrias domésticas do queijo e

confinado na jurisprudência ou na admi nistração. Voltando ao Brasil, depois

prementes do sua torra, dc preferência São Paulo. É o (|uc deixa fora de qual

da manteiga, da salga de cames e pre

de estrear-se cm funções judiciárias na

quer dúvida o trabalho intitulado "Me

ilha da Madeira, teria sempre os olhos

mória síMjre o mcMiüranicnto da pro-

voltados para os problemas de ordem política" e social de sua terra, a procurar apoio na observação direta dos fatos, nas

de sabnas e o aproveitamento da pedra calcárea. No tocante, à parte central, o desembargador recomenda a cultura da bauni'ha, da amendoeira, do coqueiro, da

vincia dc São Paulo, aplicável ein gran de parte às províncias do Brasil", que oferecera em 1810 ao príncipe regente

pimcntoira da índia, da videira, da amoreira, da laranjeira, do cacaueiro e do

estatísticas, nas .realiza

D. João o publicou tm

ções de países estrangei

gem c dominaria a economia de São

1822, quando eleito

Paulo, não mereceu muito de Veloso,

ros.

deputado à Assembléia

voltado mais para o açúcar, o tabaço, o

Constituinte.

algodão e a banana, esta última na sua opinião a dádiva mais preciosa da natu

Seu primeiro livro, pubMcado em Lisboa, em

cias

nccc.s.sidadcs

ter muita coisa: foi um

acréscimos no texto por

ocasião dfi publicação;

ziam os políticos do Se gundo Reinado, é de ori gem espanhola, muito antigo, e esteve em grande moda na França durante os séculos XVII e XVIII. Jogavam-no também os ingleses, e o "Tratado" de Veloso de Oliveira parece- demonstrar

que em Portugal e no Brasi! se tornara igualmente conhecido. Do voltaretc fi

caram cm nossa língua "codilho" c "co-

dilhar", como sinônimos de logro o lo grar, e.ste na acepção de burlar ou des

Dir-se-ia que escrevendo na

tudo, entretanto, de pe quena monta, visto que na "Advertência" de abertura se lê:

nl)a não desprezível "Memória" que lhes vai ser apresentada, como há doze anos foi escrita, intervindo contudo al

deputado da Mesa da Consciência e

Ordens, juiz conservador da nação bri tânica — Antônio Rodrigues Veloso de

Oliveira, se permaneceu fiel ao volta-

Em relação ao regime de trabalho, Veloso de Oliveira queria o do homem livre, aberto o Brasil aos pobrp que se deslocariam da Europa em conse

qüência das guerras napoleònicas; quena, sessenta e um anos antes da lei Rio

chamava de "muxiron"; a educação os índios; a refomia dos impostos, ospi tais; o trabalho feminino em detenmna-

^os ofícios. E em tudo se deveria sen

tir "a mão poderosa e benfeitora do Estado. Vastíssimo programa, que em

posições de grande clarividêneia, que so muito mais tarde viriam a ser adotadas

cendo-lhes instrumentos e máquinas. E

ceras defendidas sempre que se ofere

isso num regime político -em que desa

cia ensejo.

1,° a falta de atenção às justas represen

tos temas, Veloso de Oliveira se mostrou

parte marítima e parte central, Ve.O"'.

Paço,

res de lã, linho e algodão.

muitos pontos ainda continua irrealizado, planos sob alguns aspectos cm desa que orientaria os lavradores à luz dos cordo com as possibilidades do momen "princípios da química moderna", fome- to, rpas tudo produto de convicções sin

vidindo São Pau'o esquemuticamente em

do

Só haveria um meio de realizar todo

Não faltam nesse escrito o otimismo, o

de lutar contra o tédio, de sair de si

Exercendo no Brasil cargos de ma

suntos, do curtiniento de peles, de tea

ufanismo e até um pouco do aulicismo que se generaliziiram entro nós duran,te o reirAido joaníno. Mas há idéias c pro

paulista Veloso cuidaria acima de tudo

gistratura — chanceler da Redação do

iias, fábricas dc tabaco.

guns adeantamentos. .

mocidade um livro sôbre tema frívolo, o

mesmo, de matar o tempo. Mas tal não

bém a fundição do ferro — forjas e ferrarifts à semelhança das da Suécia, Di namarca, Rússia, França e América Se tentrional —, fábricas de papel, cordoa-

"A mi-

e algumas ainda hoje esperando dirigen tes capazes de pô-las em prática. Di

aconteceria.

lhos antes enumerados «Tnão descurando

Branco, que nascessem livres os filhos dos escravos e que êstes tivessem o di reito de auto-resgate; queria liberdade reza. Não ficavam ai os conselhos de de religião para os imigrantes; a distri buição de terras da Coroa a traba Veloso; não era um São Paulo apenas ex plorado pela agricultura e pela pesca; dores pobres, com empréstimo sem ju preconizava a criação em larga escala ros de 100$000, pago em seis anos; o dos gados vacum e ovelhuni; queria tam trabalho cooperativo já ensaiado no que

Provàvel-

título primitivo c vários

"Tratado do jogo do voltarete". Êsse jogo, em que ainda tanto se apra-

Maranhão, desembargador

cafczeiro. O café, que marcaria a paisa

menle houve alteração no

1794, não parecia prome

bancar.

o estudo

êsse vasto programa; trabalhar muito, sob o amparo e a vigilância do governo,

parecessem, entre outros, estes males:

de Oliveira enumera-lhes as rlcjuezas

e indica os meios de explorá-las. Quanto à primeira, aconselha o corte e comércio d^ madeiras, o estabelecimento de moi nhos ou serras dágua e de vapor, a fabri cação de móveis, tonéis o pipas, barcos e navios, sem esquecer indústrias derivadas como a da potassa; depois, a pescaria "em grande e bem regulada escala" dq tainlia, garoupa, pescada, sardinha e de

,yj|Éy,

Mais resumidamente, variando em cer

tações dos pobres a respeito de ricos e poderosos; 2.° a usurpaçãc da jurisdi ção dos juizes pelos governadores, capitães-mores e comandantes. Numa obra urgente de saneamento, ihculcava a ne

fundamentalmente coerente r.a "Memó ria sôbre a Agricultura do Brasil", escri ta em 1814. Era ele então chanceler da

cessidade de criar professores de cinir-

nia do Maranhão, de onde se retirou em

gia e medicina prática, de propagar a vacina —s "este quase divino socorro", acudir às epidemias de sarampo, dester

1818 desarindo com o governador e ma-

Relação e prim^ro deputado da Junta

da administração da fazenda da capita

guado com decisões contrárias da Corte. "No Brasil tudo se acha por fazer", diz-

rar de São Paulo as febres, os defluxos

nos sem grande exagêro. O sistema colo

e os reumatismos. Assim os paulistas viveriam felizes, entregues aos traba

nial, a seu parecer três vezes pior que o feudal, deixara herança funesta. Não


Diorsto Eco^*ó^^^o

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DiOR.sro Er^oNÓMico

brasileiros do tempo, iiao seria apenas iim juiz ou um funcionário, estreitamente

rele, ocupou lambem os ócios cio juiz

muitos outros peixes, entre os quais o

com

mais

bacalhau; cm seguida, o estabelecimento

das indústrias domésticas do queijo e

confinado na jurisprudência ou na admi nistração. Voltando ao Brasil, depois

prementes do sua torra, dc preferência São Paulo. É o (|uc deixa fora de qual

da manteiga, da salga de cames e pre

de estrear-se cm funções judiciárias na

quer dúvida o trabalho intitulado "Me

ilha da Madeira, teria sempre os olhos

mória síMjre o mcMiüranicnto da pro-

voltados para os problemas de ordem política" e social de sua terra, a procurar apoio na observação direta dos fatos, nas

de sabnas e o aproveitamento da pedra calcárea. No tocante, à parte central, o desembargador recomenda a cultura da bauni'ha, da amendoeira, do coqueiro, da

vincia dc São Paulo, aplicável ein gran de parte às províncias do Brasil", que oferecera em 1810 ao príncipe regente

pimcntoira da índia, da videira, da amoreira, da laranjeira, do cacaueiro e do

estatísticas, nas .realiza

D. João o publicou tm

ções de países estrangei

gem c dominaria a economia de São

1822, quando eleito

Paulo, não mereceu muito de Veloso,

ros.

deputado à Assembléia

voltado mais para o açúcar, o tabaço, o

Constituinte.

algodão e a banana, esta última na sua opinião a dádiva mais preciosa da natu

Seu primeiro livro, pubMcado em Lisboa, em

cias

nccc.s.sidadcs

ter muita coisa: foi um

acréscimos no texto por

ocasião dfi publicação;

ziam os políticos do Se gundo Reinado, é de ori gem espanhola, muito antigo, e esteve em grande moda na França durante os séculos XVII e XVIII. Jogavam-no também os ingleses, e o "Tratado" de Veloso de Oliveira parece- demonstrar

que em Portugal e no Brasi! se tornara igualmente conhecido. Do voltaretc fi

caram cm nossa língua "codilho" c "co-

dilhar", como sinônimos de logro o lo grar, e.ste na acepção de burlar ou des

Dir-se-ia que escrevendo na

tudo, entretanto, de pe quena monta, visto que na "Advertência" de abertura se lê:

nl)a não desprezível "Memória" que lhes vai ser apresentada, como há doze anos foi escrita, intervindo contudo al

deputado da Mesa da Consciência e

Ordens, juiz conservador da nação bri tânica — Antônio Rodrigues Veloso de

Oliveira, se permaneceu fiel ao volta-

Em relação ao regime de trabalho, Veloso de Oliveira queria o do homem livre, aberto o Brasil aos pobrp que se deslocariam da Europa em conse

qüência das guerras napoleònicas; quena, sessenta e um anos antes da lei Rio

chamava de "muxiron"; a educação os índios; a refomia dos impostos, ospi tais; o trabalho feminino em detenmna-

^os ofícios. E em tudo se deveria sen

tir "a mão poderosa e benfeitora do Estado. Vastíssimo programa, que em

posições de grande clarividêneia, que so muito mais tarde viriam a ser adotadas

cendo-lhes instrumentos e máquinas. E

ceras defendidas sempre que se ofere

isso num regime político -em que desa

cia ensejo.

1,° a falta de atenção às justas represen

tos temas, Veloso de Oliveira se mostrou

parte marítima e parte central, Ve.O"'.

Paço,

res de lã, linho e algodão.

muitos pontos ainda continua irrealizado, planos sob alguns aspectos cm desa que orientaria os lavradores à luz dos cordo com as possibilidades do momen "princípios da química moderna", fome- to, rpas tudo produto de convicções sin

vidindo São Pau'o esquemuticamente em

do

Só haveria um meio de realizar todo

Não faltam nesse escrito o otimismo, o

de lutar contra o tédio, de sair de si

Exercendo no Brasil cargos de ma

suntos, do curtiniento de peles, de tea

ufanismo e até um pouco do aulicismo que se generaliziiram entro nós duran,te o reirAido joaníno. Mas há idéias c pro

paulista Veloso cuidaria acima de tudo

gistratura — chanceler da Redação do

iias, fábricas dc tabaco.

guns adeantamentos. .

mocidade um livro sôbre tema frívolo, o

mesmo, de matar o tempo. Mas tal não

bém a fundição do ferro — forjas e ferrarifts à semelhança das da Suécia, Di namarca, Rússia, França e América Se tentrional —, fábricas de papel, cordoa-

"A mi-

e algumas ainda hoje esperando dirigen tes capazes de pô-las em prática. Di

aconteceria.

lhos antes enumerados «Tnão descurando

Branco, que nascessem livres os filhos dos escravos e que êstes tivessem o di reito de auto-resgate; queria liberdade reza. Não ficavam ai os conselhos de de religião para os imigrantes; a distri buição de terras da Coroa a traba Veloso; não era um São Paulo apenas ex plorado pela agricultura e pela pesca; dores pobres, com empréstimo sem ju preconizava a criação em larga escala ros de 100$000, pago em seis anos; o dos gados vacum e ovelhuni; queria tam trabalho cooperativo já ensaiado no que

Provàvel-

título primitivo c vários

"Tratado do jogo do voltarete". Êsse jogo, em que ainda tanto se apra-

Maranhão, desembargador

cafczeiro. O café, que marcaria a paisa

menle houve alteração no

1794, não parecia prome

bancar.

o estudo

êsse vasto programa; trabalhar muito, sob o amparo e a vigilância do governo,

parecessem, entre outros, estes males:

de Oliveira enumera-lhes as rlcjuezas

e indica os meios de explorá-las. Quanto à primeira, aconselha o corte e comércio d^ madeiras, o estabelecimento de moi nhos ou serras dágua e de vapor, a fabri cação de móveis, tonéis o pipas, barcos e navios, sem esquecer indústrias derivadas como a da potassa; depois, a pescaria "em grande e bem regulada escala" dq tainlia, garoupa, pescada, sardinha e de

,yj|Éy,

Mais resumidamente, variando em cer

tações dos pobres a respeito de ricos e poderosos; 2.° a usurpaçãc da jurisdi ção dos juizes pelos governadores, capitães-mores e comandantes. Numa obra urgente de saneamento, ihculcava a ne

fundamentalmente coerente r.a "Memó ria sôbre a Agricultura do Brasil", escri ta em 1814. Era ele então chanceler da

cessidade de criar professores de cinir-

nia do Maranhão, de onde se retirou em

gia e medicina prática, de propagar a vacina —s "este quase divino socorro", acudir às epidemias de sarampo, dester

1818 desarindo com o governador e ma-

Relação e prim^ro deputado da Junta

da administração da fazenda da capita

guado com decisões contrárias da Corte. "No Brasil tudo se acha por fazer", diz-

rar de São Paulo as febres, os defluxos

nos sem grande exagêro. O sistema colo

e os reumatismos. Assim os paulistas viveriam felizes, entregues aos traba

nial, a seu parecer três vezes pior que o feudal, deixara herança funesta. Não


'I ' i'

66

DicrcsTo Ecoxómico 67

DKu-:.st<) l'X;uN<').Mic:()

poderia haver felicidade no país en quanto fôsse governado pelas Ordenações

ao seu têrmo a prodigiosa aventura do

do Reino.

corso. Homem marcado pelas idéias do

Em terras extensas como as

do Brasil, justificavam-se as grandes

minantes no fim cio .século XVIII, paten

propriedades rurais, mas Veloso entendia

tes no seu utílitarismo social, na sua

que nos arredores das cidades e vilas se

ânsia de aproveitar a natureza, no seu pendor pelo.s assuntos de ordem objetiva e prática, Ve]o.ço cie Oliveira participa

deviam formar granjas e sítios nunca

maiores de um oitavo de légua de com

prido por igual de largura. "O meio mais próprio de estabelecer a nossa

agricultura e de aumentar a povoação (população) com prodigiosa multiplica ção de frutos na vizinhança das povoações, e principalmente das grandes, ha vendo já as terras subido a um conside rável preço, consiste na divisão delas em

porções bem proporcionadas à decen te sustentação de famílias hvres e hones-

I

aceno aos povos da Europa. Chegava

tas... cem geiras de terras bem culti vadas, com sua casa, forneceriam sem dúvida a uma dessas famílias meios bas tantes para a mais frugal e cômoda sub

sistência e ao mesmo tempo as devidas-

proporções para pagar a renda ao pro prietário e os tributos ao Estado".

Na opinião do desembargador Veloso de Oliveira os limites natu

rais do Brasil estavam entre o Amazonas, ao norte, e o

Prata, ao sul. Assim se de via formar o "Império", ten

do o príncipe D. João "o tí tulo do imperador do Bra.sil", escrevia em 1814. E mostra-

va-se partidário da livre na-_ vegação do Amazonas pelos

espanhóis, exigindo c^io compensação

va ou afetava participar do horror dos

círculos mais próximos de D. João pelos sucessos revolucionários da França e seus

desenvolvimentos — Napoleão e as guer ras. Estava-se em 1814 c o velho pau

lista dizia: "Vive-.se agora a vida dos tigres, ou antes a dos peixes, entre os cjuais é permitido ao maior devorar o

mais pequeno. Graças à infernal políti ca da França! Os povos da Europa sus piram pelo momento de aliandonar os

stíii.s antigos lares e de virem engrande

cer a América...". Um pouco simplòriamente, julgava fácil a chegada de inu meráveis imigrantes: era suficiente asse gurar-lhes liberdade de consciência, ter

ras para lavrarem, isenção de impostos. Que se publicassem convites "com o maior clareza" nas gazetas de Portugal, Espanlia e GrãBretanha e logo afluiriam. Mas convinha

excluir "os

franceses com todos os indi

víduos incloniú\'eis que for mam o corpo gangrenado de desertores dos seus e.xércítos". Viriam cada ano nun

ca menos de dez mil pessoas,

ou dez mil pobres, como dizia.

a do rio da Prata e do Paraguai pelos lu sos e brasileiros. Mais; que fôsse fran

otimismo as possibilidades de imigração

queada a navegação de todos os grandes

européia, fonte de elementos capazes pa

rios do Brasil.

ra a indústria, agricultura, as artes e até

Na "Memória sobre a Agricultura" in

Encarando embora com desmarcado

as ciências, Veloso de Oliveira não per

rios forem feitos pelas mãos dos escravos

desgraçados; porque, não tendo eles pátria, família, propriedade, nern mes mo interesses particulares, fazem con sistir a sua felicidade na inércia, no ócio e mellior ainda no sono, que os toma Indiferentes à sua triste condição". Maus trabalhadores seriam

os escravos não

seriam como os caminliões de hoje, irni pouco mais lentos e consumindo menos _

combustível. A experiência tentada mais tarde não corresponderia à expectativa. Mas em Ve'oso fervilhavam planos de refomias e melhoramentos, uns possíveis,

outros utópicos. Muitas coisas inviáveis

propunha de par com outras de fácil

por serem negros. Referindo exemplo das vantagens da cultura feita por bran

realização.

cos em certas regiões dos Estados Uni dos, acrescentava: "diria simplesmente

dor, tão lúcido e culto, simples visioná

por homens livres, porque o acidente das cores nada influi nesta matéria". E insistia em suas idéias acerca da ex

tinção do tráfico dc africanos e da abo lição da escravidão, primeiro pela li berdade dos nascituros c depois pela liberação dos escravos que oferecessem

o preço do próprio resgate. Dignas dc apreço são também suas propostas e sugestões sôbre o casamen

Cumpre não julgar esse desembarga rio a construir nas nuvens. Se não lhe

mingua\'a aquela dose de fantasia sem a qual nada se faz de novo, como ho mem que estudara-matemáticas e ciências experimentais em Coimbra e exercia pro fissão em que se decide em face do áM

alegado e provado, buscava o mais possí- ^ vcl basear-se cm dados positivos, èm

informações seguras. Seu traballio "A

Igreja do Brasil", datado de 1819, é dos

O celibato no Brasil deveria ser

primeiros c mais sugestivos estudos censitários gerais efetuados aqui. Se ain

olhado conio nm delito; e nenhum lhe

da hoje, decorridos cento e vinte e oito

parecia mais prejudicial do que o dos

anos, os levantamentos estatísticos de

to.

militares. Manter soldados solteiros eqüi

população ^entrc nós continuam deficien

valia a estimular a de.serção, a incentivar

tes e falhos, bem se pode supor que os

a propagação das moléstias venéreas. Que todos os soldados fossem casados,

dados de Veloso não mereçam absoluta

confiança. Tendo por objeto a divisão

estabelecendo-se ao lado dos quartéis

religiosa brasileira, o número de bispa

"casas de educação onde se criassem

dos e circunscrições eclesiásticas, há to davia muito que colher neles de interês-

seus filhos"; que os soldados alternassem o ofício militar com o amanho da terra. Precursor de Gonçalves Dias e do barão

do Capanema, também Veloso aconse lhava um tanto llricamente, como provi

dência da maior importância, a criação de camelos em todas as capitanias ou

províncias do Brasil.

Valendo-se sem vexame do lugar comum — navios do

deserto — via camelos a navegarem nos

sistia o douto desembargador na neces

dia ensejo de manifestar sua repulsa à

sertões de Pernambuco, Bahia, Ceará e

sidade de fomentar a imigração. Para

escravidão: "nunca desfrutaremos estes

isso cuidava bastante um convite ou um

bens enquanto os nossos trabalhos agrá-

Goiás, ao peso de cargas de tiinta arro bas, fazendo trinta léguas por dia, com um mínimo de alimento. Camelos que

se geral: os mapas dão-nos uma visão

cie conjunto do Brasil às vésperas da

Independência. Calculava-se a popula

ção brasiliense, como se dizia coniunien-

te então, em quatro milhões e quatro centos mil almas, ou mais exatamente 2.488.743 homens livres, 1.107 389 es cravos e 800.000 índios não domesticados, tudo num total de 4.396 132 Ve

loso, apegado aos mapas de' recenseamento, cingia-se a essas cifras, mas era

<lc opinmo que o total mais aproximado da realidade da população brasileira não


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poderia haver felicidade no país en quanto fôsse governado pelas Ordenações

ao seu têrmo a prodigiosa aventura do

do Reino.

corso. Homem marcado pelas idéias do

Em terras extensas como as

do Brasil, justificavam-se as grandes

minantes no fim cio .século XVIII, paten

propriedades rurais, mas Veloso entendia

tes no seu utílitarismo social, na sua

que nos arredores das cidades e vilas se

ânsia de aproveitar a natureza, no seu pendor pelo.s assuntos de ordem objetiva e prática, Ve]o.ço cie Oliveira participa

deviam formar granjas e sítios nunca

maiores de um oitavo de légua de com

prido por igual de largura. "O meio mais próprio de estabelecer a nossa

agricultura e de aumentar a povoação (população) com prodigiosa multiplica ção de frutos na vizinhança das povoações, e principalmente das grandes, ha vendo já as terras subido a um conside rável preço, consiste na divisão delas em

porções bem proporcionadas à decen te sustentação de famílias hvres e hones-

I

aceno aos povos da Europa. Chegava

tas... cem geiras de terras bem culti vadas, com sua casa, forneceriam sem dúvida a uma dessas famílias meios bas tantes para a mais frugal e cômoda sub

sistência e ao mesmo tempo as devidas-

proporções para pagar a renda ao pro prietário e os tributos ao Estado".

Na opinião do desembargador Veloso de Oliveira os limites natu

rais do Brasil estavam entre o Amazonas, ao norte, e o

Prata, ao sul. Assim se de via formar o "Império", ten

do o príncipe D. João "o tí tulo do imperador do Bra.sil", escrevia em 1814. E mostra-

va-se partidário da livre na-_ vegação do Amazonas pelos

espanhóis, exigindo c^io compensação

va ou afetava participar do horror dos

círculos mais próximos de D. João pelos sucessos revolucionários da França e seus

desenvolvimentos — Napoleão e as guer ras. Estava-se em 1814 c o velho pau

lista dizia: "Vive-.se agora a vida dos tigres, ou antes a dos peixes, entre os cjuais é permitido ao maior devorar o

mais pequeno. Graças à infernal políti ca da França! Os povos da Europa sus piram pelo momento de aliandonar os

stíii.s antigos lares e de virem engrande

cer a América...". Um pouco simplòriamente, julgava fácil a chegada de inu meráveis imigrantes: era suficiente asse gurar-lhes liberdade de consciência, ter

ras para lavrarem, isenção de impostos. Que se publicassem convites "com o maior clareza" nas gazetas de Portugal, Espanlia e GrãBretanha e logo afluiriam. Mas convinha

excluir "os

franceses com todos os indi

víduos incloniú\'eis que for mam o corpo gangrenado de desertores dos seus e.xércítos". Viriam cada ano nun

ca menos de dez mil pessoas,

ou dez mil pobres, como dizia.

a do rio da Prata e do Paraguai pelos lu sos e brasileiros. Mais; que fôsse fran

otimismo as possibilidades de imigração

queada a navegação de todos os grandes

européia, fonte de elementos capazes pa

rios do Brasil.

ra a indústria, agricultura, as artes e até

Na "Memória sobre a Agricultura" in

Encarando embora com desmarcado

as ciências, Veloso de Oliveira não per

rios forem feitos pelas mãos dos escravos

desgraçados; porque, não tendo eles pátria, família, propriedade, nern mes mo interesses particulares, fazem con sistir a sua felicidade na inércia, no ócio e mellior ainda no sono, que os toma Indiferentes à sua triste condição". Maus trabalhadores seriam

os escravos não

seriam como os caminliões de hoje, irni pouco mais lentos e consumindo menos _

combustível. A experiência tentada mais tarde não corresponderia à expectativa. Mas em Ve'oso fervilhavam planos de refomias e melhoramentos, uns possíveis,

outros utópicos. Muitas coisas inviáveis

propunha de par com outras de fácil

por serem negros. Referindo exemplo das vantagens da cultura feita por bran

realização.

cos em certas regiões dos Estados Uni dos, acrescentava: "diria simplesmente

dor, tão lúcido e culto, simples visioná

por homens livres, porque o acidente das cores nada influi nesta matéria". E insistia em suas idéias acerca da ex

tinção do tráfico dc africanos e da abo lição da escravidão, primeiro pela li berdade dos nascituros c depois pela liberação dos escravos que oferecessem

o preço do próprio resgate. Dignas dc apreço são também suas propostas e sugestões sôbre o casamen

Cumpre não julgar esse desembarga rio a construir nas nuvens. Se não lhe

mingua\'a aquela dose de fantasia sem a qual nada se faz de novo, como ho mem que estudara-matemáticas e ciências experimentais em Coimbra e exercia pro fissão em que se decide em face do áM

alegado e provado, buscava o mais possí- ^ vcl basear-se cm dados positivos, èm

informações seguras. Seu traballio "A

Igreja do Brasil", datado de 1819, é dos

O celibato no Brasil deveria ser

primeiros c mais sugestivos estudos censitários gerais efetuados aqui. Se ain

olhado conio nm delito; e nenhum lhe

da hoje, decorridos cento e vinte e oito

parecia mais prejudicial do que o dos

anos, os levantamentos estatísticos de

to.

militares. Manter soldados solteiros eqüi

população ^entrc nós continuam deficien

valia a estimular a de.serção, a incentivar

tes e falhos, bem se pode supor que os

a propagação das moléstias venéreas. Que todos os soldados fossem casados,

dados de Veloso não mereçam absoluta

confiança. Tendo por objeto a divisão

estabelecendo-se ao lado dos quartéis

religiosa brasileira, o número de bispa

"casas de educação onde se criassem

dos e circunscrições eclesiásticas, há to davia muito que colher neles de interês-

seus filhos"; que os soldados alternassem o ofício militar com o amanho da terra. Precursor de Gonçalves Dias e do barão

do Capanema, também Veloso aconse lhava um tanto llricamente, como provi

dência da maior importância, a criação de camelos em todas as capitanias ou

províncias do Brasil.

Valendo-se sem vexame do lugar comum — navios do

deserto — via camelos a navegarem nos

sistia o douto desembargador na neces

dia ensejo de manifestar sua repulsa à

sertões de Pernambuco, Bahia, Ceará e

sidade de fomentar a imigração. Para

escravidão: "nunca desfrutaremos estes

isso cuidava bastante um convite ou um

bens enquanto os nossos trabalhos agrá-

Goiás, ao peso de cargas de tiinta arro bas, fazendo trinta léguas por dia, com um mínimo de alimento. Camelos que

se geral: os mapas dão-nos uma visão

cie conjunto do Brasil às vésperas da

Independência. Calculava-se a popula

ção brasiliense, como se dizia coniunien-

te então, em quatro milhões e quatro centos mil almas, ou mais exatamente 2.488.743 homens livres, 1.107 389 es cravos e 800.000 índios não domesticados, tudo num total de 4.396 132 Ve

loso, apegado aos mapas de' recenseamento, cingia-se a essas cifras, mas era

<lc opinmo que o total mais aproximado da realidade da população brasileira não


•ov-r.-T-

68

riwv

Dicesto Econômico

estaria longe de 6.000.000 redondos.

não tem .sido regra em

"Trabalhei multo, pensei com vagar", palavras do autor de '*A Igreja do Bra

as improvisações .sempre imperaram e

sil", dirigindo-se a D. João VI.

Tal

comportamento, dc .«ervidor exemplar,

país onde

as mistificações mais desbragadas es

Historiografia porAçucareira no Século XVIil José Honório Rodrigues

tão ao alcance do ob.scrvador apenas atento.

colonos no século XVIII ain

Os engenhos de açúcar, rOçiindo as praias, modelavam uma sociedade de

da não teve quem, em largos

forma aristocrática e estável. As desco

obra imensa realizada pelos

traços, a estudasse. Os triunfos colhidos em lutas contra os estran

geiros ficam na sombra se atentarmos na,s proezas e feitos dos bandeirantes, na solução do gado vacum conquistando o

o centro e o sul.

portância econômica transforma

tiam-lhe en\'iar para o reino copiosas so

rlalmente a rida colonial. A sede do

Se no século XVII se queixavam os râneos arranhando a areia das costas co

mo caranguejos, em vez de se atirarem ao interior, no século XVIII, porém, o

espaiTamamento súbito provoca o po voamento do Rio Grande do Sul, Santa

Catarina, Minas Gerais, Goiás, Cuiabá, Mato Grosso, Piauí. O século XVIII é, além de tudo isso,

que é muito, o século das minas, nos quintos e derramas, das guerras espanho

^

1 1

salientando que "qualquer prohlen^as ser encontrada dentro da solução esínífiirados do acordo

I ng i eira deverá econômicos nanceiro anglo-norte-americano".

Acrescentou s. s. que o Banco Mundial desejará, por certo, inlesrar-se cm qualquer plano que s^a formulado pelas dezesseis nações que vêm estudando, em Paris, o Plano Marshall de auxilio à Europa. ' "Acreditamos — disse — no flexibilidade de qualquer contrato assinado. O nosso progranui de estabilização não progrediu tão ràpidamente quanto se e.vperava.

Devemos, pois, de qualquer forma, eliminar essas falhas, ao invés'de criticar os objetivos para os quais foram criados o Banco Mundial e o Fundo Monetário In

ternacional. Os prisicipais objetivos da nossa conferência em Londres, que sigmficativamenie coincide com mais um aniversário da "Batalha da Inglaterra", consistem

no restabelecimento da estabilidade econômica mundial, da forma que pudermos".

Acontecimento da mais desmedida im

perioridade para com Portugal, permi

cronistas de que andavam os contempo

fio Tesoura norte-americano, concccíeií ímp^r-

A prosperi

mesmo tempo que davam ao mazombo

sabia como aproveitar.

tante

as formas sociais estáveis.

sertãi.-, nas descobertas nuríferas que, ao

mas que a inépcia administrativa não

1

to de vista econômico tôda a primeira metade do século XVIII, revolucionam

dade econômica foge das mãos dos se nhores de engenho, deslocando-se para

e ao natural da terra o sentimento dc su

I

bertas das minas, que dominam do pon

las, das demarcações, da- expulsão dos je suítas, das tentativas de independência. O povoamento e a internação, as ban

i

govêmo central passa definití\'amente para o Rio de Janeiro; a agricultura e abandonada; a produção do açúcar decresce e os escravos são importados em

grandes quantidades.

Colonos e es

trangeiros afluem para o Sul, trazidos pela cobiça da riqueza rápida. Rom pem-se padrões econômicos de rida. Violenta e intensamente inicia-se a ex

ploração das minas. Ambiente de decadência e de definhamento do trabalho apodera-se da agri cultura.

Não seria pois de surpreender se ape nas uma obra digna dêsse nome apa

recesse nos pr ncípios do século XVIII.

deiras e as minas vão dar, portanto, a

Trata-se do Iúto de João Antônio An-

ôfte sécu'o nova feição.

dreoni que, .sob o anagrama de André

o professor José Honôrio Rodrigues focaliza, neste número, a historiografia açuca

reira no período referente ao século XVIII, matéria que versa com incxcedível cri

tério e competência. Examina, principalmente, a obra de Andreoni, que, no seu entender, reconstituiu em tôrnó do engenho a vida colowal. Como divulgador, o Viofessor José Honôrio destaca o famoso botânica Conceição Veloso, autor do "Fázendeiro do Brasil", obra em cinco volumes.


•ov-r.-T-

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riwv

Dicesto Econômico

estaria longe de 6.000.000 redondos.

não tem .sido regra em

"Trabalhei multo, pensei com vagar", palavras do autor de '*A Igreja do Bra

as improvisações .sempre imperaram e

sil", dirigindo-se a D. João VI.

Tal

comportamento, dc .«ervidor exemplar,

país onde

as mistificações mais desbragadas es

Historiografia porAçucareira no Século XVIil José Honório Rodrigues

tão ao alcance do ob.scrvador apenas atento.

colonos no século XVIII ain

Os engenhos de açúcar, rOçiindo as praias, modelavam uma sociedade de

da não teve quem, em largos

forma aristocrática e estável. As desco

obra imensa realizada pelos

traços, a estudasse. Os triunfos colhidos em lutas contra os estran

geiros ficam na sombra se atentarmos na,s proezas e feitos dos bandeirantes, na solução do gado vacum conquistando o

o centro e o sul.

portância econômica transforma

tiam-lhe en\'iar para o reino copiosas so

rlalmente a rida colonial. A sede do

Se no século XVII se queixavam os râneos arranhando a areia das costas co

mo caranguejos, em vez de se atirarem ao interior, no século XVIII, porém, o

espaiTamamento súbito provoca o po voamento do Rio Grande do Sul, Santa

Catarina, Minas Gerais, Goiás, Cuiabá, Mato Grosso, Piauí. O século XVIII é, além de tudo isso,

que é muito, o século das minas, nos quintos e derramas, das guerras espanho

^

1 1

salientando que "qualquer prohlen^as ser encontrada dentro da solução esínífiirados do acordo

I ng i eira deverá econômicos nanceiro anglo-norte-americano".

Acrescentou s. s. que o Banco Mundial desejará, por certo, inlesrar-se cm qualquer plano que s^a formulado pelas dezesseis nações que vêm estudando, em Paris, o Plano Marshall de auxilio à Europa. ' "Acreditamos — disse — no flexibilidade de qualquer contrato assinado. O nosso progranui de estabilização não progrediu tão ràpidamente quanto se e.vperava.

Devemos, pois, de qualquer forma, eliminar essas falhas, ao invés'de criticar os objetivos para os quais foram criados o Banco Mundial e o Fundo Monetário In

ternacional. Os prisicipais objetivos da nossa conferência em Londres, que sigmficativamenie coincide com mais um aniversário da "Batalha da Inglaterra", consistem

no restabelecimento da estabilidade econômica mundial, da forma que pudermos".

Acontecimento da mais desmedida im

perioridade para com Portugal, permi

cronistas de que andavam os contempo

fio Tesoura norte-americano, concccíeií ímp^r-

A prosperi

mesmo tempo que davam ao mazombo

sabia como aproveitar.

tante

as formas sociais estáveis.

sertãi.-, nas descobertas nuríferas que, ao

mas que a inépcia administrativa não

1

to de vista econômico tôda a primeira metade do século XVIII, revolucionam

dade econômica foge das mãos dos se nhores de engenho, deslocando-se para

e ao natural da terra o sentimento dc su

I

bertas das minas, que dominam do pon

las, das demarcações, da- expulsão dos je suítas, das tentativas de independência. O povoamento e a internação, as ban

i

govêmo central passa definití\'amente para o Rio de Janeiro; a agricultura e abandonada; a produção do açúcar decresce e os escravos são importados em

grandes quantidades.

Colonos e es

trangeiros afluem para o Sul, trazidos pela cobiça da riqueza rápida. Rom pem-se padrões econômicos de rida. Violenta e intensamente inicia-se a ex

ploração das minas. Ambiente de decadência e de definhamento do trabalho apodera-se da agri cultura.

Não seria pois de surpreender se ape nas uma obra digna dêsse nome apa

recesse nos pr ncípios do século XVIII.

deiras e as minas vão dar, portanto, a

Trata-se do Iúto de João Antônio An-

ôfte sécu'o nova feição.

dreoni que, .sob o anagrama de André

o professor José Honôrio Rodrigues focaliza, neste número, a historiografia açuca

reira no período referente ao século XVIII, matéria que versa com incxcedível cri

tério e competência. Examina, principalmente, a obra de Andreoni, que, no seu entender, reconstituiu em tôrnó do engenho a vida colowal. Como divulgador, o Viofessor José Honôrio destaca o famoso botânica Conceição Veloso, autor do "Fázendeiro do Brasil", obra em cinco volumes.


yn

João Antonil, escreveu, de forma grave e detalhada, a "Cultura e Opulência do Brasil por suas drogas e minas". Co

mo documento histórico, como expres são da nossa atividade econômica, o li vro de Antonil é dos mais penetrantes e fidedignos que po.ssuimos. Êle reconsÜtui em tômo do engenho tôda a vida colonial. As cifras divulgadas se re

^^em, porém, aos fins do século

Não se limita à linguagem fria dos nú meros e cifras, mas conta-nos as rela ções sociais dos senhores de engenho com os vizinhos, agregados, lavradores mestres da "laboriosa oficina" e cscra-

v-os. Descreve-nos as relações de traba-

INCESTO Econômico

dos com grandes correntes dc ferro a um cepo, ou por fugitivos, ou por insignes

em algum genero dc ma'dades; para que, de.sta sorte, o ferro e o trabalho os amanscm".

Da mesma importância é o seu dcixiimentü sobre a vida religiosa nos enge nhos e .sobre o.s e.scravos (|ue "são as mãos e os pés do senhor de engenho", e

Ora. as licenças para luimpres.são dti li vro

foram

assinadas em

Brasil e Glorias de Pernambuco . Ape

nas nove páginas são dedicadas ao açú car, o que nos parece e.xtremamente pouco num livro destinado a louvar as

Referem-se esses preços, portanto, aos f ns do século XVII.

Outro tiabalho que embora publicado em 1781 deve ter sido escrito por volta, de 1750, mas que quanto à substancia

podia ter sido escrito em 1550 ou 1750, é o "De Sacchari Opificio", obra que deve caracterizar mais a paralisação que

ca de açúcar, conforme o estilo do Bra

lembrar o provérbio da época de que

a opulência passada. No período de 1700 a 1750 dominam

crevendo num período de fastígio do senhor de engenho e da fábrica, con e- j

o Brasil é inferno do.s negros, purgató rio dos brancos e paraí.so dos mulatos e mulatas".

Os engenhos e as fábricas

nava os que não obrigawmi os escravos a ouvir missa nos domingos e dias santos e declarava entre as obrigações do ca pelão dizer missa na capela do en genho.

queíros, canoeiros, calafates, carreiros oleiros e outros oficiais livres. Mostranos como o senhor de engenho adminis

acerto aos que se iniciassem na oficma penosa do açúcar.

de dar noticias práticas para obrar com Na verdade, porém, o livro ficaria e resistiria ao tempo como um dos me

lhores repositórios de informações sôhre

não é gloria digna de louvor o ser pró a vida colonial do Brasil nos fins digo". Conta-nos costumes da época, século XVII e princípios do século quando nos diz que nas casas das forna XVIII. lhas não faltam seus condenados, "que Durante muito tempo, a vida colo

nial girou em tòrno du fáljrica do açúcar c, escrevendo sobre e'a, Antonil uos

daria imagens perfeitas para a reconsti-

pridas e grossas cadeias de ferro, pagam neste trabaIho.so exercício os repetidos

tuição da p:ü.':agem econômica e social

excessos da sua extraordinária maldade com pouca ou nenhuma esperança da emenda para o futuro". A {u.stiça do se

deria o interesse agrícola para cons

do Brasil.

A parte prática do .seu trabalho per

nhor de engenho exercitava-se na apli

tituir-se éin documento histórico.

cação de penas de trabalhos forçados, de cujo fruto se aproveitavam. Na casa das caldeiras havia também penitentes: "porque comumente se vêm nelas uns niulato.s e uns negro.s crioulos exercitar

so nos pode servir para análises do sé

culo XVII, já que ao escrever sobre os preços antigos e modemos do açúcar êle diz: "De vinte ano.s a e.sta parte mu• daram-se os preços assim do açúcar

oficio ,de taxeiros e caldeireiros amarra

branco, como do mascavado, e batido".

O conteúdo estatístico, por sua vez,

sil". Deve-se lembrar que Antonil, es

de açúcar ressentem-se dessa situação.

as minas.

que nem mesmo o

são os escravos bobentos e o.s que tdm

reprova a severa e injusta sentença que

condena por cu^pa grave "trabalhar nos domingos e festas de guarda na tábn-

dos, desde então, como "mclhore.s para qualquer oficio", o que leva o autor a

quem o lavra, teve também a intenção

corrimentos", e "têm aí, também, outros escravos facinoro.sos que, presos em com

glórias de Pernambuco. E em 7 páginas

sobre a ascen.são dos mulatos, considera

do homem livre, mestre de açúcar bar-

tra a sua fazenda, ensinando-lhe que

Por volta de 1750 d. Domiugü.s dc Loreto Couto escreve os "Desagraves do

tando-se vinte anos, temos 1690 ou 1691.

caso é tão grande

"mau é ter o nome de avarento; mas

dezembro c

janeiro de 1710 c 1711, donde, descon-

Se Antonil teve, ao cscrex-er, o pro pósito de fazer conhecer aos que não .su biam o que custa a doçura do açúcar a

lho nao so entre o senhor de engenho e os escravos, como as do escravc com o proprio trabalho, bem como a posigão

71

D1CE.ST0 Econômico

70

E até 1770 nada se publicará sôbre esse

produto.

O dest

Dentre os auto

interesse pelos \e-

res que mellior es

xames por que pa decia o açúcar mo

tudaram a situa

verá espírito algum

ção econômica do

a

se

açúcar no século

preocupar

com tão mesqui nho assunto. Apenas uma ou outra

XVIII deve-se co

locar, em primeiro plano, o autor anôni

referência pode ser encontrada em Labat

mo da "Descrição econômica da comar

ou Rocha Pita.

ca e cidade da Bahia". Se êsse trabalho

Nesse período de desprêzo pela agri

não está escrito em linguagem tersa e se-

cultura e os canaviais, só a "Informação

\'era, se não se distingue como depoimen

Geral da Capitania de Pernambuco" nos

to humano, como o de Antonil, aduna

fornece dados sôbre a situação do açú

algarismos, explica e demonstra as opres

car. O título e.sclarece bem o contevido

sões e a convalescença do açúcar.

do escrito.

"demonstração pela qual se faz evi

No que respeita ao açúcar,

Na

afora uma'ou outra Carta Régia do sé

dente a diminuição e o atrazamento da

culo XVIII, ajustando preços, evitando falsidades nos açúcares, inforinando-nos

agricultura ein aquela comarca, e conii especialidade a do açúcar", atribue-os

dos engenhos de Ordens Religiosas, for

à subsistência das frotas, declarando que

nece-nos uma "relação dos engenhos que

ha na Capitania de Pernambuco", num total de 279 fábricas. Sentia-se já uma

os benefícios que resultaram para o co mércio do açúcar eram especialmente de-, vidos aos Alvarás de 10 e 27 de setem

volta de interêsse ao açúcar, com o

bro de 1765, em que se aboliram as

declínio das minas.

frotas.


yn

João Antonil, escreveu, de forma grave e detalhada, a "Cultura e Opulência do Brasil por suas drogas e minas". Co

mo documento histórico, como expres são da nossa atividade econômica, o li vro de Antonil é dos mais penetrantes e fidedignos que po.ssuimos. Êle reconsÜtui em tômo do engenho tôda a vida colonial. As cifras divulgadas se re

^^em, porém, aos fins do século

Não se limita à linguagem fria dos nú meros e cifras, mas conta-nos as rela ções sociais dos senhores de engenho com os vizinhos, agregados, lavradores mestres da "laboriosa oficina" e cscra-

v-os. Descreve-nos as relações de traba-

INCESTO Econômico

dos com grandes correntes dc ferro a um cepo, ou por fugitivos, ou por insignes

em algum genero dc ma'dades; para que, de.sta sorte, o ferro e o trabalho os amanscm".

