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ECONOMICO ^OB OS auspícios oa ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO E 00 FEDERAÇÃO DO COMERCIO DO ESTADO DE SÃO PAULO
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S l M A IM o PÁg.
O Plano Regional de Sanlos — Francisco Prestes Maia A Cidade Jardim — Luís dc Anhaia Melo
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1' 27
Rconomia o Humanismo — Luís Cintra do Prado
34
Sistemas Tributários — Paulo Barbosa de Campos Filho Aspectos da Política Imigratória — L. A. Costa Pinto Portos e Navegação — Américo Barbosa de Oliveira
43 <6 53
História Econômica — Calógeras — Afonso Arinos de Melo Franco
$9
Idéias e Planos d© um Desembargador — Otávio Tarquínio de Sousa
93
Historiografia Açucareira no Século XVIII — José Honório Rodrigues
69
Fiação e Tecelagem em São Paulo na Era Colonial — Sérgio Buarque de Holanda
74
As Leis Econômicas — Loiiis Baudin
80
Balança de Pagamentos em Regime de Papel-Moeda — Gottfried voii Haberler . 89 A Siderurgia no Brasil — Pimcntel Gomes nuM. NO iiin i)i; jAM:inor
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94
Geografia das Comunicações Paulistas — Exploração do Litoral — Nelson Wemeck Sodré
93
O Problema da Alimentação e o Custo da Vida — José Bonifácio de Sousa Amaral 104 O Sábio Martius e o Pão de Mandioca — Américo Jacobina Lacombe
Jos
Outras Plantas da Borracha — Gastão Criils
lU
A Consciência Econômica de Quixote — Cândido Mota Filho Panorama Econômico — Redação
nj 119
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O DIGESTO ECONOMlCO ESTA' Ã VENDA
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TRÍPLICE, cuja 3.a edição acaba de ser lançada, demons tra de um modo simples e cabal que
se pode fazer o máximo nd mais curto perío do de tempo e da melhor forma possível: — Em uma só máquina comum de escrever e com
uma única operação, todo serviço contábil sa tisfatoriamente pronto, substituindo as máqui nas especiais mecânicas. W//OT
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— Reduz de 80% os serviços de escrituração, com a maior exatidão minuciosa e perfeição técnica.
Nas Industrias do PreS^ente e do Futuro...
...PAN-AM acompanha a sua prosperidade
Empregar este método é acom
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3 Os fornos e caldeiros em gero! têm nos oleos PAN-AM cs seus melhores combustíveis. Os motores Diesel de ônibus e caminhões, os mo»
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Sociedade Contábil
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PRODUTOS QUÍMICOS E PLÁSTICOS '^MONSANTO" A serviço da indústria...que serve à Humanidade •.. no mundo inteiro
Onde quer que o sr. observe as indústrias ao serviço do gcnero humano, ali achará os produtos químicos e plás ticos Monsanto ajudando a acelerar suas tarefas e a me lhorar os seus produtos.
Isso se aplica particularmente aos países da América do Sul e Central, onde grande número de novas indús trias estão sendo incrementadas. Cada ano que passa,
numa proporção maior do que no ano anterior,centenas
de produtos das dezoito fábricas Monsanto tem sido PARA
expedidos para esses países. Essa tendência continuou mesmo durante a guerra, a tal ponto que, no ano findo,
RÁDIO-AMADORES
as indústrias da América do Sul c Central consumiram
E MONTADORES
mais do dobro do volume de produtos Monsanto que usaram em 1941.
Com cinco grandes vantagens tObre quaisquer outros: 1. Caixa de imbuía, fino aca
Enquanto essas indústrias e nossa capacidade para servi-las continuarem progredindo, vislumbramos um futuro mais brilhante c próspero, como nunca se viu an teriormente em nossos dois gi*ande8 continentes.
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QUÍMICOS
Curtume
Têxteis Tratamento de 6guo
A SERVIÇO DA INDUSTRIA..QUE SERVE A HUMANIDADE
PARA O INTERIOR CONTRA REMES SA DE CHEQUE
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Monsanto JWá
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economia as vacas leiteiras exigem uma alimentação
de problemas d jjjfsso. Consulte-nos,semcomp Niangueiras
'^^"'anguSías^GoSyetr GòÒD#^t/VR ^rar^Smprtmldo, solda autógena máquinas lavar carros.e Bons preçode.
racional - farta, rica e bem equilibrada.
As "RAÇÕES CONCENTRADAS BRASIL" são cuidadosamente calculadas para a obtenção do má-. ximo rendimento dos seus animais, conservaudo-os Experimente-a hoje mesmo e nunca mais
'■ ^ I ?S>orat6n°.
espaço, tempo e
^^ança Com prazer. nossos técnicos
(Resp. Brenno M. de Andrade, eng.-apro.)
Pedidos à Caixa Postal, 1117 Produto da Refinadora de Óleos Brasil S/À _
São Paulo
Correias Transporta^r»s „,uitos problemas de
deixará de usa-la.
Rua Xavier de Toledo, 114 - Caixa Postal, 1117
Diversos
Este modernissimo lueio Ue transporte soluc^nar
fortes e sadios.
codoservjçi--
...miSTWA SAAVU*'*
estudarão a adaptaçao üe transportadoras Goodyeav industria yeav em sua indusvria. peça-nos nos sugestões. sugest es.
químicos e
i oib »
«tftHJow-aioswASii V*
Q» iaf^ahiolBastos COMÍRCIO S INDÚSTRIA
Rio de Janeiro; Rua Teâdlo Ottoni, 81 — Sdo Paulo: Rua Florêncio de Abreu, 367
feeio Horizonte: Rua Rio de Joneíro, 368 — Pôrto Alegre: Av. Júlio de Castiihos, 30
r
•tôB* A -6 preciso
Ei técnica para
relas que
eite
fabricar cor-
e
longamente ao
que resistóm
destinam,
duro serviço a qu Mas não e ^enor
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reias adequadas a
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planas ou
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to:correias Goody
expe-
em"V",elongos ano^ jnilhares riência na solu^ transmissão,
Nenhum criador joga fóra propositadamente o leite que produz em sua fazenda — porque leite é dinheiro
proveniente de trabalho contínuo e penoso.
Já pensou, entretanto-, em quantos latões de leite o senhor desperdiça simplesmente porque deixa de os produzir?
Lembre-se de que para produzirem com eficiência e
economia as vacas leiteiras exigem uma alimentação
de problemas d jjjfsso. Consulte-nos,semcomp Niangueiras
'^^"'anguSías^GoSyetr GòÒD#^t/VR ^rar^Smprtmldo, solda autógena máquinas lavar carros.e Bons preçode.
racional - farta, rica e bem equilibrada.
As "RAÇÕES CONCENTRADAS BRASIL" são cuidadosamente calculadas para a obtenção do má-. ximo rendimento dos seus animais, conservaudo-os Experimente-a hoje mesmo e nunca mais
'■ ^ I ?S>orat6n°.
espaço, tempo e
^^ança Com prazer. nossos técnicos
(Resp. Brenno M. de Andrade, eng.-apro.)
Pedidos à Caixa Postal, 1117 Produto da Refinadora de Óleos Brasil S/À _
São Paulo
Correias Transporta^r»s „,uitos problemas de
deixará de usa-la.
Rua Xavier de Toledo, 114 - Caixa Postal, 1117
Diversos
Este modernissimo lueio Ue transporte soluc^nar
fortes e sadios.
codoservjçi--
...miSTWA SAAVU*'*
estudarão a adaptaçao üe transportadoras Goodyeav industria yeav em sua indusvria. peça-nos nos sugestões. sugest es.
químicos e
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«tftHJow-aioswASii V*
Q» iaf^ahiolBastos COMÍRCIO S INDÚSTRIA
Rio de Janeiro; Rua Teâdlo Ottoni, 81 — Sdo Paulo: Rua Florêncio de Abreu, 367
feeio Horizonte: Rua Rio de Joneíro, 368 — Pôrto Alegre: Av. Júlio de Castiihos, 30
/
B
J4
M Ê%-
Sentine/â \
V.
//
í\
Oi Protetores para Cheques TODD são
aentínelaa
ge-
guraa que evitam prejuízos, adulterações ou fraudes. Imprimem os valores dos cheques com tinta indelé
vel de impossível imitação
Mod. 33
Mod. 60
MUNCHEN
PROTETOR
PARA CHEQUES
EXTRA
DI?TRIBUIDOR>:5 EXCLUSIVOS
KELLER WEBER S.A.
E' UM
Móquinas Comerciais e Gráficas
AV. SAO JOAO, 314 / 320 • TELEFONE 4-4188 (RAMAIS) • S^O PAU O R. ARAÚJO PORTO ALEGRE, 64-A • TELEFONE 22.E054 • (RAMAiS)*
FIO
PAN »M •' Csií 'le /amigos
ú sá
PRODUTO
AMTARCTICA !!
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B
J4
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V.
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aentínelaa
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guraa que evitam prejuízos, adulterações ou fraudes. Imprimem os valores dos cheques com tinta indelé
vel de impossível imitação
Mod. 33
Mod. 60
MUNCHEN
PROTETOR
PARA CHEQUES
EXTRA
DI?TRIBUIDOR>:5 EXCLUSIVOS
KELLER WEBER S.A.
E' UM
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AV. SAO JOAO, 314 / 320 • TELEFONE 4-4188 (RAMAIS) • S^O PAU O R. ARAÚJO PORTO ALEGRE, 64-A • TELEFONE 22.E054 • (RAMAiS)*
FIO
PAN »M •' Csií 'le /amigos
ú sá
PRODUTO
AMTARCTICA !!
DIKÜSTO EMÓMICO Publicado <ob ot auspícios da
Associação COMERCIALOE SãO PAULO
FEDERAÇÃO 00 COMÉRCIO 00 ESTADO DE SÃO PAULO Diretor Superintendente Auro Soaret de Moura Andrade Diretor:
O (P&amSL QleqUmaí (U SújniM
★
O UUHaO OOS NEGÓCIOS NUM PAHORIMA MENSIL
por Fhancisco Prestes Maia
O Digesto Eeouónüco publicará no próximo número: .MOHFÜGENÍA
IDA
C0NTEMP01V\N*EA Anhaía Melo.
ARC^UITETURA -
Luiz
de
O PLAXO REGIONAL DE SANTOS ~ Francisco Prestes Muiii,
Anlonio Contljo de Carvalho
O PROBLEMA MUNDIAL DA ECO NOMIA DE COMBUSTÍVEIS NA
CONFERÊNCIA DE HAIA - Gly-
O Digeaio Econômico, órgão de in formações econômicas e flnanceiPu^^^cado mensalmente pela Editôra Comercial Ltda.
con de Pai\'a.
A FÁBRICA NACIONAL DE MOTO RES — Francisco Sá Filho.
A direção não se responsabiliza
pelos dados cujas fontes estejam
A
EVOLUÇÃO
ECONÔMICA
iNo
devidamente citadas, nem pelos
BRASIL NOS TRANSPORTES FER
conceitos emitidos em artigos assi
ROVIÁRIOS — Américo Barbosa de
nados.
Oliveira.
CONCEITO E DETERMINAÇÃO DA Na transcrição de artigos pede-se citar
o
nome
do
D i ges 1 o
Econômico.
Aceita-se intercâmbio com publi trangeiras.
Dlgesto Econômico
Ano (simples) " (registrado)
Crf 30,00 CrS 36,00
Número do mês: Atrasado:
Cr$ 3.00 CrÇ 5.00
RedaçSo e Administração:
São Paulo
pital, maior do que lhe permitia supor o "'liinterland". E o sr. Nelson Werneck
Sodré, em artigo recente neste "Digesto",
ESTUDO
SOCIOLÓGICO
DAS
DEPOIS DAS DUAS GUERRAS - José Maria Belo.
A INDÚSTRIA DO PESCADO - An
tônio Renato Cago Nobre.
★
dade de São Paulo, inicia com o presen
te artigo uma exposição sôbre o desen volvimento da cidade e do pôrto de Santos.
Dada a relevância do assunto e
o prestígio do autor, a monografia ela borada pelo eminente paidista está desti nada à maior repercussão em toda o pais.
afirma que o desenvolvimento de Santos contraria o determinismo geográfico. DP" ■^ergimos de ambos, sendo que, ao me nos quanto à Capital, preferimos a ar sim, desde logo, uma cidade, o desen gumentação de Caio Prado Júnior em ar volvimento interior e uma tradição co tigo na Revista do Arquivo. mercial. As vias de comunicação são talvez o mais alto fator determinante da forma
ção e crescimento das cidades, e, como e.xpõe Demoulin, distribuem, relacionam,
sideravelmente no curso da história. Co
♦
Viaduto Boa Vista, 87 - 7.o andar Tel. 3-7499 — Caixa Postal, 240-B
go, estranha o de.senvolviinento da ca
modelam as populações, e influem con
ERAS DE CRISE — L.A. Costa Pinto. ASSINATURAS:
tável geógrafo da Universidade de Chica
RENDA NACIONAL — prof. Mar-
jesus Cussiano Prados Arrarte. O
O porto de Santos resulta dum
cello Boldrini.
A CRISE MUNDIAL DE DÓLARES E O PLANO MARSHALL — prof.
cações congêneres nacionais e es
1
detemiinismo geográfico que se estende à capital paulista. Preston James, o no
O ilustre engenheiro dr. Francisco Prestes Maia, que com inexcedível brilho exer ceu as altas funções de prefeito- da ci
nhece-se, sobretudo, a importância dos
2 — Ao "achamento" de Cabral segui
ram-se di%'ersas e.xpedições de reconhe cimento e de incipiente colonização pre
ventiva, suscitadas principalmente pelos estabelecimentos
castellianos.
Talvez
mesmo mais numerosas que as expedi ções oficialrnente registradas, e que dei
ponto.s de transbordo e dos cruzamentos
xaram como testemunhos de sua pas
linhas de menor resistência ou de maior eficiência, sujeitas a certas condi
gredados.
ções naturais (ancoradouros, desfiladei-
Gonçalves e Gonçalo Coelho que chan-
prolongar no campo das atividades hu-
toii padrões ao longo da costa, entre os quais certamente o de Cananéia. Aqui, era Iguapc ou na illra Cardoso, deixou o
das estradas.
Estas, por sua vez, são
los, vales, espigões, etc.), que parecem
manãs um dos mais conhecidos princí
pios — real ou aparente que seja — da física.
Santos é, antes que tudo, um pôrto natural do Estado e da região paulista, a qual econòmicamente ultrapassa os li mites do país. O melhor abrigo ao sul do Rio de Janeiro teve utilização imedia ta na prisca era colonial, fundando as-
sagem, náufragos, aventureiros e de Em 1501 é a expedição de André
célebre "bacharel". Desta, viagem pa recem provir diversos nomes depois con sagrados, e que já figuram nos mapas
anbgos, como o de João Ruysch (Roma, 1508), que regista o "tio de São Vi
cente" e o rio de Cananor (barra ou canal de Cananéia). Em 1503 mencio
na-se o de Gonçalo Coelho, q„e trazia
DIKÜSTO EMÓMICO Publicado <ob ot auspícios da
Associação COMERCIALOE SãO PAULO
FEDERAÇÃO 00 COMÉRCIO 00 ESTADO DE SÃO PAULO Diretor Superintendente Auro Soaret de Moura Andrade Diretor:
O (P&amSL QleqUmaí (U SújniM
★
O UUHaO OOS NEGÓCIOS NUM PAHORIMA MENSIL
por Fhancisco Prestes Maia
O Digesto Eeouónüco publicará no próximo número: .MOHFÜGENÍA
IDA
C0NTEMP01V\N*EA Anhaía Melo.
ARC^UITETURA -
Luiz
de
O PLAXO REGIONAL DE SANTOS ~ Francisco Prestes Muiii,
Anlonio Contljo de Carvalho
O PROBLEMA MUNDIAL DA ECO NOMIA DE COMBUSTÍVEIS NA
CONFERÊNCIA DE HAIA - Gly-
O Digeaio Econômico, órgão de in formações econômicas e flnanceiPu^^^cado mensalmente pela Editôra Comercial Ltda.
con de Pai\'a.
A FÁBRICA NACIONAL DE MOTO RES — Francisco Sá Filho.
A direção não se responsabiliza
pelos dados cujas fontes estejam
A
EVOLUÇÃO
ECONÔMICA
iNo
devidamente citadas, nem pelos
BRASIL NOS TRANSPORTES FER
conceitos emitidos em artigos assi
ROVIÁRIOS — Américo Barbosa de
nados.
Oliveira.
CONCEITO E DETERMINAÇÃO DA Na transcrição de artigos pede-se citar
o
nome
do
D i ges 1 o
Econômico.
Aceita-se intercâmbio com publi trangeiras.
Dlgesto Econômico
Ano (simples) " (registrado)
Crf 30,00 CrS 36,00
Número do mês: Atrasado:
Cr$ 3.00 CrÇ 5.00
RedaçSo e Administração:
São Paulo
pital, maior do que lhe permitia supor o "'liinterland". E o sr. Nelson Werneck
Sodré, em artigo recente neste "Digesto",
ESTUDO
SOCIOLÓGICO
DAS
DEPOIS DAS DUAS GUERRAS - José Maria Belo.
A INDÚSTRIA DO PESCADO - An
tônio Renato Cago Nobre.
★
dade de São Paulo, inicia com o presen
te artigo uma exposição sôbre o desen volvimento da cidade e do pôrto de Santos.
Dada a relevância do assunto e
o prestígio do autor, a monografia ela borada pelo eminente paidista está desti nada à maior repercussão em toda o pais.
afirma que o desenvolvimento de Santos contraria o determinismo geográfico. DP" ■^ergimos de ambos, sendo que, ao me nos quanto à Capital, preferimos a ar sim, desde logo, uma cidade, o desen gumentação de Caio Prado Júnior em ar volvimento interior e uma tradição co tigo na Revista do Arquivo. mercial. As vias de comunicação são talvez o mais alto fator determinante da forma
ção e crescimento das cidades, e, como e.xpõe Demoulin, distribuem, relacionam,
sideravelmente no curso da história. Co
♦
Viaduto Boa Vista, 87 - 7.o andar Tel. 3-7499 — Caixa Postal, 240-B
go, estranha o de.senvolviinento da ca
modelam as populações, e influem con
ERAS DE CRISE — L.A. Costa Pinto. ASSINATURAS:
tável geógrafo da Universidade de Chica
RENDA NACIONAL — prof. Mar-
jesus Cussiano Prados Arrarte. O
O porto de Santos resulta dum
cello Boldrini.
A CRISE MUNDIAL DE DÓLARES E O PLANO MARSHALL — prof.
cações congêneres nacionais e es
1
detemiinismo geográfico que se estende à capital paulista. Preston James, o no
O ilustre engenheiro dr. Francisco Prestes Maia, que com inexcedível brilho exer ceu as altas funções de prefeito- da ci
nhece-se, sobretudo, a importância dos
2 — Ao "achamento" de Cabral segui
ram-se di%'ersas e.xpedições de reconhe cimento e de incipiente colonização pre
ventiva, suscitadas principalmente pelos estabelecimentos
castellianos.
Talvez
mesmo mais numerosas que as expedi ções oficialrnente registradas, e que dei
ponto.s de transbordo e dos cruzamentos
xaram como testemunhos de sua pas
linhas de menor resistência ou de maior eficiência, sujeitas a certas condi
gredados.
ções naturais (ancoradouros, desfiladei-
Gonçalves e Gonçalo Coelho que chan-
prolongar no campo das atividades hu-
toii padrões ao longo da costa, entre os quais certamente o de Cananéia. Aqui, era Iguapc ou na illra Cardoso, deixou o
das estradas.
Estas, por sua vez, são
los, vales, espigões, etc.), que parecem
manãs um dos mais conhecidos princí
pios — real ou aparente que seja — da física.
Santos é, antes que tudo, um pôrto natural do Estado e da região paulista, a qual econòmicamente ultrapassa os li mites do país. O melhor abrigo ao sul do Rio de Janeiro teve utilização imedia ta na prisca era colonial, fundando as-
sagem, náufragos, aventureiros e de Em 1501 é a expedição de André
célebre "bacharel". Desta, viagem pa recem provir diversos nomes depois con sagrados, e que já figuram nos mapas
anbgos, como o de João Ruysch (Roma, 1508), que regista o "tio de São Vi
cente" e o rio de Cananor (barra ou canal de Cananéia). Em 1503 mencio
na-se o de Gonçalo Coelho, q„e trazia
Dicesto EcoNÓ^^co
18
Dicesto
Eco^*ó^^co
19
o célebre Vespuccío; de caminho en controu Cabral, que regressava das ín
cravos" dc Eugênio dc Castro. A 2^ dc janeiro dc 1522 cliega Martim Afon
(intérprete) cjue, de passagem se diga,
dias. Em 1508, véni Vicente lane/ Pin-
so, como capitão-mor e
induziu os recém-chegados a uma ex
sensi\'elmente e que b mar cobre agora
pedição em busca de escravos o metais preciosos, expedição que- redundou em
desastre total. Entre os espanhóis que habitaram Iguape merece especial men
o sitio da primitiva po\-oação. Os donos freqüentes, que a avenida e algumas propriedades marginais sofrem ainda ho je, coufirmam que a praia entre a ilha
ção Ruy Garcia de Mosquera, e.x-com-
do Sol (Porchat) e a ponte pên^ é
panheiro de Caboto, que viera do forte São Salvador, fundado pelos espanhóis
nuüto sujeita a tais ataques. Possivel
na embocadura do rio Solis ou da Prata.
tou
Com alguns companheiros aí estava fi xado", quando Martim Afon.so os in
apenas duma ressaca forte sobre cosas rudimentares e desprotegidas de enro-
timou e a outros moradores a abando
camentos.
governador,
zon e João Solis, que deixam sete c-aste-
acompanhado de seu irmão Pero Lopes
Ihanos no "rio dos Inocentes", pro\'àveI-
dc Sousa, auxiliar c escrivão da ar
mente assintilável à paragem de Cana-
mada.
néia. Em 151-3 menciona-se Lopes Bi-
xarda, que ^cva três índios ao rei; em
|anciro, (juc batizou com seu nome de finitivo, mas onde receou deixar colonos,
Depois dc demorar no Bio de
1515, de no\'0 Dias Solis; em 1516 e
diante da sanba dos tamoios. prop6s-.se
1526, Cristóvão Jacques; em 1519, Fernâo Magalhães, que tentava a primeira
civilizar <* lortalc-ccr o povoado nascen te. .Ampliou as construções: erigiu um
circiímnavcgaçã<r.
fortim, a igreja e edifícios públicos; ins
viçt) de Castela, desce até o Uruguai, encontrando Sebastião Caboto, que tam
talou um vigário; criou cargos civis; distribuiu terras e .semente.s; promoveu canaviais e o primeiro engenho do país.
bém ia atravessar o estreito de Maga
Foi a primeira vila e a célula mater de
lhães. Antônio Herrera refere que Diogo
São Pau'o.
Depois é Diogo Garcia que. ao ser-
Garcia estivera em São Vicente e no rio
dos Inocentes, onde um "bacharel por
I de passou segunda vez para embarcar tuguês" o provera de "refrescos" e aon
São Vicente era então tomado por um rio com tiés embocadnras (São Vicen
te, estuário atual e Bertioga), separadas
pelas ilhas "dc dentro" (São Vicente)
encomendas e devolver um "língua" que
o "de fora" (Santo Amaro). Aí Martim
emprestara.
Afonso encontrou Antônio Rodrigues e
•3 — Em 1530 passa Alonso de Santa
Cruz, que descreve no seu Islário a po pulação mista de São Vicente, o con-
jimto de 10 ou 12 casas, das quais uma dc pedra, e a abundância reinante. Ali já havia, assim, uma feitoria. É a
ram e tiveram contato com o bacharel,
São Vicente pré-afonsina,^ "pôrlo dc es
e com Francisco Cliaves, grande "língua"
verdadeiro
maremoto, mas
É fácil de compreender porque a
povoação se localizou naquele ponto: o
mentos.
Mais tarde deu de novo com os
local era dos mais aprazíveis, facilmente defensável contra os selvícolas (cercado
de mar, morros e inanguesais), senrãdo j de boas águas, prorido de pedreiras para construção.
A en.seada constituía um
primeiro ancoradouro, e o lagamar inter no, além da atual ponte-pênsd, outro absolutamente calmo. Uma coluna com
as lusas quinas demarca hoje, na pri
costados em São Vicente; voltou a Igua
meira, a estadia da esquadra de Martim
pe, onde morreu e consta estar enterrado
Afonso; na segunda restam os vestígios dos primeiros annazéns e o nome do
debaixo do arco cruzeiro da igreja de N. S. das Neves.
Martim Afonso trouxera consigo 400
"porto". As comunicações com o interior po
companheiros; com mulheres, ao dizer
diam fazer-se pelo canal que contorna
de alguns, o que nega Frei Gaspar. Entre êles grande cópia de fidalgos, mais legítimos e graduados, diz Capistrano, do que imaginam os próprios descen
posteriormente a i'ila.
dentes.
da barra, da comunicação com o interior
Uma autorização do governador a
Pedro Coes, em 1533, para remessa de escravos, revela que õsse tráfico era legal.
4 — Em 1542, dez anos depois da ins talação da vila, um pequeno cataclisma a destruiu, em particular a igreja e a
Casa do Concelho.
Os sinos e o pe
lourinho foram retirados dágua e a vila reconstruída pouco adiante. U
dum
Certamente receava um núcleo espa nhol tão perto. Resultou uma "gueira" entre Iguape e São Vicente, que foi sa queada, após o que Mosquera fugiu para a ilha de Santa Catarina e daí para o Prata; relacionado com o célebre governa
foi até o Peru em missão e, sempre tur bulento, participou de numerosos movi
havia trinta anos degredado nessa terra,
mente o desastre histórico não resul
narem o lugar e virem para São Vicente.
dor Cabeza de Vaca e seu sucessor Irala,
foão Kamalho. Em Cananéia, onde es teve por duas vezes, encontrou vários portugueses c espanhóis. Conta Pero Lopes, no sou diário, como ai aporta
Diz-se que a linha da enseadit mudou
5 — Todavia não era impossível pre ver o deslocamento do comércio e da
população, à vista de certas dificuldades e da defesa contra os piratas. Aliás na
queles tempos o procedimento das ex pedições regulares não diferia, muitas vêzes, da dos corsários, e sob esse ponto de vista, a epopéia marítima não ga nhava em cotejo com a epopéia das es
tradas, que foi o seu prolongamento histórico.
Por volta de 1545 estava outra povoa ção formada no canto NE da ilha. Co-
Dicesto EcoNÓ^^co
18
Dicesto
Eco^*ó^^co
19
o célebre Vespuccío; de caminho en controu Cabral, que regressava das ín
cravos" dc Eugênio dc Castro. A 2^ dc janeiro dc 1522 cliega Martim Afon
(intérprete) cjue, de passagem se diga,
dias. Em 1508, véni Vicente lane/ Pin-
so, como capitão-mor e
induziu os recém-chegados a uma ex
sensi\'elmente e que b mar cobre agora
pedição em busca de escravos o metais preciosos, expedição que- redundou em
desastre total. Entre os espanhóis que habitaram Iguape merece especial men
o sitio da primitiva po\-oação. Os donos freqüentes, que a avenida e algumas propriedades marginais sofrem ainda ho je, coufirmam que a praia entre a ilha
ção Ruy Garcia de Mosquera, e.x-com-
do Sol (Porchat) e a ponte pên^ é
panheiro de Caboto, que viera do forte São Salvador, fundado pelos espanhóis
nuüto sujeita a tais ataques. Possivel
na embocadura do rio Solis ou da Prata.
tou
Com alguns companheiros aí estava fi xado", quando Martim Afon.so os in
apenas duma ressaca forte sobre cosas rudimentares e desprotegidas de enro-
timou e a outros moradores a abando
camentos.
governador,
zon e João Solis, que deixam sete c-aste-
acompanhado de seu irmão Pero Lopes
Ihanos no "rio dos Inocentes", pro\'àveI-
dc Sousa, auxiliar c escrivão da ar
mente assintilável à paragem de Cana-
mada.
néia. Em 151-3 menciona-se Lopes Bi-
xarda, que ^cva três índios ao rei; em
|anciro, (juc batizou com seu nome de finitivo, mas onde receou deixar colonos,
Depois dc demorar no Bio de
1515, de no\'0 Dias Solis; em 1516 e
diante da sanba dos tamoios. prop6s-.se
1526, Cristóvão Jacques; em 1519, Fernâo Magalhães, que tentava a primeira
civilizar <* lortalc-ccr o povoado nascen te. .Ampliou as construções: erigiu um
circiímnavcgaçã<r.
fortim, a igreja e edifícios públicos; ins
viçt) de Castela, desce até o Uruguai, encontrando Sebastião Caboto, que tam
talou um vigário; criou cargos civis; distribuiu terras e .semente.s; promoveu canaviais e o primeiro engenho do país.
bém ia atravessar o estreito de Maga
Foi a primeira vila e a célula mater de
lhães. Antônio Herrera refere que Diogo
São Pau'o.
Depois é Diogo Garcia que. ao ser-
Garcia estivera em São Vicente e no rio
dos Inocentes, onde um "bacharel por
I de passou segunda vez para embarcar tuguês" o provera de "refrescos" e aon
São Vicente era então tomado por um rio com tiés embocadnras (São Vicen
te, estuário atual e Bertioga), separadas
pelas ilhas "dc dentro" (São Vicente)
encomendas e devolver um "língua" que
o "de fora" (Santo Amaro). Aí Martim
emprestara.
Afonso encontrou Antônio Rodrigues e
•3 — Em 1530 passa Alonso de Santa
Cruz, que descreve no seu Islário a po pulação mista de São Vicente, o con-
jimto de 10 ou 12 casas, das quais uma dc pedra, e a abundância reinante. Ali já havia, assim, uma feitoria. É a
ram e tiveram contato com o bacharel,
São Vicente pré-afonsina,^ "pôrlo dc es
e com Francisco Cliaves, grande "língua"
verdadeiro
maremoto, mas
É fácil de compreender porque a
povoação se localizou naquele ponto: o
mentos.
Mais tarde deu de novo com os
local era dos mais aprazíveis, facilmente defensável contra os selvícolas (cercado
de mar, morros e inanguesais), senrãdo j de boas águas, prorido de pedreiras para construção.
A en.seada constituía um
primeiro ancoradouro, e o lagamar inter no, além da atual ponte-pênsd, outro absolutamente calmo. Uma coluna com
as lusas quinas demarca hoje, na pri
costados em São Vicente; voltou a Igua
meira, a estadia da esquadra de Martim
pe, onde morreu e consta estar enterrado
Afonso; na segunda restam os vestígios dos primeiros annazéns e o nome do
debaixo do arco cruzeiro da igreja de N. S. das Neves.
Martim Afonso trouxera consigo 400
"porto". As comunicações com o interior po
companheiros; com mulheres, ao dizer
diam fazer-se pelo canal que contorna
de alguns, o que nega Frei Gaspar. Entre êles grande cópia de fidalgos, mais legítimos e graduados, diz Capistrano, do que imaginam os próprios descen
posteriormente a i'ila.
dentes.
da barra, da comunicação com o interior
Uma autorização do governador a
Pedro Coes, em 1533, para remessa de escravos, revela que õsse tráfico era legal.
4 — Em 1542, dez anos depois da ins talação da vila, um pequeno cataclisma a destruiu, em particular a igreja e a
Casa do Concelho.
Os sinos e o pe
lourinho foram retirados dágua e a vila reconstruída pouco adiante. U
dum
Certamente receava um núcleo espa nhol tão perto. Resultou uma "gueira" entre Iguape e São Vicente, que foi sa queada, após o que Mosquera fugiu para a ilha de Santa Catarina e daí para o Prata; relacionado com o célebre governa
foi até o Peru em missão e, sempre tur bulento, participou de numerosos movi
havia trinta anos degredado nessa terra,
mente o desastre histórico não resul
narem o lugar e virem para São Vicente.
dor Cabeza de Vaca e seu sucessor Irala,
foão Kamalho. Em Cananéia, onde es teve por duas vezes, encontrou vários portugueses c espanhóis. Conta Pero Lopes, no sou diário, como ai aporta
Diz-se que a linha da enseadit mudou
5 — Todavia não era impossível pre ver o deslocamento do comércio e da
população, à vista de certas dificuldades e da defesa contra os piratas. Aliás na
queles tempos o procedimento das ex pedições regulares não diferia, muitas vêzes, da dos corsários, e sob esse ponto de vista, a epopéia marítima não ga nhava em cotejo com a epopéia das es
tradas, que foi o seu prolongamento histórico.
Por volta de 1545 estava outra povoa ção formada no canto NE da ilha. Co-
20
Dicesto Econômico
locada mais ao fundo, era mais de fensável; cora efeito, tanto no canal cen^^1, como no da Bertioga, elevaram-se
21
DiGKsTo Econômico
o norte do Estado c a metrópole. Era
com João Ramanho era ine\ilável. O pa
assinalado por outeiros que o desenvol
a Brikioka (Bertioga). Para o comér
meira vila cie cima, quase um simples acampamento, ponto de partida de ex cursões e tropclias. Seria o valhacouto de aventureiros, temor de espanhóis e guaranis e, depois, dos jesuítas, que lhes espalharam a fama. Como esta correu, mesmo nos países
vimento urbano e portuário já desmon
cio interior o percurso fazía-se por em
não ibéricos, mostra, a título de e.xem-
tou: é a atual zona da Alfândega, Pa-
barcações ou canoas através do atual ancoradouro, depois atra\'és do Caneu, até atingir, no fundo desta bacia, a raiz
plo, êste trecho de Bernardin dc SaintPierre: "L'idée me vint que je poin-ais être chez les Paulistes, qui xdvaient aux envírons du Paraguay. A Ia \'érité
mia, a altivez e a influência de Ramalho,
c'étaient des brigands, qui infestaient ces contrées en piratant sur les lacs et ri-
Leonardo Nunes recusou-o à cerimôma
trilha dos Tupiniquins.
vières
comércio. Os interesses feridos natural
A travessia primiti\-a da Serra nimea foi cômoda. Ainda em 1585 Femáo
mais les Romains avaient commencé en
mente revoltavam-se e os padres indin-
Eiuope comme des voleurs, et cependant
dualiza\'am essa re\'olta em Ramalho e
Cardim a descrevia: "o caminho é taO
avaient formé une république digne de
seus filhos.
pequenas fortalezas, que podiam deter o inimigo. No novo local havia terreno sólido,
qnctá e Outeirinhos.
Aí, no interior
duma quadra da rua Xavier da Silveira, ainda se pode ver um resto da muralha antiquíssima, que o Plano Urbanístico propõe recobrir com
uma
pequena
cupola, redoma para uma das raras re-
inicialmente também o caminho predi leto das incursões índias. Havia fortins nas duas extremidades; num deles ser
viu como artilheiro Ilans Stadlen, em
cujo li\T<> (X557) figura diversas vêzes
da serra, então Pias.saguera Velha.* Ai começava a penosa ascensão ao planal to pelo primeiro caminho que houve, a
Íngreme que às vezes íamos pegando com as mãos". É verdade que a eco
O tráfico negro, a mancebia, a poliga tornaram-se objeto da preocupação e da campanha dos jesuítas, ora diplomática,
ora aberta.
O \-igário excomungara-o;
da missa; tôda a Ordem estorva\'a-lhe o
1'e.stime des sages". Martim Afonso, depois de cuidar de
7 - O padre Leonardo cliegara em 1549, já antevendo dois grandes objeti
vos.
mente sal, alguns tecidos, armas e po''
ral-planalto", fazer do planalto o futuro
penetração do sertão, talvez o ' estado jesuítico", que as missões exemplifica
Um, positivo — a catequese e a
celeiro, chave dos sertões e defesa contra
ram. Outro, negati\'0 — a luta contra a
os castelhanos, que subiam o Paraguai e o Paraná ou podiam vir mesmo do Peru.
escraxidão e João Ramalho. Com habi
o sertão e temia a vigilância real,
E fundou, por isso, a sua \nla, que foi a
"conimins" e na amizade dos seus pais;
esse, pelo menos, o aspecto imediato o região, e só os homens de visão petee'
primeira Piratininga, entregue também a
O planalto voltava-se p3'^
João Ramalho.
Nóbrega a ela alude
claramente em uma de suas cartas.
Ê
ccn\'erteram o próprio sócio de Rama lho, Fero Corrêa; captaram a confiança do no\'o e violento go\ emador Tomé de
a Piratininga pré-anchietana, que Frei Gaspar quis negar, e cuja situação exata
Sousa; a pretêxto de eAltar ataques dos
é controversa, provàvelinente no Guaré
minho que senda o acampamento de
física e fecundidade incrível Nóbrega e
(bairro da Luz).
Santo André; finalmente, como último
Tomé de Souza pintaram em suas cartas-
Mas os jesuítas tinham pontos de vista
Sobrevivente dum naufrágio ao que pa
firmes .sobre a escravatura.
rece anterior a 1510, estuante de ener
alguma transigência para o caso dos africano.s e das próprias "descidas" para fins piedosos de civilização e catequese (p. ex. no Norte, segundo Vieira e outros),
gia, adotara as leis da selva: praticou
para o interior, como São Vicente, a nova vila estava sobre o canal principal
indiscutível predomínio na povoação e
a poligamia e o tráfico negro. Gozava de
e (o que naquela época era importante) na região, o elemento mais ativo da feina extremidade meridional da Bertioga. toria, que mantinha um pequeno comer Êste canal era assaz freqüentado pela cio regular com o planalto. A multidão
Embora com
o fato é que relativamente aos pardos ameríndios eles contraria\'am francamen
te os interesses dos colonos, para o que
1
lidade procuraram apoio na educação dos
0 _ Martim Afonso te^■e por guia Jo®'' Ramalho, ao galgar a ParanapiacabaRamalho era o patriarca cuja fortaleza
cêntrica e num canal de difícil passagem
e era a via usual de comunicação com
governador.
São Vicente, entendeu muito bem a ne
biam as perspectivas futuras.
navegação colonial, de pequeno calado,
e vigiava-o ciosamente, aliás apoiado pelo
cessidade de constituir um binário "lito-
agrícolas.
por uma repartição federal ou linha de tiro, ó digna do maior cuidado. Mas a grande vantagem de Santos era a situação comercial: em vez de ex
de TAmérique;
litoral, utilizava-o quase como coisa sua,
nomia regional não compensaria nielli'
necer: ouro, índios e raros produtos
adiante a "casa do trem", hoje ocupada
rintérieur
como em Santo André, na sua povoação
jacente no caminho único de acesso ao
res obras; o planalto consumia quase so
voras, e, de seu lado, pouco podia fo'"'
líqulas do povoado de Brás Cubas. Mais
de
triarca, instalado tanto em São Vicente
índios, obtiveram o fechamento do ca
golpe, conseguiram ordens formais do go\'emador para a mudança da popula ção de Santo André para a nova vila,
que acabavam de fundar na colina do Colégio. Quanto à primeira Piratininga,
extinguiu-se sem mído nem vestígios, suplantada pela segunda. Martim Afonso não alcançara executar
dos filhos, as alianças indígenas, susten
traziam até alvarás reais de libertação.
o seu projeto de expansão interna, mas deixou a semente e o campo aplainado
tavam-lhe o prestígio.
O conflito com os colonos e em especial
para Nóbrega (chegado ejn 1553) e An-
Fundara a pri-
M
20
Dicesto Econômico
locada mais ao fundo, era mais de fensável; cora efeito, tanto no canal cen^^1, como no da Bertioga, elevaram-se
21
DiGKsTo Econômico
o norte do Estado c a metrópole. Era
com João Ramanho era ine\ilável. O pa
assinalado por outeiros que o desenvol
a Brikioka (Bertioga). Para o comér
meira vila cie cima, quase um simples acampamento, ponto de partida de ex cursões e tropclias. Seria o valhacouto de aventureiros, temor de espanhóis e guaranis e, depois, dos jesuítas, que lhes espalharam a fama. Como esta correu, mesmo nos países
vimento urbano e portuário já desmon
cio interior o percurso fazía-se por em
não ibéricos, mostra, a título de e.xem-
tou: é a atual zona da Alfândega, Pa-
barcações ou canoas através do atual ancoradouro, depois atra\'és do Caneu, até atingir, no fundo desta bacia, a raiz
plo, êste trecho de Bernardin dc SaintPierre: "L'idée me vint que je poin-ais être chez les Paulistes, qui xdvaient aux envírons du Paraguay. A Ia \'érité
mia, a altivez e a influência de Ramalho,
c'étaient des brigands, qui infestaient ces contrées en piratant sur les lacs et ri-
Leonardo Nunes recusou-o à cerimôma
trilha dos Tupiniquins.
vières
comércio. Os interesses feridos natural
A travessia primiti\-a da Serra nimea foi cômoda. Ainda em 1585 Femáo
mais les Romains avaient commencé en
mente revoltavam-se e os padres indin-
Eiuope comme des voleurs, et cependant
dualiza\'am essa re\'olta em Ramalho e
Cardim a descrevia: "o caminho é taO
avaient formé une république digne de
seus filhos.
pequenas fortalezas, que podiam deter o inimigo. No novo local havia terreno sólido,
qnctá e Outeirinhos.
Aí, no interior
duma quadra da rua Xavier da Silveira, ainda se pode ver um resto da muralha antiquíssima, que o Plano Urbanístico propõe recobrir com
uma
pequena
cupola, redoma para uma das raras re-
inicialmente também o caminho predi leto das incursões índias. Havia fortins nas duas extremidades; num deles ser
viu como artilheiro Ilans Stadlen, em
cujo li\T<> (X557) figura diversas vêzes
da serra, então Pias.saguera Velha.* Ai começava a penosa ascensão ao planal to pelo primeiro caminho que houve, a
Íngreme que às vezes íamos pegando com as mãos". É verdade que a eco
O tráfico negro, a mancebia, a poliga tornaram-se objeto da preocupação e da campanha dos jesuítas, ora diplomática,
ora aberta.
O \-igário excomungara-o;
da missa; tôda a Ordem estorva\'a-lhe o
1'e.stime des sages". Martim Afonso, depois de cuidar de
7 - O padre Leonardo cliegara em 1549, já antevendo dois grandes objeti
vos.
mente sal, alguns tecidos, armas e po''
ral-planalto", fazer do planalto o futuro
penetração do sertão, talvez o ' estado jesuítico", que as missões exemplifica
Um, positivo — a catequese e a
celeiro, chave dos sertões e defesa contra
ram. Outro, negati\'0 — a luta contra a
os castelhanos, que subiam o Paraguai e o Paraná ou podiam vir mesmo do Peru.
escraxidão e João Ramalho. Com habi
o sertão e temia a vigilância real,
E fundou, por isso, a sua \nla, que foi a
"conimins" e na amizade dos seus pais;
esse, pelo menos, o aspecto imediato o região, e só os homens de visão petee'
primeira Piratininga, entregue também a
O planalto voltava-se p3'^
João Ramalho.
Nóbrega a ela alude
claramente em uma de suas cartas.
Ê
ccn\'erteram o próprio sócio de Rama lho, Fero Corrêa; captaram a confiança do no\'o e violento go\ emador Tomé de
a Piratininga pré-anchietana, que Frei Gaspar quis negar, e cuja situação exata
Sousa; a pretêxto de eAltar ataques dos
é controversa, provàvelinente no Guaré
minho que senda o acampamento de
física e fecundidade incrível Nóbrega e
(bairro da Luz).
Santo André; finalmente, como último
Tomé de Souza pintaram em suas cartas-
Mas os jesuítas tinham pontos de vista
Sobrevivente dum naufrágio ao que pa
firmes .sobre a escravatura.
rece anterior a 1510, estuante de ener
alguma transigência para o caso dos africano.s e das próprias "descidas" para fins piedosos de civilização e catequese (p. ex. no Norte, segundo Vieira e outros),
gia, adotara as leis da selva: praticou
para o interior, como São Vicente, a nova vila estava sobre o canal principal
indiscutível predomínio na povoação e
a poligamia e o tráfico negro. Gozava de
e (o que naquela época era importante) na região, o elemento mais ativo da feina extremidade meridional da Bertioga. toria, que mantinha um pequeno comer Êste canal era assaz freqüentado pela cio regular com o planalto. A multidão
Embora com
o fato é que relativamente aos pardos ameríndios eles contraria\'am francamen
te os interesses dos colonos, para o que
1
lidade procuraram apoio na educação dos
0 _ Martim Afonso te^■e por guia Jo®'' Ramalho, ao galgar a ParanapiacabaRamalho era o patriarca cuja fortaleza
cêntrica e num canal de difícil passagem
e era a via usual de comunicação com
governador.
São Vicente, entendeu muito bem a ne
biam as perspectivas futuras.
navegação colonial, de pequeno calado,
e vigiava-o ciosamente, aliás apoiado pelo
cessidade de constituir um binário "lito-
agrícolas.
por uma repartição federal ou linha de tiro, ó digna do maior cuidado. Mas a grande vantagem de Santos era a situação comercial: em vez de ex
de TAmérique;
litoral, utilizava-o quase como coisa sua,
nomia regional não compensaria nielli'
necer: ouro, índios e raros produtos
adiante a "casa do trem", hoje ocupada
rintérieur
como em Santo André, na sua povoação
jacente no caminho único de acesso ao
res obras; o planalto consumia quase so
voras, e, de seu lado, pouco podia fo'"'
líqulas do povoado de Brás Cubas. Mais
de
triarca, instalado tanto em São Vicente
índios, obtiveram o fechamento do ca
golpe, conseguiram ordens formais do go\'emador para a mudança da popula ção de Santo André para a nova vila,
que acabavam de fundar na colina do Colégio. Quanto à primeira Piratininga,
extinguiu-se sem mído nem vestígios, suplantada pela segunda. Martim Afonso não alcançara executar
dos filhos, as alianças indígenas, susten
traziam até alvarás reais de libertação.
o seu projeto de expansão interna, mas deixou a semente e o campo aplainado
tavam-lhe o prestígio.
O conflito com os colonos e em especial
para Nóbrega (chegado ejn 1553) e An-
Fundara a pri-
M
Digesto Econômico
22
Digesto Econômico
Anchicta era ainda simple.s noviço
do que resultou o nome de "camiiilio do Padre José". Mais tarde, sob o go\ êmo
tou aproximadainciite o traçado do Padre José. Mais tarde ainda, a "São Paulo Railway", ao concretizar a .sua concessão
num naufrágio em 1554.
os primeiros padres. Por isso Serafim Leite pretende que a carta em que èle
' A escollia do local da nova Píratininga ó atribuída sobretudo a Nóbrega. A
o noticia (30 de agôslo) é a verdadeira
quando os fatos da fundação se passa ram e, por ÍS.SO, a maioria dos historia dores, Vamhagen, Southey, Serafim Leite
certidão de idade de São Paulo.
etc., concedem a palma a Nóbrega. Pcln
clüi-ia.
Leonardo, de regresso, morreu
sua estratégia atendia a múltiplas consi
A ciência urhaní.stica que se costuma
derações: a) Promover a mudança do colégio de São Vicente, repondo os coru-
atribuir aos padres pelo sucesso atual, que veio coroar a escolha do local, me
inius no .seu meio familiar; b) facilitar
rece todavia uma ob.servação.
n defesíi contra os índios. As condições
dade o que houve foram numerosas po-
Na ver
aliás, quatro séculos depois, óbices ao
voações. das quais, por seleção natural, apenas algumas progrediram. A locali
acesso e desenvolvimento do centro ur
zação imediata, topognifica, numa colina
bano; c) facilitar a vida e a agricultura
de fácil defesa, ladeada de várzeas do-
locais favoráveis à defesa tornar-se-iam,
num meio de melhor clima e de terras
mináveis pela vista e pelo alcance de
mais abundantes; d) criar um centro de
tiro de armas rudimentares, era acertada,
irradiação portuguesa, quiçá concreti
mas intuitiva.
zar o sonho da república jesuítica, que Voltaire e, entre nós, Basílio Guimarães tanto exageraram. Frei Vicente do Sal-
pendia de conliecimentos mais precisos de tôda a região, certamente ainda falhos
vadíir (1627) assim exaltava a capita nia: "São os ares frios e temperados como os de Espanha, porque já estão fora da zona torrida.
Ê a terra mais
Quanto à localização geográfica, de na época. São Miguel, Guarulhos, Ibirapuera (Santo Amaro), Parnaíba, Carapicuíba. Maniçoba (Itu) e tantas outras, foram povoações de fortunas muito dife
mesmo motivo não recebeu anuência ge ral a idéia da Sociedade dos Amigos da Cidade, cm 1942, dum monumento a
Anchieta — fundador. Afonso Taunay propôs reunir, na mesma homenagem,
de Bernardo de Lorena, a "calçada" de muito melhores condições técnicas, ado
entre São Paulo e Santos, adotou por sua vez o traçado dos Tiipiniquins. Em am bos os casos os viajantes, depois de trans
Nunes, Manoel de Pai\-a e Tibiriçá, o
por a garganta da crista da serra, podiam
cacique fiel que ajudou a vida e a defesa
cliegar a Píratininga por terra ou por água, Neste segundo caso. desciam por canoa
da cidade. Outros, co mo Geraldo Ruffolo, re
clamaram a presença de
o Tamanduatcí ou o Ju-
João Ramallio. Èste, em bora sem intervenção di reta no episódio da con sagração da capela, con
rubatuba, hoje
vencionalmente
lina central pelo traça
primeiro conduzia à co- '
tomado
para a data da funda
do da "São Paulo Rail
ção, foi o elemento ver dadeiramente
forte
Rio
Grande, fonnador do atual rio Pinheiros. O
3
e
way" ou, pouco desvia-
dainente, pelo Lavapés,
criador, que deu c me
coleando os outeiros do
lhor do seu esforço, o
Cambucí, ou ainda pela entrada do Vergueiro. Vindo pelo Jurubatuba, deveria tomar o espigão
sadia, frèsca e de boas águas, e esta foi a primeira onde se fez assucar, donde se
rentes.
le\ou planta de cannas para as outras capitanias, posto que hoje se não dão tanto a fazê-lo quanto à lavoura do trigo, que se dá alli muito, e cevada e gran des vinhas, donde se colhem muitas pi
catequese e, ao mesmo tempo, fomiavam um sistema de defesa, permitindo rápida conjugação dessas populações amigas nos
fôrça biológica decisiva
de Vila Mariana ou o
momentos de perigo. Êsse sis-tcma foi
no desbravamento, e o
caminho Ibirapuera
pas de vinho. Outros se dão à criação
muito bem descrito por Baptista Pereira,
que sabemos de sua par
de \accas, que multiplicam muito. E
Como era natural criaram-se em tômo
aldeamentos, que recebiam a ação da
que todavia exagerou um pouco o lado
são as carnes mais gordas que há em
imaginativo, como já o fizera com as
Espanha, principalmente os cevados, que
"muralhas" do humilde burgo, figuradas
se cevam com
numa "maquete" conservada no Museu
milho zaburro e com
pinhões de grandes pinhais que há agres
do Ipiranga.
tes. tão farteis e viçosos que cada pinha
A primeira Píratininga definhara. Sob a pressão oficial e jesuítica. Santo An
é como itma botija, e cada pinhão,
depois de limpo, como uma casta nha ou bolota de Portugal. Cavalos,
dré fôra demolida. João Ramalho ace deu nobremente em colaborar na vida
há tantos que vale cada uni cinco ou
da segunda Píratininga, embora por certo
seis tostões. Mas o melhor de tudo é o
maguado, como indica a sua final reti
ouro".
rada e isolamento para os lados do Pa raíba,"em degredo" segundo sua própria
Nóbrega já estivera nos campos de Píratininga em 1553, quando aí deixara
expressão.
seu sangue e a sua des cendência na formação da nacionalidade. Foi a
ticipação cívica na iiltinia parte da vida permite-nos estar se
guros da sua nobreza de sentimentos. Em oposição, o jesuíta era antes o ele
entradas
(atual) — Caguassú iLuiz Antônio) — Piques. As por Santos vinham por as
sim dizer "por graridade" bater ein São Paulo. As linhas de comunica
mento moral e controlador.
ções com as outras zonas do Estado e do
Em resumo, num monumento verda deiramente artístico e sintético, basta
País meridional vêm igualmente ter ao
riam três figuras, do mais perfeito sim-
saía naturalmente pela garganta da Can
bolismo: o jesuíta (Anchieta ou Nóbre ga),' Ramalho e o índio auxiliar e fiel. 8 — O segundo caminho para o pla
çiço do Jaraguá, atravessai a o matogros-
mesmo ponto. A estrada dos Giiaiazes
tareira, que isola do resto da serra o ma-
so de Jundiaí e alcançava as "campinas"
nado por Anchieta, mas êste teve algu
de São Carlos (Campinas atual), onde mudava a formação geológica do terreno
ma parte na sua construção ou reforma,
a o fades geográfico. Em Campina- a
nalto não foi certamente feito ou orde
Digesto Econômico
22
Digesto Econômico
Anchicta era ainda simple.s noviço
do que resultou o nome de "camiiilio do Padre José". Mais tarde, sob o go\ êmo
tou aproximadainciite o traçado do Padre José. Mais tarde ainda, a "São Paulo Railway", ao concretizar a .sua concessão
num naufrágio em 1554.
os primeiros padres. Por isso Serafim Leite pretende que a carta em que èle
' A escollia do local da nova Píratininga ó atribuída sobretudo a Nóbrega. A
o noticia (30 de agôslo) é a verdadeira
quando os fatos da fundação se passa ram e, por ÍS.SO, a maioria dos historia dores, Vamhagen, Southey, Serafim Leite
certidão de idade de São Paulo.
etc., concedem a palma a Nóbrega. Pcln
clüi-ia.
Leonardo, de regresso, morreu
sua estratégia atendia a múltiplas consi
A ciência urhaní.stica que se costuma
derações: a) Promover a mudança do colégio de São Vicente, repondo os coru-
atribuir aos padres pelo sucesso atual, que veio coroar a escolha do local, me
inius no .seu meio familiar; b) facilitar
rece todavia uma ob.servação.
n defesíi contra os índios. As condições
dade o que houve foram numerosas po-
Na ver
aliás, quatro séculos depois, óbices ao
voações. das quais, por seleção natural, apenas algumas progrediram. A locali
acesso e desenvolvimento do centro ur
zação imediata, topognifica, numa colina
bano; c) facilitar a vida e a agricultura
de fácil defesa, ladeada de várzeas do-
locais favoráveis à defesa tornar-se-iam,
num meio de melhor clima e de terras
mináveis pela vista e pelo alcance de
mais abundantes; d) criar um centro de
tiro de armas rudimentares, era acertada,
irradiação portuguesa, quiçá concreti
mas intuitiva.
zar o sonho da república jesuítica, que Voltaire e, entre nós, Basílio Guimarães tanto exageraram. Frei Vicente do Sal-
pendia de conliecimentos mais precisos de tôda a região, certamente ainda falhos
vadíir (1627) assim exaltava a capita nia: "São os ares frios e temperados como os de Espanha, porque já estão fora da zona torrida.
Ê a terra mais
Quanto à localização geográfica, de na época. São Miguel, Guarulhos, Ibirapuera (Santo Amaro), Parnaíba, Carapicuíba. Maniçoba (Itu) e tantas outras, foram povoações de fortunas muito dife
mesmo motivo não recebeu anuência ge ral a idéia da Sociedade dos Amigos da Cidade, cm 1942, dum monumento a
Anchieta — fundador. Afonso Taunay propôs reunir, na mesma homenagem,
de Bernardo de Lorena, a "calçada" de muito melhores condições técnicas, ado
entre São Paulo e Santos, adotou por sua vez o traçado dos Tiipiniquins. Em am bos os casos os viajantes, depois de trans
Nunes, Manoel de Pai\-a e Tibiriçá, o
por a garganta da crista da serra, podiam
cacique fiel que ajudou a vida e a defesa
cliegar a Píratininga por terra ou por água, Neste segundo caso. desciam por canoa
da cidade. Outros, co mo Geraldo Ruffolo, re
clamaram a presença de
o Tamanduatcí ou o Ju-
João Ramallio. Èste, em bora sem intervenção di reta no episódio da con sagração da capela, con
rubatuba, hoje
vencionalmente
lina central pelo traça
primeiro conduzia à co- '
tomado
para a data da funda
do da "São Paulo Rail
ção, foi o elemento ver dadeiramente
forte
Rio
Grande, fonnador do atual rio Pinheiros. O
3
e
way" ou, pouco desvia-
dainente, pelo Lavapés,
criador, que deu c me
coleando os outeiros do
lhor do seu esforço, o
Cambucí, ou ainda pela entrada do Vergueiro. Vindo pelo Jurubatuba, deveria tomar o espigão
sadia, frèsca e de boas águas, e esta foi a primeira onde se fez assucar, donde se
rentes.
le\ou planta de cannas para as outras capitanias, posto que hoje se não dão tanto a fazê-lo quanto à lavoura do trigo, que se dá alli muito, e cevada e gran des vinhas, donde se colhem muitas pi
catequese e, ao mesmo tempo, fomiavam um sistema de defesa, permitindo rápida conjugação dessas populações amigas nos
fôrça biológica decisiva
de Vila Mariana ou o
momentos de perigo. Êsse sis-tcma foi
no desbravamento, e o
caminho Ibirapuera
pas de vinho. Outros se dão à criação
muito bem descrito por Baptista Pereira,
que sabemos de sua par
de \accas, que multiplicam muito. E
Como era natural criaram-se em tômo
aldeamentos, que recebiam a ação da
que todavia exagerou um pouco o lado
são as carnes mais gordas que há em
imaginativo, como já o fizera com as
Espanha, principalmente os cevados, que
"muralhas" do humilde burgo, figuradas
se cevam com
numa "maquete" conservada no Museu
milho zaburro e com
pinhões de grandes pinhais que há agres
do Ipiranga.
tes. tão farteis e viçosos que cada pinha
A primeira Píratininga definhara. Sob a pressão oficial e jesuítica. Santo An
é como itma botija, e cada pinhão,
depois de limpo, como uma casta nha ou bolota de Portugal. Cavalos,
dré fôra demolida. João Ramalho ace deu nobremente em colaborar na vida
há tantos que vale cada uni cinco ou
da segunda Píratininga, embora por certo
seis tostões. Mas o melhor de tudo é o
maguado, como indica a sua final reti
ouro".
rada e isolamento para os lados do Pa raíba,"em degredo" segundo sua própria
Nóbrega já estivera nos campos de Píratininga em 1553, quando aí deixara
expressão.
seu sangue e a sua des cendência na formação da nacionalidade. Foi a
ticipação cívica na iiltinia parte da vida permite-nos estar se
guros da sua nobreza de sentimentos. Em oposição, o jesuíta era antes o ele
entradas
(atual) — Caguassú iLuiz Antônio) — Piques. As por Santos vinham por as
sim dizer "por graridade" bater ein São Paulo. As linhas de comunica
mento moral e controlador.
ções com as outras zonas do Estado e do
Em resumo, num monumento verda deiramente artístico e sintético, basta
País meridional vêm igualmente ter ao
riam três figuras, do mais perfeito sim-
saía naturalmente pela garganta da Can
bolismo: o jesuíta (Anchieta ou Nóbre ga),' Ramalho e o índio auxiliar e fiel. 8 — O segundo caminho para o pla
çiço do Jaraguá, atravessai a o matogros-
mesmo ponto. A estrada dos Giiaiazes
tareira, que isola do resto da serra o ma-
so de Jundiaí e alcançava as "campinas"
nado por Anchieta, mas êste teve algu
de São Carlos (Campinas atual), onde mudava a formação geológica do terreno
ma parte na sua construção ou reforma,
a o fades geográfico. Em Campina- a
nalto não foi certamente feito ou orde
wr Dicesto Econômico
24
Dicesto
EcoNÓxnco
estrada deixava a zona arqueana e mon
Sul de Minas, pela garganta dc Ati-
pulosa e comerciante, entreposto de gran
tanhosa para penetrar na zona sedímen-
baia.
de quantidade de assucar, aguardente, tecidos de algodão, café, coirnme, tou
tária e levemente ondulada, mal coberta
de cerrados; por esta seguia, margeando o sopé do planalto mineiro, passando su cessivamente por Mogi, Casa Branca, Franc-a etc., quase todo.s antigos "pou sos", que se foram fazendo cidades. Mais tarde as estradas de ferro, em especial
a Mogiana, liaviam de seguir a mesma
Mas quanto à vila de São Vicente,
Vicente. Outro ramo vinha a São Paulo de Piratininga, mantendo-se no planalto,
entrada do sertão.
Paraná. Êste ramo prosseguia até SantosEra o mais marcado, porque servia ao
, curso terrestre; por isso era freqüentado o
I caminho do Facão, a cuja margem nas ceu Cunha, e descia-se a serra de Pa
rati, rota que ainda em 1932 as fòrças legais adotaram. Depois a preferência
passou para a diretriz de Bananal (ro
vai-vem freqüente das tribos, que desciajn anualmente, nas cstaçõe.s de frio o
de pesca. A estação ferroviária de ranapiacaba (antigo Alto da Serra) cof' responde à garganta superior; Piassag»'^' ra, ao pé da Serra, era o têrmo da des cida. Quando se abriu a e.strada do P'*' dre José, o ponto final passou para o Cubatão, perto do Cruzeiro Quinhentista, no dito "pôrto das Almadias" ou Vera
dovia) ou Barra do Piraí (Estrada de Ferro Central). Do lado de cá a estrada
Cruz.
tinha 'de largar o Paraíba na grande infle.vão que o caracteriza, e transpor a
O aspecto duma, coberta, dc madeira, nos foi preservada por gravura da épO"
serra divisóri<a do Tietê.
Mais tarde, a estrada venceu o
manguesal, os rios receberam pontes-
Isto feito, o
ca; o têrmo da viagem passou a ser a
trajeto acompanha este rio até São Paulo.
própria cidade de Santos. Eliminado e
O caminho do Sul tangencia a linha se-
transbordo, os povoados da raiz da Serra
paratriz das zonas arqueana e sedimen-
decairani, como era de esperar. A atual Via Anchieta paradoxalmente não seguiu o traçado do Padre José;
tária, de modo semelhante ao que su
cede com a Mogiana. Para ligar o Sul
Paulo é igualmente obrigatória. O cru
adotou outro vale mais a Oeste, o mes mo da estrada Mairinque-Santos, nu en
zamento das diretrizes Santos-Goiás e
costa oposta.
ao caminho do Rio, a passagem por São
dis: "a mais antiga da província, em ou tro tempo florente e famosa, hoje pouca coisa por causa de Santos, mais bem
situada para o comercio, que lhe roubou". Na primeira metade do século XIX,
a abertura dos portos, a independência política; a introdução do café,• prepara ram o desenvolvimento mais rápido do país e em particular de Santos. O grão precioso é a mola real e os cafezais
jmer(sos começaram a alongar-se em leque, a partir de certa distância da ca pital, requerendo escoamento. Na Ama
zônia a prosperidade efêmera da go
A rêde ferroviária e o pôrto de Santos foram os principais resultados do ciclo cafeeiro.
Em 1855 um decreto imperial autoriza\"a concessão a quem se propusesse realizar a ligação ferroviária entre San tos e Rio Claro.
Em 1856 o decreto
teve efeito com uma concessão ao grupo de Mauá, transferida depois à "São Paulo
Railway". Em 1867 os trilhos completa ram a ligação até o litoral. Em 1900 a
estrada é acrescida dos novos planos in clinados da serra, que ainda perduram. O segimdo impulso decisivo à cidade
ma elástica pouco mais deixou que dois
de Santos foi a construção do pôrto.
teatros e duas cidades encravadas na
Lei imperial de 1869 autorizou a cons
seiva.
trução de portos em todo o país me
No Nordeste, o ciclo do açúcar
traçou obras maiores, em especial uma
diante condições e favores determinados.
regular rede ferroviária. São Paulo, mer
Após alguns decretos especiais para San
cê de um período econômico mais forte
tos, que ficaram inoperantes, a concor rência de 1888 atribuiu a construção e uso do cais à sociedade de Pinto de Oli
veira, Cândido Gaffrée e Eduardo Guin-
le. O primeiro projeto de caís ■ não chegava a um quilômetro. Em 1892 foô-
inaugura-
os primei
ros^ 260 me-
9 — Santos, fundada por Brás Cubas
Rio de Janeiro-Sul era inevitàvelmente um ponto privilegiado de passagem e comércio, e por isso a povoaçâo ai im plantada teria certamente de prosperar.
abandonada pela navegação e pelo co
Outros caminhos, embora menos ca racterísticos, convergiam para o mesmo
fim do século XVI, jazia em letargo.
pontor um era o Tietê, via de penetra
Aires do Casal, ainda em 1817, descreve
ção para o NO; outro, acesso para o
dustriais.
Um ramo descia diretamente em Cana-
por onde passa a atual rodovia São Paulo-
naturalmente pelo vale do Paraíba, linha reta e plana, que aproveita as bacias terdárias do chamado norte paulista. Primitivamente convinha encurtar o per-
as colheitas do arroz e cafá abundantes".
cinho. Os navios carregam por pranchües
diretriz. A linlia Santos-São Paulo-Goiás é uma linha de menor resistência para a
As comunicações com o Rio faziam-se
para o cais. Os invernos são chuvosos e só
c prolongado, conseguiu fundar uma ri queza e uma civilização capazes de en frentar, no século que corre, a decadên cia do café, pelo desenvolvimento de ou tras fontes econômicas, agrícolas e in
Alguns desses caminhos eram ai>eiias antigos trilhos indígenas, dos quais o mais importante, o "dos Tupin quins , \inha desde o Paraguai, ao <ju«' se diz-
néia; dele se aproxima hoje o traçado Bvington para uma ferrovia Iguassu-Sáo
25
pouco depois de São Vicente, talvez por . 1545, cresceu lentamente. São Vicente,
mércio, perecia. A própria capital, no Santos como uma "vila considerável, po-
em 1909
completavam-
4.720 metros, ele vados hoje a cêrca
5.200. O pôrto ue Santos, por seu nio\'imento ou tone-
lagem, equipara-se ao do Rio.
wr Dicesto Econômico
24
Dicesto
EcoNÓxnco
estrada deixava a zona arqueana e mon
Sul de Minas, pela garganta dc Ati-
pulosa e comerciante, entreposto de gran
tanhosa para penetrar na zona sedímen-
baia.
de quantidade de assucar, aguardente, tecidos de algodão, café, coirnme, tou
tária e levemente ondulada, mal coberta
de cerrados; por esta seguia, margeando o sopé do planalto mineiro, passando su cessivamente por Mogi, Casa Branca, Franc-a etc., quase todo.s antigos "pou sos", que se foram fazendo cidades. Mais tarde as estradas de ferro, em especial
a Mogiana, liaviam de seguir a mesma
Mas quanto à vila de São Vicente,
Vicente. Outro ramo vinha a São Paulo de Piratininga, mantendo-se no planalto,
entrada do sertão.
Paraná. Êste ramo prosseguia até SantosEra o mais marcado, porque servia ao
, curso terrestre; por isso era freqüentado o
I caminho do Facão, a cuja margem nas ceu Cunha, e descia-se a serra de Pa
rati, rota que ainda em 1932 as fòrças legais adotaram. Depois a preferência
passou para a diretriz de Bananal (ro
vai-vem freqüente das tribos, que desciajn anualmente, nas cstaçõe.s de frio o
de pesca. A estação ferroviária de ranapiacaba (antigo Alto da Serra) cof' responde à garganta superior; Piassag»'^' ra, ao pé da Serra, era o têrmo da des cida. Quando se abriu a e.strada do P'*' dre José, o ponto final passou para o Cubatão, perto do Cruzeiro Quinhentista, no dito "pôrto das Almadias" ou Vera
dovia) ou Barra do Piraí (Estrada de Ferro Central). Do lado de cá a estrada
Cruz.
tinha 'de largar o Paraíba na grande infle.vão que o caracteriza, e transpor a
O aspecto duma, coberta, dc madeira, nos foi preservada por gravura da épO"
serra divisóri<a do Tietê.
Mais tarde, a estrada venceu o
manguesal, os rios receberam pontes-
Isto feito, o
ca; o têrmo da viagem passou a ser a
trajeto acompanha este rio até São Paulo.
própria cidade de Santos. Eliminado e
O caminho do Sul tangencia a linha se-
transbordo, os povoados da raiz da Serra
paratriz das zonas arqueana e sedimen-
decairani, como era de esperar. A atual Via Anchieta paradoxalmente não seguiu o traçado do Padre José;
tária, de modo semelhante ao que su
cede com a Mogiana. Para ligar o Sul
Paulo é igualmente obrigatória. O cru
adotou outro vale mais a Oeste, o mes mo da estrada Mairinque-Santos, nu en
zamento das diretrizes Santos-Goiás e
costa oposta.
ao caminho do Rio, a passagem por São
dis: "a mais antiga da província, em ou tro tempo florente e famosa, hoje pouca coisa por causa de Santos, mais bem
situada para o comercio, que lhe roubou". Na primeira metade do século XIX,
a abertura dos portos, a independência política; a introdução do café,• prepara ram o desenvolvimento mais rápido do país e em particular de Santos. O grão precioso é a mola real e os cafezais
jmer(sos começaram a alongar-se em leque, a partir de certa distância da ca pital, requerendo escoamento. Na Ama
zônia a prosperidade efêmera da go
A rêde ferroviária e o pôrto de Santos foram os principais resultados do ciclo cafeeiro.
Em 1855 um decreto imperial autoriza\"a concessão a quem se propusesse realizar a ligação ferroviária entre San tos e Rio Claro.
Em 1856 o decreto
teve efeito com uma concessão ao grupo de Mauá, transferida depois à "São Paulo
Railway". Em 1867 os trilhos completa ram a ligação até o litoral. Em 1900 a
estrada é acrescida dos novos planos in clinados da serra, que ainda perduram. O segimdo impulso decisivo à cidade
ma elástica pouco mais deixou que dois
de Santos foi a construção do pôrto.
teatros e duas cidades encravadas na
Lei imperial de 1869 autorizou a cons
seiva.
trução de portos em todo o país me
No Nordeste, o ciclo do açúcar
traçou obras maiores, em especial uma
diante condições e favores determinados.
regular rede ferroviária. São Paulo, mer
Após alguns decretos especiais para San
cê de um período econômico mais forte
tos, que ficaram inoperantes, a concor rência de 1888 atribuiu a construção e uso do cais à sociedade de Pinto de Oli
veira, Cândido Gaffrée e Eduardo Guin-
le. O primeiro projeto de caís ■ não chegava a um quilômetro. Em 1892 foô-
inaugura-
os primei
ros^ 260 me-
9 — Santos, fundada por Brás Cubas
Rio de Janeiro-Sul era inevitàvelmente um ponto privilegiado de passagem e comércio, e por isso a povoaçâo ai im plantada teria certamente de prosperar.
abandonada pela navegação e pelo co
Outros caminhos, embora menos ca racterísticos, convergiam para o mesmo
fim do século XVI, jazia em letargo.
pontor um era o Tietê, via de penetra
Aires do Casal, ainda em 1817, descreve
ção para o NO; outro, acesso para o
dustriais.
Um ramo descia diretamente em Cana-
por onde passa a atual rodovia São Paulo-
naturalmente pelo vale do Paraíba, linha reta e plana, que aproveita as bacias terdárias do chamado norte paulista. Primitivamente convinha encurtar o per-
as colheitas do arroz e cafá abundantes".
cinho. Os navios carregam por pranchües
diretriz. A linlia Santos-São Paulo-Goiás é uma linha de menor resistência para a
As comunicações com o Rio faziam-se
para o cais. Os invernos são chuvosos e só
c prolongado, conseguiu fundar uma ri queza e uma civilização capazes de en frentar, no século que corre, a decadên cia do café, pelo desenvolvimento de ou tras fontes econômicas, agrícolas e in
Alguns desses caminhos eram ai>eiias antigos trilhos indígenas, dos quais o mais importante, o "dos Tupin quins , \inha desde o Paraguai, ao <ju«' se diz-
néia; dele se aproxima hoje o traçado Bvington para uma ferrovia Iguassu-Sáo
25
pouco depois de São Vicente, talvez por . 1545, cresceu lentamente. São Vicente,
mércio, perecia. A própria capital, no Santos como uma "vila considerável, po-
em 1909
completavam-
4.720 metros, ele vados hoje a cêrca
5.200. O pôrto ue Santos, por seu nio\'imento ou tone-
lagem, equipara-se ao do Rio.
Dicesto Econômico
26
(?/cCade Q^hdiwt
.sinamento hoje, quando se torna a falar em dispersivas ligações São Paulo-São tinuava vítima das epidemias periódicas, Sebastião, Mogi-Santos, etc. Em 1945 a O terceiro impulso à cidade foi o sa
neamento.
Santos até essa época con
cjue, além dos prejuízos imediatos, des moralizavam o Estado no estrangeiro. As
ligação direta São Paulo-Santos ou, me
obras do cais iniciaram o saneamento em
lhor, Presidente Altíno-Evangelista de Sousa, por sinal sem que a Capital, preo
grande escala. Sendo a ação municipal impotente, o governo estadual, desde 1892, interveio no serviço de esgotos,
estilos, haja intervindo nessa causa para ela de tão transcendental importância.
Pela mesma época inicia-se a eletrifica ção da "São Paulo Railway", hoje San-
algumas medidas urbanísticas, que so-
tos-Jundiaí, brevemente Estrada Pdauá —
frenim diversas modificações após dis
luxo onomástico a contrastar com os
cussões muito brasileiras com a muni
"descuido.s" da expropriação. Em 1947
cipalidade e outros interessados.
inaugura-se a Via Anchieta.
bora limitados, esses complementos fo ram de grande utilidade.
Em período mais recente, finalmente, foram os acessos ferro e rodoviários o
objeto da atenção governamental. Em 1917 inaugurou-se, após refação, por iniciativa particular, a estrada do Ver
gueiro. Em 1935 iniciava-se o tráfego pela ligação Mairinque-Santos, da Es trada de Ferro Sorocabana, cujo traçado, aliás, merecia certa crítica de grande en-
O eminente engenheiro, professor Luís de Anhaia Melo, procura definir, com
a competência que lhe e peculiar, o que seja "cidade jardim" c como impedir a extensão dos limites urbanos.
cupada com padrões funcionais, coretos e
que teve o seu período decisivo cm 19051912, com o projeto e execução geral por Saturnino de Brito. O plano incluía
Em
ixir Lms de Anh/Ua Melo
Estrada Sorocabana inicia as obras da
O quinto impulso à cidade c ao pôrto esboça-se neste momento com o seu
"Howard's min was the English mind at its best; always in touch \vith the practícable, always in -sight of the ideal". Lewls Mumford
"The contínuance of the pre-war
iS nossas grandes cidades são im provisações, sem princípio di retor, sem adaptação à função, sem fim social definido.
São produtos naturais do capriclio de atividades indivi duais, orientadas para e pelo lucro.
É preciso, porém, colocar as condi ções materiais da vida urbana no nível
das aspirações espirituais da nossa ci■NÚlização.
Para isso se deve planejar de maneira inteligente,
aban
donando de vez o velho sistema — ou
melhor, falta dé sis tema
—
de
acrés
cimos indefinidos e
se cereal neste ano é agora estimada em 2.440.000.000 de'biishels", a menor que se verifica desde 1936.
A safra trificola é calculada, por aquêle Departamento, em 1.409.000.000 de
"busheW, constituindo ainda um recorde, embora ligeiramente inferior à estimativa do mês anterior.
A continuação dêsse estado de coisas,
Ê o defeituoso agenciamento das ci dades um dos principais responsáveis polo espírito anárquico e pela instabili dade social que reinam hoje no mundo. Não podemos recorrer apenas às meias medidas do passado e do pre
F. J. Osborn
doviárias circumadjacentes.
/ínc Unidos em asôsto findo, 256.000.000 de ''bushels" de milho A colheita dês-
de\'e rcmo\'er.
gligence".
tos, encara as questões fundamentais e de maior alcance econômico, da amplia ção do pôrto e das extensões ferro e ro
O Devartamento de Agricultura informa que o mau tempo custou aos Esta-
mediar males, cujas causas èle pode e diz Osbom, eqüivale a um suicídio na cional por negligência.
ramentos urbanísticos propriamente di
seguinte.
to .regional e liimlar a sua ação a re
drift of things would be nothing less than national suicide by ne-
"plano regional", que, além dos melho
É o que começaremos a ver no artigo
Um urbanista não pode ignorar os problemas fundamentais do planejamen
desordenados
na
periferia, e de um. custosíssimo
"ur
sente, em" matéria de reforma urbana,
e permitir que pequenos obstáculos fni.strem grandes objetivos.
Querer apenas corrigir os erros, reto cando os moldes atuais, agrava condi ções de vida já intoleráveis.
^ Nas grandes cidades americanas uma térça parte da população vive em distri
tos deteriorados (blighted areas) A conseqüência da deterioração é o cortiço, e a he rança
social
do,
N. morador do cortiço é a "criminal cnl•* ture".
Um estudo fei
banismo" cirúrgico
to em 1934, nas
nos centros super-
íla cidade de Cle-
congestionados.
areas deterioradas
veland, nos Esta-
Dicesto Econômico
26
(?/cCade Q^hdiwt
.sinamento hoje, quando se torna a falar em dispersivas ligações São Paulo-São tinuava vítima das epidemias periódicas, Sebastião, Mogi-Santos, etc. Em 1945 a O terceiro impulso à cidade foi o sa
neamento.
Santos até essa época con
cjue, além dos prejuízos imediatos, des moralizavam o Estado no estrangeiro. As
ligação direta São Paulo-Santos ou, me
obras do cais iniciaram o saneamento em
lhor, Presidente Altíno-Evangelista de Sousa, por sinal sem que a Capital, preo
grande escala. Sendo a ação municipal impotente, o governo estadual, desde 1892, interveio no serviço de esgotos,
estilos, haja intervindo nessa causa para ela de tão transcendental importância.
Pela mesma época inicia-se a eletrifica ção da "São Paulo Railway", hoje San-
algumas medidas urbanísticas, que so-
tos-Jundiaí, brevemente Estrada Pdauá —
frenim diversas modificações após dis
luxo onomástico a contrastar com os
cussões muito brasileiras com a muni
"descuido.s" da expropriação. Em 1947
cipalidade e outros interessados.
inaugura-se a Via Anchieta.
bora limitados, esses complementos fo ram de grande utilidade.
Em período mais recente, finalmente, foram os acessos ferro e rodoviários o
objeto da atenção governamental. Em 1917 inaugurou-se, após refação, por iniciativa particular, a estrada do Ver
gueiro. Em 1935 iniciava-se o tráfego pela ligação Mairinque-Santos, da Es trada de Ferro Sorocabana, cujo traçado, aliás, merecia certa crítica de grande en-
O eminente engenheiro, professor Luís de Anhaia Melo, procura definir, com
a competência que lhe e peculiar, o que seja "cidade jardim" c como impedir a extensão dos limites urbanos.
cupada com padrões funcionais, coretos e
que teve o seu período decisivo cm 19051912, com o projeto e execução geral por Saturnino de Brito. O plano incluía
Em
ixir Lms de Anh/Ua Melo
Estrada Sorocabana inicia as obras da
O quinto impulso à cidade c ao pôrto esboça-se neste momento com o seu
"Howard's min was the English mind at its best; always in touch \vith the practícable, always in -sight of the ideal". Lewls Mumford
"The contínuance of the pre-war
iS nossas grandes cidades são im provisações, sem princípio di retor, sem adaptação à função, sem fim social definido.
São produtos naturais do capriclio de atividades indivi duais, orientadas para e pelo lucro.
É preciso, porém, colocar as condi ções materiais da vida urbana no nível
das aspirações espirituais da nossa ci■NÚlização.
Para isso se deve planejar de maneira inteligente,
aban
donando de vez o velho sistema — ou
melhor, falta dé sis tema
—
de
acrés
cimos indefinidos e
se cereal neste ano é agora estimada em 2.440.000.000 de'biishels", a menor que se verifica desde 1936.
A safra trificola é calculada, por aquêle Departamento, em 1.409.000.000 de
"busheW, constituindo ainda um recorde, embora ligeiramente inferior à estimativa do mês anterior.
A continuação dêsse estado de coisas,
Ê o defeituoso agenciamento das ci dades um dos principais responsáveis polo espírito anárquico e pela instabili dade social que reinam hoje no mundo. Não podemos recorrer apenas às meias medidas do passado e do pre
F. J. Osborn
doviárias circumadjacentes.
/ínc Unidos em asôsto findo, 256.000.000 de ''bushels" de milho A colheita dês-
de\'e rcmo\'er.
gligence".
tos, encara as questões fundamentais e de maior alcance econômico, da amplia ção do pôrto e das extensões ferro e ro
O Devartamento de Agricultura informa que o mau tempo custou aos Esta-
mediar males, cujas causas èle pode e diz Osbom, eqüivale a um suicídio na cional por negligência.
ramentos urbanísticos propriamente di
seguinte.
to .regional e liimlar a sua ação a re
drift of things would be nothing less than national suicide by ne-
"plano regional", que, além dos melho
É o que começaremos a ver no artigo
Um urbanista não pode ignorar os problemas fundamentais do planejamen
desordenados
na
periferia, e de um. custosíssimo
"ur
sente, em" matéria de reforma urbana,
e permitir que pequenos obstáculos fni.strem grandes objetivos.
Querer apenas corrigir os erros, reto cando os moldes atuais, agrava condi ções de vida já intoleráveis.
^ Nas grandes cidades americanas uma térça parte da população vive em distri
tos deteriorados (blighted areas) A conseqüência da deterioração é o cortiço, e a he rança
social
do,
N. morador do cortiço é a "criminal cnl•* ture".
Um estudo fei
banismo" cirúrgico
to em 1934, nas
nos centros super-
íla cidade de Cle-
congestionados.
areas deterioradas
veland, nos Esta-
....
Dicesto Econó.nuco
28
dos Unidos, demonstrou que em relação à área urbana total, a porcentagem de incêndios era 7 vè2es maior; de assas-
sínios era 8,5 vezes maior; de víòios sociais era 10,5 vezes maior; de delin
qüência juvenil era 2,7 vêzes maior; de filhos ilegítimos era 4,2 vezes maior; de tuberculosos era 5,0 vezes maior!
E o problema dos acidentes de au tomóveis?
As estatísticas americanas nos mos
\yn, fundada em 1920, paru população
DlGESTO EcONÓ^acO
29
final de 40.000 habitantes c contando
ideal ê que cada um trabalhe à distância de marcha a pé da residência. A distân
cívico não e.xiste, desintegrou-se pela pressão da massa aglomerada nos gran
hoje 20.000 pessoas. O plano do "Greater London" de 1944
cia que se percorre a pé, em marcha
des centros.
normal, é de cerca de 3 niillias, ou 4.800
prevê a construção de 10 cidades jardins,
metros por hora, o que eqüivale a 2.400
para a descentralização de 600.000 ha bitantes da atual população da grande metrópole londrina, a primeira das quais, Ongar, já está .sondo construída. O problema das grandes metrópo
metros em 30 niintitos e 1.200 metros
associação humana orça entre 35.000
em um quarto de hora. Não há neces sidade de transporte coletivo, mantidas
e 60.000 pessoas, distribuídas em uni
es.sas distancias.
pessoas cada uma.
les é diminuir a população, e não au
3. Qual é o tamanho da cidade que toma possível uma vida social plena? A aglomeração excessiva perturba a associação. Na.s grandes metrópoles a
A população ideal para o pleno de senvolvimento de todos os estímulos da
dades de vizinhança de 6.000 a 10.000
Essa população cabe dentro de um círculo de raio de uma milha, o que
corresponde ao exposto no item 2 desta
tram que em 18 anos de guerras pere
mentá-la.
ceram 353.347 cidadãos americanos, e
que nos últimos 18 anos de paz os auto
As "green-belt towns" americanas, Greenbelt, Greenbrook, Greenlülls e
O sociólogo
4. Como Impedir a extensão do.s li
móveis mataram 454.333 cidadãos!
Greendale — projetadas c construídas pela
americano Roberto Park defini" acerta-
mites urbanos além dessa distancia ra
A história da civiMzação nos diz que a cada época corresponde um estilo
"Resettlement Administration" no Govêr-
damente a metiopole como "iutí mosai-
zoável?
e quanto niaior a época histórica tanto
vida social desaparece.
justificação.
É essa justamente uma das funções da "rural belt" ou
no Roosevelt, não são pròpriamente ci dades jardins porque não são cidades
mais vigoroso e incisivo o seu estilo • industriais, de residência e trabalho. próprio. Os princípios da cidade jardim têm
Qual será o estilo da arquitetura ur
bana da nossa época? A cidade jardim. Mas o que é "cidade jardim"?
Êsse nome tem sido vítima dos mes
mos atentados que outros de igual apôlo espiritual e cultural, como: democracia, liberdade, civilização, vontade popular,
sagradáveis e mais inconve
quem os apresentou de maneira perfeita
nientes das cidades atuais é
foi um inglês, Ebenezer Howard, em livro
o que se chama desenvolvi
publicado em 1898 e depois em 1902,
mento em fita — "ribbon
sob o título "Garden Cities of To- Mor-
development" — ao longo
row".
Êsse livro é pouco conhecido e teve o destino comum dos clássicos, sendo
tros que tais.
mais respeitado e citado do que lido.
Para evitar essa exploração a "Garden
A sua tese está consubstanciada na de
Cities and Town — Planning Associa-
finição oficial de cidade jardim, já trans
tion" definiu de maneira precisa as ca
crita, e que vamos examinar.
"A Garden Cíty is a town, designed
Um dos aspectos mais de
origem histórica muito complexa, mas
livre manifestação do pensamento e ou
racterísticas da cidade jardim.
muralha verde.
1. "Garden-city" é cidade, e não
simples bairro jardim ou subúrbio resi
for healthy living and industry, of a size that makes possible a full measure of
dencial de uma metrópole qualquer.
Cidade é organismo e como tal é
das
CO de pequenos mundos que se tocam mas não se inteiqpenetram". As fôrças ecológicas, em ação no am
biente urbano, é que produzem essas constelações típicas de pessoas e insti tuições, com características definidas, e que são pequenos mundos que não ape nas se ignoram, mas se hostilizam aber
social life but not larger; surrounded by
um todo, de tamanho definido e defi
a rural belt; the whole of the land,
nitivo. É preciso ser planejada de iní
As populações das grandes cidades se
being in public ownership, or held in
cio, a fim de haver equilíbrio e harmo nia entre as quatro funções urbanas: re
cruzam, se encontram, se reúnem, mas não se conhecem.
trust for the community".
Há duas genuínas cidades jardins na Inglaterra e no mundo. Letchworth, fundada em 1903, para uma população final de 32.000 habi tantes e contando hoje 22.000; e Wel-
tamente.
sidência, trabalho, recreio, comunicação.
Mas "cidade" é um estado de espí
2. Quem nela mora,'nela trabalha.
rito, uma paj'ticipação consciente na
A proximidade de residência e indústria é fundamental para evitar os longos e penoso.s percursos para o ti'abalho. O
vias
de
comunicação.
Êsse desenvolvimento se es
vida comum.
E o metropolita é um
tende por quilômetros ao longo das es tradas, congestionando-as com habita ções de ínfima classe, desprovidas dos serviços essenciais a xmia vida decen te.
A cinta verde formada de terrenos
rurais, e que como tais devem ser per manentemente conser\'ados, e^^ta êsses inconvenientes.
E evita também que qualquer cen tro metropolitano vizinho envolva com os seus tentáculos a cidade jardim, que nesse caso ficaria reduzida a sim ples subúrbio de centro maior. Para exercer essa função de manei-
na eficaz essa cinta precisa ter quase
"taxpayer'' anônimo, sem obrigações pa
3 milhas de largura, cêrca de 5 qui
ra com a vida coletiva.
lômetros.
O sentimento
....
Dicesto Econó.nuco
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dos Unidos, demonstrou que em relação à área urbana total, a porcentagem de incêndios era 7 vè2es maior; de assas-
sínios era 8,5 vezes maior; de víòios sociais era 10,5 vezes maior; de delin
qüência juvenil era 2,7 vêzes maior; de filhos ilegítimos era 4,2 vezes maior; de tuberculosos era 5,0 vezes maior!
E o problema dos acidentes de au tomóveis?
As estatísticas americanas nos mos
\yn, fundada em 1920, paru população
DlGESTO EcONÓ^acO
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final de 40.000 habitantes c contando
ideal ê que cada um trabalhe à distância de marcha a pé da residência. A distân
cívico não e.xiste, desintegrou-se pela pressão da massa aglomerada nos gran
hoje 20.000 pessoas. O plano do "Greater London" de 1944
cia que se percorre a pé, em marcha
des centros.
normal, é de cerca de 3 niillias, ou 4.800
prevê a construção de 10 cidades jardins,
metros por hora, o que eqüivale a 2.400
para a descentralização de 600.000 ha bitantes da atual população da grande metrópole londrina, a primeira das quais, Ongar, já está .sondo construída. O problema das grandes metrópo
metros em 30 niintitos e 1.200 metros
associação humana orça entre 35.000
em um quarto de hora. Não há neces sidade de transporte coletivo, mantidas
e 60.000 pessoas, distribuídas em uni
es.sas distancias.
pessoas cada uma.
les é diminuir a população, e não au
3. Qual é o tamanho da cidade que toma possível uma vida social plena? A aglomeração excessiva perturba a associação. Na.s grandes metrópoles a
A população ideal para o pleno de senvolvimento de todos os estímulos da
dades de vizinhança de 6.000 a 10.000
Essa população cabe dentro de um círculo de raio de uma milha, o que
corresponde ao exposto no item 2 desta
tram que em 18 anos de guerras pere
mentá-la.
ceram 353.347 cidadãos americanos, e
que nos últimos 18 anos de paz os auto
As "green-belt towns" americanas, Greenbelt, Greenbrook, Greenlülls e
O sociólogo
4. Como Impedir a extensão do.s li
móveis mataram 454.333 cidadãos!
Greendale — projetadas c construídas pela
americano Roberto Park defini" acerta-
mites urbanos além dessa distancia ra
A história da civiMzação nos diz que a cada época corresponde um estilo
"Resettlement Administration" no Govêr-
damente a metiopole como "iutí mosai-
zoável?
e quanto niaior a época histórica tanto
vida social desaparece.
justificação.
É essa justamente uma das funções da "rural belt" ou
no Roosevelt, não são pròpriamente ci dades jardins porque não são cidades
mais vigoroso e incisivo o seu estilo • industriais, de residência e trabalho. próprio. Os princípios da cidade jardim têm
Qual será o estilo da arquitetura ur
bana da nossa época? A cidade jardim. Mas o que é "cidade jardim"?
Êsse nome tem sido vítima dos mes
mos atentados que outros de igual apôlo espiritual e cultural, como: democracia, liberdade, civilização, vontade popular,
sagradáveis e mais inconve
quem os apresentou de maneira perfeita
nientes das cidades atuais é
foi um inglês, Ebenezer Howard, em livro
o que se chama desenvolvi
publicado em 1898 e depois em 1902,
mento em fita — "ribbon
sob o título "Garden Cities of To- Mor-
development" — ao longo
row".
Êsse livro é pouco conhecido e teve o destino comum dos clássicos, sendo
tros que tais.
mais respeitado e citado do que lido.
Para evitar essa exploração a "Garden
A sua tese está consubstanciada na de
Cities and Town — Planning Associa-
finição oficial de cidade jardim, já trans
tion" definiu de maneira precisa as ca
crita, e que vamos examinar.
"A Garden Cíty is a town, designed
Um dos aspectos mais de
origem histórica muito complexa, mas
livre manifestação do pensamento e ou
racterísticas da cidade jardim.
muralha verde.
1. "Garden-city" é cidade, e não
simples bairro jardim ou subúrbio resi
for healthy living and industry, of a size that makes possible a full measure of
dencial de uma metrópole qualquer.
Cidade é organismo e como tal é
das
CO de pequenos mundos que se tocam mas não se inteiqpenetram". As fôrças ecológicas, em ação no am
biente urbano, é que produzem essas constelações típicas de pessoas e insti tuições, com características definidas, e que são pequenos mundos que não ape nas se ignoram, mas se hostilizam aber
social life but not larger; surrounded by
um todo, de tamanho definido e defi
a rural belt; the whole of the land,
nitivo. É preciso ser planejada de iní
As populações das grandes cidades se
being in public ownership, or held in
cio, a fim de haver equilíbrio e harmo nia entre as quatro funções urbanas: re
cruzam, se encontram, se reúnem, mas não se conhecem.
trust for the community".
Há duas genuínas cidades jardins na Inglaterra e no mundo. Letchworth, fundada em 1903, para uma população final de 32.000 habi tantes e contando hoje 22.000; e Wel-
tamente.
sidência, trabalho, recreio, comunicação.
Mas "cidade" é um estado de espí
2. Quem nela mora,'nela trabalha.
rito, uma paj'ticipação consciente na
A proximidade de residência e indústria é fundamental para evitar os longos e penoso.s percursos para o ti'abalho. O
vias
de
comunicação.
Êsse desenvolvimento se es
vida comum.
E o metropolita é um
tende por quilômetros ao longo das es tradas, congestionando-as com habita ções de ínfima classe, desprovidas dos serviços essenciais a xmia vida decen te.
A cinta verde formada de terrenos
rurais, e que como tais devem ser per manentemente conser\'ados, e^^ta êsses inconvenientes.
E evita também que qualquer cen tro metropolitano vizinho envolva com os seus tentáculos a cidade jardim, que nesse caso ficaria reduzida a sim ples subúrbio de centro maior. Para exercer essa função de manei-
na eficaz essa cinta precisa ter quase
"taxpayer'' anônimo, sem obrigações pa
3 milhas de largura, cêrca de 5 qui
ra com a vida coletiva.
lômetros.
O sentimento
DiCESTO ECONÜ.NflCO
80
De acordo cora a idéia original de
^benezcr Howard seriam precisos 6.000 acres (acre = 4.047 metros quadrados)
para uma cidade jardim. Desse total apenas 1.000 acres seriam ocupados pe las habitações e indústria e os restantes
longos aos intcrc.ssados.
A importância
de.ssa locação, reno\ ada e calculada cada cinco ou dcv. anos, é suficiente para a realização e niamitençâo dos .serviços pú
Economia 1.
5.000 formariam a zona rural ou cinta *
i'f:
nar o caminho errado de simples remen
tões relativas
leiros de "Economia e Humanismo", em
dos em uma estrutura lubana obsoleta, remendos que custam caríssimo para o
são de tal maneira conexos, que seu con
menor a valorização produzida no terre
no urbano pe'o aumento de população, desenvolvimento do comércio e indús
tria, realização de obras publicas e gran des reformas urbanas.
Essa valorização é caracteristicamente
um "unearned increment" porque não depende de esforço do proprietário mas
homem em
si mesmo
èle.
gos, humanistas e demais es
mais de um ponto do pais. As considerações, que se sesueni, po derão servir de contribuição
tudiosos. O presente trabalho,
para o conhecimento dos prin cípios que animam o movimen
entretanto, não vci"sará de mo
to. do espirito que preside ao
melhor.
do geral o tema das interpene-
seu dese-nvolvimento, dos mé
E o mcllior em matéria de geo-arquitctura é positivamente o menor, e não o
trações da Economia e do Hu
todos que norteiam suas liuhas
manismo; ma.s tratará especifi
de ação.
camente do movimento que tem esse nome, fundado nu
mano e social, dinâmico por
Planejar — afirma Keunetli Reid —
Não c
ao
contribuinte-, son \-antagem alguma para
é mudança inteligente e deliberada para
zação que .se produz na transformação
dcjqjcrtar a simples aproximação destes
fronto constitui um argumento aprecia do pelos economistas, sociólo
Ficam assim integradas as economias
do terreno rural em urbano.
interessantes pode
dois tênnos. Economia e Humanismo; o conjunto dos fatos económico.s e as ques
É preciso planejar de fato, e abando
riu^l e urbana, com mútuo proveito. o.. O dispositivo fundamental é que a terra seja mantida como propriedade Ninguém desconhece a imensa valori
refle.xões
Seguidores com'encidos do seu curso e simpatizantes enredados fora dele são os elementos que se estão agrupando e se instnúndo, para constituir núcleos brasi
nomia dos serviços públicos urbanos. A regra é: "Compactness wnthout overcrowding".
pública.
postulados básicos daquele moviineuto. Muitas
O urbani.smo oficial não pode ignorar êsse.s problema-s hmdamentais.
abastecimento da cidade com produtos da pequena lavoma e laticínios.
ciológica, elaborada a partir dos próprios
Tona.
:■«
A densidade de população .seria de 30 pessoas por acre (75 por hectare), o que parece elevado mas é exigido pela eco
Outra função da "Green-belt" é o
Humanismo
por L. Cintra do Prado
blicos c pura melhoria crescente do padrão da vida urbana.
verde.
e
maior.
II<á um grande "déficit" de habitações em todas as cidades. Só na cidade de
São Paulo esse "déficit" orça por 30.000 casas.
Is."»© corresponde a duas cidades jar
fundadores e dirigentes de "Econonüa e Humanismo", quando aqui veio desen
pósitos.
A organização que se está esboçando minicano Louis-Joseph Lebret. um dos
piritualmente, no ambiente risonho e
Para a coletividade deve, pois, rever ter; e o meio mais prático de fazê-lo é cornservar a terra como propriedade pú blica, arrendando os terreno.s por prazos
confortável da cidade jardim, ou sim
plesmente aumentar o rol das vítimas do caos metropolitano, a caminho do suicídio nacional por negligência.
«nik<Ap¥li^Nr
Nas imediações de Varsóvia já foi iniciada a construção de tratores. 17 fábricas participam dos trabalhos, sendo as seguintes as características do primeiro modelo-. 45 cavalos mecânicos e capacidade para puxar em média 4 arados.
não se reduz prontamente a
uma fórmula simples de de finição. que contenha implicitamente to dos os seus traços essenciais e permita assim inscrevê-lo, sem qualquer mal-en tendido, entre outras entidades ou orga nizações com alguma afinidade de pro
clusive o Brasil.
cada uma.
corresponde a trabalho coletivo.
to "Economia e Humanismo"
estendido a outros países, in
entre nós é fmto principalmente da vi sita feita em meados deste ano pelo do
120.000 cidadãos felizes, material e es
excelência, o próprio movimen
França, em 1941, e já , agora
dins, de cerca do 60.000 habitantes
É, pois, tempo de escolher entre fazer
Como todo fato hu
volver, na Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo, um curso sôbre
Economia Humana — no\a disciplina so
Não será fácil redigir-se uma exposi ção fiel, posto que sum;'uia, dum mo-
\imento empolgante por princípios ge-
Com o presente ensaio, o sr. Luís Cintra do Prado inicia a sua valiosa cnlabo"-'-~o para o nosso mensárlo. Professor d-e Física da Escola Politécnica da Universidüe de São Paulo, cadeira que conquistou após memorável concurso e cm cuia matéria
se tornou mestre, ex-diretor da aludida Escola e do Instituto de Engenharia o dr.
Luís Cintra do Prado ê membro da Academia Brasileira de Ciências^ Disrwndo de vasta cultura geral, musicista e compositor, escreveu várias monografias didáticas e
científicas oríginais. Esqiõe o professor Luís Cintra do Prado, neste artigo os prin cípios básicos e a significação serial do movimento "Economia e Humanismo'' re
centemente focalizado, entre nós, pelo padre Lebret, da Ordem dos Pregadores
DiCESTO ECONÜ.NflCO
80
De acordo cora a idéia original de
^benezcr Howard seriam precisos 6.000 acres (acre = 4.047 metros quadrados)
para uma cidade jardim. Desse total apenas 1.000 acres seriam ocupados pe las habitações e indústria e os restantes
longos aos intcrc.ssados.
A importância
de.ssa locação, reno\ ada e calculada cada cinco ou dcv. anos, é suficiente para a realização e niamitençâo dos .serviços pú
Economia 1.
5.000 formariam a zona rural ou cinta *
i'f:
nar o caminho errado de simples remen
tões relativas
leiros de "Economia e Humanismo", em
dos em uma estrutura lubana obsoleta, remendos que custam caríssimo para o
são de tal maneira conexos, que seu con
menor a valorização produzida no terre
no urbano pe'o aumento de população, desenvolvimento do comércio e indús
tria, realização de obras publicas e gran des reformas urbanas.
Essa valorização é caracteristicamente
um "unearned increment" porque não depende de esforço do proprietário mas
homem em
si mesmo
èle.
gos, humanistas e demais es
mais de um ponto do pais. As considerações, que se sesueni, po derão servir de contribuição
tudiosos. O presente trabalho,
para o conhecimento dos prin cípios que animam o movimen
entretanto, não vci"sará de mo
to. do espirito que preside ao
melhor.
do geral o tema das interpene-
seu dese-nvolvimento, dos mé
E o mcllior em matéria de geo-arquitctura é positivamente o menor, e não o
trações da Economia e do Hu
todos que norteiam suas liuhas
manismo; ma.s tratará especifi
de ação.
camente do movimento que tem esse nome, fundado nu
mano e social, dinâmico por
Planejar — afirma Keunetli Reid —
Não c
ao
contribuinte-, son \-antagem alguma para
é mudança inteligente e deliberada para
zação que .se produz na transformação
dcjqjcrtar a simples aproximação destes
fronto constitui um argumento aprecia do pelos economistas, sociólo
Ficam assim integradas as economias
do terreno rural em urbano.
interessantes pode
dois tênnos. Economia e Humanismo; o conjunto dos fatos económico.s e as ques
É preciso planejar de fato, e abando
riu^l e urbana, com mútuo proveito. o.. O dispositivo fundamental é que a terra seja mantida como propriedade Ninguém desconhece a imensa valori
refle.xões
Seguidores com'encidos do seu curso e simpatizantes enredados fora dele são os elementos que se estão agrupando e se instnúndo, para constituir núcleos brasi
nomia dos serviços públicos urbanos. A regra é: "Compactness wnthout overcrowding".
pública.
postulados básicos daquele moviineuto. Muitas
O urbani.smo oficial não pode ignorar êsse.s problema-s hmdamentais.
abastecimento da cidade com produtos da pequena lavoma e laticínios.
ciológica, elaborada a partir dos próprios
Tona.
:■«
A densidade de população .seria de 30 pessoas por acre (75 por hectare), o que parece elevado mas é exigido pela eco
Outra função da "Green-belt" é o
Humanismo
por L. Cintra do Prado
blicos c pura melhoria crescente do padrão da vida urbana.
verde.
e
maior.
II<á um grande "déficit" de habitações em todas as cidades. Só na cidade de
São Paulo esse "déficit" orça por 30.000 casas.
Is."»© corresponde a duas cidades jar
fundadores e dirigentes de "Econonüa e Humanismo", quando aqui veio desen
pósitos.
A organização que se está esboçando minicano Louis-Joseph Lebret. um dos
piritualmente, no ambiente risonho e
Para a coletividade deve, pois, rever ter; e o meio mais prático de fazê-lo é cornservar a terra como propriedade pú blica, arrendando os terreno.s por prazos
confortável da cidade jardim, ou sim
plesmente aumentar o rol das vítimas do caos metropolitano, a caminho do suicídio nacional por negligência.
«nik<Ap¥li^Nr
Nas imediações de Varsóvia já foi iniciada a construção de tratores. 17 fábricas participam dos trabalhos, sendo as seguintes as características do primeiro modelo-. 45 cavalos mecânicos e capacidade para puxar em média 4 arados.
não se reduz prontamente a
uma fórmula simples de de finição. que contenha implicitamente to dos os seus traços essenciais e permita assim inscrevê-lo, sem qualquer mal-en tendido, entre outras entidades ou orga nizações com alguma afinidade de pro
clusive o Brasil.
cada uma.
corresponde a trabalho coletivo.
to "Economia e Humanismo"
estendido a outros países, in
entre nós é fmto principalmente da vi sita feita em meados deste ano pelo do
120.000 cidadãos felizes, material e es
excelência, o próprio movimen
França, em 1941, e já , agora
dins, de cerca do 60.000 habitantes
É, pois, tempo de escolher entre fazer
Como todo fato hu
volver, na Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo, um curso sôbre
Economia Humana — no\a disciplina so
Não será fácil redigir-se uma exposi ção fiel, posto que sum;'uia, dum mo-
\imento empolgante por princípios ge-
Com o presente ensaio, o sr. Luís Cintra do Prado inicia a sua valiosa cnlabo"-'-~o para o nosso mensárlo. Professor d-e Física da Escola Politécnica da Universidüe de São Paulo, cadeira que conquistou após memorável concurso e cm cuia matéria
se tornou mestre, ex-diretor da aludida Escola e do Instituto de Engenharia o dr.
Luís Cintra do Prado ê membro da Academia Brasileira de Ciências^ Disrwndo de vasta cultura geral, musicista e compositor, escreveu várias monografias didáticas e
científicas oríginais. Esqiõe o professor Luís Cintra do Prado, neste artigo os prin cípios básicos e a significação serial do movimento "Economia e Humanismo'' re
centemente focalizado, entre nós, pelo padre Lebret, da Ordem dos Pregadores
Dígiusto
EcoNó^^co
reça às doutrinas clabofAdas sôbrc dados
rais e por seu conteúdo de ação renova dora e construtiva, quando a gente mes
mo não chegou ainda a esmiuçar o exa me de todos os seus escaninhos. É certo,
porém, que pelo dedo se conhece o gigante.
Quem deseje inteirar-se melhor do que
Convém .seja desde logo mencionado que "Economia e Humanismo" tem um fundo dc in.spiração cristã e, como tal, considera o hcimem um .ser cuja gran deza é sobretudo moral c espiritual, ul
trapassando assim a medida de todos os bens materiais por\'entura encontrados
ú "Economia e Humanismo", tem a pos
à sua disposição neste mundo. Contudo,
sibilidade de compulsar as ohras edita
"Economia e Humanismo" não desdenha
das por seus principais animadores, como as que vão referidas na lista anexa.
absolutamente esses elementos primários
Neste artigo, de resto, largos trechos
são parafraseados ou mesmo transcritos, como se verá dêsses trabalhos funda mentais.
2. A definição dos Estatutos.
P
Q3
Digesto Econômico
32
Ji^ta-se, em suma, de ovimento de opinião e
ão, tendo, por finaliristaurar eficazmente, vánas coletividades "anas, as condições ne
cessárias para que todos, e não somente
alguns, alcancem a mínima soma de bens indispensáveis a uma vida digna de homem, ao mesmo tempo que a pos sibilidade de um constante desenvolvi
mento de suas qualidades pessoais. Uma definição como esta é demasiadamente sintética; se deixa, com efeito, transpa recer a grandeza moral e material datarefa que "Economia e Humanismo"
pretende realizar no mundo (°), mal
permite, todavia, sejam entrevistas suas marcas características e distintivas.
Porque SC ^■ai tomando por demais evidente a ncces.sidade de uma renova
anícriores.
Nestes termos, "Economia e llumuni.s-
ção das estrutxuas. Com efeito, não se
ino" tem como expressão primária um
ria árduo de se demonstrar, à luz de al
agrupamento ilimitado de iudi\'íduos, ten
guns exemp'os instrutivos, como^ a orga
do por finalidade, como rezam os seus
nização do mundo se tomou paradoxal
Estatutos:
mente estranha às necessidades do ho mem e, em-certos casos, liostil mesmo
1-" — estudar, por inquérito e demai.s meios adequados de invc.sligação. as rea
à sua própria natureza.
O desenvolvimento da Técnica, a par
que determinam as condições efetivas da
lidades humanas, econômicas c sociais, em sua complexidade atual; 2." — pro\'Ocar, entre seus membros e
tir do último século, possibilitando mn
vida humana, considerando-os antes co
fora deles, trabalhos científicos suscep
mo as bases indispensáveis a uma exis tência digna de homem. Assinale-se também a relaç.ão natural
pliando extraordinàriamonte os meios de
tíveis de resultaren\ lia elaboração de uma doutrina econômica espiritualista, que recoloque a economia ao serviço
transporte e comunicução, inaugurou o
mente flexível que há entre scu.s princí
do homem; 3-" — suscitar, no seio das di\"ersas pro-
gresso material, coincidindo, aliás, com
pios e seus objetivos, aos quais simulta neamente se mantém fiel.
fissõe.s ou de certas regiões econômicas,
o adensamento das popu'ações. Mas tal evolução, porque não procurou
a promover a instauração da felicidade
técnicos e profissionais capazes de deter
de fato atender orgiànicamente ao bene
dos homens, "Economia e Humanismo"
minarem as condições concrota.s do Bem
Comum e susceptíveis, por isso, de to
fício do homem, resultou no gigantismo
não pode deixar de concebè-Ia, cm tese,
segundo os mais altos moldes que a in
marem parte nos .esforços, públicos ou
teligência é capaz de descobrir à luz da
privados, do reorganização econômica e
razão e da fé: o homem, considerado
profissional.
Determinado
sem desrespeito a qualquer dos títulos de sua grandeza. Daí certo número de postulados espiritualistas, que sustentam a trama do nio\âmento, como.balisas lu minosas e inabaláveis.
Mas, as sociedades humanas são orga nismos vivos que têm tido fisionomias
próprias nas diferentes etapas de sua evolução.
"Economia e Humanismo"
considera os problemas do homem tais como eles se apresentam em nossos dias. Fugindo ao risco das doutrinas empíri
3.
maior domínio das fôrças naturais e am
que se tem cliamado a "era industrial", com sua característica de imenso pro
econômico do mundo hodiemo.
Em nossos dias, os empreendimentos econômicos não funcionam para servir ao homem; os ritmos do trabalho, da
Dc-soqnilíbrio
No mundo moderno, graças íis facili
dades do comunicação que aproximaram as populaçõe.s e permitiram copioso in tercâmbio de conhecimentos sobro suas
produção e das trocas não se subordinam mais às necessidades humanas, ma.s obe
decem antes aos imperativos do lucro. Faz-se, em resumo, uma economia de
"proveito" e não dc "serviço". Nessas condições, a escala dos valo
condições de vida e de trabalho, o ho mem pôde verificar que muitas misérias
res encontra-se claramente invertida,
e dificuldades não devem ser considera
organismos econômicos, a fim de garan
das fatais ou inerentes ãs próprias condi ções da existência, mas resultam sim
plesmente da má gestão que se tem dado ao patrimônio comum.
É
o homem que se vê forçado a ser\ ii' aos tir sua subsistência. Um tal clima, es cusado dizê-lo, não é favorá\-eI ao fortalec mento da solidariedade; não se vi sando o verdadeiro bem comum, os
cas, procura manter-se em rigoroso con
Apercebendo-se de sua capacidade de
falando, o nome duplo "Economia e
tato com a realidade. Donde a segun da fidelidade, que diz respeito ao seu
interferir eficazmente na organização da
M ser tido como sujeito ou substantivo
próprio objeto e por obediência à qual
ja não se conforma com a incúria, a in
reconhece a necessidade de repensar sem
nas das concordiincias temporárias de
pre as soluções propostas, para aperfei
competência ou a malícia dos podero.SO.S em face dos problemas do bem-es
interêsses.
çoá-las constantemente, na proporção das
tar de todos e de cada um.
rivalidades, suas lutas de classe.s, suas
í*) Acreditamos que. gramàticalmen-
Humanismo", titulo do movimento, pos^ineular Segundo nos parece, tôda con cordância de verbo ou adjetivo, feita por hipótese no plural, tirana a fôrça das e^ressões referentes a Economia e Hum^ismo" que deve entender-se. no ca so vertente, como um diptico indivisível.
reações que a experiência concreta ofe-
vida coletiva, o homem contemporâneo
agrupamentos dos indivíduos e as alian ças dos povos não se alicerçam numa
sincera fraternidade, mas resultam ape E o mundo vai \ávendo coni as suas
Dígiusto
EcoNó^^co
reça às doutrinas clabofAdas sôbrc dados
rais e por seu conteúdo de ação renova dora e construtiva, quando a gente mes
mo não chegou ainda a esmiuçar o exa me de todos os seus escaninhos. É certo,
porém, que pelo dedo se conhece o gigante.
Quem deseje inteirar-se melhor do que
Convém .seja desde logo mencionado que "Economia e Humanismo" tem um fundo dc in.spiração cristã e, como tal, considera o hcimem um .ser cuja gran deza é sobretudo moral c espiritual, ul
trapassando assim a medida de todos os bens materiais por\'entura encontrados
ú "Economia e Humanismo", tem a pos
à sua disposição neste mundo. Contudo,
sibilidade de compulsar as ohras edita
"Economia e Humanismo" não desdenha
das por seus principais animadores, como as que vão referidas na lista anexa.
absolutamente esses elementos primários
Neste artigo, de resto, largos trechos
são parafraseados ou mesmo transcritos, como se verá dêsses trabalhos funda mentais.
2. A definição dos Estatutos.
P
Q3
Digesto Econômico
32
Ji^ta-se, em suma, de ovimento de opinião e
ão, tendo, por finaliristaurar eficazmente, vánas coletividades "anas, as condições ne
cessárias para que todos, e não somente
alguns, alcancem a mínima soma de bens indispensáveis a uma vida digna de homem, ao mesmo tempo que a pos sibilidade de um constante desenvolvi
mento de suas qualidades pessoais. Uma definição como esta é demasiadamente sintética; se deixa, com efeito, transpa recer a grandeza moral e material datarefa que "Economia e Humanismo"
pretende realizar no mundo (°), mal
permite, todavia, sejam entrevistas suas marcas características e distintivas.
Porque SC ^■ai tomando por demais evidente a ncces.sidade de uma renova
anícriores.
Nestes termos, "Economia e llumuni.s-
ção das estrutxuas. Com efeito, não se
ino" tem como expressão primária um
ria árduo de se demonstrar, à luz de al
agrupamento ilimitado de iudi\'íduos, ten
guns exemp'os instrutivos, como^ a orga
do por finalidade, como rezam os seus
nização do mundo se tomou paradoxal
Estatutos:
mente estranha às necessidades do ho mem e, em-certos casos, liostil mesmo
1-" — estudar, por inquérito e demai.s meios adequados de invc.sligação. as rea
à sua própria natureza.
O desenvolvimento da Técnica, a par
que determinam as condições efetivas da
lidades humanas, econômicas c sociais, em sua complexidade atual; 2." — pro\'Ocar, entre seus membros e
tir do último século, possibilitando mn
vida humana, considerando-os antes co
fora deles, trabalhos científicos suscep
mo as bases indispensáveis a uma exis tência digna de homem. Assinale-se também a relaç.ão natural
pliando extraordinàriamonte os meios de
tíveis de resultaren\ lia elaboração de uma doutrina econômica espiritualista, que recoloque a economia ao serviço
transporte e comunicução, inaugurou o
mente flexível que há entre scu.s princí
do homem; 3-" — suscitar, no seio das di\"ersas pro-
gresso material, coincidindo, aliás, com
pios e seus objetivos, aos quais simulta neamente se mantém fiel.
fissõe.s ou de certas regiões econômicas,
o adensamento das popu'ações. Mas tal evolução, porque não procurou
a promover a instauração da felicidade
técnicos e profissionais capazes de deter
de fato atender orgiànicamente ao bene
dos homens, "Economia e Humanismo"
minarem as condições concrota.s do Bem
Comum e susceptíveis, por isso, de to
fício do homem, resultou no gigantismo
não pode deixar de concebè-Ia, cm tese,
segundo os mais altos moldes que a in
marem parte nos .esforços, públicos ou
teligência é capaz de descobrir à luz da
privados, do reorganização econômica e
razão e da fé: o homem, considerado
profissional.
Determinado
sem desrespeito a qualquer dos títulos de sua grandeza. Daí certo número de postulados espiritualistas, que sustentam a trama do nio\âmento, como.balisas lu minosas e inabaláveis.
Mas, as sociedades humanas são orga nismos vivos que têm tido fisionomias
próprias nas diferentes etapas de sua evolução.
"Economia e Humanismo"
considera os problemas do homem tais como eles se apresentam em nossos dias. Fugindo ao risco das doutrinas empíri
3.
maior domínio das fôrças naturais e am
que se tem cliamado a "era industrial", com sua característica de imenso pro
econômico do mundo hodiemo.
Em nossos dias, os empreendimentos econômicos não funcionam para servir ao homem; os ritmos do trabalho, da
Dc-soqnilíbrio
No mundo moderno, graças íis facili
dades do comunicação que aproximaram as populaçõe.s e permitiram copioso in tercâmbio de conhecimentos sobro suas
produção e das trocas não se subordinam mais às necessidades humanas, ma.s obe
decem antes aos imperativos do lucro. Faz-se, em resumo, uma economia de
"proveito" e não dc "serviço". Nessas condições, a escala dos valo
condições de vida e de trabalho, o ho mem pôde verificar que muitas misérias
res encontra-se claramente invertida,
e dificuldades não devem ser considera
organismos econômicos, a fim de garan
das fatais ou inerentes ãs próprias condi ções da existência, mas resultam sim
plesmente da má gestão que se tem dado ao patrimônio comum.
É
o homem que se vê forçado a ser\ ii' aos tir sua subsistência. Um tal clima, es cusado dizê-lo, não é favorá\-eI ao fortalec mento da solidariedade; não se vi sando o verdadeiro bem comum, os
cas, procura manter-se em rigoroso con
Apercebendo-se de sua capacidade de
falando, o nome duplo "Economia e
tato com a realidade. Donde a segun da fidelidade, que diz respeito ao seu
interferir eficazmente na organização da
M ser tido como sujeito ou substantivo
próprio objeto e por obediência à qual
ja não se conforma com a incúria, a in
reconhece a necessidade de repensar sem
nas das concordiincias temporárias de
pre as soluções propostas, para aperfei
competência ou a malícia dos podero.SO.S em face dos problemas do bem-es
interêsses.
çoá-las constantemente, na proporção das
tar de todos e de cada um.
rivalidades, suas lutas de classe.s, suas
í*) Acreditamos que. gramàticalmen-
Humanismo", titulo do movimento, pos^ineular Segundo nos parece, tôda con cordância de verbo ou adjetivo, feita por hipótese no plural, tirana a fôrça das e^ressões referentes a Economia e Hum^ismo" que deve entender-se. no ca so vertente, como um diptico indivisível.
reações que a experiência concreta ofe-
vida coletiva, o homem contemporâneo
agrupamentos dos indivíduos e as alian ças dos povos não se alicerçam numa
sincera fraternidade, mas resultam ape E o mundo vai \ávendo coni as suas
DicICSTO Ec()NÓM[C(,
34
35
Dicesto Econóauco
cada povo, por dentro, nu paz social e
trinária em face dos problemas do lui-
cpie facilito a paz entre os po\os, em vez de turbá-la som tréguas. Perante o
A doutrina dêsses princípios, que se con
lização cios centros de produção e de moradia; operando unia refusão, em con
insuces.so cias rofnas c a vaga torren-
sideram fundamentados com certeza, diz
cial das inovações, cumpre descobrir
respeito ao espírito e à pessoa humana,
junto, das legislações e das instituições
normas novas para a ação coletiva, cum pre lançar novas bases para a ordem
comunidade, ao trabalho e à cooperação,
"A própria reforma dos costumes, que a muitos parece a mais essencial, é im
universal.
íY poupança e ao progresso.
possível sem a tran.sformação dos cen
cessidades coletixas e pessoais, o espírito
tros de vida e sem a reforma das insti tuições.
dos homens deve altcar-se até a inteli
"É mister suprimir-se a imensa má quina de fabricar o proletariado ou, mais
mundial. Longo do capitular diante da complexidade das técnicas c das estnitu-
exatamente, a imensa mácjuina de fa
ras, 'onge de resignar-se a suportar a lei
se apresenta não como um edifício amea
bricar uma burguesia egoísta, um funcio-
do dinheiro ou a lei da fôrça, deve o
ritual do homem; poderíamos acrescentar
çado de ruína, mas antes como um or
naiismo estreito, um proletariado em re
homcnn moderno crescer intelectualmen
intrigas políticas, soas guerras inloi na
cionais, porque as relações não sc har monizam pe'.o preceito do mútuo serviço. Tomíi#am-se instáveis os equilíbrios
sociais. E o próprio homem se desfigu rou. Porquanto seu "equilíbrio interior
depende profundamente do meio em que vive, tornou-se estranho à sua na tureza; necessidades e gostos fictícios nele se desenvolveram; supremo sinal de decadência, êle chegou ao ponto de que rer seu próprio mal!" {M — p. 12). 4.
Necessiclade de turui revolução.
Em face dêsse mundo moderno, que
cios cosliiiovs, cias relações entre pes.soas, entre profissões, entre povos; efetuando a transformação e determinando a loca
intcmacionais.
»
"Para visar a melhor satisfação das ne
gência da vocação humana e da situação
mem em si e das coletividades humanas.
aos bens c aos valores, à família e ã
Pela adesão que esteja disposto a dar a esses princípios, conscientemente e sin ceramente, poderá qualquer um verifi car o grau de ligação que é capaz de ter com o n^o^^mento "Economia e Hu
manismo". Já nos referimos, de passa gem, ao reconhecimento da parte espi
ganismo doente, a tarefa que se im põe é limpidamente bosquejada nos se
te, tecnicamente, moralmente, espiritual mente, a fim de se reassenhorear do seu
agora, sempre a título exemplificati\'o, algumas poucas "manchcttes", respigadas à margem das citadas "Positions-
guintes parágrafos das "Positions-Clefs"
destino" (PC — pp. 5/6).
Clefs":
Antes de tudo o mais, deve o homem
de "Economia e Humanismo".
"À medida que se acentuam o malestar social e o desequilíbrio econômico,
retomar consciência de sua verdadeira
as iniciativas particulares multiplicam
mem senão o produtor e o consumidor, o
grandeza.
"Não havendo visto no ho
"Desconhecer a Deus, espírito primei
ro, é mutilar-se, pois a natureza não esgota nossos anseios; é votar-se ao deses pero. — O trabalho é a valorização do
seus esforços, os partidos os projetos de
capitalismo construiu um mundo desu
Uni\'erso; é um dever social. Por seu es
reforma, e os Estados suas intervenções,
mano; não tendo reconhecido no homem
todavia sem chegar a restabelecer a con
sua substância espiritual, o marxismo exa
forço coordenado, os homens devem ele\'ar-se, não se explorar mutuamente. Pa ra,além do capitalismo e da estalização, situa-se a cooperação, geradora do equ> Hbrio; realizada na justiça e no respeito
cerba os desejos humanos, sem probabi
córdia, nem suprimir a sub-alimentação
de numerosas camadas de população, nem abolir a condição proletária. "Não basta, com efeito, que simples
campos; o imenso empreendimento de
mente .se restaure o revestimento de um
construir na feiúra; a imensa barragem
prédio em condições de ruir. São pre
urbana contra a vida.
volta, inclusive sub-proletários desiimanizados; a imensa bomba de sugar os
lidades de vir a satisfazô-los"; por não 'evarem na devida conta a natureza do
agricultura e a indústria; entre a produ
homem, "o individualismo e o estatísmo procuram em vão o princípio de seu equi'íbrio" (OC — p. 165). É preciso urgentemente refazer as esIvuturas, eis um ponto pacífico; porém, c preciso refazê-las na justa e exata
quadros de vida econômica e política, a
ção o a distribuição; os campos e a ci
"medida do homem".
serem experimentados e adotados por etapas. Em outros termos, trata-se de
dade; o proletariado e a burguesia; en
cisas novas estruturas de trabalho, de
produção, de relações sociais. Faz-se mister planejar antecipadamente novos
preparar, dirigir e realizar uma revolução
que não' deverá consistir numa s mples
mudança de governos, com o remendo das velha.s instituições.
"É uma revolução total que se im
põe, envolvendo a reforma dos espíritos.
"Diante das oposições permanentes e dolorosas cio mundo moderno; entre a
tre a autarquia e os intercâmbios; os
5.
Os planos de Economia^e Humanismo
das complementaridades, ela se chama "comunidade". —A família e uma co
munidade natural cujas leis fundamen tais não cabe aos poderes públicos modi ficar; ela existe para a criança e por esta
é responsável; deve ser fecunda e educa dora. — O progresso material é querido por Deus, por-estar a serviço do progres so moral; é pro\'eitoso para todos, sobre tudo os humildes.
O verdadeiro pro
países menores e os maiores; os países pobres e os países ricos; os países gas tos e os países jovens; entre democracia
Para delinear novos rumos para o por
sos ao mesmo tempo, progresso mate
e ditadura,' direito e força, lealdade e
vir da humanidade, "Economia e Hu
rial, moral, cultural, espiritiial, sobrena
propaganda — é preciso meditar e pre
manismo" parlo de vários princípios di retores, os quais fixam sua posição dou-
tural; é ü equilibriu cnlro os progressos bierarquizados..."
parar um regime novo que estabilize
gresso é a resultante de todos os progres
DicICSTO Ec()NÓM[C(,
34
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Dicesto Econóauco
cada povo, por dentro, nu paz social e
trinária em face dos problemas do lui-
cpie facilito a paz entre os po\os, em vez de turbá-la som tréguas. Perante o
A doutrina dêsses princípios, que se con
lização cios centros de produção e de moradia; operando unia refusão, em con
insuces.so cias rofnas c a vaga torren-
sideram fundamentados com certeza, diz
cial das inovações, cumpre descobrir
respeito ao espírito e à pessoa humana,
junto, das legislações e das instituições
normas novas para a ação coletiva, cum pre lançar novas bases para a ordem
comunidade, ao trabalho e à cooperação,
"A própria reforma dos costumes, que a muitos parece a mais essencial, é im
universal.
íY poupança e ao progresso.
possível sem a tran.sformação dos cen
cessidades coletixas e pessoais, o espírito
tros de vida e sem a reforma das insti tuições.
dos homens deve altcar-se até a inteli
"É mister suprimir-se a imensa má quina de fabricar o proletariado ou, mais
mundial. Longo do capitular diante da complexidade das técnicas c das estnitu-
exatamente, a imensa mácjuina de fa
ras, 'onge de resignar-se a suportar a lei
se apresenta não como um edifício amea
bricar uma burguesia egoísta, um funcio-
do dinheiro ou a lei da fôrça, deve o
ritual do homem; poderíamos acrescentar
çado de ruína, mas antes como um or
naiismo estreito, um proletariado em re
homcnn moderno crescer intelectualmen
intrigas políticas, soas guerras inloi na
cionais, porque as relações não sc har monizam pe'.o preceito do mútuo serviço. Tomíi#am-se instáveis os equilíbrios
sociais. E o próprio homem se desfigu rou. Porquanto seu "equilíbrio interior
depende profundamente do meio em que vive, tornou-se estranho à sua na tureza; necessidades e gostos fictícios nele se desenvolveram; supremo sinal de decadência, êle chegou ao ponto de que rer seu próprio mal!" {M — p. 12). 4.
Necessiclade de turui revolução.
Em face dêsse mundo moderno, que
cios cosliiiovs, cias relações entre pes.soas, entre profissões, entre povos; efetuando a transformação e determinando a loca
intcmacionais.
»
"Para visar a melhor satisfação das ne
gência da vocação humana e da situação
mem em si e das coletividades humanas.
aos bens c aos valores, à família e ã
Pela adesão que esteja disposto a dar a esses princípios, conscientemente e sin ceramente, poderá qualquer um verifi car o grau de ligação que é capaz de ter com o n^o^^mento "Economia e Hu
manismo". Já nos referimos, de passa gem, ao reconhecimento da parte espi
ganismo doente, a tarefa que se im põe é limpidamente bosquejada nos se
te, tecnicamente, moralmente, espiritual mente, a fim de se reassenhorear do seu
agora, sempre a título exemplificati\'o, algumas poucas "manchcttes", respigadas à margem das citadas "Positions-
guintes parágrafos das "Positions-Clefs"
destino" (PC — pp. 5/6).
Clefs":
Antes de tudo o mais, deve o homem
de "Economia e Humanismo".
"À medida que se acentuam o malestar social e o desequilíbrio econômico,
retomar consciência de sua verdadeira
as iniciativas particulares multiplicam
mem senão o produtor e o consumidor, o
grandeza.
"Não havendo visto no ho
"Desconhecer a Deus, espírito primei
ro, é mutilar-se, pois a natureza não esgota nossos anseios; é votar-se ao deses pero. — O trabalho é a valorização do
seus esforços, os partidos os projetos de
capitalismo construiu um mundo desu
Uni\'erso; é um dever social. Por seu es
reforma, e os Estados suas intervenções,
mano; não tendo reconhecido no homem
todavia sem chegar a restabelecer a con
sua substância espiritual, o marxismo exa
forço coordenado, os homens devem ele\'ar-se, não se explorar mutuamente. Pa ra,além do capitalismo e da estalização, situa-se a cooperação, geradora do equ> Hbrio; realizada na justiça e no respeito
cerba os desejos humanos, sem probabi
córdia, nem suprimir a sub-alimentação
de numerosas camadas de população, nem abolir a condição proletária. "Não basta, com efeito, que simples
campos; o imenso empreendimento de
mente .se restaure o revestimento de um
construir na feiúra; a imensa barragem
prédio em condições de ruir. São pre
urbana contra a vida.
volta, inclusive sub-proletários desiimanizados; a imensa bomba de sugar os
lidades de vir a satisfazô-los"; por não 'evarem na devida conta a natureza do
agricultura e a indústria; entre a produ
homem, "o individualismo e o estatísmo procuram em vão o princípio de seu equi'íbrio" (OC — p. 165). É preciso urgentemente refazer as esIvuturas, eis um ponto pacífico; porém, c preciso refazê-las na justa e exata
quadros de vida econômica e política, a
ção o a distribuição; os campos e a ci
"medida do homem".
serem experimentados e adotados por etapas. Em outros termos, trata-se de
dade; o proletariado e a burguesia; en
cisas novas estruturas de trabalho, de
produção, de relações sociais. Faz-se mister planejar antecipadamente novos
preparar, dirigir e realizar uma revolução
que não' deverá consistir numa s mples
mudança de governos, com o remendo das velha.s instituições.
"É uma revolução total que se im
põe, envolvendo a reforma dos espíritos.
"Diante das oposições permanentes e dolorosas cio mundo moderno; entre a
tre a autarquia e os intercâmbios; os
5.
Os planos de Economia^e Humanismo
das complementaridades, ela se chama "comunidade". —A família e uma co
munidade natural cujas leis fundamen tais não cabe aos poderes públicos modi ficar; ela existe para a criança e por esta
é responsável; deve ser fecunda e educa dora. — O progresso material é querido por Deus, por-estar a serviço do progres so moral; é pro\'eitoso para todos, sobre tudo os humildes.
O verdadeiro pro
países menores e os maiores; os países pobres e os países ricos; os países gas tos e os países jovens; entre democracia
Para delinear novos rumos para o por
sos ao mesmo tempo, progresso mate
e ditadura,' direito e força, lealdade e
vir da humanidade, "Economia e Hu
rial, moral, cultural, espiritiial, sobrena
propaganda — é preciso meditar e pre
manismo" parlo de vários princípios di retores, os quais fixam sua posição dou-
tural; é ü equilibriu cnlro os progressos bierarquizados..."
parar um regime novo que estabilize
gresso é a resultante de todos os progres
I
■v vw
^!-«|.i.^t-^ 36
Diciisro
E assim por diante.
A partir dos seus postulados doutriná
rios,
Economia éP Humanismo" Humanícmo" trata ♦ rnfn de f\í> Economia
planejar a reconstituição dos quadros de
vida e de trabalho, conforme um sis tema próprio, espécie de arcabouço -de uma revolução económico-social, elabora do em relação estreita com os dados au
feridos de um sereno balanço das reali
dades concretas. Tal sistema c fruto dc
discussões entre estudiosos c, por isso mesmo que precede as novas estruturas
entrevistas, fica sujeito a revisões opor tunas.
Finalmente,, a execução dos planos
pode ser prèviamente
tódica de formas novas de as.sociaçáo c
de
novos
nhando
esti'os
"Economia
de
e obedecendo
vida, à
acompa
reforma
dos
costumei".
"É provável que a incompreensão ou os egoísmos dos homens e das facções
hajam de rctarclá-Ia muitas xèzes.
É
possível mesmo (jue (ila fracasse c (jue,
b •— investigar as causas diretas e in
tão, com relativa segurança,, elaborar e
diretas dessa infelicidade real; c — intcr\'ir para atenuar ou suprimir
propor as soluções. Esta base geral do moHmento rece
tais causas, fazendo-o pela estreita cola
beu, entre nós, aos 26 de julho último,
boração de grande número de pessoas
a denominação de "Sagmacs" — socie dade para a análise gráfica c mecanográfica aplicada aos complexos sociais. A justificação dèstc nome pode Ic-
que trabalhem dc coração unanime, já que ó bom sabida a incficiCmcia dos homens
isolados,
cm
tarefas
desse
após alguns progressos parciais, no pior dos caos. . ." (PC — p. 69).
ambicionada.
dos gráficos na expressão e sinopse dos
sado o seu surto, recaia então o mundo,
E.sta última perspectiva, posto qim sombria, serve para acentuar que a ins tauração
cio
bem
co
mum, como realida de duradoura, supõe o
respeito da
liberdade
humana.
e
Entremcntes, a revo
aguarda deve começar por bai-xo, pelo jôgo de
res, por grupos de ho
ir-sc-á
fazendo
pelo esfórço dos melho mens do mesmo pen
"equipes" animadas do mesmo espírito, aceitan
samento, decididos A transformar o mundo
do a mesma doutrina, procedendo consoante o mesmo método, "equi pes" que hajam tomado
dentro do cpie é con creto,
daquilo
possível, do
o
que e
acompanhan desenrolar
dos
acontecimentos.
6.
derá alargar o seu setor de ação" (PC
tentativa,
- p. 73).
traça um programa metódico:
e
Humanismo"
A reestruturação do mundo não pode rá processar-se instantáneamente: por
mens- concretos de nosso tempo, nas
mais depressa que se inicie, poderá es
condições em que se encontram enqua
tender-se por sôbre várias gerações, se
drados nas diversas sociedades ou comu
não sobre mais de um século. "Não há
de fazer-se pela cólera cega e pelo der
nidades de que são membros (não os problemas do homem abstrato dos flló-
ramamento de sangue, mas sim por eta
pas, num longo trabalho de reconstiução
a — estudar
a
infelicidade
dos ho
São bem conhecidas as ^'antagens
resultados numéricos.
esforços positivos o construtores.
manismo" vale-se largamente desta téc
A
"Economia e Hu
ação se prolonga c se completa: a — procurando o cpie falta à felici
nica, a i«meçar pelos diagranias carte-
dade dos homens de no.sso tempo; b — investigando os meios dc encami
recurso próprio, para traduzir os resul
c — ajudando-os praticamente a atin gi-la (MEH - p. 125). Não se visa, pois, vagamente a feli cidade "dos homens", mas a felicidade
"desses homens" que encontramos em nosso caminho.
São estes que nos fa
zem compreender a infcMcidadc genera
sianos c polares ordinários.
Mas, como
tados de seus principais inquéritos, uti liza diagramas monográficos especiais, patentes Lebret, os quais possuem in-
contestàvelmonte uma grande força de || expressão.
Êsses diagramas, concebidos com enge nho e perícia, "representam uma nova
técnica para a análise dos fatos econômi cos e sociais, para a medida dos equilí-
situação deles é que podemos influ"r efi
brios o das tendências, para a previsão das incidências dos acontecimentos politi-
cazmente, pois que estão ein no^so ca
cos o das evoluções econômicas sôbre a
minho; se o fizermos, estaremos promo vendo, de modo progressivo, o desapa
v'da dos homens, ofício por oficio, indus tria por indústria, território por território, o assim por diante (GM II — p. 89).
lizada das multidões humanas.
Sobre a
Daí a existência de um centro de es
Para levar por diante essa indeclinável
to.
ser meras lulas negativas, mas sobretudo
recimento de todos os infelizes.
Sagnuics.
"Economia
Os esforços não devem
nhá-los à fclic'dadc;
lução
mana, para ne'es introduzir a Justiça. À medida que cada qual fôr adquirin do mais experiência e mais domínio, po
37
Er:í>N<>Miro
^'a^-nos, nesta altura, a uma digressão intereí:sante com respeito a alguns a.spcctos originais desta parte bá.sica do movimen
havendo a loucura dos homens parali
Humani.smo", "a revo lução que o mundo
por encargo setores restrilòs chi vida hu
D H'iiST(>
gênero. Todavia, a infcMcidade (pie se deseja re mover .só importa dc fato como o revor.so de uma fc'ícidade legitimamente
tica de ação, que cons titui a parte política do Para
Ecü^•«')^uco
c de legi-slação, com experiiucnlação me
regulada por uma tá movimento.
PIIW I* ' ^ .gr 1*
Sobre uma única folha, uma linha si
tudos, para efetuar pesquisas e análise.s
nuosa, cujas inflexões resumem as in
.sobre as realidades humanas, econômicas
formações colhidas sôbre um dctenui-
c sociais.
nado objeto, fornece uma apreciação ge
"Economia e Humanismo" não
pretende descer aprioristicamente dos princípios gerais, porém abstratos, para ensaiar empiricamente os meios de aten
ral e segura sôbre o valor e o equilíbrio caso, conforme a nota de mérito impu
.sofos, ou do homem do passado, cujo
der aos problemas da vida humana. Mas, antes de tudo, procura conhecer bem, tão cientificamente quanto possível, os cljernentos qualitativos e quantitativos
estudo é considerado subsidiário);
que compõem essas realidades, para en
grama, bem como a disposição das fai-
do objeto.
A forma e a posição dessa
linha indicatriz é determinada, cm cada tada
aos
diversos
dos no objeto.
atributos considera
Os números índices,
de que depende o aspecto final do dia
I
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Diciisro
E assim por diante.
A partir dos seus postulados doutriná
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Economia éP Humanismo" Humanícmo" trata ♦ rnfn de f\í> Economia
planejar a reconstituição dos quadros de
vida e de trabalho, conforme um sis tema próprio, espécie de arcabouço -de uma revolução económico-social, elabora do em relação estreita com os dados au
feridos de um sereno balanço das reali
dades concretas. Tal sistema c fruto dc
discussões entre estudiosos c, por isso mesmo que precede as novas estruturas
entrevistas, fica sujeito a revisões opor tunas.
Finalmente,, a execução dos planos
pode ser prèviamente
tódica de formas novas de as.sociaçáo c
de
novos
nhando
esti'os
"Economia
de
e obedecendo
vida, à
acompa
reforma
dos
costumei".
"É provável que a incompreensão ou os egoísmos dos homens e das facções
hajam de rctarclá-Ia muitas xèzes.
É
possível mesmo (jue (ila fracasse c (jue,
b •— investigar as causas diretas e in
tão, com relativa segurança,, elaborar e
diretas dessa infelicidade real; c — intcr\'ir para atenuar ou suprimir
propor as soluções. Esta base geral do moHmento rece
tais causas, fazendo-o pela estreita cola
beu, entre nós, aos 26 de julho último,
boração de grande número de pessoas
a denominação de "Sagmacs" — socie dade para a análise gráfica c mecanográfica aplicada aos complexos sociais. A justificação dèstc nome pode Ic-
que trabalhem dc coração unanime, já que ó bom sabida a incficiCmcia dos homens
isolados,
cm
tarefas
desse
após alguns progressos parciais, no pior dos caos. . ." (PC — p. 69).
ambicionada.
dos gráficos na expressão e sinopse dos
sado o seu surto, recaia então o mundo,
E.sta última perspectiva, posto qim sombria, serve para acentuar que a ins tauração
cio
bem
co
mum, como realida de duradoura, supõe o
respeito da
liberdade
humana.
e
Entremcntes, a revo
aguarda deve começar por bai-xo, pelo jôgo de
res, por grupos de ho
ir-sc-á
fazendo
pelo esfórço dos melho mens do mesmo pen
"equipes" animadas do mesmo espírito, aceitan
samento, decididos A transformar o mundo
do a mesma doutrina, procedendo consoante o mesmo método, "equi pes" que hajam tomado
dentro do cpie é con creto,
daquilo
possível, do
o
que e
acompanhan desenrolar
dos
acontecimentos.
6.
derá alargar o seu setor de ação" (PC
tentativa,
- p. 73).
traça um programa metódico:
e
Humanismo"
A reestruturação do mundo não pode rá processar-se instantáneamente: por
mens- concretos de nosso tempo, nas
mais depressa que se inicie, poderá es
condições em que se encontram enqua
tender-se por sôbre várias gerações, se
drados nas diversas sociedades ou comu
não sobre mais de um século. "Não há
de fazer-se pela cólera cega e pelo der
nidades de que são membros (não os problemas do homem abstrato dos flló-
ramamento de sangue, mas sim por eta
pas, num longo trabalho de reconstiução
a — estudar
a
infelicidade
dos ho
São bem conhecidas as ^'antagens
resultados numéricos.
esforços positivos o construtores.
manismo" vale-se largamente desta téc
A
"Economia e Hu
ação se prolonga c se completa: a — procurando o cpie falta à felici
nica, a i«meçar pelos diagranias carte-
dade dos homens de no.sso tempo; b — investigando os meios dc encami
recurso próprio, para traduzir os resul
c — ajudando-os praticamente a atin gi-la (MEH - p. 125). Não se visa, pois, vagamente a feli cidade "dos homens", mas a felicidade
"desses homens" que encontramos em nosso caminho.
São estes que nos fa
zem compreender a infcMcidadc genera
sianos c polares ordinários.
Mas, como
tados de seus principais inquéritos, uti liza diagramas monográficos especiais, patentes Lebret, os quais possuem in-
contestàvelmonte uma grande força de || expressão.
Êsses diagramas, concebidos com enge nho e perícia, "representam uma nova
técnica para a análise dos fatos econômi cos e sociais, para a medida dos equilí-
situação deles é que podemos influ"r efi
brios o das tendências, para a previsão das incidências dos acontecimentos politi-
cazmente, pois que estão ein no^so ca
cos o das evoluções econômicas sôbre a
minho; se o fizermos, estaremos promo vendo, de modo progressivo, o desapa
v'da dos homens, ofício por oficio, indus tria por indústria, território por território, o assim por diante (GM II — p. 89).
lizada das multidões humanas.
Sobre a
Daí a existência de um centro de es
Para levar por diante essa indeclinável
to.
ser meras lulas negativas, mas sobretudo
recimento de todos os infelizes.
Sagnuics.
"Economia
Os esforços não devem
nhá-los à fclic'dadc;
lução
mana, para ne'es introduzir a Justiça. À medida que cada qual fôr adquirin do mais experiência e mais domínio, po
37
Er:í>N<>Miro
^'a^-nos, nesta altura, a uma digressão intereí:sante com respeito a alguns a.spcctos originais desta parte bá.sica do movimen
havendo a loucura dos homens parali
Humani.smo", "a revo lução que o mundo
por encargo setores restrilòs chi vida hu
D H'iiST(>
gênero. Todavia, a infcMcidade (pie se deseja re mover .só importa dc fato como o revor.so de uma fc'ícidade legitimamente
tica de ação, que cons titui a parte política do Para
Ecü^•«')^uco
c de legi-slação, com experiiucnlação me
regulada por uma tá movimento.
PIIW I* ' ^ .gr 1*
Sobre uma única folha, uma linha si
tudos, para efetuar pesquisas e análise.s
nuosa, cujas inflexões resumem as in
.sobre as realidades humanas, econômicas
formações colhidas sôbre um dctenui-
c sociais.
nado objeto, fornece uma apreciação ge
"Economia e Humanismo" não
pretende descer aprioristicamente dos princípios gerais, porém abstratos, para ensaiar empiricamente os meios de aten
ral e segura sôbre o valor e o equilíbrio caso, conforme a nota de mérito impu
.sofos, ou do homem do passado, cujo
der aos problemas da vida humana. Mas, antes de tudo, procura conhecer bem, tão cientificamente quanto possível, os cljernentos qualitativos e quantitativos
estudo é considerado subsidiário);
que compõem essas realidades, para en
grama, bem como a disposição das fai-
do objeto.
A forma e a posição dessa
linha indicatriz é determinada, cm cada tada
aos
diversos
dos no objeto.
atributos considera
Os números índices,
de que depende o aspecto final do dia
*-r^*r < Dicesto
Dicesto Econômico
xas correspondentes aos vários atributos, são escolhidos de tal modo que os êxitos
e boas qualidades são figurados por um alargamento, os insucessos c deficiências por uma retração com respeito a uma
linha media; por uma disposição aná
criança ou adolescente), a análise dos
discutidas nas obras básicas de seus fun
dadores c dirigentes. Podemos adaptar
tica da composição humana e do equilí brio econômico das cidades c das regiões;
o estudo do seu equilíbrio cultural, espor tivo, sanitário, administrativo, cultuai. Na verdade, os elementos muito diver sos que são corrétamente reunidos em
ifói^a sinótica, nesses diagramas origi
nais, poderiam ser subestimados ou mes
mo passar despercebidos, emprcgandose os processos mecanográficos habituais.
Pôr tal método de análise dos "comple xos sociais" e pelo apèrfciçoamento in troduzido na transposição dos dados es tatísticos, pode-se recobrir toda a ativi dade humana, nfio diremos de alto-a-baixo, mas precisamente de baixo para ci ma, pois que os registros devem ser
feitos a partir dos comple.xos profissio nais e geográficos de base, por locahdade ou pequena região (GM II — pp 90-91). 7.
A inscrição dos núcleos brasileiros.
Vem a propósito referirmos que aqui no Brasil o movimento "Economia e-
Humanismo" está sendo lançado numa
fase de relativo adiantamento. Não par timos do marco zero, tendo de criar
métodos de pesquisa dos fatos e modelos de expressão mais adequada-para inter IÉU»..v.
A miserlcórdUi c a Economia
O mim-
materialista, nega, as próprias razões do As análises dos comp'cxos
seu progresso: é uma miséria uiii\'er'
econômicos e sociais, proces.sacla.s segundo os mé
sal.
todos de "Economia e PIumanismo' perniitem como
lanço objetivo na situação da imensa família humana, a começar pelos
que "medir", com relativa precisão, o Par-
mcns do seu caminho", fica inquieto e angustiado. Sente seus devores para
tindo-.se do princípio de que todo ho mem, em ípialqucr camada .social, tem
com a coletividade. Poderá decidir-se a lutar contra a miséria dos liomens, seus
necessidade dc um mínimo dc saúde, de
irmãos.
grau das infelicicladvs humanas.
ao nosso meio os quadros de organização f{ue sou tirocínio confirmou.
nificado da cultiuti em seral.
do contemporâneo, por e.vcessivamcnte
Ilmnaiui.
meiras doutrinas para sistematizar uma
lares, das moradias, dos ba'rros, assim co
S9
Econômico
ação renovadora. Grande parte deste lrabal])0 pioneiro já foi feito em França o a nós outros, no Brasil, c outorgada a imensa vantagem de aproN-eilar a valio sa experiência do movimenlo francês. Podemos reler as doutrinas gerais de "Economia c Humanismo", expostas e
ções agrícolas, dos centros urbanos; a crí
8.
pretação dos resultados. Não temos que definir princípios, nem elaborar as pri
loga, ficam patentes os cquilíbrios c os desequilíbrios. Tais diagramas facilitam a análise das pessoas (homem, mulher, moço, moça,
mo a análise das empresas, das explora
i.pj'«ijiyfm
nutrição, vestuário, alojamento, seguran
Podemos
servir-nos de seus instrumentos patentea
Quem teve ocasião de dar um ba
Assim SC desperta a vocação da mise
ça, instrução, dcscanço, superação — os
ricórdia.
diagramas revelam como é pequena a
O sentido etimológico desta
porcentagem dos homens de nosso tempo,
pa'avra está bem de acordo com a inter pretação que lhe consagrou o Evaiige
plexos bunianos, econômicos o sociais, na
que acedem efetivamente a todos êsses
lho; fazer misericórdia é passar a nuse- ^
fôrma particular com que se apresentam
mínimos.
dos de análi.se gráfica, para dcsen\olvimento dc no.ssos estudos sobre os com
Por c.xemplo, o proletariado por defi nição é o conjunto cios trabalhadores sem
aqui no Brasil. Podemos encher-nos do
zê"o e de entusiasmo coinpulsando rela tórios sôbrc notáveis experiências de con tato com as misérias humanas, tais co
ria dos outros para o próprio coração- ||| No mundo de hoje, a misericórdia m-
cultura e sem segurança; é. portanto,
dividuàl, a que se pode e.vercer de pes soa a pessoa, mostra-se ineficaz; ahvia
uma turba numerosa que carece de con
de falo uma miséria durante alguns ins
mo vários equipista.s nô-las transmitem,
dições indispensáveis a uma vida ver
em obras documentárias do mais alto va
dadeiramente
lor como testemunhos da \ida contempo rânea. E —• porque não dize-lo também?
meios, falta a capacidade de apanhar
tantes, porém sem debelar suas causas; é radicahnente insuficiente. Para ata car de cheio as infelicklades dos ho
plenamente a realidade das coisas (co
mens, a misericórdia eficaz há de visar a
que "Economia e Humanismo" tem obti
dadores não fazem segredo das dificul
dades e da incompreensão que acompa nharam seus passos iniciais. (®°) (*■*')
São
particularmente
instrutivos,
entre outros, os seguintes trabalhos, que contêm aplicações es])cciais dos princí pios de
"Economia
e
Humanismo", e da
ordem comunitária preconizada: Artaud, M. "Le métier d'agriculteur".
Bouillo, J. N. "L'expérience pédagogique de Moutiers". Dubois, A. "Structures nouvelles dans Tentreprise". Gatheron,
Lõwe,
M.
J.
R.
M.
"Le
"Les
pain
et
dockers
ror".
de
Mar-
seille".
Voisin, P. "Une politique de riiabitat" XXX.
São
"La
todas
communauté Boismondeau",
obras
editadas
nomie et Humanisme".
por
"Eco-
Em
outros
mo entre os nossos "caipiras") ou para
— podemos animar-nos com os resultados
do em França, já que os próprios fun
humana.
í
desmascarar a demagogia dos maus políticos. Quantos homens não che gam sequer a conceber um programa honesto de vida, por falta de um equi líbrio moral e espiritual!
A sulj-nutri-
supressão de suas causas, sempre mais proiimdas e mais extensas (MEH —p.8)E s porque "Economia e Humanismo" procura, pela análise c "conjuntura" dos complexos, descobrir os motivos últi mos das misérias hümanas, assim como
ção é mais generalizada do que pa
as razões de ser dos relativos sucessos.
rece; mesmo onde há recursos suficientes,
Procedendo ab estudo crítico das situa
ela existe por ignorância da a'imentação mais adequada ou por impossibili dade de con.segui-la pràticamente. No seio da burguesia, a abundância dos bens materiais contrasta muitas vezes com a
estreiteza do espírito. Os estudos são quase sempre excessivamente técnicos e
especializados;
nota-se a míngua da
cultura humanista, o estudo do homem
em si, que permitiria adquirir-se o sig
ções reais, pôde categorizar as neco.ssida-
des e estruturar uma hierarquia dos bens.
Há os bens "prinubios" ou osscnc'aÍs,
necessários à conservação da vida, ou à sua dignidade. Os bens "secundários" o
"terciáiios" vêm depois, são os qu® servem o homem, mas dos quais êle poderia prescindir; bens que lhe assegu
ram mais satisfação à existência, sem
*-r^*r < Dicesto
Dicesto Econômico
xas correspondentes aos vários atributos, são escolhidos de tal modo que os êxitos
e boas qualidades são figurados por um alargamento, os insucessos c deficiências por uma retração com respeito a uma
linha media; por uma disposição aná
criança ou adolescente), a análise dos
discutidas nas obras básicas de seus fun
dadores c dirigentes. Podemos adaptar
tica da composição humana e do equilí brio econômico das cidades c das regiões;
o estudo do seu equilíbrio cultural, espor tivo, sanitário, administrativo, cultuai. Na verdade, os elementos muito diver sos que são corrétamente reunidos em
ifói^a sinótica, nesses diagramas origi
nais, poderiam ser subestimados ou mes
mo passar despercebidos, emprcgandose os processos mecanográficos habituais.
Pôr tal método de análise dos "comple xos sociais" e pelo apèrfciçoamento in troduzido na transposição dos dados es tatísticos, pode-se recobrir toda a ativi dade humana, nfio diremos de alto-a-baixo, mas precisamente de baixo para ci ma, pois que os registros devem ser
feitos a partir dos comple.xos profissio nais e geográficos de base, por locahdade ou pequena região (GM II — pp 90-91). 7.
A inscrição dos núcleos brasileiros.
Vem a propósito referirmos que aqui no Brasil o movimento "Economia e-
Humanismo" está sendo lançado numa
fase de relativo adiantamento. Não par timos do marco zero, tendo de criar
métodos de pesquisa dos fatos e modelos de expressão mais adequada-para inter IÉU»..v.
A miserlcórdUi c a Economia
O mim-
materialista, nega, as próprias razões do As análises dos comp'cxos
seu progresso: é uma miséria uiii\'er'
econômicos e sociais, proces.sacla.s segundo os mé
sal.
todos de "Economia e PIumanismo' perniitem como
lanço objetivo na situação da imensa família humana, a começar pelos
que "medir", com relativa precisão, o Par-
mcns do seu caminho", fica inquieto e angustiado. Sente seus devores para
tindo-.se do princípio de que todo ho mem, em ípialqucr camada .social, tem
com a coletividade. Poderá decidir-se a lutar contra a miséria dos liomens, seus
necessidade dc um mínimo dc saúde, de
irmãos.
grau das infelicicladvs humanas.
ao nosso meio os quadros de organização f{ue sou tirocínio confirmou.
nificado da cultiuti em seral.
do contemporâneo, por e.vcessivamcnte
Ilmnaiui.
meiras doutrinas para sistematizar uma
lares, das moradias, dos ba'rros, assim co
S9
Econômico
ação renovadora. Grande parte deste lrabal])0 pioneiro já foi feito em França o a nós outros, no Brasil, c outorgada a imensa vantagem de aproN-eilar a valio sa experiência do movimenlo francês. Podemos reler as doutrinas gerais de "Economia c Humanismo", expostas e
ções agrícolas, dos centros urbanos; a crí
8.
pretação dos resultados. Não temos que definir princípios, nem elaborar as pri
loga, ficam patentes os cquilíbrios c os desequilíbrios. Tais diagramas facilitam a análise das pessoas (homem, mulher, moço, moça,
mo a análise das empresas, das explora
i.pj'«ijiyfm
nutrição, vestuário, alojamento, seguran
Podemos
servir-nos de seus instrumentos patentea
Quem teve ocasião de dar um ba
Assim SC desperta a vocação da mise
ça, instrução, dcscanço, superação — os
ricórdia.
diagramas revelam como é pequena a
O sentido etimológico desta
porcentagem dos homens de nosso tempo,
pa'avra está bem de acordo com a inter pretação que lhe consagrou o Evaiige
plexos bunianos, econômicos o sociais, na
que acedem efetivamente a todos êsses
lho; fazer misericórdia é passar a nuse- ^
fôrma particular com que se apresentam
mínimos.
dos de análi.se gráfica, para dcsen\olvimento dc no.ssos estudos sobre os com
Por c.xemplo, o proletariado por defi nição é o conjunto cios trabalhadores sem
aqui no Brasil. Podemos encher-nos do
zê"o e de entusiasmo coinpulsando rela tórios sôbrc notáveis experiências de con tato com as misérias humanas, tais co
ria dos outros para o próprio coração- ||| No mundo de hoje, a misericórdia m-
cultura e sem segurança; é. portanto,
dividuàl, a que se pode e.vercer de pes soa a pessoa, mostra-se ineficaz; ahvia
uma turba numerosa que carece de con
de falo uma miséria durante alguns ins
mo vários equipista.s nô-las transmitem,
dições indispensáveis a uma vida ver
em obras documentárias do mais alto va
dadeiramente
lor como testemunhos da \ida contempo rânea. E —• porque não dize-lo também?
meios, falta a capacidade de apanhar
tantes, porém sem debelar suas causas; é radicahnente insuficiente. Para ata car de cheio as infelicklades dos ho
plenamente a realidade das coisas (co
mens, a misericórdia eficaz há de visar a
que "Economia e Humanismo" tem obti
dadores não fazem segredo das dificul
dades e da incompreensão que acompa nharam seus passos iniciais. (®°) (*■*')
São
particularmente
instrutivos,
entre outros, os seguintes trabalhos, que contêm aplicações es])cciais dos princí pios de
"Economia
e
Humanismo", e da
ordem comunitária preconizada: Artaud, M. "Le métier d'agriculteur".
Bouillo, J. N. "L'expérience pédagogique de Moutiers". Dubois, A. "Structures nouvelles dans Tentreprise". Gatheron,
Lõwe,
M.
J.
R.
M.
"Le
"Les
pain
et
dockers
ror".
de
Mar-
seille".
Voisin, P. "Une politique de riiabitat" XXX.
São
"La
todas
communauté Boismondeau",
obras
editadas
nomie et Humanisme".
por
"Eco-
Em
outros
mo entre os nossos "caipiras") ou para
— podemos animar-nos com os resultados
do em França, já que os próprios fun
humana.
í
desmascarar a demagogia dos maus políticos. Quantos homens não che gam sequer a conceber um programa honesto de vida, por falta de um equi líbrio moral e espiritual!
A sulj-nutri-
supressão de suas causas, sempre mais proiimdas e mais extensas (MEH —p.8)E s porque "Economia e Humanismo" procura, pela análise c "conjuntura" dos complexos, descobrir os motivos últi mos das misérias hümanas, assim como
ção é mais generalizada do que pa
as razões de ser dos relativos sucessos.
rece; mesmo onde há recursos suficientes,
Procedendo ab estudo crítico das situa
ela existe por ignorância da a'imentação mais adequada ou por impossibili dade de con.segui-la pràticamente. No seio da burguesia, a abundância dos bens materiais contrasta muitas vezes com a
estreiteza do espírito. Os estudos são quase sempre excessivamente técnicos e
especializados;
nota-se a míngua da
cultura humanista, o estudo do homem
em si, que permitiria adquirir-se o sig
ções reais, pôde categorizar as neco.ssida-
des e estruturar uma hierarquia dos bens.
Há os bens "prinubios" ou osscnc'aÍs,
necessários à conservação da vida, ou à sua dignidade. Os bens "secundários" o
"terciáiios" vêm depois, são os qu® servem o homem, mas dos quais êle poderia prescindir; bens que lhe assegu
ram mais satisfação à existência, sem
Dicrsto EcoNÓ>aco
iO
Drot:sTí>
que privado deles tivesse de perecer: satisfazem necessidades de facilidade ou
de confôrtp, necessidade de invenção e
mens para crescer pela aceitação do es
verdadeiro cristão: pelo contnirio, lodo aquele que sc rctcza numa po.sição egoís
de progresso, necessidade de máxima uti
forço penoso e do sofrimento". (PC —
ta, só por i.s.so já abandona o plano di
lização da natureza, necessidade de contínua superação (OC — p. 173). Êste conceito de hierarquização dos bens constitui uma das pedras angulares da "Economia Humana", que é o reen-
p. 24).
vino, deixa dc ser fiel ao Cristianismo.
direitamento da escala dos valores, a
mens novos, ambiciosos de prestar ser
saber, a Economia a serviço do Homem.
viços, que ponham sua felicidade no de
Toda sociedade deve assegurar aos seus membros os bens primários, de que
sempenho de tarefas difíceis; homens que tenham consciência dc .se engran
outrem sem retribuí-lo por
todos necessitam. E a distribuição dos
decer seriindo ao bem comum, dc se
ninguém aceitaria cpiahpier
divíduos, lançados para in
enriquecer cm valores humanos mesmo
privilégio sem uma corres
tentá-la. Mas, "Economia e
bens, em geral, produzidos em massa tão extensa quanto possível, deve ser
feita conforme a ordem de urgência das necessidades e não segundo a hierarquia das capacidades de pagamento (M — p. 19). É a substituição da economia do proveito pela economia da necessidade
W (OC-p. 176). ^ Iríamos muito longe se, neste tópico, fossemos dar mesmo um simples apa
'
!
Econômico
\'erdadeíraincnlc. Será mister, pürtanlo> em qualquer hipótese, preparar os ho
nhado dos princípios de uma economia hmriana e das luminosas perspectíva.s da
ordem comunitária que ela propõe para reforma das estruturas capitalistas. Todavia, um comentário ainda sv faz
"Tanto assim, (pie não luueria proble 9.
Tarefa para criatãos.
A reconstrução do mundo supòe "ho
ficando pobres em valores que se medem por moeda" (OC — p. 184). É uma forma avançada de solidane-
dade humana, que requer, por parte de seus militantes, um "itinerário pessoal e vivo" através das misérias e dificulda
des do próximo. Na vanguarda da revo lução que se impõe, para melhorar as condições dos homens, há um lugar na
ra uma vida integral. Mais do que isso,
quer atender ao fato de que todo ho mem traz consigo um anseio de plenitu de, um ideal de superação dc si mesmo, quo não deve morrer sufocado peh^
blemas de rcNolução, se os cristãos fos
adversidade das condições ambientes. A tarefa de meMioria tia luunanldadi',
sem assaz numerosos no mundo c "se
dc luta constante contra os elementos
f()ssem assaz cristãos": pois, ninguém
que procuram diminui-la c rebaixá-la,
mas sociais, (piestücs de estruturas, pro
é uma dessas tarefas que fa zem sentir-se a pequenez de qualquer agnipamento de in
aceitaria dc vi\cr à custa dc outros
tantos
benefícios,
pondente prestação dc servi
Humanismo", consciente da
ços, ninguém açambarcaria riqueza alguma exclusivamen te para si, ninguém havia de
força de seus postulados e confiante no esforço dos ho
mens de boa-vontade, é oti
mista quanto à efícacia de
querer desfrutar segurança sem a simultânea copartici-
sua ação.
Constitue um campo aber to a todos os que lealmente
pação dos outros" (CM I — p. 91).
Na abnegação dc si mesmo, na de
•
KKJ -
U
lUUUd
UO
_7 ^
desejem instaurar neste mundo a maior
turalmente indicado para os cristãos. Hasta lembrar a palavra dc Cristo: m/sc-
fesa dos humildes, no devotamento aos
soma de bens materiais, morais, cultu
infelizes, no culto da verdade, na cria
rais, espirituais e sobrenaturais, para ofe
reor .super turbam.
ção da confiança miitua, no zelo da se
gurança pessoal e familiar, os verdadei
recerem a tôda a imensa família hu mana, numa atmosfera de equilíbrio, a
Os cristãos deste século XX devem
mister, para acentuar uma das marcas
tomar posição no mundo ein marcha,
ros cristãos lançam as bases sólidas das
justa oportunidade de ascender polo me
cujas tendências não podem vogar a
distintivas de "Economia e Humanismo".
mercê de torças cegas. Pois são êles os depositários da plena verdade, a qual
comunidades humanas hierarquizadas, os alicerces duma ordem jurídica estável, os fundamentos da paz duradoura. Ao mundo estreitado pelas facilidades de
nos a um nível de rida verdadeiramente digno do homem.
"Ê ilusório pensar-se que, após haver escapado às faltas que resultam da pés
vai muito a'ém dos horizontes entreaber-
Que a semente lançada no Velho Con
tinente, em plena tragédia da segunda
sima gestão atual do patrimônio comum,
tos pelos reformadores materialistas. O
ficarão os homens a salvo de todas as
comunicação e e.xtremamente dúadido,
guerra mundial, possa germinar depres
patrimônio inestimável de segurança, que
só êles trazem um princípio valioso de
sa entre nós, nesta terra ainda em for
dificuldades, de todos os sofrimentos e
tem o Cristianismo para a apreciação do
unidade: a adesão à verdade e a co
mação, onde já há tantos males acumu
da morte.
mundo e das coisas, deveria fazer que
lados, reclamando soluções urgentes, e
tempos.
Os progressos da racionali
zação do trabalho e os progressos da
em tôrno dos cristãos se agrupassem
justiça poderão diminuir a dor dos ho
os outros, idealistas, para conseguirem
munhão no amor (GM I — p. 70). Eis porque "Economia e Humanismo" muito espera da colaboração decidida
mens, porém não aniquilá-la. Aliás, no
juntos uma melhoria durável da hu
dos cristãos.
estado atual da humanidade, ninguém atinge à vida superior sem passar pela dor. Quem não houver sofrido, com batido, suportado não terá adquirido o
manidade.
soal ou coletivo, dos meios de produ
domínio de si mesmo, não é homem
ção, não constituem problemas para o
A justa repartição dos trabalhos e dos
10.
Fecho
na qual há também o constante prenun
cio 6 a firme esperança de melhores BIBLIOGRAFIA
bens-de-consumo, o uso cquitutlvo, pes "Economia e Humanismo" visa uma
ascensão de tôda a humanidade. Quer dar a todos um mínimo de condições pa
Dubois, A. — Gatheron, J. M. — Lebret, L. J. — Loew, M. R. — Moos, M. F. — Moreux, R. — Perroux. F.