Da mesma importância é o seu dcixiimentü sobre a vida religiosa nos enge nhos e .sobre o.s e.scravos (|ue "são as mãos e os pés do senhor de engenho", e

Ora. as licenças para luimpres.são dti li vro

foram

assinadas em

Brasil e Glorias de Pernambuco . Ape

nas nove páginas são dedicadas ao açú car, o que nos parece e.xtremamente pouco num livro destinado a louvar as

Referem-se esses preços, portanto, aos f ns do século XVII.

Outro tiabalho que embora publicado em 1781 deve ter sido escrito por volta, de 1750, mas que quanto à substancia

podia ter sido escrito em 1550 ou 1750, é o "De Sacchari Opificio", obra que deve caracterizar mais a paralisação que

ca de açúcar, conforme o estilo do Bra

lembrar o provérbio da época de que

a opulência passada. No período de 1700 a 1750 dominam

crevendo num período de fastígio do senhor de engenho e da fábrica, con e- j

o Brasil é inferno do.s negros, purgató rio dos brancos e paraí.so dos mulatos e mulatas".

Os engenhos e as fábricas

nava os que não obrigawmi os escravos a ouvir missa nos domingos e dias santos e declarava entre as obrigações do ca pelão dizer missa na capela do en genho.

queíros, canoeiros, calafates, carreiros oleiros e outros oficiais livres. Mostranos como o senhor de engenho adminis

acerto aos que se iniciassem na oficma penosa do açúcar.

de dar noticias práticas para obrar com Na verdade, porém, o livro ficaria e resistiria ao tempo como um dos me

lhores repositórios de informações sôhre

não é gloria digna de louvor o ser pró a vida colonial do Brasil nos fins digo". Conta-nos costumes da época, século XVII e princípios do século quando nos diz que nas casas das forna XVIII. lhas não faltam seus condenados, "que Durante muito tempo, a vida colo

nial girou em tòrno du fáljrica do açúcar c, escrevendo sobre e'a, Antonil uos

daria imagens perfeitas para a reconsti-

pridas e grossas cadeias de ferro, pagam neste trabaIho.so exercício os repetidos

tuição da p:ü.':agem econômica e social

excessos da sua extraordinária maldade com pouca ou nenhuma esperança da emenda para o futuro". A {u.stiça do se

deria o interesse agrícola para cons

do Brasil.

A parte prática do .seu trabalho per

nhor de engenho exercitava-se na apli

tituir-se éin documento histórico.

cação de penas de trabalhos forçados, de cujo fruto se aproveitavam. Na casa das caldeiras havia também penitentes: "porque comumente se vêm nelas uns niulato.s e uns negro.s crioulos exercitar

so nos pode servir para análises do sé

culo XVII, já que ao escrever sobre os preços antigos e modemos do açúcar êle diz: "De vinte ano.s a e.sta parte mu• daram-se os preços assim do açúcar

oficio ,de taxeiros e caldeireiros amarra

branco, como do mascavado, e batido".

O conteúdo estatístico, por sua vez,

sil". Deve-se lembrar que Antonil, es

de açúcar ressentem-se dessa situação.

as minas.

que nem mesmo o

são os escravos bobentos e o.s que tdm

reprova a severa e injusta sentença que

condena por cu^pa grave "trabalhar nos domingos e festas de guarda na tábn-

dos, desde então, como "mclhore.s para qualquer oficio", o que leva o autor a

quem o lavra, teve também a intenção

corrimentos", e "têm aí, também, outros escravos facinoro.sos que, presos em com

glórias de Pernambuco. E em 7 páginas

sobre a ascen.são dos mulatos, considera

do homem livre, mestre de açúcar bar-

tra a sua fazenda, ensinando-lhe que

Por volta de 1750 d. Domiugü.s dc Loreto Couto escreve os "Desagraves do

tando-se vinte anos, temos 1690 ou 1691.

caso é tão grande

"mau é ter o nome de avarento; mas

dezembro c

janeiro de 1710 c 1711, donde, descon-

Se Antonil teve, ao cscrex-er, o pro pósito de fazer conhecer aos que não .su biam o que custa a doçura do açúcar a

lho nao so entre o senhor de engenho e os escravos, como as do escravc com o proprio trabalho, bem como a posigão

71

D1CE.ST0 Econômico

70

E até 1770 nada se publicará sôbre esse

produto.

O dest

Dentre os auto

interesse pelos \e-

res que mellior es

xames por que pa decia o açúcar mo

tudaram a situa

verá espírito algum

ção econômica do

a

se

açúcar no século

preocupar

com tão mesqui nho assunto. Apenas uma ou outra

XVIII deve-se co

locar, em primeiro plano, o autor anôni

referência pode ser encontrada em Labat

mo da "Descrição econômica da comar

ou Rocha Pita.

ca e cidade da Bahia". Se êsse trabalho

Nesse período de desprêzo pela agri

não está escrito em linguagem tersa e se-

cultura e os canaviais, só a "Informação

\'era, se não se distingue como depoimen

Geral da Capitania de Pernambuco" nos

to humano, como o de Antonil, aduna

fornece dados sôbre a situação do açú

algarismos, explica e demonstra as opres

car. O título e.sclarece bem o contevido

sões e a convalescença do açúcar.

do escrito.

"demonstração pela qual se faz evi

No que respeita ao açúcar,

Na

afora uma'ou outra Carta Régia do sé

dente a diminuição e o atrazamento da

culo XVIII, ajustando preços, evitando falsidades nos açúcares, inforinando-nos

agricultura ein aquela comarca, e conii especialidade a do açúcar", atribue-os

dos engenhos de Ordens Religiosas, for

à subsistência das frotas, declarando que

nece-nos uma "relação dos engenhos que

ha na Capitania de Pernambuco", num total de 279 fábricas. Sentia-se já uma

os benefícios que resultaram para o co mércio do açúcar eram especialmente de-, vidos aos Alvarás de 10 e 27 de setem

volta de interêsse ao açúcar, com o

bro de 1765, em que se aboliram as

declínio das minas.

frotas.


72 Dk;i2.st<»

Essa upinião parece ter sido comum

pois mundoii de linguagem, bem que com visível embaraço, quando o decre

Econômico

dizendo que só com a introdução do uso

ao plantio, colheita, mcagein e fabrica

do arado e de novas fornalhas se pode

ção do açúcar.

todos ao mesmo tempo carregar o açúcar

to foi revogado. Parecia um desses di plomatas em disponibilidade, que es

riam reparar todos os erros da lavoura

c.vato descreve as "manobras indispensá

para sair, com isso e!evando os preços

crevem ao sabor das cortes, e seria,

nos momentos em que a safra ainda não

quando muito, um grande patriota por tuguês, brasileiro certamente é que nÚo.

do Brasil e vivificar uma grande porção das terras próximas às grandes planta

zendo não ser fácil descobrir coisa em

-a na época, pois em documento coevo

se lê que os donos dos navios queriam

estava tôcla recolhida nos trapiches. Os fretes altos e custosos eram outra causa de sufocação do produto.

Havia então na Bahia 170 engenhos, dos quais apenas 130 estavam em ati

vidade quando o autor anônimo escre ve a sua "Descrição". Segundo o seu

cálculo, um engenho que fabricasse 100 caixas de açúcar despenderia então

4:390§000, ou todos os 150 engenhos 858:5005000.

iManuel Ferreira da Câmara publicou em 1789 o "Ensaio de descrição fisica e econômica da comarca dos Ilhéus"

propondo, com veemência, a substituição

Entre os escritores menores, que tra

valor de 100$ cruzados e que fabricava 100 caixas üe açúcar tinha um lucro anual de apenas 2405000.

Em 1791, o bispo José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho apresenta va à Academia Real das Ciências de

Lisboa a "Memória sôbre o preço do assucar", que foi logo publicada nas Memórias Econômicas da Academia e ima s tarde reimpressa no seu "Ensaio Economico sobre o comercio de Portu

gal e suas colonias". Azeredo Couti nho foi grande defensor da escravidão. Aconselliüu e justificou a memorável destiliição de tôdas as nossas fábricas, de cretada pelo governo português. De

Também em edição de Frei Veloso

veis àque'a laboríosíssima oficina", di que mais se carecesse de economia do que nos engenhos de açúcar, onde o trabalho era imenso, enorme a despesa,

tentativa de reformar e corrigir os mé todos rotineiros, convém citar João Man

saiu a "Memória sobre a cultura e pro dutos da cana de açúcar", escrita por José Caetano Gomes. O editor atri

e onde mais que em qualquer outro lu gar se encontrariani desmazêlo, negli

so Pereira, autor dc duas memórias.

buiu^ a esse livro importância superior

gência e desperdício.

Uma sôbre a "Reforma dos alambiques",

ao de Antonil, sendo decerto levado a

Vilhena reclamava contra a inércia

na qual se queixava da ignorância e pouco caso com que os mestres de açú car e mestres aguardenteiros viam as re

êsse entusiasmo apressado pelo fato de

que existia nos engenhos, onde nada

significar essa obra um movimento de

se mudava "só pela razão que seu pai e «.

renovação e ensino.

avô assim resaram".

formas projetadas. Clamava contra o desperdício de lenha, dizendo que as fábricas se acham completamente des

Antonil deixa o de José Caetano Gome.<:

maus tratos infligidos aos escravos e fala

muito longe, não só pelo valor documen

da incúria dos colonos do Brasil, "que

balharam nos fins do século XVIII na

providas dela. E em tom grave decla

da cultura do aç-úcar pela do cacau. rava que se essa situação perdurasse mandarão vir da Europa Procurou mostrar, muito especialmente, "brevemente a lenha para seus fomos". Outra sô que fee as despesas, incômodos e traba bre o "Método economico de transpor lhos da cultura do cacau são como um tar para Portugal a aguardente do Bra para vinte em relação à cana, os lucros sil". Aí propugnava que se transpor são, porém, "na razão inversa da des pesa, incomodo e trabalho". O autor calculava que um engenho de custo e

ções.

De modo preciso .e

tasse somente o álcool, que, misturado

com água, na Europa, daria aguR'*

Mas o livro de

tário hlstórico-económico como pela lin guagem e pelo caráter social e humano de que se reveste. Talvez se possa di zer que Antonil foi o "ser" do engenho e da lavoura, e Caetano Gomes repre

sentou o "dever ser". Os processos que ensinava tomaram-se obsoletos e pela falta de outros valores ficou Caetano dos

Santos

nem a emulação, nem p espirito de economia os tem estimulado a enviar

àqueles estabelecimentos (das colônias francesas e inglesas), debaixo de pre textos diversos, homens hábeis que observem o modo com que econoimca-

inente se traballia naque'as importantís simas fabricas".

Vilhena trava combate nnntra a ro

Gomes esquecido. Luís

Protesta contra os

Vilbona

nas suas

tina e a incapacidade reinantes.

Em

dente.

Cartas soteropolítanas escritas em 1802,

agricultura, pelo menos, é um dos pre

Como divulgador ninguém se avantaja, porém, ao grande botânico Frei

o cujos dados são relativos ao século

cursores da reforma das fábricas de açúcar.

XVIII, dedica a quinta de suas missivas

José Mariano da Conceição Veloso. Nos cinco volumes do seu "Fazendeiro do

Brasil" divulga Frei Veloso os mes tres da época, procurando ensinar, ten tando corrigir o ernperramento dos se nhores de engenho. Dois dos cinco volumes são dedicados à cultura e fa tura do açúcar. Frei Veloso foi o editor do livro de

José Gregório de Morais Navarro "Dis curso

sobre o

melhoramento da eco

nomia rústica do Brasil", no qual o au tor propunha melhoramentos de nota «a serem introduzidos na lavoura brasileira,

- O Inslilulo do Cobre anunciou que, durante o mês de agusto pamidn, jorain consumidas nos Estados Unidos 96.304 toneladas daquèle meta!, i:LrífU:ando-i,e um decréscimo de 13.513 toneladas em relação a julho.


72 Dk;i2.st<»

Essa upinião parece ter sido comum

pois mundoii de linguagem, bem que com visível embaraço, quando o decre

Econômico

dizendo que só com a introdução do uso

ao plantio, colheita, mcagein e fabrica

do arado e de novas fornalhas se pode

ção do açúcar.

todos ao mesmo tempo carregar o açúcar

to foi revogado. Parecia um desses di plomatas em disponibilidade, que es

riam reparar todos os erros da lavoura

c.vato descreve as "manobras indispensá

para sair, com isso e!evando os preços

crevem ao sabor das cortes, e seria,

nos momentos em que a safra ainda não

quando muito, um grande patriota por tuguês, brasileiro certamente é que nÚo.

do Brasil e vivificar uma grande porção das terras próximas às grandes planta

zendo não ser fácil descobrir coisa em

-a na época, pois em documento coevo

se lê que os donos dos navios queriam

estava tôcla recolhida nos trapiches. Os fretes altos e custosos eram outra causa de sufocação do produto.

Havia então na Bahia 170 engenhos, dos quais apenas 130 estavam em ati

vidade quando o autor anônimo escre ve a sua "Descrição". Segundo o seu

cálculo, um engenho que fabricasse 100 caixas de açúcar despenderia então

4:390§000, ou todos os 150 engenhos 858:5005000.

iManuel Ferreira da Câmara publicou em 1789 o "Ensaio de descrição fisica e econômica da comarca dos Ilhéus"

propondo, com veemência, a substituição

Entre os escritores menores, que tra

valor de 100$ cruzados e que fabricava 100 caixas üe açúcar tinha um lucro anual de apenas 2405000.

Em 1791, o bispo José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho apresenta va à Academia Real das Ciências de

Lisboa a "Memória sôbre o preço do assucar", que foi logo publicada nas Memórias Econômicas da Academia e ima s tarde reimpressa no seu "Ensaio Economico sobre o comercio de Portu

gal e suas colonias". Azeredo Couti nho foi grande defensor da escravidão. Aconselliüu e justificou a memorável destiliição de tôdas as nossas fábricas, de cretada pelo governo português. De

Também em edição de Frei Veloso

veis àque'a laboríosíssima oficina", di que mais se carecesse de economia do que nos engenhos de açúcar, onde o trabalho era imenso, enorme a despesa,

tentativa de reformar e corrigir os mé todos rotineiros, convém citar João Man

saiu a "Memória sobre a cultura e pro dutos da cana de açúcar", escrita por José Caetano Gomes. O editor atri

e onde mais que em qualquer outro lu gar se encontrariani desmazêlo, negli

so Pereira, autor dc duas memórias.

buiu^ a esse livro importância superior

gência e desperdício.

Uma sôbre a "Reforma dos alambiques",

ao de Antonil, sendo decerto levado a

Vilhena reclamava contra a inércia

na qual se queixava da ignorância e pouco caso com que os mestres de açú car e mestres aguardenteiros viam as re

êsse entusiasmo apressado pelo fato de

que existia nos engenhos, onde nada

significar essa obra um movimento de

se mudava "só pela razão que seu pai e «.

renovação e ensino.

avô assim resaram".

formas projetadas. Clamava contra o desperdício de lenha, dizendo que as fábricas se acham completamente des

Antonil deixa o de José Caetano Gome.<:

maus tratos infligidos aos escravos e fala

muito longe, não só pelo valor documen

da incúria dos colonos do Brasil, "que

balharam nos fins do século XVIII na

providas dela. E em tom grave decla

da cultura do aç-úcar pela do cacau. rava que se essa situação perdurasse mandarão vir da Europa Procurou mostrar, muito especialmente, "brevemente a lenha para seus fomos". Outra sô que fee as despesas, incômodos e traba bre o "Método economico de transpor lhos da cultura do cacau são como um tar para Portugal a aguardente do Bra para vinte em relação à cana, os lucros sil". Aí propugnava que se transpor são, porém, "na razão inversa da des pesa, incomodo e trabalho". O autor calculava que um engenho de custo e

ções.

De modo preciso .e

tasse somente o álcool, que, misturado

com água, na Europa, daria aguR'*

Mas o livro de

tário hlstórico-económico como pela lin guagem e pelo caráter social e humano de que se reveste. Talvez se possa di zer que Antonil foi o "ser" do engenho e da lavoura, e Caetano Gomes repre

sentou o "dever ser". Os processos que ensinava tomaram-se obsoletos e pela falta de outros valores ficou Caetano dos

Santos

nem a emulação, nem p espirito de economia os tem estimulado a enviar

àqueles estabelecimentos (das colônias francesas e inglesas), debaixo de pre textos diversos, homens hábeis que observem o modo com que econoimca-

inente se traballia naque'as importantís simas fabricas".

Vilhena trava combate nnntra a ro

Gomes esquecido. Luís

Protesta contra os

Vilbona

nas suas

tina e a incapacidade reinantes.

Em

dente.

Cartas soteropolítanas escritas em 1802,

agricultura, pelo menos, é um dos pre

Como divulgador ninguém se avantaja, porém, ao grande botânico Frei

o cujos dados são relativos ao século

cursores da reforma das fábricas de açúcar.

XVIII, dedica a quinta de suas missivas

José Mariano da Conceição Veloso. Nos cinco volumes do seu "Fazendeiro do

Brasil" divulga Frei Veloso os mes tres da época, procurando ensinar, ten tando corrigir o ernperramento dos se nhores de engenho. Dois dos cinco volumes são dedicados à cultura e fa tura do açúcar. Frei Veloso foi o editor do livro de

José Gregório de Morais Navarro "Dis curso

sobre o

melhoramento da eco

nomia rústica do Brasil", no qual o au tor propunha melhoramentos de nota «a serem introduzidos na lavoura brasileira,

- O Inslilulo do Cobre anunciou que, durante o mês de agusto pamidn, jorain consumidas nos Estados Unidos 96.304 toneladas daquèle meta!, i:LrífU:ando-i,e um decréscimo de 13.513 toneladas em relação a julho.


I

«A

Digiíisto

Fiação e Tecelagem em 5ão Paulo na Era Colonial pur SÉRGIO Buarquí: ok Holanda é certo que no preparo do algo dão para a índíjstría têxtil

as

técnicas

que era tido o oficio entre portugueses, o que fazia com que o relegassem a gen te ínfima.

Nisto pareciam competir os

tccelões com os pedreiros, por e.xemplo,

adventícias prevale

aos quais a inventiva popular dera o

ceram continuamen

diabo por patrono.

te sôbre as indíge nas desde os tem pos iniciais da colo

nização, não parece menos verdadeiro

que a índios da ter

ra e mamelucos, de preferência, estives

sem confiados, pelo menos em São Paulo

os misteres da fiação e tecelagem. Hoíivo ocasião — no ano de 1628, conforme o atesta uma vereação dutadá de 9 de setembro — em que os senho res do Concelho tiveram de escolher

para juiz do ofício de tecelão certo moço do gentio da terra chamado Antônio, serviçal na casa do vereador Francisco

Jorge, "por não aver omen branquo que o seja". Como tal, entrava em suas atribuições examinar todos os "negros

dando carta aos que fossem peritos,'c eo

que não for para isso que não trabalhe". A que atribuir semelhante fato?' Po dem-se apresentar explicações várias, mas não parece estranha a essa leiiclôncia pa ra a especialização profissional de carijós clomcsticados a pouca consideração em

ladores, saboeivos, carpinteiros (15 reais),

É que, destinando-se os panos de algo dão a vestir escravos e índios adminis trados, a eles, não aos brancos, devia

sapateiros (18 reais), ferreiros coní man cebo (25 reais) e muito menos do que

caber normalmente sua manufatura. Em

os mercadores (40 reais).

rais, trabalhariam em proveito de tercei

As tccedei-

muitos casos, sobretudo nos distritos ru

ras que tecessem cm tear alheio ganha

ros, dos seus senhores, e assim se explica

riam apenas einco reais, monos do que as padeiras, lavadeiras, fomeiras e regateiras, ao passo que as donas de tear eram equiparadas, em matéria de salário,

como entre donos de teares numerosos

aos tecelões de burel, isto' é, receberiam

vam eles o algodão em caroço, de ma

oito reais por dia de trabalho.

neira que trabalhavam com o fruto das

Êsse desapreço pelos profissionais do

Certos documentos acerca dos salários

pagos a mecânicos em Portugal duran te os tempos medievais podem dar idéia da posição dos tecelões na hierarquia

da mui nobre e leal cidade, que seguiam até então o regimento ^dos tecelões, con.seguem alcançar da Câmara que os

dos ofícios. Assim, na tabela de preços organizada pelo Infante D. Henrique em

figurassem, em São Paulo, alguns ho mens dos mais abastados da capitania. Aos vizinhos de menos posses compra

próprias lavouras e com o alheio. Por \'êzes chegavam a assegurar-se o pro

duto de uma colheita futura, pagando algum sinal por conta. É o que sugere

a seguinte passagem do processo de inventário de Antônio Pedroso de Banost

"Deve Gonçalo Pires Garape dez mil reis que o defunto lhe tinha dado de sinal de um pouco de algodão que lhe

1457 para pôr termo às dúvidas movidas

anexe aos brosladores, por ser melhor ofício, parece ter raízes reniotàs. Entre os antigos romanos, o "tcxtor", segundo

entre o vigário geral e os mesteirais c

Friedlünder, era tido como representan

havia de dar e a essa conta Uie deu

braceiros da vila de Thomar, a avalia

te característico das profissões grosseiras

os ditos dez mil reis".

ção do dia de trabalho dos tecelões de

e rudes. Da baixa reputação do mesmo

Dez mil réis corresponderiam pelo ano

burel é de oito reais, igual à dos tra balhadores de campo e inferior à de tádas as demais profissões masculinas ^ urbanas. Quanto aos tecelões de panos de cor e mantas, perceberiam doze reais,

ofício entre os árabes,'que por tanto

de 1652, época do inventário, a vinte e

tempo dominaram a península ibérica, há testemunhos numerosos. Significativa

rama. Quantidade que poderia dar para

tanto quanto os tanoeiros, os tosadores,

se recrutam entre indivíduos da ralé:

e os alfaiates o pedreiros que não tives

os tecelões, os sarjadores e os curtidores". Para algumas tribos muçulmanas,

sem mancebo servindo por soldada (aqueles que os tivessem ganhariam res-

wo

gros de Guiné, qüe eram os pretos

pectivamentc quinze e vinte reais), me nos do que carniceiros, fcrtadores, bros-

tear, de que ainda há sinal cm Lisboa pór volta de 1572, quando os tapeceiros

» j- 1. » ® que tesen" — negros da terra, bem en

tendido, isto é, índios, diferentes dos ne-

Econômico

a respeito é a frase atribuída ao califa Walid: "Três espécies de ocupações só

cinco ou trinta arrobas de algodão em cerca de seiscentas varas de pano, to mando-se como base de cálculo que uma arrôba de fios, correspondente a

quatro de algodão em caroço, rendia em

termos considerados particularmente injuriosos. Para outras, a tecelagem acha-

média oitenta varas de pano da velha marca do mar (três palmos e meio de largura). Considerando-se mais que a vara de pano, ao tempo em que se fez

"tecelão" e

"fillio

de

tecelão" eram

se tão Intimamente associada à escravi

o in\'entáríu, walia de oitenta a cem réis,

O ilustre historiador Sérgio Buarqiie de

dão, que a palavra tecedeira valia por

Holanda assinala no presente artigo a importância assumida pela indústria e comércio de tecidos de algodão em São Paulo durante a fase colonial. Mostra

sinônimo de escrava.

teremos que o dono do tear, sem despen der mais do que o necessário para o

Um ditado cor

rente sustentava que de toda a estupi

sustento e manutenção da gente do ser

dez reinante no mundo, nove décimos

viço, ganharia quinhentos por cento e

estão com os tecelões (1).

mais em todo o negócio.

que, lendo sido embora uma indústria principalmente doméstica, se tornou base

No Brasil, outra circunstância, além dessas tradições, contribuía para que a

veis êsses proprietários quando fizessem

de ativo intercâmbio com regiões menos

tecelagem passasse por mister humilde.

tecer algodão alheio, pagando-se simples-

projncias ao cultivo do algodoeiru.

Dificilmente obteriam lucros compará


I

«A

Digiíisto

Fiação e Tecelagem em 5ão Paulo na Era Colonial pur SÉRGIO Buarquí: ok Holanda é certo que no preparo do algo dão para a índíjstría têxtil

as

técnicas

que era tido o oficio entre portugueses, o que fazia com que o relegassem a gen te ínfima.

Nisto pareciam competir os

tccelões com os pedreiros, por e.xemplo,

adventícias prevale

aos quais a inventiva popular dera o

ceram continuamen

diabo por patrono.

te sôbre as indíge nas desde os tem pos iniciais da colo

nização, não parece menos verdadeiro

que a índios da ter

ra e mamelucos, de preferência, estives

sem confiados, pelo menos em São Paulo

os misteres da fiação e tecelagem. Hoíivo ocasião — no ano de 1628, conforme o atesta uma vereação dutadá de 9 de setembro — em que os senho res do Concelho tiveram de escolher

para juiz do ofício de tecelão certo moço do gentio da terra chamado Antônio, serviçal na casa do vereador Francisco

Jorge, "por não aver omen branquo que o seja". Como tal, entrava em suas atribuições examinar todos os "negros

dando carta aos que fossem peritos,'c eo

que não for para isso que não trabalhe". A que atribuir semelhante fato?' Po dem-se apresentar explicações várias, mas não parece estranha a essa leiiclôncia pa ra a especialização profissional de carijós clomcsticados a pouca consideração em

ladores, saboeivos, carpinteiros (15 reais),

É que, destinando-se os panos de algo dão a vestir escravos e índios adminis trados, a eles, não aos brancos, devia

sapateiros (18 reais), ferreiros coní man cebo (25 reais) e muito menos do que

caber normalmente sua manufatura. Em

os mercadores (40 reais).

rais, trabalhariam em proveito de tercei

As tccedei-

muitos casos, sobretudo nos distritos ru

ras que tecessem cm tear alheio ganha

ros, dos seus senhores, e assim se explica

riam apenas einco reais, monos do que as padeiras, lavadeiras, fomeiras e regateiras, ao passo que as donas de tear eram equiparadas, em matéria de salário,

como entre donos de teares numerosos

aos tecelões de burel, isto' é, receberiam

vam eles o algodão em caroço, de ma

oito reais por dia de trabalho.

neira que trabalhavam com o fruto das

Êsse desapreço pelos profissionais do

Certos documentos acerca dos salários

pagos a mecânicos em Portugal duran te os tempos medievais podem dar idéia da posição dos tecelões na hierarquia

da mui nobre e leal cidade, que seguiam até então o regimento ^dos tecelões, con.seguem alcançar da Câmara que os

dos ofícios. Assim, na tabela de preços organizada pelo Infante D. Henrique em

figurassem, em São Paulo, alguns ho mens dos mais abastados da capitania. Aos vizinhos de menos posses compra

próprias lavouras e com o alheio. Por \'êzes chegavam a assegurar-se o pro

duto de uma colheita futura, pagando algum sinal por conta. É o que sugere

a seguinte passagem do processo de inventário de Antônio Pedroso de Banost

"Deve Gonçalo Pires Garape dez mil reis que o defunto lhe tinha dado de sinal de um pouco de algodão que lhe

1457 para pôr termo às dúvidas movidas

anexe aos brosladores, por ser melhor ofício, parece ter raízes reniotàs. Entre os antigos romanos, o "tcxtor", segundo

entre o vigário geral e os mesteirais c

Friedlünder, era tido como representan

havia de dar e a essa conta Uie deu

braceiros da vila de Thomar, a avalia

te característico das profissões grosseiras

os ditos dez mil reis".

ção do dia de trabalho dos tecelões de

e rudes. Da baixa reputação do mesmo

Dez mil réis corresponderiam pelo ano

burel é de oito reais, igual à dos tra balhadores de campo e inferior à de tádas as demais profissões masculinas ^ urbanas. Quanto aos tecelões de panos de cor e mantas, perceberiam doze reais,

ofício entre os árabes,'que por tanto

de 1652, época do inventário, a vinte e

tempo dominaram a península ibérica, há testemunhos numerosos. Significativa

rama. Quantidade que poderia dar para

tanto quanto os tanoeiros, os tosadores,

se recrutam entre indivíduos da ralé:

e os alfaiates o pedreiros que não tives

os tecelões, os sarjadores e os curtidores". Para algumas tribos muçulmanas,

sem mancebo servindo por soldada (aqueles que os tivessem ganhariam res-

wo

gros de Guiné, qüe eram os pretos

pectivamentc quinze e vinte reais), me nos do que carniceiros, fcrtadores, bros-

tear, de que ainda há sinal cm Lisboa pór volta de 1572, quando os tapeceiros

» j- 1. » ® que tesen" — negros da terra, bem en

tendido, isto é, índios, diferentes dos ne-

Econômico

a respeito é a frase atribuída ao califa Walid: "Três espécies de ocupações só

cinco ou trinta arrobas de algodão em cerca de seiscentas varas de pano, to mando-se como base de cálculo que uma arrôba de fios, correspondente a

quatro de algodão em caroço, rendia em

termos considerados particularmente injuriosos. Para outras, a tecelagem acha-

média oitenta varas de pano da velha marca do mar (três palmos e meio de largura). Considerando-se mais que a vara de pano, ao tempo em que se fez

"tecelão" e

"fillio

de

tecelão" eram

se tão Intimamente associada à escravi

o in\'entáríu, walia de oitenta a cem réis,

O ilustre historiador Sérgio Buarqiie de

dão, que a palavra tecedeira valia por

Holanda assinala no presente artigo a importância assumida pela indústria e comércio de tecidos de algodão em São Paulo durante a fase colonial. Mostra

sinônimo de escrava.

teremos que o dono do tear, sem despen der mais do que o necessário para o

Um ditado cor

rente sustentava que de toda a estupi

sustento e manutenção da gente do ser

dez reinante no mundo, nove décimos

viço, ganharia quinhentos por cento e

estão com os tecelões (1).

mais em todo o negócio.

que, lendo sido embora uma indústria principalmente doméstica, se tornou base

No Brasil, outra circunstância, além dessas tradições, contribuía para que a

veis êsses proprietários quando fizessem

de ativo intercâmbio com regiões menos

tecelagem passasse por mister humilde.

tecer algodão alheio, pagando-se simples-

projncias ao cultivo do algodoeiru.

Dificilmente obteriam lucros compará


Digesto Econónuco

mente com uma determinada jwrvão do

cm oito do segundo c cm se-lc do ter

pano fabricado.

ceiro.

Nos centros urbanos,

onde o ofício se achava regulado por

A presença de medidas semelhantes

meio de posturas definidas e os artífices

não deve interpretar-se, todavia, como

trabalhavam por conta própria, a porção era fbíada pe'as Câmaras. Em São Paulo, a partir de 1587, caberia a cada tecelão uma vara de sete que fabricas se. Êsse regime de pagamento, bem

indicio de que a tecelagem do algodão tivesse importância comercial ponderá\e!.

compreensível em terra de numerário

o contrário.

• escasso, não se distinguia, ao cabo, do

sistema da poia e rrmquia, tradicional entre moleiros e lagareiros de Portugal.

Imperava também na América Espa nhola, e sabe-se que no Paraguai jesuitíco, por exemplo, os índios recebiam dos padres quatro arrobas de fio e de

viam devolver duzentas varas de pano,

h

77

DrcESTo EcoNÓKnco

78

correspondendo-lhes, de salário, seis va ras do mesmo tecido (2). Mas tarde o salário passaria a va riar, em São Paulo, conforme os fios uti

lizados na textura. Para isso distingui ram-se três tipos de pano, o grosso, o médio e o delgado,

A escassez relativa das posturas

sobre tecelões entre os velhos documen

tos municipais paulistas sugere mesmo Mais do que outras ativi

ma devida e que a multa lhe foi perdoa da (3).

procedência da merc;\doria. Assim, nós

A expansão da lavoura algodoeira não pôde, apesar de tudo, produzir-se em

assentos do ano de 1721, lê-se que o Procurador do ConceUio cobrou de Ma

nuel Lopes duas po.ssas tnm.vc nesta de ulú que

Ferreira "os subsídios de de pano de Algodam que ultima \iagem q'fez a villa cmportarão mil e duzentos

c oitenta Reis".

Nesse mesmo ano de

1721 cobrava o dito procurador de Jo-

dades manufatureiras, a fabricação de

scph de Godoy e de um seu irmão, "mo

fios e tecidos destinados a uso doméstico

radores na \nla dc Jiutu, os subsídios dc

anda estreitamente associada, aqui, à vida do lar.

Nos sítios da roça, onde

quer que exista mão de obra suficiente para o mister, o excesso da produção servirá para permutas e pagamentos,

ainda quando o pano dtí algodão tenha deixado de constituir a principal moeda da terra.

•Todavia nos últimos anos do século

XVII e sobretudo nos três primeiros de cênios do seguinte, a'guns lavradores e comerciantes irão vender seu tecido em

regiões onde o clima é pouco propício ao algodoeiro. Ainda ao tempo das viagens

em que um arratel

de fio daria respec tivamente para duas, duas e meia e três

de Saint-Hilaire, o

varas de pano. Se

cultivo

gundo proposta que

da

malvá-

cea cessa totalmente

a 21 de outubro de

a pequena distância de Itapeva — a atual

1628 apresentou aos camaristas o. pro

Faxina —, de modo

curador do Conce

que os moradores do

lho Melchior Martins de Melo, seriam

planalto curitibano e até os de Parana

fixadas para os tecelões paulistanos no vas posturas, de maneira que guardas

importado.

sem para si uma vara de pano em dez que tecessem do primeiro tipo, nove do segundo e sete do último. Em substitui ção a essá proposta alvitrou, três sema nas mais tarde, o juiz ordinário, Gaspar de Louveira, que coubesse ao tecelão uma vara' em nove do primeiro tipo,

mais de um caso menciona-se e.xpressainento, cm tais documentos, o local de

guá se servem ordinâriamente de tecido Entre 1699 e 1725, a maioria das

peças de pano de algodão que pagam subsídio em Curitiba provém de terras

hoje paulistas. E negocia-as, em grande parte, gente de São Paulo, a ju'gaf pelo que mostram os livros de receita e despesa da'Câmara curitibana. Em

quatro peças de pano de algodão..." E há razão para supor-se que o ne

gócio fôssc de algum modo sedutor, quando se sabe que não o desdenhavam

homens de grosso cabedal. Do capitácmor José de tícis e Morais, por exem plo, o mesmo que em 1708 se propusera

comprar ao conde de Monsanto nada menos do que toda a capitania de São Vicente e Santos, consta que três anos mais tarde ia vender em Curitiba suas

vinte peças de algodão, voltando logo depois para São Paulo sem ter pago o subsidio correspondente, no total de quarenta patacas.

O caso chegou a ter grave conse

qüência, porque outros negociantes dei xaram dc cumprir a mesma obrigação, e um deles, convidado a dei.\ar sua quo

ta, relativa u três peças de algodão que vendeu, chegou a replicar que "se os mais pagaçem, que pagaria, he não pa

gou". À vista dêsses fatos e informados, em abril de 1712, de que em mãos de certo morador de Curitiba estavam cin

qüenta mil réis pertencentes ao sobredito José de Gois e Morais, apressaram-

se os camaristas em embargar à quantia, indenizando-se assim o Concelho com os

bens do devedor faltoso. Sabemos, con

tudo, por outro documento, que êste compareceu no ano seguinte com a so

São Paulo na mesma medida em gue

se produziu noutras terras, no Mara nhão principalmente, e também em Per nambuco e partes de Minas Gerais. Mes mo acolhendo-se argumentos tão otimis tas como por exemplo os de um Jose de Sá Bitencourt na "Memória" que pu blicou Conceição Veloso, quando asse

gura, com precisão singular, que um algodoeiro dá de colheita ordinária exa tamente 1364 maçãs, as quais, por sua

vez, rendem quatro arratéis de Ia, essa

expansão via-se limitada aqui pelos mer

cados relativamente restritos que destrutavam nossos lavradores.

É digno de vista, por outro lado, que

a produção e comércio do algodão an

dassem geralmente em mãos de pessoas que, como no caso de um Antônio Pedroso de Barros, de um GuiUierme Pom-

peu de Almeida ou de um Jose de Co«s e Morais, podiam dispor de braços abundantes e terra farta. Nada se conhece de posiHvo acerca

do regime de trabalho a que ficavam

ordinâriamente sujeitos escravos e índios administrados nos teares dêsses poten tados. Sabemos, entretanto, pelo que ocorria nas índias de Castela, o quanta

seria preciso exigir dos naturais da terra, gente morosa e presa a uma técnica morosa, para que a produção dos panos de algodião constltuisse mister verdadei ramente lucrativo.

Tais foram os ex

cessos praticados contra os índios no México, que E!-Rei Felipe III precisou

ditar em 1612 uma ordem, revigomda doze anos mais tarde por seu sucessor

e incorporada finalmente à "Recopilación de Leyes de índias", onde se ordena aos vice-reis de Nova Espanha

Ã


Digesto Econónuco

mente com uma determinada jwrvão do

cm oito do segundo c cm se-lc do ter

pano fabricado.

ceiro.

Nos centros urbanos,

onde o ofício se achava regulado por

A presença de medidas semelhantes

meio de posturas definidas e os artífices

não deve interpretar-se, todavia, como

trabalhavam por conta própria, a porção era fbíada pe'as Câmaras. Em São Paulo, a partir de 1587, caberia a cada tecelão uma vara de sete que fabricas se. Êsse regime de pagamento, bem

indicio de que a tecelagem do algodão tivesse importância comercial ponderá\e!.

compreensível em terra de numerário

o contrário.

• escasso, não se distinguia, ao cabo, do

sistema da poia e rrmquia, tradicional entre moleiros e lagareiros de Portugal.

Imperava também na América Espa nhola, e sabe-se que no Paraguai jesuitíco, por exemplo, os índios recebiam dos padres quatro arrobas de fio e de

viam devolver duzentas varas de pano,

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DrcESTo EcoNÓKnco

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correspondendo-lhes, de salário, seis va ras do mesmo tecido (2). Mas tarde o salário passaria a va riar, em São Paulo, conforme os fios uti

lizados na textura. Para isso distingui ram-se três tipos de pano, o grosso, o médio e o delgado,

A escassez relativa das posturas

sobre tecelões entre os velhos documen

tos municipais paulistas sugere mesmo Mais do que outras ativi

ma devida e que a multa lhe foi perdoa da (3).

procedência da merc;\doria. Assim, nós

A expansão da lavoura algodoeira não pôde, apesar de tudo, produzir-se em

assentos do ano de 1721, lê-se que o Procurador do ConceUio cobrou de Ma

nuel Lopes duas po.ssas tnm.vc nesta de ulú que

Ferreira "os subsídios de de pano de Algodam que ultima \iagem q'fez a villa cmportarão mil e duzentos

c oitenta Reis".

Nesse mesmo ano de

1721 cobrava o dito procurador de Jo-

dades manufatureiras, a fabricação de

scph de Godoy e de um seu irmão, "mo

fios e tecidos destinados a uso doméstico

radores na \nla dc Jiutu, os subsídios dc

anda estreitamente associada, aqui, à vida do lar.

Nos sítios da roça, onde

quer que exista mão de obra suficiente para o mister, o excesso da produção servirá para permutas e pagamentos,

ainda quando o pano dtí algodão tenha deixado de constituir a principal moeda da terra.

•Todavia nos últimos anos do século

XVII e sobretudo nos três primeiros de cênios do seguinte, a'guns lavradores e comerciantes irão vender seu tecido em

regiões onde o clima é pouco propício ao algodoeiro. Ainda ao tempo das viagens

em que um arratel

de fio daria respec tivamente para duas, duas e meia e três

de Saint-Hilaire, o

varas de pano. Se

cultivo

gundo proposta que

da

malvá-

cea cessa totalmente

a 21 de outubro de

a pequena distância de Itapeva — a atual

1628 apresentou aos camaristas o. pro

Faxina —, de modo

curador do Conce

que os moradores do

lho Melchior Martins de Melo, seriam

planalto curitibano e até os de Parana

fixadas para os tecelões paulistanos no vas posturas, de maneira que guardas

importado.

sem para si uma vara de pano em dez que tecessem do primeiro tipo, nove do segundo e sete do último. Em substitui ção a essá proposta alvitrou, três sema nas mais tarde, o juiz ordinário, Gaspar de Louveira, que coubesse ao tecelão uma vara' em nove do primeiro tipo,

mais de um caso menciona-se e.xpressainento, cm tais documentos, o local de

guá se servem ordinâriamente de tecido Entre 1699 e 1725, a maioria das

peças de pano de algodão que pagam subsídio em Curitiba provém de terras

hoje paulistas. E negocia-as, em grande parte, gente de São Paulo, a ju'gaf pelo que mostram os livros de receita e despesa da'Câmara curitibana. Em

quatro peças de pano de algodão..." E há razão para supor-se que o ne

gócio fôssc de algum modo sedutor, quando se sabe que não o desdenhavam

homens de grosso cabedal. Do capitácmor José de tícis e Morais, por exem plo, o mesmo que em 1708 se propusera

comprar ao conde de Monsanto nada menos do que toda a capitania de São Vicente e Santos, consta que três anos mais tarde ia vender em Curitiba suas

vinte peças de algodão, voltando logo depois para São Paulo sem ter pago o subsidio correspondente, no total de quarenta patacas.

O caso chegou a ter grave conse

qüência, porque outros negociantes dei xaram dc cumprir a mesma obrigação, e um deles, convidado a dei.\ar sua quo

ta, relativa u três peças de algodão que vendeu, chegou a replicar que "se os mais pagaçem, que pagaria, he não pa

gou". À vista dêsses fatos e informados, em abril de 1712, de que em mãos de certo morador de Curitiba estavam cin

qüenta mil réis pertencentes ao sobredito José de Gois e Morais, apressaram-

se os camaristas em embargar à quantia, indenizando-se assim o Concelho com os

bens do devedor faltoso. Sabemos, con

tudo, por outro documento, que êste compareceu no ano seguinte com a so

São Paulo na mesma medida em gue

se produziu noutras terras, no Mara nhão principalmente, e também em Per nambuco e partes de Minas Gerais. Mes mo acolhendo-se argumentos tão otimis tas como por exemplo os de um Jose de Sá Bitencourt na "Memória" que pu blicou Conceição Veloso, quando asse

gura, com precisão singular, que um algodoeiro dá de colheita ordinária exa tamente 1364 maçãs, as quais, por sua

vez, rendem quatro arratéis de Ia, essa

expansão via-se limitada aqui pelos mer

cados relativamente restritos que destrutavam nossos lavradores.

É digno de vista, por outro lado, que

a produção e comércio do algodão an

dassem geralmente em mãos de pessoas que, como no caso de um Antônio Pedroso de Barros, de um GuiUierme Pom-

peu de Almeida ou de um Jose de Co«s e Morais, podiam dispor de braços abundantes e terra farta. Nada se conhece de posiHvo acerca

do regime de trabalho a que ficavam

ordinâriamente sujeitos escravos e índios administrados nos teares dêsses poten tados. Sabemos, entretanto, pelo que ocorria nas índias de Castela, o quanta

seria preciso exigir dos naturais da terra, gente morosa e presa a uma técnica morosa, para que a produção dos panos de algodião constltuisse mister verdadei ramente lucrativo.

Tais foram os ex

cessos praticados contra os índios no México, que E!-Rei Felipe III precisou

ditar em 1612 uma ordem, revigomda doze anos mais tarde por seu sucessor

e incorporada finalmente à "Recopilación de Leyes de índias", onde se ordena aos vice-reis de Nova Espanha

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11 ,

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Digesto

T,

13u;ksi(>

que tratem de relevar os índios de trabalhos de tecelagem, pois ainda quando êstes os exerçam por vontade própria e Uw

AWACVUl

LI tt

mediante jornais bem pagos, "importará

menps a fabricação do panos que o agravo que possam receber".'