Dicrsto EcoNÓ>aco
iO
Drot:sTí>
que privado deles tivesse de perecer: satisfazem necessidades de facilidade ou
de confôrtp, necessidade de invenção e
mens para crescer pela aceitação do es
verdadeiro cristão: pelo contnirio, lodo aquele que sc rctcza numa po.sição egoís
de progresso, necessidade de máxima uti
forço penoso e do sofrimento". (PC —
ta, só por i.s.so já abandona o plano di
lização da natureza, necessidade de contínua superação (OC — p. 173). Êste conceito de hierarquização dos bens constitui uma das pedras angulares da "Economia Humana", que é o reen-
p. 24).
vino, deixa dc ser fiel ao Cristianismo.
direitamento da escala dos valores, a
mens novos, ambiciosos de prestar ser
saber, a Economia a serviço do Homem.
viços, que ponham sua felicidade no de
Toda sociedade deve assegurar aos seus membros os bens primários, de que
sempenho de tarefas difíceis; homens que tenham consciência dc .se engran
outrem sem retribuí-lo por
todos necessitam. E a distribuição dos
decer seriindo ao bem comum, dc se
ninguém aceitaria cpiahpier
divíduos, lançados para in
enriquecer cm valores humanos mesmo
privilégio sem uma corres
tentá-la. Mas, "Economia e
bens, em geral, produzidos em massa tão extensa quanto possível, deve ser
feita conforme a ordem de urgência das necessidades e não segundo a hierarquia das capacidades de pagamento (M — p. 19). É a substituição da economia do proveito pela economia da necessidade
W (OC-p. 176). ^ Iríamos muito longe se, neste tópico, fossemos dar mesmo um simples apa
'
!
Econômico
\'erdadeíraincnlc. Será mister, pürtanlo> em qualquer hipótese, preparar os ho
nhado dos princípios de uma economia hmriana e das luminosas perspectíva.s da
ordem comunitária que ela propõe para reforma das estruturas capitalistas. Todavia, um comentário ainda sv faz
"Tanto assim, (pie não luueria proble 9.
Tarefa para criatãos.
A reconstrução do mundo supòe "ho
ficando pobres em valores que se medem por moeda" (OC — p. 184). É uma forma avançada de solidane-
dade humana, que requer, por parte de seus militantes, um "itinerário pessoal e vivo" através das misérias e dificulda
des do próximo. Na vanguarda da revo lução que se impõe, para melhorar as condições dos homens, há um lugar na
ra uma vida integral. Mais do que isso,
quer atender ao fato de que todo ho mem traz consigo um anseio de plenitu de, um ideal de superação dc si mesmo, quo não deve morrer sufocado peh^
blemas de rcNolução, se os cristãos fos
adversidade das condições ambientes. A tarefa de meMioria tia luunanldadi',
sem assaz numerosos no mundo c "se
dc luta constante contra os elementos
f()ssem assaz cristãos": pois, ninguém
que procuram diminui-la c rebaixá-la,
mas sociais, (piestücs de estruturas, pro
é uma dessas tarefas que fa zem sentir-se a pequenez de qualquer agnipamento de in
aceitaria dc vi\cr à custa dc outros
tantos
benefícios,
pondente prestação dc servi
Humanismo", consciente da
ços, ninguém açambarcaria riqueza alguma exclusivamen te para si, ninguém havia de
força de seus postulados e confiante no esforço dos ho
mens de boa-vontade, é oti
mista quanto à efícacia de
querer desfrutar segurança sem a simultânea copartici-
sua ação.
Constitue um campo aber to a todos os que lealmente
pação dos outros" (CM I — p. 91).
Na abnegação dc si mesmo, na de
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desejem instaurar neste mundo a maior
turalmente indicado para os cristãos. Hasta lembrar a palavra dc Cristo: m/sc-
fesa dos humildes, no devotamento aos
soma de bens materiais, morais, cultu
infelizes, no culto da verdade, na cria
rais, espirituais e sobrenaturais, para ofe
reor .super turbam.
ção da confiança miitua, no zelo da se
gurança pessoal e familiar, os verdadei
recerem a tôda a imensa família hu mana, numa atmosfera de equilíbrio, a
Os cristãos deste século XX devem
mister, para acentuar uma das marcas
tomar posição no mundo ein marcha,
ros cristãos lançam as bases sólidas das
justa oportunidade de ascender polo me
cujas tendências não podem vogar a
distintivas de "Economia e Humanismo".
mercê de torças cegas. Pois são êles os depositários da plena verdade, a qual
comunidades humanas hierarquizadas, os alicerces duma ordem jurídica estável, os fundamentos da paz duradoura. Ao mundo estreitado pelas facilidades de
nos a um nível de rida verdadeiramente digno do homem.
"Ê ilusório pensar-se que, após haver escapado às faltas que resultam da pés
vai muito a'ém dos horizontes entreaber-
Que a semente lançada no Velho Con
tinente, em plena tragédia da segunda
sima gestão atual do patrimônio comum,
tos pelos reformadores materialistas. O
ficarão os homens a salvo de todas as
comunicação e e.xtremamente dúadido,
guerra mundial, possa germinar depres
patrimônio inestimável de segurança, que
só êles trazem um princípio valioso de
sa entre nós, nesta terra ainda em for
dificuldades, de todos os sofrimentos e
tem o Cristianismo para a apreciação do
unidade: a adesão à verdade e a co
mação, onde já há tantos males acumu
da morte.
mundo e das coisas, deveria fazer que
lados, reclamando soluções urgentes, e
tempos.
Os progressos da racionali
zação do trabalho e os progressos da
em tôrno dos cristãos se agrupassem
justiça poderão diminuir a dor dos ho
os outros, idealistas, para conseguirem
munhão no amor (GM I — p. 70). Eis porque "Economia e Humanismo" muito espera da colaboração decidida
mens, porém não aniquilá-la. Aliás, no
juntos uma melhoria durável da hu
dos cristãos.
estado atual da humanidade, ninguém atinge à vida superior sem passar pela dor. Quem não houver sofrido, com batido, suportado não terá adquirido o
manidade.
soal ou coletivo, dos meios de produ
domínio de si mesmo, não é homem
ção, não constituem problemas para o
A justa repartição dos trabalhos e dos
10.
Fecho
na qual há também o constante prenun
cio 6 a firme esperança de melhores BIBLIOGRAFIA
bens-de-consumo, o uso cquitutlvo, pes "Economia e Humanismo" visa uma
ascensão de tôda a humanidade. Quer dar a todos um mínimo de condições pa
Dubois, A. — Gatheron, J. M. — Lebret, L. J. — Loew, M. R. — Moos, M. F. — Moreux, R. — Perroux. F.
DunCSTO
— Thíbon, G. "Manifcslc d'Économíe et Humanísme".
E & H,
ano 1, n.° especial, Fev. Mars (1942), pp. 1-22 (Referido no texto pela inicial M). Lebret, L. J. "A Economia Humana". Curso professado na Escola LivTc de Sociologia e Política de
São Paulo. Edição mimeográfica (1947). (CEH).
Idem. "Guide du militant". CoUection Economie et Humanismo, Paris-
L'Arbresle (1946). Tomo I, 1.58 p. Tomo II, 184 p. Lebret, L. J. e Desroches, H. Ch. "La
métliode d'Economie et Humanisme". E & H, ano 3, n.° 12, Mars-
Avril ( 1944). (MEH).
Kc:()NÓMlCO
pp.
SISTEMAS
121-134.
Lebret, L. J. "Príncipes pour raction". Economie et Ilumaiiisme, L'Ar-
breslc (1945), 108 p.
Lebret, L. J. c Desroches. II. Ch. "Refaire les tissus". E ôr H, ano 4, n." 18, Mars-A\TÍl (1945). pp113-133.
Lebret, L. J. e Gatheron, J. M. "L'ordrc communautairc. Príncipes et
perspectives d'une economie humaino". E & H, ano 2, n.'' 6,
Mars-Avril (1943), pp. 161-262 (OC).
.xxx. "Positions-Clefs". E &H, ano 5, n.''
23, Jan-Fév. (1946), pp- 1-84 (PC).
I. — Em matéria de organização fi
nanceira, ü ideal seria que cada Estado, no constituir a.s suas fontes de receita
tema", no definir dos léxicos, não" é
plano recentemente anunciado. Assim e que a cifra mensal de exportações de alt^odão deverá atingir 7 milhões
Filho, no artigo que ora publicamos, estuda as relações entre os sistenuis tri
como a que fez, por exemplo, Pescatore, de submeter a legislação tributária a di
retrizes dertuídas de uma legislação ^ mais alfa, qual a que é imposta pela ^
ordem natural das coisas. Deu-lhe, aliás,
o genial autor da "Lógica dei Diritto o
significativo título de "Lógica delle Im
diferentes tributos para a svistcntação e
posto", esclarecendo que tinha por in
fortalecimento do ei-ário, isso mesmo rea-
tuito expor os princípios de D.rcito, le-
lizas.scm numa perfeita sintonia, diri gindo-se, vale dizer, aos mesmos obje-
gig'ação, economia social e ordenação dos tributos, que da referida "Lógica"
tivo.s, tanto de índole financeira, como
defuiriam.
ainda econômicos, sociais e políticos.
haver em matéria tributária...
Um sistema assim, porém, não en
cidade com os renresentanfes patronais e operários da indústria nlfiodoeira, aos quais explicou o pope. que desempenharão no incremento das exportações, previsto no
O professor Paulo Barbosa de Campos
(de parte, é bem cie ver, as chamadas butários federal c locais, apontando tnrendas patrimoniais), somente recorres convenientes do regtnie de pluralidade se à decretação de tributos que uns aos vidente entre iiéí. outros, nas suas incidências, se comple tassem, jamais onerando, a títulos seme o lugar e as condiç.ões econômicas, de lhantes, üs mesmos objetos e, o que mocráticas, políticas e sociais de cada ainda mais importaria, harinonizando-se, povo" (Principü di politica, diritto e também, nos seus próprios efeitos e na . scienza dellc finanze, p. 34). turais repercussões recíprocas. Ter-se-ia, Precisamente porisso, assumem o ça« assim', algo que realmente merecesse o ráter de mòras locubvações teóricas, ou nome de "sistema" tributário, pois "si.s- de quase devaneio subjetivo, tentativas, apenas "combinação de partes entre si coordenadas para certo resultado" (Cân dido de Figueiredo), mas é também "união ou en'acc de princípio.s" (Morais c Frei Domingos Vieira), requ-sito que também se verificaria se, convergindo os
SíV Staffoid Cnpps, previdente da Câmara do Comércio, entrevistou-se ne.sta
TRIBUTÁRIOS
por Paulo Baubosa de Campos Filho
contra exemplo na realidade. Na co nhecida expressão de Mac Cullocli, ci tado por Veiga Fhho (Ciência das Fi nanças, § 42), "aquele que espera ver
Como se lógica pudesse
2. •— A essa natural contingência, de
não poder,reahz;ir-se, na prática, verda deiro sistema tiàbutário, não poderia,
evidentemente, ter fugido o nosso Brasil.
E não fugiu. Uma noção de quanto
urh sistema perfeito de impostos, espera
houve de arbilTibio na formação das nos
e meio de toneladas em meados de 1948 e 9.100.000 em fins dâsle ano, ou um acréscimo de 70% com relação às exportações de 1945.
o que não é, não foi, nem há de ser
Os esforços dos industriais devem concentrar-se nos produtos altamente manu faturados, que podem ser vendidos no estrant^eiro a preços mais elevados que os a.ríigos semi-acabados. O presidente da Câmara do Comércio adiaritou que, graças à renrf^anização da
sas fontes tributárias, tè-la-á quem con sulte, entre outros, o já citado Veiga
em Grioziotti, quando lembra que os
mão-de-ohra_ e do ccpiinamento, vode-se ohler um aumento de cinqüenta por cento
na produção. O problema imediato não é constituído pela falta de mercadof Exterior, ituis precisamente pela diminuta produção do país.
nunca".
E a razão disso encontrámo-la
Filho, na parte em que descreve o re
sistemas financeiros "não .são criações ar
gime tr butário do Brasil quando coló-
bitrárias dos homens políticos, nem tão
nià.
pouco, dos estudiosos, mas, na sua maior
acentua ele, reportando-se a Batista de Oliveira — que o próprio erário régio, "durante o tempo de sua gestão, nun-
parte, o produto de condições históricas,
pelo que variam de acordo com o tempo,
Era esse regime tão vicioso —
DunCSTO
— Thíbon, G. "Manifcslc d'Économíe et Humanísme".
E & H,
ano 1, n.° especial, Fev. Mars (1942), pp. 1-22 (Referido no texto pela inicial M). Lebret, L. J. "A Economia Humana". Curso professado na Escola LivTc de Sociologia e Política de
São Paulo. Edição mimeográfica (1947). (CEH).
Idem. "Guide du militant". CoUection Economie et Humanismo, Paris-
L'Arbresle (1946). Tomo I, 1.58 p. Tomo II, 184 p. Lebret, L. J. e Desroches, H. Ch. "La
métliode d'Economie et Humanisme". E & H, ano 3, n.° 12, Mars-
Avril ( 1944). (MEH).
Kc:()NÓMlCO
pp.
SISTEMAS
121-134.
Lebret, L. J. "Príncipes pour raction". Economie et Ilumaiiisme, L'Ar-
breslc (1945), 108 p.
Lebret, L. J. c Desroches. II. Ch. "Refaire les tissus". E ôr H, ano 4, n." 18, Mars-A\TÍl (1945). pp113-133.
Lebret, L. J. e Gatheron, J. M. "L'ordrc communautairc. Príncipes et
perspectives d'une economie humaino". E & H, ano 2, n.'' 6,
Mars-Avril (1943), pp. 161-262 (OC).
.xxx. "Positions-Clefs". E &H, ano 5, n.''
23, Jan-Fév. (1946), pp- 1-84 (PC).
I. — Em matéria de organização fi
nanceira, ü ideal seria que cada Estado, no constituir a.s suas fontes de receita
tema", no definir dos léxicos, não" é
plano recentemente anunciado. Assim e que a cifra mensal de exportações de alt^odão deverá atingir 7 milhões
Filho, no artigo que ora publicamos, estuda as relações entre os sistenuis tri
como a que fez, por exemplo, Pescatore, de submeter a legislação tributária a di
retrizes dertuídas de uma legislação ^ mais alfa, qual a que é imposta pela ^
ordem natural das coisas. Deu-lhe, aliás,
o genial autor da "Lógica dei Diritto o
significativo título de "Lógica delle Im
diferentes tributos para a svistcntação e
posto", esclarecendo que tinha por in
fortalecimento do ei-ário, isso mesmo rea-
tuito expor os princípios de D.rcito, le-
lizas.scm numa perfeita sintonia, diri gindo-se, vale dizer, aos mesmos obje-
gig'ação, economia social e ordenação dos tributos, que da referida "Lógica"
tivo.s, tanto de índole financeira, como
defuiriam.
ainda econômicos, sociais e políticos.
haver em matéria tributária...
Um sistema assim, porém, não en
cidade com os renresentanfes patronais e operários da indústria nlfiodoeira, aos quais explicou o pope. que desempenharão no incremento das exportações, previsto no
O professor Paulo Barbosa de Campos
(de parte, é bem cie ver, as chamadas butários federal c locais, apontando tnrendas patrimoniais), somente recorres convenientes do regtnie de pluralidade se à decretação de tributos que uns aos vidente entre iiéí. outros, nas suas incidências, se comple tassem, jamais onerando, a títulos seme o lugar e as condiç.ões econômicas, de lhantes, üs mesmos objetos e, o que mocráticas, políticas e sociais de cada ainda mais importaria, harinonizando-se, povo" (Principü di politica, diritto e também, nos seus próprios efeitos e na . scienza dellc finanze, p. 34). turais repercussões recíprocas. Ter-se-ia, Precisamente porisso, assumem o ça« assim', algo que realmente merecesse o ráter de mòras locubvações teóricas, ou nome de "sistema" tributário, pois "si.s- de quase devaneio subjetivo, tentativas, apenas "combinação de partes entre si coordenadas para certo resultado" (Cân dido de Figueiredo), mas é também "união ou en'acc de princípio.s" (Morais c Frei Domingos Vieira), requ-sito que também se verificaria se, convergindo os
SíV Staffoid Cnpps, previdente da Câmara do Comércio, entrevistou-se ne.sta
TRIBUTÁRIOS
por Paulo Baubosa de Campos Filho
contra exemplo na realidade. Na co nhecida expressão de Mac Cullocli, ci tado por Veiga Fhho (Ciência das Fi nanças, § 42), "aquele que espera ver
Como se lógica pudesse
2. •— A essa natural contingência, de
não poder,reahz;ir-se, na prática, verda deiro sistema tiàbutário, não poderia,
evidentemente, ter fugido o nosso Brasil.
E não fugiu. Uma noção de quanto
urh sistema perfeito de impostos, espera
houve de arbilTibio na formação das nos
e meio de toneladas em meados de 1948 e 9.100.000 em fins dâsle ano, ou um acréscimo de 70% com relação às exportações de 1945.
o que não é, não foi, nem há de ser
Os esforços dos industriais devem concentrar-se nos produtos altamente manu faturados, que podem ser vendidos no estrant^eiro a preços mais elevados que os a.ríigos semi-acabados. O presidente da Câmara do Comércio adiaritou que, graças à renrf^anização da
sas fontes tributárias, tè-la-á quem con sulte, entre outros, o já citado Veiga
em Grioziotti, quando lembra que os
mão-de-ohra_ e do ccpiinamento, vode-se ohler um aumento de cinqüenta por cento
na produção. O problema imediato não é constituído pela falta de mercadof Exterior, ituis precisamente pela diminuta produção do país.
nunca".
E a razão disso encontrámo-la
Filho, na parte em que descreve o re
sistemas financeiros "não .são criações ar
gime tr butário do Brasil quando coló-
bitrárias dos homens políticos, nem tão
nià.
pouco, dos estudiosos, mas, na sua maior
acentua ele, reportando-se a Batista de Oliveira — que o próprio erário régio, "durante o tempo de sua gestão, nun-
parte, o produto de condições históricas,
pelo que variam de acordo com o tempo,
Era esse regime tão vicioso —
wm 44
Dioesto
ca soube o que arrecadou nem o que
Econômico
habilitada
butários, .sob o qiuil lemos vivido, isso, sob certo aspecto, é um mal. Afastada, com efeito, a possibilidade de um só sistema, com as qualidades
para dar um balanço regülar de suas li mitadas transações de receber e pagar"
ideais a que de coméç-o nos referimos, o que se segue na ordem natural das pre
(ob. cit. p. 209). De contribuições sem
ferencias c ainda
conta, "criadas, lançadas e arrecadadas, sem método, ordem, uniformidade, ou
mesmo que eivado das inevitáveis im perfeições próprias das coisas Imim-
sistema, nas diversas províncias desde os mais remotos tempos da Colônia", foi que se estruturou — assinala Amaro
nas.
nha à disposição, de um só poder tri-
Cavalcanti (Elementos de Finanças, p. 239) — o quadro tributário do Império,
perior disciplinução jurídico-udministrativa, todos os tributos de possível arreca
despendeu em todo o Brasil; e, o que ainda mais maraviUia, nenhuma das jun tas
de fazenda
se
achava
um
sistema
DrCESTO
único,
Ef^ONÓMICO
4õ
mos é marcada pluralidade de sistemas
esse incentivo depende eni grande parte
tributários, uui dc''es, o federal, a se-
dc favores fiscais só eonccssíveis pelos
estender a todo o leriitóiio do País,
Municípios?
outros, os estadnai.s, a .se limitarem às I ndas dos - vinte Estados e outros, afi nal, circun.screvendo-se às áreas meno
Reflita o leitor sobre os e.xemplos apresentados (que não são, aliás, os ún-"cos, nem os melhores) e verá que
res de algims milhares de Mrmicípios. Pense-se, itm pouco, na desencontrada
não exageramos quando, sob certo as
gestão de todos èsscs sistemas por gover
pecto, reputamos um mal o regime de
de quando datam os primeiros esforços
dação no País.
Só assim se toma pos
Bem analisada, a'iás, a nossa organiza
lio sentido de se racionahzarem as nos
sível, parece-nos a nós, retirar dos di
ção tributária, o que temos ó a atribui
versos tributos dos quais se constitua a receita pública, as virtualidades de que são capazes, nem só como fonte de re ceita (a unidade, por outro lado, sim plifica o aparelho arrecadador), como ainda — o que é de particular impor
ção, a poderes tributantes distintos, de
plurahdade de sistemas, que caracteriza a nossa organização tributária. Não se suponha, entretanto — impõe-se aqui a ad\'ertência — preferíssemos nós, à discriminação de rendas vigente, ou tro dos possíveis modos de piu-tilha do poder de tributar entre os Governos cen tral e locais. Acreditamos mesmo que é o melhor de todos êles e que corres
partes concretas de um possível sistema
ponde a indeclinável exigência do pró
tributário único, com todos os incon
prio regime federativo. Onde, pois, a solução? — A nosso ver,
tância — como meio de se alcançarem
Governo da União, no intuito de favo
os fins econômicos, sociais e políticos,
recer determinada indústria, que seja de interesse nacional, imponha maiores
tributário, que melhor entrosem o exer cício, pelos referidos governos, das suas faculdades legislativas. Já o dissemos noutro trabalho, e aqui o repetimos.
tarifas aos produtos similares estrangei ros. Não poderá essa política do Go-
nas pela atribuição de todos os tribu
vêrno
tos a um só Govêmo, como também, e
sas finanças. Separado o orçamento ge ral do provincial — êsse o primeiro pas so no sentido da ordenação — esbo-
çou-se, na lei de 183õ, uma primeira discriminação de rendas entre o Covêmo Imperial e os das Províncias, enu merando o referido diploma legislativo as imposições que integravam a recei
ta geral, de modo a ficarem para as Províncias todas as demais. Tão res tritas, porém — a explicação é ainda de-
Veiga Filho — foram as fontes de recei
nos entre si diferentes, dotados, ade
Um regime, acentuemos, que po
mais, de ampla autonomia legislati\a pela própria Constituição, c difícil não será concluir que longe nos achamos do ideal em tão importante assunto.
butante, ou submeta a uma só e su
venientes daí resultantes.
Alguns exemplos porão em evidência tais inconvenientes. Suponhamos que o
a que também se proponha o poder público. Num só sistema, aliás, ainda que constituído de numerosos tributos, ou porisso mesmo que integrado por
central
ver-se
contrariada, na
i
na adoção de normas gerais de direito
Unidade de sistema não se obtém ape
ta deixadas aos governos provinciais, que
lun grande número deles, é que fôru
prática, pelo govêmo do Município em
até melhor, pela imiforme utilização de
se viram êstes na necessidade de nem
possível melhor encontrar os clá.ssicos requisitos da produtividade e da elastici
qüe situado o estabelecimento industrial,
les por parte dos diferentes go\'emos,
com o sujeitá-lo a maiores tributos imo
pelos quais estejam dispersos.
dade, tão necessários, este sobretudo, ao bom funcionamento das finanças públicas. Ora, entre nós, competente a União
biliários, ou de indústrias e profissões? Como, noutro exemplo, poderá o Go
só agravar tributos existentes, como de recorrer à decretação de novos.
E o
que daí resultou foi confusão ainda maior, que só começou a ser desfeita quando aclarados os quadros tributá rios da União e dos Estados, pela pri meira Constituição republicana. 3. — Mas essa, como as posteriores
discriminações, se por um lado parece
que corresponderam aos fins a que fo ram destinadas, aplainando dificuldades,
dissipando dúvidas e removendo causas de conflitos, por outro instituíram e consolidaram, no País, o complexo re
gime de pluralidade de sistemas tri
para decretar e arrecadar certos e deter minados tributos (importação, consumo,
renda, etc.); competentes os Estados para o lançamento e arrecadação de
i
*
determinados outros (vendas c consigna
ções, transmissão de propriedade, ex portação, etc.); e competentes, por fim. os Municípios para decretar e auferir ou tros ainda (predial e territorial urbanos, licença, diversões públicas, indústrias e profissões, etc.) — o que realmente te-
A
A nova Constituição, aliás, deu ao
vêmo Federal, como é de sua alçada,
Govêmo da União competência piua le gislar sôbre "normas gerais de direito
criar um clima desfavorável a certas di
fínanceiro" (artigo 5.® n.® XV, letra h),
versões ilícitas, ou favorecer atividades
que lhe pareçam dignas de proteção,
competência que não exclui a legisla ção estadual .supletiva ou complemen
se as melhores armas para tanto, que
tar (arHgo 6.°).
seriam o aumento ou a diminuição de impostos, não lhe estão imediatamen
dispositivo, d"sse Pontes de Miranda que
te ao alcance, por pertencerem dito.s im postos a outros poderes tributantes? Co mo podei-á, ainda num terceiro exem plo, incentivar o mesmo Govêrno as constmções de casas de moradia, se
Referindo-se a esse
ê'e oferece margem para obra de gênio, de quem "busque a linha adequada en tre o interêsse nacional e o interesse
regional, local, das finanças". Não es
tará na aplicação dêle o remédio para "os inconvenientes que apontamos?
wm 44
Dioesto
ca soube o que arrecadou nem o que
Econômico
habilitada
butários, .sob o qiuil lemos vivido, isso, sob certo aspecto, é um mal. Afastada, com efeito, a possibilidade de um só sistema, com as qualidades
para dar um balanço regülar de suas li mitadas transações de receber e pagar"
ideais a que de coméç-o nos referimos, o que se segue na ordem natural das pre
(ob. cit. p. 209). De contribuições sem
ferencias c ainda
conta, "criadas, lançadas e arrecadadas, sem método, ordem, uniformidade, ou
mesmo que eivado das inevitáveis im perfeições próprias das coisas Imim-
sistema, nas diversas províncias desde os mais remotos tempos da Colônia", foi que se estruturou — assinala Amaro
nas.
nha à disposição, de um só poder tri-
Cavalcanti (Elementos de Finanças, p. 239) — o quadro tributário do Império,
perior disciplinução jurídico-udministrativa, todos os tributos de possível arreca
despendeu em todo o Brasil; e, o que ainda mais maraviUia, nenhuma das jun tas
de fazenda
se
achava
um
sistema
DrCESTO
único,
Ef^ONÓMICO
4õ
mos é marcada pluralidade de sistemas
esse incentivo depende eni grande parte
tributários, uui dc''es, o federal, a se-
dc favores fiscais só eonccssíveis pelos
estender a todo o leriitóiio do País,
Municípios?
outros, os estadnai.s, a .se limitarem às I ndas dos - vinte Estados e outros, afi nal, circun.screvendo-se às áreas meno
Reflita o leitor sobre os e.xemplos apresentados (que não são, aliás, os ún-"cos, nem os melhores) e verá que
res de algims milhares de Mrmicípios. Pense-se, itm pouco, na desencontrada
não exageramos quando, sob certo as
gestão de todos èsscs sistemas por gover
pecto, reputamos um mal o regime de
de quando datam os primeiros esforços
dação no País.
Só assim se toma pos
Bem analisada, a'iás, a nossa organiza
lio sentido de se racionahzarem as nos
sível, parece-nos a nós, retirar dos di
ção tributária, o que temos ó a atribui
versos tributos dos quais se constitua a receita pública, as virtualidades de que são capazes, nem só como fonte de re ceita (a unidade, por outro lado, sim plifica o aparelho arrecadador), como ainda — o que é de particular impor
ção, a poderes tributantes distintos, de
plurahdade de sistemas, que caracteriza a nossa organização tributária. Não se suponha, entretanto — impõe-se aqui a ad\'ertência — preferíssemos nós, à discriminação de rendas vigente, ou tro dos possíveis modos de piu-tilha do poder de tributar entre os Governos cen tral e locais. Acreditamos mesmo que é o melhor de todos êles e que corres
partes concretas de um possível sistema
ponde a indeclinável exigência do pró
tributário único, com todos os incon
prio regime federativo. Onde, pois, a solução? — A nosso ver,
tância — como meio de se alcançarem
Governo da União, no intuito de favo
os fins econômicos, sociais e políticos,
recer determinada indústria, que seja de interesse nacional, imponha maiores
tributário, que melhor entrosem o exer cício, pelos referidos governos, das suas faculdades legislativas. Já o dissemos noutro trabalho, e aqui o repetimos.
tarifas aos produtos similares estrangei ros. Não poderá essa política do Go-
nas pela atribuição de todos os tribu
vêrno
tos a um só Govêmo, como também, e
sas finanças. Separado o orçamento ge ral do provincial — êsse o primeiro pas so no sentido da ordenação — esbo-
çou-se, na lei de 183õ, uma primeira discriminação de rendas entre o Covêmo Imperial e os das Províncias, enu merando o referido diploma legislativo as imposições que integravam a recei
ta geral, de modo a ficarem para as Províncias todas as demais. Tão res tritas, porém — a explicação é ainda de-
Veiga Filho — foram as fontes de recei
nos entre si diferentes, dotados, ade
Um regime, acentuemos, que po
mais, de ampla autonomia legislati\a pela própria Constituição, c difícil não será concluir que longe nos achamos do ideal em tão importante assunto.
butante, ou submeta a uma só e su
venientes daí resultantes.
Alguns exemplos porão em evidência tais inconvenientes. Suponhamos que o
a que também se proponha o poder público. Num só sistema, aliás, ainda que constituído de numerosos tributos, ou porisso mesmo que integrado por
central
ver-se
contrariada, na
i
na adoção de normas gerais de direito
Unidade de sistema não se obtém ape
ta deixadas aos governos provinciais, que
lun grande número deles, é que fôru
prática, pelo govêmo do Município em
até melhor, pela imiforme utilização de
se viram êstes na necessidade de nem
possível melhor encontrar os clá.ssicos requisitos da produtividade e da elastici
qüe situado o estabelecimento industrial,
les por parte dos diferentes go\'emos,
com o sujeitá-lo a maiores tributos imo
pelos quais estejam dispersos.
dade, tão necessários, este sobretudo, ao bom funcionamento das finanças públicas. Ora, entre nós, competente a União
biliários, ou de indústrias e profissões? Como, noutro exemplo, poderá o Go
só agravar tributos existentes, como de recorrer à decretação de novos.
E o
que daí resultou foi confusão ainda maior, que só começou a ser desfeita quando aclarados os quadros tributá rios da União e dos Estados, pela pri meira Constituição republicana. 3. — Mas essa, como as posteriores
discriminações, se por um lado parece
que corresponderam aos fins a que fo ram destinadas, aplainando dificuldades,
dissipando dúvidas e removendo causas de conflitos, por outro instituíram e consolidaram, no País, o complexo re
gime de pluralidade de sistemas tri
para decretar e arrecadar certos e deter minados tributos (importação, consumo,
renda, etc.); competentes os Estados para o lançamento e arrecadação de
i
*
determinados outros (vendas c consigna
ções, transmissão de propriedade, ex portação, etc.); e competentes, por fim. os Municípios para decretar e auferir ou tros ainda (predial e territorial urbanos, licença, diversões públicas, indústrias e profissões, etc.) — o que realmente te-
A
A nova Constituição, aliás, deu ao
vêmo Federal, como é de sua alçada,
Govêmo da União competência piua le gislar sôbre "normas gerais de direito
criar um clima desfavorável a certas di
fínanceiro" (artigo 5.® n.® XV, letra h),
versões ilícitas, ou favorecer atividades
que lhe pareçam dignas de proteção,
competência que não exclui a legisla ção estadual .supletiva ou complemen
se as melhores armas para tanto, que
tar (arHgo 6.°).
seriam o aumento ou a diminuição de impostos, não lhe estão imediatamen
dispositivo, d"sse Pontes de Miranda que
te ao alcance, por pertencerem dito.s im postos a outros poderes tributantes? Co mo podei-á, ainda num terceiro exem plo, incentivar o mesmo Govêrno as constmções de casas de moradia, se
Referindo-se a esse
ê'e oferece margem para obra de gênio, de quem "busque a linha adequada en tre o interêsse nacional e o interesse
regional, local, das finanças". Não es
tará na aplicação dêle o remédio para "os inconvenientes que apontamos?
Dlülrvsro iiCONÓMICl)
Jí6.i[íect(9i6. da (PaUtLca Vmicf.fiatáUa por L. A. Costa Pinto
(clu Uni\er.si(ladf do Brasil)
,^^^^OLÍTiCA imigratória continua
preocupando os interessados ,e os que são, ou julgam ser, entendidos: os pri meiros "agem", legislam, os segundos "pensam" e estudam sôbre os problemas de imigração e, lamentà\elmente, os
dois esforços — como em quase todos os setores da política social brasileira — ra
ramente estão sincronizados, quando so não opõem diametralmente.
E neste
ponto, ao que parece, aquilo que o pro fessor Lynd chamou "the gap belween
the scholar and the practical man" apre senta-se com seus termos invertidos pois sao os homens práticos que ostão com a cabeça cheia de devaneios sôbre o as sunto...
As discussões sobre a política imigra tória brasileira — como, de resto, ocor reu em quase todos os países da Amé rica Latina — que precederam e acom
panharam a ap icação de medidas prá ticas objetivando sua efetivação, pare cem tôdas part r da preliminar de que os portos europeus estão abarrotados de
excedentes demográficos, prontos a dei xarem a pátria para virem recomeçar a vida no paraíso brasileiro. País novo, em crescimento, despovoado e rico, terra da -fortuna, do futuro e da felicidade, seria o Brasil a obsessão, o "Shangri-lá", com que vivem sonhando* os famintos.
c sfarrapado.s, subnutridos e, segundo al
emigração para a América do Sul ijue so pensa c discute sòbrc qual o mcMior imigrante, quantos dêles precisamos, os exames c testes que deverão sofrer para só escolhermos os que nos interessam, os serviços e verbas nece.ssárias para lidar com eles, os efeitos que sua presença
guns, os oprimidos camponeses europeus,
causará cm no.ssa economia e socieda
de.siludidos de suas pátrias, expulsos do "velho" continente pelos "novos" bár
dência européia"... tudo numa abun
baros que por lá se instalaram.
Para
dourar esta pí'ula .sempre se acrescenta
que, além de tudo, as gerações adultas da Europa moderna já lá não encon-.
Iram, para si e para seus descendentes, um lugar onde viver, pois enquanto a população cresce o território não .se
acresce... Imaginando que a Europa c um celeiro de imigrantes e que esta mos vivendo o "século da América", hou ve uma autoridade latino-americana que
calculou em 7 milhões o número de eu
ropeus que emigrarão para a América nos próximos dez anosl Consciente ou inconscientemente, com
tintas mais ou menos carregadas, esse é, sem dúvida, o panorama lírico da situa ção socio-demográfica
que tem
em
de, o cuidado em defender nossa "ascen
dância dc detalhes que faz honra à ima ginação nacional. Costuma-se pensar cm tudo isso menos na validez daquela preliminar fundamental que é o que pre cisa ser discutido: qual a conjuntura de mográfica da Europa cm nossos dias?
Sua população está em crescimento ou em declínio?
Qual a política social e
demográfica adotada pelos diversos paí ses europeus nessa quadra da história? Numa palavra: existe mesmo esse imi grante fantástico de que tanto se fala
\'erdade, porém, é bem outra c os in
sucessos parciais da transferência clc "D.P.'s" para o Brasil — que aqui en
traram pela mesma porta por onde .saí ram os tripulantes do "Graf Spee"... — já estão começando a semear no espírito dos mais crédulos o germe da suspeita de que ê.sses "deslocados" são quase um
perigo e que a Europa- dos nossos dias taVez esteja na fase menos favorável a emigração de tôda sua história. A ana lise mais atenta das tendências demográ-
f cas no continente europeu consolida, irrefutavelmente, êsse ponto de vista.
Os aspectos fundamentais da situação
demográfica do \'elho mundo, onde se
imagina estejam colocadas as fontes de exportação demográfica para o Brasil, foram anteriormente estudados por nós, em colaboração com o professor Jacques Lambert, da Universidade de Lyon, cm trabalho de maior fôlego. Resumiremos
A consideração superficial do problema resulta em imaginar que os pequenos
aqui algumas das concHisões atingidas e alguns dos novos dados surgidos no campo estudado e que, de resto, só fi
contingentes de "deslocados de guerra",
zeram confirmar as pre\'i.sões fonnuladas
artificialmente criados pela cessação das
em 1944 (2), e cujas evidências parece não terem sido levada.s em consideração
o que ninguém ainda viu?
hostilidades em 1945 e pela política con traditória das forças de ocupação, pela
pela opinião predominante na política
sobre imigração no Brasil. Outros de
redistribuição dos prisioneiros de guerra
imigratória brasileira.
finem melhor a situação arrematando: "sempre foi assim", ou então: "na Amé rica do Norte foi assim", que nesses dias que passam, aos ouvidos dos espíritos
nha (1) e ainda pelas rees-
mente a maior"a dos que hoje discutem
simples, soa como fortíssimo argumento.
É ainda partindo da preliminar este reotipada de que existem na Europa
populações e governos interessados na
O sienatàrio du presente artigo, lente da Faculdade Nacional de Filosofia e da Facwdade Nacional ae Ciências Econômicas, da Universidade do Brasil, é o autor do livro "Problèmes Dénwgraphiques Contemporains". em colaboração com o profes sor Jacques Lambert e de numerosos estudos de sociologia, espalhados na imprensa e nas revistas do país. Ê escritor especializado na matéria versada neste ensaio.
■
truturações sociais determi-,
Basta ler o anle-projeto de lei que se prepara para entrar em discussão no Parlamento e a respectiva
nadas
exposição de motivos para
e dos trabalhadores escra
vos levados para a A^emapelo
aparecimento ^
de novos regimes políticos — respondem afirmativa mente àquela pergunta. A
\'erificar que, apesar dos progressos — vegetativos, digamos assim — feitos em
Dlülrvsro iiCONÓMICl)
Jí6.i[íect(9i6. da (PaUtLca Vmicf.fiatáUa por L. A. Costa Pinto
(clu Uni\er.si(ladf do Brasil)
,^^^^OLÍTiCA imigratória continua
preocupando os interessados ,e os que são, ou julgam ser, entendidos: os pri meiros "agem", legislam, os segundos "pensam" e estudam sôbre os problemas de imigração e, lamentà\elmente, os
dois esforços — como em quase todos os setores da política social brasileira — ra
ramente estão sincronizados, quando so não opõem diametralmente.
E neste
ponto, ao que parece, aquilo que o pro fessor Lynd chamou "the gap belween
the scholar and the practical man" apre senta-se com seus termos invertidos pois sao os homens práticos que ostão com a cabeça cheia de devaneios sôbre o as sunto...
As discussões sobre a política imigra tória brasileira — como, de resto, ocor reu em quase todos os países da Amé rica Latina — que precederam e acom
panharam a ap icação de medidas prá ticas objetivando sua efetivação, pare cem tôdas part r da preliminar de que os portos europeus estão abarrotados de
excedentes demográficos, prontos a dei xarem a pátria para virem recomeçar a vida no paraíso brasileiro. País novo, em crescimento, despovoado e rico, terra da -fortuna, do futuro e da felicidade, seria o Brasil a obsessão, o "Shangri-lá", com que vivem sonhando* os famintos.
c sfarrapado.s, subnutridos e, segundo al
emigração para a América do Sul ijue so pensa c discute sòbrc qual o mcMior imigrante, quantos dêles precisamos, os exames c testes que deverão sofrer para só escolhermos os que nos interessam, os serviços e verbas nece.ssárias para lidar com eles, os efeitos que sua presença
guns, os oprimidos camponeses europeus,
causará cm no.ssa economia e socieda
de.siludidos de suas pátrias, expulsos do "velho" continente pelos "novos" bár
dência européia"... tudo numa abun
baros que por lá se instalaram.
Para
dourar esta pí'ula .sempre se acrescenta
que, além de tudo, as gerações adultas da Europa moderna já lá não encon-.
Iram, para si e para seus descendentes, um lugar onde viver, pois enquanto a população cresce o território não .se
acresce... Imaginando que a Europa c um celeiro de imigrantes e que esta mos vivendo o "século da América", hou ve uma autoridade latino-americana que
calculou em 7 milhões o número de eu
ropeus que emigrarão para a América nos próximos dez anosl Consciente ou inconscientemente, com
tintas mais ou menos carregadas, esse é, sem dúvida, o panorama lírico da situa ção socio-demográfica
que tem
em
de, o cuidado em defender nossa "ascen
dância dc detalhes que faz honra à ima ginação nacional. Costuma-se pensar cm tudo isso menos na validez daquela preliminar fundamental que é o que pre cisa ser discutido: qual a conjuntura de mográfica da Europa cm nossos dias?
Sua população está em crescimento ou em declínio?
Qual a política social e
demográfica adotada pelos diversos paí ses europeus nessa quadra da história? Numa palavra: existe mesmo esse imi grante fantástico de que tanto se fala
\'erdade, porém, é bem outra c os in
sucessos parciais da transferência clc "D.P.'s" para o Brasil — que aqui en
traram pela mesma porta por onde .saí ram os tripulantes do "Graf Spee"... — já estão começando a semear no espírito dos mais crédulos o germe da suspeita de que ê.sses "deslocados" são quase um
perigo e que a Europa- dos nossos dias taVez esteja na fase menos favorável a emigração de tôda sua história. A ana lise mais atenta das tendências demográ-
f cas no continente europeu consolida, irrefutavelmente, êsse ponto de vista.
Os aspectos fundamentais da situação
demográfica do \'elho mundo, onde se
imagina estejam colocadas as fontes de exportação demográfica para o Brasil, foram anteriormente estudados por nós, em colaboração com o professor Jacques Lambert, da Universidade de Lyon, cm trabalho de maior fôlego. Resumiremos
A consideração superficial do problema resulta em imaginar que os pequenos
aqui algumas das concHisões atingidas e alguns dos novos dados surgidos no campo estudado e que, de resto, só fi
contingentes de "deslocados de guerra",
zeram confirmar as pre\'i.sões fonnuladas
artificialmente criados pela cessação das
em 1944 (2), e cujas evidências parece não terem sido levada.s em consideração
o que ninguém ainda viu?
hostilidades em 1945 e pela política con traditória das forças de ocupação, pela
pela opinião predominante na política
sobre imigração no Brasil. Outros de
redistribuição dos prisioneiros de guerra
imigratória brasileira.
finem melhor a situação arrematando: "sempre foi assim", ou então: "na Amé rica do Norte foi assim", que nesses dias que passam, aos ouvidos dos espíritos
nha (1) e ainda pelas rees-
mente a maior"a dos que hoje discutem
simples, soa como fortíssimo argumento.
É ainda partindo da preliminar este reotipada de que existem na Europa
populações e governos interessados na
O sienatàrio du presente artigo, lente da Faculdade Nacional de Filosofia e da Facwdade Nacional ae Ciências Econômicas, da Universidade do Brasil, é o autor do livro "Problèmes Dénwgraphiques Contemporains". em colaboração com o profes sor Jacques Lambert e de numerosos estudos de sociologia, espalhados na imprensa e nas revistas do país. Ê escritor especializado na matéria versada neste ensaio.
■
truturações sociais determi-,
Basta ler o anle-projeto de lei que se prepara para entrar em discussão no Parlamento e a respectiva
nadas
exposição de motivos para
e dos trabalhadores escra
vos levados para a A^emapelo
aparecimento ^
de novos regimes políticos — respondem afirmativa mente àquela pergunta. A
\'erificar que, apesar dos progressos — vegetativos, digamos assim — feitos em
48
Digesio EcoNÓs,aco
relação ao que havia até hoje sô])re a matéria — o ponto de partida da análise
nhccemos, parece ler esclarecido alguns aspectos da opinião sôbre o assunto que
está sempre refletindo a noção falsa e estereotipada de que o continente euro peu apresenta os excessos demográficos
tèin alguns grupos diretamente interes
que se pretende introduzir no Brasil.
Como é tão freqüente em legislação sòbre matéria técnica, o projeto ora em discussão fundamenta-se em dois pon
vem passar - imagina-se esgotado o assunto. Abstrai-so inteiramente da aná-
hse a questão de saber onde estão os imigrantes e sôbre a abstração ergue-se
o resto, constrói-se a legislação, «iam.se os serviços e distribuem-se as verbas. O imigrante, porém, continua esse fan tasma que até hoje não veio aos nossos portos e, muito menos, aos nossos cam
pos... Os "deslocados" que aqui che garam, usando óculos escuros de turista
gamos assim, pois que, na realidade,
importada. Mais uma ncz, porém, ao que parece, a "estaca zero" do inqué
ção cstaxa diminuindo, pois cada gera ção reproduzida era menor do que a geração rcprodntora, criando, pela pre sença desses-índices aparentemente con
em franco cleclinio, em parte encoberto
traditórios, dificuldades inúmeras para
talhe já levou um mestre da envergadura do professor Warren Thoi3ip.son a es tranhar essa insistência com que fri
rito esteve além da(]uela (juestão funda
sôbre o" assunto em quatro, das seguinte: Deo Brasil ser res
tabelecida no após-giierra?
Quais as
"raças" preferidas? (É nossa a aspa -
C. P.). Pergunta-se ainda se a imigra ção deve obedecer a um plano, quais
as linhas deste plano, as conseqüências
prováveis da imigração sobre a agricul tura, a indústria, os sahirios e lucros, o
nível de vida do povo brasileiro. (3) Não resta a menor dúvida, como tudo
isso está a provar, que a ideologia da política imigratória que atualmente pre domina no Brasil, nos círculos oficiais
fora dêles, tem sido extremamente e vesHndo ".short", concedendo suspeitas como eufórica que diz respeito às possibi entrevistas sôbre os mais graves proble lidades denoemigração da Europa. Usan mas internacionais do momento, e des
crevendo em detalhes o modo como es
do essa concepção como hipótese veja
caparam à justíça de seus países, que
firma quando comparada com os traços
êles traíram durante a guerra — êstes "deslocados", êstes sim, nós os vemos nos cab.eçalhos dos jornais: recusando
salários baixos, rejeitando tarefas pesa das, escolhendo regiões de clima ameno,
discriminando os serviços que aceitam^ ironizando com os que querem torná-los
agricultores. .. O inquérito sobre política imigratória realizado em 194.5 pelo Instituto de
ta.\a de natalidade: a queda relativamen
significa\'a o aparecimento dc excessos
feitas no questionário podem ser resumidas quais a primeira é a \'erá a imigração pura
dos os crivos de seleção pelos quais de
nascimentos oc()rrido.s não era suficiente
sados no prob'ema por .sua condição dc empregadores pro\á\eis da mão de obra
é o balanço dos critérios de seleção a que êsses futuros imigrantes devem ser submetidos. Isto feito - estabelecida a
necessidade de imigrantes e multiplica
49
te maior da primeira criaxa excessos de nascimentos puramente estatísticos, di
argumentos que justificam a necessida
de do país receber imigrantes, o segundo
Econômico
para garantir, no mínimo, uma popula ção e.stacionávia. Noutras .]iala\Tas, isto
menta!, que c a situação social e demo gráfica dos países donde se e.spcra que venham imigrantes. As treze perguntas
tos centrais: o primeiro é o balanço dos
Dígesto
mos, sumàriamentc, até onde ela se con
de nascimentos em países cuj:i popula
a determinação dc uma política demo gráfica uniforme, ou para estabelecer
acôrdo de opiniões entre grupos e cor
pe'a crítica do professor Thompson (4),
das: enquanto que, de um lado, se re
Economia da Associação Comercial de
gistrava um excesso anual de .nii.scimentos sôbre óbitos, observava-se, de outro
São Paulo, pelo resumo que dele co-
lado, que em cada geração o número de
tão evidente por si mesmo. Honrados
média da vida davam a im
'-r
pressão do existir o perigo
t-V
•-
de uma próxima supeiqiopulação. Muito especialmente o fato das popuhições da Europa ocidental se carac
terizarem • por uma composição de idade.s em que os adultos estavam fortemente representados — o que dimi nuía, por conseqüência, a probabilidade de morte — dava a muitos
a impressão de que o perigo a evitar era o excesso dé população.
E nesse
sentido agiram não poucas nações, per mitindo e às vezes estimulando uma po lítica de restrição da natalidade.
com a única exceção talvez da Holanda, apre.sentava duas tendências bcni níti das, ambas estatisticamente comprova
Nossa insistência em destacar esse de
situação demográfica.' - O declínio das taxas de mortalidade e o prolongamento da duração
fato, porém, hoje demonstrado de modo
te depois da primeira guerra mundial,
mortalidade diminuir também.
samos um a.specto do problema que aos seus olhos de técnico renoniado parece
dominantes e característicos da atual
A população da Europa ocidental, des
à obser\'ação superficial pelo fato cia
rentes interes.sadas em influir sôbre a
conjuntura demográfica européia.
de o começo deste século e especialmen
também a taxa dc nascimentos estava
O
continuamos julgando, porém, que os próprios devaneios sôbre ã emigração européia que enchem a cabeça de mui tos técnicos e da quase totalidade de leigos que opinam sôbre o assunto no Brasil 6 na América Latina — vem con
irretorquível para os . técnicos embora
firmar nossa opinião de que uma polí tica demográfica bem dirigida carece
ainda pouco convincente para muitos
muito ainda do apoio esclarecido da de-
leigos, é que essa diminuição constante
mografia pura. aos olhos da qual êsses
da natalidade já chegara a um ponto,
pormenores ressaltam de maneira funda
para muitos países, em que a taxa de
mental.
reprodução era menor do que o mínimo necessário, não para aumentar, mas ao menos para que a população se man tivesse eslacionária. Diminuíam simultàncamente a taxa de mortalidade e u
Em alguns países -
- exemplos extremos onde o fenômeno é mais antigo - a verdadeira situação de
mográfica revelou-se por inteiro, e em primeiro lugar, quando tais países come-
48
Digesio EcoNÓs,aco
relação ao que havia até hoje sô])re a matéria — o ponto de partida da análise
nhccemos, parece ler esclarecido alguns aspectos da opinião sôbre o assunto que
está sempre refletindo a noção falsa e estereotipada de que o continente euro peu apresenta os excessos demográficos
tèin alguns grupos diretamente interes
que se pretende introduzir no Brasil.
Como é tão freqüente em legislação sòbre matéria técnica, o projeto ora em discussão fundamenta-se em dois pon
vem passar - imagina-se esgotado o assunto. Abstrai-so inteiramente da aná-
hse a questão de saber onde estão os imigrantes e sôbre a abstração ergue-se
o resto, constrói-se a legislação, «iam.se os serviços e distribuem-se as verbas. O imigrante, porém, continua esse fan tasma que até hoje não veio aos nossos portos e, muito menos, aos nossos cam
pos... Os "deslocados" que aqui che garam, usando óculos escuros de turista
gamos assim, pois que, na realidade,
importada. Mais uma ncz, porém, ao que parece, a "estaca zero" do inqué
ção cstaxa diminuindo, pois cada gera ção reproduzida era menor do que a geração rcprodntora, criando, pela pre sença desses-índices aparentemente con
em franco cleclinio, em parte encoberto
traditórios, dificuldades inúmeras para
talhe já levou um mestre da envergadura do professor Warren Thoi3ip.son a es tranhar essa insistência com que fri
rito esteve além da(]uela (juestão funda
sôbre o" assunto em quatro, das seguinte: Deo Brasil ser res
tabelecida no após-giierra?
Quais as
"raças" preferidas? (É nossa a aspa -
C. P.). Pergunta-se ainda se a imigra ção deve obedecer a um plano, quais
as linhas deste plano, as conseqüências
prováveis da imigração sobre a agricul tura, a indústria, os sahirios e lucros, o
nível de vida do povo brasileiro. (3) Não resta a menor dúvida, como tudo
isso está a provar, que a ideologia da política imigratória que atualmente pre domina no Brasil, nos círculos oficiais
fora dêles, tem sido extremamente e vesHndo ".short", concedendo suspeitas como eufórica que diz respeito às possibi entrevistas sôbre os mais graves proble lidades denoemigração da Europa. Usan mas internacionais do momento, e des
crevendo em detalhes o modo como es
do essa concepção como hipótese veja
caparam à justíça de seus países, que
firma quando comparada com os traços
êles traíram durante a guerra — êstes "deslocados", êstes sim, nós os vemos nos cab.eçalhos dos jornais: recusando
salários baixos, rejeitando tarefas pesa das, escolhendo regiões de clima ameno,
discriminando os serviços que aceitam^ ironizando com os que querem torná-los
agricultores. .. O inquérito sobre política imigratória realizado em 194.5 pelo Instituto de
ta.\a de natalidade: a queda relativamen
significa\'a o aparecimento dc excessos
feitas no questionário podem ser resumidas quais a primeira é a \'erá a imigração pura
dos os crivos de seleção pelos quais de
nascimentos oc()rrido.s não era suficiente
sados no prob'ema por .sua condição dc empregadores pro\á\eis da mão de obra
é o balanço dos critérios de seleção a que êsses futuros imigrantes devem ser submetidos. Isto feito - estabelecida a
necessidade de imigrantes e multiplica
49
te maior da primeira criaxa excessos de nascimentos puramente estatísticos, di
argumentos que justificam a necessida
de do país receber imigrantes, o segundo
Econômico
para garantir, no mínimo, uma popula ção e.stacionávia. Noutras .]iala\Tas, isto
menta!, que c a situação social e demo gráfica dos países donde se e.spcra que venham imigrantes. As treze perguntas
tos centrais: o primeiro é o balanço dos
Dígesto
mos, sumàriamentc, até onde ela se con
de nascimentos em países cuj:i popula
a determinação dc uma política demo gráfica uniforme, ou para estabelecer
acôrdo de opiniões entre grupos e cor
pe'a crítica do professor Thompson (4),
das: enquanto que, de um lado, se re
Economia da Associação Comercial de
gistrava um excesso anual de .nii.scimentos sôbre óbitos, observava-se, de outro
São Paulo, pelo resumo que dele co-
lado, que em cada geração o número de
tão evidente por si mesmo. Honrados
média da vida davam a im
'-r
pressão do existir o perigo
t-V
•-
de uma próxima supeiqiopulação. Muito especialmente o fato das popuhições da Europa ocidental se carac
terizarem • por uma composição de idade.s em que os adultos estavam fortemente representados — o que dimi nuía, por conseqüência, a probabilidade de morte — dava a muitos
a impressão de que o perigo a evitar era o excesso dé população.
E nesse
sentido agiram não poucas nações, per mitindo e às vezes estimulando uma po lítica de restrição da natalidade.
com a única exceção talvez da Holanda, apre.sentava duas tendências bcni níti das, ambas estatisticamente comprova
Nossa insistência em destacar esse de
situação demográfica.' - O declínio das taxas de mortalidade e o prolongamento da duração
fato, porém, hoje demonstrado de modo
te depois da primeira guerra mundial,
mortalidade diminuir também.
samos um a.specto do problema que aos seus olhos de técnico renoniado parece
dominantes e característicos da atual
A população da Europa ocidental, des
à obser\'ação superficial pelo fato cia
rentes interes.sadas em influir sôbre a
conjuntura demográfica européia.
de o começo deste século e especialmen
também a taxa dc nascimentos estava
O
continuamos julgando, porém, que os próprios devaneios sôbre ã emigração européia que enchem a cabeça de mui tos técnicos e da quase totalidade de leigos que opinam sôbre o assunto no Brasil 6 na América Latina — vem con
irretorquível para os . técnicos embora
firmar nossa opinião de que uma polí tica demográfica bem dirigida carece
ainda pouco convincente para muitos
muito ainda do apoio esclarecido da de-
leigos, é que essa diminuição constante
mografia pura. aos olhos da qual êsses
da natalidade já chegara a um ponto,
pormenores ressaltam de maneira funda
para muitos países, em que a taxa de
mental.
reprodução era menor do que o mínimo necessário, não para aumentar, mas ao menos para que a população se man tivesse eslacionária. Diminuíam simultàncamente a taxa de mortalidade e u
Em alguns países -
- exemplos extremos onde o fenômeno é mais antigo - a verdadeira situação de
mográfica revelou-se por inteiro, e em primeiro lugar, quando tais países come-
■
Dicbsto Econômico
inorlalidadc. na segunda guerra, nu par
51
OtCRSTO Econômico
te não ninbilizíida da população. Neste
Se cntri» a.s duas últimas guerras a emi gração na Europa oriental aumentou
sentido pode-se afirmar que todas as populações cUropéias .saíram da última
muito comparada com a emigração nos países ocidentais é cpio para além do
cém inaugurados na Europa oriental.
Para essa situação demográfica dra
guerra com .seu potencial dc reprodu
Danúbio houve um aumento efetivo de
de 1914, os maiores contingentes migra
mática, produto da pressão das relações
ção reduzido tanto do ponto dc vista
população, e especialmente de popula
sociais sôbre os fenômenos demográfi cos, marchavam outros países, inclusi ve os Estados Unidos, nas vésperas da
absoluto quanto do ponto dc vista rela
ções rurais, que apresentavam ta.xas de
tivo.
reprodução acima do "rep'acement le vei", enquanto perduravam, na organi
tórios e que tinlmm ta-xas de reprodução elevadas, estão pondo em vigor valiosa experiência sociológica que está demoii.s-
çaram a apresentar uma taxa cie cresci mento negativa, isto c, cjuando come çou a haver, em cada ano, um número maior de óbitos do que de nascimentos.
segunda guerra mundial: para uma si
Não só os adultos fiue morreram
entre 1939-1945 foram, cm regra, as
crianças nascidas nos anos deficitários dc 1914-1919 mas também as gerações de
tuação em que a população, crescendo aparentemente porque se morria menos, declinava efetivamente porque se nas
jovens que estão entrando agora na ida de adulta mais fecunda são menores em
zação social da economia agrícola da queles países, relações de produção de tod.) inc.mnpatíveis com a absorção dês^;cs excedentes de nascimentos, que for
cia ainda menos.
número do que as anteriores, pois foram
çavam a emigração.
Quando envelhecer
aquela parte da população adulta des
gerações nascidas num período de gran
ses países, aumentando a taxa de morta
de restrição de nascimentos.
atuais da população do continente euro
lidade, se acaso uma política de eleva ção intensiva da fertilidade não começar
Como sempre acontece os anos de após-guenra são extraordinariamente fe
peu esclarece a natureza e os objeti vos da po'ítica demográfica que estão
cundos, pela ocorrência de nascimen
adotando no momento os diversos países
a produzir seus frutos e a- Europa não "economizar" sua população, as massas
demográficas desses países tenderão a
um rápido, e cada vez mais rápido, deperecimento. (5) Esta, em traços rápidos, a situação de
mográfica da Europa quando começou a guerra de 1939. Durante a viltima guerra, ao que parece, a queda da na talidade foi menor do que dmante a
primeira guerra mundial. Houve mesmo a preocupação, por parte de alguns go vernos, de estimular a natalidade para evitar as "hollow classes" verificadas em
1914-1918. Apesar disso todos os paí ses que não tiveram seus serviços esta-
i(ísticos desmantelados o cujos dados
conhecemos, acusaram quedas variáveis nas taxas de natalidade nos anos de
guerra e, também, é lógico, mortalida de maior.
Como sempre acontece, diminuíram na
população desses países aquelas classes de idade em que a fertilidade é maior. Isto ocorreu, embora a diminuição re lativa tenha sido menor do que na
última guerra, em função clc uma maior
Êsse quadro básico das tendências
Esta última \'ia, por outro lado, é .sôbre a qual fazem ênfase os governos re
Nesses países, de onde viidiam, depoiS
trando inclusive, a importância que
apresenta a e.xpansão planificada de
■ seus regimes econômicos para a absor ção interna de seus saldos demográfi
cos sem o recurso da emigração quase
forçada de antes da guerra.
No que diz respeito aos países da Europa meridional também não perdu ram, nos nossos dias, todos os fatores que contribuu-am, no passado, para a
importância de seus contingentes emi- ■ grados para o Brasil. A Itaüa resiste ao
tos que normalmente deviam ter sobre-
c que, dentro das variedades locais, têm
vindo nos anos de guerra e que, pur causa dela, foram adiados. Mas êsse "boom" de nascimentos que precede e
de comum o fato de procurarem promo
máximo à exportação demognifíca, segun
ver o aumento da fertilidade e dos in
do declarou e.xplicilamente o chefe da
crementos demográficos e desestimular, senão proibir, as perdas demográficas.
imigrantes e que voltou sem nenhum
se segue a tôdas as guerras é fenôme no comum e de causa perfeitamente identificada.
Não autorizam, por isso
rnesmo, nem sequer algumas manifesta ções otimistas que nos vem da Europa, quanto mais os devaneios correntes na América Latina sôbre excessos derno-
gráficos nos países europeus. Tudo in dica que, nos próximos anos, as taxas de natalidade retomarão em alguns países
"as tendências de pré-guerra até qne se comecem a fazer sentir os efeitos da política demográfica estimulante qu^
acaso esteja sendo posta em vigor atual mente êm cada país, paralelamente as medidas de reconstrução econômica e
reorganização social. A distribuição geográfica desses carac
missão argentina que foi ate lá recrutar
Os países do ocidente europeu e-os es candinavos estão hoje empenhados numa
acôrdo assinado. AFnuiçaea Checoslo
política fortemente populacionlsla; a U.R.S.S., segundo Lorímer, inaugurou ainda durante a guerra a política mais fortemente populacionista que a histó ria jamais conheceu; outros países, como" a França e a Checoslováquia, estão pon do em vigor uma política imigratória
cs contingentes disponíveis de trabalha
que tem por objetivos preencher seus
váquia, por outro lado, estuo canalizando dores italianos, já tendo recebido, aquê-
les dois países, quase meio milhão de imigrantes peninsulares. De resto o imigrante italiano de hoje provém, prin cipalmente, das regiões industriais do norte, semidestruidas pelos bombardeios aéreos durante a guerra. Èsses imigrántes não somente pedem contratos a curto prazo para trabalharem fora do país, pois seu governo precisará deles
"deficíts" demográficos, criando gera ções que substituam a.s atuais gerações de adi\ltos e jovens, procurando ao mesmo tempo resolver seus problemas imediatos, quantitativos e qualitativos, de Cíuência de mão de obra. E paralela
trial progredir, como também, em paí ses como o Brasil que estabelecem quo
mente, todos êles, com maior ou menor
tas ocupacionai.s, êles só poderão in
à proporção que a reconstrução indus
terísticos demográficos tem sido um dos
determinação e vigor, põem em prá
gressar em pequena esca'a pois que
fatores fundamentais no determinar as
tica uma política social que visa dimi
variações, no espaço e no tempo, dos focos principais de emigração européia.
nuir a pressão exercida sôbre a popula
aqui são preferidos os agricultores. A suspensão, em Portugal, da saída
ção por relações econômicas obsoletas.
de emigrantes ainda parece um fato
■
Dicbsto Econômico
inorlalidadc. na segunda guerra, nu par
51
OtCRSTO Econômico
te não ninbilizíida da população. Neste
Se cntri» a.s duas últimas guerras a emi gração na Europa oriental aumentou
sentido pode-se afirmar que todas as populações cUropéias .saíram da última
muito comparada com a emigração nos países ocidentais é cpio para além do
cém inaugurados na Europa oriental.
Para essa situação demográfica dra
guerra com .seu potencial dc reprodu
Danúbio houve um aumento efetivo de
de 1914, os maiores contingentes migra
mática, produto da pressão das relações
ção reduzido tanto do ponto dc vista
população, e especialmente de popula
sociais sôbre os fenômenos demográfi cos, marchavam outros países, inclusi ve os Estados Unidos, nas vésperas da
absoluto quanto do ponto dc vista rela
ções rurais, que apresentavam ta.xas de
tivo.
reprodução acima do "rep'acement le vei", enquanto perduravam, na organi
tórios e que tinlmm ta-xas de reprodução elevadas, estão pondo em vigor valiosa experiência sociológica que está demoii.s-
çaram a apresentar uma taxa cie cresci mento negativa, isto c, cjuando come çou a haver, em cada ano, um número maior de óbitos do que de nascimentos.
segunda guerra mundial: para uma si
Não só os adultos fiue morreram
entre 1939-1945 foram, cm regra, as
crianças nascidas nos anos deficitários dc 1914-1919 mas também as gerações de
tuação em que a população, crescendo aparentemente porque se morria menos, declinava efetivamente porque se nas
jovens que estão entrando agora na ida de adulta mais fecunda são menores em
zação social da economia agrícola da queles países, relações de produção de tod.) inc.mnpatíveis com a absorção dês^;cs excedentes de nascimentos, que for
cia ainda menos.
número do que as anteriores, pois foram
çavam a emigração.
Quando envelhecer
aquela parte da população adulta des
gerações nascidas num período de gran
ses países, aumentando a taxa de morta
de restrição de nascimentos.
atuais da população do continente euro
lidade, se acaso uma política de eleva ção intensiva da fertilidade não começar
Como sempre acontece os anos de após-guenra são extraordinariamente fe
peu esclarece a natureza e os objeti vos da po'ítica demográfica que estão
cundos, pela ocorrência de nascimen
adotando no momento os diversos países
a produzir seus frutos e a- Europa não "economizar" sua população, as massas
demográficas desses países tenderão a
um rápido, e cada vez mais rápido, deperecimento. (5) Esta, em traços rápidos, a situação de
mográfica da Europa quando começou a guerra de 1939. Durante a viltima guerra, ao que parece, a queda da na talidade foi menor do que dmante a
primeira guerra mundial. Houve mesmo a preocupação, por parte de alguns go vernos, de estimular a natalidade para evitar as "hollow classes" verificadas em
1914-1918. Apesar disso todos os paí ses que não tiveram seus serviços esta-
i(ísticos desmantelados o cujos dados
conhecemos, acusaram quedas variáveis nas taxas de natalidade nos anos de
guerra e, também, é lógico, mortalida de maior.
Como sempre acontece, diminuíram na
população desses países aquelas classes de idade em que a fertilidade é maior. Isto ocorreu, embora a diminuição re lativa tenha sido menor do que na
última guerra, em função clc uma maior
Êsse quadro básico das tendências
Esta última \'ia, por outro lado, é .sôbre a qual fazem ênfase os governos re
Nesses países, de onde viidiam, depoiS
trando inclusive, a importância que
apresenta a e.xpansão planificada de
■ seus regimes econômicos para a absor ção interna de seus saldos demográfi
cos sem o recurso da emigração quase
forçada de antes da guerra.
No que diz respeito aos países da Europa meridional também não perdu ram, nos nossos dias, todos os fatores que contribuu-am, no passado, para a
importância de seus contingentes emi- ■ grados para o Brasil. A Itaüa resiste ao
tos que normalmente deviam ter sobre-
c que, dentro das variedades locais, têm
vindo nos anos de guerra e que, pur causa dela, foram adiados. Mas êsse "boom" de nascimentos que precede e
de comum o fato de procurarem promo
máximo à exportação demognifíca, segun
ver o aumento da fertilidade e dos in
do declarou e.xplicilamente o chefe da
crementos demográficos e desestimular, senão proibir, as perdas demográficas.
imigrantes e que voltou sem nenhum
se segue a tôdas as guerras é fenôme no comum e de causa perfeitamente identificada.
Não autorizam, por isso
rnesmo, nem sequer algumas manifesta ções otimistas que nos vem da Europa, quanto mais os devaneios correntes na América Latina sôbre excessos derno-
gráficos nos países europeus. Tudo in dica que, nos próximos anos, as taxas de natalidade retomarão em alguns países
"as tendências de pré-guerra até qne se comecem a fazer sentir os efeitos da política demográfica estimulante qu^
acaso esteja sendo posta em vigor atual mente êm cada país, paralelamente as medidas de reconstrução econômica e
reorganização social. A distribuição geográfica desses carac
missão argentina que foi ate lá recrutar
Os países do ocidente europeu e-os es candinavos estão hoje empenhados numa
acôrdo assinado. AFnuiçaea Checoslo
política fortemente populacionlsla; a U.R.S.S., segundo Lorímer, inaugurou ainda durante a guerra a política mais fortemente populacionista que a histó ria jamais conheceu; outros países, como" a França e a Checoslováquia, estão pon do em vigor uma política imigratória
cs contingentes disponíveis de trabalha
que tem por objetivos preencher seus
váquia, por outro lado, estuo canalizando dores italianos, já tendo recebido, aquê-
les dois países, quase meio milhão de imigrantes peninsulares. De resto o imigrante italiano de hoje provém, prin cipalmente, das regiões industriais do norte, semidestruidas pelos bombardeios aéreos durante a guerra. Èsses imigrántes não somente pedem contratos a curto prazo para trabalharem fora do país, pois seu governo precisará deles
"deficíts" demográficos, criando gera ções que substituam a.s atuais gerações de adi\ltos e jovens, procurando ao mesmo tempo resolver seus problemas imediatos, quantitativos e qualitativos, de Cíuência de mão de obra. E paralela
trial progredir, como também, em paí ses como o Brasil que estabelecem quo
mente, todos êles, com maior ou menor
tas ocupacionai.s, êles só poderão in
à proporção que a reconstrução indus
terísticos demográficos tem sido um dos
determinação e vigor, põem em prá
gressar em pequena esca'a pois que
fatores fundamentais no determinar as
tica uma política social que visa dimi
variações, no espaço e no tempo, dos focos principais de emigração européia.
nuir a pressão exercida sôbre a popula
aqui são preferidos os agricultores. A suspensão, em Portugal, da saída
ção por relações econômicas obsoletas.
de emigrantes ainda parece um fato
"-m Dicksto
cxtraorclinárit) para muila gente, apesar de ter sicli) decretada pouco depois da divulgação dos resultados do último recenseamento realizado naquele país — o que não ocorreu, por certo, por mera
coincidência.
A alegação oficia! justi ficando a medida foi a de que o pais precisava "salvaguardar seu potencial humano" e ainda assim há os" que acred tam na vinda em massa de imigrantes portugueses. A capacidade emigratória de Portugal já há anos vem diminuindo,
muito embora a política popu'acionista que está implícita na suspensão da emi gração possa vir a criar problemas não
menos graves de natureza •social, eco
nômica e política num país de territó rio pequeno e de economia atrasada co- -
mo Portugal — que conseguiu realizar a maravilha de ser o único império colo-
^ nial semi-colonial que o mundo conhece...
Econó.nüCo
preconceitos, c pnaiso que se conclua com realismo que, nesta (piadra do sé
culo, a imigração c recurso de terceira
ou quarta ordem na escala daqueles de que é preciso lançar mão com urgên- _ cia para povoar os países latino-america nos, desenvolver sua economia, estimu
lar sua industrialização c fazê-'üs dar o
grande salto da encruzilhada obscura em (jue se encontram para o futuro pro missor que têm cm potencial. É preciso que cessem .os de\'aneios sôbre a imigração, pura que se não pen.se que êlcs só pretendem mistificar ou
tros e mais graves problemas, c, princi palmente, as outras soluções de que carecem.
55t
Nada indica, portanto, à luz dessa breve análise demográfica, que ainda perdure o grande ciclo de exportação 'humana que, no último século, euro peizou o mundo. Pondo de lado os
por AMÚnico BAnnosA de Oliveira
O Brasil PossuiNDo tada o tão grande
topografia aciden
vês das tarifas, custear a sua conserva
extensão de co.stas
ção, bem como a remuneração e a amor
marítimas, a na\egação de cabotagem entre os diversos sistemas de transporte.
tização do capital nelas investido. No Brasil, esse preceito econômico tem sido geralmente menosprezado na
Repousa o valor econômico da via marí
e.xecução de obras marítimas.
deverá exercer .sejnpre função de relevo tima na peculiaridade de permitir o des
• A regra, entre nós, é acreditar em ful
locamento de grandes cargas através de estrada.s qne não exigem dispêndio de
minante progresso como conseqüência
construção e manutenção, bastando ao
transportador escolher embarcaç^õés de características adc-
NOTAS
1) Vd. Evigene M. Kuliseher.
míentos de poblacion cn Europa" (B.l. T.), 1044, e J. B. Schechtman. "European Population Transfers". (194P).
2) Vd. J. Lambert et L. A. Costa Pinto. -At
Portos e Navegação
dos melhoramentos projetados c fechar os
olhos às realidades da economia nacional. Mostram entretanto nossas estatísticas que o ritmo de in cremento do tráfe
quada.s. Tais característi
go não tem corres
cas só podem ser
pondido às espe
fixadas, é evidente,
ranças, dai \'er-
".Problèmes Démogiaphiques Contempo-
tendo cm
vista as
mo-nos diante da
rains". (1045). 3) Vd. João Pacheco
rotas planejadas c
impossibilidade de
Chaves,
Ção para a Lavoura". Digesto Econômi co, junho de 1947, pág. 64 e ss.
as
cond"ções
de
manter o equilíbrio
acesso e de acos-
econômico de mui
f Vd. "American Sociological Revi^ew".
tagerri aos portos
tos empreendimen
5) Vd. Lambert et Costa Pinto, id. ibia.,
de escala previs
tos, pois a ínfima
"Passim" e G. Myrdal, "Population. a
tos.
tonelagem das car
Vol. 11, n.o 6. Dec. 1946, pág. 7(30-761.
Problem for Democracy", (1940.
Por mais elementares que pareçam
essas considerações, o fato é que entre nós não tem sido fácil sua aplicação. É claro que a subordinação às condi ções naturais não é irremediável; tem
limites, de vez que a técnica pode modi
Anunciú-se que a exportação de automóveis britânicos atinpiu nível recorde em
julho ultimo, com o embarque de 13.000 veículos representando 60 por cento centu mais que a cifra muxinui obtida antes do euerra. O valor daauelas remessas foi de cêrca de 3.600.000 esterlinos.
'
ficá-la, sempre que a economia do servi ço der margem para tal. A margem econômica para obras dessa natureza decorre sempre do volume do tráfego, poi.s os usuários terão de, atra-
gas a movimentar não pode suportar as despesas com a remuneraç^ e a amor tização do capital invertido e, às vêze.s, nem mesmo com a simples conservação" das instalações. O "déficit" então toma-se regra.
A
manutenção cai. O serviço piora e passa a entravar o lento progresso que se. x-i-
nha processando. Embora registremos no Brasil alguns
empreendimentos portuários econòinica-
Entre as unidades remetidas para o Exterior se incluíam 5.400 caminhões co Digesto Econômico" tem o prazer de contar com um novo colaborador, ele
merciais e industriais.
O
Metade da produção automobilística da Grã-Bretanha, no aludido môs, desti nou-se ao mercado estrangeiro. De acôrdo com as recentes diretivas do govêrno,
mento de projeção cultural no país: o dr. Américo Barbosa de Oliveira. Alto fun
essa média deverá ser aumentada para 70%. \
cionário da Divisão Técnica do Conselho de Águas e Energia, o ilustre engenheiro
ó autor do valioso livro "Desenvolvimento Pfanificado da Economia Brasileira".
"-m Dicksto
cxtraorclinárit) para muila gente, apesar de ter sicli) decretada pouco depois da divulgação dos resultados do último recenseamento realizado naquele país — o que não ocorreu, por certo, por mera
coincidência.
A alegação oficia! justi ficando a medida foi a de que o pais precisava "salvaguardar seu potencial humano" e ainda assim há os" que acred tam na vinda em massa de imigrantes portugueses. A capacidade emigratória de Portugal já há anos vem diminuindo,
muito embora a política popu'acionista que está implícita na suspensão da emi gração possa vir a criar problemas não
menos graves de natureza •social, eco
nômica e política num país de territó rio pequeno e de economia atrasada co- -
mo Portugal — que conseguiu realizar a maravilha de ser o único império colo-
^ nial semi-colonial que o mundo conhece...
Econó.nüCo
preconceitos, c pnaiso que se conclua com realismo que, nesta (piadra do sé
culo, a imigração c recurso de terceira
ou quarta ordem na escala daqueles de que é preciso lançar mão com urgên- _ cia para povoar os países latino-america nos, desenvolver sua economia, estimu
lar sua industrialização c fazê-'üs dar o
grande salto da encruzilhada obscura em (jue se encontram para o futuro pro missor que têm cm potencial. É preciso que cessem .os de\'aneios sôbre a imigração, pura que se não pen.se que êlcs só pretendem mistificar ou
tros e mais graves problemas, c, princi palmente, as outras soluções de que carecem.
55t
Nada indica, portanto, à luz dessa breve análise demográfica, que ainda perdure o grande ciclo de exportação 'humana que, no último século, euro peizou o mundo. Pondo de lado os
por AMÚnico BAnnosA de Oliveira
O Brasil PossuiNDo tada o tão grande
topografia aciden
vês das tarifas, custear a sua conserva
extensão de co.stas
ção, bem como a remuneração e a amor
marítimas, a na\egação de cabotagem entre os diversos sistemas de transporte.
tização do capital nelas investido. No Brasil, esse preceito econômico tem sido geralmente menosprezado na
Repousa o valor econômico da via marí
e.xecução de obras marítimas.
deverá exercer .sejnpre função de relevo tima na peculiaridade de permitir o des
• A regra, entre nós, é acreditar em ful
locamento de grandes cargas através de estrada.s qne não exigem dispêndio de
minante progresso como conseqüência
construção e manutenção, bastando ao
transportador escolher embarcaç^õés de características adc-
NOTAS
1) Vd. Evigene M. Kuliseher.
míentos de poblacion cn Europa" (B.l. T.), 1044, e J. B. Schechtman. "European Population Transfers". (194P).
2) Vd. J. Lambert et L. A. Costa Pinto. -At
Portos e Navegação
dos melhoramentos projetados c fechar os
olhos às realidades da economia nacional. Mostram entretanto nossas estatísticas que o ritmo de in cremento do tráfe
quada.s. Tais característi
go não tem corres
cas só podem ser
pondido às espe
fixadas, é evidente,
ranças, dai \'er-
".Problèmes Démogiaphiques Contempo-
tendo cm
vista as
mo-nos diante da
rains". (1045). 3) Vd. João Pacheco
rotas planejadas c
impossibilidade de
Chaves,
Ção para a Lavoura". Digesto Econômi co, junho de 1947, pág. 64 e ss.
as
cond"ções
de
manter o equilíbrio
acesso e de acos-
econômico de mui
f Vd. "American Sociological Revi^ew".
tagerri aos portos
tos empreendimen
5) Vd. Lambert et Costa Pinto, id. ibia.,
de escala previs
tos, pois a ínfima
"Passim" e G. Myrdal, "Population. a
tos.
tonelagem das car
Vol. 11, n.o 6. Dec. 1946, pág. 7(30-761.
Problem for Democracy", (1940.
Por mais elementares que pareçam
essas considerações, o fato é que entre nós não tem sido fácil sua aplicação. É claro que a subordinação às condi ções naturais não é irremediável; tem
limites, de vez que a técnica pode modi
Anunciú-se que a exportação de automóveis britânicos atinpiu nível recorde em
julho ultimo, com o embarque de 13.000 veículos representando 60 por cento centu mais que a cifra muxinui obtida antes do euerra. O valor daauelas remessas foi de cêrca de 3.600.000 esterlinos.
'
ficá-la, sempre que a economia do servi ço der margem para tal. A margem econômica para obras dessa natureza decorre sempre do volume do tráfego, poi.s os usuários terão de, atra-
gas a movimentar não pode suportar as despesas com a remuneraç^ e a amor tização do capital invertido e, às vêze.s, nem mesmo com a simples conservação" das instalações. O "déficit" então toma-se regra.
A
manutenção cai. O serviço piora e passa a entravar o lento progresso que se. x-i-
nha processando. Embora registremos no Brasil alguns
empreendimentos portuários econòinica-
Entre as unidades remetidas para o Exterior se incluíam 5.400 caminhões co Digesto Econômico" tem o prazer de contar com um novo colaborador, ele
merciais e industriais.
O
Metade da produção automobilística da Grã-Bretanha, no aludido môs, desti nou-se ao mercado estrangeiro. De acôrdo com as recentes diretivas do govêrno,
mento de projeção cultural no país: o dr. Américo Barbosa de Oliveira. Alto fun
essa média deverá ser aumentada para 70%. \
cionário da Divisão Técnica do Conselho de Águas e Energia, o ilustre engenheiro
ó autor do valioso livro "Desenvolvimento Pfanificado da Economia Brasileira".
-■.Wl
DinnsTo
5-t
mcnle bem sucedidos, entre os quais
Santos se destaca, devemos reconhecer, realizamos obras imprudentes tanto no
que toca ao aparelhamento dos portos como ao dimensionamento dos canais de acesso.
\ política racional teria sido a de adotar tipos de navios adequados às condições naturais de nossos portos en
Econômico
üiGK-sTo
em relação às de outros |)aises c mes mo a.ssim nossos serviços são dcFicitá-
iros, e por isso incoordcnados, desor
nó*; nos maiores portos é da ordem de
há onze portos com nunimcnto superior
(piatro milhões.
a 10 mi hõcs de toneladas (°)
Quadro n." 1
O confronto do Brasil com os Esta
MOVIMENTO CEIUL DE MERCADORIAS EM TONELADAS
dos Unidos nem sempre pode ser fe to com acerto, pois, embora este seja país
ANO DE 1939 Porto.',-
novo como o nosso, são tais as diferen
ças de recursos naturais que, as vôzes,
7>>n5.
é flagrantemente injusto o paralcio. No
Manaus
nomia nacional para fomentar o tráfego, até que o volume dêste atingisse um
caso do movimento portuário, enlrelanto,
parece tolerável o confronto, pois^ hu
São Luís
vulto capaz de justificar economicamente o aprofundamento dos canais, o eficien te aparelhamento .para carga e descar
fatôres atenuantes das causas de erro,
ga e outros melhoramentos. Nüs países novos em que se verifi cam maiores índices de progresso, de
brasileira e a diferença entre as re( es
circulação de riquezas e de movimento pcrtiiário, os governos sempre se preo
terno brasileiro e a inferioridade de nos sos sLstemag terrestres e fluviais e
cuparam com êsses problemas da orga Brasil temos de abandonar as tradicio
nais atitudes oriundas do sistema pelo
qual fomos colonizados e que nos vem , convertendo pouco a pouco nunia comunidaáe de sub-produtores, sub-consumidores e. . . sub-transportadores. Como resultado dessa evolução, verifi camos, no âmbito do tráfego marítimo,
quo nossas taxas portuárias são elevadas
Nos Estados Unidos
ganizados, irregulares.
quanto cuidávamos de expandir a eco
nização social da produção; também no
Bcc-m
externo em relação ao total da produção
de transporte terrestre dos dois^ países. A porcentagem maior do comércio ex ^ concentra
136.726 34.680
Tom.
Bahia Ilhciis Vitória
Rio de Janeiro
629..5.53 127.162 180.486
... . . . ..
3.8.50.547 4.296.028
Fortaleza Natal . . . . Cabedelo
189.330 59.343
Santos
Paranaguá
204.261
109.807
João Pessoa
10.411
São Francisco Imbituba R"o Grande
-117.291 497.419
] .077.611
. . .
210.030
. .
71.446
Diante de tais algarismos vemos que O.S imperativos econômicos nos aconse lham a utilização das condições naturais
tam movimento superior a um
Nos Estados Unidos M
mais de quarenta portos nestas condi
O movimento registrado entre
mm^a
. .
Portos
Porto Alegre Pe'otas
259.399
. . . .
1.780.420 236.048
Movimento total de mercadorias nos portos do Brasil =r 15.409.195 toneladas
mente quatro portos nacionais
TMVm
630.652
Aracaju
mo assim, nosso tráfego é tão reduzi o que não comporta obras de melhoramen to que noutros países são corriqueiras. Como Vemos pelo quadro n.°
ções.
203.538
Recife Maceió
ção do nosso movimento portuário;
de toneladas.
. . . . . .
Çamocim
como o maior peso do nosso comércio
transporte contribuem
55
Ec;(íN<')^^co
í
de maneira nenhuma deve ser interpre tada como argumento para justificar o • abandono dos melhoramentos já intro
de no.ssos portos até limites máximos, exigindo isso organização de frotas es pecializadas para cada rota, bem como o estabelecimento de linhas regionais coletoras, dotadas de barcos pequenos. E não devemos esquecer que para as embarcações de tipos menores a prática universal preconiza ainda a utilização
duzidos em nossos porto.s, como \imos
da madeira.
lução é restabelecer o equilíbrio eco
Isso sucede até mesmo nos
durante anos a fio, a ponto de possuir mos hoje portos inacessíveis, praticamen te, como Ilhéus ou Aracaju c outros, seriamente açoreados, como Santos, Pa
ranaguá, Nata!, Laguna, Imbituba etc. Qualquer recuo neste particular seria
üm nivelamento por bai.\o quando a so
países dotados de rcVidas indústrias me
nômico dos serviços pelo alto, isto é,
talúrgicas. Nos Estados Unidos, por exemplo, de um total de 27.500 navios,
melhorando a utilização das instalações
existentes
tráfego.
em
1939,
22.000 eram de
madeira.
que possuímos, mediante incremento do
Para \'erificannos a urgência da solu
Entre nós há estudos objetivos sôbre embarcações de madeira por vários auto res, entre os qifais se conta o Almirante
ção aqui proposta, basta verificar a san
Thiers Fleming.
transportes.
A ênfase com que salientamos a im
portância de limitar o vulto das obras,
gria crescente que os "deficits" produ zem no erário público sob a rubrica de É certo que essa "receita" de fomen
tar tráfego não pode ser "a\iada" fà-
-■.Wl
DinnsTo
5-t
mcnle bem sucedidos, entre os quais
Santos se destaca, devemos reconhecer, realizamos obras imprudentes tanto no
que toca ao aparelhamento dos portos como ao dimensionamento dos canais de acesso.
\ política racional teria sido a de adotar tipos de navios adequados às condições naturais de nossos portos en
Econômico
üiGK-sTo
em relação às de outros |)aises c mes mo a.ssim nossos serviços são dcFicitá-
iros, e por isso incoordcnados, desor
nó*; nos maiores portos é da ordem de
há onze portos com nunimcnto superior
(piatro milhões.
a 10 mi hõcs de toneladas (°)
Quadro n." 1
O confronto do Brasil com os Esta
MOVIMENTO CEIUL DE MERCADORIAS EM TONELADAS
dos Unidos nem sempre pode ser fe to com acerto, pois, embora este seja país
ANO DE 1939 Porto.',-
novo como o nosso, são tais as diferen
ças de recursos naturais que, as vôzes,
7>>n5.
é flagrantemente injusto o paralcio. No
Manaus
nomia nacional para fomentar o tráfego, até que o volume dêste atingisse um
caso do movimento portuário, enlrelanto,
parece tolerável o confronto, pois^ hu
São Luís
vulto capaz de justificar economicamente o aprofundamento dos canais, o eficien te aparelhamento .para carga e descar
fatôres atenuantes das causas de erro,
ga e outros melhoramentos. Nüs países novos em que se verifi cam maiores índices de progresso, de
brasileira e a diferença entre as re( es
circulação de riquezas e de movimento pcrtiiário, os governos sempre se preo
terno brasileiro e a inferioridade de nos sos sLstemag terrestres e fluviais e
cuparam com êsses problemas da orga Brasil temos de abandonar as tradicio
nais atitudes oriundas do sistema pelo
qual fomos colonizados e que nos vem , convertendo pouco a pouco nunia comunidaáe de sub-produtores, sub-consumidores e. . . sub-transportadores. Como resultado dessa evolução, verifi camos, no âmbito do tráfego marítimo,
quo nossas taxas portuárias são elevadas
Nos Estados Unidos
ganizados, irregulares.
quanto cuidávamos de expandir a eco
nização social da produção; também no
Bcc-m
externo em relação ao total da produção
de transporte terrestre dos dois^ países. A porcentagem maior do comércio ex ^ concentra
136.726 34.680
Tom.
Bahia Ilhciis Vitória
Rio de Janeiro
629..5.53 127.162 180.486
... . . . ..
3.8.50.547 4.296.028
Fortaleza Natal . . . . Cabedelo
189.330 59.343
Santos
Paranaguá
204.261
109.807
João Pessoa
10.411
São Francisco Imbituba R"o Grande
-117.291 497.419
] .077.611
. . .
210.030
. .
71.446
Diante de tais algarismos vemos que O.S imperativos econômicos nos aconse lham a utilização das condições naturais
tam movimento superior a um
Nos Estados Unidos M
mais de quarenta portos nestas condi
O movimento registrado entre
mm^a
. .
Portos
Porto Alegre Pe'otas
259.399
. . . .
1.780.420 236.048
Movimento total de mercadorias nos portos do Brasil =r 15.409.195 toneladas
mente quatro portos nacionais
TMVm
630.652
Aracaju
mo assim, nosso tráfego é tão reduzi o que não comporta obras de melhoramen to que noutros países são corriqueiras. Como Vemos pelo quadro n.°
ções.
203.538
Recife Maceió
ção do nosso movimento portuário;
de toneladas.
. . . . . .
Çamocim
como o maior peso do nosso comércio
transporte contribuem
55
Ec;(íN<')^^co
í
de maneira nenhuma deve ser interpre tada como argumento para justificar o • abandono dos melhoramentos já intro
de no.ssos portos até limites máximos, exigindo isso organização de frotas es pecializadas para cada rota, bem como o estabelecimento de linhas regionais coletoras, dotadas de barcos pequenos. E não devemos esquecer que para as embarcações de tipos menores a prática universal preconiza ainda a utilização
duzidos em nossos porto.s, como \imos
da madeira.
lução é restabelecer o equilíbrio eco
Isso sucede até mesmo nos
durante anos a fio, a ponto de possuir mos hoje portos inacessíveis, praticamen te, como Ilhéus ou Aracaju c outros, seriamente açoreados, como Santos, Pa
ranaguá, Nata!, Laguna, Imbituba etc. Qualquer recuo neste particular seria
üm nivelamento por bai.\o quando a so
países dotados de rcVidas indústrias me
nômico dos serviços pelo alto, isto é,
talúrgicas. Nos Estados Unidos, por exemplo, de um total de 27.500 navios,
melhorando a utilização das instalações
existentes
tráfego.
em
1939,
22.000 eram de
madeira.
que possuímos, mediante incremento do
Para \'erificannos a urgência da solu
Entre nós há estudos objetivos sôbre embarcações de madeira por vários auto res, entre os qifais se conta o Almirante
ção aqui proposta, basta verificar a san
Thiers Fleming.
transportes.
A ênfase com que salientamos a im
portância de limitar o vulto das obras,
gria crescente que os "deficits" produ zem no erário público sob a rubrica de É certo que essa "receita" de fomen
tar tráfego não pode ser "a\iada" fà-
DiCF.^o
Econômico
Digesto Econômico
56
cilmente — nem poderíamos neste artigo
mais alto coeficiente clc utilização pos
abordar matéria tão complexa — dese
sível, além de magnífica técnica de nio-
jamos apenas acentuar que na raiz dos
\imentação de cargas.
ma'es que afligem não sòinente nossos
Assim, o firmo sucesso t-conómico do
stTxiços portuários, mas priiicipalnienlc
oniprcondinu-nto asscnla\a >ia sua or
os ferroviários, está o míninui fuxo dos
ganização racionai, graças à cpial sempre trafegou com onibarcações bem projtHa-
transportes. Voltemos, entretanto, ao nosso tema
das para suas linhas, em conlra.ste in;»r-
para examinar aspectos referentes ao ma
cantc com os oinpreenclimenlos do go
terial flutuante.
vêrno, operando frota heterogênea, cons
Em matéria de tipos de embarcação,
tituída de navios obsoletos de segunda
a apreciação de nossa política passada
e terceira mão, dc exploração antiecor
não é nada confortadora.
Salvo algumas realizações inteligen tes registradas em várias épocas, entre
as quais merecem menção as de "LageLamport & Halt" e as do Governo do
Bio Grande do Sul (1937), o restante, principalmente no âmbito das iniciativas
do Govêrno Federal, é uma sucessão de dísiates de tal natureza que bem me receriam uma investigação de caráter económico-político-administrativo.
A Companhia Lamport Ho!t, da qual
Antônio Lage era representante, aten dendo às dificuladdes das barras de Pa
ranaguá, São Francisco, Itajaí, Florianó
nómica c de cáracterísticas inadequa
das aos nossos portos. Sem dúvida, tantos fatores negativos tinham de acarretar baixíssimo.s coefici
entes de utilização, pois o ca'ado dema siado impedia muitos navios de tomarem carga completa; a obsolência causjiva
freqüentes paralisações para consertos;
a hetcrogeiieidadc alongava os períodos dc reparos, por d ficuldades dc ordem técnica; a deficiência do equipamento de bordo de movimentação de cargas, pro
vocava grandes demoras nos portos; as máquinas, por antiquadas, acarretavam
dispêndios enormes dc combustível e
polis, R-o Grande, Pelotas e Porto Ale gre, de longa data promoveu estudos
não permitiam desenvolver velocidade
técnicos que permitiram projetar um ex
Êsses erros técnicos eram de tal modo patentes, as críticas de tal modo claras e
celente tipo de navio, cujo padrão ficou Somente mais tarde, - quando o movimento marítimo foi cres sendo o Itapaci.
cendo, as barras e os canais foram sen
satisfatória.
insistentes, e as sugestões para reorga nização tão lúcidas e reiteradas, que,
do dragados e balisados pelo Govêrno,
dificilmente, poderemos atribuir apenas à ignorância ou à di.splicôncia a sucessão
a einbarcação-tipo pôde ser aumentada.
de tantos erros.
Foi então adotado o padrão Itaquatiá. Ma s tarde ainda, após as obras do porto do Rio Grande, e depois do aumento de
secção dos canais internos para Pelotas e Porto A'egre, pôde ser introduzido o tipo Itaité. Toda a frota ora dotada de equipa mentos padronizados e modernos. Os navios tinham boa marcha, oferecendo o
Remetemos o tema aos estudiosos de
nossa administração pública, de nossa política e de nossa economia. A pista a seguir seria investigar as atividades e
as ligações dos grupos ^aos quais devia interessar a manutenção da empresa do govêrno — a emprê.sa padrão em maté ria tarifária — em estado sistcmàtiea-
Deixemos porém as divngações e vol
nação ineptamente... para não perse
guir objetivos de lucro.
temos aos fatos.
É subido que quanto maior o navio,
É* claro que o transporte marítimo
menor será o seu custo unitário e seu
pode ser operado pelo govênio com fre
custeio por tonelada, mas não podemos
tes abaixo do custo, se ficarem demons
esquecer a limitação imposta pelas condi ções naturais das costas sob pena de in
tradas as grandes vantagens sociais e econômicos trazidas ao país por seu in
verter-se a proposição acima. Ora, en
termédio.
quanto fòr mantida a política dc aquisi
pode servir de justificativa para o des prezo cias bases racionais de operação, sob pena de empobrecer a coletividade
ção cie barcos de segunda mão e de ope ração cie navios obsoletos caracterízada-
Mas essa circunstância não
mente antieconômicos, não há reorganiza ção aclmini.sliati\'a capaz de sal\'ar da in-
brasileira.
eoordenação e da ruína a marinha mer
cm 1939, a situação dos nossos trans-
Com ü advento da guerra mundial
cante oficial, apesar dos altos fretes que ' portes marítimos agravou-se seriamente, oneram a economia coletiva. Debalde .sc
passando a perturbar de modo lamen-
tem experimentado vários regimes admi nistrativos. Enquanto as bases técnicas forem desprezadas não pode haver equi
í' 1 viria tável toda an vida brasileira.
líbrio econômico: daí a triste história económico-fínaiiceira do Loide e a mul
tiplicidade de regimes jurídicos que têm sido experimentados. (*") E que dizer, então, daquela difundi da filosofia que justifica a situação e afirma
não
dever
o
Loide
Brasileiro
"perseguir objetivos de lucro"? Não vamos sustentar que o Loide deve escravizar-se às finalidades de lu
cro, mas também não devemos afirmar
que êle deve queimar os recursos da
menle deficitário. .a.- ...A--
De fato, nossa Marinha Mercante ar
cou com as sobrecargas tremendas do
transporte do carvão e a perda de 39 unidades em conseqüência de tprpedeamentos e acidentes.
'
A sobrecarga do carr-ão pode ser esanrinada pelos algarismos seguintes: em
J939 o vomme de nossa importação de carvao for de 1.382.471 toneladas transportado quase todo por bandeiras estiangenas. e a extração de garvão na-
acnal atingia a 1.046.975 toneladas Em 1943 nossa importação tini,a caído
DiCF.^o
Econômico
Digesto Econômico
56
cilmente — nem poderíamos neste artigo
mais alto coeficiente clc utilização pos
abordar matéria tão complexa — dese
sível, além de magnífica técnica de nio-
jamos apenas acentuar que na raiz dos
\imentação de cargas.
ma'es que afligem não sòinente nossos
Assim, o firmo sucesso t-conómico do
stTxiços portuários, mas priiicipalnienlc
oniprcondinu-nto asscnla\a >ia sua or
os ferroviários, está o míninui fuxo dos
ganização racionai, graças à cpial sempre trafegou com onibarcações bem projtHa-
transportes. Voltemos, entretanto, ao nosso tema
das para suas linhas, em conlra.ste in;»r-
para examinar aspectos referentes ao ma
cantc com os oinpreenclimenlos do go
terial flutuante.
vêrno, operando frota heterogênea, cons
Em matéria de tipos de embarcação,
tituída de navios obsoletos de segunda
a apreciação de nossa política passada
e terceira mão, dc exploração antiecor
não é nada confortadora.
Salvo algumas realizações inteligen tes registradas em várias épocas, entre
as quais merecem menção as de "LageLamport & Halt" e as do Governo do
Bio Grande do Sul (1937), o restante, principalmente no âmbito das iniciativas
do Govêrno Federal, é uma sucessão de dísiates de tal natureza que bem me receriam uma investigação de caráter económico-político-administrativo.
A Companhia Lamport Ho!t, da qual
Antônio Lage era representante, aten dendo às dificuladdes das barras de Pa
ranaguá, São Francisco, Itajaí, Florianó
nómica c de cáracterísticas inadequa
das aos nossos portos. Sem dúvida, tantos fatores negativos tinham de acarretar baixíssimo.s coefici
entes de utilização, pois o ca'ado dema siado impedia muitos navios de tomarem carga completa; a obsolência causjiva
freqüentes paralisações para consertos;
a hetcrogeiieidadc alongava os períodos dc reparos, por d ficuldades dc ordem técnica; a deficiência do equipamento de bordo de movimentação de cargas, pro
vocava grandes demoras nos portos; as máquinas, por antiquadas, acarretavam
dispêndios enormes dc combustível e
polis, R-o Grande, Pelotas e Porto Ale gre, de longa data promoveu estudos
não permitiam desenvolver velocidade
técnicos que permitiram projetar um ex
Êsses erros técnicos eram de tal modo patentes, as críticas de tal modo claras e
celente tipo de navio, cujo padrão ficou Somente mais tarde, - quando o movimento marítimo foi cres sendo o Itapaci.
cendo, as barras e os canais foram sen
satisfatória.
insistentes, e as sugestões para reorga nização tão lúcidas e reiteradas, que,
do dragados e balisados pelo Govêrno,
dificilmente, poderemos atribuir apenas à ignorância ou à di.splicôncia a sucessão
a einbarcação-tipo pôde ser aumentada.
de tantos erros.
Foi então adotado o padrão Itaquatiá. Ma s tarde ainda, após as obras do porto do Rio Grande, e depois do aumento de
secção dos canais internos para Pelotas e Porto A'egre, pôde ser introduzido o tipo Itaité. Toda a frota ora dotada de equipa mentos padronizados e modernos. Os navios tinham boa marcha, oferecendo o
Remetemos o tema aos estudiosos de
nossa administração pública, de nossa política e de nossa economia. A pista a seguir seria investigar as atividades e
as ligações dos grupos ^aos quais devia interessar a manutenção da empresa do govêrno — a emprê.sa padrão em maté ria tarifária — em estado sistcmàtiea-
Deixemos porém as divngações e vol
nação ineptamente... para não perse
guir objetivos de lucro.
temos aos fatos.
É subido que quanto maior o navio,
É* claro que o transporte marítimo
menor será o seu custo unitário e seu
pode ser operado pelo govênio com fre
custeio por tonelada, mas não podemos
tes abaixo do custo, se ficarem demons
esquecer a limitação imposta pelas condi ções naturais das costas sob pena de in
tradas as grandes vantagens sociais e econômicos trazidas ao país por seu in
verter-se a proposição acima. Ora, en
termédio.
quanto fòr mantida a política dc aquisi
pode servir de justificativa para o des prezo cias bases racionais de operação, sob pena de empobrecer a coletividade
ção cie barcos de segunda mão e de ope ração cie navios obsoletos caracterízada-
Mas essa circunstância não
mente antieconômicos, não há reorganiza ção aclmini.sliati\'a capaz de sal\'ar da in-
brasileira.
eoordenação e da ruína a marinha mer
cm 1939, a situação dos nossos trans-
Com ü advento da guerra mundial
cante oficial, apesar dos altos fretes que ' portes marítimos agravou-se seriamente, oneram a economia coletiva. Debalde .sc
passando a perturbar de modo lamen-
tem experimentado vários regimes admi nistrativos. Enquanto as bases técnicas forem desprezadas não pode haver equi
í' 1 viria tável toda an vida brasileira.
líbrio econômico: daí a triste história económico-fínaiiceira do Loide e a mul
tiplicidade de regimes jurídicos que têm sido experimentados. (*") E que dizer, então, daquela difundi da filosofia que justifica a situação e afirma
não
dever
o
Loide
Brasileiro
"perseguir objetivos de lucro"? Não vamos sustentar que o Loide deve escravizar-se às finalidades de lu
cro, mas também não devemos afirmar
que êle deve queimar os recursos da
menle deficitário. .a.- ...A--
De fato, nossa Marinha Mercante ar
cou com as sobrecargas tremendas do
transporte do carvão e a perda de 39 unidades em conseqüência de tprpedeamentos e acidentes.
'
A sobrecarga do carr-ão pode ser esanrinada pelos algarismos seguintes: em
J939 o vomme de nossa importação de carvao for de 1.382.471 toneladas transportado quase todo por bandeiras estiangenas. e a extração de garvão na-
acnal atingia a 1.046.975 toneladas Em 1943 nossa importação tini,a caído
■Vi,
Dícksto Econ()mico
58
paru 587.423 toneladas e nossa produ Paru
atender
a
ès.se
acréscimo
Na fixação de tipos adequados dc embarcação, as condições naturais das
ção subira a 2.034.311 toneladas. de
?)(S7.336 toneladas foi desviado para o serviço do carvão grande número de va
nossas costas e portos são fatores que,
pores, com prejuízo do transporte dc açúcar e de sal do Nordeste, bem como
mia, aos quais fizemos menção.
dos gêneros de subsistência de Pôrto Alegre, para não falar no trágico isola mento a que ficou reduzida a .Amazônia.
Quanto aos porto.s, estamos assistindo no após-guerra a uma retomada dos
dos navios, totalizando cêrca de 1.50.000
::erviços de con.ser\'ação. Ê evidente, en tretanto, que não devemos esperar me lhoras acentuadas na organização dos nosso.s tran.sportcs niarítinios, enquanto
toneladas, teremos 1.200.000 toneladas,
a produção, o. comércio e o consumo do
Sc ca'cularmos a capacidade anual de
transporte perdida com o afundamento
na hipótese de fazerem os navios qua tro viagens redondas no ano.
A soma dessa capacidade perdida por
de ser considerada a responsável única
cas do nosso movimento ferroviário e
pelo colapso dolorosíssimo verificado em
portuário oferecem séries de trinta ou
nossos serviços de navegação durante a
quarenta anos que demonstram a as-
guerra e cujas conseqüências, sôbre a
serção.
produção estamos sentindo e ainda sen
por Afonso Arinos de Melo Franco
O üT. Afonso Arinos de Melo Franco focaliza, nesta crônica, o sifinificado das Irâs ohras clássicas dc Calógeras, referentes à diplomacia, finanças e riquezas mi nerais do Brasil: "Política Exterior do Império", "La Politique Monétaire du BrésiV c "As Minas do Brasil e sim Legislação".
Além destas, são obras imprescindíveis aos estudiosos dos coisas páblicas: "Problemas de govômo", "Problemas de Administração", "Res Nostra" e "Formaçau
povo brasileiro permanecerem nos ín
Essa contingência, entretanto, não po-
tivemos de enfrentar.
Cnlôfícraí)
Histórica do Brasil".
fimos níveis cm que e.stão.
Sabemos que uma sólida economia requer um bom aparelho de circulação de riquezas, mas devemos lembrar tam bém que não basta organizar os trans portes para promover o desenvolvimen to das forças produtivas. . As estatísti
afundamento com o excedente da produ ção do carvão nacional nos dá "grosso modo" idéia do do "déficit" "déficit rnund que
^eoMcmteCk
iio Brasil, de\em exercer muito maior
influência do que noutros países, devido àquê'es característicos dc nossa econo
Calógeras 6 o estadista que soube aliar o saber teórico à capacidade realizadora.
A sua obra é uma verdadeira ènciclopédia brasileira.
^ 21 de abril não marca luto nacional apenas pelo enforcamento do Tira-
que fiz dos três livros referido.s dc Ca lógeras, "A Política Exterior do Impé
Também nesse dia, perdemos
rio", "La Politique Monétaire du Bré-
Calógeras. Antônio Gontijo de Carvalho, seu grande amigo, com a compreensão exemplar da amizade, que possui, amigo
sil" o "As Minas do Brasil e sua Legis%-
dentes.
ção", foi uma leitura árdua e.minuciosa, levada a cabo em épocas diversas, não
cuja lealdade vai além da morte, promo
por passatempo nem por sede dc ilus
veu
tração, mas na vagarosa procura de ele mentos que servissem a trabalhos que
um
movimento
comemorativo
ém
que a atividade do órgão central de con
Os algarismo.s a seguir referem-se ao
trole da marinha mercante contribuiu
para acentuar os incomensuráveis prejuí
Nova York — 63 milhões. FiIadèJtia, 27. Houston. 23. São Francisco. 23, L.üs
zos trazidos à produção, ao comércio e
Angeles, 20 etc. (Statistical Abstract
tôrno da memória daquele em quem po deremos ver a maior organização de es tadista que "gamais possuiu o Brasil. Calógeras é o único brasileiro sôbre cuja ação e capacidade pessoais pode
of United Statcs, 1941).
riam dar motivo a uma verdadeira cole
das citadas, pois não apenas^se absorve
ção dos mais variados ensaios, de cará ter político e administrativo.
o que o autor quis dizer, como também se julga, pelo conhecimento pessoal que já se leva do assunto, o quanto êle teve
tiremos para o futuro. É insofismável
a milhões de consumidores nesse período. Após o conflito as perspectivas quanto ao critério de aquisição de navios pare cem indicar ligeira melhoria, pois os jor nais têm noticiado a encomenda de uni
dades novas para a marinha mercante nacional. Cabem, entretanto, ainda al
gumas reservas quanto ao critério de escolha dos tipos de navios que esta mos comprando.
(')
A tonelada das estatísticas
nas é de 2000 libras, ou soja 907.2 Kg.
movimento portuário do ano cie ijjj:
) Fundado nos primeiros tempos da República, transformado em socieda de anônima no ano seguinte, entrou
em liquidação oito anos depois.
Re
Três dos seus livros são obras verda
nasce cinco anos mais tarde como so,
ciedado em comandita. volta depois a sociedade anônima, tendo o Gover no como acionista. Dois anos depois
deiramente clássicas, em setores tão di ferentes da administração, como a di
é entregue ao Banco do Braõil cortjo pagamento de dívidas e a seguir ê explorado como Patrimônio Nacional.
plomacia, as finanças e as atividades li
gadas à exploração das riquezas minerais.
Em 1921 constitui-sé novamente em sociedade anônima e. em 1937, volta
Posso dar a êste respeito um teste
munho pessoal, que será talvez signifi
a ser Patrimônio Nacional, receben do anualmente vultosa subvenção.
cativo, não pelo valor do julgamento em si, mas pelas circunstâncias em que ele foi formulado.
«iilÉ
Na.verdade, a leitura
eu próprio estava realizando. E é só cm semelhantes leituras que se pode avaliar tôda a importância, tôda a ri
queza de conteúdo de obras da natureza
de ler e trabalhar para chegar àqueles resultados. E, neste ponto, a impressão que me ficou da gigantesca capacidade de trabalho de Calógeras foi verHginosa. No curso de História da Economia Brasileira, dada na saudosa Universida de do Distrito Federal, utilizei o estudo sobre a mineração do Brasil, durante semanas. Na biografia do Marechal Ca-
■Vi,
Dícksto Econ()mico
58
paru 587.423 toneladas e nossa produ Paru
atender
a
ès.se
acréscimo
Na fixação de tipos adequados dc embarcação, as condições naturais das
ção subira a 2.034.311 toneladas. de
?)(S7.336 toneladas foi desviado para o serviço do carvão grande número de va
nossas costas e portos são fatores que,
pores, com prejuízo do transporte dc açúcar e de sal do Nordeste, bem como
mia, aos quais fizemos menção.
dos gêneros de subsistência de Pôrto Alegre, para não falar no trágico isola mento a que ficou reduzida a .Amazônia.
Quanto aos porto.s, estamos assistindo no após-guerra a uma retomada dos
dos navios, totalizando cêrca de 1.50.000
::erviços de con.ser\'ação. Ê evidente, en tretanto, que não devemos esperar me lhoras acentuadas na organização dos nosso.s tran.sportcs niarítinios, enquanto
toneladas, teremos 1.200.000 toneladas,
a produção, o. comércio e o consumo do
Sc ca'cularmos a capacidade anual de
transporte perdida com o afundamento
na hipótese de fazerem os navios qua tro viagens redondas no ano.
A soma dessa capacidade perdida por
de ser considerada a responsável única
cas do nosso movimento ferroviário e
pelo colapso dolorosíssimo verificado em
portuário oferecem séries de trinta ou
nossos serviços de navegação durante a
quarenta anos que demonstram a as-
guerra e cujas conseqüências, sôbre a
serção.
produção estamos sentindo e ainda sen
por Afonso Arinos de Melo Franco
O üT. Afonso Arinos de Melo Franco focaliza, nesta crônica, o sifinificado das Irâs ohras clássicas dc Calógeras, referentes à diplomacia, finanças e riquezas mi nerais do Brasil: "Política Exterior do Império", "La Politique Monétaire du BrésiV c "As Minas do Brasil e sim Legislação".
Além destas, são obras imprescindíveis aos estudiosos dos coisas páblicas: "Problemas de govômo", "Problemas de Administração", "Res Nostra" e "Formaçau
povo brasileiro permanecerem nos ín
Essa contingência, entretanto, não po-
tivemos de enfrentar.
Cnlôfícraí)
Histórica do Brasil".
fimos níveis cm que e.stão.
Sabemos que uma sólida economia requer um bom aparelho de circulação de riquezas, mas devemos lembrar tam bém que não basta organizar os trans portes para promover o desenvolvimen to das forças produtivas. . As estatísti
afundamento com o excedente da produ ção do carvão nacional nos dá "grosso modo" idéia do do "déficit" "déficit rnund que
^eoMcmteCk
iio Brasil, de\em exercer muito maior
influência do que noutros países, devido àquê'es característicos dc nossa econo
Calógeras 6 o estadista que soube aliar o saber teórico à capacidade realizadora.
A sua obra é uma verdadeira ènciclopédia brasileira.
^ 21 de abril não marca luto nacional apenas pelo enforcamento do Tira-
que fiz dos três livros referido.s dc Ca lógeras, "A Política Exterior do Impé
Também nesse dia, perdemos
rio", "La Politique Monétaire du Bré-
Calógeras. Antônio Gontijo de Carvalho, seu grande amigo, com a compreensão exemplar da amizade, que possui, amigo
sil" o "As Minas do Brasil e sua Legis%-
dentes.
ção", foi uma leitura árdua e.minuciosa, levada a cabo em épocas diversas, não
cuja lealdade vai além da morte, promo
por passatempo nem por sede dc ilus
veu
tração, mas na vagarosa procura de ele mentos que servissem a trabalhos que
um
movimento
comemorativo
ém
que a atividade do órgão central de con
Os algarismo.s a seguir referem-se ao
trole da marinha mercante contribuiu
para acentuar os incomensuráveis prejuí
Nova York — 63 milhões. FiIadèJtia, 27. Houston. 23. São Francisco. 23, L.üs
zos trazidos à produção, ao comércio e
Angeles, 20 etc. (Statistical Abstract
tôrno da memória daquele em quem po deremos ver a maior organização de es tadista que "gamais possuiu o Brasil. Calógeras é o único brasileiro sôbre cuja ação e capacidade pessoais pode
of United Statcs, 1941).
riam dar motivo a uma verdadeira cole
das citadas, pois não apenas^se absorve
ção dos mais variados ensaios, de cará ter político e administrativo.
o que o autor quis dizer, como também se julga, pelo conhecimento pessoal que já se leva do assunto, o quanto êle teve
tiremos para o futuro. É insofismável
a milhões de consumidores nesse período. Após o conflito as perspectivas quanto ao critério de aquisição de navios pare cem indicar ligeira melhoria, pois os jor nais têm noticiado a encomenda de uni
dades novas para a marinha mercante nacional. Cabem, entretanto, ainda al
gumas reservas quanto ao critério de escolha dos tipos de navios que esta mos comprando.
(')
A tonelada das estatísticas
nas é de 2000 libras, ou soja 907.2 Kg.
movimento portuário do ano cie ijjj:
) Fundado nos primeiros tempos da República, transformado em socieda de anônima no ano seguinte, entrou
em liquidação oito anos depois.
Re
Três dos seus livros são obras verda
nasce cinco anos mais tarde como so,
ciedado em comandita. volta depois a sociedade anônima, tendo o Gover no como acionista. Dois anos depois
deiramente clássicas, em setores tão di ferentes da administração, como a di
é entregue ao Banco do Braõil cortjo pagamento de dívidas e a seguir ê explorado como Patrimônio Nacional.
plomacia, as finanças e as atividades li
gadas à exploração das riquezas minerais.
Em 1921 constitui-sé novamente em sociedade anônima e. em 1937, volta
Posso dar a êste respeito um teste
munho pessoal, que será talvez signifi
a ser Patrimônio Nacional, receben do anualmente vultosa subvenção.
cativo, não pelo valor do julgamento em si, mas pelas circunstâncias em que ele foi formulado.
«iilÉ
Na.verdade, a leitura
eu próprio estava realizando. E é só cm semelhantes leituras que se pode avaliar tôda a importância, tôda a ri
queza de conteúdo de obras da natureza
de ler e trabalhar para chegar àqueles resultados. E, neste ponto, a impressão que me ficou da gigantesca capacidade de trabalho de Calógeras foi verHginosa. No curso de História da Economia Brasileira, dada na saudosa Universida de do Distrito Federal, utilizei o estudo sobre a mineração do Brasil, durante semanas. Na biografia do Marechal Ca-
Dígksto Econômico
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DK;t:sTo
I£< hinó?.i k:o
6J
"A Política Exterior do Império" e.xcede muito o âmbito cronológico que o seu títxilo sugere. Dc fato, Irata-sc de
so. Mas o.s estudiosos, que já não eram
cia. E, na História do Banco do Brasi',
tim extenso painel de história dip*omútiea, que revive, mais ou menos sintèli-
Quantos dêles hoje em* dia haverá, ca pazes já não direi de escrever o livro
líbrio, haveria de trazer ao Brasil "mui
que tinha em preparo, vali-me largamen te da tese que êle dedicou à nossa evo
camentc, conforme o interesse do assun to pura o leitor brasileiro, os aconteci
básico de Calógeras, mas, polo menos, dc conceder-lhe a leitura meditada que
tas moléstias infantis", específicas do Continente, e das quais o Império o ti
mentos, desde o início da nossa x kla co
ê'e merece?
nha preservado.
lado, herói da Císplatína, apoiei-mc bas tante no panorama que Calógeras traça da nossa política exterior, no período que precedeu e sucedeu à Independên
lução monetária.
Êstc último livro pode encontrar um rival no tratado de Amaro Cavalcanti
Kcbre "O meio circulante nacional", ri
xa' talvez superior, porque n trabalho dc Calógeras, preparado exclusivamente dentro do programa de uma tese a ser relatada na Conferência Pananiericana
de Buenos Aires, não podia ter a extenr.ia expositivu nem a preocupação teó rica do profundo estudo do Ministro da
Fazenda do segundo governo Rotlrigues AVes. Mas, dentro do propósito mar cado pelo programa aprovado na Ter
ceira Conferência, o livro de Ca'ógeras espanta pela formidável densidade dos fatos re ferentes à nos.sa evolu
ção financeira, acumulado.s eni pouco mais dc
quinhentas páginas. Aliás Ca'ógeras era, provavel mente, o único estadista
do paí.s em condições de
lonial, e mesmo até mais longe, pois traça um útil esboço da vida diplomá
tica portuguesa. Também èsle livro re cebeu, embora indiretamente, o estímulo dc Rio Branco.
Conta Calógeras, nn
prefácio, que foi muito além do plano
muito freqüente.s no tempo de Calóge ras, tornam-se
cada
vez mais raros.
aquela verdade tão picantemente enun ciada por Nabuco, segundo a qual a República, no espaço talvez longo de adaptação e criação do seu próprio equi
"As Minas do Brasil" é, a meu ver, o
Para rematar contarei uma historiela
terceiro atestado da vigorosa capacidade
sobre Calógeras, que me foi contada por
intelectual do estadista Calógeras. Do grande estadista democrático, que ele foi. Ainda aqui seu propósito era o dc facilitar a tarefa lcgislati\'a, e diante de
meu pai, amigo dêle desde os primeiros anos da República, em Ouro Preto.
Creio que ela define bem a delicadezii moral e sentimental que coexistia em
marcado ao ,seu trabalho pelo Instituto
monumentos como êstc Iíxto, não nos
Ca'ógeras com a força intelectual, co
Histórico, a que destinava a te.-^e liisíórica, porque tc\'e cm xásta aparelhar os
resta senão sorrir diante das audaciosas
mo se dá com todos os autênticos gran
afirmativas do que pretendem apresen
des homens.
legisladores brasi'e ros du República para o debate consciente dos assuntos vindos
tar os congressos brasileiros como ajun tamentos ilícitos de palradores dissipa
do governo Rodrigues Alves, em que o
do Itamarati.
dos e imbecis. Quem matou entre nós o
poder foi exercido pelo honrado Delfim
Legislativo foi o Executivo. Isto é, o Legislativo Federal se abastardou na medida em que o Executivo Federal, através da República, foi intervindo ca
Moreira, Melo Franco tomou-se, de fato, uma espécie de Primeiro Ministro. O
Observara Calógeras a
deficiência dos congressistas nesse terre
no, desde o tempo em que Rio Branco, do seu gabinete atulluulo
de papeis, lançaxa sôbre
Ministro mineiro durante o segun
Více-Presidente em exercício, já adoenta
do e pouco conhecedor do meio federal, pois vix^era qua.se sempre em Minas,
as Câmaras "informes e
da vez mais estreitamente na sua com
pareceics, esclarecimentos
posição o na sua atuação.
O processo
confiax'a e descansava na lealdade e na
ln'sk)iicos de consc lios de
oleitoral pouca influência teve nisto,
experiência do seu auxiliar. Eleito Epi-
governo". Morto o ba rão, perdida e.sta fonte
porquanto nunca o Legislativo foi mais
tácio Pessoa presidente, a política minei
alto, mais digno, mais eficiente que no
ra, que manlivera e.xemplar imparciali
do ensinamentos, sonha
tempo em que a base eleitoral era mais
dade antes e durante o pleito, continuou
Calógeras reunir ein li-
em discreto afastamento, e Melo Franco,
fazer a obra como foi
xTO tóda a nossa evolu
feita,
ção diplomática, de for
ignara, isto' é, no tempo do Império, desde o seu início. A razão é que os Imperadores e os Regentes se esforça
ma a auxihar os re.spon-
vam por governar de acordo com as
que tanto influirá no govêmo, recolheuse praticamente à vida privada, durante a^gum tempo, sobretudo para evitar as
Qàmaras, mas num acôrdo que não
intrigas que sempre se fomiam em tais
Existe uma carta
dêle a Gastão da Cunha
queixando-se do esfôrço intelectual dispendido, que o deixou à
sáveís pela política ex terna. E não há dúvida que o fez, nos
significava a sujeição destas.
Com a
ocasiões. Um dia seguia ele para Minas,
beira do esgotamento nervoso. Também
três mac"ços volumes, publicados dois
República isto também sucedeu enquan-
e estava inteiramente só na estação, como
não era para menos. Leopoldo de Bu
pela Revista do Instituto e um pe a
•to os seus chefes trouxeram a mentali
lhões, Ministro da Fazenda, transmitira-
dade do Império. Não é a tôa que a
bom mineiro, vinte minutos antes de sair o noturno. Nisto, do outro lado do
última grande geração da Câmara foi o
páteo, entra um trem especial, que con
famoso "Jardim da Infância", do tempo de Afonso Pena. Não se veja, aqui, ne nhuma afirmação de monarquisiiio, pois
volta de umas manobras realizadas fora
dias, estava com o seu Iínto não sòinen-
Editora Nacional. Que tenha sido útil é mais discutível Isto depende da ca pacidade do leitor, de enfrentar aqueles calhamaços, que o autor chama corajo samente "resumos", e que, na verdade,
te c.scríto, mas também impresso e pu-
o são, desde que nos coloquemos, como
bhcado!
ele diz, no ponto de vista do estudio-
lhe à última hora o convite do atarefado e desordenado Rio Branco. E o ter
rível Calógeras, no espaço de noventa
sou não só republicano como anti-monar-
quista convicto. Desejo apenas salientar
duzia Calógeras, Ministro da Guerra, de
do Rio. Disse-me meu pai que hesitou
sobre se devia ir cumprimentá-lo, mas decidiu que não. Calógeras descera de
Dígksto Econômico
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DK;t:sTo
I£< hinó?.i k:o
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"A Política Exterior do Império" e.xcede muito o âmbito cronológico que o seu títxilo sugere. Dc fato, Irata-sc de
so. Mas o.s estudiosos, que já não eram
cia. E, na História do Banco do Brasi',
tim extenso painel de história dip*omútiea, que revive, mais ou menos sintèli-
Quantos dêles hoje em* dia haverá, ca pazes já não direi de escrever o livro
líbrio, haveria de trazer ao Brasil "mui
que tinha em preparo, vali-me largamen te da tese que êle dedicou à nossa evo
camentc, conforme o interesse do assun to pura o leitor brasileiro, os aconteci
básico de Calógeras, mas, polo menos, dc conceder-lhe a leitura meditada que
tas moléstias infantis", específicas do Continente, e das quais o Império o ti
mentos, desde o início da nossa x kla co
ê'e merece?
nha preservado.
lado, herói da Císplatína, apoiei-mc bas tante no panorama que Calógeras traça da nossa política exterior, no período que precedeu e sucedeu à Independên
lução monetária.
Êstc último livro pode encontrar um rival no tratado de Amaro Cavalcanti
Kcbre "O meio circulante nacional", ri
xa' talvez superior, porque n trabalho dc Calógeras, preparado exclusivamente dentro do programa de uma tese a ser relatada na Conferência Pananiericana
de Buenos Aires, não podia ter a extenr.ia expositivu nem a preocupação teó rica do profundo estudo do Ministro da
Fazenda do segundo governo Rotlrigues AVes. Mas, dentro do propósito mar cado pelo programa aprovado na Ter
ceira Conferência, o livro de Ca'ógeras espanta pela formidável densidade dos fatos re ferentes à nos.sa evolu
ção financeira, acumulado.s eni pouco mais dc
quinhentas páginas. Aliás Ca'ógeras era, provavel mente, o único estadista
do paí.s em condições de
lonial, e mesmo até mais longe, pois traça um útil esboço da vida diplomá
tica portuguesa. Também èsle livro re cebeu, embora indiretamente, o estímulo dc Rio Branco.
Conta Calógeras, nn
prefácio, que foi muito além do plano
muito freqüente.s no tempo de Calóge ras, tornam-se
cada
vez mais raros.
aquela verdade tão picantemente enun ciada por Nabuco, segundo a qual a República, no espaço talvez longo de adaptação e criação do seu próprio equi
"As Minas do Brasil" é, a meu ver, o
Para rematar contarei uma historiela
terceiro atestado da vigorosa capacidade
sobre Calógeras, que me foi contada por
intelectual do estadista Calógeras. Do grande estadista democrático, que ele foi. Ainda aqui seu propósito era o dc facilitar a tarefa lcgislati\'a, e diante de
meu pai, amigo dêle desde os primeiros anos da República, em Ouro Preto.
Creio que ela define bem a delicadezii moral e sentimental que coexistia em
marcado ao ,seu trabalho pelo Instituto
monumentos como êstc Iíxto, não nos
Ca'ógeras com a força intelectual, co
Histórico, a que destinava a te.-^e liisíórica, porque tc\'e cm xásta aparelhar os
resta senão sorrir diante das audaciosas
mo se dá com todos os autênticos gran
afirmativas do que pretendem apresen
des homens.
legisladores brasi'e ros du República para o debate consciente dos assuntos vindos
tar os congressos brasileiros como ajun tamentos ilícitos de palradores dissipa
do governo Rodrigues Alves, em que o
do Itamarati.
dos e imbecis. Quem matou entre nós o
poder foi exercido pelo honrado Delfim
Legislativo foi o Executivo. Isto é, o Legislativo Federal se abastardou na medida em que o Executivo Federal, através da República, foi intervindo ca
Moreira, Melo Franco tomou-se, de fato, uma espécie de Primeiro Ministro. O
Observara Calógeras a
deficiência dos congressistas nesse terre
no, desde o tempo em que Rio Branco, do seu gabinete atulluulo
de papeis, lançaxa sôbre
Ministro mineiro durante o segun
Více-Presidente em exercício, já adoenta
do e pouco conhecedor do meio federal, pois vix^era qua.se sempre em Minas,
as Câmaras "informes e
da vez mais estreitamente na sua com
pareceics, esclarecimentos
posição o na sua atuação.
O processo
confiax'a e descansava na lealdade e na
ln'sk)iicos de consc lios de
oleitoral pouca influência teve nisto,
experiência do seu auxiliar. Eleito Epi-
governo". Morto o ba rão, perdida e.sta fonte
porquanto nunca o Legislativo foi mais
tácio Pessoa presidente, a política minei
alto, mais digno, mais eficiente que no
ra, que manlivera e.xemplar imparciali
do ensinamentos, sonha
tempo em que a base eleitoral era mais
dade antes e durante o pleito, continuou
Calógeras reunir ein li-
em discreto afastamento, e Melo Franco,
fazer a obra como foi
xTO tóda a nossa evolu
feita,
ção diplomática, de for
ignara, isto' é, no tempo do Império, desde o seu início. A razão é que os Imperadores e os Regentes se esforça
ma a auxihar os re.spon-
vam por governar de acordo com as
que tanto influirá no govêmo, recolheuse praticamente à vida privada, durante a^gum tempo, sobretudo para evitar as
Qàmaras, mas num acôrdo que não
intrigas que sempre se fomiam em tais
Existe uma carta
dêle a Gastão da Cunha
queixando-se do esfôrço intelectual dispendido, que o deixou à
sáveís pela política ex terna. E não há dúvida que o fez, nos
significava a sujeição destas.
Com a
ocasiões. Um dia seguia ele para Minas,
beira do esgotamento nervoso. Também
três mac"ços volumes, publicados dois
República isto também sucedeu enquan-
e estava inteiramente só na estação, como
não era para menos. Leopoldo de Bu
pela Revista do Instituto e um pe a
•to os seus chefes trouxeram a mentali
lhões, Ministro da Fazenda, transmitira-
dade do Império. Não é a tôa que a
bom mineiro, vinte minutos antes de sair o noturno. Nisto, do outro lado do
última grande geração da Câmara foi o
páteo, entra um trem especial, que con
famoso "Jardim da Infância", do tempo de Afonso Pena. Não se veja, aqui, ne nhuma afirmação de monarquisiiio, pois
volta de umas manobras realizadas fora
dias, estava com o seu Iínto não sòinen-
Editora Nacional. Que tenha sido útil é mais discutível Isto depende da ca pacidade do leitor, de enfrentar aqueles calhamaços, que o autor chama corajo samente "resumos", e que, na verdade,
te c.scríto, mas também impresso e pu-
o são, desde que nos coloquemos, como
bhcado!
ele diz, no ponto de vista do estudio-
lhe à última hora o convite do atarefado e desordenado Rio Branco. E o ter
rível Calógeras, no espaço de noventa
sou não só republicano como anti-monar-
quista convicto. Desejo apenas salientar
duzia Calógeras, Ministro da Guerra, de
do Rio. Disse-me meu pai que hesitou
sobre se devia ir cumprimentá-lo, mas decidiu que não. Calógeras descera de
I .UlUJWiil hi i , Djgesto ECONÓ^UCO
62
dóliTiã e botas, um pequeno clucote na
gências políticas não impediram o abra
mão, os bigodes em riste, cercado de oficiais de alta patente, inclusive france
ço afetuoso dos velhos companheiros, Calógeras pagava aqui, na mesma moe
ses, nos seus \'istüsos uniformes, e todo
da, aliás, uin antigo gc.sto do jovem
ele respirava prestígio e autoridade. Meu pai, que conhecera tantos momen tos parecidos, o espiava sorrindo da porta do seu vagão. Mas breve o sorri
promotor do Ouro Preto, Afrànio de Melo Franco, que, da tribuna do Minis tério PúbMco, pedira a absoKição de uni engenheiro da sna idade, chamado Pan-
so se fundia^^em ternura. É que Calógcras, que o vira desde o outro lado, já
diá Ca'ógcras, rapaz meio rixento, que andara a desancar com o guarda-chu
atravessava a estação de braços abertos, para estreitar o seu "Fanicd", como ele
sara atirar um limão de cheiro no sen
não se esquecia de dizer. E as diver
va um bcldrocgas carnavalesco, que ou
so'ene fraque, novo em folha...
Idéias e planos de um desembargador por Otávio Taiiquínio ue Sou.sa
JJkniiíe os deputados dc São
do-se formado em direito eni
1779, depois de haver cursa do também a Faculdade dc
Paulo à As.sembléia Cons
tituinte dc 1823 ha\-ia a^guma.s das mai.s ilu.stres figuras do Brasil dc c-ntão.
Filosofia. Contemporâneo, en tre outros, de Silva Alvarenga,
A maior de
tôdas — ranjam os dentes os
de Alexandre Rodrigues Fer
seus póstumos inimigos pe.s-
reira, de José Vieira Couto, de José da Stb'a Lisboa, de Antô
soais — era seiny sombra de
dúvida José Bonifácio. Quanto ã segunda, não faltará quem aponte outro Andrada — Antônio Carlos.
Mas
essa colocação bem pode ser disputada
nbrtl com uma soma equivalente a 10.500 toneladas
No exportados 54.397 fardos, pesando 10.457.843 qndoji, rio valor de Cr S 102.036.266,00. Os principais portos de destino foram Cdtinui,
Brasileiro, Anderson Clayton e Cia. Ltda., Esteve, Irmdos à- Cia. Lida., E. F. Saad ir Cia., Cia. Prado Chaves Exportadora, Mc Faden ir Cia. Ltda., Woolcy ò
Cia. Ltda., Braziliun Warrant Cq. Limited e Exportadora e Importadora Atlas S. A. n. menciO}iaao penoao jot-.iinier 15.673 lo.u/o volu A exportação de subprodutos 7JO no mencionado período fni-.línter mes
pesaiulo 3.094.102 quilos, no valor do Cr § 17.549.484,00; resíduos, 2.486 eoHnter, 1.205 fardos, nesando 240.056 quilos, no valor de Cr $ 652.778.00 e^^picUios {al
lumes, jjfisuituu lumes, pesando '±ou.A3-± 496.294 tjuuuc,, quilos, no no vaior valor de de Cr Cr § § 2.651. 2.651.131,00; loi.UU; ourra borra de ue
godão e Ixnter), nada. Os portos de de.stino foram Liverponl, Gênova, Manchestcr, ilavre, Nova York, Suíça e Roterdã.
Desde 1." de março, exportámos 1.57.087 fardos, pesando 30.036.266 qni.os, no valor de Cr $ 327.104.260,00.
na velha universidade pelo marquês de ||
ção — um Campos Vergueiro, um Mar-
1'ombal. Posto que viesse a seguir a chamada carreira das letras, servindo
tim Francisco, um Pauhi Sousa, um José Arouclie de Toledo Bendon, um Antônio Rodrigues Veloso de Oliveira. Dc todos,
filosofia, não limitado à filosofia racional o moral, mas abrangendo a filosofia na
por clix crsos paulistas, nato's ou de ado
A exporlação^ de algodão em pluma pelo pôrto de Santos nos últimos 13 apresenta oscilações acentuadas. Em maio de 1946 foi de cê,-ca de 36 mil tondodcf', alcançou ju.ho, 00o'7on<lr non 1 agosto, 26.000; setembro, 28 OCOoutubro,respectivamente: (piase 30.000; noeembro 20.000; dezembro 30.000. Em janeiro de 1947 revelou melhoras com côrca de 33.000 tone.adas; em fevereiro desceu para perto de 28.000; em miitço a queda se consolidou com menos de 20.000 toneladas para aparecer no més de
nio de Morais Silva, de Fran
cisco de Melo Franco, logrou os benefí cios da reforma do ensino introduzida
o último será o menos falado, o que não se impôs à consagração da posteridade
nos cargos da magistratura, o curso de tural, as ciências experimentais, com
e tem o nome quase completamente es
museu, jardim, observatório e gabinete de pe.squisas, estimuhu--lhe-ia o gòsto do
quecido.
conhecimento da natureza e dos assuntos
Valeria a pena egtudar as causas de
certos olviclos históricos; porque homens de indubltável valor vão para o limbo, enquanto outros, de menos porte, con tinuam em pleno foco. Será culpa deles mesmos, conseqüência de feitio pessoal mais retraído ou da auto-crítica que os
científicos.
Veloso, como vários outros
XXXXXXXX XXXXXXXXXXJtXXXXX
o ilustre historiador Otávio Tarqutnio de Sousa trata, no presente artigo, do ma
gistrado paulista Antônio Rodrigues Veloso de Oliveira, até hoje esipiecido do
caracterizou? Estarão e.squecidos, muna
grande público.
e.spécie de prêmio negativo da medéstia,
desembargador se revistam do ufanismo
porque desdenharam da própria g'ór a? Essas razões talvez expliquem o pequeno
que era um dos característicos do rei
lugar concedido até agora na história da cultura brasileira a um
homem como
Embora as idéias do
nado de D. João VI, as memórias que legou aos pósteros revelam inteligência atilada e segura visão de governo. Pro
Antônio Rodrigues de Oliveira. Quem,
cura assim o "Digesto Econômico" dar
fora de um reduzido grupo de estudiosos do passado, lembra o seu nome? Em 1773 já estava Veloso de Oliveira
cumprimento ao programa que se traçou de fazer ressurgir figuras pouco estu
em Coimbra, a estudar matemática, ten
brasileira.
dadas e que foram uteh à coletividade
I .UlUJWiil hi i , Djgesto ECONÓ^UCO
62
dóliTiã e botas, um pequeno clucote na
gências políticas não impediram o abra
mão, os bigodes em riste, cercado de oficiais de alta patente, inclusive france
ço afetuoso dos velhos companheiros, Calógeras pagava aqui, na mesma moe
ses, nos seus \'istüsos uniformes, e todo
da, aliás, uin antigo gc.sto do jovem
ele respirava prestígio e autoridade. Meu pai, que conhecera tantos momen tos parecidos, o espiava sorrindo da porta do seu vagão. Mas breve o sorri
promotor do Ouro Preto, Afrànio de Melo Franco, que, da tribuna do Minis tério PúbMco, pedira a absoKição de uni engenheiro da sna idade, chamado Pan-
so se fundia^^em ternura. É que Calógcras, que o vira desde o outro lado, já
diá Ca'ógcras, rapaz meio rixento, que andara a desancar com o guarda-chu
atravessava a estação de braços abertos, para estreitar o seu "Fanicd", como ele
sara atirar um limão de cheiro no sen
não se esquecia de dizer. E as diver
va um bcldrocgas carnavalesco, que ou
so'ene fraque, novo em folha...
Idéias e planos de um desembargador por Otávio Taiiquínio ue Sou.sa
JJkniiíe os deputados dc São
do-se formado em direito eni
1779, depois de haver cursa do também a Faculdade dc
Paulo à As.sembléia Cons
tituinte dc 1823 ha\-ia a^guma.s das mai.s ilu.stres figuras do Brasil dc c-ntão.
Filosofia. Contemporâneo, en tre outros, de Silva Alvarenga,
A maior de
tôdas — ranjam os dentes os
de Alexandre Rodrigues Fer
seus póstumos inimigos pe.s-
reira, de José Vieira Couto, de José da Stb'a Lisboa, de Antô
soais — era seiny sombra de
dúvida José Bonifácio. Quanto ã segunda, não faltará quem aponte outro Andrada — Antônio Carlos.
Mas
essa colocação bem pode ser disputada
nbrtl com uma soma equivalente a 10.500 toneladas
No exportados 54.397 fardos, pesando 10.457.843 qndoji, rio valor de Cr S 102.036.266,00. Os principais portos de destino foram Cdtinui,
Brasileiro, Anderson Clayton e Cia. Ltda., Esteve, Irmdos à- Cia. Lida., E. F. Saad ir Cia., Cia. Prado Chaves Exportadora, Mc Faden ir Cia. Ltda., Woolcy ò
Cia. Ltda., Braziliun Warrant Cq. Limited e Exportadora e Importadora Atlas S. A. n. menciO}iaao penoao jot-.iinier 15.673 lo.u/o volu A exportação de subprodutos 7JO no mencionado período fni-.línter mes
pesaiulo 3.094.102 quilos, no valor do Cr § 17.549.484,00; resíduos, 2.486 eoHnter, 1.205 fardos, nesando 240.056 quilos, no valor de Cr $ 652.778.00 e^^picUios {al
lumes, jjfisuituu lumes, pesando '±ou.A3-± 496.294 tjuuuc,, quilos, no no vaior valor de de Cr Cr § § 2.651. 2.651.131,00; loi.UU; ourra borra de ue
godão e Ixnter), nada. Os portos de de.stino foram Liverponl, Gênova, Manchestcr, ilavre, Nova York, Suíça e Roterdã.
Desde 1." de março, exportámos 1.57.087 fardos, pesando 30.036.266 qni.os, no valor de Cr $ 327.104.260,00.
na velha universidade pelo marquês de ||
ção — um Campos Vergueiro, um Mar-
1'ombal. Posto que viesse a seguir a chamada carreira das letras, servindo
tim Francisco, um Pauhi Sousa, um José Arouclie de Toledo Bendon, um Antônio Rodrigues Veloso de Oliveira. Dc todos,
filosofia, não limitado à filosofia racional o moral, mas abrangendo a filosofia na
por clix crsos paulistas, nato's ou de ado
A exporlação^ de algodão em pluma pelo pôrto de Santos nos últimos 13 apresenta oscilações acentuadas. Em maio de 1946 foi de cê,-ca de 36 mil tondodcf', alcançou ju.ho, 00o'7on<lr non 1 agosto, 26.000; setembro, 28 OCOoutubro,respectivamente: (piase 30.000; noeembro 20.000; dezembro 30.000. Em janeiro de 1947 revelou melhoras com côrca de 33.000 tone.adas; em fevereiro desceu para perto de 28.000; em miitço a queda se consolidou com menos de 20.000 toneladas para aparecer no més de
nio de Morais Silva, de Fran
cisco de Melo Franco, logrou os benefí cios da reforma do ensino introduzida
o último será o menos falado, o que não se impôs à consagração da posteridade
nos cargos da magistratura, o curso de tural, as ciências experimentais, com
e tem o nome quase completamente es
museu, jardim, observatório e gabinete de pe.squisas, estimuhu--lhe-ia o gòsto do
quecido.
conhecimento da natureza e dos assuntos
Valeria a pena egtudar as causas de
certos olviclos históricos; porque homens de indubltável valor vão para o limbo, enquanto outros, de menos porte, con tinuam em pleno foco. Será culpa deles mesmos, conseqüência de feitio pessoal mais retraído ou da auto-crítica que os
científicos.
Veloso, como vários outros
XXXXXXXX XXXXXXXXXXJtXXXXX
o ilustre historiador Otávio Tarqutnio de Sousa trata, no presente artigo, do ma
gistrado paulista Antônio Rodrigues Veloso de Oliveira, até hoje esipiecido do
caracterizou? Estarão e.squecidos, muna
grande público.
e.spécie de prêmio negativo da medéstia,
desembargador se revistam do ufanismo
porque desdenharam da própria g'ór a? Essas razões talvez expliquem o pequeno
que era um dos característicos do rei
lugar concedido até agora na história da cultura brasileira a um
homem como
Embora as idéias do
nado de D. João VI, as memórias que legou aos pósteros revelam inteligência atilada e segura visão de governo. Pro
Antônio Rodrigues de Oliveira. Quem,
cura assim o "Digesto Econômico" dar
fora de um reduzido grupo de estudiosos do passado, lembra o seu nome? Em 1773 já estava Veloso de Oliveira
cumprimento ao programa que se traçou de fazer ressurgir figuras pouco estu
em Coimbra, a estudar matemática, ten
brasileira.
dadas e que foram uteh à coletividade
Diorsto Eco^*ó^^^o
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65
DiOR.sro Er^oNÓMico
brasileiros do tempo, iiao seria apenas iim juiz ou um funcionário, estreitamente
rele, ocupou lambem os ócios cio juiz
muitos outros peixes, entre os quais o
com
mais
bacalhau; cm seguida, o estabelecimento
das indústrias domésticas do queijo e
confinado na jurisprudência ou na admi nistração. Voltando ao Brasil, depois
prementes do sua torra, dc preferência São Paulo. É o (|uc deixa fora de qual
da manteiga, da salga de cames e pre
de estrear-se cm funções judiciárias na
quer dúvida o trabalho intitulado "Me
ilha da Madeira, teria sempre os olhos
mória síMjre o mcMiüranicnto da pro-
voltados para os problemas de ordem política" e social de sua terra, a procurar apoio na observação direta dos fatos, nas
de sabnas e o aproveitamento da pedra calcárea. No tocante, à parte central, o desembargador recomenda a cultura da bauni'ha, da amendoeira, do coqueiro, da
vincia dc São Paulo, aplicável ein gran de parte às províncias do Brasil", que oferecera em 1810 ao príncipe regente
pimcntoira da índia, da videira, da amoreira, da laranjeira, do cacaueiro e do
estatísticas, nas .realiza
D. João o publicou tm
ções de países estrangei
gem c dominaria a economia de São
1822, quando eleito
Paulo, não mereceu muito de Veloso,
ros.
deputado à Assembléia
voltado mais para o açúcar, o tabaço, o
Constituinte.
algodão e a banana, esta última na sua opinião a dádiva mais preciosa da natu
Seu primeiro livro, pubMcado em Lisboa, em
cias
nccc.s.sidadcs
ter muita coisa: foi um
acréscimos no texto por
ocasião dfi publicação;
ziam os políticos do Se gundo Reinado, é de ori gem espanhola, muito antigo, e esteve em grande moda na França durante os séculos XVII e XVIII. Jogavam-no também os ingleses, e o "Tratado" de Veloso de Oliveira parece- demonstrar
que em Portugal e no Brasi! se tornara igualmente conhecido. Do voltaretc fi
caram cm nossa língua "codilho" c "co-
dilhar", como sinônimos de logro o lo grar, e.ste na acepção de burlar ou des
Dir-se-ia que escrevendo na
tudo, entretanto, de pe quena monta, visto que na "Advertência" de abertura se lê:
nl)a não desprezível "Memória" que lhes vai ser apresentada, como há doze anos foi escrita, intervindo contudo al
deputado da Mesa da Consciência e
Ordens, juiz conservador da nação bri tânica — Antônio Rodrigues Veloso de
Oliveira, se permaneceu fiel ao volta-
Em relação ao regime de trabalho, Veloso de Oliveira queria o do homem livre, aberto o Brasil aos pobrp que se deslocariam da Europa em conse
qüência das guerras napoleònicas; quena, sessenta e um anos antes da lei Rio
chamava de "muxiron"; a educação os índios; a refomia dos impostos, ospi tais; o trabalho feminino em detenmna-
^os ofícios. E em tudo se deveria sen
tir "a mão poderosa e benfeitora do Estado. Vastíssimo programa, que em
posições de grande clarividêneia, que so muito mais tarde viriam a ser adotadas
cendo-lhes instrumentos e máquinas. E
ceras defendidas sempre que se ofere
isso num regime político -em que desa
cia ensejo.
1,° a falta de atenção às justas represen
tos temas, Veloso de Oliveira se mostrou
parte marítima e parte central, Ve.O"'.
Paço,
res de lã, linho e algodão.
muitos pontos ainda continua irrealizado, planos sob alguns aspectos cm desa que orientaria os lavradores à luz dos cordo com as possibilidades do momen "princípios da química moderna", fome- to, rpas tudo produto de convicções sin
vidindo São Pau'o esquemuticamente em
do
Só haveria um meio de realizar todo
Não faltam nesse escrito o otimismo, o
de lutar contra o tédio, de sair de si
Exercendo no Brasil cargos de ma
suntos, do curtiniento de peles, de tea
ufanismo e até um pouco do aulicismo que se generaliziiram entro nós duran,te o reirAido joaníno. Mas há idéias c pro
paulista Veloso cuidaria acima de tudo
gistratura — chanceler da Redação do
iias, fábricas dc tabaco.
guns adeantamentos. .
mocidade um livro sôbre tema frívolo, o
mesmo, de matar o tempo. Mas tal não
bém a fundição do ferro — forjas e ferrarifts à semelhança das da Suécia, Di namarca, Rússia, França e América Se tentrional —, fábricas de papel, cordoa-
"A mi-
e algumas ainda hoje esperando dirigen tes capazes de pô-las em prática. Di
aconteceria.
lhos antes enumerados «Tnão descurando
Branco, que nascessem livres os filhos dos escravos e que êstes tivessem o di reito de auto-resgate; queria liberdade reza. Não ficavam ai os conselhos de de religião para os imigrantes; a distri buição de terras da Coroa a traba Veloso; não era um São Paulo apenas ex plorado pela agricultura e pela pesca; dores pobres, com empréstimo sem ju preconizava a criação em larga escala ros de 100$000, pago em seis anos; o dos gados vacum e ovelhuni; queria tam trabalho cooperativo já ensaiado no que
Provàvel-
título primitivo c vários
"Tratado do jogo do voltarete". Êsse jogo, em que ainda tanto se apra-
Maranhão, desembargador
cafczeiro. O café, que marcaria a paisa
menle houve alteração no
1794, não parecia prome
bancar.
o estudo
êsse vasto programa; trabalhar muito, sob o amparo e a vigilância do governo,
parecessem, entre outros, estes males:
de Oliveira enumera-lhes as rlcjuezas
e indica os meios de explorá-las. Quanto à primeira, aconselha o corte e comércio d^ madeiras, o estabelecimento de moi nhos ou serras dágua e de vapor, a fabri cação de móveis, tonéis o pipas, barcos e navios, sem esquecer indústrias derivadas como a da potassa; depois, a pescaria "em grande e bem regulada escala" dq tainlia, garoupa, pescada, sardinha e de
,yj|Éy,
Mais resumidamente, variando em cer
tações dos pobres a respeito de ricos e poderosos; 2.° a usurpaçãc da jurisdi ção dos juizes pelos governadores, capitães-mores e comandantes. Numa obra urgente de saneamento, ihculcava a ne
fundamentalmente coerente r.a "Memó ria sôbre a Agricultura do Brasil", escri ta em 1814. Era ele então chanceler da
cessidade de criar professores de cinir-
nia do Maranhão, de onde se retirou em
gia e medicina prática, de propagar a vacina —s "este quase divino socorro", acudir às epidemias de sarampo, dester
1818 desarindo com o governador e ma-
Relação e prim^ro deputado da Junta
da administração da fazenda da capita
guado com decisões contrárias da Corte. "No Brasil tudo se acha por fazer", diz-
rar de São Paulo as febres, os defluxos
nos sem grande exagêro. O sistema colo
e os reumatismos. Assim os paulistas viveriam felizes, entregues aos traba
nial, a seu parecer três vezes pior que o feudal, deixara herança funesta. Não
Diorsto Eco^*ó^^^o
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brasileiros do tempo, iiao seria apenas iim juiz ou um funcionário, estreitamente
rele, ocupou lambem os ócios cio juiz
muitos outros peixes, entre os quais o
com
mais
bacalhau; cm seguida, o estabelecimento
das indústrias domésticas do queijo e
confinado na jurisprudência ou na admi nistração. Voltando ao Brasil, depois
prementes do sua torra, dc preferência São Paulo. É o (|uc deixa fora de qual
da manteiga, da salga de cames e pre
de estrear-se cm funções judiciárias na
quer dúvida o trabalho intitulado "Me
ilha da Madeira, teria sempre os olhos
mória síMjre o mcMiüranicnto da pro-
voltados para os problemas de ordem política" e social de sua terra, a procurar apoio na observação direta dos fatos, nas
de sabnas e o aproveitamento da pedra calcárea. No tocante, à parte central, o desembargador recomenda a cultura da bauni'ha, da amendoeira, do coqueiro, da
vincia dc São Paulo, aplicável ein gran de parte às províncias do Brasil", que oferecera em 1810 ao príncipe regente
pimcntoira da índia, da videira, da amoreira, da laranjeira, do cacaueiro e do
estatísticas, nas .realiza
D. João o publicou tm
ções de países estrangei
gem c dominaria a economia de São
1822, quando eleito
Paulo, não mereceu muito de Veloso,
ros.
deputado à Assembléia
voltado mais para o açúcar, o tabaço, o
Constituinte.
algodão e a banana, esta última na sua opinião a dádiva mais preciosa da natu
Seu primeiro livro, pubMcado em Lisboa, em
cias
nccc.s.sidadcs
ter muita coisa: foi um
acréscimos no texto por
ocasião dfi publicação;
ziam os políticos do Se gundo Reinado, é de ori gem espanhola, muito antigo, e esteve em grande moda na França durante os séculos XVII e XVIII. Jogavam-no também os ingleses, e o "Tratado" de Veloso de Oliveira parece- demonstrar
que em Portugal e no Brasi! se tornara igualmente conhecido. Do voltaretc fi
caram cm nossa língua "codilho" c "co-
dilhar", como sinônimos de logro o lo grar, e.ste na acepção de burlar ou des
Dir-se-ia que escrevendo na
tudo, entretanto, de pe quena monta, visto que na "Advertência" de abertura se lê:
nl)a não desprezível "Memória" que lhes vai ser apresentada, como há doze anos foi escrita, intervindo contudo al
deputado da Mesa da Consciência e
Ordens, juiz conservador da nação bri tânica — Antônio Rodrigues Veloso de
Oliveira, se permaneceu fiel ao volta-
Em relação ao regime de trabalho, Veloso de Oliveira queria o do homem livre, aberto o Brasil aos pobrp que se deslocariam da Europa em conse
qüência das guerras napoleònicas; quena, sessenta e um anos antes da lei Rio
chamava de "muxiron"; a educação os índios; a refomia dos impostos, ospi tais; o trabalho feminino em detenmna-
^os ofícios. E em tudo se deveria sen
tir "a mão poderosa e benfeitora do Estado. Vastíssimo programa, que em
posições de grande clarividêneia, que so muito mais tarde viriam a ser adotadas
cendo-lhes instrumentos e máquinas. E
ceras defendidas sempre que se ofere
isso num regime político -em que desa
cia ensejo.
1,° a falta de atenção às justas represen
tos temas, Veloso de Oliveira se mostrou
parte marítima e parte central, Ve.O"'.
Paço,
res de lã, linho e algodão.
muitos pontos ainda continua irrealizado, planos sob alguns aspectos cm desa que orientaria os lavradores à luz dos cordo com as possibilidades do momen "princípios da química moderna", fome- to, rpas tudo produto de convicções sin
vidindo São Pau'o esquemuticamente em
do
Só haveria um meio de realizar todo
Não faltam nesse escrito o otimismo, o
de lutar contra o tédio, de sair de si
Exercendo no Brasil cargos de ma
suntos, do curtiniento de peles, de tea
ufanismo e até um pouco do aulicismo que se generaliziiram entro nós duran,te o reirAido joaníno. Mas há idéias c pro
paulista Veloso cuidaria acima de tudo
gistratura — chanceler da Redação do
iias, fábricas dc tabaco.
guns adeantamentos. .
mocidade um livro sôbre tema frívolo, o
mesmo, de matar o tempo. Mas tal não
bém a fundição do ferro — forjas e ferrarifts à semelhança das da Suécia, Di namarca, Rússia, França e América Se tentrional —, fábricas de papel, cordoa-
"A mi-
e algumas ainda hoje esperando dirigen tes capazes de pô-las em prática. Di
aconteceria.
lhos antes enumerados «Tnão descurando
Branco, que nascessem livres os filhos dos escravos e que êstes tivessem o di reito de auto-resgate; queria liberdade reza. Não ficavam ai os conselhos de de religião para os imigrantes; a distri buição de terras da Coroa a traba Veloso; não era um São Paulo apenas ex plorado pela agricultura e pela pesca; dores pobres, com empréstimo sem ju preconizava a criação em larga escala ros de 100$000, pago em seis anos; o dos gados vacum e ovelhuni; queria tam trabalho cooperativo já ensaiado no que
Provàvel-
título primitivo c vários
"Tratado do jogo do voltarete". Êsse jogo, em que ainda tanto se apra-
Maranhão, desembargador
cafczeiro. O café, que marcaria a paisa
menle houve alteração no
1794, não parecia prome
bancar.
o estudo
êsse vasto programa; trabalhar muito, sob o amparo e a vigilância do governo,
parecessem, entre outros, estes males:
de Oliveira enumera-lhes as rlcjuezas
e indica os meios de explorá-las. Quanto à primeira, aconselha o corte e comércio d^ madeiras, o estabelecimento de moi nhos ou serras dágua e de vapor, a fabri cação de móveis, tonéis o pipas, barcos e navios, sem esquecer indústrias derivadas como a da potassa; depois, a pescaria "em grande e bem regulada escala" dq tainlia, garoupa, pescada, sardinha e de
,yj|Éy,
Mais resumidamente, variando em cer
tações dos pobres a respeito de ricos e poderosos; 2.° a usurpaçãc da jurisdi ção dos juizes pelos governadores, capitães-mores e comandantes. Numa obra urgente de saneamento, ihculcava a ne
fundamentalmente coerente r.a "Memó ria sôbre a Agricultura do Brasil", escri ta em 1814. Era ele então chanceler da
cessidade de criar professores de cinir-
nia do Maranhão, de onde se retirou em
gia e medicina prática, de propagar a vacina —s "este quase divino socorro", acudir às epidemias de sarampo, dester
1818 desarindo com o governador e ma-
Relação e prim^ro deputado da Junta
da administração da fazenda da capita
guado com decisões contrárias da Corte. "No Brasil tudo se acha por fazer", diz-
rar de São Paulo as febres, os defluxos
nos sem grande exagêro. O sistema colo
e os reumatismos. Assim os paulistas viveriam felizes, entregues aos traba
nial, a seu parecer três vezes pior que o feudal, deixara herança funesta. Não
'I ' i'
66
DicrcsTo Ecoxómico 67
DKu-:.st<) l'X;uN<').Mic:()
poderia haver felicidade no país en quanto fôsse governado pelas Ordenações
ao seu têrmo a prodigiosa aventura do
do Reino.
corso. Homem marcado pelas idéias do
Em terras extensas como as
do Brasil, justificavam-se as grandes
minantes no fim cio .século XVIII, paten
propriedades rurais, mas Veloso entendia
tes no seu utílitarismo social, na sua
que nos arredores das cidades e vilas se
ânsia de aproveitar a natureza, no seu pendor pelo.s assuntos de ordem objetiva e prática, Ve]o.ço cie Oliveira participa
deviam formar granjas e sítios nunca
maiores de um oitavo de légua de com
prido por igual de largura. "O meio mais próprio de estabelecer a nossa
agricultura e de aumentar a povoação (população) com prodigiosa multiplica ção de frutos na vizinhança das povoações, e principalmente das grandes, ha vendo já as terras subido a um conside rável preço, consiste na divisão delas em
porções bem proporcionadas à decen te sustentação de famílias hvres e hones-
I
aceno aos povos da Europa. Chegava
tas... cem geiras de terras bem culti vadas, com sua casa, forneceriam sem dúvida a uma dessas famílias meios bas tantes para a mais frugal e cômoda sub
sistência e ao mesmo tempo as devidas-
proporções para pagar a renda ao pro prietário e os tributos ao Estado".
Na opinião do desembargador Veloso de Oliveira os limites natu
rais do Brasil estavam entre o Amazonas, ao norte, e o
Prata, ao sul. Assim se de via formar o "Império", ten
do o príncipe D. João "o tí tulo do imperador do Bra.sil", escrevia em 1814. E mostra-
va-se partidário da livre na-_ vegação do Amazonas pelos
espanhóis, exigindo c^io compensação
va ou afetava participar do horror dos
círculos mais próximos de D. João pelos sucessos revolucionários da França e seus
desenvolvimentos — Napoleão e as guer ras. Estava-se em 1814 c o velho pau
lista dizia: "Vive-.se agora a vida dos tigres, ou antes a dos peixes, entre os cjuais é permitido ao maior devorar o
mais pequeno. Graças à infernal políti ca da França! Os povos da Europa sus piram pelo momento de aliandonar os
stíii.s antigos lares e de virem engrande
cer a América...". Um pouco simplòriamente, julgava fácil a chegada de inu meráveis imigrantes: era suficiente asse gurar-lhes liberdade de consciência, ter
ras para lavrarem, isenção de impostos. Que se publicassem convites "com o maior clareza" nas gazetas de Portugal, Espanlia e GrãBretanha e logo afluiriam. Mas convinha
excluir "os
franceses com todos os indi
víduos incloniú\'eis que for mam o corpo gangrenado de desertores dos seus e.xércítos". Viriam cada ano nun
ca menos de dez mil pessoas,
ou dez mil pobres, como dizia.
a do rio da Prata e do Paraguai pelos lu sos e brasileiros. Mais; que fôsse fran
otimismo as possibilidades de imigração
queada a navegação de todos os grandes
européia, fonte de elementos capazes pa
rios do Brasil.
ra a indústria, agricultura, as artes e até
Na "Memória sobre a Agricultura" in
Encarando embora com desmarcado
as ciências, Veloso de Oliveira não per
rios forem feitos pelas mãos dos escravos
desgraçados; porque, não tendo eles pátria, família, propriedade, nern mes mo interesses particulares, fazem con sistir a sua felicidade na inércia, no ócio e mellior ainda no sono, que os toma Indiferentes à sua triste condição". Maus trabalhadores seriam
os escravos não
seriam como os caminliões de hoje, irni pouco mais lentos e consumindo menos _
combustível. A experiência tentada mais tarde não corresponderia à expectativa. Mas em Ve'oso fervilhavam planos de refomias e melhoramentos, uns possíveis,
outros utópicos. Muitas coisas inviáveis
propunha de par com outras de fácil
por serem negros. Referindo exemplo das vantagens da cultura feita por bran
realização.
cos em certas regiões dos Estados Uni dos, acrescentava: "diria simplesmente
dor, tão lúcido e culto, simples visioná
por homens livres, porque o acidente das cores nada influi nesta matéria". E insistia em suas idéias acerca da ex
tinção do tráfico dc africanos e da abo lição da escravidão, primeiro pela li berdade dos nascituros c depois pela liberação dos escravos que oferecessem
o preço do próprio resgate. Dignas dc apreço são também suas propostas e sugestões sôbre o casamen
Cumpre não julgar esse desembarga rio a construir nas nuvens. Se não lhe
mingua\'a aquela dose de fantasia sem a qual nada se faz de novo, como ho mem que estudara-matemáticas e ciências experimentais em Coimbra e exercia pro fissão em que se decide em face do áM
alegado e provado, buscava o mais possí- ^ vcl basear-se cm dados positivos, èm
informações seguras. Seu traballio "A
Igreja do Brasil", datado de 1819, é dos
O celibato no Brasil deveria ser
primeiros c mais sugestivos estudos censitários gerais efetuados aqui. Se ain
olhado conio nm delito; e nenhum lhe
da hoje, decorridos cento e vinte e oito
parecia mais prejudicial do que o dos
anos, os levantamentos estatísticos de
to.
militares. Manter soldados solteiros eqüi
população ^entrc nós continuam deficien
valia a estimular a de.serção, a incentivar
tes e falhos, bem se pode supor que os
a propagação das moléstias venéreas. Que todos os soldados fossem casados,
dados de Veloso não mereçam absoluta
confiança. Tendo por objeto a divisão
estabelecendo-se ao lado dos quartéis
religiosa brasileira, o número de bispa
"casas de educação onde se criassem
dos e circunscrições eclesiásticas, há to davia muito que colher neles de interês-
seus filhos"; que os soldados alternassem o ofício militar com o amanho da terra. Precursor de Gonçalves Dias e do barão
do Capanema, também Veloso aconse lhava um tanto llricamente, como provi
dência da maior importância, a criação de camelos em todas as capitanias ou
províncias do Brasil.
Valendo-se sem vexame do lugar comum — navios do
deserto — via camelos a navegarem nos
sistia o douto desembargador na neces
dia ensejo de manifestar sua repulsa à
sertões de Pernambuco, Bahia, Ceará e
sidade de fomentar a imigração. Para
escravidão: "nunca desfrutaremos estes
isso cuidava bastante um convite ou um
bens enquanto os nossos trabalhos agrá-
Goiás, ao peso de cargas de tiinta arro bas, fazendo trinta léguas por dia, com um mínimo de alimento. Camelos que
se geral: os mapas dão-nos uma visão
cie conjunto do Brasil às vésperas da
Independência. Calculava-se a popula
ção brasiliense, como se dizia coniunien-
te então, em quatro milhões e quatro centos mil almas, ou mais exatamente 2.488.743 homens livres, 1.107 389 es cravos e 800.000 índios não domesticados, tudo num total de 4.396 132 Ve
loso, apegado aos mapas de' recenseamento, cingia-se a essas cifras, mas era
<lc opinmo que o total mais aproximado da realidade da população brasileira não
'I ' i'
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DicrcsTo Ecoxómico 67
DKu-:.st<) l'X;uN<').Mic:()
poderia haver felicidade no país en quanto fôsse governado pelas Ordenações
ao seu têrmo a prodigiosa aventura do
do Reino.
corso. Homem marcado pelas idéias do
Em terras extensas como as
do Brasil, justificavam-se as grandes
minantes no fim cio .século XVIII, paten
propriedades rurais, mas Veloso entendia
tes no seu utílitarismo social, na sua
que nos arredores das cidades e vilas se
ânsia de aproveitar a natureza, no seu pendor pelo.s assuntos de ordem objetiva e prática, Ve]o.ço cie Oliveira participa
deviam formar granjas e sítios nunca
maiores de um oitavo de légua de com
prido por igual de largura. "O meio mais próprio de estabelecer a nossa
agricultura e de aumentar a povoação (população) com prodigiosa multiplica ção de frutos na vizinhança das povoações, e principalmente das grandes, ha vendo já as terras subido a um conside rável preço, consiste na divisão delas em
porções bem proporcionadas à decen te sustentação de famílias hvres e hones-
I
aceno aos povos da Europa. Chegava
tas... cem geiras de terras bem culti vadas, com sua casa, forneceriam sem dúvida a uma dessas famílias meios bas tantes para a mais frugal e cômoda sub
sistência e ao mesmo tempo as devidas-
proporções para pagar a renda ao pro prietário e os tributos ao Estado".
Na opinião do desembargador Veloso de Oliveira os limites natu
rais do Brasil estavam entre o Amazonas, ao norte, e o
Prata, ao sul. Assim se de via formar o "Império", ten
do o príncipe D. João "o tí tulo do imperador do Bra.sil", escrevia em 1814. E mostra-
va-se partidário da livre na-_ vegação do Amazonas pelos
espanhóis, exigindo c^io compensação
va ou afetava participar do horror dos
círculos mais próximos de D. João pelos sucessos revolucionários da França e seus
desenvolvimentos — Napoleão e as guer ras. Estava-se em 1814 c o velho pau
lista dizia: "Vive-.se agora a vida dos tigres, ou antes a dos peixes, entre os cjuais é permitido ao maior devorar o
mais pequeno. Graças à infernal políti ca da França! Os povos da Europa sus piram pelo momento de aliandonar os
stíii.s antigos lares e de virem engrande
cer a América...". Um pouco simplòriamente, julgava fácil a chegada de inu meráveis imigrantes: era suficiente asse gurar-lhes liberdade de consciência, ter
ras para lavrarem, isenção de impostos. Que se publicassem convites "com o maior clareza" nas gazetas de Portugal, Espanlia e GrãBretanha e logo afluiriam. Mas convinha
excluir "os
franceses com todos os indi
víduos incloniú\'eis que for mam o corpo gangrenado de desertores dos seus e.xércítos". Viriam cada ano nun
ca menos de dez mil pessoas,
ou dez mil pobres, como dizia.
a do rio da Prata e do Paraguai pelos lu sos e brasileiros. Mais; que fôsse fran
otimismo as possibilidades de imigração
queada a navegação de todos os grandes
européia, fonte de elementos capazes pa
rios do Brasil.
ra a indústria, agricultura, as artes e até
Na "Memória sobre a Agricultura" in
Encarando embora com desmarcado
as ciências, Veloso de Oliveira não per
rios forem feitos pelas mãos dos escravos
desgraçados; porque, não tendo eles pátria, família, propriedade, nern mes mo interesses particulares, fazem con sistir a sua felicidade na inércia, no ócio e mellior ainda no sono, que os toma Indiferentes à sua triste condição". Maus trabalhadores seriam
os escravos não
seriam como os caminliões de hoje, irni pouco mais lentos e consumindo menos _
combustível. A experiência tentada mais tarde não corresponderia à expectativa. Mas em Ve'oso fervilhavam planos de refomias e melhoramentos, uns possíveis,
outros utópicos. Muitas coisas inviáveis
propunha de par com outras de fácil
por serem negros. Referindo exemplo das vantagens da cultura feita por bran
realização.
cos em certas regiões dos Estados Uni dos, acrescentava: "diria simplesmente
dor, tão lúcido e culto, simples visioná
por homens livres, porque o acidente das cores nada influi nesta matéria". E insistia em suas idéias acerca da ex
tinção do tráfico dc africanos e da abo lição da escravidão, primeiro pela li berdade dos nascituros c depois pela liberação dos escravos que oferecessem
o preço do próprio resgate. Dignas dc apreço são também suas propostas e sugestões sôbre o casamen
Cumpre não julgar esse desembarga rio a construir nas nuvens. Se não lhe
mingua\'a aquela dose de fantasia sem a qual nada se faz de novo, como ho mem que estudara-matemáticas e ciências experimentais em Coimbra e exercia pro fissão em que se decide em face do áM
alegado e provado, buscava o mais possí- ^ vcl basear-se cm dados positivos, èm
informações seguras. Seu traballio "A
Igreja do Brasil", datado de 1819, é dos
O celibato no Brasil deveria ser
primeiros c mais sugestivos estudos censitários gerais efetuados aqui. Se ain
olhado conio nm delito; e nenhum lhe
da hoje, decorridos cento e vinte e oito
parecia mais prejudicial do que o dos
anos, os levantamentos estatísticos de
to.
militares. Manter soldados solteiros eqüi
população ^entrc nós continuam deficien
valia a estimular a de.serção, a incentivar
tes e falhos, bem se pode supor que os
a propagação das moléstias venéreas. Que todos os soldados fossem casados,
dados de Veloso não mereçam absoluta
confiança. Tendo por objeto a divisão
estabelecendo-se ao lado dos quartéis
religiosa brasileira, o número de bispa
"casas de educação onde se criassem
dos e circunscrições eclesiásticas, há to davia muito que colher neles de interês-
seus filhos"; que os soldados alternassem o ofício militar com o amanho da terra. Precursor de Gonçalves Dias e do barão
do Capanema, também Veloso aconse lhava um tanto llricamente, como provi
dência da maior importância, a criação de camelos em todas as capitanias ou
províncias do Brasil.