Em Tucumã, seg<indo os regulamen tos do governador Abreu, de 1576, os índios deviam tributo dos dez anos de

idade aos cinqüenta, além do serviço pessoal. Suas mulheres, filhas e irmãs de\áam trabalhar para os "encomenderos" das segundas às quintas feitas in clusive, fiando algodão. Na realida

de, trabalhavam a semana inteira e, por

vezes aos domingos e dias de festa, isso quando não chegava a cobiça dos amos ao ponto de obrigá-las a fiar durante a notte. à luz de velas ou eandieiros.

Nem sequer os meninos de dez a quinos velhos fieavam destinados aos grosseiae anos eram poupados dÊsse serviço, e

ros tecidos de caraguatá.

cm tempo, exceção feita de uns poucos, reservados para .saciar .sua sede de vin gança, e estes foram postos... a fiar algodão. Parece inevitável, em face deste episódio, recordar o fim trágico de

São Luís do Paraitinga e outros lugares,

ina.s \ ieram-nos muito provàveímentc de

toma-vúigem, procedentes do.s municípios mineiros das vizinhanças.

Quanto aos

dade de Llxboa (Coimbra. 1926), P; Ign. Goldziher. "Die Handwerk bei «en

Arabern". Globus. LXVI (Bruns^quí'-

1894). pp. 204 ss.; Antônio Baião. A vii

Ia e o concelho de Ferreira ao zezeie .

O Archeologo Português, XVI

(Bis

teares de fazer rede, que pertencem a espécie distinta, êstes ainda aparecem

seus índios — cèrca do quinhentos Ciiri-

ocasionalmente no sul do Estado, pobre

Social dâ Ias Doctrlnas Guaranles

jüs e guaianases —, os quais, dcjiois de

sobre\'ivência dc umã tradição perdida.

Companhia de Jesus, I (Barcelona,

feri-lo de morte, não se esqueceram, entre as tropclias praticadas, de inuti

Um dos três ou quatro que íiltimamente ainda restavam em Sorocaba, foi adqui

(3) "Receita e Despeza da

lizar todos os teares da fazenda de cul

rido há- pouco pelo Museu Paulista.

da Câmara Municipal do Curitiba,

A documentação de que hoje dispo

1911). pp. 65-7. (2) P. Pablo Hernandez,

236.

nicipal de Curityba.

vi

(Curitiba. 1908), p. 62; "Termos de v«-

tura do Potribú. il) Livro dos Regimotos dos Offlciaes me

t-ennça da

cânicas da mui nobre e sopre leal Ct-

(Curitiba. 1924). pp. 53-5.

Câmara. 1711", Idem.

mos não autoriza a tentar, neste caso,

mais do que uma aproximação muito he

sitante.

O que sabemos efetivamente do trabalho dos nossos antigos tecelõcs da roça, por infonnes de um Luiz D'Alincourt, é que, procurando atender

ÍAl

à exigência de mão de obra numerosa para a limpeza e fiação de algodão, se serviam dc um recurso bastante cômodo

nador argentino, o símbolo mais perfeito da escravidão naquelas terras. Quando

niral; o mutirão. A tecelagem, por sua

os espanhóis que não puderam escapar

Econômico

nosso Antônio Pcdro.so de Banos, ví tima, èle também, de uma rebelião do.s

O fuso e o tear tomaram-se dôsse modo, observa em nossos dias um histoos índios do Chaco assaltam e destroem Concepción dei Bermejo, trucidam todos

"TT

Econômico

e não sem fortes atrativos entre a gente

vez, era largamente uma indústria do méstica, isso ainda em começo do último século. Panos feitos em casa davam não

so para vestir serviçais, mas também

para o traje íntimo de gente remediada: calças ou simplesmente ce-

roulas e camisas de algodão de três varas, além do surtum de baeta nos dias de imiito frio.

O progresso desterrou de

De acordo com dados publicados pelo Boletim do Conselho Técnico de Eco nomia e Finanças, a dívida externa brasileira atingia, em 31 de dezembro de 1946, o total de 101.126.010 libras e 206.730.795 dómes.

Os empréstimos em esterlinos estavam assim classificados: Plano A

Plano B

45.488.297

28.615.748

74.104.045

Estaduais Municipais

7.598.750 1.800.810

5.566.345 2.184.160

13.165.095 3.984.970

Especiais

6.435.700

3.436.200

9.871.900

61.323.557

39.802.453

101.126.010

Federais

.•

Total

Sao Paulo essa velha indús

tria, companheira dos primei ros colonizadores portugueses. Antigos teares de fazer pano

Total

:

Os empréstimos em moeda norte-americana se apresentavam da seguinte forma: Federais

54.205.145

57.527.700

111.732.845

ainda se encontram, é ver

Estaduais

30.968.500

18.485.850

49.454.350

dade, em Franca, Igarnpava,

Municipais

20.305.500

14.020.000

34.325.500

Especiais

8.105.000

3.113.100

11.218.100

113.584.145

93.146.650

206.730.795

Pedregulho, Ituverava, Pa trocínio de Sapucaí, Mococa e, no vale do Paraíba, em

Tülul

Nota — Os empréstimos especiais são paulistas e referem-se ao plano de de fesa do mercado de café.


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78

Digesto

T,

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que tratem de relevar os índios de trabalhos de tecelagem, pois ainda quando êstes os exerçam por vontade própria e Uw

AWACVUl

LI tt

mediante jornais bem pagos, "importará

menps a fabricação do panos que o agravo que possam receber".'

Em Tucumã, seg<indo os regulamen tos do governador Abreu, de 1576, os índios deviam tributo dos dez anos de

idade aos cinqüenta, além do serviço pessoal. Suas mulheres, filhas e irmãs de\áam trabalhar para os "encomenderos" das segundas às quintas feitas in clusive, fiando algodão. Na realida

de, trabalhavam a semana inteira e, por

vezes aos domingos e dias de festa, isso quando não chegava a cobiça dos amos ao ponto de obrigá-las a fiar durante a notte. à luz de velas ou eandieiros.

Nem sequer os meninos de dez a quinos velhos fieavam destinados aos grosseiae anos eram poupados dÊsse serviço, e

ros tecidos de caraguatá.

cm tempo, exceção feita de uns poucos, reservados para .saciar .sua sede de vin gança, e estes foram postos... a fiar algodão. Parece inevitável, em face deste episódio, recordar o fim trágico de

São Luís do Paraitinga e outros lugares,

ina.s \ ieram-nos muito provàveímentc de

toma-vúigem, procedentes do.s municípios mineiros das vizinhanças.

Quanto aos

dade de Llxboa (Coimbra. 1926), P; Ign. Goldziher. "Die Handwerk bei «en

Arabern". Globus. LXVI (Bruns^quí'-

1894). pp. 204 ss.; Antônio Baião. A vii

Ia e o concelho de Ferreira ao zezeie .

O Archeologo Português, XVI

(Bis

teares de fazer rede, que pertencem a espécie distinta, êstes ainda aparecem

seus índios — cèrca do quinhentos Ciiri-

ocasionalmente no sul do Estado, pobre

Social dâ Ias Doctrlnas Guaranles

jüs e guaianases —, os quais, dcjiois de

sobre\'ivência dc umã tradição perdida.

Companhia de Jesus, I (Barcelona,

feri-lo de morte, não se esqueceram, entre as tropclias praticadas, de inuti

Um dos três ou quatro que íiltimamente ainda restavam em Sorocaba, foi adqui

(3) "Receita e Despeza da

lizar todos os teares da fazenda de cul

rido há- pouco pelo Museu Paulista.

da Câmara Municipal do Curitiba,

A documentação de que hoje dispo

1911). pp. 65-7. (2) P. Pablo Hernandez,

236.

nicipal de Curityba.

vi

(Curitiba. 1908), p. 62; "Termos de v«-

tura do Potribú. il) Livro dos Regimotos dos Offlciaes me

t-ennça da

cânicas da mui nobre e sopre leal Ct-

(Curitiba. 1924). pp. 53-5.

Câmara. 1711", Idem.

mos não autoriza a tentar, neste caso,

mais do que uma aproximação muito he

sitante.

O que sabemos efetivamente do trabalho dos nossos antigos tecelõcs da roça, por infonnes de um Luiz D'Alincourt, é que, procurando atender

ÍAl

à exigência de mão de obra numerosa para a limpeza e fiação de algodão, se serviam dc um recurso bastante cômodo

nador argentino, o símbolo mais perfeito da escravidão naquelas terras. Quando

niral; o mutirão. A tecelagem, por sua

os espanhóis que não puderam escapar

Econômico

nosso Antônio Pcdro.so de Banos, ví tima, èle também, de uma rebelião do.s

O fuso e o tear tomaram-se dôsse modo, observa em nossos dias um histoos índios do Chaco assaltam e destroem Concepción dei Bermejo, trucidam todos

"TT

Econômico

e não sem fortes atrativos entre a gente

vez, era largamente uma indústria do méstica, isso ainda em começo do último século. Panos feitos em casa davam não

so para vestir serviçais, mas também

para o traje íntimo de gente remediada: calças ou simplesmente ce-

roulas e camisas de algodão de três varas, além do surtum de baeta nos dias de imiito frio.

O progresso desterrou de

De acordo com dados publicados pelo Boletim do Conselho Técnico de Eco nomia e Finanças, a dívida externa brasileira atingia, em 31 de dezembro de 1946, o total de 101.126.010 libras e 206.730.795 dómes.

Os empréstimos em esterlinos estavam assim classificados: Plano A

Plano B

45.488.297

28.615.748

74.104.045

Estaduais Municipais

7.598.750 1.800.810

5.566.345 2.184.160

13.165.095 3.984.970

Especiais

6.435.700

3.436.200

9.871.900

61.323.557

39.802.453

101.126.010

Federais

.•

Total

Sao Paulo essa velha indús

tria, companheira dos primei ros colonizadores portugueses. Antigos teares de fazer pano

Total

:

Os empréstimos em moeda norte-americana se apresentavam da seguinte forma: Federais

54.205.145

57.527.700

111.732.845

ainda se encontram, é ver

Estaduais

30.968.500

18.485.850

49.454.350

dade, em Franca, Igarnpava,

Municipais

20.305.500

14.020.000

34.325.500

Especiais

8.105.000

3.113.100

11.218.100

113.584.145

93.146.650

206.730.795

Pedregulho, Ituverava, Pa trocínio de Sapucaí, Mococa e, no vale do Paraíba, em

Tülul

Nota — Os empréstimos especiais são paulistas e referem-se ao plano de de fesa do mercado de café.


Di'.:c:stc>

e o "não", imagina cjuc estes contrários terminam, em favor do tempo, por tornar-sp complemcntares. Ê assim que

o4tí £ecsi ecanémCccui Conferência proferida nclo prof. Loiiis Baudiii, a 28 de abril de 1947.

concebe a lei -do "vir a ser".

sob os auspícios da Caixa Económ-ca Federal cie São Pau'o.

Vou *FALAB hoje de uma ques

tão capital, a qual, a bem dizer,

interessa a todos os outros proble mas cientificos, pois trata-se, nadá mais nada menos, de saber se existe lei

econômica. Lei econômica — isto é, lei natural; ou, mais explicitamente, não se

cogita aqui de leis humanas, senão ape nas das leis conhecidas também como

Icis-constatação, e não das lels-preceito. Estas ultimas são leis que se formulam e codificam de forma a constituir a ciên

cia jurídica. Não me refiro aqui senão a ciência econômica.

Há, pois, leis naturais. É o problema (Io

uma nova era: o passado não exLsíe.

Tudo é inédito: e inscrevem "Um" no seu calendário. Os manuais de econo

mia política já não conterão as regras

relativas a um passado revelado.

E

pois, só resta pedir ao homem que se adapte às novas re^as apresentadas ao

invés de se ir em busca de regras adap táveis ao homem tal como é. Ei.s como se nos apresenta a questão.

Na primeira parte desta expo.sição

Ê uma

tência, a excelência das leis, verificando

centarei o dc "condicional" e, como con

com um "pro rerum", por uma razão

maior:

logia e de mora', a lei natural mantémse divina e, pois, absoluta, eterna, ncces-

mrdadc do pen.samcnto c das ações hu

íária e ideal.

manas. Se não existissem, nenhuma pre

Êste ponto de vista mu'tü inmortantc, vamos encontrá-lo então iia primeira grande encruzilbada da concepção de lei, isto é, nos fisiocratas. Aqui se reii-

Os romanos ocupam-sc sobre

no d reito de concluir, da não excelên

humana preocupa-os mais que a slei na

cia, a não existência.

Conheço também o raciocínio inver-

Na Idade Média, nos tratados dc teo

nem as correntes do pensamento tomisla e do pensamento cartesiano, mistu-

E assim, tendo os primeiros homens

rando-se e confundindo-se, a ponto de instaurarem os fisiocratas, sem o perce

rem as mesmas de emanação divina.

Não tinham noção de causa e efeito, oem podiam ter. Não obstante, obsersTi-

berem, o dualismo na noção de le". Com efeito, há na concepção fisiocrática esta

ram a alternância do dia e da noite»

bem como das diferentes estaç-õcs. For*im estas as leis naturais que a princi pio apreenderam. Mas, observem: natureza se apresenta como alguma coi sa perfeitamente diferente e acima do homem, à qual se deverá obedecer. Os

dupla idéia: 1.° — de que a lei natural existe; 2.° — de que é a melhor ima ginável. A existência é fato da doutrina cartesiana; a excelência, é fato da dou

trina canôn ca, teológica medieval. Esta dup'a idéia, não dissociada, mas, ao con trário, tornada una pelos fisiocratas, dá nascimento a uma dupla corrente. À

gregos levaram a análise mais longe. Encontramos, então, em Anaximandro a

ros.

A inexatidão de ambo.s os raciocí

nios provém da mesma confusão. E ass"m que se apresenta a questão

da Escola Fisiocrática, na exposição da história das doutrinas.

Sem dúvida, houve gradaçóes, às quais não me refiro para não me demorar.

Quero apenas mencionar aqui o ensaio de uma espécie de compromisso. Na realidade, não pode haver compromisso entre a existência e a não e.vistencia. Mas ensaiaram-no. E, em particular,

saiu-se de uma maneira muito elegante o.Abade Ga'iani, ao se defrontar com

esse dualismo, que percebeu perfeita mente. É um homem sutil e, assim, nos

diz: Do ponto de \isla teológico não se

pode negar a lei. Esta existe e é a me lhor possível. Sim, os fisiocratas têm ra zão. Mas... é uma lei que, singular

nascida da afirmação da existência da

ples maneira de se conceber a lei. Mas,

lei, afirmação fimdamental estando, como

mente. e.stá fora de nosso alcance. É

depressa, a filosofia grega ganhou as

está, na base de tôda a ciência eco-

alturas e, com Heráclito, chegamos à concepção dinâmica da lei natural. Já

nóm ca e que é a mesma corrente reto mada por Adam Smith, com a idéia de .espontaneidade dos fenômenos econômi

uma lei criada por Deus para os gran des intervalos de tempo e para as gran

para Heráclito nada é, tudo se toma. Esse mesmo "vir a ser" é concebido de

cos.

uma maneira inteiramente moderna, co

mada por autores que, como Bastiat,

Na segunda parte, afirmarei a existên

mo formado a favor da duração, por

chegaram ao extremo de fazer a sua apologia.

tividade necessária; e na terceira parte, a êste qualificativo de "relativo" acres

.so, feito pelos autores das escolas socia listas. Não va'e mais que o dos primei

concepção de causa e efeito, a mais sim

traçarei um breve histórico, salientando a evolução da concepção de lei natural. cia de leis naturais dentro de uma rela

não existir a exce'ência, acreditaram-sc

tudo das leis humanas. O quadro da lei tural.

prever.

natural excedente, podendo mesmo en gendrar inconvenientes, neste momento cnn'c-se o risco de ser fe"to, como de fato tem ocorrido, um raciocínio inverso. Tendo cs fisiocratas concluído, da exis

clusão, direi que estas leis existem. Desde 'os mais remotos tempos, diiei me.smo quando não existia senão a hor da primitiva, já a concepção de lci se havia impâsto aos espíritos primcxos. ainda pré-lógicos e místicos. As leis naturais, com efeito, as.seguram a conti-

visão seria pos.sível e, portanto, nada po deríamos organizar, porque organizar é

momento de perceberem não ser a lei

Quando chegamos a Roma deparamo.s

admirável concepção, quasi hegeliann.

concebido a lei natural, concluíram se

ser e do "não ser".

Alguns de nossos contemporâneos de há muito se empenham em negar a ex=s tência dessas leis. Teoricamente a sua atitude não passa de uma certa fanfarronada. Dá-lhes um ar interessante. De claram então que estamos no início de

81

Econó>uco

um desenvoVimento progressivo dos contrários. Quer dizer: Heráclito, per

E à corrente da excelência, reto

Partindo da confusão entre á existên

cia e a excelência da lei, cliegado o

cebendo o "pró" e o "contra", o "sim" _

des massas humanas.

Quanto a nós,

pequeninos, que vivemos no momento instantâneo, no imediato, nSo devemos,

no fundo, preoc\ipar-nos com a existên cia dessas leis, situadas tvão distantes, não

participando da sua natureza qualquer cuidado com a nossa mesquinha vida. São grandes demais para isso...


Di'.:c:stc>

e o "não", imagina cjuc estes contrários terminam, em favor do tempo, por tornar-sp complemcntares. Ê assim que

o4tí £ecsi ecanémCccui Conferência proferida nclo prof. Loiiis Baudiii, a 28 de abril de 1947.

concebe a lei -do "vir a ser".

sob os auspícios da Caixa Económ-ca Federal cie São Pau'o.

Vou *FALAB hoje de uma ques

tão capital, a qual, a bem dizer,

interessa a todos os outros proble mas cientificos, pois trata-se, nadá mais nada menos, de saber se existe lei

econômica. Lei econômica — isto é, lei natural; ou, mais explicitamente, não se

cogita aqui de leis humanas, senão ape nas das leis conhecidas também como

Icis-constatação, e não das lels-preceito. Estas ultimas são leis que se formulam e codificam de forma a constituir a ciên

cia jurídica. Não me refiro aqui senão a ciência econômica.

Há, pois, leis naturais. É o problema (Io

uma nova era: o passado não exLsíe.

Tudo é inédito: e inscrevem "Um" no seu calendário. Os manuais de econo

mia política já não conterão as regras

relativas a um passado revelado.

E

pois, só resta pedir ao homem que se adapte às novas re^as apresentadas ao

invés de se ir em busca de regras adap táveis ao homem tal como é. Ei.s como se nos apresenta a questão.

Na primeira parte desta expo.sição

Ê uma

tência, a excelência das leis, verificando

centarei o dc "condicional" e, como con

com um "pro rerum", por uma razão

maior:

logia e de mora', a lei natural mantémse divina e, pois, absoluta, eterna, ncces-

mrdadc do pen.samcnto c das ações hu

íária e ideal.

manas. Se não existissem, nenhuma pre

Êste ponto de vista mu'tü inmortantc, vamos encontrá-lo então iia primeira grande encruzilbada da concepção de lei, isto é, nos fisiocratas. Aqui se reii-

Os romanos ocupam-sc sobre

no d reito de concluir, da não excelên

humana preocupa-os mais que a slei na

cia, a não existência.

Conheço também o raciocínio inver-

Na Idade Média, nos tratados dc teo

nem as correntes do pensamento tomisla e do pensamento cartesiano, mistu-

E assim, tendo os primeiros homens

rando-se e confundindo-se, a ponto de instaurarem os fisiocratas, sem o perce

rem as mesmas de emanação divina.

Não tinham noção de causa e efeito, oem podiam ter. Não obstante, obsersTi-

berem, o dualismo na noção de le". Com efeito, há na concepção fisiocrática esta

ram a alternância do dia e da noite»

bem como das diferentes estaç-õcs. For*im estas as leis naturais que a princi pio apreenderam. Mas, observem: natureza se apresenta como alguma coi sa perfeitamente diferente e acima do homem, à qual se deverá obedecer. Os

dupla idéia: 1.° — de que a lei natural existe; 2.° — de que é a melhor ima ginável. A existência é fato da doutrina cartesiana; a excelência, é fato da dou

trina canôn ca, teológica medieval. Esta dup'a idéia, não dissociada, mas, ao con trário, tornada una pelos fisiocratas, dá nascimento a uma dupla corrente. À

gregos levaram a análise mais longe. Encontramos, então, em Anaximandro a

ros.

A inexatidão de ambo.s os raciocí

nios provém da mesma confusão. E ass"m que se apresenta a questão

da Escola Fisiocrática, na exposição da história das doutrinas.

Sem dúvida, houve gradaçóes, às quais não me refiro para não me demorar.

Quero apenas mencionar aqui o ensaio de uma espécie de compromisso. Na realidade, não pode haver compromisso entre a existência e a não e.vistencia. Mas ensaiaram-no. E, em particular,

saiu-se de uma maneira muito elegante o.Abade Ga'iani, ao se defrontar com

esse dualismo, que percebeu perfeita mente. É um homem sutil e, assim, nos

diz: Do ponto de \isla teológico não se

pode negar a lei. Esta existe e é a me lhor possível. Sim, os fisiocratas têm ra zão. Mas... é uma lei que, singular

nascida da afirmação da existência da

ples maneira de se conceber a lei. Mas,

lei, afirmação fimdamental estando, como

mente. e.stá fora de nosso alcance. É

depressa, a filosofia grega ganhou as

está, na base de tôda a ciência eco-

alturas e, com Heráclito, chegamos à concepção dinâmica da lei natural. Já

nóm ca e que é a mesma corrente reto mada por Adam Smith, com a idéia de .espontaneidade dos fenômenos econômi

uma lei criada por Deus para os gran des intervalos de tempo e para as gran

para Heráclito nada é, tudo se toma. Esse mesmo "vir a ser" é concebido de

cos.

uma maneira inteiramente moderna, co

mada por autores que, como Bastiat,

Na segunda parte, afirmarei a existên

mo formado a favor da duração, por

chegaram ao extremo de fazer a sua apologia.

tividade necessária; e na terceira parte, a êste qualificativo de "relativo" acres

.so, feito pelos autores das escolas socia listas. Não va'e mais que o dos primei

concepção de causa e efeito, a mais sim

traçarei um breve histórico, salientando a evolução da concepção de lei natural. cia de leis naturais dentro de uma rela

não existir a exce'ência, acreditaram-sc

tudo das leis humanas. O quadro da lei tural.

prever.

natural excedente, podendo mesmo en gendrar inconvenientes, neste momento cnn'c-se o risco de ser fe"to, como de fato tem ocorrido, um raciocínio inverso. Tendo cs fisiocratas concluído, da exis

clusão, direi que estas leis existem. Desde 'os mais remotos tempos, diiei me.smo quando não existia senão a hor da primitiva, já a concepção de lci se havia impâsto aos espíritos primcxos. ainda pré-lógicos e místicos. As leis naturais, com efeito, as.seguram a conti-

visão seria pos.sível e, portanto, nada po deríamos organizar, porque organizar é

momento de perceberem não ser a lei

Quando chegamos a Roma deparamo.s

admirável concepção, quasi hegeliann.

concebido a lei natural, concluíram se

ser e do "não ser".

Alguns de nossos contemporâneos de há muito se empenham em negar a ex=s tência dessas leis. Teoricamente a sua atitude não passa de uma certa fanfarronada. Dá-lhes um ar interessante. De claram então que estamos no início de

81

Econó>uco

um desenvoVimento progressivo dos contrários. Quer dizer: Heráclito, per

E à corrente da excelência, reto

Partindo da confusão entre á existên

cia e a excelência da lei, cliegado o

cebendo o "pró" e o "contra", o "sim" _

des massas humanas.

Quanto a nós,

pequeninos, que vivemos no momento instantâneo, no imediato, nSo devemos,

no fundo, preoc\ipar-nos com a existên cia dessas leis, situadas tvão distantes, não

participando da sua natureza qualquer cuidado com a nossa mesquinha vida. São grandes demais para isso...


DrcrcsTO Econômico Dn:Ksn>

82

zilhada: Stuart Miil. E até lá, atirado

mais tarde poríjue digo infeli/nienle. Entende Stuart Mill que as lei.s econômi

em profusão, um pouco de tudo, do bom

cas n<ão são como as leis do outras ciòn-

o 3o mau.

cia.s. Serão por assim dizer inferiores às

Chegamos agora a luna outra encru

83

EcoNo.Mtio

([110 concorrerá, aliás, para a sua fama c n ({iial talvez ligará o nome, sente-se arrastado a improvisá-la. Tôda histó ria econômica está repleta de falsas leis. E não temos senão as leis de evolu

Deparamos primeiro com a idéia de

leis das ciências exatas, como a física,

hierarquia das leis. Há, por assim dizer, leis superiores, chamadas princípios, e,

química, biologia etc. Para Stuart Mill

ção, do Saint-Simon; a lei da rênda, de Hicurdo, Stuart Mill e outros; as leis

a ciência econômica ó uma ciência aná

marxistas:

em seguida, leis derivadas umas das ou

loga à ciência das marés, que não e

bre-valia e da pro'iferação crescente das

tras. Uma vez conhecidas as leis deriva

totalmente uma ciência mas uma quase

massas, bem como as leis clássicas de

das, pode-se ensaiar a escalada aos prin

ciência. Ora, esta idéia foi rotoniacla pe'os maiores autores: na Alemanha, por

se exagerou a fórmula.

cípios. Idéia fecunda, que levou Stuart

Mill a pensar não ser possível alcançar

desta forma a meta. Os próprios princí pios poderiam depender de outros ain da superiores.

Seria

Wagner; em França, por Cols{)n, c na Inglaterra, por Alfred Marshall, que vai até citar o e.xeinplo da maré.

E justamente o objeti

possível, talvez, che

vo desta e.xposição c

gar-se a uma idéia

demonstrar

única, ou a um pe' queno número de leis

parente pobre.

Verão então o peri go de se admitir que

alusão à cor e ao som.

A analogia existente

física a regê-las. Sa be-se que isto foi con

de Huyghens Mas • há outras idéias em

Stuart Mill, uma das quais é muito fe cunda: Entreviu a existência, na lei, da

noção de probabilidade. Infelizmente, não aprofundou esta concepção e, ao contrário, nos deu idéias menos felizes

chama-se lei.

Resriltado: o grande público dirá que

são bem pouco sólidas. Temos de reco nhece-lo. * Todavia a imprudência foi chamá-las de lei, pois que não são leis.

ciências,

uma

Portanto, só se faz menção a ela nos

do com tôdas as gradações e reservas necessárias. Ao passo que as outras ciên

cias, como a matemática, a física, a quí mica etc., já fazem parte do programa dos

estabelecimentos

E

tas, a Economia po

teoremas e fórmulas, sem re.ser\'as, para serem aprendidas mesmo de cor. Eis

São ensinadas sob a forma de

temática foram tôdas passadas em re

vista pela Economia.

A Filosofia, a

ciência das ciências, vem na primeira plana.

Conforme tive já oportunidade de di zer, desde os tempos mais antigos, na Grécia, a idéia de causa e efeito foi tra zida à luz. Mais tarde, em nossos dias.

essa idéia foi substituída pela noção de reação concomitante, isto é, uma con

tamente como se dá numa carambolada

da Procura, a lei dos Preços, são leis desse gênero. A matemática, da noção de causa evoluiu assim para a noção de função.

Devo citar aqui Coumot, que fez apli cação, em Economia política, da noção de relação funcional, isto é, da noção

de variável independente — não tendo um elemento valor determinado, pode tomar todos os valores. É ao que bela mente se chamou de aproximação entre o "ser" e o "vir a ser".

Foi posta a luz, em seguida, a noção

de variável aleatória, pela qual qual quer valor é admissível, sob condição de conter um coeficiente de probabili

da. Mas não é tudo. Houve outros ele

a diferença. Aos maus estudantes, que consultauí apenas livros elementares c aprendem de cor a ciência econômica, ela deve efetivamente parecer uma ciên

tela-se então na ciência econômica.

inexata...

A impressão causada pela imprudên cia de Stuart Mill é certamente profun

mentos que contribuiram para fazer des sa idéia de lei, vista por Stuart Mill, um

questão.

bemos, a repartição e o consumo são

econômicos.

apenas aspectos da produção e tudo isso

autor estuda fatos, tem sempre tendên cia a querer descobrir uma lei. Ê muito legítimo. Mas, em geral, quer ir muito depressa. Esperando encontrar esta lei

que, infelizmente, foi recebida. Verão

secundários.

então?

cia exata.

Há ainda em Stuart Mill uma idéia

outras ciências. A Teologia, a Moral, a Biologia, a História, a Psicologia, a Ma

no jogo de bilhar. A lei da Oferta e

como, por exemplo, a da existência de lei de produção e de repartição. Isto é indigno de Stuart Mill, pois, como sa forma um todo inseparável.

ci^ jovem que fatalmente se apoia ein

conforme poderão julgar: a economia política nifo é ensinada, entre nós, nos cursos secundários, ou dc segundo grau.

econômica não é cien tífica o, afinal de con

derá ser até uma ciência algum tanto

presente ao espírito esta verdade ele mentar: a Economia política é uma cièn-

A par disso, há outra razão, válida para u França e talvez para outros países,

rente das leis das ou

e

senão sob condição de se ter sempre

cepção de equilíbrio resuUantog^o des locamento conjugado dos eleni^Ros, exa

vo de conhecimentos, deve ser ministra

econômica

e.spécie de lei de se gunda zona. Chega* se a dizer que a lei

pela ciência: é a no ção da onda luminosa

A tudo isso

uma lei inferior, dife

lei

tras

tarde

Leroy Beanlieu sobre os juros, de que

cursos superiores. Destinando-se o en sino a adultos, portadores de um acer

a

entre elas indicaria a existência de uma lei

mais

ser

econômica não é uma

para todas as ciências possíveis. Faz assim

firmado

não

isso exato: a ciência

do valor-trabalho e da sô-

a maior parte dos problemas econômicos

dos fundamentos de inúmeros trabalhos

Com efeito, quando um

Êste é o estado atual da

Passo então a abordar a fundo o pro

dade. Esta idéia de probabilidade acas-

Atingimos o ponto crucial do proble ma. O que é probabilidade? É a rela

blema de saber se, em princípio, há

ção entre o número de casos favoráveis

verdadeiramente uma lei econômica.

a um acontecimento determinado, que

Não se pode compreender bem o que seja Economia política, nem apreender

se tem em vista, e o número total de

casos possíveis.


DrcrcsTO Econômico Dn:Ksn>

82

zilhada: Stuart Miil. E até lá, atirado

mais tarde poríjue digo infeli/nienle. Entende Stuart Mill que as lei.s econômi

em profusão, um pouco de tudo, do bom

cas n<ão são como as leis do outras ciòn-

o 3o mau.

cia.s. Serão por assim dizer inferiores às

Chegamos agora a luna outra encru

83

EcoNo.Mtio

([110 concorrerá, aliás, para a sua fama c n ({iial talvez ligará o nome, sente-se arrastado a improvisá-la. Tôda histó ria econômica está repleta de falsas leis. E não temos senão as leis de evolu

Deparamos primeiro com a idéia de

leis das ciências exatas, como a física,

hierarquia das leis. Há, por assim dizer, leis superiores, chamadas princípios, e,

química, biologia etc. Para Stuart Mill

ção, do Saint-Simon; a lei da rênda, de Hicurdo, Stuart Mill e outros; as leis

a ciência econômica ó uma ciência aná

marxistas:

em seguida, leis derivadas umas das ou

loga à ciência das marés, que não e

bre-valia e da pro'iferação crescente das

tras. Uma vez conhecidas as leis deriva

totalmente uma ciência mas uma quase

massas, bem como as leis clássicas de

das, pode-se ensaiar a escalada aos prin

ciência. Ora, esta idéia foi rotoniacla pe'os maiores autores: na Alemanha, por

se exagerou a fórmula.

cípios. Idéia fecunda, que levou Stuart

Mill a pensar não ser possível alcançar

desta forma a meta. Os próprios princí pios poderiam depender de outros ain da superiores.

Seria

Wagner; em França, por Cols{)n, c na Inglaterra, por Alfred Marshall, que vai até citar o e.xeinplo da maré.

E justamente o objeti

possível, talvez, che

vo desta e.xposição c

gar-se a uma idéia

demonstrar

única, ou a um pe' queno número de leis

parente pobre.

Verão então o peri go de se admitir que

alusão à cor e ao som.

A analogia existente

física a regê-las. Sa be-se que isto foi con

de Huyghens Mas • há outras idéias em

Stuart Mill, uma das quais é muito fe cunda: Entreviu a existência, na lei, da

noção de probabilidade. Infelizmente, não aprofundou esta concepção e, ao contrário, nos deu idéias menos felizes

chama-se lei.

Resriltado: o grande público dirá que

são bem pouco sólidas. Temos de reco nhece-lo. * Todavia a imprudência foi chamá-las de lei, pois que não são leis.

ciências,

uma

Portanto, só se faz menção a ela nos

do com tôdas as gradações e reservas necessárias. Ao passo que as outras ciên

cias, como a matemática, a física, a quí mica etc., já fazem parte do programa dos

estabelecimentos

E

tas, a Economia po

teoremas e fórmulas, sem re.ser\'as, para serem aprendidas mesmo de cor. Eis

São ensinadas sob a forma de

temática foram tôdas passadas em re

vista pela Economia.

A Filosofia, a

ciência das ciências, vem na primeira plana.

Conforme tive já oportunidade de di zer, desde os tempos mais antigos, na Grécia, a idéia de causa e efeito foi tra zida à luz. Mais tarde, em nossos dias.

essa idéia foi substituída pela noção de reação concomitante, isto é, uma con

tamente como se dá numa carambolada

da Procura, a lei dos Preços, são leis desse gênero. A matemática, da noção de causa evoluiu assim para a noção de função.

Devo citar aqui Coumot, que fez apli cação, em Economia política, da noção de relação funcional, isto é, da noção

de variável independente — não tendo um elemento valor determinado, pode tomar todos os valores. É ao que bela mente se chamou de aproximação entre o "ser" e o "vir a ser".

Foi posta a luz, em seguida, a noção

de variável aleatória, pela qual qual quer valor é admissível, sob condição de conter um coeficiente de probabili

da. Mas não é tudo. Houve outros ele

a diferença. Aos maus estudantes, que consultauí apenas livros elementares c aprendem de cor a ciência econômica, ela deve efetivamente parecer uma ciên

tela-se então na ciência econômica.

inexata...

A impressão causada pela imprudên cia de Stuart Mill é certamente profun

mentos que contribuiram para fazer des sa idéia de lei, vista por Stuart Mill, um

questão.

bemos, a repartição e o consumo são

econômicos.

apenas aspectos da produção e tudo isso

autor estuda fatos, tem sempre tendên cia a querer descobrir uma lei. Ê muito legítimo. Mas, em geral, quer ir muito depressa. Esperando encontrar esta lei

que, infelizmente, foi recebida. Verão

secundários.

então?

cia exata.

Há ainda em Stuart Mill uma idéia

outras ciências. A Teologia, a Moral, a Biologia, a História, a Psicologia, a Ma

no jogo de bilhar. A lei da Oferta e

como, por exemplo, a da existência de lei de produção e de repartição. Isto é indigno de Stuart Mill, pois, como sa forma um todo inseparável.

ci^ jovem que fatalmente se apoia ein

conforme poderão julgar: a economia política nifo é ensinada, entre nós, nos cursos secundários, ou dc segundo grau.

econômica não é cien tífica o, afinal de con

derá ser até uma ciência algum tanto

presente ao espírito esta verdade ele mentar: a Economia política é uma cièn-

A par disso, há outra razão, válida para u França e talvez para outros países,

rente das leis das ou

e

senão sob condição de se ter sempre

cepção de equilíbrio resuUantog^o des locamento conjugado dos eleni^Ros, exa

vo de conhecimentos, deve ser ministra

econômica

e.spécie de lei de se gunda zona. Chega* se a dizer que a lei

pela ciência: é a no ção da onda luminosa

A tudo isso

uma lei inferior, dife

lei

tras

tarde

Leroy Beanlieu sobre os juros, de que

cursos superiores. Destinando-se o en sino a adultos, portadores de um acer

a

entre elas indicaria a existência de uma lei

mais

ser

econômica não é uma

para todas as ciências possíveis. Faz assim

firmado

não

isso exato: a ciência

do valor-trabalho e da sô-

a maior parte dos problemas econômicos

dos fundamentos de inúmeros trabalhos

Com efeito, quando um

Êste é o estado atual da

Passo então a abordar a fundo o pro

dade. Esta idéia de probabilidade acas-

Atingimos o ponto crucial do proble ma. O que é probabilidade? É a rela

blema de saber se, em princípio, há

ção entre o número de casos favoráveis

verdadeiramente uma lei econômica.

a um acontecimento determinado, que

Não se pode compreender bem o que seja Economia política, nem apreender

se tem em vista, e o número total de

casos possíveis.


Dicesto Econômico'

84

Isto existe em todas as ciências; não

lidar com lei.s c.slalí.slicus. ' A lei eco

6 naturalmente uma questão particular

nômica é uma lei estatística.

à Economia política.

não quer dizer, evidentemente, que te

Bem entendido,

desde que não nos dirijamos à abstra ção pura e à pura lógica. Entrando em jôgo o elemento natu reza, seja física ou humana, encontramonos imediatamente diante desta idéia de

probabilidade.

Tomemos um exemplo

elementar: O sol se levantará amanhã.

Primeira grande lei natural. Qual o va

lor dessa afirmação? O de uma expe riência indefinidamente renovada, pois nada nos assegura que um cataclisma si

deral não venha impedir que o sol se

levante amanhã. É, assim, uma probabfidade. E uma probabilidade levada ao extr^p. Daí esta idéia de não existir certeza

absoluta, a não ser na lógica pura. Do ponto de vista humano não pode existir

Mas isto

mos de nos ater a um resultado con cordante. Pràticainentc nem .sempre se encontra um resultado concordante. Re

corremos, assim, u noção cie média. E ao lado da média precisamos levar em conta os afastamentos, como é fácil com

preender. Todos os estudantes conhecem a lei

dos grandes niimeros: os afastamentos de cada um dos elementos em relação à média tendem a se compen.sar tanto

mais quanto maior for p número des ses elementos. Esta lei, aliás,'foi formu

contas tudo é possível (não disse é "pro vável"), é possível mesmo que a água, posta DO fogo, se ponha a gelar..."

da lei do acaso, uma lei, aliás, bem sin

guma coisa de profundamente verda deiro.

conferências, isto é, do acaso. acaso entrando em jogo.

Eis o

Servimo-nos

gular: contando com efetivos reduzidos, tolerará a anarquia; mas quando coman da milhões de unidades, exige uma dis ciplina de ferro. Integramos, então, o

te uma dessas moléculas.

frendo grandes abalos. O princípio de

Segundo o princípio da indeterminação de Heisenberg não se pode medir ao mesmo tempo a posição e a veloci

Carnct, segundo o qual produzindo o

dade dessas moléculas.

bancos c.scolares de há muito \êm so

moléculas, animadas de uma grande ve

rcria possíve' o movimento perpétuo, de pois de negado, foi retomado após a des

locidade, variando com a temperatura.

coberta do rádio. O princípio da con

erigido em lei.

servação d.i matéria, do Lavoisier, a pró

Da mesma forma se procede em c ência econômica. Aqui o corpúsculo é o

pria lei da gravitação, foram atingidos pelo universo recurvo dc

supõem-sp os indivíduos liiTcs. Entenda-se bem: não se fala de livre ar

Chegamos ime

bítrio ou determinismo.

diatamente à mecânica concebida

Digo apenas que o in

A luz é como

divíduo se move livre mente como a moIécuia;

um

conjunto de.corpúscu^os em moxnmcnto, equiva

conduzem-se ao acaso,

lente a partículas de

fazem o que querem. Mas se considerarmos

ondas: é a energia lo

um conjunto de molé

calizada. Quer dizer, a

culas e se considerarmos

luz tem uma estrutura

um conjunto de homens,

granulada (são os físi cos que falam). Ora, é impossível observar-

lação das verificações leva-nos a formu lar a lei, sob condição de ser o resul

categorias de ciência, devemos recorrer às leis estatísticas, pois que as discipli

tado concordante.

É a probabilidade,

nas como a física, química e outras não

por assim dizer. E, por isso, o grande

são mais exatas que a disciplina econô

estatístico norte-americano

mica.

Entenda-se bem: não estou pro

ficamos então conhe cendo a lei: estabelecese uma ordem. Observamos

Mas temos aí a doutrina individualis

neste caso a massa. É o conjunto que

ta. Eis a explicação estatística da dou

se observa.

trina individualista. Êstes indivíduos li

uma.

Então, como agir?

Citemos agora um exemplo mais sim

ples, isto é, a lei de Gay-Lussac relativa à proporcionalidade dos volumes gasosos a uma certa temperatura.

A pressão

Uma observação: desde que se trata

que as leis da física c da química não

de probabilidade, e, portanto, de uma manipulação de observações, temos de

são nem mais nem menos exatas que as

exercida pe'as moléculas dos gases sôbre a parede do recipiente em que estão contidos é idêntica em cada ponto da parede. E isto porque a pressão dos pontos de um número enorme de mo léculas, cujos movimentos variam in

leis das ciências econômicas.

versamente, é a mesma a uma certa

creveu: "a lei (não em economia) é

nada mais que o resumo de uma ex

periência". É apenas uma generalização.

curando provar ser a lei econômica, por assim dizer, tão exata quanto as leis fí sicas ou químicas. Ao contrário, afirmo

Supõem-se

os corpúsculos liiies:

Tomemos uni c\emplo

Não só em Economia, mas em tôdas as

es

indivíduo.

mais preciso da física:

A lei é uma constatação. A manipu

Nielsen

Pois bem, é este resultado verificado

Einsteín.

se as moléculas uma a

está, pois, na idéia de probabilidade.

Temos essas

ca'or trabalho sem baixai* a temperatura

acaso na ciência econômica. A lei estatística é a lei do acaso; e a lei das massas, é a lei dos conjuntos.

Pois bem, o valor da noção de lei

É uma pressão média.

aproxima de nós são ô!es. Na \ erdade os princípios por mim aprendidos nos

de Lorentz.

mentos? Provêm de um famoso elemen

temperatura.

Mas, é impossível toinar-se isoladamen

grandes números.

to a que fiz alusão em uma de minhas

cito-o por me parecer que existe aí al

N'ã{) são os economistas que se apro

ximam dos físicos c químicos: quem se

a luz.

Mas, de onde provêm esses afasta

Econó.míco

lada tanto por matemáticos como por es tatísticos propriamente ditos. As com panhias de seguro baseiam-se na lei dos

senão apenas uma extrema probabilidade. Foi o que nos disse, ou escreveu Borel um dia, com muito espírito: "Afinal de

Se bem não passe de uma "boutade",

Dtfu-.STo

vres, uma vez examinados em conjunto,

apresentam uma ordem. A unidade é livre, mas determinado o conjunto. É a ordem espontânea da doutrina individua'ista.

Sei que se vai fazer uma objeção: Mas quando temos moléculas, temos mi lhões, bilhões e trilliões.

No entanto

não temos bilhões nem trilhões de ho

mens. Responderei:

Não e.xaminamos

apenas homens mas também fatos. Quan-


Dicesto Econômico'

84

Isto existe em todas as ciências; não

lidar com lei.s c.slalí.slicus. ' A lei eco

6 naturalmente uma questão particular

nômica é uma lei estatística.

à Economia política.

não quer dizer, evidentemente, que te

Bem entendido,

desde que não nos dirijamos à abstra ção pura e à pura lógica. Entrando em jôgo o elemento natu reza, seja física ou humana, encontramonos imediatamente diante desta idéia de

probabilidade.

Tomemos um exemplo

elementar: O sol se levantará amanhã.

Primeira grande lei natural. Qual o va

lor dessa afirmação? O de uma expe riência indefinidamente renovada, pois nada nos assegura que um cataclisma si

deral não venha impedir que o sol se

levante amanhã. É, assim, uma probabfidade. E uma probabilidade levada ao extr^p. Daí esta idéia de não existir certeza

absoluta, a não ser na lógica pura. Do ponto de vista humano não pode existir

Mas isto

mos de nos ater a um resultado con cordante. Pràticainentc nem .sempre se encontra um resultado concordante. Re

corremos, assim, u noção cie média. E ao lado da média precisamos levar em conta os afastamentos, como é fácil com

preender. Todos os estudantes conhecem a lei

dos grandes niimeros: os afastamentos de cada um dos elementos em relação à média tendem a se compen.sar tanto

mais quanto maior for p número des ses elementos. Esta lei, aliás,'foi formu

contas tudo é possível (não disse é "pro vável"), é possível mesmo que a água, posta DO fogo, se ponha a gelar..."

da lei do acaso, uma lei, aliás, bem sin

guma coisa de profundamente verda deiro.

conferências, isto é, do acaso. acaso entrando em jogo.

Eis o

Servimo-nos

gular: contando com efetivos reduzidos, tolerará a anarquia; mas quando coman da milhões de unidades, exige uma dis ciplina de ferro. Integramos, então, o

te uma dessas moléculas.

frendo grandes abalos. O princípio de

Segundo o princípio da indeterminação de Heisenberg não se pode medir ao mesmo tempo a posição e a veloci

Carnct, segundo o qual produzindo o

dade dessas moléculas.

bancos c.scolares de há muito \êm so

moléculas, animadas de uma grande ve

rcria possíve' o movimento perpétuo, de pois de negado, foi retomado após a des

locidade, variando com a temperatura.

coberta do rádio. O princípio da con

erigido em lei.

servação d.i matéria, do Lavoisier, a pró

Da mesma forma se procede em c ência econômica. Aqui o corpúsculo é o

pria lei da gravitação, foram atingidos pelo universo recurvo dc

supõem-sp os indivíduos liiTcs. Entenda-se bem: não se fala de livre ar

Chegamos ime

bítrio ou determinismo.

diatamente à mecânica concebida

Digo apenas que o in

A luz é como

divíduo se move livre mente como a moIécuia;

um

conjunto de.corpúscu^os em moxnmcnto, equiva

conduzem-se ao acaso,

lente a partículas de

fazem o que querem. Mas se considerarmos

ondas: é a energia lo

um conjunto de molé

calizada. Quer dizer, a

culas e se considerarmos

luz tem uma estrutura

um conjunto de homens,

granulada (são os físi cos que falam). Ora, é impossível observar-

lação das verificações leva-nos a formu lar a lei, sob condição de ser o resul

categorias de ciência, devemos recorrer às leis estatísticas, pois que as discipli

tado concordante.

É a probabilidade,

nas como a física, química e outras não

por assim dizer. E, por isso, o grande

são mais exatas que a disciplina econô

estatístico norte-americano

mica.

Entenda-se bem: não estou pro

ficamos então conhe cendo a lei: estabelecese uma ordem. Observamos

Mas temos aí a doutrina individualis

neste caso a massa. É o conjunto que

ta. Eis a explicação estatística da dou

se observa.

trina individualista. Êstes indivíduos li

uma.

Então, como agir?

Citemos agora um exemplo mais sim

ples, isto é, a lei de Gay-Lussac relativa à proporcionalidade dos volumes gasosos a uma certa temperatura.

A pressão

Uma observação: desde que se trata

que as leis da física c da química não

de probabilidade, e, portanto, de uma manipulação de observações, temos de

são nem mais nem menos exatas que as

exercida pe'as moléculas dos gases sôbre a parede do recipiente em que estão contidos é idêntica em cada ponto da parede. E isto porque a pressão dos pontos de um número enorme de mo léculas, cujos movimentos variam in

leis das ciências econômicas.

versamente, é a mesma a uma certa

creveu: "a lei (não em economia) é

nada mais que o resumo de uma ex

periência". É apenas uma generalização.

curando provar ser a lei econômica, por assim dizer, tão exata quanto as leis fí sicas ou químicas. Ao contrário, afirmo

Supõem-se

os corpúsculos liiies:

Tomemos uni c\emplo

Não só em Economia, mas em tôdas as

es

indivíduo.

mais preciso da física:

A lei é uma constatação. A manipu

Nielsen

Pois bem, é este resultado verificado

Einsteín.

se as moléculas uma a

está, pois, na idéia de probabilidade.

Temos essas

ca'or trabalho sem baixai* a temperatura

acaso na ciência econômica. A lei estatística é a lei do acaso; e a lei das massas, é a lei dos conjuntos.

Pois bem, o valor da noção de lei

É uma pressão média.

aproxima de nós são ô!es. Na \ erdade os princípios por mim aprendidos nos

de Lorentz.

mentos? Provêm de um famoso elemen

temperatura.

Mas, é impossível toinar-se isoladamen

grandes números.

to a que fiz alusão em uma de minhas

cito-o por me parecer que existe aí al

N'ã{) são os economistas que se apro

ximam dos físicos c químicos: quem se

a luz.

Mas, de onde provêm esses afasta

Econó.míco

lada tanto por matemáticos como por es tatísticos propriamente ditos. As com panhias de seguro baseiam-se na lei dos

senão apenas uma extrema probabilidade. Foi o que nos disse, ou escreveu Borel um dia, com muito espírito: "Afinal de

Se bem não passe de uma "boutade",

Dtfu-.STo

vres, uma vez examinados em conjunto,

apresentam uma ordem. A unidade é livre, mas determinado o conjunto. É a ordem espontânea da doutrina individua'ista.

Sei que se vai fazer uma objeção: Mas quando temos moléculas, temos mi lhões, bilhões e trilliões.

No entanto

não temos bilhões nem trilhões de ho

mens. Responderei:

Não e.xaminamos

apenas homens mas também fatos. Quan-


Sfí

Dicf^o Econômico DiGí^sio

(]() quero construir a lei dos pregos, examino os fatos no presente e exami no a atitude dos homens nos vários e di ferentes momentos históricos. Posso fa

Não obstante, subsi.slem perigos. As estatística.s são puramente quimlitativas ,v, assim, chegamos sobretudo a noções de ordem quantitativa. Isto não quer

zer constatações sôbre uma infinidade

dizer que sejam inúteis. Mesmo as abs

de casos e num tempo teoricamente in

finito. Portanto, posso fazer trilhões de constatações. Não existe ai, pois, nenhu ma inferioridade da ciência econômica. Chego assim a esta primeira conclu são: conciliamos a liberdade e o deter minismo. Liberdade é unidade. Deter minismo é totalidade. E entre o indiví

duo e o conjunto há um abismo, carac terizado pela média.

Observo também que as leis não se formam objetivamente. Existem ou não existem: nós apenas as descobrimos. Mas

lhões é que teremos um monte? É im

possível determinar. -

E isto nos permitirá explicar um fato curioso: Há economistas que têm o hábito de dizer que existem ou não

57

como é a ciência econômica, a diferença

A prova classica nos é dada pelo me

cstii em que os fenômenos existem como

canismo dos preços, a taxação^e o mer

cado negro. A não ser que se estabele-.

trações são úteis. É evidente cjue somos

expressão do,próprio homem. O mesmo já não se dá na ciência física: o físico pode escolher as sua.s moléculas. En

obrigados a abstrair. 'Dkhi ciência ó

tretanto, o economista não pode selecio

de ordem psicológica, escapa à influên

abstração. A Economia não foge à re gra. Mas o grande perigo está, precisu-

nar os homens. Na ciência física diver

cia da legislação. Tôda a ciência eco

tiram-se cm supor um demônio, um

nômica é fundada sôbre a psicologia. O

inente, em não sc fazer um número su

pequeno.demônio de Maxwell, que se para as moléculas. Supondo, assim, que

legislador pode suprimir a concorrência,

ficiente de obser\'açõc.s.

Vou dar um exemplo tipico. Parece-

um dia éle se ponha a tirar as molé

me ser de Charles Rist. Obserx'ando os

culas que se encontram nas fundações

cesse uma tirania total não se eliminaria

a lei. E esta condição sendo, como é,

mas não pode tomar o homem altniista. Entre as condições necessárias, uma há

particularmente grave: O sistema, para atuar, deve ser incoerente. Quer dizer,

preços cm longa duração notou-se uma

de um arranha-céu de São Paulo, levan

relação de concordância entre a oscilação

do-as para cima, veríamos o arranha-céu

as moléculas, como os homens, devem

dos preços nos Estados Unidos e o mo vimento da produção do outro. Efeti

subir em vertical. Mas em ciência eco

ser independentes. Devemos supô-los independentes uns dos outros. E isso

vamente, é um fato indiscutível a e.xis-

Estado, Trust, Sindicato, Partido. Por

porque, encontrando-se os homens aglu

tanto, se é verdade que podemos supri

tinados, aglomerados, não formariam se

mir as condições necessárias ao funcio

não uma só unidade e, neste *0350, não

se as descobrimos, com o tempo e com tència de uma concordância mais ou me uma série de obser\'ações manipuladas, quando podemos dizer que há lei? É nos aproximativa, ou admitamos, mes difícil senão impossível responder. Êste é o problema a que os antigos denomi navam de problema da quantidade. Um monte de sal de quantos grãos é forma do? Vai-se pondo o sal grão a grão: quando tivermos posto dois ou três mi

Et;oNÓMico

nômica o demônio de Maxwell se chama

mo perfeita, entre os dois fenômenos.

namento das leis, não menos verdade é

há lei estatística, pois esta pressupõe um

No entanto, nfio podemos erigir estas

ser impossível suprimir a lei. E a prova

grande número de unidades com movi

observações em lei, porque são em mt-

disso está em se verificarem os inconve

mero insuficiente.

nientes daí resultantes, continuando a lei

mentos diversos a se compensarem. A prova, aliás, é muito simples. Ve

Chego agora à terceira parte da mvnha exposição.

a atenuar à margem das intervenções.

jamos o exemplo dos depósitos bancá

Sabemos existir a lei econômica, sen

Vejamos um exemplo prático: a lei de Gresham, aliás muito acusada:

"a

rios. Há sempre um movimento de de

pósito de fundos e de retirada de fundos, produzindo compensação. É o que per

existem categorias de leis. As leis eco

moeda má e.xpulsa a boa". Ninguém a põe em dúvida. Exige-se, entretanto,

nômicas são como todas as outras: 1®'®

uma condição: a existência da moeda.

cobertura. Está aí uma regra estatís

de probabilidade, leis estatísticas.

Se suprimirmos esta condição, isto é,

tica funcionando. Mas se todos os clien-,

do da mesma natureza de toda lei. Não

mite aos bancos disporem sempre de

Mas, passemos ao terceiro ponto.

se o Estado não põe nenhuma moeda em

existem leis. Mas outros ficam embara

Em um trabalho notável, de Bartbc-

circulação, ter-se-á então suprimido a

çados e dizem: há apenas uma regula ridade de ação. É a expressão germâ

lemy, da Faculdade de Direito de PrO" vence, foram passadas em revista os

lei? Absolutamente. Apenas suspendem-

tes de um banco se aglutinassem pelo mêdo ou pânico, precipitar-se-iam à Caixa todos ao mesmo tempo; não ha

se os seus efeitos.

veria compensação e o banco não dis

nica: há regularidade de ação, ou, co

diversas leis econômicas, a saber, de

dade que ela voltará a atuar, tão logo

mo nós dizemos, há normas. Da mesma

Dunoyer, Le Play, Ricardo etc. Verifi

se restabeleça a circulação monetária.

forma há físicos que não ousam falar de

cou-se, assim, serem muitas delas con

lei, de-maneira alguma, mas apenas de efeitos, como, por exemplo, o efeito-

tingentes, isto é, só se verificam quan

siste apenas em saber se, praticamente,

do certas condições se realizam.

júlio.

São, por assim dizer, leis em estado de espera. Não se usa chamá-las de leis porque as experiências não .são em número suficiente para autorizar a

"A priori" isto não diz muito. Em tôdas as ciências as leis supõem a reali zação de determinadas condições. A

não é mais inconveniente dispor apenas de uma moeda ao invés d ar que

individual explica sua aparição e fun

a lei atue. E de fato os incou.jnientes são

cionamento.

batizá-las como tal.

fonte de calor. Mas nas ciências sociais,

mudança da água em vapor supõe uma

E tanto isso é ver

Portanto, a questão se desloca: con

poria de cobertura. Portanto, para que a lei subsista é

preciso existir esta incoerência. Ou, por ojitra, é preciso existirem individuos, o

que eqüivale a dizer, que a psicologia

A êste respeito a psicologia das mas de tal monta que jamais se fará isso. O legislador embora possa suspender os efei sas ê particubrmeiite perigosa, conforme tos da lei não pode ter interesse ein faze- _ se pode verificar dos equílíbrios atômi Io, urna vez que a lei não desaparecerá. cos que, mantidos em condições naturais,


Sfí

Dicf^o Econômico DiGí^sio

(]() quero construir a lei dos pregos, examino os fatos no presente e exami no a atitude dos homens nos vários e di ferentes momentos históricos. Posso fa

Não obstante, subsi.slem perigos. As estatística.s são puramente quimlitativas ,v, assim, chegamos sobretudo a noções de ordem quantitativa. Isto não quer

zer constatações sôbre uma infinidade

dizer que sejam inúteis. Mesmo as abs

de casos e num tempo teoricamente in

finito. Portanto, posso fazer trilhões de constatações. Não existe ai, pois, nenhu ma inferioridade da ciência econômica. Chego assim a esta primeira conclu são: conciliamos a liberdade e o deter minismo. Liberdade é unidade. Deter minismo é totalidade. E entre o indiví

duo e o conjunto há um abismo, carac terizado pela média.

Observo também que as leis não se formam objetivamente. Existem ou não existem: nós apenas as descobrimos. Mas

lhões é que teremos um monte? É im

possível determinar. -

E isto nos permitirá explicar um fato curioso: Há economistas que têm o hábito de dizer que existem ou não

57

como é a ciência econômica, a diferença

A prova classica nos é dada pelo me

cstii em que os fenômenos existem como

canismo dos preços, a taxação^e o mer

cado negro. A não ser que se estabele-.

trações são úteis. É evidente cjue somos

expressão do,próprio homem. O mesmo já não se dá na ciência física: o físico pode escolher as sua.s moléculas. En

obrigados a abstrair. 'Dkhi ciência ó

tretanto, o economista não pode selecio

de ordem psicológica, escapa à influên

abstração. A Economia não foge à re gra. Mas o grande perigo está, precisu-

nar os homens. Na ciência física diver

cia da legislação. Tôda a ciência eco

tiram-se cm supor um demônio, um

nômica é fundada sôbre a psicologia. O

inente, em não sc fazer um número su

pequeno.demônio de Maxwell, que se para as moléculas. Supondo, assim, que

legislador pode suprimir a concorrência,

ficiente de obser\'açõc.s.

Vou dar um exemplo tipico. Parece-

um dia éle se ponha a tirar as molé

me ser de Charles Rist. Obserx'ando os

culas que se encontram nas fundações

cesse uma tirania total não se eliminaria

a lei. E esta condição sendo, como é,

mas não pode tomar o homem altniista. Entre as condições necessárias, uma há

particularmente grave: O sistema, para atuar, deve ser incoerente. Quer dizer,

preços cm longa duração notou-se uma

de um arranha-céu de São Paulo, levan

relação de concordância entre a oscilação

do-as para cima, veríamos o arranha-céu

as moléculas, como os homens, devem

dos preços nos Estados Unidos e o mo vimento da produção do outro. Efeti

subir em vertical. Mas em ciência eco

ser independentes. Devemos supô-los independentes uns dos outros. E isso

vamente, é um fato indiscutível a e.xis-

Estado, Trust, Sindicato, Partido. Por

porque, encontrando-se os homens aglu

tanto, se é verdade que podemos supri

tinados, aglomerados, não formariam se

mir as condições necessárias ao funcio

não uma só unidade e, neste *0350, não

se as descobrimos, com o tempo e com tència de uma concordância mais ou me uma série de obser\'ações manipuladas, quando podemos dizer que há lei? É nos aproximativa, ou admitamos, mes difícil senão impossível responder. Êste é o problema a que os antigos denomi navam de problema da quantidade. Um monte de sal de quantos grãos é forma do? Vai-se pondo o sal grão a grão: quando tivermos posto dois ou três mi

Et;oNÓMico

nômica o demônio de Maxwell se chama

mo perfeita, entre os dois fenômenos.

namento das leis, não menos verdade é

há lei estatística, pois esta pressupõe um

No entanto, nfio podemos erigir estas

ser impossível suprimir a lei. E a prova

grande número de unidades com movi

observações em lei, porque são em mt-

disso está em se verificarem os inconve

mero insuficiente.

nientes daí resultantes, continuando a lei

mentos diversos a se compensarem. A prova, aliás, é muito simples. Ve

Chego agora à terceira parte da mvnha exposição.

a atenuar à margem das intervenções.

jamos o exemplo dos depósitos bancá

Sabemos existir a lei econômica, sen

Vejamos um exemplo prático: a lei de Gresham, aliás muito acusada:

"a

rios. Há sempre um movimento de de

pósito de fundos e de retirada de fundos, produzindo compensação. É o que per

existem categorias de leis. As leis eco

moeda má e.xpulsa a boa". Ninguém a põe em dúvida. Exige-se, entretanto,

nômicas são como todas as outras: 1®'®

uma condição: a existência da moeda.

cobertura. Está aí uma regra estatís

de probabilidade, leis estatísticas.

Se suprimirmos esta condição, isto é,

tica funcionando. Mas se todos os clien-,

do da mesma natureza de toda lei. Não

mite aos bancos disporem sempre de

Mas, passemos ao terceiro ponto.

se o Estado não põe nenhuma moeda em

existem leis. Mas outros ficam embara

Em um trabalho notável, de Bartbc-

circulação, ter-se-á então suprimido a

çados e dizem: há apenas uma regula ridade de ação. É a expressão germâ

lemy, da Faculdade de Direito de PrO" vence, foram passadas em revista os

lei? Absolutamente. Apenas suspendem-

tes de um banco se aglutinassem pelo mêdo ou pânico, precipitar-se-iam à Caixa todos ao mesmo tempo; não ha

se os seus efeitos.

veria compensação e o banco não dis

nica: há regularidade de ação, ou, co

diversas leis econômicas, a saber, de

dade que ela voltará a atuar, tão logo

mo nós dizemos, há normas. Da mesma

Dunoyer, Le Play, Ricardo etc. Verifi

se restabeleça a circulação monetária.

forma há físicos que não ousam falar de

cou-se, assim, serem muitas delas con

lei, de-maneira alguma, mas apenas de efeitos, como, por exemplo, o efeito-

tingentes, isto é, só se verificam quan

siste apenas em saber se, praticamente,

do certas condições se realizam.

júlio.

São, por assim dizer, leis em estado de espera. Não se usa chamá-las de leis porque as experiências não .são em número suficiente para autorizar a

"A priori" isto não diz muito. Em tôdas as ciências as leis supõem a reali zação de determinadas condições. A

não é mais inconveniente dispor apenas de uma moeda ao invés d ar que

individual explica sua aparição e fun

a lei atue. E de fato os incou.jnientes são

cionamento.

batizá-las como tal.

fonte de calor. Mas nas ciências sociais,

mudança da água em vapor supõe uma

E tanto isso é ver

Portanto, a questão se desloca: con

poria de cobertura. Portanto, para que a lei subsista é

preciso existir esta incoerência. Ou, por ojitra, é preciso existirem individuos, o

que eqüivale a dizer, que a psicologia

A êste respeito a psicologia das mas de tal monta que jamais se fará isso. O legislador embora possa suspender os efei sas ê particubrmeiite perigosa, conforme tos da lei não pode ter interesse ein faze- _ se pode verificar dos equílíbrios atômi Io, urna vez que a lei não desaparecerá. cos que, mantidos em condições naturais,


Dif:i;sTo Econômico

\

Balança de pagamentos em regime de papel-moeda

correm, entretanto, o risco de se rom

vidades econômicas, na sua evolução, se

per nos momentos em que intervém a

psicologia das massas. Exemplo clássico

guir uma linha reta. É esta uma ten dência condizente com o prazer espiri

é o das cambiais.

O contrato não im

tual. É por isso que encontramos leis

pediu, entretanto, a atuaç.HO da lei den

entre os clássicos, particularmente a lei da repartição dc Stuart Mill e Ricardo. Embora agrade, não é verdadeiro. È

coNCKiTO de Balança de Pagamentos,

um prazer para o nosso espírito encon

teoricamente, não é fácil de se en

tro de um limite mínimo.

Mas o homem pode renunciar à sua

própria liberdade para mergulhar na mas

sa.

As leis econômicas se aplicam a

homens dignos de ser homens e não a rebanhos. A prática atual consiste cm fazer o físico tratar as moléculas como

se fossem livres e independentes umas das outras, e tomar o indivíduo seme-

lliante, às vêzes, a um conglomerado de matéria informe.

Mas enquanto não se der a absorção completa dos indivíduos pela massa, isto

é, houver personalidades humanas,os governantes devem saber que a lei se im

põe e atua, não podendo ser violada impu nemente. Ou melhor, devem saber que há uma ciência econômica e leis econômicas.

No Estado totalitário, povoado de re banhos, não há ciência e, por isso, ouso dizer, não há homens.

Consideremos agora a velha objeção:

trar proporcionalidade entre os elemen tos económico.s.

Não há dúvida.

Dai

leis como as fórmulas s'mplistas da teo ria quantitativa.

Conferência pronunciada pelo professor Gottfried von Iluberler, ein 21 de agosto do corrente ano, no Instituto de Economia da Associação Comercial de São Paulo.

tender. Entretanto, na prática, podemos

Exceptuando os Estados Unidos os países, hoje, se dividem em qiKitro gmpos distintos. No primeiro, acham-se os

perceber sua exi.stcncia através dos seus

devedores, em má situação econômica

efeitos, da .sua exteriorização pelo movi

que precisam reorganizar sua economia, mas que não tiveram as suas forças produtivas destruídas pc'o conflito mun dial. No segundo grupo, estão os que

mento de câmbio.

Hoje, por exemplo,

Todavia, depois de um estudo mimi-

ouve-se, com insistência, falar na "crise

cioso observamos existirem na realidade leis econômicas. Mas .são leis de não

do dólar" e o homem do povo, ao ler os cabeçalhos de jornal, possivelmente,

se encontram em má situação econômi

proporcionalidade e mesmo de mais qnc não proporcionalidade. Eis como nos aparece agora a lei.

indagará sôbre a razão da escassez do

ca, tal como os do primeiro, mas que

A sabedoria humana está em reconhe

cer que não se pode impunemente in

fringi-las. Mas não é só o homem da rua que não gosta muito desta espécie çle constrangimento da natureza. I"h\ alguma coisa de penoso para todos na sujeição, mesmo que seja às leis natu

rais, embora emanem da nossa própri'^

natureza, pois que são na maioria dos

Diz-se que em Economia política não há casos psicológicos, no caso da Economialeis porque o homem é livre. Ao contrário: E, por haver uma espécie de desacordo porque o homem é livre há leis econômi ■ entre a natureza e os homens podemos cas. Devolvendo, pois, ao economista a dizer que são, por índole, voluntariosos, consciência do seu valor, afirmando exis constituindo o fato uma espécie de es tirem essas leis, é que êle se impõe. cândalo lógico; o homem quer dirigir Mas, sejamos modestos, pois que essas a naturezix, a fim de poder dizer, com leis são leis de probabilidade, como aliás as leis da ciência química ou tôdas as

orgulho, que a comanda. É o papel do

outras existentes na base das grandes

bem ingrato.

economista, reconheço, aliás um papel

ciências e das quais nos servimos a todo

E assim, já que as leis naturais nao

tempo. Prudência, portanto, mas autori dade na afirmação da existência das

se deixam dirigir por nós, precisamos obedecê-las, mesmo quando ferinos os

le's.

governantes dos destinos humanos. E

Para que se compreenda o que

precisam lutar pela reconstnição de sua

vem a ser a "crise do dólar" necessário

economia, visto terem sido atingidos di

se torna conhecer o significado de Ba

retamente pela guerra; necessitam não só capitais, tal como o primeiro, mas, ma s que isto, fazer compras maçiças de maquinário, instrumental de trabalho

dólar.

lança

de

Pagamentos, uma

ac|ue'a é um problema particular sur gido da situação desta no campo ~nternacional. Procurando analisar o que

seja a "crise do dólar" compreendemos

f, até mesmo, gêneros de primeira ne cessidade, paru readquirir a posição que

melhor o que se entende por Balança

usufruíam'na economia mundial de an-

de Pagamentos e qual a suà importância

te-guerra.

no comércio internacional.

Sendo o dólar, no momento, a única moeda de curso internacional ilipiitado

e sendo os Estados Unidos, hoje, um

Num terceiro grupo encon tram-se os países novos que, além de devedores, precisam ainda de capital pixfa o seu desenvolvimento econômico.

A

guerra apanhou-os em pleno esforço de

dos principais fornecedores

criação de indústrias ina-

do mundo todo, as tran.sa-

cionais; em certos ramos,

ções internacionais mtris fre

qüentemente se fazem entre este país e os demais; além

as necessidades criadas pela paralisação das trocas inter

nacionais fizeram com que

disso, devido ao fáto de ins

a produção indústria! cres

pirar maior confiança, mes

cesse muito, mas termina

mo países não americanos,

da a guerra êstes países

ao realizarem transações co

sentiram que, num futuro

merciais, dão preferência

aos pagamentos em dólares.

O economista deve ser mais natural,

termino com as palavras de Rénan: "Nao

quero dizer, menos puramente lógico. Os exemplos abundam; c uma idéia

Eis porque, atualmente, se

será o falo do homem não .seguir os

pode falar numa verdadei

muito difundida esta de deverem as ati

de lhos dar".

nossos consellio.s que iios de\e impedir

vez que

ra "fome de dólares".

próximo, terão que lutar contra a concorrência in

ternacional,

ficando

em

condições desfavoráveis se

não reequipareni seu par-


Dif:i;sTo Econômico

\

Balança de pagamentos em regime de papel-moeda

correm, entretanto, o risco de se rom

vidades econômicas, na sua evolução, se

per nos momentos em que intervém a

psicologia das massas. Exemplo clássico

guir uma linha reta. É esta uma ten dência condizente com o prazer espiri

é o das cambiais.

O contrato não im

tual. É por isso que encontramos leis

pediu, entretanto, a atuaç.HO da lei den

entre os clássicos, particularmente a lei da repartição dc Stuart Mill e Ricardo. Embora agrade, não é verdadeiro. È

coNCKiTO de Balança de Pagamentos,

um prazer para o nosso espírito encon

teoricamente, não é fácil de se en

tro de um limite mínimo.

Mas o homem pode renunciar à sua

própria liberdade para mergulhar na mas

sa.

As leis econômicas se aplicam a

homens dignos de ser homens e não a rebanhos. A prática atual consiste cm fazer o físico tratar as moléculas como

se fossem livres e independentes umas das outras, e tomar o indivíduo seme-

lliante, às vêzes, a um conglomerado de matéria informe.

Mas enquanto não se der a absorção completa dos indivíduos pela massa, isto

é, houver personalidades humanas,os governantes devem saber que a lei se im

põe e atua, não podendo ser violada impu nemente. Ou melhor, devem saber que há uma ciência econômica e leis econômicas.

No Estado totalitário, povoado de re banhos, não há ciência e, por isso, ouso dizer, não há homens.

Consideremos agora a velha objeção:

trar proporcionalidade entre os elemen tos económico.s.

Não há dúvida.

Dai

leis como as fórmulas s'mplistas da teo ria quantitativa.

Conferência pronunciada pelo professor Gottfried von Iluberler, ein 21 de agosto do corrente ano, no Instituto de Economia da Associação Comercial de São Paulo.

tender. Entretanto, na prática, podemos

Exceptuando os Estados Unidos os países, hoje, se dividem em qiKitro gmpos distintos. No primeiro, acham-se os

perceber sua exi.stcncia através dos seus

devedores, em má situação econômica

efeitos, da .sua exteriorização pelo movi

que precisam reorganizar sua economia, mas que não tiveram as suas forças produtivas destruídas pc'o conflito mun dial. No segundo grupo, estão os que

mento de câmbio.

Hoje, por exemplo,

Todavia, depois de um estudo mimi-

ouve-se, com insistência, falar na "crise

cioso observamos existirem na realidade leis econômicas. Mas .são leis de não

do dólar" e o homem do povo, ao ler os cabeçalhos de jornal, possivelmente,

se encontram em má situação econômi

proporcionalidade e mesmo de mais qnc não proporcionalidade. Eis como nos aparece agora a lei.

indagará sôbre a razão da escassez do

ca, tal como os do primeiro, mas que

A sabedoria humana está em reconhe

cer que não se pode impunemente in

fringi-las. Mas não é só o homem da rua que não gosta muito desta espécie çle constrangimento da natureza. I"h\ alguma coisa de penoso para todos na sujeição, mesmo que seja às leis natu

rais, embora emanem da nossa própri'^

natureza, pois que são na maioria dos

Diz-se que em Economia política não há casos psicológicos, no caso da Economialeis porque o homem é livre. Ao contrário: E, por haver uma espécie de desacordo porque o homem é livre há leis econômi ■ entre a natureza e os homens podemos cas. Devolvendo, pois, ao economista a dizer que são, por índole, voluntariosos, consciência do seu valor, afirmando exis constituindo o fato uma espécie de es tirem essas leis, é que êle se impõe. cândalo lógico; o homem quer dirigir Mas, sejamos modestos, pois que essas a naturezix, a fim de poder dizer, com leis são leis de probabilidade, como aliás as leis da ciência química ou tôdas as

orgulho, que a comanda. É o papel do

outras existentes na base das grandes

bem ingrato.

economista, reconheço, aliás um papel

ciências e das quais nos servimos a todo

E assim, já que as leis naturais nao

tempo. Prudência, portanto, mas autori dade na afirmação da existência das

se deixam dirigir por nós, precisamos obedecê-las, mesmo quando ferinos os

le's.

governantes dos destinos humanos. E

Para que se compreenda o que

precisam lutar pela reconstnição de sua

vem a ser a "crise do dólar" necessário

economia, visto terem sido atingidos di

se torna conhecer o significado de Ba

retamente pela guerra; necessitam não só capitais, tal como o primeiro, mas, ma s que isto, fazer compras maçiças de maquinário, instrumental de trabalho

dólar.

lança

de

Pagamentos, uma

ac|ue'a é um problema particular sur gido da situação desta no campo ~nternacional. Procurando analisar o que

seja a "crise do dólar" compreendemos

f, até mesmo, gêneros de primeira ne cessidade, paru readquirir a posição que

melhor o que se entende por Balança

usufruíam'na economia mundial de an-

de Pagamentos e qual a suà importância

te-guerra.

no comércio internacional.

Sendo o dólar, no momento, a única moeda de curso internacional ilipiitado

e sendo os Estados Unidos, hoje, um

Num terceiro grupo encon tram-se os países novos que, além de devedores, precisam ainda de capital pixfa o seu desenvolvimento econômico.

A

guerra apanhou-os em pleno esforço de

dos principais fornecedores

criação de indústrias ina-

do mundo todo, as tran.sa-

cionais; em certos ramos,

ções internacionais mtris fre

qüentemente se fazem entre este país e os demais; além

as necessidades criadas pela paralisação das trocas inter

nacionais fizeram com que

disso, devido ao fáto de ins

a produção indústria! cres

pirar maior confiança, mes

cesse muito, mas termina

mo países não americanos,

da a guerra êstes países

ao realizarem transações co

sentiram que, num futuro

merciais, dão preferência

aos pagamentos em dólares.

O economista deve ser mais natural,

termino com as palavras de Rénan: "Nao

quero dizer, menos puramente lógico. Os exemplos abundam; c uma idéia

Eis porque, atualmente, se

será o falo do homem não .seguir os

pode falar numa verdadei

muito difundida esta de deverem as ati

de lhos dar".

nossos consellio.s que iios de\e impedir

vez que

ra "fome de dólares".

próximo, terão que lutar contra a concorrência in

ternacional,

ficando

em

condições desfavoráveis se

não reequipareni seu par-


Dici;.sto Econónucii

90

Di(;i;.sto Econômico

{juc íudustrial, eliniiuando o equipamen to obsoleto.

Sendo o mercado fornece

dor deste, naturalmente, de preferencia os Estados Unidos, isto os obriga a um

admitír um segundo momento em que, de Pagamentos, quando momentânea-

suas vendas.

mentos se tome passiva por circunstân

É um conceito, entretan

momentâneamente, a Balança de Paga

cias tais como a necessidade de efetuar

to, muito restrito e não nos convém

num último grupo, encontramos nações não devédoras, como a Argentina, mas que mesmo assim precisam do dólar

lidade, como já e.vpiisemos, é uni de sequilíbrio. Daí conceituarmos Balan

cancelar créditos. * Neste caso, o passivo,

ça de Pagamentos como os pagamen tos feitos ao estrangeiro ou deles rece

Balança, seria saldado com o envio de

dutos essenciais da América do Norte

sensivelmente maiores que as exporta ções que para aquele país fazem. Seja qual fôr a situação destes países todos,

a realidade é que os quatro grupos, no momento, precisam de cambiais norte-

americanas de importação, quer dizer, dólares, necessários ao seu desenvolvi-

i mento e, em alguns casos, até à sua H| 'sobrevivência.

1^

.sfuipre cin • equilíbrio porque o valor das compras de meios dc pagamentos estrangeiros será sempre igual ao de

grande consumo de dólares. Por fim,

visto serem as suas importações de pro

Economicamente, seria possível aos

Estados Unidos fornecer dólares ao mun do todo, mas, politicamente, tal forne-

.

cimento tornou-se impossível uma vez

ij

que isto eqüivaleria a uma política de

f

concessão de créditos ilimitados aos de-

I

mais países, e a política econômica de

1

certas nações, bastante diversa das ten-

I

dências norte-americanas, faria com que

no caso, pois o que verificamos em rea

bidos que se efetuaram, realmente, dentro de um detcnninado período dc tempo. Desta maneira, os pagamentos feitos ao estrangeiro não só podem ser efetuados mediante compra de meios de pagamento do país credor, como lanv bém, com outros meios de pagamento estrangeiros, eventualmente existente no

pagamentos por reparações de guerra ou não compensado pelo elemento ativo da

O único recurso no caso de dívidas a

pagar é restringir as importações e fa vorecer as e.vportações. Ocorre, porém, que nesta restrição de importações há sempre o inconveniente do país se ver

privado de certos produtos essenciais, oriundos do estrangeiro que, ou não podem ser produzidos no interior ou. então, serão produzidos em condições

baixariam.

desfavoráveis, provocando forte eleva ção de preços e sacrificando o consumi

Com isto estimular-se-ia a

exportação e se dificultaria a importa ção. No país credor passar-se-ia .o con

dor interno. Além disto, a restrição de

trário: o ouro, afluindo, aumenta a quan

importação provoca represálias e longe de se conseguir, com

tidade de moeda e pro voca a alta dos preços.

»

isto, o estímulo à expor

tação para se obter o

país incluindo-se o próprio ouro, desde que sejam reconhecidos • como tendo

Com isto, a e.xportação seria dificultada e a im

reequilibrío, verifica-se,

curso internacional.

portação facilitada. De

com surpresa, que os

plo, se o Brasil efetuar compras na In*

vido ao afluxo de ouro

países compradores di-.

glaterra poderá saldar sua divida, seja em libras, caso as possua, ou as tenlia

cria-se uma tensão ou

minúenr suas compras

desnível de preços entre

por verem suas vendas

Assim, por exem

comprado para tal fim, seja em dóla* res, uma vez que o seu credor concorde em recebe-los. Pode ocorrer, neste caso,

que os pagamentos que devem ser feiws

uma parte das correntes políticas da América do Norte se opusesse, como de

ao estrangeiro sejam superiores ao mon tante da dívida que dele devemos rece

fato está se opondo, à concessão ilimi-

ber. É o caso típico da "crise do dólar' •

os dois países, provoca-

restringidas.

dor de uma corrente de mercadorias em sentido

lução, portanto, de agir

igual ao da primeira corrente de ouro. Aque la suscitaria, depois, uma corrente con

tada de créditos a todos os países do

A maioria dos países tendo vendido aos

trária de moeda do país credor para o antigo devedor, restabelecendo-se o

globo.

Estados Unidos menos que as compras

equilíbrio.

Dizemos, neste.s casos acima aponta dos, que a Balança de Pagamentos é

realizadas, ou ainda, tendo dívidas ante

riores a pagar, sem contra-particla de

tem razão de ser porque a conversibili

favorável à América do Norte e desfa

dívidas a receber da América do Norte,

dade da moeda desapareceu no mundo

Esta solução, entretanto, hoje não

se vê na situação de não poder satisfa

todo e a distribuição dêste metal dese

zer, totalmente, seus compromissos.

Isto nos obriga a esclarecer o que se entende por Balança de Pagamentos.

quilibrou-se.

para o problema? A primeira solução

1

Podemos defíní-la como sendo as com-

é a clássica, típica do Padrão-Ouro. Su

' '

pras e vendas de meios de pagamento estrangeiros realmente efetuadas den tro de um período de tempo. Neste

ponhamos que dois países que mantêm

Em tais casos quais serão as soluções

enfire si relações comerciais possuam

moeda conversível em ouro. Partindo de uma situação de equilíbrio, podemos

Esta so

diretamente sôbre a Ba

lança

Comercial,

em

busca de saldos apreciá veis capazes de compensar o desequilí brio dos pagamentos, falha na prática. Resta, portanto, uma outra solução que supomos ser muito natural e viável:

vorável, a bem dizer, ao resto das

sentido, a Balança de Pagamentos estará

mente desequilibrada?

ouro. Saindo o ouro do país devedor, a «quantidade de moeda existente no mercado interno diminuiria e os preços

nações.

I

91

O regime de pajjel-moe-

da destruiu os pontos áureos e impe diu que se possa falar, hoje, em parida de monetária.

Não havendo ouro para enviar, nem possibilidade dc converter a moeda-pa-

pel em ouro, o que resta ao país, como medida de reequilibrío de sua Balança

é a de provocar a elevação dos preços internos, que no regime de Padrão-Ou

ro surgia como decorrência natural do maior afluxo de,ouro, mediante a desva

lorização da moeda. O grande êrro da Inglaterra, após a primeira Grande Guerra, foi o de não querer aceitar este remédio e forçar a revalorização total da

libra, pretendendo fazer funcionar, em toda a sua amplitude, novamente, o Pa drão-Ouro. Keynes previu êste èrro da

política dc revalorização e aduziu argu mentos procurando mostrar que a volta


Dici;.sto Econónucii

90

Di(;i;.sto Econômico

{juc íudustrial, eliniiuando o equipamen to obsoleto.

Sendo o mercado fornece

dor deste, naturalmente, de preferencia os Estados Unidos, isto os obriga a um

admitír um segundo momento em que, de Pagamentos, quando momentânea-

suas vendas.

mentos se tome passiva por circunstân

É um conceito, entretan

momentâneamente, a Balança de Paga

cias tais como a necessidade de efetuar

to, muito restrito e não nos convém

num último grupo, encontramos nações não devédoras, como a Argentina, mas que mesmo assim precisam do dólar

lidade, como já e.vpiisemos, é uni de sequilíbrio. Daí conceituarmos Balan

cancelar créditos. * Neste caso, o passivo,

ça de Pagamentos como os pagamen tos feitos ao estrangeiro ou deles rece

Balança, seria saldado com o envio de

dutos essenciais da América do Norte

sensivelmente maiores que as exporta ções que para aquele país fazem. Seja qual fôr a situação destes países todos,

a realidade é que os quatro grupos, no momento, precisam de cambiais norte-

americanas de importação, quer dizer, dólares, necessários ao seu desenvolvi-

i mento e, em alguns casos, até à sua H| 'sobrevivência.

1^

.sfuipre cin • equilíbrio porque o valor das compras de meios dc pagamentos estrangeiros será sempre igual ao de

grande consumo de dólares. Por fim,

visto serem as suas importações de pro

Economicamente, seria possível aos

Estados Unidos fornecer dólares ao mun do todo, mas, politicamente, tal forne-

.

cimento tornou-se impossível uma vez

ij

que isto eqüivaleria a uma política de

f

concessão de créditos ilimitados aos de-

I

mais países, e a política econômica de

1

certas nações, bastante diversa das ten-

I

dências norte-americanas, faria com que

no caso, pois o que verificamos em rea

bidos que se efetuaram, realmente, dentro de um detcnninado período dc tempo. Desta maneira, os pagamentos feitos ao estrangeiro não só podem ser efetuados mediante compra de meios de pagamento do país credor, como lanv bém, com outros meios de pagamento estrangeiros, eventualmente existente no

pagamentos por reparações de guerra ou não compensado pelo elemento ativo da

O único recurso no caso de dívidas a

pagar é restringir as importações e fa vorecer as e.vportações. Ocorre, porém, que nesta restrição de importações há sempre o inconveniente do país se ver

privado de certos produtos essenciais, oriundos do estrangeiro que, ou não podem ser produzidos no interior ou. então, serão produzidos em condições

baixariam.

desfavoráveis, provocando forte eleva ção de preços e sacrificando o consumi

Com isto estimular-se-ia a

exportação e se dificultaria a importa ção. No país credor passar-se-ia .o con

dor interno. Além disto, a restrição de

trário: o ouro, afluindo, aumenta a quan

importação provoca represálias e longe de se conseguir, com

tidade de moeda e pro voca a alta dos preços.

»

isto, o estímulo à expor

tação para se obter o

país incluindo-se o próprio ouro, desde que sejam reconhecidos • como tendo

Com isto, a e.xportação seria dificultada e a im

reequilibrío, verifica-se,

curso internacional.

portação facilitada. De

com surpresa, que os

plo, se o Brasil efetuar compras na In*

vido ao afluxo de ouro

países compradores di-.

glaterra poderá saldar sua divida, seja em libras, caso as possua, ou as tenlia

cria-se uma tensão ou

minúenr suas compras

desnível de preços entre

por verem suas vendas

Assim, por exem

comprado para tal fim, seja em dóla* res, uma vez que o seu credor concorde em recebe-los. Pode ocorrer, neste caso,

que os pagamentos que devem ser feiws

uma parte das correntes políticas da América do Norte se opusesse, como de

ao estrangeiro sejam superiores ao mon tante da dívida que dele devemos rece

fato está se opondo, à concessão ilimi-

ber. É o caso típico da "crise do dólar' •

os dois países, provoca-

restringidas.

dor de uma corrente de mercadorias em sentido

lução, portanto, de agir

igual ao da primeira corrente de ouro. Aque la suscitaria, depois, uma corrente con

tada de créditos a todos os países do

A maioria dos países tendo vendido aos

trária de moeda do país credor para o antigo devedor, restabelecendo-se o

globo.

Estados Unidos menos que as compras

equilíbrio.

Dizemos, neste.s casos acima aponta dos, que a Balança de Pagamentos é

realizadas, ou ainda, tendo dívidas ante

riores a pagar, sem contra-particla de

tem razão de ser porque a conversibili

favorável à América do Norte e desfa

dívidas a receber da América do Norte,

dade da moeda desapareceu no mundo

Esta solução, entretanto, hoje não

se vê na situação de não poder satisfa

todo e a distribuição dêste metal dese

zer, totalmente, seus compromissos.