Valendo-se sem vexame do lugar comum — navios do
deserto — via camelos a navegarem nos
sistia o douto desembargador na neces
dia ensejo de manifestar sua repulsa à
sertões de Pernambuco, Bahia, Ceará e
sidade de fomentar a imigração. Para
escravidão: "nunca desfrutaremos estes
isso cuidava bastante um convite ou um
bens enquanto os nossos trabalhos agrá-
Goiás, ao peso de cargas de tiinta arro bas, fazendo trinta léguas por dia, com um mínimo de alimento. Camelos que
se geral: os mapas dão-nos uma visão
cie conjunto do Brasil às vésperas da
Independência. Calculava-se a popula
ção brasiliense, como se dizia coniunien-
te então, em quatro milhões e quatro centos mil almas, ou mais exatamente 2.488.743 homens livres, 1.107 389 es cravos e 800.000 índios não domesticados, tudo num total de 4.396 132 Ve
loso, apegado aos mapas de' recenseamento, cingia-se a essas cifras, mas era
<lc opinmo que o total mais aproximado da realidade da população brasileira não
•ov-r.-T-
68
riwv
Dicesto Econômico
estaria longe de 6.000.000 redondos.
não tem .sido regra em
"Trabalhei multo, pensei com vagar", palavras do autor de '*A Igreja do Bra
as improvisações .sempre imperaram e
sil", dirigindo-se a D. João VI.
Tal
comportamento, dc .«ervidor exemplar,
país onde
as mistificações mais desbragadas es
Historiografia porAçucareira no Século XVIil José Honório Rodrigues
tão ao alcance do ob.scrvador apenas atento.
colonos no século XVIII ain
Os engenhos de açúcar, rOçiindo as praias, modelavam uma sociedade de
da não teve quem, em largos
forma aristocrática e estável. As desco
obra imensa realizada pelos
traços, a estudasse. Os triunfos colhidos em lutas contra os estran
geiros ficam na sombra se atentarmos na,s proezas e feitos dos bandeirantes, na solução do gado vacum conquistando o
o centro e o sul.
portância econômica transforma
tiam-lhe en\'iar para o reino copiosas so
rlalmente a rida colonial. A sede do
Se no século XVII se queixavam os râneos arranhando a areia das costas co
mo caranguejos, em vez de se atirarem ao interior, no século XVIII, porém, o
espaiTamamento súbito provoca o po voamento do Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Minas Gerais, Goiás, Cuiabá, Mato Grosso, Piauí. O século XVIII é, além de tudo isso,
que é muito, o século das minas, nos quintos e derramas, das guerras espanho
^
1 1
salientando que "qualquer prohlen^as ser encontrada dentro da solução esínífiirados do acordo
I ng i eira deverá econômicos nanceiro anglo-norte-americano".
Acrescentou s. s. que o Banco Mundial desejará, por certo, inlesrar-se cm qualquer plano que s^a formulado pelas dezesseis nações que vêm estudando, em Paris, o Plano Marshall de auxilio à Europa. ' "Acreditamos — disse — no flexibilidade de qualquer contrato assinado. O nosso progranui de estabilização não progrediu tão ràpidamente quanto se e.vperava.
Devemos, pois, de qualquer forma, eliminar essas falhas, ao invés'de criticar os objetivos para os quais foram criados o Banco Mundial e o Fundo Monetário In
ternacional. Os prisicipais objetivos da nossa conferência em Londres, que sigmficativamenie coincide com mais um aniversário da "Batalha da Inglaterra", consistem
no restabelecimento da estabilidade econômica mundial, da forma que pudermos".
Acontecimento da mais desmedida im
perioridade para com Portugal, permi
cronistas de que andavam os contempo
fio Tesoura norte-americano, concccíeií ímp^r-
A prosperi
mesmo tempo que davam ao mazombo
sabia como aproveitar.
tante
as formas sociais estáveis.
sertãi.-, nas descobertas nuríferas que, ao
mas que a inépcia administrativa não
1
to de vista econômico tôda a primeira metade do século XVIII, revolucionam
dade econômica foge das mãos dos se nhores de engenho, deslocando-se para
e ao natural da terra o sentimento dc su
I
bertas das minas, que dominam do pon
las, das demarcações, da- expulsão dos je suítas, das tentativas de independência. O povoamento e a internação, as ban
i
govêmo central passa definití\'amente para o Rio de Janeiro; a agricultura e abandonada; a produção do açúcar decresce e os escravos são importados em
grandes quantidades.
Colonos e es
trangeiros afluem para o Sul, trazidos pela cobiça da riqueza rápida. Rom pem-se padrões econômicos de rida. Violenta e intensamente inicia-se a ex
ploração das minas. Ambiente de decadência e de definhamento do trabalho apodera-se da agri cultura.
Não seria pois de surpreender se ape nas uma obra digna dêsse nome apa
recesse nos pr ncípios do século XVIII.
deiras e as minas vão dar, portanto, a
Trata-se do Iúto de João Antônio An-
ôfte sécu'o nova feição.
dreoni que, .sob o anagrama de André
o professor José Honôrio Rodrigues focaliza, neste número, a historiografia açuca
reira no período referente ao século XVIII, matéria que versa com incxcedível cri
tério e competência. Examina, principalmente, a obra de Andreoni, que, no seu entender, reconstituiu em tôrnó do engenho a vida colowal. Como divulgador, o Viofessor José Honôrio destaca o famoso botânica Conceição Veloso, autor do "Fázendeiro do Brasil", obra em cinco volumes.
•ov-r.-T-
68
riwv
Dicesto Econômico
estaria longe de 6.000.000 redondos.
não tem .sido regra em
"Trabalhei multo, pensei com vagar", palavras do autor de '*A Igreja do Bra
as improvisações .sempre imperaram e
sil", dirigindo-se a D. João VI.
Tal
comportamento, dc .«ervidor exemplar,
país onde
as mistificações mais desbragadas es
Historiografia porAçucareira no Século XVIil José Honório Rodrigues
tão ao alcance do ob.scrvador apenas atento.
colonos no século XVIII ain
Os engenhos de açúcar, rOçiindo as praias, modelavam uma sociedade de
da não teve quem, em largos
forma aristocrática e estável. As desco
obra imensa realizada pelos
traços, a estudasse. Os triunfos colhidos em lutas contra os estran
geiros ficam na sombra se atentarmos na,s proezas e feitos dos bandeirantes, na solução do gado vacum conquistando o
o centro e o sul.
portância econômica transforma
tiam-lhe en\'iar para o reino copiosas so
rlalmente a rida colonial. A sede do
Se no século XVII se queixavam os râneos arranhando a areia das costas co
mo caranguejos, em vez de se atirarem ao interior, no século XVIII, porém, o
espaiTamamento súbito provoca o po voamento do Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Minas Gerais, Goiás, Cuiabá, Mato Grosso, Piauí. O século XVIII é, além de tudo isso,
que é muito, o século das minas, nos quintos e derramas, das guerras espanho
^
1 1
salientando que "qualquer prohlen^as ser encontrada dentro da solução esínífiirados do acordo
I ng i eira deverá econômicos nanceiro anglo-norte-americano".
Acrescentou s. s. que o Banco Mundial desejará, por certo, inlesrar-se cm qualquer plano que s^a formulado pelas dezesseis nações que vêm estudando, em Paris, o Plano Marshall de auxilio à Europa. ' "Acreditamos — disse — no flexibilidade de qualquer contrato assinado. O nosso progranui de estabilização não progrediu tão ràpidamente quanto se e.vperava.
Devemos, pois, de qualquer forma, eliminar essas falhas, ao invés'de criticar os objetivos para os quais foram criados o Banco Mundial e o Fundo Monetário In
ternacional. Os prisicipais objetivos da nossa conferência em Londres, que sigmficativamenie coincide com mais um aniversário da "Batalha da Inglaterra", consistem
no restabelecimento da estabilidade econômica mundial, da forma que pudermos".
Acontecimento da mais desmedida im
perioridade para com Portugal, permi
cronistas de que andavam os contempo
fio Tesoura norte-americano, concccíeií ímp^r-
A prosperi
mesmo tempo que davam ao mazombo
sabia como aproveitar.
tante
as formas sociais estáveis.
sertãi.-, nas descobertas nuríferas que, ao
mas que a inépcia administrativa não
1
to de vista econômico tôda a primeira metade do século XVIII, revolucionam
dade econômica foge das mãos dos se nhores de engenho, deslocando-se para
e ao natural da terra o sentimento dc su
I
bertas das minas, que dominam do pon
las, das demarcações, da- expulsão dos je suítas, das tentativas de independência. O povoamento e a internação, as ban
i
govêmo central passa definití\'amente para o Rio de Janeiro; a agricultura e abandonada; a produção do açúcar decresce e os escravos são importados em
grandes quantidades.
Colonos e es
trangeiros afluem para o Sul, trazidos pela cobiça da riqueza rápida. Rom pem-se padrões econômicos de rida. Violenta e intensamente inicia-se a ex
ploração das minas. Ambiente de decadência e de definhamento do trabalho apodera-se da agri cultura.
Não seria pois de surpreender se ape nas uma obra digna dêsse nome apa
recesse nos pr ncípios do século XVIII.
deiras e as minas vão dar, portanto, a
Trata-se do Iúto de João Antônio An-
ôfte sécu'o nova feição.
dreoni que, .sob o anagrama de André
o professor José Honôrio Rodrigues focaliza, neste número, a historiografia açuca
reira no período referente ao século XVIII, matéria que versa com incxcedível cri
tério e competência. Examina, principalmente, a obra de Andreoni, que, no seu entender, reconstituiu em tôrnó do engenho a vida colowal. Como divulgador, o Viofessor José Honôrio destaca o famoso botânica Conceição Veloso, autor do "Fázendeiro do Brasil", obra em cinco volumes.
yn
João Antonil, escreveu, de forma grave e detalhada, a "Cultura e Opulência do Brasil por suas drogas e minas". Co
mo documento histórico, como expres são da nossa atividade econômica, o li vro de Antonil é dos mais penetrantes e fidedignos que po.ssuimos. Êle reconsÜtui em tômo do engenho tôda a vida colonial. As cifras divulgadas se re
^^em, porém, aos fins do século
Não se limita à linguagem fria dos nú meros e cifras, mas conta-nos as rela ções sociais dos senhores de engenho com os vizinhos, agregados, lavradores mestres da "laboriosa oficina" e cscra-
v-os. Descreve-nos as relações de traba-
INCESTO Econômico
dos com grandes correntes dc ferro a um cepo, ou por fugitivos, ou por insignes
em algum genero dc ma'dades; para que, de.sta sorte, o ferro e o trabalho os amanscm".
Da mesma importância é o seu dcixiimentü sobre a vida religiosa nos enge nhos e .sobre o.s e.scravos (|ue "são as mãos e os pés do senhor de engenho", e
Ora. as licenças para luimpres.são dti li vro
foram
assinadas em
Brasil e Glorias de Pernambuco . Ape
nas nove páginas são dedicadas ao açú car, o que nos parece e.xtremamente pouco num livro destinado a louvar as
Referem-se esses preços, portanto, aos f ns do século XVII.
Outro tiabalho que embora publicado em 1781 deve ter sido escrito por volta, de 1750, mas que quanto à substancia
podia ter sido escrito em 1550 ou 1750, é o "De Sacchari Opificio", obra que deve caracterizar mais a paralisação que
ca de açúcar, conforme o estilo do Bra
lembrar o provérbio da época de que
a opulência passada. No período de 1700 a 1750 dominam
crevendo num período de fastígio do senhor de engenho e da fábrica, con e- j
o Brasil é inferno do.s negros, purgató rio dos brancos e paraí.so dos mulatos e mulatas".
Os engenhos e as fábricas
nava os que não obrigawmi os escravos a ouvir missa nos domingos e dias santos e declarava entre as obrigações do ca pelão dizer missa na capela do en genho.
queíros, canoeiros, calafates, carreiros oleiros e outros oficiais livres. Mostranos como o senhor de engenho adminis
acerto aos que se iniciassem na oficma penosa do açúcar.
de dar noticias práticas para obrar com Na verdade, porém, o livro ficaria e resistiria ao tempo como um dos me
lhores repositórios de informações sôhre
não é gloria digna de louvor o ser pró a vida colonial do Brasil nos fins digo". Conta-nos costumes da época, século XVII e princípios do século quando nos diz que nas casas das forna XVIII. lhas não faltam seus condenados, "que Durante muito tempo, a vida colo
nial girou em tòrno du fáljrica do açúcar c, escrevendo sobre e'a, Antonil uos
daria imagens perfeitas para a reconsti-
pridas e grossas cadeias de ferro, pagam neste trabaIho.so exercício os repetidos
tuição da p:ü.':agem econômica e social
excessos da sua extraordinária maldade com pouca ou nenhuma esperança da emenda para o futuro". A {u.stiça do se
deria o interesse agrícola para cons
do Brasil.
A parte prática do .seu trabalho per
nhor de engenho exercitava-se na apli
tituir-se éin documento histórico.
cação de penas de trabalhos forçados, de cujo fruto se aproveitavam. Na casa das caldeiras havia também penitentes: "porque comumente se vêm nelas uns niulato.s e uns negro.s crioulos exercitar
so nos pode servir para análises do sé
culo XVII, já que ao escrever sobre os preços antigos e modemos do açúcar êle diz: "De vinte ano.s a e.sta parte mu• daram-se os preços assim do açúcar
oficio ,de taxeiros e caldeireiros amarra
branco, como do mascavado, e batido".
O conteúdo estatístico, por sua vez,
sil". Deve-se lembrar que Antonil, es
de açúcar ressentem-se dessa situação.
as minas.
que nem mesmo o
são os escravos bobentos e o.s que tdm
reprova a severa e injusta sentença que
condena por cu^pa grave "trabalhar nos domingos e festas de guarda na tábn-
dos, desde então, como "mclhore.s para qualquer oficio", o que leva o autor a
quem o lavra, teve também a intenção
corrimentos", e "têm aí, também, outros escravos facinoro.sos que, presos em com
glórias de Pernambuco. E em 7 páginas
sobre a ascen.são dos mulatos, considera
do homem livre, mestre de açúcar bar-
tra a sua fazenda, ensinando-lhe que
Por volta de 1750 d. Domiugü.s dc Loreto Couto escreve os "Desagraves do
tando-se vinte anos, temos 1690 ou 1691.
caso é tão grande
"mau é ter o nome de avarento; mas
dezembro c
janeiro de 1710 c 1711, donde, descon-
Se Antonil teve, ao cscrex-er, o pro pósito de fazer conhecer aos que não .su biam o que custa a doçura do açúcar a
lho nao so entre o senhor de engenho e os escravos, como as do escravc com o proprio trabalho, bem como a posigão
71
D1CE.ST0 Econômico
70
E até 1770 nada se publicará sôbre esse
produto.
O dest
Dentre os auto
interesse pelos \e-
res que mellior es
xames por que pa decia o açúcar mo
tudaram a situa
verá espírito algum
ção econômica do
a
se
açúcar no século
preocupar
com tão mesqui nho assunto. Apenas uma ou outra
XVIII deve-se co
locar, em primeiro plano, o autor anôni
referência pode ser encontrada em Labat
mo da "Descrição econômica da comar
ou Rocha Pita.
ca e cidade da Bahia". Se êsse trabalho
Nesse período de desprêzo pela agri
não está escrito em linguagem tersa e se-
cultura e os canaviais, só a "Informação
\'era, se não se distingue como depoimen
Geral da Capitania de Pernambuco" nos
to humano, como o de Antonil, aduna
fornece dados sôbre a situação do açú
algarismos, explica e demonstra as opres
car. O título e.sclarece bem o contevido
sões e a convalescença do açúcar.
do escrito.
"demonstração pela qual se faz evi
No que respeita ao açúcar,
Na
afora uma'ou outra Carta Régia do sé
dente a diminuição e o atrazamento da
culo XVIII, ajustando preços, evitando falsidades nos açúcares, inforinando-nos
agricultura ein aquela comarca, e conii especialidade a do açúcar", atribue-os
dos engenhos de Ordens Religiosas, for
à subsistência das frotas, declarando que
nece-nos uma "relação dos engenhos que
ha na Capitania de Pernambuco", num total de 279 fábricas. Sentia-se já uma
os benefícios que resultaram para o co mércio do açúcar eram especialmente de-, vidos aos Alvarás de 10 e 27 de setem
volta de interêsse ao açúcar, com o
bro de 1765, em que se aboliram as
declínio das minas.
frotas.
yn
João Antonil, escreveu, de forma grave e detalhada, a "Cultura e Opulência do Brasil por suas drogas e minas". Co
mo documento histórico, como expres são da nossa atividade econômica, o li vro de Antonil é dos mais penetrantes e fidedignos que po.ssuimos. Êle reconsÜtui em tômo do engenho tôda a vida colonial. As cifras divulgadas se re
^^em, porém, aos fins do século
Não se limita à linguagem fria dos nú meros e cifras, mas conta-nos as rela ções sociais dos senhores de engenho com os vizinhos, agregados, lavradores mestres da "laboriosa oficina" e cscra-
v-os. Descreve-nos as relações de traba-
INCESTO Econômico
dos com grandes correntes dc ferro a um cepo, ou por fugitivos, ou por insignes
em algum genero dc ma'dades; para que, de.sta sorte, o ferro e o trabalho os amanscm".
Da mesma importância é o seu dcixiimentü sobre a vida religiosa nos enge nhos e .sobre o.s e.scravos (|ue "são as mãos e os pés do senhor de engenho", e
Ora. as licenças para luimpres.são dti li vro
foram
assinadas em
Brasil e Glorias de Pernambuco . Ape
nas nove páginas são dedicadas ao açú car, o que nos parece e.xtremamente pouco num livro destinado a louvar as
Referem-se esses preços, portanto, aos f ns do século XVII.
Outro tiabalho que embora publicado em 1781 deve ter sido escrito por volta, de 1750, mas que quanto à substancia
podia ter sido escrito em 1550 ou 1750, é o "De Sacchari Opificio", obra que deve caracterizar mais a paralisação que
ca de açúcar, conforme o estilo do Bra
lembrar o provérbio da época de que
a opulência passada. No período de 1700 a 1750 dominam
crevendo num período de fastígio do senhor de engenho e da fábrica, con e- j
o Brasil é inferno do.s negros, purgató rio dos brancos e paraí.so dos mulatos e mulatas".
Os engenhos e as fábricas
nava os que não obrigawmi os escravos a ouvir missa nos domingos e dias santos e declarava entre as obrigações do ca pelão dizer missa na capela do en genho.
queíros, canoeiros, calafates, carreiros oleiros e outros oficiais livres. Mostranos como o senhor de engenho adminis
acerto aos que se iniciassem na oficma penosa do açúcar.
de dar noticias práticas para obrar com Na verdade, porém, o livro ficaria e resistiria ao tempo como um dos me
lhores repositórios de informações sôhre
não é gloria digna de louvor o ser pró a vida colonial do Brasil nos fins digo". Conta-nos costumes da época, século XVII e princípios do século quando nos diz que nas casas das forna XVIII. lhas não faltam seus condenados, "que Durante muito tempo, a vida colo
nial girou em tòrno du fáljrica do açúcar c, escrevendo sobre e'a, Antonil uos
daria imagens perfeitas para a reconsti-
pridas e grossas cadeias de ferro, pagam neste trabaIho.so exercício os repetidos
tuição da p:ü.':agem econômica e social
excessos da sua extraordinária maldade com pouca ou nenhuma esperança da emenda para o futuro". A {u.stiça do se
deria o interesse agrícola para cons
do Brasil.
A parte prática do .seu trabalho per
nhor de engenho exercitava-se na apli
tituir-se éin documento histórico.
cação de penas de trabalhos forçados, de cujo fruto se aproveitavam. Na casa das caldeiras havia também penitentes: "porque comumente se vêm nelas uns niulato.s e uns negro.s crioulos exercitar
so nos pode servir para análises do sé
culo XVII, já que ao escrever sobre os preços antigos e modemos do açúcar êle diz: "De vinte ano.s a e.sta parte mu• daram-se os preços assim do açúcar
oficio ,de taxeiros e caldeireiros amarra
branco, como do mascavado, e batido".
O conteúdo estatístico, por sua vez,
sil". Deve-se lembrar que Antonil, es
de açúcar ressentem-se dessa situação.
as minas.
que nem mesmo o
são os escravos bobentos e o.s que tdm
reprova a severa e injusta sentença que
condena por cu^pa grave "trabalhar nos domingos e festas de guarda na tábn-
dos, desde então, como "mclhore.s para qualquer oficio", o que leva o autor a
quem o lavra, teve também a intenção
corrimentos", e "têm aí, também, outros escravos facinoro.sos que, presos em com
glórias de Pernambuco. E em 7 páginas
sobre a ascen.são dos mulatos, considera
do homem livre, mestre de açúcar bar-
tra a sua fazenda, ensinando-lhe que
Por volta de 1750 d. Domiugü.s dc Loreto Couto escreve os "Desagraves do
tando-se vinte anos, temos 1690 ou 1691.
caso é tão grande
"mau é ter o nome de avarento; mas
dezembro c
janeiro de 1710 c 1711, donde, descon-
Se Antonil teve, ao cscrex-er, o pro pósito de fazer conhecer aos que não .su biam o que custa a doçura do açúcar a
lho nao so entre o senhor de engenho e os escravos, como as do escravc com o proprio trabalho, bem como a posigão
71
D1CE.ST0 Econômico
70
E até 1770 nada se publicará sôbre esse
produto.
O dest
Dentre os auto
interesse pelos \e-
res que mellior es
xames por que pa decia o açúcar mo
tudaram a situa
verá espírito algum
ção econômica do
a
se
açúcar no século
preocupar
com tão mesqui nho assunto. Apenas uma ou outra
XVIII deve-se co
locar, em primeiro plano, o autor anôni
referência pode ser encontrada em Labat
mo da "Descrição econômica da comar
ou Rocha Pita.
ca e cidade da Bahia". Se êsse trabalho
Nesse período de desprêzo pela agri
não está escrito em linguagem tersa e se-
cultura e os canaviais, só a "Informação
\'era, se não se distingue como depoimen
Geral da Capitania de Pernambuco" nos
to humano, como o de Antonil, aduna
fornece dados sôbre a situação do açú
algarismos, explica e demonstra as opres
car. O título e.sclarece bem o contevido
sões e a convalescença do açúcar.
do escrito.
"demonstração pela qual se faz evi
No que respeita ao açúcar,
Na
afora uma'ou outra Carta Régia do sé
dente a diminuição e o atrazamento da
culo XVIII, ajustando preços, evitando falsidades nos açúcares, inforinando-nos
agricultura ein aquela comarca, e conii especialidade a do açúcar", atribue-os
dos engenhos de Ordens Religiosas, for
à subsistência das frotas, declarando que
nece-nos uma "relação dos engenhos que
ha na Capitania de Pernambuco", num total de 279 fábricas. Sentia-se já uma
os benefícios que resultaram para o co mércio do açúcar eram especialmente de-, vidos aos Alvarás de 10 e 27 de setem
volta de interêsse ao açúcar, com o
bro de 1765, em que se aboliram as
declínio das minas.
frotas.
72 Dk;i2.st<»
Essa upinião parece ter sido comum
pois mundoii de linguagem, bem que com visível embaraço, quando o decre
7ü
Econômico
dizendo que só com a introdução do uso
ao plantio, colheita, mcagein e fabrica
do arado e de novas fornalhas se pode
ção do açúcar.
todos ao mesmo tempo carregar o açúcar
to foi revogado. Parecia um desses di plomatas em disponibilidade, que es
riam reparar todos os erros da lavoura
c.vato descreve as "manobras indispensá
para sair, com isso e!evando os preços
crevem ao sabor das cortes, e seria,
nos momentos em que a safra ainda não
quando muito, um grande patriota por tuguês, brasileiro certamente é que nÚo.
do Brasil e vivificar uma grande porção das terras próximas às grandes planta
zendo não ser fácil descobrir coisa em
-a na época, pois em documento coevo
se lê que os donos dos navios queriam
estava tôcla recolhida nos trapiches. Os fretes altos e custosos eram outra causa de sufocação do produto.
Havia então na Bahia 170 engenhos, dos quais apenas 130 estavam em ati
vidade quando o autor anônimo escre ve a sua "Descrição". Segundo o seu
cálculo, um engenho que fabricasse 100 caixas de açúcar despenderia então
4:390§000, ou todos os 150 engenhos 858:5005000.
•
iManuel Ferreira da Câmara publicou em 1789 o "Ensaio de descrição fisica e econômica da comarca dos Ilhéus"
propondo, com veemência, a substituição
Entre os escritores menores, que tra
valor de 100$ cruzados e que fabricava 100 caixas üe açúcar tinha um lucro anual de apenas 2405000.
Em 1791, o bispo José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho apresenta va à Academia Real das Ciências de
Lisboa a "Memória sôbre o preço do assucar", que foi logo publicada nas Memórias Econômicas da Academia e ima s tarde reimpressa no seu "Ensaio Economico sobre o comercio de Portu
gal e suas colonias". Azeredo Couti nho foi grande defensor da escravidão. Aconselliüu e justificou a memorável destiliição de tôdas as nossas fábricas, de cretada pelo governo português. De
Também em edição de Frei Veloso
veis àque'a laboríosíssima oficina", di que mais se carecesse de economia do que nos engenhos de açúcar, onde o trabalho era imenso, enorme a despesa,
tentativa de reformar e corrigir os mé todos rotineiros, convém citar João Man
saiu a "Memória sobre a cultura e pro dutos da cana de açúcar", escrita por José Caetano Gomes. O editor atri
e onde mais que em qualquer outro lu gar se encontrariani desmazêlo, negli
so Pereira, autor dc duas memórias.
buiu^ a esse livro importância superior
gência e desperdício.
Uma sôbre a "Reforma dos alambiques",
ao de Antonil, sendo decerto levado a
Vilhena reclamava contra a inércia
na qual se queixava da ignorância e pouco caso com que os mestres de açú car e mestres aguardenteiros viam as re
êsse entusiasmo apressado pelo fato de
que existia nos engenhos, onde nada
significar essa obra um movimento de
se mudava "só pela razão que seu pai e «.
renovação e ensino.
avô assim resaram".
formas projetadas. Clamava contra o desperdício de lenha, dizendo que as fábricas se acham completamente des
Antonil deixa o de José Caetano Gome.<:
maus tratos infligidos aos escravos e fala
muito longe, não só pelo valor documen
da incúria dos colonos do Brasil, "que
balharam nos fins do século XVIII na
providas dela. E em tom grave decla
da cultura do aç-úcar pela do cacau. rava que se essa situação perdurasse mandarão vir da Europa Procurou mostrar, muito especialmente, "brevemente a lenha para seus fomos". Outra sô que fee as despesas, incômodos e traba bre o "Método economico de transpor lhos da cultura do cacau são como um tar para Portugal a aguardente do Bra para vinte em relação à cana, os lucros sil". Aí propugnava que se transpor são, porém, "na razão inversa da des pesa, incomodo e trabalho". O autor calculava que um engenho de custo e
ções.
De modo preciso .e
tasse somente o álcool, que, misturado
com água, na Europa, daria aguR'*
Mas o livro de
tário hlstórico-económico como pela lin guagem e pelo caráter social e humano de que se reveste. Talvez se possa di zer que Antonil foi o "ser" do engenho e da lavoura, e Caetano Gomes repre
sentou o "dever ser". Os processos que ensinava tomaram-se obsoletos e pela falta de outros valores ficou Caetano dos
Santos
nem a emulação, nem p espirito de economia os tem estimulado a enviar
àqueles estabelecimentos (das colônias francesas e inglesas), debaixo de pre textos diversos, homens hábeis que observem o modo com que econoimca-
inente se traballia naque'as importantís simas fabricas".
Vilhena trava combate nnntra a ro
Gomes esquecido. Luís
Protesta contra os
Vilbona
nas suas
tina e a incapacidade reinantes.
Em
dente.
Cartas soteropolítanas escritas em 1802,
agricultura, pelo menos, é um dos pre
Como divulgador ninguém se avantaja, porém, ao grande botânico Frei
o cujos dados são relativos ao século
cursores da reforma das fábricas de açúcar.
XVIII, dedica a quinta de suas missivas
José Mariano da Conceição Veloso. Nos cinco volumes do seu "Fazendeiro do
Brasil" divulga Frei Veloso os mes tres da época, procurando ensinar, ten tando corrigir o ernperramento dos se nhores de engenho. Dois dos cinco volumes são dedicados à cultura e fa tura do açúcar. Frei Veloso foi o editor do livro de
José Gregório de Morais Navarro "Dis curso
sobre o
melhoramento da eco
nomia rústica do Brasil", no qual o au tor propunha melhoramentos de nota «a serem introduzidos na lavoura brasileira,
- O Inslilulo do Cobre anunciou que, durante o mês de agusto pamidn, jorain consumidas nos Estados Unidos 96.304 toneladas daquèle meta!, i:LrífU:ando-i,e um decréscimo de 13.513 toneladas em relação a julho.
72 Dk;i2.st<»
Essa upinião parece ter sido comum
pois mundoii de linguagem, bem que com visível embaraço, quando o decre
7ü
Econômico
dizendo que só com a introdução do uso
ao plantio, colheita, mcagein e fabrica
do arado e de novas fornalhas se pode
ção do açúcar.
todos ao mesmo tempo carregar o açúcar
to foi revogado. Parecia um desses di plomatas em disponibilidade, que es
riam reparar todos os erros da lavoura
c.vato descreve as "manobras indispensá
para sair, com isso e!evando os preços
crevem ao sabor das cortes, e seria,
nos momentos em que a safra ainda não
quando muito, um grande patriota por tuguês, brasileiro certamente é que nÚo.
do Brasil e vivificar uma grande porção das terras próximas às grandes planta
zendo não ser fácil descobrir coisa em
-a na época, pois em documento coevo
se lê que os donos dos navios queriam
estava tôcla recolhida nos trapiches. Os fretes altos e custosos eram outra causa de sufocação do produto.
Havia então na Bahia 170 engenhos, dos quais apenas 130 estavam em ati
vidade quando o autor anônimo escre ve a sua "Descrição". Segundo o seu
cálculo, um engenho que fabricasse 100 caixas de açúcar despenderia então
4:390§000, ou todos os 150 engenhos 858:5005000.
•
iManuel Ferreira da Câmara publicou em 1789 o "Ensaio de descrição fisica e econômica da comarca dos Ilhéus"
propondo, com veemência, a substituição
Entre os escritores menores, que tra
valor de 100$ cruzados e que fabricava 100 caixas üe açúcar tinha um lucro anual de apenas 2405000.
Em 1791, o bispo José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho apresenta va à Academia Real das Ciências de
Lisboa a "Memória sôbre o preço do assucar", que foi logo publicada nas Memórias Econômicas da Academia e ima s tarde reimpressa no seu "Ensaio Economico sobre o comercio de Portu
gal e suas colonias". Azeredo Couti nho foi grande defensor da escravidão. Aconselliüu e justificou a memorável destiliição de tôdas as nossas fábricas, de cretada pelo governo português. De
Também em edição de Frei Veloso
veis àque'a laboríosíssima oficina", di que mais se carecesse de economia do que nos engenhos de açúcar, onde o trabalho era imenso, enorme a despesa,
tentativa de reformar e corrigir os mé todos rotineiros, convém citar João Man
saiu a "Memória sobre a cultura e pro dutos da cana de açúcar", escrita por José Caetano Gomes. O editor atri
e onde mais que em qualquer outro lu gar se encontrariani desmazêlo, negli
so Pereira, autor dc duas memórias.
buiu^ a esse livro importância superior
gência e desperdício.
Uma sôbre a "Reforma dos alambiques",
ao de Antonil, sendo decerto levado a
Vilhena reclamava contra a inércia
na qual se queixava da ignorância e pouco caso com que os mestres de açú car e mestres aguardenteiros viam as re
êsse entusiasmo apressado pelo fato de
que existia nos engenhos, onde nada
significar essa obra um movimento de
se mudava "só pela razão que seu pai e «.
renovação e ensino.
avô assim resaram".
formas projetadas. Clamava contra o desperdício de lenha, dizendo que as fábricas se acham completamente des
Antonil deixa o de José Caetano Gome.<:
maus tratos infligidos aos escravos e fala
muito longe, não só pelo valor documen
da incúria dos colonos do Brasil, "que
balharam nos fins do século XVIII na
providas dela. E em tom grave decla
da cultura do aç-úcar pela do cacau. rava que se essa situação perdurasse mandarão vir da Europa Procurou mostrar, muito especialmente, "brevemente a lenha para seus fomos". Outra sô que fee as despesas, incômodos e traba bre o "Método economico de transpor lhos da cultura do cacau são como um tar para Portugal a aguardente do Bra para vinte em relação à cana, os lucros sil". Aí propugnava que se transpor são, porém, "na razão inversa da des pesa, incomodo e trabalho". O autor calculava que um engenho de custo e
ções.
De modo preciso .e
tasse somente o álcool, que, misturado
com água, na Europa, daria aguR'*
Mas o livro de
tário hlstórico-económico como pela lin guagem e pelo caráter social e humano de que se reveste. Talvez se possa di zer que Antonil foi o "ser" do engenho e da lavoura, e Caetano Gomes repre
sentou o "dever ser". Os processos que ensinava tomaram-se obsoletos e pela falta de outros valores ficou Caetano dos
Santos
nem a emulação, nem p espirito de economia os tem estimulado a enviar
àqueles estabelecimentos (das colônias francesas e inglesas), debaixo de pre textos diversos, homens hábeis que observem o modo com que econoimca-
inente se traballia naque'as importantís simas fabricas".
Vilhena trava combate nnntra a ro
Gomes esquecido. Luís
Protesta contra os
Vilbona
nas suas
tina e a incapacidade reinantes.
Em
dente.
Cartas soteropolítanas escritas em 1802,
agricultura, pelo menos, é um dos pre
Como divulgador ninguém se avantaja, porém, ao grande botânico Frei
o cujos dados são relativos ao século
cursores da reforma das fábricas de açúcar.
XVIII, dedica a quinta de suas missivas
José Mariano da Conceição Veloso. Nos cinco volumes do seu "Fazendeiro do
Brasil" divulga Frei Veloso os mes tres da época, procurando ensinar, ten tando corrigir o ernperramento dos se nhores de engenho. Dois dos cinco volumes são dedicados à cultura e fa tura do açúcar. Frei Veloso foi o editor do livro de
José Gregório de Morais Navarro "Dis curso
sobre o
melhoramento da eco
nomia rústica do Brasil", no qual o au tor propunha melhoramentos de nota «a serem introduzidos na lavoura brasileira,
- O Inslilulo do Cobre anunciou que, durante o mês de agusto pamidn, jorain consumidas nos Estados Unidos 96.304 toneladas daquèle meta!, i:LrífU:ando-i,e um decréscimo de 13.513 toneladas em relação a julho.
I
«A
Digiíisto
Fiação e Tecelagem em 5ão Paulo na Era Colonial pur SÉRGIO Buarquí: ok Holanda é certo que no preparo do algo dão para a índíjstría têxtil
as
técnicas
que era tido o oficio entre portugueses, o que fazia com que o relegassem a gen te ínfima.
Nisto pareciam competir os
tccelões com os pedreiros, por e.xemplo,
adventícias prevale
aos quais a inventiva popular dera o
ceram continuamen
diabo por patrono.
te sôbre as indíge nas desde os tem pos iniciais da colo
nização, não parece menos verdadeiro
que a índios da ter
ra e mamelucos, de preferência, estives
sem confiados, pelo menos em São Paulo
os misteres da fiação e tecelagem. Hoíivo ocasião — no ano de 1628, conforme o atesta uma vereação dutadá de 9 de setembro — em que os senho res do Concelho tiveram de escolher
para juiz do ofício de tecelão certo moço do gentio da terra chamado Antônio, serviçal na casa do vereador Francisco
Jorge, "por não aver omen branquo que o seja". Como tal, entrava em suas atribuições examinar todos os "negros
dando carta aos que fossem peritos,'c eo
que não for para isso que não trabalhe". A que atribuir semelhante fato?' Po dem-se apresentar explicações várias, mas não parece estranha a essa leiiclôncia pa ra a especialização profissional de carijós clomcsticados a pouca consideração em
ladores, saboeivos, carpinteiros (15 reais),
É que, destinando-se os panos de algo dão a vestir escravos e índios adminis trados, a eles, não aos brancos, devia
sapateiros (18 reais), ferreiros coní man cebo (25 reais) e muito menos do que
caber normalmente sua manufatura. Em
os mercadores (40 reais).
rais, trabalhariam em proveito de tercei
As tccedei-
muitos casos, sobretudo nos distritos ru
ras que tecessem cm tear alheio ganha
ros, dos seus senhores, e assim se explica
riam apenas einco reais, monos do que as padeiras, lavadeiras, fomeiras e regateiras, ao passo que as donas de tear eram equiparadas, em matéria de salário,
como entre donos de teares numerosos
aos tecelões de burel, isto' é, receberiam
vam eles o algodão em caroço, de ma
oito reais por dia de trabalho.
neira que trabalhavam com o fruto das
Êsse desapreço pelos profissionais do
Certos documentos acerca dos salários
pagos a mecânicos em Portugal duran te os tempos medievais podem dar idéia da posição dos tecelões na hierarquia
da mui nobre e leal cidade, que seguiam até então o regimento ^dos tecelões, con.seguem alcançar da Câmara que os
dos ofícios. Assim, na tabela de preços organizada pelo Infante D. Henrique em
figurassem, em São Paulo, alguns ho mens dos mais abastados da capitania. Aos vizinhos de menos posses compra
próprias lavouras e com o alheio. Por \'êzes chegavam a assegurar-se o pro
duto de uma colheita futura, pagando algum sinal por conta. É o que sugere
a seguinte passagem do processo de inventário de Antônio Pedroso de Banost
"Deve Gonçalo Pires Garape dez mil reis que o defunto lhe tinha dado de sinal de um pouco de algodão que lhe
1457 para pôr termo às dúvidas movidas
anexe aos brosladores, por ser melhor ofício, parece ter raízes reniotàs. Entre os antigos romanos, o "tcxtor", segundo
entre o vigário geral e os mesteirais c
Friedlünder, era tido como representan
havia de dar e a essa conta Uie deu
braceiros da vila de Thomar, a avalia
te característico das profissões grosseiras
os ditos dez mil reis".
ção do dia de trabalho dos tecelões de
e rudes. Da baixa reputação do mesmo
Dez mil réis corresponderiam pelo ano
burel é de oito reais, igual à dos tra balhadores de campo e inferior à de tádas as demais profissões masculinas ^ urbanas. Quanto aos tecelões de panos de cor e mantas, perceberiam doze reais,
ofício entre os árabes,'que por tanto
de 1652, época do inventário, a vinte e
tempo dominaram a península ibérica, há testemunhos numerosos. Significativa
rama. Quantidade que poderia dar para
tanto quanto os tanoeiros, os tosadores,
se recrutam entre indivíduos da ralé:
e os alfaiates o pedreiros que não tives
os tecelões, os sarjadores e os curtidores". Para algumas tribos muçulmanas,
sem mancebo servindo por soldada (aqueles que os tivessem ganhariam res-
wo
gros de Guiné, qüe eram os pretos
pectivamentc quinze e vinte reais), me nos do que carniceiros, fcrtadores, bros-
tear, de que ainda há sinal cm Lisboa pór volta de 1572, quando os tapeceiros
» j- 1. » ® que tesen" — negros da terra, bem en
tendido, isto é, índios, diferentes dos ne-
Econômico
a respeito é a frase atribuída ao califa Walid: "Três espécies de ocupações só
cinco ou trinta arrobas de algodão em cerca de seiscentas varas de pano, to mando-se como base de cálculo que uma arrôba de fios, correspondente a
quatro de algodão em caroço, rendia em
termos considerados particularmente injuriosos. Para outras, a tecelagem acha-
média oitenta varas de pano da velha marca do mar (três palmos e meio de largura). Considerando-se mais que a vara de pano, ao tempo em que se fez
"tecelão" e
"fillio
de
tecelão" eram
se tão Intimamente associada à escravi
o in\'entáríu, walia de oitenta a cem réis,
O ilustre historiador Sérgio Buarqiie de
dão, que a palavra tecedeira valia por
Holanda assinala no presente artigo a importância assumida pela indústria e comércio de tecidos de algodão em São Paulo durante a fase colonial. Mostra
sinônimo de escrava.
teremos que o dono do tear, sem despen der mais do que o necessário para o
Um ditado cor
rente sustentava que de toda a estupi
sustento e manutenção da gente do ser
dez reinante no mundo, nove décimos
viço, ganharia quinhentos por cento e
estão com os tecelões (1).
mais em todo o negócio.
que, lendo sido embora uma indústria principalmente doméstica, se tornou base
No Brasil, outra circunstância, além dessas tradições, contribuía para que a
veis êsses proprietários quando fizessem
de ativo intercâmbio com regiões menos
tecelagem passasse por mister humilde.
tecer algodão alheio, pagando-se simples-
projncias ao cultivo do algodoeiru.
Dificilmente obteriam lucros compará
I
«A
Digiíisto
Fiação e Tecelagem em 5ão Paulo na Era Colonial pur SÉRGIO Buarquí: ok Holanda é certo que no preparo do algo dão para a índíjstría têxtil
as
técnicas
que era tido o oficio entre portugueses, o que fazia com que o relegassem a gen te ínfima.
Nisto pareciam competir os
tccelões com os pedreiros, por e.xemplo,
adventícias prevale
aos quais a inventiva popular dera o
ceram continuamen
diabo por patrono.
te sôbre as indíge nas desde os tem pos iniciais da colo
nização, não parece menos verdadeiro
que a índios da ter
ra e mamelucos, de preferência, estives
sem confiados, pelo menos em São Paulo
os misteres da fiação e tecelagem. Hoíivo ocasião — no ano de 1628, conforme o atesta uma vereação dutadá de 9 de setembro — em que os senho res do Concelho tiveram de escolher
para juiz do ofício de tecelão certo moço do gentio da terra chamado Antônio, serviçal na casa do vereador Francisco
Jorge, "por não aver omen branquo que o seja". Como tal, entrava em suas atribuições examinar todos os "negros
dando carta aos que fossem peritos,'c eo
que não for para isso que não trabalhe". A que atribuir semelhante fato?' Po dem-se apresentar explicações várias, mas não parece estranha a essa leiiclôncia pa ra a especialização profissional de carijós clomcsticados a pouca consideração em
ladores, saboeivos, carpinteiros (15 reais),
É que, destinando-se os panos de algo dão a vestir escravos e índios adminis trados, a eles, não aos brancos, devia
sapateiros (18 reais), ferreiros coní man cebo (25 reais) e muito menos do que
caber normalmente sua manufatura. Em
os mercadores (40 reais).
rais, trabalhariam em proveito de tercei
As tccedei-
muitos casos, sobretudo nos distritos ru
ras que tecessem cm tear alheio ganha
ros, dos seus senhores, e assim se explica
riam apenas einco reais, monos do que as padeiras, lavadeiras, fomeiras e regateiras, ao passo que as donas de tear eram equiparadas, em matéria de salário,
como entre donos de teares numerosos
aos tecelões de burel, isto' é, receberiam
vam eles o algodão em caroço, de ma
oito reais por dia de trabalho.
neira que trabalhavam com o fruto das
Êsse desapreço pelos profissionais do
Certos documentos acerca dos salários
pagos a mecânicos em Portugal duran te os tempos medievais podem dar idéia da posição dos tecelões na hierarquia
da mui nobre e leal cidade, que seguiam até então o regimento ^dos tecelões, con.seguem alcançar da Câmara que os
dos ofícios. Assim, na tabela de preços organizada pelo Infante D. Henrique em
figurassem, em São Paulo, alguns ho mens dos mais abastados da capitania. Aos vizinhos de menos posses compra
próprias lavouras e com o alheio. Por \'êzes chegavam a assegurar-se o pro
duto de uma colheita futura, pagando algum sinal por conta. É o que sugere
a seguinte passagem do processo de inventário de Antônio Pedroso de Banost
"Deve Gonçalo Pires Garape dez mil reis que o defunto lhe tinha dado de sinal de um pouco de algodão que lhe
1457 para pôr termo às dúvidas movidas
anexe aos brosladores, por ser melhor ofício, parece ter raízes reniotàs. Entre os antigos romanos, o "tcxtor", segundo
entre o vigário geral e os mesteirais c
Friedlünder, era tido como representan
havia de dar e a essa conta Uie deu
braceiros da vila de Thomar, a avalia
te característico das profissões grosseiras
os ditos dez mil reis".
ção do dia de trabalho dos tecelões de
e rudes. Da baixa reputação do mesmo
Dez mil réis corresponderiam pelo ano
burel é de oito reais, igual à dos tra balhadores de campo e inferior à de tádas as demais profissões masculinas ^ urbanas. Quanto aos tecelões de panos de cor e mantas, perceberiam doze reais,
ofício entre os árabes,'que por tanto
de 1652, época do inventário, a vinte e
tempo dominaram a península ibérica, há testemunhos numerosos. Significativa
rama. Quantidade que poderia dar para
tanto quanto os tanoeiros, os tosadores,
se recrutam entre indivíduos da ralé:
e os alfaiates o pedreiros que não tives
os tecelões, os sarjadores e os curtidores". Para algumas tribos muçulmanas,
sem mancebo servindo por soldada (aqueles que os tivessem ganhariam res-
wo
gros de Guiné, qüe eram os pretos
pectivamentc quinze e vinte reais), me nos do que carniceiros, fcrtadores, bros-
tear, de que ainda há sinal cm Lisboa pór volta de 1572, quando os tapeceiros
» j- 1. » ® que tesen" — negros da terra, bem en
tendido, isto é, índios, diferentes dos ne-
Econômico
a respeito é a frase atribuída ao califa Walid: "Três espécies de ocupações só
cinco ou trinta arrobas de algodão em cerca de seiscentas varas de pano, to mando-se como base de cálculo que uma arrôba de fios, correspondente a
quatro de algodão em caroço, rendia em
termos considerados particularmente injuriosos. Para outras, a tecelagem acha-
média oitenta varas de pano da velha marca do mar (três palmos e meio de largura). Considerando-se mais que a vara de pano, ao tempo em que se fez
"tecelão" e
"fillio
de
tecelão" eram
se tão Intimamente associada à escravi
o in\'entáríu, walia de oitenta a cem réis,
O ilustre historiador Sérgio Buarqiie de
dão, que a palavra tecedeira valia por
Holanda assinala no presente artigo a importância assumida pela indústria e comércio de tecidos de algodão em São Paulo durante a fase colonial. Mostra
sinônimo de escrava.
teremos que o dono do tear, sem despen der mais do que o necessário para o
Um ditado cor
rente sustentava que de toda a estupi
sustento e manutenção da gente do ser
dez reinante no mundo, nove décimos
viço, ganharia quinhentos por cento e
estão com os tecelões (1).
mais em todo o negócio.
que, lendo sido embora uma indústria principalmente doméstica, se tornou base
No Brasil, outra circunstância, além dessas tradições, contribuía para que a
veis êsses proprietários quando fizessem
de ativo intercâmbio com regiões menos
tecelagem passasse por mister humilde.
tecer algodão alheio, pagando-se simples-
projncias ao cultivo do algodoeiru.
Dificilmente obteriam lucros compará
Digesto Econónuco
mente com uma determinada jwrvão do
cm oito do segundo c cm se-lc do ter
pano fabricado.
ceiro.
Nos centros urbanos,
onde o ofício se achava regulado por
A presença de medidas semelhantes
meio de posturas definidas e os artífices
não deve interpretar-se, todavia, como
trabalhavam por conta própria, a porção era fbíada pe'as Câmaras. Em São Paulo, a partir de 1587, caberia a cada tecelão uma vara de sete que fabricas se. Êsse regime de pagamento, bem
indicio de que a tecelagem do algodão tivesse importância comercial ponderá\e!.
compreensível em terra de numerário
o contrário.
• escasso, não se distinguia, ao cabo, do
sistema da poia e rrmquia, tradicional entre moleiros e lagareiros de Portugal.
Imperava também na América Espa nhola, e sabe-se que no Paraguai jesuitíco, por exemplo, os índios recebiam dos padres quatro arrobas de fio e de
viam devolver duzentas varas de pano,
h
77
DrcESTo EcoNÓKnco
78
correspondendo-lhes, de salário, seis va ras do mesmo tecido (2). Mas tarde o salário passaria a va riar, em São Paulo, conforme os fios uti
lizados na textura. Para isso distingui ram-se três tipos de pano, o grosso, o médio e o delgado,
A escassez relativa das posturas
sobre tecelões entre os velhos documen
tos municipais paulistas sugere mesmo Mais do que outras ativi
ma devida e que a multa lhe foi perdoa da (3).
procedência da merc;\doria. Assim, nós
A expansão da lavoura algodoeira não pôde, apesar de tudo, produzir-se em
assentos do ano de 1721, lê-se que o Procurador do ConceUio cobrou de Ma
nuel Lopes duas po.ssas tnm.vc nesta de ulú que
Ferreira "os subsídios de de pano de Algodam que ultima \iagem q'fez a villa cmportarão mil e duzentos
c oitenta Reis".
Nesse mesmo ano de
1721 cobrava o dito procurador de Jo-
dades manufatureiras, a fabricação de
scph de Godoy e de um seu irmão, "mo
fios e tecidos destinados a uso doméstico
radores na \nla dc Jiutu, os subsídios dc
anda estreitamente associada, aqui, à vida do lar.
Nos sítios da roça, onde
quer que exista mão de obra suficiente para o mister, o excesso da produção servirá para permutas e pagamentos,
ainda quando o pano dtí algodão tenha deixado de constituir a principal moeda da terra.
•Todavia nos últimos anos do século
XVII e sobretudo nos três primeiros de cênios do seguinte, a'guns lavradores e comerciantes irão vender seu tecido em
regiões onde o clima é pouco propício ao algodoeiro. Ainda ao tempo das viagens
em que um arratel
de fio daria respec tivamente para duas, duas e meia e três
de Saint-Hilaire, o
varas de pano. Se
cultivo
gundo proposta que
da
malvá-
cea cessa totalmente
a 21 de outubro de
a pequena distância de Itapeva — a atual
1628 apresentou aos camaristas o. pro
Faxina —, de modo
curador do Conce
que os moradores do
lho Melchior Martins de Melo, seriam
planalto curitibano e até os de Parana
fixadas para os tecelões paulistanos no vas posturas, de maneira que guardas
importado.
sem para si uma vara de pano em dez que tecessem do primeiro tipo, nove do segundo e sete do último. Em substitui ção a essá proposta alvitrou, três sema nas mais tarde, o juiz ordinário, Gaspar de Louveira, que coubesse ao tecelão uma vara' em nove do primeiro tipo,
mais de um caso menciona-se e.xpressainento, cm tais documentos, o local de
guá se servem ordinâriamente de tecido Entre 1699 e 1725, a maioria das
peças de pano de algodão que pagam subsídio em Curitiba provém de terras
hoje paulistas. E negocia-as, em grande parte, gente de São Paulo, a ju'gaf pelo que mostram os livros de receita e despesa da'Câmara curitibana. Em
quatro peças de pano de algodão..." E há razão para supor-se que o ne
gócio fôssc de algum modo sedutor, quando se sabe que não o desdenhavam
homens de grosso cabedal. Do capitácmor José de tícis e Morais, por exem plo, o mesmo que em 1708 se propusera
comprar ao conde de Monsanto nada menos do que toda a capitania de São Vicente e Santos, consta que três anos mais tarde ia vender em Curitiba suas
vinte peças de algodão, voltando logo depois para São Paulo sem ter pago o subsidio correspondente, no total de quarenta patacas.
O caso chegou a ter grave conse
qüência, porque outros negociantes dei xaram dc cumprir a mesma obrigação, e um deles, convidado a dei.\ar sua quo
ta, relativa u três peças de algodão que vendeu, chegou a replicar que "se os mais pagaçem, que pagaria, he não pa
gou". À vista dêsses fatos e informados, em abril de 1712, de que em mãos de certo morador de Curitiba estavam cin
qüenta mil réis pertencentes ao sobredito José de Gois e Morais, apressaram-
se os camaristas em embargar à quantia, indenizando-se assim o Concelho com os
bens do devedor faltoso. Sabemos, con
tudo, por outro documento, que êste compareceu no ano seguinte com a so
São Paulo na mesma medida em gue
se produziu noutras terras, no Mara nhão principalmente, e também em Per nambuco e partes de Minas Gerais. Mes mo acolhendo-se argumentos tão otimis tas como por exemplo os de um Jose de Sá Bitencourt na "Memória" que pu blicou Conceição Veloso, quando asse
gura, com precisão singular, que um algodoeiro dá de colheita ordinária exa tamente 1364 maçãs, as quais, por sua
vez, rendem quatro arratéis de Ia, essa
expansão via-se limitada aqui pelos mer
cados relativamente restritos que destrutavam nossos lavradores.
É digno de vista, por outro lado, que
a produção e comércio do algodão an
dassem geralmente em mãos de pessoas que, como no caso de um Antônio Pedroso de Barros, de um GuiUierme Pom-
peu de Almeida ou de um Jose de Co«s e Morais, podiam dispor de braços abundantes e terra farta. Nada se conhece de posiHvo acerca
do regime de trabalho a que ficavam
ordinâriamente sujeitos escravos e índios administrados nos teares dêsses poten tados. Sabemos, entretanto, pelo que ocorria nas índias de Castela, o quanta
seria preciso exigir dos naturais da terra, gente morosa e presa a uma técnica morosa, para que a produção dos panos de algodião constltuisse mister verdadei ramente lucrativo.
Tais foram os ex
cessos praticados contra os índios no México, que E!-Rei Felipe III precisou
ditar em 1612 uma ordem, revigomda doze anos mais tarde por seu sucessor
e incorporada finalmente à "Recopilación de Leyes de índias", onde se ordena aos vice-reis de Nova Espanha
Ã
Digesto Econónuco
mente com uma determinada jwrvão do
cm oito do segundo c cm se-lc do ter
pano fabricado.
ceiro.
Nos centros urbanos,
onde o ofício se achava regulado por
A presença de medidas semelhantes
meio de posturas definidas e os artífices
não deve interpretar-se, todavia, como
trabalhavam por conta própria, a porção era fbíada pe'as Câmaras. Em São Paulo, a partir de 1587, caberia a cada tecelão uma vara de sete que fabricas se. Êsse regime de pagamento, bem
indicio de que a tecelagem do algodão tivesse importância comercial ponderá\e!.
compreensível em terra de numerário
o contrário.
• escasso, não se distinguia, ao cabo, do
sistema da poia e rrmquia, tradicional entre moleiros e lagareiros de Portugal.
Imperava também na América Espa nhola, e sabe-se que no Paraguai jesuitíco, por exemplo, os índios recebiam dos padres quatro arrobas de fio e de
viam devolver duzentas varas de pano,
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DrcESTo EcoNÓKnco
78
correspondendo-lhes, de salário, seis va ras do mesmo tecido (2). Mas tarde o salário passaria a va riar, em São Paulo, conforme os fios uti
lizados na textura. Para isso distingui ram-se três tipos de pano, o grosso, o médio e o delgado,
A escassez relativa das posturas
sobre tecelões entre os velhos documen
tos municipais paulistas sugere mesmo Mais do que outras ativi
ma devida e que a multa lhe foi perdoa da (3).
procedência da merc;\doria. Assim, nós
A expansão da lavoura algodoeira não pôde, apesar de tudo, produzir-se em
assentos do ano de 1721, lê-se que o Procurador do ConceUio cobrou de Ma
nuel Lopes duas po.ssas tnm.vc nesta de ulú que
Ferreira "os subsídios de de pano de Algodam que ultima \iagem q'fez a villa cmportarão mil e duzentos
c oitenta Reis".
Nesse mesmo ano de
1721 cobrava o dito procurador de Jo-
dades manufatureiras, a fabricação de
scph de Godoy e de um seu irmão, "mo
fios e tecidos destinados a uso doméstico
radores na \nla dc Jiutu, os subsídios dc
anda estreitamente associada, aqui, à vida do lar.
Nos sítios da roça, onde
quer que exista mão de obra suficiente para o mister, o excesso da produção servirá para permutas e pagamentos,
ainda quando o pano dtí algodão tenha deixado de constituir a principal moeda da terra.
•Todavia nos últimos anos do século
XVII e sobretudo nos três primeiros de cênios do seguinte, a'guns lavradores e comerciantes irão vender seu tecido em
regiões onde o clima é pouco propício ao algodoeiro. Ainda ao tempo das viagens
em que um arratel
de fio daria respec tivamente para duas, duas e meia e três
de Saint-Hilaire, o
varas de pano. Se
cultivo
gundo proposta que
da
malvá-
cea cessa totalmente
a 21 de outubro de
a pequena distância de Itapeva — a atual
1628 apresentou aos camaristas o. pro
Faxina —, de modo
curador do Conce
que os moradores do
lho Melchior Martins de Melo, seriam
planalto curitibano e até os de Parana
fixadas para os tecelões paulistanos no vas posturas, de maneira que guardas
importado.
sem para si uma vara de pano em dez que tecessem do primeiro tipo, nove do segundo e sete do último. Em substitui ção a essá proposta alvitrou, três sema nas mais tarde, o juiz ordinário, Gaspar de Louveira, que coubesse ao tecelão uma vara' em nove do primeiro tipo,
mais de um caso menciona-se e.xpressainento, cm tais documentos, o local de
guá se servem ordinâriamente de tecido Entre 1699 e 1725, a maioria das
peças de pano de algodão que pagam subsídio em Curitiba provém de terras
hoje paulistas. E negocia-as, em grande parte, gente de São Paulo, a ju'gaf pelo que mostram os livros de receita e despesa da'Câmara curitibana. Em
quatro peças de pano de algodão..." E há razão para supor-se que o ne
gócio fôssc de algum modo sedutor, quando se sabe que não o desdenhavam
homens de grosso cabedal. Do capitácmor José de tícis e Morais, por exem plo, o mesmo que em 1708 se propusera
comprar ao conde de Monsanto nada menos do que toda a capitania de São Vicente e Santos, consta que três anos mais tarde ia vender em Curitiba suas
vinte peças de algodão, voltando logo depois para São Paulo sem ter pago o subsidio correspondente, no total de quarenta patacas.
O caso chegou a ter grave conse
qüência, porque outros negociantes dei xaram dc cumprir a mesma obrigação, e um deles, convidado a dei.\ar sua quo
ta, relativa u três peças de algodão que vendeu, chegou a replicar que "se os mais pagaçem, que pagaria, he não pa
gou". À vista dêsses fatos e informados, em abril de 1712, de que em mãos de certo morador de Curitiba estavam cin
qüenta mil réis pertencentes ao sobredito José de Gois e Morais, apressaram-
se os camaristas em embargar à quantia, indenizando-se assim o Concelho com os
bens do devedor faltoso. Sabemos, con
tudo, por outro documento, que êste compareceu no ano seguinte com a so
São Paulo na mesma medida em gue
se produziu noutras terras, no Mara nhão principalmente, e também em Per nambuco e partes de Minas Gerais. Mes mo acolhendo-se argumentos tão otimis tas como por exemplo os de um Jose de Sá Bitencourt na "Memória" que pu blicou Conceição Veloso, quando asse
gura, com precisão singular, que um algodoeiro dá de colheita ordinária exa tamente 1364 maçãs, as quais, por sua
vez, rendem quatro arratéis de Ia, essa
expansão via-se limitada aqui pelos mer
cados relativamente restritos que destrutavam nossos lavradores.
É digno de vista, por outro lado, que
a produção e comércio do algodão an
dassem geralmente em mãos de pessoas que, como no caso de um Antônio Pedroso de Barros, de um GuiUierme Pom-
peu de Almeida ou de um Jose de Co«s e Morais, podiam dispor de braços abundantes e terra farta. Nada se conhece de posiHvo acerca
do regime de trabalho a que ficavam
ordinâriamente sujeitos escravos e índios administrados nos teares dêsses poten tados. Sabemos, entretanto, pelo que ocorria nas índias de Castela, o quanta
seria preciso exigir dos naturais da terra, gente morosa e presa a uma técnica morosa, para que a produção dos panos de algodião constltuisse mister verdadei ramente lucrativo.
Tais foram os ex
cessos praticados contra os índios no México, que E!-Rei Felipe III precisou
ditar em 1612 uma ordem, revigomda doze anos mais tarde por seu sucessor
e incorporada finalmente à "Recopilación de Leyes de índias", onde se ordena aos vice-reis de Nova Espanha
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»
11 ,
78
Digesto
T,
13u;ksi(>
que tratem de relevar os índios de trabalhos de tecelagem, pois ainda quando êstes os exerçam por vontade própria e Uw
AWACVUl
LI tt
mediante jornais bem pagos, "importará
menps a fabricação do panos que o agravo que possam receber".'
Em Tucumã, seg<indo os regulamen tos do governador Abreu, de 1576, os índios deviam tributo dos dez anos de
idade aos cinqüenta, além do serviço pessoal. Suas mulheres, filhas e irmãs de\áam trabalhar para os "encomenderos" das segundas às quintas feitas in clusive, fiando algodão. Na realida
de, trabalhavam a semana inteira e, por
vezes aos domingos e dias de festa, isso quando não chegava a cobiça dos amos ao ponto de obrigá-las a fiar durante a notte. à luz de velas ou eandieiros.
Nem sequer os meninos de dez a quinos velhos fieavam destinados aos grosseiae anos eram poupados dÊsse serviço, e
ros tecidos de caraguatá.
cm tempo, exceção feita de uns poucos, reservados para .saciar .sua sede de vin gança, e estes foram postos... a fiar algodão. Parece inevitável, em face deste episódio, recordar o fim trágico de
São Luís do Paraitinga e outros lugares,
ina.s \ ieram-nos muito provàveímentc de
toma-vúigem, procedentes do.s municípios mineiros das vizinhanças.
Quanto aos
dade de Llxboa (Coimbra. 1926), P; Ign. Goldziher. "Die Handwerk bei «en
Arabern". Globus. LXVI (Bruns^quí'-
1894). pp. 204 ss.; Antônio Baião. A vii
Ia e o concelho de Ferreira ao zezeie .
O Archeologo Português, XVI
(Bis
teares de fazer rede, que pertencem a espécie distinta, êstes ainda aparecem
seus índios — cèrca do quinhentos Ciiri-
ocasionalmente no sul do Estado, pobre
Social dâ Ias Doctrlnas Guaranles
jüs e guaianases —, os quais, dcjiois de
sobre\'ivência dc umã tradição perdida.
Companhia de Jesus, I (Barcelona,
feri-lo de morte, não se esqueceram, entre as tropclias praticadas, de inuti
Um dos três ou quatro que íiltimamente ainda restavam em Sorocaba, foi adqui
(3) "Receita e Despeza da
lizar todos os teares da fazenda de cul
rido há- pouco pelo Museu Paulista.
da Câmara Municipal do Curitiba,
A documentação de que hoje dispo
1911). pp. 65-7. (2) P. Pablo Hernandez,
236.
nicipal de Curityba.
vi
(Curitiba. 1908), p. 62; "Termos de v«-
tura do Potribú. il) Livro dos Regimotos dos Offlciaes me
t-ennça da
cânicas da mui nobre e sopre leal Ct-
(Curitiba. 1924). pp. 53-5.
Câmara. 1711", Idem.
mos não autoriza a tentar, neste caso,
mais do que uma aproximação muito he
sitante.
O que sabemos efetivamente do trabalho dos nossos antigos tecelõcs da roça, por infonnes de um Luiz D'Alincourt, é que, procurando atender
ÍAl
à exigência de mão de obra numerosa para a limpeza e fiação de algodão, se serviam dc um recurso bastante cômodo
nador argentino, o símbolo mais perfeito da escravidão naquelas terras. Quando
niral; o mutirão. A tecelagem, por sua
os espanhóis que não puderam escapar
Econômico
nosso Antônio Pcdro.so de Banos, ví tima, èle também, de uma rebelião do.s
O fuso e o tear tomaram-se dôsse modo, observa em nossos dias um histoos índios do Chaco assaltam e destroem Concepción dei Bermejo, trucidam todos
"TT
Econômico
e não sem fortes atrativos entre a gente
vez, era largamente uma indústria do méstica, isso ainda em começo do último século. Panos feitos em casa davam não
so para vestir serviçais, mas também
para o traje íntimo de gente remediada: calças ou simplesmente ce-
roulas e camisas de algodão de três varas, além do surtum de baeta nos dias de imiito frio.
O progresso desterrou de
De acordo com dados publicados pelo Boletim do Conselho Técnico de Eco nomia e Finanças, a dívida externa brasileira atingia, em 31 de dezembro de 1946, o total de 101.126.010 libras e 206.730.795 dómes.
Os empréstimos em esterlinos estavam assim classificados: Plano A
Plano B
45.488.297
28.615.748
74.104.045
Estaduais Municipais
7.598.750 1.800.810
5.566.345 2.184.160
13.165.095 3.984.970
Especiais
6.435.700
3.436.200
9.871.900
61.323.557
39.802.453
101.126.010
Federais
.•
Total
Sao Paulo essa velha indús
tria, companheira dos primei ros colonizadores portugueses. Antigos teares de fazer pano
Total
:
Os empréstimos em moeda norte-americana se apresentavam da seguinte forma: Federais
54.205.145
57.527.700
111.732.845
ainda se encontram, é ver
Estaduais
30.968.500
18.485.850
49.454.350
dade, em Franca, Igarnpava,
Municipais
20.305.500
14.020.000
34.325.500
Especiais
8.105.000
3.113.100
11.218.100
113.584.145
93.146.650
206.730.795
Pedregulho, Ituverava, Pa trocínio de Sapucaí, Mococa e, no vale do Paraíba, em
Tülul
Nota — Os empréstimos especiais são paulistas e referem-se ao plano de de fesa do mercado de café.
»
11 ,
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Digesto
T,
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que tratem de relevar os índios de trabalhos de tecelagem, pois ainda quando êstes os exerçam por vontade própria e Uw
AWACVUl
LI tt
mediante jornais bem pagos, "importará
menps a fabricação do panos que o agravo que possam receber".'
Em Tucumã, seg<indo os regulamen tos do governador Abreu, de 1576, os índios deviam tributo dos dez anos de
idade aos cinqüenta, além do serviço pessoal. Suas mulheres, filhas e irmãs de\áam trabalhar para os "encomenderos" das segundas às quintas feitas in clusive, fiando algodão. Na realida
de, trabalhavam a semana inteira e, por
vezes aos domingos e dias de festa, isso quando não chegava a cobiça dos amos ao ponto de obrigá-las a fiar durante a notte. à luz de velas ou eandieiros.
Nem sequer os meninos de dez a quinos velhos fieavam destinados aos grosseiae anos eram poupados dÊsse serviço, e
ros tecidos de caraguatá.
cm tempo, exceção feita de uns poucos, reservados para .saciar .sua sede de vin gança, e estes foram postos... a fiar algodão. Parece inevitável, em face deste episódio, recordar o fim trágico de
São Luís do Paraitinga e outros lugares,
ina.s \ ieram-nos muito provàveímentc de
toma-vúigem, procedentes do.s municípios mineiros das vizinhanças.
Quanto aos
dade de Llxboa (Coimbra. 1926), P; Ign. Goldziher. "Die Handwerk bei «en
Arabern". Globus. LXVI (Bruns^quí'-
1894). pp. 204 ss.; Antônio Baião. A vii
Ia e o concelho de Ferreira ao zezeie .
O Archeologo Português, XVI
(Bis
teares de fazer rede, que pertencem a espécie distinta, êstes ainda aparecem
seus índios — cèrca do quinhentos Ciiri-
ocasionalmente no sul do Estado, pobre
Social dâ Ias Doctrlnas Guaranles
jüs e guaianases —, os quais, dcjiois de
sobre\'ivência dc umã tradição perdida.
Companhia de Jesus, I (Barcelona,
feri-lo de morte, não se esqueceram, entre as tropclias praticadas, de inuti
Um dos três ou quatro que íiltimamente ainda restavam em Sorocaba, foi adqui
(3) "Receita e Despeza da
lizar todos os teares da fazenda de cul
rido há- pouco pelo Museu Paulista.
da Câmara Municipal do Curitiba,
A documentação de que hoje dispo
1911). pp. 65-7. (2) P. Pablo Hernandez,
236.
nicipal de Curityba.
vi
(Curitiba. 1908), p. 62; "Termos de v«-
tura do Potribú. il) Livro dos Regimotos dos Offlciaes me
t-ennça da
cânicas da mui nobre e sopre leal Ct-
(Curitiba. 1924). pp. 53-5.
Câmara. 1711", Idem.
mos não autoriza a tentar, neste caso,
mais do que uma aproximação muito he
sitante.
O que sabemos efetivamente do trabalho dos nossos antigos tecelõcs da roça, por infonnes de um Luiz D'Alincourt, é que, procurando atender
ÍAl
à exigência de mão de obra numerosa para a limpeza e fiação de algodão, se serviam dc um recurso bastante cômodo
nador argentino, o símbolo mais perfeito da escravidão naquelas terras. Quando
niral; o mutirão. A tecelagem, por sua
os espanhóis que não puderam escapar
Econômico
nosso Antônio Pcdro.so de Banos, ví tima, èle também, de uma rebelião do.s
O fuso e o tear tomaram-se dôsse modo, observa em nossos dias um histoos índios do Chaco assaltam e destroem Concepción dei Bermejo, trucidam todos
"TT
Econômico
e não sem fortes atrativos entre a gente
vez, era largamente uma indústria do méstica, isso ainda em começo do último século. Panos feitos em casa davam não
so para vestir serviçais, mas também
para o traje íntimo de gente remediada: calças ou simplesmente ce-
roulas e camisas de algodão de três varas, além do surtum de baeta nos dias de imiito frio.
O progresso desterrou de
De acordo com dados publicados pelo Boletim do Conselho Técnico de Eco nomia e Finanças, a dívida externa brasileira atingia, em 31 de dezembro de 1946, o total de 101.126.010 libras e 206.730.795 dómes.
Os empréstimos em esterlinos estavam assim classificados: Plano A
Plano B
45.488.297
28.615.748
74.104.045
Estaduais Municipais
7.598.750 1.800.810
5.566.345 2.184.160
13.165.095 3.984.970
Especiais
6.435.700
3.436.200
9.871.900
61.323.557
39.802.453
101.126.010
Federais
.•
Total
Sao Paulo essa velha indús
tria, companheira dos primei ros colonizadores portugueses. Antigos teares de fazer pano
Total
:
Os empréstimos em moeda norte-americana se apresentavam da seguinte forma: Federais
54.205.145
57.527.700
111.732.845
ainda se encontram, é ver
Estaduais
30.968.500
18.485.850
49.454.350
dade, em Franca, Igarnpava,
Municipais
20.305.500
14.020.000
34.325.500
Especiais
8.105.000
3.113.100
11.218.100
113.584.145
93.146.650
206.730.795
Pedregulho, Ituverava, Pa trocínio de Sapucaí, Mococa e, no vale do Paraíba, em
Tülul
Nota — Os empréstimos especiais são paulistas e referem-se ao plano de de fesa do mercado de café.
Di'.:c:stc>
e o "não", imagina cjuc estes contrários terminam, em favor do tempo, por tornar-sp complemcntares. Ê assim que
o4tí £ecsi ecanémCccui Conferência proferida nclo prof. Loiiis Baudiii, a 28 de abril de 1947.
concebe a lei -do "vir a ser".
sob os auspícios da Caixa Económ-ca Federal cie São Pau'o.
Vou *FALAB hoje de uma ques
tão capital, a qual, a bem dizer,
interessa a todos os outros proble mas cientificos, pois trata-se, nadá mais nada menos, de saber se existe lei
econômica. Lei econômica — isto é, lei natural; ou, mais explicitamente, não se
cogita aqui de leis humanas, senão ape nas das leis conhecidas também como
Icis-constatação, e não das lels-preceito. Estas ultimas são leis que se formulam e codificam de forma a constituir a ciên
cia jurídica. Não me refiro aqui senão a ciência econômica.
Há, pois, leis naturais. É o problema (Io
uma nova era: o passado não exLsíe.
Tudo é inédito: e inscrevem "Um" no seu calendário. Os manuais de econo
mia política já não conterão as regras
relativas a um passado revelado.
E
pois, só resta pedir ao homem que se adapte às novas re^as apresentadas ao
invés de se ir em busca de regras adap táveis ao homem tal como é. Ei.s como se nos apresenta a questão.
Na primeira parte desta expo.sição
Ê uma
tência, a excelência das leis, verificando
centarei o dc "condicional" e, como con
com um "pro rerum", por uma razão
maior:
logia e de mora', a lei natural mantémse divina e, pois, absoluta, eterna, ncces-
mrdadc do pen.samcnto c das ações hu
íária e ideal.
manas. Se não existissem, nenhuma pre
Êste ponto de vista mu'tü inmortantc, vamos encontrá-lo então iia primeira grande encruzilbada da concepção de lei, isto é, nos fisiocratas. Aqui se reii-
Os romanos ocupam-sc sobre
no d reito de concluir, da não excelên
humana preocupa-os mais que a slei na
cia, a não existência.
Conheço também o raciocínio inver-
Na Idade Média, nos tratados dc teo
nem as correntes do pensamento tomisla e do pensamento cartesiano, mistu-
E assim, tendo os primeiros homens
rando-se e confundindo-se, a ponto de instaurarem os fisiocratas, sem o perce
rem as mesmas de emanação divina.
Não tinham noção de causa e efeito, oem podiam ter. Não obstante, obsersTi-
berem, o dualismo na noção de le". Com efeito, há na concepção fisiocrática esta
ram a alternância do dia e da noite»
bem como das diferentes estaç-õcs. For*im estas as leis naturais que a princi pio apreenderam. Mas, observem: natureza se apresenta como alguma coi sa perfeitamente diferente e acima do homem, à qual se deverá obedecer. Os
dupla idéia: 1.° — de que a lei natural existe; 2.° — de que é a melhor ima ginável. A existência é fato da doutrina cartesiana; a excelência, é fato da dou
trina canôn ca, teológica medieval. Esta dup'a idéia, não dissociada, mas, ao con trário, tornada una pelos fisiocratas, dá nascimento a uma dupla corrente. À
gregos levaram a análise mais longe. Encontramos, então, em Anaximandro a
ros.
A inexatidão de ambo.s os raciocí
nios provém da mesma confusão. E ass"m que se apresenta a questão
da Escola Fisiocrática, na exposição da história das doutrinas.
Sem dúvida, houve gradaçóes, às quais não me refiro para não me demorar.
Quero apenas mencionar aqui o ensaio de uma espécie de compromisso. Na realidade, não pode haver compromisso entre a existência e a não e.vistencia. Mas ensaiaram-no. E, em particular,
saiu-se de uma maneira muito elegante o.Abade Ga'iani, ao se defrontar com
esse dualismo, que percebeu perfeita mente. É um homem sutil e, assim, nos
diz: Do ponto de \isla teológico não se
pode negar a lei. Esta existe e é a me lhor possível. Sim, os fisiocratas têm ra zão. Mas... é uma lei que, singular
nascida da afirmação da existência da
ples maneira de se conceber a lei. Mas,
lei, afirmação fimdamental estando, como
mente. e.stá fora de nosso alcance. É
depressa, a filosofia grega ganhou as
está, na base de tôda a ciência eco-
alturas e, com Heráclito, chegamos à concepção dinâmica da lei natural. Já
nóm ca e que é a mesma corrente reto mada por Adam Smith, com a idéia de .espontaneidade dos fenômenos econômi
uma lei criada por Deus para os gran des intervalos de tempo e para as gran
para Heráclito nada é, tudo se toma. Esse mesmo "vir a ser" é concebido de
cos.
uma maneira inteiramente moderna, co
mada por autores que, como Bastiat,
Na segunda parte, afirmarei a existên
mo formado a favor da duração, por
chegaram ao extremo de fazer a sua apologia.
tividade necessária; e na terceira parte, a êste qualificativo de "relativo" acres
.so, feito pelos autores das escolas socia listas. Não va'e mais que o dos primei
concepção de causa e efeito, a mais sim
traçarei um breve histórico, salientando a evolução da concepção de lei natural. cia de leis naturais dentro de uma rela
não existir a exce'ência, acreditaram-sc
tudo das leis humanas. O quadro da lei tural.
prever.
natural excedente, podendo mesmo en gendrar inconvenientes, neste momento cnn'c-se o risco de ser fe"to, como de fato tem ocorrido, um raciocínio inverso. Tendo cs fisiocratas concluído, da exis
clusão, direi que estas leis existem. Desde 'os mais remotos tempos, diiei me.smo quando não existia senão a hor da primitiva, já a concepção de lci se havia impâsto aos espíritos primcxos. ainda pré-lógicos e místicos. As leis naturais, com efeito, as.seguram a conti-
visão seria pos.sível e, portanto, nada po deríamos organizar, porque organizar é
momento de perceberem não ser a lei
Quando chegamos a Roma deparamo.s
admirável concepção, quasi hegeliann.
concebido a lei natural, concluíram se
ser e do "não ser".
Alguns de nossos contemporâneos de há muito se empenham em negar a ex=s tência dessas leis. Teoricamente a sua atitude não passa de uma certa fanfarronada. Dá-lhes um ar interessante. De claram então que estamos no início de
81
Econó>uco
um desenvoVimento progressivo dos contrários. Quer dizer: Heráclito, per
E à corrente da excelência, reto
Partindo da confusão entre á existên
cia e a excelência da lei, cliegado o
cebendo o "pró" e o "contra", o "sim" _
des massas humanas.
Quanto a nós,
pequeninos, que vivemos no momento instantâneo, no imediato, nSo devemos,
no fundo, preoc\ipar-nos com a existên cia dessas leis, situadas tvão distantes, não
participando da sua natureza qualquer cuidado com a nossa mesquinha vida. São grandes demais para isso...
Di'.:c:stc>
e o "não", imagina cjuc estes contrários terminam, em favor do tempo, por tornar-sp complemcntares. Ê assim que
o4tí £ecsi ecanémCccui Conferência proferida nclo prof. Loiiis Baudiii, a 28 de abril de 1947.
concebe a lei -do "vir a ser".
sob os auspícios da Caixa Económ-ca Federal cie São Pau'o.
Vou *FALAB hoje de uma ques
tão capital, a qual, a bem dizer,
interessa a todos os outros proble mas cientificos, pois trata-se, nadá mais nada menos, de saber se existe lei
econômica. Lei econômica — isto é, lei natural; ou, mais explicitamente, não se
cogita aqui de leis humanas, senão ape nas das leis conhecidas também como
Icis-constatação, e não das lels-preceito. Estas ultimas são leis que se formulam e codificam de forma a constituir a ciên
cia jurídica. Não me refiro aqui senão a ciência econômica.
Há, pois, leis naturais. É o problema (Io
uma nova era: o passado não exLsíe.
Tudo é inédito: e inscrevem "Um" no seu calendário. Os manuais de econo
mia política já não conterão as regras
relativas a um passado revelado.
E
pois, só resta pedir ao homem que se adapte às novas re^as apresentadas ao
invés de se ir em busca de regras adap táveis ao homem tal como é. Ei.s como se nos apresenta a questão.
Na primeira parte desta expo.sição
Ê uma
tência, a excelência das leis, verificando
centarei o dc "condicional" e, como con
com um "pro rerum", por uma razão
maior:
logia e de mora', a lei natural mantémse divina e, pois, absoluta, eterna, ncces-
mrdadc do pen.samcnto c das ações hu
íária e ideal.
manas. Se não existissem, nenhuma pre
Êste ponto de vista mu'tü inmortantc, vamos encontrá-lo então iia primeira grande encruzilbada da concepção de lei, isto é, nos fisiocratas. Aqui se reii-
Os romanos ocupam-sc sobre
no d reito de concluir, da não excelên
humana preocupa-os mais que a slei na
cia, a não existência.
Conheço também o raciocínio inver-
Na Idade Média, nos tratados dc teo
nem as correntes do pensamento tomisla e do pensamento cartesiano, mistu-
E assim, tendo os primeiros homens
rando-se e confundindo-se, a ponto de instaurarem os fisiocratas, sem o perce
rem as mesmas de emanação divina.
Não tinham noção de causa e efeito, oem podiam ter. Não obstante, obsersTi-
berem, o dualismo na noção de le". Com efeito, há na concepção fisiocrática esta
ram a alternância do dia e da noite»
bem como das diferentes estaç-õcs. For*im estas as leis naturais que a princi pio apreenderam. Mas, observem: natureza se apresenta como alguma coi sa perfeitamente diferente e acima do homem, à qual se deverá obedecer. Os
dupla idéia: 1.° — de que a lei natural existe; 2.° — de que é a melhor ima ginável. A existência é fato da doutrina cartesiana; a excelência, é fato da dou
trina canôn ca, teológica medieval. Esta dup'a idéia, não dissociada, mas, ao con trário, tornada una pelos fisiocratas, dá nascimento a uma dupla corrente. À
gregos levaram a análise mais longe. Encontramos, então, em Anaximandro a
ros.