Isto nos obriga a esclarecer o que se entende por Balança de Pagamentos.

quilibrou-se.

para o problema? A primeira solução

1

Podemos defíní-la como sendo as com-

é a clássica, típica do Padrão-Ouro. Su

' '

pras e vendas de meios de pagamento estrangeiros realmente efetuadas den tro de um período de tempo. Neste

ponhamos que dois países que mantêm

Em tais casos quais serão as soluções

enfire si relações comerciais possuam

moeda conversível em ouro. Partindo de uma situação de equilíbrio, podemos

Esta so

diretamente sôbre a Ba

lança

Comercial,

em

busca de saldos apreciá veis capazes de compensar o desequilí brio dos pagamentos, falha na prática. Resta, portanto, uma outra solução que supomos ser muito natural e viável:

vorável, a bem dizer, ao resto das

sentido, a Balança de Pagamentos estará

mente desequilibrada?

ouro. Saindo o ouro do país devedor, a «quantidade de moeda existente no mercado interno diminuiria e os preços

nações.

I

91

O regime de pajjel-moe-

da destruiu os pontos áureos e impe diu que se possa falar, hoje, em parida de monetária.

Não havendo ouro para enviar, nem possibilidade dc converter a moeda-pa-

pel em ouro, o que resta ao país, como medida de reequilibrío de sua Balança

é a de provocar a elevação dos preços internos, que no regime de Padrão-Ou

ro surgia como decorrência natural do maior afluxo de,ouro, mediante a desva

lorização da moeda. O grande êrro da Inglaterra, após a primeira Grande Guerra, foi o de não querer aceitar este remédio e forçar a revalorização total da

libra, pretendendo fazer funcionar, em toda a sua amplitude, novamente, o Pa drão-Ouro. Keynes previu êste èrro da

política dc revalorização e aduziu argu mentos procurando mostrar que a volta


Diciísro Econômico

92

ao passado se lomara impossível e que o Padrão-Ouro não mais se restabelece ria como sistema natural de regulamento das transações. Realmente, a Inglater

dutor estrangeiro e sim o importador

introduzir o conceito de elasticidade da

nacional.

procura para a e.vportação, podendo ha ver casos em que esta aja no sentido contrário ao esperado com a desx^alorização monetiária. No caso do Brasil,

Rareando a importação e

elevando-se o preço do produto im

portado, encoraja-se a criação de indús

ra, em 1931, viu-se obrigada a desvalo rizar a libra e de tal modo impressio

trias nacionais que surgem comu remé

nou-a as previsões de Keynes e tais

oriunda da desvalorização.

resultados deu à Grã-Bretanha a polí

dio â escassez do produto importado, Tal desvalorização tem, como con-

tica de revalorização equilibrando, de fato, a Balança de Pagamentos até en tão desequilibrada a despeito da reva lorização total, que na Sociedade das Nações, os delegados britânicos aconse lhavam a desvalorização, como remédio

.seqüôncia, fazer com que o país que a

, aos países que se queixavam da situação

eria desequilíbrios e constitui uma polí

de desequilíbrio de sua Balança de Pa gamentos e da impossibilidade de equilíbrá-la.

O caso da Venezuela é um

exemplo.

Hoje, a política de depreciação mone

pratica isoladamente enriqueça a e.xpen-

sas de outrem. Êstc foi o motivo pelo

qual, em 1934, os Estados Unidos fo ram levados a depreciar o dólar. Êsle expediente não c recomendável porque tica comercial internacional agressiva. Não recomendamos a desvalorização

monetária que tenda a criar desequilí brios na Balança de Pagamentos e sim

tária, como meio de resolver desequi

a produzida para corrigir desequilíbrio-^

líbrios da Balança de Pagamentos, é considerada como um expediente nocivo.

já existentes.

Ê mal vista e nós convém saber por que. Podemos distinguir nà depreciação monetáriâ dois modos de operar, de on

que seja de caráter agressivo, conio

de, duas espécies de depreciação. ' A

estudar a situação do comércio inleru^*

primeira delas consiste em desvalorizar a moeda provocando uma elevação de preços no mercado interno, encarecendo,

cional das várias nações e a autorizar

em moeda nacional, as divisas estran

geiras, com a finalidade de exportar mais e importar menos. Ê uma política

que beneficia a produção nacional, por que enriquece os exportadores, uma vez que o estrangeiro compra pela mesma quantia, na sua moeda, enquanto o ex portador nacional, em troca, recebe mais em moeda de seu país. Por outro lado,

os produtos de importação, continuando a ser vendidos pelos mesmos preços no

país de origem, entram no país que des valorizou a moeda por preços muito mais

altos, o que eqüivale a dizer que esta elevação de preços não beneficia o pro

Dicesto Econóauco

Esta é a segunda espe-

cie de depreciação.

por exemplo, talvez por causa da situa ção do café, a depreciação da moeda traga resultados contnirics ao esperado. Antes de preconizar qualquer medida de desvalorização, convém ter analisado com

cuidado qual a composição da exporta ção e da importação do país que pre tende utilizar essa política, para verifi car se a natureza dos produtos e.xportados, bem como a dos importados é tal que favoreçix essa política e que permita, realmente, chegar ao reequíHbrio da Balança de Pagamentos. É verdade, sem dúvida, que com o sistema, de controle de câmbios e regime de quotas de importação poderá, tam

93

bém, restringir-se a importação e a e.\portação ser encorajada uma vez que

estas medidas provocam, também, uma

elevação de preços no mercado interno. O mal delas é que são arbitrárias e se

transformam em ex-pedientes demasiado burocráticos.

Para finalizar, lembraremos que não

se deprecia a moeda em qualquer mo mento: é preciso escolher a época e es perar a oportunidade, para que se possa desvalorizar a moeda de um país. Esta

recomendação, por outro lado, não e

de ordem geral e aplicável a todos os casos. Nos casos de inflação, por exem

plo, pouco adiantará o expediente da desvalorização porque o aumento exage rado do meio circulante é sempre um sintoma de causas mais profundas e,

nestes casos, o que se deve combater são as causas é' não os efeitos.

Não nos parecf

primeira, porque existe hoje um órgao internacional, especialmente destinado o até mesmo, aconselhar, em certos casO®, a desvalorização. O Fundo Monetário Internacional funcionará como um di"" midor de conflitos c impedirá que o de senvolvimento e enriquecimento eco

nômico de alguns países se faça à ciisja dos demais. Julgamos ser uma üusno

qualquer tentativa de volta ao Padrao Ouro e o melhor remédio que nos resta

é a depreciação monetária porque, não se desvalorizando a moeda, restara o recurso de estabelecer controles de cam

bio, regime de quotas, licenças prévias, entraves burocráticos, muito mais no civos.

Em nossa exposição devemos fazer uma ressalva: a de que c necessário

A imprensa dos Estados Unidos publica um telegrama de São Paulo, comen tando as declarações feitas recentemente em nossa capital peto ministro das

Relações Exteriores da Colômbia, sr. Domingos Ezguerra, por ocasião da sua visita à Sociedade Rural Brasileira:

"Os cafeicultores do meu país estão satisfeitos com os preços atuais que são pagos no mercado internacional pelo nosso grande produto de expoiiação. C^tudo, c não obstante tal fato,. os cafeicultores esperam preços ainda mais altos. De mi

nha parte, não creio que os preços do produto baixem num futuro proximo devido a

excesso de produção. Em minha opinião, jamais haverá excesso de produção; os interêsses do Brasil e da Colômbia nesse assunto são perfeitamente idênticos. Su giro que os cafeicultores. e os homens de negócios enviem uma nota a Umao Panamericana encarecendo a necessidade de qhe êsse assunto seja incluído na agenda da próxima Conferência de Bogotá".

'


Diciísro Econômico

92

ao passado se lomara impossível e que o Padrão-Ouro não mais se restabelece ria como sistema natural de regulamento das transações. Realmente, a Inglater

dutor estrangeiro e sim o importador

introduzir o conceito de elasticidade da

nacional.

procura para a e.vportação, podendo ha ver casos em que esta aja no sentido contrário ao esperado com a desx^alorização monetiária. No caso do Brasil,

Rareando a importação e

elevando-se o preço do produto im

portado, encoraja-se a criação de indús

ra, em 1931, viu-se obrigada a desvalo rizar a libra e de tal modo impressio

trias nacionais que surgem comu remé

nou-a as previsões de Keynes e tais

oriunda da desvalorização.

resultados deu à Grã-Bretanha a polí

dio â escassez do produto importado, Tal desvalorização tem, como con-

tica de revalorização equilibrando, de fato, a Balança de Pagamentos até en tão desequilibrada a despeito da reva lorização total, que na Sociedade das Nações, os delegados britânicos aconse lhavam a desvalorização, como remédio

.seqüôncia, fazer com que o país que a

, aos países que se queixavam da situação

eria desequilíbrios e constitui uma polí

de desequilíbrio de sua Balança de Pa gamentos e da impossibilidade de equilíbrá-la.

O caso da Venezuela é um

exemplo.

Hoje, a política de depreciação mone

pratica isoladamente enriqueça a e.xpen-

sas de outrem. Êstc foi o motivo pelo

qual, em 1934, os Estados Unidos fo ram levados a depreciar o dólar. Êsle expediente não c recomendável porque tica comercial internacional agressiva. Não recomendamos a desvalorização

monetária que tenda a criar desequilí brios na Balança de Pagamentos e sim

tária, como meio de resolver desequi

a produzida para corrigir desequilíbrio-^

líbrios da Balança de Pagamentos, é considerada como um expediente nocivo.

já existentes.

Ê mal vista e nós convém saber por que. Podemos distinguir nà depreciação monetáriâ dois modos de operar, de on

que seja de caráter agressivo, conio

de, duas espécies de depreciação. ' A

estudar a situação do comércio inleru^*

primeira delas consiste em desvalorizar a moeda provocando uma elevação de preços no mercado interno, encarecendo,

cional das várias nações e a autorizar

em moeda nacional, as divisas estran

geiras, com a finalidade de exportar mais e importar menos. Ê uma política

que beneficia a produção nacional, por que enriquece os exportadores, uma vez que o estrangeiro compra pela mesma quantia, na sua moeda, enquanto o ex portador nacional, em troca, recebe mais em moeda de seu país. Por outro lado,

os produtos de importação, continuando a ser vendidos pelos mesmos preços no

país de origem, entram no país que des valorizou a moeda por preços muito mais

altos, o que eqüivale a dizer que esta elevação de preços não beneficia o pro

Dicesto Econóauco

Esta é a segunda espe-

cie de depreciação.

por exemplo, talvez por causa da situa ção do café, a depreciação da moeda traga resultados contnirics ao esperado. Antes de preconizar qualquer medida de desvalorização, convém ter analisado com

cuidado qual a composição da exporta ção e da importação do país que pre tende utilizar essa política, para verifi car se a natureza dos produtos e.xportados, bem como a dos importados é tal que favoreçix essa política e que permita, realmente, chegar ao reequíHbrio da Balança de Pagamentos. É verdade, sem dúvida, que com o sistema, de controle de câmbios e regime de quotas de importação poderá, tam

93

bém, restringir-se a importação e a e.\portação ser encorajada uma vez que

estas medidas provocam, também, uma

elevação de preços no mercado interno. O mal delas é que são arbitrárias e se

transformam em ex-pedientes demasiado burocráticos.

Para finalizar, lembraremos que não

se deprecia a moeda em qualquer mo mento: é preciso escolher a época e es perar a oportunidade, para que se possa desvalorizar a moeda de um país. Esta

recomendação, por outro lado, não e

de ordem geral e aplicável a todos os casos. Nos casos de inflação, por exem

plo, pouco adiantará o expediente da desvalorização porque o aumento exage rado do meio circulante é sempre um sintoma de causas mais profundas e,

nestes casos, o que se deve combater são as causas é' não os efeitos.

Não nos parecf

primeira, porque existe hoje um órgao internacional, especialmente destinado o até mesmo, aconselhar, em certos casO®, a desvalorização. O Fundo Monetário Internacional funcionará como um di"" midor de conflitos c impedirá que o de senvolvimento e enriquecimento eco

nômico de alguns países se faça à ciisja dos demais. Julgamos ser uma üusno

qualquer tentativa de volta ao Padrao Ouro e o melhor remédio que nos resta

é a depreciação monetária porque, não se desvalorizando a moeda, restara o recurso de estabelecer controles de cam

bio, regime de quotas, licenças prévias, entraves burocráticos, muito mais no civos.

Em nossa exposição devemos fazer uma ressalva: a de que c necessário

A imprensa dos Estados Unidos publica um telegrama de São Paulo, comen tando as declarações feitas recentemente em nossa capital peto ministro das

Relações Exteriores da Colômbia, sr. Domingos Ezguerra, por ocasião da sua visita à Sociedade Rural Brasileira:

"Os cafeicultores do meu país estão satisfeitos com os preços atuais que são pagos no mercado internacional pelo nosso grande produto de expoiiação. C^tudo, c não obstante tal fato,. os cafeicultores esperam preços ainda mais altos. De mi

nha parte, não creio que os preços do produto baixem num futuro proximo devido a

excesso de produção. Em minha opinião, jamais haverá excesso de produção; os interêsses do Brasil e da Colômbia nesse assunto são perfeitamente idênticos. Su giro que os cafeicultores. e os homens de negócios enviem uma nota a Umao Panamericana encarecendo a necessidade de qhe êsse assunto seja incluído na agenda da próxima Conferência de Bogotá".

'


95

DroKSTo Econômico

jib-s charlatão.

Instalaram-se em Ipa

nema, São Paulo, dois pequenos altosfornos e forjas catalãs. Trabalhou-se a

A SIDERURGIA NO BRASIL

^-c.getal tivesse entre nós grande impor

tância como material redutor, no futuro de nossa siderurgia.

magnetita de complicada e cara redução.

por PiMKNTKL CoMrs

Em 1932 produzíamos 29 mil tonela-

E o insucesso veio, como não poderia

(Eiigenlieiro-aj^rônomo do Ministério da Aniicuilnra)

das de ferro-gusa. Na produção de ago

a hematita sc encontra em porções con

deixar de vir, motivado, em grande parte, pela qualidade do minério. Na mesma época, porém, incentivado pelo exemp'o que partia da própria

sideráveis em Minas Gerais, ao iontío

corte. Ferreira da Câmara estabelecia

prcduzíamos 47 mU toneMas em 1933.

do r'o Tocantins, em jjontos da bacia da Paraguai, em Corumbá, por exemplo, ciu municípios diversos do Ceará — Gran,a, Sobral e Santa Quitéria etc. Ültiniamente descobriram-so grandes jazidas no nove' Território do Amapá, destinado a

um alto-forno no Morro do Pilar, em Mi

Em 1934 a'cançávamos 57 mii tonela-

nas Gerais, Eschwege montava outro em Congonhas do Campo e Monlevade ain da outro cm S. Miguel do Piracicaba, todo.s na mesma província, e todos tra

ser. no íuliiro, uin düs maiores eeiitror

ções, pois eram, em pouco tempo, umas

PrimórcUos

do território nacional. Sabe-se hoje que

vocação siderxirgica do Brasil surgiu nos albores da colonização, pois já em 1597 Afonso Sardinha descobria mi

nério de ferro na Serra do Araçoiaba proximidades de Sorocaba, São Paulo c aí instalava um pequeno forno. Os

resultados não foram promissores porcpic trabalhava ele com

magnetita (Fe3 04), oxido de ferro dcn-

;«i)i impregnado de

siderúrgicos do Bra

oxido titânico (Ti

sil.

02), de redução de morada e difícil,

!eciam-.se em MinaS

e.vigindo t c c n i c a

Gerais os primeiros

complicada e cara. E de magnetita são

fornos catalãos, tra

• ■

tribuídas na zona das florestas orientais jazidas que aforam em pontos diversos' desde o sudeste da Bahia até Santa Ca

deixou de reduzir minério dc ferro em nosso país.

D. João VI quis duv impulso à side

tarina, passando por Jequié (Bahia)Jacupiranga (São Paulo); Paranaguá-

rurgia brasileira.

mirim e Antonina (Paraná) e S. Fran

íT uma empresa de que pari eipavam brasileiros e portugueses. A direção cou

cisco (Santa Catarina).

Ver ficou-se, porém, ainda no fim do século XVIII, a existência de grande quantidade de hematita — minério não magnético de ferro — em áreas imensas

Paru islt) assoeiou-se

be a Frederico Varnhagen. O técnico

do empreendimento era Carlos G. Heclberg, sueco que se dizia grande coniiecedor do assunto, porém que, paru infe licidade nossa, não passava de um shw-

4

I

rl-v;- 59 mil, em 1935; 78 mil, em 1936;

98 'mil em 1937; 122 mil, em 1938; 160 mil, em 1939. Em 1940, a^produ-

cão cliegou a 185 mil toneladas. No ano seguinte, 1941, subia a 208 mil, pas sando, sucessivamente, a 213 mil em 1942-'a 248 mil em 1943; a 291 mil em 1944.' Em 1945 a produção de ferro-

gusa desceu a 259.909 toneladas. Mas no ano seguinte, 1946, começa a pro duzir o alto-forno de Volta Redonda, o

os meios de transporte para distribuírem

primeiro alto-fomo a coque metalúrgico

o produto por todo o território nacional.

construído no Brasil. A produção sal

Com alternativas várias, foi progredin

então nunca mais sc

nrmrresso. Assini, quanto ao ferro-gusa,

fim, super-produção, desde que o con

Tôdas essas pequenas empresas traba

sucedidos. E desde

já então se Hnha feito bastante, e en-

Irávainos numa fase de bem mais rap.do

arrobas dc gusa por ano. Hoiue, por

lhavam com carvão de madeira.

matita. Foram bciu

^

Venceram.

sumo local era pequeno, e escasscavam

balhando com he

as nossas jazidas dc

hematita.

trinta, produzindo, cada uma, 100 a 400

Em 1795, estahi-

irr-

oxido de ferro dis-

balhando com

Multiplicaram-se ^ as pequenas instala

alcançávamos as 48 m.I oneladas. Mas

tou a mais de 350 mil toneladas. O au

mento foi grande, portanto.

Não se

pense, porém, que se vai estabilizar,

mesmo nestes anos mais chegados. Não. do, embora muito lentamente, a nossa pequena siderurgia, melhorando cada vez Tendemos, muito pelo contrário, a um mais à proporção que os técnicos apare 'aumento talvez ainda mais rápido. ciam provenientes da Europa, não raro

do Luxemburgo e França, quando não

Volta Redonda, por exemplo, produ

zirá, êste ano, muito mais gusa do que

surgidos nas próprias montanlias mi

em 1946, embora não atinja a capacida'

neiras.

de máxima de seu alto-forno — 300 mi

DesenvoloimetUo quase espetacidar Era 1926, o professor Walther Schmidt, da Escola de Cothen, na Alema

nha, num livro muito bem informado —

"Geografia Econômica" — incluía o Bra

loneladas. E a Sidenirgica Jafet em Mügi das Cruzes, São Paulo, inaugurou u 10 de .setembro o seu segundo altoforno a carvao de madeira, ficando com a capacidade de 36 mil toneladas de gusa por ano. - E nas várias siderúr gicas de Minas Gerais grande é o entu siasmo construtivo. Não há exagero por

O "Digesto Economtco publica neste número um artigo sobre a sklerurgui »o Brasil, do seu antigo colaborador Pimentel Gô^nes, engenheiro agrónonio do

sil entre os países de grande futuro si derúrgico. Dizia ele que a rapidez da

Ministério da Agricultura. Trata-se de matéria relevante pura o desenoolvi7nenfo econômico da nossa terra. No jjróximo número, o aulor mo.sírara a.s razõe.s lécnjcas das nossas possibilkUules siderúrgicas, que (lualifica dc cxtraor-

restauração de nossas florestas e o pêso

mais ou menos a nossa produção de

da madeira permitiriam que o carvão

gusa em 1947.

din(íria.s, apesar da nossa pobreza em hulha.

tanto, em calcular em 500 mil toneladas


95

DroKSTo Econômico

jib-s charlatão.

Instalaram-se em Ipa

nema, São Paulo, dois pequenos altosfornos e forjas catalãs. Trabalhou-se a

A SIDERURGIA NO BRASIL

^-c.getal tivesse entre nós grande impor

tância como material redutor, no futuro de nossa siderurgia.

magnetita de complicada e cara redução.

por PiMKNTKL CoMrs

Em 1932 produzíamos 29 mil tonela-

E o insucesso veio, como não poderia

(Eiigenlieiro-aj^rônomo do Ministério da Aniicuilnra)

das de ferro-gusa. Na produção de ago

a hematita sc encontra em porções con

deixar de vir, motivado, em grande parte, pela qualidade do minério. Na mesma época, porém, incentivado pelo exemp'o que partia da própria

sideráveis em Minas Gerais, ao iontío

corte. Ferreira da Câmara estabelecia

prcduzíamos 47 mU toneMas em 1933.

do r'o Tocantins, em jjontos da bacia da Paraguai, em Corumbá, por exemplo, ciu municípios diversos do Ceará — Gran,a, Sobral e Santa Quitéria etc. Ültiniamente descobriram-so grandes jazidas no nove' Território do Amapá, destinado a

um alto-forno no Morro do Pilar, em Mi

Em 1934 a'cançávamos 57 mii tonela-

nas Gerais, Eschwege montava outro em Congonhas do Campo e Monlevade ain da outro cm S. Miguel do Piracicaba, todo.s na mesma província, e todos tra

ser. no íuliiro, uin düs maiores eeiitror

ções, pois eram, em pouco tempo, umas

PrimórcUos

do território nacional. Sabe-se hoje que

vocação siderxirgica do Brasil surgiu nos albores da colonização, pois já em 1597 Afonso Sardinha descobria mi

nério de ferro na Serra do Araçoiaba proximidades de Sorocaba, São Paulo c aí instalava um pequeno forno. Os

resultados não foram promissores porcpic trabalhava ele com

magnetita (Fe3 04), oxido de ferro dcn-

;«i)i impregnado de

siderúrgicos do Bra

oxido titânico (Ti

sil.

02), de redução de morada e difícil,

!eciam-.se em MinaS

e.vigindo t c c n i c a

Gerais os primeiros

complicada e cara. E de magnetita são

fornos catalãos, tra

• ■

tribuídas na zona das florestas orientais jazidas que aforam em pontos diversos' desde o sudeste da Bahia até Santa Ca

deixou de reduzir minério dc ferro em nosso país.

D. João VI quis duv impulso à side

tarina, passando por Jequié (Bahia)Jacupiranga (São Paulo); Paranaguá-

rurgia brasileira.

mirim e Antonina (Paraná) e S. Fran

íT uma empresa de que pari eipavam brasileiros e portugueses. A direção cou

cisco (Santa Catarina).

Ver ficou-se, porém, ainda no fim do século XVIII, a existência de grande quantidade de hematita — minério não magnético de ferro — em áreas imensas

Paru islt) assoeiou-se

be a Frederico Varnhagen. O técnico

do empreendimento era Carlos G. Heclberg, sueco que se dizia grande coniiecedor do assunto, porém que, paru infe licidade nossa, não passava de um shw-

4

I

rl-v;- 59 mil, em 1935; 78 mil, em 1936;

98 'mil em 1937; 122 mil, em 1938; 160 mil, em 1939. Em 1940, a^produ-

cão cliegou a 185 mil toneladas. No ano seguinte, 1941, subia a 208 mil, pas sando, sucessivamente, a 213 mil em 1942-'a 248 mil em 1943; a 291 mil em 1944.' Em 1945 a produção de ferro-

gusa desceu a 259.909 toneladas. Mas no ano seguinte, 1946, começa a pro duzir o alto-forno de Volta Redonda, o

os meios de transporte para distribuírem

primeiro alto-fomo a coque metalúrgico

o produto por todo o território nacional.

construído no Brasil. A produção sal

Com alternativas várias, foi progredin

então nunca mais sc

nrmrresso. Assini, quanto ao ferro-gusa,

fim, super-produção, desde que o con

Tôdas essas pequenas empresas traba

sucedidos. E desde

já então se Hnha feito bastante, e en-

Irávainos numa fase de bem mais rap.do

arrobas dc gusa por ano. Hoiue, por

lhavam com carvão de madeira.

matita. Foram bciu

^

Venceram.

sumo local era pequeno, e escasscavam

balhando com he

as nossas jazidas dc

hematita.

trinta, produzindo, cada uma, 100 a 400

Em 1795, estahi-

irr-

oxido de ferro dis-

balhando com

Multiplicaram-se ^ as pequenas instala

alcançávamos as 48 m.I oneladas. Mas

tou a mais de 350 mil toneladas. O au

mento foi grande, portanto.

Não se

pense, porém, que se vai estabilizar,

mesmo nestes anos mais chegados. Não. do, embora muito lentamente, a nossa pequena siderurgia, melhorando cada vez Tendemos, muito pelo contrário, a um mais à proporção que os técnicos apare 'aumento talvez ainda mais rápido. ciam provenientes da Europa, não raro

do Luxemburgo e França, quando não

Volta Redonda, por exemplo, produ

zirá, êste ano, muito mais gusa do que

surgidos nas próprias montanlias mi

em 1946, embora não atinja a capacida'

neiras.

de máxima de seu alto-forno — 300 mi

DesenvoloimetUo quase espetacidar Era 1926, o professor Walther Schmidt, da Escola de Cothen, na Alema

nha, num livro muito bem informado —

"Geografia Econômica" — incluía o Bra

loneladas. E a Sidenirgica Jafet em Mügi das Cruzes, São Paulo, inaugurou u 10 de .setembro o seu segundo altoforno a carvao de madeira, ficando com a capacidade de 36 mil toneladas de gusa por ano. - E nas várias siderúr gicas de Minas Gerais grande é o entu siasmo construtivo. Não há exagero por

O "Digesto Economtco publica neste número um artigo sobre a sklerurgui »o Brasil, do seu antigo colaborador Pimentel Gô^nes, engenheiro agrónonio do

sil entre os países de grande futuro si derúrgico. Dizia ele que a rapidez da

Ministério da Agricultura. Trata-se de matéria relevante pura o desenoolvi7nenfo econômico da nossa terra. No jjróximo número, o aulor mo.sírara a.s razõe.s lécnjcas das nossas possibilkUules siderúrgicas, que (lualifica dc cxtraor-

restauração de nossas florestas e o pêso

mais ou menos a nossa produção de

da madeira permitiriam que o carvão

gusa em 1947.

din(íria.s, apesar da nossa pobreza em hulha.

tanto, em calcular em 500 mil toneladas


Digesto Econômico

OroivSTo

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Mas não ficaremos nisto. A Siderúr-

«•ca Jafet, embora recebendo de muilo fonge minério de ferro e fundente. pois iuas minas se situam cm Feixo do Funil e Brumadinho, no cora<;ão de Minas Ge

ra'x, pretende instalar em pouco tempo mais dois altos-fomos, elevando, a 72 mi' toneladas a sua produção anual de

."jÕ miMiõrs th- criizeirtís cin 1937, ele-

Ijmn mais tempo líveruiii para dcscii-

\ a\ a-.sc a 546 milhões, cm 1946.

\olvê-la.

levade.

cia que \ni tomando a nossa side-^

Pelas informações que aí ficam, creio

poder acreditar (jue a nossa produção de gusa atingirá o seu primeiro milhão

rá a capacidade máxima de seu alto-

novos c promissores aumentos de pro dução. Seremos o grande produtor de fcrro-gusa c aço no hemisfério meri dional em futuro muito próximo.

vidade, um segundo alto-fomo de igual redundará em considerável barateamen

to do produto.

Em Coronel Fabrício,

Vale do Rio Doce, magnif camente situa da ao lado do bom minério de ferro e

Para .se avaliar mellior a importán-

rurgia, convém compará-la com a de alguns países da velha Europa, que

de toneladas entre 1950 e 1951, conti

nuando, porém, a sua tendência parji

capacidade, pois o aumento da produção

97

o seu primeiro alto-forno. E ainda é btni grande o entusiasmo construtivo que se nota em Sabará, Caetc e Mon-

gusa. Em 1948, Volta Redonda atingi forno — 300 mil toneladas. Essa compa nhia pretende constriiir, com certa- bre

Econ-ómico

A produção de aço c laminados lern acompanhado a de íerro-gusa. Vejamos alguns dados.

Produzíamos 48 mi! lonclaclas de aço

Dados estratigeiros

Vejamos a produção de gusa e suas principais ligas em alguns paiscs curopeus.

PRODUÇÃO DE FERRO-GUSA E SUAS PRINCIPAIS LIGAS, EM MILHARES DE TONELADAS Pahes

1932

1938

Alemanha

5.281

18.595

Grã-Bretanha

3.631

6.869

França

5.537

6.061

Bélgica

2.749

2.465

Luxemburgo Checoslováquía

1.960 450

'

1945

7.204

1.188

^

1.551 1.234

732

324 576

em 1932. Em 1933, produzíamos 54 mil toneladas; no ano seguinte, 62 m» ,

Polônia

passamos a 64 mil, em 1935. Em 1936, produzimos 74 mil toneladas c em

Áustria

1937, 76 mil. E o aumento continuou

Hungria Holanda

233

276

-

iKumânia

9

133

175 (1943)

vamente muito pequeno. Mesmo assim,

acentuado e firme: 141 mil toneladas, em 1940; 155 mil, em 1941; 159 m- . em 1942; 184 mil, em 1943; 2,19 mil,

Espanha Noruega

301 ' 103

442 174

468 191 (1939)

14

36

29 (1942)

de uns 90 md quilômetros quadrados de florestas, a Companhia Brasileira de Aços Finos está-se instalando. A Usina

será moderníssima, e empregará a ener gia hidrelétrica de uma queda dágua capaz de fornecer 35 mil C. V. O con sumo de carvão será, portanto, relati

e apesar das florestas magníficas do vale,

em 1944; 250 mil. em 1945;

a-Companliia já se entrosou com o Ser

350 mil, em 1946. A prodnÇ'^®

viço Florestal do Ministério da AgricuU

ano, pelas razões já expostas,

'lura, com a finalidade de reflorestar em

grande escala algu mas de suas terras

desnudas.

A nova

usina deve produzir 200 mil toneladas de

gusa.

Espera-se a

sua inauguração pa

ra o fim do próxi mo ano.

Acrescen

te-se a Companhia formada para a ex

ploração da hematlta do Amapá, e que aí pretende instalar, em futuro próximo,

_

Itália

ferro laminado passou de 13S núl to neladas em 1940. a

mais de 180 m.l, en, 1946.

,

A nossa produção

de gusa valia, em 1937, 33 milhões de cruzeiros — frações desprezadas, — Plis sando a 231 milhões em 1946. O valor

da produção de aço,' que era apenas dc

!.... ■

Suécia

199 282

^

Finlândia

em torno das 500 mU toneladas.

A produção de

495

'

-

940

72

968

252

732

780

94

66

335

.

_

427 (1940}

Os dados das produções da Hungria,

nos interessa, embora haja jazidas de

Rvimãnia, Noruega e Finlândia, referen-

ferro eni Moncorvo, numa faixa de dez

te.s ao ano de 1945, não os pudemos

qui'ómetros de comprimento. Já existi ram duas pequeninas usinas siderúrgi cas em Maçãs de D, Maria, à margem

conseguir.

Citemos outros, os mais re

centes que ol>tivemos. ra re.ssalta ainda mais quando se pen.sa

do ribeirão Algos. O combustível era a cepa dc urze exi-steute aí e nas inar-

A importância da siderurgia brasilei

que o Império Japonês, que mantinha a

gens^dü rio Zezere. Isto, porém, aca

terceira esquadra do mundo e se julga\a capaz de enfrentar os Estados Unidos, produzia 2.635 mil toneladas de gusa

tugal, edição de 1945, não faz qualquer referência à produção de gusa no pab.

em

É pena que tal aconteça.

1937.

E Portugal?

.

Noüi-se a ausência de Portugal, o país irmão e amigo, cujo progresso tanto

bou. O "Anuíirio Estatístico" de Por

Futuro prommor Um fato que anima ao brasileiro é

o alargamento da área de produção de


Digesto Econômico

OroivSTo

96

Mas não ficaremos nisto. A Siderúr-

«•ca Jafet, embora recebendo de muilo fonge minério de ferro e fundente. pois iuas minas se situam cm Feixo do Funil e Brumadinho, no cora<;ão de Minas Ge

ra'x, pretende instalar em pouco tempo mais dois altos-fomos, elevando, a 72 mi' toneladas a sua produção anual de

."jÕ miMiõrs th- criizeirtís cin 1937, ele-

Ijmn mais tempo líveruiii para dcscii-

\ a\ a-.sc a 546 milhões, cm 1946.

\olvê-la.

levade.

cia que \ni tomando a nossa side-^

Pelas informações que aí ficam, creio

poder acreditar (jue a nossa produção de gusa atingirá o seu primeiro milhão

rá a capacidade máxima de seu alto-

novos c promissores aumentos de pro dução. Seremos o grande produtor de fcrro-gusa c aço no hemisfério meri dional em futuro muito próximo.

vidade, um segundo alto-fomo de igual redundará em considerável barateamen

to do produto.

Em Coronel Fabrício,

Vale do Rio Doce, magnif camente situa da ao lado do bom minério de ferro e

Para .se avaliar mellior a importán-

rurgia, convém compará-la com a de alguns países da velha Europa, que

de toneladas entre 1950 e 1951, conti

nuando, porém, a sua tendência parji

capacidade, pois o aumento da produção

97

o seu primeiro alto-forno. E ainda é btni grande o entusiasmo construtivo que se nota em Sabará, Caetc e Mon-

gusa. Em 1948, Volta Redonda atingi forno — 300 mil toneladas. Essa compa nhia pretende constriiir, com certa- bre

Econ-ómico

A produção de aço c laminados lern acompanhado a de íerro-gusa. Vejamos alguns dados.

Produzíamos 48 mi! lonclaclas de aço

Dados estratigeiros

Vejamos a produção de gusa e suas principais ligas em alguns paiscs curopeus.

PRODUÇÃO DE FERRO-GUSA E SUAS PRINCIPAIS LIGAS, EM MILHARES DE TONELADAS Pahes

1932

1938

Alemanha

5.281

18.595

Grã-Bretanha

3.631

6.869

França

5.537

6.061

Bélgica

2.749

2.465

Luxemburgo Checoslováquía

1.960 450

'

1945

7.204

1.188

^

1.551 1.234

732

324 576

em 1932. Em 1933, produzíamos 54 mil toneladas; no ano seguinte, 62 m» ,

Polônia

passamos a 64 mil, em 1935. Em 1936, produzimos 74 mil toneladas c em

Áustria

1937, 76 mil. E o aumento continuou

Hungria Holanda

233

276

-

iKumânia

9

133

175 (1943)

vamente muito pequeno. Mesmo assim,

acentuado e firme: 141 mil toneladas, em 1940; 155 mil, em 1941; 159 m- . em 1942; 184 mil, em 1943; 2,19 mil,

Espanha Noruega

301 ' 103

442 174

468 191 (1939)

14

36

29 (1942)

de uns 90 md quilômetros quadrados de florestas, a Companhia Brasileira de Aços Finos está-se instalando. A Usina

será moderníssima, e empregará a ener gia hidrelétrica de uma queda dágua capaz de fornecer 35 mil C. V. O con sumo de carvão será, portanto, relati

e apesar das florestas magníficas do vale,

em 1944; 250 mil. em 1945;

a-Companliia já se entrosou com o Ser

350 mil, em 1946. A prodnÇ'^®

viço Florestal do Ministério da AgricuU

ano, pelas razões já expostas,

'lura, com a finalidade de reflorestar em

grande escala algu mas de suas terras

desnudas.

A nova

usina deve produzir 200 mil toneladas de

gusa.

Espera-se a

sua inauguração pa

ra o fim do próxi mo ano.

Acrescen

te-se a Companhia formada para a ex

ploração da hematlta do Amapá, e que aí pretende instalar, em futuro próximo,

_

Itália

ferro laminado passou de 13S núl to neladas em 1940. a

mais de 180 m.l, en, 1946.

,

A nossa produção

de gusa valia, em 1937, 33 milhões de cruzeiros — frações desprezadas, — Plis sando a 231 milhões em 1946. O valor

da produção de aço,' que era apenas dc

!.... ■

Suécia

199 282

^

Finlândia

em torno das 500 mU toneladas.

A produção de

495

'

-

940

72

968

252

732

780

94

66

335

.

_

427 (1940}

Os dados das produções da Hungria,

nos interessa, embora haja jazidas de

Rvimãnia, Noruega e Finlândia, referen-

ferro eni Moncorvo, numa faixa de dez

te.s ao ano de 1945, não os pudemos

qui'ómetros de comprimento. Já existi ram duas pequeninas usinas siderúrgi cas em Maçãs de D, Maria, à margem

conseguir.

Citemos outros, os mais re

centes que ol>tivemos. ra re.ssalta ainda mais quando se pen.sa

do ribeirão Algos. O combustível era a cepa dc urze exi-steute aí e nas inar-

A importância da siderurgia brasilei

que o Império Japonês, que mantinha a

gens^dü rio Zezere. Isto, porém, aca

terceira esquadra do mundo e se julga\a capaz de enfrentar os Estados Unidos, produzia 2.635 mil toneladas de gusa

tugal, edição de 1945, não faz qualquer referência à produção de gusa no pab.

em

É pena que tal aconteça.

1937.

E Portugal?

.

Noüi-se a ausência de Portugal, o país irmão e amigo, cujo progresso tanto

bou. O "Anuíirio Estatístico" de Por

Futuro prommor Um fato que anima ao brasileiro é

o alargamento da área de produção de


\*

Dicrsto

9S

gusa e ayu, que se pode \er pulos (jua-

Econóxticíi

l£nr 1946. tainbúiu prodiizium lurro-

gusa Maio Grosso c Espírito Santo, gra

dròs abaixo:

Efftados produto, res de guiO

Cii-sa em milhares de toneladas 1940

Minas Gerais ....

1945

168.729

215.991

13.638

26.413

3.203

I6.390

Rio de Janeiro .. São Pau'o I Paraná

-

1.115

185.570

2.53.909

Aço em milhares

Estados produto, res de aço

de toneladas 1940

1945 2 648

Pernambuco .... Minas Gerais ....

85 397 24 834

117 712

Rio de Janeiro Distrito Federal São Paulo

103 30.214

857 56 378 790

Santa Catarina

528

Rio Grande do Sul. Brasil

^

141.076

27 045

245

205.675

Geografia das Comunicações Paulistas

ças ao,s allos-fornos de Corumbá e Vi

IV - l-lxploraív^lo (ío lilorni

tória, de recente inauguração. Em lire\e, o Amapá deve alinhar-se entre os

por Nelson Weiuveck Sodké

produtores de ferro-gusa. A produção de gusa o aço cm 1946 e ainda mais em 1947 sofreu grande.s modificações. Volta Redonda fez do Estado do Rio dc

Janeiro, pe'o menos por algum tempo, o

maior produtor de gusa e aço do Brasil. A influência benéfica de nossa side

Brasil

V*

rurgia já se vem fazendo notar. Ela nos permitiu solucionar muitos de nosst)s problemas econômicos durante a se gunda guerra mundial. Recí)meçamos a constru r estradas dc ferro, agora em es

cala maior e com trilhos nacionais. Os

estaleiros começam a utilizar chapas do aço brasileiro. Já em 1948 teremos folhas de Flandres brasileiras, à medida de nossas necessidades. E niaquinários agrícolas e outros vão-se fabricando ca

da vez em maior quantidade e com ma

téria-prima inteiramente nacional. Ini

ciamos a exportação de gusa e produtos acabados para vários países, inclusive a Argentina e o Uruguai. Progredimos.

jyuMA costa normalmente lisa, ci)mo a do Brasil, ba^xa c pouco imspitaleira aos navios, em que as enseadas e baías

propícias, como as da Guanabara e do

Salvador, conslituíam excepção, não é dc espantar que as zonas ilhadas de Canaiiéia c de Santos se apresentassem

A comunicação oficial do Banco dc Inglaterra, tornando "tran.ifcríveis" os

fá permitiu a conversão dos esterlinos. Todavia, no caso do Brasil, a conversibilidade apresenta restdtados surpreen dentes, pois os novos saídos podem ser utilizáveis am qualquer parte, enquanto os ^ velhos só o serão na zona do esterlino, cm objetivos que interessem àquela repii' hlica ml-americana.

Entretanto, o ajuste é provisório e vigorará até à conclusão de um acordo anglobrasileiro mais amplo.

O ir. Nelson Wcrneck Sodré faz, neste aitígo, um histórico da exploração do litoral c da fixação humana cm algurnas das suas regiões e c:.tuda os acessos ao

planalto e as condicionais geográficas que os dcfeníiiiiacflin.

como ancoradouros e marcos iniciais dc

penetração favoráveis em extremo ao

colonizador. Serviram elas, por isso mesmo, nos primeiros tempos da vida bra.sdeira, à fundação de cidades e à

origem da.s penetrações futuras. O pri meiro e.stágío da vida co'oniul obriga\a, por necessidade de comércio e de defesa, cpie os focos dc povoamento se escalonasífcm ao longo da costa. Santos e Cananéia prestaram-se perfeitamente a ôsse

fim. Cánanéia desde os primeiros dias quase da existênc'a da capitania suli na. Santos após o estágio de S. Vi

natural te\'c grande freqüência, re'ativamentc, na época, em que o Bra::il per tenceu à Espanha. De espanhóis esteve misturada, aliás, a colonizjição tanto de Cananéia como dc S. Vicente e de San

tos e, posteriormente, de São Paulo.\

Ao contrário do que aconteceu nas capitanias do norte, em que o açúcar

se firmou, desde logo, como produto . capaz de proporcionar o enriquecimento

cente, na mesma zona ilhada.

do grupo dominante na sociedade co

A exploração do litoral paulista, em conseqüência, concentrou-se quase nes maria concedida a Brás Cubas, onde

lonial, o foco vicentino permaneceu lar go tempo em situação de iniludível po- ' breza. As constantes ameaças do pirata, que atingiu Santos por mais de uma vez, por outro lado, con\idavam à pe

SC e.stabeleceram os primeiros engenhos d!> foco sulino de colonização. Depois em Cananéia, espalhando-se daí a Tgua-

formidáve', a mnrallia orográfica que u índio batizara de Paranapiacaba. As

ses düi.s pontos. A princípio em S. Vi cente, daí se transplantando para a ses-

futuros saldos do Brasil em libras'esterlinas, caracteriza-se por idônticas bases das comunicações semelhantes, cm relação a outros países, aos quais a Grã-Bretanha

i

netração, a que se opunha, dc maneira

existente naquela zona. Cananéia su de-

relações entre brancos advcntídos e in dígenas, entretanto, foram fáceis e amis tosas, no foco santista, e isso favoreceu

senvolveu depres.sa e tornou-se logo o início do caminho do interior, longa e

que dali partis.se a penetração para o planalto. Cananó a, por outro lado, per-

perlgosa rota que demandava o foco ci-

inaneceu, por muito tempo, como a en-

vilizador hispânico do Paraguai. O- caminho de que Cananéia era a porta

gínquo.

pe e imediações, favorecidos os coloni zadores pelo sistema de canais internos

trada natural para o interior mais lon-


\*

Dicrsto

9S

gusa e ayu, que se pode \er pulos (jua-

Econóxticíi

l£nr 1946. tainbúiu prodiizium lurro-

gusa Maio Grosso c Espírito Santo, gra

dròs abaixo:

Efftados produto, res de guiO

Cii-sa em milhares de toneladas 1940

Minas Gerais ....

1945

168.729

215.991

13.638

26.413

3.203

I6.390

Rio de Janeiro .. São Pau'o I Paraná

-

1.115

185.570

2.53.909

Aço em milhares

Estados produto, res de aço

de toneladas 1940

1945 2 648

Pernambuco .... Minas Gerais ....

85 397 24 834

117 712

Rio de Janeiro Distrito Federal São Paulo

103 30.214

857 56 378 790

Santa Catarina

528

Rio Grande do Sul. Brasil

^

141.076

27 045

245

205.675

Geografia das Comunicações Paulistas

ças ao,s allos-fornos de Corumbá e Vi

IV - l-lxploraív^lo (ío lilorni

tória, de recente inauguração. Em lire\e, o Amapá deve alinhar-se entre os

por Nelson Weiuveck Sodké

produtores de ferro-gusa. A produção de gusa o aço cm 1946 e ainda mais em 1947 sofreu grande.s modificações. Volta Redonda fez do Estado do Rio dc

Janeiro, pe'o menos por algum tempo, o

maior produtor de gusa e aço do Brasil. A influência benéfica de nossa side

Brasil

V*

rurgia já se vem fazendo notar. Ela nos permitiu solucionar muitos de nosst)s problemas econômicos durante a se gunda guerra mundial. Recí)meçamos a constru r estradas dc ferro, agora em es

cala maior e com trilhos nacionais. Os

estaleiros começam a utilizar chapas do aço brasileiro. Já em 1948 teremos folhas de Flandres brasileiras, à medida de nossas necessidades. E niaquinários agrícolas e outros vão-se fabricando ca

da vez em maior quantidade e com ma

téria-prima inteiramente nacional. Ini

ciamos a exportação de gusa e produtos acabados para vários países, inclusive a Argentina e o Uruguai. Progredimos.

jyuMA costa normalmente lisa, ci)mo a do Brasil, ba^xa c pouco imspitaleira aos navios, em que as enseadas e baías

propícias, como as da Guanabara e do

Salvador, conslituíam excepção, não é dc espantar que as zonas ilhadas de Canaiiéia c de Santos se apresentassem

A comunicação oficial do Banco dc Inglaterra, tornando "tran.ifcríveis" os

fá permitiu a conversão dos esterlinos. Todavia, no caso do Brasil, a conversibilidade apresenta restdtados surpreen dentes, pois os novos saídos podem ser utilizáveis am qualquer parte, enquanto os ^ velhos só o serão na zona do esterlino, cm objetivos que interessem àquela repii' hlica ml-americana.

Entretanto, o ajuste é provisório e vigorará até à conclusão de um acordo anglobrasileiro mais amplo.

O ir. Nelson Wcrneck Sodré faz, neste aitígo, um histórico da exploração do litoral c da fixação humana cm algurnas das suas regiões e c:.tuda os acessos ao

planalto e as condicionais geográficas que os dcfeníiiiiacflin.

como ancoradouros e marcos iniciais dc

penetração favoráveis em extremo ao

colonizador. Serviram elas, por isso mesmo, nos primeiros tempos da vida bra.sdeira, à fundação de cidades e à

origem da.s penetrações futuras. O pri meiro e.stágío da vida co'oniul obriga\a, por necessidade de comércio e de defesa, cpie os focos dc povoamento se escalonasífcm ao longo da costa. Santos e Cananéia prestaram-se perfeitamente a ôsse

fim. Cánanéia desde os primeiros dias quase da existênc'a da capitania suli na. Santos após o estágio de S. Vi

natural te\'c grande freqüência, re'ativamentc, na época, em que o Bra::il per tenceu à Espanha. De espanhóis esteve misturada, aliás, a colonizjição tanto de Cananéia como dc S. Vicente e de San

tos e, posteriormente, de São Paulo.\

Ao contrário do que aconteceu nas capitanias do norte, em que o açúcar

se firmou, desde logo, como produto . capaz de proporcionar o enriquecimento

cente, na mesma zona ilhada.

do grupo dominante na sociedade co

A exploração do litoral paulista, em conseqüência, concentrou-se quase nes maria concedida a Brás Cubas, onde

lonial, o foco vicentino permaneceu lar go tempo em situação de iniludível po- ' breza. As constantes ameaças do pirata, que atingiu Santos por mais de uma vez, por outro lado, con\idavam à pe

SC e.stabeleceram os primeiros engenhos d!> foco sulino de colonização. Depois em Cananéia, espalhando-se daí a Tgua-

formidáve', a mnrallia orográfica que u índio batizara de Paranapiacaba. As

ses düi.s pontos. A princípio em S. Vi cente, daí se transplantando para a ses-

futuros saldos do Brasil em libras'esterlinas, caracteriza-se por idônticas bases das comunicações semelhantes, cm relação a outros países, aos quais a Grã-Bretanha

i

netração, a que se opunha, dc maneira

existente naquela zona. Cananéia su de-

relações entre brancos advcntídos e in dígenas, entretanto, foram fáceis e amis tosas, no foco santista, e isso favoreceu

senvolveu depres.sa e tornou-se logo o início do caminho do interior, longa e

que dali partis.se a penetração para o planalto. Cananó a, por outro lado, per-

perlgosa rota que demandava o foco ci-

inaneceu, por muito tempo, como a en-

vilizador hispânico do Paraguai. O- caminho de que Cananéia era a porta

gínquo.

pe e imediações, favorecidos os coloni zadores pelo sistema de canais internos

trada natural para o interior mais lon-


i'V

DiGEsTO Econômico

100

O fator dc impulso apresentado pelas

nar sôbrc o litoral. No segundo séciilo,

relações amistosas com o selvagem, de que o exemplo do bacharel de Cananéiu foi frisante, fez com que do foco de

cs.sa predominância já estava firmada, e

colonização litorânea de Santos partis

sem os elementos que fundariam, em pleno altiplano, o burgo piratiningano.

maneceram as primitivas — o longo ca minho que, dc Cananéia, demandava o interior do continente, fechado quando

Permaneceu este paupérrimo, por muitos

lusos e espanlióis entraram cm conflito,

anos e Santos, com Cananéia, firmaram

provocado pelas descidas bandeirantes em busca dos nvicleos indígenas do in

o predomínio do litoral sobre o planalto. A pobreza, com a ausência de uma la

não cessou de sc desenvolver. As cx)mu-

nicuções entre uma o outra região per

terior, — e o velho "caminho do. mar

voura de fixação, alteraram esse qua

que, de São Paulo, levava ao pôrto

dro, posteriormente, e as relações entre

santi.sta, percorrido a pé, ou por mua-

colonizadores e indígenas, de cuja eta

res, quando estes foram introduzidos na

pa amistosa restaram os núcleos de

cojónia V. sc tornaram o meio de trans

pendentes de Barueri e de Quitaúna, tendo desaparecido o de Santo André

porte normal. ^ Nessa fase, já a predojninuncia do p a-

da Borda do Campo, tornaram-se difí

nalto sôbre o litoral estava firmada. O

ceis, porque a necessidade forçou os

advento da mineração, sucedendo ao

elementos do altiplano a lançar mão do braço local para o trabalho e para o

ciclo da caça ao índio, não fez mais

do que firmá-la, até o nosso tempo.

tráfico, que logo sc constituiu na prin

I

cipal fonte de ' renda dos primeiros paulistas. Ao longo da costa, entretanto, os nú

y — Acessos ao plamiUn

Aos partidários de um rígido, determi

cleos indígenas, cobertos pela proteção

nismo geográfico constitui um contraste

natural da serra e da mata e pelas

frisante o abandono,.por parte dos a"-

condições

desfavorá

veis à abordagem marit'ma, mantiveram-se

Digesto Econômico

101

ligos elementos locais, do caminho fácil ((ue dc Cananéia demandava o interior, ga'gando a serra por degraus sucessi vos, em favor do caminho do padre José, fjiic a galgava cm investida frontal, no

A proximidade entre São Paulo e San tos gerou u predoniinância do caminho gcogràficamente ma's de.sfavorável, mas política e econòmicainente mais fácil.

seu trecho mais áspero.

e, ainda no século XIX, ao impulso da 2

As condições

dc acesso na zona do sul da capitania, realmente, eram muito mais favorá\'eÍs, e até mesmo convidativas, se se levfer

cm conta a muralha formada pela serra, ao longo de todo o litora', do sul de Santo.s aos limites da baía da ilha Grande.

O caminho de Cananéia, entretanto,

aberto ao trânsito para o interior remoto, o núcleo hispano-jesuítico do Paraguai, tcvo dois fatores contra o seu uso po.stcrior. O primeiro dôles foi o conFlilo

Tal rota não cessou dc se desenvolver

expan.mo cafeeira, recebeu melhoramen- fl tos que a tomaram profundamente al terada em suas condições naturais. O caminho de Cananéia desapareceu, e

as relações daquele núcleo passaram a fazer-se, por via marítima, com Santos. Seu ressurgimento é coisa dos nossos dias. Como rotero de civfização, pois, .'"òmcnle o caminho entre Santos o São

PauO teve função eminente. Foi a úni

ca penetrante civilizadora.

Porque, cm época posterior, a civili zação penetrou a região do planalto, — mas seguindo a roçada. Veio com a \ cnientes da caça ao índio, cujos gran c.xpansão cafeeira do ^alc do Paraíba, des núcleos estavam concentrados em zonas dominadas pelo espanhol e entre 'estacionou ali por algum tempo c pros gues à administração jesuítíca, tenaz seguiu, rumo de Campinas, derivan surgido entre os elementos colonizadores

dependentes de Madri e de Lisboa, pro-

mente oposta ao apresamento. Surgido o conflito, o caminlio.de Cananéia de via ser abandonado, cm favor da rota

segura e mais fácil apresentada nos rios platines, para os elementos que de mandassem o interior do continente.

O segundo fator desfavorável à p'--

do depois para Ribeirão Preto e, mais

adiante, para as regiões entre os vales paralelos que se orientam para a caixa do Paraná.

O desenvoKimento da ri

queza cafeeira, na fase do vale do Pa raíba, proporcionou, entretanto, a aber tura dc novos caminhos demandando o

ativos. A exploração do litoral, . pois, fin dou-se cedo, permane

netração por Cananéia, entretanto, era

1 toral. Agora iria dar-se o inverso, não

o afastamento cm relação a São Paulo, ondo se concenlrou, desde logo, toda a

seria do litoral a busca ao planalto, mas

cendo Santos e Cana

força da capitania, os seus elementos de

governo c a parte ativa da população,

Desde que os cafezais se foram afas tando do porto do Rio dc Janeiro, cm

do planalto a busca ao litoral.

néia, e imediações, como os únicos fo

aí cobertos das investidas marítimas c

torno do qual se desenvolveram, em sua

gerando um sentimento de autonomia,

fase inicial, tornou-se e\adente. a necessi

cos humanos porfderáveis. O planalto, por

em relação à própria metrópole lusa,

dade de encurtar a descida da produção

que não cessou de crescer, até o tran-

para a orla marítima, uma vez que ela

outro lado, em con

.sitório desmembramento da capitania,

se destinou, desde os seus primeiros

traste com a regra da exis-

quando a mineração havia atingido os

tempos, à e.vportação. O primeão cami

seus mais a'tos níveis.

nho usado pelas tropas de muares, de mandando o litoral, começava na região

tôncia

brasi

leira da épo ca, passou

u

predomí-

,VX

A ciiálização

pauli.sta foi, tipicamente, de planalto, de bruçada sem dúvida para o interior, e até fugindo ao litoral.

de São José dos Barreiros e, cortando o altíssimo movimento da Bocaina, atin-


i'V

DiGEsTO Econômico

100

O fator dc impulso apresentado pelas

nar sôbrc o litoral. No segundo séciilo,

relações amistosas com o selvagem, de que o exemplo do bacharel de Cananéiu foi frisante, fez com que do foco de

cs.sa predominância já estava firmada, e

colonização litorânea de Santos partis

sem os elementos que fundariam, em pleno altiplano, o burgo piratiningano.

maneceram as primitivas — o longo ca minho que, dc Cananéia, demandava o interior do continente, fechado quando

Permaneceu este paupérrimo, por muitos

lusos e espanlióis entraram cm conflito,

anos e Santos, com Cananéia, firmaram

provocado pelas descidas bandeirantes em busca dos nvicleos indígenas do in

o predomínio do litoral sobre o planalto. A pobreza, com a ausência de uma la

não cessou de sc desenvolver. As cx)mu-

nicuções entre uma o outra região per

terior, — e o velho "caminho do. mar

voura de fixação, alteraram esse qua

que, de São Paulo, levava ao pôrto

dro, posteriormente, e as relações entre

santi.sta, percorrido a pé, ou por mua-

colonizadores e indígenas, de cuja eta

res, quando estes foram introduzidos na

pa amistosa restaram os núcleos de

cojónia V. sc tornaram o meio de trans

pendentes de Barueri e de Quitaúna, tendo desaparecido o de Santo André

porte normal. ^ Nessa fase, já a predojninuncia do p a-

da Borda do Campo, tornaram-se difí

nalto sôbre o litoral estava firmada. O

ceis, porque a necessidade forçou os

advento da mineração, sucedendo ao

elementos do altiplano a lançar mão do braço local para o trabalho e para o

ciclo da caça ao índio, não fez mais

do que firmá-la, até o nosso tempo.

tráfico, que logo sc constituiu na prin

I

cipal fonte de ' renda dos primeiros paulistas. Ao longo da costa, entretanto, os nú

y — Acessos ao plamiUn

Aos partidários de um rígido, determi

cleos indígenas, cobertos pela proteção

nismo geográfico constitui um contraste

natural da serra e da mata e pelas

frisante o abandono,.por parte dos a"-

condições

desfavorá

veis à abordagem marit'ma, mantiveram-se

Digesto Econômico

101

ligos elementos locais, do caminho fácil ((ue dc Cananéia demandava o interior, ga'gando a serra por degraus sucessi vos, em favor do caminho do padre José, fjiic a galgava cm investida frontal, no

A proximidade entre São Paulo e San tos gerou u predoniinância do caminho gcogràficamente ma's de.sfavorável, mas política e econòmicainente mais fácil.

seu trecho mais áspero.

e, ainda no século XIX, ao impulso da 2

As condições

dc acesso na zona do sul da capitania, realmente, eram muito mais favorá\'eÍs, e até mesmo convidativas, se se levfer

cm conta a muralha formada pela serra, ao longo de todo o litora', do sul de Santo.s aos limites da baía da ilha Grande.

O caminho de Cananéia, entretanto,

aberto ao trânsito para o interior remoto, o núcleo hispano-jesuítico do Paraguai, tcvo dois fatores contra o seu uso po.stcrior. O primeiro dôles foi o conFlilo

Tal rota não cessou dc se desenvolver

expan.mo cafeeira, recebeu melhoramen- fl tos que a tomaram profundamente al terada em suas condições naturais. O caminho de Cananéia desapareceu, e

as relações daquele núcleo passaram a fazer-se, por via marítima, com Santos. Seu ressurgimento é coisa dos nossos dias. Como rotero de civfização, pois, .'"òmcnle o caminho entre Santos o São

PauO teve função eminente. Foi a úni

ca penetrante civilizadora.

Porque, cm época posterior, a civili zação penetrou a região do planalto, — mas seguindo a roçada. Veio com a \ cnientes da caça ao índio, cujos gran c.xpansão cafeeira do ^alc do Paraíba, des núcleos estavam concentrados em zonas dominadas pelo espanhol e entre 'estacionou ali por algum tempo c pros gues à administração jesuítíca, tenaz seguiu, rumo de Campinas, derivan surgido entre os elementos colonizadores

dependentes de Madri e de Lisboa, pro-

mente oposta ao apresamento. Surgido o conflito, o caminlio.de Cananéia de via ser abandonado, cm favor da rota

segura e mais fácil apresentada nos rios platines, para os elementos que de mandassem o interior do continente.

O segundo fator desfavorável à p'--

do depois para Ribeirão Preto e, mais

adiante, para as regiões entre os vales paralelos que se orientam para a caixa do Paraná.

O desenvoKimento da ri

queza cafeeira, na fase do vale do Pa raíba, proporcionou, entretanto, a aber tura dc novos caminhos demandando o

ativos. A exploração do litoral, . pois, fin dou-se cedo, permane

netração por Cananéia, entretanto, era

1 toral. Agora iria dar-se o inverso, não

o afastamento cm relação a São Paulo, ondo se concenlrou, desde logo, toda a

seria do litoral a busca ao planalto, mas

cendo Santos e Cana

força da capitania, os seus elementos de

governo c a parte ativa da população,

Desde que os cafezais se foram afas tando do porto do Rio dc Janeiro, cm

do planalto a busca ao litoral.

néia, e imediações, como os únicos fo

aí cobertos das investidas marítimas c

torno do qual se desenvolveram, em sua

gerando um sentimento de autonomia,

fase inicial, tornou-se e\adente. a necessi

cos humanos porfderáveis. O planalto, por

em relação à própria metrópole lusa,

dade de encurtar a descida da produção

que não cessou de crescer, até o tran-

para a orla marítima, uma vez que ela

outro lado, em con

.sitório desmembramento da capitania,

se destinou, desde os seus primeiros

traste com a regra da exis-

quando a mineração havia atingido os

tempos, à e.vportação. O primeão cami

seus mais a'tos níveis.

nho usado pelas tropas de muares, de mandando o litoral, começava na região

tôncia

brasi

leira da épo ca, passou

u

predomí-

,VX

A ciiálização

pauli.sta foi, tipicamente, de planalto, de bruçada sem dúvida para o interior, e até fugindo ao litoral.

de São José dos Barreiros e, cortando o altíssimo movimento da Bocaina, atin-


Digesto Econômico

102

J^ir;i-.S1o

giá a baixada de Parati. A continuação da marcha dos cafezais, em sua gravita-

ção para o interior- da província de São Paulo, provocou a abertura de outro ro teiro, partindo de Taubaté e indo alcan-

çar Ubatuba por São Luís do Paraitinga. Estas rotas até hoje existem, intransitá

pouco apropriado.s ao trânsito de veí culos automóveis, c alguns deles per

103

ràve niente, o pa.ssur dos tempos, nu compreensão da necessidade de es tradas compatíveis com um frdfego pe sado o intenso, não ó de surpreender ipie

manecem prestando serviços, como ii estrada de Taubaté a Ubatuba c aquela

que liga Cunha a Guaratinguetá. O desenvolvimento da imigração, no

a melhor das ligações entre o planalto e

Estado de São Paii'o, em conseqüência

o litora', — salvo a via Anch eta, — le

vel para veículos a de Parati, empre da nece.ssidadc dc braços para a lavoura gada por tropas de muares e originando- cafeeira em contínua ascensão, proporcio se em Guaratlnguetá, tocando em Cunha, nou, já cm uma dc suas últimas fases, — e transitável para veículos a de Uba

E(:c)\'<>mico '

do Paraíba, enquanto, na faixa do sul, se dobrava a grande roçada

São Paulo-Sorocaba-Itapelininga-ItapevaItararé, eoni a que, de Cotia, por Pie dade, Una-Sâo Miguel Arcanjo-Itapeva-

Ribeira, encurtando a distância entre as ^

nha sido também a última. Assim é que

capitais pauhsta e paranaense, deu novo

a ligação dos portos de Garaguatatuba

impulso à circulação interna.

e de São Sebastião ao planalto, através

Só a faixa santista, entretanto, com o

a vinda dc numero.sos grupos japone ses que, com a tendência, nociva aos ^

dc Paraibuna e arliculando-se à Rio-

São Paulo em São José dos Campos, é

surto da riqueza paulista, proporciona

nossos interesses, do agrupamento o da ambas se encontram ainda as lages formação de colônias exclusi\'as, fixa-^

obra recente. As necessidades, cada vez

mais prementes, do aparelhamento das

ria, em realidade, as ligações ferroviá rias entre o p'analto e o litoral, criando-

ram-sc em determinadas faixas do terri

grandes' roçadas rodoviárias, por outro

se o funil São Paulo-Santos, com tão

tório do Estado. Uma dessas faixas foi

lado, forçaram o.s empreendimentos em

sensíveis^repercussões na vida económi-,

a baixada do Ribeira-Juquiá. Aí, o tra balho do.s niponicos conseguiu erguer o nível da produção, levando-a a índices jamais alcançados na região. Assim,

curso na rodovia que percorre o vale

ca do Estado e do país.

tuba, desde Taubaté, com a antiga pas sagem por Sião Luís do Paraitinga. Em

com que foram calçadas na época do império.

O desenvolvimento da riqueza no vale do Paraíba foi tão poderoso, - quanto seria rápido, - que proporcionou até os primeiros trabalhos da ferrovia que deveria servir ao escoamento da produ

depois de séculos dc abandono, de ma ção para Ubatuba. Essa ferrovia, lan-' rasmo cstiolamcnlo, aquela zona çada ao tempo de facilidade de capi voltariaea de conhecer a riqueza, e cm es tais do "encilhamento", chegou, mercê cala como não conhecera antes. Isso

do esforço dos proprietários rurais da

zona, a ser iniciada, e os trabalhos de

terraplanagem, no planalto, são ainda

forçou as autoridades do Estado a voltar

suas vistas para esses recantos do passado.

Ainda antes dc 1930, construía-se a visíveis, existindo até estações, hoje rodovia São Miguel-Sete Barras, comu ocupadas como residências dé lavrado

res. Na orla marítima, por sua vez levantou-se um esboço de pôrto, e os. seus restos, com o molhe abandonado, mereciam, até há pouco, a curiosidade dos visitantes de Ubatuba.

Estavam abertas, entretanto, novas rotas, entre o planalto e o litoral. Des-

caída a riqueza da região impròpriamente conhecida como norte de São

Paulo, quando as cidades geradas pelo

nicando o planalto com o vale do Bibeira. Abriu-se, posteriormente, a rodo via Piedade-Juquiá, com o mesmo fim-

O departamento especializado constriiui, depois, a fôde Juquiá-Registro, Registro-

O

Sete Barras e Paríquera Açu-Jacupiran-

A Bolsa cie Café e Açitcar recebeu üm telcf^rarna de seus correspondentes no

ga, melhorando consideravelmente a rede

Rio, segunclo o cjual os estoques de café em São Paulo, nos armazéns do interior e nas estações de estrada de ferro eram de 4.936.000 sacas em 31 de pdho pfissado, São as seguintes essas cifras, colnparadas cojn a do ano anterior:

Paríquera

Açu-Cananéia e Paríquera

Açu-Iguape. Ficou a.ssim o litoral su lino ligado ao planalto por duas novas

31 de julho

penetrantes: Piedade-Juquiá-Registro, e

Safra

café foram se tomando mortas, ficaram também abandonados os caminhos.

São Miguel Arcanjo-Sete Barras-Regis-

Quando as disponibilidade de rendas es

a Paríquera Açu, donde toma a se re partir, para Gananéia e para Iguape.

1942-43 1943-44 1944-4.5

taduais permitiram, entretanto, e ini ciou-se uma política de domunicações,

aproveitaram-se esses traçados difíceis e

tro, estranguladas numa só do Registro

de 1947 •

1945-46 1946-47 1947-48

Se as condições técnicas na consti"U-

ção rodoviária vão melhorando conside-

Totais

:ài

31 de julho

31 dc iulho

de 1946

de 1945 335.000

274.000 4.000 79.000

3.615.000

2.7^6.000

4.195.000, 662.000 4.938.000

2.770.000

2.424.000


Digesto Econômico

102

J^ir;i-.S1o

giá a baixada de Parati. A continuação da marcha dos cafezais, em sua gravita-

ção para o interior- da província de São Paulo, provocou a abertura de outro ro teiro, partindo de Taubaté e indo alcan-

çar Ubatuba por São Luís do Paraitinga. Estas rotas até hoje existem, intransitá

pouco apropriado.s ao trânsito de veí culos automóveis, c alguns deles per

103

ràve niente, o pa.ssur dos tempos, nu compreensão da necessidade de es tradas compatíveis com um frdfego pe sado o intenso, não ó de surpreender ipie

manecem prestando serviços, como ii estrada de Taubaté a Ubatuba c aquela

que liga Cunha a Guaratinguetá. O desenvolvimento da imigração, no

a melhor das ligações entre o planalto e

Estado de São Paii'o, em conseqüência

o litora', — salvo a via Anch eta, — le

vel para veículos a de Parati, empre da nece.ssidadc dc braços para a lavoura gada por tropas de muares e originando- cafeeira em contínua ascensão, proporcio se em Guaratlnguetá, tocando em Cunha, nou, já cm uma dc suas últimas fases, — e transitável para veículos a de Uba

E(:c)\'<>mico '

do Paraíba, enquanto, na faixa do sul, se dobrava a grande roçada

São Paulo-Sorocaba-Itapelininga-ItapevaItararé, eoni a que, de Cotia, por Pie dade, Una-Sâo Miguel Arcanjo-Itapeva-

Ribeira, encurtando a distância entre as ^

nha sido também a última. Assim é que

capitais pauhsta e paranaense, deu novo

a ligação dos portos de Garaguatatuba

impulso à circulação interna.

e de São Sebastião ao planalto, através

Só a faixa santista, entretanto, com o

a vinda dc numero.sos grupos japone ses que, com a tendência, nociva aos ^

dc Paraibuna e arliculando-se à Rio-

São Paulo em São José dos Campos, é

surto da riqueza paulista, proporciona

nossos interesses, do agrupamento o da ambas se encontram ainda as lages formação de colônias exclusi\'as, fixa-^

obra recente. As necessidades, cada vez

mais prementes, do aparelhamento das

ria, em realidade, as ligações ferroviá rias entre o p'analto e o litoral, criando-

ram-sc em determinadas faixas do terri

grandes' roçadas rodoviárias, por outro

se o funil São Paulo-Santos, com tão

tório do Estado. Uma dessas faixas foi

lado, forçaram o.s empreendimentos em

sensíveis^repercussões na vida económi-,

a baixada do Ribeira-Juquiá. Aí, o tra balho do.s niponicos conseguiu erguer o nível da produção, levando-a a índices jamais alcançados na região. Assim,

curso na rodovia que percorre o vale

ca do Estado e do país.

tuba, desde Taubaté, com a antiga pas sagem por Sião Luís do Paraitinga. Em

com que foram calçadas na época do império.

O desenvolvimento da riqueza no vale do Paraíba foi tão poderoso, - quanto seria rápido, - que proporcionou até os primeiros trabalhos da ferrovia que deveria servir ao escoamento da produ

depois de séculos dc abandono, de ma ção para Ubatuba. Essa ferrovia, lan-' rasmo cstiolamcnlo, aquela zona çada ao tempo de facilidade de capi voltariaea de conhecer a riqueza, e cm es tais do "encilhamento", chegou, mercê cala como não conhecera antes. Isso

do esforço dos proprietários rurais da

zona, a ser iniciada, e os trabalhos de

terraplanagem, no planalto, são ainda

forçou as autoridades do Estado a voltar

suas vistas para esses recantos do passado.

Ainda antes dc 1930, construía-se a visíveis, existindo até estações, hoje rodovia São Miguel-Sete Barras, comu ocupadas como residências dé lavrado

res. Na orla marítima, por sua vez levantou-se um esboço de pôrto, e os. seus restos, com o molhe abandonado, mereciam, até há pouco, a curiosidade dos visitantes de Ubatuba.

Estavam abertas, entretanto, novas rotas, entre o planalto e o litoral. Des-

caída a riqueza da região impròpriamente conhecida como norte de São

Paulo, quando as cidades geradas pelo

nicando o planalto com o vale do Bibeira. Abriu-se, posteriormente, a rodo via Piedade-Juquiá, com o mesmo fim-

O departamento especializado constriiui, depois, a fôde Juquiá-Registro, Registro-

O

Sete Barras e Paríquera Açu-Jacupiran-

A Bolsa cie Café e Açitcar recebeu üm telcf^rarna de seus correspondentes no

ga, melhorando consideravelmente a rede

Rio, segunclo o cjual os estoques de café em São Paulo, nos armazéns do interior e nas estações de estrada de ferro eram de 4.936.000 sacas em 31 de pdho pfissado, São as seguintes essas cifras, colnparadas cojn a do ano anterior:

Paríquera

Açu-Cananéia e Paríquera

Açu-Iguape. Ficou a.ssim o litoral su lino ligado ao planalto por duas novas

31 de julho

penetrantes: Piedade-Juquiá-Registro, e

Safra

café foram se tomando mortas, ficaram também abandonados os caminhos.

São Miguel Arcanjo-Sete Barras-Regis-

Quando as disponibilidade de rendas es

a Paríquera Açu, donde toma a se re partir, para Gananéia e para Iguape.

1942-43 1943-44 1944-4.5

taduais permitiram, entretanto, e ini ciou-se uma política de domunicações,

aproveitaram-se esses traçados difíceis e

tro, estranguladas numa só do Registro

de 1947 •

1945-46 1946-47 1947-48

Se as condições técnicas na consti"U-

ção rodoviária vão melhorando conside-

Totais

:ài

31 de julho

31 dc iulho

de 1946

de 1945 335.000

274.000 4.000 79.000

3.615.000

2.7^6.000

4.195.000, 662.000 4.938.000

2.770.000

2.424.000


■73TT'

DiOES-te»

o problema da alimentação e o custo da vida por José Bonifácio de Sousa Amabal

lOÕ

Kí;oNÓ^nc^J

na.s (Ir métodos de preparação, que

çáo racional". 3.°) - O "período eco

(•\()Iin'rani com as necessidades de cada

nômico", bastante recente e em plena formação, oriundo da crise mundial que sobre\'eio à primeira conflagração, com o cncarecimento da vida, que fez sur gir "o estudo econômico dos alimentos ,

época, on cie cada ambiente. Mas, a dc.speito do imediatisino dra

mático do problema alimentar, os proces.so.s clc sua solução não passaram, durante muitos milênios, de normas em

III

O sr. José Bonifácio de Sousa Amaral,

^onstrangido pela civilização

a

uma

vida artificial, o homem perdeu a maior parte dos seus recursos instinti

vos e se tomou, para defesa de sua vida, k:t

escravo das experiências próprias è alheias e da cooperação nem sempre re gular de seus semelhantes. O instinto e uma sabedoria inata, que atinge a per

em certos animais inferiores, que I nãofeiçãochegam a conhecer os pais, mas são capazes de reproduzir com absoluta

iguatode os atos de seus antepassados.

A civilização é um processo evolutivo da espécie que conseguiu ficar a' margem do equilíbrio zoológico se viu

condenada à pe.squísa inintemipta

de meios artificiais para solução

da multiplicidade de problemas daí resultantes.

Assim, ao passo que os outros

animais, pelo menos os que go zam de liberdade, vivem do que lhes oferece a natureza, apoia

dos nos seus instintos, o homem

c obrigado a viver e.xplorando a natureza pela sua inteligência, nu ma cooperação social cada vez mais

internacionalizada

e

cada

vez mais complexa, geradora de

insanáveis conflitos e sem perspec tivas de um estágio de paz. • O mais dramático dos proble

mas com que luta a humanidade é a conquista do pão de cada dia, tanto mais complicada quanto maior o aumento demográfico da

assistente técnico da Associação Comer cial de São Paulo, antes de entrar no

exame do problema econômico da ali mentação, relata, neste artigo, a biblio grafia brasileira referente ao assunto:

píricas, cpic só as fomes periódicas, as migrações e as guerras procurariam transformar ou substituir por conheci mentos científicos e técnicos, quer pelo

calórico total, a dose diária de albumina

a'tiTientos c clc seus efeitos.

via, na verdade, não teve valor de apli

lutares

no

tratamento

de

certas

cn--^

fermidades.

pos imemoriais.

No prefácio da edição brasileira de seu livro "Alimentação", o notável clietólogo argentino Pedro Escudero emi te a opinião de que "os conhecimentos

que o uso do leite de vaca e dos pro

dutos que dêle derivam, é algumas vezes inilenário.

Os descobrimentos arqueo

lógicos o têm demonstrado. Nas ruínas da cidade de Ur, da antiga

lei do mínimo com referência ao valor e de sais rninerais. Êste conceito, toda

processos de .sua obtenção data de tem

Sabe-se, por exemplo,

"A ciência da nutrição" — palavras de Escudero — havia já determinado a

caiisa.s, quer pelo estudo cios próprios

as x'erduras* cruas tinham efeitos sa

O estudo dos alimentos c dos

dietologia.

c.studo da fertilidade dos solos e suas

Nos fins da Idade Média já hou\e observações de que as frutas c e.spécic.

que hoje constitui objeto da moderna

do homem, relativos à alimentação, são

os que mais lentamente têm progredido".

cação geral nos povos até que a coreslia da vida atual obrigou á reduzir o gasto

do capital alimento ao mínimo indis pensável à vida. Um regime alimentar se avalia pelo seu valor calórico, riqueza arvi em

proteínas ae seu for.r teor om em r-Ótcín cálcio,

foS-

foro e ferro, dando-se por entendido que deverá êle possuir um valor vitamínico indispensável, relacionado com a idade, natiueza de trabalho e gênero de vida. Quando se fala de alimentação das co

Assíria, encontrou-se um friso re

Êle divide o estudo da alimentação em rico", o mais amplo dc todos, que vai

Nutrição exige para uma alimentação ra

cional.

egípcios, quase tão antigos, con têm também referências ao uso do

dos tempos pré-históricos até princípios do século passado, e no qual se desen volveram as ciências puras e aplicadas,

presentando uma cena de ordenha, cuja antigüidade e.xcedia de quatro mil anos. Os hieroglífos leite, como alimento básico do povo na Idade Antiga. A domesticação da \'hcu para extração do

leite data dc milhares de anos

anteriores à era cristã. A litera tura dos Vedas contém também

numerosas referências à vaca lei teira como benfeitora do homem

e, ao leite, como síml^olo da nu trição.

Pode-se 'dizer que os alimentos fundamentais do homem de hoje

são quase os mesmos do homem primitivo, com diferenciações ape-

trés períodos: 1.°) — o "período empí

sem que seu conhecimento e utilização fossem jamais aproveitados na ex ploração racional dos alimentos; 2°) _ o "período técnico", ini

ciado por Lavoisíer, com o imor tal descobrimento sobre a com

letividades, dá-se por entendido que se obedecem tôdas as leis que a ciência da "O que interessa na atualidade

é-o cumprimento destas e.xigências com

relação ao custo mínimo, não só quanto ao valor em matéria bruta, como a des

pesa de preparação e restrição aos desperdícios". Cada povo deve resolver seu proprio problema de acordo com a sua produção, donde a necessi

bustão, e que se aperfeiçoa, a

dade de que se. generalizem as

princípio lentamente, depois com

idéias fundamentais da alimenta

grande rapidez no final do sé culo passado e no começo dêste.

ção racional.

"É assim que surge a ciência da Nu

trição como a de.signara Ltisk, reunindo numa só denominação tôdas as discipli nas cicntífíca.s que presidem à alimenta-

As estatísticas de

todos os povos demonstram que

a desnutrição é uma característica cias classes trabalhadoras, tendo-se che

gado a êste estado era conseqüência da ignorância no manejo do capilal-alimen-


■73TT'

DiOES-te»

o problema da alimentação e o custo da vida por José Bonifácio de Sousa Amabal

lOÕ

Kí;oNÓ^nc^J

na.s (Ir métodos de preparação, que

çáo racional". 3.°) - O "período eco

(•\()Iin'rani com as necessidades de cada

nômico", bastante recente e em plena formação, oriundo da crise mundial que sobre\'eio à primeira conflagração, com o cncarecimento da vida, que fez sur gir "o estudo econômico dos alimentos ,

época, on cie cada ambiente. Mas, a dc.speito do imediatisino dra

mático do problema alimentar, os proces.so.s clc sua solução não passaram, durante muitos milênios, de normas em

III

O sr. José Bonifácio de Sousa Amaral,

^onstrangido pela civilização

a

uma

vida artificial, o homem perdeu a maior parte dos seus recursos instinti

vos e se tomou, para defesa de sua vida, k:t

escravo das experiências próprias è alheias e da cooperação nem sempre re gular de seus semelhantes. O instinto e uma sabedoria inata, que atinge a per

em certos animais inferiores, que I nãofeiçãochegam a conhecer os pais, mas são capazes de reproduzir com absoluta

iguatode os atos de seus antepassados.

A civilização é um processo evolutivo da espécie que conseguiu ficar a' margem do equilíbrio zoológico se viu

condenada à pe.squísa inintemipta

de meios artificiais para solução

da multiplicidade de problemas daí resultantes.

Assim, ao passo que os outros

animais, pelo menos os que go zam de liberdade, vivem do que lhes oferece a natureza, apoia

dos nos seus instintos, o homem

c obrigado a viver e.xplorando a natureza pela sua inteligência, nu ma cooperação social cada vez mais

internacionalizada

e

cada

vez mais complexa, geradora de

insanáveis conflitos e sem perspec tivas de um estágio de paz. • O mais dramático dos proble

mas com que luta a humanidade é a conquista do pão de cada dia, tanto mais complicada quanto maior o aumento demográfico da

assistente técnico da Associação Comer cial de São Paulo, antes de entrar no

exame do problema econômico da ali mentação, relata, neste artigo, a biblio grafia brasileira referente ao assunto:

píricas, cpic só as fomes periódicas, as migrações e as guerras procurariam transformar ou substituir por conheci mentos científicos e técnicos, quer pelo

calórico total, a dose diária de albumina

a'tiTientos c clc seus efeitos.

via, na verdade, não teve valor de apli

lutares

no

tratamento

de

certas

cn--^

fermidades.

pos imemoriais.

No prefácio da edição brasileira de seu livro "Alimentação", o notável clietólogo argentino Pedro Escudero emi te a opinião de que "os conhecimentos

que o uso do leite de vaca e dos pro

dutos que dêle derivam, é algumas vezes inilenário.

Os descobrimentos arqueo

lógicos o têm demonstrado. Nas ruínas da cidade de Ur, da antiga

lei do mínimo com referência ao valor e de sais rninerais. Êste conceito, toda

processos de .sua obtenção data de tem

Sabe-se, por exemplo,

"A ciência da nutrição" — palavras de Escudero — havia já determinado a

caiisa.s, quer pelo estudo cios próprios

as x'erduras* cruas tinham efeitos sa

O estudo dos alimentos c dos

dietologia.

c.studo da fertilidade dos solos e suas

Nos fins da Idade Média já hou\e observações de que as frutas c e.spécic.

que hoje constitui objeto da moderna

do homem, relativos à alimentação, são

os que mais lentamente têm progredido".

cação geral nos povos até que a coreslia da vida atual obrigou á reduzir o gasto

do capital alimento ao mínimo indis pensável à vida. Um regime alimentar se avalia pelo seu valor calórico, riqueza arvi em

proteínas ae seu for.r teor om em r-Ótcín cálcio,

foS-

foro e ferro, dando-se por entendido que deverá êle possuir um valor vitamínico indispensável, relacionado com a idade, natiueza de trabalho e gênero de vida. Quando se fala de alimentação das co

Assíria, encontrou-se um friso re

Êle divide o estudo da alimentação em rico", o mais amplo dc todos, que vai

Nutrição exige para uma alimentação ra

cional.

egípcios, quase tão antigos, con têm também referências ao uso do

dos tempos pré-históricos até princípios do século passado, e no qual se desen volveram as ciências puras e aplicadas,

presentando uma cena de ordenha, cuja antigüidade e.xcedia de quatro mil anos. Os hieroglífos leite, como alimento básico do povo na Idade Antiga. A domesticação da \'hcu para extração do

leite data dc milhares de anos

anteriores à era cristã. A litera tura dos Vedas contém também

numerosas referências à vaca lei teira como benfeitora do homem

e, ao leite, como síml^olo da nu trição.

Pode-se 'dizer que os alimentos fundamentais do homem de hoje

são quase os mesmos do homem primitivo, com diferenciações ape-

trés períodos: 1.°) — o "período empí

sem que seu conhecimento e utilização fossem jamais aproveitados na ex ploração racional dos alimentos; 2°) _ o "período técnico", ini

ciado por Lavoisíer, com o imor tal descobrimento sobre a com

letividades, dá-se por entendido que se obedecem tôdas as leis que a ciência da "O que interessa na atualidade

é-o cumprimento destas e.xigências com

relação ao custo mínimo, não só quanto ao valor em matéria bruta, como a des

pesa de preparação e restrição aos desperdícios". Cada povo deve resolver seu proprio problema de acordo com a sua produção, donde a necessi

bustão, e que se aperfeiçoa, a

dade de que se. generalizem as

princípio lentamente, depois com

idéias fundamentais da alimenta

grande rapidez no final do sé culo passado e no começo dêste.

ção racional.

"É assim que surge a ciência da Nu

trição como a de.signara Ltisk, reunindo numa só denominação tôdas as discipli nas cicntífíca.s que presidem à alimenta-

As estatísticas de

todos os povos demonstram que

a desnutrição é uma característica cias classes trabalhadoras, tendo-se che

gado a êste estado era conseqüência da ignorância no manejo do capilal-alimen-


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Dígesto Econômico

106

1|| 107

DrcESTO EçoNó^aco

to,'agravado pelas condívões econômi

:i tese "Qual o regime das classes po

cas desfavoráveis.

bres do Rio de lançiro?".

Para ser resolvido esse problema com plexo, "não basta aumentar os salários: é imprescindível ensinar e favorecer a alimentação racional e económi-

Duarte, Fonseca Ribeiro, e ínuitíssimos

12 anos, mas em 1865 outro doutorando, Anlónm Corrêa de Sousa Costa, conquis

ztína.s" Boleiiin Sanitário, ano H. n." 4,

1923, Rio de Janeiro e o "Inquérito Ali-

outrq.s cuja citação tornaria demasiado extensa esta lista.

tava seu grau com a tese "Qunl

nicntar cin São Paulo" do sr. Mário Car-

a alimentação de que \'ive a

dim, infelizmente arquivado como re latório de serviço público, sem maior

as pesquisas levadas a efeito em São

Em quase todos os países ci

classe poljre no Rio de janeiro

vilizados promoveram-se, depois

e sua influência sôbre a mesma

da primeira conflagração mun dial, inquéritos sobre padrão de

cla.sse?".

Como se vê, eram

vida e índice alimentar. A maior

aos modernos conhecimentos alimenta-

res, pode-se dizer que esse gênero de pesquisas não foi novidade para o Brasil. Em 1835, em "Discurso sòbre as molé.s-

tias que mais afligem as classes pobres do Rio de Janeiro", o médico José Mar tins da Cruz Jobim estudou a alimen tação dessas classes, no âmbito cientí

fico de sua época. Em 1837, ainda no Rio de Janeiro, J. A. B. Imbert publi cou seu ^"Ensaio higiênico e médico

tc.ses rc-

.sultantes de pesquisas, estudos objetivos e não repetição de teorias con cebidas alhures.

re.s, A. de A'i"neida Jún'or, Hclioii PÓNoa

de. "Études sur le Brésil" Paris. 1835,

e .-V. de Vasconcelos, Rui Coutinho,

a de Louis Conty "L'Alimcntation du

Alexandre Moscoso, Leopoldo Lima e Silva, Renato Sousa Lopes, Gustaxm

Brésil et dans les pays voisins" in Re-

vue d'Higiéne, Paris 1881, e outras de

Ltssa, C.eto Seabra Veloso, Paulino de

que não temos notícia, podemos incor

Barro.s, Waldir Niemayer, Dante Costa,

porar ainda, na lista anterior, obras mais recentes como a de Teodoro Peckolt "História das Plantas ahmentares e de gozo no Brasil" Rio de Janeiro, 1890; a

Mário Rangel. Salv o de Mendonça, Fran

garam ao nosso conhecimento c como as anteriores honram a classe médica bra

com uma tese denom-nada "Ensaio sô

sileira.

Em época mais recente essa literatura

tomou grande vulto e só um catálogo

dade de Medicina de São Paulo.

É tempo agora de estudar a alimen tação sob o aspecto econômico: a sua

produção, a sua distribuição, o seu custo cm face do nível de salários das classes trabalhadoras, assim também como a

nossa política de produção, hoje amea çada de toda sorte de p'anificaçôes, uma das quais pretende obrigar o povo a ingerir alimentos desidratados.

O seu exame requer espaço que só teremos no próximo artigo.