A inexatidão de ambo.s os raciocí
nios provém da mesma confusão. E ass"m que se apresenta a questão
da Escola Fisiocrática, na exposição da história das doutrinas.
Sem dúvida, houve gradaçóes, às quais não me refiro para não me demorar.
Quero apenas mencionar aqui o ensaio de uma espécie de compromisso. Na realidade, não pode haver compromisso entre a existência e a não e.vistencia. Mas ensaiaram-no. E, em particular,
saiu-se de uma maneira muito elegante o.Abade Ga'iani, ao se defrontar com
esse dualismo, que percebeu perfeita mente. É um homem sutil e, assim, nos
diz: Do ponto de \isla teológico não se
pode negar a lei. Esta existe e é a me lhor possível. Sim, os fisiocratas têm ra zão. Mas... é uma lei que, singular
nascida da afirmação da existência da
ples maneira de se conceber a lei. Mas,
lei, afirmação fimdamental estando, como
mente. e.stá fora de nosso alcance. É
depressa, a filosofia grega ganhou as
está, na base de tôda a ciência eco-
alturas e, com Heráclito, chegamos à concepção dinâmica da lei natural. Já
nóm ca e que é a mesma corrente reto mada por Adam Smith, com a idéia de .espontaneidade dos fenômenos econômi
uma lei criada por Deus para os gran des intervalos de tempo e para as gran
para Heráclito nada é, tudo se toma. Esse mesmo "vir a ser" é concebido de
cos.
uma maneira inteiramente moderna, co
mada por autores que, como Bastiat,
Na segunda parte, afirmarei a existên
mo formado a favor da duração, por
chegaram ao extremo de fazer a sua apologia.
tividade necessária; e na terceira parte, a êste qualificativo de "relativo" acres
.so, feito pelos autores das escolas socia listas. Não va'e mais que o dos primei
concepção de causa e efeito, a mais sim
traçarei um breve histórico, salientando a evolução da concepção de lei natural. cia de leis naturais dentro de uma rela
não existir a exce'ência, acreditaram-sc
tudo das leis humanas. O quadro da lei tural.
prever.
natural excedente, podendo mesmo en gendrar inconvenientes, neste momento cnn'c-se o risco de ser fe"to, como de fato tem ocorrido, um raciocínio inverso. Tendo cs fisiocratas concluído, da exis
clusão, direi que estas leis existem. Desde 'os mais remotos tempos, diiei me.smo quando não existia senão a hor da primitiva, já a concepção de lci se havia impâsto aos espíritos primcxos. ainda pré-lógicos e místicos. As leis naturais, com efeito, as.seguram a conti-
visão seria pos.sível e, portanto, nada po deríamos organizar, porque organizar é
momento de perceberem não ser a lei
Quando chegamos a Roma deparamo.s
admirável concepção, quasi hegeliann.
concebido a lei natural, concluíram se
ser e do "não ser".
Alguns de nossos contemporâneos de há muito se empenham em negar a ex=s tência dessas leis. Teoricamente a sua atitude não passa de uma certa fanfarronada. Dá-lhes um ar interessante. De claram então que estamos no início de
81
Econó>uco
um desenvoVimento progressivo dos contrários. Quer dizer: Heráclito, per
E à corrente da excelência, reto
Partindo da confusão entre á existên
cia e a excelência da lei, cliegado o
cebendo o "pró" e o "contra", o "sim" _
des massas humanas.
Quanto a nós,
pequeninos, que vivemos no momento instantâneo, no imediato, nSo devemos,
no fundo, preoc\ipar-nos com a existên cia dessas leis, situadas tvão distantes, não
participando da sua natureza qualquer cuidado com a nossa mesquinha vida. São grandes demais para isso...
DrcrcsTO Econômico Dn:Ksn>
82
zilhada: Stuart Miil. E até lá, atirado
mais tarde poríjue digo infeli/nienle. Entende Stuart Mill que as lei.s econômi
em profusão, um pouco de tudo, do bom
cas n<ão são como as leis do outras ciòn-
o 3o mau.
cia.s. Serão por assim dizer inferiores às
Chegamos agora a luna outra encru
83
EcoNo.Mtio
([110 concorrerá, aliás, para a sua fama c n ({iial talvez ligará o nome, sente-se arrastado a improvisá-la. Tôda histó ria econômica está repleta de falsas leis. E não temos senão as leis de evolu
Deparamos primeiro com a idéia de
leis das ciências exatas, como a física,
hierarquia das leis. Há, por assim dizer, leis superiores, chamadas princípios, e,
química, biologia etc. Para Stuart Mill
ção, do Saint-Simon; a lei da rênda, de Hicurdo, Stuart Mill e outros; as leis
a ciência econômica ó uma ciência aná
marxistas:
em seguida, leis derivadas umas das ou
loga à ciência das marés, que não e
bre-valia e da pro'iferação crescente das
tras. Uma vez conhecidas as leis deriva
totalmente uma ciência mas uma quase
massas, bem como as leis clássicas de
das, pode-se ensaiar a escalada aos prin
ciência. Ora, esta idéia foi rotoniacla pe'os maiores autores: na Alemanha, por
se exagerou a fórmula.
cípios. Idéia fecunda, que levou Stuart
Mill a pensar não ser possível alcançar
desta forma a meta. Os próprios princí pios poderiam depender de outros ain da superiores.
Seria
Wagner; em França, por Cols{)n, c na Inglaterra, por Alfred Marshall, que vai até citar o e.xeinplo da maré.
E justamente o objeti
possível, talvez, che
vo desta e.xposição c
gar-se a uma idéia
demonstrar
única, ou a um pe' queno número de leis
parente pobre.
Verão então o peri go de se admitir que
alusão à cor e ao som.
A analogia existente
física a regê-las. Sa be-se que isto foi con
de Huyghens Mas • há outras idéias em
Stuart Mill, uma das quais é muito fe cunda: Entreviu a existência, na lei, da
noção de probabilidade. Infelizmente, não aprofundou esta concepção e, ao contrário, nos deu idéias menos felizes
chama-se lei.
Resriltado: o grande público dirá que
são bem pouco sólidas. Temos de reco nhece-lo. * Todavia a imprudência foi chamá-las de lei, pois que não são leis.
ciências,
uma
Portanto, só se faz menção a ela nos
do com tôdas as gradações e reservas necessárias. Ao passo que as outras ciên
cias, como a matemática, a física, a quí mica etc., já fazem parte do programa dos
estabelecimentos
E
tas, a Economia po
teoremas e fórmulas, sem re.ser\'as, para serem aprendidas mesmo de cor. Eis
São ensinadas sob a forma de
temática foram tôdas passadas em re
vista pela Economia.
A Filosofia, a
ciência das ciências, vem na primeira plana.
Conforme tive já oportunidade de di zer, desde os tempos mais antigos, na Grécia, a idéia de causa e efeito foi tra zida à luz. Mais tarde, em nossos dias.
essa idéia foi substituída pela noção de reação concomitante, isto é, uma con
tamente como se dá numa carambolada
da Procura, a lei dos Preços, são leis desse gênero. A matemática, da noção de causa evoluiu assim para a noção de função.
Devo citar aqui Coumot, que fez apli cação, em Economia política, da noção de relação funcional, isto é, da noção
de variável independente — não tendo um elemento valor determinado, pode tomar todos os valores. É ao que bela mente se chamou de aproximação entre o "ser" e o "vir a ser".
Foi posta a luz, em seguida, a noção
de variável aleatória, pela qual qual quer valor é admissível, sob condição de conter um coeficiente de probabili
da. Mas não é tudo. Houve outros ele
a diferença. Aos maus estudantes, que consultauí apenas livros elementares c aprendem de cor a ciência econômica, ela deve efetivamente parecer uma ciên
tela-se então na ciência econômica.
inexata...
A impressão causada pela imprudên cia de Stuart Mill é certamente profun
mentos que contribuiram para fazer des sa idéia de lei, vista por Stuart Mill, um
questão.
bemos, a repartição e o consumo são
econômicos.
apenas aspectos da produção e tudo isso
autor estuda fatos, tem sempre tendên cia a querer descobrir uma lei. Ê muito legítimo. Mas, em geral, quer ir muito depressa. Esperando encontrar esta lei
que, infelizmente, foi recebida. Verão
secundários.
então?
cia exata.
Há ainda em Stuart Mill uma idéia
outras ciências. A Teologia, a Moral, a Biologia, a História, a Psicologia, a Ma
no jogo de bilhar. A lei da Oferta e
como, por exemplo, a da existência de lei de produção e de repartição. Isto é indigno de Stuart Mill, pois, como sa forma um todo inseparável.
ci^ jovem que fatalmente se apoia ein
conforme poderão julgar: a economia política nifo é ensinada, entre nós, nos cursos secundários, ou dc segundo grau.
econômica não é cien tífica o, afinal de con
derá ser até uma ciência algum tanto
presente ao espírito esta verdade ele mentar: a Economia política é uma cièn-
A par disso, há outra razão, válida para u França e talvez para outros países,
rente das leis das ou
e
senão sob condição de se ter sempre
cepção de equilíbrio resuUantog^o des locamento conjugado dos eleni^Ros, exa
vo de conhecimentos, deve ser ministra
econômica
e.spécie de lei de se gunda zona. Chega* se a dizer que a lei
pela ciência: é a no ção da onda luminosa
A tudo isso
uma lei inferior, dife
lei
tras
tarde
Leroy Beanlieu sobre os juros, de que
cursos superiores. Destinando-se o en sino a adultos, portadores de um acer
a
entre elas indicaria a existência de uma lei
mais
ser
econômica não é uma
para todas as ciências possíveis. Faz assim
firmado
não
isso exato: a ciência
do valor-trabalho e da sô-
a maior parte dos problemas econômicos
dos fundamentos de inúmeros trabalhos
Com efeito, quando um
Êste é o estado atual da
Passo então a abordar a fundo o pro
dade. Esta idéia de probabilidade acas-
Atingimos o ponto crucial do proble ma. O que é probabilidade? É a rela
blema de saber se, em princípio, há
ção entre o número de casos favoráveis
verdadeiramente uma lei econômica.
a um acontecimento determinado, que
Não se pode compreender bem o que seja Economia política, nem apreender
se tem em vista, e o número total de
casos possíveis.
DrcrcsTO Econômico Dn:Ksn>
82
zilhada: Stuart Miil. E até lá, atirado
mais tarde poríjue digo infeli/nienle. Entende Stuart Mill que as lei.s econômi
em profusão, um pouco de tudo, do bom
cas n<ão são como as leis do outras ciòn-
o 3o mau.
cia.s. Serão por assim dizer inferiores às
Chegamos agora a luna outra encru
83
EcoNo.Mtio
([110 concorrerá, aliás, para a sua fama c n ({iial talvez ligará o nome, sente-se arrastado a improvisá-la. Tôda histó ria econômica está repleta de falsas leis. E não temos senão as leis de evolu
Deparamos primeiro com a idéia de
leis das ciências exatas, como a física,
hierarquia das leis. Há, por assim dizer, leis superiores, chamadas princípios, e,
química, biologia etc. Para Stuart Mill
ção, do Saint-Simon; a lei da rênda, de Hicurdo, Stuart Mill e outros; as leis
a ciência econômica ó uma ciência aná
marxistas:
em seguida, leis derivadas umas das ou
loga à ciência das marés, que não e
bre-valia e da pro'iferação crescente das
tras. Uma vez conhecidas as leis deriva
totalmente uma ciência mas uma quase
massas, bem como as leis clássicas de
das, pode-se ensaiar a escalada aos prin
ciência. Ora, esta idéia foi rotoniacla pe'os maiores autores: na Alemanha, por
se exagerou a fórmula.
cípios. Idéia fecunda, que levou Stuart
Mill a pensar não ser possível alcançar
desta forma a meta. Os próprios princí pios poderiam depender de outros ain da superiores.
Seria
Wagner; em França, por Cols{)n, c na Inglaterra, por Alfred Marshall, que vai até citar o e.xeinplo da maré.
E justamente o objeti
possível, talvez, che
vo desta e.xposição c
gar-se a uma idéia
demonstrar
única, ou a um pe' queno número de leis
parente pobre.
Verão então o peri go de se admitir que
alusão à cor e ao som.
A analogia existente
física a regê-las. Sa be-se que isto foi con
de Huyghens Mas • há outras idéias em
Stuart Mill, uma das quais é muito fe cunda: Entreviu a existência, na lei, da
noção de probabilidade. Infelizmente, não aprofundou esta concepção e, ao contrário, nos deu idéias menos felizes
chama-se lei.
Resriltado: o grande público dirá que
são bem pouco sólidas. Temos de reco nhece-lo. * Todavia a imprudência foi chamá-las de lei, pois que não são leis.
ciências,
uma
Portanto, só se faz menção a ela nos
do com tôdas as gradações e reservas necessárias. Ao passo que as outras ciên
cias, como a matemática, a física, a quí mica etc., já fazem parte do programa dos
estabelecimentos
E
tas, a Economia po
teoremas e fórmulas, sem re.ser\'as, para serem aprendidas mesmo de cor. Eis
São ensinadas sob a forma de
temática foram tôdas passadas em re
vista pela Economia.
A Filosofia, a
ciência das ciências, vem na primeira plana.
Conforme tive já oportunidade de di zer, desde os tempos mais antigos, na Grécia, a idéia de causa e efeito foi tra zida à luz. Mais tarde, em nossos dias.
essa idéia foi substituída pela noção de reação concomitante, isto é, uma con
tamente como se dá numa carambolada
da Procura, a lei dos Preços, são leis desse gênero. A matemática, da noção de causa evoluiu assim para a noção de função.
Devo citar aqui Coumot, que fez apli cação, em Economia política, da noção de relação funcional, isto é, da noção
de variável independente — não tendo um elemento valor determinado, pode tomar todos os valores. É ao que bela mente se chamou de aproximação entre o "ser" e o "vir a ser".
Foi posta a luz, em seguida, a noção
de variável aleatória, pela qual qual quer valor é admissível, sob condição de conter um coeficiente de probabili
da. Mas não é tudo. Houve outros ele
a diferença. Aos maus estudantes, que consultauí apenas livros elementares c aprendem de cor a ciência econômica, ela deve efetivamente parecer uma ciên
tela-se então na ciência econômica.
inexata...
A impressão causada pela imprudên cia de Stuart Mill é certamente profun
mentos que contribuiram para fazer des sa idéia de lei, vista por Stuart Mill, um
questão.
bemos, a repartição e o consumo são
econômicos.
apenas aspectos da produção e tudo isso
autor estuda fatos, tem sempre tendên cia a querer descobrir uma lei. Ê muito legítimo. Mas, em geral, quer ir muito depressa. Esperando encontrar esta lei
que, infelizmente, foi recebida. Verão
secundários.
então?
cia exata.
Há ainda em Stuart Mill uma idéia
outras ciências. A Teologia, a Moral, a Biologia, a História, a Psicologia, a Ma
no jogo de bilhar. A lei da Oferta e
como, por exemplo, a da existência de lei de produção e de repartição. Isto é indigno de Stuart Mill, pois, como sa forma um todo inseparável.
ci^ jovem que fatalmente se apoia ein
conforme poderão julgar: a economia política nifo é ensinada, entre nós, nos cursos secundários, ou dc segundo grau.
econômica não é cien tífica o, afinal de con
derá ser até uma ciência algum tanto
presente ao espírito esta verdade ele mentar: a Economia política é uma cièn-
A par disso, há outra razão, válida para u França e talvez para outros países,
rente das leis das ou
e
senão sob condição de se ter sempre
cepção de equilíbrio resuUantog^o des locamento conjugado dos eleni^Ros, exa
vo de conhecimentos, deve ser ministra
econômica
e.spécie de lei de se gunda zona. Chega* se a dizer que a lei
pela ciência: é a no ção da onda luminosa
A tudo isso
uma lei inferior, dife
lei
tras
tarde
Leroy Beanlieu sobre os juros, de que
cursos superiores. Destinando-se o en sino a adultos, portadores de um acer
a
entre elas indicaria a existência de uma lei
mais
ser
econômica não é uma
para todas as ciências possíveis. Faz assim
firmado
não
isso exato: a ciência
do valor-trabalho e da sô-
a maior parte dos problemas econômicos
dos fundamentos de inúmeros trabalhos
Com efeito, quando um
Êste é o estado atual da
Passo então a abordar a fundo o pro
dade. Esta idéia de probabilidade acas-
Atingimos o ponto crucial do proble ma. O que é probabilidade? É a rela
blema de saber se, em princípio, há
ção entre o número de casos favoráveis
verdadeiramente uma lei econômica.
a um acontecimento determinado, que
Não se pode compreender bem o que seja Economia política, nem apreender
se tem em vista, e o número total de
casos possíveis.
Dicesto Econômico'
84
Isto existe em todas as ciências; não
lidar com lei.s c.slalí.slicus. ' A lei eco
6 naturalmente uma questão particular
nômica é uma lei estatística.
à Economia política.
não quer dizer, evidentemente, que te
Bem entendido,
desde que não nos dirijamos à abstra ção pura e à pura lógica. Entrando em jôgo o elemento natu reza, seja física ou humana, encontramonos imediatamente diante desta idéia de
probabilidade.
Tomemos um exemplo
elementar: O sol se levantará amanhã.
Primeira grande lei natural. Qual o va
lor dessa afirmação? O de uma expe riência indefinidamente renovada, pois nada nos assegura que um cataclisma si
deral não venha impedir que o sol se
levante amanhã. É, assim, uma probabfidade. E uma probabilidade levada ao extr^p. Daí esta idéia de não existir certeza
absoluta, a não ser na lógica pura. Do ponto de vista humano não pode existir
Mas isto
mos de nos ater a um resultado con cordante. Pràticainentc nem .sempre se encontra um resultado concordante. Re
corremos, assim, u noção cie média. E ao lado da média precisamos levar em conta os afastamentos, como é fácil com
preender. Todos os estudantes conhecem a lei
dos grandes niimeros: os afastamentos de cada um dos elementos em relação à média tendem a se compen.sar tanto
mais quanto maior for p número des ses elementos. Esta lei, aliás,'foi formu
contas tudo é possível (não disse é "pro vável"), é possível mesmo que a água, posta DO fogo, se ponha a gelar..."
da lei do acaso, uma lei, aliás, bem sin
guma coisa de profundamente verda deiro.
conferências, isto é, do acaso. acaso entrando em jogo.
Eis o
Servimo-nos
gular: contando com efetivos reduzidos, tolerará a anarquia; mas quando coman da milhões de unidades, exige uma dis ciplina de ferro. Integramos, então, o
te uma dessas moléculas.
frendo grandes abalos. O princípio de
Segundo o princípio da indeterminação de Heisenberg não se pode medir ao mesmo tempo a posição e a veloci
Carnct, segundo o qual produzindo o
dade dessas moléculas.
bancos c.scolares de há muito \êm so
moléculas, animadas de uma grande ve
rcria possíve' o movimento perpétuo, de pois de negado, foi retomado após a des
locidade, variando com a temperatura.
coberta do rádio. O princípio da con
erigido em lei.
servação d.i matéria, do Lavoisier, a pró
Da mesma forma se procede em c ência econômica. Aqui o corpúsculo é o
pria lei da gravitação, foram atingidos pelo universo recurvo dc
supõem-sp os indivíduos liiTcs. Entenda-se bem: não se fala de livre ar
Chegamos ime
bítrio ou determinismo.
diatamente à mecânica concebida
Digo apenas que o in
A luz é como
divíduo se move livre mente como a moIécuia;
um
conjunto de.corpúscu^os em moxnmcnto, equiva
conduzem-se ao acaso,
lente a partículas de
fazem o que querem. Mas se considerarmos
ondas: é a energia lo
um conjunto de molé
calizada. Quer dizer, a
culas e se considerarmos
luz tem uma estrutura
um conjunto de homens,
granulada (são os físi cos que falam). Ora, é impossível observar-
lação das verificações leva-nos a formu lar a lei, sob condição de ser o resul
categorias de ciência, devemos recorrer às leis estatísticas, pois que as discipli
tado concordante.
É a probabilidade,
nas como a física, química e outras não
por assim dizer. E, por isso, o grande
são mais exatas que a disciplina econô
estatístico norte-americano
mica.
Entenda-se bem: não estou pro
ficamos então conhe cendo a lei: estabelecese uma ordem. Observamos
Mas temos aí a doutrina individualis
neste caso a massa. É o conjunto que
ta. Eis a explicação estatística da dou
se observa.
trina individualista. Êstes indivíduos li
uma.
Então, como agir?
Citemos agora um exemplo mais sim
ples, isto é, a lei de Gay-Lussac relativa à proporcionalidade dos volumes gasosos a uma certa temperatura.
A pressão
Uma observação: desde que se trata
que as leis da física c da química não
de probabilidade, e, portanto, de uma manipulação de observações, temos de
são nem mais nem menos exatas que as
exercida pe'as moléculas dos gases sôbre a parede do recipiente em que estão contidos é idêntica em cada ponto da parede. E isto porque a pressão dos pontos de um número enorme de mo léculas, cujos movimentos variam in
leis das ciências econômicas.
versamente, é a mesma a uma certa
creveu: "a lei (não em economia) é
nada mais que o resumo de uma ex
periência". É apenas uma generalização.
curando provar ser a lei econômica, por assim dizer, tão exata quanto as leis fí sicas ou químicas. Ao contrário, afirmo
Supõem-se
os corpúsculos liiies:
Tomemos uni c\emplo
Não só em Economia, mas em tôdas as
es
indivíduo.
mais preciso da física:
A lei é uma constatação. A manipu
Nielsen
Pois bem, é este resultado verificado
Einsteín.
se as moléculas uma a
está, pois, na idéia de probabilidade.
Temos essas
ca'or trabalho sem baixai* a temperatura
acaso na ciência econômica. A lei estatística é a lei do acaso; e a lei das massas, é a lei dos conjuntos.
Pois bem, o valor da noção de lei
É uma pressão média.
aproxima de nós são ô!es. Na \ erdade os princípios por mim aprendidos nos
de Lorentz.
mentos? Provêm de um famoso elemen
temperatura.
Mas, é impossível toinar-se isoladamen
grandes números.
to a que fiz alusão em uma de minhas
cito-o por me parecer que existe aí al
N'ã{) são os economistas que se apro
ximam dos físicos c químicos: quem se
a luz.
Mas, de onde provêm esses afasta
Sõ
Econó.míco
lada tanto por matemáticos como por es tatísticos propriamente ditos. As com panhias de seguro baseiam-se na lei dos
senão apenas uma extrema probabilidade. Foi o que nos disse, ou escreveu Borel um dia, com muito espírito: "Afinal de
Se bem não passe de uma "boutade",
Dtfu-.STo
vres, uma vez examinados em conjunto,
apresentam uma ordem. A unidade é livre, mas determinado o conjunto. É a ordem espontânea da doutrina individua'ista.
Sei que se vai fazer uma objeção: Mas quando temos moléculas, temos mi lhões, bilhões e trilliões.
No entanto
não temos bilhões nem trilhões de ho
mens. Responderei:
Não e.xaminamos
apenas homens mas também fatos. Quan-
Dicesto Econômico'
84
Isto existe em todas as ciências; não
lidar com lei.s c.slalí.slicus. ' A lei eco
6 naturalmente uma questão particular
nômica é uma lei estatística.
à Economia política.
não quer dizer, evidentemente, que te
Bem entendido,
desde que não nos dirijamos à abstra ção pura e à pura lógica. Entrando em jôgo o elemento natu reza, seja física ou humana, encontramonos imediatamente diante desta idéia de
probabilidade.
Tomemos um exemplo
elementar: O sol se levantará amanhã.
Primeira grande lei natural. Qual o va
lor dessa afirmação? O de uma expe riência indefinidamente renovada, pois nada nos assegura que um cataclisma si
deral não venha impedir que o sol se
levante amanhã. É, assim, uma probabfidade. E uma probabilidade levada ao extr^p. Daí esta idéia de não existir certeza
absoluta, a não ser na lógica pura. Do ponto de vista humano não pode existir
Mas isto
mos de nos ater a um resultado con cordante. Pràticainentc nem .sempre se encontra um resultado concordante. Re
corremos, assim, u noção cie média. E ao lado da média precisamos levar em conta os afastamentos, como é fácil com
preender. Todos os estudantes conhecem a lei
dos grandes niimeros: os afastamentos de cada um dos elementos em relação à média tendem a se compen.sar tanto
mais quanto maior for p número des ses elementos. Esta lei, aliás,'foi formu
contas tudo é possível (não disse é "pro vável"), é possível mesmo que a água, posta DO fogo, se ponha a gelar..."
da lei do acaso, uma lei, aliás, bem sin
guma coisa de profundamente verda deiro.
conferências, isto é, do acaso. acaso entrando em jogo.
Eis o
Servimo-nos
gular: contando com efetivos reduzidos, tolerará a anarquia; mas quando coman da milhões de unidades, exige uma dis ciplina de ferro. Integramos, então, o
te uma dessas moléculas.
frendo grandes abalos. O princípio de
Segundo o princípio da indeterminação de Heisenberg não se pode medir ao mesmo tempo a posição e a veloci
Carnct, segundo o qual produzindo o
dade dessas moléculas.
bancos c.scolares de há muito \êm so
moléculas, animadas de uma grande ve
rcria possíve' o movimento perpétuo, de pois de negado, foi retomado após a des
locidade, variando com a temperatura.
coberta do rádio. O princípio da con
erigido em lei.
servação d.i matéria, do Lavoisier, a pró
Da mesma forma se procede em c ência econômica. Aqui o corpúsculo é o
pria lei da gravitação, foram atingidos pelo universo recurvo dc
supõem-sp os indivíduos liiTcs. Entenda-se bem: não se fala de livre ar
Chegamos ime
bítrio ou determinismo.
diatamente à mecânica concebida
Digo apenas que o in
A luz é como
divíduo se move livre mente como a moIécuia;
um
conjunto de.corpúscu^os em moxnmcnto, equiva
conduzem-se ao acaso,
lente a partículas de
fazem o que querem. Mas se considerarmos
ondas: é a energia lo
um conjunto de molé
calizada. Quer dizer, a
culas e se considerarmos
luz tem uma estrutura
um conjunto de homens,
granulada (são os físi cos que falam). Ora, é impossível observar-
lação das verificações leva-nos a formu lar a lei, sob condição de ser o resul
categorias de ciência, devemos recorrer às leis estatísticas, pois que as discipli
tado concordante.
É a probabilidade,
nas como a física, química e outras não
por assim dizer. E, por isso, o grande
são mais exatas que a disciplina econô
estatístico norte-americano
mica.
Entenda-se bem: não estou pro
ficamos então conhe cendo a lei: estabelecese uma ordem. Observamos
Mas temos aí a doutrina individualis
neste caso a massa. É o conjunto que
ta. Eis a explicação estatística da dou
se observa.
trina individualista. Êstes indivíduos li
uma.
Então, como agir?
Citemos agora um exemplo mais sim
ples, isto é, a lei de Gay-Lussac relativa à proporcionalidade dos volumes gasosos a uma certa temperatura.
A pressão
Uma observação: desde que se trata
que as leis da física c da química não
de probabilidade, e, portanto, de uma manipulação de observações, temos de
são nem mais nem menos exatas que as
exercida pe'as moléculas dos gases sôbre a parede do recipiente em que estão contidos é idêntica em cada ponto da parede. E isto porque a pressão dos pontos de um número enorme de mo léculas, cujos movimentos variam in
leis das ciências econômicas.
versamente, é a mesma a uma certa
creveu: "a lei (não em economia) é
nada mais que o resumo de uma ex
periência". É apenas uma generalização.
curando provar ser a lei econômica, por assim dizer, tão exata quanto as leis fí sicas ou químicas. Ao contrário, afirmo
Supõem-se
os corpúsculos liiies:
Tomemos uni c\emplo
Não só em Economia, mas em tôdas as
es
indivíduo.
mais preciso da física:
A lei é uma constatação. A manipu
Nielsen
Pois bem, é este resultado verificado
Einsteín.
se as moléculas uma a
está, pois, na idéia de probabilidade.
Temos essas
ca'or trabalho sem baixai* a temperatura
acaso na ciência econômica. A lei estatística é a lei do acaso; e a lei das massas, é a lei dos conjuntos.
Pois bem, o valor da noção de lei
É uma pressão média.
aproxima de nós são ô!es. Na \ erdade os princípios por mim aprendidos nos
de Lorentz.
mentos? Provêm de um famoso elemen
temperatura.
Mas, é impossível toinar-se isoladamen
grandes números.
to a que fiz alusão em uma de minhas
cito-o por me parecer que existe aí al
N'ã{) são os economistas que se apro
ximam dos físicos c químicos: quem se
a luz.
Mas, de onde provêm esses afasta
Sõ
Econó.míco
lada tanto por matemáticos como por es tatísticos propriamente ditos. As com panhias de seguro baseiam-se na lei dos
senão apenas uma extrema probabilidade. Foi o que nos disse, ou escreveu Borel um dia, com muito espírito: "Afinal de
Se bem não passe de uma "boutade",
Dtfu-.STo
vres, uma vez examinados em conjunto,
apresentam uma ordem. A unidade é livre, mas determinado o conjunto. É a ordem espontânea da doutrina individua'ista.
Sei que se vai fazer uma objeção: Mas quando temos moléculas, temos mi lhões, bilhões e trilliões.
No entanto
não temos bilhões nem trilhões de ho
mens. Responderei:
Não e.xaminamos
apenas homens mas também fatos. Quan-
Sfí
Dicf^o Econômico DiGí^sio
(]() quero construir a lei dos pregos, examino os fatos no presente e exami no a atitude dos homens nos vários e di ferentes momentos históricos. Posso fa
Não obstante, subsi.slem perigos. As estatística.s são puramente quimlitativas ,v, assim, chegamos sobretudo a noções de ordem quantitativa. Isto não quer
zer constatações sôbre uma infinidade
dizer que sejam inúteis. Mesmo as abs
de casos e num tempo teoricamente in
finito. Portanto, posso fazer trilhões de constatações. Não existe ai, pois, nenhu ma inferioridade da ciência econômica. Chego assim a esta primeira conclu são: conciliamos a liberdade e o deter minismo. Liberdade é unidade. Deter minismo é totalidade. E entre o indiví
duo e o conjunto há um abismo, carac terizado pela média.
Observo também que as leis não se formam objetivamente. Existem ou não existem: nós apenas as descobrimos. Mas
lhões é que teremos um monte? É im
possível determinar. -
E isto nos permitirá explicar um fato curioso: Há economistas que têm o hábito de dizer que existem ou não
57
como é a ciência econômica, a diferença
A prova classica nos é dada pelo me
cstii em que os fenômenos existem como
canismo dos preços, a taxação^e o mer
cado negro. A não ser que se estabele-.
trações são úteis. É evidente cjue somos
expressão do,próprio homem. O mesmo já não se dá na ciência física: o físico pode escolher as sua.s moléculas. En
obrigados a abstrair. 'Dkhi ciência ó
tretanto, o economista não pode selecio
de ordem psicológica, escapa à influên
abstração. A Economia não foge à re gra. Mas o grande perigo está, precisu-
nar os homens. Na ciência física diver
cia da legislação. Tôda a ciência eco
tiram-se cm supor um demônio, um
nômica é fundada sôbre a psicologia. O
inente, em não sc fazer um número su
pequeno.demônio de Maxwell, que se para as moléculas. Supondo, assim, que
legislador pode suprimir a concorrência,
ficiente de obser\'açõc.s.
Vou dar um exemplo tipico. Parece-
um dia éle se ponha a tirar as molé
me ser de Charles Rist. Obserx'ando os
culas que se encontram nas fundações
cesse uma tirania total não se eliminaria
a lei. E esta condição sendo, como é,
mas não pode tomar o homem altniista. Entre as condições necessárias, uma há
particularmente grave: O sistema, para atuar, deve ser incoerente. Quer dizer,
preços cm longa duração notou-se uma
de um arranha-céu de São Paulo, levan
relação de concordância entre a oscilação
do-as para cima, veríamos o arranha-céu
as moléculas, como os homens, devem
dos preços nos Estados Unidos e o mo vimento da produção do outro. Efeti
subir em vertical. Mas em ciência eco
ser independentes. Devemos supô-los independentes uns dos outros. E isso
vamente, é um fato indiscutível a e.xis-
Estado, Trust, Sindicato, Partido. Por
porque, encontrando-se os homens aglu
tanto, se é verdade que podemos supri
tinados, aglomerados, não formariam se
mir as condições necessárias ao funcio
não uma só unidade e, neste *0350, não
se as descobrimos, com o tempo e com tència de uma concordância mais ou me uma série de obser\'ações manipuladas, quando podemos dizer que há lei? É nos aproximativa, ou admitamos, mes difícil senão impossível responder. Êste é o problema a que os antigos denomi navam de problema da quantidade. Um monte de sal de quantos grãos é forma do? Vai-se pondo o sal grão a grão: quando tivermos posto dois ou três mi
Et;oNÓMico
nômica o demônio de Maxwell se chama
mo perfeita, entre os dois fenômenos.
namento das leis, não menos verdade é
há lei estatística, pois esta pressupõe um
No entanto, nfio podemos erigir estas
ser impossível suprimir a lei. E a prova
grande número de unidades com movi
observações em lei, porque são em mt-
disso está em se verificarem os inconve
mero insuficiente.
nientes daí resultantes, continuando a lei
mentos diversos a se compensarem. A prova, aliás, é muito simples. Ve
Chego agora à terceira parte da mvnha exposição.
a atenuar à margem das intervenções.
jamos o exemplo dos depósitos bancá
Sabemos existir a lei econômica, sen
Vejamos um exemplo prático: a lei de Gresham, aliás muito acusada:
"a
rios. Há sempre um movimento de de
pósito de fundos e de retirada de fundos, produzindo compensação. É o que per
existem categorias de leis. As leis eco
moeda má e.xpulsa a boa". Ninguém a põe em dúvida. Exige-se, entretanto,
nômicas são como todas as outras: 1®'®
uma condição: a existência da moeda.
cobertura. Está aí uma regra estatís
de probabilidade, leis estatísticas.
Se suprimirmos esta condição, isto é,
tica funcionando. Mas se todos os clien-,
do da mesma natureza de toda lei. Não
mite aos bancos disporem sempre de
Mas, passemos ao terceiro ponto.
se o Estado não põe nenhuma moeda em
existem leis. Mas outros ficam embara
Em um trabalho notável, de Bartbc-
circulação, ter-se-á então suprimido a
çados e dizem: há apenas uma regula ridade de ação. É a expressão germâ
lemy, da Faculdade de Direito de PrO" vence, foram passadas em revista os
lei? Absolutamente. Apenas suspendem-
tes de um banco se aglutinassem pelo mêdo ou pânico, precipitar-se-iam à Caixa todos ao mesmo tempo; não ha
se os seus efeitos.
veria compensação e o banco não dis
nica: há regularidade de ação, ou, co
diversas leis econômicas, a saber, de
dade que ela voltará a atuar, tão logo
mo nós dizemos, há normas. Da mesma
Dunoyer, Le Play, Ricardo etc. Verifi
se restabeleça a circulação monetária.
forma há físicos que não ousam falar de
cou-se, assim, serem muitas delas con
lei, de-maneira alguma, mas apenas de efeitos, como, por exemplo, o efeito-
tingentes, isto é, só se verificam quan
siste apenas em saber se, praticamente,
do certas condições se realizam.
júlio.
São, por assim dizer, leis em estado de espera. Não se usa chamá-las de leis porque as experiências não .são em número suficiente para autorizar a
"A priori" isto não diz muito. Em tôdas as ciências as leis supõem a reali zação de determinadas condições. A
não é mais inconveniente dispor apenas de uma moeda ao invés d ar que
individual explica sua aparição e fun
a lei atue. E de fato os incou.jnientes são
cionamento.
batizá-las como tal.
fonte de calor. Mas nas ciências sociais,
mudança da água em vapor supõe uma
E tanto isso é ver
Portanto, a questão se desloca: con
poria de cobertura. Portanto, para que a lei subsista é
preciso existir esta incoerência. Ou, por ojitra, é preciso existirem individuos, o
que eqüivale a dizer, que a psicologia
A êste respeito a psicologia das mas de tal monta que jamais se fará isso. O legislador embora possa suspender os efei sas ê particubrmeiite perigosa, conforme tos da lei não pode ter interesse ein faze- _ se pode verificar dos equílíbrios atômi Io, urna vez que a lei não desaparecerá. cos que, mantidos em condições naturais,
Sfí
Dicf^o Econômico DiGí^sio
(]() quero construir a lei dos pregos, examino os fatos no presente e exami no a atitude dos homens nos vários e di ferentes momentos históricos. Posso fa
Não obstante, subsi.slem perigos. As estatística.s são puramente quimlitativas ,v, assim, chegamos sobretudo a noções de ordem quantitativa. Isto não quer
zer constatações sôbre uma infinidade
dizer que sejam inúteis. Mesmo as abs
de casos e num tempo teoricamente in
finito. Portanto, posso fazer trilhões de constatações. Não existe ai, pois, nenhu ma inferioridade da ciência econômica. Chego assim a esta primeira conclu são: conciliamos a liberdade e o deter minismo. Liberdade é unidade. Deter minismo é totalidade. E entre o indiví
duo e o conjunto há um abismo, carac terizado pela média.
Observo também que as leis não se formam objetivamente. Existem ou não existem: nós apenas as descobrimos. Mas
lhões é que teremos um monte? É im
possível determinar. -
E isto nos permitirá explicar um fato curioso: Há economistas que têm o hábito de dizer que existem ou não
57
como é a ciência econômica, a diferença
A prova classica nos é dada pelo me
cstii em que os fenômenos existem como
canismo dos preços, a taxação^e o mer
cado negro. A não ser que se estabele-.
trações são úteis. É evidente cjue somos
expressão do,próprio homem. O mesmo já não se dá na ciência física: o físico pode escolher as sua.s moléculas. En
obrigados a abstrair. 'Dkhi ciência ó
tretanto, o economista não pode selecio
de ordem psicológica, escapa à influên
abstração. A Economia não foge à re gra. Mas o grande perigo está, precisu-
nar os homens. Na ciência física diver
cia da legislação. Tôda a ciência eco
tiram-se cm supor um demônio, um
nômica é fundada sôbre a psicologia. O
inente, em não sc fazer um número su
pequeno.demônio de Maxwell, que se para as moléculas. Supondo, assim, que
legislador pode suprimir a concorrência,
ficiente de obser\'açõc.s.
Vou dar um exemplo tipico. Parece-
um dia éle se ponha a tirar as molé
me ser de Charles Rist. Obserx'ando os
culas que se encontram nas fundações
cesse uma tirania total não se eliminaria
a lei. E esta condição sendo, como é,
mas não pode tomar o homem altniista. Entre as condições necessárias, uma há
particularmente grave: O sistema, para atuar, deve ser incoerente. Quer dizer,
preços cm longa duração notou-se uma
de um arranha-céu de São Paulo, levan
relação de concordância entre a oscilação
do-as para cima, veríamos o arranha-céu
as moléculas, como os homens, devem
dos preços nos Estados Unidos e o mo vimento da produção do outro. Efeti
subir em vertical. Mas em ciência eco
ser independentes. Devemos supô-los independentes uns dos outros. E isso
vamente, é um fato indiscutível a e.xis-
Estado, Trust, Sindicato, Partido. Por
porque, encontrando-se os homens aglu
tanto, se é verdade que podemos supri
tinados, aglomerados, não formariam se
mir as condições necessárias ao funcio
não uma só unidade e, neste *0350, não
se as descobrimos, com o tempo e com tència de uma concordância mais ou me uma série de obser\'ações manipuladas, quando podemos dizer que há lei? É nos aproximativa, ou admitamos, mes difícil senão impossível responder. Êste é o problema a que os antigos denomi navam de problema da quantidade. Um monte de sal de quantos grãos é forma do? Vai-se pondo o sal grão a grão: quando tivermos posto dois ou três mi
Et;oNÓMico
nômica o demônio de Maxwell se chama
mo perfeita, entre os dois fenômenos.
namento das leis, não menos verdade é
há lei estatística, pois esta pressupõe um
No entanto, nfio podemos erigir estas
ser impossível suprimir a lei. E a prova
grande número de unidades com movi
observações em lei, porque são em mt-
disso está em se verificarem os inconve
mero insuficiente.
nientes daí resultantes, continuando a lei
mentos diversos a se compensarem. A prova, aliás, é muito simples. Ve
Chego agora à terceira parte da mvnha exposição.
a atenuar à margem das intervenções.
jamos o exemplo dos depósitos bancá
Sabemos existir a lei econômica, sen
Vejamos um exemplo prático: a lei de Gresham, aliás muito acusada:
"a
rios. Há sempre um movimento de de
pósito de fundos e de retirada de fundos, produzindo compensação. É o que per
existem categorias de leis. As leis eco
moeda má e.xpulsa a boa". Ninguém a põe em dúvida. Exige-se, entretanto,
nômicas são como todas as outras: 1®'®
uma condição: a existência da moeda.
cobertura. Está aí uma regra estatís
de probabilidade, leis estatísticas.
Se suprimirmos esta condição, isto é,
tica funcionando. Mas se todos os clien-,
do da mesma natureza de toda lei. Não
mite aos bancos disporem sempre de
Mas, passemos ao terceiro ponto.
se o Estado não põe nenhuma moeda em
existem leis. Mas outros ficam embara
Em um trabalho notável, de Bartbc-
circulação, ter-se-á então suprimido a
çados e dizem: há apenas uma regula ridade de ação. É a expressão germâ
lemy, da Faculdade de Direito de PrO" vence, foram passadas em revista os
lei? Absolutamente. Apenas suspendem-
tes de um banco se aglutinassem pelo mêdo ou pânico, precipitar-se-iam à Caixa todos ao mesmo tempo; não ha
se os seus efeitos.
veria compensação e o banco não dis
nica: há regularidade de ação, ou, co
diversas leis econômicas, a saber, de
dade que ela voltará a atuar, tão logo
mo nós dizemos, há normas. Da mesma
Dunoyer, Le Play, Ricardo etc. Verifi
se restabeleça a circulação monetária.
forma há físicos que não ousam falar de
cou-se, assim, serem muitas delas con
lei, de-maneira alguma, mas apenas de efeitos, como, por exemplo, o efeito-
tingentes, isto é, só se verificam quan
siste apenas em saber se, praticamente,
do certas condições se realizam.
júlio.
São, por assim dizer, leis em estado de espera. Não se usa chamá-las de leis porque as experiências não .são em número suficiente para autorizar a
"A priori" isto não diz muito. Em tôdas as ciências as leis supõem a reali zação de determinadas condições. A
não é mais inconveniente dispor apenas de uma moeda ao invés d ar que
individual explica sua aparição e fun
a lei atue. E de fato os incou.jnientes são
cionamento.
batizá-las como tal.
fonte de calor. Mas nas ciências sociais,
mudança da água em vapor supõe uma
E tanto isso é ver
Portanto, a questão se desloca: con
poria de cobertura. Portanto, para que a lei subsista é
preciso existir esta incoerência. Ou, por ojitra, é preciso existirem individuos, o
que eqüivale a dizer, que a psicologia
A êste respeito a psicologia das mas de tal monta que jamais se fará isso. O legislador embora possa suspender os efei sas ê particubrmeiite perigosa, conforme tos da lei não pode ter interesse ein faze- _ se pode verificar dos equílíbrios atômi Io, urna vez que a lei não desaparecerá. cos que, mantidos em condições naturais,
Dif:i;sTo Econômico
\
Balança de pagamentos em regime de papel-moeda
correm, entretanto, o risco de se rom
vidades econômicas, na sua evolução, se
per nos momentos em que intervém a
psicologia das massas. Exemplo clássico
guir uma linha reta. É esta uma ten dência condizente com o prazer espiri
é o das cambiais.
O contrato não im
tual. É por isso que encontramos leis
pediu, entretanto, a atuaç.HO da lei den
entre os clássicos, particularmente a lei da repartição dc Stuart Mill e Ricardo. Embora agrade, não é verdadeiro. È
coNCKiTO de Balança de Pagamentos,
um prazer para o nosso espírito encon
teoricamente, não é fácil de se en
tro de um limite mínimo.
Mas o homem pode renunciar à sua
própria liberdade para mergulhar na mas
sa.
As leis econômicas se aplicam a
homens dignos de ser homens e não a rebanhos. A prática atual consiste cm fazer o físico tratar as moléculas como
se fossem livres e independentes umas das outras, e tomar o indivíduo seme-
lliante, às vêzes, a um conglomerado de matéria informe.
Mas enquanto não se der a absorção completa dos indivíduos pela massa, isto
é, houver personalidades humanas,os governantes devem saber que a lei se im
põe e atua, não podendo ser violada impu nemente. Ou melhor, devem saber que há uma ciência econômica e leis econômicas.
No Estado totalitário, povoado de re banhos, não há ciência e, por isso, ouso dizer, não há homens.
Consideremos agora a velha objeção:
trar proporcionalidade entre os elemen tos económico.s.
Não há dúvida.
Dai
leis como as fórmulas s'mplistas da teo ria quantitativa.
Conferência pronunciada pelo professor Gottfried von Iluberler, ein 21 de agosto do corrente ano, no Instituto de Economia da Associação Comercial de São Paulo.
tender. Entretanto, na prática, podemos
Exceptuando os Estados Unidos os países, hoje, se dividem em qiKitro gmpos distintos. No primeiro, acham-se os
perceber sua exi.stcncia através dos seus
devedores, em má situação econômica
efeitos, da .sua exteriorização pelo movi
que precisam reorganizar sua economia, mas que não tiveram as suas forças produtivas destruídas pc'o conflito mun dial. No segundo grupo, estão os que
mento de câmbio.
Hoje, por exemplo,
Todavia, depois de um estudo mimi-
ouve-se, com insistência, falar na "crise
cioso observamos existirem na realidade leis econômicas. Mas .são leis de não
do dólar" e o homem do povo, ao ler os cabeçalhos de jornal, possivelmente,
se encontram em má situação econômi
proporcionalidade e mesmo de mais qnc não proporcionalidade. Eis como nos aparece agora a lei.
indagará sôbre a razão da escassez do
ca, tal como os do primeiro, mas que
A sabedoria humana está em reconhe
cer que não se pode impunemente in
fringi-las. Mas não é só o homem da rua que não gosta muito desta espécie çle constrangimento da natureza. I"h\ alguma coisa de penoso para todos na sujeição, mesmo que seja às leis natu
rais, embora emanem da nossa própri'^
natureza, pois que são na maioria dos
Diz-se que em Economia política não há casos psicológicos, no caso da Economialeis porque o homem é livre. Ao contrário: E, por haver uma espécie de desacordo porque o homem é livre há leis econômi ■ entre a natureza e os homens podemos cas. Devolvendo, pois, ao economista a dizer que são, por índole, voluntariosos, consciência do seu valor, afirmando exis constituindo o fato uma espécie de es tirem essas leis, é que êle se impõe. cândalo lógico; o homem quer dirigir Mas, sejamos modestos, pois que essas a naturezix, a fim de poder dizer, com leis são leis de probabilidade, como aliás as leis da ciência química ou tôdas as
orgulho, que a comanda. É o papel do
outras existentes na base das grandes
bem ingrato.
economista, reconheço, aliás um papel
ciências e das quais nos servimos a todo
E assim, já que as leis naturais nao
tempo. Prudência, portanto, mas autori dade na afirmação da existência das
se deixam dirigir por nós, precisamos obedecê-las, mesmo quando ferinos os
le's.
governantes dos destinos humanos. E
Para que se compreenda o que
precisam lutar pela reconstnição de sua
vem a ser a "crise do dólar" necessário
economia, visto terem sido atingidos di
se torna conhecer o significado de Ba
retamente pela guerra; necessitam não só capitais, tal como o primeiro, mas, ma s que isto, fazer compras maçiças de maquinário, instrumental de trabalho
dólar.
lança
de
Pagamentos, uma
ac|ue'a é um problema particular sur gido da situação desta no campo ~nternacional. Procurando analisar o que
seja a "crise do dólar" compreendemos
f, até mesmo, gêneros de primeira ne cessidade, paru readquirir a posição que
melhor o que se entende por Balança
usufruíam'na economia mundial de an-
de Pagamentos e qual a suà importância
te-guerra.
no comércio internacional.
Sendo o dólar, no momento, a única moeda de curso internacional ilipiitado
e sendo os Estados Unidos, hoje, um
Num terceiro grupo encon tram-se os países novos que, além de devedores, precisam ainda de capital pixfa o seu desenvolvimento econômico.
A
guerra apanhou-os em pleno esforço de
dos principais fornecedores
criação de indústrias ina-
do mundo todo, as tran.sa-
cionais; em certos ramos,
ções internacionais mtris fre
qüentemente se fazem entre este país e os demais; além
as necessidades criadas pela paralisação das trocas inter
nacionais fizeram com que
disso, devido ao fáto de ins
a produção indústria! cres
pirar maior confiança, mes
cesse muito, mas termina
mo países não americanos,
da a guerra êstes países
ao realizarem transações co
sentiram que, num futuro
merciais, dão preferência
aos pagamentos em dólares.
O economista deve ser mais natural,
termino com as palavras de Rénan: "Nao
quero dizer, menos puramente lógico. Os exemplos abundam; c uma idéia
Eis porque, atualmente, se
será o falo do homem não .seguir os
pode falar numa verdadei
muito difundida esta de deverem as ati
de lhos dar".
nossos consellio.s que iios de\e impedir
vez que
ra "fome de dólares".
próximo, terão que lutar contra a concorrência in
ternacional,
ficando
em
condições desfavoráveis se
não reequipareni seu par-
Dif:i;sTo Econômico
\
Balança de pagamentos em regime de papel-moeda
correm, entretanto, o risco de se rom
vidades econômicas, na sua evolução, se
per nos momentos em que intervém a
psicologia das massas. Exemplo clássico
guir uma linha reta. É esta uma ten dência condizente com o prazer espiri
é o das cambiais.
O contrato não im
tual. É por isso que encontramos leis
pediu, entretanto, a atuaç.HO da lei den
entre os clássicos, particularmente a lei da repartição dc Stuart Mill e Ricardo. Embora agrade, não é verdadeiro. È
coNCKiTO de Balança de Pagamentos,
um prazer para o nosso espírito encon
teoricamente, não é fácil de se en
tro de um limite mínimo.
Mas o homem pode renunciar à sua
própria liberdade para mergulhar na mas
sa.
As leis econômicas se aplicam a
homens dignos de ser homens e não a rebanhos. A prática atual consiste cm fazer o físico tratar as moléculas como
se fossem livres e independentes umas das outras, e tomar o indivíduo seme-
lliante, às vêzes, a um conglomerado de matéria informe.
Mas enquanto não se der a absorção completa dos indivíduos pela massa, isto
é, houver personalidades humanas,os governantes devem saber que a lei se im
põe e atua, não podendo ser violada impu nemente. Ou melhor, devem saber que há uma ciência econômica e leis econômicas.
No Estado totalitário, povoado de re banhos, não há ciência e, por isso, ouso dizer, não há homens.
Consideremos agora a velha objeção:
trar proporcionalidade entre os elemen tos económico.s.
Não há dúvida.
Dai
leis como as fórmulas s'mplistas da teo ria quantitativa.
Conferência pronunciada pelo professor Gottfried von Iluberler, ein 21 de agosto do corrente ano, no Instituto de Economia da Associação Comercial de São Paulo.
tender. Entretanto, na prática, podemos
Exceptuando os Estados Unidos os países, hoje, se dividem em qiKitro gmpos distintos. No primeiro, acham-se os
perceber sua exi.stcncia através dos seus
devedores, em má situação econômica
efeitos, da .sua exteriorização pelo movi
que precisam reorganizar sua economia, mas que não tiveram as suas forças produtivas destruídas pc'o conflito mun dial. No segundo grupo, estão os que
mento de câmbio.
Hoje, por exemplo,
Todavia, depois de um estudo mimi-
ouve-se, com insistência, falar na "crise
cioso observamos existirem na realidade leis econômicas. Mas .são leis de não
do dólar" e o homem do povo, ao ler os cabeçalhos de jornal, possivelmente,
se encontram em má situação econômi
proporcionalidade e mesmo de mais qnc não proporcionalidade. Eis como nos aparece agora a lei.
indagará sôbre a razão da escassez do
ca, tal como os do primeiro, mas que
A sabedoria humana está em reconhe
cer que não se pode impunemente in
fringi-las. Mas não é só o homem da rua que não gosta muito desta espécie çle constrangimento da natureza. I"h\ alguma coisa de penoso para todos na sujeição, mesmo que seja às leis natu
rais, embora emanem da nossa própri'^
natureza, pois que são na maioria dos
Diz-se que em Economia política não há casos psicológicos, no caso da Economialeis porque o homem é livre. Ao contrário: E, por haver uma espécie de desacordo porque o homem é livre há leis econômi ■ entre a natureza e os homens podemos cas. Devolvendo, pois, ao economista a dizer que são, por índole, voluntariosos, consciência do seu valor, afirmando exis constituindo o fato uma espécie de es tirem essas leis, é que êle se impõe. cândalo lógico; o homem quer dirigir Mas, sejamos modestos, pois que essas a naturezix, a fim de poder dizer, com leis são leis de probabilidade, como aliás as leis da ciência química ou tôdas as
orgulho, que a comanda. É o papel do
outras existentes na base das grandes
bem ingrato.
economista, reconheço, aliás um papel
ciências e das quais nos servimos a todo
E assim, já que as leis naturais nao
tempo. Prudência, portanto, mas autori dade na afirmação da existência das
se deixam dirigir por nós, precisamos obedecê-las, mesmo quando ferinos os
le's.
governantes dos destinos humanos. E
Para que se compreenda o que
precisam lutar pela reconstnição de sua
vem a ser a "crise do dólar" necessário
economia, visto terem sido atingidos di
se torna conhecer o significado de Ba
retamente pela guerra; necessitam não só capitais, tal como o primeiro, mas, ma s que isto, fazer compras maçiças de maquinário, instrumental de trabalho
dólar.
lança
de
Pagamentos, uma
ac|ue'a é um problema particular sur gido da situação desta no campo ~nternacional. Procurando analisar o que
seja a "crise do dólar" compreendemos
f, até mesmo, gêneros de primeira ne cessidade, paru readquirir a posição que
melhor o que se entende por Balança
usufruíam'na economia mundial de an-
de Pagamentos e qual a suà importância
te-guerra.
no comércio internacional.
Sendo o dólar, no momento, a única moeda de curso internacional ilipiitado
e sendo os Estados Unidos, hoje, um
Num terceiro grupo encon tram-se os países novos que, além de devedores, precisam ainda de capital pixfa o seu desenvolvimento econômico.
A
guerra apanhou-os em pleno esforço de
dos principais fornecedores
criação de indústrias ina-
do mundo todo, as tran.sa-
cionais; em certos ramos,
ções internacionais mtris fre
qüentemente se fazem entre este país e os demais; além
as necessidades criadas pela paralisação das trocas inter
nacionais fizeram com que
disso, devido ao fáto de ins
a produção indústria! cres
pirar maior confiança, mes
cesse muito, mas termina
mo países não americanos,
da a guerra êstes países
ao realizarem transações co
sentiram que, num futuro
merciais, dão preferência
aos pagamentos em dólares.
O economista deve ser mais natural,
termino com as palavras de Rénan: "Nao
quero dizer, menos puramente lógico. Os exemplos abundam; c uma idéia
Eis porque, atualmente, se
será o falo do homem não .seguir os
pode falar numa verdadei
muito difundida esta de deverem as ati
de lhos dar".
nossos consellio.s que iios de\e impedir
vez que
ra "fome de dólares".
próximo, terão que lutar contra a concorrência in
ternacional,
ficando
em
condições desfavoráveis se
não reequipareni seu par-
Dici;.sto Econónucii
90
Di(;i;.sto Econômico
{juc íudustrial, eliniiuando o equipamen to obsoleto.
Sendo o mercado fornece
dor deste, naturalmente, de preferencia os Estados Unidos, isto os obriga a um
admitír um segundo momento em que, de Pagamentos, quando momentânea-
suas vendas.
mentos se tome passiva por circunstân
É um conceito, entretan
momentâneamente, a Balança de Paga
cias tais como a necessidade de efetuar
to, muito restrito e não nos convém
num último grupo, encontramos nações não devédoras, como a Argentina, mas que mesmo assim precisam do dólar
lidade, como já e.vpiisemos, é uni de sequilíbrio. Daí conceituarmos Balan
cancelar créditos. * Neste caso, o passivo,
ça de Pagamentos como os pagamen tos feitos ao estrangeiro ou deles rece
Balança, seria saldado com o envio de
dutos essenciais da América do Norte
sensivelmente maiores que as exporta ções que para aquele país fazem. Seja qual fôr a situação destes países todos,
a realidade é que os quatro grupos, no momento, precisam de cambiais norte-
americanas de importação, quer dizer, dólares, necessários ao seu desenvolvi-
i mento e, em alguns casos, até à sua H| 'sobrevivência.
1^
.sfuipre cin • equilíbrio porque o valor das compras de meios dc pagamentos estrangeiros será sempre igual ao de
grande consumo de dólares. Por fim,
visto serem as suas importações de pro
Economicamente, seria possível aos
Estados Unidos fornecer dólares ao mun do todo, mas, politicamente, tal forne-
.
cimento tornou-se impossível uma vez
ij
que isto eqüivaleria a uma política de
f
concessão de créditos ilimitados aos de-
I
mais países, e a política econômica de
1
certas nações, bastante diversa das ten-
I
dências norte-americanas, faria com que
no caso, pois o que verificamos em rea
bidos que se efetuaram, realmente, dentro de um detcnninado período dc tempo. Desta maneira, os pagamentos feitos ao estrangeiro não só podem ser efetuados mediante compra de meios de pagamento do país credor, como lanv bém, com outros meios de pagamento estrangeiros, eventualmente existente no
pagamentos por reparações de guerra ou não compensado pelo elemento ativo da
O único recurso no caso de dívidas a
pagar é restringir as importações e fa vorecer as e.vportações. Ocorre, porém, que nesta restrição de importações há sempre o inconveniente do país se ver
privado de certos produtos essenciais, oriundos do estrangeiro que, ou não podem ser produzidos no interior ou. então, serão produzidos em condições
baixariam.
desfavoráveis, provocando forte eleva ção de preços e sacrificando o consumi
Com isto estimular-se-ia a
exportação e se dificultaria a importa ção. No país credor passar-se-ia .o con
dor interno. Além disto, a restrição de
trário: o ouro, afluindo, aumenta a quan
importação provoca represálias e longe de se conseguir, com
tidade de moeda e pro voca a alta dos preços.
»
isto, o estímulo à expor
tação para se obter o
país incluindo-se o próprio ouro, desde que sejam reconhecidos • como tendo
Com isto, a e.xportação seria dificultada e a im
reequilibrío, verifica-se,
curso internacional.
portação facilitada. De
com surpresa, que os
plo, se o Brasil efetuar compras na In*
vido ao afluxo de ouro
países compradores di-.
glaterra poderá saldar sua divida, seja em libras, caso as possua, ou as tenlia
cria-se uma tensão ou
minúenr suas compras
desnível de preços entre
por verem suas vendas
Assim, por exem
comprado para tal fim, seja em dóla* res, uma vez que o seu credor concorde em recebe-los. Pode ocorrer, neste caso,
que os pagamentos que devem ser feiws
uma parte das correntes políticas da América do Norte se opusesse, como de
ao estrangeiro sejam superiores ao mon tante da dívida que dele devemos rece
fato está se opondo, à concessão ilimi-
ber. É o caso típico da "crise do dólar' •
os dois países, provoca-
restringidas.
dor de uma corrente de mercadorias em sentido
lução, portanto, de agir
igual ao da primeira corrente de ouro. Aque la suscitaria, depois, uma corrente con
tada de créditos a todos os países do
A maioria dos países tendo vendido aos
trária de moeda do país credor para o antigo devedor, restabelecendo-se o
globo.
Estados Unidos menos que as compras
equilíbrio.
Dizemos, neste.s casos acima aponta dos, que a Balança de Pagamentos é
realizadas, ou ainda, tendo dívidas ante
riores a pagar, sem contra-particla de
tem razão de ser porque a conversibili
favorável à América do Norte e desfa
dívidas a receber da América do Norte,
dade da moeda desapareceu no mundo
Esta solução, entretanto, hoje não
se vê na situação de não poder satisfa
todo e a distribuição dêste metal dese
zer, totalmente, seus compromissos.
Isto nos obriga a esclarecer o que se entende por Balança de Pagamentos.
quilibrou-se.
para o problema? A primeira solução
1
Podemos defíní-la como sendo as com-
é a clássica, típica do Padrão-Ouro. Su
' '
pras e vendas de meios de pagamento estrangeiros realmente efetuadas den tro de um período de tempo. Neste
ponhamos que dois países que mantêm
Em tais casos quais serão as soluções
enfire si relações comerciais possuam
moeda conversível em ouro. Partindo de uma situação de equilíbrio, podemos
Esta so
diretamente sôbre a Ba
lança
Comercial,
em
busca de saldos apreciá veis capazes de compensar o desequilí brio dos pagamentos, falha na prática. Resta, portanto, uma outra solução que supomos ser muito natural e viável:
vorável, a bem dizer, ao resto das
sentido, a Balança de Pagamentos estará
mente desequilibrada?
ouro. Saindo o ouro do país devedor, a «quantidade de moeda existente no mercado interno diminuiria e os preços
nações.
I
91
O regime de pajjel-moe-
da destruiu os pontos áureos e impe diu que se possa falar, hoje, em parida de monetária.
Não havendo ouro para enviar, nem possibilidade dc converter a moeda-pa-
pel em ouro, o que resta ao país, como medida de reequilibrío de sua Balança
é a de provocar a elevação dos preços internos, que no regime de Padrão-Ou
ro surgia como decorrência natural do maior afluxo de,ouro, mediante a desva
lorização da moeda. O grande êrro da Inglaterra, após a primeira Grande Guerra, foi o de não querer aceitar este remédio e forçar a revalorização total da
libra, pretendendo fazer funcionar, em toda a sua amplitude, novamente, o Pa drão-Ouro. Keynes previu êste èrro da
política dc revalorização e aduziu argu mentos procurando mostrar que a volta
Dici;.sto Econónucii
90
Di(;i;.sto Econômico
{juc íudustrial, eliniiuando o equipamen to obsoleto.
Sendo o mercado fornece
dor deste, naturalmente, de preferencia os Estados Unidos, isto os obriga a um
admitír um segundo momento em que, de Pagamentos, quando momentânea-
suas vendas.
mentos se tome passiva por circunstân
É um conceito, entretan
momentâneamente, a Balança de Paga
cias tais como a necessidade de efetuar
to, muito restrito e não nos convém
num último grupo, encontramos nações não devédoras, como a Argentina, mas que mesmo assim precisam do dólar
lidade, como já e.vpiisemos, é uni de sequilíbrio. Daí conceituarmos Balan
cancelar créditos. * Neste caso, o passivo,
ça de Pagamentos como os pagamen tos feitos ao estrangeiro ou deles rece
Balança, seria saldado com o envio de
dutos essenciais da América do Norte
sensivelmente maiores que as exporta ções que para aquele país fazem. Seja qual fôr a situação destes países todos,
a realidade é que os quatro grupos, no momento, precisam de cambiais norte-
americanas de importação, quer dizer, dólares, necessários ao seu desenvolvi-
i mento e, em alguns casos, até à sua H| 'sobrevivência.
1^
.sfuipre cin • equilíbrio porque o valor das compras de meios dc pagamentos estrangeiros será sempre igual ao de
grande consumo de dólares. Por fim,
visto serem as suas importações de pro
Economicamente, seria possível aos
Estados Unidos fornecer dólares ao mun do todo, mas, politicamente, tal forne-
.
cimento tornou-se impossível uma vez
ij
que isto eqüivaleria a uma política de
f
concessão de créditos ilimitados aos de-
I
mais países, e a política econômica de
1
certas nações, bastante diversa das ten-
I
dências norte-americanas, faria com que
no caso, pois o que verificamos em rea
bidos que se efetuaram, realmente, dentro de um detcnninado período dc tempo. Desta maneira, os pagamentos feitos ao estrangeiro não só podem ser efetuados mediante compra de meios de pagamento do país credor, como lanv bém, com outros meios de pagamento estrangeiros, eventualmente existente no
pagamentos por reparações de guerra ou não compensado pelo elemento ativo da
O único recurso no caso de dívidas a
pagar é restringir as importações e fa vorecer as e.vportações. Ocorre, porém, que nesta restrição de importações há sempre o inconveniente do país se ver
privado de certos produtos essenciais, oriundos do estrangeiro que, ou não podem ser produzidos no interior ou. então, serão produzidos em condições
baixariam.
desfavoráveis, provocando forte eleva ção de preços e sacrificando o consumi
Com isto estimular-se-ia a
exportação e se dificultaria a importa ção. No país credor passar-se-ia .o con
dor interno. Além disto, a restrição de
trário: o ouro, afluindo, aumenta a quan
importação provoca represálias e longe de se conseguir, com
tidade de moeda e pro voca a alta dos preços.
»
isto, o estímulo à expor
tação para se obter o
país incluindo-se o próprio ouro, desde que sejam reconhecidos • como tendo
Com isto, a e.xportação seria dificultada e a im
reequilibrío, verifica-se,
curso internacional.
portação facilitada. De
com surpresa, que os
plo, se o Brasil efetuar compras na In*
vido ao afluxo de ouro
países compradores di-.
glaterra poderá saldar sua divida, seja em libras, caso as possua, ou as tenlia
cria-se uma tensão ou
minúenr suas compras
desnível de preços entre
por verem suas vendas
Assim, por exem
comprado para tal fim, seja em dóla* res, uma vez que o seu credor concorde em recebe-los. Pode ocorrer, neste caso,
que os pagamentos que devem ser feiws
uma parte das correntes políticas da América do Norte se opusesse, como de
ao estrangeiro sejam superiores ao mon tante da dívida que dele devemos rece
fato está se opondo, à concessão ilimi-
ber. É o caso típico da "crise do dólar' •
os dois países, provoca-
restringidas.
dor de uma corrente de mercadorias em sentido
lução, portanto, de agir
igual ao da primeira corrente de ouro. Aque la suscitaria, depois, uma corrente con
tada de créditos a todos os países do
A maioria dos países tendo vendido aos
trária de moeda do país credor para o antigo devedor, restabelecendo-se o
globo.
Estados Unidos menos que as compras
equilíbrio.
Dizemos, neste.s casos acima aponta dos, que a Balança de Pagamentos é
realizadas, ou ainda, tendo dívidas ante
riores a pagar, sem contra-particla de
tem razão de ser porque a conversibili
favorável à América do Norte e desfa
dívidas a receber da América do Norte,
dade da moeda desapareceu no mundo
Esta solução, entretanto, hoje não
se vê na situação de não poder satisfa
todo e a distribuição dêste metal dese
zer, totalmente, seus compromissos.
Isto nos obriga a esclarecer o que se entende por Balança de Pagamentos.
quilibrou-se.
para o problema? A primeira solução
1
Podemos defíní-la como sendo as com-
é a clássica, típica do Padrão-Ouro. Su
' '
pras e vendas de meios de pagamento estrangeiros realmente efetuadas den tro de um período de tempo. Neste
ponhamos que dois países que mantêm
Em tais casos quais serão as soluções
enfire si relações comerciais possuam
moeda conversível em ouro. Partindo de uma situação de equilíbrio, podemos
Esta so
diretamente sôbre a Ba
lança
Comercial,
em
busca de saldos apreciá veis capazes de compensar o desequilí brio dos pagamentos, falha na prática. Resta, portanto, uma outra solução que supomos ser muito natural e viável:
vorável, a bem dizer, ao resto das
sentido, a Balança de Pagamentos estará
mente desequilibrada?
ouro. Saindo o ouro do país devedor, a «quantidade de moeda existente no mercado interno diminuiria e os preços
nações.
I
91
O regime de pajjel-moe-
da destruiu os pontos áureos e impe diu que se possa falar, hoje, em parida de monetária.
Não havendo ouro para enviar, nem possibilidade dc converter a moeda-pa-
pel em ouro, o que resta ao país, como medida de reequilibrío de sua Balança
é a de provocar a elevação dos preços internos, que no regime de Padrão-Ou
ro surgia como decorrência natural do maior afluxo de,ouro, mediante a desva
lorização da moeda. O grande êrro da Inglaterra, após a primeira Grande Guerra, foi o de não querer aceitar este remédio e forçar a revalorização total da
libra, pretendendo fazer funcionar, em toda a sua amplitude, novamente, o Pa drão-Ouro. Keynes previu êste èrro da
política dc revalorização e aduziu argu mentos procurando mostrar que a volta
Diciísro Econômico
92
ao passado se lomara impossível e que o Padrão-Ouro não mais se restabelece ria como sistema natural de regulamento das transações. Realmente, a Inglater
dutor estrangeiro e sim o importador
introduzir o conceito de elasticidade da
nacional.
procura para a e.vportação, podendo ha ver casos em que esta aja no sentido contrário ao esperado com a desx^alorização monetiária. No caso do Brasil,
Rareando a importação e
elevando-se o preço do produto im
portado, encoraja-se a criação de indús
ra, em 1931, viu-se obrigada a desvalo rizar a libra e de tal modo impressio
trias nacionais que surgem comu remé
nou-a as previsões de Keynes e tais
oriunda da desvalorização.
resultados deu à Grã-Bretanha a polí
dio â escassez do produto importado, Tal desvalorização tem, como con-
tica de revalorização equilibrando, de fato, a Balança de Pagamentos até en tão desequilibrada a despeito da reva lorização total, que na Sociedade das Nações, os delegados britânicos aconse lhavam a desvalorização, como remédio
.seqüôncia, fazer com que o país que a
, aos países que se queixavam da situação
eria desequilíbrios e constitui uma polí
de desequilíbrio de sua Balança de Pa gamentos e da impossibilidade de equilíbrá-la.
O caso da Venezuela é um
exemplo.
Hoje, a política de depreciação mone
pratica isoladamente enriqueça a e.xpen-
sas de outrem. Êstc foi o motivo pelo
qual, em 1934, os Estados Unidos fo ram levados a depreciar o dólar. Êsle expediente não c recomendável porque tica comercial internacional agressiva. Não recomendamos a desvalorização
monetária que tenda a criar desequilí brios na Balança de Pagamentos e sim
tária, como meio de resolver desequi
a produzida para corrigir desequilíbrio-^
líbrios da Balança de Pagamentos, é considerada como um expediente nocivo.
já existentes.
Ê mal vista e nós convém saber por que. Podemos distinguir nà depreciação monetáriâ dois modos de operar, de on
que seja de caráter agressivo, conio
de, duas espécies de depreciação. ' A
estudar a situação do comércio inleru^*
primeira delas consiste em desvalorizar a moeda provocando uma elevação de preços no mercado interno, encarecendo,
cional das várias nações e a autorizar
em moeda nacional, as divisas estran
geiras, com a finalidade de exportar mais e importar menos. Ê uma política
que beneficia a produção nacional, por que enriquece os exportadores, uma vez que o estrangeiro compra pela mesma quantia, na sua moeda, enquanto o ex portador nacional, em troca, recebe mais em moeda de seu país. Por outro lado,
os produtos de importação, continuando a ser vendidos pelos mesmos preços no
país de origem, entram no país que des valorizou a moeda por preços muito mais
altos, o que eqüivale a dizer que esta elevação de preços não beneficia o pro
Dicesto Econóauco
Esta é a segunda espe-
cie de depreciação.
por exemplo, talvez por causa da situa ção do café, a depreciação da moeda traga resultados contnirics ao esperado. Antes de preconizar qualquer medida de desvalorização, convém ter analisado com
cuidado qual a composição da exporta ção e da importação do país que pre tende utilizar essa política, para verifi car se a natureza dos produtos e.xportados, bem como a dos importados é tal que favoreçix essa política e que permita, realmente, chegar ao reequíHbrio da Balança de Pagamentos. É verdade, sem dúvida, que com o sistema, de controle de câmbios e regime de quotas de importação poderá, tam
93
bém, restringir-se a importação e a e.\portação ser encorajada uma vez que
estas medidas provocam, também, uma
elevação de preços no mercado interno. O mal delas é que são arbitrárias e se
transformam em ex-pedientes demasiado burocráticos.
Para finalizar, lembraremos que não
se deprecia a moeda em qualquer mo mento: é preciso escolher a época e es perar a oportunidade, para que se possa desvalorizar a moeda de um país. Esta
recomendação, por outro lado, não e
de ordem geral e aplicável a todos os casos. Nos casos de inflação, por exem
plo, pouco adiantará o expediente da desvalorização porque o aumento exage rado do meio circulante é sempre um sintoma de causas mais profundas e,
nestes casos, o que se deve combater são as causas é' não os efeitos.
Não nos parecf
primeira, porque existe hoje um órgao internacional, especialmente destinado o até mesmo, aconselhar, em certos casO®, a desvalorização. O Fundo Monetário Internacional funcionará como um di"" midor de conflitos c impedirá que o de senvolvimento e enriquecimento eco
nômico de alguns países se faça à ciisja dos demais. Julgamos ser uma üusno
qualquer tentativa de volta ao Padrao Ouro e o melhor remédio que nos resta
é a depreciação monetária porque, não se desvalorizando a moeda, restara o recurso de estabelecer controles de cam
bio, regime de quotas, licenças prévias, entraves burocráticos, muito mais no civos.
Em nossa exposição devemos fazer uma ressalva: a de que c necessário
A imprensa dos Estados Unidos publica um telegrama de São Paulo, comen tando as declarações feitas recentemente em nossa capital peto ministro das
Relações Exteriores da Colômbia, sr. Domingos Ezguerra, por ocasião da sua visita à Sociedade Rural Brasileira:
"Os cafeicultores do meu país estão satisfeitos com os preços atuais que são pagos no mercado internacional pelo nosso grande produto de expoiiação. C^tudo, c não obstante tal fato,. os cafeicultores esperam preços ainda mais altos. De mi
nha parte, não creio que os preços do produto baixem num futuro proximo devido a
excesso de produção. Em minha opinião, jamais haverá excesso de produção; os interêsses do Brasil e da Colômbia nesse assunto são perfeitamente idênticos. Su giro que os cafeicultores. e os homens de negócios enviem uma nota a Umao Panamericana encarecendo a necessidade de qhe êsse assunto seja incluído na agenda da próxima Conferência de Bogotá".
'
Diciísro Econômico
92
ao passado se lomara impossível e que o Padrão-Ouro não mais se restabelece ria como sistema natural de regulamento das transações. Realmente, a Inglater
dutor estrangeiro e sim o importador
introduzir o conceito de elasticidade da
nacional.
procura para a e.vportação, podendo ha ver casos em que esta aja no sentido contrário ao esperado com a desx^alorização monetiária. No caso do Brasil,
Rareando a importação e
elevando-se o preço do produto im
portado, encoraja-se a criação de indús
ra, em 1931, viu-se obrigada a desvalo rizar a libra e de tal modo impressio
trias nacionais que surgem comu remé
nou-a as previsões de Keynes e tais
oriunda da desvalorização.
resultados deu à Grã-Bretanha a polí
dio â escassez do produto importado, Tal desvalorização tem, como con-
tica de revalorização equilibrando, de fato, a Balança de Pagamentos até en tão desequilibrada a despeito da reva lorização total, que na Sociedade das Nações, os delegados britânicos aconse lhavam a desvalorização, como remédio
.seqüôncia, fazer com que o país que a
, aos países que se queixavam da situação
eria desequilíbrios e constitui uma polí
de desequilíbrio de sua Balança de Pa gamentos e da impossibilidade de equilíbrá-la.
O caso da Venezuela é um
exemplo.
Hoje, a política de depreciação mone
pratica isoladamente enriqueça a e.xpen-
sas de outrem. Êstc foi o motivo pelo
qual, em 1934, os Estados Unidos fo ram levados a depreciar o dólar. Êsle expediente não c recomendável porque tica comercial internacional agressiva. Não recomendamos a desvalorização
monetária que tenda a criar desequilí brios na Balança de Pagamentos e sim
tária, como meio de resolver desequi
a produzida para corrigir desequilíbrio-^
líbrios da Balança de Pagamentos, é considerada como um expediente nocivo.
já existentes.
Ê mal vista e nós convém saber por que. Podemos distinguir nà depreciação monetáriâ dois modos de operar, de on
que seja de caráter agressivo, conio
de, duas espécies de depreciação. ' A
estudar a situação do comércio inleru^*
primeira delas consiste em desvalorizar a moeda provocando uma elevação de preços no mercado interno, encarecendo,
cional das várias nações e a autorizar
em moeda nacional, as divisas estran
geiras, com a finalidade de exportar mais e importar menos. Ê uma política
que beneficia a produção nacional, por que enriquece os exportadores, uma vez que o estrangeiro compra pela mesma quantia, na sua moeda, enquanto o ex portador nacional, em troca, recebe mais em moeda de seu país. Por outro lado,
os produtos de importação, continuando a ser vendidos pelos mesmos preços no
país de origem, entram no país que des valorizou a moeda por preços muito mais
altos, o que eqüivale a dizer que esta elevação de preços não beneficia o pro
Dicesto Econóauco
Esta é a segunda espe-
cie de depreciação.
por exemplo, talvez por causa da situa ção do café, a depreciação da moeda traga resultados contnirics ao esperado. Antes de preconizar qualquer medida de desvalorização, convém ter analisado com
cuidado qual a composição da exporta ção e da importação do país que pre tende utilizar essa política, para verifi car se a natureza dos produtos e.xportados, bem como a dos importados é tal que favoreçix essa política e que permita, realmente, chegar ao reequíHbrio da Balança de Pagamentos. É verdade, sem dúvida, que com o sistema, de controle de câmbios e regime de quotas de importação poderá, tam
93
bém, restringir-se a importação e a e.\portação ser encorajada uma vez que
estas medidas provocam, também, uma
elevação de preços no mercado interno. O mal delas é que são arbitrárias e se
transformam em ex-pedientes demasiado burocráticos.
Para finalizar, lembraremos que não
se deprecia a moeda em qualquer mo mento: é preciso escolher a época e es perar a oportunidade, para que se possa desvalorizar a moeda de um país. Esta
recomendação, por outro lado, não e
de ordem geral e aplicável a todos os casos. Nos casos de inflação, por exem
plo, pouco adiantará o expediente da desvalorização porque o aumento exage rado do meio circulante é sempre um sintoma de causas mais profundas e,
nestes casos, o que se deve combater são as causas é' não os efeitos.
Não nos parecf
primeira, porque existe hoje um órgao internacional, especialmente destinado o até mesmo, aconselhar, em certos casO®, a desvalorização. O Fundo Monetário Internacional funcionará como um di"" midor de conflitos c impedirá que o de senvolvimento e enriquecimento eco
nômico de alguns países se faça à ciisja dos demais. Julgamos ser uma üusno
qualquer tentativa de volta ao Padrao Ouro e o melhor remédio que nos resta
é a depreciação monetária porque, não se desvalorizando a moeda, restara o recurso de estabelecer controles de cam
bio, regime de quotas, licenças prévias, entraves burocráticos, muito mais no civos.
Em nossa exposição devemos fazer uma ressalva: a de que c necessário
A imprensa dos Estados Unidos publica um telegrama de São Paulo, comen tando as declarações feitas recentemente em nossa capital peto ministro das
Relações Exteriores da Colômbia, sr. Domingos Ezguerra, por ocasião da sua visita à Sociedade Rural Brasileira:
"Os cafeicultores do meu país estão satisfeitos com os preços atuais que são pagos no mercado internacional pelo nosso grande produto de expoiiação. C^tudo, c não obstante tal fato,. os cafeicultores esperam preços ainda mais altos. De mi
nha parte, não creio que os preços do produto baixem num futuro proximo devido a
excesso de produção. Em minha opinião, jamais haverá excesso de produção; os interêsses do Brasil e da Colômbia nesse assunto são perfeitamente idênticos. Su giro que os cafeicultores. e os homens de negócios enviem uma nota a Umao Panamericana encarecendo a necessidade de qhe êsse assunto seja incluído na agenda da próxima Conferência de Bogotá".
'
95
DroKSTo Econômico
jib-s charlatão.
Instalaram-se em Ipa
nema, São Paulo, dois pequenos altosfornos e forjas catalãs. Trabalhou-se a
A SIDERURGIA NO BRASIL
^-c.getal tivesse entre nós grande impor
tância como material redutor, no futuro de nossa siderurgia.
magnetita de complicada e cara redução.
por PiMKNTKL CoMrs
Em 1932 produzíamos 29 mil tonela-
E o insucesso veio, como não poderia
(Eiigenlieiro-aj^rônomo do Ministério da Aniicuilnra)
das de ferro-gusa. Na produção de ago
a hematita sc encontra em porções con
deixar de vir, motivado, em grande parte, pela qualidade do minério. Na mesma época, porém, incentivado pelo exemp'o que partia da própria
sideráveis em Minas Gerais, ao iontío
corte. Ferreira da Câmara estabelecia
prcduzíamos 47 mU toneMas em 1933.
do r'o Tocantins, em jjontos da bacia da Paraguai, em Corumbá, por exemplo, ciu municípios diversos do Ceará — Gran,a, Sobral e Santa Quitéria etc. Ültiniamente descobriram-so grandes jazidas no nove' Território do Amapá, destinado a
um alto-forno no Morro do Pilar, em Mi
Em 1934 a'cançávamos 57 mii tonela-
nas Gerais, Eschwege montava outro em Congonhas do Campo e Monlevade ain da outro cm S. Miguel do Piracicaba, todo.s na mesma província, e todos tra
ser. no íuliiro, uin düs maiores eeiitror
ções, pois eram, em pouco tempo, umas
PrimórcUos
do território nacional. Sabe-se hoje que
vocação siderxirgica do Brasil surgiu nos albores da colonização, pois já em 1597 Afonso Sardinha descobria mi
nério de ferro na Serra do Araçoiaba proximidades de Sorocaba, São Paulo c aí instalava um pequeno forno. Os
resultados não foram promissores porcpic trabalhava ele com
magnetita (Fe3 04), oxido de ferro dcn-
;«i)i impregnado de
siderúrgicos do Bra
oxido titânico (Ti
sil.
02), de redução de morada e difícil,
!eciam-.se em MinaS
e.vigindo t c c n i c a
Gerais os primeiros
complicada e cara. E de magnetita são
fornos catalãos, tra
• ■
tribuídas na zona das florestas orientais jazidas que aforam em pontos diversos' desde o sudeste da Bahia até Santa Ca
deixou de reduzir minério dc ferro em nosso país.
D. João VI quis duv impulso à side
tarina, passando por Jequié (Bahia)Jacupiranga (São Paulo); Paranaguá-
rurgia brasileira.
mirim e Antonina (Paraná) e S. Fran
íT uma empresa de que pari eipavam brasileiros e portugueses. A direção cou
cisco (Santa Catarina).