Segundo dados da Bolsa de Café e Açúcar, recebidos de seus correspóndentes nO no Rio, os estoques nos portos do Brasil em 6 de outubro eram de 2.868.000 sacas assim disíribuicíos:

poderia enumerá-la. Contudo, não de

culdade de Medicina do Rio de Janeiro

vem ficar serri citação, por pertence

cõnferia o título de doutor a Antônio

rem ainda a uma época que já se dis

José de Sousa pela tese "Do regime das classes pobres e do.s escravos da cidade do Rio de Janeiro em seus alimentos

tancia de mais de 25 anos da nossa,

va-se Francisco Fernandes Costa, com

Paulo sob orientação do prof. Franklin • jj

de Moura Campos, representam "^'ds de ^ 600 monografias, já dotadas de biblio grafia especial distribuída pela Facul

mentar"'2 volumes, Rio 1908; ^

dicina José Rodrigues de. Lima Duarte

seguinte ao da tese anterior, doutora

Basta dizer que so

de Eduardo Magalhães "Higiene Ali Alimentação na Bahia", Bahia 1909, além de outras que certamente não che

Em 1852, logo no ano

Paula Sousa, A. de Ulhôa Cintra, Pe

bre a ahmentação no Brasil e outros paí

regime alimentar de seus habitantes". Doze anos mais tarde, ou em 1849, na mesma capital, doutorava-se em me

p. bebidas".

de valor os conhecidos dietó'ogos brasi leiros Carlos Sá, Josué de Castro Barre to, Sinva' Lins, Nunes Pereira, G. II. cie

ses sul-americanos, como de*A]fred Ren

Francisco Antônio do.s Santos Sousa "A

Decorridos três anos, em 1851, a Fa

di\nlgação. A partir de 1931 entraram com obras

dro Egíclio de Car\'a!ho, Franklin cie Moura Campos e seus alunos c aiíxilia-

Sem falar em obras estrangeiras so

sôbre o clima do Rio de Janeiro c o

bre a higiene da escravatura no Brasil" na qual tratava da alimentação.

cisco Pompco do Amaral, José- Coimbra

)n«'nlar das populações rurais do Ama-

ca".

parte desses inquéritos foram divulga dos pela Sociedade das Nações, em pu blicações diversas, uma das quais "Le prob'ème de l'Alimentation", publicado em 1936. Excluindo a parte relativa

contribuição ao estudo do problema .ali-

O assunto parccc ter sido esquecido

o estudo de Antônio Alfredo de Andra

Sacas de

6Ô quilos

Santos

..."

Rio Vitória Paranaguá

2.0Í6.000 •

511.000 70.000 82.000

: í..hí.

de, publicado nos Anais da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro^ vol. VI,

Pernambuco

79.000

1922, sob o título "Alimentação Brasilei ros", o de J. F. Araújo Lima "Ligeira

Bahia

88.000

Angra dos Reis

22.000

Total

2.868.000 '

,

* I

.•


I J„

,

><

Dígesto Econômico

106

1|| 107

DrcESTO EçoNó^aco

to,'agravado pelas condívões econômi

:i tese "Qual o regime das classes po

cas desfavoráveis.

bres do Rio de lançiro?".

Para ser resolvido esse problema com plexo, "não basta aumentar os salários: é imprescindível ensinar e favorecer a alimentação racional e económi-

Duarte, Fonseca Ribeiro, e ínuitíssimos

12 anos, mas em 1865 outro doutorando, Anlónm Corrêa de Sousa Costa, conquis

ztína.s" Boleiiin Sanitário, ano H. n." 4,

1923, Rio de Janeiro e o "Inquérito Ali-

outrq.s cuja citação tornaria demasiado extensa esta lista.

tava seu grau com a tese "Qunl

nicntar cin São Paulo" do sr. Mário Car-

a alimentação de que \'ive a

dim, infelizmente arquivado como re latório de serviço público, sem maior

as pesquisas levadas a efeito em São

Em quase todos os países ci

classe poljre no Rio de janeiro

vilizados promoveram-se, depois

e sua influência sôbre a mesma

da primeira conflagração mun dial, inquéritos sobre padrão de

cla.sse?".

Como se vê, eram

vida e índice alimentar. A maior

aos modernos conhecimentos alimenta-

res, pode-se dizer que esse gênero de pesquisas não foi novidade para o Brasil. Em 1835, em "Discurso sòbre as molé.s-

tias que mais afligem as classes pobres do Rio de Janeiro", o médico José Mar tins da Cruz Jobim estudou a alimen tação dessas classes, no âmbito cientí

fico de sua época. Em 1837, ainda no Rio de Janeiro, J. A. B. Imbert publi cou seu ^"Ensaio higiênico e médico

tc.ses rc-

.sultantes de pesquisas, estudos objetivos e não repetição de teorias con cebidas alhures.

re.s, A. de A'i"neida Jún'or, Hclioii PÓNoa

de. "Études sur le Brésil" Paris. 1835,

e .-V. de Vasconcelos, Rui Coutinho,

a de Louis Conty "L'Alimcntation du

Alexandre Moscoso, Leopoldo Lima e Silva, Renato Sousa Lopes, Gustaxm

Brésil et dans les pays voisins" in Re-

vue d'Higiéne, Paris 1881, e outras de

Ltssa, C.eto Seabra Veloso, Paulino de

que não temos notícia, podemos incor

Barro.s, Waldir Niemayer, Dante Costa,

porar ainda, na lista anterior, obras mais recentes como a de Teodoro Peckolt "História das Plantas ahmentares e de gozo no Brasil" Rio de Janeiro, 1890; a

Mário Rangel. Salv o de Mendonça, Fran

garam ao nosso conhecimento c como as anteriores honram a classe médica bra

com uma tese denom-nada "Ensaio sô

sileira.

Em época mais recente essa literatura

tomou grande vulto e só um catálogo

dade de Medicina de São Paulo.

É tempo agora de estudar a alimen tação sob o aspecto econômico: a sua

produção, a sua distribuição, o seu custo cm face do nível de salários das classes trabalhadoras, assim também como a

nossa política de produção, hoje amea çada de toda sorte de p'anificaçôes, uma das quais pretende obrigar o povo a ingerir alimentos desidratados.

O seu exame requer espaço que só teremos no próximo artigo.

Segundo dados da Bolsa de Café e Açúcar, recebidos de seus correspóndentes nO no Rio, os estoques nos portos do Brasil em 6 de outubro eram de 2.868.000 sacas assim disíribuicíos:

poderia enumerá-la. Contudo, não de

culdade de Medicina do Rio de Janeiro

vem ficar serri citação, por pertence

cõnferia o título de doutor a Antônio

rem ainda a uma época que já se dis

José de Sousa pela tese "Do regime das classes pobres e do.s escravos da cidade do Rio de Janeiro em seus alimentos

tancia de mais de 25 anos da nossa,

va-se Francisco Fernandes Costa, com

Paulo sob orientação do prof. Franklin • jj

de Moura Campos, representam "^'ds de ^ 600 monografias, já dotadas de biblio grafia especial distribuída pela Facul

mentar"'2 volumes, Rio 1908; ^

dicina José Rodrigues de. Lima Duarte

seguinte ao da tese anterior, doutora

Basta dizer que so

de Eduardo Magalhães "Higiene Ali Alimentação na Bahia", Bahia 1909, além de outras que certamente não che

Em 1852, logo no ano

Paula Sousa, A. de Ulhôa Cintra, Pe

bre a ahmentação no Brasil e outros paí

regime alimentar de seus habitantes". Doze anos mais tarde, ou em 1849, na mesma capital, doutorava-se em me

p. bebidas".

de valor os conhecidos dietó'ogos brasi leiros Carlos Sá, Josué de Castro Barre to, Sinva' Lins, Nunes Pereira, G. II. cie

ses sul-americanos, como de*A]fred Ren

Francisco Antônio do.s Santos Sousa "A

Decorridos três anos, em 1851, a Fa

di\nlgação. A partir de 1931 entraram com obras

dro Egíclio de Car\'a!ho, Franklin cie Moura Campos e seus alunos c aiíxilia-

Sem falar em obras estrangeiras so

sôbre o clima do Rio de Janeiro c o

bre a higiene da escravatura no Brasil" na qual tratava da alimentação.

cisco Pompco do Amaral, José- Coimbra

)n«'nlar das populações rurais do Ama-

ca".

parte desses inquéritos foram divulga dos pela Sociedade das Nações, em pu blicações diversas, uma das quais "Le prob'ème de l'Alimentation", publicado em 1936. Excluindo a parte relativa

contribuição ao estudo do problema .ali-

O assunto parccc ter sido esquecido

o estudo de Antônio Alfredo de Andra

Sacas de

6Ô quilos

Santos

..."

Rio Vitória Paranaguá

2.0Í6.000 •

511.000 70.000 82.000

: í..hí.

de, publicado nos Anais da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro^ vol. VI,

Pernambuco

79.000

1922, sob o título "Alimentação Brasilei ros", o de J. F. Araújo Lima "Ligeira

Bahia

88.000

Angra dos Reis

22.000

Total

2.868.000 '

,

* I

.•


TJ-

-T* ? I'««"V» -i

Dioesto

109

EcoNÓNaco

Conceição Vcloso. Perlencia à "Reg'a

dioca, por riieio de mistura com uma

O AáUo- ^ahtiuA e cs. pães. de mandíú'Ca

Sociotas Botânica Ralisboncnsis" e ou

por Américo Jacobina Lacomde

dente perfeitamente à altura de com

parle de "farelo moído" e em operando a elevação da pasta "sem" fermentação, só pela mistura com certos "sais", que produzem o desenvolvimento do gá.s car

O i-r. Américo Jacohitui Locomhe, tece

tadas ao colonizador do Brasil foi a radical mudança do sistema de alimen

interessantes e eruditos comentários em

tação, 'cuja base se deslocou, com sen

referente à confecção do verdadeiro pão

dioca". (1) O problema só ultimamen te vem sendo .equacionado de acordo

Era correspon

preender a honra que llie proporcionava

^MA das maiores dificuldades apresen sível "déficit", do trigo para a man

tras sociedades sábias.

torno de uma carta de

von

Marlius

da farinha de mandioca.

o grande sábio em .se expandir com quem chamava de .seu "maior amigo no Brasil". Como bom filho de uma raça prática, porém, Marlius não se limitava a fazer a'gumas líricas referencias à terra que

nhece pessoalmente.

dietética.

antigos.

que, não fossem os compromissos para

, , 'Barreto (2) a grande solução será ado-

Antes de se chegar, porém, a conclu sões tão cruéis para com os produto.s nativos, grandes espíritos de sábios

viria terminar os dias numa fazenda do

[

a alimentação: "devemos trabalhar efe-

preocuparam-se a fundo com o aprovei

íjJ

tívamente deparabase, estabelecer como alimento sem quêo trigo isso repre-

ij I

verá constituir apenas alimentação acessória e forragem". Ou, como diz pouco

;

I I

sente o abandono da mandioca, que de-

a,ntes: "A farinha de mandioca, especialmente quando empobrecida pela indús

tamento da nossa natureza.

É bem

verdade que não dispunham dos elemen tos dos pesquisadores modernos. Fal tava-lhes, também, a experiência recente que, em dias correntes, tem levado a descobertas tão sensacionais.

É, pois, de interesse puramente his

tria, deve ser aos poucos banida".

tórico o comentário que aqui oferecemos

A preocupação de dar ao trigo o papel principal da alimentação se tem apoia-,

em tomo de um documento inédito de

do igualmente em argumentos históricos: tôdas as grandes civilizações se têm er

nosso arquivo.

Trata-se de uma carta

do nunca assás louvado sábio bavaro

Carlos Frederico Felipe von Martins.

guido sôbre a base de uma grande pro dução de trigo: a egípcia - a mesopo-

Retomado ao lar, inteiramente entregue

tãmica — e a européia - a norte-ame ricana. Pesa sôbre a miserável América

velho cientista pensava con.stantementc

do Sul a intimação" de resolver o proble ma do trigo. A necessidade de estudar, e solucio

nar este problema, apresenta agora uma (1) Í2)

Gilberto Freyre: Casa Grande & Senzala (l.® ed.). Rio, 1934. P. 21. Castro Barreto: Hábitos e Erros Alimenlares Brasileiros

— (in "Estu

dos Brasileiros" — Ano VII — Vol. jfin — Julho-Dezembro de 1944 — p.

269).

aos trabalhos científicos e à confecção da monumental "Flora Brasiliensis , o

cm sua segunda pátria. Corrcspondia-sc a miúde com brasileiros íluslro.s.

Entre

estes, mais que todos, com o mordomo do imperador, o conselheiro Paulo Bar bosa da Silva. Era êstc culto oficial de

engenharia antigo aluno da velha Aca demia Militar, na qual, segundo o an

tigo programa enciclopédico, fizera bons estudos de História Natural. Em 1827 "fôra Incumbido de acompanhar a impres são da "Flora Fluminense" de Frei

O célebre Liebig tratou cm seme lhante maneira duma amelhovaçao da arte de fazer o nosso pão de trigo.

teligente diretor do Passeio Público, o -

importância política jamais previ.sla pelos

[!j- tarmos realmente a base de trigo para

ácido fo.sfóricO etc.

palmilhara com tão grande ardor e cons ciência. Amava o Brasil profundamen te. Chegou mesmo um dia a declarar

com as últimas pesquisas no campo da

■f Segundo os estudos do dr. Castro

bônico e uma combinação cio álcaÜ.s e

com os governos e para com a ciência,

Brasil, especialmente na província do

Eu escrevi sôbre êste assunto ao in

sr. Glaziou, que V. Ex., sem dúvida, co

Peço que V. Ex. fale sôbre esta coisa

com S. M. o Imperador, que não tardará de julgar que até para uma campanha

Espírito Santo, cuja beleza maior o im-

militar seria conveniente procurar pao

prCvSsionara. O seu amor, porém, nianifestava-se pràticamente pela preocupa

substancial!

ção em acompanliar e, tanto quanto pos.sível, concorrer pura a solução dos pro blemas brasile'ros.

Vivia constantemen

te pedindo informações e materiais para pesquisas em torno de assuntos da terra.

Careço de experiência! Eu não passo a fazer por falta de material. Tenho a honra de saudar V. Ex. como

ao meu melhor amigo no Brasil, com coração férvido! "Vale et amare perge . Tuíssimum

Assim é que, em carta de 18 de fe

vereiro de 1868, aborda o problema do pão de mandioca, com as seguintes pa lavras que transladamos fielmente do original. Note-se que Martius timbra em-escrever em português, sempre claro, ainda que, dado o grande período sem contado com a linguagem falada, nem sempre a forma seja cor reta:

MARTIUKt'

Esta carta é um espelho da alma bo níssima e brasileiríssima do grande sá bio. Preocupado com o Brasil, enca rava até 0.S problemas militares da nossa 1' '

terra. Ao lado disso, porém, cauteloso da respon sabilidade

científica

quo

lhe pesava nos ombros, não ousa afirmar coisa alguma

"Munich. 18 de feverei ro de 1868. "Meu Exce

som

lentíssimo Senhor e amigo velho de coração. . . digo

periências.

a V. Ex., como o melhor

sar o que teria dito a res

patriota do Brasil, que te

peito o outio cientista re ferido, o francês A. Glaziou,

nho formado idéias para a

ler obtido

elementos

para maior tiúmero do o.x-

Seria interessante pesqui

confecção do "verdadeiro

que era então o diretor bo

pão" de farinha de man

tânico do Passeio Público,


TJ-

-T* ? I'««"V» -i

Dioesto

109

EcoNÓNaco

Conceição Vcloso. Perlencia à "Reg'a

dioca, por riieio de mistura com uma

O AáUo- ^ahtiuA e cs. pães. de mandíú'Ca

Sociotas Botânica Ralisboncnsis" e ou

por Américo Jacobina Lacomde

dente perfeitamente à altura de com

parle de "farelo moído" e em operando a elevação da pasta "sem" fermentação, só pela mistura com certos "sais", que produzem o desenvolvimento do gá.s car

O i-r. Américo Jacohitui Locomhe, tece

tadas ao colonizador do Brasil foi a radical mudança do sistema de alimen

interessantes e eruditos comentários em

tação, 'cuja base se deslocou, com sen

referente à confecção do verdadeiro pão

dioca". (1) O problema só ultimamen te vem sendo .equacionado de acordo

Era correspon

preender a honra que llie proporcionava

^MA das maiores dificuldades apresen sível "déficit", do trigo para a man

tras sociedades sábias.

torno de uma carta de

von

Marlius

da farinha de mandioca.

o grande sábio em .se expandir com quem chamava de .seu "maior amigo no Brasil". Como bom filho de uma raça prática, porém, Marlius não se limitava a fazer a'gumas líricas referencias à terra que

nhece pessoalmente.

dietética.

antigos.

que, não fossem os compromissos para

, , 'Barreto (2) a grande solução será ado-

Antes de se chegar, porém, a conclu sões tão cruéis para com os produto.s nativos, grandes espíritos de sábios

viria terminar os dias numa fazenda do

[

a alimentação: "devemos trabalhar efe-

preocuparam-se a fundo com o aprovei

íjJ

tívamente deparabase, estabelecer como alimento sem quêo trigo isso repre-

ij I

verá constituir apenas alimentação acessória e forragem". Ou, como diz pouco

;

I I

sente o abandono da mandioca, que de-

a,ntes: "A farinha de mandioca, especialmente quando empobrecida pela indús

tamento da nossa natureza.

É bem

verdade que não dispunham dos elemen tos dos pesquisadores modernos. Fal tava-lhes, também, a experiência recente que, em dias correntes, tem levado a descobertas tão sensacionais.

É, pois, de interesse puramente his

tria, deve ser aos poucos banida".

tórico o comentário que aqui oferecemos

A preocupação de dar ao trigo o papel principal da alimentação se tem apoia-,

em tomo de um documento inédito de

do igualmente em argumentos históricos: tôdas as grandes civilizações se têm er

nosso arquivo.

Trata-se de uma carta

do nunca assás louvado sábio bavaro

Carlos Frederico Felipe von Martins.

guido sôbre a base de uma grande pro dução de trigo: a egípcia - a mesopo-

Retomado ao lar, inteiramente entregue

tãmica — e a européia - a norte-ame ricana. Pesa sôbre a miserável América

velho cientista pensava con.stantementc

do Sul a intimação" de resolver o proble ma do trigo. A necessidade de estudar, e solucio

nar este problema, apresenta agora uma (1) Í2)

Gilberto Freyre: Casa Grande & Senzala (l.® ed.). Rio, 1934. P. 21. Castro Barreto: Hábitos e Erros Alimenlares Brasileiros

— (in "Estu

dos Brasileiros" — Ano VII — Vol. jfin — Julho-Dezembro de 1944 — p.

269).

aos trabalhos científicos e à confecção da monumental "Flora Brasiliensis , o

cm sua segunda pátria. Corrcspondia-sc a miúde com brasileiros íluslro.s.

Entre

estes, mais que todos, com o mordomo do imperador, o conselheiro Paulo Bar bosa da Silva. Era êstc culto oficial de

engenharia antigo aluno da velha Aca demia Militar, na qual, segundo o an

tigo programa enciclopédico, fizera bons estudos de História Natural. Em 1827 "fôra Incumbido de acompanhar a impres são da "Flora Fluminense" de Frei

O célebre Liebig tratou cm seme lhante maneira duma amelhovaçao da arte de fazer o nosso pão de trigo.

teligente diretor do Passeio Público, o -

importância política jamais previ.sla pelos

[!j- tarmos realmente a base de trigo para

ácido fo.sfóricO etc.

palmilhara com tão grande ardor e cons ciência. Amava o Brasil profundamen te. Chegou mesmo um dia a declarar

com as últimas pesquisas no campo da

■f Segundo os estudos do dr. Castro

bônico e uma combinação cio álcaÜ.s e

com os governos e para com a ciência,

Brasil, especialmente na província do

Eu escrevi sôbre êste assunto ao in

sr. Glaziou, que V. Ex., sem dúvida, co

Peço que V. Ex. fale sôbre esta coisa

com S. M. o Imperador, que não tardará de julgar que até para uma campanha

Espírito Santo, cuja beleza maior o im-

militar seria conveniente procurar pao

prCvSsionara. O seu amor, porém, nianifestava-se pràticamente pela preocupa

substancial!

ção em acompanliar e, tanto quanto pos.sível, concorrer pura a solução dos pro blemas brasile'ros.

Vivia constantemen

te pedindo informações e materiais para pesquisas em torno de assuntos da terra.

Careço de experiência! Eu não passo a fazer por falta de material. Tenho a honra de saudar V. Ex. como

ao meu melhor amigo no Brasil, com coração férvido! "Vale et amare perge . Tuíssimum

Assim é que, em carta de 18 de fe

vereiro de 1868, aborda o problema do pão de mandioca, com as seguintes pa lavras que transladamos fielmente do original. Note-se que Martius timbra em-escrever em português, sempre claro, ainda que, dado o grande período sem contado com a linguagem falada, nem sempre a forma seja cor reta:

MARTIUKt'

Esta carta é um espelho da alma bo níssima e brasileiríssima do grande sá bio. Preocupado com o Brasil, enca rava até 0.S problemas militares da nossa 1' '

terra. Ao lado disso, porém, cauteloso da respon sabilidade

científica

quo

lhe pesava nos ombros, não ousa afirmar coisa alguma

"Munich. 18 de feverei ro de 1868. "Meu Exce

som

lentíssimo Senhor e amigo velho de coração. . . digo

periências.

a V. Ex., como o melhor

sar o que teria dito a res

patriota do Brasil, que te

peito o outio cientista re ferido, o francês A. Glaziou,

nho formado idéias para a

ler obtido

elementos

para maior tiúmero do o.x-

Seria interessante pesqui

confecção do "verdadeiro

que era então o diretor bo

pão" de farinha de man

tânico do Passeio Público,


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dc que era conservador o íabelião Fran cisco José Fialho.

Não sabemos que resposta terá dado

às sugestões e pedidos do digno amigo o mordomo da Casa Imperial. Ma.s o incansável Martius não abandonou um assunto que o impressionara tanto, No

mesmo ano de 1868 dirigiu-se também ao germano-brasileiro Henrique Laem-

mert, o benemérito editor a quem o Brasil deve tantos benefícios e que se encontrava em Stultgart. Laemmert in

teressado pelo assunto, ouviu, por sua vez, outra notável figura que até hoje nao teve o destaque merecido: o dr

^Marcos Anlonio de Macedo

P O dr. Macedo, natural do Piauí, onde

T em 1808, bacharelara-se em di1 reito pela Faculdade de Olinda e estuj dara profundamente a química na Fran-

Dicí-;sto

Económicx)

M. A. de Macedo". Rio. 11. Tvacminert.

Outras plantas da borracha

s./d./in 8.". (4) Pela sua extrema raridade, Iranscrevcu-o, na íntegra, cm seu.s eruditos tx)-

por Gastáo CUUL.S

nientário.s às "Geórgícas Brasileiras" de Prudéncío cio Amaral e José Rocirigue.s de Melo, a srta. Regina Pirajá da Sil

COS e. assim, se'no alto Amazonas ela ^

VII

va. (.5)

jQEnois de falar das "Héveas" ou se

Os princípios fundamentais dos estu

ringueiras, que são, por excelência, as

dos de Martius estão contidos nesses

nielhores produtoras de borracha, ta-

períodos que vamos transcrever:

"Existem na farinha de pau os prin cípios azotados, mas em proporções mui pequenas.

Por conseguinte cjiicm com

ela quiser fabricar pão, segundo método racional, deverá por fôrça adicioná-las à farinha, obtida pela moagein rigorosa e

J

ino.s cVzcr alguma "coisa a re.speito do

pode ser encontrada ao lado das se ringueiras, na foz do rio jamais sera vista nas zonas aluvionais,

mciras se multiplicam com facilidade. Foi só na última década do século

(Uitras plantas cujo látex também tem sido aproveitado para o mesmo fim. Entre elas dc.staca-se, desde logo, a "Casli"ioa elastica", também uma árvore,

passado que se iniciou a c.xploraçao do eaiicho na Amazônia brasileira. Extratores penianos, que já exploravam o produto na república x^zinba, sobretudo

ma.s cia família das Moráceas.

no alto Ucaiaie, penetraram então em turritório nacional, pelos vales do Pu-

Por

pontual da mandioca. O farelo dc trigo

"cnucho" é conhecido o látex que dela

europeu contém ainda muilo.s destes

I ça, sob a direção de Dumas e PouiUet i Após seguir a magistratura e exercer al-

.se extrai, e ê.sse nome, de proveniência peruana, também se disseminou pela

rus e Juruá, onde a planta cobiçada tam

princípios juntos à fibra ou à substân cia celular da casca da semente.

Seria

Amazônia brasileira. A planta do cau-

'a época. pensa\ a-sc qim a Castilloa'

i guns cargos políticos no Ceará, reti-

portanto necessário moer o farelo e rc-

cho ou pé de caucho é fàcibnente rc-

] rou-se, por motivo de saúde, para a duzí-lo a pó fino, para poder misturá-lo

conhccí\-el entre as outras árvores da

I Europa, onde publicou diversos traba-

com a farinha de mandioca e produzir

floresta, devido às três ou quatro sa-

a verdadeira massa dc pão. Daí resul ta a necessidade de importar a farinlia

inferior do tronco — que se prolongam

lives.so o seu "habitat" restrito às terras firmes dos solos elevados. .Verificou-se mais tarde, entretanto, que muito maior era a sua tírea geográfica, que parece estender-se do Mé.xico sôbre toda a América Central e parte setentrional da

j Ihos científicos e colaborou na grande ! enciclopédia Larousse. Faleceu exata mente em Stuttgart em 1872.

Macedo, animado por Laemmert, es creveu, também, uma pequena e interes sante memória acêrca do tema, datada

de Stuttgart, 17 de março/de 1868. (3) Com estas duas peças, antecedidas de uma pequena introdução de sua lavra,

editou Laemniert um pequeno opúsculo^ sob o título: "Idéas sobre a Fabricaçãd

de farelo nos países tropicais, o que se

em extensas raízes, às vezes com 20

ria, em todos os casos, mais barato do

e 25 metros, dispostas à flor da terra.

América do Sul, com excepção taivez das

que a importação de trigo".

Um pouco menor do que a seringueira, pois que raramente ultrapassa 20 me

Guianas, e, só na Amazônia, iia-da base

São idéias superadas pela atual ciên cia da alimentação, mas merecem uma recordação no momento presente, como

homenagem a um verdadeiro sábio que sempre viu na ciência um instrumen

to para a mcllioria da .sorte do povo e

do Pão feito (If Farinha de Mandioca, para o progresso da nação que seguida.s dc uma apreciação pelo dr. siderava sua .segunda pátria. (^) E' cuno.ço que a carta de Martius

que dá origem à "memória" do dr' Macedo, esteja datada de abril dé infifl 1868.

popemas — e.xpansões tubu^ires na parte

bém meclra\'a em abundância. Por aque-

êlc con

tros de altura, a "Castilloa" tem o

tronco reto e cinzento c a copa pe

dos Andes ao vale do Tocantins.

A colheita do látex da "Castilloa" é

Suas folhas, entretanto, são

feita quase sempre com o sacrifício da própria árvore. Ê que só assim sejá

grandes, longas, dc uin belo verde, apre sentando-se ligeiramente felpudas e com

compensadora a sua exploração, pela maior quantidade do leite obtido, e

rebordo denteado.

porque o-produto jamais conseguirá os preços alcançados pela borracha das se

quena.

Ao contrário das héveas, o caucho é árvore de terra firme, dos terrenos se-

ringueiras. Os caucheiros desculpam-se

(4) Está mencionado na bibliografia do estudo de José Soares Dutra "Mar

tius" — Rio, 1942 — p. 110.

(5) Ed. da Academia 1941 — p. 240.

Brasileira.

Rio,

O hrilhauie atilOT da "líilcUt Amaz<)n\c(i'\ depoL- de dencrever ai nrvnre.i produdi'ea.1 da borraolui, a.i

IriiUi da "CiiòliUoa elostico", cujo UUex é co nhecido por "Caucho", c dà planta gomífera "BaJata", cujo produto é um látex de superior (fualidadc

élfi


110

dc que era conservador o íabelião Fran cisco José Fialho.

Não sabemos que resposta terá dado

às sugestões e pedidos do digno amigo o mordomo da Casa Imperial. Ma.s o incansável Martius não abandonou um assunto que o impressionara tanto, No

mesmo ano de 1868 dirigiu-se também ao germano-brasileiro Henrique Laem-

mert, o benemérito editor a quem o Brasil deve tantos benefícios e que se encontrava em Stultgart. Laemmert in

teressado pelo assunto, ouviu, por sua vez, outra notável figura que até hoje nao teve o destaque merecido: o dr

^Marcos Anlonio de Macedo

P O dr. Macedo, natural do Piauí, onde

T em 1808, bacharelara-se em di1 reito pela Faculdade de Olinda e estuj dara profundamente a química na Fran-

Dicí-;sto

Económicx)

M. A. de Macedo". Rio. 11. Tvacminert.

Outras plantas da borracha

s./d./in 8.". (4) Pela sua extrema raridade, Iranscrevcu-o, na íntegra, cm seu.s eruditos tx)-

por Gastáo CUUL.S

nientário.s às "Geórgícas Brasileiras" de Prudéncío cio Amaral e José Rocirigue.s de Melo, a srta. Regina Pirajá da Sil

COS e. assim, se'no alto Amazonas ela ^

VII

va. (.5)

jQEnois de falar das "Héveas" ou se

Os princípios fundamentais dos estu

ringueiras, que são, por excelência, as

dos de Martius estão contidos nesses

nielhores produtoras de borracha, ta-

períodos que vamos transcrever:

"Existem na farinha de pau os prin cípios azotados, mas em proporções mui pequenas.

Por conseguinte cjiicm com

ela quiser fabricar pão, segundo método racional, deverá por fôrça adicioná-las à farinha, obtida pela moagein rigorosa e

J

ino.s cVzcr alguma "coisa a re.speito do

pode ser encontrada ao lado das se ringueiras, na foz do rio jamais sera vista nas zonas aluvionais,

mciras se multiplicam com facilidade. Foi só na última década do século

(Uitras plantas cujo látex também tem sido aproveitado para o mesmo fim. Entre elas dc.staca-se, desde logo, a "Casli"ioa elastica", também uma árvore,

passado que se iniciou a c.xploraçao do eaiicho na Amazônia brasileira. Extratores penianos, que já exploravam o produto na república x^zinba, sobretudo

ma.s cia família das Moráceas.

no alto Ucaiaie, penetraram então em turritório nacional, pelos vales do Pu-

Por

pontual da mandioca. O farelo dc trigo

"cnucho" é conhecido o látex que dela

europeu contém ainda muilo.s destes

I ça, sob a direção de Dumas e PouiUet i Após seguir a magistratura e exercer al-

.se extrai, e ê.sse nome, de proveniência peruana, também se disseminou pela

rus e Juruá, onde a planta cobiçada tam

princípios juntos à fibra ou à substân cia celular da casca da semente.

Seria

Amazônia brasileira. A planta do cau-

'a época. pensa\ a-sc qim a Castilloa'

i guns cargos políticos no Ceará, reti-

portanto necessário moer o farelo e rc-

cho ou pé de caucho é fàcibnente rc-

] rou-se, por motivo de saúde, para a duzí-lo a pó fino, para poder misturá-lo

conhccí\-el entre as outras árvores da

I Europa, onde publicou diversos traba-

com a farinha de mandioca e produzir

floresta, devido às três ou quatro sa-

a verdadeira massa dc pão. Daí resul ta a necessidade de importar a farinlia

inferior do tronco — que se prolongam

lives.so o seu "habitat" restrito às terras firmes dos solos elevados. .Verificou-se mais tarde, entretanto, que muito maior era a sua tírea geográfica, que parece estender-se do Mé.xico sôbre toda a América Central e parte setentrional da

j Ihos científicos e colaborou na grande ! enciclopédia Larousse. Faleceu exata mente em Stuttgart em 1872.

Macedo, animado por Laemmert, es creveu, também, uma pequena e interes sante memória acêrca do tema, datada

de Stuttgart, 17 de março/de 1868. (3) Com estas duas peças, antecedidas de uma pequena introdução de sua lavra,

editou Laemniert um pequeno opúsculo^ sob o título: "Idéas sobre a Fabricaçãd

de farelo nos países tropicais, o que se

em extensas raízes, às vezes com 20

ria, em todos os casos, mais barato do

e 25 metros, dispostas à flor da terra.

América do Sul, com excepção taivez das

que a importação de trigo".

Um pouco menor do que a seringueira, pois que raramente ultrapassa 20 me

Guianas, e, só na Amazônia, iia-da base

São idéias superadas pela atual ciên cia da alimentação, mas merecem uma recordação no momento presente, como

homenagem a um verdadeiro sábio que sempre viu na ciência um instrumen

to para a mcllioria da .sorte do povo e

do Pão feito (If Farinha de Mandioca, para o progresso da nação que seguida.s dc uma apreciação pelo dr. siderava sua .segunda pátria. (^) E' cuno.ço que a carta de Martius

que dá origem à "memória" do dr' Macedo, esteja datada de abril dé infifl 1868.

popemas — e.xpansões tubu^ires na parte

bém meclra\'a em abundância. Por aque-

êlc con

tros de altura, a "Castilloa" tem o

tronco reto e cinzento c a copa pe

dos Andes ao vale do Tocantins.

A colheita do látex da "Castilloa" é

Suas folhas, entretanto, são

feita quase sempre com o sacrifício da própria árvore. Ê que só assim sejá

grandes, longas, dc uin belo verde, apre sentando-se ligeiramente felpudas e com

compensadora a sua exploração, pela maior quantidade do leite obtido, e

rebordo denteado.

porque o-produto jamais conseguirá os preços alcançados pela borracha das se

quena.

Ao contrário das héveas, o caucho é árvore de terra firme, dos terrenos se-

ringueiras. Os caucheiros desculpam-se

(4) Está mencionado na bibliografia do estudo de José Soares Dutra "Mar

tius" — Rio, 1942 — p. 110.

(5) Ed. da Academia 1941 — p. 240.

Brasileira.

Rio,

O hrilhauie atilOT da "líilcUt Amaz<)n\c(i'\ depoL- de dencrever ai nrvnre.i produdi'ea.1 da borraolui, a.i

IriiUi da "CiiòliUoa elostico", cujo UUex é co nhecido por "Caucho", c dà planta gomífera "BaJata", cujo produto é um látex de superior (fualidadc

élfi


v^.. ÜICtJiTO 1m:c)Ni>mic

DifíF.sTo Econômico

113

a "praiiclia" ou "bolacha" de caucho,

gar a 30 e 40 metros de altura e que

da por dentro, c cic cheiro muito desagradáivel. Diga-se que ein vez do sabão,,o suco

pelo menos bastante parecidos com os nossos delicioso.s sapotis, aliás também

de-certas lianas, da família das Leguininosas, também pode ser empregado como agente de coagidação.

O látex que se coagula espontâneame.nte sôbrc as feridas abertas no cau

le, é conhecido por "scrnambi" de cau cbo, ".scrap" dos ingleses, o ao contrá

^ j , dèüse vandalismo dizendo que as ár\'0'I res não resistem às sangrias sucessivas como se praticam nas hévcas, e, destar"te,. uma vez que estão condenadas à

morte, mellior será derrubá-las logo e cxtraír-Ihes integralmente o iálcx. Por outro lado, a ár\'ore tem crescimento rápido e, não raro, do pedaço de tronco que, na sua base, onde existem as sapopemas foi poupado ao machado, bro tam refilhos e, em pouco, a árvore es tará outra vez formada. De início a

árvore é sangrada ainda de pé, por meio de entalhes fundos e longos, prati cados no seu tronco, desde a altura a

que atinge o fio do machado até qufise ao solo, onde descansam as ti]c'as que irão receber o leite colhido, das feridas.

O leite da "Castilloa" coagula-se mais facilmente do que o das hévcas e ao cabo de uma meia hora já estará estan que o seu escoamento espontâneo. En

tão, sem perda de tempo, o caucheiro bota a árvore a baixo e faz-lhe, de es

rio do que sucede com o das héveas, é o seu tronco, apenas inclinado e sem

muito valorizado e procurado, pois que

descansar totalmente sobro o solo, per mita que, debaixo dele, repousando no chão, fiquem as cuias ou outros recipi

dc qualidade mais fina e contendo me nor quantidade dágua.

^ Na Amazôn-a, no auge da sua produ ção, 8 a 10% da borracha exportada erum constituídos por caucliu. Êste, po

entes cm que será recebido o látex.

Uma árvore bem formada, cujo tron co tenha de um u dois nielro.s de circun

rém, nunca atingiu mais de 7 a ^8 mil réis por quilo, quando a borracha chegou

ferência, pode dar até 50 litros de látex ou sejam uns 20 quilos de caucbo, de pois que o produto se acha bom sêco. Levado para a barraca, o látex é des

a ser vendida a 17.

Esta

de que o terreno seja do composição ar gilosa, o que quase sempre acontece nas

regiões em que vive a "Castilloa". É preciso que a mistura de látex e sabão seja continuamente batida e agitada.

Inglc.sa, onde a árvore é coiJiecída por "Buliet" ou "Bully-Tree" que, a partir das últimas décadas do século pas.sado. se incrementou a exjjortação da balata para a Europa. É que por essa época a indústria começ^ou a lirar maior

partido do produto americano, aproveitando-o para fins ^em que, até então, .só fora empregada a guta das índias, como .sejam o revestimento de fios e cabos elétricos, sobretudo o.s submarinos,

confecção de correias e polias, peças dc intrumcntal cirúrgico, solas de calçado, telhas para coberturas de casas, desde que fossem misturadas ;'

t

asbesto, e muitas oubas

utilidades, .sendo que t^m todos esses casos .superava a sua congênere do Vellio

nados fins, sobretudo fabri co de calçado.

era mais isolante, como re

Mundo, pois que não só sistia melhor às injúrias do tempo.

Na Amazônia brasileira,

Outra planta goniífera

entretanto, foi muito mais

da região amazônica é a "balata" ou "balatcira", cujo látex fornece um pro

duto que substitui com vantagem a

Com isto o caucbo vai-sc condensando

luo famôsa "guta-percha" do ExtremoOriente.

reúne numa massa úiVca, de côr branca,

da Venezuela, mas sobretudo na Guia-

goma da bé\ea, c o seu uso está restrito a determi

em pequenos coágu'os que o operador

paço a espaço, uns 60 centímetros entre cada, sôbre os grossos galhos e os tron-

da mesma família. Foi nas Guianas e terras confinantes

ta a mesma elasticidade da

tidade do sabão ordinário, que já fôra previamente dissolvido em água.

tem frutos, senão com o mesmo sabor,

É

que o caucbo não apresen

pejado numa grande bacia de fòiba e a * ele se vai juntando, aos poucos, a fim de acelerar-lhe a coagulação, certa quan operação pode também ser praticada numa cova aberta no próprio chão, des

é tanibéni uma Sapotácea. Trata-se <le grande e frondo.ca árvore, que pode che

"slab" ou "shcet" dos ingleses: um grande bloco com uns 60 quilos de peso, dc còr c.scura por fora e amarela

Embora pertencendo a gênero botâ

co.s, entalbe.s senii-circulares ou circula-

]>oro.sa, bastante vacuoluda, c (juc preci

nico diferente, a "balatu americana, ba-

res. O ideal será que a árvore, ao cair.

sará tlepoi.s ainda ser balida c cspreniidii

hllii \'eidadeira, balata mansa" nu "ba

permaneça com a sua parte superior

idrlieniento, pura que perca a muita água

apoiada a outra árvore, de tal modo que

quo continha. Só então estará formada

lata branca, Miinusops bidentata" D, C., como sua irmã do Arquipc'agü Níalaio,

tardia a sua e.xploraçiio.

Dependeu, em grande p;ir-

te, da desvalorização çla

quando surgiu nos mercados a sua concorrente do Oriente e era mv borracha,

ciso_ procurar outros produtos cuja ex

tração fòsse mais compensadora. For

outro lado, durante a pri^^^iru grande guerra eomeçou n h,ver escassL da guta c a Inchas, cada mais necessária as industrias bélicas, e por êsse tempo

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v^.. ÜICtJiTO 1m:c)Ni>mic

DifíF.sTo Econômico

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a "praiiclia" ou "bolacha" de caucho,

gar a 30 e 40 metros de altura e que

da por dentro, c cic cheiro muito desagradáivel. Diga-se que ein vez do sabão,,o suco

pelo menos bastante parecidos com os nossos delicioso.s sapotis, aliás também

de-certas lianas, da família das Leguininosas, também pode ser empregado como agente de coagidação.

O látex que se coagula espontâneame.nte sôbrc as feridas abertas no cau

le, é conhecido por "scrnambi" de cau cbo, ".scrap" dos ingleses, o ao contrá

^ j , dèüse vandalismo dizendo que as ár\'0'I res não resistem às sangrias sucessivas como se praticam nas hévcas, e, destar"te,. uma vez que estão condenadas à

morte, mellior será derrubá-las logo e cxtraír-Ihes integralmente o iálcx. Por outro lado, a ár\'ore tem crescimento rápido e, não raro, do pedaço de tronco que, na sua base, onde existem as sapopemas foi poupado ao machado, bro tam refilhos e, em pouco, a árvore es tará outra vez formada. De início a

árvore é sangrada ainda de pé, por meio de entalhes fundos e longos, prati cados no seu tronco, desde a altura a

que atinge o fio do machado até qufise ao solo, onde descansam as ti]c'as que irão receber o leite colhido, das feridas.

O leite da "Castilloa" coagula-se mais facilmente do que o das hévcas e ao cabo de uma meia hora já estará estan que o seu escoamento espontâneo. En

tão, sem perda de tempo, o caucheiro bota a árvore a baixo e faz-lhe, de es

rio do que sucede com o das héveas, é o seu tronco, apenas inclinado e sem

muito valorizado e procurado, pois que

descansar totalmente sobro o solo, per mita que, debaixo dele, repousando no chão, fiquem as cuias ou outros recipi

dc qualidade mais fina e contendo me nor quantidade dágua.

^ Na Amazôn-a, no auge da sua produ ção, 8 a 10% da borracha exportada erum constituídos por caucliu. Êste, po

entes cm que será recebido o látex.

Uma árvore bem formada, cujo tron co tenha de um u dois nielro.s de circun

rém, nunca atingiu mais de 7 a ^8 mil réis por quilo, quando a borracha chegou

ferência, pode dar até 50 litros de látex ou sejam uns 20 quilos de caucbo, de pois que o produto se acha bom sêco. Levado para a barraca, o látex é des

a ser vendida a 17.

Esta

de que o terreno seja do composição ar gilosa, o que quase sempre acontece nas

regiões em que vive a "Castilloa". É preciso que a mistura de látex e sabão seja continuamente batida e agitada.

Inglc.sa, onde a árvore é coiJiecída por "Buliet" ou "Bully-Tree" que, a partir das últimas décadas do século pas.sado. se incrementou a exjjortação da balata para a Europa. É que por essa época a indústria começ^ou a lirar maior

partido do produto americano, aproveitando-o para fins ^em que, até então, .só fora empregada a guta das índias, como .sejam o revestimento de fios e cabos elétricos, sobretudo o.s submarinos,

confecção de correias e polias, peças dc intrumcntal cirúrgico, solas de calçado, telhas para coberturas de casas, desde que fossem misturadas ;'

t

asbesto, e muitas oubas

utilidades, .sendo que t^m todos esses casos .superava a sua congênere do Vellio

nados fins, sobretudo fabri co de calçado.

era mais isolante, como re

Mundo, pois que não só sistia melhor às injúrias do tempo.