Ver ficou-se, porém, ainda no fim do século XVIII, a existência de grande quantidade de hematita — minério não magnético de ferro — em áreas imensas
Paru islt) assoeiou-se
be a Frederico Varnhagen. O técnico
do empreendimento era Carlos G. Heclberg, sueco que se dizia grande coniiecedor do assunto, porém que, paru infe licidade nossa, não passava de um shw-
4
I
rl-v;- 59 mil, em 1935; 78 mil, em 1936;
98 'mil em 1937; 122 mil, em 1938; 160 mil, em 1939. Em 1940, a^produ-
cão cliegou a 185 mil toneladas. No ano seguinte, 1941, subia a 208 mil, pas sando, sucessivamente, a 213 mil em 1942-'a 248 mil em 1943; a 291 mil em 1944.' Em 1945 a produção de ferro-
gusa desceu a 259.909 toneladas. Mas no ano seguinte, 1946, começa a pro duzir o alto-forno de Volta Redonda, o
os meios de transporte para distribuírem
primeiro alto-fomo a coque metalúrgico
o produto por todo o território nacional.
construído no Brasil. A produção sal
Com alternativas várias, foi progredin
então nunca mais sc
nrmrresso. Assini, quanto ao ferro-gusa,
fim, super-produção, desde que o con
Tôdas essas pequenas empresas traba
sucedidos. E desde
já então se Hnha feito bastante, e en-
Irávainos numa fase de bem mais rap.do
arrobas dc gusa por ano. Hoiue, por
lhavam com carvão de madeira.
matita. Foram bciu
^
Venceram.
sumo local era pequeno, e escasscavam
balhando com he
as nossas jazidas dc
hematita.
trinta, produzindo, cada uma, 100 a 400
Em 1795, estahi-
irr-
oxido de ferro dis-
balhando com
Multiplicaram-se ^ as pequenas instala
alcançávamos as 48 m.I oneladas. Mas
tou a mais de 350 mil toneladas. O au
mento foi grande, portanto.
Não se
pense, porém, que se vai estabilizar,
mesmo nestes anos mais chegados. Não. do, embora muito lentamente, a nossa pequena siderurgia, melhorando cada vez Tendemos, muito pelo contrário, a um mais à proporção que os técnicos apare 'aumento talvez ainda mais rápido. ciam provenientes da Europa, não raro
do Luxemburgo e França, quando não
Volta Redonda, por exemplo, produ
zirá, êste ano, muito mais gusa do que
surgidos nas próprias montanlias mi
em 1946, embora não atinja a capacida'
neiras.
de máxima de seu alto-forno — 300 mi
DesenvoloimetUo quase espetacidar Era 1926, o professor Walther Schmidt, da Escola de Cothen, na Alema
nha, num livro muito bem informado —
"Geografia Econômica" — incluía o Bra
loneladas. E a Sidenirgica Jafet em Mügi das Cruzes, São Paulo, inaugurou u 10 de .setembro o seu segundo altoforno a carvao de madeira, ficando com a capacidade de 36 mil toneladas de gusa por ano. - E nas várias siderúr gicas de Minas Gerais grande é o entu siasmo construtivo. Não há exagero por
O "Digesto Economtco publica neste número um artigo sobre a sklerurgui »o Brasil, do seu antigo colaborador Pimentel Gô^nes, engenheiro agrónonio do
sil entre os países de grande futuro si derúrgico. Dizia ele que a rapidez da
Ministério da Agricultura. Trata-se de matéria relevante pura o desenoolvi7nenfo econômico da nossa terra. No jjróximo número, o aulor mo.sírara a.s razõe.s lécnjcas das nossas possibilkUules siderúrgicas, que (lualifica dc cxtraor-
restauração de nossas florestas e o pêso
mais ou menos a nossa produção de
da madeira permitiriam que o carvão
gusa em 1947.
din(íria.s, apesar da nossa pobreza em hulha.
tanto, em calcular em 500 mil toneladas
95
DroKSTo Econômico
jib-s charlatão.
Instalaram-se em Ipa
nema, São Paulo, dois pequenos altosfornos e forjas catalãs. Trabalhou-se a
A SIDERURGIA NO BRASIL
^-c.getal tivesse entre nós grande impor
tância como material redutor, no futuro de nossa siderurgia.
magnetita de complicada e cara redução.
por PiMKNTKL CoMrs
Em 1932 produzíamos 29 mil tonela-
E o insucesso veio, como não poderia
(Eiigenlieiro-aj^rônomo do Ministério da Aniicuilnra)
das de ferro-gusa. Na produção de ago
a hematita sc encontra em porções con
deixar de vir, motivado, em grande parte, pela qualidade do minério. Na mesma época, porém, incentivado pelo exemp'o que partia da própria
sideráveis em Minas Gerais, ao iontío
corte. Ferreira da Câmara estabelecia
prcduzíamos 47 mU toneMas em 1933.
do r'o Tocantins, em jjontos da bacia da Paraguai, em Corumbá, por exemplo, ciu municípios diversos do Ceará — Gran,a, Sobral e Santa Quitéria etc. Ültiniamente descobriram-so grandes jazidas no nove' Território do Amapá, destinado a
um alto-forno no Morro do Pilar, em Mi
Em 1934 a'cançávamos 57 mii tonela-
nas Gerais, Eschwege montava outro em Congonhas do Campo e Monlevade ain da outro cm S. Miguel do Piracicaba, todo.s na mesma província, e todos tra
ser. no íuliiro, uin düs maiores eeiitror
ções, pois eram, em pouco tempo, umas
PrimórcUos
do território nacional. Sabe-se hoje que
vocação siderxirgica do Brasil surgiu nos albores da colonização, pois já em 1597 Afonso Sardinha descobria mi
nério de ferro na Serra do Araçoiaba proximidades de Sorocaba, São Paulo c aí instalava um pequeno forno. Os
resultados não foram promissores porcpic trabalhava ele com
magnetita (Fe3 04), oxido de ferro dcn-
;«i)i impregnado de
siderúrgicos do Bra
oxido titânico (Ti
sil.
02), de redução de morada e difícil,
!eciam-.se em MinaS
e.vigindo t c c n i c a
Gerais os primeiros
complicada e cara. E de magnetita são
fornos catalãos, tra
• ■
tribuídas na zona das florestas orientais jazidas que aforam em pontos diversos' desde o sudeste da Bahia até Santa Ca
deixou de reduzir minério dc ferro em nosso país.
D. João VI quis duv impulso à side
tarina, passando por Jequié (Bahia)Jacupiranga (São Paulo); Paranaguá-
rurgia brasileira.
mirim e Antonina (Paraná) e S. Fran
íT uma empresa de que pari eipavam brasileiros e portugueses. A direção cou
cisco (Santa Catarina).
Ver ficou-se, porém, ainda no fim do século XVIII, a existência de grande quantidade de hematita — minério não magnético de ferro — em áreas imensas
Paru islt) assoeiou-se
be a Frederico Varnhagen. O técnico
do empreendimento era Carlos G. Heclberg, sueco que se dizia grande coniiecedor do assunto, porém que, paru infe licidade nossa, não passava de um shw-
4
I
rl-v;- 59 mil, em 1935; 78 mil, em 1936;
98 'mil em 1937; 122 mil, em 1938; 160 mil, em 1939. Em 1940, a^produ-
cão cliegou a 185 mil toneladas. No ano seguinte, 1941, subia a 208 mil, pas sando, sucessivamente, a 213 mil em 1942-'a 248 mil em 1943; a 291 mil em 1944.' Em 1945 a produção de ferro-
gusa desceu a 259.909 toneladas. Mas no ano seguinte, 1946, começa a pro duzir o alto-forno de Volta Redonda, o
os meios de transporte para distribuírem
primeiro alto-fomo a coque metalúrgico
o produto por todo o território nacional.
construído no Brasil. A produção sal
Com alternativas várias, foi progredin
então nunca mais sc
nrmrresso. Assini, quanto ao ferro-gusa,
fim, super-produção, desde que o con
Tôdas essas pequenas empresas traba
sucedidos. E desde
já então se Hnha feito bastante, e en-
Irávainos numa fase de bem mais rap.do
arrobas dc gusa por ano. Hoiue, por
lhavam com carvão de madeira.
matita. Foram bciu
^
Venceram.
sumo local era pequeno, e escasscavam
balhando com he
as nossas jazidas dc
hematita.
trinta, produzindo, cada uma, 100 a 400
Em 1795, estahi-
irr-
oxido de ferro dis-
balhando com
Multiplicaram-se ^ as pequenas instala
alcançávamos as 48 m.I oneladas. Mas
tou a mais de 350 mil toneladas. O au
mento foi grande, portanto.
Não se
pense, porém, que se vai estabilizar,
mesmo nestes anos mais chegados. Não. do, embora muito lentamente, a nossa pequena siderurgia, melhorando cada vez Tendemos, muito pelo contrário, a um mais à proporção que os técnicos apare 'aumento talvez ainda mais rápido. ciam provenientes da Europa, não raro
do Luxemburgo e França, quando não
Volta Redonda, por exemplo, produ
zirá, êste ano, muito mais gusa do que
surgidos nas próprias montanlias mi
em 1946, embora não atinja a capacida'
neiras.
de máxima de seu alto-forno — 300 mi
DesenvoloimetUo quase espetacidar Era 1926, o professor Walther Schmidt, da Escola de Cothen, na Alema
nha, num livro muito bem informado —
"Geografia Econômica" — incluía o Bra
loneladas. E a Sidenirgica Jafet em Mügi das Cruzes, São Paulo, inaugurou u 10 de .setembro o seu segundo altoforno a carvao de madeira, ficando com a capacidade de 36 mil toneladas de gusa por ano. - E nas várias siderúr gicas de Minas Gerais grande é o entu siasmo construtivo. Não há exagero por
O "Digesto Economtco publica neste número um artigo sobre a sklerurgui »o Brasil, do seu antigo colaborador Pimentel Gô^nes, engenheiro agrónonio do
sil entre os países de grande futuro si derúrgico. Dizia ele que a rapidez da
Ministério da Agricultura. Trata-se de matéria relevante pura o desenoolvi7nenfo econômico da nossa terra. No jjróximo número, o aulor mo.sírara a.s razõe.s lécnjcas das nossas possibilkUules siderúrgicas, que (lualifica dc cxtraor-
restauração de nossas florestas e o pêso
mais ou menos a nossa produção de
da madeira permitiriam que o carvão
gusa em 1947.
din(íria.s, apesar da nossa pobreza em hulha.
tanto, em calcular em 500 mil toneladas
Digesto Econômico
OroivSTo
96
Mas não ficaremos nisto. A Siderúr-
«•ca Jafet, embora recebendo de muilo fonge minério de ferro e fundente. pois iuas minas se situam cm Feixo do Funil e Brumadinho, no cora<;ão de Minas Ge
ra'x, pretende instalar em pouco tempo mais dois altos-fomos, elevando, a 72 mi' toneladas a sua produção anual de
."jÕ miMiõrs th- criizeirtís cin 1937, ele-
Ijmn mais tempo líveruiii para dcscii-
\ a\ a-.sc a 546 milhões, cm 1946.
\olvê-la.
levade.
cia que \ni tomando a nossa side-^
Pelas informações que aí ficam, creio
poder acreditar (jue a nossa produção de gusa atingirá o seu primeiro milhão
rá a capacidade máxima de seu alto-
novos c promissores aumentos de pro dução. Seremos o grande produtor de fcrro-gusa c aço no hemisfério meri dional em futuro muito próximo.
vidade, um segundo alto-fomo de igual redundará em considerável barateamen
to do produto.
Em Coronel Fabrício,
Vale do Rio Doce, magnif camente situa da ao lado do bom minério de ferro e
Para .se avaliar mellior a importán-
rurgia, convém compará-la com a de alguns países da velha Europa, que
de toneladas entre 1950 e 1951, conti
nuando, porém, a sua tendência parji
capacidade, pois o aumento da produção
97
o seu primeiro alto-forno. E ainda é btni grande o entusiasmo construtivo que se nota em Sabará, Caetc e Mon-
gusa. Em 1948, Volta Redonda atingi forno — 300 mil toneladas. Essa compa nhia pretende constriiir, com certa- bre
Econ-ómico
A produção de aço c laminados lern acompanhado a de íerro-gusa. Vejamos alguns dados.
Produzíamos 48 mi! lonclaclas de aço
Dados estratigeiros
Vejamos a produção de gusa e suas principais ligas em alguns paiscs curopeus.
PRODUÇÃO DE FERRO-GUSA E SUAS PRINCIPAIS LIGAS, EM MILHARES DE TONELADAS Pahes
1932
1938
Alemanha
5.281
18.595
Grã-Bretanha
3.631
6.869
França
5.537
6.061
Bélgica
2.749
2.465
Luxemburgo Checoslováquía
1.960 450
'
1945
7.204
1.188
^
1.551 1.234
732
324 576
em 1932. Em 1933, produzíamos 54 mil toneladas; no ano seguinte, 62 m» ,
Polônia
passamos a 64 mil, em 1935. Em 1936, produzimos 74 mil toneladas c em
Áustria
1937, 76 mil. E o aumento continuou
Hungria Holanda
233
276
-
iKumânia
9
133
175 (1943)
vamente muito pequeno. Mesmo assim,
acentuado e firme: 141 mil toneladas, em 1940; 155 mil, em 1941; 159 m- . em 1942; 184 mil, em 1943; 2,19 mil,
Espanha Noruega
301 ' 103
442 174
468 191 (1939)
14
36
29 (1942)
de uns 90 md quilômetros quadrados de florestas, a Companhia Brasileira de Aços Finos está-se instalando. A Usina
será moderníssima, e empregará a ener gia hidrelétrica de uma queda dágua capaz de fornecer 35 mil C. V. O con sumo de carvão será, portanto, relati
e apesar das florestas magníficas do vale,
em 1944; 250 mil. em 1945;
a-Companliia já se entrosou com o Ser
350 mil, em 1946. A prodnÇ'^®
viço Florestal do Ministério da AgricuU
ano, pelas razões já expostas,
'lura, com a finalidade de reflorestar em
grande escala algu mas de suas terras
desnudas.
A nova
usina deve produzir 200 mil toneladas de
gusa.
Espera-se a
sua inauguração pa
ra o fim do próxi mo ano.
Acrescen
te-se a Companhia formada para a ex
ploração da hematlta do Amapá, e que aí pretende instalar, em futuro próximo,
_
Itália
ferro laminado passou de 13S núl to neladas em 1940. a
mais de 180 m.l, en, 1946.
,
A nossa produção
de gusa valia, em 1937, 33 milhões de cruzeiros — frações desprezadas, — Plis sando a 231 milhões em 1946. O valor
da produção de aço,' que era apenas dc
!.... ■
Suécia
199 282
^
Finlândia
em torno das 500 mU toneladas.
A produção de
495
'
-
940
72
968
252
732
780
94
—
66
335
.
_
427 (1940}
Os dados das produções da Hungria,
nos interessa, embora haja jazidas de
Rvimãnia, Noruega e Finlândia, referen-
ferro eni Moncorvo, numa faixa de dez
te.s ao ano de 1945, não os pudemos
qui'ómetros de comprimento. Já existi ram duas pequeninas usinas siderúrgi cas em Maçãs de D, Maria, à margem
conseguir.
Citemos outros, os mais re
centes que ol>tivemos. ra re.ssalta ainda mais quando se pen.sa
do ribeirão Algos. O combustível era a cepa dc urze exi-steute aí e nas inar-
A importância da siderurgia brasilei
que o Império Japonês, que mantinha a
gens^dü rio Zezere. Isto, porém, aca
terceira esquadra do mundo e se julga\a capaz de enfrentar os Estados Unidos, produzia 2.635 mil toneladas de gusa
tugal, edição de 1945, não faz qualquer referência à produção de gusa no pab.
em
É pena que tal aconteça.
1937.
E Portugal?
.
Noüi-se a ausência de Portugal, o país irmão e amigo, cujo progresso tanto
bou. O "Anuíirio Estatístico" de Por
Futuro prommor Um fato que anima ao brasileiro é
o alargamento da área de produção de
Digesto Econômico
OroivSTo
96
Mas não ficaremos nisto. A Siderúr-
«•ca Jafet, embora recebendo de muilo fonge minério de ferro e fundente. pois iuas minas se situam cm Feixo do Funil e Brumadinho, no cora<;ão de Minas Ge
ra'x, pretende instalar em pouco tempo mais dois altos-fomos, elevando, a 72 mi' toneladas a sua produção anual de
."jÕ miMiõrs th- criizeirtís cin 1937, ele-
Ijmn mais tempo líveruiii para dcscii-
\ a\ a-.sc a 546 milhões, cm 1946.
\olvê-la.
levade.
cia que \ni tomando a nossa side-^
Pelas informações que aí ficam, creio
poder acreditar (jue a nossa produção de gusa atingirá o seu primeiro milhão
rá a capacidade máxima de seu alto-
novos c promissores aumentos de pro dução. Seremos o grande produtor de fcrro-gusa c aço no hemisfério meri dional em futuro muito próximo.
vidade, um segundo alto-fomo de igual redundará em considerável barateamen
to do produto.
Em Coronel Fabrício,
Vale do Rio Doce, magnif camente situa da ao lado do bom minério de ferro e
Para .se avaliar mellior a importán-
rurgia, convém compará-la com a de alguns países da velha Europa, que
de toneladas entre 1950 e 1951, conti
nuando, porém, a sua tendência parji
capacidade, pois o aumento da produção
97
o seu primeiro alto-forno. E ainda é btni grande o entusiasmo construtivo que se nota em Sabará, Caetc e Mon-
gusa. Em 1948, Volta Redonda atingi forno — 300 mil toneladas. Essa compa nhia pretende constriiir, com certa- bre
Econ-ómico
A produção de aço c laminados lern acompanhado a de íerro-gusa. Vejamos alguns dados.
Produzíamos 48 mi! lonclaclas de aço
Dados estratigeiros
Vejamos a produção de gusa e suas principais ligas em alguns paiscs curopeus.
PRODUÇÃO DE FERRO-GUSA E SUAS PRINCIPAIS LIGAS, EM MILHARES DE TONELADAS Pahes
1932
1938
Alemanha
5.281
18.595
Grã-Bretanha
3.631
6.869
França
5.537
6.061
Bélgica
2.749
2.465
Luxemburgo Checoslováquía
1.960 450
'
1945
7.204
1.188
^
1.551 1.234
732
324 576
em 1932. Em 1933, produzíamos 54 mil toneladas; no ano seguinte, 62 m» ,
Polônia
passamos a 64 mil, em 1935. Em 1936, produzimos 74 mil toneladas c em
Áustria
1937, 76 mil. E o aumento continuou
Hungria Holanda
233
276
-
iKumânia
9
133
175 (1943)
vamente muito pequeno. Mesmo assim,
acentuado e firme: 141 mil toneladas, em 1940; 155 mil, em 1941; 159 m- . em 1942; 184 mil, em 1943; 2,19 mil,
Espanha Noruega
301 ' 103
442 174
468 191 (1939)
14
36
29 (1942)
de uns 90 md quilômetros quadrados de florestas, a Companhia Brasileira de Aços Finos está-se instalando. A Usina
será moderníssima, e empregará a ener gia hidrelétrica de uma queda dágua capaz de fornecer 35 mil C. V. O con sumo de carvão será, portanto, relati
e apesar das florestas magníficas do vale,
em 1944; 250 mil. em 1945;
a-Companliia já se entrosou com o Ser
350 mil, em 1946. A prodnÇ'^®
viço Florestal do Ministério da AgricuU
ano, pelas razões já expostas,
'lura, com a finalidade de reflorestar em
grande escala algu mas de suas terras
desnudas.
A nova
usina deve produzir 200 mil toneladas de
gusa.
Espera-se a
sua inauguração pa
ra o fim do próxi mo ano.
Acrescen
te-se a Companhia formada para a ex
ploração da hematlta do Amapá, e que aí pretende instalar, em futuro próximo,
_
Itália
ferro laminado passou de 13S núl to neladas em 1940. a
mais de 180 m.l, en, 1946.
,
A nossa produção
de gusa valia, em 1937, 33 milhões de cruzeiros — frações desprezadas, — Plis sando a 231 milhões em 1946. O valor
da produção de aço,' que era apenas dc
!.... ■
Suécia
199 282
^
Finlândia
em torno das 500 mU toneladas.
A produção de
495
'
-
940
72
968
252
732
780
94
—
66
335
.
_
427 (1940}
Os dados das produções da Hungria,
nos interessa, embora haja jazidas de
Rvimãnia, Noruega e Finlândia, referen-
ferro eni Moncorvo, numa faixa de dez
te.s ao ano de 1945, não os pudemos
qui'ómetros de comprimento. Já existi ram duas pequeninas usinas siderúrgi cas em Maçãs de D, Maria, à margem
conseguir.
Citemos outros, os mais re
centes que ol>tivemos. ra re.ssalta ainda mais quando se pen.sa
do ribeirão Algos. O combustível era a cepa dc urze exi-steute aí e nas inar-
A importância da siderurgia brasilei
que o Império Japonês, que mantinha a
gens^dü rio Zezere. Isto, porém, aca
terceira esquadra do mundo e se julga\a capaz de enfrentar os Estados Unidos, produzia 2.635 mil toneladas de gusa
tugal, edição de 1945, não faz qualquer referência à produção de gusa no pab.
em
É pena que tal aconteça.
1937.
E Portugal?
.
Noüi-se a ausência de Portugal, o país irmão e amigo, cujo progresso tanto
bou. O "Anuíirio Estatístico" de Por
Futuro prommor Um fato que anima ao brasileiro é
o alargamento da área de produção de
\*
Dicrsto
9S
gusa e ayu, que se pode \er pulos (jua-
Econóxticíi
l£nr 1946. tainbúiu prodiizium lurro-
gusa Maio Grosso c Espírito Santo, gra
dròs abaixo:
Efftados produto, res de guiO
Cii-sa em milhares de toneladas 1940
Minas Gerais ....
1945
168.729
215.991
13.638
26.413
3.203
I6.390
Rio de Janeiro .. São Pau'o I Paraná
-
1.115
185.570
2.53.909
Aço em milhares
Estados produto, res de aço
de toneladas 1940
1945 2 648
Pernambuco .... Minas Gerais ....
85 397 24 834
117 712
Rio de Janeiro Distrito Federal São Paulo
103 30.214
857 56 378 790
Santa Catarina
528
Rio Grande do Sul. Brasil
^
—
141.076
27 045
245
205.675
Geografia das Comunicações Paulistas
ças ao,s allos-fornos de Corumbá e Vi
IV - l-lxploraív^lo (ío lilorni
tória, de recente inauguração. Em lire\e, o Amapá deve alinhar-se entre os
por Nelson Weiuveck Sodké
produtores de ferro-gusa. A produção de gusa o aço cm 1946 e ainda mais em 1947 sofreu grande.s modificações. Volta Redonda fez do Estado do Rio dc
Janeiro, pe'o menos por algum tempo, o
maior produtor de gusa e aço do Brasil. A influência benéfica de nossa side
Brasil
V*
rurgia já se vem fazendo notar. Ela nos permitiu solucionar muitos de nosst)s problemas econômicos durante a se gunda guerra mundial. Recí)meçamos a constru r estradas dc ferro, agora em es
cala maior e com trilhos nacionais. Os
estaleiros começam a utilizar chapas do aço brasileiro. Já em 1948 teremos folhas de Flandres brasileiras, à medida de nossas necessidades. E niaquinários agrícolas e outros vão-se fabricando ca
da vez em maior quantidade e com ma
téria-prima inteiramente nacional. Ini
ciamos a exportação de gusa e produtos acabados para vários países, inclusive a Argentina e o Uruguai. Progredimos.
jyuMA costa normalmente lisa, ci)mo a do Brasil, ba^xa c pouco imspitaleira aos navios, em que as enseadas e baías
propícias, como as da Guanabara e do
Salvador, conslituíam excepção, não é dc espantar que as zonas ilhadas de Canaiiéia c de Santos se apresentassem
A comunicação oficial do Banco dc Inglaterra, tornando "tran.ifcríveis" os
fá permitiu a conversão dos esterlinos. Todavia, no caso do Brasil, a conversibilidade apresenta restdtados surpreen dentes, pois os novos saídos podem ser utilizáveis am qualquer parte, enquanto os ^ velhos só o serão na zona do esterlino, cm objetivos que interessem àquela repii' hlica ml-americana.
Entretanto, o ajuste é provisório e vigorará até à conclusão de um acordo anglobrasileiro mais amplo.
O ir. Nelson Wcrneck Sodré faz, neste aitígo, um histórico da exploração do litoral c da fixação humana cm algurnas das suas regiões e c:.tuda os acessos ao
planalto e as condicionais geográficas que os dcfeníiiiiacflin.
como ancoradouros e marcos iniciais dc
penetração favoráveis em extremo ao
colonizador. Serviram elas, por isso mesmo, nos primeiros tempos da vida bra.sdeira, à fundação de cidades e à
origem da.s penetrações futuras. O pri meiro e.stágío da vida co'oniul obriga\a, por necessidade de comércio e de defesa, cpie os focos dc povoamento se escalonasífcm ao longo da costa. Santos e Cananéia prestaram-se perfeitamente a ôsse
fim. Cánanéia desde os primeiros dias quase da existênc'a da capitania suli na. Santos após o estágio de S. Vi
natural te\'c grande freqüência, re'ativamentc, na época, em que o Bra::il per tenceu à Espanha. De espanhóis esteve misturada, aliás, a colonizjição tanto de Cananéia como dc S. Vicente e de San
tos e, posteriormente, de São Paulo.\
Ao contrário do que aconteceu nas capitanias do norte, em que o açúcar
se firmou, desde logo, como produto . capaz de proporcionar o enriquecimento
cente, na mesma zona ilhada.
do grupo dominante na sociedade co
A exploração do litoral paulista, em conseqüência, concentrou-se quase nes maria concedida a Brás Cubas, onde
lonial, o foco vicentino permaneceu lar go tempo em situação de iniludível po- ' breza. As constantes ameaças do pirata, que atingiu Santos por mais de uma vez, por outro lado, con\idavam à pe
SC e.stabeleceram os primeiros engenhos d!> foco sulino de colonização. Depois em Cananéia, espalhando-se daí a Tgua-
formidáve', a mnrallia orográfica que u índio batizara de Paranapiacaba. As
ses düi.s pontos. A princípio em S. Vi cente, daí se transplantando para a ses-
futuros saldos do Brasil em libras'esterlinas, caracteriza-se por idônticas bases das comunicações semelhantes, cm relação a outros países, aos quais a Grã-Bretanha
i
netração, a que se opunha, dc maneira
existente naquela zona. Cananéia su de-
relações entre brancos advcntídos e in dígenas, entretanto, foram fáceis e amis tosas, no foco santista, e isso favoreceu
senvolveu depres.sa e tornou-se logo o início do caminho do interior, longa e
que dali partis.se a penetração para o planalto. Cananó a, por outro lado, per-
perlgosa rota que demandava o foco ci-
inaneceu, por muito tempo, como a en-
vilizador hispânico do Paraguai. O- caminho de que Cananéia era a porta
gínquo.
pe e imediações, favorecidos os coloni zadores pelo sistema de canais internos
trada natural para o interior mais lon-
\*
Dicrsto
9S
gusa e ayu, que se pode \er pulos (jua-
Econóxticíi
l£nr 1946. tainbúiu prodiizium lurro-
gusa Maio Grosso c Espírito Santo, gra
dròs abaixo:
Efftados produto, res de guiO
Cii-sa em milhares de toneladas 1940
Minas Gerais ....
1945
168.729
215.991
13.638
26.413
3.203
I6.390
Rio de Janeiro .. São Pau'o I Paraná
-
1.115
185.570
2.53.909
Aço em milhares
Estados produto, res de aço
de toneladas 1940
1945 2 648
Pernambuco .... Minas Gerais ....
85 397 24 834
117 712
Rio de Janeiro Distrito Federal São Paulo
103 30.214
857 56 378 790
Santa Catarina
528
Rio Grande do Sul. Brasil
^
—
141.076
27 045
245
205.675
Geografia das Comunicações Paulistas
ças ao,s allos-fornos de Corumbá e Vi
IV - l-lxploraív^lo (ío lilorni
tória, de recente inauguração. Em lire\e, o Amapá deve alinhar-se entre os
por Nelson Weiuveck Sodké
produtores de ferro-gusa. A produção de gusa o aço cm 1946 e ainda mais em 1947 sofreu grande.s modificações. Volta Redonda fez do Estado do Rio dc
Janeiro, pe'o menos por algum tempo, o
maior produtor de gusa e aço do Brasil. A influência benéfica de nossa side
Brasil
V*
rurgia já se vem fazendo notar. Ela nos permitiu solucionar muitos de nosst)s problemas econômicos durante a se gunda guerra mundial. Recí)meçamos a constru r estradas dc ferro, agora em es
cala maior e com trilhos nacionais. Os
estaleiros começam a utilizar chapas do aço brasileiro. Já em 1948 teremos folhas de Flandres brasileiras, à medida de nossas necessidades. E niaquinários agrícolas e outros vão-se fabricando ca
da vez em maior quantidade e com ma
téria-prima inteiramente nacional. Ini
ciamos a exportação de gusa e produtos acabados para vários países, inclusive a Argentina e o Uruguai. Progredimos.
jyuMA costa normalmente lisa, ci)mo a do Brasil, ba^xa c pouco imspitaleira aos navios, em que as enseadas e baías
propícias, como as da Guanabara e do
Salvador, conslituíam excepção, não é dc espantar que as zonas ilhadas de Canaiiéia c de Santos se apresentassem
A comunicação oficial do Banco dc Inglaterra, tornando "tran.ifcríveis" os
fá permitiu a conversão dos esterlinos. Todavia, no caso do Brasil, a conversibilidade apresenta restdtados surpreen dentes, pois os novos saídos podem ser utilizáveis am qualquer parte, enquanto os ^ velhos só o serão na zona do esterlino, cm objetivos que interessem àquela repii' hlica ml-americana.
Entretanto, o ajuste é provisório e vigorará até à conclusão de um acordo anglobrasileiro mais amplo.
O ir. Nelson Wcrneck Sodré faz, neste aitígo, um histórico da exploração do litoral c da fixação humana cm algurnas das suas regiões e c:.tuda os acessos ao
planalto e as condicionais geográficas que os dcfeníiiiiacflin.
como ancoradouros e marcos iniciais dc
penetração favoráveis em extremo ao
colonizador. Serviram elas, por isso mesmo, nos primeiros tempos da vida bra.sdeira, à fundação de cidades e à
origem da.s penetrações futuras. O pri meiro e.stágío da vida co'oniul obriga\a, por necessidade de comércio e de defesa, cpie os focos dc povoamento se escalonasífcm ao longo da costa. Santos e Cananéia prestaram-se perfeitamente a ôsse
fim. Cánanéia desde os primeiros dias quase da existênc'a da capitania suli na. Santos após o estágio de S. Vi
natural te\'c grande freqüência, re'ativamentc, na época, em que o Bra::il per tenceu à Espanha. De espanhóis esteve misturada, aliás, a colonizjição tanto de Cananéia como dc S. Vicente e de San
tos e, posteriormente, de São Paulo.\
Ao contrário do que aconteceu nas capitanias do norte, em que o açúcar
se firmou, desde logo, como produto . capaz de proporcionar o enriquecimento
cente, na mesma zona ilhada.
do grupo dominante na sociedade co
A exploração do litoral paulista, em conseqüência, concentrou-se quase nes maria concedida a Brás Cubas, onde
lonial, o foco vicentino permaneceu lar go tempo em situação de iniludível po- ' breza. As constantes ameaças do pirata, que atingiu Santos por mais de uma vez, por outro lado, con\idavam à pe
SC e.stabeleceram os primeiros engenhos d!> foco sulino de colonização. Depois em Cananéia, espalhando-se daí a Tgua-
formidáve', a mnrallia orográfica que u índio batizara de Paranapiacaba. As
ses düi.s pontos. A princípio em S. Vi cente, daí se transplantando para a ses-
futuros saldos do Brasil em libras'esterlinas, caracteriza-se por idônticas bases das comunicações semelhantes, cm relação a outros países, aos quais a Grã-Bretanha
i
netração, a que se opunha, dc maneira
existente naquela zona. Cananéia su de-
relações entre brancos advcntídos e in dígenas, entretanto, foram fáceis e amis tosas, no foco santista, e isso favoreceu
senvolveu depres.sa e tornou-se logo o início do caminho do interior, longa e
que dali partis.se a penetração para o planalto. Cananó a, por outro lado, per-
perlgosa rota que demandava o foco ci-
inaneceu, por muito tempo, como a en-
vilizador hispânico do Paraguai. O- caminho de que Cananéia era a porta
gínquo.
pe e imediações, favorecidos os coloni zadores pelo sistema de canais internos
trada natural para o interior mais lon-
i'V
DiGEsTO Econômico
100
O fator dc impulso apresentado pelas
nar sôbrc o litoral. No segundo séciilo,
relações amistosas com o selvagem, de que o exemplo do bacharel de Cananéiu foi frisante, fez com que do foco de
cs.sa predominância já estava firmada, e
colonização litorânea de Santos partis
sem os elementos que fundariam, em pleno altiplano, o burgo piratiningano.
maneceram as primitivas — o longo ca minho que, dc Cananéia, demandava o interior do continente, fechado quando
Permaneceu este paupérrimo, por muitos
lusos e espanlióis entraram cm conflito,
anos e Santos, com Cananéia, firmaram
provocado pelas descidas bandeirantes em busca dos nvicleos indígenas do in
o predomínio do litoral sobre o planalto. A pobreza, com a ausência de uma la
não cessou de sc desenvolver. As cx)mu-
nicuções entre uma o outra região per
terior, — e o velho "caminho do. mar
voura de fixação, alteraram esse qua
que, de São Paulo, levava ao pôrto
dro, posteriormente, e as relações entre
santi.sta, percorrido a pé, ou por mua-
colonizadores e indígenas, de cuja eta
res, quando estes foram introduzidos na
pa amistosa restaram os núcleos de
cojónia V. sc tornaram o meio de trans
pendentes de Barueri e de Quitaúna, tendo desaparecido o de Santo André
porte normal. ^ Nessa fase, já a predojninuncia do p a-
da Borda do Campo, tornaram-se difí
nalto sôbre o litoral estava firmada. O
ceis, porque a necessidade forçou os
advento da mineração, sucedendo ao
elementos do altiplano a lançar mão do braço local para o trabalho e para o
ciclo da caça ao índio, não fez mais
do que firmá-la, até o nosso tempo.
tráfico, que logo sc constituiu na prin
I
cipal fonte de ' renda dos primeiros paulistas. Ao longo da costa, entretanto, os nú
y — Acessos ao plamiUn
Aos partidários de um rígido, determi
cleos indígenas, cobertos pela proteção
nismo geográfico constitui um contraste
natural da serra e da mata e pelas
frisante o abandono,.por parte dos a"-
condições
desfavorá
veis à abordagem marit'ma, mantiveram-se
Digesto Econômico
101
ligos elementos locais, do caminho fácil ((ue dc Cananéia demandava o interior, ga'gando a serra por degraus sucessi vos, em favor do caminho do padre José, fjiic a galgava cm investida frontal, no
A proximidade entre São Paulo e San tos gerou u predoniinância do caminho gcogràficamente ma's de.sfavorável, mas política e econòmicainente mais fácil.
seu trecho mais áspero.
e, ainda no século XIX, ao impulso da 2
As condições
dc acesso na zona do sul da capitania, realmente, eram muito mais favorá\'eÍs, e até mesmo convidativas, se se levfer
cm conta a muralha formada pela serra, ao longo de todo o litora', do sul de Santo.s aos limites da baía da ilha Grande.
O caminho de Cananéia, entretanto,
aberto ao trânsito para o interior remoto, o núcleo hispano-jesuítico do Paraguai, tcvo dois fatores contra o seu uso po.stcrior. O primeiro dôles foi o conFlilo
Tal rota não cessou dc se desenvolver
expan.mo cafeeira, recebeu melhoramen- fl tos que a tomaram profundamente al terada em suas condições naturais. O caminho de Cananéia desapareceu, e
as relações daquele núcleo passaram a fazer-se, por via marítima, com Santos. Seu ressurgimento é coisa dos nossos dias. Como rotero de civfização, pois, .'"òmcnle o caminho entre Santos o São
PauO teve função eminente. Foi a úni
ca penetrante civilizadora.
Porque, cm época posterior, a civili zação penetrou a região do planalto, — mas seguindo a roçada. Veio com a \ cnientes da caça ao índio, cujos gran c.xpansão cafeeira do ^alc do Paraíba, des núcleos estavam concentrados em zonas dominadas pelo espanhol e entre 'estacionou ali por algum tempo c pros gues à administração jesuítíca, tenaz seguiu, rumo de Campinas, derivan surgido entre os elementos colonizadores
dependentes de Madri e de Lisboa, pro-
mente oposta ao apresamento. Surgido o conflito, o caminlio.de Cananéia de via ser abandonado, cm favor da rota
segura e mais fácil apresentada nos rios platines, para os elementos que de mandassem o interior do continente.
O segundo fator desfavorável à p'--
do depois para Ribeirão Preto e, mais
adiante, para as regiões entre os vales paralelos que se orientam para a caixa do Paraná.
O desenvoKimento da ri
queza cafeeira, na fase do vale do Pa raíba, proporcionou, entretanto, a aber tura dc novos caminhos demandando o
ativos. A exploração do litoral, . pois, fin dou-se cedo, permane
netração por Cananéia, entretanto, era
1 toral. Agora iria dar-se o inverso, não
o afastamento cm relação a São Paulo, ondo se concenlrou, desde logo, toda a
seria do litoral a busca ao planalto, mas
cendo Santos e Cana
força da capitania, os seus elementos de
governo c a parte ativa da população,
Desde que os cafezais se foram afas tando do porto do Rio dc Janeiro, cm
do planalto a busca ao litoral.
néia, e imediações, como os únicos fo
aí cobertos das investidas marítimas c
torno do qual se desenvolveram, em sua
gerando um sentimento de autonomia,
fase inicial, tornou-se e\adente. a necessi
cos humanos porfderáveis. O planalto, por
em relação à própria metrópole lusa,
dade de encurtar a descida da produção
que não cessou de crescer, até o tran-
para a orla marítima, uma vez que ela
outro lado, em con
.sitório desmembramento da capitania,
se destinou, desde os seus primeiros
traste com a regra da exis-
quando a mineração havia atingido os
tempos, à e.vportação. O primeão cami
seus mais a'tos níveis.
nho usado pelas tropas de muares, de mandando o litoral, começava na região
tôncia
brasi
leira da épo ca, passou
u
predomí-
,VX
A ciiálização
pauli.sta foi, tipicamente, de planalto, de bruçada sem dúvida para o interior, e até fugindo ao litoral.
de São José dos Barreiros e, cortando o altíssimo movimento da Bocaina, atin-
i'V
DiGEsTO Econômico
100
O fator dc impulso apresentado pelas
nar sôbrc o litoral. No segundo séciilo,
relações amistosas com o selvagem, de que o exemplo do bacharel de Cananéiu foi frisante, fez com que do foco de
cs.sa predominância já estava firmada, e
colonização litorânea de Santos partis
sem os elementos que fundariam, em pleno altiplano, o burgo piratiningano.
maneceram as primitivas — o longo ca minho que, dc Cananéia, demandava o interior do continente, fechado quando
Permaneceu este paupérrimo, por muitos
lusos e espanlióis entraram cm conflito,
anos e Santos, com Cananéia, firmaram
provocado pelas descidas bandeirantes em busca dos nvicleos indígenas do in
o predomínio do litoral sobre o planalto. A pobreza, com a ausência de uma la
não cessou de sc desenvolver. As cx)mu-
nicuções entre uma o outra região per
terior, — e o velho "caminho do. mar
voura de fixação, alteraram esse qua
que, de São Paulo, levava ao pôrto
dro, posteriormente, e as relações entre
santi.sta, percorrido a pé, ou por mua-
colonizadores e indígenas, de cuja eta
res, quando estes foram introduzidos na
pa amistosa restaram os núcleos de
cojónia V. sc tornaram o meio de trans
pendentes de Barueri e de Quitaúna, tendo desaparecido o de Santo André
porte normal. ^ Nessa fase, já a predojninuncia do p a-
da Borda do Campo, tornaram-se difí
nalto sôbre o litoral estava firmada. O
ceis, porque a necessidade forçou os
advento da mineração, sucedendo ao
elementos do altiplano a lançar mão do braço local para o trabalho e para o
ciclo da caça ao índio, não fez mais
do que firmá-la, até o nosso tempo.
tráfico, que logo sc constituiu na prin
I
cipal fonte de ' renda dos primeiros paulistas. Ao longo da costa, entretanto, os nú
y — Acessos ao plamiUn
Aos partidários de um rígido, determi
cleos indígenas, cobertos pela proteção
nismo geográfico constitui um contraste
natural da serra e da mata e pelas
frisante o abandono,.por parte dos a"-
condições
desfavorá
veis à abordagem marit'ma, mantiveram-se
Digesto Econômico
101
ligos elementos locais, do caminho fácil ((ue dc Cananéia demandava o interior, ga'gando a serra por degraus sucessi vos, em favor do caminho do padre José, fjiic a galgava cm investida frontal, no
A proximidade entre São Paulo e San tos gerou u predoniinância do caminho gcogràficamente ma's de.sfavorável, mas política e econòmicainente mais fácil.
seu trecho mais áspero.
e, ainda no século XIX, ao impulso da 2
As condições
dc acesso na zona do sul da capitania, realmente, eram muito mais favorá\'eÍs, e até mesmo convidativas, se se levfer
cm conta a muralha formada pela serra, ao longo de todo o litora', do sul de Santo.s aos limites da baía da ilha Grande.
O caminho de Cananéia, entretanto,
aberto ao trânsito para o interior remoto, o núcleo hispano-jesuítico do Paraguai, tcvo dois fatores contra o seu uso po.stcrior. O primeiro dôles foi o conFlilo
Tal rota não cessou dc se desenvolver
expan.mo cafeeira, recebeu melhoramen- fl tos que a tomaram profundamente al terada em suas condições naturais. O caminho de Cananéia desapareceu, e
as relações daquele núcleo passaram a fazer-se, por via marítima, com Santos. Seu ressurgimento é coisa dos nossos dias. Como rotero de civfização, pois, .'"òmcnle o caminho entre Santos o São
PauO teve função eminente. Foi a úni
ca penetrante civilizadora.
Porque, cm época posterior, a civili zação penetrou a região do planalto, — mas seguindo a roçada. Veio com a \ cnientes da caça ao índio, cujos gran c.xpansão cafeeira do ^alc do Paraíba, des núcleos estavam concentrados em zonas dominadas pelo espanhol e entre 'estacionou ali por algum tempo c pros gues à administração jesuítíca, tenaz seguiu, rumo de Campinas, derivan surgido entre os elementos colonizadores
dependentes de Madri e de Lisboa, pro-
mente oposta ao apresamento. Surgido o conflito, o caminlio.de Cananéia de via ser abandonado, cm favor da rota
segura e mais fácil apresentada nos rios platines, para os elementos que de mandassem o interior do continente.
O segundo fator desfavorável à p'--
do depois para Ribeirão Preto e, mais
adiante, para as regiões entre os vales paralelos que se orientam para a caixa do Paraná.
O desenvoKimento da ri
queza cafeeira, na fase do vale do Pa raíba, proporcionou, entretanto, a aber tura dc novos caminhos demandando o
ativos. A exploração do litoral, . pois, fin dou-se cedo, permane
netração por Cananéia, entretanto, era
1 toral. Agora iria dar-se o inverso, não
o afastamento cm relação a São Paulo, ondo se concenlrou, desde logo, toda a
seria do litoral a busca ao planalto, mas
cendo Santos e Cana
força da capitania, os seus elementos de
governo c a parte ativa da população,
Desde que os cafezais se foram afas tando do porto do Rio dc Janeiro, cm
do planalto a busca ao litoral.
néia, e imediações, como os únicos fo
aí cobertos das investidas marítimas c
torno do qual se desenvolveram, em sua
gerando um sentimento de autonomia,
fase inicial, tornou-se e\adente. a necessi
cos humanos porfderáveis. O planalto, por
em relação à própria metrópole lusa,
dade de encurtar a descida da produção
que não cessou de crescer, até o tran-
para a orla marítima, uma vez que ela
outro lado, em con
.sitório desmembramento da capitania,
se destinou, desde os seus primeiros
traste com a regra da exis-
quando a mineração havia atingido os
tempos, à e.vportação. O primeão cami
seus mais a'tos níveis.
nho usado pelas tropas de muares, de mandando o litoral, começava na região
tôncia
brasi
leira da épo ca, passou
u
predomí-
,VX
A ciiálização
pauli.sta foi, tipicamente, de planalto, de bruçada sem dúvida para o interior, e até fugindo ao litoral.
de São José dos Barreiros e, cortando o altíssimo movimento da Bocaina, atin-
Digesto Econômico
102
J^ir;i-.S1o
giá a baixada de Parati. A continuação da marcha dos cafezais, em sua gravita-
ção para o interior- da província de São Paulo, provocou a abertura de outro ro teiro, partindo de Taubaté e indo alcan-
çar Ubatuba por São Luís do Paraitinga. Estas rotas até hoje existem, intransitá
pouco apropriado.s ao trânsito de veí culos automóveis, c alguns deles per
103
ràve niente, o pa.ssur dos tempos, nu compreensão da necessidade de es tradas compatíveis com um frdfego pe sado o intenso, não ó de surpreender ipie
manecem prestando serviços, como ii estrada de Taubaté a Ubatuba c aquela
que liga Cunha a Guaratinguetá. O desenvolvimento da imigração, no
a melhor das ligações entre o planalto e
Estado de São Paii'o, em conseqüência
o litora', — salvo a via Anch eta, — le
vel para veículos a de Parati, empre da nece.ssidadc dc braços para a lavoura gada por tropas de muares e originando- cafeeira em contínua ascensão, proporcio se em Guaratlnguetá, tocando em Cunha, nou, já cm uma dc suas últimas fases, — e transitável para veículos a de Uba
E(:c)\'<>mico '
do Paraíba, enquanto, na faixa do sul, se dobrava a grande roçada
São Paulo-Sorocaba-Itapelininga-ItapevaItararé, eoni a que, de Cotia, por Pie dade, Una-Sâo Miguel Arcanjo-Itapeva-
Ribeira, encurtando a distância entre as ^
nha sido também a última. Assim é que
capitais pauhsta e paranaense, deu novo
a ligação dos portos de Garaguatatuba
impulso à circulação interna.
e de São Sebastião ao planalto, através
Só a faixa santista, entretanto, com o
a vinda dc numero.sos grupos japone ses que, com a tendência, nociva aos ^
dc Paraibuna e arliculando-se à Rio-
São Paulo em São José dos Campos, é
surto da riqueza paulista, proporciona
nossos interesses, do agrupamento o da ambas se encontram ainda as lages formação de colônias exclusi\'as, fixa-^
obra recente. As necessidades, cada vez
mais prementes, do aparelhamento das
ria, em realidade, as ligações ferroviá rias entre o p'analto e o litoral, criando-
ram-sc em determinadas faixas do terri
grandes' roçadas rodoviárias, por outro
se o funil São Paulo-Santos, com tão
tório do Estado. Uma dessas faixas foi
lado, forçaram o.s empreendimentos em
sensíveis^repercussões na vida económi-,
a baixada do Ribeira-Juquiá. Aí, o tra balho do.s niponicos conseguiu erguer o nível da produção, levando-a a índices jamais alcançados na região. Assim,
curso na rodovia que percorre o vale
ca do Estado e do país.
tuba, desde Taubaté, com a antiga pas sagem por Sião Luís do Paraitinga. Em
com que foram calçadas na época do império.
O desenvolvimento da riqueza no vale do Paraíba foi tão poderoso, - quanto seria rápido, - que proporcionou até os primeiros trabalhos da ferrovia que deveria servir ao escoamento da produ
depois de séculos dc abandono, de ma ção para Ubatuba. Essa ferrovia, lan-' rasmo cstiolamcnlo, aquela zona çada ao tempo de facilidade de capi voltariaea de conhecer a riqueza, e cm es tais do "encilhamento", chegou, mercê cala como não conhecera antes. Isso
do esforço dos proprietários rurais da
zona, a ser iniciada, e os trabalhos de
terraplanagem, no planalto, são ainda
forçou as autoridades do Estado a voltar
suas vistas para esses recantos do passado.
Ainda antes dc 1930, construía-se a visíveis, existindo até estações, hoje rodovia São Miguel-Sete Barras, comu ocupadas como residências dé lavrado
res. Na orla marítima, por sua vez levantou-se um esboço de pôrto, e os. seus restos, com o molhe abandonado, mereciam, até há pouco, a curiosidade dos visitantes de Ubatuba.
Estavam abertas, entretanto, novas rotas, entre o planalto e o litoral. Des-
caída a riqueza da região impròpriamente conhecida como norte de São
Paulo, quando as cidades geradas pelo
nicando o planalto com o vale do Bibeira. Abriu-se, posteriormente, a rodo via Piedade-Juquiá, com o mesmo fim-
O departamento especializado constriiui, depois, a fôde Juquiá-Registro, Registro-
O
Sete Barras e Paríquera Açu-Jacupiran-
A Bolsa cie Café e Açitcar recebeu üm telcf^rarna de seus correspondentes no
ga, melhorando consideravelmente a rede
Rio, segunclo o cjual os estoques de café em São Paulo, nos armazéns do interior e nas estações de estrada de ferro eram de 4.936.000 sacas em 31 de pdho pfissado, São as seguintes essas cifras, colnparadas cojn a do ano anterior:
Paríquera
Açu-Cananéia e Paríquera
Açu-Iguape. Ficou a.ssim o litoral su lino ligado ao planalto por duas novas
31 de julho
penetrantes: Piedade-Juquiá-Registro, e
Safra
café foram se tomando mortas, ficaram também abandonados os caminhos.
São Miguel Arcanjo-Sete Barras-Regis-
Quando as disponibilidade de rendas es
a Paríquera Açu, donde toma a se re partir, para Gananéia e para Iguape.
1942-43 1943-44 1944-4.5
taduais permitiram, entretanto, e ini ciou-se uma política de domunicações,
aproveitaram-se esses traçados difíceis e
tro, estranguladas numa só do Registro
de 1947 •
1945-46 1946-47 1947-48
Se as condições técnicas na consti"U-
ção rodoviária vão melhorando conside-
Totais
:ài
31 de julho
31 dc iulho
de 1946
de 1945 335.000
274.000 4.000 79.000
3.615.000
2.7^6.000
4.195.000, 662.000 4.938.000
2.770.000
2.424.000
Digesto Econômico
102
J^ir;i-.S1o
giá a baixada de Parati. A continuação da marcha dos cafezais, em sua gravita-
ção para o interior- da província de São Paulo, provocou a abertura de outro ro teiro, partindo de Taubaté e indo alcan-
çar Ubatuba por São Luís do Paraitinga. Estas rotas até hoje existem, intransitá
pouco apropriado.s ao trânsito de veí culos automóveis, c alguns deles per
103
ràve niente, o pa.ssur dos tempos, nu compreensão da necessidade de es tradas compatíveis com um frdfego pe sado o intenso, não ó de surpreender ipie
manecem prestando serviços, como ii estrada de Taubaté a Ubatuba c aquela
que liga Cunha a Guaratinguetá. O desenvolvimento da imigração, no
a melhor das ligações entre o planalto e
Estado de São Paii'o, em conseqüência
o litora', — salvo a via Anch eta, — le
vel para veículos a de Parati, empre da nece.ssidadc dc braços para a lavoura gada por tropas de muares e originando- cafeeira em contínua ascensão, proporcio se em Guaratlnguetá, tocando em Cunha, nou, já cm uma dc suas últimas fases, — e transitável para veículos a de Uba
E(:c)\'<>mico '
do Paraíba, enquanto, na faixa do sul, se dobrava a grande roçada
São Paulo-Sorocaba-Itapelininga-ItapevaItararé, eoni a que, de Cotia, por Pie dade, Una-Sâo Miguel Arcanjo-Itapeva-
Ribeira, encurtando a distância entre as ^
nha sido também a última. Assim é que
capitais pauhsta e paranaense, deu novo
a ligação dos portos de Garaguatatuba
impulso à circulação interna.
e de São Sebastião ao planalto, através
Só a faixa santista, entretanto, com o
a vinda dc numero.sos grupos japone ses que, com a tendência, nociva aos ^
dc Paraibuna e arliculando-se à Rio-
São Paulo em São José dos Campos, é
surto da riqueza paulista, proporciona
nossos interesses, do agrupamento o da ambas se encontram ainda as lages formação de colônias exclusi\'as, fixa-^
obra recente. As necessidades, cada vez
mais prementes, do aparelhamento das
ria, em realidade, as ligações ferroviá rias entre o p'analto e o litoral, criando-
ram-sc em determinadas faixas do terri
grandes' roçadas rodoviárias, por outro
se o funil São Paulo-Santos, com tão
tório do Estado. Uma dessas faixas foi
lado, forçaram o.s empreendimentos em
sensíveis^repercussões na vida económi-,
a baixada do Ribeira-Juquiá. Aí, o tra balho do.s niponicos conseguiu erguer o nível da produção, levando-a a índices jamais alcançados na região. Assim,
curso na rodovia que percorre o vale
ca do Estado e do país.
tuba, desde Taubaté, com a antiga pas sagem por Sião Luís do Paraitinga. Em
com que foram calçadas na época do império.
O desenvolvimento da riqueza no vale do Paraíba foi tão poderoso, - quanto seria rápido, - que proporcionou até os primeiros trabalhos da ferrovia que deveria servir ao escoamento da produ
depois de séculos dc abandono, de ma ção para Ubatuba. Essa ferrovia, lan-' rasmo cstiolamcnlo, aquela zona çada ao tempo de facilidade de capi voltariaea de conhecer a riqueza, e cm es tais do "encilhamento", chegou, mercê cala como não conhecera antes. Isso
do esforço dos proprietários rurais da
zona, a ser iniciada, e os trabalhos de
terraplanagem, no planalto, são ainda
forçou as autoridades do Estado a voltar
suas vistas para esses recantos do passado.
Ainda antes dc 1930, construía-se a visíveis, existindo até estações, hoje rodovia São Miguel-Sete Barras, comu ocupadas como residências dé lavrado
res. Na orla marítima, por sua vez levantou-se um esboço de pôrto, e os. seus restos, com o molhe abandonado, mereciam, até há pouco, a curiosidade dos visitantes de Ubatuba.
Estavam abertas, entretanto, novas rotas, entre o planalto e o litoral. Des-
caída a riqueza da região impròpriamente conhecida como norte de São
Paulo, quando as cidades geradas pelo
nicando o planalto com o vale do Bibeira. Abriu-se, posteriormente, a rodo via Piedade-Juquiá, com o mesmo fim-
O departamento especializado constriiui, depois, a fôde Juquiá-Registro, Registro-
O
Sete Barras e Paríquera Açu-Jacupiran-
A Bolsa cie Café e Açitcar recebeu üm telcf^rarna de seus correspondentes no
ga, melhorando consideravelmente a rede
Rio, segunclo o cjual os estoques de café em São Paulo, nos armazéns do interior e nas estações de estrada de ferro eram de 4.936.000 sacas em 31 de pdho pfissado, São as seguintes essas cifras, colnparadas cojn a do ano anterior:
Paríquera
Açu-Cananéia e Paríquera
Açu-Iguape. Ficou a.ssim o litoral su lino ligado ao planalto por duas novas
31 de julho
penetrantes: Piedade-Juquiá-Registro, e
Safra
café foram se tomando mortas, ficaram também abandonados os caminhos.
São Miguel Arcanjo-Sete Barras-Regis-
Quando as disponibilidade de rendas es
a Paríquera Açu, donde toma a se re partir, para Gananéia e para Iguape.
1942-43 1943-44 1944-4.5
taduais permitiram, entretanto, e ini ciou-se uma política de domunicações,
aproveitaram-se esses traçados difíceis e
tro, estranguladas numa só do Registro
de 1947 •
1945-46 1946-47 1947-48
Se as condições técnicas na consti"U-
ção rodoviária vão melhorando conside-
Totais
:ài
31 de julho
31 dc iulho
de 1946
de 1945 335.000
274.000 4.000 79.000
3.615.000
2.7^6.000
4.195.000, 662.000 4.938.000
2.770.000
2.424.000
■73TT'
DiOES-te»
o problema da alimentação e o custo da vida por José Bonifácio de Sousa Amabal
lOÕ
Kí;oNÓ^nc^J
na.s (Ir métodos de preparação, que
çáo racional". 3.°) - O "período eco
(•\()Iin'rani com as necessidades de cada
nômico", bastante recente e em plena formação, oriundo da crise mundial que sobre\'eio à primeira conflagração, com o cncarecimento da vida, que fez sur gir "o estudo econômico dos alimentos ,
época, on cie cada ambiente. Mas, a dc.speito do imediatisino dra
mático do problema alimentar, os proces.so.s clc sua solução não passaram, durante muitos milênios, de normas em
III
O sr. José Bonifácio de Sousa Amaral,
^onstrangido pela civilização
a
uma
vida artificial, o homem perdeu a maior parte dos seus recursos instinti
vos e se tomou, para defesa de sua vida, k:t
escravo das experiências próprias è alheias e da cooperação nem sempre re gular de seus semelhantes. O instinto e uma sabedoria inata, que atinge a per
em certos animais inferiores, que I nãofeiçãochegam a conhecer os pais, mas são capazes de reproduzir com absoluta
iguatode os atos de seus antepassados.
A civilização é um processo evolutivo da espécie que conseguiu ficar a' margem do equilíbrio zoológico se viu
condenada à pe.squísa inintemipta
de meios artificiais para solução
da multiplicidade de problemas daí resultantes.
Assim, ao passo que os outros
animais, pelo menos os que go zam de liberdade, vivem do que lhes oferece a natureza, apoia
dos nos seus instintos, o homem
c obrigado a viver e.xplorando a natureza pela sua inteligência, nu ma cooperação social cada vez mais
internacionalizada
e
cada
vez mais complexa, geradora de
insanáveis conflitos e sem perspec tivas de um estágio de paz. • O mais dramático dos proble
mas com que luta a humanidade é a conquista do pão de cada dia, tanto mais complicada quanto maior o aumento demográfico da
assistente técnico da Associação Comer cial de São Paulo, antes de entrar no
exame do problema econômico da ali mentação, relata, neste artigo, a biblio grafia brasileira referente ao assunto:
píricas, cpic só as fomes periódicas, as migrações e as guerras procurariam transformar ou substituir por conheci mentos científicos e técnicos, quer pelo
calórico total, a dose diária de albumina
a'tiTientos c clc seus efeitos.
via, na verdade, não teve valor de apli
lutares
no
tratamento
de
certas
cn--^
fermidades.
pos imemoriais.
No prefácio da edição brasileira de seu livro "Alimentação", o notável clietólogo argentino Pedro Escudero emi te a opinião de que "os conhecimentos
que o uso do leite de vaca e dos pro
dutos que dêle derivam, é algumas vezes inilenário.
Os descobrimentos arqueo
lógicos o têm demonstrado. Nas ruínas da cidade de Ur, da antiga
lei do mínimo com referência ao valor e de sais rninerais. Êste conceito, toda
processos de .sua obtenção data de tem
Sabe-se, por exemplo,
"A ciência da nutrição" — palavras de Escudero — havia já determinado a
caiisa.s, quer pelo estudo cios próprios
as x'erduras* cruas tinham efeitos sa
O estudo dos alimentos c dos
dietologia.
c.studo da fertilidade dos solos e suas
Nos fins da Idade Média já hou\e observações de que as frutas c e.spécic.
que hoje constitui objeto da moderna
do homem, relativos à alimentação, são
os que mais lentamente têm progredido".
cação geral nos povos até que a coreslia da vida atual obrigou á reduzir o gasto
do capital alimento ao mínimo indis pensável à vida. Um regime alimentar se avalia pelo seu valor calórico, riqueza arvi em
proteínas ae seu for.r teor om em r-Ótcín cálcio,
foS-
foro e ferro, dando-se por entendido que deverá êle possuir um valor vitamínico indispensável, relacionado com a idade, natiueza de trabalho e gênero de vida. Quando se fala de alimentação das co
Assíria, encontrou-se um friso re
Êle divide o estudo da alimentação em rico", o mais amplo dc todos, que vai
Nutrição exige para uma alimentação ra
cional.
egípcios, quase tão antigos, con têm também referências ao uso do
dos tempos pré-históricos até princípios do século passado, e no qual se desen volveram as ciências puras e aplicadas,
presentando uma cena de ordenha, cuja antigüidade e.xcedia de quatro mil anos. Os hieroglífos leite, como alimento básico do povo na Idade Antiga. A domesticação da \'hcu para extração do
leite data dc milhares de anos
anteriores à era cristã. A litera tura dos Vedas contém também
numerosas referências à vaca lei teira como benfeitora do homem
e, ao leite, como síml^olo da nu trição.
Pode-se 'dizer que os alimentos fundamentais do homem de hoje
são quase os mesmos do homem primitivo, com diferenciações ape-
trés períodos: 1.°) — o "período empí
sem que seu conhecimento e utilização fossem jamais aproveitados na ex ploração racional dos alimentos; 2°) _ o "período técnico", ini
ciado por Lavoisíer, com o imor tal descobrimento sobre a com
letividades, dá-se por entendido que se obedecem tôdas as leis que a ciência da "O que interessa na atualidade
é-o cumprimento destas e.xigências com
relação ao custo mínimo, não só quanto ao valor em matéria bruta, como a des
pesa de preparação e restrição aos desperdícios". Cada povo deve resolver seu proprio problema de acordo com a sua produção, donde a necessi
bustão, e que se aperfeiçoa, a
dade de que se. generalizem as
princípio lentamente, depois com
idéias fundamentais da alimenta
grande rapidez no final do sé culo passado e no começo dêste.
ção racional.
"É assim que surge a ciência da Nu
trição como a de.signara Ltisk, reunindo numa só denominação tôdas as discipli nas cicntífíca.s que presidem à alimenta-
As estatísticas de
todos os povos demonstram que
a desnutrição é uma característica cias classes trabalhadoras, tendo-se che
gado a êste estado era conseqüência da ignorância no manejo do capilal-alimen-
■73TT'
DiOES-te»
o problema da alimentação e o custo da vida por José Bonifácio de Sousa Amabal
lOÕ
Kí;oNÓ^nc^J
na.s (Ir métodos de preparação, que
çáo racional". 3.°) - O "período eco
(•\()Iin'rani com as necessidades de cada
nômico", bastante recente e em plena formação, oriundo da crise mundial que sobre\'eio à primeira conflagração, com o cncarecimento da vida, que fez sur gir "o estudo econômico dos alimentos ,
época, on cie cada ambiente. Mas, a dc.speito do imediatisino dra
mático do problema alimentar, os proces.so.s clc sua solução não passaram, durante muitos milênios, de normas em
III
O sr. José Bonifácio de Sousa Amaral,
^onstrangido pela civilização
a
uma
vida artificial, o homem perdeu a maior parte dos seus recursos instinti
vos e se tomou, para defesa de sua vida, k:t
escravo das experiências próprias è alheias e da cooperação nem sempre re gular de seus semelhantes. O instinto e uma sabedoria inata, que atinge a per
em certos animais inferiores, que I nãofeiçãochegam a conhecer os pais, mas são capazes de reproduzir com absoluta
iguatode os atos de seus antepassados.
A civilização é um processo evolutivo da espécie que conseguiu ficar a' margem do equilíbrio zoológico se viu
condenada à pe.squísa inintemipta
de meios artificiais para solução
da multiplicidade de problemas daí resultantes.
Assim, ao passo que os outros
animais, pelo menos os que go zam de liberdade, vivem do que lhes oferece a natureza, apoia
dos nos seus instintos, o homem
c obrigado a viver e.xplorando a natureza pela sua inteligência, nu ma cooperação social cada vez mais
internacionalizada
e
cada
vez mais complexa, geradora de
insanáveis conflitos e sem perspec tivas de um estágio de paz. • O mais dramático dos proble
mas com que luta a humanidade é a conquista do pão de cada dia, tanto mais complicada quanto maior o aumento demográfico da
assistente técnico da Associação Comer cial de São Paulo, antes de entrar no
exame do problema econômico da ali mentação, relata, neste artigo, a biblio grafia brasileira referente ao assunto:
píricas, cpic só as fomes periódicas, as migrações e as guerras procurariam transformar ou substituir por conheci mentos científicos e técnicos, quer pelo
calórico total, a dose diária de albumina
a'tiTientos c clc seus efeitos.
via, na verdade, não teve valor de apli
lutares
no
tratamento
de
certas
cn--^
fermidades.
pos imemoriais.
No prefácio da edição brasileira de seu livro "Alimentação", o notável clietólogo argentino Pedro Escudero emi te a opinião de que "os conhecimentos
que o uso do leite de vaca e dos pro
dutos que dêle derivam, é algumas vezes inilenário.
Os descobrimentos arqueo
lógicos o têm demonstrado. Nas ruínas da cidade de Ur, da antiga
lei do mínimo com referência ao valor e de sais rninerais. Êste conceito, toda
processos de .sua obtenção data de tem
Sabe-se, por exemplo,
"A ciência da nutrição" — palavras de Escudero — havia já determinado a
caiisa.s, quer pelo estudo cios próprios
as x'erduras* cruas tinham efeitos sa
O estudo dos alimentos c dos
dietologia.
c.studo da fertilidade dos solos e suas
Nos fins da Idade Média já hou\e observações de que as frutas c e.spécic.
que hoje constitui objeto da moderna
do homem, relativos à alimentação, são
os que mais lentamente têm progredido".
cação geral nos povos até que a coreslia da vida atual obrigou á reduzir o gasto
do capital alimento ao mínimo indis pensável à vida. Um regime alimentar se avalia pelo seu valor calórico, riqueza arvi em
proteínas ae seu for.r teor om em r-Ótcín cálcio,
foS-
foro e ferro, dando-se por entendido que deverá êle possuir um valor vitamínico indispensável, relacionado com a idade, natiueza de trabalho e gênero de vida. Quando se fala de alimentação das co
Assíria, encontrou-se um friso re
Êle divide o estudo da alimentação em rico", o mais amplo dc todos, que vai
Nutrição exige para uma alimentação ra
cional.
egípcios, quase tão antigos, con têm também referências ao uso do
dos tempos pré-históricos até princípios do século passado, e no qual se desen volveram as ciências puras e aplicadas,
presentando uma cena de ordenha, cuja antigüidade e.xcedia de quatro mil anos. Os hieroglífos leite, como alimento básico do povo na Idade Antiga. A domesticação da \'hcu para extração do
leite data dc milhares de anos
anteriores à era cristã. A litera tura dos Vedas contém também
numerosas referências à vaca lei teira como benfeitora do homem
e, ao leite, como síml^olo da nu trição.
Pode-se 'dizer que os alimentos fundamentais do homem de hoje
são quase os mesmos do homem primitivo, com diferenciações ape-
trés períodos: 1.°) — o "período empí
sem que seu conhecimento e utilização fossem jamais aproveitados na ex ploração racional dos alimentos; 2°) _ o "período técnico", ini
ciado por Lavoisíer, com o imor tal descobrimento sobre a com
letividades, dá-se por entendido que se obedecem tôdas as leis que a ciência da "O que interessa na atualidade
é-o cumprimento destas e.xigências com
relação ao custo mínimo, não só quanto ao valor em matéria bruta, como a des
pesa de preparação e restrição aos desperdícios". Cada povo deve resolver seu proprio problema de acordo com a sua produção, donde a necessi
bustão, e que se aperfeiçoa, a
dade de que se. generalizem as
princípio lentamente, depois com
idéias fundamentais da alimenta
grande rapidez no final do sé culo passado e no começo dêste.
ção racional.
"É assim que surge a ciência da Nu
trição como a de.signara Ltisk, reunindo numa só denominação tôdas as discipli nas cicntífíca.s que presidem à alimenta-
As estatísticas de
todos os povos demonstram que
a desnutrição é uma característica cias classes trabalhadoras, tendo-se che
gado a êste estado era conseqüência da ignorância no manejo do capilal-alimen-
I J„
,
><
Dígesto Econômico
106
1|| 107
DrcESTO EçoNó^aco
to,'agravado pelas condívões econômi
:i tese "Qual o regime das classes po
cas desfavoráveis.
bres do Rio de lançiro?".
Para ser resolvido esse problema com plexo, "não basta aumentar os salários: é imprescindível ensinar e favorecer a alimentação racional e económi-
Duarte, Fonseca Ribeiro, e ínuitíssimos
12 anos, mas em 1865 outro doutorando, Anlónm Corrêa de Sousa Costa, conquis
ztína.s" Boleiiin Sanitário, ano H. n." 4,
1923, Rio de Janeiro e o "Inquérito Ali-
outrq.s cuja citação tornaria demasiado extensa esta lista.
tava seu grau com a tese "Qunl
nicntar cin São Paulo" do sr. Mário Car-
a alimentação de que \'ive a
dim, infelizmente arquivado como re latório de serviço público, sem maior
as pesquisas levadas a efeito em São
Em quase todos os países ci
classe poljre no Rio de janeiro
vilizados promoveram-se, depois
e sua influência sôbre a mesma
da primeira conflagração mun dial, inquéritos sobre padrão de
cla.sse?".
Como se vê, eram
vida e índice alimentar. A maior
aos modernos conhecimentos alimenta-
res, pode-se dizer que esse gênero de pesquisas não foi novidade para o Brasil. Em 1835, em "Discurso sòbre as molé.s-
tias que mais afligem as classes pobres do Rio de Janeiro", o médico José Mar tins da Cruz Jobim estudou a alimen tação dessas classes, no âmbito cientí
fico de sua época. Em 1837, ainda no Rio de Janeiro, J. A. B. Imbert publi cou seu ^"Ensaio higiênico e médico
tc.ses rc-
.sultantes de pesquisas, estudos objetivos e não repetição de teorias con cebidas alhures.
re.s, A. de A'i"neida Jún'or, Hclioii PÓNoa
de. "Études sur le Brésil" Paris. 1835,
e .-V. de Vasconcelos, Rui Coutinho,
a de Louis Conty "L'Alimcntation du
Alexandre Moscoso, Leopoldo Lima e Silva, Renato Sousa Lopes, Gustaxm
Brésil et dans les pays voisins" in Re-
vue d'Higiéne, Paris 1881, e outras de
Ltssa, C.eto Seabra Veloso, Paulino de
que não temos notícia, podemos incor
Barro.s, Waldir Niemayer, Dante Costa,
porar ainda, na lista anterior, obras mais recentes como a de Teodoro Peckolt "História das Plantas ahmentares e de gozo no Brasil" Rio de Janeiro, 1890; a
Mário Rangel. Salv o de Mendonça, Fran
garam ao nosso conhecimento c como as anteriores honram a classe médica bra
com uma tese denom-nada "Ensaio sô
sileira.
Em época mais recente essa literatura
tomou grande vulto e só um catálogo
dade de Medicina de São Paulo.
É tempo agora de estudar a alimen tação sob o aspecto econômico: a sua
produção, a sua distribuição, o seu custo cm face do nível de salários das classes trabalhadoras, assim também como a
nossa política de produção, hoje amea çada de toda sorte de p'anificaçôes, uma das quais pretende obrigar o povo a ingerir alimentos desidratados.
O seu exame requer espaço que só teremos no próximo artigo.
Segundo dados da Bolsa de Café e Açúcar, recebidos de seus correspóndentes nO no Rio, os estoques nos portos do Brasil em 6 de outubro eram de 2.868.000 sacas assim disíribuicíos:
poderia enumerá-la. Contudo, não de
culdade de Medicina do Rio de Janeiro
vem ficar serri citação, por pertence
cõnferia o título de doutor a Antônio
rem ainda a uma época que já se dis
José de Sousa pela tese "Do regime das classes pobres e do.s escravos da cidade do Rio de Janeiro em seus alimentos
tancia de mais de 25 anos da nossa,
va-se Francisco Fernandes Costa, com
Paulo sob orientação do prof. Franklin • jj
de Moura Campos, representam "^'ds de ^ 600 monografias, já dotadas de biblio grafia especial distribuída pela Facul
mentar"'2 volumes, Rio 1908; ^
dicina José Rodrigues de. Lima Duarte
seguinte ao da tese anterior, doutora
Basta dizer que so
de Eduardo Magalhães "Higiene Ali Alimentação na Bahia", Bahia 1909, além de outras que certamente não che
Em 1852, logo no ano
Paula Sousa, A. de Ulhôa Cintra, Pe
bre a ahmentação no Brasil e outros paí
regime alimentar de seus habitantes". Doze anos mais tarde, ou em 1849, na mesma capital, doutorava-se em me
p. bebidas".
de valor os conhecidos dietó'ogos brasi leiros Carlos Sá, Josué de Castro Barre to, Sinva' Lins, Nunes Pereira, G. II. cie
ses sul-americanos, como de*A]fred Ren
Francisco Antônio do.s Santos Sousa "A
Decorridos três anos, em 1851, a Fa
di\nlgação. A partir de 1931 entraram com obras
dro Egíclio de Car\'a!ho, Franklin cie Moura Campos e seus alunos c aiíxilia-
Sem falar em obras estrangeiras so
sôbre o clima do Rio de Janeiro c o
bre a higiene da escravatura no Brasil" na qual tratava da alimentação.
cisco Pompco do Amaral, José- Coimbra
)n«'nlar das populações rurais do Ama-
ca".
parte desses inquéritos foram divulga dos pela Sociedade das Nações, em pu blicações diversas, uma das quais "Le prob'ème de l'Alimentation", publicado em 1936. Excluindo a parte relativa
contribuição ao estudo do problema .ali-
O assunto parccc ter sido esquecido
o estudo de Antônio Alfredo de Andra
Sacas de
6Ô quilos
Santos
..."
Rio Vitória Paranaguá
2.0Í6.000 •
511.000 70.000 82.000
: í..hí.
de, publicado nos Anais da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro^ vol. VI,
Pernambuco
79.000
1922, sob o título "Alimentação Brasilei ros", o de J. F. Araújo Lima "Ligeira
Bahia
88.000
Angra dos Reis
22.000
Total
2.868.000 '
■
,
* I
.•
I J„
,
><
Dígesto Econômico
106
1|| 107
DrcESTO EçoNó^aco
to,'agravado pelas condívões econômi
:i tese "Qual o regime das classes po
cas desfavoráveis.
bres do Rio de lançiro?".
Para ser resolvido esse problema com plexo, "não basta aumentar os salários: é imprescindível ensinar e favorecer a alimentação racional e económi-
Duarte, Fonseca Ribeiro, e ínuitíssimos
12 anos, mas em 1865 outro doutorando, Anlónm Corrêa de Sousa Costa, conquis
ztína.s" Boleiiin Sanitário, ano H. n." 4,
1923, Rio de Janeiro e o "Inquérito Ali-
outrq.s cuja citação tornaria demasiado extensa esta lista.
tava seu grau com a tese "Qunl
nicntar cin São Paulo" do sr. Mário Car-
a alimentação de que \'ive a
dim, infelizmente arquivado como re latório de serviço público, sem maior
as pesquisas levadas a efeito em São
Em quase todos os países ci
classe poljre no Rio de janeiro
vilizados promoveram-se, depois
e sua influência sôbre a mesma
da primeira conflagração mun dial, inquéritos sobre padrão de
cla.sse?".
Como se vê, eram
vida e índice alimentar. A maior
aos modernos conhecimentos alimenta-
res, pode-se dizer que esse gênero de pesquisas não foi novidade para o Brasil. Em 1835, em "Discurso sòbre as molé.s-
tias que mais afligem as classes pobres do Rio de Janeiro", o médico José Mar tins da Cruz Jobim estudou a alimen tação dessas classes, no âmbito cientí
fico de sua época. Em 1837, ainda no Rio de Janeiro, J. A. B. Imbert publi cou seu ^"Ensaio higiênico e médico
tc.ses rc-
.sultantes de pesquisas, estudos objetivos e não repetição de teorias con cebidas alhures.
re.s, A. de A'i"neida Jún'or, Hclioii PÓNoa
de. "Études sur le Brésil" Paris. 1835,
e .-V. de Vasconcelos, Rui Coutinho,
a de Louis Conty "L'Alimcntation du
Alexandre Moscoso, Leopoldo Lima e Silva, Renato Sousa Lopes, Gustaxm
Brésil et dans les pays voisins" in Re-
vue d'Higiéne, Paris 1881, e outras de
Ltssa, C.eto Seabra Veloso, Paulino de
que não temos notícia, podemos incor
Barro.s, Waldir Niemayer, Dante Costa,
porar ainda, na lista anterior, obras mais recentes como a de Teodoro Peckolt "História das Plantas ahmentares e de gozo no Brasil" Rio de Janeiro, 1890; a
Mário Rangel. Salv o de Mendonça, Fran
garam ao nosso conhecimento c como as anteriores honram a classe médica bra
com uma tese denom-nada "Ensaio sô
sileira.
Em época mais recente essa literatura
tomou grande vulto e só um catálogo
dade de Medicina de São Paulo.
É tempo agora de estudar a alimen tação sob o aspecto econômico: a sua
produção, a sua distribuição, o seu custo cm face do nível de salários das classes trabalhadoras, assim também como a
nossa política de produção, hoje amea çada de toda sorte de p'anificaçôes, uma das quais pretende obrigar o povo a ingerir alimentos desidratados.
O seu exame requer espaço que só teremos no próximo artigo.
Segundo dados da Bolsa de Café e Açúcar, recebidos de seus correspóndentes nO no Rio, os estoques nos portos do Brasil em 6 de outubro eram de 2.868.000 sacas assim disíribuicíos:
poderia enumerá-la. Contudo, não de
culdade de Medicina do Rio de Janeiro
vem ficar serri citação, por pertence
cõnferia o título de doutor a Antônio
rem ainda a uma época que já se dis
José de Sousa pela tese "Do regime das classes pobres e do.s escravos da cidade do Rio de Janeiro em seus alimentos
tancia de mais de 25 anos da nossa,
va-se Francisco Fernandes Costa, com
Paulo sob orientação do prof. Franklin • jj
de Moura Campos, representam "^'ds de ^ 600 monografias, já dotadas de biblio grafia especial distribuída pela Facul
mentar"'2 volumes, Rio 1908; ^
dicina José Rodrigues de. Lima Duarte
seguinte ao da tese anterior, doutora
Basta dizer que so
de Eduardo Magalhães "Higiene Ali Alimentação na Bahia", Bahia 1909, além de outras que certamente não che
Em 1852, logo no ano
Paula Sousa, A. de Ulhôa Cintra, Pe
bre a ahmentação no Brasil e outros paí
regime alimentar de seus habitantes". Doze anos mais tarde, ou em 1849, na mesma capital, doutorava-se em me
p. bebidas".
de valor os conhecidos dietó'ogos brasi leiros Carlos Sá, Josué de Castro Barre to, Sinva' Lins, Nunes Pereira, G. II. cie
ses sul-americanos, como de*A]fred Ren
Francisco Antônio do.s Santos Sousa "A
Decorridos três anos, em 1851, a Fa
di\nlgação. A partir de 1931 entraram com obras
dro Egíclio de Car\'a!ho, Franklin cie Moura Campos e seus alunos c aiíxilia-
Sem falar em obras estrangeiras so
sôbre o clima do Rio de Janeiro c o
bre a higiene da escravatura no Brasil" na qual tratava da alimentação.
cisco Pompco do Amaral, José- Coimbra
)n«'nlar das populações rurais do Ama-
ca".
parte desses inquéritos foram divulga dos pela Sociedade das Nações, em pu blicações diversas, uma das quais "Le prob'ème de l'Alimentation", publicado em 1936. Excluindo a parte relativa
contribuição ao estudo do problema .ali-
O assunto parccc ter sido esquecido
o estudo de Antônio Alfredo de Andra
Sacas de
6Ô quilos
Santos
..."
Rio Vitória Paranaguá
2.0Í6.000 •
511.000 70.000 82.000
: í..hí.
de, publicado nos Anais da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro^ vol. VI,
Pernambuco
79.000
1922, sob o título "Alimentação Brasilei ros", o de J. F. Araújo Lima "Ligeira
Bahia
88.000
Angra dos Reis
22.000
Total
2.868.000 '
■
,
* I
.•
TJ-
-T* ? I'««"V» -i
Dioesto
109
EcoNÓNaco
Conceição Vcloso. Perlencia à "Reg'a
dioca, por riieio de mistura com uma
O AáUo- ^ahtiuA e cs. pães. de mandíú'Ca
Sociotas Botânica Ralisboncnsis" e ou
por Américo Jacobina Lacomde
dente perfeitamente à altura de com
parle de "farelo moído" e em operando a elevação da pasta "sem" fermentação, só pela mistura com certos "sais", que produzem o desenvolvimento do gá.s car
O i-r. Américo Jacohitui Locomhe, tece
tadas ao colonizador do Brasil foi a radical mudança do sistema de alimen
interessantes e eruditos comentários em
tação, 'cuja base se deslocou, com sen
referente à confecção do verdadeiro pão
dioca". (1) O problema só ultimamen te vem sendo .equacionado de acordo
Era correspon
preender a honra que llie proporcionava
^MA das maiores dificuldades apresen sível "déficit", do trigo para a man
tras sociedades sábias.
torno de uma carta de
von
Marlius
da farinha de mandioca.
o grande sábio em .se expandir com quem chamava de .seu "maior amigo no Brasil". Como bom filho de uma raça prática, porém, Marlius não se limitava a fazer a'gumas líricas referencias à terra que
nhece pessoalmente.
dietética.
antigos.
que, não fossem os compromissos para
, , 'Barreto (2) a grande solução será ado-
Antes de se chegar, porém, a conclu sões tão cruéis para com os produto.s nativos, grandes espíritos de sábios
viria terminar os dias numa fazenda do
[
a alimentação: "devemos trabalhar efe-
preocuparam-se a fundo com o aprovei
íjJ
tívamente deparabase, estabelecer como alimento sem quêo trigo isso repre-
ij I
verá constituir apenas alimentação acessória e forragem". Ou, como diz pouco
;
I I
sente o abandono da mandioca, que de-
a,ntes: "A farinha de mandioca, especialmente quando empobrecida pela indús
tamento da nossa natureza.
É bem
verdade que não dispunham dos elemen tos dos pesquisadores modernos. Fal tava-lhes, também, a experiência recente que, em dias correntes, tem levado a descobertas tão sensacionais.
É, pois, de interesse puramente his
tria, deve ser aos poucos banida".
tórico o comentário que aqui oferecemos
A preocupação de dar ao trigo o papel principal da alimentação se tem apoia-,
em tomo de um documento inédito de
do igualmente em argumentos históricos: tôdas as grandes civilizações se têm er
nosso arquivo.