Na Amazônia brasileira,

Outra planta goniífera

entretanto, foi muito mais

da região amazônica é a "balata" ou "balatcira", cujo látex fornece um pro

duto que substitui com vantagem a

Com isto o caucbo vai-sc condensando

luo famôsa "guta-percha" do ExtremoOriente.

reúne numa massa úiVca, de côr branca,

da Venezuela, mas sobretudo na Guia-

goma da bé\ea, c o seu uso está restrito a determi

em pequenos coágu'os que o operador

paço a espaço, uns 60 centímetros entre cada, sôbre os grossos galhos e os tron-

da mesma família. Foi nas Guianas e terras confinantes

ta a mesma elasticidade da

tidade do sabão ordinário, que já fôra previamente dissolvido em água.

tem frutos, senão com o mesmo sabor,

É

que o caucbo não apresen

pejado numa grande bacia de fòiba e a * ele se vai juntando, aos poucos, a fim de acelerar-lhe a coagulação, certa quan operação pode também ser praticada numa cova aberta no próprio chão, des

é tanibéni uma Sapotácea. Trata-se <le grande e frondo.ca árvore, que pode che

"slab" ou "shcet" dos ingleses: um grande bloco com uns 60 quilos de peso, dc còr c.scura por fora e amarela

Embora pertencendo a gênero botâ

co.s, entalbe.s senii-circulares ou circula-

]>oro.sa, bastante vacuoluda, c (juc preci

nico diferente, a "balatu americana, ba-

res. O ideal será que a árvore, ao cair.

sará tlepoi.s ainda ser balida c cspreniidii

hllii \'eidadeira, balata mansa" nu "ba

permaneça com a sua parte superior

idrlieniento, pura que perca a muita água

apoiada a outra árvore, de tal modo que

quo continha. Só então estará formada

lata branca, Miinusops bidentata" D, C., como sua irmã do Arquipc'agü Níalaio,

tardia a sua e.xploraçiio.

Dependeu, em grande p;ir-

te, da desvalorização çla

quando surgiu nos mercados a sua concorrente do Oriente e era mv borracha,

ciso_ procurar outros produtos cuja ex

tração fòsse mais compensadora. For

outro lado, durante a pri^^^iru grande guerra eomeçou n h,ver escassL da guta c a Inchas, cada mais necessária as industrias bélicas, e por êsse tempo

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l')ic icsTtj Econômico

passou-sf a consumir, c-m larga escala, o

extravasado das feridas.

látex das haUiteiras aineritanas.

cessos são mais ou menos iguais aos já

I'i que i>s pro

A halala verdadeira, a "Mímusops bi-

referidos eni relação às seringueiras e

dentíüa" a que já }U)S referimos, existe também cm teiTitório brasPciro, embora, entre nós, não pareça tão almndante co

ao caucho. Apenas, no caso das halalci-

h

mo nas florestas guianenscs. De prefe

rência, ela será encontrada nas regiões altas, de solo seco e pedregoso, dos afluentes amazônicos da margem esquer da, principalmente nos vales do rio

Brancí) e outros afluentes do rio Negro. Em compensação, nessa mesma bacia do

Amazonas existem muitas outras árvores, mc!/na família das Sapotaceas, como a.; maçarandubas, maparajubas e as abioranar, ty;das produtoras de abundante látex que, se nem sempre com as me.çnias quaidades do que é fornecido por

ras, como se trate de áiAore.s imiilo mais

altas, quase sempre o Iraballuulor. arma do de aguçados esporões inetálicns do lado interno dos calcanhares, c com o

Quando êle apareceu, num lugar qual

auxílio de cordas, sobe-lhcs pelo tronco

quer da Mancha, já alcançando os cin

acima, a fim de começar bem alto os entallics na casca. Por,outro lado, para

siasmos do Renascimento. Por toda parte

recolher o látex, cm vez de tijclinlias dc

se respirava energia e fôrça. O homem

era de tal modo arrogante e pretensioso

res, feitas com palha dc palmeira ou, en

que, pondo dú\'idas muitas vêzes sobre ,

tão, saquinhos dc pano, impermeabiliza dos com o próprio 'cite das balateíras. Uma boa árvore, cm pleno descn\-ol-

tece com o leite das seringueiras e do

"Lucunia" e "Ecclinusa") é conhecida no Amazonas por "ucuciuiraua" e no

trator, também

nunca espera por isso." Em grandes ba cias de folha, o, produto recém-eolhidc é levado ao fogo, onclc, sempre agitado, e à medida que ^'ai perdendo a água, se transforma num grande IjIoco de colora ção escura, quase arroxcacla.

P que faz a balata tão procurada ó que ela, como a guta-percha, u plástica, mas não é elástica. Estas .sao qualida

des que justamente não pos.sui a borra

para esgotá-lo de uma só vez. Diga-se

cha, nada plástica e extremamente elás tica. Diga-se, para concluir, que a ba'ata, como a guta, só se torna plástica quando aquecida ao fogo ou imersa em

Com isto o extrator ganancioso buscava

suprir pela quantidade o que não lhe pocleVia dar a quaMdade do produto. Não liemos repetir injiii o que já disse mos a jcspeihj da iiiaiieira por que se

golpeiam as árvores e se recolhe o látex

por CÂNDIDO Mota Filho

água çuente, e que, pelo resfriamento, ■ logo volta ao seu estado de diireza pri mitiva, mas sem se tornar quebradiça ou

perder qualquer das suas qualidadc.s ori ginais. Daí a rii/ãü por (|iic a bulala .si- lormi lão útil p.ira sei' enrolada em liilltas. tiançada em cordas ou esticada cm fiys.

ca do poder humano. Vivia-se a época da p'enitude das descobertas c dos in\ entos. Começavam, de fato, a surgir

a.': grandes figuras maquiavélicas, os grandes falcões de caça. O seu próprio criador, don Miguel de Cervantes, fazia parte dessa família descomunal. A sua

pc ^on

chamado "bulateiro",

u maneira do que se faz na seringueiras,

pelas nossas autoridades fiscais, só era aplicado nas plantas de látex depreciado.

A consciência econômica de Quixoie

Mas o ex-

como derrubando brutalmente o vegetal, qiio ésle último processo, hoje total mente condenado e mesmo proibido

caucho, só se coagula muito lentamente, ao cabo de 15 a 20 dias.

meio de pequenas e sucessivas sangrias,

Unamuno

Uen Quixoto y Sancho)

Êste, ao contrário do que acon

veniente de algumas abioranas (gêneros

A collieíta do látex das balatas tanto

(^liguei

própria, pode dar de 8 a 10 litros de

ção no comércio.

se pratica com a árvore de pé, por

a existência de Deus, não duvidara nun

vimento e quando sangrada na estação látex.

Pará por "coquirana" e, segundo já foi apurado, não contém mais de 20 a 40% de guta, quando na balata verdadeira esta riqueza sobe a 80%.

qüenta, o mundo se iluminava nos entu

fôlhas de Flandrcs, usam-sc outras, maio

aquela, consegue, contudo, boa coloca

A bulata inferior, quase semprè pro

pela fantasia c o sonho, estropiado c ri-díciilo, incompatível, por todos o.t lí" tuios, com a rea idade, como pode respi rar nos dias de hoje, onde parece de finhar a olhos vistos, a flor inqir'eta c clc'icada da poesia? í

entre as dificuldades dos nossos

chas, reaJizaram-se as comemorações dc Cervantes. Êle foi lembrado no seu gemo, na sua arte, nos seus sofrimen

tos e sonhos. A sua e.xtraordinária cria

tura, que é Don Quixote, viveu suas grandes horas, em discursos, conferências

1

e artigos. E se mostrou, na consciência

vida não é a de um escritor. É seme

lhante à de Camões, a de um "homem novo", de um "condottiere", de um • a\'enturciro enfim, com altos e baLxos, —

ferido na batalha de Lepanto, preso em Argel, pobre em Madrid, incompreen dido em toda a Espanlia. Cervantes, pelas aventuras e, principalmenté, pelas desventuras, sente no

contemporânea, mais vivo do que nunca! rosto o vento dos climas da vida mo Foi êle, com efeito, quem abriu os derna. Daí a sua criatura, o pobre fi caminho.s do niunclo moderno. Êlc é o dalgo manchego, que, com.todos os seus anunciador do no\o comportamento hu (le.satino.s, sabia ver, o que o.s outros mano, o arauto da nova era -burguesa,

pondo lêrmo^ ao encantado mundo das

nao \nam, principalmente as novas for

c-avuiarias. E é êle, principalmente, por pertencer ao seu .século e por pertencer

burguês.

mas do mundo, que é o do mundo

Assim, Quixote não é dc um fantasio so mundo romântico. 0.s cascos do Rodante do homem universal, daque'c que, cinante não batiam apenas nas pedras na variedade dos tempos, mostrou sem das ruelas medievais das cidades de Es pre a mesma caderneta de identificação. panha e cercanias. Êle talhava mundos ' A primeira vista, entretanto, não há diferentes. ,Ia, como os heróis de Ca oiitrossim ao nosso século, o símbolo an-

como colocar-se "Don Quixote" nesse

quadro. Êsse pobre louco que andou

mões, "por mares nunca dantes na\'egados".


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l')ic icsTtj Econômico

passou-sf a consumir, c-m larga escala, o

extravasado das feridas.

látex das haUiteiras aineritanas.

cessos são mais ou menos iguais aos já

I'i que i>s pro

A halala verdadeira, a "Mímusops bi-

referidos eni relação às seringueiras e

dentíüa" a que já }U)S referimos, existe também cm teiTitório brasPciro, embora, entre nós, não pareça tão almndante co

ao caucho. Apenas, no caso das halalci-

h

mo nas florestas guianenscs. De prefe

rência, ela será encontrada nas regiões altas, de solo seco e pedregoso, dos afluentes amazônicos da margem esquer da, principalmente nos vales do rio

Brancí) e outros afluentes do rio Negro. Em compensação, nessa mesma bacia do

Amazonas existem muitas outras árvores, mc!/na família das Sapotaceas, como a.; maçarandubas, maparajubas e as abioranar, ty;das produtoras de abundante látex que, se nem sempre com as me.çnias quaidades do que é fornecido por

ras, como se trate de áiAore.s imiilo mais

altas, quase sempre o Iraballuulor. arma do de aguçados esporões inetálicns do lado interno dos calcanhares, c com o

Quando êle apareceu, num lugar qual

auxílio de cordas, sobe-lhcs pelo tronco

quer da Mancha, já alcançando os cin

acima, a fim de começar bem alto os entallics na casca. Por,outro lado, para

siasmos do Renascimento. Por toda parte

recolher o látex, cm vez de tijclinlias dc

se respirava energia e fôrça. O homem

era de tal modo arrogante e pretensioso

res, feitas com palha dc palmeira ou, en

que, pondo dú\'idas muitas vêzes sobre ,

tão, saquinhos dc pano, impermeabiliza dos com o próprio 'cite das balateíras. Uma boa árvore, cm pleno descn\-ol-

tece com o leite das seringueiras e do

"Lucunia" e "Ecclinusa") é conhecida no Amazonas por "ucuciuiraua" e no

trator, também

nunca espera por isso." Em grandes ba cias de folha, o, produto recém-eolhidc é levado ao fogo, onclc, sempre agitado, e à medida que ^'ai perdendo a água, se transforma num grande IjIoco de colora ção escura, quase arroxcacla.

P que faz a balata tão procurada ó que ela, como a guta-percha, u plástica, mas não é elástica. Estas .sao qualida

des que justamente não pos.sui a borra

para esgotá-lo de uma só vez. Diga-se

cha, nada plástica e extremamente elás tica. Diga-se, para concluir, que a ba'ata, como a guta, só se torna plástica quando aquecida ao fogo ou imersa em

Com isto o extrator ganancioso buscava

suprir pela quantidade o que não lhe pocleVia dar a quaMdade do produto. Não liemos repetir injiii o que já disse mos a jcspeihj da iiiaiieira por que se

golpeiam as árvores e se recolhe o látex

por CÂNDIDO Mota Filho

água çuente, e que, pelo resfriamento, ■ logo volta ao seu estado de diireza pri mitiva, mas sem se tornar quebradiça ou

perder qualquer das suas qualidadc.s ori ginais. Daí a rii/ãü por (|iic a bulala .si- lormi lão útil p.ira sei' enrolada em liilltas. tiançada em cordas ou esticada cm fiys.

ca do poder humano. Vivia-se a época da p'enitude das descobertas c dos in\ entos. Começavam, de fato, a surgir

a.': grandes figuras maquiavélicas, os grandes falcões de caça. O seu próprio criador, don Miguel de Cervantes, fazia parte dessa família descomunal. A sua

pc ^on

chamado "bulateiro",

u maneira do que se faz na seringueiras,

pelas nossas autoridades fiscais, só era aplicado nas plantas de látex depreciado.

A consciência econômica de Quixoie

Mas o ex-

como derrubando brutalmente o vegetal, qiio ésle último processo, hoje total mente condenado e mesmo proibido

caucho, só se coagula muito lentamente, ao cabo de 15 a 20 dias.

meio de pequenas e sucessivas sangrias,

Unamuno

Uen Quixoto y Sancho)

Êste, ao contrário do que acon

veniente de algumas abioranas (gêneros

A collieíta do látex das balatas tanto

(^liguei

própria, pode dar de 8 a 10 litros de

ção no comércio.

se pratica com a árvore de pé, por

a existência de Deus, não duvidara nun

vimento e quando sangrada na estação látex.

Pará por "coquirana" e, segundo já foi apurado, não contém mais de 20 a 40% de guta, quando na balata verdadeira esta riqueza sobe a 80%.

qüenta, o mundo se iluminava nos entu

fôlhas de Flandrcs, usam-sc outras, maio

aquela, consegue, contudo, boa coloca

A bulata inferior, quase semprè pro

pela fantasia c o sonho, estropiado c ri-díciilo, incompatível, por todos o.t lí" tuios, com a rea idade, como pode respi rar nos dias de hoje, onde parece de finhar a olhos vistos, a flor inqir'eta c clc'icada da poesia? í

entre as dificuldades dos nossos

chas, reaJizaram-se as comemorações dc Cervantes. Êle foi lembrado no seu gemo, na sua arte, nos seus sofrimen

tos e sonhos. A sua e.xtraordinária cria

tura, que é Don Quixote, viveu suas grandes horas, em discursos, conferências

1

e artigos. E se mostrou, na consciência

vida não é a de um escritor. É seme

lhante à de Camões, a de um "homem novo", de um "condottiere", de um • a\'enturciro enfim, com altos e baLxos, —

ferido na batalha de Lepanto, preso em Argel, pobre em Madrid, incompreen dido em toda a Espanlia. Cervantes, pelas aventuras e, principalmenté, pelas desventuras, sente no

contemporânea, mais vivo do que nunca! rosto o vento dos climas da vida mo Foi êle, com efeito, quem abriu os derna. Daí a sua criatura, o pobre fi caminho.s do niunclo moderno. Êlc é o dalgo manchego, que, com.todos os seus anunciador do no\o comportamento hu (le.satino.s, sabia ver, o que o.s outros mano, o arauto da nova era -burguesa,

pondo lêrmo^ ao encantado mundo das

nao \nam, principalmente as novas for

c-avuiarias. E é êle, principalmente, por pertencer ao seu .século e por pertencer

burguês.

mas do mundo, que é o do mundo

Assim, Quixote não é dc um fantasio so mundo romântico. 0.s cascos do Rodante do homem universal, daque'c que, cinante não batiam apenas nas pedras na variedade dos tempos, mostrou sem das ruelas medievais das cidades de Es pre a mesma caderneta de identificação. panha e cercanias. Êle talhava mundos ' A primeira vista, entretanto, não há diferentes. ,Ia, como os heróis de Ca oiitrossim ao nosso século, o símbolo an-

como colocar-se "Don Quixote" nesse

quadro. Êsse pobre louco que andou

mões, "por mares nunca dantes na\'egados".


7

•» •,

Dicksto Econômico

116

o herói manchego provém evidenle-

pobres.

E mesmo, figuras de prol c

inente das entranhas medievais. Em seus

altos dignitários da Igreja que não escon

117

DfCRsTo Econômico

>aui vez, esses Medicis, cercados dc artis

Qiiixüte já é um fidalgo que perdeu a notícia de sua linhagem. E era, sobretu

gostos e em suas atitudes está o cava-

dem, nos apelos que fazem aos burgue

leho das grandes atitudes, amoroso e

ses endinheirados, as suas aperluras. Pois

tas e eruditos? Quem era esse Jacob Fuggars, que conversava com Carlos V, como se fosse de sua linhagem? Nin

(lií.sprendido. É um velho crente dc seu

os Mcdieis não forneciam dinheiro para •

guém sabia. Ninguém explicava. Esta-

]!)eus, de sua honra e de sua dama. Mas

os papas e para os príncipes? Pois os Fuggars não estavam socorrendo os prín

\a, de fato, aparecendo, um homem novo, vindo de não sei onde, cheio de si, con

brota el manantial de sus vidos y u n

cipes e papas?

fiante, realista, objetivo, que iTansforma-

A terra que alimentava a Quixote era

va, a olhos vistos, u teoria do poder por direito divino, numa teoria do poder,

também uma terra pobre. Era, para êle,

rumo dos acontecimentos, das perspec

tivas abertas pelas descobertas maríti

pela acumulação da riqueza.

pessoalmente pobre, numa terra pobre, era também fisicamente pobre, "seco de

o que o separa do medievalisino é o seu escudeiro. Sancho serve para mostrar í^uc êle não é só de seu século, mas dc um novo capítulo da história, ofercccn-

d«), aos trotes dc sua mula, o quadro das novas preocupações.

Vivia Quixote numa sociedade de pri> ilógios. E esses privilégios não consti tuíam escândalo. Eram normais e cons-

(unte.s, aceito.s e proclamados. Os ccná-

jios de Quixote não se erguiam por sobre •ivergências econômicas, porque tudo es lava feito, de conformidade com os pre ceitos de Santo Tomás, com péso e me dida, para a realização de devercs "erga sv, erga alius, erga Deum". O dinheiro

iião se multiplicava pelo trabalho ou pela (xjiloração do homem pelo homem, mas jielos acertos e disposições do direito

Êstcs magnatas, em conseqüência do mas, estão metidos em grandes empresas. -

Iniciava-se assim, com esse calor e êsse

Fundam companhias. Inventam empre

colorido, a época dos empreendimentos,

endimentos. Alargam os negócios. E os seus promotores não se apresentam, dian

que Schmoller classifica como de uma no

te das Cortes recurvados e .submis.sos, senão altivos c dc.sdenhosos, como se ti

vessem a correr no sangue as indiscutí veis virtudes da fidalguia.

Antes que D. Quixote saisse da pena de Cervanlcs, já estas transformações se

faziam, já as grandes casas de negócio e as grandes empresas se formavam no

va aristocracia ativa e operante, que sabe o \ alor da especulação comercial e tem a capacidade caracterizada para a orga nização dos negócios. Ela vive, acrescen ta Scbmoller, na persuasão de que o mundo moderno lhe pertence e que, com o seu dinlieiro, podo fazer muito, se não puder fazer tudo.

Começam a desaparecer por esse tem

do, um fidalgo pobre. "La pobreza de nuestro hidalgo estriba Ia más de su ^•ida, como de Ia pobreza de su pueb.o par de, sus virtudes".

i

e não para o seu tempo. E Quixote cames, enjuto de rostro". Há assim, em tômo dêle, isto é, em

tôrno do homem li\Te, porque Quixote representa o homem livre, — a preocupa

ção da pobreza em todos os sentidos. Co mo poderá viver um homem !i\'re, quan do, para ser li\Te, numa sociedade fecha da por preconceitos arcaicos, precisa ser pobre?

Para isso, para responder a essa af.itiva pergunta, que tantos dissabores e de

norte da Alemanha, na Inglaterra, na

po os favoritos da ordem monárquica, o

Holanda, em Portugal e na Itália. E

nepotismo consagrado, para surgir os fa

se desdobrou em duas figiuas, isto é, fez

voritos da fortuna.

com que sua vida só se tornasse possível

sentendimentos dera a Cervantes, Quixote

O econômico não

Ccrvantes, mal saído de sua

era, como é hoje, um aspecto

nieninicc, em Madrid, sabia

E é justamente no insensato Quixote,

ao lado do rechonchudo Sancho. Assim,

predominante do real. Como

perceber, nos faustos da Cor

que \nvia, como um tonto, no mundo da

' iiüs mostra Mário Alberti, dos

antes de sair para suas aventuras, foi abastecer-se e arranjar seu escudeiro. E

(ibino,

te, o desabrochar de uma no

lua, é que surgia, pela primeira vez, a

trinta séculos de história eco

va era.

consciência real dêssc novo estado de

assim saiu para elas certo de ^ue não

nômica do mundo civilizado,

abarrotadas de gente, assim

era possível liberdade sem a posse pes

^•inte e nove refietem o qua dro da disciplina intervencionista do príncipe! Assim, vi\-ia a velha Europa num sis

como as estradas e os por

co{sa.s. Os sensatos não viam coisa algu ma. Os conformados também. Mas Qui

tema econômico de classes e

categorias, de ordens e siiboi-dinações. Porém, tudo isso começa a

As ruas estavam

(ia ustúcia, coino (queria Ma-

quiuvel. Quem era afinal Jú-

aliás, bem pronunciada essa tendência.

"Simon Pedro de nuestro caballero", co mo o chama Unamuno i- c-omo, de falo,

lio H? Donde provinha esse

Unamuno, no sou desamor às pretensões

o pintou 6- o animou Ccrvantes, — é o

príncipe César Bórgia, chefe de tropa,

novo homem que edifica o mundo, sení

humanistas, da mesma forma que os Me-

rao!onalistas, no seu inquieto existencialismo, nãò só enaltece a capacidade cria dora da loucura de Quixote, como as condições em que êle penetra na vida, com as primeiras luzes do moder

as grandes audácias dos flibusteiros, ma rcantes, descobridores, conquistadores das

dicis de Florença? Donde vinham, por

nismo.

índias e dominadores da América.

O Henascimento era a

ambição antes de tudo' a

possibilidade do privilégio surgir pelo direito da força c mm. lAfOlJVÃ rvcGiít CIVffeAVrVSTA',

dc.sagregar-se. Os grandes senhores, prín cipes, barões e condestáveis, começam a

espécie de falcão de caça, lascivo e bru-,

sentir em tôrno de seus castelos ou ao

tal, que derrubava touros bravios em

(leiredor de seus privilégios, dificuldades até então desconhecidas.

Êles já po

dem distinguli- fidalgos ricos e fidalgos

soal de certos bens tenenos. Sancho, de

xote, por ser louco, é quem podia prefigurar as novas exigências da "vida. No admirável retrato dele traçado por Miguel Unamuno, no seu primoroso en saio — "Don Quixote y Sancho", está,

tos.

praça pública e conversava sobre temas /

fato, representa a nova preocupação, que é a preocupação econômica, o homem liM"e econòmicamente, mercê de suas em presas e miciativas. O carnal Sancho. o

horror aos bens materiais, aquele que conserta, em forma ordenada e fecunda,


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Dicksto Econômico

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o herói manchego provém evidenle-

pobres.

E mesmo, figuras de prol c

inente das entranhas medievais. Em seus

altos dignitários da Igreja que não escon

117

DfCRsTo Econômico

>aui vez, esses Medicis, cercados dc artis

Qiiixüte já é um fidalgo que perdeu a notícia de sua linhagem. E era, sobretu

gostos e em suas atitudes está o cava-

dem, nos apelos que fazem aos burgue

leho das grandes atitudes, amoroso e

ses endinheirados, as suas aperluras. Pois

tas e eruditos? Quem era esse Jacob Fuggars, que conversava com Carlos V, como se fosse de sua linhagem? Nin

(lií.sprendido. É um velho crente dc seu

os Mcdieis não forneciam dinheiro para •

guém sabia. Ninguém explicava. Esta-

]!)eus, de sua honra e de sua dama. Mas

os papas e para os príncipes? Pois os Fuggars não estavam socorrendo os prín

\a, de fato, aparecendo, um homem novo, vindo de não sei onde, cheio de si, con

brota el manantial de sus vidos y u n

cipes e papas?

fiante, realista, objetivo, que iTansforma-

A terra que alimentava a Quixote era

va, a olhos vistos, u teoria do poder por direito divino, numa teoria do poder,

também uma terra pobre. Era, para êle,

rumo dos acontecimentos, das perspec

tivas abertas pelas descobertas maríti

pela acumulação da riqueza.

pessoalmente pobre, numa terra pobre, era também fisicamente pobre, "seco de

o que o separa do medievalisino é o seu escudeiro. Sancho serve para mostrar í^uc êle não é só de seu século, mas dc um novo capítulo da história, ofercccn-

d«), aos trotes dc sua mula, o quadro das novas preocupações.

Vivia Quixote numa sociedade de pri> ilógios. E esses privilégios não consti tuíam escândalo. Eram normais e cons-

(unte.s, aceito.s e proclamados. Os ccná-

jios de Quixote não se erguiam por sobre •ivergências econômicas, porque tudo es lava feito, de conformidade com os pre ceitos de Santo Tomás, com péso e me dida, para a realização de devercs "erga sv, erga alius, erga Deum". O dinheiro

iião se multiplicava pelo trabalho ou pela (xjiloração do homem pelo homem, mas jielos acertos e disposições do direito

Êstcs magnatas, em conseqüência do mas, estão metidos em grandes empresas. -

Iniciava-se assim, com esse calor e êsse

Fundam companhias. Inventam empre

colorido, a época dos empreendimentos,

endimentos. Alargam os negócios. E os seus promotores não se apresentam, dian

que Schmoller classifica como de uma no

te das Cortes recurvados e .submis.sos, senão altivos c dc.sdenhosos, como se ti

vessem a correr no sangue as indiscutí veis virtudes da fidalguia.

Antes que D. Quixote saisse da pena de Cervanlcs, já estas transformações se

faziam, já as grandes casas de negócio e as grandes empresas se formavam no

va aristocracia ativa e operante, que sabe o \ alor da especulação comercial e tem a capacidade caracterizada para a orga nização dos negócios. Ela vive, acrescen ta Scbmoller, na persuasão de que o mundo moderno lhe pertence e que, com o seu dinlieiro, podo fazer muito, se não puder fazer tudo.

Começam a desaparecer por esse tem

do, um fidalgo pobre. "La pobreza de nuestro hidalgo estriba Ia más de su ^•ida, como de Ia pobreza de su pueb.o par de, sus virtudes".

i

e não para o seu tempo. E Quixote cames, enjuto de rostro". Há assim, em tômo dêle, isto é, em

tôrno do homem li\Te, porque Quixote representa o homem livre, — a preocupa

ção da pobreza em todos os sentidos. Co mo poderá viver um homem !i\'re, quan do, para ser li\Te, numa sociedade fecha da por preconceitos arcaicos, precisa ser pobre?

Para isso, para responder a essa af.itiva pergunta, que tantos dissabores e de

norte da Alemanha, na Inglaterra, na

po os favoritos da ordem monárquica, o

Holanda, em Portugal e na Itália. E

nepotismo consagrado, para surgir os fa

se desdobrou em duas figiuas, isto é, fez

voritos da fortuna.

com que sua vida só se tornasse possível

sentendimentos dera a Cervantes, Quixote

O econômico não

Ccrvantes, mal saído de sua

era, como é hoje, um aspecto

nieninicc, em Madrid, sabia

E é justamente no insensato Quixote,

ao lado do rechonchudo Sancho. Assim,

predominante do real. Como

perceber, nos faustos da Cor

que \nvia, como um tonto, no mundo da

' iiüs mostra Mário Alberti, dos

antes de sair para suas aventuras, foi abastecer-se e arranjar seu escudeiro. E

(ibino,

te, o desabrochar de uma no

lua, é que surgia, pela primeira vez, a

trinta séculos de história eco

va era.

consciência real dêssc novo estado de

assim saiu para elas certo de ^ue não

nômica do mundo civilizado,

abarrotadas de gente, assim

era possível liberdade sem a posse pes

^•inte e nove refietem o qua dro da disciplina intervencionista do príncipe! Assim, vi\-ia a velha Europa num sis

como as estradas e os por

co{sa.s. Os sensatos não viam coisa algu ma. Os conformados também. Mas Qui

tema econômico de classes e

categorias, de ordens e siiboi-dinações. Porém, tudo isso começa a

As ruas estavam

(ia ustúcia, coino (queria Ma-

quiuvel. Quem era afinal Jú-

aliás, bem pronunciada essa tendência.

"Simon Pedro de nuestro caballero", co mo o chama Unamuno i- c-omo, de falo,

lio H? Donde provinha esse

Unamuno, no sou desamor às pretensões

o pintou 6- o animou Ccrvantes, — é o

príncipe César Bórgia, chefe de tropa,

novo homem que edifica o mundo, sení

humanistas, da mesma forma que os Me-

rao!onalistas, no seu inquieto existencialismo, nãò só enaltece a capacidade cria dora da loucura de Quixote, como as condições em que êle penetra na vida, com as primeiras luzes do moder

as grandes audácias dos flibusteiros, ma rcantes, descobridores, conquistadores das

dicis de Florença? Donde vinham, por

nismo.

índias e dominadores da América.

O Henascimento era a

ambição antes de tudo' a

possibilidade do privilégio surgir pelo direito da força c mm. lAfOlJVÃ rvcGiít CIVffeAVrVSTA',

dc.sagregar-se. Os grandes senhores, prín cipes, barões e condestáveis, começam a

espécie de falcão de caça, lascivo e bru-,

sentir em tôrno de seus castelos ou ao

tal, que derrubava touros bravios em

(leiredor de seus privilégios, dificuldades até então desconhecidas.

Êles já po

dem distinguli- fidalgos ricos e fidalgos

soal de certos bens tenenos. Sancho, de

xote, por ser louco, é quem podia prefigurar as novas exigências da "vida. No admirável retrato dele traçado por Miguel Unamuno, no seu primoroso en saio — "Don Quixote y Sancho", está,

tos.

praça pública e conversava sobre temas /

fato, representa a nova preocupação, que é a preocupação econômica, o homem liM"e econòmicamente, mercê de suas em presas e miciativas. O carnal Sancho. o

horror aos bens materiais, aquele que conserta, em forma ordenada e fecunda,


TWTS71

DjorcsTO

Econômico

Efetivamente, assim era.

Quixote de

118

Afioal na aventura de Quixote é Siin-

PAN

iP NíOjpi C O

cho que é levado ao govèmo e não

fato é uma projeção ideal de Sanclio.

êle, porque Sancho ó o homem do povo,

E sua subÜmação. A con.seíjiicncia na

o sensato homem do povo, o burguês opinativo e recatado, o \'alor humano da

tural do resguardo dos bens indispensá

tada eni alguns circulas financeiros da CAtij. Essa possibilidade está baseada no^

veis ao sustento da vida. Quixote sozi nho não vale nada. É um velho crepus-

fato de que desde 1." de outubro o Tesouro britânico autoriza transações bai-^ xistos, entre os inglâscs sobre valores representados cm dólares. j Durante a primeira semana désse regime nenhum portador britânico de valo res norte-americanos estava preparado para cedê-los, ao curso vigente dos mercar-

futura democracia liberal. Isso não seria

possível numa época em que os gover nos eram dos príncipes e das senhorias.

Mas aconteceu na antecipação quixotes

ca, colocando a nossas vistas o novo tipo

h

culando, é um espírito se desfazendo. Não têm mais a protegc-lo os privilégios de, sangue, castelos e propriedades, criados e serviçais. O mundo moderno não pode

de ideal humano. E Sancho sabia de seu

aceitá-lo a.ssim.

destino consagrado, quando falava das novidades que vinham surgindo. "San

dade, porque a pobreza é a desgraça do

cho", escreve Unamuno, "el gobemador por hurlas, ordeno cosas tan buenas,

Sancbo é uma necessi

mundo moderno, um mundo que .só conta com o espírito de iniciativa, com a ca

pacidade pessoal. E Quixote muito sc

que hasta hoy se guardan en aquel lugar afligia em aparecer pobre, porque, daí y se nombran: - Ias Constítuciones dei

por diante, ser pobre, como observa Una

Gran. Gobemador Sancho Panza".

muno, constituiria um de'ito.

Indo porém para o governo, Sancho separou-se de Quixote, deixando-o, com isso, em extrema penúria. A sua po breza se tornou mais pobre e o seu de sespero mais desesperado. "Sin Sancho", escreve Unamuno, "Don Quixote no es Don Quixote, y necesita el amo más dei

escudero que el escudero dei amo".

Quando êle morreu, depois de con fessar como um bom cristão, Sancho fi

cou a chorar, Mas ficou, como o herdei

ro de seu espírito, nas práticas do boin senso, na defe.sa do homem pelo liomem, _

da independência do homem da subor dinação de outros homens, em tudo aqui

lo que o mundo burguês oferece de bom, de contraditório e de belo.

A desvalorização de 20ffi do esterlino, em relação ao dólar, esta .sciido comen

dos dos E. U. A.

Depois da pressão de pedidos, caracterizada sobretudo pela falta de con

fiança na libra, alguns compradores estavam dispostos a pagar os prêmios de {'côrdo com o curso de Nova York c que se elevam atualmente a 20%.

Assim ó que o valor representado cm dólares, cujo custo vigente cm Nova York era de 10 dólares, foi cotado em Londres em 3 libras esterlinos "u 12 dólares, à taxa do câmbio oficial. A partir dêsse momento os vendedores apareceram no mercado, influenciados pela consideração de que a Inglaterra tem o direito de pro ceder à desvalorização unilatcra': da Hhra em 10%, sem pedir para tanto auto rização do Fundo Monetário e à desvalorização também de 10% com permissão

dêsse organismo. Nessas condições, o prêmio de 20% sobre a taxa de câmbio ofi cial, é plenamente justificável. > A maior parte das rendas da Vene

zuela provém de uma só fonte; embora

a agricultura seja essencial para a eco nomia interna, a indústria petrolífera constitui o fator mais importante, quan to ao comércio internacional. Os poços

oriental do mencionado lago, forneceram

62% da produção total em 1940, produ

o terceiro produtor do mundo; concor

zindo 116.000.000 de barris.

rem com 74% para as exportações, pe trolíferas da América do Sul — a pro dução total deles representa 9% de tôda

Este do país, compreende onze campos

que estão situados nos Estados de An-

forneceu 31% da renda naciona\ ultra

passando-os produtos agrícolas em três

foram obtidos nas jazidas das seguintes

pontos na porcentagem; em 1940 al cançou 89,9% da exportação total; as

quatro companhias:

exportações de óleo cru e gasolina re

te "Creole Petroleum Company"), sub

presentam 2,9% e 0,5%, respectivamente.

Os campos petrolíferos da Venezuela,

março, poi exemplo, a exportação ultrapassou o volume da importação no valor de

A segunda região, localizada na parte zoátegui, Monagas e Falcón e sua importimcia cresce rapidamente. Da produção total em 1941, 91,8%

Em 1936-37, o petróleo em bruto

15.000.000 de dólares.

seis campos de petróleo, que se esten dem por 80 quilômetros da margem

de petróleo fazem com que o país seja

u produção mundial.

O intercâmbio comercial entre a Polônia e demais países europeus cresce coda vez mais de importância. A balança apresenta-se de modo favorável à nação. Em

mais antiga, o vale do lago Maracaibo, e a maior fonte produtora da América do Sul e uma das primeiras do inundo. Os

que se encontram em duas regiões dife rentes. ocnpaiu cèrea de 70.200 quilô metros quadrados, com nnvs de 4.500 poço.s em franca atividade. A região

Lago Petroleuni Corp." •(atualmen sidiária da "Standard Oil of New Ter.sey", 33,4%;

"Venezuela Oil Concessions Ltd., sub sidiária da "Royal Duti li .Shell".-32.2%; "Meno Grande Oii Co.", siilxsidiária da "Gulf Oil Corp.", 20,7%;


TWTS71

DjorcsTO

Econômico

Efetivamente, assim era.

Quixote de

118

Afioal na aventura de Quixote é Siin-

PAN

iP NíOjpi C O

cho que é levado ao govèmo e não

fato é uma projeção ideal de Sanclio.

êle, porque Sancho ó o homem do povo,

E sua subÜmação. A con.seíjiicncia na

o sensato homem do povo, o burguês opinativo e recatado, o \'alor humano da

tural do resguardo dos bens indispensá

tada eni alguns circulas financeiros da CAtij. Essa possibilidade está baseada no^

veis ao sustento da vida. Quixote sozi nho não vale nada. É um velho crepus-

fato de que desde 1." de outubro o Tesouro britânico autoriza transações bai-^ xistos, entre os inglâscs sobre valores representados cm dólares. j Durante a primeira semana désse regime nenhum portador britânico de valo res norte-americanos estava preparado para cedê-los, ao curso vigente dos mercar-

futura democracia liberal. Isso não seria

possível numa época em que os gover nos eram dos príncipes e das senhorias.

Mas aconteceu na antecipação quixotes

ca, colocando a nossas vistas o novo tipo

h

culando, é um espírito se desfazendo. Não têm mais a protegc-lo os privilégios de, sangue, castelos e propriedades, criados e serviçais. O mundo moderno não pode

de ideal humano. E Sancho sabia de seu

aceitá-lo a.ssim.

destino consagrado, quando falava das novidades que vinham surgindo. "San

dade, porque a pobreza é a desgraça do

cho", escreve Unamuno, "el gobemador por hurlas, ordeno cosas tan buenas,

Sancbo é uma necessi

mundo moderno, um mundo que .só conta com o espírito de iniciativa, com a ca

pacidade pessoal. E Quixote muito sc

que hasta hoy se guardan en aquel lugar afligia em aparecer pobre, porque, daí y se nombran: - Ias Constítuciones dei

por diante, ser pobre, como observa Una

Gran. Gobemador Sancho Panza".

muno, constituiria um de'ito.

Indo porém para o governo, Sancho separou-se de Quixote, deixando-o, com isso, em extrema penúria. A sua po breza se tornou mais pobre e o seu de sespero mais desesperado. "Sin Sancho", escreve Unamuno, "Don Quixote no es Don Quixote, y necesita el amo más dei

escudero que el escudero dei amo".

Quando êle morreu, depois de con fessar como um bom cristão, Sancho fi

cou a chorar, Mas ficou, como o herdei

ro de seu espírito, nas práticas do boin senso, na defe.sa do homem pelo liomem, _

da independência do homem da subor dinação de outros homens, em tudo aqui

lo que o mundo burguês oferece de bom, de contraditório e de belo.

A desvalorização de 20ffi do esterlino, em relação ao dólar, esta .sciido comen

dos dos E. U. A.

Depois da pressão de pedidos, caracterizada sobretudo pela falta de con

fiança na libra, alguns compradores estavam dispostos a pagar os prêmios de {'côrdo com o curso de Nova York c que se elevam atualmente a 20%.

Assim ó que o valor representado cm dólares, cujo custo vigente cm Nova York era de 10 dólares, foi cotado em Londres em 3 libras esterlinos "u 12 dólares, à taxa do câmbio oficial. A partir dêsse momento os vendedores apareceram no mercado, influenciados pela consideração de que a Inglaterra tem o direito de pro ceder à desvalorização unilatcra': da Hhra em 10%, sem pedir para tanto auto rização do Fundo Monetário e à desvalorização também de 10% com permissão

dêsse organismo. Nessas condições, o prêmio de 20% sobre a taxa de câmbio ofi cial, é plenamente justificável. > A maior parte das rendas da Vene

zuela provém de uma só fonte; embora

a agricultura seja essencial para a eco nomia interna, a indústria petrolífera constitui o fator mais importante, quan to ao comércio internacional. Os poços

oriental do mencionado lago, forneceram

62% da produção total em 1940, produ

o terceiro produtor do mundo; concor

zindo 116.000.000 de barris.

rem com 74% para as exportações, pe trolíferas da América do Sul — a pro dução total deles representa 9% de tôda

Este do país, compreende onze campos

que estão situados nos Estados de An-

forneceu 31% da renda naciona\ ultra

passando-os produtos agrícolas em três

foram obtidos nas jazidas das seguintes

pontos na porcentagem; em 1940 al cançou 89,9% da exportação total; as

quatro companhias:

exportações de óleo cru e gasolina re

te "Creole Petroleum Company"), sub

presentam 2,9% e 0,5%, respectivamente.

Os campos petrolíferos da Venezuela,

março, poi exemplo, a exportação ultrapassou o volume da importação no valor de

A segunda região, localizada na parte zoátegui, Monagas e Falcón e sua importimcia cresce rapidamente. Da produção total em 1941, 91,8%

Em 1936-37, o petróleo em bruto

15.000.000 de dólares.

seis campos de petróleo, que se esten dem por 80 quilômetros da margem

de petróleo fazem com que o país seja

u produção mundial.

O intercâmbio comercial entre a Polônia e demais países europeus cresce coda vez mais de importância. A balança apresenta-se de modo favorável à nação. Em

mais antiga, o vale do lago Maracaibo, e a maior fonte produtora da América do Sul e uma das primeiras do inundo. Os

que se encontram em duas regiões dife rentes. ocnpaiu cèrea de 70.200 quilô metros quadrados, com nnvs de 4.500 poço.s em franca atividade. A região

Lago Petroleuni Corp." •(atualmen sidiária da "Standard Oil of New Ter.sey", 33,4%;

"Venezuela Oil Concessions Ltd., sub sidiária da "Royal Duti li .Shell".-32.2%; "Meno Grande Oii Co.", siilxsidiária da "Gulf Oil Corp.", 20,7%;


Dic.esio Econômico

120

"Standard Oi! Co. ol Venezuela", também subsidiária da "Standard Oil of

New Jersey", 15,5%.

O capital estrangeíDo investido na

A lei sôbre o petróleo, promulgada era 1943, melhorou as relações entre

indústria petrolífera venezuelana, segun

de 77.000.000 de bolivianos. Os arren

do se calculou, alcançava em 1945 cêr-

damentos anuais foram aumentados des de um mínimo de 5 a um máximo de

ca de 360.000.000 de dólares.

Noventa e cinco por cento da produ

30 bolivianos por hectare, durante os úl

ção total são exportados; 80% dessa por

timos dez anos de cada concessão.

centagem são enviados às refinarias lo calizadas nas ilhas de Aruba e Curaçau, de onde são reexportados em forma de

isenção de direitos para a importação

subprodutos. Em 1940 a capacidade diária das sele refinarias situadas em território vene

dcrcs discricionários paru suspender os direitos dc alfândega que existam sôbrc os equipamentos destinados à indústria

zuelano foi aproximadamente de 100.000 barris de petróleo era bruto.

roga automàticamente a duração das con

Em 1943, as companhias ajustaram

I estabelece^, cinco anos após o" térraiI no da conflagração, um número de re

li finarias suficiente para uma produção ^ de 202.000 barris diários. 1917

1942

1943 .' 1944 (primeiro trimestre) 1944 (segundo trimestre) 1944 (terceiro trimestre) ^ íf»

Ò sr. C. E. Wilson, presidente da "General Motors Corporation", revelou

A

1,1

dc petróleo, antes existente, foi supri mida.

Entretanto, o governo tem po-

petrolífera. Uma nova disposição pror cessões feitas às diferentes empresas para

mais de 40 anos, aproximadamente.

A produção e exportação de petróleo em bruto assim se apresentaram em bar ris (j.59 litros), nos anos mencionados: Produção

1925 1940

PAR

o governo o as companhias particulares, o que possibilitou uma renda adicional

O funcionamento perfeito dos freios hidráulicos é plenomonte garantido pelo Óleo DeJeo Super 9, que fun-

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de 45 horas.

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que os preços dos automóveis, modelo

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1948, serão aumentados e advertiu que somente maior produção e mais longo período de trabalho semanal poderão

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duzirão a um aumento de preços nos carros modôlo 1948".

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120

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New Jersey", 15,5%.

O capital estrangeíDo investido na

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indústria petrolífera venezuelana, segun

de 77.000.000 de bolivianos. Os arren

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Noventa e cinco por cento da produ

30 bolivianos por hectare, durante os úl

ção total são exportados; 80% dessa por

timos dez anos de cada concessão.

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