Trata-se de uma carta
do nunca assás louvado sábio bavaro
Carlos Frederico Felipe von Martins.
guido sôbre a base de uma grande pro dução de trigo: a egípcia - a mesopo-
Retomado ao lar, inteiramente entregue
tãmica — e a européia - a norte-ame ricana. Pesa sôbre a miserável América
velho cientista pensava con.stantementc
do Sul a intimação" de resolver o proble ma do trigo. A necessidade de estudar, e solucio
nar este problema, apresenta agora uma (1) Í2)
Gilberto Freyre: Casa Grande & Senzala (l.® ed.). Rio, 1934. P. 21. Castro Barreto: Hábitos e Erros Alimenlares Brasileiros
— (in "Estu
dos Brasileiros" — Ano VII — Vol. jfin — Julho-Dezembro de 1944 — p.
269).
aos trabalhos científicos e à confecção da monumental "Flora Brasiliensis , o
cm sua segunda pátria. Corrcspondia-sc a miúde com brasileiros íluslro.s.
Entre
estes, mais que todos, com o mordomo do imperador, o conselheiro Paulo Bar bosa da Silva. Era êstc culto oficial de
engenharia antigo aluno da velha Aca demia Militar, na qual, segundo o an
tigo programa enciclopédico, fizera bons estudos de História Natural. Em 1827 "fôra Incumbido de acompanhar a impres são da "Flora Fluminense" de Frei
O célebre Liebig tratou cm seme lhante maneira duma amelhovaçao da arte de fazer o nosso pão de trigo.
teligente diretor do Passeio Público, o -
importância política jamais previ.sla pelos
[!j- tarmos realmente a base de trigo para
ácido fo.sfóricO etc.
palmilhara com tão grande ardor e cons ciência. Amava o Brasil profundamen te. Chegou mesmo um dia a declarar
com as últimas pesquisas no campo da
■f Segundo os estudos do dr. Castro
bônico e uma combinação cio álcaÜ.s e
com os governos e para com a ciência,
Brasil, especialmente na província do
Eu escrevi sôbre êste assunto ao in
sr. Glaziou, que V. Ex., sem dúvida, co
Peço que V. Ex. fale sôbre esta coisa
com S. M. o Imperador, que não tardará de julgar que até para uma campanha
Espírito Santo, cuja beleza maior o im-
militar seria conveniente procurar pao
prCvSsionara. O seu amor, porém, nianifestava-se pràticamente pela preocupa
substancial!
ção em acompanliar e, tanto quanto pos.sível, concorrer pura a solução dos pro blemas brasile'ros.
Vivia constantemen
te pedindo informações e materiais para pesquisas em torno de assuntos da terra.
Careço de experiência! Eu não passo a fazer por falta de material. Tenho a honra de saudar V. Ex. como
ao meu melhor amigo no Brasil, com coração férvido! "Vale et amare perge . Tuíssimum
Assim é que, em carta de 18 de fe
vereiro de 1868, aborda o problema do pão de mandioca, com as seguintes pa lavras que transladamos fielmente do original. Note-se que Martius timbra em-escrever em português, sempre claro, ainda que, dado o grande período sem contado com a linguagem falada, nem sempre a forma seja cor reta:
MARTIUKt'
Esta carta é um espelho da alma bo níssima e brasileiríssima do grande sá bio. Preocupado com o Brasil, enca rava até 0.S problemas militares da nossa 1' '
terra. Ao lado disso, porém, cauteloso da respon sabilidade
científica
quo
lhe pesava nos ombros, não ousa afirmar coisa alguma
"Munich. 18 de feverei ro de 1868. "Meu Exce
som
lentíssimo Senhor e amigo velho de coração. . . digo
periências.
a V. Ex., como o melhor
sar o que teria dito a res
patriota do Brasil, que te
peito o outio cientista re ferido, o francês A. Glaziou,
nho formado idéias para a
ler obtido
elementos
para maior tiúmero do o.x-
Seria interessante pesqui
confecção do "verdadeiro
que era então o diretor bo
pão" de farinha de man
tânico do Passeio Público,
TJ-
-T* ? I'««"V» -i
Dioesto
109
EcoNÓNaco
Conceição Vcloso. Perlencia à "Reg'a
dioca, por riieio de mistura com uma
O AáUo- ^ahtiuA e cs. pães. de mandíú'Ca
Sociotas Botânica Ralisboncnsis" e ou
por Américo Jacobina Lacomde
dente perfeitamente à altura de com
parle de "farelo moído" e em operando a elevação da pasta "sem" fermentação, só pela mistura com certos "sais", que produzem o desenvolvimento do gá.s car
O i-r. Américo Jacohitui Locomhe, tece
tadas ao colonizador do Brasil foi a radical mudança do sistema de alimen
interessantes e eruditos comentários em
tação, 'cuja base se deslocou, com sen
referente à confecção do verdadeiro pão
dioca". (1) O problema só ultimamen te vem sendo .equacionado de acordo
Era correspon
preender a honra que llie proporcionava
^MA das maiores dificuldades apresen sível "déficit", do trigo para a man
tras sociedades sábias.
torno de uma carta de
von
Marlius
da farinha de mandioca.
o grande sábio em .se expandir com quem chamava de .seu "maior amigo no Brasil". Como bom filho de uma raça prática, porém, Marlius não se limitava a fazer a'gumas líricas referencias à terra que
nhece pessoalmente.
dietética.
antigos.
que, não fossem os compromissos para
, , 'Barreto (2) a grande solução será ado-
Antes de se chegar, porém, a conclu sões tão cruéis para com os produto.s nativos, grandes espíritos de sábios
viria terminar os dias numa fazenda do
[
a alimentação: "devemos trabalhar efe-
preocuparam-se a fundo com o aprovei
íjJ
tívamente deparabase, estabelecer como alimento sem quêo trigo isso repre-
ij I
verá constituir apenas alimentação acessória e forragem". Ou, como diz pouco
;
I I
sente o abandono da mandioca, que de-
a,ntes: "A farinha de mandioca, especialmente quando empobrecida pela indús
tamento da nossa natureza.
É bem
verdade que não dispunham dos elemen tos dos pesquisadores modernos. Fal tava-lhes, também, a experiência recente que, em dias correntes, tem levado a descobertas tão sensacionais.
É, pois, de interesse puramente his
tria, deve ser aos poucos banida".
tórico o comentário que aqui oferecemos
A preocupação de dar ao trigo o papel principal da alimentação se tem apoia-,
em tomo de um documento inédito de
do igualmente em argumentos históricos: tôdas as grandes civilizações se têm er
nosso arquivo.
Trata-se de uma carta
do nunca assás louvado sábio bavaro
Carlos Frederico Felipe von Martins.
guido sôbre a base de uma grande pro dução de trigo: a egípcia - a mesopo-
Retomado ao lar, inteiramente entregue
tãmica — e a européia - a norte-ame ricana. Pesa sôbre a miserável América
velho cientista pensava con.stantementc
do Sul a intimação" de resolver o proble ma do trigo. A necessidade de estudar, e solucio
nar este problema, apresenta agora uma (1) Í2)
Gilberto Freyre: Casa Grande & Senzala (l.® ed.). Rio, 1934. P. 21. Castro Barreto: Hábitos e Erros Alimenlares Brasileiros
— (in "Estu
dos Brasileiros" — Ano VII — Vol. jfin — Julho-Dezembro de 1944 — p.
269).
aos trabalhos científicos e à confecção da monumental "Flora Brasiliensis , o
cm sua segunda pátria. Corrcspondia-sc a miúde com brasileiros íluslro.s.
Entre
estes, mais que todos, com o mordomo do imperador, o conselheiro Paulo Bar bosa da Silva. Era êstc culto oficial de
engenharia antigo aluno da velha Aca demia Militar, na qual, segundo o an
tigo programa enciclopédico, fizera bons estudos de História Natural. Em 1827 "fôra Incumbido de acompanhar a impres são da "Flora Fluminense" de Frei
O célebre Liebig tratou cm seme lhante maneira duma amelhovaçao da arte de fazer o nosso pão de trigo.
teligente diretor do Passeio Público, o -
importância política jamais previ.sla pelos
[!j- tarmos realmente a base de trigo para
ácido fo.sfóricO etc.
palmilhara com tão grande ardor e cons ciência. Amava o Brasil profundamen te. Chegou mesmo um dia a declarar
com as últimas pesquisas no campo da
■f Segundo os estudos do dr. Castro
bônico e uma combinação cio álcaÜ.s e
com os governos e para com a ciência,
Brasil, especialmente na província do
Eu escrevi sôbre êste assunto ao in
sr. Glaziou, que V. Ex., sem dúvida, co
Peço que V. Ex. fale sôbre esta coisa
com S. M. o Imperador, que não tardará de julgar que até para uma campanha
Espírito Santo, cuja beleza maior o im-
militar seria conveniente procurar pao
prCvSsionara. O seu amor, porém, nianifestava-se pràticamente pela preocupa
substancial!
ção em acompanliar e, tanto quanto pos.sível, concorrer pura a solução dos pro blemas brasile'ros.
Vivia constantemen
te pedindo informações e materiais para pesquisas em torno de assuntos da terra.
Careço de experiência! Eu não passo a fazer por falta de material. Tenho a honra de saudar V. Ex. como
ao meu melhor amigo no Brasil, com coração férvido! "Vale et amare perge . Tuíssimum
Assim é que, em carta de 18 de fe
vereiro de 1868, aborda o problema do pão de mandioca, com as seguintes pa lavras que transladamos fielmente do original. Note-se que Martius timbra em-escrever em português, sempre claro, ainda que, dado o grande período sem contado com a linguagem falada, nem sempre a forma seja cor reta:
MARTIUKt'
Esta carta é um espelho da alma bo níssima e brasileiríssima do grande sá bio. Preocupado com o Brasil, enca rava até 0.S problemas militares da nossa 1' '
terra. Ao lado disso, porém, cauteloso da respon sabilidade
científica
quo
lhe pesava nos ombros, não ousa afirmar coisa alguma
"Munich. 18 de feverei ro de 1868. "Meu Exce
som
lentíssimo Senhor e amigo velho de coração. . . digo
periências.
a V. Ex., como o melhor
sar o que teria dito a res
patriota do Brasil, que te
peito o outio cientista re ferido, o francês A. Glaziou,
nho formado idéias para a
ler obtido
elementos
para maior tiúmero do o.x-
Seria interessante pesqui
confecção do "verdadeiro
que era então o diretor bo
pão" de farinha de man
tânico do Passeio Público,
110
dc que era conservador o íabelião Fran cisco José Fialho.
Não sabemos que resposta terá dado
às sugestões e pedidos do digno amigo o mordomo da Casa Imperial. Ma.s o incansável Martius não abandonou um assunto que o impressionara tanto, No
mesmo ano de 1868 dirigiu-se também ao germano-brasileiro Henrique Laem-
mert, o benemérito editor a quem o Brasil deve tantos benefícios e que se encontrava em Stultgart. Laemmert in
teressado pelo assunto, ouviu, por sua vez, outra notável figura que até hoje nao teve o destaque merecido: o dr
^Marcos Anlonio de Macedo
P O dr. Macedo, natural do Piauí, onde
T em 1808, bacharelara-se em di1 reito pela Faculdade de Olinda e estuj dara profundamente a química na Fran-
Dicí-;sto
Económicx)
M. A. de Macedo". Rio. 11. Tvacminert.
Outras plantas da borracha
s./d./in 8.". (4) Pela sua extrema raridade, Iranscrevcu-o, na íntegra, cm seu.s eruditos tx)-
por Gastáo CUUL.S
nientário.s às "Geórgícas Brasileiras" de Prudéncío cio Amaral e José Rocirigue.s de Melo, a srta. Regina Pirajá da Sil
COS e. assim, se'no alto Amazonas ela ^
VII
va. (.5)
jQEnois de falar das "Héveas" ou se
Os princípios fundamentais dos estu
ringueiras, que são, por excelência, as
dos de Martius estão contidos nesses
nielhores produtoras de borracha, ta-
períodos que vamos transcrever:
"Existem na farinha de pau os prin cípios azotados, mas em proporções mui pequenas.
Por conseguinte cjiicm com
ela quiser fabricar pão, segundo método racional, deverá por fôrça adicioná-las à farinha, obtida pela moagein rigorosa e
J
ino.s cVzcr alguma "coisa a re.speito do
pode ser encontrada ao lado das se ringueiras, na foz do rio jamais sera vista nas zonas aluvionais,
mciras se multiplicam com facilidade. Foi só na última década do século
(Uitras plantas cujo látex também tem sido aproveitado para o mesmo fim. Entre elas dc.staca-se, desde logo, a "Casli"ioa elastica", também uma árvore,
passado que se iniciou a c.xploraçao do eaiicho na Amazônia brasileira. Extratores penianos, que já exploravam o produto na república x^zinba, sobretudo
ma.s cia família das Moráceas.
no alto Ucaiaie, penetraram então em turritório nacional, pelos vales do Pu-
Por
pontual da mandioca. O farelo dc trigo
"cnucho" é conhecido o látex que dela
europeu contém ainda muilo.s destes
I ça, sob a direção de Dumas e PouiUet i Após seguir a magistratura e exercer al-
.se extrai, e ê.sse nome, de proveniência peruana, também se disseminou pela
rus e Juruá, onde a planta cobiçada tam
princípios juntos à fibra ou à substân cia celular da casca da semente.
Seria
Amazônia brasileira. A planta do cau-
'a época. pensa\ a-sc qim a Castilloa'
i guns cargos políticos no Ceará, reti-
portanto necessário moer o farelo e rc-
cho ou pé de caucho é fàcibnente rc-
] rou-se, por motivo de saúde, para a duzí-lo a pó fino, para poder misturá-lo
conhccí\-el entre as outras árvores da
I Europa, onde publicou diversos traba-
com a farinha de mandioca e produzir
floresta, devido às três ou quatro sa-
a verdadeira massa dc pão. Daí resul ta a necessidade de importar a farinlia
inferior do tronco — que se prolongam
lives.so o seu "habitat" restrito às terras firmes dos solos elevados. .Verificou-se mais tarde, entretanto, que muito maior era a sua tírea geográfica, que parece estender-se do Mé.xico sôbre toda a América Central e parte setentrional da
j Ihos científicos e colaborou na grande ! enciclopédia Larousse. Faleceu exata mente em Stuttgart em 1872.
Macedo, animado por Laemmert, es creveu, também, uma pequena e interes sante memória acêrca do tema, datada
de Stuttgart, 17 de março/de 1868. (3) Com estas duas peças, antecedidas de uma pequena introdução de sua lavra,
editou Laemniert um pequeno opúsculo^ sob o título: "Idéas sobre a Fabricaçãd
de farelo nos países tropicais, o que se
em extensas raízes, às vezes com 20
ria, em todos os casos, mais barato do
e 25 metros, dispostas à flor da terra.
América do Sul, com excepção taivez das
que a importação de trigo".
Um pouco menor do que a seringueira, pois que raramente ultrapassa 20 me
Guianas, e, só na Amazônia, iia-da base
São idéias superadas pela atual ciên cia da alimentação, mas merecem uma recordação no momento presente, como
homenagem a um verdadeiro sábio que sempre viu na ciência um instrumen
to para a mcllioria da .sorte do povo e
do Pão feito (If Farinha de Mandioca, para o progresso da nação que seguida.s dc uma apreciação pelo dr. siderava sua .segunda pátria. (^) E' cuno.ço que a carta de Martius
que dá origem à "memória" do dr' Macedo, esteja datada de abril dé infifl 1868.
popemas — e.xpansões tubu^ires na parte
bém meclra\'a em abundância. Por aque-
êlc con
tros de altura, a "Castilloa" tem o
tronco reto e cinzento c a copa pe
dos Andes ao vale do Tocantins.
A colheita do látex da "Castilloa" é
Suas folhas, entretanto, são
feita quase sempre com o sacrifício da própria árvore. Ê que só assim sejá
grandes, longas, dc uin belo verde, apre sentando-se ligeiramente felpudas e com
compensadora a sua exploração, pela maior quantidade do leite obtido, e
rebordo denteado.
porque o-produto jamais conseguirá os preços alcançados pela borracha das se
quena.
Ao contrário das héveas, o caucho é árvore de terra firme, dos terrenos se-
ringueiras. Os caucheiros desculpam-se
(4) Está mencionado na bibliografia do estudo de José Soares Dutra "Mar
tius" — Rio, 1942 — p. 110.
(5) Ed. da Academia 1941 — p. 240.
Brasileira.
Rio,
O hrilhauie atilOT da "líilcUt Amaz<)n\c(i'\ depoL- de dencrever ai nrvnre.i produdi'ea.1 da borraolui, a.i
IriiUi da "CiiòliUoa elostico", cujo UUex é co nhecido por "Caucho", c dà planta gomífera "BaJata", cujo produto é um látex de superior (fualidadc
élfi
110
dc que era conservador o íabelião Fran cisco José Fialho.
Não sabemos que resposta terá dado
às sugestões e pedidos do digno amigo o mordomo da Casa Imperial. Ma.s o incansável Martius não abandonou um assunto que o impressionara tanto, No
mesmo ano de 1868 dirigiu-se também ao germano-brasileiro Henrique Laem-
mert, o benemérito editor a quem o Brasil deve tantos benefícios e que se encontrava em Stultgart. Laemmert in
teressado pelo assunto, ouviu, por sua vez, outra notável figura que até hoje nao teve o destaque merecido: o dr
^Marcos Anlonio de Macedo
P O dr. Macedo, natural do Piauí, onde
T em 1808, bacharelara-se em di1 reito pela Faculdade de Olinda e estuj dara profundamente a química na Fran-
Dicí-;sto
Económicx)
M. A. de Macedo". Rio. 11. Tvacminert.
Outras plantas da borracha
s./d./in 8.". (4) Pela sua extrema raridade, Iranscrevcu-o, na íntegra, cm seu.s eruditos tx)-
por Gastáo CUUL.S
nientário.s às "Geórgícas Brasileiras" de Prudéncío cio Amaral e José Rocirigue.s de Melo, a srta. Regina Pirajá da Sil
COS e. assim, se'no alto Amazonas ela ^
VII
va. (.5)
jQEnois de falar das "Héveas" ou se
Os princípios fundamentais dos estu
ringueiras, que são, por excelência, as
dos de Martius estão contidos nesses
nielhores produtoras de borracha, ta-
períodos que vamos transcrever:
"Existem na farinha de pau os prin cípios azotados, mas em proporções mui pequenas.
Por conseguinte cjiicm com
ela quiser fabricar pão, segundo método racional, deverá por fôrça adicioná-las à farinha, obtida pela moagein rigorosa e
J
ino.s cVzcr alguma "coisa a re.speito do
pode ser encontrada ao lado das se ringueiras, na foz do rio jamais sera vista nas zonas aluvionais,
mciras se multiplicam com facilidade. Foi só na última década do século
(Uitras plantas cujo látex também tem sido aproveitado para o mesmo fim. Entre elas dc.staca-se, desde logo, a "Casli"ioa elastica", também uma árvore,
passado que se iniciou a c.xploraçao do eaiicho na Amazônia brasileira. Extratores penianos, que já exploravam o produto na república x^zinba, sobretudo
ma.s cia família das Moráceas.
no alto Ucaiaie, penetraram então em turritório nacional, pelos vales do Pu-
Por
pontual da mandioca. O farelo dc trigo
"cnucho" é conhecido o látex que dela
europeu contém ainda muilo.s destes
I ça, sob a direção de Dumas e PouiUet i Após seguir a magistratura e exercer al-
.se extrai, e ê.sse nome, de proveniência peruana, também se disseminou pela
rus e Juruá, onde a planta cobiçada tam
princípios juntos à fibra ou à substân cia celular da casca da semente.
Seria
Amazônia brasileira. A planta do cau-
'a época. pensa\ a-sc qim a Castilloa'
i guns cargos políticos no Ceará, reti-
portanto necessário moer o farelo e rc-
cho ou pé de caucho é fàcibnente rc-
] rou-se, por motivo de saúde, para a duzí-lo a pó fino, para poder misturá-lo
conhccí\-el entre as outras árvores da
I Europa, onde publicou diversos traba-
com a farinha de mandioca e produzir
floresta, devido às três ou quatro sa-
a verdadeira massa dc pão. Daí resul ta a necessidade de importar a farinlia
inferior do tronco — que se prolongam
lives.so o seu "habitat" restrito às terras firmes dos solos elevados. .Verificou-se mais tarde, entretanto, que muito maior era a sua tírea geográfica, que parece estender-se do Mé.xico sôbre toda a América Central e parte setentrional da
j Ihos científicos e colaborou na grande ! enciclopédia Larousse. Faleceu exata mente em Stuttgart em 1872.
Macedo, animado por Laemmert, es creveu, também, uma pequena e interes sante memória acêrca do tema, datada
de Stuttgart, 17 de março/de 1868. (3) Com estas duas peças, antecedidas de uma pequena introdução de sua lavra,
editou Laemniert um pequeno opúsculo^ sob o título: "Idéas sobre a Fabricaçãd
de farelo nos países tropicais, o que se
em extensas raízes, às vezes com 20
ria, em todos os casos, mais barato do
e 25 metros, dispostas à flor da terra.
América do Sul, com excepção taivez das
que a importação de trigo".
Um pouco menor do que a seringueira, pois que raramente ultrapassa 20 me
Guianas, e, só na Amazônia, iia-da base
São idéias superadas pela atual ciên cia da alimentação, mas merecem uma recordação no momento presente, como
homenagem a um verdadeiro sábio que sempre viu na ciência um instrumen
to para a mcllioria da .sorte do povo e
do Pão feito (If Farinha de Mandioca, para o progresso da nação que seguida.s dc uma apreciação pelo dr. siderava sua .segunda pátria. (^) E' cuno.ço que a carta de Martius
que dá origem à "memória" do dr' Macedo, esteja datada de abril dé infifl 1868.
popemas — e.xpansões tubu^ires na parte
bém meclra\'a em abundância. Por aque-
êlc con
tros de altura, a "Castilloa" tem o
tronco reto e cinzento c a copa pe
dos Andes ao vale do Tocantins.
A colheita do látex da "Castilloa" é
Suas folhas, entretanto, são
feita quase sempre com o sacrifício da própria árvore. Ê que só assim sejá
grandes, longas, dc uin belo verde, apre sentando-se ligeiramente felpudas e com
compensadora a sua exploração, pela maior quantidade do leite obtido, e
rebordo denteado.
porque o-produto jamais conseguirá os preços alcançados pela borracha das se
quena.
Ao contrário das héveas, o caucho é árvore de terra firme, dos terrenos se-
ringueiras. Os caucheiros desculpam-se
(4) Está mencionado na bibliografia do estudo de José Soares Dutra "Mar
tius" — Rio, 1942 — p. 110.
(5) Ed. da Academia 1941 — p. 240.
Brasileira.
Rio,
O hrilhauie atilOT da "líilcUt Amaz<)n\c(i'\ depoL- de dencrever ai nrvnre.i produdi'ea.1 da borraolui, a.i
IriiUi da "CiiòliUoa elostico", cujo UUex é co nhecido por "Caucho", c dà planta gomífera "BaJata", cujo produto é um látex de superior (fualidadc
élfi
v^.. ÜICtJiTO 1m:c)Ni>mic
DifíF.sTo Econômico
113
a "praiiclia" ou "bolacha" de caucho,
gar a 30 e 40 metros de altura e que
da por dentro, c cic cheiro muito desagradáivel. Diga-se que ein vez do sabão,,o suco
pelo menos bastante parecidos com os nossos delicioso.s sapotis, aliás também
de-certas lianas, da família das Leguininosas, também pode ser empregado como agente de coagidação.
O látex que se coagula espontâneame.nte sôbrc as feridas abertas no cau
le, é conhecido por "scrnambi" de cau cbo, ".scrap" dos ingleses, o ao contrá
^ j , dèüse vandalismo dizendo que as ár\'0'I res não resistem às sangrias sucessivas como se praticam nas hévcas, e, destar"te,. uma vez que estão condenadas à
morte, mellior será derrubá-las logo e cxtraír-Ihes integralmente o iálcx. Por outro lado, a ár\'ore tem crescimento rápido e, não raro, do pedaço de tronco que, na sua base, onde existem as sapopemas foi poupado ao machado, bro tam refilhos e, em pouco, a árvore es tará outra vez formada. De início a
árvore é sangrada ainda de pé, por meio de entalhes fundos e longos, prati cados no seu tronco, desde a altura a
que atinge o fio do machado até qufise ao solo, onde descansam as ti]c'as que irão receber o leite colhido, das feridas.
O leite da "Castilloa" coagula-se mais facilmente do que o das hévcas e ao cabo de uma meia hora já estará estan que o seu escoamento espontâneo. En
tão, sem perda de tempo, o caucheiro bota a árvore a baixo e faz-lhe, de es
rio do que sucede com o das héveas, é o seu tronco, apenas inclinado e sem
muito valorizado e procurado, pois que
descansar totalmente sobro o solo, per mita que, debaixo dele, repousando no chão, fiquem as cuias ou outros recipi
dc qualidade mais fina e contendo me nor quantidade dágua.
^ Na Amazôn-a, no auge da sua produ ção, 8 a 10% da borracha exportada erum constituídos por caucliu. Êste, po
entes cm que será recebido o látex.
Uma árvore bem formada, cujo tron co tenha de um u dois nielro.s de circun
rém, nunca atingiu mais de 7 a ^8 mil réis por quilo, quando a borracha chegou
ferência, pode dar até 50 litros de látex ou sejam uns 20 quilos de caucbo, de pois que o produto se acha bom sêco. Levado para a barraca, o látex é des
a ser vendida a 17.
Esta
de que o terreno seja do composição ar gilosa, o que quase sempre acontece nas
regiões em que vive a "Castilloa". É preciso que a mistura de látex e sabão seja continuamente batida e agitada.
Inglc.sa, onde a árvore é coiJiecída por "Buliet" ou "Bully-Tree" que, a partir das últimas décadas do século pas.sado. se incrementou a exjjortação da balata para a Europa. É que por essa época a indústria começ^ou a lirar maior
partido do produto americano, aproveitando-o para fins ^em que, até então, .só fora empregada a guta das índias, como .sejam o revestimento de fios e cabos elétricos, sobretudo o.s submarinos,
confecção de correias e polias, peças dc intrumcntal cirúrgico, solas de calçado, telhas para coberturas de casas, desde que fossem misturadas ;'
•
t
asbesto, e muitas oubas
utilidades, .sendo que t^m todos esses casos .superava a sua congênere do Vellio
nados fins, sobretudo fabri co de calçado.
era mais isolante, como re
Mundo, pois que não só sistia melhor às injúrias do tempo.
Na Amazônia brasileira,
Outra planta goniífera
entretanto, foi muito mais
da região amazônica é a "balata" ou "balatcira", cujo látex fornece um pro
duto que substitui com vantagem a
Com isto o caucbo vai-sc condensando
luo famôsa "guta-percha" do ExtremoOriente.
reúne numa massa úiVca, de côr branca,
da Venezuela, mas sobretudo na Guia-
goma da bé\ea, c o seu uso está restrito a determi
em pequenos coágu'os que o operador
paço a espaço, uns 60 centímetros entre cada, sôbre os grossos galhos e os tron-
da mesma família. Foi nas Guianas e terras confinantes
ta a mesma elasticidade da
tidade do sabão ordinário, que já fôra previamente dissolvido em água.
tem frutos, senão com o mesmo sabor,
É
que o caucbo não apresen
pejado numa grande bacia de fòiba e a * ele se vai juntando, aos poucos, a fim de acelerar-lhe a coagulação, certa quan operação pode também ser praticada numa cova aberta no próprio chão, des
é tanibéni uma Sapotácea. Trata-se <le grande e frondo.ca árvore, que pode che
"slab" ou "shcet" dos ingleses: um grande bloco com uns 60 quilos de peso, dc còr c.scura por fora e amarela
Embora pertencendo a gênero botâ
co.s, entalbe.s senii-circulares ou circula-
]>oro.sa, bastante vacuoluda, c (juc preci
nico diferente, a "balatu americana, ba-
res. O ideal será que a árvore, ao cair.
sará tlepoi.s ainda ser balida c cspreniidii
hllii \'eidadeira, balata mansa" nu "ba
permaneça com a sua parte superior
idrlieniento, pura que perca a muita água
apoiada a outra árvore, de tal modo que
quo continha. Só então estará formada
lata branca, Miinusops bidentata" D, C., como sua irmã do Arquipc'agü Níalaio,
tardia a sua e.xploraçiio.
Dependeu, em grande p;ir-
te, da desvalorização çla
quando surgiu nos mercados a sua concorrente do Oriente e era mv borracha,
ciso_ procurar outros produtos cuja ex
tração fòsse mais compensadora. For
outro lado, durante a pri^^^iru grande guerra eomeçou n h,ver escassL da guta c a Inchas, cada mais necessária as industrias bélicas, e por êsse tempo
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v^.. ÜICtJiTO 1m:c)Ni>mic
DifíF.sTo Econômico
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a "praiiclia" ou "bolacha" de caucho,
gar a 30 e 40 metros de altura e que
da por dentro, c cic cheiro muito desagradáivel. Diga-se que ein vez do sabão,,o suco
pelo menos bastante parecidos com os nossos delicioso.s sapotis, aliás também
de-certas lianas, da família das Leguininosas, também pode ser empregado como agente de coagidação.
O látex que se coagula espontâneame.nte sôbrc as feridas abertas no cau
le, é conhecido por "scrnambi" de cau cbo, ".scrap" dos ingleses, o ao contrá
^ j , dèüse vandalismo dizendo que as ár\'0'I res não resistem às sangrias sucessivas como se praticam nas hévcas, e, destar"te,. uma vez que estão condenadas à
morte, mellior será derrubá-las logo e cxtraír-Ihes integralmente o iálcx. Por outro lado, a ár\'ore tem crescimento rápido e, não raro, do pedaço de tronco que, na sua base, onde existem as sapopemas foi poupado ao machado, bro tam refilhos e, em pouco, a árvore es tará outra vez formada. De início a
árvore é sangrada ainda de pé, por meio de entalhes fundos e longos, prati cados no seu tronco, desde a altura a
que atinge o fio do machado até qufise ao solo, onde descansam as ti]c'as que irão receber o leite colhido, das feridas.
O leite da "Castilloa" coagula-se mais facilmente do que o das hévcas e ao cabo de uma meia hora já estará estan que o seu escoamento espontâneo. En
tão, sem perda de tempo, o caucheiro bota a árvore a baixo e faz-lhe, de es
rio do que sucede com o das héveas, é o seu tronco, apenas inclinado e sem
muito valorizado e procurado, pois que
descansar totalmente sobro o solo, per mita que, debaixo dele, repousando no chão, fiquem as cuias ou outros recipi
dc qualidade mais fina e contendo me nor quantidade dágua.
^ Na Amazôn-a, no auge da sua produ ção, 8 a 10% da borracha exportada erum constituídos por caucliu. Êste, po
entes cm que será recebido o látex.
Uma árvore bem formada, cujo tron co tenha de um u dois nielro.s de circun
rém, nunca atingiu mais de 7 a ^8 mil réis por quilo, quando a borracha chegou
ferência, pode dar até 50 litros de látex ou sejam uns 20 quilos de caucbo, de pois que o produto se acha bom sêco. Levado para a barraca, o látex é des
a ser vendida a 17.
Esta
de que o terreno seja do composição ar gilosa, o que quase sempre acontece nas
regiões em que vive a "Castilloa". É preciso que a mistura de látex e sabão seja continuamente batida e agitada.
Inglc.sa, onde a árvore é coiJiecída por "Buliet" ou "Bully-Tree" que, a partir das últimas décadas do século pas.sado. se incrementou a exjjortação da balata para a Europa. É que por essa época a indústria começ^ou a lirar maior
partido do produto americano, aproveitando-o para fins ^em que, até então, .só fora empregada a guta das índias, como .sejam o revestimento de fios e cabos elétricos, sobretudo o.s submarinos,
confecção de correias e polias, peças dc intrumcntal cirúrgico, solas de calçado, telhas para coberturas de casas, desde que fossem misturadas ;'
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t
asbesto, e muitas oubas
utilidades, .sendo que t^m todos esses casos .superava a sua congênere do Vellio
nados fins, sobretudo fabri co de calçado.
era mais isolante, como re
Mundo, pois que não só sistia melhor às injúrias do tempo.
Na Amazônia brasileira,
Outra planta goniífera
entretanto, foi muito mais
da região amazônica é a "balata" ou "balatcira", cujo látex fornece um pro
duto que substitui com vantagem a
Com isto o caucbo vai-sc condensando
luo famôsa "guta-percha" do ExtremoOriente.
reúne numa massa úiVca, de côr branca,
da Venezuela, mas sobretudo na Guia-
goma da bé\ea, c o seu uso está restrito a determi
em pequenos coágu'os que o operador
paço a espaço, uns 60 centímetros entre cada, sôbre os grossos galhos e os tron-
da mesma família. Foi nas Guianas e terras confinantes
ta a mesma elasticidade da
tidade do sabão ordinário, que já fôra previamente dissolvido em água.
tem frutos, senão com o mesmo sabor,
É
que o caucbo não apresen
pejado numa grande bacia de fòiba e a * ele se vai juntando, aos poucos, a fim de acelerar-lhe a coagulação, certa quan operação pode também ser praticada numa cova aberta no próprio chão, des
é tanibéni uma Sapotácea. Trata-se <le grande e frondo.ca árvore, que pode che
"slab" ou "shcet" dos ingleses: um grande bloco com uns 60 quilos de peso, dc còr c.scura por fora e amarela
Embora pertencendo a gênero botâ
co.s, entalbe.s senii-circulares ou circula-
]>oro.sa, bastante vacuoluda, c (juc preci
nico diferente, a "balatu americana, ba-
res. O ideal será que a árvore, ao cair.
sará tlepoi.s ainda ser balida c cspreniidii
hllii \'eidadeira, balata mansa" nu "ba
permaneça com a sua parte superior
idrlieniento, pura que perca a muita água
apoiada a outra árvore, de tal modo que
quo continha. Só então estará formada
lata branca, Miinusops bidentata" D, C., como sua irmã do Arquipc'agü Níalaio,
tardia a sua e.xploraçiio.
Dependeu, em grande p;ir-
te, da desvalorização çla
quando surgiu nos mercados a sua concorrente do Oriente e era mv borracha,
ciso_ procurar outros produtos cuja ex
tração fòsse mais compensadora. For
outro lado, durante a pri^^^iru grande guerra eomeçou n h,ver escassL da guta c a Inchas, cada mais necessária as industrias bélicas, e por êsse tempo
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l')ic icsTtj Econômico
•
passou-sf a consumir, c-m larga escala, o
extravasado das feridas.
látex das haUiteiras aineritanas.
cessos são mais ou menos iguais aos já
I'i que i>s pro
A halala verdadeira, a "Mímusops bi-
referidos eni relação às seringueiras e
dentíüa" a que já }U)S referimos, existe também cm teiTitório brasPciro, embora, entre nós, não pareça tão almndante co
ao caucho. Apenas, no caso das halalci-
h
mo nas florestas guianenscs. De prefe
rência, ela será encontrada nas regiões altas, de solo seco e pedregoso, dos afluentes amazônicos da margem esquer da, principalmente nos vales do rio
Brancí) e outros afluentes do rio Negro. Em compensação, nessa mesma bacia do
Amazonas existem muitas outras árvores, mc!/na família das Sapotaceas, como a.; maçarandubas, maparajubas e as abioranar, ty;das produtoras de abundante látex que, se nem sempre com as me.çnias quaidades do que é fornecido por
ras, como se trate de áiAore.s imiilo mais
altas, quase sempre o Iraballuulor. arma do de aguçados esporões inetálicns do lado interno dos calcanhares, c com o
Quando êle apareceu, num lugar qual
auxílio de cordas, sobe-lhcs pelo tronco
quer da Mancha, já alcançando os cin
acima, a fim de começar bem alto os entallics na casca. Por,outro lado, para
siasmos do Renascimento. Por toda parte
recolher o látex, cm vez de tijclinlias dc
se respirava energia e fôrça. O homem
era de tal modo arrogante e pretensioso
res, feitas com palha dc palmeira ou, en
que, pondo dú\'idas muitas vêzes sobre ,
tão, saquinhos dc pano, impermeabiliza dos com o próprio 'cite das balateíras. Uma boa árvore, cm pleno descn\-ol-
tece com o leite das seringueiras e do
"Lucunia" e "Ecclinusa") é conhecida no Amazonas por "ucuciuiraua" e no
trator, também
nunca espera por isso." Em grandes ba cias de folha, o, produto recém-eolhidc é levado ao fogo, onclc, sempre agitado, e à medida que ^'ai perdendo a água, se transforma num grande IjIoco de colora ção escura, quase arroxcacla.
P que faz a balata tão procurada ó que ela, como a guta-percha, u plástica, mas não é elástica. Estas .sao qualida
des que justamente não pos.sui a borra
para esgotá-lo de uma só vez. Diga-se
cha, nada plástica e extremamente elás tica. Diga-se, para concluir, que a ba'ata, como a guta, só se torna plástica quando aquecida ao fogo ou imersa em
Com isto o extrator ganancioso buscava
suprir pela quantidade o que não lhe pocleVia dar a quaMdade do produto. Não liemos repetir injiii o que já disse mos a jcspeihj da iiiaiieira por que se
golpeiam as árvores e se recolhe o látex
por CÂNDIDO Mota Filho
água çuente, e que, pelo resfriamento, ■ logo volta ao seu estado de diireza pri mitiva, mas sem se tornar quebradiça ou
perder qualquer das suas qualidadc.s ori ginais. Daí a rii/ãü por (|iic a bulala .si- lormi lão útil p.ira sei' enrolada em liilltas. tiançada em cordas ou esticada cm fiys.
ca do poder humano. Vivia-se a época da p'enitude das descobertas c dos in\ entos. Começavam, de fato, a surgir
a.': grandes figuras maquiavélicas, os grandes falcões de caça. O seu próprio criador, don Miguel de Cervantes, fazia parte dessa família descomunal. A sua
pc ^on
chamado "bulateiro",
u maneira do que se faz na seringueiras,
pelas nossas autoridades fiscais, só era aplicado nas plantas de látex depreciado.
A consciência econômica de Quixoie
Mas o ex-
como derrubando brutalmente o vegetal, qiio ésle último processo, hoje total mente condenado e mesmo proibido
—
caucho, só se coagula muito lentamente, ao cabo de 15 a 20 dias.
meio de pequenas e sucessivas sangrias,
Unamuno
Uen Quixoto y Sancho)
Êste, ao contrário do que acon
veniente de algumas abioranas (gêneros
A collieíta do látex das balatas tanto
(^liguei
própria, pode dar de 8 a 10 litros de
ção no comércio.
se pratica com a árvore de pé, por
a existência de Deus, não duvidara nun
vimento e quando sangrada na estação látex.
Pará por "coquirana" e, segundo já foi apurado, não contém mais de 20 a 40% de guta, quando na balata verdadeira esta riqueza sobe a 80%.
qüenta, o mundo se iluminava nos entu
fôlhas de Flandrcs, usam-sc outras, maio
aquela, consegue, contudo, boa coloca
A bulata inferior, quase semprè pro
pela fantasia c o sonho, estropiado c ri-díciilo, incompatível, por todos o.t lí" tuios, com a rea idade, como pode respi rar nos dias de hoje, onde parece de finhar a olhos vistos, a flor inqir'eta c clc'icada da poesia? í
entre as dificuldades dos nossos
chas, reaJizaram-se as comemorações dc Cervantes. Êle foi lembrado no seu gemo, na sua arte, nos seus sofrimen
tos e sonhos. A sua e.xtraordinária cria
tura, que é Don Quixote, viveu suas grandes horas, em discursos, conferências
1
e artigos. E se mostrou, na consciência
vida não é a de um escritor. É seme
lhante à de Camões, a de um "homem novo", de um "condottiere", de um • a\'enturciro enfim, com altos e baLxos, —
ferido na batalha de Lepanto, preso em Argel, pobre em Madrid, incompreen dido em toda a Espanlia. Cervantes, pelas aventuras e, principalmenté, pelas desventuras, sente no
contemporânea, mais vivo do que nunca! rosto o vento dos climas da vida mo Foi êle, com efeito, quem abriu os derna. Daí a sua criatura, o pobre fi caminho.s do niunclo moderno. Êlc é o dalgo manchego, que, com.todos os seus anunciador do no\o comportamento hu (le.satino.s, sabia ver, o que o.s outros mano, o arauto da nova era -burguesa,
pondo lêrmo^ ao encantado mundo das
nao \nam, principalmente as novas for
c-avuiarias. E é êle, principalmente, por pertencer ao seu .século e por pertencer
burguês.
mas do mundo, que é o do mundo
Assim, Quixote não é dc um fantasio so mundo romântico. 0.s cascos do Rodante do homem universal, daque'c que, cinante não batiam apenas nas pedras na variedade dos tempos, mostrou sem das ruelas medievais das cidades de Es pre a mesma caderneta de identificação. panha e cercanias. Êle talhava mundos ' A primeira vista, entretanto, não há diferentes. ,Ia, como os heróis de Ca oiitrossim ao nosso século, o símbolo an-
como colocar-se "Don Quixote" nesse
quadro. Êsse pobre louco que andou
mões, "por mares nunca dantes na\'egados".
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l')ic icsTtj Econômico
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passou-sf a consumir, c-m larga escala, o
extravasado das feridas.
látex das haUiteiras aineritanas.
cessos são mais ou menos iguais aos já
I'i que i>s pro
A halala verdadeira, a "Mímusops bi-
referidos eni relação às seringueiras e
dentíüa" a que já }U)S referimos, existe também cm teiTitório brasPciro, embora, entre nós, não pareça tão almndante co
ao caucho. Apenas, no caso das halalci-
h
mo nas florestas guianenscs. De prefe
rência, ela será encontrada nas regiões altas, de solo seco e pedregoso, dos afluentes amazônicos da margem esquer da, principalmente nos vales do rio
Brancí) e outros afluentes do rio Negro. Em compensação, nessa mesma bacia do
Amazonas existem muitas outras árvores, mc!/na família das Sapotaceas, como a.; maçarandubas, maparajubas e as abioranar, ty;das produtoras de abundante látex que, se nem sempre com as me.çnias quaidades do que é fornecido por
ras, como se trate de áiAore.s imiilo mais
altas, quase sempre o Iraballuulor. arma do de aguçados esporões inetálicns do lado interno dos calcanhares, c com o
Quando êle apareceu, num lugar qual
auxílio de cordas, sobe-lhcs pelo tronco
quer da Mancha, já alcançando os cin
acima, a fim de começar bem alto os entallics na casca. Por,outro lado, para
siasmos do Renascimento. Por toda parte
recolher o látex, cm vez de tijclinlias dc
se respirava energia e fôrça. O homem
era de tal modo arrogante e pretensioso
res, feitas com palha dc palmeira ou, en
que, pondo dú\'idas muitas vêzes sobre ,
tão, saquinhos dc pano, impermeabiliza dos com o próprio 'cite das balateíras. Uma boa árvore, cm pleno descn\-ol-
tece com o leite das seringueiras e do
"Lucunia" e "Ecclinusa") é conhecida no Amazonas por "ucuciuiraua" e no
trator, também
nunca espera por isso." Em grandes ba cias de folha, o, produto recém-eolhidc é levado ao fogo, onclc, sempre agitado, e à medida que ^'ai perdendo a água, se transforma num grande IjIoco de colora ção escura, quase arroxcacla.
P que faz a balata tão procurada ó que ela, como a guta-percha, u plástica, mas não é elástica. Estas .sao qualida
des que justamente não pos.sui a borra
para esgotá-lo de uma só vez. Diga-se
cha, nada plástica e extremamente elás tica. Diga-se, para concluir, que a ba'ata, como a guta, só se torna plástica quando aquecida ao fogo ou imersa em
Com isto o extrator ganancioso buscava
suprir pela quantidade o que não lhe pocleVia dar a quaMdade do produto. Não liemos repetir injiii o que já disse mos a jcspeihj da iiiaiieira por que se
golpeiam as árvores e se recolhe o látex
por CÂNDIDO Mota Filho
água çuente, e que, pelo resfriamento, ■ logo volta ao seu estado de diireza pri mitiva, mas sem se tornar quebradiça ou
perder qualquer das suas qualidadc.s ori ginais. Daí a rii/ãü por (|iic a bulala .si- lormi lão útil p.ira sei' enrolada em liilltas. tiançada em cordas ou esticada cm fiys.
ca do poder humano. Vivia-se a época da p'enitude das descobertas c dos in\ entos. Começavam, de fato, a surgir
a.': grandes figuras maquiavélicas, os grandes falcões de caça. O seu próprio criador, don Miguel de Cervantes, fazia parte dessa família descomunal. A sua
pc ^on
chamado "bulateiro",
u maneira do que se faz na seringueiras,
pelas nossas autoridades fiscais, só era aplicado nas plantas de látex depreciado.
A consciência econômica de Quixoie
Mas o ex-
como derrubando brutalmente o vegetal, qiio ésle último processo, hoje total mente condenado e mesmo proibido
—
caucho, só se coagula muito lentamente, ao cabo de 15 a 20 dias.
meio de pequenas e sucessivas sangrias,
Unamuno
Uen Quixoto y Sancho)
Êste, ao contrário do que acon
veniente de algumas abioranas (gêneros
A collieíta do látex das balatas tanto
(^liguei
própria, pode dar de 8 a 10 litros de
ção no comércio.
se pratica com a árvore de pé, por
a existência de Deus, não duvidara nun
vimento e quando sangrada na estação látex.
Pará por "coquirana" e, segundo já foi apurado, não contém mais de 20 a 40% de guta, quando na balata verdadeira esta riqueza sobe a 80%.
qüenta, o mundo se iluminava nos entu
fôlhas de Flandrcs, usam-sc outras, maio
aquela, consegue, contudo, boa coloca
A bulata inferior, quase semprè pro
pela fantasia c o sonho, estropiado c ri-díciilo, incompatível, por todos o.t lí" tuios, com a rea idade, como pode respi rar nos dias de hoje, onde parece de finhar a olhos vistos, a flor inqir'eta c clc'icada da poesia? í
entre as dificuldades dos nossos
chas, reaJizaram-se as comemorações dc Cervantes. Êle foi lembrado no seu gemo, na sua arte, nos seus sofrimen
tos e sonhos. A sua e.xtraordinária cria
tura, que é Don Quixote, viveu suas grandes horas, em discursos, conferências
1
e artigos. E se mostrou, na consciência
vida não é a de um escritor. É seme
lhante à de Camões, a de um "homem novo", de um "condottiere", de um • a\'enturciro enfim, com altos e baLxos, —
ferido na batalha de Lepanto, preso em Argel, pobre em Madrid, incompreen dido em toda a Espanlia. Cervantes, pelas aventuras e, principalmenté, pelas desventuras, sente no
contemporânea, mais vivo do que nunca! rosto o vento dos climas da vida mo Foi êle, com efeito, quem abriu os derna. Daí a sua criatura, o pobre fi caminho.s do niunclo moderno. Êlc é o dalgo manchego, que, com.todos os seus anunciador do no\o comportamento hu (le.satino.s, sabia ver, o que o.s outros mano, o arauto da nova era -burguesa,
pondo lêrmo^ ao encantado mundo das
nao \nam, principalmente as novas for
c-avuiarias. E é êle, principalmente, por pertencer ao seu .século e por pertencer
burguês.
mas do mundo, que é o do mundo
Assim, Quixote não é dc um fantasio so mundo romântico. 0.s cascos do Rodante do homem universal, daque'c que, cinante não batiam apenas nas pedras na variedade dos tempos, mostrou sem das ruelas medievais das cidades de Es pre a mesma caderneta de identificação. panha e cercanias. Êle talhava mundos ' A primeira vista, entretanto, não há diferentes. ,Ia, como os heróis de Ca oiitrossim ao nosso século, o símbolo an-
como colocar-se "Don Quixote" nesse
quadro. Êsse pobre louco que andou
mões, "por mares nunca dantes na\'egados".
7
•» •,
Dicksto Econômico
116
o herói manchego provém evidenle-
pobres.
E mesmo, figuras de prol c
inente das entranhas medievais. Em seus
altos dignitários da Igreja que não escon
117
DfCRsTo Econômico
>aui vez, esses Medicis, cercados dc artis
Qiiixüte já é um fidalgo que perdeu a notícia de sua linhagem. E era, sobretu
gostos e em suas atitudes está o cava-
dem, nos apelos que fazem aos burgue
leho das grandes atitudes, amoroso e
ses endinheirados, as suas aperluras. Pois
tas e eruditos? Quem era esse Jacob Fuggars, que conversava com Carlos V, como se fosse de sua linhagem? Nin
(lií.sprendido. É um velho crente dc seu
os Mcdieis não forneciam dinheiro para •
guém sabia. Ninguém explicava. Esta-
]!)eus, de sua honra e de sua dama. Mas
os papas e para os príncipes? Pois os Fuggars não estavam socorrendo os prín
\a, de fato, aparecendo, um homem novo, vindo de não sei onde, cheio de si, con
brota el manantial de sus vidos y u n
cipes e papas?
fiante, realista, objetivo, que iTansforma-
A terra que alimentava a Quixote era
va, a olhos vistos, u teoria do poder por direito divino, numa teoria do poder,
também uma terra pobre. Era, para êle,
rumo dos acontecimentos, das perspec
tivas abertas pelas descobertas maríti
pela acumulação da riqueza.
pessoalmente pobre, numa terra pobre, era também fisicamente pobre, "seco de
o que o separa do medievalisino é o seu escudeiro. Sancho serve para mostrar í^uc êle não é só de seu século, mas dc um novo capítulo da história, ofercccn-
d«), aos trotes dc sua mula, o quadro das novas preocupações.
Vivia Quixote numa sociedade de pri> ilógios. E esses privilégios não consti tuíam escândalo. Eram normais e cons-
(unte.s, aceito.s e proclamados. Os ccná-
jios de Quixote não se erguiam por sobre •ivergências econômicas, porque tudo es lava feito, de conformidade com os pre ceitos de Santo Tomás, com péso e me dida, para a realização de devercs "erga sv, erga alius, erga Deum". O dinheiro
iião se multiplicava pelo trabalho ou pela (xjiloração do homem pelo homem, mas jielos acertos e disposições do direito
Êstcs magnatas, em conseqüência do mas, estão metidos em grandes empresas. -
Iniciava-se assim, com esse calor e êsse
Fundam companhias. Inventam empre
colorido, a época dos empreendimentos,
endimentos. Alargam os negócios. E os seus promotores não se apresentam, dian
que Schmoller classifica como de uma no
te das Cortes recurvados e .submis.sos, senão altivos c dc.sdenhosos, como se ti
vessem a correr no sangue as indiscutí veis virtudes da fidalguia.
Antes que D. Quixote saisse da pena de Cervanlcs, já estas transformações se
faziam, já as grandes casas de negócio e as grandes empresas se formavam no
va aristocracia ativa e operante, que sabe o \ alor da especulação comercial e tem a capacidade caracterizada para a orga nização dos negócios. Ela vive, acrescen ta Scbmoller, na persuasão de que o mundo moderno lhe pertence e que, com o seu dinlieiro, podo fazer muito, se não puder fazer tudo.
Começam a desaparecer por esse tem
do, um fidalgo pobre. "La pobreza de nuestro hidalgo estriba Ia más de su ^•ida, como de Ia pobreza de su pueb.o par de, sus virtudes".
i
e não para o seu tempo. E Quixote cames, enjuto de rostro". Há assim, em tômo dêle, isto é, em
tôrno do homem li\Te, porque Quixote representa o homem livre, — a preocupa
ção da pobreza em todos os sentidos. Co mo poderá viver um homem !i\'re, quan do, para ser li\Te, numa sociedade fecha da por preconceitos arcaicos, precisa ser pobre?
Para isso, para responder a essa af.itiva pergunta, que tantos dissabores e de
norte da Alemanha, na Inglaterra, na
po os favoritos da ordem monárquica, o
Holanda, em Portugal e na Itália. E
nepotismo consagrado, para surgir os fa
se desdobrou em duas figiuas, isto é, fez
voritos da fortuna.
com que sua vida só se tornasse possível
sentendimentos dera a Cervantes, Quixote
O econômico não
Ccrvantes, mal saído de sua
era, como é hoje, um aspecto
nieninicc, em Madrid, sabia
E é justamente no insensato Quixote,
ao lado do rechonchudo Sancho. Assim,
predominante do real. Como
perceber, nos faustos da Cor
que \nvia, como um tonto, no mundo da
' iiüs mostra Mário Alberti, dos
antes de sair para suas aventuras, foi abastecer-se e arranjar seu escudeiro. E
(ibino,
te, o desabrochar de uma no
lua, é que surgia, pela primeira vez, a
trinta séculos de história eco
va era.
consciência real dêssc novo estado de
assim saiu para elas certo de ^ue não
nômica do mundo civilizado,
abarrotadas de gente, assim
era possível liberdade sem a posse pes
^•inte e nove refietem o qua dro da disciplina intervencionista do príncipe! Assim, vi\-ia a velha Europa num sis
como as estradas e os por
co{sa.s. Os sensatos não viam coisa algu ma. Os conformados também. Mas Qui
tema econômico de classes e
categorias, de ordens e siiboi-dinações. Porém, tudo isso começa a
As ruas estavam
(ia ustúcia, coino (queria Ma-
quiuvel. Quem era afinal Jú-
aliás, bem pronunciada essa tendência.
"Simon Pedro de nuestro caballero", co mo o chama Unamuno i- c-omo, de falo,
lio H? Donde provinha esse
Unamuno, no sou desamor às pretensões
o pintou 6- o animou Ccrvantes, — é o
príncipe César Bórgia, chefe de tropa,
novo homem que edifica o mundo, sení
humanistas, da mesma forma que os Me-
rao!onalistas, no seu inquieto existencialismo, nãò só enaltece a capacidade cria dora da loucura de Quixote, como as condições em que êle penetra na vida, com as primeiras luzes do moder
as grandes audácias dos flibusteiros, ma rcantes, descobridores, conquistadores das
dicis de Florença? Donde vinham, por
nismo.
índias e dominadores da América.
O Henascimento era a
ambição antes de tudo' a
possibilidade do privilégio surgir pelo direito da força c mm. lAfOlJVÃ rvcGiít CIVffeAVrVSTA',
dc.sagregar-se. Os grandes senhores, prín cipes, barões e condestáveis, começam a
espécie de falcão de caça, lascivo e bru-,
sentir em tôrno de seus castelos ou ao
tal, que derrubava touros bravios em
(leiredor de seus privilégios, dificuldades até então desconhecidas.
Êles já po
dem distinguli- fidalgos ricos e fidalgos
soal de certos bens tenenos. Sancho, de
xote, por ser louco, é quem podia prefigurar as novas exigências da "vida. No admirável retrato dele traçado por Miguel Unamuno, no seu primoroso en saio — "Don Quixote y Sancho", está,
tos.
praça pública e conversava sobre temas /
fato, representa a nova preocupação, que é a preocupação econômica, o homem liM"e econòmicamente, mercê de suas em presas e miciativas. O carnal Sancho. o
horror aos bens materiais, aquele que conserta, em forma ordenada e fecunda,
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Dicksto Econômico
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o herói manchego provém evidenle-
pobres.
E mesmo, figuras de prol c
inente das entranhas medievais. Em seus
altos dignitários da Igreja que não escon
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DfCRsTo Econômico
>aui vez, esses Medicis, cercados dc artis
Qiiixüte já é um fidalgo que perdeu a notícia de sua linhagem. E era, sobretu
gostos e em suas atitudes está o cava-
dem, nos apelos que fazem aos burgue
leho das grandes atitudes, amoroso e
ses endinheirados, as suas aperluras. Pois
tas e eruditos? Quem era esse Jacob Fuggars, que conversava com Carlos V, como se fosse de sua linhagem? Nin
(lií.sprendido. É um velho crente dc seu
os Mcdieis não forneciam dinheiro para •
guém sabia. Ninguém explicava. Esta-
]!)eus, de sua honra e de sua dama. Mas
os papas e para os príncipes? Pois os Fuggars não estavam socorrendo os prín
\a, de fato, aparecendo, um homem novo, vindo de não sei onde, cheio de si, con
brota el manantial de sus vidos y u n
cipes e papas?
fiante, realista, objetivo, que iTansforma-
A terra que alimentava a Quixote era
va, a olhos vistos, u teoria do poder por direito divino, numa teoria do poder,
também uma terra pobre. Era, para êle,
rumo dos acontecimentos, das perspec
tivas abertas pelas descobertas maríti
pela acumulação da riqueza.
pessoalmente pobre, numa terra pobre, era também fisicamente pobre, "seco de
o que o separa do medievalisino é o seu escudeiro. Sancho serve para mostrar í^uc êle não é só de seu século, mas dc um novo capítulo da história, ofercccn-
d«), aos trotes dc sua mula, o quadro das novas preocupações.
Vivia Quixote numa sociedade de pri> ilógios. E esses privilégios não consti tuíam escândalo. Eram normais e cons-
(unte.s, aceito.s e proclamados. Os ccná-
jios de Quixote não se erguiam por sobre •ivergências econômicas, porque tudo es lava feito, de conformidade com os pre ceitos de Santo Tomás, com péso e me dida, para a realização de devercs "erga sv, erga alius, erga Deum". O dinheiro
iião se multiplicava pelo trabalho ou pela (xjiloração do homem pelo homem, mas jielos acertos e disposições do direito
Êstcs magnatas, em conseqüência do mas, estão metidos em grandes empresas. -
Iniciava-se assim, com esse calor e êsse
Fundam companhias. Inventam empre
colorido, a época dos empreendimentos,
endimentos. Alargam os negócios. E os seus promotores não se apresentam, dian
que Schmoller classifica como de uma no
te das Cortes recurvados e .submis.sos, senão altivos c dc.sdenhosos, como se ti
vessem a correr no sangue as indiscutí veis virtudes da fidalguia.
Antes que D. Quixote saisse da pena de Cervanlcs, já estas transformações se
faziam, já as grandes casas de negócio e as grandes empresas se formavam no
va aristocracia ativa e operante, que sabe o \ alor da especulação comercial e tem a capacidade caracterizada para a orga nização dos negócios. Ela vive, acrescen ta Scbmoller, na persuasão de que o mundo moderno lhe pertence e que, com o seu dinlieiro, podo fazer muito, se não puder fazer tudo.
Começam a desaparecer por esse tem
do, um fidalgo pobre. "La pobreza de nuestro hidalgo estriba Ia más de su ^•ida, como de Ia pobreza de su pueb.o par de, sus virtudes".
i
e não para o seu tempo. E Quixote cames, enjuto de rostro". Há assim, em tômo dêle, isto é, em
tôrno do homem li\Te, porque Quixote representa o homem livre, — a preocupa
ção da pobreza em todos os sentidos. Co mo poderá viver um homem !i\'re, quan do, para ser li\Te, numa sociedade fecha da por preconceitos arcaicos, precisa ser pobre?
Para isso, para responder a essa af.itiva pergunta, que tantos dissabores e de
norte da Alemanha, na Inglaterra, na
po os favoritos da ordem monárquica, o
Holanda, em Portugal e na Itália. E
nepotismo consagrado, para surgir os fa
se desdobrou em duas figiuas, isto é, fez
voritos da fortuna.
com que sua vida só se tornasse possível
sentendimentos dera a Cervantes, Quixote
O econômico não
Ccrvantes, mal saído de sua
era, como é hoje, um aspecto
nieninicc, em Madrid, sabia
E é justamente no insensato Quixote,
ao lado do rechonchudo Sancho. Assim,
predominante do real. Como
perceber, nos faustos da Cor
que \nvia, como um tonto, no mundo da
' iiüs mostra Mário Alberti, dos
antes de sair para suas aventuras, foi abastecer-se e arranjar seu escudeiro. E
(ibino,
te, o desabrochar de uma no
lua, é que surgia, pela primeira vez, a
trinta séculos de história eco
va era.
consciência real dêssc novo estado de
assim saiu para elas certo de ^ue não
nômica do mundo civilizado,
abarrotadas de gente, assim
era possível liberdade sem a posse pes
^•inte e nove refietem o qua dro da disciplina intervencionista do príncipe! Assim, vi\-ia a velha Europa num sis
como as estradas e os por
co{sa.s. Os sensatos não viam coisa algu ma. Os conformados também. Mas Qui
tema econômico de classes e
categorias, de ordens e siiboi-dinações. Porém, tudo isso começa a
As ruas estavam
(ia ustúcia, coino (queria Ma-
quiuvel. Quem era afinal Jú-
aliás, bem pronunciada essa tendência.
"Simon Pedro de nuestro caballero", co mo o chama Unamuno i- c-omo, de falo,
lio H? Donde provinha esse
Unamuno, no sou desamor às pretensões
o pintou 6- o animou Ccrvantes, — é o
príncipe César Bórgia, chefe de tropa,
novo homem que edifica o mundo, sení
humanistas, da mesma forma que os Me-
rao!onalistas, no seu inquieto existencialismo, nãò só enaltece a capacidade cria dora da loucura de Quixote, como as condições em que êle penetra na vida, com as primeiras luzes do moder
as grandes audácias dos flibusteiros, ma rcantes, descobridores, conquistadores das
dicis de Florença? Donde vinham, por
nismo.
índias e dominadores da América.
O Henascimento era a
ambição antes de tudo' a
possibilidade do privilégio surgir pelo direito da força c mm. lAfOlJVÃ rvcGiít CIVffeAVrVSTA',
dc.sagregar-se. Os grandes senhores, prín cipes, barões e condestáveis, começam a
espécie de falcão de caça, lascivo e bru-,
sentir em tôrno de seus castelos ou ao
tal, que derrubava touros bravios em
(leiredor de seus privilégios, dificuldades até então desconhecidas.
Êles já po
dem distinguli- fidalgos ricos e fidalgos
soal de certos bens tenenos. Sancho, de
xote, por ser louco, é quem podia prefigurar as novas exigências da "vida. No admirável retrato dele traçado por Miguel Unamuno, no seu primoroso en saio — "Don Quixote y Sancho", está,
tos.
praça pública e conversava sobre temas /
fato, representa a nova preocupação, que é a preocupação econômica, o homem liM"e econòmicamente, mercê de suas em presas e miciativas. O carnal Sancho. o
horror aos bens materiais, aquele que conserta, em forma ordenada e fecunda,
TWTS71
DjorcsTO
Econômico
Efetivamente, assim era.
Quixote de
118
Afioal na aventura de Quixote é Siin-
PAN
iP NíOjpi C O
cho que é levado ao govèmo e não
fato é uma projeção ideal de Sanclio.
êle, porque Sancho ó o homem do povo,
E sua subÜmação. A con.seíjiicncia na
o sensato homem do povo, o burguês opinativo e recatado, o \'alor humano da
tural do resguardo dos bens indispensá
tada eni alguns circulas financeiros da CAtij. Essa possibilidade está baseada no^
veis ao sustento da vida. Quixote sozi nho não vale nada. É um velho crepus-
fato de que desde 1." de outubro o Tesouro britânico autoriza transações bai-^ xistos, entre os inglâscs sobre valores representados cm dólares. j Durante a primeira semana désse regime nenhum portador britânico de valo res norte-americanos estava preparado para cedê-los, ao curso vigente dos mercar-
futura democracia liberal. Isso não seria
possível numa época em que os gover nos eram dos príncipes e das senhorias.
Mas aconteceu na antecipação quixotes
ca, colocando a nossas vistas o novo tipo
h
culando, é um espírito se desfazendo. Não têm mais a protegc-lo os privilégios de, sangue, castelos e propriedades, criados e serviçais. O mundo moderno não pode
de ideal humano. E Sancho sabia de seu
aceitá-lo a.ssim.
destino consagrado, quando falava das novidades que vinham surgindo. "San
dade, porque a pobreza é a desgraça do
cho", escreve Unamuno, "el gobemador por hurlas, ordeno cosas tan buenas,
Sancbo é uma necessi
mundo moderno, um mundo que .só conta com o espírito de iniciativa, com a ca
pacidade pessoal. E Quixote muito sc
que hasta hoy se guardan en aquel lugar afligia em aparecer pobre, porque, daí y se nombran: - Ias Constítuciones dei
por diante, ser pobre, como observa Una
Gran. Gobemador Sancho Panza".
muno, constituiria um de'ito.
Indo porém para o governo, Sancho separou-se de Quixote, deixando-o, com isso, em extrema penúria. A sua po breza se tornou mais pobre e o seu de sespero mais desesperado. "Sin Sancho", escreve Unamuno, "Don Quixote no es Don Quixote, y necesita el amo más dei
escudero que el escudero dei amo".
Quando êle morreu, depois de con fessar como um bom cristão, Sancho fi
cou a chorar, Mas ficou, como o herdei
ro de seu espírito, nas práticas do boin senso, na defe.sa do homem pelo liomem, _
da independência do homem da subor dinação de outros homens, em tudo aqui
lo que o mundo burguês oferece de bom, de contraditório e de belo.
A desvalorização de 20ffi do esterlino, em relação ao dólar, esta .sciido comen
dos dos E. U. A.
Depois da pressão de pedidos, caracterizada sobretudo pela falta de con
fiança na libra, alguns compradores estavam dispostos a pagar os prêmios de {'côrdo com o curso de Nova York c que se elevam atualmente a 20%.
Assim ó que o valor representado cm dólares, cujo custo vigente cm Nova York era de 10 dólares, foi cotado em Londres em 3 libras esterlinos "u 12 dólares, à taxa do câmbio oficial. A partir dêsse momento os vendedores apareceram no mercado, influenciados pela consideração de que a Inglaterra tem o direito de pro ceder à desvalorização unilatcra': da Hhra em 10%, sem pedir para tanto auto rização do Fundo Monetário e à desvalorização também de 10% com permissão
dêsse organismo. Nessas condições, o prêmio de 20% sobre a taxa de câmbio ofi cial, é plenamente justificável. > A maior parte das rendas da Vene
zuela provém de uma só fonte; embora
a agricultura seja essencial para a eco nomia interna, a indústria petrolífera constitui o fator mais importante, quan to ao comércio internacional. Os poços
oriental do mencionado lago, forneceram
62% da produção total em 1940, produ
o terceiro produtor do mundo; concor
zindo 116.000.000 de barris.
rem com 74% para as exportações, pe trolíferas da América do Sul — a pro dução total deles representa 9% de tôda
Este do país, compreende onze campos
que estão situados nos Estados de An-
forneceu 31% da renda naciona\ ultra
passando-os produtos agrícolas em três
foram obtidos nas jazidas das seguintes
pontos na porcentagem; em 1940 al cançou 89,9% da exportação total; as
quatro companhias:
exportações de óleo cru e gasolina re
te "Creole Petroleum Company"), sub
presentam 2,9% e 0,5%, respectivamente.
Os campos petrolíferos da Venezuela,
março, poi exemplo, a exportação ultrapassou o volume da importação no valor de
A segunda região, localizada na parte zoátegui, Monagas e Falcón e sua importimcia cresce rapidamente. Da produção total em 1941, 91,8%
Em 1936-37, o petróleo em bruto
15.000.000 de dólares.
seis campos de petróleo, que se esten dem por 80 quilômetros da margem
de petróleo fazem com que o país seja
u produção mundial.
O intercâmbio comercial entre a Polônia e demais países europeus cresce coda vez mais de importância. A balança apresenta-se de modo favorável à nação. Em
mais antiga, o vale do lago Maracaibo, e a maior fonte produtora da América do Sul e uma das primeiras do inundo. Os
que se encontram em duas regiões dife rentes. ocnpaiu cèrea de 70.200 quilô metros quadrados, com nnvs de 4.500 poço.s em franca atividade. A região
Lago Petroleuni Corp." •(atualmen sidiária da "Standard Oil of New Ter.sey", 33,4%;
"Venezuela Oil Concessions Ltd., sub sidiária da "Royal Duti li .Shell".-32.2%; "Meno Grande Oii Co.", siilxsidiária da "Gulf Oil Corp.", 20,7%;
TWTS71
DjorcsTO
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Efetivamente, assim era.
Quixote de
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Afioal na aventura de Quixote é Siin-
PAN
iP NíOjpi C O
cho que é levado ao govèmo e não
fato é uma projeção ideal de Sanclio.
êle, porque Sancho ó o homem do povo,
E sua subÜmação. A con.seíjiicncia na
o sensato homem do povo, o burguês opinativo e recatado, o \'alor humano da
tural do resguardo dos bens indispensá
tada eni alguns circulas financeiros da CAtij. Essa possibilidade está baseada no^
veis ao sustento da vida. Quixote sozi nho não vale nada. É um velho crepus-
fato de que desde 1." de outubro o Tesouro britânico autoriza transações bai-^ xistos, entre os inglâscs sobre valores representados cm dólares. j Durante a primeira semana désse regime nenhum portador britânico de valo res norte-americanos estava preparado para cedê-los, ao curso vigente dos mercar-
futura democracia liberal. Isso não seria
possível numa época em que os gover nos eram dos príncipes e das senhorias.
Mas aconteceu na antecipação quixotes
ca, colocando a nossas vistas o novo tipo
h
culando, é um espírito se desfazendo. Não têm mais a protegc-lo os privilégios de, sangue, castelos e propriedades, criados e serviçais. O mundo moderno não pode
de ideal humano. E Sancho sabia de seu
aceitá-lo a.ssim.
destino consagrado, quando falava das novidades que vinham surgindo. "San
dade, porque a pobreza é a desgraça do
cho", escreve Unamuno, "el gobemador por hurlas, ordeno cosas tan buenas,
Sancbo é uma necessi
mundo moderno, um mundo que .só conta com o espírito de iniciativa, com a ca
pacidade pessoal. E Quixote muito sc
que hasta hoy se guardan en aquel lugar afligia em aparecer pobre, porque, daí y se nombran: - Ias Constítuciones dei
por diante, ser pobre, como observa Una
Gran. Gobemador Sancho Panza".
muno, constituiria um de'ito.
Indo porém para o governo, Sancho separou-se de Quixote, deixando-o, com isso, em extrema penúria. A sua po breza se tornou mais pobre e o seu de sespero mais desesperado. "Sin Sancho", escreve Unamuno, "Don Quixote no es Don Quixote, y necesita el amo más dei
escudero que el escudero dei amo".
Quando êle morreu, depois de con fessar como um bom cristão, Sancho fi
cou a chorar, Mas ficou, como o herdei
ro de seu espírito, nas práticas do boin senso, na defe.sa do homem pelo liomem, _
da independência do homem da subor dinação de outros homens, em tudo aqui
lo que o mundo burguês oferece de bom, de contraditório e de belo.
A desvalorização de 20ffi do esterlino, em relação ao dólar, esta .sciido comen
dos dos E. U. A.
Depois da pressão de pedidos, caracterizada sobretudo pela falta de con
fiança na libra, alguns compradores estavam dispostos a pagar os prêmios de {'côrdo com o curso de Nova York c que se elevam atualmente a 20%.
Assim ó que o valor representado cm dólares, cujo custo vigente cm Nova York era de 10 dólares, foi cotado em Londres em 3 libras esterlinos "u 12 dólares, à taxa do câmbio oficial. A partir dêsse momento os vendedores apareceram no mercado, influenciados pela consideração de que a Inglaterra tem o direito de pro ceder à desvalorização unilatcra': da Hhra em 10%, sem pedir para tanto auto rização do Fundo Monetário e à desvalorização também de 10% com permissão
dêsse organismo. Nessas condições, o prêmio de 20% sobre a taxa de câmbio ofi cial, é plenamente justificável. > A maior parte das rendas da Vene
zuela provém de uma só fonte; embora
a agricultura seja essencial para a eco nomia interna, a indústria petrolífera constitui o fator mais importante, quan to ao comércio internacional. Os poços
oriental do mencionado lago, forneceram
62% da produção total em 1940, produ
o terceiro produtor do mundo; concor
zindo 116.000.000 de barris.
rem com 74% para as exportações, pe trolíferas da América do Sul — a pro dução total deles representa 9% de tôda
Este do país, compreende onze campos
que estão situados nos Estados de An-
forneceu 31% da renda naciona\ ultra
passando-os produtos agrícolas em três
foram obtidos nas jazidas das seguintes
pontos na porcentagem; em 1940 al cançou 89,9% da exportação total; as
quatro companhias:
exportações de óleo cru e gasolina re
te "Creole Petroleum Company"), sub
presentam 2,9% e 0,5%, respectivamente.
Os campos petrolíferos da Venezuela,
março, poi exemplo, a exportação ultrapassou o volume da importação no valor de
A segunda região, localizada na parte zoátegui, Monagas e Falcón e sua importimcia cresce rapidamente. Da produção total em 1941, 91,8%
Em 1936-37, o petróleo em bruto
15.000.000 de dólares.
seis campos de petróleo, que se esten dem por 80 quilômetros da margem
de petróleo fazem com que o país seja
u produção mundial.
O intercâmbio comercial entre a Polônia e demais países europeus cresce coda vez mais de importância. A balança apresenta-se de modo favorável à nação. Em
mais antiga, o vale do lago Maracaibo, e a maior fonte produtora da América do Sul e uma das primeiras do inundo. Os
que se encontram em duas regiões dife rentes. ocnpaiu cèrea de 70.200 quilô metros quadrados, com nnvs de 4.500 poço.s em franca atividade. A região
Lago Petroleuni Corp." •(atualmen sidiária da "Standard Oil of New Ter.sey", 33,4%;
"Venezuela Oil Concessions Ltd., sub sidiária da "Royal Duti li .Shell".-32.2%; "Meno Grande Oii Co.", siilxsidiária da "Gulf Oil Corp.", 20,7%;
Dic.esio Econômico
120
"Standard Oi! Co. ol Venezuela", também subsidiária da "Standard Oil of
New Jersey", 15,5%.
O capital estrangeíDo investido na
A lei sôbre o petróleo, promulgada era 1943, melhorou as relações entre
indústria petrolífera venezuelana, segun
de 77.000.000 de bolivianos. Os arren
do se calculou, alcançava em 1945 cêr-
damentos anuais foram aumentados des de um mínimo de 5 a um máximo de
ca de 360.000.000 de dólares.
Noventa e cinco por cento da produ
30 bolivianos por hectare, durante os úl
ção total são exportados; 80% dessa por
timos dez anos de cada concessão.
centagem são enviados às refinarias lo calizadas nas ilhas de Aruba e Curaçau, de onde são reexportados em forma de
isenção de direitos para a importação
subprodutos. Em 1940 a capacidade diária das sele refinarias situadas em território vene
dcrcs discricionários paru suspender os direitos dc alfândega que existam sôbrc os equipamentos destinados à indústria
zuelano foi aproximadamente de 100.000 barris de petróleo era bruto.
roga automàticamente a duração das con
Em 1943, as companhias ajustaram
I estabelece^, cinco anos após o" térraiI no da conflagração, um número de re
li finarias suficiente para uma produção ^ de 202.000 barris diários. 1917
1942
1943 .' 1944 (primeiro trimestre) 1944 (segundo trimestre) 1944 (terceiro trimestre) ^ íf»
Ò sr. C. E. Wilson, presidente da "General Motors Corporation", revelou
A
1,1
dc petróleo, antes existente, foi supri mida.
Entretanto, o governo tem po-
petrolífera. Uma nova disposição pror cessões feitas às diferentes empresas para
mais de 40 anos, aproximadamente.
A produção e exportação de petróleo em bruto assim se apresentaram em bar ris (j.59 litros), nos anos mencionados: Produção
1925 1940
PAR
o governo o as companhias particulares, o que possibilitou uma renda adicional
O funcionamento perfeito dos freios hidráulicos é plenomonte garantido pelo Óleo DeJeo Super 9, que fun-
Exportação
121.000
610.000
19.022.200
18.090.000
185.240.000
158.206.000
ciona perfeitamente sob temperaturas elevadas e não ataco a borracha, nem os metais. Para sua completa
segurança, identifique o produto legítimo pelas palavras "Super 9", em vermelho, na lata.
147.371.980 179.580.000
51.870.000 60.788.000 72.891.000
lí
deter a espiral ascendente do custo da vida. S. s. propôs a adoção da semana
©iC©
de 45 horas.
"Mesmo que não haja elevação nos
que os preços dos automóveis, modelo
salários — advertiu — as alterações no
1948, serão aumentados e advertiu que somente maior produção e mais longo período de trabalho semanal poderão
maquinismo e o preço do material con
Oleo SUPER 9
duzirão a um aumento de preços nos carros modôlo 1948".
iJLa
Dic.esio Econômico
120
"Standard Oi! Co. ol Venezuela", também subsidiária da "Standard Oil of
New Jersey", 15,5%.
O capital estrangeíDo investido na
A lei sôbre o petróleo, promulgada era 1943, melhorou as relações entre
indústria petrolífera venezuelana, segun
de 77.000.000 de bolivianos. Os arren
do se calculou, alcançava em 1945 cêr-
damentos anuais foram aumentados des de um mínimo de 5 a um máximo de
ca de 360.000.000 de dólares.
Noventa e cinco por cento da produ
30 bolivianos por hectare, durante os úl
ção total são exportados; 80% dessa por
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mais de 40 anos, aproximadamente.
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Companhia Americana de Automóveis Revendedora exclusiva na cidade de São Paulo dos afamados carros
« MEK€IJIfi¥ Prestigiados pela classe e pelo preço
^J
Escritório: Praça Ramos de Azevedo, 282, lei.: 4-5787 Oficinas, Secção de Peças e Serviço:
^
Rua Consolação, 1837
^— Telefone: 6-3448
Diretor Presidente: — Octacilio Piedade Gonçalves moo 000
Diretor Gerente: — Emydio Piedade Gonçalves
.j
Addressograpli
Companhia 0. P. Gonçalves de Automóveis REVENDEDORES DOS CARROS FORD
Distribuidora Exclusiva de Ônibus Diesel na Capital Ampla Secção de Peças — Modernas e bem montadas oficinas
A marca pioneira —
rnitniiavel —
Inigualave'
Salões de Exposição: M&quinas dc endereçar de visrio» nodelM manuaij e clèttiro.
Praça Júlio Mesquita, 123 e Rua Consolação, 1787 Telefones: 4-5554 - 4-0018 e 4-0639
Escritório, oficinas e Secção de Peças: Rua 'Consolação, 1787
AdapláTcia a tôdaa aa «raaaiaacõe» de aerTifa — Daa mala ilmplct ãs maia eumplo»»
Serviço gratuito de orientarão e consulta por técnicos de organização
Companhia Americana Industrial de Ônibus Dispondo de equipamento técnico moderno para construção de carrosserias de todos os tipos, em particular de ônibus e Secção de projetos e desenhos a cargo de profissionais competentes.
l'orii.-iias otieinas de gravaçio de chipaí e assistência mecânica » N
.
s
A
Pes« Informaçòe»- na
Fábrica e Escritório: Av, Celso Garcia, 5628 — Telefone: 9-0312:
.Ailiircssoorapii Miiliiflrapluio Brasil.S//\ . Diretor-Presidente — Octacilio Piedade Gonçalves Rui Libeto Badard, 39 — l.*
'Diretor-Gerente — José Piedade Gonçalves Diretor-Técnico — José Massa
Talt.: a-40n • 3-ttSS
Iy I
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Aiitomobilistas Engrenagens — Rolamentos — Acessórios
&
em Geral e íôda peça que V. S. procura é ^ ENDEREÇO Papelaria e Tipografia ANDREOTTI
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sempre encontrada na seção de Varejo da
2-7095 6-2775
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R. QUINTINO BOCAYUVA. 24 {<=>R0XiN/!0 A R. OlBEITA] OFICINA
RUA TEIXEIRA LEITE, 274 (I.A TBAV. R. LAVAPeS)
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Av. São João, 1327 - Fone: 4-4445 - São Pai Io
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Hevendedoresi peçam as nossas ofertas mensais.
BAINHA "ALIANÇA" PRESUNTOS COZIDOS "PAN HAM", em latas e embrulhados. Salames, presuntos tipo italiano, copa, bacon, carne de porco salgada, miúdos de porco e toucinhos salgados. Conservas "ODERICH", "ALIANÇA" e "SOL"
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Todos estes afamados produtos dos
Frigoríficos Nacionais Sul Brasileiros, Lida. de Porto Alegre, Rio Grande do Sul,
PORTO
encontram-se á venda na
Sociedade Paulista de Representações Ltda. Rua Paula Souza n.® 354 — Fone: 4-1922 — Telegramas "Soprei" SÃO PAULO
ADRIANO
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Instaladora Moderna Ltda.
ANTONIO GRASSIA
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(DESPACHOS ALFANDEGÁRIOS)
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Exportação — Importação — Cabotagem
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Cargas Aéreas — Colis Postaux Navegação e Seguros
DESPACHOS EM SANTOS* — RIO DE JANEIRO
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Estação Aduaneira de Importação Aérea de São Paulo ACEITAMOS PEDIDOS PELO REEMBOLSO.
Rua Libero Badaró/ 472 - Telefone, 2-2374 - C. Postal, 1003 SÃO PAULO
Seção Especialisada de Remessa Aérea de Bagagem e Donativos para o Exterior.
PRAÇA PATRIARCA, 26 - 2.o - s/ 28 — FONE 3-6491
► Produtos em geral dos Estados de:
Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas.
Queijos, Mantejga e Vinhos. — Conservas em geral. Depositária das melhores marcas de:
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EXPORTAÇÃO
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eríucci J^ma
Matriz: Rua Bôa Vista, 116 — 6.o andar — Salas: 604-6 Tels.t 2-3990 e 2-3995 •— Telegr.: "MARGUA" Caixa Postal, 3570 — SÃO PAULO
RUA PAULA SOUZA, 404 - Telefone: 4-3184 - Caixa Postal, 1738 Endereço Telegráfico: VIBER — SÃO PAULO
Filial: Rua General Câmara, 168-Sob. — Telefone: 7136 Caixa Postal, 899 — SANTOS
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"DIGESTO ECONÔMICO", o melhor, ao
gênero, que jamais apareceu em nosso país".
OTO PRAZERES Jornalista e Secretário da Presidência
A ESCOLHA
da
Câmara
dos
Deputados
Federais
DO TIPO ADEQUADO DO ROLAMENTO bem como o modo correto de sua aplicação dependem tanto da carga ocorrente como das exigências que se impõem a cada caso. Uma solução conveniente e eco nômica requer, naturalmente, profundo conhecimeto das coracleristicas dos diversos tipos de rolamentos.
A experiência mostra qué os melhores resultados se conseguem mediante uma colaboração intima entre os
construtores de máquinas e os técnicos peritos da SICP*
cujos serviços estão gratuitamente ò disposiçõo de seus prezados clientes.
Gráfica Sâo José — Rua Galvão Bueno, 230 — Telefone 6-4B12 — 8Se Paulo
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